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PROJETISTA DE TUBULAÇÃO PROCESSO DE FABRICAÇÃO DE TUBOS E MATERIAIS UTILIZADOS © PETROBRAS - Petróleo Brasileiro S.A. Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610, de 19.2.1998. É proibida a reprodução total ou parcial, por quaisquer meios, bem como a produção de apostilas, sem autorização prévia, por escrito, da Petróleo Brasileiro S.A. - PETROBRAS. Direitos exclusivos da PETROBRAS - Petróleo Brasileiro S.A. ALVARENGA, Silas. Processo de Fabricação de Tubos e Materiais Utilizados / CEFET CAMPOS. Rio de Janeiro, 2008.

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Page 1: PROJETISTA DE TUBULAÇÕES - PETROBRAS

PROJETISTA DE TUBULAÇÃO

PROCESSO DE FABRICAÇÃO DE TUBOS E

MATERIAIS UTILIZADOS

© PETROBRAS - Petróleo Brasileiro S.A.

Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610, de

19.2.1998.

É proibida a reprodução total ou parcial, por quaisquer meios, bem como a produção de

apostilas, sem autorização prévia, por escrito, da Petróleo Brasileiro S.A. -

PETROBRAS.

Direitos exclusivos da PETROBRAS - Petróleo Brasileiro S.A.

ALVARENGA, Silas. Processo de Fabricação de Tubos e Materiais Utilizados / CEFET

CAMPOS. Rio de Janeiro, 2008.

PETROBRAS - Petróleo Brasileiro S.A.

Av. Almirante Barroso, 81 - 17° andar

- Centro CEP: 20030-003 - Rio de

Janeiro - RJ – Brasil

Page 2: PROJETISTA DE TUBULAÇÕES - PETROBRAS

I-TUBULAÇÕES INDUSTRIAIS................................................................................................10

1.1. Definição de tubo............................................................................................................10

1.2.Critério de classificação das tubulações.........................................................................11

1.3.Aplicações de tubos........................................................................................................12

1.4.Exercícios........................................................................................................................16

II-MATERIAIS............................................................................................................................17

2.1. Materiais utilizados na fabricação de tubos....................................................................19

2.1.1.Aço com teor de carbono até 2................................................................................20

2.1.2.Aço liga..................................................................................................................................21

2.1.3.Teor de carbono acima de 2% - Ferro fundido.........................................................23

2.1.4.O cobre e outras ligas não ferrosas.........................................................................24

2.2. Fatores de influência na seleção de materiais para confecção de tubos........................24

2.3. Especificação de material para tubos de aço..................................................................26

2.3.1.Aços Carbono...........................................................................................................27

2.3.2. Aços Ligados............................................................................................................27

2.3.3.Aços de alta resistência e baixa liga (ARBL)............................................................29

2.4. Principais propriedades dos materiais para os tubos......................................................29

2.4.1.Tubos fabricados em Aço carbono..........................................................................31

2.4.2.Tubos fabricados em aço inoxidável........................................................................32

2.4.3.Tubos fabricados em ferro fundido..........................................................................34

2.5. Recomendações e normas aplicadas a tubos de aço em geral......................................35

2.5.1. Recomendações para os tubos fabricados em aço- liga sem costura...................36

2.5.2. Recomendações para os tubos mecânicos - sem costura......................................36

2.5.3. Recomendações para os tubos de aço - carbono tipo com costura, preto e

galvanizados 36

2.5.4. Recomendações para os tubos eletrodutos tipo alvanizados..................................37

2.6. Principais normas de aplicação de tubos existentes no mercado...................................38

2.6.1. Normas utilizadas para fabricação de tubos para troca térmica..............................40

2.7. Exercícios.......................................................................................................................41

III-PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE TUBOS......................................................................42

3.1. Descrição dos processos de fabricação de tubos..........................................................43

3.1.1. Fabricação de tubos com costura............................................................................44

3.1.2. Processo de fabricação de tubos sem costura.........................................................52

IV-Ligações entre tubos e tipos de acessórios........................................................................59

4.1. Ligações por conexões rosqueadas...............................................................................60

Page 3: PROJETISTA DE TUBULAÇÕES - PETROBRAS

4.1.1. Conexões rosqueadas............................................................................................61

4.2. Ligação de tubos por meio de solda

...............................................................................

4.2.1. Ligações soldadas pelo processo topo a topo...................................

63

4.2.2. Ligação por soldagem de encaixe..............................................

67

4.2.3. Ligação de ponta e bolsa...................................................................................

4.3. Ligação flangeada..........................................................

4.3.1. Classificação dos flanges...............................................

4.3.2. Junta para ligações flangeadas..................................................

75

4.3.3. Remoção e instalação de juntas...........................................

80

4.3.4. Outros acessórios da tubulação...........................................V-ISOLANTES............................................................

5.1. Peculiaridades do isolante térmico..............................................5.2. Isolante térmico a frio...................................

o " " ........................................................■■■•■■ . i ....................................................., . ..........................\3\J

5.3. Isolante térmico a quente..............................................................■...................................................................................■ . . . . Í 7 O

5.3.1. Normas que regulamentam a espessura de isolante térmico..........................................................................................................................................

5.4. Isolamento Acústico.....................................

.............................................................

5.5. Pintura das tubulações industriais........................................5.6. Exercícios..............................................

Vl-Controle de qualidade na fabricação de tubos..............................................................................................................................................102

6.1. Qualidade na fabricação de tubos......................................

BIBLIOGRAFIA...................................................................

Page 4: PROJETISTA DE TUBULAÇÕES - PETROBRAS

APRESENTAÇÃO

Os processos de prospecção, de produção e de refino de petróleo, bem

como o armazenamento e transporte de derivados, de um modo geral, são, deveras,

variados e complexos. Não é, entretanto objeto deste trabalho tratá-los em sua

totalidade e profundidade, mas apenas apresentar as suas peculiaridades e, a partir

daí, conceituar alguns dos processos de fabricação de tubos e os respectivos

materiais neles empregados de modo genérico, visando a fornecer ao projetista

de tubulação uma visão geral sobre o específico processo de fabricação de tubos e

os respectivos equipamentos, assim como os acessórios envolvidos em uma

tubulação, de modo a subsidiar as atividades de planejamento e projeto de obras na

indústria do petróleo.

A importância dos fluidos no mundo atual é inquestionável. O escoamento e

manuseio de sistemas polifásicos tais como lamas, suspensões, leitos fluidizados e

misturas líquidos-gases, requerem muita consideração, por parte dos profissionais

envolvidos, quer seja, com projetos, montagem ou manutenção de tubulações,

assim como dos envolvidos com a operação de sistemas de produção,

independentemente da área de atuação.

Neste foco, o profissional de projeto de tubulações deve possuir um perfil

de saber fazer assim como, deve encontrar-se atualizado nos métodos, técnicas e

procedimentos estabelecidos, visando à qualidade e à produtividade dos processos

industriais, relativos ao projeto da tubulação.

O projetista de tubulação poderá exercer suas atividades profissionais na

indústria, em atividades de projeto de tubulações e em serviços de prestação de

mão-de-obra qualificada para a área da indústria, possibilitando assim a sua

inserção no mercado de trabalho e/ou a empregabilidade, além de uma melhoria

da qualidade do serviço prestado.

Na perspectiva de uma sintonia com os argumentos acima expostos, este

módulo II do Curso Projetista de Tubulação, intitulado Processo de Fabricação de

Tubos e Materiais Utilizados, constituído de seis unidades curriculares planejadas

para execução em 60 horas/aula, foi elaborado de maneira a levar o participante a

apreender os conhecimentos pertinentes ao tema e, a partir das competências

adquiridas, desempenhar de maneira satisfatória as suas novas atribuições nas

áreas de atividade relacionadas com os processos de prospecção, produção e refino

de petróleo. Espera-se que, ao estudar estas seis unidades curriculares, o

participante consiga entrelaçar o prazer de descobrir novos conhecimentos à leitura

Page 5: PROJETISTA DE TUBULAÇÕES - PETROBRAS

deste material didaticamente proposto.

I – TUBULAÇÕES INDUSTRIAIS

Ao longo das diversas eras vividas pela humanidade, Idade da pedra lascada,

Idade do ouro, ferro, bronze, Idade média e Renascença, por desconhecimento e

talvez por não haver a necessidade de se utilizarem outros fluidos além do vento e

de água, o homem não se mostrou interessado pelos fluidos que hoje conhecemos.

A importância dos fluidos no mundo atual é inquestionável. O escoamento e

manuseio de sistemas polifásicos tais como lamas, suspensões, leitos fluidizados e

misturas líquidos-gases, requerem muita consideração, por parte dos profissionais

envolvidos, quer seja, com projetos, montagem ou com manutenção de

tubulações, assim como dos envolvidos com a operação de sistemas de produção,

independentemente da área de atuação. Há 1000 anos a.C, em Jerusalém, foi

construído o primeiro sistema subterrâneo de abastecimento de água. Há cerca de

dois séculos e meio antes de Cristo uma rede de esgoto foi construída na índia.

Havia tubulações nas ruínas de Babilônia e Pompéia, assim como na China

Antiga, onde também foram empregados tubos de bambu numa rede de gás natural

para iluminação.

Como se vê, o uso de tubos para transporte de fluido é de tempos remotos,

e continua existindo nos dias atuais. É um assunto que merece a atenção criteriosa,

quer seja, no projeto, na instalação, na manutenção ou mesmo por parte dos

operadores de sistemas de produção.

1.1. Definição de tubo

Desde o início dos tempos o transporte de fluidos, principalmente o da

água, tem sido uma das necessidades do homem. No início, esse transporte era

feito por meio de tubos de vegetal, tal como bambu e outros, sendo que esse tipo

de material não atendia às necessidades das novas técnicas. Sendo assim, o

homem teve de pesquisar outros tipos de materiais para a construção de tubos que

atendessem às necessidades mais recentes.

