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Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica - PROVAB Nutrição, Perda de Peso Involuntária

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Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica - PROVAB

Nutrição, Perda de Peso Involuntária

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Nutrição, Perda de Peso Involuntária

Fatores intervenientes do estado nutricional e alimentação de idosos

Para a manutenção da saúde do idoso é essencial que seu estado nutricional se encontre adequado. Entretanto, no processo de envelhecimento normal, ocorrem diversas mudanças na composição corporal que podem afetar este estado nutricional. Além dos fatores fisiológicos e metabólicos que ocorrem com o envelhecimento, que não se dá da mesma forma e magnitude em todos os indivíduos, outros fatores, como os psicossociais, econômicos e patológicos, podem influenciar negativamente o estado nutricional do idoso (HAGEMEYER e REZENDE, 2011).

Fatores Fisiológicos

Estes fatores predispõem à perda de peso no idoso, já que se associam à saciedade precoce, diminuição do apetite e do prazer em comer, podendo cursar com anorexia, comprometendo então a ingestão adequada de nutrientes (HAGEMEYER e REZENDE, 2011).

As alterações na capacidade de mastigar, pela ausência de dentes ou uso de próteses mal adaptadas, levam a uma diminuição no consumo de alimentos de difícil mastigação, como as carnes, frutas e vegetais frescos, além de interferir no processo de digestão (SANTOS et al, 2010; CAMPOS et al, 2000).

A perda sensorial (visão, paladar, audição e olfato) que ocorre com o envelhecimento, afeta diretamente a autoestima do idoso e o prazer na degustação dos alimentos. Veja abaixo o esquema adaptado de CAMPOS et al, 2000; SANTOS et al, 2010.

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Fatores Psicossociais

Algumas situações são muito recorrentes entre os idosos que levam os mesmos à solidão e ao isolamento familiar e social, predispondo o idoso à falta de ilusão e preocupação consigo, afetando suas atividades diárias, como o preparo das refeições e o próprio ato de se alimentar. Dentre elas, as principais são: perda do cônjuge, morar só ou em instituições, perda da autonomia e/ou independência, perda do papel social com a aposentadoria, conflitos e quadros depressivos. Tais fatores devem ser considerados ao se implementar uma conduta nutricional no idoso já que levam à perda do apetite ou à recusa dos alimentos, prejudicando seu estado nutricional. (MARUCCI et al, 2007; CAMPOS et al, 2000).

Fatores Econômicos

Como bem se sabe os idosos brasileiros, na sua grande maioria, apresentam recursos econômicos insuficientes provenientes de aposentadorias e/ou pensões, o que faz com que os mesmos consumam alimentos de menor custo e mais fácil preparo, em geral ricos em carboidratos, com pães, biscoitos e farináceos. Em paralelo a isto, os alimentos mais caros, fontes de proteínas, como carnes e laticínios, são pouco consumidos, contribuindo para uma perda na qualidade e a monotonia desta alimentação. Veja abaixo o esquema Adaptado de CAMPOS et al, 2000; SANTOS et al, 2010).

Fatores Patológicos

As principais doenças crônicas não transmissíveis que acometem os idosos se associam com a alimentação. Estas doenças levam a restrições dietéticas, alterações nas necessidades e nos processos metabólicos de digestão, absorção ou excreção de nutrientes, podendo afetar o estado nutricional negativamente. Além disto, o uso de

4

+

+++

Tornozelo

Base da coxa

1

5 a 6

Grau de edema

++

++++

Localização

Joelho

Anasarca

Quantidade em Kg a ser descontado (kg)

3 a 4

10 a 12

Fonte: WAITZBERG, 2009

muitos medicamentos também pode prejudicar a digestão dos alimentos e absorção dos nutrientes, já que interferem nestes processos, debilitando ainda mais o estado nutricional do idoso (CAMPOS et al, 2000; MARUCCI et al, 2007). Além destas, outras situações que acometem os idosos, como disfagia, depressão, demências, déficit cognitivo, afetam diretamente a autonomia e independência dos mesmos, e consequentemente influenciam o ato de comprar, selecionar e preparar as refeições, levando a uma dependência funcional e prejuízo do estado nutricional (NASCIMENTO et al, 2011).

