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PROJECTO DE GRAFITE DE BALAMA, MOÇAMBIQUE ESTUDO DE ESPECIALIDADE DE VEGETAÇÃO E FLORÍSTICA Preparado para: Preparado por: Syrah Resources Limited Coastal & Environmental Services 356 Collins Street Melbourne 3000 Austrália GRAHAMSTOWN P.O. Box 934, Grahamstown, 6140 Áfica do Sul MAPUTO Rua da Frente de Libertação de Moçambique, N o 324, Maputo, Moçambique África do Sul e Moçambique Outubro 2013

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PROJECTO DE GRAFITE DE BALAMA, MOÇAMBIQUE

ESTUDO DE ESPECIALIDADE DE VEGETAÇÃO E FLORÍSTICA

Preparado para:

Preparado por:

Syrah Resources Limited

Coastal & Environmental Services

356 Collins Street Melbourne

3000 Austrália

GRAHAMSTOWN P.O. Box 934, Grahamstown,

6140 Áfica do Sul

MAPUTO Rua da Frente de

Libertação de Moçambique, N

o

324, Maputo, Moçambique

África do Sul e Moçambique

Outubro 2013

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Relatório de Especialidade de Vegetação e Florística – Outubro 2013

Coastal & Environmental Services Syrah Resources Ltd ii

Este relatório deve ser sitado como segue: Coastal & Environmental Services, Outubro de 2013: Projecto da Syrah Resources Limited: Relatório de Especialidade de Vegetação e Florística, Grahamstown.

Revisão de Relatório da CES e Cronograma de Rastreamento Título do Documento

Projecto de Grafite de Balama, Cabo Delgado, Moçambique: Relatório de Especialidade de Vegetação e Florística

Nome & endereço do Cliente

Syrah Resources Limited 356 Collins Street, Melbourne, 3000, Austrália

Referência do Documento

Estado Rascunho Data de Emissão

15 de Outubro de 2013

Autor Líder

Tarryn Martin Greer Hawley

Revisor

Ted Avis

Aprovação do líder do estudo ou Profissional de Avaliação Ambiental Registado

Distribuição do Relatório Circulado a No de cópias

impressas N

o de cópias

electrónicas

Este documento foi elaborado de acordo com o âmbito da nomeação da Coastal & Environmental Services (CES) e contém propriedade intelectual e informações proprietárias protegidas por direitos autorais a favor da CES. O documento não pode, portanto, ser reproduzido, usado ou distribuído a terceiros sem o prévio consentimento por escrito da Coastal & Environmental Services. Este documento é elaborado exclusivamente para uso pelo cliente da CES. A CES não se responsabiliza por qualquer uso deste documento que não seja pelo seu cliente e para os fins para o qual foi preparado. Nenhuma pessoa que não seja o cliente pode copiar (no todo ou em parte) usar ou contar com o conteúdo deste documento, sem a prévia autorização por escrito da CES. O documento está sujeito a todas as regras de confidencialidade, direitos autorais e segredos comerciais, direitos de propriedade intelectual e as práticas da África do Sul.

Coastal& Environmental Services 67 African Street

Grahamstown 6140

[email protected] www.cesnet.co.za

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RESUMO EXECUTIVO Visão Geral do Projecto A Syrah Resources Limited é uma empresa de recursos Australianos com sede localizada em Melbourne, na Austrália. Em Dezembro de 2011, adquiriu a propriedade do Projecto de Grafite de Balama localizado no norte de Moçambique, a 7 km da Vila de Balama, Cabo Delgado, Moçambique. A subsidiária local da Syrah, a Twigg Exploration & Mining Ltd, recebeu posteriormente uma Licença para a Prospecção e Pesquisa de grafite, metais básicos e preciosos no Distrito Balama. A Syrah Resources Ltd. pretende minerar grafite na área do projecto utilizando a mineração a céu aberto para extrair o minério. O processamento de flotação convencional será utilizado para extrair a grafite usando água da Barragem de Chipembe, localizada a cerca de 15 km ao noroeste do local do projecto. O minério será processado na planta de processamento localizada no local da mina, e o concentrado final será transportado por estrada para Pemba, onde está localizado um porto de águas profundas. O produto será exportado internacionalmente a partir do Porto de Pemba. Antecipa-se que a área de Balama possa ter um grande depósito de grafite. Prevê-se que a mina terá uma vida útil mínima de 50 anos, embora a disposição do local antecipa 100 anos de operação. A planta vai operar 365 dias por ano. Métodos Foi realizado um levantamento do local na estação chuvosa de 28 de Fevereiro de 2013 a 10 de Março de 2013 e um levantamento na estação seca do 15 a 22 de Julho de 2013. Foi realizado um reconhecimento inicial ao longo da área do projecto de modo a estabelecer a diversidade do habitat e estado geral. A amostragem foi realizada nos locais propostos para o oeste e leste do poço, a instalação de armazenamento de rejeitos, pilha de estéril, a planta de processamento e em áreas situadas dentro dos limites do projecto que são potencialmente sensíveis. Nenhumas opções de estrada de transporte foram avaliadas. Os tipos de vegetação foram caracterizados através de análises TWINSPAN e DECORANA. O Índice de Simpson foi usado para calcular a biodiversidade alfa dentro de cada habitat. Este índice foi usado uma vez que ele é relativamente simples de usar por um leigo, proporcionando uma interpretação significativa da biodiversidade do habitat. Isto pode ser facilmente repetido durante os eventos de monitoramento futuros. Ambiente Biofísico A Província de Cabo Delgado tem um clima tropical com duas estações distintas. A estação chuvosa que ocorre de Novembro a Março e a estação seca, de Abril a Novembro. Não estão disponíveis dados meteorológicos específicos para a área do projecto. Portanto, foram utilizados dados climáticos de Pemba, a cidade mais próxima ao local do projecto. As chuvas nesta área são mais altas entre Dezembro e Março (a estação chuvosa), com uma precipitação média anual de 865 mm (www.Climatedata.eu). Como o local do projecto é mais para o interior, é provável que a precipitação anual seja menor que a de Pemba. É provável que o potencial de inundações na área ocorra entre Dezembro e Fevereiro. Há pouca variação nas temperaturas médias máximas e mínimas ao longo do ano. Os meses mais quentes ocorrem entre Outubro e Maio e os meses mais frios entre Junho e Setembro. A temperatura média anual alta é de 30.5oC e a temperatura média anual baixa é de 22.4oC (www.Climatedata.eu).

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O nordeste de Moçambique é predominantemente sustentado por rochas do Proterozóico que formam uma série de complexos de gnaisse, que vão desde a Palaeo Neoproterozóico na idade. O local do projecto é sustentado por rochas metamórficas do Grupo Lúrio Neoproterozóico que estão incluídas dentro do Complexo Xixano. A área de estudo é relativamente plana a ondulanda suavemente com inselbergs esporádicos (Monte Nassilala e Monte Coronge) surgindo das planícies. A faixa de altitude varia de 480-830 m acima do nível do mar (ASL), com o ponto mais alto a ocorrer no Monte Nassilala. O Rio Mehucua flui através da parte sul do local do projecto em uma direcção sudoeste a norte-leste. Algumas pequenas zonas húmidas ocorrem na área do projecto, sendo a mais notável um pântano situado a cerca de 2 km a sudoeste do local proposto e uma zona húmida situada a cerca de 7 km a leste-sudeste. O maior corpo de água na área, mas fora da área do projecto, é a Barragem de Chipembe, que está localizada a 12 km a noroeste do local. Em comparação com outros países da região, Moçambique tem uma base rica de recursos naturais incluindo florestas indígenas não transformadas, savanas e habitats costeiros. Cerca de 25% da terra tem o potencial florestal comercial, 12,5% constituem áreas protegidas pelo Estado e outros 22% compreendem potencial habitat de animais selvagens O uso da terra na área é principalmente para a agricultura de subsistência. Culturas como o milho, algodão e mandioca são cultivadas em áreas planas que são limpas utilizando técnicas de corte e queima. Algum gado, em pouca quantidade, é criado na área, embora estes animais só foram notados perto das comunidades e não são abundantes no local do projecto. Quase todos os domicílios são fortemente dependentes dos recursos naturais para a sua subsistência. Os recursos naturais são usados para a construção, consumo medicinal e para complementar sua alimentação. A produção de carvão vegetal, para uso local e externo, também foi evidente no local do projecto. Tipos de vegetação Poucas informações detalhadas publicadas estão disponível sobre a vegetação de Moçambique, especialmente informações sobre a vegetação encontrada na Província de Cabo Delgado ou área do projecto em particular. As fontes mais confiáveis de informação são um mapa de vegetação e descrições por Wild e Barbosa (1967) e um levantamento bio geográfico por White (1983). A literatura acima descreve amplamente formações vegetais em um amplo nível de paisagem, mas fornece muito pouca informação sobre as comunidades encontradas dentro dos principais tipos de vegetação. Oito tipos de vegetação amplos foram descritos e mapeados para Moçambique. A Floresta de Miombo (listada como Vulnerável pela WWF) é a mais difundida, dominando o norte e centro do país, seguida pela Floresta de Mopane que ocorre nas partes sul e norte do país. O terceiro tipo de vegetação mais difundido é a floresta indiferenciada, que abrange extensas partes das porções sul, centro e norte do país. Os tipos de vegetação remanescentes incluem áreas menores de Elementos Afromontane, Mosaicos Costeiros, Vegetação Halofítica, Mangais e Vegetação do Pântano. Dois tipos de vegetação principais ocorrem dentro do local do projecto; Floresta Ripariana e Floresta de Miombo. A Floresta de Miombo é ainda dividida em três variedades:

Floresta de Miombo: Grafite

Floresta de Miombo: Granito

Floresta de Miombo: Planícies (intactas e degradadas):

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A maior biodiversidade foi observada na Floresta Ripariana que tinha uma pontuação do índice de biodiversidade alfa de 21,7. Esta foi seguida pelas Florestas de Miombo intactas: Planícies. As Florestas de Miombo: Grafite e Floresta de Miombo degradada: Planícies tiveram a pontuação mais baixa de biodiversidade alfa. Esta é, possivelmente, devido a perturbações antropogénicas, como a colecta de materiais de construção e lenha. Biodiversidade Floral Estima-se que mais de 5 500 espécies de plantas tenham sido registadas em Moçambique, embora o número real de espécies seja provável de ser muito mais elevado. Dessas 5 500 espécies, 177 espécies são endêmicas e 300 ocorrem na Lista Vermelha de Dados de Moçambique. Nenhuma espécie de preocupação especial aparece na lista da IUCN (2012). Uma espécie exótica é listada como dados deficientes e 25 espécies são susceptíveis de serem classificadas como pouco preocupante uma vez que nenhuma espécie dentro de sua família ocorre na lista. Não há informações disponíveis para as restantes 46 espécies. De acordo com a Lista Vermelha de Dados de Moçambique (2002), uma espécie (Sterculia appendiculata) é considerada Vulnerável como resultado da sobre-exploração de lenha, madeira e construção civil. Uma espécie da CITES, da família Orchidaceae, aparece no Apêndice II. Esta espécie não está necessariamente ameaçada, mas é controlada em termos de comércio internacional por meio do controle de comércio internacional da CITES de certas espécies ou seja, toda importação, exportação e reexportação de espécies CITES tem de ser autorizada por meio de um sistema de licenciamento. Assim, enquanto esta espécie não for formalmente protegida pela lista vermelha de dados da IUCN ou vermelha de dados de Moçambique, é proibido o comércio não autorizado desta espécie. Espécies exóticas e invasoras Mangueiras foram predominantes nas planícies próximas às comunidade, por entre as terras cultivadas. O bambú (Oxytenanthera abyssinica) também foi observado a ocorrer em florestas, especialmente as florestas degradadas na base e nas encostas do Monte Nassilala. Embora este bambú seja originário da região, este pode tornar-se invasivo, especialmente em áreas perturbadas ele regenera e dispersa-se rapidamente a partir de sementes e forma estandes impenetráveis que impedem que outras espécies se estabeleçam. Notou-se que as comunidades locais evitam o plantio em áreas anteriormente abrangidas pelo bambú, possivelmente devido ao extenso sistema radicular que é difícil de remover sem máquinas. Sensibilidade Uma grande parte da área do projecto foi desmatada para fins agrícolas. Estas áreas foram classificadas como tendo uma baixa sensibilidade ecológica, como elas foram transformadas através de actividades antropogénicas e estão, portanto, altamente impactadas e fornecem valor limitado ao funcionamento do ecossistema. Áreas de vegetação natural, como a degradação da Floresta de Miombo: Planícies, foram atribuídas uma sensibilidade ecológica média. Apesar dessas áreas serem degradadas como resultado de pressões locais sobre o meio ambiente, elas ainda têm uma riqueza de espécies relativamente alta e formam importantes áreas de processo ecológico para pequenos mamíferos e aves que ocorrem na área. Áreas de alta sensibilidade foram designadas para a Floresta de Miombo: Granito e Floresta de Miombo: Grafite, a Floresta de Miombo intacta: Planícies e Floresta Ripariana. Estas áreas são relativamente intactas e tem uma alta diversidade de espécies. Embora altamente degradada na maior parte, a Zona Ripariana foi atribuída uma pontuação de alta sensibilidade, pois é uma área de processo importante para o funcionamento do ecossistema.

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Sempre que possível, o desenvolvimento deve ser restrito a essas áreas que têm uma baixa sensibilidade ecológica, e excluir as áreas com uma sensibilidade ecológica elevada ou média. A TSF, o acampamento da mina, depósito de resíduos e planta de produção devem, portanto, estar localizados em uma área de média a baixa sensibilidade. Quando isso não for possível (por exemplo, a localização dos poços da mina do leste e oeste), as medidas de mitigação alternativas, tais como áreas de conservação e compensações de biodiversidade devem ser investigadas. Cinco questões foram identificadas para o local do projecto:

• Perda de comunidades vegetais • Perda da Biodiversidade • Perda de espécies de interesse especial • Interrupção da função do ecossistema e Processo • Perda de serviços ecossistêmicos.

Dez impactos foram identificados e avaliados para todas as quatro fases (ou seja, Fases de Concepção e Planeamento, Construção, Exploração e de Decomissionamento) . Em geral os impactos para a fase de concepção e planeamento foram BAIXOS aceitáveis. O único impacto MODERADO identificado durante esta fase foi a perda de Florestas de Miombo Degradadas: Planícies. Esse impacto pode ser reduzido para BAIXO, com as medidas de mitigação, como a redução da pegada de infraestrutura para a área mínima exigida e áreas que não são necessárias durante a fase de construção e operação de reabilitação . A fase de construção teve o maior número de impactos ELEVADOS (seis no total) . Esta fase terá o maior impacto sobre as comunidades de vegetação e da biodiversidade associada na área e é geralmente difícil de mitigar . O único impacto ELEVADO que não pode ser reduzido é o impacto sobre a Floresta de Miombo: comunidade de Grafite . A perda deste tipo de vegetação é inevitável uma vez que os depósitos de grafite só ocorrem aqui e, posteriormente, este impacto não pode ser reduzido. Uma vez que este tipo de vegetação é definido como tendo alta sensibilidade, recomenda-se que sejam conservadas as parcelas que não são afectadas pela mina. Quatro dos seis impactos ELEVADOS identificados durante a fase de construção podem ser reduzidos a MODERADO e um a BAIXO através de estratégias de mitigação, que incluem mover a infraestrutura para áreas de baixa e moderada sensibilidade e onde isso não for possível, reduzir a pegada em áreas de sensibilidade alta e moderada e áreas de reabilitação que não são necessárias durante a fase operacional. Estratégias de mitigação detalhadas para cada impacto são discutidas no relatório principal. Dois impactos ELEVADOS e oito impactos MODERADOS foram identificados durante a fase operacional. Nove destes impactos podem ser reduzidos a BAIXO e um a MODERADO com medidas de mitigação. Desde que as medidas de mitigação sugeridas para cada impacto sejam efectivamente implementadas, a fase operacional terá um impacto relativamente baixo na vegetação e biodiversidade floral na área do projecto. O único impacto ELEVADO identificado durante a fase de decomissionamento foi a invasão potencial de espécies de plantas exóticas. Com as medidas de mitigação, como um Plano de Monitoramento de Gestão e Invasoras, isso pode ser reduzido a BAIXO. Todos os outros impactos para essa fase são BAIXOS aceitáveis. Conclusões e Recomendações

Foram anotados os maiores número de impactos ELEVADOS a ocorrer durante a fase de construção. Esta fase terá o maior impacto sobre as comunidades de vegetação e biodiversidade floral. É imperativo que as medidas de mitigação para reduzir o impacto desta fase sejam implementadas e devem incluir a redução do número de travessias de pontes através da floresta ripariana, o uso de travessias de rios existentes, localizando pontes em áreas que já foram afectadas, alinhando estradas e condutas ao longo de um

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único corredor, evitando a colocação de infraestrutura em áreas de alta sensibilidade, evitando a fragmentação adicional do habitat localizando infra-estrutura linear longe de áreas de alta sensibilidade, deixando de lado porções representativas chave de cada tipo de vegetação, como áreas de conservação, impedindo os funcionários de colher plantas para lenha, carvão ou o seu uso pessoal.

Inselbergs, que são ilhas de habitat natural, formam corredores de ligação importantes entre vegetação fragmentada e têm sido documentados como características importantes para a conservação e dispersão de várias espécies. Portanto, é importante que uma parte do inselberg Monte Nassilala, onde o depósito de grafite foi identificado, seja conservada para que esse processo possa continuar e que a infra-estrutura, como a TSF, depósito de resíduos, o acampamento e planta de processamento encontrem-se fora destes áreas sensíveis.

O uso da terra actual está tendo um grande impacto sobre a vegetação natural na área. Grandes extensões de terra foram limpas e plantadas com culturas como algodão, milho e mandioca deixando pequenas “ilhas” de biodiversidade nos Inselbergs na área. Os inselbergs fornecem refúgio natural uma vez que suas encostas não são cultiváveis e, portanto, não têm nenhum valor agrícola para as comunidades locais.

A maior biodiversidade foi registada na Floresta Ripariana. Embora esta exista como trechos finos de vegetação nativa cercada por um mar de agricultura, que actualmente formam importantes corredores ecológicos naturais e, portanto, deve ser conservada e protegida. As actividades de mineração e infra-estrutura devem ser mantidas a um mínimo nessas áreas.

As Florestas de Miombo intactas: Planícies, que ocorrem perto da Comunidade de Nquide tem a segunda maior diversidade de espécies depois dos Florestas Riparianas e contém espécies importantes como Habenaria sp. (Orchidaceae). As actividades de mineração não devem ocorrer nesta área. Além disso, esta área deve ser investigada como uma possível área de conservação.

Para reduzir o impacto das actividades de mineração e infra-estrutura associada, foram recomendadas as seguintes medidas de mitigação:

Deve ser implementado tampão de 50 metros “Não-Avançar” de cada lado dos corpos d'água (rios, córregos, terras húmidas e afluentes). Além disso, linhas de drenagem devem ser reabilitadas e re-vegetadas. Sempre que possível, as infra-estruturas que ocorrem nessas áreas devem ser transferidas para zonas menos sensíveis. Infra-estrutura que não podem ser movidas, tal como as pontes, devem ser concebidas e localizadas de forma a assegurar um impacto mínimo sobre essas zonas.

Corredores ecológicos, designados como áreas de “Não-Avançar”, devem ser postos de lado dentro do local do projecto para facilitar a circulação das espécies de fauna, dispersão de sementes e a ampliação dos tipos de vegetação existentes. Recomenda-se que uma porção do Monte Nassilala seja deixada intacta e conservada de modo que possa continuar a funcionar como um “trampolim” para a dispersão de espécies de animais e plantas. A reabilitação do local do projecto deve incluir a restauração do inselberg sempre que possível

Recomenda-se que um botânico/ecologista esteja no local durante a construção para determinar se alguma das espécies de interesse especial ou espécies protegidas ocorrem onde a mina e infra-estrutura associada estão posicionadas. As plantas podem ser removidas e colocadas em um viveiro para efeitos de reabilitação. Se uma espécie for identificada para a realocação, os indivíduos da espécie terão de ser localizadas dentro do local proposto, antes da limpeza da vegetação começar, e cuidadosamente arrancados e removidos por um horticultor qualificado. Antes da remoção, no entanto, precisam ser identificadas áreas de realocação adequadas, seja dentro do local ou em outras áreas perturbadas na propriedade. Plantas individuais que não podem ser realocadas no momento da retirada, deverão ser transferidas para a estufa.

Recomenda-se que os seguintes planos de gestão e monitoramento sejam implementados o Plano de Reabilitação e Restauração o Plano de Gestão e Monitoramento de Exóticas o Plano de Conservação e Monitoramento Terrestre.

