projeto de coleta seletiva
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Projeto de Coleta SeletivaTRANSCRIPT
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iii
APRESENTAÇÃO
A implantação do sistema de coleta seletiva em Chapadão do Sul é
uma ação essencial para se atingir a meta de redução, reutilização e reciclagem
dos resíduos sólidos recicláveis e orgânicos, representando um fator estratégico
para a consolidação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010).
Com a diminuição dos resíduos dispostos em aterros sanitários ou em locais
inadequados, o município reduz os possíveis impactos ambientais relacionados e
também o custo operacional do sistema, garantindo ainda um aumento na vida útil
do seu aterro sanitário, bem como a criação de um mercado da reciclagem com a
geração de oportunidades de trabalho e renda.
Neste sentido, este Projeto apresenta a caracterização do
gerenciamento dos resíduos sólidos no município, servindo de base para o
planejamento do sistema de coleta seletiva, propondo as ações estruturais,
operacionais e logísticas, administrativa e institucional, de orientação, divulgação e
sensibilização, acompanhamento e controle, embasados em escolhas mais
vantajosas economicamente para o município de Chapadão do Sul/MS.
Ademais, exibe as receitas possíveis oriundas do comércio de recicláveis,
o planejamento das ações, metas e investimentos e, assim, correlacionando-os
apresenta um estudo de viabilidade econômica do Projeto de Coleta Seletiva para
um horizonte temporal de 20 anos.
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v
SUMÁRIO
Projeto de Coleta Seletiva (PCS)
LISTA DE SIGLAS ............................................................................................................................... IX
LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................................ XI
LISTA DE QUADROS ........................................................................................................................ XIII
LISTA DE GRÁFICOS ........................................................................................................................XV
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 17
2 HORIZONTE DE PLANEJAMENTO ............................................................................................. 19
3 CARACTERIZAÇÃO GERAL DE CHAPADÃO DO SUL/ MS ....................................................... 21
3.1 DADOS POPULACIONAIS.................................................................................................. 22
4 CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS .................... 25
4.1 ACONDICIONAMENTO..................................................................................................... 25
4.2 COLETA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DOMICILIARES (RSD), COMERCIAIS (RCC) E DE
PRESTADORES DE SERVIÇO ............................................................................................... 26
4.3 UNIDADE DE TRIAGEM DE RESÍDUOS SÓLIDOS ................................................................. 27
4.4 DESTINAÇÃO FINAL .......................................................................................................... 28
4.4.1 Lixão .................................................................................................................................... 28
4.4.2 Local de disposição final de resíduos da construção civil (RCC), de podas e
de varrição ........................................................................................................................ 29
4.4.3 Aterro Sanitário ................................................................................................................ 30
4.4.4 Síntese da Gestão e Gerenciamento dos Resíduos Sólidos em Chapadão do
Sul ........................................................................................................................................ 31
5 ESTIMATIVA DA GERAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS EM CHAPADÃO DO SUL/ MS ............. 33
6 CONCEPÇÃO DO PROJETO DE COLETA SELETIVA ................................................................. 37
6.1 AÇÕES ESTRUTURAIS ......................................................................................................... 39
6.1.1 Instalação de coletores públicos para coleta seletiva ........................................... 40
6.1.2 Distribuição de recipientes para acondicionamento .............................................. 43
6.1.3 Instalação de Locais de Entrega Voluntários (LEV’s)................................................ 47
6.1.4 Instalação de Locais de Entrega de Pilhas, Baterias e Óleo de Cozinha (LEV’s
Especiais) ........................................................................................................................... 54
6.1.5 Instalação de Ecopontos ............................................................................................... 55
6.1.6 Aquisição de Veículos para a coleta seletiva porta a porta ................................. 56
6.1.7 Instalação da Unidade de Triagem de Resíduos (UTR) ............................................ 60
6.1.8 Instalação da Unidade de Compostagem (UC) ...................................................... 61
6.2 AÇÕES OPERACIONAIS E LOGÍSTICAS ............................................................................ 62
6.2.1 Segregação dos resíduos gerados............................................................................... 63
6.2.2 Definição da Frequência e Setores da Coleta Seletiva porta a porta ................ 64
vi Projeto de Coleta Seletiva
Chapadão do Sul/MS
Deméter Engenharia Ltda. - Versão 01 – Setembro de 2012
6.2.3 Destinação dos materiais separados .......................................................................... 66
6.2.3.1 Destinação dos resíduos recicláveis ............................................................ 67
6.2.3.2 Destinação dos resíduos sólidos compostáveis .......................................... 69
6.2.3.3 Logística Reversa .......................................................................................... 70
6.3 AÇÕES ADMINISTRATIVAS E INSTITUCIONAIS .................................................................. 74
6.3.1 Criação de uma equipe de coordenação do projeto ........................................... 75
6.3.2 Fomentar a Criação de Cooperativas ........................................................................ 75
6.3.3 Forma de prestação do serviço.................................................................................... 77
6.4 AÇÕES DE ORIENTAÇÃO, DIVULGAÇÃO E SENSIBILIZAÇÃO .......................................... 78
6.4.1 Criação da semana da reciclagem ............................................................................ 79
6.4.2 Gincana escolar de coleta seletiva (Reciclar) .......................................................... 79
6.4.3 Material de divulgação .................................................................................................. 80
6.4.3.1 Logomarca e mascote da Coleta Seletiva ................................................ 80
6.4.3.2 Adesivos informativos ................................................................................... 81
6.4.3.3 Selo de participação na coleta seletiva ..................................................... 83
6.4.3.4 Website da Coleta Seletiva .......................................................................... 85
6.4.3.5 Rádio .............................................................................................................. 85
6.4.3.6 Outros meios de divulgação ........................................................................ 85
6.4.4 Criar e Implantar Placar da Coleta Seletiva .............................................................. 87
6.4.5 Realizar a capacitação e atualização periódica dos funcionários envolvidos
com manejo de resíduos sólidos ................................................................................... 89
6.5 AÇÕES DE ACOMPANHAMENTO E CONTROLE ............................................................... 89
6.5.1 Definição dos Indicadores ............................................................................................. 89
6.5.2 Indicadores de avaliação dos resultados e dos impactos da coleta seletiva ... 90
6.5.3 Planilhas de Controle, Monitoramento e Avaliação ................................................ 91
7 AÇÕES REALIZADAS ................................................................................................................ 95
7.1 MASCOTE E LOGOMARCA ............................................................................................... 95
7.2 FOLDER INFORMATIVO ..................................................................................................... 96
7.3 CAMISETAS ....................................................................................................................... 97
7.4 OUTDOOR E BANNERS ...................................................................................................... 97
8 RECEITA ESTIMADA DO COMÉRCIO DE RECICLÁVEIS E ORGÂNICOS .................................. 99
9 APLANO DE AÇÕES, METAS E INVESTIMENTOS DO PROJETO DE COLETA SELETIVA .............101
10 ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÔMICA .................................................................................103
11 FONTES DE RECURSOS E FINANCIAMENTOS ..........................................................................107
12 RECOMENDAÇÕES GERAIS ...................................................................................................109
13 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................................111
14 IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA CONTRATADA E EQUIPE TÉCNICA RESPONSÁVEL ................113
14.1 EQUIPE TÉCNICA ............................................................................................................. 115
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vii
14.2 APOIO TÉCNICO ............................................................................................................. 115
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .....................................................................................................117
ANEXOS .........................................................................................................................................119
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LISTA DE SIGLAS
ALL América Latina Logística
ANP Agência Nacional de Petróleo
BID Banco Interamericano de Desenvolvimento
BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social
CREA Conselho Regional de Engenharia e Agronomia
EPI’s Equipamentos de Proteção Individual
FNDD Fundo Nacional de Direitos Difusos
FNMA Fundo Nacional do Meio Ambiente
FUNASA Fundação Nacional de Saúde
IBAM Instituto Brasileiro de Administração Municipal
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IMASUL Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul
inpEV Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias
LEV Locais de Entrega Voluntária
MS Mato Grosso do Sul
PEV Ponto de Entrega Voluntária
RCD Resíduos da Construção Civil e Demolição
RSD Resíduos Sólidos Domiciliares
RV Resíduos Volumosos
SEDEMA Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente
UC Usina de Compostagem
UTR Unidade de Triagem de Resíduos
CEASAS Centrais de Abastecimento
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Localização do município de Chapadão do Sul em relação ao Estado de Mato
Grosso do Sul e ao Brasil .................................................................................................. 21
Figura 2 – Porcentagem da população rural e urbana de Chapadão do Sul/MS .................... 24
Figura 3 – Formas de acondicionamento temporário dos resíduos sólidos domiciliares,
comerciais e de prestadores de serviço. (A) lixeira; (B) bombona; e (C)
resíduos dispostos no solo. ............................................................................................... 25
Figura 4 – Execução do serviço de coleta dos resíduos sólidos na cidade Chapadão do
Sul/MS .................................................................................................................................. 26
Figura 5 – Galpão da Unidade de Triagem de Resíduos, em destaque a esteira utilizada
para segregação dos materiais recicláveis ................................................................ 27
Figura 6 – Galpão da futura Unidade de Triagem de Resíduos em construção de
Chapadão do Sul ............................................................................................................. 28
Figura 7 – Trator realizando a disposição dos rejeitos após a triagem, em uma área do
“lixão”. ................................................................................................................................. 29
Figura 8 – Local de disposição final de resíduos da construção civil, podas e de varrição ..... 30
Figura 9 – Aterro Sanitário em construção ........................................................................................... 30
Figura 10 – Síntese da situação da gestão e gerenciamento de resíduos sólidos em
Chapadão do Sul/MS ...................................................................................................... 31
Figura 11 – Porcentagem de materiais recicláveis, compostáveis e rejeitos ............................... 35
Figura 12 – Concepção do Projeto de Coleta Seletiva de Chapadão do Sul/MS ..................... 37
Figura 13 – Ações estruturais propostas para a coleta seletiva de Chapadão do Sul .............. 39
Figura 14 – Exemplos de coletores utilizados na coleta seletiva ..................................................... 40
Figura 15 – Recomendação do que deve conter na identificação dos coletores seletivos
públicos ............................................................................................................................... 41
Figura 16 – Sugestão da distribuição espacial dos coletores seletivos em Chapadão do Sul . 42
Figura 17- Exemplos de recipientes para acondicionamento dos resíduos secos
(recicláveis). ....................................................................................................................... 43
Figura 18 – Exemplo de Locais de Entrega Voluntária de Recicláveis (LEV’s) ............................. 48
Figura 19 – Distribuição dos Locais de Entrega Voluntária de Recicláveis na área urbana
com base na densidade demográfica do município .............................................. 51
Figura 20 – Possíveis locais de implantação dos LEV’s de recicláveis na cidade de
Chapadão do Sul ............................................................................................................. 53
Figura 21 – Exemplo de recipientes para o armazenamento de lâmpadas, pilhas/baterias e
óleo de cozinha ................................................................................................................ 54
Figura 22 – Layout sugerido para a implantação do Ponto de Entrega Voluntária (PEV) ou
Ecoponto no município de Chapadão do Sul/MS. ................................................... 55
xii Projeto de Coleta Seletiva
Chapadão do Sul/MS
Deméter Engenharia Ltda. - Versão 01 – Setembro de 2012
Figura 23 - Exemplos dos veículos para cada categoria (1)............................................................ 56
Figura 24 – Exemplos dos veículos para cada categoria (2) ........................................................... 57
Figura 25 – Ações operacionais e logísticas propostas para a coleta seletiva em
Chapadão do Sul ............................................................................................................. 62
Figura 26 – Formas de separação dos resíduos sólidos ..................................................................... 63
Figura 27 – Sugestão dos setores da coleta seletiva porta a porta em Chapadão do Sul ...... 65
Figura 28 – Fluxo ideal do encaminhamento dos resíduos sólidos gerados ................................. 66
Figura 29 – Produtos com logística reversa obrigatória .................................................................... 70
Figura 30 – Central de recebimento de embalagens vazias de agrotóxicos gerida pela
ARDAC em Chapadão do Sul/MS ................................................................................ 71
Figura 31 – Ações administrativas e institucionais propostas para a coleta seletiva em
Chapadão do Sul ............................................................................................................. 74
Figura 32 – Organograma proposto para equipe da Coleta Seletiva .......................................... 75
Figura 33 – Competência e tipos de prestação de serviços públicos admitidos pela
Constituição Federal ........................................................................................................ 78
Figura 34 – Faixa do projeto “Reciclar” fixada em uma escola. Podem-se observar os
desenhos e frases vencedoras ....................................................................................... 80
Figura 35 – Exemplos de mascotes utilizados em projetos de coleta seletiva ............................. 80
Figura 36 – Modelo de adesivo em tamanho A4 para entrega nas residências,
estabelecimentos comerciais e prestadores de serviço .......................................... 82
Figura 37 – Exemplos de selos da coleta seletiva ............................................................................... 84
Figura 38 – Modelo sugerido para o placar da coleta seletiva em Chapadão do Sul/MS ...... 88
Figura 39 – Indicadores de controle para o projeto de coleta seletiva em Chapadão do
Sul/MS .................................................................................................................................. 90
Figura 40 – Indicadores de avaliação propostos para Chapadão do Sul/ MS ........................... 91
Figura 41 – Mascote adotado para o Projeto de Coleta Seletiva em Chapadão do Sul/MS . 95
Figura 42 – Versão preliminar do folder com foco na sustentabilidade, inovação e na
coleta seletiva. .................................................................................................................. 96
Figura 43 – Modelo de camisetas para a divulgação do Projeto de Coleta Seletiva ............... 97
Figura 44 – Legenda do Plano de ações, Metas e Investimentos ................................................ 101
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xiii
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Condições de trafegabilidade das rodovias de acesso ao município de
Chapadão do Sul ............................................................................................................. 22
Quadro 2 – Principais produtos recicláveis ou não recicláveis por material ................................ 64
Quadro 3 – Principais empresas recebedoras de materiais recicláveis no Estado de Mato
Grosso do Sul ...................................................................................................................... 67
Quadro 4 – Unidades da Organoeste em Mato Grosso do Sul ....................................................... 69
Quadro 5 – Coletores de óleo lubrificante autorizados pela ANP.................................................. 73
Quadro 6 – Descrição dos principais aspectos relacionados às cooperativas ........................... 76
Quadro 7 – Materiais de divulgação e valores unitários .................................................................. 86
Quadro 8 – Exemplo de Planilha de controle, monitoramento e avaliação da coleta
seletiva. ............................................................................................................................... 92
Quadro 9 – Plano de ações, metas e investimento do Projeto de Coleta Seletiva em
Chapadão do Sul/MS .................................................................................................... 102
Quadro 10 – Possíveis fontes de recursos financeiros ...................................................................... 107
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xv
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Evolução da população total do município de Chapadão do Sul entre 1991 e
2012 ...................................................................................................................................... 23
Gráfico 2 – Evolução da população total no município de Chapadão do Sul/MS em
porcentagem. ................................................................................................................... 23
Gráfico 3 - Estimativa da geração futura de resíduos com base no crescimento
populacional e geração per capita constante......................................................... 33
Gráfico 4 – Composição gravimétrica dos resíduos sólidos (peso) de Chapadão do Sul. ....... 34
Gráfico 5 – Estimativa do número de domicílios e residências a serem atendidos pelo
Projeto de Coleta Seletiva e da população total do município. ........................... 45
Gráfico 6 – Comparação entre os custos totais na distribuição de sacos plásticos e cestos
de lixo .................................................................................................................................. 47
Gráfico 7 – Percentual máximo de recolhimento dos resíduos sólidos recicláveis nos LEV’s
de acordo com a frequência de coleta. .................................................................... 50
Gráfico 8 – Quantidade estimada de veículos necessários para a coleta setorizada porta
a porta na cidade de Chapadão do Sul .................................................................... 57
Gráfico 9 – Comparativo dos custos estimados totais para implantação e operação da
coleta seletiva porta a porta considerando a utilização dos diferentes
veículos. .............................................................................................................................. 60
Gráfico 10 – Evolução da estimativa de receita oriunda da comercialização dos produtos
recicláveis e orgânicos .................................................................................................. 100
Gráfico 11 – Percentual da receita total gerada durante os 20 anos por categoria de
produto ............................................................................................................................. 100
Gráfico 12 – Comparação das receitas e despesas totais provenientes do sistema de
coleta seletiva em Chapadão do Sul ........................................................................ 103
Gráfico 13 – Saldo acumulado do sistema de coleta seletiva em Chapadão do Sul
durante 20 anos .............................................................................................................. 105
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17
1 INTRODUÇÃO
O serviço de limpeza urbana tem caráter fundamental para a saúde e
bem estar da população. Diante de um serviço deficiente ou precário pode ser
verificada a existência de lixo pelas ruas, em terrenos baldios e margens de rios,
propiciando com isso a proliferação de vetores de doenças, a contaminação do
solo e água, possíveis entupimentos de galerias de águas pluviais e
consequentemente contribuindo para a ocorrência de enchentes, dentre outros.
Diante do cenário supracitado têm-se gastos elevados para a
remediação dos problemas ocasionados, acarretando em uma gestão de resíduos
ainda mais onerosa. A limpeza urbana é um dos serviços mais dispendiosos do
município em virtude da quantidade de mão de obra que é empregada e dos
gastos de aquisição, manutenção e operação das frotas de veículos e
equipamentos.
Neste sentido, a solução deste serviço deve ser compartilhada pelos
administradores municipais, priorizando investimentos preventivos, ações e
orientações para que os cidadãos, através da conscientização, participem de
forma conjunta neste trabalho de limpeza e manutenção da qualidade de vida da
cidade.
A coleta seletiva dos resíduos sólidos, como instrumento do sistema de
limpeza urbana, é primordial para que os municípios, além de se adequarem as
exigências da Lei Federal nº 12.305/2010 (Política Nacional de Resíduos Sólidos),
reduzam custos de disposição final, gerem renda para trabalhadores, inclusão
social, bem estar da população e contribuam com um meio ambiente equilibrado
e saudável.
Ademais, a coleta seletiva objetiva recolher os resíduos sólidos
domiciliares, comerciais e de serviços públicos de maneira previamente segregada
em recicláveis e orgânicos na fonte geradora. Entretanto, há a necessidade de
infraestruturas específicas como uma unidade de triagem de resíduos para a
separação dos recicláveis por tipo e separação dos rejeitos.
Deste modo é fundamental uma boa estruturação das fases de
planejamento, implantação e manutenção, buscando identificar as melhores
tecnologias acessíveis, os meios de informação e educação a sociedade e o
desenvolvimento do mercado de recicláveis.
18 Projeto de Coleta Seletiva
Chapadão do Sul/MS
Deméter Engenharia Ltda. - Versão 01 – Setembro de 2012
Este Projeto de Coleta Seletiva (PCS), se efetivamente implantado e
aderido pela sociedade, consagra-se como um importante instrumento para o
aproveitamento de materiais recicláveis e de matéria orgânica, aliado a
adequação do município as exigências legais e benefícios ambientais associados.
Neste sentido, são elencados a seguir os principais aspectos positivos associados
diretamente à coleta seletiva:
Proporciona boa qualidade dos materiais recuperados, pois não
há a contaminação proveniente de outros materiais,
principalmente da parcela orgânica;
Estimula a cidadania, uma vez que a participação popular,
essencial para a consolidação da coleta seletiva, reforça o espírito
comunitário;
Reduz a quantidade de rejeito a ser disposto, assim aumentando a
vida útil do local de disposição final de resíduos sólidos (aterro
sanitário);
Gera empregos direta e indiretamente;
Incentiva o beneficiamento e a reciclagem e;
Reduz os impactos ambientais oriundos da demanda por matéria
prima, energia e água.
Diante das vantagens e benefícios atribuídos à coleta seletiva, a
Prefeitura Municipal de Chapadão do Sul optou por elaborar e implantar tal
instrumento de gestão em conjunto com as demais ações ambientais que vem
sendo realizadas (elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico, do Plano
de Gestão Integrado de Resíduos Sólidos, do Plano Diretor e execução de ações de
educação ambiental), que, complementares entre si, contribuem para melhor
qualidade de vida da população chapadense e preservação ambiental do
município.
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2 HORIZONTE DE PLANEJAMENTO
A implantação deste Projeto de Coleta Seletiva demandará ações,
principalmente estruturais, que se estenderão durante vários anos, sendo definido o
horizonte temporal de 20 (vinte) anos e recomendadas revisões a cada 4 (quatro)
anos. Estas são de extrema importância para avaliar o sistema implantado, bem
como realizar correções de projeção devido a fatores imponderáveis no presente
momento.
A fixação do horizonte temporal e da periodicidade de revisão deste PCS
é fundamental para o planejamento envolvido na construção deste instrumento de
gestão, possibilitando o escalonamento das ações e da utilização de recursos
financeiros, garantindo que o sistema será monitorado no mínimo a cada 4 anos e
que os investimentos resultarão nos benefícios esperados, além de estar em
consonância com o Politica Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e com a Política
Nacional de Saneamento Básico (PNSB).
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3 CARACTERIZAÇÃO GERAL DE CHAPADÃO DO SUL/ MS
O município de Chapadão do Sul possui uma área territorial de 3.851,004
km², segundo dados do IBGE (2010), está localizado na mesorregião leste do Estado
do Mato Grosso do Sul e microrregião de Cassilândia, distante aproximadamente
330 quilômetros da capital sul-matogrossense, Campo Grande.
Faz limite com os municípios de Água Clara/MS, Costa Rica/MS,
Cassilândia/MS e com o Estado de Goiás, mais precisamente o município de
Chapadão do Céu. Visando ilustrar a localização do município em epígrafe em
relação ao Brasil e ao Estado foi confeccionada a Figura 1.
Figura 1 – Localização do município de Chapadão do Sul em relação ao Estado de
Mato Grosso do Sul e ao Brasil Fonte: Deméter Engenharia Ltda., 2012 a partir dos dados do IBGE (2008).
A principal forma de acesso ao município e a sua sede é através da
malha rodoviária, destacando a rodovia federal BR 060 que liga a capital sul-
matogrossense com Brasília/DF e a rodovia estadual MS 306, que liga o município a
Cuiabá/MT. Segundo informações do Departamento Nacional de Infraestrutura de
22 Projeto de Coleta Seletiva
Chapadão do Sul/MS
Deméter Engenharia Ltda. - Versão 01 – Setembro de 2012
Transportes (DNIT), atualizadas em 20/06/2012, a BR 060 apresenta pista e sinalização
horizontal e vertical em boas condições, porém não possui acostamento e há
registros da ocorrência de animais silvestres na pista. De acordo com o Relatório
Pesquisa Confederação Nacional de Transporte (CNT) de Rodovias 2011 o trecho
de Campo Grande ao distrito São Pedro, coincidente com a BR 163, apresenta
boas condições e o trecho São Pedro a Chapadão do Sul apresenta condições
ruins.
A estrada estadual MS 306 que liga Costa Rica/MS a Chapadão do
Sul/MS apresenta condições razoáveis de trafegabilidade, sendo o trecho próximo
a Chapadão do Sul o que apresenta piores condições. Segundo Relatório Pesquisa
CNT de Rodovias 2011 o trecho da MS 306 que liga Chapadão do Sul a Cassilândia
apresenta condições péssimas de rodagem.
O Quadro 1 apresenta a classificação por rodovia pesquisada no
Relatório Pesquisa CNT de Rodovias 2011.
Quadro 1 – Condições de trafegabilidade das rodovias de acesso ao município de
Chapadão do Sul
Rodovia
Extensão
Pesquisada
(km)
Geral Pavimento Sinalização Geometria
MS-306 103 Péssimo Ruim Péssimo Péssimo
BR 060 677 Regular Regular Regular Péssimo
Fonte: Pesquisa CNT de rodovias 2011.
No que concerne à malha ferroviária, Chapadão do Sul está no trecho
da ALL – América Latina Logística Malha Norte que liga o município ao Porto de
Santos (SP), principal porto do Brasil, sendo um importante meio de transporte para
os produtos agrícolas da região.
