projeto de jogo

Upload: paulo-henrique-fernandes

Post on 08-Jan-2016

14 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Um projeto para a liberação

TRANSCRIPT

  • PROJETO DE LEI DO SENADO N 186, DE 2014

    Dispe sobre a explorao de jogos de azar em todo o territrio nacional.

    O CONGRESSO NACIONAL decreta:

    CAPTULO I DISPOSIES PRELIMINARES

    Art. 1 Esta Lei dispe sobre a explorao de jogos de azar em todo o territrio nacional.

    Art. 2 Fica autorizada, nos termos desta Lei e de seu regulamento, a explorao de jogos de azar em todo o territrio nacional em reconhecimento ao seu valor histrico-cultural e sua finalidade social para o Pas.

    CAPTULO II DOS JOGOS DE AZAR

    Art. 3 So considerados jogos de azar, entre outros:

    I jogo do bicho;

    II jogos eletrnicos, vdeo-loteria e vdeo-bingo;

  • 2III jogo de bingo;

    IV jogos de cassinos em resorts;

    V jogos de apostas esportivas on-line;

    VI jogo de bingo on-line; e

    VII jogos de cassino on-line.

    Art. 4 Para os fins desta Lei, adotam-se as seguintes definies:

    I jogo do bicho: loteria de nmeros para obteno de um prmio em dinheiro, mediante a colocao de bilhetes, listas, cupes, vales, papis, manuscritos, sinais, smbolos, ou qualquer outra meio de distribuio de nmeros e designao de jogadores ou apostadores;

    II vdeo-loteria: jogo realizado com uso de equipamento de informtica comandado por programa de processamento de dados dedicado que assegure integral lisura dos resultados, oferecendo prmios em dinheiro;

    III jogos de bingo: sorteios aleatrios de nmeros de 1 (um) a 90 (noventa), distribudos em cartelas impressas ou virtuais, contendo cada uma quinze nmeros que, mediante sucessivas extraes, atinjam um conjunto pr-estabelecido para premiao, por 1 (um) ou mais participantes;

    IV vdeo-bingo (bingo eletrnico individual BEI): jogo de bingo eletrnico realizado em monitor de vdeo, exibindo bolas, figuras, cartelas ou qualquer outra forma de demonstrao da combinao vencedora, cujas combinaes so sorteadas eletronicamente, at um limite predeterminado, mediante programa dedicado, acionado individualmente pelo jogador, cuja memria flash, inviolvel e vinculada ao programa eletrnico da mquina, registre todas as operaes realizadas no curso de sua utilizao na qual um nico jogador concorre a uma sequncia ganhadora, previamente estabelecida em tabela de premiao;

    V jogos eletrnicos: formas de mdia que utilizam plataforma eletrnica especializada e envolve um jogador interagindo com uma mquina;

  • 3VI jogos de cassino: jogos de cartas, como o black Jack, terminal de vdeo

    loteria e roleta, entre outros, sem desconsiderar novas modalidades de jogos de azar realizados em resorts;

    VII jogos de apostas esportivas on-line: aqueles realizados por plataforma eletrnica, seja via browser, seja via smartphone;

    VIII jogo de bingo on-line: jogo de bingo realizado por plataforma eletrnica, seja via browser, seja via smartphone ou POS (point off sale); e

    IX jogos de cassino on-line: jogos de cassino realizados por plataforma eletrnica.

    CAPTULO III DA EXPLORAO DOS JOGOS DE AZAR

    Art. 5 Os jogos de azar sero explorados por meio de autorizao outorgada pelos Estados e pelo Distrito Federal, observadas as disposies desta Lei e de seus regulamentos.

    Pargrafo nico. Os Estados e o Distrito Federal so os responsveis por regular, normatizar e fiscalizar os estabelecimentos autorizados para a explorao dos jogos de azar no mbito dos seus respectivos territrios, observado o disposto nesta Lei.

    Art. 6 A autorizao para explorar jogos de azar somente ser outorgada s pessoas jurdicas que comprovarem:

    I capacidade tcnica para o desempenho da atividade;

    II regularidade fiscal em relao aos tributos e contribuies de competncia da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios; e

    III idoneidade financeira.

    Seo I Do jogo do bicho e da vdeo-loteria

    Art. 7 Somente ser concedida autorizao para a explorao do jogo do bicho ou de vdeo-loteria pessoa jurdica que comprovar:

  • 4I regularidade fiscal em relao aos tributos e contribuies de

    competncia da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios;

    II regularidade quanto constituio da sociedade, que dever possuir capital integralizado em espcie de, no mnimo, R$5.000.000,00 (cinco milhes de reais);

    III reserva de recursos em garantia para pagamento das obrigaes e deveres decorrentes desta Lei, exceto a premiao, mediante cauo em dinheiro, seguro-garantia ou fiana bancria no valor de:

    a) R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) por loteria do bicho, na hiptese de jogo do bicho;

    b) R$ 2.000,00 (dois mil reais) por equipamento terminal de vdeo-loteria incorporado ao ativo permanente do interessado;

    IV instalaes apropriadas e infraestrutura operacional adequada explorao da atividade, devidamente certificada pelos rgos pblicos competentes quanto segurana, higiene, capacidade determinada e funcionalidade, de acordo com os termos e condies estabelecidos nos regulamentos pertinentes, sendo que, na hiptese de explorao de jogo de vdeo-loteria, o interessado dever possuir no mnimo 2.000 (dois mil) terminais de vdeo-loteria incorporados ao seu ativo permanente, devendo a posse ser comprovada no prazo mximo de 60 (sessenta dias) depois de obtida a autorizao de funcionamento;

    V em relao ao scio pessoa fsica:

    a) a apresentao da declarao de ajuste anual do imposto de renda dos trs ltimos exerccios, exceto quando se tratar de sociedade annima de capital aberto;

    b) regularidade fiscal em relao aos tributos e contribuies de competncia da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios;

    c) as atividades exercidas nos ltimos 24 (vinte e quatro) meses; e

    d) a existncia de certides negativas de cartrios de distribuio civil e criminal das justias federal e estadual, e dos cartrios de registros de protestos das comarcas da sede da empresa, de suas filiais e do domiclio do scio.

  • 5Pargrafo nico. Tratando-se de scio pessoa jurdica, os documentos

    referidos nas alneas a e c do inciso V deste artigo sero substitudos por documentos comprobatrios da constituio da empresa.

    Art. 8 A autorizao da unidade federada para a explorao do jogo do bicho ou da vdeo-loteria se dar por perodo predeterminado, admitida mais de uma autorizao para uma mesma empresa, conforme dispuser o regulamento.

    Art. 9 O estabelecimento autorizado a exercer a atividade econmica de explorao de jogo do bicho ou de vdeo-loteria poder exercer em carter suplementar a atividade de restaurante e de venda de bebidas, alm de apresentaes artsticas.

    Art. 10 Os recursos arrecadados nos jogos do bicho e de vdeo-loteria tero a seguinte destinao:

    I no mnimo 60% (sessenta por cento) da arrecadao bruta para a premiao, incluindo nesse percentual a parcela correspondente ao imposto sobre a renda e outros eventuais tributos sobre a premiao, na hiptese de jogo do bicho;

    II no mnimo 70% (setenta por cento) da arrecadao bruta para a premiao, incluindo neste percentual a parcela correspondente ao imposto sobre a renda e outros eventuais tributos sobre a premiao, na hiptese de jogo de vdeo-loteria;

    III 7% (sete por cento) da arrecadao bruta para a unidade federada do domiclio fiscal da pessoa jurdica que explorar a loteria do bicho, na hiptese de jogo do bicho, ou, na hiptese de jogo de vdeo-loteria, para a unidade federada onde esteja instalado o equipamento terminal de vdeo-loteria;

    IV 3% (trs por cento) da arrecadao bruta para o Municpio do domiclio fiscal da pessoa jurdica que explorar a loteria do bicho, na hiptese de jogo do bicho, ou, na hiptese de jogo de vdeo-loteria, para o Municpio onde esteja instalado o equipamento terminal de vdeo-loteria; e

    V o percentual restante para a empresa autorizada a explorar a atividade de jogo do bicho ou de vdeo-loteria.

  • 6Seo II

    Do jogo de bingo

    Art. 11 O jogo de bingo ser explorado em carter permanente pelas casas de bingo e, eventualmente, em estdios.

    1 Bingo permanente a modalidade de jogo de bingo na qual se sorteiam ao acaso nmeros de 1 (um) a 90 (noventa), mediante sucessivas extraes, at que um ou mais concorrentes atinjam o objetivo previamente determinado, realizado em salas prprias, com utilizao de processo de extrao isento de contato humano, que assegure integral lisura dos resultados, obrigatoriamente com o uso de sistema de circuito fechado de televiso e difuso de som, oferecendo prmios em dinheiro.

    2 Casas de bingo so os locais prprios para o funcionamento do bingo coletivo, com capacidade mnima de 250 (duzentos e cinquenta) pessoas, com utilizao de processo de extrao isento de contato humano, que assegure integral lisura dos resultados, inclusive com o apoio de sistema de circuito fechado de televiso e difuso de som, oferecendo prmios exclusivamente em dinheiro, sendo proibida a venda de cartelas fora da sala de bingo.

    3 Bingo eventual a modalidade de jogo de bingo na qual se sorteiam ao acaso nmeros, mediante sucessivas extraes, at que um ou mais concorrentes atinjam o objetivo previamente determinado, sem funcionar em salas prprias e sem periodicidade determinada, podendo oferecer prmios exclusivamente em bens e servios, livres e desonerados.

    Art. 12 Os bingos filantrpicos ou beneficentes, de carter eventual, no esto sujeitos a esta Lei, devendo-se observar a legislao especfica para a sua realizao.

    Art. 13 autorizado o funcionamento de vdeo-bingo ou bingo eletrnico individual (BEI) nas casas de bingo.

    Art. 14 As casas de bingo podero manter servios de bar e restaurante, alm de apresentaes artsticas e culturais, suplementares s suas atividades principais.

    Art. 15 As casas de bingo no podero obter crditos junto a instituies financeiras pblicas e esto proibidas de conceder crdito.

  • 7Seo III

    Dos cassinos

    Art. 16 permitida, mediante autorizao dos Estados e do Distrito Federal, a explorao dos jogos de azar em cassinos por pessoas jurdicas previamente credenciadas pelo rgo a ser designado pelo Poder Executivo Federal.

    Pargrafo nico. Entende-se por cassino o prdio ou espao fsico utilizado para explorao dos jogos de azar.

    Art. 17 Compete ao rgo do Poder Executivo Federal a que se refere o art. 16 desta Lei a regulamentao, o controle e a fiscalizao dos cassinos.

    Art. 18 As pessoas jurdicas interessadas na abertura de cassinos promovero o credenciamento prvio perante o rgo do Poder Executivo Federal a que se refere o art. 16 desta Lei.

    Pargrafo nico. da competncia exclusiva do rgo do Poder Executivo Federal a que se refere o art. 16 desta Lei decidir pelo credenciamento de interessados, que os habilitar autorizao estadual ou do Distrito Federal para o efetivo exerccio das atividades de que trata o art. 16 desta Lei.

