programa de formaÇÃo do treinador de disciplina … · À escola nacional de equitação, na...
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ESCOLA NACIONAL DE EQUITAÇÃO
ESTÁGIO DE MESTRES DE EQUITAÇÃO – TESE FINAL
Luis Xavier de Brito · Outubro de 2007
Orientador: Exmo. Sr. Cor. Manuel Almeida e Sousa
PROGRAMA DE FORMAÇÃO DO
TREINADOR DE DISCIPLINA DE
SALTOS DE OBSTÁCULOS
AGRADECIMENTOS
À Escola Nacional de Equitação, na pessoa do Sr. Coronel João Sequeira,pelo convite para integrar este Estágio de Mestres de Equitação
Aos Mestres que se disponibilizaram para a realização deste Estágio
A todos os Camaradas de Arma de meu Pai, que sempre me acompanharame ajudaram, ao longo da minha carreira hípica
A todos os que me entregaram os seus cavalos, quer para os preparar, querpara minha utilização desportiva, com especial menção à família do Exmo. Sr.João Manuel Moniz da Maia.
A todos os meus “Alunos” por me terem aturado ao longo dos anos, pelostriunfos que obtiveram e amizade que nos une.
A todos de uma maneira geral, tratadores, ferradores, veterinários, e os quedirecta ou indirectamente, contribuíram com mais valias para a minha carreira.
E principalmente a todos os “meus” CAVALOS, nobre matéria-prima, sema qual qualquer realização de carreira não seria possível.
DEDICATÓRIA
Ao Homem que sempre me incentivou a seguir um curso superior(Veterinária), vontade que nunca lhe realizei, mas que sempre me apoiou e acon-selhou ao longo da minha vida hípica.
O Meu PAI
Fernando Alberto Cardoso Pinto Xavier de Brito
Coronel de Cavalaria e Mestre de Equitação
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RESUMO
Hoje, quando reflectimos sobre a formação de treinador de saltos de obstá-culos, não é tanto a sua pertinência que é equacionada, mas o modo de a concre-tizar.
Actualmente, confunde-se muito o docente de Equitação – do grau deMonitor até ao de Mestre – com o de Treinador. Não se quer com isto dizer, quequalquer um deles não possa vir a enveredar numa carreira de treinador de espe-cialidade, se assim o entender e possuir resultados a título pessoal e de alunos,relevantes na disciplina, com o nível exigido para tal.
No presente estudo, apresentamos um modelo possível para a estruturaçãoda carreira de Treinador de Disciplina de Saltos de Obstáculos, os seus diferentesníveis, competências e respectiva formação. Por uma questão de uniformizaçãoda formação no desporto Equestre, procuramos seguir o estipulado no POFFTE(FEP/ENE – Volume II Treinadores de Disciplina – Disposições Gerais) no que con-cerne à estrutura de formação e suas linhas orientadoras, à estrutura institucionale logística, aos pré requisitos de acesso, à natureza e extensão dos currículos,bem como aos modelos e estratégias de avaliação.
Expomos com particular destaque os temas que consideramos importantespara a formação de um Treinador da Disciplina de Saltos de Obstáculos, nas áreasa que três dos grandes nomes da equitação de saltos de obstáculos dão maisrelevância (George H. Morris – Equitation style et C.S.O.; Bertalan de Némethy –La Méthode Némethy; e Michel Robert – Secret et méthode d’un grand champion).
Palavras-chave: Ética, Níveis, Formação Profissional (conteúdos fundamentais).
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ÍNDICE
INTRODUÇÃO 6
ÉTICA 12
NÍVEIS 13
PROPOSTA 14
MODELO DE FORMAÇÃO PARA TREINADOR DE DISCIPLINA DE SALTOS DE OBSTÁCULOS
1. CARACTERIZAÇÃO DA PROFISSÃO 14
2. CONDIÇÕES MINIMAS DE ACESSO 14
3. CONTEUDO COMUM DO EXAME FINAL DOS CURSOS 16
4. TIPO DE CURSO 17
5. ESTRUTURA CURRICULAR DO CURSO 17
CONCLUSÃO 24
BIBLIOGRAFIA 25
ANEXOS 26
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INTRODUÇÃO
Treinar, numa maneira geral, deve ser entendido como fazer apren-der e desenvolver capacidades, ou seja, como um conjunto de acçõesorganizadas, dirigidas à finalidade especifica de promover intencionalmen-te a aprendizagem e o desenvolvimento de alguma coisa por alguém, comos meios adequados à natureza dessa aprendizagem e desse desenvolvi-mento. Neste contexto, o treinador deve ser visto como o profissional quetem a função específica de conduzir este processo, o treino desportivo,fazendo-o no quadro de um conjunto de saberes próprios, saberes essesque sustentam a capacidade de desempenho profissional.
Pode definir-se as funções de treinador, com base num conjunto decompetências resultantes da mobilização, produção e uso de diversossaberes pertinentes (cognitivos, pedagógicos, organizacionais, técnico--prácticos, etc.), organizados e integrados adequadamente em função dacomplexidade da acção concreta a desenvolver em cada situação da prá-tica profissional.
António Rosado e Isabel Mesquita
O vulgarmente chamado de treinador é antes de tudo um “Homem de Cava-los” com os seus saberes práticos de:
Maneio e Etologia – instalações, higiene, transporte, comportamento docavalo, alterações comportamentais;
Hipologia – pelagem, dentição, aprumos, ferração, tendões e ligamentos;
Nutrição – alimentos (cereais, forragens, suplementos);
Veterinária – taras, claudicações, fisiologia do esforço, etc;
e com alguns saberes sobre Teoria de Equitação e Pedagogia Equestreadquiridos através de outrem ou eventualmente de uma Escola. Perante estasituação, impõe-se que existam algumas regras (Disposições Gerais) para a for-mação do Treinador de Disciplina e que se encontram descritas no POFFTE.