3.1 DADOS POPULACIONAIS
O município de Chapadão do Sul/MS registra, desde sua criação em
1987, um aumento expressivo em sua população atingindo em 2012 à estimativa de
20.482 pessoas. Segundo dados do Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), em 1991 havia no município 5.383 habitantes e 19.648 para o ano
de 2010, fato este evidenciado no Gráfico 1, onde se pode visualizar a evolução da
população total de 1991 a 2012.
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Gráfico 1 – Evolução da população total do município de Chapadão do Sul entre
1991 e 2012 Fonte: Elaborado a partir dos dados do IBGE disponíveis no Banco de Dados do Estado do
Mato Grosso do Sul
Nota: * Censo Demográfico; ** Contagem população do IBGE
Analisando o Gráfico 1 fica evidente o aumento da população total no
município, sendo que ocorreu um incremento de 125,5% de 1991 a 2000 e de 61,8%
de 2000 a 2010. Considerando o período compreendido entre 1991 a 2010 o
aumento populacional foi ainda mais significativo atingindo 265,0%, ou seja, 14.265
habitantes (Gráfico 2).
Gráfico 2 – Evolução da população total no município de Chapadão do Sul/MS em
porcentagem. Fonte: Elaborado a partir de dados dos Censos do IBGE (1991, 2000 e 2010).
5383
5.716
5.779
5.839
6.446
8489
9.007
9.444
9.881
12.140
12.402
12.923
13.510
14.743
15.425
16.102
16193
16.781
17.293
19648
20.261
20.482
1991*
1992
1993
1994
1995
1996**
1997
1998
1999
2000*
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007**
2008
2009
2010*
2011
2012
An
o
População Total (hab.)
125,5%
61,8%
24 Projeto de Coleta Seletiva
Chapadão do Sul/MS
Deméter Engenharia Ltda. - Versão 01 – Setembro de 2012
O incremento populacional
supracitado refletiu efetivamente na
população urbana do município que
em 1991 era de 2.328 habitantes (43,25
% da população total) e aumentou
para 16.777 habitantes (85,39% da
população total) no ano de 2010.
Enquanto que o número de habitantes
em área rural sofreu uma pequena
diminuição, em 1991 era 3.055 e em
2010 de 2.871, porém, se considerado
o seu porcentual em relação à
população total houve uma grande
redução, em 1991 era de 56,75% e em 2010 atingiu apenas 14,61% (Figura 2).
.
1991 2000 2010
56,75%
24,34% 14,61%
43,25%
75,66% 85,39%
População Rural População Urbana
Figura 2 – Porcentagem da população rural
e urbana de Chapadão do Sul/MS Fonte: Elaborado a partir de dados dos Censos
do IBGE (1991, 2000 e 2010).
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25
4 CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS
SÓLIDOS
Este capítulo visa apresentar sinteticamente o atual sistema de
gerenciamento dos resíduos sólidos no município de Chapadão do Sul, de forma a
embasar o planejamento e a concepção do Projeto de Coleta Seletiva.
Os Resíduos Sólidos Domiciliares (RSD) são aqueles provenientes de
atividades domésticas em residências, os quais apresentam características
semelhantes aos estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços, com
variações qualitativas e quantitativas em suas caracterizações, porém, compatíveis
entre si conforme as normas e legislações vigentes.
4.1 ACONDICIONAMENTO
A principal forma de acondicionamento temporário dos resíduos sólidos
domiciliares, comerciais e dos prestadores de serviços na cidade de Chapadão do
Sul é através de sacos plásticos disposto em lixeiras (Figura 3 - A). Entretanto, em
algumas localidades estes são embalados em sacos plástico e armazenados em
bombonas (Figura 3 - B) ou pendurados na grade da residência, ou ainda, dispostos
diretamente sobre o solo (Figura 3-C). Destaca-se que devido ao grande volume
gerado nos estabelecimentos comerciais e de prestação de serviço há um
predomínio na utilização de bombonas por parte destes geradores.
Figura 3 – Formas de acondicionamento temporário dos resíduos sólidos
domiciliares, comerciais e de prestadores de serviço. (A) lixeira; (B) bombona; e (C)
resíduos dispostos no solo. Fonte: Deméter Engenharia Ltda., 04/06/ 2012.
A B C
26 Projeto de Coleta Seletiva
Chapadão do Sul/MS
Deméter Engenharia Ltda. - Versão 01 – Setembro de 2012
A falta de padronização dos coletores utilizados interfere negativamente
na eficiência de coleta dos funcionários devido, principalmente, ao excesso de
peso e dificuldade de manuseio de alguns recipientes. Ademais, a disposição de
sacos diretamente sobre o solo, acarreta na facilidade de acesso por animais e
consequentemente na dispersão dos resíduos, assim causando degradação
paisagística, probabilidade de contaminação e dificuldade na coleta.
4.2 COLETA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DOMICILIARES (RSD), COMERCIAIS (RCC)
E DE PRESTADORES DE SERVIÇO
O serviço de coleta dos resíduos domiciliares, comerciais e de
prestadores de serviço (Figura 4) é realizado de segunda a sábado entre as 03:00 e
12:00 horas em setores de definidos, ou seja, cada caminhão atende uma área. No
período vespertino um dos caminhões realiza a coleta dos resíduos gerados nos
supermercados, escolas e nas fazendas próximas a sede municipal.
Os trabalhadores da coleta são funcionários da Prefeitura Municipal,
sendo designados nove trabalhadores distribuídos em três equipes (1 motorista e 2
coletores). Cada equipe é auxiliada por um caminhão compactador, sendo um da
Prefeitura com capacidade de 6 m³ e outros dois locados com 8 m³ de
capacidade.
Figura 4 – Execução do serviço de coleta dos resíduos sólidos na cidade Chapadão
do Sul/MS Fonte: Deméter Engenharia Ltda., 2012.
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27
Foi constatado que apesar dos supermercados receberem uma coleta
diferenciada existe uma grande quantidade de resíduos recicláveis contaminados
com resíduos orgânicos acarretando na perda da qualidade do material para a
triagem, reutilização e reciclagem. Neste sentido, é essencial a segregação nos
pontos geradores e a respectiva coleta seletiva dos resíduos.
4.3 UNIDADE DE TRIAGEM DE RESÍDUOS SÓLIDOS
A Unidade de Triagem de Resíduos Sólidos (UTR) está instalada em uma
área contigua ao “lixão” (Figura 5), onde trabalham 25 (vinte e cinco) funcionários
sendo 14 (quatorze) mulheres e 11(onze) homens, com idade média entre 55
(cinquenta e cinco) e 60 (sessenta) anos, que realizam suas atividades de segunda
à sábado, com jornada diária de 8 horas (7 às 11 e das 13 às 17 horas). Os
trabalhadores são funcionários da Prefeitura e ingressaram no ofício por meio de
concurso e em sua maioria estão trabalhando, em média de 10 a 11 anos nesta
unidade.
Figura 5 – Galpão da Unidade de Triagem de Resíduos, em destaque a esteira
utilizada para segregação dos materiais recicláveis Fonte: Deméter Engenharia Ltda., 2012.
28 Projeto de Coleta Seletiva
Chapadão do Sul/MS
Deméter Engenharia Ltda. - Versão 01 – Setembro de 2012
Os materiais são separados em 28 (vinte e oito) tipos, enfardados ou
armazenados em big bags e comercializados por meio de leilões que acontecem
de três em três meses. Os rejeitos são destinados ao lixão, conforme descrição no
4.4.1.
A UTR apresenta espaço físico já insuficiente para a demanda de resíduos
a serem coletados. Portanto, está em fase de construção uma nova unidade
(Figura 6) na área do futuro aterro sanitário, assim, reduzindo os custos com o
manejo dos resíduos (principalmente relacionados à logística).
Figura 6 – Galpão da futura Unidade de Triagem de Resíduos em construção de
Chapadão do Sul Fonte: Deméter Engenharia Ltda., 2012.
4.4 DESTINAÇÃO FINAL
Os tópicos seguintes contemplam uma breve descrição dos atuais locais
de disposição final dos resíduos sólidos coletados no município de Chapadão do
Sul, bem como o Aterro Sanitário em construção.
4.4.1 Lixão
Os rejeitos sólidos da cidade de Chapadão do Sul são dispostos em área
contígua a UTR, sendo esta classificada como “Lixão” (Figura 7). Destaca-se que
está sendo executado um Plano de Recuperação de Áreas Degradadas por
Resíduos Sólidos (PRAD-RS), sendo possível observar o recobrimento por terra da
massa de resíduos e uma cortina arbórea formada por eucaliptos.
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O lixão está com sua capacidade esgotada, sendo diariamente
despejadas de 22 a 25 toneladas de resíduos. Pelo fato do aterro sanitário ainda
não estar em operação, foi aberta recentemente uma vala que tem capacidade
para receber os resíduos coletados no município por um ano.
Figura 7 – Trator realizando a disposição dos rejeitos após a triagem, em uma área
do “lixão”. Fonte: Deméter Engenharia Ltda., 03/06/2012.
4.4.2 Local de disposição final de resíduos da construção civil (RCC), de
podas e de varrição
A disposição final dos resíduos da construção civil, podas e de varrição é
realizada em uma erosão (Figura 8). Observa-se também o descarte de resíduos
domiciliares (recicláveis, orgânicos e rejeitos) no local.
30 Projeto de Coleta Seletiva
Chapadão do Sul/MS
Deméter Engenharia Ltda. - Versão 01 – Setembro de 2012
Figura 8 – Local de disposição final de resíduos da construção civil, podas e de
varrição Fonte: Deméter Engenharia Ltda., 2012.
4.4.3 Aterro Sanitário
Está em fase de
construção o aterro sanitário
do município (Figura 9), que
deverá receber todos os
rejeitos gerados e ainda
acolherá a estrutura da nova
Unidade de Triagem de
Resíduos (Figura 6).
O
empreendimento possui a
licença ambiental prévia e de
instalação (LP E LI),
aguardando a finalização das obras para o requerimento da Licença de Operação
(LO) junto ao Instituto de Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul (IMASUL).
Figura 9 – Aterro Sanitário em construção Fonte: Deméter Engenharia Ltda., 2012.
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31
4.4.4 Síntese da Gestão e Gerenciamento dos Resíduos Sólidos em
Chapadão do Sul
A Figura 10 visa apresentar os principais aspectos positivos (+) e negativos
(-) referentes ao sistema de gestão e gerenciamento dos resíduos sólidos
domiciliares, comerciais e de prestadores de serviço.
Figura 10 – Síntese da situação da gestão e gerenciamento de resíduos sólidos em
Chapadão do Sul/MS Fonte: Deméter Engenharia Ltda., 2012.
Aterro sanitário em construção e
licenciado
Plano de Recuperação de Área
Degradada por Disposição final
de Resíduos Sólidos (PRAD-RS)
para o Lixão em execução
Existência de uma UTR e a
construção de outra unidade em
condições mais adequadas.
Coletores de pilhas e baterias
Destinação para os pneus
Ausência de padronização das
lixeiras
Ausência de coleta seletiva
Descarte dos rejeitos em lixão
Despejo de efluentes de fossas na
área do lixão
Caminhões de coleta locados
Idade elevada dos trabalhadores
da coleta e da triagem
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33
5 ESTIMATIVA DA GERAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS EM CHAPADÃO DO
SUL/ MS
As características dos resíduos sólidos podem variar em função de
aspectos sociais, econômicos, culturais, geográficos e climáticos, sendo estes
fatores os que diferenciam as cidades em si. Neste sentido, objetivando a precisão
quanto às características de geração, composição gravimétrica e peso específico
utilizaram-se os dados do Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) de
Chapadão do Sul, em fase de elaboração.
Desta forma, a estimativa da geração de resíduos foi calculada
considerando a geração per capita constante e correlacionando com crescimento
populacional urbano (Gráfico 3). Esta informação é imprescindível para a definição
das estratégias e dimensionamento dos sistemas de coleta, transporte e destinação
dos resíduos recicláveis, compostáveis e rejeitos.
Gráfico 3 - Estimativa da geração futura de resíduos com base no crescimento
populacional e geração per capita constante Fonte: Plano Municipal de Saneamento Básico ( 2012)
O resultado obtido no Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB)
para o peso específico aparente é de (141,30 kg/m³), e da composição
gravimétrica é exposto no Gráfico 4.
6.5
46,9
6
6.7
71,4
0
6.9
95,8
5
7.2
20,2
9
7.4
44,7
3
7.6
69,1
8
7.8
93,6
2
8.1
18,0
6
8.3
42,5
1
8.5
66,9
5
8.7
91,3
9
9.0
15,8
4
9.2
40,2
8
9.4
64,7
2
9.6
89,1
7
9.9
13,6
1
10.1
38,0
5
10.3
62,5
0
10.5
86,9
4
10.8
11,3
8
(t/ano)
34 Projeto de Coleta Seletiva
Chapadão do Sul/MS
Deméter Engenharia Ltda. - Versão 01 – Setembro de 2012
Gráfico 4 – Composição gravimétrica dos resíduos sólidos (peso) de Chapadão do
Sul. Fonte: Deméter Engenharia Ltda., 2012.
Correlacionando a projeção de geração de resíduos sólidos com a
composição gravimétrica, estimou-se a geração diária dos resíduos por
componente (plástico, papel e papelão, embalagens multicamadas, metal, vidro,
matéria orgânica, sanitário e outros), sistematizados na Tabela 1.
Tabela 1 - Estimativa de geração de resíduos por tipo (toneladas).
Papel e Papelão 8,51%
Embalagens multicamadas
0,95%
Plástico 18,65%
Sanitários 7,97%
Metais 0,95%
Vidro 4,59%
Matéria Orgânica 55,54%
Outros 2,84%
Papel/
papelãoPlástico Sanitários Metal Vidro
Matéria
Orgânica
Embalagens
multicamadasOutros
Quantidade
estimada
(t/dia) (t/dia) (t/dia) (t/dia) (t/dia) (t/dia) (t/dia) (t/dia) (kg/dia)
2013 1,53 3,34 1,43 0,17 0,82 9,96 0,17 0,51 17,94
2014 1,58 3,46 1,48 0,18 0,85 10,30 0,18 0,53 18,55
2015 1,63 3,57 1,53 0,18 0,88 10,65 0,18 0,54 19,17
2016 1,68 3,69 1,58 0,19 0,91 10,99 0,19 0,56 19,78
2017 1,74 3,80 1,63 0,19 0,94 11,33 0,19 0,58 20,40
2018 1,79 3,92 1,68 0,20 0,97 11,67 0,20 0,60 21,01
2019 1,84 4,03 1,72 0,20 0,99 12,01 0,20 0,61 21,63
2020 1,89 4,15 1,77 0,21 1,02 12,35 0,21 0,63 22,24
2021 1,95 4,26 1,82 0,22 1,05 12,69 0,22 0,65 22,86
2022 2,00 4,38 1,87 0,22 1,08 13,04 0,22 0,67 23,47
2023 2,05 4,49 1,92 0,23 1,11 13,38 0,23 0,68 24,09
2024 2,10 4,61 1,97 0,23 1,13 13,72 0,23 0,70 24,70
2025 2,16 4,72 2,02 0,24 1,16 14,06 0,24 0,72 25,32
2026 2,21 4,84 2,07 0,25 1,19 14,40 0,25 0,74 25,93
2027 2,26 4,95 2,12 0,25 1,22 14,74 0,25 0,75 26,55
2028 2,31 5,07 2,17 0,26 1,25 15,09 0,26 0,77 27,16
2029 2,36 5,18 2,21 0,26 1,28 15,43 0,26 0,79 27,78
2030 2,42 5,29 2,26 0,27 1,30 15,77 0,27 0,81 28,39
2031 2,47 5,41 2,31 0,27 1,33 16,11 0,27 0,82 29,01
2032 2,52 5,52 2,36 0,28 1,36 16,45 0,28 0,84 29,62
ANO
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35
Verifica-se a predominância
de resíduos de matéria orgânica, com
55,54% do peso (Figura 11), ou seja,
aproximadamente 9,96 toneladas por dia
em 2013. Ainda, a quantidade de
resíduos recicláveis, somando os vidros,
metais, plásticos, embalagens
multicamadas, papel e papelão
representam 33,65% em peso, ou seja,
aproximadamente 6 toneladas diárias em
2013. A quantificação dos resíduos
recicláveis, compostáveis e rejeitos
coletados durante o horizonte deste
projeto é apresentada na Tabela 2.
Tabela 2 – Estimativa dos resíduos sólidos recicláveis, compostáveis e de rejeitos em
Chapadão do Sul no período de 2013 a 2032
Ano Recicláveis (t) Compostáveis (t) Rejeitos (t)
2013 2.202,96 3.636,22 707,78
2014 2.278,49 3.760,87 732,04
2015 2.354,01 3.885,53 756,31
2016 2.429,53 4.010,19 780,57
2017 2.505,05 4.134,85 804,84
2018 2.580,57 4.259,50 829,10
2019 2.656,10 4.384,16 853,36
2020 2.731,62 4.508,82 877,63
2021 2.807,14 4.633,47 901,89
2022 2.882,66 4.758,13 926,16
2023 2.958,18 4.882,79 950,42
2024 3.033,71 5.007,44 974,68
2025 3.109,23 5.132,10 998,95
2026 3.184,75 5.256,76 1.023,21
2027 3.260,27 5.381,41 1.047,48
2028 3.335,80 5.506,07 1.071,74
2029 3.411,32 5.630,73 1.096,01
2030 3.486,84 5.755,39 1.120,27
2031 3.562,36 5.880,04 1.144,53
2032 3.637,88 6.004,70 1.168,80
Fonte: Deméter Engenharia Ltda., 2012.
Figura 11 – Porcentagem de materiais
recicláveis, compostáveis e rejeitos Fonte: Deméter Engenharia Ltda., 2012.
36 Projeto de Coleta Seletiva
Chapadão do Sul/MS
Deméter Engenharia Ltda. - Versão 01 – Setembro de 2012
Esta estimativa é imprescindível para fundamentar a concepção do
Projeto de Coleta Seletiva a ser adotado no município de Chapadão do Sul,
permitindo o dimensionamento e escolha das ações estruturais, logísticas e
operacionais do sistema, bem como nortear as iniciativas públicas e privadas sobre
as receitas possíveis vinculadas com o comércio dos recicláveis e compostáveis.
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37
6 CONCEPÇÃO DO PROJETO DE COLETA SELETIVA
Existem diversas modalidades de coleta seletiva, entretanto sua escolha
depende das características do município em que se deseja implementar. Neste
sentido, é proposta para o município de Chapadão do Sul a mescla de três
modalidades de coleta: a porta a porta; a ponto a ponto através de Locais de
Entrega Voluntária (LEV’s) e através de ecopontos (Figura 12). A combinação das
modalidades visa alcançar a maior eficiência e qualidade da coleta seletiva.
Figura 12 – Concepção do Projeto de Coleta Seletiva de Chapadão do Sul/MS Fonte: Deméter Engenharia Ltda., 2012.
38 Projeto de Coleta Seletiva
Chapadão do Sul/MS
Deméter Engenharia Ltda. - Versão 01 – Setembro de 2012
A coleta seletiva porta-a-porta é semelhante à coleta convencional,
entretanto em dias e/ou horários específicos. Os moradores colocam os recicláveis
em frente às residências, acondicionados em recipientes específicos.
A coleta seletiva em LEV’s que consiste na implantação de recipientes
(contêineres, big bag, lixeiras ou outra estrutura de acondicionamento) colocados
em pontos fixos no município, onde o cidadão espontaneamente realiza o descarte
dos recicláveis, pilhas e baterias, lâmpadas e óleo de cozinha.
A última metodologia é a implantação de um PEV ou Ecoponto, sendo
instalações públicas e de uso gratuito pela população, tendo como foco receber
em pequenas quantidades (no máximo 1m³), os resíduos da construção civil,
recicláveis, volumosos, pneus, entre outros resíduos que não forem coletados na
coleta convencional ou seletiva.
Ademais, serão necessárias ações estruturais complementares como
finalização da nova UTR em construção para comportar a capacidade de
operação diante do aumento da quantidade e qualidade dos resíduos a serem
triados, prensados, comercializados e a instalação de uma Unidade de
Compostagem (UC), anexa à nova UTR, objetivando o beneficiamento através do
tratamento destes resíduos.
No que concerne à forma de separação dos resíduos, sugere-se a
adoção do sistema de coleta binária, ou seja, em resíduos secos (reciclável) e
resíduos úmidos (matéria orgânica e rejeito). Destaca-se que os resíduos úmidos
deverão ser recolhidos através da coleta convencional já operante no município
Deste modo, são descritas nos subcapítulos a seguir as ações estruturais,
operacionais e logísticas, administrativas e institucionais, de orientação, divulgação
e sensibilização e as de fiscalização e controle para a implantação e
funcionamento o Projeto de Coleta Seletiva em Chapadão do Sul.
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39
6.1 AÇÕES ESTRUTURAIS
A implantação deste PCS demanda ações estruturais envolvendo
equipamentos e infraestruturas. Na Figura 13 são elencadas as ações propostas,
bem como seu objetivo.
Figura 13 – Ações estruturais propostas para a coleta seletiva de Chapadão do Sul Fonte: Deméter Engenharia Ltda., 2012.
No decorrer deste subcapítulo são detalhadas as ações supracitadas
com a justificativa, recomendações e custo estimado de implantação.
•Aumento no recolhimento dos resíduos recicláveis
•Redução de resíduos nas ruas
Instalação de coletores públicos com distinção entre recicláveis e não
recicláveis
•Aumento na eficiência do recolhimento dos resíduos sólidos recicláveis gerados Instalação de Locais de Entrega
Voluntárias
•recebimento, em pequenas quantidades (no máximo 1m³), dos resíduos da construção civil, recicláveis, volumosos, pneus, entre outros resíduos que não são coletados na coleta convencional ou seletiva
Instalação de Ecopontos
•realizar a coleta porta a porta dos resíduos sólidos
Aquisição de Veículos de Coleta
•Acondicionar de forma diferenciada os resíduos sólidos secos ou reciclavéis para a coleta seletiva Distribuição de recipientes de
acondicionamento de recicláveis
•Aumentar a capacidade de triagem
Finalização da UTR em construção
•Reduzir a quantidade de resíduos a ser disposta no aterro sanitário
•Tratar a parcela ôrganica dos resíduos coletados de forma a gerar um produto passível de utilização/comercialização
Construção de uma Unidade de Compostagem
40 Projeto de Coleta Seletiva
Chapadão do Sul/MS
Deméter Engenharia Ltda. - Versão 01 – Setembro de 2012
6.1.1 Instalação de coletores públicos para coleta seletiva
Visando maior eficiência no recolhimento dos resíduos sólidos segregados
na fonte geradora e a redução da disposição incorreta dos mesmos nas ruas,
sugere-se a implantação de coletores públicos nos passeios públicos e em frente a
locais com grande fluxo de pessoas.
Os coletores devem respeitar a forma de separação dos resíduos
definidos neste projeto, ou seja, em seco (recicláveis) e úmidos (matéria orgânica e
rejeitos), apresentar identificação clara de quais tipos de resíduos podem ser
acondicionados e seguirem uma padronização que facilite a coleta,
preferencialmente de 50 litros. Alguns exemplos de coletores são apresentados na
Figura 14.
Figura 14 – Exemplos de coletores utilizados na coleta seletiva Fonte: Fabiano Fracarolli e Prefeitura Municipal de Carazinho (2012)
A identificação de quais tipos de resíduos devem ser acondicionados é
de grande importância para que não haja equívocos no momento do descarte
pelos habitantes. Neste sentido, este elemento pode ser gravado diretamente no
coletor ou através de adesivos, sendo apresentada na Figura 15 uma
recomendação do que deve conter.
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41
Figura 15 – Recomendação do que deve conter na identificação dos coletores
seletivos públicos Fonte: Deméter Engenharia Ltda., 2012.
Baseado nestas premissas realizou-se um mapeamento das principais
localidades e passeios públicos para instalação dos coletores seletivos (Figura 16),
considerando, além do fluxo de pessoas, o tipo de ocupação das áreas (comercial
e residencial) e a prioridade de implantação.