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TABELA DE CONTEÚDOS 1 INTRODUÇÃO E DESCRIÇÃO DO PROJECTO .................................................................... 1

1.1 Descrição do Projecto ..................................................................................................... 1 1.2 Termos de Referência ..................................................................................................... 1

2 LEGISLAÇÃO, POLÍTICA E DIRECTRIZES .......................................................................... 2 2.1 Padrões de Desempenho da Corporação Financeira Internacional (IFC) relevantes para

o Estudo de Especialidade de Vegetação e Florística ..................................................... 2 2.2 União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN): Estatutos e Regulamentos

....................................................................................................................................... 3 2.3 Convenção sobre Diversidade Biológica (CBD) ............................................................... 3 2.4 Princípios de Equador Relevantes para o Estudo Ecológico ........................................... 4

3 METODOLOGIA ..................................................................................................................... 5 3.1 Revisão de Literatura ...................................................................................................... 5 3.1.1 Informação actual e dados existentes .......................................................................... 5 3.1.2 Conclusões do impacto de espécies de plantas exóticas no ambiente circundante ..... 5

3.2 Levantamento do local..................................................................................................... 5 3.3 Mapeamento da vegetação ............................................................................................. 5 3.4 Levantamento Floral e Cálculos da Biodiversidade ......................................................... 5 3.4.1 Abordagem do Levantamento Floral ............................................................................ 5 3.4.2 Caracterização da Vegetação ...................................................................................... 8 3.4.3 Cálculo da Biodiversidade ........................................................................................... 8

3.5 Lista Vermelha de Dados da IUCN, Moçambique e Avaliação da CITES ........................ 9 3.6 Avaliação de Impacto ...................................................................................................... 9 3.6.1 Exemplo do uso da Escala de Avaliação ................................................................... 13

4 DESCRIÇÃO BIOFÍSICA ...................................................................................................... 14 4.1 Clima ............................................................................................................................. 14 4.2 Geologia ........................................................................................................................ 14 4.3 Topografia e Hidrologia ................................................................................................. 14 4.4 Áreas Protegidas ........................................................................................................... 17 4.5 Actual Uso da Terra ....................................................................................................... 19

5 REVISÃO DE LITERATURA E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO ................................... 20 5.1 Zonas Ecológicas de Importância Internacional ............................................................. 20 5.2 Tipos de Vegetação em Moçambique ............................................................................ 20 5.3 Diversidade Florística .................................................................................................... 23 5.4 Inselbergs: Ilhas da Biodiversidade ............................................................................... 23 5.5 Serviços dos ecossistemas ........................................................................................... 24

6 TIPOS DE VEGETAÇÃO E DESCRIÇÃO DO LOCAL ......................................................... 26 6.1 Caracterização da Vegetação........................................................................................ 26 6.1.1 TWINSPAN................................................................................................................ 26 6.1.2 DECORANA .............................................................................................................. 27

6.2 Descrição geral dos tipos de vegetação ........................................................................ 28 6.2.1 Floresta Ripariana ..................................................................................................... 29 6.2.2 Floresta Miombo ........................................................................................................ 30 6.2.3 Terras Agrícolas: ....................................................................................................... 34

6.3 Distribuição da Vegetação ............................................................................................. 34 6.4 Serviços dos Ecossistemas ........................................................................................... 35

7 BIODIVERSIDADE FLORAL E ESTADO DE CONSERVAÇÃO .......................................... 38 7.1 Biodiversidade Floral ..................................................................................................... 38 7.2 Estado de Conservação de espécies de plantas: Espécies Raras, Ameaçadas ou em

Extinção ........................................................................................................................ 39 7.3 Espécies Exóticas ......................................................................................................... 40 7.4 Avaliação de sensibilidade da área do projecto ............................................................. 41

8 QUESTÕES IDENTIFICADAS E AVALIADAS ..................................................................... 43 8.1 Os impactos actuais: “Não-Avançar” ou “Sem cenário do projecto” ............................... 43 8.1.1 QUESTÃO 1: Perda de comunidades de vegetação ................................................. 43 8.1.1 QUESTÃO 2: Perda de Biodiversidade ...................................................................... 45

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8.1.1 QUESTÃO 3: Perda de Espécies de Interesse Especial ............................................ 45 8.1.1 QUESTÃO 4: Interrupção da Função e Processo do Ecossistema ............................ 46

8.2 Impactos do Projecto da Mina ....................................................................................... 46 8.2.1 QUESTÃO 1: Perda de comunidades de vegetação .................................................. 46 8.2.2 QUESTÃO 2: perda de biodiversidade ...................................................................... 53 8.2.3 QUESTÃO 3: A perda de Espécies de Interesse Especial ......................................... 55 8.2.4 QUESTÃO 4: Perturbação da Função e Processo do Ecossistema .......................... 56 8.2.5 QUESTÃO 5: Perda de Serviços Ecossistêmicos ...................................................... 59

9 CONCLUSÕES DA AVALIAÇÃO DE IMPACTO E RECOMENDAÇÕES ............................ 61 9.1 Estado actual ................................................................................................................. 61 9.2 Conclusões .................................................................................................................... 61 9.2.1 Observações finais: Relatórios sobre os Termos de Referência ................................ 61 9.2.2 Resumo dos impactos ............................................................................................... 62 9.2.3 Observações finais .................................................................................................... 63 9.2.4 Padrão de Desempenho 6 do IFC ............................................................................. 64

9.3 Recomendações............................................................................................................ 65 9.3.1 Fases de Construção e Operação ............................................................................. 65 9.3.2 Conservação ............................................................................................................. 65 9.3.3 Reabilitação ............................................................................................................... 68 9.3.4 Invasão de espécies exóticas .................................................................................... 68 9.3.5 Compensações de Biodiversidade ............................................................................. 68

9.4 Plano de gestão proposto a ser desenvolvido e implementado como parte da PrGA .... 69 10 REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 70

LISTA DE FIGURAS Figura 3-1: Pontos de amostragem dentro do local do projecto ....................................................................... 6 Figura 4-1: Perfil de Elevação da área do projecto ......................................................................................... 15 Figura 4-2: Rios e barragens importantes localizados na área do projecto .................................................... 16 Figura 4-3: Áreas protegidas ao redor do local do projecto ............................................................................ 18 Figura 5-1: Tipos de vegetação gerais encontrados em Moçambique (Depois de Branco 1983, no MICOA,

2009) .............................................................................................................................................. 21 Figura 5-2: Eco regiões da WWF ao redor do local do projecto ..................................................................... 22 Figura 6-1: Dendrograma produzido por TWINSPAN mostrando agrupamentos definidos para os 13 locais

amostrados em Março 2013 .......................................................................................................... 27 Figura 6-2: Análise de Correspondência de dispersão retificada de 68 amostras tiradas em Março de 2013,

mostrando a clara divisão dos três principais tipos de comunidades, A-C. Os aglomerados nesta figura podem ser comparados com os grupos mostrados no dendrograma TWINSPAN (Figura 6-1). ................................................................................................................................................... 28

Figura 6-3: Organograma ilustrando os vários tipos de Florestas de Miombo encontrados no local do projecto. ......................................................................................................................................... 28

Figura 6-4: Mapa de Vegetação do Local do Projecto de Grafite de Balama ................................................. 37 Figura 7-1: Mapa de Sensibilidade da área do projecto .................................................................................. 42 Figura 9-1: Corredores propostos (listras azuis) áreas de conservação (listras verdes). ............................... 67

LISTA DE TABELAS Tabela 3.1 Metodologia utilizada para pesquisa de amostragem floral ............................................................ 7 Tabela 3.2: Classificação dos critérios de avaliação ....................................................................................... 11 Tabela 5-1: Espécies de plantas vulneráveis que poderiam ocorrer no local do projecto ............................. 23 Tabela 6-1: Área total de cada tipo de vegetação e a área que será directamente impactada ...................... 35 Tabela 6-2: Serviços ecossistêmicos fornecidos por cada tipo de vegetação ................................................ 36 Tabela 7.1 Cálculos do Levantamento Floral e Biodiversidade (2013) ........................................................... 38 Tabela 7-2: Espécies de Interesse Especial ................................................................................................... 39 Tabela 7-3: Espécies exóticas problemáticas em Moçambique (Fonte: http://www.issg.org) ........................ 40 Tabela 9-1: Termos de Referência e resposta do relatório ............................................................................. 61 Tabela 9-2: Resumo dos impactos identificados com e sem medidas de mitigação. ..................................... 62

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Tabela 9-3: Requisitos e comentários do PD6 do IFC .................................................................................... 64

ILUSTRAÇÕES Ilustração 4-1: Campo recentemente queimado no local do projecto. ............................................................ 19 Ilustração 6-1: Floresta Ripariana ................................................................................................................... 29 Ilustração 6-2: Placa 6-2: Espécies dominantes encontradas na Floresta Ripariana. A) Brachystegia boehmii.

B) Grewia forbsii, C) Albizia adianthifolia D) flor de Xylotheca kraussiana e D) fruto de Xylotheca kraussiana. .............................................................................................................. 30

Ilustração 6-3: Floresta de Miombo (nas inclinações do monte) associada ao depósito de grafite................ 31 Ilustração 6-3: Floresta de Miombo (nas inclinações do monte) associada com as intrusões de granito ...... 32 Ilustração 6-4: Intacta encontrada nas planícies perto da Comunidade Nquide............................................. 33 Ilustração 6-5: Habenaria sp. (Família: Orchidaceae) encontrada a ocorrer na Floresta de Miombo intacta:

Planícies ................................................................................................................................... 33 Ilustração 6-6: Exemplo de campos agrícolas típicos com uma única árvore de Embondeiro ....................... 34 Ilustração 6-7: Exemplo de recursos naturais que prestem serviços de ecossistemas para as comunidades

locais. A) árvores que estão sendo cortadas para a construção, B) materiais vegetais utilizados para a construção de armadilhas para peixes, C) árvores e arbustos estão sendo usados para a produção de carvão vegetal; D) gramíneas utilizadas para colchões.............. 36

Ilustração 7-1: Espécies de interesse especial identificadas no local do projecto. A) Sterculia appendiculata B) Habenaria sp ........................................................................................................................ 40

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LISTA DE ACRÓNIMOS

AIA Avaliação de Impacto Ambiental

ASL Acima do nível do mar

CES Coastal & Environmental Services

CITES Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas

DECORANA Análise de Correspondência Retificada

EIE Espécies de Interesse Especial

EN Em Perigo

GIS Sistema de Informação Global

GPS Sistema de Posicionamento Global

IUCN União Internacional para a Conservação da Natureza

QA Quase Ameaçada

QDS Quarto Grau Quadrado (Quarter Degree Squares)

SA África do Sul

TWINSPAN Análise de espécies indicadoras Two-way

VU Vulnerável

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1 INTRODUÇÃO E DESCRIÇÃO DO PROJECTO

1.1 Descrição do Projecto A Syrah Resources Limited é uma empresa de recursos Australianos com sede localizada em Melbourne, na Austrália. Em Dezembro de 2011, adquiriu a propriedade do Projecto de Grafite de Balama localizado no norte de Moçambique, a 7km da Vila de Balama, Província de Cabo Delgado, Moçambique. Subsidiária local da Syrah, a Twigg Exploration & Mining Ltd, posteriormente recebeu uma licença para a prospecção e exploração de grafite e metais básicos e preciosos no Distrito de Balama. A Syrah Resources Ltd. planeia minerar grafite na área do projecto utilizando a mineração a céu aberto para extrair o minério. Será utilizado o processamento convencional de flotação para extrair o minério da grafite usando água da Barragem de Chipembe localizada a cerca de 15 km ao noroeste do local do projecto. O minério será processado na planta de processamento localizada no local da mina, e o concentrado final será transportado por estrada para Pemba, onde está localizado um porto de águas profundas. O produto será exportado internacionalmente a partir do Porto de Pemba. Antecipa-se que a área de Balama possa ter um grande depósito de grafite. Prevê-se que a mina terá uma vida útil mínima de 50 anos, embora a disposição do local antecipa 100 anos de operação. A planta vai operar 365 dias por ano.

1.2 Termos de Referência Para um planeamento de uma gestão ambiental saudável da área, foi feita uma pesquisa ecológica e avaliação da biodiversidade da área do projecto para o período chuvoso e seco. O objectivo deste estudo é estabelecer condições de base antes das actividades de mineração e fornecer uma avaliação dos potenciais impactos. Os seguintes termos de referência aplicam-se a esta avaliação:

Descrever e mapear as diferentes unidades de vegetação e ecossistemas (por exemplo, pastagens, savana, ribeirinha, etc) na área de mineração.

Descrever a biodiversidade floral e registar as espécies de plantas que ocorrem em cada tipo de vegetação.

Determinar as unidades de habitats que executam funções do ecossistema críticas (ex. controle de erosão, serviço hidrológico, etc.)

Utilizar abordagem aleatória estratificada para quadrículas de pesquisas botânicas, de modo a descrever a biodiversidade e o estado ecológico de cada unidade de vegetação.

Descrever e mapear os ecossistemas raros, em perigo ou ameaçados.

Estabelecer e mapear áreas de vegetação sensíveis.

Identificar espécies de interesse especial (Lista Vermelha de Dados IUCN).

Identificar espécies de plantas exóticas, avaliar o potencial invasivo e recomendar procedimentos de gestão.

Identificar e avaliar os impactos das actividades de mineração e infra-estrutura associada da vegetação natural em termos de perda e fragmentação e degradação dos ecossistemas fundamentais habitat.

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2 LEGISLAÇÃO, POLÍTICA E DIRECTRIZES

2.1 Padrões de Desempenho da Corporação Financeira Internacional (IFC) relevantes para o Estudo de Especialidade de Vegetação e Florística

Os seguintes Padrões de Desempenho (PD) aplicam-se à avaliação do impacto da Biodiversidade Floral: 1. Avaliação e Gestão de Impactos Ambientais e Riscos Sociais

Identificar e avaliar os impactos ambientais, riscos e oportunidades na área de influência do projecto

Evitar ou, quando não for possível evitar, minimizar, mitigar ou compensar os impactos negativos sobre o meio ambiente natural

Promover a melhoria do desempenho ambiental das empresas através do uso efectivo de sistemas de gestão

2. PD 6: Conservação da Biodiversidade e Gestão Sustentável dos Recursos Naturais Vivos

Objectivos e requisitos para evitar, minimizar ou compensar os riscos e impactos

Proteger e conservar a biodiversidade

Manter os benefícios dos serviços do ecossistema

Promover a gestão e utilização sustentáveis dos recursos naturais vivos através da adopção de práticas que integram as necessidades de conservação e prioridades de desenvolvimento.

O PD 6 aplica-se a habitats modificados, naturais e críticos. O PD 6 aplica-se especificamente, aos seguintes habitats observados nas áreas de estudo: 1. Habitats modificados que podem conter um valor da biodiversidade significativo, conforme

determinado no presente relatório 2. Habitats naturais que não devem ser significativamente convertidos ou degradados por

actividades do projecto, mas se não houver alternativa disponível, podem ser mitigados por:

Evitar impactos sobre a biodiversidade por meio da protecção de retirada de terras,

Implementação de corredores biológicos

Restaurar habitats durante as operações

Implementação de compensações de biodiversidade 3. Habitats críticos são áreas consideradas como áreas de alta biodiversidade que devem

permanecer em um estado natural, sem o qual, deve-se respeitar as condições estabelecidas na Secção 17 do PD 6 e deve ser implementado um Plano de Acção para a Biodiversidade destinado a obter ganhos líquidos de valores de biodiversidade para o habitat.

Embora a área do projecto ocorra em habitats naturais modificados, três factores precisam ser levados em conta quando se considera o acima: 1. A área do projecto ocorre nas Florestas de Miombo orientais. Embora bastante extenso, este

tipo de vegetação está sob ameaça (desmatamento para agricultura, extração de madeira para construção e produção de carvão etc) e, consequentemente, listado como VULNERÁVEL pela World Wildlife Fund (WWF) (http://worldwildlife.org/ecoregions/at0725, Acessado em: 20 de Abril de 2013)

2. Habitats naturais, como rios podem ser indirectamente (ou seja, para além da área do projecto) afectados pelas actividades de mineração e infra-estrutura associada. Como tal, as áreas de retiradas e restauração de habitat podem ter de ser consideradas como compensação da biodiversidade.

3. Nenhum habitat crítico associado com alta biodiversidade foi identificado no local do projecto.

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2.2 União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN): Estatutos e Regulamentos

Para alcançar este objectivo, a IUCN implementa programas, administrados pelo Congresso Mundial de Conservação, na forma de série de actividades, tais como:

Pesquisar espécies e função do ecossistema e assegurar uma utilização sustentável, equitativa e ecológica dos recursos naturais;

Determinar a diversidade biológica, identificar as ameaças e as áreas prioritárias para a conservação;

Desenvolver boas práticas para a conservação e uso sustentável das espécies e ecossistemas; e

Desenvolver ferramentas para a reabilitação eficaz, mitigação ou compensação. O objectivo da IUCN é “Influência, encorajar e ajudar as sociedades em todo o mundo a conservar a integridade e a diversidade da natureza e assegurar que qualquer uso dos recursos naturais seja equitativo e ecologicamente sustentável” (IUCN, Acessado em: 20/04/2013) O Padrão de Desempenho 6 exige que a lista vermelha de dados da IUCN e a Lista Vermelha de Dados dos países sejam consultados como parte da pesquisa de base para determinar o status de espécies encontradas no local do projecto de conservação. Deve-se ter em mente que as informações contidas em uma lista vermelha de dados depende da apresentação de dados de especialistas botânicos e não podem, portanto, conter uma lista completa de todas as espécies presentes, especialmente em Moçambique, onde a pesquisa em biodiversidade é inexistente. Por esta razão, pode ser adequado comparar a classificação da lista vermelha de dados de espécies vegetais de países vizinhos para ajudar a informar o estado das espécies de plantas de conservação.

2.3 Convenção sobre Diversidade Biológica (CBD) Os objectivos da CDB são abordar questões de conservação, uso sustentável e repartição justa/equitativa dos benefícios dos recursos naturais. A CDB incentiva o uso da “abordagem de ecossistema”, que se baseia na aplicação de metodologias científicas focada em níveis de organização biológica, incluindo processos, funções e interações entre os organismos e o ambiente (Convenção sobre Diversidade Biológica, Acessado em: 20/04/2013 ). Os níveis são estendidos para se referir a qualquer unidade ecológica funcional em qualquer escala. A CDB enfatiza que a gestão adaptativa é necessária para os ecossistemas complexos e dinâmicos. Respostas dos ecossistemas ao impacto não são -lineares e muitas vezes retardadas, o que resulta em eventos reactivos imprevisíveis. A gestão deve ser adaptativa, a fim de responder a esses eventos através da incorporação de uma abordagem de “lições aprendidas” e considerações frequentes de “causa e efeito”. A Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC), da qual Moçambique é signatário, reconhece a CBD e seus objectivos Os objectivos e princípios consagrados na CBD devem ser utilizados para avaliar os impactos e desenvolver planos de gestão e monitoramento.

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2.4 Princípios de Equador Relevantes para o Estudo Ecológico Os Princípios de Equador foram derivados como um conjunto de exigências que devem ser cumpridas para que os credores financiem empreendimentos de capital (http://www.equator-principles.com/). Estes princípios asseguram que as questões sociais e ambientais são abordadas, todas as considerações são levadas em conta, as políticas e normas sejam respeitadas e que todos esses elementos estejam completamente resolvidos. Isto inclui a identificação e mitigação de todos os impactos negativos. Os princípios relevantes para o Relatório de Especialidade de Vegetação e Florística incluem:

Princípio 1: Análise e categorização: Trata-se de um estudo de área de trabalho para determinar os potenciais impactos e riscos para o ambiente, utilizando critérios de selecção com base no processo de categorização social e ambiental da Corporação Financeira Internacional (IFC).

Princípio 2: Avaliação Ambiental e Social: Um processo de avaliação que aborda os riscos e impactos ambientais e sociais relevantes do projecto proposto. Este estudo está em cumprimento parcial deste princípio.

Princípio 3: Padrões Ambientais e Sociais Aplicáveis: Compara com os Padrões de Desempenho da IFC e de Ambiente Saúde e Segurança do Banco Mundial, e determinam o cumprimento ou justificam o desvio.

Princípio 4: Sistema e Gestão Ambiental e Social e Plano de Acção dos Princípios de Equador: Um Sistema de Gestão Ambiental e Social (SGAS) será desenvolvido e mantido pelo cliente e um Plano de Gestão Ambiental e Social (PGAS) será desenvolvido com base no REIA e estudos de especialidade que irá abranger todas as medidas de mitigação sugeridas pela Avaliação de Impactos Ambientais e Sociais.

Princípio 9: Monitoramento Independente e Relatórios: A avaliação deve ser realizada por um Consultor Ambiental e Social Independente. Esta avaliação está em completo cumprimento deste princípio.

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3 METODOLOGIA

3.1 Revisão de Literatura Foi realizada a revisão da literatura existente sobre a vegetação natural e da biodiversidade vegetal, a presença e estado das espécies de plantas exóticas/ invasoras e efeitos que a mineração pode ter sobre a vegetação circundante e ecologia.

3.1.1 Informação actual e dados existentes Utilizou-se um número de fontes de referência sobre a ecologia e biodiversidade da Floresta de Miombo para obter informações básicas

3.1.2 Conclusões do impacto de espécies de plantas exóticas no ambiente ircundante

Como não parece haver nenhum repositório de informações sobre as espécies de plantas exóticas invasoras de Moçambique, a informação obtida a partir do repositório da IUCN e Malawi tem sido usada para inferência de possíveis cenários e impactos associados ao projecto de Grafite de Balama.

3.2 Levantamento do local Foi realizado um levantamento do local na estação chuvosa de 28 de Fevereiro de 2013 – a 10 de Março de 2013 e uma pesquisa na estação seca de 15 a 22 de Julho de 2013. Foi realizada uma identificação inicial através da área do projecto nos dias 1 e 2 de Março de modo a estabelecer a diversidade do habitat e estado ecológico global. Com base no reconhecimento inicial foi feita uma amostragem aleatória estratificada, onde foram realizadas pesquisas de quadrículas em tipos de habitats específicos dentro das áreas potencialmente afectadas. A amostragem foi realizada em ambos poços do oeste e leste , nas instalações de armazenamento de rejeitos, a pilha de estéril, a planta de processamento e em áreas situadas dentro dos limites do projecto que são potencialmente sensíveis (Figura 3-1).

3.3 Mapeamento da vegetação A vegetação foi mapeada a partir de imagens aéreas e relacionada com os dados recolhidos no terreno e mapas geológicos e topográficos.

3.4 Levantamento Floral e Cálculos da Biodiversidade

3.4.1 Abordagem do Levantamento Floral Durante o levantamento do local, foram amostrados locais selecionados que representaram habitats naturais para a riqueza de espécies e abundância e a estrutura da vegetação. Isto foi realizado por meio de identificação das espécies, contagem do número de indivíduos dentro de uma área pré-determinada e colocando a sua altura em classes de tamanho estimadas. A metodologia aplicada variou entre habitats e está resumida na Tabela 3.1 abaixo.

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Figura 3-1: Pontos de amostragem dentro do local do projecto Legenda: Sampling points complete – Locais de amostragem completos; Proposed Minde Road – Estrada da Mina proposta; Existing Main Road – Estrada Principal Existente; Alternative TFS; TSF Alternativa; TSF – Isntalação de Armazenmaneto de Rejeitos; Plant – Planta; Waste Dump – Despejo de Resíduos; New Camp – Novo acampamento; Easte Pit- Poço Este; West Pit – Po,co Oeste; Project Boundary – Limites do Projecto; Aletrnative Road – Estrada Alternativa.

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Áreas de habitat foram selecionadas (de forma não aleatória) e locais de amostragem selecionados aleatoriamente dentro do habitat. Os locais foram baseados na integridade do habitat para a amostragem de biodiversidade. As representações de habitats mais intactos e estabelecidos foram selecionadas para que estas reflictam a maior diversidade de espécies possível, dentro da área do projecto. Tabela 3.1 Metodologia utilizada para pesquisa de amostragem floral Habitats amostrados Metodologia da Abundância da

Biodiversidade Área total por

amostra N ° de

amostras por habitat

Floresta Ripariana Amostragem aleatória estratificada: Local pré-seleccionado, o ponto de início do transecto selecionados aleatoriamente. Transecto de 50 metros ao longo do comprimento do banco do curso de água. Todas as espécies de plantas foram observadas e abundância registada.

500m2 3

Floresta Miombo: Grafite

Amostragem aleatória estratificada: Local pré-seleccionado, o ponto de início do transecto selecionado aleatoriamente. Quadrículas de 10x10 metros alternadas ao longo do comprimento dos 50 metros do transecto. Todas as espécies de plantas dentro da quadrícula foram anotadas e abundância e altura registadas.