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INTRODUÇÃO
Aproveitamos para relembrar as áreas a que os autores referidos no resumodedicam especial importância, para uma participação com sucesso em provas deCSO.
GEORGE H. MORRIS (ÉQUITATION STYLE ET C.S.O.):
O cavaleiro
– posição do cavaleiro
– ajudas do cavaleiro
O trabalho no plano
– princípios gerais
– cavalo/cavaleiro – trabalho longitudinal
– trabalho lateral
O trabalho nos obstáculos (três níveis)
Em concurso
– apresentação do cavalo
– o que o cavaleiro deve saber
Sugestões relativas ao ensino
– intenção do professor
– programa de ensino
BERTALAN DE NÉMETHY (LA MÉTHODE NÉMETHY)
Os grandes princípios da equitação
– a rectitude
– a assimetria
– a calma
– o movimento para diante
– a manutenção do equilíbrio natural do cavalo
– estabilidade – ritmo
– regularidade
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INTRODUÇÃO
Fisiologia do cavalo
– estrutura fisiológica
– memória e inteligência
– a visão, audição e outros sentidos
– os andamentos (passo, trote galope)
Colocação em sela
– posição
Ajudas do cavaleiro e suas acções
– naturais
· assento e peso do cavaleiro
· as pernas
· as mãos
· a coordenação de ajudas
– artificiais
· voz, vara, esporas
· recompensa/castigo
· posição e acções do cavaleiro face aos três andamentos
Trabalho base do cavalo
Exercícios de treino fundamentais
– cedência à perna
– meia-volta inversa
– o recuar
– espádua a dentro
– travers e renvers (ancas a dentro ou ancas ao muro)
– meia-volta directa
– ladear
– galope invertido e passagem de mão no ar
Os enrênements e o trabalho à guia
– aperfeiçoamento da colocação em sela com guia
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INTRODUÇÃO
Trabalho sobre cavaletes
– origens
Sistema moderno de cavaletes
– sua utilidade para controlar a batida
– exercícios de ginástica para o cavalo
As Provas (preparação e competição)
– aquecimento
– o gráfico da prova
– o reconhecimento da prova
– entrada em pista
– ritmo da prova
– as voltas
– obstáculos especiais
– a vala, banquetas, fossos
MICHEL ROBERT (SECRETS ET MÉTHODE D’UN GRANDCHAMPION)
Progredir
– antes de tudo é um estado de espírito
Preparação mental e estado de espírito do cavaleiro
– eliminar as desculpas
– medo, controle da mente e concentração
– programar antecipadamente as acções
– adoptar uma atitude de campeão
– disciplina e rigor
– respiração e descontracção
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INTRODUÇÃO
Preparação física e posição do cavaleiro
– trabalhar a sua posição
– manter a posição central
– posição de obstáculos
– trabalho da posição e equilíbrio
Comunicação cavalo cavaleiro
– confiança
– os 4 contactos (pernas e mãos)
– agir e actuar normalmente
Relação professor/cavaleiro
Preparação física do cavalo
– trabalho do cavalo novo
– trabalho à guia
– trabalho no exterior
– o obstáculo
Preparação para o obstáculo
– trabalho de extensão do pescoço
– trabalho no circulo
– ter o cavalo sobre a mão
– a rectitude
–a passagem de mão a galope
– o recuar
– as transições
Trabalho sobre o obstáculo
– as passadas
– a batida
Exercícios de treino sobre o obstáculo
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INTRODUÇÃO
Competição
– gerir o stress e as emoções
– o reconhecimento do percurso
– o aquecimento
– o percurso
– análise dos resultados do concurso
Resumindo, todos eles e mais alguns que tive o privilégio de conhecer aoparticipar e assistir a alguns dos seus estágios (Nelson PESSOA, Daniel BIANCA-MARIA, Thomas FUCHS, Gilles Bertran de BALLANDA, Albert VOORN) focam etrabalham a colocação em sela (equilíbrio, peso do corpo, olhar), o controle dasmontadas (sujeição, rectitude, impulsão e equilíbrio), o galope (ritmo, galope dequalidade), quer no plano, sobre cavaletes, em percurso, independentemente dosmétodos e processos que utilizam.
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INTRODUÇÃO
ÉTICA
Ao complementar as competências académicas já adquiridas, com uma fortecomponente prática de mestrias próprias, é possível garantir uma performanceelevada dos treinadores e seus alunos, capaz de repercussões positivas na obten-ção de bons resultados em competições de saltos de obstáculos nacionais e inter-nacionais.
Assim definido, o treinador assume um papel preponderante no sistema decompetição, contribuindo de forma efectiva para o crescimento da modalidade, aocriar um ambiente saudável para o seu desenvolvimento, promovendo comporta-mentos adequados através da educação para um desportivismo limpo.
A interiorização de noções de respeito mútuo, além do conhecimento dosregulamentos e funcionamento de um Concurso Hípico, contribui em larga escalapara uma prática desportiva mais digna, organizada e credibilizada.
O próprio conceito de fair-play, ultrapassa o simples respeito pelas regras, eengloba diversas noções como a amizade, a camaradagem, o espírito de equipa,tornando-se mesmo um modo de estar no Hipismo, e não um comportamento porsi só. Esta postura tão positiva como enriquecedora, promove o desenvolvimentodo indivíduo, bem como a sua expressão na interacção social.
