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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO MESTRADO EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSTITUTO DE ARTE E COMUNICAÇÃO SOCIAL ESTER APARECIDA LIMA DE SOUZA A APLICAÇÃO DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO EM PORTAL DE PERIÓDICOS ELETRÔNICOS: o caso do Portal de Publicações Eletrônicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Niterói 2016

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Page 1: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA ......RESUMO Existem 52 portais de periódicos eletrônicos construídos com o software SEER em universidades públicas brasileiras, todos

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO

MESTRADO EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

INSTITUTO DE ARTE E COMUNICAÇÃO SOCIAL

ESTER APARECIDA LIMA DE SOUZA

A APLICAÇÃO DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO EM PORTAL

DE PERIÓDICOS ELETRÔNICOS: o caso do Portal de Publicações

Eletrônicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Niterói

2016

Page 2: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA ......RESUMO Existem 52 portais de periódicos eletrônicos construídos com o software SEER em universidades públicas brasileiras, todos

ESTER APARECIDA LIMA DE SOUZA

A APLICAÇÃO DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO EM PORTAL

DE PERIÓDICOS ELETRÔNICOS: o caso do Portal de Publicações

Eletrônicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Dissertação de mestrado apresentada ao

Programa de Pós Graduação em Ciência da

Informação da Universidade Federal

Fluminense (PPGCI/UFF) como requisito

parcial para a obtenção do título de Mestre em

Ciência da Informação

Área de concentração: Dimensões

Contemporâneas da Informação e do

Conhecimento.

Linha de Pesquisa 2: Fluxos e Mediações

Sócio-Técnicas da Informação.

Orientador: Leonardo Cruz da Costa

Niterói,

2016

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S719 Souza, Ester Aparecida Lima de

A aplicação da arquitetura da informação em portais de periódicos

Eletrônicos: o caso do portal de publicações eletrônicas da Universidade

do Estado do Rio de Janeiro. (UERJ). / Ester Aparecida Lima de Souza.

– Niterói, 2016.

163 f.

Orientador: Leonardo Cruz da Costa

Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal Fluminense,

Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação

Niterói, 2016.

1 Análise de Portais. 2. Arquitetura da Informação - Portais

de periódicos eletrônicos 3. Portais de periódicos eletrônicos –

Acesso livre. 4. Arquitetura da Informação – Sistemas de

organização. I. Costa, Leonardo Cruz da. II. Universidade Federal

Fluminense, Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação.

III. Título.

CDD 025.4

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ESTER APARECIDA LIMA DE SOUZA

A APLICAÇÃO DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO EM PORTAL

DE PERIÓDICOS ELETRÔNICOS: o caso do Portal de Publicações

Eletrônicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Ciência da Informação da

Universidade Federal Fluminense (PPGCI/UFF) como

requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em

Ciência da Informação.

Área de concentração: Dimensões Contemporâneas da

Informação e do Conhecimento.

Linha de Pesquisa 2: Fluxos e Mediações Sócio-

Técnicas da Informação.

Aprovado em: ____/_____/____.

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________________________

Prof.º Drº Leonardo Cruz da Costa (Orientador)

Universidade Federal Fluminense - UFF

_______________________________________________________________

Prof.º Dr.º Carlos Henrique Marcondes (Membro interno)

Universidade Federal Fluminense - UFF

_____________________________________________________________

Prof.º Dr.º Claudio José Silva Ribeiro (Membro suplente externo)

Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO

_________________________________________________________________

Profª Dr.ª Elizabete Gonçalves Souza (Membro suplente interno)

Universidade Federal Fluminense - UFF

__________________________________________________________________

Profº Drº Marcos Luiz Cavalcanti de Miranda (Suplente Externo)

Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO

Niterói

2016

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos (as) que fizeram parte da minha jornada profissional e de vida, dessa forma

contribuíram com a construção do meu conhecimento, os nomes são muitos, mas não posso

deixar de destacar alguns:

À Cícera Henrique da Silva que plantou a semente da dúvida sobre fontes de informação em

uma instituição no curso de Especialização em Repositórios Institucionais/ICICT, e a partir

dessa inquietação pude descobrir na prática que em Ciência o que importa não são as

respostas e sim as perguntas;

Ao meu orientador Leonardo Cruz da Costa, pelo apoio e condução firme, equilibrada em

todo o processo do projeto e da pesquisa, sempre me apontando caminhos e aumentando

minha confiança, com ele vivi a rica experiência da interdisciplinaridade;

Ao PPGCI-UFF pela oportunidade de me integrar ao Programa, o constante apoio e

aprendizado que obtive através de seus professores e funcionários;

Aos membros das bancas de qualificação e defesa que aceitaram participar da avaliação da

pesquisa;

Aos amigos (as) e companheiros (as) da turma PPGCI-UFF 2014 que ao longo desses dois

anos no plano real e virtual pude com eles dividir, somar e compartilhar anseios, informações,

risadas, choros, carinhos, esperanças e acima de tudo a certeza de que nessa viagem sem a

amizade nada somos!

A todos (as) os (as) amigos (as) da UERJ e da Rede Sirius- Rede de Bibliotecas da UERJ que

torceram por mim e assim como eu acreditam no projeto de uma Universidade pública de

qualidade e socialmente referenciada.

À Rosangela Aguiar Salles e Zelia Maria Pereira da Silva pelo apoio em todos esses anos de

trabalho e aos companheiros (as) da Biblioteca CTC/F e Faculdade de Tecnologia da UERJ de

Resende pela amizade.

À Ana Carolina Prado Almeida pela ajuda e paciência na revisão dos meus textos.

Aos meus filhos Leonardo, Flávia e Carlos Eduardo, meu companheiro Marcos Antônio,

minha irmã Juliana e sobrinhos Tainara, Túlio e Jéssica que são meu alicerce é por eles e pra

eles que busco todos os dias me tornar um ser humano melhor.

E finalmente e acima de tudo quero agradecer:

Ao Poder Superior que em toda manhã me oferece quando acordo o maior presente, um dia

inteiro para ser aproveitado e vivido com serenidade, coragem e sabedoria.

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“O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a

caminhada. Caminhando e semeando, no fim terás o que

colher”. (Cora Coralina)

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RESUMO

Existem 52 portais de periódicos eletrônicos construídos com o software SEER em

universidades públicas brasileiras, todos resultantes de uma customização do Open Journal

System (OJS), um sistema de código aberto distribuído pelo IBICT que tem como finalidade

gerenciar publicações periódicas eletrônicas. O principal objetivo desses portais é

potencializar o movimento de acesso livre e, com isso, possibilitar o intercâmbio e a

disseminação de informações relevantes entre os pesquisadores, bem como facilitar o

processo de comunicação científica estabelecido entre eles. Nesse contexto, o Portal de

Publicações Eletrônicas da UERJ é utilizado a partir da observação dos princípios

fundamentais da Arquitetura da Informação. O objetivo geral dessa pesquisa é criar categorias

apropriadas à aplicabilidade no Portal, com a proposta de se detectarem problemas de

usabilidade e sugerir a ampliação de seu acesso e desenvolvimento pela comunidade

acadêmica. São analisados os quatro sistemas da Arquitetura da Informação propostos por

Morville e Rosenfeld (2006): organização, rotulagem, navegação e busca. Para cada um

desses sistemas foram selecionados princípios e, logo após, elaborados critérios específicos

para a investigação do Portal de Publicações Eletrônicas da UERJ. Com base nesses critérios

foi construído um instrumento de avaliação em forma de questionário, aplicado como um pré-

teste a um grupo de profissionais da área de Biblioteconomia e Ciência da Informação. Trata-

se de um estudo de caso descritivo, fundamentado em levantamento bibliográfico, documental

e na observação do ambiente. Almeja-se que essa pesquisa estimule outras e contribua para

profissionais das áreas citadas anteriormente na implementação desses sistemas, subsidiando

diálogos e entendimentos favoráveis a outros profissionais da área de TI.

Palavras-chave: Análise de portais. Arquitetura da informação – Portal de periódicos

eletrônicos. Portais de periódicos eletrônicos – Acesso livre. Arquitetura da informação –

Sistemas de organização.

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ABSTRACT

In Brazilian public universities there are 52 electronic journals portals built with the SEER

software, all of them resulting from a customization of the Open Journal System (OJS) — an

open source system distributed by IBICT that aims to manage electronic periodicals. The

main goal of these portals is to strengthen the open access movement and, thus, spread

relevant information among researchers in order to promote scientific communication

between them. In this context, the Electronic Publications Portal of UERJ (University of Rio

de Janeiro State) works as a tool for the observation of the fundamental principles of

Information Architecture. The overall objective of this research is to create categories to apply

in the Portal in order to detect usability problems and suggest the expansion of access and

development by the academic community. This paper presents an analysis of the four systems

of Information Architecture proposed by Morville and Rosenfeld (2006): organization,

labeling, navigation and searching. Each of these systems have useful principles to contribute

on the investigation of the Electronic Publications Portal of UERJ. Based on this data, it was

elaborated a questionnaire to be applied as a pre-test to a group of professionals that work in

the field of Library and Information Science. This is a descriptive research based on

bibliographical/documentary survey and observation. It aims to help the professionals of the

aforementioned areas implement systems, supporting dialogues that are as well useful to IT

professionals.

Keywords: Portals analysis. Information architecture – Portal of electronic journals. Portals

of electronic periodicals - Free access. Information architecture - Organization systems.

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LISTA DE FIGURAS

Figura1 - Primeira visão do usuário ao acessar o site da UERJ na busca de periódicos

eletrônicos............................................................................................................ 21

Figura 2 - Etapa1: etapas para se encontrar o Portal de Publicações Eletrônicas da

UERJ.................................................................................................................... 22

Figura 3- Etapa 2: etapas para se encontrar o Portal de Publicações Eletrônicas da

UERJ.................................................................................................................... 22

Figura 4 - Etapa 3: etapas para se encontrar o Portal de Publicações Eletrônicas da

UERJ.................................................................................................................... 23

Figura 5 - Etapa 4: etapas para se encontrar o Portal de Publicações Eletrônicas da

UERJ.................................................................................................................... 23

Figura 6 - Portal de publicações eletrônicas da UERJ.......................................................... 23

Figura 7 - Information architecture concepts....................................................................... 31

Figura 8 - Página Yahoo: hierarquia diretório listando subcategorias de itens.................... 44

Figura 9 - Exemplo de ícones sem apoio.............................................................................. 54

Figura10 - Exemplo de senso de lugar em um site............................................................... 54

Figura11 - Indicação de áreas clicáveis e não clicáveis em um site...................................... 55

Figura 12 - Anatomia básica de um sistema de busca............................................................ 65

Figura 13 - Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas (SEER) – IBICT......................... 97

Figura 14 - Scientific Eletronic Library Online (SciELLO)………………….…...….……. 102

Figura 15 - Revistas Online da UERJ…………………………………………………..…. 103

Figura 16 - Fluxograma do Processo Editorial do Portal e-Publicações da UERJ............... 104

Figura 17 - Portal de Publicações Eletrônicas da UERJ e seus sistemas de arquitetura da

Informação......................................................................................................... 105

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1- Portais de periódicos eletrônicos de universidades brasileiras que utilizam

o SEER................................................................................................................ 98

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Características das três gerações da Arquitetura da Informação.......................... 30

Quadro 2 - Focos de interesse das áreas da Ciência da Informação....................................... 37

Quadro 3 - Elementos da Arquitetura da Informação: sistema de organização..................... 40

Quadro 4 - Elementos da Arquitetura da Informação: sistema de rotulagem........................ 46

Quadro 5 - Elementos da Arquitetura da Informação: sistema de navegação........................ 51

Quadro 6 - Elementos da Arquitetura da Informação: sistema de busca............................... 63

Quadro 7 - Representação simplificada do processo de comunicação científica................... 81

Quadro 8 - Gerações de portais corporativos........................................................................ 93

Quadro 9 - Gerações de portais públicos................................................................................ 93

Quadro10 - Resumo da tipologia de portais corporativos...................................................... 94

Quadro11 - Critérios para avaliação do sistema de organização em portais de periódicos

Eletrônicos.......................................................................................................... 109

Quadro12 - Critérios para avaliação do sistema de rotulagem em portais de

Periódicos Eletrônicos........................................................................................ 110

Quadro13 - Critérios para avaliação do sistema de navegação em portais de

Periódicos Eletrônicos........................................................................................ 111

Quadro14 - Critérios para avaliação do sistema de busca em portais de

periódicos eletrônicos........................................................................................ 112

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Sobre a localização do e-Publicações................................................................ 113

Gráfico 2 - Sobre a organização do conteúdo....................................................................... 114

Gráfico 3 - Sobre a preocupação com usuários portadores de necessidades especiais......... 115

Gráfico 4 - Sobre o princípio de organização....................................................................... 115

Gráfico 5 - Sobre a forma de organização............................................................................ 116

Gráfico 6 - Sobre a padronização na disponibilização dos itens informacionais.................. 117

Gráfico 7 - Sobre a identidade visual .................................................................................. 117

Gráfico 8 - Sobre a qualidade dos rótulos disponibilizados.................................................. 118

Gráfico 9 - Sobre a diferenciação na apresentação de grupos de conteúdos ....................... 118

Gráfico 10- Sobre o princípio de granularidade do sistema.................................................. 119

Gráfico 11- Sobre a adequação dos rótulos ao seu público-alvo........................................... 120

Gráfico 12- Sobre a existência de ambiguidade nos rótulos.................................................. 120

Gráfico 13- Sobre a conformidade do conteúdo ao rótulo................................................... 121

Gráfico 14- Sobre a legibilidade dos rótulos......................................................................... 121

Gráfico 15- Sobre a visualização dos links de atalho............................................................. 122

Gráfico 16- Sobre o destaque da navegação........................................................................... 122

Gráfico 17- Sobre a indicação para links de conteúdo visitados ........................................... 123

Gráfico 18- Sobre a indicação se o texto disponibilizado ser ou não clicável ...................... 123

Gráfico 19- Sobre a percepção do contexto através da navegação........................................ 124

Gráfico 20- Sobre a possibilidade da navegação de se ir onde se desejar............................. 124

Gráfico 21- Sobre o agrupamento dos links........................................................................... 125

Gráfico 22- Sobre as opções de navegação .......................................................................... 125

Gráfico 23- Sobre a visibilidade do nome do Portal na janela do navegador........................ 126

Gráfico 24- Sobre as diferentes formas de navegação ......................................................... 126

Gráfico 25 - Sobre as facilidades de buscas ........................................................................ 127

Gráfico 26 - Sobre a assistência à ortografia ....................................................................... 128

Gráfico 27 - Sobre as sugestões oferecidas pelo sistema para consulta .............................. 128

Gráfico 28 - Sobre a agilidade do sistema de busca ............................................................. 129

Gráfico 29 - Sobre os recursos de estratégia de consulta ..................................................... 129

Gráfico 30- Sobre a forma de apresentação dos resultados de consulta ............................... 130

Gráfico 31- Sobre a forma de extração do fragmento de texto ............................................. 130

Gráfico 32 - Sobre a composição do resultado de busca ..................................................... 131

Page 13: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA ......RESUMO Existem 52 portais de periódicos eletrônicos construídos com o software SEER em universidades públicas brasileiras, todos

Gráfico 33 - Sobre o destaque dos termos no fragmento do texto......................................... 131

Gráfico 34 -Sobre a necessidade de se ter conhecimento específico na construção

da consulta.......................................................................................................... 132

Gráfico 35 - Sobre quantidade de palavras utilizadas no fragmento do texto...................... 132

Gráfico 36 - Sobre o sistema de busca permitir consultas por diversas formas.................... 133

Gráfico 37 - Avaliação do instrumento –Sobre a dificuldade em responder as questões...... 134

Gráfico 38 - Avaliação do instrumento –Sobre o instrumento permitir identificar

aspectos negativos e positivos no portal........................................................... 134

Gráfico 39 - Avaliação do instrumento–Sobre a abrangência da aplicação do instrumento..

................................................................................................................................................ 135

Gráfico 40 - Avaliação do instrumento – Sobre a especificidade do instrumento................ 135

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

AI Arquitetura da Informação

AIA American Institute of Architects

ATAG Authoring Tool Accessibility Guidelines

BDTD Biblioteca Digital de Teses e Dissertações

BIREME Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde,

mais conhedido de sua denominação original Biblioteca Regional de Medicina

BOAI Budapest of Open Access Initiative

CAHIS Centro Acadêmico de História da UERJ

CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

CD-ROM Compact Disc Read-Only Memory

CI Ciência da Informação

CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

CSS Cacading Style Shee

DCMES Dublin Core Metadadas Element Set

DCMI Dublin Core Metadadas Inititative

DINFO Diretoria de Informática

DOAJ Directory of Open Access Journals

FINEP Financiadora de Estudos e Projetos

GC Gestão do Conhecimento

HTML Hypertext Markup Language

HTTP HyperText Transfer Protocol

IBICT Instituto Brasileiro de Informação Científica e Tecnológica

IES Instituição de Ensino Superior

IHC Interação Humano Computador

ISO International Organization for Standardization

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JISC Joint Information Systems Committee

LCS Laboratory for Computer Science

MARC Machine Readable Cataloging

MEC Ministério da Educação e Cultura

MIT Massachusetts Institute of Technology

NDLTD Networked Digital Library of Thesis and Dissertations

OAI Open Archives Initiative

OAI-PMH Open Archives Initiative Protocol for Metadata Harvesting

OJS Open Journal Source

PDF Portable Document Format

PKP Public Knowledge Project

SCI Science Citation Index

SciELO Scientific Eletronic Library Online

SECOM/PR Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República

SEER Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas

SERP Search Engine Results Page

SR3 Sub-Reitoria de Extensão e Cultura

SRW Strategic Reconnaissance Wing

TIC Tecnologia de Informação e Comunicação

UAAG User Agent Accessibility Guidelines

UERJ Universidade do Estado do Rio de Janeiro

URL Uniform Resource Locator

W3C World Wide Web Consortium

WAGC Webcontent Accessibility Guidelines

XML Extensible Markup Language

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................19

1.1 O PROBLEMA...................................................................................................................21

1.2 A JUSTIFICATIVA...........................................................................................................24

1.3 OS OBJETIVOS................................................................................................................26

1.3.1 Geral..............................................................................................................................26

1.3.2 Específicos..............................................................................................................26

2 MARCO TEÓRICO: QUADRO CONCEITUAL............................................................27

2.1 A ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO..........................................................................28

2.1.1 A Evolução do Conceito da Arquitetura Informação no tempo.....................................30

2.1.2 A Importância da Arquitetura da Informação................................................................34

2.1.3 A Interdisciplinaridade com a Ciência da Informação...................................................36

2.2 SISTEMAS FUNDAMENTAIS DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO.................38

2.2.1 Sistema de Organização.................................................................................................39

2.2.1.1 Princípios do Sistema de Organização......................................................................40

2.2.2 Sistema de Rotulagem....................................................................................................44

2.2.2.1 Princípios do Sistema de Rotulagem.........................................................................46

2.2.3 Sistema de Navegação...................................................................................................50

2.2.3.1 Princípios do Sistema de Navegação- A Questão da Navegabilidade......................53

2.2.4 Sistema de Busca...........................................................................................................62

2.2.4.1 Princípios do Sistema de Busca.............,,................................................................. 63

2.2.5 Tesauros, Vocabulários controlados e Metadados - Outros Componentes...................74

2.3 O CONCEITO DE QUALIDADE.....................................................................................77

2.3.1 Técnicas de Inspeção de Usabilidade.............................................................................79

2.4 O PROCESSO DA COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA......................................................81

2.4.1 O Advento do periódico científico..................................................................................83

2.4.2 A crise dos periódicos científicos.................................................................................. 85

2.4.3 Open Archives Initiative (OAI) e o Movimento de Acesso Livre...................................86

2.4.4 O periódico científico eletrônico.....................................................................................89

2.5 PORTAL WEB – UM AMBIENTE INFORMACIONAL................................................90

2.5.1 Portais na Web – Tipos e Definições.............................................................................92

2.5.2 Portal de Periódicos Científicos Eletrônicos..................................................................95

2.5.2.1 Portais de Periódicos de Acesso Livre nas Universidades Públicas Brasileiras......96

2.5.2.2 Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível

Superior – CAPES.......................................................................................................99

2.5.2.2.1 WebQualis............................................................................................................101

2.5.2.3 Scientific Eletronic Library Online – SCIELO.......................................................101

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3 MARCO EMPÍRICO:DISPONIBILIZAÇÃO DE PERIÓDICOS ELETRÔNICOS

NA UERJ............................................................................................................................103

3.1 O PORTAL DE PUBLICAÇÕES ELETRÔNICAS DA UERJ.....................................104

4 METODOLOGIA..............................................................................................................106

4.1 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.....................................................................107

5 CONSTRUÇÃO DO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO...........................................109

5.1 CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE ORGANIZAÇÃO....................109

5.2 CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE ROTULAGEM.......................110

5.3 CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE NAVEGAÇÃO......................111

5.4 CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE BUSCA...................................112

5.5 APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO E RESULTADOS OBTIDOS.............................113

5.5.1 Avaliação do Sistema de Organização do Portal de Publicações Eletrônicas

da UERJ.......................................................................................................................113

5.5.2 Avaliação do Sistema de Rotulagem do Portal de Publicações Eletrônicas

da UERJ........................................................................................................................118

5.5.3 Avaliação do Sistema de Navegação do Portal de Publicações Eletrônicas

da UERJ.......................................................................................................................122

5.5.4 Avaliação do Sistema de Busca do Portal de Publicações Eletrônicas da UERJ........127

5.5.5 Avaliação do Instrumento – Questionário...................................................................134

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................136

REFERÊNCIAS....................................................................................................................141

ANEXOS................................................................................................................................156

Anexo 1- Deliberação 006/2009.............................................................................................157

Anexo 2 – Questionários.........................................................................................................159

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19

1 INTRODUÇÃO

O periódico científico, segundo Meadows (1999), existe desde 1665, a partir da publicação da

Philosophical Transactions na revista Royal Society of London. Este é considerado o precursor do

modelo atual tanto no meio impresso quanto no eletrônico. Quanto às políticas de incentivo à

publicação de periódicos científicos no Brasil, diz-se que não ocorreram de forma contínua e

regular; foi somente a partir de 1970, segundo Stumpf (1998), que se iniciou a elaboração de planos

de desenvolvimento de ciência e tecnologia com ações governamentais centralizadas nos órgãos de

apoio e financiamento à pesquisa centradas nas instituições CNPq e FINEP, como se percebe na

afirmação abaixo:

[...] apenas a Ação Programada em Informação em Ciência e Tecnologia,

formulada para orientar a ação do governo em 1980 a 1985, contemplou um item

significativo para a produção de documentos primários. Referindo-se

exclusivamente às revistas como canais de divulgação de conhecimentos gerados, o

documento reconhece que os periódicos nacionais, mantidos por sociedades

científicas ou instituições de ensino superior, ainda careciam de padrões mínimos

de qualidade editorial e grafia. (STUMPF, 1998, p. 6).

A mesma autora, ao final dos anos 90, discutia o aparecimento dos periódicos eletrônicos

apontando para os mesmos problemas apresentados nas publicações impressas: a escassez de

autores, a necessidade da profissionalização de editores, a imprescindibilidade da avaliação pelos

pares e a qualidade no conhecimento disponibilizado — todos que, de certa forma, acompanhariam

as publicações eletrônicas. Em compensação, acreditava-se que estas também tivessem um fluxo

editorial mais dinâmico e uma distribuição mais simples e rápida.

Refletir sobre temas que envolvem a disponibilização de periódicos eletrônicos científicos

brasileiros é extremante pertinente, levando-se em consideração, segundo Moura (2014), a

constatação do Ibope Media (2013) sobre a terceira colocação do Brasil em número de internautas,

ultrapassando os 102 milhões de usuários da web. Assim, é possível prever que, em um futuro

próximo, a maneira como os cidadãos utilizam diariamente a informação será transformada.

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20

Em matéria publicada na Folha de São Paulo, Leite (2014) afirma que o Brasil, em 20 anos,

subiu do 24º ao 13º lugar no ranking mundial de pesquisas científicas. O levantamento apresentado

pela empresa Thomson Reuters, portadora da maior base de dados do mundo sobre pesquisas

científicas, foi apresentado na 1ª Cúpula Thomson de Experiência com Inovação, em São Paulo.

Colleen Shay, que faz parte da empresa, descreveu um cenário positivo para o Brasil em Ciência e

Tecnologia, anunciando:

O Brasil está numa posição excelente para realmente buscar o crescimento e a

comercialização da tecnologia, assim como buscar a qualidade em pesquisa e

desenvolvimento [...] Também não vê como de todo negativo o diagnóstico usual

de que a pesquisa brasileira ocorre mais em universidades do que em empresas, Ele

afirma que a tendência entre grandes empresas como Procter& Gamble, aponta

para o que chama de ―inovação aberta‖ desmobilizar equipes próprias de pesquisas

e desenvolvimento para financiar e contratar projetos em instituições de pesquisas.

(LEITE, 2014).

Observa-se, então, que as universidades são os principais polos geradores de conhecimento

e, por isso, têm um papel central no debate sobre como proporcionar acesso aos resultados de

pesquisas. As Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) impactam e impulsionam novas

demandas no fluxo de troca de informações entre os cientistas que necessitam desse intercâmbio

para a realização de projetos.

Segundo Santos e Vidotti (2009), o grande desafio da Ciência da Informação se baseia em

transformar dados operacionais em informações consistentes; ou seja, converter a gama diária de

dados disponíveis em informações capazes de facilitar decisões gerenciais. Nessa transformação há,

ainda, uma reordenação da sociedade em torno dos processos de produção das TIC(s), criando-se

um novo conceito de velocidade — que é cognitivo, não material — relacionado não mais às

distâncias físicas, mas àquelas associadas à quantidade de informação gerada ou acessada.

A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) existe desde 1950 e sempre se

preocupou em promover conhecimento e divulgar ciência. Evidência disso é o caso do Portal de

Publicações Eletrônicas da UERJ, o Epublicações, uma importante iniciativa facilitadora do acesso

aos periódicos eletrônicos, alternativa viável de enfrentamento à crise dos periódicos em meio

impresso iniciada nos anos 80. Através dessa forma de disponibilização é possível ampliar o acesso

e potencializar a realização de futuras pesquisas. Portanto, para que seja possível manter e garantir

efetivamente o interesse contínuo na utilização desse sistema, torna-se imperioso avaliá-lo sob a

perspectiva de seus usuários.

Espera-se que esta pesquisa contribua efetivamente para uma percepção mais minuciosa dos

possíveis obstáculos a serem observados na utilização de todos os instrumentos oferecidos pelo

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Portal de Periódicos Eletrônicos da UERJ relacionados aos recursos de busca e à recuperação da

informação. A seguir apresentar-se-ão questões levantadas inicialmente que motivaram a realização

dessa pesquisa.

1.1 O PROBLEMA

Percebe-se, cada vez mais, no que tange a tomada de decisões e a realização de trabalhos

cotidianos, que as tecnologias de informação transformam as relações e os comportamentos dos

usuários de sistemas. Wurman (1991) detectou um aspecto essencial na discussão sobre usuários e

sistemas de informação: o determinismo tecnológico gerador da ampliação vertiginosa de acesso

aos múltiplos e diferenciados tipos de mídias e da crescente ansiedade em buscar a informação

desejada.

O Portal de Publicações de Periódicos Eletrônicos da UERJ será utilizado nesse contexto

como exemplo. Imagine nesse cenário dado tipo de ator, como um gestor da UERJ ou até mesmo de

outra instituição, que necessita descobrir a quantidade de pesquisadores que publicaram sobre

determinado tema, com o propósito de elaborar um planejamento de aplicação de recursos em uma

área específica de pesquisa, ou simplesmente um aluno interessado em aumentar seus

conhecimentos científicos sobre determinado assunto. Nessa hipotética necessidade informacional,

o primeiro contato que esse usuário teria com o site da UERJ seria o ilustrado abaixo:

Figura 1- Primeira visão do usuário ao acessar o site da UERJ na busca de periódicos eletrônicos

Fonte: Disponível em: < http://www.uerj.br/>. Acesso em 12 jan. 2015.

Na figura acima, a seta indica o botão Revistas Online, destacado inicialmente no site

institucional da UERJ; sua imediata visibilidade leva o usuário a buscar nesse local o periódico

eletrônico desejado. A área Revistas Online faz parte do website institucional da UERJ, no qual são

divulgados links de periódicos produzidos pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Estes são

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ordenados alfabeticamente e, de acordo com a própria descrição do sítio, tratam de periódicos

eletrônicos adaptados à Internet, com conteúdo científico disponível à comunidade em geral. Basta

um clique para que esta entre em contato com os periódicos.

Ainda em relação à figura 1, em outra possibilidade, caso o usuário conheça o Portal de

Publicações Eletrônicas da UERJ e necessite chegar a ele, será necessário seguir as etapas

ilustradas abaixo:

Figura 2 - Etapa 1: etapas para encontrar o Portal de publicações eletrônicas da UERJ

Fonte: Disponível em: < http://www.uerj.br/>. Acesso em: 12 jan. 2015.

No exemplo acima, primeiramente o usuário deverá clicar no botão SR-3. Trata-se de uma

sigla que pode vir a não ser compreendida por um usuário leigo; além disso, não há destaque ou

informação visual apontando que dado botão deva ser clicado para que o usuário chegue ao portal.

Fica inviável, nesse caso, a percepção imediata de um caminho possível para se chegar ao Portal de

Publicações Eletrônicas da UERJ. Logo após clicar nesse botão, o usuário deve seguir pela etapa 2,

ilustrada a seguir.

Figura 3 – Etapa 2: etapas para encontrar o Portal de publicações eletrônicas da UERJ

Fonte: Disponível em: < http://www.sr3.uerj.br/>. Acesso em 14 jan. 2015

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Nesse caso o usuário deverá prosseguir clicando no botão Departamento de Extensão e, logo

em seguida, em Cursos, como ilustra o caminho 3:

Figura 4 - Etapa 3: etapas para encontrar o Portal de publicações eletrônicas da UERJ

Fonte: Disponível em: <http://www.sr3.uerj.br/>. Acesso em 14 jan. 2015.

Figura 5 -Etapa 4: etapas para encontrar o Portal de publicações eletrônicas da UERJ

Fonte: Disponível em: < http://www.sr3.uerj.br/depext/depex_acoes_extensionistas_cursos.php>. Acesso

em: 14 jan. 2015.

Finalmente o usuário visualiza o último botão, Revistas Eletrônicas, onde deverá clicar para

chegar ao portal e iniciar sua pesquisa.

Figura 6 - Portal de publicações eletrônicas da UERJ

Fonte: Disponível em: <http://www.e-publicacoes.uerj.br/>. Aceso em 15 jan.2015.

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A princípio, verifica-se que o acesso ao Portal de Publicações Eletrônicas da UERJ não é tão

evidente, pois requer que o usuário passe por várias etapas até alcançar a informação desejada. Essa

ausência de visibilidade pode ser muito prejudicial a todos aqueles interessados em buscar

informações contidas nesses periódicos eletrônicos, sejam alunos que desejam incrementar suas

pesquisas ou gestores que buscam ajuda para tomadas de decisões.

A Arquitetura da Informação tem um arcabouço teórico adequado e metodologias capazes de

avaliar o desempenho de sistemas de informação no que concerne aos critérios de usabilidade e

acessibilidade de um site. Assim, torna-se necessário refletir sobre a disponibilização desses

periódicos eletrônicos em portal e no site institucional da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Para aumentar o interesse dos usuários, é fundamental criar uma sistemática propícia à investigação

do ambiente, que auxilie em seu desenvolvimento, possibilite um fluxo mais rápido de troca de

informações científicas e amplie a visibilidade de resultados de pesquisas.

1.2 A JUSTIFICATIVA

A ordenação de periódicos em portais suscita novos questionamentos, principalmente

porque, de acordo com Garrido e Rodrigues (2010), os periódicos ainda contemplam um modelo

híbrido em seus formatos e são considerados, até então, de forma individual. Como as instituições

ordenam esse novo serviço atualmente? É uma indagação importante que aqui se faz necessária. Os

autores propõem, então, uma resposta: a partir da identificação da existência de periódicos

científicos nas universidades federais e estaduais; da análise dos indicadores de padronização dos

portais de periódicos; da identificação dos modos de institucionalização e da elaboração de um

modelo de análise para portais de periódicos científicos.

O portal institucional de periódicos eletrônicos é um ambiente informacional digital que, de

acordo com Camargo (2010), pode ser mais explorado no que diz respeito aos recursos interativos e

colaborativos, em especial aqueles de personalização e customização, com o propósito de promover

melhorias nos processos de recuperação e disseminação de informações para comunidades de

pesquisa e a sociedade como um todo. Isso deve ser realizado através de uma metodologia de

desenvolvimento que leve em consideração a complexidade e os diversos itens compreendidos no

processo de aperfeiçoamento de tais ambientes.

Devido ao aumento progressivo de ambientes informacionais na web, ainda sob a perspectiva

de Camargo (2010, p. 21), novas demandas e problemas surgem e devem ser levados em

consideração no decorrer do uso e do desenvolvimento desse tipo de ambiente. Caracteriza-se essa

problemática como:

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1 – A escassez de literatura especializada sobre arquitetura da informação para

ambiente informacional digital abordando idéias inovadoras e criativas como

recursos interativos, colaborativos, personalizáveis e customizáveis; 2 – A falta de

metodologias e instrumentos centrados no aumento, melhoria e facilidade de uso

dos ambientes informacionais digitais; e 3 – A pouca utilização de serviços

interativos para vários tipos de usuários, o que dificulta a utilização de outros

serviços como de navegação e recuperação de informação.

Segundo Winckler e Pimenta (2002), o emprego em massa de produtos e serviços eletrônicos

não significa necessariamente que estes estejam satisfazendo seus usuários. Observa-se que,

constantemente, depara-se com problemas de usabilidade. A tendência é utilizar a avaliação de sites

para dimensioná-los e, uma vez que esses são identificados, podem ser solucionados ou até mesmo

terem seus efeitos negativos minimizados. Ainda nessa concepção Nielsen (1998) aponta que vários

usuários costumam visitar determinados sites uma única vez, não porque o conteúdo não seja

interessante, mas pela incapacidade de encontrarem a informação desejada.

No caso do Portal de Publicações Eletrônicas da UERJ, de acordo com os problemas

anteriormente relatados em relação à dificuldade de localização inicial do Portal no site

institucional, torna-se oportuna e considerável a proposição de um estudo baseado nos fundamentos

teóricos da Arquitetura da Informação, que pode vir a acarretar melhorias nesse ambiente

informacional, expandindo a sua visibilidade e o acesso a informações científicas. Atualmente, estas

não são utilizadas meramente por desconhecimento do público-alvo.

A Arquitetura da Informação, nesse caso, funciona como base para a construção de um

modelo de investigação da estrutura do portal, servindo, ainda, como subsídio para que profissionais

que lidam com ambientes similares possam avaliar seu desempenho e a satisfação dos usuários na

busca de informações em portais de periódicos eletrônicos. A criação de portais de periódicos

eletrônicos de acesso livre em universidades públicas é, sem dúvidas, uma excelente iniciativa para

a disseminação de informações científicas. No entanto, é importante que se garanta a qualidade

desse serviço através de um diagnóstico regular desse tipo de ambiente. Além disso, é essencial

perceber que esse sistema precisa ser desenvolvido com a principal premissa de auxiliar os usuários

a recuperarem informações.

Baseando-se no presente contexto, este trabalho propõe os seguintes objetivos:

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1.3 OS OBJETIVOS

A intenção da presente pesquisa se baseia em, a partir dos princípios da Arquitetura da

Informação, levantar categorias apropriadas e sugerir uma aplicabilidade no Portal de Publicações

Eletrônicas da UERJ, a fim de ampliar sua usabilidade e acesso, bem como promover o

desenvolvimento desse ambiente abarcando-se a pesquisa científica e demais informações que

servem como suporte para a tomada de decisões gerenciais.

1.3.1 Geral

Propor atributos de melhores práticas para aplicação em portais de periódicos eletrônicos,

com a intenção de auxiliar o profissional na organização e na estruturação de informações

científicas.

1.3.2 Específicos

Identificar na literatura melhores práticas em Arquitetura da Informação;

Construir, a partir das melhores práticas, um conjunto de critérios que se aplique em

portais de periódicos eletrônicos em forma questionário;

Confrontar o conjunto de critérios de melhores práticas com o Portal de Publicações

Eletrônicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro;

Apresentar diagnóstico sobre o Portal de Publicações Eletrônicas da Universidade do

Estado do Rio de Janeiro;

Apresentar avaliação específica sobre o instrumento proposto.