Os custos para implantação destes dispositivos estão elencados na
Tabela 3, divididos por prioridade, sendo que o custo unitário por conjunto de
coletores seletivos (dois recipientes de tampa basculante e suporte metálico) foi de
R$ 350,00, assim totalizando um investimento total de R$ 44.450,00. Destaca-se que
não foram contabilizados os custos para instalação dos mesmos.
Tabela 3 – Custo de implantação dos coletores públicos seletivos
Prioridade Quantidade (Und.) Custo Total (R$)
Alta 82 28.700,00
Média 24 8.400,00
Baixa 21 7.350,00
Total 127 44.450,00
Fonte: Deméter Engenharia Ltda., 2012 a partir de orçamentos realizados em Setembro de
2012.
42 Projeto de Coleta Seletiva
Chapadão do Sul/MS
Deméter Engenharia Ltda. - Versão 01 – Setembro de 2012
Figura 16 – Sugestão da distribuição espacial dos coletores seletivos em Chapadão
do Sul Fonte: Deméter Engenharia Ltda., 2012.
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43
6.1.2 Distribuição de recipientes para acondicionamento
Além da necessidade da segregação correta dos resíduos sólidos
gerados é fundamental para o efetivo sucesso do Projeto de Coleta Seletiva o
acondicionamento adequado dos mesmos, identificando o tipo de resíduo (seco
ou úmido). Para tanto, a Prefeitura Municipal deve fornecer aos cidadãos
mecanismos para acondicionar os resíduos secos (recicláveis) que são o alvo da
coleta seletiva, podendo ser através de cestos de lixos ou através de sacos plásticos
(Figura 17), sendo recomendada a utilização de uma capacidade mínima de 100
litros e uma cor que a população identifique que está associada à coleta seletiva.
Figura 17- Exemplos de recipientes para acondicionamento dos resíduos secos
(recicláveis). Fonte: Prédio News e Lojas Americanas, (2012)
Neste sentido, realizou-se uma comparação entre os custos envolvidos no
fornecimento de recipiente tipo “cesto de lixo” e a entrega de sacos plásticos para
determinar a escolha economicamente mais vantajosa. Desta maneira, houve a
demanda de uma pesquisa de mercado para se estimar os valores unitários destas
mercadorias, bem como a necessidade de estimar o número de domicílios e
residências a serem contemplados com o Projeto de Coleta Seletiva (Gráfico 5).]
R. C
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39
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70 (6
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351
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om
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45
Gráfico 5 – Estimativa do número de domicílios e residências a serem atendidos pelo Projeto de Coleta Seletiva e da população
total do município. Fonte: Deméter Engenharia Ltda., 2012.
Nota: Adotou-se 2,85 habitantes por residência
7.4
51
7.7
19
7.9
87
8.2
55
8.5
24
8.7
92
9.0
60
9.3
28
9.5
97
9.8
65
10.
133
10.
401
10.
670
10.
938
11.
206
11.
474
11.
743
12.
01
1
12.
27
9
12.
54
8
6362
6591
6821
7050
7279
7508
7737
7966
8195
84
24
8653
88
82
9111
93
40
9569
97
98
1002
7
1025
6
1048
5
1071
5
-
5.000
10.000
15.000
20.000
25.000
30.000
35.000
40.000
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032
Domicílios atendidos pelo projeto (und.) Número de residências População total (hab.)
46 Projeto de Coleta Seletiva
Chapadão do Sul/MS
Deméter Engenharia Ltda. - Versão 01 – Setembro de 2012
Com posse dos dados supracitados, elaborou-se o custo estimado para a
distribuição tanto de “cesto de lixo” quanto para sacos plásticos (Tabela 4). Para
compor este cálculo foram adotadas as seguintes premissas:
Reposição de 10% dos “cestos de lixo” por ano devido a quebras,
roubos, vandalismo, etc.
Troca dos “cestos de lixo” a cada 5 anos;
Distribuição média de 4,8 sacos plásticos por residência ao mês;
Custo unitário do “cesto de lixo” de R$ 50,00;
Custo unitário do saco plástico sem personalização de R$ 0,34
(colorido).
Tabela 4 – Custos estimados para a distribuição de sacos plásticos e “cestos de lixo”
Ano Sacos Plásticos (100 litros) “Cestos de Lixo” (100 litros)
Unidades Custo Total Unidades Custo Total Anual
2013 366.452 R$ 124.593,68 6.362 R$ 318.100,00
2014 379.642 R$ 129.078,28 888 R$ 44.400,00
2015 392.890 R$ 133.582,60 912 R$ 45.600,00
2016 406.080 R$ 138.067,20 934 R$ 46.700,00
2017 419.271 R$ 142.552,14 957 R$ 47.850,00
2018 432.461 R$ 147.036,74 7.508 R$ 375.400,00
2019 445.652 R$ 151.521,68 1.003 R$ 50.150,00
2020 458.842 R$ 156.006,28 1.026 R$ 51.300,00
2021 472.032 R$ 160.490,88 1.049 R$ 52.450,00
2022 485.223 R$ 164.975,82 1.071 R$ 53.550,00
2023 498.413 R$ 169.460,42 8.653 R$ 432.650,00
2024 511.604 R$ 173.945,36 1.117 R$ 55.850,00
2025 524.794 R$ 178.429,96 1.140 R$ 57.000,00
2026 537.984 R$ 182.914,56 1.163 R$ 58.150,00
2027 551.175 R$ 187.399,50 1.186 R$ 59.300,00
2028 564.365 R$ 191.884,10 9.798 R$ 489.900,00
2029 577.556 R$ 196.369,04 1.232 R$ 61.600,00
2030 590.746 R$ 200.853,64 1.255 R$ 62.750,00
2031 603.936 R$ 205.338,24 1.278 R$ 63.900,00
2032 617.184 R$ 209.842,56 1.302 R$ 65.100,00
Total 9.836.302 R$ 3.344.342,68 49.834 R$ 2.491.700,00
Fonte: Deméter Engenharia Ltda., 2012 a partir de orçamentos realizados em julho de 2012.
Nota: Utilizaram-se valores correntes de julho de 2012.
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Comparando os custos apresentados obteve-se que para o horizonte de
projeto, a escolha economicamente mais vantajosa é a dos “cestos de lixo” com o
valor de R$ 2.491.700,00, ou seja, R$ 852.642,68 menos onerosa(Gráfico 6). Ademais,
contribui para a não geração de 9.836.302 sacos plásticos, ou seja, tendo um
enfoque de sustentabilidade ambiental, alvo deste projeto.
Gráfico 6 – Comparação entre os custos totais na distribuição de sacos plásticos e
cestos de lixo Fonte: Deméter Engenharia Ltda., 2012.
6.1.3 Instalação de Locais de Entrega Voluntários (LEV’s)
Para a entrega voluntária dos resíduos secos (recicláveis) segregados
pela população sugere-se a instalação de Locais de Entrega Voluntária de
Recicláveis (LEV’s) em pontos de grande circulação de pessoas, como
supermercados, postos de combustíveis, farmácias, praças, dentre outros,
considerando a densidade populacional. Estes locais devem possui ao mínimo as
seguintes condições:
1. Facilidade para o estacionamento de veículos.
2. O local escolhido deve ser público, visando garantir o livre acesso
dos participantes.
3. O entorno dos LEV`S não pode estar sujeito a alagamentos e
intempéries (ação da chuva, vendavais, etc.).
4. As condições de iluminação do local devem propiciar relativa
segurança para a população usuária.
Cestos de Lixo Sacos plásticos
R$ 2.445.250,00
R$ 3.344.342,68
Custo total em 20 anos (R$)
34,87%
48 Projeto de Coleta Seletiva
Chapadão do Sul/MS
Deméter Engenharia Ltda. - Versão 01 – Setembro de 2012
Ademais, os LEV’s devem conter informações (estampadas nos big bags
ou em cartazes/banners), apresentadas de forma clara e objetiva, sobre os tipos de
resíduos a serem dispostos (resíduos secos). Ainda, poderão ser divulgadas as
empresas parceiras do Projeto de Coleta Seletiva no município de Chapadão do
Sul/MS.
Existem diversas composições para os LEV’s, dentre as quais a mais
vantajosas economicamente e aconselhadas neste projeto, são as estruturadas por
suporte de metal e uma bolsa (Big Bag) para o acondicionamento dos resíduos
(Figura 18). Recomenda-se que estas estruturas tenham cobertura ou
preferencialmente sejam alocadas em locais cobertos e protegidos de intempéries,
assim garantindo a qualidade do resíduo armazenado.
Figura 18 – Exemplo de Locais de Entrega Voluntária de Recicláveis (LEV’s) Fonte: Prefeitura Municipal de Bertioga/SP e Prefeitura Municipal de Vitória/ES
O dimensionamento destas estruturas considerou a premissa de existir 1
LEV para até 1.000 habitantes, ou seja, 19 (dezenove) LEV’s na área central,
conforme distribuição espacial estabelecida com base na densidade demográfica
(Figura 19), 2 (dois) localizados nos extremos da cidade para atender as fazendas
da região e 1 (um) para o recebimento dos resíduos recicláveis gerados no
assentamento Aroeira, desta forma, totalizando 22 LEV’s.
Destaca-se que a Prefeitura deve instituir parcerias com empresas para a
instalação dos LEV’s ficando a cargo da Secretária de Desenvolvimento Urbano e
Meio Ambiente (SEDEMA) a aprovação e sistematização dos locais.
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A frequência do recolhimento dos resíduos acondicionados nestas
estruturas dependerá da taxa de adesão da população, assim definido a
capacidade da coleta ponto a ponto. Desta forma é primordial o
acompanhamento e monitoramento do volume armazenado em cada LEV para
que o sistema não opere de forma ineficiente e onerosa.
Neste sentido, estimou-se a capacidade do sistema de recolhimento dos
resíduos recicláveis gerados no município frente a diversas frequências, sendo
apresentada no Gráfico 7. Observa-se que com uma frequência maior de coleta
nos LEV’s a capacidade dos mesmos de recolher os recicláveis aumenta em até 6
vezes. Entretanto, durante o horizonte do PCS há a tendência de aumento na
geração de recicláveis, fato este que, caso o número de LEV’s mantenha-se
constante, acarretará em uma redução no potencial de recolhimento dos resíduos
recicláveis gerados, evidenciando a necessidade de aumento na quantidade de
LEV’s disponíveis.
50 Projeto de Coleta Seletiva
Chapadão do Sul/MS
Deméter Engenharia Ltda. - Versão 01 – Setembro de 2012
Gráfico 7 – Percentual máximo de recolhimento dos resíduos sólidos recicláveis nos LEV’s de acordo com a frequência de coleta. Fonte: Deméter Engenharia Ltda., 2012.
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032
1 vez na
semana8,85% 8,56% 8,28% 8,03% 7,78% 7,56% 7,34% 7,14% 6,95% 6,77% 6,59% 6,43% 6,27% 6,12% 5,98% 5,85% 5,72% 5,59% 5,47% 5,36%
2 vezes
na semana17,70% 17,12% 16,57% 16,05% 15,57% 15,11% 14,68% 14,28% 13,89% 13,53% 13,18% 12,86% 12,54% 12,25% 11,96% 11,69% 11,43% 11,19% 10,95% 10,72%
3 vezes
na semana26,56% 25,68% 24,85% 24,08% 23,35% 22,67% 22,03% 21,42% 20,84% 20,30% 19,78% 19,28% 18,82% 18,37% 17,94% 17,54% 17,15% 16,78% 16,42% 16,08%
De segunda
a sexta44,26% 42,79% 41,42% 40,13% 38,92% 37,79% 36,71% 35,70% 34,74% 33,83% 32,96% 32,14% 31,36% 30,62% 29,91% 29,23% 28,58% 27,96% 27,37% 26,80%
De segunda
a sábado53,11% 51,35% 49,71% 48,16% 46,71% 45,34% 44,05% 42,83% 41,68% 40,59% 39,55% 38,57% 37,63% 36,74% 35,89% 35,08% 34,30% 33,56% 32,85% 32,16%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
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Figura 19 – Distribuição dos Locais de Entrega Voluntária de Recicláveis na área
urbana com base na densidade demográfica do município Fonte: Deméter Engenharia Ltda., 2012.
52 Projeto de Coleta Seletiva
Chapadão do Sul/MS
Deméter Engenharia Ltda. - Versão 01 – Setembro de 2012
A coleta dos resíduos armazenados nos LEV’s pode ser efetuada por um
caminhão caçamba da Secretaria de Obras ou outra que possua a disponibilidade
de fornecimento deste veículo. Preferencialmente, não utilizar o caminhão
compactador, assim garantindo a melhor qualidade do material transportado.
Os custos envolvidos na aquisição destas estruturas foram baseados em
orçamentos realizados em setembro de 2012, sendo custo unitário orçado de R$
600,00, sendo assim será necessário um investimento de R$ 13.200,00.
Ademais, realizou-se o mapeamento simplificado dos possíveis locais de
implantação (Figura 20), devendo este ser complementado com outros locais
parceiros como: supermercados, postos de gasolina, farmácias, entre outros.
Recomenda-se a adoção de um sistema de requerimento destas estruturas nos
estabelecimentos, podendo este estar disponível no site da coleta seletiva.
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Figura 20 – Possíveis locais de implantação dos LEV’s de recicláveis na cidade de
Chapadão do Sul Fonte: Deméter Engenharia Ltda., 2012.
54 Projeto de Coleta Seletiva
Chapadão do Sul/MS
Deméter Engenharia Ltda. - Versão 01 – Setembro de 2012
6.1.4 Instalação de Locais de Entrega de Pilhas, Baterias e Óleo de Cozinha
(LEV’s Especiais)
A cidade de Chapadão do Sul já
tem implantado 20 (vinte) coletores de
pilhas e baterias, desta forma, sugere-se a
verificação do estado de conservação
destes e ainda, caso necessário,
realocação para próximo aos LEV’s. Ainda,
recomenda-se a disponibilização de
recipientes rígidos para o armazenamento
dos resíduos de lâmpadas e óleo de cozinha
(exemplo Figura 21), encaminhados pela
população.
Neste sentido deverão ser
instalados 20 coletores para lâmpadas e 20
para o acondicionamento de óleo de
cozinha. Recomenda-se que estes
recipientes deverão estar próximos ao LEV’s
e em área coberta.
Visando a redução nos custo de implantação destes coletores
recomenda-se que os mesmos sejam confeccionados em tubos de papelão com
tampas e impressão em apenas uma cor. Considerando estas premissas, obtiveram-
se os custos apresentados na Tabela 5.
Tabela 5 – Custo de implantação dos LEV’s Especiais
Item Quantidade Custo total (R$)
Coletores de Pilhas e Baterias 20 Já existente
Coletores de Lâmpadas 20 600,00
Coletores de óleo de cozinha 20 800,00
Total 60 1.400,00
Fonte: Orçamentos realizados pela empresa Deméter Engenharia Ltda., Setembro de 2012.
Figura 21 – Exemplo de
recipientes para o
armazenamento de lâmpadas,
pilhas/baterias e óleo de
cozinha Fonte: Deméter Engenharia Ltda.,
2012.
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6.1.5 Instalação de Ecopontos
Os ecopontos são instalações públicas e de uso gratuito pela população,
os quais têm como foco receber, em pequenas quantidades (no máximo 1m³), os
resíduos da construção civil, recicláveis, volumosos, pneus, dentre outros resíduos
que não são coletados na coleta convencional ou seletiva.
O local sugerido para implantação desta estrutura é a área onde está a
atual UTR, devendo ser realizada após o encerramento das atividades de triagem e
mediante todas as adequações necessárias. Esta escolha visa à redução de custos,
uma vez que, o local já possui uma área coberta, escritório e banheiros. Ademais,
localiza-se aproximadamente a um quilômetro das primeiras edificações da sede
municipal, ou seja, é de fácil acesso dos moradores e o local já está vinculado com
o recebimento de resíduos sólidos.
Para sua concepção é necessário a elaboração de um projeto executivo
por profissional tecnicamente habilitado. Dentre as estruturas que compõe um PEV
devem haver locais para o armazenamento temporário de resíduos da construção
civil e demolição (RCD), solos e rejeitos da construção civil; baias para
armazenamento de resíduos volumosos (RV); baias em local coberto para o
armazenamento de móveis domiciliares, de pneus, resíduos eletrônicos e perigosos;
e uma para papel, papelão e isopor.
O manual – Manejo e gestão de resíduos da construção civil do Ministério
das Cidades sugere o layout apresentado na Figura 22 como o recomendável para
a implantação de um PEV.
Figura 22 – Layout sugerido para a implantação do Ponto de Entrega Voluntária
(PEV) ou Ecoponto no município de Chapadão do Sul/MS. Fonte: Ministério das Cidades, Ministério do Meio Ambiente e Caixa Econômica Federal.
56 Projeto de Coleta Seletiva
Chapadão do Sul/MS
Deméter Engenharia Ltda. - Versão 01 – Setembro de 2012
Será necessário um veículo para remoção dos resíduos acumulados ou a
terceirização deste serviço mediante a contratação de uma empresa. Destaca-se
que os veículos despendem um alto investimento, por exemplo, um caminhão
poliguidaste custa por volta de R$ 67.000,00.
Conforme apresentado, os custos de implantação serão sensivelmente
reduzidos, pois diversas estruturas presentes na atual UTR poderão ser aproveitadas.
Desta forma, o recurso necessário para adequação desta estrutura é na ordem de
R$ 32.000,00.
6.1.6 Aquisição de Veículos para a coleta seletiva porta a porta
A coleta seletiva porta a porta necessita de um ou mais veículos para
transportar os resíduos, sendo que a escolha mais adequada será aquela que
equalizar os aspectos culturais, sociais e econômicos. Dentre as categorias de
veículos foram selecionados ao todo seis para comparativo neste projeto (Figura 23
e Figura 24).
Exemplo de carrinho de mão (2m³) Fonte: www.coletaseletivaonline.com.br
Exemplo de tricicleta de carga (4m³) Fonte: http://www.stilusbike.com.br
Exemplo de moto com carretinha (4m³) Fonte: http://imganuncios.mitula.net
Exemplo de Kombi para carga Fonte: http://images02.olx.com.br/
Figura 23 - Exemplos dos veículos para cada categoria (1)
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Exemplo de Caminhão Gaiola (26 m³) Fonte: http://1.bp.blogspot.com/
Exemplo de Caminhão Compactador (15
m³) Fonte: http://www.codepas.com.br
Figura 24 – Exemplos dos veículos para cada categoria (2)
Neste sentido, foi dimensionada a quantidade de veículos necessária,
considerando que haverá 5 setores de coleta com frequência semanal e que
adotará apenas uma das categorias apresentadas, sendo esta apresentada no
Gráfico 8. Destaca-se que o dimensionamento da frota foi baseado nas orientações
técnicas da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA).
Gráfico 8 – Quantidade estimada de veículos necessários para a coleta setorizada
porta a porta na cidade de Chapadão do Sul Fonte: Deméter Engenharia Ltda., 2012.
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
Carrinho de
mão (2m³)
Tricicleta
(4m³)
Moto-
carretinha
(4m³)
Kombi Gaiola
(8m³)
Caminhão
Gaiola (26m³)
Caminhão
Compactador
(15³)
4,00
2,00
1,00 1,00 1,00 1,00
1,00
1,00
1,00
Qu
an
tid
ad
e (
un
ida
de
)
2024 2017 2015 2013
58 Projeto de Coleta Seletiva
Chapadão do Sul/MS
Deméter Engenharia Ltda. - Versão 01 – Setembro de 2012
Considerando as quantidades supracitadas foi realizada uma
composição dos investimentos anuais necessários para adoção de cada uma das
categorias de veículos (Tabela 6). Destaca-se que não devem ser considerados
apenas os custos de aquisição para escolha, mas, também os custos de operação
conforme apresentado adiante.
Tabela 6 – Custos estimados com a aquisição de veículos para a coleta seletiva
considerando as quantidades pré-dimensionadas.
Ano Carrinho de
mão (2m³)
Tricicleta
(4m³)
Moto com
carretinha
(4m³)
Kombi
Gaiola
(8m³)
Caminhão
Gaiola
(26m³)
Caminhão
Compactador
(15 m³)
2013 R$ 4.360,00 R$4.900,00 R$ 2.000,00 R$50.043,00 R$ 43.000,00 R$ 242.800,00
2015 - - R$ 2.000,00 - - -
2017 R$ 1.090,00 - - - - -
2024 R$ 1.090,00 - - - - -
TOTAL R$ 6.540,00 R$4.900,00 R$24.000,00 R$50.043,00 R$143.000,00 R$ 242.800,00
Fonte: Orçamentos realizados pela empresa Deméter Engenharia Ltda., Setembro de 2012.
Neste sentido, para estimar os custos de operação com cada um dos
veículos na coleta porta a porta (Tabela 7) foram seguidas as seguintes premissas:
Cada veículo possui uma equipe formada por 2 coletores e um
motorista. Excetuando o carrinho de mão e bicicleta que
contaram, apenas, com 2 coletores.
Salário mensal dos coletores de R$ 900,00 já inclusos os 40% de
insalubridade;
Salário mensal dos motoristas R$1.200,00;
Média de km/l para cada veículo:
o Carrinho de mão (2 m³): 0 km/L;
o Tricicleta (4m³): 0 km/L;
o Moto com carretinha (4 m³): 25 km/L;
o Kombi gaiola (8m³): 9 km/L;
o Caminhão Gaiola (26m³): 6 km/L;
o Caminhão Compactador (15 m³): 4 km/L.
Valor dos combustíveis a preços correntes de Setembro de 2012
o Gasolina: R$ 2,83;
o Diesel: R$ 2,44;
Custo de manutenção anual de 5% do valor do veículo.
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Tabela 7– Custo estimado de operação do sistema de coleta porta a parta para a
cidade de Chapadão do Sul/MS
Ano
Carrinho de
mão (2m³)
(R$/ano)
Tricicleta
(4m³)
(R$/ano)
Moto com
carretinha
(4m³)
(R$/ano)
Kombi
gaiola
(8m³)
(R$/ano)
Caminhão
Gaiola
(26m³)
(R$/ano)
Caminhão
Compactador
(15³)
(R$/ano)
2013 86.618,00 48.245,00 37.418,44 38.560,13 39.540,20 41.010,30
2014 86.618,00 48.245,00 37.418,44 38.560,13 39.540,20 41.010,30
2015 86.618,00 48.245,00 74.018,44 38.560,13 39.540,20 41.010,30
2016 86.618,00 48.245,00 74.018,44 38.560,13 39.540,20 41.010,30
2017 108.272,50 48.245,00 74.018,44 38.560,13 39.540,20 41.010,30
2018 108.272,50 48.245,00 74.018,44 38.560,13 39.540,20 41.010,30
2019 108.272,50 48.245,00 74.018,44 38.560,13 39.540,20 41.010,30
2020 108.272,50 48.245,00 74.018,44 38.560,13 39.540,20 41.010,30
2021 108.272,50 48.245,00 74.018,44 38.560,13 39.540,20 41.010,30
2022 108.272,50 48.245,00 74.018,44 38.560,13 39.540,20 41.010,30
2023 108.272,50 48.245,00 74.018,44 38.560,13 39.540,20 41.010,30
2024 129.927,00 48.245,00 74.018,44 38.560,13 39.540,20 41.010,30
2025 129.927,00 48.245,00 74.018,44 38.560,13 39.540,20 41.010,30
2026 129.927,00 48.245,00 74.018,44 38.560,13 39.540,20 41.010,30
2027 129.927,00 48.245,00 74.018,44 38.560,13 39.540,20 41.010,30
2028 129.927,00 48.245,00 74.018,44 38.560,13 39.540,20 41.010,30
2029 129.927,00 48.245,00 74.018,44 38.560,13 39.540,20 41.010,30
2030 129.927,00 48.245,00 74.018,44 38.560,13 39.540,20 41.010,30
2031 129.927,00 48.245,00 74.018,44 38.560,13 39.540,20 41.010,30
2032 129.927,00 48.245,00 74.018,44 38.560,13 39.540,20 41.010,30
TOTAL 2.273.722,50 964.900,00 1.407.168,72 771.202,67 790.804,00 820.206,00
Fonte: Estimativa da Deméter Engenharia Ltda., 2012.