Recomendamos a consulta do “CÓDIGO DA ÉTICA DESPORTIVA” disponívelem http://www.idesporto.pt/ DATA/DOCS/LEGISLACAO/Doc121.pdf – ANEXO 1.
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INTRODUÇÃO
NÍVEIS
A elevada diversidade que se verifica ao nível da formação dos treinadoresdeve dar lugar à concepção de um modelo de formação que permita criar umadefinição clara das respectivas Habilitações. O objectivo é construir um sistemaconsistente de níveis, através dos quais se qualificam profissionais da especiali-dade, atribuindo-lhes competências específicas.
Treinador de Saltos de Obstáculos – NÍVEL I
Ser capaz de treinar/aperfeiçoar conjuntos (cavalo/cavaleiro) em competi-ção de salto de obstáculos (CSN).
Treinador de Saltos de Obstáculos – NÍVEL II
Ser capaz de treinar/aperfeiçoar conjuntos (cavalo/cavaleiro) em competi-ção de salto de obstáculos (CSN–A /CSI e Campeonatos).
Treinador de Saltos de Obstáculos – NÍVEL III
Ser capaz de proceder à avaliação e treino de conjuntos com vista à for-mação e preparação de selecções para competição de nível internacional.
Ser capaz de gerir as actividades de treino (estágio de aperfeiçoamentoem obstáculos) no seio de um centro equestre.
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MODELO DE FORMAÇÃO PARA TREINADOR DE DISCIPLINADE SALTOS DE OBSTÁCULOS
NÍVEIS I, II e III
1. CARACTERIZAÇÃO DA PROFISSÃO
Treinador de Disciplina de Saltos de Obstáculos é uma carreira profissionaldirigida para um Monitor de Equitação que se distinguiu na disciplina como cava-leiro de alta competição ou para outros Monitores que, sendo praticantes da disci-plina, não pretendam ascender ao grau de Instrutor de Equitação, por falta detempo ou qualquer outra razão e queiram enveredar por uma carreira desportivade alto rendimento.
Deve ter como competências:
Treinar e aperfeiçoar conjuntos (cavalo/cavaleiro);
Assegurar o treino ou preparação de uma pequena equipa;
Proceder à avaliação de conjuntos com vista à formação de selecções;
Realizar as actividades de treino específico no seio de um centro hípico.
2. CONDIÇÕES MINIMAS DE ACESSO
NÍVEL I
Definimos este nível como o existente actualmente e estabelecido no POFFTE– todos os docentes com o grau de Monitor de Equitação, praticantes da modali-dade de salto de obstáculos com mais de 5 anos de prática da disciplina e 25anos de idade e, aqueles que obtiveram o estatuto de treinador pela via da expe-riência (até 01/05/2006)1.
1 POFFTE – Programa Oficial de Formação de Formadores e Técnicos de Equitação, Volume II, Treinadores de
Disciplina, Disposições Gerais, pág. 5.
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PROPOSTA
NÍVEL II
Terão acesso a este nível e respectivo Curso de Formação todos osTreinadores de Saltos de Obstáculos NÍVEL I, excepto os que obtiveram este nívelatravés da via da experiência, que só serão admitidos após formação equivalenteao grau de Monitor de Equitação e/ou exame correspondente nas seguintes con-dições:
30 Anos de idade;
Curriculum desportivo de instruendos:
5 Alunos da categoria de Juniores no podium (até 3º lugar) em CampeonatosNacionais;
ou
5 Alunos Jovens Cavaleiros ou Seniores com 8 classificações até ao 3º lugarem CSN-A/CSI de 1 ou 2 *;
ou
5 Alunos Jovens Cavaleiros ou Seniores com 5 classificações até ao 3º lugarem CSI de 3 *, ou superior.
NÍVEL III
Terão acesso a este nível e respectivo Curso de Formação todos osTreinadores de Saltos de Obstáculos NÍVEL II nas seguintes condições:
35 Anos de idade;
comportamento ético: não ter no seu curriculum punições impostas pelaFEP/FEI que possam ser consideradas como um mau exemplo, desportivoe/ou pessoal, para os alunos.2
Curriculum desportivo de instruendos:
5 Alunos da categoria de Juniores ou Jovem Cavaleiros escolhidos pararepresentar Portugal num Campeonato da Europa de Saltos de Obstáculos;
ou
3 Alunos Jovens Cavaleiros ou Seniores escolhidos para fazerem parte deuma Equipa Nacional para representar Portugal em Taças das Nações ouCampeonatos.
2 POFFTE – Programa Oficial de Formação de Formadores e Técnicos de Equitação, Volume II, Treinadores de
Disciplina, Disposições Gerais, pág. 6.
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PROPOSTA
3. CONTEÚDO DO EXAME FINAL DOS CURSOS
3.1 Dados gerais:
Local: Centro de formação e exame de 4 ou mais estrelas (pólo da ENE).
Júri: 3 membros, sendo pelo menos dois do grau III (Instrutor de Equitação)ou IV (Mestre de Equitação) com curriculum em CSO/CSI.
3.2 Tipos de provas a prestar e níveis de aptidão exigidos
NÍVEL II
Provas Teóricas:
Prova escrita sobre teoria da equitação (classificação mínima 60 %) de acor-do com o respectivo currículo;
Prova escrita sobre regulamentos FEP (geral, obstáculos, disciplina e veteri-nário) e direcção de pista (classificação mínima 60 %).
Prova de Ensino:
Prova Elementar 3 com cavalo próprio (classificação mínima 55 %).
