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Mineração

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Crise Colonial

Contradições e Declínio de um Sistema de Exploração

O Sistema Colonial implementado por Espanhóis e Portugueses na América começou a ser afetado por uma série de transformações a partir de meados do Século XVIII.

Alguns elementos emergentes fizeram com que a ordem colonial estabelecida entrasse em crise na América.

Vejamos uma interpretação desta questão:

– A Expansão do Capitalismo Industrial

Cujos pressupostos e necessidades – como livre mercado e o aumento do mercado consumidor, com a transformação do trabalho escravo em trabalho assalariado – entravam em conflito com o Sistema Colonial;

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Crise Colonial

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Crise Colonial

Vejamos, então, um pouco dessa situação interna. Como era a Sociedade Colonial no final do Século XVIII como estavam a relação Político-Econômicas com a Metrópole?

A Sociedade Colonial

No final do Século XVIII, a maior parte da população do Brasil colonial – aproximadamente 3,25 milhões de pessoas – concentravam-se na faixa litorânea, apesar da formação de núcleos urbanos no interior, decorrentes, por exemplo, da exploração de ouro e diamantes em Minas Gerais.

Avalia-se que essa população ocupasse apenas a vigésima parte – cerca de 324 mil km2 – do território estabelecido pelo Tratado de Madri (1750) – acordo firmado entre Portugal e Espanha que definia as fronteiras entre as colônias dos dois países europeus na América. As capitanias mais povoadas eram Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro, Pará, Maranhão, São Paulo e Minas Gerais.

Devido às grandes distâncias entre os núcleos econômicos da colônia e a deficiência dos meios de transporte, a população colonial mantinha mais relações comerciais com a Metrópole Portuguesa do que internamente, com as Diferentes Capitanias.

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Crise Colonial

– Grupos Socioeconômicos

Com base nas relações políticas, econômicas e sociais estabelecidas entre a Colônia e a Metrópole, alguns historiadores propõe que é possível distinguir três grupos básicos na População Colonial.

Colonizadores ou Reinóis como era freqüentemente chamados

Constituíam o grupo que representava, mais diretamente, os interesses do Governo Português e sua política colonial.

Compunham esse grupo por exemplo, comerciantes de produtos importados e do Tráfico Negreiro Atlântico, Governadores das Capitanias, Magistrados – Juízes e Desembargadores – Militares de alta patente, Bispos e Arcebispos. Ocupavam a maior parte dos cargos administrativos na Colônia, dominavam o comércio com a Metrópole e defendiam a permanência da Relação Colonial.

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Crise Colonial

Colonizados

Constituíam mais de 80% da população colonial e eram os mais oprimidos socialmente.

Esse grupo era composto, por exemplo, de escravos africanos, indígenas e brancos livres e pobres – enfim, aqueles que desempenhavam os mais diversos trabalhos na lavoura, nas minas, nas oficinas artesanais, no comércio urbano, etc.

Colonos

Constituíam parte do grupos dominantes da colônia, só que menos vinculados ao interesse do Governo Metropolitano.

Compunham esse grupo, por exemplo, Senhores de Engenho, Fazendeiros de algodão e tabaco, pecuaristas, donos de charqueadas, proprietários de minas de ouro e diamante, comerciante de escravos, etc.

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Crise Colonial

– Insatisfação dos Colonos

Muitas vezes os colonos se sentiam prejudicados pelas normas e pelo controle excessivo que a Metrópole exercia sobre a Colônia. Entre outros impedimentos, aos colonos era proibido:

– Exercer o ofício de ourives na região das Minas Gerais (1751), para evitar o extravio do ouro. Em 1766, esta medida foi estendida para a Bahia, Pernambuco e Rio de Janeiro;

– Manter Manufaturas Têxteis (1785), com exceção daquelas que produziam panos grosseiros de algodão, destinados à vestimenta dos escravos ou à confecção de sacos. A medida tinha como objetivo concentrar a mão de obra da colônia essencialmente em duas atividades: A Agricultura Exportadora e a Extração de Minérios. Desse modo, os tecidos usados pelos colonos e outras manufaturas deveria ser importados por meio do Comércio Metropolitano;

Instalar a Indústria do Ferro (até 1795), o que obrigava os colonos a importar da Europa as ferramentas e utensílios de que necessitavam.

