produÇÃo de mudas de cebola (allium cepa l.) sob...

63
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS FACULDADE DE AGRONOMIA ELISEU MACIEL PRODUÇÃO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L.) SOB UMA PERSPECTIVA AGROECOLÓGICA ÀGUIDA GORETI PAGLIA Dissertação apresentada à Universidade Federai de Pelotas, sob a orientação da Prof Dra Tânia Beatriz Gamboa Araújo Morselli, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação em Agronomia, Área de Concentração: Produção Vegetal, para obtenção do título de Mestre em Ciências. PELOTAS Rio Grande do Sul - Brasil Fevereiro de 2003

Upload: dothuy

Post on 26-Feb-2018

217 views

Category:

Documents


2 download

TRANSCRIPT

Page 1: PRODUÇÃO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L.) SOB …orgprints.org/24883/1/Paglia_Produção.pdf · vaca mais calda bordalesa; MB4+U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

MINISTEacuteRIO DA EDUCACcedilAtildeO UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS FACULDADE DE AGRONOMIA ELISEU MACIEL

PRODUCcedilAtildeO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L) SOB UMA PERSPECTIVA AGROECOLOacuteGICA

AgraveGUIDA GORETI PAGLIA

Dissertaccedilatildeo apresentada agrave Universidade Federai de Pelotas sob a orientaccedilatildeo da P ro f Dra Tacircnia Beatriz Gamboa Arauacutejo Morselli como parte das exigecircncias do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia Aacuterea de Concentraccedilatildeo Produccedilatildeo Vegetal para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre em Ciecircncias

PELOTAS Rio Grande do Sul - Brasil

Fevereiro de 2003

Dados de catalogaccedilatildeo na fonte (Marlene Cravo Castillo - CRB-10744)

P138P Paglia Aacuteguida GoretiProduccedilatildeo de mudas de cebola (Allium cepa L) sob uma persshy

pectiva agroecoloacutegica Aacuteguida Goreti Paglia orientador Tacircnia Beatriz Gamboa Arauacutejo Morselli - Pelotas 2003 - 64 f il Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Produccedilatildeo Vegetal Faculdade de Agroshynomia Eliseu Maciel Universidade Federal de Pelotas Pelotas 2003

1 Allium cepa L 2 Mudas 3 Agroecologia I Morselli Tacircnia Beatriz Gamboa Arauacutejo (orientador) II Tiacutetulo

CDD 63525

PRODUCcedilAtildeO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L) SOB UMA PERSPECTIVA AGROECOLOacuteGICA

Enga Agra AgraveGUIDA GORETI PAGLIA

DissertaccedilatildeoSubmetida como parte dos requisitos para obtenccedilatildeo do Grau de

Mestre em Ciecircncia Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia

Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel Pelotas (RS) Brasil

Prof Dra Tacircnia Beatriz Gamboa Arauacutejo Morselli

Prof Dr Seacutergio Roberto Martins

P rof Dra Roberta Marins Nogueira Peil

Prof Dra Tacircnia Beatriz Gamboa Arauacutejo Morselli(Orientadora)

Prof Dr Joseacute Geraldo Wizniewsky(DCSAFAEMUFPel)

Prof Dr Carlos Rogeacuterio Mauch(DFTFAEMUFPel)

Engdeg Agro Dr Joseacute Ernani Schwengber(EMATERRS)

Comitecirc de Orientaccedilatildeo

Prof Dr Joatildeo Baptista da Silva

Aprovada em 21 de fevereiro de 2003 Homologado 720 03

Prof Dr Carlos Rogeacuterio MauchCoordenador do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia

Prof Dr Ceacutesar Valmor RombaldiDiretor da Faculdade de Agronomia

II

Natildeo eacute o desafio com que nos deparamos

que determina quem somos e o que estamos nos tornando

Mas a maneira com que respondemos a este desafio

Somos combatentes idealistas mas plenamente conscientes

Porque o ter consciecircncia natildeo nos obriga

a ter teoria sobre as coisas

soacute nos obriga a sermos conscientes

Dificuldades para vencer

A liberdade para provar

E enquanto acreditamos no nosso sonho

Nada eacute por acaso

(Henfil)

Acredito que Deus estaacute em tudo

Por isso agrave Natureza dedico

iii

AGRADECIMENTOS

Cumprindo esta etapa fundamental para minha formaccedilatildeo profissional comeccedilo

agradecendo a FAEMUFPel pela oportunidade

A FEPAGROSUL que abriu espaccedilo para a produccedilatildeo e troca de conhecimento

Aos funcionaacuterios que foram fundamentais na execuccedilatildeo deste trabalho

Ao Programa RS-Rural por fornecer todas as condiccedilotildees financeiras agrave realizaccedilatildeo

deste trabalho acreditando na necessidade de geraccedilatildeo de tecnologias que possam

responder a imensa diversidade dos agroecossistemas regionais

Sou especialmente grata agrave Tacircnia que esteve comigo no dia-dia Considero-a muito

mais que orientadora considero-a como uma parceira na vida tanto nas horas alegres

como nas tristes pois partilhamos do alfabeto emocional

Aos co-orientadores Seacutergio pelo ser amoroso que eacute Roberta pela incansaacutevel

ajuda e Joatildeo Baptista por sua dedicaccedilatildeo

A todos os professores e funcionaacuterios que contribuiacuteram com sorrisos e disposiccedilatildeo

sempre

Meus colegas e amigos verdadeiros Natildeo citarei nomes pois todos satildeo especiais

satildeo ldquoseres humanosrdquo que tanto amo e admiro

Paulo Timm obrigada pela confianccedila e dedicaccedilatildeo

A minha famiacutelia Junto a eles restauro as forccedilas da minha alma e encontro apoio e

estimulo para prosseguir e meu caminho tendo a certeza que nunca estarei soacute

Edi quanta saudade senti Fez-me crer que eacute possiacutevel fazer do sonho a vida

Nosso amor me fortaleceu nos dias difiacuteceis

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Tecnoloacutegico pelo apoio financeiro

E por uacuteltimo mas natildeo menos importante a todos que acreditam e compartilham

na busca do ideal ldquofelicidaderdquo este que soacute pode ser operacionalizado dentro do real e

que certamente este real pode ser mudado

IV

IacuteNDICE

FICHA DE HOMOLOGACcedilAtildeO ii

DEDICATOacuteRIA iii

AGRADECIMENTOS iv

IacuteNDICE v

SUMAacuteRIO vii

SUMMARY ix

INTRODUCcedilAtildeO 1

2 REVISAtildeO DE LITERATURA 3

21 Desenvolvimento e sustentabilidade 3

211 Agroecologia Paradigma em construccedilatildeo 5

212 Agroecologia e agricultura familiar 7

213 O Mercado de produtos orgacircnicos 8

22 A cultura da cebola e sua importacircncia 9

2 2 1 Caracteriacutesticas agronocircmicas da cebola 1 0

222 A produccedilatildeo de mudas de hortaliccedilas 11

23 Adubaccedilatildeo orgacircnica 12

231 Efeitos da adubaccedilatildeo orgacircnica no solo 13

232 Efeitos da adubaccedilatildeo orgacircnica nas culturas 14

233 Plantas de cobertura do solo 15

234 Adubaccedilatildeo foliar 15

24 Vermicompostagem 16

V

241 Resiacuteduos utilizados na vermicompostagem17

2411 Resiacuteduos de origem animal17

2412 Resiacuteduos de origem vegetal17

25 Biofertilizantes 18

251 Urina de vaca 20

252 Alhol 21

253 Calda Bordalesa22

254 Biofertilizante Super Magro 22

256 Biofertilizante MB4 23

3 M ATERIAL E M EacuteTODOS 24

31 Local de execuccedilatildeo do experimento 24

32 Anaacutelise estatiacutestica 24

33 Tratamentos 25

34 Conduccedilatildeo do experimento27

35 Observaccedilotildees agronocircmicas 28

351 Fitomassa fresca da parte aeacuterea28

352 Fitomassa seca da parte aeacuterea 28

353 Altura da muda 28

354 Diacircmetro de colo 28

355 Sistema radicular 29

3551 Comprimento de raiz 29

3552 Densidade de raiz 29

3553 Razatildeo parte aeacutereasistema radicular 30

36 Determinaccedilatildeo de macronutrientes no tecido vegetal 30

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 31

41 Anaacutelise das variaacuteveis 31

411 Anaacutelise da parte aeacuterea 31

412 Anaacutelise do sistema radicular 33

413 Anaacutelise de macronutrientes no tecido vegetal 35

5 CONCLUSOtildeES 39

6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 40

7 APEcircNDICE 48

VI

SUMAacuteRIO

PAGLIA AgraveGUIDA GORETI (MS) Universidade Federal de Pelotas fevereiro de 2003 Produccedilatildeo de Mudas de Cebola (Allium cepa L) sob uma perspectiva Agroecoloacutegica Professora Orientadora Tacircnia Beatriz Gamboa Arauacutejo Morselli Co- orientadores Seacutergio Roberto Martins Roberta Marins Nogueira Peil e Joatildeo Baptista da Silva

Com o objetivo de estudar a produccedilatildeo de mudas de cebola sob uma perspectiva

agroecoloacutegica foi conduzido um experimento a campo na Fundaccedilatildeo Estadual de

Pesquisa Agropecuaacuteria - FEPAGROSUL no municiacutepio de Rio GrandeRS no periacuteodo

de 15 de maio a 26 de agosto de 2002 Utilizou-se a cultivar Petrolini (ciclo meacutedio)

submetida as seguintes adubaccedilotildees adubaccedilatildeo de base (1 VB - 30 t ha 1 de

vermicomposto bovino 15 VB - 45 t harsquo 1 de vermicomposto bovino e EC - 60 t ha de

esterco de curral) e biofertilizantes liacutequidos (SM+U+CB - Super Magro mais urina de

vaca mais calda bordalesa MB4 +U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

e Testemunha - ausecircncia) O experimento foi esquematizado em delineamento em

blocos ao acaso em fatorial 3 X 3 As variaacuteveis analisadas foram fitomassa fresca e

seca (g) da parte aeacuterea e do sistema radicular altura de planta (cm) diacircmetro do colo

(mm) comprimento de raiz (cm) razatildeo parte aeacutereasistema radicular densidade de raiz

(m cm3) e conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio na parte aeacuterea

da planta Concluiu-se que as respostas agronocircmicas das mudas de cebola para os

paracircmetros avaliados satildeo mais satisfatoacuterias com a aplicaccedilatildeo de esterco de curral como

adubaccedilatildeo de base os biofertilizantes mais urina de vaca e calda bordalesa proporcionam

VII

respostas satisfatoacuterias quando aplicados junto agraves adubaccedilotildees de base o biofertilizante

MB4 mais urina de vaca e calda bordalesa eacute mais eficiente que o super magro mais urina

e calda bordalesa quando aplicado junto agrave adubaccedilatildeo de base esterco de curral os

conteuacutedos de fitomassa seca das mudas de cebola satildeo significativos quando adicionado

os biofertilizantes ao vermicomposto bovino (45 t harsquo1) os maiores conteuacutedos

nutricionais para as mudas de cebola satildeo proporcionados pela adubaccedilatildeo de base esterco

de curral a maior absorccedilatildeo de caacutelcio pelas mudas de cebola ocorre quando da adiccedilatildeo de

biofertilizante MB4 mais urina e calda bordalesa agrave adubaccedilatildeo de base esterco de curral

VIII

SUMMARY

PAGLIA AgraveGUIDA GORETI (MS) Universidade Federal de Pelotas February 2003 Onion (Allium cepa L) Transplant Production under an Agroecological Perspective Tacircnia Beatriz Gamboa Arauacutejo Morselli Comitte Seacutergio Roberto Martins Roberta Marins Nogueira Peil and Joatildeo Baptista da Silva

With the objective of studying the onion transplant production under an agroecological

perspective a field experiment was carried out in the Fundaccedilatildeo Estadual de Pesquisa

Agropecuaacuteria-FEPAGROSUL in the city o f Rio GiWideRS in the period between 15

May and 26 August 2002 The cultivar Petrolini (medium cycle) was submitted to the

following fertilizers soil fertilizer (1 VB - 30 t h a o f bovine vermicompost 15 VB -

45 t ha 1 of bovine vermicompost and EC - 60 t ha 1 of manure and liquid biofertilizer

(SM+U+CB - ldquoSuper Magrordquo with cow urine with bordeaux mixture MB4 +U+CB -

MB4 with cow urine with bordeaux mixture and control - absence) The experiment was

laid in a randomized block design in factorial scheme 3X3 The analyzed parameters

were fresh and dry matter of the aerial part and root system plant height colon

diameter root length ration aerial partroot system root density and the contents

nitrogen phosphorus potassium calcium and magnesium in the aerial part o f the plant

It was concluded that the agronomic responses o f the onion seedlings for the evaluated

parameters are more satisfactory with the application o f manure as soil fertilizer the

biofertilizers with cow urine and bordeaux mixture provide satisfactory responses when

applied along with the soil fertilizer the biofertilizer MB4 with cow urine and bordeaux

IX

mixture is more effieient than the ldquoSuper Magrordquo with urine and bordeaux mixture

when applied along with manure as soil fertilizer the dry matter contents of the onion

seedlings are significant when the biofertilizer is added to bovine vermicompost (45 t

h a 1) the largest nutritional contents for the onion seedlings are obtained with manure as

soil fertilizer the largest absorption of calcium by the onion seedlings happens when the

biofertilizer MB4 with urine and bordeaux mixture is added to the manure as soil

fertilizer

X

mixture is more efficient than the Super Magro with urine and bordeaux mixture

when applied along with manure as soil fertilizer the dry matter contents of the onion

seedlings are significant when the biofertilizer is added to bovine vennicompost (45 t

hamiddot ) the largest nutritional contents for the onion seedlings are obtained with manure as

soil fertilizer the largest absorption of calcium by the onion seedlings happens when the

biofertilizer MB4 with urine and bordeaux mixture is added to the manure as soil

fertilizer

x

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

ldquoEu sustento que a ciecircncia soacute tem

finalidade se serrsquoir para aliviar a miseacuteria

da existecircncia humana

(Bertold Brecht)

No Rio Grande do Sul cultivar cebola eacute atividade de pequenos e meacutedios

produtores revestindo-se de suma importacircncia para a economia onde contribui para a

geraccedilatildeo de empregos e a fixaccedilatildeo do homem ao meio rural visto que haacute necessidade de

outros tipos de investimentos sociais e econocircmicos

Segundo o ICEPA-SC (2003) o Rio Grande do Sul responde por cerca de 14 da

produccedilatildeo nacional o que faz da cebola a segunda hortaliccedila em importacircncia econocircmica

no Estado sendo apenas superada pela cultura da batata poreacutem a aacuterea plantada no RS

tem apresentado recuo nos uacuteltimos anos caindo de 16648 hectares na safra 9899 para

14085 na safra atual (0203) acontecendo o mesmo com a produccedilatildeo que diminuiu de

181338 toneladas na safra 9596 para aproximadamente 159000 na safra atual

A baixa produtividade obtida pode ser atribuiacuteda a vaacuterios fatores baixa

disponibilidade de mateacuteria orgacircnica no solo poucc^ uso de materiais orgacircnicos eou

aplicaccedilatildeo inadequada destes considerando ainda que a maioria dos produtores

conservam caracteriacutesticas agriacutecolas do seacuteculo passado apresentando resistecircncia ao

associativismo e possuem carecircncia de infraestrutura (estradas eletricidade telefonia

drenagem e condiccedilotildees de armazenamento) Esses fatores aliados a baixa rentabilidade

2

da cultura tem sido apontados como responsaacuteveis pelo abandono da cebolicultura por

alguns produtores

A fase de produccedilatildeo das mudas eacute de extrema importacircncia para o cultivo da cebola e

requer manejo adequado dos recursos naturais para que a cultivar utilizada possa

expressar seu potencial geneacutetico sem comprometer o equiliacutebrio ambiental O principal

cuidado para o desenvolvimento de mudas de qualidade refere-se agrave utilizaccedilatildeo adequada

do solo

Desta forma o manejo do solo e das plantas orientado pela agroecologia pode se

constituir numa excelente alternativa para obtenccedilatildeo de mudas de qualidade sem

comprometer a sauacutede dos agricultores e contribuindo para a preservaccedilatildeo ambiental

Diversas praacuteticas vecircm sendo utilizadas com esta finalidade entre elas citam-se a

adubaccedilatildeo orgacircnica e os biofertilizantes enriquecidos No entanto estes fatores de

produccedilatildeo precisam ser melhor estudados no que tange a sua utilizaccedilatildeo adequada pelos

produtores de cebola objetivando um sistema de produccedilatildeo sustentaacutevel

A agroecologia como ciecircncia apresenta vaacuterias dimensotildees ecoloacutegica econocircmica

social cultural poliacutetica e eacutetica Neste sentido e considerando-se a procura crescente por

produtos orgacircnicos e a necessidade de sistemas de fertilizaccedilatildeo adequados ao cultivo da

cebola o presente trabalho teve como objetivo a produccedilatildeo de mudas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica contribuindo para o processo de transiccedilatildeo do sistema de

produccedilatildeo

3

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

ldquoAs novas eras natildeo comeccedilam de uma vez

Meu avocirc jaacute vivia no novo tempo

Meu neto viveraacute talvez ainda no velho

A nova carne eacute comida com os velhos garfos

(Bertold Brecht)

21 Desenvolvimento e sustentabilidade

Nenhuma espeacutecie viva com exceccedilatildeo do homem empreende esforccedilos de

desenvolvimento no sentido de crescimento material que sob as formas em que vem

sendo compreendido conduz sempre a algum tipo de agressatildeo contra o ambiente Os

esforccedilos presentes visando o progresso material assim como a maneira de satisfaccedilatildeo

das necessidades baacutesicas do homem no mundo de hoje revelam-se inconsistentes O

uso para esse fim de mateacuteria e energia em doses excessivas e crescentes tem exaurido

recursos ambientais acima de sua capacidade de regeneraccedilatildeo obviamente tendendo a

toma-los menos disponiacuteveis para as futuras geraccedilotildees

De acordo com Martins (2002) o Desenvolvimento Sustentaacutevel natildeo eacute um conceito

acabado trata-se de uma ideacuteia forccedila proacute-ativa e positiva mas que necessita ser

esclarecida quanto ao significado destes dois vocaacutebulos que lhe compotildee e o contexto em

que as pessoas com eles se relacionam Aleacutem disso isso afeta tanto como profissionais

cujas atividades vinculam-se diretamente ao trato com a natureza e portanto por ela satildeo

4

responsaacuteveis mas especialmente como cidadatildeos que constroem no seu cotidiano as

distintas dimensotildees do desenvolvimento sociais econocircmicas ambientais culturais

cientificas e tecnoloacutegicas juriacutedicas poliacuteticas e espirituais

Segundo Altieri amp Nicholls (2000) para o desenvolvimento de uma agricultura

sustentaacutevel as necessidades natildeo satildeo apenas bioloacutegicas ou teacutecnicas mas tambeacutem sociais

econocircmicas e poliacuteticas E inconcebiacutevel promover mudanccedilas ecoloacutegicas no setor agriacutecola

sem a defesa de mudanccedilas nas outras aacutereas da sociedade de modo a conscientizar o

homem sobre as condiccedilotildees necessaacuterias para a exploraccedilatildeo da natureza

A ideacuteia da sustentabilidade referente ao vocaacutebulo sustentaacutevel coloca-se como

contraponto ao caraacuteter perdulaacuterio do modelo prevalecente na medida em que o modelo

econocircmico praticado por um lado estaacute baseado no consumo da mateacuteria prima fornecida

pela natureza para a produccedilatildeo de bens e serviccedilos em descompasso com seu ritmo e

capacidade de fornecimento por outro tem tratado a natureza como mero depositaacuterio de

resiacuteduos sem considerar sua capacidade de absorccedilatildeo e reciclagem A sustentabilidade

contrapotildee-se agrave caracteriacutestica antropocecircntrica do modelo o homem como centro da

questatildeo numa postura dominante sobre o entorno natural cujas ferramentas cientiacuteficas e

tecnoloacutegicas embasam um modelo econocircmico que subjuga a natureza e coloca-se acima

desta O vocaacutebulo sustentaacutevel portanto se refere agrave capacidade de suporte da biosfera

sendo um fim a ser perseguido com o objetivo de garantir sua preservaccedilatildeo numa visatildeo

prospectiva ou seja que assegure o futuro planetaacuterio assumindo portanto o

compromisso com as geraccedilotildees vindouras (Martins 2002)

Quando se trata de apontar os possiacuteveis caminhos que levaratildeo a um novo padratildeo

produtivo e garanta a seguranccedila alimentar sem agredir o ambiente o caminho torna-se

mais difiacutecil Percebe-se que a noccedilatildeo de agricultura sustentaacutevel permanece cercada por

duacutevidas e contradiccedilotildees mesmo assim seu emprego toma-se cada vez mais frequumlente

(Ehlers 1999)

Haacute que se incorporar a concepccedilatildeo de entropia agrave noccedilatildeo de desenvolvimento visto

que a extraccedilatildeo e o transporte tambeacutem satildeo atividades econocircmicas que requerem cuidados

de manejo visando menores efeitos entroacutepicos ao meio ambiente Satisfazer as

necessidades presentes sem comprometer as possibilidades das futuras geraccedilotildees

satisfazerem as suas proacuteprias eacute o que necessita ser construiacutedo no cotidiano Esta natildeo eacute

uma tarefa faacutecil nos tempos atuais pois o mundo nunca passou por tanta incerteza e

nunca teve um presente tatildeo insustentaacutevel (Martins 1997)

211 Agroecologia Paradigma em construccedilatildeo

5

O seacuteculo passado assistiu a uma ineacutedita expansatildeo da capacidade humana de

agenciamento das forccedilas naturais promovida pelo saber teacutecnico-cientiacutefico cuja

centra lidade eacute hoje irreversiacutevel no que se refere as relaccedilotildees com a natureza Em relaccedilatildeo

ao conhecimento poucas aacutereas de interesse do homem moderno se ligam tanto agrave

pesquisa cientiacutefica como a questatildeo ambiental sendo um fenocircmeno de tendecircncia

internacional evidenciado a partir da deacutecada de 70 (Hess 1999)

A noccedilatildeo de paradigma eacute normalmente utilizada para estabelecer uma

diferenciaccedilatildeo entre dois momentos ou dois niacuteveis do processo de conhecimento

cientiacutefico (Capra 1997 Kuhn 1989) Para um entendimento miacutenimo do que significa

essa noccedilatildeo Costa Neto (1999) diz que se pode conceituar o paradigma enquanto um

modelo de ciecircncia que serve como referecircncia para todo um fazer cientiacutefico durante uma

determinada eacutepoca ou um periacuteodo de tempo demarcado e a partir de um certo momento

da histoacuteria da ciecircncia o referido modelo predominante tende a se esgotar em funccedilatildeo de

uma crise de confiabilidade nas bases estruturantes de seu conhecimento Desta forma o

paradigma passa a ser substituiacutedo por outro modelo cientiacutefico predominante Tambeacutem

pode ocorrer o fato de dois paradigmas disputarem o espaccedilo de hegemonia na

construccedilatildeo do conhecimento (Costa Neto 1999)

Os problemas com os quais nos deparamos hoje satildeo faces de uma crise uacutenica

diferentes do fazer cientiacutefico e proveniente de uma crise de percepccedilatildeo segundo Capra

(2 0 0 1 ) isto faz com que nossas instituiccedilotildees e noacutes em particular natildeo consiga perceber

claramente realidades complexas em um mundo globalmente interligado Ainda que as

soluccedilotildees para alguns de nossos principais problemas possam ser relativamente simples

ldquosoacute seratildeo possiacuteveis mediante uma mudanccedila radical em nossas percepccedilotildeesrdquo este eacute

tambeacutem o ldquoestopim para colocar em marcha medidas efetivasrdquo porque os governos e as

instituiccedilotildees jamais empreenderatildeo accedilotildees de fato enquanto as pessoas natildeo

compreenderem que satildeo parte do problema e da soluccedilatildeo e que eacute preciso assumir a

necessidade de mudar o rumo das coisas (Gomes amp Borba 2000)

Para Leff (2001) a agroecologia representa o ldquonascimento de um paradigmardquo que

eacute a alma da produccedilatildeo sustentaacutevel um processo que permite o resgate dos

conhecimentos proacuteprios e o renascimento do ser trazendo de volta as relaccedilotildees com os

seres humanos na medida em que o produtor cria atraveacutes de seu conhecimento o seu

proacuteprio saber-fazer numa relaccedilatildeo com a vida e com a terra

6

Segundo Costa Neto (1999) o paradigma agroecoloacutegico representa portanto a

linha de um posicionamento soacutecio-ambiental que tem uma vertente tecnoloacutegica apta a

ser uma alternativa agrave produccedilatildeo agriacutecola em grande escala e ao modelo tradicional

disciplinar

Hoje a agroecologia continua a fazer conexatildeo entre fronteiras estabelecidas Por

um lado estuda os processos econocircmicos e os agroecossistemas por outro eacute um agente

para as mudanccedilas sociais e ecoloacutegicas complexas que tenham necessidade de ocorrer no

futuro a fim de levar a agricultura para uma base verdadeiramente sustentaacutevel O

processo de mudanccedila estaria dirigido agrave busca de novos pontos de equiliacutebrio entre as

dimensotildees de produtividade estabilidade e equumlidade na atividade agraacuteria articuladas

entre si poreacutem em constante processo de adaptaccedilatildeo e retroalimentaccedilatildeo utilizando

estilos mais respeitosos com o ambiente com o propoacutesito de superar a crise enfrentada

pelos agricultores (Costabeber amp Moyano 2000)

De acordo com Altieri (2002) soacute uma compreensatildeo mais profunda da ecologia

humana e dos sistemas agriacutecolas pode levar a medidas coerentes com uma agricultura

sustentaacutevel Assim a ldquoemergecircncia da agroecologiardquo representa um enorme salto nesta

direccedilatildeo pois fornece os princiacutepios ecoloacutegicos baacutesicos para o estudo e tratamento dos

ecossistemas tanto produtivos quanto preservadores dos recursos naturais e que sejam

culturalmente sensiacuteveis socialmente justos e economicamente viaacuteveis

A transformaccedilatildeo ou substituiccedilatildeo de um modelo de desenvolvimento para outro

supotildee um processo de transiccedilatildeo que em alguns momentos caminha a passos lentos e

em outros pode trazer mudanccedilas bruscas e qualitativamente diferenciadas Esse

processo de transiccedilatildeo significa a conversatildeo de uma agricultura tradicional para uma

agricultura ecoloacutegica e socialmente equilibrada com base na sustentabilidade (Gomeacutez

1997)

Embora a falta de informaccedilatildeo da pesquisa possa ter contribuiacutedo para dificuldades

e experiecircncias negativas de muitos produtores estes tecircm fama de serem inovadores e

experimentadores desejosos de adotar novas praacuteticas no sentido de serem beneficiados

Nos uacuteltimos cinquumlenta anos a inovaccedilatildeo na agricultura tem sido impulsionada

principalmente pela ecircnfase em altos rendimentos e no lucro da unidade produtiva

Apesar da continuidade dessa forte pressatildeo econocircmica sobre a agricultura muitos

produtores convencionais estatildeo preferindo fazer a transiccedilatildeo para praacuteticas que satildeo mais

consistentes ambientalmente e tem o potencial de contribuir com a sustentabilidade da

agricultura em longo prazo (Gliessman 2000)

7

212 Agroecologia e agricultura familiar

O nuacutecleo por excelecircncia da produccedilatildeo sustentaacutevel eacute a agricultura familiar No

Brasil mais especificamente esta tecnologia estaacute sendo introduzida natildeo somente em

aacutereas de cultivo de agricultura familiar em geral mas especificamente em

assentamentos rurais Percebe-se dessa forma tratar-se de um tipo de produccedilatildeo que

tende a incorporar a dimensatildeo histoacuterico-social e a considerar os valores culturais e de

senso comum inerentes aos agricultores familiares (Costa Neto 1999)

Na agricultura familiar a sustentabilidade toma forma a partir do momento em

que comeccedilaram a ser incorporados aos debates os novos anseios da sociedade rural e

urbana relacionados a um novo projeto de desenvolvimento e na medida em que foram

buscadas orientaccedilotildees teoacutericas baseadas no paradigma agroecoloacutegico

De acordo com Maturana amp Rezepka (2000) a formaccedilatildeo do conhecimento natildeo eacute

entendida como simples treinamentos e teacutecnicas e seraacute um aspecto essencial desta

abordagem A valorizaccedilatildeo dos saberes dos agricultores sobre o ambiente as plantas o

solo e os processos ecoloacutegicos onde resgatam e aprimoram teacutecnicas proacuteprias e de

outros de origem cientiacutefica ou empiacuterica fundamentais dentro deste novo paradigma

(Altieri amp Nicholls 2000)

Neste sentido cientistas e extensionistas tecircm se surpreendido com a profundidade

destes conhecimentos e com a capacidade de vaacuterios destes agricultores de expocirc-los

mesmo nos ambientes acadecircmicos onde muitas vezes estatildeo mais avanccedilados que seus

interlocutores (Weid amp Tardin 2002) Isto revela a necessidade de sintonia entre a

Universidade e a Comunidade

Entatildeo a sutentabilidade ambiental em niacutevel local eacute positiva quando o manejo

realizado no agroecossistema aproveita a produtividade dos recursos naturais renovaacuteveis

(aqueles que funcionam mediante o fluxo solar) Ao contraacuterio pode natildeo ser positiva

quando as praacuteticas produtivas consistem na busca pela produtividade mediante a troca

econocircmica (importaccedilatildeo e exportaccedilatildeo de insumos e produtos) onde a terra eacute vista

unicamente como o suporte material (fiacutesico) das espeacutecies Neste caso o controle de

pragas a fertilizaccedilatildeo e outras praacuteticas necessaacuterias satildeo realizados mediante capital

produzido pelo homem degradando a base local de recursos naturais (Xavier Simoacuten amp

Domingues 2001)

8

213 O Mercado de produtos agroecoloacutegicos

O mercado de alimentos produzidos sob a orientaccedilatildeo agroecoloacutegica produzidos

sem utilizaccedilatildeo de agrotoacutexicos ou adubos minerais tem aumentado vertiginosamente em

todo o mundo Alguns dados indicam que esse segmento cresce anualmente cerca de

20 nos Estados Unidos 40 na Europa e 50 no Brasil e para comprovar tais

iacutendices basta verificar a proliferaccedilatildeo das feiras de produtores ecoloacutegicos nas cidades o

aumento dos espaccedilos para esses produtos nas gocircndolas das grandes redes de

supermercados e os movimentos ambientalistas e de consumidores que buscam uma

alimentaccedilatildeo mais saudaacutevel (Schiedeck 2002)

Sem duacutevida antes de tudo cabe salientar que a crise atual evidencia o equiacutevoco da

adoccedilatildeo de um modelo de produccedilatildeotransformaccedilatildeo que natildeo tem outra ambiccedilatildeo que natildeo a

de se adaptar agrave globalizaccedilatildeo Cabe a consideraccedilatildeo feita por Dufour (1999) de que o

mercado natildeo eacute uacutenico e monoliacutetico e portanto a produccedilatildeo social da qualidade natildeo

significa mais do mesmo (a adaptaccedilatildeo do que jaacute natildeo serve)

Na realidade pode-se identificar claramente dois mercados de natureza

fundamentalmente oposta que segundo Gomes amp Borba (2000) satildeo o de produtos

baacutesicos (leite cereais carnes brancas e vermelhas) e o de produtos elaborados

socialmente e de grande valor agregado por serem justos socialmente O mercado

mundial dos produtos baacutesicos eacute alimentado pelos excedentes agriacutecolas de grandes

produtores (Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos e Canadaacute) tambeacutem a soja e carne de

frango brasileira e o trigo argentino e os preccedilos nesses mercados satildeo extremamente

baixos e permaneceratildeo assim por muito tempo segundo relatos recentes do Banco

Mundial

Para produzir a preccedilos tatildeo baixos eacute necessaacuterio lanccedilar matildeo de todo tipo de

artifiacutecio como os hormocircnios os organismos geneticamente modificados as farinhas

animais esquecendo o meio ambiente e convivendo com exploraccedilotildees gigantescas

concentraccedilatildeo na posse da terra e com uma minoria de beneficiaacuterios dos programas de

ajuda puacuteblica os agromanagers (Gomes amp Borba 2000)

O mercado de produtos elaborados e de valor agregado obedece a outras regras

Mesmo que os agricultores busquem a maximizaccedilatildeo da produtividade natildeo se enfrentam

diretamente A produccedilatildeo ocorre em zonas geograacuteficas bem definidas e permite valorizar

o ldquosavoir-fairerdquo ou ldquoknow-howrdquo (em outras palavras natildeo necessariamente mas o

conhecimento ldquotradicionalrdquo) contribuindo para uma verdadeira economia local Esta eacute a

9

agricultura que ao mesmo tempo produz gera e preserva empregos Para caminhar ateacute

ela eacute necessaacuteria uma ampla alianccedila entre agricultores consumidores e movimentos

sociais para frear esta forma de ditadura dos mercados fonte do poder das

transnacionais agro-alimentares e quiacutemicas (Dufour 1999)

Por outra parte o mercado natildeo eacute linear e abstrato como querem fazer crer A

produccedilatildeo e o consumo sempre estaratildeo localizados e seratildeo realizados por produtores e

consumidores concretos isto permite falar em convenccedilatildeo ou negociaccedilotildees onde a

qualidade seja considerada na originalidade no bem comum ou na confianccedila entre pares

e colada aos produtos ainda mais quando se trata de alimentos Isto soacute seraacute possiacutevel

no local (sem ignorar o global) e levando em conta indicaccedilotildees como denominaccedilatildeo

ou indicaccedilatildeo de origem de processo ou de qualidade etc relacionados agraves

especificidades dos produtos o que tambeacutem deve ser objeto de negociaccedilatildeo para cada

lugar (eacute preciso lembrar que a participaccedilatildeo e as relaccedilotildees interpessoais satildeo determinantes

ao longo do processo) A produccedilatildeo social da qualidade eacute vista como estrateacutegia que

adquire sentido se considerada para o espaccedilo da Agricultura Familiar onde ainda eacute

possiacutevel estabelecer laccedilos de solidariedade entre produtores e consumidores (Gomes amp

Borba 2000)

De acordo com DrsquoAgostini amp Fantini (2002) tanto ou mais do que compreender a

dinacircmica de processos dos quais resultam produtos interessantes eacute compreender e

humanizar a dinacircmica de interesses sobre esses processos e produtos Os mesmos

autores dizem ainda que natildeo seria a solidariedade humana (a virtude pressuposta) que

emerge em especial na produccedilatildeo agroecoloacutegica mas sim a emergecircncia da rica

propriedade humana a generosidade que permite praticaacute-la em qualquer relaccedilatildeo entre

os homens

22 A cultura da cebola (Alliunt cepa L) e sua importacircncia

A cultura da cebola foi introduzida pelos accedilorianos no Brasil no seacuteculo XVIII nos

municiacutepio de Mostardas Rio Grande e Satildeo Joseacute do Norte no Estado do Rio Grande do

Sul (Garcia 1990) sendo a terceira hortaliccedila de maior importacircncia econocircmica para o

paiacutes (ICEPA 2003) Nas regiotildees Sul e Sudeste a cebolicultura constitui-se em atividade

socioeconocircmica de significativa relevacircncia para os Estados de Satildeo Paulo Santa

10

Catarina e Rio Grande do Sul nos quais se concentram mais de 76 da produccedilatildeo

nacional (Debarba et a i 1998)

A mais importante regiatildeo produtora do Rio Grande do Sul estaacute situada no litoral

Sul englobando os municiacutepios de Rio Grande Tavares Satildeo Joseacute do Norte e Mostardas

(Garcia 1997) e segundo ICEPASC (2003) esses quatro municiacutepios respondem por

cerca de 70 da produccedilatildeo de cebola do RS

Timm (2000) cita que cerca de 16000 famiacutelias rurais no Rio Grande do Sul tem

na cultura da cebola o seu principal meio de subsistecircncia No Municiacutepio de Satildeo Joseacute do

Norte a produccedilatildeo de cebola constitui uma atividade econocircmica quase exclusiva onde a

descapitalizaccedilatildeo dos agricultores ocasionou o abandono do meio rural por muitos deles

que acabaram por estabelecerem-se na periferia da zona urbana (Garcia 1997)

Aleacutem da descapitalizaccedilatildeo do produtor ocorrem problemas como a erosatildeo do solo

que segundo Zabaleta (1998) ocorre principalmente devido agrave accedilatildeo dos ventos fortes e

constantes caracteriacutesticos na regiatildeo sul-litoracircnea bem como a topografia plana e os

solos muito arenosos com lenccediloacuteis freaacuteticos superficiais contribuem para o

empobrecimento dos solos da regiatildeo principalmente ao se comparar com outras aacutereas

onde a cebola participa de sistemas produtivos juntamente com a produccedilatildeo leiteira o

arroz e hortaliccedilas diversas (Timm 2000)

221 Caracteriacutesticas agronocircmicas da cebola

A cebola eacute uma aliaacuteceae a planta eacute tenra atinge 60 cm de altura e apresenta folhas

tubulares e cerosas O caule verdadeiro eacute um disco comprimido na base da planta de

onde partem as folhas e raiacutezes que satildeo fasciculadas pouco ramificadas explorando um

volume de solo equivalente a um cilindro com 60 cm de altura e 25 cm de diacircmetro

(Filgueira 2000)

Cada planta apresenta 20 a 200 raiacutezes normalmente espessas (05 a 1 mm de

diacircmetro) e com pouca ramificaccedilatildeo e poucos pecirclos absorventes O crescimento eacute

vertical estendendo-se de 40 a 80 cm de profundidade Poucas raiacutezes ocupam mais de

15 cm do raio em tomo do bulbo Estas caracteriacutesticas tecircm implicaccedilotildees peculiares

quanto acirc localizaccedilatildeo e ao suprimento de nutrientes (Quanto menor o diacircmetro e maior a

ocorrecircncia de pecirclos absorventes maior seraacute a superfiacutecie de raiacutezes e consequumlentemente a

absorccedilatildeo de nutrientes (Magalhatildees 1993)

11

A fase vegetativa do ciclo da planta termina com o amadurecimento do bulbo

todavia trata-se de uma planta bienal considerando acirceu ciclo vital completo isto eacute da

semeadura ateacute a produccedilatildeo de novas sementes Apoacutes um periacuteodo invemal sob baixas

temperaturas haacute emissatildeo de um pendatildeo floral que pode alcanccedilar 150 cm de altura

terminando por uma inflorescecircncia tipo umbela simples inicialmente recoberta por

uma peliacutecula formada por centenas de pequenas flores (Filgueira 2000)

Segundo Clivela (1995) os fatores climaacuteticos de modo geral natildeo satildeo limitantes

para a produccedilatildeo de bulbos de cebola no Rio Grande do Sul Filgueira (2000) enfatiza

que no Brasil eacute uma das raras culturas oleraacuteceas nas quais o fotoperiacuteodo pode tornar-se

o fator limitante ocorrendo frustraccedilotildees da colheita caso as exigecircncias da planta natildeo

sejam satisfeitas

222 A produccedilatildeo de mudas de hortaliccedilas

As mais importantes modificaccedilotildees no sistema de produccedilatildeo nos uacuteltimos anos tecircm

sido feitas na produccedilatildeo de mudas Hoje eacute uma realidade os produtores se

especializarem em produzir mudas principalmente no Estado de Satildeo Paulo Para tanto

se busca atraveacutes da pesquisa as melhores fontes e combinaccedilotildees de substratos associados

ao sistema de produccedilatildeo conveniente para cada espeacutecie a fim de se obter melhorias na

propriedade no solo e na Olericultura (Giorgetti 1991)

O sistema agroecoloacutegico torna-se importante uma vez que a base da Horticultura

moderna eacute a produccedilatildeo de mudas de alta qualidade (Minami1995) a produccedilatildeo de mudas

de hortaliccedilas tem sido citada como a etapa mais importante do sistema produtivo (Silva

Junior et al 1995) Segundo Filgueira (2000) nesta fase natildeo se pode cometer erros

pois posteriormente seraacute mais difiacutecil de corrigi-los visto que para o cultivo da cebola a

muda refletiraacute na qualidade do bulbo

As mudas de hortaliccedilas podem ser consideradas tolerantes e natildeo tolerantes ao

transplante e dependem principalmente das condiccedilotildees ambientais necessitando de

cuidados No caso da cebola como satildeo produzidas com raiz nua os cuidados devem ser

maiores pois dependendo do estado em que se encontram mais ou menos susceptiacuteveis

aos estresses quando em contato com o campo podem resultar em desastre (Minami

1999)

A quantidade de nutrientes extraiacuteda pelas hortaliccedilas durante a fase de muda varia

em funccedilatildeo da espeacutecie da variedade ou da cultivar e do prazo necessaacuterio para a formaccedilatildeo

13

O composto humificado ou curado eacute rico em nutrientes que passaram parcialmente

da forma orgacircnica para a forma mineral assimilaacutevel pelas raiacutezes e com maior teor

coloidal que atua como fertilizante e eacute responsaacutevel pela capacidade melhoradora do

solo (Barreto 1985)

Uma das principais alternativas em termos de adubaccedilatildeo orgacircnica eacute o

vermicomposto Ele eacute um adubo orgacircnico estaacutevel rico em nutrientes inodoro de

coloraccedilatildeo escura obtido a partir da atividade das minhocas que potencializam a mateacuteria

prima utilizada no processo (principalmente esterco de bovino) proporcionando

diversos benefiacutecios para as plantas (Timm 2000)

231 Efeitos da adubaccedilatildeo orgacircnica no solo

O solo funciona como um organismo vivo em 1 grama de solo saudaacutevel vive uma

comunidade bioloacutegica de aproximadamente 1 0 0 0 0 espeacutecies diferentes como minhocas

larvas besouros colecircmbolos aacutecaros algas bacteacuterias e fungos Estes organismos

necessitam de alimentos para viver principalmente carbono e nitrogecircnio que estatildeo

presentes na palhada das culturas e no esterco de animais Em funccedilatildeo disso eacute

importante que o solo tenha um determinado teor de mateacuteria orgacircnica para fornecer os

alimentos e energia que os microacutebios precisam para viver (Paulus et al 2001)

O homem atraveacutes dos diferentes sistemas de preparo do solo e cultivos contiacutenuos

ou natildeo altera o comportamento do mesmo em relaccedilatildeo agraves reaccedilotildees quiacutemicas

propriedades fiacutesicas como capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua lixiviaccedilatildeo de nutrientes

erosatildeo e como consequumlecircncia afeta a qualidade de organismos presentes no solo (Brady

1999) reduzindo paulatinamente o teor de mateacuteria orgacircnica (Primavesi1982)

Nos uacuteltimos anos tem-se observado em diferentes paiacuteses a ampliaccedilatildeo do uso de

adubos orgacircnicos Alguns apresentam oacutetimos resultados enquanto outros se mostram

tecnicamente inadequados Os principais adubos orgacircnicos encontrados no mercado satildeo

fertilizantes orgacircnicos de origem animal compostos de lixo urbanos compostos de

produtos industriais e huacutemus de minhoca Nestes fertilizantes estatildeo presentes a maioria

dos macronutrientes (nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre) e

micronutrientes (zinco cobre boro ferro cobalto)essenciais para as plantas e nem

sempre encontrados em muitos fertilizantes minerais bem como uma gama de

microorganismos que vatildeo beneficiar a fauna e a flora do solo (Brady 1979 Kiehl

1985 Costa 1985 Garcia 1997)

14

Os adubos orgacircnicos satildeo amplamente empregados nos sistemas de produccedilatildeo de

alface como condicionadores do ambiente quiacutemico e fiacutesico da rizosfera e

consequumlentemente na resposta bioloacutegica das plantas (Rodrigues amp Casali 1998)

Considerando as necessidades hortiacutecolas de maior competitividade e o fato de natildeo

ser subsidiada o crescimento populacional e a industrializaccedilatildeo representam fatores

determinantes na geraccedilatildeo diaacuteria de enormes volumes de resiacuteduos podendo ser utilizados

pelos produtores com um maior retomo econocircmico possiacutevel Ao mesmo tempo a

questatildeo ambiental assume cada vez mais destaque na sociedade moderna repercutindo

em poliacuteticas governamentais bem como no setor produtivo do paiacutes e do mundo

fazendo com que a relaccedilatildeo do homem com a natureza seja repensada (Morselli 2001)

232 Efeitos da adubaccedilatildeo orgacircnica nas culturas

Segundo Paulus et al (2001) a mateacuteria orgacircnica tambeacutem eacute fonte de nutrientes

especialmente nitrogecircnio foacutesforo enxofre e micronutrientes aleacutem disso tem

capacidade de ldquoprenderrdquo micronutrientes e alguns elementos toacutexicos para as plantas

como o alumiacutenio Por exemplo os micronutrientes depois de presos satildeo liberados

lentamente no solo onde satildeo gradativamente aproveitados pelas plantas

O uso dos fertilizantes minerais elevam o custo de produccedilatildeo pois satildeo necessaacuterias

altas doses para o fornecimento dos teores de nutrientes demandados Por isso eacute

importante a geraccedilatildeo de tecnologias que poupem o consumo de fertilizantes minerais

desejaacutevel com vista agrave diminuiccedilatildeo do custo de produccedilatildeo (Rodrigues 1984) A produccedilatildeo

de hortaliccedilas sob a orientaccedilatildeo agroecoloacutegica leva em consideraccedilatildeo natildeo apenas os custos

de produccedilatildeo como tambeacutem a dependecircncia dos insumos principalmente quando se

considera a ldquoteoria da trofobioserdquo pelos efeitos maleacuteficos que os nutrientes prontamente

assimilaacuteveis podem causar as plantas (Chaboussou 1987)

Para Compagnoni amp Putzolu (1985) o vermicomposto eacute um autecircntico fertilizante

bioloacutegico que atua como corretivo do solo determinando caracteriacutesticas importantes

para a microflora pelos aacutecidos huacutemicos e as substacircncias fitoestimulantes Os autores

consideram ainda que as dejeccedilotildees das oligoquetas proporcionam a formaccedilatildeo de huacutemus

permitindo melhorar o solo razatildeo pela qual satildeo destinados agrave horticultura com oacutetimas

vantagens fiacutesicas e microbioloacutegicas enriquecendo a camada araacutevel

Em experimentos desenvolvidos durante cinco anos para avaliar o efeito da

aplicaccedilatildeo de compostos eou adubos nas culturas de alface manjericatildeo espinafre e

15

pepino Valenzuela amp Crosby (1998) compararam as produccedilotildees obtidas com composto

e a fertilizaccedilatildeo padratildeo e concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo do composto em 20 Mg ha 1 mais

N-quiacutemico foi o melhor tratamento em todas as culturas estudadas

233 Plantas de cobertura do solo

As plantas mais usadas para adubaccedilatildeo de cobertura do solo satildeo as leguminosas

pois estas tecircm a capacidade de fixar o nitrogecircnio atmosfeacuterico e disponibiliza-lo agrave

cultura Primavesi (1992) cita que utilizando-se mucuna ervilhaca feijatildeo-de-porco

feijatildeo-miuacutedo crotalaacuteria e outras natildeo haacute necessidade de utilizar tanto nitrogecircnio em

cobertura embora natildeo se dispense uma calagem mais frequumlente pois ocorre um pouco

de acidificaccedilatildeo no solo como com qualquer adubaccedilatildeo nitrogenada Segundo a mesma

autora algumas leguminosas tecircm a capacidade de mobilizar o foacutesforo como o caupi

(feijatildeo-miuacutedo) outras mobilizam o caacutelcio como tremoccedilo

Para Brady (1999) a adubaccedilatildeo verde traz grandes benefiacutecios como suprimento de

mateacuteria orgacircnica sendo consideraacutevel a quantidade de resiacuteduos orgacircnicos devolvidos ao

solo adiccedilatildeo de nitrogecircnio nutrientes e conservaccedilatildeo do solo

Calegari (1998) comenta que quanto aos aspectos fiacutesicos os resiacuteduos tendem a

contribuir para uma melhoria da estrutura do solo percebida pelo aumento da

estabilidade dos agregados em aacutegua aumento da capacidade de retenccedilatildeo hiacutedrica

elevaccedilatildeo dos iacutendices de infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo aumento da porosidade melhor

aeraccedilatildeo e diminuiccedilatildeo da densidade do solo

De acordo com Timm (2000) o papuatilde eacute uma excelente alternativa como cobertura

de solo para o cultivo miacutenimo da cebola pois na eacutepoca do transplante das mudas seu

ciclo vegetativo estaacute completo natildeo necessitando o dessecamento outra vantagem eacute que

o papuatilde apresenta bom controle com relaccedilatildeo agraves plantas invasoras da cebola reduzindo

ao longo dos anos o nuacutemero de capinas e a aplicaccedilatildeo de herbicidas

234 Adubaccedilatildeo foliar

Segundo Malavolta (1981) a utilizaccedilatildeo da adubaccedilatildeo foliar eacute complemento da

adubaccedilatildeo de solo natildeo substituto da mesma no que diz respeito ao fornecimento de

nitrogecircnio foacutesforo e potaacutessio para as culturas Da mesma maneira que as raiacutezes podem

perder para o solo parte dos elementos absorvidos as folhas tambeacutem o fazem pela accedilatildeo

16

de fatores internos (desordem fisioloacutegica estado nutricional etc) e externos (chuvas

orvalho nutriccedilatildeo do sistema radicular luz temperatura etc)

Para Chaboussou (1987) as plantas adquirem o maacuteximo de resistecircncia bioloacutegica

atraveacutes da nutriccedilatildeo (trofos) equilibrada Obviamente para que isto ocorra eacute necessaacuterio

que o solo esteja em equiliacutebrio dinacircmico o ambiente seja o mais estaacutevel e as plantas

selecionadas ou melhor adaptadas para poderem suportar as alteraccedilotildees extemporacircneas

ocasionadas pelos fenocircmenos meteoroloacutegicos e nas fases fonoloacutegicas criacuteticas do

crescimento e desenvolvimento (Pinheiro amp Barreto 2000)

O lixiviado das folhas enriquece as camadas superiores do solo e tende a

contrabalanccedilar as perdas de zonas mais profundas e mais distantes acumulando-os nas

suas proximidades tambeacutem influencia o nuacutemero e o comportamento dos

microrganismos que por sua vez alteram o processo de gecircnese do solo sua textura e

fertilidade A lixiviaccedilatildeo assim se toma importante no desenvolvimento da sucessatildeo

ecoloacutegica devido agrave ciclagem de elementos (Malavolta 1980)

Conforme Camargo (1975) a utilizaccedilatildeo de adubos foliares substitui parcialmente

a adubaccedilatildeo radicular em 20 a 25 podendo ser utilizada em varias pulverizaccedilotildees

24 Vermicompostagem

E o processo que consiste em se submeter diferentes resiacuteduos orgacircnicos de

origem animal eou vegetal aos processos fermentativos e humificaccedilatildeo adicionando

minhocas do gecircnero Eiseina espeacutecie foetida ao material procurando obter um produto

curado em aproximadamente 45 - 60 dias (Compagnoni amp Putzolu 1985)

A vermicompostagem firmou-se no Brasil como atividade rentaacutevel produzindo

adubo de alta qualidade na deacutecada de 90 Na agricultura brasileira contudo haacute

preferecircncia pelos adubos quiacutemicos em funccedilatildeo de sua aquisiccedilatildeo financiada menor custo

e retomo imediato embora o impacto de seu uso contiacutenuo sobre o solo e os

microorganismos que nele vivem seja negativo (Tagliari amp Grassmann 1995)

Segundo Morselli (2002) a vermicompostagem difere da compostagem

convencional dentre outros pocircr formar substacircncias huacutemicas mais rapidamente ao sofrer

passagem pelo trato digestivo das minhocas A alirdentaccedilatildeo destas satildeo basicamente os

estercos e a disponibilidade desta mateacuteria prima bem como de ambiente protegido para

proceder a compostagem correta deste material satildeo indispensaacuteveis

17

Segundo Kiehl (1985) e Martinez (1990) o vermicomposto apresenta as seguintes

vantagens em relaccedilatildeo a compostagem permite a formaccedilatildeo de um produto curado em

menor espaccedilo de tempo promove a formaccedilatildeo de um material com maior

disponibilidade de nutrientes facilita o peneiramento natildeo havendo a necessidade de

revolvimento do material oferece vaacuterias fontes de renda pois aleacutem do huacutemus fornece

minhocas e raccedilatildeo e quando aplicado ao solo tende a melhorar as propriedades fiacutesicas

quiacutemicas e bioloacutegicas

241 Resiacuteduos utilizados na vermicompostagem

2411 Resiacuteduos de origem animal

Segundo Bureacutes (1997) o esterco eacute uma mistura de fezes urina e camas que

podem estar constituiacutedas de palhas folhas secas serragem turfa casca de arroz e ateacute

terra Esse apresenta pH neutro e densidade que varia de 030 a 090 Kg dm3 segundo

seu estado de decomposiccedilatildeo Eacute influenciado por vaacuterios fatores como espeacutecie animal

raccedila idade alimentaccedilatildeo material utilizado como cama e tratamento da mateacuteria-prima

esterco (Kiehl 1985) Dentre os fatores apontados um dos mais importantes eacute a

alimentaccedilatildeo do animal quanto mais rica a alimentaccedilatildeo mais rica seraacute as dejeccedilotildees

(Gnoatto 1999) O volume de bacteacuterias vivas ou mortas encontradas no esterco

representam 20 a 30 do total delas se originam grande parte do nitrogecircnio sob a

forma de proteiacutena (Morselli 2002)

A origem do material utilizado para a produccedilatildeo de vermicomposto eacute fundamental

pois soacute uma mateacuteria-prima de qualidade resultaraacute em um produto final de boa qualidade

Dentre os estercos o de aves eacute empregado empiricamente na adubaccedilatildeo de culturas

permanente ou natildeo com excelentes resultados apesar de sua simples composiccedilatildeo

meacutedia 2 de nitrogecircnio 2 de foacutesforo como P2 0 5 e 1 de K2 0 Poreacutem haacute uma

grande variaccedilatildeo na sua constituiccedilatildeo a qual dependeraacute do manejo animal atraveacutes das

camas finalidade da criaccedilatildeo e natureza das camas (Morselli 2002)

2412 Resiacuteduos de origem vegetal

A mateacuteria orgacircnica pode ser preservada no solo por vaacuterios processos seja pela

simples incorporaccedilatildeo de resiacuteduos de culturas rotaccedilatildeo de culturas adubaccedilatildeo verde ou

18

pela adiccedilatildeo de materiais orgacircnicos capazes de elevar e manter a produtividade do solo

Da decomposiccedilatildeo dos resiacuteduos orgacircnicos adicionados ao solo resulta a liberaccedilatildeo de

grande quantidade de nutrientes principalmente o nitrogecircnio o potaacutessio e o enxofre

Aleacutem disso diversos atributos quiacutemicos e fiacutesicos do solo satildeo alterados pela

decomposiccedilatildeo desses resiacuteduos destacando-se o aumento da capacidade de troca de

caacutetions o aumento da retenccedilatildeo de aacutegua a melhoria da estabilidade dos agregados e da

aeraccedilatildeo (Fraser1963 Malavolta 1981 Mello et al 1983 Bonilla 1992)

Segundo Purcino (1981) quando a relaccedilatildeo CN eacute menor que 30 como no caso do

esterco de curral ou da palha de leguminosas a disponibilidade de nitrogecircnio eacute

imediata mas acima deste valor ocorre imobilizaccedilatildeo crescente deste nutriente Por esse

motivo estes materiais devem ser submetidos a uma degradaccedilatildeo bioloacutegica antes de

serem adicionados ao solo

25 Biofertilizantes

No Brasil ocorrem problemas crescentes com materiais derivados de sistemas

intensivos de criaccedilatildeo animal que acumulam resiacuteduo^ orgacircnicos com graves problemas

de contaminaccedilatildeo de cursos de aacutegua que na maioria das vezes se acumulam em um

uacutenico lugar e natildeo satildeo reciclados (Viglizzo 1995)

Visando amenizar tais situaccedilotildees os meacutetodos alternativos de adubaccedilatildeo controle de

doenccedilas pragas e plantas indesejaacuteveis tecircm sido muito estudado Dentro dessa linha de

pesquisa destaca-se o uso de mateacuteria orgacircnica atraveacutes tanto de sua incorporaccedilatildeo ao

solo como de sua transformaccedilatildeo para uso posterior na forma de biofertilizantes

(Khatounian 1997 Bettiol et al 1997)

Na complexa e elevada comunidade microbiana dos biofertilizantes encontram-se

bacteacuterias fungos leveduriformes filamentosos e actinomicetos (Bettiol apud Penteado

1999)

O agregado de macro e micronutrientes periodicamente ativa e enriquece a

fermentaccedilatildeo O uso de farinha de rocha tem sido vantajoso por ter baixo custo

comparado com os sais concentrados e purificados aleacutem de trazer alguns elementos

traccedilos de vital importacircncia para os microrganismos do solo como por exemplo o Gaacutelio

o Iodo e o Vanaacutedio (M1BASA 199-) O agregado de farinha de rocha ou sais

purificados ao fermentado faz com que estes nutrientes passem a fazer parte dos

microrganismos ou dos produtos orgacircnicos liberados durante a fermentaccedilatildeo sendo que

19

o ataque dos microrganismos atraveacutes de suas enzimas consegue liberar os elementos natildeo

atacados pelos aacutecidos industriais (Pinheiro amp Barreto 2000)

Os biofertilizantes tecircm sido empregados na agricultura ecoloacutegica como adubo

foliar para aumentar a resistecircncia contra pragas e doenccedilas Aleacutem disso o processo de

produccedilatildeo eacute bastante simples e por isso eacute viaacutevel sua produccedilatildeo na propriedade desde que

tenha esterco disponiacutevel (Penteado 1999)

Bettiol et al (1997) verificaram a presenccedila de diferentes espeacutecies de fungos

fiacutelamentosos e leveduriformes e bacteacuterias entre elas Bacillus spp na comunidade

microbiana do biofertilizante produzido segundo meacutetodo adotado pelo Centro de

Agricultura Ecoloacutegica Ipecirc Os autores verificaram ainda uma reduccedilatildeo da comunidade

microbiana ao longo da digestatildeo reduccedilatildeo essa mais acentuada logo apoacutes o acreacutescimo

dos sais contendo micronutrientes A accedilatildeo dos sais pode ser tanto por aumento na

pressatildeo osmoacutetica quanto pelo efeito direto sobre os microrganismos Para o controle de

doenccedilas de plantas satildeo importantes a presenccedila dos metaboacutelitos produzidos pelos

organismos presentes no biofertilizante e os proacuteprios microrganismos vivos

Os microrganismos transformam o material orgacircnico (esterco soro de leite caldo

de frutas palhas restos industriais etc) e cinzas produzindo vitaminas aacutecidos e sais

complexos importantes para regular e tonificar o metabolismo das plantas impedindo o

desenvolvimento de pragas e doenccedilas (Pinheiro amp Barreto 2000)

Em estudos feitos com o biofertilizante liacutequido de bovinos foi observado a

presenccedila de inuacutemeros microorganismos como bacteacuterias leveduras e bacilos

principalmente do Bacillus subtilis Estes microorganismos sintetizam substacircncias

antibioacuteticas as quais demonstram ter grande accedilatildeo e eficiecircncia como substacircncias

fungiostaacuteticas e bacteriostaacuteticas de fitopatoacutegenos causadores de danos em lavouras

comerciais (Penteado 1999)

Aldrighi et al (2002) realizaram trabalho na UFPel relacionado agrave nutriccedilatildeo de

mudas de tomate (Floradade) produzidas no sistema ldquofloatingrdquo Utilizaram-se doses de

0 2 5 e 10 para o biofertilizante Super Magro e 0 e 1 para a urina de vaca

Concluiacuteram que estes natildeo interferem na produccedilatildeo das mudas e que provavelmente foi

influenciado pelo substrato utilizado (vermicomposto 75 e casca de arroz carbonizada

25) bem como o sistema de produccedilatildeo (floating)

Paglia et al (2002) citam que eacute possiacutevel produzir mudas de tomate (cultivar

Floradede) utilizando urina de vaca e biofertilizante Super Magro na aacutegua em sistema

ldquofloatingrdquo em trabalho realizado na UFPel O uso da urina de vaca a 1 e 5 e

20

biofertilizante Super Magro a 6 proporcionam uma elevaccedilatildeo do foacutesforo bem como o

Super Magro a 6 eleva os teores de Mg e Ca na aacutegua

251 Urina de vaca

As urinas de vaca contecircm nutrientes favoraacuteveis ao bom desenvolvimento das

plantas como potaacutessio soacutedio nitrogecircnio enxofre magneacutesio caacutelcio foacutesforo e traccedilos de

outros elementos Nas plantas funciona como um fertilizante natural tomando-as mais

resistentes ao ataque das pragas e doenccedilas Satildeo encontradas tambeacutem na urina outras

substacircncias como fenoacuteis e principalmente o catecol que esta associado agrave recuperaccedilatildeo

de plantas atacadas por fitopatoacutegenos por ser um produto anti-seacuteptico (Penteado 1999)

Para seu emprego a urina receacutem coletada deve ser armazenada sob condiccedilotildees

ambientais por trecircs dias para que se forme amocircnio importante produto a ser absorvido

pelas plantas Recomenda-se ainda que o armazenamento deva ser feito em recipiente

fechado para que natildeo ocorram perdas de nitrogecircnio Desta forma poderaacute permanecer

por ateacute um ano sem comprometer sua eficiecircncia

Em hortaliccedilas o uso da urina de vaca eacute recomendado em pulverizaccedilotildees foliares

semanais na concentraccedilatildeo de 05 para tomateiro pimentatildeo pepino feijatildeo vagem e

couve ou quinzenais a 1 para as culturas do quiabeiro jiloeiro e berinjela Para

fruteiras em geral a primeira aplicaccedilatildeo deve ser na concentraccedilatildeo aproximada de 5

realizada diretamente no solo e mensalmente devem ser realizadas pulverizaccedilotildees

foliares a 1 para plantas jovens e a 5 para plantas adultas (Penteado 1999)

Na aplicaccedilatildeo foliar deve-se ter cuidado com folhas e brotos novos e considerar que

o uso contiacutenuo pode ser toacutexico podendo afetar o solo causando a sua acidificaccedilatildeo

(Penteado 1999)

Na Estaccedilatildeo Experimental da PESAGRO no municiacutepio de Macaeacute Rio de Janeiro

estaacute se utilizando a urina de vaca leiteira Os pesquisadores descobriram que a urina de

vaca em lactaccedilatildeo produzia o efeito de recuperar plantas de abacaxi atacadas por uma

doenccedila conhecida como ldquofusairioserdquo Essa doenccedila quando ataca o abacaxi causa

perdas de ateacute 70 da safra Todos os agrotoacutexicos testados natildeo conseguiram controlar a

doenccedila Isto eacute um exemplo para que a universidade tenha uma nova percepccedilatildeo (Capra

1996) adotando medidas efetivas que contribuam na transiccedilatildeo agroecoloacutegica Com o

uso da urina de vaca leiteira numa lavoura de abacaxi atacada pela fusariose observou-

se agrave recuperaccedilatildeo do stand e os frutos produzidos apresentaram excelente padratildeo

21

comercial Descobriu-se que aleacutem funcionar como adubo e defensivo natural a urina de

vaca leiteira tambeacutem favorece a floraccedilatildeo de muitas plantas e pode ser usada no

tratamento de frutos e tubeacuterculos depois da colheita

A urina de vaca em lactaccedilatildeo tambeacutem estaacute sendo usada nas lavouras de cafeacute em

plantaccedilotildees de maracujaacute coco alface e outras hortaliccedilas Na regiatildeo centro-sul do Paranaacute

os agricultores estatildeo aplicando a urina de vaca leiteira nas lavouras de feijatildeo soja

batata cebola e milho (Penteado 1999)

