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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA DE SANTO ANTÃO RÔMULO DE OLIVEIRA CAVALVANTI PROGRAMAS DE TREINAMENTO FÍSICO E QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA VITÓRIA DE SANTO ANTÃO 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA DE SANTO ANTÃO

RÔMULO DE OLIVEIRA CAVALVANTI

PROGRAMAS DE TREINAMENTO FÍSICO E QUALIDADE DE

VIDA DE IDOSOS: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

VITÓRIA DE SANTO ANTÃO

2015

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RÔMULO DE OLIVEIRA CAVALVANTI

PROGRAMAS DE TREINAMENTO FÍSICO E QUALIDADE DE

VIDA DE IDOSOS: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

VITÓRIA DE SANTO ANTÃO

2015

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Núcleo de Educação Física da Universidade Federal de Pernambuco, Centro Acadêmico de Vitória, como requisito para a obtenção do título de Graduação em Bacharel em Educação Física. Orientador: Diorginis José Soares Ferreira Co orientador: Patrícia Santos Mendes

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Catalogação na Fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE. Biblioteca Setorial do CAV.

Bibliotecária Giane da Paz Ferreira Silva, CRB-4/977

C376p Cavalcanti, Rômulo de Oliveira.

Programas de treinamento físico e qualidade de vida de idosos: uma revisão

de sistemática / Rômulo de Oliveira cavalcanti. – Vitória de Santo Antão: O Autor,

2015.

17 folhas.

Orientador: Diorginis José Soares Ferreira.

TCC (Graduação) – Universidade Federal de Pernambuco, CAV, Bacharelado

em Educação Física, 2015.

Inclui bibliografia.

1. Treinamento físico. 2. Idoso. 3. Qualidade de vida. I. Ferreira, Diorginis José

Soares (Orientador). II. Título.

796.015 CDD (23.ed.) BIBCAV/UFPE-016/2015

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RESUMO

Diante da realidade das transformações demográficas iniciadas no último século e que nos fazem observar um crescente envelhecimento populacional, evidencia-se a importância de garantir aos idosos não só uma sobrevida maior, mas também uma boa qualidade de vida, grande parte das evidências epidemiológicas sustenta um efeito positivo de um estilo de vida ativo e/ou do envolvimento dos indivíduos em programas de atividade física e exercício na prevenção e minimização dos efeitos deletérios do envelhecimento. Sabendo-se da importância da prática dos programas de treinamento visando à prevenção e controle de algumas doenças, visando uma melhor qualidade de vida, o objetivo do presente trabalho é identificar quais são os métodos de treinamento mais utilizados atualmente para melhorar a qualidade de vida em idosos identificando quais são os fatores associados e quais as razões relacionadas à escolha de determinado método. Para esta revisão sistemática foi realizada uma busca de artigos nas bases de dados PubMed/Medline publicados entre 2004 e 2014, utilizando os termos ((quality of life) AND (elderly) AND (physical training)), mediante consulta ao MeSH (Medical Subject Headings) e DeCS (Descritores em ciência da saúde). Após aplicação dos critérios de inclusão, restaram 66 artigos na base PubMed/Medline, que após a seleção por Título/Resumo sobraram 9 artigos, destes 2 foram excluídos por serem revisões sistemáticas e 3 por utilizarem outras intervenções, que não fossem atividades físicas como método para melhorar a qualidade de vida dos idosos, assim, restaram 4 artigos. Como essa revisão, conclui-se que atividades que utilizem várias atividades, que exijam força, potência, equilíbrio entre outras capacidades físicas, são muito importantes para fornecer ao idoso uma melhor qualidade de vida.

Palavras-chave: Treinamento físico; Idoso; Qualidade de Vida.

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ABSTRACT

Faced with the reality of demographic change started in the last century and that make us observe a growing aging population, highlights the importance of ensuring not only the elderly to live longer, but also a good quality of life, much of the epidemiological evidence supports a positive effect of an active lifestyle and / or from individuals engaging in physical activity and exercise programs to prevent and minimize the deleterious effects of aging. Knowing the importance of practical training programs for the prevention and control of some diseases, to improve quality of life, the goal of this work is currently identifying what are the training methods used to improve the quality of life in elderly identifying what are the associated factors and the reasons related to the choice of a particular method. For this systematic review was conducted a search for articles in the databases PubMed / Medline published between 2004 and 2014, using the terms ( (quality of life ) AND ( elderly ) AND (physical training) ), in consultation with the MeSH ( Medical Subject Headings) and DeCS (Descriptors in Health Science ). After applying the inclusion criteria, remaining 66 articles in the database PubMed / Medline, which after selection by Title / Summary remaining nine articles, of which 2 were excluded due to systematic reviews and 3 by using other interventions that were not physical activities as a method to improve the quality of life of the elderly, thus remaining four articles. Since this review, it is concluded that activities that use various activities that require strength, power, balance and other physical abilities are very important to give the elderly a better quality of life.