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Crise Colonial

Por essas e outras normas e medidas, havia muito descontentamento na colônia, provocando, ao longo do tempo, o acúmulo de tensões e conflitos entre colonos e colonizadores

No final do Século XVIII, um colono português, professor de grego e latim em Salvador, Luiz dos Santos Vilhena, manifestou assim sua insatisfação:

Não é das menores desgraças o viver em colônias.

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Rebeliões Coloniais

Conflitos entre Colonos e Colonizadores

Durante o período colonial houve várias rebeliões envolvendo parte da População e representantes da Metrópole. Analisando o conjunto das rebeliões, podemos dizer que as primeiras delas tiveram como objetivos modificar aspectos da política da colônia, mas sem a determinação de separar a região rebelada de Portugal. Foi o caso, por exemplo:

– Revolta de Beckman (1684);– Guerra dos Mascates (1710);– Revolta de Vila Rica (1720).

Já no final do Século XVIII e início do Século XIX, aconteceram revoltas como:

– Conjuração Mineira (1789);– Conjuração Baiana (1798);– Revolução Pernambucana (1817).

Que se distinguiam das primeiras porque tinham, entre seus objetivos, o propósito de romper com a dominação por parte da Metrópole e estabelecer a Independência Política das regiões rebeladas.

Eram, portanto, expressões do esgotamento do Sistema Colonial.

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Inconfidência Mineira

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Inconfidência Mineira

– Conjuração Mineira (1789)

Em Minas Gerais, grande parte da população colonial mineradora vivia na pobreza fazia muito tempo. Essa situação agravou-se com o declínio da exploração do ouro, a partir da segunda metade do Século XVIII.

Independente ao que acontecei com a população mineira, o Governo Português continuou cobrando dos mineradores pesados Impostos, pois, atribuía ao contrabando do ouro a queda na arrecadação.

Um clima de tensão e revolta tomou conta dos proprietários das minas de ouro quando o Governador da Capitania, Visconde de Barbacena, anunciou que haveria uma nova Derrama – a cobrança forcada dos impostos atrasados.

Membros da Elite Colonial começaram a se reunir e a planejar um movimento contra as Autoridades Portuguesas e a Cobrança da Derrama. Esse movimento ficou conhecido pelo nome de Inconfidência Mineira ou Conjuração Mineira.

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Inconfidência Mineira

– Quem Eram os Inconfidentes

Entre os principais Inconfidentes estavam:

– Cláudio Manuel da Costa – fazendeiro e poeta, formado na Universidade de Coimbra;

– Inácio de Alvarenga Peixoto – minerador e latifundiário;

– Tomás Antônio Gonzaga – poeta e jurista;

– Toledo e Melo – padre e minerador;

– Abreu Vieira e Oliveira Lopes – Coronéis;

Um dos poucos participantes da Inconfidência que não fazia parte da Elite Econômica Mineira era Joaquim José da Silva Xavier, apelidado de Tiradentes porque exercia, entre outros o Ofício de Dentista.

Boa parte dos Líderes Intelectuais deste movimento conhecia aspectos do pensamento de Filósofos Iluministas Europeus – como Rousseau, Montesquieu, Voltaire e Diderot – e inspirava-se em alguns ideais que impulsionaram a Independência dos Estados Unidos (1776) e a Revolução Francesa (1789).

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Imagens da Inconfidência Mineira

A Inconfidência Mineira teve diversas interpretações ao longo do tempo, assim como aconteceu com a figura de Tiradentes, que se tornou um dos personagens mais importantes do movimento.

