marcadores cognitivos e prÁtica esportiva em jovens de … · momentos de aflição e por todos os...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO-SENSU EM EDUCAÇÃO FÍSICA MARCADORES COGNITIVOS E PRÁTICA ESPORTIVA EM JOVENS DE 10 A 13 ANOS NOS DIFERENTES ESTÁGIOS MATURACIONAIS THAISYS BLANC DOS SANTOS SIMÕES NATAL - RN 2017

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Page 1: MARCADORES COGNITIVOS E PRÁTICA ESPORTIVA EM JOVENS DE … · momentos de aflição e por todos os ensinamentos diretos ou indiretos que sempre ... momentos que vivi com vocês e

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO-SENSU EM EDUCAÇÃO FÍSICA

MARCADORES COGNITIVOS E PRÁTICA ESPORTIVA EM JOVENS DE 10 A 13 ANOS NOS DIFERENTES ESTÁGIOS

MATURACIONAIS

THAISYS BLANC DOS SANTOS SIMÕES

NATAL - RN 2017

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MARCADORES COGNITIVOS E PRÁTICA ESPORTIVA EM JOVENS DE 10 A 13 ANOS NOS DIFERENTES ESTÁGIOS

MATURACIONAIS

THAISYS BLANC DOS SANTOS SIMÕES

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Educação Física.

Orientador: Prof. Dr. Breno Guilherme de Araújo Tinoco Cabral

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências da Saúde - CCS

Simões, Thaisys Blanc dos Santos.

Marcadores cognitivos e prática esportiva em jovens de 10 a 13

anos nos diferentes estágios maturacionais / Thaisys Blanc dos

Santos Simões. - Natal, 2017. 70f.: il.

Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Educação

Física . Centro de Ciências da Saúde. Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Orientador: Prof. Dr. Breno Guilherme de Araújo Tinôco Cabral.

1. Esporte - Adolescentes - Dissertação. 2. Controle

inibitório - Dissertação. 3. Capacidades cognitivas -

Dissertação. 4. Maturação - Dissertação. I. Cabral, Breno

Guilherme de Araújo Tinôco. II. Título.

RN/UF/BS-CCS CDU 796-053.6

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THAISYS BLANC DOS SANTOS SIMÕES

MARCADORES COGNITIVOS E PRÁTICA ESPORTIVA EM JOVENS DE 10 A 13 ANOS NOS DIFERENTES ESTÁGIOS

MATURACIONAIS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Educação Física.

Orientador: Prof. Dr. Breno Guilherme de Araújo Tinoco Cabral

COMISSÃO EXAMINADORA:

___________________________________________________

Prof. Dr. Breno Guilherme de Araújo Tinoco Cabral

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

___________________________________________________

Prof. Dr. Eduardo Bodnariuc Fontes

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

___________________________________________________

Prof. Dra. Bruna Brandão Velasques

Universidade Federal do Rio de Janeiro

Aprovado em: 22 de fevereiro de 2017

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DEDICATÓRIA

Com amor dedico este trabalho:

A Deus que todos os dias não me abandonou e

nunca abandonará sempre me fortalecendo e

mostrando que seus planos são realizados no

momento certo. A minha mãe Mara, que durante

toda a minha existência foi meu grande suporte e

exemplo vivo de lutas e superações pelos estudos e

pela vida. Ao meu noivo João Paulo, que sempre foi

meu companheiro/amigo fiel, me mostrando os

melhores caminhos e me apoiando em todas as

decisões.

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AGRADECIMENTOS

Com carinho agradeço:

A Deus, por estar sempre comigo e por me fortalecer com fé e sabedoria,

sempre me ensinando que tudo que sonhamos e acreditamos acontece no momento

certo e por manifestar seu amor constante em todos os meus dias.

A minha mãe Mara, por todo amor, paciência e companheirismo dedicados a

mim durante toda a vida, por todos os ensinamentos espirituais, acadêmicos e afetivos,

sem você eu jamais teria chego até aqui.

Ao meu eterno companheiro e noivo João Paulo, pela paciência, compreensão

e amor, sempre me apoiando nos momentos mais difíceis e todas as decisões.

A minha família em especial meus avós Risoleta e Antônio pelo exemplo de

vida e amor, a minha Tia Vera e meu Tio Sergio, que por muitos anos foram/são meus

pais adotivos e contribuíram de forma significativa para minha vida, a minha madrinha

Socorro Mendonça pelo incentivo nos estudos e nesta profissão, e aos meus primos

que são pessoas com quem mantenho laços eternos.

A minha segunda família João, Bete, Carol e Anne Araújo, por me acolherem

com carinho e respeito, e pelos momentos de apoio que foram fundamentais.

As minhas primas-irmãs Aline e Juliana Blanc, que em todos os momentos

estiveram incansavelmente ao meu lado me apoiando e sendo minhas eternas

companheiras, principalmente nos momentos mais difíceis.

A minha melhor amiga e companheira fiel Marília Rodrigues, por todos os

ensinamentos, sem nunca negar-me qualquer ajuda e pela amizade sincera que

carregarei para sempre. Não sei o que seria de mim sem você nessa terra potiguar,

você com certeza foi fundamental para eu chegar até aqui.

O meu melhor amigo/irmão Bibi Tavares, pela amizade sincera e por todas as

conversas de apoio. Durante esse tempo que lhe conheci descobrimos diversas

afinidades que fortaleceram ainda mais nossa amizade, espero que ela permaneça

intacta por muitos e muitos anos.

A minha amiga e companheira de estudo Renata Nacer, por todos os momentos

de aflição compartilhados, você foi minha “irmã de placenta do mestrado”, pois

iniciamos juntas essa caminhada e como Deus permitiu hoje estamos fechamos mais

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um ciclo juntas como havíamos planejado. Obrigada pelos ensinamentos, por toda

ajuda e pela amizade sincera.

Ao meu orientador e professor Dr. Breno Cabral, pela compreensão nos

momentos de aflição e por todos os ensinamentos diretos ou indiretos que sempre

contribuíram para minha formação durante o mestrado e futuramente profissional.

Sempre lhe digo isso mais quero agradecer novamente pois o senhor foi mais que um

professor/orientador foi realmente um pai, então, obrigada por me escolher sem me

conhecer e ter apostado em mim, espero jamais lhe decepcionar.

Aos amigos do grupo de pesquisa GEPEMAC: Emílio Simplício, Vanessa

Pinto, Leandro Medeiros, Matheus Peixoto, Izabelle Dantas, Keziane Rosendo,

Petrus Gantois, Patrício Ruan e Eduardo Santana, queria agradecer pela amizade

de todos que foi muito importante para a concretização desde trabalho, sem a união

deste grupo jamais existiria pesquisa e espero que possamos permanecer unidos e

continuar contribuindo para a ciência, pois jamais chegaremos a lugar algum sozinho.

Ao Prof. Dr. Paulo Dantas, o que falar do senhor? Foi com toda certeza mais

que um professor foi um amigo querido, que escutou minhas angustias, que me

ensinou tanta coisa durante esses dois anos e principalmente disse as palavras certas

em um dos momentos mais difíceis da minha vida. E eu jamais poderia deixar de

agradecer por tudo desde a conversa para a entrada do mestrado até hoje, pois se

cheguei aqui hoje o senhor foi fundamental para que tudo isso acontecesse.

Ao professor Dr. Eduardo Fontes, por todas as contribuições feitas neste

trabalho, que foram fundamentais para o enriquecimento deste.

Ao grupo de pesquisa AFISA, onde conheci as melhores pessoas, onde todos

me acolheram com tanto carinho e atenção, gostaria de agradecer, por todos os

momentos que vivi com vocês e são amizades que quero levar para sempre comigo.

Então obrigada Renata Rangel, José Carlos Gomes, Ricardo Andrade, Michelle

Vasconcelos, Elys Costa, Evelyn Gouveia, Jeferson Tafarel, Leonardo Dantas,

Jonathas Silveira, Carlos Barreto, Daniela Coutinho, Isis Kelly, Kesley, Gidyenne,

Juliany Souza e Ana Camila Campelo. Porém existem alguns que precisam ser

destacados pois foram anjos que me iluminaram em alguns momentos difíceis que

passei com esse trabalho, meu muitíssimo obrigada Jason Medeiros, Rafaella

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Catherine, Racquel Guimarães, Radamés Medeiros, Scheila Pinheiro e Tatiane

Lima, sem a ajuda de vocês esse trabalho não teria acontecido.

Aos profs. Dr. Bruna Velasques e Pedro Ribeiro, Deus coloca anjos na nossa

vida que nos acolhem de uma forma que jamais esperamos, e com certeza vocês

foram esses anjos, não tenho palavras para agradecer o carinho e cuidado que tiveram

comigo durante as estadias em suas casas e no Laboratório de Mapeamento Cerebral

Sensório-Motor no IPUB-RJ/ Laboratório de Neuropsicologia e Neurofisiologia da

Atenção IPUB/UFRJ. Com vocês aprendi o verdadeiro sentido da palavra humildade e

carrego vocês sempre em meus pensamentos como inspiração para a vida na

docência.

Agradeço a toda equipe e alunos do Colégio Marista, da Escola Estadual

Emília Ramos e do Projeto Compartilhar, obrigado por acreditarem nessa pesquisa

e aceitarem participar.

A Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal de Nível Superior (CAPES)

por ter sido fonte de financiamento para realização desse projeto.

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Talvez não tenha conseguido fazer o

melhor, mas lutei para que o melhor

fosse feito. Não sou o que deveria ser,

mas graças a Deus, não sou o que era

antes.

(Marthin Luther King)

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO........................................................................................... 16

2. JUSTIFICATIVA ........................................................................................ 18

3. OBJETIVOS .............................................................................................. 19

3.1 Geral ..................................................................................................... 19

3.2 Específicos ........................................................................................... 19

4. REVISÃO DE LITERATURA ..................................................................... 19

4.1 Maturação............................................................................................. 19

4.2 Esporte e Maturação ............................................................................ 22

4.3 Capacidades Cognitivas ....................................................................... 24

4.3.1 Funções Executivas ....................................................................... 24

4.3.2 Atenção Seletiva ............................................................................. 27

4.3.3 Controle Inibitório ........................................................................... 29

4.3.4 Tempo de Reação .......................................................................... 30

4.4 Capacidades Cognitivas, Esporte e Maturação .................................... 32

5. MATERIAS E METODOS .......................................................................... 36

5.1 Tipo de Estudo ..................................................................................... 36

5.2 Amostra ................................................................................................ 36

5.3 Critérios de inclusão e exclusão ........................................................... 36

5.4 Procedimentos e Instrumentos ............................................................. 37

5.4.1 Avaliação Antropométrica ............................................................... 37

5.4.2 Avaliação da Idade Óssea .............................................................. 39

5.4.3 Avaliação da Idade Cronológica ..................................................... 39

5.4.4. Avaliação da Maturação ................................................................ 39

5.4.5 Avaliação do Controle Inibitório ...................................................... 40

5.5 Analise Estatística ................................................................................ 41

6. RESULTADOS .......................................................................................... 41

7. DISCUSSÃO ............................................................................................. 46

9. CONCLUSÃO ............................................................................................ 53

10. COMETÁRIOS E SUGESTÕES .............................................................. 54

9. REFERENCIAS ......................................................................................... 54

APÊNDICES .................................................................................................. 65

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LISTA DE ABREVIAÇÕES E SIGLAS

CI – Controle Inibitório TCLE – Termo de Consentimento e Livre Esclarecido CNS – Conselho Nacional de Saúde CEP – Comitê de Ética em Pesquisa UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. ISAK – International Society for Advancement in Kinanthropometry TR – Dobra Triciptal PcB – Perímetro Corrigido de Braço DU – Diâmetro de Úmero DF – Diâmetro de Fémur MANOVA – Analise Multivariada TR – Tempo de Reação DP – Desvio Padrão Ms – Milissegundos PE – Praticantes de Esporte NP – Não Praticantes

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Descrição da amostra. ............................................................................. 41

Tabela 2 - Descrição dos valores de idade óssea, cronológica e resultados do Stroop

Test........................................................................................................................... 41

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Etapas das fases do Teste de Stroop (a) primeira etapa (congruente); (b) segunda

etapa (congruente); (c) terceira etapa (incongruente). ............................................................ 40

