programa integrado de controle de doencas tropicais
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Programa integrado de controle de doencas tropicaisTRANSCRIPT
Discentes:
1. Joao Chioza
2. Gabriel Dlalane
3. Albertina Mandlate
4. Stélio Manhique
5. Steven Mapunda
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Índice Lista de abreviaturas e siglas ................................................................................................................. 2
Introdução .............................................................................................................................................. 3
Definição ............................................................................................................................................. 4
Implementação do programa do controlo integrado das doenças tropicais negligenciadas (DTN) ... 4
Descrição dos programas ....................................................................................................................... 4
Filaríase linfática .................................................................................................................................... 4
Oncocercose ........................................................................................................................................... 6
Tracoma .................................................................................................................................................. 6
Expansão dos acessos as intervenções e tratamento das doenças tropicais negligenciadas ............. 8
Critérios de elegibilidade ....................................................................................................................... 9
Controlo de morbilidade ...................................................................................................................... 11
Principais desafios e oportunidades no controlo e prevenção das DTN em Moçambique ............... 12
Agenda estratégica das doenças tropicais negligenciadas ................................................................. 13
Estudo realizado em moçambique sobre doenças negligenciadas .................................................... 16
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Lista de abreviaturas e siglas ALB- albendazol
APOC- programa africano de controlo da oncocercose
ACS- agentes comunitários de saúde
DFID- departamento para o desenvolvimento internacional
GAELF- aliança global para eliminação de filaríase linfática
PNB- produto nacional bruto
GNI- rendimento nacional bruto
GSK- Glaxo smith kline
HIV/SIDA- vírus de imunodeficiência humana/ síndroma de imunodeficiência adquirida
LF- Filaríase linfática
CTM – campanha de tratamento massivo
MBD – Mebendazol
HTS – Helmintíase Transmitida pelo solo
PZQ - Praziquantel
IVM – ivermectina
SCH – Schistossomiase
TRA- Tracoma
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Introdução As doenças tropicais negligenciadas são co-endémicas e constituem um problema sérico de
saúde pública em Moçambique. O Ministério da Saúde através do departamento de
Doenças Negligenciadas reduzindo a morbilidade para níveis que não constituem problema
de saúde pública baseado nas seguintes prioridades:
Fortalecer a apropriação do governo, advocacia, coordenação e parceria;
Garantir e mobilizar recursos para a sustentabilidade do programa;
Expandir o tratamento e outras intervenções e controlo das DTN, bem como a
capacidade institucional;
Estabelecer um sistema de monitoria e avaliação, vigilância e pesquisa operacional
As doenças tropicais negligenciadas representam uma grande carga para a saúde pública
em Moçambique. Estas doenças estão fortemente associadas com as condições precárias de
saneamento do meio e níveis de pobreza. A população que vivem nas zonas rurais carregam
o maior peso destas doenças.
O recente mapeamento epidemiológico de schistosomíase e helmintíase transmitida por
solo revela que estas doenças ocorrem em todo o país. A prevalência global nas crianças de
5-15 anos de schistosomíase urinária é de 47% e da helmintíase transmitida pelo solo é de
53% com cerca de metades dos distritos híper-endémicos (taxas de prevalências acima de
50%).
A filaríase linfática é também endémica em Moçambique, em particular nas províncias do
norte e centro do país com uma taxa até 82% em alguns distritos da província de Nampula.
Dos 128 distritos, 103 são endémicos e cerca de 16 milhões de pessoas estão em risco de
contrair a doença. Estudo realizado em 2005-06 encontrou uma prevalência nacional é de
13%.
O tracoma, recentemente mapeado (2011) em três províncias nomeadamente Niassa, Cabo
Delgado e Inhambane, apresentou uma prevalência até 32% em alguns distritos da província
de Niassa.
A ocorrência de oncocercose foi descrita pela primeira vez em 1997 na província central da
Zambézia. O mapeamento epidemiológico rápido para oncocercose realizado em 2001
confirmou a existência desta doença e resultados similares foram obtidos em 2007 no
segundo mapeamento.
Moçambique atingiu em 2008 a meta de eliminação da lepra a nível nacional, com uma taxa
de prevalência nacional de 1 caso/10.000 habitantes. No entanto, nem todos os distritos
seguem a mesma tendência. Existem ainda 24 distritos que têm a taxa de prevalência
superior a 1 caso por 10.000 habitantes. Outras doenças que ocorrem em forma endémica,
principalmente em crianças em idade escolar, incluem a tunguíase, sarna e pediculose.
