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Professor Ítalo Silva - Lista 3º Bimestre - Filosofia 3º Ano QUESTÕES SOBRE SOFISTAS, SÓCRATES E PLATÃO - Página 1 de 14 1. (Enem 2017) Uma conversação de tal natureza transforma o ouvinte; o contato de Sócrates paralisa e embaraça; leva a refletir sobre si mesmo, a imprimir à atenção uma direção incomum: os temperamentais, como Alcibíades, sabem que encontrarão junto dele todo o bem de que são capazes, mas fogem porque receiam essa influência poderosa, que os leva a se censurarem. E sobretudo a esses jovens, muitos quase crianças, que ele tenta imprimir sua orientação. BRÉHIER, E. História da filosofia. São Paulo: Mestre Jou, 1977. O texto evidencia características do modo de vida socrático, que se baseava na a) contemplação da tradição mítica. b) sustentação do método dialético. c) relativização do saber verdadeiro. d) valorização da argumentação retórica. e) investigação dos fundamentos da natureza. 2. (Enem 2015) Trasímaco estava impaciente porque Sócrates e os seus amigos presumiam que a justiça era algo real e importante. Trasímaco negava isso. Em seu entender, as pessoas acreditavam no certo e no errado apenas por terem sido ensinadas a obedecer às regras da sua sociedade. No entanto, essas regras não passavam de invenções humanas. RACHELS. J. Problemas da filosofia. Lisboa: Gradiva, 2009. O sofista Trasímaco, personagem imortalizado no diálogo A República, de Platão, sustentava que a correlação entre justiça e ética é resultado de a) determinações biológicas impregnadas na natureza humana. b) verdades objetivas com fundamento anterior aos interesses sociais. c) mandamentos divinos inquestionáveis legados das tradições antigas. d) convenções sociais resultantes de interesses humanos contingentes. e) sentimentos experimentados diante de determinadas atitudes humanas. 3. (Unicamp 2013) A sabedoria de Sócrates, filósofo ateniense que viveu no século V a.C., encontra o seu ponto de partida na afirmação “sei que nada sei”, registrada na obra Apologia de Sócrates. A frase foi uma resposta aos que afirmavam que ele era o mais sábio dos homens. Após interrogar artesãos, políticos e poetas, Sócrates chegou à conclusão de que ele se diferenciava dos demais por reconhecer a sua própria ignorância. O “sei que nada sei” é um ponto de partida para a Filosofia, pois a) aquele que se reconhece como ignorante torna-se mais sábio por querer adquirir conhecimentos. b) é um exercício de humildade diante da cultura dos sábios do passado, uma vez que a função da Filosofia era reproduzir os ensinamentos dos filósofos gregos. c) a dúvida é uma condição para o aprendizado e a Filosofia é o saber que estabelece verdades dogmáticas a partir de métodos rigorosos. d) é uma forma de declarar ignorância e permanecer distante dos problemas concretos, preocupando-se apenas com causas abstratas. 4. (Unicentro 2012) Sobre o pensamento socrático, analise as afirmativas e marque com V, as verdadeiras e com F, as falsas. ( ) Sócrates é autor da obra Ética a Nicômaco. ( ) O pensamento socrático está escrito em hebraico. ( ) A ironia e a maiêutica são as bases de sua filosofia. ( ) Sócrates não criticou o saber dogmático, sendo, por isso, conselheiro dos governantes de Atenas. ( ) Os diálogos platônicos são importantes textos filosóficos que relatam, na maioria, o pensamento de Sócrates.

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QUESTÕES SOBRE SOFISTAS, SÓCRATES E PLATÃO - Página 1 de 14

1. (Enem 2017) Uma conversação de tal natureza transforma o ouvinte; o contato de Sócrates paralisa e embaraça; leva a refletir sobre si mesmo, a imprimir à atenção uma direção incomum: os temperamentais, como Alcibíades, sabem que encontrarão junto dele todo o bem de que são capazes, mas fogem porque receiam essa influência poderosa, que os leva a se censurarem. E sobretudo a esses jovens, muitos quase crianças, que ele tenta imprimir sua orientação. BRÉHIER, E. História da filosofia. São Paulo: Mestre Jou, 1977.

O texto evidencia características do modo de vida socrático, que se baseava na a) contemplação da tradição mítica. b) sustentação do método dialético. c) relativização do saber verdadeiro. d) valorização da argumentação retórica. e) investigação dos fundamentos da natureza. 2. (Enem 2015) Trasímaco estava impaciente porque Sócrates e os seus amigos presumiam que a justiça era algo real e importante. Trasímaco negava isso. Em seu entender, as pessoas acreditavam no certo e no errado apenas por terem sido ensinadas a obedecer às regras da sua sociedade. No entanto, essas regras não passavam de invenções humanas. RACHELS. J. Problemas da filosofia. Lisboa: Gradiva, 2009.

