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1 Projecto Político Juventude Socialista Açores Regionais 2012

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Projecto Político Juventude Socialista

Açores Regionais 2012

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Entendemos ser fundamental continuar o caminho que tem sido feito em defesa dos jovens açorianos nos Açores, encarando esta faixa etária como um crucial motor de desenvolvimento e de crescimento social e económico.

Os jovens de hoje são, sem dúvida, a geração melhor preparada do nosso País.

Deve ser, por isso, uma obrigação e uma prioridade dos agentes do sistema político a criação de condições para que esses jovens usem a sua qualificação e formação para contribuir para o bem comum.

Desta forma, qualquer projecto político orientado para o futuro deve ter a capacidade de reunir um conjunto de ideias e propostas que consigam responder, da melhor forma, aos anseios e preocupações desta faixa etária.

Devemos garantir que os jovens que estão hoje no exterior da nossa Região a estudar e a qualificar-se, e que querem voltar para os Açores, tenham as respostas necessárias para regressar e aqui fixar-se, da mesma forma que os que estão nos Açores possam aqui ficar e aqui contribuir para o nosso desenvolvimento.

Assim, e neste âmbito, a Juventude Socialista Açores, durante mês e meio, realizou o Fórum Geração Activa-Geração de Ideias que percorreu todas as ilhas do Açores, contando com presença de oradores especializados nas mais diversas áreas, culminando na Convenção Geração Activa-Geração de Ideias realizada no passado dia 26 de Maio, no Teatro Micaelense. Um fórum que foi um espaço de reflexão e de participação aberta de todos os que pretenderam dar o seu contributo nos mais diversos temas:

- Promover o Emprego dos Jovens;

- Ciência, Tecnologia e Inovação;

- Mar – Fonte de Riqueza;

- Agricultura – Pilar de Desenvolvimento;

- Apoiar as Indústrias Criativas;

- Coesão enquanto factor de desenvolvimento;

- Fomentar o Empreendedorismo e apoiar os Jovens Empresários;

- Acessibilidades como factor de desenvolvimento;

- Turismo – Fonte de Riqueza;

- Comportamentos de Risco, Igualdade e Combate à Exclusão;

- Sustentabilidade Energética e Protecção do Ambiente;

- Apoios Sociais, Habitação e Natalidade;

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- Produção Local e Promoção dos Produtos Regionais;

- Associativismo Juvenil e Promoção do Voluntariado;

- Educação e Qualificação – Factores de Desenvolvimento;

Apresentamos neste documento um conjunto de linhas orientadoras sobre o Projecto Politico defendido pela Juventude Socialista Açores que se constitui, também, como um contributo para a Proposta de Programa de Governo 2012-2016, do Partido Socialista.

Só num constante processo de abertura e de adaptação à normal evolução dos tempos e apostando nas novas gerações com energia e inconformismo é que os partidos conseguem renovar-se, rejuvenescer-se e ter projectos políticos que correspondam, de facto, às preocupações e necessidades das populações e da sociedade em que estão inseridos.

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GERAÇÃO ACTIVA

Somos uma Geração Activa.

Uma Geração que não recua perante a adversidade. Que não se encolhe perante as dificuldades e a imprevisibilidade do futuro.

Os tempos são difíceis. Tudo muda, tudo acontece rapidamente. O poder político tem de ter a capacidade de criar condições para defender os jovens e para garantir a sua normal integração na vida activa.

Os agentes do sistema político dos Açores têm essa obrigação e esse dever, em nome de um futuro mais consequente.

Os jovens são, e têm sido, o mais fidedigno barómetro da modernidade, conectados que estão diariamente às rápidas alterações dos nossos dias e são, sem sombra de dúvida, a geração melhor preparada de sempre do nosso país.

São o nosso recurso mais valioso. Que deve ser aproveitado e potenciado ao máximo, usando essa preparação da melhor forma, ao serviço dos Açores e de uma Região mais desenvolvida.

A evolução dos tempos e o fenómeno da globalização têm determinado o desenvolvimento de novas subjectividades na condição juvenil.

Analisar a juventude apenas como uma etapa de transição poder-se-á considerar uma análise simplista e incompleta.

Sem a consideração integrada das políticas e das condições criadas na infância e nas idades mais avançadas não podem ser concebidas politicas para a juventude que representem um verdadeiro processo integrador.

Juventude é um conceito social que ultrapassa o fenómeno demográfico. Requer novas perspectivas que reforcem o papel dos jovens como sujeitos da vida política, social, económica e cultural da sociedade em que estão inseridos.

A condição juvenil hoje apresenta muito mais complexidades do que há alguns anos atrás.

As transformações abruptas no mundo, que potenciam uma redefinição do conceito de juventude, exigem constantes actualizações e reorientações estratégicas nas políticas a implementar, sempre com o objectivo global da emancipação jovem.

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Essa Emancipação deverá ser entendida como um conceito amplo que não está circunscrito à esfera individual, mas que contempla, também, uma esfera colectiva.

A implementação de políticas que melhorem a vida dos jovens deve decorrer de uma matriz ideológica forte que tenha como objectivo garantir a sustentação, a médio longo prazo, de um modelo de governação capaz de assegurar a continuidade futura de um Estado Social e de implementar medidas de protecção social eficazes que ultrapassem o Mundo cada vez mais monetarista em que vivemos, onde a coesão social, aliada ao crescimento económico e à criação de emprego, sejam prioridades.

Mas só com uma postura determinada e inconformada é possível atingir o objectivo de melhorar a qualidade e as condições de vida dos jovens.

Não basta ao poder político apenas perceber a evolução sociológica de uma faixa etária ou apenas diagnosticar os seus problemas.

Tem de agir de forma rápida, célere e eficaz na sua resolução. É essa capacidade de acção rápida que faz toda a diferença.

Quer pela sua caracterização social, quer pelos processos de desenvolvimento, de integração e de transição para a chamada vida activa que tem de enfrentar e num quadro de fortes constrangimentos externos, a faixa etária da Juventude depara-se com mais dificuldades.

Só será possível ultrapassar este período difícil com grande determinação mas, sobretudo, com grande pró-actividade.

Os nossos problemas só podem ser resolvidos por nós. Com pró-actividade, com empenho e com responsabilidade.

Participando. Demonstrando que queremos participar. Que queremos aproveitar as oportunidades e que queremos criar mais oportunidades.

Não somos Geração Rasca, nem à rasca. Somos uma Geração Activa, de Vencedores, mas temos de prová-lo.

Não basta falar, é preciso agir.

É preciso fazer, é preciso construir, é preciso contribuir para o bem comum.

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GERAÇÃO DE IDEIAS

Somos uma Geração de Ideias.

Nos últimos anos, a JS tem vindo a construir um caminho de ideias, de propostas concretas, que melhoram a vida dos jovens açorianos.

Não basta falar. É preciso agir. É preciso fazer.

Se não agirmos, ninguém agirá por nós.

Se não decidirmos, alguém decidirá por nós.

Temos tido a preocupação de passar das palavras aos actos, do discurso à acção, das ideias às propostas concretas.

Continuamos empenhados em implementar propostas e medidas que melhorem a vida dos jovens açorianos.

Nos últimos anos, a JS construiu um caminho de propostas que marcam positivamente a vida de milhares de jovens açorianos.

São muito poucos os jovens açorianos que nunca usufruíram das vantagens do cartão inter-jovem que permite que milhares de jovens se desloquem inter-ilhas ou que nunca usufruíram dos benefícios dos programas de Estágio Estagiar L, Estagiar T ou Estagiar U, planos de transição para a vida activa frequentados por milhares de jovens açorianos que viram aqui uma oportunidade crucial para conseguir o seu primeiro emprego.

Além dessas propostas, temos outras medidas importantes já aprovadas e em vigor que resultam de uma intensa acção parlamentar da JS Açores.

Alguns exemplos:

- Regime de concessão de bolsas para apoio aos estudos pós-secundários;

- O programa Empreendedorismo nas Escolas que permite que as crianças e adolescentes açorianos possam frequentar aulas sobre esta temática e ter contacto com personalidades entendidas numa matéria tão importante para o futuro da Região;

- O Programa Empreende Jovem de apoio a jovens empresários, profundamente revisto, adaptado à situação económica actual e que aumenta os apoios concedidos a jovens investidores;

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- O Programa de acesso à habitação e de promoção do arrendamento Famílias com Futuro, que permite hoje a centenas de jovens ter uma habitação;

- O novo regime de controlo de recibos verdes na Região, que terá uma importância vital no combate às situações abusivas de jovens que prestam serviço neste regime;

- Um programa de apoio às Associações de Estudantes do Ensino básico e secundário com base em candidaturas que conceda apoios a projectos na área da participação cívica e na promoção de hábitos de vida saudável;

- Um novo regime de monitorização dos gastos energéticos nos edifícios públicos que obrigará todos os edifícios a divulgarem os seus gastos anualmente com os respectivos planos de poupança;

- Novo regime de optimização dos serviços de emprego, que obriga esses serviços a responder aos jovens desempregados até 50 dias, bem como a criação de um prémio para empresários que fomentem a integração de jovens estagiários;

Além de todo o trabalho desenvolvido através da relação que temos com o Governo Regional dando os nossos contributos permanentemente que melhorem as medidas orientadas para a juventude e que garantam políticas de juventude verdadeiramente eficazes.