    Art. 19 vedado s empresas autorizadas a explorar jogos de azar em cassinos transferir a explorao e os direitos ligados respectiva autorizao, salvo nas condies a serem determinadas na regulamentao.

    Art. 20 Os cassinos podero explorar os jogos de cartas, como o black Jack, os terminais de vdeo loteria e a roleta, entre outros, sem desconsiderar novas modalidades de jogos de azar realizados em resorts.

    Art. 21 Na determinao das localidades onde devero ser abertos os cassinos, o rgo do Poder Executivo Federal a que se refere o art. 16 dever considerar:

    I a existncia de patrimnio turstico a ser valorizado;

    II a carncia de alternativas para o desenvolvimento econmico social da regio.

    Pargrafo nico. As localidades de que trata o caput deste artigo sero definidas pelos Estados e pelo Distrito Federal e submetidas avaliao do rgo do

  • 8Poder Executivo Federal a que se refere o art. 16 desta Lei, de modo que, quando do credenciamento, a explorao da atividade se compatibilize com o almejado incremento da indstria do turismo e com as polticas nacionais ou regionais de desenvolvimento.

    Art. 22 A autorizao para a explorao dos jogos de azar em cassinos ser concedida por prazo determinado de vinte anos, devendo serem observados pela autoridade concedente:

    I a integrao do empreendimento s condies de sustentabilidade ambiental da rea escolhida para sua implantao;

    II a contratao, preferencialmente, de mo-de-obra local;

    III a realizao de investimentos, pelo autorizado, na manuteno do cassino, obedecidas as normas de segurana na construo, ampliao, reforma ou reequipamento de cassinos; e

    IV os programas de formao e treinamento com efetivo aproveitamento de profissionais em hotelaria, turismo e servios afins.

    Pargrafo nico. A autorizao para a explorao dos jogos de azar em cassinos poder ser renovada por igual perodo, desde que observados os requisitos previstos nesta Lei.

    Art. 23 A pessoa jurdica interessada em explorar jogos de azar em cassinos dever preencher, cumulativamente, os seguintes requisitos:

    I ser constituda sob as leis brasileiras, com sede e administrao no Pas;

    II comprovar capacidade econmica e financeira;

    III comprovar qualificao tcnica; e

    IV regularidade fiscal em relao aos tributos e contribuies de competncia da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios.

    Pargrafo nico. A exigncia de que trata o inciso III deste artigo poder ser satisfeita com a existncia, no quadro de pessoal permanente da pessoa jurdica autorizada, de profissional com comprovada experincia na atividade ou por meio da

  • 9contratao de servios de empresa especializada com comprovada experincia na atividade.

    Art. 24 vedado aos dirigentes e aos funcionrios das empresas autorizadas a explorar jogos de azar em cassinos:

    I participar nos jogos de azar que explorem;

    II ter sua remunerao, ou qualquer parcela de sua remunerao, calculada sobre o movimento das apostas.

    Art. 25 vedado s empresas autorizadas a explorar jogos de azar em cassinos:

    I fazer emprstimos ou financiamentos, sob qualquer forma, seja em moeda nacional ou estrangeira, seja em valores convencionais que as representem;

    II ter acesso a benefcios fiscais; e

    III receber emprstimos ou financiamentos de instituies financeiras oficiais.

    CAPTULO IV DAS INFRAES ADMINISTRATIVAS

    Art. 26 As infraes administrativas, em decorrncia da violao das regras jurdicas concernentes explorao dos jogos de azar, sero punidas na forma desta Lei e de seu regulamento, sem prejuzo da aplicao de outras penalidades previstas na legislao vigente.

    Pargrafo nico. Considera-se infrao administrativa toda ao ou omisso, culposa ou dolosa, praticada contrariamente aos preceitos legais e normativos aplicveis aos jogos de azar, inclusive quanto aos procedimentos de autorizao, fiscalizao e prestao de contas.

    Art. 27 So competentes para a fiscalizao da explorao dos jogos de azar os rgos designados pelos Estados e pelo Distrito Federal.

    Pargrafo nico. O rgo do Poder Executivo Federal a que se refere o art. 16 desta Lei tambm competente para a fiscalizao dos cassinos.

  • 10Art. 28 Caber ao rgo fiscalizador aplicar as seguintes sanes

    administrativas, segundo a gravidade da falta cometida, mediante o devido processo legal, garantido o contraditrio e a ampla defesa:

    I advertncia;

    II multa simples;

    III multa diria;

    IV apreenso dos instrumentos, documentos e demais objetos e componentes destinados ao funcionamento das mquinas e instalaes;

    V suspenso parcial ou total das atividades, mediante interdio do estabelecimento; e

    VI cancelamento de autorizao.

    1 As multas sero fixadas entre os valores de, no mnimo, R$ 5.000,00 (cinco mil reais) e, no mximo, R$ 100.000,00 (cem mil reais), por infrao, conforme tabela divulgada no regulamento desta Lei.

    2 Os valores das multas esto sujeitos reviso anual, segundo critrios estabelecidos no regulamento.

    3 Para a fixao do valor da multa sero considerados, cumulativa ou alternativamente, dentre outros critrios, os seguintes:

    I a primariedade do infrator;

    II a gravidade da falta frente aos efeitos gerados, ou que possam gerar, perante terceiros:

    III a reincidncia em infrao da mesma natureza; e

    IV a contumcia na prtica de infraes administrativas.

    4 As multas podem ser aplicadas cumulativamente com outras penalidades.

  • 11 5 A multa diria ser mantida e cobrada at que seja corrigida a

    ocorrncia que deu causa a sua aplicao, no podendo ultrapassar o prazo mximo de sessenta dias, aps o qual ser aplicada a pena de suspenso das atividades desenvolvidas, por prazo no superior a trinta dias.

    6 No sendo sanada a ocorrncia, nos prazos do 5 deste artigo, sobrevir o cancelamento da autorizao.

    7 A penalidade de multa tambm se aplica s pessoas fsicas que, na qualidade de scios ou encarregados da administrao do estabelecimento, tenham praticado, em face da atividade, atos ilcitos em detrimento do regime legal dos jogos de azar ou concorrido direta ou indiretamente para o cometimento das infraes a esta Lei.

    Art. 29 A empresa e seus dirigentes respondem civil, penal e administrativamente pelo exerccio irregular da explorao dos jogos de azar.

    CAPTULO V DOS CRIMES E DAS PENAS

    Art. 30 Explorar jogo de azar sem autorizao legal:

    Pena deteno, de trs meses a um ano, e multa.

    Art. 31 Fraudar, adulterar ou controlar resultado de jogo de azar ou pagar seu prmio em desacordo com a lei:

    Pena deteno, de seis meses a dois anos, e multa.

    Art. 32 Permitir o ingresso de menor de dezoito anos em recinto destinado a jogo de azar:

    Pena deteno, de trs meses a um ano, e multa.

    CAPTULO VI DISPOSIES FINAIS

    Art. 33 Lei Complementar instituir, com base no art. 195, 4, da Constituio Federal, contribuio social que incidir especificamente sobre a atividade de que trata o art. 3 desta Lei.

  • 12Art. 34 A Unio dispor, nos termos do regulamento, sobre as obrigaes

    tributrias acessrias relativas aos impostos e contribuies por ela administrados e incidentes sobre a atividade de que trata o art. 3 desta Lei, estabelecendo, inclusive os requisitos de sistema eletrnico de processamento de dados de controle fiscal, equipamento terminal de vdeo-loteria e equipamento concentrador fiscal.

    Art. 35 A Unio, os Estados e o Distrito Federal podero, nos termos do art. 37, inciso XXII, da Constituio Federal, firmar convnio para estabelecer os requisitos de controles fiscais necessrios para a fiscalizao da atividade definida no art. 3 desta Lei.

    Art. 36 A Unio, os Estados e o Distrito Federal, dentro de suas competncias, regulamentaro esta Lei, inclusive quanto s condies e requisitos necessrios autorizao para a explorao das demais modalidades de jogos de azar.

    Art. 37 Ficam revogados o Decreto-Lei n 6.259 de 10 de fevereiro de 1944; os arts. 50, 51, 52, 53, 54, 55, 56, 57 e 58 do Decreto-Lei n 3.688, de 3 de outubro de 1941 (Lei das Contravenes Penais); e o Decreto-Lei n 9.215 de 30 de abril de 1946.

    Art. 38 Esta Lei entrar em vigor cento e oitenta dias aps a data de sua publicao.

    JUSTIFICAO

    O presente projeto de lei visa estabelecer um marco regulatrio para a explorao dos jogos de azar no Brasil, levando em considerao o aspecto histrico-cultural e a relevncia de sua funo social para o pas.

    Sem adentrar as clssicas discusses de cunho tico, moral ou religioso, que nunca avanam rumo a uma soluo, mas trabalhando apenas com a realidade social da forma como ela se apresenta, chega-se a concluso de que os jogos de azar existem, sempre existiram e vo continuar existindo porque apostar, fazer uma fezinha, contar com a sorte, um trao histrico-cultural do comportamento de quase todos os povos do planeta desde os primrdios.

    Nesse sentido a lio do renomado socilogo francs Loc Wacquant.

    A prtica dos jogos de azar socialmente aceita e est arraigada nos costumes da sociedade. O jogo do bicho existe h mais de um sculo (desde 1892), tendo se tornado contraveno em 1941. Ele faz parte da cultura, j se tornou um folclore na nossa sociedade. A lei

  • 13penal no tem o poder de revogar a lei econmica da oferta e da procura. Se a demanda no for suprida pelo mercado lcito, ser suprida pelo mercado ilcito. (WACQUANT, Loc. "As Duas faces do Gueto". Trad. Cezar Castanheira. So Paulo: Ed. Boitempo, 2008, pg. 72).

    Sendo conduta socialmente aceita, as polticas proibitivas de jogos tendem a no surtir os efeitos desejados, razo pela qual se verifica no mundo desenvolvido que a quase totalidade dos pases optaram pela explorao dos jogos com maior ou menor grau de participao da iniciativa privada, mediante instrumentos de permisso, concesso ou autorizao.

    A realidade evidencia que ningum vai deixar de apostar em determinada forma de loteria porque est proibido; as apostas continuaro a ser realizadas, s que de forma clandestina, com todos os seus malefcios.

    Da a necessidade de deixar a demagogia de lado e trabalhar com a realidade da forma como ela se apresenta e no como gostaramos que ela fosse. No o jogo que fomenta o crime, mas a sua proibio.

    Assim, proibir as pessoas de apostar em jogos de azar, certamente no o caminho mais inteligente e eficaz.

    O papel do Estado deve se restringir em criar regras para disciplinar e fiscalizar a explorao dos jogos de azar no pas em conformidade com os ditames constitucionais e com o ordenamento jurdico ptrio.

    Em relao s modalidades de jogos de azar mais populares no Brasil Jogo do Bicho e Bingo resta evidente a aceitao pela sociedade que no deixa de jogar por falta de uma legislao que autorize esta prtica.