Com os valores obtidos tanto para a implantação quanto para a
operação pôde-se analisar qual opção seria economicamente mais vantajosa,
conforme apresentado no Gráfico 9.
60 Projeto de Coleta Seletiva
Chapadão do Sul/MS
Deméter Engenharia Ltda. - Versão 01 – Setembro de 2012
Gráfico 9 – Comparativo dos custos estimados totais para implantação e operação
da coleta seletiva porta a porta considerando a utilização dos diferentes veículos. Fonte: Deméter Engenharia Ltda., 2012.
Assim, a Kombi Gaiola foi a que apresentou os valores mais baixos,
entretanto sua capacidade é de aproximadamente um terço da de um caminhão
gaiola e, neste sentido, recomenda-se a adoção do caminhão gaiola que
atenderia plenamente o sistema caso houvesse um aumento não tendencial, sem a
necessidade de aquisição de outro veículo.
6.1.7 Instalação da Unidade de Triagem de Resíduos (UTR)
A nova unidade de triagem, em fase de construção, deverá ser
planejada e implantada de forma a possuir as seguintes infraestruturas:
Cercas impedindo a entrada de animais e pessoas não
autorizadas na área;
Guarita para controle de entrada e saída;
Galpão coberto;
Área de descarga dos resíduos em local elevado, garantindo o
fluxo dos resíduos por gravidade até as esteiras de triagem;
Instalação de mesas e esteiras de triagem;
Carrinho de
mão (2m³)
Tricicleta (4m³) Moto-
carretinha
(4m³)
Kombi Gaiola
(8m³)
Caminhão
Gaiola (26m³)
Caminhão
Compactador
(15³)
R$ 6
.540,0
0
R$ 4
.900,0
0
R$ 2
4.0
00,0
0
R$ 5
0.0
43,0
0
R$ 1
43.0
00,0
0
R$ 2
42.8
00,0
0 2
.273.7
22,5
0
964.9
00,0
0
1.4
07.1
68,7
2
771.2
02,6
7
790.8
04,0
0
820.2
06,0
0
Custo Total de Implantação (20 anos) Custo total de Operação (20 anos)
R$ 2.280.262,50
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Instalação de prensas e balança;
Área de estoque de fardos;
Área administrativa;
Refeitório e sanitários;
Contêineres para rejeitos
A eficiência desta estrutura é de suma importância para que se possa
atingir um alto índice de redução dos resíduos a serem disposto no aterro sanitário
e, consequentemente, aumentando a vida útil deste, bem como amortizar o valor
de disposição final de resíduos sólidos.
O custo estimado de uma UTR para um município do porte de Chapadão
do Sul é de aproximadamente R$ 242.000,00 com um custo de operacional mensal
de R$ 3.400,00.
6.1.8 Instalação da Unidade de Compostagem (UC)
Sugere-se a instalação de uma Unidade de Compostagem dentro da
área onde será instalada a UTR ou o mais próximo possível, auxiliando a logística de
movimentação de resíduos. No caso de ser instalada junto a UTR poderá utilizar as
estruturas existentes, caso contrário deverá possuir em sua área no mínimo as
seguintes infraestruturas:
Cercas impedindo a entrada de animais e pessoas não
autorizadas na área;
Compactação do solo com 30 cm de argila e instalação de
drenos de águas pluviais ao entorno;
Guarita para controle de entrada e saída;
Área de armazenamento dos equipamentos (enxadas, garfos, pás,
EPI’s);
Refeitório e sanitários;
Assim como a UTR, esta estrutura é componente essencial para que se
possa alcançar um elevado índice de redução dos resíduos a serem disposto no
aterro sanitário, uma vez que, 55,54% dos resíduos gerados são orgânicos. Deste
modo, a implantação de UC aumentará a vida útil do aterro sanitário, além de
62 Projeto de Coleta Seletiva
Chapadão do Sul/MS
Deméter Engenharia Ltda. - Versão 01 – Setembro de 2012
reduzir o valor de disposição final de resíduos sólidos e gerar renda proveniente da
comercialização de composto.
Os investimentos necessários para implantação e estruturação da UC são
de aproximadamente R$ 158.000,00 com custos de operação mensal de R$6.200,00.
Ainda, deverá ter um veículo tipo trator esteira para o revolvimento das leiras dos
compostáveis, processo indispensável para o funcionamento ideal da
compostagem, sendo o custo estimado em R$ 100.000,00.
6.2 AÇÕES OPERACIONAIS E LOGÍSTICAS
Este subcapitulo apresenta as recomendações operacionais e de
logística da coleta seletiva quanto à segregação dos resíduos, definição da
frequência e setorização da coleta e orientar quanto à destinação a ser dada aos
materiais separados. Na Figura 25 são elencadas estas ações operacionais e
logísticas, sendo descritas nos tópicos seguintes.
Figura 25 – Ações operacionais e logísticas propostas para a coleta seletiva em
Chapadão do Sul Fonte: Deméter Engenharia Ltda., 2012.
•Melhorar a qualidade dos materiais recicláveis
•Reduzir o volume de resíduo a ser disposto em Aterro Sanitário Segregação dos Resíduos
•Orientar quanto a operacionalização do sistema
Definição da frequência e Setores e de Coleta seletiva porta a porta
•Orientar quanto a destinação dos resíduos segregados
Destinação dos materiais separados
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6.2.1 Segregação dos resíduos gerados
Há basicamente três formas de segregação dos resíduos sólidos (Figura
26), a coleta binária é a mais vantajosa para o município de Chapadão do Sul, uma
vez que demanda menor quantidade de recipientes para acondicionamento,
facilita a separação dos resíduos pela população e colabora para uma maior
cooperação dos mesmos em virtude da simplicidade.
Figura 26 – Formas de separação dos resíduos sólidos Fonte: Deméter Engenharia Ltda., 2012 adaptado do site Minas Sem Lixões.
A comunidade chapadense deve ser orientada sobre quais os resíduos
sólidos que são recicláveis e devem ir para a coleta seletiva e os não recicláveis
que devem ir para a coleta convencional. Neste sentido, apresenta-se Quadro 2,
onde são elencados os principais produtos nestas categorias.
COLETA TRÍPLICE
Separação da matéria orgânica, reciclável e
rejeito
COLETA BINÁRIA
Separação de resíduos secos (reciclável) e
resíduos úmidos (matéria orgânica e
rejeito)
Coleta de diversas categorias
Separação de plástico, metal,
papel, orgânico e rejeitos
64 Projeto de Coleta Seletiva
Chapadão do Sul/MS
Deméter Engenharia Ltda. - Versão 01 – Setembro de 2012
Quadro 2 – Principais produtos recicláveis ou não recicláveis por material
MATERIAL RECICLÁVEL NÃO RECICLÁVEL
PAPEL
Jornais e revistas
Folhas de caderno
Formulários de
Computador
Caixas em geral
Fotocópias
Envelopes
Rascunhos
Cartazes velhos
Papel
Fax
Papéis metalizados
Etiquetas adesivas
Papel carbono e
celofane
Fita crepe
Papéis parafinados
Bitucas de cigarro
Fotografias
VIDRO
Garrafas
Copos
Recipientes em geral
Espelhos
Vidros planos e cristais
Cerâmicas e
porcelanas
Tubos de tv
Computadores
METAL
Tampinhas de garrafa
Latas de óleo de leite em pó
e de conservas
Latas de refrigerante, cerveja
e suco
Embalagens metálicas de
congelados
Clipes
Grampos
Esponjas de aço
Tachinhas
Pregos
Canos
PLÁSTICO
Cano
Sacos
CDs
Disquetes
Embalagem de margarina e
produtos de limpeza
Embalagens PET:
refrigerantes, suco e óleo
Plásticos em geral
Cabos de panelas
Tomadas
Fonte: Deméter Engenharia Ltda., 2012 adaptado de http://www.tre-rj.jus.br.
6.2.2 Definição da Frequência e Setores da Coleta Seletiva porta a porta
Os setores da coleta seletiva foram definidos para que fosse possível
estimar a frota necessária. Neste sentido, foram considerados as extensões de ruas,
relevo e a divisão da cidade por loteamentos, assim obtendo 5 setores de coleta
(Figura 27) que corresponderiam aos dias da semana. Destaca-se que os setores
são sugestões e devem ser modificados caso não venham a ser a melhor opção.
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Ressalta-se que a frequência da coleta seletiva deve ser revista
periodicamente, conforme a taxa de adesão da população e quantidade de
resíduos secos (recicláveis) for coletada. Recomenda-se neste projeto, que cada
setor seja atendido ao menos uma vez na semana.
Figura 27 – Sugestão dos setores da coleta seletiva porta a porta em Chapadão do
Sul Fonte: Deméter Engenharia Ltda., 2012.
66 Projeto de Coleta Seletiva
Chapadão do Sul/MS
Deméter Engenharia Ltda. - Versão 01 – Setembro de 2012
6.2.3 Destinação dos materiais separados
Primeiramente, deve-se analisar e informar o fluxo da geração dos
resíduos sólidos a ser seguido para assim identificar para onde serão destinados.
Deste modo, foi elaborada a Figura 28 onde se ilustra uma visão global e ideal do
encaminhamento dos principais resíduos gerados. Cabe ressaltar que devem ser
tomadas ações de redução, reutilização e reciclagem na fonte geradora,
exemplificando, a reciclagem do óleo de cozinha por meio da produção de sabão
pelos moradores e a doação de roupas.
Figura 28 – Fluxo ideal do encaminhamento dos resíduos sólidos gerados Nota: * parte dos recicláveis pode não ter viabilidade econômica ou qualidade para ser
reciclada, então deve ser encaminhada a um aterro sanitário.
Fonte: Deméter Engenharia Ltda., 2012.
Neste sentido, efetuou-se um levantamento das empresas e dos locais
onde são recebidos os produtos obtidos com a segregação dos resíduos sólidos
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gerados e são apresentados no decorrer deste tópico. Destaca-se que se
priorizaram as empresas sul-matogrossense, objetivando fomentar o comércio de
recicláveis no Estado.
Apesar da grande importância em realizar o aprofundamento de todos
os resíduos gerados, neste projeto serão abordados, apenas, os resíduos
diretamente relacionados com a coleta seletiva.
6.2.3.1 Destinação dos resíduos recicláveis
São elencadas no Quadro 3 as principais empresas que recebem os
produtos recicláveis em Mato Grosso do Sul. A empresa Metap - Comércio de
Recicláveis merece destaque devido à capacidade de recebimento e por, em
alguns casos, realizar parcerias com cooperativas, catadores, entre outros,
fornecendo equipamentos (prensas).
Quadro 3 – Principais empresas recebedoras de materiais recicláveis no Estado de
Mato Grosso do Sul
Nome Comercial Materiais Endereço Município Contato
Metap Comércio de Sucatas
Todos exceto vidro
Rua Francisco
Galvão Pain, 1709, Res. Estrela Park.
Campo Grande (67) 3388-9000
Centro Oeste
Reciclagem Metais em Geral
Av. Edgar Lopes de
Farias km1, Mini
Anel Rodoviário.
Campo Grande (67) 3373-0221
Crecil Comércio
Material Reciclável
Todos exceto vidro
e pilhas
Av. Presidente
Vargas, 339, Bairro
Santo Antônio.
Campo Grande (67) 3361-2523
CMH - Comércio
de Metais Humaitá
Alumínios, Ferro e
Metais.
R. Santa Adélia,
440, Taquarussú Campo Grande (67) 3325-7061
Sucatas São Miguel Todos R. 9 de julho, 273,
Vila Progresso. Campo Grande (67) 3346-3284
Reciclagem e Ferro
Velho Liderança Cobre Metal e Ferro
Rod. Anel Viário,
247, Estação
Andorinhas.
Campo Grande (67)3373-4497
Recicladora
Popular
Exceto Papéis e
Plásticos
Rua Thomas Edson,
765, Vila Progresso Campo Grande (67) 3342-0582
Reciclagem
Liderança
Apenas metais,
alumínios e ferros.
R. Marechal
Deodoro, 4853,
Conj. Aero Rancho.
Campo Grande (67) 3385-7290
Recicle Todos Rua João Fernandes Vieira,
142, Vilas Boas
Campo Grande (67) 3341-3595
68 Projeto de Coleta Seletiva
Chapadão do Sul/MS
Deméter Engenharia Ltda. - Versão 01 – Setembro de 2012
(Continuação) – Principais empresas recebedoras de materiais recicláveis no
Estado de Mato Grosso do Sul Nome Comercial Materiais Endereço Município Contato
Reciclagem
Campo Grande Exceto Vidro
R. Firminópolis, 234,
Vila Cidade
Morena.
Campo Grande (67) 3393-0203
Sucata Vencedora Todos R. Filinto, 1050 Dourados (67) 3424-1580
Asecomar Sem informações
Rua André
Rodrigues Silva, 69,
BNH
Naviraí (67) 3461-6244
Ecipel - Sem
Informações Todos 15 de Agosto, 828 Aquidauana (67)3241-3208
Plastsul
Reciclagem
Plástica
Sem informações Al 15, 1640, Centro Selvíria (67)3579-1886
Reciclagem
Camilloti
Papéis, Plástico e
Papelão. A. Pena, 250 Dourados (67) 3422-8090
Recipel
Reciclagem de
Papel
Todos exceto cobre
e isopor
Av. Mascarenhas
de Moraes,1948,
Vila Noroeste
Campo Grande (67)3356-6262
Reciclagem RM Sem informações Rua Aliança,72 Campo Grande (67) 3342-7825
Andréa Comércio
Produtos
Recicláveis
Sem informações R. 15 de novembro,
1307 Campo Grande (67) 3384-9644
GM Reciclagem -
Sem Informações Sem informações
R. 13 de
setembro,1379 Ponta Porã (67) 3432-0665
Moacyr de Castro
da Silva - Sem
Informações
Sem informações
Av. Mascarenhas
de Moraes,2960,
Coronel Antonino
Campo Grande (67)3352-0148
Garrafaria Nana
Apenas garrafas
Chanel, campo
largo e garrafão
R. 1° de Julho, 440,
Vila Carvalho Campo Grande (67)3383-4177
Reciclagem
Alvorada Todos exceto vidro
Rua Getúlio
Marques
Garcia,425, PQ.
Res. Quinta Lagoa
Três Lagoas (67) 3522-7888
Revidro -
Reciclagem de Vidro
Vidro, papelão,
ferro e pet.
Rua Manoel Pereira
da Silva, 203, Jd Campo Verde
Campo Grande (67) 3354-8430/
8406-4126
Pontes ,Leandro B Sem informações S G Monteiro,501 (67) 3354-7803
Centro Sul
Reciclagem e
Sacarias em Geral
Sem informações
Av. Marechal
Deodoro,
4782,Centro
Campo Grande (67)3386-8678
Ferro Velho e
Reciclagem –
Nossa Senhora de
Fátima
Sem informações Rua N.S. de Fátima,
s/n Corumbá (67) 3231-4447
Comercial Paladini Exceto vidro
Av. Internacional,
2720 (Marechal
Floriano)
Ponta Porã (67) 3431-9696
Fonte: Deméter Engenharia Ltda., 2012.
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6.2.3.2 Destinação dos resíduos sólidos compostáveis
Os resíduos sólidos compostáveis após o beneficiamento na Unidade de
Compostagem serão transformandos em adubos orgânicos de boa qualidade, que
poderão ser aplicado no paisagismo das obras e estabelecimentos públicos. Deve-
se ainda realizar parcerias com comerciantes para que haja a comercialização
deste produto para a sociedade.
Ainda, existem empresas que recebem os resíduos sólidos orgânicos para
realizar o processo de compostagem, destaca-se no Estado de Mato Grosso do Sul
a Organoeste que possui duas unidade em operação (Campo Grande e Dourados)
e uma terceira em implantação no município de Coxim (Quadro 4).
Quadro 4 – Unidades da Organoeste em Mato Grosso do Sul
Unidade Endereço Telefone E-mail
Unidade de
Dourados
Avenida 4 Quadra 12 –
Lotes E/F – CEP: 79804-
970 – Dist. Industrial
(67) 3424-
1531
(67) 8122-
9410
Unidade
Campo
Grande
Av. Radialista Edgar
Lopes de Farias, S/N –
Lote G – CEP: 79097-
840. Pólo Empresarial
Oeste
(67) 4141-
3255
(67) 8124-
2791
Unidade
Coxim Em implantação
Fonte: Organoeste (2012)
Segundo a Organoeste, dentre os resíduos orgânicos que a empresa
trabalha estão o lixo urbano doméstico (só a parte orgânica, que representa em
média 50% de todo o lixo gerado), restos de alimentos de CEASA’s e
hortifrutigranjeiros, podas de árvores e jardins, cinzas de caldeiras provenientes da
queima de biomassa e/ou lenha, resíduos de madeireiras, de indústrias de papel e
celulose, indústrias de alimentos, setor fumageiro, setor sucroalcoleiro, laticínios,
frigoríficos (bovino, suíno, avícola, etc.), cervejeiras, lodo da estação de tratamento
de água, resíduos de avicultura (tratamento de resíduos e cama de frango),
suinocultura (dejetos de suínos), bovinocultura (confinamentos e granjas leiteira),
torta de vegetais (torta de filtro), cascas de cereais, varreduras de silos, dentre
outros.
70 Projeto de Coleta Seletiva
Chapadão do Sul/MS
Deméter Engenharia Ltda. - Versão 01 – Setembro de 2012
6.2.3.3 Logística Reversa
A Lei Federal nº 12.305/2010 determina como obrigatório estruturar e
implementar sistemas de logística reversa1, através do retorno dos produtos (Figura
29) após o uso pelo consumidor, de forma independente do serviço público de
limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, aos fabricantes, importadores,
distribuidores e comerciantes dos produtos.
Figura 29 – Produtos com logística reversa obrigatória Fonte: Deméter Engenharia Ltda., a partir da Lei Federal nº 12.305/2010.
Apesar de haver legislação estabelecendo a logística reversa, ainda não
existem sistemas funcionando plenamente para todos os produtos objetos da
obrigatoriedade. Neste sentido, são apresentadas as opções de destinação dos
mesmos a seguir.
6.2.3.3.1 Embalagens Vazias de Agrotóxicos
Além da Lei Federal nº 12.305/2010, a Lei Federal nº 9.974/2000 e o
Decreto nº 4.074/2002 definem que a destinação correta das embalagens vazias de
1 “ instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e
meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para
reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente
adequada” (Lei Federal nº12.305/2010)
Agrotóxicos, seus resíduos e embalagens,
assim como outros produtos cuja
embalagem, após o uso, constitua resíduo
perigoso
Pilhas e Baterias Pneus
Óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens
Lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e
mercúrio e de luz mista
Produtos eletroeletrônicos e seus componentes
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agrotóxicos é de responsabilidade de todos os agentes atuantes na produção
agrícola: agricultores, canais de distribuição/cooperativas, indústria fabricante e o
poder público.
As embalagens de agrotóxicos geradas no município de Chapadão do
Sul são encaminhadas para a Central de recebimento (Figura 30), gerenciada pela
Associação das Revendas de Defensivos Agrícolas dos Chapadões (ARDAC) que a
opera desde 2003. Posteriormente, o Instituto Nacional de Processamento de
Embalagens Vazias (inpEV), representante da indústria fabricante, coleta as
embalagens vazias que foram devolvidas nas unidades de recebimento e as envia
para a correta destinação (reciclagem ou incineração).
Figura 30 – Central de recebimento de embalagens vazias de agrotóxicos gerida
pela ARDAC em Chapadão do Sul/MS Fonte: Deméter Engenharia Ltda., 01/08/2012.
Portanto, as embalagens vazias de agrotóxicos geradas em Chapadão
do Sul, devem ser levadas a Central de Recebimento.
6.2.3.3.2 Pilhas, baterias e lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e
mercúrio e de luz mista;
Estes resíduos em alguns casos já possuem a logística reversa
implementada, como as baterias de celulares e de carro. Entretanto as pilhas e
baterias de uso comum como as utilizadas em eletroeletrônicos e as lâmpadas
fluorescentes não possuem um efetivo sistema.
Portanto, até o estabelecimento da logística reversa para estes produtos,
aconselha-se que se destinem a empresas aptas para a destinação correta dos
72 Projeto de Coleta Seletiva
Chapadão do Sul/MS
Deméter Engenharia Ltda. - Versão 01 – Setembro de 2012
mesmos. Neste sentido, são elencadas a seguir algumas empresas que realizam a
reciclagem ou destinação final destes produtos:
Apliquim: situada em Paulínia (SP), realiza a reciclagem de pilhas e baterias
contendo mercúrio e lâmpadas de descarga que contêm mercúrio metálico
(lâmpadas fluorescentes, lâmpadas de vapor de vapor de sódio e as de luz
mista). Telefone: (0XX11) 3313-1277
Bayer S.A. - localizada no complexo industrial de Belford Roxo/RJ, possui um
Sistema integrado de Proteção Ambiental, composto por uma Estação de
Tratamento de Efluentes Industriais, por um Incinerador Rotativo e por um
Aterro Industrial. Telefone: (0XX21) 762-5203; Fax: (0XX21) 761-4686.
Suzaquim Indústrias Químicas Ltda. – Recebe e reprocessa pilhas e baterias
alcalinas. Situada em Suzano/SP. Telefone: (0XX11) 4748-6202
Reverse- Localizada em Novo Hamburgo/RS realiza a coleta e destinação
final de pilhas e baterias de chumbo à reciclagem.
A relação fornecida tem como único objetivo orientar e informar sobre as
atuais alternativas para destinação de pilhas e baterias existentes no Brasil,
cabendo Prefeitura Municipal a articulação junto ao Instituto de Meio Ambiente do
Mato Grosso do Sul (IMASUL) ou a outro órgão competente, quando o transporte e
destinação final forem interestaduais.
6.2.3.3.3 Pneus
A Reciclanip, entidade da indústria nacional de pneumáticos que cuida
exclusivamente da coleta e destinação de pneus inservíveis (aqueles que não têm
mais condições de serem utilizados para circulação ou reforma), possui um
convênio com o setor de Controle de Vetores de Chapadão do Sul, realizando a
coleta dos resíduos pneumáticos gerados no município na UTR, sob o
gerenciamento do setor supracitado, cujo telefone para contato é (67)3562-6613.
6.2.3.3.4 Óleos Lubrificantes
A logística reversa não se encontra plenamente efetiva, sendo portanto
recomendado que estes resíduos sejam coletados por empresas especializadas,
perante contrato firmado para a finalidade específica. No Quadro 5 são elencadas
as empresas coletoras de óleo lubrificante autorizadas pela Agência Nacional de
Petróleo (ANP). Destaca-se que a empresa Lwart –Lubrificantes que é responsável
pela coleta de aproximadamente 140 milhões de litros/ano de óleos lubrificantes
usados (Telefone: (14) 3269-5319 /0800-701-0088).
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73
Quadro 5 – Coletores de óleo lubrificante autorizados pela ANP
EMPRESAS COLETORAS
1. Antônio Hilário de Souza e Cia.
Ltda.
11. Indústria Petroquímica do
Sul Ltda.
21. Nortlub Reciclagem de
Óleos Minerais Ltda.
31. Resipetrol Ltda.
2. Betumat Química Ltda. 12. José Carlos de Mendonça
Regente Feijó EPP
22. Nortoil Lubrificantes Ltda. 32. Rode Removedora de Resíduos
Ltda.
3. Biopetro Prestação de Serviços
Ambientais Ltda. ME
13. Leandro Fazion 23. Perfilub Indústria e
Comércio de Produtos de
Petróleo Ltda.
33. Silvio Furquim Pereira Votorantim
- ME
4. Braslub Indústria Química e
Petroquímica Ltda.
14. Lubercol Coleta de
Lubrificantes Ltda.
24. Petrolub Industrial de
Lubrificantes Ltda.
34. Tansul Industrial de Embalagens
Ltda.
5. Brasquímica Lubrificantes Ltda. 15. Lubrasil Lubrificantes Ltda. 25. Prolub Rerrefino de
Lubrificantes Ltda.