Sobre as diferentes maneiras de analisar a Inconfidência, o historiador Boris Fausto dá explicações interessantes. De acordo com ele, entre o final do Século XVIII e a Independência, a versão dos colonizadores prevaleceu,pois o próprio nome “Inconfidência” quer dizer falta de fidelidade, traição, desobediência ao Soberano, e foi dado pelas autoridades que reprimiram o movimento.

Durante Período Imperial, esse episódio continuou sendo incômodo aos governantes – descendentes da Monarquia Portuguesa, a mesma que mandara reprimir a Inconfidência e punir seus líderes.

Somente ao longo do Período Republicano os governantes mudaram a imagem que tinham da inconfidência. O movimento passou a ser visto como sendo o primeiro a lutar pela Independência, Tiradentes tornou-se “Herói Nacional” e o dia 21 de abril – data em que Tiradentes foi executado – passou a ser Feriado Nacional

Anos após, em 1936,o Governo Republicano tomou medidas para conferir à inconfidência uma Memória Oficial.

Em 1965, Tiradentes foi considerado, por lei, o “Patrono Cívico da Nação Brasileira”.

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Inconfidência Mineira

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Inconfidência Mineira

– Criar uma Universidade em Vila Rica, uma vez que a Elite preocupava-se com a educação de Nível Superior;

– Criar um Serviço Militar Obrigatório;

– Incentivar a natalidade – para favorecer ao povoamento – oferecendo pensões para as mães com muitos filhos.

Para realizar estes planos, havia pouca organização estratégica.

Os Inconfidentes não tinham Tropas nem armas para conquistar o poder.

Também não contavam efetivamente com a participação popular, pois o movimento não tinham propostas para melhorar as condições de vida da população em geral.

Na concepção de muitos historiadores, a Inconfidência Mineira não foi, portanto, uma Revolta de Caráter Popular.

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Inconfidência Mineira

Visava basicamente o Fim da Opressão Portuguesa, que prejudicava a Elite Mineira.

Não havia o propósito, entre os líderes, de acabar com a Exploração Interna – a escravidão, por exemplo – que atingia a maioria da população.

Segundo parece, chegou-se a uma solução de compromisso, pela qual seriam libertados os escravos nascidos no Brasil.

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Conjuração Baiana

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Conjuração Baiana

– Conjuração Baiana (1798)

Quase 10 anos depois da inconfidência Mineira, ocorreu na Bahia um novo movimento revolucionário, que deferia ao episódio mineiro por um motivo fundamental: foi promovido por Brancos e Negros Pobres.

Até mesmo alguns homens ricos e letrados que participaram da conjuração afastaram-se deste movimento quando perceberam seu alcance popular.

Participaram da Conjuração Baiana soldados, negros livres e escravos, e profissionais como alfaiates, pedreiros e sapateiros, motivo pelo qual o movimento também ficou conhecido pelo nome de Revolta dos Alfaiates.

Plano dos Revoltosos

Os planos dos Revoltosos Baianos incluíam medidas como:

– O fim da dominação portuguesa na região;

– A Proclamação de uma República Democrática;

– A Abolição da Escravatura;

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Conjuração Baiana

– O Aumento da Remuneração dos Soldados;

– A abertura dos Portos Brasileiros a navios de todas as Nações;

– A melhoria nas condições de vida da população.

Inspirados pela idéia de Liberdade, Igualdade e Fraternidade da Revolução francesa, por meio de panfletos distribuídos nas portas das igrejas e cartazes colados em muros e outros lugares públicos, os revoltosos conclamaram o povo a participar do movimento.

Um deles dizia: Está para chegar o tempo feliz da nossa Liberdade. O tempo em que todos seremos Irmãos.

O tempo em que todos seremos Iguais.

