projeto-bra rio mais 20

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RELATóRIO RIO+20 O MODELO BRASILEIRO RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE DA ORGANIZAÇÃO DA CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL www.rio20.gov.br RELATóRIO RIO+20 O MODELO BRASILEIRO CRESCER, INCLUIR, PROTEGER

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Informe sobre o Rio Mais 20

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  • relatrio rio+20

    o Modelo Brasileiro

    RelatRio de SuStentabilidade da oRganizao da ConfeRnCia

    daS naeS unidaS SobRe deSenvolvimento SuStentvel

    www.rio20.gov.br rel

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  • O Brasil se orgulha muito de receber a Rio+20, de ter conseguido realizar essa Conferncia de forma organizada e assegurar a mais ampla participao de todas as confern-cias que j ocorreram tanto no que se refere questo dos diferentes pases como no que se refere a todos os foros em que as pessoas tiveram interesse departicipar.

    Mostramos que um pas emergente capaz de fazer uma reunio com padro internacional e que este Pas tem responsabilidade poltica de construir um documento em con-junto com as naes mais diversas deste planeta.

    Dilma Rousseff Presidenta da Repblica

  • relatrio rio+20

    o Modelo Brasileiro

    RelatRio de SuStentabilidade da oRganizao da ConfeRnCia

    daS naeS unidaS SobRe deSenvolvimento SuStentvel

  • Dilma Rousseff Presidenta da Repblica

    antonio de aguiar Patriota ministro de estado das Relaes exteriores

    izabella Teixeira ministra de estado do meio ambiente

    funDao alexanDRe De gusmo

    embaixador Jos Vicente de s Pimentel Presidente

    ComiT naCional De oRganiZao Da Rio+20

    laudemar aguiar Secretrio nacional

    Jos solla Secretrio nacional adjunto

    bRaSlia, 2012

    relatrio rio+20

    o Modelo Brasileiro

    RelatRio de SuStentabilidade da oRganizao da ConfeRnCia

    daS naeS unidaS SobRe deSenvolvimento SuStentvel

  • suMrio

    sumRio exeCuTiVo8

    mensagem agenDa PaRa o fuTuRo10

    uma palavra da onu inoVao, CRiaTiViDaDe e inCluso: sinnimos De susTenTabiliDaDe12

    apresentao memRia e legaDo Da oRganiZao Da Rio+2013

    introduo sob a giDe Do DesenVolVimenTo susTenTVel16

    Saiba mais siglas e abReViaes139

    Saiba mais RefeRnCias140

    Saiba mais sobRe o RelaTRio142

    Saiba mais PaPel De PlsTiCo ReCiClaDo: um PaPel De gRanDe fuTuRo143

    ComiT naCional De oRganiZao Da Rio+20144

    exPeDienTe Do RelaTRioRio+20145

    PaRCeRias PaRa o DesenVolVimenTo susTenTVel

    logsTiCa e susTenTabiliDaDe

    inCluso soCial, aCessibiliDaDe eCulTuRa

    25 66 103

  • o Relatrio Rio+20, o modelo brasileiro relata as estratgias eas aes adotadas pelo Comit nacional de organizao da Conferncia das naes unidas sobre desenvolvimento Sustentvel CnoRio+20. Para integrar as me-lhores prticas da sustentabilidade organizao logstica da Conferncia, foi fundamental a coordenao feita pela Casa Civil da Presidncia da Repblica para a participao de diversos rgos brasileiros, alm doapoio sempre presente daPrefeitura do Rio e da disposi-o do governo do estado do Rio de Janeiro desomar foras com o governo federal. igualmente impor-tante para o xito dos trabalhos foi a parceria inestimvel firmada com o Programa das naes unidas para o desenvolvimento Pnud brasil.

    o captulo sobre o pilar ambiental narra a trajetria transversal, mul-tidisciplinar e em nove dimenses doCno Rio+20. dentre elas, sobressaem as aes de mensu-rao, mitigao e compensao das emisses de gases de efeito estufa, alm da iniciativa indita de ofereceraos delegados ferramenta digitalpara mensuraoe com-pensao voluntria das emisses relativas a viagens areasindivi-duais para participar da Rio+20. as aes de gesto de resduos slidos, recursos hdricos, energia, compras pblicas sustentveis, construo sustentvel, alimentao sustentvel, turismo sustentvel e transporte completam a narrativa desse primeiro captulo do relatrio.

    Comodimensointegradora desse esforo de organizao logstica em nove dimenses, acomunicao para a sustentabilidadeprocurou sensibilizar e orientar osparticipan-tes sobre as aes daorganizao e seus significados para a sociedade.

    no segundo captulo, sobre opilarsocial, registra-se o legado positivo deixado pela organizao daRio+20, que procurou aproximar o megaevento da populao local eincluir jovens de comunidades pacificadas do Rio de Janeiro e se tornou referncia em termos de promoo da acessibilidade. nesse contexto, oCno Rio+20 aproveitou aexperincia dos catadores de materiais reciclveis como educa-dores ambientais naConferncia e explorou o potencial da cultura para o fortalecimento ea divulgao dasmelhores prticas do desen-volvimento sustentvel. Relatam-se igualmente duas iniciativas de grande impacto na participao da socieda-de civil na Rio+20: os dilogos para o desenvolvimentoSustentvel e as atividades da arena Socioambiental.

    J o captulo final, sobre o pilareco- nmico, apresenta as parcerias firmadas pela organizao da Rio+20com entidades pblicas e privadas, que reafirmaram seus respectivos compromissos com os princpios e objetivos do desenvolvi- mento sustentvel mediante o enga- jamento na Conferncia. o trabalho de captao e desenvolvimento de parcerias angariou os meios necess- rios para viabilizar uma viso mais ambiciosa no que se refere organi- zao logstica.

    suMrio executivo

    Este relatrio apresenta os principais desafios enfrentados para assegurar a sustentabilidade da organizao da Rio+20, nos mbitos ambiental, social e econmico, e os resultados das iniciativas implementadas para super-los

    foto oficial da ConfernciaRio+20, com os Chefes de estado e degoverno recepcionados pela Presidenta dilmaRousseff.

    RelatRio Rio+20, o Modelo BRasileiRo 98 suMrio executivo

  • na qualidade de presidente da Conferncia, o brasil coordenou asdiscusses e tornou possveis aformao de consensos e a adoodedecises concretas sobre os objetivos do desenvolvimento sustentvel. Como um dos principais legados do Rio de Janeiro, o docu-mento final da Rio+20 o futuro que Queremos aponta o combate pobreza como o maior desafio atuale destaca sua erradicao como prioridade indissocivel do desenvolvimento.otexto tambm ressalta a necessidade de fortalecer o Programa da onu para o meio ambiente eda criao de um rgo poltico que apoie e coordene aesinternacionais para alcanar-mos odesenvolvimento sustentvel.

    nesse contexto, os estados-membros das naes unidas comprometeram-se a investir em projetos, parcerias, programas e aes, nos prximos dez anos, nas reas de transporte, energia, econo-mia verde, reduo de desastres e proteo ambiental, desertificao emudana do clima, entre outras, relacionados sustentabilidade.

    a Rio+20 foi fundamentalmente diferente da Rio 92, que, h 20 anos, representou um ponto de chegada mediante a finalizao de longos pro-cessos de negociao e a assinatura de documentos e convenes funda-mentais. Com seu olhar para o futuro, a Rio+20 foi um ponto de partida, pois construiu uma nova agenda para o desenvolvimento sustentvel. Contudo, tanto em 1992 como em 2012, ressaltamos que a organizao logstica superou plenamente os grandes desafios na preparao daquela que, cada uma em sua poca no Rio de Janeiro, foi a maior confe-rncia da histria das naes unidas, contribuindo para o fortalecimento do multilateralismo ao assegurar aos estados-membros, negociadores e participantes a tranquilidade e as condies necessrias para delibera-rem sobre o futuro que queremos.

    Antonio de Aguiar Patriota ministro de estado das Relaes exteriores

    Izabella Teixeira ministra de estado do meio ambiente

    ministra izabella teixeira e ministro antonio de aguiar Patriota: assim como em 1992, a organizao logstica da Rio+20 superou os desafios de preparao da maior conferncia da histria das naes unidas.

    a Conferncia das naes unidas sobre desenvolvimento Sustentvel Rio+20, realizada de 13 a 22 de junho, na cidade do Rio de Janeiro, marcou os 20 anos de outro en-contro histrico: a Conferncia das naes unidas sobre meio ambiente e desenvolvimento Rio 92. em 2012, dois temas principais orienta-ram os debates: a economia verde, no contexto do desenvolvimento sustentvel e da erradicao da pobreza; e a estrutura institucional para o desenvolvimento sustentvel.

    Quarta de uma srie de grandes con-ferncias das naes unidas iniciadas em 1972, a Rio+20 renovou o compro-misso poltico com o desenvolvimen-to sustentvel, a partir da avaliao dos avanos edas lacunas existentes e do tratamento de temas novos e emergentes. o momento no poderia ter sido mais oportuno: neste incio de sculo, o mundo atravessa mlti-plas crises no mbito dos trs pilares do desenvolvimento sustentvel. no pilar ambiental, intensifica-se a ocor-rncia de fenmenos climticos,agra-vados pela perdadabiodiversidade epelo avano de processos dedeser-tificao; nosocial, aumentamode-semprego e asdesigualdades sociais; e, no econmico, acriseeconmico--financeira tem colocado em cheque o atual modeloprodutivo intensivo no uso de recursos naturais e frgil na eliminao da pobreza.

    desde a Rio 92, as discusses sobre desenvolvimento sustentvel tm se sobressado na poltica externa brasileira. aprovada na 64 sesso da assembleia geral das naes unidas, em 2009, a proposta para o brasil sediar a Rio+20 alinhou-se a essa prioridade, criando a oportu-nidade para que o mundo voltasse a se reunir no Rio de Janeiro para discutir os rumos do desenvolvimen-to sustentvel nos prximos 20 anos.

    menSagem

    agenda paraofuturo

    Por meio da busca de consensos, a Rio+20 estabeleceu uma nova agenda de desenvolvimento sustentvel, caracterizando-se como um importante ponto de partida para a construo do futuro que queremos

    RelatRio Rio+20, o Modelo BRasileiRo 1110 MensageM

  • em junho de 2012, o Rio de Janeiro foi palco da maior conferncia da histria das naes unidas, aexemplo do que j ocorrera, em 1992, com a Conferncia das naes unidas sobremeio ambiente e desenvolvimento, a Rio 92. Cientedos desafios de um evento dessa mag-nitude, o governo brasileiro instituiu, por meio do decreto n 7.495, de 7de junho de 2011, oComit nacional de organizao da Conferncia das naes unidas sobre desenvolvimento SustentvelCnoRio+20, rgo executivo, vinculado ao ministrio dasRelaes exteriores, que tive a honra de presidir.

    enviaram delegaes oficiais 191 estados-membros da onu, dois pases observadores e 85organis-mos internacionais e agncias espe-cializadas da onu. Registrou-se a presena de 80 chefes deestado ou de governo, setevice-presidentes, nove vice-primeiros-ministros e quatromembros de Casas Reais, alm de 487 ministros de estado. no plano nacional, aRio+20 recebeu centenas de autoridades dos poderes executivo, legislativo e Judicirio, nas esferas federal, es-tadual e municipal. nototal, a onu credenciou 45.763 participantes no Riocentro. foram tambm registra-dos 171 mil acessos ao Parque dos

    atletas, 135mil ao Per mau, 18 mil arena da barra, 20 mil ao galpo da Cidadania, 40 mil ao museu de arte moderna mame300 mil arena Socioambiental e Cpula dos Povos, no Parque do flamengo.