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2 MARCO TEÓRICO: QUADRO CONCEITUAL

A construção do conhecimento em determinado campo científico, principalmente em sua

verificação e prática através de um experimento, necessita cada vez mais de um processo

colaborativo entre os seus pares. O cientista precisa ampliar e reunir diferentes tipos de informação,

bem como ter acesso a milhares de recursos que vão além da sua capacidade de pesquisa isolada;

por isso:

De modo menos possível, a pesquisa em colaboração parece ser mais amplamente

visível (medida, por exemplo, por citações) do que a pesquisa individual, e também

tende a ser de melhor qualidade. Os trabalhos mais citados em determinada

disciplina são com mais, freqüência do que seriam previsíveis escritos, em

colaboração, e em geral envolvem os pesquisadores mais produtivos e eminentes.

(MEADOWS 1999, p. 109).

Em sua tese sobre a natureza da Ciência, Ziman (1979) afirma que a revisão literária de

determinado assunto é tão importante quanto o trabalho de pesquisa que deu início a ele. Assim, a

averiguação de todas as etapas de uma experimentação é tão valorosa quanto a maneira pela qual os

resultados são apresentados, o processo de avaliação é realizado por outros pesquisadores e a

aceitação do trabalho é feita por parte da comunidade científica.

O emprego da Arquitetura da Informação em portais de periódicos eletrônicos é a proposta

deste trabalho; portanto, na primeira parte serão apresentadas as principais abordagens relacionadas

à AI, bem como suas definições fundamentais. Traça-se um panorama do desenvolvimento das três

principais gerações, sendo estas as mais expressivas, juntamente de suas diretrizes e formas de

atuação ao longo do tempo. Questões como a interdisciplinaridade com a Ciência da Informação e

sua importância também são pontuadas.

Na segunda parte abordam-se os Sistemas fundamentais da AI concebidos por Morville e

Rosenfeld (2006), os de organização, rotulagem, busca e navegação, e componentes como tesauros,

vocabulário controlado e metadados. Esse enfoque é necessário, pois esses sistemas serão

utilizados como base no processo de avaliação do Epublicações. Nessa seção, além das abordagens

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fundamentais de Morville e Rosenfeld (2006), são identificados na literatura outros pontos de vistas

práticos e algumas pesquisas no campo da AI.

Na terceira parte, por ser o conceito de qualidade muito abrangente, delimita-se sob qual ótica

os critérios serão selecionados e aplicados no portal de periódicos eletrônicos. A qualidade é

avaliada em relação às perspectivas de Interação Humano Computador – IHC, com foco no usuário,

respeitando-se princípios de usabilidade e buscando-se a constante avaliação por meio de técnicas

de inspeção. Assim, é possível identificar problemas relacionados à funcionalidade do sistema e sua

relação com seus usuários.

Na quarta parte pretende-se abordar o processo de comunicação científica (origem, dinâmica

e principais autores); o que são considerados periódicos científicos; os fatores preponderantes na

conhecida crise dos periódicos científicos, que culminaram no movimento de acesso aberto à

literatura científica mundial; os modelos de arquivos abertos junto à inserção de novas tecnologias,

principalmente no contexto das universidades brasileiras; e o que promoveu, nesse processo, a

criação do formato de periódicos eletrônicos e seus portais.

Na quinta parte desse marco teórico, por fim, torna-se pertinente a definição de portais web

para diferenciá-los do modelo de portais de periódicos científicos eletrônicos. Listam-se as

principais iniciativas de portais de periódicos eletrônicos de acesso livre nas universidades públicas

brasileiras, criadas pelo IBICT com a distribuição do software SEER, e descrevem-se análogas

como o Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior –

CAPES, a plataforma WebQualis, utilizada para avaliação de periódicos eletrônicos científicos na

atribuição de conceitos, e, finalmente, a Biblioteca digital de periódicos científicos (Scientific

Eletronic Library Online – SCIELLO).

2.1 A ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO

Desde os primórdios da humanidade é possível constatar a importância da informação na vida

em sociedade, mas também é viável discutir o que foi denominado como o fenômeno da explosão

informacional, que pode ser hoje considerado com mais clareza na percepção de Wurman (1991, p.

36). Além de constatar que ―a informação se transformou na força motriz de nossa vida e a terrível

ameaça dessa pilha cada vez maior a exigir compreensão o que leva a maioria de nós a ansiedade‖,

ele também a concebeu como uma explosão da não-informação, a verdadeira ―avalanche de dados‖;

enfrentá-la significa ser capaz de transformá-la em informação.

De acordo com Wurman (1991), informação é aquilo que pode ser compreendido e faz

sentido para quem a acessa. Essa questão também é ressaltada em Marcondes (2002, p.42), ao

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afirmar que ―um aspecto problemático da cultura de nosso tempo relacionado à questão

informacional é o assim chamado fenômeno da explosão informacional, a grande quantidade de

informações produzidas e disponibilizadas por diferentes atividades sociais, dificultando sua

identificação, acesso e utilização‖.

A Arquitetura da Informação vem se desenvolvendo dentro desse contexto caótico da web,

que muitas vezes disponibiliza dados, mas precisa, cada vez mais, dispor de mecanismos que os

transformem em informação:

Necessitamos de empresas dedicadas a tornar a informação acessível e

compreensível; de novas formas de interpretar os dados que cada vez mais

direcionam nossa vida, e de novos modelos para torná-los utilizáveis e

compreensíveis para transformá-los em informação. É preciso reeducar as pessoas

que produzem informação a fim de aumentar sua eficiência, e nós como

consumidores, devemos ficar mais hábeis como receptores se quisermos nos livrar

da ansiedade da informação. (WURMAN, 1991, p.55).

O primeiro autor a utilizar a expressão Arquitetura da Informação foi Richard Saul

Wurman (Macedo, 2005, Albuquerque 2010 e Camargo e Vidotti, 2011), em 1976, na National

Conference of the American Institute of Architects (AIA). Ainda nesse evento, ele designou como

Arquiteto da informação aquele que tem a habilidade de planejar ou construir formas capazes de

ajudar as pessoas a encontrarem seus próprios caminhos para o conhecimento.

Percebe-se que a AI surge a partir das concepções de Wurman (1991), um arquiteto

especialista em edificações reconhecido como o basilar arquiteto de informação dos Estados

Unidos. Ele considera a condição infinita da informação, porém acredita serem limitadas as

possibilidades de organizá-la, e propõe cinco formas para executar essa tarefa: por categoria, tempo,

localização, alfabeto e sequência. Esse foi o primeiro momento da AI. De acordo com Albuquerque

(2010, p. 17):

[...] essas idéias não obstantes sejam operacionalmente válidas (no sentido que de

fato podem ser utilizadas para o exercício da organização da informação, surge de

forma ad hoc, como o resultado da prática e não como um desdobramento

necessário com base em primeiros princípios. Da mesma forma, não são

apresentados, argumentos do porquê seriam essas formas as únicas possíveis como

o autor dá a entender).

Verifica-se que há uma lacuna conceitual no campo da AI; Macedo (2005) explica isso

afirmando que houve, inicialmente, certa confusão na ampliação dos conceitos da Arquitetura

tradicional e no deslocamento deles para o imenso campo de atuação e das aplicações geradas pela

Arquitetura da Informação com o passar do tempo. Destaca-se em sua pesquisa que as definições

da Arquitetura da Informação denotam várias alternâncias, principalmente no que se refere ao tipo

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de informações a serem tratadas pela AI e sua área de desempenho. Aponta-se que, em muitos

artigos, a usabilidade pode ser considerada uma disciplina em separado, e muitos autores comparam

a AI com a Arquitetura tradicional e o Urbanismo.

O ponto em comum na maioria das definições, ainda na visão de Macedo (2005), seria o tema

da satisfação das necessidades informacionais dos usuários e a noção de que a Arquitetura da

Informação trata-se de um processo que concebe a articulação entre seus elementos e o conjunto.

Essa abordagem seria proveniente de Rosenfeld e Morville (2006), que apresentam a AI como uma

confluência de contexto, conteúdo e usuários.

No próximo tópico serão destacadas algumas das principais abordagens que representam o

pensamento vigente sobre Arquitetura da Informação enquanto disciplina e prática. Antes de buscar

as definições de Arquitetura da Informação, é fundamental ter uma compreensão prévia do contexto

histórico que determinou sua criação e seu desenvolvimento enquanto disciplina, ciência e,

inclusive, arte.

2.1.1 A Evolução do Conceito de Arquitetura da Informação no Tempo

Quanto ao contexto histórico de desenvolvimento da Arquitetura da Informação, Camargo e

Vidotti (2011) traduziram um quadro explicativo de Evernden e Evernden (2003), autores que

traçaram uma linha evolutiva entre três diferentes gerações, apresentadas no quadro 1, com o

objetivo de facilitar a compreensão das várias definições encontradas na literatura, desde as

elaboradas por especialistas atuantes na área até teóricos interessados no tema (inclusive

pesquisadores da Ciência da Informação que buscam estabelecer interdisciplinaridade com o

campo). Nesse resumo apresentar-se-ão algumas abordagens que marcam e situam a evolução das

principais definições da Arquitetura da Informação no decorrer do tempo, desde 1970 até 2000.

Quadro 1 - Características das três gerações da Arquitetura da Informação

Geração Foco Orientado por Conteúdo

1ª geração

1970 e

1980.

Sistemas como aplicações que

não rodam na Web dentro de

organizações individuais.

Aumento de funcionalidade e sofisticação de

aplicações que não rodam na Web.

Esclarecimento da necessidade de uma abordagem

arquitetural; analogias com a arquitetura de

construção; diagramas 2 D simples ou frameworks

fornecendo uma visão inicial da arquitetura.

2ª geração

1990.

Sistemas Web como conjuntos

integrados de componentes

dentro de organizações individuais.

Crescimento da complexidade de sistemas e

interdependência;

demanda por reuso de software.

Extensões e adaptações de diagramas das

arquiteturas da 1ª geração; conjunto de

frameworks com modelos de referências industriais.

3ª geração

Depois de

1990 e 2000.

Informação como recurso

corporativo com ferramentas de apoio de TI e técnicas.

Surgimento da Internet, do

e-commerce e aumento nas aplicações business to business; crescimento de interdependência

entre organizações; adoção do gerenciamento

de conhecimento, sistemas inteligentes e visão mais holística da informação como recurso.

Definição explícita de princípios e teoria básica;

desenvolvimento de arquiteturas multidimensionais; customização de frameworks

de informação para necessidades de organizações

individuais; padrões e mapas de informação genérica.

Fonte: Elaborado e traduzido por Camargo e Vidotti (2011, p. 15) de Evernden e Evernden (2003, p. 96)

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Representando a primeira geração, Wurman (1970 e 1980) lançou as primeiras sementes

conceituais no campo da Arquitetura da Informação, que floresceram na medida em que foram

inseridas novas ferramentas tecnológicas no cotidiano dos usuários da informação. Isso, de certa

forma, foi preconizado na obra Information Ansiety, na qual expõe que a compreensão da

informação é o ponto chave da produção do conhecimento, e esta depende de um processo

interativo no qual o simples acesso aos dados não é suficiente para torná-la relevante na vida do seu

receptor.

Na segunda geração, Mcgee e Prusak (1994) apresentam a informação como um componente

fundamental na gestão competitiva do conhecimento em organizações, e, nesse contexto, a

definição de AI está focada na obtenção de resultados de produtividade e eficiência no trabalho. Há

uma grande tendência, nesse período, de se considerar nas definições o valor estratégico da

informação. Para esses autores, a AI deve fazer parte de um processo, um sistema com perspectiva

de estruturação, aquisição, autoavaliação e disseminação da informação.

A exemplo de autores da terceira geração, Davenport (1998) considera no livro A ecologia da

informação que a tecnologia não seria o suficiente para dar conta da era da informação, e define a

Arquitetura da Informação como um conjunto de ferramentas adequadas aos recursos e às

necessidades de informação, que deverá funcionar como elo entre o comportamento, os processos,

os recursos humanos e outras particularidades de uma instituição. Nessa mesma linha de

pensamento, Rosenfeld e Morville (2006), bibliotecários com uma perspectiva de AI voltada para a

World Wide Web, apresentam a mesma visão sistêmica da ―ecologia da informação‖, definindo-a

como uma rede na qual seus participantes se inter-relacionam em uma situação de interdependência

para sua manutenção no ambiente informacional. Eles propuseram o modelo representativo da AI,

no qual exemplificam esta intersecção:

Figura 7 - Information architecture concepts

Fonte: Rosenfeld e Morville (2006, p.12)

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Conceberam também a importância da interação desses três níveis descritos acima, o

contexto, o conteúdo e os usuários, para a sobrevivência do sistema.

Na interpretação de Macedo (2005, p. 111), cada esfera proposta nesse modelo pode ser

entendida como:

Contexto: é o ambiente organizacional. Qualquer sistema de informação está dentro dele e,

portanto, é fundamental entender a missão, os objetivos e a cultura da organização em

questão, estejam todos evidentes ou não. Para implementar um projeto de AI é necessário

inteirar-se dessas questões, que devem ser previstas para atender às singularidades de cada

um desses aspectos.

Conteúdo: é mais abrangente, visto que compreende documentos, aplicativos e serviços,

bem como metadados e facetas informacionais. Para a AI, devem ser levadas em

consideração a natureza e a capacidade de expansão desses conteúdos com o passar dos

anos.

Usuários: é preciso entendê-los e compreendê-los para que se descubram suas necessidades

(geralmente diferenciadas). Essas necessidades se refletem nas buscas pelas informações e,

por isso, a AI deve ter como meta um desenho de sistemas que atenda a variados

comportamentos e necessidades.

A importância de Rosenfeld e Morville (2006) para o campo é baseada, além da conceituação,

nos exemplos fornecidos por esses autores de aplicação em ambientes digitais. É interessante

observar que são listados os principais aspectos do que se considera Arquitetura da Informação,

bem como algumas atividades que não fazem parte dela. Entretanto, admite-se a efetiva

interdisciplinaridade que estas mantêm no desempenho do trabalho da Arquitetura da Informação.

Para eles, a AI pode ser definida como:

1.Um projeto para estruturar ambientes de informação compartilhada. 2. Uma

associação de organização, rotulagem, pesquisa e sistema de navegação em sites e

intranets. 3. A arte e a ciência de configurar produtos de informação e experiências

para apoiar usabilidade e encontrabilidade. 4. Uma disciplina emergente e

comunidade de prática direcionada a trazer princípios de design e arquitetura para o

ambiente digital. (ROSENFELD e MORVILLE, 2006, p.9, minha tradução)

As disciplinas não consideradas por Rosenfeld e Morville (2006) como Arquitetura da

Informação incluem: design gráfico, desenvolvimento de software e engenharia de usabilidade. Eles

acreditam que essas são ―zonas cinzentas‖, pois seus limites não são muito claros, mas apontam

questões importantes e desafios entre as áreas, forçando uma colaboração interdisciplinar que

resulta em um produto final melhor.

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A Arquitetura da Informação é um processo indutivo, um campo novo, e, por isso, segundo

Haverty (2002), ainda não apresenta uma teoria consolidada, podendo ser vista como uma área que

ainda não atingiu o status de disciplina. O autor afirma que a AI se baseia em várias definições

resultantes de suas práticas e em outras disciplinas que com ela se relacionam. Nessa mesma linha

de pensamento, Camargo e Vidotti (2011) definem a AI como uma área que fornece elementos para

estruturar e projetar um ambiente digital, com o objetivo de aperfeiçoá-lo e aprimorar o acesso e a

recuperação das informações através dos usuários de sistemas.

A bibliotecária Bayle (2003), que lida com espaços informacionais digitais, relata suas

experiências em AI e confirma tais abordagens ao traçar alguns pontos principais de ação,

contextualizando-os em princípios que podem ser aplicados nessa atividade. Em sua abordagem, a

Arquitetura da Informação é considerada como ―A arte e a ciência de estruturar e organizar sistemas

de informação para auxiliar as pessoas a alcançarem seus objetivos. Arquitetos de informação

organizam conteúdos e sistemas de navegação de design, a fim de ajudar as pessoas a encontrar e

gerenciar informações‖, (BAYLE, 2003, p. 9, minha tradução).

O conceito de Arquitetura da Informação é construído por Macedo (2005, p. 132) a partir do

seu estado da arte; ou seja, através de uma análise dos processos dominantes estabelecidos em sua

prática, que a definem enquanto campo. Propõe-se que o conceito se fundamente na

Fenomenologia, através da metodologia de metamodelagem, resultando-se na seguinte definição:

‗Arquitetura da Informação‘ é uma metodologia de ‗desenho‘ que se aplica a

qualquer ‗ambiente informacional‘, sendo este compreendido como um espaço

localizado em um ‗contexto‘; constituído por ‗conteúdos‘ em fluxo; que serve a

uma comunidade de ‗usuários‘. A finalidade da Arquitetura da Informação é,

portanto, viabilizar o fluxo efetivo de informações por meio do desenho de

‘ambientes informacionais‘.

A preocupação da elaboração de princípios para a construção de definições em Arquitetura da

Informação é constatada por Albuquerque (2010), que acredita que dados fundamentos podem

ajudar a preencher o hiato conceitual existente na área identificada por Macedo (2005), e que esses

podem ser empregados na compreensão das questões primordiais que envolvem o campo da AI. O

autor também pesquisou os pontos de conflito apresentados nas definições existentes e a inevitável

busca por uma teoria que a AI desenvolve a fim de se consolidar enquanto ciência.

Camargo e Vidotti (2011) defendem a proposição da demonstração de processos e uma

metodologia que possa servir de guia no tratamento de ambientes informacionais digitais. Ambas

ajustam teoria e prática no prisma da Ciência da Informação, apresentam definições de vários

autores sobre AI e destacam que o termo apareceu bem antes da Internet, podendo ser empregado

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em ambientes informacionais off-line e usuais, como bibliotecas e empresas. Atentam, ainda, para o

fato de que a AI pode ajudar no tratamento de conteúdos tanto físicos quanto virtuais e com

objetivos financeiros ou não. Entretanto, no que se refere a empresas, estas frequentemente as

utilizam para assegurar benefícios e vantagens de mercado. De acordo com essas autoras, a

definição mais apropriada para AI é:

A arquitetura da informação é uma área do conhecimento que oferece uma base

teórica para tratar aspectos informacionais, estruturais, navegacionais, funcionais e

visuais de ambientes informacionais digitais por meio de um conjunto de

procedimentos metodológicos a fim de auxiliar no desenvolvimento e no aumento

da usabilidade de tais ambientes e de seus conteúdos. (CAMARGO e VIDOTTI,

2011, p.24)

A definição acima é a que melhor se aplica à intenção dessa pesquisa, pois, de acordo com as

autoras, a Arquitetura da Informação fornece orientações direcionadas ao tratamento das

necessidades informacionais. Os objetos de conteúdo e sua metodologia podem originar um

diagnóstico (documento) primordial para assegurar a qualidade e a manutenção do ambiente em

questão. Na próxima seção, apresentar-se-ão algumas considerações sobre a relevância da

Arquitetura da Informação tanto para Ciência quanto para a vida prática.

2.1.2 A Importância da Arquitetura da Informação

Explicar o mérito da Arquitetura da Informação na sociedade é uma tarefa bem menos

complexa do que defini-la, talvez porque sua origem esteja mais centrada em sua prática efetiva do

que propriamente na reflexão teórica. Seu valor é dimensionado por Wurman (1991), que descreve

uma sociedade que concilia telefone, computador e televisão, agregando-os a um sistema único,

cujo resultado é a transmissão de dados que podem ser compartilhados instantaneamente pelas

pessoas. A Arquitetura da Informação, então, torna-se uma saída para organizar esse imenso fluxo.

A importância da AI é considerada por Bayle (2003) através do reconhecimento da

relevância da aprendizagem e dos custos gerados ao não se encontrar a informação desejada, bem

como do desenvolvimento de ações que facilitam a pesquisa e resultam em projetos, produtos,

serviços e pessoas adequadas para operar nessas atividades. A Arquitetura da Informação carece de

averiguação em relação ao seu status científico. Segundo Macedo (2005), seria necessária uma

avaliação dos princípios considerados importantes na área, que serviriam como base para legitimar

seus processos enquanto ciência. Quanto aos fenômenos que despertam atenção, esclarece-se que:

A disciplina deve interessar-se, de um modo geral, pela natureza dos espaços

informacionais como delimitações do mundo e pela relação entre os usuários e os

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fluxos de informações. E, mais especificamente, pelos métodos e técnicas de

desenho para a solução dos problemas práticos dos ambientes informacionais.

Quanto ao escopo de atuação da área, este concentra-se no domínio de informações

registradas, que é o objeto de estudo da Ciência da Informação, mas trata de um

aspecto específico de tal domínio, sendo este o desenho de ambientes de

compartilhamento de informações visando à viabilização dos fluxos

informacionais. Nesse sentido, a Arquitetura da Informação atua tanto na

modelagem de sistemas de informação quanto na modelagem de estruturas de

conteúdos informacionais propriamente ditos. (MACEDO, 2005, p. 142)

Os arquitetos de informação são as pessoas mais indicadas para falar sobre o significado e a

relevância da AI na sociedade, principalmente quando relatam a importância do seu trabalho

exibindo resultados de experiências e projetos. O principal benefício da AI para o mundo dos

negócios, de acordo com Camargo e Vidotti (2011), está na vantagem competitiva de mercado, pois

é capaz de ajudar na estruturação de ambientes digitais e facilitar os procedimentos de gestão da

informação e do conhecimento. Assim, ela atua diretamente na administração empresarial como um

todo. Em relação ao custo-benefício da AI, alega-se que:

As instituições querem saber quanto elas vão gastar para desenvolver um ambiente

e quanto vão ter de retorno. E a resposta para isso é muito difícil de ser mensurada,

pois as vantagens de uma AI podem ser de várias naturezas e só podem ser

analisadas depois de um determinado período de utilização do ambiente

informacional. (CAMARGO e VIDOTTI , 2011, p. 4)

A ideia da função primordial da Arquitetura da Informação é reforçada por Lima-Marques e

Macedo (2006, p.250) na organização de um ambiente informacional, com a finalidade de se

possibilitarem metodologias adequadas em um processo de Gestão do Conhecimento (GC), que

venham a resultar em economia para a empresa e maior eficiência e produtividade institucional:

Percebe-se ainda uma relação de interdependência entre os processos, ao

considerar que AI oferece o arcabouço metodológico e funcional para dar suporte

aos processos de GC, projetando formas de revelar dados que irão dar suporte à

tomada de decisões, ao passo que o produto da GC (conhecimentos sistematizados)

serve de insumo para inovações ou melhorias a serem implementadas pela AI. Na

prática, AI pode contribuir para GC, por exemplo, na tarefa de criação de

ambientes de aprendizagem interativos, para que os atores envolvidos possam

absorver e transferir conhecimentos, retroalimentando o sistema em uma ação

cíclica, promovendo assim o desenvolvimento da organização.

Quando tratam da questão da utilidade da Arquitetura da Informação, Rosenfeld e Morville

(2006) postulam que, para calcular o valor, primeiramente é preciso levar em consideração alguns

aspectos importantes, como o que se pode ganhar ou perder quando um usuário não encontra uma

informação dentro de determinada empresa ou instituição. Por exemplo, como mensurar o real

prejuízo que uma organização pode ter ao frustrar seus clientes através de um website mal

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estruturado? Quantas más decisões gerenciais podem ocorrer no cotidiano de uma companhia

devido ao fato de os funcionários não encontrarem a informação necessária para a realização de

seus projetos? E quanto ao retrabalho derivado do esforço em procurar uma informação em meio a

essa desorganização? Essas perguntas podem encontrar respostas com um bom projeto de AI.

Outras questões também são destacadas por esses autores, como a possibilidade que a

Arquitetura da Informação oferece na educação de clientes sobre novos produtos e serviços

relacionados à informação pesquisada diariamente no site, indagando-se qual seria o verdadeiro

prejuízo para uma instituição com a construção de um site que definitivamente não funciona na

prática. Percebe-se que a Arquitetura da Informação demanda processos que inevitavelmente

requerem o apoio de outras áreas do conhecimento, principalmente da Ciência da Informação. Em

consequência do fenômeno da interdisciplinaridade, este será tema da próxima seção.

2.1.3 A Interdisciplinaridade com a Ciência da Informação

A interdisciplinaridade existente entre a Arquitetura da Informação e a Ciência da Informação

é relacionada por Macedo (2005) e Camargo e Vidotti (2011) em seus trabalhos. Demais autores,

como Rosenfeld e Morville (2006) e Bayle (2003), são bibliotecários e cientistas da informação;

assim, pode-se observar que o relato de suas pesquisas é proveniente de atuações profissionais, o

que, na prática, comprova a influência mútua que dadas áreas exercem uma sobre a outra.

A clássica definição de Ciência da Informação de Borko (1968, p. 1), na qual afirma se tratar

de uma disciplina que se preocupa em estudar as ―propriedades e o comportamento informacional,

as forças que governam os fluxos de informação e os significados do processamento da informação,

visando à acessibilidade e a usabilidade ótima‖, serve de base para Macedo (2005, p. 145) na

relação estabelecida com a Arquitetura da Informação. Portanto:

Pode ser considerada uma disciplina da Ciência da Informação na medida em que

esta última fornece os fundamentos para a compreensão do fenômeno da

informação que é seu objeto de estudo, ao passo que aquela fornece os métodos e

técnicas para estruturação do fluxo de tal objeto em espaços informacionais,

viabilizando seu uso.

Quanto à metodologia de aplicação das disciplinas, Macedo (2005), fundamenta que a

Arquitetura da Informação tem técnicas voltadas para o desenho de ambiente de informação que

podem ser aproveitadas em qualquer ambiente informacional, como instrumentos de coleta,

processamento e disseminação de informações. O alicerce da Ciência da Informação, segundo

Borko (1968), é a investigação das propriedades e o comportamento da informação, sua prática, a

maneira como ela é transmitida, assim como seu processamento, sua armazenagem e recuperação.

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A interdisciplinaridade na Ciência da Informação é destacada por Saracevic (1995) como uma

condição que se explica na própria compreensão do fenômeno da informação e comunicação, suas

consequências nas relações e no comportamento humano e a inerente necessidade dessa

interdisciplinaridade ser introduzida no campo para aguentar a complexidade de problemas

característicos de sua própria natureza. Cita-se que os campos mais significativos que mantêm

relação interdisciplinar com a CI são a Biblioteconomia, a Ciência da Computação, as Ciências

Cognitivas e a Comunicação. Para o autor, a Ciência da Computação e a Ciência da Informação se

complementam por terem interesses comuns, como a representação da informação, sua organização

intelectual, a busca, a recuperação, a utilização e a qualidade da informação processada.

O status científico da Arquitetura da Informação é estabelecido por Macedo (2005), que

descreve seus fenômenos de interesse como aqueles relacionados ao processo de ―desenho de

ambientes informacionais‖ (para a autora, desenho, nesse contexto, significa o modelo da realidade

em questão) e também as consequências desses desenhos para a sociedade. O foco principal da AI

está no domínio das informações registradas, que também são o principal objeto de estudo da

Ciência da Informação. Destaca-se que:

[...] trata de um aspecto específico de tal domínio, sendo este o desenho de

ambientes de compartilhamento de informações visando à viabilização dos fluxos

informacionais. Nesse sentido, a Arquitetura da Informação atua tanto na

modelagem de sistemas de informação quanto na modelagem de estruturas de

conteúdos informacionais propriamente ditos. Como já foi visto, percebe-se na

literatura uma tendência dos autores a limitar o escopo ou abrangência da área. Não

há um consenso acerca do que é de sua competência, apesar de serem apontados

elementos comuns. (MACEDO, 2005, p. 143).

A premissa hologramática do pensamento complexo de Morin (2000) é explicada por

Macedo (2005), que argumenta que o todo reflete a parte e nela também está refletido. Baseando-se

nisso, afirma-se que a Arquitetura da Informação é parte da Ciência da Informação e espelha-se em

elementos estruturais do todo em sua substância. Em uma tentativa de demarcar a interação entre a

AI e a CI, Macedo (2005, p. 148) elabora um quadro sintético no qual apresenta os focos de

interesse das áreas da Ciência da Informação.

Quadro 2 - Focos de interesse das áreas da Ciência da Informação.

DISCDISCIPLINA FOCO DE INTERESSE

Arquitetura da Informação Ambientes de informação

Comunicação Fluxos de informação

Gestão do Conhecimento Produção e compartilhamento de informações

Fonte: Macedo (2005, p.148)

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A Arquitetura da Informação é considerada por Camargo e Vidotti (2011) um recurso capaz

de assistir a recuperação, a comunicação e o uso da informação. É possível, portanto, afirmar que se

trata de um tema relevante e intrinsecamente relacionado à Ciência da Informação, particularmente

no que se refere ao tratamento da informação em ambientes digitais. Pode-se, ainda, gerar uma

comparação na parte navegacional proposta acima entre as técnicas tradicionais utilizadas em

estudos de usuários de Ciência da Informação e Biblioteconomia, analisando-se o comportamento

de usuários e a compreensão das suas reais necessidades de informação.

2.2 SISTEMAS FUNDAMENTAIS DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO

Os componentes de uma de uma arquitetura da informação em websites podem ser elencados,

de acordo com Morville e Rosenfeld (2006, p. 43), para que se possa obter uma maior clareza do

conjunto do ambiente informacional. Todo esse conteúdo está estruturado em sistemas

interdependentes denominados organização, rotulação, navegação e busca. Elementos como

tesauros, vocabulários controlados e instrumentos de indexação são, ainda, desenvolvidos com a

finalidade de definir uma arquitetura da informação capaz de atender às expectativas de seus

usuários.

Organizar a informação é um desafio antigo, e são muitas as dificuldades enfrentadas por

todos que se dedicam a essa tarefa. Nesse contexto, de acordo com Morville e Rosenfeld (2006, p.

54), todos estamos, de certa forma, tornando-nos bibliotecários; este é um processo revolucionário e

silencioso, impulsionado pela força da Internet. Afirmam ainda que, há pouco tempo, a

responsabilidade de rotular, organizar e fornecer acesso às informações cabia aos bibliotecários e às

indecifráveis regras de catalogação e classificação que ajudavam o usuário a encontrar o que

precisava.

À medida que o tempo passou, e com a chegada das novas tecnologias, surge a necessidade de

sistematizar uma ordem no ambiente digital com seus sites corporativos, blogs e tantos outros meios

que ainda estão por vir. Os sistemas da Arquitetura da Informação descritos por Rosenfeld e

Morville (2006) não são fáceis de serem identificados, pois alguns são percebidos na interação com

o usuário, enquanto outros podem ficar implícitos nessa relação. A seguir, esses sistemas serão

descritos com seus respectivos princípios levantados na literatura através de pesquisas

desenvolvidas e melhores práticas sugeridas por alguns autores.

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2.2.1 Sistema de Organização

Organizar é uma tarefa que implica em compreender, explicar e controlar; ou seja, categorizar

inclui diversas perspectivas socioculturais e intelectuais. Segundo Jacob e Shaw (1998, p. 155), isso

se traduz em ―um processo cognitivo de dividir as experiências do mundo em grupos de entidades,

ou categorias, para construir uma ordem dos mundos físico e social em que o indivíduo participa‖.

Os primeiros sistemas de classificação, como o Dewey Decimal Classification (1876), a

Classificação Decimal Universal (1885) e a Classificação do Congresso Norte-Americano (1900),

são utilizados até hoje. De acordo com Lara (2001) apud Reis (2007, p. 78), estes, baseados na

clássica teoria de Aristóteles, criaram grandes categorias de hierarquias, sendo mais apropriados à

manutenção de acervos do que à transferência de conhecimento e informação, pois representam

somente relações com perfil de gênero-espécie e não são favoráveis à criação de novos conceitos a

partir de anteriores, não representando bem relações não-hierárquicas como causa-efeito, produto-

produtor e agente-instrumento.

Reis (2007, p. 78) acrescenta que os sistemas de classificação, baseados ou não na teoria

clássica, possuem uma variedade de aplicações e podem ser empregados na organização de

bibliotecas físicas e on-line, na web semântica e no processamento de linguagem natural. Os

sistemas de classificação até hoje desenvolvidos refletem anseios e objetivos sociais e políticos da

humanidade. De acordo com Morville e Rosenfeld (2006, p. 53), os arquitetos de informação assim

os organizam com a intenção de que seus usuários encontrem respostas para suas perguntas, sendo

essa a ideia essencial dos sistemas de organização e rotulagem.

No sistema de organização são definidos os princípios de ordenação; ou seja, a maneira como a

qual informação poderá ser disposta, sua estrutura. Quanto aos esquemas, estes podem ser

caracterizados em exato, onde as informações são ordenadas alfabética, cronológica ou

geograficamente; ambíguo, que se apresenta de forma mais subjetiva, onde princípio organizador

não se torna muito claro logo de início e necessita-se de algum critério pré-estabelecido, como

tópicos específicos a um determinado tipo de usuário (aberto ou fechado) e dirigidos à metáfora; e

híbridos, quando se misturam os dois tipos de organização.

As estruturas definem o modo como o usuário poderá navegar no site, podendo ser classificadas

em hierárquicas (abordagem top-down), que vão do geral para o específico, havendo um princípio

de superioridade entre os conceitos escolhidos; base relacional (bottom-up), que parte do

específico para o geral, sendo os dados armazenados dentro de um conjunto de relações ou tabelas,

como as relações entre elementos de acordo com autor, título, assunto e metadados; e hipertexto,

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que é uma forma não linear de estruturar informações. Essa estrutura envolve dois tipos principais

de componentes, itens ou partes de informações que se ligam entre essas partes. Para melhor

visualização, observa-se o resumo no quadro abaixo:

Quadro 3 - Elementos da Arquitetura da Informação: sistemas de organização

SISTEMA DE ORGANIZAÇÃO

Fonte: Sarmento e Souza, Foresti e Vidotti( 2004, p. 89), baseado em Sraioto (2002).

A organização da informação em websites é o fator determinante do sucesso de um ambiente

informacional, mas muitos desenvolvedores não têm essa compreensão. A finalidade principal

desse sistema é ordenar as informações contidas no ambiente com coerência e lógica, de modo que

o acesso do usuário seja facilitado. Os arquitetos da informação devem organizá-lo de forma que as

pessoas encontrem respostas para suas questões. Os sistemas de organização são classificados por

Morville e Rosenfeld (2006) como esquemas que indicam um modelo mental para que os usuários

possam compreender melhor suas estruturas e meios primários de navegação.

2.2.1.1 Princípios do Sistema de Organização

Os arquitetos da informação têm na web um ambiente incrivelmente flexível para organizar,

pois nele podem ser aplicados vários sistemas de organização para um mesmo conteúdo, e, ao

mesmo tempo, fugir das limitações físicas do mundo impresso. Segundo Morville e Rosenfeld

(2006, p. 53-81), esses autores também discutem os atributos do sistema, destacados a seguir:

Coerência: as palavras têm o poder de serem entendidas de várias formas. Uma única

palavra pode ter diversos significados, e o sistema de organização é fundamentado na

linguagem. É necessário decidir sob qual critério se estabelecerá a organização do conteúdo;

como serão definidas suas categorias. O processo de classificação de conceitos abstratos

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deve considerar o desafio de eliminar a ambiguidade inerente à palavra e em consequência

estabelecer a coerência no ambiente informacional.

Heterogeneidade (granularidade): é a capacidade de sintetização (resumo) dos elementos

e detalhes disponíveis em um ambiente. Um site é um grande caldeirão de multimídias; por

isso, faz-se necessária uma catalogação abrangente e específica que varie de acordo com a

necessidade do meio. É difícil classificar documentos de diversos níveis de granularidade,

pois a heterogeneidade impossibilita a imposição de uma única estrutura de organização do

conteúdo.

Perspectivas: sistemas de rotulagem e organização são proporcionalmente influenciados

por seus criadores. Para propor sistemas de organização funcionais, primeiramente deve-se

excluir os próprios modelos mentais de rotulagem e organização de conteúdo. É necessário,

então, familiarizar-se com a perspectiva do público-alvo (audiência).

Política Institucional: a escolha de sistemas de organização e de rotulagem pode impactar a

forma como os usuários do site percebem a instituição, suas funções e seus produtos. A

interação do ambiente com outros departamentos institucionais é clara? Fica evidente,

através da utilização de links, a inclusão de notícias ou o estabelecimento de uma eficiente

comunicação corporativa? O arquiteto de informação deve ter sensibilidade em relação à

política da empresa. Existem um projeto de marketing da marca institucional?

Coesão: esse atributo é considerado por Morville e Rosenfeld (2006, p 80-81) aquele que

consegue reunir todos os outros destacados acima. Considerando-se os regimes de

organização disponíveis, é importante conhecer suas diferenças para incluir os melhores

esquemas exatos para itens conhecidos e saber o que os usuários desejam com dada

pesquisa. Os esquemas ambíguos são mais adequados para navegação e aprendizagem

associativa quando os usuários têm uma ideia vaga de suas necessidades de informação.

