programa festival os sons de almada velha 2015

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De 26 de setembro a 31 de outubro, a música erudita está de volta às igrejas do centro histórico de Almada e Cacilhas, no âmbito do Festival Os Sons de Almada Velha.

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Raízes, retorno, novos caminhos, outras músicas, ou-tros mundos, novos repertórios… alguns conceitos que caracterizam esta 6ª edição dos Sons de Almada Velha, Música nas Igrejas.

Propomos, pois, um pequeno desvio aos repertórios mais canónicos daquela que hoje vulgarmente apeli-damos de música antiga, e, assim, uma incursão por outros repertórios, por outras músicas, por outras for-mas de fazer e estar na música, um desvio que, desde a última década do século passado, tem despertado o interesse em alguns dos mais reputados músicos e en-sembles que se dedicam aos instrumentos históricos e à Interpretação Histórica Informada.

Para eles, este é um caminho que mais não é que o re-torno à verdadeira essência e às raízes da música pré--clássica, um círculo que se fecha entre as origens e o futuro, apesar da imensa distância no tempo, um cir-cuito que ao mesmo tempo que se completa, se expan-de para novos horizontes absorvendo novas culturas, novas formas de estar na música e até mesmo novos e surpreendentes instrumentos musicais…

Andaremos assim por novos e velhos caminhos, com novas linguagens, fusões de estilos, formas e géneros, deambularemos por repertórios de Trás-os-Montes às Caraíbas, do fado ao flamenco, por três continentes descobriremos novos repertórios, quer aqueles que resultam de novas investigações musicológicas, quer aqueles que, mais recentemente compostos, evocam, homenageiam e recebem influências de outras épocas, outras culturas, outras linguagens.

Roots, a return, new paths, other kinds of music, other worlds, new repertoires... these are some of the concepts that describe the 6th edition of the music festival Os Sons de Almada Velha, Música nas Igrejas.

We are thus proposing a short detour from the more cano-nical repertoires of what we commonly now call early music and, therefore, to start out on other repertoires, other kinds of music, other ways of making and experiencing music, a move away which, since the last decade of the last century, has aroused interest in some of the most renowned musicians and ensembles who are involved in playing historical instruments and in Informed Historical Interpretation.

As far as they are concerned, this is a path that is simply the return to the true essence of pre-classical music, a circle uni-ting the origins and the future, despite the vast space of time, a circuit which, whilst being completed, expands to new hori-zons, absorbing new cultures, new ways of experiencing music and even new and surprising musical instruments...

Therefore we shall follow new and old paths, with new lan-guages, fusions of styles, forms and genres, we shall wander through repertoires from Trás-os-Montes to the Caribbean, from Fado to Flamenco, through three continents, where we shall discover new repertoires, both those resulting from new musicological research, and those composed more recently, which evoke, pay homage and are influenced by other eras, other cultures and other languages.

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26 de setembroseptember 26th

19h | 7pmIgreja do semInárIo de são PaulosemINArY of sÃo pAULo – CHUrCH

“A nova música sacra portuguesa”grupo Vocal olisipo

27 de setembroseptember 27th

19h | 7pmCIne-teatro aCademIa almadense ACAdemIA ALmAdeNse’s New AUdItorIUm

“Las idas y las vueltas”A música barroca colonial em diálogo com o Flamenco

accademia del Piacere e arcángel

3 de outubrooCtober 3rd

21h | 9pmIgreja da nossa senhora do bom suCessoCHUrCH of NossA seNHorA do bom sUCesso

“Acção - Joana Bagulho em cravo a partir de Carlos Paredes”

10 de outubrooCtober 10th

19h | 7pmermIda de são sebastIão CHApeL of sÃo sebAstIÃo

“Alvorada”Cardo-roxo e rui silva

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17 de outubrooCtober 17th

19h | 7pmIgreja da mIserICórdIa de almadaCHUrCH of mIserICÓrdIA

“Língua”noa noa e joão hasselberg

24 de outubrooCtober 24th

19h | 7pmIgreja de santIagoCHUrCH of sANtIAGo

“Rabbia, furor, dispetto”Aberturas e arias de Jerónimo Francisco de Lima em primeira audição contemporâneaConcentus Paeninsulae e monika mauch

31 de outubrooCtober 31st

19h | 7pmsemInárIo de são Paulo - adega dos FradessemINArY of sÃo pAULo - oLd wINe CeLLAr

“Banchetto Musicale”Flanders recorder Quartet

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26 de setembroseptember 26th

19h | 7pm

“A nova música sacra portuguesa”armando Possante (Direção/Direction)

grupo Vocal olisipo

Após a chamada idade de ouro da Música Portuguesa, liderada pelos compositores da Escola de Música da Sé de Évora, no Séc. XVII e da opulência da música de influência italiana do Séc. XVIII, alimentada pelo ouro do Brasil, a produção musical decaiu drasticamente. A destruição de Lisboa no terramoto de 1755, a instabili-dade política no Séc. XIX criada pelas invasões napole-ónicas e a subsequente partida da corte para o Brasil e, mais tarde, pela guerra civil entre liberais e absolutistas foram alguns dos fatores que levaram a esta alteração considerável no panorama da composição musical. Se esta mudança se deu a nível da música instrumental e da ópera, os seus efeitos foram muito mais evidentes na música sacra, na qual os compositores portugueses tinham no Séc. XVII uma produção que liderava em quantidade e qualidade a cena mundial.

Foi apenas no século passado que a música portugue-sa voltou a elevar-se ao nível dessa primeira idade de

Igreja do SemInárIo de São Paulo

SEMINARY of SÃo PAULo – CHURCH

A Igreja de uma só nave, coberta com uma abóbada de berço, é parcialmente revestida a azulejos azuis e brancos do século XVIII, que representam cenas da história sagrada da Ordem de S. Domingos. O altar-mor e os colaterais apresentam retá-bulos de talha barroca do século XVIII. A sacristia, revestida a azulejos do tipo padrão, azuis e amarelos, do Séc. XVII é uma das mais bonitas zonas de clausura.

The Church of a sigle nave, covered with a cradle vault, is partly covered with blue and white glazed tiles of the 18th century depicting religious scenes of the Order of St. Dominic. The High Altar and the collaterals present alterpieces in baroque woodwork from the 18th century. The Vestry, covered with blue and yellow glazed 17th century tiles, is one of the most beautiful of the enclosure areas.

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ouro. Numa primeira fase através de compositores como Fernando Lopes Graça que, juntando à sua obra como compositor, levou a cabo um trabalho importan-tíssimo como musicólogo, investigando e catalogando centenas de melodias tradicionais do folclore nacional, ajudando a preservar esse património para as gerações futuras.

O ressurgimento da tradição coral e da composi-ção estarão porventura ligados ao que alguns autores consideram o “segundo renascimento da composição portuguesa”. Seria quase impossível falar da música portuguesa da atualidade sem mencionar Eurico Car-rapatoso. Compositor tão ou mais presente no reper-tório coral dos grupos atuais como Lopes Graça.

A obra de Ivan Moody, outro compositor de origem britânica residente em Portugal, é fortemente influen-ciada pela tradição Ortodoxa Grega. Nas duas obras que interpretaremos hoje, ambas dedicadas ao Grupo Vocal Olisipo, temos secções cantadas em grego que sublinham a história contada em inglês e a mensagem da obra. O conjunto das duas obras faz-nos acompa-nhar toda a vida de Cristo, desde a profecia que anun-cia a vinda do Messias em The Prophecy of Symeon até à sua ressurreição, testemunhada por Maria no sepul-cro em The Meeting in the Garden.

Armando Possante

Following the so-called golden era of Portuguese Music, led by the composers of the Escola de Música da Sé de Évora (Mu-sic School of Évora Cathedral), in the 17th century, and the opulence of the music of Italian influence in the 18th century, fuelled by the gold from Brazil, musical production declined drastically. If that change took place in instrumental music and opera, it had a much more obvious effect on sacred music, where Portuguese composers in the 17th century were world-wide leaders of production in quantity and quality.

It was only in the last century that Portuguese music once again rose to the level of that first golden era.

Fernando Lopes Graça, Eurico Carrapatoso and Ivan Moody are the composers of the musical works that are part of this concert dedicated to the new Portuguese sacred music.

Armando Possante

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27 de setembroseptember 27th

19h | 7pmConcerto com entrada livre, sujeita ao levantamento de bilhete, a partir das 18h

Concert with free entrance, subject to tickets being collected as from 6 pm

“Las idas y las vueltas”A música barroca colonial em diálogo com o FlamencoFahmi alqhai (Direção/Direction)

accademia del Piacere [espanha/spain]: , Miguel Angel Cortés (Guitarra Flamenca/Flamenco Guitar), Agustín Diassera (Percussões/Percussion), Fahmi Alqhai, Rami Alqhai, Johanna Rose (Violas da Gamba)

arcángel (Cantaor/Flamenco Singer)

Se a miscigenação e o intercâmbio de culturas são de facto fatores impulsionadores de inovação musical, a colonização espanhola das Américas, com consequente encontro de civilizações europeias, americanas e afri-canas, veio revolucionar ao máximo a arte musical, transformando-a e proporcionando o nascimento de novos estilos musicais: a permuta de ritmos, melodias e cadências, que mais tarde dariam origem ao jazz, es-teve séculos antes na origem do flamenco.