O sofista Trasímaco, personagem imortalizado no diálogo A República, de Platão, sustentava que a correlação entre justiça e ética é resultado de a) determinações biológicas impregnadas na natureza humana. b) verdades objetivas com fundamento anterior aos interesses sociais. c) mandamentos divinos inquestionáveis legados das tradições antigas. d) convenções sociais resultantes de interesses humanos contingentes. e) sentimentos experimentados diante de determinadas atitudes humanas. 3. (Unicamp 2013) A sabedoria de Sócrates, filósofo ateniense que viveu no século V a.C., encontra o seu ponto de partida na afirmação “sei que nada sei”, registrada na obra Apologia de Sócrates. A frase foi uma resposta aos que afirmavam que ele era o mais sábio dos homens. Após interrogar artesãos, políticos e poetas, Sócrates chegou à conclusão de que ele se diferenciava dos demais por reconhecer a sua própria ignorância. O “sei que nada sei” é um ponto de partida para a Filosofia, pois a) aquele que se reconhece como ignorante torna-se mais sábio por querer adquirir conhecimentos. b) é um exercício de humildade diante da cultura dos sábios do passado, uma vez que a função da Filosofia era reproduzir os ensinamentos dos filósofos gregos. c) a dúvida é uma condição para o aprendizado e a Filosofia é o saber que estabelece verdades dogmáticas a partir de métodos rigorosos. d) é uma forma de declarar ignorância e permanecer distante dos problemas concretos, preocupando-se apenas com causas abstratas. 4. (Unicentro 2012) Sobre o pensamento socrático, analise as afirmativas e marque com V, as verdadeiras e com F, as falsas. ( ) Sócrates é autor da obra Ética a Nicômaco. ( ) O pensamento socrático está escrito em hebraico. ( ) A ironia e a maiêutica são as bases de sua filosofia. ( ) Sócrates não criticou o saber dogmático, sendo, por isso, conselheiro dos governantes de Atenas. ( ) Os diálogos platônicos são importantes textos filosóficos que relatam, na maioria, o pensamento de Sócrates.

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A partir da análise dessas afirmativas, a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo, é a a) F V F V V b) V F V V F c) F F V F V d) V F F F V e) F V V V F 5. (Ufu 2012) Leia o trecho abaixo, que se encontra na Apologia de Sócrates de Platão e traz algumas das concepções filosóficas defendidas pelo seu mestre. Com efeito, senhores, temer a morte é o mesmo que se supor sábio quem não o é, porque é supor que sabe o que não sabe. Ninguém sabe o que é a morte, nem se, porventura, será para o homem o maior dos bens; todos a temem, como se soubessem ser ela o maior dos males. A ignorância mais condenável não é essa de supor saber o que não se sabe? Platão, A Apologia de Sócrates, 29 a-b, In. HADOT, P. O que é a Filosofia Antiga? São Paulo: Ed. Loyola, 1999, p. 61.

Com base no trecho acima e na filosofia de Sócrates, assinale a alternativa INCORRETA. a) Sócrates prefere a morte a ter que renunciar a sua missão, qual seja: buscar, por meio da filosofia, a verdade, para além da mera aparência do saber. b) Sócrates leva o seu interlocutor a examinar-se, fazendo-o tomar consciência das contradições que traz consigo. c) Para Sócrates, pior do que a morte é admitir aos outros que nada se sabe. Deve-se evitar a ignorância a todo custo, ainda que defendendo uma opinião não devidamente examinada. d) Para Sócrates, o verdadeiro sábio é aquele que, colocado diante da própria ignorância, admite que nada sabe. Admitir o não-saber, quando não se sabe, define o sábio, segundo a concepção socrática. 6. (Ueg 2011) No século V a.C., Atenas vivia o auge de sua democracia. Nesse mesmo período, os teatros estavam lotados, afinal, as tragédias chamavam cada vez mais a atenção. Outro aspecto importante da civilização grega da época eram os discursos proferidos na ágora. Para obter a aprovação da maioria, esses pronunciamentos deveriam conter argumentos sólidos e persuasivos. Nesse caso, alguns cidadãos procuravam aperfeiçoar sua habilidade de discursar. Isso favoreceu o surgimento de um grupo de filósofos que dominavam a arte da oratória. Esses filósofos vinham de diferentes cidades e ensinavam sua arte em troca de pagamento. Eles foram duramente criticados por Sócrates e são conhecidos como a) maniqueistas. b) hedonistas. c) epicuristas. d) sofistas. 7. (Uncisal 2011) Na Grécia Antiga, o filósofo Sócrates ficou famoso por interpelar os transeuntes e fazer perguntas aos que se achavam conhecedores de determinado assunto. Mas durante o diálogo, Sócrates colocava o interlocutor em situação delicada, levando-o a reconhecer sua própria ignorância. Em virtude de sua atuação, Sócrates acabou sendo condenado à morte sob a acusação de corromper a juventude, desobedecer às leis da cidade e desrespeitar certos valores religiosos. Considerando essas informações sobre a vida de Sócrates, assim como a forma pela qual seu pensamento foi transmitido, pode-se afirmar que sua filosofia a) transmitia conhecimentos de natureza científica. b) baseava-se em uma contemplação passiva da realidade. c) transmitia conhecimentos exclusivamente sob a forma escrita entre a população ateniense.