Sempre que possível, deve-se utilizar os dois regimes de organização e não se esquecer,

durante a avaliação de sistemas, de que a linguagem é ambígua e o conteúdo é heterogêneo,

bem como que as pessoas têm diferentes perspectivas e a política institucional deve ser

respeitada. Os autores acrescentam que possibilitar vários meios de se acessar a mesma

informação pode ser uma saída para lidar com todos esses desafios.

Na perspectiva de Alomran (2015, p.2092), foram elaborados critérios de avaliação de portais

em universidades. Alguns aspectos devem ser levados em consideração em relação ao sistema de

organização:

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Determinar a estrutura que será utilizada para se agrupar o conteúdo.

O conteúdo está organizado em uma estrutura local, apropriada e lógica? (Coerência).

Existe uma estratégia de classificação da informação?

O uso de qualquer esquema de metadados/classificação é adequado às necessidades de

ambos os gestores de conteúdo e usuários finais? (Audiência)

Existem regras de entidade de dados e de acesso?

O site determina quais sistemas de classificação são implementados pelo conteúdo?

As opções de organização do site apoiarão seu conteúdo no futuro? (Política

institucional)

Quanto à estrutura do site, de acordo com Toub (2000, p. 15), esta reflete sua integralidade; o

patrocinador pode ter ideias sobre o que os usuários devem fazer nesse ambiente, mas estas podem

não corresponder às reais expectativas desses usuários (audiência). Antes de qualquer coisa, é

necessário compreender a estrutura do site, que deve abordar as tarefas a serem executadas, e,

assim, aprendê-las. Destaca-se a importância de saber diferenciar a estrutura do site de seus outros

aspectos, como quando um usuário reclama de um site dizendo que este não é de fácil navegação.

Para alguns, isso pode significar que ele tem dificuldade de navegar em sua hierarquia; para outros,

que suas páginas carregam lentamente ou até mesmo que suas fontes na tela são pequenas e

visualmente não adequadas.

Ainda na abordagem de Toub (2000, p. 16), a organização do site envolve o agrupamento e a

rotulagem de conteúdo, questões triviais da Arquitetura da Informação. A AI vai além da

organização; ela pode incluir em seu escopo áreas importantes como o design de navegação e

indexação, bem como utilizar-se de técnicas de usabilidade e avaliações heurísticas, que, quando

bem documentadas, podem desenvolver ambientes informacionais. A pesquisa de Downey e

Banerjee (2011, p. 29) sobre como construir um checklist para verificar a Arquitetura da Informação

em um ambiente em relação ao sistema de organização em um projeto inicial afirma que é

importante observar os seguintes critérios:

Que tipo de dados serão utilizados ou criados/estruturados, semiestruturados e não-

estruturados. Como cada um é composto?

Existe uma estratégia de metadados? Qualquer norma para metadados?

Classificação (vocabulário controlado, tesauro, taxonomia).

Quem classifica? O arquiteto da informação, o usuário, ambos?

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Ainda na perspectiva de Downey e Banerjee (2011, p. 29), a classificação é considerada um

importante mecanismo na organização de informações, devendo ser amplamente compreendida e

utilizada (coerência). A semântica e sua tecnologia são componentes que determinam a descoberta

e fornecem uma maneira de alavancar a tecnologia e explorar os relacionamentos da informação,

não se esquecendo de dar atenção à pesquisa, aspecto importante e esperado em sistemas.

A importância de se avaliar a coerência e integridade das categorias ou dos grupos de objetos

de conteúdo em um ambiente informacional é referenciada por Toub (2000, p. 17), e isso pode ser

mensurado em relação ao grau de semelhança de objetos dentro de uma categoria, ao grau de

sobreposição entre as categorias e também à sua hierarquia. No que se refere à última, a estrutura do

site baseada no relacionamento pai-filho pode ser avaliada na maneira como as subcategorias se

encaixam na principal e também no modo como os documentos se relacionam uns com os outros;

nesse caso, enfatiza-se na avaliação a similaridade dos conceitos, não a eficácia dos rótulos, pois

isso compete mais ao sistema de rotulagem (TOUB, 2000, P. 17).

Uma teoria sobre hierarquia, tanto em alta quanto em baixa similaridade, segundo Toub

(2000, p. 20), é uma hierarquia com muita sobreposição entre categorias. Essa técnica propõe

originalidade na identificação de categorias que se sobrepõem. O autor comenta que há várias

filosofias sobre o que pode ser considerado um bom design de hierarquia. Em uma taxonomia, cada

item deve se encaixar em pelo menos um lugar; porém, muitos designers optam por colocar um

item em vários nós em uma hierarquia, acreditando que o usuário procura um único item em

diversos locais, então este deve estar presente em todos eles. Risden (1999) apud Toub (2000, p. 20)

sugere que um alto nível de redundância cria uma dificuldade para os seus usuários diferenciarem

entre categorias, mas isso não prova que a redundância impede uma navegação eficaz (audiência).

Entre as técnicas de avaliação encontra-se a ―Classificação dos bens‖, na qual os participantes

recebem os nomes de uma categoria e uma subcategoria, e, em seguida, são convidados a avaliar

como essas subcategorias se encaixam na categoria (verificando se esse agrupamento seria ideal).

Outra forma é a ―Verificação de sentença acelerada‖, na qual os participantes da avaliação leem

uma frase verdadeira ou falsa com a estrutura [sub-categoria] e uma categoria, como no exemplo da

página acima: ―a Economia é ciência social‖.

Quanto à representação pai-filho em uma hierarquia, Toub (2000, p. 21) explica que uma

técnica comum que evidencia o significado de uma categoria inclui listar subcategorias de itens ao

lado do nome da categoria, como ilustrado na figura abaixo:

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Figura 8 - Página Yahoo - hierarquia Diretório listando subcategorias de itens

Fonte:< https://br.financas.yahoo.com/ >. Acesso em 20 de fev. 2016. Atualizado pela autora baseado em

Toub (2000, p. 21).

No Guia Prático de Arquitetura da Informação de Spencer (2010, p. 131), resume-se que o

primeiro passo para se entender um trabalho com organização de conteúdo é compreender o que se

tem em um ambiente informacional para ser disponibilizado, e isso pode ser útil para:

Entender o assunto (caso seja novo para o ambiente, e manter a coerência desses);

Ter uma visão arrojada (caso já o conheça);

Retirar conteúdos desnecessários;

Preparar para migração e

Gerenciar o processo do projeto.

Ressalta-se também que esse trabalho pode ser realizado através de um inventário de conteúdo,

no qual é listado de acordo com suas principais relações de forma, seja automática ou manual

(através do clique em cada página do site).

A seguir algumas definições sobre o sistema de rotulagem.

2.2.2 Sistema de Rotulagem

Antes de considerar o que é um sistema de rotulagem, é pertinente relembrar a definição e

função de um rótulo. De acordo com Spencer (2010, p.209), rótulos são todas as coisas que

descrevem pedaços de conteúdo, como os nomes dos itens da navegação e também as rubricas que

especificam partes de conteúdo. Um rótulo ou termo (label em inglês), segundo Reis (2007, p.99),

―é um símbolo linguístico utilizado para representar um conceito‖; sua finalidade é traduzir um

conceito de forma eficiente; ou seja, comunicar o conceito sem ocupar muito espaço na página e

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sem demandar muito esforço cognitivo do usuário para compreendê-lo. Complementa-se que os

seres humanos relacionam naturalmente rótulos a conceitos, e foi essa propriedade que possibilitou

a criação de línguas para efetivar a comunicação. A língua, em uma abordagem sintética,

estabelece-se na associação de termos, na qual para cada conceito é concedido um símbolo (termo)

que o represente.

A forma de representação, para Morville e Rosenfeld (2006, p. 83), é definida como rotulagem.

Aponta-se que, assim como usamos palavras faladas na intenção de expressar conceitos e

pensamentos, os rótulos são utilizados com a finalidade de representar maiores partes da informação

em websites, e são a maneira mais evidente de demonstrar claramente como os sistemas de

organização e navegação funcionam no ambiente web. Esse sistema seria o conjunto de rótulos,

para os quais determinaram diretrizes e indicaram fontes para desenvolvimento.

―Rotulagem refere-se ao nome ou ícone de um objeto de conteúdo, como o título de uma página,

ou título de uma categoria ou propriamente um título‖ (TOUB, 2000, p. 23). As características dos

sistemas de rotulagem são ressaltadas por Alves (2011, p. 28), segundo Rosenfeld e Morville

(2006):

Rótulos iconográficos: são ícones ou símbolos que exibem a mesma informação que o

texto, muito empregados em sites infantis. Às vezes podem não representar a ideia original;

portanto, é preciso muito cuidado ao utilizá-los.

Rótulos com cabeçalhos: descrevem o conteúdo que os seguem como cabeçalhos

impressos e normalmente estabelecem uma hierarquia dentro do texto. Por exemplo, o

cabeçalho ―Consultas‖ reúne links contextuais que direcionam o usuário a informações que

podem ser consultadas, como número de processos ou procedimentos para determinadas

ações.

Rótulos dentro de um sistema de navegação: são o sitemap onde os links contextuais são

exibidos de forma mais abrangente. Possibilitam ao usuário obter uma visão global do que

esperar de cada um deles. Como não há, na prática, como separar os sistemas, é válido

afirmar que os rótulos fazem parte dos sistemas de navegação.

Rótulos como termos de indexação: os vocabulários controlados, tesauros e taxonomias

fazem parte desta categoria. Os termos de indexação consistem em palavras-chave, rótulos e

cabeçalhos de assunto que representam conteúdos para pesquisa ou navegação.

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Quadro 4 - Elementos da Arquitetura da Informação: sistema de rotulagem

SISTEMA DE ROTULAGEM

TEXTUAL

ICONOGRÁFICOS

Fonte: Sarmento e Souza, Foresti e Vidotti( 2004, p. 89), baseado em Sraioto(2002).

Quanto aos rótulos existentes em websites, Morville e Rosenfeld (2006, p. 86) os resumem em:

Links contextuais: são partes de informações em outras páginas e levam a outros locais

na mesma página;

Cabeçalhos: são rótulos que descrevem o conteúdo que vem a seguir, assim como

títulos de impressão;

Opções de sistema de navegação: são rótulos que descrevem as escolhas que podem

ser feitas em relação ao sistema de navegação no site;

Termos de indexação: palavras-chave, tags e títulos de assuntos que representam

conteúdo para pesquisa ou navegação.

Acrescentam Morville e Rosenfeld (2006, p. 86) que essas categorias não são excludentes.

Um único rótulo pode fazer uma ligação contextual, podendo ser iônico, em vez de textual. Na

construção de um sistema de rotulação, ainda nessa abordagem, ressalta-se que arquitetos de

informação devem projetar rótulos de forma que estes consigam expressar a mesma linguagem dos

usuários de um site.

2.2.2.1 Princípios do Sistema de Rotulagem

Segundo Toub (2000, p. 23), a rotulagem se relaciona com o nome ou ícone de um objeto de

conteúdo, como o título de uma página e categoria ou propriamente um título. Quando se estabelece

um diálogo entre o usuário e o site e há uma confusão ou questão sobre rótulo, é importante

esclarecer ideias. Os rótulos devem educar os usuários sobre novos conceitos, ajudá-los a

reconhecê-los rapidamente e fazer com que eles se familiarizem com tal recurso. (Predicabilidade).

Um sistema de rotulação bem construído, coerente e consistente pode facilitar a navegação e a

busca; no entanto, para isso, não deve-se limitar a simples rótulos, mas constituir um sistema de

rotulagem.

Navegação – Links

Termos de Indexação

Cabeçalhos

Navegação

Cabeçalhos

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De acordo com Victoria (2008, p. 16), a Arquitetura da Informação, de maneira geral, considera

que a categoria de rótulos deve fazer sentido para o usuário e restringir a sobreposição conceitual.

Essa questão é exemplificada na situação de um usuário que visita uma loja de departamento on-

line e deseja comprar um aparelho de MP3 player; ele pode vir a se confundir ao deparar-se com os

seguintes rótulos de categorias: Áudio e TV, Informática, Moda e Móveis. Um leitor de MP3 pode

ser encontrado tanto na categoria Áudio e TV quanto na área de Informática. Prossegue-se

afirmando que o usuário pode selecionar a opção errada e sentir-se frustrado por não localizar a

informação que necessita, deixando até mesmo de pesquisar no local por não conseguir o que

deseja. (Predicabilidade)

Assim, a criação de rótulos deve ser mutuamente exclusiva, pois essa característica possibilita

aos usuários a realização de escolhas certas (precisão) — um dos aspectos mais desafiadores da

área. Victoria (2008, p.16) afirma que as categorias de rótulos devem utilizar o idioma adequado ao

público-alvo (o que não se limita à simples tradução), considerando o significado e o contexto

cultural. É preciso assegurar aos usuários pleno domínio da linguagem aplicada no ambiente; por

isso, os termos utilizados devem ser abrangentes. Dessa forma, siglas, jargões e vocabulários

técnicos devem ser evitados. Em relação às melhores práticas de inserção de rótulos de formulário,

Victoria (2008, p. 17) sugere:

Quando o dado for familiar aos usuários, deve-se usar etiquetas em posição superior,

alinhadas, para auxiliar na redução do tempo de conclusão da tarefa;

Quando o espaço vertical da tela for restrito, deve-se usar etiquetas alinhadas à direita,

Para entrada de dado desconhecido ou avançado, deve-se usar etiquetas alinhadas à

esquerda.

Ao estabelecer o design de um sistema de rotulagem, Morville e Rosenfeld (2006, p. 98)

recomendam seguir alguns procedimentos para tornar os rótulos mais representativos e menos

ambíguos, como:

Restringir o campo sempre que possível: concentrar-se na tríplice da Arquitetura da

Informação (conteúdo, usuário e contexto) e estabelecer metas para a AI. Quanto mais os

rótulos forem definidos com especificidade, mais eles se tornarão eficazes. (Precisão).

Desenvolver sistemas de rotulagem consistentes: consistência é importante porque significa

predicabilidade do sistema; assim, é mais simples e fácil de aprender. A consistência pode ser

percebida através dos rótulos, pois o usuário, ao ver um ou dois rótulos, logo percebe o que esperar

dos demais. A consistência pode ser afetada por fatores como:

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a) Estilo: deve-se considerar utilização aleatória de pontuação. Se possível, deve-se contratar um

revisor.

b) Apresentação: o caráter sistemático de um grupo de etiquetas pode ser auxiliado por uma

apresentação coerente das fontes, tamanhos, cores e espaços em branco.

c) Sintaxe: deve-se utilizar uma sintaxe uniforme, levando em consideração grau, número,

gênero e tempo verbal, e dar preferência apenas a verbos no infinitivo ou somente substantivos.

d) Granularidade: deve-se evitar colocar no mesmo nível rótulos de significados abrangentes e

rótulos de significado específicos, como ―Restaurantes e Cantinas Italianas‖.

e) Abrangência: deve-se incluir, de forma geral, o campo delimitado dos rótulos, por exemplo:

um site varejista de roupas lista "calças", "laços" e "sapatos", enquanto omite "camisetas". Nesse

caso, é necessário incluir a terminologia.

f) Audiência: deve-se estabelecer rótulos adequados ao público-alvo e não misturá-los em caso

de públicos diferenciados. É mais indicado separar termos científicos de populares caso o ambiente

tenha esses dois tipos de usuários.

Na maioria dos trabalhos de Arquitetura da Informação, independentemente da facilidade de

visualização proporcionada por determinada página, o conteúdo acaba por se resumir em palavras.

Segundo Spencer (2010, p.209), o sucesso de um ambiente informacional é sintetizado em como

nele se rotulam as coisas, pois, se o usuário pensar em uma palavra e não conseguir identificá-la no

ambiente, de imediato aparecerá um obstáculo entre ele e a informação.

Em relação às características de bons rótulos, Spencer (2010, p. 210) define que os melhores

são os óbvios, que evitam que o usuário pense duas vezes sobre eles. Estes devem ser simples e

estáveis; não é necessário que sejam originais e inovadores, pois essas características devem ser

atribuições do conteúdo, não de seus rótulos. Os melhores rótulos devem:

Identificar as coisas pelo nome correto: escolher uma terminologia precisa não é tão

simples, mas alguns critérios podem auxiliar na decisão da escolha do rótulo, como

evitar utilizar termos ultrapassados. O ideal é perceber sempre o contexto do usuário.

Se existir uma lacuna entre a terminologia e o público, há a opção de oferecer

diferentes maneiras de se chegar ao conteúdo.

Ser consistentes: é importante ser consistente dentro de um conjunto de conteúdo,

evitando a utilização de dois rótulos, como Contate-nos em um lugar e Entre em

contato em outro. Não se deve classificar da mesma forma, pois isso leva as pessoas a

perceberem que se trata da mesma coisa.

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Utilizar terminologia adequada ao público: para ser consistente é necessário

considerar a linguagem conhecida e utilizada pela sua audiência. Até em uma mesma

língua os termos não são comuns a todos os nativos, pois existem regionalismos que

devem ser levados em consideração na hora da escolha, bem como outros aspectos

comuns a certas categorias. No entanto, há exceções. Alguns militares utilizam e

conhecem siglas, e, por isso, estas não devem ser removidas de seus ambientes

informacionais.

Ser claros: Spencer (2010, p. 214) recomenda não tentar encontrar rótulos abstratos

ou ambíguos. A navegação permite utilizar rótulos mais longos, mas deve-se dar

preferência às palavras mais concretas possíveis. Um exemplo inclui não utilizar

Pequeno, Médio e Grande se puder descrever melhor o que realmente significam. É

necessário que as etiquetas expliquem claramente o conteúdo que elas representam;

utilizar rótulos bonitos, porém obscuros, não traz resultados — e isso não significa que

não se possa utilizar uma linguagem informal ou divertida na rotulagem, basta ser

claro e coerente com o estilo definido, dando-se preferência a etiquetas amigáveis e, se

a escrita for formal, optar por rótulo formal. (Precisão).

Algumas ideias para elaborar rótulos com a perspectiva de usabilidade são sugeridas por

Spencer (2010), embora não serão utilizadas no escopo desse trabalho:

Conteúdo: deve-se verificar as palavras utilizadas, bem como o conteúdo e as respectivas

etiquetas, percebendo o que elas sugerem;

Pesquisa do usuário: essa investigação consiste em descrever como frase e ideia refletem

conceitos da audiência, olhando para o log de pesquisa para se perceber exatamente o que as

pessoas procuram;

Card sorting: é um tipo de cartão, onde, no último passo, as pessoas fornecem uma etiqueta,

descrevendo um grupo mais abrangente de cartões. Fornece ideias bastante úteis.

Olhar o que todo mundo está fazendo: deve-se perceber como e o que os concorrentes

estão disponibilizando.

Em caso de dúvida entre dois termos, Spencer (2010, p. 215) sugere verificar o Google

Tendências e perceber a popularidade dos termos. Ele conclui que os rótulos mudam com o tempo,

pois coisas novas são adicionadas ao conteúdo do site ou movidas ao seu redor. É importante

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permanecer sempre atento à maneira como as pessoas estão usando o ambiente e, se necessário,

assistir a termos de pesquisa e verificar quaisquer alterações nos termos que as pessoas estão

utilizando.

2.2.3 Sistema de Navegação

A navegação, de acordo com Spencer (2010, p. 257, minha tradução), é definida como um

processo que ocorre não ―apenas como uma única barra no topo da página, mas como todo um

sistema que combina peças diferentes para necessidades diferenciadas‖. A navegação se relaciona

diretamente com a ideia de não perder a direção durante a viagem para se encontrar o caminho.

Trata-se de um conjunto de estratégias que fornece conforto e um senso de direção para que novos

ambientes sejam explorados, segundo Rosenfeld e Morville (2006, p. 115).

A navegação, de acordo com Alomran (2015, p. 2083), é o método pelo qual usuários

investigam uma informação ou página da web, sendo um dos principais temas de pesquisa em AI.

Ela engloba estruturas de rotulagem e menu, bem como modelos de comportamento de navegação.

Para entender por que as pessoas se perdem ao navegarem em hipertextos, Mcnight et al (1991)

apud Reis (2007, p. 87) pesquisaram dois fenômenos cognitivos de navegação em espaços físicos e

os utilizaram em espaços hipertextuais, criando os esquemas de ambientes genéricos e a aquisição

de mapas espaciais cognitivos.

Os esquemas ou modelos de ambientes genéricos são oriundos dos ambientes físicos e pré-

concebidos na mente dos usuários; consiste-se em criar um estereótipo que começa com um modelo

mental do usuário, fornecendo a ele orientações básicas em um novo ambiente, a fim de guiar seus

comportamentos iniciais de navegação. São limitados, pois não fornecem as características

individuais do novo ambiente e não expandem o conhecimento daquilo que não pode ser enxergado

com os próprios olhos.

Quanto aos mapas espaciais cognitivos, estes estão dentro da mente do usuário e são

semelhantes à ordenação física do ambiente. Eles são obtidos através da interação do indivíduo com

o meio e contêm detalhes da posição espacial de cada elemento, possibilitando ao usuário saber

onde ele se encontra e permitindo ao próprio traçar rotas para a navegação.

A navegação é um sistema concebido por Rosenfeld e Morville (2006, p. 116) como um

constituído de vários elementos fundamentais ou subsistemas, sendo globais, locais, ad Hoc e

elementos auxiliares da navegação, todos integrados dentro das próprias páginas da web. Eles

fornecem contexto e flexibilidade, ajudando o usuário a perceber-se no espaço e decidir para onde

deseja ir. Os autores consideram, inclusive, que a navegação na web raramente é percebida como

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um fator crucial, porém, quando mal projetada, esta pode arruinar um site, torná-lo confuso e

frustrante. Faz-se uma comparação entre o design da web e a construção, sendo que navegação,

nesse projeto, significa as portas e janelas.

Em global, a própria definição indica a ideia de poder estar presente em todas as páginas a

partir de um local. Pode ser realizada através de uma barra de navegação no topo da cada página e

permite o acesso direto às áreas-chave e funções, não importando onde o usuário se locomova na

hierarquia do site. Em local, o sistema de navegação global é acrescentado de um ou mais sistemas

de navegação local, permitindo ao usuário explorar a área imediata. Alguns sites integram a

navegação local e global e em um único sistema. Em ad Hoc, encontram-se links no corpo do texto,

que podem ser palavras ou frases; são fornecidas mais informações sobre dado assunto.

Determinadas situações de relacionamento em sites não se adequam às formas de navegação local e

global. É preciso, então, partir para a navegação contextual, caracterizada por links específicos para

uma página, documento ou objeto. Em sites do tipo e-commerce, links como ―consulte também‖

podem mostrar ao usuário produtos e serviços relacionados.

Ao descreverem o design de sistemas de navegação, Morville e Rosenfeld (2006, p.117) citam

que há ―zonas cinzentas‖ entre as áreas de arquitetura de informação, design de informação, design

visual e engenharia de usabilidade. Estas podem ser respaldadas pela experiência com o usuário,

principalmente quando se fala em navegação global, local e contextual, como uma ladeira

escorregadia que une estratégia, estrutura, design e implementação.

Quadro 5 - Elementos da Arquitetura da Informação: sistema de navegação

SISTEMAS DE NAVEGAÇÃO Gráfica

Hierárquico Barra de Navegaçâo Textual

Global

Local

Elementos integrados estado real da tela modelo da página

Frames projeto complexo

Ad Hoc Pull down

Menus

Pop up

Tabela de conteúdo

Elementos Remotos Índex - Índices

ou Mapa do site

Suplementares

Fonte: Sarmento e Souza, Foresti e Vidotti( 2004, p. 89), baseado em Sraioto(2002).

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―A navegação não faz parte do website, ela é o website‖, afirma Krug (2000) apud Zhang, Zhu e

Greenwood (2004) ao se referir à importância da navegabilidade no processo da avaliação da

usabilidade de uma interface. Os elementos suplementares dos sistemas de navegação incluem

mapas do site, tabelas de conteúdo e índices. São externos à hierarquia básica de um site e permitem

formas complementares de busca de conteúdo e conclusão de tarefas. São muito importantes e

podem ser fatores cruciais para garantir a usabilidade e ―encontrabilidade‖ dentro de grandes sites

da web, mas, infelizmente, muitos desenvolvedores de sites não dão a eles merecida atenção.

Os sistemas suplementares de navegação podem fornecer ao usuário um backup de

emergência, de acordo com Morville e Rosenfeld (2006, p. 131). Suas principais características são

descritas a seguir.

Os mapas de site apresentam alguns níveis da hierarquia da informação disponibilizada,

fornecem uma visão ampla do conteúdo do site na web e facilitam o acesso aleatório às partes desse

conteúdo. Os autores destacam que o desenho de um mapa no site pode afetar significativamente a

usabilidade, pois reforça a hierarquia da informação, tornando familiar ao usuário a maneira como o

conteúdo é organizado e facilitando o acesso rápido e direto às áreas do site. Assim, evita-se

sobrecarregar o usuário com informações.

Os índices apresentam palavras-chave em ordem alfabética, sem representar a hierarquia, e

funcionam bem para o usuário que sabe aquilo que procura. As tabelas de conteúdo, ou guias,

servem como ferramentas úteis na introdução de novos usuários ao conteúdo e funcionalidades do

website. Os processos de navegação avançada também são abordados por Morville e Rosenfeld

(2006, p. 139); alguns pontos são descritos como:

Personalização e customização: a personalização envolve como base um modelo de

comportamento de páginas personalizadas para o usuário, enquanto a customização envolve

dar controle direto ao usuário sobre uma forma de apresentação e navegação.

Visualização: ferramentas que exploram potenciais de visualização para a navegação.

Navegação social: parte do princípio que o usuário individual pode agregar valor a partir da

observação das ações de outros utilizadores. Recursos como mainstream e listas dos mais

populares podem ser empregados nesse tipo de navegação.

No caso da navegação, na visão de Baeza-Yates e Ribeiro-Neto (2011), os usuários dedicam

algum tempo explorando o espaço de documento e investigando referências do seu interesse ou que

possam surgir durante o processo; por isso, tanto na busca quanto na navegação, o usuário persegue

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objetivos de descoberta. No entanto, na busca esses objetivos são mais perceptíveis do que na

navegação, onde são mais abrangentes.

2.2.3.1 Princípios do Sistema de Navegação – A questão da Navegabilidade

O projeto de navegabilidade é uma das áreas mais complexas de um ambiente web, pois

apresenta inerente subjetividade e demanda várias opiniões sobre o assunto. A usabilidade é um

conceito multifacetado e abrangente, sendo a navegabilidade um de seus atributos. Os usuários de

um mesmo ambiente são diferentes, o que torna mais difícil ainda atendê-los de maneira tão

específica, segundo Thurow (2014). Por isso, o autor apresenta os 11 pontos fundamentais que um

checklist não pode deixar de priorizar no que se refere à avaliação da navegabilidade de um site.

1. A navegação do site permite a conclusão de uma tarefa? Seja qual for o tipo de navegação de

um site; global, local, contextual, especializada: esta deve ser capaz de permitir a conclusão de

uma tarefa. Elementos de navegação devem ficar em posições de fácil visualização para os

usuários e os rótulos devem fazer sentido para eles. Qualquer criatividade ou inovação no site

deve ser realizada com cautela, pois certas transformações podem gerar efeitos negativos sobre

as experiências convencionais dos usuários. Recomenda-se que sejam aplicados testes de

usabilidade.

2. A relação entre o suporte de navegação do site e a Arquitetura da Informação: a

Arquitetura de Informação deve estar em sintonia com o suporte do site. Bons arquitetos de

informação sabem quando e onde colocar links de atalho; as áreas de recursos nos projetos de

site devem transmitir a importância destes aos seus usuários e máquinas (motores de busca).

Atenta-se para o fato de a AI ser usualmente confundida com a navegação de um site. A

Arquitetura de Informação está relacionada à categorização, organização e rotulagem de

conteúdo, enquanto a navegabilidade é a parte da interface do usuário que possibilita uma

navegação eficaz.

3. A navegação do site deve se destacar de outras seções da página web: o usuário, segundo

Thurow (2014), deve ser capaz de identificar imediatamente a parte de navegação de um site. Se

isso não acontecer, pode ocorrer abandono. (Universal).

4. O site deve permitir uma visão periférica de seus elementos de navegação: esse é o aspecto

em que o usuário pode focar em um item na tela, bem como perceber outros que estiverem na

mesma linha de sua visão. Explica-se que, em um teste de rastreamento ocular, o usuário pode

não prestar atenção direta à navegação em dado momento, por não ser necessário, mas, se a

navegação for indecifrável ou de difícil leitura, muitos usuários não conseguem se fixar nelas ao

mesmo tempo.

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5. A navegação do site deve fazer sentido para os usuários: donos de site que não investem em

melhores práticas de usabilidade podem ter problemas com sua audiência e perdê-la

constantemente. Detalhes como ícones são muito importantes, e aqueles com mensagens pouco

claras podem causar confusão nas opções, como mostra o exemplo abaixo:

Figura 9 - Exemplo de ícones sem apoio

Fonte: Thurow (2014)

Nesse caso, fica difícil para o usuário reconhecer em qual botão deve clicar para iniciar uma

conversa.

6. A navegação do site não deve ser formatada à direita: segundo Thurow (2014), o texto

alinhado à direita é muito difícil de ler e impede o escaneamento.

7. A navegação de um site deve comunicar um senso de lugar: em um site, a orientação é um

comportamento que permite aos utilizadores determinarem sua posição em referência a outro

ponto — a criação de um senso de lugar, segundo recomendação da autora, significa que um

sistema de navegação deve oferecer pistas do tipo: ―você está aqui‖, através da inclusão de ―on‖,

―ativo‖ em elementos de navegação em vários níveis (universal). Ilustra-se na figura abaixo:

Figura 10 - Exemplo de senso de lugar em um site

Fonte: Thurow (2014)

8. Links de conteúdo devem indicar se foram ou não visitados: páginas da web podem

parecer confusas, principalmente na indicação de cores relacionadas a links visitados e não

visitados. As cores devem ser usadas de forma consistente. A convenção manda usar azul para

links não visitados e púrpura para visitados, mas não há normas para isso. (Universal).

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9. O texto disponibilizado em um site deve indicar se é clicável ou não: alega-se que, para

tornar a navegação eficaz, é necessário que os visitantes do site consigam indicar, ao digitalizarem

um texto, aquilo que é clicável ou não nele. Um dos motivos para isso é que a autora observou, ao

longo do tempo, que usuários não clicam em determinadas áreas da navegação por acreditarem

não ser possível. Se o cursor ou dedo não estiver demonstrado no estado da navegação, então é

pouco provável que este tenha tal opção de uso. (Universal).

A figura 14 ilustra essa situação. O exemplo se refere a uma navegação local em um site de

viagens; os itens da lista apresentam marcadores com características clicáveis, mas testes

demonstraram que usuários não clicam sobre eles.

Figura 11- Indicação de áreas ―clicáveis‖ e ―não clicáveis‖ em um site.

Fonte: : Thurow (2014)

10. As etiquetas devem ter ligação com sua página de destino: uma navegação eficaz também

deve saber comunicar informações claras; uma forma de se fazer isso é utilizar etiquetas de link

que se assemelhem às marcas originais da página de destino. Exemplo dado por Thurow (2014):

About.php

Company.php

WhoWeAre.php

Qual desses indica de imediato que é o mais adequado para o usuário obter informações sobre a

organização ou empresa? Obviamente, é o primeiro.

11. Link para um mapa do site (Wayfinder) ou índice do site (sitemap XML): um mapa de site

(Wayfinder) é diferente de um índice de site (sitemap XML). O primeiro auxilia na navegação e

previne erros, servindo para usuários que querem pular etapas da navegação ou precisam de um

atalho para logo chegar à informação desejada. O segundo é uma lista ordenada alfabeticamente

de áreas importantes do website, que também pode ser bastante eficaz, pois inclui referências

cruzadas e esclarece palavras com significados ambíguos ou sinônimos. São mostrados links

visitados e não visitados.

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Na construção de um sistema de navegação, Morville e Rosenfeld (2006, p. 115-120) citam

alguns aspectos determinantes, como:

A importância do contexto (ambiente) no sistema de navegação: o sistema de navegação

depende muito do ambiente que será executado; então, é importante observar as

potencialidades de navegadores (Mozilla, Firefox, Google, Explore, etc), visto que esses

trazem muitos recursos diferenciados.

A flexibilidade que o sistema de navegação deve ter: refere-se a não limitar o usuário a

determinado padrão de hierarquia e possibilitar a implementação, sempre que possível, de

recursos hipertextuais que permitam a ele maior flexibilidade de navegação, pois o

hipertexto suporta tanto uma movimentação lateral quanto vertical. O segredo é saber

equilibrar todos esses recursos, de modo que o usuário não fique confuso.

A percepção desse contexto (ambiente) pelo usuário: é fundamental que um sistema de

navegação forneça ao seu usuário o senso do contexto. Ele deve sempre saber o local onde

se encontra dentro desse sistema, que deve apresentar sua estrutura hierárquica e suas

informações de forma clara e consistente. Esses elementos contribuirão para a percepção de

um modelo mental acerca do regime de organização do site e, consequentemente,

transmitirão conforto e segurança. (Universal).

Uma navegação uniforme e eficiente é capaz de transmitir a confiabilidade e potencializar a

usabilidade de um website. A página principal não é a mais importante do site, segundo Spencer

(2010, p. 283), e sim aquela que comporta o conteúdo; esta merece maior atenção em um projeto de

navegação, pois:

É nela que os usuários passam a maior parte do seu tempo, onde eles têm sucesso ou

fracasso e decidem se continuarão a navegação.

É a primeira página que os usuários vêem, visto que, em um resultado de busca, são

instantaneamente direcionados para ela.

Em um projeto de navegação, Spencer (2010, p. 283) prossegue descrevendo que é importante

pensar em:

O que precisa estar nessa página?

Onde os usuários irão querer ir em seguida? Eles vão querer uma informação mais detalhada

ou outras informações sobre o tema?

Se os usuários precisam se deslocar entre diferentes seções do site ou estão propensos a

explorar tudo na seção atual.

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Onde seria necessário que eles prosseguissem para relacionar produtos ou novas versões do

mesmo produto?

Seria importante deixá-los livres para navegarem à vontade?

Em relação à página principal do ambiente informacional, Spencer (2010, p. 285) afirma que

esta precisa:

Comunicar seu princípio de organização;

Destacar conteúdo particular ou características;

Permitir que os usuários naveguem para onde quiserem ir.

Há outros aspectos que devem ser verificados, como:

Que parte da navegação pensada no projeto é importante para a homepage? Por exemplo, se

a navegação superior for à esquerda dentro do site, esta pode ser necessária apenas como

navegação no topo da página inicial.

Existe algo na página inicial que não é para navegação? Deve haver?

O que é preciso estar na página inicial para ser navegado? Por exemplo, pode-se querer

incluir mais informações através de links rápidos? (Personalizada).

O que pode ser difícil para as pessoas encontrarem? O que merece espaço na homepage para

auxiliar os usuários? (Universal).

A maneira mais adequada de se avaliar um ambiente informacional é através de testes de

usabilidade. Para isso, é preciso ler e aprender sobre o assunto para decidir o melhor caminho a

seguir. Em relação à aplicação desses testes para avaliar a navegabilidade e layouts da página, bem

como evitar que se teste praticamente tudo em um único ambiente, Spencer (2010, p. 290) sugere

que os pontos a seguir sejam analisados.

A AI ainda funciona depois que se transformou em um sistema de navegação? Os usuários

podem ver as principais barras de navegação e sabem como utilizá-las? (Personalizada).

Será que as pessoas percebem e fazem uso de outros elementos de navegação, como links

relacionados?

Quando as pessoas usam outros elementos de navegação além dos links contextuais?

Qual conteúdo funciona bem e qual não funciona tão bem?

Prossegue-se afirmando que o sistema de navegação reflete com precisão a estrutura do site,

por isso está interligado com o sistema de organização. Alerta-se que a navegação do site deve ser

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clara, intuitiva e consistente, e que deve haver no site uma seção evidentemente definida para a

navegação global (sendo esta a mesma em todas as páginas). A utilização da navegação baseada em

metadados (facetas e tags) suporta as necessidades dos usuários, sendo necessário que o sistema de

navegação apoie as informações buscadas pelos usuários. (Personalizada).

A importância desse sistema pode ser verificada na seguinte afirmação: ―vivemos em um

mundo atualmente onde arquitetos da informação podem ser processados ou responsabilizados

legalmente por projetos pobres de navegação, pois falhas nesse sistema impactam

significativamente os ganhos ou prejuízos de uma organização‖ (DOWNEY e BANERJEE, 2011, p.2).

