marcadores cognitivos e prÁtica esportiva em jovens de … · momentos de aflição e por todos os...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO-SENSU EM EDUCAÇÃO FÍSICA
MARCADORES COGNITIVOS E PRÁTICA ESPORTIVA EM JOVENS DE 10 A 13 ANOS NOS DIFERENTES ESTÁGIOS
MATURACIONAIS
THAISYS BLANC DOS SANTOS SIMÕES
NATAL - RN 2017
ii
MARCADORES COGNITIVOS E PRÁTICA ESPORTIVA EM JOVENS DE 10 A 13 ANOS NOS DIFERENTES ESTÁGIOS
MATURACIONAIS
THAISYS BLANC DOS SANTOS SIMÕES
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Educação Física.
Orientador: Prof. Dr. Breno Guilherme de Araújo Tinoco Cabral
iii
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências da Saúde - CCS
Simões, Thaisys Blanc dos Santos.
Marcadores cognitivos e prática esportiva em jovens de 10 a 13
anos nos diferentes estágios maturacionais / Thaisys Blanc dos
Santos Simões. - Natal, 2017. 70f.: il.
Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Educação
Física . Centro de Ciências da Saúde. Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Orientador: Prof. Dr. Breno Guilherme de Araújo Tinôco Cabral.
1. Esporte - Adolescentes - Dissertação. 2. Controle
inibitório - Dissertação. 3. Capacidades cognitivas -
Dissertação. 4. Maturação - Dissertação. I. Cabral, Breno
Guilherme de Araújo Tinôco. II. Título.
RN/UF/BS-CCS CDU 796-053.6
iv
THAISYS BLANC DOS SANTOS SIMÕES
MARCADORES COGNITIVOS E PRÁTICA ESPORTIVA EM JOVENS DE 10 A 13 ANOS NOS DIFERENTES ESTÁGIOS
MATURACIONAIS
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Educação Física.
Orientador: Prof. Dr. Breno Guilherme de Araújo Tinoco Cabral
COMISSÃO EXAMINADORA:
___________________________________________________
Prof. Dr. Breno Guilherme de Araújo Tinoco Cabral
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
___________________________________________________
Prof. Dr. Eduardo Bodnariuc Fontes
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
___________________________________________________
Prof. Dra. Bruna Brandão Velasques
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Aprovado em: 22 de fevereiro de 2017
v
DEDICATÓRIA
Com amor dedico este trabalho:
A Deus que todos os dias não me abandonou e
nunca abandonará sempre me fortalecendo e
mostrando que seus planos são realizados no
momento certo. A minha mãe Mara, que durante
toda a minha existência foi meu grande suporte e
exemplo vivo de lutas e superações pelos estudos e
pela vida. Ao meu noivo João Paulo, que sempre foi
meu companheiro/amigo fiel, me mostrando os
melhores caminhos e me apoiando em todas as
decisões.
vi
AGRADECIMENTOS
Com carinho agradeço:
A Deus, por estar sempre comigo e por me fortalecer com fé e sabedoria,
sempre me ensinando que tudo que sonhamos e acreditamos acontece no momento
certo e por manifestar seu amor constante em todos os meus dias.
A minha mãe Mara, por todo amor, paciência e companheirismo dedicados a
mim durante toda a vida, por todos os ensinamentos espirituais, acadêmicos e afetivos,
sem você eu jamais teria chego até aqui.
Ao meu eterno companheiro e noivo João Paulo, pela paciência, compreensão
e amor, sempre me apoiando nos momentos mais difíceis e todas as decisões.
A minha família em especial meus avós Risoleta e Antônio pelo exemplo de
vida e amor, a minha Tia Vera e meu Tio Sergio, que por muitos anos foram/são meus
pais adotivos e contribuíram de forma significativa para minha vida, a minha madrinha
Socorro Mendonça pelo incentivo nos estudos e nesta profissão, e aos meus primos
que são pessoas com quem mantenho laços eternos.
A minha segunda família João, Bete, Carol e Anne Araújo, por me acolherem
com carinho e respeito, e pelos momentos de apoio que foram fundamentais.
As minhas primas-irmãs Aline e Juliana Blanc, que em todos os momentos
estiveram incansavelmente ao meu lado me apoiando e sendo minhas eternas
companheiras, principalmente nos momentos mais difíceis.
A minha melhor amiga e companheira fiel Marília Rodrigues, por todos os
ensinamentos, sem nunca negar-me qualquer ajuda e pela amizade sincera que
carregarei para sempre. Não sei o que seria de mim sem você nessa terra potiguar,
você com certeza foi fundamental para eu chegar até aqui.
O meu melhor amigo/irmão Bibi Tavares, pela amizade sincera e por todas as
conversas de apoio. Durante esse tempo que lhe conheci descobrimos diversas
afinidades que fortaleceram ainda mais nossa amizade, espero que ela permaneça
intacta por muitos e muitos anos.
A minha amiga e companheira de estudo Renata Nacer, por todos os momentos
de aflição compartilhados, você foi minha “irmã de placenta do mestrado”, pois
iniciamos juntas essa caminhada e como Deus permitiu hoje estamos fechamos mais
vii
um ciclo juntas como havíamos planejado. Obrigada pelos ensinamentos, por toda
ajuda e pela amizade sincera.
Ao meu orientador e professor Dr. Breno Cabral, pela compreensão nos
momentos de aflição e por todos os ensinamentos diretos ou indiretos que sempre
contribuíram para minha formação durante o mestrado e futuramente profissional.
Sempre lhe digo isso mais quero agradecer novamente pois o senhor foi mais que um
professor/orientador foi realmente um pai, então, obrigada por me escolher sem me
conhecer e ter apostado em mim, espero jamais lhe decepcionar.
Aos amigos do grupo de pesquisa GEPEMAC: Emílio Simplício, Vanessa
Pinto, Leandro Medeiros, Matheus Peixoto, Izabelle Dantas, Keziane Rosendo,
Petrus Gantois, Patrício Ruan e Eduardo Santana, queria agradecer pela amizade
de todos que foi muito importante para a concretização desde trabalho, sem a união
deste grupo jamais existiria pesquisa e espero que possamos permanecer unidos e
continuar contribuindo para a ciência, pois jamais chegaremos a lugar algum sozinho.
Ao Prof. Dr. Paulo Dantas, o que falar do senhor? Foi com toda certeza mais
que um professor foi um amigo querido, que escutou minhas angustias, que me
ensinou tanta coisa durante esses dois anos e principalmente disse as palavras certas
em um dos momentos mais difíceis da minha vida. E eu jamais poderia deixar de
agradecer por tudo desde a conversa para a entrada do mestrado até hoje, pois se
cheguei aqui hoje o senhor foi fundamental para que tudo isso acontecesse.
Ao professor Dr. Eduardo Fontes, por todas as contribuições feitas neste
trabalho, que foram fundamentais para o enriquecimento deste.
Ao grupo de pesquisa AFISA, onde conheci as melhores pessoas, onde todos
me acolheram com tanto carinho e atenção, gostaria de agradecer, por todos os
momentos que vivi com vocês e são amizades que quero levar para sempre comigo.
Então obrigada Renata Rangel, José Carlos Gomes, Ricardo Andrade, Michelle
Vasconcelos, Elys Costa, Evelyn Gouveia, Jeferson Tafarel, Leonardo Dantas,
Jonathas Silveira, Carlos Barreto, Daniela Coutinho, Isis Kelly, Kesley, Gidyenne,
Juliany Souza e Ana Camila Campelo. Porém existem alguns que precisam ser
destacados pois foram anjos que me iluminaram em alguns momentos difíceis que
passei com esse trabalho, meu muitíssimo obrigada Jason Medeiros, Rafaella
viii
Catherine, Racquel Guimarães, Radamés Medeiros, Scheila Pinheiro e Tatiane
Lima, sem a ajuda de vocês esse trabalho não teria acontecido.
Aos profs. Dr. Bruna Velasques e Pedro Ribeiro, Deus coloca anjos na nossa
vida que nos acolhem de uma forma que jamais esperamos, e com certeza vocês
foram esses anjos, não tenho palavras para agradecer o carinho e cuidado que tiveram
comigo durante as estadias em suas casas e no Laboratório de Mapeamento Cerebral
Sensório-Motor no IPUB-RJ/ Laboratório de Neuropsicologia e Neurofisiologia da
Atenção IPUB/UFRJ. Com vocês aprendi o verdadeiro sentido da palavra humildade e
carrego vocês sempre em meus pensamentos como inspiração para a vida na
docência.
Agradeço a toda equipe e alunos do Colégio Marista, da Escola Estadual
Emília Ramos e do Projeto Compartilhar, obrigado por acreditarem nessa pesquisa
e aceitarem participar.
A Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal de Nível Superior (CAPES)
por ter sido fonte de financiamento para realização desse projeto.
ix
Talvez não tenha conseguido fazer o
melhor, mas lutei para que o melhor
fosse feito. Não sou o que deveria ser,
mas graças a Deus, não sou o que era
antes.
(Marthin Luther King)
x
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO........................................................................................... 16
2. JUSTIFICATIVA ........................................................................................ 18
3. OBJETIVOS .............................................................................................. 19
3.1 Geral ..................................................................................................... 19
3.2 Específicos ........................................................................................... 19
4. REVISÃO DE LITERATURA ..................................................................... 19
4.1 Maturação............................................................................................. 19
4.2 Esporte e Maturação ............................................................................ 22
4.3 Capacidades Cognitivas ....................................................................... 24
4.3.1 Funções Executivas ....................................................................... 24
4.3.2 Atenção Seletiva ............................................................................. 27
4.3.3 Controle Inibitório ........................................................................... 29
4.3.4 Tempo de Reação .......................................................................... 30
4.4 Capacidades Cognitivas, Esporte e Maturação .................................... 32
5. MATERIAS E METODOS .......................................................................... 36
5.1 Tipo de Estudo ..................................................................................... 36
5.2 Amostra ................................................................................................ 36
5.3 Critérios de inclusão e exclusão ........................................................... 36
5.4 Procedimentos e Instrumentos ............................................................. 37
5.4.1 Avaliação Antropométrica ............................................................... 37
5.4.2 Avaliação da Idade Óssea .............................................................. 39
5.4.3 Avaliação da Idade Cronológica ..................................................... 39
5.4.4. Avaliação da Maturação ................................................................ 39
5.4.5 Avaliação do Controle Inibitório ...................................................... 40
5.5 Analise Estatística ................................................................................ 41
6. RESULTADOS .......................................................................................... 41
7. DISCUSSÃO ............................................................................................. 46
9. CONCLUSÃO ............................................................................................ 53
10. COMETÁRIOS E SUGESTÕES .............................................................. 54
9. REFERENCIAS ......................................................................................... 54
APÊNDICES .................................................................................................. 65
xi
LISTA DE ABREVIAÇÕES E SIGLAS
CI – Controle Inibitório TCLE – Termo de Consentimento e Livre Esclarecido CNS – Conselho Nacional de Saúde CEP – Comitê de Ética em Pesquisa UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. ISAK – International Society for Advancement in Kinanthropometry TR – Dobra Triciptal PcB – Perímetro Corrigido de Braço DU – Diâmetro de Úmero DF – Diâmetro de Fémur MANOVA – Analise Multivariada TR – Tempo de Reação DP – Desvio Padrão Ms – Milissegundos PE – Praticantes de Esporte NP – Não Praticantes
xii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Descrição da amostra. ............................................................................. 41
Tabela 2 - Descrição dos valores de idade óssea, cronológica e resultados do Stroop
Test........................................................................................................................... 41
xiii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Etapas das fases do Teste de Stroop (a) primeira etapa (congruente); (b) segunda
etapa (congruente); (c) terceira etapa (incongruente). ............................................................ 40
Figura 2 - Comparação do tempo de reação e erros das etapas do Stroop Test de praticantes
e não praticantes de atividades esportivas. ............................................................................. 43
Figura 3 - Comparação do tempo de reação e erros entre os diferentes estágios maturacionais
de crianças e adolescentes. ..................................................................................................... 44
Figura 4 - Comparação do tempo de reação e erros entre os diferentes estágios maturacionais
de crianças e adolescentes praticantes de atividade esportiva. ............................................. 45
Figura 5 - Tempo de reação nos diferentes níveis maturacionais de praticantes e não
praticantes de atividade esportiva. ........................................................................................... 46
xiv
RESUMO
MARCADORES COGNITIVOS E PRÁTICA ESPORTIVA EM JOVENS DE 10 A 13 ANOS DE DIFERENTES ESTÁGIOS MATURACIONAIS
Autor: THAISYS BLANC DOS SANTOS SIMÕES Orientador: Prof. Dr. BRENO GUILHERME ARAÚJO TINOCO CABRAL
O desenvolvimento das capacidades cognitivas e a promoção da saúde são importantes variáveis no crescimento e desenvolvimento biológico. Com isso, o neurodesenvolvimento vem sendo colocado como importante fator para melhorar o desempenho no esporte de crianças e adolescentes. O presente estudo teve como objetivo verificar a influência da prática esportiva no controle inibitório de jovens de 10 a 13 anos em diferentes estágios maturacionais. Foram avaliados 203 sujeitos de ambos os sexos, com idades entre 10 a 13 anos. Para metodologia utilizou-se os protocolos de predição de idade óssea para avaliação da maturação e Teste de Stroop para avaliação de controle inibitório. Os testes estatísticos utilizados foram a análise multivariável (MANOVA) seguida do post hoc de Bonferroni. Verificou-se significância nas diferenças entre o tempo de reação e erros na etapa 3 do Stroop Test entre os praticantes e não praticantes de esporte, observou-se que os praticantes obtiveram menores tempo de reação e erros comparado aos não praticantes de atividades esportivas. Ao observar os estágios maturacionais os sujeitos normais e acelerados obtiveram os menores tempos e os indivíduos no estágio atrasado maiores tempos de reação. Nos erros pode-se observar que os indivíduos no estágio atrasado obtiveram menor quantidade de erros, os sujeitos dos estágios normal e acelerado apresentaram mais erros. O tempo de reação dos não praticantes no estágio atrasado são maiores ao compararmos com os normais que apresentaram menores tempos. Em relação aos erros os sujeitos no estágio acelerado mostraram menores quantidade de erros nessa etapa. Para os indivíduos praticantes observa-se que os indivíduos atrasados são lentos para realizar a etapa, porem possuem menores quantidades de erros. Dessa forma, pode-se concluir que as crianças e adolescentes que praticam esporte apresentam maior controle inibitório em relação aos que não praticam atividades esportivas. Em relação aos resultados de tempo de reação nos estágios maturacionais observou-se que os sujeitos classificados normais e acelerados conseguem ser rápidos porém apresentam maior quantidade de erros, já os indivíduos atrasados gastam mais tempo para realizar o teste porém erram menos.