    Para receber altas autoridades, delegaes e participantes brasilei-ros e estrangeiros, foram montadas equipes do Cno Rio+20 com mais de 500 profissionais e voluntrios de recepo nos hotis da confe-rncia e nos aeroportos do galeo, Santos dumont e guarulhos e nas bases areas do galeo e de Santa Cruz. entre os dias 18 e 24 de junho, foram mais de 3 mil pousos e decolagens. esse servio receptivo estendeu-se ainda aos jornalistas estrangeiros, auxiliando-os em seus trmites de entrada.

    o sistema de transporte oficial foimontado para assegurar a fluidez necessria aos traslados das dele-gaes oficiais e dos participantes credenciados da Rio+20. nototal, 665 veculos executivos, dos quais 89 blindados, e 213 veculos de segurana compuseram os comboios oficiais. alm das vans dedicadas a pessoascom deficincia, 359 nibus serviram a delegados, representantesdaimprensa e demaiscredenciados.

    aPReSentao

    MeMria e legado da organizao dario+20

    A Conferncia mobilizou diretamente 5 mil pessoas, entre servidores do Itamaraty, consultores e colaboradores, alm de 1,6mil contratados, quase 25 mil agentes civis e militares de segurana e ampla participao da sociedade civil

    instrumento capaz de agregar valor s medidas de sustentabilidade adotadas para grandes eventos.

    finalmente, sabemos que a susten-tabilidade tambm passa pelain-cluso e pela participao detodos. Sobesse aspecto, cabe aqui ressaltar a relevncia e os cuidados ado-tadospelo Cno Rio+20 quanto questo da acessibilidade. a Rio+20 foi a mais acessvel conferncia j realizada na histria da onu, produ-zindo, assim, outro marco da mais elevada importncia.

    Com isso, esperamos que os frutos deste que podemos chamar de

    modelo brasileiro possam ser colhi-dos e replicados em nossas futuras conferncias e grandes eventos ao redor do mundo.

    Jorge Chediek Representante Residente do Pnud no brasil Coordenador Residente doSistemaonu no brasil

    a Conferncia das naes unidas sobre desenvolvimento Sustentvel Rio+20 entra para a histria das conferncias da onu como uma referncia de sustentabilidade operacional. Certamente, os resulta-dos alcanados pela organizao do encontro serviro de modelopara futuras conferncias e eventos degrande porte em todo omundo. o Programa das naes unidas para o desenvolvimento Pnud, no papel de parceiro do Comit nacional de organizao da Rio+20 CnoRio+20, orgulha-se de ter contribudo para que essasideiase iniciativas se tornassem realidade.

    a adoo de mecanismos decompensao de emisses degases deefeito estufa mostrou--se um instrumento inovador e oportuno. apartir do inventrio dessas emisses, foramadotadas aes demitigao, tais como usodebiodiesel em geradores, etanol notransporte pblico eoutrasenergias e materiais renov-veis. Para as emisses no passveis de reduo, oCnoRio+20 fez uso de ferramentas inovadoras de com-pensao por meio do cancelamento

    voluntrio de Redues Certificadas de emisso RCes domecanismo de desenvolvimento limpo, do Protocolo de Quioto, de projetos realizados no brasil. dessaforma, as emisses relativas organizao foram completamentecompensadas.

    aos participantes que chegaram de avio ao Rio de Janeiro, a organizao da Conferncia, em parceria como Pnud brasil e a Caixaeconmica federal, ofereceu um mecanismo de compensao voluntria por meio de doaes individuais e cancelamento de RCes, ampliando a conscientizao dos participantes sobre o impacto gerado individualmente. Somou-se a isso uma estratgia de gesto eficiente de resduos slidos para minimizar os impactos ambientais e sociais causados por gerao, transporte, destinao e disposiofinaldos resduosslidos produzidos pelaConferncia.

    alm das economias geradas pelos processos licitatrios conduzidos nombito da parceria com o Pnud, a introduo de critrios de green procurement, ou licitao verde, adotados para as contrata-es de bens e servios ligados Rio+20 passou a ser referncia em nossos prprios contratos de lici-tao e consolidou-se como outro

    uma PalavRa da onu

    inovao, criatividade eincluso: sinniMos de sustentaBilidade

    RelatRio Rio+20, o Modelo BRasileiRo 13apresentao 12

  • mais 100 mil m2 de construes efmeras para a Rio+20. a ttulo de comparao, somente no Riocentro a rea utilizada pela Rio+20 cor-respondeu ao dobro da rea da Rio92, h 20anos, quando existiam ali apenas trs dosatuaiscinco pavilhespermanentes.

    esse engajamento comeou a se formar graas deciso de alocar diversas reas para eventos para-lelos ao segmento oficial realizado no Riocentro: o Parque dos atletas, com 45 mil m2, o Per mau, com 18 mil m2, o galpo da Cidadania, com 6 mil m2, o mam e seu auditrio anexo, comtoda sua rea interna e externa ocupadas, e a arena da barra, com mais de 5 mil m2 apenas de rea interna. Houve ainda eventos em espaos alternativos, como ainiciativa Humanidade 2012, noforte de Copacabana, e a Kari-oca, na Colnia Juliano moreira, alm daqueles organizados pela universidade federal do Rio de Janeiro, pela Pontifcia universidade Catlica e pelo instituto federal de educao, Cincia e tecnologia do Rio de Janeiro, entre outros.

    Para garantir acesso e conectivi-dade na Conferncia, foi montada uma estrutura de tecnologia da informao e comunicao sem precedentes na histria das naes

    ademais, nos legados, sobretu-do imateriais, a serem deixados noapenas no contexto das naes unidas, mas tambm para futuras iniciativas no brasil, visto que asequn cia de megaeventos desta dcada em territrio nacional conti-nua com as Jornadas da Juventude Catlica, em 2013, a Copa do mundo, em 2014, e os XXXi Jogos olmpicos e os XvJogos Paralmpicos, em 2016.

    neste relatrio, portanto, procu-ramos deixar um registro desses esforos, a fim de divulgar os apren-dizados deuma experincia nica em todos os sentidos , que foi o desafio deorganizar uma confe-rncia comoa Rio+20, com xito am-plamente reconhecido pelas naes unidas e por delegados, imprensa, parceiros e demais participantes.

    Laudemar Aguiar Secretrio nacional Comit nacional de organizao daRio+20

    unidas. assolues de transmisso de dados, voz e imagem fizeram ainterconexo entre o Riocentro, osdemais espaos oficiais geridos pelo Cno Rio+20, osaeroportos Santos dumont e galeo e 61 hotis, totalizando 169pontos de conexo. Com 300 pontos de acesso e 10 gbps de banda, a rede de acesso internet sem fio do Riocentro foi a maior j instalada no brasil para a realizao de eventos, podendo atender at 30mil usuriossimultneos.

    de fato, a Rio+20 surpreendeu centenas de milhares de participantes no apenas por sua magnitude, mas tambm pelas inovaes apresentadas na orga-nizao do evento. a maior delas, sublinho, foi a ousadia do esforo empreendido de traduzir os con-ceitos dos pilares ambiental, social e econmico do desenvolvimento sustentvel nas atividades comuns e quotidianas da organizao e da lo-gstica da prpria Conferncia desde a fase de planejamento. desde o incio, pareceu-nos clara a necessi-dade de termos reas dedicadas a esses pilares, o que foi a gnese das coordenaes de Sustentabilidade, acessibilidade e incluso e Social e de desenvolvimento de Parcerias.

    Como parte intrnseca do acervo de relatrios da Rio+20, pensamos,

    nas diversas atividades coordena-das pelo Cno Rio+20, trabalharam diariamente cerca de 5 mil pessoas, entre diplomatas e demais servido-res do itamaraty, consultores, for-necedores, motoristas, intrpretes e demais funcionrios contratados. Para os diversos servios requeridos no acordo de Sede assinado pelo governo brasileiro com as naes unidas, foram contratados 1.600 funcionrios. Para garantir a segu-rana e a tranquilidade de todos os participantes, as foras de segu-rana contaram com a participao de quase 25 mil agentes militares e civis. nesse contexto, realo o trabalho dos 718 profissionais do prprio Cno Rio+20.

    esse magnfico esforo conjugado no poderia ter sido realizado com xito sem a coordenao da Casa Civil da Presidncia da Repblica, que auxiliou o Cno Rio+20 em seu trabalho de logstica e organizou a participao do governo federal na

    Conferncia e em iniciativas parale-las por meio de ministrios, rgos, autarquias e empresas estatais. acooperao irrestrita da Prefeitura do Rio e do governo do estado do Rio de Janeiro no apenas facilitou a misso do CnoRio+20, mas tambm tornou realidade a viso de a capital fluminense abraar a Conferncia e receber de forma alegre, espontnea e calorosa os visitantes brasileiros e estrangeiros que debateram o futuroquequeremos.

    uma das marcas da Rio+20 foi, cer-tamente, a ampla participao daso-ciedade civil nas atividades oficiaise em cerca de 6 mil eventos paralelos em toda a cidade do Riode Janeiro. Somente o Riocentroabrigou 488 eventos paralelos e mais de 280 reunies bilaterais entre autoridades brasileiras e/ou estrangeiras. foram credenciadas9.116 pessoas apenas para trabalhar no Riocentro, cuja rea total, de 571 mil m2, recebeu

    a coordenao da Casa Civil da Presidncia da Repblica, conduzida pela ministra gleisi Hoffmann, foifundamental para os trabalhos deorganizao logstica da Conferncia Rio+20.

    488191 571estados-membrosda

    onuenviaram delegaes Conferncia

    mil m2 de rea disposio dosdelegados da Rio+20

    apenas no Riocentro

    eventos paralelos no Riocentro enriqueceram

    aagenda oficial

    aMpla participao

    RelatRio Rio+20, o Modelo BRasileiRo 15apresentao 14

  • desenvolvimento sustentvel que pautariam os debates no Rio de Janeiro. atendendo a essa viso, o Cno Rio+20 estabeleceu as coor-denaes de Sustentabilidade, de acessibilidade e incluso Social e de Captao e desenvolvimento de Parcerias, a fim de ampliar os impactos positivos de suas inicia-tivas sobre a comunidade local e analisar e propor aes para reduzir e/ou compensar impactos socioambientais decorrentes das atividadesdaConferncia.

    o pilar ambiental da organizao da Conferncia certamente seria objeto de escrutnio interno e externo, em particular as medidas tomadas em relao mudana do clima e ao tratamento da questo de resduos durante o evento. foi sobre as emisses de gases de efeito estufa a primeira pergunta da imprensa na primeira coletiva sobre os trabalhos de organizao do Comit nacional. Resduos era um tema que tampouco poderia recebertratamento ordinrio, pois acabara de entrar com fora na agenda nacional, com a promulgao da lein12.305/10, imediatamente seguida dos trabalhosde regulamen-tao capitaneados pelo ministrio

    Crianas & Juventude, agricultores, Povos indgenas, autoridades locais, ongs e Comunidade Cientfica &tecnolgica.

    experincias brasileiras de imple-mentao do conceito de desen-volvimento sustentvel puderam ser amplamente divulgadas nesse contexto em meio ao pblico interno e comunidade internacional, ressaltando avanos alcanados na erradicao da pobreza e na inclu-so social, apresentando inovaes tecnolgicas nacionais e ratificando nosso firme compromisso com o fortalecimento do equilbrio entre os pilares ambiental, social e eco-nmico. muitos pases, organismos e agncias da onu, entidades eempresas estrangeiras, sediadas ou nono brasil, tambm puderamdi-vulgar aqui suas iniciativas, ati-vidades e polticas voltadas para odesenvolvimento sustentvel.

    validar uma viso mais ambiciosa sobre a realizao da Conferncia Rio+20, para alm das negocia-es, dos espaos expositores e dos eventos paralelos, significava trazer para a prpria organiza-o logstica os conceitos do

    duas dcadas aps a histrica Conferncia Rio 92, a tarefa de organizar um evento das naes unidas de complexidade logsti-ca ainda maior trouxe ao brasil enormesdesafios, mas tambm excelentesoportunidades.