    , no mnimo, incoerente e desarrazoado dispensar tratamento diferenciado para o jogo do bicho e, ao mesmo tempo, permitir e regulamentar as modalidades de loteria federal, hoje existentes. Ora, o ato de se dirigir a uma lotrica para jogar obedece mesma lgica que se dirigir a uma banca do jogo do bicho para jogar. Qual a diferena substancial entre a loteria federal e o jogo do bicho que justifique o tratamento desigual? Nenhuma. A problemtica que envolve o jogo do bicho, na verdade, no est ligada a prtica dessa modalidade de jogo de azar, mas, sim, ao tratamento legal dispensado, ou seja, a sua ilegalidade.

  • 14 preciso deixar o discurso demaggico de lado e agir com coerncia e

    responsabilidade diante de um fato social irreversvel: a prtica de jogos de azar.

    A legislao proibitiva no alterou o cenrio de ilegalidade do jogo no Brasil, que movimenta anualmente em apostas clandestinas mais de R$ 18 bilhes com o jogo do bicho, bingos, caa-nqueis e apostas esportivas, i-Gaming e pquer pela internet.

    Segundo o Ipsos, atualmente no Brasil cerca de 8,7 milhes de pessoas jogam algum tipo de jogo on-line, sendo que 2 milhes praticam o pquer on-line. Mesmo no sendo uma atividade legalizada no Brasil, as empresas de apostas online lucram com clientes brasileiros mais de US$ 200 milhes anuais, segundo estimativas da revista i-Game Review. Mas o Estudo do Mercado do Jogo Ilegal no Brasil, do BNL apresentado no Seminrio Internacional Gesto Integral de Salas de Jogos em Mar del Plata, na Argentina estima que os brasileiros apostem anualmente cerca de US$ 800 milhes pela rede mundial.

    Entre os 193 pases-membros da Organizao das Naes Unidas (ONU), 75,52% tm o jogo legalizado, sendo que o Brasil est entre os 24,48% que no legalizaram esta atividade. J entre os 156 pases que compem a Organizao Mundial do Turismo, 71,16% tem o jogo legalizado, mas vale ressaltar que entre os 28,84% (45) que no legalizaram a atividade, 75% so islmicos.

    Arrecadao

    Estudos revelam que o Brasil deixa de arrecadar em torno de R$ 15 bilhes caso seja legalizado todas as modalidades, contidas neste projeto de lei (jogo do bicho, videoloteria, bingo, videobingo, cassino, apostas esportivas e i-Gaming).

    A ttulo de curiosidade e para estabelecer uma comparao com atividades conhecidas, destacamos a arrecadao do IPI Bebidas, IPI Fumo, IPI Automveis e CIDE - Combustveis para comparar com os 15 bilhes do jogo legal:

    IPI Bebidas - R$ 3,147 bilhes IPI Fumo - R$ 4,077 bilhes IPI Automveis - R$ 4,126 bilhes CIDE Combustveis - R$ 2,736 bilhes (*) Dados da Receita Federal do Brasil Anlise Mensal dez/2012

  • 15Concluso

    O momento pede que deixemos a demagogia de lado para refletir sobre a questo da explorao dos jogos de azar e seus reflexos no Brasil.

    Conforme vimos, no h diferena conceitual entre as modalidades de loterias. Todas as modalidades de loterias, lcitas ou no, so jogos de azar que se movimentam pelo impulso voluntrio do cidado que quer jogar.

    O prprio Estado realiza inmeras modalidades de jogos de azar. Por que no legalizar as outras modalidades? Qual fundamento justifica esse equvoco? A velha retrica j no mais explica a realidade dos jogos no Brasil; preciso avanar e criar um marco regulatrio para essa atividade.

    Cumpre salientar que no compete ao Estado interferir nas escolhas pessoais de cada indivduo e tudo o mais que diga respeito privacidade, esfera ntima do cidado. Compete ao Estado regulamentar realidade social como ela se apresenta e no como gostaramos que ela fosse.

    Sejamos razoveis: se o jogador for compulsivo (jogador patolgico), ele far as apostas entre um grupo de amigos, em sua casa com seus familiares, no local de trabalho e em qualquer outro lugar, seja ele lcito ou no. Ora, existem os alcolatras e o consumo da bebida alcolica no pas no proibida; existem os obesos, e os cardpios dos restaurantes e das lanchonetes no so controlados pelo Estado; existem os viciados em sexo, nem por isso proibido explorar sex shop; existem, ainda, os compulsivos por comprar, mas os shoppings centers no param de se multiplicar. Enfim, sempre existiro pessoas propensas aos vcios.

    Em termos econmicos, alm da gerao(/manuteno) de empregos e da maior circulao (formal) de riquezas, destacamos que a descriminalizao dos jogos de azar ter como consequncia o aumento das receitas pblicas devido tributao incidente sobre a atividade. Ademais, a proposio prev a instituio, por lei complementar, de contribuio social que incidir especificamente sobre os jogos de azar. Trata-se de criar nova fonte de custeio destinado a manter e expandir a seguridade social por meio da chamada competncia residual tributria da Unio. Desse modo, a sade, a previdncia e a assistncia social podero contar com mais recursos, oriundos da nova atividade agora legalizada. Isso significa que, alm de todos os tributos que j incidiro normalmente sobre os jogos de azar, haver uma nova contribuio sobre a atividade, especfica e exclusiva, e cuja a arrecadao beneficiar um grande nmero de cidados brasileiros, em todo o Pas.

  • 16O projeto tambm atribui Unio a regulamentao das obrigaes

    tributrias acessrias relativas aos impostos e contribuies por ela administrados e incidentes sobre os jogos de azar, inclusive para estabelecer os requisitos de sistema eletrnico de processamento de dados de controle fiscal, equipamento terminal de vdeo-loteria e equipamento concentrador fiscal. Igualmente, nos termos do art. 37, inciso XXII, da Constituio Federal, a Unio, os Estados e o Distrito Federal podero firmar convnio para estabelecer os requisitos de controles fiscais necessrios para fiscalizao da atividade.

    Em suma, o projeto de lei que ora apresento avana nos seguintes termos:

    1. Legaliza o que hoje funciona na clandestinidade; 2. Estabelece requisitos claros e objetivos para os interessados

    na explorao de jogos de azar; 3. Contribui para a gerao de milhares de novos empregos; 4. Contribui para conter os abusos cometidos hoje em dia por falta

    de uma legislao que regulamente a atividade; 5. Fortalece o importante papel da Receita Federal do Brasil para

    os cofres pblicos, ao exigir regularidade fiscal dos interessados na explorao dos jogos de azar;

    6. Estabelece punies caso a lei seja descumprida pela empresa autorizada a explorar jogos de azar; e

    8. Fortalece a poltica de desenvolvimento regional atravs do turismo.

    Assim, GANHA O GOVERNO E GANHA A SOCIEDADE.

    Pela relevncia social do tema, espero contar com o apoio dos nobres parlamentares desta respeitada Casa legislativa.

    Sala das Sesses,

    Senador CIRO NOGUEIRA

  • 17LEGISLAO CITADA

    CONSTITUIO DA REPBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988

    PREMBULO

    Ns, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assemblia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrtico, destinado a assegurar o exerccio dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurana, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justia como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a soluo pacfica das controvrsias, promulgamos, sob a proteo de Deus, a seguinte CONSTITUIO DA REPBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.

    TTULO I Dos Princpios Fundamentais

    Art. 1 A Repblica Federativa do Brasil, formada pela unio indissolvel dos Estados e Municpios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrtico de Direito e tem como fundamentos:

    I - a soberania;

    ..........................................................................................................

    CAPTULO VII DA ADMINISTRAO PBLICA

    Seo I DISPOSIES GERAIS

    Art. 37. A administrao pblica direta e indireta de qualquer dos Poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios obedecer aos princpios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficincia e, tambm, ao seguinte: (Redao dada pela Emenda Constitucional n 19, de 1998)

    ........................................................................................................

    XXII - as administraes tributrias da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carreiras especficas, tero recursos prioritrios para a realizao de suas atividades e atuaro de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de cadastros e de informaes fiscais, na forma da lei ou convnio. (Includo pela Emenda Constitucional n 42, de 19.12.2003)

  • 18 1 - A publicidade dos atos, programas, obras, servios e campanhas dos rgos

    pblicos dever ter carter educativo, informativo ou de orientao social, dela no podendo constar nomes, smbolos ou imagens que caracterizem promoo pessoal de autoridades ou servidores pblicos.

    2 - A no observncia do disposto nos incisos II e III implicar a nulidade do ato e a punio da autoridade responsvel, nos termos da lei.

    3 A lei disciplinar as formas de participao do usurio na administrao pblica direta e indireta, regulando especialmente: (Redao dada pela Emenda Constitucional n 19, de 1998)

    I - as reclamaes relativas prestao dos servios pblicos em geral, asseguradas a manuteno de servios de atendimento ao usurio e a avaliao peridica, externa e interna, da qualidade dos servios; (Includo pela Emenda Constitucional n 19, de 1998)

    II - o acesso dos usurios a registros administrativos e a informaes sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5, X e XXXIII; (Includo pela Emenda Constitucional n 19, de 1998)

    III - a disciplina da representao contra o exerccio negligente ou abusivo de cargo, emprego ou funo na administrao pblica. (Includo pela Emenda Constitucional n 19, de 1998)

    4 - Os atos de improbidade administrativa importaro a suspenso dos direitos polticos, a perda da funo pblica, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao errio, na forma e gradao previstas em lei, sem prejuzo da ao penal cabvel.

    5 - A lei estabelecer os prazos de prescrio para ilcitos praticados por qualquer agente, servidor ou no, que causem prejuzos ao errio, ressalvadas as respectivas aes de ressarcimento.

    6 - As pessoas jurdicas de direito pblico e as de direito privado prestadoras de servios pblicos respondero pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsvel nos casos de dolo ou culpa.

    7 A lei dispor sobre os requisitos e as restries ao ocupante de cargo ou emprego da administrao direta e indireta que possibilite o acesso a informaes privilegiadas. (Includo pela Emenda Constitucional n 19, de 1998)

    8 A autonomia gerencial, oramentria e financeira dos rgos e entidades da administrao direta e indireta poder ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder pblico, que tenha por objeto a fixao de metas de

  • 19desempenho para o rgo ou entidade, cabendo lei dispor sobre: (Includo pela Emenda Constitucional n 19, de 1998)

    I - o prazo de durao do contrato;

    II - os controles e critrios de avaliao de desempenho, direitos, obrigaes e responsabilidade dos dirigentes;

    III - a remunerao do pessoal."

    9 O disposto no inciso XI aplica-se s empresas pblicas e s sociedades de economia mista, e suas subsidirias, que receberem recursos da Unio, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municpios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral. (Includo pela Emenda Constitucional n 19, de 1998)

    10. vedada a percepo simultnea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remunerao de cargo, emprego ou funo pblica, ressalvados os cargos acumulveis na forma desta Constituio, os cargos eletivos e os cargos em comisso declarados em lei de livre nomeao e exonerao. (Includo pela Emenda Constitucional n 20, de 1998)

    11. No sero computadas, para efeito dos limites remuneratrios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, as parcelas de carter indenizatrio previstas em lei. (Includo pela Emenda Constitucional n 47, de 2005)

    12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu mbito, mediante emenda s respectivas Constituies e Lei Or gnica, como limite nico, o subsdio mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de Justia, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centsimos por cento do subsdio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no se aplicando o disposto neste pargrafo aos subsdios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores. (Includo pela Emenda Constitucional n 47, de 2005)

    ...........................................................................................................