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d) ficou consagrada sob a forma de diálogos, posteriormente redigidos pelo filósofo Platão. e) procurava transmitir às pessoas conhecimentos de natureza mitológica. 8. (Unimontes 2011) Lembremos a figura de Sócrates. Dizem que era um homem feio, mas, quando falava, exercia estranho fascínio. Podemos atribuir a Sócrates duas maneiras de se chegar ao conhecimento. Essas duas maneiras são denominadas de a) doxa e ironia. b) ironia e maiêutica. c) maiêutica e doxa. d) maiêutica e episteme. 10. (Unioeste 2010) O Oráculo de Delfos teria declarado que Sócrates (470-399 a.C.) era o mais sábio dos homens. Essa profecia marcou decisivamente a concepção socrática de Filosofia, pois sua verdade não era óbvia: “Logo ele, sem qualquer especialização, ele que estava ciente de sua ignorância? Logo ele, numa cidade [Atenas] repleta de artistas, oradores, políticos, artesãos? Sócrates parece ter meditado bastante tempo, buscando o significado das palavras da pitonisa. Afinal concluiu que sua sabedoria só poderia ser aquela de saber que nada sabia, essa consciência da ignorância sobre as coisas que era sinal e começo da autoconsciência.” (J. A. M. Pessanha) Sobre a filosofia de Sócrates, é incorreto afirmar que a) a filosofia de Sócrates consiste em buscar a verdade, aceitando as opiniões contraditórias dos homens; quanto mais importante era a posição social de um homem, mais verdadeira era sua opinião. b) a sabedoria de Sócrates está em saber que nada sabe, enquanto os homens em geral estão impregnados de preconceitos e noções incorretas, e não se dão conta disso. c) o reconhecimento da própria ignorância é o primeiro passo para a sabedoria, pois, assim, podemos nos livrar dos preconceitos e abrir caminho para a verdade. d) após muito questionar os valores e as certezas vigentes, Sócrates foi acusado de não respeitar os deuses oficiais (impiedade) e corromper a juventude; foi julgado e condenado à morte por ingestão de cicuta. e) o caminho socrático para a sabedoria deve ser trilhado pelo próprio indivíduo, que deve por ele mesmo reconhecer seus preconceitos e opiniões, rejeitá-los e, através da razão, atingir a verdade imutável. 11. (Ufu 2007) O trecho seguinte, do diálogo platônico Górgias, refere-se ao modo de filosofar de Sócrates. “Assim, Cálicles, desmanchas o nosso convênio e te desqualificas para investigar comigo a verdade, se externares algo contra tua maneira de pensar.” PLATÃO. Górgias. Trad. de Carlos Alberto Nunes. Belém: EDUFPA, 2002, p. 198, 495a.

Marque a alternativa que expressa corretamente o procedimento filosófico empregado por Sócrates. a) A base da filosofia socrática é a educação mediante os discursos políticos e jurídicos encenados nos tribunais atenienses. Sócrates parte das proposições dos adversários para encontrar um discurso oposto que seja retoricamente persuasivo. b) A base da filosofia socrática é a procura da verdade acerca do conhecimento da Natureza e da maneira de pensar sobre os princípios racionais que governam o cosmos a partir do conhecimento acumulado pelos filósofos anteriores. c) A base da filosofia socrática é a refutação, a partir de um convênio em busca da verdade, de todas as proposições de seus interlocutores com o intuito de demonstrar que o conhecimento das questões morais é impossível.

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d) A base da filosofia socrática é a procura da perfeição da alma, mediante o exame de si mesmo e dos concidadãos, que é a condição da excelência moral. A refutação socrática é, sobretudo, um modo de testar a verdade da excelência da vida. 12. (Pucpr 2015) Leia os enunciados abaixo a respeito do pensamento filosófico de Sócrates. I. O texto Apologia de Sócrates, cujo autor é Platão, apresenta a defesa de Sócrates diante das acusações dos atenienses, especialmente, os sofistas, entre os quais está Meleto. II. Sócrates dispensa a ironia como método para refutar as acusações e calúnias sofridas no processo de seu julgamento. III. Entre as acusações que Sócrates recebe está a de “corromper a juventude”. IV. Sócrates é acusado de ensinar as coisas celestes e terrenas, a não acreditar nos deuses e a tornar mais forte a razão mais débil. V. Sócrates nega que seus acusadores são ambiciosos e resolutos e, em grande número, falam de forma persuasiva e persistente contra ele. Assinale a alternativa que apresenta apenas as afirmativas CORRETAS. a) II, IV e V. b) I, III e IV. c) I, III e V. d) II, III e V. e) I, II e III. 13. (Uem 2012) Os sofistas são conhecidos por serem os “antifilósofos”, os adversários preferidos dos primeiros filósofos gregos. Entre as acusações a eles endereçadas estava que “aboliram o critério, porque afirmam que todas as aparências e todas as opiniões são verdadeiras e que a verdade é algo relativo, pois que tudo o que é aparência ou opinião para um indivíduo existe [deste modo] para ele.” (MARQUES, M. P. Os sofistas: o saber em questão. In: FIGUEIREDO, V. de (Org.) Filósofos na Sala de Aula. São Paulo: Berlendis & Vertecchia, 2007, v. 2, p. 31).

Sobre a atitude filosófica dos sofistas, é correto afirmar que 01) os sofistas não desejam a busca da verdade, pois essa era uma tarefa dos filósofos. 02) os sofistas não negavam a verdade, apenas apontavam os problemas relativos à sua aquisição. 04) os sofistas apresentavam, com suas contra-argumentações, problemas relevantes para os filósofos. 08) filósofos e sofistas perfazem duas personagens relevantes da filosofia na Grécia antiga. 16) os sofistas pretendiam desmascarar os filósofos na sua capacidade de desvirtuar e iludir a juventude. 14. (Ufu 2001) A palavra Filosofia é resultado da composição em grego de duas outras: philo e sophia. A partir do sentido desta composição e das características históricas que tornaram possível, na Grécia, o uso de tal palavra, pode-se afirmar que a) Sólon, mesmo sendo legislador, pode ser incluído na lista dos filósofos, visto que ele era dotado de um saber prático. b) a palavra, atribuída primeiramente a Parmênides, indica a posse de um saber divino e pleno, tornando os homens verdadeiros deuses. c) a Filosofia, como quer Aristóteles, é um saber técnico, possibilitando, pela posse ou não de uma habilidade, tornar alguns homens os melhores. d) a Filosofia, na definição de Pitágoras, indica que o homem não possui um saber, mas o deseja, procurando a verdade por meio da observação.