O Soldado Luiz Gonzaga das Virgens e Veiga foi apontado pelas autoridades do governo como provável autor deste panfletos.

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Conjuração Baiana

Violenta Repressão

O Governador da Bahia naquela época, Fernando José de Portugal e Castro, procurou descobrir quem eram os autores dos cartazes e panfletos que promoviam a revolta.

Não faltaram informantes que denunciassem o Plano dos Conspiradores.

Mais de 30 participantes da Revolta dos Alfaiates foram presos e processados.

Ao final, as penas mais severas, recaíram sobre os líderes mais pobres. Em novembro de 1799, quatro líderes mulatos foram enforcados e esquartejados:

– Os alfaiates João de Deus Nascimento e Manuel Faustino dos Santos e;– Os soldados Lucas Dantas e Luiz Gonzaga das Virgens e Veiga.

Tais métodos violentos de repressão tinham o objetivo de espalhar o pânico entre possíveis opositores do Sistema Colonial.

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Família Real no Brasil

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Família Real no Brasil

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Família Real no Brasil

Caminhos da Emancipação Brasileira

No início do Século XIX os exércitos de Napoleão Bonaparte, Imperador da França, dominavam diversos países Europeus.

A única força capaz de resistir aos Franceses era a poderosa Marinha de Guerra da Inglaterra.

Não podendo dominar a Inglaterra pela força militar, Bonaparte tentou vencê-la pela força Econômica.

Para isso, decretou em 1806 o Bloqueio Continental, o qual determinava que os países da Europa Continental deveriam fechar seus portos ao Comércio Inglês.

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Família Real no Brasil

Fuga da Corte Portuguesa

Nessa época, Portugal era governado pelo Príncipe Regente D. João, pois, sua mãe, a Rainha D. Maria I, tinha problemas mentais.

O Governante Português não podia cumprir as ordens de Napoleão e aderir ao Bloqueio Continental, já que os comerciantes de Portugal mantinham importantes relações com o Mercado Inglês.

Além disso, a Marinha Inglesa poderia reagir, atacando as Colônias Portuguesas, como o Brasil.

Assim D. João tratou de se manter neutro nesse conflito entre Franceses e Ingleses.

O Governo Francês não aceitou essa indefinição e determinou a Invasão de Portugal.

Sem condições de Resistir à Invasão das tropas napoleônicas, D. João e a Corte Portuguesa fugiram para o Brasil, sob proteção de uma esquadra Inglesa.

Chegaram à Bahia em 22 de janeiro de 1808.

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Família Real no Brasil

O Governo de D. João no Brasil

Um mês depois de sua chegada à Bahia, a Corte Portuguesa instalou-se no Rio de Janeiro, onde D. João organizou a estrutura administrativa da Monarquia Portuguesa.

– Nomeou Ministros de Estado;

– Colocou em funcionamento diversos Órgãos Públicos;

– Instalou Órgãos de Justiça;

– Criou o Banco do Brasil.

Analisando as diversas medida econômicas, culturais e administrativas que D. João adotou, podemos dizer que algumas contribuíram para o Processo de Emancipação Política do Brasil.

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– Fim do Monopólio Comercial

O Governo Inglês, sem perda de tempo, procurou tomar o máximo proveito da Proteção Militar que deu ao Governo Português. Interessado na expansão do mercado para suas Indústrias, pressionou D. João a acabar com o Monopólio Comercial sobre a Colônia.

Assim, seis dias após deu desembarque na Bahia, D. João decretou a Abertura dos Portos às “Nações Amigas”, isto é, ao Comércio Internacional.

Com essa medida, extinguia o Monopólio do Comércio Colonial, exceto para alguns poucos produtos, como Sal e Pau-Brasil.

Os comerciantes da colônia ganhavam Liberdade de Comércio e o Brasil começava a se Emancipar de Portugal.

Os donos de Indústria e Comerciantes Ingleses foram os grandes beneficiários da Abertura dos Portos, pois teriam o Mercado Brasileiro como Consumidor Potencial de seus produtos.

