prof. ilyas siddique, universidade federal de santa
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Princípios e processos agroecológicos
1
Prof. Ilyas Siddique, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
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T.L.Sicard/SOCLA
Transição: Agricultura industrial Agroecologia
Não é apenas substituição de insumos (agroquímicos por fertilizantes orgânicos ou biopesticidas)
É mudança de princípios
de manejo, realçando e
utilizando processos
ecológicos T.L.Sicard/SOCLA
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...baseada em agroecossistemas que:
• Preservam qualidade ambiental,
• Sustentam conexões sociais saudáveis, e
• Reciclam eficientemente o capital natural e social em vez de depender de insumos comerciais
(Ben Stinner Endowment 2006)
Princípios da Agroecologia: Produção sustentável...
...abordagem sistêmica que equilibra:
• integridade ambiental,
• equidade social e
• viabilidade econômica
(Gliessman 2007)
3
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Industrial:
• Produção em pulsos,
• Exportação,
• Monocultivo
T.L.Sicard/SOCLA T.L.Sicard/SOCLA
Agroecológica:
• Produção contínua,
• Regional,
• Variada
• Adequação temporal & espacial;
• Diversificação funcional
...muito além de aspectos técnico-biofísico-ecológicos:
Comunicação e planejamento (processo social-cultural-econômico):
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Princípios Concretos para Realçar Processos Naturais
Realçar e utilizar processos naturais em plantas, animais, microbios, solos, e ecossistemas para fornecer múltiplos benefícios e reduzir insumos externos:
• Responder à demanda contínua, regional por uma variedade de produtos
• Fechar ciclos de nutrientes, aumentar captura
• Auto-regulação de doenças, pragas • Amortecimento de fluxos hídricos • Mitigação de extremos microclimáticos • Conservação in situ de agrobiodiversidade ...Equilibrar princípios (não sobrevalorizar um só)
5
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Práticas para Manejar Processos Naturais
Processos favorecidos:
• Produção contínua, regional, variada
• Fechar ciclos, aumentar captura de nutrientes
• Auto-regulação de doenças, pragas
• Amortecimento de fluxos hídricos
• Mitigação de extremos (micro)climáticos
• Conservação in situ de agrobiodiversidade
Diretrizes no manejo: • Diversificação funcional • Continuidade de
cobertura viva & morta • Aumentar matéria
orgânica do solo • Favorecer
inimigos naturais • Estabelecer
“infraestrutura” ecossistêmica que regula hidrologia & microclima
• Integração agrícola-pecuária 6
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Nutrientes: Fechar ciclos & aumentar captura biológica
Sincronização &
‘Sinlocalização’
Retenção in situ:
• Complementaridade
• Armazenamento biológico
• Reciclagem;
• Qualidade (C:N, lenhosidade)
Captura biológica:
• Fixação de N
• Mobilização biológica de P, bases, S etc.
Mineralização/ captura vs. demanda
www.soilstabilisation.com.au
www.idrc.ca/cover_crops
Rillig & Mummey (2006) New Phytol.
www.worldagroforestry.org
www.idrc.ca/cover_crops
7
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Bio
massa d
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aíz
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olo
superf
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l [g
m-2
]
Berish & Ewel 1988 Plant & Soil 106:73
Sucessão não manipulada
Sucessão enriquecida
Imitação da sucessão natural
Sequência de monocultivos
1er 2o milho
Cordia alliodora
man-dioca
Biomassa vegetal como sumidouro de nutrientes
Tempo de cultivo 8
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Autoregulação e controle biológico de pragas
Diversificação geral: Herbívoros Inimigos naturais Especialização Estimulação direta Aplicação de agentes de controle biológico
Tagetes spp. controlam nematóides Meloidogyne spp.