Um sistema de navegação, para ser considerado de boa qualidade, de acordo com Morville e

Rosenfeld (2006), deve a todo o momento responder a estas três perguntas básicas: ―onde estou?‖,

―onde estive?‖ e ―aonde posso ir?‖. Ele deve ter como função a contextualização e ser capaz de

ofertar aos seus usuários a flexibilidade de movimentos, assim como disponibilizar caminhos

complementares para se alcançar o conteúdo e realizar tarefas. Para isso, esse sistema deve dispor

de ferramentas de navegação que tracem o caminho percorrido e determinem a posição atual e o

caminho de volta. Tais ferramentas, segundo os autores, fornecem um senso de contextualização e

conforto, possibilitando ao usuário explorar novos ambientes. (Personalizada).

Outros aspectos importantes destacados por Ruwoldt e Spencer (2005) apud Alomran (2014,

p.2085) examinaram 68 universidades australianas, estabelecendo critérios que devem ser

observados em sistema de navegação. São os seguintes:

Links estáticos devem ser agrupados de acordo com a audiência ou tema;

Duas ou mais ligações devem ser fornecidas a partir da página inicial para uma página de

conteúdo chave (conforme o caso), com os links com os títulos diferentes;

Links com conteúdo chave devem ser enfatizados visualmente;

Os usuários devem ser autorizados a escolher entre um motor de busca ou navegar em um

mapa do site ou índice/diretório.

O título da página é uma tag HTML que fornece metadados para uma página web; Mcgovern

(2002) apud Victory (2008, p. 21) identifica três funções importantes para esses títulos:

O título da página tem um papel essencial em um ponto de pesquisa, pois a maioria dos

motores de busca indexa esse título e o exibe no resultado de pesquisa, tornando-o a

primeira coisa vista pelo usuário; (Universal).

O título da página é visível na janela do navegador;

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O título da página também é usado quando ela é marcada por um browser. Em uma página

inicial, recomenda-se que o título inclua as palavras-chave essenciais que indicam qual site o

usuário está digitando. Elas devem ser curtas, precisas e autossuficientes.

O texto do link, segundo Victory (2008, p. 21), é um termo que descreve as palavras usadas

em uma página web para se conectar a outra página ou documento; a elaboração desse texto

descritivo é importante (universal), pois:

O texto descritivo do link propõe palavras-chave relevantes, permitindo que os usuários

saibam quais informações podem esperar ao clicar no link;

Ao digitalizar páginas web, os usuários verificam links para ajudá-los a encontrar o que

estão procurando. O texto descritivo do link o ajuda a compreender rapidamente a

abrangência do conteúdo da página;

Alguns leitores de tela podem digitalizar uma página web para usuários e a visão desta pode

ficar prejudicada pela leitura em voz alta apenas do texto do link da página. O texto

descritivo do link auxilia usuários deficientes visuais a compreenderem rapidamente o

conteúdo apresentado. Simples repetições de ―clique aqui‖ não ajudam na compreensão

sobre o que há na página.

Textos de links não descritivos como ―clique aqui‖ ou ―mais‖ são ambíguos para os usuários

e os forçam a deduzir sobre o provável destino.

Criar o texto descritivo do link significa apresentar de forma clara e resumida as informações

disponíveis ao seu destino; Nielsen (1993) apud Victory (2008, p. 21) sugere que esses links sejam:

Coloridos e sublinhados, a fim de alcançar o affordance (reconhecimento) e torna-los

clicáveis (clickability). Acrescenta-se que, no caso de texto colorido, nem sempre é

absolutamente necessário sublinhá-lo; apenas menus de navegação e listas de links são as

exceções.

Outras recomendações são sugeridas por Nielsen (1993), que incluem:

Não sublinhar qualquer texto que não seja um link;

Usar cores diferentes para links visitados e não visitados. As duas cores devem ser variantes

ou tons da mesma cor, de modo que os links estejam claramente relacionados;

Tons azuis fornecem o sinal mais forte, mas ligações em outras cores trabalham tão bem

quanto;

Nunca mostrar textos nas cores dos links escolhidos, a menos que eles sejam links;

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Não há necessidade de usar cores especiais ou outras visualizações quando um cursor passa

sobre um link;

A cor de ligação em uma intranet pode ser um caso especial. Assim, mostrar links listados

em azul no site principal é recomendado;

O texto do link deve incluir o tipo e o tamanho do arquivo se tiver como alvo um download

(PDF, por exemplo);

As cores dos links devem contrastar com qualquer texto envolvido. O link deve ser

sublinhado ou ser destacado visualmente quando localizado dentro de um texto normal.

A criação de uma marca on-line, uma identidade visual, é um fator importante para o sucesso de

um ambiente informacional (Política institucional). Victory (2008, p. 22) destaca alguns aspectos

que justificam essa tese, como:

Gerar confiança: isso pode ser incentivado através de um projeto local e do fornecimento

de informações. Elaborar uma declaração de privacidade pode ajudar a atenuar as

preocupações sobre a questão das informações pessoais fornecidas pelos usuários no site.

Fonte apropriada: legível, bem direcionada e com bom contraste, a fonte utilizada em um

site deve ter um tamanho que torne sua leitura mais fácil pelos seus usuários. Se não

encontrarem um tamanho de fonte legível, eles deverão ser capazes de ter o controle sobre

esse tamanho de fonte. Várias ferramentas para verificação de contraste estão disponíveis

on-line, deve-se utilizá-las para ajustar as cores utilizadas no site. As fontes que são

adequadas no papel não funcionam na tela, pois são reproduzidas com uma resolução muito

baixa; cada letra é representada por pixel quadrado em uma grade, em vez de em linha

suaves de tinta sobre o papel. Além disso, caracteres na tela com traços curvos ou diagonais,

especialmente itálicos, muitas vezes se dividem em formas irreconhecíveis. Verdana, Serif

sans, Gerorgia, Um serif, e Trebuchet são padrões para facilitar a leitura na web.

Não existe uma fórmula geral para construir um sistema de navegação, de acordo com Fleming

(1999) apud (Reis 2007, p. 91), mas aqui estão listados 10 princípios básicos de qualidade

examinados em websites (universal):

Fácil de compreender: se o sistema não for de fácil compreensão para o usuário, ele perde

tempo e não utiliza o site;

Ser consistente: é a capacidade do sistema de possibilitar ao usuário ter a previsibilidade de

como será a resposta desse sistema antes que ele execute a ação;

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Prover feedback: o usuário tem a expectativa de que o sistema responda a cada ação

executada em sua interface, pois é através dessas respostas que se pode avaliar se o sistema

executou bem ou não a tarefa; portanto, a necessidade do feedback é primordial para dar a

ele o senso de orientação espacial;

Presente de diferentes formas conforme o contexto: contextualizar o usuário é apresentar

a ele rotas de interesse de acordo com sua localização no sistema;

Oferecer alternativas: cada usuário possui uma estratégia própria de navegação; portanto, o

sistema de navegação deve ser capaz de atender a diferentes expectativas;

Economizar ações e tempo de utilização: geralmente a frustração de um usuário é causada

por longas navegações, por isso o sistema deve oferecer atalhos e permitir rotas curtas, em

especial a usuários experientes.

Apresentar imagens visuais claras e no momento adequado: é importante que o visual

seja inteligível e oriente o usuário sem prejuízo de sua estética.

Possuir rótulos compreensíveis: o sistema de navegação precisa de clareza nos rótulos, não

ter ambiguidade na linguagem e apresentar consistência nas informações.

Estar em sintonia com o propósito do website: a perspectiva do sistema de navegação está

relacionada com a finalidade do ambiente das experiências de seus usuários; portanto, o

design do sistema de navegação deve ser favorável para que eles atinjam seus propósitos.

Suportar objetivos e comportamentos dos usuários: é conveniente que os sistemas de

navegação auxiliem seus usuários na realização de suas tarefas da maneira com a qual estão

acostumados.

Os elementos dos sistemas de navegação podem ser divididos em dois subsistemas que são,

segundo Morville e Rosenfeld (2006, p. 122-131):

Sistema de navegação embutido: é formado por componentes exibidos junto com o

conteúdo da página; contextualiza o usuário e fornece flexibilidade de movimentos.

Sistema de navegação suplementar: fornece caminhos complementares para localizar

conteúdos e realizar tarefas; é externo à hierarquia do ambiente (personalizada).

Aqui terminam as principais questões da navegabilidade, que estão bastante interligadas a

sistemas mencionados anteriormente. Há, no entanto, uma relação específica com o sistema de

busca, que será explorado a seguir.

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2.2.4 Sistema de Busca

O sistema de busca, segundo Vidotti e Sant`Anna (2006), permite ao usuário elaborar

expressões de busca com a finalidade de recuperar documentos correspondentes à informação

desejada. Entretanto, nem sempre essa informação é obtida no ambiente na primeira vez que o

usuário o acessa. De acordo com Morville e Rosenfeld (2006), as pessoas acessam websites e, em

um primeiro momento, utilizam o sistema de busca como tática inicial para encontrarem a

informação, ou recorrem, em um momento posterior, a esse mesmo sistema quando não obtêm uma

resposta seguindo somente os links disponibilizados no site.

No que se refere ao desenvolvimento do sistema de busca, Vidotti e Sanches (2004) ressaltam

a importância de estudar como os usuários realizam suas buscas, pois cada um apresenta perfis e

necessidades diferenciadas. Ainda nas abordagens de Vidotti e Sanches (2004), o sistema de busca

fundamentado no sistema de rotulagem possibilita a localização e o acesso direto às informações

armazenadas, examinando a maneira como os usuários realizam essas buscas. A forma de

representação descritiva e a temática voltada para os conteúdos são necessárias para a recuperação

dessas informações.

A base de um sistema de busca na web são os motores de busca; estes consistem em

aplicações de softwares inerentes à área de Tecnologia da Informação e necessitam de alguém que

compreenda bem essas questões técnicas. Morville e Rosenfeld (2006) afirmam que os arquitetos da

informação são importantes nesse aspecto, pois intermediam o processo de comunicação entre

usuário e os profissionais de TI, advogando em seu nome, e conversam com especialistas sobre

como esses motores de busca podem beneficiar seus usuários, desenvolvendo, por exemplo,

metadados, e, ainda, melhorando sua interface e integrando-a com sua navegação.

As buscas podem ser realizadas na web, segundo Morville e Rosenfeld (2006), de diferentes

maneiras. As mais comuns incluem busca por item conhecido e ideias abstratas, exploratórias ou

compreensivas. Os recursos variam entre lógica booleana, linguagem natural e tipos específicos de

itens e operadores. A forma de exibição dessas buscas pode ser através de listagens (ordenadas),

refinamentos e relevância, podendo ser utilizadas de acordo com a finalidade do ambiente

informacional.

Uma biblioteca digital é um sistema de informação; é possível defini-la como um meta-

sistema, pois nela são aplicadas técnicas de tratamento da informação, como a indexação, para

facilitar o acesso às informações armazenadas, de acordo com Chaves (2004) apud Nonato et al

(2008, p. 137).

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No quadro abaixo foi elaborado um resumo para melhor visualização das possibilidades de

busca:

Quadro 6 - Elementos da Arquitetura da Informação: sistema de busca

SISTEMAS DE BUSCA

Busca por item conhecido lógica Booleana

Busca por idéias abstratas linguagem natural

Busca exploratória Recursos de Busca tipos específicos

Busca compreensiva operadores do sistema

listagens

Recursos de Visualização relevância

refinamentos

Fonte: Baseado em Sraioto (2002). Sarmento e Souza, Foresti e Vidotti( 2004, p. 89).

A busca por informações em meio digital, de acordo com Nonato et al (2008, p.137), exige do

usuário uma competência informacional que, na maioria das vezes, ele não possui. A perspectiva da

navegação linear por hipertextos pode acarretar confusão e desviar o usuário de seu caminho.

Acrescenta-se que a indexação é o ponto de ligação entre o conteúdo disponibilizado no

sistema e a necessidade do usuário; portanto, no momento da sua avaliação, é importante levar em

conta o campo do conhecimento no qual o documento se insere, reconhecendo as características

específicas, como sua terminologia. Essa análise contextual segue a abordagem de Hjorland (1992)

apud Nonato et al (2008, p.137).

2.2.4.1 Princípios do Sistema de Busca

O ponto de partida para a construção de um sistema de busca em um ambiente informacional

web, segundo Morville e Rosenfeld (2006, p. 145-147), é definir primeiramente se um site precisa

realmente se tornar ―pesquisável‖. Por isso, sugere-se que sejam consideradas algumas questões

antes de se comprometer com um sistema de busca.

O seu site tem conteúdo suficiente? É difícil afirmar qual o conteúdo necessário para se

implementar um sistema de busca, pois não há um padrão de número específico; um dos

critérios é avaliar se o site possui mais características de biblioteca do que uma aplicação de

software. Deve ser observado o tipo de recompensa que o sistema trará aos usuários desse

ambiente.

Investir em sistemas de busca significará desviar recursos de sistemas de navegação

mais úteis? Os desenvolvedores do ambiente devem constatar se os problemas do site são

provenientes de um sistema de navegação mal concebido ou com falhas na sua arquitetura;

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melhorar esse sistema pode ser a melhor saída, mas, se não for esse o caso, estruturar um

sistema de busca pode se tornar a solução mais apropriada.

Você tem o tempo e know-how para aperfeiçoar o sistema de pesquisa do seu site? Se

não existirem planejamento e tempo suficiente para empregar na manutenção e atualização

desse sistema, é melhor reconsiderar a decisão de implementá-lo.

Existem melhores alternativas? Se houver escassez de conhecimento técnico, confiança ou

orçamento necessário para investir em um sistema de busca, é melhor optar por um índice

local que possa ser mantido manualmente por quem tem conhecimento em HTML.

Os usuários do seu site se preocupam com a pesquisa? Antes de utilizar o orçamento em

arquitetura de desenvolvimento, deve-se verificar realmente se os usuários do ambiente têm

interesse em utilizar o sistema de busca.

Quando essas perguntas forem respondidas e a decisão de se implementar o sistema de busca

prevalecer, outras questões ajudarão a perceber quando um site atinge o ponto de necessitar do

sistema. De acordo com Morville e Rosenfeld (2006, p. 147), observa-se que:

Pesquisa ajuda quando você tem muita informação para navegar: se o ambiente em

questão tem um volume de conteúdo que supera o sistema de navegação e se os usuários

estão se perdendo nos links dispostos nas imensas categorias apresentadas pelo site, é hora

de ponderar a implementação de um sistema de busca.

Pesquisa ajuda em locais fragmentados: se o site está fragmentado e as unidades de

negócios estão se desenvolvendo isoladamente, e não há metadados que apoiem qualquer

tipo de navegação razoável, talvez a criação de um sistema de busca que execute uma

indexação auxilie os usuários a encontrarem a informação desejada.

Pesquisar é uma ferramenta de aprendizagem: a pesquisa através de algoritmos poderá

ser um instrumento valioso para, ao longo do tempo, serem diagnosticados problemas

relacionados à arquitetura de informação do ambiente e ao desempenho de seu conteúdo.

A caixa de pesquisa deve existir, pois os usuários esperam por ela: os usuários sempre

esperam realizar algum tipo de busca no site encontrado; essa já é uma convenção. (Regra

de extrema simplicidade).

Pesquisar pode controlar o dinamismo: se o ambiente tem um conteúdo dinâmico, como

um jornal, muitas informações podem ser adicionadas diariamente; por isso, o processo de

busca necessita de uma indexação automática para garantir maior qualidade ao conteúdo do

site.

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A anatomia do sistema de busca, segundo Morville e Rosenfeld (2006. p. 149), é composta de

vários elementos, e muitos são invisíveis aos usuários. Além das ferramentas para indexação,

existem algoritmos no processamento da consulta e softwares que são utilizados para traduzi-las e

estabelecer um ranking desses resultados. Pode-se haver variações de linguagens e, para melhorar a

estratégia de busca, ainda conta-se com corretores ortográficos e operadores do tipo AND, OR ou

NOT. A seguir, um resumo e exemplificação dessa anatomia:

Figura 12 - A anatomia básica do sistema de busca

Fonte: Morville e Rosenfeld, (2006, p. 150) . Disponível :

<http://seanconnolly.ca/web/0596527349/I_0596527349_CHP_8_SECT_2.html>. Acesso em: 18 jan, 2016.

Os Arquitetos de Informação devem estar preparados e bem informados a respeito da seleção

e do desempenho de um motor de busca para defenderem as necessidades de seus usuários. Definir

as zonas de pesquisa, segundo Morville e Rosenfeld (2006, p. 151), significa categorizar o conteúdo

maior do site; essas categorias devem, então, resumir o conteúdo mais relevante para seus usuários.

Tal seleção é a base das zonas de pesquisa dentro do ambiente, uma forma de facilitar o usuário a

delimitar seu universo de pesquisa.

A maioria dos sites contém uma página principal (de navegação) e outras de destino, o

problema é que muitas vezes o usuário recupera a página de destino que corresponde aos seus

interesses de pesquisa e outras tantas que são puramente páginas de navegação; ou seja, 83% da

recuperação impede o usuário de realmente encontrar um resultado útil para suas demandas

(Morville e Roselfeld, 2006, p. 153, minha tradução). Percebe-se que a indexação de conteúdos

semelhantes nem sempre é um processo claro e fácil para se estabelecer um limite entre a

navegação e o destino, mas, como ocorre em qualquer zona de pesquisa, quanto menor for a

sobreposição de índices, melhor será o desempenho da pesquisa.

Alguns tipos de indexação mais comum nos sites são destacados por Morville e Rosenfeld

(2006, p. 154-158) como indexação por tópicos, indexação por conteúdos e busca por algoritmos. O

conteúdo cronologicamente organizado permite a implementação de zonas de pesquisa, pois não

são informações propensas à ambiguidade, e materiais com datas são mais fáceis de recuperar. Os

algoritmos de recuperação estão no centro dos motores de busca e empregam padrões de

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correspondência, comparando as buscas dos usuários aos índices e a busca de textos integrais de um

documento de um site.

Quanto aos fatores de revocação e precisão na busca, Morville e Rosenfeld (2006, p. 159)

afirmam que é necessário escolher o motor que mais traga benefícios aos usuários do site, e citam

que estes contribuem com outras abordagens de busca que podem ser muito úteis em sites

especializados, como buscas com filtragem colaborativa e pesquisa por citação, que auxiliam na

expansão dos resultados relevantes de um único documento:

Citado por: implica em um grau de relevância mútua.

Bibliografia ativa: tipo de relevância por compatibilidade; o artigo cita outros em sua

própria bibliografia.

Documentos similares com base no texto: os documentos são altamente convertidos em

consulta e usados para procurar documentos simultaneamente.

Documentos relacionados por co-citação: pressupõe-se que os documentos apareçam

juntos.

É preciso ter uma boa noção do que os usuários esperam encontrar quando estão pesquisando

em um site, pois um algoritmo de busca deve procurar atender às suas necessidades de informação.

As diferentes maneiras que podem ser apresentados os resultados de busca também são

comentadas por Morville e Rosenfeld (2006, p. 168-169):

Por ordem alfabética: a forma mais comum, que consiste em dispor os resultados em uma

lista.

Por ordem cronológica: menos comum e pode ser útil na apresentação de dados históricos.

Por relevância (ranking): são utilizados algoritmos de classificação por relevância,

quantidade de termos na consulta, documentos recuperados e a frequência com a qual esses

termos ocorrem no documento.

Relevância por popularidade: considera-se a quantidade de acessos; o Google é um

exemplo que classifica os resultados que são mais populares e diferencia a qualidade desses

links através de um algoritmo conhecido como PageRank.

Relevância por utilização: são elencados os sites avaliados de forma positiva pelos

usuários.

Ranking pay-for-placement: está se tornando cada vez menos comum na web; requer

pagamento para prover uma colocação em listas de resultados de busca.

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Outros aspectos relevantes abordados por Morville e Rosenfeld (2006, p. 180-190) sobre os

motores de busca tradicionais incluem a utilização dos sistemas originariamente em catálogos de

bibliotecas on-line e CD-ROM, com base em banco de dados. Esses sistemas tradicionais foram

frequentemente concebidos para pesquisadores e bibliotecários, bem como outros profissionais com

algum tipo de conhecimento para expressar suas necessidades de informação em forma de consulta

complexa.

Com o desenvolvimento da Web 2.0, as experiências dos usuários em relação à pesquisa

mudaram. Surgiu, ainda, um tipo de usuário que não tem paciência para fazer uso de operadores

complexos de busca. Deseja-se apertar um botão e conseguir respostas imediatas, por isso a

utilização de algoritmos de popularidade está sendo mais aplicada pelos desenvolvedores de

sistemas de busca. Um exemplo é o Google, que faz um sucesso inegável em toda a web.

Ainda na abordagem de Morville e Rosenfeld (2006), em alguns casos, dependendo do

objetivo do site, é preciso educar o usuário para que ele melhore suas estratégias de pesquisa.

Explicar a ele como está sendo realizada a pesquisa pode ser uma alternativa viável nesse processo

didático, principalmente quando os resultados de pesquisa não são satisfatórios. Informações que

podem explicar o que está acontecendo nos bastidores de consulta podem ser utilizadas, como:

Reafirmar a consulta;

Descrever o conteúdo que foi pesquisado;

Descrever quaisquer filtros que possam estar no lugar (intervalo de datas);

Mostrar booleanas implícitas e operadores como default;

Mostrar outras configurações atuais, como a ordem de classificação,

Mencionar o número de resultados recuperados.

No que diz respeito à interação de usuários em máquinas de busca na web, estas têm o objetivo

de alcançar centenas de milhões de usuários que, em grande parte, não têm muito conhecimento

técnico. Baeza-Yates e Ribeiro-Neto (2011, p. 447) afirmam que o projeto de interface apoia-se na

Regra de extrema simplicidade, a qual deve assumir que:

Os usuários possuem somente conhecimento anterior mínimo da tarefa de busca de

vem necessitar de mínimo de aprendizado de sua parte o quanto possível. Na

verdade, espera-se que os usuários leiam o ―manual do usuário‖ de um novo

refrigerador ou aparelho de DVD com mais freqüência do que a página de ajuda de

sua máquina de busca favorita.

Os principais modelos típicos de interação entre usuários e máquinas de busca mais comuns na

atualidade, bem como suas inovações e barreiras acerca da regra de extrema simplicidade, incluem:

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O modelo do retângulo de busca: o retângulo de busca tornou-se a maneira mais popular

de interação em homepages. Ele apresenta uma caixa retangular na parte mais visível do

site; esse design vem permanecendo inalterado para muitos motores de busca, como o

Google, pelo menos nos últimos dez anos, mas há designers mais arrojados, como os

presentes nos sites Ask e Bing, onde o retângulo de busca ainda permanece como ponto

central de ação em todas as caixas de busca. (BAEZA-YATES e RIBEIRO-NETO, 2011, p.

448).

Linguagens de consulta: no que se refere a esse critério, o padrão de texto livre superou os

de consulta com operadores booleanos, e as máquinas de busca vêm concordando

implicitamente com uma sintaxe básica de consulta. Geralmente não se publica uma

linguagem de busca oficial, mas são fornecidas opções ou dicas de buscas em seus sites. De

acordo com Baeza-Yates e Ribeiro-Neto (2011, p. 451), os motores de busca dominantes

disponibilizam menos operadores do que os menos dominantes, devido à utilização destes.

A linguagem padrão web como texto livre pode mudar, pois novos motores estão ganhando

o mercado utilizando características baseadas em observações de usabilidade. (Eficiência e

eficácia).

Sugestão de consultas dinâmicas: também conhecido como ―preenchimento automático

ou ―sugestão automática‖, valorizam o retângulo de busca através dessa propriedade

interativa. Os usuários, assim que começam a preencher a caixa de texto, deparam-se com

sugestões de consulta em listas suspensas, que são diferentes dos sistemas de

recomendações de consulta que operam após a realização da pesquisa. Os sistemas de

sugestão dinâmica trabalham com pouca informação; em vez de uma consulta bem

elaborada, sua principal entrada é um prefixo. No entanto, eles dispõem de todos os sinais

adicionais que qualquer motor de busca pode utilizar sem afetar o tempo de resposta. Esses

sinais adicionais incorporam características de personalização e histórico do usuário, sinais

geográficos (quando disponíveis) e consultas realizadas anteriormente. (Eficiência).

Esses sistemas não são novos. Segundo Baeza-Yates e Ribeiro-Neto (2011, p. 453), houve, no

passado, várias iniciativas desse nível. As diferenças primordiais entre elas são:

1. a fonte e a escala dos corpora de sugestões modernos; 2. As exigências de

desempenho, visto que os serviços de sugestão modernos precisam servir ao

imenso número de usuários ao mesmo tempo (ao contrário de um único usuário em

uma única aplicação/serviço) e 3. conhecimento da experiência do usuário, o fato

de que sugestões modernas são disparadas automaticamente assim que o usuário

digita, em vez de sob demanda.

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Outro fator curioso apontado pelos autores é que o serviço de sugestão dinâmica teve que

enfrentar dois desafios técnicos da Recuperação da Informação (RI), de maneira que pudessem

acrescentar valor aos seus usuários relacionados aos critérios de eficiência e eficácia. Esses

princípios são apresentados por Baeza-Yates e Ribeiro-Neto (2011, p. 453- 456):

A Eficiência trata do tempo de resposta rápido e há duas formas para se obtê-la. Primeiramente,

as consultas requerentes relacionadas a dado prefixo devem ser previamente computadas e

armazenadas em estruturas de dados eficientes, de forma que necessitem de um mínimo de

processamento no tempo de realização das consultas. Em segundo lugar, elas devem ser tratadas

rapidamente — o que geralmente se realiza através da distribuição de diversos data centers. Além

disso, o código de sugestão em Javascript deve ser leve e, como medida de segurança, não prevenir

o usuário de imediato, bem como emitir novas consultas se levar mais tempo do que o considerado

no momento do carregamento.

A Eficácia consiste em apresentar as sugestões mais relevantes. Isso significa que, quando se

oferece uma sequência de caracteres digitada no retângulo, o serviço de sugestão dinâmica retorna

com uma lista de cinco propostas — exemplo do Yahoo Asssit na página principal e do Google

Suggest. O critério de relevância principal é o de popularidade; os autores acrescentam que muitos

aspectos precisam ser levados em conta para se assegurar a relevância. Entre eles estão:

Correção ortográfica automática: não seria adequado propor consultas com ortografia

errada, mesmo que baseada em consultas populares.

Filtragem de sugestão inapropriadas: é necessário evitar consultas inadequadas que

abrangem pornografias ou ofensas — que ainda constituem parte significativa do registro de

consultas —, para que não se ofenda o usuário e obedeça a legislação local.

De-duplicação de sugestão de consultas: os serviços de sugestão dinâmica operam na

identificação de duplicatas e variações leves de consultas que expressam a mesma

necessidade de informação. Não agregam valor ao usuário; pelo contrário, ainda podem ser

um incômodo para ele.

Diversidade de sugestões: pode se relacionar com a anterior, porém de forma mais branda.

No autocomplemento alguns sentidos de consulta podem ser tão determinantes para dado

prefixo, que sentidos mais raros podem nunca ter a oportunidade de serem exibidos. Isso

pode representar um perigo devido à natureza absoluta de um serviço de sugestões, como

consultas que se tornam cada vez mais populares, e, em consequência, tópicos interessantes

podem desaparecer por não terem sido muito clicados.

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Atualidade: tópicos populares estão em evidência e, de modo geral, seguem as notícias; os

usuários não podem contar que o sistema dinâmico regenere seu índice para torná-lo visível.

Sugestões atuais, assim como a indexação de corpora de pesquisa dinâmicos, não podem ser

tratadas da mesma forma.

Personalização: é a capacidade relacionada tanto ao usuário quanto ao domínio. Ao

oferecer a personalização, deve-se diferenciar e priorizar interesse e popularidade,

observando-se aspectos como localização e cultura. A exemplo, um usuário em Copacabana

pode realizar uma consulta sobre pizza e receber como resposta uma pizzaria em São Paulo,

simplesmente devido à sua popularidade absoluta. (Especificidade).

O fator eficácia geralmente pode ser mensurado através da cobertura e da qualidade (revocação

e precisão). A obtenção de uma boa cobertura, de acordo com Baeza-Yates e Ribeiro-Neto (2011, p.

453- 455), refere-se a uma percepção de o usuário sempre poder preencher todos os campos da

caixa de sugestão, e isso se torna complicado quando os prefixos são maiores. A qualidade é

também uma obrigação, pois os usuários esperam praticamente que as máquinas ―leiam suas

mentes‖.

Os serviços de sugestão dinâmica representam uma área fértil para futuras pesquisas e ocupam

um lugar de destaque na página de busca. Por outro lado, há de se ter muita cautela em sua

utilização, pois sugestões erradas podem resultar em péssimos resultados de busca, o que pode vir a

impactar negativamente todo o ambiente informacional.

A forma de exibição dos resultados de buscas é apresentada por Baeza-Yates e Ribeiro-Neto

(2011, p. 456- 458) como:

Layout básico: é o estilo mais tradicional de exibição da Página de Resultados da Máquina

de Busca, também conhecida como SERP (Search Engine Results Page). Trata-se de uma

lista de resultados ―orgânicos‖, ou algorítmicos, que são exibidos no lado esquerdo da

página de resultados, na primeira página. Geralmente são mostrados dez resultados na

primeira página, mas algumas máquinas, como o Bing, possibilitam a personalização do

número de resultados a serem exibidos.

A entidade título/snippet/URL: as principais máquinas de busca possibilitam algo muito

semelhante para exibição de resultados individuais, basicamente composto de: um título

exibido de azul sublinhado, um pequeno snippet formado de duas ou três sentenças retiradas

de páginas de resultados e uma URL que direciona para a página com texto completo. Na

maioria das vezes os títulos podem ser retirados da página. No caso desta não possuir título,

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os textos de âncora direcionam para ela e podem ser utilizados para gerar um título. Os

snippets são resumos criados automaticamente com a finalidade de realçar tópicos na página

relacionada à consulta do usuário. Servem para facilitar na decisão do usuário em clicar ou

não em um link. Quando vários resultados são originados de um mesmo site ou domínio,

eles são agrupados pelas máquinas de busca identando (organizando horizontalmente de

forma hierárquica as linhas de código, de acordo com o escopo onde elas se encontram) os

representantes menos relevantes do mesmo ambiente. (Apresentação dos Resultados –

SERP)

Resultados mais estruturados: as máquina de busca apresentam outros tipos de resultados,

como:

Resultados oneboxes: são produzidos em consultas muito específicas e com a probabilidade

de se ter uma única resposta; devido à alta relevância, são exibidos acima dos resultados

regulares da web. São ativados por termos específicos da consulta do usuário, que

demonstram uma intenção clara, e expõem a consulta tanto diretamente quanto através de

um link direto para a resposta. Esse tipo de experiência é adequado se a consulta for curta,

relevante e sem ambiguidade.

Resultados de busca universal: as máquinas de busca, além do essencial, podem oferecer

propriedades como imagens, vídeos, produtos e mapas, os quais vêm com sua própria busca

vertical. A visão universal considera que os usuários não devem especificar o corpus-alvo,

apesar de poderem ir diretamente para essas propriedades e conduzir buscas em corpus

específicos. A máquina deve adivinhar sua intenção e retornar os resultados das fontes mais

relevantes automaticamente; aqui o desafio resume-se em selecionar essas fontes e decidir

quantos resultados exibir de cada uma, dizem Baeza-Yates e Ribeiro-Neto (2011, p. 460).

Como as máquinas de busca não publicam suas técnicas, não fica especificado se uma

fórmula é utilizada para ranqueamento universal ou se é heurística. Geralmente, uma

consulta sobre uma personalidade na web tem como resultado imagens, vídeos e notícias na

totalidade de resultados essenciais.

Resultados com formato diferente: dependendo do tipo, os resultados também podem ser

exibidos com um formato diferente na web. De forma geral, há uma predisposição a

apresentá-los com um formato um pouco diferenciado dos resultados provenientes de fontes

específicas. Eles fazem parte do corpus principal da web ou são baseados em outras

propriedades; Baeza-Yates e Ribeiro-Neto (2011, p. 460) listam alguns exemplos do motor

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Bing, que tem se esforçado para apresentar resultados mais estruturados ao oferecer o ―tipo

condensado‖ para domínios específicos, como:

o Resultados sobre viagem que exibem indicadores de tendências de tarifas.

o Resultados sobre compras que oferecem atalhos para usuários e especialistas

opinarem sobre detalhes de produtos, comparação de preços, avaliações e dicas

visuais.

o Resultados relacionados à saúde que indicam fontes confiáveis.

o Resultados locais incluem scorecards com opiniões, dicas visuais para tópicos, como

―geral‖, ―atmosfera‖, etc.

Outro critério abordado por Baeza-Yates e Ribeiro-Neto (2011, p. 461) é o de assistência de

consulta na SERP. Afirma-se que, assim que os usuários encaminham suas consultas e veem as

páginas de resultados de busca, suas necessidades informacionais, navegacionais e transacionais

podem ser:

Satisfeitas: acontece imediatamente quando o usuário obtém a resposta direta de um

resultado onebox.

Parcialmente satisfeitas: ocorre quando o usuário realiza uma ―tarefa de pesquisa‖ e não há

uma única página web incapaz de fornecer toda a informação necessária.

Insatisfeitas: o usuário pode não ter formulado bem a sua consulta ou não existe o conteúdo

relevante; é praticamente impossível uma máquina de busca optar em não exibir um

conteúdo relevante, pois, por padrão, a maioria assume o primeiro cenário e auxilia o

usuário a reformular sua consulta.

Os autores apresentam de forma detalhada o que essas ferramentas podem fazer por seus

usuários, que originariamente são concebidas para ajudá-los no refinamento ou reformulação de

suas consultas, tais como:

Assistência à ortografia: a correção ortográfica foi revolucionada pelo famoso serviço

oferecido pelo Google.com, ―você quis dizer‖, baseado no usual modelo em dicionário, o

qual apreende suas correções ortográficas a partir da grande quantidade de sua utilização.

Recomendações de consultas: trata-se de outra forma de assistência de consulta no SERP;

são diferentes das sugestões dinâmicas, pois podem tirar proveito de vários tipos de

informação a partir de consultas completas e bem formadas. Relacionam-se de alguma

maneira com a consulta original e são úteis quando os usuários expressam suas

necessidades. Em virtude de pesquisas relacionadas com mineração de registros de consultas

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para geração de recomendações, Baeza-Yates e Ribeiro-Neto (2011, p. 462) apresentam três

categorias (Flexibilidade na consulta):

Abordagens sensíveis ao contexto: fundamentam-se em resultados de pesquisa ou página

alvo; os autores citam trabalhos como o de Raghavan e Sever (1995), que buscam mensurar

e comparar consultas através das definição de diferenças no conjunto de resultados

retornados. Para eles, essas pesquisas depararam-se com obstáculos relacionados à

escalabilidade.

Abordagens que ignoram: são mais centradas no conteúdo. Cita-se aqui a pesquisa de

Berfferman e Berger (2000), na qual induzem a semelhança entre consultas a partir URLs

clicadas em comum, porém consideram limitado o impacto do método pelo número de

cliques nas páginas de resultados ser pequeno e pelas matrizes relacionadas de distância de

consulta ficarem escassas. Pode-se evitar isso com a permissão de utilização de mais

registros para verificação.

Abordagens de fluxo: é considerado o comportamento de busca sequencial dos usuários para

se entender a intenção da consulta.

Algumas ferramentas promissoras que proporcionam operações com resultados de busca mais

ricos do que simplesmente aqueles que permitem interpretá-los ou navegá-los são mencionadas por

Baeza-Yates e Ribeiro-Neto (2011, p. 466). Alguns exemplos operam no resultado, como o “Em

cachê‖ do Yahoo Search ou Google, que é exibido ao lado do título dos resultados com uma estrela

que, quando selecionada, torna-se amarela e atua como um tipo de marca de resultados favoritos.

Um aspecto interessante de todas as máquinas de busca é que elas monitoram cuidadosamente a

adoção e transformam ou retiram as características que não são capazes de atrair suficientemente. O

Search Pad é uma ferramenta que possibilita aos usuários deixar um rastro dos resultados por eles

consultados, organizá-los e anotá-los para usar ou compartilhar posteriormente.

A web apresenta ainda muitos obstáculos a serem superados e, segundo Baeza-Yates e Ribeiro-

Neto (2011, p. 468), vale mais a pena investir na educação dos usuários, auxiliando-os a tirar

proveito dos motores de busca e diretórios web, do que investir em tentar adivinhar o que eles

querem. A cobertura web é diferente entre as máquinas de busca e utiliza um metabuscador;

ressaltam-se, assim, duas importantes lições-chave nesse contexto: ―1) máquinas de busca ainda

retornam muita palha junto com a agulha e 2) os diretórios web não possuem profundidade

suficiente para encontrar a agulha‖; por isso, recomenda-se aos usuários as seguintes ―regras de

ouro‖ na realização de consultas:

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Consultas específicas: procure uma Enciclopédia; essa é a razão pela qual elas existem.