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PROMOVER O EMPREGO DOS JOVENS

O DESAFIO DOS DESAFIOS

A Região tem, actualmente, um desafio de grande importância, conseguir integrar no mercado de trabalho todos os jovens que estão hoje no exterior a qualificar-se e a estudar e que têm a ambição legitima de regressar para os Açores.

Isso só será possível se perceberem que têm aqui melhores perspectivas de vida do que no continente. Além dos que estão no exterior a estudar, também os que frequentam as ofertas formativas da Região querem ser integrados no mercado de trabalho.

Temos por isso que apostar fortemente na criação de postos de trabalho, onde a iniciativa privada tem grande importância.

Sobre este desafio é pertinente referir que recentemente foi feito um inquérito a cerca de 310 jovens que estão no exterior a estudar se pretendem regressar para os Açores no final dos seus estudos. 90% desses jovens afirmam peremptoriamente que sim, facto que nos agrada mas que aumenta a nossa responsabilidade.

Sendo os Açores uma Região com cerca de 77 mil indivíduos no grupo etário entre os 15 e os 34 anos, e que tem apostado fortemente no sistema educativo e de formação profissional dos jovens, apresenta-se necessário que os serviços públicos de emprego possam responder, em tempo útil, às expectativas desta faixa etária em relação ao mercado de trabalho.

Em causa está a própria rentabilização do investimento formativo feito pela Região Autónoma dos Açores e, paralelamente, a correspondência às expectativas de uma faixa etária que é a mais bem qualificada de sempre nos Açores, ao nível académico e profissional, disponível para entrar no mundo laboral.

A conjugação destes dois factores recomenda a que a Região Autónoma dos Açores desencadeie os mecanismos tendentes para que cada jovem possa, em consonância com o estabelecido no Plano Regional de Emprego (dá-nos um horizonte temporal de referencia 2010- 2015), ter as respostas adequadas na área do emprego e da empregabilidade.

Vamos, por isso, continuar a trabalhar para garantir a implementação de politicas públicas de promoção do emprego jovem, cada vez com mais intensidade.

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TOLERÂNCIA ZERO PARA OS DESRESPEITO DOS DIREITOS DOS TRABALHADORES JOVENS

Nos últimos anos, assistiram-se a profundas transformações nos dispositivos e nas políticas para a empregabilidade. Os indivíduos deixaram de ter acesso a percursos relativamente estáveis e contínuos e a relação com a actividade profissional, cada vez mais flexível, mutável e polivalente, passou a definir-se mais pela empregabilidade do que pelo emprego.

Por isso, hoje, a orientação individual e a aquisição de competências assumem um papel fundamental.

Mas para que os jovens tenham um percurso normal e positivo de inserção no mercado de trabalho, não podem ser alvo de abusos e de desrespeitos dos seus direitos laborais.

Foi a Juventude Socialista que levou ao Parlamento Açoriano uma proposta que permite à Região controlar de forma mais apertada e constante os abusos dos recibos verdes.

Fizemo-lo com base numa estratégia assente no conceito de vigilância estratégica, um novo conceito que está subjacente à nova missão de observar com sentido estratégico, intervindo na observação das questões do mercado de trabalho não só de forma pedagógica ou coerciva mas também e sobretudo, de forma estratégica, a fim de orientar a sua actuação e as suas políticas.

Quem está por dentro das questões do emprego e das transformações laborais, rapidamente percebe a importância deste conceito de observação estratégica e de uma nova abordagem nesta matéria. Aqui, o Observatório do Emprego e Formação Profissional terá grande margem de actuação para recolha de informação, dando-lhe consequência, em estreita articulação com a Inspecção Regional do Trabalho.

Aqui reside um dos pontos mais importantes da nossa proposta e do combate aos abusos sobre jovens - a competência efectiva no controlo dos recibos verdes, com impacto considerável no combate à precariedade laboral e àqueles que mais sofrem com ela, os jovens e as novas gerações.

Actualmente, os recibos verdes são apresentados como meras prestações de serviços o que impedia a administração regional de ter os instrumentos que permitissem uma visão global sobre esta problemática e a sua real dimensão.

Na proposta que fizemos, e que o Parlamento aprovou, consagrámos a obrigatoriedade de, no âmbito da informação social das empresas, dar toda a informação solicitada sobre os prestadores de serviço, ficando obrigados à prestação da referida informação todas as empresas que empreguem trabalhadores cujos postos de trabalho se situem na Região Autónoma dos Açores, independentemente da natureza da relação jurídico-laboral.

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Acreditamos que a consagração das normas referidas permitirá combater a precariedade laboral de forma sistematizada e consistente.

Como é sabido, para que o recibo verde tenha carácter de contrato de trabalho é necessário saber se existe relação hierárquica, única ou quase exclusiva e continuada. Com esta obrigatoriedade será possível fazer esse controlo, identificando os abusos deste regime de prestação de serviços, o que não era fácil de controlar até ao momento.

Assim será possível saber todos os recibos verdes existentes de todas as empresas regionais, abrindo-se aqui uma perspectiva de controlo desta problemática que poderá ter impactos muito positivos, principalmente na vida dos jovens açorianos que trabalham com este regime.

No âmbito da precariedade é importante, também, realçar a importância do reforço de meios na Inspecção Regional do Trabalho para que consiga actuar com celeridade e eficácia sobre as empresas que não cumpram as leis laborais e os direitos dos jovens trabalhadores.

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LIVRE INICIATIVA JOVEM – CRIAR, FAZER, INOVAR, AGIR – SER EMPREENDEDOR

Há muito que a Juventude Socialista dá grande importância à área do Empreendedorismo. Hoje, se as Escolas dos Açores têm a decorrer um programa de empreendedorismo, deve-se à JS Açores que o propôs e fez aprovar no Parlamento Regional.

Propusemos, também, recentemente, uma revisão global ao programa Empreende Jovem para adequar melhor esse programa de apoio a jovens empresários às necessidades do mercado e aos constrangimentos da crise financeira e económica que atravessamos.

Esta é, por isso, uma área que julgamos de grande importância para o futuro.

Pelas novas áreas que pode criar, pelos novos bens transaccionáveis que pode potenciar, pelos postos de trabalho que pode permitir.

Empreendedorismo pode ser definido como uma dinâmica de identificação e aproveitamento de oportunidades, que favorece o desenvolvimento económico e a realização pessoal, sendo os empreendedores vistos como agentes de mudança e crescimento, podendo agir para acelerar a geração, disseminação e aplicação de ideias inovadoras.

As vantagens de uma iniciativa privada forte e o impacto que essa iniciativa tem na sociedade podem potenciar crescimento económico e promover uma evolução positiva nas suas diversas dimensões.

O conceito de empreendedorismo tem-se afirmado como um vector fulcral para o surgimento nos jovens de uma cultura de pró-actividade.

A livre iniciativa jovem, a criação do próprio emprego e a coragem de apostar em novas áreas de negócio, em novos bens transaccionáveis constituem-se como contributos determinantes para dinâmicas empresariais fortes com impacto na riqueza e no desenvolvimento da Região Autónoma dos Açores.

Mas apesar dos programas existentes na área dos incentivos ao empreendedorismo e à livre iniciativa jovem promovidos pelo Governo dos Açores, é fundamental reflectir e perceber que a cultura de risco e de empreendedorismo não se constrói apenas com incentivos às empresas, seminários, ninhos de empresas ou apoios à inovação. É necessário agir ao nível das pessoas, através da educação e formação ao longo da vida.

A educação é uma condição básica no desenvolvimento deste conceito. Com o programa que propusemos e que já está em implementação acreditamos que a predisposição para arriscar e para criar novos negócios aumentará no futuro.

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Os mecanismos de apoio existem. Os programas de incentivo aos jovens empresários são positivos. Mas é preciso ir mais longe e ultrapassar as barreiras culturais que ainda imperam sobre o risco empresarial.