Tubo - Conduto de forma cilíndrica, de parede constante, com a finalidade de

transportar fluido, podendo ser fabricado de vários materiais.

Tubulação - Conjunto de tubos, unidos em seqüência, que assegura a circulação

de um fluido ou de um produto pulverulento numa instalação.

Tubulação industrial - Termo que se refere a todos os acessórios, como ligações,

Page 6: PROJETISTA DE TUBULAÇÕES - PETROBRAS

curvas, derivações, válvulas, filtros de linha e purgadores que devem ser instalados

para garantir o transporte adequado dos fluidos a pontos distintos de um processo.

1.2. Critério de classificação das tubulações

Diversos critérios são utilizados para classificar as tubulações de uma determinada

instalação industrial. Tais critérios são:

> Tipos de áreas de aplicação -> Existem nas instalações industriais as áreas de

processamento e a chamada área externa. Isso permite separar as tubulações

de fabricação em categorias, com características distintas, baseadas em

norma específica para tal. Exemplo é a Tubulação de fabricação que integra

os setores produtivos nas fábricas. Fazem parte da tubulação de fabricação

as seguintes tubulações. São elas:

* Tubulações de processo, destinadas às finalidades básicas da indústria.

* Tubulações de utilidades, destinadas ao transporte de fluidos auxiliares.

* Tubulações de instrumentação, destinadas a transmitir, por meio de impulsos,

sinais para os operadores dos sistemas de comando.

* Tubulações de coleta de condensado ou de efluentes da planta industrial.

> Tipo de serviço realizado -> Esta classificação permite separar em sete

categorias as tubulações com finalidades definidas entre si. São elas:

* Tubulação de condução -> Destinadas ao transporte de fluidos.

* Tubulação de troca térmica -> Destinadas ao uso em caldeiras ou trocadores de

calor.

* Tubulação de uso mecânico -> Destinadas às peças mecânicas de modo geral.

* Tubulação de uso estrutural -> Destinada à montagem de estruturas mecânicas

de suportações estruturais em geral.

* Eletrodutos -> São tubulações destinadas às aplicações na área elétrica

para proteção de condutores elétricos.

* Tubos de instrumentação -> Destinados a transportar sinais pneumáticos e

hidráulicos.

* Tubos de exportação e produção de petróleo -> destinados ao

transporte de óleo com características especiais e próprias da área petrolífera.

> Condições de operação -> É uma classificação pouco utilizada por depender

Page 7: PROJETISTA DE TUBULAÇÕES - PETROBRAS

diretamente de fatores tais como pressão, temperatura e composição do fluido, o

que dificulta a classificação com clareza da categoria do tubo.

> Materiais de fabricação -> Estes são especificados de acordo com a sua

composição química e as propriedades mecânicas que cada um deles deve

possuir. A Tabela 1.1 abaixo apresenta os principais tipos de materiais usados

na fabricação de tubos.

Tabela 1.1- Principais materiais utilizados na fabricação de tubos

Tubos metálicos Ferrosos

Aços-inoxidáveis

Aço-carbono, Aço-liga

Ferro forjado, Ferro fundido

Não ferrososCobre, Latões, Cobre-níquel, Monel

Chumbo, Titânio, Zircônio

Tubos não metálicosMateriais plásticos

Cloreto de polivinil (PVC) Polietileno, Acrílicos

Acetato de celulose

Epóxi, Poliésteres, Fenólicos

Diversos

Cimento amianto, Concreto armado

Porcelana, Barro vidrado,

Elastômeros (borrachas), Vidro

Page 8: PROJETISTA DE TUBULAÇÕES - PETROBRAS

Tubos de aço revestido internamente com

Zinco, Plásticos, Ebonite,

Concreto asfáltico, Porcelana etc.

1.3. Aplicações de tubos

Tubos de condução - São elementos vazados, normalmente de forma cilíndrica e

seção constante, com garantia de estanqueidade e resistência a pressões internas

ou externas, utilizados como condutores de materiais sólidos (granulados ou

particulados); líquidos; pastosos ou gasosos. São empregados nas atividades de

produção de petróleo e gás natural, bem como em refinarias e indústrias químicas,

petroquímicas, nos gasodutos e nas redes de gases, nos produtos derivados de

petróleo, nas indústrias farmacêuticas, nas alimentícias, etc.

A figura 1.1 mostra uma tubulação de condução aplicada em um gasoduto

Tubos de troca térmica - São tubos fabricados pelo processo de centrifugação e

utilizados em serpentinas, colunas, manifolds, coletores de fornos e em caldeiras. Os

tubos utilizados para este fim são fabricados com os seguintes materiais: A figura 1.2

mostra uma coluna e coletores para fornos, onde são aplicados os tubos de troca

térmica. A seguir algumas composições de aços aplicados na construção de

tubulação de troca térmica.

* Aço do tipo 25 Cr 35 Ni Nb

* Aço tipo 20 Cr 32 Ni Nb.

Page 9: PROJETISTA DE TUBULAÇÕES - PETROBRAS

Os tubos utilizados na fabricação de trocadores de calor são fabricados

seguindo normas pertinentes. Tais normas garantem a aplicação do material certo a

cada utilização da tubulação. A seguir, algumas normas utilizadas na indicação de

material utilizado para a fabricação das tubulações dos trocadores de calor. São elas:

A norma ASTM A-249 exige a utilização de tubos de aço inoxidável com

costura em trocadores de calor, caldeiras, aquecedores e condensadores.

A norma ASTM A 209 exige a utiliza Cao de tubos de aço - liga sem

costura em caldeiras e superaquecedores de caldeiras.

A norma ASTM A 213 exige a utilização de tubos de aço inoxidável sem

costura em caldeiras, superaquecedores de caldeiras e trocadores de

calor.

A norma ASTM A 333 exige a utilização de tubos de aço carbono em

serviços em que se operam baixas temperaturas.

A norma EEMUA 144 exige a utilização de tubos em cobre - níquel para

serviços severos com a presença de sais, e segue a composição

especificada pelo fabricante e atestado por meio de ensaios de

recebimento pelo consumidor.

Tubos de uso mecânico - São produzidos em aço carbono, com costuras, pelos

processos ERW -LONGITUDINAL (solda por resistência elétrica) e SAW -

HELICOIDAL (solda por arco submerso) DN 150 a 2500 mm e espessuras de

parede entre 4,4 e 12,5 mm. Os tubos dessa linha para aplicações industriais

atendem às normas ASTM A 252 Gr. 1,2,3; ASTM A 134; ASTM A 139 e a ASTM A

135 Gr. A e B. Figura 1.3. Podem ser utilizados em:

Estacas de fixação de plataformas;

Camisa metálica de aquecimento;

Estruturas (elementos mecânicos);

Page 10: PROJETISTA DE TUBULAÇÕES - PETROBRAS

Aplicação naval;

Aplicação ferroviária;

Aplicação automotiva;

Cilindros hidráulicos.

Figura 1.3 - Tubos de uso mecânico

Tubo de uso estrutural - A espessura de parede nesses tipos de tubo é constante

e a fabricação é feita por conformação, a partir de tiras de material que são

gradativamente curvadas até a forma desejada. O fechamento é feito por soldagem

de resistência elétrica ou por solda de arco submerso.

Page 11: PROJETISTA DE TUBULAÇÕES - PETROBRAS

Figura 1.4 - Exemplo de estrutura tubular

Eletrodutos - São tubos de aço cuja fabricação pode ser com ou sem costura, no

sentido longitudinal revestidos de pintura interna e, externamente, com esmalte de

cor preta ou de superfície externa galvanizada. Comercialmente, os eletrodutos

metálicos tipo rígidos, usados em eletricidade, são especificados de acordo com

sua "bitola".

Tubos de instrumentação - São tubos fabricados em aço inox, nas normas ASTM A

312, A 409, A 778, conforme ANSI B 36.10 e B 36.19.

Tubos de exportação e produção de petróleo - São tubos usados para

revestimento de poços, e são conhecidos como tubos OCTG (Oil Country Tubular

Goods) e respectivos acessórios. São de alta resistência à corrosão e a impactos e

ideais para aplicações severas, em águas ultraprofundas e em ambientes ácidos. São

tubos usados para:

Revestimento de poços de petróleo ou água;

Tubos condutores de fluidos;

Tubos estruturais para jaquetas e torres de perfuração offshore.

Nota: os tubos para condução de fluidos podem ser fabricados por meio de três processos distintos:

SAW Longitudinal com formação U - O - E;

ERW Longitudinal em linha contínua;

SAW Espiral com formação contínua.

1.4. Exercícios

1 - De acordo com o estudo, o que é tubo?

2 - Como são classificados os tubos quanto à área de aplicação?

3 - Como pode ser classificada a tubulação, considerando - se o tipo de serviço

utilizado?

4 - Cite três das aplicações gerais dos tubos em uma indústria.

Page 12: PROJETISTA DE TUBULAÇÕES - PETROBRAS

II – MATERIAIS

Os materiais sólidos têm sido convenientemente agrupados em três classificações

básicas, metais, cerâmicos e polímeros. Adicionalmente a essas classificações básicas,

existem três outros grupos de materiais importantes na engenharia: os

compósitos, os semicondutores e os biomateriais. Assim sendo, os referidos

materiais sólidos são classificados em seis grupos principais, a saber:

Materiais metálicos: são, normalmente, combinações de elementos

metálicos;

Materiais cerâmicos: são compostos situados entre os elementos

classificados como metálicos e não metálicos;

Materiais polímeros: compreendem os materiais comuns, compostos de

plásticos e borrachas;

Materiais compósitos: consistem de mais de um tipo de material, e têm

sido de composição desenvolvida pela engenharia;

Materiais semicondutores: possuem propriedades elétricas que são

intermediárias entre aquelas apresentadas pelos condutores elétricos e pelos

materiais isolantes;

Biomateriais: são empregados em componentes destinados à implantação

no interior do corpo humano para fins de substituição de partes do corpo

doente ou peças danificadas.