Palavras-chave: Controle inibitório; Maturação; Capacidades cognitivas; Esporte.
xv
ABSTRACT
MARKERS COGNITIVE AND PRACTICE SPORTS IN YOUNG PEOPLE 10 TO 13 YEARS OF DIFFERENT MATURATIONAL STAGES.
Author: THAISYS BLANC DOS SANTOS SIMÕES Supervisor: Prof. Dr. BRENO GUILHERME ARAÚJO TINOCO CABRAL
The development of cognitive skills and health promotion are important variables in the growth and biological development, therefore, neurodevelopment has been placed as an important factor to improve performance in sports of children and adolescents. The present study aimed to verify the influence of sports practice on the inhibitory control of young people aged 10 to 13 years in different maturational stages. We evaluated 203 subjects of both sexes, aged between 10 and 13 years. For the methodology, bone age prediction protocols for maturation evaluation and Stroop Test used were for the evaluation of inhibitory control. The statistical tests used were the multivariable analysis (MANOVA) followed by Bonferroni post hoc. Significance found was in the differences between reaction time and errors in stage 3 of the Stroop Test between practitioners and non-practitioners. It was observed that practitioners obtained less reaction time and errors compared to non-practitioners. When observing the maturational stages, the normal and accelerated subjects obtained the shortest times and the individuals in the delayed stage had the greatest reaction times. In the errors it observed could be that the individuals in the delayed stage obtained smaller number of errors, the subjects of the normal and accelerated stages presented more errors. The reaction time of non-practitioners in the delayed stage is higher when compared to the normals that presented the shortest times. Regarding the errors, the subjects in the accelerated stage showed smaller number of errors in this stage. For the practicing individuals observed it is that the delayed individuals are slow to perform the step, but they have smaller amounts of errors. Thus, it concluded can be that children and adolescents who play sports have greater inhibitory control in relation to those who do not practice sports activities. Regarding the results of reaction time in the maturational stages, it observed was that the normal and accelerated subjects were able to be fast but present a greater amount of errors, since the delayed individuals spend more time to perform the test but err less.
Keywords: Inhibitory Control; Maturation; Cognitive Capabilities; Sport.
16
1. INTRODUÇÃO
O desenvolvimento das capacidades cognitivas e a promoção da saúde são
importantes variáveis no crescimento e desenvolvimento biológico. Com isso, o
neurodesenvolvimento vem sendo colocado como importante fator para melhorar o
desempenho no esporte de crianças e adolescentes, principalmente quando
comparado aos indivíduos que não praticam esportes (HERTING et al., 2014; KHAN;
HILLMAN, 2014). Estudos sobre o controle motor buscam investigar como os
movimentos são coordenados, e quais estruturas neurais são responsáveis por toda a
complexidade de fatores envolvidos, tais como etapas e conexões cerebrais entre
ação motora e processos sensoriais, envolvendo aprendizagens motoras contínuas e
aprimoramento pela prática repetitiva entre processamentos automáticos e voluntários.
Estudos sobre aprendizagem e desenvolvimento motores focalizam as mudanças no
comportamento motor em relação às necessidades práticas e ambientais, ao longo do
ciclo da vida, envolvendo questões como a maturação (FUENTES et al., 2014).
Atualmente, a evolução científica e tecnológica tem influenciado no meio
esportivo e propiciado melhores condições de treinamento, sobretudo diante de
constantes pesquisas feitas nessa área. O esporte competitivo tem exigido cada dia
mais dos atletas, uma vez que, com a associação da ciência do esporte ao
treinamento, os diferentes resultados têm sido definidos em minuciosos detalhes.
Estudos apontam que, para alcançar um alto nível de rendimento no esporte, passa a
ser cada vez mais necessária a observação de variáveis antropométricas e
capacidades motoras e ainda a correlação dessas e outras variáveis de interferência
como meio externo, as diferenças de estado maturacional e as determinações
genéticas (FALK et al., 2004; GABBETT; GEORGIEFF; DOMROW, 2007; LIDOR et
al., 2007; MALINA; BOUCHARD, 2002; MESQUITA; FONSECA; FRANÇA, 2008).
Barkley e Roizman (2002) afirmam que o controle inibitório consiste na
capacidade de inibir comportamento e pensamento distratores ou respostas a
estímulos distratores que interrompam o curso eficaz de uma ação, ou, ainda, a
interrupção de respostas que estejam em curso. Enquanto Diamond (2006), descreve
que o controle inibitório é resistir a uma forte inclinação para fazer uma coisa, a fim de
17
fazer o que é mais adequado ou necessário, habilidade que durante toda a vida será
requisitada. Assim, responder adequadamente em uma tarefa ou situação envolve não
só os mecanismos de atenção relevantes aos eventos, mas também mecanismos para
inibir respostas impróprias. Ou seja, o controle inibitório permite que o sujeito consiga
controlar sua ação e responder apropriadamente as exigências do ambiente
(DAVIDSON et al., 2006; GIL, 2002).
Na atividade desportiva com jovens atletas o estado maturacional também tem
sido um importante fator a ser observado, sendo um conjunto de processos dinâmicos
associados a um amplo aspecto de alterações morfológicas, orgânicas e de
desenvolvimento, que apresenta variações individuais de velocidade durante o
processo (LINHARES et al., 2009; MALINA et al., 2006). A literatura tem apontado a
grande importância em se conhecer as características e tendências especificas das
modalidades esportivas, assim como a necessidade de identificação antecipada de
características dos possíveis atletas que sejam peculiares às respectivas modalidades
esportivas (LINHARES et al., 2009).
A presente investigação versa dois aspectos centrais que são as teorias
cognitivas ou de processamento seletivo da informação e o comportamento biológico
analisado através da maturação que tem sido constante ao buscar suas associações
com o desenvolvimento físico e desempenho esportivo. No âmbito da psicologia
cognitiva, os temas relacionados ao estudo do mecanismo atencional e à análise do
processamento seletivo da informação começaram a despertar interesse dos
pesquisadores, sendo nos últimos anos associados também aos esportes em busca
de melhores resultados e rendimento. Diante da constante associação dos temas em
questão e da relevância dos estudos de capacidade cognitiva para a ciência do
esporte, em especial no processo de seleção esportiva, o objetivo deste estudo está
centrado em verificar a influência da prática esportiva no controle inibitório de jovens
de 10 a 13 anos em diferentes estágios maturacionais.
18
2. JUSTIFICATIVA
O trabalho em questão busca preencher uma lacuna na produção de estudos
que associam analisar a capacidade cognitiva com a pratica esportiva e os estágios
maturacionais, sendo a relação entre essas variáveis de grande importância nos
processos de orientação e seleção de talentos esportivos. Ao iniciarmos uma
pesquisa, nos vem em mente estudar algo que possa ter relevância para a sociedade
acadêmica e, neste contexto, percebeu-se a necessidade de realizar este estudo que
busca verificar quais fatores podem ter influência na pratica esportiva, apresentando
melhoras no desempenho dos jovens que praticam esportes, tendo em vista que a
presente investigação buscou aplicar um teste que reportasse processos de controle
inibitório associados à prática do esporte, que podem ser realizadas durante a
detecção e orientação de futuros atletas.
O envolvimento com o tema é consequência da minha curiosidade científica e
torna-se oportuno este estudo para a classe acadêmica por preencher uma lacuna do
conhecimento, visto que pouco se tem de informações científicas a respeito de testes
que avaliem a capacidade cognitiva do indivíduo, principalmente quando relacionado
a pratica esportiva na população brasileira. Além disso, ainda não há estudos que
demonstrem se e como a pratica do esporte pode influenciar no controle inibitório
dentro dos diferentes estágios da maturação, onde os jovens de diferentes estágios
maturacionais são frequentemente encontrados em um mesmo grupo de treinamento
ou categoria esportiva, o que pode favorecer aos mais adiantados no processo de
desenvolvimento biológico, além de desmotivar outros mais tardios, ou seja, avaliar a
idade cronológica de um indivíduo sem observar a idade biológica, pode deixar a ideia
de estar desperdiçando atletas com potencial (MALINA; BOUCHARD, 2002).
Dessa forma, este trabalho procura integrar medidas diferenciadas com intuito
de se ampliar o nível de sensibilidade das observações. A partir disso, a junção de
parâmetros comportamentais e cognitivos objetiva elucidar os processos envolvidos
na direção do controle inibitório e suas possíveis implicações na aprendizagem motora
na detecção de talentos no esporte.
19
3. OBJETIVOS
3.1 Geral
Verificar a influência da prática esportiva no controle inibitório de jovens de 10
a 13 anos em diferentes estágios maturacionais.
3.2 Específicos
Comparar a capacidade cognitiva de jovens praticantes e não praticantes de
atividade esportiva;
Verificar a capacidade cognitiva nos diferentes estágios maturacionais;
Comparar a capacidade cognitiva entre estágios maturacionais de jovens
praticantes de atividade esportiva e não praticantes.
4. REVISÃO DE LITERATURA
4.1 Maturação
Frequentemente a maturação é confundida com crescimento e sendo mais
difícil de definir, o termo maturação é muitas vezes descrito como o processo de se
tornar maduro, ou o progresso até o estado maduro (MALINA; BOUCHARD; BAR-OR,
2004). No entanto, um conceito mais amplo é apresentado por Bogin (1999), para
quem a maturação seria uma progressão de alterações quantitativas e qualitativas que
conduzem de um estado indiferenciado ou imaturo a um estado altamente organizado,
especializado ou maturo. O ponto final da maturação, no contexto do crescimento, é o
alcance da fase adulta, quando o indivíduo atinge a maturidade funcional, que no
contexto biológico, implica na habilidade de procriar com sucesso e promover a
descendência, a qual por si mesma procriará com sucesso (ELLIS, 2004).