    Art. 195. A seguridade social ser financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos oramentos da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, e das seguintes contribuies sociais:

    I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: (Redao dada pela Emenda Constitucional n 20, de 1998)

  • 20a) a folha de salrios e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a

    qualquer ttulo, pessoa fsica que lhe preste servio, mesmo sem vnculo empregatcio; (Includo pela Emenda Constitucional n 20, de 1998)

    b) a receita ou o faturamento; (Includo pela Emenda Constitucional n 20, de 1998)

    c) o lucro; (Includo pela Emenda Constitucional n 20, de 1998)

    II - do trabalhador e dos demais segurados da previdncia social, no incidindo contribuio sobre aposentadoria e penso concedidas pelo regime geral de previdncia social de que trata o art. 201; (Redao dada pela Emenda Constitucional n 20, de 1998)

    III - sobre a receita de concursos de prognsticos.

    IV - do importador de bens ou servios do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. (Includo pela Emenda Constitucional n 42, de 19.12.2003)

    1 - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios destinadas seguridade social constaro dos respectivos oramentos, no integrando o oramento da Unio.

    2 - A proposta de oramento da seguridade social ser elaborada de forma integrada pelos rgos responsveis pela sade, previdncia social e assistncia social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes oramentrias, assegurada a cada rea a gesto de seus recursos.

    3 - A pessoa jurdica em dbito com o sistema da seguridade social, como estabelecido em lei, no poder contratar com o Poder Pblico nem dele receber benefcios ou incentivos fiscais ou creditcios.

    4 - A lei poder instituir outras fontes destinadas a garantir a manuteno ou expanso da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I.

    5 - Nenhum benefcio ou servio da seguridade social poder ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total.

    6 - As contribuies sociais de que trata este artigo s podero ser exigidas aps decorridos noventa dias da data da publicao da lei que as houver institudo ou modificado, no se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b".

    7 - So isentas de contribuio para a seguridade social as entidades beneficentes de assistncia social que atendam s exigncias estabelecidas em lei.

  • 21 8 O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatrio rurais e o pescador artesanal,

    bem como os respectivos cnjuges, que exeram suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuiro para a seguridade social mediante a aplicao de uma alquota sobre o resultado da comercializao da produo e faro jus aos benefcios nos termos da lei. (Redao dada pela Emenda Constitucional n 20, de 1998)

    9 As contribuies sociais previstas no inciso I do caput deste artigo podero ter alquotas ou bases de clculo diferenciadas, em razo da atividade econmica, da utilizao intensiva de mo-deobra, do porte da empresa ou da condio estrutural do mercado de trabalho. (Redao dada pela Emenda Constitucional n 47, de 2005)

    10. A lei definir os critrios de transferncia de recursos para o sistema nico de sade e aes de assistncia social da Unio para os Estados, o Distrito Federal e os Municpios, e dos Estados para os Municpios, observada a respectiva contrapartida de recursos. (Includo pela Emenda Constitucional n 20, de 1998)

    11. vedada a concesso de remisso ou anistia das contribuies sociais de que tratam os incisos I, a, e II deste artigo, para dbitos em montante superior ao fixado em lei complementar. (Includo pela Emenda Constitucional n 20, de 1998)

    12. A lei definir os setores de atividade econmica para os quais as contribuies incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do caput, sero no-cumulativas. (Includo pela Emenda Constitucional n 42, de 19.12.2003)

    13. Aplica-se o disposto no 12 inclusive na hiptese de substituio gradual, total ou parcial, da contribuio incidente na forma do inciso I, a, pela incidente sobre a receita ou o faturamento. (Includo pela Emenda Constitucional n 42, de 19.12.2003)

    .........................................................................................

    Art. 250. Com o objetivo de assegurar recursos para o pagamento dos benefcios concedidos pelo regime geral de previdncia social, em adio aos recursos de sua arrecadao, a Unio poder constituir fundo integrado por bens, direitos e ativos de qualquer natureza, mediante lei que dispor sobre a natureza e administrao desse fundo. (Includo pela Emenda Constitucional n 20, de 1998)

    Braslia, 5 de outubro de 1988.

    Ulysses Guimares , Presidente - Mauro Benevides , 1. Vice-Presidente - Jorge Arbage , 2. Vice-Presidente - Marcelo Cordeiro , 1. Secretrio - Mrio Maia , 2. Secretrio - Arnaldo Faria de S , 3. Secretrio - Benedita da Silva , 1. Suplente de Secretrio - Luiz Soyer , 2. Suplente de Secretrio - Sotero Cunha , 3. Suplente de Secretrio - Bernardo Cabral , Relator Geral - Adolfo Oliveira , Relator Adjunto - Antnio

  • 22Carlos Konder Reis , Relator Adjunto - Jos Fogaa , Relator Adjunto - Abigail Feitosa - Acival Gomes - Adauto Pereira - Ademir Andrade - Adhemar de Barros Filho - Adroaldo Streck - Adylson Motta - Acio de Borba - Acio Neves - Affonso Camargo - Afif Domingos - Afonso Arinos - Afonso Sancho - Agassiz Almeida - Agripino de Oliveira Lima - Airton Cordeiro - Airton Sandoval - Alarico Abib - Albano Franco - Albrico Cordeiro - Albrico Filho - Alceni Guerra - Alcides Saldanha - Aldo Arantes - Alrcio Dias -

    .........................................................................................................

    DECRETO-LEI N 6.259 DE 10 DE FEVEREIRO DE 1944.

    Dispe sbre o servio de loterias, e d outras providncias.

    O Presidente da Repblica, usando da atribuio que lhe confere o artigo 180 da Constituio,

    DECRETA:

    Art. 1 O Servio de loteria, federal ou estadual, executar-se-, em todo o territrio do pas, de acrdo com as disposies do presente Decreto-lei.

    Art. 2 Os Governos da Unio e dos Estados podero atribuir a explorao do servio de loteria a concessionrios de comprovada idoneidade moral e financeira.

    1 A loteria federal ter livre circulao em todo o territrio do pas, enquanto que as loterias estaduais ficaro adstritas aos limites do Estado respectivo.

    2 A circulao da loteria federal no poder ser obstada ou embaraada por quaisquer autoridades estaduais ou municipais.

    Art. 3 A concesso ou explorao lotrica, como derrogao das normas do Direito Penal, que probem o jgo de azar, emanar sempre da Unio, por autorizao direta quanto loteria federal ou mediante decreto de ratificao quanto s loterias estaduais.

    Pargrafo nico. O Govrno Federal decretar a nulidade de loteria ratificada, no caso de transgresso de qualquer das suas clusulas.

    DAS CONCESSES

    Art. 4 Somente a Unio e os Estados podero explorar ou conceder servio de loteria, vedada quela e a estes mais de uma explorao ou concesso lotrica.

    Art. 5 As concesses sero precedidas de concorrncia pblica.

  • 23 1 As concorrncias sero abertas, mediante edital publicado no rgo oficial da Unio, por prazo nunca inferior a trinta (30) dias ou noventa (90) no mximo.

    2 Quando se tratar de concorrncia para o servio de loteria estadual, o edital dever ser tambm publicado no respectivo rgo oficial, ou, em sua falta, no de maior circulao no Estado.

    3 Cada concorrente (pessoa fsica, sociedade civil ou sociedade mercantil) apresentar, at dez (10) dias antes da data fixada para a abertura das propostas, as provas de sua idoneidade e capacidade financeira.

    4 Na concorrncia para a loteria federal, o Ministro de Estado dos Negcios da Fazenda fixar a importncia mnima a que se obrigar o concessionrio anualmente, entre quota fixa e impsto de 5% sbre as emisses, condio essa que constar do edital, no podendo a referida importncia ser inferior a paga durante o ano de maior arrecadao da vigncia do ltimo contato.

    Art. 6 Entre as provas de idoneidade, os candidatos concorrncia apresentaro:

    a) flha corrida e atestados de bons antecedentes, entendendo-se que quando se tratar de sociedade, essa prova ser exigida de cada um dos scios;

    b) quitao de impstos federais, estaduais e municipais, mediante certido negativa passada por autoridade competente.

    1 Provar-se- a capacidade financeira pela propriedade de bens equivalentes ao triplo do prmio maior a que se refere o art. 9, n 4, dste Decreto-lei.

    2 Os bens a que alude o presente artigo devero ser constitudos: dois teros (2/3) de imveis aceitos pelo valor relativo ao pagamento do impsto de transmisso de propriedade, ou na base do lanamento do impsto predial ou territorial, para cobrana no ano anterior, observadas as disposies do pargrafo nico do art. 27 do Decreto-lei n 3.365, de 21 de junho de 1941; e o restante em ttulos da dvida pblica, federal ou estadual, pela cotao em bolsa.

    3 Os bens imveis indicados na forma do 3 pelo concorrente vencedor, no podero ser alienados nem gravados durante a vigncia da concesso, procedendo-se a anotao nsse sentido no Registro de Imveis.

    Art. 7 A concesso s ser outorgada a brasileiros ou a firma composta de scios brasileiros, excludas as sociedades annimas cujas aes no sejam tdas nominativas.

    Pargrafo nico. Pretendendo concorrer vrias pessoas com uma s proposta, devero as mesmas constituir-se previamente em sociedade regular.

  • 24 Art. 8 expressamente vedada a renovao ou prorrogao de contratos, bem como a preferncia em igualdade de condies.

