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Território, Ocupação Humana e Papel das Instituições na Amazônia Oriental Roberto Araújo Santos Ana Paula Dutra de Aguiar Otávio do Canto Andréa Coelho Ana Cristina Salim Maria do Carmo Américo Ricardo Teophilo Folhes Marcelo Thales

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Território, Ocupação Humana e Papel das Instituições na Amazônia Oriental

Roberto Araújo SantosAna Paula Dutra de Aguiar

Otávio do CantoAndréa Coelho

Ana Cristina Salim Maria do Carmo Américo

Ricardo Teophilo FolhesMarcelo Thales

• Quais estruturas sociais se reproduzem no processo de construção do território?

1) Modo de dominação fundado no controle do acesso ao mercado

2) Território se organiza em função de dispositivos de retenção-distribuição não contratuais (baseados em relações de dependência) –“enclaves competitivos diretamente ligados à economia global”

3) A submissão das instituições a interesses privados (subversão dalógica institucional) é uma condição da apropriação fundiária nesseprocesso

4) O paradoxo da “ausência do Estado” (ou porque o ordenamento “nãofunciona”) e a constituição de sujeitos coletivos

[De atores a sujeitos]

- Os sujeitos (e suas práticas) constituem-se por intermédio e paraas instituições, porém segundo lógicas próprias ao funcionamento do campo social considero (exs. do Curuá-Una). Isso nos permite interrogar o uso de algumas noções do senso comum, tais como “ausência do Estado”, “governança”etc.

- A compreensão do funcionamento desse campo é importante para entender, por sua vez, de que forma se articulamos interesses dos grupos sociais, pois é desta articulação que surgem, junto com sujeitos coletivos, muitos dos principais vetores da reprodução social. Isso talvez permita relativizar as interpretações que tendem a situar como sujeito da ação um indivíduo de racionalidade tautológica, que sempre responde às expectativas do planejador.

• Como funcionam nesse contexto as estratégias privadas (Privatistas? ascensão individual/empresa capitalista?)

• Temos analisado a questão junto com problema da grilagem, conflito fundiário, expansão da pecuária etc.

São Félix do Xingu

Apropriação (Lícita : posse mansa, módulo autorizado)

Primária I (Ilícita : expulsão, intimidação, pistolagem, módulos não autorizados)

Constituição de rendas Lícitas Rendas da atividade agropecuária e extrativa de acordo com a legislação fundiária e ambiental

Constituição de rendas ilícitas Revenda de terras públicas Exploração ilegal de madeira Trabalho “escravo”...

Acesso a rendas lícitas Créditos e financiamentos públicos

Regularização fundiária Lícita : reconhecimento de posse

Investimentos de produção De acordo com a legislação

Regularização fundiária Ilícita : produção de falsos documentos ou de “vrai-faux” (títulos cartorários ou dos órgãos fundiários forjados), uso de laranjas

Acesso privilegiado a rendas “lícitas” Créditos e financiamentos públicos

Investimentos de produção De acordo com a legislação

Apropriação primária II Uso lícito de rendas lícitas (nova posse ou compra no mercado de terras)

Apropriação primária II Uso ilícito de rendas lícitas Uso ilícito de rendas ilícitas

Ingerências políticas e de grupos de pressão ligados à constituição de novas oligarquias no processo de expansão territorial

• Ausência de ciclo reprodutivo (doméstico) nosmecanismos de dominação� discursoparanóico

• - Como funciona nesse contexto a questão da formação de sujeitos coletivos? Dois aspectos: mobilização e legitimação � a comunidade.

• - Utilizado pela sociologia no Brasil para descrever uma forma singular de organização social, produto de elaborações culturais sucessivas da herança colonial, porém de acordo com lógicas próprias a sistemas domésticos de produção. Citou exemplos na literatura em Euclides da Cunha e Antonio Cândido e os estudos de comunidade nos anos 50 (Charles Wagley e Eduardo Galvão), para destacar uma visão dicotômica da expansão territorial do país, opondo o latifúndio por um lado, e comunidades “igualitárias”por outro. Na década de 60, a igreja católica se apropriou dessa noção, politizada nos anos 70/80 com as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs).

• Neste mesmo período, os debates sobre a especificidade de um “campesinato” brasileiro constituiu a base dos principais estudos acadêmicos sobre o meio rural, em especial nas áreas de fronteira (Moacir Palmeira, Otávio Velho e J. de Souza Martins). Na década de 90, a novidade consistiu na defesa da participação das populações tradicionais nos processos decisórios e na construção do modelo socioambiental: o “camponês anti-capitalista” transformava-se no “extrativista ecológico”. Nesse processo de recomposição discursiva, as populações locais - antes obstáculos ao desenvolvimento - passam a ser concebidas como populações interlocutorasdo planejamento do uso racional dos recursos.

• Associando no imaginário político ecologia e populações locais, a noção de ‘população tradicional’ recobre realidades sociológicas distintas. Situando-se na busca da interlocução política para certos segmentos sociais até então invisíveis no plano das instituições jurídicas nacionais, elas passaram a congregar-se no seio de organizações ou associações que garantissem essa interlocução. Nos anos 90, a noção foi adotada - também no plano internacional -como parte da estratégia para assegurar a presença humana em unidades de conservação; a primeira tentativa de sua definição deu-se através do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), mas foi recolhida por não apresentar contrastividade. Atualmente são os próprios grupos que se apresentam com uma identidade específica, reivindicando seu reconhecimento.

• O Decreto n. 6.040, de 07.02.2007, instituiu a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais (PNPCT), tendo-os definido como “grupos culturalmente diferenciados e que se reconhecem como tais, que possuem formas próprias de organização social, que ocupam e usam territórios e recursos naturais como condição para sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica, utilizando conhecimentos, inovações e práticas gerados e transmitidos pela tradição”.

Extrativismo

Produção familiar agropecuária

Extração de Madeira

Agricultura Mecanizada

Grande Pecuária Extensiva

Soja

Empresas e/ou investidores privados1exportação de madeira2commodities agrícolas

3comerciantes locais 4empresas familiares

Garimpo

• quando foi naquela época dele ele deixou um estatuto, então se ele colocava um roçado aqui, então o direito da capoeira era dele. Se eu colocava o roçado também, antes, aquela capoeira era minha. Alguém dizia: aonde tu vai colocar o roçado? Eu vou pedir a capoeira do seu Antônio [que é meu nome, atendo também por Ermírio]. Então eu cedia (o direito).

• Definições de comunidade

• Duas formas de reprodução da dominação social.

• Parcerias inter-institucionais (proj. FINEP; ITERPA; FVPP; Saúde & Alegria; TNC).

• Trabalhos planejados1) Cenários participativos

2) Atividades junto com o PIME

3) Levantamentos demográficos e continuidade dasatividades iniciadas na área de Santarém.