Estudo feito na cidade de Maputo revelou que 32.7% estavam infectadas com pediculose e
cerca de 2% com sarna.
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Desde de 2008 Moçambique tem um programa de Controlo de Doenças Negligenciadas. Em
2009 iniciou a campanha de tratamento massivo em 18 distritos e expandiu-se nos anos
seguintes para os distritos. Estima-se que até 2017, 16 milhões de pessoas serão tratadas
para filaríase linfática e oncocercose anualmente durante 5-6 anos e 7 milhões de crianças
serão tratados para a schistosomiase e parasitoses intestinais no mesmo período.
Definição Doenças negligenciadas são aquelas doenças que por vários motivos não tem recebido a
devida atenção no que concerne a prevenção, controle, diagnóstico, tratamento e
notificação.
Implementação do programa do controlo integrado das doenças tropicais
negligenciadas (DTN)
A implementação do programa para o controlo das DTN quer por quimioterapia quer por
manejo dos casos teve o início em 2009 para a filaríase e helmintíases. Desde o seu começo,
esta actividade tem vindo a expandir-se progressivamente, aumentando a sua cobertura
geográfica.
Descrição dos programas
Filaríase linfática
A filaríase linfática (FL), também conhecida por elefantíase constitui um grande problema de
saúde pública. No mundo, mais de 120 milhões de pessoas estão infectados e destes 40
milhões tem incapacidades devido a doença. Cerca de um bilhão esta em risco de contrair a
doença em 81 países. Um terço dessas pessoas vivem na Índia, outro terço nos países
Africanos. Prevalência desta doença tende a aumentar em cada ano (OMS,2008).
Em Moçambique, a filaríase também constitui um grande problema de Saúde Publica devido
as deformidades e estigma que os doentes estão sujeitos bem como a incapacidade física dela
resultante.
Um estudo sobre a distribuição geográfica da filaríase no país foi efectuada em 2005-2006
em todos os distritos do país. Foi utilizado testes rápidos para dectectar a presença de
antígeno de W.bancroftie verificou-se uma prevalência que varia de 0% à 80%.
A doença esta amplamente distribuída em todo pais, em particular nas províncias do norte e
centro. Dos148 distritos 103 são endêmicos e cerca de 16 milhões de pessoas estão em risco
de contrair a doença. A província de Nampula é a mais afectada com mais de metade da
população a viver em distritos com hiperendemicidade, seguido Cabo Delegado, Zambézia e
Niassa. A prevalência global é cerca de 13%.
Fig. Mapa de distribuição de filaríase em Moçambique
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Actual situação de controlo
O programa de eliminação da filaríase iniciou no país em 2009 em 18 distritos de quatro
províncias. Até o momento mais de 13 milhões de pessoas já fizeram o tratamento massivo
com ivermectina e albendazol nos três anos de implementação em sessenta e cinco distritos
endêmicos (63 % cobertura geográfica). Em relação ao controlo de mobilidade, mais de cinco
mil pessoas com hidrocele fizeram hidrocelectomia em várias unidades de referências.
Limitações
Reduzido número de parceiros actuando na área;
Inexistência de instrumento de recolha regular de dado;
Inexistência de temas específicos abordando DTN nos curricula em diferentes níveis
de formação;
Inexistência de um programa efetivo para gestão e complicações de filaríase linfática;
Ineficientes controlos de mobilidade;
Insuficiência de pessoas qualificadas para diagnóstico e tratamento dos casos e
complicações da filaríase linfática a nível provincial e distrital.
Áreas de pesquisa
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Estudo sobre o impacto de tratamento iterado sobre indicadores da saúde;
Estudo sobre efeitos secundários do tratamento em medicamentos combinados;
Estudo sobre o efeito do tratamento da FL e SCH na redução de outras patologias.
Oncocercose
A OMS estima que 126 milhões de pessoas no mundo estão em risco de contraírem a
cegueira do rio. Esta doença que é endêmica em 35 países, é também endêmica na Republica
de Malawi e Tanzânia, países que fazem fronteira com Moçambique.
Este facto constitui uma preocupação para as autoridades de saúde Moçambicanas colocando
a possibilidade da presença no país, especialmente na região norte e centro.