É importante começar a dar outros passos na área do capital de risco e do Bussiness Angels. Temos potencial para isso. Temos recursos humanos para isso.

É necessário optimizar e organizar melhor a oferta em termos de apoios e de incentivos que temos na Região para potenciais jovens empresários, centralizando a informação, facilitando a mensagem e desburocratizando os processos de candidatura.

Da mesma forma que será importante reformular a rede de gabinetes do empreendedor da Região, que podem e devem ter um papel mais abrangente e mais próximo do jovem investidor.

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NOVOS PARADIGMAS E NOVOS CONCEITOS DE EMPREENDEDORISMO E DE INOVAÇÃO SOCIAL

Falando de empreendedorismo teremos de inaugurar novos conceitos e novas abordagens nesta temática, criando inovações sociais das quais poderemos retirar importantes dividendos para o futuro.

As associações regionais e organismos não governamentais dos mais diversos sectores devem ser tratados através de uma nova perspectiva. A experiência do associativismo pode servir como base para ideias empreendedoras que podem derivar em spin-offs de forma a tornar os organismos públicos auto-suficientes, auto-sustentáveis, capazes de criar emprego e dar valor acrescentado ao mercado regional com produtos e serviços inovadores. Desta forma pretende--se um papel interventivo.

O Associativismo Juvenil pode progredir no sentido de “case-studies” para dinamizar as economias locais e criar fontes de emprego.

Para tal acontecer é necessário passar por várias fases de modo a alcançar o objectivo final que é o apoio público para a criação de entidades criadas por jovens e para jovens capazes de desenvolverem projectos inovadores contribuidores para o desenvolvimento regional.

Neste âmbito a formação é fundamental em duas vertentes:

- Formação de jovens integrados no Registo de Associações Juvenis que seja capaz de certificar com Diplomas os jovens dirigentes de várias valências, como gestão financeira, gestão de recursos humanos, jurisdição, organização e planeamento de actividades e finalmente capacidades empreendedoras, sendo de privilegiar troca e partilha de boas práticas regionais, nacionais, europeias e internacionais.

- Formação sobre programas comunitários capazes de promover os objectivos associativos e objectivar a captação de financiamento comunitário e extra-comunitário.

Neste âmbito, o Gabinete de Apoio ao Empreendedor deve dar apoio para tornar as ideias das associações em produtos e serviços de valor acrescentado.

Esta proposta tem por base a ideia que uma vez que os jovens individualmente ou mesmo em grupo sem uma estrutura administrativa montada, muito mais dificilmente conseguirão transformar as suas ideias em spin-offs capazes de criar valor acrescentado. Para este fim, a experiência associativa combinada com a formação para o empreendorismo dever servir de base para a inovação social que dê a possibilidade de jovens de uma certa associação derivarem as suas actividades não lucrativas em actividades capazes de criar auto-emprego e valor acrescentado à região.

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Para tal, os jovens devem estar conscientes das oportunidades de financiamento existentes no Mercado Interno Europeu, nomeadamente através dos apoios financeiros sectoriais cedidos pela União Europeia. O apoio que os gabinetes do empreendedor podem dar às associações é na avaliação da sua capacidade de atrair investimento externo e ser capaz de gerar receitas que novos paradigmas e novos conceitos de empreendedorismo e de inovação social as tornem auto-sustentáveis, servindo deste modo o associativismo juvenil como incubador de ideias empresarias.

De salientar que as associações nunca devem perder o seu carácter social mas sim dar possibilidade de projectos inovadores darem lugar a ideias empreendedoras e que sejam uma mais valia para a sociedade, nos mais diversos níveis.

É este o associativismo do sec. XXI.

As associações da região têm descurado as facilidades que muitos programas de incentivo comunitários garantem.

O Associativismo Juvenil, em particular, e o associativismo, em geral, devem procurar gerar valor acrescentado e ser potenciador de prestação de serviços, até ao momento inexistentes na região ou com potencialidade de mercado, sem nunca servir de concorrência a actores privados, privilegiando a sua índole social. Desde modo, os dirigentes associativos deverão considerar a sua prestação social para a comunidade como exemplo para a realização de projectos de maior escala capazes de absorver fundos externos à região.

O Associativismo Juvenil e Sectorial Regional (com objectivos específicos pertencentes a um sector específico exemplo: instituições de carácter social, cívico, empresarial, comércio, saúde, e mesmo cooperativas) devem procurar promover os Açores em todos os seus sectores, capazes de promover auto-sustentabilidade e capazes de criar oportunidades de emprego.

Esta inovação social deve ser vista como um elemento de desenvolvimento do sentido de empreendorismo e de captação do interesse dos jovens de desenvolverem projectos auto-sustentáveis e capazes de criar um contributo para as economias locais e regionais, podendo ser possível promover a criação de uma bolsa de emprego em Organizações Não Governamentais na Região, com base em duração de projectos específicos e auto-determinados.

A JS foi determinante no lançamento das bases do empreendedorismo jovem e deve reforçar esta componente ao criar os instrumentos necessários às estruturas não governamentais de criarem auto-emprego e rentabilidade para a execução das suas actividades, contribuindo para o crescimento da economia regional. É de recordar que existem muitos fundos disponíveis no seio do Mercado Interno Europeu e estes não são actualmente aproveitados. Com o aproveitamento destes a criação de emprego e valor acrescentado e mais importante do que tudo a captação de fundos externos para a região,

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bem como a sua promoção e convergência devem ser aspectos a valorizar nos esforços associativos.

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PROMOVER E FACILITAR O ACESSO À HABITAÇÃO

O direito à Habitação está previsto na Constituição da República Portuguesa, que, no número 1.º do artigo 65º, estabelece que “Todos têm direito, para si e para a sua família, a uma habitação de dimensão adequada, em condições de higiene e conforto e que preserve a intimidade pessoal e a privacidade familiar”.

Nos últimos anos, cerca de 16 mil famílias açorianas foram apoiadas nesta área pelo Governo Regional dos Açores, na perspectiva da importância que uma habitação condigna assume no bem-estar e na estruturação e integração social de qualquer agregado familiar.

A política pública regional de Habitação disponibiliza uma série de possibilidades e programas, como a comparticipação na aquisição de habitação própria, a recuperação de habitação degradada, a construção ou ampliação de habitação própria, a cedência de lote para a construção de habitação própria, a candidatura à aquisição de habitação a custos controlados, a construção ou aquisição de habitação social em regime de renda apoiada, o incentivo ao arrendamento de prédios ou de fracções autónomas para residência permanente e a resolução de situações de grave carência habitacional.

A Juventude Socialista Açores teve um papel preponderante na criação do Programa de apoio à Habitação e ao arrendamento Famílias com Futuro que garante a centenas de jovens e casais jovens açorianos o acesso a uma habitação condigna.

Da mesma forma que fomos uns dos responsáveis pela implementação de uma medida conjuntural de combate à crise, onde a Região adquiriu cerca de 274 habitações, atribuídas a jovens e casais jovens mediante pagamento de renda consoante os rendimentos mensais e com possibilidades de posterior aquisição em regime resolúvel desses jovens.

Temos, por isso, feito um caminho consistente nesta área e devemos continuar a implementar medidas que facilitem o acesso a habitação de jovens e a fixação desses mesmos jovens nas suas freguesias.

Nesta matéria, o papel das autarquias locais também é determinante, permitindo a discriminação positiva de casais jovens que queiram construir habitação no concelho, diminuindo as taxas a pagar ao Município, bem como a criação de fundos imobiliários para requalificação de habitações devolutas nos centros urbanos a serem ocupadas por jovens ou casais jovens em regime de arrendamento ou aquisição definitiva, com responsabilidade tripartida entre cidadão, Município e Governo ou a agilização dos mecanismos de ordenamento do território para que sejam facilitadores da fixação de jovens, criando bolsas de fixação para jovens nos Planos Directores Municipais.

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MAIS QUALIFICAÇÃO PARA VENCER OS DESAFIOS DO FUTURO

A qualificação profissional é determinante para o futuro.

É o índice de qualificação das populações que determina o desenvolvimento de uma sociedade.

Quanto mais qualificação, maior será o desenvolvimento.

A Região fez um caminho importante na área da formação e qualificação. Temos hoje uma rede de escolas profissionais de grande qualidade em toda a Região com uma oferta formativa considerável para os jovens açorianos.

A determinada altura o ensino profissional era encarado como um ensino de segunda. O ensino daqueles que não conseguiam ter sucesso no chamado ensino normal. Hoje, fruto de um percurso com balanço muito positivo que permitiu a milhares de jovens açorianos obter uma qualificação, o ensino profissional é encarado como uma saída profissional viável e fundamental para a Região.