Um metal, de determinado tipo, assim como qualquer outra substância ou

matéria, é formada por elementos químicos sendo, geralmente, descrito como um

aglomerado de átomos, de caráter metálico, em que os elétrons da camada de

valência fluem livremente.

A maioria dos metais é quimicamente estável, com a exceção notável dos

metais alcalinos e alcalino-terrosos.

Vale lembrar que os não-metais são mais abundantes na natureza do que os

metais, mas estes últimos, de fato, constituem a maioria dos elementos da tabela

periódica. Alguns metais bem conhecidos são abaixo listados:

Alumínio;

Cobre;

Ouro;

Ferro;

Prata;

Page 13: PROJETISTA DE TUBULAÇÕES - PETROBRAS

Titânio;

Urânio;

Zinco.

Composto de materiais sólidos

Liga metálica - Liga é uma mistura, com propriedades específicas, que contém,

ao menos, dois elementos metálicos. Eis os exemplos abaixo:

Aço (ferro, carbono e outros);

Latão (cobre e zinco);

Bronze (cobre e estanho, podendo ainda conter outros elementos);

Duralumínio (alumínio e cobre, podendo ainda conter outros elementos).

Geralmente, materiais puros não reúnem todas as qualidades necessárias para

uma determinada utilização técnica.

Praticamente todos os aços contêm, além do carbono, os elementos silício e

o manganês. Os elementos enxofre e fósforo encontram-se também presentes

como impurezas. Aços inoxidáveis contêm, além dos elementos existentes nos aços

normais, os elementos cromo, níquel e, em alguns casos, o molibdênio.

Quando os aços possuem elementos de adição que acrescentam

características especiais ao aço, como aumento da resistência à corrosão, aumento

da resistência à temperatura, aumento da resistência à dureza e aumento da

resistência à tração e outras características, são classificados como aços

especiais.

Os aços especiais podem conter os elementos: cobalto, vanádio, tungstênio,

alumínio, cobre, boro e outros. Como os metais possuem a caracter ística de se

oxidarem, quando expostos ao oxigênio, o metal combina - se com o oxigênio

formando um óxido, que não possui algumas das principais propriedades dos

metais como o brilho e a ductilidade. No ferro, por exemplo, a esta camada de

óxido é dado o nome de ferrugem.

A forma original da maioria dos metais encontrados na natureza é combinada

ao oxigênio, e, depois de purificada, dá origem ao metal puro. As mais conhecidas

formas de minerais metálicos são a bauxita (alumínio) e a hematita (ferro). Alguns,

contudo, podem ser encontrados na forma pura como a platina, o ouro e a prata.

A indústria petroquímica vem, ao longo dos anos, trabalhando em conjunto

com seus fornecedores de tubos e caldeiraria, no entendimento dos mecanismos de

falhas dessas aplicações e no desenvolvimento de novos materiais para aumentar a

segurança e a confiabilidade dos processos.

Page 14: PROJETISTA DE TUBULAÇÕES - PETROBRAS

A tecnologia do uso de ligas metálicas na composição de tubos de

caldeiraria para as indústrias no setor de fabricação proporcionou melhoria nas

operações. Como avanços tecnológicos, surgiram os aços inox duplex, e os super

duplex e o recurso tecnológico da utilização de ligas com adição de alumínio nos

aços refratários, possibilitando atingir temperaturas de operação por volta de 1100

°C. Neste caso, uma aplicação específica para os fornos de pirólise. A fabricação

deste tipo de tubo se faz pelo processo de fundição por centrifugação, o que leva à

produção de tubos conhecidos como tubos fundidos e centrifugados.

O uso de materiais especiais para fabricação de tubos, tais como aço-duplex

e ligas de aço, contribuiu para uma revolução tecnológica. A partir de então,

produziram-se tubos com parede com capacidade de poder suportar temperaturas de

valores entre 1000° e 1100°C.

O desafio, tanto para tubos quanto para caldeirarias, é a fabricação de

equipamentos e materiais (ligas de aço) que suportem altíssimas temperaturas em

torno de 800°C, o que permite melhor desempenho dos equipamentos. As usinas

siderúrgicas têm evoluído com a produção de materiais cada vez mais "ligados"

adquirindo maior domínio na elaboração de fórmulas que atendam à cada

necessidade, ou seja, observa-se uma melhoria no processo produtivo, sem perder

de vista o meio como estes materiais devem ser ligados (processo de soldagem).

2.1. Materiais utilizados na fabricação de tubosComo já mencionado, o aço é uma liga ferro-carbono, produzida nas usinas

siderúrgicas, na maioria das vezes, pelo refino do ferro gusa (obtido em altos-fomos

pela transformação do minério-de-ferro), pela refusão de sucatas e, para a obtenção

em menor quantidade, pela redução direta do minério. Estas ligas ferrosas são

conhecidas como aço. Comercialmente, todo aço produzido pode ser dividido em 2

grupos:

A ços não ligados: São aqueles que não possuem nenhum elemento de liga (p.ex.

Cromo (Cr), Níquel (Ni), Molibdênio (Mo) etc), isto é, em sua composição química

constam predominantemente Ferro (Fe), além de Manganês (Mn), Silício (Si),

Fósforo (P) e Enxofre (S) e, principalmente, o Carbono (C). Esse elemento,

conforme o seu teor percentual, irá aumentar ou diminuir a resistência do aço;

A ços ligados: os acréscimos de elementos de liga específicos (Cromo (Cr),

Níquel (Ni), Molibdênio (Mo), Tungstênio (W), Vanádio (V), etc), conferem ao

aço, conforme a sua aplicação, diversas propriedades, sejam elas de

resistência, de elasticidade, de temperabilidade, de resistência à corrosão, de

tenacidade etc. Portanto, a estrutura e as propriedades dos aços dependem do

teor de Carbono ou da presença ou não de elementos de liga (aços ligados)

neles contidos.

Page 15: PROJETISTA DE TUBULAÇÕES - PETROBRAS

Ligas terrosas - As ligas terrosas são, em princípio, divididas em dois grupos:

* Aços, com teores de carbono (C) até 2,0%.

* Ferros fundidos, com teores de carbono (C) acima de 2,0% e raramente superior

a 4,0%.

2.1.1. Aço com teor de carbono até 2%Liga ferro-carbono (aço ligado) contendo geralmente de 0,008% até cerca

de 2,0% de carbono (C), além de certos elementos residuais, como o manganês

(Mn), o silício (Si), o fósforo (P) e o enxofre (S) resultantes dos processos de

fabricação. As características principais do aço carbono estão relacionadas na tabela

2.1.

Tabela 2.1 - Características do aço carbono

Fonte: www.aquanex.com.br

Características principais do aço Cor acinzentada

Peso específico 7,8kgf/dm3

Ponto de fusão 1350a1400oCMaleabilidade BoaDuctibilidade BoaTenacidade BoaUsinagem Ótima

Soldabilidade Ótima

A tabela 2.2 apresenta os usos gerais dos aços em função de seus teores de

carbono (C), bem como a maleabilidade e soldabilidade dos mesmos.

Tabela 2.2 - Aplicação do aço carbono em relação ao teor de carbono

Fonte: www.aquanex.com.br

TEOR DE CARBONO (C)

APLICAÇÃO DO AÇOMALEABILIDADE E SOLDABILIDADE

DO AÇO

0,02 a 0,15%Chapas, fios parafusos, tubos,

estirados, produtos de caldeiraria.

Grande

maleabilidade e

fácil soldagem.

0,15 a 0,30% Barras laminadas e perfiladas,

tubos, peças comuns de Maleável e soldável

0,40 a 0,60% Peças especiais de máquinas e motores.

Muito difícil soldagem

0,60 a 1,50% Peças de grande dureza e

resistência, como molas e cabos.Não se solda.

Page 16: PROJETISTA DE TUBULAÇÕES - PETROBRAS

2.1.2. Aço ligaSão aços que recebem a adição de um ou mais elementos de liga no

processo de fabricação, conforme a finalidade a que se destinam. Os elementos de

liga mais usuais são: níquel (Ni), cromo (Cr), vanádio (V), cobalto (Co), silício (Si),

manganês (Mn), tungstênio (W), molibdênio (Mo) e alumínio (Al). A tabela 2.3

abaixo relaciona os aços ligados.

Tabela 2.3 - Aços ligados

Fonte: www.aquanex.com.br

AÇOS LIGADOSBaixa liga Até 5% de elementos de liga

Média liga De 5% a 10% de elementos de liga

Alta liga Acima de 10% de elementos de liga

Aço inoxidável

Caracteriza-se, fundamentalmente, por resistir à corrosão atmosférica,

embora possa igualmente resistir à ação de outros meios gasosos ou líquidos. Os

aços adquirem passividade (estado de certos metais que não reagem na presença

de agentes oxidantes fortes por terem a superfície recoberta por um filme inativo),

quando ligados com alguns outros elementos metálicos. O cromo (Cr) é, de fato, o

elemento mais importante, pois é o mais eficiente de todos, quando empregado

em teores acima de 10%. Os aços inoxidáveis são, portanto, aços de alta liga,

contendo de 12% a 26% de cromo (Cr), até 22% de níquel (Ni) e frequentemente

pequenas quantidades de outros elementos de liga como níquel (Ni); em menor

grau, o cobre (Cu); o silício (Si); o molibdênio (Mo) e o alumínio (Al).

Efeitos dos Elementos de Liga

Devido às necessidades industriais, a pesquisa e a experiência levaram à

descoberta de aços especiais, mediante a adição e a dosagem de certos elementos

ao aço carbono. Conseguiram-se assim aços-liga com características tais como,

resistência à tração e à corrosão, elasticidade, dureza, etc. bem melhores do que as

do aço carbono comum. A tabela 2.4 apresenta os elementos de liga comumente

empregados pela indústria e seus efeitos.