Em 1997,pela primeira vez em Moçambique Faculdade de Medicina da UEM divulgou um
estudo realizado na região central do país, província da Zambézia, distrito de Milange que
revelava a existência da doença.
Em 2001 foi realizado um rápido mapeamento epidemiológico para oncocercose (REMO) e
confirmou a existência da doença mas de uma forma hipoendemica. Seis anos mais tarde,
2007, realizou-se o segundo REMO para avaliar a evolução da doença e os resultados
mantiveram.
Situação actual de controlo
Sendo o país hipoendémico, não necessita de uma abordagem massiva para o controlo da
doença, contudo, na fase de eliminação da oncocercose, há que direcionar acções concretas
para esta doenças, apesar de algumas áreas já se beneficiarem do tratamento onde se faz a
administração massiva de Medicamentos para filaríase linfática. (ivermectina e albendazol).
Limitações
Falta de dados do REMO feito em 2007 pelos consultores da APOC;
Reduzido número de parceiros actuando na área das DNT;
A não inclusão do programa das DNT nos planos estratégicos do sector de saúde;
Inexistência de temas específicos abordando as DNT nos curricula em diferentes
níveis de formação.
Tracoma
Acredita-se que mais de 400 milhões de pessoas em todo mundo estejam infectados
com tracoma, e que, destas, 20 milhões ficaram cegas. Esta doença é provavelmente
em Africa e Asia e esta muito relacionadas com condições de higiene precárias e a
escassez de água. É a primeira causa de cegueira adquirida (OMS).
Em Moçambique, o tracoma é a doença de notificação obrigatória através dos boletins
epidemiológicos mensais dos postos de sentinela. Contudo acredita-se que haja uma
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subnotificação dos casos e portanto não se conhece a real situação epidemiológica da
doença.
Em 2011 foi realizado o mapeamento da doença em três províncias de Moçambique,
nomeadamente Niassa, Cabo Delegado e Inhambane 47 distritos que revelou uma
prevalência acima de 10% em mais de metade das áreas. Esta prevista a extensão do
mapeamento para as restantes províncias a iniciar por Nampula (2012).Esta também
previsto o tratamento massivo na província de Niassa em 2013.
Situação actual
Até o momento não se iniciou actividades de controlo de tracoma devido a
insuficiência de dados epidemiológicos. O mapeamento foi feito em apenas 47
distritos em 2011 e os resultados mostraram que todos os distritos são endêmicos.
Contudo, apenas foram validados os dados dos distritos de Niassa e esta previsto o
tratamento de quinhentas mil pessoas em 10 distritos de Niassa a iniciar em abril de
2013.
Limitações
Reduzido número de parceiros na área;
Mapeamento de tracoma ainda incompleto;
Número bastante reduzido de técnicos qualificados para tratamento cirúrgico das
complicações de tracoma;
Deficiente sistema de recolha de dados;
Inexistência de temas específicos abordando DTN nos currículos em
diferentes níveis de formação.
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Expansão dos acessos as intervenções e tratamento das doenças tropicais
negligenciadas Para se implementar as actividades de controlo e eliminação das DNT, há necessidade de se
conhecer a necessidade epidemiológica de cada uma das doenças.
Assim, teremos como necessidade de consumíveis de laboratório e outros artigos médicos para o
mapeamento de algumas doenças ilustradas na tabla seguinte
Nome da doença
Numero de distritos mapeados
Numero de distritos endémicos
Numero de distritos por mapear
Numero de kits de diagnostico e outros materiais necessários
FL 147 103 1 200 ICT cards e material para mf
SCH 148 148 0
HTS 148 148 0
TRA 16 132 Kits para mapear 132 distritos
O controlo integrado das DTN tem metas e objectivos para cada doença utilizando os distritos como
unidades básicas de implementação tem como intervenções:
1. Distribuição integrada de medicamentos para as DTN-PQT aos distritos endémicos de acordo
com as directrizes da OMS
2. Controlo de morbilidade por detenção e gtratamento de casos (Tracoma, Triquiase,
Hidrocele e Linfoedema)
3. Formação e fortalecimento da capacidade institucional nas áreas de controlo/eliminação das
doenças.