Prova de Prática pedagógica:
Lição de colocação em sela posição à frente;
Lição de obstáculos sobre cavaletes (tendo em vista a correcção da coloca-ção em sela ou a correcção da trajectória no salto do cavalo.
Prova de Obstáculos:
Lição de obstáculos sobre um pequeno percurso (cerca de 8 obstáculos e 10esforços) desenhado pelo candidato, e respectiva demonstração.
NÍVEL III
Provas Teóricas:
Apresentação de uma TESE sobre:
- Erros mais comuns adquiridos em CSO – detecção, análise e respectivacorrecção;
- Programa, (preparação e nível a atingir) para uma eventual participaçãonum Campeonato da Europa de Juniores, para um aluno a título individual;
- Outras propostas pelo candidato e aceite pelo Júri.
Prova escrita sobre regulamentos FEI (geral, obstáculos, disciplina e veteri-nário + doping) e direcção de pista (classificação mínima 60 %).
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Prova de Ensino:
Prova Complementar 1 com cavalo próprio (classificação mínima 55 %).
Prova de Prática pedagógica:
Estágio de Obstáculos com duração de três dias para um grupo de alunos*(4 a 6), respectiva programação e preparação a cargo do próprio.
Prova de Obstáculos:
Percurso final de treino sobre um pequeno percurso (cerca de 8 obstáculose 10 esforços) desenhado pelo candidato e respectiva demonstração.
* Nota: Os alunos deverão ser providenciados pelo pólo da ENE onde se realiza o exame, e
possuir aproximadamente o mesmo nível.
4. TIPO DE CURSO
Curso contínuo
5. ESTRUTURA CURRICULAR DO CURSO
a) Características, duração e meios equestres de suporte
NÍVEL II
Este curso destina-se a Treinadores de Disciplina de Saltos de Obstáculos –NÍVEL I, que não têm condições para se ausentarem dos seus locais de trabalhopor um período prolongado.
Devido à sua especificidade e carácter prático, este curso deverá ser admi-nistrado num centro de formação e exame classificado como Pólo da ENE, para-lelamente ao momento em que decorra o final (ou 2 últimos módulos) de um cursode Monitores de Equitação. Uma vez que a matéria programática desse curso é jáum “saber” do Treinador de Disciplina, pode-se avaliar melhor os seus métodos,processos e prática pedagógica (“saber – fazer”, “saber – ser”). Assim, funciona-rá como que um adjunto dos Formadores e, ao mesmo tempo, avaliado nas suasprestações, contribuindo desta forma, para uma racionalização de esforços.
O curso compreende um módulo de duas semanas, a realizar num Centro deFormação e Exame (Pólo ENE), se possível com internamento. Tem uma cargahorária de 80 horas repartidas por duas semanas (40 horas cada).
Cada candidato levará uma montada, capaz de realizar a prova de ensinoexigida, e um percurso de obstáculos a 1,20m de altura.
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NÍVEL III
Este curso destina-se a Treinadores de Disciplina de Saltos de Obstáculos –NÍVEL II, que não têm condições para se ausentarem dos seus locais de trabalhopor um período prolongado.
Da mesma forma que o NÍVEL II, o curso deverá ser administrado num cen-tro de formação e exame classificado como Pólo da ENE, em paralelo com o final(ou 2 últimos módulos) de um curso de Instrutores de Equitação. Uma vez que amatéria programática deste curso, deverá ser um “saber” do Treinador deDisciplina do NÍVEL III, consegue-se desta forma promover uma melhor avaliaçãodos seus métodos, programação e processos de treinos funcionando como queum adjunto dos Formadores nas aulas da disciplina de Saltos de Obstáculos.
O curso compreende um módulo de duas semanas a realizar num Centro deFormação e Exame (Pólo ENE), se possível com internamento. Tem uma cargahorária de 80 horas repartidas por duas semanas (40 horas cada).
Cada candidato levará uma montada, capaz de realizar a prova de ensinoexigida, e um percurso de obstáculos a 1,30m de altura.
b) Matérias curriculares
NÍIVEIS II e III
Psicologia
Pedagogia
Doutrina Equestre – Geral e adaptada à disciplina
Metodologia especifica da modalidade
Processos de treino, sua adequação e avaliação
Noções gerais de primeiros socorros humanos e equinos
Regulamentos (geral, obstáculos, disciplina e veterinário) FEP/FEI
Doping
Direcção de pista
Legislação do trabalho
Legislação do desporto
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c) Cadeiras e sua distribuição horária por módulos
NÍVEL II
CADEIRAS 1ª Semana 2ª Semana Somas
Psicologia 2 h 2 h 4 h
Pedagogia 4 h 3 h 7 h
Doutrina Equestre 4 h 4 h 8 h
(geral e da modalidade)
Metodologia da disciplina 5 h 5 h 10 h
Processos de treino 6 h 5 h 11 h
(adequação e avaliação)
Noções gerais de primeiros 4 h - 4 h
socorros (humanos/equinos)
Regulamentos FEP 4 h - 4 h
Direcção de Pista 2 h - 2 h
Legislação de Trabalho 5 h 3 h 8 h
Legislação do Desporto 4 h 2 h 6 h
Exame Final - 16 h 16 h
Total do módulo 40 h 40 h 80 h
NÍVEL III
CADEIRAS 1ª Semana 2ª Semana Somas
Psicologia 2 h 1 h 3 h
Pedagogia 4 h 3 h 7 h
Doutrina Equestre 4 h 2 h 6 h
(geral e da modalidade)
Metodologia da disciplina 5 h 5 h 10 h