Figura 2 - Comparação do tempo de reação e erros das etapas do Stroop Test de praticantes

e não praticantes de atividades esportivas. ............................................................................. 43

Figura 3 - Comparação do tempo de reação e erros entre os diferentes estágios maturacionais

de crianças e adolescentes. ..................................................................................................... 44

Figura 4 - Comparação do tempo de reação e erros entre os diferentes estágios maturacionais

de crianças e adolescentes praticantes de atividade esportiva. ............................................. 45

Figura 5 - Tempo de reação nos diferentes níveis maturacionais de praticantes e não

praticantes de atividade esportiva. ........................................................................................... 46

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RESUMO

MARCADORES COGNITIVOS E PRÁTICA ESPORTIVA EM JOVENS DE 10 A 13 ANOS DE DIFERENTES ESTÁGIOS MATURACIONAIS

Autor: THAISYS BLANC DOS SANTOS SIMÕES Orientador: Prof. Dr. BRENO GUILHERME ARAÚJO TINOCO CABRAL

O desenvolvimento das capacidades cognitivas e a promoção da saúde são importantes variáveis no crescimento e desenvolvimento biológico. Com isso, o neurodesenvolvimento vem sendo colocado como importante fator para melhorar o desempenho no esporte de crianças e adolescentes. O presente estudo teve como objetivo verificar a influência da prática esportiva no controle inibitório de jovens de 10 a 13 anos em diferentes estágios maturacionais. Foram avaliados 203 sujeitos de ambos os sexos, com idades entre 10 a 13 anos. Para metodologia utilizou-se os protocolos de predição de idade óssea para avaliação da maturação e Teste de Stroop para avaliação de controle inibitório. Os testes estatísticos utilizados foram a análise multivariável (MANOVA) seguida do post hoc de Bonferroni. Verificou-se significância nas diferenças entre o tempo de reação e erros na etapa 3 do Stroop Test entre os praticantes e não praticantes de esporte, observou-se que os praticantes obtiveram menores tempo de reação e erros comparado aos não praticantes de atividades esportivas. Ao observar os estágios maturacionais os sujeitos normais e acelerados obtiveram os menores tempos e os indivíduos no estágio atrasado maiores tempos de reação. Nos erros pode-se observar que os indivíduos no estágio atrasado obtiveram menor quantidade de erros, os sujeitos dos estágios normal e acelerado apresentaram mais erros. O tempo de reação dos não praticantes no estágio atrasado são maiores ao compararmos com os normais que apresentaram menores tempos. Em relação aos erros os sujeitos no estágio acelerado mostraram menores quantidade de erros nessa etapa. Para os indivíduos praticantes observa-se que os indivíduos atrasados são lentos para realizar a etapa, porem possuem menores quantidades de erros. Dessa forma, pode-se concluir que as crianças e adolescentes que praticam esporte apresentam maior controle inibitório em relação aos que não praticam atividades esportivas. Em relação aos resultados de tempo de reação nos estágios maturacionais observou-se que os sujeitos classificados normais e acelerados conseguem ser rápidos porém apresentam maior quantidade de erros, já os indivíduos atrasados gastam mais tempo para realizar o teste porém erram menos.

Palavras-chave: Controle inibitório; Maturação; Capacidades cognitivas; Esporte.

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ABSTRACT

MARKERS COGNITIVE AND PRACTICE SPORTS IN YOUNG PEOPLE 10 TO 13 YEARS OF DIFFERENT MATURATIONAL STAGES.

Author: THAISYS BLANC DOS SANTOS SIMÕES Supervisor: Prof. Dr. BRENO GUILHERME ARAÚJO TINOCO CABRAL

The development of cognitive skills and health promotion are important variables in the growth and biological development, therefore, neurodevelopment has been placed as an important factor to improve performance in sports of children and adolescents. The present study aimed to verify the influence of sports practice on the inhibitory control of young people aged 10 to 13 years in different maturational stages. We evaluated 203 subjects of both sexes, aged between 10 and 13 years. For the methodology, bone age prediction protocols for maturation evaluation and Stroop Test used were for the evaluation of inhibitory control. The statistical tests used were the multivariable analysis (MANOVA) followed by Bonferroni post hoc. Significance found was in the differences between reaction time and errors in stage 3 of the Stroop Test between practitioners and non-practitioners. It was observed that practitioners obtained less reaction time and errors compared to non-practitioners. When observing the maturational stages, the normal and accelerated subjects obtained the shortest times and the individuals in the delayed stage had the greatest reaction times. In the errors it observed could be that the individuals in the delayed stage obtained smaller number of errors, the subjects of the normal and accelerated stages presented more errors. The reaction time of non-practitioners in the delayed stage is higher when compared to the normals that presented the shortest times. Regarding the errors, the subjects in the accelerated stage showed smaller number of errors in this stage. For the practicing individuals observed it is that the delayed individuals are slow to perform the step, but they have smaller amounts of errors. Thus, it concluded can be that children and adolescents who play sports have greater inhibitory control in relation to those who do not practice sports activities. Regarding the results of reaction time in the maturational stages, it observed was that the normal and accelerated subjects were able to be fast but present a greater amount of errors, since the delayed individuals spend more time to perform the test but err less.

Keywords: Inhibitory Control; Maturation; Cognitive Capabilities; Sport.

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1. INTRODUÇÃO

O desenvolvimento das capacidades cognitivas e a promoção da saúde são

importantes variáveis no crescimento e desenvolvimento biológico. Com isso, o

neurodesenvolvimento vem sendo colocado como importante fator para melhorar o

desempenho no esporte de crianças e adolescentes, principalmente quando

comparado aos indivíduos que não praticam esportes (HERTING et al., 2014; KHAN;

HILLMAN, 2014). Estudos sobre o controle motor buscam investigar como os

movimentos são coordenados, e quais estruturas neurais são responsáveis por toda a

complexidade de fatores envolvidos, tais como etapas e conexões cerebrais entre

ação motora e processos sensoriais, envolvendo aprendizagens motoras contínuas e

aprimoramento pela prática repetitiva entre processamentos automáticos e voluntários.

Estudos sobre aprendizagem e desenvolvimento motores focalizam as mudanças no

comportamento motor em relação às necessidades práticas e ambientais, ao longo do

ciclo da vida, envolvendo questões como a maturação (FUENTES et al., 2014).

Atualmente, a evolução científica e tecnológica tem influenciado no meio

esportivo e propiciado melhores condições de treinamento, sobretudo diante de

constantes pesquisas feitas nessa área. O esporte competitivo tem exigido cada dia

mais dos atletas, uma vez que, com a associação da ciência do esporte ao

treinamento, os diferentes resultados têm sido definidos em minuciosos detalhes.

Estudos apontam que, para alcançar um alto nível de rendimento no esporte, passa a

ser cada vez mais necessária a observação de variáveis antropométricas e

capacidades motoras e ainda a correlação dessas e outras variáveis de interferência

como meio externo, as diferenças de estado maturacional e as determinações

genéticas (FALK et al., 2004; GABBETT; GEORGIEFF; DOMROW, 2007; LIDOR et

al., 2007; MALINA; BOUCHARD, 2002; MESQUITA; FONSECA; FRANÇA, 2008).

Barkley e Roizman (2002) afirmam que o controle inibitório consiste na

capacidade de inibir comportamento e pensamento distratores ou respostas a

estímulos distratores que interrompam o curso eficaz de uma ação, ou, ainda, a

interrupção de respostas que estejam em curso. Enquanto Diamond (2006), descreve

que o controle inibitório é resistir a uma forte inclinação para fazer uma coisa, a fim de

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fazer o que é mais adequado ou necessário, habilidade que durante toda a vida será

requisitada. Assim, responder adequadamente em uma tarefa ou situação envolve não

só os mecanismos de atenção relevantes aos eventos, mas também mecanismos para

inibir respostas impróprias. Ou seja, o controle inibitório permite que o sujeito consiga

controlar sua ação e responder apropriadamente as exigências do ambiente

(DAVIDSON et al., 2006; GIL, 2002).

Na atividade desportiva com jovens atletas o estado maturacional também tem

sido um importante fator a ser observado, sendo um conjunto de processos dinâmicos

associados a um amplo aspecto de alterações morfológicas, orgânicas e de

desenvolvimento, que apresenta variações individuais de velocidade durante o

processo (LINHARES et al., 2009; MALINA et al., 2006). A literatura tem apontado a

grande importância em se conhecer as características e tendências especificas das

modalidades esportivas, assim como a necessidade de identificação antecipada de

características dos possíveis atletas que sejam peculiares às respectivas modalidades

esportivas (LINHARES et al., 2009).

A presente investigação versa dois aspectos centrais que são as teorias

cognitivas ou de processamento seletivo da informação e o comportamento biológico

analisado através da maturação que tem sido constante ao buscar suas associações

com o desenvolvimento físico e desempenho esportivo. No âmbito da psicologia

cognitiva, os temas relacionados ao estudo do mecanismo atencional e à análise do

processamento seletivo da informação começaram a despertar interesse dos

pesquisadores, sendo nos últimos anos associados também aos esportes em busca

de melhores resultados e rendimento. Diante da constante associação dos temas em

questão e da relevância dos estudos de capacidade cognitiva para a ciência do

esporte, em especial no processo de seleção esportiva, o objetivo deste estudo está

centrado em verificar a influência da prática esportiva no controle inibitório de jovens

de 10 a 13 anos em diferentes estágios maturacionais.

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2. JUSTIFICATIVA

O trabalho em questão busca preencher uma lacuna na produção de estudos

que associam analisar a capacidade cognitiva com a pratica esportiva e os estágios

maturacionais, sendo a relação entre essas variáveis de grande importância nos

processos de orientação e seleção de talentos esportivos. Ao iniciarmos uma

pesquisa, nos vem em mente estudar algo que possa ter relevância para a sociedade

acadêmica e, neste contexto, percebeu-se a necessidade de realizar este estudo que

busca verificar quais fatores podem ter influência na pratica esportiva, apresentando

melhoras no desempenho dos jovens que praticam esportes, tendo em vista que a

presente investigação buscou aplicar um teste que reportasse processos de controle

inibitório associados à prática do esporte, que podem ser realizadas durante a

detecção e orientação de futuros atletas.

O envolvimento com o tema é consequência da minha curiosidade científica e

torna-se oportuno este estudo para a classe acadêmica por preencher uma lacuna do

conhecimento, visto que pouco se tem de informações científicas a respeito de testes

que avaliem a capacidade cognitiva do indivíduo, principalmente quando relacionado

a pratica esportiva na população brasileira. Além disso, ainda não há estudos que

demonstrem se e como a pratica do esporte pode influenciar no controle inibitório

dentro dos diferentes estágios da maturação, onde os jovens de diferentes estágios

maturacionais são frequentemente encontrados em um mesmo grupo de treinamento

ou categoria esportiva, o que pode favorecer aos mais adiantados no processo de

desenvolvimento biológico, além de desmotivar outros mais tardios, ou seja, avaliar a

idade cronológica de um indivíduo sem observar a idade biológica, pode deixar a ideia

de estar desperdiçando atletas com potencial (MALINA; BOUCHARD, 2002).

Dessa forma, este trabalho procura integrar medidas diferenciadas com intuito

de se ampliar o nível de sensibilidade das observações. A partir disso, a junção de

parâmetros comportamentais e cognitivos objetiva elucidar os processos envolvidos

na direção do controle inibitório e suas possíveis implicações na aprendizagem motora

na detecção de talentos no esporte.

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3. OBJETIVOS

3.1 Geral

Verificar a influência da prática esportiva no controle inibitório de jovens de 10

a 13 anos em diferentes estágios maturacionais.

3.2 Específicos

Comparar a capacidade cognitiva de jovens praticantes e não praticantes de

atividade esportiva;

Verificar a capacidade cognitiva nos diferentes estágios maturacionais;

Comparar a capacidade cognitiva entre estágios maturacionais de jovens

praticantes de atividade esportiva e não praticantes.