Tabela 2.4 - Elementos de liga usado em um aço liga - Fonte: www.aquanex.com.br

Elementos de liga Efeitos

Page 17: PROJETISTA DE TUBULAÇÕES - PETROBRAS

Alumínio (Al)Desoxida o aço. No processo de tratamento termo-químico

chamado nitretação, combina-se com o nitrogênio, favorecendo

a formação de uma camada superficial duríssima.

Carbono (C) A quantidade de carbono influi na dureza, no limite de

resistência e na soldabilidade.

Cobalto (Co) Cobalto em associação com o tungstênio aumenta a resistência

dos aços ao calor.

Cromo (Cr)O cromo confere ao aço alta resistência, dureza, elevado

limite de elasticidade e boa resistência à corrosão em altas

temperaturas.

Enxofre (S) E um elemento prejudicial ao aço. Enfraquece a resistência do

aço. E considerado como impureza.

Fósforo (P) Em teores elevados torna o aço frágil e quebradiço. E

considerado como impureza.

Manganês (Mn)

O manganês, quando adicionado em quantidade conveniente,

aumenta a resistência do aço ao desgaste e aos choques,

mantendo-o dúctil.

Molibdênio (Mo) Sua ação nos aços é semelhante à do tungstênio. Emprega-se

geralmente com cromo.

Níquel (Ni)Foi um dos primeiros metais utilizados com sucesso para dar

determinadas qualidades ao aço. O níquel aumenta a resistência

e a tenacidade do aço.

Silício (Si) Torna o aço mais duro e tenaz. E um elemento purificador e tem o

efeito de isolar ou suprimir o magnetismo.

Tungstênio (W)É geralmente adicionado aos aços com outros elementos. O

tungstênio aumenta a resistência ao calor, a dureza, a resistência

à ruptura e o limite de elasticidade.

Vanádio (V) Melhora, nos aços, a resistência à tração, sem perda de

ductilidade, e eleva os limites de elasticidade e de fadiga.

2.1.3. Teor de carbono acima de 2% - Ferro fundido

Os ferros fundidos são ligas de ferro (Fe) e carbono (C) com alto teor de

carbono. Em média, possuem de 3% a 4% de carbono em sua composição. A

temperatura de fusão dos ferros fundidos é de cerca de 1200°C. Sua resistência à

tração é da ordem de 10 a 20 kgf/mm2. Na fabricação, as impurezas do minério de

ferro e do carvão (coque), deixam no ferro fundido pequenas porcentagens de silício

(Si), manganês (Mn), enxofre (S) e fósforo (P). O silício (Si) favorece a formação de

um tipo particular de ferro fundido conhecido como ferro fundido cinzento. Os ferros

Page 18: PROJETISTA DE TUBULAÇÕES - PETROBRAS

fundidos classificam-se então, segundo quantidade do carbono presente, nas

seguintes categorias:

Ferro fundido cinzento ou lamelar

Ferro fundido nodular ou dúctil

Ferro fundido maleável ou branco

Ferro fundido temperado

Ferro fundido especial

Nos ferros fundidos, em geral, as propriedades mecânicas são inferiores

às dos aços, e podem ser consideravelmente modificadas pela adição de elementos

de liga e tratamentos térmicos adequados. Os ferros fundidos podem substituir os

aços, mais adequados, em muitas aplicações. Por exemplo, as estruturas e os

elementos deslizantes de máquinas são construídos, quase sempre, em ferro

fundido, devido à maior capacidade de amortecer vibrações, melhor estabilidade

dimensional e, em alguns casos, menor resistência ao deslizamento, em razão do

poder lubrificante do carbono livre em forma de grafita.

2.1.4. O cobre e outras ligas não terrosasOs tubos fabricados em cobre são mais dispendiosos do que os de aço, mas

apresentam vantagens para instalações que trabalham em condições próximas da

pressão e temperatura de 20°, como nas redes de distribuição de água e

aquecimento central. Modernamente, o PVC tem vindo a substituir o cobre no

primeiro caso, exceto para o transporte de água quente. No aquecimento central, o

polietileno também tem vindo a ser cada vez mais utilizado em detrimento do cobre.

Os tubos de cobre são mais leves do que os de aço, muito resistentes à corrosão

e de manipulação mais econômica e simples. Podem ser fornecidos em rolos,

quando o diâmetro exterior não excede os 22 mm, ou em barras, contudo, devem

ser recozidos ou endurecidos. Para instalações muito longas e, em especial de

traçado sinuoso, é preferível usar tubo em rolo recozido devido à facilidade de o

curvar.

Existem ainda condutos em duralumínio e outras ligas de cobre-alumínio,

que apresentam boa resistência química. Os tubos de diâmetro até 2" são muito

usados em instalações de ar comprimido, vapor de baixa pressão, refrigeração,

água e óleos. Ressalta-se que os tubos em alumínio e suas ligas são muito leves e

apresentam uma boa resistência à oxidação, exceto ácidos e álcalis. São ainda mais

leves do que os condutos de cobre.

2.2. Fatores de influência na seleção de materiais

para confecção de tubos

Page 19: PROJETISTA DE TUBULAÇÕES - PETROBRAS

Em qualquer segmento da engenharia, mecânicos, mecatrônicos, civis,

químicos ou eletrônicos, em alguma ocasião, se depararão com a necessidade de

escolher um material apropriado para determinada aplicação. Certamente

enfrentarão, na prática, algum problema de engenharia que venha a envolver a

avaliação do desempenho ou as propriedades de algum material em condições de

uso.

É importante saber quais são os critérios adotados para selecionar um

determinado material entre tantos outros. Devem-se caracterizar quais as condições

de operação a que será submetido o referido material, levantar as propriedades

requeridas para tal aplicação, saber como esses valores foram determinados e quais

as limitações e restrições quanto ao seu uso.

Propriedades mecânicas (resistência à tração, ao choque, à fadiga, à

vibração, à dureza, etc), propriedades físicas e químicas (ponto de fusão,

condutibilidade elétrica e térmica, densidade, estrutura cristalina, coeficiente de

expansão térmica, reatividade química, etc) e demais informações sobre resistência

à corrosão, à temperatura e à radiação podem ser encontradas com relativa

facilidade em livros e tabelas-padrão. Vale lembrar que é de fundamental

importância saber usá-las adequadamente. Os fatores abaixo são relevantes para

definir o tipo de material a ser empregado na fabricação de um determinado tipo de

tubo:

Tipo de fluido -> É um dos fatores decisivos e de grande importância por ser o

elemento que, diretamente, agredirá o material do tubo e, certamente, deverá ser

preservado na sua integridade, tendo em vista que o tubo é o elemento responsável

pelo transporte do fluido em questão.

Resistência ao escoamento do fluido -> É também um fator de relevância, por

se tratar de uma variável que proporcionará à tubulação um incremento de carga

extra, no que se refere à variável pressão. Visto que, para um escoamento

fluídico, é a tubulação quem deverá apresentar uma superfície interna apropriada

ao escoamento.

Fator Estrutural -> Estruturalmente, a tubulação deverá ser suficientemente

resistente para suportar o peso do fluido. Assim sendo, não basta simplesmente o

tubo estar dimensionado à carga do fluido, mas, também às cargas externas e

aleatórias, tais como ventos e chuvas.

Custo e facilidade para instalação -> São fatores de grande significado,

tecnicamente decisivos em um projeto. Não é possível projetar uma tubulação sem

medir as reais condições de instalação assim como a sua manutenção.

Page 20: PROJETISTA DE TUBULAÇÕES - PETROBRAS

Condições de temperatura e de pressão -> A temperatura de operação é

também fator decisivo para definição do tipo de material que será utilizado na

fabricação de tubo. Efeitos provenientes da temperatura de operação podem ser:

Flu ência (deformação lenta e progressiva ao longo do tempo quando

submetido ao esforço de tração sob alta temperatura) ocorre em função da

temperatura. Pode surgir e ser decisivo para diminuição da vida útil da

tubulação.

Altera ção do módulo de elasticidade (Módulo de Young), diminui com o aumento

da temperatura. Essa diminuição é pouco acentuada no intervalo 0 - 250 C e

mais acentuada para temperaturas superiores a 250 C.

Diminui ção do limite de resistência . O limite de resistência diminui com o aumento

da temperatura de um modo geral (para T > 200 C). O limite de resistência

deverá ser tomado na curva característica (temp. x resistência) de cada

material.

Resistência à corrosão -> Define-se como corrosão a deterioração sofrida por um

material em consequência da ação química ou eletroquímica do meio, aliada ou não

a esforços mecânicos. A corrosão mais comum é a corrosão eletroquímica

caracterizada pelo transporte de cargas elétricas por meio de um eletrólito em um

meio favorável, geralmente aquoso. A corrosão química é devida ao ataque de

produtos químicos sobre os materiais metálicos, provocando a sua oxidação. Para

que se inicie o processo da corrosão, é necessário que o sistema seja constituído

dos quatro componentes listados a seguir.

Anodo-catodo : o componente anodo-catodo é constituído de duas peças

metálicas de materiais diferentes, ou do mesmo material, ou ainda, duas

regiões distintas da mesma peça metálica, próximas ou distantes, uma da

outra e pode disparar o processo de oxidação do material.

Eletr ólito : qualquer condutor elétrico tal como umidade, soluções aquosas

ácidas ou alcalinas, pode disparar o processo de oxidação do material.

Circuito met álico : é a continuidade metálica unindo o anodo ao catodo. A

diferença de potencial entre o anodo e o catodo pode se originar de inúmeras

causas, tais como: metais diferentes, ligas metálicas diferentes, diferenças

entre partes deformadas a frio, diferença entre estados de tensões,

diferenças de tratamento térmico, irregularidades microscópicas e pode

disparar o processo de oxidação do material. Cumpre lembrar que a falta

de pelo menos um dos componentes bloqueia o processo de corrosão.

Durabilidade -> A durabilidade de uma tubulação é um fator que todo o projetista

deverá considerar, pois o tempo de vida útil de uma tubulação garantirá o transporte

de fluido por períodos longos o que certamente é o objetivo de toda e qualquer linha

Page 21: PROJETISTA DE TUBULAÇÕES - PETROBRAS

de produção e que resultará em lucro para a empresa que tem a tubulação instalada.

