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ANO VIII, Nº 09 - Aracaju | Sergipe | Brasil – Fevereiro - 2016 Entrevista com Dezir Vêncio NESTA EDIÇÃO: 05 .... Entrevista com Dezir Vêncio 11 .... Eventos 14 .... Aos que dormem 15 .... Palavras do Codificador – curas instantâneas (continuação) 17 .... Emancipação da Alma - letargia 19 ... Jacob Melo responde sobre o mal-estar após o passe “Há alguns temas que parecem ser mais difíceis de serem entendidos e assimilados do que outros, esbarram em fatores culturais, em crenças e em idealizações, por vezes bastante românticas e pouco racionais.” Pág. 07

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ANO VIII, Nº 09 - Aracaju | Sergipe | Brasil – Fevereiro - 2016

Entrevista com Dezir Vêncio

NESTA EDIÇÃO:

05 .... Entrevista com Dezir Vêncio

11 .... Eventos

14 .... Aos que dormem

15 .... Palavras do Codificador – curas instantâneas (continuação)

17 .... Emancipação da Alma - letargia

19 ... Jacob Melo responde sobre o mal-estar após o passe

“Há alguns temas que parecem

ser mais difíceis de serem

entendidos e assimilados do

que outros, esbarram em

fatores culturais, em crenças e

em idealizações, por vezes

bastante românticas e pouco

racionais.”

Pág. 07

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JORNAL VÓRTICE ANO VIII, n.º 09 - fevereiro - 2016 Pág. 02

Há pouco mais de 500 anos Cabral aportou no litoral brasileiro depois de meses de viagem nas caravelas

através do oceano Atlântico. Como será que ele reagiria se naquela época alguém lhe dissesse que no

futuro se poderia fazer a mesma viagem em apenas algumas horas em um meio de transporte que não

dependeria dos ventos e nem precisaria de velas? Esse visionário talvez fosse chamado de louco, poden-

do até ser queimado nas fogueiras da Inquisição como herege.

Há bastante tempo sabemos como as viagens a grandes distâncias podem ser rápidas e confortáveis em

modernos navios ou aviões.

O que nos reserva o futuro? Quais as possibilidades? O que as tecnologias e o ser humano serão capazes

de realizar?

Teletransporte? Comunicação telepática? Viagens interplanetárias? Se olharmos para o passado veremos

que o futuro nos reserva muitas surpresas.

Seria possível no futuro a cura das doenças pelo magnetismo sem o uso de medicação? É provável que

sim, visto que o magnetismo é a forma mais natural de tratamento, no qual o magnetizador dispõe das

suas energias como elemento terapêutico em favor do outro. Jesus mostrou na prática o imenso poten-

cial do magnetismo como recurso curativo, mesmo estando ele imerso em um corpo material denso. E

mais tarde quando os corpos se tornarem mais leves, mais sutis?

Para que o Magnetismo se espalhe pelo mundo e se torne uma terapêutica aceita pela maioria há um lon-

go caminho de muito estudo e dedicação. Lembrando uma frase do Marquês de Puységur, um dos maio-

res magnetizadores da história:

Em física, um fato prova mais do que todos os raciocínios possíveis; está aí, penso eu, um axioma

que ninguém pode contradizer. Os efeitos produzidos pelo magnetismo animal são físicos, então

somente pela multiplicidade dos fatos e das experiências repetidas, sempre com o mesmo sucesso, é

que se pode pretender convencer o público da existência do agente que se lhe anuncia.

Dessa forma, é preciso confiar e trabalhar, pois sem isso os resultados serão improfícuos e todo o esforço

dos precursores do Magnetismo terá sido em vão.

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JORNAL VÓRTICE ANO VIII, n.º 09 - fevereiro - 2016 Pág. 03

Ser espírita é crer em DEUS Que é inteligência suprema Causa primeira de todas as coisas. É crer que há muitas moradas Na casa do PAI. Ser espírita é ser cristão É seguir JESUS de alma e coração. Ser espírita é estudar KARDEC Para nos aprimorar E o MAGNETISMO Ciência irmã do ESPIRITISMO estudar Para entender a energia Que vibra no UNIVERSO. Como rimas e versos Em equilíbrio constante Que nos envolve a todo instante. Ser espírita é nos conhecermos É vigiar e orar Para um ser melhor nos tornarmos. Ser espírita é acreditar na reencarnação Como uma lei de justiça e evolução É entender que tudo que recebemos É a colheita da nossa plantação. Ser espírita é doar o pão Material e espiritual É estender a mão É consolar coração. Ser espírita é ensinar Com carinho nosso irmão. Ser espírita é matar a morte

Maria Silvana

E crer que a vida continua Depois do túmulo. É preparar o futuro Para novamente nos encontrarmos. Ser espírita é na comunicação Dos espíritos acreditar. Ser espírita é ter moral É compreender o outro É aceitar que cada um Está num grau de evolução. Ser espírita é ser responsável Na tarefa que abraçamos É ter calma e paciência E ter perseverança e vontade É nos entregarmos Para um novo ser criar. Ser espírita é crescer na dor É aceitar com amor e resignação As nossas provas e expiação. Ser espírita é encontrar na Doutrina Amparo socorro e solução. Ser espírita é ter LUZ No caminho de escuridão. Ser espírita é encontrar A porta da felicidade. Ser espírita é sentir saudade Mas sabendo que a vida do Espírito Tem a imortalidade. Ser espírita é ser por inteiro Corpo, alma e coração.