252 Alhol

A maioria dos defensivos alternativos tais como calda bordalesa sulfocaacutelcica

aacutegua de cinza e cal biofertilizante enriquecido extrato de fumo entre outros precisa

ser misturada com um espalhante adesivo para quebrar a tensatildeo superficial da gota e

propiciar um melhor molhamento das folhas e demais partes pulverizadas assegurando

uma absorccedilatildeo mais efetiva e uma melhor accedilatildeo sobre as pragas e doenccedilas Quando as

gotas permanecem inteiras sobre a superfiacutecie folhar devido agrave falta de espalhante

adesivo pode-se danificar os tecidos vegetais pelc efeito-lente quando o sol incide

sobre elas Aleacutem disso a gota por natildeo se espalhar sobre toda superfiacutecie folhar

concentra nela e consequumlentemente sobre o tecido que estaacute em contato com ela uma

quantidade maior do produto aplicado Essa maior concentraccedilatildeo pode prejudicar a

absorccedilatildeo e lesionar os tecidos principalmente apoacutes a evaporaccedilatildeo da aacutegua contida na

gota por resultar em uma maior concentraccedilatildeo de sais no local especialmente quando se

aplicam por exemplo calda sulfocaacutelcica bordalesa biofertilizante enriquecido com

macro e micronutrientes (Claro 2001)

O alhol eacute um espalhante adesivo ecoloacutegico que tambeacutem auxilia no controle de

pragas E elaborado com aacutegua alho oacuteleo vegetal e sabatildeo neutro a partir da sabedoria

popular que menciona o alho como repelente de insetos Juacutenior Abreu amp Maiorano

(199-) indicam formulaccedilotildees contendo alho para o controle de pragas como nematoacuteides

(Meloidogyne incoacutegnita e M javanica) mosca do chifre lagarta na maccedilatilde pulgotildees

besouro da batata trips e para controle de doenccedilas fuacutengicas e bacterianas como miacuteldio

ferrugem fusariose helminthosporiose murchadeira (Pseudonamos solacearum)

bruzone do arroz (Pyricularia orysae) podridatildeo negra do repolho e couve-flor

(Xanthomonas campestris) Aleacutem disso o alho pelo seu bom teor em oacuteleo pode agir

tambeacutem como espalhante adesivo O sabatildeo tambeacutem eacute indicado como espalhante adesivo

22

e possui accedilatildeo contra certas pragas (pulgotildees) sendo que o oacuteleo vegetal eacute indicado no

controle de cochonilhas e usado como espalhante adesivo (Claro 2001)

253 Calda Bordalesa

A calda bordalesa eacute um tradicional defensivo agriacutecola que pode ser preparado na

propriedade com a mistura de sulfato de cobre cal virgem e aacutegua As concentraccedilotildees de

sulfato de cobre e cal satildeo distintas dependendo do objetivo do seu emprego

Geralmente diferem de acordo com o tipo de planta ou espeacutecie vegetal as condiccedilotildees

climaacuteticas o grau de infestaccedilatildeo da doenccedila e a fase de crescimento da planta Eacute indicada

para o controle de miacuteldio alternaacuteria botrytis e antracnose (Penteado 1999)

A calda bordalesa caracteriza-se pela sua importante accedilatildeo no controle de diversas

doenccedilas fungicas nas mais diversas espeacutecies de culturas Possui tambeacutem uma relativa

accedilatildeo bactericida e em alguns casos age como repelente de insetos Da mistura do

sulfato de cobre com a cal resulta uma soluccedilatildeo rica em macronutrientes e

micronutrientes Provavelmente os expressivos resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo da

calda bordalesa devam-se natildeo somente a sua accedilatildeo fuacutengica e bactericida mas sobretudo

agrave influecircncia positiva que exerce no metabolismo das plantas ativando o processo

enzimaacutetico e estimulando a proteossiacutentese aumentando a resistecircncia das plantas (Claro

2 0 0 1 ) caracteriacutestica fundamental na agricultura sustentaacutevel

254 Biofertilizante Super Magro

A calda Super Magro eacute produto da fermentaccedilatildeo de estercos animais enriquecidos

por micronutrientes e outros produtos de origem animal obtendo-se uma calda

biofertilizante para aplicaccedilatildeo foliar nas plantas (Penteado 1999) jaacute foram observados

bons resultados principalmente nas culturas de uva maccedila pecircssego tomate batata e

hortaliccedilas em geral

E indicado como fonte suplementar de micronutrientes para as plantas inibidor

de fungos e bacteacuterias causadores de doenccedilas e para aumentar a resistecircncia contra insetos

e aacutecaros (Penteado 1999) i

Muller (1999) avaliou a influecircncia do biofertilizante Super Magro sobre as

culturas de tomate (Lycopersicon esculentum Mill) ervilha (Pisum sativum L) e

beterraba (Beta vulgaris L) O autor obteve cultivos com baixa severidade de doenccedilas e

23

insetos fitoacutefagos possivelmente por causa do manejo orgacircnico de produccedilatildeo Os

resultados das pulverizaccedilotildees das soluccedilotildees foliares variaram conforme a cultura e o

clima

255 Biofertilizante MB4

A utilizaccedilatildeo das farinhas de rochas eacute uma das teacutecnicas mais modernas usadas nos

uacuteltimos anos na agricultura O elevado nuacutemero de nutrientes contidos no MB4 como

cobre zinco manganecircs cobalto soacutedio alumiacutenio silicatos de magneacutesio ferro e caacutelcio

acompanhado de foacutesforo potaacutessio e enxofre reagem com a soluccedilatildeo do solo liberando

elementos essenciais ao desenvolvimento da vida microbiana os quais exercem um

papel fundamental atraveacutes de transformaccedilotildees quiacutemicas e do equiliacutebrio bioloacutegico

favorecendo o desenvolvimento sadio das plantas (Pinheiro amp Barreto 2000)

24

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

31 Local de execuccedilatildeo do experimento

O presente trabalho foi conduzido no Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul

(FEPAGROSUL) no municiacutepio de Rio Grande nlt periacuteodo de 15 de maio a 26 de

agosto de 2 0 0 2

O solo eacute classificado como ldquoTuiardquo satildeo muito arenosos As massas aquaacuteticas do

Oceano Atlacircntico e Lagoa dos Patos influenciam ventos temperatura pressatildeo umidade

relativa e demais fatores climaacuteticos A topografia da regiatildeo litoracircnea eacute plana com

lenccediloacuteis freaacuteticos superficiais

32 Anaacutelise estatiacutestica

O experimento foi constituiacutedo em fatorial 3X3 (Quadro 1) com quatro repeticcedilotildees

no delineamento blocos ao acaso As variaacuteveis respostas foram submetidas agrave anaacutelise de

variaccedilatildeo e ao teste de Duncan a 5 de probabilidade para comparaccedilatildeo das meacutedias

utilizando-se o sistema SANEST (Zonta amp Machado 1984)

As anaacutelises estatiacutesticas das variaacuteveis estudadas encontram-se nos Apecircndices C D

Os resultados das respostas agronocircmicas e das determinaccedilotildees dos conteuacutedos dos

macronutrientes bem como os de raiz estatildeo nas tabelas de 1 a 3

25

As diferentes adubaccedilotildees seratildeo representadas durante a discussatildeo da seguinte

forma 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e EC

(60 t ha 1 de esterco de curral) 1 VB+SM+U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais

super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+SM+U+CB (45 t ha 1 de

vermicomposto mais super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa)

EC+SM+U+CB (60 t ha 1 de esterco de curral mais super magro mais urina de vaca

mais calda bordalesa) 1 VB+MB4 +U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais MB4 mais

urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+MB4 +U+CB (45 t ha 1 de vermicomposto

mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa) EC+MB4 +U+CB (60 t ha 1 esterco

de curral mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa)

QUADRO 1 Descriccedilatildeo dos fatores experimentais e respectivos niacuteveis

Niacuteveis Fator 1 ADUBACcedilAtildeO DE BASE

0 1 Vermicomposto (30 t ha1)

0 2 Vermicomposto (45 t ha1)

03 Esterco de curral (60 t ha1)

Niacuteveis Fator 2 BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS

0 1 Super magro (5) + Urina de Vaca + Calda Bordalesa

0 2 MB4 (10) + Urina de vaca + Calda Bordalesa

03 Ausecircncia (testemunha)

33 Tratamentos

Da combinaccedilatildeo entre niacuteveis e fatores foram obtidos 9 tratamentos que estatildeo

descritos no Quadro 2 bem como as doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

26

QUADRO 2 Tratamentos e doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

TRATAMENTOS

Ndeg FATOR I FATOR II

0 1 30 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

0 2 30 t harsquo de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

03 30 t ha de vermicomposto - - -

04 45 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

05 45 t ha de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

06 45 t ha de vermicomposto - - -

07 60 t hade esterco Super Magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

08 60 t hade esterco MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

09 60 t hade esterco - - -

Cada parcela foi constituiacuteda por dois canteiros medindo 1 m de largura x 2 m de

comprimento perfazendo 075 m de aacuterea de aacuterea uacutetil (025 m de bordadura) Foi

utilizando semeadura a lanccedilo com densidade de 24 g canteiro1

O vermicomposto a urina de vaca o esterco de curral o alhol os biofertilizantes e

a calda bordalesa foram de procedecircncia do Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul O

vermicomposto de esterco bovino misturado agraves cascas de frutas foi processado pela

minhoca vermelha califomiana Eisenia foetida)

O biofertilizante Super Magro foi elaborado segundo a metodologia descrita pela

FEPAGROSUL utilizando-se os seguintes componentes 190 litros de aacutegua 22 litros

de leite 55 Kg de accediluacutecar mascavo 30 Kg de esterco fresco de bovinos 2 Kg de

Sulfato de zinco 2 Kg de sulfato de magneacutesio 2 Kg de cloreto de caacutelcio 1 Kg de aacutecido

boacuterico 300 g de sulfato de cobre 300 g de sulfato de ferro 300 g de sulfato de

manganecircs 100 g de molibdato de soacutedio 50 g de sulfato de cobalto 3 Kg de fosfato

natural 3 Kg de cinza e 200 g de farinha de osso

A urina de vaca em lactaccedilatildeo foi coletada pela manhatilde e armazenada em recipiente

fechado por trecircs dias em condiccedilotildees ambientais para que se formasse a amocircnia e natildeo

ocorresse perda de nitrogecircnio

28

Realizaram-se duas capinas manuais durante o experimento e em seguida como

cobertura se colocou casca de arroz Tambeacutem foi aplicado esterco de aves 30 dias antes

da colheita na quantidade de 05 Kg canteiro 1 como adubaccedilatildeo de cobertura

As pulverizaccedilotildees com os produtos iniciaram apoacutes 15 dias da germinaccedilatildeo

Realizou-se sete aplicaccedilotildees sendo que as duas primeiras foram feitas apenas com

Super Magro e MB4 Na terceira e na quarta aplicaccedilatildeo utilizou-se urina de vaca e calda

bordalesa em concentraccedilotildees menores (05 e 025 respectivamente) e na quinta

aplicaccedilatildeo as dosagens de urina de vaca e calda bordalesa foram elevadas para 1 0 e

05 respectivamente ateacute o final do experimento O alhol foi utilizado a partir da

terceira pulverizaccedilatildeo na quantidade de 2 e seguiu ateacute o final no dia 26 de agosto

quando as mudas foram colhidas e posteriormente analisadas as variaacuteveis

35 Observaccedilotildees agronocircmicas

Foram utilizadas 20 mudas de cebola para obtenccedilatildeo das meacutedias das variaacuteveis as

quais foram as seguintes

351 Fitomassa fresca da parte aeacuterea e raiacutezes

Foi realizada atraveacutes de uma balanccedila digital procedendo-se a pesagem de 20

mudas de cebola previamente lavadas e posteriormente secadas durante uma hora sobre

um tecido de algodatildeo agrave temperatura ambiente Processo idecircntico foi adotado com as

raiacutezes

352 Fitomassa seca da parte aeacuterea e raiacutezes

Esta variaacutevel foi obtida a partir da secagem preliminar em estufa de ar forccedilado

durante 48 horas a 65 C ateacute peso constante com posterior pesagem em balanccedila

analiacutetica

353 Altura da muda

A altura de muda foi medida a partir do colo das plantas ateacute sua uacuteltima folha

(ponto de crescimento) com uma reacutegua graduada de 40 cm

29

354 Diacircmetro do colo das plantas

Esta medida foi realizada no ponto de transplante a 2 mm das raiacutezes e utilizando-

se um paquiacutemetro SOMET

355 Sistema radicular

Ao teacutermino do experimento foram retiradas as raiacutezes das mesmas plantas que foram

utilizadas para as determinaccedilotildees realizadas na parte aeacuterea procedendo-se uma amostra

de solo com raiacutezes de 2 0 cm de largura x 2 0 cm de comprimento e 2 0 cm de altura

totalizando 8000 cm3

As raiacutezes apoacutes serem lavadas em aacutegua corrente foram pesadas acondicionadas em

sacos plaacutesticos e congeladas para posteriores anaacutelises pelo meacutetodo de Tennant (1975)

para a determinaccedilatildeo do comprimento e densidade

3551 Comprimento de raiz

Utilizou-se para a determinaccedilatildeo do comprimento de raiz as seguintes foacutermulas

1 = ndeg x 1114 x 1 onde

1 - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 0 0 2 g

ndeg - nuacutemero de intercessotildees das raiacutezes com os lados da quadriacutecula da malha do

aparelho

1114 - constante

1 - medida lateral da quadriacutecula em cm

Tomando-se a fiacutetomassa seca e o comprimento da raiz da cada amostra

relacionou-se com a fiacutetomassa seca e o comprimento total da raiz da planta aplicando-

se a seguinte equaccedilatildeo

L = (FSR x 1) FSPA onde

L - comprimento total da raiz da planta (m)

FSR - fiacutetomassa seca de raiz

FSPA - fiacutetomassa seca da parte aeacuterea

L - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 002g

3552 Densidade de raiz

A densidade foi determinada pela foacutermula

D = L 8000 onde

D - densidade de raiacutezes (m cm3)

30

L - comprimento total de raiacutezes (m)

8 0 0 0 - volume da amostra (cm3)

3553 Razatildeo parte aeacutereasistema radicular

Este paracircmetro foi obtido pela equaccedilatildeo

RPASR = FSPA FSR onde

RPASR - razatildeo parte aeacuterea sistema radicular

FSPA - fitomassa seca da parte aeacuterea

FSR - fitomassa seca do sistema radicular

36 Determinaccedilatildeo de macronutrientes no tecido vegetal

Os macronutrientes nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio foram

determinados no laboratoacuterio de Fertilidade e Anaacutelise de Plantas do Departamento de

Solos da UFPel atraveacutes dos meacutetodos descritos por Tedesco amp Gianello (1996)

31

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 Anaacutelise das variaacuteveis

A anaacutelise da variaccedilatildeo mostrou que houve diferenccedila significativa na interaccedilatildeo entre

os fatores de adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes liacutequidos com exceccedilatildeo da variaacutevel altura

de planta para a qual somente a adubaccedilatildeo de base mostrou-se significativa (Apecircndices

C D e E Tabelas 1C 1D e 1E)

411 Anaacutelise da parte aeacuterea

Na Tabela 1 destacaram-se as adubaccedilotildees EC+SM+U+CB EC+MB4 +U+CB e EC

que diferiram significativamente das demais adubaccedilotildees para as variaacuteveis fiacutetomassa

fresca da parte aeacuterea (FFPA) fiacutetomassa seca da parte aeacuterea (FSPA) altura de planta

(AP) e diacircmetro do colo (DC)

32

TABELA 1 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

30 t ha de vermicomposto 7015 c A45 t halsquo de vermicomposto 7824 b B60 t ha de esterco de curral 12248 a C

30 t ha de vermicomposto 667 c A45 t ha de vermicomposto 752 b A60 t ha de esterco de curral 1150a C

30 t ha de vermicomposto 2975 b A45 t harsquo de vermicomposto 2775 b A60 t ha de esterco de curral 3600 a B

30 t ha de vermicomposto 631 b A45 t ha de vermicomposto 6 2 2 b B60 t ha de esterco de curral 741 a C

-Fitomassa fresca (g)----------------6270 c B 6885 b A8832 b A 6308 c C

15082 a A 13934 a BmdashFitomassa seca (g)----------------

625 c A 655 b A830 b A 607 b B

1345 a A 1262 a B-Altura de planta (cm)----------------

2950 b A 3050 b A2937 b A 2950 b A 3975 a A 3622 a B

-Diacircmetro de colo (mm)---------------592 c B 599 b B 657 b A 609 b B 819a A________ 793a B

Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

O efeito positivo do esterco bovino pode ser atribuiacutedo agraves melhorias nas condiccedilotildees

fiacutesicas do solo por ele proporcionado Segundo Primavesi (1982) e Compagnoni amp

Putzolu (1985) o esterco bovino apresenta propriedades condicionadoras do solo dando

agraves plantas melhores condiccedilotildees de desenvolvimento elevando sobremaneira os

conteuacutedos de fitomassa fresca das plantas que refletiratildeo nas demais respostas

agronocircmicas

Analisando as adubaccedilotildees de base em relaccedilatildeo aos biofertilizantes observa-se que

para os tratamentos 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) - natildeo houve influecircncia dos

biofertilizantes para as variaacuteveis FSPA e AP enquanto destacou-se o SM+U+CB para o

DC e SM+U+CB e ausecircncia da adubaccedilatildeo liacutequida para a FFPA mostrando que o uso

dos biofertilizantes natildeo influenciou esta variaacutevel 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) -

verificou-se a eficiecircncia do uso do MB4 +U+CB para as variaacuteveis FFPA e DC Para a

variaacutevel FSPA destacaram-se os dois biofertilizantes utilizados jaacute para AP natildeo houve

33

influecircncia destes EC (60 t ha 1 de esterco de curral) - em todas as variaacuteveis observadas

na tabela 5 as respostas foram significativas utilizando MB4 +U+CB

As respostas encontradas no presente trabalho para as variaacuteveis AP e FSPA foram

superiores as obtidas por Dalponte (1990) quando utilizado 0 esterco de curral para

produccedilatildeo de mudas de cebola

Segundo Filgueira (2000) os solos da regiatildeo produtora de cebola do RS satildeo

pobres em foacutesforo disponiacutevel (15 mg Kg1) necessitando portanto de adubaccedilotildees

fosfatadas elevadas As respostas aqui obtidas podem ser justificadas pelos teores de

foacutesforo contido no MB4

Follet et al (1981) citam a importacircncia do uso de compostos orgacircnicos no solo

enfatizando os estercos no sentido da decomposiccedilatildeo continuada no fornecimento de

nutrientes e na liberaccedilatildeo lenta e gradual de aacutecidos orgacircnicos influenciando a liberaccedilatildeo

do foacutesforo O que provavelmente pode ser atribuiacutedo agraves respostas encontradas no

presente trabalho para 0 tratamento Esterco de curral mais MB4 e Urina mais Calda

Bordalesa

E importante destacar que 0 sistema de produccedilatildeo de mudas de cebola sob uma

perspectiva agroecoloacutegica mostra-se eficiente quando visualmente natildeo percebe-se

diferenccedila significativa entre os tratamentos (Apecircndice F Figura 2)

Conveacutem ressaltar que quando trabalhamos com agroecologia natildeo existem

receitas nem pacotes tecnoloacutegicos prontos Cada situaccedilatildeo deveraacute ser estudada em

particular para que se faccedila recomendaccedilotildees adequadas ao ambiente local uma vez que

as plantas se adaptam ao meio estando a nutriccedilatildeo encarregada de proteger e manter o

equiliacutebrio do organismo vegetal em funccedilatildeo das alteraccedilotildees externas

E fundamental que se compreenda os princiacutepios norteadores de todo o processo

que satildeo as bases da luta por uma sociedade mais justa dentro de um mundo econocircmico e

ambientalmente mais sustentaacutevel

412 Anaacutelise do sistema radicular

Os resultados obtidos nas anaacutelises do sistema radicular (Tabela 2) mostram

diferenccedilas significativas entre as adubaccedilotildees para as variaacuteveis fitomassa fresca de raiz

(FFR) fitomassa seca de raiz (FSR) comprimento de raiz (CR) razatildeo parte

aeacutereasistema radicular (RPASR) e densidade de raiz (DR)

34

TABELA 2 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade de

raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAO DE BASE

S Magro + MB4 +Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

1540 c A 1576 b B 2427 a A

Fitomassa fresca (g)----------------1502 c B 1517 b AB 1658 b A 1446 c C 2336 a B 2360 a B

--------------------Fitomassa seca (g)-------------------196 b A 207 ab A 170 b A170 b A 199 b A 192 b A 344 a A 249 a B 327 a A

Comprimento de raiz(cm)---------------1237 b A 1158 b A 1158 a A1237 b A 1060 c B 1040 b B1433 a A 1296 a B 1040 b C

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t halsquo 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha de vermicomposto 45 t ha de vermicomposto60 t ha~ de esterco de curral__________________________ _________________________Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

-----Razatildeo Parte AeacutereaSistema Radicular------340 b AB 301c B 384 a A446 a A 415 b A 326 a B339 b B 546 a A 388 a B

-------------- Densidade de raiz (m cm3)------------367 a AB 414 a A 325 b B282 b B 301b B 405 a A347 ab A 231c B 324 b A

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base destacou-se o EC (60 t ha 1 de esterco de curral)

para as variaacuteveis FFR e FSR Quando adicionado o SM+U+CB os resultados para FFR

foram ainda melhores bem como o CR As respostas obtidas para a RPASR foram

variadas em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees apresentando melhores resultados para 15 VB (45 t

ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB e ainda melhor para EC (60 t ha 1 de esterco de

curral)+MB4 +U+CB As adubaccedilotildees de base 1 VB 15 VB e EC natildeo diferiram entre si

As adubaccedilotildees mais eficientes para a variaacutevel DR foram 1 VB+SM+U+CV que natildeo

diferiu da EC+SM+U+CB I VB+ MB4 +U+CB e agrave 15 VB foram melhores entre as

demais

35

Analisando os biofertilizantes em relaccedilatildeo a cada adubaccedilatildeo de base verifica-se que

para a 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB destaca-se a variaacutevel FFR

poreacutem sem diferenccedila significativa de 1 VB os melhpres resultados para a variaacutevel DR

foram encontrados pelo tratamento 1 VB+MB4 +U+CB e 15 VB (45 t ha 1 de

vermicomposto) tambeacutem se considera eficiente o 1 VB+SM+U+CB que natildeo diferiu do

EC (esterco de curral) Quando se utilizou 15 VB+ MB4 +U+CB houve resposta

significativa para a variaacutevel FFR para FSR as respostas natildeo foram diferentes com a

aplicaccedilatildeo dos biofertilizantes para as variaacuteveis FSR e DR as adubaccedilotildees EC e

EC+SM+U+CB natildeo diferiram entre si

Embora as respostas estatiacutesticas tenham sido diferentes para as adubaccedilotildees

combinadas ou natildeo pode-se salientar a importacircncia do aacutecido indol-aceacutetico como jaacute

citado anteriormente para as variaacuteveis avaliadas na parte aeacuterea das mudas de cebola

Respostas semelhantes nesse sentido foram encontradas para a cultura da alface por

Quijano (1999) e Morselli (2001)

Pereira et al (2002) concluiacuteram em trabalho realizado com a cultivar de cebola

CNPF1 6400 em Minas Gerais que a utilizaccedilatildeo de 20 t ha de esterco de curral

proporcionou os melhores resultados para a produccedilatildeo de cebola

Silva Juacutenior amp Giorgi (1992) e Menezes Juacutenior (1998) citam que doses elevadas

de mateacuteria orgacircnica podem prejudicar a primeira fase da germinaccedilatildeo (embebiccedilatildeo) e

absorccedilatildeo de aacutegua pelas raiacutezes das placircntulas No entanto no presente trabalho este fato

natildeo ocorreu embora a dose de esterco utilizada tenha sido de 60 t ha 1 (dose maacutexima

recomendada segundo Nolla 1982)

413 Anaacutelise de macronutrientes no tecido vegetal

Os resultados dos conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio no

tecido vegetal sob diferentes adubaccedilotildees encontrados na Tabela 3 indicam mais uma

vez a superioridade da adubaccedilatildeo esterco com 0 uso ou natildeo de biofertilizantes

36

TABELA 3 Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob

uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS i J B

ADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesamg plantas1

---- Nitrogecircnio-----30 t ha de vermicomposto 16593 c AB 15451 c B 19050 b A45 t ha de vermicomposto 21444 b A 22888 b A 17852 b B60 t ha de esterco de curral 32606 a C 37593 a B 40816 a A

--------------- ------ Foacutesforo------- -------------30 t ha de vermicomposto 3098 c B 2802 c B 3999 b A45 t ha de vermicomposto 4109 b A 4135 b A 2788 c B60 t ha de esterco de curral 5300 a B 7577 a A 7565 a A

------- Potaacutessio------30 t ha de vermicomposto 24327 c A 19900 c B 24965 b A45 t ha de vermicomposto 29113b A 29812 b A 22031 b B60 t ha de esterco de curral 44070 a B 51976 a A 54101 a A

-------- Caacutelcio-------30 t ha de vermicomposto 5027 c A 4356 c A 4834 b A45 t ha de vermicomposto 6114b A 6963 b A 4379 b B60 t ha de esterco de curral 9030 a C 11451 a A 10331 a B

------Magneacutesio-----30 t ha de vermicomposto 1188 b A 914 c A 1202 b A45 t ha de vermicomposto 1231 b B 1582 b A 1176 b B60 t ha de esterco de curral 2136a B 2443 a A 2663 a AMeacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base observa-se que o melhor tratamento foi o

esterco de curral para todas as variaacuteveis Para 1 VB (30 t ha^ 1 de vermicomposto) natildeo

houve resposta diferenciada com o uso de bofertilizantes para todas as variaacuteveis A

adubaccedilatildeo 15 VB (45 t ha 1 de vemicomposto) foi influenciada pelos biofertilizantes

para as variaacuteveis N P K e Ca enquanto que para Mg somente o MB4+U+CB o

influenciou O EC (esterco de curral) mostrou diferenccedila significativa apenas para as

variaacuteveis Ca e Mg quando adicionado MB4+U+CB

Segundo Peixoto (2000) eacute fundamental a adiccedilatildeo de adubos orgacircnico no cultivo de

hortaliccedilas seja na forma de esterco decomposto composto ou huacutemus de minhoca de

37

modo a fornecer melhorias nas propriedades do solo vindo a disponibilizar os nutrientes

as diferentes culturas

O esterco fresco conteacutem muita cama celuloacutesica e um elevado teor de aacutegua No

esterco curtido a celulose jaacute estaacute decomposta o teor de aacutegua estaacute reduzido agrave metade e os

nutrientes em uma forma mais assimilaacutevel e mais concentrada O esterco fresco pode

causar uma deficiecircncia temporaacuteria de nitrogecircnio no solo ao se decompor o que natildeo

acontece com o biestabilizado (Kiehl 1985)Ocorre uma diminuiccedilatildeo inicial no volume

de aacutegua retido no esterco de curral diminui inicialmente em tomo de 3581 liberando

posteriormente somente 496 evidenciando a sua capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua

(Menezes Juacutenior 1998)

A utilizaccedilatildeo continuada de adubos nitrogenados minerais no solo altera o balanccedilo

do nitrogecircnio entre o solo e planta No meacutetodo biodinacircmico eacute sublinhada a importacircncia

dos adubos animais para o estabelecimento da fertilidade permanente dos solos (Koeff

et al 1983)

Para Guimaratildees (1997) os benefiacutecios que a mateacuteria orgacircnica imprime ao solo

principalmente melhorando a produtividade fertilidade e a influencia que as substancias

huacutemicas exercem sobre o ambiente dependem da qualidade e do teor de mateacuteria

orgacircnica do solo Estas substacircncias por conterem nutrientes em sua constituiccedilatildeo em uma

forma mais disponiacutevel para as plantas promovem um equiliacutebrio no ambiente no solo

(Kononova 1966)

Aproximadamente de 60 a 70 do total de carbono do solo ocorre na forma de

materiais huacutemicos (Griffith amp Schnitzer 1975) sendo a eles atribuiacutedo a manutenccedilatildeo da

bioestrutura do solo aumentando a capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua (Brady 1999)

Conforme Compagnoni amp Putzolu (1985) os estercos bem como os demais

resiacuteduos orgacircnicos apresentam conteuacutedos diferentes de aacutecidos huacutemicos e fuumllvicos sendo

atribuiacutedo ao acido huacutemico uma accedilatildeo fitoestimulante semelhante aos fitohormocircnios por

favorecer o desenvolvimento do sistema radicular e crescimento do caule

Em trabalho realizado por Guimaratildees (1997) foi encontrado para aacutecidos huacutemicos

de esterco bovino uma relaccedilatildeo CN 1035 e para vermicomposto bovino 17

evidenciando que o esterco quando aplicado ao solo por apresentar uma relaccedilatildeo CN

proacutexima deste reage mais facilmente liberando nutrientes para as plantas sem alterar a

cadeia troacutefiacuteca Dados encontrados no presente trabalho demonstram a eficiecircncia do

esterco nesse sentido

38

De acordo com Morselli (2001) vaacuterios trabalhos citam comentam e discutem a

capacidade dos vermicompostos em proporcionar oacutetimas colheitas e favorecer a

precocidade das plantas cultivadas Poreacutem muitas vezes se observa que mesmo

suprindo essas plantas com nutrientes necessaacuterios atraveacutes de huacutemus de diferentes fontes

as respostas natildeo satildeo as mesmas para uma mesma cultivar

Por outro lado os resultados com o uso de substacircncias huacutemicas satildeo variaacuteveis e

dependem aleacutem da espeacutecie testada das substacircncias huacutemicas utilizadas sua

concentraccedilatildeo o grau de purificaccedilatildeo e das condiccedilotildees experimentais A resposta das

plantas aos aacutecidos huacutemicos e fuacutelvicos eacute dependente da mateacuteria prima original e da

espeacutecie vegetal pois materiais orgacircnicos diferentes apresentam aacutecidos huacutemicos e

fuacutelvicos diferentes (Businelli 1990)

Justificam-se os maiores conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio e caacutelcio nas

adubaccedilotildees 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e biofertilizantes devido

provavelmente ao vermicomposto utilizado apresentar na sua constituiccedilatildeo teores

consideraacuteveis destes elementos aleacutem do que os biofertilizantes possam ter influenciado

na absorccedilatildeo atraveacutes de sua constituiccedilatildeo Tibau (1984) considera que a urina de vaca eacute

rica em aacutecido indol-aceacutetico e este influencia na absorccedilatildeo radicular O efeito positivo

deste tratamento provavelmente seja devido agrave quantidade aplicada

O biofertilizante que se destacou foi o MB4+U+CB em relaccedilatildeo ao EC (esterco de

curral) e eacute somente para a variaacutevel caacutelcio Isto provavelmente seja devido ao alto teor

deste elemento encontrado na sua constituiccedilatildeo (6872 g Kg1) e pela influecircncia positiva

que a calda bordalesa exerce no metabolismo das plantas atraveacutes dos nutrientes

contidos em sua formulaccedilatildeo O Ca controla a absorccedilatildeo radicular e retorna ao solo pelo

esterco e palhas por apresentar-se em maior quantidade em folhas e caules Depois de

localizado nas folhas fica imoacutevel favorecendo a resistecircncia da planta ao ataque de

fungos

Este trabalho avanccedila no estudo da agroecologia estando claro que todos os

criteacuterios tem caraacuteter dinacircmico de adequaccedilatildeo as mudanccedilas de um sistema de produccedilatildeo

em evoluccedilatildeo contribuindo na transiccedilatildeo para um padratildeo sustentaacutevel Cabe a pesquisa a

reorientaccedilatildeo para um enfoque ldquosistecircmicordquo isto eacute que permita integrar os diversos

componentes de um agroecossistema e a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas que promovam 0

fortalecimento e a expansatildeo da agricultura familiar

39

5 CONCLUSOtildeES

Considerando os resultados obtidos e as condiccedilotildees em que o estudo foi realizado

conclui-se que

bull As respostas agronocircmicas das mudas de cebola para os paracircmetros avaliados

satildeo mais satisfatoacuterias com a aplicaccedilatildeo de esterco de curral como adubaccedilatildeo de

base

bull Os biofertilizantes mais urina de vaca e calda bordalesa proporcionam

respostas satisfatoacuterias quando aplicados associados agraves adubaccedilotildees de base

bull O biofertilizante MB4 mais urina de vaca e calda bordalesa eacute mais eficiente

que o super magro mais urina e calda bordalesa quando aplicado associado agrave

adubaccedilatildeo de base esterco de curral para os conteuacutedos de fitomassa secae

fresca da parte aeacuterea das plantas altura e diacircmetro de colo das mudas de

cebola

bull Os biofertilizantes adicionados agrave adubaccedilatildeo de base 45 t harsquo 1 de vermicomposto

bovino mostram respostas significativas para os conteuacutedos de fitomassa seca

bull Os maiores conteuacutedos nutricionais para as mudas de cebola satildeo

proporcionados pela adubaccedilatildeo de base esterco de curral

bull A maior absorccedilatildeo de caacutelcio pelas mudas de cebola ocorre quando da adiccedilatildeo do

biofertilizante MB4 mais urina e calda bordalesa agrave adubaccedilatildeo de base esterco de

curral

40

6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ALDRIGHI CB ABREU CM PAGLIA AG MORSELLI TBGA FERNANDES HS Efeito da aplicaccedilatildeo de biofertilizante e urina de vaca em mudas de tomateiro Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

ALTIERI M NICHOLLS C I Agroecologia Teoria praacutectica para umaAgricultura Sustentable Ia ed PNUMA 2000 Cap 2 4 Seacuterie textos baacutesicos para la formacioacuten ambiental

ALTIERI M Agroecologia bases cientiacuteficas para uma agricultura sustentaacutevelGuaiacuteba Agropecuaacuteria 2002 592 p

ANTONIOLLI Z I GIRACCA E M N CARDOSO S J T WIETHAN M M S FERRI M Iniciaccedilatildeo agrave Minhocultura Criaccedilatildeo em Cativeiro e Vermicompostagem Santa Maria UFSM 1996 p59-89

BAYER C MIELNICZUC J Dinacircmica e funccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica In SANTOS G de A S e CAMARGO F A de O (ed) Fundamentos da mateacuteria orgacircnica do solo ecossistemas tropicais e subtropicais Porto Alegre Genesis 1999 p 3-23

BARRETTO D X Composto Orgacircnico In Praacutetica em Agricultura Orgacircnica Satildeo Paulo iacutecone Ed Ltda 1985 p 51-63

BETTIOL W Alguns produtos alternativos para o controle de doenccedilas de plantasem agricultura orgacircnica II Ciclo de palestras sobre agricultura orgacircnica Instituto Bioloacutegico Satildeo Paulo p52-63 1997

41

BETTIOL W TRACH R GALVAtildeO JAH Controle de doenccedilas de plantas com biofertilizantes Jaguariuacutena EMBRAPA-CNPMA 1997 22p (EMBRAPA- CNPMA Circular Teacutecnica 02)

BRADY N C Natureza e propriedades dos sotos Rio de Janeiro Freitas BastosS A 1979 647p

BRADY N C Organisms and ecology of the soil In The nature of properties of soils Simon amp Schuster A Viacon Company New Jersey1999 402-489p

BON1LLA J A Fundamentos da Agricultura Ecoloacutegica Sobrevivecircncia eQualidade de Vida Satildeo Paulo Nobel 1992

BUREacuteS S Substratos Ediciones Agroteacutecnicas S L Madrid Octubre 1997

BUS1NELLI M Chemical Composition and Enzymic Activity of some Worm Cast Plant Soil v 80 p 1-2 1990

CALEGARI A Espeacutecies para cobertura de solo In IAPAR (Instituto Agronocircmico de Paranaacute) Plantio Direto pequena propriedade sustentaacutevel organizador Moacir Darolt Londrina - PR 1998 65-93

CAMARGO P N D Manual de Adubaccedilatildeo Foliar Satildeo Paulo Herba 1975

CAPRA F A Teia da Vida Satildeo Paulo Cultrix 1997 256p

CAPRA F O Ponto de Mutaccedilatildeo 22 ed Satildeo Paulo Cultrix 2001 447p

CHABOUSSOU F Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da Trofobiose) Porto Alegre LPM 1987 253 p

CLARO S A Referencias tecnoloacutegicos para a agricultura familiar ecoloacutegica aexperiecircncia da Regiatildeo Centro-Serra do Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS-ASCAR 2001 250p

CLIVELA G Diagnoacutestico Agronocircmico da cebola no Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS 1995 8 6 p

COMISSAtildeO DE FERTILIDADE DO SOLO - RSSC Recomendaccedilotildees de adubaccedilatildeo e calagem para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina 3 ed Passo Fundo SBCS - Nuacutecleo Regional Sul 1995 223p

COMPAGNONI L PUTZOLU G Cria moderna de Ias lombrices y utilizacioacutenrentable dei humus Barcelona Editorial de Vecchi- SA 1985127p

COSTABEBER J A MOYANO E Transiccedilatildeo agroecoloacutegica e accedilatildeo social coletiva Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v l n4 p 50- 60 outdez 2 0 0 0

42

COSTA M B B da Adubaccedilatildeo orgacircnica Nova siacutentese e novo caminho para aagricultura Satildeo Paulo Ed iacutecone Ltda 1985 102p

COSTA NETO C Agricultura Sustentaacutevel Tecnologias e Sociedade In CARVALHO COSTA LF et al (org) Mundo Rural e Tempo Presente Rio de Janeiro Mauad 1999

DrsquoAG0ST1NI R L FANTINI A C Produccedilatildeo orgacircnica tambeacutem socialmente excludente Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v3 n l p57-61 2002

DALPONTE J C V Utilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos e fertilizante mineral na produccedilatildeo e qualidade de mudas e bulbos de cebola (Alliurn Cepa L) Pelotas-RS 1990 (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1990

DEBARBA J F THOMAZELLI L F GANDIN C L SILVA E Cadeias produtivas do Estado de Santa Catarina Cebola Florianoacutepolis Epagri 1998 115 p (EPAGRI Boletim Teacutecnico 96)

DUFOUR F Os saacutebios loucos do agro-alimentar Le Monde Diplomatique ano 1 n4 p6-7 1999 (ed portuguesa)

EHLERS E Agricultura Sustetaacutevel Origem e perspectivas de um novo paradigma 2 ed Guaiacuteba Agropecuaacuteria 1999 157 p

FILGUEIRA F A R Novo Manual de olericultura agrotecnologia moderna na produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 2000 402 p

FRASER G K Mateacuteria Orgacircnica Del Suelo In BEAR F E (ed) Quiacutemica dei Suelo Madrid Ed Agrociencia 1963

FOLLET R H MURPHY L S DONAHUE R L Fertilizers and soil amendments New Jersey Printice-Hall Inc 1981 557p

GARCIA A Revista dei Espacio Rural Georgica Zaragoza Escuela Politeacutecnica de Huesca n5 1997

GARCIA A Versatildeo preliminar de um Programa Estadual de Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Bulbos e Sementes de CebolaEMBRAPAIPAGROMARAEMATER 6 8 pbdquo 1990 (Publicaccedilatildeo avulsa)

GIORGETT1 J R Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Mudas de Tomate In Encontro Nacional de Produccedilatildeo e Abastecimento de Tomate 2 1991 Jaboticabal Satildeo Paulo Anais Jaboticabal UNESP 1991 p 242-244

GLIESSMAN S R Agroecologia Processos ecoloacutegicos em agricultura sustentaacutevelPorto Alegre Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS 2000 653p

43

GLIESSMAN S R TURRIALBA C R Agroecologia Procesos Ecoloacutegicos en Agricultura Sostenible CATIE 2002 p 3-14

GNOATTO S C Caracterizaccedilatildeo quiacutemica de vermicompostos de diferentes substratos orgacircnicos Pelotas-RS 1999 38 f (Mestrado em Agronomia - Solos) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

GOMES J C C BORBA M F S A moderna crise dos alimentos oportunidade para a agricultura familiar Emater Porto Alegre julset 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwematertchebrdocsagroecorevistan313-artigo3htmgtAcesso em 24 fev 2002

GOMEZ H W Desenvolvimento sustentaacutevel agriacutecola e capitalismo In Desenvolvimento sustentaacutevel Necessidade eou disponibilidade Santa Cruz do Sul Nobel - UNISC 1997 p 65-77

GONZAacuteLEZ DE MOLINA M SEVILLA GUZMAacuteN E Ecologia campesinado e historia Para una reinterpretacioacuten dei desarrollo dei capitalismo en la agricultura In SEVILLA GUZMAacuteN E GONZAacuteLEZ DE MOLINA M (ed) Ecologia campesinado e historia Madrid La Piqueta 1993 p 23-129

GRIFFITH S A SCHNITZER M Analytical characteristic of humic and fulvic acids extracted from tropical volcanic soils Soil Sei Soc Am Proc v 39 p361-367 1975

GUIMARAtildeES E Caracterizaccedilatildeo quiacutemica estreptoscoacutepica e por anaacutelise teacutermica de aacutecidos huacutemicos e vermicompostos obtidos de estercos de diferentes animaisCuritiba 1997 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Quiacutemica) Universidade Federal do Paranaacute 1997

HESS A F Sociedade e meio ambiente uma relaccedilatildeo ambiacutegua Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v 4 n2 p 167-1741999

ICEPA-SC Informes conjunturais sobre a cultura da cebola Disponiacutevel em lthttpwwwicepa combrgt Acesso em 23 jan 2003

JONES H A MANN L K Onions and their allies New York Interscience Publishers 1962 286 p

JUacuteNIOR H A de MAIORANO J A Receitas obtidas de extratos de plantasCampinas CATITerra Viva [199-] 10 f

KHATOUNIAN C A Ciclo de Palestras sobre Agricultura Orgacircnica 2a Ed SatildeoPaulo Fund Cargill 1997 149 p

KIEHL E J Fertilizantes Orgacircnicos Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1985 492p

44

KOEFF H H PETTERSSON B D SHAUMANN W Vida Vegetal solos e adubaccedilatildeo In Agricultura Biodinacircmica Satildeo Paulo Nobel 1983 p92-149

KONONOVA M M Soil organic matter The importance o f organic matter in soil formation and soil fertility New York Pergamqn Press 1961 p 165-200

KUHN T A Estrutura das Revoluccedilotildees Cientiacuteficas Satildeo Paulo Perspectiva 1989 257p

LANNA FCA ABREU C L ABREU J G SILVA V Resposta de cultivares de melancia cultivadas sob adubaccedilatildeo quiacutemica e orgacircnica Horticultura v 12 n l p85 1994

LEFF H Saber Ambiental Petroacutepolis Vozes 2001 343 p

MAGALHAtildeES J R Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo da cebola In FERREIRA M E CASSTELLANE P D CRUZ M C P Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo de hortaliccedilasPiracicaba POTAFOS 1993 p 381-393

MALAVOLTA E Elementos de nutriccedilatildeo mineral de plantas Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1980 251 p

MALAVOLTA E Manual de Quiacutemica Agriacutecola - Adubos e Adubaccedilatildeo 3a ed SatildeoPaulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1981 606 p

MARTINEZ A A A grande e Poderosa Minhoca Jaboticabal Funep - Unesp1990 101 p

MARTINS S R Desenvolvimento e Sustentabilidade Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v20 n2 julho 2002 Palestra apresentada no 42deg Congresso Brasileiro de Olericultura

MARTINS S R Limites Del Desarrollo Sostenible em Ameacuterica Latina En el marco de Ias poliacuteticas de (re)ajuste econocircmico Pelotas Editora UFPel 1997 135 P-

MARTINS S R Sustentabilidade na agricultura dimensotildees econocircmicas sociais e ambientais Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v4 n 2 p 175-1871999

MATURANA H REZEPKA S N D E Formaccedilatildeo Humana e Capacitaccedilatildeo Rio de Janneiro Vozes 2000 8 6 p

MELLO A F SOBRINHO M O ARZOLLA S SILVEIRA R NETTO A C KIEHL J C Fertilidade do Solo Satildeo Paulo Nobel 1983

MENEZES JUacuteNIOR F O G D Caracterizaccedilatildeo de Diferentes substratos hortiacutecolas e seu efeito na produccedilatildeo de mudas de alface e couve-flor em ambiente protegido Pelotas 1998 141 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1998

45

MIBASA Mineraccedilatildeo Barreto SA Melhorador de Solos MB4 A Natureza Agradece Arapiraca-AL [199-] Folder

MINAMI K Os resumos da olericultura 2000 In AZEVEDO FILHO MARTINEZ FILHO (ed) Preccedilos agriacutecolas Piracicaba ESALQ 1999 p 4

MINAMI K Produccedilatildeo de Mudas de Alta Qualidade em Horticultura Satildeo Paulo TA Queiroz 1995

MORSELLI T B G A Cultivo sucessivo de alface sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegidoPelotas 2001 178 p Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2001

MORSELLI T B G A Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Poliacutegrafo da Disciplina de Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia-Produccedilatildeo Vegetal UFPel 2002

MULLER AM Efeitos da Aplicaccedilatildeo Foliar de um Biofertilizante Enriquecido no Estado fitossanitaacuterio de Tomate Ervilha e Beterraba Sob Manejo OrgacircnicoDissertaccedilatildeo (Mestrado no Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agroecossistemas)1999 (Resumo)

NOLLA D Erosatildeo do Solo - O grande desafio Estado do Rio Grande do Sul SEAGRI desenvolvimento de recursos naturais renovaacuteveis 1982 412 p

PAGLIA AG MORSELLI TBGA PEIL RMN Teores de nutrientes pH e condutividade eleacutetrica da aacutegua em sistema ldquofloat^ngrdquo sob adiccedilatildeo de biofertilizantes Horticultura Brasileira v 20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PAULUS G MULLER A BARCELLOS LAR Agroecologia aplicada praticas e meacutetodos para uma agricultura de base ecoloacutegica 2ed ver ampl Porto Alegre EMATERRS 2001 8 6 p

PEIXOTO R T dos G Composto orgacircnico aplicaccedilotildees benefiacutecios e restriccedilotildees de uso Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 18 p 56-64 julho 2000

PENTEADO SR Defensivos Alternativos e Naturais Satildeo Paulo 1999 95 p

PEREIRA AJ SOUZA RJ PEREIRA WR Efeito de diferentes doses de esterco de galinha e de curral sobre a produccedilatildeo de cebola Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PINHEIRO S BARRETO SB MB-4 agricultura sustentaacutevel trofobiose e biofertilizantes Fundaccedilatildeo Juquira CandiruMibasa 2000 273 p

PRIMAVESI A Agricultura Sustentaacutevel Satildeo Paulo Nobel 1992 142 p

PRIMAVESI A O manejo ecoloacutegico do solo Agricultura em regiotildees tropicais SatildeoPaulo Nobel 1982 541 p

46

PURCINO A A C ldquoNitrogecircniordquo Informe Agropecuaacuterio Belo Horizonte v7 n81 p 16-27 1981

QUIJANO F G Efeito da adubaccedilatildeo orgacircnica no desenvolvimento de duas cultivares de alface em ambiente protegido Pelotas 1999 116f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

RODRIGUES A N N Efeitos e residuais de superfosfato triplo sobre o rendimento de mateacuteria seca e absorccedilatildeo de foacutesforo pela aveia (Avena strigosa Schob) em solo Podzoacutelico Vermelho Escuro Porto Alegre 1984 59f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia UFRGS 1984

RODRIGUES E T CASALI V W D Respostas da alface agrave adubaccedilatildeo orgacircnica II Teores conteuacutedos e utilizaccedilatildeo de macronutrientes em cultivares Rev Ceres Viccedilosa v 45 n 261 p 437-449 1998

SAMINEcircS T C O Produccedilatildeo orgacircnica de alimentos Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 17 n3 novembro 1999

SCHIEDECK G Ambiecircncia e resposta agronocircmica de meloeiro (Cucumis melo L) cultivado sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegido Pelotas lOOp Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2002

SILVA JUacuteNIOR A A GIORGI E Substratos alternativos para a produccedilatildeo de mudas de tomate Agropecuaacuteria Catarinense Florianoacutepolis EPAGRI 1992 23 p

SILVA JUacuteNIOR A A MACEDO S G STUKER H Utilizaccedilatildeo de esterco de peru na produccedilatildeo de mudas de tomateiro Florianoacutepolis EPAGRI 1995 28 p (Boletim Teacutecnico 73)

TAGLIARI PS GRASSMANN H Minhoca a grande aliada da agricultura Agropecuaacuteria Catarinense v8 n l p 11-14 mar 1995

TEDESCO M J GIANELLO C Anaacutelises de solo plantas e outros materiais Porto Alegre Faculdade de Agronomia Departamento de Solos Universidade Federal do Rio Grande do Sul RS 1996

TENNANT D A Test of modified line intersect method of estimating root lenght Journal Ecology Oxford v 63 p 995-1001 1975

TIBAU A O Mateacuteria Orgacircnica do Solo Mateacuteria Orgacircnica e Fertilidade do SoloSatildeo Paulo Nobel 1984 p49-182

TIMM P J Anaacutelise comparativa dos sistemas de plantio convencional e cultivo miacutenimo de cebola sob adubaccedilatildeo orgacircnica e mineral Pelotas 2000 79 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2000

47

VALENZUELA HR CROSBY C Effect of compost applications on the yield of several vegetables in long-term organic farming experiments conduced in the tropics American Society Horticultural Science v33 n3 june 1998

VIGLIZZO E (ed) Subprograma Recursos Naturais y Sostenibilidad Agriacutecola documento marco Montevideo IICAPROCISUR 1995 p 75 - 78

WE1D J M TARDIN J M Proposta para a Ampliaccedilatildeo do Trabalho da ASPTA no Centro Sul do Paranaacute ASPTA Disponiacutevel em http wwwpronafgovbrEncontrotestosAS20PTA20Sul20ParanE1205 202002doc Acesso em 05 mai 2002

XAVIER SIMOacuteN F DOMINGUES D G Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel uma perspectiva agroecoloacutegica Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre EM ATERRS v2 n2 p 17-26 2001

ZABALETA J P Diagnoacutestico da Agricultura Familiar em Satildeo Joseacute do Norte - RSPelotas EMBRAPA-CPACT 1998 75 p (EMBRAPA-CPACT Documentos 44)

ZONTA E P MACHADO A A SILVEIRA P Sanest Sistema de anaacutelise estatiacutestica para microcomputadores Registrado na Secretaria Especial de Informaacutetica sob nuacutemero 066060 - categoria A Pelotas-RS Universidade Federal de Pelotas 1984

48

7 APEcircNDICE

APEcircNDICE A - Anaacutelise da adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes utilizados na produccedilatildeo de mudas de cebola

TABELA 1 A Anaacutelise baacutesica do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo miuacutedo + papua

Arg

pH IND

SMP

MO

P - n r - Na Al Ca__10Omlmdash

Mg

ppm -

6 53 67 089 8 6 27 1 04 05 0 2

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 2A Anaacutelise complementar do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo-miuacutedo + papua

Cobre Zinco Manganecircs Ferro

(m v1)

04 05 26 007

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

49

TABELA 3A Anaacutelise dos fertilizantes soacutelidos

Amostra pH limidade CN

C N P K Ca Mg

- g-ivg --

Cama de 849 2491 12 31042 2479 3888 3405 29875 463

aves

Esterco 74 3594 11 677 590 157 134 335 214

de curral

Huacutemus 684 5738 14 15965 1098 453 745 743 361

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 4A Anaacutelise quiacutemica dos biofertilizantes liacutequidos

Amostra N P K_ccedil H

Ca Mg Cu Zn Fe Mn

mdashgL bull

S Magro

m b 4

Urina

053

1652

8 2 2

008

395

0 0 0

149

1674

471

1902

6872

0 0 0

1150

4507

1172

7273

42

033

101389

920

0 0 0

6250

19458

781

35273

1123

0 2 1

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

50

APEcircNDICE B - Condiccedilotildees climaacuteticas do local

TABELA 1B Condiccedilotildees de temperatura do local

___________ __________TEMPERATURA (degCgt

meses Meacutedia

Maacutexima

Meacutedia

MiacutenimaMeacutedia

Maacutexima

Absoluta

Miacutenima

Absoluta

Junho 225 87 156 320 25

Julho 225 85 155 285 30

Agosto 251 71 161 360 1 0

Fonte FEPAGROSCT 2002

TABELA 2B Condiccedilotildees de chuva do local

mdash CHUVA (mm)mdash

meses Ocorrida Normal Desvio Da Normal

Junho 1080 1 1 0 -2 0

Julho 1062 98 8 2

Agosto 1283 1 2 0 83

Fonte FEPAGROSCT 2002

51

TABELA 1C Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

APEcircNDICE C - Anaacutelise estatiacutestica da parte aeacuterea

Causas G1 FFPA FSPA AP DC

da variaccedilatildeo --------- Quadrados meacutedios-

Blocos 3

Ad Base 2 175359071 1287102 2547419 1 11775

Biofertilizantes 2 126876 29011 87669ns 02185ns

Ad x Biofert 4 572378 31123 69106ns 04159

Resiacuteduo 24 34456 03048 27169 00290

Total 35

Meacutedia geral 93745 8772 320388 6741

CV 1980 6294 5145 2530

Significativo a 5ns Natildeo significativo

52

TABELA 1D Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade

de raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

APEcircNDICE D - Anaacutelise estatiacutestica da raiz

Causas G1 FFR FSR CR RPASR DR

da variaccedilatildeo Quadrados meacutedios---------------

Blocos 3

Ad Base 2 27874 551 623 2 1 0 140

Biofertilizantes 2 178 0 1 0 ni 1504 l03ns 038ns

Ad x Biofert 4 190 058 318 294 183

Resiacuteduo 24 005 009 028 023 0 2 1

Total 35

Meacutedia geral 1818 228 184 387 333

C V 134 1356 448 1253 1396

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

53

APEcircNDICE E - Anaacutelise estatiacutestica dos macronutrientes da parte aeacuterea da cebola

TABELA 1E Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mud^s de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

Causas G1 bull N P K Ca Mg

da variaccedilatildeo

Blocos 3

Ad Base 2 13550306 446627 25509686 1031806 59007

Biofertilizantes 2 180610ns 16564 68153ns 39006 876ns

Ad x Biofert 4 454187 45743 1047539 46950 2464

Resiacuteduo 24 29769 1453 64313 3741 439

Total 35

Meacutedia geral 24921 4597 33366 6943 1615

C V 692 829 760 880 1297

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

APEcircNDICE F - Fotos do experimento

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob uma perspectiva agroecoloacutegica

APEcircNDICE F a Fotos do experimento

FIGURA 1 Adubaccedilatildeo verde com feijatildeo-miuacutedo e papuatilde utilizadas no manejo do solo

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob urna perspectiva agroecoloacutegica

Page 2: PRODUÇÃO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L.) SOB …orgprints.org/24883/1/Paglia_Produção.pdf · vaca mais calda bordalesa; MB4+U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

Dados de catalogaccedilatildeo na fonte (Marlene Cravo Castillo - CRB-10744)

P138P Paglia Aacuteguida GoretiProduccedilatildeo de mudas de cebola (Allium cepa L) sob uma persshy

pectiva agroecoloacutegica Aacuteguida Goreti Paglia orientador Tacircnia Beatriz Gamboa Arauacutejo Morselli - Pelotas 2003 - 64 f il Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Produccedilatildeo Vegetal Faculdade de Agroshynomia Eliseu Maciel Universidade Federal de Pelotas Pelotas 2003

1 Allium cepa L 2 Mudas 3 Agroecologia I Morselli Tacircnia Beatriz Gamboa Arauacutejo (orientador) II Tiacutetulo

CDD 63525

PRODUCcedilAtildeO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L) SOB UMA PERSPECTIVA AGROECOLOacuteGICA

Enga Agra AgraveGUIDA GORETI PAGLIA

DissertaccedilatildeoSubmetida como parte dos requisitos para obtenccedilatildeo do Grau de

Mestre em Ciecircncia Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia

Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel Pelotas (RS) Brasil

Prof Dra Tacircnia Beatriz Gamboa Arauacutejo Morselli

Prof Dr Seacutergio Roberto Martins

P rof Dra Roberta Marins Nogueira Peil

Prof Dra Tacircnia Beatriz Gamboa Arauacutejo Morselli(Orientadora)

Prof Dr Joseacute Geraldo Wizniewsky(DCSAFAEMUFPel)

Prof Dr Carlos Rogeacuterio Mauch(DFTFAEMUFPel)

Engdeg Agro Dr Joseacute Ernani Schwengber(EMATERRS)

Comitecirc de Orientaccedilatildeo

Prof Dr Joatildeo Baptista da Silva

Aprovada em 21 de fevereiro de 2003 Homologado 720 03

Prof Dr Carlos Rogeacuterio MauchCoordenador do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia

Prof Dr Ceacutesar Valmor RombaldiDiretor da Faculdade de Agronomia

II

Natildeo eacute o desafio com que nos deparamos

que determina quem somos e o que estamos nos tornando

Mas a maneira com que respondemos a este desafio

Somos combatentes idealistas mas plenamente conscientes

Porque o ter consciecircncia natildeo nos obriga

a ter teoria sobre as coisas

soacute nos obriga a sermos conscientes

Dificuldades para vencer

A liberdade para provar

E enquanto acreditamos no nosso sonho

Nada eacute por acaso

(Henfil)

Acredito que Deus estaacute em tudo

Por isso agrave Natureza dedico

iii

AGRADECIMENTOS

Cumprindo esta etapa fundamental para minha formaccedilatildeo profissional comeccedilo

agradecendo a FAEMUFPel pela oportunidade

A FEPAGROSUL que abriu espaccedilo para a produccedilatildeo e troca de conhecimento

Aos funcionaacuterios que foram fundamentais na execuccedilatildeo deste trabalho

Ao Programa RS-Rural por fornecer todas as condiccedilotildees financeiras agrave realizaccedilatildeo

deste trabalho acreditando na necessidade de geraccedilatildeo de tecnologias que possam

responder a imensa diversidade dos agroecossistemas regionais

Sou especialmente grata agrave Tacircnia que esteve comigo no dia-dia Considero-a muito

mais que orientadora considero-a como uma parceira na vida tanto nas horas alegres

como nas tristes pois partilhamos do alfabeto emocional

Aos co-orientadores Seacutergio pelo ser amoroso que eacute Roberta pela incansaacutevel

ajuda e Joatildeo Baptista por sua dedicaccedilatildeo

A todos os professores e funcionaacuterios que contribuiacuteram com sorrisos e disposiccedilatildeo

sempre

Meus colegas e amigos verdadeiros Natildeo citarei nomes pois todos satildeo especiais

satildeo ldquoseres humanosrdquo que tanto amo e admiro

Paulo Timm obrigada pela confianccedila e dedicaccedilatildeo

A minha famiacutelia Junto a eles restauro as forccedilas da minha alma e encontro apoio e

estimulo para prosseguir e meu caminho tendo a certeza que nunca estarei soacute

Edi quanta saudade senti Fez-me crer que eacute possiacutevel fazer do sonho a vida

Nosso amor me fortaleceu nos dias difiacuteceis

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Tecnoloacutegico pelo apoio financeiro

E por uacuteltimo mas natildeo menos importante a todos que acreditam e compartilham

na busca do ideal ldquofelicidaderdquo este que soacute pode ser operacionalizado dentro do real e

que certamente este real pode ser mudado

IV

IacuteNDICE

FICHA DE HOMOLOGACcedilAtildeO ii

DEDICATOacuteRIA iii

AGRADECIMENTOS iv

IacuteNDICE v

SUMAacuteRIO vii

SUMMARY ix

INTRODUCcedilAtildeO 1

2 REVISAtildeO DE LITERATURA 3

21 Desenvolvimento e sustentabilidade 3

211 Agroecologia Paradigma em construccedilatildeo 5

212 Agroecologia e agricultura familiar 7

213 O Mercado de produtos orgacircnicos 8

22 A cultura da cebola e sua importacircncia 9

2 2 1 Caracteriacutesticas agronocircmicas da cebola 1 0

222 A produccedilatildeo de mudas de hortaliccedilas 11

23 Adubaccedilatildeo orgacircnica 12

231 Efeitos da adubaccedilatildeo orgacircnica no solo 13

232 Efeitos da adubaccedilatildeo orgacircnica nas culturas 14

233 Plantas de cobertura do solo 15

234 Adubaccedilatildeo foliar 15

24 Vermicompostagem 16

V

241 Resiacuteduos utilizados na vermicompostagem17

2411 Resiacuteduos de origem animal17

2412 Resiacuteduos de origem vegetal17

25 Biofertilizantes 18

251 Urina de vaca 20

252 Alhol 21

253 Calda Bordalesa22

254 Biofertilizante Super Magro 22

256 Biofertilizante MB4 23

3 M ATERIAL E M EacuteTODOS 24

31 Local de execuccedilatildeo do experimento 24

32 Anaacutelise estatiacutestica 24

33 Tratamentos 25

34 Conduccedilatildeo do experimento27

35 Observaccedilotildees agronocircmicas 28

351 Fitomassa fresca da parte aeacuterea28

352 Fitomassa seca da parte aeacuterea 28

353 Altura da muda 28

354 Diacircmetro de colo 28

355 Sistema radicular 29

3551 Comprimento de raiz 29

3552 Densidade de raiz 29

3553 Razatildeo parte aeacutereasistema radicular 30

36 Determinaccedilatildeo de macronutrientes no tecido vegetal 30

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 31

41 Anaacutelise das variaacuteveis 31

411 Anaacutelise da parte aeacuterea 31

412 Anaacutelise do sistema radicular 33

413 Anaacutelise de macronutrientes no tecido vegetal 35

5 CONCLUSOtildeES 39

6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 40

7 APEcircNDICE 48

VI

SUMAacuteRIO

PAGLIA AgraveGUIDA GORETI (MS) Universidade Federal de Pelotas fevereiro de 2003 Produccedilatildeo de Mudas de Cebola (Allium cepa L) sob uma perspectiva Agroecoloacutegica Professora Orientadora Tacircnia Beatriz Gamboa Arauacutejo Morselli Co- orientadores Seacutergio Roberto Martins Roberta Marins Nogueira Peil e Joatildeo Baptista da Silva

Com o objetivo de estudar a produccedilatildeo de mudas de cebola sob uma perspectiva

agroecoloacutegica foi conduzido um experimento a campo na Fundaccedilatildeo Estadual de

Pesquisa Agropecuaacuteria - FEPAGROSUL no municiacutepio de Rio GrandeRS no periacuteodo

de 15 de maio a 26 de agosto de 2002 Utilizou-se a cultivar Petrolini (ciclo meacutedio)

submetida as seguintes adubaccedilotildees adubaccedilatildeo de base (1 VB - 30 t ha 1 de

vermicomposto bovino 15 VB - 45 t harsquo 1 de vermicomposto bovino e EC - 60 t ha de

esterco de curral) e biofertilizantes liacutequidos (SM+U+CB - Super Magro mais urina de

vaca mais calda bordalesa MB4 +U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

e Testemunha - ausecircncia) O experimento foi esquematizado em delineamento em

blocos ao acaso em fatorial 3 X 3 As variaacuteveis analisadas foram fitomassa fresca e

seca (g) da parte aeacuterea e do sistema radicular altura de planta (cm) diacircmetro do colo

(mm) comprimento de raiz (cm) razatildeo parte aeacutereasistema radicular densidade de raiz

(m cm3) e conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio na parte aeacuterea

da planta Concluiu-se que as respostas agronocircmicas das mudas de cebola para os

paracircmetros avaliados satildeo mais satisfatoacuterias com a aplicaccedilatildeo de esterco de curral como

adubaccedilatildeo de base os biofertilizantes mais urina de vaca e calda bordalesa proporcionam

VII

respostas satisfatoacuterias quando aplicados junto agraves adubaccedilotildees de base o biofertilizante

MB4 mais urina de vaca e calda bordalesa eacute mais eficiente que o super magro mais urina

e calda bordalesa quando aplicado junto agrave adubaccedilatildeo de base esterco de curral os

conteuacutedos de fitomassa seca das mudas de cebola satildeo significativos quando adicionado

os biofertilizantes ao vermicomposto bovino (45 t harsquo1) os maiores conteuacutedos

nutricionais para as mudas de cebola satildeo proporcionados pela adubaccedilatildeo de base esterco

de curral a maior absorccedilatildeo de caacutelcio pelas mudas de cebola ocorre quando da adiccedilatildeo de

biofertilizante MB4 mais urina e calda bordalesa agrave adubaccedilatildeo de base esterco de curral