Fatores que afetam o consumo alimentar e a nutrição do Idoso(Acesse em: http://www.scielo.br/pdf/rn/v13n3/7902.pdf)

Fatores associados ao estado nutricional de idosos de duas regiões do Brasil(acesse em: http://www.scielo.br/pdf/ramb/v58n4/v58n4a13.pdf)

Avaliação nutricional de idosos

A avaliação do estado nutricional é um conjunto de métodos, procedimentos e técnicas, utilizados com o objetivo de identificar a presença de distúrbios nutricionais, possibilitando intervenção adequada e precoce, de modo a promover a recuperação, manutenção ou promoção do estado nutricional dos indivíduos (SILVA; MURA, 2007). Vários métodos podem ser utilizados, sendo necessário associar vários indicadores para caracterizar a condição nutricional do individuo. Um dos métodos de avaliação do estado nutricional é a antropometria, a qual se baseia na medição das variações físicas e na composição corporal global. As variáveis mais utilizadas em idosos são: (clique sobre os nome para conhecê-los).

Peso

O peso é a dimensão corporal que representa o somatório de todos os tecidos e compartimentos do corpo: água, massa óssea, tecido muscular, tecido epitelial e gorduroso. (Acesse em: https://ufc.unasus.gov.br/curso/provab/idoso_v3/unid_01/tema_03/material_complementar/orientacoes_coleta_analise_dados_antropometricos.pdf) e saiba mais sobre como e quando realizar a aferição do peso. É importante no momento da mensuração, observar se há presença de edema, ascite ou desidratação que possam prejudicar a interpretação do valor encontrado. Se verificada a presença de edema, descontar do peso aferido o valor estimado dos fluidos extracelulares:

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Estimativa de Peso

Se o idoso estiver acamado, em cadeira de rodas ou com dificuldade para permanecer em pé, o valor do peso poderá ser estimado por meio de equações referidas na literatura científica. A equação preditiva mais conhecida e reconhecida mundialmente é a de Chumlea e colaboradores (Chumlea et al. 1988):

Homens (Kg) = [0,98 x PP(cm)] + [1,16 x AJ(cm)] + [1,73 x PB(cm)] + [0,37 x DCSE(mm)] – 81,69 Mulheres (Kg) = [1,27 x PP(cm)] + [0,87 x AJ(cm)] + [0,98 x PB(cm)] + [0,4 x DCSE(mm)] – 62,35 Onde: PB é o perímetro do braço, PP é o perímetro da panturrilha, AJ é a altura do joelho e DCSE é dobra cutânea subescapular;

Contudo, é necessário desenvolver equações específicas para cada população. Da Matta (2006), encontrou alta concordância entre a massa corporal diretamente aferida e a massa corporal estimada por uma equação que não inclui a medida de dobra cutânea. O que implica em eliminar a necessidade do adipômetro, instrumento este que onera a avaliação, e eliminar também uma fonte de erro de medidas, uma vez que tanto o equipamento utilizado quanto o avaliador podem implicar em erros na obtenção dos dados referentes às dobras cutâneas.

Homens (Kg): (1,995 x PB) + (1,121 x PP) + (0,633 x AJ) - 62,171 Mulheres (Kg): (1,800 x PB) + (0,746 x PP) + (0,644 x AJ) - 47,444 Onde: PB é o perímetro do braço, PP é o perímetro da panturrilha e AJ é a altura do joelho (todos em cm).

Altura do Joelho

A altura do joelho pode ser medida com o idoso deitado ou sentado, dobrando a perna esquerda de maneira a formar um ângulo de 90º, na região do joelho (entre a perna e a coxa). Em seguida posiciona-se o equipamento específico e mede-se a distância entre a base do calcanhar e a parte superior da patela. Na falta do antropômetro específico, pode-se MURA, 2007).utilizar antropômetro infantil ou fita métrica inelástica (SILVA; MURA, 2007).

Perímetro do braço

Para aferição do perímetro do braço o idoso deverá estar preferencialmente de pé, com o membro superior fletido, formando um ângulo de 90º, na região do cotovelo, com a palma da mão voltada para cima. Com a fita métrica inelástica, localiza-se o ponto médio, entre o processo acromial da escápula (ombro) e o processo do olecrano da ulna (braço). O valor do perímetro do braço é obtido, com o membro superior estendido, ao lado do corpo, circundando o braço, com a fita, no ponto médio, sem comprimir a pele ou outros tecidos e sem deixar a fita frouxa. A medida também pode ser feita com o idoso sentado ou deitado, neste caso a medida é realizada em posição de decúbito lateral (SILVA; MURA, 2007).