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Pág. 04

O Vórtice tem como

objetivo a divulgação da ciência magnética dentro

da ótica espírita.

EXPEDIENTE:

Adilson Mota de Santana

Edição e diagramação

Marcella Silas Colocci Revisão

Maria de Lourdes L. Lisboa

Fotografia

Erna Barros Jornalista

As edições do Vórtice podem ser acessadas e baixadas no site

www.jacobmelo.com

JORNAL VÓRTICE ANO VIII, n.º 09 - fevereiro - 2016 Pág. 04

Não nos responsabilizamos

pelas ideias expostas nos artigos

particulares.

Ajude a fazer o Vórtice enviando

seus textos, notícias sobre cursos e

seminários, estudos de casos, pesquisas

sobre Magnetismo... para

[email protected]

O Vórtice se dá o direito de fazer a correção ortográfica e gramatical dos textos recebidos.

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JORNAL VÓRTICE ANO VIII, n.º 09 - fevereiro - 2016 Pág. 05

Observar que profissionais da medicina estão à frente dos estudos relacionados ao Magnetismo nos mostra que a relação entre ambas as ciências é possível e desejável diante dos diversos resultados positivos que se tem obtido junto aos tratamentos através dos fluidos magnéticos. A pouco meses do Encontro Mundial de Magnetizadores Espíritas, o Vórtice entrevistou o médico especialista em nefrologia, palestrante espírita e membro da Associação Médico Espírita (AME), Dr. Dezir Vêncio. Ele nos ofereceu um pouco de sua experiência com a ciência do magnetismo, a partir dos estudos que tem realizado, dos cursos ministrados e também falou sobre sua passagem pela Federação Espírita do Estado de Goiás, onde hoje é membro do conselho deliberativo.

J.V. - Como se deu seu primeiro contato com o Magne-

tismo?

Dezir - Tomei contato com o Magnetismo ao adquirir o

livro O Passe de Jacob Melo, há alguns anos. Em setembro

de 2007 conheci Jacob na Irradiação Espírita Cristã, em um

seminário de Passe. Em outubro de 2007 fui convidado

pelos trabalhadores da Comunidade Espírita Ramatis que

estavam iniciando um grupo de Magnetismo (entre eles,

meu filho Paulo), e a partir daí não parei mais.

Como tem sido sua experiência com o Magnetismo em

Goiânia? Que cursos tem ministrado?

Pela bondade dos irmãos, eu passei a coordenar o estudo

do Magnetismo na nossa Casa Espírita. Mas começamos

com vários irmãos a difundir os estudos com seminários de

Passe e do tratamento para depressão em vários Centros

espíritas da capital e do interior do Estado. Hoje contamos

com grupos operosos nas cidades de: Goiânia, Santa Hele-

na, Itaberaí e São Luiz dos Montes Belos. Temos também

alguns grupos em formação em Acreúna, Jataí, Itumbiara e

em mais uma Casa em Itaberaí. Na Comunidade Espírita

Ramatis, temos ministrado seminários de Passe e do trata-

mento para depressão pelo Magnetismo (TDM) duas vezes

ao ano. Estamos incentivando também a formação de um

grupo de magnetizadores no Centro Espírita S. Bento e

Vovó Mariana, no município de Ituiutaba-MG. E em outras

Casas Espíritas de Goiânia, temos ministrado os mesmos

seminários, aguardando que os participantes formem

novos grupos.

Durante seu período na Federação Espírita (GO), como

o Magnetismo era visto pela entidade?

Como a Federação Espírita Brasileira (FEB) o vê, ou seja,

só para ser visto, mas não para ser utilizado. Me lembro

de ter cobrado do Presidente da FEEGO, na época, uma

posição, e tive como resposta que ele respeitava o Mag-

netismo e as suas técnicas, mas eram os Espíritos que

estavam preparados para executá-las. No meu período

de Vice-presidente (dois anos), conseguimos realizar um

seminário de Passe na Federação, mas em seguida o Pre-

sidente reuniu a Diretoria para informar que o passe na

Casa continuaria a ser por imposição.

Diante dessa situação, qual a importância do Magne-

tismo hoje nas Casas Espíritas?

A grande maioria das Casas Espíritas ainda é dirigida por

irmãos acomodados, de mentes fechadas ao estudo

aprofundado do Magnetismo ou da ciência espírita, que

na verdade são uma única ciência. O fato de Alan Kardec

ter estudado, pesquisado, e utilizado ele mesmo o Mag-

netismo em uma patologia ocular, não os sensibiliza.

Mas, num trabalho de formiguinhas, estamos difundindo

o Magnetismo, mostrando o quanto podemos fazer, com

sua aplicação responsável e amorosa.

Por Erna Barros

Dezir Vêncio e a esposa Virgília

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JORNAL VÓRTICE ANO VIII, n.º 09 - fevereiro - 2016 Pág. 06

Na sua opinião, como a prática do Magnetismo pode

ajudar o indivíduo “comum”, fora das Casas Espíritas? Ou

ainda, como as técnicas magnéticas podem auxiliar o

indivíduo no seu dia a dia? Isso seria aconselhável?