4. REVISÃO DE LITERATURA

4.1 Maturação

Frequentemente a maturação é confundida com crescimento e sendo mais

difícil de definir, o termo maturação é muitas vezes descrito como o processo de se

tornar maduro, ou o progresso até o estado maduro (MALINA; BOUCHARD; BAR-OR,

2004). No entanto, um conceito mais amplo é apresentado por Bogin (1999), para

quem a maturação seria uma progressão de alterações quantitativas e qualitativas que

conduzem de um estado indiferenciado ou imaturo a um estado altamente organizado,

especializado ou maturo. O ponto final da maturação, no contexto do crescimento, é o

alcance da fase adulta, quando o indivíduo atinge a maturidade funcional, que no

contexto biológico, implica na habilidade de procriar com sucesso e promover a

descendência, a qual por si mesma procriará com sucesso (ELLIS, 2004).

Entendesse por maturação um conjunto de mudanças qualitativas que se

processam no organismo e que se desencadeiam por influências genéticas (inatas)

que ocorrem na puberdade a níveis intensos e que atingem todas as estruturas

corporais. A maturação é um processo que ocorre durante toda a vida, sendo que para

cada fase, espera-se que ocorra a aquisição de algum comportamento ou função

característico de determinada idade. Assim o processo maturacional manifesta-se por

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meio de mudanças qualitativas que permitem o progresso em direção a níveis

elevados de funcionamento, e do ponto de vista biológico, é determinado

geneticamente. O caminho para alcançar o estado maduro apresenta variações de

velocidade de indivíduo para indivíduo e uma sequência de eventos que parece ser

constante (ORTEGA et al., 2008).

Conforme Malina e Katzmarzyk (2006), a maturação biológica da criança

apresenta uma grande variabilidade individual, nem sempre em consonância com a

sua idade cronológica. Este conceito implica um progresso por um estado

maturacional, em que cada indivíduo tem dentro de si um relógio que regula a sua

progressão pelos estados maturacionais. A maturação biológica está relacionada com

o calendário cronológico. O crescimento e a maturação biológica não procedem

concertadamente com o calendário e com a idade cronológica da criança. Sendo assim

em um grupo de crianças da mesma idade e do mesmo sexo, há uma variação na

idade biológica, ou nos estádios de maturação. Sobre o ponto de vista maturacional

podem haver indivíduos atrasados e outros avançados, comparando com a idade

cronológica. Isto significa que duas crianças podem ter a mesma idade cronológica,

mas situarem-se em estádios de maturação diferentes. A maturação biológica é

responsável pela introdução de uma considerável força de variância na morfologia e

na aptidão desportiva motora.

O processo de crescimento, maturação e desenvolvimento humano interfere

diretamente nas relações afetivas, sociais e motoras dos jovens; consequentemente,

é necessário adequar os estímulos ambientais em função desses fatores.

Primeiramente, é necessário esclarecer que o crescimento inclui aspectos biológicos

quantitativos (dimensionais), relacionados com a hipertrofia e a hiperplasia celular,

enquanto a maturação pode ser definida como um fenômeno biológico qualitativo,

relacionando-se com o amadurecimento das funções de diferentes órgãos e sistemas

(MALINA; BOUCHARD; BAR-OR, 2009; MASSA; RÉ; SILVA, 2010; OLDS; PAPALIA,

2000).

Concomitantemente, o desenvolvimento é entendido como uma interação entre

as características biológicas individuais (crescimento e maturação) com o meio

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ambiente ao qual o sujeito é exposto durante a vida (FRISANCHO, 2009; GALLAHUE;

OZMUN, 2006; MALINA; BOUCHARD; BAR-OR, 2009; OLDS; PAPALIA, 2000;

ROGOFF; COSTA, 2005). Crescimento, maturação e desenvolvimento humano são

processos relacionados que ocorrem continuamente durante todo o ciclo de vida.

Desse modo, as aquisições motoras de crianças e adolescentes não podem ser

compreendidas de forma exclusivamente biológica ou ambiental; uma abordagem

biocultural é essencial, reconhecendo a interação entre fatores biológicos e

socioculturais presentes na vida do ser humano.

Um dos principais fenômenos da puberdade é o pico de crescimento em

estatura, acompanhado da maturação biológica (amadurecimento) dos órgãos sexuais

e das funções musculares (metabólicas), além de importantes alterações na

composição corporal, as quais apresentam importantes diferenças entre os gêneros.

Para isso podem ser utilizadas medidas que permitem estimar a idade biológica. Entre

os procedimentos utilizados para a estimativa da idade biológica podem ser citados:

a) maturação sexual – idade de aparecimento das características sexuais secundárias;

b) maturação morfológica – acompanhamento da curva de crescimento da estatura; c)

maturação dental – idade de erupção de dentes temporários e permanentes; e d)

maturação esquelética – idade de ossificação e fusões epifisiais (MALINA;

BOUCHARD; BAR-OR, 2009).

A maturação do esqueleto é amplamente reconhecida como o melhor indicador

isolado do estado de maturidade. A idade óssea tem sido o indicador mais comumente

usado nos estudos sobre crescimento e desenvolvimento, sendo considerada como

um registro verdadeiro da idade biológica. Todas as crianças iniciam com um esqueleto

de cartilagem e progridem até um esqueleto totalmente ossificado. No caso dos ossos

tubulares (ossos longos e curtos), a maturidade é atingida quando ocorre a completa

fusão das epífises com suas diáfises correspondentes; no caso dos ossos com formato

irregular, a maturidade é definida pela morfologia adulta (BOGIN, 1999). Além de

definir o momento maturacional, a idade óssea pode ser utilizada para definir o ritmo,

quando dela se subtrai a idade cronológica, classificando os jovens em síncronos,

atrasados ou adiantados.

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Entretanto, apesar da confiabilidade das diferentes formas de avaliação, a

maturação óssea merece destaque, sendo a mais confiável e eficaz, uma vez que as

mudanças de forma e de densidade do osso permitem tornar mensurável o trajeto

durante todo o período de crescimento (MALINA; BOUCHARD, 2002). As maturações

dentais e esqueléticas são mais fidedignas do que a sexual e a morfológica; entretanto,

devido a sua complexidade, custo relativamente elevado e dificuldade de aplicação em

larga escala, têm sido pouco utilizadas na área esportiva.

Desse modo procurou-se criar o desenvolvimento de uma equação, menos

invasiva e menos onerosa, que possa ser aplicada no ambiente esportivo para análise

maturacional de iniciantes na prática esportiva, utilizando apenas variáveis

antropométricas de fácil aferição e baixo custo, que permitam a observação do estágio

maturacional do indivíduo, tornando-se de grande relevância (CABRAL, 2011).

4.2 Esporte e Maturação

O esporte é um fenômeno social que possui realidade e características

autônomas, tais como regras, leis e comportamentos próprios. Dentro desse contexto,

os indivíduos procuram desempenhar-se de maneira física e cognitiva, expressando

diversos tipos de habilidades, dependendo da modalidade esportiva verificada

(HORNE; WHANNEL, 2016; MALFAS; THEODORAKI; HOULIHAN, 2004; MARCHI

JÚNIOR, 2001; WHITSON; HORNE, 2006). O esporte pode contribuir para diferentes

aspectos da sociedade, tais como educação, expressão cultural, economia, e mesmo

política, além de ser importante ferramenta de divertimento. Além disso, ele

acompanha as transformações que ocorrem na sociedade, refletindo em seu ambiente

os avanços científicos, tecnológicos e os valores criados e desenvolvidos pelos

indivíduos (SILVA; RUBIO, 2003).

No que se refere a sua prática, pode-se verificar duas manifestações distintas:

o esporte desempenho, que objetiva o rendimento numa maneira estrutura e

institucionalizada; e o esporte de recreação, que visa o bem estar para todos. Este

último geralmente é praticado voluntariamente e com conexões entre os movimentos

de educação e saúde. Assim, essas formas de prática esportiva a concepção do

esporte enquanto a visão cultural (BELBENOIT, 1976; RUBIO, 2001) aponta a relação

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da necessidade de substituição da noção mente corpo pela concepção de saúde

psicossomática e o desenvolvimento inseparável da motricidade.

Nessa perspectiva, as oportunidades adequadas de prática motora na infância

e posteriormente o envolvimento com o treinamento esportivo, são estratégias efetivas

não somente para a geração de futuros atletas, como também para a geração de

cidadãos que utilizam o esporte como ferramenta de educação, integração social,

lazer, entretenimento e promoção da saúde (RÉ, 2011). No trabalho desportivo com

jovens atletas o estado maturacional tem sido um importante fator a ser observado,

sendo um conjunto de processos dinâmicos associados a um amplo aspecto de

alterações morfológicas, orgânicas e de desenvolvimento, que apresenta variações

individuais de velocidade durante o processo (LINHARES et al., 2009; MALINA et al.,

2006).

Alguns pesquisadores têm reforçado o fato de atletas de maior nível

competitivo, serem, na maioria das vezes, tardios (as) na sua maturação. Muitas

vezes, os atletas de maturação tardia são excluídos do processo de formação, por não

estarem prontos para alcançar sucesso competitivo na mesma idade cronológica dos

maturados precoces. Malina, Bouchard e Bar-Or (2004) apontam tendência de

crianças com maturação normal a tardia ultrapassarem, em estatura, as de maturação

precoce, quando chegam à idade adulta.

Na adolescência, o ritmo de maturação biológica, em conjunto com as

experiências anteriores, resulta numa grande variabilidade no desempenho motor.

Assim, programas de treinamento durante a puberdade devem avaliar ambos os

fatores. Idealmente, no período pós-pubertário, o adolescente deveria possuir um

excelente padrão coordenativo e cognitivo (tomada de decisão), para que assim fosse

priorizado o treinamento da força, velocidade e resistência, levando-se em

consideração a especificidade de determinada modalidade esportiva (RÉ, 2011).

Nesse contexto, os estudos da ciência desportiva têm evidenciado a grande

importância da observação de diferentes variáveis e suas relações de interferência na

determinação de características individuais que, em grande parte, estão diretamente

ligadas ao desenvolvimento desportivo. Entre essas variáveis podemos citar: as

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antropométricas, as qualidades físicas, a velocidade de maturação e a variabilidade

genética, onde as relações de interferências entre as variáveis são consideradas

fatores determinantes no processo de desenvolvimento (MALINA; BOUCHARD, 2002;

MATSUDO; OLIVEIRA; ARAÚJO, 2007).

A orientação desportiva, quando feita adequadamente, permite relacionar

características individuais a necessidades específicas de cada modalidade desportiva,

proporcionando ao indivíduo a possibilidade de progredir, quando as suas

características físicas são potencializadas a partir do conhecimento desses elementos

de determinação do seu potencial de desempenho, observando, também, a influência

dos fatores de interferência como o estado maturacional (LINHARES et al., 2009;

MOHAMED et al., 2009).

4.3 Capacidades Cognitivas

4.3.1 Funções Executivas

As funções relacionadas aos componentes cognitivos têm sido nomeadas de

funções executivas e estão relacionadas, de forma geral, à capacidade do sujeito de

engajar-se em comportamento orientado a objetivos, ou seja, à realização de ações

voluntárias, independentes, autônomas, auto-organizadas e orientadas para metas

específicas (ARDILA; OSTROSKY-SOLÍS, 1991; GAZZANIGA; IVRY; MANGUN,

2002).

As funções executivas são definidas como conjunto de habilidades mentais que

ajudam o indivíduo a realizar tarefas de forma independente e direcionada para metas

(DE LIMA; AZONI; CIASCA, 2011). Essas funções, quando integradas, capacitam o

indivíduo a tomar decisões, avaliar e adequar seus comportamentos e estratégias,

buscando a resolução para um problema (MENEZES et al., 2012). Além disso, facilitam

o gerenciamento das outras habilidades cognitivas (MALLOY-DINIZ et al., 2010).

O desenvolvimento das funções executivas inicia-se já no primeiro ano de vida

(DIAMOND; BADDELEY, 1996). Garon, Bryson e Smith (2008) verificaram um padrão

evolutivo das funções executivas desde a infância até os cinco anos, Papazian, Alfonso

e Luzondo (2006) consideram que o aumento nessas habilidades é progressivo e

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perdura ao longo da vida, com picos de desenvolvimento aos quatro e dezoito anos,

estabilização na vida adulta e significante declínio na velhice.

Ao relacionarmos a ação cognitiva com atividades como o caminhar e o correr

requerem menor participação de funções executivas quando comparadas às

atividades sequenciais que exigem planejamento, tomada de decisão e monitoramento

detalhado das ações, funções essas observadas nos esportes coletivos e na dança.