Entendesse por maturação um conjunto de mudanças qualitativas que se
processam no organismo e que se desencadeiam por influências genéticas (inatas)
que ocorrem na puberdade a níveis intensos e que atingem todas as estruturas
corporais. A maturação é um processo que ocorre durante toda a vida, sendo que para
cada fase, espera-se que ocorra a aquisição de algum comportamento ou função
característico de determinada idade. Assim o processo maturacional manifesta-se por
20
meio de mudanças qualitativas que permitem o progresso em direção a níveis
elevados de funcionamento, e do ponto de vista biológico, é determinado
geneticamente. O caminho para alcançar o estado maduro apresenta variações de
velocidade de indivíduo para indivíduo e uma sequência de eventos que parece ser
constante (ORTEGA et al., 2008).
Conforme Malina e Katzmarzyk (2006), a maturação biológica da criança
apresenta uma grande variabilidade individual, nem sempre em consonância com a
sua idade cronológica. Este conceito implica um progresso por um estado
maturacional, em que cada indivíduo tem dentro de si um relógio que regula a sua
progressão pelos estados maturacionais. A maturação biológica está relacionada com
o calendário cronológico. O crescimento e a maturação biológica não procedem
concertadamente com o calendário e com a idade cronológica da criança. Sendo assim
em um grupo de crianças da mesma idade e do mesmo sexo, há uma variação na
idade biológica, ou nos estádios de maturação. Sobre o ponto de vista maturacional
podem haver indivíduos atrasados e outros avançados, comparando com a idade
cronológica. Isto significa que duas crianças podem ter a mesma idade cronológica,
mas situarem-se em estádios de maturação diferentes. A maturação biológica é
responsável pela introdução de uma considerável força de variância na morfologia e
na aptidão desportiva motora.
O processo de crescimento, maturação e desenvolvimento humano interfere
diretamente nas relações afetivas, sociais e motoras dos jovens; consequentemente,
é necessário adequar os estímulos ambientais em função desses fatores.
Primeiramente, é necessário esclarecer que o crescimento inclui aspectos biológicos
quantitativos (dimensionais), relacionados com a hipertrofia e a hiperplasia celular,
enquanto a maturação pode ser definida como um fenômeno biológico qualitativo,
relacionando-se com o amadurecimento das funções de diferentes órgãos e sistemas
(MALINA; BOUCHARD; BAR-OR, 2009; MASSA; RÉ; SILVA, 2010; OLDS; PAPALIA,
2000).
Concomitantemente, o desenvolvimento é entendido como uma interação entre
as características biológicas individuais (crescimento e maturação) com o meio
21
ambiente ao qual o sujeito é exposto durante a vida (FRISANCHO, 2009; GALLAHUE;
OZMUN, 2006; MALINA; BOUCHARD; BAR-OR, 2009; OLDS; PAPALIA, 2000;
ROGOFF; COSTA, 2005). Crescimento, maturação e desenvolvimento humano são
processos relacionados que ocorrem continuamente durante todo o ciclo de vida.
Desse modo, as aquisições motoras de crianças e adolescentes não podem ser
compreendidas de forma exclusivamente biológica ou ambiental; uma abordagem
biocultural é essencial, reconhecendo a interação entre fatores biológicos e
socioculturais presentes na vida do ser humano.
Um dos principais fenômenos da puberdade é o pico de crescimento em
estatura, acompanhado da maturação biológica (amadurecimento) dos órgãos sexuais
e das funções musculares (metabólicas), além de importantes alterações na
composição corporal, as quais apresentam importantes diferenças entre os gêneros.
Para isso podem ser utilizadas medidas que permitem estimar a idade biológica. Entre
os procedimentos utilizados para a estimativa da idade biológica podem ser citados:
a) maturação sexual – idade de aparecimento das características sexuais secundárias;
b) maturação morfológica – acompanhamento da curva de crescimento da estatura; c)
maturação dental – idade de erupção de dentes temporários e permanentes; e d)
maturação esquelética – idade de ossificação e fusões epifisiais (MALINA;
BOUCHARD; BAR-OR, 2009).
A maturação do esqueleto é amplamente reconhecida como o melhor indicador
isolado do estado de maturidade. A idade óssea tem sido o indicador mais comumente
usado nos estudos sobre crescimento e desenvolvimento, sendo considerada como
um registro verdadeiro da idade biológica. Todas as crianças iniciam com um esqueleto
de cartilagem e progridem até um esqueleto totalmente ossificado. No caso dos ossos
tubulares (ossos longos e curtos), a maturidade é atingida quando ocorre a completa
fusão das epífises com suas diáfises correspondentes; no caso dos ossos com formato
irregular, a maturidade é definida pela morfologia adulta (BOGIN, 1999). Além de
definir o momento maturacional, a idade óssea pode ser utilizada para definir o ritmo,
quando dela se subtrai a idade cronológica, classificando os jovens em síncronos,
atrasados ou adiantados.
22
Entretanto, apesar da confiabilidade das diferentes formas de avaliação, a
maturação óssea merece destaque, sendo a mais confiável e eficaz, uma vez que as
mudanças de forma e de densidade do osso permitem tornar mensurável o trajeto
durante todo o período de crescimento (MALINA; BOUCHARD, 2002). As maturações
dentais e esqueléticas são mais fidedignas do que a sexual e a morfológica; entretanto,
devido a sua complexidade, custo relativamente elevado e dificuldade de aplicação em
larga escala, têm sido pouco utilizadas na área esportiva.
Desse modo procurou-se criar o desenvolvimento de uma equação, menos
invasiva e menos onerosa, que possa ser aplicada no ambiente esportivo para análise
maturacional de iniciantes na prática esportiva, utilizando apenas variáveis
antropométricas de fácil aferição e baixo custo, que permitam a observação do estágio
maturacional do indivíduo, tornando-se de grande relevância (CABRAL, 2011).
4.2 Esporte e Maturação
O esporte é um fenômeno social que possui realidade e características
autônomas, tais como regras, leis e comportamentos próprios. Dentro desse contexto,
os indivíduos procuram desempenhar-se de maneira física e cognitiva, expressando
diversos tipos de habilidades, dependendo da modalidade esportiva verificada
(HORNE; WHANNEL, 2016; MALFAS; THEODORAKI; HOULIHAN, 2004; MARCHI
JÚNIOR, 2001; WHITSON; HORNE, 2006). O esporte pode contribuir para diferentes
aspectos da sociedade, tais como educação, expressão cultural, economia, e mesmo
política, além de ser importante ferramenta de divertimento. Além disso, ele
acompanha as transformações que ocorrem na sociedade, refletindo em seu ambiente
os avanços científicos, tecnológicos e os valores criados e desenvolvidos pelos
indivíduos (SILVA; RUBIO, 2003).
No que se refere a sua prática, pode-se verificar duas manifestações distintas:
o esporte desempenho, que objetiva o rendimento numa maneira estrutura e
institucionalizada; e o esporte de recreação, que visa o bem estar para todos. Este
último geralmente é praticado voluntariamente e com conexões entre os movimentos
de educação e saúde. Assim, essas formas de prática esportiva a concepção do
esporte enquanto a visão cultural (BELBENOIT, 1976; RUBIO, 2001) aponta a relação
23
da necessidade de substituição da noção mente corpo pela concepção de saúde
psicossomática e o desenvolvimento inseparável da motricidade.
Nessa perspectiva, as oportunidades adequadas de prática motora na infância
e posteriormente o envolvimento com o treinamento esportivo, são estratégias efetivas
não somente para a geração de futuros atletas, como também para a geração de
cidadãos que utilizam o esporte como ferramenta de educação, integração social,
lazer, entretenimento e promoção da saúde (RÉ, 2011). No trabalho desportivo com
jovens atletas o estado maturacional tem sido um importante fator a ser observado,
sendo um conjunto de processos dinâmicos associados a um amplo aspecto de
alterações morfológicas, orgânicas e de desenvolvimento, que apresenta variações
individuais de velocidade durante o processo (LINHARES et al., 2009; MALINA et al.,
2006).
Alguns pesquisadores têm reforçado o fato de atletas de maior nível
competitivo, serem, na maioria das vezes, tardios (as) na sua maturação. Muitas
vezes, os atletas de maturação tardia são excluídos do processo de formação, por não
estarem prontos para alcançar sucesso competitivo na mesma idade cronológica dos
maturados precoces. Malina, Bouchard e Bar-Or (2004) apontam tendência de
crianças com maturação normal a tardia ultrapassarem, em estatura, as de maturação
precoce, quando chegam à idade adulta.
Na adolescência, o ritmo de maturação biológica, em conjunto com as
experiências anteriores, resulta numa grande variabilidade no desempenho motor.
Assim, programas de treinamento durante a puberdade devem avaliar ambos os
fatores. Idealmente, no período pós-pubertário, o adolescente deveria possuir um
excelente padrão coordenativo e cognitivo (tomada de decisão), para que assim fosse
priorizado o treinamento da força, velocidade e resistência, levando-se em
consideração a especificidade de determinada modalidade esportiva (RÉ, 2011).
Nesse contexto, os estudos da ciência desportiva têm evidenciado a grande
importância da observação de diferentes variáveis e suas relações de interferência na
determinação de características individuais que, em grande parte, estão diretamente
ligadas ao desenvolvimento desportivo. Entre essas variáveis podemos citar: as
24
antropométricas, as qualidades físicas, a velocidade de maturação e a variabilidade
genética, onde as relações de interferências entre as variáveis são consideradas
fatores determinantes no processo de desenvolvimento (MALINA; BOUCHARD, 2002;
MATSUDO; OLIVEIRA; ARAÚJO, 2007).
A orientação desportiva, quando feita adequadamente, permite relacionar
características individuais a necessidades específicas de cada modalidade desportiva,
proporcionando ao indivíduo a possibilidade de progredir, quando as suas
características físicas são potencializadas a partir do conhecimento desses elementos
de determinação do seu potencial de desempenho, observando, também, a influência
dos fatores de interferência como o estado maturacional (LINHARES et al., 2009;
MOHAMED et al., 2009).
4.3 Capacidades Cognitivas
4.3.1 Funções Executivas
As funções relacionadas aos componentes cognitivos têm sido nomeadas de
funções executivas e estão relacionadas, de forma geral, à capacidade do sujeito de
engajar-se em comportamento orientado a objetivos, ou seja, à realização de ações
voluntárias, independentes, autônomas, auto-organizadas e orientadas para metas
específicas (ARDILA; OSTROSKY-SOLÍS, 1991; GAZZANIGA; IVRY; MANGUN,
2002).
As funções executivas são definidas como conjunto de habilidades mentais que
ajudam o indivíduo a realizar tarefas de forma independente e direcionada para metas
(DE LIMA; AZONI; CIASCA, 2011). Essas funções, quando integradas, capacitam o
indivíduo a tomar decisões, avaliar e adequar seus comportamentos e estratégias,
buscando a resolução para um problema (MENEZES et al., 2012). Além disso, facilitam
o gerenciamento das outras habilidades cognitivas (MALLOY-DINIZ et al., 2010).
O desenvolvimento das funções executivas inicia-se já no primeiro ano de vida
(DIAMOND; BADDELEY, 1996). Garon, Bryson e Smith (2008) verificaram um padrão
evolutivo das funções executivas desde a infância até os cinco anos, Papazian, Alfonso
e Luzondo (2006) consideram que o aumento nessas habilidades é progressivo e
25
perdura ao longo da vida, com picos de desenvolvimento aos quatro e dezoito anos,
estabilização na vida adulta e significante declínio na velhice.
Ao relacionarmos a ação cognitiva com atividades como o caminhar e o correr
requerem menor participação de funções executivas quando comparadas às
atividades sequenciais que exigem planejamento, tomada de decisão e monitoramento
detalhado das ações, funções essas observadas nos esportes coletivos e na dança.
Nesse sentido, a atividade física que tenha como característica a estimulação cognitiva
pode exercer um efeito positivo sobre as funções executivas, que correspondem a um
conjunto de habilidades que, de forma integrada, permitem ao indivíduo dirigir
comportamentos a metas, avaliar eficiência e a adequação desses comportamentos,
abandonar estratégias ineficazes em prol de outras mais eficientes e, desse modo,
resolver problemas imediatos, de médio e de longo prazo (MALLOY-DINIZ et al.,
2008).