Preferencialmente não devemos aplicar passes fora da

Casa Espírita, pois ela está energeticamente preparada

para transmitirmos essas doações. No entanto, às vezes

nos deparamos com quadros agudos, em horários em que

o Centro Espírita não funciona ou em situações em que

será mais fácil prestarmos o socorro; então, quando solici-

tados, deveremos ajudar (evidentemente não premiando

o comodismo de pessoas que não querem se deslocar até

às Casas Espíritas). No nosso Estado, Goiás, é muito co-

mum encontrarmos as chamadas benzedeiras (dores), que

aliviam os chamados “quebrantos”, “ventos virados”,

“espinhelas caídas”, “cobreiros” etc. prestando grandes

serviços às comunidades nas quais estão inseridas. Esse

recurso foi utilizado também pelo Senhor Alan Kardec,

que, quase cego (diagnosticado por oftalmologista), se

beneficiou de uma magnetizadora (benzedeira), que o

curou.*

Quais as suas expectativas para o próximo Encontro

Mundial de Magnetizadores Espíritas (EMME), que acon-

tecerá este ano em Natal-RN? Irá apresentar algum tra-

balho ou abordará algum tema específico?

Estou ansioso para rever os amigos magnetizadores, abra-

çá-los, e especialmente ver os trabalhos que serão levados

por Adilson, por Ana Vargas e por tantos outros estu-

diosos. Por ser no Lar Espírita Alvorada Nova (LEAN), Casa

de Jacob Melo, de João Francisco, de Dona Dagmar e de

tantos e queridos trabalhadores do Magnetismo, tenho a

certeza absoluta de que será inesquecível.

Na sua opinião, quais as principais descobertas que têm

sido feitas recentemente e que auxiliam o desenvolvi-

mento da ciência magnética?

Hoje nós temos dois processos de investigação científica

muito bons: a bioeletrografia (foto Kirlian), que é uma

fotografia da ionização dos gases e dos vapores exalados;

e em wave (NASA), que é um registro da propagação das

ondas eletromagnéticas usando como referência os bati-

mentos do coração (sístole e diástole). Estamos fazendo

estudos sérios do ponto de vista científico, bem como

ajudando aos nossos assistidos, na resolução de suas

energias desarmonizadas, mas também no acompanha-

mento dos seus tratamentos.

Partindo de sua experiência prática e de sua vivência e

estudos dentro da área, o que o indivíduo precisa para

ser um bom magnetizador?

O Senhor Allan Kardec dizia que a moralidade não pode

ser afastada do magnetizador. E que pela vontade e pela

confiança (fé), torna-se mais eficiente a ação magnética.

A vontade estimula o cérebro e os plexos, conseguindo

então uma emissão fluídica mais intensa e firme. Lembre-

mos das palavras: “Espíritas, amai-vos e instruí-vos”, disse

o codificador. O magnetizador precisa saber o que está

fazendo, o que pode fazer, entendendo que se a sua

vontade é a de fazer o bem, poderá conseguir resultados

que pareceriam prodígios.

*Ver: Paulo Figueiredo. Artigo: Magnetismo e Espiritismo. Cultura Espírita, junho de 2012. Disponível em http://www.portaliceb.org.br Artigo: Por que o Magnetismo?, de Dezir Vêncio. Disponível em http://medicinaespiritual.blogspot.com.br

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JORNAL VÓRTICE ANO VIII, n.º 09 - fevereiro - 2016 Pág. 07

Há alguns temas que parecem ser mais difíceis de serem enten-

didos e assimilados do que outros, esbarram em fatores cultu-

rais, em crenças e em idealizações, por vezes bastante român-

ticas e pouco racionais. A divergência de pensamento é um des-

ses. Temos dificuldade de conviver com o pensamento divergen-

te do nosso. Ainda reagimos de forma muito sectária, vemos ali-

ados e adversários, enquanto que somos todos seres humanos

caminhando para ampliar o que cremos ser a verdade, buscando

crescer. Já deveríamos ter superado isso, afinal podemos estar

em desacordo com nós mesmos em dois períodos da vida terre-

na, vivemos momentos de discórdia interna e a nossa evolução

se processa nessa alternância permanente. Discordância não é

inimizade, nem absoluta incompatibilidade, é algo natural e ne-

cessário à evolução.

Assim é com o conhecimento do Magnetismo. Não é fenômeno

da atualidade as discussões, pontos de vista e práticas diver-

gentes. Ao longo da história do Magnetismo, distinguiram-se cla-

ramente três períodos, ou se quisermos chamar três escolas. É

interessante conhecê-las e aqui separei-as didaticamente, mas

será fácil notar que, como em toda classificação, ela nada tem

de absoluta, pois há zonas semelhantes ao arco-íris, que ao lon-

ge vemos faixas de cores distintas, mas se aproximarmos a ima-

gem não saberemos traçar uma linha dizendo onde uma começa

e a outra termina.

Podemos dizer que as três principais escolas de Magnetismo

são: a de Mesmer, a de Puységur e a dos espiritualistas. Vejamos

brevemente cada uma delas.

A de Mesmer admite a existência de um fluido universal preen-

chendo os espaços e servindo como meio de comunicação entre

todos os corpos, que qualifica como uma matéria sutil, de ema-

nações etc. Apoia-se na filosofia de Epicuro.

A de Puységur reconhece uma ação física, na qual, a alma inter-

fere pelo poder da vontade e, pelas práticas que somente a ex-

periência nos faz reconhecer. Baseia-se na observação.

EVOLUÇÃO DO

MAGNETISMO

[email protected]

Ana Vargas

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JORNAL VÓRTICE ANO VIII, n.º 09 - fevereiro - 2016 Pág. 08

Os Espiritualistas pretendem que tudo depende da von-

tade; após ter estabelecido uma ligação para deter-

minar e fixar sua atenção, eles acreditam não haver

mais a necessidade do toque, eles agem pelo pensa-

mento, pela intenção, pela oração etc. Baseiam-se na

filosofia de Platão.