    Art. 9 A loteria federal e as estaduais subodinar-se-o s seguintes condies:

    1) prazo mximo de cinco (5) anos para as concesses;

    2) distribuio da percentagem mnima de setenta por cento (70%) em prmios, sbre cada emisso;

    3) impossibilidade de explorao, simultnea, direta ou indirtamente, de mais de um servio lotrico pela mesma pessoa, fsica ou jurdica;

    4) duas (2) extraes por semana, com os prmios maiores de cem mil cruzeiros (Cr$ 100.000,00) a cinco milhes de cruzeiros (Cr$ 5.000.000,00) para a loteria federal, e uma (1) extrao semanal ou quinzenal, com os prmios maiores de cinqenta mil cruzeiros (Cr$ 50.000,00) a um milho de cruzeiros (Cr$ 1.000.000,00), no caso de loterias estaduais;

    4) 2 (duas) extraes por semana, com os prmios maiores de Cr$ 100.000,00 (cem mil cruzeiros) a Cr$ 5.000.000,00 (cinco milhes de cruzeiros) para a loteria federal, e 1 (uma) extrao semanal ou quinzenal, com os prmios maiores de Cr$ 100.000,00 (cem mil cruzeiros) a Cr$ 2.000.000,00 (dois milhes de cruzeiros), no caso de loterias estaduais. (Redao dada pela Lei n 2.528, de 1955)

    4) 2 (duas) extraes por semana, com prmios maiores de Cr$ 100.000,00 (cem mil cruzeiros) a Cr$ 5.000.000,00 (cinco milhes de cruzeiros) para a loteria federal; (Redao dada pela Lei n 4.161, de 1962)

    1 (uma) extrao semanal ou quinzenal, com prmios maiores de Cr$ 100.000,00 (cem mil cruzeiros) a Cr$ 2.000.000,00 (dois milhes de cruzeiros), no caso de loterias estaduais: 1 (uma) extrao semanal, com prmios maiores de Cr$ 100.000,00 (cem mil cruzeiros) a Cr$ 5.000.000,00 (cinco milhes de cruzeiros) e ainda 2 (duas) extraes anuais nas semanas de So Joo e de Natal, com prmios maiores at Cr$ 20.000.000,00 (vinte milhes de cruzeiros), no caso de loterias estaduais em explorao direta pelo Estado ou por autarquia estadual. (Redao dada pela Lei n 4.161, de 1962)

    5) emisso mxima, pela loteria federal, de quarenta mil (40.000) bilhetes para cada extrao, e, pelas estaduais, de seis mil (6.000) por milho de habitantes ou frao, fixado em qualquer caso o limite mximo de quarenta mil (40.000) bilhetes, salvo autorizao especial para emisso em duas (2) sries, as quais, entretanto, obrigatriamente, sero do mesmo plano e se decidiro por um nico sorteio, no mesmo dia;

    6) pagamento do impsto de 5% na forma do art. 13 e seus pargrafos.

  • 25 7) Os Estados que executam o servio de loteria, diretamente ou em regime de autarquia, podero realizar, uma vez ao ano, extrao especial, para fins de assistncia social, hospitalar, educacional e cultural, a cargo do Poder Executivo, com a emisso mxima de 100.000 (cem mil) bilhetes, ao preo maior de Cr$ 500,00 (quinhentos cruzeiros) cada um e distribuio de prmios at Cr$ 20.000,00 (vinte mil cruzeiros). (Includo pela Lei n 3.346, de 1957)

    7) Os Estados que executam o servio de loteria, diretamente ou em regime de autarquia, podero realizar, uma vez ao ano, extrao especial, para fins de assistncia social, hospitalar, educacional e cultural, a cargo do Poder Executivo, com a emisso mxima de 100.000 (cem mil) bilhetes, ao preo maior de Cr$ 500,00 (quinhentos cruzeiros) cada um e distribuio de prmios e comisses, com as demais despesas, at Cr$ 20.000.000,00 (vinte milhes de cruzeiros) (Redao dada pela Lei n 3.491, de 1958)

    Art. 10. defeso ao concessionrio modificar a sua firma ou transferir a concesso, sem prvio assentimento do poder concedeste, exigida sempre a inaltervel idoneidade moral do responsvel, e perfeita garantia financeira, pelo prazo restante do contrato.

    DAS CAUES

    Art. 11. O concessionrio da loteria federal caucionar na Tesouraria Geral do Tesouro Nacional, at a vspera da assinatura do contrato a importncia de trs milhes de cruzeiros (Cr$ 3.000.000,00), em dinheiro ou em ttulos da dvida pblica federal, para garantia da execuo do servio.

    1 Aos Estados concedentes compete arbitrar a cauo, indicando o lugar do seu recolhimento.

    2 Tratando-se da loteria federal, a cauo em dinheiro poder ser prestada em caderneta da Caixa Econmica ou do Banco do Brasil S.A.

    3 A cauo reverter em favor do poder concedente, se por culpa do concessionrio fr rescindido o contrato; e, findo ste, smente ser levantada seis (6) meses aps a ltima extrao, uma vez verificado que o concessionrio cumpriu tdas as obrigaes contratuais.

    Art. 12. Quando o prmio maior ultrapassar o valor da cauo, o concessionrio fica obrigado a recolher, nas espcies previstas no art. 11, at oito (8) dias antes do sorteio, a diferena verificada entre a cauo e o prmio.

    1 O recolhimento da diferena a que alude ste artigo ser feito onde o poder concedente determinar, sob pena de imediata resciso do contrato.

  • 26 2 O direito restituio da diferena pleiteada pelo concessionrio da loteria federal provar-se- com o certificado expedido pelo Fiscal Geral de loterias.

    3 Na hiptese de que trata o pargrafo anterior, far-se- a restituio da diferena, quando devida, por simples despacho exarado pelo Diretor das Rendas Internas, no verso do conhecimento do depsito e nsse documento, que constituir o comprovante da despesa, o concessionrio passar recibo na forma legal.

    DAS CONTRIBUIES

    Art. 13. As loterias federal e estaduais ficam sujeitas ao pagamento do impsto de 5% sbre a importncia total de cada emisso, o qual poder ser cobrado dos compradores de bilhetes. (Vide Decreto-Lei n 34, de 1966) (Vide Decreto-Lei n 717, de 1969) (Vide Decreto-Lei n 1.285, de 1973) (Extinto pela Lei n 8.522, de 1992)

    1 Nenhuma extrao de loteria estadual ser permitida sem que, at a vspera da data designada para o sorteio se efetue o pagamento do impsto de 5% sbre a mesma extrao, exibido ao Fiscal o talo comprobatrio do recolhimento.

    2 A loteria federal poder recolher o imposto de que trata ste artigo relativo s loterias de um ms, at o dcimo quinto (15) dia do ms seguinte, desde que esteja intacta a sua cauo.

    Art. 14. O concessionrio da loteria federal recolher mensal e adiantadamente, at o dcimo quinto (15) dia til de cada ms, o duodcimo da cota a que est obrigado, ex-vi do 4 do art. 5 dste Decreto-lei.

    Art. 15. A ttulo de contribuio para os servios da Fiscalizao Geral das Loterias, o concessionrio da loteria federal recolher ao Tesouro Nacional, adiantadamente, at o dia 15 de janeiro de cada ano, a importncia de cem mil cruzeiros (Cr$ 100.000,00). (Extinto pelo Decreto-Lei n 34, de 1966)

    Art. 16. As contribuies previstas nste captulo sero escrituradas como "Renda Ordinria da Unio", na rubrica prpria da lei oramentria, destinando-se as de que tratam os arts. 13 e 14, a indenizar as despesas custeadas pelo Govrno Federal com as obras de caridade e instruo em todo pas.

    DOS PLANOS, AGNCIAS E LICENAS

    Art. 17. No sero postos em circulao bilhetes de loteria cujos planos no tenham sido previamente aprovados pelo Diretor das Rendas Internas do Tesouro Nacional, quando se tratar da loteria federal, ou pelo Delegado Fiscal no respectivo Estado, quando se tratar de loteria estadual.

  • 27 Pargrafo nico. A deciso ser comunicada ao interessado dentro de quinze (15) dias da data da apresentao dos planos, considerando-se tacitamente aprovados se a autoridade no se houver manifestado dentro do referido prazo.

    Art. 18. O concessionrio da loteria federal poder estabelecer agncias em todos os Estados, no Distrito Federal e territrios, as quais funcionaro mediante licena expedida pela Diretoria das Rendas Internas.

    1 No edifcio da sede da loteria federal haver lugar apropriado para a venda direta de bilhetes ao pblico, sem gio.

    2 A loteria federal comunicar Fiscalizao Geral de Loterias, antes de feita qualquer remessa de bilhetes, a nomeao dos seus agentes ou as alteraes que com les ocorram. Multa de mil cruzeiros (Cr$ 1.000,00) a cinco mil cruzeiros (Cr$ 5.000,00) e o dbro na reincidncia.

    Art. 19. A loteria federal smente poder apresentar plano com prmio maior que o de cinco milhes de cruzeiros (Cr$ 5.000.000,00), mediante prvia autorizao do Ministro de Estado dos Negcios da Fazenda e prestadas as garantias que forem exigidas.

    Art. 19. A loteria federal, bem assim as estaduais em regime de explorao direta pelo Estado ou por rgo autrquico, excetuadas as hipteses das loterias de So Joo e Natal a que se refere o inciso 4 do artigo 9, somente podero apresentar plano com prmio maior que o de Cr$ 5.000.000,00 (cinco milhes de cruzeiros), mediante prvia autorizao do Ministro de Estado dos Negcios da Fazenda e prestadas as garantias que forem exigidas. (Redao dada pela Lei n 4.161, de 1962)

    Art. 20. Ningum poder distribuir, vender ou expor venda bilhetes de loteria federal ou estadual, sem ter sido previamente licenciado pela repartio federal competente, sob pena de multa igual ao valor da licena e o dbro na reincidncia.

    Art. 21. A licena ser anual e paga em estampilhas do slo adesivo, na seguinte conformidade:

    a) para agncias em cidades de mais de 500.000 habitantes ...........................................Cr$ 1.000,00

    b) para agncias, em cidades de mais de 50.000 habitantes at 500.000.............................Cr$ 500,00

    c) para agncias, em cidades de menos de 50.000 habitantes ........................................... Cr$ 250,00

  • 28 d) para estabelecimentos fixos em cidades de mais de 50.000 habitantes ......................... Cr$ 250,00

    e) para estabelecimentos fixos em cidades de menos de 50.000 habitantes .......................Cr$ 150,00

    1 No obstante a concesso da licena federal, podero os Estados sujeitar a colocao dos bilhetes das loterias, que concederem, a quaisquer outras licenas, taxas, impostos ou emolumentos.

    2 Os vendedores ambulantes pagaro, em estampilhas do slo adesivo, mediante guia expedida, no Distrito Federal pela Fiscalizao Geral das Loterias e nos Estados pela repartio arrecadadora competente, a licena anual de dez cruzeiros (Cr$ 10,00), no estando sujeitos a quaisquer outros impostos, taxas ou emolumentos federais, estaduais ou municipais, pelo exerccio dessa atividade, exceto o slo penitencirio e a taxa de educao.

    Art. 22. Antes do fornecimento de bilhetes e revendedores, fixos ou ambulantes, as agncias ou filiais lhes devero exigir a prova de estarem devidamente registrados.

    DOS BILHETES E DOS PRMIOS

    Art. 23. O bilhete de loteria, documento pelo qual algum se habilita ao sorteio, considerado, para todos os efeitos, ttulo ao portador.

    Art. 24. Os bilhetes ou sero inteiros ou divididos, mas sempre uniformemente, em meios, quintos, dcimos, vigsimos e quadragsimos.

    Art. 25. Cada bilhete ou frao consignar ao anverso, alm de outras declaraes que o Diretor das Rendas Internas determinar:

    a) a denominao da loteria: "Loteria Federal do Brasil", e no caso de loteria estadual "Loteria" seguida do nome do respectivo Estado;

    b) o nmero com que concorrer ao sorteio;

    c) o preo de plano, do bilhete inteiro e o de cada frao, acrescidos do impsto de 5% previsto no art. 9, n 6;

    d) a declarao de ser inteiro, meio, quinto, dcimo, vigsimo ou quadragsimo e, sendo frao, o nmero de ordem desta.

