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Produção Didática Pedagógica

Professor PDE 2010

Título: Artigo de Opinião: uma alternativa para a prática da leitura

e produção de texto na escola

Autor: Elias Francisco do Prado

Escola de atuação: Escola Estadual Professora Alvina Prestes

Município da escola: Figueira

Núcleo Regional de Educação: Ibaiti

Orientadora: Profª Mestra. Rosiney Aparecida Lopes do Vale

Instituição de Ensino Superior: Universidade do Norte do Paraná (UENP)

Área de Conhecimento: Língua Portuguesa

Produção Didático-Pedagógica: Unidade Didática

Público Alvo: Estudantes de 8ª série do ensino Fundamental

Localização: A Escola Estadual Professora Alvina Prestes EF localiza-se e na Rua

Dr. Zoillo Simões nº 549 na cidade de Figueira- PR.

Apresentação:

A proposição deste trabalho de implementação incide na forma de Sequência

Didática (SD). Buscamos nas obras de Köche, Boff e Martinello (2010) a base para

trabalhar o gênero artigo de Opinião em sala de aula. Tencionamos estimular nos

alunos a prática da leitura e seu desenvolvimento cognitivo, considerando, para tanto,

suas habilidades já adquiridas e seus conhecimentos prévios acumulados pela

vivência dentro e fora do ambiente escolar. A base da SD que pretendemos trabalhar

nesta proposta será desenvolvida em etapas, da seguinte forma:

1) Estímulo do interesse pela leitura;

2) Reflexão sobre os textos lidos e ouvidos, buscando identificar a sua

intencionalidade;

3) Incitação da capacidade do pensamento crítico e sensibilidade do aluno;

4) Verificação dos aspectos formais do texto, enfatizando os “operadores

argumentativos", com vistas a aprimorar a produção textual;

5) Exposição dos conceitos sobre texto argumentativo, envolvendo a defesa de ponto

de vista, a apresentação da opinião do autor, a proposta de solução e o

convencimento do autor ao leitor;

6) Atividades de leitura, produção, compreensão e interpretação de textos

dissertativos e opinativos, de forma a explorar também a intertextualidade.

Palavras chave: Sequência didática, artigo de opinião, leitura, interação.

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SEQUÊNCIA DIDÁTICA

GÊNERO TEXTUAL: ARTIGO DE OPINIÃO

Previsão para 2 aulas

1. Apresentação inicial desta UD

“Todas as ações do homem revelam sua natureza. Podemos conhecer como lutaria um homem, pelo seu modo de cantar; suas decisões ou sua falta de energia estão refletidas na palavra que pronuncia, na opinião que manifesta, não menos claramente do que nos golpes

que desfere.”

Thomas Carlyle1

1º MOMENTO: (diagnóstico)

Pedir que os alunos falem sobre a(s) diferença(s) entre as pessoas que

aceitam tudo como está das pessoas que reclamam, que argumentam, que

denunciam e conseguem impor uma ideia.

Solicitar à classe que exponha o que sabem sobre emitir opiniões.

Perguntar aos alunos como fazem para convencer alguém sobre alguma coisa:

uma ideia, uma renúncia, uma afirmação, uma indignação.

A partir do momento que a pessoa reflete sobre uma questão seja

filosófica, moral ou política e apresenta seu posicionamento, seja a favorável ou

contrário, está emitindo uma opinião. De acordo com o dicionário Didático de Língua

Portuguesa, opinião significa entre outros: “1.Modo de ver, de sentir.2.Juízo livre e

pessoal.3 Forma ou conceito de alguma coisa.”

Comumente, no gênero textual artigo de opinião, o autor se posiciona

diante de algum tema que seja interessante para ele, para outras pessoas e que seja

também atual. Tal gênero caracteriza-se como um texto dissertativo e argumentativo

sobre o assunto abordado. Quem os escreve irá expor seu ponto de vista, sustentando

por meio de informações que, na sua visão, são convincentes e coerentes a ponto de

torná-lo admissível. É importante ressaltar que o autor tem a responsabilidade total

1 Thomas Carlyle Nasceu em Ecclefechan, em 4 de dezembro de 1795 e morreu em Londres no ano de

1881) foi um escritor, historiador e ensaísta . Como pastor e filosofo escreveu vários livros Em 1865

Carlyle foi nomeado reitor da Universidade de Edimburgo.

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sobre o que escreve, por isso, é preciso que tenha muito cuidado para não escrever

inverdades e assinar o texto, pois isso pode ter consequências desastrosas.

Em sua opinião, quais são os motivos que possam levar uma pessoa a

argumentar? Assinale:

( ) insatisfação. ( ) desagrado pela distorção dos fatos.

( ) dúvida. ( ) desejo em participar.

( ) interesse sobre o assunto. ( ) política.

( ) busca de justiça.

( ) outros que você sugere, cite: ___________________________________

Professor:

Agora poderemos trazer aos alunos conhecimentos sobre o jornal através de um vídeo

ou apostila. Depois, apresentar aos alunos um recorte de notícia polêmica de jornal

para que leiam e escrevam suas opiniões sobre o assunto. A seguir, poderá trabalhar

em sala de aula, mediando às opiniões apresentadas pelos alunos.

Professor:

É interessante também trabalhar um artigo de opinião, fazendo a

interpretação do texto e pedindo que os alunos respondam no quadro ao

lado.

Autor do artigo

Assunto abordado no texto

Qual foi sua base para escrever o artigo.

Qual o envolvimento do autor

Qual a argumentação do autor

Qual é o público alvo do autor.