As crises assustadoras cessam quase totalmente, a tos-

se, o soluço, as risadas imoderadas, tão frequentes nos

tratamentos de Mesmer, aparecem raramente e quan-

do acontecem tais efeitos fazem-nos cessar facilmente.

Uns pretendiam que os gestos executados sem serem

acompanhados da vontade de agir e, mesmo com uma

vontade contrária, não eram menos magnéticos e pro-

duziriam os efeitos costumeiros. Outros acreditavam

que a vontade de agir devia acompanhar os gestos e

que sem ela aqueles seriam impotentes; havia mesmo

quem olhasse os gestos como inúteis ao desenvol-

vimento do Magnetismo, e não os viam senão como um

meio mecânico apto para fixar a atenção do magne-

tizador e sustentar a sua vontade, a qual era sensato

reconhecer como a única causa dos fenômenos.

Escola de Mesmer

Durante a aplicação do magnetismo, segundo seus métodos, o

magnetizado era submetido a dores vagas por todo o corpo,

mas, sobretudo na cabeça e no estômago; a aumento ou a

supressão da transpiração cutânea; palpitações; sufocações

momentâneas; algumas vezes, uma exaltação moral e um

sentimento vivo de bem-estar; o sistema nervoso parecia o

mais afetado; os órgãos dos sentidos experimentavam modifi-

cações estranhas, por exemplo: zumbidos nos ouvidos, verti-

gens e algumas vezes, uma espécie de sonolência com uma

característica particular. Cresciam até as convulsões.

Como esta crise era habitualmente o desfecho dos efeitos

produzidos, tinham-na como o objetivo da ação magnética e

como o meio empregado pela Natureza para curar. As con-

vulsões eram assustadoras por sua força e duração. Os doen-

tes em crise eram imediatamente transportados para uma

sala vizinha, chamada por causa de sua destinação, sala das

crises. Os doentes submetidos a uma ação idêntica garga-

lhavam ou desfaziam-se em lágrimas; eram impelidos fre-

quentemente uns na direção dos outros por movimentos irre-

sistíveis de simpatia, testemunhavam-se a mais viva afeição.

Mas, o mais surpreendente era a influência prodigiosa do

magnetizador sobre os enfermos. Um sinal de sua vontade

suscitava ou acalmava as convulsões, comandava o amor ou o

ódio, sua varinha parecia um instrumento mágico ao qual obe-

deciam as almas e os corpos. Eles reconheceram que o obje-

tivo que se devia oferecer -- a cura dos enfermos -- era difi-

cilmente obtida com seus procedimentos.

Du Potet em Sete Lições de Magnetismo avalia que talvez as

curas não fossem numerosas com essa prática, pois o Magne-

tismo para agir com eficácia necessita silêncio, recolhimento

e discernimento na escolha das técnicas.

FRANZ ANTON MESMER

(1734 – 1815)

“Como esta crise era habitualmente o

desfecho dos efeitos produzidos,

tinham-na como o objetivo da ação

magnética e como o meio empregado

pela Natureza para curar.”

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JORNAL VÓRTICE ANO VIII, n.º 09 - fevereiro - 2016 Pág. 09

Escola de Puységur

Assinala oficialmente o fenômeno do sonambulismo.

Grande descoberta atribuída ao Marquês de Puységur,

que já advertia que o estado sonambúlico exige grandes

precauções e, não é necessário sobrecarregar o sonâm-

bulo de perguntas, e sim, deixá-lo tomar conhecimento

do seu estado. Se o enfermo estremecer ou tiver leves

movimentos convulsivos, é preciso imediatamente ces-

sar sua primeira ação para que não se ocupe apenas em

acalmar seus sofrimentos etc.

Identificou gradações no fenômeno de sonambulismo, a

saber:

Simples cochilo.

Fazer fechar os olhos sem que ele os possa abrir; então

ele ouve a todos e não está completamente dentro do

estado magnético. Este estado de “meia-crise” é muito

comum. São também favoráveis à saúde.

Crise completa

Essa Escola deixa como principais lições à evolução do

conhecimento a respeito do magnetismo humano, que:

É preciso encontrar um grande propósito a cumprir, e

isso se fará, reconhecendo em si um princípio espiritual

emanado do Criador do Universo, que o fará sentir a

necessidade de satisfação contínua de sua alma, que do

mesmo modo que o princípio se compraz no bem, na

ordem e na verdade. Esta convicção íntima aumenta

muito o poder de fazer o bem.

Os enfermos que não tombavam em crise eram curados

mais rápido do que aqueles que tombavam. E, em con-

sequência dessas numerosas observações, acreditou po-

der estabelecer, contrariando seu mestre, que as con-

vulsões eram um estado contrário à Natureza, que bem

longe de servir à cura das doenças a ela se opunham

sensivelmente, e que enfim, devia-se procurar mais

acalmá-las quando surgissem do que fazê-las nascer.

Divergiam quanto aos métodos.

Introduziu mudanças na prática do Magnetismo.

Aplicação de passes a certa distância do magnetizado

(sem toque).

Experiência com um homem jovem, saudável.

ARMAND JACQUES CHASTENET DE PUYSÉGUR

(1751 – 1825)

“É preciso encontrar um

grande propósito a

cumprir, e isso se fará,

reconhecendo em si um

princípio espiritual

emanado do Criador do

Universo, que o fará sentir

a necessidade de

satisfação contínua de sua

alma (...)”