thailand.ipm-info.org
Fonte: Altieri & Nicholls (2010) SOCLA 9
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CO2
Matéria orgânica fresca
Composta madura
calor
água
oxigênio
fauna micróbios
Humidade e oxigênio precisam chegar a todos microsítios dentro da composta para assegurar eliminação confiável de patógenos
doenças, pragas
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Compostagem: converter resíduo nocivo em recurso para aumentar matéria orgânica e regular pragas e doenças
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Compostagem: trabalho participativo com comunidades urbanas onde lixo orgânico atrae ratos, para convertê-lo em condicionador de solos para fortalecer soberania alimentária
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Compostagem: trabalho participativo com comunidades urbanas onde lixo orgânico atrae ratos, para convertê-lo em condicionador de solos para fortalecer soberania alimentária
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Utilizar algas, samambaias, ervas aquáticas “daninhas” como adubo verde ou bioenergia
13 calstate.edu
www.voltairenet.org
www.voltairenet.org
www.voltairenet.org ga
rden
ingw
ith
wils
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.co
m Eichhornia
crassipes
Little (1979) Handbook of utilization of aquatic plants www.fao.org/DOCREP/003/X6862E/X6862E00.htm
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• Aumentar taxa de infiltração
• Alentar fluxo de escoamento superficial
• Armazenar agua no solo, em biomassa e em açudes
Amortecimento de fluxos hídricos Captura, armazenamento e liberação de água
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Agregação das partículas cria:
Grandes poros facilitan infiltração e drenagem de chuva, aireação
Pequenos poros absorvem e retem água em secas,
Agregados de todos tamanhos facilitam crescimento de raízes, movimentação de micróbios, controle de erosão do solo, etc
Funções físicas e hidrológicas do solo dependem da estruturação biológica
Susceptível a: compactação por gado/maquinária, adubo inorgánicos, falta de adubo orgânico, insecticidas y fungicidas
E.A. FitzPatrick
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Escurrimiento superficial
kno
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www.answers.com/topic/surface-runoff
Linhas de vegetação perene útil ao longo das curvas de nível para desacelerar e redistribuir escoamento
superficial e aumentar a infiltração (e evapotranspiração)
Mitigar extremos nos fluxos hídricos para minimizar perdas do recurso água e sua capacidade destrutiva pela erosão do solo, sedimentação nos cursos da água, inundações, etc
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MacDonald-Holmes. Geographical and topographical basis of keyline. www.yeomansplow.com.au/basis-of-keyline.htm
Padrões espaciais de perda e redistribuição de escoamento superficial da água em encostas
Talv
egu
e =
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Concentração natural de água pluvial nos talvegues (escoamento superficial e fluxo lateral no solo):
Zonas de concentração
Zonas de perda de água
www.mashumus.com (anteriormente: COAS)
açude
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Amortecimento de fluxos hídricos com Planejamento Hidrológico “Linha Chave” Linhas pretas = curvas de nível
19 www.mashumus.com
(anteriormente: COAS)
açude
açude
açude
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Redireção de água pluvial
www.mashumus.com (anteriormente: COAS)
Irrigação por valetas (por gravidade)
Linha de árvores de referência (não exatamente paralela às curvas de nível: sobe nas vertentes e baixa nos divisores de água)
Planeamento hidrológico para inverter redistribuição natural de água:
Padrão de linhas de árvores
açude
açude
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Estruturas leves e móveis para distribuir água das valetas para os campos a serem irrigados
MacDonald-Holmes. Geographical and topographical basis of keyline. www.yeomansplow.com.au/basis-of-keyline.htm
Planejamento Hidrológico
“Linha Chave”
...mas falta proteger as valetas com vegetação perene (útil)
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•
www.milkwood.net
Desacelerar e redirecionar vazão superficial desde zonas de excesso (talvegue) para zonas de falta (crestas/cumes)
22
Planejamento Hidrológico
“Linha Chave”