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– Tratado de 1810

Em tese, a abertura dos portos às “Nações Amigas” se aplicava a outros países, além da Inglaterra, que desejassem comercializar com o Brasil. Por isso, o Governo Inglês procurou obter privilégios para seus produtos.

Isso foi conseguido com a assinatura do Tratado de Comércio e Navegação de 1810, que reduzia para 15% a Taxa Alfandegária sobre produtos ingleses vendidos no Brasil.Dos demais países, era cobrada uma Taxa de 24%, e mesmo dos artigos Portugueses cobrava-se 16% de Taxa Alfandegária.

Manufaturados ingleses inundaram o mercado brasileiro: sapatos, tecidos, guarda-chuvas, talheres, ferramentas, charutos e até caixões para defunto.

Na expressão de Gilberto Freyre, houve uma “britanização” sistemática da economia brasileira, e somente em 1816 ocorreria uma equiparação nas taxas alfandegárias para Ingleses e Portugueses.

Mas estes não tiveram condições de competir com o bem-montado esquema comercial e industrial inglês.

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– Liberdade Industrial

Em 1808, foi decretada a Liberdade da Atividade Industrial no Brasil.

Em outras palavras, estava autorizada a instalação de fábricas na colônia.

Essa medida não foi, porém, suficiente para promover a industrialização em nosso país, pois a Abertura dos Postos e a assinatura do Tratado de 1810 com a Inglaterra dificultavam esse processo.

Havia também problemas com a falta de capital para investir em máquinas, de mão de obra especializada e de tecnologia industrial.

Além disso, produtores e comerciantes ingleses apenharam-se em impedir a expansão industrial local, pois não queriam perder o mercado interno brasileiro.

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– Promoção da Vida Cultural

O Governo de D. João foi responsável pela implantação no Brasil de diversas Academias e instituições de interesse cultural, como:

– A Academia Militar e da Marinha e o Hospital Militar;

– As primeiras Instituições de Ensino Superior, com a fundação de duas escolas de Medicina;

– O Jardim Botânico;

– A Biblioteca Real;

– A Imprensa Régia, que iniciou a publicação do Jornal Gazeta do Rio de Janeiro;

– A Academia de Belas Artes.

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Família Real no Brasil

Também foram contratados artistas e professores estrangeiros, que chegaram ao Brasil em 1816. era a chamada Missão Francesa, chefiada por Joachim Lebreton, que trazia por :

– O pintor Jean-Baptiste Debret;

– O escultor Auguste Taunay;

– O arquiteto Grandjean de Montigny;

– O músico Sigismund Neukomm;

Entre outros, assim, as realizações de D. João no âmbito cultural, durante os 13 anos de sua permanência no Brasil, foram grandes e variadas.

Não expressavam porém, a preocupação do Governante em beneficiar a maioria da população que vivia no Brasil.

Seu propósito foi fundamentalmente o de satisfazer os anseios das Elites Coloniais e da Corte que migrara para a Colônia.

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– Elevação do Brasil a Reino Unido

Em 1815, o Brasil foi elevado à categoria de Reino Unido a Portugal e Algarves.

Com essa medida, o Brasil adquiria Autonomia Administrativa e deixa de ser, na prática, Colônia de Portugal.

Além disso, consumava-se uma situação incomum para os portugueses: A Antiga Colônia tornava-se a Sede do Reino Unido.

Portugal e Brasil invertiam suas posições: A Colônia colonizando a Metrópole.

Essa “inversão colonial” foi crescentemente questionada em Portugal, sendo um dos fatores que impulsionaram o Movimento Recolonizador Português.