Keywords: Physical training; Elderly; Quality of life

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 8

2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 9

3 OBJETIVOS ........................................................................................................ 11

4 METODOLOGIA ................................................................................................. 12

5 RESULTADOS .................................................................................................... 13

6 CONCLUSÃO......................................................................................................15

REFERÊNCIAS

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1 INTRODUÇÃO

Diante da realidade das transformações demográficas iniciadas no último

século e que nos fazem observar um crescente envelhecimento populacional,

evidencia-se a importância de garantir aos idosos não só uma sobrevida maior, mas

também uma boa qualidade de vida (FLECK et al., 2003). O conceito de qualidade

de vida está relacionado à autoestima e ao bem-estar pessoal e abrange uma série

de aspectos como a capacidade funcional, o nível socioeconômico, o estado

emocional, a interação social, a atividade intelectual, o autocuidado, o suporte

familiar, o próprio estado de saúde e os valores culturais, éticos e a religiosidade

(SANTOS et al., 2002).

Como grande parte das evidências epidemiológicas sustenta um efeito positivo

de um estilo de vida ativo e/ou do envolvimento dos indivíduos em programas de

atividade física e exercício na prevenção e minimização dos efeitos deletérios do

envelhecimento, os estudos atuais enfatizam cada vez mais a necessidade de que a

atividade física seja parte fundamental dos programas mundiais de promoção da

saúde. Não se pode pensar hoje em dia em garantir um envelhecimento bem

sucedido sem que além das medidas gerais de saúde se inclua a atividade física

regular, para contribuir na prevenção e controle das doenças crônicas não

transmissíveis, especialmente aquelas que se constituem na principal causa de

mortalidade: as doenças cardiovasculares e o câncer. Além disso, a atividade física

está associada também com uma melhor mobilidade, capacidade funcional e

qualidade de vida durante o envelhecimento. Nos estudos que têm avaliado a

atividade física ocupacional, a inatividade (ou sedentarismo) está associada a 90%

de aumento de risco relativo de morte por doenças cardiovasculares, onde os

mecanismos envolvidos no controle das doenças cardiovasculares apresentados

pelos trabalhos científicos incluem efeitos na arteriosclerose, trombose, pressão

arterial, isquemia, perfil lipídico e arritmia (MATSUDO, 2006).

Sabendo-se da importância da prática dos programas de treinamento visando

à prevenção e controle de algumas doenças, visando uma melhor qualidade de vida,

o objetivo do presente trabalho é identificar quais são os métodos de treinamento

mais utilizados atualmente para melhorar a qualidade de vida em idosos

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identificando quais são os fatores associados e quais as razões relacionadas à

escolha de determinado método.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

A população de idosos está aumentando cada vez mais no Brasil e no mundo,

resultando em profundas mudanças na dinâmica demográfica. Nos últimos 60 anos,

houve um acréscimo de 15 milhões de indivíduos idosos no País, passando de 4%

para 9% da população brasileira. Em 2025, estima-se um aumento de mais de 33

milhões, tornando o Brasil o sexto país com maior percentual populacional de idosos

no mundo (PARAHYBA, 2006; FREITAS, 2006). A qualidade de vida tem sido mais

estudada nos últimos anos, inclusive no Brasil, e, apesar de ser complexo, trata-se

de tema atual e muito relevante, principalmente quando relacionado à promoção da

saúde (KLUTHCOVSKY, 2007).

Considerando que a qualidade de vida do indivíduo idoso está relacionada

também à segurança socioeconômica, ao bem-estar psicossocial à sensação de

saúde, sendo que a saúde, esta relacionada por sua vida passada, pela estrutura

genética e pelo meio ambiente (DARNTON-HILL, 1995), a qualidade de vida da

população idosa também está associada à manutenção da capacidade funcional

e/ou da autonomia do idoso no seu dia-dia (RIBEIRO et al, 2002).

A capacidade funcional constitui uma fonte de preocupação, pois é um dos

principais motivos para a diminuição da qualidade de vida dos idosos (ANTON et al,

2004). Para Vale et al (2004), a diminuição da massa muscular e da força muscular

é uma das manifestações mais conhecidas nesta fase da vida. Essa perda,

chamada de sarcopenia, mostra-se como um importante fator de contribuição para a

redução da capacidade funcional no envelhecimento, dificultando a execução das

atividades diárias (FRONTEIRA et al, 2002; CARVALHO et al, 2004).