    estava claro que todos os esforos seriam feitos para preparar devi-damente a Conferncia, tendo sido esse o encargo dado ao Comit nacional de organizao da Rio+20. no lugar de restringi-los a trabalhos de organizao triviais, decidiu-se aproveitar a oportunidade oferecida pelo megaevento mais sui generis dentre aqueles programados para ocorrer no brasil na atual dcada.

    um nmero nada desprezvel de turistas nacionais e estrangeiros dever acompanhar a etapa final das duas maiores jornadas esportivas do mundo moderno, a Copa do mundo e a olimpada. na Jornada mundial da Juventude, religio e f marcaro o encontro entre o Papa bento Xvi e devotos catlicos brasileiros e es-trangeiros. Certamente, a Conferncia Rio+20 diferencia-se desses outros megaeventos por sua prpria natu-reza. inaugurou-se, h 40 anos, em

    estocolmo, uma famlia de confern-cias das naes unidas que congrega, em intervalos de tempo significativos, todos os pases do mundo para debater em profundidade e no longo prazo temas do desenvolvimento sustentvel, que pressupe equilbrio entre os aspectos econmico, social e ambiental do desenvolvimento.

    em resposta proposta apresentada pelo ex-Presidente luiz incio lula da Silva, em 2007, as naes unidas aprovaram, em 2009, a realizao da Rio+20 durante dez dias, congre-gando no Rio de Janeiro formadores de opinio especializados de todo o mundo: Chefes de estado e de governo, altas autoridades governa-mentais, membros de Casas Reais, negociadores internacionais, juristas, parlamentares, altos executivos corporativos, sindicalistas, jornalistas, representantes de empresas, da sociedade civil e da comunidade cientfica e tecnolgica, entre outros. intensos debates sobreos rumos do planeta como integrantes das delegaes oficiais, de pases observadores e dos nove grupos Principais reconhecidos pelas naes unidas: iniciativa Privada, trabalhadores & Sindicatos, mulheres,

    intRoduo

    soB a gide do desenvolviMento sustentvel

    Por meio das coordenaes de Sustentabilidade, de Acessibilidade e Incluso Social e de Captao e Desenvolvimento de Parcerias, o CNO Rio+20 pde gerir com mais eficincia a organizao da Conferncia

    a Presidenta dilma Rousseff e o Secretrio-geral da onu, banKi-moon, durante a sesso deencerramento da Rio+20.

    RelatRio Rio+20, o Modelo BRasileiRo 1716 introduo

  • Centro de controle de imagens daplenria oficial da Rio+20.

    mais de 4 mil jornalistas, brasileiros eestrangeiros, dispuseram de amplos espaos e servios no Riocentro, Parque dos atletas, arena da barra e Per mau para a cobertura de imprensa da Rio+20.

    equipes com monitoria evoluntrios auxiliaram os delegados e demais participantes da Rio+20.

    a saber, gesto das emisses de gases de efeito estufa, gesto de resduos slidos, gesto de recur-sos hdricos, energia, transporte, construes sustentveis, compras pblicas sustentveis, turismo sustentvel e alimentos sustentveis. Simultaneamente, realizou-se um trabalho de comunicao para divul-gar essas aes de forma educativa, tornando-as mais explcitas para delegados, participantes, fornecedo-res e pblico geral.

    no plano interno, a Coordenao de Sustentabilidade desenvolveu um trabalho transversal, amplo e multi-disciplinar de implantao da estra-tgia, aproximando-se das demais coordenaes do Cno Rio+20. outra preocupao essencial foi vincular as aes propostas s caractersti-cas nacionais e ao posicionamento brasileiro nos debates multilaterais sobre desenvolvimento sustentvel. Seguindo essas premissas, sempre foi mantido estreito contato com os ministrios das Relaes exteriores e do meio ambiente, que presidiram conjuntamente a Comisso nacional para a Rio+20.

    editais de licitao foram modifica-dos em seus termos de referncia para prever e, depois, cobrar dasfuturas empresas licitadas queas contrataes seguissem as

    do meio ambiente. aanlise das aes de sustentabilidade de grandes eventos no brasil e no exterior anteriores Rio+20, como o Rock in Rio iv, o Rveillon de 2011, o carnaval de 2012, as mais recentes Conferncias das Partes da Conveno-Quadro das naes unidas sobre mudana do Clima e a iv Conferncia das naes unidas sobre os Pases de menor desenvolvimento Relativo, em 2011, confirmou o acerto de se dispen-sar ateno antecipada questo peloCno Rio+20.

    uma das primeiras orientaes Coordenao de Sustentabilidade foi fixar objetivos e metas, traar es-tratgia para alcanar os resultados desejados, definir perfil e nmero de especialistas necessrios e, somente ento, contratar profissionais para compor a equipe. de fato, ao per-correr essa trajetria, o Cno Rio+20 pde contar com profissionais qua-lificados que, cientes dos objetivos e metas, souberam contribuir para a execuo da estratgia adotada, implementando e sugerindo as melhores prticas para a realidade local e as dos espaos oficiais da Conferncia sob nossa gesto.

    elegeram-se nove dimenses para concentrar os esforos da Coordenao de Sustentabilidade,

    orientaes de integrar, o mximo possvel, produtos e servios mais sustentveis logstica da Conferncia. dentro do esprito da transversalidade, especialis-tas das nove diferentes reas da Coordenao de Sustentabilidade auxiliaram colaboradores, for-necedores, parceiros, gestores e fiscaisde contratos, trabalhadores evoluntrios.

    informaes mais detalhadas sobre o trabalho da Coordenao de Sustentabilidade so dadas no pri-meiro captulo deste relatrio, OPilar Ambiental: Estratgia Multidisciplinar. temos certeza de que a principal lio aprendida nessa rea foi sobre a importncia fundamental de contar com uma equipe de sustentabilida-de montada, ativa e integrada aos trabalhos desde as fases iniciais deplanejamento.

    a experincia de despender esforos na rea social no contexto de um grande evento no nova no brasil. implementados nos Xv Jogos Pan-americanos, em 2007, os projetos sociais voltados para jovens em co-munidades cariocas de alto risco de vulnerabilidade foram um dos xitos comemorados pelos organizadores ao fim daquele evento.

    A composio de equipes qualificadas possibilitou a insero dos temas da sustentabilidade na organizao logstica da Conferncia

    RelatRio Rio+20, o Modelo BRasileiRo 1918 introduo

  • baseado em contrapartidas escalo-nadas em troca de apoio organi-zao, inclusive produtos e servios sustentveis. Sendo assim, estendeu-se a instituies e empre-sas pblicas e privadas sediadas no brasil a oportunidade de cooperar com a organizao da Rio+20 por meio de um acordo de coope-rao tcnica internacional com o Pnud brasil.

    Responsabilidade social corporativa, ciclo de vida de produtos e servios e gesto das relaes comerciais com fornecedores foram critrios naverificao prvia das credenciais de compromisso com o desen-volvimento sustentvel de poten-ciais parceiros. Houve tambm o cuidadodoCno Rio+20 de explicitar o objetivo de firmar parcerias, eno de buscar patrocinadores, ao ser criada a Coordenao deCaptao e desenvolvimento de Parcerias, em junho de 2011.

    trabalhando de forma intensa, dado que os prazos normais de captao venciam no ms seguinte ou nomximo em agosto, foi possvel estabelecer diversos processos de negociao desde a fase inicial das atividades. Regras, prazos e procedi-mentos rigidamente aplicados a cada ano foram alterados por no poucas empresas parceiras e fornecedoras, a

    conjunto de iniciativas voltadas para dar sustentabilidade organiza-o da Conferncia. estimvamos igualmente dar-lhe mais agilidade diante das conhecidas dificuldades e da lentido burocrtica, a serem enfrentadas no processo de licita-es e de contrataes.

    Recursos oramentrios haveria em quantidade suficiente para organizar o evento em si. adaptaes no planejamento original e cortes em atividades e iniciativas no essen-ciais seriam feitos, caso esse volume de recursos fosse menor que o necessrio. de fato, aps um longo processo de anlise, foi concedido ao Cno Rio+20, na forma de crdito especial, em dezembro de 2011, o oramento solicitado, de R$ 200 milhes. o tesouro nacional ainda teve restitudos, porm, recursos oramentrios e financeiros ao fim dos trabalhos do Cno Rio+20.

    Recevamos, contudo, um resulta-do em que esses recursos seriam insuficientes para prover estruturas e servios condizentes com a classe hierrquica dessa Conferncia da onu ou uma situao de restrio oramentria em que iniciativas de sustentabilidade pudessem vir a ser interpretadas como elementos acessrios. elaborou-se, portanto, um plano de captao de parcerias

    A seleo de parceiros oficiais para o evento levou em considerao critrios como responsabilidade corporativa, relacionamento com fornecedores oficiais e anlise do ciclo de vida dos produtos

    voluntariado da Rio+20, concebido pelo Cno Rio+20 para incentivar prioritariamente a participao no evento de jovens de baixa renda de comunidades pacificadas do Rio de Janeiro. Sem dvida, ao promover com mpeto os direitos das pessoas com deficincia, o Cno Rio+20 ampliou a percepo de todos sobre esse aspecto do pilarsocial do de-senvolvimento sustentvel, provendo solues logsticas de acessibilidade que no encontram precedentes na histria da organizao de confern-cias das naes unidas.

    um relato mais aprofundado sobre esse magnfico esforo de forta-lecer, pela prtica e pelo exemplo, o pilar social do desenvolvimento sustentvel encontra-se no segundo captulo, O Pilar Social: Legado Positivo. adicionalmente, nele so registrados iniciativas de carter no-tadamente social da Coordenao de Sustentabilidade e os eventos culturais que receberam apoio direto e decisivo do Cno Rio+20. lenta e gradualmente, firma-se a importncia do papel da cultura na consolidao do conceito de desenvolvimento sustentvel e das melhores prticas sustentveis.

    garantir a capacidade de ao do Cno Rio+20 tornara-se essencial diante desse ambicioso e caro

    Seguir o caminho trilhado em 2007 foi uma possibilidade levantada desde os primeiros dias do grupo de trabalho de logstica gtl do ministrio das Relaes exteriores, em 2010, ainda na fase embrionria do Cno Rio+20. decidiu-se fazer uma abordagem similar com sistema de voluntariado, elaborada em con-junto com o Programa das naes unidas para o desenvolvimento nobrasil Pnud brasil e o apoio do programa de voluntrios das naes unidas (unv), aps esgotarmos os entendimentos com oministrio da Justia para reproduzir nos mesmos moldes aquela experincia. e deu muito certo.

    a acessibilidade dos espaos fsicos e dos servios ligados Conferncia foi outro tema social levantado no gtl, no final de 2010, pois a Rio+20 poderia acender o debate na sociedade brasileira sobre asgraves lacunas ainda presentes quotidianamente no Pas nessa rea. um detalhe chamou-nos a ateno poca: fica em municpio vizinho ao Rio de Janeiro a maior sede de uma entidade do gnero na amrica latina e uma das maiores do mundo, a associao niteroiense dos deficientes fsicos andef. dadas as necessidades dessa parcela significa-tiva e pouco atendida da populao carioca, entendemos ainda que a

    Rio+20 poderia contribuir ao anteci-par questes a respeito do reequipa-mento e da adaptao da cidade do Rio de Janeiro como legado princi-pal dos preparativos para os Jogos Paralmpicos, em 2016.

    impedido de avanar mais pela falta de pessoal, o Cno Rio+20 teve de aguardar, contudo, sua criao formal para, a partir dejulho de 2011, inserir esses temas sociais na agenda da logstica da Rio+20. o conceito de sustentabilidade pde ser levado sociedade tambm por meio do trabalho da Coordenao de acessibilidade e incluso Social, que organizou seus trabalhos em quatro dimenses: Comunidades Sustentveis, Cultura+20, Programa de voluntariado e acessibilidade.

    valendo-se das aes recentes e paulatinas do poder pblico brasilei-ro de reintegrar cidade territrios que estavam sob o jugo de quadri-lhas armadas, verificou-se, no caso das duas primeiras dimenses, o interesse e a oportunidade de se promover a incluso social mediante o desenvolvimento comunitrio e a conscientizao individual e coletiva sobre os temas da Conferncia em reas em que unidades de Polcia Pacificadora uPP j haviam sido instaladas. iniciativa de igual impacto social teve o Programa de

    20092007 2011ano em que o ex-presidente

    luiz incio lula daSilva props, na onu, a

    realizaoda Rio+20

    ano da criao formal doCno Rio+20

    edoincio oficial de seustrabalhos

    ano em que a assembleia geral da onu convocou arealizao da Rio+20

    nobrasil

    a conferncia e o cno rio+20

    o Secretrio-geral para a Rio+20, Sha zukang, e lderes dos setores pblico e privado aps a coletiva de imprensa que anunciou os mais de 700 compromissos voluntrios alcanados durante a Conferncia.