VIII

SUMMARY

PAGLIA AgraveGUIDA GORETI (MS) Universidade Federal de Pelotas February 2003 Onion (Allium cepa L) Transplant Production under an Agroecological Perspective Tacircnia Beatriz Gamboa Arauacutejo Morselli Comitte Seacutergio Roberto Martins Roberta Marins Nogueira Peil and Joatildeo Baptista da Silva

With the objective of studying the onion transplant production under an agroecological

perspective a field experiment was carried out in the Fundaccedilatildeo Estadual de Pesquisa

Agropecuaacuteria-FEPAGROSUL in the city o f Rio GiWideRS in the period between 15

May and 26 August 2002 The cultivar Petrolini (medium cycle) was submitted to the

following fertilizers soil fertilizer (1 VB - 30 t h a o f bovine vermicompost 15 VB -

45 t ha 1 of bovine vermicompost and EC - 60 t ha 1 of manure and liquid biofertilizer

(SM+U+CB - ldquoSuper Magrordquo with cow urine with bordeaux mixture MB4 +U+CB -

MB4 with cow urine with bordeaux mixture and control - absence) The experiment was

laid in a randomized block design in factorial scheme 3X3 The analyzed parameters

were fresh and dry matter of the aerial part and root system plant height colon

diameter root length ration aerial partroot system root density and the contents

nitrogen phosphorus potassium calcium and magnesium in the aerial part o f the plant

It was concluded that the agronomic responses o f the onion seedlings for the evaluated

parameters are more satisfactory with the application o f manure as soil fertilizer the

biofertilizers with cow urine and bordeaux mixture provide satisfactory responses when

applied along with the soil fertilizer the biofertilizer MB4 with cow urine and bordeaux

IX

mixture is more effieient than the ldquoSuper Magrordquo with urine and bordeaux mixture

when applied along with manure as soil fertilizer the dry matter contents of the onion

seedlings are significant when the biofertilizer is added to bovine vermicompost (45 t

h a 1) the largest nutritional contents for the onion seedlings are obtained with manure as

soil fertilizer the largest absorption of calcium by the onion seedlings happens when the

biofertilizer MB4 with urine and bordeaux mixture is added to the manure as soil

fertilizer

X

mixture is more efficient than the Super Magro with urine and bordeaux mixture

when applied along with manure as soil fertilizer the dry matter contents of the onion

seedlings are significant when the biofertilizer is added to bovine vennicompost (45 t

hamiddot ) the largest nutritional contents for the onion seedlings are obtained with manure as

soil fertilizer the largest absorption of calcium by the onion seedlings happens when the

biofertilizer MB4 with urine and bordeaux mixture is added to the manure as soil

fertilizer

x

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

ldquoEu sustento que a ciecircncia soacute tem

finalidade se serrsquoir para aliviar a miseacuteria

da existecircncia humana

(Bertold Brecht)

No Rio Grande do Sul cultivar cebola eacute atividade de pequenos e meacutedios

produtores revestindo-se de suma importacircncia para a economia onde contribui para a

geraccedilatildeo de empregos e a fixaccedilatildeo do homem ao meio rural visto que haacute necessidade de

outros tipos de investimentos sociais e econocircmicos

Segundo o ICEPA-SC (2003) o Rio Grande do Sul responde por cerca de 14 da

produccedilatildeo nacional o que faz da cebola a segunda hortaliccedila em importacircncia econocircmica

no Estado sendo apenas superada pela cultura da batata poreacutem a aacuterea plantada no RS

tem apresentado recuo nos uacuteltimos anos caindo de 16648 hectares na safra 9899 para

14085 na safra atual (0203) acontecendo o mesmo com a produccedilatildeo que diminuiu de

181338 toneladas na safra 9596 para aproximadamente 159000 na safra atual

A baixa produtividade obtida pode ser atribuiacuteda a vaacuterios fatores baixa

disponibilidade de mateacuteria orgacircnica no solo poucc^ uso de materiais orgacircnicos eou

aplicaccedilatildeo inadequada destes considerando ainda que a maioria dos produtores

conservam caracteriacutesticas agriacutecolas do seacuteculo passado apresentando resistecircncia ao

associativismo e possuem carecircncia de infraestrutura (estradas eletricidade telefonia

drenagem e condiccedilotildees de armazenamento) Esses fatores aliados a baixa rentabilidade

2

da cultura tem sido apontados como responsaacuteveis pelo abandono da cebolicultura por

alguns produtores

A fase de produccedilatildeo das mudas eacute de extrema importacircncia para o cultivo da cebola e

requer manejo adequado dos recursos naturais para que a cultivar utilizada possa

expressar seu potencial geneacutetico sem comprometer o equiliacutebrio ambiental O principal

cuidado para o desenvolvimento de mudas de qualidade refere-se agrave utilizaccedilatildeo adequada

do solo

Desta forma o manejo do solo e das plantas orientado pela agroecologia pode se

constituir numa excelente alternativa para obtenccedilatildeo de mudas de qualidade sem

comprometer a sauacutede dos agricultores e contribuindo para a preservaccedilatildeo ambiental

Diversas praacuteticas vecircm sendo utilizadas com esta finalidade entre elas citam-se a

adubaccedilatildeo orgacircnica e os biofertilizantes enriquecidos No entanto estes fatores de

produccedilatildeo precisam ser melhor estudados no que tange a sua utilizaccedilatildeo adequada pelos

produtores de cebola objetivando um sistema de produccedilatildeo sustentaacutevel

A agroecologia como ciecircncia apresenta vaacuterias dimensotildees ecoloacutegica econocircmica

social cultural poliacutetica e eacutetica Neste sentido e considerando-se a procura crescente por

produtos orgacircnicos e a necessidade de sistemas de fertilizaccedilatildeo adequados ao cultivo da

cebola o presente trabalho teve como objetivo a produccedilatildeo de mudas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica contribuindo para o processo de transiccedilatildeo do sistema de

produccedilatildeo

3

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

ldquoAs novas eras natildeo comeccedilam de uma vez

Meu avocirc jaacute vivia no novo tempo

Meu neto viveraacute talvez ainda no velho

A nova carne eacute comida com os velhos garfos

(Bertold Brecht)

21 Desenvolvimento e sustentabilidade

Nenhuma espeacutecie viva com exceccedilatildeo do homem empreende esforccedilos de

desenvolvimento no sentido de crescimento material que sob as formas em que vem

sendo compreendido conduz sempre a algum tipo de agressatildeo contra o ambiente Os

esforccedilos presentes visando o progresso material assim como a maneira de satisfaccedilatildeo

das necessidades baacutesicas do homem no mundo de hoje revelam-se inconsistentes O

uso para esse fim de mateacuteria e energia em doses excessivas e crescentes tem exaurido

recursos ambientais acima de sua capacidade de regeneraccedilatildeo obviamente tendendo a

toma-los menos disponiacuteveis para as futuras geraccedilotildees

De acordo com Martins (2002) o Desenvolvimento Sustentaacutevel natildeo eacute um conceito

acabado trata-se de uma ideacuteia forccedila proacute-ativa e positiva mas que necessita ser

esclarecida quanto ao significado destes dois vocaacutebulos que lhe compotildee e o contexto em

que as pessoas com eles se relacionam Aleacutem disso isso afeta tanto como profissionais

cujas atividades vinculam-se diretamente ao trato com a natureza e portanto por ela satildeo

4

responsaacuteveis mas especialmente como cidadatildeos que constroem no seu cotidiano as

distintas dimensotildees do desenvolvimento sociais econocircmicas ambientais culturais

cientificas e tecnoloacutegicas juriacutedicas poliacuteticas e espirituais

Segundo Altieri amp Nicholls (2000) para o desenvolvimento de uma agricultura

sustentaacutevel as necessidades natildeo satildeo apenas bioloacutegicas ou teacutecnicas mas tambeacutem sociais

econocircmicas e poliacuteticas E inconcebiacutevel promover mudanccedilas ecoloacutegicas no setor agriacutecola

sem a defesa de mudanccedilas nas outras aacutereas da sociedade de modo a conscientizar o

homem sobre as condiccedilotildees necessaacuterias para a exploraccedilatildeo da natureza

A ideacuteia da sustentabilidade referente ao vocaacutebulo sustentaacutevel coloca-se como

contraponto ao caraacuteter perdulaacuterio do modelo prevalecente na medida em que o modelo

econocircmico praticado por um lado estaacute baseado no consumo da mateacuteria prima fornecida

pela natureza para a produccedilatildeo de bens e serviccedilos em descompasso com seu ritmo e

capacidade de fornecimento por outro tem tratado a natureza como mero depositaacuterio de

resiacuteduos sem considerar sua capacidade de absorccedilatildeo e reciclagem A sustentabilidade

contrapotildee-se agrave caracteriacutestica antropocecircntrica do modelo o homem como centro da

questatildeo numa postura dominante sobre o entorno natural cujas ferramentas cientiacuteficas e

tecnoloacutegicas embasam um modelo econocircmico que subjuga a natureza e coloca-se acima

desta O vocaacutebulo sustentaacutevel portanto se refere agrave capacidade de suporte da biosfera

sendo um fim a ser perseguido com o objetivo de garantir sua preservaccedilatildeo numa visatildeo

prospectiva ou seja que assegure o futuro planetaacuterio assumindo portanto o

compromisso com as geraccedilotildees vindouras (Martins 2002)

Quando se trata de apontar os possiacuteveis caminhos que levaratildeo a um novo padratildeo

produtivo e garanta a seguranccedila alimentar sem agredir o ambiente o caminho torna-se

mais difiacutecil Percebe-se que a noccedilatildeo de agricultura sustentaacutevel permanece cercada por

duacutevidas e contradiccedilotildees mesmo assim seu emprego toma-se cada vez mais frequumlente

(Ehlers 1999)

Haacute que se incorporar a concepccedilatildeo de entropia agrave noccedilatildeo de desenvolvimento visto

que a extraccedilatildeo e o transporte tambeacutem satildeo atividades econocircmicas que requerem cuidados

de manejo visando menores efeitos entroacutepicos ao meio ambiente Satisfazer as

necessidades presentes sem comprometer as possibilidades das futuras geraccedilotildees

satisfazerem as suas proacuteprias eacute o que necessita ser construiacutedo no cotidiano Esta natildeo eacute

uma tarefa faacutecil nos tempos atuais pois o mundo nunca passou por tanta incerteza e

nunca teve um presente tatildeo insustentaacutevel (Martins 1997)

211 Agroecologia Paradigma em construccedilatildeo

5

O seacuteculo passado assistiu a uma ineacutedita expansatildeo da capacidade humana de

agenciamento das forccedilas naturais promovida pelo saber teacutecnico-cientiacutefico cuja

centra lidade eacute hoje irreversiacutevel no que se refere as relaccedilotildees com a natureza Em relaccedilatildeo

ao conhecimento poucas aacutereas de interesse do homem moderno se ligam tanto agrave

pesquisa cientiacutefica como a questatildeo ambiental sendo um fenocircmeno de tendecircncia

internacional evidenciado a partir da deacutecada de 70 (Hess 1999)

A noccedilatildeo de paradigma eacute normalmente utilizada para estabelecer uma

diferenciaccedilatildeo entre dois momentos ou dois niacuteveis do processo de conhecimento

cientiacutefico (Capra 1997 Kuhn 1989) Para um entendimento miacutenimo do que significa

essa noccedilatildeo Costa Neto (1999) diz que se pode conceituar o paradigma enquanto um

modelo de ciecircncia que serve como referecircncia para todo um fazer cientiacutefico durante uma

determinada eacutepoca ou um periacuteodo de tempo demarcado e a partir de um certo momento

da histoacuteria da ciecircncia o referido modelo predominante tende a se esgotar em funccedilatildeo de

uma crise de confiabilidade nas bases estruturantes de seu conhecimento Desta forma o

paradigma passa a ser substituiacutedo por outro modelo cientiacutefico predominante Tambeacutem

pode ocorrer o fato de dois paradigmas disputarem o espaccedilo de hegemonia na

construccedilatildeo do conhecimento (Costa Neto 1999)

Os problemas com os quais nos deparamos hoje satildeo faces de uma crise uacutenica

diferentes do fazer cientiacutefico e proveniente de uma crise de percepccedilatildeo segundo Capra

(2 0 0 1 ) isto faz com que nossas instituiccedilotildees e noacutes em particular natildeo consiga perceber

claramente realidades complexas em um mundo globalmente interligado Ainda que as

soluccedilotildees para alguns de nossos principais problemas possam ser relativamente simples

ldquosoacute seratildeo possiacuteveis mediante uma mudanccedila radical em nossas percepccedilotildeesrdquo este eacute

tambeacutem o ldquoestopim para colocar em marcha medidas efetivasrdquo porque os governos e as

instituiccedilotildees jamais empreenderatildeo accedilotildees de fato enquanto as pessoas natildeo

compreenderem que satildeo parte do problema e da soluccedilatildeo e que eacute preciso assumir a

necessidade de mudar o rumo das coisas (Gomes amp Borba 2000)

Para Leff (2001) a agroecologia representa o ldquonascimento de um paradigmardquo que

eacute a alma da produccedilatildeo sustentaacutevel um processo que permite o resgate dos

conhecimentos proacuteprios e o renascimento do ser trazendo de volta as relaccedilotildees com os

seres humanos na medida em que o produtor cria atraveacutes de seu conhecimento o seu

proacuteprio saber-fazer numa relaccedilatildeo com a vida e com a terra

6

Segundo Costa Neto (1999) o paradigma agroecoloacutegico representa portanto a

linha de um posicionamento soacutecio-ambiental que tem uma vertente tecnoloacutegica apta a

ser uma alternativa agrave produccedilatildeo agriacutecola em grande escala e ao modelo tradicional

disciplinar

Hoje a agroecologia continua a fazer conexatildeo entre fronteiras estabelecidas Por

um lado estuda os processos econocircmicos e os agroecossistemas por outro eacute um agente

para as mudanccedilas sociais e ecoloacutegicas complexas que tenham necessidade de ocorrer no

futuro a fim de levar a agricultura para uma base verdadeiramente sustentaacutevel O

processo de mudanccedila estaria dirigido agrave busca de novos pontos de equiliacutebrio entre as

dimensotildees de produtividade estabilidade e equumlidade na atividade agraacuteria articuladas

entre si poreacutem em constante processo de adaptaccedilatildeo e retroalimentaccedilatildeo utilizando

estilos mais respeitosos com o ambiente com o propoacutesito de superar a crise enfrentada

pelos agricultores (Costabeber amp Moyano 2000)

De acordo com Altieri (2002) soacute uma compreensatildeo mais profunda da ecologia

humana e dos sistemas agriacutecolas pode levar a medidas coerentes com uma agricultura

sustentaacutevel Assim a ldquoemergecircncia da agroecologiardquo representa um enorme salto nesta

direccedilatildeo pois fornece os princiacutepios ecoloacutegicos baacutesicos para o estudo e tratamento dos

ecossistemas tanto produtivos quanto preservadores dos recursos naturais e que sejam

culturalmente sensiacuteveis socialmente justos e economicamente viaacuteveis

A transformaccedilatildeo ou substituiccedilatildeo de um modelo de desenvolvimento para outro

supotildee um processo de transiccedilatildeo que em alguns momentos caminha a passos lentos e

em outros pode trazer mudanccedilas bruscas e qualitativamente diferenciadas Esse

processo de transiccedilatildeo significa a conversatildeo de uma agricultura tradicional para uma

agricultura ecoloacutegica e socialmente equilibrada com base na sustentabilidade (Gomeacutez

1997)

Embora a falta de informaccedilatildeo da pesquisa possa ter contribuiacutedo para dificuldades

e experiecircncias negativas de muitos produtores estes tecircm fama de serem inovadores e

experimentadores desejosos de adotar novas praacuteticas no sentido de serem beneficiados

Nos uacuteltimos cinquumlenta anos a inovaccedilatildeo na agricultura tem sido impulsionada

principalmente pela ecircnfase em altos rendimentos e no lucro da unidade produtiva

Apesar da continuidade dessa forte pressatildeo econocircmica sobre a agricultura muitos

produtores convencionais estatildeo preferindo fazer a transiccedilatildeo para praacuteticas que satildeo mais

consistentes ambientalmente e tem o potencial de contribuir com a sustentabilidade da

agricultura em longo prazo (Gliessman 2000)

7

212 Agroecologia e agricultura familiar

O nuacutecleo por excelecircncia da produccedilatildeo sustentaacutevel eacute a agricultura familiar No

Brasil mais especificamente esta tecnologia estaacute sendo introduzida natildeo somente em

aacutereas de cultivo de agricultura familiar em geral mas especificamente em

assentamentos rurais Percebe-se dessa forma tratar-se de um tipo de produccedilatildeo que

tende a incorporar a dimensatildeo histoacuterico-social e a considerar os valores culturais e de

senso comum inerentes aos agricultores familiares (Costa Neto 1999)

Na agricultura familiar a sustentabilidade toma forma a partir do momento em

que comeccedilaram a ser incorporados aos debates os novos anseios da sociedade rural e

urbana relacionados a um novo projeto de desenvolvimento e na medida em que foram

buscadas orientaccedilotildees teoacutericas baseadas no paradigma agroecoloacutegico

De acordo com Maturana amp Rezepka (2000) a formaccedilatildeo do conhecimento natildeo eacute

entendida como simples treinamentos e teacutecnicas e seraacute um aspecto essencial desta

abordagem A valorizaccedilatildeo dos saberes dos agricultores sobre o ambiente as plantas o

solo e os processos ecoloacutegicos onde resgatam e aprimoram teacutecnicas proacuteprias e de

outros de origem cientiacutefica ou empiacuterica fundamentais dentro deste novo paradigma

(Altieri amp Nicholls 2000)

Neste sentido cientistas e extensionistas tecircm se surpreendido com a profundidade

destes conhecimentos e com a capacidade de vaacuterios destes agricultores de expocirc-los

mesmo nos ambientes acadecircmicos onde muitas vezes estatildeo mais avanccedilados que seus

interlocutores (Weid amp Tardin 2002) Isto revela a necessidade de sintonia entre a

Universidade e a Comunidade

Entatildeo a sutentabilidade ambiental em niacutevel local eacute positiva quando o manejo

realizado no agroecossistema aproveita a produtividade dos recursos naturais renovaacuteveis

(aqueles que funcionam mediante o fluxo solar) Ao contraacuterio pode natildeo ser positiva

quando as praacuteticas produtivas consistem na busca pela produtividade mediante a troca

econocircmica (importaccedilatildeo e exportaccedilatildeo de insumos e produtos) onde a terra eacute vista

unicamente como o suporte material (fiacutesico) das espeacutecies Neste caso o controle de

pragas a fertilizaccedilatildeo e outras praacuteticas necessaacuterias satildeo realizados mediante capital

produzido pelo homem degradando a base local de recursos naturais (Xavier Simoacuten amp

Domingues 2001)

8

213 O Mercado de produtos agroecoloacutegicos

O mercado de alimentos produzidos sob a orientaccedilatildeo agroecoloacutegica produzidos

sem utilizaccedilatildeo de agrotoacutexicos ou adubos minerais tem aumentado vertiginosamente em

todo o mundo Alguns dados indicam que esse segmento cresce anualmente cerca de

20 nos Estados Unidos 40 na Europa e 50 no Brasil e para comprovar tais

iacutendices basta verificar a proliferaccedilatildeo das feiras de produtores ecoloacutegicos nas cidades o

aumento dos espaccedilos para esses produtos nas gocircndolas das grandes redes de

supermercados e os movimentos ambientalistas e de consumidores que buscam uma

alimentaccedilatildeo mais saudaacutevel (Schiedeck 2002)

Sem duacutevida antes de tudo cabe salientar que a crise atual evidencia o equiacutevoco da

adoccedilatildeo de um modelo de produccedilatildeotransformaccedilatildeo que natildeo tem outra ambiccedilatildeo que natildeo a

de se adaptar agrave globalizaccedilatildeo Cabe a consideraccedilatildeo feita por Dufour (1999) de que o

mercado natildeo eacute uacutenico e monoliacutetico e portanto a produccedilatildeo social da qualidade natildeo

significa mais do mesmo (a adaptaccedilatildeo do que jaacute natildeo serve)

Na realidade pode-se identificar claramente dois mercados de natureza

fundamentalmente oposta que segundo Gomes amp Borba (2000) satildeo o de produtos

baacutesicos (leite cereais carnes brancas e vermelhas) e o de produtos elaborados

socialmente e de grande valor agregado por serem justos socialmente O mercado

mundial dos produtos baacutesicos eacute alimentado pelos excedentes agriacutecolas de grandes

produtores (Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos e Canadaacute) tambeacutem a soja e carne de

frango brasileira e o trigo argentino e os preccedilos nesses mercados satildeo extremamente

baixos e permaneceratildeo assim por muito tempo segundo relatos recentes do Banco

Mundial

Para produzir a preccedilos tatildeo baixos eacute necessaacuterio lanccedilar matildeo de todo tipo de

artifiacutecio como os hormocircnios os organismos geneticamente modificados as farinhas

animais esquecendo o meio ambiente e convivendo com exploraccedilotildees gigantescas

concentraccedilatildeo na posse da terra e com uma minoria de beneficiaacuterios dos programas de

ajuda puacuteblica os agromanagers (Gomes amp Borba 2000)

O mercado de produtos elaborados e de valor agregado obedece a outras regras

Mesmo que os agricultores busquem a maximizaccedilatildeo da produtividade natildeo se enfrentam

diretamente A produccedilatildeo ocorre em zonas geograacuteficas bem definidas e permite valorizar

o ldquosavoir-fairerdquo ou ldquoknow-howrdquo (em outras palavras natildeo necessariamente mas o

conhecimento ldquotradicionalrdquo) contribuindo para uma verdadeira economia local Esta eacute a

9

agricultura que ao mesmo tempo produz gera e preserva empregos Para caminhar ateacute

ela eacute necessaacuteria uma ampla alianccedila entre agricultores consumidores e movimentos

sociais para frear esta forma de ditadura dos mercados fonte do poder das

transnacionais agro-alimentares e quiacutemicas (Dufour 1999)

Por outra parte o mercado natildeo eacute linear e abstrato como querem fazer crer A

produccedilatildeo e o consumo sempre estaratildeo localizados e seratildeo realizados por produtores e

consumidores concretos isto permite falar em convenccedilatildeo ou negociaccedilotildees onde a

qualidade seja considerada na originalidade no bem comum ou na confianccedila entre pares

e colada aos produtos ainda mais quando se trata de alimentos Isto soacute seraacute possiacutevel

no local (sem ignorar o global) e levando em conta indicaccedilotildees como denominaccedilatildeo

ou indicaccedilatildeo de origem de processo ou de qualidade etc relacionados agraves

especificidades dos produtos o que tambeacutem deve ser objeto de negociaccedilatildeo para cada

lugar (eacute preciso lembrar que a participaccedilatildeo e as relaccedilotildees interpessoais satildeo determinantes

ao longo do processo) A produccedilatildeo social da qualidade eacute vista como estrateacutegia que

adquire sentido se considerada para o espaccedilo da Agricultura Familiar onde ainda eacute

possiacutevel estabelecer laccedilos de solidariedade entre produtores e consumidores (Gomes amp

Borba 2000)

De acordo com DrsquoAgostini amp Fantini (2002) tanto ou mais do que compreender a

dinacircmica de processos dos quais resultam produtos interessantes eacute compreender e

humanizar a dinacircmica de interesses sobre esses processos e produtos Os mesmos

autores dizem ainda que natildeo seria a solidariedade humana (a virtude pressuposta) que

emerge em especial na produccedilatildeo agroecoloacutegica mas sim a emergecircncia da rica

propriedade humana a generosidade que permite praticaacute-la em qualquer relaccedilatildeo entre

os homens

22 A cultura da cebola (Alliunt cepa L) e sua importacircncia

A cultura da cebola foi introduzida pelos accedilorianos no Brasil no seacuteculo XVIII nos

municiacutepio de Mostardas Rio Grande e Satildeo Joseacute do Norte no Estado do Rio Grande do

Sul (Garcia 1990) sendo a terceira hortaliccedila de maior importacircncia econocircmica para o

paiacutes (ICEPA 2003) Nas regiotildees Sul e Sudeste a cebolicultura constitui-se em atividade

socioeconocircmica de significativa relevacircncia para os Estados de Satildeo Paulo Santa

10

Catarina e Rio Grande do Sul nos quais se concentram mais de 76 da produccedilatildeo

nacional (Debarba et a i 1998)

A mais importante regiatildeo produtora do Rio Grande do Sul estaacute situada no litoral

Sul englobando os municiacutepios de Rio Grande Tavares Satildeo Joseacute do Norte e Mostardas

(Garcia 1997) e segundo ICEPASC (2003) esses quatro municiacutepios respondem por

cerca de 70 da produccedilatildeo de cebola do RS

Timm (2000) cita que cerca de 16000 famiacutelias rurais no Rio Grande do Sul tem

na cultura da cebola o seu principal meio de subsistecircncia No Municiacutepio de Satildeo Joseacute do

Norte a produccedilatildeo de cebola constitui uma atividade econocircmica quase exclusiva onde a

descapitalizaccedilatildeo dos agricultores ocasionou o abandono do meio rural por muitos deles

que acabaram por estabelecerem-se na periferia da zona urbana (Garcia 1997)

Aleacutem da descapitalizaccedilatildeo do produtor ocorrem problemas como a erosatildeo do solo

que segundo Zabaleta (1998) ocorre principalmente devido agrave accedilatildeo dos ventos fortes e

constantes caracteriacutesticos na regiatildeo sul-litoracircnea bem como a topografia plana e os

solos muito arenosos com lenccediloacuteis freaacuteticos superficiais contribuem para o

empobrecimento dos solos da regiatildeo principalmente ao se comparar com outras aacutereas

onde a cebola participa de sistemas produtivos juntamente com a produccedilatildeo leiteira o

arroz e hortaliccedilas diversas (Timm 2000)

221 Caracteriacutesticas agronocircmicas da cebola

A cebola eacute uma aliaacuteceae a planta eacute tenra atinge 60 cm de altura e apresenta folhas

tubulares e cerosas O caule verdadeiro eacute um disco comprimido na base da planta de

onde partem as folhas e raiacutezes que satildeo fasciculadas pouco ramificadas explorando um

volume de solo equivalente a um cilindro com 60 cm de altura e 25 cm de diacircmetro

(Filgueira 2000)

Cada planta apresenta 20 a 200 raiacutezes normalmente espessas (05 a 1 mm de

diacircmetro) e com pouca ramificaccedilatildeo e poucos pecirclos absorventes O crescimento eacute

vertical estendendo-se de 40 a 80 cm de profundidade Poucas raiacutezes ocupam mais de

15 cm do raio em tomo do bulbo Estas caracteriacutesticas tecircm implicaccedilotildees peculiares

quanto acirc localizaccedilatildeo e ao suprimento de nutrientes (Quanto menor o diacircmetro e maior a

ocorrecircncia de pecirclos absorventes maior seraacute a superfiacutecie de raiacutezes e consequumlentemente a

absorccedilatildeo de nutrientes (Magalhatildees 1993)

11

A fase vegetativa do ciclo da planta termina com o amadurecimento do bulbo

todavia trata-se de uma planta bienal considerando acirceu ciclo vital completo isto eacute da

semeadura ateacute a produccedilatildeo de novas sementes Apoacutes um periacuteodo invemal sob baixas

temperaturas haacute emissatildeo de um pendatildeo floral que pode alcanccedilar 150 cm de altura

terminando por uma inflorescecircncia tipo umbela simples inicialmente recoberta por

uma peliacutecula formada por centenas de pequenas flores (Filgueira 2000)

Segundo Clivela (1995) os fatores climaacuteticos de modo geral natildeo satildeo limitantes

para a produccedilatildeo de bulbos de cebola no Rio Grande do Sul Filgueira (2000) enfatiza

que no Brasil eacute uma das raras culturas oleraacuteceas nas quais o fotoperiacuteodo pode tornar-se

o fator limitante ocorrendo frustraccedilotildees da colheita caso as exigecircncias da planta natildeo

sejam satisfeitas

222 A produccedilatildeo de mudas de hortaliccedilas

As mais importantes modificaccedilotildees no sistema de produccedilatildeo nos uacuteltimos anos tecircm

sido feitas na produccedilatildeo de mudas Hoje eacute uma realidade os produtores se

especializarem em produzir mudas principalmente no Estado de Satildeo Paulo Para tanto

se busca atraveacutes da pesquisa as melhores fontes e combinaccedilotildees de substratos associados

ao sistema de produccedilatildeo conveniente para cada espeacutecie a fim de se obter melhorias na

propriedade no solo e na Olericultura (Giorgetti 1991)

O sistema agroecoloacutegico torna-se importante uma vez que a base da Horticultura

moderna eacute a produccedilatildeo de mudas de alta qualidade (Minami1995) a produccedilatildeo de mudas

de hortaliccedilas tem sido citada como a etapa mais importante do sistema produtivo (Silva

Junior et al 1995) Segundo Filgueira (2000) nesta fase natildeo se pode cometer erros

pois posteriormente seraacute mais difiacutecil de corrigi-los visto que para o cultivo da cebola a

muda refletiraacute na qualidade do bulbo

As mudas de hortaliccedilas podem ser consideradas tolerantes e natildeo tolerantes ao

transplante e dependem principalmente das condiccedilotildees ambientais necessitando de

cuidados No caso da cebola como satildeo produzidas com raiz nua os cuidados devem ser

maiores pois dependendo do estado em que se encontram mais ou menos susceptiacuteveis

aos estresses quando em contato com o campo podem resultar em desastre (Minami

1999)

A quantidade de nutrientes extraiacuteda pelas hortaliccedilas durante a fase de muda varia

em funccedilatildeo da espeacutecie da variedade ou da cultivar e do prazo necessaacuterio para a formaccedilatildeo

13

O composto humificado ou curado eacute rico em nutrientes que passaram parcialmente

da forma orgacircnica para a forma mineral assimilaacutevel pelas raiacutezes e com maior teor

coloidal que atua como fertilizante e eacute responsaacutevel pela capacidade melhoradora do

solo (Barreto 1985)

Uma das principais alternativas em termos de adubaccedilatildeo orgacircnica eacute o

vermicomposto Ele eacute um adubo orgacircnico estaacutevel rico em nutrientes inodoro de

coloraccedilatildeo escura obtido a partir da atividade das minhocas que potencializam a mateacuteria

prima utilizada no processo (principalmente esterco de bovino) proporcionando

diversos benefiacutecios para as plantas (Timm 2000)

231 Efeitos da adubaccedilatildeo orgacircnica no solo

O solo funciona como um organismo vivo em 1 grama de solo saudaacutevel vive uma

comunidade bioloacutegica de aproximadamente 1 0 0 0 0 espeacutecies diferentes como minhocas

larvas besouros colecircmbolos aacutecaros algas bacteacuterias e fungos Estes organismos

necessitam de alimentos para viver principalmente carbono e nitrogecircnio que estatildeo

presentes na palhada das culturas e no esterco de animais Em funccedilatildeo disso eacute

importante que o solo tenha um determinado teor de mateacuteria orgacircnica para fornecer os

alimentos e energia que os microacutebios precisam para viver (Paulus et al 2001)

O homem atraveacutes dos diferentes sistemas de preparo do solo e cultivos contiacutenuos

ou natildeo altera o comportamento do mesmo em relaccedilatildeo agraves reaccedilotildees quiacutemicas

propriedades fiacutesicas como capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua lixiviaccedilatildeo de nutrientes

erosatildeo e como consequumlecircncia afeta a qualidade de organismos presentes no solo (Brady

1999) reduzindo paulatinamente o teor de mateacuteria orgacircnica (Primavesi1982)

Nos uacuteltimos anos tem-se observado em diferentes paiacuteses a ampliaccedilatildeo do uso de

adubos orgacircnicos Alguns apresentam oacutetimos resultados enquanto outros se mostram

tecnicamente inadequados Os principais adubos orgacircnicos encontrados no mercado satildeo

fertilizantes orgacircnicos de origem animal compostos de lixo urbanos compostos de

produtos industriais e huacutemus de minhoca Nestes fertilizantes estatildeo presentes a maioria

dos macronutrientes (nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre) e

micronutrientes (zinco cobre boro ferro cobalto)essenciais para as plantas e nem

sempre encontrados em muitos fertilizantes minerais bem como uma gama de

microorganismos que vatildeo beneficiar a fauna e a flora do solo (Brady 1979 Kiehl

1985 Costa 1985 Garcia 1997)

14

Os adubos orgacircnicos satildeo amplamente empregados nos sistemas de produccedilatildeo de

alface como condicionadores do ambiente quiacutemico e fiacutesico da rizosfera e

consequumlentemente na resposta bioloacutegica das plantas (Rodrigues amp Casali 1998)

Considerando as necessidades hortiacutecolas de maior competitividade e o fato de natildeo

ser subsidiada o crescimento populacional e a industrializaccedilatildeo representam fatores

determinantes na geraccedilatildeo diaacuteria de enormes volumes de resiacuteduos podendo ser utilizados

pelos produtores com um maior retomo econocircmico possiacutevel Ao mesmo tempo a

questatildeo ambiental assume cada vez mais destaque na sociedade moderna repercutindo

em poliacuteticas governamentais bem como no setor produtivo do paiacutes e do mundo

fazendo com que a relaccedilatildeo do homem com a natureza seja repensada (Morselli 2001)

232 Efeitos da adubaccedilatildeo orgacircnica nas culturas

Segundo Paulus et al (2001) a mateacuteria orgacircnica tambeacutem eacute fonte de nutrientes

especialmente nitrogecircnio foacutesforo enxofre e micronutrientes aleacutem disso tem

capacidade de ldquoprenderrdquo micronutrientes e alguns elementos toacutexicos para as plantas

como o alumiacutenio Por exemplo os micronutrientes depois de presos satildeo liberados

lentamente no solo onde satildeo gradativamente aproveitados pelas plantas

O uso dos fertilizantes minerais elevam o custo de produccedilatildeo pois satildeo necessaacuterias

altas doses para o fornecimento dos teores de nutrientes demandados Por isso eacute

importante a geraccedilatildeo de tecnologias que poupem o consumo de fertilizantes minerais

desejaacutevel com vista agrave diminuiccedilatildeo do custo de produccedilatildeo (Rodrigues 1984) A produccedilatildeo

de hortaliccedilas sob a orientaccedilatildeo agroecoloacutegica leva em consideraccedilatildeo natildeo apenas os custos

de produccedilatildeo como tambeacutem a dependecircncia dos insumos principalmente quando se

considera a ldquoteoria da trofobioserdquo pelos efeitos maleacuteficos que os nutrientes prontamente

assimilaacuteveis podem causar as plantas (Chaboussou 1987)

Para Compagnoni amp Putzolu (1985) o vermicomposto eacute um autecircntico fertilizante

bioloacutegico que atua como corretivo do solo determinando caracteriacutesticas importantes

para a microflora pelos aacutecidos huacutemicos e as substacircncias fitoestimulantes Os autores

consideram ainda que as dejeccedilotildees das oligoquetas proporcionam a formaccedilatildeo de huacutemus

permitindo melhorar o solo razatildeo pela qual satildeo destinados agrave horticultura com oacutetimas

vantagens fiacutesicas e microbioloacutegicas enriquecendo a camada araacutevel

Em experimentos desenvolvidos durante cinco anos para avaliar o efeito da

aplicaccedilatildeo de compostos eou adubos nas culturas de alface manjericatildeo espinafre e

15

pepino Valenzuela amp Crosby (1998) compararam as produccedilotildees obtidas com composto

e a fertilizaccedilatildeo padratildeo e concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo do composto em 20 Mg ha 1 mais

N-quiacutemico foi o melhor tratamento em todas as culturas estudadas

233 Plantas de cobertura do solo

As plantas mais usadas para adubaccedilatildeo de cobertura do solo satildeo as leguminosas

pois estas tecircm a capacidade de fixar o nitrogecircnio atmosfeacuterico e disponibiliza-lo agrave

cultura Primavesi (1992) cita que utilizando-se mucuna ervilhaca feijatildeo-de-porco

feijatildeo-miuacutedo crotalaacuteria e outras natildeo haacute necessidade de utilizar tanto nitrogecircnio em

cobertura embora natildeo se dispense uma calagem mais frequumlente pois ocorre um pouco

de acidificaccedilatildeo no solo como com qualquer adubaccedilatildeo nitrogenada Segundo a mesma

autora algumas leguminosas tecircm a capacidade de mobilizar o foacutesforo como o caupi

(feijatildeo-miuacutedo) outras mobilizam o caacutelcio como tremoccedilo

Para Brady (1999) a adubaccedilatildeo verde traz grandes benefiacutecios como suprimento de

mateacuteria orgacircnica sendo consideraacutevel a quantidade de resiacuteduos orgacircnicos devolvidos ao

solo adiccedilatildeo de nitrogecircnio nutrientes e conservaccedilatildeo do solo

Calegari (1998) comenta que quanto aos aspectos fiacutesicos os resiacuteduos tendem a

contribuir para uma melhoria da estrutura do solo percebida pelo aumento da

estabilidade dos agregados em aacutegua aumento da capacidade de retenccedilatildeo hiacutedrica

elevaccedilatildeo dos iacutendices de infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo aumento da porosidade melhor

aeraccedilatildeo e diminuiccedilatildeo da densidade do solo

De acordo com Timm (2000) o papuatilde eacute uma excelente alternativa como cobertura

de solo para o cultivo miacutenimo da cebola pois na eacutepoca do transplante das mudas seu

ciclo vegetativo estaacute completo natildeo necessitando o dessecamento outra vantagem eacute que

o papuatilde apresenta bom controle com relaccedilatildeo agraves plantas invasoras da cebola reduzindo

ao longo dos anos o nuacutemero de capinas e a aplicaccedilatildeo de herbicidas

234 Adubaccedilatildeo foliar

Segundo Malavolta (1981) a utilizaccedilatildeo da adubaccedilatildeo foliar eacute complemento da

adubaccedilatildeo de solo natildeo substituto da mesma no que diz respeito ao fornecimento de

nitrogecircnio foacutesforo e potaacutessio para as culturas Da mesma maneira que as raiacutezes podem

perder para o solo parte dos elementos absorvidos as folhas tambeacutem o fazem pela accedilatildeo

16

de fatores internos (desordem fisioloacutegica estado nutricional etc) e externos (chuvas

orvalho nutriccedilatildeo do sistema radicular luz temperatura etc)

Para Chaboussou (1987) as plantas adquirem o maacuteximo de resistecircncia bioloacutegica

atraveacutes da nutriccedilatildeo (trofos) equilibrada Obviamente para que isto ocorra eacute necessaacuterio

que o solo esteja em equiliacutebrio dinacircmico o ambiente seja o mais estaacutevel e as plantas

selecionadas ou melhor adaptadas para poderem suportar as alteraccedilotildees extemporacircneas

ocasionadas pelos fenocircmenos meteoroloacutegicos e nas fases fonoloacutegicas criacuteticas do

crescimento e desenvolvimento (Pinheiro amp Barreto 2000)

O lixiviado das folhas enriquece as camadas superiores do solo e tende a

contrabalanccedilar as perdas de zonas mais profundas e mais distantes acumulando-os nas

suas proximidades tambeacutem influencia o nuacutemero e o comportamento dos

microrganismos que por sua vez alteram o processo de gecircnese do solo sua textura e

fertilidade A lixiviaccedilatildeo assim se toma importante no desenvolvimento da sucessatildeo

ecoloacutegica devido agrave ciclagem de elementos (Malavolta 1980)

Conforme Camargo (1975) a utilizaccedilatildeo de adubos foliares substitui parcialmente

a adubaccedilatildeo radicular em 20 a 25 podendo ser utilizada em varias pulverizaccedilotildees

24 Vermicompostagem

E o processo que consiste em se submeter diferentes resiacuteduos orgacircnicos de

origem animal eou vegetal aos processos fermentativos e humificaccedilatildeo adicionando

minhocas do gecircnero Eiseina espeacutecie foetida ao material procurando obter um produto

curado em aproximadamente 45 - 60 dias (Compagnoni amp Putzolu 1985)

A vermicompostagem firmou-se no Brasil como atividade rentaacutevel produzindo

adubo de alta qualidade na deacutecada de 90 Na agricultura brasileira contudo haacute

preferecircncia pelos adubos quiacutemicos em funccedilatildeo de sua aquisiccedilatildeo financiada menor custo

e retomo imediato embora o impacto de seu uso contiacutenuo sobre o solo e os

microorganismos que nele vivem seja negativo (Tagliari amp Grassmann 1995)

Segundo Morselli (2002) a vermicompostagem difere da compostagem

convencional dentre outros pocircr formar substacircncias huacutemicas mais rapidamente ao sofrer

passagem pelo trato digestivo das minhocas A alirdentaccedilatildeo destas satildeo basicamente os

estercos e a disponibilidade desta mateacuteria prima bem como de ambiente protegido para

proceder a compostagem correta deste material satildeo indispensaacuteveis

17

Segundo Kiehl (1985) e Martinez (1990) o vermicomposto apresenta as seguintes

vantagens em relaccedilatildeo a compostagem permite a formaccedilatildeo de um produto curado em

menor espaccedilo de tempo promove a formaccedilatildeo de um material com maior

disponibilidade de nutrientes facilita o peneiramento natildeo havendo a necessidade de

revolvimento do material oferece vaacuterias fontes de renda pois aleacutem do huacutemus fornece

minhocas e raccedilatildeo e quando aplicado ao solo tende a melhorar as propriedades fiacutesicas

quiacutemicas e bioloacutegicas

241 Resiacuteduos utilizados na vermicompostagem

2411 Resiacuteduos de origem animal

Segundo Bureacutes (1997) o esterco eacute uma mistura de fezes urina e camas que

podem estar constituiacutedas de palhas folhas secas serragem turfa casca de arroz e ateacute

terra Esse apresenta pH neutro e densidade que varia de 030 a 090 Kg dm3 segundo

seu estado de decomposiccedilatildeo Eacute influenciado por vaacuterios fatores como espeacutecie animal

raccedila idade alimentaccedilatildeo material utilizado como cama e tratamento da mateacuteria-prima

esterco (Kiehl 1985) Dentre os fatores apontados um dos mais importantes eacute a

alimentaccedilatildeo do animal quanto mais rica a alimentaccedilatildeo mais rica seraacute as dejeccedilotildees

(Gnoatto 1999) O volume de bacteacuterias vivas ou mortas encontradas no esterco

representam 20 a 30 do total delas se originam grande parte do nitrogecircnio sob a

forma de proteiacutena (Morselli 2002)

A origem do material utilizado para a produccedilatildeo de vermicomposto eacute fundamental

pois soacute uma mateacuteria-prima de qualidade resultaraacute em um produto final de boa qualidade

Dentre os estercos o de aves eacute empregado empiricamente na adubaccedilatildeo de culturas

permanente ou natildeo com excelentes resultados apesar de sua simples composiccedilatildeo

meacutedia 2 de nitrogecircnio 2 de foacutesforo como P2 0 5 e 1 de K2 0 Poreacutem haacute uma

grande variaccedilatildeo na sua constituiccedilatildeo a qual dependeraacute do manejo animal atraveacutes das

camas finalidade da criaccedilatildeo e natureza das camas (Morselli 2002)

2412 Resiacuteduos de origem vegetal

A mateacuteria orgacircnica pode ser preservada no solo por vaacuterios processos seja pela

simples incorporaccedilatildeo de resiacuteduos de culturas rotaccedilatildeo de culturas adubaccedilatildeo verde ou

18

pela adiccedilatildeo de materiais orgacircnicos capazes de elevar e manter a produtividade do solo

Da decomposiccedilatildeo dos resiacuteduos orgacircnicos adicionados ao solo resulta a liberaccedilatildeo de

grande quantidade de nutrientes principalmente o nitrogecircnio o potaacutessio e o enxofre

Aleacutem disso diversos atributos quiacutemicos e fiacutesicos do solo satildeo alterados pela

decomposiccedilatildeo desses resiacuteduos destacando-se o aumento da capacidade de troca de

caacutetions o aumento da retenccedilatildeo de aacutegua a melhoria da estabilidade dos agregados e da

aeraccedilatildeo (Fraser1963 Malavolta 1981 Mello et al 1983 Bonilla 1992)

Segundo Purcino (1981) quando a relaccedilatildeo CN eacute menor que 30 como no caso do

esterco de curral ou da palha de leguminosas a disponibilidade de nitrogecircnio eacute

imediata mas acima deste valor ocorre imobilizaccedilatildeo crescente deste nutriente Por esse

motivo estes materiais devem ser submetidos a uma degradaccedilatildeo bioloacutegica antes de

serem adicionados ao solo

25 Biofertilizantes

No Brasil ocorrem problemas crescentes com materiais derivados de sistemas

intensivos de criaccedilatildeo animal que acumulam resiacuteduo^ orgacircnicos com graves problemas

de contaminaccedilatildeo de cursos de aacutegua que na maioria das vezes se acumulam em um

uacutenico lugar e natildeo satildeo reciclados (Viglizzo 1995)

Visando amenizar tais situaccedilotildees os meacutetodos alternativos de adubaccedilatildeo controle de

doenccedilas pragas e plantas indesejaacuteveis tecircm sido muito estudado Dentro dessa linha de

pesquisa destaca-se o uso de mateacuteria orgacircnica atraveacutes tanto de sua incorporaccedilatildeo ao

solo como de sua transformaccedilatildeo para uso posterior na forma de biofertilizantes

(Khatounian 1997 Bettiol et al 1997)

Na complexa e elevada comunidade microbiana dos biofertilizantes encontram-se

bacteacuterias fungos leveduriformes filamentosos e actinomicetos (Bettiol apud Penteado

1999)

O agregado de macro e micronutrientes periodicamente ativa e enriquece a

fermentaccedilatildeo O uso de farinha de rocha tem sido vantajoso por ter baixo custo

comparado com os sais concentrados e purificados aleacutem de trazer alguns elementos

traccedilos de vital importacircncia para os microrganismos do solo como por exemplo o Gaacutelio

o Iodo e o Vanaacutedio (M1BASA 199-) O agregado de farinha de rocha ou sais

purificados ao fermentado faz com que estes nutrientes passem a fazer parte dos

microrganismos ou dos produtos orgacircnicos liberados durante a fermentaccedilatildeo sendo que

19

o ataque dos microrganismos atraveacutes de suas enzimas consegue liberar os elementos natildeo

atacados pelos aacutecidos industriais (Pinheiro amp Barreto 2000)

Os biofertilizantes tecircm sido empregados na agricultura ecoloacutegica como adubo

foliar para aumentar a resistecircncia contra pragas e doenccedilas Aleacutem disso o processo de

produccedilatildeo eacute bastante simples e por isso eacute viaacutevel sua produccedilatildeo na propriedade desde que

tenha esterco disponiacutevel (Penteado 1999)

Bettiol et al (1997) verificaram a presenccedila de diferentes espeacutecies de fungos

fiacutelamentosos e leveduriformes e bacteacuterias entre elas Bacillus spp na comunidade

microbiana do biofertilizante produzido segundo meacutetodo adotado pelo Centro de

Agricultura Ecoloacutegica Ipecirc Os autores verificaram ainda uma reduccedilatildeo da comunidade

microbiana ao longo da digestatildeo reduccedilatildeo essa mais acentuada logo apoacutes o acreacutescimo

dos sais contendo micronutrientes A accedilatildeo dos sais pode ser tanto por aumento na

pressatildeo osmoacutetica quanto pelo efeito direto sobre os microrganismos Para o controle de

doenccedilas de plantas satildeo importantes a presenccedila dos metaboacutelitos produzidos pelos

organismos presentes no biofertilizante e os proacuteprios microrganismos vivos

Os microrganismos transformam o material orgacircnico (esterco soro de leite caldo

de frutas palhas restos industriais etc) e cinzas produzindo vitaminas aacutecidos e sais

complexos importantes para regular e tonificar o metabolismo das plantas impedindo o

desenvolvimento de pragas e doenccedilas (Pinheiro amp Barreto 2000)

Em estudos feitos com o biofertilizante liacutequido de bovinos foi observado a

presenccedila de inuacutemeros microorganismos como bacteacuterias leveduras e bacilos

principalmente do Bacillus subtilis Estes microorganismos sintetizam substacircncias

antibioacuteticas as quais demonstram ter grande accedilatildeo e eficiecircncia como substacircncias

fungiostaacuteticas e bacteriostaacuteticas de fitopatoacutegenos causadores de danos em lavouras

comerciais (Penteado 1999)

Aldrighi et al (2002) realizaram trabalho na UFPel relacionado agrave nutriccedilatildeo de

mudas de tomate (Floradade) produzidas no sistema ldquofloatingrdquo Utilizaram-se doses de

0 2 5 e 10 para o biofertilizante Super Magro e 0 e 1 para a urina de vaca

Concluiacuteram que estes natildeo interferem na produccedilatildeo das mudas e que provavelmente foi

influenciado pelo substrato utilizado (vermicomposto 75 e casca de arroz carbonizada

25) bem como o sistema de produccedilatildeo (floating)

Paglia et al (2002) citam que eacute possiacutevel produzir mudas de tomate (cultivar

Floradede) utilizando urina de vaca e biofertilizante Super Magro na aacutegua em sistema

ldquofloatingrdquo em trabalho realizado na UFPel O uso da urina de vaca a 1 e 5 e

20

biofertilizante Super Magro a 6 proporcionam uma elevaccedilatildeo do foacutesforo bem como o

Super Magro a 6 eleva os teores de Mg e Ca na aacutegua

251 Urina de vaca

As urinas de vaca contecircm nutrientes favoraacuteveis ao bom desenvolvimento das

plantas como potaacutessio soacutedio nitrogecircnio enxofre magneacutesio caacutelcio foacutesforo e traccedilos de

outros elementos Nas plantas funciona como um fertilizante natural tomando-as mais

resistentes ao ataque das pragas e doenccedilas Satildeo encontradas tambeacutem na urina outras

substacircncias como fenoacuteis e principalmente o catecol que esta associado agrave recuperaccedilatildeo

de plantas atacadas por fitopatoacutegenos por ser um produto anti-seacuteptico (Penteado 1999)

Para seu emprego a urina receacutem coletada deve ser armazenada sob condiccedilotildees

ambientais por trecircs dias para que se forme amocircnio importante produto a ser absorvido

pelas plantas Recomenda-se ainda que o armazenamento deva ser feito em recipiente

fechado para que natildeo ocorram perdas de nitrogecircnio Desta forma poderaacute permanecer

por ateacute um ano sem comprometer sua eficiecircncia

Em hortaliccedilas o uso da urina de vaca eacute recomendado em pulverizaccedilotildees foliares

semanais na concentraccedilatildeo de 05 para tomateiro pimentatildeo pepino feijatildeo vagem e

couve ou quinzenais a 1 para as culturas do quiabeiro jiloeiro e berinjela Para

fruteiras em geral a primeira aplicaccedilatildeo deve ser na concentraccedilatildeo aproximada de 5

realizada diretamente no solo e mensalmente devem ser realizadas pulverizaccedilotildees

foliares a 1 para plantas jovens e a 5 para plantas adultas (Penteado 1999)

Na aplicaccedilatildeo foliar deve-se ter cuidado com folhas e brotos novos e considerar que

o uso contiacutenuo pode ser toacutexico podendo afetar o solo causando a sua acidificaccedilatildeo

(Penteado 1999)

Na Estaccedilatildeo Experimental da PESAGRO no municiacutepio de Macaeacute Rio de Janeiro

estaacute se utilizando a urina de vaca leiteira Os pesquisadores descobriram que a urina de

vaca em lactaccedilatildeo produzia o efeito de recuperar plantas de abacaxi atacadas por uma

doenccedila conhecida como ldquofusairioserdquo Essa doenccedila quando ataca o abacaxi causa

perdas de ateacute 70 da safra Todos os agrotoacutexicos testados natildeo conseguiram controlar a

doenccedila Isto eacute um exemplo para que a universidade tenha uma nova percepccedilatildeo (Capra

1996) adotando medidas efetivas que contribuam na transiccedilatildeo agroecoloacutegica Com o

uso da urina de vaca leiteira numa lavoura de abacaxi atacada pela fusariose observou-

se agrave recuperaccedilatildeo do stand e os frutos produzidos apresentaram excelente padratildeo

21

comercial Descobriu-se que aleacutem funcionar como adubo e defensivo natural a urina de

vaca leiteira tambeacutem favorece a floraccedilatildeo de muitas plantas e pode ser usada no

tratamento de frutos e tubeacuterculos depois da colheita

A urina de vaca em lactaccedilatildeo tambeacutem estaacute sendo usada nas lavouras de cafeacute em

plantaccedilotildees de maracujaacute coco alface e outras hortaliccedilas Na regiatildeo centro-sul do Paranaacute

os agricultores estatildeo aplicando a urina de vaca leiteira nas lavouras de feijatildeo soja

batata cebola e milho (Penteado 1999)

252 Alhol

A maioria dos defensivos alternativos tais como calda bordalesa sulfocaacutelcica

aacutegua de cinza e cal biofertilizante enriquecido extrato de fumo entre outros precisa

ser misturada com um espalhante adesivo para quebrar a tensatildeo superficial da gota e

propiciar um melhor molhamento das folhas e demais partes pulverizadas assegurando

uma absorccedilatildeo mais efetiva e uma melhor accedilatildeo sobre as pragas e doenccedilas Quando as

gotas permanecem inteiras sobre a superfiacutecie folhar devido agrave falta de espalhante

adesivo pode-se danificar os tecidos vegetais pelc efeito-lente quando o sol incide

sobre elas Aleacutem disso a gota por natildeo se espalhar sobre toda superfiacutecie folhar

concentra nela e consequumlentemente sobre o tecido que estaacute em contato com ela uma

quantidade maior do produto aplicado Essa maior concentraccedilatildeo pode prejudicar a

absorccedilatildeo e lesionar os tecidos principalmente apoacutes a evaporaccedilatildeo da aacutegua contida na

gota por resultar em uma maior concentraccedilatildeo de sais no local especialmente quando se

aplicam por exemplo calda sulfocaacutelcica bordalesa biofertilizante enriquecido com

macro e micronutrientes (Claro 2001)

O alhol eacute um espalhante adesivo ecoloacutegico que tambeacutem auxilia no controle de

pragas E elaborado com aacutegua alho oacuteleo vegetal e sabatildeo neutro a partir da sabedoria

popular que menciona o alho como repelente de insetos Juacutenior Abreu amp Maiorano

(199-) indicam formulaccedilotildees contendo alho para o controle de pragas como nematoacuteides

(Meloidogyne incoacutegnita e M javanica) mosca do chifre lagarta na maccedilatilde pulgotildees

besouro da batata trips e para controle de doenccedilas fuacutengicas e bacterianas como miacuteldio

ferrugem fusariose helminthosporiose murchadeira (Pseudonamos solacearum)

bruzone do arroz (Pyricularia orysae) podridatildeo negra do repolho e couve-flor

(Xanthomonas campestris) Aleacutem disso o alho pelo seu bom teor em oacuteleo pode agir

tambeacutem como espalhante adesivo O sabatildeo tambeacutem eacute indicado como espalhante adesivo

22

e possui accedilatildeo contra certas pragas (pulgotildees) sendo que o oacuteleo vegetal eacute indicado no

controle de cochonilhas e usado como espalhante adesivo (Claro 2001)

253 Calda Bordalesa

A calda bordalesa eacute um tradicional defensivo agriacutecola que pode ser preparado na

propriedade com a mistura de sulfato de cobre cal virgem e aacutegua As concentraccedilotildees de

sulfato de cobre e cal satildeo distintas dependendo do objetivo do seu emprego

Geralmente diferem de acordo com o tipo de planta ou espeacutecie vegetal as condiccedilotildees

climaacuteticas o grau de infestaccedilatildeo da doenccedila e a fase de crescimento da planta Eacute indicada

para o controle de miacuteldio alternaacuteria botrytis e antracnose (Penteado 1999)

A calda bordalesa caracteriza-se pela sua importante accedilatildeo no controle de diversas

doenccedilas fungicas nas mais diversas espeacutecies de culturas Possui tambeacutem uma relativa

accedilatildeo bactericida e em alguns casos age como repelente de insetos Da mistura do

sulfato de cobre com a cal resulta uma soluccedilatildeo rica em macronutrientes e

micronutrientes Provavelmente os expressivos resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo da

calda bordalesa devam-se natildeo somente a sua accedilatildeo fuacutengica e bactericida mas sobretudo

agrave influecircncia positiva que exerce no metabolismo das plantas ativando o processo

enzimaacutetico e estimulando a proteossiacutentese aumentando a resistecircncia das plantas (Claro

2 0 0 1 ) caracteriacutestica fundamental na agricultura sustentaacutevel

254 Biofertilizante Super Magro

A calda Super Magro eacute produto da fermentaccedilatildeo de estercos animais enriquecidos

por micronutrientes e outros produtos de origem animal obtendo-se uma calda

biofertilizante para aplicaccedilatildeo foliar nas plantas (Penteado 1999) jaacute foram observados

bons resultados principalmente nas culturas de uva maccedila pecircssego tomate batata e

hortaliccedilas em geral

E indicado como fonte suplementar de micronutrientes para as plantas inibidor

de fungos e bacteacuterias causadores de doenccedilas e para aumentar a resistecircncia contra insetos

e aacutecaros (Penteado 1999) i

Muller (1999) avaliou a influecircncia do biofertilizante Super Magro sobre as

culturas de tomate (Lycopersicon esculentum Mill) ervilha (Pisum sativum L) e

beterraba (Beta vulgaris L) O autor obteve cultivos com baixa severidade de doenccedilas e

23

insetos fitoacutefagos possivelmente por causa do manejo orgacircnico de produccedilatildeo Os

resultados das pulverizaccedilotildees das soluccedilotildees foliares variaram conforme a cultura e o

clima

255 Biofertilizante MB4

A utilizaccedilatildeo das farinhas de rochas eacute uma das teacutecnicas mais modernas usadas nos

uacuteltimos anos na agricultura O elevado nuacutemero de nutrientes contidos no MB4 como

cobre zinco manganecircs cobalto soacutedio alumiacutenio silicatos de magneacutesio ferro e caacutelcio

acompanhado de foacutesforo potaacutessio e enxofre reagem com a soluccedilatildeo do solo liberando

elementos essenciais ao desenvolvimento da vida microbiana os quais exercem um

papel fundamental atraveacutes de transformaccedilotildees quiacutemicas e do equiliacutebrio bioloacutegico

favorecendo o desenvolvimento sadio das plantas (Pinheiro amp Barreto 2000)

24

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

31 Local de execuccedilatildeo do experimento

O presente trabalho foi conduzido no Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul

(FEPAGROSUL) no municiacutepio de Rio Grande nlt periacuteodo de 15 de maio a 26 de

agosto de 2 0 0 2

O solo eacute classificado como ldquoTuiardquo satildeo muito arenosos As massas aquaacuteticas do

Oceano Atlacircntico e Lagoa dos Patos influenciam ventos temperatura pressatildeo umidade

relativa e demais fatores climaacuteticos A topografia da regiatildeo litoracircnea eacute plana com

lenccediloacuteis freaacuteticos superficiais

32 Anaacutelise estatiacutestica

O experimento foi constituiacutedo em fatorial 3X3 (Quadro 1) com quatro repeticcedilotildees

no delineamento blocos ao acaso As variaacuteveis respostas foram submetidas agrave anaacutelise de

variaccedilatildeo e ao teste de Duncan a 5 de probabilidade para comparaccedilatildeo das meacutedias

utilizando-se o sistema SANEST (Zonta amp Machado 1984)

As anaacutelises estatiacutesticas das variaacuteveis estudadas encontram-se nos Apecircndices C D

Os resultados das respostas agronocircmicas e das determinaccedilotildees dos conteuacutedos dos

macronutrientes bem como os de raiz estatildeo nas tabelas de 1 a 3

25

As diferentes adubaccedilotildees seratildeo representadas durante a discussatildeo da seguinte

forma 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e EC

(60 t ha 1 de esterco de curral) 1 VB+SM+U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais

super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+SM+U+CB (45 t ha 1 de

vermicomposto mais super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa)

EC+SM+U+CB (60 t ha 1 de esterco de curral mais super magro mais urina de vaca

mais calda bordalesa) 1 VB+MB4 +U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais MB4 mais

urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+MB4 +U+CB (45 t ha 1 de vermicomposto

mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa) EC+MB4 +U+CB (60 t ha 1 esterco

de curral mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa)

QUADRO 1 Descriccedilatildeo dos fatores experimentais e respectivos niacuteveis

Niacuteveis Fator 1 ADUBACcedilAtildeO DE BASE

0 1 Vermicomposto (30 t ha1)

0 2 Vermicomposto (45 t ha1)

03 Esterco de curral (60 t ha1)

Niacuteveis Fator 2 BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS

0 1 Super magro (5) + Urina de Vaca + Calda Bordalesa

0 2 MB4 (10) + Urina de vaca + Calda Bordalesa

03 Ausecircncia (testemunha)

33 Tratamentos

Da combinaccedilatildeo entre niacuteveis e fatores foram obtidos 9 tratamentos que estatildeo

descritos no Quadro 2 bem como as doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

26

QUADRO 2 Tratamentos e doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

TRATAMENTOS

Ndeg FATOR I FATOR II

0 1 30 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

0 2 30 t harsquo de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

03 30 t ha de vermicomposto - - -

04 45 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

05 45 t ha de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

06 45 t ha de vermicomposto - - -

07 60 t hade esterco Super Magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

08 60 t hade esterco MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

09 60 t hade esterco - - -

Cada parcela foi constituiacuteda por dois canteiros medindo 1 m de largura x 2 m de

comprimento perfazendo 075 m de aacuterea de aacuterea uacutetil (025 m de bordadura) Foi

utilizando semeadura a lanccedilo com densidade de 24 g canteiro1

O vermicomposto a urina de vaca o esterco de curral o alhol os biofertilizantes e

a calda bordalesa foram de procedecircncia do Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul O

vermicomposto de esterco bovino misturado agraves cascas de frutas foi processado pela

minhoca vermelha califomiana Eisenia foetida)

O biofertilizante Super Magro foi elaborado segundo a metodologia descrita pela

FEPAGROSUL utilizando-se os seguintes componentes 190 litros de aacutegua 22 litros

de leite 55 Kg de accediluacutecar mascavo 30 Kg de esterco fresco de bovinos 2 Kg de

Sulfato de zinco 2 Kg de sulfato de magneacutesio 2 Kg de cloreto de caacutelcio 1 Kg de aacutecido

boacuterico 300 g de sulfato de cobre 300 g de sulfato de ferro 300 g de sulfato de

manganecircs 100 g de molibdato de soacutedio 50 g de sulfato de cobalto 3 Kg de fosfato

natural 3 Kg de cinza e 200 g de farinha de osso

A urina de vaca em lactaccedilatildeo foi coletada pela manhatilde e armazenada em recipiente

fechado por trecircs dias em condiccedilotildees ambientais para que se formasse a amocircnia e natildeo

ocorresse perda de nitrogecircnio

28

Realizaram-se duas capinas manuais durante o experimento e em seguida como

cobertura se colocou casca de arroz Tambeacutem foi aplicado esterco de aves 30 dias antes

da colheita na quantidade de 05 Kg canteiro 1 como adubaccedilatildeo de cobertura

As pulverizaccedilotildees com os produtos iniciaram apoacutes 15 dias da germinaccedilatildeo

Realizou-se sete aplicaccedilotildees sendo que as duas primeiras foram feitas apenas com

Super Magro e MB4 Na terceira e na quarta aplicaccedilatildeo utilizou-se urina de vaca e calda

bordalesa em concentraccedilotildees menores (05 e 025 respectivamente) e na quinta

aplicaccedilatildeo as dosagens de urina de vaca e calda bordalesa foram elevadas para 1 0 e