Perímetro da panturrilha

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Para sua mensuração colocar o idoso sentado ou em decúbito dorsal, com a perna esquerda formando um ângulo de 90º com o joelho; circundar a fita inelástica na parte mais protuberante da panturrilha e realizar a leitura (I CONSENSO BRASILEIRO DE NUTRIÇÃO E DISFAGIA, 2011). A medida do perímetro da panturrilha é um bom parâmetro de avaliação da massa muscular no idoso. Medidas menores que 31 cm são indicativas de redução da massa muscular.

Estatura

Corresponde à medida do corpo que se estende do topo da cabeça até a base dos calcanhares. Quando ela é medida com o indivíduo em pé, geralmente é denominada altura. Isoladamente não permite a avaliação do estado nutricional. Seu valor é utilizado para cálculo do IMC (Índice de Massa Corporal). (clique aqui) e saiba mais sobre como e quando realizar a aferição da estatura.

Se o idoso estiver acamado, em cadeira de rodas, apresentar cifose acentuada ou dificuldade para permanecer em pé, o valor da estatura poderá ser estimado por meio de equações referidas na literatura científica. A mais conhecida e utilizada é a adaptada de Chumlea e colaboradores (WAITZBERG, 2009), apresentada abaixo:

Homens: altura (cm) = 64,19 + [2,02 x AJ (cm)] – [0,04 x idade (anos)]Mulheres: altura (cm) = 84,88 + [1,83 x AJ (cm)] – [0,24 x idade (anos)]Onde AJ é altura do joelho, medida que sofre pouca alteração com o avanço da idade

e apresenta elevada correlação com a estatura.

Índice de Massa Corporal (IMC)

O IMC é calculado segundo a relação entre o valor de peso corporal, dividido pelo quadrado do valor da estatura. Valores estimados de peso e estatura podem ser utilizados para cálculo do IMC (SILVA; MURA, 2007)

IMC= peso (Kg) / estatura² (m)

Os pontos de corte adotados pelo Ministério da Saúde são os propostos por Lipschitz (1994):

< 22

> 27

Baixo Peso

Sobrepeso

IMC (kg/m²) Diagnóstico Nutricional

22 a 27 Adequado ou Eutrófico

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Perda de peso não intencional

O conhecimento da perda de peso não intencional é fundamental, pois a alta velocidade de perda pode estar associada à perda preponderante de massa muscular, que é um importante marcador de desnutrição. Alguns pesquisadores consideram esse critério o mais importante na avaliação do risco de desnutrição em idosos (I CONSENSO BRASILEIRO DE NUTRIÇÃO E DISFAGIA EM IDOSOS HOSPITALIZADOS, 2011).

Considera-se perda de peso não intencional aquela que não aconteceu por decisão própria. Caso isto ocorra, deve-se investigar as possíveis causas. A perda de peso não intencional de, no mínimo, 4,5kg ou de 5% do seu peso corporal no último ano é preocupante.

Percentual de perda peso = (peso habitual - peso atual) x 100 / peso habitual (Acesse em: https://ufc.unasus.gov.br/curso/provab/idoso_v3/unid_01/tema_03/material_

complementar/manual_equipamentos_2012_1201.pdf) e saiba mais sobre a descrição de equipamentos antropométricos que podem ser utilizados nos serviços de saúde.

Manejo nutricional de idosos com perda ponderal

Caso o idoso apresente baixo peso segundo IMC ou perda ponderal significativa os profissionais de saúde podem orientar quanto ao uso de alimentos convencionais da dieta oral, sugerindo (CANDELA; FERNANDEZ, 2004; WAITZBERG, 2009; I CONSENSO BRASILEIRO DE NUTRIÇÃO E DISFAGIA EM IDOSOS HOSPITALIZADOS, 2011):

• Eliminar as restrições alimentares desnecessárias;

• Realizar modificações quanto ao fracionamento (estimular pequenas, mas frequentes refeições) e quanto aos aspectos sensoriais das refeições (sugerir temperos e condimentos; valorizar os alimentos preferidos e mais bem aceitos; valorizar a mistura de cores e textura dos alimentos);

• Usar estratégias de aumento da densidade calórica das refeições, tais como acrescentar: óleos vegetais nas refeições principais; margarina nas preparações como mingaus e purês; açúcar, mel, leite condensado e creme de leite nas frutas, sucos, vitaminas, leite e chás; creme de leite nos molhos, doces ou purês; queijo ralado nas saladas, legumes, sopas e purês; gema de ovo cozida e amassada no caldo de feijão, sopas e purês; clara de ovo cozida nas saladas e legumes e leite em pó no leite fluido.

