programa cultura (2007 - 2013). ano 2010

96
PROGRAMA CULTURA Agência de Execução relativa à Educação, ao Audiovisual e à Cultura COMISSÃO EUROPEIA GUIA DO PROGRAMA PROGRAMA CULTURA (2007-2013) Direcção-Geral da Educação e da Cultura http://ec.europa.eu/culture/index_en.htm Agência de Execução relativa à Educação, ao Audiovisual e à Cultura http://eacea.ec.europa.eu/culture/index_en.htm Maio 2010

Upload: campusculturae-campusculturae

Post on 11-Mar-2016

215 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Última versión da Guía de requisitos para a aplicación da subvención plurianual do programa Cultura

TRANSCRIPT

PROGRAMA CULTURA Agência de Execução relativa à Educação, ao Audiovisual e à Cultura COMISSÃO EUROPEIA

GUIA DO PROGRAMA

PROGRAMA CULTURA (2007-2013)

Direcção-Geral da Educação e da Cultura http://ec.europa.eu/culture/index_en.htm Agência de Execução relativa à Educação, ao Audiovisual e à Cultura http://eacea.ec.europa.eu/culture/index_en.htm

Maio 2010

Maio 2010

2

ÍNDICE PARTE I: PARTE GERAL..........................................................................................6 CAPÍTULO I Introdução .................................................................................................6 I.1 Enquadramento.....................................................................................................6 I.2 Objectivo do Guia do Programa............................................................................7 I.3 Objectivos e domínios de acção do Programa Cultura .........................................8 I.3.1 Objectivos do Programa........................................................................................8 I.3.2 Domínios de acção do Programa..........................................................................8 I.4 Ligações com Anos Europeus subordinados a temas específicos......................12 I.5 Entidades gestoras do Programa........................................................................12 I.5.1 A Comissão Europeia .........................................................................................12 I.5.2 A Agência de Execução .....................................................................................12 I.5.3 Pontos de Contacto Culturais..............................................................................13 I.6 Orçamento ..........................................................................................................14 I.7 Calendário 2008-2013.........................................................................................15 CAPITULO II Procedimento de candidatura e selecção ...........................................17 II.1 Envio das candidaturas.......................................................................................17 II.2 Processo de selecção .........................................................................................18 II.2.1 Critérios de elegibilidade comuns a todos os domínios de acção do Programa

geridos pela Agência...........................................................................................18 II.2.1.1 Países que participam no Programa ...................................................................18 II.2.1.2 Candidatos elegíveis ...........................................................................................19 II.2.1.3 Outros critérios de elegibilidade ..........................................................................19 II.2.1.4 Estatuto jurídico ..................................................................................................20 II.2.2 Critérios de exclusão...........................................................................................21 II.2.3 Critérios de selecção...........................................................................................22 II.2.3.1 Capacidade operacional e financeira ..................................................................22 II.2.3.2 Relatório de auditoria externa que deve acompanhar a candidatura ..................24 II.2.4 Critérios de atribuição .........................................................................................24 II.3 Consulta do Comité do Programa e do Parlamento Europeu .............................24 II.4 Concessão de subvenções .................................................................................25 II.5 Publicação dos resultados de selecção ..............................................................25 CAPITULO III Condições financeiras e outras condições..........................................26 III.1 Condições financeiras.........................................................................................26 III.1.1 Montante da subvenção......................................................................................26 III.1.2 Co-financiamento ................................................................................................26 III.1.3 Proibição de duplo financiamento .......................................................................26 III.1.4 Período de elegibilidade – Não retroactividade...................................................27 III.1.5 Fins não lucrativos ..............................................................................................27 III.1.6 Garantia ..............................................................................................................28

Maio 2010

3

III.2 Tipo de subvenções ............................................................................................29 III.3 Cálculo da subvenção.........................................................................................29 III.3.1 Financiamento baseado num orçamento ............................................................29 III.3.1.1 Custos elegíveis..................................................................................................30 III.3.2 Financiamento baseado numa tarifa fixa ............................................................33 III.4 Acordo ou Decisão de subvenção.......................................................................34 III.4.1 Acordo de subvenção .........................................................................................34 III.4.2 Decisão de subvenção........................................................................................34 III.4.3 Obrigações decorrentes do Acordo de subvenção e da Decisão de subvenção 34 III.4.4 Respeito dos prazos ...........................................................................................35 III.5 Contratos de execução/subcontratação..............................................................35 III.6 Relatórios obrigatórios ........................................................................................36 III.7 Certificado relativo às declarações financeiras finais..........................................36 III.8 Relatório de auditoria externa .............................................................................37 III.9 Modalidades de pagamento................................................................................37 III.10 Auditorias ............................................................................................................38 III.11 Visibilidade, publicidade, valorização e divulgação dos resultados.....................39 III.11.1 Visibilidade e publicidade....................................................................................39 III.11.2 Exploração e divulgação dos resultados.............................................................40 III.12 Procura de parceiros e de informações sobre acções já financiadas .................41 III.13 Base jurídica .......................................................................................................41 PARTE 2 DOMÍNIOS DE ACÇÃO ESPECÍFICOS ..................................................42 CAPÍTULO IV Projectos de cooperação (domínio de acção 1.1, 1.2.1 e 1.3.5) .........42 IV.1 Introdução ...........................................................................................................42 IV.2 Apresentação de candidaturas............................................................................43 IV.3 Critérios de elegibilidade específicos ..................................................................43 IV.3.1 Projectos plurianuais de cooperação (domínio de acção 1.1).............................43 IV.3.1.1 Candidatos elegíveis ...........................................................................................43 IV.3.1.2 Projectos elegíveis ..............................................................................................43 IV.3.2 Projectos de cooperação (domínio de acção 1.2.1) ............................................44 IV.3.2.1 Candidatos elegíveis ...........................................................................................44 IV.3.2.2 Projectos elegíveis ..............................................................................................44 IV.3.3 Projectos de cooperação com países terceiros (domínio de acção 1.3.5) ..........44 IV.3.3.1 Candidatos elegíveis ...........................................................................................45 IV.3.3.2 Projectos elegíveis ..............................................................................................45 IV.4 Critérios de selecção...........................................................................................46 IV.5 Critérios de atribuição .........................................................................................46 IV.6 Condições financeiras.........................................................................................49 IV.7 Utilização de Acordo de subvenção ou Decisão de subvenção..........................49 IV.8 Modalidades de pagamento................................................................................49 IV.8.1 Pré-financiamento ...............................................................................................49 IV.8.2 Pagamento final ..................................................................................................51

Maio 2010

4

CAPÍTULO V Projectos de tradução literária (domínio de acção 1.2.2) ...................52 V.1 Introdução ...........................................................................................................52 V.2 Apresentação de candidaturas............................................................................52 V.3 Critérios de elegibilidade específicos ..................................................................52 V.3.1 Candidatos elegíveis ...........................................................................................52 V.3.2 Projectos elegíveis ..............................................................................................52 V.3.3 Línguas elegíveis ................................................................................................53 V.3.4 Documentos a fornecer para aferição dos critérios de elegibilidade ...................54 V.4 Critérios de atribuição .........................................................................................55 V.5 Condições financeiras.........................................................................................56 V.5.1 Financiamento baseado numa tarifa fixa ............................................................56 V.5.2 Financiamento baseado num orçamento apenas para obras de poesia.............58 V.6 Acordo de subvenção/ Decisão de subvenção ...................................................58 V.7 Modalidades de pagamento................................................................................58 V.7.1 Pré-financiamento ...............................................................................................58 V.7.2 Pagamento final ..................................................................................................58 CAPÍTULO VI Apoio a festivais culturais de dimensão europeia (domínio de

acção 1.3.6) .............................................................................................60 VI.1 Introdução ...........................................................................................................60 VI.2 Apoio anual ou plurianual....................................................................................60 VI.3 Apresentação de candidaturas............................................................................61 VI.4 Critérios de elegibilidade específicos ..................................................................61 VI.4.1 Candidatos elegíveis ...........................................................................................61 VI.4.2 Projectos elegíveis ..............................................................................................62 VI.5 Critérios de selecção...........................................................................................62 VI.6 Critérios de atribuição .........................................................................................62 VI.7 Condições financeiras.........................................................................................63 VI.8 Utilização de Acordo de Subvenção ou Decisão de Subvenção.........................64 VI.9 Modalidades de pagamento................................................................................64 VI.9.1 Pré-financiamento ...............................................................................................64 VI.9.2 Pagamento final ..................................................................................................64 CAPÍTULO VII Apoio a organizações activas no domínio da cultura no plano

europeu (domínio de acção 2)..............................................................66 VII.1 Introdução ...........................................................................................................66 VII.1.1 Três categorias ...................................................................................................66 a) Embaixadores .................................................................................................66 b) Redes de representação e de defesa .............................................................66 c) Plataformas de diálogo estruturado (restrito) ..................................................66 VII.1.2 Apoio anual ou plurianual....................................................................................68 VII.2 Apresentação de candidaturas............................................................................69 VII.3 Critérios de elegibilidade específicos ..................................................................69 VII.3.1. Candidatos e actividades elegíveis .....................................................................69

Maio 2010

5

VII.4 Critérios de atribuição .........................................................................................71 VII.5 Condições financeiras.........................................................................................76 VII.5.1 Limitação do aumento do orçamento face aos exercícios orçamentais

precedentes ........................................................................................................76 VII.5.2 Limiares máximos ...............................................................................................76 VII.5.3 Diminuição progressiva das subvenções de funcionamento (regra da

degressividade)...................................................................................................77 VII.6 Cálculo da subvenção.........................................................................................77 VII.6.1 Financiamento baseado numa taxa fixa..............................................................78 VII.6.2 Financiamento baseado num orçamento ............................................................81 VII.7 Modalidades de pagamento................................................................................81 VII.7.1 Pré-financiamento ...............................................................................................81 VII.7.2 Pagamento final ..................................................................................................82 CAPÍTULO VIII Projectos de cooperação entre organizações envolvidas na

análise de políticas culturais (domínio de acção 3.2) ....................................83 VIII.1 Introdução ...........................................................................................................83 VIII.2 Apresentação de candidaturas............................................................................84 VIII.3 Critérios de elegibilidade específicos ..................................................................84 VIII.3.1 Candidatos elegíveis ...........................................................................................85 VIII.3.2 Projectos elegíveis ..............................................................................................85 VIII.4 Critérios de selecção...........................................................................................85 VIII.5 Critérios de atribuição .........................................................................................85 VIII.6 Condições financeiras.........................................................................................88 VIII.7 Utilização de Acordo de Subvenção ou Decisão de Subvenção.........................89 VIII.8 Modalidades de pagamento................................................................................89 VIII.8.1 Pré-financiamento ...............................................................................................89 VIII.8.2 Pagamento final ..................................................................................................89 CAPÍTULO IX Glossário (palavras-chave)....................................................................90

Maio 2010

6

PARTE I: PARTE GERAL

CAPÍTULO I Introdução

I.1 Enquadramento A cultura constitui uma esfera de acção relativamente nova para a União Europeia (UE), pelo menos do ponto de vista legal: a base jurídica para a acção da UE neste domínio só foi introduzida em 1992, com o Tratado de Maastricht1. Esta acção tem por objectivo incentivar e apoiar a cooperação a nível europeu, a fim de pôr em evidência o património cultural comum. A Comissão Europeia (a seguir designada "a Comissão") promove a cultura2 de duas formas: - através de políticas, sobretudo da política cultural3, mas também através da

integração da dimensão cultural noutras áreas de interesse da UE, tais como a concorrência e a política industrial;

- e através de apoios financeiros, essencialmente através do Programa Cultura

(2007-2013)4 (a seguir designado "o Programa"), mas também através de outras acções, por exemplo, no âmbito da política regional5.

Estes dois aspectos estão estreitamente ligados, uma vez que o Programa foi concebido para servir o desenvolvimento político no domínio da cultura e, em última análise, para promover os valores culturais comuns com vista ao reforço da herança cultural partilhada pelos povos europeus. Este Guia do Programa concentra-se na maioria dos elementos do Programa Cultura. Todas as demais acções ou actividades da UE não fazem parte do seu âmbito de aplicação. Será aplicável a partir da data da sua publicação6 na página da Internet da Agência de Execução relativa à Educação, ao Audiovisual e à Cultura7 (a seguir designada "a Agência de Execução"). A versão inglesa constitui o texto que faz fé. A Comissão reserva-se o direito de alterar o Guia do Programa, se considerar oportuno, a fim de o adequar, entre outros, ao programa de trabalho da Comissão e ao plano de trabalho sobre a cultura do Conselho da UE. As versões actualizadas serão publicadas na página da Internet da Agência de Execução.

1 Artigo 151.º do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia. 2 http://ec.europa.eu/culture/index_en.htm 3 Página da Internet relativa à política cultural: http://ec.europa.eu/culture/our-policy-development/doc397_en.htm 4 Instituído para o período 2007-2013 pela Decisão n.° 1855/2006/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 12 de Dezembro de 2006, e publicado no Jornal Oficial da UE L 372 de 27 de Dezembro de 2006. 5 http://ec.europa.eu/regional_policy/index_en.htm 6 O anúncio do Guia do Programa está publicado no Jornal Oficial da UE C 141/27 de 7 de Junho de 2008. 7 http://eacea.ec.europa.eu/index.htm

Maio 2010

7

I.2 Objectivo do Guia do Programa Este Guia do Programa destina-se a ajudar todos os interessados em desenvolver projectos ou em receber apoio financeiro para as suas actividades permanentes no âmbito do Programa Cultura (2007-2013). Ajuda-os a compreender os objectivos e domínios de acção do Programa e, por conseguinte, os tipos de actividades que podem (ou não) beneficiar de apoio. Procura também fornecer informações pormenorizadas sobre os elementos necessários para apresentar uma candidatura e sobre o montante das subvenções que podem ser concedidas. O Guia explica o procedimento de selecção e as regras gerais aplicáveis às candidaturas a subvenções da UE que serão seleccionadas no final deste procedimento. Face ao acima exposto, este Guia contém todas as condições essenciais para a candidatura ao financiamento ao abrigo do Programa Cultura8, propiciando assim aos agentes culturais todo o conjunto de oportunidades de financiamento disponíveis no âmbito deste Programa até 2013. Em segundo lugar, no interesse da estabilidade e da previsibilidade, este Guia inclui um calendário para a apresentação e avaliação das candidaturas, que será válido durante toda a duração do programa. Este calendário ajudará as organizações interessadas em desenvolver actividades no âmbito deste Programa a realizar um planeamento mais eficaz e a mais longo prazo. Em terceiro lugar, o Guia contempla todas as medidas de simplificação que foram introduzidas no actual Programa Cultura, propiciando, ao mesmo tempo, uma definição detalhada e durável de todos os requisitos que cada tipo de projecto deve cumprir. A elaboração do presente Guia está, contudo, sujeita ao cumprimento das seguintes condições: - adopção, pela Comissão, do programa de trabalho anual para o Programa

Cultura, após a sua transmissão ao Comité do programa; - aprovação, pelo Parlamento Europeu e pelo Conselho Europeu, dos

financiamentos necessários ao Programa Cultura, no âmbito do orçamento anual da União Europeia.

O Guia agrupa ainda as características do Programa que são comuns a todos os domínios de acção, fornecendo assim uma melhor visão geral de como cada domínio de acção se relaciona com os objectivos gerais do Programa. A fim de facilitar as candidaturas aos financiamentos, todos os formulários, fichas e 8 A título excepcional, um ou mais convites à apresentação de propostas poderão ainda ser publicados em separado para acções específicas não abrangidas por este Guia do Programa ou integradas em versões posteriores deste Guia.

Maio 2010

8

documentos necessários podem ser descarregados das páginas da Internet indicadas nos capítulos correspondentes deste Guia. I.3 Objectivos e domínios de acção do Programa Cultura

I.3.1 Objectivos do Programa O Programa foi criado com o intuito de dar mais ênfase ao espaço cultural partilhado pelos europeus, assente numa herança cultural comum, através do desenvolvimento de actividades de cooperação entre agentes culturais dos países que participam no Programa9, com o objectivo de favorecer a emergência de uma cidadania europeia. O programa tem três objectivos específicos: - promover a mobilidade transnacional dos agentes culturais;

- incentivar a circulação transnacional de obras e produções artísticas e culturais;

- incentivar o diálogo intercultural. O Programa tem uma abordagem flexível e interdisciplinar, concentrando-se nas necessidades manifestadas pelos agentes culturais durante as consultas públicas que antecederam a respectiva elaboração.

As actividades apoiadas pelo Programa dividem-se em três tipologias principais, que correspondem aos domínios de acção do Programa, descritos na Parte 2 deste Guia, que contém uma lista de todos os critérios e requisitos de candidatura.

Segue-se uma breve descrição de cada domínio de acção.

I.3.2 Domínios de acção do Programa

Apoio a projectos culturais (domínio de acção 1) Apoio a organizações culturais para projectos orientados para a colaboração transfronteiriça e para criação e realização de actividades culturais e artísticas. O objectivo deste domínio de acção consiste em apoiar a cooperação entre organizações, como teatros, museus, associações profissionais, centros de investigação, universidades, institutos culturais e autoridades públicas de diferentes países participantes no Programa, a fim de permitir a cooperação entre diferentes sectores e a extensão do seu alcance cultural e artístico além-fronteiras. Este domínio de acção divide-se nas cinco categorias abaixo descritas. Domínio de acção 1.1: Projectos de Cooperação Plurianuais (com duração de 36 a 60 meses) A primeira categoria procura fomentar as relações culturais transnacionais a título 9 Consultar a lista de países elegíveis no capítulo II.2.1.1.

Maio 2010

9

plurianual, apoiando, no mínimo, seis agentes culturais de seis países que participem no Programa, com vista à cooperação e ao trabalho sectorial e intersectorial com o objectivo de desenvolver actividades culturais conjuntas durante um período de três a cinco anos. Os fundos anuais disponibilizados variam entre um montante mínimo de 200 000 euros e um montante máximo de 500 000 euros, embora o apoio da UE se limite a um máximo de 50% do custo total elegível. Estes fundos destinam-se a ajudar a estabelecer ou a alargar o alcance geográfico de um projecto e a manter a sua sustentabilidade para além do período de financiamento. Domínio de acção 1.2.1: projectos de cooperação (com duração máxima de 24 meses) A segunda categoria diz respeito a acções partilhadas, no mínimo, por três agentes culturais de três países que participam no Programa, no âmbito de uma colaboração sectorial e intersectorial durante um período máximo de dois anos. São especialmente visadas acções que explorem formas de cooperação a longo prazo. São disponibilizados fundos entre um mínimo de 50 000 euros e um máximo de 200 000 euros, embora o apoio da UE se limite a 50% do custo total elegível. Domínio de acção 1.2.2: projectos de tradução literária (com uma duração máxima de 24 meses) A terceira categoria diz respeito ao apoio a projectos de tradução. O apoio da UE à tradução literária tem como objectivo reforçar o conhecimento da literatura e da herança literária dos cidadãos europeus através da promoção da circulação de obras literárias entre países. As editoras podem receber subvenções para a publicação e tradução de obras de ficção de uma língua europeia para outra língua europeia. São disponibilizados fundos entre 2 000 euros e 60 000 euros, embora o apoio da UE se limite a 50% do custo total elegível. Domínio de acção 1.3.5: projectos de cooperação com países terceiros (com uma duração máxima de 24 meses) A quarta categoria procura apoiar projectos de cooperação cultural destinados ao intercâmbio cultural entre países participantes no Programa e países terceiros que tenham celebrado acordos de associação ou de cooperação com a UE, desde que tais acordos contenham cláusulas de carácter cultural. Anualmente, é feita a selecção de um ou mais países terceiros para o ano em questão. Este(s) país(es) é(são) anualmente indicado(s) na página da Internet da Agência de Execução , no mínimo 4 meses antes do fim do prazo de apresentação de candidaturas indicado no Capítulo I.7.

A acção deve gerar uma dimensão de cooperação internacional concreta. Os projectos de cooperação envolvem, no mínimo, três agentes culturais de três países participantes e a cooperação cultural com pelo menos uma organização do país terceiro seleccionado e actividades culturais realizadas no país terceiro seleccionado. São disponibilizados fundos entre 50 000 euros e 200 000 euros, embora o apoio da União Europeia se limite a 50% dos custos totais elegíveis.

Maio 2010

10

Domínio de acção 1.3.6: Apoio a festivais culturais de dimensão europeia: Este domínio de acção tem por objectivo apoiar festivais que tenham uma dimensão europeia e contribuam para alcançar os objectivos gerais do Programa (isto é, mobilidade de profissionais, circulação de obras artísticas e diálogo intercultural) O montante máximo do apoio financeiro eleva-se a 100 000 €, correspondente a um máximo de 60% dos custos elegíveis. O apoio pode ser concedido para uma edição do festival ou para três edições.

Domínio de acção 2: Apoio a organizações activas no domínio da cultura no plano europeu As organizações culturais que trabalhem ou pretendam trabalhar a nível europeu no domínio da cultura podem receber apoio para as despesas de funcionamento.

A subvenção concedida no âmbito deste domínio de acção traduz-se num apoio às despesas de funcionamento incorridas para a execução do programa de trabalho desses organismos beneficiários. Esta difere profundamente de quaisquer outras subvenções que possam ser concedidas no âmbito dos restantes domínios de acção do Programa. Uma descrição mais pormenorizada do apoio às despesas de funcionamento e das subvenções para projectos encontra-se no capítulo III.2. São três as categorias de organizações elegíveis para este domínio de acção (para uma descrição mais detalhada de cada categoria consulte o capítulo VI): a) Embaixadores b) Redes de representação e de defesa c) Plataformas de diálogo estruturado Os montantes máximos das subvenções variam em função de cada categoria entre 100 000 euros e 600 000 euros. Não obstante, o apoio da UE limita-se a um máximo de 80% do custo total elegível ou da estimativa dos custos relativos ao programa de trabalho proposto (ver Capítulo VI.5.2 para os montantes). Domínio de acção 3: Apoio a trabalhos de análise, à recolha e divulgação de informações e à maximização do impacto dos projectos no domínio da cooperação cultural Está disponível apoio da União Europeia para actividades de análise e divulgação que ajudem a recolher e a pesquisar resultados para responder a uma grande necessidade de provas quantitativas sólidas no sector cultural e da sua avaliação à luz dos objectivos do Programa. É também necessário facultar informações sobre o Programa Cultura aos artistas e às organizações culturais a nível local. Neste contexto, são financiados Pontos de Contacto Culturais10 em todos os países que participem no Programa.

O Programa apoia a realização de estudos e análises no domínio da cooperação cultural europeia e do desenvolvimento da política cultural europeia. Este apoio visa

10 Para mais informações, consulte o capítulo I.5.3.

Maio 2010

11

aumentar o volume e a qualidade das informações e dos dados para desenvolver dados comparativos e análises sobre a cooperação cultural à escala europeia, nomeadamente no que diz respeito à mobilidade dos criadores e agentes culturais, à circulação de obras e produções artísticas e culturais e ao diálogo intercultural.

O Programa também apoia a recolha e a divulgação de informações e as actividades destinadas a potenciar o impacto dos projectos. Promove-se, igualmente, o intercâmbio de experiências e de boas práticas e a divulgação de informações sobre o Programa, bem como a cooperação cultural transeuropeia em sentido lato. Domínio de acção 3.2: Projectos de cooperação entre organizações envolvidas na análise de políticas culturais Esta categoria visa apoiar projectos de cooperação entre organizações privadas ou públicas (tais como departamentos culturais de autoridades nacionais, regionais ou locais, observatórios ou fundações culturais, departamentos universitários especializados em assuntos culturais, organizações e redes profissionais) que possuam experiência directa e prática na análise, avaliação ou estudo do impacto das políticas culturais ao nível local, regional, nacional e/ou europeu, relacionadas com um ou mais dos 3 objectivos da Agenda Europeia para a Cultura11:

- Promoção da diversidade cultural e do diálogo intercultural;

- Promoção da cultura como catalisador da criatividade no âmbito da Estratégia de Lisboa para o crescimento e o emprego;

- Promoção da cultura como elemento vital nas relações internacionais da União, em aplicação da Convenção da UNESCO sobre a Protecção e a Promoção da Diversidade das Expressões Culturais.12

As acções devem envolver, no mínimo, três organizações legalmente estabelecidas em, pelo menos, três países participantes no Programa. O montante máximo do apoio financeiro eleva-se a 120 000 € por ano, correspondente a um máximo de 60% dos custos elegíveis.

O apoio pode ser atribuído às seguintes actividades:

secretariado e coordenação do agrupamento

troca, análise, comparação e consolidação dos dados quantitativos e qualitativos e métodos de avaliação existentes;

elaboração de propostas e recomendações para novos métodos de avaliação ou para dados quantitativos e qualitativos. O lançamento de novos estudos específicos ou a recolha de dados não estão abrangidos;

11 Ver Comunicação sobre uma agenda europeia para a cultura num mundo globalizado, COM (2007) 242 final. http://europa.eu/legislation_summaries/culture/l29019_en.htm 12 http://portal.unesco.org/en/ev.php-URL_ID=31038&URL_DO=DO_TOPIC&URL_SECTION=201.html

Maio 2010

12

elaboração de relatórios e difusão dos resultados ao nível da União Europeia.

