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Profa. Esp. Schirley Pimentel

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Profa. Esp.

Schirley Pimentel

O Cristianismo, dividido em 3 grandes

ramos – católicos, ortodoxos e protestantes,

é a religião que reúne, atualmente, o maior

número de seguidores: cerca de 34% da

população mundial.

Os católicos formam o grupo mais

numeroso dos cristãos (51%), seguidos

pelos protestantes (35%), que se dividem

em luteranos, anglicanos, calvinistas etc.

Que razões levaram à divisão do

cristianismo ocidental entre católicos e

protestantes?

Novas Interpretações da Bíblia.

Invenção da Imprensa (Gutenberg) = difusão da Bíblia, surgindo novas interpretações.

Correntes de pensamentos diferentes.

Santo Agostinho X São Tomás de Aquino

Santo Agostinho = “A salvação do homem é alcançada pela fé”.

(1225-1274)

São Tomás de Aquino = “A salvação do homem é alcançada

pela fé e pelas boas ações”.

(354-430)

Crítica ao comportamento do clero.

Simonia = Para ganhar dinheiro, o alto clero iludia a boa-fé de milhares de cristãos comercializando relíquias religiosas, em geral falsas.

Indulgências = Venda do perdão dos pecados. Mediante pagamento, destinado a financiar obras da Igreja, os fiéis poderiam comprar a “salvação eterna”.

Para piorar, boa parte dos sacerdotes desconhecia a própria doutrina católica e demonstrava falta de preparo para funções religiosas.

Nova ética religiosa.

A Igreja censurava a usura e o lucro

excessivo e defendia o preço justo. Os

comerciantes ficavam divididos entre a

busca do lucro e as obrigações morais.

Os defensores dos lucros desejavam

uma nova ética religiosa. Essa

necessidade foi atendida, em grande

parte, pela ética protestante (Calvino),

que surgiu com a Reforma.

Sentimento nacionalista. Havia conflitos políticos entre

autoridades da Igreja e alguns

governantes das monarquias européias.

Os reis passaram a considerar a Igreja

uma entidade estrangeira, enquanto esta,

insistia ser uma entidade universal.

Os países procuravam afirmar sua

independência em relação à Igreja, para

que esta não interferisse mais em seus

assuntos.

Martinho Lutero (1483-1546)

Nasceu na Alemanha e estudou

direito por influência do pai. Sua

forte inclinação para a vida

religiosa o fez ingressar na

Ordem dos Agostinianos (1505).

Em 1510 viajou a Roma e regressou

profundamente decepcionado com o clima de

avareza e corrupção do alto clero.

Entre 1511 e 1513, Lutero aprofundou-se nos estudos bíblicos e amadureceu novas idéias teológicas. Encontrou uma frase que considerou muito importante nas epístolas de São Paulo: “o justo se salvará pela fé”. Interpretou então que a fé, e não as obras, seria o único instrumento de salvação, graças à misericórdia divina.

Em 1517, com o objetivo de arrecadar dinheiro para a reconstrução da Basílica de São Pedro, o papa Leão X autorizou a concessão de indulgências para os fiéis que contribuíssem financeiramente para a obra. Lutero, em protesto, afixou um manifesto público (as 95 teses) na Catedral de Wittenberg contrário a essa atitude e expondo alguns elementos de sua doutrina religiosa.

Em 1520 foi excomungado.

21 – estão errados os pregadores de indulgências

que dizem que um homem é libertado e salvo de

todo castigo dos pecados pelas indulgências papais.

27 – Ele pregam que a alma voa para fora do

Purgatório tão logo tilinte o dinheiro jogado na caixa.

45 – Os cristãos deveriam aprender que todo aquele

que vê um homem necessitado e não o socorre, e

depois dá dinheiro para perdões, não está

comprando para si a indulgência do papa, mas a

cólera de Deus.

82 – Por que o papa não esvazia o Purgatório

apenas por caridade, se o faz através do dinheiro

que emprega na construção de uma basílica?

A fé cristã é o único caminho para a salvação eterna.

A Bíblia é a única fonte para a fé.

O livre exame é uma porta legítima para o entendimento da Bíblia.

Não aceita o culto aos santos católicos.

Não adora imagens religiosas.

Nega a autoridade do papa.

Em 1529, nobres alemães protestaram contra a Igreja em prol da liberdade de crença. A partir desse protesto os cristãos não católicos passaram a ser chamados de protestantes.

João Calvino (1509-1564) nasceu na França, onde estudou teologia. Aderindo às ideias dos protestantes foi considerado herege e perseguido pelas

autoridades francesas.