4. Controlo da transmissão (Controlo vectorial).
5. Promoção de saneamento básico do meio
6. Monitorar e avaliar o programa, incluindo a recolha sistemática de dados.
Necessidades para a sua implementação
A tabela abaixo ilustra o numero de unidades de implementação (UI), os distritos endémicos, a
população em risco por cada DTN.
Nome da doença
Numero total de distritos
Numero de distritos endémicos
População em risco (2013)
Populacao em risco por categoria de doenca
Populacao >15 anos
Populacao 5-15
Populacao <5
FL 147 103 19.492.842 8.381.922 9.512.451
SCH 148 148 24.366.052 6822494,6
HTS 148 148 24.366.052 6822494,6
TRA 16 Por completar mapeamento
1.531.895 214.465
O tratamento em massa é feito pelos técnicos de saúde e voluntários comunitários de saúde em
locais previamente informados as populações.
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Critérios de elegibilidade Para o tratamento preventivo dessas doenças são consideradas elegíveis e não elegíveis as seguintes
pessoas que vivem nas áreas endémicas.
Filaríase Linfática Helmintíases transmitidas pelo solo
Schistossomiase
Elegíveis Indivíduos com 5 anos ou mais de idade que vivam nas áreas endémicas
Crianças de idade escolar e pré-escolar
Crianças de idade escolar (5-14 anos)
Mulheres gravidas no 2-3 trimestre de gravidez
Adultos expostos
Adultos expostos
Não Elegíveis Mulheres gravidas Crianças <1 ano
Crianças com menos de 5 anos
Mulheres gravidas (1 trimestre) Crianças com menos de 5 anos ou altura inferior a 94 cm Mulheres a amamentar
crianças com menos de uma semana
Pessoas muito doentes
Directrizes para estratégias de tratamento de cada doença tropical negligenciada
Doença Medicamentos e Dosagem
Inicio de Implementação
Frequência de Intervenção
Filaríase Linfática (onde oncocercose é co-endémica)
IVM de acordo com altura + ALB 400mg
Prevalência >1% Uma vez por ano
Schistossomiase PZQ 40mg/kg ou de acordo com altura
Prevalência >20% <10% Prevalência, duas vezes durante o ensino primário; 10-24% Prevalência, uma vez em cada dois anos; =>25% Prevalência, todos os anos
HTS ALB 400mg ou MDB 500mg
Prevalência >10% presença de infecção
20-50% Prevalência, uma vez por ano; >50% Prevalência, duas vezes por ano
Tracoma Azitromicina, 20mg/kg, máximo 1g em adultos
Prevalência de tracoma activa >5% em 1-9 anos
Uma vez por ano.
Fonte: OMS 2006
Canais de distribuição dos medicamentos durante as campanhas de tratamento em massa(CTM):
Comunidades: as CTM são feitas nas comunidades para as crianças elegíveis que não estão a
estudar e aos adultos. Os TS e os VCS são formados para fazerem a entrega de
medicamentos na comunidade.
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Escolas: as CTM são também feitas nas escolas aos alunos pelos TS e com o apoio dos
professores treinados.
Unidades Sanitárias: os medicamentos também são distribuídos nas US durante as
campanhas por TS.
Considerando as CTM como a principal estratégia de implementação, a co-endemicidade e
prevalência das DNT ira determinar o tipo e numero de intervenções a serem realizadas
anualmente. A informação vem resumida na tabela abaixo.
Ano Numero de distritos
DTN alvo Pacote de intervenções
Canal de contribuição
Duração Outras intervenções
2013
52 FL+SCH+HTS (>50%)
MDA1 Comunidade 1 Semana Treino dos técnicos de saúde, voluntários; mobilização social; supervisão; produção de fichas e outro material; logística para distribuição de material e medicamentos e gestão
41 T1 Escola + Comunidade
1 Semana
64 T3 Escola + Comunidade
2 Semanas
41 FL+SCH+HTS (<50%)
MDA1 Comunidade 3 Semanas
83 T2 Escola + Comunidade
4 Semanas
10 TRA MDA4
103 FL+SCH (>50%)
T1
FL+SCH (<50%)
T3
Legenda
MDA1 – Invermectina + Albendazol T2- Prazinquantel
MDA4 – Azitromicina T3- Albendazol
T1- Prazinquantel + Albendazol
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Controlo de morbilidade A morbilidade devido a filaríase, shcistomíase e tracoma constitui um desafio para o programa. Apesar de não haver dados do número dos casos de pessoas com elefantíase, hidrocele, lesão da bexiga, triquíase, etc., varias são as pessoas com essas complicações que se encontram nas comunidades, contudo são muito poucas que se apresentam na unidade sanitária. É de referir que o número de US com capacidade para o manejo desses casos e com pessoal capacitado é insuficiente para os casos que se estimam existirem.