Mas temos de ir mais longe.

As ofertas formativas das escolas profissionais da Região devem adaptar-se às necessidades do mercado de forma mais eficaz e mais célere.

Além disso, as escolas profissionais devem começar a preocupar-se em, além de formar bons técnicos, formar potenciais empresários e pessoas que estão predispostas a investir nas áreas em que se formaram.

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PREVENIR COMPORTAMENTOS DE RISCO – JUVENTUDE MAIS CONSCIENTE E MAIS INFORMADA

A expressão comportamentos de risco pode ser definida como participação em actividades que possam comprometer a saúde física e mental do indivíduo.

Pela sua caracterização social e pelos processos de desenvolvimento que têm de atravessar, as faixas etárias mais baixas estão, normalmente, mais vulneráveis a este tipo de comportamentos.

Essas condutas de risco podem iniciar-se pelo carácter exploratório do adolescente ou jovem ou pela influência do meio em que está inserido. A identificação precoce desses comportamentos pode evitar consequências muito negativas para a vida desses jovens.

Temos assistido a uma evolução positiva no trabalho realizado na Região sobre esta temática nos seus diversos patamares, desde a prevenção até à reabilitação e tratamento.

É importante referir, também, o trabalho de inúmeras instituições dos Açores que se dedicam a estas problemáticas dando um contributo determinante para o sucesso do combate aos seus malefícios.

Mas nesta problemática a prevenção e a prevenção primária têm uma importância vital, porque é num trabalho preventivo consistente junto dos mais novos que pode estar a solução.

Mas é necessário o esforço de todos nesta questão. Não basta diagnosticar problemas e fazer críticas, é preciso construir, ser pró-activo.

É preciso ultrapassar dogmas, combater discriminações e promover igualdades.

O conceito de comportamentos de risco deve ser entendido da forma mais abrangente possível, com uma visão inclusiva e integradora e sem preconceitos e alarmismos desnecessários e bloqueadores de novas abordagens.

Garantir a eficácia das estratégias de prevenção e de inclusão é um combate civilizacional que não se ganha de um dia para o outro, é uma batalha constante para a qual todos temos de contribuir.

Deve haver um esforço de todos, que impeça abusos e que garanta a devida fiscalização a quem prevarica e não cumpre as regras definidas por lei, por exemplo, no consumo de álcool de menores. Nestes casos deve haver “mão pesada”.

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AFIRMAR A MATRIZ IDEOLÓGICA DO SOCIALISMO DEMOCRÁTICO NA EUROPA E NUM MUNDO EM

CRISE

O mundo enfrenta grandes desafios e atravessa uma fase muito difícil estando mergulhado numa profunda crise económica e financeira.

Vivemos num mundo em constante mudança.

Tudo muda, tudo acontece, tudo se transforma rapidamente.

O que hoje é um dado adquirido e concreto, amanhã pode ser apenas uma memória do passado.

Estas transformações constantes, que definem o mundo em que hoje vivemos, são agudizadas pela já conhecida turbulência macroeconómica originada nos Estados Unidos.

A existência de mercados desregulados e excessivamente liberalizados permitiu a criação de produtos financeiros de alto risco. Essa liberalização excessiva e a falta de regulação permitiram a movimentação de capitais com fins meramente especulativos que inicialmente sobrevalorizaram esses produtos financeiros, os chamados subprime, para depois desvalorizá-los ao ponto de fazer rebentar uma bolha especulativa com consequências nefastas que se proliferaram por todo o mundo.

Isso fez com que o mundo mergulhasse numa profunda crise, ao nível da grande crise do séc. XX, entre 1929 e 1935, no primeiro sinal de falência do capitalismo, nesse caso, industrial.

Desta forma, toda a construção sistémica que começou na era Tatcher/Reagan e que substituiu os modelos Keynesianos (com mais incidência na Europa) vê-se profundamente abalada.

Foram, assim, provocados grandes desequilíbrios nos sistemas financeiros.

Toda essa conjuntura internacional muito desfavorável, que ainda hoje atravessamos, continua a impor efeitos nefastos à escala global.

Toda esta situação é agravada por uma realidade macroeconómica profundamente desregulada e ao serviço de lobbies e interesses instalados nos mais diversos níveis de poder e de decisão que permitem uma excessiva pressão de especuladores e dos mercados.

Neste cenário negativo também a Europa atravessa um período difícil.

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A crise económica e financeira ameaça transformar-se numa crise institucional sem precedentes no espaço europeu. O problema das ineficácias da Europa enquanto comunidade deixa de estar apenas localizado em questões de poder nos corredores de Bruxelas e começa a estar relacionado com a sobrevivência económica e financeira de Estados Membro. Ou seja, o problema deixa de passar a ser apenas das Instituições e passa a ser, também dos Europeus.

É tempo de fazer uma reflexão sobre o caminho percorrido até aqui e o que deve ser feito a partir de agora.

Precisamos de uma Europa empenhada em deixar de ser um bloco de estados divergentes mas sim empenhada em afirmar-se como um protagonista no cenário internacional, mobilizador dos povos europeus e em recentrar a prioridade nos cidadãos, na coesão social e territorial e em directivas que conciliem o crescimento económico com a protecção social necessária para os mais vulneráveis e onde seja possível potenciar o desenvolvimento sustentável de forma equilibrada, desde os grandes centros urbanos até à mais remota ultraperiferia.

O projecto europeu baseado nos princípios neoliberais do Partido Popular Europeu e da actual Comissão Europeia está condenado, porque não tem os cidadãos ao seu lado.

Os povos europeus cada vez menos se revêem nesta Europa liberal e distante, nesta Europa dos mercados e dos especuladores.

É, por isso, urgente, recentrar as prioridades numa matriz social muito forte,que defenda um modelo social europeu e um projecto de esquerda moderada a nível global no espaço europeu, onde o Estado tem um papel de regulador absolutamente crucial.

A Juventude Socialista tem vindo a demonstrar uma capacidade inequívoca de transformar a face do Socialismo e da Esquerda, nos Açores e em todo o País. Mas é fundamental que pensemos além das fronteiras do comodismo societal. Não podemos embarcar em novas tendências internacionais que nos dizem que os ideais de esquerda são desactualizados ou desfasados da realidade hodierna.

A centralização das ideologias, propiciada por movimentos intelectuais internacionais, preanunciou a morte do centro-esquerda. Temos a obrigação de mudar esta tendência que aponta para uma “terceira via” que aos poucos desgasta os modelos governativos de esquerda e que eventualmente justificará políticas de direita que tentam a todo o custo destruir as conquistas de esquerda, que permitem a criação de sistemas públicos, que protegem as populações e promovem os ideais de Justiça, Igualdade e Equidade por nós sempre proclamados. Se é certo que necessitamos de repensar as estratégias governativas e a eficiência dos sistemas públicos, é também certo que a Juventude Socialista estará sempre na linha da frente na defesa de um Estado forte, mas no entanto descentralizado. Um novo modelo estatal é necessário, mas não podemos substituir o Estado por “mãos invisíveis” que apenas criarão ainda maiores fossos sociais.

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Nos últimos anos, a Juventude Socialista/Açores tem demonstrado a competência e a audácia necessária para apoiar políticas como a IVG e o Casamento entre pessoas do mesmo sexo, mas não podemos baixar os braços.

É tempo de nós jovens pensarmos as grandes questões políticas como a economia, os modelos governativos a reconfiguração estatal, a integração europeia e a evidenciação do conceito de ultra-periferia como motor de arranque para o aumento de vantagens comparativas que nos permitam a especialização da economia em sectores de mercado onde os Açores possam ser altamente competitivos.

O Socialismo Açoriano tem estado vivo e recomenda-se e serve, indubitavelmente, de exemplo às estruturas nacionais do Partido e da Juventude Socialista.

É, assim, crucial que em toda a nossa acção, nos mais diversos patamares de decisão e de coordenação política, tenhamos a capacidade de afirmar uma matriz ideológica de esquerda que garanta que o desenvolvimento chega a todos e que os recursos públicos e o resultado da gestão pública está, verdadeiramente, ao serviços de todos.

Estaremos sempre disponíveis para afirmar isso e para liderar um combate feroz às tendência ultraliberais que dominam a Europa e que começam a dominar o nosso país.

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CONSTRUIR UMA AUTONOMIA RESPONSÁVEL

UMA AUTONOMIA AO SERVIÇO DAS PESSOAS

Somos uma Região Autónoma.

Temos, por isso, um Estatuto Político-Administrativo que nos confere Autonomia e competências próprias em muitas áreas.

