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1 PROJECTO DE FERRO DE TETE RELATÓRIO DA LINHA DE BASE DA FAUNA DE INVERTEBRADOS E AVALIAÇÃO DE IMPACTO Preparado para: Preparado pela: Capitol Resources Lda (Membro do Grupo Baobab) Coastal and Environmental Services (Pty) Ltd Mozambique, Limitada Rua Fernão Melo e Castro 261 Bairro da Sommerschield Maputo, Telefone: +258 21486404 Website: www.baobabresources.com Endereço: Rua do Jardim N.112, 2 andar esquerdo, Bairro do Jardim Maputo, Moçambique +258 82 413 6038 Website: www.cesnet.co.za Moçambique Moçambique Dezembro 2014

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1

PROJECTO DE FERRO DE TETE

RELATÓRIO DA LINHA DE BASE DA FAUNA DE INVERTEBRADOS E AVALIAÇÃO DE IMPACTO

Preparado para:

Preparado pela:

Capitol Resources Lda (Membro do Grupo Baobab)

Coastal and Environmental Services (Pty) Ltd Mozambique, Limitada

Rua Fernão Melo e Castro 261

Bairro da Sommerschield Maputo,

Telefone: +258 21486404

Website: www.baobabresources.com

Endereço:

Rua do Jardim N.112, 2 andar esquerdo, Bairro do Jardim

Maputo, Moçambique

+258 82 413 6038 Website: www.cesnet.co.za

Moçambique Moçambique

Dezembro 2014

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Coastal & 3

O presente Relatório deve ser citado como se segue: Coastal & Environmental Services Lda, Dezembro 2014: Capitol Resources – Relatório da Linha de Base da Fauna de Invertebrados e Avaliação de Impacto, CES, Grahamstown.

INFORMAÇAO SOBRE DIREITOS AUTORAIS Este documento contém propriedade intelectual e informaçao exclusiva que è

protegida pelos direitos autorais a favor da Coastal & Environmental Services. O documento não pode, portanto, ser reproduzido, usado ou distribuído a terceiros sem

o prévio consentimento por escrito da Coastal & Environmental Services. Este documento foi preparado exclusivamente para submissao à Baobab Mining Services

Pty Ltd e a Capitol Resources (Pty) Ltd, e está sujeito a todos os segredos de confidencialidade, direitos autorais e comerciais, as regras da lei de propriedade

intelectual e práticas de Moçambique.

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Relatório de Especialidade em Invertebrados – Dezembro 2014

Coastal & Environmental Services (Pty) Ltd Projeto de minerio de ferro Tete i

AUTORES Peter Hawkes, Director, AfriBugs. Peter é bacharel (Entomologia e Bioquímica) e Licenciado (Hons) (com distinção) em Entomologia pela Universidade de Rhodes. Trabalhou como um consultor especialista ambiental em invertebrados terrestres por 20 anos, com vasta experiência na Tanzânia, África do Sul e Namíbia. O grande foco de seu trabalho tem sido no uso de invertebrados, principalmente formigas, como indicador de biodiversidade para permitir uma avaliação mais rigorosa dos impactos e monitorização da reabilitação. Os seus interesses incluem o reforço da contribuição positiva pelos desenvolvimentos, particularmente no sector da mineração, para a conservação de invertebrados e o desenvolvimento do conhecimento taxionómico, ecológico e biogeográfico destes organismos. Jonathan Fisher, Consultor Assistente, AfriBugs. Jonathan é bacharel (Zoologia e Fisiologia Experimental) pela Universidade de Witwatersrand. Trabalhou como assistente de Peter Hawkes por 7 anos e tem vasta experiência em técnicas de campo e laboratório relativas à amostragem, processamento e identificação de invertebrados terrestres, bem como análise dos dados.

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TABELA DE CONTEÚDOS

AUTORES ....................................................................................................................................... I TABELA DE CONTEÚDOS ............................................................................................................ II LISTA DE TABELAS ...................................................................................................................... II LISTA DE FIGURAS ...................................................................................................................... II LISTA DE PLACAS ....................................................................................................................... III SUMÁRIO EXECUTIVO ................................................................................................................. V 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 1

1.1. Objectivo ......................................................................................................................... 1 1.2. Termos de referência ...................................................................................................... 1 1.3. Pressupostos e Limitações .............................................................................................. 2

2. TIPOS DE HABITATS NA ÁREA DO PROJECTO ................................................................. 6 3. MÉTODOS ............................................................................................................................ 12

3.1. Metodologia de amostragem de Invertebrados Terrestres ............................................. 12 3.1.1. Abordagem de Avaliação ....................................................................................... 12 3.1.2. Taxa focal para o levantamento de invertebrados .................................................. 12 3.1.3. Descrição detalhada de métodos de amostragem ................................................. 13

3.2. Espécies de interesse para conservação ...................................................................... 22 3.3. Mapeamento de Habitat ................................................................................................ 23

4. LEVENTAMENTO DA FAUNA DE INVERTEBRADOS ........................................................ 24 4.1. Introdução ..................................................................................................................... 24

4.1.1. Visão geral dos Invertebrados da Região .............................................................. 24 4.1.2. Espécies de invertebrados registrados na área do projecto ................................... 26 4.1.3. Espécies e Invertebrados de Interesse para Conservação .................................... 37 4.1.4. Avaliação da Estrada de Transporte 6 e Estrada de Transporte 7 numa perspectiva de invertebrados ................................................................................................................... 40 4.1.5. Ameaças aos invertebrados ................................................................................... 42

4.2. Ecossistemas Sensíveis ................................................................................................ 43 5. QUESTÕES CHAVE DA FAUNA E RECOMENDAÇÕES .................................................... 44

5.1. Questão 1: Perda de habitat .......................................................................................... 44 5.2. Questão 2: Perda de Invertebrados SCC ...................................................................... 46 5.3. Questão 3: Invasion de fauna de Invertebrados Exóticos .............................................. 48 5.4. Questão 4: Poluição ...................................................................................................... 51 5.5. Conclusões e Recomendações ..................................................................................... 56

6. REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 58 APÊNDICE 1: LISTAS DE ESPÉCIES DE INVERTEBRADOS .................................................... 61

LISTA DE TABELAS Tabela A1.1: Lista Vermelha da IUCN de espécies de invertebrados terrestres de Moçambique 61 Tabela A1.2: Espécies de libélula e libelinhas observadas durante as pesquisas de Março e Setembro de

2013 e Abril 2014 nos principais tipos de habitats no local do Projecto de Ferro da Baobab (1 indica

presença). 61 Tabela A1.3: espécies de borboletas observadas durante as pesquisas de Março e Setembro de 2013 e

Abril 2014 nos principais tipos de habitats no local do Projecto de Ferro da Baobab (1 indica presença).

63 Tabela A1.4: Incidência de morfotipo Cicadellidae (cigarrinha) por local a partir de amostras colhidas durante

o levantamento de Março 2013 no local do Projecto de Ferro da Baobab (1 indica presença). 72 Tabela A1.5: Incidência do morfotipo Formicidae (formiga) por local a partir de amostras colhidas durante o

levantamento de Março 2013 no local do Projecto de Ferro da Baobab (1 indica presença). 74

LISTA DE FIGURAS Figura 1: Disposição conceptual da mina a Prospecção de Tenge Ruoni, Projecto de De Ferro da Baobab .

O mapa será actualizado assim que a disposição final estiver terminada ................................................. vi Figura 1.1: Localização do Projecto de Ferro da Baobab ..................................................................................... 3

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Figura 1.2: Área da Licença 1035L ........................................................................................................................... Figura 1.3: Disposição Conceitual da mina do Projecto de Ferro da Baobab. O mapa será actualizado assim

que o desenho final estiver concluído. ........................................................................................................... 3 Figura 1.4: Opções da Estrada de tranporte do projecto de De Ferro da Baobab.............................................. 4 Figura 2.1: Vegetação (habitat) da área do projecto. O mapa será actualizado assim que o desenho final

estiver finalizado. ............................................................................................................................................. 7 Figura 3.1: A: Copo plástico da Armadilha de interceptação (80 mm de diâmetro interno) nivelado com solo e

parcialmente cheio com 50 ml de 3:1 de etanol: propilenoglicol; os detritos dos limites da tampa caiem na armadilha e reduzem a evaporação do conservante através da sombra, B: armadilha usada para climas quentes com tinta reflectora na tampa; cobra de borracha serve para minimizar a perturbação

das armadilhas por babuínos. ....................................................................................................................... 15 Figura 3.2: Armadilhas da borboleta montadas no local da Floresta Zambeziana Indiferenciada Aberta. A: A

armadilha de baixo, B: Fecho do topo da armadilha com borboletas, C. Fecho do fundo da armadilha

com borboleta Charaxes alimentando-se da isca de banana fermentada ................................................ 15 Figura 3.3: Redes de arrasto e aparelhos de extracção no local da floresta de mopani; A inserção A mostra

o fecho do extractor, B mostra os detritos remanescentes (principalmente sementes de capim neste

local) após o processo de extracção. ........................................................................................................... 16 Figura 3.4. Um escorpião (Hadogenese) fluorescente sob a luz ultravioleta, que ilustra a facilidade com que

eles podem ser localizados usando esta técnica. ....................................................................................... 16 Figura 3.5. Locais do levantamento e rotas seguidas (linhas vermelhas) durante o levantamento de

invertebrados terrestres em Março de 2013 no local do Projecto de De Ferro da Baobab (contorno

azul). ............................................................................................................................................................... 18 Figura 3.6. Locais do levantamento e rotas seguidas (linhas vermelhas) durante o levantamento de

invertebrados terrestres em Setembro de 2013 no local do Projecto de De Ferro da Baobab (contorno

azul). ............................................................................................................................................................... 19 Figura 3.7. Rotas seguidas (linhas vermelhas) durante o levantamento de invertebrados terrestres da

Estrada de Transporte do Projecto de De Ferro da Baobab em Abril de 2014, apresentadas em linhas amarela (opções anteriores) e azul (nova opção) . As rotas de transporte distam 100m a norte e a Este

para permitir que as trilhas sejam distinguidas. ........................................................................................... 20 Figura 4.1: Curva de acumulação de Espécies de Cigarrinhas de todos os locais combinada com estimativas

de diversidade ICE e MMM geradas usando EstimateS. ........................................................................... 32 Figura 4.2: Curva de acumulação de espécies de cigarrinhas para locais individuais com curvas

extrapoladas geradas usando EstimateS. ................................................................................................... 33 Figura 4.3: Curva de acumulação de espécies de formigas de todos os locais combinadas com estimativas

ICE e MMM geradas usando o EstimateS. .................................................................................................. 34 Figura 4.4: Curva de acumulação de espécies de formigas dos locais individuais com curvas extrapoladas

geradas usando o EstimateS. ....................................................................................................................... 35 Figura 4.5: Distribuiçao mundilal da espècie Mystrium (de Guénard et. al. 2010) ........................................... 36

LISTA DE PLACAS Placa 2.1: Floresta Zambeziana Indiferenciada Aberta 6 Placa 2.2: Ruoni norte com Floresta Zambeziana Indiferenciada Fechada no seu cume 7 Placa 2.3: Floresta Zambeziana Indiferenciada Fechada 8 Placa 2.4: Floresta de Mopani 8 Placa 2.5: Rio Revuboè e zona ripária 9 Placa 2.6 Típicos canaviais encontrados no local 10 Placa 2.7: Os afloramentos rochosos ocorrem normalmente em sulcos entre a Floresta Fechada

Zambeziana Indiferenciada 10 Placa 2.8: Dambo comum que pode ser encontrado no local. 11 Placa 4.1: Vista dorsal e ventral das espécies de escorpiões colhidos durante Março e Setembro de 2013:

A-B, Hadogenes granulatus machos, C-D, Opisthacanthus rugiceps, E-F, Opistophthalmus glabrifrons, G-H, Uroplectes flavoviridus, I-J, Uroplectes AFRC_mz01 (c.f. chubbi). K-L). K-G, Uroplectes sp. cf

vittatus/fischeri. Grelha 5 mm 27 Placa 4.2: Espécies Ceratogyrus não descritas, comuns em toda a área de estudo, e particularmente

abundantes em Ruoni Norte e Sul. A; Vista dorsal, B; Postura defensiva. 28 Placa 4.3: Espécies de aranhas Migalomorfas. A. Aranha sheetweb não descritas (Dipluridae sp.

AFRC_mz01), abundante nas rochas em Ruoni Norte e Sul, B. Aranha de açapão (Idiops AFRC_mz01), esparsamente distribuído em Ruoni Norte, Ruoni Sul e Monte Tenge, C. Cyphonisia

AFRC_mz01, D. Idiops AFRC_mz03, E. Heligmomerus AFRC_mz01. Grelha=5 mm 30

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Placa 4.4: Aranha de Alçapão (Idiops AFRC_mz02), abundante em solos argilosos da Floresta de Mopani.

A, habitat, B, toca fechads C, toca aberta e D, vista dorsal da aranha. Grelha = 5 mm. 31 Placa 4.5: Obreira de Mystrium AFRC_mz01; da esquerda para a direita: vista do rosto completo, lateral e

dorsal. 36 Placa 4.6: Obreira de Proceratium carri; da esquerda para a direita: vista do rosto completo, lateral e dorsal.

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SUMÁRIO EXECUTIVO Introdução A Baobab Mining Services Pty Ltd, por meio de sua empresa subsidiária, Capitol Resources Limitada (Capitol Resources), propõe-se a desenvolver o Projecto de Ferro de Tete, na província de Tete de Moçambique e encontra-se em processo de realização de estudo de pré-viabilidade (PFS). A Baobab está listada no Mercado de Investimento Alternativo (AIM) da Bolsa de Valores de Londres, desde Fevereiro de 2007. A Capitol Resources é uma empresa moçambicana focada na exploração de Ferro, de base e metais preciosos. A Capitol Resources montou um portfólio de 13 licenças de exploração (duas das quais em joint venture com a OmegaCorp), cobrindo uma área de 220.926 ha em todo o país. O Projecto de Ferro de Tete está a emergir como o principal projecto da Capitol Resources. O foco do Projecto de Ferro de Tete da Capitol Resources será uma área de mineralização de magnetite-titânio-vanádio conhecida como Grupo Massamba, localizada a aproximadamente 55 km a norte-nordeste de Tete. O Grupo Massamba é composto por um conjunto de quatro prospectos; Chitongue Grande, Chimbala e Zona Sul formando uma norte-sul, de 8 km de comprimento de inclinação e o prospecto Tenge-Ruoni a Este. O prospecto de Tenge-Ruoni será explorado em primeiro lugar e é o foco deste relatório e da subsequente Avaliação de Impacto Ambiental (AIA). A área actual do projecto Tenge-Ruoni (Figura 1) é um indicativo da provável extensão máxima de perturbação directa, fora da qual é improvável que a infra-estrutura esteja lá localizada. No entanto, o projecto precisará estender-se além dos limites de licença existentes em termos de opções de rota de transporte, e a Capitol Resources terá como objectivo exigir terra adicionais caso seja necessário estender os limites da licença. Objectivo Fornecer uma descrição geral da fauna natural de invertebrados terrestres da área específica a ser explorada, e áreas adjacentes que serão impactadas pela infra-estrutura de mineração associada. Foram avaliadas duas áreas específicas: 1. A área do projecto de mineração. 2. As opções alternativas da rota de transporte. Além disso, o objectivo deste levantamento da fauna de invertebrados terrestres é determinar a presença e distribuição de espécies de interesse para conservação (SCC), bem como determinar a provável disponibilidade de habitat no local para estas espécies.

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Figura 1: Disposição conceptual da mina a Prospecção de Tenge Ruoni, Projecto de Ferro da Baobab. O mapa será actualizado assim que a disposição final estiver terminada ROM: Minério Bruto (ex. planta); TSF: Instalação de Armazenamento de Rejeitos Legenda

Rio Área do Projecto

Desvio do Rio Licença 1035L

ROM Poços e Resíduos da Baobab

TSF Poço

Resíduos

Taxa focal para o levantamento de invertebrados Foram propostos uma vasta gama de taxa de invertebrados como indicadores de invertebrados no relatório de escopo (Ekoinfo, 2012):

Escorpiões (Aracnídeo: Scorpiones)

Aranhas (Aracnídeo: Araneae)

Maria-café (Diplópode)

Libelinha e Libélulas (Insectos: Odonata)

Percevejos (Insectos: Hemiptera)

Formiga-leão (Insecto: Neuroptera)

Besouros (Insecto: Coleoptera)

Borboletas (Insecto: Lepidoptera)

Formigas (Insecto: Hymenoptera - Formicidae) No entanto, dada a enorme diversidade dentro de muitas destas taxas, seria proibitivamente caro

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e moroso avaliar efectivamente todos estes no âmbito de um levantamento de AIA; foi assim seleccionado um subconjunto mais limitado destes grupos, com base na experiência prévia de adequação como indicadores, facilidade de amostragem e fiabilidade de identificações. Foram omitidos três grupos inteiramente a partir da amostragem orientada, enquanto era seleccionado um subconjunto do grupo taxionómico proposto no caso de outros dois grupos (aranhas e percevejos). O presente levantamento se focou na seguinte taxa:

Escorpiões (Aracnídeo: Scorpiones)

Aranhas Migalomorfas (Aracnídeo: Araneae, Mygalomorphae)

Libelinha e Libélulas (Insecto: Odonata)

Cigarras (Insecto: Hemiptera, Cicadellidae)

Borboletas (Insecta: Lepidoptera)

Formigas (Insecta: Hymenoptera - Formicidae) Amostragem de outras taxas, incluindo grupos como Neuroptera (formiga-leão, owlflies etc.), cigarras (Hemiptera: Cicadidae) e besouros (coleópteros), foram realizadas em uma base ad-hoc, quando foram encontrados espécimes de potencial interesse. Resultados A área é predominantemente coberta por florestas Zambeziana aberta e densa, bem como floresta de Mopani (Colophospermum mopani). O Rio Revuboé atravessa o local. A área de estudo ocorre dentro de uma cadeia de altitude entre 250 a 400 metros; com a maior parte da área de estudo representando planícies. As grandes montanhas são poucas na distribuição na área de estudo, mas ocorrem três montes, nomeadamente, Tenge, Ruoni Sul e Ruoni Norte. O local de estudo é composto por vários tipos de vegetação e habitats. O tipo de vegetação dominante consiste Floresta Zambeziana Indiferenciada (aberta e fechada), a floresta de Mopani também se encontra presente. A vegetação azonal na forma de áreas ciliares e dambos (ou seja, pradarias hidrofílicas) ocorrem perto de rios e linhas de drenagem. Estão disponíveis muito poucos dados sobre invertebrados de Moçambique e praticamente nada específico para a região de Tete. Para a maioria dos grupos-alvo como indicadores para a avaliação de invertebrados terrestres do De Ferro da Baobab, não fomos capazes de localizar quaisquer referências que poderiam fornecer previsões de prováveis espécies presentes ou mesmo níveis de diversidade relativa aproximada. É apresentado abaixo um resumo dos invertebrados registados na área de estudo:

Escorpiões (Aracnídeos: Scorpiones)

o Foram colhidas sete espécies de escorpiões durante o levantamento:

Hadogenes granulatus foi generalizada nas áreas rochosas.

Opisthacanthus rugiceps é uma espécie arbórea que usa rachaduras em

troncos de árvores como refúgios e é generalizada tanto a nível regional

como na área do projecto.

Opistophthalmus glabrifrons – A descoberta é taxonomicamente significativa

uma vez que a espécie está actualmente sob investigação e deverá ser

dividida em várias espécies; o material genético encontrado na área de

estudo é essencial para a "âncora" do tipo das espécies e permite a

atribuição correcta do nome original.

Uroplectes flavoviridis - esta é também, actualmente, considerada uma

espécie generalizada, mas também pode em breve ser dividida em várias

espécies;

Uroplectes planimanus - é uma espécie generalizada na África Austral; esta

foi encontrada a aproximadamente no marco dos 29 km da estrada de

transporte 6/estrada de transporte 7.

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Uroplectes AFRC_mz01 (c.f. chubbi) - foram colhidas durante o

levantamento da estação chuvosa de 2013 duas fêmeas dessa espécie

entre a serapilheira no Monte Tenge, um adicional de 20 espécimes durante

o levantamento da estação seca de 2013 e; também foi localizada um

espécime em uma área da Floresta de Mopani. Esta é uma espécie não

descrita, mas foi previamente encontrada em outros lugares na região de

Tete.

Uroplectes sp. cf vittatus/fischeri; foram colhidas muitas espécimes em

vários habitats, incluindo Ruoni Norte, Monte Tenge e na Floresta de

Mopani; a identidade destas amostras continua por ser confirmada, mas

acredita-se que seja uma espécie relativamente generalizada.

Aranhas Migalomorfas (Aracnídeos: Araneae, Mygalomorphae)

o Foram encontradas duas migalomorfas de alta importância taxionómica durante os

levantamentos:

Uma espécie não descrita de Ceratogyrus (Aranha babuina com chifres)

Uma aranha com a teia nas folha não descrita na família Dipluridae que,

nesta fase, não pode ser identificada, além do nível da família e quase

certamente representa um género não descrito;

o Além disso, fez-se também a recolha de três espécies de Idiops e uma espécie de

Heligmomerus e de Cyphonisia. Idiops AFRC_mz01 foi encontrado em pequenas

quantidades nos montes rochosos (Ruoni Norte e Monte Tenge), Idiops

AFRC_mz02 foi abundante nos solos ricos em argila em depressões rasas no local

da Floresta de Mopani, enquanto que várias tocas de Idiops AFRC_mz03 foram

encontradas nas margens de um pequeno rio atravessado pela Estrada de

Transporte 6/ Estrada de Transporte 7, na marca de 8 km. Foi encontrada

Heligmomerus AFRC-mz01 na Floresta de Mopani perto da marca dos 4 km na

Estrada de Transporte 6 / Estrada de Transporte 7, enquanto que a Cyphonisia

AFRC_mz01 foi encontrada na área do local da Floresta de Mopani pesquisada em

2013, onde Idiops AFRC_mz03 também foram encontradas. É provável que muitas,

senão todas, destas espécies de aranhas sejam não descritas, mas será

necessário confirmar os espécimes adultos do sexo masculino e até ao presente

todas são representadas apenas por espécimes de fêmeas. Outra espécie de

aranha babuina, murinus Pterinochilus, também foi encontrada durante o

levantamento, elevando a 8 o número total de espécies de aranhas migalomorfas

até agora registados na área do projecto.

Libelinhas e Libélulas (Insecta: Odonata)

o Todas as 24 espécies de Odonata observados (vede Anexo 1) eram espécies

comuns e bem distribuídas que, embora possam ser ecologicamente significantes

como predadores, não se revestem de particular interesse para a conservação.

Cigarrinhas (Insecta: Hemiptera, Cicadellidae)

o Os espécimes de Cigarrinha foram classificadas para morfoespécies mas devido a

restrições de orçamento ainda não foram identificadas a nível de espécie, com

excepção de algumas espécies facilmente reconhecidas. No total, 96

morfoespécies foram identificados e a diversidade parece ser maior nos habitats

florestais fechados, provavelmente como resultado de uma maior diversidade de

plantas de folhas largas.

Borboletas (Insecta: Lepidoptera)

o Foram registados durante o levantamento de campo no total, 85 espécies de

borboletas (que representam cerca de 40-55% da diversidade prevista do local -

vede Anexo 1).