05 respectivamente ateacute o final do experimento O alhol foi utilizado a partir da

terceira pulverizaccedilatildeo na quantidade de 2 e seguiu ateacute o final no dia 26 de agosto

quando as mudas foram colhidas e posteriormente analisadas as variaacuteveis

35 Observaccedilotildees agronocircmicas

Foram utilizadas 20 mudas de cebola para obtenccedilatildeo das meacutedias das variaacuteveis as

quais foram as seguintes

351 Fitomassa fresca da parte aeacuterea e raiacutezes

Foi realizada atraveacutes de uma balanccedila digital procedendo-se a pesagem de 20

mudas de cebola previamente lavadas e posteriormente secadas durante uma hora sobre

um tecido de algodatildeo agrave temperatura ambiente Processo idecircntico foi adotado com as

raiacutezes

352 Fitomassa seca da parte aeacuterea e raiacutezes

Esta variaacutevel foi obtida a partir da secagem preliminar em estufa de ar forccedilado

durante 48 horas a 65 C ateacute peso constante com posterior pesagem em balanccedila

analiacutetica

353 Altura da muda

A altura de muda foi medida a partir do colo das plantas ateacute sua uacuteltima folha

(ponto de crescimento) com uma reacutegua graduada de 40 cm

29

354 Diacircmetro do colo das plantas

Esta medida foi realizada no ponto de transplante a 2 mm das raiacutezes e utilizando-

se um paquiacutemetro SOMET

355 Sistema radicular

Ao teacutermino do experimento foram retiradas as raiacutezes das mesmas plantas que foram

utilizadas para as determinaccedilotildees realizadas na parte aeacuterea procedendo-se uma amostra

de solo com raiacutezes de 2 0 cm de largura x 2 0 cm de comprimento e 2 0 cm de altura

totalizando 8000 cm3

As raiacutezes apoacutes serem lavadas em aacutegua corrente foram pesadas acondicionadas em

sacos plaacutesticos e congeladas para posteriores anaacutelises pelo meacutetodo de Tennant (1975)

para a determinaccedilatildeo do comprimento e densidade

3551 Comprimento de raiz

Utilizou-se para a determinaccedilatildeo do comprimento de raiz as seguintes foacutermulas

1 = ndeg x 1114 x 1 onde

1 - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 0 0 2 g

ndeg - nuacutemero de intercessotildees das raiacutezes com os lados da quadriacutecula da malha do

aparelho

1114 - constante

1 - medida lateral da quadriacutecula em cm

Tomando-se a fiacutetomassa seca e o comprimento da raiz da cada amostra

relacionou-se com a fiacutetomassa seca e o comprimento total da raiz da planta aplicando-

se a seguinte equaccedilatildeo

L = (FSR x 1) FSPA onde

L - comprimento total da raiz da planta (m)

FSR - fiacutetomassa seca de raiz

FSPA - fiacutetomassa seca da parte aeacuterea

L - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 002g

3552 Densidade de raiz

A densidade foi determinada pela foacutermula

D = L 8000 onde

D - densidade de raiacutezes (m cm3)

30

L - comprimento total de raiacutezes (m)

8 0 0 0 - volume da amostra (cm3)

3553 Razatildeo parte aeacutereasistema radicular

Este paracircmetro foi obtido pela equaccedilatildeo

RPASR = FSPA FSR onde

RPASR - razatildeo parte aeacuterea sistema radicular

FSPA - fitomassa seca da parte aeacuterea

FSR - fitomassa seca do sistema radicular

36 Determinaccedilatildeo de macronutrientes no tecido vegetal

Os macronutrientes nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio foram

determinados no laboratoacuterio de Fertilidade e Anaacutelise de Plantas do Departamento de

Solos da UFPel atraveacutes dos meacutetodos descritos por Tedesco amp Gianello (1996)

31

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 Anaacutelise das variaacuteveis

A anaacutelise da variaccedilatildeo mostrou que houve diferenccedila significativa na interaccedilatildeo entre

os fatores de adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes liacutequidos com exceccedilatildeo da variaacutevel altura

de planta para a qual somente a adubaccedilatildeo de base mostrou-se significativa (Apecircndices

C D e E Tabelas 1C 1D e 1E)

411 Anaacutelise da parte aeacuterea

Na Tabela 1 destacaram-se as adubaccedilotildees EC+SM+U+CB EC+MB4 +U+CB e EC

que diferiram significativamente das demais adubaccedilotildees para as variaacuteveis fiacutetomassa

fresca da parte aeacuterea (FFPA) fiacutetomassa seca da parte aeacuterea (FSPA) altura de planta

(AP) e diacircmetro do colo (DC)

32

TABELA 1 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

30 t ha de vermicomposto 7015 c A45 t halsquo de vermicomposto 7824 b B60 t ha de esterco de curral 12248 a C

30 t ha de vermicomposto 667 c A45 t ha de vermicomposto 752 b A60 t ha de esterco de curral 1150a C

30 t ha de vermicomposto 2975 b A45 t harsquo de vermicomposto 2775 b A60 t ha de esterco de curral 3600 a B

30 t ha de vermicomposto 631 b A45 t ha de vermicomposto 6 2 2 b B60 t ha de esterco de curral 741 a C

-Fitomassa fresca (g)----------------6270 c B 6885 b A8832 b A 6308 c C

15082 a A 13934 a BmdashFitomassa seca (g)----------------

625 c A 655 b A830 b A 607 b B

1345 a A 1262 a B-Altura de planta (cm)----------------

2950 b A 3050 b A2937 b A 2950 b A 3975 a A 3622 a B

-Diacircmetro de colo (mm)---------------592 c B 599 b B 657 b A 609 b B 819a A________ 793a B

Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

O efeito positivo do esterco bovino pode ser atribuiacutedo agraves melhorias nas condiccedilotildees

fiacutesicas do solo por ele proporcionado Segundo Primavesi (1982) e Compagnoni amp

Putzolu (1985) o esterco bovino apresenta propriedades condicionadoras do solo dando

agraves plantas melhores condiccedilotildees de desenvolvimento elevando sobremaneira os

conteuacutedos de fitomassa fresca das plantas que refletiratildeo nas demais respostas

agronocircmicas

Analisando as adubaccedilotildees de base em relaccedilatildeo aos biofertilizantes observa-se que

para os tratamentos 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) - natildeo houve influecircncia dos

biofertilizantes para as variaacuteveis FSPA e AP enquanto destacou-se o SM+U+CB para o

DC e SM+U+CB e ausecircncia da adubaccedilatildeo liacutequida para a FFPA mostrando que o uso

dos biofertilizantes natildeo influenciou esta variaacutevel 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) -

verificou-se a eficiecircncia do uso do MB4 +U+CB para as variaacuteveis FFPA e DC Para a

variaacutevel FSPA destacaram-se os dois biofertilizantes utilizados jaacute para AP natildeo houve

33

influecircncia destes EC (60 t ha 1 de esterco de curral) - em todas as variaacuteveis observadas

na tabela 5 as respostas foram significativas utilizando MB4 +U+CB

As respostas encontradas no presente trabalho para as variaacuteveis AP e FSPA foram

superiores as obtidas por Dalponte (1990) quando utilizado 0 esterco de curral para

produccedilatildeo de mudas de cebola

Segundo Filgueira (2000) os solos da regiatildeo produtora de cebola do RS satildeo

pobres em foacutesforo disponiacutevel (15 mg Kg1) necessitando portanto de adubaccedilotildees

fosfatadas elevadas As respostas aqui obtidas podem ser justificadas pelos teores de

foacutesforo contido no MB4

Follet et al (1981) citam a importacircncia do uso de compostos orgacircnicos no solo

enfatizando os estercos no sentido da decomposiccedilatildeo continuada no fornecimento de

nutrientes e na liberaccedilatildeo lenta e gradual de aacutecidos orgacircnicos influenciando a liberaccedilatildeo

do foacutesforo O que provavelmente pode ser atribuiacutedo agraves respostas encontradas no

presente trabalho para 0 tratamento Esterco de curral mais MB4 e Urina mais Calda

Bordalesa

E importante destacar que 0 sistema de produccedilatildeo de mudas de cebola sob uma

perspectiva agroecoloacutegica mostra-se eficiente quando visualmente natildeo percebe-se

diferenccedila significativa entre os tratamentos (Apecircndice F Figura 2)

Conveacutem ressaltar que quando trabalhamos com agroecologia natildeo existem

receitas nem pacotes tecnoloacutegicos prontos Cada situaccedilatildeo deveraacute ser estudada em

particular para que se faccedila recomendaccedilotildees adequadas ao ambiente local uma vez que

as plantas se adaptam ao meio estando a nutriccedilatildeo encarregada de proteger e manter o

equiliacutebrio do organismo vegetal em funccedilatildeo das alteraccedilotildees externas

E fundamental que se compreenda os princiacutepios norteadores de todo o processo

que satildeo as bases da luta por uma sociedade mais justa dentro de um mundo econocircmico e

ambientalmente mais sustentaacutevel

412 Anaacutelise do sistema radicular

Os resultados obtidos nas anaacutelises do sistema radicular (Tabela 2) mostram

diferenccedilas significativas entre as adubaccedilotildees para as variaacuteveis fitomassa fresca de raiz

(FFR) fitomassa seca de raiz (FSR) comprimento de raiz (CR) razatildeo parte

aeacutereasistema radicular (RPASR) e densidade de raiz (DR)

34

TABELA 2 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade de

raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAO DE BASE

S Magro + MB4 +Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

1540 c A 1576 b B 2427 a A

Fitomassa fresca (g)----------------1502 c B 1517 b AB 1658 b A 1446 c C 2336 a B 2360 a B

--------------------Fitomassa seca (g)-------------------196 b A 207 ab A 170 b A170 b A 199 b A 192 b A 344 a A 249 a B 327 a A

Comprimento de raiz(cm)---------------1237 b A 1158 b A 1158 a A1237 b A 1060 c B 1040 b B1433 a A 1296 a B 1040 b C

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t halsquo 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha de vermicomposto 45 t ha de vermicomposto60 t ha~ de esterco de curral__________________________ _________________________Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

-----Razatildeo Parte AeacutereaSistema Radicular------340 b AB 301c B 384 a A446 a A 415 b A 326 a B339 b B 546 a A 388 a B

-------------- Densidade de raiz (m cm3)------------367 a AB 414 a A 325 b B282 b B 301b B 405 a A347 ab A 231c B 324 b A

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base destacou-se o EC (60 t ha 1 de esterco de curral)

para as variaacuteveis FFR e FSR Quando adicionado o SM+U+CB os resultados para FFR

foram ainda melhores bem como o CR As respostas obtidas para a RPASR foram

variadas em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees apresentando melhores resultados para 15 VB (45 t

ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB e ainda melhor para EC (60 t ha 1 de esterco de

curral)+MB4 +U+CB As adubaccedilotildees de base 1 VB 15 VB e EC natildeo diferiram entre si

As adubaccedilotildees mais eficientes para a variaacutevel DR foram 1 VB+SM+U+CV que natildeo

diferiu da EC+SM+U+CB I VB+ MB4 +U+CB e agrave 15 VB foram melhores entre as

demais

35

Analisando os biofertilizantes em relaccedilatildeo a cada adubaccedilatildeo de base verifica-se que

para a 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB destaca-se a variaacutevel FFR

poreacutem sem diferenccedila significativa de 1 VB os melhpres resultados para a variaacutevel DR

foram encontrados pelo tratamento 1 VB+MB4 +U+CB e 15 VB (45 t ha 1 de

vermicomposto) tambeacutem se considera eficiente o 1 VB+SM+U+CB que natildeo diferiu do

EC (esterco de curral) Quando se utilizou 15 VB+ MB4 +U+CB houve resposta

significativa para a variaacutevel FFR para FSR as respostas natildeo foram diferentes com a

aplicaccedilatildeo dos biofertilizantes para as variaacuteveis FSR e DR as adubaccedilotildees EC e

EC+SM+U+CB natildeo diferiram entre si

Embora as respostas estatiacutesticas tenham sido diferentes para as adubaccedilotildees

combinadas ou natildeo pode-se salientar a importacircncia do aacutecido indol-aceacutetico como jaacute

citado anteriormente para as variaacuteveis avaliadas na parte aeacuterea das mudas de cebola

Respostas semelhantes nesse sentido foram encontradas para a cultura da alface por

Quijano (1999) e Morselli (2001)

Pereira et al (2002) concluiacuteram em trabalho realizado com a cultivar de cebola

CNPF1 6400 em Minas Gerais que a utilizaccedilatildeo de 20 t ha de esterco de curral

proporcionou os melhores resultados para a produccedilatildeo de cebola

Silva Juacutenior amp Giorgi (1992) e Menezes Juacutenior (1998) citam que doses elevadas

de mateacuteria orgacircnica podem prejudicar a primeira fase da germinaccedilatildeo (embebiccedilatildeo) e

absorccedilatildeo de aacutegua pelas raiacutezes das placircntulas No entanto no presente trabalho este fato

natildeo ocorreu embora a dose de esterco utilizada tenha sido de 60 t ha 1 (dose maacutexima

recomendada segundo Nolla 1982)

413 Anaacutelise de macronutrientes no tecido vegetal

Os resultados dos conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio no

tecido vegetal sob diferentes adubaccedilotildees encontrados na Tabela 3 indicam mais uma

vez a superioridade da adubaccedilatildeo esterco com 0 uso ou natildeo de biofertilizantes

36

TABELA 3 Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob

uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS i J B

ADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesamg plantas1

---- Nitrogecircnio-----30 t ha de vermicomposto 16593 c AB 15451 c B 19050 b A45 t ha de vermicomposto 21444 b A 22888 b A 17852 b B60 t ha de esterco de curral 32606 a C 37593 a B 40816 a A

--------------- ------ Foacutesforo------- -------------30 t ha de vermicomposto 3098 c B 2802 c B 3999 b A45 t ha de vermicomposto 4109 b A 4135 b A 2788 c B60 t ha de esterco de curral 5300 a B 7577 a A 7565 a A

------- Potaacutessio------30 t ha de vermicomposto 24327 c A 19900 c B 24965 b A45 t ha de vermicomposto 29113b A 29812 b A 22031 b B60 t ha de esterco de curral 44070 a B 51976 a A 54101 a A

-------- Caacutelcio-------30 t ha de vermicomposto 5027 c A 4356 c A 4834 b A45 t ha de vermicomposto 6114b A 6963 b A 4379 b B60 t ha de esterco de curral 9030 a C 11451 a A 10331 a B

------Magneacutesio-----30 t ha de vermicomposto 1188 b A 914 c A 1202 b A45 t ha de vermicomposto 1231 b B 1582 b A 1176 b B60 t ha de esterco de curral 2136a B 2443 a A 2663 a AMeacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base observa-se que o melhor tratamento foi o

esterco de curral para todas as variaacuteveis Para 1 VB (30 t ha^ 1 de vermicomposto) natildeo

houve resposta diferenciada com o uso de bofertilizantes para todas as variaacuteveis A

adubaccedilatildeo 15 VB (45 t ha 1 de vemicomposto) foi influenciada pelos biofertilizantes

para as variaacuteveis N P K e Ca enquanto que para Mg somente o MB4+U+CB o

influenciou O EC (esterco de curral) mostrou diferenccedila significativa apenas para as

variaacuteveis Ca e Mg quando adicionado MB4+U+CB

Segundo Peixoto (2000) eacute fundamental a adiccedilatildeo de adubos orgacircnico no cultivo de

hortaliccedilas seja na forma de esterco decomposto composto ou huacutemus de minhoca de

37

modo a fornecer melhorias nas propriedades do solo vindo a disponibilizar os nutrientes

as diferentes culturas

O esterco fresco conteacutem muita cama celuloacutesica e um elevado teor de aacutegua No

esterco curtido a celulose jaacute estaacute decomposta o teor de aacutegua estaacute reduzido agrave metade e os

nutrientes em uma forma mais assimilaacutevel e mais concentrada O esterco fresco pode

causar uma deficiecircncia temporaacuteria de nitrogecircnio no solo ao se decompor o que natildeo

acontece com o biestabilizado (Kiehl 1985)Ocorre uma diminuiccedilatildeo inicial no volume

de aacutegua retido no esterco de curral diminui inicialmente em tomo de 3581 liberando

posteriormente somente 496 evidenciando a sua capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua

(Menezes Juacutenior 1998)

A utilizaccedilatildeo continuada de adubos nitrogenados minerais no solo altera o balanccedilo

do nitrogecircnio entre o solo e planta No meacutetodo biodinacircmico eacute sublinhada a importacircncia

dos adubos animais para o estabelecimento da fertilidade permanente dos solos (Koeff

et al 1983)

Para Guimaratildees (1997) os benefiacutecios que a mateacuteria orgacircnica imprime ao solo

principalmente melhorando a produtividade fertilidade e a influencia que as substancias

huacutemicas exercem sobre o ambiente dependem da qualidade e do teor de mateacuteria

orgacircnica do solo Estas substacircncias por conterem nutrientes em sua constituiccedilatildeo em uma

forma mais disponiacutevel para as plantas promovem um equiliacutebrio no ambiente no solo

(Kononova 1966)

Aproximadamente de 60 a 70 do total de carbono do solo ocorre na forma de

materiais huacutemicos (Griffith amp Schnitzer 1975) sendo a eles atribuiacutedo a manutenccedilatildeo da

bioestrutura do solo aumentando a capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua (Brady 1999)

Conforme Compagnoni amp Putzolu (1985) os estercos bem como os demais

resiacuteduos orgacircnicos apresentam conteuacutedos diferentes de aacutecidos huacutemicos e fuumllvicos sendo

atribuiacutedo ao acido huacutemico uma accedilatildeo fitoestimulante semelhante aos fitohormocircnios por

favorecer o desenvolvimento do sistema radicular e crescimento do caule

Em trabalho realizado por Guimaratildees (1997) foi encontrado para aacutecidos huacutemicos

de esterco bovino uma relaccedilatildeo CN 1035 e para vermicomposto bovino 17

evidenciando que o esterco quando aplicado ao solo por apresentar uma relaccedilatildeo CN

proacutexima deste reage mais facilmente liberando nutrientes para as plantas sem alterar a

cadeia troacutefiacuteca Dados encontrados no presente trabalho demonstram a eficiecircncia do

esterco nesse sentido

38

De acordo com Morselli (2001) vaacuterios trabalhos citam comentam e discutem a

capacidade dos vermicompostos em proporcionar oacutetimas colheitas e favorecer a

precocidade das plantas cultivadas Poreacutem muitas vezes se observa que mesmo

suprindo essas plantas com nutrientes necessaacuterios atraveacutes de huacutemus de diferentes fontes

as respostas natildeo satildeo as mesmas para uma mesma cultivar

Por outro lado os resultados com o uso de substacircncias huacutemicas satildeo variaacuteveis e

dependem aleacutem da espeacutecie testada das substacircncias huacutemicas utilizadas sua

concentraccedilatildeo o grau de purificaccedilatildeo e das condiccedilotildees experimentais A resposta das

plantas aos aacutecidos huacutemicos e fuacutelvicos eacute dependente da mateacuteria prima original e da

espeacutecie vegetal pois materiais orgacircnicos diferentes apresentam aacutecidos huacutemicos e

fuacutelvicos diferentes (Businelli 1990)

Justificam-se os maiores conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio e caacutelcio nas

adubaccedilotildees 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e biofertilizantes devido

provavelmente ao vermicomposto utilizado apresentar na sua constituiccedilatildeo teores

consideraacuteveis destes elementos aleacutem do que os biofertilizantes possam ter influenciado

na absorccedilatildeo atraveacutes de sua constituiccedilatildeo Tibau (1984) considera que a urina de vaca eacute

rica em aacutecido indol-aceacutetico e este influencia na absorccedilatildeo radicular O efeito positivo

deste tratamento provavelmente seja devido agrave quantidade aplicada

O biofertilizante que se destacou foi o MB4+U+CB em relaccedilatildeo ao EC (esterco de

curral) e eacute somente para a variaacutevel caacutelcio Isto provavelmente seja devido ao alto teor

deste elemento encontrado na sua constituiccedilatildeo (6872 g Kg1) e pela influecircncia positiva

que a calda bordalesa exerce no metabolismo das plantas atraveacutes dos nutrientes

contidos em sua formulaccedilatildeo O Ca controla a absorccedilatildeo radicular e retorna ao solo pelo

esterco e palhas por apresentar-se em maior quantidade em folhas e caules Depois de

localizado nas folhas fica imoacutevel favorecendo a resistecircncia da planta ao ataque de

fungos

Este trabalho avanccedila no estudo da agroecologia estando claro que todos os

criteacuterios tem caraacuteter dinacircmico de adequaccedilatildeo as mudanccedilas de um sistema de produccedilatildeo

em evoluccedilatildeo contribuindo na transiccedilatildeo para um padratildeo sustentaacutevel Cabe a pesquisa a

reorientaccedilatildeo para um enfoque ldquosistecircmicordquo isto eacute que permita integrar os diversos

componentes de um agroecossistema e a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas que promovam 0

fortalecimento e a expansatildeo da agricultura familiar

39

5 CONCLUSOtildeES

Considerando os resultados obtidos e as condiccedilotildees em que o estudo foi realizado

conclui-se que

bull As respostas agronocircmicas das mudas de cebola para os paracircmetros avaliados

satildeo mais satisfatoacuterias com a aplicaccedilatildeo de esterco de curral como adubaccedilatildeo de

base

bull Os biofertilizantes mais urina de vaca e calda bordalesa proporcionam

respostas satisfatoacuterias quando aplicados associados agraves adubaccedilotildees de base

bull O biofertilizante MB4 mais urina de vaca e calda bordalesa eacute mais eficiente

que o super magro mais urina e calda bordalesa quando aplicado associado agrave

adubaccedilatildeo de base esterco de curral para os conteuacutedos de fitomassa secae

fresca da parte aeacuterea das plantas altura e diacircmetro de colo das mudas de

cebola

bull Os biofertilizantes adicionados agrave adubaccedilatildeo de base 45 t harsquo 1 de vermicomposto

bovino mostram respostas significativas para os conteuacutedos de fitomassa seca

bull Os maiores conteuacutedos nutricionais para as mudas de cebola satildeo

proporcionados pela adubaccedilatildeo de base esterco de curral

bull A maior absorccedilatildeo de caacutelcio pelas mudas de cebola ocorre quando da adiccedilatildeo do

biofertilizante MB4 mais urina e calda bordalesa agrave adubaccedilatildeo de base esterco de

curral

40

6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ALDRIGHI CB ABREU CM PAGLIA AG MORSELLI TBGA FERNANDES HS Efeito da aplicaccedilatildeo de biofertilizante e urina de vaca em mudas de tomateiro Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

ALTIERI M NICHOLLS C I Agroecologia Teoria praacutectica para umaAgricultura Sustentable Ia ed PNUMA 2000 Cap 2 4 Seacuterie textos baacutesicos para la formacioacuten ambiental

ALTIERI M Agroecologia bases cientiacuteficas para uma agricultura sustentaacutevelGuaiacuteba Agropecuaacuteria 2002 592 p

ANTONIOLLI Z I GIRACCA E M N CARDOSO S J T WIETHAN M M S FERRI M Iniciaccedilatildeo agrave Minhocultura Criaccedilatildeo em Cativeiro e Vermicompostagem Santa Maria UFSM 1996 p59-89

BAYER C MIELNICZUC J Dinacircmica e funccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica In SANTOS G de A S e CAMARGO F A de O (ed) Fundamentos da mateacuteria orgacircnica do solo ecossistemas tropicais e subtropicais Porto Alegre Genesis 1999 p 3-23

BARRETTO D X Composto Orgacircnico In Praacutetica em Agricultura Orgacircnica Satildeo Paulo iacutecone Ed Ltda 1985 p 51-63

BETTIOL W Alguns produtos alternativos para o controle de doenccedilas de plantasem agricultura orgacircnica II Ciclo de palestras sobre agricultura orgacircnica Instituto Bioloacutegico Satildeo Paulo p52-63 1997

41

BETTIOL W TRACH R GALVAtildeO JAH Controle de doenccedilas de plantas com biofertilizantes Jaguariuacutena EMBRAPA-CNPMA 1997 22p (EMBRAPA- CNPMA Circular Teacutecnica 02)

BRADY N C Natureza e propriedades dos sotos Rio de Janeiro Freitas BastosS A 1979 647p

BRADY N C Organisms and ecology of the soil In The nature of properties of soils Simon amp Schuster A Viacon Company New Jersey1999 402-489p

BON1LLA J A Fundamentos da Agricultura Ecoloacutegica Sobrevivecircncia eQualidade de Vida Satildeo Paulo Nobel 1992

BUREacuteS S Substratos Ediciones Agroteacutecnicas S L Madrid Octubre 1997

BUS1NELLI M Chemical Composition and Enzymic Activity of some Worm Cast Plant Soil v 80 p 1-2 1990

CALEGARI A Espeacutecies para cobertura de solo In IAPAR (Instituto Agronocircmico de Paranaacute) Plantio Direto pequena propriedade sustentaacutevel organizador Moacir Darolt Londrina - PR 1998 65-93

CAMARGO P N D Manual de Adubaccedilatildeo Foliar Satildeo Paulo Herba 1975

CAPRA F A Teia da Vida Satildeo Paulo Cultrix 1997 256p

CAPRA F O Ponto de Mutaccedilatildeo 22 ed Satildeo Paulo Cultrix 2001 447p

CHABOUSSOU F Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da Trofobiose) Porto Alegre LPM 1987 253 p

CLARO S A Referencias tecnoloacutegicos para a agricultura familiar ecoloacutegica aexperiecircncia da Regiatildeo Centro-Serra do Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS-ASCAR 2001 250p

CLIVELA G Diagnoacutestico Agronocircmico da cebola no Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS 1995 8 6 p

COMISSAtildeO DE FERTILIDADE DO SOLO - RSSC Recomendaccedilotildees de adubaccedilatildeo e calagem para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina 3 ed Passo Fundo SBCS - Nuacutecleo Regional Sul 1995 223p

COMPAGNONI L PUTZOLU G Cria moderna de Ias lombrices y utilizacioacutenrentable dei humus Barcelona Editorial de Vecchi- SA 1985127p

COSTABEBER J A MOYANO E Transiccedilatildeo agroecoloacutegica e accedilatildeo social coletiva Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v l n4 p 50- 60 outdez 2 0 0 0

42

COSTA M B B da Adubaccedilatildeo orgacircnica Nova siacutentese e novo caminho para aagricultura Satildeo Paulo Ed iacutecone Ltda 1985 102p

COSTA NETO C Agricultura Sustentaacutevel Tecnologias e Sociedade In CARVALHO COSTA LF et al (org) Mundo Rural e Tempo Presente Rio de Janeiro Mauad 1999

DrsquoAG0ST1NI R L FANTINI A C Produccedilatildeo orgacircnica tambeacutem socialmente excludente Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v3 n l p57-61 2002

DALPONTE J C V Utilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos e fertilizante mineral na produccedilatildeo e qualidade de mudas e bulbos de cebola (Alliurn Cepa L) Pelotas-RS 1990 (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1990

DEBARBA J F THOMAZELLI L F GANDIN C L SILVA E Cadeias produtivas do Estado de Santa Catarina Cebola Florianoacutepolis Epagri 1998 115 p (EPAGRI Boletim Teacutecnico 96)

DUFOUR F Os saacutebios loucos do agro-alimentar Le Monde Diplomatique ano 1 n4 p6-7 1999 (ed portuguesa)

EHLERS E Agricultura Sustetaacutevel Origem e perspectivas de um novo paradigma 2 ed Guaiacuteba Agropecuaacuteria 1999 157 p

FILGUEIRA F A R Novo Manual de olericultura agrotecnologia moderna na produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 2000 402 p

FRASER G K Mateacuteria Orgacircnica Del Suelo In BEAR F E (ed) Quiacutemica dei Suelo Madrid Ed Agrociencia 1963

FOLLET R H MURPHY L S DONAHUE R L Fertilizers and soil amendments New Jersey Printice-Hall Inc 1981 557p

GARCIA A Revista dei Espacio Rural Georgica Zaragoza Escuela Politeacutecnica de Huesca n5 1997

GARCIA A Versatildeo preliminar de um Programa Estadual de Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Bulbos e Sementes de CebolaEMBRAPAIPAGROMARAEMATER 6 8 pbdquo 1990 (Publicaccedilatildeo avulsa)

GIORGETT1 J R Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Mudas de Tomate In Encontro Nacional de Produccedilatildeo e Abastecimento de Tomate 2 1991 Jaboticabal Satildeo Paulo Anais Jaboticabal UNESP 1991 p 242-244

GLIESSMAN S R Agroecologia Processos ecoloacutegicos em agricultura sustentaacutevelPorto Alegre Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS 2000 653p

43

GLIESSMAN S R TURRIALBA C R Agroecologia Procesos Ecoloacutegicos en Agricultura Sostenible CATIE 2002 p 3-14

GNOATTO S C Caracterizaccedilatildeo quiacutemica de vermicompostos de diferentes substratos orgacircnicos Pelotas-RS 1999 38 f (Mestrado em Agronomia - Solos) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

GOMES J C C BORBA M F S A moderna crise dos alimentos oportunidade para a agricultura familiar Emater Porto Alegre julset 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwematertchebrdocsagroecorevistan313-artigo3htmgtAcesso em 24 fev 2002

GOMEZ H W Desenvolvimento sustentaacutevel agriacutecola e capitalismo In Desenvolvimento sustentaacutevel Necessidade eou disponibilidade Santa Cruz do Sul Nobel - UNISC 1997 p 65-77

GONZAacuteLEZ DE MOLINA M SEVILLA GUZMAacuteN E Ecologia campesinado e historia Para una reinterpretacioacuten dei desarrollo dei capitalismo en la agricultura In SEVILLA GUZMAacuteN E GONZAacuteLEZ DE MOLINA M (ed) Ecologia campesinado e historia Madrid La Piqueta 1993 p 23-129

GRIFFITH S A SCHNITZER M Analytical characteristic of humic and fulvic acids extracted from tropical volcanic soils Soil Sei Soc Am Proc v 39 p361-367 1975

GUIMARAtildeES E Caracterizaccedilatildeo quiacutemica estreptoscoacutepica e por anaacutelise teacutermica de aacutecidos huacutemicos e vermicompostos obtidos de estercos de diferentes animaisCuritiba 1997 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Quiacutemica) Universidade Federal do Paranaacute 1997

HESS A F Sociedade e meio ambiente uma relaccedilatildeo ambiacutegua Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v 4 n2 p 167-1741999

ICEPA-SC Informes conjunturais sobre a cultura da cebola Disponiacutevel em lthttpwwwicepa combrgt Acesso em 23 jan 2003

JONES H A MANN L K Onions and their allies New York Interscience Publishers 1962 286 p

JUacuteNIOR H A de MAIORANO J A Receitas obtidas de extratos de plantasCampinas CATITerra Viva [199-] 10 f

KHATOUNIAN C A Ciclo de Palestras sobre Agricultura Orgacircnica 2a Ed SatildeoPaulo Fund Cargill 1997 149 p

KIEHL E J Fertilizantes Orgacircnicos Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1985 492p

44

KOEFF H H PETTERSSON B D SHAUMANN W Vida Vegetal solos e adubaccedilatildeo In Agricultura Biodinacircmica Satildeo Paulo Nobel 1983 p92-149

KONONOVA M M Soil organic matter The importance o f organic matter in soil formation and soil fertility New York Pergamqn Press 1961 p 165-200

KUHN T A Estrutura das Revoluccedilotildees Cientiacuteficas Satildeo Paulo Perspectiva 1989 257p

LANNA FCA ABREU C L ABREU J G SILVA V Resposta de cultivares de melancia cultivadas sob adubaccedilatildeo quiacutemica e orgacircnica Horticultura v 12 n l p85 1994

LEFF H Saber Ambiental Petroacutepolis Vozes 2001 343 p

MAGALHAtildeES J R Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo da cebola In FERREIRA M E CASSTELLANE P D CRUZ M C P Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo de hortaliccedilasPiracicaba POTAFOS 1993 p 381-393

MALAVOLTA E Elementos de nutriccedilatildeo mineral de plantas Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1980 251 p

MALAVOLTA E Manual de Quiacutemica Agriacutecola - Adubos e Adubaccedilatildeo 3a ed SatildeoPaulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1981 606 p

MARTINEZ A A A grande e Poderosa Minhoca Jaboticabal Funep - Unesp1990 101 p

MARTINS S R Desenvolvimento e Sustentabilidade Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v20 n2 julho 2002 Palestra apresentada no 42deg Congresso Brasileiro de Olericultura

MARTINS S R Limites Del Desarrollo Sostenible em Ameacuterica Latina En el marco de Ias poliacuteticas de (re)ajuste econocircmico Pelotas Editora UFPel 1997 135 P-

MARTINS S R Sustentabilidade na agricultura dimensotildees econocircmicas sociais e ambientais Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v4 n 2 p 175-1871999

MATURANA H REZEPKA S N D E Formaccedilatildeo Humana e Capacitaccedilatildeo Rio de Janneiro Vozes 2000 8 6 p

MELLO A F SOBRINHO M O ARZOLLA S SILVEIRA R NETTO A C KIEHL J C Fertilidade do Solo Satildeo Paulo Nobel 1983

MENEZES JUacuteNIOR F O G D Caracterizaccedilatildeo de Diferentes substratos hortiacutecolas e seu efeito na produccedilatildeo de mudas de alface e couve-flor em ambiente protegido Pelotas 1998 141 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1998

45

MIBASA Mineraccedilatildeo Barreto SA Melhorador de Solos MB4 A Natureza Agradece Arapiraca-AL [199-] Folder

MINAMI K Os resumos da olericultura 2000 In AZEVEDO FILHO MARTINEZ FILHO (ed) Preccedilos agriacutecolas Piracicaba ESALQ 1999 p 4

MINAMI K Produccedilatildeo de Mudas de Alta Qualidade em Horticultura Satildeo Paulo TA Queiroz 1995

MORSELLI T B G A Cultivo sucessivo de alface sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegidoPelotas 2001 178 p Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2001

MORSELLI T B G A Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Poliacutegrafo da Disciplina de Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia-Produccedilatildeo Vegetal UFPel 2002

MULLER AM Efeitos da Aplicaccedilatildeo Foliar de um Biofertilizante Enriquecido no Estado fitossanitaacuterio de Tomate Ervilha e Beterraba Sob Manejo OrgacircnicoDissertaccedilatildeo (Mestrado no Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agroecossistemas)1999 (Resumo)

NOLLA D Erosatildeo do Solo - O grande desafio Estado do Rio Grande do Sul SEAGRI desenvolvimento de recursos naturais renovaacuteveis 1982 412 p

PAGLIA AG MORSELLI TBGA PEIL RMN Teores de nutrientes pH e condutividade eleacutetrica da aacutegua em sistema ldquofloat^ngrdquo sob adiccedilatildeo de biofertilizantes Horticultura Brasileira v 20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PAULUS G MULLER A BARCELLOS LAR Agroecologia aplicada praticas e meacutetodos para uma agricultura de base ecoloacutegica 2ed ver ampl Porto Alegre EMATERRS 2001 8 6 p

PEIXOTO R T dos G Composto orgacircnico aplicaccedilotildees benefiacutecios e restriccedilotildees de uso Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 18 p 56-64 julho 2000

PENTEADO SR Defensivos Alternativos e Naturais Satildeo Paulo 1999 95 p

PEREIRA AJ SOUZA RJ PEREIRA WR Efeito de diferentes doses de esterco de galinha e de curral sobre a produccedilatildeo de cebola Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PINHEIRO S BARRETO SB MB-4 agricultura sustentaacutevel trofobiose e biofertilizantes Fundaccedilatildeo Juquira CandiruMibasa 2000 273 p

PRIMAVESI A Agricultura Sustentaacutevel Satildeo Paulo Nobel 1992 142 p

PRIMAVESI A O manejo ecoloacutegico do solo Agricultura em regiotildees tropicais SatildeoPaulo Nobel 1982 541 p

46

PURCINO A A C ldquoNitrogecircniordquo Informe Agropecuaacuterio Belo Horizonte v7 n81 p 16-27 1981

QUIJANO F G Efeito da adubaccedilatildeo orgacircnica no desenvolvimento de duas cultivares de alface em ambiente protegido Pelotas 1999 116f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

RODRIGUES A N N Efeitos e residuais de superfosfato triplo sobre o rendimento de mateacuteria seca e absorccedilatildeo de foacutesforo pela aveia (Avena strigosa Schob) em solo Podzoacutelico Vermelho Escuro Porto Alegre 1984 59f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia UFRGS 1984

RODRIGUES E T CASALI V W D Respostas da alface agrave adubaccedilatildeo orgacircnica II Teores conteuacutedos e utilizaccedilatildeo de macronutrientes em cultivares Rev Ceres Viccedilosa v 45 n 261 p 437-449 1998

SAMINEcircS T C O Produccedilatildeo orgacircnica de alimentos Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 17 n3 novembro 1999

SCHIEDECK G Ambiecircncia e resposta agronocircmica de meloeiro (Cucumis melo L) cultivado sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegido Pelotas lOOp Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2002

SILVA JUacuteNIOR A A GIORGI E Substratos alternativos para a produccedilatildeo de mudas de tomate Agropecuaacuteria Catarinense Florianoacutepolis EPAGRI 1992 23 p

SILVA JUacuteNIOR A A MACEDO S G STUKER H Utilizaccedilatildeo de esterco de peru na produccedilatildeo de mudas de tomateiro Florianoacutepolis EPAGRI 1995 28 p (Boletim Teacutecnico 73)

TAGLIARI PS GRASSMANN H Minhoca a grande aliada da agricultura Agropecuaacuteria Catarinense v8 n l p 11-14 mar 1995

TEDESCO M J GIANELLO C Anaacutelises de solo plantas e outros materiais Porto Alegre Faculdade de Agronomia Departamento de Solos Universidade Federal do Rio Grande do Sul RS 1996

TENNANT D A Test of modified line intersect method of estimating root lenght Journal Ecology Oxford v 63 p 995-1001 1975

TIBAU A O Mateacuteria Orgacircnica do Solo Mateacuteria Orgacircnica e Fertilidade do SoloSatildeo Paulo Nobel 1984 p49-182

TIMM P J Anaacutelise comparativa dos sistemas de plantio convencional e cultivo miacutenimo de cebola sob adubaccedilatildeo orgacircnica e mineral Pelotas 2000 79 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2000

47

VALENZUELA HR CROSBY C Effect of compost applications on the yield of several vegetables in long-term organic farming experiments conduced in the tropics American Society Horticultural Science v33 n3 june 1998

VIGLIZZO E (ed) Subprograma Recursos Naturais y Sostenibilidad Agriacutecola documento marco Montevideo IICAPROCISUR 1995 p 75 - 78

WE1D J M TARDIN J M Proposta para a Ampliaccedilatildeo do Trabalho da ASPTA no Centro Sul do Paranaacute ASPTA Disponiacutevel em http wwwpronafgovbrEncontrotestosAS20PTA20Sul20ParanE1205 202002doc Acesso em 05 mai 2002

XAVIER SIMOacuteN F DOMINGUES D G Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel uma perspectiva agroecoloacutegica Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre EM ATERRS v2 n2 p 17-26 2001

ZABALETA J P Diagnoacutestico da Agricultura Familiar em Satildeo Joseacute do Norte - RSPelotas EMBRAPA-CPACT 1998 75 p (EMBRAPA-CPACT Documentos 44)

ZONTA E P MACHADO A A SILVEIRA P Sanest Sistema de anaacutelise estatiacutestica para microcomputadores Registrado na Secretaria Especial de Informaacutetica sob nuacutemero 066060 - categoria A Pelotas-RS Universidade Federal de Pelotas 1984

48

7 APEcircNDICE

APEcircNDICE A - Anaacutelise da adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes utilizados na produccedilatildeo de mudas de cebola

TABELA 1 A Anaacutelise baacutesica do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo miuacutedo + papua

Arg

pH IND

SMP

MO

P - n r - Na Al Ca__10Omlmdash

Mg

ppm -

6 53 67 089 8 6 27 1 04 05 0 2

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 2A Anaacutelise complementar do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo-miuacutedo + papua

Cobre Zinco Manganecircs Ferro

(m v1)

04 05 26 007

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

49

TABELA 3A Anaacutelise dos fertilizantes soacutelidos

Amostra pH limidade CN

C N P K Ca Mg

- g-ivg --

Cama de 849 2491 12 31042 2479 3888 3405 29875 463

aves

Esterco 74 3594 11 677 590 157 134 335 214

de curral

Huacutemus 684 5738 14 15965 1098 453 745 743 361

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 4A Anaacutelise quiacutemica dos biofertilizantes liacutequidos

Amostra N P K_ccedil H

Ca Mg Cu Zn Fe Mn

mdashgL bull

S Magro

m b 4

Urina

053

1652

8 2 2

008

395

0 0 0

149

1674

471

1902

6872

0 0 0

1150

4507

1172

7273

42

033

101389

920

0 0 0

6250

19458

781

35273

1123

0 2 1

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

50

APEcircNDICE B - Condiccedilotildees climaacuteticas do local

TABELA 1B Condiccedilotildees de temperatura do local

___________ __________TEMPERATURA (degCgt

meses Meacutedia

Maacutexima

Meacutedia

MiacutenimaMeacutedia

Maacutexima

Absoluta

Miacutenima

Absoluta

Junho 225 87 156 320 25

Julho 225 85 155 285 30

Agosto 251 71 161 360 1 0

Fonte FEPAGROSCT 2002

TABELA 2B Condiccedilotildees de chuva do local

mdash CHUVA (mm)mdash

meses Ocorrida Normal Desvio Da Normal

Junho 1080 1 1 0 -2 0

Julho 1062 98 8 2

Agosto 1283 1 2 0 83

Fonte FEPAGROSCT 2002

51

TABELA 1C Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

APEcircNDICE C - Anaacutelise estatiacutestica da parte aeacuterea

Causas G1 FFPA FSPA AP DC

da variaccedilatildeo --------- Quadrados meacutedios-

Blocos 3

Ad Base 2 175359071 1287102 2547419 1 11775

Biofertilizantes 2 126876 29011 87669ns 02185ns

Ad x Biofert 4 572378 31123 69106ns 04159

Resiacuteduo 24 34456 03048 27169 00290

Total 35

Meacutedia geral 93745 8772 320388 6741

CV 1980 6294 5145 2530

Significativo a 5ns Natildeo significativo

52

TABELA 1D Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade

de raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

APEcircNDICE D - Anaacutelise estatiacutestica da raiz

Causas G1 FFR FSR CR RPASR DR

da variaccedilatildeo Quadrados meacutedios---------------

Blocos 3

Ad Base 2 27874 551 623 2 1 0 140

Biofertilizantes 2 178 0 1 0 ni 1504 l03ns 038ns

Ad x Biofert 4 190 058 318 294 183

Resiacuteduo 24 005 009 028 023 0 2 1

Total 35

Meacutedia geral 1818 228 184 387 333

C V 134 1356 448 1253 1396

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

53

APEcircNDICE E - Anaacutelise estatiacutestica dos macronutrientes da parte aeacuterea da cebola

TABELA 1E Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mud^s de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

Causas G1 bull N P K Ca Mg

da variaccedilatildeo

Blocos 3

Ad Base 2 13550306 446627 25509686 1031806 59007

Biofertilizantes 2 180610ns 16564 68153ns 39006 876ns

Ad x Biofert 4 454187 45743 1047539 46950 2464

Resiacuteduo 24 29769 1453 64313 3741 439

Total 35

Meacutedia geral 24921 4597 33366 6943 1615

C V 692 829 760 880 1297

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

APEcircNDICE F - Fotos do experimento

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob uma perspectiva agroecoloacutegica

APEcircNDICE F a Fotos do experimento

FIGURA 1 Adubaccedilatildeo verde com feijatildeo-miuacutedo e papuatilde utilizadas no manejo do solo

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob urna perspectiva agroecoloacutegica

Page 3: PRODUÇÃO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L.) SOB …orgprints.org/24883/1/Paglia_Produção.pdf · vaca mais calda bordalesa; MB4+U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

PRODUCcedilAtildeO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L) SOB UMA PERSPECTIVA AGROECOLOacuteGICA

Enga Agra AgraveGUIDA GORETI PAGLIA

DissertaccedilatildeoSubmetida como parte dos requisitos para obtenccedilatildeo do Grau de

Mestre em Ciecircncia Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia

Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel Pelotas (RS) Brasil

Prof Dra Tacircnia Beatriz Gamboa Arauacutejo Morselli

Prof Dr Seacutergio Roberto Martins

P rof Dra Roberta Marins Nogueira Peil

Prof Dra Tacircnia Beatriz Gamboa Arauacutejo Morselli(Orientadora)

Prof Dr Joseacute Geraldo Wizniewsky(DCSAFAEMUFPel)

Prof Dr Carlos Rogeacuterio Mauch(DFTFAEMUFPel)

Engdeg Agro Dr Joseacute Ernani Schwengber(EMATERRS)

Comitecirc de Orientaccedilatildeo

Prof Dr Joatildeo Baptista da Silva

Aprovada em 21 de fevereiro de 2003 Homologado 720 03

Prof Dr Carlos Rogeacuterio MauchCoordenador do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia

Prof Dr Ceacutesar Valmor RombaldiDiretor da Faculdade de Agronomia

II

Natildeo eacute o desafio com que nos deparamos

que determina quem somos e o que estamos nos tornando

Mas a maneira com que respondemos a este desafio

Somos combatentes idealistas mas plenamente conscientes

Porque o ter consciecircncia natildeo nos obriga

a ter teoria sobre as coisas

soacute nos obriga a sermos conscientes

Dificuldades para vencer

A liberdade para provar

E enquanto acreditamos no nosso sonho

Nada eacute por acaso

(Henfil)

Acredito que Deus estaacute em tudo

Por isso agrave Natureza dedico

iii

AGRADECIMENTOS

Cumprindo esta etapa fundamental para minha formaccedilatildeo profissional comeccedilo

agradecendo a FAEMUFPel pela oportunidade

A FEPAGROSUL que abriu espaccedilo para a produccedilatildeo e troca de conhecimento

Aos funcionaacuterios que foram fundamentais na execuccedilatildeo deste trabalho

Ao Programa RS-Rural por fornecer todas as condiccedilotildees financeiras agrave realizaccedilatildeo

deste trabalho acreditando na necessidade de geraccedilatildeo de tecnologias que possam

responder a imensa diversidade dos agroecossistemas regionais

Sou especialmente grata agrave Tacircnia que esteve comigo no dia-dia Considero-a muito

mais que orientadora considero-a como uma parceira na vida tanto nas horas alegres

como nas tristes pois partilhamos do alfabeto emocional

Aos co-orientadores Seacutergio pelo ser amoroso que eacute Roberta pela incansaacutevel

ajuda e Joatildeo Baptista por sua dedicaccedilatildeo

A todos os professores e funcionaacuterios que contribuiacuteram com sorrisos e disposiccedilatildeo

sempre

Meus colegas e amigos verdadeiros Natildeo citarei nomes pois todos satildeo especiais

satildeo ldquoseres humanosrdquo que tanto amo e admiro

Paulo Timm obrigada pela confianccedila e dedicaccedilatildeo

A minha famiacutelia Junto a eles restauro as forccedilas da minha alma e encontro apoio e

estimulo para prosseguir e meu caminho tendo a certeza que nunca estarei soacute

Edi quanta saudade senti Fez-me crer que eacute possiacutevel fazer do sonho a vida

Nosso amor me fortaleceu nos dias difiacuteceis

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Tecnoloacutegico pelo apoio financeiro

E por uacuteltimo mas natildeo menos importante a todos que acreditam e compartilham

na busca do ideal ldquofelicidaderdquo este que soacute pode ser operacionalizado dentro do real e

que certamente este real pode ser mudado

IV

IacuteNDICE

FICHA DE HOMOLOGACcedilAtildeO ii

DEDICATOacuteRIA iii

AGRADECIMENTOS iv

IacuteNDICE v

SUMAacuteRIO vii

SUMMARY ix

INTRODUCcedilAtildeO 1

2 REVISAtildeO DE LITERATURA 3

21 Desenvolvimento e sustentabilidade 3

211 Agroecologia Paradigma em construccedilatildeo 5

212 Agroecologia e agricultura familiar 7

213 O Mercado de produtos orgacircnicos 8

22 A cultura da cebola e sua importacircncia 9

2 2 1 Caracteriacutesticas agronocircmicas da cebola 1 0

222 A produccedilatildeo de mudas de hortaliccedilas 11

23 Adubaccedilatildeo orgacircnica 12

231 Efeitos da adubaccedilatildeo orgacircnica no solo 13

232 Efeitos da adubaccedilatildeo orgacircnica nas culturas 14

233 Plantas de cobertura do solo 15

234 Adubaccedilatildeo foliar 15

24 Vermicompostagem 16

V

241 Resiacuteduos utilizados na vermicompostagem17

2411 Resiacuteduos de origem animal17

2412 Resiacuteduos de origem vegetal17

25 Biofertilizantes 18

251 Urina de vaca 20

252 Alhol 21

253 Calda Bordalesa22

254 Biofertilizante Super Magro 22

256 Biofertilizante MB4 23

3 M ATERIAL E M EacuteTODOS 24

31 Local de execuccedilatildeo do experimento 24

32 Anaacutelise estatiacutestica 24

33 Tratamentos 25

34 Conduccedilatildeo do experimento27

35 Observaccedilotildees agronocircmicas 28

351 Fitomassa fresca da parte aeacuterea28

352 Fitomassa seca da parte aeacuterea 28

353 Altura da muda 28

354 Diacircmetro de colo 28

355 Sistema radicular 29

3551 Comprimento de raiz 29

3552 Densidade de raiz 29

3553 Razatildeo parte aeacutereasistema radicular 30

36 Determinaccedilatildeo de macronutrientes no tecido vegetal 30

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 31

41 Anaacutelise das variaacuteveis 31

411 Anaacutelise da parte aeacuterea 31

412 Anaacutelise do sistema radicular 33

413 Anaacutelise de macronutrientes no tecido vegetal 35

5 CONCLUSOtildeES 39

6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 40

7 APEcircNDICE 48

VI

SUMAacuteRIO

PAGLIA AgraveGUIDA GORETI (MS) Universidade Federal de Pelotas fevereiro de 2003 Produccedilatildeo de Mudas de Cebola (Allium cepa L) sob uma perspectiva Agroecoloacutegica Professora Orientadora Tacircnia Beatriz Gamboa Arauacutejo Morselli Co- orientadores Seacutergio Roberto Martins Roberta Marins Nogueira Peil e Joatildeo Baptista da Silva

Com o objetivo de estudar a produccedilatildeo de mudas de cebola sob uma perspectiva

agroecoloacutegica foi conduzido um experimento a campo na Fundaccedilatildeo Estadual de

Pesquisa Agropecuaacuteria - FEPAGROSUL no municiacutepio de Rio GrandeRS no periacuteodo

de 15 de maio a 26 de agosto de 2002 Utilizou-se a cultivar Petrolini (ciclo meacutedio)

submetida as seguintes adubaccedilotildees adubaccedilatildeo de base (1 VB - 30 t ha 1 de

vermicomposto bovino 15 VB - 45 t harsquo 1 de vermicomposto bovino e EC - 60 t ha de

esterco de curral) e biofertilizantes liacutequidos (SM+U+CB - Super Magro mais urina de

vaca mais calda bordalesa MB4 +U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

e Testemunha - ausecircncia) O experimento foi esquematizado em delineamento em

blocos ao acaso em fatorial 3 X 3 As variaacuteveis analisadas foram fitomassa fresca e

seca (g) da parte aeacuterea e do sistema radicular altura de planta (cm) diacircmetro do colo

(mm) comprimento de raiz (cm) razatildeo parte aeacutereasistema radicular densidade de raiz

(m cm3) e conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio na parte aeacuterea

da planta Concluiu-se que as respostas agronocircmicas das mudas de cebola para os

paracircmetros avaliados satildeo mais satisfatoacuterias com a aplicaccedilatildeo de esterco de curral como

adubaccedilatildeo de base os biofertilizantes mais urina de vaca e calda bordalesa proporcionam

VII

respostas satisfatoacuterias quando aplicados junto agraves adubaccedilotildees de base o biofertilizante

MB4 mais urina de vaca e calda bordalesa eacute mais eficiente que o super magro mais urina

e calda bordalesa quando aplicado junto agrave adubaccedilatildeo de base esterco de curral os

conteuacutedos de fitomassa seca das mudas de cebola satildeo significativos quando adicionado

os biofertilizantes ao vermicomposto bovino (45 t harsquo1) os maiores conteuacutedos

nutricionais para as mudas de cebola satildeo proporcionados pela adubaccedilatildeo de base esterco

de curral a maior absorccedilatildeo de caacutelcio pelas mudas de cebola ocorre quando da adiccedilatildeo de

biofertilizante MB4 mais urina e calda bordalesa agrave adubaccedilatildeo de base esterco de curral

VIII

SUMMARY

PAGLIA AgraveGUIDA GORETI (MS) Universidade Federal de Pelotas February 2003 Onion (Allium cepa L) Transplant Production under an Agroecological Perspective Tacircnia Beatriz Gamboa Arauacutejo Morselli Comitte Seacutergio Roberto Martins Roberta Marins Nogueira Peil and Joatildeo Baptista da Silva

With the objective of studying the onion transplant production under an agroecological

perspective a field experiment was carried out in the Fundaccedilatildeo Estadual de Pesquisa

Agropecuaacuteria-FEPAGROSUL in the city o f Rio GiWideRS in the period between 15

May and 26 August 2002 The cultivar Petrolini (medium cycle) was submitted to the

following fertilizers soil fertilizer (1 VB - 30 t h a o f bovine vermicompost 15 VB -

45 t ha 1 of bovine vermicompost and EC - 60 t ha 1 of manure and liquid biofertilizer

(SM+U+CB - ldquoSuper Magrordquo with cow urine with bordeaux mixture MB4 +U+CB -

MB4 with cow urine with bordeaux mixture and control - absence) The experiment was

laid in a randomized block design in factorial scheme 3X3 The analyzed parameters

were fresh and dry matter of the aerial part and root system plant height colon

diameter root length ration aerial partroot system root density and the contents

nitrogen phosphorus potassium calcium and magnesium in the aerial part o f the plant

It was concluded that the agronomic responses o f the onion seedlings for the evaluated

parameters are more satisfactory with the application o f manure as soil fertilizer the

biofertilizers with cow urine and bordeaux mixture provide satisfactory responses when

applied along with the soil fertilizer the biofertilizer MB4 with cow urine and bordeaux

IX

mixture is more effieient than the ldquoSuper Magrordquo with urine and bordeaux mixture

when applied along with manure as soil fertilizer the dry matter contents of the onion

seedlings are significant when the biofertilizer is added to bovine vermicompost (45 t

h a 1) the largest nutritional contents for the onion seedlings are obtained with manure as

soil fertilizer the largest absorption of calcium by the onion seedlings happens when the

biofertilizer MB4 with urine and bordeaux mixture is added to the manure as soil

fertilizer

X

mixture is more efficient than the Super Magro with urine and bordeaux mixture

when applied along with manure as soil fertilizer the dry matter contents of the onion

seedlings are significant when the biofertilizer is added to bovine vennicompost (45 t

hamiddot ) the largest nutritional contents for the onion seedlings are obtained with manure as

soil fertilizer the largest absorption of calcium by the onion seedlings happens when the

biofertilizer MB4 with urine and bordeaux mixture is added to the manure as soil

fertilizer

x

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

ldquoEu sustento que a ciecircncia soacute tem

finalidade se serrsquoir para aliviar a miseacuteria

da existecircncia humana

(Bertold Brecht)

No Rio Grande do Sul cultivar cebola eacute atividade de pequenos e meacutedios

produtores revestindo-se de suma importacircncia para a economia onde contribui para a

geraccedilatildeo de empregos e a fixaccedilatildeo do homem ao meio rural visto que haacute necessidade de

outros tipos de investimentos sociais e econocircmicos

Segundo o ICEPA-SC (2003) o Rio Grande do Sul responde por cerca de 14 da

produccedilatildeo nacional o que faz da cebola a segunda hortaliccedila em importacircncia econocircmica

no Estado sendo apenas superada pela cultura da batata poreacutem a aacuterea plantada no RS

tem apresentado recuo nos uacuteltimos anos caindo de 16648 hectares na safra 9899 para

14085 na safra atual (0203) acontecendo o mesmo com a produccedilatildeo que diminuiu de

181338 toneladas na safra 9596 para aproximadamente 159000 na safra atual

A baixa produtividade obtida pode ser atribuiacuteda a vaacuterios fatores baixa

disponibilidade de mateacuteria orgacircnica no solo poucc^ uso de materiais orgacircnicos eou

aplicaccedilatildeo inadequada destes considerando ainda que a maioria dos produtores

conservam caracteriacutesticas agriacutecolas do seacuteculo passado apresentando resistecircncia ao

associativismo e possuem carecircncia de infraestrutura (estradas eletricidade telefonia

drenagem e condiccedilotildees de armazenamento) Esses fatores aliados a baixa rentabilidade

2

da cultura tem sido apontados como responsaacuteveis pelo abandono da cebolicultura por

alguns produtores

A fase de produccedilatildeo das mudas eacute de extrema importacircncia para o cultivo da cebola e

requer manejo adequado dos recursos naturais para que a cultivar utilizada possa

expressar seu potencial geneacutetico sem comprometer o equiliacutebrio ambiental O principal

cuidado para o desenvolvimento de mudas de qualidade refere-se agrave utilizaccedilatildeo adequada

do solo

Desta forma o manejo do solo e das plantas orientado pela agroecologia pode se

constituir numa excelente alternativa para obtenccedilatildeo de mudas de qualidade sem

comprometer a sauacutede dos agricultores e contribuindo para a preservaccedilatildeo ambiental

Diversas praacuteticas vecircm sendo utilizadas com esta finalidade entre elas citam-se a

adubaccedilatildeo orgacircnica e os biofertilizantes enriquecidos No entanto estes fatores de

produccedilatildeo precisam ser melhor estudados no que tange a sua utilizaccedilatildeo adequada pelos

produtores de cebola objetivando um sistema de produccedilatildeo sustentaacutevel

A agroecologia como ciecircncia apresenta vaacuterias dimensotildees ecoloacutegica econocircmica

social cultural poliacutetica e eacutetica Neste sentido e considerando-se a procura crescente por

produtos orgacircnicos e a necessidade de sistemas de fertilizaccedilatildeo adequados ao cultivo da

cebola o presente trabalho teve como objetivo a produccedilatildeo de mudas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica contribuindo para o processo de transiccedilatildeo do sistema de

produccedilatildeo

3

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

ldquoAs novas eras natildeo comeccedilam de uma vez

Meu avocirc jaacute vivia no novo tempo

Meu neto viveraacute talvez ainda no velho

A nova carne eacute comida com os velhos garfos

(Bertold Brecht)

21 Desenvolvimento e sustentabilidade

Nenhuma espeacutecie viva com exceccedilatildeo do homem empreende esforccedilos de

desenvolvimento no sentido de crescimento material que sob as formas em que vem

sendo compreendido conduz sempre a algum tipo de agressatildeo contra o ambiente Os

esforccedilos presentes visando o progresso material assim como a maneira de satisfaccedilatildeo

das necessidades baacutesicas do homem no mundo de hoje revelam-se inconsistentes O

uso para esse fim de mateacuteria e energia em doses excessivas e crescentes tem exaurido

recursos ambientais acima de sua capacidade de regeneraccedilatildeo obviamente tendendo a

toma-los menos disponiacuteveis para as futuras geraccedilotildees

De acordo com Martins (2002) o Desenvolvimento Sustentaacutevel natildeo eacute um conceito

acabado trata-se de uma ideacuteia forccedila proacute-ativa e positiva mas que necessita ser

esclarecida quanto ao significado destes dois vocaacutebulos que lhe compotildee e o contexto em

que as pessoas com eles se relacionam Aleacutem disso isso afeta tanto como profissionais

cujas atividades vinculam-se diretamente ao trato com a natureza e portanto por ela satildeo

4

responsaacuteveis mas especialmente como cidadatildeos que constroem no seu cotidiano as

distintas dimensotildees do desenvolvimento sociais econocircmicas ambientais culturais

cientificas e tecnoloacutegicas juriacutedicas poliacuteticas e espirituais

Segundo Altieri amp Nicholls (2000) para o desenvolvimento de uma agricultura

sustentaacutevel as necessidades natildeo satildeo apenas bioloacutegicas ou teacutecnicas mas tambeacutem sociais

econocircmicas e poliacuteticas E inconcebiacutevel promover mudanccedilas ecoloacutegicas no setor agriacutecola

sem a defesa de mudanccedilas nas outras aacutereas da sociedade de modo a conscientizar o

homem sobre as condiccedilotildees necessaacuterias para a exploraccedilatildeo da natureza

A ideacuteia da sustentabilidade referente ao vocaacutebulo sustentaacutevel coloca-se como

contraponto ao caraacuteter perdulaacuterio do modelo prevalecente na medida em que o modelo

econocircmico praticado por um lado estaacute baseado no consumo da mateacuteria prima fornecida

pela natureza para a produccedilatildeo de bens e serviccedilos em descompasso com seu ritmo e

capacidade de fornecimento por outro tem tratado a natureza como mero depositaacuterio de

resiacuteduos sem considerar sua capacidade de absorccedilatildeo e reciclagem A sustentabilidade

contrapotildee-se agrave caracteriacutestica antropocecircntrica do modelo o homem como centro da

questatildeo numa postura dominante sobre o entorno natural cujas ferramentas cientiacuteficas e

tecnoloacutegicas embasam um modelo econocircmico que subjuga a natureza e coloca-se acima

desta O vocaacutebulo sustentaacutevel portanto se refere agrave capacidade de suporte da biosfera

sendo um fim a ser perseguido com o objetivo de garantir sua preservaccedilatildeo numa visatildeo

prospectiva ou seja que assegure o futuro planetaacuterio assumindo portanto o

compromisso com as geraccedilotildees vindouras (Martins 2002)

Quando se trata de apontar os possiacuteveis caminhos que levaratildeo a um novo padratildeo

produtivo e garanta a seguranccedila alimentar sem agredir o ambiente o caminho torna-se

mais difiacutecil Percebe-se que a noccedilatildeo de agricultura sustentaacutevel permanece cercada por

duacutevidas e contradiccedilotildees mesmo assim seu emprego toma-se cada vez mais frequumlente

(Ehlers 1999)

Haacute que se incorporar a concepccedilatildeo de entropia agrave noccedilatildeo de desenvolvimento visto

que a extraccedilatildeo e o transporte tambeacutem satildeo atividades econocircmicas que requerem cuidados

de manejo visando menores efeitos entroacutepicos ao meio ambiente Satisfazer as

necessidades presentes sem comprometer as possibilidades das futuras geraccedilotildees

satisfazerem as suas proacuteprias eacute o que necessita ser construiacutedo no cotidiano Esta natildeo eacute

uma tarefa faacutecil nos tempos atuais pois o mundo nunca passou por tanta incerteza e

nunca teve um presente tatildeo insustentaacutevel (Martins 1997)

211 Agroecologia Paradigma em construccedilatildeo

5

O seacuteculo passado assistiu a uma ineacutedita expansatildeo da capacidade humana de

agenciamento das forccedilas naturais promovida pelo saber teacutecnico-cientiacutefico cuja

centra lidade eacute hoje irreversiacutevel no que se refere as relaccedilotildees com a natureza Em relaccedilatildeo

ao conhecimento poucas aacutereas de interesse do homem moderno se ligam tanto agrave

pesquisa cientiacutefica como a questatildeo ambiental sendo um fenocircmeno de tendecircncia

internacional evidenciado a partir da deacutecada de 70 (Hess 1999)

A noccedilatildeo de paradigma eacute normalmente utilizada para estabelecer uma

diferenciaccedilatildeo entre dois momentos ou dois niacuteveis do processo de conhecimento

cientiacutefico (Capra 1997 Kuhn 1989) Para um entendimento miacutenimo do que significa

essa noccedilatildeo Costa Neto (1999) diz que se pode conceituar o paradigma enquanto um

modelo de ciecircncia que serve como referecircncia para todo um fazer cientiacutefico durante uma

determinada eacutepoca ou um periacuteodo de tempo demarcado e a partir de um certo momento

da histoacuteria da ciecircncia o referido modelo predominante tende a se esgotar em funccedilatildeo de

uma crise de confiabilidade nas bases estruturantes de seu conhecimento Desta forma o

paradigma passa a ser substituiacutedo por outro modelo cientiacutefico predominante Tambeacutem

pode ocorrer o fato de dois paradigmas disputarem o espaccedilo de hegemonia na

construccedilatildeo do conhecimento (Costa Neto 1999)