Processos de treino 6 h 6 h 12 h
(adequação e avaliação)
Noções gerais de primeiros 2 h - 2 h
socorros (humanos/equinos)
Regulamentos FEI + Doping 5 h - 5 h
Ética 1 h - 1 h
Direcção de Pista 3 h - 2 h
Legislação de Trabalho 5 h 2 h 7 h
Legislação do Desporto 3 h 1 h 4 h
Exame Final - 20 h 20 h
Total do módulo 40 h 40 h 80 h
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d) Carga horária por tipo de formação
NÍVEL II
CADEIRAS T PS P SOMAS
Psicologia 4 h - - 4 h
Pedagogia - - 7 h 7 h
Doutrina Equestre 8 h - - 8 h
(geral e da modalidade)
Metodologia da disciplina 3 h 3 h 4 h 10 h
Processos de treino - 3 h 8 h 11 h
(adequação e avaliação)
Noções gerais de primeiros 3 h 1 h - 4 h
socorros (humanos/equinos)
Regulamentos FEP 4 h - - 4 h
Direcção de Pista 1 h - 1 h 2 h
Legislação de Trabalho 8 h - - 8 h
Legislação do Desporto 6 h - - 6 h
Exame Final 3 h - 13 h 16 h
SOMAS 40 h 7 h 33 h 80 h
CADEIRAS T PS P SOMAS
Psicologia 3 - - 3
Pedagogia - - 7 7
Doutrina Equestre 6 - - 6
(geral e da modalidade)
Metodologia da disciplina 1 3 6 10
Processos de treino - 3 9 12
(adequação e avaliação)
Noções gerais de primeiros 1 1 - 2
socorros (humanos/equinos)
Regulamentos FEI + Doping 5 - - 5
Ética 1 - - 1
Direcção de Pista 1 - 2 3
Legislação de Trabalho 7 - - 7
Legislação do Desporto 4 - - 4
Exame Final - - 20 20
SOMAS 29 7 44 80
NÍVEL III
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e) Conteúdos programáticos das cadeiras
1. Psicologia
NÍVEL II
Stress e Ansiedade na competição desportiva: natureza, efeitos e avaliação.
Atenção e concentração na competição.
Motivação para a prática desportiva.
Autoconfiança e rendimento na competição.
NÍVEL III
Liderança de equipas desportivas e comportamentos do treinador.
Dinâmicas de grupo e coesão nas equipas desportivas.
Comportamentos agressivos no desporto.
Nota: Conteúdos gentilmente cedidos pela Exma. Sr.ª Drª Marta Campos Andrada, Psicóloga.
2. Pedagogia teórica e prática
NÍVEL II
Reciclagem do conteúdo programático relativo ao curso de Monitores deEquitação, com relevância na prática pedagógica de obstáculos.
NÍVEL III
Conteúdo programático relativo ao curso de Instrutores de Equitação comrelevância na prática pedagógica de obstáculos.
3. Doutrina equestre
NÍVEL II e NÍVEL III
Os Grandes princípios da Equitação:
- O método – Características do cavalo bem trabalhado;
- O estudo das ajudas e dos andamentos laterais; o Trabalho ginástico docavalo, no circulo, as transições e o equilíbrio;
- Os movimentos laterais, respectivo quadro de ajudas e vantagens ginásticas;
- A escala de treino – rectitude e concentração; os andamentos concentra-dos: as passagens de mão no ar.
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4. Metodologia da disciplina
NÍVEL II e NÍVEL III
Métodos de treino – observar, diagnosticar, corrigir, exemplificar, avaliar.
5. Processos de treino
NÍVEL II e NÍVEL III
Programação do treino.
Adequação do treino.
Condução do treino – gestão.
Avaliação do treino.
6. Primeiros socorros
NÍVEL II e NÍVEL III
Revisão e actualização dos métodos e processos dados no curso deMonitores de Equitação.
7. Regulamentos – Geral, Obstáculos, Disciplina e Veterinário
NÍVEL II – FEP
Geral.
Obstáculos
- Tipo de provas;
- Faltas e penalizações durante a prova; vestuário; Eliminações desqualifica-ções e multas;
- Escalões etários e direito de participação de cavalos e cavaleiros;Campeonatos e Taças.
Disciplina.
Veterinário.
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PROPOSTA
NÍVEL III – FEI
Geral.
Obstáculos:
- Direitos de participação;
- Campeonatos;
- Taças das Nações.
Disciplina.
Veterinário.
Doping.
8. Direcção de pista
NÍVEL II
Tipo de obstáculos, compostos, distâncias, segurança.
NÍVEL III
Obstáculos especiais, interdependências, cores, percursos básicos, segu-rança.
9. Legislação no trabalho
NÍVEL II e NÍVEL III
A definir com o formador da cadeira, e de acordo com a legislação em vigor.
10. Legislação no desporto
NÍVEL II e NÍVEL III
A definir com o formador da cadeira, e de acordo com a legislação em vigor.
f) Avaliação
NÍVEL II
De acordo com as tabela anexa – ANEXO 2.
NÍVEL III
De acordo com as tabela anexa – ANEXO 3.
g) Distribuição horária dos conteúdos programáticos
Deverão ser definidos pelo coordenador do curso e respectivos formadoresde acordo com o especificado para os NÍVEIS II e III.
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CONCLUSÃO
O modelo que apresentamos, pretende servir de guia para um estudo apro-fundado, com a participação das entidades competentes – ENE, IDP – de modo adefinir com exactidão os conteúdos programáticos, bem como aferir cargas horá-rias, metodologia e logística a adoptar.
Através da sistematização e modernização dos métodos de treino, do desen-volvimento de capacidades pedagógicas e da qualificação técnica, é possível criaruma carreira competitiva, capaz de incentivar os treinadores e, consequentemen-te, todos os elementos envolvidos na modalidade na sua vertente de competição.