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Formigas (Insecta: Hymenoptera – Formicidae)

o Embora a identificação a nível de espécies da maioria dos espécimes colhidas

ainda precise de ser feita, podem ser relatadas três descobertas notáveis. Estas

foram: 1) a descoberta de uma colónia de uma espécie de Mystrium, um género

anteriormente conhecido em África de apenas cinco colecções (totalizando 15

espécimes) nos últimos 100 anos, 2) dois espécimes de uma espécie não descrita

de Anillomyrma, um género encontrado apenas recentemente que ocorre no

continente Africano e 3) dois espécimes de Proceratium carri, uma espécie que foi

descrita muito recentemente (Outubro de 2014) (Hita Garcia et al. 2014), com base

nestes e noutro único espécime conhecido, colhido em 2013 no Parque Nacional

da Gorongosa. No total, 6.196 espécimes de formigas representando 145

morfoespécies foram colhidos; dentro da diversidade da área do projecto foi maior

tanto na Floresta Zambeziana Indiferenciada Fechada e na baixa Floresta de

Mopani.

Existe um número de habitats sensíveis utilizados pela fauna sobrevivente. Nenhum destes habitats é específicos para a área do projecto e todos estão bem representados na Província de Tete. Os cumes rochosos representam habitat sensível sob o ponto de vista de invertebrados. Embora nenhum dos invertebrados SCC listados para Moçambique foi encontrado, nem tampouco algum foi considerado como provável de ocorrer no local, foram descobertos um número de espécies de invertebrados de potencial interesse de conservação. Enquanto alguns impactos potenciais sobre estas espécies e outros invertebrados possam ser efectivamente geridos e mitigados em grande medida, outros impactos são inevitáveis e são igualmente inevitáveis as perdas substanciais de populações e habitats de invertebrados potencialmente significativos. Inúmeros impactos que afectam a fauna de invertebrados sobreviventes nas áreas propostas da mina podem surgir das fases de construção e de operações do proposto desenvolvimento de mineração, bem como durante o descomissionamento. Foram identificados quatro (4) principais e 6 (seis) sub-questões:

Questão 1: Perda de Habitat o Impacto 1: Perda da Diversidade de Invertebrados

Questão 2 - Perturbação dos movimentos da fauna o Impacto 2: Perturbação dos movimentos da fauna

Questão 3 - Invasão de fauna exótica o Impacto 3: Invasão de espécies de fauna alienígena

Questão 4 – Poluição o Impacto 4: poluição luminosa em invertebrados o Impacto 5: Poluição Sonora em invertebrados o Impacto 6: Poluição de poeiras

São apresentadas no relatório a avaliação de significância de cada um desses potenciais impactos na fauna de invertebrados, como resultado do projecto e infra-estruturas associadas, incluindo as vias de transporte, e medidas específicas de mitigação sugeridas para minimizar cada impacto. São providenciadas abaixo algumas recomendações gerais relevantes para o projecto global. Conclusões e Recomendações A maneira plausível de lidar com a perda em grande escala de habitat e fragmentação é para todas as partes interessadas (por exemplo, incluindo as propostas de aplicações de mineração) envolvida em operações de mineração e madeireiras na região é convergir as discussões para identificar terrenos adequados (ou "de compensação") para serem postos de lado como um "mega-corredor".

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Os incêndios na área do projecto devem ser geridos. Grandes extensões de habitat não devem ser queimadas todas ao mesmo tempo. O controlo rigoroso dos limites de velocidade pode reduzir a mortalidade por estrada de ambas as espécies terrestres e aéreas (vertebrados e invertebrados), em grande medida - um limite de velocidade de 40 km/h deve ser implementado na área do projecto. A operação de mineração proposta irá contribuir para o desmatamento local a partir de grupos de madeireiros e carvoeiros, uma vez fornecido acesso à área através da construção de redes de estradas. Portanto, é importante que a operação de mineração de tome medidas de gestão necessárias para ajudar a reduzir a perda de (1) grandes áreas de floresta intacta, (2) perda de habitats sensíveis, como zonas ribeirinhas, (3) a destruição de corredores de migração naturais e consequente (4) fragmentação do habitat, e (5) a utilização insustentável para alimentação, devido ao aumento do acesso e da actividade humana na região. Recomenda-se que se faça pesquisas para determinar a provável vulnerabilidade de espécies de invertebrados de potencial interesse para conservação para os impactos relacionados com o projecto, bem como prováveis impactos cumulativos; idealmente a presença de espécies destacadas com potencial SCC deve ser confirmada nas áreas “de compensação” fora do local do projecto proposto que poderiam ser protegidas a longo prazo. Muitas das espécies de aranhas migalomorfas podem ser devidamente identificadas apenas a partir de espécimes machos adultos do sexo masculino, que atingem a maturidade, vagueiam em busca de fêmeas por algumas semanas e depois morrem e por isso só estão presentes por um curto período de tempo de cada ano. Durante a estação apropriada as armadilhas de alçapão são a melhor maneira de capturar os machos migalomorfas. Enquanto que o pico de actividade dos machos de diferentes espécies é em diferentes épocas do ano, as armadilhas durante o período logo após as primeiras boas chuvas no início da estação chuvosa (Novembro-Dezembro), bem como durante a última parte do período chuvoso (Fev.-Mar.) geralmente rendem espécimes da maioria das espécies presentes. Recomenda-se vivamente que tais levantamentos sejam realizados na área do projecto, bem como nas áreas representativas de habitats semelhantes fora da área do projecto que podem ser protegidos como áreas de compensação para a biodiversidade; isso permitiria a avaliação da adequação e da efectividade das áreas de compensação de conservação de espécies significantes para conservação que serão impactadas pelas actividades da proposta de mineração. Da mesma forma, recomendam-se levantamentos que visam determinar a extensão da distribuição de Mystrium AFRC_mz01 e outras espécies de formigas potencialmente significativas, bem como do escorpião Uroplectes AFRC_mz01, para ajudar a determinar o grau em que estes serão ameaçados pelo projecto e a adequação das áreas de compensação para proceder à sua conservação. A poluição luminosa, pelo menos na fase de exploração, é também uma das mais fáceis e eficaz de gestão de todos os impactos do projecto e não deve haver nenhuma razão para impedir que uma mitigação de muito sucesso seja implementada. A iluminação exterior deve ser reduzida ao mínimo, devem ser utilizadas fontes de iluminação de comprimento de onda longo (amarelo ou laranja) e a iluminação deve ser dirigida para dentro e para as estruturas e não para fora e para o ambiente circundante. Tais medidas seriam benéficas, tanto para o meio ambiente natural pela limitação da perturbação e morte de invertebrados, como para o pessoal do projecto, uma vez que a iluminação é utilizada com maior eficácia e é minimizado o número de insectos irritantes atraídos para a área do projecto. A poluição sonora e a vibração devem ser restringidas na medida do possível. Estes impactos são geralmente localizados e, pelo menos, no que respeita aos estrondos, normalmente restrito a um curto período, durante o dia. A poluição por poeira deve ser minimizada na medida do possível.

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1. INTRODUÇÃO A Baobab Mining Services Pty Ltd, por meio da sua empresa subsidiária, Capitol Resources Limitada (Capitol Resources), propõe-se a desenvolver o Projecto de Ferro de Tete, na Província de Tete de Moçambique e está no processo de realização de um estudo de pré-viabilidade (PFS). A Baobab está listada no Mercado de Investimento Alternativo (AIM) da Bolsa de Valores de Londres, desde Fevereiro de 2007. A Capitol Resources é uma empresa moçambicana focada na exploração de Ferro, base e metais preciosos. A Capitol Resources montou um portfólio de 13 licenças de exploração (duas das quais estão em joint venture com OmegaCorp), cobrindo uma área de 220.926 ha em todo o país. O Projecto de Ferro de Tete está a emergir como o principal projecto da Capitol Resources. O Projecto de Ferro de Tete da Capitol Resources localiza-se na Região do baixo Zambeze no norte da capital Provincial de Tete, nos distritos de Chiuta e Moatize. O projecto estende-se ao longo de três áreas de licenciamento - 1032L, 1033L e 1035L (Figura 1.1) – todas as quais são 100% detidas pela Capitol Resources. A primeira fase da actividade de mineração irá ocorrer na área de licença 1035L, que compartilha fronteiras com os projectos de carvão da Vale e Rio Tinto. Inicialmente, o foco do Projecto de Ferro de Tete da Capitol Resources será uma área de mineralização de magnetite-titânio-vanádio conhecido como Grupo Massamba, localizada a aproximadamente 55 km a Norte-nordeste de Tete. O Grupo Massamba é composto por um conglomerado de quatro prospectos; Chitongue Grande, Chimbala e Zona Sul formando uma tendência norte-sul, de 8 km de comprimento e o prospecto Tenge-Ruoni a leste (Figura 1.2). O prospecto de Tenge-Ruoni será o primeiro a ser explorado e é o foco deste relatório e da subsequente Avaliação de Impacto Ambiental (AIA). A área actual do projecto Tenge-Ruoni é apresentada na Figura 1.3 e é um indicativo da extensão máxima provável de perturbação directa, fora da qual é improvável que a infra-estrutura esteja lá localizada. A área do projecto pode estender-se para além dos limites de licenças existentes em termos de opções de rotas de transporte (veja a Figura 1.4), e a Capitol Resources terá como objectivo requerer terras adicionais caso seja necessário estender os limites da licença.

1.1. Objectivo

Fornecer uma descrição geral da fauna de invertebrados naturais da área específica a ser explorada, e áreas adjacentes que serão impactadas pela infra-estrutura de mineração associada. Foram avaliadas duas áreas específicas: 1. A área do projecto de mineração; 2. As opções de rota alternativa de estradas de transporte. Além disso, o objectivo deste levantamento de fauna de invertebrados é determinar a presença e a distribuição de espécies de interesse para conservação (SCC), bem como determinar a provável disponibilidade de habitat no local para estas espécies.

1.2. Termos de referência

Os seguintes termos de referência foram fornecidos para o relatório de linha de base de invertebrados e de avaliação de impacto:

Fornecer detalhes gerais das tendências sazonais, de larva, de reprodução e de migração para as épocas chuvosa e seca;

Identificar e listar grupos indicadores seleccionados de invertebrados que ocorrem na área de mineração, com base na literatura, espécimes publicados ou registos do local e prováveis ocorrências;

Registar espécies de invertebrados identificadas na área de mineração e listadas por: busca activa, situação oportunista e recolha de espécimes;

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Fornecer detalhes de qualquer nova espécie ou ocorrências;

Avaliar a preferência de habitat de invertebrados e usar essas preferências de habitat para avaliar a presença e abundância de espécies faunísticas;

Identificar SCC fazendo referência aos dados da Lista Vermelha da IUCN;

Definir e mapear habitats de invertebrados que são sensíveis e requerem alguma forma de protecção. Estes podem ter que ser definidos como áreas proibidas ou de Desenvolvimento Restrito;

Descrever os impactos actuais nos grupos de invertebrados; e

Identificar quaisquer impactos que a mineração terá nos diferentes grupos de invertebrados e espécies específicas, que poderão ser significativamente afectados pela proposta de mineração.

1.3. Pressupostos e Limitações

Os pressupostos e limitações específicos do estudo incluem:

Moçambique não tem listas nacionais de Espécies de interesse para conservação (SCC). A avaliação de SCC é, portanto, difícil e deve depender das listas elaboradas em países vizinhos, ou em listas internacionais (por exemplo, Listas de Dados Vermelha da IUCN e CITES). As espécies que constam neste relatório podem não estar completas, e é provável que a SCC adicional será encontrada durante a construção e operação do desenvolvimento.

O tempo é uma restrição em estudos como esses e foi feita apenas uma amostra da fauna de invertebrados da área.

Durante o levantamento da estação chuvosa, o acesso a partes do local foi limitado devido à presença de águas superficiais e estradas intransitáveis.

Nem todas as rotas rodoviárias foram avaliadas na totalidade para os invertebrados uma vez que as Opções de Estrada 1-5 (tendo em consideração em 2013) passam por tipos de habitats pesquisados dentro da área do projecto; para essas avaliações fez-se com base na extrapolação dos dados obtidos na área do projecto. No entanto, a opção de Estrada 6 (debatida em 2014) atravessa um habitat suficientemente distinto que foi considerado necessário fazer um levantamento em separado desta rota; realizou-se uma avaliação posterior das parcelas da Estrada de Transporte 7 que se desviam da rota seguida pela Estrada de Transporte 6 com referência a fotografias e imagens de satélite.

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Figura 1.1: Localização do Projecto de Ferro da Baobab

Figura 1.3: Disposição Conceitual da mina do Projecto de Ferro da Baobab.

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Figura 1.4: Opções da Estrada de transporte do projecto de Ferro da Baobab

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2. TIPOS DE HABITATS DA ÁREA DO PROJECTO A área de estudo é composta por vários tipos de vegetação e habitats. O tipo de vegetação dominante consiste de Floresta Zambeziana Indiferenciada (aberta e fechada), a floresta de Mopani também está presente. Vegetação azonal na forma de matas ciliares e dambos (ou seja, pradaria hidrofílica) ocorrem perto de rios e linhas de drenagem. A Figura 2.1 fornece um mapa de habitat da região de estudo. A Floresta Zambeziana Indiferenciada Aberta ocorre na metade a norte da área do projecto e ao longo de secções de ambas opções de estrada de transporte. É caracterizada por uma copa aberta com uma camada de capim distinto (Placa 2.1). A composição de espécies é semelhante a Floresta Zambeziana Indiferenciada Fechada descrita acima, excepto que as duas espécies dominantes são a Diplorhynchus condylocarpon, um arbusto resistente ao fogo que pode suportar queimaduras repetidas (Coates-Palgrave, 2002), e o Combretum adenogonium. Outras espécies dominantes incluem Commpihora mossambicensis, Pterocarpus brenannii, bem como outras espécies de Combretum. É provável que este seja um tipo de vegetação secundário e que esta área já tenha sido coberta por Floresta Fechada Zambeziada Indiferenciada. Pressões antropogénicas resultaram na colheita e limpeza de árvores nas áreas planas, de camadas baixas com abertura da copa e explicando a mudança da floresta fechada para aberta. Este habitat vai abrigar a maioria dos depósitos de resíduos, bem como uma grande parte da planta de processamento (área do minério bruto[ROM]) (veja a Figura 2.1).

Placa 2.1: Floresta Zambeziana Indiferenciada Aberta Floresta Zambiana Indiferenciada Fechada é definida pela ausência de espécies dominantes de Biombo e Manai. É também caracterizada pela maior diversidade de espécies do que qualquer Floresta de Miombo ou de Mopani (Coates Palgrave-et. Al., 2007). Este tipo de vegetação está confinado às encostas rochosas da montanha Tenge, Ruoni Norte e Ruoni Sul (Figura 2.1 e Placas 2.2 & 2.3). Caracteriza-se pela alta diversidade de espécies e copa fechada em comparação com a Floresta Zambeziana Indiferenciada Aberta. Espécies dominantes incluem espécies de Combretum, Commiphora mossambicensis e brenannii Pterocarpus. Diplorhyncus condylocarpon está presente em áreas perturbadas. Mudas de Colophospermum mopani (menos de 1 m de altura) foram evidentes nas encostas mais baixas de Ruoni Norte e Ruoni Sul, mas não foram observadas árvores totalmente crescidas.

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Figura 2.1: Vegetação (habitat) da área do projecto.

Placa 2.2: Ruoni norte com Floresta Zambeziana Indiferenciada Fechada no seu cume Este habitat será amplamente impactado, uma vez que estes estão localizados nas colinas que se tornarão os poços da mina (vede a Placa 2.2 e a Figura 2.1).

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Placa 2.3: Floresta Zambeziana Indiferenciada Fechada A Floresta de Mopani ocorre ao longo da secção sul do local do projecto e ao longo das duas secções de opções de estrada de transporte e estão associadas com o arenito subjacente da formação Karoo. A copa deste tipo de vegetação é dominada por espécies de Colophospermum mopani com indivíduos acima de 10 m de altura (Placa 2.4). Inúmeras mudas e árvores pequenas pertencentes a esta espécie foram observadas no sub-bosque. Outras espécies dominantes incluindo Euclea divinorum, Grewia micrantha e Dalbergia melanoxylon. A parte sul da planta de processamento (área ROM) e partes da instalação de armazenamento de rejeitos (TSF) irá estender-se a este habitat.

Placa 2.4: Floresta de Mopani A Zona de Vegetação Ripária é totalmente restrita a vários metros, adjacente aos rios e riachos,

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em toda a área do projecto da Baobab (Placa 2.5). Na maioria dos casos, a floresta ripária está ausente ou está altamente degradada. Onde esta ocorre forma florestas densas de copa fechada que é geralmente restrita aos solos aluviais do Rio Revuboè e seus afluentes sazonais. A copa é alta e é composta por emergentes proeminentes, como Tamarindus indica, Lecaniodiscus fraxinifolius, Sterculia appendiculata e Diospyros mespiliformis. Outras espécies que ocorrem incluem Acacia nilotica, Acacia sp., Dalbergia melanoxylon, Ficus sycamoras e Faurea saligna. O desvio do rio (mais apropriadamente chamado de diques de inundação) será colocado ao longo de partes dos habitats ribeirinhos.

Placa 2.5: Rio Revuboè e zona ripária Os Canaviais (Phragmites mauritianus) ocorrem em povoamentos densos ao longo de algumas secções do Rio Revuboé (Placas 2,5 & 2,6). É o habitat preferencial para um número de espécies especializadas, tais como Pequena Toutinegra do Pântano (Acrocephalus gracilirostris), ao mesmo tempo fornecem importante habitat de poleiro para certas espécies de sequeiro (por exemplo, tecelões, bispos, andorinhas).

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Placa 2.6 Típicos canaviais encontrados no local Afloramentos graníticos geralmente ocorrem nas colinas da região e são caracterizados por grandes pedregulhos e uma cobertura lenhosa densa sob a forma de Floresta Zambeziana Indiferenciada Fechada (vede Placas 2.2 & 2.7). Ele fornece habitat importante para espécies rupícolas (amantes de rochas) como certas espécies de aves e de répteis. Estes habitats serão amplamente impactados, uma vez que estes estão localizados nas colinas que se tornarão os poços da mina.

Placa 2.7: Os afloramentos rochosos ocorrem normalmente em sulcos entre a Floresta Zambeziana Indiferenciada Fechada

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Dambos ocorrem como áreas abertas lineares de pradarias hidrofílicas com juncos e caniços, que contrastam com a floresta circundante, neste caso, com as florestas de mopani (Figura 2.1 e Placa 2.8). Dambo é, essencialmente, um planalto, zona húmida, que é "uma depressão sazonalmente alagada, predominantemente coberta de capim (i.e vlei) ". Estes podem ser substancialmente secos no final da estação seca, revelando solos cinzentos ou argilas pretas, mas ao contrário da pradaria inundada, eles mantêm as linhas de drenagem húmidas durante a estação seca. Estes são inundados (alagados) na estação chuvosa, mas geralmente não acima da altura da vegetação e qualquer superfície de águas aberta é normalmente confinada a riachos, rios e pequenas lagoas naturais ou artificiais no ponto mais baixo, em geral, perto do centro. Partes dos dambos será afectada, a menos que determinadas infra-estrutura sejam novamente localizadas, especialmente o depósito de lixo de Ruoni Sul, e a TSF (vede a Figura 2.1).

Placa 2.8: Dambo comum que pode ser encontrado no local.

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3. MÉTODOS

3.1. Metodologia de amostragem de Invertebrados Terrestres

3.1.1. Abordagem de Avaliação

Acreditamos que o núcleo de qualquer avaliação ambiental/biodiversidade deva ser um protocolo de amostragem rigorosa, eficaz e eficiente - nenhuma quantidade de equipamentos de alta tecnologia, software especializado, análise complexa e apresentação luxuosa pode compensar uma amostragem inadequadamente concebida ou mal executada. Nossa abordagem é a seguinte: 1) Fazer o levantamento, de uma forma quantificada e usando protocolos de amostragem internacionalmente aceites, quando disponíveis, foram utilizadas várias taxas de invertebrados – tais como as formigas, borboletas, besouros do solo, cigarrinhas e térmites – que são reconhecidas como indicadores de biodiversidade e ecologia. Alguns métodos podem ser impraticáveis em determinadas áreas (por exemplo, as zonas húmidas e as franjas das zonas húmidas) e algumas taxas ocorrerão apenas em determinados habitats, por isso nem todos os métodos e taxas estão necessariamente contempladas para cada projecto ou local. Os dados obtidos para estes grupos podem depois ser utilizados como uma linha de base sólida para definir os alvos de reabilitação, contra o qual medirão a eficácia de processos de restauração. 2) Sempre que apropriado, fazer levantamento de espécies na lista vermelha, raras ou sensíveis (SCC) na taxa do indicador, bem como em outros grupos, como as aranhas migalomorfas, escorpiões, libélulas e libelinhas. Enquanto não existirem protocolos padronizados para a amostragem de várias taxas de indicadores que nós seleccionamos, muitos anos de experiência combinada de amostragem de formigas foram reunidos sob os auspícios da IUCN na formulação do Protocolo das Formigas de Serapilheira (ALL) (Agosti et al., 2000). Este fornece um protocolo de amostragem definida para ser aplicado em todo o mundo e, portanto, permite comparações significativas da fauna de formigas de locais geograficamente muito distantes. Nós escolhemos este protocolo como base para nossa amostragem e, embora existam algumas modificações e adições aos métodos de amostragem para permitir uma amostragem efectiva de outros táxons, os dados de formigas produzidos são compatíveis com outros conjuntos de dados do protocolo ALL de todo o mundo. Nosso protocolo é consistente com o Padrão de Desempenho 6 do IFC (IFC 2012) e fornece informação detalhadas igualmente aplicáveis à avaliação de sensibilidade relativa dos locais e para o monitoramento dos impactos do projecto ou o progresso de restauração ao longo do tempo: para um dado nível de confiança necessária nas previsões do mesmo nível de amostragem é necessário que as comunidades estejam a ser avaliadas em termos de diferenças ao longo do tempo ou espaço.

3.1.2. Taxa focal para o levantamento de invertebrados

Foram propostas uma vasta gama de taxa de invertebrados como indicadores de invertebrados no relatório de escopo (Ekoinfo 2012):

Escorpiões (Aracnídeos: Scorpiones)

Aranhas (Aracnídeos: Araneae)

Maria-café - Milipés (Diplópoda)

Libelinhas e libélulas (Insecta: Odonata)

Percevejos (Insecta: Hemiptera)

Formiga-leão (Insecta: Neuroptera)

Besouro (Insecta: Coleoptera)

Borboletas (Insecta: Lepidoptera)

Formigas (Insecta: Hymenoptera - Formicidae)

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No entanto, dada a enorme diversidade dentro de muitas destas taxas, seria proibitivamente caro e moroso avaliar efectivamente todos estes no âmbito de um levantamento de AIA; foi assim selecionado um subconjunto mais limitado destes grupos, com base na experiência prévia de adequação como indicadores, facilidade de amostragem e fiabilidade de identificações. Foram omitidos três grupos inteiramente a partir da amostragem orientada, enquanto era seleccionado um subconjunto do grupo taxionómico proposto no caso de outros dois grupos (aranhas e percevejos). O presente levantamento se focou na seguinte taxa:

Escorpiões (Aracnídea: Scorpiones)

Aranhas Migalomorfas (Aracnídea: Araneae, Mygalomorphae)

Libelinha e Libélulas (Insecto: Odonata)

Cigarras (Insecto: Hemiptera, Cicadellidae)

Borboletas (Insecta: Lepidoptera)

Formigas (Insecta: Hymenoptera - Formicidae)) Grupos de amostragem de outra taxa, incluindo grupos como Neuróptera (formiga-leão, moscas-coruja etc.), cigarras (Hemiptera: Cicadidae) e besouros (coleópteros), foram realizadas numa base ad hoc, quando foram encontrados exemplares de potencial interesse.

