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Projecto Final de Curso: Plano de Comunicação RTP Orientador (a): Professora Doutora Joana Motta 2011/2012 Trabalho Realizado por: Bernardo Torres, Nº 26761 Inês Castilho Abreu, Nº 26955 Joana Amorim, Nº 26315 Joana Cardinali, Nº 25854

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Projecto Final de Curso: Plano de Comunicação RTP

Orientador (a): Professora Doutora Joana Motta

2011/2012

Trabalho Realizado por: Bernardo Torres, Nº 26761

Inês Castilho Abreu, Nº 26955

Joana Amorim, Nº 26315

Joana Cardinali, Nº 25854

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AGRADECIMENTOS

Embora o projecto final de curso esteja inteiramente à responsabilidade dos alunos que o

executaram, é importante não deixar de parte algumas pessoas fundamentais que ajudaram na

concepção de todo este plano de comunicação, tenha sido pela disponibilidade ou pela paciência,

todas as ajudas foram fundamentais e o trabalho jamais estaria completo se não existisse

qualquer tipo de referência a essas pessoas tão especiais.

À Professora Doutora Joana Terra Motta, coordenadora do projecto, um grande obrigado

pelo apoio incondicional, pela atenção fornecida, pela disponibilidade constante e pelas

reuniões bastante produtivas. Obrigado por ter estado atenta à caixa de e-mail e ao

telemóvel e obrigado por nos ter esclarecido todas e quaisquer dúvidas,

independentemente de onde estivesse.

Às nossas famílias, um muito obrigado pela paciência e por todo o apoio e ajuda que nos

deram durante a execução do projecto.

Aos nossos amigos, muito obrigado por terem estado lá quando se precisavam de

opiniões, obrigado por terem respondido ao inquérito e por terem-no divulgado.

Aos nossos colegas queremos expressar toda a nossa gratidão, pois muitas vezes foram

de uma ajuda enorme e não se aperceberam, e a todos os que se aperceberam e quiseram

ajudar, um obrigado ainda maior.

Um obrigado especial à Doutora Marisa Garrido, Directora do Departamento de Recursos

Humanos da RTP, pela disponibilidade e simpatia com que nos ajudou.

Por fim, um grande obrigado ao ISLA Campus Lisboa – Laureate International

Universities, e a todos os professores que tivemos durante a licenciatura por nos terem

dado as bases e as ferramentas para a elaboração deste projecto.

Muito obrigado a todos.

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ÍNDICE

1 - INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 6

2 - ANÁLISE AMBIENTAL .................................................................................................................. 7

2.1 - ANÁLISE EXTERNA MACRO ................................................................................................ 7

2.1.1 - PEST .................................................................................................................................... 7

2.1.1.1 - Factores Político-Legais ................................................................................................ 7

2.1.1.2 - Factores Económicos .................................................................................................... 8

2.1.1.3 - Factores Sócio-Culturais ............................................................................................... 9

2.1.1.4 - Factores Tecnológicos .................................................................................................. 9

2.1.2 - 5 Forças de Michael Porter ............................................................................................... 10

2.1.2.1 - Poder Negocial dos Clientes ....................................................................................... 10

2.1.2.2 - Poder Negocial dos Fornecedores ............................................................................... 12

2.1.2.3 - Ameaça de Produtos Substitutos ................................................................................. 12

2.1.2.4 - Rivalidade entre os Concorrentes ............................................................................... 13

2.1.2.5 - Ameaça de Novas Entradas......................................................................................... 13

2.1.3 - Conclusão .......................................................................................................................... 14

2.2 - ANÁLISE EXTERNA MICRO ................................................................................................ 14

2.2.1 - Análise do Mercado ........................................................................................................... 14

2.2.2 - Análise da Concorrência ................................................................................................... 17

2.2.3 - Análise dos Fornecedores .................................................................................................. 19

2.2.4 - Análise de Stakeholders ..................................................................................................... 21

2.2.5 - Análise dos Clientes ........................................................................................................... 22

2.3 - ANÁLISE INTERNA ............................................................................................................... 24

2.4 - ANÁLISE SWOT ..................................................................................................................... 27

2.5 - MATRIZ DE CONFRONTAÇÃO ........................................................................................... 28

2.6 - RECOMENDAÇÕES ............................................................................................................... 29

2.6.1 - Estratégia ........................................................................................................................... 29

2.6.2 - Objectivos de Marketing .................................................................................................... 32

2.6.3 - Objectivos de Comunicação............................................................................................... 33

3 - PÚBLICOS ...................................................................................................................................... 34

3.1 - IDENTIFICAÇÃO DOS VÁRIOS PÚBLICOS ....................................................................... 34

3.2 - PROCESSO DE DECISÃO DE COMPRA.............................................................................. 36

3.3 - PÚBLICOS PRIORITÁRIOS ................................................................................................... 37

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4 - ANÁLISE SIC RADICAL .............................................................................................................. 39

5 - MARKETING MIX ......................................................................................................................... 40

5.1 - PRODUTO ................................................................................................................................ 40

5.2 - PREÇO ...................................................................................................................................... 42

5.3 - DISTRIBUIÇÃO ...................................................................................................................... 43

5.4 - COMUNICAÇÃO .................................................................................................................... 44

5.4.1 - Conceito Criativo ............................................................................................................... 44

5.4.2 - Plano de Meios .................................................................................................................. 45

5.4.2.1 - Mupis .......................................................................................................................... 45

5.4.2.2 - Outdoors ...................................................................................................................... 46

5.4.2.3 - Televisão ..................................................................................................................... 47

5.4.2.4 - Imprensa ...................................................................................................................... 48

5.4.2.5 - Rádio ........................................................................................................................... 48

5.4.2.6 - Internet ........................................................................................................................ 49

5.4.2.7 - Campanhas de Activação da Marca ............................................................................ 50

6 - CALENDARIZAÇÃO ..................................................................................................................... 51

7 - CONCLUSÃO ................................................................................................................................. 52

8 - BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................. 53

9 - ANEXOS ......................................................................................................................................... 56

Gráfico 1 – Média Diária de Audiências (%) .................................................................................... 56

Gráfico 2 – Tem televisão? ............................................................................................................... 56

Gráfico 3 – Preferências programáticas em relação ao nível de escolaridade .................................. 57

Gráfico 4 – Gosto mais de ver programas de desporto (por género)................................................. 57

Gráfico 5 – Gosto mais de ver filmes (por género) ........................................................................... 58

Gráfico 6 – Gosto mais de ver reality shows (por género) ................................................................ 58

Gráfico 7 – Gosto mais de ver telenovelas portuguesas (por género) ............................................... 59

Gráfico 8 – Com que frequência costuma utilizar a Internet para fazer downloads de filmes? ........ 59

Mupis................................................................................................................................................. 60

Outdoors ............................................................................................................................................ 61

Organograma Empresarial da RTP ................................................................................................... 62

Logótipo RTP Madeira ..................................................................................................................... 62

Logótipo RTP Açores ....................................................................................................................... 63

Logótipo RTP1 .................................................................................................................................. 63

Logótipo RTP2 .................................................................................................................................. 63

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Logótipo RTP África ......................................................................................................................... 63

Merchandising - Pendrives ............................................................................................................... 64

Merchandising – Canetas .................................................................................................................. 64

Merchandising – Porta-Cartões ......................................................................................................... 65

Merchandising – Garrafas ................................................................................................................. 65

Questionário ...................................................................................................................................... 66

Pergunta 1 – Sexo ......................................................................................................................... 66

Pergunta 2 – Idade ........................................................................................................................ 66

Pergunta 3 – Estás Satisfeito com o panorama televisivo actual? ............................................... 67

Pergunta 4 – Que canais assistes com maior regularidade? ........................................................ 67

Pergunta 5 – Gostarias de ter um novo canal nacional direccionado aos jovens? ...................... 68

Pergunta 6 – Que tipo de conteúdo gostarias de ver nesse canal? ............................................... 68

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1 - INTRODUÇÃO

“Um plano de comunicação é um documento que estabelece a forma que deverá assumir a

comunicação organizacional”.1

O projecto elaborado centra-se sobre o concorrido e altamente procurado mercado do

entretenimento, mais propriamente na vertente da televisão. É muito grande o número de pessoas que

todos os dias ligam a televisão, seja para se sentirem acompanhados, para se manterem informados,

para apenas passar o tempo ou para passar umas horas de qualidade em família.

A primeira televisão com imagens nasceu em 1925, e tem vindo desde então a evoluir na sua

tecnologia e a conquistar cada vez mais famílias em todo o mundo, destruindo outros meios de

entretenimento até então bastante populares como a rádio e, vê-se hoje em dia a lutar pela sua posição

no mercado enquanto as novas tecnologias aparecem com cada vez maior importância e crescimento,

como é o caso dos smart phones, dos tablets, dos computadores portáteis, das consolas, da internet etc.

Este estudo centra-se na RTP – Rádio e Televisão Portuguesa -, uma empresa pública

portuguesa que se especializa na área da comunicação, seja no ramo radiofónico ou televisivo. Possui

uma enorme rede de antenas de rádio e bastantes canais de televisão, espalhando-se não só dentro das

fronteiras do país mas também internacionalmente, tentando chegar ao maior número possível de

espectados falantes da Língua Portuguesa em todo o mundo. No entanto, face ao concorrido mercado

em que se insere no que diz respeito às antenas de televisão, os canais da RTP perdem por uma

margem bastante significativa na chamada “guerra de audiências”.

Aqui, encontra-se um grande problema relativamente à empresa em estudo: a sua fraca quota de

mercado, com tendência a decrescer ao longo dos anos à medida que a concorrência se torna cada vez

mais popular, acompanhando as tendências de mercado. Como se pode analisar pelo Gráfico 1

anexado na página 56, a RTP1 é o 3º (de uma contagem total de 4) canal mais visto, o que também

pode ser interpretado como o 2º menos visto, sendo que o 1º será a RTP2, ambos pertencentes à

mesma empresa. Os canais líderes são a SIC e a TVI com 34% e 37% de audiência média diária,

respectivamente.

No entanto, e uma vez que a RTP pertence ao Estado, existem alguns factores a ter em conta

que não poderão ser violados, tal como a missão, visão e valores da empresa, cujos fins se destinam a

servir e educar a população portuguesa, ao mesmo tempo que lhes fornece material de entretenimento

de qualidade.

1 http://www.knoow.net/cienceconempr/gestao/planodecomunicacao.htm

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2 - ANÁLISE AMBIENTAL

Antes de uma empresa se inserir seja em que mercado for é, não só extremamente importante, mas

também absolutamente necessário, realizar uma análise ao ambiente envolvente, ou seja, reunir um

conjunto de factores que sejam importantes ter em conta quando se planeia uma acção no mercado.

Esta análise passa pelas variáveis que a empresa não controla – Análise Externa – e pelas que estão

sob o seu alcance e poder de decisão – Análise Interna.

A análise externa divide-se entre macro – onde se irá abordar a análise PEST e as 5 Forças de Michael

Porter – e micro – onde será estudado o mercado, a concorrência, os stakeholders, os fornecedores e os

clientes -, sendo que da junção destas duas nascerão um conjunto de ameaças e oportunidade às quais

a empresa em estudo deverá ter atenção, dando-lhe a possibilidade de formular estratégias defensivas

ou reactivas, conforme achar mais adequado. A análise interna consiste numa avaliação instrospectiva

da empresa para que possa realçar os seus pontos fortes e fracos em todos os aspectos que considerar

relevantes para o estudo em questão.

2.1 - ANÁLISE EXTERNA MACRO

Comecemos então pela análise externa em visão macro, onde serão detalhados os factores político-

legais, económicos, socioculturais e económicos (PEST) em primeiro lugar:

2.1.1 - PEST

2.1.1.1 - Factores Político-Legais

o A proibição por lei da realização de downloads ilegais (tudo o que contenha direitos de autor

como séries televisivas, filmes, livros, jogos etc) – Considera-se uma oportunidade, uma vez que

obriga as pessoas a ver os seus programas e séries na televisão, sendo assim o único meio

disponível.2

o Programas condicionados pela lei devido ao seu conteúdo (horários específicos para públicos

específicos) – Surge como uma ameaça, pois mesmo que seja do nosso conhecimento, enquanto

gestores de programação, que os telespectadores preferem determinado programa a um

determinado horário, pode não ser possível a sua emissão em horário nobre, por exemplo, devido a

restrições legais.

2 O Código do Direito de Autor e dos Direitos Conexos – Alínea j) do nº 2 do Artigo 68º e 184º, e da alínea d) do

nº1 do Artigo 178º - A Colocação à disposição do público, por fio ou sem fio, de obras, fonogramas ou

videogramas e prestações artísticas, carece de autorização dos respectivos autores, produtores e

artistas (interpretes ou executantes)

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2.1.1.2 - Factores Económicos

o Diminuição do rendimento disponível das famílias – por via das reduções salariais na função

pública, tributação extraordinária do subsídio de Natal (em 2011), corte dos subsídios de Natal e

de férias para os funcionários públicos, aumento do IVA (em 2012, alguns produtos alimentares

passarão de ter um IVA agregado de 6% e 13% para 23%, como é o caso da charcutaria, óleos,

cafés, águas minerais etc.3) e do preço da água (no Porto subiu 3,5%

4), da electricidade e do gás

(aumento de 11€ mensais5) e aumento dos combustíveis – tiveram, e estão a ter, um impacto

significativo nos consumos televisivos das famílias. As principais afectadas negativamente são as

operadoras de televisão por cabo, com a ZON, a MEO ou a CaboVisão. Estas organizações viram

o seu volume de facturação diminuir significativamente, ainda que o número de clientes não tenha

registado um decréscimo relevante. Acontece que, para fazerem face ao aumento do custo de vida,

as famílias tiveram que cortar nos consumos supérfluos como os canais premium: SportTV,

Telecine, canais para adultos, entre outros. Verificou-se ainda que os clientes começaram a optar

por fazer um downgrade na oferta televisiva, passando dos pacotes de canais mais alargados para

os pacotes básicos, com cerca de 40 a 50 canais. Por outro lado, os canais em sinal aberto – RTP1,

RTP2, SIC e TVI – registaram um aumento do número de espectadores (rating), nomeadamente

das classes D e C2, que, perante uma menor oferta no cabo, passaram a assistir mais

frequentemente aos canais abertos. Com isto, pode-se concluir que o rendimento mínimo das

famílias condiciona o número de tecnologias de entretenimento presentes em cada lar. – Tanto

pode ser uma oportunidade, porque com a crise as famílias tendem a cortar nalgumas despesas,

sendo que muitas irão preferir abdicar das consolas e dos tablets; ou uma ameaça, pois como

mostra o Gráfico 2 anexado na página 56, de 2008 para 2010, 0,9% da população inquirida deixou

de assistir televisão, ou seja, algumas famílias escolheram acabar com este serviço como solução

de combate à crise.

o O IVA agregado a cada programa televisivo que se compra às produtoras – Com o aumento do

IVA de 21% para 23%, considera-se uma ameaça, uma vez que aumentam os custos para a

estação, ainda para mais porque os programas são o que mantém um canal de televisão vivo, logo,

a quantidade de programas no ar é bastante grande o que resulta num prejuízo muito grande.

o A elevada taxa de desemprego presente em Portugal (14,9% no primeiro trimestre de 20126)

aumenta o número de espectadores de televisão diários – Oportunidade, pois desta forma

encontram-se mais pessoas em casa, aumentando o número de telespectadores. O estudo de

Setembro de 2011 da Obercom sobre a Televisão na Sociedade em Rede afirma que “entre os que

3 http://alexandrecunha.com/node/171/quais_os_produtos_afetados_pelo_aumento_do_iva_em_2012

4http://www.jn.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Porto&Concelho=Porto&Option=Interior&content_

id=2208521 5 http://www.dn.pt/inicio/economia/interior.aspx?content_id=1951043

6 http://sicnoticias.sapo.pt/economia/2012/05/16/taxa-de-desemprego-em-portugal-aumenta-para-149-no-1-

trimestre-e-atinge-novo-maximo-historico

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utilizam hoje mais a televisão, os escalões etários mais elevados e os mais baixos níveis de

escolarização surgem como as duas categorias distintivas mais representadas”.

o Os elevados custos de entrada no sector do entretenimento podem representar uma ameaça às

empresas que possuem a tecnologia ou produto necessário para vencer no mercado, mas cujo

capital próprio não é suficiente para o investimento.

