PROJETO CORPOS EM DEBATE:

AMPLIANDO O OLHAR SOBRE A MÍDIA E AS RELAÇÕES RACIAIS

Aline Oliveira Grion (Bolsista PIBIC)Juliana Alves Sorrilha Monteiro

Marcos Poubel Araújo de FrançaSusana Selles Chaves (Bolsista PIBEX)

Tais de Almeida CostaThainá Lopes de Moraes

Prof.ª Dr.ª Simone Freitas Chaves

Grupo de Pesquisa Corpo, Cultura e Imaginário Social

O presente trabalho se desenvolveu a partir da atuação do projeto de extensão Corpos em Debate cujo objetivo central é promover espaços na escola que possibilitem um processo de discussão, reflexão e compreensão crítica sobre o corpo, suas práticas e escritas corporais em suas inextrincáveis relações sociais.

INTRODUÇÃO

► Desnaturalizar e problematizar estereótipos

pejorativos relacionados a uma moral da aparência;

► Superar o modelo tradicional de ensino, empregando uma perspectiva transdisciplinar;

► Contribuir com o processo de formação docente dos alunos de Licenciatura através da construção de práticas pedagógicas lúdicas, críticas, reflexivas e problematizadoras no contexto escolar.

OBJETIVOS

Nós do Corpos em Debate temos como princípios norteadores:

► Ludicidade► Escuta► Problematização► Reflexão► Diálogo com as mídias

• A ludicidade, como fator preponderante de interesse e adesão às propostas apresentadas, sobretudo quando direcionadas ao público infantil;

• A capacidade de livre expressão do aluno, não somente pela utilização de diversas linguagens, mas pelo cuidadoso processo de escuta a todos os sujeitos;

“Se, na verdade, o sonho que nos anima é democrático e solidário, não é falando dos outros, de cima para baixo, sobretudo, como se fôssemos os portadores da verdade a ser transmitida aos demais, que aprendemos a escutar, mas é escutando que aprendemos a falar com eles”.

(FREIRE, 2010 , p.113)

• Uma dinâmica problematizadora, que provoque a leitura e reflexão das ações realizadas nas oficinas, tanto aquelas planejadas intencionalmente, quanto as que emergirem do contexto de ação/relação dos sujeitos.

• As projeções, representações, crenças e desejos que cada grupo social possui sobre o corpo (e temáticas afins), como orientadoras do planejamento a ser desenvolvido em cada público.

• O diálogo com a vasta circulação de imagens presentes e produzidas pelos diversos meios, buscando a construção de práticas sedutoras que nos permitam problematizar, desconstruir e ampliar o olhar crítico para a leitura das “verdades” ali produzidas.

Nesta dinâmica se propôs às crianças que escolhessem, entre revistas de diferentes estilos, uma

imagem em que elas identificassem:

• Semelhanças consigo;

Ou

• O que/ quem elas gostariam de ser.

Oficina diagnóstica

O descontentamento das crianças com suas próprias características corporais e pelo silenciamento de imagens e discursos relacionados ao negro corroboraram a proposta de intervenção em torno dos dois eixos temáticos:

Corpo, Mídia e Consumo Refletir criticamente sobre a produção midiática e o aparato simbólico e ideológico utilizado para estimular o consumo e o estereótipo de corpo fundado num padrão eurocêntrico.

Diversidade Racial – A valorização do negroDiscutir o espaço e os sentidos construídos com relação às pessoas negras na mídia.Conhecer, respeitar e valorizar a diversidade cultural e racial característica dos diferentes grupos sociais.

As dinâmicas...ORDEM DAS OFICINAS TEMAS

1º Encontro Dinâmica das imagens2° e 3° Encontro Dinâmica das músicas

4° Encontro Dinâmica de jogos cooperativos5° Encontro Imaginários do corpo na publicidade

6° ao 9° Encontro Criando anúncios10° Encontro O Negro na mídia11° Encontro Criando heróis12° Encontro Criando heróis negros13° Encontro Conhecendo a diversidade14° Encontro Kiriku e a feiticeira15° Encontro “Menina Bonita do Laço de Fita”16° Encontro Produção e livros

Imaginários do corpo na publicidade...

Criando anúncios...

Criando heróis...

Produção de livros...

Com o desenvolvimento das oficinas percebemos uma diferença significativa na motivação, empenho e amadurecimento dos alunos com relação às questões levantadas e problematizadas.

Considerações finais

Considerações finais

“Não há docência sem discência, ambos se complementam, apesar das diferenças que os conotam. Quem ensina, aprende ao ensinar e quem aprende, ensina ao aprender. Ensinar inexiste sem aprender e vice-versa.”

(PAULO FREIRE)

“O trabalho de vocês foi muito bom, o meu filho agora toda vez que vê novela

diz que é injusto ter poucos negros na TV e que o certo era ter metade negro e

metade branco, como existe na vida real. Achei engraçado que ele notou que o

lanterna verde era negro e no filme colocaram ele branco”.

(mãe de um aluno da escola em que o projeto foi desenvolvido, ao final da apresentação do projeto para os responsáveis)

“O trabalho de vocês foi muito bom, o meu filho agora toda vez que vê novela

diz que é injusto ter poucos negros na TV e que o certo era ter metade negro e

metade branco, como existe na vida real. Achei engraçado que ele notou que o

lanterna verde era negro e no filme colocaram ele branco”.

• BAUDRILLARD, J. A Sociedade de Consumo, 3 edição, Lisboa: Edições 70, 1995.

• FREIRE, P., Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa 41 ed., São Paulo: Paz e Terra, 2010.

• LE BRETON, D. A Sociologia do Corpo. 3.ed. RJ: Vozes, 2006.

• ___________. Antropologia do Corpo e Modernidade. RJ: Vozes, 2009.

• POSTMAN, N. O Desaparecimento da Infância, Rio de Janeiro: Grafhia Editorial, 1999.

• SANTAELLA, L., O corpo volátil da moda. In: Corpo e comunicação: sintoma da cultura, São Paulo: Paulus, 2004.

• THIOLLENT, M. Metodologia da pesquisa ação. São Paulo: Cortez, 2002.

• VILLAÇA, N. Todos diferentes, todos iguais? Das minorias às tribos do consumo, INTERCOM. Rio de Janeiro: UFRJ, 2003.

REFERÊNCIAS BIBIOGRÁFICAS