3.1.3. Descrição detalhada de métodos de amostragem

Visitas ao local Realizou-se uma visita ao local na estação chuvosa, de 15 à 27 de Março de 2013, mas, devido à cessação da chuva e as altas temperaturas, as condições estavam a secar rapidamente, de modo que, para muitas taxas foram evidentes níveis mais baixos de actividade mais típica da estação seca até ao fim do levantamento e da estação seca foram observadas formas de várias espécies de borboletas. Infelizmente a amostragem anterior não foi viável, uma vez que o acesso ao local na época das chuvas é muito desafiador, e a travessia dos rios é impossível. Foi realizada uma visita ao local na estação seca, de 3 à 9 de Setembro de 2013, durante a qual realizou-se mais uma amostragem de borboleta e Odonata, bem como levantamentos de acompanhamento focalizado para taxa de importância observada durante o levantamento da estação chuvosa. Foi realizada uma visita adicional a posterior a estação chuvosa, de 10 à 17 Abril de 2014, com o objectivo principal de fazer o levantamento da nova Estrada de Transporte 6 recentemente proposta, embora a oportunidade também tenham sido para realizar alguns levantamentos adicionais no Monte Tenge e no local da floresta de mopani (entre os locais propostos para ROM e TSF) pesquisados em 2013.

Protocolo de amostragem A amostragem planeada de invertebrados terrestres no local do projecto teve como objectivo fazer o levantamento de uma área representativa de cada principal tipo de habitat usando um protocolo de amostragem detalhado que permitisse uma avaliação de sensibilidade e uma medida de linha de base da biodiversidade nos grupos de indicadores-chave para permitir o monitoramento dos impactos e da reabilitação. O núcleo do protocolo ALL, a partir do qual foi desenvolvida a amostragem, é a recolha e análise de vinte amostras de 2 litros de serapilheira e vinte amostras de 48 horas de armadilha de interceptação colhidas em intervalos de 10 metros ao longo de um transepto de 190 metros em cada local a ser feito o levantamento; estima-se que com isto resulte, normalmente, em aproximadamente 70 porcento do inventário total da fauna de formigas, com poder suficiente de previsão para estimar com confiança o número total de espécies de formigas utilizando software,

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tal como o EstimateS (Colwell 2013). Após análise dos habitats presentes e, a fim de permitir que os dados semelhantes a serem obtidos para outras taxas de indicadores no local do Projecto de Ferro da Baobab, foram utilizados os seguintes métodos, que incluíram algumas modificações e acréscimos ao protocolo ALL, em cada um dos quatro locais em que foram feitos os levantamentos no detalhe durante a visita ao local na estação chuvosa:

Amostras de serapilheira foram omitidas devido à natureza extremamente pedregosa do solo em três dos quatro locais de levantamento; amostragem padrão de serapilheira exige o corte de serapilheira e das camadas de solo superficial com uma manchete e isso não foi possível nas condições encontradas. A baixa actividade de superfície das formigas durante o dia devido à secagem rápida da camada de serapilheira após o fim da estação chuvosa fez com que a alternativa de recolha e triagem da ninhada não cortada da superfície (que foi testado no local do Monte Tenge) não tivesse rendimentos de amostras adequadas.

Vinte das 48 horas amostras das armadilha de interceptação (vede a Figura 3.1), com armadilhas estabelecidas em intervalos de 10 metros ao longo de um transepto de 190 m,

Vinte amostras de 20 minutos de recolha manual de formigas, cada uma ao longo de um transepto de até 50 m de comprimento começando perto de uma das armadilhas de interceptação,

Duas pessoas por dia inteiro de recolha manual de borboletas com rede, libélulas e libelinhas,

Dez amostras de borboletas pegadas com armadilha com isca de banana fermentada durante 1 dia (vede a Figura 2.2), com armadilhas colocadas às 9:00 horas, esvaziadas e recolocadas às 15:00 horas1 e retiradas e esvaziadas novamente, a aproximadamente 16:30h. Foram colocadas dez armadilhas em intervalos de 20 m ao longo do transepto em alturas variando de 0,5 a 4 metros acima do solo,

Dez amostras de cigarrinhas em rede de arrasto, cada uma compreendendo 100 redes de arrasto ao longo de um transepto de 50 metros, e das quais, a cigarrinha e outros espécimes de insectos são extraídos usando caixas de extracção especialmente construídas (vede a Figura 3.3). Este é um nível mais baixo de amostragem do que o normalmente utilizado pela AfriBugs para levantamentos de cigarrinhas, mas que foi necessário devido a restrições orçamentais; espera-se que os resultados do levantamento forneçam uma indicação de quanta amostragem adicional será necessárias para utilização efectiva deste grupo como um indicador.

Fez-se o levantamento dos escorpiões por meio de buscas diurnas, que incluíram viragem de rochas, localização visual de tocas e procura de serapilheira e outros habitats, bem como levantamentos nocturnos usando luz ultravioleta (vede Figura 3.4), considerado o mais eficaz e ambientalmente amigável meio de levantamento para os escorpiões (Lowe et. al., 2003). Não foi tentada a amostragem quantificada pois isso pode ser de trabalho intensivo e as condições durante o levantamento não foram ideais devido aos altos níveis de luar.

1 Algumas borboletas que chegaram no início do dia, poderiam de contrário, voar de volta para a parte inferior da armadilha no final da tarde e

poderiam escapar; tal foi impedido por uma recolha de espécimes no meio da tarde

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Assim, 60 amostras padrão foram colhidas em cada um dos quatro locais do levantamento. Após a classificação, o processamento e a identificação dos espécimes colhidos, análises similares pode então ser aplicado ao conjunto de dados de cada táxon, dando, assim, a consistência dos resultados globais.

Figura 3.1: A: Copo plástico da Armadilha de interceptação (80 mm de diâmetro interno) nivelado com solo e parcialmente cheio com 50 ml de 3:1 de etanol: propilenoglicol; os detritos dos limites da tampa caiem na armadilha e reduzem a evaporação do conservante através da sombra, B: armadilha usada para climas quentes com tinta reflectora na tampa; cobra de borracha serve para minimizar a perturbação das armadilhas por babuínos.

Figura 3.2: Armadilhas da borboleta montadas no local da Floresta Zambeziana Indiferenciada Aberta. A: A armadilha de baixo, B: Fecho do topo da armadilha com borboletas, C. Fecho do fundo da armadilha com borboleta Charaxes alimentando-se da isca de banana fermentada

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Figura 3.3: Redes de arrasto e aparelhos de extracção no local da floresta de mopani; A inserção A mostra o fecho do extractor, B mostra os detritos remanescentes (principalmente sementes de capim neste local) após o processo de extracção.

Figura 3.4. Um escorpião (Hadogenese) fluorescente sob a luz ultravioleta, que ilustra a facilidade com que eles podem ser localizados usando esta técnica.

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Locais de amostras Foi realizada uma amostragem detalhada em quatro locais (Ruoni Norte, local da proposta pilha de Resíduos Rochosos, Monte Tenge e Floresta de Mopani), representando os principais habitats (Floresta Zambeziana Indiferenciada Fechada, Floresta Zambeziana Indiferenciada Aberta e Floresta de Mopani) identificado como de significância sob a perspectiva de invertebrados terrestres; adicionalmente realizou-se uma amostragem oportunista em vários outros locais, incluindo a orla ribeirinha, bem como na rota entre os locais quando surgiu oportunidade. Os locais de amostragem e marcos de GPS dos caminhos seguidos pela equipa de avaliação de invertebrados estão ilustrados nas Figuras 3.5, 3.6 e 3.7. Rotas de transporte Durante o levantamento de Abril de 2014, realizou-se uma amostragem não padronizada como o objectivo era cobrir tanto quanto prático do comprimento da Estrada de Transporte 6 a pé ou pela inspecção dos pontos ao longo da rota, onde o acesso por carro era possível. Em cada ponto inspeccionado, ou ao longo das secções caminhadas, os habitats foram avaliados visualmente e foram realizadas buscas de espécies de invertebrados de potencial interesse de conservação; as técnicas de amostragem incluíram recolha em redes, escavação, viragem e registo de rochas e outros métodos manuais. Foi feito o levantamento na secção a sul da rota da estrada (sul do Rio Ncondezi) a 11, 12 e 13 de Abril de 2014, enquanto que fez-se o levantamento das secções a norte entre o acampamento deTenge e o Rio Ncondezi a 14, 15 e 16 de Abril de 2014. Dos marcos do quilómetro 26 a 46 km a rota foi acessado por estrada e inspeccionada em vários pontos ao longo da rota, enquanto que do início até aos 10 km da rota, esta foi seguida inteiramente a pé, devido à falta de acesso rodoviário. Desta forma, a maior parte do percurso foi coberto, embora permaneça uma lacuna significante entre os quilómetros 10km e 18km, uma vez que secção não pôde ser acessado a partir do sul devido aos fortes fluxos no rio Ncondezi, e caminhando nesta secção do norte teria que ser feita a uma velocidade que não teria permitido tempo para a avaliação adequada dos habitats e pesquisas de invertebrados de conservação significativa. A Inspecção de imagens de satélite sugere, porém, que habitats desta secção não são fundamentalmente diferentes das do 4 km - 10 km secção e a extrapolação dos resultados da última secção pode ser usado. Uma lacuna de levantamento similar resultou entre os marcos de 21 km e 29 km, mas novamente esta secção parece suficientemente similar às partes adjacentes para inspecção detalhada não é essencial.

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Figura 3.5. Locais do levantamento e rotas seguidas (linhas vermelhas) durante o levantamento de invertebrados terrestres em Março de 2013 no local do Projecto de Ferro da Baobab (contorno azul).

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Figura 3.6. Locais do levantamento e rotas seguidas (linhas vermelhas) durante o levantamento de invertebrados terrestres em Setembro de 2013 no local do Projecto de Ferro da Baobab (contorno azul).

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Figura 3.7. Rotas seguidas (linhas vermelhas) durante o levantamento de invertebrados terrestres da Estrada de Transporte do Projecto de Ferro da Baobab em Abril de 2014, apresentadas em linhas amarela (opções anteriores) e azul (nova opção). As rotas de transporte distam 100m a norte e a Este para permitir que as trilhas sejam distinguidas.

Fotografias Foram tiradas fotografias de cada espécie de borboleta putativa (lado superior e de baixo) no campo, imediatamente após a captura ou a posterior no acampamento; alguns dos espécimes eram velhos e estavam desgastados e tinham asas rasgadas e haviam perdido uma grande parte das suas escamas, portanto, embora o melhor espécime disponível tenha sido seleccionado para ser fotogrado, algumas imagens são de má qualidade. As fotografias são apresentadas no Anexo 1. A razão para fotografar os espécimes de borboletas eram duplamente:

Permitir identificações preliminares de muitas das borboletas colhidas para serem realizadas na ausência dos espécimes reais enquanto se aguardava uma licença de exportação;e

Permitir que os revisores independentes ou pesquisadores futuros verifiquem as identificações apresentadas neste relatório, pelo menos para as espécies que podem ser identificadas desta forma com confiança.

Orçamento adicional deverá tornar-se disponível para permitir o processamento completo e a identificação de amostras, assim que o processamento de amostras de formigas e cigarrinha estiver concluído e os representantes de todas as espécies montadas, devem ser preparadas imagens de automontagem de cada espécie identificada para ilustrar a diversidade destes grupos e facilitar a identificação das amostras colhidas no futuro. As fotografias de todas espécies de aranhas migalomorfa e escorpiões também são apresentados neste relatório colhidos para apoiar na identificação e reconhecimento de outras espécies encontradas durante levantamentos futuros.

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Em todas as fotos, a grelha no cartão de fundo consiste em 5 milímetros quadrados. Processamento e identificação de amostras Escorpiões e aranhas migalomorfas A identificação de espécies de escorpiões e aranhas migalomorfas foi realizado com o apoio de Ian Engelbrecht (Departamento de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Gauteng) e Lorenzo Prendini (Museu Americano de História Natural), bem como por referência a Dippenaar-Schoemen (2002), Dippenaar- Schoeman & Jocque (1997), Leeming (2003) e Raven (1985). Libelinha e Libélulas A identificação de Odonata foi realizada com o auxílio de Tarboton (2013), Tarboton e Tarboton (2002, 2005) e, para a taxa problemática, com a ajuda de Jens Kipping (BioCart). Borboletas A identificação de borboletas foi realizada, tanto quanto possível usando Woodhall (2002) e com o apoio de Alan Gardiner (Southern African Wildlife College), um especialista em borboletas da África Austral e Central. A lista de todas as espécies identificadas é apresentada no Anexo 1. Formigas e cigarrinhas Foram colhidas espécimes de formigas e cigarrinha durante os meses de Março de 2013, mas o processamento das amostras foi adiado para depois da visita ao local de Setembro, devido a restrições orçamentais, o que também limita o nível em que a identificação pode ser realizada. As identificações foram, assim, em grande parte realizadas a nível do género, sendo atribuídos códigos de morfoespécies dentro de cada género para cada espécie colhida; apenas onde observou-se que as espécies foram prontamente reconhecidas foram atribuídos os nomes das espécies. Caso fique disponível financiamento o processo de identificação irá continuar na medida do possível (dentro das limitações do conhecimento taxionómico actual) a nível de espécies. A identificação detalhada é essencial tanto para permitir uma comparação adequada dos diferentes locais dentro da área de estudo como para permitir a detecção e monitoramento de espécies invasoras que podem ser introduzidas durante as fases de prospecção, construção e de operação de um projecto de mineração. A identificação ao nível de espécies também permite a confirmação da descoberta de novas espécies, que irá acrescentar ao conhecimento da fauna da região. Durante a classificação de espécies por amostra será elaborada uma matriz para cada grupo indicador em cada local e estes serão, posteriormente, actualizados com as identificações finais de espécies; as matrizes formarão a base para a análise da riqueza de espécies e composição da comunidade nos diferentes locais que se fez os levantamentos e fornecerão a linha de base de monitoramento para cada grupo indicador. As formigas serão identificadas pelo equipa da AfriBugs usando a nossa colecção de referência e extensiva biblioteca de literatura taxionómica de Formigas Africanas, enquanto que as cigarrinhas serão identificadas por Michael Stiller (National Collection of Insects/Colecção Nacional de Insectos, Pretoria, África do Sul). Outros invertebrados Espécimes de uma série de taxa de invertebrados de interesse foram colhidos durante os levantamentos; estes incluíram besouros, formigas-leões, moscas-coruja, lançadores de teias (Embioptera) e cigarras. Os espécimes destes grupos serão submetidos a especialistas relevantes de táxon e qualquer informação obtida será adicionada a base de dados do local. Códigos de Morfoespécies Todas as espécies de invertebrados não identificadas na colecção AfriBugs são atribuídas códigos para permitir referência inequívoca do material colhido de forma que possa ser evitada uma

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potencial confusão quando espécimes de levantamentos futuros ou de outros locais forem discutidos. Dentro de cada género, os códigos utilizados seguem uma estrutura estrita, começando pelo códex de recolha da AfriBugs (AFRC, ver http://hbs.bishopmuseum.org/codens/codens-r-us.html) seguido pelo ISO 3016-1 e duas letras do código do país (mz para Moçambique) e, em seguida, um número de morfoespécie. Por exemplo, no presente relatório, os espécimes de formiga do género Mystrium, que ainda não podem ser atribuídos a uma determinada espécie e que, provavelmente, representam uma espécie não descrita, são referidos como Mystrium AFRC_mz01.

3.2. Espécies de interesse para conservação

Espécies de interesse para conservação (SCC), em termos de área do projecto são definidas como:

Espécies Ameaçadas:

Espécies incluídas em outras listas internacionais (ex., Lista Vermelha de Animais Ameaçados da IUCN 2012). As definições incluem:

Criticamente Ameaçada (CR) - Um táxon está Criticamente Ameaçada quando as melhores evidências disponíveis indicam que cumprem com quaisquer um dos critérios A à E para Criticamente Ameaçada (vede a Secção V), e é, portanto, considerado como enfrentando um risco extremamente alto de extinção na Natureza.

Ameaçadas (EN) - Um taxon está Ameaçado quando a melhor evidência disponível indica que cumpre com quaisquer um dos critérios de A à E para Ameaçadas (ver Secção V), e é, portanto, considerado como enfrentando um risco muito alto de extinção na Natureza.

Vulnerável (VU) - Um táxon está Vulnerável quando as melhores evidências disponíveis indicam que cumpre com quaisquer um dos critérios de A à E para Vulnerável, e é, portanto, considerado como enfrentando um risco elevado de extinção na natureza.

Quase Ameaçada (NT) - Um taxon está Quase Ameaçado quando foi avaliado em função dos critérios, mas não se qualifica como Criticamente Ameaçado, Ameaçadas ou vulneráveis agora, mas está perto de se classificar ou é susceptível de ser classificado na categoria de ameaçado em um futuro breve.

Espécies Sensíveis: Espécies que não estão inclusas nas categorias acima, mas estão

listadas no: Apêndice I ou II da Convenção sobre Comércio Internacional de Espécies

Ameaçadas de Extinção (CITES2). Apêndice I lista espécies que são as mais ameaçadas de extinção entre a

lista de animais e plantas do CITES. Apêndice II lista as espécies que não estão necessariamente ameaçadas de

extinção, mas que podem assim tornar-se a menos que o comércio seja rigorosamente controlado.

Espécies Endémicas: Espécies endémicas da Província de Tete ou Moçambique em geral.

2 http://www.cites.org/

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3.3. Mapeamento de Habitat

Habitats foram mapeados usando interpretação visual de padrões (e fotos) a partir de fotografia aérea, e estavam relacionadas com os dados colhidos no terreno. Também foram usados dados auxiliares sob a forma de um Modelo Digital de Elevação (DEM) e um mapa geológico em alguns casos para ajudar a diferenciar os tipos de habitats. A descrição biofísica da área do projecto pode ser revista no Relatório de Avaliação da Fauna (CES 2014)

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4. LEVENTAMENTO DA FAUNA DE INVERTEBRADOS

4.1. Introdução

Os invertebrados incluem os artrópodes, que constituem a maioria (mais de 75%) de todas as espécies descritas de organismos vivos na Terra (Maio de 1988), e tornam-se mais de 95% de todas as espécies de animais conhecidas. Os insectos são o grupo mais diverso de artrópodes e só eles perfazem no mínimo, 76% (provavelmente mais de 90%) de todas as espécies de animais conhecidas. Os insectos são vitais para o funcionamento dos ecossistemas da Terra na sua forma actual e ajudam a manter o equilíbrio que permite que a vasta diversidade de vida coexista. Por exemplo, alguns insectos ajudam espécies de plantas a reproduzir e espalharem-se, enquanto outros se alimentam das mesmas plantas e manteemos sob controlo, permitindo que haja espaço para outras espécies. Outros insectos transformam o solo ou se alimentam de matéria em decomposição, tendo assim um papel importante no ciclo de nutrientes. Praticamente todos os aspectos do funcionamento dos ecossistemas dependem de alguma forma dos insectos, que são os principais vectores que não são plantas da dinâmica do ecossistema; é, portanto, vital que os insectos e outros artrópodes sejam dados o devido reconhecimento em avaliações ambientais e nos esforços de conservação. "Tão importantes são os insectos e outros artrópodes que habitam na terra que se todos desaparecessem, a humanidade provavelmente não poderia durar mais do que alguns meses. A maioria dos anfíbios, répteis, aves e mamíferos cair em extinção quase ao mesmo tempo. De seguida seria a maioria das plantas com flores e com elas a estrutura física da maioria das florestas e de outros habitats terrestres do mundo. A superfície da terra literalmente decompunha-se ". E. O. Wilson (1999)

4.1.1. Visão geral dos Invertebrados da Região

Estão disponíveis dados muito limitados sobre os invertebrados de Moçambique (Hatton et. al., 2001) e praticamente nada específico para a região de Tete. Taxologicamente está disponível informação dispersa sobre espécies de invertebrados endémicos de Moçambique e Ekoinfo (2012) listou alguns deles (um caracol, Gulella delgada, um escaravelho de excrementos, Onitis janssenii, um escaravelho de água, Haliplus watsoni, um escaravelho de chifres longos, Aphelogaster thomsoni, uma mosca mydas, Nomoneuroides melas, uma maria-café, Hadrobolus crassicollis, uma centopeia, Orphnaeus heteropodus e algumas borboletas não descritas), Para a maioria dos grupos-alvo como indicadores para a avaliação de invertebrados terrestres do Projecto de Ferro da Baobab, não fomos capazes de localizar quaisquer referências que poderiam fornecer previsões de espécies prováveis presentes ou mesmo níveis aproximados de diversidade relativa. Os dados obtidos até a data, sobre os principais grupos-alvo de nossa pesquisa são resumidos a seguir:

Escorpiões (Aracnídeos: Scorpiones) A lista de espécies de escorpião registrados de Moçambique é fornecida pelo http://eycb.pagesperso-orange.fr/scorpions/AFMozambique.htm e este foi complementada com informação fornecida por Ian Engelbrecht (pers. Comm.) para produzir um número total de 27 espécies; como para a maioria dos grupos de invertebrados, tal quase certamente representa uma subestimação substancial da diversidade total do país.

Aranhas Migalomorfas (Aracnídeo: Araneae, Mygalomorphae) Pouco se sabe sobre as aranhas migalomorfas (tarântulas, aranhas alçapão, e de aranhas funil) de Moçambique; Dippenaar-Schoeman (2002) indica 11 espécies como tendo sido registradas a partir da metade sul de Moçambique, mas é quase certa a subestimação grosseira resultante de baixos níveis de amostragem neste país, considerando-se que, pelo menos, 27 espécies foram relatadas a partir do muito pequeno, mas bem colhidas, na Província de Gauteng, na África do

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Sul. Nenhuma listagem detalhada parece estar disponível para o norte de Moçambique.

Libelinhas e Libélulas (Insecta: Odonata) O estado de conservação da Odonata em Moçambique é provavelmente melhor compreendida do que o de qualquer outro grupo de invertebrados, como todas as espécies sabidas que ocorrem no país foram avaliadas pelo Grupo de Especialistas em Odonata da IUCN; Moçambique ainda é, porém, considerado um país muito sub-amostrado para Odonata (Jens Kipping, pers. Pess.). De acordo com a Lista Vermelha da IUCN foram registradas até a data 139 espécies de Odonata de Moçambique; destas 2 (Chlorolestes elegans e Nepogomphoides stuhlmani) são consideradas vulneráveis e uma (Urothemis luciana) como Dado Deficiente, as restantes 136 espécies são consideradas como de Menor Interesse.

Cigarrinhas (Insecta: Hemiptera, Cicadellidae)

Nada parece ter sido publicado sobre a diversidade de cigarrinhas em Moçambique. McKamey (2000) forneceu dados de distribuição para Cicadellidae a nível do país, mas apenas quatro espécies foram registradas para Moçambique. Embora deva-se ter em mente que os dados resumidos em McKamey (2000) cobrem o período de 1758-1955 apenas, esse número extremamente baixo é uma indicação de quantidade de informações muito limitada disponível sobre os invertebrados em Moçambique (em comparação, com base no mesmos dados, estão listadas para a África do Sul 183 espécies e 93 para a Tanzânia, outro país reconhecido por ter dados muito limitados em invertebrados). É muito provável que muitas das espécies de cigarrinha colhidas durante o levantamento irão representar os primeiros registros para o país e também que muitas irão revelar-se como não descritas.