Todo este processo de definição, estruturação e implementação da carreirade Treinador de Disciplina de Saltos de Obstáculos, visa incutir espírito de respon-sabilidade e profissionalismo – muitas vezes ausente no meio desportivo de com-petição – que, por sua vez vai promover uma concorrência saudável.
A existência desta carreira, distinguida através dos diversos níveis, com aatribuição das respectivas competências de forma progressiva e sustentada, deveservir de estímulo para os profissionais investirem de uma forma mais séria e siste-mática na sua formação.
Assim, ao longo dos diversos cursos, deve ser incutida a ideia de que a for-mação é um procedimento contínuo, sendo necessária uma actualização constan-te por parte dos profissionais. Deste processo evolutivo, devem participar diver-sos saberes, que ultrapassam o carácter estritamente tecnicista e especialista,pelo que os profissionais devem munir-se de todos os conhecimentos que lhespossam ser úteis ao desempenho das suas funções.
A título de exemplo, sugerimos que seja fomentado o estudo de uma línguaFEI (Inglês ou Francês), uma vez que se trata de uma das ferramentas necessáriasa um bom desempenho de um Treinador/Chefe de Equipa nas participações emCSIO e Campeonatos.
Em suma, o treinador de disciplina de obstáculos deve ter a perfeita noçãode que o seu desempenho influi de forma activa no desenvolvimento da modali-dade, bem como na projecção de uma imagem idónea do seu País no estrangei-ro, através dos resultados obtidos pelos seus alunos nas diversas prestações.
A carreira sugerida neste estudo, deve contribuir em larga escala para a pro-fissionalização da actividade, para a formação de uma escola e consequente evo-lução da modalidade.
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BIBLIOGRAFIA
MORRIS, George H. – Équitation, Style et C.S.O. Carles-Lavauzelle, 1986.ISBN 2-7025-0157-5.
NÉMETHY, Bertalan de – La méthode Némethy. Carles-Lavauzelle, 1990.ISBN 2-7025-0282-2
ROBERT, Michel – Secrets et méthode d’un grand champion. ArthésisCommunication, 2003. ISBN 2-95 20602-0-7
A formação para ser treinador. http://areas.fmh.utl.pt/~arosado/afpsr.pdf.(consulta realizada em 10/10/2007).
Código da ética desportiva. http://www.idesporto.pt/ DATA/DOCS/LEGISLACAO/Doc121.pdf. (consulta realizada em 18/10/2007).
POFFTE – Programa Oficial de Formação de Formadores e Técnicos deEquitação. Escola Nacional de Equitação, 2007.
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ANEXOS
ANEXO 1 – CÓDIGO DA ÉTICA DESPORTIVA
ANEXO 2 – Tabela de avaliação do curso de Formação de Treinadores deDisciplina de Obstáculos NÍVEL II
ANEXO 3 – Tabela de avaliação do curso de Formação de Treinadores deDisciplina de Obstáculos NÍVEL III
Capa e paginação: Além do Risco
ANEXO 1 – Código de Ética Desportiva
CÓDIGO DA ÉTICA DESPORTIVA
O DESPORTIVISMO NO JOGO É SEMPRE VENCEDOR (Fair play - The winning way)
INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 2
AS INTENÇÕES DO CÓDIGO...................................................................................................... 2
DEFINIÇÃO DE FAIR PLAY ......................................................................................................... 2
RESPONSABILIDADE PELO FAIR PLAY.................................................................................... 2
OS GOVERNOS............................................................................................................................ 3
AS ORGANIZAÇÕES DESPORTIVAS E AS ORGANIZAÇÕES ASSOCIADAS AO DESPORTO .................................................................................................................................. 4
CONCLUSÃO................................................................................................................................ 5
RESOLUÇÃO RELATIVA À APROVAÇÃO DO CÓDIGO DA ÉTICA DO DESPORTO .............. 5
INTRODUÇÃO
1. O Código da Ética no desporto do Conselho da Europa para o “Fair play no desporto” é uma declaração de intenção aceite pelos Ministros europeus responsáveis pelo Desporto.
2. O Código parte do princípio que as considerações éticas que estão na origem do fair
play não são um elemento facultativo mas algo essencial a toda a actividade desportiva, toda a política e toda a gestão no domínio do desporto e que se aplicam a todos os níveis de competência e de envolvimento da actividade desportiva, e tanto nas actividades recreativas como no desporto de competição.
3. O Código fornece um sólido quadro ético destinado a combater as pressões
exercidas pela sociedade moderna, pressões estas que se revelam ameaçadoras para os fundamentos tradicionais do desporto, os quais assentam no fair play, no espírito desportivo e no movimento voluntário.
AS INTENÇÕES DO CÓDIGO
4. O Código está essencialmente centrado no fair play nas crianças e nos adolescentes, que serão os praticantes e vedetas do desporto de amanhã. No entanto, o Código dirige-se às instituições e aos adultos que têm uma influência directa ou indirecta sobre o envolvimento e a participação dos jovens no desporto.
5. O Código engloba a noção do direito das crianças e dos adolescentes de praticar um
desporto e dele tirar satisfação, e a noção da responsabilidade das instituições e dos adultos como promotores do fair play e garantes do respeito destes direitos.
DEFINIÇÃO DE FAIR PLAY
6. O fair play significa muito mais do que o simples respeitar das regras; mas cobre as noções de amizade, de respeito pelo outro, e de espírito desportivo, um modo de pensar, e não simplesmente um comportamento. O conceito abrange a problemática da luta contra a batota, a arte de usar a astúcia dentro do respeito das regras, o doping, a violência (tanto física como verbal), a desigualdade de oportunidades, a comercialização excessiva e a corrupção.
