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1 Boletim 762/2015 – Ano VII – 20/05/2015 Produtividade industrial cai e reforça visão do Banco Central Por Denise Neumann, Ligia Guimarães e Robson Sales O ajuste do mercado de trabalho está sendo mais intenso sobre o emprego industrial do que sobre o salário médio. De acordo com a Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (Pimes), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o emprego e as horas trabalhadas na indústria de transformação recuaram 3,9% e 4,6% nos 12 meses encerrados em março, percentuais inferiores à queda da produção, que foi de 6,1%. O dado mostra uma piora da produtividade da indústria, que havia se recuperado no ano passado. Tais números reforçam o que vem afirmando o Banco Central, que vê "distensão no mercado de trabalho", mas de forma ainda "insuficiente" para a segurança da política monetária. Junto com os dados de demissão, a pesquisa do IBGE mostra que os salários subiram mais que a inflação e a produtividade nesse período, quadro que cria pressões de custo na indústria de transformação e, por consequência, traz riscos de inflação.

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Boletim 762/2015 – Ano VII – 20/05/2015

Produtividade industrial cai e reforça visão do Ban co Central Por Denise Neumann, Ligia Guimarães e Robson Sales O ajuste do mercado de trabalho está sendo mais intenso sobre o emprego industrial do que sobre o salário médio. De acordo com a Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (Pimes), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o emprego e as horas trabalhadas na indústria de transformação recuaram 3,9% e 4,6% nos 12 meses encerrados em março, percentuais inferiores à queda da produção, que foi de 6,1%. O dado mostra uma piora da produtividade da indústria, que havia se recuperado no ano passado. Tais números reforçam o que vem afirmando o Banco Central, que vê "distensão no mercado de trabalho", mas de forma ainda "insuficiente" para a segurança da política monetária. Junto com os dados de demissão, a pesquisa do IBGE mostra que os salários subiram mais que a inflação e a produtividade nesse período, quadro que cria pressões de custo na indústria de transformação e, por consequência, traz riscos de inflação.

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Na comparação de 12 meses, a queda da produtividade foi de 1,5% e o salário real na indústria cresceu 1,1%. Tal situação mostra que, apesar do ajuste já feito no emprego, subiu o chamado custo unitário do trabalho (o quanto custa para produzir uma caneta, uma calça jeans, um automóvel), o que mantém a inflação pressionada. "A variável chave para o ajuste é o salário real. É ele que precisa cair para levar a uma redução de custos na indústria", observa a economista chefe da XP Investimentos, Zeina Latif. Ela pondera que já há uma moderação dos ganhos salariais, mas insuficiente para tornar a indústria mais competitiva. "Por enquanto o que vemos é um ajuste mais forte pelo lado do emprego. Se ele fosse mais forte pelo lado do salário, seria melhor para a economia", diz ela, acrescentando que o quadro de queda da produtividade associada ao aumento do custo do trabalho é uma "desgraça". Embora a retração do emprego na indústria brasileira não seja um processo novo os dados do IBGE apontam que o emprego industrial vem encolhendo há 42 meses seguidos os números de março mostram que ainda há espaço para piora em 2015, na visão de José Francisco de Lima Gonçalves, economista chefe do Banco Fator. "A trajetória de queda é um pouco pior do que parecia, mas o ajuste da indústria ainda está acontecendo. Quando o rendimento continua crescendo é porque você não chegou na pior parte", diz. O pior momento na indústria virá, segundo Gonçalves, quando as demissões derrubarem a folha de pagamento, que vinham caindo mês a mês, mas em níveis próximos da estabilidade, com alta de 0,1% em março, após recuos em fevereiro (0,6%) e janeiro (-0,7%). Com o efeito das demissões, o valor da folha de pagamento real na indústria caiu 2,8% no acumulado em 12 meses até março, foi o mais intenso desde janeiro de 2004. O indicador do número de horas pagas pela indústria, que vem se deteriorando no acumulado em 12 meses e registrou baixa de 4,6% em março, sinaliza que as demissões devem se intensificar ainda este ano, diz Gonçalves. "São um indicador antecedente porque mostram, em tese, que há gente sobrando", diz. Essa avaliação é partilhada pela Rosenberg & Associados. Segundo a consultoria, o recuo no emprego industrial tem sido mais rápido que o previsto e acompanha a queda "surpreendente", em sua avaliação, da produção do setor. Para a Rosenberg, a forte desaceleração do varejo e dos serviços também influenciam de forma negativa este cenário, assim como o desemprego em geral, "que está crescendo mais rápido do que se imaginava", diz a equipe de analistas da consultoria. Em um cenário recessivo, em um ano de ajuste, em que as desonerações concedidas a alguns segmentos da indústria devem ser revistas pelo governo, a tendência é que as