2.1.1.3 - Factores Sócio-Culturais

o A possibilidade de zapping ameaça a fidelização do espectador – Ameaça, pois os telespectadores

não conseguem ser fiéis ao canal. A variedade é tão grande e a oferta é simultânea em termos de

horários, o que obriga o consumidor a “saltar” de programa em programa, acabando por ver vários

programas por alto e nenhum em profundidade.

o As habilitações literárias podem aumentar ou diminuir a taxa de sucesso dos vários instrumentos

de entretenimento (varia conforme a relação entre as habilidades e o entretenimento em si) – Pode

ser interpretado como oportunidade ou ameaça, pois conforme mostra o Gráfico 3 anexado na

página 57, os inquiridos que possuem instrução primária – seja ela completa ou incompleta –

preferem telenovelas nacionais e não gostam de séries nem filmes, enquanto os inquiridos que têm

pelo menos o 9º ano completo preferem outro tipo de programas e as telenovelas passam a ser o

tipo de programas a que menos assistem.

o A idade e o sexo das pessoas altera por completo o tipo de entretenimento preferido (Gráfico da

página 34) - Entre os 15 e os 34 anos, os programas preferidos são as séries, os filmes, os

programas de desporto e os documentários. A partir dos 35 anos nota-se uma preferência por

informação, telenovelas e debates. Gráficos 4 e 5 anexados nas páginas 57 e 58 – os homens

preferem programas de desporto e filmes. Gráficos 6 e 7 anexados nas páginas 58 e 59 – as

mulheres preferem reality-shows e telenovelas. Isto surge como uma oportunidade, pois ao

conhecer o telespectador, é possível direccionar cada programa temático para cada público

específico, oferecendo-lhes exactamente aquilo que querem ver.

o O desenvolvimento das redes de transportes e o maior acesso aos automóveis pode reduzir o

tempo que as pessoas passam em casa. – Este ponto pode, mais uma vez, ser observado tanto

como uma oportunidade ou como uma ameaça, dependendo do estilo de vida de cada pessoa, ou

seja, se utiliza as desenvolvidas redes de transporte para chegar mais cedo a casa ou se as utiliza

para que possa passar mais tempo fora de casa.

2.1.1.4 - Factores Tecnológicos

o Desenvolvimento das tecnologias de entretenimento tais como a internet, os smart phones, as

consolas de jogos etc. – Ameaça, uma vez que as tecnologias de entretenimento podem substituir a

televisão.

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o Maior conhecimento relativamente a downloads da internet, permitindo uma programação “à

medida”, no sentido em que se vê o que se quer aos horários que se estabelece. – Ameaça, pois o

consumidor pode facilmente substituir a televisão pelos conteúdos que deseja, tirados facilmente –

embora que ilegalmente – da internet. No entanto, a maioria dos inquiridos de um estudo realizado

em 2011, afirma nunca ter realizado um download de um filme. Também no mesmo estudo

observa-se uma tendência para que o número de pessoas com essa resposta seja cada vez mais

pequeno à medida que os anos passam, sendo que 16,6% dos inquiridos já utiliza a internet pelo

menos semanalmente para fazer downloads ilegais (Gráfico 8 anexado na página 59).

o O desenvolvimento das redes sociais pode ser vista como uma oportunidade, uma vez que os

utilizadores partilham vídeos de programas e conteúdos de origem televisiva, fomentando

inúmeras opiniões e comentários, que são importantes para os canais, pois desta forma ficam a

saber o que pensam os seus telespectadores acerca dos conteúdos que disponibilizam.

Pode-se verificar que no mercado do entretenimento, devido à elevada concorrência e à excessiva

procura e oferta, o segmento que a televisão ocupa encontra várias vezes muitas ameaças,

especialmente no que diz respeito aos factores tecnológicos. Excluindo os factores que tanto podem

ser considerados como ameaças ou oportunidades, encontra-se um rácio de 5 para 4, sendo que as

ameaças se encontram em maior peso que as oportunidades.

Uma vez realizada a análise PEST, inicia-se a análise das 5 Forças de Michael Porter para finalizar a

análise externa do macro ambiente.

2.1.2 - 5 Forças de Michael Porter

2.1.2.1 - Poder Negocial dos Clientes

Antes de determinar o poder negocial dos clientes é necessário entender que as estações de televisão

distinguem dois tipos de clientes: os que investem em publicidade para que tenham os seus anúncios

no ar durante os intervalos entre os programas, e os telespectadores comuns que são considerados

clientes uma vez que proporcionam audiências, logo, geram receita.

O poder negocial dos telespectadores é fraco, uma vez que se trata de um mercado que abrange

milhões indiscriminadamente e simultaneamente. Se fosse uma área com uma base de dados de

clientes reduzida, a opinião de um seria importante, ouvida e levada em consideração. Num mercado

tão abrangente como é o do entretenimento, a opinião de uma pessoa ou de um pequeno grupo de

pessoas, embora importante, é pouco reconhecida. Não se pode desagradar a milhões para agradar a

cem. Se se perder um cliente, a verdade é que não é problemático. Os clientes podem escrever cartas,

entrar em contacto via telefónica e apresentar reclamações, mas pouco irá mudar. No entanto, apesar

deste facto continuar a ser verdade, a RTP entende a importância e o impacto da palavra se um grupo

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com convicções fortes se juntar e organizar um boicote à empresa, criando assim um espaço onde o

consumidor poderá ser ouvido e respeitado enquanto apresenta as suas dúvidas e reclamações

No que diz respeito ao Provedor do Telespectador, este tem como principal função dar sentido às

críticas relativas à RTP, realizadas pelos telespectadores, dando-lhe desta forma dimensão pública. O

actual Provedor do Telespectador da RTP chama-se José Carlos Abrantes, tem 66 anos, é licenciado

em Direito pela Universidade de Lisboa e é Mestre em Ciências da Educação. Para que tal fosse

possível, surgiu o programa semanal, Voz do Cidadão, com a duração de 15 minutos, que é

apresentado em vários canais da RTP num horário de grande audiência (20h50, 13h40, etc.), assim,

desta forma, o telespectador para além de assistir ao programa também pode participar, uma vez que o

espaço tem em conta todas as opiniões e críticas.

O Provedor do Telespectador recebe com frequência diversos e-mails com opiniões variadas e possui

o sítio do Provedor constantemente actualizado com o intuito de disponibilizar informação útil a todos

os interessados, além de estabelecer um contacto frequente com todos os profissionais da RTP, tais

como os jornalistas, directores e criadores, de forma a garantir o diálogo e qualquer tipo de tomada de

decisão (apenas em determinadas situações).

“Os Provedores do Ouvinte e do Telespectador têm por missão:

Representar e defender, no contacto com as Empresas de Serviço Público de Rádio e de

Televisão, as perspetivas dos Ouvintes e dos Telespectadores diante da oferta radiofónica e

televisiva.

Acentuar a fiabilidade do Serviço Público prestado pelas Estações de Rádio e Televisão da

RTP, SGPS, SA, bem como para promover a credibilidade e a boa imagem de todos os seus

profissionais.

Estimular o cumprimento da ética profissional e dos códigos deontológicos por parte de todos

os profissionais da RTP, SGPS, SA.• Fomentar os índices de recetividade dos diversos agentes

das estruturas que participam na produção dos conteúdos, perante as observações dos

Ouvintes e dos Telespectadores.

Contribuir para uma cultura de autocrítica e de prevenção de eventuais atitudes

corporativistas no interior das Empresas, mas também por parte dos cidadãos a quem

representam.”7

Relativamente ao poder negocial das outras empresas enquanto clientes por investimento em

publicidade, os canais de televisão têm uma dupla vantagem, uma vez que possuem dois meios de

comunicação sempre disponíveis: a frequência televisiva e o site online. Cada vez mais as empresas

apostam na publicidade online, uma vez que o consumidor moderno está mais atento às tendências e

7 http://ww1.rtp.pt/wportal/grupo/provedor_tv/provedor.php

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passa mais horas por dia ao computador do que há uns anos atrás. No site da SIC existe toda uma

secção disponível para anunciantes que pretendam assinar contratos para que vejam os seus produtos

expostos durante um determinado período de tempo a um determinado custo, havendo para este

propósito dois endereços de e-mail disponíveis: uma para a publicidade online, e outro para a

publicidade televisiva. Aqui, os clientes acabam por ter um poder negocial muito maior, uma vez que

se os termos monetários exigidos forem excessivamente exagerados, existem sempre outros canais e

websites disponíveis. No entanto, nunca um canal é escolhido ao acaso, o que significa que as

empresas têm uma estratégia de investimento que compara o público que costuma assistir aquele canal

ao público-alvo que eles pretendem atingir, resultando num acordo mútuo em que todas as partes saem

beneficiadas, ficando, assim, condicionadas pelo preço que a estação de televisão cobrar. Assim sendo,

tem de haver uma flexibilidade entre ambas as partes do contrato para que se chegue a um consenso

que agrade a todos os envolvidos.

2.1.2.2 - Poder Negocial dos Fornecedores

As produtoras têm como função fornecer conteúdos para alimentar a grelha de programação dos vários

canais e se o poder negocial dos clientes é fraco, o poder negocial dos fornecedores é exactamente o

oposto. As estações de televisão dificilmente irão operar sem uma produtora que lhes forneça

programas para exibir. Posto isto, resta muito pouco espaço de negociação por parte das entidades

fornecidas, pois correm sempre o risco de ficar sem o produto que lhes garante a sobrevivência no

mercado.

2.1.2.3 - Ameaça de Produtos Substitutos

No mercado do entretenimento a variedade disponível da oferta é muito grande, passando pela

televisão, internet, jogos de tabuleiro, livros, música, etc. Dentro de cada uma destas categorias de

negócio, a oferta estende-se ainda mais para um plano onde não se consegue manter um registo de

tudo o que existe disponível. No entanto, é importante distinguir os produtos que o consumidor utiliza

como forma de entretenimento dentro de casa, e os que utiliza quando se encontra fora de casa.

Quando se está dentro de casa, os principais substitutos à televisão apresentam-se principalmente na

forma de consolas de jogos, livros, música e internet. Fora de casa depende muito do sítio exacto onde

nos encontramos. Se estivermos na rua ou em transportes públicos, as formas de entretenimento mais

utilizadas são maioritariamente tecnológicas, como os telemóveis, os tablets e os leitores de música

portáteis, existindo ainda a rádio e os livros. Se nos encontrarmos fora de casa, mas num ambiente

fechado, como um escritório, pode também voltar a entrar a ameaça do computador.

Pode-se então afirmar que o nível de ameaça de produtos substitutos é excessivamente elevado, sendo

necessário um factor de diferenciação bastante significativo para manter o cliente interessado e

fidelizá-lo.

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13

2.1.2.4 - Rivalidade entre os Concorrentes

No entretenimento televisivo, a rivalidade entre os concorrentes é muito elevada. É um mundo onde a

fidelização do cliente nunca é certa, existe o perigo de zapping, a constante rotatividade e a variação

de programação tanto pode fazer ganhar como perder clientes significativamente depressa e o próprio

número de concorrentes é enorme. É preciso, no entanto, separar os concorrentes, dividindo-os entre

concorrência por canais e concorrência através das empresas que os detêm.

Existem canais específicos para todos os temas e mais alguns e existe a possibilidade de escolher os

canais que se querem comprar quando se adquire um serviço que ofereça televisão. Relativamente à

escolha dos canais, na maior parte dos casos não se trata de uma ligação emocional com a marca mas

sim com os conteúdos oferecidos, o que explica os picos crescentes e decrescentes das audiências em

determinados momentos. A RTP enfrenta concorrência na televisão generalista (SIC e TVI) devido

aos seus canais da RTP1 e RTP2, e encontra também concorrência na televisão por cabo uma vez que

transmite a RTP Informação, RTP Memória, RTP África, RTP Internacional, RTP Açores e RTP

Madeira.

Relativamente à concorrência empresarial, todas as empresas que sejam donas dessas antenas

televisivas são consideradas concorrentes, sendo necessário fazer um estudo para saber há quanto

tempo operam no mercado, qual o poder negocial, qual a percentagem da sua quota de mercado,

capital disponível para investimento e todos esses dados importantes que permitam a realização de

uma análise que antecipe possíveis jogadas estratégicas.

2.1.2.5 - Ameaça de Novas Entradas

Com a significativa evolução das novas tecnologias de entretenimento, a ameaça de novas entradas

atinge o seu pico mais alto, uma vez que é um mercado bastante rentável e as empresas cada vez mais

investem nos seus departamentos de I&D (Investigação e Desenvolvimento) de forma a superar a

oferta já existente. Caracteriza-se por ser um mercado extremamente competitivo e que envolve

grandes custos de produção, além de um grande número dos chamados consumidores “excitados” –

aqueles que estão dispostos a pagar seja o que for, e a ficar horas em filas de espera para adquirir um

novo produto tecnológico.

Vivemos na era da tecnologia e o próprio mercado é um reflexo dessa realidade, sendo que as

empresas têm de acompanhar o ritmo de forma a poderem sobreviver, intensificando o nível de

competitividade com constantes lançamentos inovadores.

Numa perspectiva mais micro relativamente às antenas de televisão, pode-se tomar como exemplo de

ameaças de novas entradas o novo canal da rede AXN, o AXN White, com a primeira transmissão no

dia 14 de Abril de 2012 a vir substituir o antigo canal Sony Entertainment Television. Sendo um novo

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14

canal, é excitante para o consumidor e telespectador que vê surgir uma oportunidade de ter mais

programas à sua medida, como acontece sempre que aparece algo novo no mercado: a sensação de

novos horizontes. Quase tudo o que é novo suscita curiosidades, e é normal que durante os primeiros

tempos do canal o público esteja muito mais concentrado na sua programação e atento ao que o canal

transmite.

2.1.3 - Conclusão

Depois de feitas a análise externa em ambiente macro, conclui-se que o mercado do entretenimento

está extremamente saturado, é altamente competitivo e o poder dos detentores de negócios é bastante

reduzido, o que resulta num panorama pouco atractivo e bastante arriscado.

No entanto, se as condições de mercado são exigentes é apenas porque está a responder a uma enorme

procura com tendência para crescer ainda mais nos próximos anos. As pessoas precisam de

entretenimento nas suas vidas como forma de escape a todas as situações e problemas com que têm de

lidar diariamente, ou seja, por mais que tenham de reduzir em custos, o entretenimento irá sempre

surgir como uma das principais necessidades e salientar-se-á como uma prioridade. Um exemplo vivo

disto é o aparecimento de novos canais todos os anos, substituindo antigos ou simplesmente ocupando

vagas desocupadas, o aparecimento diário de novos telemóveis, computadores, consolas de jogos e

respectivos jogos, etc. Por mais saturado que se pense que está o mercado, nunca está saturado demais

pois como a oferta é constante, os produtos mais antigos rapidamente caem no desuso e é necessário

substitui-los.

2.2 - ANÁLISE EXTERNA MICRO

O próximo e último passo na análise externa do ambiente, é ver as coisas numa perspectiva mais

micro, ou seja, directamente relacionadas com a empresa em estudo. Para este efeito, realizar-se-á uma

análise do mercado, uma análise dos fornecedores, dos stakeholders, da concorrência e dos clientes.

2.2.1 - Análise do Mercado

O mercado do entretenimento já foi bastante explorado nas páginas anteriores deste trabalho, mas

agora segue-se uma análise numa perspectiva mais micro, ou seja, uma abordagem do mercado no que

diz respeito ao sector que a televisão representa. Desta forma, é importante referir que a oferta se

divide em duas: os canais generalistas8 e os canais temáticos

9.

