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Crise Colonial

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Crise Colonial

Raízes do Processo Emancipatório

A partir de meados do Século XVIII, o chamado Sistema Colonial implementado por Espanhóis e Portugueses na América começou a ser afetado por uma série de transformações.

Na interpretação de alguns historiadores, diversos elementos emergentes entraram em conflito com a Ordem Colonial estabelecida, e o sistema entrou em Crise.

– Elites Coloniais x Metrópole

O sistema colonial promoveu a exploração das riquezas das colônias em benefício dos governos e comerciantes Metropolitanos.

Depois do Primeiro Século de colonização, porém, esse “padrão” começou a ser contestado por vários colonos, que entraram em conflito com as autoridades coloniais que impunham as determinações das Metrópoles.

As raízes desses conflitos encontravam-se nas condições internas do próprio sistema colonial:

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Crise Colonial

Para continuar explorando as riquezas da colônia, o Governo Metropolitano precisava incentivar certo desenvolvimento da economia colonial.

Ao fazer isso, porém, os colonos acabavam adquirindo maior poder socioeconômico para lutar por seus interesses contra a exploração efetuada pela Metrópole.

Isso ajuda a entender várias Revoltas que eclodiram em diferentes regiões da América Espanhola e Portuguesa.

Muitas dessas Revoltas foram promovidas pelas Elites Coloniais de cada região, que lutaram para defender seus interesses, contribuindo para colocar em crise o Colonialismo Mercantilista.

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Crise Colonial

– Capitalismo Industrial e Mercantilismo

Além das condições específicas que motivaram as diversas Revoltas Coloniais, historiadores como Fernando Novais e Carlos Guilherme Mota destacam outro fator básico que contribuiu para essa crise:

O choque entre as características do Colonialismo Mercantilista e as prática econômicas do capitalismo industrial do Século XIX.

Como temos estudado, para os representantes co capitalismo Industrial não eram interessantes a dominação política da Metrópole sobre a Colônia, o Monopólio Comercial e a Produção Dependente, em grande parte, de variadas formas de Trabalho Compulsório, tendente para o Escravismo.

Monopólio Comercial Comércio exclusivo da Colônia com pessoas autorizadas pelo Governo da Metrópole

Trabalho Compulsório Obrigatório, forçado

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Crise Colonial

– Necessidade de Mercados Livres

Dentro da lógica do Capitalismo, para que os donos de indústrias pudessem ampliar a venda de seus produtos para regiões distantes, era necessária a existência de mercados livres, isto é, em que não houvesse restrições à entrada de produtos industrializados em qualquer região do país.

No entanto, sabemos que países como Espanha e Portugal impunham às suas colônias na América o monopólio comercial.

No caso das colônias espanholas, o comércio era exclusivamente da Coroa e controlado por um Órgão Governamental conhecido como Casa de Contratação, criado em 1503.

Qualquer mercadoria cinda de outro país deveriam ser adquiridas por comerciantes autorizados pelo governo espanhol, taxada e só então embarcada para as colônias da América.

Essas restrições era desfavoráveis, portanto, aos interesses dos industriais europeus – dentro os quais se destacavam os Ingleses – que desejavam vender seus produtos diretamente aos mercados consumidores.

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Crise Colonial

– Critica ao Trabalho Escravo

As mudanças provocadas pelo industrialismo moderno, aliadas ao pensamento liberal do iluminismo, também levaram uma crítica à escravidão.

Além das razões humanitárias, estava em jogo o fato de que o escravo, sem receber salário por seu trabalho, não podia participar do mercado consumidor que as indústrias queriam ampliar.

Ao mesmo tempo, o dinheiro gasto pelos Senhores na compra dos escravos deixava de ser utilizado nas atividades ligadas ao consumo industrial.

Assim o colonialismo mercantilista, contrapunha-se a capitalismo industrial.

Este tinha por base o livre-comércio e também o trabalho assalariado, enquanto o colonialismo mercantilista assemelhava-se ao mercado exclusivo – monopólio comercial – e, em grande parte, o trabalho escravo.