35. Tasa Lubrificantes Ltda.
6. Brazão Lubrificantes Ltda. 16. Lubrificantes Fênix Ltda. 26. Proluminas Lubrificantes
Ltda.
36. Transmar Óleos Comércio e
Derivados Ltda. - ME
7. Dgol Indústria e Comércio de
Lubrificantes Ltda.
17. Lubririber Comercial
Ribeirão Preto de
Lubrificantes Ltda.
27. Química Industrial Supply
Ltda.
37. T.R.O. Tratamento e
Reciclagem de Óleos, Indústria e
Comércio Ltda.
8. DrasaTrasnportes e Comércio de
Sucata Ltda.
18. Lwart Lubrificantes Ltda. 28. Re-Refinadora Brasileira de
Óleos Lubrificantes Ltda.
38. Vitoria Ambiental Engenharia e
Tecnologia S/A
9. Eternal - Ind. Com. Serviços e
Tratamento de resíduos da Amazônia
Ltda.
19. Molecular Brasil Ltda. 29. Reginaldo José da Costa -
ME
10. Fábrica Química Petróleo de
Derivados Ltda.
20. Multimineral Química Ltda. 30. Renato Aparecido Santos
Matão Ltda.
Fonte: http://www.anp.gov.br/?pg=61451 atualizado em 13/08/2012 17h51min
74 Projeto de Coleta Seletiva
Chapadão do Sul/MS
Deméter Engenharia Ltda. - Versão 01 – Setembro de 2012
6.2.3.3.5 Produtos eletrônicos e seus componentes
Recomenda-se que, enquanto a logística reversa não estiver
estabelecida, se crie uma cooperativa para recuperação de eletrônicos e os que
não forem passíveis de recuperação, deverão ter seus componentes retirados e
encaminhados para as empresas especializadas.
6.3 AÇÕES ADMINISTRATIVAS E INSTITUCIONAIS
Este subcapitulo traz as recomendações de ações administrativas e
institucionais para a coleta seletiva. Na Figura 31 são elencadas estas ações, sendo
descritas nos tópicos seguintes.
Figura 31 – Ações administrativas e institucionais propostas para a coleta seletiva
em Chapadão do Sul Fonte: Deméter Engenharia Ltda., 2012.
•Acompanhar:
•Fiscalizar e
• Gerenciar o projeto de coleta seletiva Definição de uma equipe de coordenação do Projeto de
Coleta Seletiva
•Minimizar os custo de operação da Prefeitura Municipal;
•Atender as recomendações estabelecidas na legislação federal
•Alcançar prioridade na obteção de recursos financeiros
•Fomentar a Inclusão socal
Fomentar a criação de cooperativas
•Orientar quanto as formas de prestação de serviço de coleta seletiva
Forma de prestação do serviço de coleta seletiva
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6.3.1 Criação de uma equipe de coordenação do projeto
O Projeto de Coleta
Seletiva deverá ter uma equipe
designada para o
acompanhamento e
coordenação do sistema,
composta por um coordenador
geral e seu auxiliares (Figura 32),
para a tomada de decisão e
apoio aos funcionários que farão
o trabalho de triagem e
compostagem, e também aos
responsáveis pela coleta e
transporte dos resíduos, sendo
eles ligados diretamente à
Prefeitura ou terceirizados.
6.3.2 Fomentar a Criação de Cooperativas
A Lei Federal nº 12.305 de 2010 preconiza que os municípios devem
priorizar a inserção dos catadores de materiais recicláveis na cadeia produtiva,
garantindo a inclusão social, geração de renda e melhoria operacional do sistema
de triagem dos resíduos.
Atualmente, em Chapadão do Sul/MS não há a ocorrência de catadores
de materiais recicláveis, entretanto existem trabalhadores contratados pela
Prefeitura na unidade de triagem. Portanto, a organização destes em cooperativas
é uma excelente forma de se garantir uma forma socialmente justa de renda a
estas pessoas, além de contribuir para que o processo de manejo de resíduos seja
menos oneroso para a gestão pública.
As cooperativas são instituições que desenvolvem um trabalho comercial
de forma coletiva, onde os cooperados são os administradores do projeto e são
beneficiados pelos proventos gerados. Os principais aspectos referentes às
cooperativas são apresentados no Quadro 6.
Coordenador Geral
Coordenador da UTR
Coordenador da Coleta Convencial
Coordenador da Coleta ponto a ponto
Coordenador da Coleta seletiva porta a porta
Coordenador do UC
Figura 32 – Organograma proposto para equipe
da Coleta Seletiva Fonte: Deméter Engenharia Ltda., 2012
76 Projeto de Coleta Seletiva
Chapadão do Sul/MS
Deméter Engenharia Ltda. - Versão 01 – Setembro de 2012
Quadro 6 – Descrição dos principais aspectos relacionados às cooperativas
ASPECTOS DESCRIÇÃO
Conceito Sociedade de pessoas sem fins lucrativos e com especificidade de atuação na
atividade produtiva/comercial
Finalidade
Viabilizar e desenvolver atividades de consumo, produção, prestação de serviços, crédito e comercialização, de acordo com os interesses dos seus
associados. Formar e capacitar seus integrantes para o trabalho e a vida em
comunidade.
Legalização
Aprovação do estatuto em assembleia geral pelos associados. Eleição do conselho de administração (diretoria) e do conselho fiscal. Elaboração da ata
de constituição. Registro do estatuto e da ata de constituição na junta
comercial. CNPJ na Receita Federal. Inscrição Estadual. Registro no INSS e no
Ministério do trabalho. Alvará na prefeitura.
Constituição Mínimo de 20 pessoas físicas
Legislação Lei nº 5.764/71. Constituição (art. 5º. XVII a XXI e art. 174, par 2º.) Código Civil.
Patrimônio / Capital
Possui capital social, facilitando, portanto, financiamentos junto às instituições financeiras. O capital social é formado por quotas-partes podendo receber
doações, empréstimos e processos de capitalização.
Representação Pode representar os associados em ações coletivas do seu interesse. Pode
constituir federações e confederações para a sua representação.
Forma de Gestão
Nas decisões em assembleia geral, cada pessoa tem direito a um voto. As decisões devem sempre ser tomadas com a participação e o envolvimento
dos associados.
Abrangência / Área
de Ação
Área de atuação limita-se aos seus objetivos e possibilidade de reuniões,
podendo ter abrangência nacional.
Operações Realiza plena atividade comercial. Realizam operações financeiras, bancárias
e pode candidatar-se a empréstimos e aquisições do governo federal.
Responsabilidades
Os associados não são responsáveis diretamente pelas obrigações contraídas pela cooperativa, a não ser no limite de suas quotas-partes e a não ser
também nos casos em que decidem que a sua responsabilidade é ilimitada. A
sua diretoria só pode ser responsabilizada se agir sem o consentimento dos
associados.
Remuneração Os dirigentes podem ser remunerados por retiradas mensais pró-labore,
definidas pela assembleia, além do reembolso de suas despesas.
Contabilidade
A escrituração contábil é mais complexa em função do volume de negócios e em função da necessidade de ter contabilidades separadas para as
operações com os sócios e com não sócios.
Tributação
Não paga Imposto de Renda sobre suas operações com seus associados. Deve
recolher o Imposto de Renda Pessoa Jurídica sobre operações com terceiros.
Paga as taxas e os impostos decorrentes das ações comerciais.
Fiscalização Pode ser fiscalizada pela prefeitura, pela Fazenda Estadual (nas operações de
comércio), pelo INSS, pelo Ministério do Trabalho e pela Receita Federal.
Dissolução Definida em assembleia geral e, neste caso ocorre à dissolução. No caso de
intervenção judicial, ocorre a liquidação, não podendo ser proposta a falência.
Resultados
Financeiros
Após decisão em assembleia geral, as sobras são divididas de acordo com o volume de negócios de cada associado. Destinam-se 10% para o fundo de
reserva e 5% para o Fundo Educacional
Fonte: Sandra Mayrink Veiga e Daniel T. Rech e publicado no livro Associações como
construir sociedades civis sem fins lucrativos – editora DP&A.
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Um incentivo às cooperativas é a prioridade e facilidade na
contratação, visto que o artigo 40 do Decreto Federal nº 7.404/2010, determina que
o sistema de coleta seletiva de resíduos sólidos priorizará a participação de
cooperativas constituídas por pessoas físicas de baixa renda. Ainda estabelece que
as políticas públicas voltadas aos catadores deverão observar: a possibilidade de
dispensa de licitação para contratação de cooperativas, o estímulo à capacitação
e o fortalecimento institucional de cooperativas.
Outro aspecto importante do instrumento legislativo supracitado é que a
União e os órgãos ou entidades a ela vinculados darão prioridade de recursos aos
Municípios que implantarem a coleta seletiva com a participação de cooperativas
ou outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis
formadas por pessoas físicas de baixa renda.
Portanto, a organização destes em cooperativas e/ou associações é
uma excelente maneira de se garantir uma forma socialmente justa de renda a
estas pessoas (baixa renda ou catadores), além de contribuir para que o processo
de manejo de resíduos seja menos oneroso para a gestão pública, uma vez que
gera a prioridade na obtenção de recursos federais.
Diante do exposto, buscando orientar, subsidiar e fomentar a formação e
criação de cooperativas de catadores é apresentado no Anexo I um modelo de
estatuto social.
6.3.3 Forma de prestação do serviço
A prestação dos serviços de manejo de resíduos sólidos e limpeza urbana,
incluindo a coleta seletiva, são de competência do município (Figura 33), sendo
que este pode exercer a função diretamente ou delegá-lo a outro ente público ou
estadual mediante a celebração de contrato de programa ou a um privado
através de um contrato de concessão. Ademais, há a gestão associada do serviço
com outros município via convênio de cooperação ou consórcio público, conforme
a Lei Federal nº 11.107/2007 e o Decreto nº 6.017/2007.
78 Projeto de Coleta Seletiva
Chapadão do Sul/MS
Deméter Engenharia Ltda. - Versão 01 – Setembro de 2012
Figura 33 – Competência e tipos de prestação de serviços públicos admitidos pela
Constituição Federal Fonte: Adaptado do Ministério das Cidades (2011)
Cabe advertir que a prestação do serviço de coleta seletiva de forma
indireta pode inviabilizar a aquisição de recursos financeiros junto aos órgãos
públicos para a obtenção de equipamentos, estruturas, veículos, dentre outros,
sendo incumbência da empresa privada ou pública para qual o serviço foi
delegado, investir em melhorias/adequação no sistema.
6.4 AÇÕES DE ORIENTAÇÃO, DIVULGAÇÃO E SENSIBILIZAÇÃO
Este subcapitulo traz as ações e materiais recomendados para orientar,
divulgar e sensibilizar a comunidade chapadense a aderir ao Projeto de Coleta
Seletiva, sendo estas descritas nos tópicos seguintes.
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6.4.1 Criação da semana da reciclagem
Sugere-se a criação de uma semana da reciclagem no município de
Chapadão do Sul envolvendo as escolas, onde os alunos devem realizar visitas às
unidades componentes do gerenciamento dos resíduos sólidos, peças teatrais,
atividades de reutilização e reciclagem de materiais.
Esta ação objetiva transformar os alunos em agentes fiscalizadores,
conscientizar a população sobre a importância da coleta seletiva e trazer
orientações sobre o gerenciamento dos resíduos sólidos.
A semana da reciclagem pode ser o momento inicial para a gincana
escolar (Projeto Reciclar) que será abordado no tópico seguinte.
6.4.2 Gincana escolar de coleta seletiva (Reciclar)
Há no município de Chapadão do Sul o projeto “Reciclar” – “Meio
ambiente, minha vida” que possui esta característica de gincana com
arrecadação de materiais recicláveis, concurso de decoração natalina e de frases
e desenhos. Este apresentou grande aceitação pela comunidade escolar e obteve
resultados significativos, assim é fundamental sua continuação após a inserção
deste PCS.
O projeto possui quatro categorias:
1- Categoria I, arrecadação de garrafas “PETs”;
2- Categoria II, arrecadação de latinhas de alumínio;
3- Categoria III, decoração natalina com materiais recicláveis nas
escolas;
4- Categoria IV, concurso de frases e desenhos correlacionados com o
meio ambiente.
Há ainda uma premiação por categoria e os desenhos e frases
vencedoras estamparão os elementos de divulgação da próxima gincana (Figura
34)
80 Projeto de Coleta Seletiva
Chapadão do Sul/MS
Deméter Engenharia Ltda. - Versão 01 – Setembro de 2012
Figura 34 – Faixa do projeto “Reciclar” fixada em uma escola. Podem-se observar os
desenhos e frases vencedoras Fonte: Deméter Engenharia Ltda., 28/08/2012.
6.4.3 Material de divulgação
6.4.3.1 Logomarca e mascote da Coleta Seletiva
É importante criar uma mascote que representará o Projeto de Coleta
Seletiva no município de Chapadão do Sul/MS, assim, vinculando este elemento
gráfico as ações do projeto, de modo que a população possa correlaciona-los.
Alguns exemplos de mascotes da coleta seletiva são apresentados a seguir.
Figura 35 – Exemplos de mascotes utilizados em projetos de coleta seletiva Fonte: Embrapa, Prefeitura Municipal de São Gabriel do Oeste/MS e Prefeitura Municipal de
Campo Grande/MS.
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81
Recomenda-se que haja o envolvimento da sociedade na escolha do
nome da mascote podendo ser através de enquete eletrônica no site da Prefeitura
Municipal de Chapadão do Sul/MS.
Sugere-se ainda que a mascote escolhida seja definida como a
logomarca do Projeto de Coleta Seletiva.
O custo para elaboração deste produto é de grande variabilidade,
entretanto, estimou-se o valor de R$ 3.000,00.
6.4.3.2 Adesivos informativos
Em substituição aos panfletos que geram uma quantidade enorme de
resíduos, recomenda-se a distribuição de cinco tipos de adesivos informativos sobre
o Projeto de Coleta Seletiva, um para cada setor mantendo o mesmo padrão.
Neste sentido, este deverá conter informações sobre os resíduos que
devem ser separados, os dias de coletas, a localização dos LEV’s e ecopontos,
sendo apresentado na Figura 36 um modelo com o referido conteúdo.
O adesivo deve ser entregue nas residências pelos agentes de saúde ou
pelos responsáveis pela coleta seletiva, de preferencia no dia em que será
realizada a coleta seletiva no setor, este deve fazer todas as recomendações e
explicações necessárias.
82 Projeto de Coleta Seletiva
Chapadão do Sul/MS
Deméter Engenharia Ltda. - Versão 01 – Setembro de 2012
Figura 36 – Modelo de adesivo em tamanho A4 para entrega nas residências,
estabelecimentos comerciais e prestadores de serviço Fonte: Deméter Engenharia Ltda., 2012.
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Considerando o número de domicílios apresentados no censo do IBGE de
2010 acrescidos de um valor de 10% de segurança estimou-se a quantidade deste
material a ser distribuídos e o custo (Tabela 8).
Tabela 8 – Estimativas da quantidade e custo dos adesivos informativos
Ano Quantidade (Und.) Custo Total (R$)
2013 6.362 9.752,95
2014 229 351,06
2015 230 352,59
2016 229 351,06
2017 229 351,06
2018 7.508 11.509,76
2019 229 351,06
2020 229 351,06
2021 229 351,06
2022 229 351,06
2023 8.653 13.265,05
2024 229 351,06
2025 229 351,06
2026 229 351,06
2027 229 351,06
2028 9.798 5.020,33
2029 229 351,06
2030 229 351,06
2031 229 351,06
2032 230 352,59
TOTAL 35.987 55.168,07
Fonte: Orçamentos realizados pela empresa Deméter Engenharia Ltda., Setembro de 2012.
Nota: Um cesto de lixo por domicílio
Reposição dos cestos de lixos a cada 5 anos
6.4.3.3 Selo de participação na coleta seletiva
Visando a motivação da população sugere-se que seja criado um selo
indicando que a residência ou estabelecimento participa da coleta seletiva, sendo
assim este deve ser adesivo, possibilitando que seja fixado na frente destes locais.
Alguns exemplos destes são apresentados na Figura 37.
84 Projeto de Coleta Seletiva
Chapadão do Sul/MS
Deméter Engenharia Ltda. - Versão 01 – Setembro de 2012
Figura 37 – Exemplos de selos da coleta seletiva Fonte: Deméter Engenharia Ltda., 2012 e Prefeitura Municipal de Andradina.
A estimativa da quantidade de selos a serem confeccionados e os custo
são apresentados na Tabela 9.
Tabela 9 – Estimativas da quantidade e custo dos adesivos informativos
Ano Quantidade Custo Total
2013 6.362 R$ 7.284,49
2014 229 R$ 262,21
2015 230 R$ 263,35
2016 229 R$ 262,21
2017 229 R$ 262,21
2018 7.508 R$ 8.596,66
2019 229 R$ 262,21
2020 229 R$ 262,21
2021 229 R$ 262,21
2022 229 R$ 262,21
2023 8.653 R$ 9.907,69
2024 229 R$ 262,21
2025 229 R$ 262,21
2026 229 R$ 262,21
2027 229 R$ 262,21
2028 9.798 R$ 11.218,71
2029 229 R$ 262,21
2030 229 R$ 262,21
2031 229 R$ 262,21
2032 230 R$ 263,35
TOTAL 35.987 R$ 41.205,12
Fonte: Orçamentos realizados pela empresa Deméter Engenharia Ltda., Setembro de 2012.
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6.4.3.4 Website da Coleta Seletiva
Recomenda-se a criação de um website ou site da coleta seletiva de
Chapadão do Sul/MS trazendo informações sobre os setores de coleta, dias de
coleta, localização dos locais de entrega voluntária (LEV’s) e ecopontos,
recomendações sobre quais resíduos separar e como separar, disponibilização dos
materiais orientativos e o placar online da coleta seletiva.
O endereço eletrônico deve ser de fácil memorização pelos habitantes,
assim, sugere-se o seguinte: www.reciclachapadao.com.br.
Os custos de elaboração e construção do site são de aproximadamente
R$ 2.500,00.
6.4.3.5 Rádio
Recomenda-se a veiculação de uma vinheta/música da coleta seletiva
nas rádios locais, bem como a participação dos responsáveis em debates
objetivando informar a população a respeito da coleta seletiva. Podendo, a rádio
ser uma parceira do Projeto de Coleta Seletiva.
Os custos aproximados são de R$ 320,00 para elaboração de spot/jingle
de até 30 segundos.
6.4.3.6 Outros meios de divulgação
Há uma gama enorme de materiais que podem ser utilizados na
divulgação de um Projeto de Coleta seletiva, sendo para tanto necessário
identificar a aceitação da população local, os recursos disponíveis e o caráter
ambiental com a concepção dos 3 R’s. Na Quadro 7 são elencados alguns
materiais e seus respectivos valores unitários.
86 Projeto de Coleta Seletiva
Chapadão do Sul/MS
Deméter Engenharia Ltda. - Versão 01 – Setembro de 2012
Quadro 7 – Materiais de divulgação e valores unitários
Item Valor unitário Ilustrações
Sacolas Ecológicas (Eco
Bag) R$ 13,90
Camisetas R$ 16,50
Canetas Plásticas R$ 1,00
Canetas Ecológicas R$ 1,05
R. Cláudia, 239 - Giocondo Orsi - Campo Grande/MS - CEP 79022-070 (67)3351.9100 www.dmtr.com.br / [email protected]
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(Continuação) – Materiais de divulgação e valores unitários
Item Valor unitário Ilustrações
Folders em A4 frente e verso R$ 992,00 (2.000 unidades)
Cartazes A3 R$ 2,50
Banners R$ 200,00
Bolas de Vinil R$ 2,00
Fonte: Orçamentos realizados pela empresa Deméter Engenharia Ltda., Setembro de 2012.
Nota: As figuras são meramente ilustrativas
6.4.4 Criar e Implantar Placar da Coleta Seletiva
Elaborar um placar indicando a quantidade de material recolhido pela
coleta seletiva objetivando motivar a população com os resultados obtidos.
88 Projeto de Coleta Seletiva
Chapadão do Sul/MS
Deméter Engenharia Ltda. - Versão 01 – Setembro de 2012
Recomenda-se que sejam elaborados dois destes instrumentos e que sejam fixados
em locais de grande fluxo de pessoas a serem definido pela Prefeitura Municipal.
Recomenda-se que os placares possuam a dimensão de 2,00 x 1,00
metros fixados em suporte de alumínio natural ou aço galvanizado trazendo a
informação da quantidade de material coletado pela coleta seletiva. Como
sugestão de modelo foi confeccionada a Figura 38.
Figura 38 – Modelo sugerido para o placar da coleta seletiva em Chapadão do
Sul/MS Fonte: Deméter Engenharia Ltda., 2012.
Nota: Utilizou-se para ilustração a mascote da coleta seletiva de Campo Grande/MS que
deve ser substituído pelo de Chapadão do Sul
Conforme observado na Figura 38, é importante haver um espaço no
placar para destacar as empresas que contribuem efetivamente para a coleta
seletiva, através de doação de materiais ou recursos.
A quantificação dos recursos necessários para sua implantação é
apresentada no Tabela 10.
Tabela 10– Estimativas da quantidade e custo do Placar da Coleta Seletiva
Quantidade 2
Valor Unitário R$ 1.200
Valor Total R$2.400
Fonte: Orçamentos realizados pela empresa Deméter Engenharia Ltda., Setembro de 2012.
R. Cláudia, 239 - Giocondo Orsi - Campo Grande/MS - CEP 79022-070 (67)3351.9100 www.dmtr.com.br / [email protected]
89
Recomenda-se ainda, a disponibilização de um placar online com
características semelhantes ao placar físico vinculado ao site da Prefeitura
Municipal.
6.4.5 Realizar a capacitação e atualização periódica dos funcionários
envolvidos com manejo de resíduos sólidos
Deve haver mecanismos como cursos e palestras para a capacitação e
atualização dos funcionários envolvidos com manejos dos resíduos sólidos em
Chapadão do Sul/MS, de modo a garantir uma maior eficiência no processo da
coleta seletiva e da triagem dos resíduos sólidos.
6.5 AÇÕES DE ACOMPANHAMENTO E CONTROLE
6.5.1 Definição dos Indicadores
Para garantir a correta operacionalização do sistema de coleta seletiva
alguns indicadores de controle serão criados para o seu monitoramento. Estes
indicadores deverão ser sistematizados e fiscalizados pelo grupo responsável pela
implantação e coordenação do projeto e servirão como ferramenta para as
tomadas de decisões visando sempre uma melhoria contínua do sistema. Dentre os
indicadores de controle sugerem-se os apresentados na Figura 39:
90 Projeto de Coleta Seletiva
Chapadão do Sul/MS
Deméter Engenharia Ltda. - Versão 01 – Setembro de 2012
Figura 39 – Indicadores de controle para o projeto de coleta seletiva em Chapadão
do Sul/MS Fonte: Deméter Engenharia Ltda., 2012.
Todos estes indicadores servirão para demonstrar as necessidades de
melhorias, desde a segregação por parte dos geradores, às características
operacionais e logísticas do sistema.
O nível de aceitação do sistema pela população pode ser avaliado
periodicamente através de questionários, bem como por meio da avaliação visual
e funcional dos LEV’s e Ecopontos, verificando se a capacidade e a frequência de
coleta são suficientes, se está existindo depredação dos equipamentos e se a
localização dos LEV’s está adequada.
Todas as ações de manutenção e acompanhamento visam avaliar a
eficiência do processo, seus resultados permitem identificar a necessidade de
melhorias através do redimensionamento dos equipamentos e das logísticas
operacionais, bem como a precisão de intensificar os programas de divulgação do
sistema de coleta seletiva.
6.5.2 Indicadores de avaliação dos resultados e dos impactos da coleta
seletiva
O sistema de coleta seletiva além de monitorado deve ser avaliado, para
tanto, devem ser estabelecidos alguns indicadores de avaliação de resultados e
Total coletado diariamente em cada
setor
Tonelagem de material triado e estocado na
UTR
Tonelagem de material vendido
Tonelagem de rejeitos na UTR
Total de horas de trabalho dos caminhões
Total de quilômetros rodados
Consumo de combustível
Mão de obra envolvida
Grau de adesão ao programa pela
população
Grau de motivação dos funcionários da coleta
e da triagem
R. Cláudia, 239 - Giocondo Orsi - Campo Grande/MS - CEP 79022-070 (67)3351.9100 www.dmtr.com.br / [email protected]
91
dos impactos decorrentes desta atividade. Neste sentido, servirão como ferramenta
para a tomada de decisões, visando sempre uma melhoria contínua do sistema.