I.4 Ligações com Anos Europeus subordinados a temas específicos O Programa pretende igualmente estabelecer ligações com as actividades relacionadas com Anos Europeus subordinados a temas específicos. 2010 : Ano do Combate à Pobreza e à Exclusão Social 2011 : Ano do Voluntariado I.5 Entidades gestoras do Programa

I.5.1 A Comissão Europeia A Direcção-Geral da Educação e da Cultura da Comissão (DG EAC) é responsável pelo Programa e gere directamente algumas actividades, embora a maioria destas seja implementada por delegação13 pela Agência de Execução relativa à Educação, ao Audiovisual e à Cultura, que tem a sua sede igualmente em Bruxelas (Bélgica). Esta Agência actua sob a tutela da Comissão. As seguintes actividades, todas pertencentes ao domínio de acção 1.3 do Programa e ao domínio de acção 3.3 no que se refere à última, são directamente geridas pela Comissão e não fazem parte deste Guia. Estão disponíveis orientações específicas para estas actividades na página da Internet da Comissão (conforme indicado nas notas de rodapé referentes a cada actividade):

- Apoio às Capitais Europeias da Cultura14; - Atribuição de prémios europeus no domínio da cultura15; - Apoio à cooperação com organizações internacionais16; - Acções especiais17; - Apoio à recolha e divulgação de informações e à maximização do impacto dos

projectos no domínio da cooperação cultural18 (domínio de acção 3.3).

I.5.2 A Agência de Execução Todas as restantes actividades no âmbito do Programa, conforme a seguir enumeradas, são realizadas pela Agência de Execução. Todas elas se regem por este Guia, à excepção do apoio a Pontos de Contacto Culturais e o apoio a trabalhos de análise no

13 Decisão da Comissão, de 26 de Abril de 2007, delegando poderes à Agência de Execução relativa à Educação, ao Audiovisual e à Cultura, tendo em vista a realização das tarefas associadas à aplicação dos programas comunitários nos domínios da educação, do audiovisual e da cultura, incluindo em particular a aplicação de dotações inscritas no orçamento comunitário N.º C(2007) 1842, com a redacção que lhe foi dada em 26 de Maio de 2008. 14 http://ec.europa.eu/culture/our-programmes-and-actions/doc413_fr.htm 15 http://ec.europa.eu/culture/our-programmes-and-actions/doc511_fr.htm 16 http://ec.europa.eu/culture/our-policy-development/doc403_en.htm 17 http://ec.europa.eu/culture/our-programmes-and-actions/doc417_en.htm 18 http://ec.europa.eu/culture/our-programmes-and-actions/doc505_en.htm

Maio 2010

13

domínio da cooperação cultural (domínio de acção 3.2).: − projectos plurianuais de cooperação (domínio de acção 1.1 – ver capítulo IV para

mais detalhes);

− projectos de cooperação (domínio de acção 1.2.1 – ver capítulo IV para mais detalhes);

− projectos de tradução literária (domínio de acção 1.2.2 – ver capítulo V para mais detalhes);

− projectos de cooperação com países terceiros (domínio de acção 1.3.5 – ver capítulo IV para mais detalhes);

− apoio a festivais culturais de dimensão europeia (domínio de acção 1.3.6) (ver capítulo VI para mais informações)

− apoio a organizações activas no domínio da cultura no plano europeu (domínio de acção 2 – ver capítulo VII para mais detalhes);

− apoio a Pontos de Contacto Culturais (domínio de acção 3.1);

− apoio a trabalhos de análise no domínio da cooperação cultural (domínio de acção 3.2).

− projectos de cooperação entre organizações envolvidas na análise de políticas culturais (domínio de acção 3.2) (ver capítulo VIII para mais informações)

I.5.3 Pontos de Contacto Culturais Uma vez que o Programa é executado de forma centralizada, é importante fornecer informações a nível nacional e prestar assistência aos interessados em candidatar-se ao Programa. Enquanto que este Guia se destina a transmitir as necessárias informações de carácter geral, os pontos de contacto culturais foram criados em todos os países que participam no Programa para prestar, às organizações que se pretendem candidatar, as orientações necessárias sobre o funcionamento do Programa e assistência concreta na preparação das respectivas candidaturas. Os pontos de contacto culturais são responsáveis pela promoção do Programa e por facilitar o acesso ao mesmo, a fim de assegurar a divulgação de informações práticas sobre a sua aplicação, as suas actividades e possibilidades de financiamento, de forma orientada, eficaz e próxima do terreno.

Co-financiados pelo Programa Cultura e por cada país participante, esses pontos de contacto culturais também ajudam os promotores de projectos nas suas actividades de divulgação.

A lista dos Pontos de Contacto está disponível em: http://ec.europa.eu/culture/annexes-culture/doc1232_en.htm

Maio 2010

14

I.6 Orçamento O Programa dispõe de um orçamento total de 400 milhões de euros19 para o período 2007-2013. As dotações anuais, incluindo as que se destinam a acções que não constam do Guia do Programa, podem variar entre 43 milhões de euros e 58 milhões de euros, dependendo do ano. Com base numa proposta da Comissão, o Comité do Programa aprova a repartição anual do orçamento por domínio de acção (de acordo com os valores aproximados seguidamente indicados). Ao longo de toda a duração do Programa, aproximadamente 77% do orçamento total destina-se ao domínio de acção 1, 10% ao domínio de acção 2 e cerca de 5% ao domínio de acção 3. As restantes dotações destinam-se a cobrir as despesas gerais, administrativas e técnicas do Programa. A concessão de subvenções depende da adopção do orçamento anual por parte da autoridade orçamental para os diferentes domínios de acção referidos neste Guia. A repartição anual dos fundos será publicada na página da Internet da Agência de Execução, assim que for aprovada.

19 Os países não comunitários que participam no Programa contribuem igualmente para o orçamento do Programa.

Maio 2010

15

I.7 Calendário 2008-2013 Os prazos para a apresentação das candidaturas cobrem todo o período do Programa e têm a seguinte calendarização:

Acção Prazo de apresentação de candidaturas

Data-limite para publicação dos resultados de selecção

Data de início Duração

Domínio de acção 1.1 Projectos plurianuais de cooperação

1 de Outubro do exercício N 12h00 CEST

31 de Março do exercício N+1

Entre 1 de Maio do exercício N+1 e 30 de Abril do exercício N+2

De um mínimo de 36 meses a um máximo de 60 meses

Domínio de acção 1.2.1 Projectos de cooperação

1 de Outubro do exercício N 12h00 CEST

28 de Fevereiro do exercício N+1

Entre 1 de Maio do exercício N+1 e 30 de Abril do exercício N+2

24 meses no máximo

Domínio de acção 1.2.2 Projectos de tradução literária

3 de Fevereiro do exercício N

31 de Julho do exercício N

Entre 1 de Setembro do exercício N e 31 de Agosto do exercício N+1

24 meses no máximo

Domínio de acção 1.3.5 Projectos de cooperação com países terceiros * *Os países terceiros seleccionados serão anunciados todos os anos na página da Internet da Agência de Execução

3 de Maio do exercício N 12h00 CEST

31 de Agosto do exercício N

Entre 1 de Novembro do exercício N e 31 de Outubro do exercício N+1

24 meses no máximo

Domínio de acção 1.3.6 Apoio a festivais culturais de dimensão europeia

15 de Novembro do exercício n

31 de Março do exercício n+1

Entre 1 de Maio do exercício n+1 e 30 de Abril do exercício n+2

12 meses, no máximo

Domínio de acção 1.3.6 Parceria-quadro (3 anos) para Festivais culturais de dimensão europeia

15 de Novembro de 2010

31 de Março de 2011

Entre 1 de Maio do exercício n+1 e 30 de Abril do exercício n+2

3X12 meses

Domínio de acção 2 Subvenção de funcionamento anual para organizações activas no domínio da cultura no plano europeu: a) embaixadores, b) redes de representação e defesa, c) plataformas

15 de Setembro do ano n 12h00 CEST

28 de Fevereiro do ano n+1

O exercício financeiro do ano n+1

O exercício financeiro

Domínio de acção 2 Parcerias-quadro (3 anos) para organizações activas no domínio da cultura no plano europeu: a) embaixadores, b) redes de representação e defesa, c) plataformas

15 de Setembro de 2010

28 de Fevereiro de 2011

O exercício financeiro de 2011

Os exercícios financeiros de 2011-2013

Domínio de acção 3.2 Projectos de cooperação entre organizações envolvidas na análise de políticas culturais

1 de Outubro do exercício n 12:00 CEST

28 de Fevereiro do exercício n+1

Entre 1 de Maio do exercício n+1 e 30 de Abril do exercício n+2

De um mínimo de 12 meses a um máximo de 24 meses

Maio 2010

16

Se o prazo de apresentação de candidaturas coincidir com um fim-de-semana ou com um feriado no país do candidato não será concedida qualquer prorrogação, devendo os candidatos tomar este aspecto em consideração aquando do planeamento do seu processo de candidatura. No período compreendido entre o prazo de apresentação de candidaturas e a publicação dos resultados de selecção terão lugar os seguintes procedimentos:

- Avaliação e selecção das candidaturas; - No que se refere apenas ao domínio de acção 1.1, consulta dos representantes dos

países que participam no Programa no Comité do Programa e do Parlamento Europeu sobre os resultados de selecção, que demora um mínimo de seis semanas.

Só depois de concluídos estes procedimentos poderão os candidatos ser informados sobre o resultado do processo de selecção (ver capítulo II.5).

Maio 2010

17

CAPITULO II Procedimento de candidatura e selecção

II.1 Envio das candidaturas Sistema de candidatura em linha para os domínios de acção 1.1, 1.2.1, 1.2.2, 1.3.5 e 2 Foi criado um sistema de candidatura em linha para os domínios de acção 1.1, 1.2.1, 1.2.2, 1.3.5 e 2. As propostas devem ser apresentadas, o mais tardar, na data-limite estabelecida para cada um desses domínios de acção, até às 12h00 CEST (ver calendário no Capítulo I.7), usando o formulário de candidatura em linha que está acessível na página da Internet da Agência de Execução. O dossiê de candidatura deve igualmente ser enviado por correio até à data-limite (data do carimbo postal).

O dossiê de candidatura deve incluir uma cópia em papel do formulário de candidatura em linha, bem como os anexos obrigatórios pertinentes. Os dossiês de candidatura não serão devolvidos no final do processo de selecção.

Formulário de candidatura em papel apenas para os domínios de acção 1.3.6 e 3.2

O formulário de candidatura em linha não se encontra disponível para os domínios de acção 1.3.6 e 3.2. Deverá ser utilizado o formulário de candidatura em papel.

O formulário de candidatura em papel deve ser descarregado da página de Internet da Agência e enviado juntamente com os anexos pertinentes até à data-limite fixada para os domínios de acção 1.3.6 e 3.2 (data do carimbo postal) à Agência por correio terrestre.

Todos os domínios de acção: Os dossiês de candidatura (no caso dos domínios de acção com sistema de candidatura em linha) ou o formulário de candidatura em papel (apenas para os domínios de acção 1.3.6 e 3.2) devem ser enviados por correio (data do carimbo postal), entregues por serviço de correio expresso (fazendo fé o recibo de entrega registado emitido pelo serviço de correio) ou entregues em mão própria pelos candidatos até às 16h00 da data-limite fixada. Neste caso, deve ser obtido um recibo comprovativo da entrega, datado e assinado pelo funcionário do serviço de correio central que recebeu a candidatura. Este serviço está aberto das 08h00 às 17h00, de segunda-feira a quinta-feira, e das 08h00 às 16h00 à sexta-feira, estando encerrado ao sábado, ao domingo e nos dias de encerramento dos serviços da Comissão20.

Não serão autorizadas alterações às candidaturas depois da data-limite para a sua apresentação. No entanto, se for necessário esclarecer alguns elementos a Agência de Execução poderá contactar o candidato para este efeito.

20 1 de Janeiro – Dia de Ano Novo, 2 de Janeiro – dia a seguir ao Ano Novo, Segunda-feira de Páscoa, 1 de Maio – Dia do Trabalhador, 9 de Maio – Dia da Europa, Quinta-feira da Ascensão, Segunda-feira de Pentecostes, 21 de Julho – Dia Nacional da Bélgica, 15 de Agosto – Assunção de Nossa Senhora, 1 de Novembro – Dia de Todos os Santos, tarde de 24 de Dezembro – Véspera de Natal, 25 de Dezembro – Dia de Natal, 31 de Dezembro – Véspera de Ano Novo.

Maio 2010

18

Endereço para onde deve ser enviado (ou entregue em mão própria) o dossiê de candidatura: Agência de Execução relativa à Educação, ao Audiovisual e à Cultura Programa Cultura (2007-2013) Domínio de acção do Programa ___[indique aqui o nome do domínio de acção ao qual se candidata] Avenue du Bourget 1 (BOUR 04/13) B – 1140 Bruxelas Bélgica II.2 Processo de selecção A atribuição de subvenções da União Europeia rege-se pelos princípios da transparência, da igualdade de tratamento e da não-discriminação. Neste sentido, foram definidos conjuntos específicos de critérios a fim de assegurar um processo de selecção transparente (nomeadamente, critérios de elegibilidade, critérios de exclusão, critérios de selecção e critérios de atribuição).

Durante o processo de selecção não é permitido prestar informações sobre o resultado de candidaturas individuais.

As propostas serão avaliadas segundo um procedimento geral, que engloba as fases que se seguem.

II.2.1 Critérios de elegibilidade comuns a todos os domínios de acção do Programa geridos pela Agência As propostas são, antes de mais, avaliadas para garantir que cumprem plenamente os critérios de elegibilidade comuns a todos os domínios de acção do Programa, bem como os critérios de elegibilidade específicos aplicáveis a cada domínio de acção. Segue-se uma descrição dos critérios de elegibilidade comuns a todos os domínios de acção do Programa. Consulte os capítulos pertinentes para a lista dos critérios aplicáveis a cada domínio de acção.

II.2.1.1 Países que participam no Programa Para serem elegíveis, os candidatos devem ter sede social num dos países que participam no Programa. Os países participantes são: - os Estados-Membros da União Europeia21;

21 Os 27 Estados-Membros da UE são os seguintes: Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Chipre, Dinamarca, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, Estónia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália,

Maio 2010

19

- os países do EEE22 (Islândia, Liechtenstein, Noruega); - os países candidatos à União Europeia (Croácia, Turquia, antiga República

jugoslava da Macedónia), a Sérvia e o Montenegro. Os países dos Balcãs Ocidentais (Albânia e Bósnia e Herzegovina) poderão vir a tornar-se elegíveis, desde que se conclua um protocolo de acordo que estabeleça as respectivas modalidades de participação no Programa23. Todos os países que não constam da lista acima indicada de países que participam no Programa são integrados na categoria de países terceiros.

II.2.1.2 Candidatos elegíveis

O Programa encontra-se aberto à participação de todas as categorias de agentes culturais, desde que as organizações em questão desenvolvam actividades culturais sem fins lucrativos.

As empresas que desenvolvam actividades culturais no sector audiovisual (incluindo festivais de cinema) e que já beneficiem do Programa MEDIA não são elegíveis para apoio no âmbito do “Programa Cultura”.

As organizações que exerçam a sua actividade principal no sector audiovisual, mas que actuem na qualidade de organização sem fins lucrativos são elegíveis para o domínio de acção 2 do Programa Cultura, no âmbito da categoria "Redes", na medida em que não está previsto nenhum apoio deste tipo ao abrigo do Programa MEDIA.

II.2.1.3 Outros critérios de elegibilidade Uma proposta é considerada elegível se (para os domínios de acção 1.3.6 e 3.2 ver adiante): - for apresentada em linha e o dossiê de candidatura for enviado por correio, o mais

tardar na data-limite de apresentação de candidaturas fixada no calendário do capítulo I.7 (fazendo fé a data do carimbo postal ou do serviço de correio); as propostas enviadas por fax ou correio electrónico não são elegíveis;

- estiver redigida numa das línguas oficiais da União Europeia24; Nota: No intuito de agilizar o processo de avaliação (e sem qualquer prejuízo para a avaliação em si), recomenda-se que as candidaturas sejam apresentadas numa das três línguas de trabalho da Comissão (inglês, francês ou alemão);

- for apresentada usando o formulário de candidatura em linha (formulário electrónico); - o dossiê de candidatura incluir os anexos solicitados devidamente assinados Letónia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Países Baixos, Polónia, Portugal, República Checa, Roménia, Reino Unido e Suécia. 22 Espaço Económico Europeu. 23 Serão publicadas mais informações sobre os desenvolvimentos relativos a estes países terceiros no sítio electrónico da Agência de Execução: http://eacea.ec.europa.eu. 24 Ver lista das línguas oficiais em: http://europa.eu/abc/european_countries/languages/index_en.htm

Maio 2010

20

(assinaturas manuscritas de pessoa autorizada a vincular juridicamente as organizações candidatas), uma carta de apresentação oficial, o formulário de candidatura em linha impresso e todos os anexos do formulário de candidatura e os documentos de apoio solicitados; as propostas que não estiverem completas ou não forem válidas (por falta de documentos originais, por exemplo) na data-limite fixada não são elegíveis.

Uma proposta é elegível para os domínios de acção 1.3.6 ou 3.2 se: - for enviada, o mais tardar, na data-limite de apresentação de candidaturas fixada no

calendário do capítulo I.7 (fazendo fé a data do carimbo postal ou do serviço de correio); as propostas enviadas por fax ou correio electrónico não são elegíveis;

- estiver redigida numa das línguas oficiais da União Europeia25; Nota: No intuito de agilizar o processo de avaliação (e sem qualquer prejuízo para a avaliação em si), recomenda-se que as candidaturas sejam apresentadas numa das três línguas de trabalho da Comissão (inglês, francês ou alemão);

- for apresentada usando o formulário de candidatura oficial, devidamente preenchido e assinado conforme exigido (assinaturas originais da pessoa autorizada a assumir um compromisso jurídico em nome das organizações candidatas); as propostas manuscritas não são elegíveis;

- integrar uma carta oficial de acompanhamento, o formulário de candidatura original, todos os anexos ao formulário de candidatura e documentos comprovativos exigidos; as propostas que não estejam completas e válidas (ou seja, com documentos originais em falta) à data-limite fixada para a respectiva apresentação não são elegíveis.

Se alguma das condições acima referidas não for cumprida até à data-limite para a apresentação de propostas a candidatura será considerada não elegível e, por conseguinte, excluída do processo de selecção. A Agência de Execução reserva-se o direito de rejeitar qualquer proposta incompleta.

II.2.1.4 Estatuto jurídico A fim de demonstrar que o seu estatuto jurídico é elegível, os candidatos devem apresentar os seguintes documentos juntamente com o seu formulário de candidatura:

Pessoas colectivas de direito público

a ficha de identificação legal* devidamente preenchida e assinada; uma cópia do documento oficial que certifica a constituição da pessoa

colectiva de direito público, como por exemplo a resolução, o decreto-lei ou a decisão legal.

25 Ver lista das línguas oficiais em: http://europa.eu/abc/european_countries/languages/index_en.htm

Maio 2010

21

Pessoas colectivas de direito privado a ficha de identificação legal* devidamente preenchida e assinada26; uma cópia do documento oficial que certifica a constituição da pessoa

colectiva de direito privado, como por exemplo o diário oficial ou o registo comercial (este documento deve indicar o nome, o endereço e o número de matrícula da pessoa colectiva de direito privado);

uma cópia da declaração de regime fiscal aplicável (nos países em que o número de registo comercial e o número de identificação fiscal são idênticos é apenas necessário apresentar um destes documentos);

os estatutos/contrato societário.

* As fichas de identificação legal podem ser descarregadas do seguinte endereço: http://www.ec.europa.eu/budget/execution/legal_entities_en.htm

II.2.2 Critérios de exclusão Os candidatos devem declarar que não se encontram numa das situações mencionadas no n.º 1 do artigo 93.º, no artigo 94.º e na alínea a) do n.º 2 do artigo 96.º do Regulamento Financeiro aplicável ao orçamento geral das Comunidades Europeias27 (a seguir designado "o Regulamento Financeiro"), e que são seguidamente enumeradas. Serão excluídos da participação no Programa os candidatos que: − se encontrem em situação de falência ou sejam objecto de um processo de falência,

de liquidação, de cessação de actividade, ou estejam sujeitos a qualquer outro meio preventivo de liquidação de património ou em qualquer outra situação análoga resultante de um processo da mesma natureza nos termos da legislação e regulamentação nacionais;

− tenham sido condenados por sentença transitada em julgado por qualquer delito que afecte a sua honorabilidade profissional;

− tenham cometido uma falta grave em matéria profissional, comprovada por qualquer meio que as entidades adjudicantes possam apresentar;

26 Não indicar o n.º de IVA se não estiver sujeito a IVA. 27 Regulamento (CE, Euratom) n.º 1605/2002 do Conselho, com a última redacção que lhe foi dada. http://ec.europa.eu/dgs/budget/index_en.htm

Maio 2010

22

− não tenham cumprido as suas obrigações relativamente ao pagamento das contribuições para a segurança social ou as suas obrigações relativamente ao pagamento de impostos de acordo com as disposições legais do país em que se encontrem estabelecidos, do país da entidade adjudicante ou ainda do país em que deva ser executado o contrato;

− tenham sido condenados por sentença transitada em julgado por fraude, corrupção, participação numa organização criminosa ou qualquer outra actividade ilegal que prejudique os interesses financeiros das Comunidades;

− sejam objecto de uma sanção administrativa prevista no n.º 1 do artigo 96.º do Regulamento Financeiro.

Não poderão receber apoio financeiro os candidatos que, durante o processo de concessão de uma subvenção: − se encontrem em situação de conflito de interesses;

− sejam culpados de falsas declarações ao fornecer as informações exigidas pela entidade adjudicante, em aplicação das condições para a participação no processo de atribuição de subvenções, ou no caso de não terem fornecido essas informações;

− se encontrem numa das situações de exclusão previstas no n.º 1 do artigo 93.º do Regulamento Financeiro para este processo de atribuição de subvenções;

− e estejam sujeitos a uma sanção que consiste na exclusão dos contratos e subvenções financiados pelo orçamento durante um período máximo de dez anos.

Em conformidade com o disposto nos artigos 93.º a 96.º do Regulamento Financeiro, podem ser aplicadas sanções administrativas e financeiras aos candidatos que sejam culpados de falsas declarações ou de falta grave no cumprimento das suas obrigações contratuais no âmbito de um anterior processo de adjudicação de contrato.

Ao assinarem a sua candidatura, os candidatos declaram que não se encontram em nenhuma das situações referidas no n.º 1 do artigo 93.º, no artigo 94.º e na alínea a) do n.º 2 do artigo 96.º do Regulamento Financeiro.

II.2.3 Critérios de selecção

II.2.3.1 Capacidade operacional e financeira As propostas que cumprem os critérios de elegibilidade e de exclusão são sujeitas a uma avaliação rigorosa com base na capacidade operacional e financeira das organizações candidatas. Tal permite avaliar se: - as organizações candidatas possuem as competências e qualificações

profissionais necessárias para levar a bom termo as actividades propostas (capacidade operacional).

Maio 2010

23

Para este efeito, os candidatos devem apresentar:

um relatório de actividades relativo aos dois últimos anos

(aproximadamente cerca de dez páginas por cada relatório de actividades)28;

os curricula vitae da(s) pessoa(s) responsável(eis) pela coordenação/execução geral da acção proposta em nome de cada organização envolvida ou pela aplicação do programa de trabalho da organização (no máximo, quatro páginas por curriculum vitae).

- as organizações candidatas dispõem de fontes de financiamento estáveis e

suficientes para manter as actividades propostas ao longo do período de duração do projecto ou do exercício subvencionado, e para participar no seu financiamento (capacidade financeira).

Para este efeito, os candidatos devem apresentar:

a ficha de identificação financeira devidamente preenchida e certificada pelo banco (são necessárias assinaturas originais).

Este documento pode ser descarregado do seguinte endereço: http://ec.europa.eu/budget/execution/ftiers_en.htm

a ficha de capacidade financeira para o seu país. Este documento pode ser descarregado do seguinte endereço: (consulte cada domínio de acção específico nesta página Web): http://eacea.ec.europa.eu/culture/index_en.htm

para os pedidos de subvenção superiores a 25 000 euros, o balanço, juntamente com os resultados do último exercício financeiro relativamente ao qual foram encerradas as contas (com data não superior a 18 meses).

para os pedidos de subvenção de funcionamento, o balanço, juntamente com os resultados do último exercício financeiro relativamente ao qual foram encerradas as contas (com data não superior a 18 meses).

Os últimos dois requisitos não se aplicam a organismos públicos e organizações internacionais de direito público instituídas por tratados intergovernamentais, nem às agências especializadas criadas por essas organizações. 28 O relatório de actividades oficial é suficiente. Recomenda-se que os candidatos apresentem um resumo em inglês, francês ou alemão, a fim de agilizar a avaliação do relatório de actividades, caso este seja redigido noutra língua oficial da União Europeia.

Maio 2010

24

II.2.3.2 Relatório de auditoria externa que deve acompanhar a candidatura Subvenções para projectos (domínio de acção 1) Caso o pedido de subvenção seja superior ou igual a 500 000 euros, a candidatura deve ainda ser acompanhada de um relatório de auditoria elaborado por um revisor oficial de contas externo e registado que certifique as contas do último exercício disponível (em qualquer dos casos, com data não superior a 18 meses). Tal aplica-se exclusivamente às contas (balanço e demonstração de resultados) do candidato (coordenador).