A Autonomia tem um enorme significado. Confere-nos um dos mais importantes princípios para conseguir alcançar patamares superiores de desenvolvimento: a capacidade de decidir sobre o nosso destino e de sermos nós a implementar as medidas que achamos justas e adequadas para conseguir mais e melhor qualidade de vida.

Muitos desvalorizam ou nem se lembram desse facto porque a Autonomia é, hoje, um dado adquirido. Devemos ter sempre a vontade de aprofundar a nossa Autonomia Político-Administrativa, de forma credível e responsável, pois isso é o mais importante veículo para conseguir mais desenvolvimento, mais crescimento económico e mais sustentabilidade dos nossos recursos para o futuro.

Sem Autonomia, sem Órgãos de Governo Próprio, sem competências legislativas próprias, a nossa vida, enquanto Região, seria muito mais difícil.

Viver em ilhas dispersas no meio do Atlântico e a muitos quilómetros do continente europeu é já uma enorme dificuldade e uma enorme limitação que só conseguem ser amenizadas devido aos instrumentos legais e constitucionais que a nossa Autonomia garante.

Os jovens devem encarar e viver a Autonomia com uma esperança reforçada no futuro. O propósito de cada jovem açoriano, que se preocupa com a sua terra, deve ser o de chegar ao dia em que não necessite mais de batalhar pelo aprofundamento da Autonomia das Regiões Autó-nomas.

A Assembleia da República eleita nas últimas eleições legislativas nacionais terá poderes para rever a Constituição da República Portuguesa. É, por isso, fundamental, salvaguardar os interesses dos Açores nesse processo.

Será importante ter em conta:

- Adopção do conceito de lei regional, em substituição do de decreto legislativo regional;

- Equiparação para efeitos de dissolução das Assembleias Legislativas Regionais ao regime existente para a dissolução da Assembleia da República, isto é, incluindo a audição prévia do respectivo Presidente;

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- Audição, em caso de declaração do estado de sítio ou do estado de emergência, que abranja especificamente o território das regiões auntónomas, dos Presidentes dos respectivos órgãos de Governo próprio;

- Aprovação por maioria de 2/3 dos Deputados presentes dos Estatutos Politico-Administrativos das Regiões Autónomas, as leis relativas à eleição dos Deputados às Assembleias Legislativas e a Lei de Finanças das Regiões Autónomas;

- Aumento dos poderes das Regiões Autónomas, sendo eliminado o requisito de que a matéria a legislar esteja enunciada no Estatuto Político-Administrativo;

- Entre as matérias que passam a estar previstas na Constituição, no quadro dos poderes das Regiões Autónomas, destacam-se o regime geral de elaboração e organização dos orçamentos das Regiões Aurónomas, a criação de provedores sectoriais regionais, o exercício conjunto com os Órgãos de soberania poderes de gestão sobre as águas interiores e o mar territorial que pertençam ao território regional e os regimes de exploração e licenciamento da utilização privativa desses bens;

- Consagração de um procedimento de audição qualificada dos Órgãos de Governo Próprio das Regiões Autónomas, no caso de desconformidade de iniciativas legislativas susceptíveis de serem desconformes com os respectivos Estatutos Político-Administrativos;

- A extinção do cargo de Representante da República;

Nunca será de mais realçar os ganhos das autonomias regionais que não podem ser encaradas como um fardo orçamental para o Estado, mas sim uma mais valia para a dimensão atlântica no nosso País.

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MAIS PARTICIPAÇÃO = MAIS DESENVOLVIMENTO

Aumentar a participação cívica, eleitoral e política dos mais jovens deve ser um desígnio da nossa organização.

Mas não tenhamos ilusões. Esta questão não se resolve por decreto. Nem se resolve com medidas isoladas.

Trata-se de uma questão que exige trabalho constante e persistente.

A política é o espelho da sociedade.

Existem boas e más pessoas, da mesma forma que existem bons e maus políticos. E todos devem perceber que bons políticos implementam boas políticas que potenciam mais desenvolvimento e mais oportunidades para todos e são esses, os bons políticos, que devemos valorizar.

E não é justo que recaia sobre os políticos todas as culpas por esse afastamento. É certo que estes têm responsabilidades acrescidas que não podem recusar e devem concentrar-se no que verdadeiramente interessa e adaptar-se à evolução dos tempos e às necessidades das pessoas, mas também é certo que os cidadãos devem estar mais despertos para a importância da participação cívica e política.

Cidadãos mais atentos e mais participativos exigem mais dos seus agentes políticos que, consequentemente, têm de trabalhar mais e melhor responder aos desafios e às necessidades das populações.

Uma sociedade mais participativa será sempre sinónima de uma sociedade mais desenvolvida.

Hoje, as pessoas afastam-se da política e dos políticos porque conhecem vários exemplos de políticos a quem o povo elegeu e que abusaram indevidamente desse poder popular ou porque não vêem na acção dos políticos a resolução dos seus problemas.

Nestes momentos difíceis temos a obrigação de ouvir e de escutar os jovens que se queixam, que se manifestam, que sentem a necessidade de ir para a rua exteriorizar a sua indignação.

Não podemos, devido a tentações de militância partidária ou de seguidismo do partido, virar as costas a esses jovens.

E é nestas horas que os políticos têm de assumir, verdadeiramente, as suas responsabilidades, de forma séria, construtiva e pró-activa.

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É fácil cair na tentação de recorrer ao pessimismo, ao populismo, à crítica conveniente e destrutiva ou à reivindicação irrealista. É fácil diagnosticar e apontar problemas, mais difícil é resolvê--los e agir.

É por isso que se exige responsabilidade de todos os agentes do sistema político, nos mais diversos níveis.

Aos executivos pede-se empenho, determinação e rigor, às oposições pede-se pró-actividade, propostas concretas, exequíveis e que contribuam para a melhoria da qualidade de vida de todos.

Na sua actividade, os políticos devem ser o garante máximo da responsabilidade extrema na gestão da causa pública e na gestão e aplicação do dinheiro de nós todos.

Essa responsabilidade deve ser materializada de várias formas:

- Cada cêntimo gasto tem de ser muito bem gasto, em investimentos verdadeiramente reprodutivos com grande impacto na qualidade de vida da comunidade em que estão inseridos e que sejam promotores e difusores de crescimento económico;

- Não se pode abusar dos mecanismos de endividamento. Estes são importantes instrumentos de trabalho mas não podem por em causa a sustentabilidade da nossa sociedade, nem podem hipotecar o futuro das novas gerações que pagarão a factura de más opções ou irresponsabilidade cometidas hoje;

- O cumprimento das promessas feitas deve ser intocável e cada compromisso assumido, deve ser um assumido cumprido, salvo situações anormais e constrangimentos externos;

A política e os políticos têm de estar ao serviço do povo, ao serviço do interesse geral e do bem comum e devem empenhar-se em continuar a construir e a aprofundar os princípios republicanos, potenciando o desenvolvimento e o crescimento económico, a coesão social e territorial e a igualdade entre todos, sem discriminações, ajudando os que menos têm e os que menos podem e continuando a afirmar a importância de um Estado verdadeiramente social que acode quem precisa;

Temos desenvolvido algumas acções e algumas propostas que permitem o aumento da participação, mas é preciso ir mais longe.

É tempo de intensificar a nossa acção nas escolas realçando a importância da participação política e cívica;

É tempo de garantir um amplo debate sobre a adopção do voto obrigatório ou do voto obrigatório transitoriamente dos 18 aos 30 anos, com benefícios para quem vota e de forma a que o jovem, durante esse período, participe em todos os actos eleitorais para os diversos órgãos locais, regionais, nacionais e europeus;

É tempo de garantir a introdução de novos métodos, de novos procedimentos como o voto electrónico;

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É tempo de garantir a abordagem a novos métodos electivos como o sistema de listas abertas ou círculos uninominais;

É tempo de perceber se, ao invés de 3 mandatos de 4 anos em órgãos executivos não será mais pertinente 2 mandatos de 5 ou de 6 anos, como forma de garantir mais estabilidade e menos preocupações dos titulares desses cargos com os ciclos eleitorais o que, muitas vezes, hipoteca a implementação de projectos políticos consistentes e devidamente sustentados;

Temos de fazer este debate. Temos de criar formas que dêem mais consistência e mais abrangência ao nosso regime democrático sob pena de os pilares desse regime estarem, irremediavelmente, postos em causa.

De que serve a arquitectura de um regime democrático como o nosso se cada vez mais pessoas e jovens não se revêem nessa arquitectura?

É tempo de haver “mão pesada” sobre quem usa abusivamente dos recursos públicos.

Que país pode ter uma democracia sólida quando quem prevarica sabe que o castigo por um acto ilícito será sempre inferior aos benefícios que decorrem desse acto?