Dentre os indicadores de avaliação sugerem-se os elencados na Figura 40.
Figura 40 – Indicadores de avaliação propostos para Chapadão do Sul/ MS
6.5.3 Planilhas de Controle, Monitoramento e Avaliação
A seguir é apresentado um modelo de tabela para controle,
monitoramento e avaliação do Projeto de Coleta Seletiva no município de
Chapadão do Sul, devendo ser adaptada durante a operação do sistema.
Quantidade mensal de resíduos desviados do
aterro sanitário (toneladas/mês)
Percentual de resíduos desviados mensalmente da disposição final em aterro,
em relação ao total de resíduos que seria disposto
(%)
Ganho da vida útil do aterro (dias)
Receita mensal com a venda dos materiais
recicláveis (R$) Custo de operação (R$)
92 Projeto de Coleta Seletiva
Chapadão do Sul/MS
Deméter Engenharia Ltda. - Versão 01 – Setembro de 2012
Quadro 8 – Exemplo de Planilha de controle, monitoramento e avaliação da coleta seletiva. C
ON
TRO
LE, M
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ITO
RA
MEN
TO E
AV
ALI
AÇ
ÃO
PERÍODO jan/13 fev/13 mar/13 abr/13 mai/13 jun/13 jul/13 ago/13 set/13 out/13 nov/13 dez/13 jan/14 fev/14
Total de
resíduos
coletados (t)
Setor 1
Setor 2
Setor 3
Setor 4
Setor 5
Total de resíduos
coletados (t)
Resíduos
coletados pela
Coleta Seletiva
(t)
Setor 1
Setor 2
Setor 3
Setor 4
Setor 5
Total de Resíduos
Coletados nos LEV’s
Total de Resíduos
coletados pela Coleta
Seletiva (t)
Material triado e
estocado na UTR
(tonelada)
Material vendido (t)
Total de rejeitos (t)
Trabalho dos caminhões
(h)
Quilômetros Percorridos
Consumo de
combustível (L)
Mão de obra envolvida;
Grau de adesão ao
programa pela
população
BAIXA ALTA ALTA ALTA ALTA MÉDIA MÉDIA ALTA BAIXA ALTA ALTA ALTA ALTA ALTA
R. C
láud
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39
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EP
79
02
2-0
70 (6
7)3
351
.910
0 w
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om
.br
93
(Continuação)– Exemplo de Planilha de controle, monitoramento e avaliação da coleta seletiva.
CO
NTR
OLE
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ON
ITO
RA
MEN
TO E
AV
ALI
AÇ
ÃO
PERÍODO jan/13 fev/13 mar/13 abr/13 mai/13 jun/13 jul/13 ago/13 set/13 out/13 nov/13 dez/13 jan/14 fev/14
Grau de motivação dos
funcionários da coleta e
da triagem
ALTA ALTA MÉDIA BAIXA ALTA MÉDIA BAIXA BAIXA ALTA ALTA BAIXA BAIXA ALTA ALTA
Receita mensal com a
venda dos materiais
recicláveis (R$)
Custo de operação (R$)
Quantidade de resíduos
desviados do aterro (t)
Percentual de resíduos
desviados em relação
ao total (%)
Ganho na vida útil do
aterro sanitário (DIAS)
Fonte: Deméter Engenharia Ltda.,2012.
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95
7 AÇÕES REALIZADAS
Este capítulo apresenta as ações já realizadas pela Prefeitura Municipal
de Chapadão do Sul, principalmente, no que concerne a mobilização social com a
elaboração de materiais de divulgação para implementação do Projeto de Coleta
Seletiva.
7.1 MASCOTE E LOGOMARCA
A primeira ação da Prefeitura Municipal de Chapadão do Sul foi a
confecção da mascote da coleta seletiva, que também atuará nas ações
correlatas a sustentabilidade ambiental. Este é uma ilustração de um Tatu Peba
(Figura 41), animal com grande ocorrência na região do município. Este é um dos
instrumentos essenciais para o projeto, uma vez que, será o mecanismo de maior
vinculação com o mesmo, sendo responsável pela associação da comunidade
com a coleta seletiva.
Figura 41 – Mascote adotado para o Projeto de Coleta Seletiva em Chapadão do
Sul/MS Fonte: Prefeitura Municipal de Chapadão do Sul/MS
96 Projeto de Coleta Seletiva
Chapadão do Sul/MS
Deméter Engenharia Ltda. - Versão 01 – Setembro de 2012
7.2 FOLDER INFORMATIVO
Desenvolveu-se um folder informativo sobre a sustentabilidade e
inovação, onde a mascote atua na divulgação das ações vinculadas a
preservação ambiental, entre elas o Projeto de Coleta Seletiva. Ainda, traz
orientações sobre os resíduos recicláveis e não recicláveis e a importância da
participação da comunidade para a eficiência do projeto. A Figura 42 apresenta
uma versão preliminar deste material.
Figura 42 – Versão preliminar do folder com foco na sustentabilidade, inovação e na
coleta seletiva. Fonte: Prefeitura Municipal de Chapadão do Sul/MS.
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7.3 CAMISETAS
Foram elaboradas camisetas (Figura 43) para a divulgação do Projeto de
Coleta Seletiva com a mascote, assim vinculando este com a população.
Figura 43 – Modelo de camisetas para a divulgação do Projeto de Coleta Seletiva Fonte: Prefeitura Municipal de Chapadão do Sul/MS
7.4 OUTDOOR E BANNERS
Já estão implantados na cidade de Chapadão do Sul outdoors
vinculados ao Projeto de Coleta Seletiva e a sustentabilidade ambiental. E, ainda,
serão elaborados banners para a divulgação deste projeto.
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8 RECEITA ESTIMADA DO COMÉRCIO DE RECICLÁVEIS E ORGÂNICOS
Para compor a estimativa da receita proveniente do comércio de
recicláveis e orgânicos foi necessário estimar a quantidade destes resíduos que
efetivamente serão comercializados, sendo para isto utilizada uma projeção sobre
as metas que dispõe da redução dos recicláveis e úmidos dispostos em aterro
apresentadas no Plano de Metas Intermediário da versão preliminar do Plano
Nacional de Resíduos Sólidos (2011) e considerou-se que um 1 kg de lixo orgânico
gera 0,5 kg de composto. Na sequência realizou-se uma consulta de mercado e de
referências consolidadas para obter os valores mais baixos comercializados para
estes produtos no Brasil, ou seja, o pior cenário possível, sendo que os resíduos
devem estar prensados e limpos.
Deste modo, estimaram-se as receitas por ano e por categoria de
produto, sendo estas apresentas na Tabela 11.
Tabela 11 – Estimativa da receita proveniente do comércio de recicláveis no
município de Chapadão do Sul/MS.
ANO
Papel/
papelão
(R$)
Plástico
(R$)
Metal
(R$)
Vidro
(R$)
Embalagens
multicamadas
(R$)
Orgânicos
(R$)
Total
(R$)
2013 16.721,29 134.301,16 19.415,28 12.633,86 1857,92 - 184.929,52
2014 17.294,53 138.905,28 20.080,87 13.066,98 1921,61 - 191.269,28
2015 17.867,77 143.509,40 20.746,47 13.500,09 1985,30 31.084,25 228.693,29
2016 19.670,41 157.987,76 22.839,53 14.862,09 2185,60 35.289,66 252.835,05
2017 22.183,29 178.170,58 25.757,27 16.760,71 2464,81 41.348,45 286.685,12
2018 24.157,91 194.030,17 28.050,01 18.252,64 2684,21 46.002,62 313.177,57
2019 26.880,98 215.901,17 31.211,80 20.310,07 2986,77 52.609,91 349.900,70
2020 29.027,56 233.142,00 33.704,22 21.931,93 3225,28 57.712,85 378.743,85
2021 31.960,82 256.701,17 37.110,06 24.148,17 3551,20 64.868,62 418.340,05
2022 34.279,38 275.323,23 39.802,16 25.899,97 3808,81 70.420,33 449.533,89
2023 37.422,82 300.570,59 43.452,05 28.275,02 4158,09 78.124,59 492.003,17
2024 39.913,35 320.573,89 46.343,83 30.156,75 4434,81 84.125,06 525.547,70
2025 43.266,98 347.509,42 50.237,77 32.690,61 4807,44 92.377,82 570.890,05
2026 45.929,48 368.893,95 53.329,23 34.702,28 5103,27 98.827,05 606.785,27
2027 49.493,31 397.517,66 57.467,23 37.394,94 5499,25 107.628,30 655.000,69
2028 51.483,78 413.504,66 59.778,39 38.898,86 5720,42 114.526,30 683.912,41
2029 54.375,58 436.730,84 63.136,09 41.083,77 6041,73 123.876,04 725.244,05
2030 56.461,60 453.485,20 65.558,19 42.659,87 6273,51 131.222,80 755.661,16
2031 58.585,83 470.546,49 68.024,66 44.264,85 6509,53 141.121,03 789.052,39
2032 60.748,28 487.914,73 70.535,50 45.898,70 6749,80 148.916,56 820.763,57
100 Projeto de Coleta Seletiva
Chapadão do Sul/MS
Deméter Engenharia Ltda. - Versão 01 – Setembro de 2012
Pode-se visualizar que a receita aumenta gradativamente (Gráfico 10),
uma vez que, as metas de redução estabelecidas são progressivas, principalmente,
dos orgânicos que em 2013 é de 0% para 66% de aproveitamento em 2032. E ainda,
há o aumento na geração destes materiais pela população.
Gráfico 10 – Evolução da estimativa de receita oriunda da comercialização dos
produtos recicláveis e orgânicos Fonte: Deméter Engenharia Ltda., 2012.
Ainda, foi observado que,
para os 20 anos, o plástico é a
categoria de resíduos que gera o maior
percentual da receita proveniente da
venda de recicláveis com 62,23%,
seguido dos orgânicos com 14,31%,
conforme apresentado no Gráfico 11.
-
100.000,00
200.000,00
300.000,00
400.000,00
500.000,00
600.000,00
700.000,00
800.000,00
900.000,00Receita total (R$/ano)
Gráfico 11 – Percentual da receita total
gerada durante os 20 anos por categoria
de produto Fonte: Deméter Engenharia Ltda., 2012.
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101
9 APLANO DE AÇÕES, METAS E INVESTIMENTOS DO PROJETO DE COLETA
SELETIVA
Para que a implantação do Projeto de Coleta Seletiva seja eficiente
devem ser seguidas as informações e metodologia descritas neste, tendo como
meta o atendimento de 100% da população com o serviço, bem como com a
efetiva participação de toda a comunidade, contribuindo com a não destinação
de resíduos recicláveis para o aterro sanitário e otimizando o trabalho na UTR.
Entretanto, a implantação plena e imediata de todos os componentes
descrito neste projeto é, atualmente, inviável frente à dificuldade na obtenção de
recursos e, portanto, o processo deve ser escalonado por ações, metas e
investimentos. Deste modo, apresenta-se no Quadro 9 o Plano de Ações, Metas e
Investimento para a implantação do Projeto de Coleta Seletiva em Chapadão do
Sul/MS, sendo as ações classificadas pelas cores apresentadas na Figura 44.
Figura 44 – Legenda do Plano de ações, Metas e Investimentos Fonte: Deméter Engenharia Ltda., 2012.
Ressalta-se que as metas estipuladas terão como marco inicial a
apresentação e aprovação do Projeto de Coleta Seletiva pela Prefeitura Municipal.
Ademais, os dados apresentados no capítulo 10 são comparados com as
receitas estimadas proveniente da venda dos materiais recicláveis e dos produtos
da compostagem, com a finalidade de verificar a viabilidade econômica do
projeto.
LEGENDA
Tipo de Ação
Estrutural
Operacional e Logística
Administrativas e Institucionais
Orientação, Divulgação e sensibilização
Acompanhamento, monitoramento e controle
102 Projeto de Coleta Seletiva
Chapadão do Sul/MS
Deméter Engenharia Ltda. - Versão 01 – Setembro de 2012
Quadro 9 – Plano de ações, metas e investimento do Projeto de Coleta Seletiva em Chapadão do Sul/MS
Nota: Para os custos de operação foram considerados do inicio de operação até o final do 5º ano.
1 2 1 2 1 2 1 2 1 2
1Instalação dos coletores seletivos públicos com alta
prioridade28.700,00R$
2Instalação dos coletores seletivos público com média
prioridade8.400,00R$
3Instalação dos coletores seletivos público com baixa
prioridade7.350,00R$
4Distribuição de recipientes para acondicionamento dos
resíduos secos435.600,00R$
5 Instalação dos LEV"S de Recicláveis 13.200,00R$
6 Instalação dos LEV's Especiais 1.400,00R$
7 Instalação do Ecoponto 32.000,00R$
8 Aquisição de Veículo para a coleta seletiva porta a porta 143.000,00R$
9 Coleta seletiva porta a porta 118.620,60R$
10 Instalação da nova UTR 242.000,00R$
11 Operação da nova UTR 163.200,00R$
12 Instalação da Unidade de Compostagem 258.000,00R$
13 Operação da Unidade de Compostagem 223.200,00R$
14 Segregação do resíduos gerados em secos e úmidos -R$
15Definição da frequência e setores da coleta seletiva porta a
porta5.000,00R$
16 Criação de uma equipe de coordenação do projeto -R$
17 Fomentar a criação de cooperativas -R$
18 Elaboração da Logomarca e mascote 3.000,00R$
19 Elaboração gráfica dos adesivos informativos 600,00R$
20 Distribuição de adesivos informativos 11.158,71R$
21 Selo de participação da coleta seletiva 8.334,46R$
22 Website da coleta seletiva 2.500,00R$
23Elaboração dos materiais gráficos e divulgação do projeto
de Coleta Seletiva20.000,00R$
24 Inserir placar da coleta seletiva 2.400,00R$
25 Realizar capacitação e atualização periódica -R$
26Planilhar os indicadores de controle, monitoramento e
avaliação-R$
5ºAno e
MetaInvestimento/
CustoDescriçãoAção 1 º Ano 2º Ano 3º Ano 4º Ano
R. Cláudia, 239 - Giocondo Orsi - Campo Grande/MS - CEP 79022-070 (67)3351.9100 www.dmtr.com.br / [email protected]
103
10 ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÔMICA
Com objetivo de analisar a viabilidade econômica do sistema de coleta
seletiva quantificou-se os investimentos e custos anuais para implantação e
operação baseados no Plano de ações, metas e investimentos apresentado
anteriormente, ou seja, os primeiros 5 anos e as receitas totais com a
comercialização dos materiais recicláveis no município de Chapadão do Sul
(Gráfico 12).
Gráfico 12 – Comparação das receitas e despesas totais provenientes do sistema de
coleta seletiva em Chapadão do Sul Fonte: Deméter Engenharia Ltda., 2012.
Analisando o Gráfico 12, observa-se que há um custo elevado para
implantação do sistema, principalmente, em decorrência da aquisição do veículo
de coleta e implantação e estruturação da UTR e UC, fato este que acarretou em
saldo negativo de R$ 696,46 mil ao final do 5º ano.
184,9
3
191,2
7
228,6
9
252,8
4
R$ 2
86,6
9
R$ 2
84,8
5
R$ 4
90,4
1
R$ 5
67,0
9
R$ 2
53,9
7
R$ 2
44,5
5
-R$ 99,92
-R$ 2
99,1
4
-R$ 3
38,3
9
-R$ 1
,14
R$ 4
2,1
3
-R$ 99,92
-R$ 399,06
-R$ 737,45 -R$ 738,59 -R$ 696,46
-1.000,00
-800,00
-600,00
-400,00
-200,00
-
200,00
400,00
600,00
800,00
ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5
Milh
are
s
Receitas Totais Despesas Totais
Saldo Saldo acumulado
104 Projeto de Coleta Seletiva
Chapadão do Sul/MS
Deméter Engenharia Ltda. - Versão 01 – Setembro de 2012
Entretanto, quando se considera o horizonte de planejamento deste
Projeto de Coleta Seletiva, o sistema apresentou-se viável com um saldo
acumulado de R$ 2.658.012,58 ao final de 2032 (Gráfico 13), sendo possível verificar
que no ano de 2026 o saldo fica positivo frente ao aumento da receita decorrente
do melhor aproveitamento e a inexistência da necessidade de ações estruturais de
alto investimento como UTR e UC. O saldo em epígrafe se dividido pelo horizonte de
projeto (20 anos) acarretaria em uma receita anual de R$132.900,63, ou seja, R$
11.075,05 mensais.
Os custos de implantação poderão ser minimizados com a aquisição de
recursos federais acarretando em melhores condições econômicas do sistema, pois
as estruturas físicas são as que demandam maiores investimentos. Além, do
aumento da receita oriunda da remuneração através de taxas ou tarifas ou outros
preços públicos conforme estabelecido na Lei Federal nº 11.455/2007.
Ressalta-se ainda, deve-se ter em mente que deverá haver cobrança
pela prestação dos serviços, conforme preconiza a Lei Federal nº 11.445/2007 em
seu artigo 29, de modo que, a sustentabilidade econômico-financeira esteja
assegurada.
Ademais, conclui-se que para uma análise completa deve-se realizar a
viabilidade do sistema de gestão integrada de resíduos sólidos por inteiro,
quantificando inclusive os ganhos ambientais, a economia ocasionada com o
aumento da vida útil do aterro sanitário, bem como a geração de renda e
emprego. Ainda, é importante rever as projeções de receitas e de custos estimados
neste projeto nas revisões periódicas pré-estabelecidas.
R. C
láud
ia, 2
39
- Gio
co
nd
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Gra
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EP
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tr.com
.br / c
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mtr.c
om
.br
105
Gráfico 13 – Saldo acumulado do sistema de coleta seletiva em Chapadão do Sul durante 20 anos Fonte: Deméter Engenharia Ltda., 2012.
-R$ 9
9.9
20,4
8
-R$ 3
99.0
61,2
0
-R$ 7
37.4
54,7
4
-R$ 7
38.5
91,1
5
-R$ 7
42.0
79,0
8
-R$ 6
81.6
71,1
5
-R$ 9
40.4
85,3
3
-R$
81
6.9
34
,32
-R$ 6
54.9
98,6
9
-R$ 4
63.0
28,1
3
-R$ 2
29.7
99,9
0
-R$ 3
73.2
83,4
0
-R$
63
.59
1,4
7
R$ 2
80.7
84,0
9
R$ 6
72.1
63,4
7
R$ 6
38.7
91,6
3
R$ 1
.09
7.9
91,1
8
R$ 1
.58
6.3
96,2
5
R$ 2
.10
6.9
80,9
6
R$ 2
.65
8.0
12,5
8
-1.500.000,00
-1.000.000,00
-500.000,00
-
500.000,00
1.000.000,00
1.500.000,00
2.000.000,00
2.500.000,00
3.000.000,00
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032
Receitas Totais Despesas Totais Saldo Acumulado
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107
11 FONTES DE RECURSOS E FINANCIAMENTOS
O Projeto de Coleta Seletiva é parte integrante de um conjunto de
atividades e estruturas correlacionadas diretamente ao planejamento da gestão
integrada de resíduos sólidos urbanos. Neste sentido, existem fontes de recursos e
financiamentos para incentivar a implantação e a operação do sistema de coleta
seletiva. Portanto, no Quadro 10 são elencadas as principais instituições a nível
federal que são consideradas como possíveis fontes de recursos financeiros para
este projeto.
Quadro 10 – Possíveis fontes de recursos financeiros
Fontes de financiamento para investimentos em gestão e gerenciamento de
resíduos sólidos urbanos BID - Banco Interamericano de Desenvolvimento
BANCO MUNDIAL
BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social
CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
FUNASA - Fundação Nacional de Saúde
FNDD – Fundo Nacional de Direitos Difusos
FNMA - Fundo Nacional do Meio Ambiente
MINISTÉRIO DAS CIDADES
Inerente a isto, o PCS e os respectivos projetos poderão embasar
tecnicamente as solicitações de recursos para estruturação do sistema de coleta
seletiva, da UTR e da unidade de compostagem, bem como para a aquisição de
equipamentos e veículos vinculados ao gerenciamento de resíduos sólidos no
município de Chapadão do Sul/MS.
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109
12 RECOMENDAÇÕES GERAIS
Este capítulo traz algumas recomendações complementares necessárias
para auxiliar os gestores que estarão implantando e operando este sistema, dentre
elas:
Escalonar o processo de implantação de acordo com recursos
disponíveis;
Utilizar equipamentos já existentes, em bom estado de
funcionamento, para que seja possível o início de implantação do
Projeto de Coleta Seletiva até que sejam viabilizados os demais
itens necessários;
Mobilizar a comunidade através dos meios de comunicação e
também nas escolas, reforçando a participação dos jovens e
ampliando a atuação do Projeto Reciclar;
Utilizar uma linguagem acessível para a divulgação do Projeto de
Coleta Seletiva e sensibilização da comunidade;
Realizar um acompanhamento social, verificando a participação
da comunidade, as dúvidas, críticas e sugestões existentes visando
o melhoramento contínuo do sistema;
Utilizar os instrumentos de controle para verificar a eficiência do
processo e os pontos a serem melhorados e/ou alterados;
Quando necessário, priorizar, a aquisição e utilização de materiais
reciclados e/ou de construção sustentável;
A Prefeitura deverá alavancar o processo de reciclagem sendo o agente
incentivador, através de cadastramentos dos compradores de resíduos recicláveis,
a instalação em terrenos públicos de unidades organizadas para a triagem e
compostagem de resíduos e a possível redução de impostos para a implantação
de indústrias recicladoras não poluentes no município; poderá também ser o
agente implementador, através da implantação do PCS, construção das unidades
de triagem e compostagem, treinamento e capacitação dos funcionários,
instituição de uma coordenação municipal de reciclagem e instituição de
consórcios intermunicipais; e por último pode ser o agente consumidor, utilizando
todo e qualquer produto produzido através de reciclagem nas repartições públicas,
nas escolas e no município como um todo, a emprego dos resíduos de entulho
110 Projeto de Coleta Seletiva
Chapadão do Sul/MS
Deméter Engenharia Ltda. - Versão 01 – Setembro de 2012
como agregados em obras públicas, o uso do adubo orgânico para praças, hortas
e áreas verdes e a utilização de podas e restos vegetais como combustíveis.
O ideal é que o município esteja envolvido em todos estes processos,
incentivando, implantando e consumindo os materiais provenientes da reciclagem
de forma a fechar a cadeia produtiva da reciclagem e agregar valores
econômicos, ambientais e sociais ao município e seus habitantes.
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111
13 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Projeto de Coleta Seletiva deverá ser implementado seguindo todas as
diretrizes, estratégias e ações sugeridas, sendo avaliadas e discutidas pelos grupos
de trabalhos responsáveis pela implantação e acompanhamento dos sistemas.
Destaca-se que há ações que demandarão estudos complementares e
deverão ser realizadas por equipe técnica especializada, garantindo a criação de
instrumentos específicos de melhorias do sistema de coleta seletiva no município. A
avaliação de todos os serviços deverá ser realizada periodicamente, identificando
oportunidades de melhorias continuas no sistema de coleta seletiva dos resíduos
sólidos domiciliares.
O município deverá contar com a participação da sociedade na
identificação dos problemas e discussão sobre as necessidades de melhoria no
sistema de coleta seletiva e limpeza urbana. Desta forma, a conscientização da
população em relação às condições atuais do sistema, a divulgação das ações de
melhoria, seus resultados e a participação da rede de ensino se apresentam como
atividades fundamentais e contínuas a serem desenvolvidas, bem como a
responsabilidade do poder público em implantar um sistema sustentável de coleta
seletiva dos resíduos sólidos domiciliares.