Disponibilidade do material -> A disponibilidade do material em que a tubulação

é fabricada, é de vital importância, pois o que resolve ter um material muito bom e

não ter disponibilidade no mercado para produção da tubulação? Tal projeto se torna

inviável.

2.3. Especificação de material para tubos de aço Saber especificar corretamente um material para ser usado na fabricação de

um tubo não é tarefa fácil. Apesar de o projetista não ser o responsável direto por

esta escolha, é importante para ele deter conhecimento de fatores e procedimentos

abordados para este fim. isto certamente agregará ao seu saber condições que o

colocarão em posição de destaque dentro da sua função de projetista de tubulação.

Portanto, quanto mais familiarizado estiver o profissional com as diferentes

características e propriedade estrutural dos materiais, bem como com as técnicas de

processamento dos materiais, maior será a sua habilidade e confiança para fazer a

seleção mais sensata desses critérios.

2.3.1. Aços CarbonoA maior quantidade de aço consumida pertence à categoria dos aços-

carbono. Isto se deve ao baixo custo, em relação aos aços ligados e à ampla gama

de propriedades que pode ser obtida mediante variação do teor de carbono e do

estado de fornecimento (encruado, temperado, etc.).

Pode-se estabelecer a seguinte subdivisão dos aços-carbono para fins de sua

aplicação:

a) Baixo carbono (abaixo de 0,3%) - É aplicado em situações que exigem

ductilidade elevada, por exemplo, chapas para estampagem, tubos, fios para arames

lisos e farpados, ou telas. Neste caso, o estado de fornecimento pode ser laminado a

quente, recozido ou normalizado. Pode ser aplicado em situações que envolvem

exigências quanto à soldabilidade, pois o baixo carbono é necessário para

evitar formação de martensita que ocorre no resfriamento subsequente à soldagem.

Os aços de baixo carbono, quando combinados com elementos de liga e cementados, são aplicados quando se necessita combinar resistência ao desgaste (dureza superficial) com tenacidade (no núcleo), tais como eixos, engrenagens, pinos, ferramentas de impacto. Ex.: AÇOS 8620, 4320.

b) Aços de médio carbono (entre 0,3 e 0,5%C) - São aplicados em produtos

forjados, pois possuem dutilidade a quente (para forjamento), associado à média

resistência a frio no estado forjado (ferrítico-perlítico). Quando combinados com

elementos de liga, são utilizados em situações que exijam alta resistência

(obtida mediante têmpera) mantendo ainda alguma dutilidade. A temperabilidade é

Page 22: PROJETISTA DE TUBULAÇÕES - PETROBRAS

obtida mediante emprego de elementos de liga. Ex: eixos e engrenagens de

caminhão. Aço 4340, 8640.

c) Aços de alto teor de C(acima de 0,5% C) - São utilizados nos casos em que se

exigem elevados limites de escoamento, tais como molas e vergalhões de concreto. O

alto limite de escoamento é obtido mediante encruamento ou, se na presença de

elementos de liga, mediante têmpera. Quando combinados com elementos de liga,

também são utilizados para fins de obtenção de dureza elevada, através de

carbonetos primários (VC, Mo2C, WC) como no caso de aços ferramentas.

2.3.2. Aços LigadosO uso de elementos de liga geralmente é feito com as seguintes finalidades:

Aumentar a profundidade de tempera (temperabilidade);

Aumentar a resistência ao revenido (isto é, evitar o amolecimento entre 300°C e

550°C);

Introduzir propriedades especiais tais como:

Resistência à corrosão; são os aços inoxidáveis.

Resistência ao desgaste; são os aços Hadfield.

Resistência a quente; são os aços-ferramenta (rápidos).

Os aços ligados são classificados em três categorias:

Aços de baixa liga -> São aços cuja soma dos elementos de liga é inferior a 5% e têm a finalidade de aumentar a temperabilidade e a resistência ao revenido. Os elementos típicos são: Cr, Mo, Ni, Mn e Si. São aplicados para os seguintes fins:

Aumentar muito a temperabilidade: aplicado em peças grandes que devem ter alta resistência no núcleo.Facilitar a transição (atenuar a queda de dureza) entre o núcleo e a superfície e aço cementado, visando evitar descascamento.Elevar a dureza de camadas nitretadas pela formação de nitretos de alumínio ou cromo.

ATENÇÃO!

OS AÇOS DE BAIXA LIGA SÃO OS MAIS CONSUMIDOS DENTRE OS AÇOS LIGADOS.

Aços de média liga -> São aqueles em que o somatório dos elementos de liga

esteja entre 5% e 10%. São aplicados em situações que envolvem elevada

resistência mecânica em temperaturas elevadas, em torno de 500°C. Tais como os

aços para trabalho a quente (matrizes). Exemplo deste tipo de aço é:

A ços tipo H . São aços com a seguinte composição química: (0,3%C; 5%Cr;

1,5%Mo; 1%Si). Há ainda casos onde se exige resistência ao impacto

Page 23: PROJETISTA DE TUBULAÇÕES - PETROBRAS

associada com elevada dureza, são os aços ferramentas para trabalho a frio

temperáveis ao ar. Dessa forma, tais aços possuem elevada

temperabilidade sendo aplicáveis em:

Matrizes de recorteEstampagem;Lâminas de tesouras.

Os mesmos apresentam baixas distorções, após a têmpera, (devido ao resfriamento ao ar atmosférico) sendo recomendados para manutenção de precisão dimensional. Exemplo deste tipo de aço-ferramenta é o aço com 1% C; 0,6%Mn; 0,25%Si; 5%Cr; 0,25%V e 1%Mo.

Aços de alta liga -> São aqueles em que o somatório dos elementos de liga seja > 10%. São aços que podem ser aplicados para diversas finalidades, em que haja:

Elevada resistência à oxidação (aços inoxidáveis, %Cr>12%). Elevada resistência mecânica e ao desgaste (aços D6: 2%C; 0,3%Mn; 0,85%Si; 12%Cr; 0,75%W) sendo aplicáveis em matrizes para forjamento e estampagem.

2.3.3. Aços de alta resistência e baixa liga (ARBL)

São identificados como aços cujas normas AISI-SAE não os classificam como aços ligados. Alguns desses aços são:

* Aço 4340;

* Aço 8620;

* Aço 4320.

Apesar de conterem elementos de liga adicionados para fins de obtenção de

resistência mecânica e resistência à corrosão atmosférica, superiores aos aços de

baixo carbono, os aços ARBL (alta resistência e baixa liga) apresentam resistência

entre 300 e 700 Mpa, tendo sido desenvolvidos para elevar a relação entre

resistência e peso, visando à aplicação em estruturas móveis. A soma de elementos

de liga geralmente não ultrapassa o percentual de 2%, e o teor de carbono situa-se

abaixo de 0,3%.

2.4. Principais propriedades dos materiais

para os tubosA escolha de um material para determinada aplicação deve-se às

propriedades que ele possui. Por exemplo: os aços-carbono possuem baixo custo e

elevada resistência mecânica, embora sejam vulneráveis à corrosão. Já os materiais

plásticos, devidamente selecionados, possuem elevada resistência química a

determinadas substâncias, mas sua resistência mecânica é inferior ao aço carbono.

Page 24: PROJETISTA DE TUBULAÇÕES - PETROBRAS

Além da propriedade mencionada, podemos ainda listar diversas outras

propriedades qualitativas e quantitativas, que devem ser levadas em conta para

selecionarmos corretamente um ou mais materiais a serem utilizados. Veja a tabela

2.5 que relaciona as principais propriedades dos materiais.

Tabela 2.5 - Principais propriedades dos materiais - Fonte: www.aquanex.com.br

Propriedades Definição

Resistência

mecânica

Propriedade que permite que o material seja capaz de resistir à ação de determinados tipos de esforços, como tração e a compressão.

ElasticidadeCapacidade de o material se deformar quando submetido a um esforço, e voltar à forma original retirando este esforço.

PlasticidadeCapacidade de o material se deformar quando submetido a um esforço, e manter uma parcela da deformação quando retirado o esforço.

Ductilidade Capacidade de o material se deformar plasticamente sem romper-se

Tenacidade Quantidade de energia necessária para romper um material.

DurezaResistência do material à penetração, à deformação plástica e ao desgaste.

Fragilidade Baixa resistência aos choques.

DensidadeQuantidade de matéria alocada dentro de um volume específico.

Ponto de fusãoTemperatura na qual o material passa do estado sólido para o estado líquido.

Ponto de ebuliçãoTemperatura na qual o material passa do estado líquido para o estado gasoso

Dilatação térmica Variação dimensional de um material devido a uma variação de temperatura.

Condutibilidade

térmicaCapacidade de o material conduzir calor.

Condutibilidade

elétricaCapacidade de o material conduzir a eletricidade.

Resistividade Resistência do material à passagem de corrente elétrica

Resistência à

corrosão

Capacidade de o material resistir à deformação causada pelo

meio no qual está inserido

2.4.1. Tubos fabricados em Aço carbono

De acordo com as propriedades da tabela 2.5, são tubos fabricados com liga ferro-carbono

Page 25: PROJETISTA DE TUBULAÇÕES - PETROBRAS

que pode conter de 0,008% até cerca de 2,0% de carbono (C), além de certos elementos

residuais, como o manganês (Mn), o silício (Si), o fósforo (P) e o enxofre (S) resultantes dos

processos de fabricação. As principais características do aço carbono são eles:

* Baixo custo;

* Excelentes qualidades mecânicas;

* Facilidade de soldar e de conformar.

A tabela 2.6 mostra as características gerais de certos materiais usados na

fabricação de tubos em aço-carbono.