500m2 6

Floresta de Miombo: Granito

Amostragem aleatória estratificada: Local pré-seleccionado, o ponto de início do transecto selecionado aleatoriamente. Quadrículas de 10x10 metros alternadas ao longo do comprimento dos 50 metros do transecto. Todas as espécies de plantas dentro da quadrícula foram anotadas e abundância e altura registadas.

500m2 2

Floresta de Miombo: Planícies - intacta e perturbada

Amostragem aleatória estratificada: Local pré-seleccionado, o ponto de início do transecto selecionado aleatoriamente. Quadrículas de 10x10 metros alternadas ao longo do comprimento dos 50 metros do transecto. Todas as espécies de plantas dentro da quadrícula foram anotadas e abundância e altura registadas.

500m2 9

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3.4.2 Caracterização da Vegetação

TWINSPAN: TWINSPAN (análise Two-way de espécies indicadoras) fornece um agrupamento hierárquico de dados do local da amostra (Hill, 1979). O método proporciona uma estimativa da similaridade entre os locais de amostra por meio de comparação das características de cada um, em termos de composição de espécies e a importância de cada espécie como um componente em cada local . Além de fornecer uma análise quantitativa da composição da vegetação para cada local de amostragem na área de estudo, o uso de TWINSPAN facilita o agrupamento de locais floristicamente semelhantes que podem representar as comunidades de plantas específicas e auxilia o pesquisador a distinguir entre diferentes comunidades. O TWINSPAN tem sido amplamente utilizado na análise de vegetação em muitos ecossistemas, e gera uma tabela de “two-way” (local-por-espécie). Isto é semelhante a uma “Tabela Blaun – Blanquet” convencional e é usado para gerar um dendrograma que representa a relação hierárquica entre os dados para cada local da amostra. TWINSPAN também facilita a detecção de diferencial e outras espécies de diagnóstico, que são respectivamente, espécies cuja ocorrência nos locais de amostragem corresponde exactamente aos aglomerados de locais de amostragem gerados pela análise em um nível hierárquico específico, e as espécies que só estão presentes na maior parte, mas nem todos os locais de amostragem dentro de um determinado cluster. Tais espécies podem ser indicadores úteis das comunidades específicas de plantas reconhecidas. DECORANA : DECORANA (análise de correspondência retificada : Hill, 1979) fornece um meio de ordenar locais de amostragem e espécies em um diagrama de dispersão contra eixos obtidos a partir de um processo iterativo derivado da média recíproca (Gauch , 1982). Como o TWINSPAN, DECORANA tem sido amplamente utilizada em estudos de vegetação quantitativos e serve para avaliar a extensão do agrupamento de locais em termos de composição de espécies e importância. Espera-se que a posição relativa dos aglomerados local ao longo do eixo principal (x) corresponda às tendências entre os diferentes locais. Estas tendências podem estar relacionadas a gradientes ambientais, as relações de sucessão ou outros factores. Traçando a ordenação correspondente para cada espécie em eixos equivalentes fornece um meio de detecção de espécies com os correspondentes valores de ordenação. A correlação entre grupos de espécies e grupos de locais de amostragem nos gráficos plotados é usada para determinar espécies características de cada tipo de vegetação. Estas espécies são aquelas que tendem a corresponder a grupos particulares de locais, mas que são menos fortemente indicativas de um cluster local particular do que o diferencial de espécies e de diagnóstico revelado por TWINSPAN. DECORANA geralmente é realizada em conjunto com o TWINSPAN, e também auxilia no reconhecimento e distinção e caracterização de comunidades vegetais distintas. Os resultados da análise TWINSPAN e DECORANA foram usados para determinar comunidades vegetais (e sub-comunidades), descritos em termos dos dados registados em cada local da amostragem e, em termos de espécies de plantas que caracterizam cada comunidade. As espécies de diagnóstico que estão confinadas, ou em grande parte confinadas a uma comunidade particular, foram destacadas.

3.4.3 Cálculo da Biodiversidade O Índice de Simpson (Simpson, 1949) foi utilizado para o cálculo da biodiversidade alfa dentro de cada habitat. O Índice de Simpson mede a probabilidade de dois indivíduos, seleccionados aleatoriamente a partir de uma amostra, pertencerem à mesma espécie. O cálculo considera um índice de dominância, porque pesa no sentido da abundância das espécies mais comuns. Também é relativamente simples de usar por um leigo, proporcionando uma interpretação significativa da biodiversidade habitat. Isto pode ser facilmente repetido durante os eventos de monitoramento futuros. A equação para o Índice de Simpson é dada abaixo:

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D = Σ(n1(n1 -1)/N(N-1)) Onde: D = Índice de Simpson n1 = número de indivíduos de uma sp N = Número total de spp numa comunidade

Conforme aumenta a biodiversidade, o valor do Índice de Simpson vai ficando menor. Ao inverter este valor (1/D), uma correlação positiva é conseguida fazendo a interpretação do valor mais fácil de aplicar. Este estudo usou o formato inverso do Índice de Simpson.

3.5 Lista Vermelha de Dados da IUCN, Moçambique e Avaliação da CITES Espécies de plantas compiladas da listas de verificação foram analisadas quanto à presença de espécies de interesse especial (EIE), conforme definido pela Lista Vermelha da IUCN 2012 Para efeitos do presente relatório:

Espécies ameaçadas são definidas como: a) As espécies listadas nas categorias criticamente em perigo de extinção, ameaçadas ou

vulneráveis; b) Possíveis espécies ameaçadas (ou seja, taxa actualmente não avaliado na Lista Vermelha

da IUCN 2009, cujo estado de conservação tem sido destacado posteriormente);

As espécies de interesse de conservação são definidas como aquelas espécies listadas como Quase Ameaçada na Lista Vermelha da IUCN 2012

Além disso, a lista de espécies de plantas foi analisada em termos da Lista Vermelha de Dados de Moçambique (2002). Estas listas são baseadas em avaliações precisas de distribuição das espécies. Uma vez que o norte de Moçambique não foi amostrado extensivamente, a Lista Vermelha de Dados de Moçambique é usada com um baixo nível de confiança. Por esta razão, as Listas Vermelha de Dados do Zimbábwe, Malawi, Zâmbia e Tanzânia tem sido usadas como um suplemento, uma vez que estes países também têm extensas áreas de Floresta de Miombo. Os Apêndice 1 e 2 da Convenção de Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Extinção (CITES), também foram consultados.

3.6 Avaliação de Impacto

Cinco factores precisam ser considerados quando se avalia a importância dos impactos, a saber:

1. Relação do impacto às escalas temporais - a escala temporal define a significância do

impacto em várias escalas de tempo, como uma indicação da duração do impacto. 2. Relação do impacto às escalas espaciais – a escala espacial define a extensão física do

impacto. 3. A gravidade do impacto – A escala de gravidade/benefício é usada para que se possa avaliar

cientificamente o quão graves serão os impactos negativos, ou o quão benéficos os impactos positivos serão num sistema afectado em particular (para impactos ecológicos) ou facção particularmente afectada. A gravidade dos impactos pode ser avaliada com ou sem mitigação de forma a demonstrar o quão sério o impacto é, quando nada é feito a respeito dos mesmos. A palavra mitigação aqui não significa apenas “compensação”, mas também a ideia de contenção e remediação. Para os impactos benéficos, a optimização significa tudo que poderá aumentar os benefícios. Todavia, tanto a mitigação ou a optimização deverá ser prática, tecnicamente exequível e economicamente viável.

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4. A probabilidade de ocorrência do impacto – A probabilidade dos impactos ocorrerem como resultado das acções projectadas diferem entre os potenciais impactos. Não existem dúvidas que alguns impactos irão ocorrer (ex.: perda de vegetação), mas outros impactos não são tão prováveis de ocorrerem (ex.: acidentes de viação), e podem ou não resultar dos desenvolvimentos propostos. Contudo, alguns impactos podem ter efeitos severos e a probabilidade destes ocorrerem pode afectar toda a sua magnitude.

Cada critério é classificado com pontos atribuídos conforme apresentado na Tabela 3.2 para determinar significância no geral de uma actividade. O critério é então considerado em duas categorias, nomeadamente, efeito da actividade e a possibilidade do impacto. O total de pontos registados para o efeito e a probabilidade são assim lidos na matriz apresentada na Tabela 3.3, para determinar a significância total do impacto. A significância geral é ou negativa ou positiva.

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Tabela 3.2: Classificação dos critérios de avaliação

* Em certos casos poderá não ser possível determinar a gravidade de um impacto, assim este pode ser determinado como: Não se sabe/Não é possível saber

Escala Temporal Pontos

Curto prazo Menos de 5 anos 1

Médio prazo Entre 5 e 20 anos 2

Longo prazo Entre 20 e 40 anos (uma geração) e na perspectiva humana quase permanente.

3

Permanente Acima de 40 anos e resultando em uma mudança permanente e duradoira que sempre estará lá

4

Escala espacial

Localizada Em escala localizada e em poucos hectares de extensão 1

Área de estudo O local proposto e seus arredores imediatos 2

Regional Nível distrital e provincial 3

Nacional País 3

Internacional Internacionalmente 4

Gravidade Benefício

Ligeira/ Ligeiramente benéfico

Impactos ligeiros no sistema (s) ou parte (s) afectada(s)

Ligeiramente benéfico para o (s) sistema (s) ou parte(s) afectado(s)

1

Moderada/ Moderadamente benéfico

Impactos moderados no (s) sistema (s) ou parte(s) afectada(s)

Um impacto de real benefício para o (s) sistema(s) ou parte(s) afectada(s)

2

Grave / Benéfico Graves impactos no (s) sistema (s) ou parte(s) afectada(s)

Um substancial benefício no (s) sistema(s) ou parte(s) afectado(s)

4

Muito grave / Muito benéfico

Mudança muito grave no (s) sistema(s) ou parte(s) afectada(s)

Um substancial benefício para o (s) sistema(s) ou parte(s) afectada(s)

8

Probabilidade

Pouco Provável A probabilidade destes impactos ocorrerem é baixa 1

Poderá ocorrer A probabilidade destes impactos ocorrerem é possível 2

Provável A probabilidade destes impactos ocorrerem é provável 3

Definitivo A probabilidade é de que este impacto definitivamente ocorrerá

4

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Tabela 3.3 a: Matriz que será usada para os impactos e as suas probabilidades de ocorrência.

Pro

bab

ilid

ad

e

Efeito

3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

1 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

2 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

3 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19

4 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

Tabela 3.3 b: Matriz de classificação para fornecer a significância ambiental

Classificação da significância

Descrição Pontuação

Baixo Um impacto aceitável para o qual a mitigação é desejável mas não essencial. O impacto por si só é insuficiente para impedir o desenvolvimento, mesmo em combinação com outros impactos baixos. Estes impactos resultarão em efeitos negativos ou positivos, de médio a curto prazo no ambiente social e/ou natural.

4-8

Moderado Um impacto importante que requer mitigação. O impacto é por si só insuficiente para impedir a implementação do projecto, mas combinado com outros impactos pode impedir a sua implementação. Estes impactos irão resultar usualmente em efeitos negativos ou positivos, de médio a longo prazo, no ambiente social e/ou natural.

9-12

Elevado Um impacto sério, que, e não for mitigado, poderá impedir a implementação do projecto. Estes impactos serão considerados pela sociedade como sendo a principal mudança e usualmente a longo prazo, para o ambiente social e/ou natural e resulta em efeitos severos negativos ou benéficos.

13-16

Muito Elevado Um impacto muito sério que pode ser suficiente por si só para impedir a implementação do projecto. O impacto pode resultar em uma mudança permanente. Muitas vezes estes impactos não são mitigáveis e normalmente resultam em efeitos muito graves ou em efeitos muito benéficos.

17-20

A escala de significância ambiental é uma tentativa de avaliar a importância de um impacto particular. Esta avaliação precisa de ser feita no contexto de relevância, como um impacto pode ser ou ecológico ou social, ou ambos. A avaliação da significância de um impacto baseia-se bastante nos valores da pessoa que faz o julgamento. Por esta razão, os impactos, especialmente os de natureza social, precisam reflectir os valores da sociedade afectada. Priorizando Os impactos negativos que são classificados como sendo de significância “MUITO ELEVADA” e “ELEVADA” serão estudados mais aprofundadamente para determinar como o impacto pode ser minimizado ou quais actividades alternativas ou medidas de mitigação podem ser implementadas. Esses impactos poderão também ajudar aos tomadores de decisão, isto é, muitos impactos negativos “ELEVADOS” poderão levar a uma decisão negativa.

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Para os impactos identificados como tendo impacto negativo de significância “MODERADA”, é prática padrão investigar actividades alternativas e/ou medidas de mitigação. As medidas de mitigação mais efectivas e práticas serão então propostas. Para os impactos classificados como tendo de significância “BAIXA”, não serão consideradas investigações ou medidas alternativas. Serão estudadas possíveis medidas de gestão para garantir que os impactos mantenham-se de significância baixa.

3.6.1 Exemplo do uso da Escala de Avaliação Impacto 1: Contaminação das águas superficiais Causa e Comentário Estima-se que mais de 350 trabalhadores da construção serão empregados no local. Estes trabalhadores irão gerar resíduos sanitários que precisam ser cuidadosamente geridos e devidamente eliminados. Significância do Impacto

Impacto

Efeito Risco ou

Probabilidade Pontuaçã

o total Significânci

a geral Escala

Temporal

Escala espacial

Gravidade do Impacto

Sem Mitigação

Curto prazo

1 Área de Estudo

2 Moderado

2 Definitivo 4 9 MODERADA

Com Mitigação

Curto prazo

1 Localizado 1 Ligeiro 1 Pouco provável

1 4 BAIXA

Mitigação e Gestão Sanitários químicos poderiam ser usados no local da construção e estes teriam de ser esvaziados periodicamente e os resíduos descartados em uma instalação de tratamento de esgoto municipal. Se uma forma conservadora assume um volume de 50 L de água de lavagem e esgoto por indivíduo durante um turno de trabalho, em seguida, o volume total de efluente de eliminação pode ser de ~ 17m3 por dia.

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4 DESCRIÇÃO BIOFÍSICA Moçambique está localizado ao longo da costa oriental da África Austral entre 10o27 'e 26o52'' Sul e 30o12' e 40o51'Este. Abrange uma área de superfície de 799 380 km2 e faz fronteira com a África do Sul, Suwzilândia, Zimbabwe, Zâmbia, Malawi e Tanzânia (Ribeiro e Chauque; 2010). O país está dividido em onze províncias; o local de estudo ocorre dentro da Província de Cabo Delgado, no Distrito de Balama, norte de Moçambique. O projecto está localizado perto da Vila de Balama e está a aproximadamente 260 km a oeste da cidade portuária de Pemba.

4.1 Clima A Província de Cabo Delgado tem um clima tropical com duas estações distintas. A estação chuvosa ocorre de Novembro a Março e a estação seca, de Abril a Novembro. Não estão disponíveis dados meteorológicos específicos para a área do projecto. Portanto, foram utilizados dados climáticos de Pemba, a cidade mais próxima ao local do projecto. As chuvas nesta área são mais altas entre Dezembro e Março (a estação chuvosa), com uma precipitação média anual de 865 mm. Como o local do projecto é mais para o interior, é provável que a precipitação anual seja menor que a de Pemba. É provável que o potencial de inundações na área ocorra entre Dezembro e Fevereiro.

Há pouca variação nas temperaturas médias máximas e mínimas ao longo do ano. Os meses mais quentes ocorrem entre Outubro e Maio e os meses mais frios entre Junho e Setembro. A temperatura média anual alta é de 30.5oC e a temperatura média anual baixa é de 22.4oC (www.Climatedata.eu).

4.2 Geologia O nordeste de Moçambique é predominantemente sustentado por rochas do Proterozóico que formam uma série de complexos de gnaisse, que vão desde a Palaeo Neoproterozóico na idade. O local do projecto é sustentado por rochas metamórficas do Grupo Lúrio Neoproterozóico que estão incluídas dentro do Complexo Xixano (Brice, 2012). A camada de grafite é composta por uma sequência de política carbonáceo metamorfoseada e sedimentos psammiticos dentro do Cinturão Proterozóico de Moçambique (Brice, 2012). Os sedimentos foram metamorfoseados em xistos grafite (pelitos) e arenitos de grafite (psammites). Além de grafite, o local perspectiva afloramentos graníticos no nordeste. Parece que estes são intrusivos em xistos.

4.3 Topografia e Hidrologia A área de estudo é relativamente plana a ondulanda suavemente com inselbergs esporádicos (Monte Nassilala e Monte Coronge) surgindo das planícies. A faixa de altitude varia de 480-830 m acima do nível do mar (ASL), com o ponto mais alto a ocorrer no Monte Nassilala. O Rio Mehucua flui através da parte sul do local do projecto em uma direcção sudoeste a norte-leste. Algumas pequenas zonas húmidas ocorrem na área do projecto, sendo a mais notável um pântano situado a cerca de 2 km a sudoeste do local proposto e uma zona húmida situada a cerca de 7 km a leste-sudeste. O maior corpo de água na área, mas fora da área do projecto, é a Barragem de Chipembe, que está localizada a 15 km a noroeste do local.

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Figura 4-1: Perfil de Elevação da área do projecto Legenda: Rivers – Rios; Elevation value – Valor de elevação; High – Elevado; Low – Baixo

Mount Nassilala

Mount Coronge

Mehucua River

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Figura 4-2: Rios e barragens importantes localizados na área do projecto

Legenda: Project Boundary – Limites do Projecto; Chipembe Dam – Barragem de Chipembe.

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4.4 Áreas Protegidas A legislação de conservação em vigor foi elaborada pela administração colonial antes de 1977 e está em processo de ser reescrita. A legislação em vigor prevê a criação de áreas protegidas em seis categorias: Parque Nacional, Reserva, Reserva Parcial, Reserva de Fauna, Caça e Área de Safari Fotográfico e Reserva Florestal. A gestão de áreas protegidas declinou-se durante a guerra civil. Em 1992, todas as áreas protegidas foram deixadas sem pessoal, sem infra-estrutura e efectivamente desprotegidas. No entanto, a reabilitação das áreas protegidas está sendo gradualmente implementada. Por exemplo, entre 1995 e 2008 a cobertura de área protegida aumentou de 11 % para 16% com as novas áreas de conservação que estão sendo criadas (MICOA , 2009) . O exame dessas áreas protegidas em relação ao local do projecto revelou que não há Parques Nacionais que ocorrem em estreita proximidade com a área do projecto (Figura 4-3). A área protegida mais próxima (Quirimbas), designada como Parque Nacional, ocorre 85 km ao norte - leste do local do projecto.

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Figura 4-3: Áreas protegidas ao redor do local do projecto

Legenda: Protected area map: Mapa de áreas protegigas; Project Boundary – Limites do projecto; Forest Reserve –

Reserva Florestal; Game Reserve – Coutada; Hunting Reserve – Reserva de caça; National Park – Parque Nacional.

85 km

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4.5 Actual Uso da Terra Em comparação com outros países da região, Moçambique tem uma base rica de recursos naturais incluindo florestas indígenas não transformadas, savanas e habitats costeiros. Cerca de 25% da terra tem o potencial florestal comercial, 12,5% constituem áreas protegidas pelo Estado e outros 22% compreendem potencial habitat de animais selvagens. (GPZ, 2003). O uso da terra na área é principalmente para a agricultura de subsistência. Culturas como o milho, algodão e mandioca são cultivadas em áreas planas que são limpas utilizando técnicas de corte e queima (Ilustração 4-1). Algum gado, em pouca quantidade é criado na área, embora estes animais só foram notados perto das comunidades e não são abundantes no local do projecto. Quase todos os domicílios são fortemente dependentes dos recursos naturais para a sua subsistência. Os recursos naturais são usados para a construção, consumo medicinal e para complementar sua alimentação. A produção de carvão vegetal, para uso local e externo, também foi evidente no local do projecto.

Ilustração 4-1: Campo recentemente queimado no local do projecto.

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5 REVISÃO DE LITERATURA E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO

5.1 Zonas Ecológicas de Importância Internacional Setenta e nove porcento de Moçambique está coberto de vegetação natural. Apesar de vários projectos de investigação recentemente terem tido como objectivo documentar a diversidade de Moçambique, o estado da flora do país, a conservação actual ainda permanece bastante desconhecida (Dudley e Stolton, 2012). Apesar disso, as análises dos dados existentes mostram que a biodiversidade no país é elevada (USAID, 2008) e que, globalmente, Moçambique possui 7 zonas ecológicas de importância internacional. Estas incluem:

Corrente das Agulhas,

Costa do Leste Africano,

Lagos do Vale do Rift,

Os Mangais da África Oriental,

Florestas do Vale do Rift Sul,

Floresta de Miombo Oriental e Central, e a

Savanas das Planícies de Inundação do Zambeze. Outros locais de grande importância para a biodiversidade incluem o Lago Niassa, Serra da Gorongosa, o Arquipélago de Quirimbas, e o Maciço de Chimanimani (Dudley e Stolton de 2012; USAID, 2008). Apesar de 16% do país ser declarado como protegido, estas áreas ainda enfrentam muitos desafios, como a falta de pessoal, sub-financiado e sem qualificação (USAID, 2008). Consequentemente, algumas destas áreas são apenas protegidas em papel. Moçambique possui recursos minerais significativos e prospecção de petróleo, gás, diamantes, urânio, ferro e carvão que estão ocorrendo a um ritmo rápido. Se não for gerida de forma eficaz, esta “corrida” de recursos minerais é susceptível de colidir com a conservação no país e têm grandes impactos sobre os ecossistemas importantes e sensíveis.

5.2 Tipos de Vegetação em Moçambique Há falta de informações detalhadas publicadas disponíveis sobre a vegetação de Moçambique, especialmente informações sobre a vegetação encontrada na Província de Cabo Delgado ou área do projecto em particular. As fontes mais confiáveis de informação são um mapa de vegetação e descrições por Wild e Barbosa (1967) e uma pesquisa biogeográfica por White (1983). A literatura acima descreve amplamente formações vegetais em um amplo nível de paisagem, mas fornece muito pouca informação sobre as comunidades encontradas dentro dos principais tipos de vegetação. Oito tipos amplos de vegetação foram descritos e mapeados para Moçambique (MICOA, 2009). A Floresta de Miombo é a mais difundida, dominando no norte e centro do país, seguida por Floresta de Mopane que ocorre nas partes do sul e do norte do país. O terceiro tipo de vegetação mais difundido é a Floresta indiferenciada, que abrange extensas partes do sul, centro e partes do norte do país. Os tipos de vegetação remanescentes incluem Elementos Afromontane, Mosaicos litorais, Vegetação Halofítica, Mangais e Vegetação de Pântano. De acordo com o mapa geral de vegetação de Moçambique (Depois de Branco, 1983, no MICOA, 2009) o local do projecto ocorre na Floresta de Miombo (Figura 5-1). A Floresta de Miombo cobre quase três milhões de quilômetros quadrados no sul, centro e leste de África (Smith, 2000). Apesar desta gama ampla e extensa, o Fundo Mundial para a Natureza (WWF) listou este tipo de vegetação como VULNERÁVEL.