Não se esqueça das bibliotecas.

Consultas amplas: use diretórios web para encontrar bons pontos de partida.

Consultas vagas ou exploratórias e refinamentos interativos: use as máquinas de busca

na web e aprimore a formulação da consulta com base em respostas relevantes.

Ao se discorrer sobre o tema, é necessário relembrar dois conceitos importantes, revocação e

precisão. Revocação é definido por Rubi (2009, p.87) como a capacidade que um sistema de busca

tem de recuperar um grande volume de documentos ou informações. Já a precisão está relacionada

ao número de documentos relevantes recuperados para atender às questões dos usuários. Ressalta-se

que a indexação é realizada com especificidade, logo resulta em uma recuperação com baixos

níveis de revocação e alto nível de precisão; ou seja, mesmo que o número recuperado seja

reduzido, são exatamente eles que correspondem às solicitações de busca dos usuários. O número

de termos empregados na descrição de um documento diz respeito à exaustividade, que está ligada,

por sua vez, à revocação e à precisão do sistema de recuperação de busca.

Na perspectiva de Morville e Rosenfeld (2006, p. 159), alguns algoritmos de busca

respondem com diferentes níveis de relevância, enquanto outros respondem com alto nível, por isso

destacam que seria excelente ter um sistema de busca capaz de obter, ao mesmo tempo, revocação e

precisão. Entretanto, infelizmente, eles são inversamente proporcionais. Ambos também são

necessários para desenvolvedores e mantenedores do sistema que decidam sobre uma forma de

equilibrar esses princípios selecionando um motor de busca capaz de ser configurado em uma

política de adequação aos perfis e necessidades de seus usuários.

Na próxima seção, ainda na perspectiva de Morville e Rosenfeld (2006), serão apresentados

outros aspectos de sistemas complementares que podem auxiliar em algumas funções nos sistemas

citados até o momento.

2.2.5 Tesauros, Vocabulários controlados e Metadados - outros componentes

As estruturas de representação, como tesauros, vocabulários controlados e metadados,

auxiliam na conformação dos sistemas de organização, rotulagem, navegação e busca, bem como

contribuem na categorização dos termos que representam determinado conteúdo dentro de um

contexto, como as hierarquias e relacionamentos de uma forma geral. Todos os sistemas

mencionados anteriormente existem de formas interligadas e funcionam como uma complexa rede

de dependência mútua, por isso não devem ser considerados isoladamente; de acordo com Morville,

Rosenfeld (2006, p. 193), um existe sempre em relação ao outro de acordo.

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Afirma-se que vocabulários controlados e metadados podem permitir uma melhor

visualização dessa rede de relações entre os sistemas e ressalta-se que a web apresenta novos

desafios e demanda soluções mais criativas, visto que não adianta transportar antigas técnicas de

organização da informação tão conhecidas por bibliotecários para o presente, pois isso não é

suficiente para lidar com esse novo ambiente (Flexibilidade na consulta). Portanto, são definidos

os seguintes conceitos básicos:

Metadados: a definição simplória de dados sobre dados não é muito esclarecedora. Segundo

Morville e Rosenfeld (2006), mais do que definir o que eles são, deve-se concentrar no

papel prático que eles desempenham no domínio da Arquitetura da Informação. Os

metadados estão sendo aproveitados por muitas empresas para o gerenciamento de softwares

de conteúdos e vocabulários controlados, criando sites capazes de suportar modelos

poderosos de navegação, e isso representa uma mudança na maneira como os sites estão

sendo criados e gerenciados.

Vocabulários controlados: uma lista de termos equivalentes com ligação de sinônimos ou

uma lista de termos mais usados na forma de autoridade. Quando há relações hierárquicas

entre esses termos, do mais especifico ao mais genéricos, há um esquema de classificação.

Termos equivalentes: trata-se de um conjunto de palavras com relação de equivalência que,

na prática, não são sinônimas. Às vezes as pessoas utilizam palavras diferentes pra definir

um mesmo produto e essas listas são úteis para identificá-las e ajudar na recuperação da

informação. Esse recurso também pode gerar problemas, segundo Morville e Rosenfeld

(2006, p. 197), pois, se a expansão do termos de consulta operar nos bastidores, os usuários

poderão ficar confusos com resultados que podem não corresponder à verdade e recuperar

termos menos relevantes, o que traz de volta os temas já discutidos sobre revocação e

precisão.

Arquivos de Autoridades: vêm sendo utilizados por bibliotecas e agências governamentais

para a definição de nomes próprios de um conjunto de entidades em determinado domínio. É

uma lista de termos preferenciais ou aceitáveis.

Esquemas de classificação: são utilizados para a ordenação de termos preferenciais de

forma hierárquica, segundo Morville e Rosenfeld (2006, p. 201). A taxonomia tem sido mais

utilizada, mas é importante saber como essas hierarquias podem atender a diversos

propósitos como uma parte integrante e visível da interface do usuário e como uma

ferramenta utilizada por arquitetos da informação, autores e indexadores para organização

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do ambiente e documentos de marcação. Alguns esquemas são abordados ainda por

Morville e Rosenfeld (2006).

Relações Semânticas: o que diferencia um tesauro de um simples vocabulário controlado,

segundo Morville e Rosenfeld (2006, p. 215), são suas relações semânticas. Sobre elas, os

autores ressaltam que podem ser de equivalência, quando são utilizadas para ligar termos

preferenciais a termos variantes; hierarquia, quando organizam o espaço da informação em

categorias e subcategorias, relacionando conceitos mais gerais e mais específicos através da

relação pai e filho; e associação. A definição dessa última é mais complexa, pois existem

conexões semânticas implícitas que não estão no cerne das relações de equivalência nem nas

hierárquicas, pois podem conter processos altamente subjetivos. Para Morville e Rosenfeld

(2006, p. 217), as relações associativas podem melhorar as experiências dos usuários e os

objetivos do negócio.

Termos preferenciais: é uma terminologia crítica, pois é difícil delimitá-la. Os autores

recomendam observar padrões de normalização e observar aspectos como: a seleção de

termos, que deve atender a uma maioria; a cautela com a ambiguidade inerente à linguagem;

a especificidade do termo e a permissão de algum nível de poli-hierarquia.

Classificação Facetada: sistema de classificação criado pelo bibliotecário Ranganathan em

1930, que construiu a ideia de que um documento ou objeto tem múltiplas dimensões ou

facetas, relacionando-a com a noção de ―como posso descrever o objeto?‖, em vez de ―onde

posso colocá-lo?‖. O autor sugeriu cinco facetas universais para classificação do objeto:

personalidade, assunto, energia, espaço e tempo. O que esse sistema oferece de melhor,

segundo Morville e Rosenfeld (2006, p. 223), é uma grande flexibilidade, com metadados

subjacentes, estrutura no local, arquitetos de informação e designers. É possível implementar

várias opções de navegações, testar e refinar a interface com o tempo e ter na classificação

facetada uma base sólida.

Tesauros: de acordo com Morville e Rosenfeld (2006, p. 203), estes constituem uma rede

semântica de conceitos que conecta palavras a sinônimos, homônimos, antônimos e termos

genéricos, específicos e relacionados. Ressalta-se ainda que o tesauro assume a forma de

banco de dados on-line que se integra totalmente com a interface do usuário de um site ou

intranet. O objetivo mais importante é o gerenciamento de sinônimos, a possibilidade de

mapeá-los e poder controlar as ambiguidades da linguagem. Citam-se os seguintes tipos de

tesauros:

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Tesauro clássico: um dicionário clássico utilizado no ponto da indexação e no ponto de

pesquisa. Indexadores utilizam-no para mapear termos variantes de preferenciais.

Tesauro de indexação: estrutura o processo de indexação, promove a coerência e a

eficiência, pode funcionar como uma unidade integrada por meio de um entendimento

compartilhado de termos preferidos e fornece diretrizes de indexação.

Tesauro de pesquisa: aproveita um vocabulário controlado no momento da busca, mas não

no momento da indexação. Pode permitir maior flexibilidade de navegação, proporcionando

uma nova forma de navegar e dar acesso a um maior volume de conteúdo do ambiente.

Vocabulários controlados, tesauros e metadados estão em evolução como conjunto de

princípios em sites e intranets, segundo Morville e Rosenfeld (2006). As taxonomias e

classificações facetadas também estão possibilitando caminhos mais flexíveis e se transformam em

eficientes ferramentas de trabalho para arquitetos da informação.

A partir da observação dos elementos fundamentais da arquitetura da informação inspirada

nas técnicas de usabilidade, é possível afirmar que há meios de desenvolver critérios pré-

estabelecidos com o objetivo de avaliar a facilidade da navegação, da busca, da recuperação e do

uso da informação em portais de periódicos eletrônicos nas universidades. Outros componentes,

como os tesauros, vocabulários controlados e metadados, possibilitam a estruturação de todos os

sistemas mencionados anteriormente, pois contribuem para a sua representação.

Novas técnicas de organização da informação oriundas de pesquisas e observações desses

ambientes informacionais provavelmente começarão a se destacar nesses sistemas fundamentais da

arquitetura da informação. Assim terminam as principais abordagens selecionadas na literatura a

respeito de definições e princípios dos sistemas de AI. A seguir, apresentar-se-ão algumas

proposições conceituais sobre qualidade que delimitam o escopo a ser considerado nesse trabalho

sobre processo de avaliação em portais de periódicos eletrônicos.

2.3 O CONCEITO DE QUALIDADE

A Arquitetura da Informação colabora efetivamente para o desenvolvimento de ambientes

informacionais, principalmente sites governamentais, que, em geral, apresentam muitas dificuldades

na estruturação de processos que envolvem soluções tecnológicas na administração de seus

websites. Dentro dessa perspectiva, Downey e Banerjje (2011, p.27, minha tradução), propõem a

elaboração de um checklist (lista de verificação) no processo de avaliação de um website

institucional e afirmam que estes fazem parte de comentários padrões em AI. Esse método é

proveniente de melhores práticas e auxilia a encontrar antecipadamente problemas em dado projeto,

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bem como gerenciar e desenvolver softwares e hardwares, identificar as lacunas tecnológicas e

permitir o uso produtivo dos ativos de uma organização, inclusive informações.

A Arquitetura da Informação descreve tanto o processo de design da informação quanto seus

resultados; portanto, a relação entre a arquitetura tradicional e a Arquitetura da Informação pode ser

percebida inicialmente em sua própria fundamentação histórica. O design digital foi incorporando

imagens de edifícios e cidades à arquitetura, e, aos poucos, essa característica na AI foi

desaparecendo. No entanto, os usuários ainda interagem com múltiplos espaços abstratos ao

utilizarem técnicas de navegação, relacionando a informação no espaço semântico, no espaço da

tela e no espaço de interação. Um arquiteto da informação deve abordar cada um desses espaços. A

introdução da computação contemporânea pode influenciar nesses conceitos de navegação deixando

apenas links abstraídos entre usuários e informações, e nessa forma de interação podem-se moldar

espaços em AI. (ALOMRAN, 2015, p. 2083).

A qualidade é concebida sob diversos aspectos. Umas das direções possíveis nessa relação,

que envolve definir qualidade em um processo de avaliação, é a delimitação a priori de quais

características serão percebidas; ou seja, se a analise se centrará nos atributos do objeto em si ou se

será considerado aquilo que se pode realizar com esse objeto.

Na revisão de literatura encontram-se algumas definições sobre qualidade, tais como:

A propriedade, atributo ou condição das coisas ou pessoas que possibilitam

diferenciá-las das outras e de lhe determinar a natureza, em uma escala de valores

possibilitar a avaliação e em consequência, a aprovação, a aceitação e a recusa de

qualquer coisa;

A qualidade compreende as características de um produto que vão ao

encontro das demandas dos usuários e por isso propiciam satisfação em relação ao

produto. (JURAN, 1991).

qualidade é a conformidade do produto com os requisitos ou especificações

estabelecidos. (CROSBY, 1990).

Através das definições acima verificamos que o conceito de qualidade é bastante amplo,

complexo, e que, segundo Juran (1991), não existe uma definição globalmente aceita.

A abordagem de Rocha (1987) considera a qualidade como um atributo associado a algum

objeto ou ser. Assim, a qualidade "não pode ser definida universalmente, mas deve ser definida para

o item em questão", como qualidade de especificações, metodologias, programas, interface

humano-computador etc. Segundo a mesma autora, ―qualidade é, também, um conceito

multidimensional, que se realiza através de um conjunto de atributos ou características‖.

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2.3.1 Técnicas de Inspeção de Usabilidade

Em um processo de design, a avaliação não deve ser concebida em uma única etapa, muito

menos deve ser realizada no final do processo; segundo Rocha e Baranauskas (2003, p. 163), o ideal

é que ela aconteça durante todo o ciclo de vida do design, e seus resultados devem ser empregados

para melhorar gradativamente a interface. Ressalta-se que: ―[...] não se pode pretender efetuar

extensivos testes experimentais durante todo o processo de design, mas técnicas informais e

analíticas devem ser utilizadas‖.

Afirma-se também que é necessário haver, em diversos estágios do design, vários tipos de

avaliação. Nas fases iniciais, onde as ideias ainda estão sendo expostas, testes informais costumam

ser suficientes, mas em etapas mais avançadas do processo devem ser planejadas avaliações mais

formais.

Fatores preponderantes em um plano de avaliação, segundo (Nielsen 1993; Hix e Hartson,

1993; Preece et al., 1994; Schneiderman, 1998), apud Rocha e Baranauskas (2003, p. 164), incluem:

Estágio do design (início, meio ou fim);

Quão pioneiro é o projeto (bem definido versus exploratório);

Número esperado de usuários;

Quão crítica é a interface (por exemplo, um sistema de controle de tráfego aéreo

versus um sistema de orientação de um shopping)

Custo de um produto e orçamento alocado para o teste;

Tempo disponível;

Experiência dos designers e avaliadores.

A avaliação é realizada para que o avaliador identifique o que querem os usuários e quais

seriam os problemas vivenciados por eles no sistema. Quanto mais informações sobre os usuários

os designers obtiverem, melhor será o designer de seus produtos. Rocha e Baranauskas (2003, p.

165) sintetizam os três grandes objetivos do processo de avaliação: avaliar a funcionalidade do

sistema, avaliar o efeito da interface em relação ao usuário e identificar problemas específicos do

sistema.

Em relação à funcionalidade do sistema, o design deve possibilitar ao usuário a realização da

tarefa com facilidade e eficiência. Isso também inclui que a sua performance junto ao sistema seja

mensurada. O efeito da interface junto ao usuário significa avaliar sua usabilidade; ou seja, os

aspectos de aprendizagem do sistema, sua atitude em relação a ele e a identificação de áreas que o

sobrecarregam. O reconhecimento de problemas específicos com o design constitui aspectos de

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design que, quando usados no contexto alvo, causam resultados inesperados ou confusos entre os

usuários; esses fatores se relacionam tanto com a funcionalidade quanto com a usabilidade do

design.

Dois grupos de métodos são tratados por Rocha e Baranauskas (2003, p. 166), os quais

consideram usuários reais envolvidos ou não no processo de avaliação. São eles:

Inspeção de usabilidade: não envolvem os usuários e podem ser empregados em qualquer

fase do desenvolvimento do sistema, seja ele implementado ou não. As autoras consideram

―implementação‖, de acordo com Whitefield et al, (1991), ―qualquer protótipo executável‖.

Testes de usabilidade: são focados no usuário, incluem métodos experimentais ou

empíricos e observacionais, e técnicas de questionamento. Para empregar esse método é

preciso que haja uma implementação real do sistema, que pode ser uma simulação da

capacidade interativa sem funcionalidade ou um protótipo básico, um cenário ou até mesmo

uma implementação completa.

O interesse desse trabalho concentra-se no método de inspeção de usabilidade, que, de acordo

com as abordagens de Rocha e Baranauskas (2003, p. 167), define-se como:

Um conjunto de métodos baseados em se ter avaliadores inspecionando ou

examinando aspectos relacionados à usabilidade de uma interface de usuário. Os

avaliadores podem ser especialistas em usabilidade. Consultores de

desenvolvimento de software, especialistas em um determinado padrão de

interface, usuários finais e etc.

É evidente a necessidade de avaliação da interface, pois obtêm-se, por meio dela, informações

sobre a qualidade do produto, tornando possível a criação de meios para o seu aperfeiçoamento. O

desenvolvimento de um produto que apresenta funcionalidade e usabilidade não é uma tarefa

simples, já que requer do desenvolvedor uma sensibilidade aguçada, além de manter fidelidade aos

aspectos envolvidos e relevantes a cada área de aplicação e à diversidade de usuários.

Foi justamente a conjugação de fatores humanos e aspectos técnicos dos sistemas que

permitiu à área de interação homem-máquina passar a ser vista como um campo multidisciplinar.

A característica básica das técnicas de inspeção é que elas não envolvem os usuários para a

avaliação da interface, situação diferente do teste de usabilidade. Os princípios, embora não

caracterizem uma técnica de avaliação, são empregados como tal por serem considerados um senso

comum no projeto da interface. Assim, os princípios são características gerais, cuja presença é

considerada importante, e devem consequentemente ser observados e analisados.

Técnicas de inspeção de usabilidade são comumente empregadas em projetos que envolvem

desenvolvimento de softwares; vale ressaltar que o propósito desse trabalho é utilizar-se da

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inspeção para diagnosticar o produto final já desenvolvido, ou seja, a utilização do ambiente

informacional na perspectiva de seus usuários. Dentro da ótica da Interação Humano-Computador

(IHC), a usabilidade é percebida como um processo, e isso torna sua definição bem mais complexa,

pois dada visão inclui outros atributos, como lazer, bem-estar, eficácia coletiva, criatividade,

estética e apoio para o desenvolvimento humano. Esse conceito, de acordo com Cockton (2012)

apud Martins et al (2013), inclui a experiência do seu utilizador.

Há vários modelos de avaliação de usabilidade; alguns empregam observações de seus

utilizadores, enquanto outros contam com especialistas na área de usabilidade. Segundo Dix et al

(2004) apud Martins et al (2013), aqueles que se fundamentam em dados de utilizadores reais são

considerados empíricos e os que utilizam especialistas são os modelos analíticos.

De acordo com Nielsen (1993), o método teste envolve a observação dos usuários ao

realizarem suas tarefas. O método inquérito define-se pela análise qualitativa de dados de seus

utilizadores, embora seu caráter subjetivo possa traduzir importantes informações sobre as

expectativas de seus usuários. O método experiência controlada constitui o emprego do método

científico para a comprovação de uma hipótese com usuários reais, através do controle de variáveis

com amostras significativas, para considerar as avaliações estatísticas provenientes dos resultados.

2.4 O PROCESSO DA COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA

O periódico científico conhecido hoje carrega em seu formato, seja ele eletrônico ou

impresso, mais do que um suporte ou registro. Trata-se de um símbolo legitimador do discurso da

ciência, que, segundo Targino (2007), é comunicada dentro do seu próprio espaço, filtrada na

própria estrutura e formada por um sistema coletivo que integra todas as resoluções, publicações e

normas que estipulam como essas mensagens científicas são repassadas. Isso admite toda uma

estrutura interna difundida pelo seu próprio meio; assim, a comunicação científica se baseia na

própria informação científica, como demonstra a figura abaixo:

Quadro 7 - Representação simplificada do processo de comunicação científica

Fonte: Baseado em Targino (2007, p. 98), elaborado pela autora.

Informação científica

CIÊNCIA Comunidade científica

Conhecimento científico

Comunidade científica

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Ziman (1979) afirma que a criação de um mecanismo através do qual pudessem ser

publicados em parcelas os resultados de pesquisas pode ter sido o fator dominante para o

desenvolvimento do ―Método Científico‖. Ainda é relatado que, até metade do século XVII, as

comunicações desses resultados entre os cientistas dependiam da correspondência particular e da

publicação esporádica de livros e folhetos, o que acarretava um processo longo e demorado. De

acordo com Muller (2000), a confiabilidade da ciência é um aspecto primordial: é o que a diferencia

do senso comum, daquilo que não é considerado científico. Para obtê-la, no entanto, é necessária

severa metodologia na construção do conhecimento; por isso, a literatura científica deve ser

submetida à avaliação pelos seus pares.

Admitir o valor de um artigo científico é uma tarefa que abarca, ao mesmo tempo, a ciência e

o cientista. Segundo Davyt e Velho (2000), a avaliação na ciência é mais do que uma conduta

rotineira; ela faz parte da estrutura do conhecimento científico e possibilita que seus atores tracem o

destino da Ciência e da própria instituição a que pertencem. Refletir sobre esse sistema obriga, de

certa forma, o atuante da cadeia a se perceber no meio de uma imensa teia, cada vez mais

sobrevivente da força da rede construída pelo conhecimento compartilhado.

Segundo Muller (2000), a literatura científica abrange diversas atividades de comunicação

entre os pesquisadores. Determinados contatos ocorrem antes da publicação formal: são as

comunicações informais — normalmente referidas às pesquisas ainda em fase de conclusão. A

comunicação formal se apropria de canais formais que envolvem as publicações de ampla

divulgação, como periódicos e livros. De acordo com a autora, o processo de comunicação

científica pode ser definido da seguinte forma: ―O conjunto dessas atividades constitui o sistema de

comunicação científica de determinada área da ciência. Esse sistema inclui, portanto, todas as

formas de comunicação utilizadas pelos cientistas que pesquisam e contribuem para o conhecimento

nessa área, além das publicações formais‖ (MUELLER, 2000, p.23).

Para Meadows (1999), o periódico científico é considerado um veículo de comunicação

formal reconhecido e com prestígio no meio científico, sendo os artigos que o compõem a ―forma

definitiva de publicação dos resultados de pesquisa‖. No caso do artigo publicado formalmente,

Ziman (1979, p.124) confere a ele importância fundamental no processo de comunicação científica,

afirmando:

O fato é que a publicação de trabalhos científicos não é feita irrestritamente. O

artigo publicado numa revista conceituada não representa apenas a opinião do

autor; leva também o selo da autenticidade científica através do imprimatur dado

pelo editor e os examinadores que ele possa ter consultado.

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A seguir, abordar-se-ão alguns dos pontos considerados fundamentais em relação ao periódico

científico, como suas origens históricas e seu apogeu como o veículo formal de maior prestígio na

comunidade científica, de modo a elucidar sua importância no processo de construção do formato

eletrônico atual.

2.4.1 O Advento do periódico científico

O periódico científico, segundo Stumpf (1996), definiu-se no século XVII de maneira

inovadora na comunicação entre pesquisadores, pois continha alguns artigos mais sucintos e

específicos na abordagem dos assuntos, os quais costumavam ser tratados através de cartas e atas, e

também tinham a vantagem de descartar as versões pessoais dos autores, prevalecendo a

neutralidade do discurso.

A mesma autora relata que o livro, que até então era a forma mais completa de difusão dos

resultados de pesquisas originais, começou a entrar em decadência devido a dois fatores principais:

a reclamação dos cientistas sobre o ineditismo das descobertas e os altos custos relacionados à

produção das pesquisas. Ambos estavam ligados à demora da publicação das monografias, o que,

consequentemente, afetava a originalidade e o tamanho delas, encarecendo a impressão. Os

cientistas decidiram, então, publicar suas pesquisas em partes. O próximo passo foi a reunião de

vários trabalhos de pesquisadores publicados em fascículos. Entretanto, somente no século XIX os

periódicos conquistaram o padrão atual de publicação.

O Journal dês Savants, segundo Meadows (1999), é comumente considerado o primeiro

periódico científico no sentido moderno. Foi publicado em 05 de janeiro de 1965 e, em 11 de

janeiro, seu conteúdo foi lido parcialmente por Oldenburg em uma reunião da Royal Society.

Percebe-se, com isso, o fluxo relativamente rápido de difusão de ideias nos círculos científicos.

Esse fato culminou em uma determinação da Royal Society, em março de 1965, a qual outorgava:

―que as Philosophical Transactions, a serem preparadas pelo Sr. Oldenburg, sejam impressas na

primeira segunda-feira de cada mês, caso haja matéria suficiente para isso, e que o texto seja

aprovado pelo Conselho, sendo antes revisto por alguns de seus membros‖ (KATZEN, 1980 apud

MEADOWS, 1999, p. 6). As Philosofical Transactions pode ser considerada, dessa forma, a

vanguarda do moderno periódico científico. O Journal dês Savants, por fim, percebeu que não

poderia suportar a grande abrangência de temas com os quais havia se comprometido. Assim, seu

lema editorial mudou para assuntos não-científicos, conferindo-lhe o título de precursor do

periódico moderno de humanidades (MEADOWS, 1999).

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Os pesquisadores da época, de acordo com Mueller (2000), aderiram rapidamente ao novo

modelo de publicação. Diversos periódicos, a partir de então, iniciaram suas publicações através de

sociedades científicas de vários países europeus, com o objetivo principal de divulgar as pesquisas

de seus associados. Contudo, atualmente, segundo Muller (2000), no que diz respeito às

incumbências de um periódico científico moderno, a divulgação de resultados não seria sua única

função; assim, a autora caracteriza quatro outros fundamentos do periódico científico:

Comunicação formal dos resultados de pesquisa: original para a comunidade científica e

demais interessados (essa seria a primeira função percebida que permanece inalterada até hoje);

Preservação do conhecimento registrado: funciona como um arquivo dos princípios e das

considerações dos cientistas. Logo, ―a preservação e a organização dos periódicos nas bibliotecas

do mundo todo garantem a possibilidade de acesso aos conhecimentos registrados ao longo do

tempo, essa tem sido uma das responsabilidades mais importantes dos bibliotecários‖;

Estabelecer a propriedade intelectual: ao publicar sua obra, o autor registra formalmente

sua autoria, tornando-se merecedor da prioridade na descoberta científica;

Garantir o padrão de qualidade na ciência: o sistema de avaliação por pares confere ao

artigo autoridade e confiabilidade, além do aval da comunidade científica.

O periódico científico se desenvolveu e ampliou seu valor na Ciência no modelo tradicional

em formato de papel. Durante certo tempo, esse padrão foi vigente praticamente no mundo todo.

Alguns problemas, no entanto, são assinalados por Muller (2000) na permanência desse formato,

que tem como cenário o concorrente crescimento acelerado das novas tecnologias introduzidas e

presentes no cotidiano das pessoas. Essas limitações incluem: a demora na publicação do artigo, que

pode chegar a um ano contando-se com o recebimento do original pelo editor; altos custos para

manter suas assinaturas e atualizar coleções; e rigidez do formato comparando-se aos eletrônicos e

instrumentos ineficientes de pesquisa, o que dificulta aos usuários desse sistema descobrir o que

está sendo publicado do seu interesse.

Quanto aos altos custos das assinaturas para se atualizarem as coleções de periódicos

impressos, estes foram um dos principais fatores que contribuíram para a eclosão da conhecida crise

dos periódicos científicos.

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2.4.2 A crise dos periódicos científicos

A consolidação do periódico é considerada um pilar fundamental no processo da comunicação

científica desde o século XVII. A consequente explosão informacional promovida no período pós-

guerra, entre 1940 e 1950, ocasionou a corrida pelo conhecimento paralelamente ao crescimento da

indústria da informação. Esses foram fatores propícios, segundo Meadows (1999), ao surgimento do

SCI (Science Citation Index), e, de acordo com André (2005, p. 12, minha tradução), trata-se de um

mecanismo criado por Eugene Garfield que analisa citações bibliográficas em artigos científicos e

os indexa em uma base de referências na qual são definidas as métricas para classificação dos

periódicos de acordo com seu fator de impacto.

Os periódicos indexados por esse sistema passaram a ter maior reconhecimento e prestígio

entre a comunidade científica; isso foi o suficiente para que fossem supervalorizados por seus

editores, provocando aumento nos valores das assinaturas das revistas e resultando no que se

conhece hoje como a crise dos periódicos científicos, período em que se tornou muito difícil para a

biblioteca universitária manter atualizadas suas coleções e, consequentemente, promover o acesso à

informação científica.

Nunes (2012) destaca que as pesquisas científicas brasileiras são custeadas, em sua maioria,

pelo Estado, através de agências de fomento como CNPq e CAPES, e que seus autores, em geral,

são professores universitários e pesquisadores pertencentes ao mesmo membro. Os orçamentos que

mantêm as universidades e, principalmente, suas bibliotecas, também são mantidos pelos impostos

públicos. Lembra-se, ainda, de que os pares responsáveis pela avaliação dos artigos científicos

submetidos às editoras o fazem somente em nome do progresso científico, pois nada delas recebem.

Trata-se, portanto, segundo o mesmo autor, de uma situação incoerente, pois o Estado é o

principal financiador de todas as etapas do processo de comunicação científica, e os editores

comerciais, com o intuito de proteger os meios de reprodução da obra, são os únicos favorecidos

nessa cadeia. Mueller (2006), ao definir esse período, descreve que o sistema de comunicação

científica mundial desestruturou sua aparente estabilidade por volta da década de 1980, e isso já era

visível dez anos antes. Entretanto, o que realmente disparou o gatilho da crise foi o fato de

bibliotecas universitárias e pesquisas norte-americanas não conseguirem mais acompanhar a

atualização dos periódicos científicos em seus acervos, tampouco atender à demanda de seus

usuários.

A comunidade científica, assim, precisou buscar maneiras eficientes de enfrentar a crise, que

se tornou uma barreira na disseminação de informações importantes para o desenvolvimento de

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novas pesquisas. Com o crescimento de novas tecnologias de informação nos anos 90, os cientistas

começaram a utilizar a Internet como aliada no processo de compartilhamento de informações, de

modo que o periódico eletrônico e a comunicação em rede passaram a ser elementos importantes e

facilitadores do processo de comunicação científica.

2.4.3 Open Archives Initiative (OAI) e o Movimento de Acesso Livre

A ampliação do uso da Internet, associada ao aumento dos preços nas assinaturas de

periódicos científicos, especialmente em bibliotecas universitárias, de acordo com Kuramoto

(2014), foi um panorama propício à elaboração de alternativas como o periódico eletrônico e novos

meios de divulgação de trabalhos através de repositórios digitais.

Essas ações só foram possíveis devido às inovações tecnológicas ocasionadas pelo OAI

(Open Archives Initiative), que favoreceram o acesso à informação científica contida nesses

repositórios de maneira integrada. Tais iniciativas foram estabelecidas por um movimento

conhecido como Open Access to Knowledge and Information in Sciences and Humanities, ao qual

houve adesão de diversos países e instituições de pesquisas firmadas em declarações como a

Budapest of Open Access Initiative (BOAI), a Declaration of Berlim e a Declaration of Bethesda.

Em setembro de 2005, no Brasil, a Universidade de Brasília e o Instituto Brasileiro de Ciência e

Tecnologia (IBICT) difundiram o Manifesto Brasileiro de Apoio ao Acesso Livre à Informação

Científica no Brasil. O autor alega que esse movimento lançou o modelo Open Archives e tem se

mostrado eficiente em servir de base nos empreendimentos de promoção ao acesso das informações

científicas.

Esse padrão não deve ser visto apenas como mais uma maneira de efetivar a comunicação

entre seus pares, pois sua finalidade extrapola esse princípio. Trata-se de uma proposta em favor do

acesso livre ao conhecimento, com a intenção de manter os mesmos alicerces da comunicação

científica tradicional. Quanto às estratégias traçadas por esse movimento, as principais para atingir

seus objetivos são:

1) Via Verde (Green road); 2) via Dourada (Gold road). A via Verde refere-se

ao autoarquivamento, por parte dos autores ou seus representantes, de uma cópia de

seus papers em um repositório digital (institucional, temático ou central) de acesso

livre. A via Dourada refere-se à publicação de artigos em revistas científicas de

livre acesso. Nessa última estratégia, a ideia central é conceber um novo modelo de

revistas científicas que sejam acessíveis livremente por parte dos pesquisadores.

Ou seja, sem custos para o usuário final, ou leitor/pesquisador de uma forma geral.

(KURAMOTO, 2014, p.260)

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No Brasil, o IBICT vem, desde 2000, desenvolvendo e efetivando nas Instituições de Ensino

Superior (IES) softwares estratégicos em consonância com modelos e princípios estabelecidos nesse

movimento. A Biblioteca Digital de Teses e Dissertações é um exemplo bem-sucedido que utiliza o

padrão Open Source, ou seja, software livre. Segundo Kuramoto (2014, p. 261):

Graças ao uso desses padrões, as teses e dissertações depositadas na BDTD estão

sendo disseminadas pela Universidade do Chile e pela Networked Digital Library

of Thesis and Dissertations (NDLTD) a biblioteca mundial de teses e dissertações,

além da Bielefeld Academic Search Engine (Base).

O SEER é outro exemplo de tecnologia distribuída por esse Instituto nas universidades

brasileiras. Trata-se de outro modelo OAI baseado no Open Journal Source (OJS), o Sistema

Eletrônico de Editoração de Revistas. De acordo com Kuramoto (2014), este possibilita a

elaboração de periódicos científicos na web. O sistema torna possível a criação de um catálogo

único e integrado, pois reúne todos os artigos publicados no periódico eletrônico.

A UERJ faz parte do Consórcio da Biblioteca de Teses e Dissertações desde 2005,

coordenado pelo IBICT e gerenciado pela Rede Sirius, Rede de Bibliotecas da UERJ.

Disponibilizam-se através da web teses e dissertações em texto completo, elaboradas por

mestrandos e doutorandos dos Programas de Pós-Graduação da Universidade. Atualmente, são

totalizadas 1.385 teses e 4.084 dissertações na base. O Portal de Publicações Eletrônicas da UERJ,

também conhecido como Epublicações, utiliza a tecnologia do SEER na editoração de seus

periódicos eletrônicos.

De acordo com o DOAJ (Directory of Open Access Journals), há mais de dez mil periódicos

eletrônicos de acesso livre no mundo. Kuramoto (2014) relata que firmar uma política nacional de

acesso livre à informação científica acarretará mudanças importantes na comunicação científica no

Brasil, em especial nas IES, pois, atualmente, seria muito difícil precisar o quantitativo da produção

técnico-científica de uma universidade. Talvez a plataforma Lattes do CNPq possa ajudar a

aproximar dados desse tipo, mas esta não pode ser considerada uma rede de repositórios

institucionais na qual a comunidade científica brasileira pode depositar toda a sua produção.

Relembra-se, ainda, que a missão do IBICT é registrar e disseminar a produção científica

brasileira. Em 1980, o mesmo instituto não conseguiu levar tal tarefa a diante, pois havia grande

centralização e entraves na comunicação e no processamento de dados. Hoje, o instituto poderia

retomar essa diretriz com a efetivação de uma macropolítica em prol do acesso aberto, aproveitando

a convergência e a expansão das tecnologias de informação e comunicação.

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Destaca-se a importância do papel das bibliotecas das IES e das unidades de pesquisa, as

quais devem liderar realmente uma política informacional dentro de suas instituições, assumindo de

fato o papel de depositárias de toda a produção científica e técnica. Harnad (2006) alega que há em

torno de 25 mil periódicos científicos passando pelo sistema de avaliação por pares, em

praticamente todas as áreas do conhecimento e em diversos idiomas, com aproximadamente 2,5

milhões de artigos publicados por ano, mas as universidades e centros de pesquisa no mundo não

dispõem de orçamento para terem acesso a todas essas publicações pagas. Por isso, tal produção não

consegue atingir o máximo de seu impacto de utilização. Assim, a favor do movimento de acesso

livre à informação científica nas universidades brasileiras, é imprescindível dar apoio e

institucionalizar as iniciativas de arquivos abertos.

Pode-se afirmar que a crise dos periódicos foi, sem dúvidas, um dos fatores que incentivaram

transformações na base do modelo de negócios e na maneira de se acessarem as publicações

científicas. Esse processo pode ter sido resultante de:

(i) de uma reação dos pesquisadores ao modelo de negócios de editoras comerciais

de revistas científicas (e os preços das assinaturas cada vez mais altos); da (ii)

crescente conscientização do aumento de impacto provocado pela disponibilização

de documentos científicos livres de barreiras quanto ao acesso (econômicas e de

copyright); e das (iii) potencialidades das tecnologias da informação e da

comunicação, cujo expoente máximo é a internet. (NUNES, 2012 p. 48).