Pelas cidades andaluzas e latino-americanas circula-

CIne-teatro aCademIa almadense

ACAdemIA ALmAdeNse’s New AUdItorIUm

O edifício do Cine Teatro da Academia Almadense foi cons-truído em 1942 e nele funcionou até aos anos 80, para além da Sede Social da associação, a Biblioteca e a Sala de Espetácu-los, acolhendo atividades de teatro amador desenvolvidas pela própria coletividade. Mais tarde foi sede da Companhia de Teatro de Almada. O edifício, recentemente reabilitado, man-tém a função de auditório com cerca de 200 lugares, e alberga ainda a Escola de Música e a Banda Filarmónica da Academia e a Companhia de Dança de Almada.

Academia Almadense’s new auditorium was built in 1942 and up to the 1980s, apart from being the headquarters of the Recreational Association Academia Almadense, it also housed a Library and an Auditorium, hosting amateur dramatic activi-ties carried out by members of the Association. Later on it was the headquarters of Companhia de Teatro de Almada (Almada’s leading Theatre Company). The building has been recently refurbished, maintaining in operation the auditorium, which seats around 200 people, and it is home to the Escola de Música (Music School), the Banda Filarmónica da Academia (Brass Band) and Companhia de Dança de Almada (Almada’s Dance Company).

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umvam, em fusão e confusão, canções e danças dos três

continentes, do Golfo da Guiné às Caraíbas, de Triana ao Golfo de Cádiz, um verdadeiro, deslocalizado e fer-vente caldeirão, onde as jácaras, as folias e as chaconnes eram património comum da música popular e erudita.

As Guarachas de Juan García de Zéspedes (1619 – 1678) fazem-nos lembrar os tanguillos de Cádiz, ro-mances medievais transmitidos de boca em boca, fan-dangos de antes e de agora, Siguiriyas com acordes de passacaglia…,músicas que sobreviveram aos tempos e que hoje estão à nossa inteira disposição e à espera de uma nova vida, neste caso à espera de uma nova intui-ção espontânea, trazida por excelentes músicos e pelo bom flamenco.

Dois espíritos criativos como Fahmi Alqhai e Arcán-gel enveredam por caminhos inexplorados, através do cruzamento do flamenco com a música barroca, sem dúvida dois dos mais férteis estilos musicais; Fahmi Al-qhai e Arcángel dialogam, em busca de um passado e de um presente comum na música, a via de comunicação mais universal de povos e de culturas. Artistas de per-sonalidade inclassificável, de uma formação rigorosa, mas embebidos de um espírito experimental e arroja-do, levam aqui a cabo um puro exercício de liberdade, conduzidos apenas pelo seu instinto musical.

Quem sabe se de uma forma inesperada, natural e in-tuitiva não nos possam trazer os aromas primordiais do paraíso perdido, aquele que até à data nenhum musicó-logo conseguiu, os sons do flamenco primitivo.

Juan Ramón Lara

Accademia del Piacere tem o apoio de:

If the cross-over and exchange of cultures are really factors for driving musical innovation, the Spanish colonisation of the Americas and the subsequent merge of European, American and African civilization absolutely revolutionised musical art, transforming it and enabling the birth of new musical styles: the inter-change of rhythms, melodies and cadences, which would later give rise to jazz, was at the origin of Flamenco, centuries earlier.

Around Andalusian and Latin-American cities, in fusion and confusion, songs and dances from three continents, from the Gulf of Guinea to the Caribbean, from Triana to the Gulf of Cadiz, a truly relocated and bubbling melting pot, where jácaras, folias and chaconnes were the common heritage of popular and classical music.

Two creative spirits such as Fahmi Alqhai and Arcángel travel along unexplored paths, by blending Flamenco with Baroque music, undoubtedly two of the most fertile musical styles; Fahmi Alqhai and Arcángel interact, in search of a common past and present in the music, the most universal means of communication of peoples and cultures.

Juan Ramón Lara

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3 de outubrooCtober 3rd

21h | 9pm

“Acção - Joana Bagulho em cravo a partir de Carlos Paredes”joana bagulho [Portugal] (Cravo/Harpsichord)

ACÇÃO é um concerto de Joana Bagulho, a partir de transcrições (realizadas pela própria) para cravo, de peças de Carlos Paredes. Neste programa serão incluí-das algumas peças para cravo dos séculos XVII e XVIII que estiveram na base da inspiração da realização da-quelas transcrições.

A guitarra portuguesa e o cravo partilham a mesma função, a de instrumentos acompanhadores, sendo muito interessante observar-se a semelhança das ma-lhas de acompanhamento do fado na guitarra, com os protótipos de acompanhamento do baixo contínuo no cravo.

A música de Carlos Paredes tem muitas referências ao que parece ser a linguagem idiomática do cravo: O cromatismo dos baixos, as harmonias ricas e repetidas exaustivamente, as notas repetidas...

A Igreja, de estilo pombalino, foi reconstruída em 1756-1759, no local da antiga Gafaria de Cacilhas.

É composta por uma só nave, capela-mor e sacristia, com a frontaria a possuir duas torres de sino e dois relógios de sol. No interior, as paredes são revestidas a azulejos (branco e azul) datados de 1758/60.

Rebuilt in the 18th century, the church, in the “Pombali-no” style, consists of a single nave, chancel and sacristy and the façade presents two bell towers and two sundials. Inside, the walls are covered with glazed tiles (white and blue), dating from 1758/60.

Igreja Nossa seNhora do Bom sucessocacIlhas

CHURCH OF NOSSA SENHORA DO BOM SUCESSO

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É incrível a facilidade com que encontramos seme-lhantes dissonâncias na música de Paredes, de François Couperin ou de Domenico Scarlatti. Na verdade, tanto a música de Paredes como a de Couperin, descendem do mesmo instrumento – O Alaúde.

Carlos Paredes conhecia e tocava as obras barrocas para guitarra, era fascinado pelo repertório ibérico para cravo, tendo chegado a propor a Rui Veira Nery um programa para guitarra portuguesa e cravo. A incor-poração de peças barrocas neste concerto comentado permite a realização de uma associação direta dos ele-mentos que tornam estas composições tão próximas.

ACÇÃO é o título da primeira peça do recital. Esta peça integra o segundo disco de Carlos Paredes em 1963 com o nome de Acção – Prelúdio, sendo mais tarde transformada em Canto do Rio, a peça que irá encerrar o recital. Acção é também uma palavra-chave na vida e obra de Paredes, na sua atitude em relação à música e à sociedade. De certo modo também pos-so dizer que Acção representa para mim o ato de pôr em prática as transcrições da música de Carlos Paredes para cravo, uma vontade que me acompanha desde há muito tempo.

Joana Bagulho

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OACÇÃO is a concert by Joana Bagulho, using transcriptions (of her own) for the harpsichord, of pieces by Carlos Paredes.

This programme will include some of the pieces for harp-sichord from the 17th and 18th centuries, which were the founding inspiration for carrying out those transcriptions.

The music of Carlos Paredes has many references to what seems to be the idiomatic language of the harpsichord. The chro-matics of the bass, the rich harmonies that are extensively re-peated, the repeated notes...

Carlos Paredes knew and played Baroque works for the guitar and was fascinated by the Iberian repertoire for the harpsi-chord. Incorporating Baroque pieces in this commented con-cert enables a direct association to be made of the elements that bring these compositions so closely together.

Joana Bagulho

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A Ermida foi construída no decurso do século XVI.

No século XIX, serviu para usos vários (habitação, abegoaria e até taberna), tendo a propriedade sido vendida em 1903. Em 1993 foi adquirida pela Câmara Municipal de Almada e em 2009, após uma obra de reabilitação, foi devolvida ao culto e à população de Almada.

The Chapel of St. Sebastian was built during the 16th century.

In the 19th century, the building served several uses – housing, a barn and even a tavern. After a profound restoration work, it finally returned to be-ing a building of worship and to the people of Almada.

Ermida dE São SEbaStião

CHAPEL OF SÃO SEBASTIÃO

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10 de outubrooCtober 10th

19h | 7pm

“Alvorada”Cardo-roxo [Portugal]: Antony Fernandes (Barítono/ Baritone, Säckpipa/Swedish Bagpipes, Flauta de Harmónicos/Overtone Flute), Carmina Repas Gonçalves (Soprano, Viola da Gamba)

músico convidado/Guest musician: Rui Silva (Percussão Histórica/Historical Percussion)

A música que vos oferecemos é o resultado de dois anos de pesquisa e reflexão sobre as nossas tradições musicais mais antigas e a forma como sobrevivem até hoje, quer através de recolhas áudio, vídeo ou trans-crições, quer através de tradições vivas. Assim, este concerto reflete o nosso primeiro contacto consciente com a enorme diversidade e complexidade da nossa música tradicional; da música instrumental à vocal, da música de festa à música de trabalho, da Madeira a Trás--os-Montes, procuramos assim entender e evidenciar a nossa identidade musical. Conscientes da enorme res-ponsabilidade que é utilizar e modificar este repertório à nossa imagem, esforçámo-nos por não deturpar as características essenciais do mesmo, uma vez que para nós é fundamental divulgá-lo de forma cuidada, infor-mada e adequada à nossa instrumentação. Esperamos que seja do vosso agrado e que vos desperte a curiosi-dade para procurar e conhecer a nossa tradição musical que tem tanto de bela como de surpreendente.

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TIÃOThe music we’re offering you is the result of two years’ re-

search and reflection on our oldest musical traditions and the way they have survived to the present day, both by collecting audio and video works or transcriptions, and through living traditions. As such, this concert reflects our first conscious con-tact with the huge diversity and complexity of our traditional music; from instrumental to vocal music, from festive music to work music, from Madeira to Trás-os-Montes, we thus endeav-our to understand and display our musical identity.