Borboletas (Insecta: Lepidoptera) As borboletas são provavelmente o grupo de invertebrados mais conhecido no mundo e em Moçambique e foi compilada uma lista ampla do país com 977 táxones de borboleta para Moçambique (Koçak e Kemal 2009), mas isso não dá informações específicas para as regiões dentro do país e produz uma superestimação devido à duplicação de listagem de espécies e nomeação de subespécies. A Wikipédia oferece uma outra lista (http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_butterflies_of_Mozambique) das espécies de borboletas de Moçambique, com base em dados de Williams (2007) e Safian et. al. (2009) e indica um total de 432 táxones para o país; excluindo múltiplas subespécies desta lista produz-se uma contagem de 422 espécies. O número total de espécies de borboletas registradas para Moçambique é, portanto, de aproximadamente 420, e é provável que mais de 150-200 desta possa esperar-se que ocorram na área do projecto (Alan Gardiner, pers. Pess.). Apenas duas das espécies de borboletas conhecidas por ocorrer em Moçambique (Lepidochrysops Delicata e Teriomima williami) estão incluídas na Lista Vermelha da IUCN, e, nesta fase, ambas são consideradas Dados Deficientes.

Formigas (Insecta: Hymenoptera – Formicidae) A fauna de formigas de Moçambique é extremamente pouco conhecida, contido está-se a realizar actualmente levantamentos detalhados no Parque Nacional da Gorongosa, o que de certa forma caminhará para retificar esta situação. Uma lista preliminar de espécies, com base em dados da página electrónica agora não disponível das Formigas de África (http://antbase.org/ants/africa/contents.htm), tem apenas 102 espécies, o que é claramente uma sub-estimativa, dados os resultados incompletos dos actuais levantamentos em Gorongosa que já listaram 141 espécies. A África do Sul é conhecida por ter pelo menos 431 espécies de formigas (dados baixados da base de dados de distribuição www.antbase.org, agora também indisponível, em 2005) e estimativas baseadas na amostragem AfriBugs sugerem que o total para o país é, provavelmente de, pelo menos, o dobro desse número; Pode-se esperar que Moçambique tenha

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semelhante diversidade de formigas de 800 espécies na região. Nenhuma espécie de formiga que consta da Lista Vermelha da IUCN foi registrada para Moçambique, embora seja possível que a Tetramorium microgyna, uma espécie parasita conhecida da África do Sul e listada pela IUCN como Vulnerável, possa ocorrer em Moçambique e esteja listada para este país como espécie hospedeira desta (Tetramorium sericeiventre).

Outros invertebrados Tal como se sucede aos grupos focais discutidos acima, há muito pouca informação disponível sobre a diversidade esperada ou presença de espécies de importante conservação em outros grupos de invertebrados. Em suma, não há praticamente nenhuma informação publicada em que basear a previsão da diversidade, ou a sensibilidade no local do Projecto de Ferro da Baobab, e a única solução para a falta de dados é realizar levantamentos que sejam suficientemente detalhados para terem uma chance razoável de detectar espécies e comunidades de significância.

4.1.2. Espécies de invertebrados registrados na área do projecto

Os resultados da amostragem de invertebrados terrestres realizada no local do projecto de Ferro da Baobab durante Março de 2013 estão resumidos abaixo com referência a cada um dos grupos taxonómicos estudados e habitats avaliados.

Escorpiões (Aracnídeo: Scorpiones) Foram colhidas cinco espécies de escorpiões durante o levantamento da estação chuvosa de 2013, foi encontrada uma espécie adicional durante o levantamento da estação seca de 2014 (vede a ilustração 4.1) e outra no levantamento da estação chuvosa de 2014. 1) Hadogenes granulatus foi generalizada em áreas rochosas, sobretudo em Ruoni Norte e Sul, na Floresta Zambeziana Indiferenciada Fechada, mas também nos diques que atravessam a Floresta Zambeziana Indiferenciada Aberta e em áreas rochosas dentro da Floresta de Mopani; o critério de habitat crítico para a espécie é a presença de afloramentos rochosos com rachaduras adequadas para actuar como refúgios. Apesar de todas espécies Hadogenes serem protegidas na África do Sul, a proteção é especificamente contra a ameaça de recolha excessiva relacionada ao tráfico de animais, em vez de contra a perda ou transformação de habitat. 2) Opisthacanthus rugiceps é uma espécie arbórea que usa rachaduras em troncos de árvores como refúgio e é generalizada tanto na regional como na área do projecto; foram encontrados espécimes nas Florestas Aberta e Fechada Zambeziana Indiferenciada e até mesmo nos campos de exploração. Tal como no caso da Hadogenes, todas as espécies Opisthacanthus são protegidas na África do Sul, mas a protecção é especificamente contra a ameaça de recolha excessiva relacionada com o tráfico de animais, em vez de contra a perda ou transformação de habitat. 3) Opistophthalmus glabrifrons - embora outros membros de espécie complexa, actualmente classificada no O. glabrifrons, ocorrem em grande escala na África Austral, esta forma tipo ocorre apenas a norte do rio Zambeze. A descoberta é taxonomicamente significativa como vez que a espécie está actualmente sob estudo e deverá ser dividida em várias espécies; o material do Projecto de Ferro da Baobab é essencial para a "ancorar" o tipo de espécie e permitir a atribuição correcta do nome original. Como no caso da Hadogenes e da Opisthacanthus, todas as espécies Opistophthalmus são protegidas na África do Sul, mas a protecção é especificamente contra a ameaça de recolha excessiva relacionada com o tráfico de animais, ao invés de contra a perda ou transformação de habitat. 4) Uroplectes flavoviridis - esta é também actualmente considerada uma espécie difundida, mas tal como a Opistophthalmus glabrifrons, em breve poderá ser dividida em várias espécies; o local

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tipo também está na região de Tete e o material colhido será novamente prova de valor na resolução de problemas taxonómicos. Os espécimes foram colhidos em vários locais, incluindo diversos habitats tais como Ruoni Sul e o local da Floresta de Mopani, deste modo a espécie é provavelmente generalizada na área do projecto.

Placa 4.1: Vista dorsal e ventral das espécies de escorpiões colhidos durante Março e Setembro de 2013: A-B, Hadogenes granulatus machos, C-D, Opisthacanthus rugiceps, E-F, Opistophthalmus glabrifrons, G-H, Uroplectes flavoviridus, I-J, Uroplectes AFRC_mz01 (c.f. chubbi). K-L). K-G, Uroplectes sp. cf vittatus/fischeri. Grelha 5 mm 5) Uroplectes planimanus - dois espécimes desta espécie generalizada foram encontrados na Estrada de Transporte 6 perto do marco de 29 km; observe que esta espécie não está ilustrada na Placa 4.1. 6) Uroplectes AFRC_mz01 (c.f. chubbi) - duas fêmeas dessa espécie foram colhidas na serapilheira no Monte Tenge em Março de 2013; a espécie é não descrita e ter relação com a Uroplectes chubbi. Foram colhidas vinte espécimes adicionais, incluindo machos adultos, no Monte Tenge em Setembro de 2013 e enviados para Lorenzo Prendini no Museu Americano de

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História Natural (American Museum of Natural History) para ser incluído no material em que as novas espécies estão a ser descritas. 7) Uroplectes sp. cf vittatus/fischeri foi localizado apenas durante o levantamento da estação seca; espécimes foram encontrados em Ruoni Norte, Monte Tenge e dentro de uma área da Floresta de Mopani.

Aranhas Migalomorfas (Aracnídeo: Araneae, Mygalomorphae) Foram feitas duas descobertas de migalomorfas de importância taxonómica durante os levantamentos: 1) Uma espécie não descrita de Ceratogyrus (aranha babuina com chifres) (Placa 4.2); essa espécie é conhecida no comércio de animais, mas tem sido comercializada como um suposto híbrido entre C. brachycephalus e ou C. sanderi ou C. darlingi, sob o nome Ceratogyrus brachycephalus "forma de passatempo". Embora acreditava-se há algum tempo que os espécimes comercializados sob este nome, de facto representavam uma espécie separada (Ian Engelbrecht, pers. Pess.), a confirmação disso requer a recolha de material selvagem dentro da área natural da espécie, que era desconhecida até agora. Espécimes desta espécie foram encontrados em todos os tipos de habitats pesquisados em toda a área do projecto, contudo eles pareciam particularmente abundantes nos koppies rochosos (montanhas de granito), especialmente em Ruoni Norte e Ruoni Sul. Os machos criados a partir de espécimes capturados imaturos fornecerão a informação taxonómica necessária para permitir a descrição formal da espécie. Todas as espécies Ceratogyrus são protegidas na África do Sul devido a ameaça de tráfico de animais.

Placa 4.2: Espécies Ceratogyrus não descritas, comuns em toda a área de estudo, e particularmente abundantes em Ruoni Norte e Sul. A; Vista dorsal, B; Postura defensiva.

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2) Uma aranha com teia de folhas não descrita (Placa 4.3) na família Dipluridae que, nesta fase, não pode ser mais identificado do que a nível da família; Suspeitamos que esta seja um membro da subfamília Euagrinae, mas não ficou claro inicialmente se era um membro do género Euagrus (o qual os espécimes do sexo feminino estão ligados, mas que é um género Novo Mundo que não foi registrado anteriormente em África), ou, possivelmente representou um género ainda não descrito, como os espécimes colhidos durante o levantamento da estação chuvosa não incluíram todos os machos maturos. Os espécimes encontrados exibem várias características incomuns, mais notável de todas é que estes têm apenas 6 olhos; Estas são as primeiras aranhas migalomorfas conhecidas de África que apresentam essa característica (todas as outras espécies de migalomorfas Africanas conhecidas têm oito olhos, embora existam espécies de outras partes do mundo que também têm 6 ou menos os olhos). Foram necessários espécimes machos adultos para confirmar a colocação da subfamília e o nível de género desta espécie, que actualmente está a ser referida como Dipluridae sp. AFRC_mz01, então 30 espécimes vivos foram colhidos e transportados para a África do Sul, em Setembro de 2013, de modo que os machos adultos pudessem ser criados. Até o momento um macho foi criado a partir desses espécimes; é claro que pela falta de esporões de acasalamento as aranhas não pertencem ao género Euagrus (onde os machos têm esporões de acasalamento fortemente desenvolvidos no segundo par de pernas), mas têm machos que são mais semelhantes aos de Masteria (um género na subfamília Masteriinae, conhecido na América Central, Indonésia e Austrália), embora eles não se encaixem neste género em muitas outras características-chave (Raven 1979, 1985). Concluímos, portanto, que essas aranhas não são membros de quaisquer géneros de aranha registradas anteriormente em África e quase certamente representam um novo género. Um adicional de 34 espécimes foi colhido durante o levantamento de Abril de 2014 para complementar os anteriormente enviados para a África do Sul para assegurar que eram obtidos suficientes espécimes machos para fins de descrição do novo táxon. Além disso, três espécies de Idiops e uma espécie de Heligmomerus e de Cyphonisia foram também recolhidas. Foi encontrada uma espécie de Idiops (Idiops AFRC_mz01) em pequenas quantidades nos montes rochosos (Ruoni Norte e Monte Tenge), outro (Idiops AFRC_mz02) foi abundante em solo rico em argila nas depressões rasas no local da Floresta de Mopani e o terceiro (Idiops AFRC_mz03) foi encontrado nas margens de um pequeno rio que atravessa a Estrada de Transporte 6. Foi encontrada Heligmomerus AFRC-mz01 na Floresta de Mopani ao longo da Estrada de Transporte 6, enquanto a Cyphonisia AFRC_mz01 foi encontrada na mesma área do local da Floresta de Mopani como Idiops AFRC_mz03. Todas as três espécies de Idiops, bem como de Heligmomerus e Cyphonisia são prováveis que sejam não descritas e tal como muitas aranhas de alçapão podem ter distribuições localizadas, mas estas não têm a mesma significância taxonómica como as espécies diplurid mencionadas acima. Vários espécimes imaturas de Pterinochilus, inicialmente pensado que fossem P. lugardi, aranha babuina que constroem a toca com um retalho de seda de "alçapão", também foram recolhidas em vários habitats na área do projecto durante o levantamento da estação seca de 2013. No entanto, a recolha de espécimes de um sub-adulto e uma fêmea matura em troncos ocos de mopani ao longo da Estrada de Transporte 6 em Abril 2014 confirmou que estas aranhas são de facto P. murinus, uma espécie também bastante difundida. No total, três espécies adicionais de aranhas migalomorfa foram colhidas no levantamento da estação chuvosa de 2014 na Estrada de Transporte 6; estes incluíram Cyphonisia AFRC_mz01, Heligmomerus AFRC-mz01 e Idiops AFRC_mz03. Parece não haver nenhum registro de Heligmomerus de Moçambique, enquanto que para Cyphonisia há apenas um registro duvidoso (C. kaesseri - nomen dubium) deste país de acordo com o Catálogo Mundial de Aranhas (Platnick 2014). C. affinitata e C. rastellata são registrados da "África Oriental" e podem, potencialmente, estar presentes em Moçambique. Ambos os registros de Heligmomerus e Cyphonisia, portanto, provavelmente representam acréscimos significativos para o conhecimento da fauna migalomorfa de Moçambique.

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Placa 4.3: Espécies de aranhas Migalomorfas. A. Aranha com teia de folhas não descritas (Dipluridae sp. AFRC_mz01), abundante nas rochas em Ruoni Norte e Sul, B. Aranha de açapão (Idiops AFRC_mz01), esparsamente distribuído em Ruoni Norte, Ruoni Sul e Monte Tenge, C. Cyphonisia AFRC_mz01, D. Idiops AFRC_mz03, E. Heligmomerus AFRC_mz01. Grelha=5 mm

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Placa 4.4: Aranha de Alçapão (Idiops AFRC_mz02), abundante em solos argilosos da Floresta de Mopani. A, habitat, B, toca fechadas C, toca aberta e D, vista dorsal da aranha. Grelha = 5 mm.

Libelinhas e Libélulas (Insecta: Odonata) Nenhuma das três espécies Moçambicanas de Odonata constantes na Lista Vermelha da IUCN foram observadas no local, e como duas (Nepogomphoides stuhlmanni e Chlorolestes elegans) requerem riachos claros na montanha (que não estavam presentes no local) e o terceiro (Urothemis luciana) até a data foi registrado somente perto de corpos de água na região costeira do norte de Kwazulu-Natal, na África do Sul e áreas adjacentes no sul de Moçambique, parece altamente improvável que qualquer um destes ocorra no local do projecto. É possível que a ampla planície de inundação Zambeziana possa resultar em espécies costeiras, como U. luciana alcançando muito de longe o interior do que o máximo de cerca de 80 km observados na África do Sul, mas é altamente improvável, mesmo assim o seu raio pode ser ampliado a montante de Lupata Gorge e chegar até Tete, na área do projecto. Das 23 espécies de Odonata observadas, 14 foram colhidas em 2013, apenas durante o levantamento da estação chuvosa e cinco apenas na estação seca; apenas quatro espécies foram colhidas durante ambos levantamentos. Das seis espécies colhidas ao longo da Estrada de Transporte 6 em Abril de 2014, apenas uma não tinha sido previamente registrada nos levantamentos do projecto. Todas as espécies de Odonata observados (vede Anexo 1) eram espécies comuns e generalizadas que, embora estas possam ser ecologicamente significantes

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como predadores, não são de particular importância para a conservação. A maioria dos espécimes observados e a maioria dos números de espécies capturadas foram nas clareiras do topo do Monte Tenge (13 espécies) e na Zona Ribeirinha (10 espécies) ao longo de um riacho que corre para o rio Revubue a norte do Monte Tenge, e nas margens do próprio Rio Revubue. As taxas de captura mais elevadas nestas áreas era tanto em função da relativa facilidade de captura devido a empoleirar-se e / ou comportamento como era de abundância e diversidade no topo das morro. Assim, é provável que tanto as Florestas Abertas Zambeziana Indiferenciadas e a de Mopani sejam ocupadas por indivíduos que buscam por comida de muitas outras espécies que foram observadas ou capturados nestes habitats.

Cigarrinhas (Insecta: Hemiptera, Cicadellidae) Espécimes de cigarrinha das 10 amostras de redes de arrasto colhidos em cada um dos quatro locais de levantamento, foram classificados como morfoespécies e serão identificados na medida do possível com o apoio de Michael Stiller (Colecção Nacional de Insectos/National Collection of Insects, Pretoria, África do Sul), de forma a fornecer uma medida de referência inicial da diversidade dentro deste grupo indicador e para permitir comparações estatísticas de abundância, diversidade e composição da comunidade entre habitats no local de estudo. Até que os resultados do processo de identificação detalhada estejam disponíveis, pouco pode ser dito sobre as comunidades de cigarrinhas associados aos diferentes habitats do local do Projecto de Ferro da Baobab. No entanto, foi evidente a partir das observações no terreno que os vários tipos de vegetação diferem suficientemente nas características-chave, de modo que as distintas comunidades estarão presente em algumas áreas. Em particular, é provável que, devido às grandes diferenças nas comunidades de vegetação, tais como a sub-floresta limitada e muito pouca abundância e diversidade do capim, a comunidade da Floresta Fechado Zambeziana Indiferenciada será muito diferente dos habitats mais abertos, particularmente aqueles com cobertura de capim mais extensiva (muitas espécies de cigarrinhas especializaram-se em alimentar-se de capim, enquanto que um conjunto de espécies diferentes especializou-se em árvores e arbustos). A incidência de morfoespécies de cigarrinha pelo local de levantamento é apresentada na Tabela A1.4 (Apêndice 1). No total, foram identificadas 96 morfoespécies (vede a Figura 4.1) e diversidade parece ser maior nos habitats de floresta fechada (ver Figura 4.2), provavelmente como resultado de maior diversidade de plantas de folhas largas, e menores na Floresta Zambeziana Indiferenciada Aberta e Floresta de Mopani. Embora a curva de acumulação de espécies combinadas para todos os quatro locais parece estar a começar a estabilizar, as curvas individuais (Figura 4.2) ainda estão a subir abruptamente, indicando a necessidade de intensificar a elevar significativamente a intensidade da amostragem de modo a ter-se estimativas fiáveis da diversidade em cada local. Pelo menos, duplicar o número de amostras que devam ser colhidas se o monitoramento da diversidade da cigarrinha tiver que ser realizado.

Figura 4.1: Curva de acumulação de Espécies de Cigarrinhas de todos os locais combinada com estimativas de diversidade ICE e MMM geradas usando EstimateS.

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Figura 4.2: Curva de acumulação de espécies de cigarrinhas para locais individuais com curvas extrapoladas geradas usando EstimateS.

Borboletas (Insecta: Lepidoptera) No total, foram registradas nos levantamentos no terreno 69 espécies de borboleta durante a estação chuvosa e 45 na estação seca. Vinte e nove espécies foram encontradas em ambas as estações, dando um total global de 85 espécies que representa cerca de 40-55% da diversidade prevista do local. Quarenta espécies foram observadas apenas na estação chuvosa, enquanto 16 foram observadas apenas na estação seca. Foram colhidas 21 espécies de borboleta durante o levantamento da estação chuvosa na Estrada de Transporte 6; quatro destas não haviam sido colhidas durante os levantamentos anteriores, elevando o total global para 89. Todas espécies de borboletas colhidas estão listadas e ilustradas na Tabela A1.3 (Apêndice 1). Todas as espécies de borboletas registradas na área do Projecto de Ferro da Baobab são espécies amplamente distribuídas e não são consideradas de elevada significância de conservação. Nenhuma das espécies Moçambicanas de borboletas (Lepidochrysops delicata e Teriomima williami) listadas na Lista Vermelha da IUCN (ambas como Dados Deficientes) foram encontrados e, de facto, apenas uma Lepidochrysops e nenhuma espécie Teriomima foram colhidas. A diversidade global de borboletas foi bastante inferior a esperada na estação chuvosa; pensa-se que tal seja devido, provavelmente, às condições de secagem rápida no final da estação chuvosa; o levantamento da estação seca resultou em um total global superior. A maior diversidade (66 spp.) de borboletas foi encontrada na Floresta Zambeziana Indiferenciada Fechada e Floresta de Mopani (44 spp.), com um número significativamente menor de espécies observadas na Floresta Zambeziana Indiferenciada Aberta (26 spp.) E na zona ribeirinha (18 spp.). A diversidade relativamente alta na Floresta Zambeziana Indiferenciada Fechada foi em grande parte devido ao comportamento de localização de companheiro das borboletas e a associação desse tipo de vegetação com as montanhas na área; Não se deve tomar como uma

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indicação que o grande número de espécies está directamente associada com esta comunidade de vegetação, mas sim como uma indicação da importância estrutural das características da paisagem.

Formigas (Insecta: Hymenoptera – Formicidae) Foi colhido um total de 6.196 espécimes de formigas que representam 145 morfoespécies dos quatro locais em se fez o levantamento. As estimativas da diversidade global de formigas para a área do projecto calculada através de vários métodos no EstimateS 9.1, variam de 153 (Michaelis-Menten) à 198 (Jackknife 2) (vede a Figura 4.3). A diversidade foi menor no local da Floresta de Mopani em relação aos três locais de Floresta Zambeziana Indiferenciada (vede a Figura 4.4). A incidência de morfoespécies de formigas pelo local pesquisado é apresentada na Tabela A1.5 (Apêndice 1); Restrições orçamentais fizeram com que a identificação pudesse ser realizada nesta fase, apenas a nível do género. A comparação dos resultados obtidos pelo método de amostragem (vede apêndice 1, Figuras A1.1 e A1.2) sugere que a recolha manual foi ligeiramente mais eficiente do que a com a armadilha de alçapão, mas que ambos métodos combinados renderam um inventário mais completo; amostragem com a intensidade aplicada provavelmente produz dados suficientes para uma estimativa fiável da diversidade global como as curvas de acumulação estão visivelmente a estabilizar-se (vede a Figura 4.4).

Figura 4.3: Curva de acumulação de espécies de formigas de todos os locais combinadas com estimativas ICE e MMM geradas usando o EstimateS.

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Figura 4.4: Curva de acumulação de espécies de formigas dos locais individuais com curvas extrapoladas geradas usando o EstimateS.

Embora a identificação ao nível de espécies da maioria das espécies de formigas colhidas precisa ainda de ser feita, alguns resultados notáveis podem ser reportados nesta fase. O primeiro foi a descoberta de uma colónia de uma espécie de Mystrium, um género anteriormente conhecido em África com apenas cinco colecções (totalizando 15 espécimes) nos últimos 100 anos, todas de florestas tropicais na África Central e Ocidental (Camarões, República Centro-Africana, Gana e Costa do Marfim). Foram colhidas vinte e quatro espécimes de Mystrium (vede a Placa de 4,5 & Figura 4.5) em um registro na Floresta de Mopani, aumentando substancialmente o número de espécimes desse género registrado da África. Várias espécies de Mystrium são conhecidas de Madagáscar e outras do Sudeste da Ásia, do arquipélago Malaio e da Austrália, mas apenas uma (M. silvestrii) do continente africano. M. silvestrii é conhecida apenas a partir de municípios de zonas florestais húmidas da África Ocidental e Central e parece altamente improvável, apesar das semelhanças morfológicas, que os espécimes colhidos na área do Projecto da Baobab representam a mesma espécie. Está actualmente em curso a revisão das espécies malgaxes e Afro tropicais de Mystrium e o material deste levantamento irá fornecer uma valiosa contribuição à componente de revisão continente Africano. Foram encontrados três amostras adicionais de Mystrium AFRC_mz01 no marco 20.5 km aproximadamente na Estrada de Transporte 6 / Estrada de Transporte 7; a significância desta segunda descoberta é discutida na próxima secção. A segunda descoberta de significância (na Floresta Zambeziana Indiferenciada Aberta) foram dois espécimes de uma espécie de Anillomyrma não descrita, um género até recentemente desconhecido que ocorria em África, mas que agora sabe-se estar presente na Tanzânia, Moçambique e África do Sul. Oito espécimes da espécie Probolomyrmex, outro género raramente encontrado, mais comumente associado a habitats de florestas tropicais, também foram colhidos na Floresta de Mopani. Adicionalmente, foram localizados dois espécimes da então espécie não descrita Proceratium (agora descrita como P. Carri; vede a Placa 4.6) ao longo da Estrada de Transporte 6 / Estrada de Transporte 7, durante o levantamento de Abril de 2014; estes são também discutidos na próxima secção.