Qual a sua intencionalidade

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Jornais, revistas, canais de televisão rádio e a internet são os meios

de comunicação de massa que nos mantém informados sobre tudo que acontece no

país e no mundo. Dessas notícias, muitas delas são boas, mas outras podem ser

mentirosas, engraçadas, catastróficas ou repulsivas. Em relação a essas notícias que

nos chegam, muitas vezes, emitimos nossa opinião a respeito, juntamente com nossos

familiares ou mesmo pensando sozinhos. Mas os que detêm o poder da prática escrita

argumentativa e o acesso ao meio de comunicação poderão enviar seu protesto ou

defesa de acordo com sua ideologia.

Por diversas vezes, alguém fala sobre a conduta de alguma pessoa que

conhecemos pessoalmente ou pela televisão, sobre a administração pública ou sobre

questões sociais. Na hora, podemos até concordar, mas se tivermos opiniões

diferentes, nossa reação imediatamente será também diferente e então tentaremos

juntar elementos argumentativos para defender ou criticar.

De acordo com Köche, Boff e Martinello (2010), argumentar é quando

discutimos problemas controversos, buscando a sustentação de uma opinião ou sua

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refutação, tomando uma posição seja através de debate, editorial, carta

argumentativa, artigo de opinião, discurso de defesa, carta ao leitor etc.

Desta forma, pensamos no artigo de opinião como forma de:

Manifestação que possibilita ao indivíduo transformar conceitos e possibilitar

novas considerações sobre opiniões pré-estabelecidas.

Buscar sempre novas alternativas.

Participar ativamente de assuntos que envolvem seu meio social.

Persuadir e transformar através de argumentos convincentes e práticos.

Demonstrar insatisfação diante de injustiças e descasos por parte de

dirigentes políticos, religiosos e manifestações diversas.

Trazer à sociedade pensamentos filosóficos capazes de transformar e

enriquecer a intelectualidade do indivíduo.

Ampliar seu vocabulário, conhecimentos linguísticos e capacidade de

desenvolvimento de textos dentro de contextos que envolvem seu meio

social.

Você concorda com tudo que as pessoas dizem sempre?

Em sua opinião, tudo que os jornais afirmam são informações verdadeiras?

Você já teve alguma opinião contrária sobre atitudes ou palavras que

chegaram por intermédio de veículos de comunicação?

Você já se sentiu indignado por alguma opinião que você não concordou?

Já sentiu vontade de ir à rádio, à televisão ou ao jornal para convencer as

pessoas sobre seu ponto de vista em relação a determinado assunto?

ANEXOS DOS SITES DAS PESQUISAS ANTERIORES

http://pt.scribd.com/doc/2683260/Texto-argumentativo acessado em 21-06-2011 15h02

http://pt.wikipedia.org/wiki/Thomas_Carlyle acessado em 21-06-2011 11:30

2. Reconhecimento do gênero Artigos de opinião

Previsão para duas aulas

Professor, para iniciar o trabalho de reconhecimento do gênero, é importante solicitar à

classe para que tragam alguns textos da atualidade retirados da internet, de revistas

ou jornais para que sejam discutidos em sala de aula sobre seu conteúdo provocando

questionamentos e discussão na sala de aula.

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QUESTIONAMENTOS

Ler um dos artigos acima para responder:

Vocês sabem o que é opinião?

Você acha importante que leitores também apresentem sua opinião para

ser veiculada pelo jornal? Por quê?

Quando e como devemos emitir nossa opinião?

Ler um artigo de opinião e fazer comentários sobre:

Qual é o assunto principal?

Quais são os sujeitos envolvidos no texto?

Qual o motivo que levou o autor a comentar o assunto?

Onde se ambienta o espaço físico do acontecimento?

Quais são as indagações do autor?

Quais são as opiniões do autor sobre o assunto.

Quais são as palavras que você desconhece?

3. LEITURA SOBRE O GÊNERO TEXTUAL ARTIGO DE OPINIÃO

Previsão para 8 aulas

Você já notou que na política muitos falam em educação, justiça e

saúde? Será que esses políticos realmente estão pensando nisso?

Obviamente que não se deve generalizar, mas a forma como eles dizem e

argumentam, seja de ataque ao seu oponente ou em defesa de seus feitos,

muitas vezes, fazem com que você mude sua opinião. Você verá nos próximos

quatro anos e poderá arrepender-se de ter votado no indivíduo, mas nas

próximas eleições lá estará ele novamente persuadindo as pessoas a votarem

nele. A opinião deve ser baseada em argumentos convincentes para que dê

sustentação às suas ideias. Você, por acaso, já discutiu algum assunto com

outra pessoa? A ideia que você defendia é uma opinião assim como podemos

perceber quando alguém está discutindo sobre futebol. Você acha que seu

time é mesmo o melhor do mundo? Mesmo sabendo que o seu time de

coração é inferior ao do seu colega, você certamente usará argumentos muito

relevantes para provar que seu time é o melhor. Pense nisso. Você acredita

que a sua religião é a mais correta, certo? Pois bem. Um líder religioso passa a

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seus fieis que sua igreja é a melhor e que será o caminho mais fácil e garantido

da salvação. O religioso certamente fará o possível para que seus fiéis

permaneçam utilizando-se de argumentos que irão mudar seus conceitos sobre

as outras igrejas. E você. Você acredita que pode mudar a opinião de outras

pessoas? Pode. Mas para isto, é preciso que detenha forte conhecimento

sobre o assunto, que leia muito, que junte argumentos, que discuta e que faça

com que as pessoas busquem nos seus ideais tudo que precisam para que se

convençam rendendo-se a seus argumentos convincentes. O ser humano é o

único ser da face da Terra com a capacidade de pensar, de se comunicar e de

viver em sociedade e criar leis para que sejam respeitadas e cumpridas.

