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Professor Edley. www.professoredley.com.br. República. República. Movimentos Sociais. Revoltas na Primeira República. Neste início do Século XXI , a sociedade brasileira enfrenta grandes desafios. Segundo dados do Relatório de Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD: - PowerPoint PPT Presentation

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República

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República

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Movimentos Sociais

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Revoltas na Primeira República

Neste início do Século XXI, a sociedade brasileira enfrenta grandes desafios.

Segundo dados do Relatório de Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD:

O Brasil registra uma das maiores concentrações de renda do mundo: 20% dos mais ricos – com padrão médio econômico equivalente ao da sociedade do Canadá – detém uma renda 25,5 vezes maior do que os 20% mais pobres – com padrão médio de renda equivalente ao de países africanos como o Congo.

Além disso, a concentração da propriedade da terra continua altíssima:

Aproximadamente 3% de grandes proprietários detém cerca de 43% das terras agrícolas, enquanto quase 60% da população rural dispõe, apenas, de 3% das terras.

 No início do Século XX, apesar das transformações socioeconômicas porque passava o país, milhões de brasileiros permaneciam vivendo na miséria.

De que formas esses “excluídos”, nas cidades e no campo, manifestavam insatisfação e revolta por sua condição social?

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Reação à Miséria

Revoltas na Primeira República Durante a Primeira República, muitos se indignaram com a Situação de Miséria e Opressão em que eram vítimas.

Em reação a essas condições, surgiram movimentos como:

– A Revolta de Canudos;

– A Guerra do Contestado;

– A Revolta da Vacina;

– A Revolta da Chibata, entre outros.

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Messianismo

Religiosidade e Revolta Sertaneja 

A palavra messianismo é derivada de Messias, que significa “O Enviado de Deus”, “O Salvador”.

Na Religião Judaica, messianismo refere-se á crença na futura vinda do Messias, que libertará o Povo Judeu dos sofrimentos, conduzindo-o à Vida Eterna.

Para os Cristãos, o Messias é Jesus Cristo, que veio à terra indicar o caminho da salvação eterna e voltará no Dia do Juízo Final.

O termo messianismo também é utilizado por historiadores, sociólogos e outros estudiosos para designar a crença de um grupo em um líder político-religioso – líder messiânico – considerado capaz de conduzir determinada coletividade a uma “nova era de justiça e felicidade”.

Geralmente, a crença messiânica desenvolve-se como uma esperança de vida melhor entre pessoas castigadas pelo sofrimento cotidiano, pela miséria e pelas injustiças sociais.

 

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Messianismo

Na História do Brasil, o termo messianismo é usado para denominar os movimentos sociais nos quais milhares de sertanejos, de áreas rurais pobres, fundaram comunidades comandadas por um líder religioso.

Atribuíam-se a esse líder dons como o de fazer milagres, realizar curas e profetizar acontecimentos.

 Na Primeira República, os dois principais movimentos de caráter messiânico foram os de Canudos e do Contestado, caracterizados pela Religiosidade e pelo Sentimento de Revolta dos Sertanejos.

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Messianismo

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A Guerra de Canudos

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Messianismo

Revolta de Canudos (1893-1897)

Nas últimas décadas do Século XIX, uma série de condições contribuíram para agravar o sofrimento de milhares de sertanejos do Nordeste:

O declínio da produção açucareira, as constantes secas, a prepotência dos coronéis-fazendeiros e os Novos Rumos Políticos do país, como a República.

 

Foi nesse contexto de opressão e desesperanças sociais, durante o mandato do Presidente Prudente de Morais, que Antônio Vicente Mendes Maciel (1828-1897), apelidado Antônio Conselheiro, encontrou ambiente propício para suas pregações político-religiosas. 

Desconsiderando certas mudanças surgidas com a República, Conselheiro declarava-se, por exemplo, contra o Casamento Civil e, por isso, foi identificado por seus adversários como Fanático Religioso e Monarquista.