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A Santa Casa da Misericórdia de Almada foi fundada em 1555 e em 1564 deu-se início aos trabalhos de remodelação da antiga capela, que sofreu obras de ampliação. O edifício foi seriamente danifica-do com o terramoto de 1755, remanescendo apenas o altar-mor e o retábulo maneirista, tendo-se concluído a sua reconstrução em 1758.

A Igreja, recentemente restaurada, tem um interior de nave única e altar-mor elevado e apresenta paredes decoradas com silhar de azulejos azuis e amarelos do séc. XVII, esculturas sacras em madeira, destacando-se o retábulo que preenche a totalidade da parede fundeira e que corresponde à disposição original.

The Santa Casa da Misericórdia of Almada was founded in 1555 and, in 1564, the work of renovation and expansion of the old chapel began. The building was badly damaged in the earthquake of 1755 and only the altar and the Mannerist altarpiece remained. Its reconstruction was concluded in 1758.

The church, recently restored, has a single-nave interior and a raised main altar. Its walls are decorated with an ashlar of blue and yellow tiles of the XVII century and sacred sculptures in wood. Of note is the retable that fills the entire back wall and corresponds to the original arrangement.

Igreja da MIserIcórdIa de alMada

CHURCH OF MISERICÓRDIA

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17 de outubrooCtober 17th

19h | 7pmConcerto com entrada livre, sujeita ao levantamento de bilhete, a partir das 18h

Concert with free entrance, subject to tickets being collected as from 6 pm

“Língua”Concerto integrado na digressão de lançamento do disco Língua, vol.2 de Noa Noa (MU0114/2015 por Arte das Musas)

Concert included in the tour to launch the record Língua, vol.2 by Noa Noa (MU0114/2015 by Arte das Musas)

noa noa [Portugal]: Filipe Faria (Voz/Vocals, Percussão/Percussion, Gaita/Harmonica, Flauta/Flute, Assobio/Whistle, Colascione, Melódica/Melodica e Guitarra Barroca/Baroque Guitar), Tiago Matias (Vihuela, Guitarra Barroca/Baroque Guitar, Guitarra Romântica/Romantic Guitar, Colascione, Melódica/Melodica, Percussão/Percussion e Voz/Vocals)

músico convidado/Guest musician: João Hasselberg (Contrabaixo/Double Bass e Percussão/Percussion)

Todas as línguas mudam com o tempo. Evoluem e adaptam-se aos usos inovadores das comunidades, às suas idiossincrasias e hábitos. A língua não pode ser en-tendida como uma entidade imutável, estanque, parada ou desenhada no tempo e pelo tempo. Ela é, pelo con-trário, resultado de uma dinâmica imensa da mesma forma e com o mesmo fulgor da comunidade ou da humanidade que muda… vagarosa mas imparável.

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Estrutura apoiada por:

Língua é o título do novo projecto Noa Noa dedicado à memória coletiva definida pelas diversas culturas e lín-guas ibéricas, uma manta de sons “para além do Ebro” que resulta no português, castelhano, mirandês, gale-go, asturiano, basco ou catalão. Este projeto viaja entre o que há de mais comum e mais diferente na História da cultura ibérica explorando as fronteiras geográficas, culturais e conceptuais da tradição e da ancestralidade com a contemporaneidade ou a interculturalidade.

All languages change over time. They evolve and adapt to in-novative uses in the communities, to their idiosyncrasies and habits. Language cannot be understood to be an unchange-able, stagnant, unmoving item, or one designed in a time or by a time. On the contrary, it is the result of vast dynamics, in the same way and with the same momentum as the community or the humanity that changes...sluggish but unstoppable.

Língua (Language) is the title of Noa Noa’s new project dedi-cated to the collective memory defined by the various Iberian cultures and languages, a blanket of sounds “beyond the Ebro”, leading to Portuguese, Castellano, Mirandese, Galizian, Astu-rian, Basque or Catalan.

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24 de outubrooCtober 24th

19h | 7pm

“Rabbia, furor, dispetto”Aberturas e arias de Jerónimo Francisco de Lima em primeira audição contemporâneaConcerto integrado nas atividades de lançamento do CD “Rabbia, furor, dispetto”

Concert included in the activities for launching the CD “Rabbia, furor, dispetto”

Vasco negreiros (Direção/Direction)

Concentus Paeninsulae [Portugal|espanha/spain]: Sergio Franco (Concertino/Concertmaster), Juan Bautista Bernués, Idoia Abad, Usúa Martín Domínguez, Daniel Francés Martínez, Beatriz Fanlo e Raquel Sobrino (Violinos/Violins), Juan Luis Arcos e Miguel Zarazaga (Violas), Laura Lafuente (Violoncelo/Cello), Duncan Fox (Contrabaixo/Double Bass), Pedro Castro e LuísMarques (Oboés/Oboes), José Gomes (Fagote/Bassoon), Stephen Mason e David Burt (Trompetes/Trumpets), Paulo Guerreiro (Solista/Soloist) e Laurent Rossi (Trompas/Horns), Fernando Miguel Jalôto (Cravo/Harpsichord)

monika mauch [alemanha/Germany] (Soprano)

Por ordem de D. José I, Jerónimo Francisco de Lima estudou em Nápoles, aos cuidados dos professores Carlo Cotumacci e Gioseppe Dol, no Conservatório de Sant’Onofrio a Capuana, entre 1760 e 1767. Nápo-les era então um dos maiores centros de formação de compositores em todo o mundo.

Edificada no séc. XIII, reedificada em 1724 e restaurada a seguir ao terramoto de 1755.

O interior do edifício, de uma só nave, encontra-se integral-mente revestido a azulejos oitocentistas relacionados com o santo que lhe dá o nome e a fachada ostenta a Cruz de Santia-go de Espada, ordem à qual pertencia.

Originally built in the 13th century, rebuilt in 1724 and restored after the 1755 earthquake, the church has undergone major changes over time.

The single nave interior of the building is fully coated in nineteenth-century tiles related to the saint whose name it bears. The façade still bears the Cross of Santiago de Espada, the order to which it belonged.

Igreja de SantIago

CHURCH OF SANTIAGO

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Regressado de Itália, foi nomeado Organista e Compo-sitor da Patriarcal e Mestre do Seminário. A partir de Outubro de 1770, junto a Souza Carvalho e José Joa-quim dos Santos, ficou responsável por compor tudo o que fosse necessário para essa Santa Igreja, motivo porque manteve sempre um dos salários mais elevados dentre os organistas da Patriarcal, em acumulação com a função de Mestre do Seminário.

A composição operática não foi para Lima uma pe-quena atividade paralela mas sim uma área de franca dedicação e domínio. Além disso, para Lima a escrita instrumental não se limitava a oferecer apoio harmó-nico à melodia do cantor, conhecendo um papel pre-ponderante, característica que certamente terá relação com a sua formação em Nápoles.

Para que melhor a possamos apreciar dispomos de um conjunto com instrumentos réplica dos do passado, to-cados por alguns dos melhores especialista em Música Antiga de Portugal e Espanha, assim como com a ma-ravilhosa voz de Monika Mauch, cuja vinda foi patroci-nada pela Embaixada Alemã em Lisboa.

Vasco Negreiros

Jerónimo Lima studied in Naples, at the Conservatório de Sant’Onofrio in Capuana, between 1760 and 1767. At that time, Naples was one of the greatest centres in the entire world for forming composers.

On returning from Italy, he was nominated Organist of the Patriarchal seat and Composer and Master of the Seminary.

As from October 1770, together with Souza Carvalho and José Joaquim dos Santos, he became responsible for composing everything that was required by that Holy Church, which was why he always received one of the highest salaries among the Patriarchal organists, in addition to his position as Master of the Seminary.

Lima clearly dedicated his time to dominating operatic compo-sition and he was not of the opinion that instrumental writing should be limited to offering harmonic support to the singer’s melody, allowing it instead to take on a very prominent role.

For us to admire it better, we have a series of replica instru-ments from the past, played by some of the best experts in Early Music of Portugal and Spain, as well the marvellous voice of Monika Mauch, whose presence here was sponsored by the German Embassy in Lisbon.

Vasco Negreiros

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Este trabalho é financiado por Fundos FEDER através do Programa COMPETE 2020 e por Fundos Nacionais através da FCT – Fun-dação para a Ciência e aTecnologia no âmbito do projeto «UID/EAT/00472/2013, INET-MD»

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O atual Seminário da Diocese de Setúbal, conjunto com elemen-tos arquitetónicos e decorativos maneirista e barroco na talha e azulejos, foi fundado em 1569, para ser casa de oração e estudo.

O terramoto de 1755 provocou danos consideráveis e apenas a Igreja foi alvo de restauro. A propriedade foi vendida a par-ticulares (e sucessivamente a diversos proprietários) até à sua aquisição em 1934 pelo Patriarcado de Lisboa e à instalação de um Seminário, inaugurado em 1935.

The current Seminary of the Diocese of Setúbal, a cluster of buildings that demonstrates Mannerist and Baroque architectural and decorative ele-ments in the carvings and tiles, was constructed in 1569, to be a sanctuary of prayer and study. The earthquake of 1755 caused considerable damage and only the church has undergone subsequent restoration. The property was sold to individuals (and subsequently sold to different owners) until its acquisition in 1934 by the Patriarchate of Lisbon and the installation of a seminary, opened in 1935.