Subvenções de funcionamento (domínio de acção 2) Se o pedido de subvenção de funcionamento for igual ou superior a 100 000 euros, a candidatura deve ainda ser acompanhada de um relatório de auditoria elaborado por um revisor oficial de contas externo e registado, que certifique as contas do último exercício disponível (em qualquer dos casos, com data não anterior a 18 meses). Nota: Este requisito não se aplica aos organismos públicos e às organizações internacionais de direito público, nem aos estabelecimentos de ensino secundário ou superior ou aos beneficiários ligados entre si por uma responsabilidade solidária e conjunta, no caso de convenções com mais de um beneficiário.

II.2.4 Critérios de atribuição Os critérios de atribuição constituem a base para avaliar a qualidade artística e cultural das propostas em relação aos objectivos gerais e específicos do Programa, bem como em relação ao tema central e às características de cada domínio de acção. Os critérios de atribuição são definidos para cada domínio de acção (ver Parte 2). As propostas elegíveis são avaliadas por um comité de avaliação. O comité de avaliação é composto por funcionários da Agência de Execução e da Comissão e é assistido por peritos independentes dos países que participam no Programa29. O comité de avaliação emite uma proposta relativa à distribuição das subvenções. Propõe uma lista de organizações ou projectos que merecem uma subvenção com base na pontuação obtida durante a avaliação e no orçamento disponível. II.3 Consulta do Comité do Programa e do Parlamento Europeu No que se refere aos projectos integrados no domínio de acção 1.1, a lista de propostas a co-financiar é submetida ao Comité do Programa, composto por representantes dos países elegíveis, para que emita o seu parecer e, subsequentemente, enviada ao Parlamento Europeu para que este exerça o seu direito de escrutínio. Este processo de consulta demora um mínimo de seis semanas.

29 Os peritos independentes são seleccionados com base num convite público à manifestação de interesse.

Maio 2010

25

II.4 Concessão de subvenções Só depois de concluído o procedimento acima descrito é que termina o processo de selecção e pode ser publicada a lista de propostas seleccionadas para co-financiamento. Dentro do limite dos fundos disponíveis, as propostas elegíveis que obtiveram as pontuações mais altas recebem uma subvenção.

Os candidatos seleccionados recebem o Acordo ou Decisão de subvenção especificando o montante da subvenção comunitária atribuída e estabelecendo as condições em que a subvenção é atribuída (para mais informações sobre o Acordo ou Decisão de subvenção consulte o capítulo III.4).

II.5 Publicação dos resultados de selecção A lista das propostas seleccionadas é publicada na página da Internet da Agência de Execução: http://eacea.ec.europa.eu/culture/index_en.htm Os candidatos não seleccionados receberão uma carta indicando a pontuação da sua proposta e as razões pelas quais a sua candidatura não foi seleccionada.

Maio 2010

26

CAPITULO III Condições financeiras e outras condições

III.1 Condições financeiras

Tal como todas as subvenções da União Europeia, as contribuições financeiras concedidas ao abrigo do Programa Cultura estão sujeitas às regras decorrentes do Regulamento Financeiro e a sua aplicação é obrigatória.

O presente capítulo estabelece as regras que se aplicam a todas as subvenções concedidas ao abrigo do Programa Cultura.

Na Parte 2 encontram-se regras mais específicas que, adicionalmente, se aplicam a todas as subvenções atribuídas ao abrigo de cada domínio de acção individual.

III.1.1 Montante da subvenção Em circunstância alguma poderá o montante concedido exceder o montante solicitado. O montante atribuído pelo Acordo ou Decisão de subvenção deve ser entendido como um valor máximo que não pode ser aumentado em nenhuma circunstância.

O montante final da subvenção é calculado após análise do relatório final, podendo ser reduzido em resultado do controlo da execução efectiva da acção. A conta bancária do beneficiário e do co-organizador (se for caso disso) deve permitir identificar os montantes pagos pela Agência de Execução.

III.1.2 Co-financiamento A subvenção da União Europeia não pode financiar a totalidade dos custos da acção. Os candidatos devem demonstrar o seu empenhamento na acção procurando outras fontes de financiamento para além da subvenção da União Europeia. Esta pode ser obtida, por exemplo, através da angariação de fundos, do acréscimo de recursos próprios ou do pedido de subvenções a outras organizações (como por exemplo autoridades locais, regionais ou nacionais, fundações, etc.). No relatório final devem ser incluídos documentos comprovativos do co-financiamento. Esta regra não afecta as subvenções calculadas com base em taxas fixas (ver capítulo III.3).

III.1.3 Proibição de duplo financiamento Cada acção individual tem direito a receber uma, e apenas uma, subvenção do orçamento da União Europeia para a mesma actividade e a cada organização apenas poderá ser concedida uma única subvenção de funcionamento por exercício financeiro. As organizações que se candidataram ou tencionem candidatar-se a outra subvenção comunitária no âmbito do Programa Cultura ou de qualquer outro programa da União Europeia devem indicá-lo claramente na sua candidatura e informar a Agência de Execução do resultado da candidatura apresentada paralelamente.

Maio 2010

27

Se uma organização receber uma subvenção de funcionamento e pretender receber igualmente uma subvenção para a acção deverá estabelecer-se uma distinção entre dois aspectos.

1. O organismo propõe a realização de uma acção específica para além das actividades previstas no programa de trabalho objecto da subvenção de funcionamento e é dotado de ferramentas de gestão e de contabilidade que lhe permitem gerir, de forma fiável e distinta, essas duas operações.

Neste caso, os custos suportados pelo organismo durante a realização de tais actividades serão ressarcidos em função do seu destino, nomeadamente do orçamento de funcionamento ou do orçamento das acções propriamente ditas. Os custos relativos às despesas gerais não poderão, contudo, ser imputados ao orçamento da acção, uma ver que se considera que os mesmos já se encontram cobertos pela subvenção de funcionamento.

2. O organismo propõe a realização de uma acção específica no âmbito das suas actividades, previstas no programa de trabalho objecto da subvenção de funcionamento.

Neste caso, as despesas gerais e os custos de pessoal não poderão ser tomados em consideração no orçamento da acção, uma vez que os mesmos já se encontram cobertos pela subvenção de funcionamento

III.1.4 Período de elegibilidade – Não retroactividade O período de elegibilidade para a despesa resultante da realização de uma acção co-financiada é especificado no Acordo ou Decisão de subvenção. Não é permitida uma subvenção retroactiva de acções já concluídas. A subvenção de acções já iniciadas só pode ser concedida nos casos em que o requerente consiga justificar a necessidade do arranque da acção antes da assinatura do acordo/decisão. A data de arranque de uma acção nunca poderá ser anterior à data de arranque indicada no Capítulo I.7 para cada domínio de acção do Programa.

III.1.5 Fins não lucrativos30

As subvenções atribuídas, incluindo as subvenções de funcionamento, não devem ter por objecto ou por efeito a produção de um lucro a favor do beneficiário. Em termos práticos, isto significa que se o total das receitas de uma acção for superior ao total dos seus custos finais, a subvenção da União Europeia será reduzida em conformidade, após análise do relatório final, tendo em conta as informações constantes do acordo de subvenção assinado pelo beneficiário (artigo 173.º das normas de execução do Regulamento Financeiro: “O orçamento da acção ou o orçamento operacional apresentado em anexo ao pedido deve estar em equilíbrio no que respeita a receitas e despesas, sem prejuízo das provisões para possíveis variações das taxas de câmbio, e

30 Para mais informações consulte a "regra do não-lucro" no artigo 165.º das normas de execução do Regulamento Financeiro.

Maio 2010

28

deve indicar claramente os custos elegíveis para financiamento pelo orçamento comunitário”).

A existência de lucro pode acarretar a devolução de montantes já pagos.

Esta regra não afecta os projectos de tradução literária (domínio de acção 1.2.2), que recebem uma subvenção calculada com base numa tarifa fixa (ver capítulo III.3.2.).

III.1.6 Garantia A Agência de Execução poderá exigir a qualquer organização beneficiária de uma subvenção que forneça uma garantia prévia, a fim de limitar os riscos financeiros associados ao pagamento do pré-financiamento. Com base na análise da ficha de capacidade financeira e nas contas oficiais da organização (ver capítulo II.2.3.1), a Agência de Execução decide se é necessária uma garantia. Esta garantia tem por objectivo tornar o banco, a instituição financeira, o terceiro ou os outros beneficiários garantes irrevogavelmente solidários, ou garantes face ao primeiro pedido, em relação às obrigações do beneficiário da subvenção.

Esta garantia financeira, expressa em euros, deverá ser prestada, durante a assinatura do acordo de subvenção, por uma instituição financeira ou bancária autorizada, estabelecida num dos Estados-Membros. Se o beneficiário tiver a sua sede num país que participe no Programa, apesar de não ser um Estado-Membro, a Agência de Execução pode aceitar que uma instituição financeira ou banco estabelecido nesse país preste a garantia, se considerar que a instituição financeira ou o banco oferecem uma segurança e características semelhantes às oferecidas por uma instituição financeira ou banco estabelecido num Estado-Membro.

A garantia poderá ser substituída por um aval pessoal e solidário de um terceiro ou pela garantia solidária dos beneficiários de uma acção, que sejam partes no mesmo Acordo ou Decisão de subvenção.

Um organismo poderá prosseguir com o projecto mesmo que não reúna as condições necessárias para prestar uma garantia, mas não receberá qualquer pré-financiamento por altura da assinatura do contrato.

Após a entrega de um relatório intercalar, poderá ser-lhe atribuído um pré-financiamento durante a execução do projecto e nas condições definidas no Acordo ou na Decisão de subvenção. O relatório intercalar deverá conter informações de natureza técnica e financeira (nomeadamente balanços, lista de facturas, etc.), de modo a proporcionar uma panorâmica geral da evolução do projecto do ponto de vista financeiro e da sua execução.

Esta obrigação não é aplicável aos organismos públicos e às organizações internacionais de direito público nos termos do capítulo II.2.3.1.

Maio 2010

29

III.2 Tipo de subvenções No âmbito do Programa Cultura existem dois tipos de subvenções: - subvenções para projectos (projectos plurianuais de cooperação (domínio de acção

1.1), projectos de cooperação (domínio de acção 1.2.1), projectos de tradução literária (domínio de acção 1.2.2) e projectos de cooperação com países terceiros (domínio de acção 1.3.5), apoio a festivais culturais de dimensão europeia (domínio de acção 1.3.6) e projectos de cooperação entre organizações envolvidas na análise de políticas culturais (domínio de acção 3.2)). Os projectos são acções com uma duração limitada durante a qual são realizadas as actividades específicas propostas. Os custos dos projectos devem estar directamente ligados à realização das actividades específicas propostas.

- subvenções de funcionamento (apoio estrutural) para organizações activas no domínio da cultura no plano europeu (domínio de acção 2). As subvenções de funcionamento diferem das subvenções para projectos na medida em que se destinam a apoiar financeiramente as despesas necessárias ao bom desenrolar das actividades correntes e permanentes de uma organização. Essas despesas incluem as despesas de pessoal, as despesas com reuniões internas, as despesas com publicações, informação e divulgação, as despesas com viagens necessárias à execução do programa de trabalho, rendas, amortizações e outras despesas directamente associadas ao programa de trabalho da organização.

III.3 Cálculo da subvenção A subvenção é calculada com base: - num orçamento detalhado (ver capítulo III.3.1) ou - num financiamento de tarifa fixa31 (ver capítulo III.3.2).

III.3.1 Financiamento baseado num orçamento As subvenções baseadas num orçamento são calculadas com base num orçamento previsional detalhado e equilibrado, expresso em euros. Os candidatos de países fora da "zona euro" devem usar a taxa de câmbio oficial (taxa contabilística), publicada pela Direcção-Geral do Orçamento da Comissão32, referente ao mês anterior ao da apresentação da sua candidatura. O cálculo do montante final da subvenção baseia-se em declarações financeiras detalhadas acompanhadas de documentos comprovativos das despesas e das receitas. A subvenção máxima não poderá exceder uma determinada taxa máxima dos custos

31 Este tipo de co-financiamento está sujeito a uma decisão da Comissão. 32 http://ec.europa.eu/budget/inforeuro

Maio 2010

30

elegíveis da acção em causa. Está prevista uma subvenção máxima para os diferentes domínios de acção. Para mais informações consulte os domínios de acção específicos na Parte 2.

Em consequência, uma determinada percentagem do total das despesas elegíveis estimadas (dependendo da acção específica) deve provir de outras fontes que não o orçamento da União Europeia. Os candidatos devem apresentar documentos comprovativos de que o remanescente dos custos totais da acção está coberto pelo co-financiamento.

O orçamento anexado ao formulário de candidatura deverá ser equilibrado no que respeita a receitas e despesas e deve indicar claramente os custos elegíveis para financiamento pelo orçamento comunitário.

Os candidatos devem indicar outras fontes de financiamentos e respectivos montantes de que beneficiem, ou tenham solicitado durante o mesmo exercício financeiro, para as mesmas acções, ou para qualquer outra acção, a título das suas actividades correntes, preenchendo os espaços previstos para o efeito no formulário de candidatura e/ou no orçamento. Relativamente ao domínio de acção 1, devem indicar as receitas geradas pelo projecto, as contribuições financeiras dos co-organizadores (mencionadas nos mandatos) e o financiamento a efectuar pelos parceiros associados, os patrocinadores, etc.

Os documentos comprovativos dos montantes do co-financiamento já assegurado à data da apresentação devem ser enviados juntamente com o dossiê de candidatura. Os montantes do co-financiamento já assegurado devem ser indicados na parte do orçamento respeitante às receitas (rubrica 3.b para subvenção de acções, rubrica 2 para subvenção de funcionamento).

Os montantes do co-financiamento que não estiverem assegurados à data da apresentação devem ser indicados na rubrica 3.a do orçamento para subvenções de acções (parte referente às receitas, autofinanciamento do coordenador) ou na rubrica 2 do orçamento para subvenções de funcionamento.

Os beneficiários e co-organizadores (no caso dos projectos integrados nos domínios de acção 1.1, 1.2.1, 1.3.5 e 3.2) comprometem-se a executar as acções da forma prevista no pedido de subvenção. Deve ser obtida a aprovação prévia da Agência de Execução para qualquer alteração que se pretenda introduzir na acção. A inclusão de despesas não mencionadas no pedido de subvenção nas declarações financeiras finais pode levar a Agência de Execução a exigir a devolução total ou parcial da subvenção.

III.3.1.1 Custos elegíveis Os custos elegíveis da acção são os custos efectivamente incorridos pelo beneficiário ou co-organizador (se for caso disso) que respeitam os seguintes critérios: - são incorridos no decurso da duração da acção tal como definida no Acordo ou

Decisão de subvenção, com excepção dos custos referentes a relatórios finais e à certificação das declarações financeiras e contas subjacentes da acção;

Maio 2010

31

- estão relacionados com o objecto do Acordo e são referidos no orçamento estimado global da acção;

- são necessários para a execução da acção objecto da subvenção; - são identificáveis e verificáveis, devem constar dos registos contabilísticos do

beneficiário e devem ser determinados de acordo com as normas contabilísticas aplicáveis no país em que o beneficiário se encontra estabelecido e de acordo com as habituais práticas de contabilidade do beneficiário;

- obedecem aos requisitos das normas fiscais e sociais aplicáveis; - são razoáveis, justificados e obedecem aos requisitos da boa gestão financeira, em

especial quanto à economia e à relação custo/eficácia; Os procedimentos internos de contabilidade e auditoria do beneficiário ou co-organizador devem permitir a conciliação directa dos extractos contabilísticos e documentos justificativos correspondentes às despesas e receitas declaradas referentes à acção. Os custos elegíveis dividem-se em duas categorias principais: Custos directos elegíveis Os custos directos elegíveis são os custos directamente associados à execução da acção e que, por isso, podem ser objecto de uma imputação directa. Incluem-se aqui designadamente: - as despesas com o pessoal afecto à acção, correspondentes aos salários efectivos

acrescidos das contribuições para a segurança social e outros encargos legais incluídos na sua remuneração, desde que não excedam as taxas médias correspondentes à política habitual do beneficiário ou, se for caso disso, do co-organizador (quando aplicável) em matéria de remuneração;

Para o pessoal que participa apenas a tempo parcial na acção, só é elegível a percentagem do tempo afecto à acção. A participação do pessoal na acção deve ser comprovada por contratos de destacamento, descrições de funções, registos de presença (p. ex., livros de ponto) ou por qualquer outro meio de prova. Os custos salariais referentes a funcionários públicos nacionais são elegíveis na medida em que decorram de actividades que as respectivas autoridades públicas não realizariam se não estivessem a executar a acção em questão. Atenção: para diversas acções existem limites máximos para os custos de pessoal que constam do formulário de candidatura para cada domínio de acção.

Maio 2010

32

- as despesas de deslocação e de estada e/ou as ajudas de custo para o pessoal que participa na operação e realização da acção. Tais custos deverão corresponder à prática habitual do beneficiário ou, se for caso disso, dos co-organizadores, no que se refere a despesas de deslocação. Se estas despesas forem consideradas extravagantes, serão revistas em baixa e limitadas de acordo com os escalões aprovados para cada ano pela Comissão Europeia33;

- os custos de aluguer ou aquisição de equipamentos duradouros (novos ou usados), na medida em que os bens em questão sejam amortizados nos termos das regras fiscais e contabilísticas aplicáveis aos beneficiários e, se for caso disso, aos co-beneficiários organizadores e geralmente aceites para bens da mesma natureza. Apenas pode ser tomada em conta a parte da amortização do bem correspondente à duração da acção e à sua taxa de utilização efectiva a título da acção, salvo se a natureza e/ou o contexto de utilização do bem justificarem um tratamento diferente;

- os custos de consumíveis e provisões; - os custos de certificação das declarações financeiras finais e do relatório de auditoria

das contas anuais, se aplicáveis (ver capítulo III.7); - os custos decorrentes de outros contratos celebrados pelo beneficiário ou pelos

co-organizadores para efeitos de realização da acção (subcontratação e adjudicação de contratos de aquisição de produtos ou de prestação de serviços, ver capítulo III.5);

- os custos decorrentes directamente das condições impostas para a execução da acção (divulgação de informação, avaliação específica da acção, auditorias, traduções, reproduções, etc.), que incluem, se for caso disso, os custos de quaisquer serviços financeiros (em especial, o custo das garantias financeiras).

33 Para mais informações sobre as ajudas de custo diárias consulte a página da Internet da Agência de Execução.

Nota I: Para as acções que envolvem custos relacionados com um país terceiro (ou seja, custos relacionados com pessoas singulares que sejam cidadãs de um país terceiro, organizações sedeadas num país terceiro e actividades que decorram num país terceiro), os custos relevantes incorridos pelo beneficiário e/ou co-organizador não devem exceder 15% do orçamento elegível total. Esta regra não se aplica aos projectos candidatos ao domínio de acção 1.3.5, Projectos de cooperação cultural com países terceiros. Nota II: Os custos incorridos por parceiros associados e os custos incorridos por parceiros no país terceiro não são elegíveis, a não ser que sejam pagos ou reembolsados directamente pelo beneficiário e/ou pelo co-organizador.

Maio 2010

33

Custos indirectos elegíveis (custos administrativos/operacionais) Trata-se dos custos administrativos/operacionais gerais incorridos pelo beneficiário ou, se for caso disso, pelos co-organizadores e que podem ser considerados imputáveis à acção. Apenas para as subvenções para a acção, um montante fixo, que não poderá exceder 7% dos custos directos elegíveis, poderá ser incluído a título de custo indirecto. Aos projectos de cooperação plurianuais (domínio de acção 1.1) aplicar-se-á um segundo limite. Os custos indirectos não deverão ultrapassar o montante de 180 000 euros durante o decorrer de toda a acção. Relativamente às subvenções para a acção, os custos indirectos não são elegíveis se o beneficiário, ou, se for caso disso, os co-organizadores receberem também uma subvenção de funcionamento atribuída pelo orçamento da União Europeia. Custos não elegíveis

- a remuneração do capital; - as dívidas e respectivos encargos; - as provisões para perdas e eventuais encargos futuros; - os juros devidos; - os créditos de cobrança duvidosa; - as perdas cambiais (taxa contabilística); - o imposto sobre o valor acrescentado, a não ser que o beneficiário prove que não

pode recuperá-lo; - os custos declarados e abrangidos por outra acção ou programa de trabalho que

beneficie de uma subvenção da União Europeia; - as despesas excessivas ou não consideradas; - as contribuições em espécie (ver glossário).

III.3.2 Financiamento baseado numa tarifa fixa As tarifas fixas foram introduzidas para simplificar a gestão das subvenções para o beneficiário. Serão avaliadas com base nos seus resultados e poderão vir a ser desenvolvidas ou alteradas. Ao abrigo deste sistema, a subvenção pode ser calculada segundo dois métodos: - com base num montante fixo (até um valor máximo) por página a ser traduzida

para os projectos de tradução literária (domínio de acção 1.2.2); ou - com base num montante fixo (até um valor máximo) por pessoa que trabalhe na

execução do programa de trabalho da organização – apoio a organizações activas no domínio da cultura no plano europeu (domínio de acção 2, subvenções de funcionamento).

Os montantes fixos por página ou por pessoa são usados como método de cálculo para fixar o montante máximo da subvenção. Compete ao beneficiário decidir como maximizar a utilização da subvenção para executar o projecto ou programa de trabalho.

Maio 2010

34

É exigido um orçamento simplificado, mas não é necessário apresentar declarações financeiras detalhadas. Uma folha de cálculo de subvenções, integrada nos formulários de candidatura específicos, permite o cálculo automático da potencial subvenção. III.4 Acordo ou Decisão de subvenção O apoio comunitário às propostas seleccionadas assume a forma de um acordo de subvenção ou de uma Decisão de subvenção concluídos entre a Agência de Execução e o beneficiário.

III.4.1 Acordo de subvenção O Acordo de subvenção (em duas vias originais), expresso em euros, estabelece os termos e as condições que regem a subvenção, podendo ser alterado durante o período de elegibilidade da acção. O Acordo de subvenção pode ser anual ou plurianual. Uma forma específica de convenção plurianual é o Acordo-quadro de parceria, que formaliza uma relação de parceria entre a Agência de Execução e o parceiro com a duração de 3 anos, a fim de permitir que a organização seleccionada alcance os seus objectivos de longo prazo. O Acordo-quadro de parceria é usado para os domínios de acção 1.3.6 (festivais) e 2 (subvenções de funcionamento) e é aplicado através de convenções anuais específicas.

III.4.2 Decisão de subvenção A Decisão de subvenção constitui um acto unilateral de concessão de uma subvenção a um beneficiário. A substituição do Acordo de subvenção por uma decisão visa simplificar os processos. Contrariamente ao Acordo de subvenção, o beneficiário não precisa de assinar a decisão, podendo dar início imediato à acção após a respectiva recepção. A decisão acelera, por conseguinte, o processo administrativo. As decisões de subvenção são usadas para o seguinte domínio de acção:

- projectos de tradução literária (domínio de acção 1.2.2). Na página da Internet da Agência de Execução poderá encontrar um modelo do Acordo de Subvenção (para projectos ou para subvenções de funcionamento), do Acordo-quadro de parceria e da Decisão de subvenção.

III.4.3 Obrigações decorrentes do Acordo de subvenção e da Decisão de subvenção

Ao apresentar uma candidatura a subvenções, a organização candidata compromete-se a aceitar todas as condições estabelecidas na secção do Guia do Programa respeitante à sua acção específica, bem como as regras gerais definidas neste capítulo do Guia do Programa, incluindo as condições gerais que figuram em anexo ao Acordo/Decisão de subvenção.

Quaisquer alterações às actividades planeadas devem ser apresentadas por escrito à

Maio 2010

35

Agência de Execução para aprovação prévia. Não serão admitidas alterações que tenham o efeito de modificar o conceito principal das actividades planeadas.

III.4.4 Respeito dos prazos Se o beneficiário pretender adiar uma ou mais acções, de modo a terminarem numa data posterior à especificada no Acordo ou Decisão de subvenção, deverá ser apresentado um pedido oficial à Agência de Execução, explicando os motivos do atraso e indicando o novo calendário proposto. Os pedidos serão analisados pela Agência de Execução e – se forem aceites – o beneficiário receberá uma alteração ao Acordo/Decisão de subvenção. Por norma, não são aceites pedidos que visam uma prorrogação superior a 3 meses. A data final do domínio de acção 2 (subvenções de funcionamento) não pode ser prorrogada, uma vez que está associada ao ano de exercício financeiro.

III.5 Contratos de execução/subcontratação

III.5.1 Definição Por “subcontratação” deve entender-se, nomeadamente para fins de aplicação do capítulo III.3.1.1 acima referido, qualquer serviço prestado a título oneroso a favor do organismo que recebe a subvenção ou, no caso de um projecto de coordenação, a favor dos organismos co-organizadores, por uma pessoa singular ou colectiva juridicamente distinta do organismo beneficiário da subvenção ou dos organismos co-organizadores.

No âmbito desta definição, qualquer serviço prestado por um parceiro associado do organismo beneficiário da subvenção ou dos organismos co-organizadores será considerado uma subcontratação.

Em contrapartida, não obstante a definição acima referida, os serviços prestados pelas pessoas a seguir indicadas não serão considerados como subcontratação, independentemente da relação existente entre essas pessoas e o organismo beneficiário da subvenção ou os organismos co-organizadores:

- organismos públicos; - artistas, professores e oradores.