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Messianismo

 Antônio Conselheiro tinha 65 anos quando, em 1893, chegou a uma velha fazenda abandonada no sertão baiano, situada às margens do Rio Vasa-Barris, onde liderou a formação do Povoado de Canudos.

Desde 1870, fazia pregações que atraíam crescente número de pessoas do sertão nordestino.

Um de seus lemas era:

“A terra não tem dono, a terra é de todos”.

– Vida em Canudos

Milhares de pessoas mudaram-se para Canudos:

Sertanejos sem-terra, vaqueiros, ex-escravos, pequenos proprietários pobres, homens e mulheres perseguidos pelos coronéis ou pela polícia.

Buscavam Paz e Justiça em meio à fome e à seca do sertão.

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Messianismo

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Messianismo

Reação Contra Canudos

Os fazendeiros baianos e a Elite política local temiam o crescimento de Canudos.

Para a Igreja Católica, Antônio Conselheiro e seus seguidores desviavam os fiéis; para os proprietários de terra e o Governo, Canudos representava uma ameaça – tanto pela ocupação das terras quanto pela recusa ao pagamento de impostos.

Para os inimigos da Comunidade de Canudos, ali viviam fanáticos, loucos e monarquistas.

Durante muito tempo, predominou a versão da história em que essas acusações fora reproduzidas como verdades absolutas.

Assim, não se considerava que um dos principais motivos de união dos sertanejos de Canudos era a necessidade de escapar da Fome e da Violência.

 O messianismo foi a maneira encontrada pelos sertanejos para traduzir sua vontade de construir uma ordem social diferente.

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Messianismo

A Destruição de Canudos

As tropas dos coronéis locais e do Governo Estadual Baiano não conseguiram esmagar as Forças de Canudos.

Assim, o Governo Federal entrou na luta, enviando ao povoado várias tropas militares, que também foram derrotadas.

Finalmente, um poderoso exército de cerca de 7 Mil Homens foi organizado pelo Ministro da Guerra, e Canudos foi destruído em 5 de outubro de 1897.

Mais de 5 mil casas foram incendiadas pelo exército.

A população sertaneja morreu defendendo sua comunidade, numa das mais trágicas lutas da História da República.

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Resistência Sertaneja

A Guerra de Canudos foi tema do livro Os Sertões, do escritor e jornalista Euclides da Cunha.

Publicado pela primeira vez em 1902, o livro alcançou grande repercussão e logo se tornou um clássico, consagrando seu autor como um dos mais importantes ensaístas brasileiros.

Vejamos um trecho de uma das últimas páginas de Os Sertões, em que é narrada a destruição de Canudos:

 

Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda história, resistiu até ao esgotamento completo. Expugnado palmo a palmo, na precisão integral do termo, caiu no dia 5, ao entardecer, quando caíram os seus últimos defensores, que todos morreram. Eram quatro apenas: um velho, dois homens feitos e uma criança, na frente dos quais rugiam raivosamente cinco mil soldados.

 

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A Interpretação de Euclides da Cunha

Euclides da Cunha interpretou a Guerra de Canudos a partir de fontes orais, como os poemas populares e as profecias religiosas encontrada em papéis e cadernos nas ruínas da comunidade. Baseou-se em profecias apocalípticas, que julgou serem da autoria de Antônio Conselheiro, para criar, em Os Sertões, um retrato sombrio do líder da comunidade. Esses poemas e profecias foram o ponto de partida de sua visão de Canudos como movimento sebastianista e messiânico, vincula à crença no retorno mágico do Rei Português D. Sebastião, para derrotar as forças da República e restaurar a Monarquia. Foi além da narração da guerra, ao construir uma teoria do Brasil cuja história seria movida pelo choque de etnias e culturas. O conflito entre Canudos e a República resultou, para Euclides, do choque entre dois processos de mestiçagem: litorânea e sertaneja. O mestiço do sertão apresentaria vantagem sobre o mulato do litoral, devido ao isolamento histórico e à ausência de componentes africanos, que tornaria mais estável sua evolução racial e cultural.