8 Lei da Televisão Nº32/2003 de 22 de Agosto. Artigo 9º, 2) - Consideram-se generalistas os serviços de

programas televisivos que apresentem uma programação diversificada e de conteúdo genérico. 9 Lei da Televisão Nº32/2003 de 22 de Agosto. Artigo 9º, 3) - São temáticos os serviços de programas televisivos

que apresentem um modelo de programação predominantemente centrado num determinado conteúdo, em

matérias específicas ou dirigidas a um público determinado.

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15

Os canais generalistas nasceram com o aparecimento da RTP1 em 1957, como canal do Estado. É de

salientar que nessa altura ainda se vivia sob o regime Salazarista, logo, o número de regras sobre que

conteúdos programáticos exibir era muito mais elevado do que é hoje, uma vez que estava

constantemente sob ameaça de censura. Em 1974 dá-se a revolução do 25 de Abril e a liberdade nos

meios de comunicação social aumentou, dando origem ao nascimento de mais um canal público no

ano seguinte – 1975 - também pertencente à empresa RTP – a RTP2. Nos anos 90 surgem os

principais concorrentes da televisão pública, a SIC e a TVI.

Fonte: Marktest – Anuário Media e Publicidade10

Como pode ser observado no gráfico acima, o tipo de públicos que mais assiste à televisão generalista

tem-se mantido fiel ao longo dos anos, apenas mostrando algumas oscilações. A maior procura surge

da faixa etária mais elevada, constituída por pessoas com mais de 64 anos. Desde 2004 a 2008, seguiu-

se um certo padrão decrescente da classe mais velha à mais nova, formando uma escada. Em 2009, a

faixa etária que compreende indivíduos dos 35 aos 44 anos quebrou o padrão, ultrapassando os que se

encontram entre os 45 e os 54 anos.

Relativamente aos canais temáticos ou à televisão por cabo, a oferta é significativamente maior. Com

a expansão dos serviços de telecomunicações e o aparecimento das BOX, o conceito que antigamente

definia a televisão foi completamente revolucionado – não só a gama de canais é bastante mais

extensa, como também já é possível gravar programas e consultar programação directamente, levando

o Teletexto ao esquecimento. Actualmente, operadores como a ZON oferece pacotes de 111 canais, e a

10

Estudos OBERCOM – “Anuário da Comunicação 2009/2010” – Figura 4.

2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Idade 4/14 10,5% 10,2% 9,8% 9,3% 9,7% 10,3% 10,8%

Idade 15/24 11,9% 12,1% 12,3% 11,3% 11,5% 11,0% 11,6%

Idade 25/34 12,4% 12,8% 12,8% 13,1% 12,6% 12,2% 11,9%

Idade 35/44 13,4% 13,0% 12,7% 13,1% 12,9% 13,7% 13,4%

Idade 45/54 13,6% 13,8% 13,6% 13,3% 13,4% 13,1% 12,8%

Idade 55/64 15,1% 14,8% 14,4% 14,4% 13,8% 14,5% 14,2%

Idade +64 23,1% 23,4% 24,4% 25,5% 26,0% 25,2% 25,3%

0,0%

5,0%

10,0%

15,0%

20,0%

25,0%

30,0%

Sh

are

(%

)

Perfil de Audiência TV Generalista por Idade

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16

MEO oferece 130 - tudo isto por um preço relativamente baixo em comparação à quantidade de

entretenimento oferecido.

Fonte: Marktest – Anuário Media e Publicidade11

Na TV Cabo é mais difícil definir um padrão de comportamento de compra relativamente aos vários

públicos existentes, uma vez que as variáveis de análise estão constantemente em mutação, mas é

perceptível, no entanto, que apesar das oscilações, quase todos tendem a decrescer à medida que os

anos vão passando, exceptuando os públicos mais velhos, que aumentam de forma significativa, sendo

que a faixa etária dos que ultrapassam os 64 anos, registou um aumento de 11,4% para 25,3% em

apenas 6 anos.

No que diz respeito às audiências da TV Cabo, os dados do gráfico abaixo mostram que os canais

generalistas continuam a levar a maior quota, logo seguidos da SportTV, do AXN, do canal

Hollywood e, por último, do Disney Channel, sendo que a lista continua até ao 15º lugar ocupado pela

SIC Radical, canal dedicado aos adolescentes do sexo masculino.

11

Estudos OBERCOM – “Anuário da Comunicação 2009/2010” – Figura 7.

2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Idade 4/14 13,6% 12,4% 10,9% 11,8% 13,3% 13,1% 10,6%

Idade 15/24 14,4% 15,8% 15,2% 15,4% 14,3% 12,3% 11,6%

Idade 25/34 16,1% 17,1% 18,3% 18,2% 18,2% 19,0% 11,9%

Idade 35/44 18,1% 17,3% 17,0% 17,5% 16,4% 16,3% 13,4%

Idade 45/54 14,7% 14,0% 14,4% 13,2% 13,3% 13,7% 12,8%

Idade 55/64 11,6% 11,8% 11,0% 11,2% 10,6% 12,7% 14,2%

Idade +64 11,4% 11,7% 13,3% 12,7% 13,3% 12,9% 25,3%

0,0%

5,0%

10,0%

15,0%

20,0%

25,0%

30,0%

Sh

are

(%

)

Perfil de Audiência TV Cabo por Idade

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17

2.2.2 - Análise da Concorrência

Como já foi referido anteriormente, é necessário dividir a concorrência em dois: concorrência a nível

dos canais, e concorrência a nível corporativo ou empresarial.

A concorrência a nível dos canais abrange um grande número de coisas uma vez que a RTP está

inserida nas duas vertentes da televisão – a generalista e a por cabo. A concorrência na televisão

generalista apresenta-se na forma dos outros canais generalistas, a SIC e a TVI, cujos teores

programáticos são bastante populares, entregando ao público entretenimento puro na forma de

telenovelas, talk shows e reality shows. São líderes de mercado, sendo que as principais guerras das

audiências decorrem entre os dois face à programação muito semelhante: enquanto aos Domingos à

noite dá um concurso musical na SIC, a mesma coisa se passa na TVI, por exemplo, e isto decorre

continuamente durante todo o prolongar do dia, começando de manhã com programas suaves e

divertidos para pessoas mais idosas, passando pelos programas da tarde do tipo talk shows e acabando

nas telenovelas durante a emissão do horário nobre. A concorrência ao nível da televisão por cabo

depende do teor do canal, pois ao serem temáticos significa que apenas os que têm programação ou

conteúdos parecidos combatem entre si, deixando outros canais com outros temas principais de fora,

competindo com outros. Os canais temáticos que a RTP dispõe são muito particulares no sentido em

que, ao serem do Estado e terem essa obrigatoriedade, abordam temáticas que não são usuais serem

abordadas por outros canais, como é o caso da RTP Memória, RTP África, RTP Madeira e RTP

Açores, tentando direccionar os programas de cada canal para o público-alvo que querem atingir

especificamente, geralmente apontando não a factores demográficos, mas sim geográficos, tentando

levar Portugal Continental a todos os que estão fora. Isto faz com que a concorrência para estes canais

seja inexistente, o que está também relacionado com o número reduzido da procura. Para os fins a que

0,00%

2,00%

4,00%

6,00%

8,00%

10,00%

12,00%

Sh

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(%

)

Canal

Audiências TOP 15 Cabo - Dia 16 de Março

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18

estes canais se propõem, uma antena para cada é suficiente, não havendo necessidade de concorrência.

No entanto, existem dois canais temáticos da RTP que enfrentam concorrência – A RTP Informação,

que se dedica inteiramente à informação e transmissão de notícias de última hora, debates, assuntos

culturais e informativos e discussões abertas, formato já utilizado tanto pela SIC como pela TVI, nos

canais SIC Notícias e TVI 24; e a RTP Internacional, que se propõe a levar Portugal a todos os que se

encontram no estrangeiro, e cuja cobertura alcança o Continente Europeu, Americano e Asiático,

assim como a Oceania. Este canal enfrente a concorrência da SIC Internacional, cujos fins servem o

mesmo propósito, mas cuja cobertura peca por não chegar ao continente Asiático, e da TVI

Internacional que apenas cobre o mercado Europeu e Africano, estando, no entanto, a elaborar planos

de expansão para o continente Americano.

Quando é abordado o tema da análise concorrencial na perspectiva corporativa, pretende-se explorar

as empresas que estão por trás da linha de comando dos canais referidos acima, como forma de tentar

compreender o historial de acção de cada uma para que seja possível a preparação para eventuais

ataques ou grandes investimentos, tentando prever ou perceber os tipos de estratégias adoptados. Uma

vez que em relação à TV por Cabo, os únicos canais que concorrem com os canais temáticas da RTP

são das mesmas empresas que na televisão generalista, a análise acaba por ser breve, passando apenas

pela SIC e pela TVI.

o SIC12

- A SIC – Sociedade Independente de Comunicação – iniciou as suas transmissões a 6

de Outubro de 1992, o que significa que conta já com quase 20 anos de experiência. Em Maio

de 1995 ultrapassou, pela primeira vez, a RTP em termos de audiências, vindo dois anos

depois – em 1997 – a lançar o seu segundo canal designado SIC Internacional cujo objectivo

era espalhar um pouco de Portugal por todo o mundo para que alcance todos os que falem a

língua portuguesa e se encontram no estrangeiro. Três anos passados – em 2000 -, cria o canal

SIC Gold (já removido do ar), e um mais tarde deu-se a criação da SIC Notícias, da SIC

Radical e o alavanca o seu próprio aparecimento na Internet com o lançamento da SIC Online.

No dia 8 de Março de 2003, dia da mulher, lança o novo canal SIC Mulher e, mais uma vez,

um ano mais tarde nasce o canal SIC Comédia que vem substituir o antigo SIC Gold, mas

também este teve pouca duração, terminando em 2006. Em Janeiro de 2007, vê o seu projecto

criado em 2003 – SIC Esperança – reconhecido como uma Instituição Particular de

Solidariedade Social, e no mesmo ano adquire a produtora Terra do Nunca Produções e 90%

da Dialectus (empresa de tradução, dobragem e legendagem). Em 2009 lança o canal temático

para crianças SIC K e em 2010 junta-se à TV Globo para apoio à ficção nacional, resultando,

em 2011, na atribuição de um prémio Emmy Internacional pela telenovela da sua autoria,

Laços de Sangue.

12

http://sic.sapo.pt/online/sites+sic/sic+institucional/historia/

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19

o TVI13

- A Televisão Independente iniciou as suas transmissões no dia 20 de Fevereiro de

1993, apresentando-se como o quarto canal generalista, uma vez que já se encontravam no ar a

RTP1, a RTP2 e a SIC, e quatro anos depois acordou em vender 30% da sua empresa ao grupo

Media Capital, passando, nesse mesmo ano, as suas instalações do edifício Altejo e da

redacção do antigo cinema Berna, para Queluz de Baixo, onde se mantém até aos dias de hoje.

Em 1998 José Eduardo Moniz torna-se director geral da estação, e dois anos depois tomam o

primeiro passo de se inserirem na internet com o lançamento da TVI Online. Em 2001,

começam a apostar em formatos populares como reality shows e telenovelas e registam um

aumento significativo nas audiências, abrindo caminho para o início das emissões de um novo

canal em 2001, a TVI Eventos, que se destinava à transmissão exclusiva de vários reality

shows. Esse canal encerrou actividade em 2004. Em 2005, o Grupo Prisa (grupo espanhol de

cultura, comunicação e entretenimento), assume oficialmente o estatuto de accionista principal

do grupo Media Capital, ficando directamente ligados à TVI, e nesse mesmo ano a estação

tornou-se líder de mercado pela primeira vez, com uma vantagem absoluta das audiências no

período all-day (das 07h00min às 02h30min), e assim se manteve durante os 7 anos seguintes,

tirando a SIC da liderança de 10 anos. Em Fevereiro de 2009 dá-se o lançamento da TVI24 e

em 2010 iniciam-se as emissões da TVI Internacional nos países seleccionados para o efeito, e

também da TVI Direct. Em 2011 a TVI em parceria com a Plural inauguram a “Cidade dos

Sonhos”, um projecto que permitiu juntar todos os estúdios utilizados na ficção nacional

produzida pela TVI num só espaço, e, por fim, em 2012 a empresa alcança uma notoriedade

nas redes sociais ao ser líder de “gostos” na página do facebook da TVI, ultrapassando a

página da SIC que era líder até então, e no mesmo ano lança uma aplicação para os sistemas

operativos Android, iOS e Windows Phone 7 para a Nokia, onde é possível assistir aos

conteúdos que se encontram presentes no website online do canal.

2.2.3 - Análise dos Fornecedores

Como foi referido anteriormente, as produtoras são o principal fornecedor de conteúdos de uma

estação televisiva e têm como função assegurar que a grelha de programação tem os produtos

necessários para o funcionamento do canal.

Após uma pesquisa aprofundada, foram descobertos os principais produtores da RTP, dos quais se

destacam a Valentim de Carvalho, que fornece game shows (programa de televisão onde as pessoas

comuns ou até celebridades, em equipas ou não, jogam um jogo que pode envolver testes de

inteligência e/ou provas físicas com o objectivo de ganhar pontos ou prémios. Em caso de competições

premiadas, entre os prémios comuns estão quantias de dinheiro, casas, carros, motas,

13

http://www.mediacapital.pt/contentBusinessT1.aspx?hMenuID=25&id=1

http://pt.wikipedia.org/wiki/TVI

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20

electrodomésticos, viagens e vale-compras em lojas específicas – todos fornecidos geralmente por

empresas patrocinadoras. Muitos dos game shows actuais da televisão são descendentes de atracções

semelhantes transmitidas pela rádio14

) e talk shows (um género de programa televisivo em que uma

pessoa ou mais, se juntam e discutem vários tópicos que são sugeridos e moderados por um ou mais

apresentadores. Normalmente, um talk show é uma espécie de rúbrica de informação15

); a SP

Televisão, que fornece a ficção, incluindo séries e telenovelas; a Freemantle Media, que fornece todo o

tipo de concursos e formatos internacionais, visto ser uma produtora multinacional, como por exemplo

o programa “O Preço Certo”; a Endemol, que oferece concursos e formatos nacionais e internacionais

como “Quem quer ser milionário”; as Produções Fictícias cuja principal prestação de serviços é a

execução de guionismo e programas de humor; a Companhia de Ideias, que é a principal fornecedora

de documentários, talk shows e pequenos formatos; a Até ao Fim do Mundo é responsável pelas

reportagens; a Panavideo encarrega-se das magazines; a Cinemate é responsável pelos filmes

portugueses e séries de ficção; e, por último, a Inziomedia fornece magazines e pequenos formatos.

Todos os canais recorrem, por norma, a produtoras e a RTP não é excepção, assumindo como

principal vantagem desta aliança corporativa a redução de custos fixos com pessoal e aquisição de

equipamento, contratando em outsourcing a produção de programas que necessita para a sua grelha.

Os canais não têm a capacidade de produzir todos os programas, daí recorrerem às produtoras de

forma a facilitar todas as metas pretendidas pelo canal, e assim cativar os consumidores/públicos com

a qualidade dos programas, atingindo as audiências desejadas.

14

http://pt.wikipedia.org/wiki/Game_show 15

http://pt.wikipedia.org/wiki/Talk_show

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2.2.4 - Análise de Stakeholders

Os stakeholders da RTP são, sobretudo, os administradores e os directores, sendo que praticamente

todos os canais têm directores específicos:

A RTP1 tem um director de programação e um director de informação, que é também director

da RTP Informação e dos programas informativos da RTP 2, RTP Internacional e RTP África.

A RTP2 tem um director de programação e um director das antenas internacionais, e em

conjunto têm a seu cargo a RTP Internacional e RTP África.

A RTP Madeira e a RTP Açores têm direcções autónomas

Acima de todos os directos específicos mencionados acima, encontra-se o director geral de conteúdos,

um cargo recente uma vez que foi criado no final de 2011.

Os directores de programação e de informação seleccionam os conteúdos para as grelhas dos seus

canais e apresentam essas propostas ao director geral de conteúdos, que terá de decidir a sua

aprovação ou reprovação. Os conteúdos que são aprovados pelo director geral são de seguida

apresentados à administração que pondera se estes têm ou não cabimentação orçamental. Em bom

rigor, os decisores máximos são os membros do concelho de administração da RTP, no entanto, a

responsabilidade relativamente à estratégia e sucesso ou insucesso das audiências de cada um dos

canais é da exclusiva responsabilidade dos seus directores.