Tabela 2.6 - Características dos tubos de aço carbono - Fonte: www.aquanex.com.br

Norma Graus

DiâmetrosProcesso de

fabricaçãoDireção

da

solda

Aplicações

Min.MaX

.Com

costura

Sem

costur

API5L A; B e A25. 1/8" 64" SIM SIM LongOleodutos, gasodutos e outras aplicações

API

5LX

X42; X40 e

X52. X55;

X60; X65;

X70.

2" 64" SIM SIM Long

Tubos de alta resistência para oleodutos, gasodutos, minerodutos, processos.

API

5LS

A; B; X42;

X46; X52; 5" 80" SIM NAO Helic.

Oleodutos, gasodutos e outras aplicações

API5A J55; K55. 5" 20" SIM SIM Long.Tubos para revestimento de poços de petróleo

ASTM

A106A; B e C 1/8" 24" NAO SIM

Tubos de alta qualidade para aplicações gerais e serviços de alta

ASTM

A1201/8" 16" SIM SIM Long.

Tubos de baixa qualidade para aplicações

ASTM

A134

ASTM A283

A, B, C, D

ASTM A285

A, B, C

16" SIM NAO

Long.

e

Helic

Aplicações gerais em água, óleo e gás.

2.4.2. Tubos fabricados em aço inoxidável

De acordo com as propriedades da tabela 2.5, os tubos fabricados em aço inoxidável

são os produtos de fabricação mecânica, denominados "tubos de aço inoxidável".

Page 26: PROJETISTA DE TUBULAÇÕES - PETROBRAS

São utilizados em praticamente todas as indústrias de processo, tais quais os tubos

de aço-carbono, além de terem alto emprego na fabricação de componentes de

veículos e aplicações estruturais diversas. Os tubos de aço inox, como são mais

conhecidos, podem se apresentar ao mercado consumidor de duas formas, a saber:

Com costura: o termo "com costura" faz referência ao produto tubular obtido a

partir da aplicação de um processo de soldagem para a união de duas bordas. A

figura 2.1 ilustra este tipo de tubo.

Figura 2.1 - Tubos de aço inox com costura - Fonte: www.aquanex.com.br

No caso dos tubos com costura, as matérias-primas básicas são tiras

inoxidáveis, provenientes de bobinas de lâminas soldadas a frio ou a quente.

Aplicadas na largura adequada ao diâmetro final do tubo. Essas tiras são então

encaminhadas para uma máquina formadora e passarão pelas etapas produtivas de

formação, que são as seguintes:

Soldagem; Acabamento; Calibração; Corte.

A soldagem para tubos com costura, em aços inoxidáveis, ocorre

principalmente por processo TIG sem metal de adição, podendo se aplicar também o

processo ERW (Eletric Resistance Welding), plasma ou laser. Após as etapas

descritas, a maioria das normas aplicadas exige um tratamento térmico de

solubilização, o qual pode ser realizado na própria máquina formadora ou em

forno contínuo fora da linha de formação e, a seguir, o tubo passará pela etapa

de decapagem e passivação.

Diversos testes são realizados durante a fabricação de tubos inoxidáveis com

costura, os quais variam de acordo com as exigências de normas. Destacam-se os

seguintes:

Ensaio de Eddy Current;

Page 27: PROJETISTA DE TUBULAÇÕES - PETROBRAS

Ensaio hidrostático;

Ensaio pneumático;

Ensaios mecânicos;

Ensaios de corrosão.

Embora por algumas décadas, objeções técnicas tenham sido colocadas

devido à presença de um cordão de solda longitudinal ao tubo, hoje em dia,

devido aos avanços tecnológicos observados nos processos de fabricação, os tubos

com costura representam a grande maioria do consumo mundial de tubos inoxidáveis.

Dentre as vantagens apresentadas pelos tubos com costura, destacam-se:

Menores custos

Maior disponibilidade de produto no mercado

Menor tempo de manufatura do produto

Maior variedade de diâmetros e espessuras de parede disponíveis

Tolerâncias dimensionais mais estreitas

Obtenção de tubos com diâmetros elevados

Melhor acabamento superficial do tubo, portanto maior facilidade em se obter

assepsia.

A tabela 2.7 abaixo mostra as características e aplicações gerais de aços inoxidáveis da norma ASTM séries A 249 e A 270.

Reflexão!

"Se o tempo envelhece o seu corpo, mas não envelhece a sua emoção, você será sempre feliz" (Dr. Augusto Cury)

Tabela 2.7 - Características dos aços inox ASTM séries A 249; A 269; A 270 e A 312

Fonte: livro tubulações industriais

Norma Graus Diâmetros Processo de Direção Aplicações

Fabricação Da

Min. Max. Com solda

costura

ASTM TP304; TP304L; Tubos para caldeiras,

A 249 TP304H; TP310S; 3/4" 6" Sim Long. sobre-aquecedores,

TP316; TP316L; trocadores de calor e

P317L;TP321;TP347 condensadores.

ASTM TP304; TP304L; Long. Tubos para aplicações

A 270 TP316; TP316L 1" 4" Sim em indústrias

alimentícias e

farmacêuticas

Page 28: PROJETISTA DE TUBULAÇÕES - PETROBRAS

Tubos de aço inoxidável sem costura , figura 2.2, são obtidos a partir de uma

barra maciça, conhecida como tarugo, que será submetido a um processo de

extrusão a quente, e, por meio de processo de redução a frio, denominado

"pilgering", seguido de trefilação a frio, o tubo alcança as suas dimensões finais.

Figura 2.2 - Tubo de aço sem costura - Fonte: wvw.steelpipe.com.br

2.4.3. Tubos fabricados em ferro fundido

De acordo com as propriedades da tabela 2.5, os tubos fabricados em ferro

fundido são passam por processos de fundição e centrifugação. São pouco

resistentes, mas seu custo é baixo.

São usados para água, gás, água salgada e esgoto, em serviços de baixa

pressão, e temperatura ambiente e sem grandes esforços mecânicos. Apresentam

ótima resistência à corrosão do solo.

São padronizados pelo diâmetro externo de 2" a 48" com as extremidades

lisas, flange integral ou ponta e bolsa. Seguem as normas EB-43 e P-EB-137 DA

ABNT e são testados para pressões de até 3 Mpa. A adição de Si, Cr ou Ni ao ferro

fundido nodular aumenta a resistência mecânica.

2.5. Recomendações e normas aplicadas a tubos de

aço em geral

Tubos de aço carbono com costura, pretos e galvanizados são

produzidos segundo as normas pertinentes ao trabalho a que se propõem a

executar. São as seguintes as normas:

ASTM-A-120: - para condução de fluidos diversos e outros fins. São tubos com

costura fabricados de aço de baixo carbono, sem especificação de análise.

Estado de fornecimento: pretos ou galvanizados, com extremidades lisas,

biseladas ou roscadas com ou sem luva, em comprimentos de 4 a 8 metros.

Page 29: PROJETISTA DE TUBULAÇÕES - PETROBRAS

ASTM-A-53: - esta norma é similar a NBR5590. Para condução de fluidos com

exigências especiais. São tubos produzidos com e sem costura em aço:

grau A ou B. Estado de fornecimento: idem ao ASTM-A-120, fornecido com

certificado de qualidade.

ASTM-A-106 : - para emprego em alta temperatura. Aço grau A, B ou C. Estado de

fornecimento: idem ao ASTM-A-120, fornecido com certificado de qualidade.

ASTM-A-179 : - para tubos de aço baixo carbono, sem costura, trefilados a

frio, para permutadores de calor ou condensadores.

ASTM-A-192 : - para tubos de aço carbono, sem costura para caldeiras de alta

pressão.

ASTM-A-210: - para tubos de aço carbono, sem costura, para caldeiras e

superaquecedores.

ASTM-A-333 : - para tubos de aço para serviços em baixa temperatura. API-5L:

Tubos de aço carbono para condução de produtos petrolíferos e outros fins,

fornecidos com certificado de qualidade. Aço: Grau A ou B. Estado de fornecimento:

pretos ou galvanizados, com extremidades biseladas ou roscadas com ou sem luva,

em comprimentos de fabricação. Peso do revestimento de zinco: Norma ASTM > de

550 g/m2 e no mínimo 490 g/m2 em qualquer extremidade do tubo.

Tolerâncias: parede: máximo de 12,5% abaixo da parede nominal especificada.

Diâmetro: até 1 1/2"+ 0,4 mm, - 0,8 mm; maior 1 1/2" ± 1% Peso do revestimento de

zinco: - 10%.

2.5.1. Recomendações para os tubos fabricados

em aço - liga sem costura

Os tubos produzidos aço liga são fabricados pelo processo de extrusão,

perfuração ou mandrilagem, a partir de tarugos de aço, podendo atingir diâmetros

de até 660 mm. Estes tubos fabricados em aço liga sem costura seguem as normas

de aplicação, que são as seguintes:

ASTM-A-199 - TUBOS de aço-liga, sem costura trefilados a frio, para permutadores

de calor e condensadores.

ASTM-A-200 - tubos de aço-liga, sem costura, para emprego em refinarias, nas

instalações de "Craking".

ASTM-A-213 - tubos de aço-liga ferrítico, sem costura, para caldeiras,

Page 30: PROJETISTA DE TUBULAÇÕES - PETROBRAS

superaquecedores e permutadores de calor.

ASTM-A-334 - tubos de aço carbono ou liga para emprego em baixa temperatura.

ASTM-A-335 - tubos de aço-liga ferrítico, sem costura, para empregos em alta

temperatura.

2.5.2. Recomendações para os tubos mecânicos -

sem costura

Os tubos do tipo mecânico sem costura são aplicáveis em conjuntos

estruturais mecânicos, máquinas, sistemas fluidodinâmicos e em operações onde

são exigidos alto grau de precisão e boa qualidade de superfície. Todo produto que

serve de matéria-prima para outro tem normas a serem seguidas, já que a qualidade

passa ser um fator importante. São as seguintes normas e as aplicações devidas:

ST-52->tubos trefilados e laminados, mecânicos sem costura para serviços

gerais. Estado de fornecimento: pretos, com extremidades lisas, em

comprimento de fabricação ou cortados em medidas exatas, de acordo com sua

especificação.