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Guerra do Contestado

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Guerra do Contestado

Guerra do Contestado (1912-1916)

Antes de Canudos, outro importante movimento messiânico ocorreu entre a fronteira entre o Paraná e Santa Catarina, numa região contestada – disputada – pelos dois estados.

Nessa área – que ficou conhecida como contestado – era grande o número de sertanejos sem-terra e famintos que trabalhavam sob duras condições para os fazendeiros locais e duas empresas Norte-Americanas que ali atuavam:

A Southern Brazil Lamber and Colonization, de exploração de madeira e colonização, e a Brazil Railway, ferroviária.

Os problemas sociais e a disputa pela terra agravaram-se quando a empresa Brazil Railway passou a contratar trabalhadores em outros Estados para a construção da estrada de ferro, pagando salários muito baixos.

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Guerra do Contestado

Em 1910, quando a ferrovia ficou pronta, a empresa mandou embora todos os funcionários – mais ou menos 8.000 homens – sem casa, sem dinheiro e sem ter como voltar pára seus Estados.

Eles passaram a perambular pela região, saqueando, invadindo propriedades e até se oferecendo como jagunços – capanga, homem armado a serviços de um coronel – aos coronéis.

Tudo isso fez crescer muito as tensões sociais e políticas na região.

Os sertanejos do Contestado começaram a se organizar sob a liderança de um “Monge” chamado João Maria.

Após sua morte, seu lugar foi ocupado por outro “Monge”, Miguel Lucena Boaventura, conhecido como José Maria.

José Maria reuniu mais de 20 mil sertanejos e fundou com eles alguns povoados que compunham a chamada “Monarquia Celeste”.

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Guerra do Contestado

Como em Canudos, a “Monarquia” do Contestado tinha um governo próprio e normas igualitárias, não obedecendo às ordens das autoridades da República.

Os sertanejos do Contestado foram violentamente perseguidos pelos coronéis-fazendeiros, além dos donos das empresas estrangeiras, com o apoio das tropas do governo.

O objetivo era destruir a organização comunitária e expulsar os sertanejos das terras que ocupavam.

Em novembro de 1912, José Maria foi morto em combate e “Santificado” pelos moradores da região.

Seus seguidores, no entanto, criaram novos núcleos da Monarquia Celeste, depois combatidos e destruídos pelas tropas do exército brasileiro.

Em 1916, os últimos núcleos foram arrasados por tropas de 7 mil homens armados de canhões, metralhadoras e até alguns aviões de bombardeio, pela primeira vez usados como arma de combate no Brasil.

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Cangaço

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Cangaço

Revolta e violência no Nordeste

A miséria, as injustiças dos coronéis-fazendeiros, a fome e as secas produziram no Nordeste um ambiente favorável à formação de grupos armados conhecidos como cangaceiros, que praticavam assaltos a fazendas e, muitas vezes matavam pessoas.

O tipo de vida dos cangaceiros recebeu o nome de Cangaço e é o objetivo de discussões entre pesquisadores.

Para alguns, foi uma forma pura e simples de banditismo e criminalidade; para outros, uma forma de contestação social, isto é, de revolta reconhecida como legítima pelas pessoas que viviam reprimidas.

Entre os mais importantes grupos de cangaceiros destacaram-se o de Antônio Silvino (1875-1944) e o de Virgulino Ferreira, mais conhecido como Lampião (c.1900-1938).

Depois que a polícia massacrou o “bando” de Lampião, em 1938, o cangaço praticamente desapareceu do Nordeste.

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Revoltas no Rio de Janeiro

Diferentes mobilizações na Capital da República.

Na primeira metade do Século XX, diferentes movimentos agitaram a cidade do Rio de Janeiro, então Capital da República:

– Revolta da Vacina;

– Revolta da Chibata e;

– Tenentismo.

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Revolta da Vacina

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Revolta da Vacina

Revolta da Vacina

No governo do Presidente Rodrigues Alves (1902-1906), a população do Rio de Janeiro enfrentava graves problemas sociais – muita pobreza e alto índice de desemprego – e de saneamento – lixo amontoado nas ruas, ratos e mosquitos transmissores de doenças – milhares de pessoas morriam em conseqüência de epidemias como febre amarela, peste bubônica e varíola.