Classificamos as funções como resultantes da atividade distribuída em
diferentes circuitos neurais e compostos por circuito pré-frontal integrado e constituído
por três regiões. A primeira é a área pré-frontal dorsolateral, uma área de convergência
multimodal, conectada com outras áreas de associação cortical e relacionada a
processos cognitivos de estabelecimento de metas, planejamento, solução de
problemas, fluência, categorização, memoria operacional, monitoração de
aprendizagem e da atenção, flexibilidade cognitiva, capacidade de abstração, auto-
regulação julgamento e tomadas de decisões. A segunda área é o córtex orbitofrontal,
fortemente interconectado com as áreas de processamento cognitivo e emocional,
envolvido em aspectos de comportamentos sociais como empatia, cumprimento de
regras sociais, controle inibitório e automonitoramento. E a terceira área é o circuito do
cíngulo anterior, que recebe sinais adicionais do córtex de associação paralímbico,
incluindo polo temporal anterior, amigdala, hipocampo inferior e córtex entorrinal; esse
sistema é importante para a motivação, monitoração de comportamentos, controle
executivo da atenção, seleção e controle de respostas (BRADSHAW, 2001; MALLOY-
DINIZ et al., 2008).
26
As funções executivas compreendem mecanismos cognitivos diferentes, como
selecionar informações relevantes, inibir elementos irrelevantes, integrar e manipular
essas informações, planejar, assim como a intenção, efetivação das ações, a
flexibilidade cognitiva e comportamental e o monitoramento das atitudes (DUNCAN et
al., 1997; FUSTER, 2000; GAZZANIGA et al., 2006; PLISZKA; NETO, 2004;
PONTIFEX et al., 2009). Diante da complexidade envolvida em tais processos, muitos
autores acreditam que as funções executivas não façam parte de um constructo
unitário. Uma subdivisão considera as seguintes habilidades: memoria de trabalho,
flexibilidade, planejamento, atenção seletiva e controle inibitório.
A memória de trabalho funciona como uma espécie de interface entre o
processamento e armazenamento temporário de estímulos do meio externo,
mecanismos de atenção e de memória a longo-prazo e a manipulação da informação
necessária para atividades cognitivas complexas, como compreensão da linguagem,
aprendizado e raciocínio que se desenvolvem ao longo da infância e da adolescência
(BADDELEY, 1992; MALLOY-DINIZ et al., 2008; UEHARA; LANDEIRA-
FERNANDEZA, 2010). Outro componente envolvido nas funções executivas é a
flexibilidade cognitiva, que implica a capacidade de mudar (ou alternar) o curso das
ações ou dos pensamentos de acordo com as exigências do ambiente (LEZAK, 2004;
MALLOY-DINIZ et al., 2008). O planejamento é outra habilidade relacionada as
funções executivas e é requisitado sempre que se precisa identificar etapas a serem
cumpridas na busca de um objetivo determinado, analisar os meios alternativos de
resolver os problemas e selecionar a abordagem que parecer ser mais vantajosa
(MALLOY-DINIZ et al., 2008).
Além da memória de trabalho, da flexibilidade cognitiva e do planejamento que
já foram mencionados acima, existem outras duas habilidades que estão envolvidas
nas funções executivas, que seriam a atenção seletiva e o controle inibitório. O
presente trabalho enfocou essas duas habilidades e, portanto, elas serão descritas
mais detalhadamente nos próximos tópicos.
27
4.3.2 Atenção Seletiva
A atenção é apresentada na literatura por estudos que apontam como um
sistema complexo de componentes integrantes que permite ao indivíduo apurar as
informações proeminentes em função de razões internas, manter e manipular
informações mentais além de monitorar e modular respostas a estímulos. A atenção
está relacionada com vários processos básicos, como seleção sensorial, que
possibilita filtrar, alterar a seleção automaticamente, seleção de respostas na intenção
de iniciar, responder e inibir uma resposta. Funciona como um controle supervisor,
capacidade atencional que age como alerta e desempenho sustentado que atua na
vigilância (STRAUSS; SHERMAN; SPREEN, 2006).
A atenção é a capacidade de selecionar e orientar para o ambiente os estímulos
que parecem importantes e que correspondem aos nossos interesses, intenções ou
tarefas imediatas, com inibição concomitante dos estímulos irrelevantes, sem a qual a
quantidade de informações não selecionadas seria tão grande e desorganizada que
nenhuma atividade se tornaria possível (LURIA; TORRES, 1979).
O controle seletivo da atenção é imprescindível nas situações que envolvem a
tomada de decisões e a detecção de erros (DAS, 1998), assim como nas situações
em que o sujeito necessita realizar tarefas novas ou precisa vencer a rotina de hábitos
antigos (POSNER; FAN, 2004). Considerando esses aspectos, cabe destacar a
importância da atenção seletiva, sendo um dos principais mecanismos que permite
aos indivíduos executar suas atividades com precisão.
Pode ser compreendida como a capacidade de direcionamento dos processos
mentais, considerando os estímulos relevantes e ignorando os irrelevantes durante o
desempenho das tarefas (LIMA; TRAVAINI; CIASCA, 2009). Do ponto de vista
neuropsicológico e clínico, a atenção pode ser dividida em: seletiva (capacidade de
discriminar estímulos relevantes e irrelevantes), sustentada (manter o foco atencional
em determinado estímulo por um período de tempo), alternada (alternar foco entre
diferentes estímulos) e dividida (dividir foco atencional para desempenho de duas
tarefas simultaneamente (LEZAK, 2004; SIMÃO et al., 2010).
28
Atenção seletiva refere-se à habilidade de selecionar apenas o que é importante
em determinada situação, de focar a atenção e não distrair com os diversos estímulos
do ambiente, uma habilidade ponderada essencial ao funcionamento adaptativo e
orientado a um propósito. O comportamento orientado a metas requer a seleção da
informação relevante à execução de uma tarefa em um dado momento, enquanto
possibilita ao indivíduo ignorar estímulos distratores ou irrelevantes e, assim ativar uma
quantidade limitada de informações, dentre todas as disponíveis aos órgãos dos
sentidos ou procedente de outros processos cognitivos (PONTIFEX et al., 2009).
No que se refere ao desenvolvimento atencional, certos aspectos estão
presentes desde o nascimento e se modificam em diferentes períodos. Entretanto, no
que tange à precisão e velocidade em tarefas visuais e auditivas que avaliam a atenção
seletiva e sustentada, observa-se rápido desenvolvimento até os 10 anos de idade,
quando a partir de então, as mudanças tornam-se menos perceptíveis (CARREIRO;
TEIXEIRA, 2012; HAZIN et al., 2012). A quantidade de informações irrelevantes
possíveis de serem ignoradas por uma pessoa depende de fatores como idade, grau
de vigília, habilidade de processamento visual, natureza do estimulo e presença de
qualquer dificuldade atencional (BOLFER, 2009).
A teoria multimodal de Johnston e Heinz (1978), propõe que atenção é flexível
e composta por três etapas, sendo que na primeira há construção de representações
sensoriais dos estímulos, na segunda há a construção semântica e, na última fase, as
representações das etapas anteriores tornam-se conscientes. Outra caracterização da
atenção refere-se a divisão entre os processos automáticos e os voluntários. A atenção
automática, também conhecida como atenção reflexa ou espontânea, não mantem um
padrão de controle e conhecimento consciente, por isso mesmo pode ocorrer
simultaneamente a outros processamentos, exigindo baixos índices de
intencionalidade do indivíduo. Já a atenção voluntária ou controlada pelo
processamento da informação requer do indivíduo uma ação intencional, que será
realizada dependendo da relevância presente naquele contexto (GAZZANIGA et al.,
2006; LEZAK, 2004).
29
4.3.3 Controle Inibitório
A base neuroantomica do controle inibitório parece estar ligada ao córtex
orbitofrontal, que se origina no córtex pré-frontal lateral inferior e ventral anterior e
projeta-se para o núcleo caudado ventromedial, que também recebe sinais de outras
áreas de associação corticais (MALLOY-DINIZ et al., 2008). O córtex orbitofrontal é
fortemente interconectado com áreas de processamento cognitivos e emocional. Sua
parte mais posterior e media é considerada uma das principais regiões corticais para
mediação autonômica e forma uma rede com outras áreas límbicas, como a insula, a
amígdala, o córtex polar temporal, o hipotálamo e o tronco cerebral. Além do controle
inibitório esse circuito parece estar envolvido em alguns aspectos do comportamento
social, como a empatia, cumprimento de regras sociais e automonitoração.
O controle inibitório pode ser descrito como mecanismo de filtragem para
complementar a atenção seletiva, inibindo estímulos irrelevantes a solução de um
dado problema e, assim, minimizando a demanda sobre o processamento da
informação (GAZZANIGA et al., 2006). De modo geral, o controle executivo é subdivido
em controle inibitório (CI), memória de trabalho e flexibilidade cognitiva. O CI é
considerado o domínio principal do controle executivo e um fator determinante do
sucesso escolar, uma vez que controla a atenção, o comportamento, o pensamento
e/ou emoção para sobrepor uma forte predisposição interna ou atração externa e
adaptar-se a situações conflituosas (DIAMOND, 2013).
De acordo com Mourão-Júnior e Melo (2011), um dos indicadores do
desenvolvimento psicossocial da criança é justamente o estabelecimento progressivo
do controle inibitório sobre os impulsos internos, sobre os estímulos sensoriais e sobre
os motores. Na medida em que a criança cresce, os dois componentes principais da
atenção – inclusivo (atenção seletiva) e exclusivo (controle inibitório) – vão
amadurecendo gradualmente, e a criança se torna mais capaz de focalizar e de
concentrar a atenção nas tarefas em curso, se tornando, por conseguinte, menos
distratível, menos impulsiva e mais capaz de exercer seu autocontrole.
30
Barkley e Roizman (2002) afirma que o controle inibitório consiste na
capacidade de inibir comportamento e pensamento distratores ou respostas a
estímulos distratores que interrompam o curso eficaz de uma ação, ou, ainda, a
interrupção de respostas que estejam em curso. Enquanto Diamond (2006), descreve
que o controle inibitório é resistir a uma forte inclinação para fazer uma coisa, a fim de
fazer o que é mais adequado ou necessário, habilidade que durante toda a vida será
requisitada. Assim, responder adequadamente em uma tarefa ou situação envolve não
só os mecanismos de atenção relevantes aos eventos, mas também mecanismos para
inibir respostas impróprias. Ou seja, o controle inibitório permite que o sujeito consiga
controlar sua ação e responder apropriadamente as exigências do ambiente
(DAVIDSON et al., 2006; GIL, 2002).
Crianças que iniciam a escolarização com funções executivas mais elevadas de
controle inibitório e autorregulação tendem a apresentar mais facilidade para receber
instruções, a apresentar menos dificuldades de aprendizagem, a demonstrar prazer e
dedicação nas atividades acadêmicas. Já crianças que ingressam à escola com
funções executivas menos elevadas tendem a apresentar mais resistência à
escolarização, a apresentar mais dificuldades de aprendizagem, a demonstrar menos
prazer e dedicação nas atividades acadêmicas, tendendo a abandonar as tarefas
antes de finalizá-las com mais frequência que os demais (BLAIR; RAZZA, 2007;
VITARO et al., 2005).
4.3.4 Tempo de Reação
O tempo de reação é uma das medidas de desempenho muito utilizadas, para
indicar o resultado de habilidades motoras (ANDRADE et al., 2005; DE OLIVEIRA; DE
OLIVEIRA; DE SOUZA, 2006; SCHIMIDT; WRISBERG, 2001) além de ser o intervalo
de tempo que decorre entre a apresentação de um estímulo não antecipado até o início
da resposta da pessoa (MAGILL, 2000). Este pode ser definido como a velocidade e
eficácia referentes à tomada de decisão de um indivíduo, ou ainda como o lapso
temporal entre a apresentação de um estímulo e o início de uma resposta motora
(MIYAMOTO; MEIRA JR, 2004). O tempo de reação é considerado uma das
habilidades determinantes para que sejam alcançados níveis ótimos de desempenho,
31
principalmente nas modalidades que requerem respostas imediatas (BOMPA, 2004).
