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Programa de Português do Ensino Básico Formação de Formadores Desenvolvimento da Desenvolvimento da linguagem escrita na Escola linguagem escrita na Escola Ivone Niza

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Programa de Português do Ensino Básico Formação de Formadores Desenvolvimento da linguagem escrita na Escola Ivone Niza 16 de Abril de 2010. Desenvolvimento da linguagem escrita na Escola. Modos de realização da língua. - Modo oral. - Modo escrito. - PowerPoint PPT Presentation

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Page 1: Programa de Português do Ensino Básico Formação de Formadores

Programa de Português do Ensino BásicoFormação de Formadores

Desenvolvimento da Desenvolvimento da linguagem escrita na Escolalinguagem escrita na Escola

Ivone Niza

16 de Abril de 2010

Page 2: Programa de Português do Ensino Básico Formação de Formadores

Modos de realização da línguaModos de realização da língua

- Modo oral

- Modo escrito

- Modo de escrita coloquial “falar com os dedos”

Interacções nas redes sociais

• perfil (estilos de vida; atenção a si próprio)

• utilizadores em conexão

• listas de conexões de outros utilizadores

Page 3: Programa de Português do Ensino Básico Formação de Formadores
Page 4: Programa de Português do Ensino Básico Formação de Formadores

Todos os verões, o Teachers College realiza um seminário sobre ensino da

escrita. Os participantes escrevem sobre o amor, o medo, a velhice. Escrevem

acerca daquilo que conhecem bem e sobre aquilo que não sabem. Escrevem

sobre a emigração, sobre a mudança de casa, sobre como criar uma criança

deficiente. Não escrevem histórias chamadas “Se eu fosse uma cascata” ou “O

dia em que fui um lápis”. Não escrevem falsas epístolas ou capas de livros que

nunca foram escritos. Não escolhem a actividade de escrever finais

alternativos para um livro ou mandar cartas de uma personagem para outra.

Nós, adultos, queremos escrever muito mais literatura do que sobre literatura.

As nossas crianças não são diferentes (p. 18).

Calkins, L. (2002). A Arte de Ensinar a Escrever. O desenvolvimento do discurso escrito. São Paulo: Artmed.

Page 5: Programa de Português do Ensino Básico Formação de Formadores

A cultura é um sistema de signos que utiliza uma

complexa série de próteses, amplificadores e

artefactos culturais, começando pelos sistemas de

escrita, os modos de contar e quantificar, as

representações geográficas, as figurativas, as

narrações e as histórias, a notação musical e as

tecnologias de informação.

Bruner, J. (2000). Cultura da Educação. Lisboa: Edições 70.

Page 6: Programa de Português do Ensino Básico Formação de Formadores

O desenvolvimento nasce da interacção entre

o indivíduo e o ambiente entendido como um

mundo social e cultural, no qual se incluem as

relações humanas e sociais, as mediações

linguístico-discursivas e os instrumentos

culturais, materiais e abstractos.

Baquero, R. (2001). Vygotsky e a aprendizagem escolar. Porto Alegre: Artmed.

Page 7: Programa de Português do Ensino Básico Formação de Formadores

A escrita não é uma representação A escrita não é uma representação directa do mundo e da vida directa do mundo e da vida

mas mas

uma uma representação da falarepresentação da fala e e

álgebra da linguagem oralálgebra da linguagem oral

Mais tarde, passa a ser um Mais tarde, passa a ser um

modo directo de representação modo directo de representação complementar da falacomplementar da fala

Page 8: Programa de Português do Ensino Básico Formação de Formadores

Deslocação do ensino da linguagem Deslocação do ensino da linguagem escrita pela iniciação à leitura escrita pela iniciação à leitura

para para

o ensino da linguagem escrita o ensino da linguagem escrita pela sua produção em pela sua produção em

actividade comunicativa directaactividade comunicativa directa

Page 9: Programa de Português do Ensino Básico Formação de Formadores
Page 10: Programa de Português do Ensino Básico Formação de Formadores
Page 11: Programa de Português do Ensino Básico Formação de Formadores
Page 12: Programa de Português do Ensino Básico Formação de Formadores

Na maioria das salas de aula

norte-americanas, o foco do

professor não está na criança,

mas numa unidade de estudo,

num manual, num currículo

elaborado com antecedência (p.