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Navio Negreiro

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Rompimento

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Rompimento

As lutas pela independência destas regiões coloniais desenvolveram-se durante as três primeiras décadas do Século XIX.

E não se tratou de um movimento único, mas de vários processos emancipatórios, com características ligadas à história de cada região.

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Navio Negreiro

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Rompimento

– Fatores Motivadores

Apesar dessa fragmentação, podemos destacar alguns elementos comuns que contribuíram para que essas colônias buscassem a independência e se lançassem em confrontos bélicos com as forças espanholas, vejamos como isso aconteceu.

Difusão das Idéias Liberais

O pensamento Liberal do Iluminismo, que influenciou a Independência dos Estados Unidos em 1776 e os grupos que promoveram a Revolução Francesa, também se difundiu entre setores da Elite Colonial Hispano-Americana.

Assim, muitos dos Ideais Antiabsolutistas defendidos pelo Liberalismo serviram de justificativa filosófica para a luta contra o domínio colonial espanhol, uma vez que, na América Espanhola o Antiabsolutismo Europeu traduziu-se em Anticolonialismo.

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Rompimento

– Debilitação do Governo Espanhol

Um acontecimento que favoreceu grandemente o início dos combates por parte das Forças Coloniais foi a Invasão Francesa à Espanha, em 1807, quando o Trono Espanhol foi ocupado por José Bonaparte, irmão de Napoleão Bonaparte.

As autoridades espanholas, então, concentraram quase todas as suas forças na luta contra os Franceses, o que gerou um enfraquecimento do controle administrativo sobre as colônias.

Aproveitando-se desse momento, a Elite Colonial deu início às Lutas pela Independência.

Nas colônias foram criadas as Juntas de Governo, pois não se aceitava a chamada Usurpação Napoleônica.

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– Guerras pela Independência

Entre 1810 e 1828, eclodiram várias Revoltas Emancipatórias nas diversas regiões da América Espanhola, que culminaram na Conquista da Independência Política em relação à Espanha.

Foi nessa época que surgiram muitos dos “Heróis Nacionais”.

Vejamos um panorama dessas lutas e conquistas.

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México

Na região do México, desde 1810, os padres Miguel Hidalgo e, posteriormente, José Morelos lideraram tropas formadas por muitos camponeses pobres – índios, brancos e mestiços.

Estes, além da Independência Política, lutavam por uma mudança nas condições sociais: terra para os pobres, fim da escravidão, igualdade de direitos, etc.

No entanto, as tropas espanholas, apoiadas pela Elite Local, derrotaram esses grupos populares, pondo fim às Rebeliões.

Hidalgo (1811) e Morelos (1815) foram Fuzilados.

Somente em 1821 ocorreria a Independência do México, num movimento liderado pelo General Agostinho Itúrbide, eu fizera carreira militar combatendo os Rebeldes Mexicanos.

Itúrbide traiu o governo espanhol e proclamou-se Imperador.

Permaneceu no poder até 1823, quando foi Derrubado por Republicanos.

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México

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América Central

Do México a luta pela independência expandiu-se para a América Central.

No final desse processo, formou-se na região a República Federativa das Províncias Unidas Centro-Americanas (1823-1839), com Capital na cidade da Guatemala e, depois, em San Salvador.

Após um período de Guerras Civis (1838-1839), as Províncias Unidas fragmentaram-se em países, constituindo os atuais Estados da Guatemala, de Honduras, da Costa Rica, de El Salvador e da Nicarágua.

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Províncias Unidas da América Central

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Rompimento

Após a independência, o projeto político de Simón Bolívar era construir na América um grande país, unificando politicamente as ex-colônias espanholas.

Mas esse plano fracassou:

Havia muitas divergências entre as Elites Locais, que preferiram garantir seus poderes nas regiões onde já atuavam.

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San Martín – Simón Bolívar

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Haiti

O processo de independência não ocorreu da mesma forma em todas as regiões da América Latina.

Na Ilha de São Domingos – que corresponde ao atual Haiti e à República Dominicana – região dominada em parte pelos Franceses, por exemplo, a luta pela independência foi liderada pelos Escravos de Origem Africana.