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demissões no setor ganhem intensidade, em especial naqueles intensivos em mão de obra, diz Gonçalves. Barreiras que impediram até aqui as decisões de mais cortes por parte dos empresários, como o custo de demissão e de treinamento de funcionários, perdem peso em um cenário recessivo. "Quando se vai para a recessão, o empresário fala: se eu não demitir, quebro. Eu não tenho dúvida que isso é uma coisa para 2015", acrescenta o economista do Fator. Na opinião de Luiz Martins de Melo, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o desempenho ruim evidenciado nos dados de março é só um "aperitivo" do aperto pelo qual a economia brasileira passará em 2016. Melo vê no ano que vem a perspectiva de mais esforço fiscal e retração econômica para evitar que o país tenha sua nota rebaixada pelas agências de classificação de risco. "Em 2016 é que virá o arrocho". Uma boa notícia trazida nos dados de março da Pimes foi a queda no custo unitário do trabalho em dólar, mas o efeito real dessa correção ainda vai depender do comportamento futuro do câmbio (cuja taxa de abril já foi menor que a de março) e da inflação doméstica. O custo unitário do trabalho nominal em dólar recuou em março expressivos 23,1% sobre igual mês do ano anterior, após cair 13,4% em fevereiro. Em relatório, o Fator destaca que o câmbio fechou fevereiro a R$ 2,84 e se depreciou até R$ 3,20 no final de março. "Embora não seja tão evidente assim, o custo está caindo", diz, ponderando que, se o dólar voltar para baixo de R$ 3, tal vantagem se desfaz rapidamente. Do ponto de vista da inflação, esse cenário de demissões e desaquecimento na indústria não tem mostrado o efeito desejado sobre os preços e não tem ajudado o Banco Central na tarefa de levar à inflação à meta porque está afetando mais a ocupação do que o rendimento. "Quando se demite muita gente qualificada e se contrata mais barata, a média cai e você caminha para o fundo do poço", conclui o economista do Fator. (Fonte: Valor Econômico 20-05-2015).

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Sindicato tenta evitar 500 demissões na fábrica da Mercedes Após greve, montadora suspendeu os cortes no fim de abril mas, sem adesões ao PDV, diz que fará a dispensa até dia 29 CLEIDE SILVA - O ESTADO DE S.PAULO O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC se reúne hoje com a direção da Mercedes-Benz para tentar evitar 500 demissões na fábrica de São Bernardo do Campo (SP), onde são produzidos caminhões e ônibus. O corte foi confirmado na segunda-feira, após o encerramento de um programa de demissão voluntária (PDV) que, segundo a empresa, teve baixa adesão. O PDV foi acertado em abril, após a montadora divulgar que faria 500 demissões e os trabalhadores realizarem greve por cinco dias. O grupo, que estava em lay-off há um ano, teve o prazo do programa prorrogado até 15 de junho. Com poucas adesões ao PDV, contudo, a montadora afirmou que precisa encerrar os 500 contratos até o dia 29. A empresa alega ter excedente de 1.750 funcionários na unidade. Sem dar detalhes, o sindicato informou que a entidade "tomará providências" caso não consiga um acordo com a empresa. A Mercedes também anunciou férias coletivas de cerca de 15 dias para os 7 mil trabalhadores da produção, a partir de 1º de junho. Volvo. Na Volvo, em Curitiba (PR), metade dos 4,2 mil trabalhadores que entraram em greve há 12 dias voltou ao trabalho na segunda-feira. A maioria é do setor administrativo. A paralisação teve início após a empresa encerrar o segundo turno de trabalho e avisar que tinha 600 trabalhadores excedentes. O pessoal da produção segue paralisado e esta já é a greve mais longa desde o início das operações da fábrica paranaense, no fim dos anos 70. A empresa concordou em abrir um PDV e colocar parte do pessoal ocioso em lay-off, mas há um impasse nas negociações relativo ao aumento real de salários e pagamento da primeira parcela da Participação nos Lucros e Resultados (PLR). A Ford também confirmou que dará férias coletivas a 2,8 mil trabalhadores da produção em Camaçari (BA), paralisando assim toda a linha dos modelos Ka e EcoSport entre 25 de maio e 3 de junho, emendando com o feriado de Corpus Christi. Scania. Outra fabricante de caminhões e ônibus que vai parar na semana do feriado é a Scania, em São Bernardo. Durante todo o mês de maio a unidade está trabalhando quatro dias por semana. A Iveco tem 200 operários que estão trabalhando apenas três dias por