Sabendo-se da importância de manter a capacidade funcional, com uma

adesão à prática de atividades físicas regularmente para uma boa qualidade de vida

do idoso, o objetivo do presente trabalho é realizar uma revisão da literatura acerca

dos efeitos do treinamento físico na alteração da qualidade de vida de idosos,

podendo assim identificar qual promove mais adaptações favoráveis sobre a

qualidade de vida na velhice.

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3 OBJETIVOS

Objetivo Geral:

Identificar quais são os métodos de treinamento mais utilizados atualmente

para melhorar a qualidade de vida em idosos identificando quais são os fatores

associados e quais as razões relacionadas a escolha de determinado método.

Objetivos Específicos:

Identificar qual é o método mais eficiente ou combinação para melhorar a

qualidade de vida dos idosos.

Analisar os fatores associados à melhora na qualidade de vida de idosos

associado com a prática de determinada atividade.

Apontar as principais razões associadas à escolha de determinada prática

para melhora da qualidade de vida.

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4 METODOLOGIA

Para esta revisão sistemática foi realizada uma busca de artigos nas bases de

dados PubMed/Medline publicados entre 2004 e 2014, utilizando os termos ((quality

of life) AND (elderly) AND (physical training)), mediante consulta ao MeSH (Medical

Subject Headings) e DeCS (Descritores em ciência da saúde).

Toda a coleta de artigos foi realizada entre os meses de junho e outubro de

2014. Durante a busca e seleção foram utilizados os seguintes limites: artigos

publicados nos últimos 10 anos, title/abstract, Journal Article, artigo original. Foram

excluídos desse trabalho artigos de revisão.

Após a busca dos artigos, foram realizadas as leituras dos títulos e do resumo

para seleção dos mesmos, onde mais duas pessoas auxiliaram na busca e seleção

dos artigos. Para analisar a qualidade dos estudos selecionados, foi utilizada a

escala PeDRO, onde foi analisada a qualidade e relevância do estudo de acordo

com critérios pré-estabelecidos.

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5 RESULTADOS

Após aplicação dos critérios de inclusão, restaram 66 artigos na base

PubMed/Medline, que após a seleção por Título/Resumo sobraram 9 artigos, destes

2 foram excluídos por serem revisões sistemáticas e 3 por utilizarem outras

intervenções, que não fossem atividades físicas como método para melhorar a

qualidade de vida dos idosos, assim, restaram 4 artigos (Quadro 1).

Autor Objetivo Metodologia Resultados

Iliffe S et

al

Avaliar o impacto de dois programas de promoção de exercício sobre a PA(atividade física regular ) em pessoas com idade

≥ de 65 anos.

O programa incluiu

aulas além de

exercícios em casa

durante 24 semanas e

eram encorajados a

andar.

Os resultados foram um aumento na

taxa de confiança e diminuição da

taxa de queda dos idosos, em

relação ao outro grupo.

Mura G et

al

Verificar a eficácia de longo prazo de um programa de fitness intensivo contra um programa mais leve no QV de uma amostra de idosos.

Os participantes com idade ≥65 anos foram divididos aleatoriamente em um 1: 1 moda ou a um grupo de programas de atividade física vigorosa (VAG) ou para um grupo de ginástica postural ( PGG )

Ambos VAG e PGG teve baixa pontuação PHQ9 no início e no final do estudo, indicando a ausência de sintomas depressivos, e maior nível de qualidade de vida em ambos.

Lustosa

LP

O objetivo deste estudo foi verificar o efeito de um programa de fortalecimento muscular com carga em mulheres idosas pré-frágeis com relação à capacidade funcional, força dos músculos extensores do joelho e sua correlação.

Trinta e duas mulheres, todos os participantes realizaram um treinamento que constituiu em intervenção com exercícios de fortalecimento dos membros inferiores a 70 % de 1RM, três vezes / semana, durante 10 semanas.

Após a intervenção, observou-se a significância estatística um aumento na força dos extensores de joelho e um aumento na capacidade funcional das mulheres.

Quadro 1: Características gerais dos artigos

selecionados

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Taquchi N

et al

O objetivo do presente estudo foi determinar os efeitos de um programa de exercícios de componentes múltiplos de 12 meses no desempenho físico, atividade física diária e saúde relacionada com qualidade de vida entre as pessoas muito idosas com deficiência menores.

Os sujeitos foram 65 idosos. O grupo de intervenção participou de exercícios supervisionados, uma vez por semana durante 12 meses e em exercícios domiciliares. O programa de exercício consistiu de vários exercícios relacionados com a flexibilidade, a força muscular, equilíbrio e desempenho aeróbio.