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VOLUNTARIADO – A BASE DO EXERCÍCIO DA CIDADANIA

O Voluntariado, cada vez mais, deve constituir um ponto de referência na vida dos jovens açorianos. É uma experiência enriquecedora que aglomera, em si, diversos objectivos e oferece recompensas pessoais e sociais inegáveis. O Voluntariado serve o nobre propósito altruísta de ajuda ao próximo, bem como o de realização pessoal, representando lições de vida verdadeiramente inigualáveis.

O voluntariado é, também, uma actividade que dá um contributo importante para o aumento da participação cívica dos jovens.

Nos Açores julgamos importante reforçar a aposta nessa área e recusar, sem reservas, as pessoas que se aproveitam das associações em que exercem funções para, usando abusivamente dinheiros públicos, se transformem em profissionais do associativismo.

Neste âmbito será importante garantir ferramentas de apoio que centralizem a informação sobre a procura e oferta de voluntários e de instituições que os aceitem.

Urge a necessidade de se criar tal ferramenta de apoio aos jovens. Deste modo, aqui se propõe a criação de uma Bolsa de Voluntariado Jovem da Região Autónoma dos Açores. O que se pretende é a implementação de uma base de dados afecta à Direcção Regional da Juventude, possibilitando, deste modo, uma consulta fácil e rápida a quem procura fazer voluntariado e a quem deseja voluntários para as suas instituições, em mecanismo de cruzamento de dados, através de um Portal na Internet.

Nesta área, é importante que o voluntariado passe a ser devidamente reconhecido e certificado no percurso de cada jovem. Parece-nos justo que um jovem voluntário que desenvolva uma actividade voluntária seja reconhecido por isso e que isso seja tido em conta para o seu percurso profissional e para a admissão na administração pública.

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COESÃO SOCIAL E TERRITORIAL

PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA UM MODELO DE DESENVOLVIMENTO DE SUCESSO

No dealbar do século XXI, o mundo assistiu a várias mutações no que concerne à estrutura política, económica e social. Esta série de transformações, que já vinham sendo delineadas pela evolução da humanidade a partir de 1950, culminaram na ruptura do sistema internacional, tal como o havíamos conhecido desde o final da II Guerra Mundial e durante a Guerra Fria. O advento da Globalização, sentida especialmente pela interdependência económica, intensamente vivida a partir dos anos 70, atirou o mundo para o início de um novo paradigma de Estado e de governação.

Desde 1991, com a queda efectiva do poderio soviético, a configuração do sistema internacional e, consequentemente, da nova concepção de Estado surge claramente no ambiente político.

Surge um mundo feito de dicotomias, com um nível elevado de complexidade e adaptabilidade económica e política, que transformou radicalmente os actores do palco internacional. A constante erosão das fronteiras estatais, evidenciada pelo surgimento de entes políticos de índole supra-nacional e comunitária, a cada vez mais intensa fragmentação do sistema, a multiplicação de agentes interventivos no âmbito da política internacional, bem como os novos desafios que se apresentavam às nações e organizações internacionais, contribuíram para que fosse modelado o conceito de governação.

De um sistema internacional regido pela figura do Estado, passamos a um sistema complexo, caracterizado por uma extensa rede de subsistemas, dependentes elas próprias do relacionamento entre unidades menos complexas.

O princípio da subsidiariedade enforma a novo panorama político e de decisão pública. Para que seja possível o desenvolvimento harmonioso do território nacional e europeu, para que sejam garantidos os mesmos direitos de acesso à informação, a bens e serviços a todos os cidadãos, para que a coesão económica, social e territorial seja alcançável, é imperativo que sejam levados aos fóruns de decisão os entes regionais e locais. O processo de decision-making não deve, nem pode ser centralizado; deve decorrer da auscultação dos níveis inferiores e superiores de poder. Um processo governativo onde todos participam é uma governação que responsabiliza, que informa e que se torna mais adequada à realidade e às necessidades dos cidadãos.

Cada vez mais, a sociedade civil exige proximidade. As decisões não podem ser tomadas à margem da realidade social, sob pena de se tornarem rapidamente obsoletas, descontextualizadas, desactualizadas e desprovidas de eficácia.

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É a participação e auscultação das regiões, das autarquias e demais agentes locais na concepção de políticas que dotarão o Estado e a União Europeia das ferramentas necessárias para a elaboração de planos de desenvolvimento mais eficazes e que tenham impacto directo na vida dos portugueses.

Não se tratam de reivindicações de cariz autonomista ou de cisão estatal, trata-se sim da evolução do sistema internacional, impulsionado pela adaptação dos seus agentes ao ambiente circundante e pelas próprias mutações que o ambiente sofreu por acção dos actores que nele existem. A centralização já não consegue eficazmente fazer face aos novos desafios do século XXI. São necessárias políticas descentralizadas, de proximidade, vocacionadas para a cooperação estreita nos vários níveis governativos, quer seja na ordem jurídica interna, quer seja a nível externo.

Este não é um modelo exclusivo para as Regiões Autónomas, este é um modelo de governação global. Esta é a política de nova geração que age e reage localmente, e que pensa e participa globalmente.

O papel das autarquias é também crucial. O conhecimento específico das realidades locais permite uma gestão mais adequada do investimento público, voltada para as reais necessidades populacionais, apostando em políticas concretas e incisivas no que toca ao interesse dos cidadãos, contendo deste modo algum “desperdício” que possa advir de políticas desfasadas da realidade, cujo processo de decisão decorreu sem o devido fluxo de informação sistémica, proveniente de inputs e outputs, de níveis de poder inferiores e superiores.

A política do século XXI deve ser um reflexo do ambiente global da sociedade. A constituição de sinergias entre os vários níveis de poder é imprescindível num mundo onde prevalecem os efeitos da globalização, onde a crise financeira se adensa e onde os problemas ambientais, sociais e económicos já não são localizados, mas sim globais.

A realidade anterior já não serve o mundo actual. É extremamente importante que saibamos romper com conceitos pré-estabelecidos, que se encontram em divergência com a realidade, e construir novos paradigmas de governação, baseados na descentralização, na criação de um desenvolvimento económico policentrico, sustentável e que elimine as disparidades económicas entre as várias regiões e cidades europeias, criando um verdadeiro ambiente de coesão.

A palavra-chave para o novo modelo de governação que se pretende na sociedade actual é o DIÁLOGO; diálogo entre a União Europeia, o Estado, as Regiões, as Autarquias e demais agentes económicos e sociais, diálogo entre as autarquias, diálogo transfronteiriço e inter-regional. A concertação de objectivos com vista à obtenção de resultados benéficos para todos deve ser a principal ambição da política actual. Hodiernamente, já não é possível colocar uma fronteira entre os interesses das localidades, das regiões e do estado. O conceito de desenvolvimento sustentável pressupõe a participação de todos os níveis de poder com vista à sua concretização efectiva.

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A protecção do meio ambiente já não é um problema estatal, diz respeito a todos; a escassez de recursos não é um problema distante – não podemos ser vítimas da Globalização. Temos de ser pró-activos, inovadores, dinâmicos e empreendedores, construindo uma nova geração de políticas coordenadas de desenvolvimento, visando a coesão territorial, económica e social.

As novas políticas regionais e locais devem ser enquadradas em objectivos gerais delineados pelo Estado e pela UE, previamente construídas com informação das bases. As novas políticas regionais e locais tem de reflectir as necessidades das suas comunidades, sendo parte de uma estratégia nacional, enformada por sua vez pelo ambiente europeu.

Esta “nova” estratégia de governação não é apenas voltada para determinadas áreas. Do social ao económico, do ambiental ao científico, do educacional ao cultural, todos os pólos de governação deve ser tocados por este método de coordenação de esforços entre todos e com todos.

A criação de vários pólos de desenvolvimento locais e regionais, colocando de parte o modelo de concentração económica em grandes centros como até hoje se verifica, possibilitará que o atingir de um nível óptimo de coesão se processe de forma praticamente automático, baseado em políticas locais/regionais eficazes, supervisionadas e enquadradas numa estratégia nacional. Os esforços governativos devem ainda concentrar-se na cooperação estratégica entre cidades e vilas com vista à criação de projectos que visem o desenvolvimento conjunto.

Se avaliarmos de forma cuidada o território europeu e o território português, podemos facilmente concluir que o isolamento, o afastamento e o sub-desenvolvimento já não são apenas características das regiões e cidades insulares e ultraperiféricas. A periferia não emana apenas de barreiras físicas/territoriais. A periferia nasce de políticas de centralização económica, sem planos de desenvolvimento local e regional integrados e sem perspectiva de policentrismo. Saibamos eliminar as fronteiras humanas, onde as geográficas efectivamente não existem.