19).

Calkins, L. (2002). A Arte de Ensinar a Escrever. O desenvolvimento do discurso escrito. São Paulo: Artmed.

Page 13: Programa de Português do Ensino Básico Formação de Formadores

uma experiência geral e comum

O ensino e a aprendizagem da escrita na perspectiva cognitivista

um acto individual

o professor modela estratégias de produção textual

o professor mobiliza ajudas aos subprocessos de uma actividade complexa

roteiros de pré-escrita elaboração de planos

utilização de guiões…

Page 14: Programa de Português do Ensino Básico Formação de Formadores

Na avaliação, para além dos aspectos tradicionais

riqueza e originalidade das ideiascoerência organização

correcção

o professor considera

os modos como o aluno prepara o texto

a sua capacidade de melhorá-lo

O ensino e a aprendizagem da escrita na perspectiva cognitivista

Page 15: Programa de Português do Ensino Básico Formação de Formadores

O ensino e a aprendizagem da escrita na perspectiva sociocultural

Iniciação a uma comunidade de linguagem

Vinculação dos textos de quem escreve a outros textos

Escrever é uma actividade situada

Escrever é uma actividade de co-construção

Os tipos de texto decorrem das funções sociais que desempenham e das interacções com os destinatários e os contextos culturais

Page 16: Programa de Português do Ensino Básico Formação de Formadores

Para organizar a minha antologia, tenho estado a escolher e a analisar poemas, o que não tem sido muito fácil. Penso que a escolha obriga-nos a ponderar muitos aspectos que por vezes não queremos deixar de lado. Talvez isso esteja na origem do meu atraso na conclusão do trabalho (como sempre!).

Escrevi alguns poemas próprios (que também estão na antologia) inspirada nos que li enquanto fazia o trabalho. Aprendi gramática: a identificar melhor formas verbais, nomes e adjectivos, a organizar mais a minha escrita, formas eficazes de identificar e produzir figuras de estilo. Fora as outras coisas que vamos sugando dos poemas e que eu considero pequenas grandes riquezas.

Nkama B.

Page 17: Programa de Português do Ensino Básico Formação de Formadores
Page 18: Programa de Português do Ensino Básico Formação de Formadores
Page 19: Programa de Português do Ensino Básico Formação de Formadores

Percursos estratégicos para o desenvolvimento da produção escrita

da metáfora da metáfora pensar-escrever pensar-escrever àà

actividade actividade falar-escreverfalar-escrever

Transfer intermodal – habitualmente o aluno fala melhor do que escreve: escrever como transferência de um comportamento de uma área para outra

Integração intermodal – uma rápida alternância entre falar e escrever revitaliza o modo escrito; o discurso oral passa, progressivamente, a organizar-se melhor

Especificação autogenética – o aluno enquanto falante é mentor do aluno enquanto escritor

Page 20: Programa de Português do Ensino Básico Formação de Formadores

Percursos estratégicos para o desenvolvimento da produção escrita

escrever para escrever para ler melhorler melhor

Uma experiência regular de produção de escrita permite a transferência de estratégias para uma compreensão mais efectiva dos textos dos outros

Page 21: Programa de Português do Ensino Básico Formação de Formadores

Percursos estratégicos para o desenvolvimento da produção escrita

escrever para escrever para aprenderaprender

A escrita não serve apenas para mostrar e recordar o já aprendido, mas

para saber o que não se sabe e o que se sabe,

para ajudar a formar ideias,

para analisar e sintetizar,

para gerar mais e melhor linguagem

Page 22: Programa de Português do Ensino Básico Formação de Formadores

Percursos estratégicos para o desenvolvimento da produção escrita

escrever para se escrever para se crescer como escritor crescer como escritor

na sala de aulana sala de aula

Um percurso que vai da língua falada e escrita de forma telegráfica e impregnada pelos contextos a uma língua elaborada e explícita que decorre das interacções com o meio cultural envolvente