Seminário de São Pauloadega doS FradeS

SEMINARY of SÃo PAULoold Wine Cellar

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31 de outubrooCtober 31st

19h | 7pm

“Banchetto Musicale”Flanders recorder Quartet [bélgica/belgium]: Bart Spanhove, Tom Beets, Paul Van Loey e Joris Van Goethem (Flautas de Bisel/Recorders)

Data de 1733 uma das mais famosas coleções de G. P. Telemann, Tafelmusik ou Musique de Table, de 1670, o manuscrito, pertencente ao arcebispo de Olomouc, sob o nome de Sonata Pro Tabula. Henry VIII disfru-tava diariamente do som de flautas doces durante as suas refeições. Johann Hermann Schein reuniu a sua produção de música para dança numa coleção que cha-mou de Banchetto Musicale. Comprova-se pois, que a ideia de banquete musical foi extremamente popular durante os séculos XVI, XVII e XVIII. Christoforo di Messisbugo, um chef de renome na corte da condessa de Ferrara, por volta de 1550, compilou um livro com 315 receitas acompanhadas de instruções cuidadosas sobre como, onde e quando a música, dança e teatro deveriam ocorrer durante os diferentes pratos.

Com este programa, Banchetto Musicale, esperamos aguçar o seu apetite, com um verdadeiro banquete mu-sical, no qual colocamos à vossa disposição o nosso o melhor serviço de prata, flautas doces de alta qualida-de, de todas as formas e tamanhos, e usá-las de 1001 maneiras diferentes. Mais, para fazer jus ao título pro-posto, estamos dispostos ainda, a tocar em garrafas de

cerveja e vinho e até mesmo fazer uso dos nossos te-lemóveis!

O nosso menu, Symphonie des 7 Dégustations, é cons-tituído por hors d´oeuvres franceses, antipasti italia-nos, por majestosos pratos do dia, e para terminar, por uma deliciosa variedade de sobremesas.

Terá pois à sua disposição um pouco de tudo, pratos antigos e novos, do norte, sul, este e oeste. Abra por isso uma garrafa de espumante, sente-se e desfrute das nossas especialidades da casa.

Saúde!

Flanders Recorder Quartet

The idea of a musical banquet was extremely popular dur-ing the 16th, 17th and 18th centuries. With this programme, Banchetto Musicale, we hope to whet your appetite with a real musical banquet, for which we are providing you with our best silver service, high quality sweet flutes, of all shapes and sizes, and using them in 1001 different ways. Furthermore, to do justice to the proposed title, we are even willing to play beer and wine bottles and even use our mobile phones!

Our menu, Symphonie des 7 Dégustations, is made up of French hors d’oeuvres, Italian antipasti, majestic dishes of the day, and to finish, a delicious variety of desserts.

So there will be a little of everything for you, old and new dishes, from the north, south, east and west. So, open a bottle of sparkling wine, sit down and enjoy our specialities of the house.

Cheers!

Flanders Recorder Quartet

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biografiasBiographies

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gruPo VoCal olIsIPo

O Grupo Vocal Olisipo foi fundado em 1988, tendo sido desde então dirigido por Armando Possante. O seu repertó-rio é vasto e eclético, abrangendo obras do período medieval aos dias de hoje. Tem colaborado frequentemente com com-positores, tendo apresentado em primeira audição obras de Bob Chilcott (Irish Blessing), Ivan Moody (The Meeting in the Garden, The Prophecy of Symeon), Christopher Boch-mann (Maria Matos Medley, Morning e a ópera Corpo e Alma), Eurico Carrapatoso (Magnificat em Talha Dourada, Horto Sereníssimo, Stabat Mater), Vasco Mendonça (Era um Redondo Vocábulo), Luís Tinoco (Os Viajantes da Noite) e Manuel Pedro Ferreira (Delirium), entre outros.

Trabalhou com dois dos mais prestigiados ensembles mun-diais da atualidade – Hilliard Ensemble e The King’s Singers e participou também na interpretação de ópera barroca com Jill Feldman.

Conquistou já diversos prémios em concursos, nomeada-mente uma menção honrosa no Concurso da Juventude Mu-sical Portuguesa e o 1º Prémio nos concursos International May Choir Competition em Varna, Bulgária, Tampere Choir Festival na Finlândia, 36º Concorso Internazionale C. A. Se-ghizzi em Gorizia, Itália e o 5º Concorso Internazionale di Riva del Garda, em Itália, e vários prémios de interpretação.

Efetuou inúmeras atuações por todo o país, tendo-se já apresentado nos principais Festivais de Música em palcos como os do Centro de Arte Moderna, Centro Cultural de Belém, Teatro Nacional de S. Carlos, Casa da Música e Tea-tro Rivoli, entre muitos outros. Tem colaborado com vários ensembles instrumentais e orquestras, como o Quarteto La-cerda, Quarteto Arabesco, Capella Real, Músicos do Tejo, Academia de Música Antiga, Orquestra de Cascais e Oei-ras, OrchestrUtopica, Orquestra Sinfónica Juvenil, Orques-tra do Algarve, Orquestra Filarmonia das Beiras e Orquestra Metropolitana de Lisboa.

Internacionalmente tem-se apresentado em concertos por toda a Europa. Participou como convidado em Sunderland, Inglaterra e no Festival 500, em St. John’s, Canadá e mais recentemente em Singapura, onde apresentou 3 concertos de música portuguesa com especial enfoque nos composito-res Francisco Martins, Estêvão de Brito, Eurico Carrapato-so e Fernando Lopes-Graça. Em todos os festivais o grupo orientou diversos workshops para coros e maestros de todo o mundo.

Em cinema participou no filme As Variações de Giacomo onde contracenou com os atores John Malkovich e Veroni-ca Ferres e com os cantores Miah Persson, Florian Bösch e Topi Lehtipuu.

Gravou o Officium Defunctorum de Estêvão de Brito e as Matinas de Natal de Estêvão Lopes Morago para a edito-ra Movieplay, Cantatas Maçónicas de Mozart para a EMI, e, para a Diálogos, Tenebrae com música de Francisco Martins e Manuel Cardoso e o Magnificat de Eurico Carrapatoso.

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armando Possante (DIREÇÃO)

Armando Possante fez os seus estudos musicais no Instituto Gregoriano de Lisboa e na Esco-la Superior de Música de Lisboa onde concluiu os Cursos Supe-riores de Direção Coral, com o

Professor Christopher Bochmann, Canto Gregoriano, com a Professora Maria Helena Pires de Matos, e Canto, com o Professor Luís Madureira. Estudou Canto em Viena com a Professora Hilde Zadek e frequentou masterclasses de can-to com os professores Christianne Eda-Pierre, Christoph Prégardien, Siegfried Jerusalem e Jill Feldman. Frequentou também cursos de Canto Gregoriano em Itália e Portugal com os professores Nino Albarosa, Johannes Göschl, Alber-to Turco e Luigi Agustoni.

É professor no Instituto Gregoriano de Lisboa e na Escola Superior de Música de Lisboa. Orientou workshops de Can-to e música coral no Canadá, Inglaterra, Singapura e Por-tugal, destacando-se as Jornadas Internacionais de Música da Sé de Évora, onde trabalhou frequentemente ao lado de Owen Rees e Peter Phillips.

É diretor musical e solista do Grupo Vocal Olisipo e do Coro Gregoriano de Lisboa e foi membro convidado do Neder-lands Kamerkoor, tendo-se apresentado em concertos na Alemanha, Bélgica, Bulgária, Canadá, Espanha, Finlândia, França, Holanda, Inglaterra, Itália, Japão, Luxemburgo, Marrocos, Polónia, Singapura e Suíça.

Conquistou o 3º prémio e o prémio para a melhor interpre-tação de Bach no 1º Concurso Vozes Ibéricas, o 3º prémio

e o prémio para a melhor interpretação de uma obra por-tuguesa no Concurso Luisa Todi de 2003 e o 1º prémio no 7º Concurso de Interpretação do Estoril. Foi-lhe atribuído como maestro o prémio Bärenreiter para a melhor interpre-tação de uma obra renascentista no concurso C. A. Seghizzi em Itália e, com o Grupo Vocal Olisipo, quatro primeiros prémios e vários prémios de interpretação em concursos in-ternacionais na Bulgária, Finlândia e Itália. Gravou cerca de duas dezenas de discos com grande reconhecimento críti-co, pelos quais recebeu, entre outras distinções, o Choc du Monde de la Musique e o Diapason d’Or.

Apresenta-se regularmente com a pianista Luiza da Gama Santos em recitais de Lied, tendo já interpretado obras como os ciclos Winterreise de Schubert, Dichterliebe de Schumann e Lieder Eines Fahrendes Gesellen de Mahler. Como solista de oratória interpretou com as principais or-questras do país obras como Missa em Si m, Oratória de Na-tal e Magnificat de Bach, Messias de Handel, A Criação de Haydn, Nona Sinfonia de Beethoven, Petite Messe Solennel-le de Rossini, L’Enfance du Christ de Berlioz, Carmina Bu-rana de Orff e as missas de Requiem de Mozart, Bomtempo, Fauré, Duruflé, Lopes Graça e Eurico Carrapatoso.