Os casos de linfoedemas, as crises de adenolinfagite e as pequenas lesões cutâneas devido a filaríase são tratados ou prevenidos com medidas simples de higiene do corpo em especial da área afectada. Estas medidas são feitas ao domicílio ou nos grupos de auto – cuidados já existentes em várias comunidades. Contudo, há necessidade contínua de se realizar programas de educação de saúde para a promoção de medidas de controlo e manejo das complicações devido a elefantíase tais como:
Lavagem dos membros afectados pelas lesões causadas pela elefantíase com água e sabão;
Secagem da área e a aplicação de um creme ou óleo para amaciar a pele;
Prática de exercício físico.
As manifestações clinicas severas detectadas nas comunidades por VCS são referidas as unidades sanitárias para o tratamento e educação para a saúde. Os casos de hidroceles são atendidos nas unidades sanitárias e encaminhadas para as unidades de referência.
Os casos clínicos severos de tracoma são tratados nas unidades sanitárias. A cirurgia do tracoma para corrigir a triquíase será realizada nas unidades de referência e nas comunidades, por técnicos de oftalmologia treinados para o efeito. Implementar-se-á a estratégia SAFE como parte de controlo
dessa patologia. Ainda não existe um controlo eficaz de morbilidade devido a SCH.
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Principais desafios e oportunidades no controlo e prevenção das DTN em
Moçambique
POTENCIALIDADES
Criação de departamento de DTN
Criação de pontos focais provinciais
Mapeamento completo das parasitoses intestinais, schistosiamiase e filaríase linfática
Início de intervenções massivas no controle ou eliminação das DTN (campanhas de
tratamento de filaríase
Existência de canal de logista para o envio de medicamentos e outros materiais nas
províncias
Existência de memorandum de entendimento entre o MISAU e o ministério de
educação
Gratuidade de alguns serviços ou medicamentos
Existência da semana nacional de saúde e dias nacionais de saúde e outras
intervenções de base comunitária
Revitalização do programa de APEs
FRAQUEZAS
Insuficiência de recursos financeiros
Insuficiência de recursos humanos formados
Fraca capacidade de diagnóstico ou gestão de morbilidade das DTN
Deficiente sistema de recolha de dados e toca de informação
Fraca gestão de medicamentos a nível distrital e provincial
Inexistência de material de consulta na língua oficial do pais (português)
Baixa cobertura de rede sanitária
Deficiente aproveitamento e coordenação da actuação de trabalhadores comunitários
de saúde
Falta de informação sobre a situação epidemiológica da DTN pêlos intervenientes
governamentais e parceiros
Falta de definição e harmonização da política de incentivos
Fraca advocacia e mobilização
OPORTUNIDADES
Co endemicidade das DTN;
Existência de doadores para ivermectina,albendazol, praziquantel e azitromicina;
Medicamentos fáceis de tomar;
Existências de alguns parceiros nacionais e internacionais;
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Revisão do termos de referência dos técnicos de medicina preventiva e saneamento;
do meio e abastecimento de agua potável as comunidades mais carenciadas;
Existências de comités distritais de gestão de saúde;
Existência de uma autoridade comunitária local;
Existência de um programa nacional de controlo de qualidade de agua para o;
consumo humano em todos.
RISCOS
Saída de pessoal para o sector privado;
Ocorrência frequente de desastres naturais;
Existência de áreas de difícil acesso;
Limitada parceria para as DTN;
Falta de novas tecnologias de comunicação;
Grandes distâncias entre as cidades e as sedes distritais;
Fraca disponibilidade de água potável nas zonas rurais;
Comportamento de risco das comunidades influenciadas por factores culturais e
pobreza;
Fraca coordenação entre diferentes sectores de trabalho;
Elevada taxa de analfabetismo nas zonas rurais;
Existência da infecção transfronteiriça;
Falta de coordenação transfronteiriça para o controlo.
Agenda estratégica das doenças tropicais negligenciadas Visão
Moçambique livre do peso de doenças tropicais negligenciadas até 2020 assegurando pelo
compromisso politico.