    RelatRio Rio+20, o Modelo BRasileiRo 2120 introduo

  • o terceiro captulo, O Pilar Econmico: Compromisso e Engajamento, apresenta os parceiros da Rio+20, exibindo as credenciais de compromisso com a sustentabi-lidade de seus negcios e o enga-jamento e a participao deles nos debates sobre os temas da Rio+20.

    J a divulgao deste relatrio cumpre os objetivos de deixar registro dos trabalhos internos do CnoRio+20 e informar a expe-rincia adquirida para garantir a integridade e a sustentabilidade da organizao logstica da Rio+20, primeiro dos megaeventos a serem realizados no brasil nesta dcada. Sempre procuramos evidenciar a importncia da adoo de uma estratgia multidisciplinar desde a concepo dos projetos originais para podermos viabilizar ferramen-tas e medidas bem-sucedidas de reduo e compensao dos impac-tos socioambientais derivados da organizao logstica da Conferncia Rio+20, contribuindo na prtica para avanarmos rumo ao futuro que queremos. Jos Solla Secretrio nacional adjunto Comit nacional de organizao daRio+20

    de parcerias,que, por sua vez, sustentou todo o apoio dado pelo Pnud brasilao Cno Rio+20 para a organizao da Conferncia.

    facilitadores do processo de prepara- o da Rio+20, os advogados da unio proveram os elementos neces-srios para dar segurana jurdica aos atos administrativos praticados em prol da organizao da Conferncia pela Coordenao de licitaes e Contratos e pela assessoria Jurdica do Cno Rio+20, cujas equipes incansveis e dedicadas merecem elogios parte. esmeraram-se todos em prestar a melhor assessoria e em emitir os pareceres dos contra-tos firmados com cerca de40em-presas captadas, cada qual com seus pormenores eespecificidades legais.

    importa ainda reconhecer e enfatizar o papel proativo e crucial que tiveram a Casa Civil e a Secretaria de Comunicao Social da Presidncia da Repblica no que se refere s parcerias com as empresas pbli-cas e as sociedades de economia mista da unio. todo o trabalho de captao e desenvolvimento de parcerias que vinha sendo feito pelo Cno Rio+20 beneficiou-se do envolvimento desses dois rgos de assessoramento direto e imediato da Senhora Presidenta da Repblica como catalisadores desse processo.

    a superao dos desafios do desen-volvimento sustentvel nos prximos 20 anos passa pela necessria mudana de padres de produo econsumo, transio a padres mais sustentveis que avana com maior ou menor velocidade de acordo com o engajamento do setor produtivo. dentro desse esprito, o Cno Rio+20 somou foras com os setores pblico e privado, promovendo a renovao do compromisso poltico com o de-senvolvimento sustentvel ao mesmo tempo em que se desincumbia dos trabalhos de organizao da Rio+20. a meta principal do desenvolvimento das parcerias captadas foi, portanto, alcanada, superando-se a utilidade da contribuio material dada orga-nizao do evento por cada parceiro conforme seu nvel.

    foi possvel montar a arquitetura desse programa de parcerias graas ao inestimvel apoio do Pnud brasil, parceiro institucional do Sistema das naes unidas e brao direito da organizao brasileira, assim como da advocacia-geral da unio, que constituiu equipe dedi-cada e competente paraatuar como consultoria jurdica do Cno Rio+20.

    o Projeto de Cooperao tcnica internacional Parcerias para reali-zao da Conferncia das naes unidas sobre desenvolvimento Sustentvel Rio+20 foi avaliado e avalizado com grande presteza pela agncia brasileira de Cooperao, rgo especializado vinculado ao itamaraty. instrumento essencial de todo o processo, o projeto viabilizou o trabalho de captao

    fim de se adaptarem s necessidades e ao calendrio dos organizadores da Rio+20 ainda que muitas delas j tivessem predefinidas suas atividades para 2012 ao serem contatadas pelo Cno Rio+20.

    a sustentabilidade j foi reconhecida pela vanguarda do segmento empre-sarial como oportunidade essencial para a promoo dacompetitividade. no caso das empresas estatais, a adoo de prticas sustentveis esperada, desejada e, cada vez mais, cobrada pela sociedade brasileira, o que permitiu avanos muito importantes nos ltimos 20 anos, tanto navertente social, quanto na ambiental. Setores muito sensveis em razo do impacto socioambiental naturalmente resultante de suas atividades econmicas tmtido de demonstrar compromisso mais forte e determinado comodesenvolvi-mento sustentvel.

    Particular satisfao foi constatar que as entidades e empresas con-tatadas atenderam com solicitude e empenho aos convites negociao e, posteriormente, ao chamamento pblico do Cno Rio+20, confir-mando anlises e expectativas do processo de pr-seleo. o oposto seria motivo de grave preocupa-o, comoconstatar a ausncia de

    interesse ou encontrar uma recepo fria, que nunca houve.

    Reafirmar o compromisso dasen-tidades e empresas parceiras comosprincpios do desenvolvi-mento sustentvel previamente identificados por meio do engaja-mento na Conferncia foi a etapa seguinte. terminado o processo de pr-seleo, sempre estimulamos a reflexo interna e a participa-oativa dos parceiros nos debates e nas atividades da Rio+20.

    em resposta, os parceiros foram participantes, expositores, palestran-tes, debatedores, observadores e colaboradores na Rio+20, divulgando suas tecnologias, experincias e boas prticas, trocando conhecimento e informaes com terceiros, prestando servios e conduzindo programa-es prprias ou em conjunto com outras entidades, no Riocentro, em outros espaos oficiais geridos pelo Cno Rio+20 e em eventos paralelos margem da Conferncia. nesse contexto, a maioria dos parceiros pro-moveu atividades e reflexes sobre os temas do desenvolvimento sustentvel eda Rio+20 em meio a seus quadros de empregados e at mesmo suas famlias , colaboradores, fornecedores e comunidades emque atuam.

    a organizao logstica da Rio+20 assegurou aos estados-membros, delegados e participantes ascondies necessrias para deliberare negociar.

    o monumento smbolo do Rio de Janeiro recebeu iluminao especial em homenagem Rio+20.

    A mudana dos padres de produo econsumo ser determinante para se alcanar os objetivos de desenvolvimento sustentvel nas prximas dcadas

    RelatRio Rio+20, o Modelo BRasileiRo 2322 introduo

  • logstica e sustentabilidadeCom enfoque sistemtico e abrangente, a organizao daRio+20 atuou em nove dimenses, buscando integrar o discurso prtica ao mitigar impactos ambientais da Conferncia desde oplanejamento at a desmontagem.

  • Desde o incio dos trabalhos, o Comit Nacional de Organizao Rio+20 CNO Rio+20 buscou colocar em prtica uma abordagem multidisciplinar, a fim de fortalecer as atividades da organizao logstica da Conferncia Rio+20 com foco no desenvolvimento sustentvel.

    Dado o desafio de reduzir oucom-pensar impactos socioambientais, oCNORio+20 criou a Coordenao deSustentabilidade para propor novas iniciativas e processos para o usual trabalho de organizao, esti-mulando colaboradores, parceiros e fornecedores a fazer uso de pro-dutos e servios mais sustentveis. Para tanto, foram definidos objetivos gerais, tendo como rea de concen-trao a gesto das emisses de gases de efeito estufa, dos resduos

    Neste captulo, relatam-se as aes conduzidas nessas nove dimenses pela Coordenao de Sustentabilidade do CNORio+20, aliadas aos esforos de comunicao para promover a sustentabilidade entre participantes, fornecedores, trabalhadores e voluntrios.

    A organizao da Rio+20 deixou como uma de suas principais lies ocarter crucial a ser sempre atribudo incorporao do conceito de desenvolvimento sustentvel desde a primeira etapa do projeto. Para obter a adequada integrao do discurso s atividades prticas delogstica, o conceito deve ser disseminado entre osmembros das diferentes equipes de trabalho. Sem esse esforo interno, arrisca-se a perder a coerncia e a pr em risco o resultado final da organizao noque tange ao desejado equi-lbrio entre os pilares ambiental, socialeeconmico.

    slidos e de recursos hdricos, alm do uso de energia, do sistema oficial de transporte terrestre, da sustenta-bilidade das construes efmeras, das compras pblicas mediante licitaes, do turismo receptivo e da oferta de alimentao aos parti-cipantes. Em seguida, desenhou-se uma estratgia e montou-se uma equipe de especialistas, com perfil enmero adequados aos desafios darealidade carioca e de cada espao daConferncia sob adminis-trao do CNORio+20. As diferentes abordagens evidenciam os principais esforos dessa equipe de especia-listas, visando ao aperfeioamento damo de obra, substituio deinsumos, reduode resduos e deemissesde gases de efeito estufa GEE e racionalizao do consumo de recursos naturais.

    Embora haja neste captulo certa nfase em aspectos ambientais do desenvolvimento sustentvel, essasaes do CNORio+20 devem ser entendidas dentro de um enfoque sistemtico e abrangen-te, considerando todas as etapas do processo de gesto logstica doevento. Nessecontexto, foram includas as etapas de planejamento, montagem, realizao e desmon-tagem dos espaos oficiais geridos pelo CNORio+20. Como o prprio nome dacoordenao sugere, o impacto de suas aes ultrapassou a esfera ambiental para fortalecer responsabilidades no campo social e sugerir mudanas de prticas de negcios, em particular em meio s empresas licitadas para o forneci-mento de produtos e servios para a organizao logstica da Conferncia.

    O PilAR AmbiENtAl

    estratgia multidisciplinar

    Uma das principais lies aprendidas naorganizao da Rio+20 anecessidade de integrar aos trabalhos o conceito de desenvolvimento sustentvel desde aprimeira etapa do projeto

    Na visita ao Parque dos Atletas,a Presidenta Dilma Rousseffconheceu os voluntrios da Rio+20 e espaos concebidos conforme os princpios da construosustentvel, como oPavilhoRio de Janeiro, ao fundo.

    logstica e sustentabilidadeRelatRio Rio+20, o Modelo BRasileiRo 2726

  • deprojetos brasileiros registra-dos pelo Conselho Executivo do mecanismo de Desenvolvimento limpo mDl do Protocolo deQuioto, aps aprovao da Comisso interministerial de mudana Global do Clima, estabe-lecida em 1999 para atuar como a Autoridade Nacional Designada brasileira. O processo de cancela-mento das RCEs foi acompanhado diretamente pelo PNUD brasil para garantir a transparncia e a inte-gridade ambiental dos processos decompensao.