Estreou-se em ópera no papel de Guglielmo em Così fan Tutte de Mozart, tendo posteriormente participado em produções das óperas L’Amore Industrioso, As Variedades de Proteu, Dido and Aeneas, The Fairy Queen, Venus and Adonis, La Déscente d’Orphée aux Enfers, La Donna di Génio Volubile, La Dirindina, A Floresta, Corpo e Alma, Jeremias Fisher, O Sonho e L’Elisir d’Amore.

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aCCademIa del PIaCere

A ousadia dos seus projetos, a qualidade técnica dos seus músicos e a forte personalidade artística do seu diretor fize-ram da Accademia del Piacere um dos mais reputados agru-pamentos espanhóis na área da interpretação histórica in-formada.

Desde o seu início, em 2002, tem aprofundado e revela-do os mais diversificados repertórios da música pré-clássica como a música do seicento italiano, ao qual dedicaram os seus discos Le Lacrime di Eros (Prémio Prelude Classical Music, 2009), Amori di Marte, centrado na obra Il Com-batimento di Tancredi e Clorinda, do compositor italiano Claudio Monteverdi (Disco Excepcional Scherzo 2011 e CD Tipp da Toccata Magazine, Alemanha) e Les Violes du Ciel et de l’Enfer, dedicado à música de câmara da corte do Rei Sol (nomeado para os International Classical Music Awards, 2011). Em todos eles a crítica tem destacado o fas-cinante e direto poder de comunicação para com o públi-co e a interpretação viva e emocionada dos instrumentistas.

Em 2011, a Accademia del Piacere revolucionou o mundo da interpretação histórica informada com o lançamento do seu quarto CD, sob o selo Alqhai & Alqhai, Las Idas y las Vueltas, uma incursão ao mundo do flamenco e suas cone-xões com música barroca, em colaboração com o cantaor

Arcángel, desafio distinguido pela crítica na Bienal de Fla-menco de Sevilha, em 2012, para além de ter alcançado um grande sucesso europeu a nível discográfico.

Nessa mesma linha revolucionária surge o seu mais recente projeto discográfico, que faz reviver o apaixonante mundo da improvisação da Espanha do século XVII, Rediscovering Spain (2013), onde de novo arriscam e oferecem novas in-terpretações ao público de hoje.

O reconhecimento nacional e internacional levou a Acca-demia del Piaccere aos palcos mais prestigiados do mundo, sendo os seus concertos frequentemente transmitidos em direto pelas mais importantes rádios e canais televisivos eu-ropeus.

FahmI alQhaI (VIOLA DA GAMBA/DIREÇÃO

MUSICAL)

Fahmi Alqhai é considerado como um dos mais prestigiosos e virtuosos intérpretes de viola da gamba da sua geração.

Nascido em Sevilha, em 1976, filho de pai sírio e de mãe palestiniana, passou os primeiros onze anos de sua vida na Síria, onde deu início à sua formação musical. Mais tarde, em 1994, ingressa no Conservatório Superior de Sevilha Manuel Castillo, tendo estudado viola de gamba, com Ven-tura Rico. Prosseguiu a sua formação na Schola Cantorum Basiliensis (Basel) e no Conservatorio della Svizzera Italia-na (Lugano) sob a orientação de Vittorio Paolo e Pandolfo Ghielmi, respetivamente.

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Iniciou a sua carreira a solo em 1998, especializando-se no repertório alemão para viola da gamba; as suas versões das Sonatas para viola da gamba e cravo oblligatto de Johann Se-bastian Bach, gravadas em 2004 com Alberto Martínez Mo-lina, obtiveram junto ao público e à imprensa especializada uma excelente receção.

Em 2002 fundou, juntamente com a soprano Mariví Blasco, a Accademia del Piacere, da qual é hoje o seu diretor artís-tico. Fundou também juntamente como seu irmão Rami Al-qhai a editora Alqhai & Alqhai, com a qual produziu e gravou os quatro CDs da Accademia del Piacere.

Desde muito jovem tem sido solicitado pelas melhores for-mações da cena musical internacional na área da interpre-tação histórica informada, integrando regularmente grupos como Hesperion XXI (Jordi Savall) ou o Il Suonar Speaker (Vittorio Ghielmi). É também membro fundador da More Hispano (Vicente Parrilla). Como solista, tem atuado com inúmeras orquestras, das quais se destacam a Orquestra Na-cional de Espanha, a Filarmônica da Galiza, a Orquestra Barroca de Sevilha, o Ensemble Vocal de Lausanne (Michael Corboz), o Al Ayre Espanhol, entre outros. Tem feito tam-bém diversas incursões no campo da música contemporâ-nea e do jazz.

Fez inúmeras gravações para as mais diversas etiquetas como Alia Vox, Glossa, Winter & Winter, Tactus, Arsis, Enchiria-dis, e ainda para televisões e rádios na Europa, Ásia e Amé-rica.

Em 2014, lançou o seu primeiro trabalho discográfico a solo, o A Piacere, que recebeu uma calorosa receção em Es-panha e por toda a Europa.

É desde 2009 diretor artístico da FeMAS, Festival de Músi-ca Antiga de Sevilha.

arCángel (CANTAOR)

A forte vontade de restabelecer a verdade histórica e uma grande capacidade criativa são duas das características mais marcantes de Arcángel, uma das vozes mais otimistas e esperançosas da nova

geração do flamenco, expressão máxima dos nossos tempos, na qual, os mais aficionados têm vindo a depositar todas as suas esperanças.

É reconhecido por todos que no canto um dos primeiros as-petos a considerar é o sentido do texto. Em primeiro lugar há que ter em conta as questões-chave que lhe estão subja-centes, e depois, nunca negligenciar o rigor e a imaginação, duas das mais inquestionáveis virtudes dos grandes modelos.

É este portanto o cartão-de-visita de Francisco José Arcan-jo Ramos, nascido em Huelva em 1977, filho de pais ori-ginários de Alosno. Estreou-se muito jovem, tendo recebi-do o seu primeiro prémio em Peña la Orden em 1987, no Concurso Infantil de Fandango de Huelva, êxito que repetiu nas duas edições seguintes. No ano seguinte foi convidado a trabalhar com Niño de Pura e seu irmão, o bailaor Jose Jo-aquin, com quem trabalhou e desenvolveu a sua arte até ser convidado a trabalhar com figuras como Jesus Cayuela e José Roca em La Parrala (1996), Mario Maya em Os Flamencos que Dançam e Cantam Lorca (1997) e Manuel Soler na obra cénica Por Aqui te Quiero Ver (1998).

A sua rampa de lançamento foi no entanto em 1998 no Ci-clo de El Monte e sobretudo na X Bienal de Sevilha, onde foi alvo dos mais inflamados elogios por parte do público e

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Em 2006 é lançada a sua terceira produção discográfica com o título de Ropavieja, e em 2008 leva à cena Zambra 5.1, uma produção cénica de homenagem a Manolo Caracol.

Em 2012 recebe, juntamente com Fahmi Alqhai, o Prémio Giraldillo, para a melhor música na Bienal de Flamenco de Sevilla, com o espetáculo e produção discográfica, Las Idas y las Vueltas.

joana bagulho (CRAVO)

Nasceu em Lisboa em 1968. Es-tudou piano na Academia de Amadores de Música de Lisboa e no Conservatório Nacional na classe dos professores Miguel Henriques e Tânia Achot.

Iniciou os estudos de cravo em 1994, na classe da Professo-ra Cremilde Rosado Fernandes, tendo completado a licen-ciatura neste instrumentos, na Escola Superior de Música de Lisboa.

Frequentou diversas masterclasses de cravo com Ketil Haus-gang, Rinaldo Alessandrini, Kenneth Weiss, Elisabeth Joyé e Yves Rechsteiner entre outros. Em 2006 concluiu o mestra-do em Performance na Universidade de Aveiro tendo como professores de cravo Jacques Ogg e Elisabeth Joyé com quem trabalha regularmente.

Participou em espetáculos de teatro, dança e em recitais de música de câmara e a solo tanto na área da Música Antiga como na Música Contemporânea. Desenvolveu um progra-ma de transcrições de música de Carlos Paredes para cravo

da crítica, graças à sua participação em programas como De Cádiz a Cuba, de Mario Maya, Abanaó, de Juan Carlos Ro-mero, Seis Movimientos de Dança Flamenca, de Pepa Mon-tes e Ricardo Miño, Sansueña, de Joseph Joachim, e Compa-dres, de Manolo Franco e Niño de Pura.

Desde então Arcángel tem vindo a cantar para as mais reco-nhecidas figuras da dança flamenca como Javier Baron e La Yerbabuena, e a acompanhar guitarras, como a de Vicente Amigo, com particular destaque para a Bienal de 2000 com os espetáculos, 5 mujeres 5 da La Yerbabuena, e Inventário de Henry Bengoa, de Pepa Gamboa, e posteriormente, com os espetáculos, Cus-Cus Flamenco (2001), de Segundo Fal-cón, e Galvánicas, de Israel Galván (2002).

Embora a sua voz tenha ficado registada na Solo Com-pás (1998), na Historia Antológica del Fandango de Huel-va (1999) e no Território Flamenco (2003), foi a partir do momento em que lançou a sua primeira obra discográfica, Arcángel (2001), que se deu o início da sua carreira a solo, tendo sido reconhecido posteriormente com os prémios Andalucía Joven 2002 e Nacional Flamenco Activo, de Úbe-da, para além do Prémio Giraldillo, melhor intérprete de canto flamenco, pela sua atuação em Palenque, na Bienal de 2002, e pouco tempo depois, a Venencia Flamenca, em Los Palacios.