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Figura 5-1: Tipos de vegetação gerais encontrados em Moçambique (Depois de Branco 1983, no MICOA, 2009)

A WWF definiu ecoregiões globais baseada em assembléias geograficamente distintas de espécies, comunidades naturais e condições ambientais. Informações sobre cada região ecológica e seu estado de conservação são fornecidas para ajudar com a conservação contínua dessas áreas. De acordo com este conjunto de dados, a área do projecto cai na Ecoregião Central e Oriental da Floresta de Miombo, conforme definido pela WWF (Figura 5-2). Esta é uma ecoregião ampla que cobre grande parte da África central e do sul. Caracteriza-se por uma alta diversidade de espécies e é dominada por uma componente lenhosa cuja dinâmica pode ser atribuída a três distúrbios de interação: pessoas, incêndio e vida selvagem. Actividades antropogénicas, como limpeza para a agricultura, a colheita e a queima resultaram na modificação ou transformação desse ecossistema em muitas áreas. O crescimento da população, portanto, representa uma ameaça para esta Eco Região, que é por isso que foi listada como VULNERÁVEL. Espécies dominantes na Floresta de Miombo incluem dezanove espécies de Brachystegia e outras três espécies a saber: Julberbernadia globiflora, Julbernadia paniculata e Isoberlinia angloensis (White, 1983). Florestas de miombo variam de completamente decídua para quase perene, mas são na sua maioria semi-decíduas na natureza (White, 1983). Miombo tende a mostrar resistência ao fogo, mas não pode sobreviver a eventos de fogo repetidos (Branco, 1983). Estresse Natural e a seca são factores importantes para o crescimento de miombo (Chidumayo 1991), bem como o seu potencial de frutificação (Chidumayo, 1997). Existem algumas outras espécies que ocorrem dentro de miombo, mas tendem a não chegar a altura do canopy, que incluem: Afzelia quanzensis, Anisophyllea pomifera, Erythrophleum africanum, Faurea saligna, Marquesia macroura, Parinari curatellifolia, Pericopsis angolensis e Pterocarpus angolensis. Incluem-se algumas espécies de Uapaca e Monotes, que tendem a ser de cerca de 10m de altura (White, 1983).

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Figura 5-2: Eco regiões da WWF ao redor do local do projecto

Legenda: project Boundary – Limites do Projecto; East African Mangrove - Mangrove do Leste Africano; Eastern

Miombo Woodlands – Florestas de Miombo Orientais; Sea- Mar; South Malawi montane forest-grassland mosaic- Mosaico de floresta-pastagens montana do Sul do Malawi; Southern Rift montane forest-grassland mosaic - Mosaico de floresta-pastagens montana do Sul do; Southern Zanzibar-Inhambane coastal forest mosaic- Mosaico de floresta costeira Sul Zanzibar-Inhambane; Zambezian and Mopane woodlands – Florestas Zambezianas e de Mopane; Zambezian flooded grassland – Pastagens inundadas Zambezianas.

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A Floresta de Miombo é normalmente dividida em dois tipos: húmida e seca, que são separadas pela média de 1100 mm de chuva isoieta (Chidumayo 1987). A área do projecto ocorre dentro do tipo miombo seco, que pode ser definido pelas seguintes características

Precipitação inferior a 1000 mm.

Altura do canopy geralmente menor de 15m.

Floristicamente pobres.

Brachystegia floribunda etc ausente ou muito local.

Brachystegia spiciformis, Brachystegia boehmii e Julbernardia globiflora são muitas vezes as únicas dominantes presentes.

Associações em locais rochosos incluem muitas espécies que de outra forma ocorrem em floresta estacional decidual e mata ou outros tipos de seca.

Vegetação associada inclui florestas estacionais e matagal, floresta ripariana decídua e dambos secos

5.3 Diversidade Florística Historicamente, as pesquisas de vegetação em Moçambique têm sido limitadas. No entanto, houve um aumento, nos últimos 20 anos, com as áreas específicas de interesse a serem alvo. Estes incluem as áreas protegidas (como parques nacionais e reservas), centros de endemismo e supostos hotspots biológicos. A partir dessas pesquisas, estima-se que mais de 5 500 espécies de plantas foram registadas em Moçambique, embora o número real de espécies seja provável de ser muito mais elevado (MICOA, 1997 e 2009). Dessas 5 500 espécies, 177 espécies são endêmicas e 300 ocorrem na Lista Vermelha de Dados de Moçambique (MICOA, 2002). Com base na distribuição de habitat é possível que nove espécies vulneráveis listadas na Lista Vermelha de Dados de Moçambique ocorram no local do projecto. Estas estão listadas abaixo (Tabela 5-1). Tabela 5-1: Espécies de plantas vulneráveis que poderiam ocorrer no local do projecto

Espécies Estado Endemismo Encontrada no local

Adenia mossambicensis Vulnerável Endêmica Não

Cassipourea obovata Vulnerável Endêmica Não

Combretum stocksii Vulnerável Endêmica Não

Dichapetalum zambesianum Vulnerável Endêmica Não

Grevea eggelingii Vulnerável Quase Endêmica Não

Hexalobus mossambicensis Vulnerável PossivelmenteEndêmic

a Não

Homalium mossambicensis Vulnerável Endêmica Não

Maerua andradae Vulnerável Endêmica Não

Viscum littoreum Vulnerável Endêmica Não

5.4 Inselbergs: Ilhas da Biodiversidade A área do projecto é caracterizada pela presença de Inselbergs. Inselbergs são definidos como afloramentos rochosos que se erguem de repente acima de uma planície e formam ilhas isoladas de biodiversidade semelhante às ilhas num oceano (van der Maesen et al., 1996). Eles são geralmente restritos a climas tropicais e sub-tropicais e são geralmente os últimos trechos de habitat natural intactos dentro de paisagens agrícolas. Estudos anteriores demonstraram que, embora estas características podem aparecer isoladas, elas formam de facto corredores de articulação entre outras características e fontes interiores de vegetação (Burke, 2002). Eles são, portanto, importantes para a conservação e dispersão de táxons, particularmente aqueles com faixas de dispersão curtas.

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Em Moçambique, muitas das espécies endémicas identificadas e habitats raros e ameaçados estão associados com inselbergs isolados como as montanhas Chiperone e Namule, Montanhas de Mecula e Gorongosa e maciço de Chimanimani. Embora essas áreas são reconhecidas como áreas de endemismo florístico, muitos mais Inselberg devem ser documentados no país (MICOA, 2007). Estas áreas, que em muitos casos, fornecem refúgio para taxa entre um mar de terras agrícolas, estão sob ameaça de limpeza de vegetação, agricultura de corte e queima, assentamentos humanos e queimadas descontroladas. A degradação ou remoção destes Inselbergs pode resultar em quebras de corredores ecológicos criados por estes “trampolins” de biodiversidade, resultando na fragmentação do habitat. Embora o local do projecto tenha sido caracterizado pela presença de dois Inselbergs que estão relativamente intactos em comparação com a vegetação envolvente e fornecem refúgio para espécies de plantas, nenhuma destas características pode ser descrita como um habitat crítico, tal como definido pelo Padrão de Desempenho 6 do IFC, a partir de um perspectiva floral, uma vez que não contêm espécies criticamente ameaçadas de extinção e/ou ameaçadas de extinção, nenhum deles são habitats de importância significativa para espécies endêmicas e/ou alcance restritos, nenhum desses inselbergs pode ser classificado como ecossistemas altamente ameaçados ou únicos e não são associados a processos evolutivos chave. Embora esses habitats não são classificados como habitats críticos que tenham sido classificados como habitats naturais usando a definição do IFC “áreas constituídas por assembléias viáveis de espécies de plantas e/ou animais de origem, em grande parte nativa, e/ou onde a actividade humana não tenha essencialmente modificado uma área de funções ecológicas primárias e composição de espécies.” (IFC, 2012).

5.5 Serviços dos ecossistemas Do ponto de vista biológico, os ecossistemas suportam toda a vida e são responsáveis por regular os sistemas naturais. Do ponto de vista socioeconómico eles fornecem os recursos necessários para o bem-estar material e meios de subsistência e proporcionam benefícios de saúde e culturais para as pessoas que os utilizam. Estas funções são consideradas serviços de ecossistemas que o IFC (PD6, 2012) define como “benefícios que as pessoas, incluindo as empresas, obtêm dos ecossistemas”. Estes serviços foram divididos em quatro categorias (IFC PD6, 2012):

Serviços de provisionamento - Estes incluem produtos ou mercadorias, tais como água

potável, alimentos selvagens, plantas etnobotânicas e madeira;

Serviços regulamentares - Estes incluem as funções do ecossistema, tais como controle

de cheias e regulação do clima;

Serviços culturais - Estes incluem benefícios não materiais, tais como fins recreativos

(desporto, caça, pesca), estética e benefícios espirituais; e

Serviços de apoio - Estes incluem os processos fundamentais como a ciclagem de

nutrientes e a fotossíntese que suportam as três categorias acima.

O Instituto Internacional para o Desenvolvimento Sustentável (IISD) identificou 10 serviços dos ecossistemas amplos que estão sob ameaça em Moçambique (UNEP, 2005). Estes incluem a manutenção da biodiversidade, produção de alimentos, abastecimento de água, recursos energéticos, a regulação de cheias, alimentação adequada, água potável, energia para se aquecer e cozinhar, a capacidade de ganhar a vida e vulnerabilidade a inundações e secas. Em Cabo Delgado, a província onde está localizado o projecto, a biodiversidade, o fornecimento de alimentos, abastecimento de água e de combustível têm sido identificados como os serviços dos ecossistemas estressados. Estes são discutidos com maior detalhe a seguir:

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Biodiversidade Questão: Perda da biodiversidade. A perda da variabilidade biológica está ocorrendo como resultado da fragmentação de habitat devido ao desmatamento, corte-e-queima, a conversão de habitat para os sistemas agrícolas e de exploração de recursos minerais (UNEP, 2005). Produção de Alimentos Questão: Perda de colheitas. A variação das chuvas em Moçambique torna o país vulnerável a secas e inundações que afectam directamente a produção de alimentos, afectando especialmente os pequenos agricultores de subsistência, que são os mais vulneráveis a estas flutuações (UNEP, 2005). Recursos Hídricos Questão: Degradação das fontes de água limpa. A poluição de águas de superfície, costeiras e interiores é um problema emergente em Moçambique, como resultado da indústria e do deficiente tratamento de esgoto (UNEP, 2005). Terras húmidas que proporcionam purificação e regulação estão sob ameaça de expansões em áreas agrícolas e um aumento do tamanho da população. Como resultado, a água potável necessária para o uso doméstico, tais como beber e cozinhar, especialmente em áreas rurais não-servidas, está sob ameaça. Combustível Problema: Perda de recursos de combustíveis florestais. A alta concentração de pessoas em algumas áreas, como resultado da migração interna e deslocamento, está a provocar a sobre-exploração das florestas e bosques para as necessidades agrícolas e combustível (UNEP, 2005). Além disso, os recursos de combustíveis florestais são perdidos para madeireiros e com fins lucrativos de exportação de madeira.

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6 TIPOS DE VEGETAÇÃO E DESCRIÇÃO DO LOCAL

6.1 Caracterização da Vegetação 6.1.1 TWINSPAN TWINSPAN é um programa que é usado para classificar as espécies e amostras usando um processo de classificação hierárquica. Em primeiro lugar, as amostras são divididas sucessivamente em categorias e, em seguida, as espécies são divididas em categorias com base na classificação da amostra. A análise TWINSPAN resultou em um dendrograma (ou diagrama de árvore) que definiu diferentes comunidades vegetais (Figura 6-1). A razão para as separações destes tipos de vegetação encontra-se principalmente com a composição de espécies. Transectos que compartilham muitas espécies em comum aparecerão mais perto uns dos outros do que para aqueles que têm espécies muito diferentes. A análise também identifica espécies indicadoras, cuja presença pode ser usada para separar as classes. Os nomes de plantas indicadas em cada nó ou divisão no dendrograma são as espécies que oTWINSPAN determinou como sendo “espécies indicadoras” mais confiáveis para cada par de grupos. Estas espécies são razoavelmente consistentemente presentes [+] ou ausente [-]. Por exemplo, a divisão de ordem mais elevada na árvore, que divide os Grupos A a partir de B, dá a presença de Dichrostachys cinerea como a melhor espécie indicadora do Grupo A. Os resultados mostram uma clara divisão em dois grupos - veja os destaques azuis na Figura 6-1. A separação define dois grandes grupos de vegetação. Estes compreendem o Grupo A Floresta de Miombo e Grupo B Floresta Ripariana. A Floresta de Miombo foi dividida em três categorias principais:

Floresta de Miombo associada ao depósito de grafite

Floresta de Miombo associada às intrusões de granito

Floresta de Miombo associada às áreas planas Também foi feita uma quadrícula DECORANA para esses dados, permitindo um agrupamento mais abrangente dos transectos.

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Figura 6-1: Dendrograma produzido por TWINSPAN mostrando agrupamentos definidos para os 13 locais amostrados em Março 2013

6.1.2 DECORANA A análise DECORANA resultou em um gráfico de dispersão representando os 13 transectos. Esta análise fornece uma representação mais clara das diferentes comunidades do que a análise TWINSPAN. A Figura 6-2 ilustra a combinação de todos os dados para a área do projecto e mostra um agrupamento de Comunidade A (Floresta de Miombo) e B (Floresta Ripariana) tão distintamente separada. Ela também mostra que a Floresta de Miombo associada com o granito tem uma composição diferente da espécie de Floresta de Miombo associada com o depósito de grafite e à encontrada nas planícies. Além disso, a Floresta de Miombo encontrada nas planícies foi dividida em dois grupos distintos que podem ser explicados pelo nível de perturbação ao longo da estrada (Floresta de Miombo: Planícies - degradadas) em comparação com a vegetação bastante intacta encontrada perto da Comunidade de Nquide.

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Figura 6-2: Análise de Correspondência de dispersão retificada de 68 amostras tiradas em Março de 2013, mostrando a clara divisão dos três principais tipos de comunidades, A-C. Os aglomerados nesta figura podem ser comparados com os grupos mostrados no dendrograma TWINSPAN (Figura 6-1).

6.2 Descrição geral dos tipos de vegetação Com base no TWINSPAN e analise DECORANA, dois tipos de vegetação principais ocorrem dentro do local do projecto; Floresta de Miombo e Floresta Ripariana. A Floresta de Miombo está ainda dividida em três tipos, que estão ilustrados na Figura 6-3 e descritos em mais detalhe abaixo.

Figura 6-3: Organograma ilustrando os vários tipos de Florestas de Miombo encontrados no local do projecto.

Tipos de Vegetação

Floresta Riparina

Floresta de Miombo: Planícies - intactas

Floresta de Miombo: Grafite

Floresta de Miombo: Granito

Floresta de Miombo: Planícies

Floresta de Miombo: Planícies - Degradadas

Floresta de Miombo

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Para o propósito deste estudo, foi adoptada a definição de florestas, como descrito por Palgrave et al. (2007),: Florestas são estandes abertos de árvores com pelo menos 5 m de altura com coroas que cobrem pelo menos 20% da superfície e não são interligadas. A cobertura de capim geralmente está presente. 6.2.1 Floresta Ripariana A Floresta Ripariana está inteiramente restrita a poucos metros, ao lado dos rios e córregos, em toda a área do projecto de Grafite de Balama. Na maioria dos casos, a floresta ripariana está ausente ou altamente degradada (Figura 6-4; Ilustração 6-1). As estreitas faixas de árvores riparianas eram difíceis de detectar na imagens aéreas, limitando o mapeamento preciso desse tipo de vegetação. As espécies dominantes nas áreas intactas são Brachystegia boehmii, Albizia adianthifolia, Grewia forbsii, Combretum sp., Elegans Tabernaemontana e Xylotheca kraussiana (Ilustração 6-2) (ver Apêndice A para todas as espécies encontradas neste habitat).

Ilustração 6-1: Floresta Ripariana

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Ilustração 6-2: Placa 6-2: Espécies dominantes encontradas na Floresta Ripariana. A) Brachystegia boehmii. B) Grewia forbsii, C) Albizia adianthifolia D) flor de Xylotheca kraussiana e D) fruto de Xylotheca kraussiana. 6.2.2 Floresta Miombo A Floresta de Miombo é encontrada em todo o local do projecto, em diferentes estados de degradação e transformação. Uma análise mais aprofundada dos dados da pesquisa indica que este tipo de vegetação pode ser dividido em três tipos de vegetação distintos com base na sua composição de espécies. Estes são descritos em detalhe a seguir e a sua distribuição ilustrada na Figura 6-4. Floresta de Miombo: Grafite Este tipo de vegetação é encontrado nas encostas do inselberg Monte Nassilala e está fortemente associado com a grafite subjacente. É caracterizado por um canopy fechado com uma camada de

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capim distinta abaixo (Ilustração 6-3). Ele é intercalado com manchas bastante grandes de bambu (Oxytenanthera abyssinica), que parece ser invasivo e pode tornar-se um problema se não for controlado. Espécies dominantes incluem Securidaca longipedunculata, Bauhinia galpinii, Milletia stuhlmannii e Cussonia arborea. Diplorhynchus condylocarpon foi dominante em áreas que haviam sido recentemente perturbadas por colheita. Durante a estação seca, observou-se que as grandes árvores estavam sendo colhidas no Monte Nassilala para materiais de construção. A vegetação neste inselberg, portanto, fornece um importante serviço do ecossistema para as comunidades vizinhas.

Ilustração 6-3: Floresta de Miombo (nas inclinações do monte) associada ao depósito de grafite Floresta de Miombo: Granito Este tipo de vegetação predomina sobre a intrusão de granito do Monte Coronge (Ilustração 6-4). As espécies dominantes incluem Cussonia arborea cf, Sterculia appendiculata e Milletia stuhlmannii. Outras espécies incluem Combretum molle e Steganotaenia Araliaceae.

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Ilustração 6-3: Floresta de Miombo (nas inclinações do monte) associada com as intrusões de granito Floresta Miombo: Planícies Este tipo de vegetação predomina nas áreas planas que cercam os inselbergs. É em grande parte floresta secundária, tendo sido transformada por práticas agrícolas. Trechos de floresta degradadas ocorrem ao longo da estrada da Comunidade de Pirira para Barragem de Chipembe e dentro do local do projecto (Figura 6-3). No entanto, um trecho significativo de floresta intacta foi encontrado a ocorrer a leste da Comunidade de Nquide (Ilustração 6-4). Não está claro por que essa floresta não foi transformada e plantada pela comunidade local, mas é altamente provável que este seja um local sagrado. Espécies dominantes nas áreas intactas incluem Gardenia resiniflua, Ficus sp. Antidesma vernosum, Brachystegia boehmii, Brachystegia bussei e Strychnos madagascariensis. Espécies dominantes nas áreas degradadas incluem Securidaca longipedunculata, Bauhinia galpinni, sp Dovyalis cf., Pseudolachnostylis maprouneifolia, Milletia stuhlmannii e Antidesma vernosum.

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Ilustração 6-4: Intacta encontrada nas planícies perto da Comunidade Nquide

Ilustração 6-5: Habenaria sp. (Família: Orchidaceae) encontrada a ocorrer na Floresta de Miombo intacta: Planícies

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6.2.3 Terras Agrícolas: Grande parte das planícies foram desmatadas para o cultivo de culturas como milho, mandioca, feijão e algodão. Apesar da maioria das espécies de árvores serem derrubadas, observou-se que havia inúmeras árvores de Embondeiros (Adansonia digitata) e a árvore alta (Sterculia appendiculata) que não haviam sido removidas (Ilustração 6-6). Estas árvores são demasiado grandes para remover ou elas servem a um propósito funcional, tal como uma fonte de sombra ou, no caso de os embondeiros, como uma fonte de alimento. Elas também poderiam ter significância espiritual para as comunidades locais.

Ilustração 6-6: Exemplo de campos agrícolas típicos com uma única árvore de Embondeiro

6.3 Distribuição da Vegetação Vinte porcento da área do projecto é composta por Florestas de Miombo degradadas: Planícies (Tabela 6-1 e Figura 6-3). Áreas agrícolas e assentamentos constituem mais 65,8% da área do projecto. As Florestas de Miombo associadas às intrusões de granito e depósitos de grafite (ou seja, a vegetação que ocorre no Monte Coronge e Monte Nassilala) formam a 12,4 porcento da vegetação na área do projecto. A Figura 6-3 ilustra a distribuição de cada tipo de vegetação em toda a área do projecto. O Miombo: vegetação de Grafite é encontrada no Monte Nassilala e a porção oriental do Monte Coronge. O Miombo: vegetação de granito pode ser encontrado na parte ocidental do Monte Coronge. As Florestas de Miombo degradadas: Planícies são encontrada em manchas em toda a planície, áreas de baixa altitude e são cercadas por terrenos agrícolas. Havia apenas um pequeno pedaço de Floresta de Miombo intacta: Planície. Esta ocorre a leste da comunidade de Nquide. O tipo de vegetação que será mais fortemente impactado pela infra-estrutura de mineração proposta (excluindo estradas) é a Floresta de Miombo: Granito. 17,4% da área total deste tipo de vegetação será perdida durante o processo de mineração. O segundo tipo de vegetação mais afectado é a Floresta de Miombo: Grafite com uma perda de 8,7% deste tipo de vegetação. 4,7%

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das Florestas de Miombo degradadas: Planícies serão perdidos. As Florestas de Miombo intactas: Planícies não serão directamente impactadas pela operação de mineração. Apesar de não estar incluído aqui, a vegetação ripariana será afectado por infraestruturas tais como estradas. Tabela 6-1: Área total de cada tipo de vegetação e a área que será directamente impactada

Tipo de vegetação Área Total (Ha) % da Área do Projecto

% do tipo veg Impactado

Floresta Ripariana 56 0.7 0

Floresta de Miombo: Grafite 824 10.5 8.7

Floresta de Miombo: Granito 149 1.9 17.4

Floresta de Miombo: Planícies– degradadas

1561 19.9 4.7

Floresta de Miombo: Planícies - intactas 91 1.2 0

Agricultura 4840 61.6 3.5

Assentamentos 332 4.2 0

TOTAL

7 853 (Área)

100 4.8

6.4 Serviços dos Ecossistemas Todos os tipos de vegetação identificados no local do projecto fornecem serviços ecossistêmicos importantes para as comunidades locais. Uma pesquisa de alto nível, identificou os seguintes serviços do ecossistema na área do projecto (Tabela 6-2). Uma avaliação mais aprofundada é fornecida na Avaliação de Uso de Terra e Recursos Naturais. Manter a estrutura do solo e estabilidade Funções de cobertura vegetal indígenas para evitar a erosão do solo e desertificação e, assim, funções para manter a integridade e função do ecossistema. Todos os quatro ecossistemas funcionam para manter a estrutura do solo e a estabilidade. Isto é particularmente importante em áreas que são susceptíveis à erosão, como as encostas íngremes dos inselbergs e as áreas riparianas. Materiais de Construção Todos os quatro tipos de vegetação são uma fonte potencial de materiais para a construção de móveis, casas, armadilhas para animais e armadilhas para peixes. Os produtos não-madeireiros, como o capim e juncos são usados para tectos, cordas de construção e utensílios domésticos, tais como colchões e cestas (Ilustração 6-7). Plantas Medicinais e Alimentares As plantas são utilizadas pelas comunidades locais como uma fonte de alimento e para fins medicinais. Alimentos silvestres são particularmente importantes durante períodos de estresse, como a seca. A avaliação de vegetação não conduziu grupos focais com as comunidades locais para identificar plantas medicinais e alimentares importantes na área. Recomenda-se que isso seja feito antes da construção. Fonte de lenha Todos os quatro tipos de vegetação contem espécies lenhosas que são colectadas e utilizadas como lenha. Produção de Carvão Vegetal O corte das árvores para produção de carvão vegetal em pequena escala é evidente na área, mas apenas associado a floresta recém desmatadas ao redor e directamente associado ao depósito de grafite (Ilustração 6-7).