O tempo de reação é resultado de três passos: primeiro, o indivíduo percebe o
estímulo; em seguida, ele selecionará a resposta que julgar mais conveniente para
aquela situação; finalmente, a resposta é efetuada (OLIVEIRA; BELTRÃO; SILVA,
2003; SCHIMIDT; WRISBERG, 2001).
Este processo é basicamente dividido em: Tempo de reação simples, onde
apenas um estímulo ocorrerá, com o indivíduo devendo responder prontamente a este,
Tempo de reação de escolha, onde dois ou mais estímulos aparecerão e o indivíduo
deverá identificá-los, e, a seguir, selecionar a resposta mais adequada para cada
estímulo, dentre as várias respostas possíveis, Tempo de reação de discriminação,
que é o intervalo de tempo entre a aparição de um dos vários estímulos possíveis e o
começo da única resposta. No tempo de reação de escolha observamos a famosa lei
de Hick, que descreve uma relação estável entre o número de alternativas de estímulos
e o tempo de reação, que tende a ser maior, quanto maior for o número de estímulos
(SCHIMIDT; WRISBERG, 2001).
Em relação ao tempo de reação simples, pode-se afirmar que é o tempo de
reação mais breve que um indivíduo é capaz de conseguir. Isto se deve a menor
participação dos processos de tomada de decisão. De acordo com Chagas et al.
(2005), uma pessoa que tem um bom tempo de reação simples pode ter uma influência
positiva no tempo de reação de escolha. O tempo de reação simples também se
caracteriza pela alta influência genética, sendo menos treinável do que o tempo de
reação de escolha (MIYAMOTO; MEIRA JR, 2004).
Para ocorrer o tempo de reação requer de uma série de acontecimentos que
envolvem, mecanismos de processamento de informação, captação do estímulo pelos
órgãos sensoriais e sua interpretação pelo sistema perceptivo, tomada de decisão e o
sistema responsável pela início do movimento (DE OLIVEIRA; DE OLIVEIRA; DE
SOUZA, 2006; MACEDO et al., 2007; MARTENIUK, 1976). Além dos diferentes
tempos de reação, fatores como o tipo e a familiaridade do estímulo, complexidade da
tarefa, quantidade de prática e a extensão do segmento pela qual o estímulo percorre
influenciam o tempo de reação (MAGILL, 2000; SCHMIDT; LEE, 1988). Responder a
32
estímulos acústicos, óticos ou táteis implica em intervalos de tempo de reação
diferentes, relações explicadas pelos aspetos físicos da propagação do som, da luz ou
do estímulo neuromuscular (KOKUBU et al., 2006; SCHMIDT; LEE, 1988).
O tempo de reação é uma medida de desempenho que indica quanto tempo
uma pessoa leva para iniciar um movimento, ou ainda, é o intervalo de tempo entre
um estímulo e o início de uma resposta motora e inclui não o movimento em si, mas
somente o tempo antes de iniciá-lo (MAGILL, 2000). O tempo de reação não deve ser
confundido com atividade reflexa, que também é decorrente de um estímulo e uma
resposta, mas que ainda é inconsciente durante a elaboração da resposta; este
processo reflete o tempo de processamento de informações necessário para uma
determinada resposta, que por sua vez, permite fazer inferências sobre os
mecanismos subjacentes que envolvem tal tarefa; em termos de desempenho quanto
menor for o tempo de reação maior a eficiência dos mecanismos e processos centrais
(COSTILL; WILMORE, 2001; DOS SANTOS, 1993; MIYAMOTO; MEIRA JR, 2004).
A quantidade de prática representa outro aspecto que pode interferir no tempo
de reação, pois a prática auxilia o indivíduo a discernir os aspectos relevantes de um
estímulo diminuindo o número de incertezas no estágio de seleção de respostas,
reduzindo o intervalo de tempo no estágio de programação do movimento,
aumentando a eficiência da performance e a diminuição do tempo de reação (LIDOR;
ARGOV; DANIEL, 1998; MAGILL, 2000; WILLIAMS; DAVIDS; WILLIAMS, 1999). O
tempo de reação é uma função complexa que inclui componentes mentais, físicos,
inatos e treináveis, havendo diferenças individuais entre os indivíduos, mas com todos
podendo melhorar o seu desempenho.
4.4 Capacidades Cognitivas, Esporte e Maturação
A operação motora envolve vários processos cognitivos, direcionados à
realização de uma tarefa particular, mostrando que as ações motoras no esporte não
são simplesmente reações mecânicas do movimento, como ocorre em respostas a
estímulos externos sem planejamento prévio. Ao contrário, a ação motora no esporte
envolve planejamento cognitivo, dentre outros aspectos. Assim, a estreita relação da
atividade cognitiva com o funcionamento motor pode ser observada não somente pela
33
proximidade localizacional no córtex, mas também pela necessidade de refinamento
na coordenação entre processamentos cognitivos e movimentos intencionais,
essenciais no esporte como a capacidade de reação, forca e velocidade (FUNAHASHI,
2001; KENDALL et al., 1990).
Nos últimos anos, atletas, técnicos e cientistas têm discutido a importância de
habilidades perceptivo-cognitivas no desempenho esportivo, particularmente nos
níveis de prática mais elevados (VAEYENS et al., 2007). A aprendizagem e controle
motor têm focalizado seus estudos em processos cognitivos e de percepção que
envolvem aprendizagem e performance de movimentos habilidosos e processos
cognitivos e neuropsicológicos relacionados com o controle do movimento. O
desenvolvimento motor soma-se à psicologia do desenvolvimento e à sua relação com
o esporte e a desempenho motor. A relação entre desenvolvimento de padrões
motores e nível de execução (RUBIO, 2002). Assim, além das habilidades motoras em
si, outras habilidades cognitivas são importantes para a execução adequada do ato
motor.
Além das funções diretamente relacionadas ao movimento, para a execução da
ação outras habilidades cognitivas também são importantes. Por exemplo, pode-se
observar a relação entre funções executivas e esporte visto que, ao relacionarmos a
ação cognitiva com atividades como o caminhar e o correr requerem menor
participação de funções executivas quando comparadas às atividades sequenciais que
exigem planejamento, tomada de decisão e monitoramento detalhado das ações,
funções essas observadas nos esportes coletivos (MARK et al., 2005) e na dança
(BROWN; MARTINEZ; PARSONS, 2006). Nesse sentido, a atividade física que tenha
como característica a estimulação cognitiva pode exercer um efeito positivo sobre as
funções executivas, que correspondem a um conjunto de habilidades que, de forma
integrada, permitem ao indivíduo dirigir comportamentos a metas, avaliar eficiência e
a adequação desses comportamentos, abandonar estratégias ineficazes em prol de
outras mais eficientes e, desse modo, resolver problemas imediatos, de médio e de
longo prazo (MALLOY-DINIZ et al., 2008). Problemas esses que são constantemente
demandados em modalidades esportivas, e principalmente em esportes coletivos onde
34
ocorrem mutações de ações e objetivos constantemente durante uma mesma ação, a
depender dos adversários
Na prática desportiva, o tempo de reação está inevitavelmente atrelado a outras
capacidades, como por exemplo, a atenção e a memória, pois devido ao cenário de
alta imprevisibilidade característico da maioria das ações do jogo, o atleta tem que ser
seletivo em focar aquilo que é mais importante naquele momento, sendo, portanto,
uma variável que antecede a execução do movimento (DE OLIVEIRA; DE OLIVEIRA;
DE SOUZA, 2006). Estratégias, como a utilização de pontos denominados de fixação
e/ou de atenção, devem ser incentivadas, de forma que sirvam como elementos que
possam manter a atenção, facilitando a posterior tomada de decisão (MACHADO-
PINHEIRO; GAWRYSZEWSKI; RIBEIRO-DO-VALLE, 1998).
A atenção foi descrita por Magill (2000) como sendo a "focalização,
concentração da consciência" e quando se refere ao desempenho humano é
associada a atividades perceptivas, cognitivas e motoras de habilidades. É um dos
requisitos básicos para a coordenação e o controle motor. A falta ou déficit de atenção
implica em danos a aprendizagem da linguagem, da escrita e das habilidades motoras.
Ao compreender como a atenção se desenvolve dentro dos processos de maturação
neural, pode-se verificar se o nível de atenção é normal ou não de acordo com a
maturação da criança de 6 a 12 e também se a aula está adequada a capacidade e
desenvolvimento cerebral da criança.
Desta forma é necessário estudar a atenção sob dois aspectos: a atenção
seletiva e a inibição de resposta. Estes aspectos fazem com que o indivíduo consiga
focalizar sob o que interessa e ignorar os estímulos que não são relevantes, evitando
assim distrair-se (MAGILL, 2000). A necessidade de tomar decisões rápidas no menor
tempo possível é difícil para qualquer atleta, independente do seu nível. O tempo de
reação é uma capacidade motora coordenativa que vem ganhando destaque no
campo da pesquisa sobre respostas motoras, sendo atualmente uma das variáveis
intervenientes ao desempenho mais pesquisadas, devido a sua importância nos mais
variados eventos desportivos (BOMPA, 2005; ROCHA; BARBANTI, 2007).
35
A função do atleta dentro da equipe pode influenciar a sua velocidade de reação.
De acordo com a especificidade relacionada a sua responsabilidade, durante o próprio
treinamento técnico, o atleta é constantemente submetido a situações que podem
ajudá-lo a obter respostas mais rapidamente do que aqueles que normalmente não
passam por tais situações (ROCHA; BARBANTI, 2007). Ainda mais, o tempo de
reação, juntamente com outras capacidades motoras, pode ser um indicativo que
ajuda a detectar qual a função mais adequada para o atleta na equipe (STANGANELLI
et al., 2006).
A especificidade é um dos princípios que regem o treinamento desportivo, e
está relacionada a semelhança dos parâmetros fisiológicos, mecânicos e de controle
motor dos exercícios utilizados nos treinos com aqueles encontrados em situação real
de jogo (DANTAS, 1998; ROCHA; BARBANTI, 2007). Dentro de um processo
metodológico de treinamento, o nível de especificidade das atividades deve evoluir
proporcionalmente a evolução dos atletas. A especialização permite ao atleta se
dedicar quase exclusivamente as ações que serão de sua responsabilidade na equipe
(BOJIKIAN, 2009).
Assim, se forem delineadas e corroboradas a importância dessas funções em
tarefas específicas esportivas, podem ser elaborados intervenções e treinamentos
com maior qualidade, porém com redução do tempo de treinamento para
desenvolvimento de habilidades físicas. Isso promoveria o não desgaste de vários
outros aspectos da vida do atleta e promoveria diversos ganhos (TAKASE, 2005).
De forma geral, o progresso das tecnologias e a realização de estudos que
visam aos aspectos cognitivos em tarefas esportivas está ampliando cada vez mais
esta área de atuação. Esses estudos revelam a importância das habilidades
neuropsicológicas para o desempenho das atividades. Contudo, as pesquisas são
estrangeiras e não adaptadas para o Brasil, assim como os testes neuropsicológicos
(TAKASE, 2005). Isso ainda fortalece a justificativa de se realizar estudos no âmbito
da psicologia do esporte brasileira.
36
5. MATERIAS E METODOS
5.1 Tipo de Estudo
O presente estudo caracteriza-se como descritivo, de tipologia transversal, com
amostra não probabilística intencional e com emprego de análise comparativa entre as
variáveis. Pesquisa descritiva porque explora as relações das variáveis e a predição
existentes delimitando dessa maneira a coleta de dados nos mesmos sujeitos não
havendo manipulações (THOMAS; NELSON; SILVERMAN, 2012).
5.2 Amostra
Participaram deste estudo 203 sujeitos, de ambos os sexos (112 meninas e 91
meninos), com idades entre 10 a 13 anos, residentes no estado do Rio Grande do
Norte. A amostragem foi selecionada de forma aleatório não intencional. Os indivíduos
foram divididos em 2 grupos:
Grupo 1 – Grupo não praticantes de atividade esportiva: Formado por indivíduos
de escolas públicas e particulares, com total de 73 sujeitos;
Grupo 2 – Grupo praticantes de atividade esportiva: Formado por indivíduos de
escolas públicas e particulares, das modalidades voleibol, futebol, handebol, basquete,
dança, natação, tênis, ginastica e lutas, com total de 130 sujeitos.