III.5.2 Restrições de subcontratação A gestão da acção e, em particular (mas não exclusivamente), a sua concepção, preparação, implementação, coordenação, monitorização, elaboração de relatórios, bem como a gestão das relações entre o coordenador e os parceiros, e entre os próprios parceiros, não poderá, em circunstância alguma, ser objecto de subcontratação.

Maio 2010

36

Tal como referido no capítulo II.2.3.1 do presente Guia, o organismo beneficiário da subvenção ou o organismo co-organizador deverão dispor da capacidade necessária para executar a acção e para eles próprios a gerirem.

Em contrapartida, a restrição acima referida não impede ao organismo beneficiário da subvenção ou ao organismo co-organizador recorrer à subcontratação para determinados serviços técnicos que exijam competências especializadas (por exemplo nos domínios jurídico, da contabilidade, fiscal, dos recursos humanos, etc.). As despesas efectuadas pelo organismo beneficiário da subvenção ou pelo organismo co-organizador podem, assim, ser consideradas despesas elegíveis desde que preencham todos os outros critérios previstos no Regulamento Financeiro aplicável ao orçamento da União Europeia e no capítulo III.3.1.1 do presente Guia e, em particular, que se revelem necessárias à implementação da acção.

III.5.3 Condições para a adjudicação de contratos de subcontratação por parte do beneficiário e/ou dos co-organizadores

Sempre que a execução da acção imponha a subcontratação ou a adjudicação de um contrato de fornecimento de bens ou de prestação de serviços, o beneficiário e, se for caso disso, os seus co-organizadores deverão solicitar propostas competitivas a potenciais contratantes (pelo menos cinco), quando o valor do contrato for superior a 60 000 euros, e adjudicar o contrato à proposta economicamente mais vantajosa, respeitando os princípios de transparência e igualdade de tratamento dos potenciais contratantes e tendo o cuidado de evitar conflitos de interesses.

O beneficiário e, se for caso disso, os seus co-organizadores deverão documentar claramente o processo de concurso, apresentar uma cópia dos documentos pertinentes juntamente com o relatório final no termo da acção e conservar a documentação para uma eventual auditoria. O montante total dos contratos adjudicados não poderá exceder 1/3 da subvenção comunitária concedida. III.6 Relatórios obrigatórios O pagamento de novos pré-financiamentos (à excepção daqueles afectos à assinatura do acordo ou da decisão de subvenção) e do saldo da subvenção será efectuado após análise e aceitação das declarações financeiras intercalares ou finais e dos documentos justificativos das despesas, e após aprovação do relatório intercalar ou do relatório final da acção por parte da Agência de Execução. Para obterem o pagamento final, os beneficiários terão de apresentar um pedido de pagamento. Para mais informações consulte o capítulo III.8, bem como os requisitos específicos adicionais previstos na secção “Modalidades de Pagamento” de cada domínio de acção específico. III.7 Certificado relativo às declarações financeiras finais Para os domínios de acção 1.1, 1.2.1, 1.3.5, 1.3.6 e 3.2 as declarações financeiras

Maio 2010

37

finais (anexo III e lista de facturas) têm de ser certificadas por um revisor oficial de contas externo registado e independente ou, no caso dos organismos públicos, por um funcionário público qualificado e independente. O certificado deve ser apenso ao pedido de pagamento final apresentado pelo beneficiário e conter as seguintes disposições: "Os custos declarados pelo beneficiário/pelos co-organizadores nas declarações financeiras finais em que se apoia o pedido de pagamento são reais, exactos e elegíveis nos termos do Acordo ou Decisão de subvenção". III.8 Relatório de auditoria externa Nos casos a seguir mencionados é obrigatória a emissão de um relatório de auditoria relativo às declarações financeiras e às contas subjacentes do coordenador (para os domínios de acção 1.1, 1.2.1, 1.3.5, e 3.2) ou da organização seleccionada (para os restantes domínios de acção) antes de se proceder ao pagamento dos saldos: a) subvenções de acção iguais ou superiores a 750 000 euros; b) subvenções de funcionamento iguais ou superiores a 100 000 euros. No caso de projectos que não recaiam em nenhuma destas duas categorias será apenas necessário um certificado relativo às declarações financeiras. III.9 Modalidades de pagamento Pré-financiamento No prazo de 45 dias a contar da data de assinatura do Acordo de subvenção por parte da Agência de Execução, e após recepção de todas as garantias exigidas, se for caso disso, será transferido para a conta do beneficiário um primeiro montante de pré-financiamento. O pré-financiamento pode ser fraccionado em diversos pagamentos. Para mais informações consulte as condições específicas de cada domínio de acção. No caso de uma Decisão de subvenção, o beneficiário deverá confirmar a sua intenção de executar a acção, por escrito, no prazo de 10 dias (corridos) a contar da notificação da decisão sobre a subvenção. Será efectuado o pagamento de pré-financiamento num prazo de 45 dias a contar da data de recepção da confirmação e, se for caso disso, de todas as garantias necessárias. Caso a Agência de Execução não receba uma confirmação por escrito efectuar-se-á um único pagamento com base no relatório final. O pagamento de pré-financiamento destina-se a proporcionar alguma liquidez ao beneficiário e, se for caso disso, aos co-organizadores.

Sempre que os pré-financiamentos transferidos para a(s) conta(s) bancária(s) do beneficiário e dos co-organizadores (se for caso disso) rendam juros ou benefícios equivalentes nos termos da legislação do país onde a conta foi constituída, e na medida em que o pré-financiamento for superior a 50 000 euros, esses juros serão reavidos pela Agência de Execução.

Maio 2010

38

Pagamento final

A Agência de Execução determinará o montante do pagamento final a efectuar ao beneficiário com base no relatório final.

Se for caso disso, o beneficiário será obrigado a reembolsar quaisquer montantes pagos em excesso pela Agência de Execução. Consulte as condições específicas de cada domínio de acção.

Se o beneficiário estiver estabelecido num país não pertencente à "zona euro", as despesas devem ser convertidas em euros, usando a taxa de câmbio oficial do euro34 (taxa contabilística) e de acordo com as regras a seguir enunciadas. No que se refere ao domínio de acção 1: Quando o período de elegibilidade fixado pelo Acordo/Decisão de subvenção for no máximo, de 12 meses, a taxa de câmbio aplicável será a do mês referente à apresentação do relatório final. Quando o período de elegibilidade fixado pelo Acordo/Decisão de subvenção for superior a 12 meses e estiver previsto um único pré-financiamento, a taxa de câmbio aplicável será a do mês correspondente ao meio do período de elegibilidade. Quando o período de elegibilidade fixado pelo Acordo/Decisão de subvenção for superior a 12 meses e estiverem previstos dois pré-financiamentos, a taxa de câmbio aplicável será a do mês de apresentação do pedido do segundo pré-financiamento. Se o coordenador ou um dos co-organizadores de um país da “zona euro” efectuar despesas noutra moeda (numa viagem a um país que não tenha adoptado o euro, por exemplo), a taxa de câmbio a aplicar é a fixada para o mês em que o pagamento tiver sido feito. No que se refere ao domínio de acção 2: A taxa de câmbio aplicável será a do sétimo mês do exercício financeiro. III.10 Auditorias Os projectos seleccionados podem ser objecto de auditoria. O responsável da organização comprometer-se-á a apresentar provas de que a subvenção da União Europeia foi utilizada correctamente. A Agência de Execução, a Comissão Europeia e o Tribunal de Contas das Comunidades Europeias, ou um organismo por eles mandatado, poderá verificar a utilização dada à subvenção, em qualquer momento da vigência do Acordo ou Decisão de subvenção e num período de cinco anos após a data do pagamento final.

34 http://ec.europa.eu/budget/inforeuro

Maio 2010

39

III.11 Visibilidade, publicidade, valorização e divulgação dos resultados

III.11.1 Visibilidade e publicidade

Todas as actividades financiadas devem contribuir para a promoção do Programa. Aumentar a visibilidade implica que as acções e os projectos financiados no âmbito do Programa devem mencionar claramente que receberam apoio da União Europeia. O apoio também deve ser claramente sublinhado nas relações com os meios de comunicação social.

Os beneficiários e co-organizadores devem aproveitar todas as oportunidades para garantir uma cobertura adequada dos meios de comunicação social (locais, regionais, nacionais, internacionais) para as suas acções, antes e durante a sua realização.

O objectivo é assegurar que todos os participantes estejam cientes do facto de estarem envolvidos no Programa Cultura, e mostrar ao público em geral que a União Europeia está a apoiar uma acção de qualidade, que lhes diz directamente respeito.

A visibilidade deve ser, sobretudo, garantida enquanto a acção está a decorrer, pelo que deverá ser desde logo integrada no seu planeamento. O coordenador e os co-organizadores devem reconhecer claramente a subvenção da União Europeia em todas as publicações ou no contexto das actividades financiadas pela subvenção.

Além disso, os beneficiários são obrigados a destacar de forma bem visível o nome e o logótipo da União Europeia, da Comissão Europeia e do Programa Cultura em todas as suas publicações, cartazes, programas e outros produtos produzidos ao abrigo da(s) acção(ões) co-financiada(s).

Se este requisito não for integralmente cumprido, a subvenção concedida ao beneficiário poderá ser reduzida em proporção.

Os nomes e logótipos podem ser descarregados na seguinte página da Internet: http://eacea.ec.europa.eu/about/logos_en.htm Os beneficiários autorizam a Agência de Execução e a Comissão a publicar a informação seguinte para publicitar o Programa:

- o nome e endereço do coordenador e dos co-organizadores; - o montante concedido e a taxa de co-financiamento ; - o conteúdo da acção co-financiada; - um resumo dos resultados alcançados; - uma apresentação concisa da acção co-financiada e das suas implicações para o

público em geral. Esta apresentação é fornecida pelos candidatos quando apresentam a sua candidatura e será actualizada quando a acção estiver concluída;

- fotografias e outros materiais de promoção e publicidade sobre o projecto apoiado.

Maio 2010

40

III.11.2 Exploração e divulgação dos resultados A exploração e divulgação dos resultados da(s) acção(ões) podem ser definidas como o processo tendo em vista optimizar o seu valor, reforçar o seu impacto e fazer com que o maior número possível de cidadãos europeus seja por eles beneficiado35.

Uma ferramenta baseada na Internet chamada “Espace Virtuel d’Echange – EVE” foi concebida no intuito de divulgar informações sobre os projectos financiados no âmbito dos programas de Educação e Cultura e de dar a conhecer os seus resultados.

Para tal, cada projecto dispõe de um espaço disponível na plataforma para apresentação do projecto e publicação dos resultados.

Disponível a partir de Março de 2009, o endereço da plataforma será: www.ec.europa.eu/eve

Cada projecto apoiado por este Programa deve envidar os esforços necessários para garantir a sua exploração. Todos os agentes envolvidos devem realizar acções destinadas a tornar os resultados da(s) sua(s) acção(ões) mais visíveis, mais conhecidos e sustentáveis.

Neste contexto, os agentes podem planear a produção de materiais que facilitem a divulgação e a valorização dos resultados, tais como folhetos, DVD, páginas da Internet, publicações, etc. Com vista a garantir a promoção do programa Cultura e a permitir uma maior visibilidade das acções apoiadas, os beneficiários comprometem-se a fornecer, a pedido da Comissão Europeia ou da Agência de Execução, um número mínimo de 3 fotografias de alta resolução (300 dpi) relativas ao projecto em causa.

Graças a estas actividades, os resultados de uma acção continuarão a ser utilizados e a produzir um efeito positivo no maior número possível de cidadãos depois de a acção ter terminado.

Ao integrarem as actividades de valorização no planeamento da(s) sua(s) acção(ões), os beneficiários e os co-organizadores, se for caso disso, aumentarão a qualidade do seu trabalho e contribuirão activamente para o impacto global do Programa.

Tanto o aspecto da visibilidade como o da exploração deverão ser devidamente tidos em conta na avaliação qualitativa das candidaturas.

Os projectos plurianuais de cooperação devem prever, nos seus orçamentos, uma viagem anual a Bruxelas ou a qualquer outro local indicado pela Comissão ou pela Agência de Execução, a fim de exporem as acções visadas a convite da Agência ou da Comissão. As despesas de deslocação devem ser incluídas no orçamento logo a partir da fase de candidatura.

35 Um glossário mais completo das actividades de divulgação e valorização está disponível em: http://ec.europa.eu/dgs/education_culture/valorisation/glossary_en.html

Maio 2010

41

III.12 Procura de parceiros e de informações sobre acções já financiadas As informações relativas às organizações e actividade(s) já financiadas ao abrigo do Programa Cultura estão disponíveis nos seguintes sítios Internet: Para o Programa Cultura (2007-2013): http://eacea.ec.europa.eu/culture/index_en.htm Para o Programa Cultura 2000 (2000-2006): http://ec.europa.eu/culture/our-programmes-and-actions/doc411_en.htm III.13 Base jurídica São aplicáveis os seguintes regulamentos, bem como todas as futuras actualizações ou alterações a que possam ser sujeitos, à gestão e ao financiamento do Programa:

- Regulamento (CE, EURATOM) n.º 478/2007 da Comissão, de 23 de Abril de 2007,

que altera o Regulamento (CE, EURATOM) n.º 2342/2002 que estabelece as normas de execução do Regulamento (CE, EURATOM) n.º 1605/2002 do Conselho que institui o Regulamento Financeiro aplicável ao orçamento geral das Comunidades Europeias;

- Regulamento (CE, EURATOM) n.º 2342/2002 da Comissão, de 23 de Dezembro de 2002, com a redacção que lhe foi dada pelo Regulamento (CE, EURATOM) n.º 1261/2005 da Comissão e pelo Regulamento (CE, EURATOM) n.º 1248/2006 da Comissão, de 7 de Agosto de 2006 (normas de execução do Regulamento Financeiro);

- Decisão n.º 1855/2006/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 12 de Dezembro de 2006, que institui o Programa Cultura (2007-2013), publicada no Jornal Oficial da União Europeia L 372 de 27 de Dezembro de 2006.

Maio 2010

42

PARTE 2 DOMÍNIOS DE ACÇÃO ESPECÍFICOS

CAPÍTULO IV Projectos de cooperação (domínio de acção 1.1, 1.2.1 e 1.3.5)

IV.1 Introdução Os Projectos plurianuais de cooperação (domínio de acção 1.1), Projectos de cooperação (domínio de acção 1.2.1) e Projectos de cooperação com países terceiros (domínio de acção 1.3.5) podem ser levados a cabo em todos os sectores da cultura. Estes projectos destinam-se a reforçar o espaço cultural partilhado pelos europeus, no intuito de fomentar a emergência de uma cidadania europeia. Os Projectos de cooperação com países terceiros devem, além disso, fomentar a compreensão entre as culturas da Europa e dos países terceiros. O que é um coordenador, um co-organizador, um parceiro associado e um parceiro nos países terceiros? Os agentes culturais podem participar na realização de Projectos plurianuais de cooperação e de Projectos de cooperação, agindo na qualidade de:

- Coordenador: um agente cultural de um país elegível, que assume um papel de coordenação durante a realização do projecto. Este papel implica a responsabilidade geral de realizar as actividades de acordo com o Acordo ou Decisão de subvenção, bem como uma participação concreta e essencial na concepção, na execução e no financiamento do projecto. O coordenador age como co-signatário do Acordo de subvenção.

- Co-organizador: um agente cultural de um país que participa no Programa, envolvido na concepção e execução do projecto e que participa no seu financiamento. A participação de cada co-organizador deve ser claramente especificada no formulário de candidatura.

Além disso, cada co-organizador deve assinar um mandato pelo qual o signatário confere plenos poderes ao coordenador para agir em seu nome e por sua conta durante a realização do projecto, comprometendo-se na medida da sua contribuição financeira para o mesmo. Os mandatos assinados por todos os co-organizadores são juntos à candidatura e, caso o projecto seja seleccionado, anexados ao Acordo de subvenção. O fornecimento único de bens ou serviços relacionados com o projecto, seja ou não com base contratual, não é considerado como abrangido pela definição de co-organizador.

- Parceiro associado: um agente cultural de um país participante no Programa ou de um país terceiro que participa na realização das actividades propostas de um projecto, mas não na mesma medida e ao mesmo nível que um co-organizador. Uma característica particular é o facto de não ser obrigado a participar financeiramente no projecto. Os custos incorridos por parceiros associados não são elegíveis, a não ser que sejam pagos directamente ou reembolsados pelo coordenador e/ou pelos

Maio 2010

43

co-organizadores.

- Parceiro num país terceiro (domínio de acção 1.3.5): para ser considerado um parceiro no país terceiro seleccionado, o agente cultural deve ter a sua sede legal no país terceiro seleccionado, deve participar na concepção e realização das actividades propostas e assinar o acordo de cooperação. Os custos incorridos pelo(s) parceiro(s) num país terceiro não são elegíveis, a não ser que sejam pagos directamente ou reembolsados pelo coordenador e/ou pelos co-organizadores.

IV.2 Apresentação de candidaturas Prazo de candidatura As candidaturas podem ser enviadas todos os anos o mais tardar na data-limite indicada no calendário apresentado no capítulo I.7.

Modalidades de candidatura Consulte o capítulo II.

IV.3 Critérios de elegibilidade específicos

IV.3.1 Projectos plurianuais de cooperação (domínio de acção 1.1) Para serem elegíveis, as candidaturas devem satisfazer os critérios específicos abaixo indicados (para os critérios de elegibilidade comuns a todos os domínios de acção do Programa consultar o Capítulo II.2.1).

IV.3.1.1 Candidatos elegíveis Apenas são elegíveis os organismos públicos36 ou privados, com personalidade jurídica, cuja actividade principal se enquadre no domínio da cultura (sectores cultural e criativo) e tenham sede legal num dos países que participam no programa.

IV.3.1.2 Projectos elegíveis Para serem elegíveis estes projectos devem: - ter uma duração mínima de 36 meses e máxima de 60 meses;

- envolver o coordenador e, no mínimo, cinco co-organizadores, de seis dos países que participam no Programa;

36 Por organismo público entende-se um organismo cujas despesas são parcialmente financiadas, de pleno direito, por fundos públicos provenientes do governo central, regional ou local. Tais despesas são assim cobertas por fundos do sector público obtidos por meio de taxas, coimas ou de comissões reguladas por lei, sem terem, por isso, de passar por um processo de candidatura que poderia constituir um obstáculo à obtenção dos mesmos. As organizações que recebem fundos públicos e subvenções ano após ano, mas que são teoricamente susceptíveis de não obter fundos num determinado ano, não são consideradas organismos públicos pela Agência, mas sim organismos privados.

Maio 2010

44

- ter por base um acordo de cooperação entre o coordenador e os co-organizadores envolvidos. Este documento é assinado pelo coordenador e pelos co-organizadores e descreve a sua cooperação;

- incluir, por cada co-organizador, um mandato assinado, com os compromissos por ele assumidos;

- requerer uma subvenção mínima de 200 000 euros e máxima de 500 000 euros por cada ano de actividade;

- apresentar um orçamento equilibrado (despesas = receitas) e aceitar o limite máximo de co-financiamento comunitário fixado em 50% do orçamento elegível total.

IV.3.2 Projectos de cooperação (domínio de acção 1.2.1) Para serem elegíveis, as candidaturas devem preencher os critérios específicos abaixo indicados (para os critérios de elegibilidade comuns a todos os domínios de acção consultar o Capítulo II.2.1).

IV.3.2.1 Candidatos elegíveis Apenas são elegíveis os organismos públicos ou privados, com personalidade jurídica, cuja actividade principal se enquadre no domínio da cultura (sectores cultural e criativo) e tenham sede legal num dos países que participam no programa.

IV.3.2.2 Projectos elegíveis Para serem elegíveis os projectos devem: - ter uma duração máxima de 24 meses;

- envolver o coordenador e, no mínimo, dois co-organizadores, de três dos países que participam no Programa;

- conter, por cada co-organizador, um mandato assinado com os compromissos por ele assumidos;

- requerer uma subvenção mínima de 50 000 euros e máxima de 200 000 euros;

- apresentar um orçamento equilibrado (despesas = receitas) e aceitar o limite máximo de co-financiamento comunitário fixado em 50% do orçamento elegível total.

IV.3.3 Projectos de cooperação com países terceiros (domínio de acção 1.3.5) Para serem elegíveis, as candidaturas devem preencher os critérios específicos abaixo indicados (para os critérios de elegibilidade comuns a todos os domínios de acção consultar o Capítulo II.2.1).

Maio 2010

45

IV.3.3.1 Candidatos elegíveis Apenas são elegíveis os organismos públicos34 ou privados, com personalidade jurídica, cuja actividade principal se enquadre no domínio da cultura (sectores cultural e criativo) e tenham sede legal num dos países que participam no programa.

IV.3.3.2 Projectos elegíveis Para serem elegíveis, os projectos devem: - ter uma duração máxima de 24 meses;

- envolver o coordenador e, no mínimo, dois co-organizadores, de três dos países que participam no Programa;

- conter, por cada co-organizador, um mandato assinado, com os compromissos por ele assumidos;

- implicar uma cooperação cultural com, pelo menos, um parceiro do país terceiro seleccionado. Pelo menos 50 % das actividades desenvolvidas no âmbito do projecto devem ter lugar no país terceiro; as despesas efectuadas num país terceiro não seleccionado não são elegíveis para este domínio de acção;

- ter por base um acordo de cooperação entre os agentes culturais envolvidos (coordenador, co-organizador e parceiro(s) no país terceiro). Este documento é assinado pelo coordenador, pelos co-organizadores e pelo(s) parceiro(s) sedeado(s) no país terceiro e descreve a sua cooperação;

- requerer uma subvenção entre 50 000 e 200 000 euros;

- apresentar um orçamento equilibrado (despesas = receitas) e aceitar o limite máximo de co-financiamento comunitário fixado em 50% do orçamento elegível total.

Nota I: Os projectos referidos nos capítulos IV.4.1 – IV.4.3 não podem consistir única e exclusivamente na produção e manutenção de páginas da Internet, na produção de revistas e jornais, na organização de conferências ou reuniões nem na produção de estudos e relatórios. Os projectos deste tipo não são elegíveis. Nota II: Não são elegíveis as propostas de projectos apresentadas por agentes culturais que, na sua qualidade de coordenadores (beneficiários), recebem financiamento para um Projecto plurianual de cooperação que esteja a decorrer no quadro do Programa Cultura. Explicação: Isso significa que um coordenador de um Projecto plurianual de cooperação em curso não é elegível como coordenador de outro Projecto plurianual de cooperação (domínio de acção 1.1), Projecto de cooperação (domínio de acção 1.2.1) ou Projecto de cooperação com países terceiros (domínio de acção 1.3.5), a não ser que o período de elegibilidade do Projecto plurianual de cooperação em curso tenha terminado no momento em que se inicia o período de elegibilidade do novo projecto.

Maio 2010

46

IV.4 Critérios de selecção Capacidade operacional e financeira Ver capítulo II.2.3 (Critérios de selecção).

IV.5 Critérios de atribuição A concessão de uma subvenção não depende apenas da análise dos critérios de elegibilidade e de exclusão e da capacidade operacional e financeira da(s) organização(ões). A decisão final de selecção será tomada, em particular, com base nos critérios de atribuição. Os critérios de atribuição incluem indicadores qualitativos e quantitativos e são os seguintes:

Os projectos serão avaliados numa escala de 0 a 100 pontos e serão classificados por ordem de mérito. 1) Mais-valia europeia (total de 0-20 pontos para os domínios de acção 1.1 e

1.2.1; total de 0-15 pontos para o domínio de acção 1.3.5) De acordo com os objectivos gerais do Programa, as actividades propostas devem reforçar o espaço cultural partilhado pelos europeus, através do desenvolvimento da cooperação cultural entre artistas, agentes e instituições culturais dos países que participam no Programa. Neste contexto, serão avaliados os seguintes factores: - a forma como os objectivos, a metodologia e a natureza da cooperação entre os

agentes culturais reflectem uma perspectiva que vai para além dos interesses locais, regionais e até mesmo nacionais no intuito de desenvolver sinergias a nível

1) Medida em que o projecto possa gerar uma verdadeira mais-valia europeia; 2) Pertinência das actividades para os objectivos específicos do programa; 3) Medida em que as actividades propostas sejam concebidas e possam ser

executadas com êxito e com um elevado nível de excelência; 4) Qualidade da parceria entre o coordenador e os co-organizadores; 5) Medida em que as actividades possam produzir resultados que satisfaçam os

objectivos do programa; 6) Medida em que os resultados das actividades sejam devidamente

comunicados e promovidos; 7) Medida em que as actividades possam produzir um impacto duradouro

(sustentabilidade); 8) Dimensão de cooperação internacional (apenas para os Projectos de

cooperação com países terceiros, domínio de acção 1.3.5).

Maio 2010

47

europeu; - a forma como as actividades propostas são susceptíveis de produzir um efeito mais

significativo e de melhor atingir os seus objectivos a nível europeu do que a nível nacional;

- a forma como a cooperação e a parceria se baseiam num intercâmbio mútuo de experiências e são susceptíveis de alcançar um resultado final qualitativamente diferente da soma das várias actividades empreendidas a nível nacional, produzindo assim uma verdadeira interacção multilateral que promove a concretização de objectivos comuns;

- merecerão uma atenção especial os projectos que propiciem a cooperação com organizações que não beneficiaram anteriormente de financiamento comunitário ou as cooperações que tenham sido especificamente concebidas para levar a cabo o projecto em questão.