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Tabela 6-2: Serviços ecossistêmicos fornecidos por cada tipo de vegetação

Serviços dos Ecossistemas

Tipos de Vegetação

Floresta Riparaiana

Floresta de Miombo: Grafite

Floresta de Miombo: Granito

Floresta de Miombo: Planícies

Materiais de Construção X X X

Plantas Medicinais X X X X

Fonte de Alimentos X X X X

Estrutura do solo e estabilidade X X X X

Fonte de combustível Madeireiro X X X

Produção de Carvão Vegetal X X X

Ilustração 6-7: Exemplo de recursos naturais que prestem serviços de ecossistemas para as comunidades locais. A) árvores que estão sendo cortadas para a construção, B) materiais vegetais utilizados para a construção de armadilhas para peixes, C) árvores e arbustos estão sendo usados para a produção de carvão vegetal; D) gramíneas utilizadas para colchões.

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Figura 6-4: Mapa de Vegetação do Local do Projecto de Grafite de Balama Legenda: Vegetation map – Mapa de vegetação; Mine Camp – Acampamento da Mina; Proposed Mine Road – Estrada da Mina proposta; Plant – Planta; Existing Main Road –

Estrada Principal Existesnte; Alternate TSF – TSF Alternativo; Waste Dump – Despejo de Resísuos; TSF – Isntalação de Armazenamento de Rejeitos; Plant Site – Planta do Local; Est Pit – Poço do leste; East Pit – Poço do Este; Miombo Granite: Miombo Granito; Miombo: Plains- degraded – Miombo: Planícies-degradadas; Miombo: Plains-intact; Miombo: Planícies-intactas; Riparian Woodland – Floresta Ripariana; Agricultural – Agricultural; Settlement – Assentamentos.

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7 BIODIVERSIDADE FLORAL E ESTADO DE CONSERVAÇÃO

7.1 Biodiversidade Floral Foram realizadas duas pesquisa de plantas; uma pesquisa na estação chuvosa em Março de 2013 (fim do verão) e uma pesquisa estação seca em Julho de 2013. Como tal, as espécies de floração precoce (espécies que florescem em Novembro/Dezembro), que já tinha deixado cair as suas flores e frutos eram, em alguns casos difíceis de confirmar até ao nível de espécies. A abundância de espécies (número de plantas por unidade de área) de dados na Floresta Ripariana, Floresta de Miombo: Grafite, Floresta de Miombo: Granito e Floresta de Miombo: Planícies (intactas e degradadas) têm sido usados para calcular a biodiversidade. Para o monitoramento futuro, cálculos de alfa biodiversidade dentro de cada habitat serão ferramentas de gestão úteis. Alfa Biodiversidade considera a riqueza de espécies e abundância relativa com o habitat. Este relatório tem utilizado o Índice de Simpsons para o cálculo da biodiversidade alfa por três razões: 1. É um cálculo relativamente simples que pode ser utilizado para o monitoramento 2. É bastante robusto e não depende de grandes conjuntos de dados 3. É abundância-ponderada, o que permite um melhor reflexo da biodiversidade em habitats que

são dominados por algumas poucas espécies Tabela 7.1 Cálculos do Levantamento Floral e Biodiversidade (2013)

Habitat Biodiversidade Alfa (Índice de Simpsons 1/D; gama de valores 0.0 < 1/D < 10+)

Táxon indicador ou espécies ecologicamente importante (fundamental)

Espécies pioneiras (indicativas de perturbação) ou espécies de Borda

Floresta Ripariana

21.7

Brachystegia boehmii, Combretum sp. 3, Azelia quanzensis, Grewia forbsii, Xylotheca kraussiana, Brachystegia spiciformis

Securidaca longipedunculata, Bauhinia galpinni

Floresta de Miombo: Grafite

5.24

Securidaca longipedunculata, Diplorhynchus condylocarpon, Bauhinia galpinni, Annona senegalensis, Cussonia cf arborea, Albizia sp.

Securidaca longipedunculata, Diplorhynchus condylocarpon

Floresta de Miombo: Granito

10

Cussonia cf arborea, Albizia sp., Steganotaenia araliaceae, Combretum molle, Sterculia appendiculata

Albizia sp, Combretum molle

Floresta de Miombo: Planície - intacta

13.7

Albizia sp., Gardenia resinflua, Ficus sp., Antidesma vernosum, Diplorhynchus condylocarpon, Brachystegia species

Albizia sp., Diplorhynchus condylocarpon

Floresta de Miombo: Planície - degradadas

6.5

Securidaca longipedunculata, Securidaca longipedunculata, Antidesma vernosum, Annona senegalensis, Pseudolachnostylis maprouneifolia

Securidaca longipedunculata

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A maior biodiversidade foi observada na Floresta Ripariana que tinha uma pontuação de índice de biodiversidade alfa de 21,7. Considerando-se que as zonas riparianas são altamente impactadas e severamente limitadas, como florestas riparianas novas ou reabilitadas são susceptíveis de serem significativamente mais diversificadas. As intactas Florestas de Miombo: Planícies tiveram o segundo índice de biodiversidade alfa mais alto. As Florestas de Miombo: Grafite e Florestas de Miombo degradado: Planícies tiveram a pontuação mais baixa biodiversidade alfa. Isto é, possivelmente, devido a perturbações antropogénicas, como colheita de materiais de construção e lenha.

7.2 Estado de Conservação de espécies de plantas: Espécies Raras, Ameaçadas ou em Extinção

Das 5 500 espécies registadas em Moçambique, 300 ocorrem na lista vermelha de dados e 122 delas estão ameaçadas (MICOA, 2003). Limpeza de vegetação, corte e queima da agricultura, assentamentos humanos e queimadas descontroladas foram identificados como as principais ameaças à flora de Moçambique. A lista total de espécies da visita ao local foi avaliada tendo em conta a Lista Vermelha de Dados da União Internacional para a Conservação Natureza (IUCN), as Listas Vermelhas de Dados de Moçambique, Malawi, Zimbabwe, Tanzânia e da Zâmbia e da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas da Fauna e Flora (CITES). Os resultados são resumidos na Tabela 7-2 e a lista completa de espécies aparece no Apêndice A. Tabela 7-2: Espécies de Interesse Especial

Estado Número de espécies

Lista Vermelha de Dados da IUCN (internacional)

Provavelmente pouco preocupante * 25

Desconhecido (nenhuma informação disponível) 46

Lista Vermelha de Dados de Mozambique

Vulnerável 1 (Sterculia appendiculata)

CITES

Apêndice I 0

Apêndice II 1 (Habenaria sp.)

* Não está presente na lista da IUCN, mas há outras espécies na família identificadas como ameaçadas de extinção, vulneráveis ou quase ameaçadas Nenhuma espécie de preocupação especial aparece na lista da IUCN (2012). Uma espécie exótica é listada como dados deficientes e 25 espécies são susceptíveis de serem classificadas como pouco preocupante uma vez que nenhuma espécie dentro de sua família ocorre na lista. Não há informações disponíveis para as restantes 46 espécies. De acordo com a Lista Vermelha de Dados de Moçambique (2002), uma espécie (Sterculia appendiculata) é considerada “vulnerável” como resultado da sobre-exploração de lenha, madeira e construção local (Ilustração 7-1 A). Uma espécie CITES, da família Orchidaceae, aparece no Apêndice II. Esta espécie não é necessariamente ameaçada, mas é controlada em termos de comércio internacional por meio de controles de comércio internacional da CITES de certas espécies, ou seja, toda importação, exportação e reexportação de espécies CITES tem de ser autorizada por meio de um sistema de licenciamento (Ilustração 7-1 C) . Nenhuma espécie aparece nas Listas Vermelhas de Dados da Tanzânia, Zimbábwe, Zâmbia ou Malawi.

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Ilustração 7-1: Espécies de interesse especial identificadas no local do projecto. A) Sterculia appendiculata B) Habenaria sp

7.3 Espécies Exóticas De acordo com o banco de dados global de Espécies Invasoras (http://www.issg.org) as espécies listadas na Tabela 7-3 foram identificadas como espécies exóticas problemáticas em Moçambique: Tabela 7-3: Espécies exóticas problemáticas em Moçambique (Fonte: http://www.issg.org)

Nome Tipo Estado

Leucaena leucocephala Árvore/arbusto Espécies Exóticas

Ligustrum lucidum Árvore Espécies Exóticas

Ziziphus mauritiana Árvore/arbusto Biostatus não especificado

Imperata cylindrica Capim Espécies Exóticas

Bidens pilosa Erva Espécies Exóticas

Verbena brasiliensis Erva Espécies Exóticas

Nenhuma destas espécies foram identificadas no local. No entanto, mangueiras foram predominantes nas planícies próximas às comunidades, por entre as terras cultivadas. O bambú (Oxytenanthera abyssinica) também foi observado a ocorrer em florestas, especialmente as florestas degradadas na base e nas encostas do Monte Nassilala. Embora este bambú seja originário da região, este poderia tornar-se invasor, especialmente em áreas perturbadas ele regenera e dispersa-se rapidamente a partir de sementes e forma estandes impenetráveis que impedem que outras espécies de estabelecerem-se. Notou-se que as comunidades locais evitam plantio em áreas anteriormente abrangidas pelo bambu, possivelmente devido ao extenso sistema radicular que é difícil de remover sem máquinas.

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7.4 Avaliação de sensibilidade da área do projecto O mapa de sensibilidade foi desenvolvido através da identificação de áreas de alta, média e baixa sensibilidade (Figura 7-1). Áreas de sensibilidade alta incluem:

Áreas de processo, tais como rios, terras húmidas e riachos que são importantes para o funcionamento do ecossistema, incluindo águas superficiais e subterrâneas, bem como dispersão de animais e plantas;

Áreas que têm uma alta riqueza de espécies;

Áreas que não estão significativamente impactadas, transformadas ou desgastadas pelo uso actual da terra; e

Áreas que contêm a maioria das espécies de interesse especial encontradas na área e podem conter um elevado número de espécies globalmente importantes, ou compõem parte de um tipo de vegetação de importância global.

Áreas de sensibilidade média incluem:

As áreas que ainda oferecem uma valiosa contribuição para a biodiversidade e funcionamento dos ecossistemas, apesar de ser degradada;

Áreas degradadas que ainda têm uma riqueza de espécies relativamente alta; e

Áreas degradadas que ainda contêm espécies de interesse especial. Áreas de sensibilidade baixa incluem:

Áreas que estão altamente impactadas pelo uso actual da terra e fornecem pouco valor para o ecossistema; e

Áreas altamente degradadas que não são susceptíveis de abrigar qualquer espécie de preocupação especial.

No caso da área do projecto, uma grande parte da área havia sido desmatada para culturas agrícolas, como algodão, milho e mandioca. Estas áreas foram classificados como tendo uma sensibilidade ecológica baixa como elas foram transformados através de actividades antropogénicas e estão altamente degradadas (Figura 7-1). Áreas de vegetação natural, como a Floresta de Miombo degradada: Planícies, foram atribuídas uma sensibilidade ecológica média. Apesar dessas áreas que estão sendo degradadas como resultado de pressões locais sobre o meio ambiente, elas ainda têm uma riqueza de espécies relativamente alta e formam importantes áreas de processo ecológico para pequenos mamíferos e aves na área. Estas áreas podem suportar uma perda limitada de, ou perturbação a áreas naturais. Áreas de sensibilidade alta foram designadas para a Floresta de Miombo: Granito e Floresta de Miombo: Grafite, a Floresta de Miombo intacta: Planícies e a Floresta Ripariana (Figura 7-1). Estes tipos de vegetação foram atribuídos uma alta pontuação de sensibilidade uma vez que estas áreas são relativamente intactas e tem uma alta diversidade de espécies. Elas também contêm espécies de interesse especial, como Sterculia appendiculata (listada como vulnerável na Lista Vermelha de Dados de Moçambique). Algumas destas espécies foram observadas a ocorrer nas encostas do Inselberg de Granito (Monte Coronge). Embora altamente degradada na maior parte, a zona ripariana foi atribuída uma pontuação sensibilidade alta, pois é uma área de processo importante para o funcionamento do ecossistema. Ela também pontuou um alto valor de biodiversidade.

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Sempre que possível, o desenvolvimento deve ser restrito a essas áreas que têm uma sensibilidade ecológica baixa a média, e excluir as áreas com uma elevada sensibilidade ecológica. Isto é particularmente importante para a infra-estrutura, como a TSF, o acampamento da mina e local da planta, que deve estar localizado em áreas de baixa sensibilidade a moderada. Áreas de alta sensibilidade devem ser evitadas. Quando tal não for possível, como é o caso dos poços da mina, medidas de mitigação alternativas, como compensações de biodiversidade e áreas de conservação devem ser investigadas.

Figura 7-1: Mapa de Sensibilidade da área do projecto

Legenda: Alternative TSF = TSF Alternativa; Mine Camp = Acampamento da mina; Proposed mine road = Estrada da mina proposta; Plant= Planta; Existing main road = Estrada Principal existente; Existing Road = Estradas Existentes; Waste Dum = Despejo de Resíduos; Plant site = Local da Planta; New Camp = Novo Acampamento; West pit = Poço do Oeste; East Pit = Poço do Este; High = Alta; Medium = Média; Low = Baixa.

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8 QUESTÕES IDENTIFICADAS E AVALIADAS O estudo, que foi realizado fornece as informações necessárias para avaliar os impactos preliminares do projecto de mineração sobre a vegetação e a flora em várias escalas espaciais e temporais relevantes. Os impactos individuais foram agrupados como uma série de questões ambientais importantes. Todas as questões relacionadas com a remoção da cobertura vegetal existente em eventuais áreas mineradas na área do projecto. Na escala espacial da área do projecto, os impactos descritos abaixo vão certamente ser consideráveis, mas estes devem ser vistos no contexto da área do projecto como um todo ou em uma escala espacial ainda maior

8.1 Os impactos actuais: “Não-Avançar” ou “Sem cenário do projecto” Para contextualizar os impactos potenciais das actividades de mineração e infraestrutura associada proposta pela Syrah Resources, os impactos existentes (ou status quo), associados com condições ecológicas actuais, precisam ser descritos em termos de padrões de vegetação, estrutura e composição. Esta linha de base ou status quo devem ser usados como a comparação contra o qual os impactos do projecto são avaliados. As principais questões identificadas com os impactos existentes são discutidas abaixo: 8.1.1 QUESTÃO 1: Perda de comunidades de vegetação As comunidades vegetais naturais são ecossistemas dinâmicos que fornecem habitats que suportam todas as formas de vida. Diferentes tipos de comunidades vegetais (e habitats) existem na área do projecto, e estes ocorrem dentro e em torno da área do projecto. As comunidades da região são dependentes de recursos naturais encontrados dentro das diferentes comunidades de plantas e tractores de limpeza de terra para fins agrícolas. As condições actuais da vegetação nas regiões baixas da área do projecto podem ser descritas como a maioria transformada por actividades antropogénicas e são ou de sensibilidade ecológica baixa ou moderada. Os impacto actuais em cada comunidade vegetal são avaliados abaixo. Impacto 1: Perda de Floresta Ripariana Causa e comentário: Este tipo de vegetação ocorre ao longo das margens do rio e afluentes que ocorrem na área do projecto. Impactos directos sobre este tipo de vegetação incluem limpeza de córregos para plantar cana-de-açúcar e colheita de materiais vegetais para fins de construção Declaração de significância: A perda da Floresta Ripariana está definitivamente ocorrendo e está tendo um impacto grave, permanente. A significância ambiental deste impacto não mitigado é NEGATIVA ELEVADA. Impactos actuais

Impacto Efeito Risco ou

Probabilidade

Significância geral Escala Temporal

Escala Espacial

Gravidade do Impacto

Sem Mitigação

Permanente Área de Estudo

Grave Definitivo ELEVADA

Impacto 2: Perda da Floresta de Miombo: Grafite Causa e comentário Este tipo de vegetação ocorre no Monte Nassilala e Monte Coronge. Este tipo de vegetação está relativamente intacto, apesar das evidências de materiais de colheita de plantas para fins de construção.

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Declaração de Significância: A perda da Floresta de Miombo: Grafite está definitivamente ocorrendo e está a ter, um impacto baixo de médio prazo. A signifitância ambiental deste impacto não mitigado é NEGATIVA MODERADA Impactos actuais

Impacto Efeito Risco ou

Probabilidade

Significância geral Escala Temporal

Escala Espacial

Gravidade do Impacto

Sem Mitigação

Médio Prazo Área de Estudo

Moderado Definitivo MODERADA-

Impacto 3: Perda de Floresta de Miombo floresta: Granito Causa e comentário Este tipo de vegetação ocorre no Monte Coronge. Este tipo de vegetação foi desmatado para a agricultura nas encostas mais baixas e há evidências de colheita de grandes árvores mais acima. Apesar disso, as áreas que permanecem intactas fornecem refúgio importante para espécies de plantas nativas e ameaçadas. Declaração de significância: A perda da Floresta de Miombo: Granito está definitivamente ocorrendo e está a ter, um impacto Grave a Longo Prazo. A significância ambiental deste impacto não mitigado é NEGATIVA ELEVADA. Impactos Actuais

Impacto Efeito Risco ou

Probabilidade

Significância geral Escala Temporal

Escala Espacial

Gravidade do Impacto

Sem Mitigação

Longo Prazo Área de Estudo

Grave Definitivo ELEVADA-

Impacto 4: Perda de Florestas de Miombo intactas: Planícies Causa e comentário: Este tipo de vegetação ocorre a leste da Comunidade de Nquide e foi atribuída uma sensibilidade elevada. Apesar de sua proximidade com a Comunidade de Nquide, esta área foi deixada intacta Declaração de significância: A perda da Floresta de Miombo Intacta: Planície é pouco provável e está a ter um impacto ligeiro de Curto Prazo. A significância ambiental deste impacto não mitigado é NEGATIVA BAIXA. Impactos Actuais

Impacto Efeito Risco ou

Probabilidade

Significância geral Escala Temporal

Escala Espacial

Gravidade do Impacto

Sem Mitigação

Curto Prazo Área de Estudo

Ligeiro Pouco Provável

BAIXA -

Impacto 5: Perda de Florestas de Miombo Degradadas: Planícies Causa e comentário: Este tipo de vegetação ocorre nas áreas planas e baixas ao longo de boa parte do local do projecto e é fortemente colhida pelas comunidades para madeira de construção, lenha e produção de carvão. Por conseguinte, tem um índice baixo de diversidade de espécies.

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Declaração de significância: A perda de Florestas de Miombo Degradadas: Planícies é pouco provável e está a ter um impacto ligeiro de Curto Prazo. A significância ambiental deste impacto não mitigado é NEGATIVA ELEVADA. Impactos Actuais

Impacto Efeito Risco ou

Probabilidade

Significância geral Escala Temporal

Escala Espacial

Gravidade do Impacto

Sem Mitigação

Longo Prazo Área de Estudo

Grave Definitivo ELEVADA-

8.1.2 QUESTÃO 2: Perda de Biodiversidade A área de concessão da Mina de Grafite de Balama consiste de uma série de habitats que incluem inselbergs, a zona ripariana, áreas agrícolas e vegetação circundante natural. Estes habitats compreendem os seguintes tipos de vegetação: Floresta Ripariana na zona Ripariana; Floresta de Miombo: Granito e Floresta de Miombo: Grafite que ocorre nos inselbergs e Floresta de Miombo degradada e intacta: planícies que ocorre nas áreas baixas planas intercaladas entre a terra agrícola. Habitats únicos no local foram amostrados como contendo uma elevada biodiversidade, por exemplo, os inselbergs que suportam o granito e florestas de miombo grafite tem uma biodiversidade elevada. O uso actual da terra está a provocar a liberação destes habitats, em particular nas zonas baixas, reduzindo as áreas potenciais para apoiar a biodiversidade através da destruição e redução do habitat. Impacto 6: Perda de Biodiversidade (geral)

Causa e comentário: A limpeza de terras para a agricultura e colheita de materiais de plantas para a construção e carvão está a provocar a perda de biodiversidade na área. Declaração de significância: A perda de biodiversidade está definitivamente ocorrendo e está a ter um impacto moderado de Longo Prazo. A significância ambiental deste impacto não mitigado é NEGATIVA MODERADA. Impactos Actuais

Impacto Efeito Risco ou

Probabilidade

Significância geral Escala Temporal

Escala Espacial

Gravidade do Impacto

Sem Mitigação

Longo Prazo Área de Estudo

Moderado Definitivo MODERADA-

8.1.3 QUESTÃO 3: Perda de Espécies de Interesse Especial Três espécies de interesse especial (Habenaria sp., Sterculia appediculata e Afzelia quanzensis) foram identificadas no local do Projecto de Grafite de Balama e estão sendo impactadas pelas actividades em curso. Impacto 7: Perda de Espécies de Interesse Especial Causa e comentário: As actividades actuais de uso da terra, tais como desmatamento, colheita e produção de carvão estão resultando na perda de espécies de interesse especial, bem como outras espécies que são importantes para o funcionamento do ecossistema

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Declaração de significância: A perda de espécies de interesse especial está definitivamente ocorrendo e está a ter, um impacto moderado de Médio Prazo. A significância ambiental deste impacto não mitigado é NEGATIVA MODERADA. Impactos Actuais

Impacto Efeito Risco ou

Probabilidade

Significância geral Escala Temporal

Escala Espacial

Gravidade do Impacto

Sem Mitigação

Médio Prazo Área de Estudo

Moderado Definitivo MODERADA -

8.1.4 QUESTÃO 4: Interrupção da Função e Processo do Ecossistema Impacto 8: Fragmentação da vegetação e efeitos de borda Os habitats que existem na área do projecto, juntamente com os da área circundante que estão ligados, formam parte de um ecossistema funcional. Um ecossistema fornece mais do que simplesmente uma “casa” para um conjunto de organismos, e é um sistema funcional, onde os processos biológicos e biofísicos, como a ciclagem de nutrientes, formação do solo, reprodução, migração, competição, predação, sucessão, evolução e migração ocorrem. A destruição ou modificação de habitats provoca interrupção do funcionamento do ecossistema e ameaça a interação de processos que garantem a saúde ambiental e a sobrevivência de espécies individuais. Esta questão trata de uma colecção de impactos ecológicos complexos que são quase impossíveis de prever com certeza, mas que não deixam de ser importantes. Causa e comentário: A fragmentação é um dos impactos mais importantes sobre a vegetação, especialmente quando isso cria espaços na vegetação anteriormente contínua, provocando uma redução no conjunto de genes e uma diminuição na riqueza e diversidade de espécies (Veja também Questão 2). Este impacto ocorre quando grandes áreas são desmatadas para agricultura ou queimadas para criar capim para pasto, ou para estabelecer plantações. A fragmentação resulta no isolamento dos ecossistemas funcionais, e resulta na redução da biodiversidade e movimento reduzido devido à ausência de corredores ecológicos. Declaração de significância: A fragmentação da vegetação está definitivamente ocorrendo e está tendo um impacto grave, Permanente. A significância ambiental deste impacto não mitigado é NEGATIVA ELEVADA. Impactos Actuais

Impacto Efeito Risco ou

Probabilidade

Significância geral Escala Temporal

Escala Espacial

Gravidade do Impacto

Sem Mitigação

Permanente Área de Estudo

Grave Definitivo ELEVADA-

8.2 Impactos do Projecto da Mina 8.2.1 QUESTÃO 1: Perda de comunidades de vegetação Comunidades vegetais naturais são ecossistemas dinâmicos que fornecem habitats que suportam todas as formas de vida. Diferentes tipos de comunidades (e habitats) existem na área do projecto, e estes ocorrem dentro e em torno da área do projecto. A mina de Grafite de Balama e infra-estrutura associada do projecto resultarão na eliminação de cerca de 350 ha de vegetação natural, o que resulta na perda de comunidades vegetais. O impacto da perda de porções dos diferentes habitats será diferente, e estes terão de ser considerados separadamente.