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1. (Enem PPL 2016) Estamos, pois, de acordo quando, ao ver algum objeto, dizemos: "Este objeto que estou vendo agora tem tendências para assemelhar-se a um outro ser, mas, por ter defeitos, não consegue ser tal como o ser em questão, e lhe é, pelo contrário, inferior". Assim, para podermos fazer estas reflexões, é necessário que antes tenhamos tido ocasião de conhecer esse ser de que se aproxima o dito objeto, ainda que imperfeitamente.

PLATÃO, Fédon. São Paulo: Abril Cultural, 1972. Na epistemologia platônica, conhecer um determinado objeto implica a) estabelecer semelhanças entre o que é observado em momentos distintos. b) comparar o objeto observado com uma descrição detalhada dele. c) descrever corretamente as características do objeto observado. d) fazer correspondência entre o objeto observado e seu ser. e) identificar outro exemplar idêntico ao observado. 2. (Enem PPL 2015) Suponha homens numa morada subterrânea, em forma de caverna, cuja entrada, aberta à luz, se estende sobre todo o comprimento da fachada; eles estão lá desde a infância, as pernas e o pescoço presos por correntes, de tal sorte que não podem trocar de lugar e só podem olhar para frente, pois os grilhões os impedem de voltar a cabeça; a luz de uma fogueira acesa ao longe, numa elevada do terreno, brilha por detrás deles; entre a fogueira e os prisioneiros, há um caminho ascendente; ao longo do caminho, imagine um pequeno muro, semelhante aos tapumes que os manipuladores de marionetes armam entre eles e o público e sobre os quais exibem seus prestígios.

PLATÃO. A República. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2007. Essa narrativa de Platão é uma importante manifestação cultural do pensamento grego antigo, cuja ideia central, do ponto de vista filosófico, evidencia o(a) a) caráter antropológico, descrevendo as origens do homem primitivo. b) sistema penal da época, criticando o sistema carcerário da sociedade ateniense. c) vida cultural e artística, expressa por dramaturgos trágicos e cômicos gregos. d) sistema político elitista, provindo do surgimento da pólis e da democracia ateniense. e) teoria do conhecimento, expondo a passagem do mundo ilusório para o mundo das ideias. 3. (Uel 2014) A República de Platão consiste na busca racional de uma cidade ideal. Sua intenção é pensar a política para além do horizonte da decadência da cidade-Estado no século de Péricles. O esquema a seguir mostra como se organizam as classes, segundo essa proposta.

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QUESTÕES SOBRE SOFISTAS, SÓCRATES E PLATÃO - Página 6 de 14

Com base na obra de Platão e no esquema, atribua V (verdadeiro) ou F (falso) às afirmativas a seguir. ( ) As três imagens do Bem na cidade justa de Platão, o Anel de Giges, a Imagem da Linha e

a da Caverna, correspondem, respectivamente, à organização das três classes da República.

( ) Na cidade imaginária de Platão, em todas as classes se contestam a família nuclear e a propriedade privada, fatores indispensáveis à constituição de uma comunidade ideal.

( ) Na cidade platônica, é dever do filósofo supri-la materialmente com bens duráveis e alimentos, bem como ser responsável pela sua defesa.

( ) O conceito de justiça na cidade platônica estende-se do plano político à tripartição da alma, o que significa que há justiça na República mesmo havendo classes e diferenças entre elas.

( ) O filósofo, pertencente à classe dos magistrados, é aquele cuja tarefa consiste em apresentar a ideia do Bem e ordenar os diferentes elementos das classes, produzindo a sua harmonia.

Assinale a alternativa que contém, de cima para baixo, a sequência correta. a) V – V – F – F – F. b) V – F – V – V – F. c) F – V – V – F – V. d) F – V – F – V – F. e) F – F – F – V – V. 4. (Enem 2014)

No centro da imagem, o filósofo Platão é retratado apontando para o alto. Esse gesto significa que o conhecimento se encontra em uma instância na qual o homem descobre a a) suspensão do juízo como reveladora da verdade. b) realidade inteligível por meio do método dialético. c) salvação da condição mortal pelo poder de Deus. d) essência das coisas sensíveis no intelecto divino. e) ordem intrínseca ao mundo por meio da sensibilidade. 5. (Ufu 2013) O diálogo socrático de Platão é obra baseada em um sucesso histórico: no fato de Sócrates ministrar os seus ensinamentos sob a forma de perguntas e respostas. Sócrates considerava o diálogo como a forma por excelência do exercício filosófico e o único caminho para chegarmos a alguma verdade legítima. De acordo com a doutrina socrática, a) a busca pela essência do bem está vinculada a uma visão antropocêntrica da filosofia.