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MacDonald-Holmes. Geographical and topographical basis of keyline. www.yeomansplow.com.au/basis-of-keyline.htm
![Page 24: Prof. Ilyas Siddique, Universidade Federal de Santa](https://reader035.vdocuments.com.br/reader035/viewer/2022072017/62d71b475b2cbd06456d3f4f/html5/thumbnails/24.jpg)
Amortecimento de fluxos hídricos Captura, armazenamento e liberação de água
www.coas.com.mx 24
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•
www.milkwood.net Desenho hidrológico: Desacelerar e redirecionar vazão superficial desde zonas de excesso (talvegue) para zonas de falta (crestas/cumes)
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![Page 27: Prof. Ilyas Siddique, Universidade Federal de Santa](https://reader035.vdocuments.com.br/reader035/viewer/2022072017/62d71b475b2cbd06456d3f4f/html5/thumbnails/27.jpg)
27
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Conservação in situ de agrobiodiversidade: Solo como hábitat para micróbios
Modificado de: Young & Ritz (2005) en Bardgett et al. Biological diversity and function in soils. Cambridge Univ. Press
Cresci-mento
de raízes
Conduti-vidade
hidráulica
baixa
baixa
alta
pobre
máximo
pobre
Potencial matricial
Poros vazios
Poros cheios de água
Co
nte
úd
o d
e u
mid
ade
Curva de drenagem do solo
A estructuração do solo tem influência crucial sobre a distribuição dos tamanhos de poros e sua conectividade
. 10-6 m s-1
10-9 m s-1
<1cm d-1
>60cm d-1 b
aixa
flu
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de
águ
a
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en
ta
area
ção
Atividade microbiana
aeróbica Difusão de gases
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Modificado de: Rillig & Mummey (2006) New Phytologist 171:45
Interações com cadeia alimentar
Influência sobre outros micróbios
Liberação de compostos de micélio vivo e morto
Alinhamento de partículas, exercendo pressão
Micélio enreda partículas, muda regimes hídricos
Microagregados 53-250µm
Microagregados <53µm
Argila (<2µm)
Silte/aréia
Partículas de MO
Hifas de fungo
Exudados de raízes
Produtos de micélio
…p.ex. mecanismos de efeitos de micorrizas à escala micro:
300µm
Watt et al. (2006) Ann.Bot. 97:842
Watt et al. (2006) Ann.Bot. 97:843
Agregação do solo:
Processo biológico
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Mitigação de extremos (micro)climáticos
www.idrc.ca/cover_crops
www.idrc.ca/cover_crops
Reduzir frequência e severidade de extremos de: • Irradiação na superfície do solo • Evaporação do solo • Déficit hídrico atmosférico • Vento
www.fao.org 30
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Ampliar a biodiversidade aproveitada Favorecer e incorporar espécies “menores” com usos benéficos
eatingasia.typepad.com eatingout.tasteonline.info
Colinus sp.
www.aftaweb.org www.aftaweb.org ary9.com/tag/shiitake
31
Mel de abelhas nativas
flordeouro.com
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Ampliar a biodiversidade aproveitada sem ameaçar sua regeneração
caruru (Amaranthus
viridis)
gengibre (Zingiber
officinalis) capuchina
(Tropaeolum majus)
açafrão-da-terra (Curcuma longa)
pimenta (Capsicum annuum)
alface-tropical (Lactuca indica)
• Diversificar o cultivo e integrar funções de alimento, medicina, recreação e ornamento
32
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• Aproveitar espécies consideradas pragas
www.indrani.net
Sphenarium sp.
Ampliar a biodiversidade aproveitada sem ameaçar sua regeneração
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Conclusão: Realçar Processos Naturais Fundamental para Sucesso da Agroecologia
Processos favorecidos:
• Produção contínua, regional, variada
• Fechar ciclos, aumentar captura de nutrientes
• Autoregulação de pragas, doenças
• Amortecimento de fluxos hídricos
• Mitigação de extremos (micro)climáticos
• Conservação in situ de agrobiodiversidade
Diretrizes no manejo: • Diversificação funcional • Continuidade de
cobertura viva & morta • Aumentar matéria
orgânica do solo • Favorecer
inimigos naturais • Estabelecer “infraestrutura”
ecossistêmica que regula hidrologia & microclima
• Um princípio chave: Práticas de manejo que reforçam múltiplos processos simultaneamente (efeitos sinérgicos)
• Porém, algumas práticas reforçam um processo desejável e inibem outro (‘tradeoff’ ou demandas conflitivas)
• É importante analisar os processos agroecológicos em conjunto ao nível agroecossistêmico para maior sucesso 34