Para além destas direcções há ainda a direcção dos meios de produção, responsável pela execução de

alguns programas da RTP, sobretudo os informativos. Contam-se ainda, entre os stakeholders a

direcção comercial (responsável pela angariação de publicidade) e a direcção financeira (responsável

pela execução orçamental do grupo RTP).

Sendo a RTP uma empresa pública, tem sempre de haver um ministro responsável pela sua tutela,

sendo que esse ministro é, hoje em dia, também o ministro-adjunto e dos assuntos parlamentares. Já as

restantes direcções são escolhidas pela administração entre os quadros do grupo ou através da

contratação externa.

Neste momento, o director de programas da RTP1 é o antigo director da RTP Memória, tendo assim,

sido promovido para o mais alto cargo na área de programação/entretenimento do grupo, na medida

em que a RTP1 é o canal com mais audiência de toda a gama da empresa, pois gera receitas

comerciais de cerca de 50 milhões de euros anuais. Já o director de informação foi contratado

externamente uma vez que se encontrava anteriormente na direcção de programas da SIC

(concorrência).

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22

Atendendo a que a RTP1 gera cerca de 97% das receitas comerciais do grupo, é correcto afirmar que o

director de programas e o director de informação deste canal são os principais stakeholders no

conjunto de directores atrás mencionados, exceptuando o director geral que é hierarquicamente

superior.

2.2.5 - Análise dos Clientes

Os telespectadores no geral são encarados pelos canais televisivos como clientes. O produto que é a

televisão é desenvolvido a pensar nos desejos de quem está à frente do ecrã, entendendo-se ecrã no

lato senso, pois o visionamento de televisão é cada vez mais acessado através de várias outras

plataformas, tais como:

Tablets

Smartphones

Computador

O produto global que a televisão oferece é composto por conteúdos, ou seja, programas de

entretenimento e de informação. Estes conteúdos são adequados ao target a que se dirigem tendo em

atenção, entre outros factores, a localização geográfica, a faixa etária, o género e o extracto

socioeconómico.

Os canais competem entre si pela conquista de audiências. Na maioria das vezes disputam

exactamente os mesmos targets. As principais formas de medir audiências são o Share e o Rating. O

share é calculado a partir do universo de telespectadores num determinado momento do dia. É

representado sob a forma de percentagem e indica que fatia do universo estava a ver um determinado

canal num determinado minuto do dia (as audiências podem ser calculadas minuto a minuto ou em

faixas de 15 em 15 minutos ou de hora a hora).

O rating é geralmente medido em unidades e representa o número de telespectadores que estavam a

ver um determinado canal num momento específico do dia. O dia em termos de programação

televisiva, com reflexo nos preços da publicidade está dividido em:

Day-time (morning e afternoon), que vai desde as 08h00m às 18h00m;

Access Prime-time entre as 18h00m e as 20h00m.

Em relação ao Prime-time há analistas de audiências que o identificam de duas maneiras:

Prime-time (entre as 20h00m e as 23h00m)

Prime-time (entre as 20h00m e as 22h00m)

2nd Prime-time (entre as 22h00 e as 24h00m)

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23

O late-night tem início às 23h00m, prolongando-se até às 02h00m ou entre as 24h00m e as 02h00m,

conforme se considere um prime-time integral ou dividido em dois, como o 2nd prime-time.

Para esta análise, apenas se irá considerar a RTP1 por ser o canal comercial em sinal aberto do grupo

RTP, logo, aquele que verdadeiramente encara o telespectador como um cliente. A RTP1 gera maior

afinidade junto dos indivíduos com mais de 64 anos (como irá ser comprovado mais abaixo).

Segmentando, num day-time o perfil do telespectador da RTP1, é sobretudo feminino, classes D e C2

(baixa e média baixa), e de faixas etárias acima dos 55 anos. O access prime-time já tem um perfil

mais familiar. Embora predomine o género feminino, a percentagem de homens aumenta e as faixas

etárias fazem-se representar sobretudo a partir dos 45 anos.

O prime-time mantém praticamente o mesmo perfil de audiência, com maior peso da classe C1

(média), dado que as classes D e C2 migram para as telenovelas da SIC e da TVI. Já no late-night a

RTP1 rejuvenesce e torna-se mais masculina, atraindo faixas etárias entre os 15 e 55 anos, das classes

C1, C2 e D. A excepção a tudo o que foi atrás exposto são os blocos informativos do canal,

nomeadamente, “Bom dia Portugal”, emitido entre as 06h30 e as 10h00, o “Jornal da Tarde” das 13h

às 14h15 e o “Telejornal” das 20h às 21h, que captam uma audiência entre os 25 e os 55 anos,

maioritariamente masculina e, sobretudo da classe C1.

São as faixas horárias atrás referidas e os programas que compõem a grelha, aquilo que as televisões

têm para vender: espaço publicitário focado em targets específicos medidos de forma rigorosa e

científica. Quando uma marca quer disseminar um produto junto, por exemplo, de mulheres das

classes baixas de meia-idade, irá comprar espaço publicitário em intervalos comerciais de programas

do day-time da RTP1. Assim, o outro tipo de clientes da RTP1 são todas as empresas que através de

agências ou centrais de meios ou em contacto direto estão interessadas em activar e promover os seus

produtos em televisão.

O valor dos espaços publicitários varia em função do rating e do share que alcançam num determinado

período do dia, bem como do perfil do target que está a ver televisão nesse momento. O preço pela

inserção de um spot de segundos num intervalo do programa “Portugal no Coração” chega a ser 10

vezes inferior ao preço da inserção do mesmo spot junto ao “telejornal”, o programa líder de

audiências da RTP1. Isto porque o “Portugal no coração” tem uma média de 200 mil telespectadores

enquanto que o “telejornal” pode chegar a 1.2 milhões.

De facto, a tabela publicitária que o departamento comercial da RTP1 apresenta aos seus clientes está

segmentada por faixas horárias que correspondem aos intervalos de programas da grelha do canal.

Qualquer empresa pode ser cliente da RTP1, porque a compra de espaço publicitário é totalmente

aberta ao mercado.

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24

As empresas alocam a maior fatia do seu investimento publicitário para o meio televisivo. Embora a

televisão generalista e em sinal aberto esteja a perder audiências para outras plataformas como a

internet e os canais por cabo, o facto é que continua a ser o meio mais fiável para os anunciantes

medirem o seu ROI (Return Of Investements).

Outros meios não têm medições de audiências tão fidedignas como as medições efectuadas por

empresas como a GFK, a empresa certificada para medição de audiências em Portugal (antes era a

Marktest).

2.3 - ANÁLISE INTERNA

Uma vez realizada a análise ao ambiente externo da empresa, foram identificadas algumas

oportunidades e ameaças que a empresa não pode controlar e sobre as quais se irá lançar a nova

estratégia delineada pela empresa. No entanto, não é correcto basear toda uma estratégia de acção com

base apenas nos factores externos, tendo de haver uma ligação e relação entre as oportunidades ou

ameaças que o mercado nos apresenta com os pontos fortes e fracos que a própria empresa possui

internamente.

A análise interna vai, então, permitir uma visão auto-avaliativa da empresa de maneira a que lhes seja

possível identificarem, da forma mais imparcial possível, quais os factores internos que é necessário

melhorar ou até mesmo remover, e quais os que são necessários reforçar ou manter.

O primeiro passo necessário ao analisar internamente uma empresa, é conhecer a sua alma, a sua

essência, logo, a sua visão, missão e valores. No caso da RTP, sendo que é uma empresa pública

pertencente ao Estado, esta informação é disponibilizada online para que todos os que estejam

interessados no assunto a possam consultar, no “Código de Ética” da empresa.

Visão – É a criação de um conceito inovador de empresa, numa perspectiva de futuro

alargada.

Missão – Que o serviço que presta seja considerado referência e que promova uma oferta que

garanta o acesso universal de todos os indivíduos, grupos e comunidades sociais. Garante

também a imparcialidade e independência da informação e do comentário e a disseminação de

conteúdos audiovisuais inovadores e diversificados. No fundo, a RTP pretende ser um veículo

importante na promoção e desenvolvimento cultural e linguístico os portugueses, tanto no país

como no estrangeiro.

Valores – Os principais valores da RTP são a independência (face aos poderes políticos,

económicos, de natureza privada ou institucionais através da imparcialidade da informação), a

acessibilidade (maior cobertura de mercado, até mesmo as regiões menos povoadas, estratégia

que dá origem também ao nascimento dos vários canais internacionais que a empresa tem), o

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25

pluralismo (reflectir a pluralidade de opiniões e possibilitar a expressão e o confronto de

grupos de opinião de todo o tipo de naturezas), a cultura nacional (valorização, preservação e

fortalecimento da cultura nacional), o interesse das minorias (satisfazer as necessidades dos

públicos com interesses minoritários que não são satisfeitos pelas outras estações televisivas

mais populares), a variedade (da programação), e a inovação e desenvolvimento.

Conhecendo os alicerces sobre os quais a empresa constrói a sua imagem, o decorrer da análise interna

é mais fluente na medida em que já é do nosso conhecimento a maneira como a RTP age e quais os

seus principais interesses.

A RTP nem sempre foi uma sociedade conjunta no que diz respeito aos serviços televisivos e

radiofónicos. Em 1935 nasceu a Radiofusão Portuguesa, responsável pela emissão e regularização das

antenas de rádio que possuía, e em 1955 nasceu a Radiotelevisão Portuguesa, com o lançamento da

RTP1 como canal de televisão, tendo as suas versões experimentais ocorrido na Feira Popular de

Lisboa, em 1956. Apenas em 2004, estes dois sectores fornecedores de serviços de entretenimento

público se fundiram para formar o que hoje conhecemos como Rádio e Televisão Portuguesa – RTP,

cuja gama de produtos inclui todos os canais já referidos ao longo do trabalho (RTP1, RTP2, RTP

África, RTP Açores, RTP Madeira, RTP Internacional, RTP Informação e RTP Memória), e variadas

estações de rádio como a Antena 1, a Antena 2, a Antena 3, a RDP África, RDP Açores, RDP Madeira

e RDP Internacional. Podemos então afirmar que é uma empresa consolidada no mercado, com

bastante poder no que toca aos anos de experiência e que exerce um grande peso no mercado do

entretenimento nacional, e também internacional.

Sendo que os valores e a missão da RTP passam por uma vertente fortemente cultural, é expectável

que a aposta em informação seja muito elevada, proporcionando jornais televisivos ricos em notícias

de qualidade e relevância para a sociedade ao invés das notícias populares fabricadas pelos canais

concorrentes, o que resulta numa imagem séria e respeitadora enquanto corporação que pretende servir

as populações com um grande nível de profissionalismo e pouco sensacionalismo. Esta estratégia,

apesar de valer ao canal uma boa audiência (19,4% de share no dia 16 de Março de 2012) durante o

horário de transmissão do telejornal, acaba por atrair um target mais velho e com mais interesse nos

assuntos abordados durante os conteúdos programáticos, e deixa um pouco de fora os interesses dos

mais novos, que representam um grande peso do mercado do entretenimento.

Canal / Idade 4/14 15/24 25/34 35/44 45/54 55/64 +64

RTP1 10,6% 11,5% 20,1% 17,9% 22,7% 30,4% 38,2%

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Canal / Idade 4/14 15/24 25/34 35/44 45/54 55/64 +64

RTP2 10,6% 5,9% 5,2% 6,2% 4,5% 4,2% 3,4%

Os dados das tabelas acima foram retirados do Relatório Anual de 2010 da RTP e discriminam a

quantidade de share de cada target por canal, mas no âmbito desta análise apenas era útil o que dizia

respeito aos canais generalistas (os valores dos temáticos não estão publicados) pertencentes à RTP.

Como é perceptível, os maiores públicos da RTP1 são os mais velhos, havendo claramente um

acompanhamento entre o aumento da faixa etária e a subida de audiências, a única excepção os que se

inserem entre os 25 e os 34 anos e que apresentam uma maior taxa de penetração do que os que estão

compreendidos entre os 35 e os 44 anos. Relativamente à RTP2, a análise não é tão linear, uma vez

que não existe propriamente um padrão mas sim vários picos crescentes e decrescentes ao longo do

percurso de vida médio de um espectador – o público maioritário é claramente o infantil devido à

quantidade de desenhos animados e programas ilustrados que compõem a programação da RTP2

durante o horário da manhã e até durante a tarde. O segundo maior público compreende-se entre os 35

e os 44 anos, descendo depois para os que têm entre 15 e 24 anos, seguidos dos que se inserem na

faixa etária dos 25 aos 34 anos, e decrescendo a partir dos 45.

A explicação para este fenómeno da afinidade do público mais velho relativamente à RTP1 vem do

facto de Portugal ter uma população bastante envelhecida, com bastantes zonas pouco desenvolvidas

onde os hábitos são difíceis de serem mudados. Uma vez que a população é maioritariamente mais

velha, poderia explicar o facto deste segmento apresentar uma maior taxa de audiência, no entanto, tal

comportamento não é observado nos canais concorrentes. A RTP estreou-se na televisão há quase 60

anos, o que significa que a população mais velha cresceu com este canal e com esta empresa, muito

antes as outras terem aparecido no mercado, criando assim uma ligação mais forte entre marca e

consumidor no interior do país. Também é de tomar em consideração que as televisões antigas

controladas por botões integrados, ao serem ligadas, vão directamente para o primeiro canal da

frequência que, neste caso, é a RTP1, o que contabiliza como audiência.

É importante referir também que a grande aposta da RTP nos meios de comunicação traz uma

significativa vantagem competitiva, pois a extensão do leque de canais de televisão e de antenas de

rádios disponíveis permite uma penetração do mercado muito mais abrangente, estando disponível em

todas as “frentes” – seja televisão ou rádio, seja nacional ou internacionalmente, para além de estarem

bem inseridos na internet com um website de fácil utilização e rico em informação pública sobre a

empresa.

O último ponto a ser explorado na análise interna é a compra da RTP1 por uma multinacional de

origem estrangeira. Os dados e informações relativamente a este assunto não podem, à data da entrega

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deste trabalho, ser tornados públicos, mas, segundo uma fonte anónima, existe uma grande

probabilidade que a RTP venha a perder a frequência da RTP1, privatizando-a. O que acontecerá aos

teores programáticos não é ainda do conhecimento do grupo, mas existem rumores de que poderão

passar a ser transmitidos no que hoje conhecemos como RTP2, mantendo assim as receitas lucrativas

derivadas dos programas, obrigando o público-alvo simplesmente a passar do primeiro canal para o

segundo, e cortando apenas nos custos de ter mais um canal no ar.

2.4 - ANÁLISE SWOT

Oportunidades

Existência das redes sociais permite um

contacto directo e fácil com o espectador;

O apoio e financiamento do Estado por

ser uma empresa pública;

A globalização abre novas fronteiras e,

consequentemente, novos mercados;

Controlo diário das várias variáveis de

segmentação e das audiências;

Rede de distribuição com cobertura total

a nível nacional;

Aumento de produção nacional e a sua

aceitação por parte do público.

Pontos Fortes;

Muitos anos de experiência nos meios de

comunicação e entretenimento, com uma

vasta gama de produtos e serviços;

Posicionamento forte e cultural na

cabeça dos telespectadores;

Abertura de novas plataformas resulta

num aumento dos meios de

comunicação;

Forte tradição televisiva;

Quando se ligam as televisões antigas, o

primeiro canal a aparecer é a primeira

frequência (RTP1);

Possível privatização do canal e

transferência de programas, cortando nos

custos, mas mantendo as receita.

Ameaças

Pouca fidelização do cliente no mercado

da televisão;

Elevado panorama concorrencial;

A faceta popular dos canais de televisão

e estações de rádio concorrentes atrai

mais os telespectadores;

Elevados custos de entrada e manutenção

no sector;

Redução do investimento publicitário no

sector.