2) Pertinência para os objectivos específicos do programa (total de 0-20

pontos para os domínios de acção 1.1 e 1.2.1; total de 0-15 pontos para o domínio de acção 1.3.5)

Será avaliada a medida em que as actividades propostas possam promover os objectivos específicos do programa. São eles:

- promover a mobilidade transnacional das pessoas que trabalham no sector cultural;

- incentivar a circulação transnacional de obras e produções artísticas e culturais;

- promover o diálogo intercultural. Será prestada especial atenção aos projectos que cumpram dois dos três objectivos específicos do Programa.

Merecerão uma atenção ainda maior os projectos que cumpram os três objectivos específicos acima enunciados. 3) Excelência das actividades culturais propostas (total de 0-20 pontos para

os domínios de acção 1.1 e 1.2.1; total de 0-15 pontos para o domínio de acção 1.3.5)

Os projectos devem não só cumprir os objectivos do Programa mas também ser levados a cabo com um nível elevado de qualidade no que diz respeito às suas actividades. Neste contexto, serão avaliados os seguintes factores: - o grau de originalidade, inovação e criatividade das actividades propostas; - as competências e a experiência das pessoas responsáveis pela gestão e

execução das actividades; - a pertinência das actividades propostas em termos de público-alvo/beneficiários, o

seu impacto no público em geral e a dimensão social das actividades.

Maio 2010

48

4) Qualidade da parceria (total de 0-10 pontos) A cooperação entre agentes culturais constitui a base do Programa. Neste contexto, serão avaliados os seguintes factores:

- o nível de cooperação e empenhamento de cada co-organizador na concepção, execução e financiamento do projecto (o número de co-organizadores, a distribuição geográfica das organizações participantes e o seu papel efectivo na cooperação);

- o papel e a contribuição de cada co-organizador para a gestão do projecto: o método de gestão aplicado às actividades propostas, a clareza das tarefas atribuídas ao pessoal e a descrição clara do papel de cada co-organizador envolvido no projecto;

- a coerência entre as actividades propostas, o orçamento atribuído a cada uma delas e o pessoal disponível para executar o projecto;

- a qualidade da candidatura e do orçamento: a seriedade e o correcto preenchimento da candidatura, a clareza e pertinência da metodologia proposta, a clareza da descrição do projecto em termos de objectivos, actividades e resultados e a natureza detalhada da repartição orçamental.

5) Nível de resultados previsto (total de 0-10 pontos) As actividades propostas devem atingir o maior número possível de pessoas, quer directa ou indirectamente. Neste contexto, serão avaliados os seguintes factores: - o número de pessoas e/ou diferentes países (europeus) que poderão beneficiar

directa ou indirectamente dos resultados das actividades propostas; - o nível da dimensão trans-sectorial do projecto em termos de alcance e

intensidade da participação de diferentes sectores. 6) Comunicação e promoção das actividades (total de 0-10 pontos) Para além da obrigação legal de usar os logótipos da UE, os resultados das actividades propostas devem ser devidamente divulgados e promovidos. Neste contexto, serão avaliados os seguintes factores: - a pertinência do plano de comunicação face ao tipo de projecto e público-alvo em

questão; - a pertinência e adequação do orçamento atribuído ao plano de

comunicação/divulgação/promoção no que diz respeito ao impacto directo e indirecto esperado;

- a metodologia usada para garantir a visibilidade das actividades propostas, o plano de comunicação/divulgação/promoção detalhado e os vários instrumentos de promoção usados (página da Internet, imprensa, brochuras, rádio, etc.).

7) Impacto a longo prazo – Sustentabilidade (total de 0-10 pontos) Os projectos devem produzir resultados e cooperações a longo prazo e produzir um efeito multiplicador para outros potenciais promotores. Neste contexto, serão avaliados

Maio 2010

49

os seguintes factores:

- o potencial de as actividades propostas resultarem numa cooperação contínua e sustentável, em actividades complementares ou em vantagens permanentes a nível europeu, e de contribuírem no longo prazo para o desenvolvimento da cooperação entre as culturas na Europa;

- o potencial de as actividades propostas gerarem outras iniciativas futuras de cooperação cultural a nível europeu e infra-europeu.

Apenas para o domínio de acção 1.3.5 — Projectos de cooperação com países terceiros: 8) Dimensão de cooperação internacional (total de 0-15 pontos) Será dada especial atenção aos projectos que demonstrem uma dimensão concreta de cooperação internacional. Para este efeito, os projectos devem implicar a cooperação activa de, pelo menos, um parceiro no país terceiro seleccionado.

Será dada preferência aos projectos que associem um número de parceiros superior ao nível mínimo referido no capítulo IV.4.3. IV.6 Condições financeiras O orçamento deverá incluir os custos elegíveis incorridos pelo coordenador e/ou pelos co-organizadores no contexto da gestão e realização do projecto. Para mais informações sobre as regras financeiras aplicáveis, e nomeadamente para uma descrição detalhada do orçamento e uma lista dos custos elegíveis e não elegíveis, consulte o capítulo III.3. A subvenção atribuída é calculada com base no orçamento estimado e pode cobrir até 50% dos custos elegíveis. IV.7 Utilização de Acordo de subvenção ou Decisão de subvenção Serão usados acordos de subvenção (ver capítulo III.4). IV.8 Modalidades de pagamento

IV.8.1 Pré-financiamento Nota: Se for exigida uma garantia bancária, as condições associadas às modalidades de pagamento a seguir descritas não serão as mesmas (para mais informações sobre a garantia consulte o capítulo III.1.6).

No que se refere aos domínios de acção 1.2.1 e 1.3.5, será efectuado apenas um pré-financiamento nos 45 dias a seguir à assinatura do Acordo de subvenção pela Agência.

Maio 2010

50

No que se refere ao domínio de acção 1.1, podem ser atribuídos vários pré-financiamentos (ver quadro acima).

O primeiro é atribuído nos 45 dias a seguir à assinatura do acordo de subvenção pela Agência. Os outros são pagos após apresentação de um relatório intercalar. O relatório intercalar deve incluir um relatório intercalar de execução técnica e declarações financeiras intercalares (ou seja, contas financeiras, lista de facturas), proporcionando assim uma visão geral do progresso do projecto em termos de execução e do ponto de vista financeiro.

Para os Projectos plurianuais de cooperação (domínio de acção 1.1) com duração de 36 meses (3 anos), os pagamentos de pré-financiamento deverão ser efectuados do seguinte modo:

um pagamento inicial de pré-financiamento correspondente a 40% da subvenção atribuída será efectuado no prazo de 45 dias após a data da assinatura do Acordo de subvenção pela Agência de Execução, na condição de terem sido recebidas todas as garantias exigidas (se for caso disso);

um segundo pagamento de pré-financiamento correspondente a 40% da subvenção atribuída será efectuado no prazo de 45 dias após a data de aprovação pela Agência de Execução do pedido de pagamento apresentado pelo coordenador, acompanhado do relatório intercalar.

Para os Projectos plurianuais de cooperação (domínio de acção 1.1) com duração entre 37 meses (mais de 3 anos) e 60 meses (5 anos), os pagamentos de pré-financiamento deverão ser efectuados do seguinte modo:

um pagamento inicial de pré-financiamento correspondente a 30% da subvenção atribuída será efectuado no prazo de 45 dias após a data da assinatura do Acordo de subvenção pela Agência de Execução, na condição de terem sido recebidas todas as garantias exigidas (se for caso disso);

um segundo pagamento de pré-financiamento correspondente a 30% da subvenção atribuída será efectuado no prazo de 45 dias após a data de aprovação pela Agência de Execução do pedido de pagamento apresentado pelo coordenador, acompanhado do relatório intercalar;

um terceiro pagamento de pré-financiamento correspondente a 20% da subvenção atribuída será efectuado no prazo de 45 dias após a data de aprovação pela Agência de Execução do pedido de pagamento apresentado pelo coordenador, acompanhado do relatório intercalar.

Atenção O segundo e terceiro pagamentos de pré-financiamento serão efectuados quando pelo menos 70% dos pagamentos de pré-financiamento anteriores tiverem sido gastos. Caso tenham sido gastos menos de 70%, o montante do novo pagamento de pré-financiamento será reduzido no valor dos montantes não utilizados do anterior pagamento de pré-financiamento.

Maio 2010

51

IV.8.2 Pagamento final

A Agência de Execução determinará o montante do pagamento final com base no relatório final. Para se receber o pagamento final deve ser apresentado um relatório final até à data-limite especificada no Acordo de subvenção. O relatório final deve incluir um relatório final de execução técnica, dando assim exaustivamente conta dos resultados do projecto, bem como as declarações financeiras finais, que incluirão a lista de facturas. Consulte o capítulo III.7 para conhecer as regras de certificação das declarações financeiras finais. Juntamente com o relatório final devem ser enviadas simultaneamente cópias dos produtos do projecto (ou seja, publicações, cartazes, convites, DVD, CD-ROM, T-shirts, etc.), bem como qualquer material publicitário. Os beneficiários poderão usar um documento pré-formatado para o relatório de execução técnica, que os ajudará a estruturar e a orientar as informações pertinentes, bem como uma ferramenta automática que associe as declarações financeiras à lista de facturas e facilite o cálculo dos custos, ambos disponíveis na página da Internet da Agência de Execução.

Se os custos elegíveis efectivamente incorridos pelo(s) coordenador/co-organizadores durante o período de elegibilidade dos custos forem inferiores ao previsto, a Agência de Execução deverá aplicar a taxa de co-financiamento indicada no Acordo de subvenção, o que poderá implicar uma redução da subvenção atribuída.

Se for caso disso, o beneficiário será obrigado a reembolsar quaisquer montantes pagos em excesso pela Agência de Execução.

Para os Projectos de cooperação (domínio de acção 1.2.1) e Projectos de cooperação com países terceiros (domínio de acção 1.3.5), o pagamento de pré-financiamento deverá ser efectuado do seguinte modo: Um pagamento de pré-financiamento correspondente a 70% da subvenção atribuída efectuado de acordo com o procedimento descrito no capítulo III.8.

Maio 2010

52

CAPÍTULO V Projectos de tradução literária (domínio de acção 1.2.2)

V.1 Introdução Este domínio de acção tem por objectivo estimular a mais ampla difusão possível da literatura europeia entre os cidadãos europeus através do apoio à tradução de obras da literatura europeia de grande qualidade nas diferentes línguas dos países que participam no Programa. Os editores e empresas editoras que queiram traduzir obras de autores distinguidos com o Prémio da União Europeia para a Literatura são incentivados a apresentar as suas candidaturas. A fim de promover a integração europeia será igualmente dada especial atenção à divulgação de obras literárias escritas nas línguas dos países que aderiram à UE desde 2004. V.2 Apresentação de candidaturas Período de candidatura As candidaturas podem ser apresentadas todos os anos, em conformidade com o calendário constante do capítulo I.7. Procedimento de candidatura Consulte o capítulo II (Candidaturas). V.3 Critérios de elegibilidade específicos Para serem elegíveis, os projectos devem preencher os critérios específicos enumerados abaixo, além dos critérios de elegibilidade comuns a todos os domínios de acção do Programa (ver o capítulo II.2.1).

V.3.1 Candidatos elegíveis Os candidatos elegíveis devem: - ser editoras ou grupos editoriais públicos ou privados (não podem ser pessoas

singulares); - ter a sua sede legal num dos países que participam no Programa.

V.3.2 Projectos elegíveis

- São elegíveis os projectos que consistam em propostas de tradução de uma a dez obras de ficção de uma língua europeia (língua de partida) para outra língua europeia (língua de chegada);

- Só as despesas de tradução são elegíveis;

Maio 2010

53

- Apenas são elegíveis obras de ficção, independentemente do seu género literário, tais como romances, contos, novelas, peças de teatro, poesia, banda desenhada; As obras de não-ficção não são elegíveis, designadamente guias turísticos, autobiografias, biografias, ensaios ou estudos de ciências humanas (história, filosofia, economia ou outra) e, mais genericamente, quaisquer trabalhos relacionados com outras ciências (como, por exemplo, a física ou a matemática);

- Os originais, salvo os redigidos em latim ou grego antigo, devem ser da autoria de cidadãos ou residentes num dos países que participam no Programa;

- As obras já devem estar publicadas;

- As obras não podem ter sido anteriormente traduzidas para a língua de destino;

- Os candidatos seleccionados deverão comprovar os seus direitos sobre a(s) obra(s) literária(s) que se propõem traduzir. Isso significa que terão de apresentar os contratos de transmissão de direitos devidamente datados e assinados antes da assinatura do compromisso jurídico da Agência de Execução;

- O trabalho de tradução deve ter início no período indicado no calendário constante do capítulo I.7;

- A duração do projecto não deverá ultrapassar 24 meses, nela se compreendendo todo o período que medeia entre a data do início da tradução da primeira obra e a data de publicação da última obra traduzida;

- O montante da subvenção pedida para cada projecto deverá situar-se entre 2 000 e 60 000 euros.

V.3.3 Línguas elegíveis As línguas elegíveis são as línguas oficiais dos países que participam no Programa, assim como o latim e o grego antigo. Por línguas oficiais entendem-se as assim definidas pela Constituição ou Lei Fundamental de cada um dos países. As obras de ficção a serem traduzidas devem satisfazer os seguintes requisitos: - A tradução deve ser feita a partir de uma língua europeia para uma língua de destino

europeia;

- A tradução de literatura nacional de uma para outra língua oficial do mesmo país não é elegível37;

- A língua de destino é a língua materna do tradutor (excepto no caso das línguas menos divulgadas, se a editora alegar um motivo atendível).

37 Por exemplo, não seria elegível a tradução para gaélico de um livro inglês escrito por um autor irlandês e publicado por uma editora irlandesa.

Maio 2010

54

V.3.4 Documentos a fornecer para aferição dos critérios de elegibilidade

A elegibilidade de um projecto será aferida com base na documentação solicitada de acordo com os critérios de elegibilidade comuns a todos os domínios de acção do Programa (ver ponto II.2.1) e nos seguintes documentos e materiais a fornecer pelos candidatos:

- exemplar de cada livro original proposto para tradução; excepcionalmente podem ser aceites fotocópias no caso de obras preciosas e raras;

- curricula vitae dos tradutores;

- uma declaração sob compromisso de honra assinada pelo representante legal, garantindo que:

o As obras a traduzir já foram publicadas;

o As obras a traduzir não se encontram traduzidas na língua de chegada;

o As obras a traduzir cujos originais não foram redigidos em latim ou grego antigo são da autoria de cidadãos ou residentes num dos países que participam no Programa;

o A língua de destino é a língua materna do tradutor (excepto no caso das línguas menos divulgadas, se a editora alegar um motivo atendível);

o A empresa editora ou grupo editorial compromete-se a entregar o trabalho ao(s) tradutor(es) indicado(s) na candidatura. No caso de a candidatura ser seleccionada, o candidato deverá entregar à Agência de Execução uma cópia do contrato entre o editor e o tradutor de cada um dos livros a traduzir;

o O trabalho de tradução não terá início antes do dia 1 de Setembro do ano da candidatura;

o A empresa editora ou grupo editorial detém os direitos da(s) obra(s) literária(s) a traduzir ou detê-los-á antes da assinatura do compromisso jurídico pela Agência de Execução. No caso de a candidatura ser seleccionada, o candidato deverá entregar uma cópia do contrato à Agência de Execução.

O formulário de candidatura inclui um modelo de declaração sob compromisso de honra. Essa declaração vincula a organização candidata ao cumprimento dos critérios de elegibilidade. No caso de ser seleccionada e não respeitar o compromisso, a subvenção atribuída será anulada e os montantes já pagos, se os houver, terão de ser reembolsados.

Maio 2010

55

V.4 Critérios de atribuição Após a análise da capacidade operacional e financeira da organização. a proposta será avaliada com base nos critérios de atribuição seguintes, que incluem indicadores qualitativos e quantitativos:

1) Medida em que o projecto possa gerar uma verdadeira mais-valia europeia e a pertinência das actividades para os objectivos do programa;

2) Medida em que as actividades propostas sejam concebidas e possam ser executadas com êxito e com um elevado nível de excelência;

3) Medida em que os resultados das actividades propostas sejam devidamente divulgados e promovidos.

Os projectos serão avaliados numa escala de 0 a 100 pontos e classificados por ordem de mérito. 1) A medida em que o projecto possa gerar uma verdadeira mais-valia europeia

e a pertinência das actividades para os objectivos do Programa (0-40 pontos) De acordo com os objectivos do Programa, as actividades propostas devem ajudar a reforçar o espaço cultural partilhado pelos europeus nos países que participam no Programa. Neste contexto, serão avaliados os seguintes critérios:

- em que medida a escolha das obras a traduzir reflecte uma perspectiva que vai para além dos interesses locais, regionais e até mesmo nacionais;

- em que medida o projecto procura alargar o conhecimento dos europeus sobre a literatura europeia;

- em que medida o projecto visa encorajar a difusão internacional de obras literárias; ou seja, em que medida o projecto contribui para a mobilidade das obras literárias europeias;

- em que medida o projecto visa encorajar o diálogo intercultural;

- a fim de promover a integração europeia, será dada especial atenção à tradução de obras escritas nas línguas dos países que aderiram à UE desde 2004 e de autores que sejam seus cidadãos ou neles residam;

- será dada especial atenção às obras de autores distinguidos com o Prémio da União Europeia para a Literatura.

2) A medida em que as actividades propostas sejam concebidas e possam ser

executadas com êxito e com um elevado nível de excelência (0-40 pontos) Para a prossecução dos objectivos do Programa, as traduções devem também ser realizadas com êxito e com um nível de qualidade elevado. Neste contexto, serão

Maio 2010

56

avaliados os seguintes critérios:

- a qualidade literária da obra a ser traduzida; - a qualidade da editora no que diz respeito à sua política editorial geral e à sua

política de tradução;

- as competências e a experiência dos tradutores profissionais; - a qualidade da candidatura: a seriedade e a correcta apresentação da candidatura,

a clareza e pertinência da metodologia proposta, a clareza e viabilidade do calendário de execução proposto e a relação custo/eficácia de cada obra proposta para tradução.

3) A medida em que os resultados das actividades propostas sejam

devidamente comunicados e promovidos (0-20 pontos) Neste contexto, serão avaliados os seguintes critérios:

- a pertinência do plano de comunicação face ao tipo de projecto, ao público-alvo e aos objectivos do Programa;

- o número de exemplares que serão publicados, tendo em conta a dimensão do(s) país(es) onde a obra traduzida será publicada e os hábitos comuns para o género literário em questão;

- a metodologia usada para garantir a visibilidade das actividades propostas, o plano de comunicação/divulgação/promoção detalhado e os vários instrumentos de promoção usados (página da Internet, imprensa, brochuras).

V.5 Condições financeiras Cálculo da subvenção: - a subvenção é calculada com base numa tarifa fixa pré-estabelecida e aplicável aos

seguintes géneros de ficção literária: romance, recital, novela, peça de teatro, banda desenhada, etc.;

- a subvenção é calculada com base num orçamento detalhado e aplica-se apenas às obras de poesia. Neste caso, a mesma poderá cobrir custos de tradução desde que esses custos não representem mais de 50% do total dos custos de tradução e publicação do(s) livro(s) proposto(s).

V.5.1 Financiamento baseado numa tarifa fixa38 A subvenção deve corresponder ao produto da multiplicação do número de páginas do original pela tarifa de cada língua de destino. As tarifas têm sido fixadas a um nível que evita o risco de gerarem lucro ou de provocarem a ultrapassagem do limite máximo comum fixado no Programa Cultura (2007-2013), ou seja, 50% dos custos de tradução e publicação de uma obra literária. 38 Decisão da Comissão C(2008) 2781.

Maio 2010

57

As tarifas fixas de cada língua têm sido calculadas com base nos custos efectivos da tradução de uma página de 1500 caracteres sem espaços. As tarifas diferem de uma língua para a outra e são regularmente actualizadas. Tarifas fixas aplicáveis nos países que participam no Programa, por língua39, (apresentadas por ordem alfabética dos códigos de língua): As tarifas serão regularmente actualizadas. Língua Código40 Tarifa por página em euros

Búlgaro BG 13,83 Checo CS 13,27 Dinamarquês DA 26,56 Alemão DE 25,99 Grego EL 19,16 Inglês EN 25,35 Espanhol ES 22,01 Estónio ET 19,80 Finlandês FI 25,43 Francês FR 24,70 Gaélico GA 26,82 Húngaro HU 19,44 Croata HR 15,77 Islandês IS 33,70 Italiano IT 27,87 Lituano LT 17,06 Letão LV 19,22 Montenegrino 15,98 Macedónio MK 15,91 Maltês MT 17,66 Neerlandês NL 24,12 Norueguês NO 24,53 Polaco PL 16,70 Português PT 16,66 Romeno RO 9,64 Eslovaco SK 13,05 Sérvio SR 16,16 Esloveno SL 15,83 Sueco SV 29,71 Turco TR 9,17

39 As tarifas abrangem todas as línguas oficiais dos países em questão. Exemplo: ao catalão e ao basco aplica-se a tarifa espanhola. Para as línguas dos países da antiga República da Jugoslávia, tais como a Eslovénia, Sérvia, Croácia e Antiga República Jugoslava da Macedónia, aplica-se a mesma tarifa. 40 Código ISO 639-1

Maio 2010

58

Uma folha de cálculo de subvenções integrada no formulário de candidatura calcula automaticamente a subvenção máxima. É necessário apresentar uma previsão orçamental simplificada. Não é exigida nenhuma declaração financeira detalhada dos custos no relatório final.

Por exemplo:

Cálculo da subvenção total: - um livro em língua romena com 350 páginas a ser traduzido para neerlandês NL: 350

x 24,12 (tarifa fixa para neerlandês): a subvenção total calculada é de 8.442 euros.

V.5.2 Financiamento baseado num orçamento apenas para obras de poesia O montante da subvenção é calculado com base numa previsão orçamental equilibrada e detalhada, expressa em euros, que demonstre claramente os custos de tradução de cada livro. Este montante cobre os custos de tradução, desde que estes não representem mais de 50% do total dos custos de tradução e de publicação. Custos directos elegíveis .Apenas são elegíveis os custos relativos ao pagamento efectivo de honorários ou salários aos tradutores, acrescidos das contribuições para a segurança social e outros encargos legais incluídos na sua remuneração, na medida em que não excedam as tarifas médias correspondentes à política habitual do beneficiário em matéria de remuneração. V.6 Acordo de subvenção/ Decisão de subvenção Para este domínio de acção são usadas decisões de subvenção (ver capítulo III.4). V.7 Modalidades de pagamento

V.7.1 Pré-financiamento N.B. Se for necessária uma garantia bancária, serão diferentes as condições associadas às modalidades de pagamento apresentadas abaixo. Ver capítulo III.1.6 para mais informações. Para uma subvenção igual ou superior a 20 000 euros será concedido um pré-financiamento representando 70% da subvenção concedida de acordo com o procedimento descrito no capítulo III.8.

V.7.2 Pagamento final A Agência de Execução estabelecerá o montante do pagamento final com base no relatório final. Os documentos exigidos para o pagamento final são os seguintes:

Maio 2010

59

a) Financiamento baseado numa tarifa fixa:

- o relatório final a elaborar para cada tradução, indicando, entre outros dados, o nome do tradutor;

- uma cópia de cada obra traduzida e publicada. b) Financiamento baseado num orçamento apenas para obras de poesia: - o relatório final a elaborar para cada tradução, indicando, entre outros dados, o nome

do tradutor;

- as declarações financeiras finais, incluindo os documentos comprovativos, indicando claramente os montantes com e sem IVA;

- uma cópia de cada obra traduzida e publicada. Apenas para obras de poesia: Se os custos elegíveis efectivamente incorridos pelo beneficiário durante a acção forem inferiores ao previsto, a Agência de Execução aplicará a taxa de co-financiamento indicada na Decisão de subvenção a esses custos.

Maio 2010

60

CAPÍTULO VI Apoio a festivais culturais de dimensão europeia (domínio de acção 1.3.6)

VI.1 Introdução Este domínio de acção tem por objectivo apoiar festivais culturais de dimensão europeia tendo em vista:

1. incentivar o intercâmbio de experiências através da mobilidade dos profissionais europeus na área da cultura 2. promover a circulação de obras culturais, permitindo que obras culturais não-nacionais oriundas de países europeus estejam acessíveis ao mais vasto público possível 3. promover o diálogo intercultural

VI.2 Apoio anual ou plurianual As organizações podem optar por candidatar-se a uma das seguintes modalidades de subvenção:

a) apoio a uma edição do festival (todos os anos até 2012) As organizações podem apresentar todos os anos uma candidatura a uma subvenção anual, até ao final do Programa (consulte o calendário no capítulo I.7). As organizações que recebam uma subvenção plurianual no âmbito de uma parceria não precisam de se candidatar a uma subvenção anual ao longo da duração da parceria.

ou

b) apoio a três edições do festival – parceria (para três anos, 2011-2013)

As organizações que pretendam estabelecer uma relação de cooperação de longo prazo com a Agência de Execução são convidadas a apresentar uma candidatura a uma parceria. O próximo prazo de candidatura a uma tal parceria é 2010. A parceria formaliza a relação da organização com a Agência de Execução durante três anos, de 2011 a 2013, a fim de lhe dar a possibilidade de atingir os seus objectivos de longo prazo. As organizações que pretendam candidatar-se a uma parceria devem apresentar, para além de um programa de trabalho anual detalhado para os primeiros 12 meses (ou seja, para o exercício de 2011), um plano de acção trienal definindo os objectivos, as prioridades e os resultados esperados (concretizações) para o período 2011-2013, assim como a estratégia e as acções a realizar para assegurar o cumprimento dos objectivos e a concretização dos resultados. O plano de acção deve incluir, em especial, uma repartição dos objectivos/resultados e das acções por cada um dos três anos.