5.3 Critérios de inclusão e exclusão
Os sujeitos foram selecionados a partir de critérios previamente estabelecidos
para a inclusão e exclusão nos grupos:
Grupo 1 – Grupo não praticantes de atividade esportiva: Os critérios de inclusão
respeitam o princípio da seletividade para o sujeito que estivesse dentro da faixa etária
10 a 13 anos, residente no RN, e que concordasse em participar assinando o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Os critérios de exclusão foram
aplicados para os sujeitos que não concluíram todas as avaliações (Idade Óssea,
Maturação e Stroop Test), que fizesse atividade esportiva com frequência mínima de
2x por semana, que apresentasse alguma síndrome genética identificada, déficit
37
cognitivo, e qualquer tipo de doença que viesse comprometer os resultados do estudo
ou oferecer risco ao próprio sujeito.
Grupo 2 – Grupo praticantes de atividade esportiva: Os critérios de inclusão
respeitam o princípio da seletividade para o sujeito que estivesse dentro da faixa etária
10 a 13 anos, residente no RN, que praticasse atividade esportiva no mínimo 1 ano
com frequência mínima de 2x por semana, e que concordasse em participar assinando
o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Os critérios de exclusão foram
aplicados para os sujeitos que não concluíram todas as avaliações (Idade Óssea,
Maturação e Stroop Test), com síndrome genética identificada, déficit cognitivo, e
qualquer tipo de doença que viesse comprometer os resultados do estudo ou oferecer
risco ao próprio sujeito.
A pesquisa seguiu rigorosamente os protocolos escolhidos para avaliação de
antropométrica, marcadores cognitivos e maturação, respeitando as normas de ética
em pesquisa, onde os procedimentos realizados foram previamente autorizados pelo
Comitê de Ética da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (CEP- UFRN), sob
o parecer (n°1249937/2015), atendendo aos itens propostos pela resolução 466/12 do
CNS-Brasil, assim como respeitando as normas internacionais de experimentação
com humanos (Declaração de Helsinque de 2000).
5.4 Procedimentos e Instrumentos
5.4.1 Avaliação Antropométrica
Os indivíduos foram avaliados descalços e usando roupas leves. Para o estudo,
a idade cronológica, massa e estatura corporais, uma dobra cutânea, um perímetro
corrigido de braço e dois diâmetros foram verificados, de acordo com os procedimentos
e na sequência descrita abaixo. Toda antropometria seguiu copiosamente a
padronização da International Society for Advancement in Kinanthropometry– ISAK
(MARFELL-JONES; STEWART; DE RIDDER, 2006).
Massa corporal: O sujeito posicionou-se em pé no centro da plataforma da
balança, procurando não movimentar-se. A massa foi registrada em quilogramas, com
38
precisão de 100 gramas. Utilizou-se uma balança eletrônica Filizola® 110, com
capacidade para 150 kg e divisões de 1/10 de kg.
Estatura Corporal: É a distância compreendida entre a planta dos pés e o ponto
mais alto da cabeça (vértex). O indivíduo ficou descalço ou usando meias finas. A
postura padrão recomenda ângulo reto com o estadiômetro, procurando colocar em
contato com o aparelho de medida os calcanhares, a cintura pélvica, a cintura
escapular e a região occipital. A cabeça ficou orientada no plano de Frankfurt. A
medida registrada em cm, estando o indivíduo em apnéia, após inspiração profunda.
Foi utilizado um estadiômetro Sanny ES2020®.
Perímetro corrigido do Braço (Pcb): Se refere ao perímetro do braço em
centímetros, subtraído pelo valor da dobra cutânea tricipital (TR) transformado em cm.
As medidas de dobras cutâneas foram realizadas no lado direito dos sujeitos e
repetidas três vezes sucessivas em cada local. Foi utilizada a média como valor da
medida ou dois valores coincidentes. O compasso de dobras cutâneas Harpenden®
(John Bull Indicators Ltd), foi utilizado para aferir as dobras.
Dobra Cutânea Tricipital (TR): O local da mensuração foi determinado através da
medida da distância entre a projeção lateral do processo acromial da escápula e a
borda inferior do olécrano da ulna, pelo uso de uma fita métrica, estando o cotovelo
flexionado a 90°. O ponto médio foi marcado na parte lateral do braço. A dobra foi
mensurada na linha média do bordo posterior do braço, sobre o músculo tríceps, no
ponto médio entre a projeção lateral do processo acromial da escápula e a margem
inferior do olécrano.
Diâmetro Biepicondiliano do Úmero (DU): Esta medida é a distância entre as
bordas externas dos epicôndilos medial e lateral do úmero. O indivíduo ficou em pé.
O braço, posicionado horizontalmente, com cotovelo e ombro em flexão próxima a
90°. O examinador ficou de pé, em frente ao avaliado e apalpou os epicôndilos medial
e lateral do úmero, com os dedos indicadores e polegar da mão esquerda. As hastes
do paquímetro foram colocadas em ângulo próximo a 45°.
39
Diâmetro Biepicondiliano do Fêmur (DF): Esta medida é a distância entre a borda
medial e lateral dos côndilos do fêmur. Estes pontos são conhecidos como os
epicôndilos medial e lateral. O sujeito sentou-se com flexão do joelho próximo a 90°.
O ponto aparente mais lateral do côndilo femural foi apalpado com os dedos indicador
e/ou médio da mão esquerda, enquanto os correspondentes dedos da mão direita
apalparam o ponto aparente mais medial do côndilo femural. As hastes do paquímetro
foram colocadas a 45° para baixo.
5.4.2 Avaliação da Idade Óssea
Foi utilizado o modelo preditor de idade óssea proposto por Cabral (2011) no
qual, a idade óssea é determinada a partir das variáveis antropométricas conforme a
equação:
Idade Óssea = -11,620 + 7,004(estatura) + 1,226.Dsexo + 0,749(idade) –
0,068(Tr) + 0,214(Pcb) – 0,588(Du) + 0,388(Df).
Onde: Tr= dobra cutânea tricipital, Pcb= perímetro do braço DU= diâmetro ósseo do
úmero, Df= diâmetro ósseo do fêmur e Dsexo = 0 para o sexo masculino e Dsexo = 1,
para o sexo feminino.
5.4.3 Avaliação da Idade Cronológica
A idade cronológica em anos foi determinada pela soma dos meses de vida do
indivíduo, a partir de sua data de nascimento dividida por 12, resultando, assim, em
sua idade cronológica em anos (MALINA; BOUCHARD, 2002).
5.4.4. Avaliação da Maturação
Malina e Bouchard (2002) classificam a maturação em atrasado, normal ou
acelerado. A classificação é obtida através da subtração entre o valor da idade óssea
em meses pela idade cronológica em meses. Após a subtração caso o indivíduo esteja
entre +12 e -12 em relação à idade cronológica em meses ele é classificado como
normal, acima do +12 encontra-se em classificação acelerado e caso o valor seja
inferior a -12 o indivíduo tem classificação maturacional atrasada.
40
5.4.5 Avaliação do Controle Inibitório
Para avaliação do controle inibitório, foi utilizado o Teste de Stroop seguindo o
protocolo de Córdova et al. (2008), onde o indivíduo em frente a um notebook marca
hp, tela de alta definição com 14 (quatorze) polegadas e processador Intel Core i3 de
cor vermelha, foi instruído pelo avaliador sobre o procedimento do teste, o qual realizou
duas vezes, sendo a primeira como familiarização do teste e a segunda onde foi
registrado o tempo do teste. O teste consistiu em três etapas, sendo a primeira e a
segunda de caráter congruente e a terceira etapa incongruente. O indivíduo com as
teclas de seta do notebook escolheu entre a resposta da direita ou da esquerda, com
as teclas de direção. Cada etapa consistiu em 12 estímulos e respostas, sendo
totalizados, 36 (trinta e seis) estímulos e respostas.
Na primeira etapa o estímulo foi para a cor do retângulo que poderia ser nas
cores Azul, Preto, Verde ou Vermelho, sendo com duas opções de respostas,
conforme figura 1 (a). Na segunda etapa o estímulo e a resposta poderiam ser na cor
branca, equivalendo dessa vez, o acerto no nome da palavra, continuando as palavras
Azul, Preto, Verde ou Vermelho, o indivíduo tinha que responder o nome da palavra
correta, exemplo ilustrado na figura 1 (b). Na terceira etapa o estímulo foi o
aparecimento do nome da cor descrito com outra cor, o indivíduo respondeu de acordo
com a cor do nome, as palavras descritas foram Azul, Preto, Verde ou Vermelho,
descritas com outra cor, conforme figura 1 (c). O teste foi realizado individualmente,
em um ambiente reservado, com uma sala fechada, iluminada, constando apenas o
avaliado e o avaliador, com temperatura de 20°C. Foi registado o tempo de reação da
segunda avaliação.
Figura 1 - Etapas das fases do Teste de Stroop (a) primeira etapa (congruente); (b) segunda etapa (congruente); (c) terceira etapa (incongruente).
41
5.5 Analise Estatística
A normalidade dos dados foi verificada pelo teste de Kolmogoroc-Smirnov,
sendo apresentada uma distribuição normal. Os dados foram reportados em valores
de tendência central (média, desvio padrão, valores mínimo e máximo) e frequência.
Para comparar o tempo de reação de acordo com o a prática esportiva e o estado
maturacional utilizou-se a análise multivariável (MANOVA) seguida do post hoc de
Bonferroni para verificar a diferença quando encontrado um valor de F significativo
entre os grupos. As análises foram realizadas através do software Statistical Package
for the Social Sciences – SPSS versão 20.0. O nível de significância estabelecido foi
de p< 0,05.
6. RESULTADOS
A tabela 1 apresenta os valores em percentuais das variáveis sexo, pratica
esportiva e estágios maturacionais.
Tabela 1 - Descrição da amostra.
VARIÁVEIS Frequência Relativa
Sexo
Masculino 44,8%
Feminino 55,2%
Prática Esportiva
Não praticante 36,0%
Praticante 64,0%
Maturação
Atrasado 20,7%
Normal 67,5%
Acelerado 11,8%
A tabela 2 ilustra a característica da amostra em relação à idade óssea e
cronológica e a descrição do desempenho no Stroop teste das crianças e
adolescentes, o qual reporta o tempo de reação total e nas respectivas etapas I, II e
III, bem como o número de erros totais e nas etapas do teste.
Tabela 2 - Descrição dos valores de idade óssea, cronológica e resultados do Stroop Test.
VARIÁVEIS Média e Desvio
Padrão
Valores
Mínimos
Valores
Máximos
42
Idade Cronológica 11,1 + 1,09 9,7 13,9
Idade Óssea 11,0 + 1,41 8,3 15,6
Stroop Test
TR Total (ms) 72419,75 + 13655,12 45791 127247
TR Etapa I (ms) 1713,60 + 299,27 1166,3 2635,7
TR Etapa II (ms) 1943,79 + 398,23 1234,7 3915,4
TR Etapa III (ms) 2365,99 + 464,03 1490,2 4089,8
Erro Total 4,64 + 5,09 - 22
Erro Etapa I 0,35 + 0,60 - 6
Erro Etapa II 0,24 + 0,60 - 11
Erro Etapa III 2,13 + 2,35 - 2
Na figura 2 observa-se que os sujeitos praticantes de atividade esportiva têm
resultados superiores de controle inibitório aos sujeitos não praticantes (F=31,82;
p<0,001), pois além de obterem menores valores de tempo de reação, apresentam
menores erros durante a etapa 3 (F=14,87; p<0,001).
43
Figura 2 - Comparação do tempo de reação e erros das etapas do Stroop Test de praticantes e não praticantes de atividades esportivas. Nota:*valor de p<0,01 entre os indivíduos praticantes e não praticantes na etapa 3 e nos erros da etapa 3.
Na Figura 3 observou-se nos resultados entre a maturação com o tempo de
reação na etapa 3 (F=2,63; p=0,074) e os erros da mesma etapa (F=0,18; p=0,829),
mostrando que os sujeitos normais e acelerados obtiveram os menores tempos e os
indivíduos no estágio atrasado obtiveram maiores tempos de reação. Em relação aos
erros pode-se observar que os indivíduos no estágio atrasado obtiveram menor
quantidade de erros, já os sujeitos dos estágios normal e acelerado apresentaram mais
erros. Assim os sujeitos classificados normais e acelerados conseguem ser rápidos
44
porém apresentam maior quantidade de erros, já os indivíduos atrasados gastam mais
tempo para realizar o teste porém erram menos.