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b) é a natureza, o cosmos, a base firme da especulação filosófica. c) o exame antropológico deriva da impossibilidade do autoconhecimento e é, portanto, de

natureza sofística. d) a impossibilidade de responder (aporia) aos dilemas humanos é sanada pelo homem,

medida de todas as coisas. 6. (Ufu 1999) A opinião (doxa, em grego), no pensamento de Platão (427-347 a.C.) representa um saber sem fundamentação metódica. É um saber que possui sua origem a) nos mitos religiosos, lendas e poemas da Grécia arcaica. b) nas impressões ou sensações advindas da experiência sensível. c) no discurso dos sofistas na época da democracia ateniense. d) num saber eclético, proveniente de algumas ideias dos filósofos pré-socráticos. 7. (Ufu 2002) “Mas quem fosse inteligente (…) lembrar-se-ia de que as perturbações visuais são duplas, e por dupla causa, da passagem da luz à sombra, e da sombra à luz. Se compreendesse que o mesmo se passa com a alma, quando visse alguma perturbada e incapaz de ver, não riria sem razão, mas reparava se ela não estaria antes ofuscada por falta de hábito, por vir de uma vida mais luminosa, ou se, por vir de uma maior ignorância a uma luz mais brilhante, não estaria deslumbrada por reflexos demasiadamente refulgentes [brilhantes]; à primeira, deveria felicitar pelas suas condições e pelo seu gênero de vida; da segunda, ter compaixão e, se quisesse troçar dela, seria menos risível esta zombaria do que aquela que descia do mundo luminoso.”

A República, 518 a-b, trad. Maria Helena da Rocha Pereira, Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1987.

Sobre este trecho do livro VII de A República de Platão, é correto afirmar. I. A condição de quem vive nas sombras é digna de compaixão. II. O filósofo, sendo aquele que passa da luz à sombra, não tem problemas em retornar às

sombras. III. O trecho estabelece uma relação entre o mundo visível e o inteligível, fundada em uma

comparação entre o olho e a alma. IV. No trecho, é afirmado que o conhecimento não necessita de educação, pois quem se

encontraria nas sombras facilmente se acostumaria à luz. Marque a alternativa que contém todas as afirmações corretas. a) II e III b) I e IV c) I e III d) III e IV 8. (Ufu 2003) “Todo aquele que ama o saber conhece por experiência que, quando a filosofia toma conta de uma alma, vai encontrá-la prisioneira do seu corpo, totalmente grudada a ele. Vê que, impelida a observar os seres, não em si e por si, mas por meio desse seu caráter, paira por isso na mais completa ignorância. Mas mais se dá ainda conta do absurdo de tal prisão: é que ela não tem outra razão de ser senão o desejo do próprio prisioneiro, que é assim levado a colaborar da maneira mais segura, no seu próprio encarceramento”.

Platão, Fédon. Trad. Maria Tereza S. de Azevedo. Brasília: UnB, 2000, p. 66.

Após analisar o texto acima, assinale a alternativa correta. a) A ignorância é fruto da observação do que é em si e por si. b) A filosofia para Platão é inata, não sendo necessário nenhum esforço de quem a ela se

dedica para obtê-la. c) A alma encontra-se prisioneira do corpo por desejo do próprio homem. d) A alma do filósofo encontra-se desde o início liberta dos entraves do corpo como o

demonstram, claramente, a Alegoria da Caverna e o texto acima.

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QUESTÕES SOBRE SOFISTAS, SÓCRATES E PLATÃO - Página 8 de 14

9. (Ufu 2003) “(…) Que pensamentos então que aconteceria, disse ela, se a alguém ocorresse contemplar o próprio belo, nítido, puro, simples, e não repleto de carnes, humanas, de cores e outras muitas ninharias mortais, mas o próprio divino belo pudesse em sua forma única contemplar? Porventura pensas, disse, que é vida vã a de um homem olhar naquela direção e aquele objeto, com aquilo [a alma] com que deve, quando o contempla e com ele convive? Ou não consideras, disse ela, que somente então, quando vir o belo com aquilo com que este pode ser visto, ocorrer-lhe-á produzir não sombras de virtude, porque não é em sombras que estará tocando, mas reais virtudes, porque é no real que estará tocando?” Platão. O Banquete. Trad. José Cavalcante de Souza. São Paulo: Abril Cultural, 1979, pp.42-43. A partir do trecho de Platão, analise as assertivas abaixo: I. O belo verdadeiro para Platão encontra-se no conhecimento obtido pela observação das

coisas humanas. II. A contemplação do belo puro e simples é atingida por meio da alma. III. Cores e sombras são virtudes reais, visto que se possa, ao tocar nelas, tocar no próprio

real. IV. Há, como na Alegoria da Caverna, uma relação direta para Platão entre o conhecimento e a

virtude. Assinale a alternativa que contém as assertivas corretas. a) I e II são corretas. b) II e IV são corretas. c) III e IV são corretas. d) I, II e III são corretas. 10. (Uel 2005) “- Mas a cidade pareceu-nos justa, quando existiam dentro dela três espécies de naturezas, que executavam cada uma a tarefa que lhe era própria; e, por sua vez, temperante, corajosa e sábia, devido a outras disposições e qualidades dessas mesmas espécies. - É verdade. - Logo, meu amigo, entenderemos que o indivíduo, que tiver na sua alma estas mesmas espécies, merece bem, devido a essas mesmas qualidades, ser tratado pelos mesmos nomes que a cidade”.