Portanto, é inerente ao ser humano questionar tudo que foge às regras e

padrões pré-estabelecidos pela sociedade em que vive. Por isso, ramificações

filosóficas, políticas, científicas ou religiosas, inclusive pessoas do povo como

operários e trabalhadores do campo, buscam através de seus conceitos de

justiça, seja moral ou ética, trazer para a sociedade sua contribuição, seus

conceitos como somatória para o desenvolvimento de seu meio social e

convivência pacífica e justa. São várias as formas de participar. Os meios de

comunicação modernos como a internet, a televisão, e jornais abriram portas

para que as pessoas do povo pudessem expor suas opiniões sobre assuntos

que em épocas passadas eram restritas apenas a políticos e intelectuais.

Vivemos, portanto uma democracia, mas um país mais democrático precisa

ouvir seus cidadãos; e cidadão participativo precisa conhecer para questionar e

participar, certo? Observemos a importância da argumentação e dos valores

de acordo com as percepções de Faraco:

O mesmo mundo, quando correlacionado comigo e com outro, recebe valorações diferentes, é determinado por diferentes quadros axiológicos Essas diferenças são arquitetonicamente ativas, no sentido de que elas são constitutivas dos nossos atos (inclusive de nossos enunciados). É na contraposição de valores que os atos concretos se realizam: é no plano dessa contraposição ideológica; é no plano da alteridade, portanto que cada um orienta seus atos. FARACO (2003, p.22)

Professor: sugerimos neste momento que compartilhe com seus alunos

essas informações:

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O artigo,assim como o editorial, em conformidade com Zanchetta (2007) é um

texto jornalístico interpretativo e opinativo com a propriedade de desenvolver uma

ideia ou comentário sobre determinado assunto baseando em uma determinada

fundamentação (DC). É assinado e sua linguagem é livre e, portanto, o estilo é

aplicado de acordo com cada jornalista. Embasando nas afirmações do autor,

acrescentamos o artigo de opinião como uma espécie de abertura para que o leitor

também possa expressar suas ideias. Na produção textual, é necessário que

identifique certos elementos:

● Suporte de produção: Lugar onde são produzidos os artigos.

Finalidade: Por que são produzidos os artigos de opinião.

Emissor: Quem escreve os textos.

Público receptor: quem lê os artigos de opinião.

Que saiba ainda sobre o mundo sócio-subjetivo em que se as atividades estão

associadas:

Espaço social. (onde o texto é produzido)

Posição social do autor. (qual sua atividade dentro da sociedade)

Posição social do leitor: (seu papel social: irmão, aluno, amigo, etc.)

Intecionalidade. O que o autor pretende ao escrever e qual o efeito do

texto.

Nesse momento, professor, trabalhe pesquisa com os alunos para que

descubram:

COMO SÃO VEICULADOS OS ARTIGOS DE OPINIÃO

Divulgados: Jornais, revistas e meios de comunicação virtuais (internet).

Frequência de produção: as produções são diárias ou semanais.

Emissor: jornalistas ou leitores colaboradores.

Receptores: Leitores de diversos segmentos sociais, principalmente assinantes de

jornais, revistas ou internautas.

SITUAÇÃO SOCIAL DAS PESSOAS A QUEM O AUTOR SE REFERE

Ser social: trabalhadores, empresários, políticos, religiosos e o povo em geral.

Perfil psicológico: pessoas que apresentam certas dificuldades em aceitar-se e que

desconfiam da intenção e da sinceridade de seu amigo.

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Objetivo de produzir esse texto: mudar conceitos apresentando justificativas e novas

formas de visualizar a situação com argumentos que, para o autor, poderá modificar

conceitos e maneiras de pensar sobre determinado assunto.

Professor: é relevante que os alunos possam também saber sobre os trabalhos

com outros textos dissertativos:

Em relação aos discursos, Guimarães (2008) chama a atenção para os textos

argumentativos e considera que é preciso captar na diversidade de características

formais dos textos certo número de constantes. Seriam então feitos alguns

questionamentos da seguinte forma:

O que faz o autor do texto?

Descreve?Relata?Argumenta?

Lembra, porém, a retórica antiga em relação ao discurso argumentativo assim:

Discurso deliberativo: o que pretende o aconselhamento

Discurso judiciário: Tem como ponto de mira a acusação ou defesa.

Discurso epiditico: Tem como finalidade a loa ou censura.

Discurso crítico: Visa o acordo ou a contestação.

Para que o aluno seja orientado a trabalhar textos dissertativos é interessante que

observe o modelo em que se vaza o mecanismo de estruturação do texto dissertativo,

ou seja, a concebida proposição de Aristóteles no que se refere à sua arte retórica -

sintetiza em quatro instâncias:

1. Exordio (captatio benevolentiae seguida do anúncio do plano)

2. Narração (relato dos fatos)

3. Confirmação (exposição dos argumentos);

4. Peroração (epílogo, conclusão)

Em relação aos aspectos linguísticos do gênero artigo de opinião, destacamos:

Conhecimento dos fatos: proporciona ao leitor maior interesse

em ler o artigo.

Detalhamento: fará com que o leitor saiba com detalhe e possa

associar ou questionar sua opinião da de quem escreve.

Argumentação: para que o leitor possa interar se dos fatos que

o inspiraram a escrever.

Aspectos ortográficos: utilizados na construção do artigo.

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Figuras de linguagem (de pensamento) como: antítese, ironia,

eufemismo, hipérbole.

Construção morfológica como: tempos e modos verbais.

Podemos também observar a construção deste artigo de opinião escrito pelo professor

Nilton Roberto Cremasco:

.

Neste artigo de opinião podemos observar que é uma situação que envolve

nosso dia a dia, nosso cotidiano escolar e uma realidade causadora de muitas

polêmicas. O Jornal Foi o meio de comunicação (suporte) escolhido para ser

veiculado o artigo. Vejamos alguns questionamentos possíveis:

1. O autor é antes de tudo um professor, possui conhecimento dos fatos pela

convivência com a situação que o inspirou a escrever. Você concorda com o

que ele diz sobre a educação no Brasil? Por quê?