A sua colaboração em Cantes Antiguos, de Mauricio Sote-lo, estreada em Amsterdão (2003), obteve o VIII Trofeo de la Peña El Taranto e foi nomeado para o Onubense del Ano, prenunciando o que estava por vir, em 2004, o lançamento da sua segunda obra discográfica a solo, La Calle Perdía, em colaboração com o compositor e guitarrista Juan Carlos Ro-mero, tendo recebido um caloroso acolhimento por parte do público e da crítica.

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do qual resultou a edição do CD Acção com o qual tem efe-tuado diversos recitais.

É professora assistente da escola Superior de Música de Lis-boa desde 1999.

Cardo-roxo

Cardo-Roxo é um duo constituído por Antony Fernandes e Carmina Repas Gonçalves, um casal de músicos residente no Porto. Este projeto nasce em 2012 da vontade de repro-duzir e fazer chegar ao público a música tradicional portu-guesa com uma nova perspetiva.

Cardo-Roxo propõe uma abordagem baseada na escuta, no gosto pelo silêncio e pelo volume natural dos instrumentos utilizados sem amplificação ou outros efeitos artificiais. O objetivo é convidar o público a desfrutar de um concerto in-timista e agradável, explorando ao máximo os recursos dos instrumentos e o espaço em que se encontram.

A par da dimensão contemplativa e sempre com o objetivo de reestabelecer a ligação entre o público e as suas próprias raízes, fazem uma escolha muito cuidada das melodias que lhes chegam através de recolhas áudio, vídeo e escritas sobre as quais constroem arranjos que respeitam as características sonoras e emotivas das mesmas. As suas músicas são assim si-multaneamente originais/modernas e familiares/antigas no sentido em que, por um lado se esforçam por alterar o mí-

nimo possível a fonte musical e, por outro o renovam à sua imagem.

Para este concerto em concreto, contamos com a colabora-ção de Rui Silva, um grande músico e amigo.

CarmIna rePas gonçalVes (SOPRANO, VIOLA DA GAMBA)

Iniciou os seus estudos musicais em pequena, tendo estudado piano, violino, canto e viola da gamba na escola de música Con-certino e mais tarde no Conser-

vatório de Música de Lisboa. Cantou em vários coros e di-rigiu o coro de alunas da Escola de Dança Ana Mangericão durante dois anos, tendo mais tarde feito um curso intensivo de direção coral no Instituto Piaget. A par do seu interesse e gosto pela música e pelo ensino da mesma, desenvolveu ou-tras competências artísticas como a dança, (estudando du-rante vários anos na Escola de Dança Ana Mangericão, na qual viria a desenvolver-se em vários tipos de dança) e o te-atro, terminando a licenciatura em Produção Teatral na Es-cola Superior de Teatro e Cinema em 2009.

Apesar de ter tido algumas experiências profissionais e aca-démicas interessantes em teatro e dança, acabou por decidir que o seu caminho artístico seria dedicado sobretudo à mú-sica utilizando no entanto atualmente muitas das ferramen-tas adquiridas nesse processo de aprendizagem.

O início do estudo da viola da gamba (2004) coincidiu com a descoberta da música antiga e da música tradicional, temas sobre os quais se tem debruçado desde então. No que diz respeito ao estudo da música antiga, licenciou-se em 2013

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na Escola Superior de Música, Artes e Espetáculo através da qual teve a hipótese de fazer 1 ano de Erasmus na Kungli-ga Musikhögskola i Stockholm (Suécia). A par do estudo da mesma, tem tocado com alguns músicos e grupos de reno-me como Concerto Atlântico (dir. Pedro Caldeira Cabral), Sete Lágrimas (dir. Filipe Faria e Sérgio Peixoto) e Arte Mí-nima (dir. Pedro Sousa Silva). No que diz respeito à música tradicional teve a possibilidade de estudar um ano na Sjövik Folkhögskolan na Suécia e tem feito algum trabalho de in-vestigação como autodidata. O seu trabalho nesse âmbito passa sobretudo pela pesquisa e divulgação da música tradi-cional portuguesa, trabalho esse que pode ser visto princi-palmente através do seu duo Cardo-Roxo (com o qual tem feito concertos por todo o país e lançou já o disco Alvorada) e do projeto educativo Cardo-Amarelo. A par da sua ativi-dade artística, trabalhou como assistente do Curso de Mú-sica Antiga da ESMAE no qual organizou concertos, cursos e masterclasses.

Até Setembro de 2015 trabalhou, através do Projecto Car-do (divulgação e ensino de música tradicional portuguesa), no projeto Há Festa na Aldeia, no qual fez concertos em colaboração com as comunidades de seis aldeias da região Norte.

antony Fernandes (BARíTONO, SäCKPIPA, FLAUTA DE HARMóNICOS)

Antony Fernandes nasceu a 31 de Março de 1984 em Paris, França.

Mudou-se para Portugal ainda

em criança e desde cedo demonstrou grande aptidão para a música e para o teatro.

Estudou teatro na Academia Contemporânea do Espectáculo que terminou em 2007 com média de 16 valores. Ao longo da sua formação e vida profissional teve a oportunidade de trabalhar com grandes profissionais do teatro portugueses e estrangeiros tais como António Capelo, João Paulo Cos-ta, Kuniaki Ida, no Teatro do Bolhão, Giorgio Barberio Cor-setti no Teatro Nacional São João, Moncho Rodriguez, Lígia Falcão, Pedro Giestas, no Centro de Criatividade da Póvoa de Lanhoso… Trabalhou também com grandes companhias de teatro de rua tais como os Les Plasticiens Volants, França e com Titanic Theatre, Alemanha. Conta também com uma participação na série juvenil Morangos com Açúcar.

Em 2009 é convidado pela Lérias, Associação Cultural, Mi-randa do Douro, a desenvolver uma companhia de teatro co-munitário onde cria vários espetáculos incluindo sempre a população local na criação dos mesmos.

Enquanto músico aprendeu a tocar gaita de fole em 2006 com Ricardo Coelho e estudou música tradicional na escola Sjöviks Folkhögskola, Suécia. Foi fundador do grupo Mísca-ros e tocou em vários grupos de animação de rua. Musicou um espetáculo de teatro do TeatroEnsaio e um do Teatro do Bolhão.

Lecionou gaita de fole em Miranda do Douro e em Cabe-ceiras de Basto.

Tem também experiência na produção e logística de grandes eventos tais como o Festival de Música Tradicional de Quin-tandona (atual Festa do Caldo de Quintandona) da qual fez parte do grupo de fundadores, Diç que hai Fiesta nel Pobo, Il Burro i l Gueiteiro e Feira de Instrumentos Musicais Ibé-ricos.

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Faz parte do Coletivo Identidades, um grupo que reali-za conferências, uma revista e uma página na internet com foco na música tradicional portuguesa; é músico no grupo Gaiteiros da Ponte Velha; é fundador e formador em Cardo--Amarelo que se dedica ao ensino da música tradicional por-tuguesa.

Para terminar, é juntamente com Carmina Repas Gonçalves membro do duo Cardo-Roxo, um grupo em crescimento com o primeiro álbum editado, “Alvorada” e que conta com o apoio da Antena 2, Antena 1 e RTP 2.

Até Setembro de 2015 trabalhou, através do Projecto Car-do (divulgação e ensino de música tradicional portuguesa), no projeto Há Festa na Aldeia, no qual fez concertos em colaboração com as comunidades de seis aldeias da região Norte.

ruI sIlVa (PERCUSSõES HISTóRICAS)

Rui Silva é percussionista e arte-são de adufes.

Em 2012, especializou-se em Percussão Histórica, tendo sido aluno de Pedro Estevan no Mas-

ter en Interpretación de Música Antigua da ESMUC/UAB.

A sua linguagem musical é profundamente marcada pela Tradição do toque do adufe da Beira Baixa, instrumento que projeta e potencia através de novas técnicas de execução, linguagens, contextos musicais e métodos de ensino.

Baseado no trabalho de investigação (projeto AL-DUFF, 2010-2014), criou a sua marca enquanto artesão: Rui Silva – Adufes. Desenvolveu um sistema de afinação inédito, re-

volucionando a performance e as potencialidades do instru-mento no séc. XXI. Os seus adufes são tocados no Japão, Di-namarca, França, Brasil, Espanha, Holanda, Estados Unidos, Israel, Alemanha, Suíça, etc.

Desde 2013 que participa como artesão, performer e for-mador no festival Tamburi Mundi, em Freiburg, na Alema-nha. É codirector e cofundador, com Dave Boyd e Baltazar Molina, da Frame Drums Atlantic.

É membro da Comissão da Candidatura de Idanha-a-Nova a Cidade da Música da UNESCO. Colaborou com o reali-zador Tiago Pereira (A Música Portuguesa a Gostar a Dela Própria) na gravação de um documentário sobre o Adufe para a RTP.

É músico dos Sete Lágrimas, com quem gravou Terra, Pe-nínsula e Cantiga e com quem tem tocado nos mais impor-tantes festivais de música antiga da Europa.

É músico da Capella Sanctae Crucis, dirigido por Tiago Si-mas Freire, que se dedica à investigação e performance das obras da escola da Capela de Santa Cruz de Coimbra.

Participou na gravação do CD Alvorada do Cardo-Roxo, com quem partilha cumplicidades artísticas e pessoais.

Paralelamente, é product manager da agência Fonte Travel e vive na Ilha do Pico, Açores.