A escolha da estratégia a ser utilizada no manejo nutricional deve levar em conta a capacidade funcional do trato gastrointestinal, as doenças de base, a situação clínica e as condições econômicas do idoso (WAITZBERG, 2009).

Caso o idoso apresente comorbidades, tais como diabetes, doença renal crônica e outras o ideal é que seja feita uma avaliação também pelo profissional nutricionista, tendo em vista ser o profissional mais adequado para o manejo nutricional do idoso (BRASIL, 2006).

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Cuidado nutricional nas doenças crônicas não transmissíveis

As doenças crônicas não transmissíveis em idosos são mais prevalentes que em pessoas mais jovens, aumentando proporcionalmente a necessidade do uso de serviços de saúde. A atenção integral à saúde do idoso, envolvendo diferentes profissionais, objetiva o bem estar deste grupo populacional. A avaliação e a intervenção nutricional precoce são fundamentais, tanto para a manutenção da saúde como na recuperação da doença.

Sabe-se que idosos bem nutridos demandam menos assistência da equipe de saúde constante e dispendiosa, e têm melhor qualidade de vida. As doenças crônicas, em sua maioria, são associadas a processos catabólicos que causam ou agravam a má nutrição, devendo com isto ser acompanhadas pelo nutricionista para que seja estabelecido uma intervenção nutricional adequada a esta população.

A seguir, preparamos para você um menu com uma abordagem sobre as doenças crônicas e sua relação com a nutrição na pessoa idosa.

Obesidade

O aumento do peso se caracteriza como uma pandemia mundial, e não é diferente no Brasil, atingindo cada vez mais também os idosos. Segundo dados do VIGITEL de 2012, 51% dos brasileiros apresentam sobrepeso e 17,4% obesidade. Dentre os idosos com 65 anos ou mais, 58,5% tem excesso de peso, IMC acima de 25Kg/m², sendo 19% com obesidade (IMC acima de 30Kg/m²) (VIGITEL, 2012).

É definida como sendo o aumento da gordura corporal, com diminuição da massa magra, de etiologia multifatorial, decorrente de alterações metabólicas das células adiposas. Hoje é considerada uma doença epidêmica, pois é responsável pelo aumento das doenças crônicas onde o grau de aumento de peso está relacionado com a maior morbidade e mortalidade. O aumento da obesidade entre os idosos leva a prejuízos na qualidade de vida dos mesmos, já que predispõe ao declínio da capacidade funcional. Quando se apresenta associada à dislipidemia, diabetes ou intolerância à glicose, e hipertensão arterial, constitui a síndrome metabólica, aumentando o risco de doença coronárias, AVC e mortalidade (HAGEMEYER, 2011). Além das doenças associadas, estudos demonstram que a adiposidade corporal total e sua distribuição, visceral e periférica, assim como a idade, são as principais variáveis independentes para o declínio da capacidade funcional para a realização das AVDs (NAJAS, 2011).

O cuidado nutricional de várias comorbidades ao mesmo tempo é complexa. Deve

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Hipertensão Arterial

Diversos estudos relatam que em torno de 50% das pessoas com 60 anos ou mais no Brasil são hipertensos. Estes dados são preocupantes, pois a hipertensão tem intima relação com o desenvolvimento de doenças cardíacas, renais e cerebrovasculares. O excesso de sódio na alimentação, sedentarismo, obesidade e a resistência à insulina estão entre as principais causas do seu desenvolvimento. O tratamento prevê mudanças de estilo de vida e diminuição dos fatores de risco (PEREIRA, 2010).

A principal recomendação para a prevenção e controle do aumento da pressão arterial é a manutenção do peso corporal dentro dos limites de normalidade do IMC. Independentemente do valor do IMC, a distribuição da gordura corporal, localizada principalmente na região abdominal, está frequentemente associada a resistência à insulina e elevação dos níveis pressóricos. Com isto, a primeira etapa do cuidado nutricional visa reduzir o peso corporal nos idosos com excesso de peso.