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semana desde meados de abril e manterá essa agenda na fábrica de Sete Lagoas (MG) até julho. De janeiro a abril, a produção de caminhões caiu 45% em relação a igual período de 2014. A produção de ônibus teve queda de 26,6% e a de automóveis e comerciais leves, de 15,8%. A maioria das montadoras opera com alguma medida de corte na produção, seja por meio de férias, lay-off ou PDV.

Indústria completa 3,5 anos de cortes Pesquisa do IBGE mostra que o setor de vestuário co rta pessoal há quase cinco anos e o têxtil demite há praticamente quatro anos A indústria completou, em março, três anos e meio d e demissões, e hoje emprega o menor contingente de trabalhadores em toda a série histórica da pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic a (IBGE), iniciada em dezembro de 2000. IDIANA TOMAZELLI / RIO - O ESTADO DE S.PAULO Em alguns setores, as dispensas de trabalhadores são realidade há mais tempo. O segmento de vestuário está há quase cinco anos diminuindo o quadro de funcionários, enquanto têxtil, calçados e couro se aproximam dos quatro anos no vermelho. Na indústria geral, são 42 reduções seguidas na comparação com igual mês do ano anterior. Em março, o recuo de 5,1% nesta comparação foi o mais intenso desde outubro de 2009 e levou o emprego ao menor nível já registrado em toda a série, iniciada em dezembro de 2000. 58 quedas seguidas. No setor de vestuário já são 58 recuos consecutivos. "Isso é efeito das importações, da falta de competitividade. Estamos alertando há muito tempo o governo que a produção vinha estável, enquanto o consumo do varejo vem crescendo, e isso estava sendo preenchido por importados. Em um primeiro momento, isso não aparecia porque havia formalização", disse o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), Rafael Cervone. Desde o ano passado, porém, houve reversão nessa tendência e, para este ano, a associação espera um corte de pelo menos quatro mil vagas formais. O déficit de US$ 6,2 bilhões na balança comercial esperado para 2015, por causa do avanço dos importados, reforça essa posição. "Estamos esperando uma agenda positiva do governo. Somos o

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primeiro setor que sente os dificuldades, mas também podemos ser o primeiro que se recupera", disse Cervone. Queda na produção. O quadro geral da indústria é mais desfavorável até do que durante a crise de 2008/2009, quando a queda brusca na produção havia deixado os trabalhadores na indústria na pior situação até então. "A produção precisa de uma sequência consistente de taxas negativas para impactar o emprego, o que vemos agora", explicou Rodrigo Lobo, técnico da Coordenação de Indústria do IBGE. Em março, a produção acumulou a 13.ª queda seguida em comparação a igual mês do ano anterior, algo inédito na série. "A sequência de queda na produção, ainda que (a taxa seja) menos intensa, faz com que o emprego esteja pior hoje. Os empresários não vislumbram expectativa de recuperação da produção no curto prazo. Com isso, queda do emprego se perpetua", disse Lobo. Embora esteja demitindo há menos tempo do que o setor de vestuário, o segmento de meios de transporte é hoje o principal impacto negativo sobre a força de trabalho na indústria. A atividade inclui a fabricação de veículos automotores, que tem amargado retrações intensas na produção diante do crédito mais caro, da desaceleração da demanda, do elevado endividamento das famílias e do desafio dos consumidores em reequilibrar o orçamento doméstico. Eletrônicos. A fabricação de equipamentos eletrônicos também tem reduzido o número de funcionários. Em 2014, o setor teve um bom momento, diante da demanda aquecida por televisores no período pré-Copa do Mundo. Agora, com o menor apetite das famílias por bens duráveis, os fabricantes dispensaram operários. Mas a redução no contingente de trabalhadores ocorre em todos os 18 ramos da indústria e também vem afetando o número de horas pagas e o valor real da folha de pagamento, que também colecionam recuos. O número de horas cai há 22 meses e atingiu em março o menor nível da série, iniciada em dezembro de 2000. Enquanto isso, o valor da folha diminui há dez meses. "O emprego industrial caminha para sua quarta taxa negativa consecutiva em 2015, algo inédito em sua história recente", analisou o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi). (Fonte: Estadão 20-05-2015).