NBR6591 -ASTMA513(TIPO1)

DIN 2394-NBR 5599 NBR 8621

2.5.3. Recomendações para os tubos de aço -

carbono tipo com costura, preto e galvanizados

Estes tubos são produzidos com vários diâmetros e são encontrados no

comércio com as seguintes características:

Com diâmetros de 1/4" até 6": com solda longitudinal, soldadas por resistência

elétrica à alta freqüência produzidos pelo processo "THERMATOOL" sem o

elemento de adição;

Com diâmetro entre 8" até 16": com solda Longitudinal, soldadas por

resistência elétrica à alta freqüência (E.R.W.) produzidos pelo processo de

formação contínua, com inspeção por ultra-som;

Com diâmetros nominais de 18" até 24": com solda Longitudinal por arco

submerso, produzidos pelo processo de formação em calandra ou prensa.

Os tubos de aço-carbono, com costura, do tipo preto, ou do tipo galvanizado são

produzidos de acordo com as seguintes normas:

DIN-2440 (ABNT-NBR-5580)->Tubos de aço carbono para condução de

fluidos. Estado de fornecimento: pretos ou galvanizados, com extremidades

Page 31: PROJETISTA DE TUBULAÇÕES - PETROBRAS

lisas, biseladas ou roscadas, com ou sem luva, em comprimentos mínimos de 6

metros.

DIN 2458 - Tubos de aço carbono fabricados para uso geral, tal como

evaporadores, secadores, serpentinas, cozedores e câmaras de vácuo de usinas

de açúcar. Estado de fornecimento: pretos, recozidos extremidades lisas,

comprimentos de 6 metros, ou fixos, múltiplos, ou aproximados, sob consulta

prévia. Ensaio hidrostático: 40 kg/cm2 (570 PSI).

ASTM-A-178 -Tubos de aço carbono, soldados por resistência elétrica, para

caldeiras. Aço: grau A. Estado de fornecimento: idem ao DIN-2458 com

certificado de qualidade.

ASTM-A-214->tubos de aço carbono, soldados por resistência elétrica, para

permutadores de calor. Estado de fornecimento: idem ao DIN-2458 com

certificado de qualidade.

ASTM-A-226 - Tubos de aço carbono, soldados por resistência elétrica,

para caldeiras e superaquecedores de alta pressão. Estado de fornecimento:

idem ao DIN-2458 com certificado de qualidade.

ASTM-A-134/139 ->Tubos para condução de fluidos, gás ou vapor. Estado de

fornecimento: pretos, com extremidades biseladas em comprimentos de

fabricação.

API-5L -»tubos de aço carbono para condução de produtos petrolíferos e outros

fins, fornecidos com certificado de qualidade. Aço: grau A ou B. Estado de

fornecimento: pretos ou galvanizados, com extremidades biseladas ou roscadas

com ou sem luva, em comprimentos de fabricação.

2.5.4. Recomendações para os tubos eletrodutos tipo galvanizados

São fabricados especialmente para instalações elétricas que requerem alto

grau de segurança, os conhecidos eletrodutos são fornecidos com rebarba interna

totalmente removida ao longo do seu comprimento, propiciando assim, acabamento

esmerado e ainda, afastando os riscos de avarias na capa protetora dos condutores.

Estes tubos são produzidos segundo as seguintes normas:

ABNT-EB 341 (NBR 5597) E ANSI C.80.1 com rosca: padrão "americana" -

ANSI B.2.1 = NPT com Tolerâncias: até - 12,5%; peso dos eletrodutos: ± 10%

espessura da parede: diâmetro: ±1,1 mm para diâmetros maiores, descendo a ±,

6 mm para diâmetros menores.

ABNT-EB 342 (NBR 5598) com rosca/padrão "inglesa" - BS 2.1 = BSP

tolerâncias: espessura da parede: até - 10%; Peso dos eletrodutos: ± 10%

Diâmetro: ± 0,6 mm para diâmetros maiores, descendo a ± 0,2 mm para

diâmetros menores.

Page 32: PROJETISTA DE TUBULAÇÕES - PETROBRAS

NOTA IMPORTANTE!

Uma norma técnica é um documento de uso comum e repetitivo; estabelecido por consenso e aprovado por um organismo reconhecido que fornece regras, diretrizes ou características para atividades ou para seus resultados, visando à obtenção de um grau ótimo de ordenação em um dado contexto. Esta é a definição internacional de norma.

2.6. Principais normas de aplicação de tubos existentes no mercado

Deve ser realçado o aspecto de que as normas técnicas são estabelecidas

por consenso entre os interessados e aprovadas por um organismo reconhecido.

Acrescente-se ainda que são desenvolvidas para o benefício e com a cooperação de

todos os interessados, e, em particular, para a promoção de maior economia global,

levando-se em conta as condições funcionais e os requisitos de segurança.

As normas técnicas são aplicáveis a produtos, serviços, processos,

sistemas de gestão, pessoal, enfim, aos mais diversos campos. Usualmente são

estabelecidas explicitamente pelo cliente. Ou são, simplesmente, seguidas as normas

em vigor no mercado.

Elas podem estabelecer requisitos de qualidade, de desempenho, de

segurança (seja no fornecimento de algo, no seu uso ou mesmo na sua

destinação final), mas também podem estabelecer procedimentos, padronizar

formas, dimensões, tipos, usos, fixar classificações ou terminologias e glossários,

definir a maneira de medir ou determinar as características, como os métodos de

ensaio.

A tabela 2.8, mostra algumas normas, as quais são utilizadas

comercialmente para especificação de tubos conforme as suas várias aplicações.

Tabela 2.8 - Normas de aço comercial - Fonte: www. cocefel.com.br

Norma Aplicação comerciai do aço

ANSIC-80.1

Eletrodutos de aço

API 5 A Tubos de perfuração, revestimento e bombeamento para poços

petrolíferos com exigência especiais.

API 5 AX Tubos de perfuração, revestimento e bombeamento para poços

petrolíferos com exigências especiais.

Page 33: PROJETISTA DE TUBULAÇÕES - PETROBRAS

API5B Especificação de roscas, calibres e inspeção de roscas para casing,

tubing e line-pipe.API 5LX Tubos para condução de produtos petrolíferos com exigências especiais

ASTM A-106 Tubos de aço carbono, sem costura para emprego a altas temperaturas.

ASTM A-120 Tubos de aço pretos ou galvanizados para condução de fluidos e outros fins

BS-1139 Tubos de aço para andaimes e fins estruturais

BS-1387 Tubos com costura - água, gás - aptos para dobras a frio. Teste

hidrostático até 50 kg

BS-6363 Tubos de aço para fins estruturais

DIN1629 Tubos de aço carbono sem costura para tubulações, aparelhos e reservatórios.

DIN 2441 Tubos com costura. Dobra a frio. Pressão 50 kg

EB-383 Tubos de aço ferrítico, sem costura, para condução, utilizados

em altas temperaturas em torno de 750°C.EB-639 Tubos de aço carbono, para fins estruturais.

NBR-5580 Tubos de aço carbono, para condução de fluídos.

NBR-5585 Tubos de aço carbono, soldados por resistência elétrica, para

permutadores de calor.

2.6.1. Normas utilizadas para fabricação de tubos para troca térmica

Em função da sua aplicabilidade na indústria, os tubos, seguem normas

específicas, o que gera a necessidade de consultar as normas próprias para cada

aplicação.

Na fabricação de tubos para troca térmica é necessário que o material

utilizado possua resistência a temperaturas e, sendo assim, o material aplicado na

fabricação destes tubos deve seguir às normas correlatas. A tabela 2.9, abaixo,

relaciona algumas destas normas utilizadas na fabricação de tubos de troca térmica.

Tabela 2.9 - Utilização dos aços - Fonte: www.petrobras.com.br

Normas AplicaçõesASTM - A 178 Caldeiras

ASTM A 226 Caldeira de alta pressão e superaquecedor

NBR 5585 Trocadores e condensadores

NBR 5596 Super aquecedores

DIN2458/DIN 1628 Para alta performance

DIN2458/DIN 1615 Sem requisitos especiais

ASTM A 106 Sem costura para altas temperaturas

Page 34: PROJETISTA DE TUBULAÇÕES - PETROBRAS

EB 334 Altas temperaturas

EB 338 Caldeiras e superaquecedores

ASTM A 179 Sem costura, trocadores.

ASTM A 192 Sem costura alta pressão

ASTM A 199 Sem costura permutadores e condensadores

ASTM A 209 Sem costura caldeira

ATENÇÃO!Para a solução do problema da escolha dos materiais, a experiência é

indispensável e insubstituível.

Exemplo: o material, para ser reconhecido como bom para a fabricação de

uma tubulação de gás, é aquele que já foi usado por alguém nas mesmas condições

de trabalho. Seguir a experiência é a solução mais segura, embora nem sempre

conduza à solução mais econômica. Resumindo, pode-se indicar a seguinte rotina

para seleção de materiais:

Conhecer os materiais disponíveis na prática e suas limitações físicas e de

fabricação;

Selecionar o grupo mais adequado para o caso tendo em vista as

condições de trabalho, corrosão, nível de tensão etc;

Comparar economicamente os diversos materiais selecionados, levando em

conta todos os fatores de custo.

Quanto ao custo de uma tubulação, deve ser considerada a relação custo /

resistência mecânica. Na análise de custos dos materiais devem ainda ser

levados em consideração os seguintes pontos:

Resistência à corrosão (sobre espessura de sacrifício);

Maior ou menor dificuldade de solda;

Maior ou menor facilidade de conformação e de trabalho;

Necessidade ou não de alívio de tensões.

2.7. Exercícios1. Os materiais sólidos são classificados em seis grandes grupos. Quais são esses

grupos?