2. Ele responde a outra reportagem, a do dia 20/04. Por quê? Qual a sua

intencionalidade?

3. Justifica a sua indignação ao afirmar que a culpa recai sempre ao professor.

Você concorda com o professor? Por quê?

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4. O autor apresenta detalhes sobre o que as pessoas que desconhecem as

causas do problema e esperam sempre do professor? Quais?

5. De que forma o autor afirma que o problema não está na escola e sim nas

famílias?

6. Reforça sua argumentação buscando em épocas passadas o desenvolvimento

dos alunos sem violência nas escolas devido ao acompanhamento dos pais.

Quais outras argumentações o autor apresenta?

7. Ele defende como alternativa acabar com o conceito de “estudo prazeroso” e

proporcionar à escola maior autonomia e possa punir com maior rigor alunos

baderneiros e desinteressados. Para você, o que significa a expressão “estudo

prazeroso?”.

8. A intencionalidade do autor foi mostrar a sociedade uma visão diferenciada

sobre a realidade da educação no Brasil e buscou argumentos em sua própria

experiência em sala de aula. Para você, as experiências em sala de aula são

suficientes para que se desenvolva o conhecimento?

No texto “Repensar a escola”, o interlocutor procurou utilizar-se da função emotiva ou

expressiva da linguagem porque revelou sua opinião e sua emoção em várias etapas

do texto como: “quase nunca leio que o problema está na escola”, “Antigamente era

diferente. E por quê? Porque os pais acompanhavam a vida de seus filhos”. “É preciso

que a escola tenha novamente autonomia para punir com rigor os desvios de

comportamento”, “Ou repensarmos a escola ou dentro de alguns anos será impossível

exercer nossa verdadeira função: orientar, informar e formar”.

Professor: é importante trabalhar as funções de linguagem dentro da sala de aula,

porque os artigos de opinião podem trazer outras formas de argumentação como

função apelativa ou conativa em que o emissor procura influenciar o comportamento

do receptor utilizando-se dos pronomes tu e você. É importante também que se

observe dentro das produções textuais o que nos apresenta Köche (2011), em relação

às marcas linguísticas das argumentações. Para o autor, existem relações que o texto

e o evento que constitui sua enunciação que destacam dessa forma:

1. As Pressuposições;

2. As marcas das intenções, explícitas ou veladas, veiculadas no texto.

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3. Os modalizadores que mostram sua atitude perante o enunciado que produz

(através de certos advérbios, dos tempos e modos verbais, das expressões do tipo “ é

claro”, “é provável”, “é certo”, etc.)

4. Os operadores argumentativos. Para o autor eles sãos os responsáveis pelo

encadeamento dos enunciados estruturando-os em textos de forma que determina sua

orientação discursiva;

5. As imagens recíprocas intermediárias entre os locutores e a máscara por eles

assumidas no jogo das apresentações.

Professor: observe que Koch (2010) apresenta os operadores argumentativos

como alternativa de forma a trabalhar linguistica em sala de aula utilizando-se de

recursos textuais que induzam o aluno à argumentação R. Neste momento

podemos então utilizar Koch para a confecção de exercícios para esta UD.

1- Após ler o artigo, “Repensar a escola”, acima, siga o exemplo e encontre a

conclusão (R):

1. Por que sempre que se fala em violência nas escolas é a atitude do professor (a)

que deve ser repensada? (Conclusão R )

Arg. 1- não se deve culpar o professor (a)

Arg. 2- falta interesse político classes argumentativas

Arg. 3- a televisão e a internet incitam à violência.

Arg. 4-...............................................................

2. Apresente graficamente a escala argumentativa utilizando-se dos argumentos mais

fortes nas linhas superiores em ordem decrescente:

R: A violência explode nas escolas.

Arg. + forte p” – Os pais acompanhavam a vida de seus filhos.

P’ _ O ensino não tem que ser prazeroso.

P _ A escola não tem que se adaptar ao educando.

P _..........................................................................

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Segundo Koch (2010), os operadores assinalam o argumento mais

forte de uma escala orientada no sentido de determinada conclusão: até, mesmo, até

mesmo, inclusive. Exemplo: “A apresentação foi coroada de sucesso: estiveram

presentes personalidades do mundo artístico, pessoas influentes nos meios artísticos

até (mesmo, até mesmo, inclusive) o Presidente da República”.

3. Veja se a força do operador mesmo dentro do artigo que você leu:

“E nove em dez, odiamos quem no – las revela, mesmo com a intenção de nos

beneficiar”.

Mesmo mais que a intenção.

Mais que o desejo.

..............................

3. Agora siga o exemplo e complete com os operadores argumentativos do

texto:

Gostamos de ouvir elogios

Porque somos tão

levianos que só

percebemos

qualidades

Em nós mesmos

Arg. 1

Nossas imperfeições

são vistas por todos e

por nós ignoradas.

Arg. 2

..................................................

...................................................

.................................................

..................................................

Arg. 3

“Gostamos de ouvir elogios: somos tão levianos que só percebemos qualidades em

nós mesmos e nossas imperfeições são vistas por todos, por nós ignoradas. Além

disso,........................................................................................................................”

Quando lemos um artigo de opinião, seja em revista, jornal, blog, ou

qualquer outro veículo de comunicação, percebemos algo semelhante ao nosso

cotidiano. Muitas vezes não estamos atuando fisicamente, mas sim pelo conhecimento

de causa ou pelas pressuposições. Podemos citar como exemplo a política. Os

governantes não te conhecem, mas você poderá estar acompanhando suas atitudes

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atuando como cidadão crítico de suas ações. E sua opinião a respeito poderá

influenciar também as opiniões de outras pessoas dependendo de sua argumentação

e persuasão.