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Emprego industrial atinge pior nível O quadro é mais desfavorável até do que durante a crise de 2008/2009. Em março, o emprego na indústria recuou 5,1% ante igual mês do ano passado - O menor dinamismo da produção industrial levou o emprego na atividade, em março, ao menor patamar de toda a série histórica, iniciada em dezembro de 2000 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O quadro é mais desfavorável até do que durante a crise de 2008/2009, quando a queda brusca na produção havia deixado os trabalhadores na pior situação até então. "A produção precisa de uma sequência consistente de taxas negativas para impactar o emprego, o que vemos agora", disse o técnico da coordenação de indústria do IBGE, Rodrigo Lobo. Em março, o emprego na indústria recuou 5,1% ante março de 2014, o recuo mais intenso desde outubro de 2009 e o 42º consecutivo neste tipo de confronto. São três anos e meio de retração no número de postos de trabalho. A produção, por sua vez, acumulou em março a 13ª queda seguida ante igual mês do ano anterior, algo inédito na série. O emprego na indústria recuou 0,6% na passagem de fevereiro para março, na série livre de influências sazonais. Com o resultado, o emprego industrial acumula recuo de 3,9% em 12 meses. Setores De acordo com o IBGE, na comparação interanual foram registradas reduções no contingente de trabalhadores em todos os 18 ramos avaliados no período, com destaque para meios de transporte (-10,0%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-12,1%), produtos de metal (-10,2%), máquinas e equipamentos (-6,1%), alimentos e bebidas (-2,0%) e outros produtos da indústria de transformação (-8,1%). No primeiro trimestre, o emprego na indústria recuou 0,7% na comparação com os últimos três meses do ano passado e cedeu 4,6% em relação ao primeiro trimestre de 2014. "A sequência de queda na produção, ainda que [a taxa seja] menos intensa, faz com que o emprego esteja pior hoje.

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Os empresários não vislumbram expectativa de recuperação da produção no curto prazo. Com isso, queda do emprego se perpetua", explicou. A redução no contingente de trabalhadores vem afetando o número de horas pagas e o valor real da folha de pagamento, que também colecionam recuos. O número de horas cai há 22 meses e atingiu em março o menor nível da série, iniciada em dezembro de 2000. Enquanto isso, o valor da folha diminui há dez meses, sempre na comparação com igual período do ano anterior. Na comparação com março do ano passado, 16 dos 18 setores apontaram recuo no número de horas pagas, com destaque para meios de transporte (-9,8%), produtos de metal (-10,1%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-10,4%), alimentos e bebidas (-2,1%), máquinas e equipamentos (-6,0%), calçados e couro (-9,5%), outros produtos da indústria de transformação (-8 6%), vestuário (-4,6%) e refino de petróleo e produção de álcool (-9,4%). Por outro lado, o setor de produtos têxteis, com alta de 0,1%, assinalou o único resultado positivo no mês. Com o resultado de março, o número de horas pagas na indústria acumulou queda de 0,4% no primeiro trimestre contra o último trimestre do ano passado. /Estadão Conteúdo

O emprego em plena mutação Um debate realizado ontem no Senado sobre o projeto de terceirização que está em tramitação no Congresso Nacional mostrou como é difícil analisar o tema de maneira desapaixonada. De um lado, representantes da classe empresarial defendendo a aprovação do projeto tal qual passou pela Câmara, acabando com a distinção entre atividades-meio e fim. Do outro, sindicalistas, economistas e políticos defensores das causas trabalhistas, alertando para o risco da precarização das relações empregado-patrão após a mudança. Por coincidência, nesta semana a Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgou seu relatório global anual, que alerta exatamente para a crescente migração dos empregos estáveis, com jornada definida, para relações temporárias e de curto prazo entre as partes.