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Escola Espiritualista

Principal autor: Deleuze.

Exigia para ser magnetizador que tivessem as virtudes teológicas:

a fé, a esperança e a caridade.

Compromisso

Mínimo de testemunhas, todas crentes.

Paciente deveria crer e ter esperança.

Orientava a prática magnética da seguinte forma:

Após estar recolhido, prenda os polegares do magnetizado entre

os seus dois dedos de maneira que o interior dos seus polegares

toque o interior dos dele e fixe seus olhos sobre ele. Você ficará

assim de dois a cinco minutos, até sentir que se estabeleceu um

calor igual entre os polegares dele e os seus. Feito isso, retire suas

mãos afastando-as à direita e à esquerda e girando-as de maneira

que suas superfícies internas estejam para fora e eleve-as até a

altura da cabeça; então as coloque sobre os dois ombros, deixan-

do-as aí, aproximadamente por um minuto, depois as conduza ao

longo dos braços até a extremidade dos dedos, tocando-os leve-

mente.

Defendia a aplicação deste passe cinco ou seis vezes, sempre

recolhendo suas mãos e as afastando um pouco do corpo para

voltar a subir. Colocando a seguir suas mãos sobre a cabeça e

mantendo-as ali um momento e ao descer suas mãos, passando

diante do rosto à distância de uma a duas polegadas, até o “vazio

do estômago” e as mantendo neste local aproximadamente dez

minutos, colocando os polegares sobre o “buraco do estômago” e

os outros dedos abaixo e pelos lados do corpo. Depois orientava

descer lentamente até os joelhos. Repetia os mesmos procedi-

mentos durante a maior parte da sessão. O magnetizador deveria

se aproximar algumas vezes do enfermo de maneira a colocar

suas mãos atrás dos ombros para descer lentamente ao longo da

espinha dorsal e daí sobre os quadris e ao longo das coxas até os

joelhos ou os pés.

Quando terminasse a sessão, deveria ter o cuidado de atrair às

extremidades das mãos e dos pés, prolongando seus passes até lá

e sacudindo seus dedos a cada vez.

Du Potet criticava a padronização adotada por

essa escola na prática do Magnetismo, pois para

ela os passes a serem feitos devem ser registrados

com uma atenção minuciosa, fazendo parecer que

não terão senão que “girar” a manivela para obter

o sonambulismo com todas as suas maravilhas e,

que lhes bastará um pouco de memória, de pa-

ciência e de resignação, para ser um bom magne-

tizador.

Recriminava-a por ter atribuído muita importância

à metodologia prática de magnetizar, empregando

procedimentos complexos e defendia procedi-

mentos menos complicados e que o magnetizador

deveria aprender a escolher o melhor método. No

seu entender, isso evitaria o grande defeito dos

magnetizadores em geral, que é escutar antes a

imaginação do que a Natureza, à qual pretendem

ditar leis, sem ter, previamente, estudado suas

forças.

Du Potet conclui sua análise sobre essa escola

dizendo algo em que nunca será de mais refletir-

mos buscando evitar essa pedra de tropeço, dizia

ele: Muitos magnetizadores raciocinam mal.□

Bibliografia: Sete Lições de Magnetismo, do Barão Du

Potet.

JOSEPH PHILIPPE FRANÇOIS DELEUZE

(1753 – 1835)

“Du Potet criticava a

padronização adotada

por essa escola na prática

do Magnetismo, pois

para ela os passes a

serem feitos devem ser

registrados com uma

atenção minuciosa (...)”

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JORNAL VÓRTICE ANO VIII, n.º 09 - fevereiro - 2016 Pág. 11

Como tem ocorrido nos últimos anos, sempre aos 2º, 3º e

4º finais de semana de janeiro, o LEAN – Lar Espírita Alvo-rada Nova, de Parnamirim/RN, juntamente com Jacob Melo, realizam um grande seminário sobre Magnetismo.

Neste ano (nos dias 9, 10, 16, 17, 23 e 24 de janeiro) o seminário trouxe algumas inovações, tanto literárias como sobretudo práticas, como a demonstrar que essa Ciência segue em franco progresso, dando oportunidades de melhores aplicações terapêuticas e reforçando a base dos conhecimentos.

Além de muitas referências e conexões do assunto com o que nos legou o grande Allan Kardec e outros magneti-zadores clássicos, trechos e citações da nova obra (que sairá em breve pela Editora Vida & Saber) do Charles Lafontaine - A Arte de Magnetizar - ilustraram sobrema-neira como era visto e vivido o Magnetismo antes da Doutrina Espírita.

Na parte prática, entretanto, Jacob inovou bastante trazendo alguns exercícios, os quais inegavelmente melho-ram os movimentos dos magnetizadores, novos ou anti-gos. Para isso ele fez uso de mesas e também das paredes, orientando como deveriam ser os movimentos das mãos e braços a fim de se obter os melhores resultados das técni-cas.

Ao final, havia uma opinião geral de que o Seminário deste ano foi muito bom mesmo, com os participantes adqui-rindo maior segurança e melhor percepção dessa ciência abençoada.

ESTUDANDO O MAGNETISMO

COM JACOB MELO

Teve pessoas e delegações de várias partes: São Paulo (capital), Campinas, Niterói, Campos dos Goy-tacazes, Uberlândia, Brasília, Recife, Paulista, Chá Grande, Arco Verde, Jaboatão, Campina Grande, Heidelberg (Alemanha), e de várias cidades do Rio Grande do Norte: Natal, Parnamirim, Macaíba, Pedro Velho, Mossoró.