  • 29 Art. 26. Cada bilhete ou frao consignar no verso, alm de outras declaraes que o Diretor das Rendas Internas determinar:

    a) a indicao da lei e do contrato que autorizem a loteria;

    b) o plano da loteria;

    c) a indicao do lugar, dia e hora do sorteio;

    d) a firma impressa do concessionrio.

    Art. 27. Os modelos de bilhetes da loteria federal dependem de prvia aprovao do fiscal geral de loterias.

    Art. 28. Far-se- o pagamento do prmio mediante apresentao e resgate do respectivo bilhete, desde que coincida exatamente com o canhoto do qual se destacou, e no oferea vcios ou defeitos que prejudiquem a verificao de sua autenticidade.

    Art. 29. Em hiptese alguma se admitir a substituio de bilhetes postos em circulao, ainda que sob o pretexto de furto, destruio ou extravio.

    Art. 30. O pagamento ser imediato apresentao do bilhete na sede da loteria e, dentro de quinze (15) dias, se em qualquer das agncias sediadas nas capitais dos Estados.

    Pargrafo nico. O portador do bilhete que no fr satisfeito no pagamento do prmio apresentar-lo- ao Diretor das Rendas Internas do Tesouro Nacional, se se tratar de loteria federal, ou ao diretor do Tesouro do Estado, se tratar de loteria estadual, os quais, ouvido o concessionrio no prazo de cinco (5) dias, e verificada a ilegitimidade da recusa, fornecero guia ao interessado para que receba no Tesouro Nacional ou no Estadual, conforme o caso, a importncia devida.

    Art. 31. No caso de ordem judicial para no se efetuar o pagamento de algum prmio, ser ste depositado judicialmente, ficando assim ilidida a ao de cobrana.

    Art. 32. Os canhotos grampeados em maos de cem (100) sero rubricados na primeira e ltima flha pelo fiscal geral de loterias, ou pessoa por le designada, e ficaro guardados em cofre de segurana pelo concessionrio.

    DAS EXPLORAES

    Art. 33. As extraes sero feitas, em sala franqueada ao pblico, pelo sistema de urnas transparentes e esferas numeradas por inteiro.

  • 30 Art. 34. A loteria federal e as loterias estaduais sero extradas nos dias designados pelo Diretor das Rendas Internas.

    Art. 35. Depois de postos os bilhetes em circulao, a extrao s deixar de realizar-se ou ser adiada, por deliberao do Diretor das Rendas Internas.

    Pargrafo nico. No primeiro caso sero recolhidos os bilhetes e restitudos os respectivos preos, e nos segundos avisar-se- pela imprensa o novo dia designado para a extrao.

    Art. 36. Nenhuma loteria correr em dia feriado no local de sua extrao, mas ficar adiada para o primeiro dia til seguinte.

    Art. 37. As esferas referentes ao nmero e ao prmio, sadas da urna, sero colocadas lado a lado no mesmo taboleiro.

    Art. 38. Durante a extrao da loteria federal, o fiscal geral de loterias verificar, uma a uma, as esferas postas nos taboleiros, para efeito de correo dos enganos porventura constatados em ata. A conferncia relativa aos cinco (5) prmios maiores ser feita imediatamente aps o prego, submetendo-se as respectivas esferas, antes de colocadas no taboleiro, ao exame das pessoas presentes.

    Pargrafo nico. Logo aps a conferncia definitiva feita pelo fiscal geral de loterias, sero os taboleiros com as esferas de nmeros e do prmio expostos ao pblico.

    Art. 39. A ata, manuscrita ou dactilografada, ser redigida durante a extrao, consignando os nmeros premiados medida que sarem da urna. A lista impressa, entretanto, para maior facilidade de consulta, classificar os nmeros premiados pela ordem numrica e em escala ascendente.

    Pargrafo nico. Smente a verificao feita em face da ata oficial servir de fundamento a qualquer reclamao do pagamento do prmio.

    DAS LOTERIAS PROIBIDAS

    Art. 40. Constitui jgo de azar passvel de represso penal, a loteria de qualquer espcie no autorizada ou ratificada expressamente pelo Govrno Federal.

    Pargrafo nico. Seja qual fr a sua denominao e processo de sorteio adotado, considera-se loteria tda operao, jgo ou aposta para a obteno de um prmio em dinheiro ou em bens de outra natureza, mediante colocao de bilhetes, listas, cupes, vales, papis, manuscritos, sinais, smbolos, ou qualquer outro meio de distribuio dos nmeros e designao dos jogadores ou apostadores.

  • 31 Art. 41. No se compreendem na disposio do artigo anterior:

    a) os sorteios realizados para simples resgate de aes ou debntures, desde que no haja qualquer bonificao;

    b) a venda de imveis ou de artigos de comrcio, mediante sorteio, na forma do respectivo regulamento, sendo defeso converter em dinheiro os prmios sorteados ou conced-los em proporo que desvirtue a operao de compra e venda;

    c) os sorteios de aplices da dvida pblica da Unio, dos Estados e dos Municpios, autorizados pelo Govrno Federal;

    d) os sorteios de aplices realizados pelas companhias de seguro de vida, que operem pelo sistema de prmios fixos atuariais, desde que os respectivos regulamentos o permitam;

    e) os sorteios das sociedades de capitalizao, feitos exclusivamente para amortizao do capital garantido;

    f) os sorteios bi-anuais autorizados pelos Decretos-leis nmeros 338, de 16 de maro de 1938, e 2.870, de 13 de dezembro de 1940.

    Pargrafo nico. Para os sorteios de mercadorias e imveis no se permitir emisso de bilhetes, cupes, ou vales, ao portador, mas devero constar do livro apropriado os nomes de todos os prestamistas, com indicao dos pagamentos feitos e por fazer.

    Art. 42. Fica permitida a distribuio de ttulos da Dvida Pblica Federal, Estadual ou Municipal como prmio de sorteio, competindo fiscalizao verificar a prvia aquisio dos ttulos e sua efetiva distribuio aos contemplados.

    Pargrafo nico. Nenhum prmio poder ser constitudo de mais de uma aplice faderal, estadual ou municipal, englobadamente.

    Art. 43. A ttulo de propaganda podero os estabelecimentos comerciais, quando autorizados por cartas-patente, distribuir brindes aos seus clientes, mediante coleo de bilhetes, vales ou cupes sorteveis, desde que as respectivas cautelas sejam gratuitas e os prmios de pequeno valor.

    Art. 44. Compete ao Diretor Geral da Fazenda Nacional conceder cartas-patentes para funcionamento de clubes de mercadorias mediante sorteio.

  • 32 Pargrafo nico. Sempre que houver deturpao dos fins para que foi concedida, a carta-patente ser cancelada pelo Diretor Geral da Fazenda Nacional.

    DAS CONTRAVENES

    Art. 45. Extrair loteria sem concesso regular do poder competente ou sem a ratificao de que cogita o art. 3 Penas: de um (1) a quatro (4) anos de priso simples, multa de cinco mil cruzeiros (Cr$ 5.000,00) a dez mil cruzeiros (Cr$ 10.000,00), alm da perda para a Fazenda Nacional de todos os aparelhos de extrao, mobilirio, utenslios e valores pertencentes loteria.

    Art. 46. Introduzir no pas bilhetes de loterias, rifas ou tmbolas estrangeiras, ou em qualquer Estado, bilhetes de outra loteria estadual. Penas: de seis (6) meses a um (1) ano de priso simples, multa de mil cruzeiros (Cr$ 1.000,00) a cinco mil cruzeiros (Cr$ 5.000,00), alm da perda para a Fazenda Nacional de todos os bilhetes apreendidos.

    Art. 47. Possuir, ter sob a sua guarda, procurar colocar, distribuir ou lanar em circulao bilhetes de loterias estrangeiras. Penas: de seis (6) meses e um (1) ano de priso simples, multa de mil cruzeiros (Cr$ 1.000,00) a cinco mil cruzeiros (Cr$ 5.000,00), alm de perda para a Fazenda Nacional de todos os bilhetes apreendidos.

    Art. 48. Possuir, ter sob sua guarda, procurar colocar, distribuir ou lanar em circulao bilhetes de loteria estadual fora do territrio do Estado respectivo. Penas: de dois (2) a seis (6) meses de priso simples, multa de quinhentos cruzeiros (Cr$ 500,00) a mil cruzeiros (Cr$ 1.000,00), alm de perda para a Fazenda Nacional dos bilhetes apreendidos.

    Art. 49. Exibir, ou ter sob sua guarda, listas de sorteios de loteria estrangeira ou de estadual fora do territrio do Estado respectivo. Penas: de em (1) a quatro (4) meses de priso simples e multa de duzentos cruzeiros (Cr$ 200,00) a quinhentos cruzeiros (Cr$ 500,00).

    Art. 50. Efetuar o pagamento de prmio relativo a bilhete de loteria estrangeira ou estadual que no possa circular legalmente no lugar do pagamento. Penas: de dois (2) a seis (6) meses de priso simples e multa de quinhentos cruzeiros (Cr$ 500,00) a mil cruzeiros (Cr$ 1.000,00).

    Art. 51. Executar servios de impresso ou acabamento de bilhetes, listas, avisos ou cartazes, relativos a loteria que no possa legalmente circular no lugar onde se executem tais servios. Penas: de dois (2) a seis (6) meses de priso simples, multa de quinhentos cruzeiros (Cr$ 500,00) a mil cruzeiros (Cr$ 1.000,00), e a inutilizao dos bilhetes, listas, avisos e cartazes, alm da pena de priso aos proprietrios e gerentes dos respectivos estabelecimentos.

  • 33 Art. 52. Distribuir ou transportar cartazes, listas ou avisos de loterias onde os mesmos no possam legalmente circular. Penas: de um (1) a quatro (4) meses de priso simples e multa de duzentos cruzeiros (Cr$ 200,00) a quinhentos cruzeiros (Cr$ 500,00).

    Art. 53. Colocar, distribuir ou lanar em circulao bilhetes de loterias relativos a extraes j feitas. Penas: as do art. 171 do Cdigo Penal.

    Art. 54 . Falsificar emendar ou adulterar bilhetes de loteria. Penas: as do art. 298 do Cdigo Penal.

    Art. 55. Divulgar por meio de jornal, revista, rdio, cinema ou por qualquer outra forma, clara ou disfaradamente, anncio, aviso ou resultado de extrao de loteria que no possa legalmente circular no lugar em que funciona a emprsa divulgadora. Penas: de multa de mil cruzeiros (Cr$ 1.000,00) a cinco mil cruzeiros (Cr$ 5.000,00) aplicvel aos proprietrios e gerentes das respectivas emprsas, e o dbro na reincidncia.

    Pargrafo nico. A Fiscalizao Geral de Loterias dever apreender os jornais, revistas ou impressos que inserirem reiteradamente anncio ou aviso proibidos, e requisitar a cassao da licena para o funcionamento das emprsas de rdio e cinema que, da mesma forma, infringirem a disposio dste artigo.