Nesse sentido, a atividade física que tenha como característica a estimulação cognitiva

pode exercer um efeito positivo sobre as funções executivas, que correspondem a um

conjunto de habilidades que, de forma integrada, permitem ao indivíduo dirigir

comportamentos a metas, avaliar eficiência e a adequação desses comportamentos,

abandonar estratégias ineficazes em prol de outras mais eficientes e, desse modo,

resolver problemas imediatos, de médio e de longo prazo (MALLOY-DINIZ et al.,

2008).

Classificamos as funções como resultantes da atividade distribuída em

diferentes circuitos neurais e compostos por circuito pré-frontal integrado e constituído

por três regiões. A primeira é a área pré-frontal dorsolateral, uma área de convergência

multimodal, conectada com outras áreas de associação cortical e relacionada a

processos cognitivos de estabelecimento de metas, planejamento, solução de

problemas, fluência, categorização, memoria operacional, monitoração de

aprendizagem e da atenção, flexibilidade cognitiva, capacidade de abstração, auto-

regulação julgamento e tomadas de decisões. A segunda área é o córtex orbitofrontal,

fortemente interconectado com as áreas de processamento cognitivo e emocional,

envolvido em aspectos de comportamentos sociais como empatia, cumprimento de

regras sociais, controle inibitório e automonitoramento. E a terceira área é o circuito do

cíngulo anterior, que recebe sinais adicionais do córtex de associação paralímbico,

incluindo polo temporal anterior, amigdala, hipocampo inferior e córtex entorrinal; esse

sistema é importante para a motivação, monitoração de comportamentos, controle

executivo da atenção, seleção e controle de respostas (BRADSHAW, 2001; MALLOY-

DINIZ et al., 2008).

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As funções executivas compreendem mecanismos cognitivos diferentes, como

selecionar informações relevantes, inibir elementos irrelevantes, integrar e manipular

essas informações, planejar, assim como a intenção, efetivação das ações, a

flexibilidade cognitiva e comportamental e o monitoramento das atitudes (DUNCAN et

al., 1997; FUSTER, 2000; GAZZANIGA et al., 2006; PLISZKA; NETO, 2004;

PONTIFEX et al., 2009). Diante da complexidade envolvida em tais processos, muitos

autores acreditam que as funções executivas não façam parte de um constructo

unitário. Uma subdivisão considera as seguintes habilidades: memoria de trabalho,

flexibilidade, planejamento, atenção seletiva e controle inibitório.

A memória de trabalho funciona como uma espécie de interface entre o

processamento e armazenamento temporário de estímulos do meio externo,

mecanismos de atenção e de memória a longo-prazo e a manipulação da informação

necessária para atividades cognitivas complexas, como compreensão da linguagem,

aprendizado e raciocínio que se desenvolvem ao longo da infância e da adolescência

(BADDELEY, 1992; MALLOY-DINIZ et al., 2008; UEHARA; LANDEIRA-

FERNANDEZA, 2010). Outro componente envolvido nas funções executivas é a

flexibilidade cognitiva, que implica a capacidade de mudar (ou alternar) o curso das

ações ou dos pensamentos de acordo com as exigências do ambiente (LEZAK, 2004;

MALLOY-DINIZ et al., 2008). O planejamento é outra habilidade relacionada as

funções executivas e é requisitado sempre que se precisa identificar etapas a serem

cumpridas na busca de um objetivo determinado, analisar os meios alternativos de

resolver os problemas e selecionar a abordagem que parecer ser mais vantajosa

(MALLOY-DINIZ et al., 2008).

Além da memória de trabalho, da flexibilidade cognitiva e do planejamento que

já foram mencionados acima, existem outras duas habilidades que estão envolvidas

nas funções executivas, que seriam a atenção seletiva e o controle inibitório. O

presente trabalho enfocou essas duas habilidades e, portanto, elas serão descritas

mais detalhadamente nos próximos tópicos.

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4.3.2 Atenção Seletiva

A atenção é apresentada na literatura por estudos que apontam como um

sistema complexo de componentes integrantes que permite ao indivíduo apurar as

informações proeminentes em função de razões internas, manter e manipular

informações mentais além de monitorar e modular respostas a estímulos. A atenção

está relacionada com vários processos básicos, como seleção sensorial, que

possibilita filtrar, alterar a seleção automaticamente, seleção de respostas na intenção

de iniciar, responder e inibir uma resposta. Funciona como um controle supervisor,

capacidade atencional que age como alerta e desempenho sustentado que atua na

vigilância (STRAUSS; SHERMAN; SPREEN, 2006).

A atenção é a capacidade de selecionar e orientar para o ambiente os estímulos

que parecem importantes e que correspondem aos nossos interesses, intenções ou

tarefas imediatas, com inibição concomitante dos estímulos irrelevantes, sem a qual a

quantidade de informações não selecionadas seria tão grande e desorganizada que

nenhuma atividade se tornaria possível (LURIA; TORRES, 1979).

O controle seletivo da atenção é imprescindível nas situações que envolvem a

tomada de decisões e a detecção de erros (DAS, 1998), assim como nas situações

em que o sujeito necessita realizar tarefas novas ou precisa vencer a rotina de hábitos

antigos (POSNER; FAN, 2004). Considerando esses aspectos, cabe destacar a

importância da atenção seletiva, sendo um dos principais mecanismos que permite

aos indivíduos executar suas atividades com precisão.

Pode ser compreendida como a capacidade de direcionamento dos processos

mentais, considerando os estímulos relevantes e ignorando os irrelevantes durante o

desempenho das tarefas (LIMA; TRAVAINI; CIASCA, 2009). Do ponto de vista

neuropsicológico e clínico, a atenção pode ser dividida em: seletiva (capacidade de

discriminar estímulos relevantes e irrelevantes), sustentada (manter o foco atencional

em determinado estímulo por um período de tempo), alternada (alternar foco entre

diferentes estímulos) e dividida (dividir foco atencional para desempenho de duas

tarefas simultaneamente (LEZAK, 2004; SIMÃO et al., 2010).

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Atenção seletiva refere-se à habilidade de selecionar apenas o que é importante

em determinada situação, de focar a atenção e não distrair com os diversos estímulos

do ambiente, uma habilidade ponderada essencial ao funcionamento adaptativo e

orientado a um propósito. O comportamento orientado a metas requer a seleção da

informação relevante à execução de uma tarefa em um dado momento, enquanto

possibilita ao indivíduo ignorar estímulos distratores ou irrelevantes e, assim ativar uma

quantidade limitada de informações, dentre todas as disponíveis aos órgãos dos

sentidos ou procedente de outros processos cognitivos (PONTIFEX et al., 2009).

No que se refere ao desenvolvimento atencional, certos aspectos estão

presentes desde o nascimento e se modificam em diferentes períodos. Entretanto, no

que tange à precisão e velocidade em tarefas visuais e auditivas que avaliam a atenção

seletiva e sustentada, observa-se rápido desenvolvimento até os 10 anos de idade,

quando a partir de então, as mudanças tornam-se menos perceptíveis (CARREIRO;

TEIXEIRA, 2012; HAZIN et al., 2012). A quantidade de informações irrelevantes

possíveis de serem ignoradas por uma pessoa depende de fatores como idade, grau

de vigília, habilidade de processamento visual, natureza do estimulo e presença de

qualquer dificuldade atencional (BOLFER, 2009).

A teoria multimodal de Johnston e Heinz (1978), propõe que atenção é flexível

e composta por três etapas, sendo que na primeira há construção de representações

sensoriais dos estímulos, na segunda há a construção semântica e, na última fase, as

representações das etapas anteriores tornam-se conscientes. Outra caracterização da

atenção refere-se a divisão entre os processos automáticos e os voluntários. A atenção

automática, também conhecida como atenção reflexa ou espontânea, não mantem um

padrão de controle e conhecimento consciente, por isso mesmo pode ocorrer

simultaneamente a outros processamentos, exigindo baixos índices de

intencionalidade do indivíduo. Já a atenção voluntária ou controlada pelo

processamento da informação requer do indivíduo uma ação intencional, que será

realizada dependendo da relevância presente naquele contexto (GAZZANIGA et al.,

2006; LEZAK, 2004).

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4.3.3 Controle Inibitório

A base neuroantomica do controle inibitório parece estar ligada ao córtex

orbitofrontal, que se origina no córtex pré-frontal lateral inferior e ventral anterior e

projeta-se para o núcleo caudado ventromedial, que também recebe sinais de outras

áreas de associação corticais (MALLOY-DINIZ et al., 2008). O córtex orbitofrontal é

fortemente interconectado com áreas de processamento cognitivos e emocional. Sua

parte mais posterior e media é considerada uma das principais regiões corticais para

mediação autonômica e forma uma rede com outras áreas límbicas, como a insula, a

amígdala, o córtex polar temporal, o hipotálamo e o tronco cerebral. Além do controle

inibitório esse circuito parece estar envolvido em alguns aspectos do comportamento

social, como a empatia, cumprimento de regras sociais e automonitoração.

O controle inibitório pode ser descrito como mecanismo de filtragem para

complementar a atenção seletiva, inibindo estímulos irrelevantes a solução de um

dado problema e, assim, minimizando a demanda sobre o processamento da

informação (GAZZANIGA et al., 2006). De modo geral, o controle executivo é subdivido

em controle inibitório (CI), memória de trabalho e flexibilidade cognitiva. O CI é

considerado o domínio principal do controle executivo e um fator determinante do

sucesso escolar, uma vez que controla a atenção, o comportamento, o pensamento

e/ou emoção para sobrepor uma forte predisposição interna ou atração externa e

adaptar-se a situações conflituosas (DIAMOND, 2013).

De acordo com Mourão-Júnior e Melo (2011), um dos indicadores do

desenvolvimento psicossocial da criança é justamente o estabelecimento progressivo

do controle inibitório sobre os impulsos internos, sobre os estímulos sensoriais e sobre

os motores. Na medida em que a criança cresce, os dois componentes principais da

atenção – inclusivo (atenção seletiva) e exclusivo (controle inibitório) – vão

amadurecendo gradualmente, e a criança se torna mais capaz de focalizar e de

concentrar a atenção nas tarefas em curso, se tornando, por conseguinte, menos

distratível, menos impulsiva e mais capaz de exercer seu autocontrole.

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Barkley e Roizman (2002) afirma que o controle inibitório consiste na

capacidade de inibir comportamento e pensamento distratores ou respostas a

estímulos distratores que interrompam o curso eficaz de uma ação, ou, ainda, a

interrupção de respostas que estejam em curso. Enquanto Diamond (2006), descreve

que o controle inibitório é resistir a uma forte inclinação para fazer uma coisa, a fim de

fazer o que é mais adequado ou necessário, habilidade que durante toda a vida será

requisitada. Assim, responder adequadamente em uma tarefa ou situação envolve não

só os mecanismos de atenção relevantes aos eventos, mas também mecanismos para

inibir respostas impróprias. Ou seja, o controle inibitório permite que o sujeito consiga

controlar sua ação e responder apropriadamente as exigências do ambiente

(DAVIDSON et al., 2006; GIL, 2002).

Crianças que iniciam a escolarização com funções executivas mais elevadas de

controle inibitório e autorregulação tendem a apresentar mais facilidade para receber

instruções, a apresentar menos dificuldades de aprendizagem, a demonstrar prazer e

dedicação nas atividades acadêmicas. Já crianças que ingressam à escola com

funções executivas menos elevadas tendem a apresentar mais resistência à

escolarização, a apresentar mais dificuldades de aprendizagem, a demonstrar menos

prazer e dedicação nas atividades acadêmicas, tendendo a abandonar as tarefas

antes de finalizá-las com mais frequência que os demais (BLAIR; RAZZA, 2007;

VITARO et al., 2005).

4.3.4 Tempo de Reação

O tempo de reação é uma das medidas de desempenho muito utilizadas, para

indicar o resultado de habilidades motoras (ANDRADE et al., 2005; DE OLIVEIRA; DE

OLIVEIRA; DE SOUZA, 2006; SCHIMIDT; WRISBERG, 2001) além de ser o intervalo

de tempo que decorre entre a apresentação de um estímulo não antecipado até o início

da resposta da pessoa (MAGILL, 2000). Este pode ser definido como a velocidade e

eficácia referentes à tomada de decisão de um indivíduo, ou ainda como o lapso

temporal entre a apresentação de um estímulo e o início de uma resposta motora

(MIYAMOTO; MEIRA JR, 2004). O tempo de reação é considerado uma das

habilidades determinantes para que sejam alcançados níveis ótimos de desempenho,

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principalmente nas modalidades que requerem respostas imediatas (BOMPA, 2004).