É importante a discussão da relação entre publicação eletrônica e acesso livre, segundo

Mueller (2006), na questão da plena aceitação destas pela comunidade científica. De acordo com

sua visão, somente essa adesão tornará possível o movimento tal qual como concebido pelos

cientistas. Muitos desafios deverão ser enfrentados pelas IES. Em relação aos vários tipos de textos

acadêmicos e científicos disponíveis na web, no que se refere ao grau de legitimação

(credibilidade), evoluiu-se a um ponto em que as editoras continuam presentes e detendo o

copyright. A autora lembra que, nesses casos, apesar da duplicação dos títulos de periódicos para o

meio eletrônico, o modelo impresso continua sendo mantido e a imposição de pagamento do

usuário para acessar títulos de maior notoriedade permanece — sem mencionar que as bibliotecas

não conseguiram se livrar das contas altas de assinaturas, inclusive em meios digitais, e ainda

deixaram de ter direito de acesso a periódicos pelos quais já pagaram e atualmente pagam pelo

acesso do período coberto pela assinatura, e não pelo objeto. Logo, o sonho do acesso livre sem

barreiras ainda está muito longe de ser uma realidade.

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2.4.4 O periódico científico eletrônico

Tim Bernes-Lee foi o motivador, de acordo com Segundo (2012, p.102), da maioria das

modificações que norteiam o pensamento de muitos cientistas da informação nos últimos anos, pois

escreveu o primeiro servidor de World Wide Web, em 1990:

[...] Inicia-se um processo que posteriormente vai introduzir a Internet como o

principal meio de comunicação do homem, alterando a forma de publicação

científica, a comunicação midiática, o mundo do marketing, a relação das pessoas

com as máquinas e naturalmente introduzindo a Internet nos estudos da Ciência da

Informação, seja ela como objeto, como suporte ou como aparato tecnológico que

permite criar e transformar conhecimento.

Constata-se que a Internet se transformou em objeto de estudo à medida que era utilizada

como ferramenta de trabalho na disseminação e no acesso à informação e ao conhecimento. No

entanto, ao mesmo tempo, ela conseguiu se desenvolver em meio a uma série de fragilidades

epistemológicas, como ausência de paradigmas, definições inconsistentes e falta de pesquisas

comprovadas em relação ao seu uso. Todas essas incertezas tornaram-se, então, objetos de estudos

em Ciência da Informação. (MENEOU, 1999, apud SEGUNDO, 2012, p.102).

Nesse contexto de maior popularização da Internet, principalmente com o advento das

plataformas amigáveis e interativas proporcionadas pelo ambiente Web 2.0 aos seus usuários,

Mueller (2006) afirma que o periódico eletrônico surge no mesmo período. Em países periféricos

aos centros produtores de pesquisa mundial houve a esperança de que os periódicos eletrônicos

acabariam com os entraves de acesso à produção local e internacional.

Na opinião de Lemos (2006), não é tão fácil precisar quando de fato surgiu o primeiro

periódico eletrônico, apesar de esse episódio ser bem recente na história. O problema, segundo ele,

está na conceituação. Concorda-se que o primeiro teria sido o Postmodern Culture, por

considerarem-se fatores como a passagem pelo sistema de avaliação pelos pares, maior

longevidade, edição por editora universitária, distribuição gratuita e exclusividade em ser o primeiro

acadêmico a inserir multimídia em rede, que apareceu em setembro de 1990 em correio eletrônico

(e-mail), e em janeiro de 1994 em disquete, logo depois difundindo-se na Internet em versão

hipermídia.

O periódico eletrônico aclamava uma maneira definitiva de resolução dos problemas da

comunicação científica. Seria uma forma de se libertar dos sistemas impiedosos de altas taxas

cobradas pelas editoras e sociedades científicas, mas, em sua visão, a crise dos periódicos foi gerada

por razões de ordem econômica e social; inclusive a própria comunidade científica teria ficado

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muito tempo passiva em nome do conservadorismo, da aceitação do status quo e da falta de

consciência crítica em relação aos problemas que a rodeavam.

Quanto à publicação eletrônica, alerta-se que [...] ―realmente não revoluciona a publicação

científica, porém acentua algumas das tensões existentes em termos de flutuação de preços,

durabilidade, duplicação de informação, inovação e obsolescência relacionadas com vida efêmera

dos periódicos" (SENS, 2003 apud LEMOS, 2006).

Reafirma-se que a mudança desse cenário necessita de instrumentos abrangentes de estímulo

à produção científica, deixando de lado a avaliação fundamentada em periódicos específicos de

consequente prestígio internacional. As universidades e demais centros de pesquisas devem, então,

promover a implantação de repositórios institucionais e passar a valorizar primeiramente as

publicações em periódicos nacionais disponibilizados de forma gratuita na Internet, reforçando o

movimento internacional de acesso livre (Open Access).

2.5 PORTAL WEB – UM AMBIENTE INFORMACIONAL

A ciência da informação, em relação à prática de organização, segundo Le Coadic (1996, p.

26), converteu-se em uma ciência social exigente, fundamentada em uma tecnologia rigorosa. Seu

objeto de estudo é focado nas propriedades gerais da informação, como sua natureza, gênese e

efeito, mais especificamente na:

―análise dos processos de construção, comunicação e uso da informação;

concepção dos produtos e sistemas que permitem sua construção, comunicação,

armazenamento e uso.‖ [...];

Esse mesmo autor considera a informação como:

―sangue da ciência [...] o fluído precioso, continuamente produzido e renovado, a

informação só interessa se circula, e sobretudo, se circula livremente. A atividade

de pesquisa constitui, com efeito, aplicação do raciocínio ao corpo de

conhecimentos acumulados ao longo do tempo e armazenados nas bibliotecas e

centros de documentação. Ademais o processamento desses conhecimentos, que se

torna possível após entrarem em circulação, está na origem das descobertas

científicas e das inovações técnicas. (LE COADIC, 1996, p. 27).

Dada pesquisa contempla a abordagem de Le Coadic (1996) a respeito da definição de

informação e a concepção de ambientes informacionais digitais em uma perspectiva abrangente de

Camargo (2010), que caracteriza como sistemas de informação os meios digitais denominados sites,

websites, portais, espaços de informação, ambiente digital, software, aplicações etc. Tratam-se de

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sistemas de informação multifacetados, com imensa gama de recursos interativos e colaborativos,

que podem e devem ser analisados e aperfeiçoados pela comunidade desenvolvedora e utilizadora.

Macedo (2005) destaca que os sistemas de informação são apontados na literatura, em um

sentido mais amplo, como serviços de informação, centros ou bibliotecas. Em uma definição mais

restrita, é um sistema de recuperação da informação, como catálogos de bibliotecas, base de dados

e, de forma geral, sistemas automatizados. Afirma-se também que um aspecto elementar da

Arquitetura da Informação engloba estar presente em qualquer ambiente informacional,

independentemente da forma como fora concebida; ou seja, a AI é uma característica própria dos

espaços informacionais, a qual orienta a sua própria estrutura. Logo, pode-se concluir que onde há

um espaço especifico, definido e que e disponibiliza conteúdos de qualquer tipo a uma comunidade

de usuários, intrinsecamente existe ali uma Arquitetura da Informação.

Para a autora, ambiente informacional pode ser definido como um espaço que reúne contexto,

conteúdo e usuários. São objetos de estudo da Arquitetura da Informação como disciplina e, ao

mesmo tempo, o meio onde profissionais atuam com práticas de AI. Sistemas ou ambientes

informacionais devem ser estruturados de maneira a reduzirem-se necessidades informacionais de

seus usuários; segundo Camargo (2010), eles existem muito antes do aparecimento da Internet, em

forma de museus, bibliotecas e empresas.

Quanto às necessidades informacionais dos usuários desses sistemas, para Le Coadic (1996)

essa análise tradicionalmente não é realizada pelos bibliotecários, documentalistas e intermediários

da informação, pois estes consideram que o usuário traz uma necessidade de informação bem

específica. Eles, assim, só começam a avaliar a situação de tais ambientes depois que o usuário

inicia de fato a busca da informação, isto é, quando a necessidade da informação se apresenta. Isso

significa, de acordo com o autor, que outras possibilidades foram deixadas de lado e, caso haja esse

estudo, sua única finalidade será a de melhorar o desempenho desse sistema de duas maneiras:

um estudo de uso do sistema que não suscite a questão de saber se o sistema

fornece o serviço de que os usuários potenciais necessitam, pois só há interesse por

aqueles que o utilizam;

e um estudo parcial das ‗necessidades‘ dos usuários, pois se lhes pergunta,

de que necessitam para complementar o que é oferecido. A hipótese é que o

usuário sabe o que quer e é capaz de identificar os mecanismos de obtenção da

informação! Ora conhecemos as hesitações dos usuários ao dizerem o que querem,

e o que desejam e o que necessitam. (LE COADIC, p. 42, 1996)

Sobre às hesitações, o autor propõe que as seguintes perguntas sejam respondidas: quem

necessita de informação? Que tipo de informação? Para qual grupo de pessoas? Por que precisam

dela? Quem decide quanto a essa necessidade? Quem seleciona? Que uso é dado ao que é

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fornecido? Quais consequências resultam desse uso para o indivíduo, o grupo, a instituição e a

sociedade em seu conjunto?

Alerta-se aos profissionais que operam e ensinam através da Ciência da Informação, que é

nova e de natureza interdisciplinar: seu objeto a informação permeia o espaço de outras profissões,

sendo um recurso vital ainda não mensurado de forma suficiente no que diz respeito à utilização

pelos usuários devido à ausência de análises mais substanciais das necessidades que eles detêm.

Lembra-se, também, de que a tecnologia acelera o processo do deslocamento do polo formado

pelo documento em papel para o eletrônico, ambiente onde o oral e o visual retomam o lugar do

textual, que, até então, tinha sido o dominante, deixando claro o aparecimento de uma nova cultura

informacional.

2.5.1 Portais na Web – Tipos e definições

Na revisão de literatura sobre conceito e definições de portais na web, verificou-se que não há

consenso entre os autores sobre o tema, devido à própria diversidade e amplitude da natureza desses

ambientes. Esse trabalho reúne e sintetiza algumas abordagens que nortearão a concepção e as

funções de um portal de periódicos eletrônicos.

Segundo Vilella (2003), é usual a definição de portal como um ambiente no qual podem ser

localizadas todas as informações sobre determinado tema. Detlor (2002) o caracteriza como ―um

ponto único de interfaces baseadas na web usada para promover a busca, o compartilhamento e a

disseminação da informação, assim como a provisão de serviços para comunidades de interesse‖.

Terra e Gordon (2002) afirmam que os conhecidos portais corporativos da atualidade são

resultantes da evolução dos portais inicialmente criados para usuários da Internet, como Yahoo,

Uol, Network, Terra etc. Com a popularização destes, as empresas começaram a investir em

protótipos similares de acesso às informações corporativas.

A criação de portais na web, como observa Barbalho (2004), deveu-se à necessidade de se

criarem novos mecanismos de captação de recursos via rede e de se tornar ponto de partida para

fidelizar o acesso, a fim de possibilitar a comercialização de seus serviços — espécie de passagem

obrigatória —, e, consequentemente, tornar-se um agregador de público, uniformizando fontes e

conteúdos e descaracterizando o perfil caótico proclamado pela rede.

A classificação de portais para Dias (2001) pode ser concebida de duas maneiras: uma está

relacionada à esfera de sua aplicação em um contexto (público ou corporativo) e a outra refere-se às

funcionalidades (suporte à decisão e/ou processamento cooperativo). Os portais, público e

corporativo, na concepção da autora — sendo o primeiro também conhecido como Internet, portal

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web ou portal de consumidores —, fornecem ao consumidor uma interface única. Sua finalidade é

atrair o cliente para o site, estabelecendo com seus visitantes um relacionamento unidirecional; essa

é uma mídia extra no marketing de produtos. O segundo tem a finalidade de proporcionar

informações específicas de negócios em determinado contexto, ajudando os usuários de sistemas

informatizados corporativos a localizarem informações necessárias para o desenvolvimento de

estratégias de concorrência. Dias (2001) apresenta uma descrição resumida sobre as gerações de

portais corporativos e públicos nos quadros abaixo:

Quadro 8 - Gerações de portais corporativos

Geração - Categoria Características das gerações dos portais corporativos

Primeira - Referencial Máquina de busca, com catálogo hierárquico de conteúdo da web. Cada entrada do catálogo

contém uma descrição do conteúdo e um link. Essa geração enfatiza mais a gerência de

conteúdo disseminação em Massa das informações corporativas e o suporte à decisão.

Segunda - Personalizado O usuário, por meio de um identificador e uma senha, pode criar uma visão personalizada

do conteúdo do portal, conhecida como "Minha Página". Essa visão mostra apenas as

categorias que interessam a cada usuário. O portal pode avisar ao usuário sempre que um

novo conteúdo for adicionado as categorias por ele assinaladas. Os usuários podem

publicar documentos no repositório corporativo para que esses sejam também visualizados por

outros usuários. Essa geração privilegia a distribuição personalizada de conteúdo.

Terceira - Interativo

O portal incorpora aplicativos que melhoram a produtividade das pessoas e equipes tais

como correio eletrônico, calendários, agendas, fluxos de atividades, gerência de projetos,

relatórios de despesas, viagens, indicadores de produtividade, etc. Essa geração adiciona o

o caráter cooperativo ao portal, provendo tipos de serviços interativos.

Quarta - Especializado Portais baseados em funções profissionais, para gerência de atividades específicas na

instituição, tais como vendas, finanças, recursos humanos, etc. Essa geração envolve a

integração de aplicativos corporativos com o portal de forma que os usuários possam executar

transações, ler, gravar e atualizar os dados corporativos, e ainda incorpora outras

possibilidades como comércio eletrônico, por exemplo.

Fonte: Baseado em Eckeson (2000), apud Dias (2001, p.54).

Quadro 9 - Gerações de portais públicos

Geração - Categorias Características da Gerações de Portais Públicos

Primeira - Referencial

Máquina de busca, com catálogo hierárquico de conteúdo da web. Cada entrada do

catálogo contém uma descrição do conteúdo e um link.

Segunda - Personalizado

O usuário, por meio de um identificador e uma senha, pode criar uma visão personalizada

do conteúdo do portal, conhecida como "Minha Página". Essa visão mostra apenas as

categorias que interessam a cada usuário. O portal pode avisar ao usuário sempre que um

novo conteúdo for adicionado às categorias por ele assinaladas.

Terceira - Interativo

O portal incorpora aplicativos, tais como correio eletrônico, chat de discussão, cotação

da bolsa , comércio eletrônico, leilões, permitindo ao usuário interagir com o portal e

com seu provedor de conteúdo. Os usuários podem selecionar essas aplicações para suas

páginas pessoais.

.

Fonte: Baseado em Eckeson (2000), apud Dias (2001, p.54).

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94

Quadro 10 - Resumo da tipologia de portais corporativos

Portal com ênfase em suporte à decisão Auxiliam gestores e analistas a acessarem informações

corporativas para tomada de decisão.

Portal de informações ou de conteúdo Organiza grandes acervos de conteúdo a partir de seus temas

neles contidos. Conecta pessoas às informações.

Portal de negócios Disponibilizam informações para tomada de decisões de

negócios da instituição como relatórios, documentos textuais,

vídeos, páginas da Web, correio eletrônico, etc.

Portal de suporte à decisão Captura informações armazenadas em base de dados

operacionais, no datawarehouse corporativo ou ainda em

sistemas externos à instituição através de ferramentas

inteligentes e aplicativos analíticos.

Portal com ênfase em processamento

colaborativo

Operam com informações da cadeia produtiva tradicional,

armazenadas e manipuladas por aplicativos corporativos como

também por informações geradas por grupos ou indivíduos

fora dessa cadeia.

Portal colaborativo ou para

processamento colaborativo

Lida com ferramentas cooperativas de trabalhos em grupo

(groupware) e de fluxo de tarefas e/ou documentos (workflow)

para fornecer acesso a informações geradas por indivíduos ou

grupos.

Portal de especialistas Distingui-se troca de experiências entre pessoas especializadas

em determinadas áreas do conhecimento, por meio de

comunicação em tempo real, educação à distância e

manutenção de cadastro automático de especialistas.

Portal de suporte à decisão e

processamento colaborativo

É o mais abrangente por unir funções de suporte à decisão e de

processamento colaborativo. É capaz de fornecer em um

mesmo

ambiente, aplicativos de gerência de conteúdo, processamento

de decisões, groupware, workflow, correio eletrônico,

inteligência de negócios, sistemas especialistas etc.

Portal do conhecimento Capaz de implementar tudo que os outros tipos de portais

implementam e de fornecer conteúdo personalizado de acordo

com a atividade de cada usuário.

Portal de informações empresariais Fornecendo acesso às informações institucionais a partir de

uma interface individualizada, disponível na Intranet da

empresa. utiliza metadados e a linguagem XML (Extensible

Markup Language) para integrar os dados não estruturados.

Fonte: Elaborado pela autora baseado em Kranen (2001, p. 13-4) apud Barbalho (2004, p.7).

Nota-se nas tipologias descritas acima que algumas se relacionam e requerem critérios bem

estabelecidos em um diagnóstico sobre a informação disponibilizada nos portais.

Constata-se na pesquisa de Dias (2001) que tanto os portais públicos quanto os

corporativos desenvolveram-se no tempo e no espaço, sendo possível vislumbrar inúmeras

possibilidades de evoluções.

O Joint Information Systems Committee (JISC, 2009) descreve um portal como um serviço de

rede que fornece um ponto personalizado e único de acesso a uma gama de serviços de rede

heterogêneos, locais e remotos, estruturados e não-estruturados. A função de um portal muitas vezes

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inclui a descoberta de recursos, acesso a e-mail e fóruns de discussão on-line. Esses são destinados

para os usuários finais através de ―padrões‖ comuns da web, como HTTP, HTML, Java e

JavaScript. No contexto do JISC IE, portais interagem com corretores, agregadores, índices,

catálogos e provedores de conteúdo que usam Z39.50, SRW, o OAI-PMH e RSS / HTTP.

Ressalta-se o potencial dos portais para facilitar o acesso aos mais variados tipos de

informações institucionais e sua capacidade de centralizar e organizar a informação, sendo o portal

corporativo um instrumento importante na elaboração de análises e diagnósticos da produção de

conhecimento de uma organização.

2.5.2 Portal de periódicos científicos eletrônicos

De acordo com Garrido e Rodrigues (2010), os portais de periódicos científicos eletrônicos

tornaram-se possíveis por causa da Internet, seus recursos e linguagem, bem como a utilização de

softwares de arquivos abertos (OAI). Ressaltam a importância em diferenciar-se portal de periódico

científico de repositório científico acadêmico, pois ambos têm finalidades semelhantes na

disseminação da informação, porém permanecem como objetos de características bem

diferenciados.

As autoras definem portal de periódicos como algo exclusivo às publicações científicas que

passam pelo sistema de avaliação pelos pares, indexadas em diversas áreas do conhecimento. Os

repositórios reúnem a produção acadêmica determinada por cada universidade e ambos os sistemas

se complementam; uma mesma comunidade científica pode fazer uso deles com diferentes

finalidades. Relata-se que há entre os pesquisadores o debate de que essas novas estruturas ainda

não estejam consolidadas, sendo primordial, para tal, a apropriação cultural de pessoas e

instituições.

Descreve-se que, além de possuírem características singulares (centralizadores de

informações relevantes, padronização, segurança), ambos demandam uma organização institucional,

com a finalidade de dar visibilidade à identidade da produção científica da instituição e preservar-se

a memória, tornando esses atributos, então, imprescindíveis à instituição que gerencia o portal.

Fachin e Rodrigues (2008) observam que os portais de periódicos eletrônicos têm vários

desafios a enfrentar em suas instituições para que os objetivos sejam atingidos. A primeira delas diz

respeito à credibilidade das informações; Mueller (2006, p. 37) cita: ―qualquer iniciativa de

publicação científica que não garanta avaliação prévia dos conteúdos por especialistas vai encontrar

muitas barreiras para ser legitimada no mesmo nível dos periódicos tradicionais‖.

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Além desse aspecto, outros são levantados pelos autores, como condições de segurança

técnica, cultura, capacitação, institucionalização e pesquisa. Quanto à segurança técnica, afirma-se

que a organização dos periódicos eletrônicos em um portal exige a garantia da preservação de seus

dados, um suporte específico, segurança e confiabilidade de armazenamento pela instituição que os

mantêm. A questão de cultura e capacitação está relacionada à formação contínua de editores e

alunos bolsistas para que estes possam atuar na plataforma escolhida, bem como à realização de

cursos e palestras. A cultura é a adoção da plataforma por parte dos editores que serão seus

multiplicadores no processo de divulgação do portal.

Outro aspecto da institucionalização e pesquisa citado pelos autores é que a criação de um

portal de periódicos eletrônicos em uma instituição cria um novo componente na estrutura

organizacional da universidade. Os periódicos, quando reunidos em portais, passam a gerar

questões de interesse coletivo a serem compartilhadas, possibilitando a otimização de recursos, a

padronização e a realização dos processos que requererem a criação de procedimentos e normas,

estruturas de pesquisas, cursos, testes, bolsas para alunos de graduação e pós-graduação, e parcerias

internas na instituição e externas em âmbito regional, nacional e internacional.

Percebe-se que um portal de periódicos demanda uma estrutura complexa e necessária no

processo da comunicação científica. Em se tratando de um site, Stumpf (2003) o caracteriza como

instrumento dinâmico de informação, que precisa ser avaliado de modo a se averiguar o alcance dos

objetivos propostos ao público em foco.

2.5.2.1 Portais de periódicos de acesso livre nas universidades públicas brasileiras

O IBICT construiu um diretório contendo links de diversas instituições brasileiras, como

universidades públicas, particulares e outras ligadas à pesquisa científicas, até mesmo editoras que

elaboraram seus portais de periódicos eletrônicos de acesso aberto. Esses portais foram

desenvolvidos a partir do software Open Journal Systems, pela Universidade de British Columbia.

Esse sistema foi traduzido no Brasil e customizado pelo IBICT com a denominação de Sistema de

Editoração de Revistas – SEER – com a finalidade de construir e gerenciar publicações periódicas

eletrônicas.

O diretório tem a intenção de divulgar periódicos científicos brasileiros e seus portais que

utilizam o SEER/OJS. Na seção de Revistas são disponibilizadas ferramentas de buscas simples e

avançadas de acordo com ano, área do conhecimento, instituição e região.

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O sítio atualmente passa por reformulação. A parte dos treinamentos está suspensa até que

sejam concluídas as novas políticas do projeto que contemplarão soluções relacionadas ao ensino à

distância e avaliações de solicitações de treinamento in loco, de acordo com IBICT (2015).

Documentos úteis são apresentados em PDF e podem ser baixados como código livre,

comunicação científica, configuração visual, diferença entre VS1 e VS2, funções editorais VS2,

interface, metadados e técnica de instalação. Além disso, disponibiliza-se a demonstração do

sistema SEER em versão de teste. Há uma área de Links relacionados que trata de questões ligadas à

criação e ao gerenciamento de periódicos científicos no ambiente eletrônico, como o Encontro

Nacional dos Usuários do SEER (EUSEER), Open Journal System e o Public Knowledge Project

(PKP). Trata-se de uma iniciativa de estimular o desenvolvimento de softwares de livre acesso no

mundo — o PKP suport Forum é um fórum de discussão sobre essas iniciativas.

A seção Portais no SEER é formada por uma lista com links de diversas instituições

brasileiras que se utilizam desse sistema de editoração eletrônica de revistas. Esse trabalho ressalta

as universidades públicas brasileiras que construíram portais de periódicos eletrônicos de acesso

aberto, por isso elaborou-se uma tabela abaixo baseada nos dados apresentado pelo diretório do

IBICT. Listam-se 52 links de universidades públicas brasileiras de norte a sul do país. Observou-se

que algumas universidade possuem mais de 1 (um) portal de periódicos eletrônicos.

Percebe-se que as universidades públicas que utilizam o SEER têm autonomia de

customização desse software no que diz respeito à arquitetura de informação de seus portais de

periódicos eletrônicos, pois não há uma padronização sugerida pelo IBICT nesse aspecto.

Observa-se também que uma mesma instituição que apresenta mais de um portal, não possui

uma identidade visual própria e há diferentes projetos de AI para portais que representam a mesma

universidade.

Figura 13 – Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas (SEER) - IBICT

Fonte: Disponível em: <http://www.ibict.br/pesquisa-desenvolvimento-tecnologico-e-inovacao/sistema-

eletronico-de-editoracao-de-revistas-seer/outras-informacoes>. Acesso 16 mar.2016.

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TABELA 1- Portais de periódicos eletrônicos de universidades brasileiras que utilizam o SEER

PORTAIS DE PERIÓDICOS ELETRÔNICOS DE UNIVERSIDADES BRASILEIRAS CADASTRADOS NO IBICT

Instituição LINK QT

Universidade do Estado do Rio de Janeiro Portal de Publicações Eletrônicas 01

Universidade Federal do Espírito Santo Periódicos da UFES 01

Universidade Federal Fluminense Revistas Eletrônicas da UFF 02 Universidade Federal Fluminense Portal de Periódicos de Ciências Humanas e Filosofia

Universidade Federal de Minas Gerais Revistas Eletrônicas da Faculdade de Educação - UFMG 01

Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho Portal de Periódicos Científicos 04 Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho Portal de Peripódicos Campus de Rio Claro

Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho Portal de Periódicos FCLAr - Unesp

Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho Portal de Periódicos do Campus de Franca Universidade do Estado de São Paulo Portal de Revistas Eletrônicas - FFC - UNESP Marília 01

Universidade de Campinas Portal de Publicações Periódicas Eletrônicas da Faculdade de

Educação

02

Universidade de Campinas Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas - IEL

Universidade do Rio de Janeiro http://www.seer.unirio.br/ 01

Universidade de Brasília Portal de Periódicos da UnB 01

Universidade do Estado de Minas Gerais Portal de Periódicos da Editora da Universidade de Minas Gerais

02

Universidade do Estado de Minas Gerais Portal de Periódicos da Faculdade de Letras - UFMG

Universidade do Estado de Santa Catarina Portal de Periódicos UDESC 01 Universidade Estadual da Paraíba Sistema Eletrônico de Revistas UEPB 01

Universidade Estadual de Goiás Portal de Periódicos Científicos da UEG

01

Universidade Estadual de Londrina Portal de Periódicos Científicos da UEL 01 Universidade Estadual de Maringa Portal de Periódicos da UEM 01

Universidade Estadual de Ponta Grossa Portal de Periódicos UEPG 01 Universidade Estadual do Ceará Portal de Periódicos da UECE 01

Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul Portal de Publicações Eletrõnicas da UEMS 01

Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia Portal de Periódicos da UESB 01 Universidade Federal da Bahia Portal de Periódicos da UFBA 01

Universidade Federal da Grande Dourados Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas da UFGD 01

Universidade Federal da Paraíba Portal de Periódicos Científicos Eletrônicos da UFPB 01

Universidade Federal de Alagoas SEER UFAL 01 Universidade Federal de Alfenas UNIFAL-MG - Revistas 01

Universidade Federal de Goiás Portal de Periódicos Eletrônicos da UFG 02

Universidade Federal de Goiás Portal de Periódicos Eletrônicos da UFG

Universidade Federal de Pelotas Periódicos Eletrônicos UFPel 01

Universidade Federal de Rondônia Portal de Periódicos da Fundação Universidade Federal de

Rondônia

01

Universidade Federal de Roraima Portal de Revistas da UFRR 01 Universidade Federal de Santa Catarina Periódicos UFSC 01

Universidade Federal de Santa Maria Portal de Periódicos Eletrônicos da UFSM 01

Universidade Federal de Uberlândia Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas - UFU 01 Universidade Federal do Amapá Portal de Periódicos da UNIFAP 01

Universidade Federal do Maranhão Portal de Periódicos da UFMA 01 Universidade Federal do Mato Grosso Portal de Revistas Científicas da UFMT 01

Universidade Federal do Mato Grosso do Sul UFMS / SEER - Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas 01

Universidade Federal do Pará Portal de Revistas Científicas da UFPA 01

Universidade Federal do Paraná Biblioteca Digital de Periódicos da UFPR 01

Universidade Federal do Rio Grande do Norte Portal de Periódicos Eletrônicos da UFRN 01 Universidade Federal do Rio Grande do Sul SEER UFRGS 01

Universidade Federal do Triângulo Mineiro http://www.uftm.edu.br/revistaeletronica/ 01

Universidade Federal Rural de Pernambuco Portal de Periódicos da UFRPE 01

Universidade Federal Rural do Semi-Árido Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas 01 Universidade Feral do Rio Grande do Sul Portal de Periódicos Científicos - FURG 01

Universidade Municipal de São Caetano do Sul Portal Periódicos USCS 01

Universidade Regional de Blumenau Portal de Periódicos da FURB 01 Total: 52

Tabela elaborada pela autora. Fonte: Disponível em:

<http://seer.ibict.br/index.php?option=com_content&task=view&id=505&Itemid=144>. Acesso em: 20 nov. 2015.

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2.5.2.2 Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível

Superior - CAPES

O Portal de Periódicos CAPES é uma iniciativa política com o objetivo de democratizar o

acesso à informação científica e ao mesmo tempo se propõe em ser uma inovação e uma solução

financeira. (CORREA et al, 2008). Segundo informações do site, o portal iniciou sua história em

1990, quando o Ministério da Educação (MEC) criou um programa para bibliotecas de Instituições

de Ensino Superior (IES) e cinco anos após lançou o Programa De Apoio à Aquisição de

Periódicos. (BRASIL, 2015)

O Portal de Periódicos Capes, foi criado oficialmente em 11 de novembro de 2000, paralelo

ao aparecimento das bibliotecas virtuais e das iniciativas de digitalização de acervos por parte das

editoras. O portal passou a negociar com editoras internacionais e nacionais, centralizando a

aquisição desse tipo de conteúdo. Até 2001 a Capes repassava diretamente às instituições de ensino

superior recursos financeiros para a manutenção das coleções impressas, mas, a partir de 2002,

esses recursos foram centralizados pela mesma instituição, que começou a ampliar seus

investimentos nos periódicos eletrônicos e na atualização do conteúdo do Portal.

Trata-se de uma biblioteca virtual que agrega e disponibiliza a instituições brasileiras de

pesquisa e ensino a produção científica internacional. Seu acervo é composto de 37 mil títulos de

texto completo, 126 bases de dados referenciais, 11 de patentes, bem como de livros, enciclopédias

e obras de referência, normas técnicas, estatísticas e conteúdo audiovisual.

Não existe no mundo inteiro nenhuma iniciativa semelhante a essa, por isso é considerado um

modelo de consórcio de bibliotecas concebido para compensar a carência de acesso das bibliotecas

universitárias brasileiras que fazem parte do sistema de ensino federal à informação científica

internacional, com a ideia principal de que seria muito mais dispendioso atualizar seus acervos de

periódicos impressos.

É totalmente financiado pelo governo brasileiro com a capacidade de cobrir todo o território

nacional. Tem o objetivo de reduzir as desigualdades regionais no acesso às informações científicas

no Brasil.

As instituições que podem participar do acesso livre e gratuito ao acervo do Portal Capes

segundo o site devem obedecer aos seguintes critérios:

Instituições federais de ensino superior; instituições de pesquisa com pelo menos um programa

de pós-graduação e que tenham obtido nota 4 ou superior na avaliação da CAPES;

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Instituições públicas de ensino superior estaduais e municipais com pelo menos um programa

de pós-graduação e que tenham obtido nota 4 ou superior na avaliação da CAPES;

Instituições privadas de ensino superior com pelo menos um doutorado e que tenham obtido

nota 5 ou superior na avaliação da CAPES;

Instituições com programas de pós-graduação recomendados pela CAPES e que atendem aos

critérios de excelência definidos pelo Ministério da Educação acessam parcialmente o conteúdo

assinado pelo Portal de Periódicos. (BRASIL, 2015).

O Portal também disponibiliza a todos os demais usuários interessados periódicos de acesso

livre, bem como bases de dados nacionais e internacionais selecionados pela equipe do Portal e

referências de teses e dissertações produzidas nos programas de pós-graduação em todo Brasil.

O Portal Capes significa um avanço no modelo tradicional de acesso a documentos impressos

para os eletrônicos, segundo Correa (2008), o qual amplia e democratiza o acesso às informações

científicas, favorecendo tanto aos pesquisadores de grandes centros quanto aos de universidades

distantes. Essa iniciativa caracteriza a inclusão da comunidade científica e da acadêmica nacional

no processo da comunicação científica internacional, possibilidade que traz consequências positivas

para o próprio processo de produção científica e tecnológica nacional.

O acervo do Portal de Periódicos Capes, de acordo com Almeida (2015), é composto de:

37.223 títulos de periódicos;

126 bases de dados referenciais e de resumos;

66 bases de teses e dissertações;

57 bases de estatísticas;

42 obras de referência;

11 bases de dados de patentes;

9 bases de dados de materiais audiovisuais;

2 bases de normas técnicas;

265.401 documentos eletrônicos, como capítulos de livros, manuais, relatórios e anais de

congressos.

O portal continuou investindo em inovação em 2014 por determinação da Secretaria de

Comunicação Social da Presidência da República (Secom/PR). Como houve melhoria em sua

interface, a CAPES aproveitou a proposta de modernização para incluir outros serviços para os

usuários do portal, como a ―Central de conteúdos‖, localizada no menu esquerdo da página inicial.

Essa opção possibilitou o acesso a outros formatos de documentos, como áudio e vídeos. Além

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disso, permitiu o acesso direto aos aplicativos móveis do Portal, que podem ser baixados tanto em

versão para sistema IOS quanto para Android. Os tipos de busca, o ―Meu espaço‖, a opção para

acesso remoto e todos os outros serviços e funcionalidades foram mantidos na nova interface.

2.5.2.2.1 WebQualis

WebQualis é o aplicativo que possibilita classificar os veículos de divulgação da produção

intelectual dos programas de pós-graduação, e a divulgação do resultado dessa classificação

(listagem por área) é disponibilizada no site da CAPES. Embora todos esses veículos sejam

passíveis de classificação, atualmente o WebQualis somente qualifica a produção científica

divulgada através de periódicos e anais dos eventos. A partir de 2015 a classificação desses

periódicos passou a ser realizada no módulo Qualis da Plataforma Sucupira.

O Qualis Periódicos, segundo Brasil (2015), quanto à definição e à finalidade institucional,

trata-se de um conjunto de procedimentos firmados por cada área de avaliação para a estratificação

da qualidade da produção intelectual dos programas de pós-graduação. É um instrumento para

auxiliar o processo de avaliação dos programas de pós-graduação. Fazem parte da base de revistas e

periódicos do Qualis somente títulos declarados pelos programas de pós-graduação através do

módulo coleta da Plataforma Sucupira durante o quadriênio. Quanto à classificação de cada

periódico, esta pode ser distinta e depender da área de avaliação e seus critérios.

As atualizações habituais na classificação dos periódicos são realizadas sempre levando-se em

consideração as novas revistas, que são evidenciadas pelos programas de pós-graduação a cada

calendário de envio na Coleta na plataforma Sucupira, disponibilizada pela CAPES na web.

Quando os dados do periódico chegam à CAPES, eles são reunidos em uma base de dados

pelos títulos de todos os periódicos e eventos mencionados pelos programas naquele ano; logo, é

um processo de classificação dos periódicos listados pelos próprios programas, e não oriundos do

universo de periódicos de cada área. Essa classificação é coordenada por uma comissão de

consultores de cada área e sofre atualização anual. Há, inclusive, um enquadramento em categorias

indicativas que é divulgado pelo programa de pós-graduação.

2.5.2.3 Scientific Eletronic Library Online - SciELO

A Scientific Electronic Library Online (SciELO) é uma biblioteca eletrônica que reúne uma

coleção de periódicos científicos brasileiros. Trata-se da consequência de um projeto de pesquisa

realizado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) junto com o

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Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (BIREME), que, partir

de 2002, passou a ter apoio do CNPq.

A intenção do projeto, segundo SciELO (2015), ―é desenvolver uma metodologia comum

para a preparação, armazenamento, disseminação e avaliação da produção científica em formato

eletrônico‖. Novos títulos estão constantemente se integrando à biblioteca eletrônica. O SCIELO foi

idealizado para fornecer amplo acesso a coleções de periódicos no todo, em partes (fascículos) e

artigos. As buscas podem ser realizadas através de índices e de formulários. É frequentemente

atualizado tanto em seu formato quanto no seu conteúdo, de acordo com o desenvolvimento do

projeto.

O acesso às informações pode ser dado através de uma lista alfabética de títulos ou assuntos,

bem como pelo módulo de pesquisa de títulos dos periódicos, por nomes das instituições

publicadoras e pelo local de publicação. Proporciona-se acesso aos textos na íntegra dos artigos

através de um índice de autor e de assuntos ou de um formulário de pesquisa de artigos que busca

elementos como autor, palavras do título, assunto, palavras presentes no texto e ano de publicação.