    Mensurao e mitigaoAs estimativas de emisses deGEErelacionadas s atividades de organizao da Rio+20 foram feitas com base em padres cient-ficos e metodologias reconhecidas internacionalmente, respeitando-se as caractersticas nacionais2. Uma primeira estimativa foi realizadaantes do incio do evento(ex ante), sendocomplementada por nova

    2metodologias fundamentadas no Segundo inventrio brasileiro de Emisses Antrpicas por Fontes e Remoes por Sumidouros de Gases de Efeito Estufa no Controlados pelo Protocolo de montreal. Disponvel em: .

    A realizao das estimativas deemis-ses pelo CNO Rio+20 envolveu grande esforo, em decorrncia da necessidade de superar um con-junto de incertezas associadas, por exemplo, a consumo de combust-veis, uso de geradores e demanda deenergia eltrica.

    As emisses locais identificadas no inventrio ex post foram cerca de 60% menores do que as iden-tificadas no levantamento exante.

    Partedessa reduo pode ser creditada ao fato de ter havido diminuio de 57% das estimativas do consumo de combustveis em geradores nos espaosoficiais da Conferncia sob administrao doCNORio+20 e de 61%do volume de combustveis consumidos pelos veculos terrestres dafrota oficial. Adicionalmente, cabeassinalar ocuidado do CNORio+20 em no subestimar emisses ao realizar seuinventrioex ante.

    gesto das emisses de gases de efeito estufaAs aes do CNORio+20 para mitigar e compensar emisses de GEE decorrentes da organizao daConferncia estiveram alinhadas posio brasileira nos debates sobre a mudana doclimae contaram com o apoio da Diviso de Clima, Oznio e Segurana Qumica do ministrio das Relaes Exteriores. O modelo utilizado assegurou transparncia e inte-gridade ambiental aos processos de mitigao e de compensao, respeitandoo princpio de res-ponsabilidades comuns, porm diferenciadas, expresso na DeclaraodoRio sobremeio Ambiente e Desenvolvimento, dejunho de 1992.

    Ao compensar emisses decorren-tes da organizao do evento, o CNORio+20 decidiu faz-lo por meio do cancelamento de Redues Certificadas de Emisso RCE, crditos de carbono1 provenientes

    1Uma tonelada de dixido de carbono (CO2)corresponde a uma Reduo Certificada deEmisso.

    Estimativa ex ante E invEntrio ex post das EmissEs dE GEE dos vEculos tErrEstrEs da frota oficial da rio+20 (Em tco2e)

    VECUlOS Ex antE Ex post VARiAO ExPliCAO

    Gasolina E20 63 45 -28% Uso extensivo de biocombustveis/Reduo mdia de 61% do volume consumido de combustveis em relao ao previsto

    Diesel b5 361 106 -71%

    Etanol 1 0,47 -60%

    total 425 151 -64%

    Estimativa ex ante E invEntrio ex post das EmissEs dE GEE nos Espaos oficiais GEridos pElo cnorio+20 E nos hotis da rio+20 (Em tco2e)*

    lOCAl Ex antE Ex post VARiAO RAzES PARA A VARiAO

    Riocentro 2.983 942 -68%Racionalizao do uso previsto de geradores / Uso de b20 / Reduo no consumo de energia

    Parque dos Atletas 265 159 -40%

    Per mau 133 73 -45%

    mAm 59 8 -86%

    Arena da barra 26 33 27%

    Aumento no consumo deenergia

    Galpo da Cidadania 21 22 5%

    Auditrio anexo aomAm 9 22 142%

    Hotis 736 699 -5% Ocupao dos hotis em 95%

    total 4.232 1.957 -54%

    Obs.: inclui consumo de combustveis de fontes estacionrias, resduos slidos e energia eltrica.

    *Os gases de efeito estufa so o metano (CH4), o xido nitroso (N2O), o hidrofluorcarboneto (HFCs), o perfluorcarboneto (PFCs) e o hexafluoreto de enxofre (SF6), cujas emisses podem ser individualmente medidas individualmente, convertidas e expressas mediante o conceito de carbono equivalente (CO2e).

    O Governo brasileiro fundamentou a estratgia de gesto das emissesdegases de efeito estufa, seguindo padres cientficos e metodologias internacionalmente reconhecidas e respeitando as caractersticas nacionais.

    avaliao, realizadaaps o trmino da Conferncia (ex post).

    Nos dois casos, as estimativas foram desenvolvidas emconjunto com os especialistas daCoordenao de Sustentabilidade do CNORio+20 e seguindo as orientaes do ministrio das Relaes Exteriores, que ajuda-ram a definir as seguintes fontes de emisses de GEE:

    uso de combustveis nos espaos oficiais da Conferncia geridos pelo CNORio+20;

    uso de combustveis nos veculos terrestres da frota oficial;

    uso de energia eltrica nos espaos oficiais da Conferncia geridos pelo CNORio+20;

    disposio de resduos gerados nos espaos oficiais da Conferncia geridos pelo CNO Rio+20.

    logstica e sustentabilidadeRelatRio Rio+20, o Modelo BRasileiRo 2928

  • geradores fixos como fonte de supri-mento ininterrupta. A alternativa de uso do diesel b20 (20% de biodie-sel), no caso dos espaos oficiais geridos pelo CNORio+20, contribuiu para reduziressasemisses no inventrio expost. Quanto utiliza-o de biocombustveis, o transporte terrestre oficial durante a Rio+20 pode ser considerado um caso desucesso de mitigao de GEE. Aquantidade de etanol consumida correspondeu a aproximadamente 50% de todo o volumede com-bustvel utilizado pela frota oficial, almdo fato dea gasolina brasileira ser comercializada comadio entre 20% e25%deetanole o diesel veicularde uso correntepossuir 5%debiodiesel.

    Ademais, os processos de mitigao das emisses de GEE da Rio+20 foram beneficiados pelas carac-tersticas da economia brasileira: ampla oferta de lcool hidratado (etanol), historicamente utilizado no abastecimento da frota nacional de veculos, e uma matriz eltrica limpa, com mais de 80% de suprimento porfontes renovveis.

    Outra ao bem-sucedida de mi-tigao, em especial do metano, foiadestinao dos resduos orgnicos para compostagem e dos resduos slidos no reciclveis paraaterrosanitrio que captura ogs metano para reaproveitamento. Evitaram-se, assim, todas as pos-sveis emisses de metano desses tipos de resduos.

    Por motivo de segurana, a energiaconsumida nos espaos ofi-ciais geridos pelo CNORio+20, em especial o Riocentro, manteve arede eltrica brasileira como backup e

    57%de reduo do consumo

    decombustveis pelos geradores dos

    espaosoficiais

    64%de reduo das

    emisses de GEE da frota oficial de veculos

    mitigao de emisses de gee da organiZao da rio+20

    Os preparativos finais da organizao da Conferncia Rio+20 foram discutidos em reunio de coordenao dos Governos Federal, Estadual e municipal, em abril, no Palcio da Cidade, em botafogo, Rio de Janeiro.

    Reencontro na Rio+20: O Senador Fernando Collor de mello e o canadense maurice Strong, que, em 1992, eram respectivamente o Presidente da Repblica e o Secretrio Geral da Conferncia Rio 92.

    54%de reduo das

    emisses de GEE em relao aoestimado para

    os espaos oficiais e hotis

    logstica e sustentabilidadeRelatRio Rio+20, o Modelo BRasileiRo 3130

  • Feito o inventrio ex post, ficou confirmado que o Governo brasileiro disporia de crditos suficientes pararealizar a compensao volun-tria das emisses locais de GEE associadas organizao da Rio+20, tendo o PNUD brasil comoverifi-cador externo nesse processo de cancelamento das RCEs doadas. Essa condio foi alcanadagraas s doaes de seteempresas sediadas no brasil: Novo Gramacho Gs Verde, tractebel Energia GDF Suez, Estre, Plantar, Rima, Vallourec & mannesmann do brasil e, por meio do Governo do Estado do Rio de Janeiro e da Prefeitura do

    Rio, Haztec asseguraram crditos em nmero suficiente, dentro do prazo necessrio (ver tabela na pginaaolado).

    Cada empresa doadora recebeu umttulo de fornecedor oficial deRCEs da Rio+20. A diversidade desetores, localidades e gases mitigados pelos fornecedores oficiaisconfirmam a abrangncia eosucesso do mDl no brasil. As RCEs doadas foram canceladas junto ao mDl com acompanhamento direto do PNUD brasil, garantindo estratgia brasileira eficcia, transpa-rncia e integridade ambiental.

    emisses locais de gee da rio+20 vs. cancelamento de rces (Em tCOe)

    2.108

    4.657(Inventrio ex ante)

    (Inventrio ex post)

    2.108RCEs canceladas para a

    compensao voluntria das emisses locais de GEE associadas

    organizao do evento

    1.957 151(Espaos oficiais sob

    gesto do CNORio+20)(Transporte terrestre oficial

    oferecido pelo CNORio+20)

    Iniciativa inditaindita em megaeventos no brasil, a estratgia de compensao das emisses de GEE da Rio+20 ocorreu em duas etapas, sempre no mbito do mDl por meio do cancelamento de RCEs emitidas pelo Protocolo de Quioto para projetos brasileiros:

    (A) compensao das emisses locais de GEE associadas organi-zao da Rio+20, feita diretamente pelo CNORio+20 por iniciativa voluntria do Governo brasileiro.

    (b) ferramenta de compensao voluntria de emisses de GEE decorrentes do transporte areo dos participantes e delegaes (verboxdas pginas 34 e 35).

    Para a primeira etapa (A) da estratgia de compensao, o CNORio+20 definiu o objetivo voluntrio de obtera doao de RCEs

    emitidas pelo Conselho Executivo do mDl originadas por projetos realizados no brasil, em quantitativo suficiente para trabalhar com conforto e segurana em relao ao resulta-do final. Para tanto, o CNORio+20 selecionou como referncia eventos de grande porte das Naes Unidas, como edies recentes da Conferncia das Partes da Conveno-Quadro das Naes Unidas sobre mudanca do Clima e da Reunio das Partes do Protocolo deQuioto. Essa deciso visava garantir, antes da realizao da Rio+20, que todo o universo possvel de fontes de GEE locais associadas organizao do evento seria com-pensado de maneira segura e robusta. A estratgia deu ao CNORio+20 a segurana de que as emisses locais da Rio+20 associadas organizao da Conferncia poderiam ser com-pensadas pela iniciativa voluntria brasileira mesmo se o evento viesse a ter um pblico maior.

    doaEs E cancElamEnto voluntrio dE rcEs

    FORNECEDOR OFiCiAl

    SEtOR DA AtiViDADE DE PROJEtO NO mDl GS mitiGADO

    AtEStADO DO mDl DE CANCElAmENtO VOlUNtRiO DE RCEs

    Novo Gramacho GsVerde

    Gesto e tratamento de resduos e gerao de energiaRecuperao equeima dos gases de decomposio e aproveitamento para produodeenergia eltrica, em So Paulo. Nmero de Referncia daAtividade de Projeto no mDl: 0373.

    CO2 e CH4 CDm20521, 27/10/2012

    tractebel Energia GDF Suez

    Gerao de energiaCogerao de energia eltrica etrmica, evitando emisses de metano de resduos de biomassa de madeireiras, em Santa Catarina. Nmero de Referncia da Atividade de Projeto no mDl: 0268.

    CO2 e CH4 CDm20522, 27/10/2012

    EstreGesto e tratamento de resduosRecuperao e queima dos gases dedecomposio de resduos slidos, em So Paulo. Nmero de Referncia da Atividade de Projeto no mDl: 1134.

    CH4 EU40421, 14/11/2012

    Plantar

    Reflorestamento e florestamentoReflorestamento como fonte renovvel desuprimento de madeira para produo em larga escala decarvo vegetal,emminas Gerais.Nmero de Referncia da Atividade de Projeto no mDl: 2569.