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Revolução Pernambucana (1817)

Quase duas décadas depois da Conjuração Baiana, durante a estada da Família Real Portuguesa no Brasil e o Governo de D. João VI, ocorreu um levante emancipacionista – dessa vez em Pernambuco – que ficaria conhecido como Revolução Pernambucana. Muitos pernambucanos estavam desgostosos com o crescente aumento dos Impostos, que serviam para sustentar o modo de vida da Corte Portuguesa instalada no Rio de Janeiro.

Além dessa insatisfação, outros dois problemas afetavam os habitantes da região:

– A Grande Seca de 1816 – que havia causado graves prejuízos à agricultura e provocado fome no Nordeste;

– A Queda dos Preços do Açúcar e do Algodão – que eram importantes produtos de Pernambuco, cujos preços estavam caindo no mercado internacional devido à concorrência do açúcar antilhano e do algodão Norte-Americano.

Tudo isso serviu de combustível para a Revolta contra o Governo de D. João VI.

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– Planos dos Revoltosos

Os diversos grupos sociais envolvidos nesse movimento tinham metas diferentes. Entretanto, era consensual o objetivo de Proclamar um República, que seria organizada conforme os ideais de Igualdade, Liberdade e Fraternidade que inspiraram a Revolução Francesa.

– Conquista do Poder

Ao tomar conhecimento da Revolta, o Governador de Pernambuco, Caetano Pinto de Miranda Montenegro, deu ordem às tropas para prender os Revoltosos. Estes, porém, conseguiram resistir à prisão e mataram os militares que tentavam dominá-los. O Governador, apavorado com a resistência, fugiu do palácio, mas foi preso pelos rebeldes pouco tempo depois. O movimento conseguiu, enfim, tomar o poder em Pernambuco e construir um Governo Provisório, que decidiu:

– Extinguir alguns Impostos;– Elaborar uma Constituição;– Decretar a Liberdade Religiosa e de Imprensa e a Igualdade para todos, exceto para os Escravos.

Não querendo se indispor com os Senhores de Engenho da região, os rebeldes diziam que pretendiam libertar os negros da escravidão de modo “Lento, Gradual e Legal”.

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Família Real no Brasil

– Reação Governamental

D. João VI tratou de combater violentamente a Revolução Pernambucana, enviando para a região Tropas, Armas e Navios.

Os Rebeldes foram duramente atacados e, depois de muita luta, acabaram por se entregar. Os Líderes do Movimento:

– Teotônio Jorge;– Padre Pedro de Souza Tenório;– Antônio Henriques;– José de Barros Lima, entre outros, foram Condenados à Morte

A Revolução Pernambucana é apontada como, praticamente, a Única Rebelião anterior à Independência Política do Brasil, que ultrapassou a fase de Conspiração.

Os Rebeldes tomaram o poder e permaneceram no governo por 75 dias, de 6 de março a 19 de maio de 1817.

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Família Real no Brasil

Retorno da Corte a Portugal

Em agosto de 1820, comerciantes da cidade portuguesa do Porto lideraram uma revolta conhecida como Revolução Liberal do Porto.

O movimento espalhou-se rapidamente por Portugal, encontrando apoio em diferentes setores da população: camponeses, funcionários públicos, militares, profissionais liberais, etc., chegou mesmo ate a conquistar adeptos no Brasil

Vitoriosos, os revoltosos conquistaram o poder em Portugal e decidiram elaborar uma Constituição, limitando os poderes de D. João VI.

Pretendiam também Recolonizar o Brasil, e exigiam o retorno do Rei D. João VI a Portugal.

O Rei queria ficar no Brasil e adiou o quanto pôde seu regresso à Europa. Entretanto, Tropas Portuguesas instaladas no Rio de Janeiro obrigaram-no a voltar para Portugal, no dia 26 de abril de 1821.

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Rompimento Definitivo

O Resultado das Pressões Portuguesas

Percebendo o crescente processo de Autonomia Política que ocorria no Brasil, D. João VI deixou seu filho Pedro como Príncipe Regente do país. O Monarca Português acreditava que, com isso, a unidade da monarquia portuguesa seria, posteriormente, restabelecida.