Figura 3 - Comparação do tempo de reação e erros entre os diferentes estágios maturacionais de crianças e adolescentes.
Na Figura 4 observa-se nos resultados entre a maturação com o tempo de
reação de dos indivíduos não praticantes na etapa 3 (F=7,35; p<0,001) e os erros da
mesma etapa (F=0,074; p=0,074), mostrou que o tempo de reação dos não praticantes
no estágios atrasado são maiores ao compararmos com os normais que apresentaram
menores tempos. Em relação aos erros os sujeitos no estágio acelerado mostraram
45
menores quantidade de erros nessa etapa. Para os indivíduos praticantes observa-se
que os indivíduos atrasados são lentos para realizar a etapa, porem possuem menores
quantidades de erros.
Figura 4 - Comparação do tempo de reação e erros entre os diferentes estágios maturacionais de crianças e adolescentes praticantes de atividade esportiva. Nota:*valor de p<0,05 entre atrasados e normais praticantes na etapa 3.
A figura 5 é importante destacar que se refere aos valores totais de tempo de
reação (a soma de todas as etapas). Observa-se que os indivíduos praticantes de
atividade esportiva ao serem observados por estágios maturacionais os classificados
atrasados apresentam maiores tempo de reação, os sujeitos nos estágios normais e
46
acelerados apresentaram valores próximos e com menores tempos de reação. Os não
praticantes apresentaram comportamento semelhante porem as variações de tempo
foram maiores. Com isso, pode-se apontar que os sujeitos atrasados possuem um
controle inibitório inferior aos demais sujeitos em outros estágios maturacionais e que
os indivíduos nos estágios normais se destacam com os melhores resultados. Aos
observamos os grupos de praticantes e não praticantes, os sujeitos que não praticam
esportes apresentaram valores muito elevados, os praticantes de esporte por sua vez
apresentaram valores menores de tempo de reação, evidenciando que os praticantes
possuem um controle inibitório melhor. Contudo podemos observar também que há
uma variação de resultados significativa entres os indivíduos praticantes e não
praticantes de esportes ao observamos os estágios maturacionais.
Figura 5 - Tempo de reação nos diferentes níveis maturacionais de praticantes e não praticantes de atividade esportiva.
7. DISCUSSÃO
Os resultados encontrados (ver figura 2) demonstram que, os sujeitos
praticantes de atividade esportiva têm resultados superiores de controle inibitório aos
sujeitos não praticantes. No gráfico 3, observou-se que os sujeitos classificados
normais e acelerados conseguem ser rápidos porém apresentam maior quantidade de
47
erros, já os indivíduos atrasados gastam mais tempo para realizar o teste porém erram
menos. Para os indivíduos praticantes observa-se que os indivíduos atrasados são
lentos para realizar a etapa, porem possuem menores quantidades de erros (figura 4).
O desenvolvimento do componente de controle inibitório de funções executivas
avaliadas com o teste Stroop foi o foco do presente estudo, verificando a influência em
jovens praticantes de atividade esportiva e não praticantes em diferentes estágios
maturacionais. O desempenho de crianças e adolescentes com idades entre 9 e 13
anos demonstra que o desenvolvimento continua na adolescência (WELSH;
PENNINGTON; GROISSER, 1991).
Satterthwaite et al. (2014) observaram em seu estudo um grande impacto da
puberdade sobre o desenvolvimento da perfusão cerebral. Os autores avaliaram o
fluxo sanguíneo cerebral de 922 jovens entre oito e 22 anos e observaram que, ao
longo da adolescência, o fluxo cerebral em todo o córtex diminui consideravelmente,
inclusive no Córtex pré-frontal. O fluxo cerebral da massa cinzenta média sofreu um
declínio acentuado no fim da infância e início da adolescência até cerca dos 16-18
anos, seguido por um ligeiro aumento durante o início da fase adulta. A caracterização
da idade óssea e cronológica mostrou como os sujeitos possuem valores próximos, os
quais podemos justificar em virtude de os indivíduos estudados estarem no estágio de
maturação normal.
A adolescência é, atualmente, reconhecida como o maior e o mais dinâmico
período de desenvolvimento neuronal, durante o qual ocorrem as maiores
remodelações dos circuitos comportamentais. Estes aspetos prendem-se
principalmente com o aumento da capacidade funcional, alterações na distribuição
dopaminérgica, maturação do sistema límbico e desenvolvimento do córtex pré-frontal
(JOHNSON; BLUM; GIEDD, 2009). A mielinização é favorecida nas áreas corticais que
permaneceram intactas, aumentando assim a velocidade de transmissão de
informação nestas regiões e reforçando os circuitos neuronais mais utilizados. Tem-se
verificado que no córtex pré-frontal este reforço da mielinização só acontece após os
10 anos de idade (COUTINHO, 2013).
48
A partir disto podemos analisar que existe uma possibilidade de que os
indivíduos com uma melhor capacidade de inibir as respostas prepotentes podem ser
mais propensos a perseguir ou ser bem sucedidos em esporte onde este é
presumivelmente de benefício, embora consideremos que isso seja improvável e a
diferença vista como uma consequência da formação, corroborando com o estudo de
Tsai (2009) que demonstrou que o treinamento físico afeta o controle inibitório, usando
uma tarefa de sinal com paragem observou maior controle inibitório em jogadores de
tênis quando comparados com os controles sedentários, como mostrado por tempos
de reação de sinal de paragem mais curtos, indicando que um menor tempo foi
necessário para os jogadores de ténis de reterem as suas ações prepotentes (CHAN
et al., 2011; CREVITS et al., 2000; DI RUSSO et al., 2006; DI RUSSO; PITZALIS;
SPINELLI, 2003; FUJIWARA et al., 2009; KIDA; ODA; MATSUMURA, 2005;
NAKAMOTO; MORI, 2008).
O estudo de Kramer et al. (1999) não observou uma melhor capacidade de
exercer controle inibitório em nadadores, que mostraram tempos de reação de sinal
de paragem semelhantes aos controles sedentários. Apesar dos níveis estimados de
atividade física e aptidão aeróbica serem significativamente diferentes entre os dois
grupos, existe uma associação entre a aptidão física e o tempo de reação em tarefas
que requerem um alto poder de controle inibitório, flexibilidade cognitiva e ativação
cortical em crianças (BROWN; MARTINEZ; PARSONS, 2006; SCHÄFER; HUXHOLD;
LINDENBERGER, 2006; THEMANSON; HILLMAN; CURTIN, 2006; VERGHESE,
2006; WILLIAMS; ERICSSON, 2005). Em contraste com os nossos achados, pois
observamos em nossa pesquisa que os indivíduos praticantes de atividade esportiva
obtiveram resultados superiores de controle inibitório aos sujeitos não praticantes, pois
além de obterem menores valores de tempo de reação, apresentaram menores
quantidades de erros. Corroborando com os nossos achados Buck, Hillman e Castelli
(2008), observaram que crianças (sete a 12 anos de idade) com maior aptidão física,
ou seja, que praticam esportes, tiveram melhores resultados no teste de Stroop. Além
disso, a memória de reconhecimento também parece estar associada a um maior nível
de aptidão física em pré-adolescentes (nove e 10 anos de idade) (MALLOY-DINIZ et
al., 2008).
49
Tsujimoto, Kuwajima e Sawaguchi (2007) sugeriram que as funções pré-frontais
do cérebro, responsáveis pela inibição de respostas e pela memória de trabalho, são
fracionadas durante a infância entre as idades de cinco a seis anos e entre as idades
de oito a nove anos, o que permite exibir habilidades cognitivas mais complexas ao
longo da infância. Uma das explicações dos autores para as diferenças encontradas
entre as faixas etárias pesquisadas seria que as crianças mais velhas podem adotar
uma maior diversidade de estratégias cognitivas na resolução de provas
experimentais, quando comparadas as crianças mais novas. As crianças que se
encontram no estágio maturacional atrasado usam a capacidade de responder de
forma mais lenta porem com cuidado para não terem muitos erros durante o teste, não
levando em consideração o tempo da atividade, apesar de terem sidos orientados a
realizar o teste o mais rápido possível, o estudo de Stuss et al. (2001) explica que o
aumento do controle inibitório com a idade mostra que, quando a variável leitura de
palavras é mantida constante, parece estar intimamente relacionada com a maturação
nos lobos frontais. Os lobos frontais são relativamente imaturos durante a infância,
desenvolvendo pelo menos até o início da adolescência (CUMMINGS, 1993) e
desempenho Stroop é altamente ligado ao funcionamento do lobo frontal medial
superior, concretamente a área motora suplementar de ambos os hemisférios (STUSS
et al., 2001).
Para os erros de omissão, uma explicação possível às correlações encontradas
no estudo de Lemes (2013) é o salto maturacional das crianças em seus desempenhos
para realizar as duas tarefas que avaliam controle inibitório, sendo que as crianças
mais novas à medida que erram na tarefa go/no-go também erram na tarefa de Stroop
e, como já foi discutido, erram mais comparadas com as crianças mais velhas. A
maturação das regiões pré-frontais tem forte relação com o desenvolvimento cognitivo
das crianças, o que é evidenciado pelo aumento das aptidões relacionadas à
linguagem, criatividade e capacidade atentiva ao longo do desenvolvimento
cronológico. O amadurecimento destas regiões frontais permite à criança uma maior
capacidade de concentração, autocontrole e atenção devido ao funcionamento
adequado do controle inibitório (MALLOY-DINIZ et al., 2008; MIRANDA; MUSZKAT;
DE MELLO, 2012). A partir disso, nossos achados afirmam os sujeitos classificados
50
normais e acelerados são mais rápidos porém apresentam maior quantidade de erros
quando comparados aos atrasados.
Os resultados sugerem que os padrões de maturação são altamente
dependentes da tarefa empregada, sugerindo que as diferentes tarefas, apesar de
todas as medidas consideradas de controle inibitório, provavelmente estão analisando
diferentes componentes dessa função executiva. Outra possibilidade é que as
diferentes tarefas de medição podem ser a mesma função cognitiva, mas com
sensibilidade diferente (WELSH; PENNINGTON; GROISSER, 1991). Nossos
resultados podem ser justificados através do estudo de Sisk e Foster (2004) ao afirmar
que existem algumas possíveis explicações para a ausência de efeitos benéficos da
atividade física sobre as demais tarefas cognitivas. É possível especular que as
crianças da faixa etária estudada estejam sujeitas a alterações maturacionais
gradativas, que podem afetar o sistema nervoso central e, por consequência, o
desempenho cognitivo.
Nesse contexto, cabe ressaltar que pouco se sabe acerca dos possíveis
mecanismos fisiológicos envolvidos na melhora cognitiva de crianças saudáveis
fisicamente ativas, tampouco sobre qual o volume de atividade física necessário para
que ocorram benefícios na função cerebral (TOMPOROWSKI et al., 2008a, 2008b).
Dessa forma, outros estudos corroboram com os nossos resultados, como o de Cragg
e Nation (2008), que sugerem que as crianças mais velhas se tornam mais efetivas
em controlar suas respostas comportamentais, o que leva a melhorias no
desenvolvimento da resposta inibitória com a idade. Os resultados de Lagattuta,
Sayfan e Monsour (2011) também estão de acordo com a presente pesquisa no
tocante às diferenças entre os tempos de reação dos grupos etários estudados,
indicando um declínio constante dos tempos de reação ao longo das idades.
Para análise dos erros cometidos, os resultados do estudo de Lorsbach e
Reimer (2011) mostram contraste com os nossos resultados ao revelarem que as
crianças apresentaram maior taxa de erros nas condições em que havia maior atraso
entre a apresentação das telas, o que pode ter contribuído com possíveis distrações
51
das crianças entre as condições experimentais quando comparadas a taxa de erros
cometidos pelos adultos nas mesmas condições. De maneira geral, os resultados
indicaram que as crianças tiveram mais dificuldade em manter as respostas corretas
nas tarefas de inibição de informações irrelevantes ou ainda na etapa mais complicada
que seria a etapa incongruente.