7. O fair play é um conceito positivo. O Código considera o desporto como uma
actividade sócio-cultural que enriquece a sociedade e a amizade entre as nações, contanto que seja praticado legalmente. O desporto é também considerado como uma actividade que, de for exercida de maneira leal, permite ao indivíduo conhecer-se melhor, exprimir-se e realizar-se; desenvolver-se plenamente, adquirir uma arte e demonstrar as suas capacidades; o desporto permite uma interacção social, é fonte de prazer e proporciona bem-estar e saúde. O desporto, com o seu vasto leque de clubes e voluntários, oferece a ocasião de envolver-se e de tomar responsabilidades na sociedade. Além disso, o envolvimento responsável em certas actividades pode contribuir para o desenvolvimento da sensibilidade para com o meio-ambiente.
RESPONSABILIDADE PELO FAIR PLAY
8. O Código reconhece que a participação das crianças e dos adolescentes nas actividades desportivas se situa num ambiente social mais alargado. Admite que a sociedade e o indivíduo só poderão aproveitar plenamente as vantagens potenciais
do desporto se o fair play deixar de ser uma noção marginal para tornar-se uma preocupação central; reconhece que a este conceito deve ser concedida prioridade absoluta por todos aqueles que, directa ou indirectamente, influenciam e promovem a experiência vivida pelas crianças e pelos adolescentes no desporto, a saber: 8.1 Os Governos: a todos os níveis, incluindo as agências que trabalham com os
governos. Os que estão envolvidos nos sectores oficiais da educação têm uma responsabilidade especial.
8.2 As organizações desportivas e as associadas ao desporto - em particular as federações desportivas e as instâncias dirigentes, as associações de educação física, os organismos e os institutos de formação, as profissões ligadas à medicina e à farmácia e os meios de comunicação social. Também o sector comercial, incluindo a produção, a venda e o marketing dos artigos de desporto, é chamado a assumir as suas responsabilidades, contribuindo para a promoção do fair play.
8.3 Os indivíduos, nomeadamente os pais, professores, treinadores, árbitros, quadros, dirigentes, administradores, jornalistas, médicos e farmacêuticos; e os desportistas de alta competição que servem como modelos. O Código aplica-se a todos os indivíduos, quer actuem numa base voluntária quer numa base profissional. Como espectadores, os indivíduos podem assumir responsabilidades complementares.
9. Cada uma destas instituições e cada um destes indivíduos tem uma
responsabilidade a assumir e um papel a desempenhar. O presente Código da Ética é-lhes destinado. Só será eficaz se todos os intervenientes no mundo desportivo estiverem prontos a assumir as responsabilidades nele definidas.
OS GOVERNOS
10. Os Governos têm as seguintes responsabilidades: 10.1 Facilitar a adopção de critérios éticos exigentes em todos os domínios da
sociedade onde o desporto está presente; 10.2 Estimular e dar o seu apoio às organizações e aos indivíduos que aplicam
princípios éticos sãos nas suas actividades ligadas ao desporto; 10.3 Estimular os professores e monitores de educação física a darem à promoção
do desporto e ao fair play um lugar central nos programas escolares de educação desportiva;
10.4 Apoiar todas as iniciativas destinadas a promover o fair play no desporto, em particular entre os jovens, e estimular as instituições a fazer do fair play uma preocupação prioritária;
10.5 Estimular a investigação, no plano nacional e internacional, a fim de compreender melhor os problemas complexos ligados à prática de um desporto pelos jovens e a fim de definir a amplitude dos comportamentos indesejáveis e as ocasiões para promover o fair play.
AS ORGANIZAÇÕES DESPORTIVAS E AS ORGANIZAÇÕES ASSOCIADAS AO DESPORTO
11. As organizações desportivas e associadas ao desporto têm as seguintes
responsabilidades: Âmbito e contexto do fair play
11.1 Divulgar directrizes claras que definam os comportamentos conformes ou
contrários à ética e velar para que sejam dados estímulos e/ou tomadas sanções coerentes e adaptadas em todas as formas e a todos níveis de participação;
11.2 Vigiar para que todas as decisões sejam conformes a um Código da Ética aplicável à sua disciplina desportiva e inspirada no Código Europeu;
11.3 Sensibilizar a opinião para o conceito de fair play na sua esfera de influência, por meio de campanhas, prémios, material pedagógico e ofertas de formação. Também devem seguir de perto estas acções e avaliar o impacto das mesmas;
11.4 Estabelecer sistemas que recompensem, além do sucesso nas competições, também o fair play e o progresso pessoal;
11.5 Dar ajuda e apoio aos jornalistas para que possam estimular o bom comportamento.
O trabalho com os jovens
11.6 Vigiar para que as estruturas de competição tenham em conta as necessidades específicas dos adolescentes e das crianças em pleno crescimento e permitam uma participação a vários níveis, da actividade recreativa à alta competição;
11.7 Apoiar a modificação dos regulamentos a fim de responder às necessidades específicas dos jovens e colocar a ênfase, não só no sucesso na competição, mas também no fair play;
11.8 Velar para que se estabeleçam garantias a fim de evitar a exploração das crianças, particularmente aquelas que se revelem talentos precoces;
11.9 Fazer de modo que todos os membros ou sócios de uma organização que assumem responsabilidades por crianças ou adolescentes tenham as qualificações necessárias para os dirigir, formar, educar e treinar, e velar, em particular, para que compreendam as transformações biológicas e psicológicas que acompanham o processo de maturação da criança.