Numa Região com as características dos Açores os conceitos de coesão territorial e social devem ser princípios centrais da nossa actuação, com base nos princípios acima enumerados e com a introdução dos novos paradigmas emergentes nestas áreas.

As diferenças populacionais, dimensionais ou as diferenças em termos de potencialidades a serem exploradas fazem com que um grupo de ilhas tenham de usufruir de mecanismos que lhes permitam um desenvolvimento e crescimento económico que as façam aproximar dos índices das ilhas maiores.

Apostar na coesão territorial e no equilíbrio de desenvolvimento equilibrado entre todas as ilhas representam o exercício da política e do poder no seu sentido mais nobre: a diminuição de assimetrias entre os mais pequenos e os maiores.

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Fixação de jovens e discriminação positiva desta faixa etária são determinantes para atrair o regresso para as Ilhas mais pequenas, sendo necessário aproveitar as principais potencialidades dessas ilhas e optimizar os gabinetes de apoio e as medidas já existentes. É vasto o pacote de medidas de discriminação positiva para as Ilhas mais pequenas mas é necessário que todos saibam aproveitar a sua existência.

Da mesma forma, a implementação de programas que tenham em conta a articulação de todas as medidas implementadas orientadas para os Jovens Açorianos podendo constituir-se como um Plano de Desenvolvimento de Geometria Variável que tem como principio a não standarização das medidas, podendo haver medidas agregadas por ilhas, darão um contributo para a coesão territorial que todos devemos ambicionar.

Coesão deve ser um desígnio central. O desenvolvimento só faz sentido se chegar a todos. Não só entre ilhas, mas também entre Concelhos e entre Freguesias.

Neste, como em qualquer outro processo de desenvolvimento, as novas gerações têm uma importância inquestionável. Basta que lhe dêem espaço e garantias de a sua opinião e de as suas ideias serem consideradas.

Mas além dos instrumentos que existem, os agentes locais devem organizar-se e constituir-se como importantes forças motrizes de desenvolvimento local.

Não podem ficar presos ao exercício da crítica e da reivindicação superficial, valorizando o que não têm e desvalorizando o que já conseguiram.

Todos devemos reivindicar mais e melhor para a nossa Terra, mas todos devemos ter a responsabilidade de perceber aquilo que é, de facto, uma mais-valia para o desenvolvimento local.

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VISÃO ESTRATÉGICA DE MÉDIO-LONGO PRAZO

GARANTIR UM FUTURO SUSTENTÁVEL

É crucial que comecemos a projectar o futuro de forma estratégica. A nossa acção não pode nem deve estar circunscrita aos ciclos eleitorais. Deve ter uma visão ampla, de futuro, onde temos de ter a capacidade de responder às perguntas:

Onde queremos estar daqui a 10 anos?

Que região queremos daqui a 10 anos?

Em que sectores devemos reforçar a nossa aposta?

Em que bens transaccionáveis devemos reforçar a nossa aposta?

Enquanto organização partidária de juventude devemos ter uma atenção muito especial sobre esta visão e projectar, verdadeiramente, o futuro, lançando um amplo debate com estes pressupostos e estas questões.

Queremos perceber e definir, desde já, as linhas orientadoras que nos levarão a novos patamares de desenvolvimento.

As dinâmicas económicas da Região são cruciais para um caminho de crescimento.

Para que os nossos rendimentos médios continuem a aumentar o factor da competitividade é crucial.

A estratégia de fomento à competitividade deve assentar numa aposta na inovação, no desenvolvimento tecnológico, nas áreas organizacionais, na formação e qualificação dos nossos recursos mais valiosos como as pessoas e numa mentalidade ambiciosa que queira evoluir positivamente na cadeia de valor empresarial e na busca de valor acrescentado dos seus produtos.

E não defendemos apenas a criação de novas empresas nas áreas tecnológicas ou de inovação.

Sendo estas importantes, é tão ou mais importante que as empresas já existentes em sectores “clássicos” e com ainda grande margem de progressão se adaptem à evolução dos tempos e implementem novos métodos e novas realidades que lhe confiram mais qualidade e mais diversificação.

Inovar não é apenas fazer coisas novas, é também melhorar e potenciar mais e melhor o que já existe.

Melhorar e potenciar mais e melhor o nosso sector primário, a agricultura e as pescas, que têm grande importância nos Açores é crucial, diversificando nas áreas de

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intervenção e nos produtos será um veiculo importante para o desígnio de diminuir as importações e criar melhores condições para um caminho de sustentabilidade e aprovisionamento alimentar.

Apesar das grandes indefinições do futuro nestas áreas, como o possível fim de quotas leiteiras, a abertura a novos mercados como o Mercosul ou as limitações actuais da nossa Zona Económica Exclusiva com impacto negativo nos nossos recursos, a JS tem a obrigação de estar na linha da frente destes debates e de promover a importância destas áreas e o papel que os jovens podem e devem ter para um sector primário regional mais forte.

Na Energia, temos feito um caminho muito importante para o qual a JS tem dado um contributo inestimável. Recentemente o Parlamento Regional aprovou uma proposta da JS que obrigará todos os edifícios públicos a racionalizar os seus consumos energéticos. Temos, assim, dado grande importância às questões energéticas, à sustentabilidade ambiental e à redução da nossa dependência de combustíveis fósseis.

Temos metas muito ambiciosas sobre a redução dessa dependência.

A convicção actual é que podemos, rapidamente, até 2018, tentar transformar os Açores numa região que tenha pelo menos 75 a 80 por cento da sua electricidade fornecida por recursos renováveis.

Numa altura em que a escassez de recursos é uma evidência e em que o Mundo vive mergulhado em problemas ambientais que tem provocado profundas instabilidades, os agentes políticos, os agentes sociais e toda a população têm de dar o exemplo afirmando políticas e medidas que contribuam para um mundo mais sustentável, com uma gestão racional dos recursos naturais existentes e com a aposta em novas áreas de investigação em energias renováveis, reduzindo, gradualmente, a nossa dependência das energias não renováveis.

O Projecto que está a ser desenvolvido nos Açores pelo MIT-Portugal GreenIslands pode fazer dos Açores uma referência internacional no aproveitamento dos recursos energéticos renováveis.

Mas temos de ir mais longe. A investigação no âmbito das renováveis e a sua aplicação nos Açores não pode ficar circunscrita ao sector eléctrico. Apesar de tal sector ser importante, temos de implementar uma estratégia paralela no âmbito dos transportes e nas moradias e edifícios e na sua sustentabilidade e sustentação energética. Da mesma forma que temos de começar a ter muita atenção à proliferação de iluminações públicas.

Devido à crescente escassez de recursos que uma evolução desregulada tem proporcionado, exige-se grande atenção aos equilíbrios ambientais.

A história e a realidade actual mostram-nos que, muitas vezes, a maioria das vezes, a vontade do homem sobrepõe-se à quantidade de recursos existentes.

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É necessário inverter este ciclo, e as novas gerações e as entidades públicas têm grandes responsabilidades nesse grande objectivo promovendo uma política energética, que caminhe para uma economia de baixo consumo de energia, mais segura, mais competitiva e mais duradoura, no seguimento de uma estratégia global no âmbito da aposta em energias renováveis e em auto-suficiência energética.

Nas novas tecnologias onde temos de reforçar a nossa aposta, consubstanciando essa aposta num plano de fomento à chamada Nova Economia e à investigação tecnológica de alto nível que nos permita a criação de produtos de valor acrescentado que se constituam como novos bens transaccionáveis e o aproveitamento e exploração dos riquíssimos recursos que temos no Mar dos Açores.

São alguns exemplos de áreas que, na visão de médio longo prazo que defendemos, terão um papel fundamental na criação de novos pilares de crescimento, de competitividade e de riqueza.