Portanto, conforme define a Lei Nº 12.305, que instituiu a Política Nacional
de Resíduos Sólidos, a responsabilidade oriunda da geração de resíduos deverá ser
compartilhada, envolvendo todos, desde os geradores, o comércio, os
transportadores, as indústrias e o poder público. Sendo assim, quando definido o
modelo de gestão todos deverão se adequar e contribuir com o sucesso ambiental,
social e econômico do mesmo.
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113
14 IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA CONTRATADA E EQUIPE TÉCNICA
RESPONSÁVEL
A empresa Deméter Engenharia Ltda. é composta por um grupo de
profissionais, que buscaram formação teórica, experiência e técnica prática
visando poder oferecer aos seus clientes as soluções tecnológicas, ambientais e
construtivas necessárias para o bom e correto andamento dos mais diversos ramos
de atividades.
Os profissionais da engenharia que hoje compõem a equipe da Deméter
Engenharia Ltda. possuem experiência na coordenação e elaboração de grandes
estudos ambientais e planejamento sanitário/ambiental, para os setores público e
privado. Na esfera pública, os principais trabalhos desenvolvidos consistem em
Planos de Gerenciamento e Gestão de Resíduos Sólidos, Planos Municipais de
Saneamento Básico, Planos cujo enfoque é o controle da poluição e o
planejamento tanto urbano quanto rural. Na esfera privada, a equipe trabalhou
com grandes empreendimentos como Usinas do Setor Sucroenergético, Usinas
Hidroelétricas, Perícias Judiciais Ambientais, Auditorias no Setor Rural e Diagnóstico
Ambientais.
Consciente de seu papel na preservação de um ambiente sadio para a
vida de atuais e futuras gerações, a equipe da Deméter Engenharia Ltda. objetiva
cumprir esta meta atrelando-a ao desenvolvimento social e econômico do país.
Nossa equipe formou-se e especializou-se na área ambiental por acreditar ser a
engenharia uma fonte infindável de soluções que têm por fim último a resolução de
problemas.
O respeito ao meio ambiente e a opção por tecnologias limpas são
compromissos éticos firmados profissionalmente pelos integrantes da empresa em
seus projetos e ações.
O princípio básico constitui inicialmente na adoção de medidas
preventivas, cumprindo-se os requisitos legais e buscando-se dimensionar, desde o
início de um projeto, todos os impactos ambientais adversos do mesmo e, a partir
disso, desenvolver os programas necessários para eliminação ou minimização
destes. Dessa maneira, possibilita-se o controle dos riscos envolvidos e promove-se o
tão almejado desenvolvimento sustentável.
114 Projeto de Coleta Seletiva
Chapadão do Sul/MS
Deméter Engenharia Ltda. - Versão 01 – Setembro de 2012
Deméter Engenharia Ltda.
CNPJ n°: 10.695.543/0001-24
Registro no CREA/MS: 7.564/D
Cadastro do IBAMA n.º 4397123
Endereço: Rua Cláudia, n.o 239, Bairro Giocondo Orsi
Campo Grande/MS
CEP: 79.022-070
Telefone/Fax: (67)3351-9100
E-mail: [email protected]
Responsáveis técnicos: Fernanda Olivo
Lucas Meneghetti Carromeu
Neif Salim Neto
Nome: Fernanda Olivo
Formação: Engenheira Sanitarista e Ambiental, acadêmica de Direito e
Especialista em Perícia, Auditoria e Gestão Ambiental.
CREA-MS: 12.185/D - Cadastro IBAMA: 2635995 - Cadastro IMASUL: 1.991
Telefone: (67)3351-9100 / Celular: (67)8118-9330
E-mail: [email protected]
Nome: Lucas Meneghetti Carromeu
Formação: Engenheiro Sanitarista e Ambiental e Especialista em Perícia,
Auditoria e Gestão Ambiental.
CREA-MS: 11.426/D - Cadastro IBAMA: 2524352 - Cadastro IMASUL: 2.971
Telefone: (67)3351-9100 / Celular: (67)8401-5370
E-mail: [email protected]
Nome: Neif Salim Neto
Engenheiro Sanitarista e Ambiental e Mestre em Agroecossistemas
CREA-MS: 9.803/D - Cadastro IBAMA: 5068407
Telefone: (67)3351-9100 / Celular: (67)8136-3881
E-mail: [email protected]
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14.1 EQUIPE TÉCNICA
KALIL GRAEFF SALIM
Engenheiro Sanitarista e Ambiental, Mestre em Engenharia Ambiental
CREA-MS: 84.1004/D
JORGE JUSTI JÚNIOR
Engenheiro Ambiental
CREA-MS: 16407/P
TIAGO HENRIQUE LIMA DOS SANTOS
Engenheiro Ambiental
CREA-MS: 16.450/D
14.2 APOIO TÉCNICO
ÍSIS DE JESUS FERNANDES
Acadêmica de Arquitetura e Urbanismo
RODRIGO AVILA BARSOTTI
Acadêmico de Engenharia Ambiental
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10.004 – Resíduos Sólidos, de
31 de maio de 2004. Classificar os resíduos sólidos quanto aos seus riscos potenciais
ao meio ambiente e à saúde pública, para que possam ser gerenciados
adequadamente. ABNT, 2004.
BRASIL Lei nº 12.305, de 02 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos
Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências.
BRASIL - Ministério das Cidades– Sistema de Nacional de Informações sobre
Saneamento “Diagnóstico do Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos”. Disponível em:
<www.snis.gov.br>.
CÂNDIDO C. V. L et al. Plano de Gerenciamento Integrado de Coleta Seletiva. Belo
Horizonte: Fundação do Meio Ambiente, Fundação Israel Pinheiro, 2009.
FUNASA – Orientações Técnicas para Apresentação de Projetos de Resíduos Sólidos
Urbanos. Fundação Nacional de Saúde – FUNASA (2006).
FUZARO, J. A. Coleta Seletiva para prefeituras. 4ª edição. São Paulo, 2005.
IBAM. Manual de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos. Rio de Janeiro:
IBAM, 2001. 200p.
IPT – CEMPRE. Lixo Municipal: Manual de Gerenciamento Integrado. 3ª edição. 370
p. São Paulo, 2010.
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ANEXOS
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Anexo I -Modelo de estatuto social para a criação de associações e/ou
cooperativas de catadores de materiais recicláveis
ESTATUTO SOCIAL PARA A CRIAÇÃO DE ASSOCIAÇÕES E/OU COOPERATIVAS DE CATADORES
DE MATERIAIS RECICLÁVEIS
CAPÍTULO I
DA DENOMINAÇÃO, SEDE, FORO, ÁREA DE AÇÃO DA SOCIEDADE, PRAZO DE DURAÇÃO E ANO SOCIAL
Art. 1º - A COOPERATIVA DOS CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS - XXXXXX, rege-se pelo presente Estatuto e
pelas disposições legais em vigor, tendo:
a. Sede, administração e foro na cidade, município e comarca de xxxxxxxxxx;
b. Área de ação em todos os municípios que compõem xxxxxxx, conforme definido, para
efeito de administração de associados, atendendo-se às possibilidades de reunião,
facilidade de coleta e distribuição dos produtos comercializáveis, controle e fiscalização de
operações;
c. O prazo de duração é indeterminado e o ano social coincide com o ano civil.
CAPÍTULO II
DOS OBJETIVOS DA SOCIEDADE
Art. 2º - A Cooperativa tem por objetivo organizar a ação solidária de seus associados, em suas atividades
profissionais específicas, proporcionando viabilidade econômica em suas tarefas de coleta, armazenamento,
processamento e comercialização de aparas e materiais reaproveitáveis.
Parágrafo Único. No cumprimento de sua finalidade, tem ainda a Cooperativa a função de:
a. Defender o interesse social e econômico de seus cooperados, libertando-os da
dependência de comerciantes intermediários e tratar de seus interesses junto ao poder
público e a terceiros;
b. Buscar integração com outras cooperativas desta mesma atividade profissional, visando a
formação e fortalecimento de cooperativa de segundo grau e integrar-se com
cooperativas similares e demais segmentos do cooperativismo, garantindo maior
economicidade nos negócios desenvolvidos e o fortalecimento do cooperativismo como
um todo;
c. Desenvolver serviços de apoio aos associados, de caráter jurídico, social e econômico,
envolvendo a defesa de seus direitos, sua saúde e segurança no trabalho e bem estar no
convívio comunitário;
d. Desenvolver atividades de orientação, formação e apoio para o engajamento de novos
associados, conscientizando-os dosa valores e objetivos do cooperativismo;
e. Desenvolver ainda atividades para a divulgação do cooperativismo e apoio à formação
de novas unidades cooperativa.
Art. 3º - Com o fim de cumprir seus objetivos, a cooperativa organizará e manterá, com aprovação de Assembleia
Geral, os serviços que se fizerem necessários, obedecendo à regulamentos específicos aprovados.
CAPÍTULO III
DIREITOS E DEVERES DOS ASSOCIADOS
Art. 4º - Poderão associar-se à cooperativa, salvo se houver impossibilidade técnica de prestação de serviços, todos
aqueles que, por livre opção, concordem com o presente Estatuto e exerçam a profissão de autônomo de aparas
e materiais reaproveitáveis na região de XXXX e, não se dediquem a outras atividades que possam prejudicar ou
colidir com os interesses e objetivos da cooperativa.
§ 1º - O número de associados é ilimitado, não podendo, entretanto, ser inferior a 20 pessoas
físicas;
§ 2º - Para adquirir a qualidade de associado da cooperativa, o interessado deverá conhecer
e aceitar este Estatuto, ser proposto por dois sócios e, depois de aceito pela diretoria, assinar
o Termo de Administração no Livro de Matrícula e, ainda subscrever as quotas-partes do
capital, nos termos previstos neste Estatuto.
Art. 5º - Cumprindo o que dispõe o artigo anterior o associado receberá a Carteira de Associado, o texto deste
Estatuto e a reprodução das declarações constantes no Livro de Matrículas. Adquire assim todos os direitos, e
assume as obrigações decorrentes da lei deste Estatuto e das deliberações tomadas pela Assembleia Geral da
cooperativa.
a. Tomar parte nas Assembleias Gerais, discutindo e votando os assuntos que nela forem
tratados, ressalvadas as restrições legais específicas;
b. Propor à Diretoria ou à Assembleia Geral medidas de interesse da cooperativa;
c. Votar e ser votado para os cargos sociais, ressalvadas as restrições legais estatuárias;
d. Demitir-se da Sociedade quando bem lhe convier;
e. Efetuar as operações que são objeto desta sociedade, de conformidade com a lei, a este
Estatuto e às regras que a Assembleia Geral estabelecer;
f. Solicitar quaisquer informações sobre negócios da cooperativa e, dentro do mês que
anteceder à Assembleia Geral Ordinária, consultar, na sede da sociedade, os livros e peças
do balanço geral.
Art. 7º - O associado tem o dever e a obrigação de:
a. Subscrever e realizar as quotas partes do capital nos termos deste Estatuto e contribuir com
as taxas e encargos operacionais que forem estabelecidos;
b. Realizar através da cooperativa as operações que constituem seus objetivos sociais,
profissionais e econômicos;
c. Cumprir com as disposições da lei, do Estatuto, respeitar as resoluções regulamentares
tomadas pelo Conselho de Administração e acatar as deliberações da Assembleia Geral;
d. Zelar pelos interesses morais e materiais da sociedade;
e. Pagar pontualmente seus compromissos para com a sociedade;
f. Satisfazer pontualmente seus compromissos para com a cooperativa, participando
ativamente da sua vida societária e empresarial e adquirir bens e serviços que a
cooperativa dispuser;
g. Concorrer com o que lhe couber, na conformidade das disposições deste Estatuto, para a
cobertura da sociedade;
h. Prestar à cooperativa esclarecimentos relacionados com as atividades que lhes facultaram
associar-se.
Art. 8º - O Associado responde subsidiariamente pelos compromissos da cooperativa, até o valor do capital por ele
subscrito.
Parágrafo Único - A responsabilidade do associado como tal, pelos compromissos da sociedade, em face a
terceiros, perduram para os demitidos, eliminados ou excluídos, até que sejam aprovadas as contas do exercício
em que se deu o desligamento, mas só poderá ser invocada depois de exigida judicialmente da cooperativa.
Art. 9º - As obrigações dos associados falecidos, contraídas com a cooperativa e as oriundas de sua
responsabilidade como associado em face a terceiros, passam aos seus terceiros, prescrevendo porém, após um
ano do dia da abertura da sucessão.
Parágrafo Único - Os herdeiros do Associado falecido tem direito ao capital realizado e demais créditos
pertencentes ao extinto, assegurando-lhes o direito de ingresso na cooperativa, desde que preencham as
condições estabelecidas neste Estatuto.
CAPÍTULO IV
DA DEMISSÃO, ELIMINAÇÃO, EXCLUSÃO
Art. 10 - A demissão do associado, que não poderá ser negada, dar-se-á unicamente a seu pedido e será
requerida ao Presidente, sendo por este levada ao Conselho de Administração em sua primeira reunião e
averbada no Livro de Matrícula, mediante termo assinado pelo Presidente.
Artigo 11 - A eliminação do associado, que será aplicada em virtude da infração da lei, ou deste Estatuto, será feita
por decisão do Conselho de Administração, depois de notificação ao infrator; os motivos que a determinaram
deverão constar no termo lavrado no Livro de Matrícula e assinado pelo Presidente da cooperativa.
§ 1º - Além de outros motivos, o Conselho de Administração deverá eliminar o associado que;
a. Vier a exercer qualquer atividade considerada prejudicial à cooperativa ou que colida
com os seus objetivos;
b. Houver lavado a cooperativa à prática de atos judiciais para obter o cumprimento de
obrigação por ele contraídas;
c. Depois de notificado, voltar a infringir disposições da lei, deste Estatuto, das Resoluções ou
Deliberações da Assembleia Geral;
d. Deixe de operar com a sociedade por período superior a um ano, desviando sua produção
para o comércio de intermediários excetuando-se o caso de impossibilidade de
recebimento pela cooperativa por questões técnicas.
§ 2º - Cópia autêntica da decisão será remetida ao interessado por processo que comprove as
datas de remessa e do recebimento, no prazo máximo de 30 dias contar da data da decisão.
§ 3º - O atingido poderá, dentro do prazo de 30 (trinta) dias contados da data do recebimento
da notificação, interpor recurso, que terá efeito suspensivo, até a primeira Assembleia Geral.
Art. 12 - A exclusão do associado será feita:
I. Por parte da pessoa física;
II. Por incapacidade civil não suprida;
III. Por deixar de atender aos requisitos estatuários de ingresso ou permanência na
cooperativa.
Art. 13 - Ocorrendo o falecimento, a pessoa física será imediatamente excluída. O espólio passará a ser
representado na sociedade, devidamente matriculado, sendo o seu representante o Inventariante.
Parágrafo Único - A exclusão se efetivará mediante Termo lavrado no Livro de Matrícula, assinada pelo Presidente,
após aprovada pelo Conselho de Administração.
Art. 14 - Em qualquer caso, como nos de demissão, eliminação ou exclusão, o associado só terá direito à restituição
do capital que integralizou, acrescido das sobras que lhe tiverem sido registradas.
§ 1º - A restituição de que trata este artigo somente poderá ser exigida depois de aprovado,
pela Assembleia Geral, o Balanço do Exercício em que o associado tenha sido desligado da
cooperativa.
§ 2º - A administração da cooperativa poderá determinar que a restituição desse capital
fosse feita em parcelas iguais, mensais e sucessivas a partir do exercício financeiro que se
seguir àquele em que se deu o desligamento.
§ 3º - Ocorrendo demissões, eliminações ou exclusões de associados em número tal que as
restituições das importâncias referidas no Artigo possam ameaçar a estabilidade econômica-
financeira da cooperativa, esta poderá restituí-las mediante critérios que resguardem a sua
continuidade.
§ 4º - Os deveres dos associados perduram, para os demitidos, eliminados ou excluídos, até
que sejam aprovados pela Assembleia Geral as contas dos exercícios em que o associado
deixou de fazer parte da sociedade.
CAPÍTULO V
DO CAPITAL
Art. 15 - O capital da cooperativa, representado por quotas-partes, variará conforme o número de quotas-partes
subscritas, não sendo entretanto inferior a 60 (sessenta) quotas-partes, que ora perfazem R$ 326,40.
§ 1º - O capital é subdividido em quotas-partes de valor unitário correspondente a 20% do
SMR à época da subscrição, ou ao índice que vier a sucedê-la em caso de extinção.
§ 2º - A quota parte é indivisível, intransferível a não associados, não poderá ser negociado de
modo algum nem dada em garantia; sua subscrição, realização, transferência ou restituição
será sempre escriturada no Livro de Matrícula.
§ 3º - A transferência de quotas-partes total ou parcial, será escriturada no Livro de Matrícula
mediante termo que conterá as assinaturas do cedente, do cessionário e do Presidente da
cooperativa.
§ 4º - O associado poderá pagar as quotas-partes à vista de uma só vez ou em prestações
mensais independente de chamada, dentro do prazo de no máximo 10 (dez) meses, ou por
meio de contribuições.
§ 5º - Para efeito de integralização das quotas-partes ou de aumento de capital social,
poderá a cooperativa receber bens, avaliados previamente e após homologação em
Assembleia Geral.
§ 6º - O valor correspondente à correção monetária do capital social efetuada em
observância a legislação vigente, será mantida em conta reserva de equalização, indivisível
para fins de distribuição, não podendo ser utilizada para integralização de quotas-partes de
capital.
§ 7º - A cooperativa pagará juros de 12% (doze por cento) ao ano, que serão contados sobre
parte do capital integralizado, se houver sobras no exercício.
§ 8º - A cooperativa reterá até 10% (dez por cento) do movimento financeiro de cada
associado, sobre a entregada de sua produção, para aumento de capital, que se destinará a
formação do FUNDO ROTATIVO e para o FUNDO DE RESERVA.
§ 9º - O Conselho de Administração reverá, sempre que necessário, o valor da taxa a que se
refere o parágrafo anterior, propondo alternativas à Assembleia Geral.
§ 10º - A cooperativa poderá reter as sobras líquidas para cobertura de prestações vencidas
dos associados relativos a integralização do capital subscrito pelos mesmos.
Art. 16 - Ao ser admitido, cada associado deverá subscrever no mínimo uma quota-parte do capital social e no
máximo tantas quotas-partes cujo valor não exceda 1/3 (um terço) do capital social subscrito da cooperativa.
CAPÍTULO VI
DA ASSEMBLEIA GERAL
Art. 17 - A Assembleia Geral dos associados ordinária ou extraordinária, é o órgão supremo da cooperativa; dentro
dos limites da lei e deste Estatuto, tomará toda e qualquer decisão de interesses da sociedade e suas deliberações
vinculam a todos, ainda que ausentes ou discordantes.
Art. 18 - A Assembleia Geral será convocada e dirigida pelo Presidente, após deliberação do Conselho de
Administração.
§ 1º - Poderá também ser convocada pelo Conselho Fiscal, se ocorrem motivos graves e
urgentes ou ainda, 1/5 (um quinto) dos associados em pleno gozo de seus direitos sociais,
após uma solicitação não atendida, no prazo de 15 (quinze) dias.
§ 2º - - Não poderá votar e ser votado na Assembleia Geral o associado que:
a. Tenha sido admitido após a sua convocação;
b. Que esteja na infringência de qualquer disposição dos itens do Artigo 7º desde Estatuto;
c. Não tenha operado durante um ano na cooperativa, sob qualquer forma;
d. Tenha aceito e estabelecido relação empregatícia com a cooperativa, até a operação
das contas do ano social em que tenha deixado essa função.
Art.19 - Em qualquer das hipóteses do Artigo Anterior, as Assembleias Gerais serão convocadas com antecedência
mínima de (dez) dias para a primeira convocação, observado o intervalo de 01 (uma hora para a segunda, e de 01
(uma) para a terceira, com exceção de previsto no Artigo 28 deste Estatuto.
Parágrafo Único - As 03 (três) convocações poderão ser num único Edital, desde que dele constem, expressamente,
os prazos para cada uma delas.
Art. 20 - Não havendo “quórum” para instalação da Assembleia convocada nos termos do artigo anterior, será feita
nova série de três convocações, com antecedência mínima de 10 (dez) dias para cada uma delas.
Parágrafo Único - Se ainda não houver “quórum” para a instalação, será admitida a intenção de dissolver a
sociedade.
Art. 21 - Dos Editais de Convocação das Assembleias Gerais deverão constar:
I. A denominação da cooperativa, seguida da expressão “Convocação da Assembleia
Geral” Ordinária ou Extraordinária, conforme o caso;
II. O dia e a hora da reunião, em cada Convocação, assim como o endereço do local e sua
realidade, o qual, salvo motivo justificado, será sempre o da Sede Social;
III. A sequência ordinal das convocações;
IV. A ordem do dia dos trabalhos, com as devidas especificações;
V. O número de associados existentes na data de sua expedição, para efeito de cálculo do
“quórum” de instalação.
§ 1º - No caso de a convocação ser feita por associados, o Edital será assinado, no mínimo,
pelos 04 (quatro) primeiros signatários do documento que o solicitou.
§ 2º - Os Editais de convocação serão fixados em locais visíveis nas dependências mais
comumente frequentadas pelos associados, publicados em jornal e comunicados por
circulares aos associados.
Art. 22 - É da competência das Assembleias Gerais, ordinárias ou extraordinárias, a destituição dos membros do
Conselho Administrativos e Fiscal.
Parágrafo Único - Ocorrendo destituição que possa comprometer a regularidade da administração ou fiscalização
da Entidade, poderá a Assembleia designar administradores e conselheiros provisórios, até a posse dos novos, cuja
eleição se efetuará no prazo máximo de 30 (trinta) dias.
Art. 23 - O “quorum”, para instalação da Assembleia Geral, é o seguinte:
I. 2/3 (dois terços) do número de associados, em condições de votar, em primeira
convocação;
II. Metade mais 1 (um) dos associados, em segunda convocação;
III. Mínimo de 10 (dez) associados, na terceira convocação.
Parágrafo Único - Para efeito de verificação do “quórum” de que trata este artigo, o número de associados, em
cada convocação, se fará por suas assinaturas, seguidas dos respectivos números de matrícula, apostas no Livro de
Presenças.
Art. 24 - Os trabalhos das Assembleias Gerais serão dirigidos pelo Presidente, auxiliado pelo Secretário da
cooperativa, sendo convidados a participar da Mesa os ocupantes de cargos sociais presentes.
§ 1º - Na aus6encia do Secretário da cooperativa, e de seu substituto, o Presidente convidará
outro associado para secretariar os trabalhos e lavrar a respectiva Ata.
§ 2º - Quando a Assembleia Geral não tiver sido convocada pelo Presidente, os trabalhos serão
dirigidos pelo associado escolhido na ocasião, e secretariado por outro, convidado por aquele,
compondo a Mesa dos trabalhos, os principais interessados na sua convocação.
Art. 25 - Os ocupantes de cargos sociais, como qualquer outros associados, não poderão votar nas decisões sobre
assuntos que a eles se refiram de maneira direta ou indireta, entre os quais os de prestação de contas, mas não
ficarão privados de tomar parte nos respectivos debates.
Art. 26 - Nas Assembleias Gerais, em que forem discutidos o Balanço de Contas, o Presidente da Cooperativa, logo
após a leitura do Relatório do Conselho de Administração, das peças contábeis e do parecer do Conselho Fiscal,
solicitará ao Plenário que indique um associado para coordenar os debates e a votação da matéria.
§ 1º - Transmitida a direção dos trabalhos, o Presidente, os Membros do Conselho de
Administração e Fiscal deixarão a Mesa, permanecendo contudo, no recinto, à disposição da
Assembleia, para os esclarecimentos que lhes forem solicitados.
§ 2º - O Coordenado indicado escolherá, entre os associados, um Secretário “ad-hoc” para
auxiliá-lo na redação das decisões a serem incluídas na Ata, pelo Secretário da Assembleia.
§ 3º - O mesmo procedimento será adotado quando da deliberação da remuneração dos
conselheiros.