(PLATÃO. A república. Trad. de Maria Helena da Rocha Pereira. 7 ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1993. p. 190.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a justiça em Platão, é correto afirmar: a) As pessoas justas agem movidas por interesses ou por benefícios pessoais, havendo a

possibilidade de ficarem invisíveis aos olhos dos outros. b) A justiça consiste em dar a cada indivíduo aquilo que lhe é de direito, conforme o princípio

universal de igualdade entre todos os seres humanos, homens e mulheres. c) A verdadeira justiça corresponde ao poder do mais forte, o qual, quando ocupa cargos

políticos, faz as leis de acordo com os seus interesses e pune a quem lhe desobedece. d) A justiça deve ser vista como uma virtude que tem sua origem na alma, isto é, deve habitar o

interior do homem, sendo independente das circunstâncias externas. e) Ser justo equivale a pagar dívidas contraídas e restituir aos demais aquilo que se tomou

emprestado, atitudes que garantem uma velhice feliz. 11. (Uel 2006) “Quando é, pois, que a alma atinge a verdade? Temos de um lado que, quando ela deseja investigar com a ajuda do corpo qualquer questão que seja, o corpo, é claro, a engana radicalmente. - Dizes uma verdade. - Não é, por conseguinte, no ato de raciocinar, e não de outro modo, que a alma apreende, em parte, a realidade de um ser? - Sim.

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[...] - E é este então o pensamento que nos guia: durante todo o tempo em que tivermos o corpo, e nossa alma estiver misturada com essa coisa má, jamais possuiremos completamente o objeto de nossos desejos! Ora, esse objeto é, como dizíamos, a verdade.” (PLATÃO. Fédon. Trad. Jorge Paleikat e João Cruz Costa. São Paulo: Nova Cultural, 1987. p. 66-67.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre a concepção de verdade em Platão, é correto afirmar: a) O conhecimento inteligível, compreendido como verdade, está contido nas ideias que a alma

possui. b) A verdade reside na contemplação das sombras, refletidas pela luz exterior e projetadas no

mundo sensível. c) A verdade consiste na fidelidade, e como Deus é o único verdadeiramente fiel, então a

verdade reside em Deus. d) A principal tarefa da filosofia está em aproximar o máximo possível a alma do corpo para,

dessa forma, obter a verdade. e) A verdade encontra-se na correspondência entre um enunciado e os fatos que ele aponta no

mundo sensível. 12. (Unioeste 2009) “A busca da beleza e a melhor forma de representá-la fazem parte do universo de preocupações humanas. Beleza essa que pode ser contemplada nas obras de arte, em objetos do uso cotidiano e no próprio corpo humano. Na história da humanidade, entretanto, pode-se notar que os padrões de beleza mudam de acordo com diferentes culturas e épocas e que esses padrões não estão somente presentes nas obras de arte”. (L. E. Kaminski) Sobre arte e beleza, considerando principalmente o texto acima, seguem as seguintes afirmações: I. Na história da humanidade, o padrão de beleza sempre foi o mesmo. II. Platão considerava que não havia um belo absoluto e imutável. III. Aristóteles considerava que a tragédia é a arte superior, porque ela imita a ação dos deuses. IV. Na Idade Média, sob a influência da Igreja, a arte valorizava os aspectos materiais e

corporais do homem. V. A beleza sempre esteve associada apenas às obras de arte. Das proposições feitas acima a) II, III e IV são corretas. b) apenas I e III são corretas. c) II, III e V são corretas. d) todas elas são corretas. e) todas elas são incorretas. 13. (Uel 2009) Para Platão, no livro IV da República, a Justiça, na cidade ideal, Baseia-se no princípio em virtude do qual cada membro do organismo social deve cumprir, com a maior perfeição possível, a sua função própria. Tanto os guardiões’ como os ‘governantes’ e os industriais’ têm a sua missão estritamente delimitada, e se cada um destes três grupos se esforçar por fazer da melhor maneira possível o que lhes compete, o Estado resultante da cooperação destes elementos será o melhor Estado concebível.

(JAEGER, W. Paideia: a formação do homem grego. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999. p.

556.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento de Platão, assinale a alternativa correta. a) A cidade, de origem divina, encontra sua perfeição quando reina o amor verdadeiro entre os

homens, base da concórdia total das classes sociais.

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QUESTÕES SOBRE SOFISTAS, SÓCRATES E PLATÃO - Página 10 de 14

b) A justiça, na cidade ideal, consiste na submissão de todas as classes ao governante que, pela tirania, promove a paz e o bem comum.

c) A cidade se torna justa quando os indivíduos de classes inferiores, no cumprimento de suas funções, ascendem socialmente.

d) A justiça, na cidade ideal, manifesta-se na igualdade de todos perante a lei e na cooperação de cada um no exercício de sua função.

e) Na cidade ideal, a justiça se constitui na posse do que pertence a cada um e na execução do que lhe compete.

14. (Uenp 2010) Conosco homens, aí se diz, se passa o mesmo que com prisioneiros, que se achassem numa caverna subterrânea, encadeados, desde o nascimento, a um banco, de modo a nunca poderem voltar-se, e assim só poderem ver a parede oposta à entrada. Por detrás deles, na entrada da caverna, corre por toda a largura dela, um muro da altura de um homem, e por trás deste, arde uma fogueira. Se entre esta e o muro passarem homens transportando imagens, estátuas, figuras de animais, utensílios etc., que ultrapassem a altura do muro, então as sombras desses objetos, que o fogo faz aparecerem, se projetam na parede da caverna, e os prisioneiros também percebem, além da sombra, o eco das palavras pronunciadas pelos homens que passam. Como esses prisioneiros nunca perceberam outra coisa senão as sombras e o eco, têm eles essas imagens pela verdadeira realidade. Se eles pudessem, por uma vez, voltar-se e contemplar, a luz do fogo, os próprios objetos, cujas sombras foram apenas o que até agora viram; e se pudessem ouvir diretamente os sons, além dos ecos até então ouvidos, sem dúvida ficariam atônitos com essa nova realidade. Mas se além disso pudessem, fora da caverna e à luz do sol, contemplar os próprios homens vivos, bem como os animais e as coisas reais, de que as figuras projetadas na caverna eram apenas cópias, então ficariam de todo fascinados com essa realidade de forma tão diversa.