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Placa 4.5: Obreira de Mystrium AFRC_mz01; da esquerda para a direita: vista do rosto completo, lateral e dorsal.

Figura 4.5: Distribuição mundial da espécie Mystrium (de Guénard et. al. 2010)

Placa 4.6: Obreira de Proceratium carri; da esquerda para a direita: vista do rosto completo, lateral e dorsal. Outros invertebrados Foi observada uma espécie de cigarra e cujo chamado ainda continuava durante Março de 2013; dois espécimes do sexo masculino foram colhidos em uma árvore no Monte Tenge e provou-se ser uma espécie de Brevisiana, e que não é de interesse da conservação (Martin Villet, pers. pess.). Foram capturados espécimes de várias espécies de formiga-leão e mosca-coruja

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(Neuróptera) e serão enviados para o Dr. Mervin Mansell (USDA, Pretoria) para identificação. Duas espécies de besouro jóia (Buprestidae), também foram colhidos vários lan (Embioptera) e serão também enviados para especialistas relevantes para identificação. Diversidade de invertebrados em relação ao tipo de habitat Foram observados diferentes padrões de diversidade de invertebrados para os vários grupos amostrados. A diversidade de formigas foi maior nos locais de Floresta Zambeziana Indiferenciada, apenas com ligeiras diferenças entre as Florestas fechadas em Ruoni Norte e Monte Tenge e na floresta aberta na proposta área dos resíduos rochosos; a menor diversidade foi observada na Floresta de Mopani. Em contraste, a diversidade de cigarrinhas pareceu mais elevada nos locais de Floresta Zambeziana Indiferenciada Fechada, enquanto que os locais tanto de Floresta Zambeziana Indiferenciada Aberta e Floresta de Mopani tiveram a menor diversidade. A Floresta Zambeziana Indiferenciada Fechada (Ruoni Norte e Sul, Monte Tenge) teve a maior diversidade de aranhas migalomorfas (3), escorpiões (4), libélulas e libelinhas (11) e borboletas (51), embora no caso dos dois últimos grupos tenha sido provavelmente influenciada pelo comportamento de tentativa de acasalamento. Em contraste, na Floresta Zambeziana Indiferenciada Aberta (local proposto para os resíduos rochosos e outros sites) foi encontrado menor números de espécies em todos os grupos, viz. Aranhas migalomorfas (1), escorpiões (2), libélulas e libelinhas (1) e borboletas (20). A Floresta de Mopani teve uma diversidade intermédia observada, com duas aranhas migalomorfas, dois escorpiões, três Odonata e 39 espécies de borboletas. A Zona Ripária não foi pesquisada em detalhe suficiente para permitir comparação objectiva com outros habitats em relação a grupos diferentes de Odonata, mas, para este grupo, a diversidade observada (10 espécies) foi próxima ao da Floresta Zambeziana Indiferenciada Fechada. Não se fez levantamento de Dambos durante o curso da pesquisa devido a questões de acessibilidade, mas é provável que estes tenham relativamente baixa diversidade, mas incluam uma proporção maior de espécies de invertebrados específicas do habitat. No geral, parece que os locais de Floresta Zambeziana Indiferenciada Fechada suportam a maior diversidade de invertebrados e são de particular elevada significância para os aracnídeos mais importantes (escorpiões e aranhas migalomorfas) encontrados durante os levantamentos, enquanto que os locais de Floresta Zambeziana Indiferenciada Aberta e Floresta de Mopani comportam menor diversidade global, mas continuam sendo de importância para as duas espécies mais significantes de formigas encontradas.

4.1.3. Espécies e Invertebrados de Interesse para Conservação

Devido às limitações do conhecimento taxonómico e biogeográfico dos invertebrados, existem relativamente poucas espécies de interesse para conservação formalmente reconhecidas em todo o mundo e estas caem principalmente na taxa mais conhecida e carismática, como borboletas, libélulas e libelinhas. No mundo em desenvolvimento, a disponibilidade de dados sobre espécies de interesse para conservação é geralmente extremamente limitada, mesmo para estes grupos, proporcionando pouco sobre o qual basear a sensibilidade ou avaliação de impacto; esta limitação é especialmente pronunciada em Moçambique. Ekoinfo (2012) listou 208 espécies de invertebrados da lista vermelha de dados para Moçambique, mas esta lista é um pouco enganadora, particularmente no contexto de um projecto do interior, como o Projecto de Ferro da Baobab, uma vez que 190 das espécies são marinhas (corais, moluscos, choco, lulas e lagostas) e 13 são caracóis de água doce, restando somente 5 insectos (duas libélulas, uma libelinha e duas espécies de borboletas) que seriam consideradas terrestre (Odonata têm estágios aquáticos imaturos, portanto, não são inteiramente terrestres). Além disso, a maioria (149) das espécies constantes da lista são classificadas como de Dados Deficientes (46) ou quase ameaçadas (103), e isso inclui as duas borboletas e uma libelinha (todas de dados deficientes), deixando apenas duas espécies de insectos de Moçambique (duas libélulas, ambas classificadas vulneráveis) com um estatuto de lista vermelha de dados formalmente reconhecida. A falta desta lista (ver Apêndice 1) é no entanto, quase inteiramente devida à falta de dados, e não

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pode de forma alguma ser considerada uma indicação de baixos níveis de ameaça para a fauna de invertebrados do país. Em adição às espécies da lista vermelha de dados mencionada acima, Ekoinfo também indicou um número de espécies de invertebrados conhecidas por serem endémicas para Moçambique; essas espécies são também de potencial interesse para conservação, embora na maioria dos casos não existem dados suficientes para determinar quão limitadas as suas variedades estão dentro do país e, portanto, para indicar ou não podem ser ameaçados. Nenhuma das espécies de invertebrados listadas na IUCN moçambicana foram encontradas na área do Projecto de Ferro da Baobab; avaliações de habitats indicam que é altamente improvável que qualquer uma delas poderia ocorrer. No entanto, várias das espécies de invertebrados que foram encontradas devem ser consideradas como de potencial de Interesse para Conservação e necessitam de uma investigação mais aprofundada: Escorpiões: Glabrifrons Opistophthalmus - embora o O. glabrifrons (lato sensu) é considerado comum e disperso, estudos taxonómicos recentes indicam que as espécies como actualmente delimitadas compreendem um complexo de espécies semelhantes, cada uma com uma pequena distribuição. A espécie O. glabrifrons foi descrita originalmente na região de Tete, mas, embora a área tenha sido investigada em Dezembro de 2007-Janeiro de 2008 por Lorenzo Prendini (especialista líder de escorpiões baseado no Museu Americano de História Natural), não foram encontrados exemplares desta espécie. Isto pode indicar que mesmo na região da localidade tipo, a distribuição de Opistophthalmus glabrifrons (stricto sensu) pode ser irregular e/ou limitada. Uroplectes AFRC_mz01 (chubbi_cf) - esta espécie, aparentemente, não descrita merece uma investigação mais aprofundada, uma vez que parece que várias novas espécies deste grupo foram recentemente descobertas, o que sugere que pode haver um complexo de espécies afins, cada uma com uma distribuição limitada que as tornaria vulneráveis à transformação e fragmentação do habitat. Aranhas: Ceratogyrus AFRC_mz01 - esta espécie não descrita deve claramente ter sido colhida anteriormente na natureza, pelo menos uma vez, daí que tenha estado disponível no comércio de animais. No entanto, o facto de que não tenha sido previamente colhida em quaisquer estudos científicos sugere que a sua distribuição pode ser significativamente mais limitada do que a de espécies afins. A sua elevada abundância na área do projecto também sugere que este é o habitat muito apropriado para as espécies e podem estar no centro do seu habitat. Cyphonisia AFRC_mz01 - a amostra colhida ainda não foi identificada até ao nível de espécie, mas, dado que para Moçambique existe apenas um único registo duvidoso deste gênero (Platnick 2014) o que pode representar um gênero completamente diferente (Platnick, comunicação pessoal), é muito provável que a amostra do Projecto de Ferro da Baobab passe a ser uma espécie não descrita, representando o primeiro registo confirmado de gênero em Moçambique. A significância desta espécie de conservação não pode ser determinada nesta fase, mas é possível que ela tenha uma distribuição relativamente limitada e seria vulnerável à destruição e fragmentação do habitat. Dipluridae sp. AFRC_mz01 - esta é provavelmente a descoberta taxonomicamente mais significativa da pesquisa de invertebrados realizada na área do Projecto de Ferro da Baobab; como para o caso do Ceratogyrus discutido acima, a abundância elevada na área do projecto combinado com a não-descoberta anterior de uma espécie tão distinta é sugestiva de uma distribuição relativamente limitada, possivelmente centrado nas condições bioclimáticas típicas do local do projecto e região circundante. As espécies podem, assim, ser também vulneráveis à perda de habitat e outros impactos relacionadas à mineração.

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Heligmomerus AFRC_mz01 - O espécimen colhido exige coloração atípica (Heligmomerus geralmente são extremamente castanho/preto escuras) e é, portanto, muito provavelmente, uma espécie não descrita; como para o Cyphonisia discutida acima, a significância desta espécie de conservação não pode ser determinada nesta fase, mas é possível que ela tenha uma distribuição relativamente limitada e seria vulnerável à destruição e fragmentação do habitat. Idiops AFRC_mz01, Idiops AFRC_mz02 e Idiops AFRC_mz03 - todas estas três espécies de aranhas, provavelmente, não estão descritas e com base nas informações limitadas disponíveis até o momento, parecem ter preferências de habitat específicos dentro da área do Projecto de Ferro da Baobab. Se este for o caso, elas podem (como muitas outras espécies de aranha) ter distribuições limitadas que iriam torná-las vulneráveis à destruição e fragmentação do habitat. Formigas: Anillomyrma AFRC_mz01 - embora esta espécie não esteja descrita e gênero como um todo conhecido do continente Africano de apenas um pequeno número de colecções (uma na África do Sul e duas na Tanzânia, para além do novo registo na área do Projecto de Ferro da Baobab), não há informação suficiente para determinar a significância da descoberta em termos de conservação. Anillomyrma são pequenas formigas de cor clara e que passam facilmente despercebidas, pelo que elas podem não ter sido vistas por outros pesquisadores e podem ter uma distribuição muito mais ampla e maior abundância do que sugerida pelo número limitado de registos. Mystrium AFRC_mz01 - com um total de sete registos (incluindo os dois registros do Projecto de Ferro da Baobab) deste género no continente Africano em mais de 100 anos, é claro que os membros deste gênero muito distinto são extremamente raros (ou, pelo menos, extremamente raramente-encontrados) na região Afro tropical. Quer seja ou não, o material de Moçambique representa uma espécie não descrita (que parece muito provável, dados os regimes bioclimáticos extremamente divergentes prevalecentes na área do projecto e noutras localidades conhecidas do gênero na África Central e Ocidental), a sua presença é de grande significância e ameaças à população local deve ser limitada na medida do possível. A colheita de uma segunda amostra de Mystrium durante o levantamento de Abril 2014 significa que Moçambique é hoje o único país da África continental, em que o gênero foi colhido mais de uma vez, apesar das repetidas tentativas pelo líder de pesquisa de formigas Brian Fisher (ao longo de um período de mais de uma década) para encontrar mais material nos países nos quais tenha sido previamente registados na África Ocidental e Central. Embora possa ser por pura sorte, a colecta de duas amostras de Mystrium em apenas três visitas à região de Tete, enquanto nenhuma foi colhida durante várias pesquisas no Parque Nacional da Gorongosa pela equipe de Gary Alpert sugere que a área do Projecto de Ferro da Baobab é de uma significância particular para estas formigas. Proceratium carri - Esta pequena espécie era conhecida apenas a partir de um único espécime colhido em Abril de 2013 no Parque Nacional da Gorongosa; repetidas viagens para a mesma localidade pela equipe de Gary Alpert não conseguiram encontrar outros exemplares, e a descrição da espécie esteve quase a ser baseada somente com base nessa amostra. Dois espécimes, um operário e uma rainha, claramente pertencentes a esta espécie, foram colhidas em pontos bastante afastados (22 km de distância) ao longo da Estrada de transporte 6/7, durante a pesquisa de Abril de 2014, e os dados destes espécimes foram adicionados ao artigo científico de descrição das espécies apresentado em Hita Garcia et al. (2014). Proceratium são raramente colhidas, mas estão amplamente distribuídas em África; seu pequeno tamanho e movimentos lentos tornam-lhes relativamente difíceis de encontrar e, portanto, a significância da ocorrência de Proceratium Carri na área do Projecto de Ferro da Baobab é mais difícil de determinar. Enquanto algumas ou mesmo todas estas espécies podem vir a ter distribuições suficientemente grandes para não ser significativamente ameaçadas pelo Projecto de Ferro da Baobab, a alta probabilidade de impactos cumulativos substanciais de outros projectos de mineração na região indicaria que o princípio da precaução deve ser aplicado e levar a cabo investigações para

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verificar o grau de vulnerabilidade dessas espécies à perda de habitat e outros impactos relacionadas à mineração.

4.1.4. Avaliação da Estrada de Transporte 6 e Estrada de Transporte 7 numa

perspectiva de invertebrados

Para além dos 12 km a sul, a Estrada de Transporte 7 segue aproximadamente o mesmo trajecto da Estrada de Transporte 6, que foi extensivamente pesquisada em Abril de 2014. Há também uma pequena diferença entre as rotas nos primeiros km, mas a Estrada de Transporte 7 está em mais a cerca de 600m de Estrada de Transporte 6 e passa por habitat bastante semelhante além de evitar grandemente uma parte substancial de uma área mopani/dambo atravessada pela Estrada 6. Avaliação das duas rotas é, portanto, considerada aqui em conjunto, com a avaliação separada apenas das porções que se afastam significativamente. Os primeiros aproximadamente dois quilômetros da Estrada de Transporte 6 (começando no ponto mais próximo do Monte Tenge) compreendem uma floresta aberta indiferenciada em muito bom estado de conservação, com uma porção onde a floresta se torna quase fechada, apesar de existirem algumas casas perto da rota. A partir de 2 a 4 km a rota passa uma pequena comunidade e o habitat torna-se um mosaico de floresta de mopani e dambos e isso continua para além da comunidade por cerca de mais 1,5 km. A partir de cerca de 5,5 km até 8 km o habitat é novamente floresta aberta, com alguns afloramentos rochosos e porções de floresta fechada. A aproximadamente 8 km (S15.79656 E33.82755) há uma área de matagal de bambu, a partir do qual a rota marcada surge num charco de água (S15.79683 E33.82813), perto do qual um pequeno rio (que flui de leste a oeste) passa (S15.79722 E33.82825). Esta área tem muitas palmeiras e uma quantidade significativa de vegetação de zonas húmidas e deve ser considerada altamente sensível e, portanto, evitada. Muitas borboletas (incluindo a espécie Charaxes) estavam bebendo da lama na beira do charco e vários exemplares de aranhas Idiops AFRC_mz03 (espécie não encontrada durante as pesquisas anteriores) foram colhidas nas margens do rio. Houve novas evidências de elefantes usando o charco e cruzando o rio e elefantes foram também ouvidos em movimento no mato algumas centenas de metros para o oeste. A Estrada de Transporte 7 também começa numa floresta aberta indiferenciada em bom estado, mas permanece dentro deste tipo de vegetação por cerca de 3 km antes de entrar no mosaico de floresta mopani/dambo. Ela atravessa perto da margem deste habitat e sai depois de apenas 1 km; em contraste a Estrada de Transporte 6 cruza mais a fundo este mosaico e atravessa aproximadamente 3,5 km deste habitat. Isto resulta que a Haul Road 7 tenha um impacto ligeiramente menor nas zonas húmidas mais sensíveis nesta porção da floresta. A partir de cerca de 4 km até 8 km a Estrada de Transporte 7, assim como a Estrada de Transporte 6, passa por uma floresta aberta, com alguns afloramentos rochosos e porções de floresta fechada. Em seguida, passa pelo mesmo sistema de matagal de bambu/terras húmidas/linha de água cerca de 250 m a nordeste do ponto em que a Estrada de Transporte 6 intersecta com este sistema; o impacto de ambas as opções nesta área sensível seria semelhante e deve ser evitada na medida do possível, talvez pela construção de um troço de estrada levantada em suportes de pilar. Ambas as rotas continuam em seguida através de um mosaico de pequenas áreas mopani/dambo e floresta aberta (o que ocorre onde a altitude é um pouco elevada e há afloramentos rochosos), com um pedaço de floresta Brachystegia fechada perto da marca dos 9 km em S15.80286 E33,83378, que também deve ser evitada, se possível, por desvio de rota (note que isso seria mais difícil para Estrada de Transporte 7 do que para Estrada de Transporte 6, uma vez que a Estrada de Transporte 7 passa mais centralmente pela floresta). As rotas não foram pesquisadas além de 10 km (onde um caminho bem-definido com evidência de trilhas de bicicletas, atravessa a rota e sugere a presença de assentamentos nas imediações), devido a limitações de tempo, mas pareceu tanto a partir de observações no terreno e inspeção posteriores de imagens de satélite, que a vegetação continua a seguir um padrão semelhante ao longo de todo o caminho até o Rio Ncondezi.

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Ao longo desta porção norte das rotas, com excepção de alguns troços particulares de habitat sensível, o ambiente não é, geralmente, muito diferente daquele encontrado nas outras porções da área do projecto previamente pesquisadas. Duas espécies com significância, encontradas durante os levantamentos anteriores (as aranhas babuíno não descritas), foram novamente confirmados como sendo razoavelmente distribuídas, onde havia um habitat adequado ao longo da rota da Estrada de Transporte, e enquanto uma espécie adicional de possível significância foi encontrada (as espécies de aranha Idiops AFRC_mz03), esta pode ser razoavelmente distribuída na região. Isto terá de ser confirmado uma vez que muitas espécies de aranha são bastante específicas do habitat e margens de rios formam uma percentagem muito pequena da área de terra na região. Assim, não há objeção real para a rota que passa por esta região se as zonas sensíveis forem evitadas, embora possa ter uma maior acessibilidade e, portanto, provavelmente mais rápido degradação devido à ocupação humana. A Sul do Rio Ncondezi, para além dos 18 km, de onde a Estrada de Transporte 6 e Estrada de Transporte 7 são em grande parte coincidentes até que divergirem no km 36, a situação é bastante diferente. Embora inicialmente haja uma mistura de habitat semelhante daquele a norte do rio, com uma quantidade razoável de perturbação por corte & queima perto da estrada ao sul do rio, a partir de imediatamente após do km 19 o terreno é mais acidentado, o habitat aparentemente completamente intacto e não é facilmente acessível. A análise das imagens de satélite sugere que este cenário continua até cerca da marca do 24-25 km, após o que os assentamentos se voltam a aparecer novos assentamentos populacionais. Embora nenhumas espécies adicionais de significância foram localizadas, a nova aranha babuíno (Ceratogyrus AFRC_mz01) e aranha com teia de folhas (Dipluridae AFRC_mz01) encontradas na área do projecto, em 2013, bem como Mystrium AFRC_mz01 (no km 20,4 quase diretamente na rota planejada) e Opistophthalmus glabrifrons, foram todas encontradas ao longo desta parte das rotas. A natureza não perturbada e relativamente isolada da área faz dela de grande significância como um refúgio para as espécies e torna essas rotas não-preferenciais na perspectiva de conservação de invertebrados, como impactos indiretos devido ao aumento do acesso que será grave. Para além do km 25-26 o terreno torna-se menos acidentado e o habitat torna-se progressivamente mais perturbado mais ao sul; é principalmente floresta aberta com algumas áreas de mopani. Como na parte norte das rotas, onde quer que houvesse habitat adequado (especialmente afloramentos rochosos) encontramos tanto a aranha babuíno não descrita, Ceratogyrus AFRC_mz01 e a aranha com teia de folhas Dipluridae AFRC_mz01. No km 36 a Estrada de Transporte 7 diverge da Estrada de Transporte 6, mas passa por um habitat muito semelhante até o ponto em que Estrada de Transporte 7 atravessa a estrada para Mwanza (Rota 103). A partir deste ponto a Estrada de Transporte 7 corre mais ou menos paralela a um afluente do Rio Modizo, cruzando este em dois pontos, o segundo dos quais está a cerca de 500 m do da junção com o Modizo; para praticamente todos os 4,5 km de extensão desta secção o tributário encontra-se dentro do tampão de 500 m da estrada. Embora a própria rota parece representar habitat semelhante àquele do norte da Rota 103, impactos de poeiras no afluente podem ser significativos. A partir do km 36 para o final de Estrada de Transporte 7, bem como na área de assentamento adiante (especialmente na sua metade norte), inúmeros afloramentos rochosos estão presentes, que representam habitat adequado para várias das espécies de invertebrados importantes (especialmente Hadogenes granulatus, Ceratogyrus AFRC_mz01 e a aranha com teia de folhas, Dipluridae sp. AFRC_mz01) identificados durante as pesquisas anteriores. A partir do km 36 ao km 50 a Estrada de Transporte 6 continua através da floresta aberta e mopani, alguma das quais é a degradada floresta mopani cerca do km 44; as aranhas mencionadas acima continuam a ocorrer nesta secção. Não encontramos nenhum espécimen do escorpião Uroplectes cf chubbi não descrito em nenhuma área ao longo Estrada de Transporte 6/ 7, mas como não tivemos a oportunidade de fazer pesquisas de luz UV durante a noite nessas vias isso não indica necessariamente a sua ausência; o mais provável é que eles vão ocorrer onde haja um habitat adequado uma vez que

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foram encontrados em dois locais perto de Tete. Nenhumas borboletas, libélulas e libelinhas de significância de conservação foram encontradas ao longo das rotas. A parte mais sensível do Estrada de Transporte 6 e Estrada de Transporte 7 é, assim, do km 19-25, onde estas rotas seguem quase exactamente o mesmo caminho, e ambos os impactos directos e indirectos sobre o habitat não perturbado serão de grande significância e há pouca margem para evitar esses impactos. Secções menores da rota na porção norte também são sensíveis, mas estas provavelmente podem ser facilmentes evitadas por re-alinhamentos relativamente menores ou construção de pontes. Do ponto de vista da conservação de invertebrados nem a Estrada de Transporte 6 nem a Estrada de Transporte 7 seriam a opção preferida, e embora não especificamente pesquisadas pela equipe de invertebrados, parece provável que qualquer uma das rotas alternativas do curso anteriormente avaliados por outros membros da equipe teriam um menor impacto negativo sobre as populações de invertebrados.

4.1.5. Ameaças aos invertebrados

As ameaças potenciais mais significativas para os invertebrados decorrentes da natureza do projecto proposto pela Mina de Ferro da Baobab são, em ordem de grandeza esperada 3: A destruição do habitat e morte de indivíduos durante a limpeza e operações mineiras; esta será particularmente importante tendo em vista o facto de que todas as três características da paisagem representando as mais diversas comunidades de invertebrados (Ruoni Norte, Sul e Monte Tenge) serão especificamente o alvo das operações de mineração que culminarão com a sua destruição completa. A poluição luminosa é muitas vezes o impacto mais significativo de uma operação desta natureza uma vez que grandes áreas de habitat intacto, mesmo bem além dos limites do local do projecto, podem ser expostas a seus efeitos; impactos sobre os insectos podem ter efeitos profundos em outros organismos, tais como morcegos (Eisenbeis 2005, Rich & Longcore, 2005). A poluição luminosa, pelo menos na fase de exploração, é também uma das mais fáceis e eficaz de gestão de todos os impactos do projecto e não deve haver nenhuma razão para impedir que uma mitigação de muito sucesso seja implementada. Invasão por espécies exóticas é, provavelmente, um dos potenciais impactos mais significativos de todo o desenvolvimento na perspectiva de invertebrados terrestres, e também pode ter muito significativo de grandes repercussões que podem ter impacto em praticamente todos os aspectos do ecossistema circundante. As condições ambientais extremas (particularmente temperatura) na região de Tete podem, contudo, tornar habitats aqui menos susceptível a invasão uma vez ser reduzida a chance de as condições bioclimáticas locais serem óptimas para algumas espécies invasoras. No entanto, é necessário um programa de prevenção, monitoramento e controlo de espécies invasivas para minimizar os impactos (ver secção 6.3). Mortalidade na Estrada pode resultar na perda de um número significativo de invertebrados terrestres e aéreos; este é um impacto difícil de eliminar, mas um rigoroso controlo dos limites de velocidade pode reduzi-lo de forma significativa - a velocidades inferiores a 40 km/h muito poucos insectos voadores são mortos, embora a redução no número de mortes é provavelmente menos pronunciada em relação a espécies rastejantes.