Assim, a Juventude Socialista Açores propõe:

• Criar, nos gabinetes do empreendedor, um departamento de verdadeiro acompanhamento e apoio em todo o processo de forma a que por si só os gabinetes não sejam desencorajadores;

• Criar ninhos para jovens empresas (em todos os setores: imagem, inovação, agricultura, etc.) que estejam articulados com escolas, universidade e o gabinete do empreendedor;

• Combater a burocracia dos serviços públicos, facilitando o acesso aos órgãos decisores. Consideramos ser fundamental diminuir a hierarquia decisória;

• Aumentar o apoio governamental a estudantes que tenham de se deslocar para fora da sua área de residência para prosseguir os estudos;

• Alargamento do cartão InterJovem: fazer com que este cartão comece a ser o cartão jovem dos Açores, durante todo o ano;

• Apoiar as empresas que prestam serviços fora da Região; • Partir para um Orçamento Regional Participativo através do Conselho Regional

de Juventude; • Apoiar de forma pró-activa os jovens empreendedores através dos gabinetes de

apoio ao empreendedor, sendo estes últimos intermediários entre os fundos de capital de risco disponibilizados e o acesso a linhas de crédito;

• Estimular o empreendedorismo jovem reforçando-se a articulação com as instituições de ensino, sobretudo as de ensino profissional;

• Alargar a rede de creches e ATL's a todas as freguesias; • Visto a escolaridade obrigatória ter sido alargada até aos 18 anos, propõe-se

garantir uma maior oferta no ensino profissional, no sentido de se absorver todos os potenciais candidatos;

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• Rever o modelo de avaliação de desempenho docente, como forma de o agilizar e de o desburocratizar, transformando-o num verdadeiro instrumento ao serviço da garantia de qualidade da prática lectiva;

• Criar um sistema de incentivos ao regresso e fixação dos jovens que se deslocam para continuar os seus estudos, nomeadamente, mediante a ampliação do sistema de bolsas de estudo e a concepção de um sistema de apoios à sua reintegração no regresso;

• Concessão de Bolsas específicas para alojamento e transporte para jovens que queiram seguir cursos profissionais em outra ilha dos Açores;

• Alargar o âmbito dos programas de renda apoiada já existentes (Famílias com Futuro), no sentido de permitir o acesso mais facilitado à habitação por parte dos jovens;

• Reforçar o combate ao uso abusivo dos recibos verdes; • Garantir a participação e a audição dos jovens na definição das políticas que lhes

dizem respeito, em consonância com o método aberto de coordenação, promovendo políticas públicas integradoras e fazendo com que os jovens sejam parte integrante dos processos de tomada de decisão;

• Garantir e reforçar a todos os jovens o acesso à informação sobre oportunidades que lhes são oferecidas no âmbito das políticas de juventude, dando-lhes as condições para uma participação plena na sociedade;

• Conceber e implementar o Plano de Emancipação dos Jovens Açorianos, com especial ênfase nas temáticas do empreendedorismo, emprego e habitação;

• Aperfeiçoamento do Programa Formativo de Inserção de Jovens, em particular a sua ligação às empresas;

• Criação de cursos profissionais de um ano com equivalência final ao 12.º ano para os jovens que possuem o 11.º ano ou que abandonaram os estudos com o 12.º incompleto;

• Criar um regime de acompanhamento e de apoio efectivo, centrado nas escolas, aos jovens que pretendam frequentar ou frequentem o ensino profissional e os ensinos pós-secundário e superior, que inclua o aconselhamento na escolha dos cursos e o apoio na opção pelas profissões e nas primeiras abordagens ao mundo do trabalho;

• Incentivo e apoio a licenciados ou mestres de bolsas de investigação em meio empresarial;

• Apoio à formação profissional de reconversão para áreas de maior empregabilidade ou em sectores de risco, combatendo o desemprego prolongado;

• Reforço da discriminação positiva nos apoios à criação de emprego para ilhas da coesão;

• Fomentar e reforçar a capacidade de emancipação e empreendedorismo juvenil na área económica, apoiando a criação do próprio emprego;

• Criar o PROJUVENTUDE, programa para articular todas as medidas que têm como faixa alvo a juventude e que tem por base um Plano Regional de Emancipação Jovem;

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• Criar uma incubadora de para Jovens Açorianos prestes a abandonar o ensino superior por carência financeira;

• Reformular e agilizar os Gabinetes do Empreendedor; • Incentivar as autarquias a criar bolsas de fixação para jovens, nos Planos

Directores Municipais; • Exponenciar e afirmar as políticas de diversificação agrícola; • Promover o associativismo juvenil em áreas especializadas; • Promover o acompanhamento individual de cada jovem desempregado,

incentivando-o, gerindo a sua situação e canalizando-o para eventuais soluções; • Reforçar o apoio à formação no emprego; • Reduzir custos para empresas que criem postos de trabalho para jovens,

nomeadamente através de taxas de licenciamento; • Criar mecanismos para reduzir custos e burocracia na criação de novas empresas; • Criar mecanismos para reduzir custos de produção às empresas; • Disponibilização de subsídios, inclusive salariais, às empresas privadas em troca

da contratação de jovens; • Reforço dos planos de estágio para jovens licenciados, permitindo um

alargamento da sua empregabilidade; • Acompanhamento individualizado dos estudantes finalistas de licenciatura; • Apoio a estágios no estrangeiro para recém licenciados ou mestres; • Apostar na redução do rácio aluno-computador assim como na melhoria das

infraestruturas escolares ao nível das TICs; • Criar uma tarifa especial para a mobilidade juvenil nas Ilhas que não têm

Pousada da Juventude; • Criação de um programa Concelhos Criativos que apoiará os tradicionais

concelhos “ricos” em indústrias culturais na sua transição de uma economia

tradicional, com forte "herança" de valor e identidade cultural para uma

economia sustentável e inovadora. Isto inclui, nomeadamente, a promoção de

todas as formas de criatividade e uma melhor utilização da inovação dos

serviços e das indústrias criativas para estimular a mudança estrutural para a

indústria artesanal, cultural e baseada na produção. A este respeito, este

programa deve, por um lado, responder às necessidades específicas de empresas

inovadoras indústrias criativas para fortalecer sua capacidade de inovar e crescer

e, por outro lado, estimular a procura dos seus serviços por empresas ou

organizações de outros sectores com vista a reforçar o papel das indústrias

criativas como um catalisador para o desenvolvimento local e regional;

• Reforçar os apoios ao desenvolvimento das empresas inovadoras ligadas às

indústrias criativas, numa nova geração de sistemas de incentivo;

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• Planear e experimentar melhores ferramentas para auxiliar as empresas

inovadoras ligadas às indústrias criativas e a sua interacção com outros sectores

da actividade económica;

• Fortalecer o papel das indústrias criativas como sendo um estímulo de inovação

e renovação estrutural em toda a economia;

• Implementação de medidas que favoreçam a especialização da produção

regional, privilegiando a aposta em cada ilha nos produtos cuja qualidade se

apresente como elemento diferenciador, nomeadamente através da ampliação e

concretização do programa POSEI;

• Reorganização da distribuição dos produtos açorianos, assegurando medidas de

regulação das margens de lucro deste setor de atividade, de modo a valorizar a

atividade de produção;

• Promoção de campanhas de valorização dos produtos açorianos, realçando a sua

qualidade e os seus elementos diferenciadores, nomeadamente, no que diz

respeito à carne dos açores, divulgando o incremento de qualidade resultante da

maturação do produto durante o seu trajeto até ao consumidor final, conforme

resulta de estudos científicos;

• Defesa no quadro da União Europeia da manutenção das quotas leiteiras,

associada à implementação de medidas de diferenciação dos produtos regionais;

• Ponderação técnico-científica da implementação de um sistema regulado

regional, à semelhança do que existe presentemente no mercado do setor leiteiro

a nível comunitário, na área da horticultura, de modo a evitar a saturação de

determinados nichos de mercado;

• Defesa no quadro da União Europeia da manutenção dos apoios à reforma

antecipada, de modo a assegurar a entrada de jovens no setor agrícola;

• Defesa no quadro da União Europeia da manutenção ou aumento dos fundos

comunitários de apoio à atividade agrícola, justificada pelas consequências

advenientes do caráter ultraperiférico do arquipélago dos Açores;

• Promover a formação dos agricultores em parceria com as organizações de

produtores;

• Continuar a apoiar e a dialogar com as organizações de produtores, garantindo

uma permanente concertação social;

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• Entrada de representantes dos jovens no Conselho Regional de Concertação

Estratégica;

• Um Pacto para o Emprego, onde o primeiro emprego dos jovens, a estabilidade

no emprego, a qualidade e a valorização do emprego, o estabelecimento de um

alargado plano de qualificação dos jovens açorianos, será a estrutura central;

• Reforçar mecanismos de apoio aos casais jovens no âmbito de um plano

regional de apoio à natalidade;

• Reforçar o sistema de apoio às crianças com dificuldades de aprendizagem;

• Regionalizar o sistema de coordenação das comissões de protecção de crianças e

jovens;

A Juventude Socialista Açores defende uma Governação orientada para as novas

gerações.

Neste documento propomos algumas medidas que são a base da nossa agenda política

para a juventude açoriana porque temos a certeza que apostar nos jovens é apostar no

futuro.

Acreditamos no projecto do Partido Socialista e de Vasco Cordeiro que continuará a

fazer dos Açores uma Região amiga dos jovens.