    Art. 56. Transmitir pelo telgrafo ou por qualquer outro meio o resultado da extrao da loteria que no possa circular no lugar para onde se fizer a transmisso. Penas: de multa de quinhentos cruzeiros (Cr$ 500,00) a mil cruzeiros (Cr$ 1.000,00).

    Pargrafo nico. Nas mesmas penas incorrer a emprsa telegrfica particular que efetuar a transmisso;

    Art. 57. As reparties postais no faro a remessa de bilhetes, listas, avisos ou cartazes referentes a loterias consideradas ilegais ou os de loteria de determinado Estado, quando se destinem a outro Estado, ao Distrito Federal ou aos territrios.

    1 Sero apreendidos os bilhetes, listas, avisos ou cartazes encontrados em repartio situada em lugar onde a loteria no possa legalmente circular, devendo os funcionrios efetuar, quando possvel, a priso em flagrante do contraventor.

    2 Efetuada a priso do contraventor, a cousa apreendida ser entregue autoridade policial que lavrar o flagrante. No caso de simples apreenso, caber aos funcionrios lavrar o respectivo auto, para pronunciamento das Recebedorias Federais no Rio de Janeiro e em So Paulo, ou das Delegacias Fiscais nos demais Estados, s quais, se caracterizada e provada a infrao, caber impor as multas previstas neste captulo.

    3 Aos funcionrios apreendedores fica assegurada a vantagem prevista no pargrafo nico do art. 62.

  • 34 Art. 58. Realizar o denominado "jgo do bicho", em que um dos participantes, considerado comprador ou ponto, entrega certa quantia com a indicao de combinaes de algarismos ou nome de animais, a que correspondem nmeros, ao outro participante, considerado o vendedor ou banqueiro, que se obriga mediante qualquer sorteio ao pagamento de prmios em dinheiro. Penas: de seis (6) meses a um (1) ano de priso simples e multa de dez mil cruzeiros (Cr$ 10.000,00) a cinqenta mil cruzeiros (Cr$ 50.000,00) ao vendedor ou banqueiro, e de quarenta (40) a trinta (30) dias de priso celular ou multa de duzentos cruzeiros (Cr$ 200,00) a quinhentos cruzeiros (Cr$ 500,00) ao comprador ou ponto.

    1 Incorrero nas penas estabelecidas para vendedores ou banqueiros:

    a) os que servirem de intermedirios na efetuao do jgo;

    b) os que transportarem, conduzirem, possurern, tiverem sob sua guarda ou poder, fabricarern, darem, cederem, trocarem, guardarem em qualquer parte, listas com indicaes do jgo ou material prprio para a contraveno, bem como de qualquer forma contriburem para a sua confeco, utilizao, curso ou emprgo, seja qual for a sua espcie ou quantidade;

    c) os que procederem apurao de listas ou organizao de mapas relativos ao movimento do jgo;

    d) os que por qualquer modo promoverem ou facilitarem a realizao do jgo.

    2 Consideram-se idneos para a prova do ato contravencional quaisquer listas com indicaes claras ou disfaradas, uma vez que a percia revele se destinarem perpetrao do jgo do bicho.

    3 Na ausncia de flagrante, instaurar-se- o necessrio processo fiscal, cabendo a aplicao da multa cominada neste artigo autoridade policial da circunscrio, com recurso para o Chefe de Polcia, atribudos aos autuantes 50% das multas efetivamente recolhidas. (Revogado pela Lei n 1.508, de 1951)

    Art. 59. Sero inafianveis as contravenes previstas nos arts. 45 a 49 e 58 e seus pargrafos.

    Art. 60. Constituem contravenes, punveis com as penas do art. 45, o jgo sbre corridas de cavalos, feito fora dos hipdromos, ou da sede e dependncias das entidades autorizadas, e as apostas sbre quaisquer outras competies esportivas.

    Pargrafo nico. Consideram-se competies esportivas, aquelas em que se classifiquem vencedores

  • 35 a) pelo esfro fsico, destreza ou habilidade do homem;

    b) pela seleo ou adestramento de animais, postos em disputa, carreira ou luta de qualquer natureza.

    DO PROCESSO FISCAL

    Art. 61. O processo fiscal das contravenes a que se refere ste Decreto-lei, obedecer as normas estabelecidas pelo Decreto-lei n 739, de 24 de setembro de 1938.

    Art. 62. Os bilhetes apreendidos em virtude de contraveno meramente administrativa sero conservados, no Distrito Federal, pela Fiscalizao Geral de Loterias, e nos Estados pelas Delegacias Fiscais, em invlucro fechado e lacrado, com as declaraes necessrias.

    Pargrafo nico. Na hiptese de ser premiado qualquer dos bilhetes apreendidos, efetuar-se- a cobrana, ficando o produto em depsito no Tesouro Nacional ou suas Delegacias Fiscais, at deciso final do processo. Metade dos prmios pertencer aos apreensores que tiverem assinado o respectivo auto, e a outra metade ser convertida em renda eventual da Unio.

    Art. 63. Alm das autoridades policiais, so competentes os Funcionrios da Fiscalizao Geral de Loterias, os Fiscais de loterias, os Delegados Fiscais do Tesouro, os Coletores federais, os Agentes fiscais do impsto de consumo, os Fiscais dos clubes de mercadorias, os funcionrios postais, os empregados ferrovirios e os Agentes do fisco estadual e municipal, para efetuar a priso em flagrante quando ocorrerem as infraes dste Decreto-lei punveis com pena de priso, apreender bilhetes, aparelhos e utenslios, e inutilizar listas, cartazes ou quaisquer papis relativos a loterias clandestinas ou jogos proibidos.

    Pargrafo nico. No desempenho das atribuies previstas neste artigo, podero os funcionrios e autoridades, quando necessrio, proceder a revistas pessoais, bem como arrombar portas ou imveis em estabelecimentos de comrcio.

    DA FISCALIZAO GERAL DE LOTERIAS

    Art. 64. A Fiscalizao Geral de Loterias, diretamente subordinada Diretoria das Rendas Internas do Tesouro Nacional, ser exercida por um Funcionrio designado pelo Presidente da Repblica para exercer a funo gratificada de Fiscal Geral.

    Art. 65. Nos Estados em que existir loteria, haver um Fiscal Regional, subordinado Fiscalizao Geral e designado pelo Delegado Fiscal.

  • 36 Pargrafo nico. O funcionrio designado na forma dste artigo ser dispensado das funes de seu cargo efetivo nos dias de extrao da loteria e nenhuma vantagem perceber.

    Art. 66. Para os fins do art. 63, facultado ao concessionrio da Loteria Federal manter auxiliares em todo o territrio do pais, os quais sero designados pelo Fiscal Geral de loterias.

    Art. 67. Compete ao Fiscal Geral de loterias:

    a) superintender todo o servio da Fiscalizao;

    b) distribu-lo pelos seus auxiliares;

    c) abrir, rubricar e encerrar livros da Fiscalizao e dar as necessrias instrues para a escriturao dos mesmos;

    d) despachar os papis dependentes de sua deciso e subscrever as certides;

    e) mandar arquivar os papis findos;

    f) assistir s extraes da loteria federal, examinando pessoalmente ou fazendo examinar por tcnios de sua confiana, os aparelhos empregados nas mesmas extraes;

    g) velar pela estrita observncia do contrato celebrado entre a Unio e os concessionrios;

    h) fazer apreender os bilhetes indevidamente em circulao, quer expostos venda, quer ocultos, bem como os ultimatos ou em via de ultimao;

    i) requisitar das autoridades policiais a frca necessria para tornar efetivas quaisquer diligncias regulamentares;

    j) lavrar as designaes dos auxiliares mantidos pelos concessionrios;

    l) impedir, por todos os meios ao seu alcance, o curso de bilhetes de loterias estrangeiras, bem como o das estaduais fora dos limites dos Estados concedentes;

    m) fornecer guias para o pagamento da cota fixa e do impsto proporcional de 5% sbre o montante de cada emisso, da Loteria Federal;

    n) fornecer o certificado para levantamento da cauo nos trmos do 3 do art. 11;

  • 37 o) determinar ns livros especiais que as emprsas lotricas devem possuir;

    p) aprovar os modlos de bilhetes na foma do art. 27; e

    q) apresentar ao Diretor das Rendes Internas, no primeiro trimestre de cada ano, o relatrio dos trabalhos e das mais importantes ocorrncias concernentes ao ano anterior.

    Art. 68. Compete aos fiscais regionais:

    a) apreender ou fazer apreender os bilhetes indevidamente em circulao, quer expostos venda, quer ocultos bem como os ultimados ou em via de ultimao;

    b) requisitar das autoridades policiais a fra necessria para tornar efetivas quaisquer diligncias regulamentares;

    c) impedir, por todos os meios ao seu alcance, o curso de bilhetes de loterias estrangeiras, bem como o das estaduais fora dos limites dos Estados respectivos;

    d) fornecer guias para o pagamento do impsto proporcional de 5 % sbre o montante de cada emisso da loteria estadual;

    e) apresentar ao fiscal geral de loterias, at o dia 31 de janeiro de cada ano, o relatrio dos trabalhos e das mais importantes ocorrncias concernentes ao ano anterior;

    f) exigir a prova do pagamento do impsto de 5 %, na forma do art. 13, 1, impedindo a extrao da loteria caso no tenha sido preenchida essa formalidade; e

    g) assistir s extraes da lotoria.

    Art. 69. So nulas de pleno direito quaisquer obrigaes resultantes de loterias no autorizadas.

    Art. 70. Os estrangeiros que contravierem as disposies dos arts. 45 a 54 e 58 dste decreto-lei sero expulsos do territrio nacional, aps o cumprimento da pena.

    Art. 71. Alm dos nus previstos neste Decreto-lei e do impsto de renda, nenhum outro impsto, contribuio ou taxa, federais, estaduais ou municipais, incidir sbre os bilhetes da loteria federal e respectivos prmios.

    Art. 72. Os livros e papis pertencentes a concessionrios de servios lotricos e a quaisquer agncias ou casas onde se vendam bilhetes, podero em qualquer momento, ser examinados pelo fiscal geral de loterias ou pelos funcionrios expressamente designados pela autoridade competente.

  • 38 Art. 73. O presente Decreto-lei entrar em vigor na data de sua publicao.

    Art. 74. Revogam-se as disposies em contrrio.

    Rio de Janeiro, 10 de fevereiro de 1944, 123 da Independncia e 56 da Repblica.

    GETULIO VARGAS. A. de Sousa Costa. Alexandre Marcondes Filho. Joo de Mendona Lima.

    Este texto no substitui o publicado no DOU de 18.2.1944

    DECRETO-LEI N 3.688, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941.

    Lei das Contravenes Penais

    O Presidente da Repblica, usando das atribuies que lhe confere o artigo 180 da Constituio,

    DECRETA:

    LEI DAS CONTRAVENCES PENAIS

    PARTE GERAL

    Art. 1 Aplicam-se as contravenes s regras gerais do Cdigo Penal, sempre que a presente lei no disponha de modo diverso.

    ..................................................................................................................