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Impacto 1: Perda de Floresta Ripariana Causa e comentário: Este tipo de vegetação ocorre ao longo das margens do rio e afluentes que ocorrem na área do projecto. Impactos directos sobre este tipo de vegetação são susceptíveis de serem baseados na construção e/ou modernização de pontes para criar um acesso mais fácil ao local do projecto. Embora degradada devido a actividades antropogénicas, ainda é considerada uma importante área de processo ecológico e actividades nesta área devem ser mantidas a um mínimo. Mitigação e Gestão: As seguintes medidas de mitigação são sugeridas:

Inventário detalhado nestas áreas para facilitar a restauração;

Restauração deste tipo de vegetação após a mineração e construção de ponte/drenagem;

Reduzir o número de travessias através de planeamento e concepção cuidadosos;

Usar concepções de pontes que acaretam menor impacto sobre esta vegetação;

Localização da infra-estrutura do projecto longe de áreas sensíveis quando possível;

Localização de pontes e travessias de rios em cruzamentos existentes e em áreas já impactadas;

Criar e implementar um Plano de Monitoramento da Biodiversidade durante a fase operacional para garantir que o projecto não tenha impactos negativos desnecessários nesta comunidade vegetal; e

Concepção e implementação de um Plano de Gestão de Reabilitação. Declaração de significância:

Fase de Concepçao e Planeamento: A perda de floresta Ripariana devido a actividades como a perfuração e estudos geotécnicos é pouco provável de ocorrer e terá um impacto ligeiro a curto prazo. A significância ambiental deste impacto não mitigado seria NEGATIVA BAIXA.

Fase de Construção: A perda da floresta Ripariana durante a fase de construção vai definitivamente ocorrer e terá um impacto moderado, permanente. A significância ambiental deste impacto não mitigado seria NEGATIVA MODERADA. Com as medidas de mitigação esta continuará a ser NEGATIVA MODERADA. Fase de Operação: A perda da floresta Ripariana durante a fase operacional pode ocorrer e terá um impacto moderado a longo prazo. A significância ambiental deste impacto não mitigado seria NEGATIVA MODERADA. Com medidas de mitigação esta será reduzida para NEGATIVA BAIXA. Fase de Decomissionamento: A maior perda da floresta Ripariana durante a fase de decomissionamento será residual e portanto pode ocorrer. Impactos existentes continuarão a ter, um impacto moderado a longo prazo. A significância ambiental deste impacto absoluto seria NEGATIVA BAIXA.

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Fase de Concepção e Planeamento

Impacto Efeito Risco ou

Probabilidade

Significância geral Escala Temporal

Escala Espacial

Gravidade do Impacto

Sem Mitigação

Curto Prazo Localizado

Ligeiro Pouco Provável

BAIXA -

Com Mitigação

Curto Prazo Localizado

Ligeiro Pouco Provável

BAIXA -

Fase de Construção

Sem Mitigação

Permanente Área de Estudo

Moderado Definitivo

MODERADA -

Com Mitigação

Permanente Localizado Ligeiro Definitivo

MODERADA -

Fase de Operação

Sem Mitigação

Longo Prazo Localizado Moderado Pode Ocorrer MODERADA -

Com Mitigação

Longo Prazo Localizado Ligeiro Pode Ocorrer BAIXA -

Fase de Decomissionamento

Sem Mitigação

Longo Prazo Localizado Moderado Pode Ocorrer BAIXA -

Com Mitigação

Longo Prazo Localizado Moderado Pode Ocorrer BAIXA -

Impacto 2: Perda da Floresta de Miombo: Grafite Causa e comentário: Este tipo de vegetação ocorre no Monte Nassilala e será mais fortemente e directamente afectado pelas actividades de mineração no oeste e as secções do leste do inselberg. Impactos directos são susceptíveis de serem a supressão de vegetação para o leste e o oeste do poço, bem como o local da planta. Embora existam grandes estandes de bambu, este tipo de vegetação é bastante intacto com uma composição de espécies exclusivas para este inselberg. No entanto, as espécies não endêmicas foram encontradas a ocorrer nas encostas do Monte Nassilala que não ocorreram em outro lugar no site. Durante a estação seca, observou-se que as grandes árvores estavam sendo colhidas neste inselberg para fins de construção. Assim, este inselberg fornece um importante serviço do ecossistema para as comunidades ao redor. Mitigação e Gestão: As seguintes medidas de mitigação são sugeridas:

Inventário detalhado nestas áreas para facilitar a restauração;

Áreas impactadas por actividades de construção e que não são mais necessárias durante a fase de operação devem ser restauradas ao seu estado natural;

Deve ocorrer a recuperação de áreas afectadas durante a fase de decomissionamento;

Criação de áreas Não-avançar e corredores ecológicos no Monte Nassilala para preservar esta área e facilitar a função continuada do inselberg como um trampolim e refúgio para a biodiversidade (plantas e animais);

Demarcar e implementar um tampão de 50 m em torno desta área;

Evitar colocar a infraestrutura necessária, como a planta TSF e mina dentro destes 50 m de tampão;

Criar e implementar um Plano de Reabilitação e Gestão Estratégica de Compensação. Declaração de Significância: Fase de Concepção e Planeamento: A perda da Floresta de Miombo: Grafite devido a actividades como a perfuração e estudos geotécnicos vai definitivamente ocorrer e terá um impacto ligeiro a curto prazo. A significância ambiental deste impacto não mitigado seria NEGATIVA BAIXA.

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Fase de Construção: A perda da Floresta de Miombo: Grafite durante a fase de construção vai definitivamente ocorrer e terá um impacto grave, permanente. A significância ambiental deste impacto não mitigado seria NEGATIVA ELEVADA. Com as medidas de mitigação este impacto continuará a ser um NEGATIVO ELEVADO. Fase de Operação: da Floresta de Miombo: Grafite durante a fase de operação vai definitivamente ocorrer e terá um impacto grave, permanente. A significância ambiental deste impacto não mitigado seria NEGATIVA ELEVADA. Com as medidas de mitigação este impacto continuará a ser NEGATIVO ELEVADO. Fase de Decomissionamento: A perda adicional da Floresta de Miombo: Grafite durante a fase de decomissionamento será residual e, portanto, pode ocorrer. Impactos existentes continuarão a ter um impacto moderado a longo prazo. A significância ambiental deste impacto não mitigado seria NEGATIVA BAIXA. Fases de Concepção e Planeamento

Impacto Efeito Risco ou

Probabilidade

Significância geral Escala Temporal

Escala Espacial

Gravidade do Impacto

Sem Mitigação

Curto Prazo Localizado Ligeiro

Definitivo BAIXA -

Com Mitigação

Curto Prazo Localizado Ligeiro

Definitivo BAIXA -

Fase de Construção

Sem Mitigação

Permanente Área de Estudo

Grave Definitivo

ELEVADA -

Com Mitigação

Permanente Área de Estudo

Grave Definitivo

ELEVADA -

Fase de Operação

Sem Mitigação

Permanente Área de Estudo

Grave Definitivo

ELEVADA -

Com Mitigação

Permanente Área de Estudo

Moderado Definitivo

ELEVADA-

Fase de Decomissionamento

Sem Mitigação

Longo Prazo Localizado Moderado Pode Ocorrer BAIXA -

Com Mitigação

Longo Prazo Localizado Moderado Pouco Provável

BAIXA -

Impacto 3: Perda da Floresta da Miombo: Granito Causa e Comentário: Este tipo de vegetação ocorre no Monte Coronge e pode ser directamente afectado pelas actividades de mineração na cauda ocidental do inselberg no poço leste. Impactos directos são susceptíveis de ser a supressão de vegetação, quando o poço é extraído. Este tipo de vegetação foi desmatado para a agricultura nas encostas mais baixas e há evidências de colheita de grandes árvores mais acima. Apesar disso, as áreas que permanecem intactas têm uma composição de espécies que parece ser exclusiva para esta área. Nenhuma espécie localmente endêmica foi encontrada a ocorrer nas encostas da área. Há uma série de Sterculia appendiculata grandes que ocorrem nas encostas do Monte Coronge. Uma vez que estas espécies estão listadas como Vulnerável na Lista Vermelha de Dados de Moçambique, esta área deve ser deixada intacta e infraestrutura não essencial, como o acampamento da mina que está localizado nesta área, movido para uma zona menos sensível. Mitigação e Gestão: As seguintes medidas de mitigação são sugeridas:

Restauração deste tipo de vegetação ao seu estado natural após a mineração;

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Áreas impactadas por actividades de construção e que não são mais necessárias durante a fase de operação devem ser restauradas ao seu estado natural;

Evitar colocar a infraestrutura em áreas com grande número de Sterculia appendiculata;

Projectar os poços de mineração de modo a reduzir a quantidade de vegetação que precisa ser limpa;

Criar áreas de “Não-Avançar” e corredores ecológicos no Monte Coronge para preservar as áreas que não serão mineradas. Isso permitirá que este inselberg continue a funcionar como um trampolim e refúgios para a biodiversidade (plantas e animais) e continuará a fornecer serviços de ecossistemas importantes para as comunidades locais;

Demarcar e implementar um tampão de 50 m em torno desta área;

Deslocar a infraestrutura, como o novo acampamento da mina, fora destes 50 m de tampão.; e

Criar e implementar um Plano de Gestão de Reabilitação.

Declaração de Significância: Fase de Concepção e Planeamento: A perda da Floresta de Miombo: Granito devido a actividades como pesquisas de perfuração e geotécnicas é Pouco Provável e terá um impacto ligeiro de curto prazo. A significância ambiental deste impacto não mitigado seria NEGATIVO BAIXA. Fase de Construção: A perda da Floresta de Miombo: Granito vai definitivamente ocorrer e terá um impacto moderado, permanente. A significância ambiental deste impacto não mitigado seria negativa elevada. Com as medidas de mitigação este será reduzido para um valor NEGATIVO MODERADO. Fase de Operação: Fase de Operação: A perda da Floresta de Miombo: Granito é definitiva e terá um impacto elevado, permanente. A significância ambiental deste impacto não mitigado seria NEGATIVA ELEVADA. Com as medidas de mitigação este será reduzido para um valor NEGATIVO MODERADO. Fase de Decomissionamento: A perda adicional da da Floresta de Miombo: Granito durante a fase de decomissionamento será residual e, portanto, Pode Ocorrer. Impactos existentes continuarão a ter um impacto moderado a longo prazo. A significância ambiental deste impacto não mitigado seria negativo BAIXA. Concepção e Planeamento

Impacto Efeito Risco ou

Probabilidade

Significância geral Escala Temporal

Escala Espacial

Gravidade do Impacto

Sem Mitigação

Curto Prazo Localizado

Ligeiro Pouco Provável

BAIXA -

Com Mitigação

Permanente Localizado

Ligeiro Pode Ocorrer BAIXA -

Fase de Construção

Sem Mitigação

Permanente Área de Estudo

ELEVADO Definitivo ELEVADA-

Com Mitigação

Médio Prazo Área de Estudo

Moderado Provável MODERADA -

Fase de Operação

Sem Mitigação

Permanente Localizado

Moderado Provável ELEVADA-

Com Mitigação

Longo Prazo Localizado

Ligeiro Pode Ocorrer MODERADA -

Fase de Decomissionamento

Sem Mitigação

Longo Prazo Localizado Moderado Pode Ocorrer BAIXA -

Com Mitigação

Longo Prazo Localizado Ligeiro Pode Ocorrer BAIXA -

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Impacto 4: Perda de Florestas de Miombo Intactas: Planícies Causa e comentário: Este tipo de vegetação ocorre ao leste da Comunidade de Nquide e foi atribuída uma sensibilidade alta. Apesar de não ser directamente impactado pela infraestrutura do projecto, o deslocamento de campos agrícolas e acesso aos recursos naturais pela mina pode levar ao desmatamento desta área, pois é a uma curta distância da comunidade. Áreas de migração de fora podem colocar pressão adicional sobre esta área. Mitigação e Gestão: As seguintes medidas de mitigação são sugeridas:

Empregar membros da comunidade local, em vez de pessoas de fora. Isto irá reduzir o nível de na migração de áreas exteriores, reduzindo assim a pressão sobre os recursos naturais encontrados neste tipo de vegetação.

Implementação de práticas agrícolas mais eficientes e intensivas que reduzem a quantidade de terras desmatadas para a agricultura. Sistemas de irrigação possíveis utilizando água da Barragem de Chipembe podem ser uma solução viável.

Introduzir culturas de rendimento que são economicamente mais viáveis do que a indústria do algodão e produzir maiores rendimentos por hectare. Isto irá reduzir a quantidade de desmatamento de vegetação natural.

Declaração de Significância: Fase de Concepção e Planeamento: A perda de Floresta de Miombo intacta: Planície durante a fase de concepção e operação é Pouco Provável de ocorrer e terá um impacto ligeiro, permanente. A significância ambiental deste impacto não mitigado seria NEGATIVA BAIXA. Fase de Construção: A perda da Floresta de Miombo intacta: Planície durante a fase de construção é provável se houver um influxo de pessoas de fora que procuram trabalho na mina e terá um impacto grave, permanente. A significância ambiental deste impacto não mitigado seria NEGATIVA MODERADA. Com as medidas de mitigação este será reduzido para um valor NEGATIVO BAIXO. Fase de Operação: A perda da Floresta de Miombo intacta: Planície durante a fase de operação é provável se houver um um influxo de pessoas de fora que procuram trabalho na mina e terá um impacto grave, permanente. A significância ambiental deste impacto não mitigado seria NEGATIVA MODERADA. Com as medidas de mitigação este será reduzido para um valor NEGATIVO BAIXO.

Fase de Decomissionamento: A perda adicional da Floresta de Miombo intacta: Planície durante

a fase de decomissionamento será residual e, portanto, Pouco Provável. Impactos existentes continuarão a ter um impacto moderado a longo prazo. A significância ambiental deste impacto não mitigado seria NEGATIVO BAIXO.

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Concepção e Planeamento

Impacto Efeito Risco ou

Probabilidade

Significância geral Escala Temporal

Escala Espacial

Gravidade do Impacto

Sem Mitigação

Permanente Localizado

Ligeiro Pouco Provável

BAIXA -

Com Mitigação

Permanente Localizado

Ligeiro Pouco Provável

BAIXA -

Fase de Construção

Sem Mitigação

Permanente Área de Estudo

Grave Provável MODERADA -

Com Mitigação

Longo Prazo Localizado Ligeiro Pouco Provável

BAIXA -

Fase de Operação

Sem Mitigação

Permanente Área de Estudo

Grave Pouco Provável

MODERADA -

Com Mitigação

Longo Prazo Localizado Ligeiro Pouco Provável

BAIXA -

Fase de Decomissionamento

Sem Mitigação

Longo Prazo Localizado Moderado

Pouco Provável

BAIXA -

Com Mitigação

Longo Prazo Localizado Ligeiro

Pouco Provável

BAIXA -

Impacto 5: Perda de Florestas de Miombo Degradadas: Planícies Causa e comentário: Este tipo de vegetação ocorre nas áreas planas e baixas durante boa parte do local do projecto. Este tipo de vegetação é fortemente colhido pelas comunidades para madeira de construção, lenha e produção de carvão. Por conseguinte, tem um índice de diversidade de espécies baixo. Apesar disso, ainda é considerado uma importante área de processo ecológico proporcionando refúgio para a fauna local, como aves, répteis e anfíbios. Mitigação e Gestão: As seguintes medidas de mitigação são sugeridas:

Sempre que possível, reduzir a pegada da infraestrutura para a área mínima exigida;

Áreas impactadas durante a fase de construção devem ser reabilitadas se não forem necessárias durante a operação; e

É possível que os indivíduos que tiveram suas terras agrícolas deslocadas pela mina procurem compensar limpando terrenos adicionais nesse tipo de vegetação. Além disso o desmatamento resultará em impactos secundários induzidos que podem ser prevenidos através da introdução de práticas agrícolas mais eficientes, bem como a introdução de culturas de rendimento que são economicamente mais viáveis.

O cliente tem indicado que a operação irá implementar um programa agrícola. A idéia é fazer parceria com um programa estabelecido (provisoriamente um programa australiano chamado AusAid, implementado pela Universidade de Murdoch). Este programa está actualmente a implementar programas de desenvolvimento comunitário e agrícolas relacionadas à mineração na Libéria e Moçambique. As discussões já foram iniciadas para garantir essa parceria para o Distrito Balama. O programa irá implicar um programa de produção agrícola comercial para garantir a segurança alimentar, ligando esta ao acesso ao mercado agrícola. Além disso, alguns planos provisórios também incluem a extração de água da barragem para criar um centro agrícola local para a sustentabilidade da água a longo prazo da área.

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Declaração de Significância: Fase de Concepção e Planeamento: A perda da Floresta de Miombo degradada: Planície devido a construção de um acampamento de Prospecção e Pesquisa e vias de acesso durante a fase de concepção e planeamento (impacto definitivo) terá um impacto ligeiro a médio prazo. A significância ambiental deste impacto não mitigado é NEGATIVA MODERADA. Com as medidas de mitigação este será reduzido para um valor NEGATIVO BAIXO. Fase de Construção: A perda de Floresta de Miombo degradada: Planície durante a fase de construção vai definitivamente ocorrer e terá um impacto moderado, permanente. A significância ambiental deste impacto sem mitigção seria NEGATIVA MODERADA. Com as medidas de mitigação este continuará a ser um impacto NEGATIVO MODERADO. Fase de Operação: A perda de Floresta de Miombo degradada: Planície durante a fase de operação irá definitivamente ocorrer devido ao estabelecimento do despejo de estéril, e isso terá um impacto moderado a longo prazo. A significância ambiental deste impacto não mitigado seria NEGATIVA MODERADA. Com as medidas de mitigação este será reduzido para um valor NEGATIVO BAIXO. Fase de Decomissionamento: A perda adicional de Floresta de Miombo degradada: Planície durante a fase de decomissionamento será residual e, portanto, Pode Ocorrer. Impactos existentes continuarão a ter um impacto moderado a longo prazo. A significância ambiental deste impacto não mitigado seria NEGATIVA BAIXA. Fase de Concepção e Planeamento

Impacto Efeito Risco ou

Probabilidade

Significância geral Escala Temporal

Escala Espacial

Gravidade do Impacto

Sem Mitigação

Médio Prazo Área de Estudo

Ligeiro Provável MODERADA -

Com Mitigação

Médio Prazo Localizado Ligeiro Provável BAIXA -

Fase de Construção

Sem Mitigação

Permanente Área de Estudo

Moderado Definitivamente

MODERADA -

Com Mitigação

Longo Prazo Área de Estudo

Moderado Definitivamente

MODERADA -

Fase de Operação

Sem Mitigação

Longo Prazo Localizado

Moderado Provável MODERADA -

Com Mitigação

Médio Prazo Localizado

Ligeiro Pode Ocorrer BAIXA -

Fase de Decomissionamento

Sem Mitigação

Longo Prazo Localizado Moderado Pode Ocorrer BAIXA -

Com Mitigação

Longo Prazo Localizado Moderado Pode Ocorrer BAIXA -

8.2.2 QUESTÃO 2: Perda de biodiversidade A área de concessão da Mina de Grafite de Balama consiste de uma série de habitats que incluem inselbergs, a zona ripariana, áreas agrícolas e vegetação circundante natural. Estes habitats compreendem os seguintes tipos de vegetação: floresta Ripariana na zona Ripariana; Floresta de Miombo: Granito e Floresta de Miombo: Grafite que ocorrem nos inselbergs e Floresta de Miombo degradada e intacta: Planícies que ocorrem nas áreas baixa planas intercaladas entre a terra agrícola. Habitats únicos no local foram mostrados como contendo uma elevada biodiversidade, por exemplo, os inselbergs que suportam o granito e florestas de Miombo grafite tem uma alta

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biodiversidade. A mina resultará no desmatamento parcial destes habitats, em particular as florestas de miombo associadas aos depósitos de grafite, reduzindo as áreas potenciais para apoiar a biodiversidade através da destruição do habitat e redução. Impacto 6: Perda da Biodiversidade (geral) Causa e comentário: As actividades de mineração e infraestrutura associada irão resultar na remoção de grandes áreas de vegetação, resultando na perda de biodiversidade. Mitigação e Gestão: As seguintes medidas de mitigação são sugeridas:

Deixar de lado porções representativas chave de cada tipo de vegetação, como áreas de conservação na área de mineração;

Evitar que os funcionários da mina colham plantas, lenha ou carvão dentro da área de mineração para uso pessoal;

Manutenção de corredores ecológicos na área de mineração; e

Criação e implementação de um Plano de Gestão de Reabilitação e Compensação de Biodiversidade.