Agora é com você. Leia o artigo de opinião “Cidadãos de segunda 2ª...?” e

realize as atividades abaixo:

Cidadãos de segunda 2ª...?

Freddy Honofreo

Que avaliem de forma imparcial, impessoal e apolítica.

Há alguns anos, o contribuinte bandeirantense recebe como motivação para pagar o Imposto Predial e Territorial Urbano – IPTU, a chance de concorrer a prêmios dos mais variados. Em 2008, quando retornei à cidade, acompanhei o sorteio de diversos prêmios. Embora desconheça esse direito diferenciado de premiar quem paga o “Imposto Municipal” em detrimento de quem não o faz, a ação parecia menos injusta. Cabe averiguar junto às autoridades do Direito, junto a quem estuda a Constituição – Carta Magna – se é legal um órgão público distribuir prêmios através de sorteio a um grupo de pessoas apenas? Se for legal, com base na Constituição (constitucionalmente) deve-se mudar, também, o nome, deixar de ser imposto. Atribuir um nome qualquer.

A partir de 2009, o grupo ficou mais restrito. A Prefeitura, através de Lei Municipal, aprovada pelos nossos representantes na Câmara... " os vereadores,” sorteou” um terreno. E só participou do sorteio quem quitou o tributo (IPTU) em cota única. Em 2010, a ação se repete.

Vale frisar que ano passado (2009), que me desculpe quem criou o trabalho de publicidade da Campanha, mas o destaque era “... realize seu sonho”, fazendo o pagamento à vista, adquiria o direito de concorrer ao terreno. Sonho realizado!

Mas como realizar o sonho de ter um imóvel, pois se para concorrer era necessário pagar o IPTU... à vista. Na minha humilde opinião, de cidadão, para tal, no mínimo, precisaria ter um imóvel?

Fica o comentário. Sei que de nada adiantará. A campanha 2009 já se foi, teve o sorteio, e de repente o ganhador realizou algum sonho quando contemplado com o imóvel!

E se não tinha, para responder qualquer indagação, deve ter arrumado um sonho para justificar a Campanha publicitária oficial.

Águas passadas não movem moinhos, mas, “ a isonomia” na cidadania destacada na “Constituição” foi para outras paragens. Por que em Bandeirantes/ PR?

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Chega 2010, a imprensa anuncia a entrega dos carnês do IPTU 2010 e na extensão da mensagem: “IPTU 2010 – PAGUE À VISTA ATÉ 15 DE ABRIL E CONCORRA A UM TERRENO DE 220 METROS QUADRADOS”. Na capa do carnê: “FAÇA A SUA PARTE”!

Que puxão de orelha, heim!?

E na sequência, na capa mesmo: “PAGUE SEU IPTU À VISTA COM 10% DE DESCONTO OU SE PREFERIR EM 8 PARCELAS SEM JUROS”.

Que preferência?

Entendo que esse termo é apenas um alento, para que sintamos cidadão de verdade.

Mas o tratamento dispensado a quem só pode pagar em parcelas, para quem não é uma preferência e sim necessidade, é bem diferente ao dado a quem pode pagar à vista.

Que me desculpe quem gosta de sorteio! Principalmente quem é contemplado. Mas um bem público ser sorteado? Fica a dúvida no ar.

Como pode o administrador desse (s) bem (ns) colocar para sorteio, algo que em tese pertence à comunidade quando o próprio nome já diz “bem público”?

Mas na hipótese da lei permitir essa ação com o bem público, deve-se no mínimo, preservar a isonomia de todos os cidadãos. Ou seja, qualquer cidadão deve ter o direito de participar. Caso contrário, como ocorre em Bandeirantes/ PR, como se sente o cidadão... trabalhador... eleitor... que não pode participar de um sorteio, caso seja legal, só porque não dispõe de “dinheiro” para quitar à vista um tributo?

Será um cidadão de 2ª...? Se assim for, volta à expressão “isonomia”. Que tratamento igualitário é dado aos cidadãos? Estamos num Estado de Direito? Que tipo de Estado, democrático, trata cidadãos com dois pesos e duas medidas?

Esclareço! Não apoio quem é ou está inadimplente. Minha observação refere-se à ação do poder público que discrimina, em função da capacidade financeira, quem não pode... quem não tem condições de quitar um tributo (IMPOSTO) à vista.

1. Determinar os seguintes elementos:

a) Onde (suporte) foi veiculado este texto.

b) O público a que se destina.

c) Objetivo do emissor.

d) A relevância do tema entre os interlocutores.

e) O levantamento de questões para discussão.

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c) As informações contidas

2. Referente ao artigo responda:

a) Qual é a polêmica explicita neste texto?

b) Qual a opinião do autor a respeito do pagamento do prêmio?

c) Com que argumentos ele defende a possível ilegalidade da ação

d) O que o autor pensa do termo “pague seu IPTU à vista ou com 10% de desconto ou se preferir em 8 parcelas sem juros”?

2. Observe este questionamento:

“ Mas como realizar o sonho de ter um imóvel, pois se para concorrer era necessário pagar o IPTU...à vista. Na minha humilde opinião, de cidadão, para tal, no mínimo, precisaria ter um imóvel?”

a) Você concorda com o autor? Justifique.

b) O sonho, segundo o anúncio da prefeitura, seria mesmo para quem deseja possuir seu primeiro imóvel?

c) Para você o que quer dizer cidadão de 2ª?

d) Em sua opinião, o contribuinte de Bandeirantes que não pode pagar o tributo à vista está sendo mesmo colocado em situação de cidadão de 2ª?

e) Quais os argumentos mais convincentes que o autor utiliza para convencer o leitor para justificar o título este artigo?

f) quais as justificativas que o levou a escrever este texto?