E para quem tenha interesse em participar desse evento em 2017, as datas já estão definidas: dias 07, 08, 14, 15, 21 e 22 de janeiro. As inscrições estarão abertas no segundo semestre através do site www.jacobmelo.com.□

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JORNAL VÓRTICE ANO VIII, n.º 09 - fevereiro - 2016 Pág. 12

Mostrando todo o dinamismo que possuem, André Moury,

Carmem Dolores e Wandson Marçal iniciaram no dia 21 de fevereiro mais um curso de Magnetismo na cidade de Recife, Pernambuco.

As aulas serão aos domingos das 16 às 18:00 até o dia 29 de maio deste ano.

Na primeira aula foi apresentado um breve histórico do Magnetismo, o porquê devemos estudá-lo e sobre os fluidos.

Para quem quiser participar ainda há chance, segundo André Moury. O curso é totalmente gratuito e qualquer um pode se inscrever.

A Fraternidade Espírita Amor em Evolução, situada à Rua Salvador de Sá, 251, no Bairro Rosarinho, na cidade de Recife é o local onde o curso está sendo ministrado.

As aulas serão realizadas nas seguintes datas:

13/03

10/04

17/04

15/05

29/05

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JORNAL VÓRTICE ANO VIII, n.º 09 - fevereiro - 2016 Pág. 13

O 9.º Encontro Mundial de Magnetizadores Espíritas

terá como sede o LEAN - Lar Espírita Alvorada Nova, em

Parnamirim/RN – cidade da Grande Natal.

A pré-inscrição para participar do evento já pode ser feita através

do site oficial do EMME: www.emmev.com.br.

Lembre-se que somente magnetizadores e estudantes da ciência

magnética podem participar.

Individualmente ou em grupo está na hora de nos mobilizarmos

para participar deste grande evento.

As vagas são limitadas, portanto, não perca tempo. Inscreva-se

já!

Eu vou! E você?

Inscrições feitas até o dia 10/novembro/2015 R$ 110,00

Inscrições feitas de 11/11 até 29/janeiro/2016 R$ 130,00

Inscrições feitas a partir de 30/janeiro/2016 R$ 150,00

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Ide e curai os enfermos!

Convocou Jesus há cerca de 2 mil anos atrás, relembrando a todos aqueles que esqueceram seu papel de co-criadores e mantenedores da ordem no universo e nas criaturas existentes.

À todo momento grande quantidade de espíritos encarnam nas diversas para-gens criadas pelo Pai com o objetivo inexorável de evolução.

A cada nova viagem, a cada nova chegada no mundo material, os viajores es-quecem, mesmo que parcialmente, os potenciais divinos latentes, e o deslum-bramento com as facilidades e prazeres momentâneos os afastam do objetivo encarnatório. A disciplina, o esforço que precedem, e são indispensáveis para as conquistas intelecto-morais são encaradas como fardos muito pesados e são relegados a um futuro distante e muitas vezes utópico .

A misericórdia divina envia, constantemente, lembretes, convites e até mesmo alertas ,quanto a retomada ao caminho do bem.

O divino mestre nazareno em caráter providencial enviou seus mensageiros de amor, com o objetivo de trazer à lembrança dos encarnados a claridade do código de conduta moral universal, traduzido em seu evangelho.

Com os ensinamentos relembrados pela Doutrina Espírita o homem passou de Ser passívo, vitimizado, para protagonista de sua própria história e futuro.

O conhecimento de sua origem o faz compreender as faculdades inerentes a sua condição de criatura divina e a responsabilidade sobre a necessidade do desenvolvimento de tais faculdades para o exercício de co-criação evolucional e amparo as necessidades de seus irmãos de jornada.

Aliviar, amparar, cuidar, curar! Ações inerentes ao espírito, cabendo-lhe apenas a tarefa de estudo e desenvolvimento teórico-prático de seus poten-ciais.

O magnetismo, a capacidade de interferir e influir no campo energético de outras pessoas através do direcionamento mental e vontade enérgica é o evidenciamento do DNA divino na criatura perfectivel.

Quando Léon Denis disse “o magnetismo vem a ser a medicina dos humildes e dos crentes, do pai de família, da mãe para seus filhos, de quantos sabem verdadeiramente amar. Sua aplicação está ao alcance dos mais simples. Não exige senão a confiança em si, a fé no poder infinito que por toda a parte faz irradiar a vida e a força” convocou todos ao exercício de amor ao próximo exemplificado ao extremo de nosso conhecimento pelo Mestre Nazareno.

Despertemos no papel de auxílio aos em situação inferior a nossa, para que possamos responder a contento quando formos interrogados:

O que fizestes da oportunidade encarnatória que te foi dada?□

AOS QUE DORMEM Vagner Reale

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PALAVRAS do Codificador

REVISTA ESPÍRITA

Março de 1868

CURAS INSTANTÂNEAS

(Continuação)

Consideradas unicamente do ponto de vista fisiológico, as doen-

ças têm duas causas, que até hoje não foram distinguidas, e que

não podiam ser apreciadas antes dos novos conhecimentos

trazidos pelo Espiritismo. É da diferença destas duas causas que

ressalta a possibilidade das curas instantâneas, em casos

especiais, e não em todos.

Certas moléstias têm sua causa original na própria alteração dos

tecidos orgânicos; é a única que a Ciência admite até hoje. E

como, para a remediar, não conhece senão as substâncias medi-

camentosas tangíveis, não compreende a ação de um fluido im-

palpável, tendo a vontade como propulsor. Entretanto, aí estão

os curadores magnéticos para provar que não é uma ilusão.