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Isso num contexto em que a economia não tem conseguido criar vagas suficientes para absorver as 40 milhões de pessoas que se agregam à força de trabalho anualmente. O total de desempregados em todo o planeta chegou a 201 milhões de pessoas ao final de 2014, cerca de 30 milhões a mais que no início da crise de 2008. Segundo a OIT, o chamado emprego 'standard', de contrato permanente, está se transformando em artigo raro. Três em cada quatro trabalhadores ou atuam por conta própria ou fazem serviços temporários, sem contrato. No Brasil, quase 67% dos trabalhadores não têm contrato permanente, segundo a OIT. É inegável, portanto, que as relações de trabalho estão em plena mutação nas últimas décadas, como afirmam os defensores das mudanças na legislação brasileira. Mas a OIT vê o movimento com certa apreensão. Segundo o diretor-geral da organização, Guy Ryder, embora as formas atípicas de emprego possam ser usadas pelos jovens como porta de entrada para o mercado de trabalho, a tendência também pode ser um reflexo da insegurança generalizada dos trabalhadores. A discussão no Senado, portanto, foi muito mais útil do que o papel desempenhado pela Câmara dos Deputados, que aprovou o projeto no afogadilho, gerando mais dúvidas e insegurança do que garantindo direitos. (Fonte: DCI 20-05-2015).

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Relator pretende excluir setores de alta de tributo previdenciário Deputado atende, porém, ao governo e recua de eleva ção gradual de alíquotas sobre faturamento Se aprovada, mudança só deve valer em dezembro e fr ustrar economia de R$ 5,35 bi prevista para este ano ISABEL VERSIANIVALDO CRUZMARINA DIASDE BRASÍLIA A Câmara pode excluir do aumento imediato de tributo alguns setores beneficiados pelo programa de desoneração da folha de pagamento. O aumento de alíquota foi proposto pelo governo, para elevar sua arrecadação e ajudar a cumprir a meta de superavit primário (receitas menos despesas, sem incluir o gasto com juros) deste ano. O texto enviado pelo Executivo elevava de uma só vez, ainda neste ano, a alíquota da contribuição previdenciária sobre o faturamento das empresas de 1% para 2,5% para o setor industrial e de 2% para 4,5% para serviços. Congressistas, no entanto, ameaçavam suavizar a elevação de tributos e adiar a arrecadação para o próximo ano. Pressionado pelo governo e diante da promessa de liberação de cargos, o relator do projeto de lei, deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ), recuou da decisão de propor um aumento gradual, o que ocorreria num período de três anos, e prometeu manter nesse ponto a proposta original do Palácio do Planalto. O projeto do governo, porém, deve sofrer mudanças, com a exclusão de alguns setores e com efeito praticamente nulo neste ano. O deputado disse nesta terça (19) que a tendência é prever o aumento integral das alíquotas a partir de dezembro deste ano, mas adiantou que vai preservar alguns setores como o de transportes, tecnologia da informação e comunicações, por serem intensivos em mão de obra. Para essas áreas, ele pode manter o benefício integral da desoneração aprovado pela presidente Dilma no primeiro mandato ou taxá-los com uma alíquota maior de forma mais gradual. O texto de Picciani irá à votação no plenário da Câmara nesta quarta (20).

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CAVALO DE BATALHA Segundo o deputado, que é líder do PMDB, o governo se mostrou irredutível contra a proposta do gradualismo e ele, como relator, não está disposto a fazer um "cavalo de batalha". A proposta original reduziria a renúncia fiscal com a desoneração de R$ 25 bilhões anuais para R$ 12 bilhões a partir de 2016. Para este ano, a economia estimada era de R$ 5,35 bilhões se a taxação maior entrasse em vigor em junho. "Evidentemente que a ideia do governo era que o projeto saísse daqui como entrou, mas essa possibilidade não existe", afirmou Picciani após reunião da bancada do PMDB com o ministro Joaquim Levy (Fazenda). A decisão do relator irritou o setor industrial, que deve ter o aumento integral proposto pelo governo. Empresários prometem pressionar os deputados na votação desta quarta. O governo aguarda a votação do projeto da desoneração para definir o do corte no Orçamento deste ano. Nesta terça, Dilma afirmou que fará "o contingenciamento necessário" para que as contas públicas "entrem nos eixos". Segundo a presidente, o corte não será "nem excessivo nem flexível demais" e deve ficar entre R$ 70 bilhões e R$ 80 bilhões. Colaborou NATUZA NERY , de Brasília