3. Com a ajuda do professor (a) responda as seguintes questões:

a) O título do artigo é importante porque nos dá uma ideia sobre o que será escrito dentro do texto. Lendo este artigo, qual outro título você daria a ele?

b) O texto está criticando o sistema municipal de Bandeirantes, e na frase: “Se assim for, volta à expressão “isonomia”“. Ele utilizou a palavra isonomia. Por quê?

c) Muitas pessoas não possuem internet nem tem acesso a jornais e revistas. Para você, quais as outras formas que as pessoas têm para se manifestar em relação a um sistema que não os agrada?

d) Você acredita que se todos participarem fazendo protestos, opinando, participando da sociedade, poderemos transformá-la para melhor?

e) Para você, uma pessoa que não lê e não procura informações tem maior poderá ser enganado e tolhido de seus direitos?

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Para Koch (2010), os operadores argumentativos são essenciais na leitura e

produção textual especialmente nas ordens do argumentar e expor. Para a autora,

funcionam como operadores argumentativos as preposições, os advérbios, as

conjunções, as locuções prepositivas, adverbiais e conjuntivas, e palavras que não se

enquadram em nenhuma das dez classes gramaticais, como denotadores de inclusão

e de exclusão.

Poderemos propor aos alunos um exercício de acordo com as propostas de

Köche, utilizando o modelo seguinte:

4. Verifique o sentido dos operadores argumentativos em negrito nos textos.

Numere os parênteses de acordo com o código, indicando a relação

estabelecida entre os enunciados:

(01) adição (09) conformidade

(02) finalidade (10) conclusão

(3) causa e conseqüência (11) alternância

(4) explicação (12) comparação

(5) oposição (13) esclarecimento

(6) condição (14) inclusão

(7) tempo (15) exclusão

(8) proposição

TEXTO: FIEL COMPANHEIRO

Quem já não se surpreendeu com a capacidade de o cão perceber a chegada do carro do dono antes que ele apareça?

Esta aptidão pode ser explicada pela apurada audição dos cães. Eles são capazes de detectar um som quatro vezes mais longe do que ( ) nós, humanos. Além disso, ( ) precisam de apenas ( ) seis segundos para identificar de onde vem o tal som.

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O olfato é outro sentido extremamente desenvolvido nos cães. Eles têm 200 milhões de células receptoras de odores, contra apenas 5 milhões dos homens.Por esse motivo, ( ) seu faro é 40 vezes mais eficiente que ( ) o nosso. Além dessas células, ( ), tornam o olfato canino tão precioso.

Quando ( ) o cachorro respira, o odor é capturado em uma mucosa expressa e ( )

Enviado ao cérebro.Ele pode identificar o mais leve aroma e transformá-lo em mensagem química para o cérebro, que tem boa parte de sua área dedicada à interpretação de cheiros. Outros odores também ( ) são capturados pelo órgão vomeronasal, localizado próximo à boca do cão.

No que diz respeito à visão, o homem ganha de seu fiel companheiro. Os cães enxergam menos cores e com menos detalhes que ( ) os humanos. Eles conseguem diferenciar tons de cinza, azul e amarelo, mas ( ) não são capazes de distinguir o vermelho do verde e do laranja. Em compensação, a visão lateral dos bichos é mais eficiente. Eles também têm uma terceira pálpebra, que ajuda a manter os olhos limpos.

Para os cães, cheirar pode ser mais gostoso do que ( ) comer. Eles têm uma média um quinto das papilas gustativas do homem. Assim, ( ) conseguem diferenciar sensações de salgado, doce, amargo e azedo. Por isso, ( ) o que os atrai para a comida, primeiramente é o cheiro. Só ( ) depois os cerca e 2.000 receptores de sabor, localizado na parte posterior das língua, entram em ação.

O cérebro canino corresponde a apenas 0,5% do peso total do animal, mas recebe20% do sangue bombeado pelo coração, isso porque,( ) apesar de ( ) pequeno, sintetiza e grande parte do cérebro. Em menor escala e com menos precisão, também interpreta os sinais enviados pela audição, paladar, tato e visão (“Fiel companheiro”. Correio Riograndense. Caxias do Sul, dez, 2008. Correio sabe-tudo, p.15).

CIDADÃO INSEGURO - A MERCÊ DE ALIENADOS E OMISSOS

By Freddy Honofreo

Com certeza não seria uma segunda-feira comum. Mesmo sabendo que minha pauta seria a rotineira de todas as segundas no período legislativo Municipal em Bandeirantes/ PR, acompanhar a sessão ordinária.

Embora sem prever novidade, sem essa expectativa, a sensação era de ansiedade, afinal dois fatos importantes marcariam a reunião dos vereadores. Sendo

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um dependente do outro. O principal, a votação do veto parcial do prefeito Celso Benedito da Silva, a um item que regulamentaria o funcionamento dos mercados aos domingos. O dependente, a segunda votação do Projeto de Lei que torna a Associação mantenedora da Rádio Comunitária de Utilidade Pública Municipal. Dependente! Pois toda e qualquer votação na Câmara só seria possível após a votação do veto.

Bem! A expectativa era essa, e no “frigir dos ovos”, no final do dia foi exatamente o que aconteceu.

O veto foi votado. Destrancada a pauta e a Concessão de utilidade pública também foi votada, e aprovada em segunda votação. Falta a terceira!

Bem! E qual seria o fato incomum numa segunda tão comum e previsível? Principalmente, sabendo que a votação do veto seria favorável?

O incomum foi o quorum da votação, 7 a 2!

Quanta a preferência dos vereadores, ou o veto do Prefeito são fatos comuns. Numa democracia há opiniões que somam, outras que se chocam.