Pontos Fracos

Imagem muito tradicional e envelhecida;

Tem uma base de telespectadores muito

específica, atingindo maioritariamente a

faixa etária mais elevada;

Estudos de audiência demonstram que a

faixa juvenil é pouco afectada pela

comunicação e conteúdos dos canais

RTP

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2.5 - MATRIZ DE CONFRONTAÇÃO

A matriz de confrontação é uma representação da análise SWOT que junta algumas oportunidades e

ameaças com alguns pontos fortes e fracos, confrontado o que vem do ambiente externo com o que se

passa no ambiente interno da empresa, de modo a que esta possa adoptar diferentes estratégias

conforme pretenda seguir uma orientação defensiva (junção das ameaças com os pontos fortes),

ofensiva (junção das oportunidades com os pontos fortes), de reorientação (cruzamento entre

oportunidades e pontos fracos) ou de sobrevivência (onde os pontos fracos e as ameaças se

encontram). Para efeitos de maior precisão nos resultados e nas várias estratégias a definir, escolhemos

apenas três tópicos por cada factor de importância.

PONTOS FORTES

Experiência

Posicionamento Forte e

Cultural

Possível Privatização

PONTOS FRACOS

Imagem Conservadora

Público-alvo

envelhecido

Fracas audiências nos

jovens

OPORTUNIDADES

Financiamento do

Estado

Globalização abre

novos mercados

Existência das redes

sociais

Estratégia Ofensiva

Criar uma presença forte e

agressiva na Internet e nas

redes sociais

Vender a frequência

televisiva a uma empresa

multinacional, alargando-a.

Estratégia de Reorientação

Reformulação da imagem

constitucional da RTP

Mudança na programação

Atracção de um novo

público-alvo: os jovens

AMEAÇAS

Baixa fidelização do

cliente

Elevada

concorrência

Popularização da

concorrência

Estratégia Defensiva

Criação de um canal baseado

nas preferências dos

portugueses

Apostar na comunicação da

qualidade dos conteúdos

programáticos

Estratégia de Sobreviência

Aumentar e garantir a

fidelização dos públicos

já atingidos

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2.6 - RECOMENDAÇÕES

Como foi referido no início do trabalho, o objectivo deste plano de comunicação é elaborar uma

estratégia que faça com que a RTP ganhe quota de mercado e ultrapasse os problemas de popularidade

com que se enfrenta. Uma vez que a vertente em estudo é a televisão, e neste tipo de mercado a

angariação de clientes passa pela conjugação de interesses dos vários públicos com a programação

disponível, a opção mais correcta será tentar ganhar audiências através de uma tabela programática

apelativa aos públicos que não sentem ligações emocionais com a marca.

2.6.1 - Estratégia

Ao analisar a matriz de confrontação, deparamo-nos com vários tipos de estratégias disponíveis que

aliam pontos fortes e pontos fracos às oportunidades e ameaças presentes no mercado. Sendo que o

objectivo deste plano é ganhar audiências para a RTP, a estratégia de sobrevivência é automaticamente

excluída, uma vez que não atrairia mais audiências, mas sim manter as que já tem. A estratégia

ofensiva também não é considerada um caminho a seguir, pois a venda do canal a uma empresa

multinacional não vai trazer audiências à RTP, mas sim à nova empresa detentora da frequência, e a

presença nas redes sociais pode criar uma maior ligação com os públicos e uma maior taxa de

penetração, mas dificilmente resultará numa maior quota de mercado. Na estratégia defensiva

deparamo-nos com duas hipóteses: aposta-se na comunicação da qualidade dos programas ou procede-

se à criação de um canal que responda às necessidades de programas de entretenimento popular, como

é o caso das empresas concorrentes (SIC e TVI). A comunicação seria uma hipótese válida, mas tal

como é apresentado nos pontos fortes, o posicionamento da RTP já está bem assente e definido na

cabeça dos telespectadores e, ainda assim, não afecta o seu comportamento de compra. Relativamente

à criação do canal popular, este seria incorrecto, uma vez que origina um choque cultural com a

missão, visão e valores que a própria RTP possui e se propõe a cumprir perante a população.

Assim sendo, a opção mais fiável é a adopção de uma estratégia de reorientação, que permita à RTP

aliar as oportunidades do mercado aos pontos fracos, transformando-os em pontos fortes. Dentro desta

estratégia encontramos três hipóteses: mudar a programação dos canais RTP e dirigi-los aos públicos

mais jovens, alterar e reformular a imagem constitucional da RTP e de cada um dos seus canais

individualmente para que crie um novo posicionamento não tão conservador, ou criar um novo canal

que atraia um novo público-alvo, conseguindo assim um número significativo de audiências.

Aprofundando um pouco mais esta questão, para que fosse possível tomar uma decisão acertada e

coerente, foram encontrados estudos demográficos no que diz respeito às audiências por faixa etária

dos canais generalistas da RTP1 e RTP2.

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Como é possível observar no primeiro gráfico (a azul), a RTP1 apela, sobretudo – e como tinha sido

dito acima –, aos cidadãos a partir dos 25 anos, sendo que estes ainda registam valores muito baixos

embora já crescentes. A faixa etária menos afectada é a das crianças e jovens até aos 24 anos. Na

RTP2 (segundo gráfico – amarelo) passa-se quase o mesmo cenário: as crianças dos 4 aos 14 anos são

os maiores entusiastas da programação, percentagem que cai a pique a partir do momento em que se

começa a entrar nos 15 anos, registando nessa altura os seus valores mais baixos de audiência, e

voltando a começar a recuperar aos 35 anos.

Perante esta informação, o grupo chegou à conclusão que iria ser difícil alterar um posicionamento tão

bem definido na cabeça dos consumidores jovens através da comunicação. Restam então duas opções:

mudanças na programação dos canais já existentes ou a criação de um canal temático novo.

A mudança na programação seria uma opção mais económica, mas talvez não tão eficiente quanto a

segunda hipótese. Seria difícil alterar hábitos de consumo já tão enraizados na rotina dos jovens a ver

televisão, para além da proibição legal de retirar os conteúdos informativos, educativos e culturais dos

canais públicos e generalistas da RTP e substituí-los por outros que apelassem aos jovens, devido ao

facto de ser uma empresa pública pertencente ao Estado. Para além deste factor, existe ainda o elevado

risco da estratégia não funcionar e os jovens não se sentirem atraídos o suficiente para começar a

assistir ao canal, não conseguindo alcançar os objectivos pretendidos e ao mesmo tempo perdendo o

público-alvo que já era telespectador, pois os conteúdos que tanto gostavam tinham sido trocados por

outros que fossem apelar aos jovens.

Concluindo, a opção mais segura seria o lançamento de um novo canal que seguisse à risca os valores

e missão educativos e informacionais da empresa RTP, mas que fosse ao mesmo tempo focado nos

adolescentes e nos jovens adultos, com programas direccionados ao entretenimento que é próprio a

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esta faixa etária e que não fossem para os padrões populares transmitidos pela concorrência,

conseguindo aliar diversão e cultura num ponto de equilíbrio perfeito. Como também pode ser

observado nas ameaças da análise SWOT, o custo de entrada e manutenção no sector televisivo é

bastante elevado, mas ao mesmo tempo agrega-se ao cenário uma oportunidade ideal: a possível

privatização do canal RTP1, que embora possa vir a perder a sua frequência para uma outra empresa,

não vai perder os conteúdos. Quer isto dizer que o nome RTP1 deixaria de existir, mas os programas

que lhe são rentáveis e a que o público tanto se dedica, apenas passariam provavelmente para o canal

que hoje se chama RTP2. Isto traduz-se no corte do gasto de ter um canal no ar, ao mesmo tempo que

as receitas dos programas e as audiências irão provavelmente continuar nos mesmos valores (ainda

que registem uma ligeira queda). Para além deste corte, junta-se também o dinheiro da compra do

canal em si, que poderá ser utilizado para financiar a abertura desta nova frequência para os jovens que

trará um novo público à empresa RTP.

Na cláusula 2ª, ponto 3 do “Contrato de Concessão Do Serviço Público de Televisão”, revela-se a

intenção da própria empresa em que este serviço seja proporcionado a este público quando afirma que

“(...) desenvolve os estudos necessários ao lançamento de um serviço de programas que procure

satisfazer as necessidades educativas e formativas do público infantil e juvenil (...) podendo proceder

ao seu lançamento se os respectivos custos estiverem contidos no quadro geral de financiamento

estipulado no presente contrato”, o que significa que no período de elaboração deste Contrato, o canal

não se encaixava nos limites orçamentais da empresa, mas analisando o panorama actual e pesando as

audiências obtidas ao mesmo tempo que se pode vir a dar a compra da RTP1, surge uma oportunidade

de financiamento que poderá ser o motor de arranque para o projecto que já se encontrava estipulado

na documentação oficial que define as obrigatoriedades da RTP enquanto empresa do Estado.

Segundo a Doutora Marisa Garrido, Directora dos Recursos Humanos da RTP, “em termos de

audiências, não se pode negar o uso de uma ajuda extra, sendo que nos encontramos, em vários

canais, bem atrás da concorrência. Aliás, a RTP irá perder um canal em breve” (esta informação foi

fornecida no dia 15 de Março de 2012 no seguimento da visita da Doutora ao ISLA Campus Lisboa

para presença em seminário).

Com todos estes dados e informações, o grupo decide o rumo do seu projecto final de curso e irá

proceder à criação de um canal temático para a empresa RTP, que foque os jovens portugueses e os

eduque ao mesmo tempo que os entretém, adoptando assim uma estratégia de Diversificação.

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Produtos

Existentes Novos

Mercados

Existentes Penetração de Mercado Desenvolvimento de

Produtos

Novos Desenvolvimento de

Mercado Diversificação

Modelo da Matriz de Ansoff

2.6.2 - Objectivos de Marketing

Dados recentes (Janeiro de 2012) mostram que o conjunto dos 6 canais da RTP (RTP1, RTP2, RTP

África, RTP Internacional, RTP Memória e RTP Informação) soma um share total de 28,5%, liderando

o ano de 2011 em termos de audiências. No entanto, a SIC demostrou um grande crescimento de 2010

para 2011, registando agora um share total (SIC generalista, SIC Mulher, SIC Notícias e SIC Radical)

de 27,5%, seguida da TVI (generalista e TVI 24) que apresenta um share total de 27,2%.16

Analisando o panorama geral, é seguro dizer que a liderança da RTP está numa altura de viragem, uma

vez que as empresas concorrentes - que possuem um menor número de canais - registam uma

diferença mínima de share total (máximo de 1,3%, quando comparado com a TVI) e existem padrões

de crescimento nos canais temáticos, acompanhando a mudança de mentalidades dos telespectadores

que começam a procurar outro tipo de programação mais variada nos canais pagos. Também se junta o

facto de a RTP ter sofrido uma queda de 2,3% de share total na transição de 2010 para 2011, o que

representa um perigo face ao crescimento da concorrência. Este grande decréscimo deu-se devido à

baixa de audiências da RTP1 e da RTP2.

Para perceber em que sentido orientar os objectivos de Marketing, foi consultado o website “Liga-te à

Media – O portal da Media”17

, e constatou-se que ao segmentar o mercado da televisão por temáticas

dos canais, apenas um resultado ficou disponível no separador juvenil, a SIC Radical. Como foi visto

no gráfico da página 17 deste trabalho, a SIC Radical apresentou no dia 16 de Março de 2012 um

share médio de 0,5%, o que permite assim calcular o tamanho do mercado e, consequentemente, uma

quota de mercado a atingir.

16

http://www.ionline.pt/portugal/rtp-liderou-audiencias-ano-grupos-canais 17

http://www.ligateamedia.pt/simulators1.aspx

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Assim sendo, e perante estes novos dados, o lançamento do novo canal pretende angariar no mínimo

0,6% de share médio diário, trazendo um share total à RTP de 30,1%, assegurando-lhe uma vantagem

competitiva relativamente às empresas concorrentes, e uma quota de mercado total muito mais

abrangente, embora que individualmente e face à concorrência de cada canal individual, acabe por

perder. Este objectivo acaba por resultar também numa vantagem de 0,1% de share comparando com a

SIC Radical - concorrente directa - e tornando-se o primeiro canal (actualmente) pertencente à RTP

que atinge o estatuto de líder no segmento em que se insere. Estes objectivos visam resultados dentro

do primeiro ano de actividade.

2.6.3 - Objectivos de Comunicação

Ao comunicar a nova estratégia de diversificação da RTP, existem sempre alguns objectivos em

específico que se pretende que sejam atingidos. Os objectivos de Marketing passam pela estruturação

das metas a atingir através dos planos de acção no produto e na distribuição, enquanto os objectivos de

comunicação definem o que se quer atingir através das campanhas de publicidade e de activação da

marca. Com a comunicação do seu novo canal, a RTP pretende:

o Informar o consumidor sobre a existência do novo canal;

o Marcar um posicionamento prematuro que suscite curiosidades, incentive a experimentação e

estimule a compra;

o Promover a imagem da nova faceta jovem da RTP;

o Ganhar notoriedade;

Todas as acções de publicidade e divulgação da marca, realizadas pela RTP, serão feitas com algum

tempo de antecedência relativamente à primeira emissão do canal e esperam alcançar resultados de

curiosidade e incentivo à compra até à data de inauguração, marcando assim bons e sólidos resultados

de estreia e prolongando esses resultados, pelo menos, durante o primeiro ano de actividade, para que

ajudem os objectivos de Marketing a ser cumpridos e ganhar uma significativa margem de share total

em relação à concorrência.

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3 - PÚBLICOS

Nesta terceira fase do plano de comunicação, irão ser explorados os vários tipos de públicos que

existem na área do entretenimento, os seus estilos de vida, os seus gostos, preferências e

comportamentos de compra, de maneira a que seja possível adequar o novo produto aos perfis

característicos do segmento onde nos iremos inserir.

3.1 - IDENTIFICAÇÃO DOS VÁRIOS PÚBLICOS

Existem, como foi visto em todos os gráficos acima, vários tipos de públicos que variam conforme as

variáveis em análise, podendo os estudos ser direccionados consoante a idade do telespectador, o sexo,

as habilitações literárias, os interesses, estilos de vida etc. Nesta análise, foi efectuada uma divisão

pelos vários escalões etários, tentando reunir um conjunto de informações relevantes acerca das

preferências de cada faixa em estudo e a maneira como se relacionam com a televisão.

Para estes efeitos, foram analisados dois estudos públicos relativamente à área da televisão: “O

Serviço Público da Televisão em Portugal”, disponível através do website da OberCom que espelha o

comportamento das classes compreendidas entre os 15 e os com mais de 64 anos relativamente à

tipologia de programação preferida, e “A televisão e as crianças – um ano de programação na RTP1,

RTP2, SIC e TVI” pela ERC – Entidade Reguladora da Comunicação Social, que explora a

programação eleita pelo público compreendido entre os 4 e os 14 anos.

10 Programas Infantis mais vistos de Outubro 2007 a Setembro 2008 Idades 4 – 14

(1.147.800 indivíduos)

Data Hora Duração Canal Programa Rating (%) Share (%)

13-04-2008 09:30:23 00:21:47 SIC Kim Possible 18,7 72,1

08-12-2007 09:53:27 00:21:38 SIC Os Substitutos 17,3 58,0

10-05-2008 10:03:05 00:21:45 SIC Power Rangers Mistic Force 17,0 53,0

01-05-2008 11:09:35 00:13:14 RTP2 Animais e os Amigos 15,3 55,1

01-05-2008 11:42:21 00:10:59 RTP2 Harry e o Balde de

Dinossauros

15,2 56,2

08-12-2007 09:11:03 00:21:38 SIC American Dragon – Jake

Long

15,2 62,5

01-05-2008 11:25:51 00:05:29 RTP2 MILO 15,1 55,8

24-06-2008 11:03:15 00:23:00 RTP2 Pigi e os seus Amigos 15,1 65,4

24-06-2008 10:50:25 00:12:50 RTP2 Lola & Virginia 15,0 61,6

10-06-2008 11:17:22 00:08:20 RTP2 Pequenos Filósofos 15,0 57,6

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Tendo como base de análise a tabela acima, retirada do estudo “A Televisão e as crianças – um ano de

programação na RTP1, RTP2, SIC e TVI” pela ERC – Entidade Reguladora da Comunicação Social, é

perceptível que o público compreendido entre os 4 e os 14 anos de idade assiste maioritariamente a

desenhos animados na SIC e na RTP2, sendo que o faz em grande peso na parte da manhã, entre as

09h00m e as 11h30m. É um público com pouco material de exploração, uma vez que as suas rotinas

estão condicionadas e são maioritariamente definidas pelas dos seus pais e pelas actividades que

frequentam, sejam elas curriculares ou extracurriculares, e o seu gosto relativamente a programas é

ainda muito limitado, nunca fugindo muito aos programas infantis, quer sejam desenhados animados

ou não.

