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Prof. Paulo Alexandre

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As indicações mostradas nesta apresentação funcionam como guia de estudos do Realismo e do Naturalismo.

Todas as informações devem ser complementadas pelo aluno, com a utilização do livro didático e as anotações feitas em aula.

No livro didático, o aluno deve estudar pelos capítulos 19 e 20.

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Segundo Eça de Queirós, em conferência no Cassino Lisbonense

[Realismo] "É a negação da arte pela arte; é a proscrição do

convencional, do enfático, do piegas. É a abolição da retórica considerada arte de promover a emoção, usando da inchação do período, da epilepsia da palavra, da congestação dos tropos. É a análise com o fito na verdade absoluta. Por outro lado, o Realismo é uma reação contra o Romantismo: o Romantismo era a apoteose do sentimento; o Realismo é a anatomia do carácter, é a crítica do homem. É a arte que nos pinta a nossos próprios olhos - para condenar o que houver de mau na nossa sociedade".

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O Realismo e o Naturalismo apresentam-se como oposições ao comportamento romântico;

Rompem com a estrutura idealizada, pensada pelos autores do Romantismo e pregam uma visão que objetiva retratar a realidade.

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Características do Realismo Veracidade: Demonstra o que ocorre na sociedade

sem ocultar ou distorcer os fatos.

Contemporaneidade: descreve a realidade, fala sobre o que está acontecendo de verdade.

Retrato fiel das personagens: caráter, aspectos negativos da natureza humana.

Gosto pelos detalhes: lentidão na narrativa.

Amor: a mulher objeto de prazer/adultério.

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Características do Realismo Denúncia das injustiças sociais: mostra para todos a

realidade dos fatos.

Determinismo e relação entre causa e efeito: o realista procurava uma explicação lógica para as atitudes das personagens, considerando a soma de fatores que justificasse suas ações. Na literatura naturalista, dava-se ênfase ao instinto, ao meio ambiente e à hereditariedade como forças determinantes do comportamento dos indivíduos.

Linguagem próxima à realidade: simples, natural, clara e equilibrada.

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Influências Filosóficas Positivismo (Augusto Comte)

Determinismo (Hippolyte Taine)

Darwinismo (Charles Darwin)

Evolucionismo social (Herbert Spencer)

Socialismo Utópico (Saint-Simon)

Socialismo Científico (Karl Marx)

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O Realismo na literatura Motivados pelas teorias científicas e filosóficas da

época, os escritores realistas desejavam retratar o homem e a sociedade em sua totalidade.

Não bastava mostrar a face sonhadora ou idealizada da vida, como fizeram os românticos; desejaram mostrar a face nunca antes revelada: a do cotidiano massacrante, do amor adúltero, da falsidade e do egoísmo humano, da impotência do homem comum diante dos poderosos.

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Uma característica do romance realista é o seu poder de crítica, adotando uma objetividade que faltou ao romantismo. Grandes escritores realistas descrevem o que está errado de forma natural, ou por meio de histórias como Machado de Assis.

Se um autor desejasse criticar a postura de alguma entidade, não escreveria um soneto para tanto, porém escreveria histórias que envolvessem-na de forma a inserir nessas histórias o que eles julgam ser a entidade e como as pessoas reagem a ela.

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Em lugar do egocentrismo romântico, verifica-se um enorme interesse de descrever, analisar e até em criticar a realidade.

A visão subjetiva e parcial da realidade é substituída pela visão objetiva, sem distorções.

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Dessa forma os realistas procuram apontar falhas talvez como modo de estimular a mudança das instituições e dos comportamentos humanos.

Em lugar de heróis, surgem pessoas comuns, cheias de problemas e limitações.

Na Europa, o realismo teve início com a publicação do romance realista Madame Bovary (1857) de Gustave Flaubert. Alguns expoentes do realismo europeu: Gustave Flaubert, Honoré de Balzac, Eça de Queirós, Charles Dickens.

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Realismo em Portugal Questão Coimbrã (Questão do Bom Senso e Bom Gosto);

Polêmica acontecida em Coimbra, protagonizada por Antônio Feliciano de Castilho, autor romântico, e Antero de Quental, poeta realista, que marca o início do Realismo em Portugal em 1865.