Veja no quadro os objetivos e intervenções nutricionais na hipertensão arterial:

As recomendações para a redução de sobrepeso e obesidade se dão através da manutenção do balanço energético e de um peso saudável, visando a redução de desenvolvimento de doenças crônicas, limitando o consumo de gorduras totais e saturadas, e eliminando os ácidos graxos trans das fontes dietéticas, aumentando o consumo de frutas, verduras, legumes, grãos integrais e nozes, e limitando a ingestão de açúcar livre e sal (RENEHAN, 2012).

estar aliada a intervenções no estilo de vida do idoso, visando a regularização das alterações metabólicas, a perda de peso e o incentivo a prática de atividade física regular. Deve-se ter atenção às mudanças alimentares para restringir calorias, para que não comprometam as necessidades de macro e micronutrientes, líquidos e fibras. (HAGEMEYER, 2011)

Hiper tensão Arterial

Contribuir para normalizar os níveis pressóricos.Controlar o peso corporal.Diminuir a possibilidade de eventuais efeitos adversos do uso e/ou interação entre medicamentos e nutrientes.Identificar outros fatores de risco.

Aporte calórico para manter peso adequadoRestringir o cloreto de sódio (sal), quando necessário, o que dependerá da gravidade e do desenvolvimento da doença

Enfermidade Objetivos Nutricionais Intervenções Nutricionais

Fonte: NASCIMENTO, 2010.

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Dislipidemia

Os ácidos graxos saturados elevam os níveis sanguíneos de colesterol por reduzirem os receptores celulares B-E, inibindo a remoção plasmática das partículas de LDL-c. Além disso, permite a maior entrada de colesterol nas partículas de LDL-c. Isto faz com que a ingestão de gordura saturada seja a principal causa alimentar de elevação dos níveis plasmáticos de colesterol, enquanto o colesterol dos alimentos de origem animal possui um menor efeito sobre a colesterolemia (COSTA, 2007).

Veja no esquema abaixo as influências alimentares na dislipidemia:

Acesse em: https://ufc.unasus.gov.br/curso/provab/idoso_v3/unid_01/tema_03/material_complementar/nutricao_01.pdf e veja as principais intervenções que devem compor a nutrição do idoso para controlar e evitar problemas de hipertensão arterial.

Adaptado: COSTA, 2007.

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As estratégias de intervenção nutricional não diferem das recomendadas para Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e obesidade. Acesse em: https://ufc.unasus.gov.br/curso/provab/idoso_v3/unid_01/tema_03/material_complementar/Nutricao-Dislipidemias.pdf e visualize as principais.

“Deve-se tratar menos agressivamente pacientes idosos, principalmente aqueles com comorbidades importantes que certamente possam comprometer a quantidade e a qualidade de vida, permitindo dietas mais liberais com medicamentos menos agressivos e menor rigor no monitoramento glicêmico” (SBD, 2009).

Diabetes Mellitus

Os princípios básicos no tratamento de pacientes idosos não diferem, em geral, daqueles estabelecidos a indivíduos diabéticos mais jovens. Algumas particularidades especiais devem ser consideradas:

- Não há evidências de que o bom controle glicêmico possa prevenir as complicações macrovasculares do diabetes;

- Os riscos de hipoglicemias graves na tentativa de se obter esse controle;

- Aumento dos efeitos colaterais dos agentes antidiabéticos mais comumente usados (SBD, 2009).

Embora o controle da glicemia seja importante em idosos com diabetes, a maior redução de morbidade e mortalidade é possível através do controle dos fatores de risco para doenças cardiovasculares (DCV) do que do controle da glicemia (JAGS, 2003).

Em geral, a triagem para diagnóstico deve estar de acordo com critérios internacionais/nacional publicados e diretrizes, sendo que os critérios de alterações comuns da idade não são reconhecidos (EDWPOP, 2011).

Acesse em: https://ufc.unasus.gov.br/curso/provab/idoso_v3/unid_01/tema_03/material_complementar/nutricao_03.pdf para ver o que deve ser levado em consideração para o tratamento e algumas orientações nutricionais.

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Referências

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