3 A magnitude real de vários impactos variará com factores tais como operações de mineração actuais, nível de mitigação aplicadas e variação

local na sensibilidade das comunidades de invertebrados para os impactos específicos.

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Poluição da poeira pode resultar tanto em impactos directos (por exemplo, o bloqueio de espiráculo levando a interferência com a respiração) e indirectos (por exemplo, através de impactos de poeira sobre as plantas, resultando em menor disponibilidade de alimento para invertebrados) sobre invertebrados em habitats não transformados à volta do local do projecto. O aumento da frequência de fogo pode resultar em alteração significativa de comunidades vegetais, com consequente efeitos em cadeia sobre a assembleia de invertebrados associados, resultando, assim como directamente na morte de mais elevado do que os números normais de indivíduos. A poluição sonora e vibração; muitos invertebrados, especialmente cigarras, gafanhotos e grilos, utilizam comunicação sonora, enquanto muitos outros, incluindo a maioria das aranhas e escorpiões, usam a vibração para a detecção de presas, reconhecimento de parceiros e determinação da sua posição nos seus refúgios. O impacto global de ruído e vibração em comunidades de invertebrados pode, assim, ser bastante substancial próximo às operações de mineração. No entanto, esses impactos são geralmente localizados e, pelo menos no que respeita a detonação, normalmente restrita a um curto período diário.

4.2. Ecossistemas Sensíveis

Cumes rochosos e colinas no local de estudo oferecem habitat importante para muitas das espécies de invertebrados considerados como potenciais SCC; por exemplo Ceratogyrus AFRC_mz01, especialmente espécimes menores, foram mais frequentemente encontrados em tocas debaixo de pedras, e todos os espécimes encontrados da aranha Dipluridae sp. AFRC_mz01 foram encontrados sob rochas ou pedras. A importância acrescida desses afloramentos como locais no topo das colinas, onde muitas espécies de borboletas, Odonata e outros insectos se reúnem para encontrar companheiros os torna de grande significado para a protecção dos invertebrados na área.

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5. QUESTÕES CHAVE DA FAUNA E RECOMENDAÇÕES Inúmeros impactos que afectam a fauna de invertebrados sobreviventes nas áreas propostas da mina podem surgir a partir das fases de construção e operacionais do desenvolvimento de mineração proposto, bem como durante o decomissionamento. Estes podem ser agrupados nas seguintes questões e impactos relacionados:

Questão 1: Perda de habitat o Impacto 1: Perda de Diversidade de Invertebrados

Questão 2 - Perturbação dos movimentos da fauna o Impacto 2: Perturbação dos movimentos da fauna

Questão 3 - Invasão de fauna exótica o Impacto 3: Invasão de espécies de fauna exótica

Questão 4 – Poluição o Impacto 4: Poluição luminosa em invertebrados o Impacto 5: Poluição Sonora em invertebrados o Impacto 6: Poluição de Poeiras

5.1. Questão 1: Perda de habitat

A área de estudo está localizada dentro da floresta Zambeziana e Mopani. A diversidade da fauna de invertebrados é alta, mas floristicamente esta área não é muito diversificada, muitas vezes devido à predominância de mopani (Colophospermum mopani). A descoberta de uma colônia de uma espécie de Mystrium, um género anteriormente conhecido em África a partir de apenas cinco colecções (totalizando 15 espécimes) nos últimos 100 anos, todas a partir de florestas tropicais na África Ocidental e Central. 24 espécimes de Mystrium foram colhidos num tronco na floresta de Mopani, aumentando substancialmente o número de espécimes desse gênero registados em África; uma segunda recolha de três espécimes na Floresta Indiferenciada Aberta, nas Estradas de transporte 6/7 torna a área do projecto de alta significância para este género em África. O desenvolvimento da mina propõe escavar os principais afloramentos rochosos no local (por exemplo, Tenge, Ruoni Norte e Ruoni Sul), mas nenhuns vertebrados endémicos ou espécies de interesse para conservação foram encontrados nesses locais. No entanto, muitos Uroplectes AFRC_mz01 (chubbi cf) fêmeas foram colhidos na serapilheira no Monte Tenge; a espécie é pouco descrita, mas foi localizada em outro lugar na região de Tete. Além disso, uma espécie não descrita de Ceratogyrus (aranha babuina com chifres) foi encontrada em todos os tipos de habitats pesquisados em toda a área do projecto, mas ela parecia particularmente abundante nas elevações rochosas, especialmente Ruoni Norte e Ruoni Sul. Além disso, uma aranha com teia de folhas ainda não descrita na família Dipluridae que se acredita representar um género não descrito foi colhida somente na floresta indiferenciada fechada (que é encontrada predominantemente nas colinas), durante o inquérito na estação chuvosa, embora também tenha sido encontrada em afloramentos rochosos em áreas planas de floresta indiferenciada aberto durante o levantamento da estação seca. Impacto 1: Perda da diversidade de invertebrados Causa e Comentário: A remoção da vegetação e afloramentos rochosos do Monte Tenge vai causar um impacto negativo ELEVADO nos invertebrados, a longo prazo, como muitos indivíduos serão removidos durante a limpeza e escavação, e alguns habitats, incluindo uma localização muito significativa no topo das montanhas, será definitivamente perdida. Da mesma forma, áreas cobertas por empilhamentos de estéril e outras infraestruturas serão transformadas, pelo menos, a longo prazo, ou de forma permanente. A pressão sobre as populações de invertebrados nas vizinhanças do projecto, pode também ser agravado por um aumento de assentamentos humanos na área com

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um aumento resultante no uso de insecticidas dirigidos a mosquitos, moscas e outras pragas ou espécies irritantes. A mitigação no Monte Tenge está limitada à pouco desmatamento possível na vegetação e afloramentos rochosos durante as fases de construção e operacionais; devido à localização do corpo de minério, a mitigação terá um efeito limitado sobre a significância do impacto. Medidas de mitigação:

Evitar o desmatamento ou degradação de habitats naturais.

Reduzir a condução noturna desnecessária nas estradas e fazer cumprir rigorosamente os limites de velocidade (40 km/h recomendados) na área do projecto.

Reabilitar áreas transformadas tais como empilhamentos de estéril, planta de processamento e outras infraestruturas, tanto quanto prático após o decomissionamento; uma vez que a o poço aberto não pode ser aterrado progressivamente, o solo superficial removido desta área poderia ser utilizado para cobrir as áreas a serem reabilitadas.

Minimizar o uso de inseticidas entre outros através da implementação de mitigação de poluição luminosa, conforme recomendado abaixo na questão 4.

Compensações para combater a inevitável perda de habitat sensível significativa devido à mineração de Tenge Colina deve ser considerada.

Estradas de Transporte 1A e 1B; 2 e 4 As actividades de mineração nas rotas do Norte terão um impacto negativo MODERADO de longo prazo, uma vez que alguns habitats serão definitivamente perdidos e a mortalidade rodoviária irá ocorrer. A mitigação pode limitar a quantidade e o momento da retirada de vegetação para reduzir o impacto. Estrada de Transporte 3 Esta estrada já está estabelecida com grandes quantidades de vegetação removidas até o momento. As actividades de mineração terão um impacto negativo MODERADO de longo prazo, uma vez que alguns habitats adicionais serão definitivamente perdidos e a mortalidade rodoviária irá ocorrer. A mitigação pode limitar a quantidade e o momento de qualquer remoção de vegetação adicional para reduzir o impacto para BAIXO. Estrada de Transporte 5 O impacto sobre os invertebrados perto da água e rios causado pela construção de pontes ao longo das estradas de transporte 5 vai definitivamente acontecer (embora menos cursos de água são cruzados na parte norte do que pelas Estradas de Transporte 6 ou 7) e terá um impacto MODERADO. Com medidas de mitigação este será reduzido para BAIXO. Estradas de Transporte 6 e 7 A estrada de transporte 6 passa quase inteiramente através de um habitat não transformado com pouca perturbação induzida pelo homem, representando florestas de mopani e indiferenciadas, dambos, nascentes e rios. Na porção central (a partir de cerca de 19 km até a marca de 26 km) o percurso atravessa uma zona que está intacta e actualmente acessível apenas a pé. A perda de habitat e da mortalidade rodoviária vai definitivamente ocorrer e, juntamente com os impactos secundários devido ao aumento da acessibilidade das zonas intactas, a construção desta estrada teria um impacto Permanente grave. Com medidas de mitigação este poderia ser reduzido a MODERADO /ELEVADO. Área de Projecto

Impacto Efeito Risco ou

Probabilidade

Significância Geral Escala Temporal

Escala Espacial

Gravidade do Impacto

Sem Mitigação

Permanente Área de Estudo Grave Definitivo ELEVADA-

Com Permanente / Área de Estudo Moderado/ Grave Definitivo MODERADA /

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Mitigação Longo Prazo ELEVADA-

Estrada de Transporte 1A & 1B

Sem Mitigação

Permanente Área de Estudo Grave Definitivo MODERADA-

Com Mitigação

Permanente Localizado Moderado Provável BAIXA-

Estrada de Transporte 2 e 4

Sem Mitigação

Permanente Área de Estudo Grave Definitivo MODERADA -

Com Mitigação

Permanente Localizado Moderado Provável BAIXA-

Haul Road 3

Sem Mitigação

Permanente Área de Estudo Moderado Definitivo MODERADA -

Com Mitigação

Permanente Localizado Ligeiro Provável BAIXA-

Estrada de Transporte 5

Sem Mitigação

Permanente Área de Estudo Grave Definitivo MODERADA -

Com Mitigação

Permanente Localizado Moderado Provável BAIXA-

Estrada de Transporte 6

Sem Mitigação

Permanente Área de Estudo Grave Definitivo ELEVADA -

Com Mitigação

Permanente Localizado Moderado/ Grave Provável MODERADA / ELEVADA-

Estrada de Transporte 7

Sem Mitigação

Permanente Área de Estudo Grave Definitivo ELEVADA-

Com Mitigação

Permanente Localizado Moderado/ Grave Provável MODERADA / ELEVADA-

5.2. Questão 2: Perda de Invertebrados SCC

Nenhuma das duas espécies ameaçadas (Vulnerável) de invertebrados nem as três listadas como Dados Deficientes na Lista Vermelha da IUCN foram localizadas durante os levantamentos e é considerada altamente improvável que qualquer uma dessas espécies pode ocorrer no local. No entanto, foram encontradas várias espécies de invertebrados de potencial interesse de conservação; estas incluem, pelo menos, duas (possivelmente até sete) espécies de aranha migalomorfa não descritas, algumas espécies de formigas e escorpiões não descritas e uma outra espécie de escorpião com uma distribuição potencialmente localizada. Futuros levantamentos, sem dúvida, descobrirão ainda mais espécies endêmicas da região e é claro que o local é representativo de uma área não perturbada com a diversidade de invertebrados significativa, numerando muitos milhares de espécies. Uma vez que impactos negativos substanciais nas espécies de invertebrados e comunidades presentes no local são inevitáveis, mesmo com a mitigação, e os habitats mais sensíveis no local são aqueles directamente direccionados para a mineração, será importante considerar o potencial de compensações para combater estes efeitos e produzir um impacto global positivo, ou pelo menos sem perda líquida. Impacto 2: Perda de Espécies de Interesse para Conservação (SCC) Causa e Comentário: Embora nenhuma das espécies de invertebrados formalmente avaliadas considerada de interesse de conservação em Moçambique foi localizada durante as pesquisas na área do projecto, várias outras espécies de significância foram encontradas e estas devem ser consideradas como SSC. Estas incluem, pelo menos, duas (possivelmente sete) espécies de aranha migalomorfa não descritas, espécies de formigas e escorpiões, provavelmente, não descritas e uma outra espécie

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de escorpião com uma distribuição potencialmente localizada. Impactos directos relacionados ao projecto sobre estas espécies resultará do desmatamento do habitat com a morte resultante e ferimentos durante as operações de limpeza e de perda de habitat. A remoção da vegetação e afloramentos rochosos do Monte Tenge vai, assim, causar um impacto negativo ELEVADO nos invertebrados SCC, a longo prazo, já que muitos indivíduos serão removidos durante a limpeza e escavação, e o habitat importante será definitivamente perdido. O aumento da exploração dos invertebrados de SCC (especialmente aranhas babuíno e escorpiões) para o comércio de animais pode resultar da melhoria do acesso rodoviário e aumento do tráfego na área. Medidas de mitigação:

Evitar a limpeza ou destruição de habitats intactos.

Manter a conectividade do habitat, particularmente às áreas protegidas, através de corredores de habitat.

Reduzir a exploração de invertebrados sensíveis, por exemplo, aranhas babuíno, escorpiões e escorpiões de galerias, por meio de programas educacionais

Estabelecer detecção, monitoramento e protecção de espécies vulneráveis, e desenvolvimento de medidas eficazes de conservação como parte de um Plano de Gestão de Conservação

Investigações para determinar a vulnerabilidade provável de espécies de invertebrados de potencial interesse de conservação de impactos relacionados com o projecto, bem como os impactos cumulativos prováveis são recomendadas; idealmente a presença das espécies destacadas como potencial SCC deve ser confirmada em áreas fora do local do projecto proposto que poderiam ser protegidas a longo prazo.

Estradas de Transporte 1A e 1B, 2 e 4 As actividades de mineração nas rotas do Norte terão um impacto negativo MODERADO a longo prazo, como alguns habitats serão definitivamente perdidos e a mortalidade rodoviária irá ocorrer. A mitigação pode limitar a quantidade e o momento da retirada de vegetação para reduzir o impacto. Estrada de Transporte 3 Esta estrada já está estabelecida com grandes quantidades de vegetação removidas até o momento. As actividades de mineração terão um impacto negativo MODERADO de longo prazo, uma vez que alguns habitats adicionais serão definitivamente perdidos e a mortalidade rodoviária irá ocorrer. A mitigação pode limitar a quantidade e o momento de qualquer remoção de vegetação adicional para reduzir o impacto para BAIXO. Estrada de Transporte 5 O impacto sobre invertebrados perto da água e rios causados pela construção de pontes ao longo das estradas de transporte 5 vai certamente ocorrer e terá um impacto moderado. Com medidas de mitigação desse impacto será reduzido. O impacto sobre os invertebrados perto da água e rios causado pela construção de pontes ao longo das estradas de transporte 5 vai definitivamente acontecer e terá um impacto MODERADO. Com medidas de mitigação este será reduzido. Estrada de Transporte 6 A estrada de transporte 6 passa quase inteiramente através de um habitat não transformado com pouca perturbação induzida pelo homem, representando florestas de mopani e indiferenciadas, dambos, nascentes e rios. Na porção central (a partir de cerca de 20 km até a marca de 25 km) o percurso atravessa uma zona que está intacta e actualmente acessível apenas a pé. A perda de habitat e para espécies significantes tais como Mystrium afrc_mz01 e espécies de aranhas não descritas vai definitivamente ocorrer e terá um impacto ELEVADO, juntamente com os impactos secundários devido ao aumento da acessibilidade das zonas intactas, a construção desta estrada teria um impacto Permanente grave de significância ELEVADA, uma vez que a mitigação não é possível.

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Estrada de Transporte 7 A estrada de transporte 7 passa quase inteiramente através de um habitat não transformado com pouca perturbação induzida pelo homem, representando florestas de mopani e indiferenciadas, dambos, nascentes e rios. Na porção central (a partir de cerca de 20 km até a marca de 25 km) o percurso atravessa uma zona que está intacta e actualmente acessível apenas a pé. A perda de habitat e para espécies significantes tais como Mystrium afrc_mz01 e espécies de aranhas não descritas vai definitivamente ocorrer e terá um impacto ELEVADO, juntamente com os impactos secundários devido ao aumento da acessibilidade das zonas intactas, a construção desta estrada teria um impacto Permanente grave de significância ELEVADA, uma vez que a mitigação não é possível. Área do Projecto

Impacto Efeito Risco ou

Probabilidade

Significância Geral Escala Temporal Escala Espacial

Gravidade do Impacto

Sem Mitigação

Permanente Área de Estudo Grave Definitivo ELEVADA -

Com Mitigação

Longo Prazo Área de Estudo Moderado Definitivo MODERADA-

Estrada de Transporte 1A & 1B

Sem Mitigação

Permanente Área de Estudo Moderado Provável MODERADA -

Com Mitigação

Permanente Localizado Ligeiro Pode Ocorrer MODERADA /BAIXA -

Estrada de Transporte 2 e 4

Sem Mitigação

Permanente Área de Estudo Moderado Provável MODERADA -

Com Mitigação

Permanente Localizado Ligeiro Pode Ocorrer MODERADA /BAIXA -

Estrada de Transporte 3

Sem Mitigação

Permanente Área de Estudo Ligeiro

Pode Ocorrer MODERADA -

Com Mitigação

Permanente Localizado Ligeiro

Ligeiro BAIXA -

Estrada de Transporte 5

Sem Mitigação

Permanente Área de Estudo Moderado Provável MODERADA -

Com Mitigação

Permanente Localizado Ligeiro Pode Ocorrer MODERADA / BAIXA-

Estrada de Transporte 6

Sem Mitigação

Permanente Área de Estudo Grave Definitivo ELEVADA -

Com Mitigação

Permanente Área de Estudo Moderado /Grave Definitivo ELEVADA -

Estrada de Transporte 7

Sem Mitigação

Permanente Área de Estudo Grave Definitivo ELEVADA -

Com Mitigação

Permanente Área de Estudo Moderado /Grave Definitivo ELEVADA-

5.3. Questão 3: Invasão de fauna de Invertebrados Exóticos

Impacto 3: Invasão de espécies de invertebrados exóticos Causa e Comentário Desenvolvimentos lineares e fragmentação do habitat criam condições adequadas para a invasão de espécies exóticas. A invasão por espécies de invertebrados exóticos é provavelmente um dos potenciais impactos mais significativos do ponto de vista de invertebrados terrestres, e também pode ter efeito dominó muito significativo que poderia afectar praticamente todos os aspectos do ecossistema circundante e vão muito além da zona de impacto direto do projecto. A formiga

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invasiva Monomorium destructor já foi registada em Moçambique e várias outras espécies de formigas invasoras (incluindo Anoplolepis gracillipes, Monomorium floricola, Paratrechina longicornis e Tapinoma melanocephalum), bem como de outros invertebrados invasivos, têm uma alta probabilidade de se estabelecer neste país. Espécies de invertebrados invasoras são geralmente transportadas para novas áreas através de materiais de construção, e sua criação e disseminação é frequentemente reforçada por perturbação dos ecossistemas naturais. Os grandes volumes de materiais que seriam necessários para serem transportados para o local de construção transportam um risco muito elevado de que as espécies invasoras serão transportadas para o local desta forma. As grandes áreas que serão perturbadas, bem como a longa duração das perturbações relacionadas com mineração, irão proporcionar condições ideais e ampla oportunidade para o estabelecimento e disseminação de espécies invasoras no local. O impacto de uma espécie de formigas invasoras pode ser muito grave, pois pode deslocar muitas das espécies de formigas indígenas e competir por recursos como alimento e locais de nidificação, bem como impactando directamente para outras espécies; por exemplo, tem sido relatado Monomorium floricola é um predador significativo de ovos de borboletas e resultaria numa diminuição da população de espécies de borboletas nativas (IUCN SSC Invasive Species Specialist Group, http://www.issg.org/). Invasão de fauna exótica pode ocorrer em todas as fases (construção, operação, e decomissionamento / encerramento), mas será mais significativa durante a fase operacional, quando os impactos ambientais são ao mais alto, e quando o movimento por pessoas e tráfego de e para a área atingem o pico. Medidas de mitigação:

Instituir controlo estrito sobre materiais trazidos para local, que devem ser inspecionados para potenciais espécies invasivas e / ou medidas tomadas para erradicar estes antes do transporte para o local. Duas abordagens possíveis são:

o inspecção visual de todos os materiais, em particular os que foram armazenados em locais de alto risco, para a presença de espécies invasoras e aplicar controle tópico (por exemplo, pulverização directa com inseticidas de acção residual de baixa), quando necessário; e

o Fumigação de rotina ou pulverização de todos os materiais com inseticidas

apropriados de baixo resíduo antes do transporte para ou em uma área de quarentena no local. A segunda opção requer pessoal menos treinado, mas, provavelmente, resultar em muito maior uso de pesticidas.

Deve ser monitorada a presença de espécies exóticas, como as espécies de formigas listadas acima, que não são actualmente conhecidas da região.

As espécies exóticas devem ser erradicadas assim que elas aparecem.

Reabilitar áreas perturbadas tão rapidamente quanto possível para reduzir a área onde as espécies invasivas teriam uma vantagem forte e seriam mais facilmente capazes de estabelecer.

Instituir controlos estritos sobre materiais e equipamentos a serem transportados para longe do local, para minimizar o risco de que as espécies da área do projecto da Capitol poderiam ser transportadas para fora da sua área de distribuição natural e potencialmente se tornar vagabundo ou espécies invasoras em outros lugares).