Os problemas com os quais nos deparamos hoje satildeo faces de uma crise uacutenica

diferentes do fazer cientiacutefico e proveniente de uma crise de percepccedilatildeo segundo Capra

(2 0 0 1 ) isto faz com que nossas instituiccedilotildees e noacutes em particular natildeo consiga perceber

claramente realidades complexas em um mundo globalmente interligado Ainda que as

soluccedilotildees para alguns de nossos principais problemas possam ser relativamente simples

ldquosoacute seratildeo possiacuteveis mediante uma mudanccedila radical em nossas percepccedilotildeesrdquo este eacute

tambeacutem o ldquoestopim para colocar em marcha medidas efetivasrdquo porque os governos e as

instituiccedilotildees jamais empreenderatildeo accedilotildees de fato enquanto as pessoas natildeo

compreenderem que satildeo parte do problema e da soluccedilatildeo e que eacute preciso assumir a

necessidade de mudar o rumo das coisas (Gomes amp Borba 2000)

Para Leff (2001) a agroecologia representa o ldquonascimento de um paradigmardquo que

eacute a alma da produccedilatildeo sustentaacutevel um processo que permite o resgate dos

conhecimentos proacuteprios e o renascimento do ser trazendo de volta as relaccedilotildees com os

seres humanos na medida em que o produtor cria atraveacutes de seu conhecimento o seu

proacuteprio saber-fazer numa relaccedilatildeo com a vida e com a terra

6

Segundo Costa Neto (1999) o paradigma agroecoloacutegico representa portanto a

linha de um posicionamento soacutecio-ambiental que tem uma vertente tecnoloacutegica apta a

ser uma alternativa agrave produccedilatildeo agriacutecola em grande escala e ao modelo tradicional

disciplinar

Hoje a agroecologia continua a fazer conexatildeo entre fronteiras estabelecidas Por

um lado estuda os processos econocircmicos e os agroecossistemas por outro eacute um agente

para as mudanccedilas sociais e ecoloacutegicas complexas que tenham necessidade de ocorrer no

futuro a fim de levar a agricultura para uma base verdadeiramente sustentaacutevel O

processo de mudanccedila estaria dirigido agrave busca de novos pontos de equiliacutebrio entre as

dimensotildees de produtividade estabilidade e equumlidade na atividade agraacuteria articuladas

entre si poreacutem em constante processo de adaptaccedilatildeo e retroalimentaccedilatildeo utilizando

estilos mais respeitosos com o ambiente com o propoacutesito de superar a crise enfrentada

pelos agricultores (Costabeber amp Moyano 2000)

De acordo com Altieri (2002) soacute uma compreensatildeo mais profunda da ecologia

humana e dos sistemas agriacutecolas pode levar a medidas coerentes com uma agricultura

sustentaacutevel Assim a ldquoemergecircncia da agroecologiardquo representa um enorme salto nesta

direccedilatildeo pois fornece os princiacutepios ecoloacutegicos baacutesicos para o estudo e tratamento dos

ecossistemas tanto produtivos quanto preservadores dos recursos naturais e que sejam

culturalmente sensiacuteveis socialmente justos e economicamente viaacuteveis

A transformaccedilatildeo ou substituiccedilatildeo de um modelo de desenvolvimento para outro

supotildee um processo de transiccedilatildeo que em alguns momentos caminha a passos lentos e

em outros pode trazer mudanccedilas bruscas e qualitativamente diferenciadas Esse

processo de transiccedilatildeo significa a conversatildeo de uma agricultura tradicional para uma

agricultura ecoloacutegica e socialmente equilibrada com base na sustentabilidade (Gomeacutez

1997)

Embora a falta de informaccedilatildeo da pesquisa possa ter contribuiacutedo para dificuldades

e experiecircncias negativas de muitos produtores estes tecircm fama de serem inovadores e

experimentadores desejosos de adotar novas praacuteticas no sentido de serem beneficiados

Nos uacuteltimos cinquumlenta anos a inovaccedilatildeo na agricultura tem sido impulsionada

principalmente pela ecircnfase em altos rendimentos e no lucro da unidade produtiva

Apesar da continuidade dessa forte pressatildeo econocircmica sobre a agricultura muitos

produtores convencionais estatildeo preferindo fazer a transiccedilatildeo para praacuteticas que satildeo mais

consistentes ambientalmente e tem o potencial de contribuir com a sustentabilidade da

agricultura em longo prazo (Gliessman 2000)

7

212 Agroecologia e agricultura familiar

O nuacutecleo por excelecircncia da produccedilatildeo sustentaacutevel eacute a agricultura familiar No

Brasil mais especificamente esta tecnologia estaacute sendo introduzida natildeo somente em

aacutereas de cultivo de agricultura familiar em geral mas especificamente em

assentamentos rurais Percebe-se dessa forma tratar-se de um tipo de produccedilatildeo que

tende a incorporar a dimensatildeo histoacuterico-social e a considerar os valores culturais e de

senso comum inerentes aos agricultores familiares (Costa Neto 1999)

Na agricultura familiar a sustentabilidade toma forma a partir do momento em

que comeccedilaram a ser incorporados aos debates os novos anseios da sociedade rural e

urbana relacionados a um novo projeto de desenvolvimento e na medida em que foram

buscadas orientaccedilotildees teoacutericas baseadas no paradigma agroecoloacutegico

De acordo com Maturana amp Rezepka (2000) a formaccedilatildeo do conhecimento natildeo eacute

entendida como simples treinamentos e teacutecnicas e seraacute um aspecto essencial desta

abordagem A valorizaccedilatildeo dos saberes dos agricultores sobre o ambiente as plantas o

solo e os processos ecoloacutegicos onde resgatam e aprimoram teacutecnicas proacuteprias e de

outros de origem cientiacutefica ou empiacuterica fundamentais dentro deste novo paradigma

(Altieri amp Nicholls 2000)

Neste sentido cientistas e extensionistas tecircm se surpreendido com a profundidade

destes conhecimentos e com a capacidade de vaacuterios destes agricultores de expocirc-los

mesmo nos ambientes acadecircmicos onde muitas vezes estatildeo mais avanccedilados que seus

interlocutores (Weid amp Tardin 2002) Isto revela a necessidade de sintonia entre a

Universidade e a Comunidade

Entatildeo a sutentabilidade ambiental em niacutevel local eacute positiva quando o manejo

realizado no agroecossistema aproveita a produtividade dos recursos naturais renovaacuteveis

(aqueles que funcionam mediante o fluxo solar) Ao contraacuterio pode natildeo ser positiva

quando as praacuteticas produtivas consistem na busca pela produtividade mediante a troca

econocircmica (importaccedilatildeo e exportaccedilatildeo de insumos e produtos) onde a terra eacute vista

unicamente como o suporte material (fiacutesico) das espeacutecies Neste caso o controle de

pragas a fertilizaccedilatildeo e outras praacuteticas necessaacuterias satildeo realizados mediante capital

produzido pelo homem degradando a base local de recursos naturais (Xavier Simoacuten amp

Domingues 2001)

8

213 O Mercado de produtos agroecoloacutegicos

O mercado de alimentos produzidos sob a orientaccedilatildeo agroecoloacutegica produzidos

sem utilizaccedilatildeo de agrotoacutexicos ou adubos minerais tem aumentado vertiginosamente em

todo o mundo Alguns dados indicam que esse segmento cresce anualmente cerca de

20 nos Estados Unidos 40 na Europa e 50 no Brasil e para comprovar tais

iacutendices basta verificar a proliferaccedilatildeo das feiras de produtores ecoloacutegicos nas cidades o

aumento dos espaccedilos para esses produtos nas gocircndolas das grandes redes de

supermercados e os movimentos ambientalistas e de consumidores que buscam uma

alimentaccedilatildeo mais saudaacutevel (Schiedeck 2002)

Sem duacutevida antes de tudo cabe salientar que a crise atual evidencia o equiacutevoco da

adoccedilatildeo de um modelo de produccedilatildeotransformaccedilatildeo que natildeo tem outra ambiccedilatildeo que natildeo a

de se adaptar agrave globalizaccedilatildeo Cabe a consideraccedilatildeo feita por Dufour (1999) de que o

mercado natildeo eacute uacutenico e monoliacutetico e portanto a produccedilatildeo social da qualidade natildeo

significa mais do mesmo (a adaptaccedilatildeo do que jaacute natildeo serve)

Na realidade pode-se identificar claramente dois mercados de natureza

fundamentalmente oposta que segundo Gomes amp Borba (2000) satildeo o de produtos

baacutesicos (leite cereais carnes brancas e vermelhas) e o de produtos elaborados

socialmente e de grande valor agregado por serem justos socialmente O mercado

mundial dos produtos baacutesicos eacute alimentado pelos excedentes agriacutecolas de grandes

produtores (Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos e Canadaacute) tambeacutem a soja e carne de

frango brasileira e o trigo argentino e os preccedilos nesses mercados satildeo extremamente

baixos e permaneceratildeo assim por muito tempo segundo relatos recentes do Banco

Mundial

Para produzir a preccedilos tatildeo baixos eacute necessaacuterio lanccedilar matildeo de todo tipo de

artifiacutecio como os hormocircnios os organismos geneticamente modificados as farinhas

animais esquecendo o meio ambiente e convivendo com exploraccedilotildees gigantescas

concentraccedilatildeo na posse da terra e com uma minoria de beneficiaacuterios dos programas de

ajuda puacuteblica os agromanagers (Gomes amp Borba 2000)

O mercado de produtos elaborados e de valor agregado obedece a outras regras

Mesmo que os agricultores busquem a maximizaccedilatildeo da produtividade natildeo se enfrentam

diretamente A produccedilatildeo ocorre em zonas geograacuteficas bem definidas e permite valorizar

o ldquosavoir-fairerdquo ou ldquoknow-howrdquo (em outras palavras natildeo necessariamente mas o

conhecimento ldquotradicionalrdquo) contribuindo para uma verdadeira economia local Esta eacute a

9

agricultura que ao mesmo tempo produz gera e preserva empregos Para caminhar ateacute

ela eacute necessaacuteria uma ampla alianccedila entre agricultores consumidores e movimentos

sociais para frear esta forma de ditadura dos mercados fonte do poder das

transnacionais agro-alimentares e quiacutemicas (Dufour 1999)

Por outra parte o mercado natildeo eacute linear e abstrato como querem fazer crer A

produccedilatildeo e o consumo sempre estaratildeo localizados e seratildeo realizados por produtores e

consumidores concretos isto permite falar em convenccedilatildeo ou negociaccedilotildees onde a

qualidade seja considerada na originalidade no bem comum ou na confianccedila entre pares

e colada aos produtos ainda mais quando se trata de alimentos Isto soacute seraacute possiacutevel

no local (sem ignorar o global) e levando em conta indicaccedilotildees como denominaccedilatildeo

ou indicaccedilatildeo de origem de processo ou de qualidade etc relacionados agraves

especificidades dos produtos o que tambeacutem deve ser objeto de negociaccedilatildeo para cada

lugar (eacute preciso lembrar que a participaccedilatildeo e as relaccedilotildees interpessoais satildeo determinantes

ao longo do processo) A produccedilatildeo social da qualidade eacute vista como estrateacutegia que

adquire sentido se considerada para o espaccedilo da Agricultura Familiar onde ainda eacute

possiacutevel estabelecer laccedilos de solidariedade entre produtores e consumidores (Gomes amp

Borba 2000)

De acordo com DrsquoAgostini amp Fantini (2002) tanto ou mais do que compreender a

dinacircmica de processos dos quais resultam produtos interessantes eacute compreender e

humanizar a dinacircmica de interesses sobre esses processos e produtos Os mesmos

autores dizem ainda que natildeo seria a solidariedade humana (a virtude pressuposta) que

emerge em especial na produccedilatildeo agroecoloacutegica mas sim a emergecircncia da rica

propriedade humana a generosidade que permite praticaacute-la em qualquer relaccedilatildeo entre

os homens

22 A cultura da cebola (Alliunt cepa L) e sua importacircncia

A cultura da cebola foi introduzida pelos accedilorianos no Brasil no seacuteculo XVIII nos

municiacutepio de Mostardas Rio Grande e Satildeo Joseacute do Norte no Estado do Rio Grande do

Sul (Garcia 1990) sendo a terceira hortaliccedila de maior importacircncia econocircmica para o

paiacutes (ICEPA 2003) Nas regiotildees Sul e Sudeste a cebolicultura constitui-se em atividade

socioeconocircmica de significativa relevacircncia para os Estados de Satildeo Paulo Santa

10

Catarina e Rio Grande do Sul nos quais se concentram mais de 76 da produccedilatildeo

nacional (Debarba et a i 1998)

A mais importante regiatildeo produtora do Rio Grande do Sul estaacute situada no litoral

Sul englobando os municiacutepios de Rio Grande Tavares Satildeo Joseacute do Norte e Mostardas

(Garcia 1997) e segundo ICEPASC (2003) esses quatro municiacutepios respondem por

cerca de 70 da produccedilatildeo de cebola do RS

Timm (2000) cita que cerca de 16000 famiacutelias rurais no Rio Grande do Sul tem

na cultura da cebola o seu principal meio de subsistecircncia No Municiacutepio de Satildeo Joseacute do

Norte a produccedilatildeo de cebola constitui uma atividade econocircmica quase exclusiva onde a

descapitalizaccedilatildeo dos agricultores ocasionou o abandono do meio rural por muitos deles

que acabaram por estabelecerem-se na periferia da zona urbana (Garcia 1997)

Aleacutem da descapitalizaccedilatildeo do produtor ocorrem problemas como a erosatildeo do solo

que segundo Zabaleta (1998) ocorre principalmente devido agrave accedilatildeo dos ventos fortes e

constantes caracteriacutesticos na regiatildeo sul-litoracircnea bem como a topografia plana e os

solos muito arenosos com lenccediloacuteis freaacuteticos superficiais contribuem para o

empobrecimento dos solos da regiatildeo principalmente ao se comparar com outras aacutereas

onde a cebola participa de sistemas produtivos juntamente com a produccedilatildeo leiteira o

arroz e hortaliccedilas diversas (Timm 2000)

221 Caracteriacutesticas agronocircmicas da cebola

A cebola eacute uma aliaacuteceae a planta eacute tenra atinge 60 cm de altura e apresenta folhas

tubulares e cerosas O caule verdadeiro eacute um disco comprimido na base da planta de

onde partem as folhas e raiacutezes que satildeo fasciculadas pouco ramificadas explorando um

volume de solo equivalente a um cilindro com 60 cm de altura e 25 cm de diacircmetro

(Filgueira 2000)

Cada planta apresenta 20 a 200 raiacutezes normalmente espessas (05 a 1 mm de

diacircmetro) e com pouca ramificaccedilatildeo e poucos pecirclos absorventes O crescimento eacute

vertical estendendo-se de 40 a 80 cm de profundidade Poucas raiacutezes ocupam mais de

15 cm do raio em tomo do bulbo Estas caracteriacutesticas tecircm implicaccedilotildees peculiares

quanto acirc localizaccedilatildeo e ao suprimento de nutrientes (Quanto menor o diacircmetro e maior a

ocorrecircncia de pecirclos absorventes maior seraacute a superfiacutecie de raiacutezes e consequumlentemente a

absorccedilatildeo de nutrientes (Magalhatildees 1993)

11

A fase vegetativa do ciclo da planta termina com o amadurecimento do bulbo

todavia trata-se de uma planta bienal considerando acirceu ciclo vital completo isto eacute da

semeadura ateacute a produccedilatildeo de novas sementes Apoacutes um periacuteodo invemal sob baixas

temperaturas haacute emissatildeo de um pendatildeo floral que pode alcanccedilar 150 cm de altura

terminando por uma inflorescecircncia tipo umbela simples inicialmente recoberta por

uma peliacutecula formada por centenas de pequenas flores (Filgueira 2000)

Segundo Clivela (1995) os fatores climaacuteticos de modo geral natildeo satildeo limitantes

para a produccedilatildeo de bulbos de cebola no Rio Grande do Sul Filgueira (2000) enfatiza

que no Brasil eacute uma das raras culturas oleraacuteceas nas quais o fotoperiacuteodo pode tornar-se

o fator limitante ocorrendo frustraccedilotildees da colheita caso as exigecircncias da planta natildeo

sejam satisfeitas

222 A produccedilatildeo de mudas de hortaliccedilas

As mais importantes modificaccedilotildees no sistema de produccedilatildeo nos uacuteltimos anos tecircm

sido feitas na produccedilatildeo de mudas Hoje eacute uma realidade os produtores se

especializarem em produzir mudas principalmente no Estado de Satildeo Paulo Para tanto

se busca atraveacutes da pesquisa as melhores fontes e combinaccedilotildees de substratos associados

ao sistema de produccedilatildeo conveniente para cada espeacutecie a fim de se obter melhorias na

propriedade no solo e na Olericultura (Giorgetti 1991)

O sistema agroecoloacutegico torna-se importante uma vez que a base da Horticultura

moderna eacute a produccedilatildeo de mudas de alta qualidade (Minami1995) a produccedilatildeo de mudas

de hortaliccedilas tem sido citada como a etapa mais importante do sistema produtivo (Silva

Junior et al 1995) Segundo Filgueira (2000) nesta fase natildeo se pode cometer erros

pois posteriormente seraacute mais difiacutecil de corrigi-los visto que para o cultivo da cebola a

muda refletiraacute na qualidade do bulbo

As mudas de hortaliccedilas podem ser consideradas tolerantes e natildeo tolerantes ao

transplante e dependem principalmente das condiccedilotildees ambientais necessitando de

cuidados No caso da cebola como satildeo produzidas com raiz nua os cuidados devem ser

maiores pois dependendo do estado em que se encontram mais ou menos susceptiacuteveis

aos estresses quando em contato com o campo podem resultar em desastre (Minami

1999)

A quantidade de nutrientes extraiacuteda pelas hortaliccedilas durante a fase de muda varia

em funccedilatildeo da espeacutecie da variedade ou da cultivar e do prazo necessaacuterio para a formaccedilatildeo

13

O composto humificado ou curado eacute rico em nutrientes que passaram parcialmente

da forma orgacircnica para a forma mineral assimilaacutevel pelas raiacutezes e com maior teor

coloidal que atua como fertilizante e eacute responsaacutevel pela capacidade melhoradora do

solo (Barreto 1985)

Uma das principais alternativas em termos de adubaccedilatildeo orgacircnica eacute o

vermicomposto Ele eacute um adubo orgacircnico estaacutevel rico em nutrientes inodoro de

coloraccedilatildeo escura obtido a partir da atividade das minhocas que potencializam a mateacuteria

prima utilizada no processo (principalmente esterco de bovino) proporcionando

diversos benefiacutecios para as plantas (Timm 2000)

231 Efeitos da adubaccedilatildeo orgacircnica no solo

O solo funciona como um organismo vivo em 1 grama de solo saudaacutevel vive uma

comunidade bioloacutegica de aproximadamente 1 0 0 0 0 espeacutecies diferentes como minhocas

larvas besouros colecircmbolos aacutecaros algas bacteacuterias e fungos Estes organismos

necessitam de alimentos para viver principalmente carbono e nitrogecircnio que estatildeo

presentes na palhada das culturas e no esterco de animais Em funccedilatildeo disso eacute

importante que o solo tenha um determinado teor de mateacuteria orgacircnica para fornecer os

alimentos e energia que os microacutebios precisam para viver (Paulus et al 2001)

O homem atraveacutes dos diferentes sistemas de preparo do solo e cultivos contiacutenuos

ou natildeo altera o comportamento do mesmo em relaccedilatildeo agraves reaccedilotildees quiacutemicas

propriedades fiacutesicas como capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua lixiviaccedilatildeo de nutrientes

erosatildeo e como consequumlecircncia afeta a qualidade de organismos presentes no solo (Brady

1999) reduzindo paulatinamente o teor de mateacuteria orgacircnica (Primavesi1982)

Nos uacuteltimos anos tem-se observado em diferentes paiacuteses a ampliaccedilatildeo do uso de

adubos orgacircnicos Alguns apresentam oacutetimos resultados enquanto outros se mostram

tecnicamente inadequados Os principais adubos orgacircnicos encontrados no mercado satildeo

fertilizantes orgacircnicos de origem animal compostos de lixo urbanos compostos de

produtos industriais e huacutemus de minhoca Nestes fertilizantes estatildeo presentes a maioria

dos macronutrientes (nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre) e

micronutrientes (zinco cobre boro ferro cobalto)essenciais para as plantas e nem

sempre encontrados em muitos fertilizantes minerais bem como uma gama de

microorganismos que vatildeo beneficiar a fauna e a flora do solo (Brady 1979 Kiehl

1985 Costa 1985 Garcia 1997)

14

Os adubos orgacircnicos satildeo amplamente empregados nos sistemas de produccedilatildeo de

alface como condicionadores do ambiente quiacutemico e fiacutesico da rizosfera e

consequumlentemente na resposta bioloacutegica das plantas (Rodrigues amp Casali 1998)

Considerando as necessidades hortiacutecolas de maior competitividade e o fato de natildeo

ser subsidiada o crescimento populacional e a industrializaccedilatildeo representam fatores

determinantes na geraccedilatildeo diaacuteria de enormes volumes de resiacuteduos podendo ser utilizados

pelos produtores com um maior retomo econocircmico possiacutevel Ao mesmo tempo a

questatildeo ambiental assume cada vez mais destaque na sociedade moderna repercutindo

em poliacuteticas governamentais bem como no setor produtivo do paiacutes e do mundo

fazendo com que a relaccedilatildeo do homem com a natureza seja repensada (Morselli 2001)

232 Efeitos da adubaccedilatildeo orgacircnica nas culturas

Segundo Paulus et al (2001) a mateacuteria orgacircnica tambeacutem eacute fonte de nutrientes

especialmente nitrogecircnio foacutesforo enxofre e micronutrientes aleacutem disso tem

capacidade de ldquoprenderrdquo micronutrientes e alguns elementos toacutexicos para as plantas

como o alumiacutenio Por exemplo os micronutrientes depois de presos satildeo liberados

lentamente no solo onde satildeo gradativamente aproveitados pelas plantas

O uso dos fertilizantes minerais elevam o custo de produccedilatildeo pois satildeo necessaacuterias

altas doses para o fornecimento dos teores de nutrientes demandados Por isso eacute

importante a geraccedilatildeo de tecnologias que poupem o consumo de fertilizantes minerais

desejaacutevel com vista agrave diminuiccedilatildeo do custo de produccedilatildeo (Rodrigues 1984) A produccedilatildeo

de hortaliccedilas sob a orientaccedilatildeo agroecoloacutegica leva em consideraccedilatildeo natildeo apenas os custos

de produccedilatildeo como tambeacutem a dependecircncia dos insumos principalmente quando se

considera a ldquoteoria da trofobioserdquo pelos efeitos maleacuteficos que os nutrientes prontamente

assimilaacuteveis podem causar as plantas (Chaboussou 1987)

Para Compagnoni amp Putzolu (1985) o vermicomposto eacute um autecircntico fertilizante

bioloacutegico que atua como corretivo do solo determinando caracteriacutesticas importantes

para a microflora pelos aacutecidos huacutemicos e as substacircncias fitoestimulantes Os autores

consideram ainda que as dejeccedilotildees das oligoquetas proporcionam a formaccedilatildeo de huacutemus

permitindo melhorar o solo razatildeo pela qual satildeo destinados agrave horticultura com oacutetimas

vantagens fiacutesicas e microbioloacutegicas enriquecendo a camada araacutevel

Em experimentos desenvolvidos durante cinco anos para avaliar o efeito da

aplicaccedilatildeo de compostos eou adubos nas culturas de alface manjericatildeo espinafre e

15

pepino Valenzuela amp Crosby (1998) compararam as produccedilotildees obtidas com composto

e a fertilizaccedilatildeo padratildeo e concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo do composto em 20 Mg ha 1 mais

N-quiacutemico foi o melhor tratamento em todas as culturas estudadas

233 Plantas de cobertura do solo

As plantas mais usadas para adubaccedilatildeo de cobertura do solo satildeo as leguminosas

pois estas tecircm a capacidade de fixar o nitrogecircnio atmosfeacuterico e disponibiliza-lo agrave

cultura Primavesi (1992) cita que utilizando-se mucuna ervilhaca feijatildeo-de-porco

feijatildeo-miuacutedo crotalaacuteria e outras natildeo haacute necessidade de utilizar tanto nitrogecircnio em

cobertura embora natildeo se dispense uma calagem mais frequumlente pois ocorre um pouco

de acidificaccedilatildeo no solo como com qualquer adubaccedilatildeo nitrogenada Segundo a mesma

autora algumas leguminosas tecircm a capacidade de mobilizar o foacutesforo como o caupi

(feijatildeo-miuacutedo) outras mobilizam o caacutelcio como tremoccedilo

Para Brady (1999) a adubaccedilatildeo verde traz grandes benefiacutecios como suprimento de

mateacuteria orgacircnica sendo consideraacutevel a quantidade de resiacuteduos orgacircnicos devolvidos ao

solo adiccedilatildeo de nitrogecircnio nutrientes e conservaccedilatildeo do solo

Calegari (1998) comenta que quanto aos aspectos fiacutesicos os resiacuteduos tendem a

contribuir para uma melhoria da estrutura do solo percebida pelo aumento da

estabilidade dos agregados em aacutegua aumento da capacidade de retenccedilatildeo hiacutedrica

elevaccedilatildeo dos iacutendices de infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo aumento da porosidade melhor

aeraccedilatildeo e diminuiccedilatildeo da densidade do solo

De acordo com Timm (2000) o papuatilde eacute uma excelente alternativa como cobertura

de solo para o cultivo miacutenimo da cebola pois na eacutepoca do transplante das mudas seu

ciclo vegetativo estaacute completo natildeo necessitando o dessecamento outra vantagem eacute que

o papuatilde apresenta bom controle com relaccedilatildeo agraves plantas invasoras da cebola reduzindo

ao longo dos anos o nuacutemero de capinas e a aplicaccedilatildeo de herbicidas

234 Adubaccedilatildeo foliar

Segundo Malavolta (1981) a utilizaccedilatildeo da adubaccedilatildeo foliar eacute complemento da

adubaccedilatildeo de solo natildeo substituto da mesma no que diz respeito ao fornecimento de

nitrogecircnio foacutesforo e potaacutessio para as culturas Da mesma maneira que as raiacutezes podem

perder para o solo parte dos elementos absorvidos as folhas tambeacutem o fazem pela accedilatildeo

16

de fatores internos (desordem fisioloacutegica estado nutricional etc) e externos (chuvas

orvalho nutriccedilatildeo do sistema radicular luz temperatura etc)

Para Chaboussou (1987) as plantas adquirem o maacuteximo de resistecircncia bioloacutegica

atraveacutes da nutriccedilatildeo (trofos) equilibrada Obviamente para que isto ocorra eacute necessaacuterio

que o solo esteja em equiliacutebrio dinacircmico o ambiente seja o mais estaacutevel e as plantas

selecionadas ou melhor adaptadas para poderem suportar as alteraccedilotildees extemporacircneas

ocasionadas pelos fenocircmenos meteoroloacutegicos e nas fases fonoloacutegicas criacuteticas do

crescimento e desenvolvimento (Pinheiro amp Barreto 2000)

O lixiviado das folhas enriquece as camadas superiores do solo e tende a

contrabalanccedilar as perdas de zonas mais profundas e mais distantes acumulando-os nas

suas proximidades tambeacutem influencia o nuacutemero e o comportamento dos

microrganismos que por sua vez alteram o processo de gecircnese do solo sua textura e

fertilidade A lixiviaccedilatildeo assim se toma importante no desenvolvimento da sucessatildeo

ecoloacutegica devido agrave ciclagem de elementos (Malavolta 1980)

Conforme Camargo (1975) a utilizaccedilatildeo de adubos foliares substitui parcialmente

a adubaccedilatildeo radicular em 20 a 25 podendo ser utilizada em varias pulverizaccedilotildees

24 Vermicompostagem

E o processo que consiste em se submeter diferentes resiacuteduos orgacircnicos de

origem animal eou vegetal aos processos fermentativos e humificaccedilatildeo adicionando

minhocas do gecircnero Eiseina espeacutecie foetida ao material procurando obter um produto

curado em aproximadamente 45 - 60 dias (Compagnoni amp Putzolu 1985)

A vermicompostagem firmou-se no Brasil como atividade rentaacutevel produzindo

adubo de alta qualidade na deacutecada de 90 Na agricultura brasileira contudo haacute

preferecircncia pelos adubos quiacutemicos em funccedilatildeo de sua aquisiccedilatildeo financiada menor custo

e retomo imediato embora o impacto de seu uso contiacutenuo sobre o solo e os

microorganismos que nele vivem seja negativo (Tagliari amp Grassmann 1995)

Segundo Morselli (2002) a vermicompostagem difere da compostagem

convencional dentre outros pocircr formar substacircncias huacutemicas mais rapidamente ao sofrer

passagem pelo trato digestivo das minhocas A alirdentaccedilatildeo destas satildeo basicamente os

estercos e a disponibilidade desta mateacuteria prima bem como de ambiente protegido para

proceder a compostagem correta deste material satildeo indispensaacuteveis

17

Segundo Kiehl (1985) e Martinez (1990) o vermicomposto apresenta as seguintes

vantagens em relaccedilatildeo a compostagem permite a formaccedilatildeo de um produto curado em

menor espaccedilo de tempo promove a formaccedilatildeo de um material com maior

disponibilidade de nutrientes facilita o peneiramento natildeo havendo a necessidade de

revolvimento do material oferece vaacuterias fontes de renda pois aleacutem do huacutemus fornece

minhocas e raccedilatildeo e quando aplicado ao solo tende a melhorar as propriedades fiacutesicas

quiacutemicas e bioloacutegicas

241 Resiacuteduos utilizados na vermicompostagem

2411 Resiacuteduos de origem animal

Segundo Bureacutes (1997) o esterco eacute uma mistura de fezes urina e camas que

podem estar constituiacutedas de palhas folhas secas serragem turfa casca de arroz e ateacute

terra Esse apresenta pH neutro e densidade que varia de 030 a 090 Kg dm3 segundo

seu estado de decomposiccedilatildeo Eacute influenciado por vaacuterios fatores como espeacutecie animal

raccedila idade alimentaccedilatildeo material utilizado como cama e tratamento da mateacuteria-prima

esterco (Kiehl 1985) Dentre os fatores apontados um dos mais importantes eacute a

alimentaccedilatildeo do animal quanto mais rica a alimentaccedilatildeo mais rica seraacute as dejeccedilotildees

(Gnoatto 1999) O volume de bacteacuterias vivas ou mortas encontradas no esterco

representam 20 a 30 do total delas se originam grande parte do nitrogecircnio sob a

forma de proteiacutena (Morselli 2002)

A origem do material utilizado para a produccedilatildeo de vermicomposto eacute fundamental

pois soacute uma mateacuteria-prima de qualidade resultaraacute em um produto final de boa qualidade

Dentre os estercos o de aves eacute empregado empiricamente na adubaccedilatildeo de culturas

permanente ou natildeo com excelentes resultados apesar de sua simples composiccedilatildeo

meacutedia 2 de nitrogecircnio 2 de foacutesforo como P2 0 5 e 1 de K2 0 Poreacutem haacute uma

grande variaccedilatildeo na sua constituiccedilatildeo a qual dependeraacute do manejo animal atraveacutes das

camas finalidade da criaccedilatildeo e natureza das camas (Morselli 2002)

2412 Resiacuteduos de origem vegetal

A mateacuteria orgacircnica pode ser preservada no solo por vaacuterios processos seja pela

simples incorporaccedilatildeo de resiacuteduos de culturas rotaccedilatildeo de culturas adubaccedilatildeo verde ou

18

pela adiccedilatildeo de materiais orgacircnicos capazes de elevar e manter a produtividade do solo

Da decomposiccedilatildeo dos resiacuteduos orgacircnicos adicionados ao solo resulta a liberaccedilatildeo de

grande quantidade de nutrientes principalmente o nitrogecircnio o potaacutessio e o enxofre

Aleacutem disso diversos atributos quiacutemicos e fiacutesicos do solo satildeo alterados pela

decomposiccedilatildeo desses resiacuteduos destacando-se o aumento da capacidade de troca de

caacutetions o aumento da retenccedilatildeo de aacutegua a melhoria da estabilidade dos agregados e da

aeraccedilatildeo (Fraser1963 Malavolta 1981 Mello et al 1983 Bonilla 1992)

Segundo Purcino (1981) quando a relaccedilatildeo CN eacute menor que 30 como no caso do

esterco de curral ou da palha de leguminosas a disponibilidade de nitrogecircnio eacute

imediata mas acima deste valor ocorre imobilizaccedilatildeo crescente deste nutriente Por esse

motivo estes materiais devem ser submetidos a uma degradaccedilatildeo bioloacutegica antes de

serem adicionados ao solo

25 Biofertilizantes

No Brasil ocorrem problemas crescentes com materiais derivados de sistemas

intensivos de criaccedilatildeo animal que acumulam resiacuteduo^ orgacircnicos com graves problemas

de contaminaccedilatildeo de cursos de aacutegua que na maioria das vezes se acumulam em um

uacutenico lugar e natildeo satildeo reciclados (Viglizzo 1995)

Visando amenizar tais situaccedilotildees os meacutetodos alternativos de adubaccedilatildeo controle de

doenccedilas pragas e plantas indesejaacuteveis tecircm sido muito estudado Dentro dessa linha de

pesquisa destaca-se o uso de mateacuteria orgacircnica atraveacutes tanto de sua incorporaccedilatildeo ao

solo como de sua transformaccedilatildeo para uso posterior na forma de biofertilizantes

(Khatounian 1997 Bettiol et al 1997)

Na complexa e elevada comunidade microbiana dos biofertilizantes encontram-se

bacteacuterias fungos leveduriformes filamentosos e actinomicetos (Bettiol apud Penteado

1999)

O agregado de macro e micronutrientes periodicamente ativa e enriquece a

fermentaccedilatildeo O uso de farinha de rocha tem sido vantajoso por ter baixo custo

comparado com os sais concentrados e purificados aleacutem de trazer alguns elementos

traccedilos de vital importacircncia para os microrganismos do solo como por exemplo o Gaacutelio

o Iodo e o Vanaacutedio (M1BASA 199-) O agregado de farinha de rocha ou sais

purificados ao fermentado faz com que estes nutrientes passem a fazer parte dos

microrganismos ou dos produtos orgacircnicos liberados durante a fermentaccedilatildeo sendo que

19

o ataque dos microrganismos atraveacutes de suas enzimas consegue liberar os elementos natildeo

atacados pelos aacutecidos industriais (Pinheiro amp Barreto 2000)

Os biofertilizantes tecircm sido empregados na agricultura ecoloacutegica como adubo

foliar para aumentar a resistecircncia contra pragas e doenccedilas Aleacutem disso o processo de

produccedilatildeo eacute bastante simples e por isso eacute viaacutevel sua produccedilatildeo na propriedade desde que

tenha esterco disponiacutevel (Penteado 1999)

Bettiol et al (1997) verificaram a presenccedila de diferentes espeacutecies de fungos

fiacutelamentosos e leveduriformes e bacteacuterias entre elas Bacillus spp na comunidade

microbiana do biofertilizante produzido segundo meacutetodo adotado pelo Centro de

Agricultura Ecoloacutegica Ipecirc Os autores verificaram ainda uma reduccedilatildeo da comunidade

microbiana ao longo da digestatildeo reduccedilatildeo essa mais acentuada logo apoacutes o acreacutescimo

dos sais contendo micronutrientes A accedilatildeo dos sais pode ser tanto por aumento na

pressatildeo osmoacutetica quanto pelo efeito direto sobre os microrganismos Para o controle de

doenccedilas de plantas satildeo importantes a presenccedila dos metaboacutelitos produzidos pelos

organismos presentes no biofertilizante e os proacuteprios microrganismos vivos

Os microrganismos transformam o material orgacircnico (esterco soro de leite caldo

de frutas palhas restos industriais etc) e cinzas produzindo vitaminas aacutecidos e sais

complexos importantes para regular e tonificar o metabolismo das plantas impedindo o

desenvolvimento de pragas e doenccedilas (Pinheiro amp Barreto 2000)

Em estudos feitos com o biofertilizante liacutequido de bovinos foi observado a

presenccedila de inuacutemeros microorganismos como bacteacuterias leveduras e bacilos

principalmente do Bacillus subtilis Estes microorganismos sintetizam substacircncias

antibioacuteticas as quais demonstram ter grande accedilatildeo e eficiecircncia como substacircncias

fungiostaacuteticas e bacteriostaacuteticas de fitopatoacutegenos causadores de danos em lavouras

comerciais (Penteado 1999)

Aldrighi et al (2002) realizaram trabalho na UFPel relacionado agrave nutriccedilatildeo de

mudas de tomate (Floradade) produzidas no sistema ldquofloatingrdquo Utilizaram-se doses de

0 2 5 e 10 para o biofertilizante Super Magro e 0 e 1 para a urina de vaca

Concluiacuteram que estes natildeo interferem na produccedilatildeo das mudas e que provavelmente foi

influenciado pelo substrato utilizado (vermicomposto 75 e casca de arroz carbonizada

25) bem como o sistema de produccedilatildeo (floating)

Paglia et al (2002) citam que eacute possiacutevel produzir mudas de tomate (cultivar

Floradede) utilizando urina de vaca e biofertilizante Super Magro na aacutegua em sistema

ldquofloatingrdquo em trabalho realizado na UFPel O uso da urina de vaca a 1 e 5 e

20

biofertilizante Super Magro a 6 proporcionam uma elevaccedilatildeo do foacutesforo bem como o

Super Magro a 6 eleva os teores de Mg e Ca na aacutegua

251 Urina de vaca

As urinas de vaca contecircm nutrientes favoraacuteveis ao bom desenvolvimento das

plantas como potaacutessio soacutedio nitrogecircnio enxofre magneacutesio caacutelcio foacutesforo e traccedilos de

outros elementos Nas plantas funciona como um fertilizante natural tomando-as mais

resistentes ao ataque das pragas e doenccedilas Satildeo encontradas tambeacutem na urina outras

substacircncias como fenoacuteis e principalmente o catecol que esta associado agrave recuperaccedilatildeo

de plantas atacadas por fitopatoacutegenos por ser um produto anti-seacuteptico (Penteado 1999)

Para seu emprego a urina receacutem coletada deve ser armazenada sob condiccedilotildees

ambientais por trecircs dias para que se forme amocircnio importante produto a ser absorvido

pelas plantas Recomenda-se ainda que o armazenamento deva ser feito em recipiente

fechado para que natildeo ocorram perdas de nitrogecircnio Desta forma poderaacute permanecer

por ateacute um ano sem comprometer sua eficiecircncia

Em hortaliccedilas o uso da urina de vaca eacute recomendado em pulverizaccedilotildees foliares

semanais na concentraccedilatildeo de 05 para tomateiro pimentatildeo pepino feijatildeo vagem e

couve ou quinzenais a 1 para as culturas do quiabeiro jiloeiro e berinjela Para

fruteiras em geral a primeira aplicaccedilatildeo deve ser na concentraccedilatildeo aproximada de 5

realizada diretamente no solo e mensalmente devem ser realizadas pulverizaccedilotildees

foliares a 1 para plantas jovens e a 5 para plantas adultas (Penteado 1999)

Na aplicaccedilatildeo foliar deve-se ter cuidado com folhas e brotos novos e considerar que

o uso contiacutenuo pode ser toacutexico podendo afetar o solo causando a sua acidificaccedilatildeo

(Penteado 1999)

Na Estaccedilatildeo Experimental da PESAGRO no municiacutepio de Macaeacute Rio de Janeiro

estaacute se utilizando a urina de vaca leiteira Os pesquisadores descobriram que a urina de

vaca em lactaccedilatildeo produzia o efeito de recuperar plantas de abacaxi atacadas por uma

doenccedila conhecida como ldquofusairioserdquo Essa doenccedila quando ataca o abacaxi causa

perdas de ateacute 70 da safra Todos os agrotoacutexicos testados natildeo conseguiram controlar a

doenccedila Isto eacute um exemplo para que a universidade tenha uma nova percepccedilatildeo (Capra

1996) adotando medidas efetivas que contribuam na transiccedilatildeo agroecoloacutegica Com o

uso da urina de vaca leiteira numa lavoura de abacaxi atacada pela fusariose observou-

se agrave recuperaccedilatildeo do stand e os frutos produzidos apresentaram excelente padratildeo

21

comercial Descobriu-se que aleacutem funcionar como adubo e defensivo natural a urina de

vaca leiteira tambeacutem favorece a floraccedilatildeo de muitas plantas e pode ser usada no

tratamento de frutos e tubeacuterculos depois da colheita

A urina de vaca em lactaccedilatildeo tambeacutem estaacute sendo usada nas lavouras de cafeacute em

plantaccedilotildees de maracujaacute coco alface e outras hortaliccedilas Na regiatildeo centro-sul do Paranaacute

os agricultores estatildeo aplicando a urina de vaca leiteira nas lavouras de feijatildeo soja

batata cebola e milho (Penteado 1999)

252 Alhol

A maioria dos defensivos alternativos tais como calda bordalesa sulfocaacutelcica

aacutegua de cinza e cal biofertilizante enriquecido extrato de fumo entre outros precisa

ser misturada com um espalhante adesivo para quebrar a tensatildeo superficial da gota e

propiciar um melhor molhamento das folhas e demais partes pulverizadas assegurando

uma absorccedilatildeo mais efetiva e uma melhor accedilatildeo sobre as pragas e doenccedilas Quando as

gotas permanecem inteiras sobre a superfiacutecie folhar devido agrave falta de espalhante

adesivo pode-se danificar os tecidos vegetais pelc efeito-lente quando o sol incide

sobre elas Aleacutem disso a gota por natildeo se espalhar sobre toda superfiacutecie folhar

concentra nela e consequumlentemente sobre o tecido que estaacute em contato com ela uma

quantidade maior do produto aplicado Essa maior concentraccedilatildeo pode prejudicar a

absorccedilatildeo e lesionar os tecidos principalmente apoacutes a evaporaccedilatildeo da aacutegua contida na

gota por resultar em uma maior concentraccedilatildeo de sais no local especialmente quando se

aplicam por exemplo calda sulfocaacutelcica bordalesa biofertilizante enriquecido com

macro e micronutrientes (Claro 2001)

O alhol eacute um espalhante adesivo ecoloacutegico que tambeacutem auxilia no controle de

pragas E elaborado com aacutegua alho oacuteleo vegetal e sabatildeo neutro a partir da sabedoria

popular que menciona o alho como repelente de insetos Juacutenior Abreu amp Maiorano

(199-) indicam formulaccedilotildees contendo alho para o controle de pragas como nematoacuteides

(Meloidogyne incoacutegnita e M javanica) mosca do chifre lagarta na maccedilatilde pulgotildees

besouro da batata trips e para controle de doenccedilas fuacutengicas e bacterianas como miacuteldio

ferrugem fusariose helminthosporiose murchadeira (Pseudonamos solacearum)

bruzone do arroz (Pyricularia orysae) podridatildeo negra do repolho e couve-flor

(Xanthomonas campestris) Aleacutem disso o alho pelo seu bom teor em oacuteleo pode agir

tambeacutem como espalhante adesivo O sabatildeo tambeacutem eacute indicado como espalhante adesivo

22

e possui accedilatildeo contra certas pragas (pulgotildees) sendo que o oacuteleo vegetal eacute indicado no

controle de cochonilhas e usado como espalhante adesivo (Claro 2001)

253 Calda Bordalesa

A calda bordalesa eacute um tradicional defensivo agriacutecola que pode ser preparado na

propriedade com a mistura de sulfato de cobre cal virgem e aacutegua As concentraccedilotildees de

sulfato de cobre e cal satildeo distintas dependendo do objetivo do seu emprego

Geralmente diferem de acordo com o tipo de planta ou espeacutecie vegetal as condiccedilotildees

climaacuteticas o grau de infestaccedilatildeo da doenccedila e a fase de crescimento da planta Eacute indicada

para o controle de miacuteldio alternaacuteria botrytis e antracnose (Penteado 1999)

A calda bordalesa caracteriza-se pela sua importante accedilatildeo no controle de diversas

doenccedilas fungicas nas mais diversas espeacutecies de culturas Possui tambeacutem uma relativa

accedilatildeo bactericida e em alguns casos age como repelente de insetos Da mistura do

sulfato de cobre com a cal resulta uma soluccedilatildeo rica em macronutrientes e

micronutrientes Provavelmente os expressivos resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo da

calda bordalesa devam-se natildeo somente a sua accedilatildeo fuacutengica e bactericida mas sobretudo

agrave influecircncia positiva que exerce no metabolismo das plantas ativando o processo

enzimaacutetico e estimulando a proteossiacutentese aumentando a resistecircncia das plantas (Claro

2 0 0 1 ) caracteriacutestica fundamental na agricultura sustentaacutevel

254 Biofertilizante Super Magro

A calda Super Magro eacute produto da fermentaccedilatildeo de estercos animais enriquecidos

por micronutrientes e outros produtos de origem animal obtendo-se uma calda

biofertilizante para aplicaccedilatildeo foliar nas plantas (Penteado 1999) jaacute foram observados

bons resultados principalmente nas culturas de uva maccedila pecircssego tomate batata e

hortaliccedilas em geral

E indicado como fonte suplementar de micronutrientes para as plantas inibidor

de fungos e bacteacuterias causadores de doenccedilas e para aumentar a resistecircncia contra insetos

e aacutecaros (Penteado 1999) i

Muller (1999) avaliou a influecircncia do biofertilizante Super Magro sobre as

culturas de tomate (Lycopersicon esculentum Mill) ervilha (Pisum sativum L) e

beterraba (Beta vulgaris L) O autor obteve cultivos com baixa severidade de doenccedilas e

23

insetos fitoacutefagos possivelmente por causa do manejo orgacircnico de produccedilatildeo Os

resultados das pulverizaccedilotildees das soluccedilotildees foliares variaram conforme a cultura e o

clima

255 Biofertilizante MB4

A utilizaccedilatildeo das farinhas de rochas eacute uma das teacutecnicas mais modernas usadas nos

uacuteltimos anos na agricultura O elevado nuacutemero de nutrientes contidos no MB4 como

cobre zinco manganecircs cobalto soacutedio alumiacutenio silicatos de magneacutesio ferro e caacutelcio

acompanhado de foacutesforo potaacutessio e enxofre reagem com a soluccedilatildeo do solo liberando

elementos essenciais ao desenvolvimento da vida microbiana os quais exercem um

papel fundamental atraveacutes de transformaccedilotildees quiacutemicas e do equiliacutebrio bioloacutegico

favorecendo o desenvolvimento sadio das plantas (Pinheiro amp Barreto 2000)

24

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

31 Local de execuccedilatildeo do experimento

O presente trabalho foi conduzido no Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul

(FEPAGROSUL) no municiacutepio de Rio Grande nlt periacuteodo de 15 de maio a 26 de

agosto de 2 0 0 2

O solo eacute classificado como ldquoTuiardquo satildeo muito arenosos As massas aquaacuteticas do

Oceano Atlacircntico e Lagoa dos Patos influenciam ventos temperatura pressatildeo umidade

relativa e demais fatores climaacuteticos A topografia da regiatildeo litoracircnea eacute plana com

lenccediloacuteis freaacuteticos superficiais

32 Anaacutelise estatiacutestica

O experimento foi constituiacutedo em fatorial 3X3 (Quadro 1) com quatro repeticcedilotildees

no delineamento blocos ao acaso As variaacuteveis respostas foram submetidas agrave anaacutelise de

variaccedilatildeo e ao teste de Duncan a 5 de probabilidade para comparaccedilatildeo das meacutedias

utilizando-se o sistema SANEST (Zonta amp Machado 1984)

As anaacutelises estatiacutesticas das variaacuteveis estudadas encontram-se nos Apecircndices C D

Os resultados das respostas agronocircmicas e das determinaccedilotildees dos conteuacutedos dos

macronutrientes bem como os de raiz estatildeo nas tabelas de 1 a 3

25

As diferentes adubaccedilotildees seratildeo representadas durante a discussatildeo da seguinte

forma 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e EC

(60 t ha 1 de esterco de curral) 1 VB+SM+U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais

super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+SM+U+CB (45 t ha 1 de

vermicomposto mais super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa)

EC+SM+U+CB (60 t ha 1 de esterco de curral mais super magro mais urina de vaca

mais calda bordalesa) 1 VB+MB4 +U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais MB4 mais

urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+MB4 +U+CB (45 t ha 1 de vermicomposto

mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa) EC+MB4 +U+CB (60 t ha 1 esterco

de curral mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa)

QUADRO 1 Descriccedilatildeo dos fatores experimentais e respectivos niacuteveis

Niacuteveis Fator 1 ADUBACcedilAtildeO DE BASE

0 1 Vermicomposto (30 t ha1)

0 2 Vermicomposto (45 t ha1)

03 Esterco de curral (60 t ha1)

Niacuteveis Fator 2 BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS

0 1 Super magro (5) + Urina de Vaca + Calda Bordalesa

0 2 MB4 (10) + Urina de vaca + Calda Bordalesa

03 Ausecircncia (testemunha)

33 Tratamentos

Da combinaccedilatildeo entre niacuteveis e fatores foram obtidos 9 tratamentos que estatildeo

descritos no Quadro 2 bem como as doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

26

QUADRO 2 Tratamentos e doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

TRATAMENTOS

Ndeg FATOR I FATOR II

0 1 30 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

0 2 30 t harsquo de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

03 30 t ha de vermicomposto - - -

04 45 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

05 45 t ha de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

06 45 t ha de vermicomposto - - -

07 60 t hade esterco Super Magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

08 60 t hade esterco MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

09 60 t hade esterco - - -

Cada parcela foi constituiacuteda por dois canteiros medindo 1 m de largura x 2 m de

comprimento perfazendo 075 m de aacuterea de aacuterea uacutetil (025 m de bordadura) Foi

utilizando semeadura a lanccedilo com densidade de 24 g canteiro1

O vermicomposto a urina de vaca o esterco de curral o alhol os biofertilizantes e

a calda bordalesa foram de procedecircncia do Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul O

vermicomposto de esterco bovino misturado agraves cascas de frutas foi processado pela

minhoca vermelha califomiana Eisenia foetida)

O biofertilizante Super Magro foi elaborado segundo a metodologia descrita pela

FEPAGROSUL utilizando-se os seguintes componentes 190 litros de aacutegua 22 litros

de leite 55 Kg de accediluacutecar mascavo 30 Kg de esterco fresco de bovinos 2 Kg de

Sulfato de zinco 2 Kg de sulfato de magneacutesio 2 Kg de cloreto de caacutelcio 1 Kg de aacutecido

boacuterico 300 g de sulfato de cobre 300 g de sulfato de ferro 300 g de sulfato de

manganecircs 100 g de molibdato de soacutedio 50 g de sulfato de cobalto 3 Kg de fosfato

natural 3 Kg de cinza e 200 g de farinha de osso

A urina de vaca em lactaccedilatildeo foi coletada pela manhatilde e armazenada em recipiente

fechado por trecircs dias em condiccedilotildees ambientais para que se formasse a amocircnia e natildeo

ocorresse perda de nitrogecircnio

28

Realizaram-se duas capinas manuais durante o experimento e em seguida como

cobertura se colocou casca de arroz Tambeacutem foi aplicado esterco de aves 30 dias antes

da colheita na quantidade de 05 Kg canteiro 1 como adubaccedilatildeo de cobertura

As pulverizaccedilotildees com os produtos iniciaram apoacutes 15 dias da germinaccedilatildeo

Realizou-se sete aplicaccedilotildees sendo que as duas primeiras foram feitas apenas com

Super Magro e MB4 Na terceira e na quarta aplicaccedilatildeo utilizou-se urina de vaca e calda

bordalesa em concentraccedilotildees menores (05 e 025 respectivamente) e na quinta

aplicaccedilatildeo as dosagens de urina de vaca e calda bordalesa foram elevadas para 1 0 e

05 respectivamente ateacute o final do experimento O alhol foi utilizado a partir da

terceira pulverizaccedilatildeo na quantidade de 2 e seguiu ateacute o final no dia 26 de agosto

quando as mudas foram colhidas e posteriormente analisadas as variaacuteveis

35 Observaccedilotildees agronocircmicas

Foram utilizadas 20 mudas de cebola para obtenccedilatildeo das meacutedias das variaacuteveis as

quais foram as seguintes

351 Fitomassa fresca da parte aeacuterea e raiacutezes

Foi realizada atraveacutes de uma balanccedila digital procedendo-se a pesagem de 20

mudas de cebola previamente lavadas e posteriormente secadas durante uma hora sobre

um tecido de algodatildeo agrave temperatura ambiente Processo idecircntico foi adotado com as

raiacutezes

352 Fitomassa seca da parte aeacuterea e raiacutezes

Esta variaacutevel foi obtida a partir da secagem preliminar em estufa de ar forccedilado

durante 48 horas a 65 C ateacute peso constante com posterior pesagem em balanccedila

analiacutetica

353 Altura da muda

A altura de muda foi medida a partir do colo das plantas ateacute sua uacuteltima folha

(ponto de crescimento) com uma reacutegua graduada de 40 cm

29

354 Diacircmetro do colo das plantas

Esta medida foi realizada no ponto de transplante a 2 mm das raiacutezes e utilizando-

se um paquiacutemetro SOMET

355 Sistema radicular

Ao teacutermino do experimento foram retiradas as raiacutezes das mesmas plantas que foram

utilizadas para as determinaccedilotildees realizadas na parte aeacuterea procedendo-se uma amostra

de solo com raiacutezes de 2 0 cm de largura x 2 0 cm de comprimento e 2 0 cm de altura

totalizando 8000 cm3

As raiacutezes apoacutes serem lavadas em aacutegua corrente foram pesadas acondicionadas em

sacos plaacutesticos e congeladas para posteriores anaacutelises pelo meacutetodo de Tennant (1975)

para a determinaccedilatildeo do comprimento e densidade

3551 Comprimento de raiz

Utilizou-se para a determinaccedilatildeo do comprimento de raiz as seguintes foacutermulas

1 = ndeg x 1114 x 1 onde

1 - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 0 0 2 g

ndeg - nuacutemero de intercessotildees das raiacutezes com os lados da quadriacutecula da malha do

aparelho

1114 - constante

1 - medida lateral da quadriacutecula em cm

Tomando-se a fiacutetomassa seca e o comprimento da raiz da cada amostra

relacionou-se com a fiacutetomassa seca e o comprimento total da raiz da planta aplicando-

se a seguinte equaccedilatildeo

L = (FSR x 1) FSPA onde

L - comprimento total da raiz da planta (m)

FSR - fiacutetomassa seca de raiz

FSPA - fiacutetomassa seca da parte aeacuterea

L - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 002g

3552 Densidade de raiz

A densidade foi determinada pela foacutermula

D = L 8000 onde

D - densidade de raiacutezes (m cm3)

30

L - comprimento total de raiacutezes (m)

8 0 0 0 - volume da amostra (cm3)

3553 Razatildeo parte aeacutereasistema radicular

Este paracircmetro foi obtido pela equaccedilatildeo

RPASR = FSPA FSR onde

RPASR - razatildeo parte aeacuterea sistema radicular

FSPA - fitomassa seca da parte aeacuterea

FSR - fitomassa seca do sistema radicular

36 Determinaccedilatildeo de macronutrientes no tecido vegetal

Os macronutrientes nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio foram

determinados no laboratoacuterio de Fertilidade e Anaacutelise de Plantas do Departamento de

Solos da UFPel atraveacutes dos meacutetodos descritos por Tedesco amp Gianello (1996)

31

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 Anaacutelise das variaacuteveis

A anaacutelise da variaccedilatildeo mostrou que houve diferenccedila significativa na interaccedilatildeo entre

os fatores de adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes liacutequidos com exceccedilatildeo da variaacutevel altura

de planta para a qual somente a adubaccedilatildeo de base mostrou-se significativa (Apecircndices

C D e E Tabelas 1C 1D e 1E)

411 Anaacutelise da parte aeacuterea

Na Tabela 1 destacaram-se as adubaccedilotildees EC+SM+U+CB EC+MB4 +U+CB e EC

que diferiram significativamente das demais adubaccedilotildees para as variaacuteveis fiacutetomassa

fresca da parte aeacuterea (FFPA) fiacutetomassa seca da parte aeacuterea (FSPA) altura de planta

(AP) e diacircmetro do colo (DC)

32

TABELA 1 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

30 t ha de vermicomposto 7015 c A45 t halsquo de vermicomposto 7824 b B60 t ha de esterco de curral 12248 a C

30 t ha de vermicomposto 667 c A45 t ha de vermicomposto 752 b A60 t ha de esterco de curral 1150a C

30 t ha de vermicomposto 2975 b A45 t harsquo de vermicomposto 2775 b A60 t ha de esterco de curral 3600 a B

30 t ha de vermicomposto 631 b A45 t ha de vermicomposto 6 2 2 b B60 t ha de esterco de curral 741 a C

-Fitomassa fresca (g)----------------6270 c B 6885 b A8832 b A 6308 c C

15082 a A 13934 a BmdashFitomassa seca (g)----------------

625 c A 655 b A830 b A 607 b B

1345 a A 1262 a B-Altura de planta (cm)----------------

2950 b A 3050 b A2937 b A 2950 b A 3975 a A 3622 a B

-Diacircmetro de colo (mm)---------------592 c B 599 b B 657 b A 609 b B 819a A________ 793a B

Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

O efeito positivo do esterco bovino pode ser atribuiacutedo agraves melhorias nas condiccedilotildees

fiacutesicas do solo por ele proporcionado Segundo Primavesi (1982) e Compagnoni amp

Putzolu (1985) o esterco bovino apresenta propriedades condicionadoras do solo dando

agraves plantas melhores condiccedilotildees de desenvolvimento elevando sobremaneira os

conteuacutedos de fitomassa fresca das plantas que refletiratildeo nas demais respostas

agronocircmicas

Analisando as adubaccedilotildees de base em relaccedilatildeo aos biofertilizantes observa-se que

para os tratamentos 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) - natildeo houve influecircncia dos

biofertilizantes para as variaacuteveis FSPA e AP enquanto destacou-se o SM+U+CB para o

DC e SM+U+CB e ausecircncia da adubaccedilatildeo liacutequida para a FFPA mostrando que o uso

dos biofertilizantes natildeo influenciou esta variaacutevel 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) -

verificou-se a eficiecircncia do uso do MB4 +U+CB para as variaacuteveis FFPA e DC Para a

variaacutevel FSPA destacaram-se os dois biofertilizantes utilizados jaacute para AP natildeo houve

33

influecircncia destes EC (60 t ha 1 de esterco de curral) - em todas as variaacuteveis observadas

na tabela 5 as respostas foram significativas utilizando MB4 +U+CB

As respostas encontradas no presente trabalho para as variaacuteveis AP e FSPA foram

superiores as obtidas por Dalponte (1990) quando utilizado 0 esterco de curral para

produccedilatildeo de mudas de cebola

Segundo Filgueira (2000) os solos da regiatildeo produtora de cebola do RS satildeo

pobres em foacutesforo disponiacutevel (15 mg Kg1) necessitando portanto de adubaccedilotildees

fosfatadas elevadas As respostas aqui obtidas podem ser justificadas pelos teores de

foacutesforo contido no MB4

Follet et al (1981) citam a importacircncia do uso de compostos orgacircnicos no solo

enfatizando os estercos no sentido da decomposiccedilatildeo continuada no fornecimento de

nutrientes e na liberaccedilatildeo lenta e gradual de aacutecidos orgacircnicos influenciando a liberaccedilatildeo

do foacutesforo O que provavelmente pode ser atribuiacutedo agraves respostas encontradas no

presente trabalho para 0 tratamento Esterco de curral mais MB4 e Urina mais Calda

Bordalesa

E importante destacar que 0 sistema de produccedilatildeo de mudas de cebola sob uma

perspectiva agroecoloacutegica mostra-se eficiente quando visualmente natildeo percebe-se

diferenccedila significativa entre os tratamentos (Apecircndice F Figura 2)

Conveacutem ressaltar que quando trabalhamos com agroecologia natildeo existem

receitas nem pacotes tecnoloacutegicos prontos Cada situaccedilatildeo deveraacute ser estudada em

particular para que se faccedila recomendaccedilotildees adequadas ao ambiente local uma vez que

as plantas se adaptam ao meio estando a nutriccedilatildeo encarregada de proteger e manter o

equiliacutebrio do organismo vegetal em funccedilatildeo das alteraccedilotildees externas

E fundamental que se compreenda os princiacutepios norteadores de todo o processo

que satildeo as bases da luta por uma sociedade mais justa dentro de um mundo econocircmico e

ambientalmente mais sustentaacutevel

412 Anaacutelise do sistema radicular

Os resultados obtidos nas anaacutelises do sistema radicular (Tabela 2) mostram

diferenccedilas significativas entre as adubaccedilotildees para as variaacuteveis fitomassa fresca de raiz

(FFR) fitomassa seca de raiz (FSR) comprimento de raiz (CR) razatildeo parte

aeacutereasistema radicular (RPASR) e densidade de raiz (DR)

34

TABELA 2 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade de

raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAO DE BASE

S Magro + MB4 +Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

1540 c A 1576 b B 2427 a A

Fitomassa fresca (g)----------------1502 c B 1517 b AB 1658 b A 1446 c C 2336 a B 2360 a B

--------------------Fitomassa seca (g)-------------------196 b A 207 ab A 170 b A170 b A 199 b A 192 b A 344 a A 249 a B 327 a A

Comprimento de raiz(cm)---------------1237 b A 1158 b A 1158 a A1237 b A 1060 c B 1040 b B1433 a A 1296 a B 1040 b C

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t halsquo 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha de vermicomposto 45 t ha de vermicomposto60 t ha~ de esterco de curral__________________________ _________________________Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

-----Razatildeo Parte AeacutereaSistema Radicular------340 b AB 301c B 384 a A446 a A 415 b A 326 a B339 b B 546 a A 388 a B

-------------- Densidade de raiz (m cm3)------------367 a AB 414 a A 325 b B282 b B 301b B 405 a A347 ab A 231c B 324 b A

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base destacou-se o EC (60 t ha 1 de esterco de curral)

para as variaacuteveis FFR e FSR Quando adicionado o SM+U+CB os resultados para FFR

foram ainda melhores bem como o CR As respostas obtidas para a RPASR foram

variadas em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees apresentando melhores resultados para 15 VB (45 t

ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB e ainda melhor para EC (60 t ha 1 de esterco de

curral)+MB4 +U+CB As adubaccedilotildees de base 1 VB 15 VB e EC natildeo diferiram entre si

As adubaccedilotildees mais eficientes para a variaacutevel DR foram 1 VB+SM+U+CV que natildeo

diferiu da EC+SM+U+CB I VB+ MB4 +U+CB e agrave 15 VB foram melhores entre as

demais

35

Analisando os biofertilizantes em relaccedilatildeo a cada adubaccedilatildeo de base verifica-se que

para a 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB destaca-se a variaacutevel FFR

poreacutem sem diferenccedila significativa de 1 VB os melhpres resultados para a variaacutevel DR

foram encontrados pelo tratamento 1 VB+MB4 +U+CB e 15 VB (45 t ha 1 de

vermicomposto) tambeacutem se considera eficiente o 1 VB+SM+U+CB que natildeo diferiu do

EC (esterco de curral) Quando se utilizou 15 VB+ MB4 +U+CB houve resposta

significativa para a variaacutevel FFR para FSR as respostas natildeo foram diferentes com a

aplicaccedilatildeo dos biofertilizantes para as variaacuteveis FSR e DR as adubaccedilotildees EC e

EC+SM+U+CB natildeo diferiram entre si

Embora as respostas estatiacutesticas tenham sido diferentes para as adubaccedilotildees

combinadas ou natildeo pode-se salientar a importacircncia do aacutecido indol-aceacutetico como jaacute

citado anteriormente para as variaacuteveis avaliadas na parte aeacuterea das mudas de cebola

