projeto campinho

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No município de Juiz de Fora, encontra-se a

“Comunidade Campinho”, a qual encontra-se

exposta a fatores de risco, como infra-estrutura precária e irregular, saneamento básico

insuficiente, alimentação deficiente, desnutrição infantil, desemprego,

conflitos interpessoais, proximidade com o

tráfico, alcoolismo, etc.

Tal comunidade constitui-se por cerca de 30 famílias com variadas situações econômicas, de

média-baixa a extrema pobreza.

O presente trabalho objetiva a prevenção e promoção de saúde, enquanto conceito biopsicossocial, na

comunidade em questão, almejando

minimizar os fatores de risco aos quais ela

encontra-se exposta e gerar o fortalecimento

dos fatores de proteção, desenvolver a

autonomia e o senso crítico dos moradores, bem como a noção de cidadania e participação social, de maneira a se tornarem

atores sociais.

Numa tentativa de contemplar as necessidades

individuais e sociais das mais diversas

ordens, a intervenção em questão busca

desenvolver um serviço transdisciplinar,

visando uma total integração de acadêmicos e

profissionais de diversas áreas do saber científico para a construção de um novo saber.

Segundo Lacerda (2005), no trabalho transdisciplinar “problematiza-se os limites entre as disciplinas, entre

sujeito/objeto, teoria/prática, ao ponto que estas fronteiras se tornam

instáveis, levando à produção de um regime discursivo híbrido, bem diferente das formas

hierarquizadas e estanques das disciplinas instituídas”.

Almeja-se, assim, que as práticas e o entendimento sejam totalmente compartilhados entre os atores sociais, incluindo a comunidade,

numa relação dialética de aquisição, troca e aplicação do conhecimento.

Um fator importante para a difusão

satisfatória deste ideal transdisciplinar seria o vínculo dos voluntários

ao “Universidades Renovadas”, Ministério

da Renovação Carismática Católica que

tem como objetivo básico uma

“evangelização crítica” no ambiente

universitário e o desenvolvimento,

entre os acadêmicos, de uma postura ética cristã como valor superior ao mero status profissional, visando a formação de profissionais comprometidos

com a sociedade.

Promoção de resiliência, entendida como a “capacidade que denotam

certas pessoas, grupos ou comunidades para evitar, fazer face ou

mesmo ultrapassar os efeitos desestruturantes que seriam muito

prováveis em conseqüência da exposição a experiências

desfavoráveis” (Ralha-Simões, 2001). As decisões sobre as atividades a serem

realizadas são tomadas em conjunto com a própria comunidade, visando uma aproximação dos acadêmicos como agentes externos,

respeitando a realidade e visão de mundo da população. As estratégias utilizadas com os adultos incluem oficinas de saúde e

cidadania, grupos de terapia comunitária, curso de orientação e motivação a desempregados (enfoque psicossocial),

acompanhamento de questões político-sociais como regularização dos terrenos, precariedade de serviços de saúde, etc.

Com as crianças e adolescentes são

realizados trabalhos recreativos/educativos, desenvolvendo noções de regras, disciplina,

limites, justiça, convívio em grupo, etc, além de

trabalhar aspectos cognitivos e outras

habilidades sociais. As atividades lúdicas e

artísticas incluem dança,

teatro, leitura de histórias infantis, jogos e etc. Sempre que possível, as ações são realizadas em conjunto com outros serviços sociais

realizados no local, para que não se dêem de forma isolada.

Após certo tempo de serviço no local, uma participação mais ativa dos moradores em relação à organização

comunitária e ao desenvolvimento da

cidadania, caracterizando uma diminuição da atitude de acomodação. A partir de

tais resultados, pode-se concluir que a comunidade já apresenta uma adesão

efetiva ao projeto, quesito essencial para o desenvolvimento e aprofundamento de futuros trabalhos, aspirando à formação de

agentes ativos na auto-promoção de saúde.

Ainda que eu distribuísse todos os meus bens aos famintos, se não tivesse o Amor, nada disso me

adiantaria (1 Cor 13, 3)