Este gráfico foi retirado do estudo “O Serviço Público da Televisão em Portugal”, realizado pela

OberCom e permite uma análise detalhada relativamente aos gostos e preferências de cada uma das

faixas etárias, desde os 15 até aos mais de 64 anos.

15 – 24 Anos Nota-se uma preferência relativamente às séries, filmes e desporto, características

típicas da idade, excluindo ainda temas que seriam provavelmente bastante votados como música,

artes etc. Vê-se claramente um menor interesse no que diz respeito às telenovelas nacionais, aos

programas de informação ou noticiais e aos debates e entrevistas, estas última devendo-se talvez à

linguagem e assuntos complexos que são abordados, não apelando aos mais novos.

25 – 34 Anos Nesta faixa etária continua-se a ver uma preferência pelas séries e filmes, no entanto

o desporto desce para 5º lugar, sendo substituído por temáticas mais maduras como os documentários,

reportagens, debates e entrevistas. As menores preferências continuam a ir para as telenovelas e para

os programas informativos, que, ainda assim, registam uma ligeira subida de 12,7% para 12,8%.

12,8%

21,6%

17,0%

14,1%

13,3%

12,7%

26,1%

18,6%

24,3%

20,5%

24,6%

21,6%

14,5%

26,9%

17,9%

19,4%

19,9%

17,8%

19,8%

18,2%

17,5%

18,2%

14,7%

18,6%

18,0%

18,0%

19,3%

12,7%

15,0%

11,3%

12,2%

13,5%

14,8%

14,1%

8,6%

17,5%

8,6%

11,8%

12,0%

12,6%

21,1%

8,2%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Informação (Notícias)

Filmes

Desporto

Documentários / Grandes Reportagens

Debates / Entrevistas

Telenovelas Nacionais

Séries

15-24 25-34 35-44 45-54 55-64 64

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35 – 44 Anos Nesta faixa etária regista-se uma maior homogeneidade nos resultados, uma vez que

as percentagens se encontram todas muito mais próximas do que nos públicos juvenis. Aqui, os

desportos encontram-se como tipologia de programa preferido, seguindo-se dos debates e dos filmes.

As séries são o programa menos votado, ainda assim registam apenas uma diferença de 2,5% do

programa mais votado. É importante referir que o consumidor habitual encontra-se, nesta faixa etária,

a estabilizar a sua vida profissional e pessoal, provavelmente mais ocupado com os filhos que já se

encontram em crescimento e com pouco tempo disponível para ver televisão.

45 – 54 Anos Aqui, o público já começa a levar uma vida mais pacífica e relaxada uma vez que, em

princípio, a sua vida profissional já se encontra bem estabelecida e os filhos, se houver, encontram-se

numa fase da vida em que já não são precisos tantos cuidados e supervisão, logo, existe mais tempo

para o lazer. As preferências em relação aos programas concentram-se essencialmente nas telenovelas

e no desporto, sendo que, mais uma vez, as séries e os filmes se encontram em último lugar.

55 – 64 Anos Estes indivíduos registam mudanças significativas e radicais no que diz respeito à

programação de eleição uma vez que os noticiários e os debates e entrevistas passam para primeiro

lugar, no entanto, continua-se a verificar o padrão de desinteresse pelas séries e filmes internacionais.

Encontram-se numa fase estabilizada das suas vidas em que os seus próprios gostos mudam, cansam-

se dos formatos populares e procuram programação com maior teor cultural e informativo.

Mais de 64 anos Ao entrarem na reforma, os públicos dispõem de muito mais tempo livre e voltam

a passá-lo assistindo a telenovelas nacionais, talvez por ser o tipo de programa que mais passa na

televisão durante todo o dia compreendido entre as 08h00m e as 24h00m, contando com repetições ao

longo da tarde e a emissão de novos episódios durante o horário nobre. Também continuam a

demonstrar um grande interesse nos programas informacionais, enquanto, mais uma vez, se continua a

observar um desfavoritismo relativamente às séries e aos filmes internacionais.

3.2 - PROCESSO DE DECISÃO DE COMPRA

Nesta fase pretende-se analisar um pouco como é que os públicos realizam o seu processo de decisão,

ou seja, analisar o comportamento de compra desde o momento em que se reconhece a necessidade até

ao comportamento pós-compra.

Reconhecimento da necessidade - Na primeira fase do processo, o consumidor tanto pode

sentir uma necessidade de ver televisão apenas para passar o tempo e sem nada em mente, ou

sentir que quer ver uma série, um filme, uma telenovela ou algum tipo de programa específico,

direccionando-o, logo à partida, para um determinado canal ou conjunto de canais, devido aos

posicionamentos criados.

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Procura de informações – Ao pensar num tipo de programa que quer ver, e ao ser direccionado

para um canal, o consumidor irá pesquisar informação acerca da programação que está no ar

ou que irá para o ar brevemente, podendo consultar a Imprensa, a Internet ou o serviço de

Teletexto.

Avaliação de Alternativas – Ocorre simultaneamente com a procura de informações, ou seja, o

consumidor irá analisar as várias programações disponíveis nos diferentes canais, e ver qual a

que se adequa melhor à sua necessidade.

Decisão de visualização – Consoante a união de todas as variáveis como a programação, os

gostos pessoais, a necessidade sentida etc., o consumidor irá escolher que canal pretende ver.

Muitas vezes a escolha nem é deliberada, acabando por fazer parte de uma rotina já

implantada ao longo dos anos.

Comportamento pós-compra – Embora não se possa falar de desequilíbrio entre a relação

qualidade-preço, uma vez que no mercado da televisão os programas não são pagos

individualmente, existem, ainda assim, expectativas criadas pelo cliente que terão de ser

respondidas pelas estações de televisão, pois caso isso não se verifique, o resultado será uma

baixa de audiências que se traduz em custos para a empresa.

3.3 - PÚBLICOS PRIORITÁRIOS

Como já tinha sido definido anteriormente, o público-alvo do novo canal temático da RTP são, sem

dúvida, os jovens. Mas quem, exactamente? A questão é descobrir até que idade os consumidores

ainda se interessam por determinados assuntos, e embora o produto ainda não tenha sido

confeccionado, é já uma certeza de que terá de conter um elevado teor educacional, cultural e

informativo, mas adaptado às mentalidades dos jovens para que capte interesse e crie consciência.

Assim sendo, foi decidido que o público-alvo seria rapazes e raparigas (canal totalmente unisexo) dos

15 aos 34 anos, uma vez que, como se pode ver nas análises dos públicos discriminadas em cima, a

partir dos 25 anos começa a surgir um interesse por documentários, debates e programas mais

direccionados à formação pessoal e cultural, interessando assim também a todos os que se inserem

entre os 25 e os 34 anos, alargando desta forma o mercado também para os jovens-adultos, sistema já

adoptado pela SIC Radical cujo público-alvo inicial era precisamente o mesmo, tendo agora alargado

para a faixa etária dos 40 anos, uma vez que Pedro Boucherie Mendes, director do canal, acredita que

são os “novos 30”18

. Relativamente aos factores sociais, a segmentação foi realizada tendo em conta as

classes sociais, direccionando o produto e a sua comunicação para a classe A (alta), B (média alta) e

C1 (média), uma vez que as classes C2 e D não estão, à partida, tão interessadas na tipologia de

programas que irão ser transmitidos (segundo os valores e missão da própria RTP). Os factores

geográficos não foram tomados em consideração uma vez que a cobertura das várias áreas territoriais

18

http://www.meiosepublicidade.pt/2011/05/13/sic-radical-assinala-dez-anos-com-nova-identidade/

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Sexo

Masculino e Feminino

Idade

14 aos 34 anos

Classe Social

A, B, C1

Personalidade

Activos, Interessados, Presença na Internet

Públicos Prioritários

do país não é da responsabilidade da empresa, mas sim das distribuidoras dos serviços triple-play,

como a ZON e a MEO.

Além dos factores demográficos e sociais, foi feita uma segmentação através do perfil do público,

recorrendo a factores psicológicos que descrevam os seus estilos de vida e atitudes. Pretende-se

alcançar jovens estudantes e trabalhadores recentes que se interessem pela área do entretenimento,

oferecendo-lhe programas à sua medida. No entanto, não será um entretenimento popular ou fraco de

conteúdo, sendo que a programação irá ser rica em qualidade, o que segmenta bastante o mercado,

uma vez que ainda existem muitos jovens que não se interessam por esse tipo de conteúdos.

Existem, no fundo, dois objectivos: um deles passa por conseguir mudar as mentalidades dos mais

novos, aliciando-os com formatos divertidos e originais ao mesmo tempo em que se discutem assuntos

sérios e educacionais, como política, emprego, empreendedorismo, economia etc., enquanto o outro

objectivo é prender e fidelizar os jovens que já se interessam por essas temáticas, pessoas mais

maduras e activas, inscritas em todo o tipo de actividades extracurriculares e que têm vontade de

evoluir enquanto pessoas alimentando a sua cultura geral e participando em fóruns abertos sobre todo

o tipo de discussões, que gostam de sentir que estão a fazer evoluir o país e são pró-activos e

interessados.

É importante, no entanto, não excluir uma grande percentagem deste público-alvo que se encontra

mais presente na Internet do que a contribuir para as audiências televisivas dos canais e, uma vez que a

característica deste segmento de mercado é a grande presença nas redes sociais, uma grande parte da

comunicação passará por também esse meio, com o objectivo de tentar cativar o máximo de jovens

possível e segmentando também o tipo de comunicação conforme as temáticas dos vários websites

acessados, uma vez que o canal irá ter transmissão em directo pela Internet.

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4 - ANÁLISE SIC RADICAL

Uma vez que é a concorrente directa e o único canal actual destinado ao público jovem, era importante

realizar uma breve análise à estratégia programática da SIC Radical antes de se proceder à elaboração

do Marketing Mix, especialmente na parte do produto.

O posicionamento da SIC Radical é, no geral, assente na inovação, na diferença e em conteúdos para

nichos. Passaram-se já 11 anos desde que o canal foi para o ar pela primeira vez e, apresenta hoje na

sua grelha programas destinados ao público fidelizado desde as primeiras emissões e que agora está

perto dos 30 anos de idade, e a um público mais jovem (teens e jovens adultos), que é o foco do canal

desde a sua estreia. Temos como exemplo de programas para uma faixa perto dos 30 anos “Retro

Rock” e “Gente da Minha Terra”, e para a faixa entre a adolescência e a chamada “idade universitária”

o sempre rejuvenescido “Curto Circuito” ou o “Dance TV”. Aprofundando o posicionamento da SIC

Radical conclui-se que, no que respeita ao género, o main target é masculino. Os programas, tanto de

produção nacional como estrangeira, apresentam a mulher como um objecto de desejo dos homens –

como, por exemplo, o “Rancho das Coelhinhas”.

A grelha do canal é vertical (programação variada) ao fim-de-semana, e absolutamente horizontal

(programas e horários bem definidos) de 2ª a 6ªfeira com programas âncora com horas fixas de

exibição, para melhor fidelizar os espectadores. Entre os programas âncora horizontalizados destacam-

se “Curto-Circuito” (edição da manhã e edição da tarde), “Física o Química”, “Marés Vivas” ou

“Rancho das Coelhinhas”.

No day-time a SIC Radical dissemina ao longo da semana a sua programação para nichos, como as

séries de animação e os TED Talks, que repete em late-night. No access prime-time a aposta foca-se

nas séries estrangeiras (“Física o Química”, entre outras) e no late-night em séries estrangeiras e

nacionais, como “Gente da Minha Terra” e “Filho da Pub” – note-se que tal como na generalidade dos

canais de cabo o prime-time da SIC Radical começa a partir das 22h30 e vai até à 01h00. De acordo

com a Marktest/MediaMonitor, o perfil de audiência está bem definido no prime-time: por região

predominam os indivíduos da Grande Lisboa; por classe social a adesão mais forte pertence à classe

A/B (alta e média alta); por género a preferência vai para o masculino; por idade situa-se entre os 25 e

34 anos. Este dado etário confirma o que aqui afirmámos: que a SIC Radical alargou o seu leque de

espectadores com programas destinados ao público original do canal e que, entretanto, envelheceu

mais de uma década.

Embora a programação e imagem da SIC Radical tenham registado alterações ao longo dos anos, o

foco continua a ser em séries de ficção científica, anime, sitcoms, britcoms, música, talk-shows,

programas de pendor sexual e programas experimentalistas.

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5 - MARKETING MIX

Após a definição da estratégia e a análise da concorrência, é necessário analisar, detalhar e definir os

quatro P’s do Marketing, sendo eles o produto, o preço, a distribuição e a comunicação.

5.1 - PRODUTO

RTP Atitude é um canal temático direccionado aos jovens e aos jovens-adultos que foca, sobretudo, a

aliança entre a necessidade de entretenimento e a necessidade informativa que é uma característica

própria aos canais RTP, uma vez que as suas obrigatoriedades enquanto canal do Estado assim o

exigem. No entanto, e uma vez que este é um público-alvo que, por norma, não se interessa tanto pelos

conteúdos programáticos informativos e culturais, é necessário apelá-los e fidelizá-los através do uso

de linguagem simples e descontraída, apresentadores cultos mas jovens e cenários modernos e com

cores vibrantes e quentes, de forma a prender a atenção.

Relativamente ao nome para o novo canal, após uma ronda de criatividade surgiram ideias tais como:

RTP Geração, RTP Energia, RTP Y, RTP Já, RTP Futuro, RTP Era, RTP Mil, RTP Jovem, RTP liga-

te, RTP Alpha etc. A ideia selecionada foi RTP Atitude, um nome forte e cativante que desperta

curiosidade e interesse no público-alvo.

Porquê atitude? É uma particularidade que todos os jovens vão adquirindo ao longo da vida e que está

em constante mudança, isto é, pretende-se com o novo canal incentivar o target jovem (15-34 anos) a

reflectir sobre assuntos relevantes do seu quotidiano levando-os a uma mudança de atitude de forma

natural e gradual.

O logótipo segue a lógica de todos os logótipos usados pela RTP para os seus vários canais, mantendo

o símbolo, mas mudando as cores conforme o público a que se dirige e o tema que aborda, sendo as

únicas excepções os canais RTP 2 - que apesar de possuir os típicos traços, não tem cinco na

horizontal, mas sim dois na vertical - e RTP África - cujos traços estão dispostos de forma a desenhar

o continente Africano. Neste caso, o símbolo manteve-se, apenas as cores mudaram: segundo o padrão

desenhado para todos os outros canais, existem cinco linhas horizontais, cada uma com três divisórias,

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nas quais a cor vai descendo gradualmente um tom até ficar mais clara. Os tons utilizados para o

logótipo deste canal foram o vermelho, o laranja e o amarelo, pois tratam-se de cores quentes que

simbolizam a paixão, a ambição, a confiança e a coragem, características que são intrínsecas e se

fazem representar em grande força no público-alvo. O lettering foi baixado do website “DaFont”, e a

escolha veio do facto de possuir traços bem firmes e grossos, simbolizando poder e personalidade

vincada, que resulta exactamente na palavra que escreve – atitude.