Respostas semelhantes nesse sentido foram encontradas para a cultura da alface por

Quijano (1999) e Morselli (2001)

Pereira et al (2002) concluiacuteram em trabalho realizado com a cultivar de cebola

CNPF1 6400 em Minas Gerais que a utilizaccedilatildeo de 20 t ha de esterco de curral

proporcionou os melhores resultados para a produccedilatildeo de cebola

Silva Juacutenior amp Giorgi (1992) e Menezes Juacutenior (1998) citam que doses elevadas

de mateacuteria orgacircnica podem prejudicar a primeira fase da germinaccedilatildeo (embebiccedilatildeo) e

absorccedilatildeo de aacutegua pelas raiacutezes das placircntulas No entanto no presente trabalho este fato

natildeo ocorreu embora a dose de esterco utilizada tenha sido de 60 t ha 1 (dose maacutexima

recomendada segundo Nolla 1982)

413 Anaacutelise de macronutrientes no tecido vegetal

Os resultados dos conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio no

tecido vegetal sob diferentes adubaccedilotildees encontrados na Tabela 3 indicam mais uma

vez a superioridade da adubaccedilatildeo esterco com 0 uso ou natildeo de biofertilizantes

36

TABELA 3 Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob

uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS i J B

ADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesamg plantas1

---- Nitrogecircnio-----30 t ha de vermicomposto 16593 c AB 15451 c B 19050 b A45 t ha de vermicomposto 21444 b A 22888 b A 17852 b B60 t ha de esterco de curral 32606 a C 37593 a B 40816 a A

--------------- ------ Foacutesforo------- -------------30 t ha de vermicomposto 3098 c B 2802 c B 3999 b A45 t ha de vermicomposto 4109 b A 4135 b A 2788 c B60 t ha de esterco de curral 5300 a B 7577 a A 7565 a A

------- Potaacutessio------30 t ha de vermicomposto 24327 c A 19900 c B 24965 b A45 t ha de vermicomposto 29113b A 29812 b A 22031 b B60 t ha de esterco de curral 44070 a B 51976 a A 54101 a A

-------- Caacutelcio-------30 t ha de vermicomposto 5027 c A 4356 c A 4834 b A45 t ha de vermicomposto 6114b A 6963 b A 4379 b B60 t ha de esterco de curral 9030 a C 11451 a A 10331 a B

------Magneacutesio-----30 t ha de vermicomposto 1188 b A 914 c A 1202 b A45 t ha de vermicomposto 1231 b B 1582 b A 1176 b B60 t ha de esterco de curral 2136a B 2443 a A 2663 a AMeacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base observa-se que o melhor tratamento foi o

esterco de curral para todas as variaacuteveis Para 1 VB (30 t ha^ 1 de vermicomposto) natildeo

houve resposta diferenciada com o uso de bofertilizantes para todas as variaacuteveis A

adubaccedilatildeo 15 VB (45 t ha 1 de vemicomposto) foi influenciada pelos biofertilizantes

para as variaacuteveis N P K e Ca enquanto que para Mg somente o MB4+U+CB o

influenciou O EC (esterco de curral) mostrou diferenccedila significativa apenas para as

variaacuteveis Ca e Mg quando adicionado MB4+U+CB

Segundo Peixoto (2000) eacute fundamental a adiccedilatildeo de adubos orgacircnico no cultivo de

hortaliccedilas seja na forma de esterco decomposto composto ou huacutemus de minhoca de

37

modo a fornecer melhorias nas propriedades do solo vindo a disponibilizar os nutrientes

as diferentes culturas

O esterco fresco conteacutem muita cama celuloacutesica e um elevado teor de aacutegua No

esterco curtido a celulose jaacute estaacute decomposta o teor de aacutegua estaacute reduzido agrave metade e os

nutrientes em uma forma mais assimilaacutevel e mais concentrada O esterco fresco pode

causar uma deficiecircncia temporaacuteria de nitrogecircnio no solo ao se decompor o que natildeo

acontece com o biestabilizado (Kiehl 1985)Ocorre uma diminuiccedilatildeo inicial no volume

de aacutegua retido no esterco de curral diminui inicialmente em tomo de 3581 liberando

posteriormente somente 496 evidenciando a sua capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua

(Menezes Juacutenior 1998)

A utilizaccedilatildeo continuada de adubos nitrogenados minerais no solo altera o balanccedilo

do nitrogecircnio entre o solo e planta No meacutetodo biodinacircmico eacute sublinhada a importacircncia

dos adubos animais para o estabelecimento da fertilidade permanente dos solos (Koeff

et al 1983)

Para Guimaratildees (1997) os benefiacutecios que a mateacuteria orgacircnica imprime ao solo

principalmente melhorando a produtividade fertilidade e a influencia que as substancias

huacutemicas exercem sobre o ambiente dependem da qualidade e do teor de mateacuteria

orgacircnica do solo Estas substacircncias por conterem nutrientes em sua constituiccedilatildeo em uma

forma mais disponiacutevel para as plantas promovem um equiliacutebrio no ambiente no solo

(Kononova 1966)

Aproximadamente de 60 a 70 do total de carbono do solo ocorre na forma de

materiais huacutemicos (Griffith amp Schnitzer 1975) sendo a eles atribuiacutedo a manutenccedilatildeo da

bioestrutura do solo aumentando a capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua (Brady 1999)

Conforme Compagnoni amp Putzolu (1985) os estercos bem como os demais

resiacuteduos orgacircnicos apresentam conteuacutedos diferentes de aacutecidos huacutemicos e fuumllvicos sendo

atribuiacutedo ao acido huacutemico uma accedilatildeo fitoestimulante semelhante aos fitohormocircnios por

favorecer o desenvolvimento do sistema radicular e crescimento do caule

Em trabalho realizado por Guimaratildees (1997) foi encontrado para aacutecidos huacutemicos

de esterco bovino uma relaccedilatildeo CN 1035 e para vermicomposto bovino 17

evidenciando que o esterco quando aplicado ao solo por apresentar uma relaccedilatildeo CN

proacutexima deste reage mais facilmente liberando nutrientes para as plantas sem alterar a

cadeia troacutefiacuteca Dados encontrados no presente trabalho demonstram a eficiecircncia do

esterco nesse sentido

38

De acordo com Morselli (2001) vaacuterios trabalhos citam comentam e discutem a

capacidade dos vermicompostos em proporcionar oacutetimas colheitas e favorecer a

precocidade das plantas cultivadas Poreacutem muitas vezes se observa que mesmo

suprindo essas plantas com nutrientes necessaacuterios atraveacutes de huacutemus de diferentes fontes

as respostas natildeo satildeo as mesmas para uma mesma cultivar

Por outro lado os resultados com o uso de substacircncias huacutemicas satildeo variaacuteveis e

dependem aleacutem da espeacutecie testada das substacircncias huacutemicas utilizadas sua

concentraccedilatildeo o grau de purificaccedilatildeo e das condiccedilotildees experimentais A resposta das

plantas aos aacutecidos huacutemicos e fuacutelvicos eacute dependente da mateacuteria prima original e da

espeacutecie vegetal pois materiais orgacircnicos diferentes apresentam aacutecidos huacutemicos e

fuacutelvicos diferentes (Businelli 1990)

Justificam-se os maiores conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio e caacutelcio nas

adubaccedilotildees 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e biofertilizantes devido

provavelmente ao vermicomposto utilizado apresentar na sua constituiccedilatildeo teores

consideraacuteveis destes elementos aleacutem do que os biofertilizantes possam ter influenciado

na absorccedilatildeo atraveacutes de sua constituiccedilatildeo Tibau (1984) considera que a urina de vaca eacute

rica em aacutecido indol-aceacutetico e este influencia na absorccedilatildeo radicular O efeito positivo

deste tratamento provavelmente seja devido agrave quantidade aplicada

O biofertilizante que se destacou foi o MB4+U+CB em relaccedilatildeo ao EC (esterco de

curral) e eacute somente para a variaacutevel caacutelcio Isto provavelmente seja devido ao alto teor

deste elemento encontrado na sua constituiccedilatildeo (6872 g Kg1) e pela influecircncia positiva

que a calda bordalesa exerce no metabolismo das plantas atraveacutes dos nutrientes

contidos em sua formulaccedilatildeo O Ca controla a absorccedilatildeo radicular e retorna ao solo pelo

esterco e palhas por apresentar-se em maior quantidade em folhas e caules Depois de

localizado nas folhas fica imoacutevel favorecendo a resistecircncia da planta ao ataque de

fungos

Este trabalho avanccedila no estudo da agroecologia estando claro que todos os

criteacuterios tem caraacuteter dinacircmico de adequaccedilatildeo as mudanccedilas de um sistema de produccedilatildeo

em evoluccedilatildeo contribuindo na transiccedilatildeo para um padratildeo sustentaacutevel Cabe a pesquisa a

reorientaccedilatildeo para um enfoque ldquosistecircmicordquo isto eacute que permita integrar os diversos

componentes de um agroecossistema e a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas que promovam 0

fortalecimento e a expansatildeo da agricultura familiar

39

5 CONCLUSOtildeES

Considerando os resultados obtidos e as condiccedilotildees em que o estudo foi realizado

conclui-se que

bull As respostas agronocircmicas das mudas de cebola para os paracircmetros avaliados

satildeo mais satisfatoacuterias com a aplicaccedilatildeo de esterco de curral como adubaccedilatildeo de

base

bull Os biofertilizantes mais urina de vaca e calda bordalesa proporcionam

respostas satisfatoacuterias quando aplicados associados agraves adubaccedilotildees de base

bull O biofertilizante MB4 mais urina de vaca e calda bordalesa eacute mais eficiente

que o super magro mais urina e calda bordalesa quando aplicado associado agrave

adubaccedilatildeo de base esterco de curral para os conteuacutedos de fitomassa secae

fresca da parte aeacuterea das plantas altura e diacircmetro de colo das mudas de

cebola

bull Os biofertilizantes adicionados agrave adubaccedilatildeo de base 45 t harsquo 1 de vermicomposto

bovino mostram respostas significativas para os conteuacutedos de fitomassa seca

bull Os maiores conteuacutedos nutricionais para as mudas de cebola satildeo

proporcionados pela adubaccedilatildeo de base esterco de curral

bull A maior absorccedilatildeo de caacutelcio pelas mudas de cebola ocorre quando da adiccedilatildeo do

biofertilizante MB4 mais urina e calda bordalesa agrave adubaccedilatildeo de base esterco de

curral

40

6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ALDRIGHI CB ABREU CM PAGLIA AG MORSELLI TBGA FERNANDES HS Efeito da aplicaccedilatildeo de biofertilizante e urina de vaca em mudas de tomateiro Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

ALTIERI M NICHOLLS C I Agroecologia Teoria praacutectica para umaAgricultura Sustentable Ia ed PNUMA 2000 Cap 2 4 Seacuterie textos baacutesicos para la formacioacuten ambiental

ALTIERI M Agroecologia bases cientiacuteficas para uma agricultura sustentaacutevelGuaiacuteba Agropecuaacuteria 2002 592 p

ANTONIOLLI Z I GIRACCA E M N CARDOSO S J T WIETHAN M M S FERRI M Iniciaccedilatildeo agrave Minhocultura Criaccedilatildeo em Cativeiro e Vermicompostagem Santa Maria UFSM 1996 p59-89

BAYER C MIELNICZUC J Dinacircmica e funccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica In SANTOS G de A S e CAMARGO F A de O (ed) Fundamentos da mateacuteria orgacircnica do solo ecossistemas tropicais e subtropicais Porto Alegre Genesis 1999 p 3-23

BARRETTO D X Composto Orgacircnico In Praacutetica em Agricultura Orgacircnica Satildeo Paulo iacutecone Ed Ltda 1985 p 51-63

BETTIOL W Alguns produtos alternativos para o controle de doenccedilas de plantasem agricultura orgacircnica II Ciclo de palestras sobre agricultura orgacircnica Instituto Bioloacutegico Satildeo Paulo p52-63 1997

41

BETTIOL W TRACH R GALVAtildeO JAH Controle de doenccedilas de plantas com biofertilizantes Jaguariuacutena EMBRAPA-CNPMA 1997 22p (EMBRAPA- CNPMA Circular Teacutecnica 02)

BRADY N C Natureza e propriedades dos sotos Rio de Janeiro Freitas BastosS A 1979 647p

BRADY N C Organisms and ecology of the soil In The nature of properties of soils Simon amp Schuster A Viacon Company New Jersey1999 402-489p

BON1LLA J A Fundamentos da Agricultura Ecoloacutegica Sobrevivecircncia eQualidade de Vida Satildeo Paulo Nobel 1992

BUREacuteS S Substratos Ediciones Agroteacutecnicas S L Madrid Octubre 1997

BUS1NELLI M Chemical Composition and Enzymic Activity of some Worm Cast Plant Soil v 80 p 1-2 1990

CALEGARI A Espeacutecies para cobertura de solo In IAPAR (Instituto Agronocircmico de Paranaacute) Plantio Direto pequena propriedade sustentaacutevel organizador Moacir Darolt Londrina - PR 1998 65-93

CAMARGO P N D Manual de Adubaccedilatildeo Foliar Satildeo Paulo Herba 1975

CAPRA F A Teia da Vida Satildeo Paulo Cultrix 1997 256p

CAPRA F O Ponto de Mutaccedilatildeo 22 ed Satildeo Paulo Cultrix 2001 447p

CHABOUSSOU F Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da Trofobiose) Porto Alegre LPM 1987 253 p

CLARO S A Referencias tecnoloacutegicos para a agricultura familiar ecoloacutegica aexperiecircncia da Regiatildeo Centro-Serra do Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS-ASCAR 2001 250p

CLIVELA G Diagnoacutestico Agronocircmico da cebola no Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS 1995 8 6 p

COMISSAtildeO DE FERTILIDADE DO SOLO - RSSC Recomendaccedilotildees de adubaccedilatildeo e calagem para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina 3 ed Passo Fundo SBCS - Nuacutecleo Regional Sul 1995 223p

COMPAGNONI L PUTZOLU G Cria moderna de Ias lombrices y utilizacioacutenrentable dei humus Barcelona Editorial de Vecchi- SA 1985127p

COSTABEBER J A MOYANO E Transiccedilatildeo agroecoloacutegica e accedilatildeo social coletiva Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v l n4 p 50- 60 outdez 2 0 0 0

42

COSTA M B B da Adubaccedilatildeo orgacircnica Nova siacutentese e novo caminho para aagricultura Satildeo Paulo Ed iacutecone Ltda 1985 102p

COSTA NETO C Agricultura Sustentaacutevel Tecnologias e Sociedade In CARVALHO COSTA LF et al (org) Mundo Rural e Tempo Presente Rio de Janeiro Mauad 1999

DrsquoAG0ST1NI R L FANTINI A C Produccedilatildeo orgacircnica tambeacutem socialmente excludente Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v3 n l p57-61 2002

DALPONTE J C V Utilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos e fertilizante mineral na produccedilatildeo e qualidade de mudas e bulbos de cebola (Alliurn Cepa L) Pelotas-RS 1990 (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1990

DEBARBA J F THOMAZELLI L F GANDIN C L SILVA E Cadeias produtivas do Estado de Santa Catarina Cebola Florianoacutepolis Epagri 1998 115 p (EPAGRI Boletim Teacutecnico 96)

DUFOUR F Os saacutebios loucos do agro-alimentar Le Monde Diplomatique ano 1 n4 p6-7 1999 (ed portuguesa)

EHLERS E Agricultura Sustetaacutevel Origem e perspectivas de um novo paradigma 2 ed Guaiacuteba Agropecuaacuteria 1999 157 p

FILGUEIRA F A R Novo Manual de olericultura agrotecnologia moderna na produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 2000 402 p

FRASER G K Mateacuteria Orgacircnica Del Suelo In BEAR F E (ed) Quiacutemica dei Suelo Madrid Ed Agrociencia 1963

FOLLET R H MURPHY L S DONAHUE R L Fertilizers and soil amendments New Jersey Printice-Hall Inc 1981 557p

GARCIA A Revista dei Espacio Rural Georgica Zaragoza Escuela Politeacutecnica de Huesca n5 1997

GARCIA A Versatildeo preliminar de um Programa Estadual de Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Bulbos e Sementes de CebolaEMBRAPAIPAGROMARAEMATER 6 8 pbdquo 1990 (Publicaccedilatildeo avulsa)

GIORGETT1 J R Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Mudas de Tomate In Encontro Nacional de Produccedilatildeo e Abastecimento de Tomate 2 1991 Jaboticabal Satildeo Paulo Anais Jaboticabal UNESP 1991 p 242-244

GLIESSMAN S R Agroecologia Processos ecoloacutegicos em agricultura sustentaacutevelPorto Alegre Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS 2000 653p

43

GLIESSMAN S R TURRIALBA C R Agroecologia Procesos Ecoloacutegicos en Agricultura Sostenible CATIE 2002 p 3-14

GNOATTO S C Caracterizaccedilatildeo quiacutemica de vermicompostos de diferentes substratos orgacircnicos Pelotas-RS 1999 38 f (Mestrado em Agronomia - Solos) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

GOMES J C C BORBA M F S A moderna crise dos alimentos oportunidade para a agricultura familiar Emater Porto Alegre julset 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwematertchebrdocsagroecorevistan313-artigo3htmgtAcesso em 24 fev 2002

GOMEZ H W Desenvolvimento sustentaacutevel agriacutecola e capitalismo In Desenvolvimento sustentaacutevel Necessidade eou disponibilidade Santa Cruz do Sul Nobel - UNISC 1997 p 65-77

GONZAacuteLEZ DE MOLINA M SEVILLA GUZMAacuteN E Ecologia campesinado e historia Para una reinterpretacioacuten dei desarrollo dei capitalismo en la agricultura In SEVILLA GUZMAacuteN E GONZAacuteLEZ DE MOLINA M (ed) Ecologia campesinado e historia Madrid La Piqueta 1993 p 23-129

GRIFFITH S A SCHNITZER M Analytical characteristic of humic and fulvic acids extracted from tropical volcanic soils Soil Sei Soc Am Proc v 39 p361-367 1975

GUIMARAtildeES E Caracterizaccedilatildeo quiacutemica estreptoscoacutepica e por anaacutelise teacutermica de aacutecidos huacutemicos e vermicompostos obtidos de estercos de diferentes animaisCuritiba 1997 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Quiacutemica) Universidade Federal do Paranaacute 1997

HESS A F Sociedade e meio ambiente uma relaccedilatildeo ambiacutegua Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v 4 n2 p 167-1741999

ICEPA-SC Informes conjunturais sobre a cultura da cebola Disponiacutevel em lthttpwwwicepa combrgt Acesso em 23 jan 2003

JONES H A MANN L K Onions and their allies New York Interscience Publishers 1962 286 p

JUacuteNIOR H A de MAIORANO J A Receitas obtidas de extratos de plantasCampinas CATITerra Viva [199-] 10 f

KHATOUNIAN C A Ciclo de Palestras sobre Agricultura Orgacircnica 2a Ed SatildeoPaulo Fund Cargill 1997 149 p

KIEHL E J Fertilizantes Orgacircnicos Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1985 492p

44

KOEFF H H PETTERSSON B D SHAUMANN W Vida Vegetal solos e adubaccedilatildeo In Agricultura Biodinacircmica Satildeo Paulo Nobel 1983 p92-149

KONONOVA M M Soil organic matter The importance o f organic matter in soil formation and soil fertility New York Pergamqn Press 1961 p 165-200

KUHN T A Estrutura das Revoluccedilotildees Cientiacuteficas Satildeo Paulo Perspectiva 1989 257p

LANNA FCA ABREU C L ABREU J G SILVA V Resposta de cultivares de melancia cultivadas sob adubaccedilatildeo quiacutemica e orgacircnica Horticultura v 12 n l p85 1994

LEFF H Saber Ambiental Petroacutepolis Vozes 2001 343 p

MAGALHAtildeES J R Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo da cebola In FERREIRA M E CASSTELLANE P D CRUZ M C P Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo de hortaliccedilasPiracicaba POTAFOS 1993 p 381-393

MALAVOLTA E Elementos de nutriccedilatildeo mineral de plantas Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1980 251 p

MALAVOLTA E Manual de Quiacutemica Agriacutecola - Adubos e Adubaccedilatildeo 3a ed SatildeoPaulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1981 606 p

MARTINEZ A A A grande e Poderosa Minhoca Jaboticabal Funep - Unesp1990 101 p

MARTINS S R Desenvolvimento e Sustentabilidade Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v20 n2 julho 2002 Palestra apresentada no 42deg Congresso Brasileiro de Olericultura

MARTINS S R Limites Del Desarrollo Sostenible em Ameacuterica Latina En el marco de Ias poliacuteticas de (re)ajuste econocircmico Pelotas Editora UFPel 1997 135 P-

MARTINS S R Sustentabilidade na agricultura dimensotildees econocircmicas sociais e ambientais Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v4 n 2 p 175-1871999

MATURANA H REZEPKA S N D E Formaccedilatildeo Humana e Capacitaccedilatildeo Rio de Janneiro Vozes 2000 8 6 p

MELLO A F SOBRINHO M O ARZOLLA S SILVEIRA R NETTO A C KIEHL J C Fertilidade do Solo Satildeo Paulo Nobel 1983

MENEZES JUacuteNIOR F O G D Caracterizaccedilatildeo de Diferentes substratos hortiacutecolas e seu efeito na produccedilatildeo de mudas de alface e couve-flor em ambiente protegido Pelotas 1998 141 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1998

45

MIBASA Mineraccedilatildeo Barreto SA Melhorador de Solos MB4 A Natureza Agradece Arapiraca-AL [199-] Folder

MINAMI K Os resumos da olericultura 2000 In AZEVEDO FILHO MARTINEZ FILHO (ed) Preccedilos agriacutecolas Piracicaba ESALQ 1999 p 4

MINAMI K Produccedilatildeo de Mudas de Alta Qualidade em Horticultura Satildeo Paulo TA Queiroz 1995

MORSELLI T B G A Cultivo sucessivo de alface sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegidoPelotas 2001 178 p Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2001

MORSELLI T B G A Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Poliacutegrafo da Disciplina de Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia-Produccedilatildeo Vegetal UFPel 2002

MULLER AM Efeitos da Aplicaccedilatildeo Foliar de um Biofertilizante Enriquecido no Estado fitossanitaacuterio de Tomate Ervilha e Beterraba Sob Manejo OrgacircnicoDissertaccedilatildeo (Mestrado no Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agroecossistemas)1999 (Resumo)

NOLLA D Erosatildeo do Solo - O grande desafio Estado do Rio Grande do Sul SEAGRI desenvolvimento de recursos naturais renovaacuteveis 1982 412 p

PAGLIA AG MORSELLI TBGA PEIL RMN Teores de nutrientes pH e condutividade eleacutetrica da aacutegua em sistema ldquofloat^ngrdquo sob adiccedilatildeo de biofertilizantes Horticultura Brasileira v 20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PAULUS G MULLER A BARCELLOS LAR Agroecologia aplicada praticas e meacutetodos para uma agricultura de base ecoloacutegica 2ed ver ampl Porto Alegre EMATERRS 2001 8 6 p

PEIXOTO R T dos G Composto orgacircnico aplicaccedilotildees benefiacutecios e restriccedilotildees de uso Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 18 p 56-64 julho 2000

PENTEADO SR Defensivos Alternativos e Naturais Satildeo Paulo 1999 95 p

PEREIRA AJ SOUZA RJ PEREIRA WR Efeito de diferentes doses de esterco de galinha e de curral sobre a produccedilatildeo de cebola Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PINHEIRO S BARRETO SB MB-4 agricultura sustentaacutevel trofobiose e biofertilizantes Fundaccedilatildeo Juquira CandiruMibasa 2000 273 p

PRIMAVESI A Agricultura Sustentaacutevel Satildeo Paulo Nobel 1992 142 p

PRIMAVESI A O manejo ecoloacutegico do solo Agricultura em regiotildees tropicais SatildeoPaulo Nobel 1982 541 p

46

PURCINO A A C ldquoNitrogecircniordquo Informe Agropecuaacuterio Belo Horizonte v7 n81 p 16-27 1981

QUIJANO F G Efeito da adubaccedilatildeo orgacircnica no desenvolvimento de duas cultivares de alface em ambiente protegido Pelotas 1999 116f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

RODRIGUES A N N Efeitos e residuais de superfosfato triplo sobre o rendimento de mateacuteria seca e absorccedilatildeo de foacutesforo pela aveia (Avena strigosa Schob) em solo Podzoacutelico Vermelho Escuro Porto Alegre 1984 59f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia UFRGS 1984

RODRIGUES E T CASALI V W D Respostas da alface agrave adubaccedilatildeo orgacircnica II Teores conteuacutedos e utilizaccedilatildeo de macronutrientes em cultivares Rev Ceres Viccedilosa v 45 n 261 p 437-449 1998

SAMINEcircS T C O Produccedilatildeo orgacircnica de alimentos Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 17 n3 novembro 1999

SCHIEDECK G Ambiecircncia e resposta agronocircmica de meloeiro (Cucumis melo L) cultivado sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegido Pelotas lOOp Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2002

SILVA JUacuteNIOR A A GIORGI E Substratos alternativos para a produccedilatildeo de mudas de tomate Agropecuaacuteria Catarinense Florianoacutepolis EPAGRI 1992 23 p

SILVA JUacuteNIOR A A MACEDO S G STUKER H Utilizaccedilatildeo de esterco de peru na produccedilatildeo de mudas de tomateiro Florianoacutepolis EPAGRI 1995 28 p (Boletim Teacutecnico 73)

TAGLIARI PS GRASSMANN H Minhoca a grande aliada da agricultura Agropecuaacuteria Catarinense v8 n l p 11-14 mar 1995

TEDESCO M J GIANELLO C Anaacutelises de solo plantas e outros materiais Porto Alegre Faculdade de Agronomia Departamento de Solos Universidade Federal do Rio Grande do Sul RS 1996

TENNANT D A Test of modified line intersect method of estimating root lenght Journal Ecology Oxford v 63 p 995-1001 1975

TIBAU A O Mateacuteria Orgacircnica do Solo Mateacuteria Orgacircnica e Fertilidade do SoloSatildeo Paulo Nobel 1984 p49-182

TIMM P J Anaacutelise comparativa dos sistemas de plantio convencional e cultivo miacutenimo de cebola sob adubaccedilatildeo orgacircnica e mineral Pelotas 2000 79 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2000

47

VALENZUELA HR CROSBY C Effect of compost applications on the yield of several vegetables in long-term organic farming experiments conduced in the tropics American Society Horticultural Science v33 n3 june 1998

VIGLIZZO E (ed) Subprograma Recursos Naturais y Sostenibilidad Agriacutecola documento marco Montevideo IICAPROCISUR 1995 p 75 - 78

WE1D J M TARDIN J M Proposta para a Ampliaccedilatildeo do Trabalho da ASPTA no Centro Sul do Paranaacute ASPTA Disponiacutevel em http wwwpronafgovbrEncontrotestosAS20PTA20Sul20ParanE1205 202002doc Acesso em 05 mai 2002

XAVIER SIMOacuteN F DOMINGUES D G Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel uma perspectiva agroecoloacutegica Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre EM ATERRS v2 n2 p 17-26 2001

ZABALETA J P Diagnoacutestico da Agricultura Familiar em Satildeo Joseacute do Norte - RSPelotas EMBRAPA-CPACT 1998 75 p (EMBRAPA-CPACT Documentos 44)

ZONTA E P MACHADO A A SILVEIRA P Sanest Sistema de anaacutelise estatiacutestica para microcomputadores Registrado na Secretaria Especial de Informaacutetica sob nuacutemero 066060 - categoria A Pelotas-RS Universidade Federal de Pelotas 1984

48

7 APEcircNDICE

APEcircNDICE A - Anaacutelise da adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes utilizados na produccedilatildeo de mudas de cebola

TABELA 1 A Anaacutelise baacutesica do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo miuacutedo + papua

Arg

pH IND

SMP

MO

P - n r - Na Al Ca__10Omlmdash

Mg

ppm -

6 53 67 089 8 6 27 1 04 05 0 2

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 2A Anaacutelise complementar do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo-miuacutedo + papua

Cobre Zinco Manganecircs Ferro

(m v1)

04 05 26 007

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

49

TABELA 3A Anaacutelise dos fertilizantes soacutelidos

Amostra pH limidade CN

C N P K Ca Mg

- g-ivg --

Cama de 849 2491 12 31042 2479 3888 3405 29875 463

aves

Esterco 74 3594 11 677 590 157 134 335 214

de curral

Huacutemus 684 5738 14 15965 1098 453 745 743 361

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 4A Anaacutelise quiacutemica dos biofertilizantes liacutequidos

Amostra N P K_ccedil H

Ca Mg Cu Zn Fe Mn

mdashgL bull

S Magro

m b 4

Urina

053

1652

8 2 2

008

395

0 0 0

149

1674

471

1902

6872

0 0 0

1150

4507

1172

7273

42

033

101389

920

0 0 0

6250

19458

781

35273

1123

0 2 1

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

50

APEcircNDICE B - Condiccedilotildees climaacuteticas do local

TABELA 1B Condiccedilotildees de temperatura do local

___________ __________TEMPERATURA (degCgt

meses Meacutedia

Maacutexima

Meacutedia

MiacutenimaMeacutedia

Maacutexima

Absoluta

Miacutenima

Absoluta

Junho 225 87 156 320 25

Julho 225 85 155 285 30

Agosto 251 71 161 360 1 0

Fonte FEPAGROSCT 2002

TABELA 2B Condiccedilotildees de chuva do local

mdash CHUVA (mm)mdash

meses Ocorrida Normal Desvio Da Normal

Junho 1080 1 1 0 -2 0

Julho 1062 98 8 2

Agosto 1283 1 2 0 83

Fonte FEPAGROSCT 2002

51

TABELA 1C Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

APEcircNDICE C - Anaacutelise estatiacutestica da parte aeacuterea

Causas G1 FFPA FSPA AP DC

da variaccedilatildeo --------- Quadrados meacutedios-

Blocos 3

Ad Base 2 175359071 1287102 2547419 1 11775

Biofertilizantes 2 126876 29011 87669ns 02185ns

Ad x Biofert 4 572378 31123 69106ns 04159

Resiacuteduo 24 34456 03048 27169 00290

Total 35

Meacutedia geral 93745 8772 320388 6741

CV 1980 6294 5145 2530

Significativo a 5ns Natildeo significativo

52

TABELA 1D Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade

de raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

APEcircNDICE D - Anaacutelise estatiacutestica da raiz

Causas G1 FFR FSR CR RPASR DR

da variaccedilatildeo Quadrados meacutedios---------------

Blocos 3

Ad Base 2 27874 551 623 2 1 0 140

Biofertilizantes 2 178 0 1 0 ni 1504 l03ns 038ns

Ad x Biofert 4 190 058 318 294 183

Resiacuteduo 24 005 009 028 023 0 2 1

Total 35

Meacutedia geral 1818 228 184 387 333

C V 134 1356 448 1253 1396

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

53

APEcircNDICE E - Anaacutelise estatiacutestica dos macronutrientes da parte aeacuterea da cebola

TABELA 1E Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mud^s de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

Causas G1 bull N P K Ca Mg

da variaccedilatildeo

Blocos 3

Ad Base 2 13550306 446627 25509686 1031806 59007

Biofertilizantes 2 180610ns 16564 68153ns 39006 876ns

Ad x Biofert 4 454187 45743 1047539 46950 2464

Resiacuteduo 24 29769 1453 64313 3741 439

Total 35

Meacutedia geral 24921 4597 33366 6943 1615

C V 692 829 760 880 1297

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

APEcircNDICE F - Fotos do experimento

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob uma perspectiva agroecoloacutegica

APEcircNDICE F a Fotos do experimento

FIGURA 1 Adubaccedilatildeo verde com feijatildeo-miuacutedo e papuatilde utilizadas no manejo do solo

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob urna perspectiva agroecoloacutegica

Page 4: PRODUÇÃO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L.) SOB …orgprints.org/24883/1/Paglia_Produção.pdf · vaca mais calda bordalesa; MB4+U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

Natildeo eacute o desafio com que nos deparamos

que determina quem somos e o que estamos nos tornando

Mas a maneira com que respondemos a este desafio

Somos combatentes idealistas mas plenamente conscientes

Porque o ter consciecircncia natildeo nos obriga

a ter teoria sobre as coisas

soacute nos obriga a sermos conscientes

Dificuldades para vencer

A liberdade para provar

E enquanto acreditamos no nosso sonho

Nada eacute por acaso

(Henfil)

Acredito que Deus estaacute em tudo

Por isso agrave Natureza dedico

iii

AGRADECIMENTOS

Cumprindo esta etapa fundamental para minha formaccedilatildeo profissional comeccedilo

agradecendo a FAEMUFPel pela oportunidade

A FEPAGROSUL que abriu espaccedilo para a produccedilatildeo e troca de conhecimento

Aos funcionaacuterios que foram fundamentais na execuccedilatildeo deste trabalho

Ao Programa RS-Rural por fornecer todas as condiccedilotildees financeiras agrave realizaccedilatildeo

deste trabalho acreditando na necessidade de geraccedilatildeo de tecnologias que possam

responder a imensa diversidade dos agroecossistemas regionais

Sou especialmente grata agrave Tacircnia que esteve comigo no dia-dia Considero-a muito

mais que orientadora considero-a como uma parceira na vida tanto nas horas alegres

como nas tristes pois partilhamos do alfabeto emocional

Aos co-orientadores Seacutergio pelo ser amoroso que eacute Roberta pela incansaacutevel

ajuda e Joatildeo Baptista por sua dedicaccedilatildeo

A todos os professores e funcionaacuterios que contribuiacuteram com sorrisos e disposiccedilatildeo

sempre

Meus colegas e amigos verdadeiros Natildeo citarei nomes pois todos satildeo especiais

satildeo ldquoseres humanosrdquo que tanto amo e admiro

Paulo Timm obrigada pela confianccedila e dedicaccedilatildeo

A minha famiacutelia Junto a eles restauro as forccedilas da minha alma e encontro apoio e

estimulo para prosseguir e meu caminho tendo a certeza que nunca estarei soacute

Edi quanta saudade senti Fez-me crer que eacute possiacutevel fazer do sonho a vida

Nosso amor me fortaleceu nos dias difiacuteceis

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Tecnoloacutegico pelo apoio financeiro

E por uacuteltimo mas natildeo menos importante a todos que acreditam e compartilham

na busca do ideal ldquofelicidaderdquo este que soacute pode ser operacionalizado dentro do real e

que certamente este real pode ser mudado

IV

IacuteNDICE

FICHA DE HOMOLOGACcedilAtildeO ii

DEDICATOacuteRIA iii

AGRADECIMENTOS iv

IacuteNDICE v

SUMAacuteRIO vii

SUMMARY ix

INTRODUCcedilAtildeO 1

2 REVISAtildeO DE LITERATURA 3

21 Desenvolvimento e sustentabilidade 3

211 Agroecologia Paradigma em construccedilatildeo 5

212 Agroecologia e agricultura familiar 7

213 O Mercado de produtos orgacircnicos 8

22 A cultura da cebola e sua importacircncia 9

2 2 1 Caracteriacutesticas agronocircmicas da cebola 1 0

222 A produccedilatildeo de mudas de hortaliccedilas 11

23 Adubaccedilatildeo orgacircnica 12

231 Efeitos da adubaccedilatildeo orgacircnica no solo 13

232 Efeitos da adubaccedilatildeo orgacircnica nas culturas 14

233 Plantas de cobertura do solo 15

234 Adubaccedilatildeo foliar 15

24 Vermicompostagem 16

V

241 Resiacuteduos utilizados na vermicompostagem17

2411 Resiacuteduos de origem animal17

2412 Resiacuteduos de origem vegetal17

25 Biofertilizantes 18

251 Urina de vaca 20

252 Alhol 21

253 Calda Bordalesa22

254 Biofertilizante Super Magro 22

256 Biofertilizante MB4 23

3 M ATERIAL E M EacuteTODOS 24

31 Local de execuccedilatildeo do experimento 24

32 Anaacutelise estatiacutestica 24

33 Tratamentos 25

34 Conduccedilatildeo do experimento27

35 Observaccedilotildees agronocircmicas 28

351 Fitomassa fresca da parte aeacuterea28

352 Fitomassa seca da parte aeacuterea 28

353 Altura da muda 28

354 Diacircmetro de colo 28

355 Sistema radicular 29

3551 Comprimento de raiz 29

3552 Densidade de raiz 29

3553 Razatildeo parte aeacutereasistema radicular 30

36 Determinaccedilatildeo de macronutrientes no tecido vegetal 30

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 31

41 Anaacutelise das variaacuteveis 31

411 Anaacutelise da parte aeacuterea 31

412 Anaacutelise do sistema radicular 33

413 Anaacutelise de macronutrientes no tecido vegetal 35

5 CONCLUSOtildeES 39

6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 40

7 APEcircNDICE 48

VI

SUMAacuteRIO

PAGLIA AgraveGUIDA GORETI (MS) Universidade Federal de Pelotas fevereiro de 2003 Produccedilatildeo de Mudas de Cebola (Allium cepa L) sob uma perspectiva Agroecoloacutegica Professora Orientadora Tacircnia Beatriz Gamboa Arauacutejo Morselli Co- orientadores Seacutergio Roberto Martins Roberta Marins Nogueira Peil e Joatildeo Baptista da Silva

Com o objetivo de estudar a produccedilatildeo de mudas de cebola sob uma perspectiva

agroecoloacutegica foi conduzido um experimento a campo na Fundaccedilatildeo Estadual de

Pesquisa Agropecuaacuteria - FEPAGROSUL no municiacutepio de Rio GrandeRS no periacuteodo

de 15 de maio a 26 de agosto de 2002 Utilizou-se a cultivar Petrolini (ciclo meacutedio)

submetida as seguintes adubaccedilotildees adubaccedilatildeo de base (1 VB - 30 t ha 1 de

vermicomposto bovino 15 VB - 45 t harsquo 1 de vermicomposto bovino e EC - 60 t ha de

esterco de curral) e biofertilizantes liacutequidos (SM+U+CB - Super Magro mais urina de

vaca mais calda bordalesa MB4 +U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

e Testemunha - ausecircncia) O experimento foi esquematizado em delineamento em

blocos ao acaso em fatorial 3 X 3 As variaacuteveis analisadas foram fitomassa fresca e

seca (g) da parte aeacuterea e do sistema radicular altura de planta (cm) diacircmetro do colo

(mm) comprimento de raiz (cm) razatildeo parte aeacutereasistema radicular densidade de raiz

(m cm3) e conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio na parte aeacuterea

da planta Concluiu-se que as respostas agronocircmicas das mudas de cebola para os

paracircmetros avaliados satildeo mais satisfatoacuterias com a aplicaccedilatildeo de esterco de curral como

adubaccedilatildeo de base os biofertilizantes mais urina de vaca e calda bordalesa proporcionam

VII

respostas satisfatoacuterias quando aplicados junto agraves adubaccedilotildees de base o biofertilizante

MB4 mais urina de vaca e calda bordalesa eacute mais eficiente que o super magro mais urina

e calda bordalesa quando aplicado junto agrave adubaccedilatildeo de base esterco de curral os

conteuacutedos de fitomassa seca das mudas de cebola satildeo significativos quando adicionado

os biofertilizantes ao vermicomposto bovino (45 t harsquo1) os maiores conteuacutedos

nutricionais para as mudas de cebola satildeo proporcionados pela adubaccedilatildeo de base esterco

de curral a maior absorccedilatildeo de caacutelcio pelas mudas de cebola ocorre quando da adiccedilatildeo de

biofertilizante MB4 mais urina e calda bordalesa agrave adubaccedilatildeo de base esterco de curral

VIII

SUMMARY

PAGLIA AgraveGUIDA GORETI (MS) Universidade Federal de Pelotas February 2003 Onion (Allium cepa L) Transplant Production under an Agroecological Perspective Tacircnia Beatriz Gamboa Arauacutejo Morselli Comitte Seacutergio Roberto Martins Roberta Marins Nogueira Peil and Joatildeo Baptista da Silva

With the objective of studying the onion transplant production under an agroecological

perspective a field experiment was carried out in the Fundaccedilatildeo Estadual de Pesquisa

Agropecuaacuteria-FEPAGROSUL in the city o f Rio GiWideRS in the period between 15

May and 26 August 2002 The cultivar Petrolini (medium cycle) was submitted to the

following fertilizers soil fertilizer (1 VB - 30 t h a o f bovine vermicompost 15 VB -

45 t ha 1 of bovine vermicompost and EC - 60 t ha 1 of manure and liquid biofertilizer

(SM+U+CB - ldquoSuper Magrordquo with cow urine with bordeaux mixture MB4 +U+CB -

MB4 with cow urine with bordeaux mixture and control - absence) The experiment was

laid in a randomized block design in factorial scheme 3X3 The analyzed parameters

were fresh and dry matter of the aerial part and root system plant height colon

diameter root length ration aerial partroot system root density and the contents

nitrogen phosphorus potassium calcium and magnesium in the aerial part o f the plant

It was concluded that the agronomic responses o f the onion seedlings for the evaluated

parameters are more satisfactory with the application o f manure as soil fertilizer the

biofertilizers with cow urine and bordeaux mixture provide satisfactory responses when

applied along with the soil fertilizer the biofertilizer MB4 with cow urine and bordeaux

IX

mixture is more effieient than the ldquoSuper Magrordquo with urine and bordeaux mixture

when applied along with manure as soil fertilizer the dry matter contents of the onion

seedlings are significant when the biofertilizer is added to bovine vermicompost (45 t

h a 1) the largest nutritional contents for the onion seedlings are obtained with manure as

soil fertilizer the largest absorption of calcium by the onion seedlings happens when the

biofertilizer MB4 with urine and bordeaux mixture is added to the manure as soil

fertilizer

X

mixture is more efficient than the Super Magro with urine and bordeaux mixture

when applied along with manure as soil fertilizer the dry matter contents of the onion

seedlings are significant when the biofertilizer is added to bovine vennicompost (45 t

hamiddot ) the largest nutritional contents for the onion seedlings are obtained with manure as

soil fertilizer the largest absorption of calcium by the onion seedlings happens when the

biofertilizer MB4 with urine and bordeaux mixture is added to the manure as soil

fertilizer

x

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

ldquoEu sustento que a ciecircncia soacute tem

finalidade se serrsquoir para aliviar a miseacuteria

da existecircncia humana

(Bertold Brecht)

No Rio Grande do Sul cultivar cebola eacute atividade de pequenos e meacutedios

produtores revestindo-se de suma importacircncia para a economia onde contribui para a

geraccedilatildeo de empregos e a fixaccedilatildeo do homem ao meio rural visto que haacute necessidade de

outros tipos de investimentos sociais e econocircmicos

Segundo o ICEPA-SC (2003) o Rio Grande do Sul responde por cerca de 14 da

produccedilatildeo nacional o que faz da cebola a segunda hortaliccedila em importacircncia econocircmica

no Estado sendo apenas superada pela cultura da batata poreacutem a aacuterea plantada no RS

tem apresentado recuo nos uacuteltimos anos caindo de 16648 hectares na safra 9899 para

14085 na safra atual (0203) acontecendo o mesmo com a produccedilatildeo que diminuiu de

181338 toneladas na safra 9596 para aproximadamente 159000 na safra atual

A baixa produtividade obtida pode ser atribuiacuteda a vaacuterios fatores baixa

disponibilidade de mateacuteria orgacircnica no solo poucc^ uso de materiais orgacircnicos eou

aplicaccedilatildeo inadequada destes considerando ainda que a maioria dos produtores

conservam caracteriacutesticas agriacutecolas do seacuteculo passado apresentando resistecircncia ao

associativismo e possuem carecircncia de infraestrutura (estradas eletricidade telefonia

drenagem e condiccedilotildees de armazenamento) Esses fatores aliados a baixa rentabilidade

2

da cultura tem sido apontados como responsaacuteveis pelo abandono da cebolicultura por

alguns produtores

A fase de produccedilatildeo das mudas eacute de extrema importacircncia para o cultivo da cebola e

requer manejo adequado dos recursos naturais para que a cultivar utilizada possa

expressar seu potencial geneacutetico sem comprometer o equiliacutebrio ambiental O principal

cuidado para o desenvolvimento de mudas de qualidade refere-se agrave utilizaccedilatildeo adequada

do solo

Desta forma o manejo do solo e das plantas orientado pela agroecologia pode se

constituir numa excelente alternativa para obtenccedilatildeo de mudas de qualidade sem

comprometer a sauacutede dos agricultores e contribuindo para a preservaccedilatildeo ambiental

Diversas praacuteticas vecircm sendo utilizadas com esta finalidade entre elas citam-se a

adubaccedilatildeo orgacircnica e os biofertilizantes enriquecidos No entanto estes fatores de

produccedilatildeo precisam ser melhor estudados no que tange a sua utilizaccedilatildeo adequada pelos

produtores de cebola objetivando um sistema de produccedilatildeo sustentaacutevel

A agroecologia como ciecircncia apresenta vaacuterias dimensotildees ecoloacutegica econocircmica

social cultural poliacutetica e eacutetica Neste sentido e considerando-se a procura crescente por

produtos orgacircnicos e a necessidade de sistemas de fertilizaccedilatildeo adequados ao cultivo da

cebola o presente trabalho teve como objetivo a produccedilatildeo de mudas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica contribuindo para o processo de transiccedilatildeo do sistema de

produccedilatildeo

3

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

ldquoAs novas eras natildeo comeccedilam de uma vez

Meu avocirc jaacute vivia no novo tempo

Meu neto viveraacute talvez ainda no velho

A nova carne eacute comida com os velhos garfos

(Bertold Brecht)

21 Desenvolvimento e sustentabilidade

Nenhuma espeacutecie viva com exceccedilatildeo do homem empreende esforccedilos de

desenvolvimento no sentido de crescimento material que sob as formas em que vem

sendo compreendido conduz sempre a algum tipo de agressatildeo contra o ambiente Os

esforccedilos presentes visando o progresso material assim como a maneira de satisfaccedilatildeo

das necessidades baacutesicas do homem no mundo de hoje revelam-se inconsistentes O

uso para esse fim de mateacuteria e energia em doses excessivas e crescentes tem exaurido

recursos ambientais acima de sua capacidade de regeneraccedilatildeo obviamente tendendo a

toma-los menos disponiacuteveis para as futuras geraccedilotildees

De acordo com Martins (2002) o Desenvolvimento Sustentaacutevel natildeo eacute um conceito

acabado trata-se de uma ideacuteia forccedila proacute-ativa e positiva mas que necessita ser

esclarecida quanto ao significado destes dois vocaacutebulos que lhe compotildee e o contexto em

que as pessoas com eles se relacionam Aleacutem disso isso afeta tanto como profissionais

cujas atividades vinculam-se diretamente ao trato com a natureza e portanto por ela satildeo

4

responsaacuteveis mas especialmente como cidadatildeos que constroem no seu cotidiano as

distintas dimensotildees do desenvolvimento sociais econocircmicas ambientais culturais

cientificas e tecnoloacutegicas juriacutedicas poliacuteticas e espirituais

Segundo Altieri amp Nicholls (2000) para o desenvolvimento de uma agricultura

sustentaacutevel as necessidades natildeo satildeo apenas bioloacutegicas ou teacutecnicas mas tambeacutem sociais

econocircmicas e poliacuteticas E inconcebiacutevel promover mudanccedilas ecoloacutegicas no setor agriacutecola

sem a defesa de mudanccedilas nas outras aacutereas da sociedade de modo a conscientizar o

homem sobre as condiccedilotildees necessaacuterias para a exploraccedilatildeo da natureza

A ideacuteia da sustentabilidade referente ao vocaacutebulo sustentaacutevel coloca-se como

contraponto ao caraacuteter perdulaacuterio do modelo prevalecente na medida em que o modelo

econocircmico praticado por um lado estaacute baseado no consumo da mateacuteria prima fornecida

pela natureza para a produccedilatildeo de bens e serviccedilos em descompasso com seu ritmo e

capacidade de fornecimento por outro tem tratado a natureza como mero depositaacuterio de

resiacuteduos sem considerar sua capacidade de absorccedilatildeo e reciclagem A sustentabilidade

contrapotildee-se agrave caracteriacutestica antropocecircntrica do modelo o homem como centro da

questatildeo numa postura dominante sobre o entorno natural cujas ferramentas cientiacuteficas e

tecnoloacutegicas embasam um modelo econocircmico que subjuga a natureza e coloca-se acima

desta O vocaacutebulo sustentaacutevel portanto se refere agrave capacidade de suporte da biosfera

sendo um fim a ser perseguido com o objetivo de garantir sua preservaccedilatildeo numa visatildeo

prospectiva ou seja que assegure o futuro planetaacuterio assumindo portanto o

compromisso com as geraccedilotildees vindouras (Martins 2002)

Quando se trata de apontar os possiacuteveis caminhos que levaratildeo a um novo padratildeo

produtivo e garanta a seguranccedila alimentar sem agredir o ambiente o caminho torna-se

mais difiacutecil Percebe-se que a noccedilatildeo de agricultura sustentaacutevel permanece cercada por

duacutevidas e contradiccedilotildees mesmo assim seu emprego toma-se cada vez mais frequumlente

(Ehlers 1999)

Haacute que se incorporar a concepccedilatildeo de entropia agrave noccedilatildeo de desenvolvimento visto

que a extraccedilatildeo e o transporte tambeacutem satildeo atividades econocircmicas que requerem cuidados

de manejo visando menores efeitos entroacutepicos ao meio ambiente Satisfazer as

necessidades presentes sem comprometer as possibilidades das futuras geraccedilotildees

satisfazerem as suas proacuteprias eacute o que necessita ser construiacutedo no cotidiano Esta natildeo eacute

uma tarefa faacutecil nos tempos atuais pois o mundo nunca passou por tanta incerteza e

nunca teve um presente tatildeo insustentaacutevel (Martins 1997)

211 Agroecologia Paradigma em construccedilatildeo

5

O seacuteculo passado assistiu a uma ineacutedita expansatildeo da capacidade humana de

agenciamento das forccedilas naturais promovida pelo saber teacutecnico-cientiacutefico cuja

centra lidade eacute hoje irreversiacutevel no que se refere as relaccedilotildees com a natureza Em relaccedilatildeo

ao conhecimento poucas aacutereas de interesse do homem moderno se ligam tanto agrave

pesquisa cientiacutefica como a questatildeo ambiental sendo um fenocircmeno de tendecircncia

internacional evidenciado a partir da deacutecada de 70 (Hess 1999)

A noccedilatildeo de paradigma eacute normalmente utilizada para estabelecer uma

diferenciaccedilatildeo entre dois momentos ou dois niacuteveis do processo de conhecimento

cientiacutefico (Capra 1997 Kuhn 1989) Para um entendimento miacutenimo do que significa

essa noccedilatildeo Costa Neto (1999) diz que se pode conceituar o paradigma enquanto um

modelo de ciecircncia que serve como referecircncia para todo um fazer cientiacutefico durante uma

determinada eacutepoca ou um periacuteodo de tempo demarcado e a partir de um certo momento

da histoacuteria da ciecircncia o referido modelo predominante tende a se esgotar em funccedilatildeo de

uma crise de confiabilidade nas bases estruturantes de seu conhecimento Desta forma o

paradigma passa a ser substituiacutedo por outro modelo cientiacutefico predominante Tambeacutem

pode ocorrer o fato de dois paradigmas disputarem o espaccedilo de hegemonia na

construccedilatildeo do conhecimento (Costa Neto 1999)

Os problemas com os quais nos deparamos hoje satildeo faces de uma crise uacutenica

diferentes do fazer cientiacutefico e proveniente de uma crise de percepccedilatildeo segundo Capra

(2 0 0 1 ) isto faz com que nossas instituiccedilotildees e noacutes em particular natildeo consiga perceber

claramente realidades complexas em um mundo globalmente interligado Ainda que as

soluccedilotildees para alguns de nossos principais problemas possam ser relativamente simples

ldquosoacute seratildeo possiacuteveis mediante uma mudanccedila radical em nossas percepccedilotildeesrdquo este eacute

tambeacutem o ldquoestopim para colocar em marcha medidas efetivasrdquo porque os governos e as

instituiccedilotildees jamais empreenderatildeo accedilotildees de fato enquanto as pessoas natildeo

compreenderem que satildeo parte do problema e da soluccedilatildeo e que eacute preciso assumir a

necessidade de mudar o rumo das coisas (Gomes amp Borba 2000)

Para Leff (2001) a agroecologia representa o ldquonascimento de um paradigmardquo que

eacute a alma da produccedilatildeo sustentaacutevel um processo que permite o resgate dos

conhecimentos proacuteprios e o renascimento do ser trazendo de volta as relaccedilotildees com os

seres humanos na medida em que o produtor cria atraveacutes de seu conhecimento o seu

proacuteprio saber-fazer numa relaccedilatildeo com a vida e com a terra

6

Segundo Costa Neto (1999) o paradigma agroecoloacutegico representa portanto a

linha de um posicionamento soacutecio-ambiental que tem uma vertente tecnoloacutegica apta a

ser uma alternativa agrave produccedilatildeo agriacutecola em grande escala e ao modelo tradicional

disciplinar

Hoje a agroecologia continua a fazer conexatildeo entre fronteiras estabelecidas Por

um lado estuda os processos econocircmicos e os agroecossistemas por outro eacute um agente

para as mudanccedilas sociais e ecoloacutegicas complexas que tenham necessidade de ocorrer no

futuro a fim de levar a agricultura para uma base verdadeiramente sustentaacutevel O

processo de mudanccedila estaria dirigido agrave busca de novos pontos de equiliacutebrio entre as

dimensotildees de produtividade estabilidade e equumlidade na atividade agraacuteria articuladas

entre si poreacutem em constante processo de adaptaccedilatildeo e retroalimentaccedilatildeo utilizando

estilos mais respeitosos com o ambiente com o propoacutesito de superar a crise enfrentada

pelos agricultores (Costabeber amp Moyano 2000)

De acordo com Altieri (2002) soacute uma compreensatildeo mais profunda da ecologia

humana e dos sistemas agriacutecolas pode levar a medidas coerentes com uma agricultura

sustentaacutevel Assim a ldquoemergecircncia da agroecologiardquo representa um enorme salto nesta

direccedilatildeo pois fornece os princiacutepios ecoloacutegicos baacutesicos para o estudo e tratamento dos

ecossistemas tanto produtivos quanto preservadores dos recursos naturais e que sejam

culturalmente sensiacuteveis socialmente justos e economicamente viaacuteveis

A transformaccedilatildeo ou substituiccedilatildeo de um modelo de desenvolvimento para outro

supotildee um processo de transiccedilatildeo que em alguns momentos caminha a passos lentos e

em outros pode trazer mudanccedilas bruscas e qualitativamente diferenciadas Esse

processo de transiccedilatildeo significa a conversatildeo de uma agricultura tradicional para uma

agricultura ecoloacutegica e socialmente equilibrada com base na sustentabilidade (Gomeacutez

1997)

Embora a falta de informaccedilatildeo da pesquisa possa ter contribuiacutedo para dificuldades

e experiecircncias negativas de muitos produtores estes tecircm fama de serem inovadores e

experimentadores desejosos de adotar novas praacuteticas no sentido de serem beneficiados

Nos uacuteltimos cinquumlenta anos a inovaccedilatildeo na agricultura tem sido impulsionada

principalmente pela ecircnfase em altos rendimentos e no lucro da unidade produtiva

Apesar da continuidade dessa forte pressatildeo econocircmica sobre a agricultura muitos

produtores convencionais estatildeo preferindo fazer a transiccedilatildeo para praacuteticas que satildeo mais

consistentes ambientalmente e tem o potencial de contribuir com a sustentabilidade da

agricultura em longo prazo (Gliessman 2000)

7

212 Agroecologia e agricultura familiar

O nuacutecleo por excelecircncia da produccedilatildeo sustentaacutevel eacute a agricultura familiar No

Brasil mais especificamente esta tecnologia estaacute sendo introduzida natildeo somente em

aacutereas de cultivo de agricultura familiar em geral mas especificamente em

assentamentos rurais Percebe-se dessa forma tratar-se de um tipo de produccedilatildeo que

tende a incorporar a dimensatildeo histoacuterico-social e a considerar os valores culturais e de

senso comum inerentes aos agricultores familiares (Costa Neto 1999)

Na agricultura familiar a sustentabilidade toma forma a partir do momento em

que comeccedilaram a ser incorporados aos debates os novos anseios da sociedade rural e

urbana relacionados a um novo projeto de desenvolvimento e na medida em que foram

buscadas orientaccedilotildees teoacutericas baseadas no paradigma agroecoloacutegico

De acordo com Maturana amp Rezepka (2000) a formaccedilatildeo do conhecimento natildeo eacute

entendida como simples treinamentos e teacutecnicas e seraacute um aspecto essencial desta

abordagem A valorizaccedilatildeo dos saberes dos agricultores sobre o ambiente as plantas o

solo e os processos ecoloacutegicos onde resgatam e aprimoram teacutecnicas proacuteprias e de

outros de origem cientiacutefica ou empiacuterica fundamentais dentro deste novo paradigma

(Altieri amp Nicholls 2000)

Neste sentido cientistas e extensionistas tecircm se surpreendido com a profundidade

destes conhecimentos e com a capacidade de vaacuterios destes agricultores de expocirc-los

mesmo nos ambientes acadecircmicos onde muitas vezes estatildeo mais avanccedilados que seus

interlocutores (Weid amp Tardin 2002) Isto revela a necessidade de sintonia entre a

Universidade e a Comunidade

Entatildeo a sutentabilidade ambiental em niacutevel local eacute positiva quando o manejo

realizado no agroecossistema aproveita a produtividade dos recursos naturais renovaacuteveis

(aqueles que funcionam mediante o fluxo solar) Ao contraacuterio pode natildeo ser positiva

quando as praacuteticas produtivas consistem na busca pela produtividade mediante a troca

econocircmica (importaccedilatildeo e exportaccedilatildeo de insumos e produtos) onde a terra eacute vista

unicamente como o suporte material (fiacutesico) das espeacutecies Neste caso o controle de

pragas a fertilizaccedilatildeo e outras praacuteticas necessaacuterias satildeo realizados mediante capital

produzido pelo homem degradando a base local de recursos naturais (Xavier Simoacuten amp

Domingues 2001)

8

213 O Mercado de produtos agroecoloacutegicos

O mercado de alimentos produzidos sob a orientaccedilatildeo agroecoloacutegica produzidos

sem utilizaccedilatildeo de agrotoacutexicos ou adubos minerais tem aumentado vertiginosamente em

todo o mundo Alguns dados indicam que esse segmento cresce anualmente cerca de

20 nos Estados Unidos 40 na Europa e 50 no Brasil e para comprovar tais

iacutendices basta verificar a proliferaccedilatildeo das feiras de produtores ecoloacutegicos nas cidades o

aumento dos espaccedilos para esses produtos nas gocircndolas das grandes redes de

supermercados e os movimentos ambientalistas e de consumidores que buscam uma

alimentaccedilatildeo mais saudaacutevel (Schiedeck 2002)

Sem duacutevida antes de tudo cabe salientar que a crise atual evidencia o equiacutevoco da

adoccedilatildeo de um modelo de produccedilatildeotransformaccedilatildeo que natildeo tem outra ambiccedilatildeo que natildeo a

de se adaptar agrave globalizaccedilatildeo Cabe a consideraccedilatildeo feita por Dufour (1999) de que o

mercado natildeo eacute uacutenico e monoliacutetico e portanto a produccedilatildeo social da qualidade natildeo

significa mais do mesmo (a adaptaccedilatildeo do que jaacute natildeo serve)

Na realidade pode-se identificar claramente dois mercados de natureza

fundamentalmente oposta que segundo Gomes amp Borba (2000) satildeo o de produtos

baacutesicos (leite cereais carnes brancas e vermelhas) e o de produtos elaborados

socialmente e de grande valor agregado por serem justos socialmente O mercado

mundial dos produtos baacutesicos eacute alimentado pelos excedentes agriacutecolas de grandes

produtores (Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos e Canadaacute) tambeacutem a soja e carne de

frango brasileira e o trigo argentino e os preccedilos nesses mercados satildeo extremamente

baixos e permaneceratildeo assim por muito tempo segundo relatos recentes do Banco

Mundial

Para produzir a preccedilos tatildeo baixos eacute necessaacuterio lanccedilar matildeo de todo tipo de

artifiacutecio como os hormocircnios os organismos geneticamente modificados as farinhas

animais esquecendo o meio ambiente e convivendo com exploraccedilotildees gigantescas

concentraccedilatildeo na posse da terra e com uma minoria de beneficiaacuterios dos programas de

ajuda puacuteblica os agromanagers (Gomes amp Borba 2000)

O mercado de produtos elaborados e de valor agregado obedece a outras regras

Mesmo que os agricultores busquem a maximizaccedilatildeo da produtividade natildeo se enfrentam

diretamente A produccedilatildeo ocorre em zonas geograacuteficas bem definidas e permite valorizar

o ldquosavoir-fairerdquo ou ldquoknow-howrdquo (em outras palavras natildeo necessariamente mas o

conhecimento ldquotradicionalrdquo) contribuindo para uma verdadeira economia local Esta eacute a

9

agricultura que ao mesmo tempo produz gera e preserva empregos Para caminhar ateacute

ela eacute necessaacuteria uma ampla alianccedila entre agricultores consumidores e movimentos

sociais para frear esta forma de ditadura dos mercados fonte do poder das

transnacionais agro-alimentares e quiacutemicas (Dufour 1999)

Por outra parte o mercado natildeo eacute linear e abstrato como querem fazer crer A

produccedilatildeo e o consumo sempre estaratildeo localizados e seratildeo realizados por produtores e

consumidores concretos isto permite falar em convenccedilatildeo ou negociaccedilotildees onde a

qualidade seja considerada na originalidade no bem comum ou na confianccedila entre pares

e colada aos produtos ainda mais quando se trata de alimentos Isto soacute seraacute possiacutevel

no local (sem ignorar o global) e levando em conta indicaccedilotildees como denominaccedilatildeo

ou indicaccedilatildeo de origem de processo ou de qualidade etc relacionados agraves

especificidades dos produtos o que tambeacutem deve ser objeto de negociaccedilatildeo para cada

lugar (eacute preciso lembrar que a participaccedilatildeo e as relaccedilotildees interpessoais satildeo determinantes

ao longo do processo) A produccedilatildeo social da qualidade eacute vista como estrateacutegia que

adquire sentido se considerada para o espaccedilo da Agricultura Familiar onde ainda eacute

possiacutevel estabelecer laccedilos de solidariedade entre produtores e consumidores (Gomes amp

Borba 2000)

De acordo com DrsquoAgostini amp Fantini (2002) tanto ou mais do que compreender a

dinacircmica de processos dos quais resultam produtos interessantes eacute compreender e

humanizar a dinacircmica de interesses sobre esses processos e produtos Os mesmos

autores dizem ainda que natildeo seria a solidariedade humana (a virtude pressuposta) que

emerge em especial na produccedilatildeo agroecoloacutegica mas sim a emergecircncia da rica

propriedade humana a generosidade que permite praticaacute-la em qualquer relaccedilatildeo entre

os homens

22 A cultura da cebola (Alliunt cepa L) e sua importacircncia

A cultura da cebola foi introduzida pelos accedilorianos no Brasil no seacuteculo XVIII nos

municiacutepio de Mostardas Rio Grande e Satildeo Joseacute do Norte no Estado do Rio Grande do

Sul (Garcia 1990) sendo a terceira hortaliccedila de maior importacircncia econocircmica para o

paiacutes (ICEPA 2003) Nas regiotildees Sul e Sudeste a cebolicultura constitui-se em atividade

socioeconocircmica de significativa relevacircncia para os Estados de Satildeo Paulo Santa

10

Catarina e Rio Grande do Sul nos quais se concentram mais de 76 da produccedilatildeo

nacional (Debarba et a i 1998)

A mais importante regiatildeo produtora do Rio Grande do Sul estaacute situada no litoral