Na cura das doenças desta natureza, pelo influxo fluídico, há

substituição das moléculas orgânicas mórbidas por moléculas

sadias. É a história de uma velha casa, cujas pedras carcomidas

são substituídas por boas pedras; tem-se sempre a mesma casa,

mas restaurada e consolidada. A torre Saint-Jacques e Notre-

Dame de Paris acabam de sofrer um tratamento deste gênero.

A substância fluídica produz um efeito análogo ao da substância

medicamentosa, com esta diferença: sendo maior a sua penetra-

ção, em razão da tenuidade de seus princípios constituintes, age

mais diretamente sobre as moléculas primeiras do organismo do

que o podem fazer as moléculas mais grosseiras das substâncias

materiais. Em segundo lugar, sua eficácia é mais geral, sem ser

universal, porque suas qualidades são modificáveis pelo pensa-

mento, enquanto as da matéria são fixas e invariáveis e não

podem aplicar-se senão em determinados casos.

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Tal é, em tese geral, o princípio sobre o qual repousam

os tratamentos magnéticos. Acrescentemos sumaria-

mente, e de memória, já que não podemos aprofundar

aqui o assunto, que a ação dos remédios homeopáticos

em doses infinitesimais, é baseada no mesmo princípio;

a substância medicamentosa, levada pela divisão ao

estado atômico, até certo ponto adquire as propriedades

dos fluidos, menos, todavia, o princípio anímico, que

existe nos fluidos animalizados e lhes dá qualidades es-

peciais.

Em resumo, trata-se de reparar uma desordem orgânica

pela introdução, na economia, de materiais sãos substi-

tuindo materiais deteriorados. Esses materiais sãos po-

dem ser fornecidos pelos medicamentos ordinários in

natura; por esses mesmos medicamentos em estado de

divisão homeopática; enfim, pelo fluido magnético, que

não é senão matéria espiritualizada. São três modos de

reparação, ou melhor, de introdução e de assimilação

dos elementos reparadores; todos os três estão igual-

mente na Natureza, e têm sua utilidade, conforme os

casos especiais, o que explica por que um tem êxito onde

outro fracassa, porquanto seria parcialidade negar os

serviços prestados pela medicina ordinária. Em nossa

opinião, são três ramos da arte de curar, destinados a se

suplementarem e a se completarem, conforme as cir-

cunstâncias, mas dos quais nenhum tem lastro para se

julgar a panaceia universal do gênero humano.

Cada um desses meios poderá, pois, ser eficaz, se

empregado a propósito e adequado à especialidade do

mal; mas, seja qual for, compreende-se que a substi-

tuição molecular, necessária ao restabelecimento do

equilíbrio, não pode operar-se senão gradualmente, e

não por encanto e por um golpe de batuta; se possível, a

cura só pode ser o resultado de uma ação contínua e

perseverante, mais ou menos longa, conforme a gravi-

dade dos casos.□

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Emancipação

da Alma

[email protected]

Adilson Mota E eis que chegou um dos principais da sinagoga, por nome Jairo, e, vendo-o,

prostrou-se aos seus pés, e rogava-lhe muito, dizendo: Minha filha está moribun-

da; rogo-te que venhas e lhe imponhas as mãos, para que sare, e viva. E foi com

ele, e seguia-o uma grande multidão, que o apertava. Estando ele ainda falando,

chegaram alguns dos principais da sinagoga, a quem disseram: A tua filha está

morta; para que enfadas mais o Mestre? E Jesus, tendo ouvido estas palavras,

disse ao principal da sinagoga: Não temas, crê somente. E não permitiu que

alguém o seguisse, a não ser Pedro, Tiago, e João, irmão de Tiago. E, tendo

chegado à casa do principal da sinagoga, viu o alvoroço, e os que choravam

muito e pranteavam. E, entrando, disse-lhes: Por que vos alvoroçais e chorais? A

menina não está morta, mas dorme. E riam-se dele; porém ele, tendo-os feito

sair, tomou consigo o pai e a mãe da menina, e os que com ele estavam, e entrou

onde a menina estava deitada. E, tomando a mão da menina, disse-lhe: Talita

cumi; que, traduzido, é: Menina, a ti te digo, levanta-te. E logo a menina se

levantou, e andava, pois já tinha doze anos; e assombraram-se com grande

espanto. E mandou-lhes expressamente que ninguém o soubesse; e disse que lhe

dessem de comer. (MARCOS, V, 35-43)

Este texto extraído do Novo Testamento retrata um fato que é de certo modo

comum, o da morte aparente. Jairo e seus familiares, sem conhecimento do que

ali se afigurava, achavam que a menina estivesse morta. Jesus, percebendo o que

realmente ocorria, informa-lhes que a menina está apenas dormindo. Operando

o seu maravilhoso magnetismo, faz com que a criança retorne do seu "sono",

levando os presentes ao assombro, imaginando uma verdadeira ressurreição.

LETARGIA

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Na classificação espírita este fenômeno é conhecido como

letargia. O indivíduo sai da consciência de vigília havendo a

perda temporária da sensibilidade e do movimento. Em pro-

cesso avançado, o corpo toma as aparências da morte.

Antes do desenvolvimento da ciência médica e da consta-

tação da veracidade desses fatos, vários relatos falam de

pessoas que foram enterradas vivas, o que pôde ser verifi-

cado quando da remoção dos ossos, onde estes foram encon-

trados em posição diferente daquela em que o cadáver foi

enterrado.