Em 1534, fugiu para a Suíça, onde o movimento reformista já se desenvolvia.

Em 1536, Calvino publicou sua principal obra, onde defendia que o ser humano estava “predestinado” a merecer o céu ou o inferno, ou seja, algumas pessoas haviam sido eleitas por Deus para serem salvas, enquanto outras seriam condenadas à maldição eterna.

Governou a cidade de Genebra (1541-1560), se mostrando extremamente intolerante. Obrigava as pessoas a seguirem um governo que mesclava religião e política.

Chegou a queimar vivo o espanhol Miguel de Servet (que dissecava os mortos) por negar o “pecado original”.

A salvação eterna é predestinada por Deus.

Pregava o estímulo ao trabalho e a legitimidade do lucro, condenando o desperdício.

A prosperidade econômica é um sinal de salvação.

Condenava o jogo, o culto às imagens de santos, as danças e o uso de roupas luxuosas.

Segundo o Calvinismo, as obras não interferiam na salvação eterna, sendo uma vontade divina. Não podendo interferi nessa vontade, cada pessoa deveria viver de acordo com as suas possibilidades. Embora o luxo fosse censurado, a acumulação de riquezas e o lucro não eram imorais. Fez muito sucesso com a burguesia.

Henrique VIII, rei da

Inglaterra de 1509 a 1547, fora

um fiel aliado do papa, recebendo o

título de “defensor da fé”.

Entretanto, uma série de questões

o levaram a romper com a Igreja católica e a fundar uma Igreja nacional: a Igreja Anglicana.

A Igreja era proprietária de muitas terras e monopolizava o comércio de “relíquias sagradas”. Setores da nobreza queriam apossar-se das terras e dos bens da Igreja e, para isso, era preciso apoiar o rei, a fim de enfraquecer o poder das autoridades católicas.

Além disso, Henrique VIII teve seu pedido de anulação de casamento com Catarina de Aragão negado. Queria essa anulação pelo fato de Catarina ter origem espanhola, por não ter dado um filho do sexo masculino a Henrique e para pode se casar com sua amante, Ana Bolena.

Henrique conseguiu que o alto clero inglês e o Parlamento reconhecessem seu divórcio. Em 1534, o Parlamento votou o Ato de Supremacia, pelo qual Henrique VIII tornava-se chefe supremo da Igreja da Inglaterra (Anglicana), sem grandes modificações em termos de doutrina e culto em relação à católica.

Ocorreram nos governos dos sucessores de Henrique VIII, tentativas de implantar o Calvinismo e também uma reação católica. Somente com o governo de Elizabeth I (1558-1603) a Igreja Anglicana consolidou-se.

X

Diante do avanço protestante, a primeira reação das autoridades da Igreja foi punir os principais reformadores. Esperavam que as ideias dos reformadores fossem sufocadas e o mundo cristão recuperasse a unidade perdida.

A tática, entretanto, não deu certo e em aproximadamente 50 anos, as igrejas protestantes tiveram a adesão de cerca de 40% dos europeus ocidentais.

Vejamos algumas das principais atitudes tomadas pelas lideranças da Igreja que caracterizaram a Contra-Reforma.

Em 1534, o militar e

religioso Ignácio de

Loyola fundou a Companhia

de Jesus. Os Jesuítas

consideravam- se os “soldados de Cristo” e

tinham por missão, inicialmente, combater a

expansão do protestantismo.

Sua principal estratégia foi investir na criação de

escolas religiosas. Também se empenharam na

catequese dos não-cristãos.

Em 1545, o papa Paulo III convocou um concílio na cidade de Trento. Em 1563, a Igreja apresentou um conjunto de decisões que procuraram garantir a unidade da fé católica e a disciplina eclesiástica:

Reafirmação dos sete sacramentos .

A crença na infalibilidade do papa.

Monopólio do clero católico na interpretação correta da Bíblia.

A salvação da fé depende da fé e das boas obras, negando a doutrina da predestinação.

O dogma religioso tem como fonte a Bíblia e a tradição religiosa.

Cristo se faz presente no ato da eucaristia.

Elaboração de um catecismo, a criação de seminários para a formação dos sacerdotes e a manutenção do celibato sacerdotal.

Os Tribunais da Santa Inquisição foram criados em 1231 para investigar e punir “crimes contra a fé católica”, foram, com o tempo, reduzindo suas atividades em diversos países.

Com o avanço do protestantismo, o Tribunal foi reativado em meados do século XVI. Uma de suas atribuições foi criar uma lista de livros proibidos aos católicos, o Index librorum prohibitorum. Além disso, receberam do papa autorização para utilizar até mesmo a tortura como forma de obter a confissão dos acusados.