Maio 2010

61

Em 2012 e 2013, a organização seleccionada apresentará, a pedido da Agência de Execução, uma candidatura simplificada a subvenção com uma candidatura detalhada e o orçamento correspondente para 2012 e 2013. A candidatura acordada mutuamente pelas duas partes servirá de base para a atribuição da subvenção de funcionamento específica para o ano em questão.

Se a mesma organização decidir, em 2010, apresentar candidaturas a título das duas opções a) e b) acima descritas, e se as candidaturas forem ambas seleccionadas, será dada prioridade à parceria.

VI.3 Apresentação de candidaturas Prazo de candidatura - Candidaturas para subvenções de funcionamento anuais: as candidaturas podem

ser efectuadas todos os anos até 2013. - Candidaturas a um acordo de parceria de três anos: as candidaturas só podem ser

efectuadas em 2010. Para informações mais detalhadas sobre o calendário, consulte o capítulo I.7. Modalidades de candidatura Consulte o capítulo II (Candidaturas). VI.4 Critérios de elegibilidade específicos Para serem elegíveis, as candidaturas devem satisfazer os critérios específicos abaixo indicados. Para os critérios de elegibilidade comuns a todos os domínios de acção do Programa, consulte o capítulo II.2.1.

VI.4.1 Candidatos elegíveis

Os candidatos devem ser organismos públicos41 ou privados, com personalidade jurídica, cuja actividade principal se enquadre no domínio da cultura (sectores cultural e criativo), e ter sede legal num dos países que participam no Programa.

Deverão ter como actividade principal a organização de festivais.

41 Por organismo público entende-se um organismo cujas despesas são parcialmente financiadas, de

pleno direito, por fundos públicos provenientes do governo central, regional ou local. Tais despesas são assim cobertas por fundos do sector público obtidos por meio de taxas, coimas ou de comissões reguladas por lei, sem terem, por isso, de passar por um processo de candidatura que poderia constituir um obstáculo à obtenção dos mesmos. As organizações que recebem fundos públicos e subvenções ano após ano, mas que são teoricamente susceptíveis de não obter fundos num determinado ano, não são consideradas organismos públicos pela Agência, mas sim organismos privados.

Maio 2010

62

VI.4.2 Projectos elegíveis Só são elegíveis festivais que contem, no mínimo, com cinco edições realizadas até à data em que a candidatura é apresentada. A programação do ano anterior, assim como a programação relativa ao ano para o qual é solicitado o apoio deve incluir obras de, pelo menos, sete países que participem no Programa. Este critério será verificado através do catálogo oficial relativo ao ano anterior, que deverá ser fornecido juntamente com o formulário de candidatura e a programação provisória relativa ao ano para o qual é solicitado o apoio. Importa referir que os festivais de cinema não são elegíveis, na medida em que existe um apoio especificamente previsto para este tipo de festivais no âmbito do Programa MEDIA. Para serem elegíveis, os projectos devem ainda:

- ter uma duração máxima de 12 meses e apoiar uma edição do festival;

- requerer uma subvenção máxima de 100 000 euros; - apresentar um orçamento equilibrado (despesas = receitas) e aceitar o limite máximo de co-financiamento comunitário fixado em 60% do orçamento elegível total. VI.5 Critérios de selecção Capacidade operacional e financeira (ver capítulo II.2.3 Critérios de selecção) VI.6 Critérios de atribuição A concessão de uma subvenção não depende apenas da análise dos critérios de elegibilidade e de exclusão e da capacidade operacional e financeira da(s) organização(ões). A decisão final de selecção será tomada, em particular, com base nos critérios de atribuição. Os critérios de atribuição incluem indicadores qualitativos e quantitativos e são os seguintes:

1. Mais-valia e dimensão europeias das actividades propostas 2. Qualidade e inovação da programação 3. Impacto junto do público 4. Participação de profissionais europeus e qualidade dos intercâmbios previstos entre os mesmos

Maio 2010

63

Os projectos serão avaliados numa escala de 0 a 100 pontos e classificados por ordem de mérito. (1) Mais-valia e dimensão europeias das actividades propostas (0-25 pontos) De acordo com este critério de atribuição, será tomada em consideração a diversidade cultural e geográfica da programação, nomeadamente a proporção de obras provenientes de países participantes no Programa e o número de países representados na programação. (2) Qualidade e inovação da programação (0-25 pontos) Serão tomados em conta os seguintes aspectos: a escala, a natureza e a originalidade da programação face a outros festivais europeus, a estrutura da programação, assim como o aspecto inovador das acções realizadas para o desenrolar do festival proposto face a outros festivais europeus. (3) Impacto junto do público (0-25 pontos) Serão tomados em conta os seguintes aspectos: a dimensão do público e as acções implementadas junto do público com vista a promover obras europeias junto do mesmo. (4) Participação de profissionais europeus e qualidade dos intercâmbios previstos entre os mesmos (0-25 pontos) Serão tomados em conta os seguintes aspectos: a dimensão, a natureza e a diversidade da participação de profissionais. VI.7 Condições financeiras

O apoio para este domínio de acção será prestado de acordo com o procedimento de gestão direccionada.

De acordo com este procedimento, embora a atribuição da subvenção seja decidida com base na avaliação da acção no seu conjunto e mediante apresentação do respectivo orçamento global, apenas são elegíveis os custos respeitantes às componentes da acção que tenham uma dimensão europeia. São elegíveis as seguintes categorias de custos:

1. Custos relacionados com a apresentação de obras europeias não nacionais (tais como os custos de cenários, guarda-roupa, tradução, legendagem, etc.).

2. Custos de deslocação e alojamento de profissionais e amadores que acompanham uma obra europeia não nacional (equipas artísticas, técnicas e de gestão)

3. Comissões destinadas aos artistas que actuam em obras europeias não nacionais.

Maio 2010

64

4. Custos relacionados com a organização de workshops entre profissionais europeus (montante não superior a 15% dos custos elegíveis)

5. Catálogo e brochura oficiais (custos relativos à elaboração, tradução e impressão do catálogo e brochura oficiais impressos).

6. Custos de comunicação (sítio web, planeamento de comunicação social, ...) (montante não superior a 15% dos custos elegíveis).

Os candidatos devem fornecer um orçamento completo de toda a acção, incluindo um plano de financiamento e o orçamento dos custos elegíveis a serem financiados pelo Programa Cultura. A subvenção atribuída é calculada com base nos custos estimados e pode cobrir até 60% dos custos elegíveis. VI.8 Utilização de Acordo de Subvenção ou Decisão de Subvenção Serão usados acordos de subvenção (ver capítulo III.4). VI.9 Modalidades de pagamento

VI.9.1 Pré-financiamento Nota: Se for exigida uma garantia bancária, as condições associadas às modalidades de pagamento a seguir descritas não serão as mesmas (para mais informações sobre garantias, consulte o capítulo III.1.6).

O pagamento de pré-financiamento correspondente a 70% da subvenção atribuída, será efectuado num prazo de 45 dias após a data de assinatura do Acordo de subvenção pela Agência de Execução, em conformidade com o procedimento descrito no capítulo III.9.

VI.9.2 Pagamento final

A Agência de Execução determinará o montante do pagamento final com base no relatório final. Para receber o pagamento final, o beneficiário deve apresentar um relatório final até à data-limite especificada no Acordo de Subvenção. O relatório final deve incluir um relatório final de execução técnica, dando assim exaustivamente conta dos resultados do projecto, bem como as declarações financeiras finais, que incluirão a lista de facturas. Consulte o capítulo III.7 para conhecer as regras de certificação das declarações financeiras finais. Juntamente com o relatório final devem ser enviadas cópias dos produtos do projecto (ou seja, publicações, cartazes, convites, DVD, CD-ROM, T-shirts, etc.), bem como qualquer material publicitário. Os beneficiários poderão usar um documento pré-formatado para o relatório de execução técnica, que os ajudará a estruturar e a orientar as informações pertinentes, bem como uma ferramenta automática que associa as demonstrações financeiras à

Maio 2010

65

lista de facturas e facilita o cálculo dos custos. O documento pré-formatado e a ferramenta automática estão disponíveis no sítio web da Agência de Execução.

Se os custos elegíveis efectivamente incorridos pelo beneficiário durante o período de elegibilidade forem inferiores ao previsto, a Agência de Execução deverá aplicar a taxa de co-financiamento indicada no Acordo de Subvenção. Tal poderá implicar uma redução da subvenção atribuída.

Se for caso disso, o beneficiário será obrigado a reembolsar quaisquer montantes pagos em excesso pela Agência de Execução.

Maio 2010

66

CAPÍTULO VII Apoio a organizações activas no domínio da cultura no plano europeu (domínio de acção 2)

VII.1 Introdução Este domínio de acção destina-se a co-financiar as despesas ligadas ao programa de trabalho permanente de organismos que prossigam um objectivo de interesse geral europeu no domínio da cultura ou um objectivo enquadrado na política da União neste domínio. Neste domínio de acção são elegíveis três categorias de organizações. Uma organização só pode candidatar-se a uma destas categorias.

VII.1.1 Três categorias

a) Embaixadores

Esta categoria aplica-se a organizações que, através da sua influência no domínio cultural a nível europeu, têm uma aptidão clara para serem "representantes" europeus da cultura europeia e, como tal, podem assumir o papel de embaixadores culturais europeus.

As organizações pertencentes a esta categoria são sobretudo orquestras, coros, grupos de teatro e companhias de dança cujas actividades tenham uma verdadeira dimensão europeia. As actividades da organização devem ser levadas a cabo em, pelo menos, sete países que participem no Programa.

b) Redes de representação e de defesa

Esta categoria aplica-se a redes que representam os seus associados e que garantem uma representação significativa de uma ou várias categorias específicas de agentes culturais ou domínios culturais a nível europeu. As redes devem existir há pelo menos um ano.

As redes devem reunir membros que se encontram legalmente estabelecidos num mínimo de quinze países que participam no Programa. Em alternativa, se as redes forem compostas por organizações representantes de agentes culturais a nível nacional (tais como federações nacionais), a rede deve ter uma representatividade substancial em, pelo menos, dez países que participam no Programa.

c) Plataformas de diálogo estruturado (restrito)

No quadro da Agenda Europeia para a Cultura42 pode ser prestado apoio a organizações activamente empenhadas num diálogo estruturado com a Comissão

42 Resolução do Conselho, de 16 de Novembro de 2007, sobre uma Agenda Europeia para a Cultura, 2007/C 287/01 http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=COM:2007:0242:FIN:PT:PDF

Maio 2010

67

Europeia no âmbito de um procedimento específico, bem como a agrupamentos que desenvolvam análises políticas que sustentem os objectivos dessa Agenda, em especial nas cinco áreas prioritárias de acção. A acção proposta será realizada durante o período 2008-2010 e apoiada a nível europeu43 pelo Conselho. As cinco áreas prioritárias são:

- melhorar as condições para a mobilidade dos artistas e de outros profissionais do campo da cultura;

- promover o acesso à cultura, nomeadamente através da promoção do património cultural, do multilinguismo, da digitalização, do turismo cultural, das sinergias com a educação – especialmente a artística – e de uma maior mobilidade das colecções de arte;

- desenvolver dados, estatísticas e metodologias no sector cultural e incrementar a sua comparabilidade;

- optimizar as potencialidades das indústrias culturais e criativas, em particular as das PME;

- promover e implementar a Convenção da UNESCO sobre a Protecção e a Promoção da Diversidade das Expressões Culturais44.

Esta categoria é estritamente limitada às plataformas de diálogo estruturado estabelecidas na sequência de convites específicos à manifestação de interesses, publicados pela Comissão45 e que cumpram as especificações indicadas nos convites visados. A Agência convidará essas plataformas a apresentar a sua candidatura. As plataformas são compostas por organizações da sociedade civil que participam num diálogo estruturado com a Comissão no quadro da Agenda Europeia para a Cultura. Devem cumprir critérios específicos, bem como responder às prioridades políticas e temas definidos pela Comissão nos referidos convites à manifestação de interesse. Os membros que compõem as plataformas são organizações não-governamentais activas no domínio cultural (tais como redes, fundações, organizações profissionais). Devem representar colectivamente agentes europeus ou outras organizações estabelecidas em, pelo menos, quinze países que participem no Programa.

Se a plataforma não tiver existência jurídica, uma organização membro da plataforma deverá possuir um mandato por escrito autorizando-a a representar a plataforma e coordenar o seu programa de trabalho (ver capítulo VII.3.1 para mais informações). Repartição do orçamento por categorias 43 http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:C:2007:287:0001:0004:PT:PDF 44 http://portal.unesco.org/en/ev.php-URL_ID=31038&URL_DO=DO_TOPIC&URL_SECTION=201.html 45 O primeiro convite foi publicado em Março de 2008. Ver: http://ec.europa.eu/culture/index_fr.htm

Maio 2010

68

O orçamento disponível é provisoriamente afectado às quatro categorias da seguinte forma:

- Embaixadores: aproximadamente 55% do orçamento disponível; - Redes de representação e defesa: aproximadamente 40% do orçamento disponível; - Plataformas: aproximadamente 5% do orçamento disponível; Estas percentagens são meramente indicativas. Dependendo da qualidade das candidaturas recebidas, a Agência de Execução reserva-se o direito de aplicar percentagens diferentes.

VII.1.2 Apoio anual ou plurianual

As organizações podem optar por candidatar-se a uma das seguintes modalidades de subvenção:

a) Subvenção de funcionamento anual (todos os anos até 2013) As organizações podem apresentar todos os anos uma candidatura a uma subvenção de funcionamento até ao final do Programa (consulte o calendário no capítulo I.7). As organizações que recebam uma subvenção plurianual no âmbito de uma parceria não precisam de se candidatar a uma subvenção anual no decurso dessa mesma parceria. Por exemplo, uma organização que beneficie de uma subvenção plurianual durante 3 anos, de 2008 a 2010, não precisa de se candidatar em 2008 ou 2009 para os anos de 2009 ou 2010.

ou

b) Parceria (para três anos, 2011- 2013)

As organizações que pretendam estabelecer uma relação de cooperação de longo prazo com a Agência de Execução são convidadas a apresentar uma candidatura a uma parceria. O próximo prazo de candidatura a uma tal parceria termina em 2010. A parceria formaliza a relação da organização com a Agência de Execução durante 3 anos, de 2011 a 2013, a fim de lhe dar a possibilidade de atingir os seus objectivos de longo prazo. As organizações que pretendam candidatar-se a uma parceria devem apresentar, para além de um programa de trabalho anual detalhado para os primeiros 12 meses (ou seja, para o exercício de 2011), um plano de acção trienal, definindo os objectivos, as prioridades e os resultados esperados (concretizações) para o período 2011-2013, assim como a estratégia e as acções a realizar para assegurar o cumprimento dos objectivos e a concretização dos resultados. O plano de acção deve incluir, em especial, uma repartição dos objectivos/resultados e das acções por cada um dos três anos.

Em 2011 e 2012, a organização seleccionada apresentará, a pedido da Agência de Execução, uma candidatura simplificada acompanhada de um programa de trabalho detalhado e o orçamento correspondente para 2012 e 2013. O programa de trabalho

Maio 2010

69

acordado mutuamente pelas duas partes servirá de base para a atribuição da subvenção de funcionamento específica para o ano em questão. Se a mesma organização decidir, em 2010, apresentar candidaturas a coberto das opções a) e b) acima descritas, e se as candidaturas forem ambas seleccionadas, será dada prioridade à parceria.

VII.2 Apresentação de candidaturas Prazo de candidatura - Subvenções de funcionamento anuais: as candidaturas são possíveis todos os anos

até 2012. - Parcerias-quadro: as candidaturas só são possíveis em 2010. Para informações mais detalhadas sobre o calendário consulte o capítulo I.7. Modalidades de candidatura Consulte o capítulo II (Candidaturas). VII.3 Critérios de elegibilidade específicos Para serem elegíveis, os projectos devem satisfazer os critérios específicos abaixo indicados (para os critérios de elegibilidade comuns a todos os domínios de acção do Programa consultar o capítulo II.2.1). VII.3.1. Candidatos e actividades elegíveis Os candidatos elegíveis devem: - ser uma organização independente, pública ou privada, com personalidade jurídica.

Não são elegíveis «autoridades públicas» internacionais, nacionais ou locais, tais como municípios, províncias ou regiões, e pessoas singulares;

- ter a sua sede legal num dos países que participem no Programa;

- ser uma organização sem fins lucrativos;

- ter um mandato legal no domínio da cultura, ou seja, prosseguir um fim de interesse geral europeu no domínio da cultura ou um objectivo que se enquadre na política da União Europeia neste domínio.

- ter apresentado apenas uma candidatura por prazo a título de uma subvenção anual de funcionamento. Se uma organização apresentar mais de uma candidatura para uma subvenção anual de funcionamento, todas as candidaturas serão consideradas não elegíveis.

Maio 2010

70

Para os embaixadores: - terem, no mínimo, dois anos de existência jurídica quando a candidatura é

apresentada; - realizarem as suas actividades em, pelo menos, 7 países que participam no

Programa. Para as redes de representação e defesa: - terem, no mínimo, dois anos de existência jurídica quando a candidatura é

apresentada; - colocarem em rede os membros legalmente estabelecidos em, pelo menos, 15

países que participam no Programa; - caso as redes sejam constituídas por organismos que representem operadores

culturais ao nível nacional, colocarem em rede os membros legalmente estabelecidos em, pelo menos, 10 países que participam no Programa.

Para as plataformas de diálogo estruturado: - terem sido constituídas na sequência de convites específicos à manifestação de

interesse publicados pela Comissão46 e cumprir as especificações desses convites. As plataformas visadas serão convidadas pela Agência a apresentar a sua candidatura;

- terem personalidade jurídica ou - serem representadas por um dos membros da plataforma, legalmente constituído e

devidamente mandatado pelo presidente da plataforma para apresentar a candidatura, representar a plataforma no quadro do processo de selecção e coordenar o programa de trabalho (o mandato deve estar assinado pelo presidente da plataforma);

- serem constituídas por organismos não governamentais activos no domínio da cultura a nível transnacional;

- serem constituídos por membros que representam colectivamente operadores europeus e outras organizações estabelecidos em, pelo menos, quinze países que participam no Programa.

Actualmente, existem 3 plataformas que cumprem os critérios acima enunciados47. As actividades a ter em conta no cálculo da subvenção dizem respeito às actividades permanentes do organismo, relevantes para a concretização dos objectivos do Programa Cultura e, no que diz respeito às plataformas, ao diálogo estruturado com a Comissão previsto nos respectivos convites à manifestação de interesse. Assim, o

46 O primeiro convite foi publicado em Março de 2008. Ver: http://ec.europa.eu/culture/index_fr.htm 47 Plataforma sobre o acesso à cultura, plataforma para uma Europa intercultural, plataforma das indústrias culturais e criativas

Maio 2010

71

programa de trabalho cobrirá apenas estas actividades. Qualquer projecto suplementar ou pontual que não se enquadre nestes critérios ou que já tenha sido coberto por uma subvenção (comunitária ou não) será, consequentemente, excluído do programa de trabalho. Além disso, as actividades que geram custos em países que não participam no Programa não deverão exceder 15% dos custos relativos à execução do programa de trabalho (ver capítulo III.3.1.1). VII.4 Critérios de atribuição A concessão de uma subvenção não depende apenas da avaliação dos critérios de elegibilidade, de exclusão e de selecção (ver capítulo III). A decisão final de selecção será tomada, em particular, em função do tipo de proposta apresentada (subvenção de funcionamento anual ou parceria) avaliada com base nos critérios de atribuição. No caso de candidaturas a:

a) uma subvenção de funcionamento anual, a decisão de selecção será tomada com

base no conteúdo e impacto do programa de trabalho detalhado para o ano de exercício financeiro em questão;

b) uma parceria, a decisão de selecção será tomada com base nas concretizações planeadas, considerados o conteúdo e impacto do plano de acção trienal (2011-2013), do programa de trabalho anual detalhado para 2011 e da sua coerência com o plano de acção trienal da organização, tendo em conta os critérios de atribuição abaixo definidos.

Em todas as categorias, as candidaturas serão avaliadas numa escala de 0 a 100 pontos e serão classificadas por ordem de mérito. . Os critérios de atribuição são os seguintes:

1) Medida em que o programa de trabalho e as actividades subsequentes possam gerar

uma verdadeira mais-valia europeia, bem como a dimensão europeia das actividades propostas;

2) Pertinência do programa de trabalho e das actividades subsequentes relativamente aos objectivos específicos do Programa;

3) Medida em que o programa de trabalho proposto e as actividades subsequentes sejam concebidas e possam ser executadas com êxito e com um elevado nível de excelência;

4) Medida em que o programa de trabalho proposto e as actividades subsequentes possam produzir resultados que atinjam o maior número possível de pessoas, directa e indirectamente;

5) Medida em que os resultados das actividades propostas sejam adequadamente comunicados e promovidos;

6) Medida em que as actividades possam atingir um nível adequado de sustentabilidade (resultados e cooperação a longo prazo) e ter um efeito multiplicador a nível de outros possíveis promotores.

Maio 2010

72

Critérios de atribuição comuns às três categorias Excelência das actividades culturais propostas (critério 3) (0-20 pontos) Este critério pretende conhecer a medida em que o programa de trabalho proposto e as actividades subsequentes são concebidos e podem ser executadas com êxito e com um elevado nível de excelência. As propostas devem não só cumprir os critérios e objectivos do Programa Cultura mas também ser realizadas envolvendo actividades de grande qualidade. Neste contexto, serão avaliados os seguintes factores:

- as competências e a experiência das pessoas responsáveis pela gestão e execução das actividades;

- a pertinência das actividades propostas em termos de representação da cultura europeia ao seu mais alto nível, o impacto no público europeu e no público em geral e a dimensão social das actividades;

- a clareza das actividades propostas e a coerência das mesmas com a capacidade operacional e financeira da organização;

- a qualidade da candidatura e do orçamento/do nível das despesas estimadas: a seriedade e o correcto preenchimento da candidatura, a clareza e pertinência da metodologia proposta, a clareza da descrição da acção em termos de objectivos e actividades;

- os resultados e o carácter detalhado da repartição orçamental (para os pedidos de subvenção calculados com base num orçamento).

Comunicação e promoção das actividades (critério 5) (0-15 pontos)

Os resultados das actividades propostas devem ser devidamente divulgados e promovidos. Neste contexto, serão avaliados os seguintes factores:

- a pertinência do plano de comunicação face ao tipo de projecto e público-alvo em questão;

- para os pedidos de subvenção calculados com base num orçamento, a pertinência e adequação do orçamento atribuído ao plano de comunicação/divulgação/promoção no que diz respeito ao impacto directo e indirecto esperado;

- a metodologia usada para garantir a visibilidade das actividades propostas, o plano de comunicação/divulgação/promoção detalhado e os vários instrumentos de promoção usados (página da Internet, imprensa, brochuras).

Sustentabilidade (critério 6) (0-10 pontos)

As actividades das organizações culturais devem produzir o maior número possível de resultados e cooperações a longo prazo e produzir um efeito multiplicador para outros potenciais promotores. Neste contexto serão avaliados os seguintes factores:

Maio 2010

73

- a medida em que a experiência adquirida com a realização de actividades anteriores e recentes garantiu uma sustentabilidade a longo prazo, aliada a uma verdadeira mais-valia europeia;

- o potencial de as actividades propostas resultarem numa cooperação contínua e sustentável, em actividades complementares ou em vantagens permanentes a nível europeu, e de contribuírem no longo prazo para o desenvolvimento da cooperação entre as culturas na Europa;

- o potencial de as actividades propostas gerarem outras iniciativas futuras destinadas a promover a mobilidade transnacional dos agentes culturais, a incentivar a circulação transnacional de obras e produções artísticas e culturais e a promover o diálogo entre culturas.

Critérios de atribuição específicos para cada uma das três categorias a) Embaixadores:

Mais-valia europeia e dimensão europeia das actividades propostas (critério 1) (0-20 pontos)

Serão avaliados os seguintes factores:

- a forma como os objectivos, a metodologia e a natureza das actividades propostas reflectem uma perspectiva que vai para além dos interesses locais, regionais e até mesmo nacionais com o objectivo de representar um interesse geral europeu no domínio da cultura;

- a forma como as actividades propostas são susceptíveis de produzir um efeito mais significativo e de melhor atingir os seus objectivos a nível europeu do que a nível nacional;

- a medida em que a organização, através da influência que as suas actividades exercem a nível europeu, desempenha o papel de “embaixadora” cultural europeia e, como tal, a sua aptidão para ser uma verdadeira “representante” da cultura europeia;

- a medida em que esta dimensão europeia é preconizada pelas actividades planeadas.

Pertinência para os objectivos específicos do programa (critério 2) (0-20 pontos)

Será avaliada a medida em que as actividades propostas contribuem para a mobilidade das pessoas e das obras e promovem o diálogo intercultural.