Page 23: Programa de Português do Ensino Básico Formação de Formadores

Percursos estratégicos para o desenvolvimento da produção escrita

O trabalho de ensino da escrita tem de integrar O trabalho de ensino da escrita tem de integrar

a consciencialização do processo a consciencialização do processo

de construção textualde construção textual através da interacção com o aluno enquanto através da interacção com o aluno enquanto

escreve e revê em actividade partilhadaescreve e revê em actividade partilhada

Ao aumentar a consciência de como a linguagem funciona, a revisão contribui para fortalecer o controlo pelos alunos, da sua própria escrita: é a reflexão sobre a escrita que estimula a sua função epistémica

Page 24: Programa de Português do Ensino Básico Formação de Formadores

No decurso do processo da fala ou da escrita,

as experiências são filtradas pela língua para

se tornarem acontecimentos verbalizados.

Bruner, J. (2002). Pourquoi nous racontons-nous des histoires?. Paris: Éditions Retz.

Utilizamos modelos narrativos da realidade

para dar forma à nossa experiência quotidiana.

Page 25: Programa de Português do Ensino Básico Formação de Formadores

Vivemos num mar de histórias e tal como o

peixe é o último a descobrir a água, temos

dificuldades em perceber o que é nadar em

histórias. Não que nos falte competência para

fazermos constantemente considerações

narrativas da realidade. Somos até peritos

nisso. O nosso problema é, antes,

consciencializarmo-nos daquilo que fazemos

automaticamente, é o problema da tomada de

consciência.

Bruner, J. (2002). Pourquoi nous racontons-nous des histoires?. Paris: Éditions Retz.

Page 26: Programa de Português do Ensino Básico Formação de Formadores

Às vezes, quando tenho um dia realmente duro e nada

parece estar a dar certo, penso ‘nada é meu’. Bem, os

meus textos são. Posso escrever de qualquer modo

que queira. A minha mãe pode dizer ‘Vai para a cama,

agora’ mas ninguém me pode dizer como escrever a

minha própria história. Eu sou mãe da minha história

(Debbie, 9 anos).

Calkins, L. (2002). A Arte de Ensinar a Escrever. O desenvolvimento do discurso escrito. São Paulo: Artmed.

Page 27: Programa de Português do Ensino Básico Formação de Formadores

Como fazer em sala de aula para apoiar e desenvolver a construção de narrativas?

estabelecer fortes interacções com os textos dos alunos (interrogá-los, fazê-los ir mais longe)

utilizar os universais das realidades narrativas de Bruner (o tempo, a particularidade genérica, a explicitação das razões para a acção, o que é que a história significa, que realidade é a que o autor pretende construir, qual a crise e como podem os leitores aceitá-la, o enredo, a coerência das personagens)

interrogar os alunos sobre os destinatários dos seus textos

partir de livros em presença ou a consultar na biblioteca, de modo a verem como outros resolveram problemas colocados pela construção de outras narrativas

Page 28: Programa de Português do Ensino Básico Formação de Formadores

Como fazer em sala de aula para apoiar e desenvolver a produção escrita?

desenvolver projectos e produções em interacção

criar comunidades de aprendizagem de percursos socioculturais

desencadear a compreensão dos conteúdos pela sua produção os produtos construídos e a sua partilha é que constroem competências em quem os produziu

promover o rigor e a eficácia na produção (porque asseguram clarificação cognitiva)

Page 29: Programa de Português do Ensino Básico Formação de Formadores

Os escritores não passam sem escrever e nós vivemos sem

escrever. Eu não escrevo porque tenho 60 anos, porque

não tenho disciplina (a idade dificulta a tomada de hábitos,

torna tudo mais penoso).

Mas sei que se escrevesse tentaria tirar da escrita alguma

satisfação pessoal. A escrita poderia fazer-me viver melhor

porque ela ajuda as pessoas a transcenderem a sua

condição de receptores. Permite-nos agarrar e transformar

até pequenas coisas que nos acontecem e que assim

deixariam de apenas passar por nós e perder-se no tempo.

L.P., 2007

Page 30: Programa de Português do Ensino Básico Formação de Formadores

Programa de Português do Ensino BásicoFormação de Formadores

Desenvolvimento da Desenvolvimento da linguagem escrita na Escolalinguagem escrita na Escola

Ivone Niza

16 de Abril de 2010