Sul englobando os municiacutepios de Rio Grande Tavares Satildeo Joseacute do Norte e Mostardas

(Garcia 1997) e segundo ICEPASC (2003) esses quatro municiacutepios respondem por

cerca de 70 da produccedilatildeo de cebola do RS

Timm (2000) cita que cerca de 16000 famiacutelias rurais no Rio Grande do Sul tem

na cultura da cebola o seu principal meio de subsistecircncia No Municiacutepio de Satildeo Joseacute do

Norte a produccedilatildeo de cebola constitui uma atividade econocircmica quase exclusiva onde a

descapitalizaccedilatildeo dos agricultores ocasionou o abandono do meio rural por muitos deles

que acabaram por estabelecerem-se na periferia da zona urbana (Garcia 1997)

Aleacutem da descapitalizaccedilatildeo do produtor ocorrem problemas como a erosatildeo do solo

que segundo Zabaleta (1998) ocorre principalmente devido agrave accedilatildeo dos ventos fortes e

constantes caracteriacutesticos na regiatildeo sul-litoracircnea bem como a topografia plana e os

solos muito arenosos com lenccediloacuteis freaacuteticos superficiais contribuem para o

empobrecimento dos solos da regiatildeo principalmente ao se comparar com outras aacutereas

onde a cebola participa de sistemas produtivos juntamente com a produccedilatildeo leiteira o

arroz e hortaliccedilas diversas (Timm 2000)

221 Caracteriacutesticas agronocircmicas da cebola

A cebola eacute uma aliaacuteceae a planta eacute tenra atinge 60 cm de altura e apresenta folhas

tubulares e cerosas O caule verdadeiro eacute um disco comprimido na base da planta de

onde partem as folhas e raiacutezes que satildeo fasciculadas pouco ramificadas explorando um

volume de solo equivalente a um cilindro com 60 cm de altura e 25 cm de diacircmetro

(Filgueira 2000)

Cada planta apresenta 20 a 200 raiacutezes normalmente espessas (05 a 1 mm de

diacircmetro) e com pouca ramificaccedilatildeo e poucos pecirclos absorventes O crescimento eacute

vertical estendendo-se de 40 a 80 cm de profundidade Poucas raiacutezes ocupam mais de

15 cm do raio em tomo do bulbo Estas caracteriacutesticas tecircm implicaccedilotildees peculiares

quanto acirc localizaccedilatildeo e ao suprimento de nutrientes (Quanto menor o diacircmetro e maior a

ocorrecircncia de pecirclos absorventes maior seraacute a superfiacutecie de raiacutezes e consequumlentemente a

absorccedilatildeo de nutrientes (Magalhatildees 1993)

11

A fase vegetativa do ciclo da planta termina com o amadurecimento do bulbo

todavia trata-se de uma planta bienal considerando acirceu ciclo vital completo isto eacute da

semeadura ateacute a produccedilatildeo de novas sementes Apoacutes um periacuteodo invemal sob baixas

temperaturas haacute emissatildeo de um pendatildeo floral que pode alcanccedilar 150 cm de altura

terminando por uma inflorescecircncia tipo umbela simples inicialmente recoberta por

uma peliacutecula formada por centenas de pequenas flores (Filgueira 2000)

Segundo Clivela (1995) os fatores climaacuteticos de modo geral natildeo satildeo limitantes

para a produccedilatildeo de bulbos de cebola no Rio Grande do Sul Filgueira (2000) enfatiza

que no Brasil eacute uma das raras culturas oleraacuteceas nas quais o fotoperiacuteodo pode tornar-se

o fator limitante ocorrendo frustraccedilotildees da colheita caso as exigecircncias da planta natildeo

sejam satisfeitas

222 A produccedilatildeo de mudas de hortaliccedilas

As mais importantes modificaccedilotildees no sistema de produccedilatildeo nos uacuteltimos anos tecircm

sido feitas na produccedilatildeo de mudas Hoje eacute uma realidade os produtores se

especializarem em produzir mudas principalmente no Estado de Satildeo Paulo Para tanto

se busca atraveacutes da pesquisa as melhores fontes e combinaccedilotildees de substratos associados

ao sistema de produccedilatildeo conveniente para cada espeacutecie a fim de se obter melhorias na

propriedade no solo e na Olericultura (Giorgetti 1991)

O sistema agroecoloacutegico torna-se importante uma vez que a base da Horticultura

moderna eacute a produccedilatildeo de mudas de alta qualidade (Minami1995) a produccedilatildeo de mudas

de hortaliccedilas tem sido citada como a etapa mais importante do sistema produtivo (Silva

Junior et al 1995) Segundo Filgueira (2000) nesta fase natildeo se pode cometer erros

pois posteriormente seraacute mais difiacutecil de corrigi-los visto que para o cultivo da cebola a

muda refletiraacute na qualidade do bulbo

As mudas de hortaliccedilas podem ser consideradas tolerantes e natildeo tolerantes ao

transplante e dependem principalmente das condiccedilotildees ambientais necessitando de

cuidados No caso da cebola como satildeo produzidas com raiz nua os cuidados devem ser

maiores pois dependendo do estado em que se encontram mais ou menos susceptiacuteveis

aos estresses quando em contato com o campo podem resultar em desastre (Minami

1999)

A quantidade de nutrientes extraiacuteda pelas hortaliccedilas durante a fase de muda varia

em funccedilatildeo da espeacutecie da variedade ou da cultivar e do prazo necessaacuterio para a formaccedilatildeo

13

O composto humificado ou curado eacute rico em nutrientes que passaram parcialmente

da forma orgacircnica para a forma mineral assimilaacutevel pelas raiacutezes e com maior teor

coloidal que atua como fertilizante e eacute responsaacutevel pela capacidade melhoradora do

solo (Barreto 1985)

Uma das principais alternativas em termos de adubaccedilatildeo orgacircnica eacute o

vermicomposto Ele eacute um adubo orgacircnico estaacutevel rico em nutrientes inodoro de

coloraccedilatildeo escura obtido a partir da atividade das minhocas que potencializam a mateacuteria

prima utilizada no processo (principalmente esterco de bovino) proporcionando

diversos benefiacutecios para as plantas (Timm 2000)

231 Efeitos da adubaccedilatildeo orgacircnica no solo

O solo funciona como um organismo vivo em 1 grama de solo saudaacutevel vive uma

comunidade bioloacutegica de aproximadamente 1 0 0 0 0 espeacutecies diferentes como minhocas

larvas besouros colecircmbolos aacutecaros algas bacteacuterias e fungos Estes organismos

necessitam de alimentos para viver principalmente carbono e nitrogecircnio que estatildeo

presentes na palhada das culturas e no esterco de animais Em funccedilatildeo disso eacute

importante que o solo tenha um determinado teor de mateacuteria orgacircnica para fornecer os

alimentos e energia que os microacutebios precisam para viver (Paulus et al 2001)

O homem atraveacutes dos diferentes sistemas de preparo do solo e cultivos contiacutenuos

ou natildeo altera o comportamento do mesmo em relaccedilatildeo agraves reaccedilotildees quiacutemicas

propriedades fiacutesicas como capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua lixiviaccedilatildeo de nutrientes

erosatildeo e como consequumlecircncia afeta a qualidade de organismos presentes no solo (Brady

1999) reduzindo paulatinamente o teor de mateacuteria orgacircnica (Primavesi1982)

Nos uacuteltimos anos tem-se observado em diferentes paiacuteses a ampliaccedilatildeo do uso de

adubos orgacircnicos Alguns apresentam oacutetimos resultados enquanto outros se mostram

tecnicamente inadequados Os principais adubos orgacircnicos encontrados no mercado satildeo

fertilizantes orgacircnicos de origem animal compostos de lixo urbanos compostos de

produtos industriais e huacutemus de minhoca Nestes fertilizantes estatildeo presentes a maioria

dos macronutrientes (nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre) e

micronutrientes (zinco cobre boro ferro cobalto)essenciais para as plantas e nem

sempre encontrados em muitos fertilizantes minerais bem como uma gama de

microorganismos que vatildeo beneficiar a fauna e a flora do solo (Brady 1979 Kiehl

1985 Costa 1985 Garcia 1997)

14

Os adubos orgacircnicos satildeo amplamente empregados nos sistemas de produccedilatildeo de

alface como condicionadores do ambiente quiacutemico e fiacutesico da rizosfera e

consequumlentemente na resposta bioloacutegica das plantas (Rodrigues amp Casali 1998)

Considerando as necessidades hortiacutecolas de maior competitividade e o fato de natildeo

ser subsidiada o crescimento populacional e a industrializaccedilatildeo representam fatores

determinantes na geraccedilatildeo diaacuteria de enormes volumes de resiacuteduos podendo ser utilizados

pelos produtores com um maior retomo econocircmico possiacutevel Ao mesmo tempo a

questatildeo ambiental assume cada vez mais destaque na sociedade moderna repercutindo

em poliacuteticas governamentais bem como no setor produtivo do paiacutes e do mundo

fazendo com que a relaccedilatildeo do homem com a natureza seja repensada (Morselli 2001)

232 Efeitos da adubaccedilatildeo orgacircnica nas culturas

Segundo Paulus et al (2001) a mateacuteria orgacircnica tambeacutem eacute fonte de nutrientes

especialmente nitrogecircnio foacutesforo enxofre e micronutrientes aleacutem disso tem

capacidade de ldquoprenderrdquo micronutrientes e alguns elementos toacutexicos para as plantas

como o alumiacutenio Por exemplo os micronutrientes depois de presos satildeo liberados

lentamente no solo onde satildeo gradativamente aproveitados pelas plantas

O uso dos fertilizantes minerais elevam o custo de produccedilatildeo pois satildeo necessaacuterias

altas doses para o fornecimento dos teores de nutrientes demandados Por isso eacute

importante a geraccedilatildeo de tecnologias que poupem o consumo de fertilizantes minerais

desejaacutevel com vista agrave diminuiccedilatildeo do custo de produccedilatildeo (Rodrigues 1984) A produccedilatildeo

de hortaliccedilas sob a orientaccedilatildeo agroecoloacutegica leva em consideraccedilatildeo natildeo apenas os custos

de produccedilatildeo como tambeacutem a dependecircncia dos insumos principalmente quando se

considera a ldquoteoria da trofobioserdquo pelos efeitos maleacuteficos que os nutrientes prontamente

assimilaacuteveis podem causar as plantas (Chaboussou 1987)

Para Compagnoni amp Putzolu (1985) o vermicomposto eacute um autecircntico fertilizante

bioloacutegico que atua como corretivo do solo determinando caracteriacutesticas importantes

para a microflora pelos aacutecidos huacutemicos e as substacircncias fitoestimulantes Os autores

consideram ainda que as dejeccedilotildees das oligoquetas proporcionam a formaccedilatildeo de huacutemus

permitindo melhorar o solo razatildeo pela qual satildeo destinados agrave horticultura com oacutetimas

vantagens fiacutesicas e microbioloacutegicas enriquecendo a camada araacutevel

Em experimentos desenvolvidos durante cinco anos para avaliar o efeito da

aplicaccedilatildeo de compostos eou adubos nas culturas de alface manjericatildeo espinafre e

15

pepino Valenzuela amp Crosby (1998) compararam as produccedilotildees obtidas com composto

e a fertilizaccedilatildeo padratildeo e concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo do composto em 20 Mg ha 1 mais

N-quiacutemico foi o melhor tratamento em todas as culturas estudadas

233 Plantas de cobertura do solo

As plantas mais usadas para adubaccedilatildeo de cobertura do solo satildeo as leguminosas

pois estas tecircm a capacidade de fixar o nitrogecircnio atmosfeacuterico e disponibiliza-lo agrave

cultura Primavesi (1992) cita que utilizando-se mucuna ervilhaca feijatildeo-de-porco

feijatildeo-miuacutedo crotalaacuteria e outras natildeo haacute necessidade de utilizar tanto nitrogecircnio em

cobertura embora natildeo se dispense uma calagem mais frequumlente pois ocorre um pouco

de acidificaccedilatildeo no solo como com qualquer adubaccedilatildeo nitrogenada Segundo a mesma

autora algumas leguminosas tecircm a capacidade de mobilizar o foacutesforo como o caupi

(feijatildeo-miuacutedo) outras mobilizam o caacutelcio como tremoccedilo

Para Brady (1999) a adubaccedilatildeo verde traz grandes benefiacutecios como suprimento de

mateacuteria orgacircnica sendo consideraacutevel a quantidade de resiacuteduos orgacircnicos devolvidos ao

solo adiccedilatildeo de nitrogecircnio nutrientes e conservaccedilatildeo do solo

Calegari (1998) comenta que quanto aos aspectos fiacutesicos os resiacuteduos tendem a

contribuir para uma melhoria da estrutura do solo percebida pelo aumento da

estabilidade dos agregados em aacutegua aumento da capacidade de retenccedilatildeo hiacutedrica

elevaccedilatildeo dos iacutendices de infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo aumento da porosidade melhor

aeraccedilatildeo e diminuiccedilatildeo da densidade do solo

De acordo com Timm (2000) o papuatilde eacute uma excelente alternativa como cobertura

de solo para o cultivo miacutenimo da cebola pois na eacutepoca do transplante das mudas seu

ciclo vegetativo estaacute completo natildeo necessitando o dessecamento outra vantagem eacute que

o papuatilde apresenta bom controle com relaccedilatildeo agraves plantas invasoras da cebola reduzindo

ao longo dos anos o nuacutemero de capinas e a aplicaccedilatildeo de herbicidas

234 Adubaccedilatildeo foliar

Segundo Malavolta (1981) a utilizaccedilatildeo da adubaccedilatildeo foliar eacute complemento da

adubaccedilatildeo de solo natildeo substituto da mesma no que diz respeito ao fornecimento de

nitrogecircnio foacutesforo e potaacutessio para as culturas Da mesma maneira que as raiacutezes podem

perder para o solo parte dos elementos absorvidos as folhas tambeacutem o fazem pela accedilatildeo

16

de fatores internos (desordem fisioloacutegica estado nutricional etc) e externos (chuvas

orvalho nutriccedilatildeo do sistema radicular luz temperatura etc)

Para Chaboussou (1987) as plantas adquirem o maacuteximo de resistecircncia bioloacutegica

atraveacutes da nutriccedilatildeo (trofos) equilibrada Obviamente para que isto ocorra eacute necessaacuterio

que o solo esteja em equiliacutebrio dinacircmico o ambiente seja o mais estaacutevel e as plantas

selecionadas ou melhor adaptadas para poderem suportar as alteraccedilotildees extemporacircneas

ocasionadas pelos fenocircmenos meteoroloacutegicos e nas fases fonoloacutegicas criacuteticas do

crescimento e desenvolvimento (Pinheiro amp Barreto 2000)

O lixiviado das folhas enriquece as camadas superiores do solo e tende a

contrabalanccedilar as perdas de zonas mais profundas e mais distantes acumulando-os nas

suas proximidades tambeacutem influencia o nuacutemero e o comportamento dos

microrganismos que por sua vez alteram o processo de gecircnese do solo sua textura e

fertilidade A lixiviaccedilatildeo assim se toma importante no desenvolvimento da sucessatildeo

ecoloacutegica devido agrave ciclagem de elementos (Malavolta 1980)

Conforme Camargo (1975) a utilizaccedilatildeo de adubos foliares substitui parcialmente

a adubaccedilatildeo radicular em 20 a 25 podendo ser utilizada em varias pulverizaccedilotildees

24 Vermicompostagem

E o processo que consiste em se submeter diferentes resiacuteduos orgacircnicos de

origem animal eou vegetal aos processos fermentativos e humificaccedilatildeo adicionando

minhocas do gecircnero Eiseina espeacutecie foetida ao material procurando obter um produto

curado em aproximadamente 45 - 60 dias (Compagnoni amp Putzolu 1985)

A vermicompostagem firmou-se no Brasil como atividade rentaacutevel produzindo

adubo de alta qualidade na deacutecada de 90 Na agricultura brasileira contudo haacute

preferecircncia pelos adubos quiacutemicos em funccedilatildeo de sua aquisiccedilatildeo financiada menor custo

e retomo imediato embora o impacto de seu uso contiacutenuo sobre o solo e os

microorganismos que nele vivem seja negativo (Tagliari amp Grassmann 1995)

Segundo Morselli (2002) a vermicompostagem difere da compostagem

convencional dentre outros pocircr formar substacircncias huacutemicas mais rapidamente ao sofrer

passagem pelo trato digestivo das minhocas A alirdentaccedilatildeo destas satildeo basicamente os

estercos e a disponibilidade desta mateacuteria prima bem como de ambiente protegido para

proceder a compostagem correta deste material satildeo indispensaacuteveis

17

Segundo Kiehl (1985) e Martinez (1990) o vermicomposto apresenta as seguintes

vantagens em relaccedilatildeo a compostagem permite a formaccedilatildeo de um produto curado em

menor espaccedilo de tempo promove a formaccedilatildeo de um material com maior

disponibilidade de nutrientes facilita o peneiramento natildeo havendo a necessidade de

revolvimento do material oferece vaacuterias fontes de renda pois aleacutem do huacutemus fornece

minhocas e raccedilatildeo e quando aplicado ao solo tende a melhorar as propriedades fiacutesicas

quiacutemicas e bioloacutegicas

241 Resiacuteduos utilizados na vermicompostagem

2411 Resiacuteduos de origem animal

Segundo Bureacutes (1997) o esterco eacute uma mistura de fezes urina e camas que

podem estar constituiacutedas de palhas folhas secas serragem turfa casca de arroz e ateacute

terra Esse apresenta pH neutro e densidade que varia de 030 a 090 Kg dm3 segundo

seu estado de decomposiccedilatildeo Eacute influenciado por vaacuterios fatores como espeacutecie animal

raccedila idade alimentaccedilatildeo material utilizado como cama e tratamento da mateacuteria-prima

esterco (Kiehl 1985) Dentre os fatores apontados um dos mais importantes eacute a

alimentaccedilatildeo do animal quanto mais rica a alimentaccedilatildeo mais rica seraacute as dejeccedilotildees

(Gnoatto 1999) O volume de bacteacuterias vivas ou mortas encontradas no esterco

representam 20 a 30 do total delas se originam grande parte do nitrogecircnio sob a

forma de proteiacutena (Morselli 2002)

A origem do material utilizado para a produccedilatildeo de vermicomposto eacute fundamental

pois soacute uma mateacuteria-prima de qualidade resultaraacute em um produto final de boa qualidade

Dentre os estercos o de aves eacute empregado empiricamente na adubaccedilatildeo de culturas

permanente ou natildeo com excelentes resultados apesar de sua simples composiccedilatildeo

meacutedia 2 de nitrogecircnio 2 de foacutesforo como P2 0 5 e 1 de K2 0 Poreacutem haacute uma

grande variaccedilatildeo na sua constituiccedilatildeo a qual dependeraacute do manejo animal atraveacutes das

camas finalidade da criaccedilatildeo e natureza das camas (Morselli 2002)

2412 Resiacuteduos de origem vegetal

A mateacuteria orgacircnica pode ser preservada no solo por vaacuterios processos seja pela

simples incorporaccedilatildeo de resiacuteduos de culturas rotaccedilatildeo de culturas adubaccedilatildeo verde ou

18

pela adiccedilatildeo de materiais orgacircnicos capazes de elevar e manter a produtividade do solo

Da decomposiccedilatildeo dos resiacuteduos orgacircnicos adicionados ao solo resulta a liberaccedilatildeo de

grande quantidade de nutrientes principalmente o nitrogecircnio o potaacutessio e o enxofre

Aleacutem disso diversos atributos quiacutemicos e fiacutesicos do solo satildeo alterados pela

decomposiccedilatildeo desses resiacuteduos destacando-se o aumento da capacidade de troca de

caacutetions o aumento da retenccedilatildeo de aacutegua a melhoria da estabilidade dos agregados e da

aeraccedilatildeo (Fraser1963 Malavolta 1981 Mello et al 1983 Bonilla 1992)

Segundo Purcino (1981) quando a relaccedilatildeo CN eacute menor que 30 como no caso do

esterco de curral ou da palha de leguminosas a disponibilidade de nitrogecircnio eacute

imediata mas acima deste valor ocorre imobilizaccedilatildeo crescente deste nutriente Por esse

motivo estes materiais devem ser submetidos a uma degradaccedilatildeo bioloacutegica antes de

serem adicionados ao solo

25 Biofertilizantes

No Brasil ocorrem problemas crescentes com materiais derivados de sistemas

intensivos de criaccedilatildeo animal que acumulam resiacuteduo^ orgacircnicos com graves problemas

de contaminaccedilatildeo de cursos de aacutegua que na maioria das vezes se acumulam em um

uacutenico lugar e natildeo satildeo reciclados (Viglizzo 1995)

Visando amenizar tais situaccedilotildees os meacutetodos alternativos de adubaccedilatildeo controle de

doenccedilas pragas e plantas indesejaacuteveis tecircm sido muito estudado Dentro dessa linha de

pesquisa destaca-se o uso de mateacuteria orgacircnica atraveacutes tanto de sua incorporaccedilatildeo ao

solo como de sua transformaccedilatildeo para uso posterior na forma de biofertilizantes

(Khatounian 1997 Bettiol et al 1997)

Na complexa e elevada comunidade microbiana dos biofertilizantes encontram-se

bacteacuterias fungos leveduriformes filamentosos e actinomicetos (Bettiol apud Penteado

1999)

O agregado de macro e micronutrientes periodicamente ativa e enriquece a

fermentaccedilatildeo O uso de farinha de rocha tem sido vantajoso por ter baixo custo

comparado com os sais concentrados e purificados aleacutem de trazer alguns elementos

traccedilos de vital importacircncia para os microrganismos do solo como por exemplo o Gaacutelio

o Iodo e o Vanaacutedio (M1BASA 199-) O agregado de farinha de rocha ou sais

purificados ao fermentado faz com que estes nutrientes passem a fazer parte dos

microrganismos ou dos produtos orgacircnicos liberados durante a fermentaccedilatildeo sendo que

19

o ataque dos microrganismos atraveacutes de suas enzimas consegue liberar os elementos natildeo

atacados pelos aacutecidos industriais (Pinheiro amp Barreto 2000)

Os biofertilizantes tecircm sido empregados na agricultura ecoloacutegica como adubo

foliar para aumentar a resistecircncia contra pragas e doenccedilas Aleacutem disso o processo de

produccedilatildeo eacute bastante simples e por isso eacute viaacutevel sua produccedilatildeo na propriedade desde que

tenha esterco disponiacutevel (Penteado 1999)

Bettiol et al (1997) verificaram a presenccedila de diferentes espeacutecies de fungos

fiacutelamentosos e leveduriformes e bacteacuterias entre elas Bacillus spp na comunidade

microbiana do biofertilizante produzido segundo meacutetodo adotado pelo Centro de

Agricultura Ecoloacutegica Ipecirc Os autores verificaram ainda uma reduccedilatildeo da comunidade

microbiana ao longo da digestatildeo reduccedilatildeo essa mais acentuada logo apoacutes o acreacutescimo

dos sais contendo micronutrientes A accedilatildeo dos sais pode ser tanto por aumento na

pressatildeo osmoacutetica quanto pelo efeito direto sobre os microrganismos Para o controle de

doenccedilas de plantas satildeo importantes a presenccedila dos metaboacutelitos produzidos pelos

organismos presentes no biofertilizante e os proacuteprios microrganismos vivos

Os microrganismos transformam o material orgacircnico (esterco soro de leite caldo

de frutas palhas restos industriais etc) e cinzas produzindo vitaminas aacutecidos e sais

complexos importantes para regular e tonificar o metabolismo das plantas impedindo o

desenvolvimento de pragas e doenccedilas (Pinheiro amp Barreto 2000)

Em estudos feitos com o biofertilizante liacutequido de bovinos foi observado a

presenccedila de inuacutemeros microorganismos como bacteacuterias leveduras e bacilos

principalmente do Bacillus subtilis Estes microorganismos sintetizam substacircncias

antibioacuteticas as quais demonstram ter grande accedilatildeo e eficiecircncia como substacircncias

fungiostaacuteticas e bacteriostaacuteticas de fitopatoacutegenos causadores de danos em lavouras

comerciais (Penteado 1999)

Aldrighi et al (2002) realizaram trabalho na UFPel relacionado agrave nutriccedilatildeo de

mudas de tomate (Floradade) produzidas no sistema ldquofloatingrdquo Utilizaram-se doses de

0 2 5 e 10 para o biofertilizante Super Magro e 0 e 1 para a urina de vaca

Concluiacuteram que estes natildeo interferem na produccedilatildeo das mudas e que provavelmente foi

influenciado pelo substrato utilizado (vermicomposto 75 e casca de arroz carbonizada

25) bem como o sistema de produccedilatildeo (floating)

Paglia et al (2002) citam que eacute possiacutevel produzir mudas de tomate (cultivar

Floradede) utilizando urina de vaca e biofertilizante Super Magro na aacutegua em sistema

ldquofloatingrdquo em trabalho realizado na UFPel O uso da urina de vaca a 1 e 5 e

20

biofertilizante Super Magro a 6 proporcionam uma elevaccedilatildeo do foacutesforo bem como o

Super Magro a 6 eleva os teores de Mg e Ca na aacutegua

251 Urina de vaca

As urinas de vaca contecircm nutrientes favoraacuteveis ao bom desenvolvimento das

plantas como potaacutessio soacutedio nitrogecircnio enxofre magneacutesio caacutelcio foacutesforo e traccedilos de

outros elementos Nas plantas funciona como um fertilizante natural tomando-as mais

resistentes ao ataque das pragas e doenccedilas Satildeo encontradas tambeacutem na urina outras

substacircncias como fenoacuteis e principalmente o catecol que esta associado agrave recuperaccedilatildeo

de plantas atacadas por fitopatoacutegenos por ser um produto anti-seacuteptico (Penteado 1999)

Para seu emprego a urina receacutem coletada deve ser armazenada sob condiccedilotildees

ambientais por trecircs dias para que se forme amocircnio importante produto a ser absorvido

pelas plantas Recomenda-se ainda que o armazenamento deva ser feito em recipiente

fechado para que natildeo ocorram perdas de nitrogecircnio Desta forma poderaacute permanecer

por ateacute um ano sem comprometer sua eficiecircncia

Em hortaliccedilas o uso da urina de vaca eacute recomendado em pulverizaccedilotildees foliares

semanais na concentraccedilatildeo de 05 para tomateiro pimentatildeo pepino feijatildeo vagem e

couve ou quinzenais a 1 para as culturas do quiabeiro jiloeiro e berinjela Para

fruteiras em geral a primeira aplicaccedilatildeo deve ser na concentraccedilatildeo aproximada de 5

realizada diretamente no solo e mensalmente devem ser realizadas pulverizaccedilotildees

foliares a 1 para plantas jovens e a 5 para plantas adultas (Penteado 1999)

Na aplicaccedilatildeo foliar deve-se ter cuidado com folhas e brotos novos e considerar que

o uso contiacutenuo pode ser toacutexico podendo afetar o solo causando a sua acidificaccedilatildeo

(Penteado 1999)

Na Estaccedilatildeo Experimental da PESAGRO no municiacutepio de Macaeacute Rio de Janeiro

estaacute se utilizando a urina de vaca leiteira Os pesquisadores descobriram que a urina de

vaca em lactaccedilatildeo produzia o efeito de recuperar plantas de abacaxi atacadas por uma

doenccedila conhecida como ldquofusairioserdquo Essa doenccedila quando ataca o abacaxi causa

perdas de ateacute 70 da safra Todos os agrotoacutexicos testados natildeo conseguiram controlar a

doenccedila Isto eacute um exemplo para que a universidade tenha uma nova percepccedilatildeo (Capra

1996) adotando medidas efetivas que contribuam na transiccedilatildeo agroecoloacutegica Com o

uso da urina de vaca leiteira numa lavoura de abacaxi atacada pela fusariose observou-

se agrave recuperaccedilatildeo do stand e os frutos produzidos apresentaram excelente padratildeo

21

comercial Descobriu-se que aleacutem funcionar como adubo e defensivo natural a urina de

vaca leiteira tambeacutem favorece a floraccedilatildeo de muitas plantas e pode ser usada no

tratamento de frutos e tubeacuterculos depois da colheita

A urina de vaca em lactaccedilatildeo tambeacutem estaacute sendo usada nas lavouras de cafeacute em

plantaccedilotildees de maracujaacute coco alface e outras hortaliccedilas Na regiatildeo centro-sul do Paranaacute

os agricultores estatildeo aplicando a urina de vaca leiteira nas lavouras de feijatildeo soja

batata cebola e milho (Penteado 1999)

252 Alhol

A maioria dos defensivos alternativos tais como calda bordalesa sulfocaacutelcica

aacutegua de cinza e cal biofertilizante enriquecido extrato de fumo entre outros precisa

ser misturada com um espalhante adesivo para quebrar a tensatildeo superficial da gota e

propiciar um melhor molhamento das folhas e demais partes pulverizadas assegurando

uma absorccedilatildeo mais efetiva e uma melhor accedilatildeo sobre as pragas e doenccedilas Quando as

gotas permanecem inteiras sobre a superfiacutecie folhar devido agrave falta de espalhante

adesivo pode-se danificar os tecidos vegetais pelc efeito-lente quando o sol incide

sobre elas Aleacutem disso a gota por natildeo se espalhar sobre toda superfiacutecie folhar

concentra nela e consequumlentemente sobre o tecido que estaacute em contato com ela uma

quantidade maior do produto aplicado Essa maior concentraccedilatildeo pode prejudicar a

absorccedilatildeo e lesionar os tecidos principalmente apoacutes a evaporaccedilatildeo da aacutegua contida na

gota por resultar em uma maior concentraccedilatildeo de sais no local especialmente quando se

aplicam por exemplo calda sulfocaacutelcica bordalesa biofertilizante enriquecido com

macro e micronutrientes (Claro 2001)

O alhol eacute um espalhante adesivo ecoloacutegico que tambeacutem auxilia no controle de

pragas E elaborado com aacutegua alho oacuteleo vegetal e sabatildeo neutro a partir da sabedoria

popular que menciona o alho como repelente de insetos Juacutenior Abreu amp Maiorano

(199-) indicam formulaccedilotildees contendo alho para o controle de pragas como nematoacuteides

(Meloidogyne incoacutegnita e M javanica) mosca do chifre lagarta na maccedilatilde pulgotildees

besouro da batata trips e para controle de doenccedilas fuacutengicas e bacterianas como miacuteldio

ferrugem fusariose helminthosporiose murchadeira (Pseudonamos solacearum)

bruzone do arroz (Pyricularia orysae) podridatildeo negra do repolho e couve-flor

(Xanthomonas campestris) Aleacutem disso o alho pelo seu bom teor em oacuteleo pode agir

tambeacutem como espalhante adesivo O sabatildeo tambeacutem eacute indicado como espalhante adesivo

22

e possui accedilatildeo contra certas pragas (pulgotildees) sendo que o oacuteleo vegetal eacute indicado no

controle de cochonilhas e usado como espalhante adesivo (Claro 2001)

253 Calda Bordalesa

A calda bordalesa eacute um tradicional defensivo agriacutecola que pode ser preparado na

propriedade com a mistura de sulfato de cobre cal virgem e aacutegua As concentraccedilotildees de

sulfato de cobre e cal satildeo distintas dependendo do objetivo do seu emprego

Geralmente diferem de acordo com o tipo de planta ou espeacutecie vegetal as condiccedilotildees

climaacuteticas o grau de infestaccedilatildeo da doenccedila e a fase de crescimento da planta Eacute indicada

para o controle de miacuteldio alternaacuteria botrytis e antracnose (Penteado 1999)

A calda bordalesa caracteriza-se pela sua importante accedilatildeo no controle de diversas

doenccedilas fungicas nas mais diversas espeacutecies de culturas Possui tambeacutem uma relativa

accedilatildeo bactericida e em alguns casos age como repelente de insetos Da mistura do

sulfato de cobre com a cal resulta uma soluccedilatildeo rica em macronutrientes e

micronutrientes Provavelmente os expressivos resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo da

calda bordalesa devam-se natildeo somente a sua accedilatildeo fuacutengica e bactericida mas sobretudo

agrave influecircncia positiva que exerce no metabolismo das plantas ativando o processo

enzimaacutetico e estimulando a proteossiacutentese aumentando a resistecircncia das plantas (Claro

2 0 0 1 ) caracteriacutestica fundamental na agricultura sustentaacutevel

254 Biofertilizante Super Magro

A calda Super Magro eacute produto da fermentaccedilatildeo de estercos animais enriquecidos

por micronutrientes e outros produtos de origem animal obtendo-se uma calda

biofertilizante para aplicaccedilatildeo foliar nas plantas (Penteado 1999) jaacute foram observados

bons resultados principalmente nas culturas de uva maccedila pecircssego tomate batata e

hortaliccedilas em geral

E indicado como fonte suplementar de micronutrientes para as plantas inibidor

de fungos e bacteacuterias causadores de doenccedilas e para aumentar a resistecircncia contra insetos

e aacutecaros (Penteado 1999) i

Muller (1999) avaliou a influecircncia do biofertilizante Super Magro sobre as

culturas de tomate (Lycopersicon esculentum Mill) ervilha (Pisum sativum L) e

beterraba (Beta vulgaris L) O autor obteve cultivos com baixa severidade de doenccedilas e

23

insetos fitoacutefagos possivelmente por causa do manejo orgacircnico de produccedilatildeo Os

resultados das pulverizaccedilotildees das soluccedilotildees foliares variaram conforme a cultura e o

clima

255 Biofertilizante MB4

A utilizaccedilatildeo das farinhas de rochas eacute uma das teacutecnicas mais modernas usadas nos

uacuteltimos anos na agricultura O elevado nuacutemero de nutrientes contidos no MB4 como

cobre zinco manganecircs cobalto soacutedio alumiacutenio silicatos de magneacutesio ferro e caacutelcio

acompanhado de foacutesforo potaacutessio e enxofre reagem com a soluccedilatildeo do solo liberando

elementos essenciais ao desenvolvimento da vida microbiana os quais exercem um

papel fundamental atraveacutes de transformaccedilotildees quiacutemicas e do equiliacutebrio bioloacutegico

favorecendo o desenvolvimento sadio das plantas (Pinheiro amp Barreto 2000)

24

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

31 Local de execuccedilatildeo do experimento

O presente trabalho foi conduzido no Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul

(FEPAGROSUL) no municiacutepio de Rio Grande nlt periacuteodo de 15 de maio a 26 de

agosto de 2 0 0 2

O solo eacute classificado como ldquoTuiardquo satildeo muito arenosos As massas aquaacuteticas do

Oceano Atlacircntico e Lagoa dos Patos influenciam ventos temperatura pressatildeo umidade

relativa e demais fatores climaacuteticos A topografia da regiatildeo litoracircnea eacute plana com

lenccediloacuteis freaacuteticos superficiais

32 Anaacutelise estatiacutestica

O experimento foi constituiacutedo em fatorial 3X3 (Quadro 1) com quatro repeticcedilotildees

no delineamento blocos ao acaso As variaacuteveis respostas foram submetidas agrave anaacutelise de

variaccedilatildeo e ao teste de Duncan a 5 de probabilidade para comparaccedilatildeo das meacutedias

utilizando-se o sistema SANEST (Zonta amp Machado 1984)

As anaacutelises estatiacutesticas das variaacuteveis estudadas encontram-se nos Apecircndices C D

Os resultados das respostas agronocircmicas e das determinaccedilotildees dos conteuacutedos dos

macronutrientes bem como os de raiz estatildeo nas tabelas de 1 a 3

25

As diferentes adubaccedilotildees seratildeo representadas durante a discussatildeo da seguinte

forma 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e EC

(60 t ha 1 de esterco de curral) 1 VB+SM+U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais

super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+SM+U+CB (45 t ha 1 de

vermicomposto mais super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa)

EC+SM+U+CB (60 t ha 1 de esterco de curral mais super magro mais urina de vaca

mais calda bordalesa) 1 VB+MB4 +U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais MB4 mais

urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+MB4 +U+CB (45 t ha 1 de vermicomposto

mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa) EC+MB4 +U+CB (60 t ha 1 esterco

de curral mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa)

QUADRO 1 Descriccedilatildeo dos fatores experimentais e respectivos niacuteveis

Niacuteveis Fator 1 ADUBACcedilAtildeO DE BASE

0 1 Vermicomposto (30 t ha1)

0 2 Vermicomposto (45 t ha1)

03 Esterco de curral (60 t ha1)

Niacuteveis Fator 2 BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS

0 1 Super magro (5) + Urina de Vaca + Calda Bordalesa

0 2 MB4 (10) + Urina de vaca + Calda Bordalesa

03 Ausecircncia (testemunha)

33 Tratamentos

Da combinaccedilatildeo entre niacuteveis e fatores foram obtidos 9 tratamentos que estatildeo

descritos no Quadro 2 bem como as doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

26

QUADRO 2 Tratamentos e doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

TRATAMENTOS

Ndeg FATOR I FATOR II

0 1 30 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

0 2 30 t harsquo de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

03 30 t ha de vermicomposto - - -

04 45 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

05 45 t ha de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

06 45 t ha de vermicomposto - - -

07 60 t hade esterco Super Magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

08 60 t hade esterco MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

09 60 t hade esterco - - -

Cada parcela foi constituiacuteda por dois canteiros medindo 1 m de largura x 2 m de

comprimento perfazendo 075 m de aacuterea de aacuterea uacutetil (025 m de bordadura) Foi

utilizando semeadura a lanccedilo com densidade de 24 g canteiro1

O vermicomposto a urina de vaca o esterco de curral o alhol os biofertilizantes e

a calda bordalesa foram de procedecircncia do Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul O

vermicomposto de esterco bovino misturado agraves cascas de frutas foi processado pela

minhoca vermelha califomiana Eisenia foetida)

O biofertilizante Super Magro foi elaborado segundo a metodologia descrita pela

FEPAGROSUL utilizando-se os seguintes componentes 190 litros de aacutegua 22 litros

de leite 55 Kg de accediluacutecar mascavo 30 Kg de esterco fresco de bovinos 2 Kg de

Sulfato de zinco 2 Kg de sulfato de magneacutesio 2 Kg de cloreto de caacutelcio 1 Kg de aacutecido

boacuterico 300 g de sulfato de cobre 300 g de sulfato de ferro 300 g de sulfato de

manganecircs 100 g de molibdato de soacutedio 50 g de sulfato de cobalto 3 Kg de fosfato

natural 3 Kg de cinza e 200 g de farinha de osso

A urina de vaca em lactaccedilatildeo foi coletada pela manhatilde e armazenada em recipiente

fechado por trecircs dias em condiccedilotildees ambientais para que se formasse a amocircnia e natildeo

ocorresse perda de nitrogecircnio

28

Realizaram-se duas capinas manuais durante o experimento e em seguida como

cobertura se colocou casca de arroz Tambeacutem foi aplicado esterco de aves 30 dias antes

da colheita na quantidade de 05 Kg canteiro 1 como adubaccedilatildeo de cobertura

As pulverizaccedilotildees com os produtos iniciaram apoacutes 15 dias da germinaccedilatildeo

Realizou-se sete aplicaccedilotildees sendo que as duas primeiras foram feitas apenas com

Super Magro e MB4 Na terceira e na quarta aplicaccedilatildeo utilizou-se urina de vaca e calda

bordalesa em concentraccedilotildees menores (05 e 025 respectivamente) e na quinta

aplicaccedilatildeo as dosagens de urina de vaca e calda bordalesa foram elevadas para 1 0 e

05 respectivamente ateacute o final do experimento O alhol foi utilizado a partir da

terceira pulverizaccedilatildeo na quantidade de 2 e seguiu ateacute o final no dia 26 de agosto

quando as mudas foram colhidas e posteriormente analisadas as variaacuteveis

35 Observaccedilotildees agronocircmicas

Foram utilizadas 20 mudas de cebola para obtenccedilatildeo das meacutedias das variaacuteveis as

quais foram as seguintes

351 Fitomassa fresca da parte aeacuterea e raiacutezes

Foi realizada atraveacutes de uma balanccedila digital procedendo-se a pesagem de 20

mudas de cebola previamente lavadas e posteriormente secadas durante uma hora sobre

um tecido de algodatildeo agrave temperatura ambiente Processo idecircntico foi adotado com as

raiacutezes

352 Fitomassa seca da parte aeacuterea e raiacutezes

Esta variaacutevel foi obtida a partir da secagem preliminar em estufa de ar forccedilado

durante 48 horas a 65 C ateacute peso constante com posterior pesagem em balanccedila

analiacutetica

353 Altura da muda

A altura de muda foi medida a partir do colo das plantas ateacute sua uacuteltima folha

(ponto de crescimento) com uma reacutegua graduada de 40 cm

29

354 Diacircmetro do colo das plantas

Esta medida foi realizada no ponto de transplante a 2 mm das raiacutezes e utilizando-

se um paquiacutemetro SOMET

355 Sistema radicular

Ao teacutermino do experimento foram retiradas as raiacutezes das mesmas plantas que foram

utilizadas para as determinaccedilotildees realizadas na parte aeacuterea procedendo-se uma amostra

de solo com raiacutezes de 2 0 cm de largura x 2 0 cm de comprimento e 2 0 cm de altura

totalizando 8000 cm3

As raiacutezes apoacutes serem lavadas em aacutegua corrente foram pesadas acondicionadas em

sacos plaacutesticos e congeladas para posteriores anaacutelises pelo meacutetodo de Tennant (1975)

para a determinaccedilatildeo do comprimento e densidade

3551 Comprimento de raiz

Utilizou-se para a determinaccedilatildeo do comprimento de raiz as seguintes foacutermulas

1 = ndeg x 1114 x 1 onde

1 - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 0 0 2 g

ndeg - nuacutemero de intercessotildees das raiacutezes com os lados da quadriacutecula da malha do

aparelho

1114 - constante

1 - medida lateral da quadriacutecula em cm

Tomando-se a fiacutetomassa seca e o comprimento da raiz da cada amostra

relacionou-se com a fiacutetomassa seca e o comprimento total da raiz da planta aplicando-

se a seguinte equaccedilatildeo

L = (FSR x 1) FSPA onde

L - comprimento total da raiz da planta (m)

FSR - fiacutetomassa seca de raiz

FSPA - fiacutetomassa seca da parte aeacuterea

L - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 002g

3552 Densidade de raiz

A densidade foi determinada pela foacutermula

D = L 8000 onde

D - densidade de raiacutezes (m cm3)

30

L - comprimento total de raiacutezes (m)

8 0 0 0 - volume da amostra (cm3)

3553 Razatildeo parte aeacutereasistema radicular

Este paracircmetro foi obtido pela equaccedilatildeo

RPASR = FSPA FSR onde

RPASR - razatildeo parte aeacuterea sistema radicular

FSPA - fitomassa seca da parte aeacuterea

FSR - fitomassa seca do sistema radicular

36 Determinaccedilatildeo de macronutrientes no tecido vegetal

Os macronutrientes nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio foram

determinados no laboratoacuterio de Fertilidade e Anaacutelise de Plantas do Departamento de

Solos da UFPel atraveacutes dos meacutetodos descritos por Tedesco amp Gianello (1996)

31

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 Anaacutelise das variaacuteveis

A anaacutelise da variaccedilatildeo mostrou que houve diferenccedila significativa na interaccedilatildeo entre

os fatores de adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes liacutequidos com exceccedilatildeo da variaacutevel altura

de planta para a qual somente a adubaccedilatildeo de base mostrou-se significativa (Apecircndices

C D e E Tabelas 1C 1D e 1E)

411 Anaacutelise da parte aeacuterea

Na Tabela 1 destacaram-se as adubaccedilotildees EC+SM+U+CB EC+MB4 +U+CB e EC

que diferiram significativamente das demais adubaccedilotildees para as variaacuteveis fiacutetomassa

fresca da parte aeacuterea (FFPA) fiacutetomassa seca da parte aeacuterea (FSPA) altura de planta

(AP) e diacircmetro do colo (DC)

32

TABELA 1 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

30 t ha de vermicomposto 7015 c A45 t halsquo de vermicomposto 7824 b B60 t ha de esterco de curral 12248 a C

30 t ha de vermicomposto 667 c A45 t ha de vermicomposto 752 b A60 t ha de esterco de curral 1150a C

30 t ha de vermicomposto 2975 b A45 t harsquo de vermicomposto 2775 b A60 t ha de esterco de curral 3600 a B

30 t ha de vermicomposto 631 b A45 t ha de vermicomposto 6 2 2 b B60 t ha de esterco de curral 741 a C

-Fitomassa fresca (g)----------------6270 c B 6885 b A8832 b A 6308 c C

15082 a A 13934 a BmdashFitomassa seca (g)----------------

625 c A 655 b A830 b A 607 b B

1345 a A 1262 a B-Altura de planta (cm)----------------

2950 b A 3050 b A2937 b A 2950 b A 3975 a A 3622 a B

-Diacircmetro de colo (mm)---------------592 c B 599 b B 657 b A 609 b B 819a A________ 793a B

Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

O efeito positivo do esterco bovino pode ser atribuiacutedo agraves melhorias nas condiccedilotildees

fiacutesicas do solo por ele proporcionado Segundo Primavesi (1982) e Compagnoni amp

Putzolu (1985) o esterco bovino apresenta propriedades condicionadoras do solo dando

agraves plantas melhores condiccedilotildees de desenvolvimento elevando sobremaneira os

conteuacutedos de fitomassa fresca das plantas que refletiratildeo nas demais respostas

agronocircmicas

Analisando as adubaccedilotildees de base em relaccedilatildeo aos biofertilizantes observa-se que

para os tratamentos 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) - natildeo houve influecircncia dos

biofertilizantes para as variaacuteveis FSPA e AP enquanto destacou-se o SM+U+CB para o

DC e SM+U+CB e ausecircncia da adubaccedilatildeo liacutequida para a FFPA mostrando que o uso

dos biofertilizantes natildeo influenciou esta variaacutevel 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) -

verificou-se a eficiecircncia do uso do MB4 +U+CB para as variaacuteveis FFPA e DC Para a

variaacutevel FSPA destacaram-se os dois biofertilizantes utilizados jaacute para AP natildeo houve

33

influecircncia destes EC (60 t ha 1 de esterco de curral) - em todas as variaacuteveis observadas

na tabela 5 as respostas foram significativas utilizando MB4 +U+CB

As respostas encontradas no presente trabalho para as variaacuteveis AP e FSPA foram

superiores as obtidas por Dalponte (1990) quando utilizado 0 esterco de curral para

produccedilatildeo de mudas de cebola

Segundo Filgueira (2000) os solos da regiatildeo produtora de cebola do RS satildeo

pobres em foacutesforo disponiacutevel (15 mg Kg1) necessitando portanto de adubaccedilotildees

fosfatadas elevadas As respostas aqui obtidas podem ser justificadas pelos teores de

foacutesforo contido no MB4

Follet et al (1981) citam a importacircncia do uso de compostos orgacircnicos no solo

enfatizando os estercos no sentido da decomposiccedilatildeo continuada no fornecimento de

nutrientes e na liberaccedilatildeo lenta e gradual de aacutecidos orgacircnicos influenciando a liberaccedilatildeo

do foacutesforo O que provavelmente pode ser atribuiacutedo agraves respostas encontradas no

presente trabalho para 0 tratamento Esterco de curral mais MB4 e Urina mais Calda

Bordalesa

E importante destacar que 0 sistema de produccedilatildeo de mudas de cebola sob uma

perspectiva agroecoloacutegica mostra-se eficiente quando visualmente natildeo percebe-se

diferenccedila significativa entre os tratamentos (Apecircndice F Figura 2)

Conveacutem ressaltar que quando trabalhamos com agroecologia natildeo existem

receitas nem pacotes tecnoloacutegicos prontos Cada situaccedilatildeo deveraacute ser estudada em

particular para que se faccedila recomendaccedilotildees adequadas ao ambiente local uma vez que

as plantas se adaptam ao meio estando a nutriccedilatildeo encarregada de proteger e manter o

equiliacutebrio do organismo vegetal em funccedilatildeo das alteraccedilotildees externas

E fundamental que se compreenda os princiacutepios norteadores de todo o processo

que satildeo as bases da luta por uma sociedade mais justa dentro de um mundo econocircmico e

ambientalmente mais sustentaacutevel

412 Anaacutelise do sistema radicular

Os resultados obtidos nas anaacutelises do sistema radicular (Tabela 2) mostram

diferenccedilas significativas entre as adubaccedilotildees para as variaacuteveis fitomassa fresca de raiz

(FFR) fitomassa seca de raiz (FSR) comprimento de raiz (CR) razatildeo parte

aeacutereasistema radicular (RPASR) e densidade de raiz (DR)

34

TABELA 2 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade de

raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAO DE BASE

S Magro + MB4 +Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

1540 c A 1576 b B 2427 a A

Fitomassa fresca (g)----------------1502 c B 1517 b AB 1658 b A 1446 c C 2336 a B 2360 a B

--------------------Fitomassa seca (g)-------------------196 b A 207 ab A 170 b A170 b A 199 b A 192 b A 344 a A 249 a B 327 a A

Comprimento de raiz(cm)---------------1237 b A 1158 b A 1158 a A1237 b A 1060 c B 1040 b B1433 a A 1296 a B 1040 b C

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t halsquo 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha de vermicomposto 45 t ha de vermicomposto60 t ha~ de esterco de curral__________________________ _________________________Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

-----Razatildeo Parte AeacutereaSistema Radicular------340 b AB 301c B 384 a A446 a A 415 b A 326 a B339 b B 546 a A 388 a B

-------------- Densidade de raiz (m cm3)------------367 a AB 414 a A 325 b B282 b B 301b B 405 a A347 ab A 231c B 324 b A

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base destacou-se o EC (60 t ha 1 de esterco de curral)

para as variaacuteveis FFR e FSR Quando adicionado o SM+U+CB os resultados para FFR

foram ainda melhores bem como o CR As respostas obtidas para a RPASR foram

variadas em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees apresentando melhores resultados para 15 VB (45 t

ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB e ainda melhor para EC (60 t ha 1 de esterco de

curral)+MB4 +U+CB As adubaccedilotildees de base 1 VB 15 VB e EC natildeo diferiram entre si

As adubaccedilotildees mais eficientes para a variaacutevel DR foram 1 VB+SM+U+CV que natildeo

diferiu da EC+SM+U+CB I VB+ MB4 +U+CB e agrave 15 VB foram melhores entre as

demais

35

Analisando os biofertilizantes em relaccedilatildeo a cada adubaccedilatildeo de base verifica-se que

para a 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB destaca-se a variaacutevel FFR

poreacutem sem diferenccedila significativa de 1 VB os melhpres resultados para a variaacutevel DR

foram encontrados pelo tratamento 1 VB+MB4 +U+CB e 15 VB (45 t ha 1 de

vermicomposto) tambeacutem se considera eficiente o 1 VB+SM+U+CB que natildeo diferiu do

EC (esterco de curral) Quando se utilizou 15 VB+ MB4 +U+CB houve resposta

significativa para a variaacutevel FFR para FSR as respostas natildeo foram diferentes com a

aplicaccedilatildeo dos biofertilizantes para as variaacuteveis FSR e DR as adubaccedilotildees EC e

EC+SM+U+CB natildeo diferiram entre si

Embora as respostas estatiacutesticas tenham sido diferentes para as adubaccedilotildees

combinadas ou natildeo pode-se salientar a importacircncia do aacutecido indol-aceacutetico como jaacute

citado anteriormente para as variaacuteveis avaliadas na parte aeacuterea das mudas de cebola

Respostas semelhantes nesse sentido foram encontradas para a cultura da alface por

Quijano (1999) e Morselli (2001)

Pereira et al (2002) concluiacuteram em trabalho realizado com a cultivar de cebola

CNPF1 6400 em Minas Gerais que a utilizaccedilatildeo de 20 t ha de esterco de curral

proporcionou os melhores resultados para a produccedilatildeo de cebola

Silva Juacutenior amp Giorgi (1992) e Menezes Juacutenior (1998) citam que doses elevadas

de mateacuteria orgacircnica podem prejudicar a primeira fase da germinaccedilatildeo (embebiccedilatildeo) e

absorccedilatildeo de aacutegua pelas raiacutezes das placircntulas No entanto no presente trabalho este fato

natildeo ocorreu embora a dose de esterco utilizada tenha sido de 60 t ha 1 (dose maacutexima

recomendada segundo Nolla 1982)

413 Anaacutelise de macronutrientes no tecido vegetal

Os resultados dos conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio no

tecido vegetal sob diferentes adubaccedilotildees encontrados na Tabela 3 indicam mais uma

vez a superioridade da adubaccedilatildeo esterco com 0 uso ou natildeo de biofertilizantes

36

TABELA 3 Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob

uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS i J B

ADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesamg plantas1

---- Nitrogecircnio-----30 t ha de vermicomposto 16593 c AB 15451 c B 19050 b A45 t ha de vermicomposto 21444 b A 22888 b A 17852 b B60 t ha de esterco de curral 32606 a C 37593 a B 40816 a A

--------------- ------ Foacutesforo------- -------------30 t ha de vermicomposto 3098 c B 2802 c B 3999 b A45 t ha de vermicomposto 4109 b A 4135 b A 2788 c B60 t ha de esterco de curral 5300 a B 7577 a A 7565 a A

------- Potaacutessio------30 t ha de vermicomposto 24327 c A 19900 c B 24965 b A45 t ha de vermicomposto 29113b A 29812 b A 22031 b B60 t ha de esterco de curral 44070 a B 51976 a A 54101 a A

-------- Caacutelcio-------30 t ha de vermicomposto 5027 c A 4356 c A 4834 b A45 t ha de vermicomposto 6114b A 6963 b A 4379 b B60 t ha de esterco de curral 9030 a C 11451 a A 10331 a B

------Magneacutesio-----30 t ha de vermicomposto 1188 b A 914 c A 1202 b A45 t ha de vermicomposto 1231 b B 1582 b A 1176 b B60 t ha de esterco de curral 2136a B 2443 a A 2663 a AMeacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base observa-se que o melhor tratamento foi o

esterco de curral para todas as variaacuteveis Para 1 VB (30 t ha^ 1 de vermicomposto) natildeo

houve resposta diferenciada com o uso de bofertilizantes para todas as variaacuteveis A

adubaccedilatildeo 15 VB (45 t ha 1 de vemicomposto) foi influenciada pelos biofertilizantes

para as variaacuteveis N P K e Ca enquanto que para Mg somente o MB4+U+CB o

influenciou O EC (esterco de curral) mostrou diferenccedila significativa apenas para as

variaacuteveis Ca e Mg quando adicionado MB4+U+CB

Segundo Peixoto (2000) eacute fundamental a adiccedilatildeo de adubos orgacircnico no cultivo de

hortaliccedilas seja na forma de esterco decomposto composto ou huacutemus de minhoca de

37

modo a fornecer melhorias nas propriedades do solo vindo a disponibilizar os nutrientes

as diferentes culturas

O esterco fresco conteacutem muita cama celuloacutesica e um elevado teor de aacutegua No

esterco curtido a celulose jaacute estaacute decomposta o teor de aacutegua estaacute reduzido agrave metade e os

nutrientes em uma forma mais assimilaacutevel e mais concentrada O esterco fresco pode

causar uma deficiecircncia temporaacuteria de nitrogecircnio no solo ao se decompor o que natildeo

acontece com o biestabilizado (Kiehl 1985)Ocorre uma diminuiccedilatildeo inicial no volume

de aacutegua retido no esterco de curral diminui inicialmente em tomo de 3581 liberando

posteriormente somente 496 evidenciando a sua capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua

(Menezes Juacutenior 1998)

A utilizaccedilatildeo continuada de adubos nitrogenados minerais no solo altera o balanccedilo

do nitrogecircnio entre o solo e planta No meacutetodo biodinacircmico eacute sublinhada a importacircncia

dos adubos animais para o estabelecimento da fertilidade permanente dos solos (Koeff

et al 1983)

Para Guimaratildees (1997) os benefiacutecios que a mateacuteria orgacircnica imprime ao solo

principalmente melhorando a produtividade fertilidade e a influencia que as substancias

huacutemicas exercem sobre o ambiente dependem da qualidade e do teor de mateacuteria

orgacircnica do solo Estas substacircncias por conterem nutrientes em sua constituiccedilatildeo em uma

forma mais disponiacutevel para as plantas promovem um equiliacutebrio no ambiente no solo

(Kononova 1966)

Aproximadamente de 60 a 70 do total de carbono do solo ocorre na forma de

materiais huacutemicos (Griffith amp Schnitzer 1975) sendo a eles atribuiacutedo a manutenccedilatildeo da

bioestrutura do solo aumentando a capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua (Brady 1999)

Conforme Compagnoni amp Putzolu (1985) os estercos bem como os demais

resiacuteduos orgacircnicos apresentam conteuacutedos diferentes de aacutecidos huacutemicos e fuumllvicos sendo

atribuiacutedo ao acido huacutemico uma accedilatildeo fitoestimulante semelhante aos fitohormocircnios por

favorecer o desenvolvimento do sistema radicular e crescimento do caule

Em trabalho realizado por Guimaratildees (1997) foi encontrado para aacutecidos huacutemicos

de esterco bovino uma relaccedilatildeo CN 1035 e para vermicomposto bovino 17

evidenciando que o esterco quando aplicado ao solo por apresentar uma relaccedilatildeo CN

proacutexima deste reage mais facilmente liberando nutrientes para as plantas sem alterar a

cadeia troacutefiacuteca Dados encontrados no presente trabalho demonstram a eficiecircncia do

esterco nesse sentido

38

De acordo com Morselli (2001) vaacuterios trabalhos citam comentam e discutem a

capacidade dos vermicompostos em proporcionar oacutetimas colheitas e favorecer a

precocidade das plantas cultivadas Poreacutem muitas vezes se observa que mesmo

suprindo essas plantas com nutrientes necessaacuterios atraveacutes de huacutemus de diferentes fontes

as respostas natildeo satildeo as mesmas para uma mesma cultivar

Por outro lado os resultados com o uso de substacircncias huacutemicas satildeo variaacuteveis e

dependem aleacutem da espeacutecie testada das substacircncias huacutemicas utilizadas sua

concentraccedilatildeo o grau de purificaccedilatildeo e das condiccedilotildees experimentais A resposta das

plantas aos aacutecidos huacutemicos e fuacutelvicos eacute dependente da mateacuteria prima original e da

espeacutecie vegetal pois materiais orgacircnicos diferentes apresentam aacutecidos huacutemicos e

fuacutelvicos diferentes (Businelli 1990)

Justificam-se os maiores conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio e caacutelcio nas

adubaccedilotildees 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e biofertilizantes devido

provavelmente ao vermicomposto utilizado apresentar na sua constituiccedilatildeo teores

consideraacuteveis destes elementos aleacutem do que os biofertilizantes possam ter influenciado

na absorccedilatildeo atraveacutes de sua constituiccedilatildeo Tibau (1984) considera que a urina de vaca eacute

rica em aacutecido indol-aceacutetico e este influencia na absorccedilatildeo radicular O efeito positivo

deste tratamento provavelmente seja devido agrave quantidade aplicada

O biofertilizante que se destacou foi o MB4+U+CB em relaccedilatildeo ao EC (esterco de

curral) e eacute somente para a variaacutevel caacutelcio Isto provavelmente seja devido ao alto teor

deste elemento encontrado na sua constituiccedilatildeo (6872 g Kg1) e pela influecircncia positiva

que a calda bordalesa exerce no metabolismo das plantas atraveacutes dos nutrientes

contidos em sua formulaccedilatildeo O Ca controla a absorccedilatildeo radicular e retorna ao solo pelo

esterco e palhas por apresentar-se em maior quantidade em folhas e caules Depois de

localizado nas folhas fica imoacutevel favorecendo a resistecircncia da planta ao ataque de

fungos

Este trabalho avanccedila no estudo da agroecologia estando claro que todos os

criteacuterios tem caraacuteter dinacircmico de adequaccedilatildeo as mudanccedilas de um sistema de produccedilatildeo

em evoluccedilatildeo contribuindo na transiccedilatildeo para um padratildeo sustentaacutevel Cabe a pesquisa a

reorientaccedilatildeo para um enfoque ldquosistecircmicordquo isto eacute que permita integrar os diversos

componentes de um agroecossistema e a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas que promovam 0

fortalecimento e a expansatildeo da agricultura familiar

39

5 CONCLUSOtildeES

Considerando os resultados obtidos e as condiccedilotildees em que o estudo foi realizado

conclui-se que

bull As respostas agronocircmicas das mudas de cebola para os paracircmetros avaliados

satildeo mais satisfatoacuterias com a aplicaccedilatildeo de esterco de curral como adubaccedilatildeo de

base

bull Os biofertilizantes mais urina de vaca e calda bordalesa proporcionam

respostas satisfatoacuterias quando aplicados associados agraves adubaccedilotildees de base

bull O biofertilizante MB4 mais urina de vaca e calda bordalesa eacute mais eficiente

que o super magro mais urina e calda bordalesa quando aplicado associado agrave

adubaccedilatildeo de base esterco de curral para os conteuacutedos de fitomassa secae

fresca da parte aeacuterea das plantas altura e diacircmetro de colo das mudas de

cebola

bull Os biofertilizantes adicionados agrave adubaccedilatildeo de base 45 t harsquo 1 de vermicomposto

bovino mostram respostas significativas para os conteuacutedos de fitomassa seca

bull Os maiores conteuacutedos nutricionais para as mudas de cebola satildeo

proporcionados pela adubaccedilatildeo de base esterco de curral

bull A maior absorccedilatildeo de caacutelcio pelas mudas de cebola ocorre quando da adiccedilatildeo do

biofertilizante MB4 mais urina e calda bordalesa agrave adubaccedilatildeo de base esterco de

curral

40

6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ALDRIGHI CB ABREU CM PAGLIA AG MORSELLI TBGA FERNANDES HS Efeito da aplicaccedilatildeo de biofertilizante e urina de vaca em mudas de tomateiro Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

ALTIERI M NICHOLLS C I Agroecologia Teoria praacutectica para umaAgricultura Sustentable Ia ed PNUMA 2000 Cap 2 4 Seacuterie textos baacutesicos para la formacioacuten ambiental

ALTIERI M Agroecologia bases cientiacuteficas para uma agricultura sustentaacutevelGuaiacuteba Agropecuaacuteria 2002 592 p

ANTONIOLLI Z I GIRACCA E M N CARDOSO S J T WIETHAN M M S FERRI M Iniciaccedilatildeo agrave Minhocultura Criaccedilatildeo em Cativeiro e Vermicompostagem Santa Maria UFSM 1996 p59-89

BAYER C MIELNICZUC J Dinacircmica e funccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica In SANTOS G de A S e CAMARGO F A de O (ed) Fundamentos da mateacuteria orgacircnica do solo ecossistemas tropicais e subtropicais Porto Alegre Genesis 1999 p 3-23

BARRETTO D X Composto Orgacircnico In Praacutetica em Agricultura Orgacircnica Satildeo Paulo iacutecone Ed Ltda 1985 p 51-63

BETTIOL W Alguns produtos alternativos para o controle de doenccedilas de plantasem agricultura orgacircnica II Ciclo de palestras sobre agricultura orgacircnica Instituto Bioloacutegico Satildeo Paulo p52-63 1997

41

BETTIOL W TRACH R GALVAtildeO JAH Controle de doenccedilas de plantas com biofertilizantes Jaguariuacutena EMBRAPA-CNPMA 1997 22p (EMBRAPA- CNPMA Circular Teacutecnica 02)

BRADY N C Natureza e propriedades dos sotos Rio de Janeiro Freitas BastosS A 1979 647p

BRADY N C Organisms and ecology of the soil In The nature of properties of soils Simon amp Schuster A Viacon Company New Jersey1999 402-489p

BON1LLA J A Fundamentos da Agricultura Ecoloacutegica Sobrevivecircncia eQualidade de Vida Satildeo Paulo Nobel 1992

BUREacuteS S Substratos Ediciones Agroteacutecnicas S L Madrid Octubre 1997

BUS1NELLI M Chemical Composition and Enzymic Activity of some Worm Cast Plant Soil v 80 p 1-2 1990

CALEGARI A Espeacutecies para cobertura de solo In IAPAR (Instituto Agronocircmico de Paranaacute) Plantio Direto pequena propriedade sustentaacutevel organizador Moacir Darolt Londrina - PR 1998 65-93