Após 12 meses de treinamento, o grupo de intervenção teve melhoras significativas na força dos membros inferiores e no teste de sentar e alcançar, no grupo controle, observaram diminuições significativas na força de preensão, uma caminhada de 6 minutos, velocidade de caminhada e comprimento do passo; essas quedas não foram observadas no grupo de intervenção. Não houve mudança qualidade de vida ou mudanças na atividade física entre os grupos.

.

Observando os artigos, Iliffe et al avaliaram a aplicação de um programa de

exercícios em casa durante 24 semanas, onde os resultados foram um aumento na

taxa de confiança (Autocuidado) e diminuição na taxa de quedas (Capacidade

funcional). A redução da taxa de queda e consequente aumento da qualidade de

vida, podem ser explicados por um aumento da potência muscular, pois ela é uma

habilidade vital, e pode servir como um mecanismo protetor contra quedas

(TARTARUGA et al, 2005), uma das causa mais importantes de lesões e diminuição

de confiança no idoso.

Mura et al avaliaram a aplicação de treinos mais leves (Ginástica postural) em

comparação com treinos mais intensos na qualidade de vida dos idosos, onde foi

observado que ambos tiveram uma melhora nos níveis de qualidade de vida.

Embora os mesmos princípios gerais de exercício empregados para adultos mais

jovens (por exemplo, intensidade, regime de treinamento e frequência) sejam os

mesmos, aplicados para os idosos e, mesmo que algumas pesquisas mostrem que

as lesões musculares, para ambas as categorias, são semelhantes (ROTH et al.,

1999), algumas características peculiares dos idosos devem ser levadas em conta

no momento de prescrever exercícios para idosos, como por exemplo, alguns

parâmetros biomecânicos, nos quais podem contribuir para que o idoso tenha uma

melhora fisiológica e um menor gasto energético. A forma de caminhar, apesar de

ser uma questão multifatorial, pode estar vinculada a esses cuidados biomecânicos

Fonte: Cavalcanti, 2014.

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e, consequentemente, o trabalho de musculação pode auxiliar na melhora do andar,

visando um ganho na qualidade de vida (HAUSDORFF et al., 2001).

Lustosa et al avaliaram a capacidade funcional de idosos após 10 semanas,

realizando extensão de joelhos, onde foi observado um aumento considerável na

capacidade funciona e na força das mesmas. Num estudo semelhante feito por

Bassey et al. apud Fleck e Kraemer (1999) a potência de extensores de perna foi

significativamente correlacionada com a velocidade de se levantar da cadeira,

velocidade e potência de subir escadas e velocidade de caminhadas. As correlações

entre potência e capacidade funcional foram maiores nas mulheres do que nos

homens. Para ambos os sexos, entretanto, os dados indicaram que a potência é

importante para o desempenho das atividades diárias, e que se a potência diminui,

também diminui a capacidade de realizações dessas atividades, reforçando assim

os resultados encontrados por Lustosa e colaboradores, e mostrando a importância

da realização de treinos de potência para idosos.

Taquchi et al realizaram uma aplicação de diversas intervenções com

atividades físicas (Flexibilidade, força, equilíbrio e desempenho aeróbico), uma vez

por semana, durante 12 meses. Foi observado um aumento considerável na

capacidade funcional das mesmas, resultados semelhantes foram citados por

Fronteira et al (2001), onde eles revelam um aumento dramático na força muscular e

observaram mudanças funcionais positivas para mobilidade, especificamente,

velocidade de marcha habitual e capacidade para subir escadas e atividades física

espontânea. No programa de treinamento para terceira idade, deve-se ter uma

combinação de treinamento aeróbico, força, alongamento e equilíbrio, utilizando

todas as modalidades de exercícios com os grandes grupos musculares de membro

inferior e membro superior (TARTARUGA et al, 2005), metodologia semelhante

utilizada nos estudos acima citados, utilizando diversas abordagens, todas visando

um melhor funcionamento do corpo, algo semelhante proposto pelo treinamento

funcional.

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6 CONCLUSÃO

Com essa revisão, conclui-se que atividades que utilizem várias atividades,

que exijam força, potência, equilíbrio entre outras capacidades físicas (Metodologia

utilizada no treinamento funcional), são muito importantes para fornecer ao idoso

uma melhor qualidade de vida, e mais estudos envolvendo idosos, qualidade de vida

e treinamento físico devem ser realizados, para fornecer ao profissional de

Educação Física abordagens mais distintas, seguras e eficazes.

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REFERÊNCIAS

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