O que considero incomum para o fato, está ligado intimamente aos valores que aprendi e procuro disseminar, a aparente falta de coerência de argumentos e votação da maioria. Em todas as etapas do processo, desde a apresentação do Projeto até às vésperas do veto do Prefeito, todos os vereadores não apresentaram qualquer manifestação contrária ao Projeto, por completo. E por que será que sete resolveram mudar de opinião após o veto do Prefeito?

A atitude dos (07) vereadores faz com que paremos para refletir!

Esses vereadores não estudaram, devidamente, o Projeto, anteriormente? Esses vereadores sabem a importância da votação? Os vereadores tiveram influência do Poder Executivo na questão?

Durante o debate pré-votação, uma afirmação do vereador Francisco de Assis Goulart Barbosa, “Chiquinho da Identidade” chamou minha atenção.

“O prefeito tem poder”, e após a votação reafirmou, “não disse que o poder é do Prefeito!”

O que será que quis dizer sobre “o poder do prefeito”?

Por outro lado, a explicação do Prefeito Celso Silva, também é questionável.

Como explicar o aspecto religioso de seu pensamento, uma vez que na Bíblia, o dia de descanso abordado é o sábado e não o domingo? Se bem que o próprio Jesus, questiona ao responder a sábios das leis: “o sábado foi criado para o homem, e não, o homem foi criado para o sábado”. Na realidade o importante não é o dia, mas a verdadeira vocação de louvar a Deus de forma fiel e correta.

Embora, tradicionalmente os católicos considerem o Domingo como dia do Senhor, como então atender os fiéis da Igreja Adventista entre outras que adotam o sábado como dia sagrado?

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Como aceitar o argumento de que:”o domingo é dia de reunir-se com a famílias. Dia do trabalhador ficar com a família.” E ao mesmo tempo argumentar que: “permitirá o faturamento das quitandas e mercearias da periferia”.

Como fica, então, a situação de pais de famílias que têm quitanda, mercearia na periferia. E os trabalhadores dos postos de gasolina? De restaurantes, entre outros? E o pai de família que precisa ficar de plantão nos serviços públicos municipais? Ah! Alguns são serviços essenciais! Mas há muitos casos de trabalho para atender necessidades e políticas públicas eventuais.

Deixando a argumentação do veto para segundo plano, que na verdade deve ser o que os interessados querem, voltamos à votação.

Mudar o posicionamento, pode ser um ato de coragem... sabedoria até!

Mas não depois de três etapas batendo o pé, acreditamos que de forma convicta, num posicionamento contrário!

Concordar ou discordar com o prefeito é um detalhe. Uma questão de preferência. A democracia permite!

Mas concordar com um posicionamento sem avaliar a argumentação esdrúxula, sem coerência? É algo muito arriscado para a democracia... arriscado para a cidadania de quem a deseja, e a busca de forma democrática!

A votação! Pode representar apenas uma nuance com um lado vitorioso e o outro derrotado. Contingência de uma discussão, de um debate. Fato Louvável!

Mas nas entrelinhas fica o sabor amargo da ditadura e da ignorância!

Ditadura de um personagem que usa e abusa de seu poder, extrapolando-o, e fazendo valer sua opinião de forma questionável, em detrimento dos direitos de quem não concorda com suas idéias.

Omissão e passividade dos que o acompanham de forma fiel e burra. Aceitar por aceitar! Sem avaliar... sem questionar! Aceitar para obter benesses pessoais. Sem preocupar-se com a comunidade.

Nas entrelinhas da votação fica: O sabor de vitoria ou derrota deste ou daquele lado! Não! O sabor amargo da derrota... mas de uma derrota digna pautada nos ideais e argumentos plausíveis do oponente! Não!

Nem a sensação, “gostosa” de felicidade por uma conquista democrática!

Na entrelinhas ficou sim, a sensação de plena insegurança... a sensação de que estamos a mercê de cabeças vazias e alienadas. Cabeças "democratas" nas eleições para conquistar os votos, tecnocratas para atender os cidadãos e “burrocratas” na hora de fazer valer sua condição de líder de uma comunidade, ou seja na hora de decidir.

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E mais! Dizer que ficamos com a sensação... com certeza é uma forma de amenizar nossa condição de “população” com governantes, mas sem líderes. População sem segurança! De cidadãos sedentos de direitos, mas inseguros na busca de suas conquistas!

Durante toda nossa existência, somos alienados a uma sociedade

que ao mesmo tempo em que tende a nos proteger, também tende a nos cobrar, por

isso estamos sempre cobrando também atitudes diversas de nossos semelhantes

buscando sempre que haja justiça social em nosso meio. A interação neste sentido se

torna um fato importante e muito necessário para que possamos interagir e obter

condições de igualdade, mas para que as pessoas nos ouçam, precisamos de

argumentação; algo que sustente nossas determinações e denotações mesmo

sabendo que para isso haverá conflitos de ideias e de ideais. De acordo com os

autores, podemos ter uma ideia mais concreta sobre a argumentação.

O argumento de competência lingüística consiste no emprego da linguagem adequada à situação de interlocução. A escolha dos vocábulos, locuções e formas verbais, entre outros aspectos lingüísticos, é essencial para que ocorra a interação entre o autor e o seu leitor. Por exemplo: o advogado, ao defender uma causa perante o juiz, utilizará a norma culta e a terminologia específica de sua área. Köche;Boff e Marinello, (2010.p.36)

Professor: Depois de ler com bastante atenção o artigo de opinião: “Cidadão-

inseguro a mercê de alienados e omissos” vamos fazer um pequeno resumo da

obra do autor respondendo as seguintes questões:

1. Este artigo de opinião:

Responde a uma questão controversa;

Expõe o ponto de vista de um jornalista ou colaborador de jornal, revista ou site

da internet;

Usa argumentos consistentes para defender uma posição;

Procura obter a adesão do interlocutor;

Evidencia a dialogicidade no processo de produção;

Pertence à ordem do argumentar;

Emprega a linguagem comum ou cuidada;

Faz uso de operadores argumentativos e dêiticos;

Utiliza o presente como tempo verbal predominante;

Apresenta a dissertação como tipologia de base;

Constitui-se das partes: situação-problema, discussão e solução avaliação;

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Pode valer-se dos argumentos de autoridade, de consenso, de provas

concretas e de competência lingüística.