A metodologia SciELO, segundo Packer (1998), caracteriza-se como uma saída eficiente,

versátil e abrangente para a publicação científica eletrônica, e tem condições de ser admitida como

uma metodologia comum tanto para publicação eletrônica brasileira quanto para a América Latina e

Caribe. Atualmente verifica-se que essa metodologia realmente se estende a diversos países do

mundo, pois conta com coleções de periódicos provenientes de África do Sul, Argentina, Bolívia,

Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Espanha, México, Peru, Portugal, Uruguai e Venezuela.

Figura 14 - Scientific Eletronic Library Online (SciELO)

Fonte: Disponível em: <http://www.scielo.org/php/index.php>. Acesso em 20 mar. 2015

A SciELO disponibiliza em sua base de dados livros na íntegra em formato PDF, bem como

partes de capítulos de livros em acesso aberto.

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3 MARCO EMPÍRICO: DISPONIBILIZAÇÃO DE PERIÓDICOS

ELETRÔNICOS NA UERJ

Neste capítulo será apresentada a disponibilização de periódicos eletrônicos na Universidade

do Estado do Rio de Janeiro através do Portal de Publicações Eletrônicas, também conhecido como

e-Publicações. Há um sítio denominado Revistas Online, que, embora apareça em destaque na

página institucional da UERJ, não será considerado como objeto de estudo da presente pesquisa.

A escolha do Portal de Publicações Eletrônicas como produto de investigação baseia-se na

observação inicial dos ambientes e na constatação de que um número significativo de periódicos

eletrônicos disponíveis em Revistas Online faz parte também do e-Publicações. Outro fato

considerado e observado diz respeito ao sítio Revistas Online, que tem uma característica mais

informativa e referencial do que propriamente exercer a função de um portal de periódicos

eletrônicos, como o Portal de Publicações Eletrônicas da UERJ; por isso, este se apresenta de

forma mais adequada para tal proposta.

Figura 15 – Revistas Online da UERJ

Fonte: Disponível em: < http://www.uerj.br/revistas/>. Acesso em 16 jan. 2015.

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3.1 O PORTAL DE PUBLICAÇÕES ELETRÔNICAS DA UERJ

O Portal de Publicações Eletrônicas da UERJ, de acordo com o sítio institucional, foi criado

em 2008 pela Sub-reitoria de Extensão e Cultura, com colaborações do Departamento de Extensão,

da Diretoria de Informática (DINFO) e Rede Sirius- Rede de Bibliotecas da UERJ, com o objetivo

de reunir periódicos editados na Universidade do Estado do Rio de Janeiro. A condição principal

para se integrar ao Portal é cadastrar o periódico como projeto extensionista no Departamento de

Extensão (SR3). Conta-se atualmente com 70 periódicos, sendo 60 correntes, três não correntes

disponíveis para acesso eletrônico e sete em fase de publicação, de acordo com o Portal de

Publicações Eletrônicas da UERJ (2016).

Figura 16- Fluxograma do Processo Editorial do Portal e-Publicações da UERJ.

Fonte: < http://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/index/about/aboutThisPublishingSystem.>. Acesso em:

05 abr. 2016.

O Portal oferece o curso em Sistema de Editoração Eletrônica de Revistas (SEER), que é um

treinamento dos papéis do fluxo editorial no SEER com as devidas instruções do e-Publicações

UERJ. Cada aula trata de determinado papel, e cada papel pode ter mais de uma aula. No

treinamento são empregados os tutoriais elaborados pelo IBICT, todos atualizados a cada nova

versão do SEER. A participação no curso requer preenchimento do formulário de inscrição por

parte dos interessados, que é divulgado pelo Depext via e-mail aos editores.

O sítio também disponibiliza normas ABNT de periódicos. O Portal utiliza o Open Jounal

Systems (OJS 2.3.7.0), sistema de código livre gratuito para a administração e publicação de revistas

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desenvolvido com suporte e distribuição pelo Public Knowledge Project (PKP), sob a licença GNU

(General Public License). Segue abaixo um fluxograma explicativo sobre o processo editorial de

publicações eletrônicas no Portal de Publicações Eletrônicas da UERJ.

Figura 17 – Portal de Publicações Eletrônicas da UERJ e seus sistemas de arquitetura da informação

Fonte: Disponível em:< http://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/index/about>. Acesso em 19 fev. 2015.

Nesse ponto termina o marco empírico escolhido para a observação e posterior análise.

A seguir serão apresentadas as características essenciais desse trabalho e as etapas

desenvolvidas no decorrer da pesquisa.

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4 METODOLOGIA

Definir metodologia é uma tarefa polêmica; Minayo (2008) alega que, comumente, métodos

são associados a técnicas. No entanto, há também aqueles que os separem do campo da

operacionalização e os coloquem dentro da epistemologia. Para a autora, a metodologia está bem no

meio da sociologia do conhecimento, pois naturalmente faz parte da visão social de mundo aliada à

teoria, enquanto o método constitui-se na maneira como que um processo se desenvolve. Concebe-

se que não existe ciência neutra, visto que há, dentro da lógica de construção teórica, um constante

diálogo entre subjetivação e objetivação.

Afirma-se que o conhecimento científico é gerado através da relação entre teoria e realidade

empírica, tendo o método, assim, a finalidade de tornar possível a investigação da realidade através

de perguntas formuladas pelo pesquisador. A definição de método como uma reunião de

pressupostos, regras e procedimentos determinados que constroem um conhecimento é proposta por

Popper (1985). A Epistemologia (ou lógica da pesquisa científica) deve ser considerada com a

teoria do método científico, que, por sua vez, deve estar relacionada à escolha de métodos, à forma

como o cientista define seu trabalho com os dados obtidos.

Quanto ao método empírico, sugere-se: ―A decisão aqui proposta para chegar ao

estabelecimento de regras adequadas ao que denomino ‗método empírico‘ está estreitamente ligada

ao meu critério de demarcação; proponho que se adotem as regras que assegurem a possibilidade de

aferir sua falseabilidade‖ (POPPER, 1985, p. 51). O planejamento de uma pesquisa científica, de

acordo com Braga (2002), é a etapa mais marcante, pois deve conter desde a escolha da linha e do

tema a serem seguidos até a construção do plano, do pré-projeto e do projeto. Essa fase possibilita

ao pesquisador ter uma visão mais abrangente de seu objeto de estudo, principalmente em relação à

construção teórica e metodológica a ser utilizada para alcançar os objetivos esperados.

Quanto à característica qualitativa da pesquisa, busca-se a abordagem de Minayo (2008), que

considera importante a objetivação, ou seja, um procedimento investigativo que percebe a

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multiplicidade do objeto das ciências sociais; cria teorias; trata de forma crítica toda a revisão

literária sobre o tema; sistematiza conceitos e categorias; utiliza técnicas apropriadas e elabora

análises específicas em relação a um contexto. Essa mesma objetivação renega o discurso ingênuo

ou malicioso da neutralidade, porém ordena que se obtenham formas para reduzir a frequência

constante do juízo de valor na pesquisa.

Com base nas premissas expostas acima, segue a descrição de como foram construídos os

procedimentos metodológicos realizados no presente trabalho.

4.1 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A proposta inicial desse estudo possibilita uma escolha metodológica que prioriza

características qualiquantitativas com caráter de estudo de caso, pois o universo delimitado é o

Portal de Publicações Eletrônicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). A intenção

é selecionar princípios da Arquitetura da Informação para a elaboração de critérios capazes de

avaliar portais de periódicos eletrônicos de universidades, com foco na atual arquitetura do Portal

da UERJ.

O estudo de caso, de acordo com Yin (2005, p. 20), em síntese, propicia uma pesquisa que

preserva características holísticas e marcantes do cotidiano, assim como os ciclos vitais do

indivíduo, processos que envolvem organizações, administrações, mudanças que ocorrem em

regiões urbanas, relações internacionais e o amadurecimento de setores econômicos. Na revisão de

literatura foram identificados o estado da arte, definições, conceitos, princípios e boas práticas da

Arquitetura da Informação.

Optou-se por estudar periódicos nacionais e internacionais de acesso livre, além de livros de

autores seminais sobre os temas disponíveis em bibliotecas e acervo pessoal do orientador da

pesquisa. Em outros momentos também foram utilizados autores de outras áreas do conhecimento,

devido à inerente interdisciplinaridade estabelecida no campo da Arquitetura da Informação, com a

finalidade de esclarecer e respaldar ideias.

Quanto ao levantamento bibliográfico, este teve uma restrição de escopo, nos últimos dez

anos, nas seguintes bases de dados: Portal de Periódicos da CAPES, com a seleção dos artigos de

Ciências Sociais Aplicadas; Base de Dados Referencial de Artigos de Periódicos em Ciência da

Informação (BRAPCI) e Biblioteca Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD). Além das bases de

dados, foram feitas pesquisas individualizadas em diversas revistas acadêmicas de Ciência da

Informação e Ciência da Computação, de forma a verificar se a pesquisa feita nas bases poderia ter

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108

omitido algum resultado. Também foi realizada uma busca dos anais dos Encontros Nacionais de

Pesquisa em Ciência da Informação (ENANCIB) através do repositório BENANCIB.

Na pesquisa por palavra-chave adotaram-se os idiomas português e inglês. Os termos

utilizados em português foram: arquitetura da informação, portal de periódicos eletrônicos,

periódicos eletrônicos, periódicos de acesso livre, provedores eletrônicos, periódico científico

eletrônico, periódico científico e comunicação científica; e, em inglês, information architecture,

eletronic journals, electronic providers, scientific journal, scientific communication. As pesquisas

também incluíram a combinação de dois ou mais desses termos, de forma a tornar os resultados

mais refinados.

A literatura revisada foi sistematizada com o propósito de selecionar princípios e construir

critérios para análise dos textos obtidos. Assim, têm-se entendimento do campo de estudo e

conceitos e definições fundamentais para o andamento do trabalho. Mesmo que grande parte dos

conceitos importantes para a compreensão desta pesquisa já estejam expostos nos capítulos de

fundamentação teórica, a análise está sendo constantemente revisitada, objetivando uma melhor

investigação do campo de estudo. Esse trabalho agrega uma perspectiva exploratória, pois se baseia

em desenvolver e modificar conceitos e ideias, com o objetivo de formular novas hipóteses que só

serão completamente respondidas com estudos posteriores.

Fundamenta-se principalmente no levantamento bibliográfico/documental e no estudo de

caso e entrevistas. A questão quantitativa – como coleta de dados ou amostragens – é pouco

costumeira nesse nível de pesquisa. Na revisão bibliográfica foram selecionados alguns dos

princípios descritos logo após a caracterização de cada sistema fundamental da Arquitetura da

Informação, com a finalidade de abordar problemas relacionados aos portais de periódicos

eletrônicos. Considerando-se a pertinência e a relevância desses princípios, elaborou-se para cada

sistema um conjunto de critérios específicos a serem aplicados em forma de questionário nos

ambientes informacionais do Portal de Publicações Eletrônicas da UERJ.

Nessa diretriz encarou-se o trabalho como uma pesquisa exploratória, uma vez que o

objetivo geral parte do pressuposto da elaboração de um questionário para avaliar o portal segundo

um conjunto de critérios selecionados a partir de princípios e boas práticas da Arquitetura da

Informação. Trata-se de um instrumento que tem como finalidade auxiliar profissionais da

informação a avaliarem portais de publicações científicas e buscarem, assim, uma visão da

qualidade do produto desenvolvido.

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109

5 CONSTRUÇÃO DO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO

Realizada a investigação na literatura sobre princípios fundamentais desenvolvidos ao longo

de pesquisas, foi selecionado um conjunto de critérios estabelecidos com a finalidade de se

construir um questionário (instrumento de avaliação) para ser aplicado no Portal de Periódicos

Eletrônicos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Esses critérios, descritos nas seções a

seguir, são representativos de uma proposta inspirada nas técnicas de inspeção de usabilidade e

apoiados nos quatro (4) sistemas fundamentais da Arquitetura da Informação: organização,

rotulagem, navegação e busca, segundo Morville e Rosenfeld (2006).

5.1 CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE ORGANIZAÇÃO Após a leitura sobre diversas abordagens, foram selecionados os princípios relacionados ao

sistema de organização da Arquitetura da Informação. Considerando-se a pertinência e a relevância

destes para a construção de critérios específicos subjacentes a esse sistema, e priorizando-se as

características particulares e finalidades de um portal de publicações eletrônicas, elaborou-se o

seguinte quadro sintético:

Quadro 11 - Critérios para Avaliação do Sistema de Organização em Portais de Periódicos Eletrônicos CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE ORGANIZAÇÃO EM PORTAIS DE PERIÓDICOS ELETRÔNICOS

Princípios/fonte Abordagens Critérios

COERÊNCIA

Pgs: 22, 24, 25, 26.

Morville e Rosenfeld

(2006); Alomran

(2015); Taub (2000);

Spencer (2010);

Downey e Banerjee

(2011)

A organização do conteúdo do portal de periódicos proporciona um cenário instantâneo e

claro de como estão organizados seus periódicos científicos?

Há uma padronização na disponibilização dos itens informacionais do portal de

periódicos?

Os periódicos estão organizados de acordo algum princípio observável?

Os periódicos estão organizados de uma única forma?

AUDIÊNCIA

Pgs: 23, 24 e 25.

Morville e Rosenfeld

(2006); Alomran (2015)

Toub (2000); Spencer

(2010); Downey e

Banerjee (2011).

Há uma preocupação com usuários portadores de necessidades especiais na organização

da informação do portal de periódicos, são respeitados normas de acessibilidade?

Foi fácil localizar o portal de periódicos na página principal da UERJ?

POLÍTICA

INSTITUCIONAL

Pgs. 23 e 24 e 42.

Morville e Rosenfeld

(2006) e Toub (2000);

Spencer (2010); Nielsen

(1993) e Victtory

(2008)

Há uma marca on-line, uma identidade visual do portal de periódicos?

Fonte: Elaborado pela autora.

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110

Segundo a revisão da literatura, observa-se de uma forma geral que o sistema de organização

da Arquitetura de Informação deve ter como principal característica o potencial de comunicar de

imediato o seu princípio organizador à audiência e, para isso, não deve abrir mão de sua estrutura

clara, coerente e lógica. Logo, a coerência, a audiência e a política foram destacadas a priori como

delimitadoras na construção de critérios mais específicos para avaliação de um sistema de

organização de periódicos eletrônicos em portais de universidades.

De acordo com a missão institucional e as peculiaridades do público-alvo, é possível afirmar

que tais critérios podem ser expandidos para melhor atender aos objetivos dessa avaliação. Os

critérios apresentados acima foram considerados de acordo com os princípios escolhidos como

basilares para iniciar um processo de averiguação de problemas em portais de publicações

eletrônicas em um sistema de organização.

5.2 CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE ROTULAGEM

Procurou-se, na presente seleção dos princípios do sistema de rotulagem, destacar aqueles que

mais se adéquam à aplicação no portal de periódicos eletrônicos. Percebe-se que alguns deles se

repetem em outros sistemas, o que ressalta a condição da inter-relação e mútua influência

estabelecida entre eles. No quadro abaixo estão resumidos os princípios e critérios selecionados:

Quadro 12 - Critérios para Avaliação do Sistema de Rotulagem em Portais de Periódicos Eletrônicos

CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE ROTULAGEM EM PORTAIS DE PERIÓDICOS ELETRÔNICOS

Princípios/fonte Abordagens Critérios

PREDICABILIDADE

Pgs: 28, 29 e 31

Morville e Rosenfeld (2006)

;Alomran (2015); Toub (2000);

Spencer (2010) ;Downey e Banerjee

(2011) ; Victory (2008).

Os termos ou rótulos escolhidos conseguem agrupar

adequadamente os periódicos disponibilizados pelo portal?

Há diferenciação na apresentação de grupos de conteúdos: existe

diferenciação entre categorias de periódicos?

Os rótulos do portal de periódicos são adequados ao seu público-

alvo (alunos, professores e pesquisadores)?

O tamanho dos caracteres do rótulo facilita a legibilidade?

PRECISÃO

Pgs. 29 e 31.

Morville e Rosenfeld (2006); Toub

(2000); Spencer (2010); Victory

(2008)

Os rótulos utilizados pelo portal de periódicos são claros, não há

dúvida sobre o que representam?

O conteúdo apresentado está de acordo com o rótulo?

É considerada a granularidade do portal de periódicos; os

conteúdos são agrupados por rótulos de significados inicialmente

mais abrangentes e conforme se aprofunda nos conteúdos esses

possuem rótulos mais específicos?

Fonte: Elaborado pela autora.

No sistema de rotulagem, de acordo com toda a exposição dos princípios, foram

considerados e selecionados como os fundamentais: predicabilidade e precisão para se iniciar uma

discussão aprofundada sobre o sistema. Observou-se, além do forte fator de sua interdependência

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111

com os outros sistemas, que o rótulo funciona como um elo entre o usuário e o ambiente

informacional, estabelecendo o diálogo no Portal.

Consequentemente, o princípio de consistência se efetiva através da predicabilidade, pois

torna essa condição fundamental para que o sistema de rotulagem tenha a capacidade de ser

compreendido e facilmente assimilado por seus usuários; por isso, este foi escolhido como um dos

princípios fundamentais para a extração de critérios específicos capazes de investigar se o sistema

de rotulagem possui as qualidades inerentes e necessárias em relação à compreensão de seus rótulos

ou etiquetas.

5.3 CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE NAVEGAÇÃO

A partir de dois princípios abrangentes relacionados ao sistema de navegação foram

selecionados na revisão de literatura os de navegação universal e personalizada, sendo destes

extraídos critérios específicos que podem ser aplicados em portais de periódicos para o processo de

avaliação do sistema, como pode ser observado no quadro sintético:

Quadro 13 - Critérios para Avaliação do Sistema de Navegação em Portais de Periódicos Eletrônicos

CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE NAVEGAÇÃO EM PORTAIS DE PERIÓDICOS ELETRÔNICOS

Princípios/fonte Abordagens Critérios

UNIVERSAL

Pgs: 35, 36, 37, 38, 39,

40, 41, e 42.

Morville e Rosenfeld

(2006)

Thurow (2014)

Spencer (2010)

Victory (2008)

Mcgovern (2002)

Nilsen (1993)

Ruwoldt e Spencer (2005)

Os links de atalho do portal de periódicos estão bem destacados e

visualizados?

A navegação do portal de periódicos é destacada de outras seções da página

Web?

Há indicação para links de conteúdo visitados no portal de periódicos?

Há indicação no portal de periódicos se o texto disponibilizado é clicável ou

não?

Percebe-se mudança de contexto no portal de periódicos através da

navegação?

Na página principal do portal de periódicos é permitida aos usuários navegar

para onde se deseja?

Links do portal de periódicos foram agrupados de acordo com audiência ou

tema?

Os usuários do portal de periódicos podem escolher navegar por meio um

motor de busca, mapa do site ou índice ou diretório?

O título da página do portal de periódicos é visível na janela do navegador?

PERSONALIZADA

Pgs: 39, 40 e 43.

Morville e Rosenfeld

(2006); Nielsen (1993)

Victory (2008); Spencer

(2010).

Há diferentes formas de navegação no portal de periódicos?

Fonte: Elaborada pela autora.

Em relação aos critérios elaborados no quadro acima, a partir dos princípios de navegação

universal e personalizada observa-se que a questão da navegabilidade está centrada na execução de

um projeto flexível que possibilita ao usuário não se perder nos labirintos da busca pela informação

na web. Perceber o contexto e o ambiente como pontos chaves no sistema de navegação é

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112

fundamental. Visualizações, posicionamentos de links e utilizações de ferramentas de

personalização podem auxiliar significativamente nessa perspectiva.

Os critérios selecionados acima são básicos na avaliação do sistema, mas outros poderão ser

agregados a partir das contribuições e observações do uso do ambiente por seus usuários reais e

potenciais.

5.4 CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE BUSCA

No que se relaciona às abordagens sobre determinados princípios relevantes ao sistema de

busca, com ênfase em portais de periódicos eletrônicos, foram elaborados os critérios descritos no

quadro sintético abaixo:

Quadro 14 - Critérios para Avaliação do Sistema de Busca em Portais de Periódicos Eletrônicos

CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE BUSCA EM PORTAIS DE PERIÓDICOS ELETRÔNICOS

Princípios/fonte Abordagens Critérios

REGRA DE EXTREMA

SIMPLICIDADE.

Pgs: 46, 49 e 50.

Morville e Rosenfeld (2006)

Baeza-Yates e Ribeiro Neto

(2013)

O ambiente respeita a regra de extrema simplicidade, utilizando-se de

elementos como: modelo do retângulo de busca, linguagem de consulta de

texto?

EFICIÊNCIA

Pgs: 50, 51.

Morville e Rosenfeld (2006)

Vidotti e Sant`Anna (2006)

Baeza-Yates e Ribeiro Neto

(2013)

O sistema de busca apresenta assistência à ortografia?

O sistema de busca apresenta sugestão (autocomplete, autossugestão) para

consulta?

O tempo de processamento de busca é rápido?

EFICÁCIA

Pgs: 50, 51 e 52.

Morville e Rosenfeld (2006)

Vidotti e Sant`Anna (2006)

O sistema de busca apresenta algum recurso para melhorar a estratégia de

consulta (busca avançada)?

APRESENTAÇÃO DE

RESULTADOS (SERP)

Pgs: 48, 53, 54.

Morville e Rosenfeld (2006)

Baeza-Yates e Ribeiro Neto

(2013)

O resultado da consulta possui o nome do periódico e metadados (url, editor,

nome abreviado, DOI, fator de impacto, Qualis)?

O resultado da consulta possui um fragmento de texto extraído do objetivo,

assunto e abrangência período?

O fragmento do texto do resultado é composto por frases contíguas?

No fragmento do texto são apresentados em realce os principais termos?

ESPECIFICIDADE

Pgs: 52 e 56.

Baeza-Yates e Ribeiro Neto

(2013)

É exigido conhecimento específico para construir a consulta?

A quantidade de palavras utilizadas no fragmento do texto do resultado é

suficiente para decidir pela importância do periódico?

FLEXIBILIDADE NA

CONSULTA

Pgs: 55, 57 e 58.

Morville e Rosenfeld (2006)

Baeza-Yates e Ribeiro Neto

(2013

O sistema de busca do periódico permite consultas por diversas formas

(Palavra-chave, Tópicos/Temas/Assunto, Autor, Título, Data ou Períodos,

Vocabulário Controlado, Taxonomia)?

Fonte: Elaborado pela autora

Percebe-se que o sistema de busca é um dos mais complexos, pois consegue reunir e

expressar na prática as possibilidades de funcionalidade do ambiente informacional como um todo,

além de ter a capacidade de fornecer ao usuário as ferramentas necessárias para que ele possa obter

suas respostas e expandir seus conhecimentos. Alguns princípios, como eficácia e eficiência, podem

se confundi-lo na prática diária da utilização do sistema, porém, no processo de avaliação das

potencialidades, devem ser considerados com singularidade.

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113

Portanto, sugerem-se critérios específicos para tal observação. Definir motores de busca,

avaliar a real necessidade no ambiente e identificar se sua capacidade de indexação atende às reais

expectativas dos usuários são desafios inerentes ao profissional da informação no processo de

implementação desses sistemas e na discussão com Arquitetos de Informação e desenvolvedores de

TI sobre sua versão final.

5.5 APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO E RESULTADOS OBTIDOS

A partir dos princípios selecionados na revisão de literatura foram criados critérios para

avaliar cada sistema de informação e desses elaborou-se um conjunto de perguntas para compor o

instrumento de avaliação em forma de questionário.

O questionário (anexo 2) foi aplicado a um grupo de 12 profissionais da área da Ciência da

Informação e Biblioteconomia, seis desses da UERJ e outros seis da UFF (Universidade Federal

Fluminense), todos com experiência no uso do software SEER, base para o portal de periódicos da

UERJ. Decidiu-se pelas perguntas com opções de respostas: sim e não, e não por uma escala de

graduação de satisfação devido a se tratar de um pré-teste. A evolução do instrumento para um teste

de avaliação propriamente dito pode contemplar a possibilidade de tal graduação. Os resultados

serão apresentados na próxima seção.

5.5.1 Avaliação do Sistema de Organização do Portal de Publicações Eletrônicas da UERJ

Considerando-se a análise a partir dos critérios sugeridos pelo instrumento de avaliação, no

que concerne ao sistema de organização, percebe-se em relação às questões os seguintes resultados

em forma de gráficos:

Gráfico 1- Sobre a localização do e-Publicações

Fonte: Elaborado pela autora

0

2

4

6

8

10

sim não não aplica

1) Se o caminho para o portal não fosse fornecido, seria fácil

encontrar o portal?

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114

De acordo com questionário proposto (em anexo), foi criado um roteiro no qual o primeiro

passo sugerido aos participantes propositalmente indicava somente o link da página inicial da

UERJ, seguido dos rótulos SR3, Departamento de extensão e Revistas Eletrônicas, para se

chegar ao Portal de Publicações Eletrônicas.

É muito difícil para um usuário em potencial localizar o Portal de Publicações Eletrônicas a

partir da página inicial, mesmo utilizando a opção Busca no site, situada no canto superior da

página, através dos termos Portal de Periódicos ou Portal de Periódicos Eletrônicos. Como

resultado aparece a área Revistas Online, que, apesar de possuir alguns periódicos listados nessa

categoria, não é exatamente o destino do usuário, que vem a se sentir confuso ao utilizar a página

inicial da UERJ.

Há um comentário feito por um entrevistado que ilustra a afirmação acima sobre a confusão

causada: ―Aproveito para registrar que no site do www.uerj.br aparece Revistas Online - Produção

científica da UERJ. É só clicar que se tem acesso a Revistas Eletrônicas‖. O usuário, nesse caso,

acha que o Revistas Online e o Portal de Publicações Eletrônicas da UERJ são o mesmo portal,

porém nem todos os periódicos listados pelo Revistas Online fazem parte do Portal de Publicações

Eletrônicas da UERJ.

Outro comentário retrata certa confusão a respeito do acesso às informações do Portal: ―O

portal permite acesso com login e senha, mas não utilizei essa possibilidade de acesso‖. Por se tratar

de um portal de acesso livre, a presença dessa alternativa de acesso sem nenhuma explicação

transmite a sensação de que está sendo negada a ao usuário a entrada em outras partes privilegiadas

no Portal.

Gráfico 2 - Sobre a organização do conteúdo

Fonte: Elaborado pela autora

0

2

4

6

8

sim não não aplica

2) A organização do conteúdo do portal de periódicos

proporciona um cenário instantâneo e claro de como estão

organizados seus periódicos científicos?

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115

Quanto à segunda pergunta, sobre a organização do conteúdo do Portal, observa-se no gráfico

acima que, embora a maioria tenha apontado que a organização dos periódicos proporciona um

cenário instantâneo e claro de organização, uma considerável quantidade dos que responderam ao

questionário discordou disso, o que indica um possível problema em relação ao sistema de

organização do Portal.

Sobre a terceira pergunta, que indaga se existe no Portal uma preocupação com usuários

portadores de necessidades especiais em relação à organização de sua informação e se são

respeitadas normas de acessibilidade, grande parte respondeu que não há essa preocupação, e não

houve comentários sobre essa questão. No entanto, o Portal oferece a possibilidade de aumentar o

tamanho das fontes, o que não foi percebido pela maioria dos questionados.

Gráfico 3 – Sobre a preocupação com usuários portadores de necessidades especiais

Fonte: Elaborado pela autora

Gráfico 4 - Sobre o princípio de organização

Fonte: Elaborado pela autora.

0

2

4

6

8

10

12

sim não não aplica

3) Há uma preocupação com usuários portadores de

necessidades especiais na organização da informação do portal

de periódicos, são respeitados normas de acessibilidade?

0

2

4

6

8

10

12

sim não não aplica

4) Os periódicos estão organizados de acordo algum princípio

observável?

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116

A quarta pergunta investiga se os periódicos estão organizados segundo algum princípio

observável. Os participantes do questionário, em quase toda sua totalidade, afirmam que conseguem

observar um princípio; isso fica claro no gráfico acima.

Gráfico 5 - Sobre a forma de organização

Fonte: Elaborado pela autora

A maioria dos questionados também percebeu, de acordo com a quinta pergunta, que os

periódicos têm uma única forma de organização, o que não pode ser considerado um aspecto

positivo, pois, como pode ser constatado no gráfico acima, esse fato provavelmente aponta uma

falta de possibilidade na navegação.

Em relação à padronização na disponibilização dos itens informacionais no Portal, um

participante do questionário declarou: ―sobre aquilo que se chama tecnicamente de organização, não

consegui observar; o que se percebe de imediato é uma lista disponibilizada sem nenhuma ordem

aparente, sem padronização‖. Outro afirmou ter tido dúvidas sobre o que pretendia a seguinte

pergunta:

A organização do Portal em não permitir a seleção de títulos por área do

conhecimento, estando organizados apenas por ordem alfabética, atrapalha um

pouco. Para se conseguir tal seleção, há necessidade de entrar em ―Pesquisa‖, em

―Termos indexados‖, preencher o campo com a área do conhecimento.

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

sim não não aplica

5) Os periódicos estão organizados de uma única forma?

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117

Gráfico 6 - Sobre a padronização na disponibilização dos itens informacionais

Fonte: Elaborado pela autora

Em relação à sexta pergunta, que indaga sobre a existência de uma padronização nos itens

informacionais do portal de periódicos, grande parte dos participantes considerou que esta não

existe.

A sétima pergunta questiona sobre a marca on-line do Portal, se esta é observada pelos

participantes do questionário, e grande parte declarou que não existe uma identidade visual do

Portal de Publicações Eletrônicas da UERJ.

Gráfico 7 - Sobre a identidade visual

Fonte: Elaborado pela autora

Aqui termina a apresentação dos questionários sobre o sistema de organização. A seguir serão

exibidos aqueles referentes ao sistema de rotulagem do Portal de Publicações Eletrônicas da UERJ.

0

2

4

6

8

10

sim não não aplica

6) Há uma padronização na disponibilização dos itens

informacionais do portal de periódicos?

0

2

4

6

8

10

12

sim não não aplica

7) Há uma marca on-line, uma identidade visual do portal de

periódicos?

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118

5.5.2 Avaliação do Sistema de Rotulagem do Portal de Publicações Eletrônicas

A avaliação do sistema de rotulagem do Portal, através dos resultados apresentados em forma

de gráficos, comprova alguns aspectos a serem pensados sobre rótulos. No que se relaciona à

primeira pergunta, que procura descobrir se os termos ou rótulos disponibilizados no Portal

conseguem reunir de maneira adequada seus periódicos, de acordo com a maioria dos entrevistados

isso não ocorre. Assim, há um claro indicativo de que o sistema de rotulagem é falho.

Gráfico 8 - Sobre a qualidade dos rótulos disponibilizados

Fonte: Elaborado pela autora

Gráfico 9 - Sobre a diferenciação na apresentação de grupos de conteúdos

Fonte: Elaborado pela autora

0

2

4

6

8

10

12

Sim Não Não se aplica

1) Os termos ou rótulos escolhidos conseguem agrupar

adequadamente os periódicos disponibilizados pelo portal?

0

2

4

6

8

10

12

Sim Não Não se aplica

2) Há diferenciação na apresentação de grupos de conteúdos:

existe diferenciação entre categorias de periódicos?

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119

Na segunda questão há uma tentativa de se evidenciar a existência de distinção na forma de

apresentação dos grupos de conteúdo, ou seja, se há possibilidade de o usuário distinguir entre

categorias de periódicos. Ficou claro, pelo resultado do gráfico acima, que não há.

Em relação à terceira pergunta, devido aos resultados e ao comentário a ser apresentado, fica

nítido que os participantes não compreenderam o que estava sendo perguntado. Um deles indagou:

―perguntas com termos muito específicos da Arquitetura da Informação ocasionam dúvidas ao que a

pesquisadora pretende, como granularidade, rótulo... É o ícone de Cd Revista?‖.

Gráfico 10 - Sobre o princípio de granularidade do sistema

Fonte: Elaborado pela autora

Sobre a quarta pergunta, um entrevistado comentou que o rótulo ―Cadastro‖ não é claro e

apresenta ambiguidade, afirmando que ―Apenas ao entrar em ‗cadastro‘ percebe-se que o cadastro

não é feito para todo o Portal, mas direcionando individualmente a cada título‖.

Em relação à quinta pergunta, que investiga se os rótulos do Portal são apropriados à

audiência (público-alvo) — alunos, professores e pesquisadores —, as opiniões foram bem

divididas. Houve, inclusive, quem afirmasse que essa questão não se aplicava; entretanto, a maioria

considerou que os rótulos do Portal de Publicações Eletrônicas da UERJ não são adequados ao

público em geral.

O fato de as respostas estarem divididas evidencia que os rótulos não estão claros para seus

usuários, o que indica, novamente, problemas no sistema de rotulação.

Os resultados das perguntas podem ser observados nos gráficos abaixo:

0

1

2

3

4

5

6

Sim Não Não se aplica

3) É considerada a granularidade do portal de periódicos; os conteúdos

são agrupados por rótulos de significados inicialmente mais abrangentes e

conforme se aprofunda nos conteúdos esses possuem rótulos mais

específicos?

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120

Gráfico 11 - Sobre a adequação dos rótulos ao seu público-alvo

Fonte: Elaborado pela autora

Gráfico 12 - Sobre a existência de ambiguidade nos rótulos

Fonte: Elaborado pela autora

Na sexta pergunta, com relação à acordância entre o conteúdo e o rótulo, grande parte dos

participantes do questionário afirmou que os rótulos estão, sim, de acordo com o conteúdo. No

entanto, uma parte significativa discordou disso, como pode ser observado no gráfico abaixo:

0

1

2

3

4

5

6

7

8

Sim Não Não se aplica

5) Os rótulos do portal de periódicos são adequados ao seu

público-alvo (alunos, professores e pesquisadores)?

0

1

2

3

4

5

6

7

Sim Não Não se aplica

4) Os rótulos utilizados pelo portal de periódicos são claros,

não há dúvida sobre o que representam?

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121

Gráfico 13 - Sobre a conformidade do conteúdo ao rótulo

Fonte: Elaborado pela autora

Quanto à capacidade de leitura dos rótulos, em relação ao tamanho, as opiniões mais uma vez

se dividiram, porém a maioria afirmou que o tamanho dos caracteres facilita a legibilidade:

Gráfico 14 - Sobre a legibilidade do rótulo

Fonte: Elaborado pela autora

Aqui termina a apresentação dos resultados de avaliação do sistema de rotulagem. A seguir

serão apresentados dados referentes ao sistema de navegação do Portal de Periódicos Eletrônicos da

UERJ.

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Sim Não Não se aplica

6) O conteúdo apresentado está de acordo com o rótulo?

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Sim Não Não se aplica

7) O tamanho dos caracteres do rótulo facilita a legibilidade?

Page 121: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA ......RESUMO Existem 52 portais de periódicos eletrônicos construídos com o software SEER em universidades públicas brasileiras, todos

122

5.5.3 Avaliação do Sistema de Navegação do Portal de Publicações Eletrônicas da UERJ

A primeira pergunta é de caráter mais geral, pois o objetivo é descobrir a primeira impressão

que os usuários têm do sistema. Isso é evidenciado através do resultado abaixo, que aponta a

existência de problemas em relação aos links de atalho do Portal.

Gráfico 15 - Sobre a visualização dos links de atalho

Fonte: Elaborado pela autora

Um usuário destacou que sentiu falta, na parte da navegação, de um link que direcionasse

para o Portal a partir da página dos periódicos. Esse problema fica evidenciado nos resultados da

segunda pergunta que indaga se a navegação do portal é destacada de outras seções da página web.

Observa-se no gráfico abaixo que dada separação não existe.

Gráfico 16 - Sobre o destaque da navegação

Fonte: Elaborado pela autora

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

Sim Não Não se aplica

1) Os links de atalho do portal de periódicos estão bem

destacados e visualizados?

0

2

4

6

8

10

Sim Não Não se aplica

2) A navegação do portal de periódicos é destacada de outras

seções da página Web?

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123

A terceira pergunta aponta outro problema na navegação do Portal, questionando se há

indicação para links de conteúdo visitados, e, pelos resultados, observa-se que não existe tal

indicação (ou esta não foi percebida).

Gráfico 17 - Sobre a indicação para links de conteúdo visitados

Fonte: elaborada pela autora

Gráfico 18 - Sobre a indicação se o texto disponibilizado ser ou não clicável

Fonte: elaborada pela autora

Quanto à quarta pergunta, no gráfico acima, apesar de não haver unanimidade no resultado,

percebe-se que grande parcela dos participantes não constatou a indicação de textos clicáveis no

portal de periódicos.

0

2

4

6

8

10

12

14

Sim Não Não se aplica

3) Há indicação para links de conteúdo visitados no portal de

periódicos?

