prof. ft. esp. sheila bezerra costa. dor!!! dor = sensação ou experiência emocional...
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Fisioterapia Oncológica
Prof. Ft. Esp. Sheila Bezerra Costa
DOR!!!
Fisioterapia Oncológica
Dor = sensação ou experiência emocional desagradável, associada ao dano tecidual, real ou potencial, ou descrito nos termos de tal dano. (Associação Internacional para o Estudo da dor)
“Dor é sempre subjetiva e pessoal”
Fisioterapia Oncológica
A Agência Americana de Pesquisa e Qualidade em Saúde Pública e a Sociedade Americana de Dor descrevem a dor como o quinto sinal vital.
Que deve sempre ser registrado ao mesmo tempo e no mesmo ambiente clínico em que também são avaliados os outros sinais vitais, quais sejam: temperatura, pulso, respiração e pressão arterial.
Importância da dor!!
Fisioterapia Oncológica
Toda lesão tecidual de origem física, térmica ou química é seguida de uma reação inflamatória e resulta na liberação de substancia químicas algiogênicas (bradicinina, histamina, prostaglandinas) que irritam e/ou excitam as terminações nervosas livres no SNP.
Estas emitem o impulso elétrico para a medula, que os leva ao cérebro.
SISTEMA NOCICEPTIVO OU DE PERCEPÇÃO DA DOR
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Tronco cerebral – são atribuídas as respostas de fuga ou ataque presentes nos quadros dolorosos.
Tálamo – a informação dolorosa é localizada espacialmente.
Sistema límbico – são atribuídas a dor o caráter emocional de sofrimento e desconforto.
Áreas corticais – fazem interpretação completa do fenômeno doloroso e preparam respostas envolvidas nesse processo.
Interpretação e resposta a dor
SISTEMA SUPRESSOR DA DOR – tem a finalidade de neutralizar a percepção dolorosa desagradável.
Esse sistema é composto de neurotransmissores, encefalinas (morfinas endógenas) e serotoninas (opiáceos endógenos).
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O sistema supressor de dor é continuamente ativado por estímulos que alcançam o SNC durante a vida diária normal.
É ativado pela DOR, por aspectos emocionais e cognitivos
A ativação do sistema supressor da dor aumenta a síntese desses neurotransmissores exercendo atividade inibitória sobre a dor.
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Fisiopatologia da dor em oncologia Crescimento tumoral comprime e invade espaços
lesando tecidos → esse estímulo nocivo dispara o sistema nociceptivo que reconhece o dano e leva a DOR → este estímulo leva a uma reação inflamatória que gera impulsos elétricos e que as fibras nociceptivas levam a varias áreas do cérebro → no tronco cerebral e tálamo são processadas respostas e localização da DOR → e no sistema límbico são atribuídas a dor o caráter emocional de sofrimento e desconforto.
Dor em pacientes OncológicosIncidência:◦ 70% de pacientes com câncer sentirão dor ao longo da
doença.◦ Maior frequência em pacientes oncológicos terminais:
aproximadamente 80%
A prevalência da dor aumenta com a progressão da doença: - Dor moderada ou intensa ◦ 30% de pacientes com câncer recebendo tratamento.◦ 60 a 90% dos pacientes com câncer avançado.
Fonte: INCA, 2001
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Pesquisas realizadas na Europa e nos Eua com pacientes terminais apontam que 85% dos pacientes tiveram suas dores controladas com medidas medicamentosas.
Medidas analgésicas ou co-analgésicas controlam os sintomas de forma adequada, com baixo custo e mínima agressão terapêutica ao paciente, além de favorecer a permanência do paciente em seu domicílio ou com baixo índice de internação hospitalar.
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Importante!
Ao contrário do que muitas vezes se pensa, a severidade da dor não é diretamente proporcional à quantidade de tecido lesado!!!
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Muitos fatores podem influenciar a percepção deste sintoma:
◦ Fadiga◦ Depressão◦ Raiva◦ Medo/ansiedade doença◦ Sentimento de falta de esperança e amparo
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Dor “do câncer”
◦A dor de origem neoplásica resulta da associação de alterações neurofarmacológicas e neurofisiológicas que se instalam em tecidos moles, vasos e órgãos ativando receptores de DOR.
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Classificação da dor por seu mecanismo fisiopatológico
Dor nociceptiva – dor por estimulação quimica ou fisica – danos teciduais
Dor neuropática – compressão ou lesão nervosa decorrente do câncer
Dor simpaticomimética – relato de irradiação arterial.
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As dores oncológicas são do tipo nociceptiva = estímulo nocivo periférico como causa imediata da DOR
Esses estímulos podem ser:1. Mecânicos: compressão tumoral (nervos,
plexos, vasos) ou lesão proveniente de invasão (lesão) de tecidos vizinhos.
2. Químicos: secreção de citoquinas
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A dor sentida pode ter como causa:
Próprio câncer (causa mais comum) 46 a 92% Invasão óssea tumoral Invasão tumoral visceral Invasão tumoral do SNP Extensão direta as partes moles Aumento da pressão intracraniana Espasmo muscular Linfedema Escaras de decúbito
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...continuação.