Essa “solução dinástica”, no entanto, não correspondia à “solução política” pretendida pelos membros das Cortes de Lisboa – A Assembléia de Deputados que passou a controlar o Governo de Portugal após a Revolução Liberal do Porto e representava, de modo geral, os interesses da Burguesia Portuguesa.

Devido a seu propósito de Recolonizar o Brasil, as cortes adotaram medidas que restringiam a Autonomia do Governo Brasileiro, enfraquecendo a autoridade de D. Pedro. Depois, passaram a exigir a volta do Príncipe Regente a Portugal.

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Rompimento Definitivo

– O Dia do Fico

Os Latifundiários e os Grande Comerciantes do Brasil perceberam as intenções dos deputados das Cortes de Lisboa e o quanto isso poderia prejudicar seus negócios.

As elites brasileiras preferiram, obviamente, manter a liberdade de comércio e a autonomia administrativa.

Para isso, portanto, organizaram-se em torno de D. Pedro, dando-lhe apoio para resistir e desobedecer às ordens que chegavam de Lisboa.

Criou-se, então, o Partido Brasileiro, que reunia homens de diferentes posições políticas – como José Bonifácio, Cipriano Barata e Gonçalves Ledo – mas que se uniram momentaneamente para enfrentar as Cortes e seu projeto de Recolonizar o Brasil.

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Rompimento Definitivo

O Partido Brasileiro elaborou um documento, que reuniu cerca de 8 mil assinaturas, pedindo que D. Pedro não voltasse para Portugal, como era o desejo das Cortes.

Ao receber este documento,no dia 9 de janeiro de 1822, D. Pedro declarou:

Como é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto: diga ao povo que FICO.

Este episódio ficou conhecido como o Dia do Fico.

D. Pedro permaneceu no Brasil e, meses depois, decretou que as ordens vindas das Cortes só seriam cumpridas mediante Sua Autorização.

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Rompimento Definitivo

Proclamação da Independência

Os membros da Corte de Lisboa continuaram tomando uma série de medidas com o objetivo de limitar a autoridade de D. Pedro.

O confronto chegou a tal ponto que obrigou o Rompimento Político com Portugal decidido por D. Pedro e pelas forças que o apoiavam.

No dia 7 de setembro de 1822, foi oficialmente Proclamada a Independência do Brasil, na cidade de São Paulo.

Ao regressar ao Rio de Janeiro, o Príncipe foi aclamado Imperador, sendo coroado com o título de D. Pedro I, em 1° de dezembro de 1822.

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Rompimento Definitivo

– Limites da Independência

A Independência Brasileira foi um processo liderado, em grande parte, pelos grupos que mais se beneficiaram com a ruptura dos laços coloniais, isto é, os Grandes Proprietários de terra e os Grandes Comerciantes.

A Separação Política tinha como principais objetivos, preservar a autonomia administrativa do país e a liberdade de comércio.

Assim, não buscou alterar as condições da vida da maioria da população. A escravidão africana foi mantida, e a maior parte das pessoas não teve grandes motivos para comemorações.

A biografia dos homens que assumiram a direção do movimento da Independência no Rio de Janeiro vem confirmar que representavam as categorias mais importantes da sociedade. Estavam empenhados em manter a ordem, evitar a anarquia e os “excessos do povo”.

Organizar o Estado sem colocar em risco o domínio econômico e social e garantir as relações externas de produção seriam seus principais objetivos.

A fachada liberal construída pela Elite Europeizada ocultava a miséria e a escravidão da maioria dos habitantes do país.

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Independência ou Morte

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Referência Bibliográfica

COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral: Volume 2 – 1ª edição – São Paulo, Saraiva, 2010.

FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo, Edusp, 1995.

MOTA, Carlos Guilherme. Brasil em Perspectiva. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 1990.

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