    CAPTULO VII

    DAS CONTRAVENES RELATIVAS POLCIA DE COSTUMES

    Art. 50. Estabelecer ou explorar jogo de azar em lugar pblico ou acessivel ao pblico, mediante o pagamento de entrada ou sem ele: (Vide Decreto-Lei n 4.866, de 23.10.1942) (Vide Decreto-Lei 9.215, de 30.4.1946)

  • 39 Pena priso simples, de trs meses a um ano, e multa, de dois a quinze contos de ris, estendendo-se os efeitos da condenao perda dos moveis e objetos de decorao do local.

    1 A pena aumentada de um tero, se existe entre os empregados ou participa do jogo pessoa menor de dezoito anos.

    2 Incorre na pena de multa, de duzentos mil ris a dois contos de ris, quem encontrado a participar do jogo, como ponteiro ou apostador.

    3 Consideram-se, jogos de azar:

    c) o jogo em que o ganho e a perda dependem exclusiva ou principalmente da sorte;

    b) as apostas sobre corrida de cavalos fora de hipdromo ou de local onde sejam autorizadas;

    c) as apostas sobre qualquer outra competio esportiva.

    4 Equiparam-se, para os efeitos penais, a lugar acessivel ao pblico:

    a) a casa particular em que se realizam jogos de azar, quando deles habitualmente participam pessoas que no sejam da famlia de quem a ocupa;

    b) o hotel ou casa de habitao coletiva, a cujos hspedes e moradores se proporciona jogo de azar;

    c) a sede ou dependncia de sociedade ou associao, em que se realiza jogo de azar;

    d) o estabelecimento destinado explorao de jogo de azar, ainda que se dissimule esse destino.

    Art. 51. Promover ou fazer extrair loteria, sem autorizao legal:

    Pena priso simples, de seis meses a dois anos, e multa, de cinco a dez contos de ris, estendendo-se os efeitos da condenao perda dos moveis existentes no local.

    1 Incorre na mesma pena quem guarda, vende ou expe venda, tem sob sua guarda para o fim de venda, introduz ou tenta introduzir na circulao bilhete de loteria no autorizada.

  • 40 2 Considera-se loteria toda operao que, mediante a distribuio de bilhete, listas, cupes, vales, sinais, smbolos ou meios anlogos, faz depender de sorteio a obteno de prmio em dinheiro ou bens de outra natureza.

    3 No se compreendem na definio do pargrafo anterior os sorteios autorizados na legislao especial.

    Art. 52. Introduzir, no pas, para o fim de comrcio, bilhete de loteria, rifa ou tmbola estrangeiras:

    Pena priso simples, de quatro meses a um ano, e multa, de um a cinco contos de ris.

    Pargrafo nico. Incorre na mesma pena quem vende, expe venda, tem sob sua guarda. para o fim de venda, introduz ou tenta introduzir na circulao, bilhete de loteria estrangeira.

    Art. 53. Introduzir, para o fim de comrcio, bilhete de loteria estadual em territrio onde no possa legalmente circular:

    Pena priso simples, de dois a seis meses, e multa, de um a trs contos de ris.

    Pargrafo nico. Incorre na mesma pena quem vende, expe venda, tem sob sua guarda, para o fim de venda, introduz ou tonta introduzir na circulao, bilhete de loteria estadual, em territrio onde no possa legalmente circular.

    Art. 54. Exibir ou ter sob sua guarda lista de sorteio de loteria estrangeira:

    Pena priso simples, de um a trs meses, e multa, de duzentos mil ris a um conto de ris.

    Pargrafo nico. Incorre na mesma pena quem exibe ou tem sob sua guarda lista de sorteio de loteria estadual, em territrio onde esta no possa legalmente circular.

    Art. 55. Imprimir ou executar qualquer servio de feitura de bilhetes, lista de sorteio, avisos ou cartazes relativos a loteria, em lugar onde ela no possa legalmente circular:

    Pena priso simples, de um a seis meses, e multa, de duzentos mil ris a dois contos de ris.

    Art. 56. Distribuir ou transportar cartazes, listas de sorteio ou avisos de loteria, onde ela no possa legalmente circular:

  • 41 Pena priso simples, de um a trs meses, e multa, de cem a quinhentos mil ris.

    Art. 57. Divulgar, por meio de jornal ou outro impresso, de rdio, cinema, ou qualquer outra forma, ainda que disfaradamente, anncio, aviso ou resultado de extrao de loteria, onde a circulao dos seus bilhetes no seria legal:

    Pena multa, de um a dez contos de ris.

    Art. 58. Explorar ou realizar a loteria denominada jogo do bicho, ou praticar qualquer ato relativo sua realizao ou explorao:

    Pena priso simples, de quatro meses a um ano, e multa, de dois a vinte contos de ris.

    Pargrafo nico. Incorre na pena de multa, de duzentos mil ris a dois contos de ris, aquele que participa da loteria, visando a obteno de prmio, para si ou para terceiro.

    .................................................................................................................................

    Art. 72. Esta lei entrar em vigor no dia 1 de janeiro de 1942.

    Rio de Janeiro, 3 de outubro de 1941; 120 da Independncia e 58 da Repblica.

    GETULIO VARGAS. Francisco Campos.

    Este texto no substitui o publicado no D.O.U. de 3.10.1941

    DECRETO-LEI N 9.215, DE 30 DE ABRIL DE 1946.

    Probe a prtica ou explorao de jogos de azar em todo o territrio nacional

    O Presidente da Repblica, usando da atribuio que lhe confere o artigo 180 da Constituio, e

    Considerando que a represso aos jogos de azar um imperativo da conscincia universal;

    Considerando que a legislao penal de todos os povos cultos contm preceitos tendentes a sse fim;

  • 42 Considerando que a tradio moral jurdica e religiosa do povo brasileiro e contrria prtica e explorao e jogos de azar;

    Considerando que, das excees abertas lei geral, decorreram abusos nocivos moral e aos bons costumes;

    Considerando que as licenas e concesses para a prtica e explorao de jogos de azar na Capital Federal e nas estncias hidroterpicas, balnerias ou climticas foram dadas a ttulo precrio, podendo ser cassadas a qualquer momento:

    DECRETA:

    Art. 1 Fica restaurada em todo o territrio nacional a vigncia do artigo 50 e seus pargrafos da Lei das Contravenvenes Penais (Decreto-lei n 3.688, de 2 de Outubro de 1941).

    Art. 2 Esta Lei revoga os Decretos-leis n 241, de 4 de Fevereiro de 1938, n. 5.089, de 15 de Dezembro de 1942 e n 5.192, de 14 de Janeiro de 1943 e disposies em contrrio.

    Art. 3 Ficam declaradas nulas e sem efeito tdas as licenas, concesses ou autorizaes dadas pelas autoridades federais, estaduais ou municipais, com fundamento nas leis ora, revogadas, ou que, de qualquer forma, contenham autorizao em contrrio ao disposto no artigo 50 e seus Pargrafos da Lei das Contravenes penais.

    Art. 4 Esta lei entra em vigor na data de sua publicao.

    Rio de Janeiro, em 30 de Abril de 1946, 125 da Independncia e 58 da Repblica.

    EURICO G. DUTRA. Carlos Coimbra da Luz. Jorge Dodsworth Martins. P. Ges Monteiro. Joo Neves da Fontoura. Gasto Vidigal. Luiz Augusto da Silva Vieira. Carlos de Souza Duarte. Ernesto de Souza Campos. Octacilio Negro de Lima. Armando Trompowsky.

    Este texto no substitui o publicado no D.O.U. de 30.4.1946

  • 43LEI N 628, DE 28 DE OUTUBRO DE 1899.

    Amplia a aco penal por denuncia do Ministerio Publico, e d outras providencias.

    O Presidente da Republica dos Estados Unidos do Brazil:

    Fao saber que o Congresso Nacional decretou e eu sancciono a lei seguinte:

    Art. 1 Compete a aco penal por denuncia do Ministerio Publico nos crimes de:

    I. Furto;

    II. Damnos em cousas do domnio ou uso publico da Unio, dos Estados e municipios, ou em livros de notas, registros, assentamentos, actos o termos, autos e actos originaes de autoridade publica.

    Paragrapho unico. A aco publica ser iniciada sob representao do offendido, si o furto se der entre parentes e affins at o 4 gro civil, no comprehendidos na disposio do art. 335 do Codigo Penal que contina em vigor.

    Art. 2 So inafianaveis os crimes de:

    I. Furto de valor igual ou excedente de 200$ (Codigo Penal, art. 330, 4).

    II. Furto de animaes nas fazendas, pastos ou campos de criao ou cultura.

    III. Os crimes capitulados nos arts. 141 e 142 do Codigo Penal.

    Art. 3 A contraveno do art. 367 do Codigo Penal punida com priso cellular por um a tres mezes, alm da pena estatuida no mesmo artigo.

    1 As pessoas que tomarem parte, sem ser por algum dos modos especificados no 2 do citado art. 367, em qualquer operao em que houver promessa de premio ou beneficio dependente de sorte (citado artigo, 1, 2 parte), incorrero na pena de 50$ a 100$000.

    2 Nas operaes de que trata o citado art. 367, 1, 2 parte do mesmo Codigo, no se comprehendem as que forem praticadas para resgate de titulos de companhias que funccionem de accordo com a lei, nem para cumprimento annual ou semestral de obrigaes pelas mesmas contrahidas.

  • 44Art. 4 Todo o logar em que permittido o accesso de qualquer pessoa, mediante

    pagamento de entrada ou sem elle, para o fim de jogo, considerado logar frequentado pela publico para o effeito da lei penal.

    Art. 5 No Districto Federal ser observado o seguinte:

    1 O processo e julgamento dos crimes comprehendidos no livro II, tit. VI, cap. II, seces I e III, tit. XII, caps. II e IV, do Codigo Penal, exceptuados os de competencia da Justia Federal e das Juntas Correccionaes, pertencem em primeira instancia Camara Criminal do Tribunal Civil e Criminal.

    a) O julgamento em Camara Criminal ser feito em uma s sesso, independente de leitura dos autos pelo secretario do Tribunal.

    b) Quando, nos termos do art. 5, 3, n. IV do decreto n. 2579 de 16 de agosto de 1897, o pretor coadjuvar os juizes do Tribunal Civil e Criminal ou o juiz dos Feitos da Fazenda Municipal no preparo dos processos crimes, servir com elle o seu escrivo.

    2 As justificativas dos arts. 32 a 35 do Codigo Penal sero apreciadas pelo juiz da pronuncia com recurso necessario, no caso de ser qualquer dellas julgada provada.

    3 As multas impostas aos jurados e vogaes sero cobradas executivamente pelos autoridades que as impuzerem.

    4 A fiana no precisa, porque nelles os ros livram-se soltos, nos crimes a que no imposta pena maior que a de multa at 100$ e priso cellular at tres mezes, salvo si os ros forem vagabundos ou sem domicilio.

    5 A fiana ser prestada por meio de deposito em dinheiro, metaes ou pedras preciosas, em apolices ou titulos da divida nacional, ou da Municipalidade ou hypotheca de immoveis livres de preferencia, derogado o art. 14, 3, da lei n. 2033, de 20 de setembro de 1871.

    a) O valor da