Art. 27 - As deliberações das Assembleias Gerais somente poderão versar sobre os assuntos constantes no Edital de
Convocações.
§ 1º - Em regra, a votação será por aclamação, mas a Assembleia poderá optar pelo voto
secreto, atendendo-se então às normas usuais.
§ 2º - O que ocorrer na Assembleia Geral deverá constar de Ata circunstanciada, lavrada no
Livro próprio, aprovada e assinada ao final dos trabalhos pelos diretores e fiscais presentes, por
uma comissão de associados designados pela Assembleia e, ainda, por quantos o queiram fazer.
§ 3º - As deliberações nas Assembleias Gerais serão tomadas por maioria de simples votos dos
associados presentes com direito de votar, tendo cada associado presente direito a 01 (um) só
voto, qualquer que seja o número de suas quotas-partes.
§ 4º - Prescreve em 04 (quatro) anos a ação para anular as deliberações das Assembleias Gerais
viciadas de erro, dolo, fraude ou simulação, ou tomadas com violação da Lei ou do Estatuto,
contando o prazo da data em que a Assembleia tiver sido realizada.
Art. 28 - Todas as Assembleias Gerais convocadas para realização d eleições para o preenchimento de vagas no
Conselho de Administração, quer sejam para renovação integral ou parcial, os respectivos Editais de convocação
deverão ser publicados com a antecedência mínima de 30 (trinta) dias.
§ 1º - Os candidatos às eleições em referência, deverão apresentar suas candidaturas e registrá-
las na sede da cooperativa, até 10 (dez) dias antes da realização das respectivas Assembleias,
acompanhadas da declaração de elegibilidade, nos termos do Art. 34, caput deste Estatuto.
§ 2º - Na eventualidade de que dentro do prazo previsto no parágrafo anterior, não sejam
registrados candidatos para concorrerem aos cargos do Conselho de Administração, a
Assembleia poderá deliberar, se houver conveniência, que as eleições sejam efetivadas durante
suas realização e mediante a concessão de, até, 01 (uma) hora de prazo para apresentação de
chapa e declaração de elegibilidade.
§ 3º - Se ainda não houver candidatos será considerado prejudicado esse item e a Assembleia
prosseguirá com os demais itens da ordem do dia, devendo ser realizada AGE para a eleição.
§ 4º - Os candidatos poderão fazer a indicação de seus fiscais, conjuntamente com o registro de
suas candidaturas, sendo que as comissões de acompanhamento das eleições e a de
apuração, deverão ser indicadas em reunião conjunta do Conselho de Administração e
Conselho Fiscal, em exercício, até 05 (cinco) dias anteriores à realização do pleito.
CAPÍTULO VII
DA ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA
Art. 29 - A Assembleia Geral Ordinária, que se realizará obrigatoriamente uma vez por ano, no decorrer dos 03 (três)
primeiros meses, após o término do exercício social, deliberará sobre os seguintes assuntos, que deverão constar da
Ordem do Dia:
I. Prestação de conta dos órgãos da administração, acompanhada do parecer do Conselho
Fiscal, compreendendo:
Relatório da gestão;
Balanço;
Demonstração das sobras apuradas ou das perdas decorrentes da insuficiência das
contribuições para cobertura das despesas da sociedade e do parecer do Conselho Fiscal;
Plano de atividade da sociedade para o exercício seguinte.
II. Destinação das sobras apuradas ou rateio das perdas decorrentes da insuficiência das
contribuições para cobertura das despesas da sociedade, deduzindo-se no primeiro caso, as
parcelas para os fundos obrigatórios;
III. Eleição dos componentes do Conselho de Administração e Fiscal;
IV. Fixação do valor dos honorários da Diretoria Executiva, bem como o valor da cédula de
presença dos membros do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal efetivo, pelo
comparecimento às reuniões respectivas.
V. Quaisquer assuntos de interesse social, excluídos os enumerados no Artigo 31 deste Estatuto.
§ 1º - Os membros dos órgãos de administração e fiscalização não poderão participar da
votação das matérias referidas nos itens I e IV deste Artigo.
§ 2º - A aprovação do Relatório, Balanço e Contas dos órgãos de administração, desonera seus
componentes de responsabilidade, ressalvados os casos de erro, fraude ou simulação, bem
como de infração da lei ou deste Estatuto.
CAPÍTULO VIII
DA ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA
Art. 30 - A Assembleia Geral Extraordinária realizar-se-á sempre que necessário e poderá deliberar sobre qualquer
assunto de interesse da sociedade, desde que mencionado no Edital de Convocação.
Art. 31 - É da competência exclusiva da Assembleia Geral Extraordinária deliberar sobre os seguintes assuntos:
I. Reforma do Estatuto;
II. Fusão, incorporação ou desmembramento;
III. Mudança de objeto da sociedade;
IV. Dissolução voluntária da sociedade e nomeação de Liquidantes;
V. Contas do Liquidante.
Parágrafo Único - São necessários os votos de 2/3 (dois terços) dos associados presentes, para tornar válidas as
deliberações de que trata este artigo.
CAPÍTULO IX
DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO E DA DIRETORIA
Art. 32 - A cooperativa será administrada por um Conselho Administrativo, composto por 5 (cinco) membros, todos
associados, eleitos pela Assembleia Geral, para um mandato de 04 (quatro) anos, sendo obrigatória, no término de
cada período de mandato, a renovação de no mínimo 02 (dois) dos seus componentes.
§ 1º - Os membros do Conselho Administrativo não serão remunerados.
§ 2º - Não podem compor o Conselho de Administração, parentes entre si, até o 2º (segundo)
grau, em linha reta, colateral, afins, bem como o cônjuge.
§ 3º - Os administradores, eleitos ou contratados, não serão pessoalmente responsáveis pelas
obrigações que contraírem em nome da sociedade, mas responderão pelos prejuízos resultantes
de seus atos, se agirem com culpa ou dolo.
§ 4º - A cooperativa responderá pelos atos a que se refere o parágrafo anterior, se os houver
ratificado ou deles logrado proveito.
§ 5º - Os que participarem do ato ou operação social em que se oculte a natureza da
sociedade, podem ser declarados pessoalmente pelas obrigações em nome dela contraídas,
sem prejuízo das sanções penais cabíveis.
Art. 33 - Após a posse do novo Conselho de Administração, este, em sua primeira reunião, comporá a Diretoria
Executiva da cooperativa, formada por um Diretor-Presidente, um Diretor-Secretário, um Diretor-Tesoureiro e dois
Diretores vogais, estes com funções a serem designados pelo Presidente.
§ 1º - Os membros da diretoria executiva da cooperativa não serão remunerados.
Parágrafo Único - No ato de posse, os membros eleitos deverão apresentar a declaração de
bens e não-parentesco.
Art. 34 - São inelegíveis, além das pessoas impedidas por lei, os condenados a pena que vede, ainda que
temporariamente, o acesso a cargos públicos; ou por crime falimentar, de prevaricação, suborno, concussão,
peculato ou contra a economia popular, a fé pública ou a propriedade.
§ 1º - O associado, mesmo ocupante de cargo eletivo na sociedade, que em qualquer
operação tiver interesse oposto ao da cooperativa, não poderá participar das deliberações que
sobre tal operação versarem, cumprindo-lhe acusar o seu impedimento.
§ 2º - Os componentes do Conselho de Administração, do Conselho Fiscal, assim como
Liquidantes, equiparam-se aos administradores das sociedades anônimas, para efeito de
responsabilidade criminal.
§ 3º - Sem prejuízo da ação que possa caber a qualquer cooperado, a sociedade, por seus
dirigentes, ou representado pelo associado escolhido em Assembleia Geral, terá direito de ação
contra os administradores, para promover a sua responsabilidade.
Art. 35 - O Conselho de Administração rege-se pelas seguintes normas:
I - Reúne-se ordinariamente uma vês por mês e extraordinariamente sempre que necessário, por
convocação do Presidente, da maioria do Próprio Conselho de Administração, ou ainda por
solicitação do Conselho Fiscal;
II - Delibera validamente com a presença da maioria dos votos dos presentes, reservado ao
presidente o exercício do voto de desempate;
III - As deliberações serão consignadas em Atas circunstanciadas lavradas no Livro próprio, lidas,
aprovadas e assinadas, ao final dos trabalhos, pelos membros presentes.
§ 1º - Nos impedimentos por prazos inferiores a 90 (noventa) dias, o Presidente será substituído
pelo Secretário.
§ 2º - O Secretário e o Tesoureiro serão substituídos pelos vogais.
§ 3º - Se ficarem vagos, por qualquer tempo, mais de metade dos cargos do Conselho de
Administração, deverá o Presidente, ou os membros restantes, se a Presidência estiver vaga,
convocar Assembleia Geral Extraordinária para o devido preenchimento.
§ 4º - Os escolhidos exercerão o mandato pelo prazo que restar aos seus antecessores.
§ 5º - Perderá automaticamente o cargo o membro do Conselho de Administração que, sem
justificativa, faltar 03 (três) reuniões ordinárias consecutivas ou a 06 (seis) durante o ano.
Art. 36 - Compete ao Conselho de Administração, dentro dos limites da lei e este Estatuto, atendidas as decisões ou
recomendações da Assembleia Geral, planejar e traçar normas para as operações e serviços da cooperativa e
controlar os resultados.
§ 1º - No desempenho das suas funções, cabem-lhes, entre outras, as seguintes atribuições:
a) Programar as operações e serviços, estabelecendo qualidades e fixando quantidades,
valores, prazos, taxas, encargos e demais condições necessárias a sua efetivação;
b) Estabelecer, em Instruções ou Regulamentos, sanções ou penalidades a serem aplicadas nos
casos de violação ou abuso cometido contra disposições da lei, deste Estatuto ou das regras
de relacionamento com a sociedade, que venham a ser expedidas de suas reuniões;
c) Determinar a taxa destinada a cobrir as despesas dos serviços da sociedade assim como o
percentual a que se refere o parágrafo, item 8º, do Artigo 15º deste Estatuto;
d) Avaliar e providenciar o montante dos recursos financeiros e dos meios necessários ao
atendimento das operações e serviços;
e) Estimar previamente a rentabilidade das operações e serviços, bem como sua viabilidade;
f) Fixar as despesas de administração, em orçamento anual que indique a fonte dos recursos
para sua cobertura;
g) Fixar as normas de disciplinas funcional;
h) Contratar o gerente, técnico ou comercial, o contador e fixar normas para admissão dos
demais empregados;
i) Designar, por indicação do gerente, o substituto deste nos seus impedimentos eventuais;
j) Julgar os recursos formulados pelos empregados contra decisões disciplinares tomadas pelo
gerente;
k) Avaliar a conveni6encia e fixar o limite de fiança ou seguro de fidelidade para os
empregados que manipulem dinheiro ou valores da cooperativa;
l) Estabelecer as normas para o funcionamento da sociedade;
m) Contratar, quando se fizer necessário, um serviço de auditoria, para o fim e conforme o
disposto no Art. 112 da Lei 5764/71, de 16 de dezembro de 1971 - Lei Cooperativista;
n) Indicar o Banco, ou Bancos, nos quais devem ser feitos os depósitos do numerário disponível e
fixar o limite máximo que poderá ser mantido em Caixa;
o) Estabelecer as normas de controle das operações e serviços, verificando, no mínimo o estado
econômico-financeiro da cooperativa e o desenvolvimento das operações e atividades em
geral, através de balancetes da contabilidade e demonstrativos específicos;
p) Deliberar sobre a admissão, demissão, eliminação e exclusão de associados;
q) Deliberar sobre a convocação da Assembleia Geral;
r) Alienar ou onerar bens imóveis da sociedade, com expressa autorização da Assembleia
Geral;
s) Contrair obrigações, transigir, alienar e onerar bens móveis, ceder direitos e constituir
mandatários;
t) Zelar pelo cumprimento das leis do Cooperativismo e outros aplicáveis, bem assim pelo
atendimento da legislação trabalhista e fiscal.
§ 2º - O Conselho de Administração solicitará sempre que julgar conveniente o assessoramento
do gerente ou do contador, conforme o caso, para auxiliá-lo no esclarecimento dos assuntos a
decidir, podendo determinar que qualquer deles apresente previamente projetos sobre questões
específicas.
§ 3º - As normas estabelecidas pelo Conselho de Administração serão baixadas em forma de
Resolução ou Instrução e constituirão o Regimento Interno da Cooperativa.
Art. 37 - Ao Presidente cabem entre outras, as seguintes atribuições:
a) Supervisionar as atividades da Cooperativa, através de contatos assíduos com o Governo;
b) Verificar frequentemente o saldo do Caixa;
c) Assinar os cheques bancários conjuntamente com o tesoureiro, ou outro Diretor, ou com o
Gerente;
d) Assinar, conjuntamente com o Secretário, ou outro Diretor, contratos e demais documentos
constitutivos de obrigações;
e) Convocar e presidir as Reuniões do Conselho de Administração, bem como as Assembleias
Geral dos associados;
f) Apresentar à Assembleia Geral Ordinária:
Relatório da gestão
Balanço
Demonstrativo das sobras apuradas ou das perdas decorrentes da insuficiência das
contribuições decorrentes, para cobertura das Despesas da Sociedade e o parecer do
Conselho Fiscal;
Representar ativa e passivamente a Cooperativa em juízo ou fora dele;
g) Elaborar o plano anual de atividade da Cooperativa.
Art. 38 - Ao Secretário cabe interessar-se permanentemente pelo trabalho do Presidente, substituindo-o nos seus
impedimentos inferiores a 90 (noventa) dias e também secretariar e lavrar as atas das reuniões do Conselho de
Administração e das Assembleias Gerais, responsabilizando-se pelos livros, documentos e arquivos.
Art. 39 - Ao Tesoureiro cabem, entre outras, as seguintes funções:
a) Assinar, conjuntamente com o Presidente, cheques, contratos e demais documentos
constitutivos e obrigações;
b) Controlar as contas e o caixa da cooperativa;
c) Controlar os contatos comerciais da cooperativa.
Art. 40 - Aos Diretores vogais compete participar nas reuniões do Conselho Administrativo com direito a voz e voto, e
acompanhar o desempenho geral da cooperativa, propondo soluções e medidas que julgarem convenientes,
além de substituírem o Secretário e o Tesoureiro por prazos inferiores a 90 (noventa) dias.
CAPÍTULO X
DO CONSELHO FISCAL
Art. 41 - A administração da sociedade será fiscalizada, assídua e minuciosamente, por um Conselho Fiscal,
constituído de 03 (três) membros efetivos e 03 (três) suplentes, todos associados, eleitos anualmente pela
Assembleia Geral, sendo permitida apenas a reeleição de 1/3 (um terço) dos seus componentes.
§ 1º - Não podem fazer parte do Conselho Fiscal, além dos inelegíveis enumerados no Artigo 34º
deste Estatuto, os parentes dos Diretores até 2º (segundo) grau em linha reta, colateral, afins ou
cônjuge, bem como os parentes entre si até esse grau.
§ 2º - O associado não pode exercer comulativamente cargos no Conselho de Administração e
no Conselho Fiscal.
Art. 42 - O Conselho Fiscal reúne-se ordinariamente uma vez por mês e extraordinariamente sempre que necessário,
com a participação de 03 (três) de seus membros.
§ 1º - Em sua primeira reunião escolherá, dentre os seus membros efetivos, um Presidente,
incumbido de convocar as reuniões e dirigir os trabalhos desta, e um Secretário.
§ 2º - As reuniões poderão ser convocadas, ainda, por qualquer dos seus membros, por
solicitação do Conselho de Administração ou da Assembleia Geral.
§ 3º - Na ausência do Presidente, os trabalhos serão dirigidos por substituto escolhido na ocasião.
§ 4º - As deliberações serão tomadas por maioria simples de votos e constarão de Ata, lavrada
no Livro próprio, lida, aprovada e assinada ao final dos trabalhos, em cada reunião, pelos 03
(três) fiscais presentes.
Art. 43 - Ocorrendo três ou mais vagas no Conselho Fiscal, o Conselho de Administração, ou o restante dos
membros, convocará a Assembleia Geral, para o devido preenchimento.
Art. 44 - Compete ao Conselho Fiscal exercer assídua fiscalização sobre as operações, atividades e serviços da
cooperativa, cabendo-lhes, entre outras, as seguintes atribuições:
a) Conferir, mensalmente, o saldo do numerário existente em Caixa, verificando, também, se o
mesmo está dentro dos limites estabelecidos pelo Conselho de Administração;
b) Verificar se os extratos de contas bancárias conferem com a escrituração da cooperativa;
c) Examinar s os montantes das despesas e inversões realizadas estão de conformidade com os
planos e decisões do Conselho de Administração;
d) Verificar se as operações realizadas e os serviços prestados correspondem em volume,
qualidade e valor às previsões feitas e às conveniências econômico-financeira da
cooperativa;
e) Certificar se o Conselho de Administração vem se reunindo regularmente e se existem cargos
vagos na sua composição;
f) Averiguar se existem reclamações dos associados aos serviços prestados;
g) Inteirar-se se o recebimento dos créditos é feito com regularidade e se os compromissos
sociais são atendidos com pontualidade;
h) Averiguar se há problemas com empregados;
i) Certificar se há exigências ou deveres a cumprir junto a autoridades fiscais, trabalhistas ou
administrativas, bem assim quanto aos órgãos do Cooperativismo;
j) Averiguar se os estoques de materiais, equipamentos e outros estão corretos, bem como se os
inventários periódicos ou anuais são feitos com observância de redes próprias;
1. Estudar os balancetes e outros demonstrativos mensais, o balanço e o relatório anual do
Conselho de Administração, emitindo sobre estes, parecer, para a Assembleia Geral;
k) Dar conhecimento ao Conselho de Administração das conclusões de seus trabalhos,
denunciando a este, à este, à Assembleia Geral ou às autoridades competentes, as
irregularidades constatadas e convocar a Assembleia Geral, se ocorrerem motivos graves e
urgentes.
Parágrafo Único - Para os exames e verificações dos Livros, contas e documentos necessários ao cumprimento das
suas obrigações, poderá o Conselho Fiscal contratar o assessoramento de técnico especializado e valer-se dos
relatórios e informações dos serviços de autoria externa, correndo as despesas por conta da cooperativa, conforme
Artigo 112, da Lei 5764/71.
CAPÍTULO XI
DOS FUNDOS, DO BALANÇO, DAS DESPESAS, DAS SOBRAS E PERDAS
Art. 45 - A cooperativa é obrigada a constituir:
I. O FUNDO RESERVA, destinado a reparar perdas e atender ao desenvolvimento de suas
atividades, constituindo 25% (vinte e cinco por cento) das sobras líquidas do exercício e de
60% (sessenta por cento) retiradas anualmente da taxa que se refere o parágrafo 8º do Artigo
15.
II. O FUNDO DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA, EDUCACIONAL E SOCIAL, destinado à prestação de
assistência aos associados, seus familiares e aos seus próprios empregados, constituído de 05%
(zero cinco por cento) das sobras líquidas apuradas no exercício;
III. O FUNDO ROTATIVO, destinado a manutenção de capital em giro da sociedade, será
constituído de 40% (quarenta por cento) retirados anualmente da taxa a que se refere o
parágrafo 8º do Artigo 15; a devolução das parcelas individuais que compuserem o FUNDO
ROTATIVO, será feita na forma e no prazo previsto no Artigo 14 e seus parágrafos, deste
Estatuto.
Art. 46 - Além da taxa de 25% (vinte e cinco por cento) das sobras líquidas apuradas no Balanço de exercício,
revertem em favor do FUNDO DE RESERVA:
a) Os créditos não reclamados, decorridos 05 (cinco) anos;
b) Os auxílios e doações com destinação especial.
Art. 47 - O Balanço Geral incluindo o confronto da receita e despesa, será levantado no dia 31 de dezembro de
cada ano.
Parágrafo Único - Os resultados serão apurados segundo a natureza das operações ou serviços.
Art. 48 - As despesas da sociedade serão cobertas:
I. Os custos operacionais diretos ou indiretos, pelos associados que participarem dos serviços
que lhes derem causa;
II. Os custos administrativos, pelo seu rateio em partes iguais entre os associados, que tenham ou
não usufruído dos serviços da cooperativa, durante o exercício.
Parágrafo Único - Para os efeitos dos dispostos neste Artigo, as despesas da sociedade serão levantadas
separadamente.
Art. 49 - As sobras líquidas apuradas no exercício depois de deduzidas as taxas para os FUNDOS indivisíveis, serão
rateados entre os associados, em partes diretamente proporcionais aos serviços usufruídos da cooperativa, no
período salvo deliberação diversa da Assembleia Geral.
Art. 50 - Os prejuízos de cada exercício, apurados em Balanço, serão cobertos com o saldo do FUNDO DE RESERVAS.
Parágrafo Único - Se, porém, o FUNDO DE RESERVA for insuficiente para cobrir os prejuízos referidos no Artigo, esses
serão rateados entre os associados, na razão direta dos serviços usufruídos.
CAPÍTULO XII
DOS LIVROS
Art. 51 - A cooperativa deverá ter os seguintes Livros:
I. Matrícula;
II. Atas da Assembleia Geral;
III. Atas do Conselho de Administração;
IV. Atas do Conselho Fiscal;
V. Presença dos Associados nas Assembleias Gerais;
VI. Registro de Chapas;
VII. Outros Fiscais e Contábeis obrigatórios.
Parágrafo Único - É facultada a adoção de Livro de folhas soltas ou Fichas.
Art. 52 - No Livro de Matrícula os associados serão inscritos por ordem cronológica de admissão e deverá constar:
I. O nome, a idade, estado civil, nacionalidade, profissão e residência do associado;
II. a data de sua admissão e, quando for o caso, a de sua demissão a pedido, de eliminação
ou de exclusão;
III. a conta corrente das suas quotas-partes do Capital Social.
CAPÍTULO XIII
DA DISSOLUÇÃO E LIQUIDAÇÃO
Art. 53 - A Cooperativa se dissolverá voluntariamente, salvo se o número de 20 (vinte) associados se dispuser a sua
continuidade, quando:
I. Tenha alterado a sua forma jurídica;
II. Quando o número de associados se reduzir a menos de 20 (vinte) ou o seu Capital Social
mínimo se tornar inferior ao estipulado no “caput” do Artigo 15 deste Estatuto, salvo se até a
Assembleia Geral subsequente, realizada em prazo não inferior a 6 (seis) meses, eles não
forem restabelecidos;
III. Pela paralisação de suas atividades por mais de 120 (cento e vinte) dias.
Parágrafo Único - Quando a dissolução da Sociedade não for promovida voluntariamente, nas hipóteses previstas
neste Artigo, a medida deverá ser tomada judicialmente a pedido de qualquer associado.
CAPÍTULO XIV
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 54 - Os FUNDOS a que se referem os itens I, II do Artigo 45 deste Estatuto são indivisíveis entre os associados,
ainda no caso de liquidação da Sociedade, hipótese em que serão, juntamente com o remanescente, destinados
ao BANCO NACIONAL DE CRÉDITO COOPERATIVO S.A - BNCC.
Parágrafo Único - A devolução das parcelas que compuserem o FUNDO ROTATIVO a que se refere o item III do
Artigo 45 será feita, individualmente, na mesma proporção em que foi procedido a retenção, mesmo na
eventualidade da dissolução e liquidação da Sociedade.
Art. 55 - A Assembleia Geral Ordinária se realizará, obrigatoriamente, uma vez por ano, no decorrer dos 3 (três)
primeiros meses após o término do exercício social: deverá no entanto, quando tiver de eleger novos
administradores, realizar-se em data que permita coincidir a posse dos novos com a saída daqueles cujos
mandatos se expiram.
Art. 56 - Os casos omissos serão resolvidos de acordo com a lei e os princípios doutrinários, ouvidos os órgãos
assistenciais do Cooperativismo.
Nome do município, data e ano
“O presente é cópia da ata da Assembleia Geral Extraordinária realizada no dia XX/XX/XX, em que se deliberou por
alteração estatutária, conforme consta do Livro de Atas de Assembleias da Cooperativa, onde as assinaturas foram
apostas de próprio punho”.
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Presidente
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Advogado
OAB/