2. Considerando o sentido dos vocábulos no texto, relacione a segunda coluna

de acordo com a primeira.

( a ) rotineira 1) ( ) tudo que se pode prever.

( b ) veto 2) ( ) probabilidade, promessa

( c ) expectativa 3) ( ) habitual, do dia-a-dia, do mesmo modo.

( d ) concessão 4) ( ) difundir, propagar.

( e ) previsível 5) ( ) proibição.

( f ) quorum 6) ( ) fazer retroceder desviando da direção inicial

( g ) disseminar 8) ( ) semear ou espalhar por diversas partes

( h ) refletir 9) ( ) ação ou efeito de conceder.

( i ) projeto 10) ( ) número mínimo de pessoas presentes exigido por lei.

( j ) argumento 11) ( ) plano, intento.

Segundo Koch, os operadores que contrapõem argumentos orientados para conclusões contrárias: mas, (porém, contudo, todavia, no entanto, etc.), embora (ainda que, posto que, apesar de que, (que), etc.). Para facilitar a compreensão, vamos aos exemplos apresentados pelo autor:

A B pMASq não R (~R )

Arg. P arg. q

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Argumento possível para Argumento decissivo a favor de

A conclusão R não-R (~R)

R: A equipe da casa -R : A equipe da casa não

Merecia ganhar. MAS Merecia ganhar

-p A equipe da casa -q o adversário foi melhor.

não jogou mal.

A equipe da casa não jogou mal, mas o adversário foi melhor e mereceu ganhar o

jogo.

Professor: Neste momento proponho que se faça um exercício de acordo com o artigo “Cidadãos de 2ª...? de ( Freddy Honofreo )

Se hipoteticamente o autor dissesse assim:

O povo queria que os mercados fossem abertos aos domingos, mas havia

interesses políticos e os vereadores de Bandeirantes acabaram então aprovando o

veto do prefeito por 7 a 2,

R: O povo queria que os mercados -R Mas havia interesse

fossem abertos político

Aos domingos.

MAS

- p Só estavam esperando - q Os vereadores aprovaram

A votação na câmara. o veto por 7 a 2

3. Agora faça o mesmo exercício utilizando-se de operadores argumentativos

como no exemplo. Leia um outro trecho deste artigo ou de um outro para fazer o

exercício proposto:

Professor:

Nosso objetivo nesta UD é conduzir o aluno ao letramento e à prática da escrita

argumentativa coesa e coerente para que a interlocução se construa e se

desenvolva num mundo de interação dentro ou fora da sala de aula. E foi por isso

que nos inspiramos nos artigos de opinião como gênero, visto por nós, como

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relevante e propiciador de nossos objetivos. Dentro desse propósito, consideramos

importante revisar os conteúdos e apresentar aos alunos artigos diversos e de

autores variados, levá-los a perceber que a argumentação é inerente à linguagem

humana. Isto porque não existe discurso neutro. Há sempre uma intenção por

detrás de um ato comunicativo. Saber argumentar é um passo indispensável para

alcançar a cidadania que todos pretendemos; consequentemente, é preciso fazer

com que os alunos conheçam os recursos linguisticos que a língua disponibiliza,

conheçam e saibam manejá-los com proficiência, a fim de obterem êxito nos seus

processos de interação. Para tanto, nos trabalhos de pesquisa utilizados para a

construção de nosso projeto e desta UD, pudemos estudar diferentes bibliografias

para fundamentar nossa proposta e, então, poder por em prática os trabalhos com

alunos dentro na sala de aula.

BIBLIOGRAFIAS

BERBNARDO, Gustavo: Educação pelo argumento. 2. ed. Rio de Janeiro:

Rocco, 2007.

FARACO, Carlos Alberto. Linguagem e diálogo: as ideias linguísticas do currículo

de Bakhtin. Curitiba: Criar, 2003.

FARIA Maria Alice. Como usar o jornal na sala de aula. 10. ed. São Paulo:

Contexto, 2009. (Repensando o Ensino).

FARIA Maria Alice; JR. Juvenal Zanchetta. Para ler e fazer o jornal em sala de

aula. 2. Ed. São Paulo: Contexto 2007.

FILHO, Walter Proença Alge; ALGE, Isabelle Neves; ALGE, Danielle Neves;

NETO, Walter Arthur Alge;ALGE,Garielle Neves;ALGE, Ana Beatriz: Dicionário

Didático da Língua Portuguesa. Editora Didática Sul do Brasil: Joaquim Távora –

PR.

GUIMARÃES, Elisa: A articulação do texto. 10. ed. São Paulo: Ática 2006.

MONTALVÃO, Alberto, 1912-,comp.M763p Palavras que levam ao

sucesso.4.ed.São Paulo, Egéria,1975

KOCH, Ingedore G. Villaça. A inter-ação pela linguagem 10. ed. São Paulo:

Contexto, 2010.

KOCH, Ingedore G. Villaça; Argumentação e Linguagem 13. ed. São Paulo

Cortez 2011.

KÖCHE, Nanilda Salton; BOFF, Odete Maria Benetti; MARTINELLO, Adriane,

Fogali. Leitura e produção textual. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010.

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