Nível de resultados previsto (critério 4) (0-15 pontos)

Serão avaliados os seguintes factores:

- o número de pessoas que poderão beneficiar directa ou indirectamente dos resultados das actividades propostas;

Maio 2010

74

- o número de diferentes países europeus que poderão beneficiar das actividades propostas, incluindo o número de diferentes países, sítios e locais que irão acolher essas actividades;

- o número de associados e sectores que poderão ser representados de forma efectiva e permanente a nível europeu.

b) Redes de representação e de defesa:

Mais-valia europeia e dimensão europeia das actividades propostas (critério 1) (0-20 pontos)

Serão avaliados os seguintes factores:

- a forma como os objectivos, a metodologia e a natureza das actividades propostas reflectem uma perspectiva que vai para além dos interesses locais, regionais e até mesmo nacionais com o objectivo de criar redes, promover os interesses e estabelecer um diálogo estruturado de interesse geral europeu no domínio da cultura;

- a forma como as actividades propostas são susceptíveis de produzir um efeito mais significativo e de melhor atingir os seus objectivos a nível europeu do que a nível nacional;

- a medida em que a rede candidata representa organismos activos nos países que participam no Programa ou nos países terceiros e divulga informações sobre a acção da União Europeia, mais concretamente para promover a cooperação cultural europeia;

- a medida em que esta dimensão europeia é preconizada pelas actividades planeadas.

Pertinência para os objectivos específicos do programa (critério 2) (0-20 pontos)

Será avaliada a medida em que as actividades de promoção e diálogo são susceptíveis de contribuir para estruturar e fomentar os debates sobre o desenvolvimento de um espaço cultural europeu partilhado e para conferir mais peso ao domínio cultural na Europa, tanto a nível sectorial como individual.

Nível de resultados previsto (critério 4) (0-15 pontos)

Serão avaliados os seguintes factores:

- o número de pessoas que poderão beneficiar directa e indirectamente dos resultados das actividades propostas;

- o número de diferentes países europeus que poderão beneficiar das actividades propostas, incluindo o número de diferentes países, sítios e locais que irão acolher essas actividades;

Maio 2010

75

- o número de associados e sectores que poderão ser representados a nível europeu e os resultados esperados em termos de contactos com as instituições da União Europeia.

c) Plataformas de diálogo estruturado

Mais-valia europeia e dimensão europeia das actividades propostas (critério 1) (0-20 pontos)

Serão avaliados os seguintes factores:

- a forma como cada membro da plataforma contribui, através da sua rede e da sua experiência no campo das políticas culturais, para diversificar e alargar a perspectiva da plataforma no que diz respeito à prioridade temática definida no convite à manifestação de interesse;

- a forma como os objectivos, a metodologia e a natureza das actividades propostas reflectem uma perspectiva que vai para além dos interesses locais, regionais e até mesmo nacionais no sentido de compreender melhor o impacto das políticas culturais à luz do interesse geral europeu;

- a forma como as actividades propostas são susceptíveis de produzir um efeito mais significativo e de melhor atingir os seus objectivos a nível europeu do que a nível nacional;

- a forma como as actividades de comunicação relativas à divulgação dos resultados permitem alcançar os agentes interessados a nível europeu;

Pertinência para os objectivos específicos do programa (critério 2) (0-20 pontos)

Serão avaliados os seguintes factores:

- A pertinência das actividades propostas em termos de contribuição para o diálogo estruturado com a Comissão no que diz repeito à prioridade temática definida no convite à manifestação de interesse;

- a forma como as actividades propostas podem contribuir para estruturar e fomentar os debates políticos sobre o desenvolvimento de um espaço cultural partilhado e, em especial, sobre os objectivos da Agenda Europeia para a Cultura.

Nível de resultados previsto (critério 4) (0-15 pontos) Serão avaliados os seguintes factores: - o número de novas provas, de consolidações de dados e/ou de análises e de

recomendações metodológicas que possam resultar do trabalho desenvolvido pela plataforma;

- o número de agentes e de organizações susceptíveis de beneficiar directa ou indirectamente dos resultados das actividades propostas.

Maio 2010

76

VII.5 Condições financeiras A taxa de co-financiamento da UE não poderá exceder 80% dos custos de funcionamento relativos ao programa de trabalho apresentado.

Por conseguinte, pelo menos 20% dos custos de funcionamento decorrentes do programa de trabalho devem ser co-financiados por outras fontes.

VII.5.1 Limitação do aumento do orçamento face aos exercícios orçamentais precedentes A fim de assegurar uma afectação transparente do orçamento disponível para as subvenções de funcionamento destinadas às organizações activas no domínio da cultura no plano europeu, e a fim de evitar uma inflação injustificada do orçamento, aplica-se o princípio de limitação das despesas previsionais face aos exercícios financeiros precedentes. As despesas estimadas para a execução do programa de trabalho não podem aumentar mais do que 10% em relação às despesas efectivamente incorridas no exercício N-248 ou então serão limitadas a esse nível. As despesas estimadas serão avaliadas com base nas contas de ganhos e perdas desse exercício.

Se as despesas efectivamente incorridas no exercício anterior ao último exercício encerrado (N-3) tiverem sido superiores às do exercício N-2, o aumento das despesas estimadas pode ser calculado tomando como referência o exercício N-3. Esta regra aplica-se tanto às subvenções de funcionamento anuais como às plurianuais.

VII.5.2 Limiares máximos Sem prejuízo da regra de co-financiamento máximo de 80%, nem das disposições do Regulamento Financeiro, a subvenção solicitada por cada candidato não poderá exceder os seguintes escalões definidos para cada categoria: a) Embaixadores: Despesas estimadas para a execução do programa de trabalho

Montante máximo da subvenção

inferior a 100 000 euros 75 000 euros de 100 000 euros a 149 999 euros 80 000 euros de 150 000 euros a 199 999 euros 120 000 euros de 200 000 euros a 299 999 euros 160 000 euros de 300 000 euros a 449 999 euros 240 000 euros de 450 000 euros a 799 999 euros 360 000 euros de 800 000 euros a 1 200 000 euros 480 000 euros superior a 1 200 000 euros 600 000 euros

48 N é o ano para o qual é solicitada a subvenção.

Maio 2010

77

b) Redes de representação e de defesa e plataformas: Despesas estimadas para a execução do programa de trabalho

Montante máximo da subvenção

inferior a 100 000 euros 75 000 euros de 100 000 euros a 150 000 euros 80 000 euros superior a 150 000 euros 120 000 euros

VII.5.3 Diminuição progressiva das subvenções de funcionamento (regra da degressividade) Nos termos do artigo 113.º, n.º 2, do Regulamento Financeiro, as subvenções de funcionamento terão, em caso de renovação, natureza degressiva.

Esta regra é aplicada da forma a seguir enunciada. Se a taxa de co-financiamento for superior a 5%, a taxa de co-financiamento para o exercício N será inferior em 1% à taxa de co-financiamento para o exercício N-1 (60% para o exercício N, 59% para o exercício N+1). Se a taxa de co-financiamento for inferior ou igual a 5%, a taxa de co-financiamento para o exercício N terá uma redução de 5% em relação à taxa de co-financiamento para o exercício N-1 (exemplo A: 5% para o exercício N, 4,75% para o exercício N+1; exemplo B: 4% para o exercício N, 3,80% para o exercício N+1). No caso de um acordo-quadro de parceria aplicar-se-á a mesma regra aos três exercícios. VII.6 Cálculo da subvenção Para efeitos de cálculo da subvenção de funcionamento, as organizações candidatas podem escolher entre dois sistemas de financiamento: o financiamento baseado numa taxa fixa (ver capítulo VI.8.1) ou o financiamento tradicional baseado num orçamento (ver capítulo VI.8.2). O financiamento baseado numa taxa fixa foi introduzido para simplificar o cálculo da subvenção. Contrariamente ao sistema tradicional em que a subvenção é calculada com base num orçamento detalhado, o sistema de taxa fixa prevê um montante fixo por membro do pessoal da organização. Este procedimento permite poupar tempo e oferece maior flexibilidade à organização para utilizar a subvenção. O sistema de taxa fixa altera o modo de cálculo da subvenção, dispensando um orçamento detalhado. Todas as outras condições (limitação do aumento da despesa de um ano para o outro, limiares máximos e a regra de degressividade) continuam, porém, a aplicar-se ao sistema de taxa fixa.

Maio 2010

78

VII.6.1 Financiamento baseado numa taxa fixa49 Disposições gerais

Ao abrigo deste sistema, a subvenção é calculada com base num montante fixo por membro do pessoal empregado pela organização para a execução do programa de trabalho proposto, a tempo inteiro e/ou a tempo parcial, até um montante máximo. Inclui todas as pessoas afectas à execução do programa de trabalho proposto pela organização candidata (tais como directores, secretárias, assistentes) e que constam da folha de pagamentos, mas exclui a subcontratação, o trabalho voluntário e os estagiários. Os músicos e outros artistas podem ser incluídos no cálculo, mesmo que não façam formalmente parte do pessoal e recebam apenas uma diária e/ou o reembolso das despesas de deslocação. Considera-se que a subvenção calculada desta forma cobre todos os custos de funcionamento do organismo, nos limites máximos aplicáveis.

A organização pode usar a subvenção para implementar o programa de trabalho anual proposto, sem estar condicionada pelos limites pré-definidos nas rubricas orçamentais, o que lhe permite uma maior flexibilidade.

A Agência de Execução deve basear o cálculo da subvenção no número efectivo de pessoal empregado pela organização para a execução do programa de trabalho proposto no ano para o qual a organização recebe a subvenção. As organizações devem fazer prova do número de pessoas empregadas para este fim no final do exercício financeiro, num certificado emitido por um revisor oficial de contas registado. Devem ainda disponibilizar as suas contas anuais (certificadas no caso de subvenções de funcionamento iguais ou superiores a 100 000 euros).

Cálculo do montante da subvenção

A organização candidata baseia o cálculo da subvenção no número de pessoas/ano afectas à execução do programa de trabalho proposto. Pode definir o número de pessoas dividindo o número total de dias do pessoal por 220 (número de dias de trabalho / ano). Um ano = 220 dias de trabalho 1 dia de trabalho = mínimo de 7,5 horas Para efeitos de cálculo final da subvenção apenas serão considerados os dias de trabalho das pessoas incluídas no certificado de auditoria acima referido. A taxa fixa varia em função do país em que a organização está estabelecida, reflectindo o custo de vida de cada país. A taxa fixa aplicável será a do país onde decorrem as principais actividades da organização, considerando-se para este efeito o país onde trabalha, pelo menos, 50% do pessoal permanente da organização. Normalmente, corresponde ao local da sua sede.

49 "Decisão da Comissão C (2008) 2729"

Maio 2010

79

Taxas fixas aplicáveis nos países que participam no Programa para todas as categorias:

Estas taxas serão regularmente actualizadas. Uma folha de cálculo automático de subvenções integrada no formulário de candidatura calcula a subvenção máxima solicitada. A fim de permitir a inclusão do pessoal empregado a tempo parcial, a folha de cálculo funciona na base de homens/dia. O montante calculado com a folha de cálculo automática de subvenções é a subvenção máxima que pode ser solicitada antes de se aplicarem as regras mencionadas no capítulo VII.5.

Uma vez que se aplica a regra de não-lucro (ver capítulo III.1.5), as organizações não devem solicitar o montante máximo indicado na folha de cálculo se for previsível que esse montante venha a gerar um excedente. A Agência de Execução reserva-se o direito de propor um montante de co-financiamento inferior ao montante solicitado pelo candidato. No âmbito do sistema de taxa fixa, os candidatos devem apenas apresentar a seguinte documentação:

Países Códigos

Taxa por pessoa em

euros Países

Códigos

Taxa por pessoa em

euros Áustria AT 42 747 Liechtenstein LI 47 289 Bélgica BE 39 905 Lituânia LT 21 460 Bulgária BG 14 318 Luxemburgo LU 47 289 Chipre CY 33 213 Letónia LV 19 866

República Checa CZ 27 874 Antiga República Jugoslava da Macedónia

MK 11 302

Alemanha DE 40 078 Montenegro MT 11 302 Dinamarca DK 41 638 Países Baixos NL 46 457 Estónia EE 23 367 Noruega NO 47 289 Grécia EL 32 693 Polónia PL 19 554 Espanha ES 35 571 Portugal PT 26 349 Finlândia FI 40 633 Roménia RO 16 295 França FR 37 443 Sérvia RS 11 302 Croácia HR 21 738 Suécia SE 41 603 Hungria HU 22 327 Eslovénia SI 31 515 Irlanda IE 46 942 Eslováquia SK 25 031 Islândia IS 41 811 Turquia TR 15 775 Itália IT 35 363 Reino Unido UK 40 286

Maio 2010

80

a) Ex-ante (durante a apresentação da candidatura) - para pedidos de subvenção iguais ou superiores a 100 000 euros, as últimas contas

de ganhos e perdas encerradas referentes ao último exercício disponível e, no máximo, aos últimos 18 meses, auditadas por um revisor oficial de contas registado e externo;

- o programa de trabalho proposto pela organização descrevendo as actividades integradas no âmbito do Programa Cultura;

- caso a organização realize outras actividades que não se encontrem englobadas nas despesas de execução do Programa Cultura, as despesas referentes à execução do programa de trabalho para o exercício N-2;

- um resumo do mapa previsional de despesas que inclua o número estimado de pessoas para o exercício em questão.

b) Ex-post (durante a apresentação do relatório final) - um relatório detalhado sobre a execução e os resultados do programa de trabalho

(relatório final); - as contas de ganhos e perdas para o exercício em que foi atribuída a subvenção

(contas anuais), certificadas por um revisor oficial de contas externo no caso de subvenções de montante igual ou superior a 100 000 euros;

- uma declaração certificada por um revisor oficial de contas registado e externo indicando o número total de pessoas que trabalharam na execução do programa de trabalho (número de pessoas/ano/dias).

Estes documentos permitem confirmar o número efectivo de pessoas e verificar se a organização obteve lucro com a subvenção de funcionamento, servindo portanto de base para o cálculo da subvenção final. Exemplo de cálculo da subvenção ao abrigo do sistema de taxa fixa:

Cálculo da subvenção total

Uma organização austríaca cuja proposta de programa de trabalho cobre todo o conjunto das suas actividades e que se candidata a uma subvenção em 2008 na categoria “Embaixadores” apresenta uma despesa total de 286 000 euros nas suas últimas contas de ganhos e perdas encerradas e certificadas disponíveis; indica uma despesa previsional de 290 000 euros para o exercício de 2008 e inclui 5 pessoas na sua folha de pagamentos (duas pessoas a tempo inteiro e uma pessoa a tempo parcial, bem como quinze artistas a 15%), que trabalham 220 dias/ano.

1) Aplicação da regra de aumento máximo dos custos Com uma despesa previsível de 290 000 euros, a organização cumpre a regra do aumento máximo de 10% dos custos (ver capítulo VII.5.1). 2) Aplicação da taxa fixa 5 membros do pessoal x 42 747 euros (taxa fixa para a Áustria) perfazem uma

Maio 2010

81

subvenção potencial de 213 735 euros. 3) Aplicação dos limiares máximos Uma vez que os custos totais da organização no exercício precedente se cifraram em 290 000 euros, a subvenção máxima que pode ser solicitada é de 160 000 euros (ver limiares máximos no capítulo VI.7.2). O montante máximo a que a organização poderá candidatar-se é, por conseguinte, de 160 000 euros. Uma vez que continua a aplicar-se a regra do não-lucro (ver capítulo III.1.5), isso significa que a Agência de Execução é obrigada a reduzir a subvenção, caso as contas anuais apresentem um excedente no final do exercício. As organizações devem levar isso em conta quando se candidatam a uma subvenção. No exemplo atrás referido, a organização austríaca não deve candidatar-se à subvenção máxima de 160 000 euros se souber de antemão que esse montante iria gerar um excedente nas suas contas anuais e, em vez disso, solicitar um montante mais baixo. 4) Aplicação da regra da degressividade Além disso, e de acordo com o Regulamento Financeiro, as subvenções de funcionamento devem ter uma natureza degressiva. No caso da organização austríaca, assumindo que no exercício anterior recebeu uma subvenção de funcionamento de 143 000 euros (50% dos seus custos totais nesse exercício), a nova subvenção não pode representar mais de 49% da sua despesa total. Por conseguinte, a subvenção máxima que pode ser solicitada é de 142 100 euros (49% de 290 000 euros), o que significa uma redução de 900 euros em relação ao exercício anterior50.

VII.6.2 Financiamento baseado num orçamento O montante da subvenção é calculado com base num orçamento previsional equilibrado e detalhado, expresso em euros para cada exercício orçamental e para a implementação do programa de trabalho proposto. No capítulo III.3.1 "Financiamento baseado num orçamento" encontrará uma descrição das informações que o orçamento deve conter, bem como uma definição dos custos elegíveis. Aplicam-se as mesmas regras descritas no capítulo VI.7: limitação do aumento do orçamento, limiares máximos, regras da degressividade e não-lucro, conforme descritas acima. VII.7 Modalidades de pagamento

VII.7.1 Pré-financiamento Nota: se for exigida uma garantia bancária, as condições associadas às modalidades de pagamento a seguir descritas não são as mesmas. Consulte o capítulo III.1.6 para mais informações. 50 Dependendo da situação efectiva da organização, esta redução pode ser mais ou menos significativa.

Maio 2010

82

Um pagamento de pré-financiamento, conforme definido no Acordo de subvenção, será transferido para o beneficiário no prazo de 45 dias a contar da data de assinatura do Acordo de subvenção por parte da Agência de Execução, e após recepção de todas as garantias exigidas.

VII.7.2 Pagamento final A Agência de Execução determinará o montante do pagamento final com base no relatório final. Documentos a apresentar para o financiamento baseado numa taxa fixa:

- o relatório de actividades final sobre a execução e os resultados do programa de trabalho;

- no caso de subvenções iguais ou superiores a 100 000 euros, as contas de ganhos e perdas referentes ao exercício de recepção da subvenção (contas anuais), certificadas por um revisor oficial de contas registado e externo;

- uma declaração certificada por um revisor oficial de contas externo e registado, indicando o número de pessoas que trabalharam na execução do programa de trabalho.

Se a organização não tiver executado integralmente o programa de trabalho acordado ou se tiver gerado um excedente, a subvenção será reduzida.

Documentos a apresentar para o financiamento baseado num orçamento:

- o relatório de actividades final sobre a execução e os resultados do programa de trabalho;

- o mapa financeiro final dos custos elegíveis efectivamente incorridos, segundo a estrutura do orçamento previsional;

- um resumo completo das receitas e despesas do programa de trabalho (lista de facturas);

- no caso de subvenções iguais ou superiores a 100 000 euros, as contas de ganhos e perdas referentes ao exercício de recepção da subvenção (contas anuais), certificadas por um revisor oficial de contas registado e externo.

Para as regras relativas à certificação das declarações financeiras finais consulte o capítulo III.7. Se os custos elegíveis efectivamente incorridos pelo beneficiário durante o exercício forem inferiores ao previsto, a Agência de Execução deverá aplicar aos custos efectivos a taxa de co-financiamento indicada no Acordo de subvenção. Se for caso disso, o beneficiário será obrigado a reembolsar quaisquer montantes que a Agência de Execução tenha pago em excesso a título de pré-financiamento. Se a organização não tiver executado integralmente o programa de trabalho acordado ou tiver gerado um excedente, a subvenção será reduzida.

Maio 2010

83

CAPÍTULO VIII Projectos de cooperação entre organizações envolvidas na análise de políticas culturais (domínio de acção 3.2)

VIII.1 Introdução O domínio de acção 3.2. visa apoiar projectos de cooperação entre organizações privadas ou públicas (tais como departamentos culturais de autoridades nacionais, regionais ou locais, observatórios ou fundações culturais, departamentos universitários especializados em assuntos culturais, organizações e redes profissionais) que possuem experiência directa e prática na análise, avaliação ou estudo do impacto das políticas culturais ao nível local, regional, nacional e/ou europeu relacionadas com um ou mais dos 3 objectivos da Agenda Europeia para a Cultura51:

- Promoção da diversidade cultural e do diálogo intercultural;

- Promoção da cultura como catalisador da criatividade no âmbito da Estratégia de Lisboa para o crescimento e o emprego;

- Promoção da cultura como elemento vital nas relações internacionais da União, em aplicação da Convenção da UNESCO sobre a Protecção e a Promoção da Diversidade das Expressões Culturais.52

As acções devem envolver, no mínimo, três organizações legalmente estabelecidas em, pelo menos, três países participantes no Programa.

O apoio pode ser atribuído às seguintes actividades:

secretariado e coordenação do agrupamento;

troca, análise, comparação e consolidação dos dados quantitativos e qualitativos e métodos de avaliação existentes;

elaboração de propostas e recomendações para novos métodos de avaliação ou para dados quantitativos e qualitativos. O lançamento de novos estudos específicos ou a recolha de dados não estão abrangidos.

O que é um coordenador, um co-organizador e um parceiro associado? Os agentes culturais podem participar na realização de Projectos de Cooperação, agindo na qualidade de:

- Coordenador: um agente cultural de um país elegível, que assume um papel de coordenação durante a realização do projecto. Este papel implica a responsabilidade geral de realizar as actividades de acordo com o Acordo de subvenção, bem como uma participação concreta e essencial na concepção, na execução e no

51 Ver Comunicação sobre uma agenda europeia para a cultura num mundo globalizado, COM (2007) 242 final. http://europa.eu/legislation_summaries/culture/l29019_en.htm 52 http://portal.unesco.org/en/ev.php-URL_ID=31038&URL_DO=DO_TOPIC&URL_SECTION=201.html

Maio 2010

84

financiamento do projecto. O coordenador actua na qualidade de co--signatário do Acordo de subvenção.

- Co-organizador: um agente cultural de um país que participa no Programa, envolvido na concepção e execução do projecto e que participa no seu financiamento. A participação de cada co-organizador deve ser claramente especificada no formulário de candidatura.

Além disso, cada co-organizador deve assinar um mandato pelo qual o signatário confere plenos poderes ao coordenador para agir em seu nome e por sua conta durante a realização do projecto, comprometendo-se na medida da sua contribuição financeira para o mesmo. Os mandatos assinados por todos os co-organizadores são juntos à candidatura e, caso o projecto seja seleccionado, anexados ao Acordo ou Decisão de subvenção. O fornecimento único de bens ou serviços relacionados com o projecto, seja ou não com base contratual, não é considerado como abrangido pela definição de co-organizador.

- Parceiro associado: um agente cultural de um país elegível que participa na

realização das actividades propostas de um projecto, mas não na mesma medida e ao mesmo nível que um co--organizador. Uma característica particular reside no facto de um parceiro associado não ser obrigado a participar financeiramente no projecto. Os custos incorridos por parceiros associados não são elegíveis, a não ser que sejam pagos directamente ou reembolsados pelo coordenador e/ou pelos co-organizadores.

VIII.2 Apresentação de candidaturas Prazo de candidatura As candidaturas podem ser enviadas todos os anos o mais tardar na data-limite indicada no calendário apresentado no capítulo I.7.

Modalidades de candidatura Consulte o capítulo II. VIII.3 Critérios de elegibilidade específicos Para serem elegíveis, as candidaturas devem satisfazer os critérios específicos abaixo indicados. Para os critérios de elegibilidade comuns a todos os domínios de acção do Programa, consulte o capítulo II.2.1.

Maio 2010

85

VIII.3.1 Candidatos elegíveis Apenas são elegíveis os organismos públicos ou privados com personalidade jurídica e cuja sede legal esteja estabelecida num dos países que participam no Programa. Os candidatos devem exercer a sua actividade principal no domínio da cultura.

VIII.3.2 Projectos elegíveis Para serem elegíveis, os projectos devem:

- ter uma duração de 12 a 24 meses;

- envolver pelo menos três organizações (o coordenador e, no mínimo, dois co-organizadores e/ou parceiros associados) de três dos países que participam no Programa;

- quando a candidatura envolver co-organizadores, deverá incluir, por cada co-organizador, um mandato assinado, com os compromissos por ele assumidos;

- ter por base um acordo de cooperação entre as organizações envolvidas (o coordenador, os co-organizadores e/ou os parceiros associados). Este acordo é assinado pelo coordenador, pelos co-organizadores e pelos parceiros associados e descreve a natureza da sua cooperação;

- requerer uma subvenção não superior a 120.000 euros para cada ano de actividade;

- incluir um orçamento equilibrado (despesas = receitas) e aceitar o limite máximo de co-financiamento comunitário fixado em 60% do orçamento elegível total.

VIII.4 Critérios de selecção Capacidade operacional e financeira (ver capítulo II.2.3 Critérios de selecção) VIII.5 Critérios de atribuição A concessão de uma subvenção não depende apenas da análise dos critérios de elegibilidade e de exclusão e da capacidade operacional e financeira da(s) organização(ões). A decisão final de selecção será tomada, em particular, com base nos critérios de atribuição. Os critérios de atribuição incluem indicadores qualitativos e quantitativos e são os seguintes:

Maio 2010

86

Os projectos serão avaliados numa escala de 0 a 100 pontos e classificados por ordem de mérito. (1) Mais-valia europeia (0-20 pontos) O critério “Mais-valia europeia” será avaliado à luz dos seguintes factores: - a forma como os objectivos, a metodologia e a natureza das actividades propostas

reflectem uma perspectiva que vai para além dos interesses locais, regionais e até mesmo nacionais no sentido de melhor compreender o impacto das políticas culturais à luz dos objectivos gerais europeus no domínio da cultura;

- a forma como cada organização envolvida no projecto de cooperação contribui, através das actividades planeadas e da sua experiência, para a análise, avaliação ou estudo de impacto das políticas culturais de modo a diversificar e alargar a perspectiva sobre um ou mais dos 3 objectivos da Agenda Europeia para a Cultura;

- a forma como as actividades propostas são susceptíveis de produzir um efeito mais significativo e de melhor atingir os seus objectivos a nível europeu do que a nível nacional;

- a medida em que esta dimensão europeia é preconizada pelas actividades planeadas.