Os programas de monitoramento e medidas de controlo devem ser desenvolvidos com referência, nomeadamente, a informação fornecida pela IUCN SSC Invasive Species Specialist Group (http://www.issg.org/). Declaração de significância Área de Projecto Isso causará um impacto negativo ELEVADO, a longo prazo, como não existe actualmente nenhuma espécie comensal exótica comum, por exemplo, espécies de formigas invasoras

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estabelecidas na área do projecto. A mitigação deste impacto implica na medida do possível evitar a introdução, monitorar o aparecimento de espécies exóticas e extirpá-las o mais rápido possível antes que populações significativas se estabeleçam. Se mitigado correctamente, provavelmente irá reduzir este impacto a BAIXO, mas isso exigirá uma implementação rigorosa e contínua das medidas de mitigação, como o impacto resultante de um único evento de invasão bem-sucedida pode ser grave. Opção de Estrada de Transporte 1A e 1B, 2; 3; 4 e 5 Estas opções de estrada causarão um impacto negativo ELEVADO, a longo prazo, como não existe actualmente nenhuma espécie comensal exótica comum, por exemplo, espécies de formigas invasoras estabelecidas na área do projecto, mas o aumento do tráfego ao longo deste curso, provavelmente, causará introduções acidentais. Se mitigado correctamente este, provavelmente, irá reduzir o impacto a BAIXO. Estrada de Transporte 6 e 7 Estas causarão um impacto negativo ELEVADO, a longo prazo, como não existe actualmente nenhuma espécie comensal exótica comum, por exemplo, espécies de formigas invasoras estabelecidas na área do projecto, mas as actividades de construção, o aumento de tráfego e de assentamentos ao longo deste curso, provavelmente, trará introduções acidentais. Se mitigado correctamente provavelmente irá reduzir este impacto a MODERADO. A Estrada 6 passa quase inteiramente através de um habitat não transformado com pouca perturbação induzida pelo homem, e na porção central (a partir de cerca de 20 km até a marca de 25 km) numa área que está intacta e actualmente acessível apenas a pé. A significância da introdução de espécies invasoras nesta área seria maior do que para as outras curso de rotas que passam principalmente por áreas menos imaculadas. Área do Projecto

Impacto Efeito

Risco ou Probabilidade

Significância Geral Escala Temporal

Escala Espacial

Gravidade do Impacto

Sem Mitigação

Longo Prazo Área de Estudo Grave Ocorre Provavelmente

ELEVADA -

Com Mitigação

Longo Prazo Área de Estudo Ligeira Ocorre Provavelmente

BAIXA -

Estrada de Transporte 1A & 1B

Sem Mitigação

Permanente Área de Estudo Grave Ocorre Provavelmente

ELEVADA -

Com Mitigação

Permanente Localizado Ligeira Ocorre Provavelmente

MODERADA / BAIXA -

Estrada de Transporte 2 e 4

Sem Mitigação

Permanente Área de Estudo Grave Ocorre Provavelmente

ELEVADA -

Com Mitigação

Permanente Localizado Ligeira Ocorre Provavelmente

MODERADA / BAIXA -

Estrada de Transporte 3

Sem Mitigação

Permanente Área de Estudo Grave Ocorre Provavelmente

ELEVADA -

Com Mitigação

Permanente Localizado Ligeira Ocorre Provavelmente

MODERADA / BAIXA -

Estrada de Transporte 5

Sem Mitigação

Permanente Área de Estudo Grave Ocorre Provavelmente

ELEVADA -

Com Mitigação

Permanente Localizado Ligeira Ocorre Provavelmente

MODERADA / BAIXA -

Estrada de Transporte 6

Sem Mitigação

Permanente Área de Estudo Grave Definitivo ELEVADA -

Com Mitigação

Permanente Área de Estudo Moderada/Grave Definitivo MODERADA / ELEVADA -

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Estrada de Transporte 7

Sem Mitigação

Permanente Área de Estudo Grave Definitivo ELEVADA -

Com Mitigação

Permanente Área de Estudo Moderada/Grave Definitivo MODERADA / ELEVADA -

5.4. Questão 4: Poluição

Impacto 4: Poluição Luminosa Causa e comentário Após a destruição do habitat, A poluição luminosa é provavelmente o único potencial impacto mais significativo de um desenvolvimento da mineração sobre as populações de invertebrados, mas ao contrário de perda de habitat é um dos impactos mais facilmente gerenciados. Os efeitos da iluminação artificial sobre populações de insectos pode ser muito significativo, resultando na morte de muitos milhares de indivíduos a cada noite, e causando um efeito de drenagem muito substancial (“dissipação da população”) sobre as populações vizinhas. Outros impactos podem incluir a interferência com comportamentos normais de forrageamento e acasalamento, resultando em reduções menos imediatas, mas igualmente significativas nos níveis de população natural. Os efeitos consequentes em cadeia, dado o papel vital que os invertebrados jogam no funcionamento dos ecossistemas, pode afectar praticamente todos os componentes do ecossistema circundante (Rich & Longcore 2005). Os impactos podem afectar a composição da comunidade de outros grupos animais; por exemplo, os morcegos que são capazes de aprender a explorar fontes de luz artificial para forrageamento podem deslocar outras espécies de morcegos que não se alimentam em torno de luzes (Rydell 2005) Impactos directos de luzes artificiais, tais como postes de vapor de mercúrio de alta pressão podem estender-se até cerca de 600 m ou mais a partir da fonte (Eisenbeis 2005), e o efeito de drenagem resultante da depleção contínua das populações dentro desta zona, provavelmente irá provocar uma diminuição significativa na população e densidade de espécies afectadas até, pelo menos, várias vezes essa distância. Alto nível de iluminação não blindado poderia estender assim substancialmente a área de impacto directo, com menor intensidade os impactos indirectos potencialmente ser significativa sobre uma área muito grande. Esses impactos seriam contínuos ao longo da vida do projecto, e em nossa opinião, nenhuma justificativa pode ser feita para permitir que tais impactos facilmente controláveis ocorram. Mitigação e Gestão

Iluminação visível do exterior deve ser mantida a um mínimo absoluto, e sempre que possível, as fontes de luz de comprimento de onda longa (por exemplo, laranja) devem ser usadas. A iluminação recomendada é consistente com a operação noturna segura quanto o comprimento de onda recomendado é aquele a que os olhos humanos são particularmente sensíveis (lâmpadas de vapor de sódio de baixa pressão são muitas vezes utilizados na iluminação da estrada por este motivo. Em áreas onde existe uma elevada dependência em reconhecimento de cores devem ser utilizadas fontes de luz localizadas de largo espectro e cuidadosamente dirigidas;

Iluminação interna deve, na medida do possível, ser protegida por persianas, cortinas ou eliminando janelas para o exterior em projetos de construção, para evitar a emissão de luz para os ambientes naturais circundantes;

Se a iluminação externa das estruturas é essencial (por exemplo, por razões de segurança), as fontes de luz devem ser direcionadas para dentro, a fim de iluminar a estrutura e resultando que esta se torne uma grande fonte de luz difusa, ao invés de ter fontes pontuais brilhantes dirigida para fora para o ambiente natural. Sempre que possível, os sistemas de detecção de infravermelhos ou outras devem ser utilizadas para accionar as luzes só quando uma potencial intrusão é detectada, de modo que o uso contínuo de iluminação externa é limitado;

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Devem ser usadas fontes de luz de longos comprimentos de onda (pelo menos 550 nm, de preferência mais de 575 nm), de preferência de vapor de sódio de baixa pressão, ou LEDs amarelas, uma vez que estas resultam numa perturbação muito baixa de populações de insetos. Menos preferível, mas ainda melhor do que o vapor de mercúrio, iodetos metálicos ou lâmpadas de halogéneo, seriam o vapor de sódio de alta pressão ou LEDs brancas quentes. Opções de LED, embora inicialmente mais caras, podem ser mais econômicas e ambientalmente amigáveis, a longo prazo, pois é possível um período de vida de 20 anos, a um uso diário de 12 horas, com eficiência comparável à iluminação fluorescente. Outra alternativa é a utilização de filtros ultravioleta (UV), que podem reduzir a atracção de insectos para as lâmpadas de alta pressão de vapor de mercúrio para um nível inferior aos das lâmpadas de alta pressão de vapor de sódio. Luzes fluorescentes normais, incluindo versões compactas, não devem ser usadas fora, uma vez que uma quantidade significativa de luz UV é emitido por elas, e esta é altamente atractiva para os insectos.

Note-se que a mitigação da poluição luminosa em termos de populações de invertebrados e vertebrados pode, em alguns casos, estar em conflito com as medidas adequadas para a mitigação do impacto visual numa perspectiva humana (por exemplo, iluminação amarela não é recomendada para o último caso, pois os olhos humanos são particularmente sensíveis a esta parte do espectro). No entanto, a mitigação do impacto visual, relativo a iluminação inclui maximizar o mascaramento físico dos componentes do projeto (por exemplo, usando árvores), que deve compensar adequadamente o uso de iluminação de longo comprimento de onda recomendado numa perspectiva de invertebrados. Um ponto de concordância completa entre todas estas disciplinas é que o mínimo (de preferência zero) utilização de iluminação externa é ideal. Os requisitos para a mitigação da poluição luminosa na perspectiva dos invertebrados irão provavelmente estar em conflito com os requisitos de construção e operação, pois a iluminação a base de vapor de sódio de baixa pressão ou equivalente recomendada produz uma luz de um comprimento de onda a que o olho humano é particularmente sensível. Iluminação ideal para construção, escavação e outros trabalhos relacionados ao projeto podem, assim, ser obtida sem um impacto indevido sobre as populações de invertebrados. Isto não pode, contudo, ser ideal do ponto de vista do impacto visual, mas se a iluminação é dirigida para dentro o impacto visual para os seres humanos fora da área do projeto seria minimizado. Tais medidas seriam benéficas para o ambiente natural (ao limitar a perturbação e morte de invertebrados) e para o pessoal do projeto, pois a iluminação é mais eficazmente utilizada e o número de insetos irritantes atraído para a área do projeto é minimizado. A atenuação da poluição luminosa não deve limitar-se à área operacional, mas deve ser implementada em toda área de projeto, incluindo áreas residenciais. Mitigação dos impactos da poluição luminosa ao longo da estrada de transporte pode ser efectuada pela minimização do uso de estradas à noite, ou usando filtros amarelos sobre os faróis, mas espera-se que esses impactos sejam de significância baixa em qualquer dos casos, pelo que a mitigação não é considerada essencial. Dois níveis de mitigaçaõ para a área do projecto são considerados na tabela abaixo; Mitigação completa em que todas as recomendações sejam implementadas e as preferidas (vapor de sódio de baixa pressão ou equivalente) fontes de luz utilizadas para iluminação exterior e Mitigação parcial, onde as opções menos preferidas (vapor de sódio de alta pressão ou equivalente) de fontes de luz são usadas para alguma ou toda iluminação exterior. Declaração de significância Área de Projecto A poluição luminosa seria esperada para iniciar na fase de construção e continuar durante toda a operação da mina e vai certamente resultar em um impacto negativo alto no longo prazo na área do projeto. A significância ambiental deste impacto não mitigado seria alta, mas com implementação total da mitigação esta iria reduzir a BAIXA. Todas as Opções de Estradas de Transporte

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A poluição luminosa ao longo das rotas da Haul Road iria ocorrer durante toda a vida do projeto, desde a construção até o descomissionamento, mas seria limitada aos faróis dos veículos e seria, portanto, intermitente e de curta duração, em qualquer ponto ao longo de uma rota. Embora potencialmente um factor que contribui para o aumento da mortalidade rodoviária, a significância ambiental deste impacto não mitigado seria BAIXA e não exigiria qualquer mitigação. Area do Projecto

Impacto Efeito Risco ou

Probabilidade

Significância Geral Escala Temporal

Escala Espacial

Gravidade do Impacto

Sem Mitigação

Longo Prazo Área de Estudo Grave Definitivo ELEVADA

Com Mitigação parcial

Longo Prazo Área de Estudo Moderada Definitivo MODERADA-

Com Mitigação completa

Longo Prazo Localizado Baixa Pode ocorrer BAIXA-

Estrada de Transporte 1A & 1B

Sem Mitigação

Longo Prazo Localizado Baixa Pode ocorrer BAIXA

Com Mitigação

Longo Prazo Localizado Baixa Pode ocorrer BAIXA

Estrada de Transporte 2 e 4

Sem Mitigação

Longo Prazo Localizado Baixa

Pode ocorrer BAIXA

Com Mitigação

Longo Prazo Localizado Baixa

Pode ocorrer BAIXA

Estrada de Transporte 3

Sem Mitigação

Longo Prazo Localizado Baixa

Pode ocorrer BAIXA

Com Mitigação

Longo Prazo Localizado Baixa

Pode ocorrer BAIXA

Estrada de Transporte 5

Sem Mitigação

Longo Prazo Localizado Baixa

Pode ocorrer BAIXA

Com Mitigação

Longo Prazo Localizado Baixa

Pode ocorrer BAIXA

Estrada de Transporte 6

Sem Mitigação

Longo Prazo Localizado Baixa

Pode ocorrer BAIXA

Com Mitigação

Longo Prazo Localizado Baixa

Pode ocorrer BAIXA

Estrada de Transporte 7

Sem Mitigação

Longo Prazo Localizado Baixa

Pode ocorrer BAIXA

Com Mitigação

Longo Prazo Localizado Baixa

Pode ocorrer BAIXA

Impacto 5: Poluição sonora Causa e comentário As actividades de mineração, empreendimentos habitacionais associados e o maior tráfego de veículos vão aumentar os níveis de ruído na área de estudo. Espécies de insetos, como cigarras, grilos e gafanhotos, que se comunicam usando o som, serão perturbadas pelas detonações e outros ruídos relacionados com o projeto, o impacto vai ser maioritariamente localizados e até mesmo as detonações tendem a produzir um efeito de duração muito curta e a maioria dos insetos retomarão as chamadas depois de poucos minutos de uma explosão. Outros invertebrados que podem ser negativamente afectadas pelo ruído e vibração incluem escorpiões e

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aranhas, que utilizam vibrações na comunicação e detecção de presas, e o resultado pode ser uma redução localizada em abundância dessas espécies no entorno do empreendimento. Mitigação e gestão A mitigação deste impacto é difícil e pouco provável que seja mais do que parcialmente afectado, mas as seguintes medidas contribuiriam para uma redução da intensidade do impacto:

Construir bermas para proteger de ruído as áreas sensíveis (por exemplo, zonas húmidas);

Sempre que estes estiverem disponíveis usar modelos de equipamentos de baixo-ruído na mineração e transporte (isso seria um benefício também para o pessoal de mineração);

Certificar-se que todo equipamento está com a manutenção adequada e silenciadores defeituosos são substituídos imediatamente.

Declaração de significância Área de Projecto O aumento dos níveis de ruído e vibração na área de mineração e complexos habitacionais vai certamente resultar em um impacto negativo moderado a médio e longo prazo em áreas localizadas. A significância ambiental deste impacto não mitigado seria MODERADO, mas com mitigação reduziria para BAIXA. Todas as opções de Haul Road O aumento dos níveis de ruído e vibração ao longo das estradas de vai certamente resultar em um impacto negativo moderado a médio e longo prazo em áreas localizadas. A significância ambiental deste impacto não mitigado seria MODERADO, difícil de mitigar e provavelmente permanecerá MODERADO. Area do Projecto

Impacto Efeito

Risco ou Probabilidade

Significância Geral Escala Temporal

Escala Espacial

Gravidade do Impacto

Sem Mitigação

Longo Prazo Localizado Moderada Definitivo MODERADA -

Com Mitigação

Longo Prazo Localizado Baixa Definitivo BAIXA -

Estrada de Transporte 1A & 1B

Sem Mitigação

Longo Prazo Localizado Moderada Definitivo MODERADA -

Com Mitigação

Longo Prazo Localizado Baixa Definitivo MODERADA -

Estrada de Transporte 2 e 4

Sem Mitigação

Longo Prazo Localizado Moderada Definitivo MODERADA -

Com Mitigação

Longo Prazo Localizado Baixa Definitivo MODERADA -

Estrada de Transporte 3

Sem Mitigação

Longo Prazo Localizado Moderada Definitivo MODERADA -

Com Mitigação

Longo Prazo Localizado Baixa Definitivo MODERADA -

Estrada de Transporte 5

Sem Mitigação

Longo Prazo Localizado Moderada Definitivo MODERADA -

Com Mitigação

Longo Prazo Localizado Baixa Definitivo MODERADA -

Estrada de Transporte 6

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Sem Mitigação

Longo Prazo Localizado Moderada Definitivo MODERADA -

Com Mitigação

Longo Prazo Localizado Baixa Definitivo MODERADA -

Estrada de Transporte 7

Sem Mitigação

Longo Prazo Localizado Moderada Definitivo MODERADA -

Com Mitigação

Longo Prazo Localizado Baixa Definitivo MODERADA -

Impacto 6: Poluição por poeira Causa e comentário Aumento dos níveis de poeira são comuns durante a construção e remoção da vegetação e são também uma importante consequência do tráfego de veículos, mesmo em superfícies pavimentadas. A produção de poeira também é uma consequência inevitável da perfuração, detonação e carregamento de minério/rocha estéril e operações de descarregamento. A poeira pode resultar tanto em impactos directos (por exemplo, o bloqueio de espiráculos levando a interferência com a ventilação) e indiretos (por exemplo, através de impactos de poeira sobre as plantas, resultando em menor disponibilidade de alimento para invertebrados) sobre os invertebrados em habitats não transformados à volta do local do projeto. Mitigação e gestão

Sempre que possível, os equipamentos e máquinas apropriadas de redução de poeiras devem ser usados na área mineira. Isto pode incluir britadores que podem ser pulverizados/humedecidos para reduzir a poeira, ou outras tecnologias. O princípio é que, na aquisição de material, um dos critérios de seleção deve ser se a redução de poeira foi considerada ou não na concepção.

As Haul Roads devem ser pavimentadas, construídas a partir de calcário e humedecidas, ou tratadas com polímeros para inibir a geração de poeira.

As velocidades nas estradas em todos os tipos de superfície de estrada em regiões sensíveis por exemplo, perto de zonas húmidas, junto a linhas de drenagem, através de secções florestais densas e em condições climáticas de seca extrema, devem ser ainda mais limitadas (abaixo do geral recomendado de 40 km/h) para reduzir a geração de poeira.

Os limites de velocidade em todas as fases em todas as estradas não pavimentadas também devem ser reduzidos abaixo do limite geral recomendado de 40 km/h a menos que outras medidas de redução de poeira sejam suficientemente eficazes.

Em áreas de alta produção de poeiras as superfícies da estrada devem ser humedecidas. Declaração de significância Área de Projecto Os níveis de poeira serão aumentados durante a construção e operação da mina e vão certamente resultar num impacto negativo moderado a médio prazo na área do projeto. A significância ambiental deste impacto não mitigado seria MODERADA, mas com mitigação reduziria para BAIXA. Haul Roads 1A, 1B, 2, 3, 4, 5 e 6 Os níveis de poeira serão aumentados por todos os veículos da mina e outros tipos de tráfego durante a construção e operação da mina e vão certamente resultar num impacto negativo moderado a médio prazo na área do projeto. A significância ambiental deste impacto não mitigado seria MODERADA, mas com mitigação reduziria para BAIXA. Haul Road 7

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Relatório de Especialidade em Invertebrados – Dezembro 2014

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Os níveis de poeira serão aumentados por todos os veículos da mina e outros tipos de tráfego durante a construção e operação da mina e vão certamente resultar num impacto negativo moderado a médio prazo na área do projeto. A extensão deste impacto no afluente Modizo adjacente aos últimos 4,5 km da rota aumenta um pouco a gravidade do impacto comparando com Haul Estrada 6. A significância ambiental deste impacto não mitigado seria MODERADA, mas com mitigação reduziria para BAIXA. Área do Projecto

Impacto Efeito

Risco ou probabilidade

Significância Geral Escala Temporal

Escala Espacial

Gravidade do Impacto

Sem Mitigação

Médio Prazo Localizado Moderada Definitivo MODERADA -

Com Mitigação

Médio Prazo Localizado Baixa Definitivo BAIXA -

Estrada de Transporte 1A & 1B

Sem Mitigação

Médio Prazo Localizado Moderada Definitivo MODERADA -

Com Mitigação

Médio Prazo Localizado Baixa Definitivo BAIXA -

Estrada de Transporte 2 e 4

Sem Mitigação

Médio Prazo Localizado Moderada Definitivo MODERADA -

Com Mitigação

Médio Prazo Localizado Baixa Definitivo BAIXA -

Estrada de Transporte 3

Sem Mitigação

Médio Prazo Localizado Moderada Definitivo MODERADA -

Com Mitigação

Médio Prazo Localizado Baixa Definitivo BAIXA -

Estrada de Transporte 5

Sem Mitigação

Médio Prazo Localizado Moderada Definitivo MODERADA -

Com Mitigação

Médio Prazo Localizado Baixa Definitivo BAIXA -

Estrada de Transporte 6

Sem Mitigação

Médio Prazo Localizado Moderada Definitivo MODERADA -

Com Mitigação

Médio Prazo Localizado Baixa Definitivo BAIXA -

Estrada de Transporte 7

Sem Mitigação

Médio Prazo Localizado Moderada/Grave

Definitivo MODERADA / ALTA -

Com Mitigação

Médio Prazo Localizado Baixa Definitivo BAIXA -

5.5. Conclusões e Recomendações

A maneira plausível de lidar com a perda em grande escala de habitat e fragmentação é para todas as partes interessadas (por exemplo, incluindo as propostas de aplicações de mineração) envolvida em operações de mineração e madeireiras na região é convergir as discussões para identificar terrenos adequados (ou "de compensação") para serem postos de lado como um "mega-corredor". Os incêndios na área do projecto devem ser geridos. Grandes extensões de habitat não devem ser todas queimadas ao mesmo tempo. O controlo rigoroso dos limites de velocidade pode reduzir a mortalidade por estrada de ambas as espécies terrestres e aéreas (vertebrados e invertebrados), em grande medida - um limite de

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velocidade de 40 km/h deve ser implementado na área do projeto. A operação de mineração proposta irá contribuir para o desmatamento local a partir de grupos de madeireiros e carvoeiros, uma vez fornecido acesso à área através da construção de redes de estradas. Portanto, é importante que a operação de mineração de tome medidas de gestão necessárias para ajudar a reduzir a perda de (1) grandes áreas de floresta intacta, (2) perda de habitats sensíveis, como zonas ribeirinhas, (3) a destruição de corredores de migração naturais e consequente (4) fragmentação do habitat, e (5) a utilização insustentável para alimentação, devido ao aumento do acesso e da actividade humana na região. As investigações para determinar a provável vulnerabilidade de espécies de invertebrados de interesse para conservação aos potenciais impactos relacionados com o projecto, bem como os impactos prováveis cumulativos são recomendados; idealmente a presença das espécies destacadas como potencial espécies de conservação deve ser confirmada em áreas fora do local proposto para o projeto que podem ser protegidas a longo prazo. Muitas das espécies de aranhas migalomorfas podem ser devidamente identificadas apenas a partir de espécimes adultos do sexo masculino, os quais atingem a maturidade, vagueiam em busca de fêmeas por algumas semanas e depois morrem e por isso só estão presentes por um curto período de cada ano. Armadilhas de queda durante a estação apropriada é a melhor maneira de capturar os machos migalomorfas. Enquanto os machos de diferentes espécies atingem o pico da atividade em diferentes épocas do ano, armadilhar durante o período logo após as primeiras boas chuvas no início da estação chuvosa (novembro-dezembro), bem como durante a última parte do período chuvoso (Feb-Mar) geralmente vai render espécimes da maioria das espécies presentes. Recomenda-se vivamente que tais levantamentos devem ser realizados na área do projeto, bem como em áreas representativas de habitat semelhante fora da área do projeto que poderiam ser protegidas como compensação para a biodiversidade; isso permitiria a avaliação da adequação e da eficácia das áreas de compensação em termos de conservação de espécies de significância para conservação que serão impactadas pelas atividades de mineração propostas. Da mesma forma, os levantamentos que visam determinar a extensão da distribuição de Mystrium AFRC_mz01 e outras espécies de formigas potencialmente significativas, bem como o escorpião Uroplectes AFRC_mz01, são recomendados para ajudar a determinar o grau em que elas vão ser ameaçadas pelo projeto e da adequação das áreas de compensação para garantir a sua conservação A poluição luminosa, pelo menos na fase operacional, é uma das mais fácil e eficaz gestão de todos os impactos do projeto e não deve haver nenhuma razão para impedir que uma mitigação de muito sucesso seja implementada. A iluminação exterior deve ser reduzida ao mínimo, devem ser usadas fontes de luz de longo comprimento de onda (amarelo ou laranja), e a iluminação deve ser dirigida para dentro e para as estruturas e não para fora e para o ambiente circundante. Tais medidas serão benéficas, tanto para o meio ambiente natural, limitando a perturbação e morte de invertebrados, e para o pessoal do projeto, uma vez que a iluminação é mais eficazmente utilizada e do número de insetos irritantes atraídos para a área do projeto é minimizado. A poluição sonora e vibração devem ser restringidas na medida do possível. Estes impactos são geralmente localizados e, pelo menos no que respeita a detonação, são normalmente restritos a um curto período, durante o dia. Poluição por poeira deve ser minimizada na medida do possível.

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Michael Stiller, National Collection of Insects, Plant Protection Research Institute, Agricultural Research Council, Pretoria, South Africa.