Declaração de significância: Fase de Concepção e Planeamento: Actividades relacionadas com a fase de concepção e planeamento, como o levantamento geotécnico e perfuração, definitivamente resultau na perda da biodiversidade e resulta em um impacto ligeiro a curto prazo. A significância ambiental deste impacto não mitigado é NEGATIVA BAIXA. Fase de Construção: As actividades de mineração irão definitivamente resultar na perda da biodiversidade e isso terá um impacto grave permanente. A significância ambiental deste impacto não mitigado seria NEGATIVA ELEVADA. As medidas de mitigação irão reduzir a um impacto NEGATIVO MODERADO.

Fase de Operação:As actividades de mineração irão provavelmente resultar na perda adicional da biodiversidade e isso terá um impacto moderado permanente. A significância ambiental deste impacto não mitigado seria NEGATIVA MODERADA. As medidas de mitigação irão reduzir a um impacto NEGATIVO BAIXO.

Fase de Decomissionamento: A perda adicional de biodiversidade durante a fase de decomissionamento será residual. Impactos existentes continuarão a ter um impacto moderado a longo prazo. A significância ambiental deste impacto não mitigado seria NEGATIVA ELEVADA. Fase de Concepção e Planeamento

Impacto Efeito

Risco ou Probabilidade

Significância geral Escala Temporal

Escala Espacial

Gravidade do Impacto

Sem Mitigação

Curto Prazo Localizado Ligeiro Provável BAIXA -

Com Mitigação

Curto Prazo Localizado Ligeiro Provável BAIXA -

Fase de Construção

Sem Mitigação

Permanente Área de Estudo

Grave Definitivo ELEVADA -

Com Mitigação

Longo Prazo Área de Estudo

Moderado Definitivo MODERADA -

Fase de Operação

Sem Mitigação

Longo Prazo Localizado

Moderado Provável MODERADA -

Com Mitigação

Médio Prazo Localizado

Ligeiro Pode Ocorrer BAIXA -

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Fase de Decomissionamento

Sem Mitigação

Longo Prazo Localizado Moderado Pode Ocorrer BAIXA -

Com Mitigação

Longo Prazo Localizado Moderado Pode Ocorrer BAIXA -

8.2.3 QUESTÃO 3: A perda de Espécies de Interesse Especial Três espécies de interesse especial (Habenaria sp., Sterculia appediculata e Afzelia quanzensis) foram identificadas no local do Projecto de Grafite de Balama e serão impactadas pela mina proposta. É provável que outras espécies sejam identificadas durante a fase de construção e de operação do projecto. Os impactos em uma escala espacial maior só serão importante no caso de espécies que têm uma distribuição geográfica restrita, ou de outra maneira que necessitam de protecção. Nestes casos, o processo de mineração pode reduzir significativamente a área de ocupação das espécies. A redução da área de ocupação, por sua vez pode ameaçar as chances de sobrevivência para estas espécies vegetais de interesse. No entanto, a significância de um impacto difere dependendo do nosso conhecimento da distribuição das espécies de plantas. Impacto 7: Perda de Espécies de Interesse Especial Causa e comentário: As actividades de mineração e infraestrutura associada irão resultar na perda de espécies de interesse especial, bem como outras espécies que são importantes para o funcionamento do ecossistema. Mitigação e Gestão: As seguintes medidas de mitigação são sugeridas:

Separar porções representativas chave de cada tipo de vegetação, como áreas de conservação na área de mineração;

Manter um corredor ecológico dentro da área de mineração;

Evitar colocar infraestrutura, como o acampamento da mina e TSF em áreas com elevado número de espécies de interesse especial, como na encosta sul do Monte Coronge onde foram observadas uma série de árvores de Sterculia appendiculata; e

Recolher sementes de árvores estabelecidas e onde viável realocar exemplares de espécies de interesse especial.

Declaração de significância: Fase de Concepção e Planeamento: Actividades relacionadas com a fase de concepção e planeamento, como o levantamento geotécnico e perfuração provavelmente resultou na perda de espécies de Interesse Especial e Tiveram um impacto ligeiro a longo prazo. A singnifância ambiental deste impacto não mitigado é NEGATIVA BAIXA. Fase de Construção: As actividades de mineração provavelmente irão resultar na perda de Espécies de Interesse Especial e terão um impacto moderado a longo prazo. A significância ambiental deste impacto não mitigado seria NEGATIVA MODERADA. Enquanto as medidas de mitigação poderiam reduzir a escala espacial e temporal do impacto, elas não são susceptíveis de serem muito eficazes e o impacto ainda permanecerá NEGATIVO MODERADO.

Fase de Operação: As actividades de mineração provavelmente irão resultar na perda de Espécies de Interesse Especial e terão um impacto moderado a longo prazo. A significância ambiental deste impacto não mitigado seria NEGATIVA MODERADA. Enquanto as medidas de mitigação poderiam reduzir a escala espacial e temporal do impacto, elas não são susceptíveis de serem muito eficazes e o impacto ainda permanecerá NEGATIVO MODERADO

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Fase de Decomissionamento: A maior perda de espécies de interesse especial durante a fase de decomissionamento será residual. Impactos existentes continuarão a ter um impacto moderado a longo prazo. A significância ambiental deste impacto absoluto seria NEGATIVA BAIXA.

Fases de Concepção e Planeamento

Impacto Efeito Risco ou

Probabilidade

Significância geral Escala Temporal

Escala Espacial

Gravidade do Impacto

Sem Mitigação

Longo Prazo Localizado

Ligeiro Provável BAIXA -

Com Mitigação

Médio Prazo Localizado

Ligeiro Provável BAIXA -

Fase de Construção

Sem Mitigação

Longo Prazo Área de Estudo

Moderado Provável MODERADA -

Com Mitigação

Médio Prazo Localizado Moderado

Provável MODERADA -

Fase de Operação

Sem Mitigação

Longo Prazo Área de Estudo

Moderado Provável MODERADA -

Com Mitigação

Médio Prazo Localizado Moderado

Provável MODERADA -

Fase de Decomissionamento

Sem Mitigação

Longo Prazo Localizado Moderado Pode Ocorrer BAIXA -

Com Mitigação

Longo Prazo Localizado Moderado Pode Ocorrer BAIXA -

8.2.4 QUESTÃO 4: Perturbação da Função e Processo do Ecossistema Os habitats que existem na área do projecto, juntamente com os da área circundante que estão ligados, formam parte de um ecossistema funcional. Um ecossistema fornece mais do que simplesmente uma “casa” para um conjunto de organismos, e é um sistema funcional, onde os processos biológicos e biofísicos, como a ciclagem de nutrientes, formação do solo, reprodução, migração, competição, predação, sucessão, evolução e migração ocorrem. A destruição ou modificação de habitats provoca interrupção do funcionamento do ecossistema e ameaça a interação de processos que garantem a saúde ambiental e a sobrevivência de espécies individuais. Esta questão trata de uma colecção de impactos ecológicos complexos que são quase impossíveis de prever com certeza, mas que não deixam de ser importantes. Impacto 8: Fragmentação da vegetação e efeitos de borda Causa e comentário: A fragmentação é um dos impactos mais importantes sobre a vegetação, especialmente quando isso cria espaços na vegetação anteriormente contínua, provocando uma redução no conjunto de genes e uma diminuição na riqueza e diversidade de espécies (Veja também Questão 2). Este impacto ocorre quando grandes áreas são desmatadas para agricultura ou queimadas para criar campos verdes para pasto, ou para estabelecer plantações. A fragmentação resulta no isolamento dos ecossistemas funcionais, e resulta em redução da biodiversidade e movimento reduzido devido à ausência de corredores ecológicos. Embora a área do projecto já conta com grandes áreas desmatadas para a agricultura, processos de mineração e infraestrutura associada, tais como estradas e conduta vão aumentar severamente a fragmentação dentro da área do projecto, e, possivelmente, remover um importante “trampolim” através da supressão de vegetação no Monte Nassilala.

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Mitigação e Gestão: As seguintes medidas de mitigação são sugeridas:

Separar um corredor ecológico na área do projecto, que engloba todos os tipos de vegetação definidos neste relatório;

Usar as estradas de acesso existentes sempre que possível;

Alinhar as estradas e condutas dentro de um único corredor e manter esta tão estreita quanto possível; e

Evitar colocar infraestrutura linear (como estradas e condutas) ao longo de áreas de sensibilidade alta e moderada.

Declaração de significância:Fase de Concepção e Planeamento: Actividades relacionadas com a fase de concepção e planeamento, como o levantamento geotécnico e perfuração provavelmente resultaram na fragmentação do habitat e estão tendo um impacto ligeiro a curto prazo. A significância ambiental deste impacto não mitigado negativa baixa.

Fase de Construção: As actividades de mineração irão definitivamente resultar na fragmentação do habitat e terão um impacto moderado, permanente. A significância ambiental deste impacto não mitigado seria NEGATIVA ELEVADA. Com mitigação, este será reduzido para um impacto NEGATIVO MODERADO.

Fase de Operação: As actividades de mineração irão provavelmente resultar na fragmentação do habitat e terão um impacto moderado a longo prazo. A significância ambiental deste impacto não mitigado seria NEGATIVA MODERADA. Com mitigação, este continuará a ser um impacto NEGATIVO MODERADO.

Fase de Decomissionamento: A fragmentação de habitats durante a fase de decomissionamento pode ocorrer. Impactos existentes continuarão a ter, um impacto moderado a longo prazo. A significância ambiental deste impacto não mitigado seria negativa baixa

Fases de Concepção e Planeamento

Impacto Efeito Risco ou

Probabilidade

Significância geral Escala Temporal

Escala Espacial

Gravidade do Impacto

Sem Mitigação

Curto Prazo Localizado

Ligeiro Provável BAIXA -

Com Mitigação

Curto Prazo Localizado

Ligeiro Provável BAIXA -

Fase de Construção

Sem Mitigação

Permanente Área de Estudo

Grave Definitivo ELEVADA-

Com Mitigação

Longo Prazo Área de Estudo

Moderado Provável MODERADA -

Fase de Operação

Sem Mitigação

Longo Prazo Área de Estudo

Moderado Provável MODERADA -

Com Mitigação

Médio Prazo Localizado Moderado

Pode Ocorrer MODERADA -

Fase de Decomissionamento

Sem Mitigação

Longo Prazo Localizado Moderado Pode Ocorrer BAIXA -

Com Mitigação

Longo Prazo Localizado Moderado Pode Ocorrer BAIXA -

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Impacto 9: Invasão de espécies exóticas Causa e comentário: A remoção da vegetação existente também cria habitats “abertos” que, inevitavelmente, serão colonizados por plantas pioneiras. Enquanto isso é parte de um processo natural de regeneração, o que acabaria por levar ao restabelecimento de uma cobertura de vegetação secundária, também favorece o estabelecimento de espécies indesejáveis na área, tais como as espécies de bambú que ocorrem no local. Estas espécies são introduzidas ao longo das linhas de transporte, e por movimentos humanos e animais na área. Uma vez estabelecidas, estas espécies são normalmente muito difíceis de erradicar e podem então invadir, o que representa uma ameaça para o ecossistema vizinho. Este impacto é susceptível de ser exacerbado pela administração descuidada do local e suas instalações, por exemplo, dispersão de sementes através de uma eliminação inadequada de resíduos orgânicos e de monitoramento inadequado. Mitigação e Gestão: As seguintes medidas de mitigação são sugeridas:

Preparar um Plano de Gestão de Plantas Exóticas

Erradicação de plantas exóticas assim que elas aparecem;

Implementar procedimentos ambientalmente aceitáveis para a gestão de resíduos;

Não utilizar espécies exóticas que são conhecidas por ser invasivas para fins de reabilitação, mas sim usar espécies nativas e espécies exóticas que não são invasivas; e

Monitorar a área do projecto para as novas plantas invasoras. Declaração de significância: Fase de Concepção e Planeamento: As actividades relacionadas com a fase de concepção e planeamento, como o levantamento geotécnico e perfuração provavelmente resultaram na invasão de pequena escala de espécies exóticas e estão a ter um impacto ligeiro a curto prazo. A significância ambiental deste impacto não mitigado seria NEGATIVA BAIXA.

Fase de Construção: As actividades de mineração irão provavelmente resultar na invasão de espécies exóticas na área do projecto, que terão um impacto grave, permanente. A significância ambiental deste impacto não mitigado seria NEGATIVA ELEVADA. Tomar medidas correctivas em estágios iniciais de estabelecimento de plantas exóticas irá reduzir o impacto a NEGATIVO BAIXO.

Fase de operação: As actividades de mineração associadas à fase operacional, provavelmente, resultarão na invasão de espécies exóticas na área do projecto e terão um efeito grave, permanente. A significância ambiental deste impacto não mitigado seria NEGATIVA ELEVADA. Tomar medidas correctivas irá reduzir o impacto a NEGATIVO BAIXO. Fase de Decomissionamento: Se não houver um Plano de Gestão de Exóticas durante a fase de desativação do projecto, é provável que a invasão de espécies exóticas tenha um impacto grave, permanente. A significância ambiental deste impacto sem mitigação seria negativa elevada, mas a significância ambiental deste impacto não mitigado seria NEGATIVA BAIXA.

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Fase de Concepção e Planeamento

Impacto Efeito Risco ou

Probabilidade

Significância geral Escala Temporal

Escala Espacial

Gravidade do Impacto

Sem Mitigação

Curto Prazo Localizado Ligeiro Provável BAIXA -

Com Mitigação

Curto Prazo Localizado Ligeiro Provável BAIXA -

Fase de Construção

Sem Mitigação

Permanente Regional Grave Provável ELEVADA-

Com Mitigação

Curto Prazo Localizado Moderado Provável BAIXA -

Fase de Operação

Sem Mitigação

Permanente Regional Grave Provável ELEVADA-

Com Mitigação

Curto Prazo Localizado Moderado Provável BAIXA -

Fase de Decomissionamento

Sem Mitigação

Permanente Regional Grave Provável ELEVADA-

Com Mitigação

Curto Prazo Localizado Moderado Provável BAIXA -

8.2.5 QUESTÃO 5: Perda de Serviços Ecossistêmicos Serviços de Ecossistemas referem-se aos benefícios dos ecossistemas e da biodiversidade derivados por humanos. A perda dos serviços dos ecossistemas através da remoção de comunidades de vegetação durante o processo de mineração irá resultar na perda potencial dos serviços dos ecossistemas associados a cada habitat e tipo de vegetação. Isto é especialmente relevante, pois as comunidades locais são dependentes dessas áreas como uma fonte de alimentos e medicamentos, para materiais de construção e lenha e como uma fonte de renda, em pequena escala, através da produção de carvão vegetal. Impacto 10: Perda de serviços ecossistêmicos proporcionados pelas comunidades de plantas identificadas na área do projecto Causa e comentário: A perda dos serviços dos ecossistemas através da remoção de comunidades de vegetação devido às actividades de mineração irá resultar na perda dos serviços dos ecossistemas associados a cada habitat e tipo de vegetação. Isto é especialmente relevante, pois as comunidades locais são fortemente dependentes destas áreas como fonte de alimentos e medicamentos, para materiais de construção e lenha e como uma fonte de renda por meio de actividades como a produção de carvão vegetal. Mitigação e Gestão: As seguintes medidas de mitigação são sugeridas:

Alternativas tais como a melhoria da assistência à saúde, produção de carvão, materiais de construção e lenha devem ser implementadas para compensar a perda de serviços ambientais para as comunidades afectadas. Estas devem estar alinhadas com as recomendações feitas na Avaliação de Impacto Social e Avaliação de Uso de Recursos Naturais; e

Criar de lado porções representativas chave de cada tipo de vegetação que irão fornecer serviços ecossistêmicos adequados para as comunidades na área do projecto (um Plano de Gestão de Conservação terá de ser elaborado e estas áreas mapeadas, em consulta com as partes interessadas).

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Declaração de significância: Fase de Concepção e Planeamento: Actividades relacionadas com a fase de concepção e planeamento, como o levantamento geotécnico e perfuração são Pouco Provável de resultar em perda de serviços ecossistêmicos e terão um impacto ligeiro a curto prazo. A significância ambiental deste impacto não mitigado seria NEGATIVA BAIXA. Fase de Construção: As actividades de mineração durante a fase de construção vão definitivamente resultar na perda dos serviços ecossistêmicos prestados pelas comunidades de plantas e terão um impacto grave, permanente. A significância ambiental deste impacto não mitigado seria NEGATIVA ELEVADA. Com mitigação, este será reduzido para um impacto NEGATIVO MODERADO. Fase de Operação: as actividades de mineração durante a fase operacional, provavelmente, resultarão em uma maior perda de serviços ecossistêmicos e terão um impacto moderado a longo prazo. A significância ambiental deste impacto não mitigado seria NEGATIVA MODERADA. Com mitigação, este será reduzido para um impacto NEGATIVO BAIXO.

Fase de Decomissionamento: a perda contínua de serviços do ecossistema durante a fase de decomissionamento Pode Ocorrer. Impactos existentes continuarão a ter, um impacto moderado a longo prazo. A significância ambiental deste impacto não mitigado seria NEGATIVA BAIXA. Fase de Concepção e Planeamento

Impacto Efeito Risco ou

Probabilidade

Significância geral Escala Temporal

Escala Espacial

Gravidade do Impacto

Sem Mitigação

Curto Prazo Localizado Ligeiro Provável BAIXA -

Com Mitigação

Curto Prazo Localizado Ligeiro Provável BAIXA -

Fase de Construção

Sem Mitigação

Permanente Área de Estudo

Grave Definitivo ELEVADA-

Com Mitigação

Longo Prazo Área de Estudo

Moderado Provável MODERADA -

Fase de Operação

Sem Mitigação

Longo Prazo Área de Estudo

Moderado Provável MODERADA -

Com Mitigação

Médio Prazo Localizado Moderado

Pode Ocorrer BAIXA -

Fase de Decomissionamento

Sem Mitigação

Longo Prazo Localizado Moderado Pode Ocorrer BAIXA -

Com Mitigação

Longo Prazo Localizado Moderado Pode Ocorrer BAIXA-

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9 CONCLUSÕES DA AVALIAÇÃO DE IMPACTO E RECOMENDAÇÕES

9.1 Estado actual A vegetação da área do projecto compreende um mosaico de terras agrícolas, Florestas de Miombo degradadas naturais e manchas de Floresta de Miombo natural, que estão intactas e em bom estado. A floresta intacta está ameaçada por impactos humanos relacionados, tais como desmatamento para agricultura. Evidências sugerem que as comunidades locais têm estado a limpar activamente florestas na base do Monte Nassilala já que não havia notícia de que uma grande operação de prospecção de mineração estava na área e haveria compensação pela terra e as colheitas se a mina avançar. Há muito poucas espécies invasoras na área e elas não são actualmente problemáticas. No entanto, as espécies invasoras são propensas a se tornarem um problema quando grandes áreas de vegetação intacta são perturbadas durante as fases de construção e operação da mina. Não mitigado, é provável que se torne um impacto importante e deve ser gerido de forma eficaz. Sempre que possível, recomenda-se que as áreas dentro do local de estudo sejam reservadas para a conservação, permitindo que a vegetação chegue ao seu estado natural livre de pressão agrícola e infestação exótica. Um mapa fornecendo uma visão geral das principais conclusões do relatório foi incluído no Apêndice B.

9.2 Conclusões 9.2.1 Observações finais: Relatórios sobre os Termos de Referência Os Termos de Referência fornecidos são tabulados abaixo (Tabela 9-2). Uma descrição de onde cada item é reportado em diante, é fornecida. Tabela 9-2: Termos de Referência e resposta do relatório

Requisitos Avaliação/resposta do relatório

Descrever e mapear as diferentes unidades de vegetação e ecossistemas (por exemplo, pastagens, savana, ribeirinha, etc) na área de mineração.

Capítulos 6.2 and 6.3

Descrever a biodiversidade floral e registar as espécies de plantas que ocorrem em cada tipo de vegetação.

Capítulo 7.1 e Apêndice A

Determinar as unidades de habitats que executam funções do ecossistema críticas (ex. controle de erosão, serviço hidrológico, etc.)

Capítulo 6

Utilizar abordagem aleatória estratificada para quadrículas de pesquisas botânicas, a fim de descrever a biodiversidade e o estado ecológico de cada unidade de vegetação.

Capítulo 7

Descrever e mapear os ecossistemas raros, em perigo ou ameaçados.

Capítulos 5.4.1 e 5.4.2

Estabelecer e mapear áreas sensíveis de vegetação e espécies de interesse especial (Lista Vermelha de Dados IUCN).

Capítulos 7.2 e Secção 7.4

Identificar espécies de plantas exóticas, avaliar Capítulos 7.3 e 9.3

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Requisitos Avaliação/resposta do relatório

o potencial invasivo e recomendar procedimentos de gestão.

Identificar e avaliar os impactos das actividades de mineração e infra-estrutura associada da vegetação natural em termos de perda e fragmentação e degradação dos ecossistemas fundamentais habitat.

Capítulo 8

9.2.2 Resumo dos impactos Dez impactos foram identificados e avaliados para todas as quatro fases (ou seja, Fases de Concepção e Planeamento, Construção, Operação e Decomissionamento) (Tabela 9-1). Em geral os impactos para a fase de concepção e planeamento foram BAIXOS. Foi identificado um impacto MODERADO mas esse impacto pode ser reduzido para BAIXO, com as medidas de mitigação empreendidas. A fase de construção teve o maior número de impactos ELEVADOS (seis no total). Com mitigação, quatro desses impactos podem ser reduzidos a MODERADO, uma a BAIXO e um permanece o mesmo. Dois impactos ELEVADOS e oito impactos MODERADOS foram identificados durante a fase operacional. Nove destes impactos podem ser reduzidos a BAIXO. O impacto sobre a Floresta de Miombo: Grafite permanece o mesmo. O único impacto ELEVADO identificado durante a fase de decomissionamento foi a invasão potencial de espécies de plantas exóticas. Com as medidas de mitigação, como um Plano de Monitoramento de Gestão e Exóticas, esse pode ser reduzido a BAIXO. Todos os outros impactos foram baixos. Tabela 9-1: Resumo dos impactos identificados com e sem medidas de mitigação.