'Falta coragem para acabar com tempo de contribuiçã o para aposentadoria' PAULO MUZZOLON - ENVIADO ESPECIAL A VINHEDO Especialista em Previdência com mais de uma centena de livros publicados e ainda produzindo aos 79 anos, o advogado Wladimir Novaes Martinez diz que as mudanças na pensão por morte do INSS são importantes para conter os gastos previdenciários, mas insuficientes. "Deveria acabar a aposentadoria por tempo de contribuição." Ele defende que a exigência para aaposentadoria seja uma combinação de idade e tempo de contribuição, em que a soma de ambos seja igual a 85, para a mulher, ou 95, para o homem –a chamada fórmula 95. Criado por ele em 1992, o índice retornou à discussão no Congresso, mas com alterações que só aumentam o deficit da Previdência. Uma emenda à medida provisória que alterou

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as regras da pensão estabelece que, se o trabalhador atingir tal índice, poderia se aposentar sem a incidência do fator. A fórmula de Martinez mantém o fator previdenciário e seria uma medida para o adiamento do pedido de benefício, como ele explica nesta entrevista à Folha .

Folha - A mudança nas regras da pensão por morte re solve o problema no caixa da Previdência? Wladimir Novas Martinez - Não, a economia será pequena. A Previdência precisaria de R$ 40 bilhões, R$ 60 bilhões. A economia que se terá com as mudanças baixou de R$ 20 bilhões para R$ 16 bilhões, porque já houve um acordo no Congresso. A medida foi correta, seguindo parâmetros internacionais, mas deve causar alguma mudança na sociedade. Como? Há uma expectativa, nos casamentos em que um dos cônjuges não trabalha, de que se ele morrer, deixará uma pensão para o sustento da família. Não estou falando só de um Brasil antigo, isso ainda existe. Não podemos pensar unicamente em São Paulo; pelo interior a coisa muda de figura, tem muita gente vivendo assim. O que vai fazer uma mulher que nunca trabalhou e que terá a pensão só por três anos? Antes ela era doméstica, ou seja, do lar, e agora vai ser o quê? Empregada doméstica? É uma ideia meio antiga, mas que não pode ser ignorada. Pouca gente tratou disso. Então não deveriam ter mexido na pensão? A medida foi correta, nossa pensão era uma maluquice. Só que o governo deveria ter discutido antes, feito audiência pública. A MP, por exemplo, não acaba com a pensão para quem casar de novo. Deveria ter acabado. Também não foi colocado a coisa da dependência econômica. Se o cônjuge não era economicamente dependente do trabalhador que morreu, não tem porque receber pensão. O governo também não mexeu na aposentadoria. O governo não tem coragem de acabar com a aposentadoria por tempo de contribuição, que é um absurdo, outra maluquice, por causa dos efeitos políticos e partidários. Aí criou o fator previdenciário, e agora falam da fórmula 95, que eu criei em 1992. Se uma pessoa começou a contribuir com 14 anos, como era possível anos atrás, com quantos anos vai se aposentar? E quem vai pagar a aposentadoria dele esses anos todos? O país não tem capacidade de criar riqueza para ter esse benefício. Ou seja, sem limitador de idade, a aposentadoria po r tempo de contribuição é concedida muito cedo. Isso. E o brasileiro está vivendo mais. Eu tenho 79 anos. Vinte anos atrás, todo mundo morria com 70 anos. Tem um custo para manter essas aposentadorias, e o empresariado não está disposto a manter isso, tem a concorrência internacional, precisa vencer a China.