O tempo de reação é resultado de três passos: primeiro, o indivíduo percebe o

estímulo; em seguida, ele selecionará a resposta que julgar mais conveniente para

aquela situação; finalmente, a resposta é efetuada (OLIVEIRA; BELTRÃO; SILVA,

2003; SCHIMIDT; WRISBERG, 2001).

Este processo é basicamente dividido em: Tempo de reação simples, onde

apenas um estímulo ocorrerá, com o indivíduo devendo responder prontamente a este,

Tempo de reação de escolha, onde dois ou mais estímulos aparecerão e o indivíduo

deverá identificá-los, e, a seguir, selecionar a resposta mais adequada para cada

estímulo, dentre as várias respostas possíveis, Tempo de reação de discriminação,

que é o intervalo de tempo entre a aparição de um dos vários estímulos possíveis e o

começo da única resposta. No tempo de reação de escolha observamos a famosa lei

de Hick, que descreve uma relação estável entre o número de alternativas de estímulos

e o tempo de reação, que tende a ser maior, quanto maior for o número de estímulos

(SCHIMIDT; WRISBERG, 2001).

Em relação ao tempo de reação simples, pode-se afirmar que é o tempo de

reação mais breve que um indivíduo é capaz de conseguir. Isto se deve a menor

participação dos processos de tomada de decisão. De acordo com Chagas et al.

(2005), uma pessoa que tem um bom tempo de reação simples pode ter uma influência

positiva no tempo de reação de escolha. O tempo de reação simples também se

caracteriza pela alta influência genética, sendo menos treinável do que o tempo de

reação de escolha (MIYAMOTO; MEIRA JR, 2004).

Para ocorrer o tempo de reação requer de uma série de acontecimentos que

envolvem, mecanismos de processamento de informação, captação do estímulo pelos

órgãos sensoriais e sua interpretação pelo sistema perceptivo, tomada de decisão e o

sistema responsável pela início do movimento (DE OLIVEIRA; DE OLIVEIRA; DE

SOUZA, 2006; MACEDO et al., 2007; MARTENIUK, 1976). Além dos diferentes

tempos de reação, fatores como o tipo e a familiaridade do estímulo, complexidade da

tarefa, quantidade de prática e a extensão do segmento pela qual o estímulo percorre

influenciam o tempo de reação (MAGILL, 2000; SCHMIDT; LEE, 1988). Responder a

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estímulos acústicos, óticos ou táteis implica em intervalos de tempo de reação

diferentes, relações explicadas pelos aspetos físicos da propagação do som, da luz ou

do estímulo neuromuscular (KOKUBU et al., 2006; SCHMIDT; LEE, 1988).

O tempo de reação é uma medida de desempenho que indica quanto tempo

uma pessoa leva para iniciar um movimento, ou ainda, é o intervalo de tempo entre

um estímulo e o início de uma resposta motora e inclui não o movimento em si, mas

somente o tempo antes de iniciá-lo (MAGILL, 2000). O tempo de reação não deve ser

confundido com atividade reflexa, que também é decorrente de um estímulo e uma

resposta, mas que ainda é inconsciente durante a elaboração da resposta; este

processo reflete o tempo de processamento de informações necessário para uma

determinada resposta, que por sua vez, permite fazer inferências sobre os

mecanismos subjacentes que envolvem tal tarefa; em termos de desempenho quanto

menor for o tempo de reação maior a eficiência dos mecanismos e processos centrais

(COSTILL; WILMORE, 2001; DOS SANTOS, 1993; MIYAMOTO; MEIRA JR, 2004).

A quantidade de prática representa outro aspecto que pode interferir no tempo

de reação, pois a prática auxilia o indivíduo a discernir os aspectos relevantes de um

estímulo diminuindo o número de incertezas no estágio de seleção de respostas,

reduzindo o intervalo de tempo no estágio de programação do movimento,

aumentando a eficiência da performance e a diminuição do tempo de reação (LIDOR;

ARGOV; DANIEL, 1998; MAGILL, 2000; WILLIAMS; DAVIDS; WILLIAMS, 1999). O

tempo de reação é uma função complexa que inclui componentes mentais, físicos,

inatos e treináveis, havendo diferenças individuais entre os indivíduos, mas com todos

podendo melhorar o seu desempenho.

4.4 Capacidades Cognitivas, Esporte e Maturação

A operação motora envolve vários processos cognitivos, direcionados à

realização de uma tarefa particular, mostrando que as ações motoras no esporte não

são simplesmente reações mecânicas do movimento, como ocorre em respostas a

estímulos externos sem planejamento prévio. Ao contrário, a ação motora no esporte

envolve planejamento cognitivo, dentre outros aspectos. Assim, a estreita relação da

atividade cognitiva com o funcionamento motor pode ser observada não somente pela

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proximidade localizacional no córtex, mas também pela necessidade de refinamento

na coordenação entre processamentos cognitivos e movimentos intencionais,

essenciais no esporte como a capacidade de reação, forca e velocidade (FUNAHASHI,

2001; KENDALL et al., 1990).

Nos últimos anos, atletas, técnicos e cientistas têm discutido a importância de

habilidades perceptivo-cognitivas no desempenho esportivo, particularmente nos

níveis de prática mais elevados (VAEYENS et al., 2007). A aprendizagem e controle

motor têm focalizado seus estudos em processos cognitivos e de percepção que

envolvem aprendizagem e performance de movimentos habilidosos e processos

cognitivos e neuropsicológicos relacionados com o controle do movimento. O

desenvolvimento motor soma-se à psicologia do desenvolvimento e à sua relação com

o esporte e a desempenho motor. A relação entre desenvolvimento de padrões

motores e nível de execução (RUBIO, 2002). Assim, além das habilidades motoras em

si, outras habilidades cognitivas são importantes para a execução adequada do ato

motor.

Além das funções diretamente relacionadas ao movimento, para a execução da

ação outras habilidades cognitivas também são importantes. Por exemplo, pode-se

observar a relação entre funções executivas e esporte visto que, ao relacionarmos a

ação cognitiva com atividades como o caminhar e o correr requerem menor

participação de funções executivas quando comparadas às atividades sequenciais que

exigem planejamento, tomada de decisão e monitoramento detalhado das ações,

funções essas observadas nos esportes coletivos (MARK et al., 2005) e na dança

(BROWN; MARTINEZ; PARSONS, 2006). Nesse sentido, a atividade física que tenha

como característica a estimulação cognitiva pode exercer um efeito positivo sobre as

funções executivas, que correspondem a um conjunto de habilidades que, de forma

integrada, permitem ao indivíduo dirigir comportamentos a metas, avaliar eficiência e

a adequação desses comportamentos, abandonar estratégias ineficazes em prol de

outras mais eficientes e, desse modo, resolver problemas imediatos, de médio e de

longo prazo (MALLOY-DINIZ et al., 2008). Problemas esses que são constantemente

demandados em modalidades esportivas, e principalmente em esportes coletivos onde

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ocorrem mutações de ações e objetivos constantemente durante uma mesma ação, a

depender dos adversários

Na prática desportiva, o tempo de reação está inevitavelmente atrelado a outras

capacidades, como por exemplo, a atenção e a memória, pois devido ao cenário de

alta imprevisibilidade característico da maioria das ações do jogo, o atleta tem que ser

seletivo em focar aquilo que é mais importante naquele momento, sendo, portanto,

uma variável que antecede a execução do movimento (DE OLIVEIRA; DE OLIVEIRA;

DE SOUZA, 2006). Estratégias, como a utilização de pontos denominados de fixação

e/ou de atenção, devem ser incentivadas, de forma que sirvam como elementos que

possam manter a atenção, facilitando a posterior tomada de decisão (MACHADO-

PINHEIRO; GAWRYSZEWSKI; RIBEIRO-DO-VALLE, 1998).

A atenção foi descrita por Magill (2000) como sendo a "focalização,

concentração da consciência" e quando se refere ao desempenho humano é

associada a atividades perceptivas, cognitivas e motoras de habilidades. É um dos

requisitos básicos para a coordenação e o controle motor. A falta ou déficit de atenção

implica em danos a aprendizagem da linguagem, da escrita e das habilidades motoras.

Ao compreender como a atenção se desenvolve dentro dos processos de maturação

neural, pode-se verificar se o nível de atenção é normal ou não de acordo com a

maturação da criança de 6 a 12 e também se a aula está adequada a capacidade e

desenvolvimento cerebral da criança.

Desta forma é necessário estudar a atenção sob dois aspectos: a atenção

seletiva e a inibição de resposta. Estes aspectos fazem com que o indivíduo consiga

focalizar sob o que interessa e ignorar os estímulos que não são relevantes, evitando

assim distrair-se (MAGILL, 2000). A necessidade de tomar decisões rápidas no menor

tempo possível é difícil para qualquer atleta, independente do seu nível. O tempo de

reação é uma capacidade motora coordenativa que vem ganhando destaque no

campo da pesquisa sobre respostas motoras, sendo atualmente uma das variáveis

intervenientes ao desempenho mais pesquisadas, devido a sua importância nos mais

variados eventos desportivos (BOMPA, 2005; ROCHA; BARBANTI, 2007).

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A função do atleta dentro da equipe pode influenciar a sua velocidade de reação.

De acordo com a especificidade relacionada a sua responsabilidade, durante o próprio

treinamento técnico, o atleta é constantemente submetido a situações que podem

ajudá-lo a obter respostas mais rapidamente do que aqueles que normalmente não

passam por tais situações (ROCHA; BARBANTI, 2007). Ainda mais, o tempo de

reação, juntamente com outras capacidades motoras, pode ser um indicativo que

ajuda a detectar qual a função mais adequada para o atleta na equipe (STANGANELLI

et al., 2006).

A especificidade é um dos princípios que regem o treinamento desportivo, e

está relacionada a semelhança dos parâmetros fisiológicos, mecânicos e de controle

motor dos exercícios utilizados nos treinos com aqueles encontrados em situação real

de jogo (DANTAS, 1998; ROCHA; BARBANTI, 2007). Dentro de um processo

metodológico de treinamento, o nível de especificidade das atividades deve evoluir

proporcionalmente a evolução dos atletas. A especialização permite ao atleta se

dedicar quase exclusivamente as ações que serão de sua responsabilidade na equipe

(BOJIKIAN, 2009).

Assim, se forem delineadas e corroboradas a importância dessas funções em

tarefas específicas esportivas, podem ser elaborados intervenções e treinamentos

com maior qualidade, porém com redução do tempo de treinamento para

desenvolvimento de habilidades físicas. Isso promoveria o não desgaste de vários

outros aspectos da vida do atleta e promoveria diversos ganhos (TAKASE, 2005).

De forma geral, o progresso das tecnologias e a realização de estudos que

visam aos aspectos cognitivos em tarefas esportivas está ampliando cada vez mais

esta área de atuação. Esses estudos revelam a importância das habilidades

neuropsicológicas para o desempenho das atividades. Contudo, as pesquisas são

estrangeiras e não adaptadas para o Brasil, assim como os testes neuropsicológicos

(TAKASE, 2005). Isso ainda fortalece a justificativa de se realizar estudos no âmbito

da psicologia do esporte brasileira.

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5. MATERIAS E METODOS

5.1 Tipo de Estudo

O presente estudo caracteriza-se como descritivo, de tipologia transversal, com

amostra não probabilística intencional e com emprego de análise comparativa entre as

variáveis. Pesquisa descritiva porque explora as relações das variáveis e a predição

existentes delimitando dessa maneira a coleta de dados nos mesmos sujeitos não

havendo manipulações (THOMAS; NELSON; SILVERMAN, 2012).

5.2 Amostra

Participaram deste estudo 203 sujeitos, de ambos os sexos (112 meninas e 91

meninos), com idades entre 10 a 13 anos, residentes no estado do Rio Grande do

Norte. A amostragem foi selecionada de forma aleatório não intencional. Os indivíduos

foram divididos em 2 grupos:

Grupo 1 – Grupo não praticantes de atividade esportiva: Formado por indivíduos

de escolas públicas e particulares, com total de 73 sujeitos;

Grupo 2 – Grupo praticantes de atividade esportiva: Formado por indivíduos de

escolas públicas e particulares, das modalidades voleibol, futebol, handebol, basquete,

dança, natação, tênis, ginastica e lutas, com total de 130 sujeitos.