    CO2 CDm20518, 27/10/2012

    Rima metalurgia e produo de magnsioConverso de SF6 para o gs de cobertura alternativo SO2 naproduo de magnsio, em minas Gerais. Nmero de Referncia da Atividade de Projeto no mDl: 2486.

    SF6 CDm20519, 27/10/2012

    Vallourec & mannesmann dobrasil

    Gerao de energiaReaproveitamento de gs de alto-forno para produzir energia por meio de usina termeltrica para a produo detubos de ao sem costura, em minas Gerais. Nmero de Referncia daAtividade de Projeto no mDl: 0143.

    CO2 CDm20520, 27/10/2012

    Governo do Estado do Rio de Janeiro, Prefeitura do Rio deJaneiro e Haztec

    Gesto e tratamento de resduos e gerao deenergiaRecuperao e queima dos gases de decomposio econsequente aproveitamento para a produo de energia eltrica, no Rio de Janeiro. A Haztec doou RCEs referentes a esse projeto ao Governo do Estado do Rio de Janeiro e Prefeitura do Rio de Janeiro, que posteriormente as cederam ao CNO Rio+20. Nmero de Referncia da Atividade de Projeto no mDl: 0008.

    CO2 e CH4 Nl28963, 07/09/2012

    A destinao correta dos resduos compostveis e dos resduos slidos no reciclveis para aterro sanitrio com captura do gs metano resultou na mitigao total das emisses associadas a essa fonte

    logstica e sustentabilidadeRelatRio Rio+20, o Modelo BRasileiRo 3332

  • A compensao de emisses de GEE decorrentes daorganizao da Rio+20 no poderia incluir asemis-ses decorrentes do transporte areo dos participan-tesda Rio+20, pois ao Governo brasileiro no caberia talencargo. Entretanto, por meio da parceria com oPNUD brasil e a Caixa Econmica FederalCAixA, foipossvel oferecer s delegaes oficiais e institucio-nais a facilidade de uma ferramenta digital para acom-pensao voluntriadessas emisses.

    Essa ferramenta de compensao voluntria permi-tiu aosparticipantes realizar doaes, via carto de dbitoou de crdito, de recursos equivalentes para compensar suas respectivas emisses de GEE decorrentes de transporte areo para o Rio de Janeiro. Para efetuar acompensao de 1 tCO2e, a doao correspondente foide R$ 10,00 (dez reais), valor equivalente a US$ 5,00 (cincodlaresnorte-americanos).

    Um grupo de 30 voluntrios foi especialmente trei-nadopela Coordenao de Sustentabilidade do CNORio+20 para abordar delegados e demais partici-pantes no Riocentro, no Parque dos Atletase na Arena da barra. Como se tratou de uma iniciativa pioneira, nessa etapao objetivo principal foi promover a conscien-tizao individual e pblica dessa parte das emisses indiretasrelacionadas ao evento.

    Para cobrir uma demanda total prevista em 50 mil parti-cipantes, solicitou-se aos fornecedores oficiais deRCEs da Rio+20 manter disponvel para potenciais doadores um montante de RCEs adicionais em quantitativo sufi-cientemente confortvel e seguro emrelaorobustez do resultado final. Antes mesmo do incio da Conferncia, estava assegurado o montante necessrio. Durante o evento, o Governo brasileiro enviou informaes sobre a estratgia brasileira com convite a cada chefe de delegao para participar da iniciativa de compensao voluntria das emisses de GEE decorrentes das viagens areas dos delegados oficiais.

    Os recursos doados foram administrados pelo PNUD brasil com o objetivo de cancelar RCEs adicionais emitidas pelos fornecedores oficiais de RCEs daRio+20. Cada doador recebeu mensagem eletrnica deconfirma-o da CAixA. Finalizado o processo de cancelamento em relao ao Conselho Executivo do mDl, odoador recebeu um certificado nominal do CNORio+20 e doPNUD brasil, atestando a integridade ambiental dacompensao voluntria.

    As equipes do CNO Rio+20, do PNUD brasil e da CAixAsouberam superar as dificuldades operacionais decorrentes do prazo muito exguo para a implantao dessa ferramenta indita como segunda etapa (b) da estratgia de compensao de emisses de GEE na Rio+20 (veja na pgina anterior). Os resultados alcan-ados eo reconhecimento pblico e institucionalau-torizam a concluso de que esse aspecto da estratgia decompensao de emisses de GEE podeser con-siderado um importantelegado da Rio+20 e do brasil paraoutros eventosde qualquer porte ou categoria, com grande potencialdereplicaoem futuras confe-rncias e reuniesdasNaes Unidas.

    COmPENSAO VOlUNtRiA

    Embora residente na cidade, o vice-prefeito do Riode Janeiro e secretrio municipal de meio Ambiente, CarlosAlberto Vieira muniz, fez questo de contribuir parao xitoda iniciativa indita.

    Rpida e eficaz, a ferramenta digital criada para a Rio+20 permitiu a compensao voluntria das emisses de GEE decorrentes do transporte areo dos delegados oficiais.

    Durante os Dilogos Federativos, a ministra ideli Salvatti compensou as emisses de GEE da sua viagem area ao Rio de Janeiro.

    A Secretria Executiva da Conveno-Quadro das Naes Unidas sobre mudana do Clima, Christiana Figueres, compensou as emisses de GEE de toda a sua delegao.

    O esforo conjunto do CNORio+20, doPNUD Brasil e da CAIxA permitiu aos participantes rpida e eficaz compensao voluntria desuas emisses relativas aotransporte areo

    35RelatRio Rio+20, o Modelo BRasileiRo34 logstica e sustentabilidade

  • gesto dos resduosslidosO planejamento estratgico do CNORio+20 e o apoio de diversas instituies parceiras revelaram-se fundamentais para a gesto adequa-da dos resduos gerados na Rio+20. O compartilhamento de experincias permitiu desenvolver, em con-junto, um sistema eficaz baseado no respeito s caractersticas da realidadecarioca.

    Para realizar a gesto de resduos slidos, a Coordenao de Sustentabilidade do CNORio+20 elaborou o Plano de Gesto de Resduos Slidos da Rio+20 PGRS Rio+20, gerenciando sua execuo nos espaos oficiais da Conferncia sob responsabilidade do CNORio+20: Riocentro, Parque dos Atletas, Arena da barra, Per mau, Galpo da Cidadania, museu de Arte moderna eauditrio anexo ao mAm.

    sacos de cor escura3. Na separao dos resduos compostveis, realizada em algumas cozinhas, foi utilizada bombona (tambor plstico) especfi-ca para essa finalidade.

    As destinaes dos principais fluxos de resduos foram as seguintes:

    Resduos reciclveis: para coope-rativas de catadores e posterior reciclagem;

    Resduos no reciclveis: para aterro sanitrio;

    Resduos compostveis: para a produo de adubo;

    Pilhas, baterias e celulares: para reciclagem de seus componentes.

    3Doadas pela braskem, as lixeiras da Rio+20 tambm foram fabricadas com o mesmo plstico verde, feito a partir do etanol da cana-

    -de-acar, usado nos squeezes e nas sacolas dos kits entregues aos participantes (ver pgina 127, no terceiro captulo).

    O CNORio+20 supervisionou as res-ponsabilidades delegadas de coleta e destinao adequada dos resduos gerados. A parceria com o instituto Doe Seu lixo mostrou-se eficiente na coleta de materiais reciclveis em todos os espaos oficiais sob responsabilidade do CNORio+20. Osresduos no reciclveis segui-ram para a Central de tratamento de Resduos de Seropdica, na Regio metropolitana do Rio de Janeiro, e o material compostvel foi enviado produo de adubo por meio da empresa Vide Verde. J a empresa Ambiente limpo, outra parceira do CNORio+20, disponibilizou coletores especiais na cor laranja para pilhas, celulares e baterias e encaminhou o material coletado para reciclagem.

    Paralelamente elaborao do PGRS Rio+20, houve atividades de alinhamento com os diversos atores envolvidos na gesto de resduos slidos, alm do treinamento de voluntrios e catadores educadores. O CNORio+20 encaminhou aos

    O Departamento de Ambiente Urbano do ministrio do meio Ambiente, a Companhia municipal de limpeza Urbana do Rio de Janeiro COmlURb e a Gerncia de Educao Ambiental do instituto Estadual do Ambiente Geam/inea contriburam para a elaborao do PGRSRio+20 e para viabilizar a participao de catadores de materiais reciclveis como educadores ambientais e de suas cooperativas. Ao todo, 114voluntrios, 14 monitores, 69 educadores ambientais e 22 coope-rativas constituram grupo essencial para colocar em prtica asaes de monitoramento (leia mais sobre o programa de Voluntariado e sobre os catadores educadores no captulo sobre acessibilidade einclusosocial).

    O PGRS Rio+20 fundamentou-se na Poltica Nacional de Resduos Slidos, instituda pela lei n 12.305/10, enfatizando modelo de gesto que consolidasse a hierarquia de no gerao, reduo,

    Coletores de resduos slidos feitos de plstico verde disponibilizados com sinalizao educativa no Parquedos Atletas, conforme o padro definido no Plano de Gesto de Resduos Slidos da Rio+20. 286 t 22

    total de resduos gerados at a fase de desmontagem

    (mdiade 17 t/dia e 0,3 kg/pessoa)

    52 ttotal de resduos

    reciclveis destinados a cooperativas de

    catadores

    total de cooperativas de catadores de materiais reciclveis beneficiadas

    gesto de resduos

    reutilizao, reciclagem, tratamen-to e disposio final adequada. Aanlise das peculiaridades dos espaos oficiais geridos pelo CNORio+20, a legislao vigente nas esferas federal, estadual e municipal e a realidade carioca determinaram a estratgia de adotaracoleta seletiva simplifi-cada, organizada em quatro tipos bsicos de resduos: reciclveis; no reciclveis; compostveis; e pilhas, celulares ebaterias. Alm da etapa de realizao da Conferncia, foi considerada a gerao de resduos nas etapas de montagem e dedes-montagem de estruturas.

    Os esforos para orientar a segrega-o adequada dos resduos slidos decorrentes das atividades da Rio+20 contaram, sempre que poss-vel, com a sinalizao dos coletores em portugus e ingls. No descarte de resduos slidos reciclveis, foram utilizados lixeiras azuis e sacos transparentes e, para recolhimento dos no reciclveis, lixeiras cinzas e

    administradores e organizadores dos espaos oficiais da Conferncia sob sua gesto os conceitos doPGRS Rio+20, para serem repassados e discutidos em reunies tcnicas. Ademais, incluram-se diretrizes sobre o tema no contedo do manual do Expositor, em termos de Referncia de licitaes e em outros docu-mentos relacionados aos setores de alimentos e bebidas, hospedagem, limpeza e edificaes efmeras. O PGRS Rio+20 contou ainda com um plano de contingncia, por meio do qual oCNORio+20 mapeou os processos para identificar riscos e corrigir eventuais falhasde gesto.

    A tabela e os grficos a seguir apre-sentam alguns dos principais resulta-dos eindicadores obtidos pela equipe gestora de resduos slidos durante a realizao da Rio+20, no perodo de 13 a 24 de junho de 2012, e nasfases de montagem e de desmontagem das instalaes nos espaos oficiais da Conferncia geridos pelo CNORio+20.