(2) Pertinência para os objectivos específicos do programa (0-20 pontos) O critério “Pertinência para os objectivos específicos do programa tendo em conta a Agenda Europeia para a Cultura” será avaliado à luz dos seguintes factores: - a pertinência das actividades propostas para a consecução dos objectivos da

1. a medida em que o projecto possa gerar uma verdadeira mais-valia europeia 2. a pertinência das actividades para os objectivos específicos do programa tendo em conta a Agenda Europeia para a Cultura 3. a medida em que as actividades propostas sejam concebidas e possam ser executadas com êxito e com um elevado nível de excelência 4. a qualidade da parceria entre o coordenador e os co-organizadores 5. a medida em que as actividades possam produzir resultados que satisfaçam os objectivos do programa 6. a medida em que os resultados das actividades propostas sejam devidamente comunicados e promovidos 7. a medida em que as actividades possam produzir um impacto duradouro (sustentabilidade)

Maio 2010

87

Agenda Europeia para a Cultura

- a forma como as actividades propostas podem contribuir para estruturar e fomentar os debates políticos sobre os objectivos da Agenda Europeia para a Cultura. (3) Excelência das actividades culturais propostas (0-20 pontos) O critério “Excelência das actividades propostas” será avaliado à luz dos seguintes factores: a medida em que as actividades propostas são concebidas e podem ser executadas com um elevado nível de excelência. As propostas devem não só cumprir os critérios e objectivos do Programa Cultura e da Agenda Europeia para a Cultura, mas também ser realizadas envolvendo actividades de grande qualidade. Neste contexto, serão avaliados os seguintes factores: – as competências e a experiência das pessoas responsáveis pela gestão e execução

das actividades; – a clareza das actividades propostas e a coerência das mesmas com a capacidade e

experiência das organizações envolvidas. (4) Qualidade da parceria (0-10 pontos) A cooperação entre agentes culturais constitui a base do Programa. Neste contexto, serão avaliados os seguintes factores:

- o nível de cooperação e empenhamento de cada co-organizador na concepção, execução e financiamento do projecto: o número de co-organizadores e/ou parceiros, a distribuição geográfica das organizações participantes e o seu papel efectivo na cooperação;

- o papel e a contribuição de cada co-organizador e/ou parceiro para a gestão do projecto: o método de gestão aplicado às actividades propostas, a clareza das tarefas atribuídas ao pessoal e a descrição clara do papel de cada co-organizador e/ou parceiro envolvido no projecto;

- a coerência entre as actividades propostas, o orçamento atribuído a cada uma delas e o pessoal disponível para executar o projecto;

- a qualidade da candidatura e do orçamento: a seriedade e o correcto preenchimento da candidatura, a clareza e pertinência da metodologia proposta, a clareza da descrição do projecto em termos de objectivos, actividades e resultados e a natureza detalhada da repartição orçamental.

(5) Nível de resultados previsto (0-10 pontos) O critério “Nível de resultados previsto” será avaliado à luz dos seguintes factores:

Maio 2010

88

- a quantidade e qualidade das novas provas, das consolidações de dados e/ou das análises e recomendações metodológicas que possam resultar do projecto;

- o número de agentes e de organizações susceptíveis de beneficiar directa ou indirectamente dos resultados das actividades propostas.

(6) Comunicação e promoção das actividades (0-10 pontos) Para além da obrigação legal de usar os logótipos da UE, os resultados das actividades propostas têm de ser devidamente divulgados e promovidos. Neste contexto, serão avaliados os seguintes factores: - a pertinência do plano de comunicação face ao tipo de projecto e público-alvo em

questão; - a pertinência e adequação do orçamento atribuído ao plano de

comunicação/divulgação/promoção no que diz respeito ao impacto directo e indirecto esperado;

- a metodologia usada para garantir a visibilidade das actividades propostas, o plano de comunicação/divulgação/promoção detalhado e os vários instrumentos de promoção (sítio Internet, imprensa, brochuras, rádio, etc.) usados;

- a forma como as actividades de comunicação relativas à divulgação dos resultados permitem alcançar os agentes interessados a nível nacional e europeu.

(7) Impacto a longo prazo – Sustentabilidade (0-10 pontos) Os projectos devem produzir resultados e cooperações a longo prazo e produzir um efeito multiplicador para outros potenciais promotores. Neste contexto, serão avaliados os seguintes factores:

- a possibilidade de as actividades propostas resultarem numa cooperação contínua e duradoura, em actividades complementares ou em vantagens permanentes a nível europeu, e de contribuírem no longo prazo para o desenvolvimento da cooperação entre as culturas na Europa;

- a possibilidade de as actividades propostas gerarem outras iniciativas futuras de cooperação cultural transfronteiriça na Europa.

VIII.6 Condições financeiras O orçamento deverá incluir os custos elegíveis incorridos pelo coordenador e/ou pelos co-organizadores no contexto da gestão e realização do projecto. Para mais informações sobre as regras financeiras aplicáveis, e nomeadamente para uma descrição detalhada do orçamento e uma lista dos custos elegíveis e não elegíveis, consulte o capítulo III.2.

Maio 2010

89

A subvenção atribuída é calculada com base no orçamento estimado e pode cobrir até 60% dos custos elegíveis. VIII.7 Utilização de Acordo de Subvenção ou Decisão de Subvenção Serão usados acordos de subvenção (ver capítulo III.4). VIII.8 Modalidades de pagamento

VIII.8.1 Pré-financiamento Nota: Se for exigida uma garantia bancária, as condições associadas às modalidades de pagamento a seguir descritas não serão as mesmas (para mais informações sobre garantias, consulte o capítulo III.1.6).

Um pagamento de pré-financiamento correspondente a 70% da subvenção atribuída será efectuado no prazo de 45 dias após a data da assinatura do Acordo de subvenção pela Agência de Execução, em conformidade com o procedimento descrito no capítulo III.8.

VIII.8.2 Pagamento final

A Agência de Execução determinará o montante do pagamento final com base no relatório final. Para receber o pagamento final, o beneficiário deve apresentar um relatório final até à data-limite especificada no Acordo de subvenção. O relatório final deve incluir um relatório final de execução técnica, dando assim exaustivamente conta dos resultados do projecto, bem como as declarações financeiras finais, que incluirão a lista de facturas. Consulte o capítulo III.7 para conhecer as regras de certificação das declarações financeiras finais. Juntamente com o relatório final devem ser enviadas cópias dos produtos do projecto (ou seja, publicações, cartazes, convites, DVD, CD-ROM, T-shirts, etc.), bem como qualquer material publicitário. Os beneficiários poderão usar um documento pré-formatado para o relatório de execução técnica, que os ajudará a estruturar e a orientar as informações pertinentes, bem como uma ferramenta automática que associa as declarações financeiras à lista de facturas e facilita o cálculo dos custos.

Se os custos elegíveis efectivamente incorridos pelo coordenador/co-organizador durante o período de elegibilidade forem inferiores ao previsto, a Agência de Execução deverá aplicar a taxa de co-financiamento indicada no Acordo de subvenção. Tal poderá implicar uma redução da subvenção atribuída.

Se for caso disso, o beneficiário será obrigado a reembolsar quaisquer montantes pagos em excesso pela Agência de Execução.

Maio 2010

90

CAPÍTULO IX Glossário (palavras-chave)

Nota: As entradas são apresentadas por ordem alfabética. Acordo de cooperação: Este termo refere-se exclusivamente aos domínios de acção 1.1, 1.3.5 e 3. Estes projectos devem basear-se num acordo de cooperação, ou seja, num documento comum enviado juntamente com a candidatura, que possua valor jurídico num dos países que participam no Programa e tenha sido assinado pelo coordenador, pelos co-organizadores envolvidos e pelo(s) parceiro(s) sedeados no país terceiro. Este documento deve conter uma descrição exacta dos objectivos do projecto e das actividades que serão realizadas para os atingir, bem como do papel que cada co-organizador (incluindo o coordenador) assume na concepção e execução do projecto e do montante da sua contribuição financeira. Acordo de subvenção: O financiamento comunitário das propostas seleccionadas pode assumir a forma de Acordo de subvenção entre a Agência de Execução e o beneficiário. O Acordo de subvenção estabelece os termos e as condições que regem a subvenção atribuída e entra em vigor com a assinatura da última das duas partes, isto é, da Agência de Execução. Pode ser alterado durante o período de elegibilidade da acção. Amortização do equipamento: Em caso de aquisição de equipamento utilizado para os fins do projecto ou do programa de trabalho anual co-financiado haverá amortização do mesmo. Apenas a amortização durante o período de elegibilidade, conforme definido no Acordo de subvenção, constitui um custo directo elegível, na medida em que o equipamento seja especificamente utilizado para o projecto ou no âmbito das actividades do programa de trabalho co-financiado. As regras de amortização a aplicar são as regras fiscais e contabilísticas nacionais da organização beneficiária. Auditoria externa: Aquando da apresentação de uma candidatura: se o pedido de subvenção for igual ou superior a 500 000 euros, no caso de uma subvenção de projecto, ou a 100 000 euros, no caso de uma subvenção de funcionamento, o pedido deve ser acompanhado de um relatório de auditoria externa elaborado por um revisor oficial de contas registado e externo. Este relatório deve incluir a certificação das contas verificadas no último exercício financeiro disponível (com data não anterior a 18 meses). São isentos desta obrigação os organismos públicos, conforme definidos neste Guia do Programa, as organizações internacionais de direito público, os estabelecimentos de ensino secundário e superior e os beneficiários ligados entre si por uma responsabilidade conjunta e individual (no caso de convenções / decisões de subvenção com mais de um beneficiário). Aquando da apresentação de um pedido de pagamento: as contas financeiras do coordenador ou beneficiário do acordo de subvenção (balanço e demonstração de resultados) relativas ao ano financeiro anterior têm de ser certificadas por um revisor oficial de contas externo registado e independente ou, no caso dos organismos públicos, por um funcionário público qualificado e independente. Nos casos a seguir mencionados, o relatório de auditoria externa deve ser apenso a todos os pedidos de

Maio 2010

91

pagamento (incluindo os de pagamentos complementares de pré-financiamento): a) subvenções de acção de 750 000 euros; b) subvenções de funcionamento iguais ou superiores a 100 000 euros. No caso de projectos que não recaiam em nenhuma destas categorias será apenas necessário um certificado de auditoria relativo às declarações financeiras (anexo III e lista de facturas). Autoridade orçamental: O Conselho Europeu e o Parlamento Europeu, que estabelecem o orçamento da União Europeia com base numa proposta da Comissão Europeia. Beneficiário: A organização legalmente responsável pela realização da acção e que recebe a subvenção. Capacidade financeira do candidato: Este é um dos critérios de selecção que são avaliados durante o processo de selecção das propostas apresentadas. Os candidatos devem dispor de fontes de financiamento estáveis e suficientes para manter a sua actividade ao longo do período de realização da acção e para participar no seu financiamento. A fim de facilitar a verificação da capacidade financeira deve ser apresentada a ficha de capacidade financeira. Caso a capacidade financeira seja considerada insuficiente, a Agência de Execução poderá rejeitar a candidatura, solicitar informações adicionais (por exemplo, uma declaração assinada por um parceiro associado que confirme o montante de co-financiamento), exigir uma garantia ou propor um Acordo ou Decisão de subvenção sem pré-financiamento. Capacidade operacional: Este é um dos critérios de selecção que são avaliados durante o processo de selecção das propostas apresentadas. Os candidatos devem possuir as competências e qualificações profissionais necessárias para levar a bom termo a acção ou o programa de trabalho proposto. Para o efeito, como parte integrante da candidatura, deve ser apresentado um relatório de actividades e os curricula vitae das pessoas responsáveis pela realização da acção ou do programa de trabalho proposto, em nome de cada organização candidata. Certificado relativo às declarações financeiras: Para os domínios de acção 1.1, 1.2.1, 1.3.5 e 1.3.6, as declarações financeiras finais (anexo III e lista de facturas) têm de ser certificadas por um revisor oficial de contas externo registado e independente ou, no caso dos organismos públicos, por um funcionário público qualificado e independente. O certificado deve ser apenso ao pedido de pagamento final apresentado pelo beneficiário e conter a seguinte menção: "Os custos declarados pelo beneficiário/co-beneficiário nas declarações financeiras em que se baseia o pedido de pagamento são reais, exactos e elegíveis nos termos do Acordo de subvenção".

Maio 2010

92

Comité de Programa: De acordo com a decisão que institui o Programa Cultura, a Comissão e a Agência de Execução são assistidas por um comité composto por representantes dos países que participam no Programa aquando da sua implementação (ou seja, o Guia do Programa e a lista de propostas seleccionadas para co-financiamento). Este comité é mantido informado ou convidado a emitir o seu parecer sobre propostas pertinentes. Conflito de interesses: De acordo com o Regulamento Financeiro (artigo 52.º): "1. É vedado aos intervenientes financeiros e a todas as pessoas envolvidas na execução, gestão, auditoria ou controlo do orçamento realizarem qualquer acto no âmbito do qual os seus próprios interesses possam estar em conflito com os das Comunidades. Caso tal se verifique, a pessoa em causa tem a obrigação de se abster de realizar esse acto e de informar a autoridade competente de tal facto." "2. Existe conflito de interesses sempre que o exercício imparcial e objectivo das funções por parte do referido interveniente financeiro ou de outra pessoa, a que se refere o n.º 1, se encontre comprometido por motivos familiares, afectivos, de afinidade política ou nacional, de interesse económico, ou por qualquer outro motivo de comunhão de interesses com o beneficiário." Conta bancária: Trata-se da conta bancária ou subconta do beneficiário, expressa em euros, através da qual devem ser efectuados todos os pagamentos relacionados com a acção. A Agência de Execução criará um ficheiro com os dados dessa conta bancária ou subconta com base na ficha de identificação financeira fornecida pelo coordenador. Contribuição em espécie: Uma contribuição em espécie é qualquer contribuição efectuada por terceiros que não é paga pelo beneficiário e pelos co-organizadores (ou seja, custos que não são registados na contabilidade do coordenador nem dos co-organizadores, no caso dos domínios de acção 1.1, 1.2.1, 1.3.5, 1.3.6 e 3.2 / do beneficiário do acordo de subvenção, no caso dos restantes domínios de acção). Podem ser contribuições sob a forma de bens duradouros e equipamentos, matérias-primas, trabalho voluntário não remunerado por pessoa privada (singular ou colectiva), bem como pessoal cedido por outra organização (que não o coordenador/co-organizador ou o beneficiário) que recebe uma remuneração da organização de origem. As contribuições em espécie não constituem custos elegíveis. Convite à apresentação de propostas: Este é um dos instrumentos de execução de programas comunitários. Todos os anos é publicado um convite à apresentação de propostas que especifica um conjunto de elementos: os objectivos visados e o orçamento anual atribuído ao tipo de acção em questão; os critérios de elegibilidade, exclusão, selecção e atribuição, bem como os documentos comprovativos pertinentes a apresentar; as condições para obter financiamento da UE; as condições de apresentação de propostas; a possível data de arranque das acções co-financiadas e o calendário do processo de adjudicação. Os convites à apresentação de propostas são publicados na página da Internet das Instituições comunitárias e no Jornal Oficial da

Maio 2010

93

UE. O Guia do Programa inclui os convites à apresentação de propostas individuais para os domínios de acção referidos na Parte 2. Coordenador (beneficiário): Um agente cultural de um país que participa no Programa, que assume um papel de coordenação durante a realização do projecto. Este papel implica a responsabilidade geral de realizar as actividades como previstas no Acordo ou Decisão de subvenção, bem como uma participação concreta e essencial na concepção, na execução e no financiamento do projecto. O coordenador actua na qualidade de co-signatário do Acordo de subvenção. Co-organizador: Um agente cultural de um país que participa no Programa, que se envolve de forma concreta e essencial na concepção, na execução e no financiamento do projecto. A participação de cada co-organizador deve ser claramente especificada no formulário de candidatura. O mero fornecimento de serviços ou produtos no âmbito do projecto, quer se processe numa base contratual ou não, não se enquadra na definição de co-organizador. Critérios de atribuição: Estes critérios constituem a base para a avaliação da qualidade das propostas, tendo em conta os objectivos e os requisitos estabelecidos para cada domínio de acção do Programa. Incluem elementos qualitativos e quantitativos, aos quais é atribuída uma ponderação específica. Critérios de elegibilidade: Os critérios de elegibilidade são estabelecidos para cada domínio de acção do Programa e são verificados durante a primeira fase do processo de selecção das propostas apresentadas. Apenas as propostas que cumprem os respectivos critérios de elegibilidade são sujeitas a uma avaliação profunda com base nos critérios de selecção e de atribuição. Critérios de exclusão: Estes critérios são de natureza geral e aplicam-se a todos os candidatos a subvenções atribuídas pela Comissão. Os candidatos devem certificar que cumprem as disposições dos artigos 93.º, n.º 1, 94.º e 96.º, n.º 2, alínea a), do Regulamento Financeiro. Critérios de selecção: Estes critérios servem de base para avaliar a capacidade operacional e a capacidade financeira das organizações candidatas para levar a bom termo a acção ou o programa de trabalho proposto (ver também capacidade operacional e capacidade financeira). Custos directos: Os custos directos elegíveis são custos que podem ser identificados como custos específicos directamente associados à realização do projecto ou do programa de trabalho e que, como tal, lhe podem ser directamente imputados. Custos elegíveis: São as despesas necessárias, específicas e razoáveis incorridas pelo(s) beneficiário/co-organizadores durante a realização da acção co-financiada ou pela organização beneficiária durante a realização das actividades do seu programa de trabalho anual. Devem ser registadas nas contas de acordo com os princípios contabilísticos aplicáveis. Os procedimentos internos de contabilidade e auditoria

Maio 2010

94

devem permitir a conciliação directa dos custos e receitas declarados em relação à acção com os extractos contabilísticos e documentos justificativos correspondentes. Custos indirectos (custos administrativos/operacionais): Trata-se de custos elegíveis que não podem ser identificados como custos específicos directamente associados à realização da acção (ou seja, não lhe podem ser imputados directamente), mas podem ser identificados e justificados como tendo sido incorridos no contexto da acção. Podem incluir alugueres, custos de aquecimento, electricidade, gás, comunicação, serviços postais, entre outros. Decisão de subvenção: O financiamento da União Europeia às propostas seleccionadas pode assumir a forma de uma Decisão de subvenção, que é assinada unilateralmente pela Agência de Execução. A Decisão de subvenção estabelece os termos e as condições que regem a subvenção atribuída. Pode ser alterada durante o período de elegibilidade. Direito de controlo: O Parlamento Europeu possui um direito de controlo relativamente às medidas de aplicação dos actos adoptados no âmbito do processo de co-decisão (isto é, decisões tomadas pelo Conselho e pelo Parlamento sob proposta da Comissão). Para este efeito, o Parlamento dispõe do prazo de um mês para examinar o projecto de uma medida antes de a Comissão tomar a respectiva decisão formal. A contagem deste prazo tem início com a transmissão da medida de execução proposta (ou seja, a lista de propostas seleccionadas para co-financiamento) ao Parlamento, após consulta do comité do programa. Domínio de acção: Acção específica para a qual está previsto um co-financiamento da União Europeia no âmbito do Programa Cultura (2007-2013). Entidade legal: Para serem elegíveis, os candidatos devem ser organismos privados ou organizações de direito público dotadas de personalidade jurídica. Para permitir a identificação da entidade legal dos candidatos deve ser apresentada a ficha de entidade legal, juntamente com os documentos comprovativos adequados (ou seja, os estatutos, o decreto-lei). Exercício: O período abrangido pelas contas anuais da organização, que na maioria dos casos irá de 1 de Janeiro a 31 de Dezembro. Ficha de identificação financeira: Os serviços da Agência de Execução não podem proceder à atribuição de uma subvenção nem à autorização do pré-financiamento de pagamentos finais enquanto as coordenadas dos beneficiários não forem registadas e validadas a nível central. Para esse efeito, os candidatos devem apresentar uma ficha de identificação financeira que permita a verificação da conta bancária associada ao Acordo ou Decisão de subvenção. Essa ficha deve ser assinada pelo titular da conta e certificada pelo banco (ou seja, apresentar o carimbo oficial do banco e a assinatura de um representante do banco). Folha de cálculo de subvenções: Esta funcionalidade está disponível para os

Maio 2010

95

projectos de tradução literária (domínio de acção 1.2.2) e para as subvenções de funcionamento (domínio de acção 2). Está incluída nos formulários de candidatura específicos e calcula automaticamente os montantes aplicáveis. Mandato: Aplica-se exclusivamente aos Projectos plurianuais de cooperação (domínio de acção 1.1), aos projectos de cooperação (1.2.1), aos projectos de cooperação com países terceiros (domínio de acção 1.3.5) e aos projectos de cooperação entre organizações envolvidas na análise de políticas culturais (3.2). Nos termos do Acordo de subvenção, o coordenador assume toda a responsabilidade pela acção perante a Agência de Execução. Cada co-organizador deve assinar este documento pelo qual o signatário confere plenos poderes ao coordenador para agir em seu nome e por sua conta durante a realização da acção. A contribuição financeira do co-organizador para o projecto deve ser indicada no mandato. O mandato deve ser junto à candidatura e anexado ao Acordo de subvenção. Orçamento elegível: O orçamento de uma proposta deve ser expresso em euros e ser composto por duas partes: os custos estimados elegíveis para o financiamento comunitário e as receitas estimadas (incluindo a subvenção solicitada). O orçamento deve ser sempre equilibrado (despesa = receita) e deve ser apresentado de acordo com o modelo anexado ao formulário de candidatura para cada domínio de acção. Organismo público: Qualquer organismo cujas despesas sejam directamente financiadas pelo erário público através do orçamento do Estado ou do orçamento regional ou local. Ou seja, essas despesas são financiadas por fundos do sector público obtidos através de impostos, coimas ou taxas regidas por lei, não sujeitos a um processo de candidatura que possa resultar na impossibilidade de obtenção de fundos. Os organismos cujo funcionamento depende do financiamento do Estado e que beneficiam de subvenções anuais, mas relativamente aos quais existe, no mínimo, a possibilidade teórica de não obterem fundos em determinado ano, não são considerados pela Agência organismos públicos mas sim organismos privados. País terceiro: Qualquer país que não faça parte dos países que participam no Programa. País terceiro seleccionado: Cada um dos países destinatários dos Projectos de cooperação com países terceiros (domínio de acção 1.3.5). Estes projectos devem envolver pelo menos um parceiro legalmente estabelecido num desses países, onde devem ser desenvolvidas parte das actividades (pelo menos 50%). Todos os anos são seleccionados um ou mais países terceiros. Os países seleccionados em cada ano são indicados na página da Internet da Agência de Execução com pelo menos quatro meses de antecedência em relação ao termo do prazo de apresentação referido no capítulo I.7. Parceiro associado: Um agente cultural de um país que participa no Programa ou de um país terceiro, que participa na realização das actividades propostas de um projecto, mas não na mesma medida e ao mesmo nível que um co-organizador. Os custos incorridos por parceiros associados não são elegíveis, a não ser que sejam pagos

Maio 2010

96

directamente ou reembolsados pelo coordenador e/ou pelos co-organizadores. Parceiro num país terceiro seleccionado (domínio de acção 1.3.5): Para ser considerado um parceiro no país terceiro seleccionado, o agente cultural deve ter a sua sede social no país terceiro seleccionado, deve participar na concepção e realização das actividades propostas e assinar o acordo de cooperação. Os custos incorridos pelo(s) parceiro(s) num país terceiro não são elegíveis, a não ser que sejam pagos directamente ou reembolsados pelo coordenador e/ou pelos co-organizadores. A lista actualizada dos países terceiros seleccionados é publicada anualmente na página da Internet da Agência de Execução com pelo menos quatro meses de antecedência em relação ao termo do prazo de apresentação. Período de elegibilidade: O período durante o qual os custos elegíveis devem ser gerados, isto é, os custos necessários para a realização da acção ou do programa de trabalho co-financiado que dão origem a uma obrigação de pagamento. O período de elegibilidade é estipulado no Acordo ou Decisão de subvenção. Subcontratação (contratos de execução/adjudicação de contratos): Contratação de terceiros, que não as organizações candidatas, no âmbito da acção ou do programa de trabalho proposto, para o fornecimento de serviços e/ou bens. Estes terceiros são pagos ou reembolsados na íntegra pelas organizações candidatas, independentemente da forma do acordo legal celebrado entre estas e aqueles. As partes subcontratadas devem ser indicadas no formulário de candidatura e os custos directos associados às actividades realizadas por estas partes devem ser claramente discriminados no orçamento. O montante total dos contratos adjudicados não deverá exceder 1/2 da subvenção concedida. Taxas fixas: Estas aplicam-se ao cálculo do montante total da subvenção no caso de subvenções de funcionamento (domínio de acção 2) e dos projectos de tradução literária (domínio de acção 1.2.2). Neste sistema, a subvenção é calculada com base num montante fixo: por exemplo, um montante fixo por página (domínio de acção 1.2.2) ou um montante fixo por membro do pessoal de uma organização (domínio de acção 2).