Conferências do Cassino Lisbonense: Conferências Democráticas, que tinham por objetivo tirar Portugal do atraso cultural em que se encontrava;

Destacam-se no Realismo Português os seguintes autores:

Antero de Quental e Eça de Queirós;

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Realismo no Brasil 1881: Publicação de Memórias Póstumas de Brás

Cubas, de Machado de Assis, abrindo o Realismo no Brasil

Principal autor: MACHADO DE ASSIS E O ROMANCE REALISTA 1ª FASE (Tendências românticas) Obras: Ressurreição, A

mão e a luva, Helena, Iaiá Garcia Características Gerais: - crença nos valores da época; - estrutura de folhetim - esquematismo psicológico.

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2ª FASE (Tendências realistas)

Obras: Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba, Dom Casmurro, Esaú e Jacó e Memorial de Aires.

Características Gerais:

- Análise psicológica (os seres vistos em sua complexidade psíquica)

- Análise dos valores sociais (os valores que a sociedade cria para justificar sua própria existência)

- Pessimismo (descrença nos indivíduos e na organização social)

- Ironia (o chamado “sense of humor”, inspirado nos ingleses Stern e Swift)

- Refinamento da linguagem narrativa.

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Principais personagens:

Brás Cubas, Vigília, Quincas – (Memórias Póstumas de Brás Cubas)

Bentinho, Capitu, Escobar, José Dias, – (Dom Casmurro)

Quincas Borba, O cão e o Filósofo, Rubião, Sofia e Palha – (Quincas Borba)

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Naturalismo Mudança de foco: A literatura deixa de tratar a

sociedade sob o olhar da burguesia e passa a tratá-la sob o olhar do proletariado;

Aproximação da Literatura e da Ciência;

Literatura experimentalista, baseado na vivência empírica;

Romances naturalistas: Literatura de tese, pois desenvolvem uma estrutura pensada para provar ao leitor a visão determinista da sociedade.

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Literatura a serviço da Ciência;

Personagens tratadas sob o ponto de vista científico;

Olhar racional e objetivo da realidade;

Choque dos temas tratados com a expectativa dos leitores;

Animalização do ser humano;

Linguagem: a descrição impiedosa, tratando um campo semântico da visão animalesca dos homens;

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Naturalismo no Brasil Início com a publicação de “O mulato”, de Aluísio

Azevedo, em 1881;

Autores de destaque:

Aluísio Azevedo:

O mulato (1881);

Casa de pensão (1884);

O cortiço(1890);

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DIFERENÇAS ENTRE REALISMO E NATURALISMO

REALISMO NATURALISMO

Forte influência da literatura de Gustave

Flaubert (França).

Forte influência da literatura de Émile Zola

(França).

Romance documental, apoiado na observação

e na análise.

Romance experimental, apoiado na

experimentação e observação científica.

A investigação da sociedade e dos caracteres

individuais é feita “de dentro para fora”, por

meio de análise psicológica capaz de abranger

sua complexidade, utilizando a ironia, que

sugere e aponta, em vez de afirmar.

A investigação da sociedade e dos caracteres

individuais ocorre “de fora para dentro”, os personagens

tendem a se simplificar, pois são vistos como joguetes,

pacientes dos fatores biológicos, históricos e sociais

que determinam suas ações, pensamentos e

sentimento.

Volta-se para a psicologia, centrando-se mais

no indivíduo.

Volta-se para a biologia e a patologia,

centrando-se mais no social.

As obras retratam e criticam as classes

dominantes, a alta burguesia urbana e,

normalmente, os personagens pertencem a

esta classe social.

As obras retratam as camadas inferiores, o

proletariado, os marginalizados e,

normalmente, os personagens são oriundos

dessas classes sociais mais baixas.

O tratamento imparcial e objetivo dos temas

garante ao leitor um espaço de interpretação,

de elaboração de suas próprias conclusões a

respeito das obras.

O tratamento dos temas com base em uma

visão determinista conduz e direciona as

conclusões do leitor e empobrece

literariamente os textos.