Era desejo dos Primeiros Governos Republicanos transformar o Rio de Janeiro na “Capital do Progresso”, uma espécie de cartão-postal que mostrasse ao país e ao mundo “o novo tempo” da República.

Coube ao Presidente Rodrigues Alves a decisão de Reformar e Modernizar o Rio de Janeiro.

As obras foram comandadas pelo Prefeito Pereira Passos, e incluía o alargamento das principais ruas do centro, a construção da avenida central – atual Avenida Rio Branco – a ampliação da rede de água e esgotos e a remodelação do porto.

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Revolta da Vacina

Cortiços e casebres dos bairros centrais foram demolidos, e as pessoas que moravam nestes locais foram desalojadas, passando a viver em barracos nos morros do centro ou no subúrbio.

O Governo Federal concentrava quase todas as suas atenções e recursos na Reforma da Capital.

Combater as epidemias locais era um dos principais objetivos, e o médico sanitarista Oswaldo Cruz, diretor da Saúde Pública, convenceu o presidente a decretar a Lei da Vacinação Obrigatória contra a Varíola.

A população, entretanto, não foi esclarecida sobre a necessidade da vacina.

Diversos setores reagiram à medida:

Para alguns, a aplicação da vacina em mulheres era imoral; para outros, a obrigatoriedade ia contra a Liberdade Individual.

Outros, ainda, não compreendiam como uma doença poderia ser evitada com a introdução de seu próprio vírus no corpo.

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Revolta da Vacina

O descontentamento das pessoas afetadas pela demolição dos cortiços, a impopularidade do governo e a obrigatoriedade da vacinação provocaram uma grande Revolta Popular nas ruas do Rio de Janeiro no período de 12 a 15 de novembro de 1904.

Políticos e militares de oposição quiseram aproveitar a revolta popular para derrubar Rodrigues Alves da Presidência da República, mas não conseguiram.

O Governo dominou os Revoltosos usando tropas do Corpo de Bombeiros e da Cavalaria.

Cerca de 30 pessoas morreram e mais de 100 foram feridas.

Centenas de participantes dos conflitos foram presos e deportados para o Acre.

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Ordem Pública

Descontentamento e Revolta dos Excluídos

A Avenida Central foi aberta em 1905. A Varíola desapareceu da cidade com a vacinação em massa obrigatória.

O Cais do porto foi remodelado e reequipado.

“O Rio Civiliza-se”, diziam então muitos, encantados com o cenário parisiense montado no centro da cidade.

Estava feita a reforma que transformara o Rio de Janeiro na capital do progresso. Por trás do cenário francês da Avenida Central, estava o Brasil de verdade, onde pouca coisa mudara com a proclamação da República.

Por trás da barulheira e da agitação com as obras de reformulação da capital estava a rotina de um país que substituíra o açúcar pelo café na pauta de exportação, que deixara de ter escravos para ter ex-escravos, imigrantes e trabalhadores nacionais trabalhando no pesado e onde os Barões do Império viraram Ministros da República.

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Ordem Pública

Por trás do discurso do progresso estava a preocupação com a ordem, uma ordem que excluía muitos da cidadania plena e que hierarquizava a sociedade como um todo.

Nos sertões, outra forma de sonho de uma ordem diferente se esboçava:

Alguns, cansados da vida dura que levavam no campo, tentaram construir um mundo à parte, fora da ordem que os excluía, um espaço onde as normas e a disciplina fossem de outra natureza.

Para construir essa outra sociedade, levavam o que possuíam:

A sua gente, sua religiosidade, certamente diversa da doutrina oficial da Igreja Católica, e sua fé na promessa de que a terra – ao menos aquela terra em que pisavam – seria, enfim, uma terra deles.

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Revolta da Chibata

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Revolta da Chibata

Revolta da Chibata – 1910 

Em 22 de novembro de 1910, teve início uma Revolta de aproximadamente 2 mil membros da Marinha Brasileira, liderada pelo marinheiro João Cândido.