PLATÃO, 7.º livro da República, p.514 ss..

Relacionando o fragmento de texto de Platão e a tirinha da Turma da Mônica, de Maurício de Souza, com os seus conhecimentos sobre o Mito da Caverna, assinale a alternativa incorreta. a) Os homens acorrentados no fundo da caverna são aqueles que passam a vida

contemplando sombras, acreditando que elas correspondem à realidade e à verdade.

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QUESTÕES SOBRE SOFISTAS, SÓCRATES E PLATÃO - Página 11 de 14

b) Para Platão existem três níveis de conhecimento: o primeiro é chamado de agnosis, que significa ignorância, e corresponde ao estágio dos homens no interior da caverna; o segundo é denominado de doxa, ou opinião, e é o primeiro estágio de conhecimento, que se forma logo após os homens saírem da caverna e contemplarem a realidade; o terceiro é designado pela palavra grega epistheme, que significa ciência, ou o conhecimento em sua integralidade.

c) Para Platão existe um único mundo sensível e inteligível, de forma que os homens devem aprender com a experiência a distinguir o conhecimento verdadeiro de impressões falsas dos sentidos.

d) O visível, para Platão, corresponde ao império dos sentidos captado pelo olhar e dominado pela subjetividade. É o reino do homem comum preso, às coisas do cotidiano.

e) O inteligível, para Platão, diz respeito à razão. É o reino do homem sábio, que desconfia das primeiras impressões e busca um conhecimento das causas da realidade.

15. (Ufu 2011) No pórtico da Academia de Platão, havia a seguinte frase: “não entre quem não souber geometria”. Essa frase reflete sua concepção de conhecimento: quanto menos dependemos da realidade empírica, mais puro e verdadeiro é o conhecimento tal como vemos descrito em sua Alegoria da Caverna. “A ideia de círculo, por exemplo, preexiste a toda a realização imperfeita do círculo na areia ou na tábula recoberta de cera. Se traço um círculo na areia, a ideia que guia a minha mão é a do círculo perfeito. Isso não impede que essa ideia também esteja presente no círculo imperfeito que eu tracei. É assim que aparece a ideia ou a forma.”

JEANNIÈRE, Abel. Platão. Tradução de Lucy Magalhães. Rio de Janeiro: Zahar, 1995. 170 p. Com base nas informações acima, assinale a alternativa que interpreta corretamente o pensamento de Platão. a) A Alegoria da Caverna demonstra, claramente, que o verdadeiro conhecimento não deriva

do “mundo inteligível”, mas do “mundo sensível”. b) Todo conhecimento verdadeiro começa pela percepção, pois somente pelos sentidos

podemos conhecer as coisas tais quais são. c) Quando traçamos um círculo imperfeito, isto demonstra que as ideias do “mundo inteligível”

não são perfeitas, tal qual o “mundo sensível”. d) As ideias são as verdadeiras causas e princípio de identificação dos seres; o “mundo

inteligível” é onde se obtêm os conhecimentos verdadeiros.

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QUESTÕES SOBRE SOFISTAS, SÓCRATES E PLATÃO - Página 12 de 14

Gabarito: Resposta da questão 1: [D] Os objetos, segundo Platão, existem de forma perfeita no mundo das ideias. Assim, tudo aquilo que vemos e sentimos são coisas que têm correspondência a algo que existe nesse plano. Resposta da questão 2: [E] A alegoria da caverna de Platão expressa uma concepção do processo de conhecimento no qual o indivíduo deveria superar as aparências ilusórias do mundo sensível para chegar às verdades puras, apenas disponíveis no mundo das ideias e alcançáveis através da reflexão filosófica. Resposta da questão 3: [E] Na República de Platão, a justiça é definida como um princípio segundo o qual a cidade opera com cada cidadão se ocupando de uma tarefa, aquela para a qual é mais bem dotado por natureza. Ou seja, a justiça é um princípio ordenador que garante para cada cidadão a sua melhor posição na cidade permitindo todos os indivíduos se desenvolverem de acordo com a sua natureza. A grande dificuldade dessa definição platônica de justiça está em descobrir o que é natureza, qual a natureza de cada indivíduo, e como cada indivíduo se desenvolve em conformidade com ela. Não será por motivo distinto que o filósofo irá elaborar na República uma explicação sobre a dialética, ou seja, sobre o método através do qual conhecemos as coisas, inclusive a natureza. A ciência política em Platão é, em última instância, uma ciência da natureza. Resposta da questão 4: [B] Platão é conhecido como um filósofo idealista. Segundo ele, a verdade encontra-se no mundo das ideias, e não no mundo material. O pensamento somente pode se aproximar das ideias através da dialética, que o purifica das crenças e opiniões. Resposta da questão 5: [A] É um tanto complicado dizer que Sócrates ministrava aulas com a finalidade de transmissão dos seus conhecimentos, pois como é sabido o filósofo se gabava de ser um parteiro de ideias (cf. Teeteto). Isso nos leva necessariamente à consideração de que o conhecimento era do interlocutor e o seu trabalho consistia em fazer isto ser concebido. Esta afirmação: “a busca pela essência do bem está vinculada a uma visão antropocêntrica da filosofia”, necessita de referência precisa, pois há uma mistura de termos antigos e modernos que cria um anacronismo inaceitável. Todavia, até onde conseguimos percebemos, a intenção da alternativa é ressaltar que os pré-socráticos mantinham pesquisas preocupadas com o conhecimento da natureza, enquanto Sócrates possuía como grande tema o conhecimento de si. Essa noção é parcialmente verdadeira, pois nem os pré-socráticos eram simplesmente preocupados com o “mundo objetivo”, nem Sócrates era simplesmente preocupado com o “mundo subjetivo”. A natureza, o cosmos, possui enorme importância para a filosofia desenvolvida por Platão; podemos observar isso na leitura da República (Livro VI, por exemplo). Resposta da questão 6: [B]