2. Cite cinco tipos de metais.

3. Defina material metálico.

4. O que é liga metálica?

Page 35: PROJETISTA DE TUBULAÇÕES - PETROBRAS

5. Quais são os fatores que influenciam na escolha de um determinado material para

ser empregado na fabricação de um determinado tubo? Cite pelo menos quatro

fatores.

6. Cite cinco principais propriedades dos materiais.

III-PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE TUBOS

O tubo de aço é um dos produtos siderúrgicos mais versáteis e pode ser

aplicado desde a indústria moveleira até às obras de infra-estrutura. Com base no

processo de fabricação, o mercado dispõe hoje de dois tipos de tubos, como já

mencionado no capítulo anterior: tubos inteiriços, isto é, sem costura e tubos

soldados do tipo com costura.

Tiras de aço laminado a quente compõem a matéria-prima dos tubos com

costura. A largura de uma tira corresponde ao perímetro do diâmetro do tubo a ser

produzido. As dimensões das tiras se apresentam com grandes variações, podendo

dessa forma produzir tubos com diâmetros de até 762 mm.

Para formar o tubo, são utilizadas várias formas de soldagem, e a mais

freqüente é a do processo E.R.W. (Solda por Resistência Elétrica) com alta

freqüência, como já mencionado. Os tubos produzidos com aço laminado a frio

devem ser submetidos a cuidados especiais, já que este tipo de matéria-prima é

altamente susceptível de sofrer processo de oxidação. Diante disso, os tubos devem

ser armazenados e transportados sempre de modo a evitar a umidade, pois tendem a

amarelar, vindo assim a comprometer a sua aplicação. Aqueles tubos que, no seu

processo de fabricação, utilizam laminados a quente correm menores riscos com

relação à oxidação. Se tomados os devidos cuidados, os tubos podem ser

armazenados e transportados em condições normais, até mesmo a céu aberto, sem

que a sua qualidade seja prejudicada. Obviamente, o tempo de exposição não deve

ser prolongado.

Page 36: PROJETISTA DE TUBULAÇÕES - PETROBRAS

No processo de fabricação de tubos, para aplicações mais comuns, isto é,

aquelas em que não são exigidas pressões e temperaturas elevadas, utiliza - se o

aço com baixo teor de carbono (0,10% a 0,25%), com resistência à tração variando

de 35 a 50 kgf/mm2. Os valores mais elevados de resistência mecânica são obtidos

no estado encruado pelo estiramento. A resistência à tração, nos tubos provenientes

do mesmo lingote, é maior nos tubos de menor diâmetro, devido à conformação

mecânica mais intensa a que são submetidos.

Além dessas informações, normalmente, os tubos são estirados a frio, com os

seguintes objetivos:

Produzir paredes mais finas;

Produzir diâmetros muito pequenos;

Melhorar o acabamento superficial;

Obter tolerâncias dimensionais mais rigorosas;

Melhorar certas propriedades mecânicas, como resistência à tração;

Produzir formas diferentes da circular.

É importante frisar que, quando é desejado um tubo para aplicação em

elevadas temperaturas, que seja resistente à corrosão e à oxidação, utilizam-se

aços-liga na sua fabricação. Já para os casos em que se necessita de resistência ao

calor e à fluência, o procedimento é adicionar os elementos molibdênio ou molibdênio

e cromo em pequenos teores.

VOCÊ SABIA?

Cromo: melhora a resistência à corrosão e à oxidação, além de aumentar o limite de escoamento, a resistência à tração e à dureza. O teor máximo encontrado nesses produtos tubulares é de 9%.

Molibdênio: melhora a resistência à fluência a elevadas temperaturas, mas não melhora a resistência à corrosão ou à oxidação. O teor máximo é de 1%.

3.1. Descrição dos processos de fabricação de

tubos

A fabricação de tubos pode ser executada por meio de vários processos,

sendo que cada um deles, tem as indicações próprias em função das vantagens ou

desvantagens que cada processo proporciona ao produto. Os processos de

fabricação de tubos são:

Page 37: PROJETISTA DE TUBULAÇÕES - PETROBRAS

Processo de fabricação de tubos com costura - Nesse processo os tubos

são produzidos soldando-se as bordas de uma chapa dobrada longitudinalmente

ou em espiral, de modo a formar um cilindro. Geralmente, a solda é elétrica

contínua, sendo realizada automaticamente por arco submerso ou com

proteção de gás inerte. As variações deste processo serão discriminadas a

seguir

Processo de fabricação de tubos sem costuras - Nesse processo os tubos

são produzidos por quatro maneiras diferentes. São elas listadas abaixo e

discriminadas adiante.

Por fundição, é um processo aplicado principalmente na fabricação de tubos de

ferro fundido.

Por extrusão, é um processo que consiste em perfurar com um mandril o

tarugo metálico amolecido que vai formar o tubo e logo a seguir comprimi-lo

com um êmbolo acionado por uma prensa.

Por laminação, é um processo que consiste em passar um lingote aquecido

entre dois rolos de um laminador oblíquo que, além de pressioná-lo fortemente,

obrigam-no a deslocar-se girando na direção de um mandril cônico, que acaba

formando o tubo.

Por forjamento, este tipo de processo não é muito utilizado, sendo empregado

para a produção de tubo de paredes muito grossas. O lingote é perfurado

longitudinalmente a frio e as paredes são forjadas ao rubro contra um mandril,

pela ação de um martelete.

3.1.1. Fabricação de tubos com costura

Os tubos "com costura" recebem esta denominação de maneira errônea, pois

esse material, teve o nome consolidado tal como a marca "xerox". Esta denominação

veio de muito tempo, quando o processo utilizava baixa frequência (50 ou 60 hz) o

que proporcionava ao produto uma aparência de material "costurado". Hoje, no

entanto, o processo de fabricação é realizado por meio de solda longitudinal sob

E.R.W. (Solda por Resistência Elétrica) com alta frequência. Este processo garante a

homogeneidade entre a matéria-prima e a solda, o que confere excelentes

características aos produtos. Os processos de fabricação para obtenção do produto

final, que são os tubos, variam de acordo com a norma a que o referido tubo vai se

submeter ao ser fabricado. Os tubos devem ser produzidos em uma variada gama

de matérias-primas, neste caso, o tipo de aço utilizado é normalmente fornecido

segundo especificações normatizadas conforme listado abaixo:

Page 38: PROJETISTA DE TUBULAÇÕES - PETROBRAS

ASTM (American Society for Testing and Materials);

DIN (Deustaches Institute for Normuns);

API (American Petroleum Institute);

AISI (American Institute of Steel and Iron);

SAE (Society of Automotive Engineers);

ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e outras.

SAIBA MAIS!

A matéria-prima utilizada para fabricação de tubo com costura, é adquirida em forma de bobinas, que são classificadas em dois grandes grupos: BF e BQ.

BF - Bobina Laminada a Frio: Estas bobinas têm como característica possuírem

uma cor clara. É necessário cuidado especial com tubos produzidos com esta

matéria-prima, pois, é altamente susceptível de oxidação (corrosão, ferrugem). Os

tubos produzidos por esse processo, como já mencionado, devem ser armazenados

e transportados sempre evitando - se a umidade, para serem preservados do efeito

de amarelar, o que pode causar sérias consequências na utilização final do produto.

Estas bobinas são produzidas normalmente em espessuras abaixo de 2,00 mm e

possuem melhor tolerância dimensional e acabamento. Devido a seu processo de

fabricação ser maior que as BQ, seu custo final torna-se maior.

BQ - Bobina Laminada a Quente: Estas bobinas, ao contrário das anteriores,

possuem uma cor escura e são menos susceptíveis de oxidação. Os tubos podem

ser armazenados e transportados em condições normais até mesmo em céu aberto

(por pouco tempo) sem ter sua qualidade prejudicada. A produção dessas bobinas é

normalmente em espessuras acima de 2,00 mm e não se faz uma tolerância

dimensional tão restrita quanto as do tipo BF. Vale lembrar que são também

denominadas de BG (Bobinas Grossas), quando a espessura for superior a 5,00 mm.

Quando for necessária uma espessura menor da BQ e uma melhor condição

dimensional pode - se fazer uma relaminação a frio da chapa. Este processo

também é utilizado para se obterem espessuras não fornecidas pelas Aciarias. Para

atender a tal necessidade, as chapas relaminadas a frio são chamadas de RL.

Quando os tubos de condução são zincados a quente (galvanizados a fogo como

são popularmente conhecidos), não existe a preocupação com a superfície do tubo.

Deve - se apenas tomar pequenos cuidados quanto ao seu armazenamento. A

verificação da qualidade da solda e/ou do produto final pode ser feita por meio de

ensaios. São eles:

Page 39: PROJETISTA DE TUBULAÇÕES - PETROBRAS

Ensaio eletromagnético: Através de correntes parasitas testa-se o tubo quanto

a descontinuidades. Não garante a estanqueidade, porém é admitido como o

teste opcional ao hidrostático na maioria das normas de condução devido à sua

grande velocidade de execução.

Ensaio hidrostático: Consiste em testar o tubo a uma determinada pressão

hidráulica para garantir a estanqueidade do tubo.

Ensaios Destrutivos: Durante o processo de fabricação são realizados vários

ensaios mecânicos destrutivos em amostras retiradas durante a produção, tais

como alargamento, flangeamento etc.

Processo de Fabricação de tubos com costura, por UOE

É assim conhecido pelas etapas de dobramento das chapas até a formação

do tubo. A figura 3.1 mostra as etapas deste processo, no qual os tubos não passam

por qualquer tratamento de alívio de tensões. As etapas são:

Prensamento da borda da chapa;

Prensamento da chapa plana gerando a forma de "U" e posterior

prensamento gerando a formação do "O";

Soldagem automática interna e externa por arco submerso (SAW - Submerged

Arc Welding);

Expansão mecânica a frio (etapa "E" da fabricação);

Testes Hidrostáticos;

Ensaios não-destrutivos.

Ensaios dimensionais;

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