Primeiro, os revoltosos tomaram o comando do encouraçado Minas Gerais e, em seguida, outros marujos assumiram o controle dos navios São Paulo, Bahia e Deodoro.

Em seguida, apontaram os canhões para a cidade do Rio de Janeiro e enviaram um comunicado ao Presidente da República, explicando as razões da Revolta e fazendo exigências.

Queriam mudanças nos códigos de disciplina da Marinha, que punia as faltas graves dos marinheiros com 25 chibatadas.

Além dos castigos físicos, os marinheiros reclamavam da má alimentação e dos miseráveis soldos – salários – que recebiam.

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Marinheiros em Revolta

Documento com a mensagem dos marinheiros rebelados ao Presidente da República. 

Rio de Janeiro, 22 de novembro de 1910

Ilmo. E Exmo. Sr. Presidente da República Brasileira.

Cumpre-nos comunicar a V. Excia. Como Chefe da Nação brasileira:

Nós, marinheiros, cidadãos brasileiros e republicanos, não podendo mais suportar a escravidão na Marinha Brasileira, a falta de proteção que a Pátria nos dá, rompemos o negro véu, que nos cobria aos olhos do patriótico e enganado pelo povo.

Achando-se todos os navios em nosso poder, tendo a seu bordo prisioneiros todos os oficiais, os quais tem sidos os causadores da Marinha Brasileira não ser graciosa, porque durante 20 anos de República ainda não foi bastante para tratar-nos como cidadãos fardados em defesa da Pátria.

Mandamos essa honrada mensagem para que V. Excia. Faça aos Marinheiros Brasileiros possuirmos os direitos sagrados que as leis da República nos facilita, acabando com a desordem e nos dando outros gozos que venham engrandecer a Marinha Brasileira;

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Marinheiros em Revolta

Bem assim como:

Retirar os oficiais incompetentes e indignos de servir à Nação Brasileira; reformar o código imoral e vergonhoso que nos rege, a fim de que desapareça a chibata, o bolo, e outros castigos semelhantes; aumentar o nosso soldo pelos últimos planos do ilustre Senador José Carlos de Carvalho; educar os marinheiros que não têm competência para vestir a orgulhosa farda; mandar pôr em vigor a tabela de serviço diário, que a acompanha.

Tendo V. Excia. o prazo de 12 horas para mandar-nos a resposta satisfatória, sob pena de ver a Pátria aniquilada.

– Bordo do Encouraçado “São Paulo”, em 22 de novembro de 1910.

Nota: Não poderá ser interrompida a ida e volta do mensageiro.

Marinheiros.

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Revolta da Chibata

Sob a mira dos canhões, o Governo respondeu que atenderia todas as exigências dos marujos.

Rapidamente, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto que acabava com as chibatadas e anistiava – perdoava – os revoltosos.

Os marinheiros acreditaram nisso e entregaram os navios aos comandantes.

O Governo, entretanto, não cumpriu suas promessas:

Decretou a expulsão de vários marinheiros e a prisão de alguns líderes.

No dia 9 de dezembro, os marujos organizaram outra Rebelião, mas desta vez o Governo estava preparado para reagir violentamente.

Dezenas de revoltosos foram mortos, centenas foram presos e mandados para a Amazônia.

Mais de 1.000 foram expulsos da Marinha.

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Revolta da Chibata

João Cândido foi preso numa masmorra da ilha das Cobras, no Rio de Janeiro, sendo julgado e absolvido em 1912.

Passou para a história como o Almirante Negro, que acabou com o castigo da chibatada na Marinha do Brasil.

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Homenagem Póstuma

A música O mestre-sala dos Mares, de Aldir Blanc e João Bosco, tem como tema a Revolta da Chibata.

A seguir, trechos dessa letra musical: 

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Movimento Tenentista

MovimentoTenentista

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Movimento Tenentista

Tenentismo

No início da Década de 1920, como vimos, crescia o descontentamento social contra o tradicional Sistema Oligárquico que dominava a política brasileira.