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Platão possui uma teoria do conhecimento que estabelece uma hierarquia entre os modos de conhecer. Em um primeiro momento se tem a Eikasía (ou as imagens das coisas sensíveis formadas pela imaginação), logo após a Pístis e dóxa (ou crença e opinião sobre as coisas sensíveis), já em um grande avanço temos a Diánoia (ou o pensamento sobre objetos matemáticos) e, finalmente, a Noésis ou Epistéme (ou o conhecimento sobre a ideia, a ciência intuitiva). A ascensão do intelecto na direção do conhecimento sobre a ideia se dá através da dialética (a arte de condução do diálogo), ou o método através do qual duas teses são confrontadas até que reste uma e esta restante é confrontada com outra novamente, e assim por diante. Resposta da questão 7: [C] Somente as afirmativas I e III são corretas. Para Platão, a passagem da alma da sombra à luz pode gerar um ofuscamento, tendo-se em conta a metáfora da visão. Nesse sentido, uma educação do hábito se torna necessária. É importante considerar que Platão exalta essa passagem, ao mesmo tempo em que considera digna de compaixão a alma que se encontra na sombra. Resposta da questão 8: [C] Platão deixa claro, no texto, que é o próprio homem que colabora para o encarceramento da alma. Isso se observa na afirmação: “é que ela não tem outra razão de ser senão o desejo do próprio prisioneiro, que é assim levado a colaborar da maneira mais segura, no seu próprio encarceramento". Esse encarceramento a qual os homens se submetem está expresso, por exemplo, na Alegoria da Caverna. Resposta da questão 9: [B] Somente a assertivas II e IV estão corretas. Para Platão, somente o que é inteligível é real. Da mesma forma, a contemplação do belo só pode ocorrer através da alma inteligente. Contemplar o belo é, segundo ele, contemplar também a virtude, como bem se pode observar na última frase do texto. De fato, Platão não faz uma diferenciação, nos seus trabalhos, entre teoria do conhecimento, filosofia da arte e filosofia moral. Resposta da questão 10: [D] A concepção platônica de justiça leva em consideração a posse, na alma, das espécies de natureza elencadas pelo filósofo. Nesse sentido, somente a alternativa [D] pode estar correta. Resposta da questão 11: [A] A concepção platônica percebe nas ideias a presença da verdade. Estas são acessadas mediante a reminiscência, ou seja, a partir das lembranças que os homens têm de quando a sua alma estava em contato com essas ideias. Desta maneira, pode-se dizer somente que a verdade corresponde a um conhecimento inteligível acessível à alma racional. Resposta da questão 12: [E] Todas as afirmações estão incorretas. Platão considerava o belo um reflexo do inteligível na matéria; Aristóteles considerava a tragédia como arte superior por expressar a realidade subjetiva do ser humano; foi contra a influência medieval da Igreja que a arte renascentista valorizou os aspectos materiais e corporais do homem e a beleza está presente também na natureza, não somente nas obras de arte.

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Resposta da questão 13: [E] O enunciado da questão afirma que a justiça, para Platão, “baseia-se no princípio em virtude do qual cada membro do organismo social deve cumprir, com a maior perfeição possível, a sua função própria”. Ainda que a alternativa [D] esteja bem próxima dessa visão, ela defende a igualdade de todos perante a lei, concepção que não é sustentada por Platão. Resposta da questão 14: [C] Segundo a dimensão epistemológica o mito da caverna é uma alegoria a respeito das duas principais formas de conhecimento: na teoria das ideias, Platão distingue o mundo sensível, dos fenômenos, e o mundo inteligível, das ideias, portanto, existem dois mundos. Resposta da questão 15: [D] Platão introduziu na filosofia a ideia de que existem diferentes maneiras de conhecer ou graus de conhecimento e que esses graus se distinguem pela ausência ou presença do falso, assim, o filósofo distingue quatro formas ou graus de conhecimento. A crença e a opinião estão entre os graus que devem se afastar da filosofia, porque são conhecimentos ilusórios ou das aparências, como os prisioneiros da caverna que só conhecem o mundo da percepção o que imediatamente dão como errada as alternativas A e B. O raciocínio e a intuição intelectual são os únicos que devem ser considerados válidos. O raciocínio treina e exercita nosso pensamento, preparando-o para uma purificação intelectual que por sua vez permitirá alcançar a intuição intelectual, ou das ideias, ou ainda das essências que formam a realidade do Ser. A frase erguida nos pórticos da Academia de Platão “não entre quem não souber geometria” está para o filósofo na ordem do conhecimento intelectual e perfeito, porque a geometria, cujas ideias nada devem aos órgãos do sentido, não se reduz a meras opiniões subjetivas. O conhecimento geométrico seria a melhor preparação do pensamento para chegar à intuição intelectual das ideias verdadeiras, que constituem, assim, a verdadeira realidade precisamente por ser capaz de alcançar a essência das coisas, por isso, aqui somos capazes de obter os conhecimentos verdadeiros.