Missão
Implementar medidas íntegras necessárias para a prevenção, controlo e eliminação das
doenças tropicais negligenciadas para que não constituam um problema de saúde pública no
país.
Meta
Melhorar a saúde das populações pela redução das doenças tropicais negligenciadas.
Princípios orientadores
A elaboração dos objectos e estratégicas deste plano foi orientada pêlos seguintes princípios
orientadores.
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Objectivo geral
A meta do programa é de reduzir a morbilidade devido a schistosomiase, parasitoses
intestinais, oncocercose e tracoma a níveis onde as doenças não constituam significado de
saúde pública e eliminar a filaríase linfática através duma estratégia integrada de controlo
pela quimioterapia preventiva até o ano 2020.
Prioridades orientadoras
A elaboração dos objectivos e estratégias deste plano foi orientada pelos seguintes princípios
orientadores:
Acesso universal
O presente plano toma em consideração a necessidade de assegurar o tratamento regular a
todas as comunidades que vivem em áreas endémicas gratuito tendo em conta a equidade do
género.
Aplicação de intervenções com base em evidências
A planificação e implementação das intervenções na área das DTN será feita com base nos
dados epidemiológicos existentes no país.
Monitoria e avaliação
O fortalecimento do sistema de monitoria e avaliação é fundamental para o sucesso das
estratégias e/ ou intervenções em curso. O plano estratégico define metas e indicadores para
monitorar a implementação das actividades e avaliar o impacto alcançado no controlo das
doenças tropicais negligenciadas.
Abordagem multissectorial
Abordagem multissectorial para o controlo das DTN é fundamental para o sucesso das
estratégias a serem implementada. O controlo das DTN não é actividade exclusiva ao sector
de saúde e deve envolver outros sectores como obras públicas, ambiente, educação,
comunicação, ONGs, sector privado,etc.
Integração das actividades
Actividade FL SCH HTS TRA LEPRA
Mapeamento X X X X
Treino X X X X X
Mobilização X X X X X
Manejo casos nas unidades sanitárias X X X
MDA X X X X
Educação sanitária X X X X X
Lavagem das mãos X X
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Lavagem da cara X
Promover a construção e uso de latrinas X X X
Prevenção das complicações incapacidade X X X X X
Monitoria e avaliação X X X X X
Vigilância X X X X X
Integração das acções controlo vectorial pesquisa operacional X X
Pesquisa operacional X X X X X
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Estudo realizado em moçambique sobre doenças negligenciadas Nome: Distribuição Geográfica e Prevalência, da esquistossomose e doenças transmitidas
pelo solo
Autores: Gerito Augusto, Rassul Nalá, Verónica Casmo, Acácio Sabonete, Lourenço Mapaco,
Judite Monteiro
Departamento de Parasitologia Intestinal e Vesical, Instituto Nacional de Saúde, Ministério
da Saúde, Maputo, Moçambique
Em Moçambique pelo Laboratório Nacional de Esquistossomose e Helmintíases Transmitidas pelo
Solo do Instituto de Saúde do Ministério de Saúde em Agosto de 2005 a Junho de 2007 sobre a
epidemiologia da esquistossomose e a helmintíases transmitidas pelo solo em crianças em idade
escolar. Foram testadas 83,331 pessoas com uma idade compreendida entre os 7 aos 22 anos, sendo
a idade média 11.36, foram colhidas amostras de fezes e urina e examinadas usando tecnica Kato-
Katz e filtração e Ritchie e Willis. Os resultados indicam uma disseminação da doença pelo país,
sendo o Schistosoma haematobium é o mais prevalente, cerca de 47.0% e apenas 1.0% para o
Schistosoma japonicum e que as helmintíases transmitidas pelo solo apresentavam uma prevalência
de cerca de 53.5%. Há uma variação no que diz respeito a prevalência no país, entretanto a maior
prevalência é verificada no norte do país, sendo os distritos provinciais mais afectados,
nomeadamente Cabo Delgado, Niassa, Nampula, e Zambézia. As capitais das províncias são menos
afectadas pela esquistossomose. O estudo então concluiu que que a esquistossomose e as
helmintíases transmitidas pelo solo estão amplamente distribuídas pelo país e que há uma
necessidade de realizar um programa nacional de controlo de helmintos.
De acordo com o estudo a distribuição por província esta da seguinte maneira: