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PROGRAMA EQ
Processamento, Gestão e Meio Ambiente na Indústria
do Petróleo e Gás Natural
Estudo do Equilíbrio de Fases de Sistemas Envolvidos na
Palma
Hugo Gomes D’Amato Villardi
Dissertação
Fernando Luiz Pellegrini Pessoa, D.Sc.
PROGRAMA EQ-ANP
Processamento, Gestão e Meio Ambiente na Indústria
do Petróleo e Gás Natural
Estudo do Equilíbrio de Fases de Sistemas Envolvidos na Produção de Biodiesel de
Palma (Elaeis Guineensis)
Hugo Gomes D’Amato Villardi
Dissertação de Mestrado
Orientador
Fernando Luiz Pellegrini Pessoa, D.Sc.
Setembro de 2013
Processamento, Gestão e Meio Ambiente na Indústria
Estudo do Equilíbrio de Fases de Sistemas Produção de Biodiesel de
i
ESTUDO DO EQUILÍBRIO DE FASES DE SISTEMAS ENVOLVIDOS NA PRODUÇÃO DE BIODIESEL DE
PALMA (ELAEIS GUINEENSIS)
Hugo Gomes D’Amato Villardi
Tese submetida ao Corpo Docente do Curso de Pós-Graduação em Tecnologia de
Processos Químicos e Bioquímicos da Escola de Química da Universidade Federal do
Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Mestre
em Ciências.
Aprovado por:
________________________________________ Fernando Luiz Pellegrini Pessoa, D.Sc.
(orientador – presidente da banca)
________________________________________ Marisa Fernandes Mendes, D.Sc.
________________________________________ Andrea Medeiros Salgado, D.Sc.
________________________________________ Tito Lívio Moitinho Alves, D.Sc.
Rio de Janeiro, RJ - Brasil
Setembro de 2013
ii
Villardi, Hugo Gomes D’Amato
Estudo do equilíbrio de fases de sistemas envolvidos na produção de biodiesel de
palma/ Hugo Gomes D’Amato Villardi, Rio de Janeiro: UFRJ/EQ, 2013.
xvi, 91. p.; 107.
(Dissertação) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola de Química, 2013.
Orientador: Pessoa, Fernando Luiz Pellegrini
1. Biodiesel de palma. 2. Dados experimentais de equilíbrio de líquido-líquido. 3. Modelagem termodinâmica. 4. Tese. (Mestrado – UFRJ/EQ). 5. Fernando Luiz Pellegrini Pessoa I. Estudo do Equilíbrio de Fases de Sistemas Envolvidos na Produçãode Biodiesel de Palma (Elaeis guineensis).
iii
A meus pais, Elenice e César
Por seu interesse e investimento em minha formação educacional,
sua dedicação e esforço me fizeram ser a pessoa que sou hoje.
iv
A Socciaray Oliveira,
Por seu carinho e apoio nas horas difíceis,
a vitória sobre as dificuldades são pensando em você!
v
AGRADECIMENTOS
A Deus, amparo nos momentos de aflição e o melhor amigo nos momentos de
alegria;
Aos meus pais, Elenice e César, se estou concluindo este trabalho é graças a
vocês, obrigado por tudo;
A minha noiva, Socciaray Oliveira, por fazer o homem que sou hoje;
Ao meu irmão Vitor, meus sogros Marcos e Marília, pessoas essenciais em
minha vida;
Ao meu orientador e amigo Fernando Pellegrini, pelas orientações, conversas,
conselhos e apoio durante o trabalho;
À Andressa, Alzirene, Diego, Eduardo, Fabio, Karen, Leonardo, Renata,
Reinaldo, Renan, Miranda, Monique, Shayane, pessoas que convivo diariamente e que
me mostraram que a verdadeira amizade ainda existe;
À Mariana Santos e Diego Cavalieri, pela ajuda significativa na parte
experimental do trabalho;
Ao apoio financeiro da Agência Nacional do Petróleo – ANP – e da
Financiadora de Estudos e Projetos – FINEP – por meio do Programa de Recursos
Humanos da ANP para o Setor de Petróleo e Gás – PRH-ANP/MCT, em particular ao
PRH 13, da Escola de Química - Processamento, Gestão e Meio Ambiente na Indústria
do Petróleo e Gás Natural.
vi
Resumo da Tese de Mestrado apresentada ao Curso de Pós-Graduação em Tecnologia de Processos Químicos e Bioquímicos da Escola de Química/UFRJ como parte dos requisitos necessários para obtenção do grau de Mestre em Ciências, com ênfase na área de Petróleo e Gás Natural.
ESTUDO DO EQUILÍBRIO DE FASES DE SISTEMAS ENVOLVIDOS NA PRODUÇÃO DE BIODIESEL DE PALMA (ELAEIS GUINEENSIS)
Hugo Gomes D’Amato Villardi Setembro, 2013
Orientadores: Prof. Fernando Luiz Pellegrini Pessoa, D.Sc. As produções industriais de biodiesel utilizam óleo de soja como matéria-prima, no
entanto, a palma se apresenta como concorrente para esta atividade, uma vez que
apresenta um rendimento superior. Para a validação do seu uso faz-se necessário o
desenvolvimento de um estudo de viabilidade técnico-econômica e para isso é
necessário o entendimento do comportamento de fases dos constituintes de misturas
provenientes de sua produção. No presente trabalho foi realizado um estudo sobre o
equilíbrio de fases em sistemas envolvidos na produção e separação de biodiesel de
palma.
Dados de solubilidade dos sistemas ternários contendo biodiesel de palma, glicerina,
álcool e água foram medidos nas temperaturas de 25 e 50 °C. Utilizando uma nova
metodologia para obtenção de dados experimentais de equilíbrio líquido-líquido
baseada na análise da densidade da mistura. Os dados experimentais são obtidos através
da construção de curvas de calibração calculadas pelas composições de equilíbrio e
densidade obtidos por titulação e de linhas de amarração determinadas por essas
equações. Os resultados mostraram uma redução do rendimento e da qualidade do
biodiesel quando existe aumento do etanol no sistema e também da temperatura, pois
ambos provocam um aumento de solubilidade entre os componentes.
A modelagem termodinâmica foi realizada com o modelo UNIQUAC, os parâmetros
foram estimados em ambas as temperaturas e os valores foram utilizados para predição
do equilíbrio em outras condições de temperatura. Os desvios médios entre dados
experimentais e calculados pelo modelo foram menores que 5%.
vii
Abstract of a Thesis presented to Curso de Pós-Graduação em Tecnologia de Processos Químicos e Bioquímicos - EQ/UFRJ as partial fulfillment of the requirements for the degree of Master of Science with emphasis on Petroleum and Natural Gas. PHASE EQUILIBRIA OF SYSTEMS ENVOLVING PALMA BIODIESEL PRODUCTION (ELAEIS
GUINEENSIS)
Hugo Gomes D’Amato Villardi
September, 2013 Supervisor: Prof. Fernando Luiz Pellegrini Pessoa, D.Sc.
The industrial production of biodiesel using soybean oil as a raw material, however, the
palm is presented as a competitor for the activity since it offers superior performance .
For the validation of its use makes it necessary to develop a study of technical and
economic feasibility and this requires an understanding of the phase behavior of
mixtures of constituents from their production . In this paper we present a study on the
phase equilibria in the systems involved in the production and separation of palm
biodiesel .
Solubility data of ternary systems containing palm biodiesel , glycerin , alcohol and
water were measured at temperatures of 25 to 50 ° C. Using a new method for obtaining
experimental data of liquid-liquid equilibrium based on an analysis of the density of the
mixture. The experimental data are obtained by the construction of calibration curves
calculated by the compositions of balance and density obtained by titration and mooring
lines determined by these equations . The results showed a reduction in yield and
quality of biodiesel is increased when the ethanol in the system and also the
temperature, as both cause an increase in solubility between components.
The thermodynamic modeling was performed with the UNIQUAC , the parameters
were estimated at both temperatures and the values were used to simulate the
equilibrium temperature under other conditions . The average deviations between
experimental data and calculated by the model were lower than 5 %.
viii
SUMÁRIO
Capítulo 1 – Introdução 01
1.1 – Matriz energética mundial 01
1.2 – Biodiesel 01
1.3 – Óleo de palma 04
1.4 – Objetivos 05
Capítulo 2 – Revisão bibliográfica 07
2.1 – Equilíbrio de fases de sistemas correlatos 07
2.1.1 – Cromatografia gasosa 07
2.1.2 – Metodologias alternativas 11
2.2 – Equilíbrio líquido-líquido de sistemas envolvendo palma 15
Capítulo 3 – Materiais e métodos 19
3.1 – Síntese do biodiesel de palma 19
3.2 – Dados experimentais de equilíbrio líquido-líquido 22
3.2.1 – Métodos experimentais de equilíbrio líquido-líquido 23
3.2.2 – Determinação da curva binodal 24
3.2.3 – Curvas de calibração 25
3.2.4 – Linhas de amarração 26
3.3 – Modelagem termodinâmica 27
3.3.1 – O modelo UNIQUAC 28
3.3.2 – Função objetivo 29
3.4 – Validação da técnica experimental 30
Capítulo 4 – Resultados e discussão 33
4.1 – Validação da metodologia de estimação 33
4.2 – Dados de equilíbrio 35
4.2.1 – Sistemas a 25°C 36
4.2.1.1 – Ternário 1: Biodiesel etílico de palma + glicerina + etanol 36
4.2.1.2 – Ternário 2: Biodiesel etílico de palma + etanol + água 39
4.2.2 – Sistemas a 50°C 43
ix
4.2.2.1 – Ternário 3: Biodiesel etílico de palma + glicerina + etanol 43
4.2.2.2 – Ternário 4: Biodiesel etílico de palma + etanol + água 46
4.3 – Modelagem termodinâmica 49
4.3.1 – Estimação de parâmetros 49
4.3.2 – Predição do equilíbrio a 20, 40 e 60°C 52
Capítulo 5 – Conclusões 54
Referências Bibliográficas 56
Anexo I 62
Anexo II 71
Anexo III 76
Anexo IV 80
Anexo V 85
x
LISTA DE FIGURAS
Figura 1.1a - Percentual de plantas autorizadas para produção de biodiesel
no Brasil
03
Figura 1.1b - Percentual da capacidade instalada (m3/dia) nas plantas
autorizadas para comercialização do B100 03
Figura 2.1 - Diagrama ternário do sistema biodiesel de soja + etanol +
glicerina 13
Figura 3.1 - Fluxograma simplificado de produção de biodiesel a partir de
óleo de palma 20
Figura 3.2 - Análise espectrométrica do biodiesel etílico de palma 21
Figura 3.3 - Fotos dos produtos da reação de transesterificação etanólica de
óleo de palma com (a) e sem (b) adição de água após a reação 22
Figura 3.4 - Representação da célula de equilíbrio 23
Figura 3.5 - Representação do equilíbrio líquido-líquido através de um
diagrama ternário 24
Figura 3.6 - Curvas de calibração de densidade (g.cm-3) contra fração
mássica 26
Figura 3.7 - Linhas de amarração para o sistema biodiesel de mamona +
metanol + glicerina a 25ºC 27
Figura 3.8 - Equilíbrio do ternário biodiesel etílico de soja + glicerina +
etanol a 27ºC 30
Figura 3.9 - Equilíbrio do ternário biodiesel etílico de soja + glicerina +
etanol a 50ºC 31
Figura 3.10 - Equilíbrio do ternário biodiesel etílico de soja + glicerina +
etanol a 70ºC 31
Figura 4.1 – Diagrama binodal e amarrações obtidas para o sistema
biodiesel + glicerina + etanol a 25ºC 38
Figura 4.2 – Linearização das frações de biodiesel e glicerina 39
xi
Figura 4.3 – Diagrama binodal e amarrações obtidas para o sistema
biodiesel + etanol + água a 25ºC 42
Figura 4.4 – Linearização das frações de biodiesel e água 42
Figura 4.5 – Resultados obtidos para o sistema biodiesel + glicerina + etanol
a 50ºC 45
Figura 4.6 – Linearização das frações de biodiesel e glicerina 46
Figura 4.7 – Resultados obtidos para o sistema biodiesel + etanol + água a
50ºC 48
Figura 4.8 – Linearização das frações de biodiesel e água 48
Figura AIII.1 - Curvas de calibração da fase biodiesel referente ao ternário
1 76
Figura AIII.2 - Curvas de calibração da fase glicerina referente ao ternário
1 76
Figura AIII.3 - Curvas de calibração da fase biodiesel referente ao ternário
2 77
Figura AIII.4 - Curvas de calibração da fase água referente ao ternário 2 77
Figura AIII.5 - Curvas de calibração da fase biodiesel referente ao ternário
3 78
Figura AIII.6 - Curvas de calibração da fase glicerina referente ao ternário
3 78
Figura AIII.7 - Curvas de calibração da fase biodiesel referente ao ternário
4 79
Figura AIII.8 - Curvas de calibração da fase glicerina referente ao ternário
4 79
Figura AIV.1 - Diagrama de equilíbrio experimental vs calculado referente
ao ternário 1 80
Figura AIV.2 - Diagrama de equilíbrio experimental vs calculado referente
ao ternário 1 80
xii
Figura AIV.3 - Diagrama de equilíbrio experimental vs calculado referente
ao ternário 1 81
Figura AIV.4 - Diagrama de equilíbrio experimental vs calculado referente
ao ternário 2 81
Figura AIV.5 - Diagrama de equilíbrio experimental vs calculado referente
ao ternário 2
82
Figura AIV.6 – Diagrama de equilíbrio experimental vs calculado referente
ao ternário 2 82
Figura AIV.7 – Diagrama de equilíbrio experimental vs calculado referente
ao ternário 3 83
Figura AIV.8 – Diagrama de equilíbrio experimental vs calculado referente
ao ternário 3 83
Figura AIV.9 – Diagrama de equilíbrio experimental vs calculado referente
ao ternário 4 84
Figura AIV.10 – Diagrama de equilíbrio experimental vs calculado referente
ao ternário 4 84
xiii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1.1 - Plantas de biodiesel e capacidade de produção 2
Tabela 1.1 – Rendimento das principais sementes e área de plantação 4
Tabela 2.1 - Trabalhos da literatura de equilíbrio de fases realizados através
de cromatografia gasosa. 10
Tabela 2.2 – Trabalhos da literatura sobre equilíbrio de fases e suas
respectivas metodologias experimentais. 16
Tabela 3.1 - Composição do Biodiesel de palma determinado na
cromatografia. 21
Tabela 3.2 - Propriedades do biodiesel de palma que será utilizado nos
experimentos. 21
Tabela 3.3 - Parâmetros r e q originais e ajustados dos constituintes dos
sistemas. 29
Tabela 4.1 - Parâmetros estimados por França et. al., 2013. 33
Tabela 4.2 - Desvio absoluto médio da modelagem apresentada por França
et. al., 2013. 34
Tabela 4.3 - Parâmetros e desvios obtidos na validação. 34
Tabela 4.4 - Desvio absoluto médio da modelagem obtida na validação. 34
Tabela 4.5 - Curva de equilíbrio para o ternário 1. 36
Tabela 4.6 - Parâmetros das curvas de calibração do ternário 1. 37
Tabela 4.7 – Dados de equilíbrio líquido-líquido do ternário 1 composto por
Biodiesel (1), Glicerina (2) e Etanol (3) a 25ºC. 37
Tabela 4.8 - Curva de equilíbrio para o ternário 2. 40
Tabela 4.9 - Parâmetros das curvas de calibração do ternário 2. 41
Tabela 4.10 – Dados de equilíbrio líquido-líquido do Sistema Biodiesel,
Etanol e Água a 25ºC. 41
Tabela 4.11 - Curva de equilíbrio para o ternário 3. 43
xiv
Tabela 4.12 - Parâmetros das curvas de calibração do ternário 3. 44
Tabela 4.13 – Dados de equilíbrio líquido-líquido do ternário 3 composto
por biodiesel (1) + glicerina (2) + etanol (3) a 50ºC. 45
Tabela 4.14 - Curva de equilíbrio para o ternário 4. 46
Tabela 4.15 - Parâmetros das curvas de calibração do ternário 4. 47
Tabela 4.16 – Dados de equilíbrio líquido-líquido do Sistema biodiesel +
etanol + água a 50ºC. 47
Tabela 4.17 - Parâmetros de interação binária do UNIQUAC estimados
para ambas as temperaturas medidas 49
Tabela 4.18 – Tabela das amarrações experimentais e estimadas referentes
ao ternário 1 50
Tabela 4.19 - Tabela das amarrações experimentais e estimadas referentes
ao ternário 2 50
Tabela 4.20 - Tabela das amarrações experimentais e estimadas referentes
ao ternário 3 51
Tabela 4.21 - Tabela das amarrações experimentais e estimadas referentes
ao ternário 4 51
Tabela 4.22 - Variação média relativa das composições em função da
temperatura para o sistema Biodiesel (1), Glicerina (2), Etanol (3) 53
Tabela 4.23 - Variação média relativa das composições em função da
temperatura para o sistema Biodiesel (1), Etanol (3), Água (4) 53
Tabela AII.1 - Desvio padrão das medidas da curva binodal referentes ao
ternário 1 71
Tabela AII.2 - Desvio padrão das linhas de amarração referentes ao ternário
1 71
Tabela AII.3 - Desvio padrão das medidas da curva binodal referentes ao
ternário 2 71
Tabela AII.4 - Desvio padrão das linhas de amarração referentes ao ternário
2 72
xv
Tabela AII.5 - Desvio padrão das medidas da curva binodal referentes ao
ternário 3 72
Tabela AII.6 - Desvio padrão das linhas de amarração referentes ao ternário
3 73
Tabela AII.7 - Desvio padrão das medidas da curva binodal referentes ao
ternário 4 73
Tabela AII.8 - Desvio padrão das linhas de amarração referentes ao ternário
4 73
Tabela AII.9 - Desvio percentual dos dados estimados referentes ao ternário
1 74
Tabela AII.10 - Desvio percentual dos dados estimados referentes ao
ternário 2 74
Tabela AII.11 - Desvio percentual dos dados estimados referentes ao
ternário 3 74
Tabela AII.12 - Desvio percentual dos dados estimados referentes ao
ternário 4 75
Tabela AV.1 - Dados simulados para o sistema biodiesel (1) + glicerina (2) +
Etanol (3) 85
Tabela AV.2 - Dados simulados para o sistema biodiesel (1) + etanol (3) +
água (4) 87
Tabela AV.3 - Influência da temperatura no sistema biodiesel (1) + glicerina
(2) + etanol (3) 89
Tabela AV.4 - Influência da temperatura no sistema biodiesel (1) + etanol
(3) + água (4) 90
xvi
NOMENCLATURA
LETRAS LATINAS
Símbolo Descrição
a Parâmetro de ordem 2
b Parâmetro de ordem 1
c Parâmetro de ordem 3
d Densidade
MM Massa molecular
q Parâmetro referente à forma calculado pelo UNIFAC
r Parâmetro referente a tamanho calculado pelo UNIFAC
Q Parâmetro tabelado do UNIFAC referente à forma
R Parâmetro tabelado do UNIFAC referente a tamanho
w Fração mássica
x Fração molar
GCA Group Contribuition Association
CPA Cubic Plus Association
LETRAS GREGAS
Símbolo Descrição
γ Coeficiente de atividade
SOBRESCRITOS
Símbolo Descrição
α Fase óleo
β Fase aquosa
SUBSCRITOS
Símbolo Descrição
h Quantidade de dados experimentais
i Identificação do componente na fase
j Quantidade de grupos na estrutura
k Quantidade de grupos na estrutura
1
CAPÍTULO 1
Introdução
1.1 – Matriz energética mundial
Existe uma preocupação mundial com o futuro energético do planeta. Todas as nações
são muito dependentes dos combustíveis fósseis, mesmo estes sendo não renováveis e
prejudiciais ao meio ambiente. A assinatura do protocolo de Kyoto por alguns países
representou um compromisso na redução da emissão de gases causadores de efeito estufa para
visando a minimização dos efeitos do aquecimento global.
No entanto, existem várias formas de energia alternativas, como a solar, elétrica,
hidroelétrica, eólica, das ondas e geotérmica, estas fontes são suficientes para demonstrar o
potencial energético do planeta. Segundo a PETROBRAS, 2008, o Brasil é um dos pioneiros
neste setor, pois incentivou a produção e utilização de etanol na década de 70 e, atualmente,
incentiva a produção do biodiesel, que, por sua vez, tem sido considerado como solução pelos
ambientalistas principalmente no setor de transporte, além de ser renovável é também um
potencial substituto do diesel mineral que é obtido no refino do petróleo.
1.2 – Biodiesel
O biodiesel pode ser produzido a partir de qualquer fonte de ácidos graxos, além de
apresentar um ciclo fechado de carbono, o que também contribuiria na diminuição da
dependência de diesel mineral no país. Ele apresenta vantagens significativas, por exemplo,
na combustão, pois emite baixas quantidades de monóxido de carbono, materiais particulados
e o CO2 produzido, podendo ser reciclado pela fotossíntese da matéria prima, minimizando o
impacto do efeito estufa, além do que melhora a lubricidade do motor, reduz o desgaste e
aumenta a vida útil do motor. Somado a todas estas características tem-se o fato do biodiesel
ser um combustível biodegradável, não tóxico e obtido parcial ou integralmente de fontes
renováveis como é retratado por KNOTHE, G., VAN GERPEN, J., KRAHL, J., The
Biodiesel Handbook, 1ª ed., Illinois, AOCS Press, 2005.
2
A reação de transesterificação é o processo mais comum de produção em escala
industrial de biodiesel. No caso, ocorre entre óleos vegetais ou gordura animal e alcoóis de
cadeia curta, em sua maioria utilizando metanol e etanol; no entanto, a literatura reporta
alguns alcoóis alternativos para a produção. Os trabalhos de FREEDMAN et. al., 1984; LEE
et. al., 1995; FOGLIA et. al., 1997 utilizam propanol e butanol para síntese do biodiesel. A
reação, por sua vez, pode ocorrer na presença de um catalisador básico, ácido ou enzimático,
ou em meio supercrítico sem a presença de catalisador.
O uso do biodiesel vem crescendo e superando as expectativas, o B5 (5 % de biodiesel
no Diesel) que tinha previsão para este ano foi incorporado no início de 2010.
A indústria do biodiesel no Brasil é recente, mas cresce gradativamente. A tabela 1.1
apresenta dados de maio de 2013, onde é possível observar o aumento da capacidade de
operação e produção de biodiesel no Brasil, onde fica evidente, a necessidade constante de
buscar novas tecnologia e aperfeiçoar as existentes.
Tabela 1.1 - Plantas de biodiesel e capacidade de produção (Boletim mensal do
biodiesel da ANP, 2013).
Quantidade Capacidade
(m³/dia)
Plantas autorizadas à operação 4 456,00
Plantas autorizadas à operação e comercialização 63 20.093,04
Novas plantas autorizadas à operação 5 2.137,00
Plantadas autorizadas para ampliação da produção 5 864,72
As figuras 1.1a e 1.1b apresentam o panorama da produção de biodiesel no Brasil,
segundo o boletim mensal de biodiesel de dezembro de 2012 (Agência Nacional de Petróleo),
onde 9 % das rotas de transesterificação utilizam etanol quando o percentual se refere à
capacidade total (m3/dia) de biodiesel produzido, apenas 2 % é obtido exclusivamente via rota
etílica.
3
1.1a
1.1b
Figura 1 - 1a - Percentual de plantas autorizadas para produção de biodiesel no Brasil.
1b - Percentual da capacidade instalada (m3/dia) nas plantas autorizadas para
comercialização
Retirado de Boletim Mensal de Biodiesel da ANP, dezembro de 2012.
As reações com etanol, como observado por FRANÇA, 2008, apresentam dificuldades
associadas aos processos de separação/purificação deste biodiesel e também a
transesterificação com esse álcool leva um tempo maior para alcançar o mesmo rendimento
com o metanol, além de que existe a necessidade de se usar uma razão molar álcool/óleo
maior.
As reações com metanol apresentam duas fases em equilíbrio, uma rica em biodiesel e
outra em glicerina o que torna viável a separação por decantação. No entanto segundo ZHOU
E BOOCOCK, 2006, o biocombustível oriundo de etanol pode não apresentar o equilíbrio
líquido-líquido, tornando inviável a operação de separação citada anteriormente.
Os trabalhos citados apresentam dados de equilíbrio para sistemas com biodiesel
proveniente da soja, no entanto essa oleaginosa tem apresentado variações significativas no
seu preço, influenciando significativamente a produção, isto torna essencial uma ênfase na
utilização de outras matérias primas e por consequência no estudo do comportamento de
fases, como é apresentado por FREITAS, 2004.
O biodiesel por ser uma mistura de ésteres graxos pode ser produzido a partir de
qualquer matéria-prima que contenha ácidos ou triglicerídeos, as oleaginosas representam a
maioria das fontes, no entanto as mesmas são disputadas pelo mercado alimentício, deste
metílica60%
etílica9%
metílica ou
etílica31%
Rotas de transesterificação
metílica66%
etílica2%
metílica ou
etílica32%
Capacidade instalada (m3/d)
4
modo, fontes menos nobres, como resíduos de óleos ou gorduras vegetais e animais, matéria
graxa dos esgotos, representam alternativas a preços irrisórios e ecologicamente corretos.
1.3 – Óleo de palma
As indústrias produtoras de biodiesel utilizam o óleo de soja como matéria prima, pois
é o óleo vegetal mais produzido no mundo e também por ser líquido à temperatura ambiente,
KNOTHE, G., VAN GERPEN, J., KRAHL, J., The Biodiesel Handbook, 1ª ed., Illinois,
AOCS Press, 2005.
Entretanto, segundo LAM e LEE, 2011, a soja apresenta um rendimento produtivo
(toneladas/hectare.ano) baixo quando comparado a outras sementes, por exemplo, a palma,
que apresenta uma taxa nove vezes maior. MEKHILEF et. al., 2011, reportam que a produção
de óleo de palma é contínuo e ininterrupto. Os dados de rendimento referentes ao óleo de soja,
girassol e palma encontram-se na Tabela 1.2.
Tabela 1.2 – Rendimento das principais sementes e área de plantação (LAM e LEE,
2011).
OleaginosaRendimento Médio
(Tonelada/Hectare.Ano)
Área plantada
(Milhões de
hectares)
% do total
de área
plantada Soja 0,40 94,15 42,52
Girassol 0,46 23,91 10,80
Palma 3,62 10,55 4,76
A plantação de palma tem a maior produtividade de óleo em termos de produção por
hectare de plantação. Outro fator que a favorece é o fato de ter uma eficiência energética alta,
pois utiliza menos fertilizante e diesel nas máquinas para sua produção, deste modo se
apresenta como fonte promissora de produção de biodiesel.
Visto isso, GUTIERREZ et. al., 2009, propuseram um processo de reação extrativa,
um método sem a necessidade da etapa de decantação, para produção de biodiesel utilizando
óleo de palma e etanol, este segundo sendo obtido a partir de resíduos lignocelulósicos da
indústria de palma. A reação foi conduzida com KOH na temperatura de 70 ºC e apresentou
conversão de 65 %, no entanto os autores citam a demora na separação da transesterificação
etílica (em torno de 48 horas), o que confirma, neste caso, a não utilização da decantação.
5
1.4 – Objetivos
O processo de produção do biocombustível requer dados precisos de equilíbrio,
principalmente líquido-líquido, uma vez que todas as etapas de síntese apresentam interação
entre as fases óleo e aquosa, seja na etapa de transesterificação (Óleo/Álcool/Biodiesel), ou na
fase de lavagem (Biodiesel/Etanol/Água), porém dados de comportamento de fases de
sistemas com matérias-primas alternativas a soja ainda são raros na literatura.
Os trabalhos apresentados por ZHOU E BOOCOCK, 2006; GUTIERREZ et. al.,
2009, apresentam a influencia do álcool utilizado no equilíbrio dos sistemas envolvendo
biodiesel. ROSTAMI et .al., 2012, apresentam dados experimentais similares utilizando
biodiesel de palma e metanol, este trabalho juntamente com a oferta e o preço do etanol levam
a decisão do caminho a ser tomado no presente estudo e ao desenvolvimento do planejamento.
Deste modo, visando entender a influência deste álcool. As medidas serão realizadas com
etanol em duas temperaturas diferentes, buscando o entendimento da influência desta variável
também.
Assim, o presente trabalho tem como objetivo as seguintes ações:
a. Levantamento de dados experimentais de equilíbrio líquido-líquido de sistemas
ternários a 25ºC e 50ºC:
i. Biodiesel etílico de palma + glicerina + etanol.
ii. Biodiesel etílico de palma + água + etanol.
b. Modelagem termodinâmica dos dados, através da estimação de parâmetros do
modelo UNIQUAC, utilizando o modelo Simplex.
O segundo capítulo contém uma revisão do assunto, sendo o foco principal os
trabalhos sobre equilíbrio líquido-líquido de sistemas com biodiesel produzido a partir de
qualquer matéria-prima e as técnicas utilizadas para desenvolvimento dos mesmos. Ao final é
possível encontrar, de forma resumida, uma tabela contendo as referências, com os estudos,
sistemas e técnicas utilizadas.
No capítulo posterior são apresentados os materiais e métodos de trabalho, sendo feita
uma descrição detalhada dos materiais utilizados e os procedimentos para a obtenção dos
dados experimentais.
O capítulo quatro apresenta os resultados obtidos no trabalho e as discussões
pertinentes ao comportamento de fases dos sistemas estudados e as influências de parâmetros
6
importantes no equilíbrio líquido-líquido. As conclusões referentes ao estudo desenvolvido
encontram-se no capítulo cinco.
7
CAPÍTULO 2
Revisão bibliográfica
O conhecimento do equilíbrio de fases é essencial não só para um melhor
entendimento do processo de produção de biodiesel como também para melhorar a taxa de
reação, a seletividade do produto desejado, e promover a separação da mistura em
componentes puros. Deste modo, a busca por dados na literatura, de técnicas e dados de
comportamento de fases é de extrema importância.
2.1 – Equilíbrio de fases de sistemas correlatos
Deste modo, uma revisão na bibliografia de equilíbrio de fases em sistemas que
envolva biodiesel é de suma importância para a sequencia do trabalho e desenvolvimento da
metodologia de estudo.
2.1.1 – Cromatografia gasosa
Os trabalhos sobre comportamento de fases são, em sua maioria, desenvolvidos
utilizando métodos de cromatografia; esses demandam menos tempo e são bastante precisos.
A literatura, no ano de 1995, reporta dados de solubilidade para sistemas compostos por
biodiesel de colza, glicerina, metanol a 25 ºC através do trabalho de KOMERS et al., 1995. A
glicerina continha percentagens em massa de 0,025 e 0,01 de água, o que representaria um
sistema quaternário, no entanto o trabalho apresenta duas curvas de solubilidade com valores
de água, uma característica atípica para sistemas de biodiesel que formam equilíbrio líquido-
líquido.
Duas fases líquidas em equilíbrio, a baixas pressões, podem ser descritas, do ponto de
vista termodinâmico, pela Equação 2.1:
i i i ix x (2.1)
Onde xiα e xi
β representam a fração molar do componente i nas fases correspondentes,
para os sistemas de interesse, o biodiesel será representado pela fase α e a fase aquosa (água
8
ou glicerina) por β. γiα e γi
β são os coeficientes de atividade que fazem a correção da não
idealidade da fase líquida no equilíbrio.
Em 1999, BATISTA et. al., 1999a, estudaram o comportamento de fases de sistemas
com óleo de canola, ácidos graxos e alcoóis de cadeia curta, com o objetivo de estudar o
melhor solvente para reduzir o teor de ácidos livres no óleo. Os dados de equilíbrio foram
medidos nas temperaturas de 10, 20 e 30 ºC em pressão ambiente. A modelagem
termodinâmica foi utilizando os modelos de gama UNIQUAC e NRTL, e os valores obtidos
apresentaram desvios médios menores que 1 % quando comparados aos experimentais.
Os métodos preditivos permitem o cálculo do comportamento de fases na ausência de
dados experimentais, no entanto, estes podem resultar em desvios da realidade dependendo da
complexidade do sistema. Visto isto, ainda em 1999, BATISTA et. al., 1999b, realizaram
estudos de sistemas com óleo de milho, trioleina, ácido esteárico, ácido oléico e etanol numa
faixa de 20 a 45 ºC e pressão ambiente. Os modelos ASOG (KOJIMA E TOCHIGI, 1979) e
UNIFAC (FREDENSLUND et al., 1977) foram utilizados para representação do equilíbrio,
porém foi necessário um ajuste dos parâmetros, uma vez que a proposta original dos modelos
não representam satisfatoriamente o equilíbrio líquido-líquido, assim os autores propuseram
alterações na minimização da função objetivo e os resultados calculados apresentaram desvios
máximos de 5% quando comparados aos experimentais.
Procurando estudar a transesterificação etílica de óleo de girassol e canola, ZHOU et
al., 2003, analisaram a influência da razão molar álcool/óleo, concentração de catalisador e a
temperatura de equilíbrio da reação. Resultados a 23 ºC mostraram que razões molares de
etanol/óleo de 20, 25 e 30:1 tem o equilíbrio reacional atingido entre 6 e 10 minutos, com 1,4
% em massa de KOH. A razão molar de 6:1 é bastante sugerida pela literatura, no entanto, o
equilíbrio não foi alcançado com 30 minutos de reação. A razão molar álcool/óleo de 27:1 foi
determinada como ótima para a transesterificação com óleo de canola, sem a formação de
duas fases, após a reação nestas condições. Os autores ressaltam que mesmo com altos
rendimentos, como apresentado por eles, é necessário à busca por novas metodologias para
otimização da purificação do biodiesel etílico.
Em 2006, dados de solubilidade do sistema biodiesel de pinhão-manso, glicerina e
etanol a 25, 35, 45 e 55 °C foram apresentados por ZHOU et al., 2006. Os autores relatam que
a baixa solubilidade indica a facilidade da separação da glicerina da mistura reacional
simplificando o processo e reduzindo o custo. NEGI et al., 2006, desenvolveram estudos
9
sobre o conhecimento do equilíbrio de fases para o sistema oleato de metila, glicerina,
metanol a 60 ºC. O estudo foi motivado pela observação do aumento da concentração da
glicerina na fase oleosa com a conversão, levando a uma aceleração da reação depois de um
início lento. A curva de equilíbrio foi determinada pelo método da titulação enquanto que as
linhas de amarração obtidas por cromatografia gasosa. Os dados experimentais de equilíbrio
foram comparados aos valores preditos pelo modelo UNIFAC, mas os resultados não foram
satisfatórios.
ANDREATTA et. al., 2008, mediram o equilíbrio de sistemas compostos por oleato
de metila, glicerol, metanol a 40 e 120 ºC. Através do UNIFAC e equação de estado com
contribuição de grupo associada (GCA - Group Contribuition Association), a predição do
equilíbrio foi realizada, porém os autores não comentaram sobre o efeito da temperatura.
Utilizando a mesma metodologia, no mesmo ano, MAEDA et. al., 2008, mediram o equilíbrio
para sistemas compostos por éter dimetílico, trioleina, metanol e ácido palmítico numa faixa
de 13,5 a 100,2 ºC e 0,5 a 6,5 atmosferas. O trabalho relata a miscibilidade da trioleina, ácido
palmítico e etanol na presença do éter, o que aumentaria a eficiência da transesterificação,
porém os óleos vegetais e o biodiesel são formados por misturas de ácidos graxos e ésteres,
respectivamente, o que representa um comportamento parcial da conclusão apresentada.
Segundo os autores, o UNIFAC foi utilizado e conseguiu realizar adequadamente a predição,
mas sabe-se que este modelo pode não representar bem, pois se baseia em valores de
contribuição de grupos, isto pode ter influenciado a não divulgação dos desvios calculados
pelos autores.
FOLLEGATTI-ROMERO et. al., 2010, mediram pontos de sistemas compostos de
ésteres etílicos, etanol e água nas temperaturas de 25, 40 e 60 ºC. O objetivo principal era
estudar a recuperação do etanol através da utilização de água. O trabalho concluiu que devido
à alta seletividade e a distribuição, a água se apresenta como solução para esta função. Os
autores correlacionaram os valores obtidos com a equação de estado cúbica com o termo
associativo (CPA - Cubic Plus Association) e obtiveram um desvio médio, quando comparado
ao experimental, de 2,8 %. Utilizando as mesmas ferramentas para modelagem
termodinâmica, FOLLEGATTI-ROMERO et. al., 2012, realizaram medidas de sistemas
compostos por ésteres etílicos, etanol e glicerol nas temperaturas de 50 e 80 ºC buscando a
interferência da temperatura no equilíbrio de fases destes sistemas. No entanto, o estudo foi
realizado fazendo uso de ésteres individuais, o que permite um entendimento parcial do
equilíbrio, pois o biodiesel, oriundo de qualquer fonte, é composto por uma mistura destas
10
substâncias. A modelagem termodinâmica realizada apresentou desvios de médios de 6 %
frente ao comportamento experimental. BASSO et. al., 2013a, apresentaram dados de
equilíbrio líquido-líquido de sistemas envolvendo biodiesel de crambe, glicerol, e etanol nas
temperaturas de 25, 45 e 65 ºC, a modelagem termodinâmica foi feita através da estimação
dos parâmetros do modelo NRTL apresentando desvios relativos médios de 0,82 % e também
utilizando o método de contribuição de grupos UNIFAC, este, porém apresentou desvios na
faixa de 2,27 e 3,97 %. Em ambos os casos o calculo de desvio foi feito comparando
experimental e calculado. Utilizando a mesma metodologia experimental, BASSO et. al.,
2013b, realizaram medidas de dados com biodiesel de polpa de macaúba, glicerol e etanol a
temperatura ambiente. O trabalho apresentou uma perda de produto na presença de álcool em
excesso, devido ao aumento da solubilidade entre os componentes provocados por essa ação.
A predição do comportamento foi realizada com NRTL, UNIQUAC e UNIFAC. O primeiro
modelo apresentou um comportamento melhor frente, visto que o desvio médio obtido,
quando comparado ao experimental, foi menor que 0,5 %; os demais também foram
eficientes, apresentando desvios inferiores a 4 %.
Um resumo dos dados experimentais de equilíbrio líquido-líquido em sistemas
envolvendo os produtos da reação de transesterificação medidos através de cromatografia
pode ser visualizado na Tabela 2.1, os desvios são referentes às composições experimentais e
calculadas nos trabalhos que apresentaram modelagem termodinâmica.
Tabela 2.1 – Trabalhos de equilíbrio de fases utilizando cromatografia gasosa.
Autor T
(ºC) Componentes Modelo
Desvio Médio (%)
KOMERS et.
al., 1995 25
Biodiesel de colza, glicerina,
metanol - -
BATISTA et.
al., 1999a
10,
20, 30
Óleo de canola, ácidos graxos e
alcoóis de cadeia curta
UNIQUAC e
NRTL 1,0
BATISTA et.
al., 199b
20 a
45
Óleo de milho, trioleina, ácido
esteárico, ácido oléico e etanol
ASOG e
UNIFAC 5,0
ZHOU et. al.,
2003
23,
40, 60
Óleo de canola, girassol, etanol,
NaOH - -
11
Continuação tabela 2.1 – Trabalhos de equilíbrio de fases utilizando cromatografia gasosa
ZHOU et. al., 2006 25, 35,
45, 55
Biodiesel de pinhão-manso,
glicerina e etanol - -
NEGI et. al., 2006 60 Oleato de metila, glicerina
e metanol UNIFAC -
ANDREATA et. al.,
2008 40, 120
Oleato de metila, glicerol,
metanol GCA e UNIFAC -
MAEDA et. al., 2008 13,5 a
100,2
Éter dimetílico, trioleina,
metanol e ácido palmítico UNIFAC -
FOLLEGATTI-
ROMERO et. al., 2010
25, 40,
60
Ésteres etílicos, etanol e
água CPA 2,8
BASSO et. al., 2013a 25, 45,
65
Biodiesel de crambe,
glicerol, e etanol NRTL e UNIFAC 1,9
BASSO et. al., 2013b 25 Biodiesel de polpa de
macaúba, glicerol e etanol
NRTL, UNIQUAC
e UNIFAC 2,2
2.1.2 – Metodologias alternativas
A compra e instalação de equipamentos que funcionam por cromatografia demandam
altos custos, manutenção e mão de obra especializada, deste modo, metodologias que
substituam a referida técnica foram buscadas na literatura, e as metodologias alternativas a
cromatografia e os resultados obtidos nesses trabalhos serão apresentados na sequência.
Utilizando a técnica de titulação potenciométrica e realizando a modelagem
termodinâmica dos dados com UNIQUAC e NRTL, GONÇALVES et. al., 2002,
apresentaram valores para sistemas compostos por óleo de milho, ácido oléico, etanol e água a
25 ºC. Os autores concluíram que a adição de água reduz a perda de óleo neutro na fase
alcoólica e melhora a seletividade do solvente, pois uma quantidade de água na faixa de 4 a 6
% em peso no etanol é apropriada para desacidificação. Os parâmetros, por sua vez,
12
possibilitam a simulação de extratores com os solventes utilizados, já que a diferença
percentual entre valores obtidos pelos modelos e os experimentais foram inferiores a 1,4 %.
Cinco anos depois, MOHSEN-NIA et al., 2007, através de um conjunto de técnicas
experimentais constituído de titulação potenciométrica, pesagem e destilação a vácuo,
apresentaram um estudo do equilíbrio de sistemas envolvendo óleo de milho, ácido oléico,
etanol/metanol a 30 e 40 ºC. A metodologia utilizada para determinação das linhas de
amarração não é muito usual e foi pouco esclarecida pelos autores. Os autores concluíram que
o metanol apresenta uma maior seletividade e menor coeficiente de distribuição comparado ao
etanol e a modelagem termodinâmica foi realizada com o modelo UNIQUAC, que
representou fielmente seu comportamento.
No ano seguinte, LANZA et. al., 2008, utilizando espectroscopia de infravermelho a
temperatura ambiente, realizaram medidas do comportamento de sistemas envolvidos na
produção de biodiesel. Os autores utilizaram óleos de algodão, soja, milho e determinou o
equilíbrio ternário com hexano, etanol e ácido linoléico. O modelo NRTL foi utilizado para
representar o comportamento e os desvios médios obtidos, quando comparados aos
experimentais, foram inferiores a 1 %, o que comprova a eficiência da técnica utilizada.
Utilizando HPLC (cromatografia líquida) em condições ambientes, TIZVAR et. al., 2008,
apresentaram dados de equilíbrio líquido-líquido e modelagem termodinâmica via UNIFAC
(MAGNUSSEN et al., 1981) e UNIFAC modificado (GMEHLING E SCHILLER, 1993) do
sistema quaternário composto por oleato de metila, glicerina, hexano, metanol para verificar a
eficiência do hexano como solvente. Ambos os modelos utilizados, segundo os autores,
podem ser usados para desenvolver processos de separação para o referido sistema. Dados de
ésteres oriundos de transesterificação com hidróxido de sódio foram medidos por LIU et. al.,
2008, misturas com óleo e biodiesel de soja, ésteres etílicos, glicerina, etanol foram
determinadas num range de 27 a 70 ºC. A curva binodal foi determinada pelo método da
titulação enquanto que as linhas de amarração foram calculadas por uma técnica que
determina a composição de etanol por evaporação e as de óleo e ésteres a partir do diagrama
de fases, uma metodologia que pode acarretar erros, visto que depende da precisão das
medidas da linha de amarração. Nos demais trabalhos, as duas medidas (binodal e amarração)
realizadas se confirmam diretamente pela sobreposição de ambas. Neste trabalho, não foi
realizada a modelagem termodinâmica.
A Figura 2.1 apresenta os dados para o sistema composto por biodiesel de soja, etanol
e glicerina em três diferentes temperaturas, este gráfico é apresentado por LIU et. al., 2008 e
auxilia no planejamento experimental, já que se comprova o comportamento esperado
fase homogênea e outra heterogênea apenas, proveniente da afinidade do álcool com os
demais.
Figura 2.1 - Diagrama ternário do sistema biodiesel de soja + etanol + glicerina.
(○) 300,15 K; (×) 323,15 K; (
No ano de 2009, utilizando o método da densidade, FRANÇA
medidas de equilíbrio líquido
glicerina, metanol/etanol a 25ºC e 60 ºC. Foram avaliadas as influências do tipo de álcoo
temperatura. Segundo os autores, o biodiesel apresenta uma solubilidade maior na glicerina na
presença de etanol frente ao metanol, isto explica a dificuldade de separação na produção
deste biocombustível ao utilizar meio etílico. A modelagem termodinâ
foi realizada com UNIQUAC. Os resultados mostraram que o tipo de álcool exerceu pouca
influência na solubilidade da fase rica em glicerina para os sistemas estudados e observou
um ligeiro aumento da solubilidade com o aumento da t
biodiesel produzido a partir do óleo de mamona mostrou
aos dados de equilíbrio para o sistema contendo biodiesel produzido a partir do óleo de pinhão
manso (ZHOU et al., 2006). Isto pode ser e
ricinoleato de metila conter o grupamento hidroxila, o que representa 90 % da composição do
biodiesel estudado.
auxilia no planejamento experimental, já que se comprova o comportamento esperado
fase homogênea e outra heterogênea apenas, proveniente da afinidade do álcool com os
Diagrama ternário do sistema biodiesel de soja + etanol + glicerina.
○) 300,15 K; (×) 323,15 K; (♦) 343,15 K (LIU et al., 2008).
No ano de 2009, utilizando o método da densidade, FRANÇA et al.
medidas de equilíbrio líquido-líquido de sistemas ternários com biodiesel de mamona,
glicerina, metanol/etanol a 25ºC e 60 ºC. Foram avaliadas as influências do tipo de álcoo
temperatura. Segundo os autores, o biodiesel apresenta uma solubilidade maior na glicerina na
presença de etanol frente ao metanol, isto explica a dificuldade de separação na produção
deste biocombustível ao utilizar meio etílico. A modelagem termodinâmica dos dados obtidos
foi realizada com UNIQUAC. Os resultados mostraram que o tipo de álcool exerceu pouca
influência na solubilidade da fase rica em glicerina para os sistemas estudados e observou
um ligeiro aumento da solubilidade com o aumento da temperatura. O sistema contendo
biodiesel produzido a partir do óleo de mamona mostrou-se mais solúvel quando comparado
aos dados de equilíbrio para o sistema contendo biodiesel produzido a partir do óleo de pinhão
, 2006). Isto pode ser explicado pelo fato da composição do éster
ricinoleato de metila conter o grupamento hidroxila, o que representa 90 % da composição do
13
auxilia no planejamento experimental, já que se comprova o comportamento esperado, uma
fase homogênea e outra heterogênea apenas, proveniente da afinidade do álcool com os
Diagrama ternário do sistema biodiesel de soja + etanol + glicerina.
, 2008).
et al., 2009, realizaram
líquido de sistemas ternários com biodiesel de mamona,
glicerina, metanol/etanol a 25ºC e 60 ºC. Foram avaliadas as influências do tipo de álcool e
temperatura. Segundo os autores, o biodiesel apresenta uma solubilidade maior na glicerina na
presença de etanol frente ao metanol, isto explica a dificuldade de separação na produção
mica dos dados obtidos
foi realizada com UNIQUAC. Os resultados mostraram que o tipo de álcool exerceu pouca
influência na solubilidade da fase rica em glicerina para os sistemas estudados e observou-se
emperatura. O sistema contendo
se mais solúvel quando comparado
aos dados de equilíbrio para o sistema contendo biodiesel produzido a partir do óleo de pinhão
xplicado pelo fato da composição do éster
ricinoleato de metila conter o grupamento hidroxila, o que representa 90 % da composição do
14
Ainda neste ano, utilizando o método de contribuição de grupos, KURAMOCHI et al.,
2009, fizeram a predição do equilíbrio de fases em sistemas envolvendo os componentes
existentes na produção de biodiesel. O biodiesel de soja foi representado por uma mistura de
metil linoleato (61,3 %), metil oleato (25,7 %) e metil palmitato (13 %). Os autores simularam
o equilíbrio líquido-líquido dos sistemas compostos por biodiesel, metanol, glicerina e
biodiesel, metanol, água. O modelo que melhor representou os dados experimentais foi o
UNIFAC baseado em dados de equilíbrio líquido-líquido (MAGNUSSEN et. al., 1981).
Porém, quando comparado ao comportamento experimental, a predição do equilíbrio
apresentou desvios relativos altos, com valores entre 2,3 e 45,6 %.
OLIVEIRA et. al., 2011, apresentaram dados de equilíbrio de sistemas formados na
transesterificação para produção de biodiesel de canola fazendo uso do óleo correspondente,
glicerol e etanol, o estudo foi realizado nas temperaturas de 30 e 60 ºC, os autores utilizaram a
mesma metodologia apresentada por LIU et al., 2008. Com o objetivo de validar as medidas
realizadas, foi utilizada a metodologia da linearização das frações mássicas dos componentes
ricos em cada fase do equilíbrio e sua posterior correlação, esta por sua vez, foi proposta por
OTHMER E TOBIAS, 1942. Os autores apresentam dados com correlação de 0,99. A
equação de estado CPA foi utilizada para predição dos dados medidos e demonstrou
eficiência, pois ao ser comparado ao experimental a equação apresentou resultados com
desvios médios inferiores a 3 %.
Em 2012, utilizando a metodologia da densidade, MESQUITA et al., 2012,
apresentaram o equilíbrio líquido-líquido de sistemas com biodiesel de semente de algodão,
glicerina e etanol nas temperaturas de 20, 40 e 60 ºC. Os resultados foram validados pelo
mesmo método apresentado anteriormente e apontam uma maior quantidade de álcool na fase
glicerina frente à fase biodiesel, como esperado, já que a primeira ligação é intensa devido às
pontes de hidrogênio. A modelagem termodinâmica foi realizada com NRTL e os desvios
médios obtidos frente aos valores experimentais ficaram em torno de 0,9 %, deste modo
conclui-se que o modelo representou satisfatoriamente o comportamento do sistema.
As plantas produtoras de biodiesel utilizam água como solvente na separação de
glicerina, álcool e catalisador do processo e mesmo a catálise homogênea sendo o método
mais conhecido e utilizado na produção do biodiesel, existem dificuldades em achar as
melhores condições de operação sem dados de equilíbrio de fases. O entendimento do
comportamento destes sistemas é de extrema importância, isto tornaria possível à otimização
15
do processo de lavagem do biocombustível e o dimensionamento de novos equipamentos que
permitam essa operação.
No entanto, são raros os trabalhos que se baseiam ou apresentam dados de equilíbrio
de fases envolvendo esses componentes, isto, por sua vez, torna escassa a quantidade de
parâmetros para os modelos termodinâmicos que descrevem o equilíbrio líquido-líquido para
estes sistemas, como descrito por KURAMOCHI et al., 2009. Deste modo, os trabalhos
reportados na literatura fazem uso de modelos de contribuição de grupos para simular esses
processos, porém estes podem levar a erros significativos de predição.
2.2 – Equilíbrio líquido-líquido de sistemas envolvendo palma.
A palma se apresenta como potencial fonte de matéria-prima para produção de
biodiesel e como o presente trabalho tem como objetivo estudar o comportamento de fases
dos componentes necessários a sua produção serão levantados da literatura trabalhos que
mediram o equilíbrio para sistemas correlatos a transesterificação com óleo de palma.
No ano de 2004, GONÇALVES E MEIRELLES, 2004, através de um cromatógrafo
gasoso, fizeram medidas de sistemas com óleo de palma refinado, ácido palmítico, etanol,
água e ácido oléico a 45ºC e pressão ambiente. Os autores realizaram os cálculos de equilíbrio
através de evaporação do álcool e cálculo das composições pela diferença obtida da curva
binodal, esta por sua vez, determinada pela titulação. A correlação dos dados foi realizada
com NRTL e UNIQUAC e ambos apresentaram desvios inferiores a 1,25 % em relação ao
experimental.
O estudo apresentado por LANZA et al., 2009, teve como objetivo determinar dados
de equilíbrio líquido-líquido para sistemas com ésteres etílicos. Os sistemas investigados
foram compostos por óleo de soja, óleo de canola, óleo de palma, etanol, hexano nas
temperaturas de 40 e 55 ºC. A curva de equilíbrio foi determinada por titulação e as
composições de equilíbrio pela técnica de espectroscopia de infravermelho (NIR). O método
apresentou uma precisão experimental adequada, devido à equivalência entre dados medidos.
Os valores experimentais foram correlacionados usando o modelo NRTL e o modelo
apresentou resultados com desvios médios globais de 0,83 %.
Em 2011, utilizando a mesma metodologia do trabalho anterior, DA SILVA et. al.,
2011, mediram dados com frações de óleo de palma, ácidos graxos, etanol e água a 25 e 45
ºC. A modelagem termodinâmica foi realizada com NRTL em cada temperatura
16
individualmente e os desvios entre os pontos experimentais e os calculados pelo modelo não
foram apresentados pelos autores.
ROSTAMI et al., 2012, com o objetivo de comparar o comportamento de fases de
sistemas com biodiesel frente a matéria-prima, estudaram o equilíbrio líquido-líquido
constituído de biodiesel de palma, soja, metanol e glicerina, apresentando também a
solubilidade da água em ambos os bicombustíveis. Foi investigado a influência da
temperatura; os dados foram medidos a 30, 40 e 50 ºC e correlacionados pela linearização de
OTHMER-TOBIAS, 1942, com resultados melhores para a soja. As medidas das linhas de
amarração foram realizadas segundo a mesma metodologia de LIU et al., 2008, o UNIQUAC
foi utilizado na modelagem e apresentou desvios médios de 3,93 e 4,30 % para palma e soja
respectivamente.
A Tabela 2.2 mostra de forma resumida todos os trabalhos citados que apresentam
dados de palma, os desvios são referentes às composições experimentais e calculadas nos
trabalhos que apresentaram modelagem termodinâmica.
Tabela 2.2 - Dados da literatura sobre equilíbrio de fases utilizando metodologias
alternativas e palma.
Autor T
[ºC] Componentes Metodologia Modelo
Desvio
Médio
(%)
GONÇALVES
et. al., 2002 25
Óleo de milho, ácido
oléico, etanol e água.
Titulação
potenciométrica
UNIQUAC
NRTL 1,4
GONÇALVES e
MEIRELLES, 2004 45
Óleo de palma, ácido
palmítico, etanol, água e
ácido oléico.
Cromatografia
gasosa
NRTL
UNIQUAC1,3
MOHSEN-NIA
et. al., 2007
30,
40
Óleo de milho, ácido
oléico, etanol/metanol.
Titulação
potenciométrica e
destilação.
UNIQUAC -
LANZA et. al.,
2008 25
Óleos de algodão, soja,
milho, hexano, etanol.
Espectroscopia de
infravermelho NRTL 1,0
17
Continuação tabela 2.2 - Dados da literatura sobre equilíbrio de fases utilizando
metodologias alternativas e palma.
TIZVAR et. al.,
2008 25
Oleato de metila, glicerina,
hexano, metanol. Cromatografia líquida UNIFAC
LIU et. al.,
2008
27 a
70
Óleo de soja, ésteres etílicos,
glicerina, etanol. Evaporação e diferença -
FRANÇA et. al.,
2009
25,
60
Biodiesel de mamona,
glicerina, metanol/etanol. Densidade UNIQUAC
KURAMOCHI et.
al., 2009
10 a
70
Biodiesel, metanol, glicerina
e água.
Simulação
(Contribuição de
grupos)
UNIFAC -
LANZA et. al.,
2009
40,
50
Óleo de soja, canola, palma,
etanol, hexano.
Espectroscopia de
infravermelho NRTL 0,8
DA SILVA et. al.,
2011
25 e
45
Óleo de palma, ácidos
graxos, etanol e água.
Espectroscopia de
infravermelho NRTL -
OLIVEIRA et. al.,
2011
30,
60
Óleo de canola, glicerol e
etanol. Evaporação e diferença CPA 3,0
MESQUITA et. al.,
2012
20,
40,
60
Biodiesel de algodão,
glicerina e etanol. Evaporação e diferença NRTL 0,9
ROSTAMI et. al.,
2012
30,
40,
50
Biodiesel de palma, soja,
metanol e glicerina. Evaporação e diferença UNIQUAC4,0
Visto tudo o que foi apresentado neste capítulo, foi possível determinar a metodologia
a ser utilizada juntamente com os sistemas a serem medidos.
18
Em relação à técnica experimental, o presente trabalho não fará uso de cromatografia
devido a três motivos: a necessidade de capital para compra, instalação e manutenção do
mesmo. Logo, devido a questões de custo e validade experimental, as medidas serão
realizadas através do método da densidade, visto que este apresenta uma validação dos pontos
da curva de equilíbrio com os cálculos da linha de amarração.
A metodologia experimental e a modelagem termodinâmica serão as mesmas
apresentadas por FRANÇA et. al., 2013 (Anexo I). Neste trabalho, os autores realizaram
medidas de equilíbrio líquido-líquido utilizando a densidade da curva binodal para obtenção
das linhas de amarração.
Devido à falta de dados com etanol e biodiesel de palma, as medidas serão realizadas
envolvendo esses constituintes importantes da produção do referido biocombustível
juntamente com glicerina e água com o objetivo de entender o comportamento da
transesterificação e da lavagem do produto desta reação.
A modelagem termodinâmica será realizada com o modelo UNIQUAC, pois foi o
mais utilizado e o que apresentou melhores resultados em trabalhos com biodiesel
propriamente dito.
Deste modo, no próximo capítulo, serão descritos e explicados os materiais e métodos
utilizados para a realização das atividades.
19
CAPÍTULO 3
Materiais e métodos
Medidas experimentais tornam possível o entendimento de sistemas de interesse diante
de fenômenos físico-químicos, além de apresentar subsídio para ajuste de modelos
matemáticos que viabilizem a representação e predição desses fenômenos.
Este capítulo apresenta os materiais e técnicas utilizadas para obtenção dos reagentes
necessários ao desenvolvimento experimental. Em seguida serão descritas as etapas
detalhadas da metodologia para cálculo do equilíbrio termodinâmico de maneira que estas
possam ser utilizadas em trabalhos futuros.
3.1 – Síntese do biodiesel de palma
A metodologia utilizada será a mesma apresentada por FRANÇA, 2008, a validação
da técnica experimental foi realizada com o trabalho apresentado por GOMIS-YAGÜES et
al., 1998, que apresentou dados do sistema ternário butanol, propanol, água, este por sua vez,
foi desenvolvido utilizando métodos cromatográficos e os resultados apresentaram
concordância, comprovando a validade da técnica da densidade.
A transesterificação é a técnica mais utilizada para a síntese de biodiesel quando o
processo utiliza um óleo vegetal como matéria prima. Buscando uma melhor taxa reacional
utiliza-se um catalisador básico, por ser uma reação reversível utiliza-se álcool em excesso
buscando o deslocamento do equilíbrio no sentido do biocombustível como é mencionado por
GOMES, 2009.
O biodiesel de palma utilizado nos experimentos foi produzido a partir do óleo de
palma refinado, adquirido através da Agropalma, no Laboratório de Engenharia Química da
Escola de Química da UFRJ. Os alcoóis e a glicerina utilizados foram adquiridos da Vetec
Química Fina com grau PA. A Água utilizada sofreu filtração e posterior destilação.
O processo de síntese utilizada neste trabalho foi a mesma proposta por SUTHAR e
JOSHIPURA, 2011, e foi feita através de transesterificação alcalina do óleo de palma refinado
e etanol, empregando hidróxido de potássio (KOH). O tempo de reação foi de 60 minutos, a
temperatura de 40 ºC devido ao ponto de fusão do óleo, visto que apresenta uma característica
viscosa a temperatura ambiente, dificultando a reação.
20
Após a reação, água é adicionada ao sistema para promover a formação de duas fases
líquidas. A fase rica em glicerina foi separada por decantação e a fase rica em biodiesel foi
submetida a duas etapas de lavagem com água destilada e uma etapa de lavagem com água +
ácido acético. Por último, o biodiesel foi aquecido até 120 °C para remoção do álcool
residual. O fluxograma ilustrativo do procedimento é apresentado na Figura 3.1. As análises
de densidade do estudo foram realizadas em um densímetro digital da marca Anton Paar,
modelo DMA 4500.
Figura 3.1 - Fluxograma simplificado de produção de biodiesel a partir de óleo de palma.
As amostras de biodiesel sintetizadas no laboratório foram analisadas no Laboratório
de Tecnologias Verdes (GreenTech) situado na UFRJ, seguindo a Norma EN 14103 (Fat and
oil derivatives – Fatty Acid Methyl Esters (FAME) – Determination of ester and linolenic
acid methyl ester contents), Abril, 2011.
A análise espectrométrica e a composição do biodiesel são apresentadas na Figura 3.2
e Tabela 3.1. A composição final em massa do biodiesel sintetizado apresentou 99,4 % de
ésteres, o que demonstra o sucesso da reação de transesterificação com o óleo de palma. A
Tabela 3.2 apresenta a especificação do biocombustível segundo as exigências estabelecidas
pela Agência Nacional do Petróleo para o biodiesel.
Etanol
21
Figura 3.2 - Análise espectrométrica do biodiesel etílico de palma.
Tabela 3.1 – Composição do biodiesel de palma determinado na cromatografia.
Éster Composição (%) Éster Composição (%)
Laurato 0,3434 Linolênato 0,0845
Miristato 0,7979 Araquidato 0,2534
Palmitato 39,5984 Gadoleato 0,1045
Palmitoleato 0,1486 Behenato 0,0362
Estearato 3,9426 Erucato 0,0260
Oleato 45,9996 Lignocerato 0,0079
Linoleato 8,6553 Nervonato 0,0018
Tabela 3.2 - Especificação do biodiesel segundo as exigências da ANP.
CARACTERÍSTICA UNIDADE Brasil
ANP 07/2008
Massa específica kg/m3 850-900
Viscosidade cinemática a 40 °C mm2/s 3,0-6,0
Água e sedimentos % volume ---
Ponto de fulgor °C 100
Enxofre total mg/kg 50
Fósforo mg/kg 10
Metanol ou Etanol % massa 0,2
Estabilidade à oxidação a 110 °C h 6
22
Continuação tabela 3.2 - Especificação do biodiesel segundo as exigências da ANP.
Contaminação total mg/kg 24
Teor de éster % massa 96,5
Índice de acidez mg KOH/g 0,5
Glicerina livre % massa 0,02
Glicerina total % massa 0,25
Monoglicerídeos % massa Anotar
3.2 – Dados experimentais de equilíbrio líquido-líquido
O biodiesel de palma utilizado nas medidas foi produzido no Laboratório de baixa
pressão do Grupo de Integração dos Processos Químicos (GIPQ/UFRJ). Nas Figuras 3.3a e
3.3b observa-se a formação de duas fases líquidas em equilíbrio após a reação de
transesterificação do óleo de palma refinado com etanol, a primeira (3.3a) apresenta uma
coloração amarela, pois indica a separação da glicerina do biodiesel, para isto foi necessário
aproximadamente 1 hora de separação. Na Figura 3.3b, a fase inferior apresenta coloração
branca, pois representa a adição da água destilada, que tem o objetivo de extrair a glicerina e o
catalisador do meio.
3.3a
3.3b
Figura 3.3 - Fotos dos produtos da reação de transesterificação etanólica de óleo de palma
com (a) e sem (b) adição de água após a reação.
23
Para medir os dados de equilíbrio líquido-líquido utilizou-se uma célula de equilíbrio
conforme ilustração apresentada na Figura 3.4. A célula conta com uma região externa, na
qual água circula para manter a temperatura em seu interior constante. Uma entrada de
termômetro auxilia no controle da temperatura ao longo das medidas. Existem ainda duas
saídas laterais para coleta de amostras das fases líquidas formadas.
Figura 3.4 - Representação da célula de equilíbrio.
Um banho termostático QUIMIS, Modelo Q214M2, com incerteza de ± 0,01 ºC leva
água à região que envolve a célula de equilíbrio, mantendo a temperatura da mistura constante
ao longo do experimento. As misturas foram preparadas fazendo uso de uma balança
analítica, modelo Shimadzu AUY120, com um grau de incerteza de 10-4 g. A adição dos
componentes na célula foi feita por meio de uma bureta manual. O sistema conta ainda com
um agitador magnético para aumentar o contato entre os reagentes no interior da célula.
As densidades foram medidas por um equipamento digital da marca Anton Paar,
modelo DMA 4500, o mesmo funciona com base no princípio de tubo oscilatório e fornece a
densidade da mistura líquida em g/cm3 com até cinco casas decimais, a incerteza da medição
é de aproximadamente ± 0,0005 g cm-3.
3.2.1 – Metodologia experimental de equilíbrio líquido-líquido
MADURO e AZNAR, 2008, apresentaram uma metodologia para cálculo de equilíbrio
liquido líquido através dos dados de densidade de amostras medidos, FRANÇA et al., 2009,
utilizaram este método para determinar o equilíbrio de sistemas com biodiesel de mamona e
os resultados foram satisfatórios.
24
O método experimental considera a densidade de misturas, cuja composição
representa um ponto da curva de equilíbrio (binodal), para determinar a composição das fases
em equilíbrio termodinâmico (linhas de amarração).
As composições das fases em equilíbrio compõem a linha de amarração. Esses valores
são necessários para o desenvolvimento da modelagem termodinâmica dos sistemas líquidos
em equilíbrio, onde é possível fazer predições em outras condições de temperatura e pressão.
3.2.2 – Determinação da curva binodal
Curvas representativas de sistemas ternários têm características dependentes da
solubilidade dos componentes envolvidos, no caso de sistemas com biodiesel, álcool,
glicerina e água, devido à afinidade do álcool com os outros componentes, a curva apresentará
uma região heterogênea e uma homogênea. Com o diagrama ternário, apresentado na Figura
3.5, que representa um sistema hipotético contendo biodiesel, glicerina e álcool, é possível
observar que a curva de equilíbrio apresenta duas regiões identificadas, neste caso, uma fase
rica em biodiesel e outra com a fase rica em glicerina.
Figura 3.5 - Representação do equilíbrio líquido-líquido usando um diagrama ternário.
A curva binodal é determinada através de titulação de amostras bifásicas por misturas
monofásicas. A célula é preparada com composições da região central do diagrama, pois é
garantido que a mistura seja heterogênea. A bureta é preenchida com misturas contendo
sempre etanol e biodiesel/glicerina/água, pois garante-se a homogeneidade da solução, assim
25
a titulação garantirá que a amostra da célula torne-se homogênea, ponto de virada, neste
momento a titulação é interrompida e uma amostra coletada para medida da densidade. A
composição é calculada fazendo uso do valor titulado e representa um ponto da curva de
equilíbrio. Os experimentos foram realizados em triplicata, e os valores finais são obtidos pela
média das medidas. Visando validar os dados experimentais foram utilizadas ferramentas
estatísticas com desvios médios e padrão das análises.
3.2.3 – Curvas de calibração
Os valores de densidade medidos com a curva de equilíbrio do sistema serviram para
construir as curvas de calibrações, que foram ajustadas por um polinômio de segundo grau
conforme Equação 3.1.
cbwawd ² (3.1)
Equações polinomiais de segunda ordem podem ser utilizadas para correlacionar a
densidade das misturas contendo biodiesel, glicerina e metanol como função da fração
mássica de cada componente. Como um polinômio de segunda ordem pode gerar duas raízes
reais positivas, faz-se necessário abordar a restrição do balanço de massa (soma das frações
mássicas igual a um) para identificar a raiz verdadeira. Existe também a possibilidade de
correlação de polinômios de maiores graus, porém a identificação da raiz exata torna-se um
fator impreciso, portanto negativo a sua utilização.
As curvas têm como finalidade a obtenção de um modelo que correlacione a densidade
da mistura com a composição de cada componente, permitindo determinar a fração de uma
mistura em equilíbrio líquido-líquido através da análise de sua densidade. Essas curvas
serviram de base para obter dados de linha de amarração dos sistemas apresentados à
temperatura do experimento. A Figura 3.6 mostra curvas de calibração apresentados por
FRANÇA et al., 2009, do biodiesel em ambas as fases para o sistema composto por biodiesel
etílico de mamona, glicerina e etanol a 25 ºC.
26
Figura 3.6 - Curvas de calibração de densidade contra fração mássica
Retirado de FRANÇA et al., 2009.
3.2.4 – Linhas de amarração
Uma vez determinado o equilíbrio e construídos os polinômios de calibração, seguem-
se as medidas; as linhas de amarração representam o final do experimento. Para sua obtenção
é necessário o diagrama de equilíbrio definido pela curva binodal e as calibrações. Com estes
dados será definida uma mistura bifásica com composição global conhecida e adicionada à
célula de equilíbrio, enquanto que a bureta contém uma solução monofásica. A agitação é
imprescindível de modo a garantir o contato e transferência de massa do sistema. Após, a
solução fica em repouso, a temperatura constante. Como citado anteriormente, é observado à
separação de duas fases líquidas em equilíbrio, biodiesel e glicerina, com uma interface bem
definida. De ambas são retirada alíquotas e suas densidades medidas, os resultados servem
para determinar a composição das fases utilizando as curvas de calibração. Todos os pontos
foram medidos em triplicata, porém o ponto que melhor ajustava composição de equilíbrio e
global era o escolhido como linha de amarração.
A Figura 3.7 apresenta duas linhas de amarração obtidas por FRANÇA et al., 2009,
para o sistema composto por biodiesel de mamona, glicerina e metanol a 25 °C. Como
esperado, a linha une as composições das fases em equilíbrio (fase rica em biodiesel e fase
rica em glicerina), passando pela composição global do sistema.
0,850
0,855
0,860
0,865
0,60 0,70 0,80 0,90 1,00
den
sid
ade
(g/c
m3)
fração mássica
biodiesel - fase biodiesel
0,80
0,90
1,00
1,10
1,20
0,00 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06
den
sid
ade
(g/c
m3)
fração mássica
biodiesel - fase glicerina
Figura 3.7 - Linhas de amarração
(▲) binodal, (□) composiç
3.3 – Modelagem termodinâmica
A predição e correlação de dados de equilíbrio de fases com modelos são de extrema
importância no que diz respeito ao projeto de equipamentos em qualquer área de estudo. A
escolha de um modelo termodinâmico capaz de representar adequadamente o equilíbrio de
fases deve ser feita de forma cautelosa, visto que cada um tem adequações específicas, ou
seja, os modelos são projetados para uma gama definida de substâncias e misturas.
Como visto na revis
envolvam biodiesel demandam modelos robustos para sua realização. A maioria dos trabalhos
apresentados na revisão faz uso dos modelos UNIQUAC e NRTL. No trabalho de BASSO et.
al., 2013, que apresenta dados de equilíbrio líquido
macaúba, etanol e glicerina utilizando ambos os modelos, o primeiro apresentou uma
modelagem melhor que o segundo, deste modo, o modelo UNIQUAC será escolhido para
representar o equilíbrio de fases dos sistemas abordados.
Linhas de amarração do sistema biodiesel de mamona+metanol+glicerina
▲) binodal, (□) composição global e (○) composição das fases em equilíbr
(FRANÇA et al., 2009).
Modelagem termodinâmica
A predição e correlação de dados de equilíbrio de fases com modelos são de extrema
importância no que diz respeito ao projeto de equipamentos em qualquer área de estudo. A
termodinâmico capaz de representar adequadamente o equilíbrio de
fases deve ser feita de forma cautelosa, visto que cada um tem adequações específicas, ou
seja, os modelos são projetados para uma gama definida de substâncias e misturas.
Como visto na revisão da bibliografia, a modelagem termodinâmica de sistemas que
envolvam biodiesel demandam modelos robustos para sua realização. A maioria dos trabalhos
apresentados na revisão faz uso dos modelos UNIQUAC e NRTL. No trabalho de BASSO et.
senta dados de equilíbrio líquido-líquido para o sistema biodiesel etílico de
macaúba, etanol e glicerina utilizando ambos os modelos, o primeiro apresentou uma
modelagem melhor que o segundo, deste modo, o modelo UNIQUAC será escolhido para
equilíbrio de fases dos sistemas abordados.
27
+metanol+glicerina (25 ºC).
ão das fases em equilíbrio
A predição e correlação de dados de equilíbrio de fases com modelos são de extrema
importância no que diz respeito ao projeto de equipamentos em qualquer área de estudo. A
termodinâmico capaz de representar adequadamente o equilíbrio de
fases deve ser feita de forma cautelosa, visto que cada um tem adequações específicas, ou
seja, os modelos são projetados para uma gama definida de substâncias e misturas.
ão da bibliografia, a modelagem termodinâmica de sistemas que
envolvam biodiesel demandam modelos robustos para sua realização. A maioria dos trabalhos
apresentados na revisão faz uso dos modelos UNIQUAC e NRTL. No trabalho de BASSO et.
líquido para o sistema biodiesel etílico de
macaúba, etanol e glicerina utilizando ambos os modelos, o primeiro apresentou uma
modelagem melhor que o segundo, deste modo, o modelo UNIQUAC será escolhido para
28
3.3.1 – O modelo UNIQUAC
O UNIQUAC foi proposto por ABRAMS e PRAUSNITZ, 1975, e é frequentemente
utilizado em modelagens termodinâmicas devido aos bons resultados apresentados para o
equilíbrio de misturas binárias e multicomponentes na fase líquida.
Os efeitos do tamanho (ri) e forma das moléculas (qi) são considerados através de
parâmetros estruturais apresentados pelo método de contribuição de grupos UNIFAC,
proposto por MAGNUSSEN et al., 1981. Este trabalha apresenta valores destes parâmetros
específicos para equilíbrio líquido-líquido.
Os cálculos são realizados considerando os grupos constituintes das substâncias
envolvidas, por exemplo, etanol, possui um grupamento CH3, um CH2 e OH. Para o biodiesel,
será considerada a contribuição percentual na composição de cada éster multiplicado pelos
grupamentos constituintes. Devido a diferença entre as massas moleculares dos componentes
dos sistemas, todo o procedimento experimental foi baseado em dados de fração mássica, pois
as frações molares
Porém, como estudado por ANDERSON et al., 1978, em sistemas que contém água e
alcoóis de cadeia curta, os parâmetros precisam ser ajustados para uma modelagem
termodinâmica com resultados mais próximos aos experimentais, isto foi comprovado por
FRANÇA et. al., 2013, onde o uso de ri e qi originais obtidos pelo UNIFAC representaram
valores calculados com desvios relativos altos quando comparados aos experimentais, assim
os parâmetros citados precisaram ser estimados juntamente com os parâmetros de interação
binária, o que representou uma complexidade maior de cálculo.
Buscando manter os parâmetros e o modelo original, os valores de ri e qi originais
foram divididos pela massa molecular do referido componente; isto visa obter resultados na
mesma ordem de grandeza, ou seja, devem ser ajustados para uma melhor adequação ao
modelo. Os novos serão chamados de ri' e qi
' e seus cálculos são representados pelas equações
3.2 e 3.3.
' 1i j k
j ki
r x RMM
(3.2)
' 1i j k
j ki
q x QMM
(3.3)
29
Os valores dos parâmetros estruturais ajustados são mostrados na Tabela 3.3. Os
resultados obtidos no presente trabalho, que serão mostrados no capítulo seguinte,
apresentaram desvios baixos, assim como os dados experimentais apresentados por FRANÇA
et. al., 2013, que foram utilizados para uma nova modelagem com a metodologia apresentada
e apresentou melhores resultados frente ao apresentado pelo autor.
Tabela 3.3 - Parâmetros r e q originais e ajustados dos componentes dos sistemas.
Biodiesel de Palma Biodiesel de Soja Glicerina Água Etanol
R 13,689 11,236 4,796 0,920 1,575
Q 11,848 8,777 4,908 1,400 1,388
r' 0,046 0,038 0,052 0,051 0,034
q' 0,040 0,029 0,053 0,078 0,030
3.3.2 - Função objetivo
A modelagem termodinâmica baseia-se na minimização desta função, que foi proposta
por SORENSEN et al., 1979 e os dados experimentais devem ser correlacionados com o
modelo UNIQUAC através desta função. O objetivo é conseguir sua minimização em função
dos parâmetros de interação binária, ou seja, obter resultados para Aij que tornem o valor da
equação o menor possível, a equação que representa a função objetivo utilizada neste trabalho
é representada pela equação 3.4.
1
2 2,exp , ,exp ,D C
calc calchi hi hi hi
h i
F x x x x (3.4)
Onde D é o número de dados e C o número de componentes, x é a fração molar dos
componentes. Os índices α e β referem-se às duas fases líquidas em equilíbrio e exp e calc são
referentes aos valores experimentais e calculados das concentrações.
O biodiesel, como mencionado, foi considerado como sendo um componente apenas,
com suas propriedades calculadas pela contribuição dos ésteres que o compõe. Esta
abordagem visa reduzir o número de parâmetros de interação, uma vez que considerar cada
éster implicaria em um sistema composto por seis ou mais componentes significativos, que
gerariam 36 parâmetros binários.
3.4 - Validação da técnica experimental
Como comprovação da eficiência da modelagem termodinâmica, serão apresentadas
comparações de dados referentes a sistemas semelhantes com biodiesel. Nas Figuras 3.
3.10 podem ser observadas as linhas medidas por LIU
2011 utilizando o método da densidade nas temperatura de 27, 50 e 70 ºC.
Figura 3.8 - Equilíbrio
Validação da técnica experimental
Como comprovação da eficiência da modelagem termodinâmica, serão apresentadas
erentes a sistemas semelhantes com biodiesel. Nas Figuras 3.
podem ser observadas as linhas medidas por LIU et al., 2008 e por FRANÇA et. al.,
2011 utilizando o método da densidade nas temperatura de 27, 50 e 70 ºC.
Equilíbrio do ternário biodiesel etílico de soja + glicerina + etanol a 27ºC.
(○) LIU et al., 2008 e (♦) FRANÇA et. al, 2011.
30
Como comprovação da eficiência da modelagem termodinâmica, serão apresentadas
erentes a sistemas semelhantes com biodiesel. Nas Figuras 3.8, 3.9 e
, 2008 e por FRANÇA et. al.,
2011 utilizando o método da densidade nas temperatura de 27, 50 e 70 ºC.
do ternário biodiesel etílico de soja + glicerina + etanol a 27ºC.
, 2011.
Figura 3.9 - Equilíbrio do ternário biodiesel etílico de soja + glicerina + etanol a 50ºC.
(○) LIU
Figura 3.10 - Equilíbrio do ternário biodiesel etílico de soja + glicerina + etanol a 70ºC.
(○) LIU
Equilíbrio do ternário biodiesel etílico de soja + glicerina + etanol a 50ºC.
○) LIU et al., 2008 e (♦) FRANÇA et. al., 2011
Equilíbrio do ternário biodiesel etílico de soja + glicerina + etanol a 70ºC.
○) LIU et al., 2008 e (♦) FRANÇA et. al., 2011.
31
Equilíbrio do ternário biodiesel etílico de soja + glicerina + etanol a 50ºC.
Equilíbrio do ternário biodiesel etílico de soja + glicerina + etanol a 70ºC.
32
Com o que foi apresentado anteriormente, medidas de equilíbrio líquido-líquido de
sistemas contendo biodiesel de palma, água, glicerina e etanol foram realizadas utilizando a
metodologia da densidade; os resultados foram modelados com UNIQUAC com a abordagem
de estimação citada neste capítulo. As curvas de calibração, a curva binodal, as linhas de
amarração e os valores dos parâmetros binários serão apresentados e devidamente discutidos
no próximo capítulo.
Dados de outros autores publicados na literatura foram comparados com o intuito de
validar a estratégia de estimação de parâmetros e comprovar sua eficiência, esses resultados
serão comentados no capitulo 4 e seus valores estão presentes no Anexo I.
33
CAPÍTULO 4
Resultados e discussão
Neste capítulo serão apresentados os resultados experimentais obtidos, assim como as
discussões referentes aos fenômenos e comportamentos observados. Primeiro será
apresentada a validação da técnica de estimação de parâmetros, onde se utilizou dados
disponíveis na literatura, após será abordado o estudo detalhado do comportamento de fases
na produção do biodiesel de palma. Os resultados experimentais foram ajustados a um modelo
matemático capaz de representar o comportamento dos sistemas no equilíbrio. A estimação de
parâmetros tem como base os dados obtidos no presente trabalho, os resultados obtidos nesta
etapa serão utilizados para predição do comportamento em outras condições de temperatura.
4.1 - Validação da metodologia de estimação
Com o objetivo de validar a técnica de estimação de parâmetros proposta, foram
utilizados dados de FRANÇA et al., 2013. Na tabela 4.1, são apresentados os parâmetros de
interação binária do modelo UNIQUAC obtidos no trabalho original. Os autores realizaram
medidas de equilíbrio líquido-líquido através do método da densidade. As medidas foram
realizadas a 25ºC e utilizaram biodiesel etílico de soja (1), glicerina (2), etanol (3) e água (4).
Tabela 4.1 - Parâmetros estimados por FRANÇA et. al., 2013.
Parâmetros j
1 2 3 4
i
1 0,00 -340,85 -144,40 1520,85
2 1113,27 0,00 -421,83 -617,17
3 1723,78 1219,78 0,00 1970,84
4 1525,37 -757,72 -188,17 0,00
A tabela 4.2 apresenta os desvios absolutos médios obtidos na modelagem, onde o
sistema 1 representa o ternário biodiesel etílico de soja, glicerina e etanol e no sistema 2 a
glicerina é substituída pela água.
34
Tabela 4.2 - Desvios médios da modelagem comparados aos experimentais apresentados por
FRANÇA et. al., 2013.
Desvios Absolutos
Sistema Biodiesel Glicerina Etanol Água
Fase rica em biodiesel
1 3,84.10-03 3,30.10-03 2,83.10-03 -
2 6,61.10-03 - 6,13.10-03 3,27.10-03
Fase rica em glicerina
1 1,37.10-03 5,16.10-03 6,20.10-03 -
2 3,89.10-04 - 2,87.10-03 3,07.10-03
Utilizando estes dados e a mesma nomenclatura apresentada anteriormente foi
realizada a modelagem através da metodologia proposta no capítulo anterior. Os parâmetros
binários são apresentados na tabela 4.3 e os desvios, na tabela 4.4. Os valores da diagonal da
tabela representam as iterações de mesma molécula, que para modelo são considerados zero.
Os valores dos parâmetros 24 e 42 não foram estimados, pois nenhum ternário continha as
substâncias glicerina e água ao mesmo tempo.
Tabela 4.3 - Parâmetros obtidos na validação.
Parâmetros j
1 2 3 4
i
1 0,00 13805,8 15606,6 5228,49
2 8929,57 0,00 10005,7 -
3 5978,49 6609,35 0,00 5859,35
4 8179,57 - 9255,72 0,00
Tabela 4.4 - Desvios médios da modelagem realizada no presente trabalho para validação
comparados aos experimentais obtidos por FRANÇA et al., 2013.
Desvios Absolutos
Sistema Biodiesel Glicerina Etanol Água
Fase rica em biodiesel
1 1,20.10-03 1,50.10-03 8,21.10-04 -
2 2,03.10-03 - 1.85.10-03 1,79.10-04
Fase rica em glicerina
1 3,55.10-04 6,14.10-03 3,91.10-03 -
2 2,39.10-02 - 1,81.10-02 5,82.10-03
35
Os desvios obtidos pela metodologia encontram-se na mesma ordem de grandeza
obtida no trabalho original. A maioria dos valores calculados apresentam valores menores que
os apresentados pelos autores do trabalho original, no entanto sem a necessidade de estimar os
parâmetros ri e qi juntamente com os binários Aij; deste modo, comprova-se a validade da
metodologia proposta. Os resultados completos do trabalho original são apresentados no
Anexo I, os dados do sistema com glicerina são apresentados na Tabela AI.1 e os resultados
com água na Tabela AI.2.
4.2 - Dados de equilíbrio líquido-líquido
As medidas experimentais realizadas buscam o entendimento do comportamento
termodinâmico de todas as etapas do processo de produção do biodiesel etílico de palma, no
entanto, foi necessário considerar a reação de síntese um processo direto, ou seja, ao reagir
óleo de palma com etanol, tem-se 100% de conversão de biodiesel e glicerina.
As medidas experimentais apresentam certa simplicidade pelo fato de estar no estado
líquido em todas as etapas, porém as análises demandam alguns cuidados, tais como:
Ponto de virada – O ponto onde o equilíbrio é alcançado. As análises são realizadas
através da visualização da virada, a composição inicial da célula é retirada do interior do
diagrama de fases, onde se sabe que a mistura é heterogênea e a bureta com uma solução
binária contendo etanol o que garante sua homogeneidade, deste modo a decisão da parada da
titulação requer muita atenção e paciência do experimentador.
Agitação – Torna-se necessário uma agitação que permita o contato suficiente de
modo a permitir a mistura completa entre os componentes, porém não pode ser forte a ponto
de projetar a mistura na lateral da célula de equilíbrio. A projeção das fases torna a
composição da célula de equilíbrio diferente da original o que implica em imprecisões nas
análises.
Temperatura – Ao final das titulações de equilíbrio, as amostras são retiradas com
auxílio de uma seringa e conduzidas à medida da densidade, os equipamentos são mantidos a
dez metros de distância. Para garantir a validação das medidas procurou-se manter o ambiente
a 25 ºC e para os sistemas a 50 ºC a seringa era mantida em uma estufa na mesma temperatura
de medida.
Todos os experimentos medidos no trabalho foram realizados em triplicata, permitindo
deste modo avaliar a qualidade e a reprodutibilidade dos mesmos. Os valores referentes à
36
curva binodal foram obtidos pela média aritmética dos resultados obtidos pelas três medidas
realizadas, neste caso determinou-se o desvio padrão de cada ponto com o objetivo de avaliar
a dispersão dos dados. As linhas de amarração foram medidas da mesma maneira, no entanto
o conjunto de dados que tivesse o menor desvio quando traçado sobre a composição global foi
determinado como linha de equilíbrio.
4.2.1 - Sistemas a 25ºC
4.2.1.1 - Ternário 1: Biodiesel etílico de palma + glicerina + etanol.
O primeiro sistema estudado é o ternário composto por biodiesel etílico de palma (1) +
glicerina (2) + etanol (3). Esta mistura visa o entendimento da reação de transesterificação do
óleo vegetal estudado ao reagir com o referido álcool. Os pontos da curva binodal podem ser
observados na tabela 4.5. Os valores da densidade medida ao término da titulação e a
composição de equilíbrio calculada encontram-se na mesma tabela.
Tabela 4.5 - Curva de equilíbrio para o ternário 1.
Fração Mássica Densidade
Biodiesel Glicerina Etanol (g/cm3)
Fase Neutra
0,1815 0,1868 0,6316 0,86765
Fase rica em biodiesel
0,8376 0,0110 0,1514 0,85460
0,7563 0,0181 0,2257 0,85074
0,6593 0,0377 0,3031 0,84900
0,5319 0,0678 0,4003 0,85037
0,3816 0,1197 0,4989 0,85682
Fase rica em Glicerina
0,0545 0,2840 0,6615 0,88597
0,0295 0,4199 0,5506 0,95030
0,0060 0,5917 0,4023 1,02942
0,0029 0,6993 0,2978 1,08241
0,0015 0,7974 0,2011 1,13688
0,1142 0,2544 0,6315 0,89358
0,0777 0,3038 0,6196 0,90280
Como mencionado anteriormente, as análises foram realizadas em triplicata e o ponto
final é fixado como a média aritmética das medidas, para isso o conjunto de dados deve
apresentar um desvio padrão menor ou igual à ordem de grandeza do valor calculado. Os
37
valores dos desvios referentes à composição e a densidade são apresentados no Anexo II,
Tabela AII.1.
O equilíbrio termodinâmico descrito torna necessária a divisão dos dados em dois
conjuntos. O primeiro composto pela composição da fase neutra, ponto que valida o
comportamento, pois determina o ponto inicial da curva, a segunda composta por uma fase
oleosa (biodiesel) e o terceiro pela composição da fase aquosa (glicerina/água). O cálculo das
curvas de calibração é possível devido a essa divisão. Dados para os componentes
individualmente são ajustados por um polinômio de segundo grau conforme a Equação 3.1,
em cada fase. Os parâmetros referentes as equações são apresentados na Tabela 4.6.
Tabela 4.6 - Parâmetros das curvas de calibração do ternário 1.
Fase Biodiesel Glicerina
Componente Biodiesel Etanol Glicerina Etanol
a 0,1285 0,2250 0,2027 -0,0792
b -0,1620 -0,1406 0,2511 -0,4841
c 0,9000 0,8708 0,8082 1,2362
R² 0,9972 0,9971 0,9972 0,9985
Em todos os sistemas medidos, o componente de menor composição nas fases de
equilíbrio é negligenciado devido às correlações baixas quando comparadas as demais e
também porque é possível calcular por diferença, sendo necessárias apenas duas equações por
fase. Os gráficos das calibrações são apresentados no Anexo III, a fase oleosa é apresentada
pela Figura AIII.1 e da fase aquosa pela Figura AIII.2.
A Tabela 4.7 contém os resultados das linhas de amarração para o ternário abordado.
A obtenção desses valores torna possível a representação do comportamento de fases dos
sistemas estudados. Deste modo, a Figura 4.1 representa a curva de equilíbrio e as linhas de
amarração medidas. Os desvios padrões destas medidas são apresentados no Anexo II (Tabela
AII.2).
Tabela 4.7 – Dados de equilíbrio do ternário 1 (biodiesel + glicerina + etanol) a 25 ºC.
Fração Mássica dos Componentes
Biodiesel Glicerina Etanol Biodiesel Glicerina Etanol Biodiesel Glicerina Etanol
Composição global Fase rica em Biodiesel Fase Rica em Glicerina
0,2251 0,2258 0,5490 0,7077 0,0554 0,2369 0,0835 0,2717 0,6448
0,2499 0,2507 0,4994 0,7517 0,0389 0,2094 0,0620 0,3317 0,6063
38
Continuação tabela 4.7 – Dados de equilíbrio do ternário 1 (biodiesel + glicerina + etanol) a
25 ºC.
Fração Mássica dos Componentes
Biodiesel Glicerina Etanol Biodiesel Glicerina Etanol Biodiesel Glicerina Etanol
0,2755 0,2750 0,4495 0,7742 0,0316 0,1942 0,0439 0,3895 0,5666
0,2996 0,3009 0,3994 0,8093 0,0211 0,1696 0,0282 0,4493 0,5225
0,3237 0,3268 0,3495 0,8296 0,0153 0,1551 0,0154 0,5106 0,4740
Os resultados demonstram uma baixa solubilidade do biodiesel na fase glicerina, isto
representa uma perda insignificante na decantação, que consiste na etapa de purificação e
separação do produto. A maioria dos processos de produção de biodiesel faz uso da
transesterificação para a síntese do biocombustível, e visando aumentar o deslocamento
reacional, com o objetivo de aumentar a eficiência de conversão, utilizam quantidades
grandes de etanol, porém os dados apresentados demonstram que quanto maior a
concentração do álcool maior a solubilidade de glicerina na fase óleo, o que pode acarretar em
problemas adicionais nas etapas de purificação e separação.
Figura 4.1 – Binodal e amarrações do sistema biodiesel + glicerina + etanol a 25 ºC.
(○) binodal; (●) composição global; (●) linha de amarração.
A validação da técnica de densidade e, por consequência, a veracidade dos pontos
medidos podem ser comprovados pela transposição das linhas de amarração, onde as fases em
equilíbrio transpassam a composição global do sistema. Porém, é possível através da
linearização das linhas de amarração comprovar a validade dos dados (Othmer e Tobias,
1942). Esta validação é caracterizada pela construção de um gráfico de ln((1
ln((1-w2II)/ w2
II). Os índices w
1, na fase I (biodiesel), e do componente principal 2, na fase II (glicerina), respectivamente.A
Figura 4.2 representa a linearização do ternário 1 com correlação (R²) de 0,9952. Este
resultado comprova a consistência dos dados de amarraçã
questão.
Figura 4.2
O biodiesel apresenta composição determinada pela quantidade e número de ésteres
convertidos, este por sua vez é dependente na natureza e característica do óleo utilizado, no
presente trabalho esta substância foi considerada como pseudocomponente de modo a
a complexidade dos cálculos e da análise.
4.2.1.2 - Ternário 2: Biodiesel etílico de palma + etanol + água.
O segundo sistema é o ternário composto por biodiesel etílico de palma (1) + etanol
(3) + água (4). Para o biocombustível estudado, a técn
utilizada visando à remoção da fase glicerina e a posterior extração por solvente. Este por sua
vez, precisa atender a critérios específicos, tais como afinidade, solubilidade e propriedades
estáveis nas condições de operação.
validação da técnica de densidade e, por consequência, a veracidade dos pontos
medidos podem ser comprovados pela transposição das linhas de amarração, onde as fases em
equilíbrio transpassam a composição global do sistema. Porém, é possível através da
earização das linhas de amarração comprovar a validade dos dados (Othmer e Tobias,
1942). Esta validação é caracterizada pela construção de um gráfico de ln((1
). Os índices w1I e w2
II, referem-se a fração mássica do comp
1, na fase I (biodiesel), e do componente principal 2, na fase II (glicerina), respectivamente.A
Figura 4.2 representa a linearização do ternário 1 com correlação (R²) de 0,9952. Este
resultado comprova a consistência dos dados de amarração obtidos para o ternário em
Figura 4.2 – Linearização das frações de biodiesel e glicerina.
O biodiesel apresenta composição determinada pela quantidade e número de ésteres
convertidos, este por sua vez é dependente na natureza e característica do óleo utilizado, no
presente trabalho esta substância foi considerada como pseudocomponente de modo a
a complexidade dos cálculos e da análise.
Ternário 2: Biodiesel etílico de palma + etanol + água.
O segundo sistema é o ternário composto por biodiesel etílico de palma (1) + etanol
(3) + água (4). Para o biocombustível estudado, a técnica de decantação é comumente
utilizada visando à remoção da fase glicerina e a posterior extração por solvente. Este por sua
vez, precisa atender a critérios específicos, tais como afinidade, solubilidade e propriedades
estáveis nas condições de operação.
39
validação da técnica de densidade e, por consequência, a veracidade dos pontos
medidos podem ser comprovados pela transposição das linhas de amarração, onde as fases em
equilíbrio transpassam a composição global do sistema. Porém, é possível através da
earização das linhas de amarração comprovar a validade dos dados (Othmer e Tobias,
1942). Esta validação é caracterizada pela construção de um gráfico de ln((1-w1I)/ w1
I) contra
se a fração mássica do componente principal
1, na fase I (biodiesel), e do componente principal 2, na fase II (glicerina), respectivamente.A
Figura 4.2 representa a linearização do ternário 1 com correlação (R²) de 0,9952. Este
o obtidos para o ternário em
Linearização das frações de biodiesel e glicerina.
O biodiesel apresenta composição determinada pela quantidade e número de ésteres
convertidos, este por sua vez é dependente na natureza e característica do óleo utilizado, no
presente trabalho esta substância foi considerada como pseudocomponente de modo a reduzir
O segundo sistema é o ternário composto por biodiesel etílico de palma (1) + etanol
ica de decantação é comumente
utilizada visando à remoção da fase glicerina e a posterior extração por solvente. Este por sua
vez, precisa atender a critérios específicos, tais como afinidade, solubilidade e propriedades
40
A água por apresentar baixa solubilidade no biodiesel em contraste com a alta
afinidade com etanol e glicerina juntamente com a disponibilidade e preço deste recurso,
torna-se opção viável ao processo. Deste modo, a água passa a representar o solvente na
extração líquido-líquido com o objetivo de representar a purificação do biodiesel.
Os dados de composição de equilíbrio obtidos para o sistema juntamente com a
densidade medida são apresentados na Tabela 4.8. Como foi utilizada a mesma metodologia
já citada anteriormente, os gráficos referentes às curvas de calibração são disponibilizados no
Anexo III, pela Figura AIII.3 para a fase oleosa e Figura AIII.4 para fase aquosa. Os valores
dos desvios padrões referentes à composição e a densidade são apresentados no Anexo II,
Tabela AII.3.
Tabela 4.8 - Curva de equilíbrio para o ternário 2.
Fração Mássica Densidade
Biodiesel Etanol Água (g/cm3)
Fase Neutra
0,1058 0,7855 0,1087 0,82452
Fase rica em Biodiesel
0,8930 0,1004 0,0066 0,85558
0,7856 0,2012 0,0132 0,84915
0,6706 0,3006 0,0288 0,84349
0,5610 0,4007 0,0384 0,83880
0,4419 0,5002 0,0579 0,83462
Fase rica em Água
0,0078 0,6993 0,2930 0,86528
0,0019 0,5493 0,4488 0,89905
0,0005 0,5012 0,4982 0,91052
0,0006 0,4509 0,5484 0,92194
0,0025 0,6246 0,3729 0,88234
De posse dos dados de equilíbrio foi realizado o ajuste de composição pela densidade
dos componentes individualmente em cada fase com o objetivo da construção das curvas de
calibração e os parâmetros obtidos são apresentados pela Tabela 4.9.
41
Tabela 4.9 - Parâmetros das curvas de calibração do ternário 2.
Fase Biodiesel Água
Componente Biodiesel Etanol Etanol Água
a 0,0353 0,0384 0,0147 0,0478
b 0,0008 -0,0754 -0,2450 0,1819
c 0,8281 0,8628 1,0294 0,8079
R² 0,9999 0,9999 0,9999 1,0000
O equilíbrio apresentado para este sistema comprova a utilização da água como
solvente, pois é possível perceber uma solubilidade muito baixa do biodiesel na fase aquosa,
representando a minimização de perda nas lavagens. Porém, existe uma presença significativa
deste componente na fase biodiesel, principalmente quando a concentração de etanol aumenta
o que representa uma contaminação maior, tornando necessários maiores esforços para
purificação e atendimento da regulamentação.
As linhas de amarração fornecem uma interpretação melhor do comportamento dos
sistemas estudados, aumentando a precisão da análise. A Tabela 4.10 e a Figura 4.3
apresentam os valores destas medidas para o ternário 2, onde é possível verificar a baixa
solubilidade do biodiesel na fase aquosa e da água na fase biodiesel. A composição na fase
óleo apresenta predominância do biocombustível. Isto ocorre devido à afinidade do álcool
com a água, o que provoca o deslocamento do etanol para esta fase, aumentando, a eficiência
da remoção do álcool residual no processo de lavagem. No Anexo II, na Tabela AII.4 são
apresentados os desvios padrões referentes a essas medidas.
Tabela 4.10 – Dados de equilíbrio do sistema biodiesel + etanol + água a 25 ºC.
Fração Mássica dos Componentes
Biodiesel Etanol Água Biodiesel Etanol Água Biodiesel Etanol Água
Composição global Fase rica em Biodiesel Fase Rica em Água
0,2008 0,5996 0,1996 0,8788 0,0978 0,0234 0,0098 0,7473 0,2429
0,2500 0,5998 0,1502 0,8229 0,1485 0,0286 0,0335 0,7766 0,1899
0,1502 0,5992 0,2506 0,9324 0,0488 0,0188 0,0107 0,7086 0,2806
0,2057 0,5813 0,2129 0,8927 0,0851 0,0222 0,0078 0,7263 0,2659
0,2252 0,5504 0,2244 0,9054 0,0735 0,0211 0,0075 0,6990 0,2933
0,2394 0,5194 0,2412 0,9398 0,0421 0,0181 0,0082 0,6759 0,3159
Figura 4.3 – Curva binodal e amarrações do
(○) binodal; (●) composiç
O diagrama de Othmer
conforme apresentada pela Figura 4.4, para o sistema biodiesel, etanol e água a correlação
obtida (R²) foi de 0,9935.
Figura 4.4
Em seguida serão apresentados os ternários medidos a 50 ºC que finalizam a parte
experimenta do trabalho. Após serão apresentados a modelagem e representação do
Curva binodal e amarrações do sistema biodiesel + etanol + água a 25 ºC.
○) binodal; (●) composição global; (●) linha de amarração.
O diagrama de Othmer-Tobias comprova a consistência das análises realizadas,
conforme apresentada pela Figura 4.4, para o sistema biodiesel, etanol e água a correlação
Figura 4.4 – Linearização das frações de Biodiesel e Água.
Em seguida serão apresentados os ternários medidos a 50 ºC que finalizam a parte
experimenta do trabalho. Após serão apresentados a modelagem e representação do
42
biodiesel + etanol + água a 25 ºC.
linha de amarração.
Tobias comprova a consistência das análises realizadas,
conforme apresentada pela Figura 4.4, para o sistema biodiesel, etanol e água a correlação
.
de Biodiesel e Água.
Em seguida serão apresentados os ternários medidos a 50 ºC que finalizam a parte
experimenta do trabalho. Após serão apresentados a modelagem e representação do
43
comportamento em outras temperaturas fazendo uso dos parâmetros obtidos nas temperaturas
medidas.
4.2.2 - Sistemas a 50ºC
Buscando entender a influência da temperatura no comportamento de fases na
produção do biodiesel de palma, foram medidos dados de equilíbrio para os mesmos sistemas
em temperaturas superiores a ambiente de maneira a interferir significativamente na
solubilidade dos constituintes. Porém, uma elevação significativa desta variável acarretaria na
redução da eficiência de conversão, pois o etanol iria tender a fase gasosa devido a sua alta
volatilidade.
Segundo SHAHIDI, F., Bailey's Industrial Oil and Fat Products: Edible Oil and Fat
Products: Chemistry, Properties, and Health Effects, Volume 1, 6ª Edição, o óleo de palma
apresenta ponto de fusão numa faixa de 31,1 – 37,6 ºC, o ponto de ebulição do etanol é 78,4
ºC, assim na temperatura de 40 ºC existe a garantia do óleo estar na fase líquida, quanto a não
vaporização total do álcool.
4.2.2.1 - Ternário 3: Biodiesel etílico de palma + glicerina + etanol.
O terceiro sistema estudado é o ternário composto por biodiesel etílico de palma (1) +
glicerina (2) + etanol (3). Os pontos da curva binodal, que representam a composição de
equilíbrio, podem ser observados na tabela 4.11 juntamente com os valores de densidade
medidos.
Tabela 4.11 - Curva de equilíbrio para o ternário 3.
Fração Mássica Densidade
Biodiesel Glicerina Etanol (g/cm3)
Fase Neutra
0,1223 0,3042 0,5736 0,88547
Fase rica em biodiesel
0,8378 0,0115 0,1507 0,83552
0,7496 0,0249 0,2255 0,83246
0,6516 0,0476 0,3008 0,83268
0,5052 0,0931 0,4017 0,84256
0,3473 0,1542 0,4986 0,85978
Fase rica em Glicerina
0,0728 0,3220 0,6052 0,89856
0,0403 0,4099 0,5498 0,92443
0,0083 0,5919 0,3998 1,01020
44
Continuação tabela 4.11 - Curva de equilíbrio para o ternário 3.
Fração Mássica Densidade
Biodiesel Glicerina Etanol (g/cm3)
Fase rica em Glicerina
0,0028 0,6971 0,3001 1,07606
0,0038 0,7950 0,2012 1,12454
O procedimento experimental foi o mesmo utilizado para os ternários a temperatura
ambiente, procurando manter a mesma composição na célula e bureta utilizados no ternário 1,
deste modo é mais fácil entender a influência da temperatura no equilíbrio. Como era
esperado, percebe-se o aumento da solubilidade entre os componentes, representado pela
diminuição da região heterogênea, perceptível também pelo aumento de glicerina na fase
biodiesel e biodiesel na fase glicerina.
Os desvios referentes à composição e a densidade são apresentados no Anexo II;
Tabela AII.5. As curvas de calibração juntamente com os valores das correlações obtidas pelo
ajuste do polinômio são apresentadas na Tabela 4.12.
Tabela 4.12 - Parâmetros das curvas de calibração do ternário 3.
Fase Biodiesel Glicerina
Componente Biodiesel Etanol Glicerina Etanol
a 0,1985 0,4370 0,2949 0,0087
b -0,2860 -0,2145 0,1622 -0,5791
c 0,9355 0,8581 0,8128 1,2432
R² 0,9970 0,9991 0,9975 0,9983
Os gráficos das calibrações são apresentados no Anexo III, à fase oleosa é apresentada
pela Figura AIII.5 e da fase glicerina pela Figura AII.6.
Na sequencia são realizados os cálculos referentes às amarrações, a Tabela 4.13
contém estes resultados, enquanto que a Figura 4.5 representa a curva de equilíbrio e as linhas
medidas, os desvios padrões são apresentados no Anexo II (Tabela AII.6), todos estes dados
são referentes ao ternário 3.
45
Tabela 4.13 – Dados de equilíbrio do ternário 3 (biodiesel + glicerina + etanol) a 50 ºC.
Fração Mássica dos Componentes
Biodiesel Glicerina Etanol Biodiesel Glicerina Etanol Biodiesel Glicerina Etanol
Composição global Fase rica em Biodiesel Fase Rica em Glicerina
0,2745 0,2763 0,4491 0,7585 0,0437 0,1978 0,0435 0,3799 0,5765
0,2969 0,2965 0,4066 0,7865 0,0280 0,1855 0,0408 0,4317 0,5275
0,3208 0,3195 0,3597 0,8200 0,0128 0,1672 0,0343 0,4932 0,4725
0,3496 0,3447 0,3057 0,8391 0,0050 0,1559 0,0224 0,5512 0,4264
0,3654 0,3618 0,2728 0,8607 0,0055 0,1338 0,0260 0,6103 0,3637
Os resultados apresentam nesta temperatura uma baixa solubilidade do biodiesel na
fase glicerina. Quando comparado ao processo à temperatura ambiente apresenta um aumento,
no entanto implica numa conversão menor, já que a quantidade de etanol e glicerina nesta fase
é maior que a do ternário 1. O álcool permanece influenciando na reação, porque seu aumento
reduz a quantidade de biodiesel na fase óleo enquanto provoca o efeito contrário na fase
glicerina, aumentando a perda do biocombustível na separação.
Figura 4.5 – Resultados obtidos para o sistema biodiesel + glicerina + etanol a 50ºC (4)
(□) binodal; (■) composição global; (■) linha de amarração.
46
A correlação das linhas de amarração através da linearização proposta por Othmer-
Tobias apresenta a consistência dos resultados obtidos. O diagrama é apresentado na Figura
4.6 e o valor do parâmetro de ajuste linear (R²) foi de 0,9964.
Figura 4.6 – Linearização das frações de Biodiesel e Glicerina.
4.2.2.2 - Ternário 2: Biodiesel etílico de palma + etanol + água.
O quarto ternário é composto por biodiesel etílico de palma (1) + etanol (3) + água (4),
visto que o terceiro componente foi definido como o solvente da extração. O objetivo da
medida é avaliar a influência da temperatura na lavagem do produto. Os dados de composição
de equilíbrio juntamente com as densidades são apresentados na Tabela 4.14.
Tabela 4.14 - Curva de equilíbrio para o ternário 4.
Fração Mássica Densidade
Biodiesel Etanol Água (g/cm3)
Fase Neutra
0,1679 0,6665 0,1655 0,81061
Fase rica em Biodiesel
0,8902 0,1018 0,0079 0,83711
0,7837 0,2021 0,0143 0,83141
0,6603 0,3006 0,0391 0,82569
0,5493 0,4004 0,0505 0,82239
0,4185 0,5009 0,0806 0,81741
Fase rica em Água
0,0127 0,6987 0,2886 0,83937
0,0028 0,5496 0,4476 0,87820
-001
000
000
000
000
001
-002 -002 -002 -001 -001
ln((1-w2II)/w2II)
ln((1-w1I)/w1
I)
47
Continuação tabela 4.14 - Curva de equilíbrio para o ternário 4.
Fase rica em Água
0,0008 0,5027 0,4964 0,88949
0,0008 0,4502 0,5491 0,90166
0,0043 0,6247 0,3710 0,86012
De posse dos dados de equilíbrio foi realizado o ajuste de composição pela densidade
dos componentes individualmente em cada fase com o objetivo da construção das curvas de
calibração, os parâmetros obtidos são apresentados pela Tabela 4.15. Os gráficos referentes às
curvas de calibração são disponibilizados no Anexo III, pela Figura AIII.7 para a fase oleosa e
Figura AIII.8 para fase aquosa. Os valores dos desvios padrões referentes à composição e a
densidade são apresentados no Anexo II, Tabela AII.7.
Tabela 4.15 - Parâmetros das curvas de calibração do ternário 4.
Fase Biodiesel Água
Componente Biodiesel Etanol Etanol Água
a 0,0267 0,0283 0,1237 -0,0573
b 0,0061 -0,0656 -0,1070 0,2865
c 0,8104 0,8434 0,9747 0,7615
R² 0,9975 0,9962 0,9998 1,0000
Como observado no sistema anterior, é perceptível o aumento da solubilidade nas
fases, isto por sua vez acarreta em maior quantidade de água no produto final e perda de
biodiesel pela lavagem.
Na sequência são apresentados os valores das linhas de amarração através da Tabela
4.16 e da Figura 4.7. No Anexo II, na Tabela AII.8 são apresentados os desvios padrões
referentes as triplicatas medidas.
Tabela 4.16 - Dados de equilíbrio do sistema biodiesel + etanol + água a 50 ºC.
Fração Mássica dos Componentes
Biodiesel Etanol Água Biodiesel Etanol Água Biodiesel Etanol Água
Composição global Fase rica em Biodiesel Fase Rica em Água
0,1999 0,5995 0,2006 0,8161 0,1683 0,0156 0,0484 0,7072 0,2444
0,2499 0,5997 0,1504 0,7373 0,2376 0,0251 0,0204 0,7680 0,2116
0,1499 0,5995 0,2506 0,8620 0,1274 0,0106 0,0114 0,6911 0,2975
0,2147 0,5728 0,2125 0,8496 0,1385 0,0119 0,0129 0,7055 0,2816
0,2397 0,5193 0,2410 0,8699 0,1204 0,0097 0,0098 0,6757 0,3145
48
Figura 4.7 – Resultados do sistema biodiesel + etanol + água a 50 ºC (2).
(□) binodal; (■) composição global; (■) linha de amarração.
Pelo diagrama é possível ratificar a influência negativa da temperatura na eficiência da
produção por transesterificação, pois existe a redução da quantidade de biodiesel e aumento
de água na fase óleo e o efeito inverso na fase aquosa.
Com o objetivo de comprovar a consistência dos dados obtidos, foi utilizado o
diagrama de Othmer-Tobias e o resultado é apresentado na Figura 4.8, com correlação (R²) de
0,9912.
Figura 4.8 – Linearização das frações de biodiesel e água.
001
001
001
001
001
001
001
001
-002 -002 -002 -002 -001 -001 -001
ln((1-w22)/w22)
ln((1-w11)/w1
1)
49
Este tópico apresentou os últimos dados experimentais obtidos no trabalho, no
próximo tópico será apresentada a modelagem termodinâmica dos dados obtidos juntamente
com os parâmetros de interação binária do modelo UNIQUAC estimados nas temperaturas de
trabalho.
4.3 – Modelagem Termodinâmica
4.3.1 – Estimação de parâmetros
A utilização de modelos matemáticos visando representar os resultados experimentais
torna-se fundamental na busca por otimização do processo através de simulação
computacional. A correlação e predição de dados de equilíbrio de fases são importantes no
projeto de equipamentos para os processos de separação da indústria química. A escolha de
um modelo termodinâmico capaz de representar adequadamente o equilíbrio de fases deve ser
feita de forma cautelosa, pois cada modelo tem sua particularidade e pode não representar
satisfatoriamente o comportamento de um determinado sistema.
Utilizando o modelo UNIQUAC, foram obtidos parâmetros de interação binária. O
cálculo é baseado na minimização da função objetivo em função dos parâmetros Aij, ou seja,
encontrar valores para estes parâmetros de modo a tornar o valor da equação o menor
possível. A equação objetivo foi proposta por SORENSEN et al., 1979, e apresentada no
capítulo 3 pela equação 3.4.
A Tabela 4.17 apresenta os valores dos parâmetros estimados de forma a representar
os dados de equilíbrio dos sistemas a 25 ºC e 50 ºC, para os componentes biodiesel (1),
glicerina (2), etanol (3), água (4). Os valores da diagonal da tabela representam as iterações de
mesma molécula, que para modelo são considerados zero. Os valores dos parâmetros 24 e 42
não foram estimados, pois nenhum ternário continha as substâncias glicerina e água ao
mesmo tempo.
Tabela 4.17 - Parâmetros de interação binária do UNIQUAC estimados para ambas as
temperaturas medidas.
Parâmetros j
1 2 3 4
i
1 0,00 13069,76 14872,57 7637,72
2 8193,57 0,00 9271,72 -
3 5242,49 5875,35 0,00 3953,85
4 1447,58 - 633,38 0,00
50
Com os parâmetros obtidos é realizada a simulação do comportamento de fases para
os sistemas estudados. Primeiramente são apresentados os valores de composição dos
ternários a 25 ºC (1 e 2) nas Tabelas 4.18 e 4.19.
Tabela 4.18 – Frações mássicas referentes às linhas de amarração, experimentais e estimadas
referentes ao ternário 1.
Fases Experimentais Calculados
w1 w3 w4 w1 w3 w4
Glicerina 0,0835 0,2717 0,6448 0,0838 0,2757 0,6405
Biodiesel 0,7077 0,0554 0,2369 0,7072 0,0555 0,2373
Glicerina 0,0693 0,3104 0,6203 0,0701 0,3252 0,6046
Biodiesel 0,7343 0,0450 0,2207 0,7372 0,0466 0,2162
Glicerina 0,0620 0,3317 0,6063 0,0620 0,3303 0,6076
Biodiesel 0,7517 0,0389 0,2094 0,7502 0,0385 0,2113
Glicerina 0,0439 0,3895 0,5666 0,0441 0,3884 0,5676
Biodiesel 0,7742 0,0316 0,1942 0,7732 0,0314 0,1954
Glicerina 0,0282 0,4493 0,5225 0,0281 0,4499 0,5219
Biodiesel 0,8093 0,0211 0,1696 0,8094 0,0211 0,1695
Glicerina 0,0154 0,5106 0,4740 0,0156 0,5156 0,4688
Biodiesel 0,8296 0,0153 0,1551 0,8319 0,0154 0,1526
Tabela 4.19 - Frações mássicas referentes às linhas de amarração, experimentais e estimadas
referentes ao ternário 2.
Fases Experimentais Calculados
w1 w3 w4 w1 w3 w4
Água 0,0098 0,7473 0,2429 0,0107 0,7406 0,2487
Biodiesel 0,8788 0,0978 0,0234 0,8806 0,0954 0,0240
Água 0,0335 0,7766 0,1899 0,0343 0,7701 0,1956
Biodiesel 0,8229 0,1485 0,0286 0,8247 0,1460 0,0293
Água 0,0111 0,7083 0,2806 0,0119 0,6965 0,2915
Biodiesel 0,9324 0,0488 0,0188 0,9329 0,0481 0,0189
Água 0,0088 0,7253 0,2659 0,0091 0,7236 0,2673
Biodiesel 0,8927 0,0851 0,0222 0,8939 0,0834 0,0226
Água 0,0077 0,6990 0,2933 0,0084 0,7025 0,2891
Biodiesel 0,9054 0,0735 0,0211 0,9061 0,0725 0,0213
Água 0,0088 0,6759 0,3153 0,0094 0,6761 0,3145
Biodiesel 0,9398 0,0421 0,0181 0,9397 0,0424 0,0178
51
Através da análise dos resultados obtidos é possível observar que o modelo representa
de forma satisfatória o comportamento experimental. Isto é comprovado através dos desvios
relativos percentuais dos pontos calculados frente aos experimentais que são apresentados nas
Tabelas AII.9 e AII.10 do Anexo III e pelos diagramas do Anexo IV através das Figuras
AIV.1, AIV.2, AIV.3, AIV.4, AIV.5 e AIV.6.
Os resultados referentes à temperatura de 50 ºC são apresentados nas Tabelas 4.20 e
4.21, eles comprovam a validação do UNIQUAC na modelagem dos dados. O ternário 4
apresentou desvios relativos elevados para a composição da água, mas um ponto da curva de
equilíbrio é caracterizado pelo desvio dos três constituintes, visto que os demais tiveram
resultados adequados, no entanto a média relativa na fase água apresentou-se maior que os
demais resultados calculados, porém, assim como os demais, o comportamento foi
considerável como pode ser observado no Anexo IV, através das Figuras AIV.7, AIV.8,
AIV.9, AIV.10.
Tabela 4.20 - Frações mássicas referentes às linhas de amarração, experimentais e estimadas
referentes ao ternário 3.
Fases Experimentais Calculados
w1 w2 w3 w1 w2 w3
Glicerina 0,0435 0,3799 0,5765 0,0436 0,3867 0,5696
Biodiesel 0,7585 0,0437 0,1978 0,7597 0,0441 0,1961
Glicerina 0,0408 0,4317 0,5275 0,0408 0,4364 0,5228
Biodiesel 0,7865 0,0280 0,1855 0,7881 0,0282 0,1837
Glicerina 0,0343 0,4932 0,4725 0,0346 0,5063 0,4591
Biodiesel 0,8200 0,0128 0,1672 0,8263 0,0131 0,1606
Glicerina 0,0224 0,5572 0,4204 0,0229 0,5747 0,4024
Biodiesel 0,8441 0,0050 0,1509 0,8513 0,0052 0,1435
Glicerina 0,0260 0,6103 0,3637 0,0260 0,6060 0,3681
Biodiesel 0,8607 0,0055 0,1338 0,8606 0,0055 0,1338
Tabela 4.21 - Frações mássicas referentes às linhas de amarração, experimentais e estimadas
referentes ao ternário 4.
Fases Experimentais Calculados
w1 w3 w4 w1 w3 w4
Água 0,0484 0,2444 0,7072 0,0533 0,2445 0,7022
Biodiesel 0,8161 0,0156 0,1683 0,8179 0,0156 0,1665
52
Continuação tabela 4.21 - Frações mássicas referentes às linhas de amarração, experimentais e
estimadas referentes ao ternário 4.
Fases Experimentais Calculados
w1 w3 w4 w1 w3 w4
Água 0,0204 0,2116 0,7680 0,0284 0,2077 0,7639
Biodiesel 0,7373 0,0251 0,2376 0,7348 0,0250 0,2402
Água 0,0114 0,2975 0,6911 0,0199 0,2944 0,6857
Biodiesel 0,8620 0,0106 0,1274 0,8623 0,0106 0,1271
Água 0,0129 0,2816 0,7055 0,0211 0,2739 0,7050
Biodiesel 0,8496 0,0119 0,1385 0,8472 0,0118 0,1410
Água 0,0098 0,3145 0,6757 0,0188 0,3214 0,6598
Biodiesel 0,8699 0,0097 0,1204 0,8751 0,0097 0,1152
Água 0,0484 0,2444 0,7072 0,0533 0,2445 0,7022
Biodiesel 0,8161 0,0156 0,1683 0,8179 0,0156 0,1665
4.3.2 – Predição do equilíbrio a 20, 40 e 60 ºC.
Uma vez realizada a estimação espera-se que o modelo matemático utilizado seja
capaz de predizer um comportamento em condições diferentes daquelas usadas nos
experimentos. Deste modo, o objetivo é diminuir o número necessário de experimentos para
correlacionar um modelo. No cálculo do equilíbrio líquido-líquido, esta expectativa pode ser
descrita como a predição das linhas de amarração para diferentes composições globais e
diferentes temperaturas. O modelo UNIQUAC apresenta este caráter preditivo, dependendo
de como os parâmetros estão sendo considerados, ou seja, se os parâmetros foram estimados
de forma satisfatória. Visto que estes foram estimados a 25 ºC e 50 ºC calculou-se o
comportamento das mesmas composições medidas inicialmente nas temperaturas de 20, 40 e
60 ºC.
As composições de equilíbrio são apresentadas no Anexo V na Tabela AV.1 para o
sistema com glicerina e na Tabela AV.2 para o ternário com água. A influência da
temperatura na solubilidade dos componentes foi avaliada e as médias individuais são
apresentadas na Tabela 4.22 para ternários com glicerina e para os sistemas com água na
Tabela 4.23.
53
Tabela 4.22 - Variação média relativa das composições em função da temperatura para
o sistema biodiesel + glicerina + etanol.
Faixa Fase Variação Média (%)
w1 w2 w3
20-40 Glicerina 3.45 -0.19 -0.03
Biodiesel 0.01 3.03 -0.34
40-60 Glicerina 4.15 -0.24 -0.05
Biodiesel 0.02 3.34 -0.40
Tabela 4.23 - Variação média das composições em função da temperatura para o
sistema biodiesel + etanol + água.
Faixa Fase Variação Relativa (%)
w1 w3 w4
20-40 Água 19,06 -0,48 -0,55
Biodiesel 0,00 -0,07 0,36
40-60 Água 18,31 -0,57 -0,64
Biodiesel -0,01 -0,02 0,50
Os resultados apresentam um aumento médio de biodiesel na fase glicerina de 4 %
para um aumento de 20 ºC e um aumento médio de 3 % da glicerina na fase biodiesel. A
solubilidade do etanol não apresentou variações significativas em ambas as fases.
Os resultados com água apresentaram resultados ainda maiores. Na fase aquosa, o
biodiesel apresenta um aumento médio de 18,45% para 20 ºC de diferença, o que representa
uma perda significativa nas etapas de lavagem em temperaturas elevadas. Os dados referentes
às variações por ponto encontram-se no Anexo V (Tabela AV.3 e Tabela AV.4).
Os experimentos e a modelagem realizados permitiram um melhor entendimento sobre
a influência de composição e temperatura na dinâmica do equilíbrio de fases para os sistemas
envolvendo o biodiesel etílico de palma. Todos os dados disponíveis possibilitam a simulação
do processo de síntese e purificação do biocombustível de modo a auxiliar a otimização da
produção deste produto.
54
CAPÍTULO 5
Conclusões
As condições operacionais utilizadas na obtenção do produto usado nas medidas
experimentais do equilíbrio mostraram efeitos na qualidade do produto final. A temperatura
ambiente apresentou a necessidade de cuidados na reação de transesterificação, pois o óleo de
palma apresenta ponto de fusão de 28 a 32 ºC, assim foi essencial a condução da reação na
temperatura de 40 ºC fazendo uso de um condensador, minimizando a vaporização do etanol.
As reações com óleo de soja podem ser conduzidas em condições ambientes e sem a
utilização do condensador, fazendo uso apenas de um recipiente fechado, porém a síntese do
biodiesel de palma nestas condições acarretou em elevada formação de sabão.
A temperatura influenciou de forma significativa a solubilidade dos sistemas
estudados, porém a utilização de água em condições acima da ambiente para lavagem do
produto pode ser descartada, visto que reduz a eficiência do processo. Logo a água pode ser
usada como um solvente eficiente, desde que usado em temperaturas próximas a 25 ºC. A
conclusão sobre o aumento da temperatura de transesterificação demanda outros estudos de
modo a comparar cinética reacional, pois mesmo que ocorra um aumento da conversão em
tempos menores, o etanol tende a ir para a fase vapor em altas temperaturas, sendo necessário
um estudo de sensibilidade entre estas variáveis, e existe a necessidade do entendimento do
comportamento de fases de sistemas com o óleo de palma para analise completa do equilíbrio
de síntese do biocombustível.
O aumento de etanol na reação com o intuito de deslocar o equilíbrio favorecendo a
produção do biocombustível reduz a eficiência e pureza, pois aumenta a solubilidade mutua
de biodiesel e glicerina. A água pode ser usada como solvente na extração como é feito nas
plantas, porém o aumento da temperatura visando a solubilização de etanol e glicerina na
etapa de purificação aumenta a perda de biodiesel, pois o mesmo também torna-se mais
solúvel e um certo volume tende a ser extraído com o solvente.
Os resultados de equilíbrio de fases obtidos servem como base para uma modelagem
termodinâmica abrangente em relação à eficiência de produção do biodiesel e seu processo de
55
lavagem. Os resultados obtidos no presente trabalho preenchem uma das lacunas encontradas
na literatura que se refere ao fato de associar dados experimentais com a correlação
matemática através do modelo com a finalidade de representar etapas do processo de
produção do biodiesel de palma.
Os parâmetros estruturais do modelo UNIQUAC apresentaram uma forte influencia na
modelagem através da qualidade dos resultados calculados. Por mais que seja comum na
literatura o uso de valores conhecidos ou a estimação destes parâmetros, o ajuste proposto
representou sucesso, pois apresentou resultados condizentes com o experimental. Os
resultados mostraram que o modelo UNIQUAC é adequado para a modelagem de sistemas
que representam a produção e lavagem do biodiesel de palma.
Como propostas para trabalhos futuros:
Estudo do equilíbrio líquido-líquido com óleo de palma e hidróxido de potássio para
entendimento completo do comportamento reacional do biodiesel de palma;
Analise de sensibilidade de temperatura, conversão, tempo e perda de etanol;
Estudo cinético buscando o ponto ótimo entre razão óleo álcool, tempo de reação e
temperatura;
Busca por solventes que possibilitem uma maior eficiência de extração;
Considerar outros modelos termodinâmicos e avaliar sua precisão na
representatividade dos dados experimentais.
56
CAPÍTULO 6
Referências Bibliográficas
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