Esse descontentamento era particularmente notado entre as populações dos grandes centros urbanos, que não estavam diretamente sujeitas às pressões dos “coronéis”.

O clima de revolta atingiu as Forças Armadas, difundindo-se, sobretudo, entre os Tenentes.

Tenentismo é o termo como ficou conhecido o movimento político-militar que, sob a liderança de jovens oficiais das forças armadas, principalmente Tenentes, pretendia conquistar o poder pela luta armada e promover reformas na Primeira República.

As reivindicações dos Tenentes incluíam:

A moralização da administração pública e o fim da corrupção eleitoral;

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Movimento Tenentista

A defesa da economia nacional contra a exploração das empresas e do capital estrangeiro;

A reforma da educação pública para que o ensino fosse gratuito e obrigatório para todos os brasileiros.

A maioria das propostas do Tenentismo contava com a simpatia de grande parte das classes médias urbanas, dos produtores rurais que não pertenciam ao grupo que estava no poder e de alguns empresários da indústria.

Nas palavras do historiador Boris Fausto, os Tenentes pretendiam dotar o país de um poder centralizado, com o objetivo de educar o povo e seguir uma política vagamente nacionalista.

Tratava-se de reconstruir o Estado para construir a Nação.

Embora não chegasse nesta época a formular um programa antiliberal, os “Tenentes” não acreditavam que o “liberalismo autêntico” fosse o caminho para a recuperação do país.

Fazia restrições às eleições diretas, ao sufrágio universal, insinuando a crença em uma via autoritária para a reforma do Estado e da Sociedade.

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Movimento Tenentista

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Movimento Tenentista

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Movimento Tenentista

– Revolta de 1924

Dois anos depois da Revolta do Forte de Copacabana, ocorreram novas Rebeliões Tenentistas em regiões como o Rio Grande do Sul e São Paulo.

Uma revolta liderada pelo General Isidoro Dias Lopes, pelo Tenente Juarez Távora e por Políticos, como Nilo Peçanha, eclodiu em São Paulo, também no dia 5 de julho. Com uma tropa de aproximadamente 1.000 Homens, os revolucionários rapidamente ocuparam os lugares mais estratégicos da cidade de São Paulo.

Durante a ocupação, diversas batalhas foram travadas entre os rebeldes e as tropas governamentais.

O Governo Paulista fugiu da capital, indo para uma localidade próxima, de onde pôde organizar melhor a reação contra os rebeldes. Recebendo reforços militares do Rio de Janeiro, preparou uma violenta ofensiva, o General Isidoro Dias Lopes, percebendo que não tinha mais condições de resistir, decidiu abandonar a cidade de São Paulo.

A numerosa e bem-armada tropa dos rebeldes fundou a Coluna Paulista, que seguiu em direção ao Sul do país, ao encontro de outra Coluna Militar Tenentista, liderada pelo Capitão Luís Carlos Prestes.

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Movimento Tenentista

– Coluna Prestes (1924-1926) 

As Forças Tenentistas de São Paulo e do Rio Grande do Sul uniram-se e, lideradas por Luís Carlos Prestes, decidiram Percorrer o País, procurando apoio popular para novas Revoltas contra o Governo. Nascia assim a chamada Coluna Prestes.

Durante mais de dois anos (1924-1926), a Coluna Prestes percorreu 24 quilômetros através de 12 Estados brasileiros.

Sem descanso, o Governo perseguia as tropas da Coluna Prestes, que, por meio de manobras militares, conseguia escapar. Em 1926 os homens que ainda permaneciam na Coluna decidiram ingressar na Bolívia e finalmente desfazer a tropa.

A Coluna Prestes não conseguiu provocar revoltas capazes de ameaçar seriamente o Governo, mas também não foi derrotada por ele. Isso demonstrava que o poder na Primeira República não era inatacável.

Luís Carlos Prestes, posteriormente, voltou ao país, tornando-se um dos principais líderes do Partido Comunista – fundado em 1922.