O movimento teve início em plena Revolução Francesa, em 1791, sob o comando de Toussaint Louverture e, depois, de Jean-Jacques Dessalines.

Em 1794, foi abolida a Escravidão.

Os Senhores de Terra e as Tropas Francesas mantiveram-se em luta contra os escravos durante vários anos.

Em 1802, durante o Governo de Napoleão Bonaparte, Louverture foi preso, morrendo na prisão no ano seguinte.

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Toussaint Louverture – Jean-Jacques Dessalines

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Participação Popular

Os haitianos não foram os únicos a sonhar com um processo de independência não controlado pelas Elites Criollas.

Houve diversos movimentos populares com propostas distintas.

Mas a violenta repressão a esses movimentos, tanto por parte da Coroa Espanhola – representada pelos Chapetones – quanto das Elites Econômicas da Colônia – os Criollos – mostra que o processo de independência da maior parte da América Latina foi marcado por conflitos de interesses internos variados.

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Tupac Amaru

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Fragmentação da América Latina

Vejamos como o historiador Alexandre de Freitas Barbosa explica a fragmentação da América Latina após a independência ex-colônias espanholas:

A união da maioria dos novos países independentes da América Latina não correu por dois motivos principais:

PrimeiroPorque a Inglaterra e os Estados Unidos, que disputavam o controle econômico da América Latina, não viam com bons olhos a união política dos países latino-americanos. No entender das potências, quanto mais fragmentada fosse a América Latina, mais difícil seria para ela enfrentar os interesses econômicos ingleses e norte-americanos.

SegundoPorque os grandes proprietários de minas e terras – as elites nativas, agora nacionais – sentiam mais à vontade para controlar seus interesses econômicos numa América Latina fragmentada, compostas de unidades políticas menores. Dessa foram, seria mais fácil para o produtor de cacau da Venezuela influenciar a política de sua região se tivesse apenas de negociar com os políticos venezuelanos, sem ter de “brigar” com proprietários de minas e terras de outras regiões.

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O Interesse de Ingleses e de Estadunidenses

Entre os Governos Europeus, praticamente nenhum colaborou com os movimentos pela independência da América Espanhola – nem do Haiti.

Ao contrário, os Monarcas dos países que compunham a Santa Aliança pensaram em enviar tropas para ajudar os Espanhóis a esmagar esses movimentos.

Apenas o Governo da Inglaterra, interessados em conquistar mercados latino-americanos, foi favorável à emancipação das nações da região., pois, a independência convinha à industrialização inglesa.

Com relação aos Estados Unidos, os sucessivos governos desse país, no início do Século XIX, já manifestavam suas pretensões de exercer influência política e econômica sobre o continente americano.

Em 1823, o Presidente norte-americano James Monroe anunciou a disposição do governo de impedir que qualquer país Europeu estabelecesse colônias na América ou interviesse em suas Questões Internas.

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Doutrina Monroe

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Independência e Diversas Visões de Liberdade

Liberdade não é um conceito entendido de forma única.

Tem significados diversos, apropriados também de formas particulares pelos diversos segmentos da sociedade. Para um representante da classe dominante venezuelana, Simón Bolívar, liberdade era sinônimo de rompimento com a Espanha, para a criação de fulgurantes nações livres que seriam exemplos para o resto do universo. Mas, principalmente, nações livres para comerciar com todos os países, livres para produzir, única possibilidade, segundo essa visão, de desabrochar do novo mundo.

Já para Dessalines, o líder da revolução escrava do Haiti, a liberdade, antes de tudo, queria dizer o fim da escravidão, mas também carregava um conteúdo radical de ódio aos opressores franceses.

Para outros dominados e oprimidos, com os índios mexicanos, a liberdade passava distante da Espanha e muito próxima da questão da terra.

Na década de 1810, os lideres da rebelião camponesa mexicana, clamava por terra para os deserdados. Seus exércitos, lutaram para que a terra, inclusive a da igreja, fosse divida entre os pobres.

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Referência Bibliográfica

COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral: Volume 2 – 1ª edição – São Paulo, Saraiva, 2010.

FURTADO, Celso. Formação Econômica da América Latina, Rio de Janeiro, Lia Editor, 1970.

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