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noa noa

Fundado por Filipe Faria e Tiago Matias em 2012 – anteci-pando o 110º aniversário da morte do pintor pós-impres-sionista Paul Gauguin (1848-1903) – Noa Noa procura ex-plorar em música as fronteiras da liberdade criativa que os artistas da viragem do século XIX para o XX se propunham alcançar.

A liberdade criativa que se vivia na Europa de então encon-tra paralelo na História da Música Ocidental do século XVIII em que o músico era formado para saber cantar, tocar um ou mais instrumentos, improvisar, compor e dirigir. A tradi-ção de resposta sem fronteiras ao apelo criativo é tão antiga como o Homem e volta a ter eco nas tendências recentes da moderna prática da Música Antiga com a constatação de que o músico no passado tinha uma formação multifacetada que contrasta com a super-especialização a que se chegou no sé-culo XX e XXI. A própria redescoberta dos instrumentos históricos e das suas técnicas de execução tem vindo a ilu-minar o passado, mas ao mesmo tempo tem servido de ins-piração a compositores contemporâneos para novas obras, linguagens e estéticas.

Em Noa Noa, Filipe Faria e Tiago Matias assumem o papel antigo do músico multifacetado e multi-instrumentista be-bendo tanto duma intensa experiência profissional de mais

de uma década na área da Música Antiga como do gosto co-mum pelo risco e pela capacidade íntima da música. De uma visão descomplexada e informal dos repertórios europeus para voz e alaúde, dos séculos XVI a XVIII, às músicas popu-lares da Ibéria e da Europa com os cheiros e travos inevitá-veis do torna viagem – marca de água da Europa pós aventu-ra marítima – a música de Noa Noa assume uma construção moderna tendo como ponto de partida o diálogo essencial da voz com a multiplicidade de instrumentos antigos de cor-da pulsada.

Desde a sua fundação o grupo apresentou-se em concer-to em Idanha-a-Velha, Idanha-a-Nova e Monsanto (Festival Fora do Lugar de Músicas Antigas; Centro Cultural Raia-no), Aveiro (Teatro Aveirense e Museu de Aveiro), Águeda (Fundação Dionísio Pinheiro), Braga (Auditório Vita), Cas-cais (Centro Cultural de Cascais), Coimbra (Grande Au-ditório Conservatório de Coimbra), Lisboa (ISA; FNAC Chiado), Oliveira do Bairro (Quartel das Artes) e Almada (Teatro Azul) entre outros com os convidados especiais Ar-tur Fernandes (Danças Ocultas), Cardo-Roxo, Adufeiras de Idanha-aNova, Rancho Folclórico Vindimadeiras da Mamar-rosa, Joana Espadinha (voz), João Hasselberg (contrabaixo) e João Pedro Leitão e Ana Bacalhau (Deolinda).

Desde 2013 que desenvolve uma parceria com a artista Cristina Rodrigues que resultou na instalação A Manta, peça icónica do Museu Rural para o Século XXI/21st Century Rural Museum do projecto Design for Desertification DfD (Manchester Metropolitan University, MIRIAD e Oralities Project/UE) que esteve patente na Sé Catedral de Idanha--a-Velha, no MUDE Museu do Design (Lisboa), no Museu Nacional de Arqueologia/Mosteiro dos Jerónimos (Lisboa), na Manchester Cathedral (Inglaterra). E em 2015, estará pa-tente no Mosteiro de Alcobaça com a produção Everything is New.

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Em 2014, Noa Noa lança o seu primeiro trabalho discográfi-co - com o apoio DGARTES e CMIN - dedicado à memória coletiva definida pelas diversas culturas e línguas ibéricas, uma manta de sons para além do Ebro que resultou no por-tuguês, castelhano, mirandês, galego, asturiano, basco ou catalão. Este projeto, intitulado Língua (vol.1), viaja entre o que há de mais comum e mais diferente na História da cul-tura ibérica explorando as fronteiras geográficas, culturais e conceptuais da tradição e da ancestralidade com a contem-poraneidade ou a interculturalidade.

Este disco atingiu o primeiro lugar do TOP de vendas FNAC na área da Música Clássica/Música do Mundo/Jazz, e du-rante quatro meses foi um dos discos mais vendidos em Por-tugal (de julho a novembro de 2014). A primeira edição es-gotou ao fim de quatro meses estando, neste momento, a ser preparada uma segunda edição.

Em 2015/2016 Noa Noa lança o seu segundo disco, o se-gundo volume do projeto Língua, tendo agendada – entre outros concertos - uma digressão integrada no projeto eu-ropeu Big Bang da Zonzo Compagnie (Bélgica) /CCB/Fá-brica das Artes (Portugal) que se inicia no Centro Cultural de Belém e que irá passar por diversos países europeus, tais como a Bélgica, França ou Noruega.

Em parceria com a Câmara Municipal de Idanha-a-Nova e a Arte das Musas, Noa Noa assume, no início de 2013, o es-tatuto de Artists-in-Residence neste concelho – com base na Aldeia Histórica de Idanha-a-Velha. Esta parceria concre-tiza-se na promoção de residências artísticas regulares que permitem olhar para o universo musical muito particular desta região raiana a partir de dentro, junto da população, dos músicos e artistas locais e dos seus espaços e hábitos. No mesmo ano Noa Noa assume ainda o estatuto de proje-

to parceiro do Festival Fora do Lugar, Festival Internacional de Músicas Antigas.

O nome do ensemble é inspirado no inovador livro de Paul Gauguin de 1901 no qual o artista descreve os tempos pas-sados em retiro criativo na Polinésia Francesa, em especial no Tahiti. Envolto em polémica, tanto Gauguin como o seu Noa Noa são ainda hoje sinónimos de liberdade criativa.

Noa Noa é apoiado pela Secretaria de Estado da Cultura/Direção Geral das Artes e é representado pela produtora Arte das Musas.

FIlIPe FarIa

Lisboa, Portugal, 1976. Músico, produtor cultural, project desig-ner, fotógrafo, videógrafo, cria-tivo.

Fundador e diretor da produtora cultural Arte das Musas (2002-).

Fundador e diretor da label MU Records (2006-): 11 discos, 2 livros. Músico freelancer (1998-2008).

Fundador, produtor e codiretor artístico do consort de mú-sica antiga e contemporânea Sete Lágrimas (2000-): 9 dis-cos,> 200 concertos em Portugal, Espanha, França, Itália, Malta, Bulgária, Bélgica, Noruega, Suécia, China, etc. (En-semble Associado Temporada 2012/13 CCB/Lisboa). Fun-dador e codirector artístico de Noa Noa (2012-).

Fundador, produtor e diretor do projeto artístico-etnográfi-co Olha para mim (2013-).

Fundador, produtor e diretor artístico do Festival Terras sem

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Sombra (2003-2010) no Alentejo (Portugal).

Fundador, produtor e diretor artístico do Festival Fora do Lugar, Festival Internacional de Músicas Antigas (2012-), em Idanha-a-Nova (Portugal).

Horticultor amador. Pai.

tIago matIas

Aveiro, Portugal, 1978. Músico, produtor, professor, diretor mu-sical. Guitarrista (-2005).

1º Prémio no concurso Música en Compostela (2004). Desde 2005 dedica-se aos instrumen-

tos antepassados da guitarra: alaúde, tiorba, vihuela, guitar-ra barroca, guitarra romântica e colascione.

Produtor e diretor do Coro e Orquestra de Câmara da Bair-rada (2005-). Fundador e codirector artístico de La Farsa (2006-). Fundador e codirector artístico de Noa Noa (2012-). Músico do consort de música antiga e contemporânea Sete Lágrimas (2008-), entre outros. 7 Discos: Vocal Ensem-ble, Sete Lágrimas, etc.

Produtor cultural na Arte das Musas (2013-). Monitor de montanhismo do Grupo de Espeleologia e Montanha de Aveiro (2005-)

joão hasselberg (CONTRABAIXO)

O contrabaixista João Hassel-berg é já um dos rostos do pa-norama musical nacional e in-ternacional. Estreou-se como compositor e líder do seu pró-prio projeto com o lançamento

do disco Whatever it is you’re seeking, won’t come in the form you’re expecting (Sintoma Records, 2013) e Truth has to be given in riddles (2014).

Estudou na Escola de Jazz do Hot Clube entre 2004 e 2006 e graduou-se pelo conservatório de Amsterdão em 2010. Em 2007 foi 3º classificado na Competição Internacional de Jazz de Bucareste (Roménia) e em 2009 foi finalista da compe-tição Keep an Eye Jazz Award (Amesterdão), tendo gravado duas faixas para o CD da mesma.

Toca/grava com Luisa Sobral, Filipe Melo, Júlio Resende, Afonso Pais, Sara Serpa, Spyros Manesis, Gerard Presencer, João Firmino, Desidério Lázaro, Gianni Gagliardi, Mariana Norton, David Murray, Gilles Estoppey, Simone de Olivei-ra, Paula Sousa, Noa Noa entre outros.

Toca em festivais como London Jazz Festival (Reino Unido), Cully Jazz (Suíça), Den Hague Jazz Festival, Jazz Ahead (Ale-manha) IJ Jazz Festival, Breda Jazz Festival, Meer Jazz festi-val, Trytone Jazz Festival, (Holanda), Festival Internacional de Jazz de Barcelona, Festival de Jazz de Cartagena (Espa-nha), Europa Fest (Romania), Sudoeste TMN, CoolJazzFest, Festa de Jazz do S.Luis, Festival de Valado dos Frades, Jazz no Castelo, Festival de Jazz de Verão de Setúbal, Seixal Jazz (Portugal), entre outros. E em salas como Barbican Center (Londres), Half-Note (Atenas), Hot Clube (Lisboa), Tempo-

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drom (Berlim), Alte Oper (Frankfurt), Kolner Philarmonie (Colónia), LaeiszHalle (Hamburgo), Casa da Música, CCB e na maioria das grandes salas Nacionais.