    Treinamento especfico de voluntrios e de educadores ambientais complementou o PGRS Rio+20

    logstica e sustentabilidadeRelatRio Rio+20, o Modelo BRasileiRo 3736

  • COmPOStVEiS8%

    RECiClVEiS18%

    NO RECiClVEiS74%

    resduos totais Gerados na montagem, realizao e desmontagem do evento, nos espaos oficiais geridos pelo CNORio+201

    durante a conferncia Resduos coletados nos espaos oficiais geridos pelo CNORio+20

    montagem e desmontagem Resduos coletados nos espaos oficiais geridos pelo CNORio+20

    1Os valores no incluem os resduos geradosna montagem e desmontagem daArena da barra. 210 t

    24 t

    52 t

    gesto de resduos

    123 t

    24 t21 t

    87 t

    31 t

    RECiClVEiS12%COmPOStVEiS14%

    NO RECiClVEiS74%

    NO RECiClVEiS74%

    RECiClVEiS26%

    rEsduos colEtados nos Espaos oficiais GEridos pElo cnorio+20, dE 13 a 24 dE junho (kG/Espao/tEmpo)

    ESPAOS OFiCiAiS NmERO DE DiAS DO

    EVENtO

    tOtAl DE RESDUOS

    (kg)

    GERAO pEr capita RESDUOS tOtAiS

    (kg/PESSOA)

    Riocentro 10 93.311 0,62

    Arena da barra 10 6.118 0,34

    Parque dos Atletas 12 39.098 0,23

    museu de Arte moderna 12 1.072 0,03

    Auditrio anexo ao mAm 10 1.417 0,36

    Per mau 12 21.797 0,16

    Galpo da Cidadania 10 4.989 0,25

    Obs.: OParque dos Atletas, o mAm eo Per mauficaram abertos ao pblicoat o dia 24 de junho. No inclui os perodos de montagem e de desmontagem dos espaos oficiais geridos pelo CNORio+20.

    Apsdebate dos mais ricos da ArenaSocioambiental,catadores de materiais reciclveisreceberam doministro-Chefe da Secretaria-Geral da Presidncia da Repblica, GilbertoCarvalho, doao decaminhes decoleta seletiva.

    logstica e sustentabilidadeRelatRio Rio+20, o Modelo BRasileiRo 3938

  • naRio+20 primou pela qualidade naentrega, resultando em alto aproveitamento na reciclagem. As cooperativas de catadores recebe-ram esses materiais reciclveis com baixo nvel de contaminao e em condies de trabalho seguras e saudveis.

    O resultado final desse esforo conjunto no se resume misso cumprida na gesto dos resduos slidos nos espaos oficiais geridos pelo CNORio+20 e gerao de renda e insero social dos catadores de materiais reciclveis. Conforme testemunhos recebidos aps o evento, ascooperativas de catadores obti-veram novos contratos comerciais, experimentando rpida expanso decorrente da exposio e da credibi-lidade auferida por meio da parceria firmada com a organizao da Rio+20.

    Em todos os espaos oficiais da Conferncia geridos pelo CNORio+20, observou-se uma grande variao na quantidade de resduosgerada, bem como naproporo entre reciclveis, no reciclveis ecompostveis. isso ocorreu, principalmente, por causa das especificidades de cada espao, como tipo decontrato, perfil dos atores envolvidos, grau de compro-metimento nagesto de resduos e, inclusive, gnero de evento realizado.

    Em relao aos resduos slidos reciclveis, o resultado obtido em trs espaos oficiais comprovou aimportncia de se investir priorita-riamente na comunicao educativa com o pblico e no treinamento dasequipes de limpeza para serem assegurados os melhores resultados.

    Por fim, superou-se um dos grandes desafios de megaeventos realizados no brasil. A gesto de resduos

    No planejamento de suas aes, o CNORio+20 mapeou o descarte de alguns resduos especficos da desmontagem nos espaos oficiais geridos pelo CNORio+20, entre eles, lonas polivinlicas (banners), carpetes e tecidos.

    Criada em 2003, a Rede Asta rene cerca de 50 grupos produtivos, com mais de 700 artesos, e a primeira rede brasileira de venda direta (porta a porta) de produtos sustentveis. Convidada pelo CNORio+20, disps-se a coletar os materiais, sem custo, com vistas fabricao e posterior venda direta de pufes, bolsas e forro de mveis. Encerrado o evento, foram destinados Rede Asta e ONG Onda Carioca cerca de 4 mil m de lonas descartadas no Riocentro, no Parque dos Atletas e no Per mau para transformao em novos produtos. Alm disso, cerca de 400 coletes utilizados para identificar osvo-luntrios da Rio+20 foram transformados em bolsas pela Rede Asta.

    A Onda Carioca nasceu em 2005, voltada defesa dos quiosqueiros da orla martima do Rio de Janeiro, e logo tornou-se uma organizao sem fins lucrativos com o objetivo de realizar aes de sustentabilidade. Em execuo desde 2010, seu projeto Costurando o Futuro reaproveita lonas vinlicas para acriao de peas, como guarda-sis, bolsas e brindes.

    Na Associao beneficente Padre Navarro, uma das cooperativas atendidas pela COmlURb, mais de 2 mil pessoas j foram retiradas da pobreza extrema desde o ano 2000, garantindo-lhes renda, alimento e a possibilidade de reinsero no mercado de trabalho. Ao fim da Rio+20, receberam, para reuti-lizao, 400 kg de carpetes recolhidos na desmontagem das instalaes no Parque dos Atletas. Os materiais reciclveis recebidos na Padre Navarro so encaminhados para indstrias em So Paulo, minas Gerais e Paran.

    saiba mais www.asta.org.br, www.ondacarioca.org.br e Associao Padre Navarro: +55 (21) 3891-6767

    DESmONtAGEm SUStENtVEl

    Os coletes utilizados pelos voluntrios da Rio+20 foram transformados em bolsas por artesos de uma rede de Comrcio Justo e Solidrio.

    Os resduos da desmontagem dos espaos da Conferncia viraram matria- -prima e fonte de renda para organizaes de interesse social

    No Parque dos Atletas, foi instalada uma usina de plstico-madeira quereciclou plsticos ps-consumo gerados como resduo durante a Conferncia para produzir mobiliriourbano, como bancos depraa e floreiras.

    A Rio+20 foi o primeiro megaevento no Brasil em que um plano de gestode resduos slidos serviu debase paradar tratamento adequado aotema

    logstica e sustentabilidade 41RelatRio Rio+20, o Modelo BRasileiRo40

  • compras pblicas sustentveisA publicao do Decreto n 7.746, de 5 de junho de 2012, que dispe sobreas compras pblicas susten-tveis, consagrou o processo j conduzido pelo Comit Nacional de Organizao da Rio+20 de aquisio de produtos e servios sustentveis para a realizao da Conferncia Rio+20. Note-se que,at essa publica-o, os principais marcos legais para fundamentar a aplicao decritrios de sustentabilidade em compras pblicas estavampulverizados.

    O conceito de compras pblicas sustentveis baseia-se no fato de queos governos tm grande influncia no estabelecimento depadresde consumo e depro-duo. A aquisiode bens eservios poragentespblicos temimpactosignificativo na promo-o do desenvolvimento sustentvel. Nocaso brasileiro, as compras governamentais representam 16% doProduto interno bruto Pib.

    A Coordenao de Sustentabilidade, com o apoio permanente da Coordenao de licitaes e Contratos, procurou incluir critrios e clusulas contratuais de sustentabili-dade nos processos de aquisio de produtos e servios requeridospara a realizao da Rio+20. Na dimenso econmica, enfatizou-se a contri-buio paraaeconomia local; na ambiental, apreferncia por materiais mais sustentveis, gestode resduos, eficincia energtica e reduo das emisses de gases de efeito estufa; e, na social, a criao de novos empre-gos e a incluso social. A medida teve o objetivo principal deengajar os fornecedores licitados nareduo dos impactos socioambientais de suas atividadesdurante a organiza-o e a realizao doevento.

    Nos casos em que a Coordenao de Sustentabilidade esteve diretamente envolvida no processo de elaborao dos critrios de seleo de empre-sas fornecedoras, as clusulas de sustentabilidade foram reforadas,

    considerando que a equipe tcnica pde fundamentar com mais con-sistncia suas contribuies. isso ocorreu, por exemplo, em seis termos de referncia que fizeram parte dos editais de licitao pblica internacional de compras realizadas por intermdio do PNUD brasil, contemplando geradores, produtora, contineres, tendas, divisrias e obras de recuperao no Parque dosAtletas.

    Dos 62 processos de aquisio de produtos e servios formulados pelo CNORio+20, no valor de R$ 175 milhes, 50 (80%) incluram critrios de sustentabilidade, no valor de R$161 milhes. Nesse contexto, o CNORio+20 foi responsvel por um dos maiores processos de compras pblicas sustentveis at ento realizado pelo Governo Federal.

    Apoio fiscalizaoPor meio da interao entre as coordenaes de Sustentabilidade, de licitaes e Contratos e de Acessibilidade e incluso Social, oCNORio+20 estruturou e siste-matizou um processo de apoio fiscalizao nas etapas de monta-gem, realizao e desmontagem doevento, com equipes que monito-raram o cumprimento e a aplicao das exigncias e dos critrios de sustentabilidade e de acessibilidade.

    Alm de sugerir e recomendar aespautadas pelo desenvolvimen-to sustentvel, formalizadas pelos termos de referncia e clusulas de sustentabilidade, o CNORio+20 criou a Comisso de Avaliao tcnica deSustentabilidade e Acessibilidade,encarregada de dar apoio tcnico fiscalizao.

    Os instrumentos mais utilizados para preencher lacunas e corrigir fragili-dades contratuais foram pareceres tcnicos que serviram para recomen-dar e instruir fornecedores e fiscais. Esses instrumentos revelaram-se especialmente teis no tratamento dos contratos de maior sensibilidade ambiental, sobretudo os que envol-veram uso de madeirase de diesel.

    A Comisso de Avaliao tcnica analisou 33 contratos celebrados pelo CNORio+20, que atingiram o montante de R$ 125 milhes. Foramemitidos 24 pareceres tcnicos aos respectivos gestores para assegurar a sustentabilidade dos objetos de contratao. Por exemplo, exigiu-se uso prioritrio de biocombustveis para toda a frota de veculos a servio da Conferncia, bem como para os geradores de energia do evento.

    Nessa dimenso, a principal lio aprendida refere-se necessidade da atuao de especialistas no assunto em conjunto com a rea delicitaes e contratos. Como a etapa de planejamento funda-mental para garantir uma atuao mais sustentvel, o processo de elaborao de termos de referncia e contratos para a aquisio de pro-dutos ou servios deve necessaria-mente prever perodos de consultas a especialistas e de interao com as reas interessadas.

    Diversos especialistas colaboraram na fiscalizao da sustentabilidade e acessibilidade dos contratos. Para isso, foi especialmente criada uma comisso de avaliao tcnica para a tarefa

    80%dos processos deaquisio

    de produtos e servios incluram critrios

    desustentabilidade

    contratos sustentveis

    As Naes Unidas enfatizaram ao Governo brasileiro que o Riocentro foiorganizado como o melhor local de reunies da ONU nos ltimos anos.

    62processos de aquisio de produtos e servios

    para organizar e realizar aRio+20

    161milhes de reais foram utilizados

    na aquisio deprodutos e servios comcritrios de

    sustentabilidade

    logstica e sustentabilidadeRelatRio Rio+20, o Modelo BRasileiRo 4342

  • dejetos com retirada e transporte dos resduos feitos por caminho--fossa at a Estao de tratamento de Esgotos EtE, conforme definidonalicena Ambiental de operao da empresa. Essa medida foiaplicada aos efluentes dos sanitrios e s guas residuais das tendasdealimentao.

    A capacidade total em caixas de dejetos dos sanitrios provisrios alcanou 66.050 litros, sendo de 3.500litros nas caixas de gordura instaladas nas tendas de alimentao.

    Durante a Rio+20, o consumo de gua foi de 12,6 milhes de litros, volume equivalente a 29,3 litros em mdia por pessoa. Estima-se economia de 4,3 litros por pessoa, deacordo com os procedimentos adotados, e de 1.890.000 litros no total, relativos a um pblico de aproximadamente 430 mil pessoas.