Impacto Sem Mitigação Com Mitigação

Fase de Concepção e Planeamento

Impacto 1: Perda de Florestas Riparianas BAIXO- BAIXO-

Impacto 2: Perda de Floresta de Miombo: Grafite BAIXO- BAIXO-

Impacto 3: Perda de Floresta de Miombo: Granito BAIXO- BAIXO-

Impacto 4: Perda de Floresta de Miombo Intacta: Planícies

BAIXO- BAIXO-

Impacto 5: Perda de Floresta de Miombo Degradada: Planícies

MODERADO- BAIXO-

Impacto 6: Perda de Biodiversidade (geral) BAIXO- BAIXO-

Impacto 7: Perda de Espécies de Interesse Especial BAIXO- BAIXO-

Impacto 8: A fragmentação da vegetação e efeitos de borda

BAIXO- BAIXO-

Impacto 9: Invasão de espécies exóticas BAIXO- BAIXO-

Impacto 10: Perda de serviços ecossistêmicos proporcionados pelas comunidades de plantas identificadas na área do projecto

BAIXO- BAIXO-

Fase de Construção

Impacto 1: Perda de Florestas Riparianas MODERADO- MODERADO-

Impacto 2: Perda de Floresta de Miombo: Grafite ELEVADO- ELEVADO-

Impacto 3: Perda de Floresta de Miombo: Granito ELEVADO- MODERADO-

Impacto 4: Perda de Floresta de Miombo Intacta: Planícies

MODERADO- BAIXO-

Impacto 5: Perda de Floresta de Miombo Degradada: Planícies

MODERADO- MODERADO-

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Impacto 6: Perda de Biodiversidade (geral) ELEVADO- MODERADO-

Impacto 7: Perda de Espécies de Interesse Especial MODERADO- MODERADO-

Impacto 8: A fragmentação da vegetação e efeitos de borda

ELEVADO- MODERADO-

Impacto 9: Invasão de espécies exóticas ELEVADO- BAIXO-

Impacto 10: Perda de serviços ecossistêmicos proporcionados pelas comunidades de plantas identificadas na área do projecto

ELEVADO- MODERADO-

Operational Phase

Impacto 1: Perda de Florestas Riparianas MODERADO- BAIXO-

Impacto 2: Perda de Floresta de Miombo: Grafite ELEVADO- ELEVADO-

Impacto 3: Perda de Floresta de Miombo: Granito ELEVADO- MODERADO-

Impacto 4: Perda de Floresta de Miombo Intacta: Planícies

MODERADO- BAIXO-

Impacto 5: Perda de Floresta de Miombo Degradada: Planícies

MODERADO- BAIXO-

Impacto 6: Perda de Biodiversidade (geral) MODERADO- BAIXO-

Impacto 7: Perda de Espécies de Interesse Especial MODERADO- MODERADO-

Impacto 8: A fragmentação da vegetação e efeitos de borda

MODERADO- MODERADO-

Impacto 9: Invasão de espécies exóticas ELEVADO- BAIXO-

Impacto 10: Perda de serviços ecossistêmicos proporcionados pelas comunidades de plantas identificadas na área do projecto

MODERADO- BAIXO-

Fase de Decomissionamento

Impacto 1: Perda de Florestas Riparianas BAIXO- BAIXO-

Impacto 2: Perda de Floresta de Miombo: Grafite BAIXO- BAIXO-

Impacto 3: Perda de Floresta de Miombo: Granito BAIXO- BAIXO-

Impacto 4: Perda de Floresta de Miombo Intacta: Planícies

BAIXO- BAIXO-

Impacto 5: Perda de Floresta de Miombo Degradada: Planícies

BAIXO- BAIXO-

Impacto 6: Perda de Biodiversidade (geral) BAIXO- BAIXO-

Impacto 7: Perda de Espécies de Interesse Especial BAIXO- BAIXO-

Impacto 8: A fragmentação da vegetação e efeitos de borda

BAIXO- BAIXO-

Impacto 9: Invasão de espécies exóticas ELEVADO- BAIXO-

Impacto 10: Perda de serviços ecossistêmicos proporcionados pelas comunidades de plantas identificadas na área do projecto

BAIXO- BAIXO-

9.2.3 Observações finais

Os Inselbergs formam importantes “trampolins” ou corredores de ligação entre a vegetação fragmentada e têm sido documentados como características importantes para a conservação e dispersão de espécies diferentes. Por conseguinte, é importante que uma porção do inselberg Monte Nassilala, onde o depósito de grafite foi identificado, se conserve para que este processo possa continuar.

Infra-estrutura, como a instalação de armazenamento de rejeitos, o acampamento da mina e planta da mina devem estar localizados em áreas de sensibilidade BAIXA e MODERADA. Recomenda-se que a posição do acampamanto da mina no Monte Coronge seja deslocada para fora da área de sensibilidade ELEVADA.

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O uso da terra actual está tendo um grande impacto sobre a vegetação natural nas áreas baixas. Grandes extensões de terra foram limpas e plantadas com culturas como algodão, milho e mandioca.

A vegetação nas encostas dos Montes e Monte Nassilala Coronge é relativamente intacta. As comunidades de plantas nestes inselbergs são refúgios importantes para as espécies de plantas e animais e fornecem serviços ecossistêmicos importantes para as comunidades humanas locais.

A MAIOR biodiversidade foi registada na Floresta Ripariana. Embora existam como tiras finas cercadas por um mar de agricultura que actualmente formam importantes, corredores ecológicos naturais devem ser reabilitados, conservados e protegidos.

As Florestas de Miombo intactas: Planícies, que ocorrem perto da Comunidade de Nquide tem a segunda maior diversidade de espécies depois das Florestas Riparianas e contém espécies importantes, como Habenaria sp. (Orchidaceae). Esta área deve ser conservada e protegida.

9.2.4 Padrão de Desempenho 6 do IFC O Relatório de Especialidade de Vegetação e Florística precisa satisfazer as exigências dos padrões do IFC, com referência específica ao Padrão de Desempenho 6. Para facilitar a consulta, esses requisitos são tabulados e anotado com comentários (Tabela 9-3). Tabela 9-3: Requisitos e comentários do PD6 do IFC

PD 6: requisitos Comentários

Habitat modificado (natural ou modificado): degradação adicional deve ser minimizada.

"Habitats modificados são áreas que podem conter uma grande proporção de plantas e/ou espécies de animais de origem não-nativa, e/ou onde a actividade humana tem alterado substancialmente as funções ecológicas primárias de uma área e composição de espécies." (Padrões de Desempenho da IFC 2012)

Floresta de Miombo Degradada: Planícies e Floresta Ripariana são consideradas habitats modificados à medida que são submetids a perturbação frequentes e muitas vezes graves. Estes sistemas, no entanto, são capazes de regenerar durante longos períodos de sucessão. Sempre que possível, deve ser minimizada uma degradação adicional da vegetação natural circundante através da implementação de medidas de mitigação discutidas no Capítulo 8.

Habitat Natural/Crítico: incluindo habitats necessários para espécies ameaçadas de extinção ou manutenção de biodiversidade ELEVADA.

"Habitats modificados são áreas que podem conter uma grande proporção de plantas e/ou espécies de animais de origem não-nativa, e/ou onde a actividade humana tem alterado substancialmente as funções ecológicas primárias de uma área e composição de espécies." (Padrões de Desempenho da IFC 2012)) "Habitats críticos são áreas com valor de biodiversidade, incluindo Elevado um número ELEVADO de espécies ameaçadas e/ou ecossistemas únicos; e/ou em áreas associadas a processos evolutivos importantes. "(Padrões de Desempenho da IFC, 2012)

O projecto mineiro terá um impacto sobre as áreas de habitat natural que contêm uma biodiversidade ELEVADA. Nenhum habitat floral crítico foi identificado no local. Recomenda-se que as compensações de biodiversidade sejam investigadas como medida de mitigação (ver secção 9.3.4)

Áreas legalmente protegidas Nenhumas áreas legalmente protegidas ocorrem dentro da Área de Estudo.

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Espécies Exóticas Invasoras: introdução de novas espécies exóticas.

Nenhumas espécies exóticas invasoras foram identificadas dentro do local do projecto e nenhumas espécies exóticas serão intencionalmente introduzidos no local do projecto. No entanto, reconhece-se que espécies exóticas podem ser introduzidas acidentalmente. Estas devem ser monitoradas e um plano de gestão de exóticas introduzido.

9.3 Recomendações 9.3.1 Fases de Construção e Operação Impactos foram identificados e avaliados para cada fase de vida ou seja, Fase de Concepção e Planeamento da mina, Fase de Construção, Fase Operacional e a Fase de Decomissionamento. O MAIOR número de impactos de ELEVADOS foi anotado a ocorrer durante a fase de construção. Esta fase terá o maior impacto sobre as comunidades de vegetação e da biodiversidade floral seguida pela fase operacional que terá o segundo MAIOR impacto. É imperativo que as medidas de mitigação sugeridas para cada impacto identificado sejam implementadas para reduzir os efeitos da mina. Principais impactos associados à construção e fase de operação são destacados a seguir:

Reduzir o número de travessias na floresta ripariana;

Usar projectos de pontes que trazem menor impacto sobre a vegetação ripariana;

Localização de pontes e travessias de rios em cruzamentos existentes e em áreas já impactadas;

Reabilitar todos os tipos de vegetação que são impactados durante a fase de construção, mas que já não são necessários durante a fase de operação;

Em áreas de sensibilidade ELEVADA, demarcar áreas não-avançar e corredores ecológicos para facilitar o seu funcionamento contínuo;

Evitar colocar a infra-estrutura necessária em áreas de sensibilidade elevada ou áreas demarcadas como áreas não-avançar;

Separar porções representativas chave de cada tipo de vegetação, como áreas de conservação dentro da área de concessão da mina;

Impedir que os funcionários colham plantas para uso pessoal, lenha ou carvão vegetal;

Evitar colocar a infraestrutura, como a TSF e o acampamento da mina em áreas com altas concentrações de espécies de interesse especial

Onde possível, realocar exemplares de espécies de interesse especial;

Usar estradas existentes quando possível;

Alinhar as estradas e condutas ao longo de um único corredor e manter esta tão estreita quanto possível;

Evitar colocar infraestrutura linear (como estradas e condutas), ao longo de áreas de sensibilidade ELEVADA e MODERADA; e

Mover a infraestrutura de áreas de sensibilidade ELEVADA. 9.3.2 Conservação

Zonas Húmidas e rios são importantes áreas de processos ecológicos, com uma sensibilidade ELEVADA, que formam corredores para dispersão de plantas e animais. Portanto, um tampão de 50 metros “Não-Avançar” em ambos os lados de todos os corpos d'água (rios, córregos, terras húmidas e afluentes) deve ser implementado. Além disso, linhas de drenagem devem ser reabilitadas e re-vegetadaso. Sempre que possível, a infraestrutura que ocorre nessas áreas deve ser transferida para zonas menos sensíveis.

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A fragmentação de habitats cria cortes na vegetação anteriormente contínua, provocando uma redução no conjunto de genes e uma diminuição na riqueza e diversidade de espécies de flora e fauna. Corredores ecológicos, designados como “Não-Avançar”, as áreas devem ser retiradas dentro do local do projecto para facilitar a circulação das espécies de fauna, dispersão de sementes e a ampliação dos tipos de vegetação existentes. Recomenda-se que as áreas do Monte Nassilala afectadas sejam deixadas intactas para que elas possa continuar a funcionar como um “trampolim” para a dispersão de espécies animais e vegetais. Intervenções de Gestão pela mina serão necessárias para evitar a exploração dos recursos pelas comunidades locais, e uma estratégia de gestão de recursos naturais com base na comunidade deve ser desenvolvida. Recomenda-se que o Plano de Monitoramento de Conservação seja projectado e implementado.

Corredores propostos foram recomendados e ilustrados na Figura 9-1. Reabilitação do local do projecto deve incluir a restauração do inselberg sempre que possível. A conservação dessas áreas será dependente da cooperação das comunidades locais. Educar as comunidades sobre o uso sustentável dos recursos naturais nestas áreas é fundamental, bem como explicar porquê a caça ilegal não deve ocorrer nestas áreas. Além disso, a melhoria das práticas agrícolas que são mais intensivas, bem como fontes alternativas de materiais de construção através da criação de florestas ajudará na conservação dessas áreas.

Ao contrário dos recursos de grafite, que estão localizados em uma área ecologicamente sensível e não podem ser realocados, o acampamento da mina não precisa ser localizado em uma área ecologicamente sensível. Portanto, é recomendável que ele seja movido a 400 metros para o norte para a Floresta de Miombo menos sensível perturbada.

Recomenda-se que um botânico / ecologista esteja no local para determinar se alguma das espécies de interesse especial ou espécies protegidas ocorrem onde a mina e infra-estrutura associada estão posicionadas. As plantas podem ser removidas e colocadas em um viveiro para utilização para fins de recuperação se for o caso. Se uma espécie for identificada para realocação, os indivíduos da espécie terão de ser localizados dentro do local proposto, antes da limpeza da vegetação começar e cuidadosamente arrancada e removida por um horticultor qualificado. Antes da remoção, no entanto, áreas de realocação adequadas precisam ser identificadas, seja dentro do local ou em outras áreas perturbadas na propriedade, de preferência no corredor e conservação de áreas ecológicas. Plantas individuais que não podem ser realocadas no momento da retirada, deverão ser transferidas para um viveiro, embora isso seja menos preferível devido aos custos associados e baixas taxas de sobrevivência. Recomenda-se que um resgate de plantas e plano de proteção seja implementado.

Deve notar-se que muitas espécies importantes de interesse especial são as plantas que não serão capazes de ser extirpadas com êxito e replantadas ao todo, ou na melhor das hipóteses podem ter uma baixa taxa de sobrevivência. Em todos os casos, as espécies necessitam de tratamento muito cuidadoso para dar-lhes as melhores chances de sobrevivência, e conhecimento de especialista horticultura será necessário.

Recomenda-se que um Oficial de Controle Ambiental (OCA) seja empregado para garantir que as actividades de construção e operação são realizadas de acordo com as recomendações contidas neste relatório e no Plano de Gestão de Ambiental e Social e monitorar para que actividades não autorizadas ocorram.

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Figura 9-1: Corredores propostos (listras azuis) áreas de conservação (listras verdes).

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9.3.3 Reabilitação

A reabilitação não é só considerada “boa prática”, mas é importante na prevenção da erosão do solo e invasão de espécies exóticas; e ela retorna a terra para um estado funcional, que pode ser usado por proprietários de terra futuros. Um Plano de Gestão de Reabilitação para o local de mineração deve ser criado e implementado. Isto deve incluir um plano de reabilitação para qualquer terreno extra que será necessário para a fase de construção do empreendimento, mas não vai ser utilizado durante a fase de operação do empreendimento, bem como sugestões sobre a melhor forma de reabilitar o despejo de estéril, e outras estratégias para fazer os poços seguros.

9.3.4 Invasão de espécies exóticas

Qualquer forma de perturbação para a vegetação natural fornece uma porta de entrada para espécies exóticas para invadir o local da perturbação. Neste sentido, recomenda-se que um Plano de Gestão e Monitoramento de Exóticas rigoroso seja implementado para prevenir a propagação de quaisquer espécies exóticas e remover espécies exóticas já presentes no local.

A propagação do bambú existente deverá ser acompanhada e medidas de mitigação implementadas, sempre que necessário

9.3.5 Compensações de Biodiversidade Uma recomendação que deve ser considerada é o conceito de compensações de biodiversidade. Como alvos de conservação e sustentabilidade estão cada vez mais difíceis de alcançar devido a usos da terra competivos, compensações de biodiversidade visam assegurar que os impactos negativos significativos e inevitáveis de desenvolvimento sejam equilibrados por acções quantificáveis e positivas de conservação (BBOP, 2012). Esta opção é recomendada uma vez que o projecto terá impacto nos habitats naturais, com uma sensibilidade ELEVADA. Em termos gerais, compensações de biodiversidade são medidas de conservação tomadas em um local para compensar a biodiversidade perdida em outro local. Compensações de biodiversidade são, portanto, vistas a fornecer um mecanismo para compensar os impactos negativos sobre a biodiversidade após um desenvolvedor do projecto provar que todas as alternativas viáveis e práticas foram investigadas e consideradas e que tenham sido tomadas todas as medidas razoáveis e responsáveis para evitar, minimizar e reparar / restaurar impactos associados (IFC, 2012). Uma compensação da biodiversidade deve ser concebida e implementada para alcançar resultados mensuráveis de conservação que podem ser razoavelmente esperados para resultar em nenhuma perda líquida. A concepção da compensação da biodiversidade deve aderir ao princípio de “bom-por-bom, ou melhor", e deve ser realizada em alinhamento com as melhores informações disponíveis e práticas actuais. Compensações de biodiversidade devem atender aos seguintes critérios:

Só podem ser executadas após terem sido adoptadas todas as medidas razoáveis de mitigação.

Deve se esforçar para não ter nenhum prejuízo líquido.

Deve compensar bom-por-bom, ou melhor".

Deve resultar em um ganho líquido em habitats críticos.

Deve ser flexível e específica para cada caso.

Deve cumprir todos os requisitos legais e políticas.

Deve ser rigoroso, transparente e consultivo.

Deve garantir os benefícios de compensação da biodiversidade a longo prazo.

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É importante notar que a compensação da biodiversidade tem implicações financeiras que precisam ser cuidadosamente consideradas antes de concordar em utilizá-las como uma medida de mitigação.

9.4 Plano de gestão proposto a ser desenvolvido e implementado como parte da PrGA

Em resumo, os seguintes planos devem ser desenvolvidos como parte do PrGAS, incorporando todas as questões, as conclusões e recomendações deste relatório: 1. Plano de Implementação de Reabilitação 2. Plano de Gestão e Monitoramento de Exóticas 3. Resgate da Plantas & Plano de Proteção 4. Conservação e Plano de Monitoramento 5. Compensação de Biodiversidade (esta deve ser considerada)

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APÊNDICE A

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Família Nome Científico Floresta

Ripariana

Floresta de Miombo: Grafite

Floresta de Miombo: Granito

Floresta de Miombo intacta – Planícies

Floresta de Miombo

degradada – Planícies

IUCN CITES Lista Vermelho

de Dados Moçambique

Lista Vermelho de Dados daTanzâni

a

Lista Vermelh

o de Dados

da Zâmbia

Lista Vermelho de

Dados do Zimbábwe

Lista Vermelho de Dados do Malawi

Mimosoideae Acacia galpinii - - - - - - - - - - -

Mimosoideae Acacia polyacantha x - - - - - - - - - - -

Mimosoideae Acacia senegalensis x - - - - - - - - - - -

Malvaceae Adansonia digitata - - - - - - - - - - -

Caesalpinioideae Afzelia quanzensis x - - - - - - - - - -

Mimosoideae Albizia adianthifolia x - - - - - - - - - -

Mimosoideae Albizia amara x - - - - - - - - - -

Papilionoideae Millettia stuhlmannii x x x x - - - - - - -

Mimosoideae Amblygonocarpus andongensis

x x - - x - - - - - - -

Annonaceae Annona senegalensis x - - x - - - - - - -

Euphorbiaceae Antidesma vernosum - - x x - - - - - - -

Malvaceae Azanza garckeae x x - - - - - - - - - -

Balanitaceae Balanites maughamii - - - - - - - - - - -

Gramineae Bambuseae x - - x - - - - - - -

Caesalpinioideae Bauhinia galpinni x x - x x - - - - - - -

Caesalpinioideae Bauhinia petersiana x - - - - - - - - - - -

Bignoniaceae Begonia cf sonderiana - - - - - - - - - - -

Caesalpinioideae Brachystegia allenii x - - x - - - - - - - -

Caesalpinioideae Brachystegia boehmii x - - x - - - - - - - -

Caesalpinioideae Brachystegia bussei - - x - - - - - - - -

Caesalpinioideae Brachystegia spiciformis x x - - x - - - - - - -

Apocynaceae Calotropis gigantea - - - - - - - - - - -

Combretaceae cf Combretum sp. 2 x - - - - - - - - - - -

Salicaceae; cf Dovyalis - - - x - - - - - - -

Asparagaceae cf Scilla sp. - - - - - - - - - - -

Combretaceae cf Terminalia x - - - - - - - - - -

Phyllanthaceae cf. Pseudolachnostylis maprouneifolia

- - - x - - - - - - -

Combretaceae Combretum molle - x - - - - - - - - -

Combretaceae Combretum adenogonium x x - - x - - - - - - -

Combretaceae Combretum collinum - - - - - - - - - - -

Combretaceae Combretum erythrophylum - - x - - - - - - - -

Combretaceae Combretum sp x - - - - - - - - - -

Combretaceae Combretum sp. 2 - - x - - - - - - - -

Combretaceae Combretum sp.3 x - - - - - - - - - - -

Burseraceae Commiphora africana - - x - - - - - - - -

Burseraceae Commiphora cf mollis - - - x - - - - - - -

Burseraceae Commiphora mossambicensis

x - - - - - - - - - - -

Araliaceae Cussonia cf arborea x x - x - - - - - - -

Mimosaceae Dichrostachys cinerea x - - - - - - - - - - -

Ebenaceae Diospyros usambarensis - - - - - - - - - - -

Apocynaceae Diplorhynchus condylocarpon x - x - - - - - - - -

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Relatório de Especialidade de Vegetação e Florística – Outubro 2013

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Moraceae Ficus sp. x - x x - - - - - - -

Moraceae Ficus sp. 2 x - - - - - - - - - - -

Rubiaceae Gardenia resiniflua - - x - - - - - - - -

Tiliaceae Grewia forbsii x - - - - - - - - - - -

Tiliaceae Grewia sp. 2 x - - - - - - - - - - -

Orchidaceae Habenaria sp. - - - - - Appendix II - - - - -

Rubiaceae Keetia venosa x - - - - - - - - - - -

Bignoniaceae Kigelia africana - - - - - - - - - - -

Anacardiaceae Mangifera indica - - - x Data Deficient - - - - - -

Bignoniaceae Markhamia obtusifolia x - - - - - - - - - - -

Celastraceae Maytenus undata x - - - - - - - - - -

Moringaceae Moringa oleifera - - x x - - - - - - -

Caesalpinioideae Piliostigma thonningii - - - x - - - - - - -

Rubiaceae Psychotria sp. - - x - - - - - - - -

Papilionoideae Pterocarpus angloensis x - - - - - - - - - -

Polygalaceae Securidaca longipedunculata x x - x x - - - - - - -

Smilacaceae Smilax sp. 1 x - - - - - - - - - - -

Apiaceae Steganotaenia araliaceae x x x x - - - - - - -

Malvaceae Sterculia appendiculata - x - - - - Vulnerable - - - -

Scrophulariaceae Striaga asiatica - - - - - - - - - - -

Loganiaceae Strychnos madagascariensis - - x x - - - - - - -

Loganiaceae Strychnos sp. x - - - x - - - - - - -

Loganiaceae Strychnos spinosa - - - x - - - - - - -

Apocynaceae Tabernaemontana elegans x - - - - - - - - - - -

Combretaceae Terminalia brachystemma - - - x - - - - - - -

Lamiaceae Vitex cf payos x x - x x - - - - - - -

Lamiaceae Vitex sp.2 - - x - - - - - - - -

Papilionoideae Xeroderis stuhlmannii - - - - - - - - - - -

Flacourtiaceae Xylotheca kraussiana x - - - - - - - - - - -

41 Não identificadas x x x x x - - - - - - -