12. Os indivíduos têm as seguintes responsabilidades:
O comportamento individual
12.1 Ter um comportamento exemplar que seja um modelo positivo para as
crianças e os adolescentes; abster-se em todas as circunstâncias de recompensar, adoptar pessoalmente, ou fechar os olhos para um comportamento desleal de outrem; aplicar sanções apropriadas contra este tipo de comportamento;
12.2 Vigiar para que o nível de formação e de qualificação seja adaptado às necessidades da criança em função das várias fases do envolvimento no desporto.
O trabalho com os jovens
12.3 Fazer da saúde, da segurança e do bem-estar da criança ou do jovem atleta a primeira das prioridades, e fazer com que estes aspectos tenham primazia
sobre o êxito por interposta pessoa, ou sobre a reputação da escola, do clube, do treinador ou do pai;
12.4 Fazer as crianças viverem uma experiência do desporto que as incite a participarem, a sua vida inteira, em actividades físicas saudáveis;
12.5 Evitar de tratar as crianças como se fossem pequenos adultos, mas ter consciência das transformações físicas e psicológicas que acompanham o desenvolvimento da criança, e da maneira como estas influenciam a prestação desportiva;
12.6 Evitar de criar numa criança expectativas às quais ela não poderá responder; 12.7 Dar toda a importância ao prazer e à alegria do desportista e nunca exercer
sobre a criança pressões indevidas contrárias ao seu direito de decidir livremente da sua participação;
12.8 Interessar-se tanto pelos elementos dotados como por aqueles que o são menos e dar relevo e recompensar, além do sucesso nas competições, o progresso pessoal e a aquisição de uma habilidade;
12.9 Estimular as jovens crianças a imaginarem os seus próprios jogos e as suas próprias regras, a desempenharem não só o papel de participante, mas também o de treinador, de dirigente ou de árbitro; a determinarem os seus próprios estímulos ou sanções para conduta leal ou desleal, respectivamente; e a assumirem a responsabilidade pelos seus actos;
12.10 Comunicar aos jovens e às suas famílias informações tão completas quanto possível a fim de que estejam conscientes dos potenciais riscos e atractivos do sucesso.
CONCLUSÃO 13. O fair play é essencial para o êxito da promoção e do desenvolvimento do desporto
e do envolvimento no desporto. A lealdade no desporto - o fair play - é benéfico para o indivíduo, as organizações desportivas e a sociedade no seu todo. É da nossa responsabilidade promover este espírito.
O DESPORTIVISMO NO JOGO É SEMPRE VENCEDOR. (FAIR PLAY - THE WINNING WAY)
RESOLUÇÃO RELATIVA À APROVAÇÃO DO CÓDIGO DA ÉTICA DO DESPORTO
Os Ministros europeus responsáveis pelo Desporto, reunidos em Rhodes para a sua 7ª Conferência, de 13 a 15 de Maio de 1992. - Desejando ver evoluir o desporto no espírito da Carta Europeia do Desporto; - Conscientes das pressões que a sociedade moderna, marcada entre outros
pela corrida ao sucesso, o culto das vedetas e a mediatização, exerce sobre o desporto;
- Convencidos da necessidade de fornecer a todos os desportistas um quadro de
referência que lhes permita fazer escolhas responsáveis perante estas pressões;
- Persuadidos que a integração, nos programas de educação física e nas
políticas das organizações desportivas, dos princípios enunciados neste Código, não deixará de influenciar, num sentido positivo, as atitudes dos participantes e do público para com o desporto.
DECIDEM
1. Dar todo o seu apoio ao Código da Ética do Desporto em anexo; 2. Divulgar este Código na(s) sua(s) própria(s) língua(s) entre as organizações
desportivas e promover a sua divulgação entre todos os grupos-alvo apropriados, particularmente os que trabalham com jovens;
3. Cooperar no plano europeu a fim de promover uma ampla divulgação deste
Código.
CONVIDAM A COMISSÃO DOS MINISTROS DO CONSELHO DA EUROPA
1. A adoptar o presente Código da Ética do Desporto como recomendação aos Governos;
2. A estimular as autoridades responsáveis pelo ensino escolar e extra-escolar a
introduzir os princípios enunciados no Código da Ética do Desporto nos programas de educação física;
A encorajar as organizações desportivas regionais, nacionais e internacionais a ter em conta os princípios deste Código nas suas diligências a favor de um reforço da ética desportiva.
ANEXO 2
TREINADOR DE DISCIPLINA DE
SALTOS DE OBSTÁCULOS – NÍVEL II
Pólo da ENE: ________________________________________________________________________
ENSINO OBSTÁCULOS demonstração
TEORIA
Teoria da Equitação Regulamentos
PP
Ginástica
Lição de
obstáculos
CANDIDATO
% Nota Nota (1)
Nota (2)
Nota (3) % Nota % Nota Nota Nota
NOTA FINAL
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CLASSIFICAÇÃO
OBS
Pólo e data: O Júri _________________________________ ____________________________________________ _________________________________ _____________________________
ANEXO 3
TREINADOR DE DISCIPLINA DE
SALTOS DE OBSTÁCULOS – NÍVEL III
Pólo da ENE: ________________________________________________________________________
ENSINO OBSTÁCULOS demonstração
TEORIA
TESE Regulamentos
Estágio de
obstáculos
CANDIDATO
% Nota Nota (1)
Nota (2)
Nota (3) Nota % Nota Nota
NOTA FINAL
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CLASSIFICAÇÃO
OBS
Pólo e data: O Júri
_________________________________ ____________________________________________ _________________________________ _____________________________