É professor de contrabaixo da Escola Luis Villas-Boas do Hot Clube de Portugal desde 2011. Em 2011 vence o Pré-mio Jovens Músicos na categoria de Jazz Combo.

ConCentus PaenInsulae

O Concentus Paeninsulae insere-se na tradição de colabo-ração entre músicos portugueses e espanhóis que nem du-rante os mais duros períodos de guerra entre ambos os paí-ses foi interrompida. Dentre os seus integrantes encontra-se grande parte dos melhores intérpretes de Música Antiga da Península Ibérica, particularmente versados na interpreta-ção de repertório do período clássico em réplicas de ins-trumentos de época como Sérgio Franco (violino) e Pedro Castro (oboé).

Os seus componentes tocam em alguns dos melhores en-sembles ibéricos, como Concerto Campestre, Ludovice En-semble e Divino Sospiro, portugueses, ou El Trovar de los Afectos, Al Ayre Español e Los Músicos de Su Alteza, espa-nhóis, assim como em muitos grupos de outros países, como Ricercar Consort ou Les Talens Liryques, por exemplo.

Nota: Este trabalho é financiado por Fundos FEDER atra-vés do Programa COMPETE 2020 e por Fundos Nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia no âmbito do projeto «UID/EAT/00472/2013, INET-MD»’

monIka mauCh (SOPRANO)

Monika Mauch é natural de Ba-den-Württemberg, na Alema-nha. Estudou Canto no Instituto de Música Antiga da Musikho-chschule de Trossingen com Ri-chard Wisreich, seguindo o seu

percurso académico em Paris, orientada por Jill Feldman.

Iniciou a sua carreira com Ricercar Ensemble de Philipp Pierlot, La Fenice, Ensemble Ordo Virtutum e Taverner Consort. Entretanto tem sido uma figura essencial nos pro-gramas de diversos agrupamentos como Concerto Paladi-no, Ensemble CordArt, Ensemble Caprice, Cornets Noirs, La Capella Ducale, Musica Fiata, Weser Renaissance, Colle-gium Vocale Gent, entre outros.

Gravou para Harmonia Mundi France, com Cantus Co-elln a Missa em Si menor de J. S. Bach. Dentre vários ou-tros registos fonográficos destacam-se as colaborações com Hilliard Ensemble, Ensemble Daedalus, Ensemble Private Musik, e L’Arpa Festante, assim como com o alaudista Ni-gel North.

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VasCo negreIros(DIREÇÃO MUSICAL)

Vasco Negreiros, para além da sua formação académica, concluída com o grau de Ka-ppell-Meister obtido na Esco-la Superior de Música de Man-nheim-Heidelberg, tem vasta

experiência como maestro na área específica da Música An-tiga, fundamentalmente em Portugal, Espanha, Inglaterra, Alemanha e Brasil.

Como musicólogo, vem-se dedicando nos últimos anos com afinco ao estudo da obra de Jerónimo Francisco de Lima, sobre a qual escreveu dois ensaios no livro Música instru-mental portuguesa no Antigo Regime, assim como trans-creveu todas as suas aberturas, publicadas pela AvA musical--editions, e a íntegra do drama musical Teséo, que pretende estrear em breve.

Para além de diversos livros e partituras, é também prolífi-co compositor, tem publicados os CDs Brasil Barroco, com primeira audição contemporânea de diversas obras brasi-leiras para solistas, coro e orquestra do período colonial, 1989, e o CD triplo Livro de vários motetes, com Vocal Ensemble, 2005, tanto na sua versão discográfica normal, pela editora Althum, como acompanhando a edição facsi-milada da obra de Frei Manuel Cardoso, pela Imprensa Na-cional – Casa da Moeda de Portugal.

Flanders reCorder Quartet - the ambassadors oF the reCorder...

Desde a sua fundação, em 1987, o Flandres Recorder Quar-tet evoluiu para um dos principais ensembles do mundo. O sucesso do conjunto, em 1990, na prestigiada Musica Anti-qua Competition, em Brugge, patrocinada pelo Festival da Flanders, deu início a uma carreira concertística de enorme sucesso. Depois de mais de 1800 concertos nos cinco conti-nentes incluindo alguns em salas de concerto mundialmen-te famosas em Tóquio, Nova Iorque e Salzburg, o ensemble atingiu uma posição de destaque no mundo da música anti-ga. Ao longo dos anos, o FRQ tem participado regularment como convidado nos principais festivais de música, como os de Helsínquia, Paris, Genebra, Boston, Vancouver, Singapu-ra, Taipé e Cidade do México.

Efetuou numerosas gravações para as editoras Harmo-nia Mundi, Archiv / Deutsche Grammophon, Ricercar, e OPUS 111. Em 2003 o quarteto iniciou uma longa e intensa colaboração com a gravadora alemã AEOLUS.

O Flanders Recorder Quartet apresenta um instrumento que foi subestimado por quase dois séculos. A sua extraor-dinária coleção é composta por reproduções de instrumen-tos, tendo como base as ilustrações de Virdung (1511) e os originais da coleção de Henry VIII, um grande-baixo barro-

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co, com cerca de 2,3 metros de comprimento (construido por Friedrich von Huene, Boston), e flautas doces moder-nas construídas por Hans Coolsma (Utrecht).

A extensa coleção de instrumentos, o desempenho virtuoso dos seus intérpretes, um leque variado de programas, fazem de cada concerto uma experiência inesquecível, para além de promover e dignificar a flauta doce, um dos instrumen-tos mais importantes dos períodos renascentista e barroco, recuperando todo o brilho e esplendor do seu passado.

Os membros da Flandres Recorder Quartet construíram também impressionantes carreiras docentes, sendo capazes de transmitir suas ideias pedagógicas de forma inspirado-ra, tanto enquanto professores e como nas inúmeras mas-terclasses que realizam. Ao fazê-lo não evitam o confronto entre a música contemporânea e a antiga. Um dos resulta-dos mais palpável deste trabalho foi a edição do livro sobre a arte de se tocar em ensemble, The Finishing Touch of En-semble Playing (Alamire, 2000), já traduzido para diversas línguas.

O Flandres Recorder Quartet tem sido também aclamado pelos seus interessantes arranjos e pelas mais de quarenta composições que lhes foram dedicadas. Algumas destas pe-ças foram colocadas à disposição do grande público através da publicação da edição de uma coleção do próprio ensem-ble, The Flanders Recorder Quartet Series, publicados pela editora alemã Heinrichshofen.

A imprensa, o público e os diversos júris internacionais têm elogiado a forma clara e precisa do seu som conjun-to, a perfeição técnica, a homogeneidade sonora e o rigor estilístico das suas interpretações: “um efeito sedutor e su-ave, que mais parece ser uma fusão do timbre soprado de um órgão portativo com a precisão expressiva de um bom quarteto de cordas.” (S. Smith, New York Times).

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InFormaçÕes ÚteIsUsefUL INformAtIoN

aCademIa de mÚsICa de almadatelefones: 21 294 58 07, 21 294 58 06, 960 175 767

Câmara munICIPal de almadatelefone: 21 272 40 08

reComendaçÕes ao PÚblICoreCommeNdAtIoNs

Os Concertos têm entrada livre, limitada no entanto à capacidade das salas.

Os Concertos a realizar no Cine-Teatro da Academia Almadense (27 Set.) e na Igreja da Mesericórdia de Almada (17 Out.) são também de entrada livre mas, sujeita ao levantamento de bilhete, a partir das 18h.

Desligue o telemóvel e o alarme do seu relógio antes do início do Concerto.

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FICha tÉCnICaCredIts

dIreção artístICaArtIstIC dIreCtIoNAcademia de Música de Almada

edIção, reVIsão e tradução de textoedItING, proofreAdING ANd text trANsLAtIoNAcademia de Música de Almada

Câmara Municipal de Almada

FIT - Found in Translation

ProduçãoprodUCtIoNAcademia de Música de Almada

Câmara Municipal de Almada

aPoIos, PatroCínIospoNsorsFlorista Pé de Flor

agradeCImentosspeCIAL tHANks to

Rev. Pe. Fernando Paiva, Vice-Reitor do Seminário Maior de S. Paulo

Rev. Pe. Fernando Belo, Pároco Emérito de Almada

Rev. Pe. Marco Luís, Pároco de Almada

Rev. Pe. Horácio Noronha, Pároco Emérito do Pragal

Rev. Pe. José Maria Furtado, Pároco do Pragal

Rev. Pe. Quintino Trinchete, Pároco de Cacilhas

Santa Casa da Misericórdia de Almada

Academia de Instrução e Recreio Familiar Almadense

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setembro & outubroseptember &oCtober

2015CINE-TEATRO ACADEMIA ALMADENSEERMIDA DE SÃO SEBASTIÃOIGREJA DA MESERICóRDIA DE ALMADAIGREJA DE SANTIAGOIGREJA DA NOSSA SENHORA DO BOM SUCESSO SEMINÁRIO DE SÃO PAULO

www.m-almada.pt