    No que diz respeito ao consumo degua nas instalaes hidrossa-nitrias, 650 dispositivos econo-mizadores foram colocados nas instalaes provisrias dos espaos oficiais geridos pelo CNORio+20, nas pias usadas pelos fornecedores de alimentao enos mais de 190 sani-trios instalados, tais como vlvulas e torneiras de fechamento automtico, arejadores e bacias sanitrias a vcuo e com descargas de duplo fluxo.

    Quanto conservao, dois dos espaos oficiais geridos pelo CNORio+20 possuam sistemas para reso de gua pluvial com capacida-de de armazenamento total de 690 mil litros para descargas das bacias sanitrias e rega de jardins.

    No que tange destinao dos efluentes, os sistemas sanitrios con-tratados pelo CNORio+20 incluram sistemas portadores de caixa de

    A estratgia de uso racional de gua foi inserida nos termos de refern-cias de licitaes, nas diretrizes, em guias e nos documentos informativos e contratuais para participantes, ex-positores, fornecedores e parceiros da Rio+20. tais orientaesconside-raram a adequao realidade local, as ofertas de mercado e suaviabi-lidade econmica. Oprincpio de minimizar os impactos ambientais foiimplementado de maneira multidisciplinar, o que serefletiu, porexemplo, na gesto das emis-ses de gases de efeito estufa, do consumo de recursos hdricos ede resduos slidos.

    Para minimizar ao mximo o uso decopos descartveis, o CNORio+20 distribuiu aos partici-pantes 50 mil garrafas (squeezes) comcapacidade de 700 ml, feitas com plstico verde a partir decana--de-acar como matria-prima renovvel. Adicionalmente, foram usados coposfeitos basede amido demilho ede bagao de cana-de-acar, bebedouros com gales de 20 litros e garrafas degua mineral com menor teor de plstico em sua composio, alm daoferta dos aguadeiros ambulantes daCompanhia Estadual de guas e Esgotos CEDAE. Ao final, foram consumidos cerca de 160 mil litros degua potvel durante a Rio+20.

    recursos hdricosA estratgia de sustentabilidade adotada pelo CNORio+20 nagestodo consumo de recursos hdricos na Conferncia partiu do princ piodasua conservao pelo uso racional, assegurando fornecimento em quantidade e qualidade adequadas s necessidades dos espaos ofi-ciaisgeridos pelo CNORio+20. Assim, definiu-se um conjunto de recomen-daes de modo a orientar o consumo, alinhando-se aos objetivos e princpios definidos pela Poltica Nacional de Recursos Hdricos, instituda pela lein9.433/97, e pela Poltica Nacional de meio Ambiente, estabelecida pela lei n 6.938/81.

    O CNORio+20 tomou as seguintes medidas para evitar o desperdcio e economizar gua:

    diagnstico dos espaos, para corrigir ou minimizar eventuais debilidades;

    identificao das prticas de econo-mia de gua;

    construo de sinergias e alinhamen-to conceitual com os demais atores envolvidos;

    treinamento de voluntrios; e

    compilao de dados para a criao de indicadores.

    12,6milhes de litros de gua consumidos nos espaos

    durante a Rio+20

    consumo de recursos hdricos

    A organizao da Conferncia criou indicadores como ferramentas de avaliao do resultado das iniciativas de sustentabilidade paraa gesto de recursos hdricos

    Aguadeiros da CEDAE distriburam 350 mil copos degua potvel no Parque dos Atletas.

    29,3litros de gua

    consumidos em mdia por pessoa durante

    aRio+20

    160mil litros de gua

    potvel consumidos de forma mais sustentvel

    durantea Rio+20

    logstica e sustentabilidadeRelatRio Rio+20, o Modelo BRasileiRo 4544

  • consumo dE Gua nas instalaEs hidrossanitrias

    SiStEmA DE DESCARGA tORNEiRA(CONSUmO mDiO)

    mDiA DE CONSUmO DE DESCARGA + tORNEiRA

    (l/USO)

    PORCENtAGEm iNStAlADA NARiO+20

    Caixa acoplada convencional(6 l/descarga)

    Hidromecnica, regulada para 7 segundos, com arejador0,10 l/seg 6,7 1,7 %

    bacias VDR1 de duplo fluxo(3 e 6 l/descarga)

    Hidromecnica, regulada para 7 segundos, com arejador0,10 l/seg 5,2 47,2 %

    bacias VDR1(0,3 l/descarga)

    Com sensor e arejador (estimados em 7 segundos de uso)0,10 l/seg 1,0 13,8 %

    Qumicos2 37,3 %

    Considerados 200 litros/habitante/dia para o consumo mdio de umindivduo na cidade do Rio de Janeiro, a economia atingida equivaleria ao abastecimento de 2.368famlias de quatro integran-tes ou ao fornecimento por um dia de36%do total de domiclios do bairro de Jacarepagu, no RiodeJaneiro, que contabilizava 6.522 residncias,segundo o Censo Demogrfico2000.

    Para divulgar, em meio aos partici-pantese fornecedores, as medidas de conscientizao sobre o uso racional degua no preparo de alimentos, foi-lhes entregue infor-mao sobre as melhores prticas adotadas emcozinhas comerciais. Alm dasrecomendaes, foram utilizados cerca de 1.600 adesivos informativos sobrea economia de gua proporcionada pelos dispositi-vos economizadores instalados nos sanitrios alocados para o evento.

    Limpeza e higieneAs boas prticas de consumo da gua tm, no uso consciente dos produtos qumicos de higiene e de-sinfeco, uma interface importante, pois podem causar problemas am-bientais e de sade pblica quando descartados indiscriminadamente. Por esse motivo, recomendou-se a utilizao de detergentes, desinfe-tantes, multisos, desengordurantes, ceras, lcool e odorizantes devida-mente certificados pelo ministrio da Sade e na dosagem correta.

    Consulta feita pelo CNORio+20 em meio s empresas contratadas revelou que 75% delas utilizaram produtos de limpeza biodegradveis ou de base natural. No entanto, no houve relato de produto de limpeza 100% vegetal e biodegradvel. Sobre as prticas para evitar desperdcio de gua, apenas 33%dos fornecedores utilizaram gua corrente para des-congelamento dos alimentos. Em 67% das cozinhas havia algum dispositivo economizador de gua, como reduto-res de vazo e arejadores, e em 55% delas a lava-louas era ligada apenas com sua capacidade plena.

    1bacias sanitrias de volume reduzido.2No possuem sistema de descarga, somente caixa para armazenar osdejetos. Para higiene, possuem dispensadores de lcool gel.

    Outra ao inovadora na Rio+20 foi o monitoramento do consumo de guaem parceria com a Companhia Estadual de guas e Esgotos CEDAE. Aopo na pgina eletrnica oficial da Rio+20 Acompanhe oconsumo de gua da Rio+20 permitiu aos participantes acompa-nharemtempo real oconsumo de gua no Riocentro, no Parque dos Atletas e no mAm durante todo o megaevento.

    mONitORAmENtO Em tEmPO REAl

    4,3litros de gua economizados

    porpessoa durante aRio+20

    uso racional de recursos hdricos

    650dispositivos

    economizadores de gua instalados nos espaos

    oficiaisda Rio+20

    1,89milho de litros de

    gua economizado com ouso de dispositivos

    economizadores

    consumo dE Gua potvEl

    mODO DE CONSUmO RiO+20

    gua consumida em recipiente reutilizvel/retornvel (galo de 20 litros) 31%

    gua consumida em recipiente reciclvel ou biodegradvel (copos de milho e de bagao de cana-de-acar, garrafas com menos plstico, squeezes de plstico verde e aguadeiros)

    69%

    Obs.: O volume de gua oferecido em bebedouros alimentados pela rede de abastecimento no est contabilizado nessa amostragem.

    logstica e sustentabilidadeRelatRio Rio+20, o Modelo BRasileiRo 4746

  • multiplicando-setais valores pelo total de dias do evento, pde-se estimar o consumo associado Conferncia. O clculo noabran-geu, porm, as fases de montagem e de desmontagem dos espaos oficiais geridos pelo CNORio+20. O consumo de Gsliquefeito de Petrleo GlP foiestimado apenas para o Riocentro e o auditrio anexo ao mAm. Para efeito declculo, arbitrou-se um consumo de GlP idntico ao degsnatural embaseenergtica, ou seja,iguala4,4 GJ.

    Aliado s solues tecnolgi-cas, oCNORio+20 orientou sua cadeiade fornecedores e os gestores dos espaos oficiais a utilizaremenergia (eltrica ou combustveis) de maneira eficiente. Ademais, acompanhou os servios de construes efmeras, de ali-mentao e de fornecimento de contineres e de grupos geradores movidos a diesel b20 (ver grfico da pgina 52) por meio de revises e elaborao dos termos de referncia das licitaes. Porm, a ao foi limitada para manter sua viabilidade econmica e sua possibilidade de atendimento pelo mercado local.

    Os expositores da Rio+20 recebe-ramainda o manual do Expositor, com recomendaes prticas e incentivo ao uso racional de energia. Sob esse aspecto, a equipe de volun-trios sob comando da Coordenao de Sustentabilidade foi especial-mente treinada paraidentificar pontos de desperdcio nos espaos oficiaisgeridos peloCNORio+20.

    O abastecimento de boa parte desses locais recebeu suporte da rede de energia eltrica da cidade, cuja gerao contempla 85% de recursos renovveis, dada a participao de hidreltricas em sua composio.

    Aps um estudo de planejamento energtico, realizado em cada local da Conferncia, o CNORio+20 apre-sentou aos gestores dos espaos permanentes um guia de interven-es especficas para cada um deles, com recomendaes prticas para torn-los mais sustentveis.

    No caso dos transportes terres-tres, a estratgia de eficincia energticaprivilegiou o uso de etanol para os veculos de pequeno porte (vejamais informaes na dimensotransporte).

    energiaO brasil um dos pases com maiorparticipao de fontes renovveis na matriz energtica. Nessecontexto, e alinhado s diretrizes do desenvolvimento sustentvel, oCNORio+20 procurou adotar solues para o uso eficiente deenergiamediante uma estrat-gia integrada tanto para a oferta quantopara oconsumo.

    Foram utilizadas especificaes tcnicas para a contratao deestruturas e construes tem-porrias com equipamentos do Programa brasileiro de Etiquetagem PbE, doinstituto Nacional de metrologia, Qualidade e tecnologia inmetro,nas faixas de mais alta eficincia, como condicionadores de ar, lmpadas de diodo emissor deluz lED e lmpadas fluorescen-tes de ltima gerao.

    De maneira anloga ao clculo doconsumo de eletricidade, considerou-se que no houve expanso da estrutura de consumode gs natural com a realizao da Rio+20. O consumo mdio diriofoicalculado a partir das contas defornecimento.

    consumo total de eletricidade por espao oficial

    187.184 kWhREDE EltRiCA

    14.191 kWhREDE EltRiCA

    50.453 kWhREDE EltRiCA

    39.930 kWhREDE EltRiCA

    242 kWhREDE EltRiCA

    48.320 kWhREDE EltRiCA

    riocentro

    parque dos atletas

    per mau

    arena da barra

    auditrio anexo ao mam

    mam

    963.141 kWhGERADORES

    238.377 kWhGERADORES

    547.185 kWhGERADORES

    31.603 kWhGERADORES

    0 kWhGERADORES

    0 kWhGERADORES

    Obs.: No Riocentro, os requisitos de segurana do evento exigiram fornecimento certo e ininterrupto de energia eltrica. No Parque dos Atletas, praticamente inexiste infraestrutura derede eltrica. O consumo de geradores no mAm, no auditrio anexo ao mAm e no Galpo da Cidadania no foi significativo.

    63.330 kWhREDE EltRiCA

    galpo da cidadania

    0 kWhGERADORES

    teoria e prtica: Nos Dilogos para o Desenvolvimento