Em termos de programação, surgem algumas ideias inovadoras como:

o Trocar por miúdos – Programa de debate com temas actuais e instrutivos a apostar na

formação e educação dos jovens através do entretenimento. Falado com uma linguagem

jovem e perceptível a todos os públicos, descodifica assuntos importantes da sociedade

através de jovens oradores dinâmicos, bem-dispostos e com energia. Desfruta de parcerias

com escolas e faculdades em todo o país que enviam alunos representantes para dar a sua

opinião, e seria um programa diário.

o Mentes Brilhantes – Programa em formato de concurso onde jovens empreendedores

apresentam os seus projectos de negócio independentes perante um júri qualificado para fazer

a sua avaliação. No fim de cada programa as ideias vão a votos e uma delas recebe uma bolsa

de apoio, sendo que as outras ficam entregues a quem queira ajudar, recebendo apenas

prémios de participação. Todas as ideias serão patenteadas pela produção antes do início de

cada programa, de modo a evitar plágios por parte dos espectadores. Este programa decorreria

semanalmente.

o XXX – consiste numa magazine de reportagens da actualidade sobre os desportos radicais

praticados em Portugal, com alguns apontamentos sobre competições de desportos radicais a

nível internacional, também a ser emitido diariamente.

o Pedaços do Mundo – Desafiar e patrocinar jovens aventureiros para irem viajar e

misturarem-se nas diferentes culturas e costumes dos vários destinos, ao mesmo tempo que

ultrapassam desafios impostos pela produção.

Estes novos formatos são apenas alguns exemplos das grandes apostas inovadoras e 100% nacionais

do novo canal, havendo ainda muitos mais programas disponíveis para abordar diferentes temáticas

importantes e adequadas ao target como a música, a gastronomia, as artes etc. É importante também

referir que a programação irá conter filmes e séries internacionais de qualidade, com bons textos e

histórias profundas, como são os casos das séries norte-americanas Mad Men, Breaking Bad, Grey’s

Anatomy e Shameless US, sendo que esta última enfrenta directamente a SIC Radical, uma vez que a

versão da RTP Atitude é norte-americana enquanto a concorrente emite a versão britânica. No que toca

a séries, é importante também que exista alguma vertente de comédia, transmitindo assim as

produções Community e Raising Hope, ambas norte-americanas.

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No que diz respeito à estratégia programática, será realizada uma divisão tripartida à semelhança do

que acontece com a SIC Radical, espalhando os programas pelos diferentes horários conforme a sua

classificação por género. O objectivo é que, à medida que o dia avança, a programação se torne mais

séria e mais adulta, acompanhando também o evoluir da própria faixa etária que está a assistir, sendo

que os mais novos começam a ver televisão mais cedo, e os mais velhos começam a ver antes do

jantar. Em day time serão exibidos programas mais leves e descontraídos como as magazines sobre

desporto, música, artes e todos esses temas variados, e à medida que o dia avança começa-se a entrar

numa perspectiva mais informativa e cultural, começando o horário de acess prime-time com a

transmissão das séries de comédia, seguidas de “Pedaços do Mundo”. Durante a hora do jantar dar-se-

ia a emissão de “Trocar por Miúdos”, aproveitando o facto de a família se encontrar toda reunida para

que os pais, de certa forma, incentivem os filhos a assistir ao programa e o vejam em conjunto,

trocando ideias e debatendo informações. Finalmente, durante o late-night iriam para o ar as séries

norte-americanas dramáticas, com um teor bastante mais pesado, mas muito apelativo ao target e que

abordam temas como as drogas, as pobrezas nas famílias, os negócios, etc., seguidas dos filmes.

5.2 - PREÇO

Quando se aborda a vertente do preço no mercado da televisão, é necessário, mais uma vez, saber

distinguir cliente empresarial de telespectador.

Relativamente ao telespectador, é importante ter em conta que os únicos canais que este paga

individualmente são os Premium como a SportTv, os canais TV Cine, os canais para adultos e tantos

outros que são escolhas pessoais e específicas do consumidor, pois todos os outros canais vêm

inseridos em pacotes disponibilizados pelas empresas prestadoras de serviços triple play como a ZON,

a MEO, a Vodafone etc.

Assim sendo, a abordagem realizada nesta vertente do Marketing Mix para o telespectador passou por

uma análise dos pacotes oferecidos entre as duas principais operadoras de televisão do mercado

português – a ZON e a MEO – ao nível do sector da televisão. Na ZON o pacote mínimo chama-se

Light e contém os 10 canais essenciais, sem internet nem telefone por 9,99€ mensais. Existem outros

pacotes intermédios onde o valor da internet e do telefone vai variando, enquanto os canais de

televisão oferecidos somam os 35, e por último, o pacote máximo dá pelo nome de Fibra 360, oferece

111 canais, 360 Megas de Internet e uso de telefone ilimitado por 139,99€, existindo, no entanto,

vários outros pacotes com oferta de 111 canais, valores de Internet e telefone variáveis e que rondam

os 50 e 60€, aproximadamente. Na MEO vê-se uma atenção especial para a televisão e para a Internet,

uma vez que o pacote de maior valor chama-se Total 400, soma os 179,99€ e conta com 130 canais de

televisão (mais 19 do que a ZON), 400 Megas de Internet fixa e 100 Megas de Internet móvel (ao todo

oferece 500 Megas, enquanto a ZON oferece 360) e uso telefónico fixo ilimitado, e o seu pacote de

valor mais baixo chama-se Total 8, oferece 59 canais (mais 49 do que o pacote mais baixo da ZON), 8

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Megas de Internet e uso de telefone fixo durante as noites e os fins-de-semana (a ZON não incluía

nenhum destes últimos dois serviços).

Ao nível do preço, no que toca aos clientes empresariais, no sentido em que compram espaço de

emissão da RTP Atitude para transmitirem as suas campanhas publicitárias, o preçário irá ser um

pouco mais elevado do que nos canais generalistas da RTP, uma vez que na televisão por cabo o

mercado não é tão abrangente, pois cada canal está direccionado para um determinado público, logo, é

mais fácil chegar ao público certo e fazer chegar a mensagem com eficácia. Os preços pelo espaço

comercial também dependerão da hora de transmissão da campanha e do programa em que se insere,

comparativamente com as audiências e o número total de telespectadores atingido. O Artigo 3 da

cláusula 23ª do “Contrato de Concessão do Serviço Público de Televisão” afirma que é permitida a

transmissão de publicidade institucional relativa à promoção de produtos, serviços ou fins de

manifesto interesse público ou cultural, a qual beneficiará de um desconto não inferior a 85% do custo

comercial do espaço, não podendo exceder os seis minutos de anúncios por hora.

5.3 - DISTRIBUIÇÃO

O processo de transformação de gravação em estúdio até imagem na televisão é complexo e passa por

algumas fases: as câmaras filmam no estúdio e enviam o sinal digital para a régie, que as passa para a

estação de Monsanto, sendo depois transmitida à Portugal Telecom (PT), que envia o sinal até aos

emissores que servem as principais cidades de cada região, utilizando fibra. Para as zonas autónomas

dos Açores e da Madeira, o envio do sinal dá-se através de satélite. O sinal é captado por uma antena

que o guia até ao aparelho de televisão por cabo, e está então pronto a ser visualizado pelo

telespectador. Nos serviços da televisão por cabo, os sinais provenientes dos canais nacionais chegam

às instalações da TV Cabo através de feixes hertzianos ou cabos, e os sinais com saída do estrangeiro

chegam a território nacional por via de transmissão satélite.

Esta explicação leva ao entendimento de que, mais uma vez, a distribuição não está sob controlo do

produtor, mas sim do distribuidor em si, cujos canais de fibra óptica e satélites fazem chegar a

informação descodificada através de imagens até casa de todos os assinantes do serviço.

Ainda assim, é perceptível que existe uma cobertura de 100% do mercado devido à complexa e

completa rede de emissores e receptores de sinais analógicos e digitais presentes ao longo de todo o

país, seja ele continental ou nas regiões autónomas. Trata-se, no entanto, de um modelo de distribuição

unidirecional, uma vez que não existe qualquer tipo de contacto ou interactividade entre o utilizador, o

produtor e o distribuidor. A informação segue apenas num sentido, percorrendo uma imensidade de

meios diferentes. Uma vez que a cobertura de mercado é total, o valor da acessibilidade a que a RTP

se propõe nunca será violado ou de qualquer forma negligenciado, estando à disposição de todo e

qualquer telespectador que queria assinar o serviço da televisão por cabo.

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Por último, outros grandes canais de distribuição que irão estar presentes em grande escala serão a

Internet e os telemóveis da nova geração, ou smart phones. Esta decisão advém do facto do público-

alvo ser extremamente tecnológico e bastante sensível às evoluções da tecnologia, representando uma

grande fatia dos navegadores da Web 2.0 actualmente. Assim sendo, e respondendo às tendências e

necessidades deste mercado em específico, será criada uma plataforma online dentro do website oficial

do canal, onde estarão disponíveis os conteúdos a ser transmitidos em directo, e também um

reservatório de conteúdos programáticos já exibidos, e disponíveis durante 7 dias para repetir a

visualização ou ver pela primeira vez sem ter de pagar extras. Esta última acção permite uma maior

empatia entre consumidor e marca, uma vez que o usuário vai sentir que a RTP entendeu os seus

estilos de vida, onde passa habitualmente mais tempo e permite-lhe a oportunidade de poder ver os

programas que quer, à hora que quer, sem ter de gravar. Eventualmente, este consumidor irá ficar tão

envolvido, que irá começar a querer ligar a televisão e participar nos programas, ver em directo, sentir-

se na “família”. Relativamente aos smart phones, será criada uma aplicação gratuita que relembrará o

usuário de que um determinado programa está prestes a começar, com base num perfil traçado pelo

mesmo, assim que faz o download da aplicação.

5.4 - COMUNICAÇÃO19

5.4.1 - Conceito Criativo

Como já foi referido, os objectivos principais desta comunicação da RTP são de informar sobre a

existência do novo canal integrante da empresa, marcar posicionamento que suscite curiosidades e

incentive a compra, promover a nova faceta jovem da RTP e ganhar notoriedade perante o público-

alvo. Todas estas características chamam uma campanha inovadora, que dê nas vistas e que divirta o

target a atingir, tendo de ser chocante.

Como também já foi mencionado, a RTP Atitude é um canal que pretende revolucionar o mercado dos

canais juvenis, que é significativamente reduzido, havendo apenas um direccionado a esse público, a

SIC Radical. Traz programação com qualidade, adequada ao target pretendido, e contém programas

interactivos com muita dinâmica que prendem o espectador, enquanto o informam e ensinam sobre

assuntos importantes da actualidade, especialmente numa época como esta em que o país atravessa

uma crise económica e política e os jovens de hoje são os empresários de amanhã, que terão nas suas

mãos a responsabilidade de começar a equilibrar as balanças financeiras nacionais.

Atendendo aos objectivos de comunicação e às características do canal em si, foram desenvolvidos

alguns conceitos criativos que preenchessem os requisitos pedidos, tal como “RTP Atitude – Tens o

que é preciso?” ou “RTP Atitude – Já encontraste o que te falta?”, e ainda “RTP Atitude – Define o

19

Todas as imagens utilizadas nas campanhas percentem a Tadao Cern, artista.

https://www.facebook.com/media/set/?set=a.364606033586614.77800.151290258251527&type=3

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que há em ti”. No entanto, nenhum destes conceitos sobressaiu como inovador ou arrojado, e as

campanhas seriam limitadas pela falta de criatividade do conceito em si, não sendo “atrevidas” ou

divertidas o suficiente para chamar a atenção do público-alvo, que é bastante exigente e com uma

mente preparada para resistir a certos ataques da publicidade, não se deixando levar por qualquer

campanha.

Foi, então, seleccionado um conceito criativo simples, que devido às suas reduzidas dimensões e uso

de palavras fortes, resume a ideia principal do canal, não revelando demasiado de forma a criar a

curiosidade referida nos objectivos de comunicação: “RTP Atitude – Vai-te tirar o ar”. A escolha

pareceu acertada, uma vez que exprime a ideia de novidade, de surpresa, de deixar os jovens sem

fôlego perante o novo canal que irá estrear, e permite também liberdade e criatividade nas campanhas,

dando mais espaço para o atrevimento e a ousadia, havendo assim maiores probabilidades de chamar a

atenção e criar um posicionamento forte logo à partida. A expressão “vai-te tirar o ar” é também

bastante juvenil e usada frequentemente em conversas de rua, e o uso do tratamento da 2ª pessoa do

singular “tu” remete imediatamente para as audiências mais novas e com um espirito mais aberto.

Relativamente ao conteúdo informativo de cada anúncio, a estratégia programada segue a estratégia

adoptada pelo canal AXN White aquando do seu lançamento, em que para suscitar curiosidades

nenhuma informação relevante no que toca aos conteúdos programáticos foi fornecida. As únicas

mensagens que se liam nos painéis era o anúncio à “chegada” do canal.

5.4.2 - Plano de Meios

Definido o conceito criativo, é necessário realizar um plano de meios de forma a perceber em que

suportes se irá basear a comunicação.

Num plano de meios, é expectável que se apresente uma breve introdução da empresa, dos seus

concorrentes, do produto que oferece, dos públicos que atende e dos objectivos que pretende alcançar

com a comunicação, no entanto, todos estes tópicos já foram discriminados ao longo do trabalho,

passando assim directamente à escolha das plataformas onde irão ser transmitidas as campanhas.

As campanhas para a RTP Atitude serão massivas, no sentido em que se encontrarão espalhadas em

quase todos os pontos de distribuição publicitários, desde a Internet até à Rádio, excluindo apenas os

jornais e o cinema.

5.4.2.1 - Mupis

A campanha dos Mupis irá ser realizada ao longo de todo o território nacional, com 1400 faces

expostas por semana em diversos pontos de paragem, ao longo de 2 semanas. A execução deste plano

será realizada pela empresa Mop e os mupis estarão expostos de 25 de Junho a 8 de Julho de 2012.

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Dois Exemplos de muitos dos Mupis que estarão espalhados pelo país (mais anexadas na página 60)

5.4.2.2 - Outdoors

Os outdoors também serão distribuidos pela empresa Mop, e contam a soma de quatro:

o Esquina do Hospital Santa Maria com a Universidade Católica;

o Muro da Feira Popular, Entrecampos;

o Parede do Metro do Grande Porto

o Parede do Metro da Grande Lisboa

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Conclui-se, assim, a publicidade em formato impresso em papel exposto na rua. Somam-se 1400

mupis por semana, durante 2 semanas (2800 mupis ao todo) e 4 outdoors expostos durante um mês,

com início dia 10 de Junho e término dia 10 de Julho, 4 dias depois da primeira emissão do canal.

5.4.2.3 - Televisão

É pouco ocasional verem-se anúncios televisivos relativamente à abertura de novos canais de

televisão, mas neste caso, a RTP Atitude favorece de uma grande vantagem: a pertença à empresa

RTP, cujos canais já pertencentes servirão de canal para transmitir a sua comunicação. O anúncio

televisivo irá ter uma duração máxima de 15 segundos, sendo que foi esse o espaço que reservou no

espaço comercial da RTP1 e RTP2.

Durante todo o anúncio observa-se em câmara-lenta o distorcer das caras dos protagonistas, enquanto,

como banda sonora, se ouvem os primeiros 15 segundos da 5ª Sinfonia de Beethoven 20

. São 2,5

segundos para cada um dos protagonistas, mais 2,5 segundos finais para o aparecimento do logótipo

20

http://www.youtube.com/watch?v=_4IRMYuE1hI

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da RTP Atitude e a fala da voz-off: “Está a chegar... o canal que te vai tirar o ar! RTP Atitude, dia 6

de Julho”.

Os espaços comprados na RTP1 ocupam o prime-time da semana que compreende as datas de 25 de

Junho a 1 de Julho, e estão programados para serem exibidos durante os intervalos do programa “O

Elo mais Fraco”, de 2ª a 5ª feira, e “Estado de Graça” ao Domingo. Na RTP2 o horário é precisamente

o mesmo, sendo que os anúncios irão para o ar de 2ª a 5ª feira, em programas diversos.