Dessa forma, constatou-se, por meio das análises na comparação do tempo de
reação e erros de acordo com os estágios maturacionais entre crianças e adolescentes
praticantes e não praticantes de atividade, que os sujeitos que praticam esportes
conseguem demonstrar melhor controle inibitório em relação aos indivíduos que não
praticam esportes, apresentando melhores resultados em todas as etapas do teste
além de menor quantidade de erros. Obtivemos resultados significativos ao nos
estágios maturacionais dos indivíduos não praticantes de esporte, verificamos que os
indivíduos normais e acelerados apresentam resultados melhores que os atrasados.
Os estudos de Ozel, Larue e Molinaro (2004) corroboram os nossos achados quando
estão de acordo com a afirmação de que existe uma ligação entre o desporto e a
capacidade de realizar transformações de imagem mental e essa capacidade pode
não ser uma especificidade do desporto. Isso também pode apoiar o conceito de
cognição motora, que vê o sistema motor como participando de processamento mental
(HAGGARD, 2005), estes resultados podem ter sido taxativos devido a falta da pratica
esportiva, o que faz com que esses inviduos tenham resultados inferiores aos demais.
Assim, nossos resultados podem ser justificados a partir do estudo de Wang et
al. (2013) que sugerem que os esportes envolvendo altas demandas de capacidade
cognitiva, podem desenvolver controle inibitório superior com respeito aos esportes
em que o ambiente de treinamento é altamente consistente, previsível e de
autoaprendizagem para os jogadores. O estudo de Chan et al. (2011) encontraram
esgrimistas de alta aptidão mostrando superioridade no controle inibitório em relação
aos não-atletas enquanto esgrimistas de com baixa aptidão não o fizeram, indicando
a importância da combinação de componentes de habilidades físicas e cognitivas para
a melhoria cognitiva.
52
Bojikian et al. (2005) questiona a correlação entre essas variáveis e a maturação
no indivíduo, justificando tal fato nas rápidas mudanças que ocorrem nas fases de pico
de desenvolvimento maturacional e provocam alterações, tais como célere ganho de
massa muscular e estatura, interferindo em capacidades coordenativas, de agilidade
e velocidade (VEIGA, 2009). Aos compararmos os tempos de reação total dos grupos
de praticantes e não praticantes os sujeitos que não praticam esportes apresentaram
valores muito elevados em relação ao outro grupo, mostrando que os praticantes
possuem um controle inibitório melhor do que os não praticantes. Esses resultados
podem ser de grande importância para elucidar a influência do exercício sobre a
eficiência do controle inibitório e, por conseguinte, contribuir para o processo de
aprendizagem em ambiente escolar (CYPEL et al., 2006).
Nossos resultados corroboram com o estudo de Pontifex et al. (2013) que
afirmar que a influência do exercício promoveu o desempenho do controle inibitório e
está de acordo com as evidências de estudos conduzidos com crianças e adultos
jovens saudáveis (ENDO et al., 2013; LI et al., 2014; YANAGISAWA et al., 2010).
Como a intensidade do exercício é um fator importante para potencializar o
desempenho cognitivo pós-exercício (CHANG et al., 2012), adotou-se, no neste
estudo, um protocolo de exercício em intensidade vigorosa, que, além de ser indicada
pela Organização Mundial de Saúde para adolescentes (WHO, 2010), seria adequada
para induzir os mecanismos fisiológicos responsáveis a favorecer o desempenho
cognitivo (CYPEL et al., 2006). Nossos dados concordam com o estudo de Cypel et al.
(2006) anteriormente onde o exercício aeróbio parece ter sido uma ferramenta capaz
de influenciar agudamente os mecanismos fisiológicos responsáveis a favorecer o
desempenho do controle inibitório. Os mecanismos ainda são um tanto controversos
e pouco explorados, porém a principal hipótese fisiológica que pode explicar esses
efeitos se refere ao aumento do fluxo sanguíneo cerebral, o que poderia reverberar
sobre o desempenho cognitivo pós-exercício (ENDO et al., 2013; LI et al., 2014;
YANAGISAWA et al., 2010).
O estudo de Riccio, Reynolds e Lowe (2001) demonstrou que o controle
inibitório continua amadurecendo durante a adolescência, um período de tempo de
53
vida, onde, mais dados são necessários para ter uma visão abrangente de
desenvolvimento de funções executivas. Assim, o desenvolvimento do controle
inibitório parece ser um processo não uniforme. Como a inibição refere-se à habilidade
de suprimir uma resposta dominante e automática, em crianças pré-escolares, há uma
diminuição dos erros em inibir respostas ao longo da idade. Além disso, Malloy-Diniz
et al. (2008) afirmam que as funções executivas apresentam uma aceleração em seu
processo maturacional. De acordo com Holden (2004), muitas pesquisas e estudos de
diferentes áreas assumem que a linguagem e o sistema motor humano estão
intimamente associados e apresentam áreas cerebrais associadas e relacionadas nos
dois hemisférios cerebrais. Nesse sentindo, Xue, Aron e Poldrack (2008) mostraram
que as mesmas áreas corticais desempenham um papel tanto na emissão de
respostas vocais quanto para respostas motoras.
9. CONCLUSÃO
Podemos concluir que ao compararmos os indivíduos que praticam esportes e
não praticam esportes, os indivíduos praticantes apresentaram melhores resultados
de controle inibitório em relação aos que não praticam esporte, apresentando menores
valores de tempo de reação e menor quantidade de erros. Sendo possível ainda
observar melhor desempenho de tempo de reação para os sujeitos classificados no
estado maturacional normal e acelerado quando comparado com os atrasados. Dessa
forma fica evidente a importância dos estudos que relacionam a maturação para
ciências do esporte, sendo ela um fator de influência em variáveis como controle
inibitório, que é considerado um diferencial de desempenho nas modalidades
esportivas que utilizam grandes variações de movimento e exigem rápidas tomadas
de decisão, levando em consideração que os indivíduos nos processos de detecção
esportiva devem ser avaliados de forma geral e não apenas características
especificas.
54
10. COMETÁRIOS E SUGESTÕES
Sugerimos que em pesquisas futuras possam considerar testar se as
habilidades sensório-cognitivas dos indivíduos que praticam esportes podem ser
melhoradas através destes testes sensório-cognitivos, facilitando a transferência
efetiva desta habilidade adquirida definido para os domínios desportivos, sendo
relevantes para estudos de capacidade cognitiva principalmente no processo de
seleção esportivo.
9. REFERENCIAS
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BARKLEY, R. A.; ROIZMAN, L. S. Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH). Porto Alegre: Artmed, 2002.
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APÊNDICES
FICHA DE AVALIAÇÃO
NOME:_______________________________________________________
TELEFONE:_______________________ DATA NASC:____/____/____
SEXO: M ( ) F ( ) DATA DA AVALIAÇÃO: ____/____/___
MENARCA: NÃO ( ) SIM ( ) Data: ----------/----------/-------------
IMAGEM CORPORAL
IMAGEM ATUAL: __________________ IMAGEM DESEJADA:_______________
ANTROPOMETRIA
PESO: ____________ P. BRAÇO:___________ D. FEMURAL:_______
ESTATURA:__________
PCB: ________________
PERNA: _____________
D. UMERAL:________
DOBRAS CUTÂNEAS
TR SE SI PERNA MEDIAL
______________ _______________ _______________ ________________
______________ _______________ _______________ ________________
______________
_______________ _______________ ________________
TEMPO DE REAÇÃO
______________
______________
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Esclarecimentos
Estamos solicitando a você a autorização para que o menor pelo qual você é responsável
participe da pesquisa: “Relação da maturação com o tempo de reação em esportistas de diferentes
modalidades e não esportistas”, que tem como pesquisador responsável Professora Ma Vanessa
Carla Monteiro Pinto.
Esta pesquisa pretende verificar a influência da maturação no tempo de reação de esportistas
em diferentes modalidades e em não esportistas.
O motivo que nos leva a fazer este estudo é identificar a provável relação que existe da
influencia que a maturação irá ter em relação ao tempo de reação dos esportistas, tendo em vista que
os indivíduos que não praticam esportes podem não ter o tempo de reação da mesma forma que os que
praticam esportes.
Caso você decida autorizar, ele deverá inicialmente ser submetido à avaliação física e
realização de teste de tomada de decisão.
Em caso de algum problema que ele (a) possa ter, relacionado com a pesquisa, ele(a) terá
direito a assistência gratuita que será prestada de esclarecimento e resposta a qualquer pergunta; a
liberdade de abandonar a pesquisa a qualquer momento sem prejuízo para si; a garantia de privacidade
à sua identidade e do sigilo de suas informações; a garantia de que caso haja algum dano à criança os
prejuízos serão assumidos pelos pesquisadores ou pela instituição responsável, inclusive
acompanhamento médico e hospitalar. Os responsáveis por essa assistência total será a professora
auxiliar Thaisys Blanc dos Santos Simões e o professora responsável Vanessa Carla Monteiro Pinto.
Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas procurando os
pesquisadores através do endereço ou pelos telefones: Thaisys Blanc dos Santos Simões: Av. Abel
Cabral, n 2400, Apto 907, Bloco 5, Parnamirim, RN. Telefones de contato: (084) 99862-5270. E-mail de
contato: [email protected]; Professora Ma Vanessa Carla Monteiro Pinto – E-mail:
[email protected] – Fone: (084) 99149-4439.
Você tem o direito de recusar sua autorização, em qualquer fase da pesquisa, sem nenhum
prejuízo para você e para ele (a).
Os dados que ele (a) irá nos fornecer serão confidenciais e serão divulgados apenas em
congressos ou publicações científicas, não havendo divulgação de nenhum dado que possa identificá-
lo (a). Esses dados serão guardados pelo pesquisador responsável por essa pesquisa em local seguro
e por um período de 5 anos. Se você tiver algum gasto pela participação dele(a) nessa pesquisa, ele
será assumido pelo pesquisador e reembolsado para você. Se ele (a) sofrer algum dano
comprovadamente decorrente desta pesquisa, ele (a) será indenizado.
Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá ligar para o Comitê de Ética em
Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, telefone 3215-3135.
Este documento foi impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra com o pesquisador
responsável Professora Ma Vanessa Carla Monteiro Pinto.
Consentimento Livre e Esclarecido
Eu, ____________________________________________, representante legal do menor
____________________________________________, autorizo sua participação na pesquisa:
“Relação da maturação com o tempo de reação em esportistas de diferentes modalidades e não
esportistas”.
Esta autorização foi concedida após os esclarecimentos que recebi sobre os objetivos,
importância e o modo como os dados serão coletados, por ter entendido os riscos, desconfortos e
benefícios que essa pesquisa pode trazer para ele (a) e também por ter compreendido todos os direitos
que ele (a) terá como participante e eu como seu representante legal.
Autorizo, ainda, a publicação das informações fornecidas por ele (a) em congressos e/ou
publicações científicas, desde que os dados apresentados não possam identificá-lo (a).
Natal, _____ de _______________de_____.
____________________________________________
Assinatura do representante legal
Impressão datiloscópica do
representante legal
TERMO DE ASSENTIMENTO
Através deste termo esclareço que aceito participar da pesquisa “RELAÇÃO DA MATURAÇÃO COM O
TEMPO DE REAÇÃO EM ESPORTISTAS DE DIFERENTES MODALIDADES E NÃO ESPORTISTAS”,
coordenada pela Professora Ma Vanessa Carla Monteiro Pinto.
Como sou menor de idade (ou legalmente incapaz), meu responsável legal assinou um Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido onde o pesquisador responsável explica a maneira como a pesquisa será
realizada, todos os meus direitos, riscos e benefícios que terei ao participar dessa pesquisa.
Nesse mesmo um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido o pesquisador responsável declarou que
cumprirá tudo que ele esclareceu e prometeu.
Juntamente com o meu representante legal (pai, mãe ou outro), recebi, de forma que entendi, explicações
sobre essa pesquisa e os endereços onde devo tirar minhas dúvidas sobre a pesquisa e se a mesma é eticamente
aceitável.
Depois de conversar com meu representante legal, resolvi voluntariamente:
Natal, ____ de _____________de______
Meu nome é = ________________________________________________
___________________________________________ Assinatura do participante
___________________________________________ Assinatura de uma testemunha
___________________________________________ Assinatura do pesquisador responsável
Impressão datiloscópica do
participante
( ) Participar = Eu aceito!
( ) Não participar = Eu não
quero!