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Então como não tem dinheiro, não tem como pagar por este benefício. Houve uma tentativa de se diminuir a aposentadoria precoce com o fator previdenciário, que entrou em vigor em 1999, mas não melhorou nada. Da forma como é hoje, então, há dois problemas? O o aposentado reclama do valor recebido, baixo devido ao fator previdenciário. Já o governo tem um custo alto porque esse aposentado vai receber por bastante tem po? Claro. Uma aposentadoria aos 53 anos é muito precoce. No mundo inteiro não é assim, as pessoas se aposentam com 65 anos. Na França, já passou para 67 anos. Mas há resistência contra medidas que adiem a apose ntadoria, e o trabalhador pede o benefício assim que tem direito a ele. Ninguém fala o porquê de o trabalhador continuar se aposentando cedo. Quem tem previdência complementar pode se aposentar cedo, porque terá complementação de renda. Quem não tem fundo precisa se aposentar mais tarde para receber um valor maior. O problema é que o trabalhador mais velho começa a ter mais gastos -com cuidados médicos, novos tecnologias que não existiam antes, novos produtos etc.- e vê a aposentadoria como um complemento de renda. Se aposenta e continua trabalhando. Em países desenvolvidos, quem se aposenta para de trabalhar porque o que recebe mantém o padrão de vida. E mesmo que o benefício seja menor que o salário, o Estado oferece muita coisa para o aposentado, como tratamento médico gratuito. Não há uma forma de se garantir isso? Claro que há, mas desde que houvesse uma preocupação das pessoas e do Estado em carrear recursos. Os autônomos, por exemplo, não contribuem à Previdência sobre o total de sua remuneração, ou pelo teto da Previdência? Dou uma aula sobre direito previdenciário para advogados, e há cem pessoas na sala. Quando pergunto quem paga o INSS, só 40 levantam a mão. Destes, 35 contribuem sobre o salário mínimo. Os cinco que pagam mais que o piso são os mais velhos, que precisam elevar a contribuição para fins de aposentadoria. Os autônomos, os empresários, estão fugindo da previdência pública e estão entrando na previdência complementar. Qual seria a idade-limite para conceder o benefício sem prejudicar as contas? Com tendência a subir nos próximos anos, 65 anos para o homem e 60 anos para a mulher, com aposentadoria integral. E subir para 66 daqui dois anos, para 67 daqui a quatro e assim por diante, e ir aumentando enquanto a expectativa de vida aumentar. E se a expectativa de vida diminuir, o que pode acontecer, você diminui a essa idade mínima.

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Editoria de Arte/Folhapress

O sr. propõe a fórmula 85/95 para elevar a idade ao se aposentar, e que voltou à discussão com as mudanças na pensão. Só que os depu tados discutem a fórmula 85/95 sem acabar com o modelo atual, mantendo a opç ão do trabalhador continuar se aposentando cedo. A única alteração é a garantia da aposentadoria integral caso a soma 85/95 fosse atingida. E não resolve nada, porque possibilita a aposentadoria de quem não atingir o índice. Na minha proposta não há tempo mínimo de contribuição. Mas para ter direito à aposentadoria é preciso ter soma 85, para mulher, e 95, para homem. Uma pessoa que começou a trabalhar formalmente aos 16 anos, terá 40 anos de contribuição aos 56 anos de idade e já poderá se aposentar. Vai receber por bastante tempo do INSS, mas também contribuiu por bastante tempo. Outro que começou a contribuir aos 35 anos, atingirá a fórmula aos 65 anos. Terá contribuído por apenas 30 anos, menos que o outro, mas vai receber do INSS por menos tempo. Você pode variar a idade e o tempo de contribuição, o importante é que se chegue ao índice.