5.4.2.4 - Imprensa

O formato que irá ser publicado na Imprensa será exactamente o mesmo que estará disponível nos

mupis ao longo de todo o país, e pretende chamar o máximo da atenção do público-alvo através da

escolha de formatos que estudos comprovam serem os mais lidos pelas faixas etárias a atingir.

o TV GUIA – Com público maioritariamente feminino e com idades compreendidas entre os 15

e os 34 anos, classes sociais B e C1 e situados em Lisboa, Porto e na zona Litoral. Nesta

revista o espaço comprado foi de uma página inteira, número impar, ficando assim do lado

direito, chamando mais atenção, pois é para onde os olhos são imediatamente direccionados

ao virar a página;

o SÁBADO – Existe uma discrepância muito pequena relativamente ao sexo que

maioritariamente lê esta revista, sendo que ambos acusam níveis muito altos. Classes sociais

A, B e C1, e idades entre os 18 e os 44 anos. Esta revista tem a contra-capa reservada para os

anúncios da RTP Atitude.

o FÓRUM ESTUDANTE – Classes sociais B e C1, entre os 14 e os 24 anos, sexos masculino e

feminino. Mais lido no Litoral Centro, Interior Norte e Zona Sul do país, também a contra-

capa desta revista tem o espaço reservado para os anúncios da RTP Atitude.

o SUPER INTERESSANTE – Revista tipicamente juvenil, com público maioritariamente

masculino e idades compreendidas entre os 14 e os 44 anos, lida com frequência pelas classes

A, B e C1 no Grande Porto, Grande Lisboa e zona Litoral Norte. O espaço comprado neste

suporte de comunicação foi toda a capa do verso (parte de trás).

Ao analisar o investimento em publicidade na Imprensa, pode-se afirmar que todo o público-alvo foi

abrangido, desde o sexo, passando pela classe social e pela idade, e acabando na zona geográfica do

país.

5.4.2.5 - Rádio

O spot de rádio é o mais curto, tendo apenas a duração de 5 segundos. O sistema é o mesmo que foi

utilizado nas campanhas televisivas, com o som de fundo da 5ª Sinfonia de Beethoven enquanto a voz-

off apresenta “Está a chegar... o canal que te vai tirar o ar! RTP Atitude, dia 6 de Julho”. Foram

comprados os espaços da CidadeFM, especialmente ouvida por jovens (ambos os sexos) com idades

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entre os 15 e os 24 anos com grande força nas classes A, B e C2, na Zona Litoral Centro, no Sul do

país e no Grande Porto, e na Mega Hits, cujos ouvintes se fazem representar em grande peso pelo sexo

masculino com idades compreendidas entre os 18 e os 34 anos, na zona Litoral Norte e na Grande

Lisboa. Na CidadeFM foi comprado o período Daypart que vai das 06h00m às 09h59m, apanhando

assim todos os estudantes e trabalhadores a caminho das aulas ou do emprego. Na MegaHits, o espaço

não podia ser comprado com um intervalo de tempo tão abrangente, apenas autorizando a compra de

uma hora específica, tendo sido a hora escolhida a que compreende os períodos entre as 08h00m e as

08h59m, por se tratar da hora de grande tráfego.

5.4.2.6 - Internet

Relativamente à Internet, além do website oficial do canal onde se irão encontrar as grelhas de

programação, peças exclusivas, passatempos e muitas mais actividades, irá também existir a

plataforma online onde os conteúdos que já foram transmitidos serão armazenados durante o prazo

máximo de 7 dias para futura visualização gratuita. Também a página oficial no Facebook será de

extrema importância devido à ligação que o público-alvo tem com as redes sociais, e nesta página irão

ser realizados concursos, fóruns, espaços de sugestões, oportunidades únicas etc. Irá tentar reunir o

máximo de “fãs” ou seguidores possível, de forma a que apareça no feed de notícias inicial quantas

vezes forem possíveis para que se crie um posicionamento forte.

Modelo da página oficial da RTP Atitude no Facebook

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O canal irá também marcar presença noutras redes sociais como o Twitter e o Tumblr. Assim sendo, a

necessidade de publicidade paga no Facebook não será um factor a ter em conta, pois o objectivo é a

divulgação através do sistema boca-a-boca, estimulada através de concursos que obriguem a

angariação de “Gostos” na página.

No entanto, irá existir um espaço de publicidade paga nalguns sítios da Internet, tais como:

o Website Oficial da RTP – O anúncio terá um lugar como Takeover na Homepage do website.

o Website “A Bola” – Com o objectivo de alcançar os jovens rapazes, este anúncio irá ocupar o

lugar de Leaderboard (topo da página) na Homepage do website.

o Website “Máximo” – Site oficial da revista, pretende sensibilizar e chamar a atenção do

público feminino. O espaço reservado foi um Medium Rectangle Standart do lado direito da

Homepage.

As publicidades na Internet que estarão disponíveis em website serão idênticas às utilizadas no

outdoor, mas interactivas, querendo isto dizer que embora o layout seja o mesmo, a imagem terá

movimento, logo, à semelhança do que acontece na televisão, o distorcer da cara dos vários

protagonistas será visível.

5.4.2.7 - Campanhas de Activação da Marca

No que diz respeito às campanhas de activação da marca, foram consultados os registos anteriores da

RTP empresarial, de forma a perceber como é que funcionava a activação da marca nos canais de

televisão, uma vez que é pouco usual ver-se esse tipo de campanhas de rua.

No Relatório Anual de 2009 da RTP1 existe um separador denominado de “Activação da Marca no

Terreno”, que consiste em prestar apoios e patrocínios em eventos sociais, solidariedade ou

actividades ao ar livre, com a intenção de ganhar notoriedade e passar imagem de responsabilidade

social e activismo público.

Seguindo, assim, a estratégia utilizada anteriormente pela empresa, não haverá uma campanha de

activação da marca com efeitos de promoção e venda directa, mas sim patrocínios e apoios em

diversos eventos juvenis que se realizem até à data de estreia do canal, ou até mesmo depois.

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6 - CALENDARIZAÇÃO

Meio Suporte Subsuporte Formato Validade Tabela (Unit) Quantidade Total

TV RTP2 23h00m – Vários Programas

(2ª a 6ª) 15’’

25/06/2012

01/07/2012 3.344,86€ 1 3.344,86€

TV RTP1 21h00m – Estado de Graça

(Domingo) 15’’

25/06/2012

01/07/2012 9.942,06€ 1 9.492,06€

TV RTP1 21h15m – O Elo Mais Fraco

(2ª a 5ª) 15’’

25/06/2012

01/07/2012 11.174,05€ 1 11.174,05€

Internet Máxima Homepage Mrec Standart 01/01/2012

31/12/2012 130,00€ 1 130,00€

Internet A Bola Homepage LeaderBoard 01/01/2012

31/12/2012 60,00€ 1 60,00€

Internet RTP Homepage Takeover 01/01/2012

31/12/2012 185,00€ 1 185,00€

Outdoor MOP Metro Metro – 1 face – 1 mês 10/06/2012

10/07/2012 33.160,00€ 2 66.320,00€

Outdoor MOP Mupis Mupis – 1400 faces – 1 semana 25/06/2012

08/07/2012 126.000,00€ 2 252.000,00€

Outdoor MOP Outdoor Outdoor – 1 face – 1 mês 10/06/2012

10/07/2012 24.300,00€ 2 48.600,00€

Rádio Mega Hits 08h00m – 08h59m – 2ª a 6ª 5’’ 01/01/2011

31/12/2012 74,25€ 1 74,25€

Rádio Cidade FM 06h00m – 09h59m – 2ª a 6ª 5’’ 01/01/2011

31/12/2012 102,00€ 1 102,00€

Revistas TV Guia Revista Página – Ímpar 01/01/2012

31/12/2012 4.400,00€ 1 4.400,00€

Revistas Sábado Revista Página – Contra-capa 01/01/2012

31/12/2012 11.500,00€ 1 11.500,00€

Revistas Fórum Estudante Revista Página – Contra-capa 01/01/2012

31/12/2012 5.150,00€ 1 5.150,00€

Revistas Super Interessante Revista Página – Verso Capa 01/01/2012

31/12/2012 6.750,00 1 6.750,00€

419.282,22€

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7 - CONCLUSÃO

A RTP deparava-se com um problema de quota de mercado, uma vez que no somatório de todos os

seus canais era líder de mercado, mas individualmente perdia sempre com alguma margem, fosse nos

canais generalistas ou na televisão por Cabo. Para agravar o panorama, a concorrência mostrava sinais

de grande crescimento, e as tendências de mercado apontavam para uma mudança de atitudes que

levaria os telespectadores a, gradualmente, deixaram de ver canais generalistas para passar a ver TV

Cabo.

Depois de uma análise interna à empresa e uma análise externa ao meio ambiente envolvente, foram

recolhidos alguns pontos fortes e pontos fracos e também algumas oportunidades e ameaças. O

conjunto destas quatro forças levou a um confronto, do qual resultaram diversas soluções ao problema,

que, depois de devidamente estudadas, foram sendo eliminadas até sobrar apenas uma – a criação de

um novo canal temático integrante da rede de canais da RTP, direccionado aos públicos jovens.

Foram realizados questionários, consultada a legislação, estudado o mercado e, finalmente, definida a

estratégia. Todos os públicos foram analisados, de forma a prever comportamentos e adequar

programações e comunicações, estabeleceram-se objectivos de Marketing e de Comunicação,

desenhou-se todo o produto, discutiu-se o preço, estudou-se a distribuição e, por fim, elaborou-se a

comunicação e todo o plano de meios, detalhando onde e quando cada campanha irá decorrer e com

que conceito criativo.

Se o novo canal conseguir cumprir os seus objectivos de Marketing e obter 0,6% de share durante o

primeiro ano de actividade, a RTP Atitude torna-se oficialmente e actualmente o único canal da RTP a

ser líder de mercado no segmento em que se insere, e mantém o grupo corporativo à frente da

concorrência quando se dá o somatório de todos os canais integrantes.

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9 - ANEXOS

Gráfico 1 – Média Diária de Audiências (%)

Gráfico 2 – Tem televisão?

Estudo Setembro 2011 Obercom – A Televisão na Sociedade em Rede. De 2008 para 2010 observa-se

uma queda no número de pessoas que possuem um aparelho televisivo em Portugal.

23%

6%

37%

34%

RTP1

RTP2

SIC

TVI

99,9%

99,0%

0,1%

1,0%

2008

2010

Não Sim

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Gráfico 3 – Preferências programáticas em relação ao nível de escolaridade

Estudo Setembro 2011 Obercom - O Serviço Público de Televisão em Portugal. Os inquiridos com a

instrução primária – completa ou incompleta – preferem telenovelas e não gostam de séries nem

filmes. Indivíduos com o 6º ano completo não gostam de documentários ou debates e continuam a

gostar de telenovelas e também de desporto. Os que possuem o 9º ano de escolaridade gostam de

séries e filmes e não gostam de informação e telenovelas. As telenovelas passam assim a ser o

programa com menos aderência nas classes seguintes, sendo que os indivíduos que possuem o 12º ano

gostam de séries, debates e filmes, e os que têm o ensino superior gostam de séries e documentários.

Gráfico 4 – Gosto mais de ver programas de desporto (por género)

Estudo de Setembro de 2011 Obercom “A Televisão na Sociedade em Rede”

5,1%

2,0%

2,3%

2,7%

2,2%

8,6%

1,4%

26,2%

16,0%

22,2%

20,9%

22,0%

31,1%

11,3%

12,1%

12,2%

13,2%

9,3%

9,7%

14,5%

10,6%

18,1%

22,1%

19,0%

19,0%

19,1%

17,3%

22,8%

26,0%

32,6%

31,3%

30,8%

32,6%

19,5%

38,1%

10,5%

15,1%

12,0%

17,2%

14,4%

8,9%

15,8%

Informação

Filmes

Desporto

Documentários

Debates

Telenovelas

Séries

Instrução Primária Incompleta Instrução Primária Completa2

6º ano 9º ano

12º ano Estudos Superiores

Masculino

91%

Feminino

9%

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58

Gráfico 5 – Gosto mais de ver filmes (por género)

Estudo de Setembro de 2011 Obercom “A Televisão na Sociedade em Rede”

Gráfico 6 – Gosto mais de ver reality shows (por género)

Estudo de Setembro de 2011 Obercom “A Televisão na Sociedade em Rede”

Masculino

51%

Feminino

49%

Masculino

30%

Feminino

70%

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Gráfico 7 – Gosto mais de ver telenovelas portuguesas (por género)

Estudo de Setembro de 2011 Obercom “A Televisão na Sociedade em Rede”

Gráfico 8 – Com que frequência costuma utilizar a Internet para fazer downloads

de filmes?

Estudo de Setembro de 2011 Obercom “A Televisão na Sociedade em Rede”

0,5%

63,5%

12,7%

6,6%

12,9%

3,2%

0,5%

NS/NR

Nunca

Menos frequente

Mensalmente

Semanalmente

Diariamente

Várias vezes ao dia

Masculino

9%

Feminino

91%

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Mupis

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Outdoors

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Organograma Empresarial da RTP

Logótipo RTP Madeira

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63

Logótipo RTP Açores

Logótipo RTP1

Logótipo RTP2

Logótipo RTP África

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Merchandising - Pendrives

Protótipo de material de promoção (Pendrives em forma de pulseira)

Merchandising – Canetas

Protótipo de material de promoção

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Merchandising – Porta-Cartões

Protótipo de material de promoção

Merchandising – Garrafas

Protótipo de material de promoção

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Questionário

Depois de realizadas as análises interna e externa, e ao mesmo tempo que se decidia o rumo da

estratégia, foi elaborado um questionário a uma amostra total de 99 pessoas pertencentes ao perfil do

público-alvo a atingir, com o objectivo de perceber se esta estratégia de reorientação era adequada.

Todas as imagens que se seguem são print screens do website “SurveyMonkey”, onde foi realizado o

questionário, e contêm o número e a percentagem de respostas para cada pergunta.

Pergunta 1 – Sexo

Pergunta 2 – Idade

Uma vez que esta resposta era livre, não havia possibilidade de fazer print screen da tela de respostas

pois eram demasiadas. Foram, então, levantados os resultados e agrupados em intervalos de idade com

5 anos de diferença, com os quais foi construído um gráfico.

26%

56%

12% 6%

Nº de Inquiridos

15-20 anos

21-25 anos

26-30 anos

>31

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Pergunta 3 – Estás Satisfeito com o panorama televisivo actual?

Nesta pergunta, é perceptível, pelas respostas dadas, que a maioria do público-alvo sente uma

insatisfação relativamente ao panorama televisivo actual, querendo isto dizer que não se sentem

entusiasmados com a programação disponível. O somatório das respostas dadas como “Insatisfeito” ou

“Muito Insatisfeito” soma 36,4% dos votos, querendo isto dizer que a insatisfação é o sentimento mais

comum. Logo de seguida apresenta-se o sentimento neutro, votado por 34,3% dos inquiridos, seguido

do sentimento de satisfação, cujas opções de resposta angariaram, ao todo, 29,3% dos votos.

Pergunta 4 – Que canais assistes com maior regularidade?

A liderar as opções de canais mais vistos, encontram-se os canais pertencentes à FOX, incluindo a

FOX e a FOX Life. De seguida vêm os canais generalistas – TVI e SIC -, a SIC Radical, a MTV, a

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FUEL TV, a RTP e, por fim, a FX. Na opção “Outros”, os canais mencionados mais vezes foram a

SIC Notícias e SIC Mulher, juntamente com o canal AXN, SportTv e os canais TVCine.

Pergunta 5 – Gostarias de ter um novo canal nacional direccionado aos jovens?

83,8% do público-alvo concorda que deveria existir um novo canal nacional que falasse directamente

com os jovens.

Pergunta 6 – Que tipo de conteúdo gostarias de ver nesse canal?

Nesta pergunta houve uma taxa de 2,02% de absentismo, uma vez que duas pessoas não responderam.

Os gostos do público-alvo passam por programas de música, cultura, informação, desporto, artes, talk

shows e ficção internacional. No campo “Outros” as respostas mais repetidas foram turismo, cidadania

e cinema e cozinha.