5.3 Critérios de inclusão e exclusão

Os sujeitos foram selecionados a partir de critérios previamente estabelecidos

para a inclusão e exclusão nos grupos:

Grupo 1 – Grupo não praticantes de atividade esportiva: Os critérios de inclusão

respeitam o princípio da seletividade para o sujeito que estivesse dentro da faixa etária

10 a 13 anos, residente no RN, e que concordasse em participar assinando o Termo

de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Os critérios de exclusão foram

aplicados para os sujeitos que não concluíram todas as avaliações (Idade Óssea,

Maturação e Stroop Test), que fizesse atividade esportiva com frequência mínima de

2x por semana, que apresentasse alguma síndrome genética identificada, déficit

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cognitivo, e qualquer tipo de doença que viesse comprometer os resultados do estudo

ou oferecer risco ao próprio sujeito.

Grupo 2 – Grupo praticantes de atividade esportiva: Os critérios de inclusão

respeitam o princípio da seletividade para o sujeito que estivesse dentro da faixa etária

10 a 13 anos, residente no RN, que praticasse atividade esportiva no mínimo 1 ano

com frequência mínima de 2x por semana, e que concordasse em participar assinando

o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Os critérios de exclusão foram

aplicados para os sujeitos que não concluíram todas as avaliações (Idade Óssea,

Maturação e Stroop Test), com síndrome genética identificada, déficit cognitivo, e

qualquer tipo de doença que viesse comprometer os resultados do estudo ou oferecer

risco ao próprio sujeito.

A pesquisa seguiu rigorosamente os protocolos escolhidos para avaliação de

antropométrica, marcadores cognitivos e maturação, respeitando as normas de ética

em pesquisa, onde os procedimentos realizados foram previamente autorizados pelo

Comitê de Ética da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (CEP- UFRN), sob

o parecer (n°1249937/2015), atendendo aos itens propostos pela resolução 466/12 do

CNS-Brasil, assim como respeitando as normas internacionais de experimentação

com humanos (Declaração de Helsinque de 2000).

5.4 Procedimentos e Instrumentos

5.4.1 Avaliação Antropométrica

Os indivíduos foram avaliados descalços e usando roupas leves. Para o estudo,

a idade cronológica, massa e estatura corporais, uma dobra cutânea, um perímetro

corrigido de braço e dois diâmetros foram verificados, de acordo com os procedimentos

e na sequência descrita abaixo. Toda antropometria seguiu copiosamente a

padronização da International Society for Advancement in Kinanthropometry– ISAK

(MARFELL-JONES; STEWART; DE RIDDER, 2006).

Massa corporal: O sujeito posicionou-se em pé no centro da plataforma da

balança, procurando não movimentar-se. A massa foi registrada em quilogramas, com

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precisão de 100 gramas. Utilizou-se uma balança eletrônica Filizola® 110, com

capacidade para 150 kg e divisões de 1/10 de kg.

Estatura Corporal: É a distância compreendida entre a planta dos pés e o ponto

mais alto da cabeça (vértex). O indivíduo ficou descalço ou usando meias finas. A

postura padrão recomenda ângulo reto com o estadiômetro, procurando colocar em

contato com o aparelho de medida os calcanhares, a cintura pélvica, a cintura

escapular e a região occipital. A cabeça ficou orientada no plano de Frankfurt. A

medida registrada em cm, estando o indivíduo em apnéia, após inspiração profunda.

Foi utilizado um estadiômetro Sanny ES2020®.

Perímetro corrigido do Braço (Pcb): Se refere ao perímetro do braço em

centímetros, subtraído pelo valor da dobra cutânea tricipital (TR) transformado em cm.

As medidas de dobras cutâneas foram realizadas no lado direito dos sujeitos e

repetidas três vezes sucessivas em cada local. Foi utilizada a média como valor da

medida ou dois valores coincidentes. O compasso de dobras cutâneas Harpenden®

(John Bull Indicators Ltd), foi utilizado para aferir as dobras.

Dobra Cutânea Tricipital (TR): O local da mensuração foi determinado através da

medida da distância entre a projeção lateral do processo acromial da escápula e a

borda inferior do olécrano da ulna, pelo uso de uma fita métrica, estando o cotovelo

flexionado a 90°. O ponto médio foi marcado na parte lateral do braço. A dobra foi

mensurada na linha média do bordo posterior do braço, sobre o músculo tríceps, no

ponto médio entre a projeção lateral do processo acromial da escápula e a margem

inferior do olécrano.

Diâmetro Biepicondiliano do Úmero (DU): Esta medida é a distância entre as

bordas externas dos epicôndilos medial e lateral do úmero. O indivíduo ficou em pé.

O braço, posicionado horizontalmente, com cotovelo e ombro em flexão próxima a

90°. O examinador ficou de pé, em frente ao avaliado e apalpou os epicôndilos medial

e lateral do úmero, com os dedos indicadores e polegar da mão esquerda. As hastes

do paquímetro foram colocadas em ângulo próximo a 45°.

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Diâmetro Biepicondiliano do Fêmur (DF): Esta medida é a distância entre a borda

medial e lateral dos côndilos do fêmur. Estes pontos são conhecidos como os

epicôndilos medial e lateral. O sujeito sentou-se com flexão do joelho próximo a 90°.

O ponto aparente mais lateral do côndilo femural foi apalpado com os dedos indicador

e/ou médio da mão esquerda, enquanto os correspondentes dedos da mão direita

apalparam o ponto aparente mais medial do côndilo femural. As hastes do paquímetro

foram colocadas a 45° para baixo.

5.4.2 Avaliação da Idade Óssea

Foi utilizado o modelo preditor de idade óssea proposto por Cabral (2011) no

qual, a idade óssea é determinada a partir das variáveis antropométricas conforme a

equação:

Idade Óssea = -11,620 + 7,004(estatura) + 1,226.Dsexo + 0,749(idade) –

0,068(Tr) + 0,214(Pcb) – 0,588(Du) + 0,388(Df).

Onde: Tr= dobra cutânea tricipital, Pcb= perímetro do braço DU= diâmetro ósseo do

úmero, Df= diâmetro ósseo do fêmur e Dsexo = 0 para o sexo masculino e Dsexo = 1,

para o sexo feminino.

5.4.3 Avaliação da Idade Cronológica

A idade cronológica em anos foi determinada pela soma dos meses de vida do

indivíduo, a partir de sua data de nascimento dividida por 12, resultando, assim, em

sua idade cronológica em anos (MALINA; BOUCHARD, 2002).

5.4.4. Avaliação da Maturação

Malina e Bouchard (2002) classificam a maturação em atrasado, normal ou

acelerado. A classificação é obtida através da subtração entre o valor da idade óssea

em meses pela idade cronológica em meses. Após a subtração caso o indivíduo esteja

entre +12 e -12 em relação à idade cronológica em meses ele é classificado como

normal, acima do +12 encontra-se em classificação acelerado e caso o valor seja

inferior a -12 o indivíduo tem classificação maturacional atrasada.

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5.4.5 Avaliação do Controle Inibitório

Para avaliação do controle inibitório, foi utilizado o Teste de Stroop seguindo o

protocolo de Córdova et al. (2008), onde o indivíduo em frente a um notebook marca

hp, tela de alta definição com 14 (quatorze) polegadas e processador Intel Core i3 de

cor vermelha, foi instruído pelo avaliador sobre o procedimento do teste, o qual realizou

duas vezes, sendo a primeira como familiarização do teste e a segunda onde foi

registrado o tempo do teste. O teste consistiu em três etapas, sendo a primeira e a

segunda de caráter congruente e a terceira etapa incongruente. O indivíduo com as

teclas de seta do notebook escolheu entre a resposta da direita ou da esquerda, com

as teclas de direção. Cada etapa consistiu em 12 estímulos e respostas, sendo

totalizados, 36 (trinta e seis) estímulos e respostas.

Na primeira etapa o estímulo foi para a cor do retângulo que poderia ser nas

cores Azul, Preto, Verde ou Vermelho, sendo com duas opções de respostas,

conforme figura 1 (a). Na segunda etapa o estímulo e a resposta poderiam ser na cor

branca, equivalendo dessa vez, o acerto no nome da palavra, continuando as palavras

Azul, Preto, Verde ou Vermelho, o indivíduo tinha que responder o nome da palavra

correta, exemplo ilustrado na figura 1 (b). Na terceira etapa o estímulo foi o

aparecimento do nome da cor descrito com outra cor, o indivíduo respondeu de acordo

com a cor do nome, as palavras descritas foram Azul, Preto, Verde ou Vermelho,

descritas com outra cor, conforme figura 1 (c). O teste foi realizado individualmente,

em um ambiente reservado, com uma sala fechada, iluminada, constando apenas o

avaliado e o avaliador, com temperatura de 20°C. Foi registado o tempo de reação da

segunda avaliação.

Figura 1 - Etapas das fases do Teste de Stroop (a) primeira etapa (congruente); (b) segunda etapa (congruente); (c) terceira etapa (incongruente).

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5.5 Analise Estatística

A normalidade dos dados foi verificada pelo teste de Kolmogoroc-Smirnov,

sendo apresentada uma distribuição normal. Os dados foram reportados em valores

de tendência central (média, desvio padrão, valores mínimo e máximo) e frequência.

Para comparar o tempo de reação de acordo com o a prática esportiva e o estado

maturacional utilizou-se a análise multivariável (MANOVA) seguida do post hoc de

Bonferroni para verificar a diferença quando encontrado um valor de F significativo

entre os grupos. As análises foram realizadas através do software Statistical Package

for the Social Sciences – SPSS versão 20.0. O nível de significância estabelecido foi

de p< 0,05.

6. RESULTADOS

A tabela 1 apresenta os valores em percentuais das variáveis sexo, pratica

esportiva e estágios maturacionais.

Tabela 1 - Descrição da amostra.

VARIÁVEIS Frequência Relativa

Sexo

Masculino 44,8%

Feminino 55,2%

Prática Esportiva

Não praticante 36,0%

Praticante 64,0%

Maturação

Atrasado 20,7%

Normal 67,5%

Acelerado 11,8%

A tabela 2 ilustra a característica da amostra em relação à idade óssea e

cronológica e a descrição do desempenho no Stroop teste das crianças e

adolescentes, o qual reporta o tempo de reação total e nas respectivas etapas I, II e

III, bem como o número de erros totais e nas etapas do teste.

Tabela 2 - Descrição dos valores de idade óssea, cronológica e resultados do Stroop Test.

VARIÁVEIS Média e Desvio

Padrão

Valores

Mínimos

Valores

Máximos

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Idade Cronológica 11,1 + 1,09 9,7 13,9

Idade Óssea 11,0 + 1,41 8,3 15,6

Stroop Test

TR Total (ms) 72419,75 + 13655,12 45791 127247

TR Etapa I (ms) 1713,60 + 299,27 1166,3 2635,7

TR Etapa II (ms) 1943,79 + 398,23 1234,7 3915,4

TR Etapa III (ms) 2365,99 + 464,03 1490,2 4089,8

Erro Total 4,64 + 5,09 - 22

Erro Etapa I 0,35 + 0,60 - 6

Erro Etapa II 0,24 + 0,60 - 11

Erro Etapa III 2,13 + 2,35 - 2

Na figura 2 observa-se que os sujeitos praticantes de atividade esportiva têm

resultados superiores de controle inibitório aos sujeitos não praticantes (F=31,82;

p<0,001), pois além de obterem menores valores de tempo de reação, apresentam

menores erros durante a etapa 3 (F=14,87; p<0,001).

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Figura 2 - Comparação do tempo de reação e erros das etapas do Stroop Test de praticantes e não praticantes de atividades esportivas. Nota:*valor de p<0,01 entre os indivíduos praticantes e não praticantes na etapa 3 e nos erros da etapa 3.