A pessoa pode ficar nesse estado durante dias e exalar, inclu-

sive, um odor de decomposição do corpo. Isto não significa

que esteja morta e o Espírito desligado definitivamente da

matéria. Foi o que aconteceu com Lázaro, no relato de João

(capítulo XI do Evangelho).

A ciência oficial, ao buscar explicações estritamente materiais

para estes acontecimentos, não consegue elaborar soluções

que consigam justificá-los de forma satisfatória. A Doutrina

Espírita, porém, como ciência do Espírito, tem na emanci-

pação da alma os elementos que nos colocam no caminho do

entendimento.

Nesse estado [emancipação, grande sobreexcitação ou

preocupação], o Espírito não pensa no corpo e, em sua febril

atividade, atrai a si, por assim dizer, o fluido perispiritual

que, retirando-se da superfície, produz aí uma insensi-

bilidade momentânea. Poder-se-ia também admitir que, em

certas circunstâncias, no próprio fluido perispiritual uma

modificação molecular se opera, que lhe tira tempo-

rariamente a propriedade de transmissão.(...) Efeito aná-

logo, porém mais pronunciado, se verifica nalguns sonâm-

bulos, na letargia e na catalepsia. (A GÊNESE, cap. XIV

Catalepsia. Ressurreições, Allan Kardec)

A letargia é um estado de emancipação da alma. Esta

desprende-se parcialmente do corpo ocasionando uma rela-

tiva dificuldade do organismo físico receber e executar os

comandos transmitidos pelo Espírito. Isso também contribui

para gerar a insensibilidade que em alguns pode ser bem

acentuada. O Espírito não perde a consciência, pelo contrá-

rio, maior consciência tem das coisas, além de manter a

percepção do que ocorre ao redor podendo ouvir e ver, sem

contudo conseguir comunicar-se com as pessoas presentes.□

Você sabia que... Yonara Rocha

Todo passe circular, mesmo os mais

rápidos, tem um efeito concentrador e não dispersivo?

Isso por que o passe aplicado com movimentos circulares atinge o centro

vital na mesma rotação (os centros giram) gerando assim um efeito concentrador e

não dispersivo. Sendo assim, não é recomendável aplicar os circulares,

independente da velocidade, nos TDM 1 ou 2, em casos de fadiga fluídica ou em

qualquer centro vital que esteja congestionado.

Os passes circulares são excelentes para tratar feridas, tumores etc. girando a mão

na mesma direção do centro vital, o que aumenta seu efeito concentrador em

relação à imposição, lembrando sempre de usar os dispersivos transversais após.

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JORNAL VÓRTICE ANO VIII, n.º 09 - fevereiro - 2016 Pág. 19

Jacob Melo

responde

[email protected]

Jacob Melo

QUAIS AS POSSÍVEIS CAUSAS DO MAL-

ESTAR QUE ALGUMAS PESSOAS SENTEM

APÓS RECEBEREM O PASSE?

Quando Mesmer estabeleceu seus princípios acerca do Magnetismo Animal, pontuou que no

início de toda terapia magnética há um incremento na crise. Para isso ele compôs um raciocínio

pelo qual justificava que o aumento desse desagrado era uma característica de que o corpo

começava a reagir ante as novas mudanças. Durante muito tempo prevaleceu isso.

De certa forma, aquela base daria trégua a qualquer reclamação ou acusação ao magnetizador,

posto que já era esperada a piora inicial.

Tempos depois, quando Deleuze, com toda sua larga experiência e sempre voltado a deixar o

melhor explicado possível a quem quisesse aprender seus métodos ou mesmo a ampliar seus

alcances, percebeu que nem todos pacientes sofriam daquela situação desagradável, então ele

passou a destacar uma técnica chamada de longa corrente, a qual se constituía de movimentos

com as mãos, percorrendo o corpo do paciente da cabeça aos pés, empregados com mais

velocidade do que o habitual, notadamente ao final das sessões.

Ali surgia uma variante ao princípio básico: nem todos precisariam sofrer aumentos de crises

em seus tratamentos.

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Disso que foi colocado, logo se percebe que o papel dos disper-

sivos é fundamental para o bem-estar geral do paciente. Por

consequência, tem virado quase padrão que uma sessão mag-

nética se conclua com uma série de dispersivos, sejam locali-

zados, sejam gerais. E em resposta à pergunta deste artigo, já

podemos assegurar que uma das principais causas de mal-

estares de pacientes é a ausência de passes dispersivos.

Um outro ponto a ser considerado é que pode ocorrer de

haver mudanças muito fortes nos campos energéticos (vitais)

do paciente e isso gerar desconfortos. Para atenuar esse incon-

veniente cabe ao magnetizador se conhecer (magneticamente

falando) para saber dosar a transferência ou o concentrado de

fluidos que empregue sobre seus assistidos.

Sabemos, ainda, que o excesso de concentrados nos centros

superiores (coronário, frontal e laríngeo), bem como no car-

díaco, por si sós podem favorecer a que surjam conges-

tionamentos nesses centros, o que inevitavelmente poderá

induzir a toda sorte de desarmonias.

Enfim, se todo o procedimento magnético for feito de forma

acertada e com o uso conveniente e apropriado dos disper-

sivos, a possibilidade de mal-estar após o passe fica reduzida a

índices muito baixos, pelo que todo magnetizador deve ter

bastante consciência dos procedimentos que adota.□