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APÊNDICE 1: LISTAS DE ESPÉCIES DE INVERTEBRADOS Note-se que as aranhas e escorpiões migalomorfas são omitidos neste apêndice como todas as espécies colhidas nesses grupos foram listadas em outras partes do texto. Tabela A1.1: Lista Vermelha da IUCN de espécies de invertebrados terrestres de Moçambique

# Nome Científico Nome comum Classificação da Lista Vermelha da

IUCN

Libélulas (Odonata: Anisoptera)

1 Nepogomphoides stuhlmanni VU

2 Urothemis luciana St Lucia Basker DD

Libelinhas (Odonata: Zygoptera)

3 Chlorolestes elegans Elegant Malachite VU

Borboletas (Lepidoptera: Papilionoidea and Hesperiodea)

4 Teriomima williami Dondo Buff DD

5 Lepidochrysops delicata Blue DD

Tabela A1.2: Espécies de libélula e libelinhas observadas durante as pesquisas de Março e Setembro de 2013 e Abril 2014 nos principais tipos de habitats no local do Projecto de Ferro da Baobab (1 indica presença).

Espécies Tipo de Habitat

# Nome Científico Nome comum

Floresta Zambeziana

Indiferenciada Fechada

Floresta Zambeziana

Indiferenciada Aberta

Floresta de Mopani

Zona Ripariana

Estrada de Transporte 6

Libélulas

1 Brachythemis leucosticta Banded Groundling 1

2 Crocothemis erythraea Broad Scarlet 1

3 Olpogastra fuellerborni Fuellerborn's Bottle-tail 1 1

4 Orthetrum abbotti Abbott's Skimmer 1 1 1 1

5 Orthetrum chrysostigma Epaulet Skimmer 1 1 1 1

6 Palpopleura lucia Lucia widow 1 1

7 Palpopleura portia Portia widow 1

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8 Pantala flavescens Global Wanderer 1 1

9 Paragomphus cognatus Rock Hooktail 1

10 Paragomphus elpidius Corkscrew Hooktail 1

11 Paragomphus genei Green Hooktail 1

12 Phyllomacromia picta Darting Cruiser 1 1

13 Tholymis tillarga Twister 1

14 Trithemis aconita Monkshood Dropwing 1

15 Trithemis arteriosa Red-veined dropwing 1 1 1

16 Trithemis furva Navy Dropwing 1

17 Trithemis kirbyi Kirby's Dropwing 1 1 1

18 Trithemis pluvialis River Dropwing 1

19 Trithemis werneri Werner's Dropwing 1

Zygonyx torridus Ringed Crusader 1

20 Libelinhas

21 Phaon iridipennis Glistening Damoiselle 1

22 Pseudagrion massaicum Masai Sprite 1

23 Pseudagrion salisburyense Salisbury Sprite 1

24 Pseudagrion sublacteum Cherry-eyed Sprite 1 1

Contagem de espécies 16 4 3 10 6

Nota: O sombreamento cinza na coluna do nome científico indica que a espécie foi observada apenas na pesquisa de estação chuvosa, enquanto o sombreamento na coluna do nome comum indica que a espécie foi observada apenas na pesquisa de estação seca; Foram observadas espécies sem sombreamento durante os dois levantamentos.

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Tabela A1.3: espécies de borboletas observadas durante as pesquisas de Março e Setembro de 2013 e Abril 2014 nos principais tipos de habitats no local do Projecto de Ferro da Baobab (1 indica presença).

Espécies Tipo de habitat

#

Nome científico Nome comum Floresta Zambeziana

Indiferenciada Fechada

Floresta Zambeziana

Indiferenciada Aberta

Floresta de Mopani

Zona Ripariana

Estrada de Transporte

6

1 Abantis ?venosa Veined Skipper 1

2 Acleros mackenii Macken's Dart 1

3 Acraea acara Acara Acraea 1

4 Acraea anemosa Broad-bordered Acraea 1

5 Acraea natalica Natal Acraea 1 1 1 1 1

6 Acraea neobule Wandering Donkey Acraea 1 1

7 Acraea oncaea Window Acraea 1 1

8 Alaena amazoula Yellow Zulu 1 1

9 Anthene amarah Black-striped Hairtial 1 1

10 Axiocerses amanga Bush Scarlet 1 1

11 Axiocerses tjoane tjoane Common Scarlet 1 1 1

12 Azanus jesous Topaz-spotted Blue 1

13 Belenois aurota Brown-veined White 1 1

14 Belenois creona severina African Common White 1 1

15 Bicyclus anynana Squinting Bush Brown 1

16 Bicyclus ena Grizzled Bush Brown 1 1 1 1

17 Byblia anvetara acheloia Common Joker 1 1 1

18 Cacyreus ? lingeus Bronzes 1

19 Cacyreus virilis Mocker Bronze 1

20 Catopsilia florella African Migrant 1 1 1

21 Charaxes achaemenes Bushveld Emperor 1 1 1

22 Charaxes bohemani Large Blue Emperor 1

23 Charaxes boueti Bamboo Charaxes 1

24 Charaxes guderiana guderiana Blue-spangled Emperor 1 1 1

25 Charaxes jahlusa argynnides Pearl-spotted Charaxes 1 1

26 Charaxes jasius saturnus Foxy Emperor 1 1 1

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27 Charaxes phaeus Demon Emperor 1

28 Charaxes varanes Pearl Emperor 1

29 Chilades trochylus Grass Jewel Blue 1 1 1

30 Cigaritis natalensis Natal Bar 1

31 Coeliades forestan Striped Policeman 1

32 Colotis danae annae/wallengreni Scarlet Tip 1 1

33 Colotis euippe Smokey Orange Tip 1 1

34 Colotis evagore antigone Small Orange Tip 1 1 1 1

35 Colotis evenina Common Orange Tip 1 1 1

36 Colotis ione Bushveld Purple Tip 1 1

37 Colotis pallene Bushveld Orange Tip 1 1

38 Colotis regina Queen Purple Tip 1

39 Colotis sp1 - 1

40 Colotis sp2 - 1

41 Colotis vesta argillaceus Veined Orange 1

42 Cupidopsis jobates jobates Tailed Meadow Blue 1 1 1

43 Danaus chrysippus African Monarch 1 1 1

44 Deudorix antalus Brown Playboy 1

45 Euchrysops ? osiris Osiris Smoky Blue 1

46 Euchrysops malathana Common Smokey Blue 1 1 1 1 1

47 Eurema brigitta Broad-bordered Grass Yellow 1 1 1 1 1

48 Eurema desjardinsii Angled Grass Yellow 1 1

49 Eurema hecabe solifera Common Grass Yellow 1 1 1 1

50 Eurytela dryope angulata Golden Piper 1 1

51 Gorgyra johnstoni Johnston's Ranger 1 1 1

52 Graphium angolanus angolanus Angola White Lady 1

53 Hamanumida daedalus Guineafowl 1 1 1

54 Henotesia ? perspicua perspicua Eyed Bush Brown 1

55 Hypolimnas misippus Common Diadem 1 1

56 Hypolycaena caeculus Azure Hairstreak 1

57 Iolaus alienus alienus Brown-line Sapphire 1

58 Junonia artaxia African Pansy 1

59 Junonia hierta cebrene Yellow Pansy 1

60 Junonia natalica Brown Pansy 1 1 1

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61 Junonia oenone Blue Pansy 1

62 Kedestes callicles Pale Ranger 1

63 Lampides boeticus Long-tailed Blue 1 1 1 1

64 Lepidochrysops vansoni Van Son’s Blue 1

65 Leptotes sp1 Blues 1 1 1 1

66 Leptotes sp2 Blues 1

67 Leptotes sp3 Blues 1 1

68 Leucochitonea levubu White-cloaked Skipper 1 1

69 Lycaeinidae sp A - 1

70 Melanitis leda africana Evening Brown 1 1

71 Neptis penningtoni Pennington's Sailer 1 1 1

72 Papilio demodocus Citrus Swallowtail 1 1

73 Pardopsis punctatissima Polka Dot 1 1 1 1

74 Parosmodes morantii Morant's Orange 1

75 Pelopidas thrax inconspicua White-banded Swift 1

76 Phalanta phalantha aethiopica Common Leopard 1 1 1

77 Pinacopteryx eriphia eriphia Zebra White 1 1

78 Precis antilope Darker Commodore 1 1

79 Sarangesa phidyle Small Elfin 1

80 Sarangesa ruona Ruona Elfin 1

81 Spialia colotes Bushveld Sandman 1

82 Spialia delagoae Delagoa Sandman 1

83 Spialia dromus Forest Sandman 1 1

84 Tagiades flesus Clouded Forester 1 1

85 Telchinia encedon White-barred Acraea 1

86 Telchinia serena Small Orange Acraea 1

87 Tuxentius calice White Pie 1 1 1

88 Ypthima ? antennata Clubbed Ringlet 1

89 Zizeeria knysna Castanhinha-africana 1 1

Species count 66 26 44 18 21

Nota: O sombreamento cinza na coluna do nome científico indica que a espécie foi observada apenas na pesquisa da estação chuvosa, enquanto que o sombreamento na coluna do nome comum indica que a espécie foi observada apenas na pesquisa da estação seca; Foram observadas espécies sem sombreamento durante os dois levantamentos.

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As ilustrações nas páginas a seguir contêm fotografias de todas as espécies de borboletas registadas durante os levantamentos de Março e Setembro de 2013 e Abril 2014 nos levantamentos no local do Projecto de Ferro da Baobab. As tabelas são organizadas por subfamília; dentro de cada tabela os gêneros e espécies são organizados em ordem alfabética. Sempre que possível, se machos e fêmeas diferem significativamente na aparência, as imagens de ambos os sexos são mostradas. Da mesma forma froram colhidas formas de ambas estação seca e chuvosa, ambas são mostradas. Em todas as fotos, uma grade de escala mm 5x5 é mostrada no fundo do cartão. Hesperiidae

Abantis ?venosa Acleros mackenii Coeliades forestan

Kedestes callicles Leucochitonea levubu Parosmodes morantii

Gorgyra johnstoni Pelopidas thrax inconspicua Sarangesa ruona

Sarangesa phidyle Spialia dromus Spialia delagoae

Spialia colotes Tagiades flesus

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Lycaeinidae

Alaena amazoula Anthene amarah ♀ Axiocerses amanga ♂

Axiocerses amanga ♀ Axiocerses tjoane tjoane Azanus jesous

Cacyreus virilis Cacyreus sp. Chilades trochylus

Cigaritis natalensis Cupidopsis jobates jobates Deudorix antalus

Euchrysops malathana Hypolycaena caeculus Iolaus alienus alienus

Euchrysops ?osiris Lepidochrysops vansoni Leptotes sp1

Leptotes sp2 Leptotes sp3 Tuxentius calice

Zizeeria knysna Lycaeinidae spA

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Nymphalidae - Charaxinae

Charaxes achaememes ♂ Charaxes achaememes ♀ Charaxes bohemani

Charaxes ?boueti Charaxes guderiana guderiana ♂ Charaxes guderiana guderiana ♀

Charaxes jasius saturnus Charaxes jahlusa argynnides ♂ Charaxes jahlusa argynnides ♀

Charaxes phaeus ♂ Charaxes varanes

Nymphalidae - Danaeinae

Danaus chrysippus

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Nymphalidae - Heliconiinae

Acraea acara Acraea anemasa Acraea natalica ♂

Acraea natalica ♂ Acraea natalica ♀ Acraea natalica ♀

Acraea neobule Acraea oncaea Pardopsis punctatissima

Phalanta phalantha aethiopica Telchinia encedon Telchinia serena

Nymphalidae - Limenitinae

Neptis penningtoni

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Relatório de Especialidade em Invertebrados – Dezembro 2014

Coastal & Environmental Services (Pty) Ltd Projeto de minerio de ferro Tete 70

Nymphalidae - Nymphalinae

Byblia anvetara acheloia Eurytela dryope angulata Hamanumida daedalus

Hypolimnas misippus ♂ Hypolimnas misippus ♀ Junonia artaxia

Junonia hierta cebrene Junonia natalica Junonia oenone

Precis antilope

Nymphalidae - Satyrinae

Bicyclus anynana Bicyclus ena Henotesia ?perspicua perspicua

Melanitis leda africana Ypthima ?antennata

Papilionidae

Graphium angolanus angolanus Papilio demodocus

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Pieridae

Belenois aurota ♂ Belenois aurota ♀ Belenois creona severina

Catopsilia florella ♂ Catsopsilia florella ♀ Colotis danae f. annae ♀ wsf

Colotis danae f. wallengreni (DSF) Colotis evagore antigone♂ Colotis evagore antigone ♀

Colotis euippe Colotis evenina ♂ Colotis evenina ♀

Colotis ione ♂ Colotis ione ♀ Colotis pallene

Colotis regina Colotis vesta argillaceus Colotis sp1

Colotis sp2 Eurema brigitta ♂ Eurema brigitta ♀

Eurema desjardinsii ♂ Eurema hecabe solifera Pinacopteryx eriphia eriphia

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Tabela A1.4: Incidência de morfotipo Cicadellidae (cigarrinha) por local a partir de amostras colhidas durante o levantamento de Março 2013 no local do Projecto de Ferro da Baobab (1 indica presença).

#

Código de classificação de morfoespécies

Local 1 - Ruoni Norte

Local 2 – Despejo de Estéril Proposto

Local 3 – Monte Tenge

Local 4 – Floresta de Mopani

1 Cicadellidae_004 1

2 Cicadellidae_005 1 1

3 Cicadellidae_010 1

4 Cicadellidae_011 1 1

5 Cicadellidae_013 1 1 1

6 Cicadellidae_014 1

7 Cicadellidae_015 1

8 Cicadellidae_016 1

9 Cicadellidae_017 1 1

10 Cicadellidae_020 1

11 Cicadellidae_024 1 1

12 Cicadellidae_025 1

13 Cicadellidae_027 1

14 Cicadellidae_033 1

15 Cicadellidae_034 1 1 1

16 Cicadellidae_037 1 1

17 Cicadellidae_039 1 1

18 Cicadellidae_041 1

19 Cicadellidae_042 1 1

20 Cicadellidae_046 1

21 Cicadellidae_051 1

22 Cicadellidae_053 1 1 1

23 Cicadellidae_057 1 1

24 Cicadellidae_059 1

25 Cicadellidae_060 1

26 Cicadellidae_70 1

27 Cicadellidae_074 1

28 Cicadellidae_076 1

29 Cicadellidae_079 1

30 Cicadellidae_082 1

31 Cicadellidae_087 1

32 Cicadellidae_095 1

33 Cicadellidae_096 1

34 Cicadellidae_097 1 1 1 35 Cicadellidae_098 1 1 1 1

36 Cicadellidae_099 1

37 Cicadellidae_100 1

38 Cicadellidae_103 1

39 Cicadellidae_104 1

40 Cicadellidae_106 1

41 Cicadellidae_110 1 1 1

42 Cicadellidae_111 1

43 Cicadellidae_112 1

44 Cicadellidae_115 1

45 Cicadellidae_118 1

46 Cicadellidae_120 1

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47 Cicadellidae_121 1

48 Cicadellidae_122 1 1 1

49 Cicadellidae_123 1 1

50 Cicadellidae_124 1

51 Cicadellidae_127 1

52 Cicadellidae_128 1 1 1

53 Cicadellidae_130 1

54 Cicadellidae_131 1 1

55 Cicadellidae_132 1 1

56 Cicadellidae_135 1

57 Cicadellidae_136 1 1

58 Cicadellidae_138 1 1

59 Cicadellidae_140 1 1 1

60 Cicadellidae_141 1

61 Cicadellidae_142 1

62 Cicadellidae_145 1

63 Cicadellidae_147 1 1

64 Cicadellidae_149 1 1 1

65 Cicadellidae_152 1

66 Cicadellidae_154 1 1 1

67 Cicadellidae_155 1

68 Cicadellidae_157 1

69 Cicadellidae_158 1

70 Cicadellidae_159 1

71 Cicadellidae_160 1 1

72 Cicadellidae_161 1

73 Cicadellidae_162 1

74 Cicadellidae_163 1 1 75 Cicadellidae_168 1 1 1 1

76 Cicadellidae_171 1

77 Cicadellidae_173 1 1

78 Cicadellidae_176 1

79 Cicadellidae_180 1 1

80 Cicadellidae_181 1 1

81 Cicadellidae_182 1

82 Cicadellidae_183 1

83 Cicadellidae_184 1

84 Cicadellidae_185 1 1

85 Cicadellidae_186 1

86 Cicadellidae_187 1

87 Cicadellidae_188 1

88 Cicadellidae_189 1

89 Cicadellidae_190 1

90 Cicadellidae_195 1 1

91 Cicadellidae_199 1

92 Cicadellidae_200 1 1

93 Cicadellidae_221 1 1 1

94 Cicadellidae_230 1 1 1

95 Cicadellidae_256 1 1

96 Cicadellidae_265 1

TOTAL # morphospecies 40 34 43 32

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Tabela A1.5: Incidência do morfotipo Formicidae (formiga) por local a partir de amostras colhidas durante o levantamento de Março 2013 no local do Projecto de Ferro da Baobab (1 indica presença).

#

Código de classificação de morfoespécies

Local 1 - Ruoni Norte

Local 2 – Despejo de Estéril Proposto

Local 3 – Monte Tenge

Local 4 – Floresta de Mopani

1 Aenictus 01 1 1

2 Anillomyrma 01 1

3 Anochetus 01 1

4 Anochetus 02 1

5 Anochetus 03 1

6 Bothroponera 01 1 1 1

7 Bothroponera 02 1

8 Bothroponera 03 1

9 Calyptomyrmex 01 1

10 Camponotus 01 1 1

11 Camponotus 02 1 1

12 Camponotus 03 1

13 Camponotus 04 1 1 1

14 Camponotus 05 1 1

15 Camponotus 06 1

16 Camponotus 07 1

17 Camponotus 08 1 1 1 1

18 Camponotus 09 1

19 Camponotus 10 1

20 Camponotus 11 1 1

21 Camponotus 12 1

22 Camponotus 13 1

23 Camponotus 14

24 Camponotus 15

25 Camponotus 16 1

26 Camponotus 17 1

27 Camponotus 18 1

28 Camponotus 19 1

29 Camponotus 20 1

30 Camponotus 21 1

31 Camponotus 22 1

32 Camponotus 23 1 1 1

33 Camponotus 24 1 1 1 1

34 Camponotus 25 1 1 1 1

35 Camponotus 26 1 1 1

36 Camponotus 27 1

37 Camponotus 28 1 1 1

38 Camponotus 29 1

39 Camponotus mystaceus 1

40 Camponotus queen 01 1

41 Camponotus sericeus 1 1

42 Cardiocondyla emeryi 1

43 Carebara 01 1 1

44 Carebara 02 1

45 Carebara 03 1

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46 Carebara 04 1 1

47 Carebara 05 1

48 Carebara 06 1

49 Carebara 07 1

50 Carebara 08 1

51 Cataulacus 01 1

52 Cataulacus 02 1

53 Cataulacus queen 01 1

54 Crematogaster 01 1 1

55 Crematogaster 02 1

56 Crematogaster 03 1

57 Dorylus 01 1

58 Dorylus 02 1

59 Formicine genus AFRC_01 sp. AFRC_mz01

1 1 1

60 Hypoponera 01 1 1

61 Hypoponera 02 1

62 Hypoponera 03 1

63 Lepisiota 01 1 1 1 1

64 Lepisiota 02 1 1 1

65 Leptogenys 01 1

66 Meranoplus magrettii 1 1

67 Monomorium 01 1 1 1 1

68 Monomorium 02 1 1 1

69 Monomorium 03 1 1

70 Monomorium 04 1

71 Monomorium 05 1 1 1

72 Monomorium 06 1 1 1 1

73 Monomorium 08 1 1

74 Monomorium 09 1 1 1

75 Monomorium 10 1 1 1 1

76 Monomorium 11 1

77 Monomorium 12 1 1 1

78 Monomorium 13 1 1 1

79 Monomorium 14 1 1

80 Monomorium 15 1 1

81 Monomorium 16 1

82 Monomorium 17 1

83 Monomorium queen 01 1

84 Monomorium queen 02 1

85 Myrmecaria 01 1 1 1

86 Myrmecaria 02 1 1 1

87 Myrmecine male 01 1

88 Mystrium AFRC_mz01 1

89 Nesomyrmex angularis 1

90 Nylanderia ? boltoni 1

91 Ocymyrmex 01 1 1

92 Odontomachus troglodytes 1 1 1 1

93 Pachychondyla 01 1 1 1

94 Pheidole 01 1 1 1

95 Pheidole 02 1 1 1 1

96 Pheidole 03 1 1 1 1

97 Pheidole 04 1 1

98 Pheidole 05 1 1 1 1

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99 Pheidole 06 1

100 Pheidole 07 1 1 1

101 Pheidole 08 1 1 1

102 Pheidole 09 1 1 1

103 Pheidole 10 1 1 1

104 Pheidole 11 1 1

105 Pheidole 12 1 1

106 Pheidole queen 01 1 1

107 Plagiolepis 01 1 1

108 Plagiolepis 02 1 1

109 Plagiolepis 03 1

110 Plagiolepis 04 1

111 Platythyrea 01 1 1 1

112 Platythyrea 02 1 1 1

113 Polyrhachis 01 1 1 1

114 Ponerine male 1 1 1

115 Probolomyrmex 01 1 1

116 Pseudoponera 01 1 1 1

117 Pseudoponera 02 1

118 Strumigenys 01 1

119 Tapinolepis 01 1 1

120 Tapinoma 01 1 1

121 Tapinoma 02 1

122 Technomyrmex 01 1 1 1

123 Technomyrmex 02 1

124 Tetramorium 01 1

125 Tetramorium 02 1 1 1

126 Tetramorium 03 1 1 1 1

127 Tetramorium 04 1 1 1

128 Tetramorium 05 1 1 1 1

129 Tetramorium 06 1 1 1

130 Tetramorium 07 1

131 Tetramorium 08 1

132 Tetramorium 09 1 1

133 Tetramorium 10 1

134 Tetramorium 11 1 1

135 Tetramorium 13 1 1

136 Tetramorium 14 1 1 1

137 Tetramorium 15 1

138 Tetramorium 16 1 1

139 Tetramorium 17 1

140 Tetramorium angulinode/chloe 1

141 Tetramorium 18 1 1

142 Tetramorium 19 1 1

143 Tetraponera 01 1

144 Tetraponera queen 01 1

145 Tetraponera queen 02 1 1

TOTAL # morphospecies 40 76 71 70

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Figura A1.1 Curvas de acumulação de espécies para espécies de formigas colhidas em quatro locais dentro da área do projecto de Ferro da Baobab; os resultados são apresentados para indivíduos (Colhidos a Mão e Armadilha) e métodos de amostragem

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

0 10 20 30 40 50 60 70 80

Spe

cie

s

Samples

Ruoni North HCRuoni North PTRuoni North HC + PT combined

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

0 10 20 30 40 50 60 70 80

Spe

cie

s

Samples

Waste Rock HCWaste Rock PTWaste Rock HC + PT combined

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

0 10 20 30 40 50 60 70 80

Spe

cie

s

Samples

Tenge Hill HCTenge Hill PTTenge Hill HC + PT combined

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

0 10 20 30 40 50 60 70 80

Spe

cie

s

Samples

Mopani woodland HCMopani woodland PTMopani woodland HC + PT combined

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combinados.

Figura A1.2 Curvas de acumulação de espécies para espécies de formigas colhidas em quatro locais dentro da área do projecto de Ferro da Baobab; os resultados são apresentados para indivíduos (Colhidos a Mão e Armadilha) e métodos de amostragem combinados.

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200

Spe

cie

s

Samples

Baobab all sites HC + PT

Baobab - all sites HC

Baobab all sites PT