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Movimento Tenentista

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Modernismo

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Modernismo

Renovação das Artes 

O ano de 1922 foi marcado por importantes acontecimentos no cenário nacional: eclodiu a Revolta dos Tenentes, fundou-se o Partido Comunista.

As cidades cresciam e se modernizavam: São Paulo já tinha cerca de 600 Mil Habitantes e o Rio de Janeiro, mais de 1 Milhão.

Neste contexto, surgiu no Brasil o Movimento Modernista, que desejava a remodelação da Arte Brasileira, reagindo às forma tradicionais das artes plásticas e da literatura.

Esse movimento teve como marco inicial a Semana de Arte Moderna, realizada na cidade de São Paulo entre os dias 11 e 18 de fevereiro de 1922.

Tendo como palco o Teatro Municipal de São Paulo, a semana contou com recitais de poesia, exposições de pintura e escultura, festivais de música e conferência sobre Artes.

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Modernismo

Os nomes que mais se destacaram na Semana de Arte Moderna foram os escritores Mário de Andrade, Menotti Del Picchia, Ronald de Carvalho, Oswald de Andrade; dos músicos Heitor Villa-Lobos e Ernani Braga; dos artistas plásticos Emíliano Di Cavalcanti, Anita Malfatti, Tarsila do Amaral e Victor Brecheret.

Um dos objetivos do Movimento Modernista era reagir criticamente contra os padrões considerados arcaicos de nossa Arte – pintura, escultura, literatura – e a invasão cultural estrangeira que despersonalizava o Brasil.

A reação modernista tinha como objetivo Abrasileirar a Cultura Brasileira.

Entretanto, como explicou Mário de Andrade:

Veja bem – abrasileiramento do brasileiro não quer dizer regionalismo, nem nacionalismo... para ser civilizado artisticamente, entrar no concerto das nações que hoje em dia dirigem a civilização da Terra, o Brasil tem que concorrer para este concerto com a sua parte pessoal, com o que o singulariza e o individualiza...

As obras e idéias dos jovens artistas apresentadas na Semana de Arte Moderna provocaram forte reação dos setores conservadores, mas conseguiram impor-se com o tempo.

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Modernismo

Modernismo e Antropofagia Cultural

No início do Século XX, a cultura francesa dominava os meios artísticos e intelectuais brasileiros.

Os principais expoentes da intelectualidade liam e falavam o Francês e viajavam constantemente à Paris para realizar seus trabalhos ou buscar inspiração.

Os Modernistas de 1922 contestavam o comodismo cultural dessa produção transplantada da Europa.

Para o escritor Mário de Andrade, a cultura popular deveria nasceu enraizada à sua terra, como um aprofundamento do terreno nacional.

Era um protesto contra a mentalidade subserviente, contra os sentimentos de inferioridade dos brasileiros em relação aos europeus.

Era também uma crítica à dominação cultural e política do Brasil pelos estrangeiros.

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Modernismo

Nascia assim o Manifesto Antropofágico, documento lançado pelos modernistas, que propunha a deglutição – o aproveitamento de tudo que fosse útil – da cultura européia, que seria remodelada pelas entranhas – a realidade – da terra brasileira.

Era “comer ou ser comido”.

O episódio que inspirou a utilização do termo antropofagia foi a deglutição, em 1556, do Bispo Sardinha – representando a cultura importada – pelos índios Caetés – representando a cultura genuinamente nacional.

Com esse espírito, nasceu um trocadilho em cima da frase de Shakespeare To be or not to be, that is the question – “Ser ou não ser, eis a questão” – que, no Manifesto transformou-se em Tupi or not Tupi, That is the question.

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Referência Bibliográfica

COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral: Volume 3 – 1ª edição – São Paulo, Saraiva, 2010.

CARONE, Edgar. A Primeira República (1889-1931) – São Paulo, Difel, 1976.

FAUSTO, Boris. História do Brasil – São Paulo, Edusp, 1995.

PRADO JR., Caio. Formação do Brasil Contemporâneo – São Paulo, Brasiliense, 1979.

Wikipedia.org

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