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Quem começou a contribuir cedo e vai se aposentar logo, que leve ao INSS um tempo maior de contribuição. O pressuposto dessa fórmula é não causar prejuízo para o sistema. Eu criei a fórmula em 1992 e sugeri isso ao Ministério da Previdência em 2003. Como a expectativa de vida aumentou, já estou pensando em fórmula 95/105, em vez de 95, mas isso ainda é uma ideia. E para o trabalhador que passou boa parte na inform alidade, que não contribuiu por tempo suficiente para chegar a essa fórmula? Que é geralmente o hipossuficiente, o trabalhador mais pobre, que não teve estudo, morador da periferia, de Estados mais pobres. Imagine que um médico, aos 65 anos de idade, tenha 30 anos de contribuição. Trinta mais 65 dá 95, ele já poderia se aposentar. Agora imagine um servente que vai fazer uma obra na casa dele, também com 65 anos, mas com apenas 15 anos de contribuição. Como ele vai se aposentar? Na minha fórmula, proponho um índice divisor sobre o tempo de contribuição, que varia em função do salário médio do segurado. Quanto maior o salário, mais próximo de 1 é esse índice. Quando o índice for menor que 1, há um incremento no tempo de contribuição, de modo que o trabalhador poderá se aposentar. No exemplo, se o servente tiver média salarial baixa, esse índice divisor poderia ser 0,5. Como 15 dividido por 0,5 dá 30, a soma (30 + 65) resulta em 95. Para o médico com salário alto, o índice seria 1. O que se sr. propõe é uma forma de distribuir renda . Eu quero "premiar" esse trabalhador hipossuficiente. Ele já passa a vida sem casa própria, comendo mal, no andar de baixo. A Previdência Social tem como essência a solidariedade das gerações. Quem trabalha hoje paga o benefício de quem trabalhou lá atrás. Mas existe também uma solidariedade das classes sociais. A previdência privada não é assim, ela é particular. A social, sim, e a sociedade é desequilibrada. Essa fórmula é uma tentativa de se fazer equilíbrio social. Quem vai pagar essa conta? A classe média, os ricos. É assim no mundo inteiro, é assim que tem que ser. O sr. acredita que assim esse índice como o sr. apr esenta seria mais fácil de ser aprovado, inclusive pelas centrais sindicais, já qu e ajuda os mais pobres? Acontece que tem a questão matemática. Eu escrevi isso várias vezes, mas nunca deram bola. Liderança sindical estuda direito do trabalho, e não direito previdenciário. Não defendem essa tese possivelmente porque não a conhecem. E quando se fala em matemática, você perde a comunicação. Pela sua fórmula, o trabalhador teria o benefício i ntegral? Não. Ela é determinante para o direito à aposentadoria. Para o valor, entra o fator previdenciário atual, que é uma correlação entre o tempo de contribuição e a idade ao se aposentar. Se você pagou por pouco tempo à Previdência, tem que receber pouco. Se pagou mais tempo, tem que receber mais. Não tem muito sentido falar em acabar com o fator previdenciário.

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Se uma nova fórmula fosse aplicada, possivelmente v aleria só para novos trabalhadores, e não para aqueles que já estão no m ercado ou prestes a se aposentar. O impacto no deficit previdenciário, cuj o rombo foi de R$ 56,7 bilhões em 2014, seria pouco ou quase nada agora. Eu não acho que tenha deficit. Bastaria o governo pegar o dinheiro que repassa para outros pagamentos e deixar tudo na Previdência. O sr. tira a seguridade social da conta... O que há é transferência de recursos. E a aposentadoria rural não é a vilã. O rural contribui ao INSS desde 1991, e seu trabalho vale muito mais do que o do urbano. Você passa sem um telefone, mas não passa sem comida. O rural, portanto, é essencial para a subsistência de todos. E eu considero que a minha fórmula também deve valer também para o trabalhador rural. O sr. é um dos primeiros a falar em desaposentação, ou troca de aposentadoria. Ainda defende a tese? Sim, e acho que quem trocar de benefício precisa restituir parte do que recebeu, de acordo com sua expectativa de sobrevida. E se morrer, a viúva pensionista paga. Acho que o Supremo Tribunal Federal, onde está o processo, vai exigir a devolução porque alguém da Previdência vai lá falar no ouvido dos ministros. E tem outra coisa que precisa ser considerada. Quem é esta pessoa que se aposentou cedo e continuou trabalhando? Um dos motivos que leva a isso é a complementação de renda. Outro motivo pode ser a demissão. O que precisa acontecer é a aposentadoria ocorrer mais tarde. E para isso, as empresas têm que se preparar para receber os trabalhadores mais velhos. O sr. também considera haver um problema na perícia médica para concessão de benefícios por incapacidade. É que todo mundo procura o INSS para resolver seus problemas. Surgiu um fenômeno interessante de uns anos para cá: o sujeito desempregado, e não incapaz, que vai ao INSS pedir auxílio-doença porque não tem como obter a sua subsistência. O médico não pode dar o benefício, porque o trabalhador não está incapaz. E isso acaba gerando estresse nos postos, com pressão contra os médicos peritos. Hoje se um segurado vai ao INSS dizer que não pode trabalhar porque o ar condicionado da empresa ora é muito frio, ora é muito quente, e lhe causa gripe o tempo todo, o perito deveria ir lá verificar. Isso não acontece. Tem uma série de coisas que precisa melhorar. (Fonte: Folha SP 20-05-2015).

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