Na Figura 3 observou-se nos resultados entre a maturação com o tempo de

reação na etapa 3 (F=2,63; p=0,074) e os erros da mesma etapa (F=0,18; p=0,829),

mostrando que os sujeitos normais e acelerados obtiveram os menores tempos e os

indivíduos no estágio atrasado obtiveram maiores tempos de reação. Em relação aos

erros pode-se observar que os indivíduos no estágio atrasado obtiveram menor

quantidade de erros, já os sujeitos dos estágios normal e acelerado apresentaram mais

erros. Assim os sujeitos classificados normais e acelerados conseguem ser rápidos

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porém apresentam maior quantidade de erros, já os indivíduos atrasados gastam mais

tempo para realizar o teste porém erram menos.

Figura 3 - Comparação do tempo de reação e erros entre os diferentes estágios maturacionais de crianças e adolescentes.

Na Figura 4 observa-se nos resultados entre a maturação com o tempo de

reação de dos indivíduos não praticantes na etapa 3 (F=7,35; p<0,001) e os erros da

mesma etapa (F=0,074; p=0,074), mostrou que o tempo de reação dos não praticantes

no estágios atrasado são maiores ao compararmos com os normais que apresentaram

menores tempos. Em relação aos erros os sujeitos no estágio acelerado mostraram

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menores quantidade de erros nessa etapa. Para os indivíduos praticantes observa-se

que os indivíduos atrasados são lentos para realizar a etapa, porem possuem menores

quantidades de erros.

Figura 4 - Comparação do tempo de reação e erros entre os diferentes estágios maturacionais de crianças e adolescentes praticantes de atividade esportiva. Nota:*valor de p<0,05 entre atrasados e normais praticantes na etapa 3.

A figura 5 é importante destacar que se refere aos valores totais de tempo de

reação (a soma de todas as etapas). Observa-se que os indivíduos praticantes de

atividade esportiva ao serem observados por estágios maturacionais os classificados

atrasados apresentam maiores tempo de reação, os sujeitos nos estágios normais e

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acelerados apresentaram valores próximos e com menores tempos de reação. Os não

praticantes apresentaram comportamento semelhante porem as variações de tempo

foram maiores. Com isso, pode-se apontar que os sujeitos atrasados possuem um

controle inibitório inferior aos demais sujeitos em outros estágios maturacionais e que

os indivíduos nos estágios normais se destacam com os melhores resultados. Aos

observamos os grupos de praticantes e não praticantes, os sujeitos que não praticam

esportes apresentaram valores muito elevados, os praticantes de esporte por sua vez

apresentaram valores menores de tempo de reação, evidenciando que os praticantes

possuem um controle inibitório melhor. Contudo podemos observar também que há

uma variação de resultados significativa entres os indivíduos praticantes e não

praticantes de esportes ao observamos os estágios maturacionais.

Figura 5 - Tempo de reação nos diferentes níveis maturacionais de praticantes e não praticantes de atividade esportiva.

7. DISCUSSÃO

Os resultados encontrados (ver figura 2) demonstram que, os sujeitos

praticantes de atividade esportiva têm resultados superiores de controle inibitório aos

sujeitos não praticantes. No gráfico 3, observou-se que os sujeitos classificados

normais e acelerados conseguem ser rápidos porém apresentam maior quantidade de

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erros, já os indivíduos atrasados gastam mais tempo para realizar o teste porém erram

menos. Para os indivíduos praticantes observa-se que os indivíduos atrasados são

lentos para realizar a etapa, porem possuem menores quantidades de erros (figura 4).

O desenvolvimento do componente de controle inibitório de funções executivas

avaliadas com o teste Stroop foi o foco do presente estudo, verificando a influência em

jovens praticantes de atividade esportiva e não praticantes em diferentes estágios

maturacionais. O desempenho de crianças e adolescentes com idades entre 9 e 13

anos demonstra que o desenvolvimento continua na adolescência (WELSH;

PENNINGTON; GROISSER, 1991).

Satterthwaite et al. (2014) observaram em seu estudo um grande impacto da

puberdade sobre o desenvolvimento da perfusão cerebral. Os autores avaliaram o

fluxo sanguíneo cerebral de 922 jovens entre oito e 22 anos e observaram que, ao

longo da adolescência, o fluxo cerebral em todo o córtex diminui consideravelmente,

inclusive no Córtex pré-frontal. O fluxo cerebral da massa cinzenta média sofreu um

declínio acentuado no fim da infância e início da adolescência até cerca dos 16-18

anos, seguido por um ligeiro aumento durante o início da fase adulta. A caracterização

da idade óssea e cronológica mostrou como os sujeitos possuem valores próximos, os

quais podemos justificar em virtude de os indivíduos estudados estarem no estágio de

maturação normal.

A adolescência é, atualmente, reconhecida como o maior e o mais dinâmico

período de desenvolvimento neuronal, durante o qual ocorrem as maiores

remodelações dos circuitos comportamentais. Estes aspetos prendem-se

principalmente com o aumento da capacidade funcional, alterações na distribuição

dopaminérgica, maturação do sistema límbico e desenvolvimento do córtex pré-frontal

(JOHNSON; BLUM; GIEDD, 2009). A mielinização é favorecida nas áreas corticais que

permaneceram intactas, aumentando assim a velocidade de transmissão de

informação nestas regiões e reforçando os circuitos neuronais mais utilizados. Tem-se

verificado que no córtex pré-frontal este reforço da mielinização só acontece após os

10 anos de idade (COUTINHO, 2013).

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A partir disto podemos analisar que existe uma possibilidade de que os

indivíduos com uma melhor capacidade de inibir as respostas prepotentes podem ser

mais propensos a perseguir ou ser bem sucedidos em esporte onde este é

presumivelmente de benefício, embora consideremos que isso seja improvável e a

diferença vista como uma consequência da formação, corroborando com o estudo de

Tsai (2009) que demonstrou que o treinamento físico afeta o controle inibitório, usando

uma tarefa de sinal com paragem observou maior controle inibitório em jogadores de

tênis quando comparados com os controles sedentários, como mostrado por tempos

de reação de sinal de paragem mais curtos, indicando que um menor tempo foi

necessário para os jogadores de ténis de reterem as suas ações prepotentes (CHAN

et al., 2011; CREVITS et al., 2000; DI RUSSO et al., 2006; DI RUSSO; PITZALIS;

SPINELLI, 2003; FUJIWARA et al., 2009; KIDA; ODA; MATSUMURA, 2005;

NAKAMOTO; MORI, 2008).

O estudo de Kramer et al. (1999) não observou uma melhor capacidade de

exercer controle inibitório em nadadores, que mostraram tempos de reação de sinal

de paragem semelhantes aos controles sedentários. Apesar dos níveis estimados de

atividade física e aptidão aeróbica serem significativamente diferentes entre os dois

grupos, existe uma associação entre a aptidão física e o tempo de reação em tarefas

que requerem um alto poder de controle inibitório, flexibilidade cognitiva e ativação

cortical em crianças (BROWN; MARTINEZ; PARSONS, 2006; SCHÄFER; HUXHOLD;

LINDENBERGER, 2006; THEMANSON; HILLMAN; CURTIN, 2006; VERGHESE,

2006; WILLIAMS; ERICSSON, 2005). Em contraste com os nossos achados, pois

observamos em nossa pesquisa que os indivíduos praticantes de atividade esportiva

obtiveram resultados superiores de controle inibitório aos sujeitos não praticantes, pois

além de obterem menores valores de tempo de reação, apresentaram menores

quantidades de erros. Corroborando com os nossos achados Buck, Hillman e Castelli

(2008), observaram que crianças (sete a 12 anos de idade) com maior aptidão física,

ou seja, que praticam esportes, tiveram melhores resultados no teste de Stroop. Além

disso, a memória de reconhecimento também parece estar associada a um maior nível

de aptidão física em pré-adolescentes (nove e 10 anos de idade) (MALLOY-DINIZ et

al., 2008).

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Tsujimoto, Kuwajima e Sawaguchi (2007) sugeriram que as funções pré-frontais

do cérebro, responsáveis pela inibição de respostas e pela memória de trabalho, são

fracionadas durante a infância entre as idades de cinco a seis anos e entre as idades

de oito a nove anos, o que permite exibir habilidades cognitivas mais complexas ao

longo da infância. Uma das explicações dos autores para as diferenças encontradas

entre as faixas etárias pesquisadas seria que as crianças mais velhas podem adotar

uma maior diversidade de estratégias cognitivas na resolução de provas

experimentais, quando comparadas as crianças mais novas. As crianças que se

encontram no estágio maturacional atrasado usam a capacidade de responder de

forma mais lenta porem com cuidado para não terem muitos erros durante o teste, não

levando em consideração o tempo da atividade, apesar de terem sidos orientados a

realizar o teste o mais rápido possível, o estudo de Stuss et al. (2001) explica que o

aumento do controle inibitório com a idade mostra que, quando a variável leitura de

palavras é mantida constante, parece estar intimamente relacionada com a maturação

nos lobos frontais. Os lobos frontais são relativamente imaturos durante a infância,

desenvolvendo pelo menos até o início da adolescência (CUMMINGS, 1993) e

desempenho Stroop é altamente ligado ao funcionamento do lobo frontal medial

superior, concretamente a área motora suplementar de ambos os hemisférios (STUSS

et al., 2001).

Para os erros de omissão, uma explicação possível às correlações encontradas

no estudo de Lemes (2013) é o salto maturacional das crianças em seus desempenhos

para realizar as duas tarefas que avaliam controle inibitório, sendo que as crianças

mais novas à medida que erram na tarefa go/no-go também erram na tarefa de Stroop

e, como já foi discutido, erram mais comparadas com as crianças mais velhas. A

maturação das regiões pré-frontais tem forte relação com o desenvolvimento cognitivo

das crianças, o que é evidenciado pelo aumento das aptidões relacionadas à

linguagem, criatividade e capacidade atentiva ao longo do desenvolvimento

cronológico. O amadurecimento destas regiões frontais permite à criança uma maior

capacidade de concentração, autocontrole e atenção devido ao funcionamento

adequado do controle inibitório (MALLOY-DINIZ et al., 2008; MIRANDA; MUSZKAT;

DE MELLO, 2012). A partir disso, nossos achados afirmam os sujeitos classificados

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normais e acelerados são mais rápidos porém apresentam maior quantidade de erros

quando comparados aos atrasados.

Os resultados sugerem que os padrões de maturação são altamente

dependentes da tarefa empregada, sugerindo que as diferentes tarefas, apesar de

todas as medidas consideradas de controle inibitório, provavelmente estão analisando

diferentes componentes dessa função executiva. Outra possibilidade é que as

diferentes tarefas de medição podem ser a mesma função cognitiva, mas com

sensibilidade diferente (WELSH; PENNINGTON; GROISSER, 1991). Nossos

resultados podem ser justificados através do estudo de Sisk e Foster (2004) ao afirmar

que existem algumas possíveis explicações para a ausência de efeitos benéficos da

atividade física sobre as demais tarefas cognitivas. É possível especular que as

crianças da faixa etária estudada estejam sujeitas a alterações maturacionais

gradativas, que podem afetar o sistema nervoso central e, por consequência, o

desempenho cognitivo.

Nesse contexto, cabe ressaltar que pouco se sabe acerca dos possíveis

mecanismos fisiológicos envolvidos na melhora cognitiva de crianças saudáveis

fisicamente ativas, tampouco sobre qual o volume de atividade física necessário para

que ocorram benefícios na função cerebral (TOMPOROWSKI et al., 2008a, 2008b).

Dessa forma, outros estudos corroboram com os nossos resultados, como o de Cragg

e Nation (2008), que sugerem que as crianças mais velhas se tornam mais efetivas

em controlar suas respostas comportamentais, o que leva a melhorias no

desenvolvimento da resposta inibitória com a idade. Os resultados de Lagattuta,

Sayfan e Monsour (2011) também estão de acordo com a presente pesquisa no

tocante às diferenças entre os tempos de reação dos grupos etários estudados,

indicando um declínio constante dos tempos de reação ao longo das idades.

Para análise dos erros cometidos, os resultados do estudo de Lorsbach e

Reimer (2011) mostram contraste com os nossos resultados ao revelarem que as

crianças apresentaram maior taxa de erros nas condições em que havia maior atraso

entre a apresentação das telas, o que pode ter contribuído com possíveis distrações

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das crianças entre as condições experimentais quando comparadas a taxa de erros

cometidos pelos adultos nas mesmas condições. De maneira geral, os resultados

indicaram que as crianças tiveram mais dificuldade em manter as respostas corretas

nas tarefas de inibição de informações irrelevantes ou ainda na etapa mais complicada

que seria a etapa incongruente.