Constipação Associada ao tratamento antitumoral 5 a 20% Pós operatória – dor aguda Pós quimioterapia – mucosite, nevralgia,
neuropatia periférica Pós radio – esofagite, fibrose de plexos,
mucosite Desordens associadas Osteoartrite
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Tipos de dor
Principal subdivisão???
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Padrões e tipos de dor
Dor aguda – relacionado a afecções traumáticas, infecciosas e inflamatórias.
◦ Respondem rapidamente às intervenções nas causas e não costumam ser recorrentes.
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Dor crônica – não é apenas o prolongamento da dor aguda!!
◦ Estimulações nociceptivas repetidas levam a modificações no SNC.
◦ Mal delimitada no tempo e no espaço e persiste de forma contínua e recorrente.
◦ Associadas e com respostas emocionais de ansiedade e depressão frequentes.
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Obrigada
A dor sentida pode ter como causa:
Próprio câncer (causa mais comum) 46 a 92% Invasão óssea tumoral Invasão tumoral visceral Invasão tumoral do SNP Extensão direta as partes moles Aumento da pressão intracraniana Espasmo muscular Linfedema Escaras de decúbito
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...continuação.
Constipação Associada ao tratamento antitumoral 5 a 20% Pós operatória – dor aguda Pós quimioterapia – mucosite, nevralgia,
neuropatia periférica Pós radio – esofagite, fibrose de plexos,
mucosite Desordens associadas Osteoartrite
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Mensuração da dor oncológica
Mensurar ou medir um sintoma tão subjetivo, saber o quanto intensa é a dor para um paciente, não é uma tarefa fácil e nem tão pouco precisa!
Como fazer entãoo????
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Avaliação da DorInventário para Dor de Wisconsin
Quanto a dor interfere:
humor
atividade geral
sono
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
não interfere interfere totalmente
trabalho
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
não interfere interfere totalmente
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
não interfere interfere totalmente
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
não interfere interfere totalmente
Causas da dor• Diretamente causadas pela neoplasia 78%
• Relacionadas ao tratamento 19%
• Não relacionadas ao câncer 3%
Twycons, RG. Pain Relief, 1993
Causa da dorDiretamente pelo tumor
Causa da dorCausadas pelo tratamento
Física+
Psicológica+
Social+
Espiritual
DOR TOTAL
Repercussões da dor no câncer sobre a qualidade de vida
Redução da capacidade funcional Redução da resistência
Redução do apetiteMá qualidade de sono
Físicas
Redução do lazer e do prazer de viverAumento da ansiedade e medo
Depressão, angústiaPreocupação excessivaPerda do auto–controle
Psicológicas
Psicológicas
Redução dos relacionamentosRedução da função sexual
Prejuízo da aparência, desfiguração, isolamentoSobrecarga para o familiar/ cuidador
Sociais
Recursos auxiliares no combate da dor
Radioterapia antiálgica – dor óssea por metástase, dor por compressão medular, dor torácica em cânceres não operáveis.
Quimioterapia – metástases intracranianas, metástase hepáticas, câncer coloretal, câncer de pâncreas.
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Procedimentos anestésicos – anestesia intrapleural, infusão epidural, bloqueio neural e periférico.
Medidas não-farmacológicas – medidas de ordem educacional, física, emocional e comportamental que podem ser ensinadas aos doentes e cuidadores
Exercícios e atividade física.
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Fisioterapia Cinesioterapia – promovendo melhora do
movimento, da ADM, da força, do trofismo muscular e da propriocepção, com exercicios específicos para cada caso.
1. Limitações pós-mastectomias2. Sequelas neurológicas3. Déficits respiratórios4. Síndrome do imobilismo5. Artropatias6. Contraturas ...
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Eletroterapia
◦TENS e corrente interferencial estudos mostram que com o uso do TENS,
em alguns pacientes tem se reduzido em ate 47% o uso de morfina. Em pacientes com dor crônica 70% se respondem bem ao TENS.
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A corrente do TENS e a interferêncial reduz os impulsos nociceptivos que são enviados à medula e ao cérebro.
1. Nevralgias2. Espasmos musculares3. Dor em região de pescoço4. Dores de metástases ósseas5. Compressão ou invasão tumoral nervosa.
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Termoterapia – calor (relaxamento)
CUIDADO!!
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O uso do calor é ainda muito discutido!!!
Atualmente ele é contra-indicado em áreas pós cirúrgicas ou diretamente sobre áreas do tumor maligno, visto que provoca vasodilatação e aumento da irrigação sanguínea apresentando o risco de disseminação de células tumorais por via sanguínea ou linfática.
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Termoterapia – frio (analgesia) Reduz velocidade de condução nervosa, diminui o fluxo sanguíneo no local.
Aplicação em dores músculo esqueléticas e articulares.
Importante!!◦ Devem ser evitadas em áreas onde não há
integridade sensorial, comprometimento arterial e em áreas de tratamento de radioterapia.
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Terapia manual ◦técnicas articulares ◦técnicas musculares
Melhora ou manutenção da ADM, prevenção de processos degenerativos e alivio de tensões musculares.
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Massagem – cuidado!!
Melhora circulação, relaxa musculatura, produz sensação de conforto e afeto aliviando tensão psíquica.
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Obrigada!