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

Sim Não Não se aplica

4) Há indicação no portal de periódicos se o texto

disponibilizado é clicável ou não?

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124

Outro aspecto abordado na pesquisa, dessa vez na quinta pergunta, abarca a mudança de

contexto no Portal de Publicações Eletrônicas da UERJ — se isso é ou não percebido na navegação.

Quanto aos resultados, as concepções se dividiram, porém a maioria dos participantes afirmou não

perceber tal mudança. Isso pode indicar a ausência de uma página de apresentação para cada parte

do Portal.

Gráfico 19 - Sobre a percepção do contexto através da navegação

Fonte: elaborada pela autora

Na sexta pergunta investiga-se a possibilidade de o usuário conseguir navegar para onde

deseja através da página principal do Portal. Nesse aspecto, grande parte dos participantes do

questionário afirmou que há tal possibilidade.

Gráfico 20 - Sobre a possibilidade da navegação de se ir onde se desejar

Fonte: Elaborado pela autora.

0

1

2

3

4

5

6

7

8

Sim Não Não se aplica

5) Percebe-se mudança de contexto no portal de periódicos

através da navegação?

0

2

4

6

8

10

12

Sim Não Não se aplica

6) Na página principal do portal de periódicos é permitido aos

usuários navegar para onde se deseja?

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125

Em relação à sétima pergunta, sobre os links do Portal, foi investigado se estes foram reunidos

segundo público-alvo ou tema. A maioria afirmou que não houve tal classificação, como se verifica

no gráfico abaixo:

Gráfico 21- Sobre o agrupamento dos links

Fonte: Elaborado pela autora.

A oitava pergunta investiga se os usuários do Portal têm a possibilidade de optar por uma

navegação através de um motor de busca ou mapa do site, índice ou diretório. Grande parte dos

questionados respondeu que não, como se constata no gráfico abaixo:

Gráfico 22 - Sobre as opções de navegação

Fonte: Elaborado pela autora.

0

2

4

6

8

10

12

Sim Não Não se aplica

7) Links do portal de periódicos foram agrupados de acordo

com audiência ou tema?

0

2

4

6

8

10

Sim Não Não se aplica

8) Os usuários do portal de periódicos podem escolher navegar

por meio um motor de busca ou um mapa do site, ou índice ou

diretório?

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126

Na nona pergunta observa-se que, apesar de o título da página do portal se apresentar como

Portal de Publicações Eletrônicas, na janela do navegador exibe-se da seguinte maneira:

http://www.e-publicacoes.uerj.br/. No entanto, muitos participantes declararam haver boa

visibilidade do título. Um deles, inclusive, comentou: ―Com relação à pergunta, na janela do

navegador aparece ― Revistas Online produção científica da UERJ”, o que permite diferentes

formas de acesso ao Portal de Periódicos‖. Isso evidencia duas possibilidades: o questionado não

entendeu a pergunta ou há um problema de rotulagem refletido na navegação do Portal.

Gráfico 23 - Sobre a visibilidade do nome do Portal na janela do navegador

Fonte: Elaborado pela autora.

A décima questão, sobre a existência de diferentes formas de navegação no Portal de

Publicações Eletrônicas, dividiu opiniões. Observa-se no gráfico abaixo que, nesse aspecto, não

houve consenso.

Gráfico 24 - Sobre as diferentes formas de navegação

Fonte: Elaborado pela autora.

0

2

4

6

8

10

Sim Não Não se aplica

9) O título da página do portal de periódicos é visível na janela

do navegador?

0

2

4

6

8

Sim Não Não se aplica

10) Há diferentes formas de navegação no portal de

periódicos?

Page 126: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA ......RESUMO Existem 52 portais de periódicos eletrônicos construídos com o software SEER em universidades públicas brasileiras, todos

127

Aqui termina a avaliação do sistema de navegação do Portal de Publicações Eletrônicas da

UERJ. Prossegue-se com a apresentação dos resultados dos gráficos e comentários sobre o sistema

de busca.

5.5.4 Avaliação do Sistema de Busca do Portal de Publicações Eletrônicas da UERJ

A presente avaliação é a última dos sistemas propostos para análise do Portal. O sistema de

busca é o que possui mais perguntas em relação aos demais, visto que oferece mais ferramentas ao

usuário. Portanto, trata-se de um processo de avaliação exequível.

Foi elaborado um conjunto de 12 perguntas, todas abarcando os principais aspectos

relacionados ao processo da busca de periódicos no Portal. A primeira relaciona-se ao princípio da

regra de extrema simplicidade; quanto ao resultado dessa questão, o gráfico abaixo demonstra que o

Portal respeita tal regra, pois utiliza elementos como caixa de entrada de busca, modelo do

retângulo de busca e linguagem de consulta de texto.

Gráfico 25 - Sobre as facilidades de buscas

Fonte: Elaborado pela autora.

A segunda pergunta envolve a disponibilidade de assistência à ortografia. Um comentário no

questionário que afirma: ―Embora haja dica quanto ao uso de maiúsculas/minúsculas, não há

informação sobre o uso de acentuação‖.

Em relação aos resultados, grande parte afirma que há assistência à ortografia no Portal de

Publicações Eletrônicas da UERJ. No entanto, pode ser observado no gráfico abaixo que outra parte

considerável dos participantes do questionário não acredita haver tal assistência.

0

2

4

6

8

10

12

Sim Não Não se Aplica

1) O ambiente respeita a regra de extrema simplicidade, na busca,

utilizando-se de elementos como: caixa de entrada para busca, modelo

do retângulo de busca, linguagem de consulta de texto?

Page 127: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA ......RESUMO Existem 52 portais de periódicos eletrônicos construídos com o software SEER em universidades públicas brasileiras, todos

128

Gráfico 26 - Sobre a assistência à ortografia

Fonte: Elaborado pela autora.

A terceira pergunta investiga se o sistema de busca disponibiliza sugestões

(autocomplete, autossugestão) para consulta, e, de acordo com os resultados, os questionados

concordaram unanimemente que o sistema de busca não apresenta tal ferramenta.

Gráfico 27 - Sobre as sugestões oferecidas pelo sistema para consulta

Fonte: Elaborado pela autora.

Na quarta pergunta, sobre o tempo de processamento de busca ser rápido, as opiniões

divergiram um pouco e essa divergência pode ter sido originada pelo entendimento que cada um

pode ter sobre o conceito de rapidez, nesse caso a pergunta tentou averiguar a capacidade do

sistema na realização de tarefas com prontidão e de forma ágil, alguns participantes afirmaram que

0

1

2

3

4

5

6

7

8

Sim Não Não se Aplica

2) O sistema de busca apresenta assistência à ortografia?

0

2

4

6

8

10

12

14

Sim Não Não se Aplica

3) O sistema de busca apresenta sugestão (autocomplete,

autossugestão) para consulta?

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129

o processo é lento e outros que tal afirmação não se aplica, mas a maioria concordou que o tempo

de busca é rápido no Portal.

Gráfico 28 - Sobre a agilidade do sistema de busca

Fonte: Elaborado pela autora.

Na quinta pergunta foram abordados recursos para favorecer a estratégia de busca avançada.

Grande parte respondeu que há ferramentas, e outra parte, pequena porém considerável, negou tal

afirmação. Isso indica que uma parte dos usuários pode ter enfrentado problemas na realização de

consultas detalhadas.

Gráfico 29 - Sobre os recursos de estratégia de consulta

Fonte: Elaborado pela autora.

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Sim Não Não se Aplica

4) O tempo de processamento de busca é rápido?

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

Sim Não Não se Aplica

5) O sistema de busca apresenta algum recurso para melhorar

a estratégia de consulta (busca avançada)?

Page 129: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA ......RESUMO Existem 52 portais de periódicos eletrônicos construídos com o software SEER em universidades públicas brasileiras, todos

130

Na sexta pergunta, sobre o resultado da consulta possuir o nome do periódico e metadados

como url, editor, nome abreviado, DOI, fator de impacto ou Qualis, a maior parte dos participantes

afirmou que não há tais ferramentas na página. Ainda sobre essa questão, destacam-se dois

comentários: ―O resultado da busca apresenta apenas o título do periódico, e não os metadados‖,

―per.6 – somente o nome do periódico‖.

Gráfico 30 - Sobre a forma de apresentação dos resultados de consulta

Fonte: Elaborado pela autora.

Na sétima pergunta, a respeito do resultado da consulta possuir um fragmento de texto

retirado do objetivo, assunto, abrangência ou período, os participantes afirmaram não haver tal

fragmento. Para esse item foi feito o seguinte comentário: ―para os itens 7, 8, 9, 11, estou

considerando o resumo como fragmento de texto‖.

Gráfico 31 - Sobre a forma de extração do fragmento de texto

Fonte: Elaborada pela autora.

0

2

4

6

8

10

12

Sim Não Não se Aplica

6) O resultado da consulta possui o nome do periódico e

metadados (url, editor, nome abreviado, DOI, fator de

impacto, Qualis )?

0

2

4

6

8

10

Sim Não Não se Aplica

7) O resultado da consulta possui um fragmento de texto

extraído do objetivo, assunto e abrangência período ?

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131

Na oitava pergunta, a respeito do fragmento do texto do resultado ser composto por frases

contíguas, as respostas mostraram-se divergentes, como observado o gráfico abaixo. Apesar de

terem vencido aqueles que afirmaram que o fragmento do texto do resultado não apresentava tais

características, muitos participantes consideraram que essa questão não se aplica ao Portal. Isso

indica que a questão deveria ter sido melhor redigida, de modo a diminuir a possibilidade de má

interpretações.

Gráfico 32 - Sobre a composição do resultado de busca

Fonte: Elaborada pela autora.

Gráfico 33 - Sobre o destaque dos termos no fragmento do texto

Fonte: Elaborada pela autora

0

1

2

3

4

5

6

Sim Não Não se Aplica

8) O fragmento do texto do resultado é composto por frases

contíguas?

0

1

2

3

4

5

6

7

8

Sim Não Não se Aplica

9) No fragmento do texto são apresentados em realce os

principais termos?

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132

A nona pergunta discute se são apresentados em realce os principais termos nos fragmentos.

Observa-se nessa questão certa divergência entre as respostas. Apesar de a maioria dos participantes

ter afirmado que não há essa diferenciação, boa parte considerou que essa questão não se aplica ao

Portal de Publicações Eletrônicas da UERJ. Observa-se no gráfico acima.

Na décima questão, sobre ser exigido conhecimento específico na construção da consulta, o

gráfico abaixo demonstra um empate, significando que não houve um consenso no resultado. Ainda

foi feito o seguinte comentário: ―É possível construir a busca avançada, mas apenas manualmente,

através dos operadores booleanos. Um usuário não familiarizado com esses operadores poderá ter

resultados inconsistentes‖.

Gráfico 34 - Sobre a necessidade de se ter conhecimento específico na construção da consulta

Fonte: Elaborada pela autora

Gráfico 35 - Sobre quantidade de palavras utilizadas no fragmento do texto

Fonte: Elaborada pela autora

0

2

4

6

8

Sim Não Não se Aplica

10) É exigido conhecimento específico para construir a

consulta?

0

1

2

3

4

5

6

7

Sim Não Não se Aplica

11) A quantidade de palavras utilizadas no fragmento do texto

do resultado é suficiente para decidir pela importância do

periódico?

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133

Na décima primeira questão, a respeito da quantidade de palavras utilizadas no fragmento do

texto do resultado ser suficiente para decidir pela decisão da importância do periódico, observa-se

uma discrepância nos resultados. Embora a maioria tenha respondido que a quantidade é suficiente,

parte considerável dos questionados afirmou o contrário e uma pequena parcela considerou que a

questão não se aplica ao Portal. Constata-se no gráfico acima.

A décima segunda e última pergunta sobre a avaliação do sistema de busca do Portal de

Publicações Eletrônicas da UERJ pretende examinar se a ferramenta de busca permite consultas por

diversas formas, como Palavra chave, Tópicos/Temas/Assunto, Autor, Título, Data ou Períodos,

Vocabulário Controlado e Taxonomia. De acordo com os resultados obtidos no gráfico abaixo,

verifica-se que a maior parte dos entrevistados considera que sim, há diversas possibilidades de

consulta.

Gráfico 36 - Sobre o sistema de busca permitir consultas por diversas formas

Fonte: Elaborada pela autora

Nessa parte finalizam-se as apresentações de avaliações realizadas sobre os quatro sistemas

fundamentais da Arquitetura de Informação do Portal de Publicações Eletrônicas da UERJ. A seguir

serão expostas algumas considerações resultantes do questionário aplicado no final das avaliações,

com a finalidade de se obter um diagnóstico mais crítico a respeito do instrumento proposto.

0

2

4

6

8

10

12

Sim Não Não se Aplica

12) O sistema de busca do periódico permite consultas por diversas formas

(Palavra chave, Tópicos/Temas/Assunto, Autor, Título, Data ou Períodos,

Vocabulário Controlado, Taxonomia)?

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134

5.5.5 Avaliação do Instrumento - Questionário

No final do questionário aplicado aos doze profissionais da área de Biblioteconomia e Ciência

da Informação, também foi proposta uma avaliação do instrumento. A primeira pergunta indagou se

o participante teve algum tipo de dificuldade para responder às questões e, como se observa no

gráfico abaixo, a maioria relatou que enfrentou problemas para tal. Isso indica que o instrumento

deve ser melhorado a fim de minimizar esses obstáculos.

Gráfico 37- Avaliação do instrumento – Sobre a dificuldade em responder as questões

Fonte: Elaborado pela autora

A segunda pergunta investigou se o instrumento tem a capacidade de identificar aspectos

positivos e negativos do portal. De acordo com o resultado abaixo, grande parte dos entrevistados

afirmou que realmente existe essa possibilidade.

Gráfico 38 - Avaliação do instrumento – Sobre o instrumento permitir identificar aspectos negativos e

positivos no portal

Fonte: Elaborado pela autora.

0

5

10

15

sim não não se aplica

1) Houve dificuldades em responder as questões?

0

2

4

6

8

10

sim não não se aplica

2) O questionário permitiu que aspectos falhos e positivos do

portal fossem evidenciados?

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135

A terceira pergunta busca identificar a interação do entrevistado com o instrumento, se este

tem a capacidade de ser compreendido por qualquer pessoa da área da informação; nesse caso, o

resultado foi semelhante ao anterior.

Gráfico 39 - Avaliação do instrumento – Sobre a abrangência da aplicação do instrumento

Fonte: Elaborado pela autora

Na quarta e última pergunta, buscou-se evidenciar se o instrumento apresentou questões com

algum grau de dificuldade no entendimento do vocabulário específico relacionado à Arquitetura da

Informação. Constatou-se, então, por unanimidade, que houve entraves. Isso reforça que o

instrumento pode ser aprimorado na reformulação de suas perguntas, com a utilização de um

vocabulário menos técnico e mais compreensível aos participantes.

Gráfico 40 - Avaliação do instrumento – Sobre a especificidade do instrumento

Fonte: Elaborado pela autora

Nesse ponto da pesquisa findam-se as demonstrações dos resultados do questionário aplicado

sobre a avaliação dos quatro sistemas fundamentais da Arquitetura da Informação do Portal de

Publicações Eletrônicas da UERJ, bem como a respectiva avaliação do instrumento. A seguir serão

apresentadas as considerações finais sobre esse trabalho.

0

5

10

sim não não se aplica

3) O questionário pode ser respondido por qualquer pessoa da

área de informação?

0

5

10

15

sim não não se aplica

4) Alguns quesitos só podem ser respondidos com

conhecimento específico?

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136

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

As universidades públicas desempenham um papel fundamental e de destaque no processo de

efetivação do movimento de acesso livre à literatura científica; por isso, mais do que desenvolver

portais de periódicos eletrônicos, é necessário avaliar a utilização deles por parte dos usuários reais

e potenciais. A princípio, pontos identificados e caracterizados como problemas na revisão de

literatura motivaram a realização dessa pesquisa — todos relacionados à escassez de políticas

institucionais nas universidades públicas brasileiras em relação à implantação de portais de

periódicos eletrônicos de acesso livre.

O ambiente informacional do portal de periódicos eletrônicos precisa ser avaliado quanto à

sua capacidade de atender aos anseios dos pesquisadores, e, para isso, a observação de sua

arquitetura de informação é adequada para a identificação de problemas de usabilidade. Buscou-se

basear a proposta de avaliação do Portal de Publicações Eletrônicas da UERJ sob a perspectiva

fundamental dos quatro sistemas da arquitetura da informação conceituados por Morville e

Rosenfeld (2006), bem como outros autores e pesquisadores do tema.

Os resultados dessa investigação apresentaram aspectos interessantes. No sistema de

organização do Portal de Publicações Eletrônicas da UERJ, a localização destacou-se como

problema central. O Portal não tem visibilidade na página institucional, é de difícil acesso para um

usuário em potencial e requer do utilizador real grande esforço, tanto de conhecimento prévio

quanto de tempo para percorrer vários caminhos até conseguir acessar o ambiente.

Na página principal da UERJ há a possibilidade de acessar o Portal através do Revistas

Online, que não se trata exatamente do Portal de Publicações Eletrônicas da UERJ. Esse fato

também pode confundir o usuário, como ficou evidente na observação feita por um participante do

questionário. A organização do conteúdo do Portal apresenta-se de forma confusa, dado

comprovado através da pesquisa realizada. A lista de periódicos disponibilizada na página inicial do

Page 136: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA ......RESUMO Existem 52 portais de periódicos eletrônicos construídos com o software SEER em universidades públicas brasileiras, todos

137

Portal deixa o usuário em dúvida sobre o princípio organizador, pois ele não consegue identificar de

imediato se está lidando com um arranjo por ordem alfabética ou até mesmo qual é o fator

dominante de organização das informações disponibilizadas pelo Portal.

A acessibilidade do Portal é outro ponto detectado como mal explorado pelo ambiente. A

maioria dos questionados nem percebeu a possibilidade de aumentar o tamanho das fontes, talvez

porque essa opção aparece um tanto quanto escondida no Portal, no canto direito. Além disso,

outros recursos, como a utilização de softwares para atender aos usuários portadores de

necessidades especiais visuais, não foram percebidos no Portal.

A ausência de uma identidade visual do Portal é outro aspecto a ser considerado como

negativo, pois um logotipo, ou até mesmo um símbolo que representasse o ambiente, poderia vir a

ser mais favorável para a divulgação do Portal de Publicações Eletrônicas da UERJ e sua

identificação imediata por parte dos usuários. No sistema de rotulagem foram percebidos muitos

problemas. Antes de se chegar à página principal do Portal, o rótulo descrito como Revistas

Eletrônicas pode levar o usuário a pensar que se trata de qualquer tipo de revista, e não exatamente

de periódicos científicos.

O rótulo CAPA pode ser associado à própria ―capa‘ dos periódicos, mas, nesse caso não há

nenhuma relação, pois este se refere ao início, à apresentação do Portal. Outros rótulos que apontam

ambiguidade são ACESSO e CADASTRO; clicando no primeiro, o ambiente passa a exigir login e

senha, transmitindo ao usuário a sensação de que há a necessidade de se registrar para utilizar o

Portal. Não há nada indicando que esse acesso é diferenciado para quem exerce outras funções e

papéis mais específicos no sistema.

O segundo rótulo, ao ser acessado, apresenta uma listagem de todos os títulos dos periódicos,

levando o usuário a perceber que esse ―cadastro‖ refere-se aos títulos de periódicos que os autores

podem escolher para submeter seus artigos. Nesse caso, então, o rótulo poderia ser ―submissão de

artigos” ou algo que desse a entender melhor tal finalidade.

No sistema de navegação do Portal de Publicações Eletrônicas da UERJ evidenciam-se

problemas no destaque e na visualização dos links de atalho.

Um aspecto negativo observado no ambiente, que se relaciona também com os sistemas de

rotulagem e organização, mas reflete-se fortemente no sistema de navegação, é a disposição de

alguns rótulos em forma de ícones das capas dos periódicos. Alguns títulos têm esse recurso, pois

basta clicar nos ícones para que os usuários consigam acessar aos periódicos. Entretanto, títulos

como Cadernos do IME não disponibilizam esses ícones e não há link em destaque para dado tipo

Page 137: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA ......RESUMO Existem 52 portais de periódicos eletrônicos construídos com o software SEER em universidades públicas brasileiras, todos

138

de navegação, restando ao usuário somente a opção de clicar em ―ACESSAR REVISTA‖. Essa

falta de consistência na organização do conteúdo interfere de forma negativa na sensação de

localização do usuário — noção do contexto. Isso pode deixá-lo perdido, afetar a localização da

informação e prejudicar a flexibilidade da navegação.

Além desses problemas, o usuário pode não conseguir distinguir a indicação de links clicáveis

no texto disponibilizado ou perceber a mudança de cenário no Portal de Publicações Eletrônicas da

UERJ. Isso reforça ainda mais as considerações destacadas acima.

Em relação ao sistema de busca do Portal, embora a caixa de busca e o retângulo de pesquisa

sejam utilizados, o usuário pode sentir falta de um tesauro ou uma taxonomia, pois falta clareza nos

termos indexados e pode-se deixar o utilizador em dúvida sobre os melhores termos a serem

utilizados na busca de periódicos ou artigos.

O sistema de pesquisa não disponibiliza assistência à ortografia e autossugestão para

aumentar a eficiência da consulta. Quanto aos tipos de buscas que podem ser realizadas no Portal,

primeiramente o usuário pode pesquisar termos em todas as categorias, como Autor, Título, Texto

completo e Documentos suplementares; porém, nesse caso, não há nenhuma explicação sobre o tipo

de documentos passíveis de serem pesquisados no ambiente. O usuário também pode pesquisar por

data e termos indexados em Área do conhecimento, Assunto, Tipo (método/foco) e Cobertura. Há

no final um texto explicativo sobre dicas para pesquisar com os operadores booleanos (AND, NOT

e OR) e o uso de parênteses, aspas e asterisco.

O sistema mistura simplicidade com complexidade de pesquisa e, por fim, parece ficar muito

mais complicado do que deveria para um usuário sem conhecimento prévio utilizá-lo. Esses

aspectos podem ser observados no ambiente PESQUISA, que apresenta opções de buscas simples

— aquelas que utilizam caixas de pesquisa onde podem ser digitados termos livres — e, logo em

baixo, há instruções para uso de operadores booleanos. Estes, porém, fazem parte de ações em

buscas avançadas e requerem usuários treinados em tipos mais complexo de pesquisa.

O resultado da busca recupera com um alto índice de revocação e, consequentemente,

interfere na precisão da pesquisa. A ausência de pesquisas através de um vocabulário controlado,

índices ou uma taxonomia pode interferir significativamente em resultados de busca mais

específicos. Outros termos que poderiam ser explorados no sistema de busca do Portal, e que não

aparecem como opções de pesquisa, são: editores do periódico, url, nome abreviado do periódico,

DOI, fator de impacto e o Qualis.

Page 138: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA ......RESUMO Existem 52 portais de periódicos eletrônicos construídos com o software SEER em universidades públicas brasileiras, todos

139

Em relação à questão sobre o resultado de consulta do Portal possuir um fragmento de texto

extraído do objetivo, assunto, abrangência ou período, segundo resultados de pesquisas realizadas

no Portal essa possibilidade existe no ambiente, e, embora a questão tenha suscitado dúvidas, o fato

de a capacidade do sistema de não ter sido percebida pode estar relacionada às deficiências nas

inter-relações dos sistemas de organização, navegação e busca.

A apresentação dos resultados de pesquisas não sugere ao usuário que tais ferramentas são

utilizadas pelo sistema de busca. Essas considerações são iniciais e oriundas da avaliação proposta

pelo instrumento criado como pré-teste. As críticas aqui realizadas têm a finalidade de estimular

estudos posteriores em grau mais aprofundado, os critérios sugeridos podem ser expandidos e a

população alvo dessa investigação pode ser aumentada no intuito de se obterem resultados mais

conclusivos, esclarecedores e significativos do ponto de vista estatístico da avaliação de portais de

periódicos eletrônicos.

No questionário final, que procurou investigar a qualidade do instrumento proposto,

observaram-se alguns fatores que podem contribuir para desenvolvimentos futuros. Algumas

questões mostraram-se muito técnicas; isso pode ter sido um grande obstáculo para o entendimento

da finalidade da proposta e até mesmo ter interferido em algumas respostas, porém grande parte

conseguiu identificar que o instrumento tem a capacidade de evidenciar características positivas e

negativas do Portal de Publicações Eletrônicas da UERJ. Isso se traduz em um bom resultado em

relação ao objetivo geral inicial, que abarca a criação de um mecanismo de avaliação do Portal de

periódicos eletrônicos através dos atributos da Arquitetura da Informação.

Pode-se pensar, inclusive, no instrumento de avaliação sob a forma de um questionário on-

line com suporte de ajuda, de forma que seja possível resolver dúvidas sobre cada quesito

separadamente. A Arquitetura da Informação, enquanto disciplina, juntamente da Ciência da

informação, auxilia no desenvolvimento e fornece melhorias para ambientes informacionais,

principalmente no que envolve o grande desafio apresentado diariamente pelo imenso fluxo de

dados disponibilizados na web, que precisam ser convertidos em informação.

São 52 os portais de periódicos eletrônicos em universidades públicas brasileiras que utilizam

o software SEER. Algumas instituições, como a Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita

Filho, a Universidade do Estado de Minas Gerais e a Universidade Federal de Goiás, possuem mais

de um portal. Esse dado, entre outros que podem ser investigados em relação à arquitetura, pode

indicar a necessidade de uma padronização e promover uma reflexão sobre as características e

possibilidades funcionais dos portais.

Page 139: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA ......RESUMO Existem 52 portais de periódicos eletrônicos construídos com o software SEER em universidades públicas brasileiras, todos

140

Espera-se que a melhoria do instrumento proposto nesse trabalho possa vir a ser favorável

para profissionais das áreas da Biblioteconomia e Ciência da Informação no que se refere à

discussão com desenvolvedores de Tecnologia da Informação sobre a implantação de sistemas

como o SEER, capazes de criar portais de periódicos eletrônicos em universidades e instituições

ligadas às pesquisas científicas, levando sempre em consideração a perspectiva da qualidade que

envolve o usuário final desse produto.

Page 140: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA ......RESUMO Existem 52 portais de periódicos eletrônicos construídos com o software SEER em universidades públicas brasileiras, todos

141

REFERÊNCIAS

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156

ANEXOS

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157

ANEXO 1

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

DELIBERAÇÃO Nº 006/2009

Dispõe sobre a inserção de

dissertação na Biblioteca Digital

de Teses e Dissertações – BDTD/UERJ.

O CONSELHO SUPERIOR DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO , no uso da competência que

lhe atribui o parágrafo único do a rtigo 11 do Estatuto da UERJ, com base no Processo nº

8153/2008 e considerando a Resolução nº 16 de 22/08/2005, que cria a Biblioteca Digital de Teses

e Dissertações da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, aprovou e eu promulgo a seguinte

Deliberação:

Art. 1º - O acervo da Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade do Estado do Rio

de Janeiro (BDTD/UERJ) é constituído pelas teses e dissertações defendidas nos Cursos de

Mestrado e Doutorado dos Programas de Pós-graduação da UERJ, em formato eletrônico.

Art. 2º - O aluno de pós-graduação da UERJ deve entregar, obrigatoriamente , a versão final da tese

ou dissertação, na Coordenação de Pós-graduação de sua Unidade, nos formatos impresso (1 cópia)

e eletrônico (1 cópia em PDF), acompanhada do formulário de dados cadastrais e dos termos de

autorização e de encaminhamento devidamente preenchidos e assinados pelo aluno e pelo

orientador. Parágrafo único - O disposto neste artigo passa a constituir um dos requisitos para a

obtenção do título de Mestre ou Douto

r e a expedição do respectivo diploma.

Art. 3º- A autorização para inserção da tese ou dissertação na BDTD/UERJ fica apensa ao processo

de homologação do título.

Art. 4º - O aluno e o orientador interessados em resguardar patentes e outros direitos relativos ao

seu trabalho pode solicitar a não disponibilização de versão integral de sua dissertação ou tese na

BDTD/UERJ, especificando no termo de autorização, por um período de até 2 (dois) anos.

§ 1º - Nesse caso, o aluno deve entregar a versão eletrônica completa da dissertação ou tese,

acompanhada de uma outra que contenha apenas as folhas pré-textuais, a introdução e as referências

do trabalho, versão esta que será disponibilizada na BDTD/UERJ.

§ 2º - Transcorrido o prazo supracitado, o aluno e o orientador podem renovar a solicitação de não

disponibilização por mais 2 (dois) a nos, findo os quais, a

dissertação ou tese será veiculada integralmente na BDTD /UERJ.

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158

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

(Continuação da Deliberação nº 06/2009)

§ 3º - A versão eletrônica da dissertação ou tese não autorizada para disponibilização imediata deve

ser mantida na Biblioteca que atende ao curso de Pós-graduação, que a disponibilizará, findo o

prazo de restrição.

Art. 5º - Com a finalidade de assegurar a identidade visual da Universidade, a elaboração das partes

pré-textuais da dissertação ou tese deve seguir, obrigatoriamente, o disposto no Roteiro para

apresentação de teses e dissertações da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (disponível) em

www.bdtd.uerj.br).

Art. 6º - Os casos omissos nesta Deliberação serão resolvidos pela respectiva

Coordenação da Pós-graduação da Unidade Acadêmica.

Art. 7º- Esta Deliberação entrará em vigor na data de sua publicação, ficando revogadas todas as

disposições em contrário, assim como os artigos das Deliberações dos Programas que digam

respeito ao número de cópias das teses e dissertações a serem anexadas à solicitação do Diploma.

UERJ, 16 de janeiro de 2009.

RICARDO VIEIRALVES DE CASTRO

REITOR.

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ANEXO 2 - Questionários

Prezado (a) entrevistado (a),

Sou Ester Aparecida Lima de Souza, mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciência da

Informação da Universidade Federal Fluminense (PPGCI/UFF). Minha pesquisa intitulada: A aplicação da

arquitetura de informação em portais de periódicos eletrônicos: o caso do Portal de Periódicos

Eletrônicos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) considera aspectos da Arquitetura de

Informação para avaliação de portais de periódicos propostos no questionário abaixo.

Agradeço sua participação que muito contribuirá com o desenvolvimento desse trabalho. Os

entrevistados não serão identificados na análise dos dados coletados, portanto é garantido o sigilo aos

participantes.

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ROTEIRO DE QUESTIONÁRIO

a) Para localizar o Portal de Periódicos Eletrônicos siga os seguintes passos:

b) Acesse http://www.uerj.br/; depois clique em SR3; em seguida Departamento de extensão; e

finalmente em Revistas Eletrônicas;

c) Responda as respectivas perguntas formuladas para cada aspecto e

d) Caso haja necessidade de fazer observações após responder o questionário, abaixo do quadro há um

espaço para relatar suas opiniões.

ORGANIZAÇÃO

Refere-se ao agrupamento e a categorização

do conteúdo de informação, o seu princípio

organizador

RESPOSTAS

1) Se o caminho para o portal não fosse

fornecido seria fácil encontrar o portal?

SIM NÃO Não se Aplica

2) A organização do conteúdo do portal de

periódicos proporciona um cenário instantâneo e

claro de como estão organizados seus periódicos

científicos?

SIM NÃO Não se Aplica

3) Há uma preocupação com usuários portadores

de necessidades especiais na organização da

informação do portal de periódicos, são

respeitados normas de acessibilidade?

SIM NÃO Não se Aplica

4) Os periódicos estão organizados de acordo

algum princípio observável?

SIM NÃO Não se Aplica

5) Os periódicos estão organizados de uma única

forma?

SIM NÃO Não se Aplica

6) Há uma padronização na disponibilização dos

itens informacionais do portal de periódicos?

SIM NÃO Não se Aplica

7) Há uma marca on-line, uma identidade visual

do portal de periódicos?

SIM NÃO Não se Aplica

OBSERVAÇÕES:________________________________________________________________________

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ROTULAGEM

Explicita as formas de representação e de

apresentação da informação pela definição de signos

para cada elemento informativo.

RESPOSTAS

1) Os termos ou rótulos escolhidos conseguem agrupar

adequadamente os periódicos disponibilizados pelo portal?

SIM NÃO Não se Aplica

2) Há diferenciação na apresentação de grupos de conteúdos:

existe diferenciação entre categorias de periódicos?

SIM NÃO Não se Aplica

3) É considerada a granularidade do portal de periódicos; os

conteúdos são agrupados por rótulos de significados inicialmente

mais abrangentes e conforme se aprofunda nos conteúdos esses

possuem rótulos mais específicos?

SIM NÃO Não se Aplica

4) Os rótulos utilizados pelo portal de periódicos são claros, não

há dúvida sobre o que representam?

SIM NÃO Não se Aplica

5) Os rótulos do portal de periódicos são adequados ao seu

público-alvo (alunos, professores e pesquisadores)?

SIM NÃO Não se Aplica

6) O conteúdo apresentado está de acordo com o rótulo? SIM NÃO Não se Aplica

7) O tamanho dos caracteres do rótulo facilita a legibilidade? SIM NÃO Não se Aplica

OBSERVAÇÕES:

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NAVEGAÇÃO

Determina as maneiras de se navegar e de se mover pelo espaço

informacional.

RESPOSTAS

1) Os links de atalho do portal de periódicos estão bem destacados e

visualizados?

SIM NÃO Não se Aplica

2) A navegação do portal de periódicos é destacada de outras seções

da página Web?

SIM NÃO Não se Aplica

3) Há indicação para links de conteúdo visitados no portal de

periódicos?

SIM NÃO Não se Aplica

4) Há indicação no portal de periódicos se o texto disponibilizado é

clicável ou não?

SIM NÃO Não se Aplica

5) Percebe-se mudança de contexto no portal de periódicos através

da navegação?

SIM NÃO Não se Aplica

6) Na página principal do portal de periódicos é permitida aos

usuários navegar para onde se deseja?

SIM NÃO Não se Aplica

7) Links do portal de periódicos foram agrupados de acordo com

audiência ou tema?

SIM NÃO Não se Aplica

8) Os usuários do portal de periódicos podem escolher navegar por

meio um motor de busca ou um mapa do site, ou índice ou diretório?

SIM NÃO Não se Aplica

9) O título da página do portal de periódicos é visível na janela do

navegador?

SIM NÃO Não se Aplica

10) Há diferentes formas de navegação no portal de periódicos? SIM NÃO Não se Aplica

OBSERVAÇÕES:

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BUSCA

Especifica as perguntas que o usuário pode fazer e o

conjunto de respostas que obterá.

RESPOSTAS

1) O ambiente respeita a regra de extrema simplicidade, na

busca, utilizando-se de elementos como: caixa de entrada para

busca, modelo do retângulo de busca, linguagem de consulta

de texto?

SIM NÃO Não se Aplica

2) O sistema de busca apresenta assistência à ortografia? SIM NÃO Não se Aplica

3) O sistema de busca apresenta sugestão (autocomplete,

autossugestão) para consulta?

SIM NÃO Não se Aplica

4) O tempo de processamento de busca é rápido? SIM NÃO Não se Aplica

5) O sistema de busca apresenta algum recurso para melhorar a

estratégia de consulta (busca avançada)?

SIM NÃO Não se Aplica

6) O resultado da consulta possui o nome do periódico e

metadados (url, editor, nome abreviado, DOI, fator de

impacto, Qualis )?

SIM NÃO Não se Aplica

7) O resultado da consulta possui um fragmento de texto

extraído do objetivo, assunto e abrangência período ?

SIM NÃO Não se Aplica

8) O fragmento do texto do resultado é composto por frases

contíguas?

SIM NÃO Não se Aplica

9) No fragmento do texto são apresentados em realce os

principais termos?

SIM NÃO Não se Aplica

10) É exigido conhecimento específico para construir a

consulta?

SIM NÃO Não se Aplica

11) A quantidade de palavras utilizadas no fragmento do texto

do resultado é suficiente para decidir pela importância do

periódico?

SIM NÃO Não se Aplica

12) O sistema de busca do periódico permite consultas por

diversas formas

(Palavra chave, Tópicos/Temas/Assunto, Autor, Título, Data

ou Períodos, Vocabulário Controlado, Taxonomia)?

SIM NÃO Não se Aplica

OBSERVAÇÕES:

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AVALIAÇÃO DO QUESTIONÁRIO RESPOSTAS

1) Houve dificuldade em responder as questões? SIM NÃO Não se Aplica

2) O questionário permitiu que aspectos falhos e

positivos do Portal fossem evidenciados?

SIM NÃO Não se Aplica

3) O questionário pode ser respondido por

qualquer pessoa da área da informação?

SIM NÃO Não se Aplica

4) Alguns quesitos só podem ser respondidos

com algum conhecimento específico?

SIM NÃO Não se Aplica

OBSERVAÇÕES:

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