Dessa forma, constatou-se, por meio das análises na comparação do tempo de

reação e erros de acordo com os estágios maturacionais entre crianças e adolescentes

praticantes e não praticantes de atividade, que os sujeitos que praticam esportes

conseguem demonstrar melhor controle inibitório em relação aos indivíduos que não

praticam esportes, apresentando melhores resultados em todas as etapas do teste

além de menor quantidade de erros. Obtivemos resultados significativos ao nos

estágios maturacionais dos indivíduos não praticantes de esporte, verificamos que os

indivíduos normais e acelerados apresentam resultados melhores que os atrasados.

Os estudos de Ozel, Larue e Molinaro (2004) corroboram os nossos achados quando

estão de acordo com a afirmação de que existe uma ligação entre o desporto e a

capacidade de realizar transformações de imagem mental e essa capacidade pode

não ser uma especificidade do desporto. Isso também pode apoiar o conceito de

cognição motora, que vê o sistema motor como participando de processamento mental

(HAGGARD, 2005), estes resultados podem ter sido taxativos devido a falta da pratica

esportiva, o que faz com que esses inviduos tenham resultados inferiores aos demais.

Assim, nossos resultados podem ser justificados a partir do estudo de Wang et

al. (2013) que sugerem que os esportes envolvendo altas demandas de capacidade

cognitiva, podem desenvolver controle inibitório superior com respeito aos esportes

em que o ambiente de treinamento é altamente consistente, previsível e de

autoaprendizagem para os jogadores. O estudo de Chan et al. (2011) encontraram

esgrimistas de alta aptidão mostrando superioridade no controle inibitório em relação

aos não-atletas enquanto esgrimistas de com baixa aptidão não o fizeram, indicando

a importância da combinação de componentes de habilidades físicas e cognitivas para

a melhoria cognitiva.

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Bojikian et al. (2005) questiona a correlação entre essas variáveis e a maturação

no indivíduo, justificando tal fato nas rápidas mudanças que ocorrem nas fases de pico

de desenvolvimento maturacional e provocam alterações, tais como célere ganho de

massa muscular e estatura, interferindo em capacidades coordenativas, de agilidade

e velocidade (VEIGA, 2009). Aos compararmos os tempos de reação total dos grupos

de praticantes e não praticantes os sujeitos que não praticam esportes apresentaram

valores muito elevados em relação ao outro grupo, mostrando que os praticantes

possuem um controle inibitório melhor do que os não praticantes. Esses resultados

podem ser de grande importância para elucidar a influência do exercício sobre a

eficiência do controle inibitório e, por conseguinte, contribuir para o processo de

aprendizagem em ambiente escolar (CYPEL et al., 2006).

Nossos resultados corroboram com o estudo de Pontifex et al. (2013) que

afirmar que a influência do exercício promoveu o desempenho do controle inibitório e

está de acordo com as evidências de estudos conduzidos com crianças e adultos

jovens saudáveis (ENDO et al., 2013; LI et al., 2014; YANAGISAWA et al., 2010).

Como a intensidade do exercício é um fator importante para potencializar o

desempenho cognitivo pós-exercício (CHANG et al., 2012), adotou-se, no neste

estudo, um protocolo de exercício em intensidade vigorosa, que, além de ser indicada

pela Organização Mundial de Saúde para adolescentes (WHO, 2010), seria adequada

para induzir os mecanismos fisiológicos responsáveis a favorecer o desempenho

cognitivo (CYPEL et al., 2006). Nossos dados concordam com o estudo de Cypel et al.

(2006) anteriormente onde o exercício aeróbio parece ter sido uma ferramenta capaz

de influenciar agudamente os mecanismos fisiológicos responsáveis a favorecer o

desempenho do controle inibitório. Os mecanismos ainda são um tanto controversos

e pouco explorados, porém a principal hipótese fisiológica que pode explicar esses

efeitos se refere ao aumento do fluxo sanguíneo cerebral, o que poderia reverberar

sobre o desempenho cognitivo pós-exercício (ENDO et al., 2013; LI et al., 2014;

YANAGISAWA et al., 2010).

O estudo de Riccio, Reynolds e Lowe (2001) demonstrou que o controle

inibitório continua amadurecendo durante a adolescência, um período de tempo de

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vida, onde, mais dados são necessários para ter uma visão abrangente de

desenvolvimento de funções executivas. Assim, o desenvolvimento do controle

inibitório parece ser um processo não uniforme. Como a inibição refere-se à habilidade

de suprimir uma resposta dominante e automática, em crianças pré-escolares, há uma

diminuição dos erros em inibir respostas ao longo da idade. Além disso, Malloy-Diniz

et al. (2008) afirmam que as funções executivas apresentam uma aceleração em seu

processo maturacional. De acordo com Holden (2004), muitas pesquisas e estudos de

diferentes áreas assumem que a linguagem e o sistema motor humano estão

intimamente associados e apresentam áreas cerebrais associadas e relacionadas nos

dois hemisférios cerebrais. Nesse sentindo, Xue, Aron e Poldrack (2008) mostraram

que as mesmas áreas corticais desempenham um papel tanto na emissão de

respostas vocais quanto para respostas motoras.

9. CONCLUSÃO

Podemos concluir que ao compararmos os indivíduos que praticam esportes e

não praticam esportes, os indivíduos praticantes apresentaram melhores resultados

de controle inibitório em relação aos que não praticam esporte, apresentando menores

valores de tempo de reação e menor quantidade de erros. Sendo possível ainda

observar melhor desempenho de tempo de reação para os sujeitos classificados no

estado maturacional normal e acelerado quando comparado com os atrasados. Dessa

forma fica evidente a importância dos estudos que relacionam a maturação para

ciências do esporte, sendo ela um fator de influência em variáveis como controle

inibitório, que é considerado um diferencial de desempenho nas modalidades

esportivas que utilizam grandes variações de movimento e exigem rápidas tomadas

de decisão, levando em consideração que os indivíduos nos processos de detecção

esportiva devem ser avaliados de forma geral e não apenas características

especificas.

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10. COMETÁRIOS E SUGESTÕES

Sugerimos que em pesquisas futuras possam considerar testar se as

habilidades sensório-cognitivas dos indivíduos que praticam esportes podem ser

melhoradas através destes testes sensório-cognitivos, facilitando a transferência

efetiva desta habilidade adquirida definido para os domínios desportivos, sendo

relevantes para estudos de capacidade cognitiva principalmente no processo de

seleção esportivo.

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APÊNDICES

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FICHA DE AVALIAÇÃO

NOME:_______________________________________________________

TELEFONE:_______________________ DATA NASC:____/____/____

SEXO: M ( ) F ( ) DATA DA AVALIAÇÃO: ____/____/___

MENARCA: NÃO ( ) SIM ( ) Data: ----------/----------/-------------

IMAGEM CORPORAL

IMAGEM ATUAL: __________________ IMAGEM DESEJADA:_______________

ANTROPOMETRIA

PESO: ____________ P. BRAÇO:___________ D. FEMURAL:_______

ESTATURA:__________

PCB: ________________

PERNA: _____________

D. UMERAL:________

DOBRAS CUTÂNEAS

TR SE SI PERNA MEDIAL

______________ _______________ _______________ ________________

______________ _______________ _______________ ________________

______________

_______________ _______________ ________________

TEMPO DE REAÇÃO

______________

______________

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TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Esclarecimentos

Estamos solicitando a você a autorização para que o menor pelo qual você é responsável

participe da pesquisa: “Relação da maturação com o tempo de reação em esportistas de diferentes

modalidades e não esportistas”, que tem como pesquisador responsável Professora Ma Vanessa

Carla Monteiro Pinto.

Esta pesquisa pretende verificar a influência da maturação no tempo de reação de esportistas

em diferentes modalidades e em não esportistas.

O motivo que nos leva a fazer este estudo é identificar a provável relação que existe da

influencia que a maturação irá ter em relação ao tempo de reação dos esportistas, tendo em vista que

os indivíduos que não praticam esportes podem não ter o tempo de reação da mesma forma que os que

praticam esportes.

Caso você decida autorizar, ele deverá inicialmente ser submetido à avaliação física e

realização de teste de tomada de decisão.

Em caso de algum problema que ele (a) possa ter, relacionado com a pesquisa, ele(a) terá

direito a assistência gratuita que será prestada de esclarecimento e resposta a qualquer pergunta; a

liberdade de abandonar a pesquisa a qualquer momento sem prejuízo para si; a garantia de privacidade

à sua identidade e do sigilo de suas informações; a garantia de que caso haja algum dano à criança os

prejuízos serão assumidos pelos pesquisadores ou pela instituição responsável, inclusive

acompanhamento médico e hospitalar. Os responsáveis por essa assistência total será a professora

auxiliar Thaisys Blanc dos Santos Simões e o professora responsável Vanessa Carla Monteiro Pinto.

Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas procurando os

pesquisadores através do endereço ou pelos telefones: Thaisys Blanc dos Santos Simões: Av. Abel

Cabral, n 2400, Apto 907, Bloco 5, Parnamirim, RN. Telefones de contato: (084) 99862-5270. E-mail de

contato: [email protected]; Professora Ma Vanessa Carla Monteiro Pinto – E-mail:

[email protected] – Fone: (084) 99149-4439.

Você tem o direito de recusar sua autorização, em qualquer fase da pesquisa, sem nenhum

prejuízo para você e para ele (a).

Os dados que ele (a) irá nos fornecer serão confidenciais e serão divulgados apenas em

congressos ou publicações científicas, não havendo divulgação de nenhum dado que possa identificá-

lo (a). Esses dados serão guardados pelo pesquisador responsável por essa pesquisa em local seguro

e por um período de 5 anos. Se você tiver algum gasto pela participação dele(a) nessa pesquisa, ele

será assumido pelo pesquisador e reembolsado para você. Se ele (a) sofrer algum dano

comprovadamente decorrente desta pesquisa, ele (a) será indenizado.

Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá ligar para o Comitê de Ética em

Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, telefone 3215-3135.

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Este documento foi impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra com o pesquisador

responsável Professora Ma Vanessa Carla Monteiro Pinto.

Consentimento Livre e Esclarecido

Eu, ____________________________________________, representante legal do menor

____________________________________________, autorizo sua participação na pesquisa:

“Relação da maturação com o tempo de reação em esportistas de diferentes modalidades e não

esportistas”.

Esta autorização foi concedida após os esclarecimentos que recebi sobre os objetivos,

importância e o modo como os dados serão coletados, por ter entendido os riscos, desconfortos e

benefícios que essa pesquisa pode trazer para ele (a) e também por ter compreendido todos os direitos

que ele (a) terá como participante e eu como seu representante legal.

Autorizo, ainda, a publicação das informações fornecidas por ele (a) em congressos e/ou

publicações científicas, desde que os dados apresentados não possam identificá-lo (a).

Natal, _____ de _______________de_____.

____________________________________________

Assinatura do representante legal

Impressão datiloscópica do

representante legal

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TERMO DE ASSENTIMENTO

Através deste termo esclareço que aceito participar da pesquisa “RELAÇÃO DA MATURAÇÃO COM O

TEMPO DE REAÇÃO EM ESPORTISTAS DE DIFERENTES MODALIDADES E NÃO ESPORTISTAS”,

coordenada pela Professora Ma Vanessa Carla Monteiro Pinto.

Como sou menor de idade (ou legalmente incapaz), meu responsável legal assinou um Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido onde o pesquisador responsável explica a maneira como a pesquisa será

realizada, todos os meus direitos, riscos e benefícios que terei ao participar dessa pesquisa.

Nesse mesmo um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido o pesquisador responsável declarou que

cumprirá tudo que ele esclareceu e prometeu.

Juntamente com o meu representante legal (pai, mãe ou outro), recebi, de forma que entendi, explicações

sobre essa pesquisa e os endereços onde devo tirar minhas dúvidas sobre a pesquisa e se a mesma é eticamente

aceitável.

Depois de conversar com meu representante legal, resolvi voluntariamente:

Natal, ____ de _____________de______

Meu nome é = ________________________________________________

___________________________________________ Assinatura do participante

___________________________________________ Assinatura de uma testemunha

___________________________________________ Assinatura do pesquisador responsável

Impressão datiloscópica do

participante

( ) Participar = Eu aceito!

( ) Não participar = Eu não

quero!

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