CAMARGO P N D Manual de Adubaccedilatildeo Foliar Satildeo Paulo Herba 1975

CAPRA F A Teia da Vida Satildeo Paulo Cultrix 1997 256p

CAPRA F O Ponto de Mutaccedilatildeo 22 ed Satildeo Paulo Cultrix 2001 447p

CHABOUSSOU F Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da Trofobiose) Porto Alegre LPM 1987 253 p

CLARO S A Referencias tecnoloacutegicos para a agricultura familiar ecoloacutegica aexperiecircncia da Regiatildeo Centro-Serra do Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS-ASCAR 2001 250p

CLIVELA G Diagnoacutestico Agronocircmico da cebola no Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS 1995 8 6 p

COMISSAtildeO DE FERTILIDADE DO SOLO - RSSC Recomendaccedilotildees de adubaccedilatildeo e calagem para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina 3 ed Passo Fundo SBCS - Nuacutecleo Regional Sul 1995 223p

COMPAGNONI L PUTZOLU G Cria moderna de Ias lombrices y utilizacioacutenrentable dei humus Barcelona Editorial de Vecchi- SA 1985127p

COSTABEBER J A MOYANO E Transiccedilatildeo agroecoloacutegica e accedilatildeo social coletiva Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v l n4 p 50- 60 outdez 2 0 0 0

42

COSTA M B B da Adubaccedilatildeo orgacircnica Nova siacutentese e novo caminho para aagricultura Satildeo Paulo Ed iacutecone Ltda 1985 102p

COSTA NETO C Agricultura Sustentaacutevel Tecnologias e Sociedade In CARVALHO COSTA LF et al (org) Mundo Rural e Tempo Presente Rio de Janeiro Mauad 1999

DrsquoAG0ST1NI R L FANTINI A C Produccedilatildeo orgacircnica tambeacutem socialmente excludente Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v3 n l p57-61 2002

DALPONTE J C V Utilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos e fertilizante mineral na produccedilatildeo e qualidade de mudas e bulbos de cebola (Alliurn Cepa L) Pelotas-RS 1990 (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1990

DEBARBA J F THOMAZELLI L F GANDIN C L SILVA E Cadeias produtivas do Estado de Santa Catarina Cebola Florianoacutepolis Epagri 1998 115 p (EPAGRI Boletim Teacutecnico 96)

DUFOUR F Os saacutebios loucos do agro-alimentar Le Monde Diplomatique ano 1 n4 p6-7 1999 (ed portuguesa)

EHLERS E Agricultura Sustetaacutevel Origem e perspectivas de um novo paradigma 2 ed Guaiacuteba Agropecuaacuteria 1999 157 p

FILGUEIRA F A R Novo Manual de olericultura agrotecnologia moderna na produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 2000 402 p

FRASER G K Mateacuteria Orgacircnica Del Suelo In BEAR F E (ed) Quiacutemica dei Suelo Madrid Ed Agrociencia 1963

FOLLET R H MURPHY L S DONAHUE R L Fertilizers and soil amendments New Jersey Printice-Hall Inc 1981 557p

GARCIA A Revista dei Espacio Rural Georgica Zaragoza Escuela Politeacutecnica de Huesca n5 1997

GARCIA A Versatildeo preliminar de um Programa Estadual de Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Bulbos e Sementes de CebolaEMBRAPAIPAGROMARAEMATER 6 8 pbdquo 1990 (Publicaccedilatildeo avulsa)

GIORGETT1 J R Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Mudas de Tomate In Encontro Nacional de Produccedilatildeo e Abastecimento de Tomate 2 1991 Jaboticabal Satildeo Paulo Anais Jaboticabal UNESP 1991 p 242-244

GLIESSMAN S R Agroecologia Processos ecoloacutegicos em agricultura sustentaacutevelPorto Alegre Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS 2000 653p

43

GLIESSMAN S R TURRIALBA C R Agroecologia Procesos Ecoloacutegicos en Agricultura Sostenible CATIE 2002 p 3-14

GNOATTO S C Caracterizaccedilatildeo quiacutemica de vermicompostos de diferentes substratos orgacircnicos Pelotas-RS 1999 38 f (Mestrado em Agronomia - Solos) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

GOMES J C C BORBA M F S A moderna crise dos alimentos oportunidade para a agricultura familiar Emater Porto Alegre julset 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwematertchebrdocsagroecorevistan313-artigo3htmgtAcesso em 24 fev 2002

GOMEZ H W Desenvolvimento sustentaacutevel agriacutecola e capitalismo In Desenvolvimento sustentaacutevel Necessidade eou disponibilidade Santa Cruz do Sul Nobel - UNISC 1997 p 65-77

GONZAacuteLEZ DE MOLINA M SEVILLA GUZMAacuteN E Ecologia campesinado e historia Para una reinterpretacioacuten dei desarrollo dei capitalismo en la agricultura In SEVILLA GUZMAacuteN E GONZAacuteLEZ DE MOLINA M (ed) Ecologia campesinado e historia Madrid La Piqueta 1993 p 23-129

GRIFFITH S A SCHNITZER M Analytical characteristic of humic and fulvic acids extracted from tropical volcanic soils Soil Sei Soc Am Proc v 39 p361-367 1975

GUIMARAtildeES E Caracterizaccedilatildeo quiacutemica estreptoscoacutepica e por anaacutelise teacutermica de aacutecidos huacutemicos e vermicompostos obtidos de estercos de diferentes animaisCuritiba 1997 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Quiacutemica) Universidade Federal do Paranaacute 1997

HESS A F Sociedade e meio ambiente uma relaccedilatildeo ambiacutegua Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v 4 n2 p 167-1741999

ICEPA-SC Informes conjunturais sobre a cultura da cebola Disponiacutevel em lthttpwwwicepa combrgt Acesso em 23 jan 2003

JONES H A MANN L K Onions and their allies New York Interscience Publishers 1962 286 p

JUacuteNIOR H A de MAIORANO J A Receitas obtidas de extratos de plantasCampinas CATITerra Viva [199-] 10 f

KHATOUNIAN C A Ciclo de Palestras sobre Agricultura Orgacircnica 2a Ed SatildeoPaulo Fund Cargill 1997 149 p

KIEHL E J Fertilizantes Orgacircnicos Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1985 492p

44

KOEFF H H PETTERSSON B D SHAUMANN W Vida Vegetal solos e adubaccedilatildeo In Agricultura Biodinacircmica Satildeo Paulo Nobel 1983 p92-149

KONONOVA M M Soil organic matter The importance o f organic matter in soil formation and soil fertility New York Pergamqn Press 1961 p 165-200

KUHN T A Estrutura das Revoluccedilotildees Cientiacuteficas Satildeo Paulo Perspectiva 1989 257p

LANNA FCA ABREU C L ABREU J G SILVA V Resposta de cultivares de melancia cultivadas sob adubaccedilatildeo quiacutemica e orgacircnica Horticultura v 12 n l p85 1994

LEFF H Saber Ambiental Petroacutepolis Vozes 2001 343 p

MAGALHAtildeES J R Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo da cebola In FERREIRA M E CASSTELLANE P D CRUZ M C P Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo de hortaliccedilasPiracicaba POTAFOS 1993 p 381-393

MALAVOLTA E Elementos de nutriccedilatildeo mineral de plantas Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1980 251 p

MALAVOLTA E Manual de Quiacutemica Agriacutecola - Adubos e Adubaccedilatildeo 3a ed SatildeoPaulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1981 606 p

MARTINEZ A A A grande e Poderosa Minhoca Jaboticabal Funep - Unesp1990 101 p

MARTINS S R Desenvolvimento e Sustentabilidade Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v20 n2 julho 2002 Palestra apresentada no 42deg Congresso Brasileiro de Olericultura

MARTINS S R Limites Del Desarrollo Sostenible em Ameacuterica Latina En el marco de Ias poliacuteticas de (re)ajuste econocircmico Pelotas Editora UFPel 1997 135 P-

MARTINS S R Sustentabilidade na agricultura dimensotildees econocircmicas sociais e ambientais Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v4 n 2 p 175-1871999

MATURANA H REZEPKA S N D E Formaccedilatildeo Humana e Capacitaccedilatildeo Rio de Janneiro Vozes 2000 8 6 p

MELLO A F SOBRINHO M O ARZOLLA S SILVEIRA R NETTO A C KIEHL J C Fertilidade do Solo Satildeo Paulo Nobel 1983

MENEZES JUacuteNIOR F O G D Caracterizaccedilatildeo de Diferentes substratos hortiacutecolas e seu efeito na produccedilatildeo de mudas de alface e couve-flor em ambiente protegido Pelotas 1998 141 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1998

45

MIBASA Mineraccedilatildeo Barreto SA Melhorador de Solos MB4 A Natureza Agradece Arapiraca-AL [199-] Folder

MINAMI K Os resumos da olericultura 2000 In AZEVEDO FILHO MARTINEZ FILHO (ed) Preccedilos agriacutecolas Piracicaba ESALQ 1999 p 4

MINAMI K Produccedilatildeo de Mudas de Alta Qualidade em Horticultura Satildeo Paulo TA Queiroz 1995

MORSELLI T B G A Cultivo sucessivo de alface sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegidoPelotas 2001 178 p Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2001

MORSELLI T B G A Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Poliacutegrafo da Disciplina de Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia-Produccedilatildeo Vegetal UFPel 2002

MULLER AM Efeitos da Aplicaccedilatildeo Foliar de um Biofertilizante Enriquecido no Estado fitossanitaacuterio de Tomate Ervilha e Beterraba Sob Manejo OrgacircnicoDissertaccedilatildeo (Mestrado no Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agroecossistemas)1999 (Resumo)

NOLLA D Erosatildeo do Solo - O grande desafio Estado do Rio Grande do Sul SEAGRI desenvolvimento de recursos naturais renovaacuteveis 1982 412 p

PAGLIA AG MORSELLI TBGA PEIL RMN Teores de nutrientes pH e condutividade eleacutetrica da aacutegua em sistema ldquofloat^ngrdquo sob adiccedilatildeo de biofertilizantes Horticultura Brasileira v 20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PAULUS G MULLER A BARCELLOS LAR Agroecologia aplicada praticas e meacutetodos para uma agricultura de base ecoloacutegica 2ed ver ampl Porto Alegre EMATERRS 2001 8 6 p

PEIXOTO R T dos G Composto orgacircnico aplicaccedilotildees benefiacutecios e restriccedilotildees de uso Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 18 p 56-64 julho 2000

PENTEADO SR Defensivos Alternativos e Naturais Satildeo Paulo 1999 95 p

PEREIRA AJ SOUZA RJ PEREIRA WR Efeito de diferentes doses de esterco de galinha e de curral sobre a produccedilatildeo de cebola Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PINHEIRO S BARRETO SB MB-4 agricultura sustentaacutevel trofobiose e biofertilizantes Fundaccedilatildeo Juquira CandiruMibasa 2000 273 p

PRIMAVESI A Agricultura Sustentaacutevel Satildeo Paulo Nobel 1992 142 p

PRIMAVESI A O manejo ecoloacutegico do solo Agricultura em regiotildees tropicais SatildeoPaulo Nobel 1982 541 p

46

PURCINO A A C ldquoNitrogecircniordquo Informe Agropecuaacuterio Belo Horizonte v7 n81 p 16-27 1981

QUIJANO F G Efeito da adubaccedilatildeo orgacircnica no desenvolvimento de duas cultivares de alface em ambiente protegido Pelotas 1999 116f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

RODRIGUES A N N Efeitos e residuais de superfosfato triplo sobre o rendimento de mateacuteria seca e absorccedilatildeo de foacutesforo pela aveia (Avena strigosa Schob) em solo Podzoacutelico Vermelho Escuro Porto Alegre 1984 59f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia UFRGS 1984

RODRIGUES E T CASALI V W D Respostas da alface agrave adubaccedilatildeo orgacircnica II Teores conteuacutedos e utilizaccedilatildeo de macronutrientes em cultivares Rev Ceres Viccedilosa v 45 n 261 p 437-449 1998

SAMINEcircS T C O Produccedilatildeo orgacircnica de alimentos Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 17 n3 novembro 1999

SCHIEDECK G Ambiecircncia e resposta agronocircmica de meloeiro (Cucumis melo L) cultivado sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegido Pelotas lOOp Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2002

SILVA JUacuteNIOR A A GIORGI E Substratos alternativos para a produccedilatildeo de mudas de tomate Agropecuaacuteria Catarinense Florianoacutepolis EPAGRI 1992 23 p

SILVA JUacuteNIOR A A MACEDO S G STUKER H Utilizaccedilatildeo de esterco de peru na produccedilatildeo de mudas de tomateiro Florianoacutepolis EPAGRI 1995 28 p (Boletim Teacutecnico 73)

TAGLIARI PS GRASSMANN H Minhoca a grande aliada da agricultura Agropecuaacuteria Catarinense v8 n l p 11-14 mar 1995

TEDESCO M J GIANELLO C Anaacutelises de solo plantas e outros materiais Porto Alegre Faculdade de Agronomia Departamento de Solos Universidade Federal do Rio Grande do Sul RS 1996

TENNANT D A Test of modified line intersect method of estimating root lenght Journal Ecology Oxford v 63 p 995-1001 1975

TIBAU A O Mateacuteria Orgacircnica do Solo Mateacuteria Orgacircnica e Fertilidade do SoloSatildeo Paulo Nobel 1984 p49-182

TIMM P J Anaacutelise comparativa dos sistemas de plantio convencional e cultivo miacutenimo de cebola sob adubaccedilatildeo orgacircnica e mineral Pelotas 2000 79 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2000

47

VALENZUELA HR CROSBY C Effect of compost applications on the yield of several vegetables in long-term organic farming experiments conduced in the tropics American Society Horticultural Science v33 n3 june 1998

VIGLIZZO E (ed) Subprograma Recursos Naturais y Sostenibilidad Agriacutecola documento marco Montevideo IICAPROCISUR 1995 p 75 - 78

WE1D J M TARDIN J M Proposta para a Ampliaccedilatildeo do Trabalho da ASPTA no Centro Sul do Paranaacute ASPTA Disponiacutevel em http wwwpronafgovbrEncontrotestosAS20PTA20Sul20ParanE1205 202002doc Acesso em 05 mai 2002

XAVIER SIMOacuteN F DOMINGUES D G Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel uma perspectiva agroecoloacutegica Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre EM ATERRS v2 n2 p 17-26 2001

ZABALETA J P Diagnoacutestico da Agricultura Familiar em Satildeo Joseacute do Norte - RSPelotas EMBRAPA-CPACT 1998 75 p (EMBRAPA-CPACT Documentos 44)

ZONTA E P MACHADO A A SILVEIRA P Sanest Sistema de anaacutelise estatiacutestica para microcomputadores Registrado na Secretaria Especial de Informaacutetica sob nuacutemero 066060 - categoria A Pelotas-RS Universidade Federal de Pelotas 1984

48

7 APEcircNDICE

APEcircNDICE A - Anaacutelise da adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes utilizados na produccedilatildeo de mudas de cebola

TABELA 1 A Anaacutelise baacutesica do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo miuacutedo + papua

Arg

pH IND

SMP

MO

P - n r - Na Al Ca__10Omlmdash

Mg

ppm -

6 53 67 089 8 6 27 1 04 05 0 2

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 2A Anaacutelise complementar do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo-miuacutedo + papua

Cobre Zinco Manganecircs Ferro

(m v1)

04 05 26 007

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

49

TABELA 3A Anaacutelise dos fertilizantes soacutelidos

Amostra pH limidade CN

C N P K Ca Mg

- g-ivg --

Cama de 849 2491 12 31042 2479 3888 3405 29875 463

aves

Esterco 74 3594 11 677 590 157 134 335 214

de curral

Huacutemus 684 5738 14 15965 1098 453 745 743 361

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 4A Anaacutelise quiacutemica dos biofertilizantes liacutequidos

Amostra N P K_ccedil H

Ca Mg Cu Zn Fe Mn

mdashgL bull

S Magro

m b 4

Urina

053

1652

8 2 2

008

395

0 0 0

149

1674

471

1902

6872

0 0 0

1150

4507

1172

7273

42

033

101389

920

0 0 0

6250

19458

781

35273

1123

0 2 1

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

50

APEcircNDICE B - Condiccedilotildees climaacuteticas do local

TABELA 1B Condiccedilotildees de temperatura do local

___________ __________TEMPERATURA (degCgt

meses Meacutedia

Maacutexima

Meacutedia

MiacutenimaMeacutedia

Maacutexima

Absoluta

Miacutenima

Absoluta

Junho 225 87 156 320 25

Julho 225 85 155 285 30

Agosto 251 71 161 360 1 0

Fonte FEPAGROSCT 2002

TABELA 2B Condiccedilotildees de chuva do local

mdash CHUVA (mm)mdash

meses Ocorrida Normal Desvio Da Normal

Junho 1080 1 1 0 -2 0

Julho 1062 98 8 2

Agosto 1283 1 2 0 83

Fonte FEPAGROSCT 2002

51

TABELA 1C Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

APEcircNDICE C - Anaacutelise estatiacutestica da parte aeacuterea

Causas G1 FFPA FSPA AP DC

da variaccedilatildeo --------- Quadrados meacutedios-

Blocos 3

Ad Base 2 175359071 1287102 2547419 1 11775

Biofertilizantes 2 126876 29011 87669ns 02185ns

Ad x Biofert 4 572378 31123 69106ns 04159

Resiacuteduo 24 34456 03048 27169 00290

Total 35

Meacutedia geral 93745 8772 320388 6741

CV 1980 6294 5145 2530

Significativo a 5ns Natildeo significativo

52

TABELA 1D Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade

de raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

APEcircNDICE D - Anaacutelise estatiacutestica da raiz

Causas G1 FFR FSR CR RPASR DR

da variaccedilatildeo Quadrados meacutedios---------------

Blocos 3

Ad Base 2 27874 551 623 2 1 0 140

Biofertilizantes 2 178 0 1 0 ni 1504 l03ns 038ns

Ad x Biofert 4 190 058 318 294 183

Resiacuteduo 24 005 009 028 023 0 2 1

Total 35

Meacutedia geral 1818 228 184 387 333

C V 134 1356 448 1253 1396

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

53

APEcircNDICE E - Anaacutelise estatiacutestica dos macronutrientes da parte aeacuterea da cebola

TABELA 1E Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mud^s de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

Causas G1 bull N P K Ca Mg

da variaccedilatildeo

Blocos 3

Ad Base 2 13550306 446627 25509686 1031806 59007

Biofertilizantes 2 180610ns 16564 68153ns 39006 876ns

Ad x Biofert 4 454187 45743 1047539 46950 2464

Resiacuteduo 24 29769 1453 64313 3741 439

Total 35

Meacutedia geral 24921 4597 33366 6943 1615

C V 692 829 760 880 1297

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

APEcircNDICE F - Fotos do experimento

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob uma perspectiva agroecoloacutegica

APEcircNDICE F a Fotos do experimento

FIGURA 1 Adubaccedilatildeo verde com feijatildeo-miuacutedo e papuatilde utilizadas no manejo do solo

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob urna perspectiva agroecoloacutegica

Page 5: PRODUÇÃO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L.) SOB …orgprints.org/24883/1/Paglia_Produção.pdf · vaca mais calda bordalesa; MB4+U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

AGRADECIMENTOS

Cumprindo esta etapa fundamental para minha formaccedilatildeo profissional comeccedilo

agradecendo a FAEMUFPel pela oportunidade

A FEPAGROSUL que abriu espaccedilo para a produccedilatildeo e troca de conhecimento

Aos funcionaacuterios que foram fundamentais na execuccedilatildeo deste trabalho

Ao Programa RS-Rural por fornecer todas as condiccedilotildees financeiras agrave realizaccedilatildeo

deste trabalho acreditando na necessidade de geraccedilatildeo de tecnologias que possam

responder a imensa diversidade dos agroecossistemas regionais

Sou especialmente grata agrave Tacircnia que esteve comigo no dia-dia Considero-a muito

mais que orientadora considero-a como uma parceira na vida tanto nas horas alegres

como nas tristes pois partilhamos do alfabeto emocional

Aos co-orientadores Seacutergio pelo ser amoroso que eacute Roberta pela incansaacutevel

ajuda e Joatildeo Baptista por sua dedicaccedilatildeo

A todos os professores e funcionaacuterios que contribuiacuteram com sorrisos e disposiccedilatildeo

sempre

Meus colegas e amigos verdadeiros Natildeo citarei nomes pois todos satildeo especiais

satildeo ldquoseres humanosrdquo que tanto amo e admiro

Paulo Timm obrigada pela confianccedila e dedicaccedilatildeo

A minha famiacutelia Junto a eles restauro as forccedilas da minha alma e encontro apoio e

estimulo para prosseguir e meu caminho tendo a certeza que nunca estarei soacute

Edi quanta saudade senti Fez-me crer que eacute possiacutevel fazer do sonho a vida

Nosso amor me fortaleceu nos dias difiacuteceis

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Tecnoloacutegico pelo apoio financeiro

E por uacuteltimo mas natildeo menos importante a todos que acreditam e compartilham

na busca do ideal ldquofelicidaderdquo este que soacute pode ser operacionalizado dentro do real e

que certamente este real pode ser mudado

IV

IacuteNDICE

FICHA DE HOMOLOGACcedilAtildeO ii

DEDICATOacuteRIA iii

AGRADECIMENTOS iv

IacuteNDICE v

SUMAacuteRIO vii

SUMMARY ix

INTRODUCcedilAtildeO 1

2 REVISAtildeO DE LITERATURA 3

21 Desenvolvimento e sustentabilidade 3

211 Agroecologia Paradigma em construccedilatildeo 5

212 Agroecologia e agricultura familiar 7

213 O Mercado de produtos orgacircnicos 8

22 A cultura da cebola e sua importacircncia 9

2 2 1 Caracteriacutesticas agronocircmicas da cebola 1 0

222 A produccedilatildeo de mudas de hortaliccedilas 11

23 Adubaccedilatildeo orgacircnica 12

231 Efeitos da adubaccedilatildeo orgacircnica no solo 13

232 Efeitos da adubaccedilatildeo orgacircnica nas culturas 14

233 Plantas de cobertura do solo 15

234 Adubaccedilatildeo foliar 15

24 Vermicompostagem 16

V

241 Resiacuteduos utilizados na vermicompostagem17

2411 Resiacuteduos de origem animal17

2412 Resiacuteduos de origem vegetal17

25 Biofertilizantes 18

251 Urina de vaca 20

252 Alhol 21

253 Calda Bordalesa22

254 Biofertilizante Super Magro 22

256 Biofertilizante MB4 23

3 M ATERIAL E M EacuteTODOS 24

31 Local de execuccedilatildeo do experimento 24

32 Anaacutelise estatiacutestica 24

33 Tratamentos 25

34 Conduccedilatildeo do experimento27

35 Observaccedilotildees agronocircmicas 28

351 Fitomassa fresca da parte aeacuterea28

352 Fitomassa seca da parte aeacuterea 28

353 Altura da muda 28

354 Diacircmetro de colo 28

355 Sistema radicular 29

3551 Comprimento de raiz 29

3552 Densidade de raiz 29

3553 Razatildeo parte aeacutereasistema radicular 30

36 Determinaccedilatildeo de macronutrientes no tecido vegetal 30

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 31

41 Anaacutelise das variaacuteveis 31

411 Anaacutelise da parte aeacuterea 31

412 Anaacutelise do sistema radicular 33

413 Anaacutelise de macronutrientes no tecido vegetal 35

5 CONCLUSOtildeES 39

6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 40

7 APEcircNDICE 48

VI

SUMAacuteRIO

PAGLIA AgraveGUIDA GORETI (MS) Universidade Federal de Pelotas fevereiro de 2003 Produccedilatildeo de Mudas de Cebola (Allium cepa L) sob uma perspectiva Agroecoloacutegica Professora Orientadora Tacircnia Beatriz Gamboa Arauacutejo Morselli Co- orientadores Seacutergio Roberto Martins Roberta Marins Nogueira Peil e Joatildeo Baptista da Silva

Com o objetivo de estudar a produccedilatildeo de mudas de cebola sob uma perspectiva

agroecoloacutegica foi conduzido um experimento a campo na Fundaccedilatildeo Estadual de

Pesquisa Agropecuaacuteria - FEPAGROSUL no municiacutepio de Rio GrandeRS no periacuteodo

de 15 de maio a 26 de agosto de 2002 Utilizou-se a cultivar Petrolini (ciclo meacutedio)

submetida as seguintes adubaccedilotildees adubaccedilatildeo de base (1 VB - 30 t ha 1 de

vermicomposto bovino 15 VB - 45 t harsquo 1 de vermicomposto bovino e EC - 60 t ha de

esterco de curral) e biofertilizantes liacutequidos (SM+U+CB - Super Magro mais urina de

vaca mais calda bordalesa MB4 +U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

e Testemunha - ausecircncia) O experimento foi esquematizado em delineamento em

blocos ao acaso em fatorial 3 X 3 As variaacuteveis analisadas foram fitomassa fresca e

seca (g) da parte aeacuterea e do sistema radicular altura de planta (cm) diacircmetro do colo

(mm) comprimento de raiz (cm) razatildeo parte aeacutereasistema radicular densidade de raiz

(m cm3) e conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio na parte aeacuterea

da planta Concluiu-se que as respostas agronocircmicas das mudas de cebola para os

paracircmetros avaliados satildeo mais satisfatoacuterias com a aplicaccedilatildeo de esterco de curral como

adubaccedilatildeo de base os biofertilizantes mais urina de vaca e calda bordalesa proporcionam

VII

respostas satisfatoacuterias quando aplicados junto agraves adubaccedilotildees de base o biofertilizante

MB4 mais urina de vaca e calda bordalesa eacute mais eficiente que o super magro mais urina

e calda bordalesa quando aplicado junto agrave adubaccedilatildeo de base esterco de curral os

conteuacutedos de fitomassa seca das mudas de cebola satildeo significativos quando adicionado

os biofertilizantes ao vermicomposto bovino (45 t harsquo1) os maiores conteuacutedos

nutricionais para as mudas de cebola satildeo proporcionados pela adubaccedilatildeo de base esterco

de curral a maior absorccedilatildeo de caacutelcio pelas mudas de cebola ocorre quando da adiccedilatildeo de

biofertilizante MB4 mais urina e calda bordalesa agrave adubaccedilatildeo de base esterco de curral

VIII

SUMMARY

PAGLIA AgraveGUIDA GORETI (MS) Universidade Federal de Pelotas February 2003 Onion (Allium cepa L) Transplant Production under an Agroecological Perspective Tacircnia Beatriz Gamboa Arauacutejo Morselli Comitte Seacutergio Roberto Martins Roberta Marins Nogueira Peil and Joatildeo Baptista da Silva

With the objective of studying the onion transplant production under an agroecological

perspective a field experiment was carried out in the Fundaccedilatildeo Estadual de Pesquisa

Agropecuaacuteria-FEPAGROSUL in the city o f Rio GiWideRS in the period between 15

May and 26 August 2002 The cultivar Petrolini (medium cycle) was submitted to the

following fertilizers soil fertilizer (1 VB - 30 t h a o f bovine vermicompost 15 VB -

45 t ha 1 of bovine vermicompost and EC - 60 t ha 1 of manure and liquid biofertilizer

(SM+U+CB - ldquoSuper Magrordquo with cow urine with bordeaux mixture MB4 +U+CB -

MB4 with cow urine with bordeaux mixture and control - absence) The experiment was

laid in a randomized block design in factorial scheme 3X3 The analyzed parameters

were fresh and dry matter of the aerial part and root system plant height colon

diameter root length ration aerial partroot system root density and the contents

nitrogen phosphorus potassium calcium and magnesium in the aerial part o f the plant

It was concluded that the agronomic responses o f the onion seedlings for the evaluated

parameters are more satisfactory with the application o f manure as soil fertilizer the

biofertilizers with cow urine and bordeaux mixture provide satisfactory responses when

applied along with the soil fertilizer the biofertilizer MB4 with cow urine and bordeaux

IX

mixture is more effieient than the ldquoSuper Magrordquo with urine and bordeaux mixture

when applied along with manure as soil fertilizer the dry matter contents of the onion

seedlings are significant when the biofertilizer is added to bovine vermicompost (45 t

h a 1) the largest nutritional contents for the onion seedlings are obtained with manure as

soil fertilizer the largest absorption of calcium by the onion seedlings happens when the

biofertilizer MB4 with urine and bordeaux mixture is added to the manure as soil

fertilizer

X

mixture is more efficient than the Super Magro with urine and bordeaux mixture

when applied along with manure as soil fertilizer the dry matter contents of the onion

seedlings are significant when the biofertilizer is added to bovine vennicompost (45 t

hamiddot ) the largest nutritional contents for the onion seedlings are obtained with manure as

soil fertilizer the largest absorption of calcium by the onion seedlings happens when the

biofertilizer MB4 with urine and bordeaux mixture is added to the manure as soil

fertilizer

x

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

ldquoEu sustento que a ciecircncia soacute tem

finalidade se serrsquoir para aliviar a miseacuteria

da existecircncia humana

(Bertold Brecht)

No Rio Grande do Sul cultivar cebola eacute atividade de pequenos e meacutedios

produtores revestindo-se de suma importacircncia para a economia onde contribui para a

geraccedilatildeo de empregos e a fixaccedilatildeo do homem ao meio rural visto que haacute necessidade de

outros tipos de investimentos sociais e econocircmicos

Segundo o ICEPA-SC (2003) o Rio Grande do Sul responde por cerca de 14 da

produccedilatildeo nacional o que faz da cebola a segunda hortaliccedila em importacircncia econocircmica

no Estado sendo apenas superada pela cultura da batata poreacutem a aacuterea plantada no RS

tem apresentado recuo nos uacuteltimos anos caindo de 16648 hectares na safra 9899 para

14085 na safra atual (0203) acontecendo o mesmo com a produccedilatildeo que diminuiu de

181338 toneladas na safra 9596 para aproximadamente 159000 na safra atual

A baixa produtividade obtida pode ser atribuiacuteda a vaacuterios fatores baixa

disponibilidade de mateacuteria orgacircnica no solo poucc^ uso de materiais orgacircnicos eou

aplicaccedilatildeo inadequada destes considerando ainda que a maioria dos produtores

conservam caracteriacutesticas agriacutecolas do seacuteculo passado apresentando resistecircncia ao

associativismo e possuem carecircncia de infraestrutura (estradas eletricidade telefonia

drenagem e condiccedilotildees de armazenamento) Esses fatores aliados a baixa rentabilidade

2

da cultura tem sido apontados como responsaacuteveis pelo abandono da cebolicultura por

alguns produtores

A fase de produccedilatildeo das mudas eacute de extrema importacircncia para o cultivo da cebola e

requer manejo adequado dos recursos naturais para que a cultivar utilizada possa

expressar seu potencial geneacutetico sem comprometer o equiliacutebrio ambiental O principal

cuidado para o desenvolvimento de mudas de qualidade refere-se agrave utilizaccedilatildeo adequada

do solo

Desta forma o manejo do solo e das plantas orientado pela agroecologia pode se

constituir numa excelente alternativa para obtenccedilatildeo de mudas de qualidade sem

comprometer a sauacutede dos agricultores e contribuindo para a preservaccedilatildeo ambiental

Diversas praacuteticas vecircm sendo utilizadas com esta finalidade entre elas citam-se a

adubaccedilatildeo orgacircnica e os biofertilizantes enriquecidos No entanto estes fatores de

produccedilatildeo precisam ser melhor estudados no que tange a sua utilizaccedilatildeo adequada pelos

produtores de cebola objetivando um sistema de produccedilatildeo sustentaacutevel

A agroecologia como ciecircncia apresenta vaacuterias dimensotildees ecoloacutegica econocircmica

social cultural poliacutetica e eacutetica Neste sentido e considerando-se a procura crescente por

produtos orgacircnicos e a necessidade de sistemas de fertilizaccedilatildeo adequados ao cultivo da

cebola o presente trabalho teve como objetivo a produccedilatildeo de mudas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica contribuindo para o processo de transiccedilatildeo do sistema de

produccedilatildeo

3

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

ldquoAs novas eras natildeo comeccedilam de uma vez

Meu avocirc jaacute vivia no novo tempo

Meu neto viveraacute talvez ainda no velho

A nova carne eacute comida com os velhos garfos

(Bertold Brecht)

21 Desenvolvimento e sustentabilidade

Nenhuma espeacutecie viva com exceccedilatildeo do homem empreende esforccedilos de

desenvolvimento no sentido de crescimento material que sob as formas em que vem

sendo compreendido conduz sempre a algum tipo de agressatildeo contra o ambiente Os

esforccedilos presentes visando o progresso material assim como a maneira de satisfaccedilatildeo

das necessidades baacutesicas do homem no mundo de hoje revelam-se inconsistentes O

uso para esse fim de mateacuteria e energia em doses excessivas e crescentes tem exaurido

recursos ambientais acima de sua capacidade de regeneraccedilatildeo obviamente tendendo a

toma-los menos disponiacuteveis para as futuras geraccedilotildees

De acordo com Martins (2002) o Desenvolvimento Sustentaacutevel natildeo eacute um conceito

acabado trata-se de uma ideacuteia forccedila proacute-ativa e positiva mas que necessita ser

esclarecida quanto ao significado destes dois vocaacutebulos que lhe compotildee e o contexto em

que as pessoas com eles se relacionam Aleacutem disso isso afeta tanto como profissionais

cujas atividades vinculam-se diretamente ao trato com a natureza e portanto por ela satildeo

4

responsaacuteveis mas especialmente como cidadatildeos que constroem no seu cotidiano as

distintas dimensotildees do desenvolvimento sociais econocircmicas ambientais culturais

cientificas e tecnoloacutegicas juriacutedicas poliacuteticas e espirituais

Segundo Altieri amp Nicholls (2000) para o desenvolvimento de uma agricultura

sustentaacutevel as necessidades natildeo satildeo apenas bioloacutegicas ou teacutecnicas mas tambeacutem sociais

econocircmicas e poliacuteticas E inconcebiacutevel promover mudanccedilas ecoloacutegicas no setor agriacutecola

sem a defesa de mudanccedilas nas outras aacutereas da sociedade de modo a conscientizar o

homem sobre as condiccedilotildees necessaacuterias para a exploraccedilatildeo da natureza

A ideacuteia da sustentabilidade referente ao vocaacutebulo sustentaacutevel coloca-se como

contraponto ao caraacuteter perdulaacuterio do modelo prevalecente na medida em que o modelo

econocircmico praticado por um lado estaacute baseado no consumo da mateacuteria prima fornecida

pela natureza para a produccedilatildeo de bens e serviccedilos em descompasso com seu ritmo e

capacidade de fornecimento por outro tem tratado a natureza como mero depositaacuterio de

resiacuteduos sem considerar sua capacidade de absorccedilatildeo e reciclagem A sustentabilidade

contrapotildee-se agrave caracteriacutestica antropocecircntrica do modelo o homem como centro da

questatildeo numa postura dominante sobre o entorno natural cujas ferramentas cientiacuteficas e

tecnoloacutegicas embasam um modelo econocircmico que subjuga a natureza e coloca-se acima

desta O vocaacutebulo sustentaacutevel portanto se refere agrave capacidade de suporte da biosfera

sendo um fim a ser perseguido com o objetivo de garantir sua preservaccedilatildeo numa visatildeo

prospectiva ou seja que assegure o futuro planetaacuterio assumindo portanto o

compromisso com as geraccedilotildees vindouras (Martins 2002)

Quando se trata de apontar os possiacuteveis caminhos que levaratildeo a um novo padratildeo

produtivo e garanta a seguranccedila alimentar sem agredir o ambiente o caminho torna-se

mais difiacutecil Percebe-se que a noccedilatildeo de agricultura sustentaacutevel permanece cercada por

duacutevidas e contradiccedilotildees mesmo assim seu emprego toma-se cada vez mais frequumlente

(Ehlers 1999)

Haacute que se incorporar a concepccedilatildeo de entropia agrave noccedilatildeo de desenvolvimento visto

que a extraccedilatildeo e o transporte tambeacutem satildeo atividades econocircmicas que requerem cuidados

de manejo visando menores efeitos entroacutepicos ao meio ambiente Satisfazer as

necessidades presentes sem comprometer as possibilidades das futuras geraccedilotildees

satisfazerem as suas proacuteprias eacute o que necessita ser construiacutedo no cotidiano Esta natildeo eacute

uma tarefa faacutecil nos tempos atuais pois o mundo nunca passou por tanta incerteza e

nunca teve um presente tatildeo insustentaacutevel (Martins 1997)

211 Agroecologia Paradigma em construccedilatildeo

5

O seacuteculo passado assistiu a uma ineacutedita expansatildeo da capacidade humana de

agenciamento das forccedilas naturais promovida pelo saber teacutecnico-cientiacutefico cuja

centra lidade eacute hoje irreversiacutevel no que se refere as relaccedilotildees com a natureza Em relaccedilatildeo

ao conhecimento poucas aacutereas de interesse do homem moderno se ligam tanto agrave

pesquisa cientiacutefica como a questatildeo ambiental sendo um fenocircmeno de tendecircncia

internacional evidenciado a partir da deacutecada de 70 (Hess 1999)

A noccedilatildeo de paradigma eacute normalmente utilizada para estabelecer uma

diferenciaccedilatildeo entre dois momentos ou dois niacuteveis do processo de conhecimento

cientiacutefico (Capra 1997 Kuhn 1989) Para um entendimento miacutenimo do que significa

essa noccedilatildeo Costa Neto (1999) diz que se pode conceituar o paradigma enquanto um

modelo de ciecircncia que serve como referecircncia para todo um fazer cientiacutefico durante uma

determinada eacutepoca ou um periacuteodo de tempo demarcado e a partir de um certo momento

da histoacuteria da ciecircncia o referido modelo predominante tende a se esgotar em funccedilatildeo de

uma crise de confiabilidade nas bases estruturantes de seu conhecimento Desta forma o

paradigma passa a ser substituiacutedo por outro modelo cientiacutefico predominante Tambeacutem

pode ocorrer o fato de dois paradigmas disputarem o espaccedilo de hegemonia na

construccedilatildeo do conhecimento (Costa Neto 1999)

Os problemas com os quais nos deparamos hoje satildeo faces de uma crise uacutenica

diferentes do fazer cientiacutefico e proveniente de uma crise de percepccedilatildeo segundo Capra

(2 0 0 1 ) isto faz com que nossas instituiccedilotildees e noacutes em particular natildeo consiga perceber

claramente realidades complexas em um mundo globalmente interligado Ainda que as

soluccedilotildees para alguns de nossos principais problemas possam ser relativamente simples

ldquosoacute seratildeo possiacuteveis mediante uma mudanccedila radical em nossas percepccedilotildeesrdquo este eacute

tambeacutem o ldquoestopim para colocar em marcha medidas efetivasrdquo porque os governos e as

instituiccedilotildees jamais empreenderatildeo accedilotildees de fato enquanto as pessoas natildeo

compreenderem que satildeo parte do problema e da soluccedilatildeo e que eacute preciso assumir a

necessidade de mudar o rumo das coisas (Gomes amp Borba 2000)

Para Leff (2001) a agroecologia representa o ldquonascimento de um paradigmardquo que

eacute a alma da produccedilatildeo sustentaacutevel um processo que permite o resgate dos

conhecimentos proacuteprios e o renascimento do ser trazendo de volta as relaccedilotildees com os

seres humanos na medida em que o produtor cria atraveacutes de seu conhecimento o seu

proacuteprio saber-fazer numa relaccedilatildeo com a vida e com a terra

6

Segundo Costa Neto (1999) o paradigma agroecoloacutegico representa portanto a

linha de um posicionamento soacutecio-ambiental que tem uma vertente tecnoloacutegica apta a

ser uma alternativa agrave produccedilatildeo agriacutecola em grande escala e ao modelo tradicional

disciplinar

Hoje a agroecologia continua a fazer conexatildeo entre fronteiras estabelecidas Por

um lado estuda os processos econocircmicos e os agroecossistemas por outro eacute um agente

para as mudanccedilas sociais e ecoloacutegicas complexas que tenham necessidade de ocorrer no

futuro a fim de levar a agricultura para uma base verdadeiramente sustentaacutevel O

processo de mudanccedila estaria dirigido agrave busca de novos pontos de equiliacutebrio entre as

dimensotildees de produtividade estabilidade e equumlidade na atividade agraacuteria articuladas

entre si poreacutem em constante processo de adaptaccedilatildeo e retroalimentaccedilatildeo utilizando

estilos mais respeitosos com o ambiente com o propoacutesito de superar a crise enfrentada

pelos agricultores (Costabeber amp Moyano 2000)

De acordo com Altieri (2002) soacute uma compreensatildeo mais profunda da ecologia

humana e dos sistemas agriacutecolas pode levar a medidas coerentes com uma agricultura

sustentaacutevel Assim a ldquoemergecircncia da agroecologiardquo representa um enorme salto nesta

direccedilatildeo pois fornece os princiacutepios ecoloacutegicos baacutesicos para o estudo e tratamento dos

ecossistemas tanto produtivos quanto preservadores dos recursos naturais e que sejam

culturalmente sensiacuteveis socialmente justos e economicamente viaacuteveis

A transformaccedilatildeo ou substituiccedilatildeo de um modelo de desenvolvimento para outro

supotildee um processo de transiccedilatildeo que em alguns momentos caminha a passos lentos e

em outros pode trazer mudanccedilas bruscas e qualitativamente diferenciadas Esse

processo de transiccedilatildeo significa a conversatildeo de uma agricultura tradicional para uma

agricultura ecoloacutegica e socialmente equilibrada com base na sustentabilidade (Gomeacutez

1997)

Embora a falta de informaccedilatildeo da pesquisa possa ter contribuiacutedo para dificuldades

e experiecircncias negativas de muitos produtores estes tecircm fama de serem inovadores e

experimentadores desejosos de adotar novas praacuteticas no sentido de serem beneficiados

Nos uacuteltimos cinquumlenta anos a inovaccedilatildeo na agricultura tem sido impulsionada

principalmente pela ecircnfase em altos rendimentos e no lucro da unidade produtiva

Apesar da continuidade dessa forte pressatildeo econocircmica sobre a agricultura muitos

produtores convencionais estatildeo preferindo fazer a transiccedilatildeo para praacuteticas que satildeo mais

consistentes ambientalmente e tem o potencial de contribuir com a sustentabilidade da

agricultura em longo prazo (Gliessman 2000)

7

212 Agroecologia e agricultura familiar

O nuacutecleo por excelecircncia da produccedilatildeo sustentaacutevel eacute a agricultura familiar No

Brasil mais especificamente esta tecnologia estaacute sendo introduzida natildeo somente em

aacutereas de cultivo de agricultura familiar em geral mas especificamente em

assentamentos rurais Percebe-se dessa forma tratar-se de um tipo de produccedilatildeo que

tende a incorporar a dimensatildeo histoacuterico-social e a considerar os valores culturais e de

senso comum inerentes aos agricultores familiares (Costa Neto 1999)

Na agricultura familiar a sustentabilidade toma forma a partir do momento em

que comeccedilaram a ser incorporados aos debates os novos anseios da sociedade rural e

urbana relacionados a um novo projeto de desenvolvimento e na medida em que foram

buscadas orientaccedilotildees teoacutericas baseadas no paradigma agroecoloacutegico

De acordo com Maturana amp Rezepka (2000) a formaccedilatildeo do conhecimento natildeo eacute

entendida como simples treinamentos e teacutecnicas e seraacute um aspecto essencial desta

abordagem A valorizaccedilatildeo dos saberes dos agricultores sobre o ambiente as plantas o

solo e os processos ecoloacutegicos onde resgatam e aprimoram teacutecnicas proacuteprias e de

outros de origem cientiacutefica ou empiacuterica fundamentais dentro deste novo paradigma

(Altieri amp Nicholls 2000)

Neste sentido cientistas e extensionistas tecircm se surpreendido com a profundidade

destes conhecimentos e com a capacidade de vaacuterios destes agricultores de expocirc-los

mesmo nos ambientes acadecircmicos onde muitas vezes estatildeo mais avanccedilados que seus

interlocutores (Weid amp Tardin 2002) Isto revela a necessidade de sintonia entre a

Universidade e a Comunidade

Entatildeo a sutentabilidade ambiental em niacutevel local eacute positiva quando o manejo

realizado no agroecossistema aproveita a produtividade dos recursos naturais renovaacuteveis

(aqueles que funcionam mediante o fluxo solar) Ao contraacuterio pode natildeo ser positiva

quando as praacuteticas produtivas consistem na busca pela produtividade mediante a troca

econocircmica (importaccedilatildeo e exportaccedilatildeo de insumos e produtos) onde a terra eacute vista

unicamente como o suporte material (fiacutesico) das espeacutecies Neste caso o controle de

pragas a fertilizaccedilatildeo e outras praacuteticas necessaacuterias satildeo realizados mediante capital

produzido pelo homem degradando a base local de recursos naturais (Xavier Simoacuten amp

Domingues 2001)

8

213 O Mercado de produtos agroecoloacutegicos

O mercado de alimentos produzidos sob a orientaccedilatildeo agroecoloacutegica produzidos

sem utilizaccedilatildeo de agrotoacutexicos ou adubos minerais tem aumentado vertiginosamente em

todo o mundo Alguns dados indicam que esse segmento cresce anualmente cerca de

20 nos Estados Unidos 40 na Europa e 50 no Brasil e para comprovar tais

iacutendices basta verificar a proliferaccedilatildeo das feiras de produtores ecoloacutegicos nas cidades o

aumento dos espaccedilos para esses produtos nas gocircndolas das grandes redes de

supermercados e os movimentos ambientalistas e de consumidores que buscam uma

alimentaccedilatildeo mais saudaacutevel (Schiedeck 2002)

Sem duacutevida antes de tudo cabe salientar que a crise atual evidencia o equiacutevoco da

adoccedilatildeo de um modelo de produccedilatildeotransformaccedilatildeo que natildeo tem outra ambiccedilatildeo que natildeo a

de se adaptar agrave globalizaccedilatildeo Cabe a consideraccedilatildeo feita por Dufour (1999) de que o

mercado natildeo eacute uacutenico e monoliacutetico e portanto a produccedilatildeo social da qualidade natildeo

significa mais do mesmo (a adaptaccedilatildeo do que jaacute natildeo serve)

Na realidade pode-se identificar claramente dois mercados de natureza

fundamentalmente oposta que segundo Gomes amp Borba (2000) satildeo o de produtos

baacutesicos (leite cereais carnes brancas e vermelhas) e o de produtos elaborados

socialmente e de grande valor agregado por serem justos socialmente O mercado

mundial dos produtos baacutesicos eacute alimentado pelos excedentes agriacutecolas de grandes

produtores (Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos e Canadaacute) tambeacutem a soja e carne de

frango brasileira e o trigo argentino e os preccedilos nesses mercados satildeo extremamente

baixos e permaneceratildeo assim por muito tempo segundo relatos recentes do Banco

Mundial

Para produzir a preccedilos tatildeo baixos eacute necessaacuterio lanccedilar matildeo de todo tipo de

artifiacutecio como os hormocircnios os organismos geneticamente modificados as farinhas

animais esquecendo o meio ambiente e convivendo com exploraccedilotildees gigantescas

concentraccedilatildeo na posse da terra e com uma minoria de beneficiaacuterios dos programas de

ajuda puacuteblica os agromanagers (Gomes amp Borba 2000)

O mercado de produtos elaborados e de valor agregado obedece a outras regras

Mesmo que os agricultores busquem a maximizaccedilatildeo da produtividade natildeo se enfrentam

diretamente A produccedilatildeo ocorre em zonas geograacuteficas bem definidas e permite valorizar

o ldquosavoir-fairerdquo ou ldquoknow-howrdquo (em outras palavras natildeo necessariamente mas o

conhecimento ldquotradicionalrdquo) contribuindo para uma verdadeira economia local Esta eacute a

9

agricultura que ao mesmo tempo produz gera e preserva empregos Para caminhar ateacute

ela eacute necessaacuteria uma ampla alianccedila entre agricultores consumidores e movimentos

sociais para frear esta forma de ditadura dos mercados fonte do poder das

transnacionais agro-alimentares e quiacutemicas (Dufour 1999)

Por outra parte o mercado natildeo eacute linear e abstrato como querem fazer crer A

produccedilatildeo e o consumo sempre estaratildeo localizados e seratildeo realizados por produtores e

consumidores concretos isto permite falar em convenccedilatildeo ou negociaccedilotildees onde a

qualidade seja considerada na originalidade no bem comum ou na confianccedila entre pares

e colada aos produtos ainda mais quando se trata de alimentos Isto soacute seraacute possiacutevel

no local (sem ignorar o global) e levando em conta indicaccedilotildees como denominaccedilatildeo

ou indicaccedilatildeo de origem de processo ou de qualidade etc relacionados agraves

especificidades dos produtos o que tambeacutem deve ser objeto de negociaccedilatildeo para cada

lugar (eacute preciso lembrar que a participaccedilatildeo e as relaccedilotildees interpessoais satildeo determinantes

ao longo do processo) A produccedilatildeo social da qualidade eacute vista como estrateacutegia que

adquire sentido se considerada para o espaccedilo da Agricultura Familiar onde ainda eacute

possiacutevel estabelecer laccedilos de solidariedade entre produtores e consumidores (Gomes amp

Borba 2000)

De acordo com DrsquoAgostini amp Fantini (2002) tanto ou mais do que compreender a

dinacircmica de processos dos quais resultam produtos interessantes eacute compreender e

humanizar a dinacircmica de interesses sobre esses processos e produtos Os mesmos

autores dizem ainda que natildeo seria a solidariedade humana (a virtude pressuposta) que

emerge em especial na produccedilatildeo agroecoloacutegica mas sim a emergecircncia da rica

propriedade humana a generosidade que permite praticaacute-la em qualquer relaccedilatildeo entre

os homens

22 A cultura da cebola (Alliunt cepa L) e sua importacircncia

A cultura da cebola foi introduzida pelos accedilorianos no Brasil no seacuteculo XVIII nos

municiacutepio de Mostardas Rio Grande e Satildeo Joseacute do Norte no Estado do Rio Grande do

Sul (Garcia 1990) sendo a terceira hortaliccedila de maior importacircncia econocircmica para o

paiacutes (ICEPA 2003) Nas regiotildees Sul e Sudeste a cebolicultura constitui-se em atividade

socioeconocircmica de significativa relevacircncia para os Estados de Satildeo Paulo Santa

10

Catarina e Rio Grande do Sul nos quais se concentram mais de 76 da produccedilatildeo

nacional (Debarba et a i 1998)

A mais importante regiatildeo produtora do Rio Grande do Sul estaacute situada no litoral

Sul englobando os municiacutepios de Rio Grande Tavares Satildeo Joseacute do Norte e Mostardas

(Garcia 1997) e segundo ICEPASC (2003) esses quatro municiacutepios respondem por

cerca de 70 da produccedilatildeo de cebola do RS

Timm (2000) cita que cerca de 16000 famiacutelias rurais no Rio Grande do Sul tem

na cultura da cebola o seu principal meio de subsistecircncia No Municiacutepio de Satildeo Joseacute do

Norte a produccedilatildeo de cebola constitui uma atividade econocircmica quase exclusiva onde a

descapitalizaccedilatildeo dos agricultores ocasionou o abandono do meio rural por muitos deles

que acabaram por estabelecerem-se na periferia da zona urbana (Garcia 1997)

Aleacutem da descapitalizaccedilatildeo do produtor ocorrem problemas como a erosatildeo do solo

que segundo Zabaleta (1998) ocorre principalmente devido agrave accedilatildeo dos ventos fortes e

constantes caracteriacutesticos na regiatildeo sul-litoracircnea bem como a topografia plana e os

solos muito arenosos com lenccediloacuteis freaacuteticos superficiais contribuem para o

empobrecimento dos solos da regiatildeo principalmente ao se comparar com outras aacutereas

onde a cebola participa de sistemas produtivos juntamente com a produccedilatildeo leiteira o

arroz e hortaliccedilas diversas (Timm 2000)

221 Caracteriacutesticas agronocircmicas da cebola

A cebola eacute uma aliaacuteceae a planta eacute tenra atinge 60 cm de altura e apresenta folhas

tubulares e cerosas O caule verdadeiro eacute um disco comprimido na base da planta de

onde partem as folhas e raiacutezes que satildeo fasciculadas pouco ramificadas explorando um

volume de solo equivalente a um cilindro com 60 cm de altura e 25 cm de diacircmetro

(Filgueira 2000)

Cada planta apresenta 20 a 200 raiacutezes normalmente espessas (05 a 1 mm de

diacircmetro) e com pouca ramificaccedilatildeo e poucos pecirclos absorventes O crescimento eacute

vertical estendendo-se de 40 a 80 cm de profundidade Poucas raiacutezes ocupam mais de

15 cm do raio em tomo do bulbo Estas caracteriacutesticas tecircm implicaccedilotildees peculiares

quanto acirc localizaccedilatildeo e ao suprimento de nutrientes (Quanto menor o diacircmetro e maior a

ocorrecircncia de pecirclos absorventes maior seraacute a superfiacutecie de raiacutezes e consequumlentemente a

absorccedilatildeo de nutrientes (Magalhatildees 1993)

11

A fase vegetativa do ciclo da planta termina com o amadurecimento do bulbo

todavia trata-se de uma planta bienal considerando acirceu ciclo vital completo isto eacute da

semeadura ateacute a produccedilatildeo de novas sementes Apoacutes um periacuteodo invemal sob baixas

temperaturas haacute emissatildeo de um pendatildeo floral que pode alcanccedilar 150 cm de altura

terminando por uma inflorescecircncia tipo umbela simples inicialmente recoberta por

uma peliacutecula formada por centenas de pequenas flores (Filgueira 2000)

Segundo Clivela (1995) os fatores climaacuteticos de modo geral natildeo satildeo limitantes

para a produccedilatildeo de bulbos de cebola no Rio Grande do Sul Filgueira (2000) enfatiza

que no Brasil eacute uma das raras culturas oleraacuteceas nas quais o fotoperiacuteodo pode tornar-se

o fator limitante ocorrendo frustraccedilotildees da colheita caso as exigecircncias da planta natildeo

sejam satisfeitas

222 A produccedilatildeo de mudas de hortaliccedilas

As mais importantes modificaccedilotildees no sistema de produccedilatildeo nos uacuteltimos anos tecircm

sido feitas na produccedilatildeo de mudas Hoje eacute uma realidade os produtores se

especializarem em produzir mudas principalmente no Estado de Satildeo Paulo Para tanto

se busca atraveacutes da pesquisa as melhores fontes e combinaccedilotildees de substratos associados

ao sistema de produccedilatildeo conveniente para cada espeacutecie a fim de se obter melhorias na

propriedade no solo e na Olericultura (Giorgetti 1991)

O sistema agroecoloacutegico torna-se importante uma vez que a base da Horticultura

moderna eacute a produccedilatildeo de mudas de alta qualidade (Minami1995) a produccedilatildeo de mudas

de hortaliccedilas tem sido citada como a etapa mais importante do sistema produtivo (Silva

Junior et al 1995) Segundo Filgueira (2000) nesta fase natildeo se pode cometer erros

pois posteriormente seraacute mais difiacutecil de corrigi-los visto que para o cultivo da cebola a

muda refletiraacute na qualidade do bulbo

As mudas de hortaliccedilas podem ser consideradas tolerantes e natildeo tolerantes ao

transplante e dependem principalmente das condiccedilotildees ambientais necessitando de

cuidados No caso da cebola como satildeo produzidas com raiz nua os cuidados devem ser

maiores pois dependendo do estado em que se encontram mais ou menos susceptiacuteveis

aos estresses quando em contato com o campo podem resultar em desastre (Minami

1999)

A quantidade de nutrientes extraiacuteda pelas hortaliccedilas durante a fase de muda varia

em funccedilatildeo da espeacutecie da variedade ou da cultivar e do prazo necessaacuterio para a formaccedilatildeo

13

O composto humificado ou curado eacute rico em nutrientes que passaram parcialmente

da forma orgacircnica para a forma mineral assimilaacutevel pelas raiacutezes e com maior teor

coloidal que atua como fertilizante e eacute responsaacutevel pela capacidade melhoradora do

solo (Barreto 1985)

Uma das principais alternativas em termos de adubaccedilatildeo orgacircnica eacute o

vermicomposto Ele eacute um adubo orgacircnico estaacutevel rico em nutrientes inodoro de

coloraccedilatildeo escura obtido a partir da atividade das minhocas que potencializam a mateacuteria

prima utilizada no processo (principalmente esterco de bovino) proporcionando

diversos benefiacutecios para as plantas (Timm 2000)

231 Efeitos da adubaccedilatildeo orgacircnica no solo

O solo funciona como um organismo vivo em 1 grama de solo saudaacutevel vive uma

comunidade bioloacutegica de aproximadamente 1 0 0 0 0 espeacutecies diferentes como minhocas

larvas besouros colecircmbolos aacutecaros algas bacteacuterias e fungos Estes organismos

necessitam de alimentos para viver principalmente carbono e nitrogecircnio que estatildeo

presentes na palhada das culturas e no esterco de animais Em funccedilatildeo disso eacute

importante que o solo tenha um determinado teor de mateacuteria orgacircnica para fornecer os

alimentos e energia que os microacutebios precisam para viver (Paulus et al 2001)

O homem atraveacutes dos diferentes sistemas de preparo do solo e cultivos contiacutenuos

ou natildeo altera o comportamento do mesmo em relaccedilatildeo agraves reaccedilotildees quiacutemicas

propriedades fiacutesicas como capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua lixiviaccedilatildeo de nutrientes

erosatildeo e como consequumlecircncia afeta a qualidade de organismos presentes no solo (Brady

1999) reduzindo paulatinamente o teor de mateacuteria orgacircnica (Primavesi1982)

Nos uacuteltimos anos tem-se observado em diferentes paiacuteses a ampliaccedilatildeo do uso de

adubos orgacircnicos Alguns apresentam oacutetimos resultados enquanto outros se mostram

tecnicamente inadequados Os principais adubos orgacircnicos encontrados no mercado satildeo

fertilizantes orgacircnicos de origem animal compostos de lixo urbanos compostos de

produtos industriais e huacutemus de minhoca Nestes fertilizantes estatildeo presentes a maioria

dos macronutrientes (nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre) e

micronutrientes (zinco cobre boro ferro cobalto)essenciais para as plantas e nem

sempre encontrados em muitos fertilizantes minerais bem como uma gama de

microorganismos que vatildeo beneficiar a fauna e a flora do solo (Brady 1979 Kiehl

1985 Costa 1985 Garcia 1997)

14

Os adubos orgacircnicos satildeo amplamente empregados nos sistemas de produccedilatildeo de

alface como condicionadores do ambiente quiacutemico e fiacutesico da rizosfera e

consequumlentemente na resposta bioloacutegica das plantas (Rodrigues amp Casali 1998)

Considerando as necessidades hortiacutecolas de maior competitividade e o fato de natildeo

ser subsidiada o crescimento populacional e a industrializaccedilatildeo representam fatores

determinantes na geraccedilatildeo diaacuteria de enormes volumes de resiacuteduos podendo ser utilizados

pelos produtores com um maior retomo econocircmico possiacutevel Ao mesmo tempo a

questatildeo ambiental assume cada vez mais destaque na sociedade moderna repercutindo

em poliacuteticas governamentais bem como no setor produtivo do paiacutes e do mundo

fazendo com que a relaccedilatildeo do homem com a natureza seja repensada (Morselli 2001)

232 Efeitos da adubaccedilatildeo orgacircnica nas culturas

Segundo Paulus et al (2001) a mateacuteria orgacircnica tambeacutem eacute fonte de nutrientes

especialmente nitrogecircnio foacutesforo enxofre e micronutrientes aleacutem disso tem

capacidade de ldquoprenderrdquo micronutrientes e alguns elementos toacutexicos para as plantas

como o alumiacutenio Por exemplo os micronutrientes depois de presos satildeo liberados

lentamente no solo onde satildeo gradativamente aproveitados pelas plantas

O uso dos fertilizantes minerais elevam o custo de produccedilatildeo pois satildeo necessaacuterias

altas doses para o fornecimento dos teores de nutrientes demandados Por isso eacute

importante a geraccedilatildeo de tecnologias que poupem o consumo de fertilizantes minerais

desejaacutevel com vista agrave diminuiccedilatildeo do custo de produccedilatildeo (Rodrigues 1984) A produccedilatildeo

de hortaliccedilas sob a orientaccedilatildeo agroecoloacutegica leva em consideraccedilatildeo natildeo apenas os custos

de produccedilatildeo como tambeacutem a dependecircncia dos insumos principalmente quando se

considera a ldquoteoria da trofobioserdquo pelos efeitos maleacuteficos que os nutrientes prontamente

assimilaacuteveis podem causar as plantas (Chaboussou 1987)

Para Compagnoni amp Putzolu (1985) o vermicomposto eacute um autecircntico fertilizante

bioloacutegico que atua como corretivo do solo determinando caracteriacutesticas importantes

para a microflora pelos aacutecidos huacutemicos e as substacircncias fitoestimulantes Os autores

consideram ainda que as dejeccedilotildees das oligoquetas proporcionam a formaccedilatildeo de huacutemus

permitindo melhorar o solo razatildeo pela qual satildeo destinados agrave horticultura com oacutetimas

vantagens fiacutesicas e microbioloacutegicas enriquecendo a camada araacutevel

Em experimentos desenvolvidos durante cinco anos para avaliar o efeito da

aplicaccedilatildeo de compostos eou adubos nas culturas de alface manjericatildeo espinafre e

15

pepino Valenzuela amp Crosby (1998) compararam as produccedilotildees obtidas com composto

e a fertilizaccedilatildeo padratildeo e concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo do composto em 20 Mg ha 1 mais

N-quiacutemico foi o melhor tratamento em todas as culturas estudadas

233 Plantas de cobertura do solo

As plantas mais usadas para adubaccedilatildeo de cobertura do solo satildeo as leguminosas

pois estas tecircm a capacidade de fixar o nitrogecircnio atmosfeacuterico e disponibiliza-lo agrave

cultura Primavesi (1992) cita que utilizando-se mucuna ervilhaca feijatildeo-de-porco

feijatildeo-miuacutedo crotalaacuteria e outras natildeo haacute necessidade de utilizar tanto nitrogecircnio em

cobertura embora natildeo se dispense uma calagem mais frequumlente pois ocorre um pouco

de acidificaccedilatildeo no solo como com qualquer adubaccedilatildeo nitrogenada Segundo a mesma

autora algumas leguminosas tecircm a capacidade de mobilizar o foacutesforo como o caupi

(feijatildeo-miuacutedo) outras mobilizam o caacutelcio como tremoccedilo

Para Brady (1999) a adubaccedilatildeo verde traz grandes benefiacutecios como suprimento de

mateacuteria orgacircnica sendo consideraacutevel a quantidade de resiacuteduos orgacircnicos devolvidos ao

solo adiccedilatildeo de nitrogecircnio nutrientes e conservaccedilatildeo do solo

Calegari (1998) comenta que quanto aos aspectos fiacutesicos os resiacuteduos tendem a

contribuir para uma melhoria da estrutura do solo percebida pelo aumento da

estabilidade dos agregados em aacutegua aumento da capacidade de retenccedilatildeo hiacutedrica

elevaccedilatildeo dos iacutendices de infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo aumento da porosidade melhor

aeraccedilatildeo e diminuiccedilatildeo da densidade do solo

De acordo com Timm (2000) o papuatilde eacute uma excelente alternativa como cobertura

de solo para o cultivo miacutenimo da cebola pois na eacutepoca do transplante das mudas seu

ciclo vegetativo estaacute completo natildeo necessitando o dessecamento outra vantagem eacute que

o papuatilde apresenta bom controle com relaccedilatildeo agraves plantas invasoras da cebola reduzindo

ao longo dos anos o nuacutemero de capinas e a aplicaccedilatildeo de herbicidas

234 Adubaccedilatildeo foliar

Segundo Malavolta (1981) a utilizaccedilatildeo da adubaccedilatildeo foliar eacute complemento da

adubaccedilatildeo de solo natildeo substituto da mesma no que diz respeito ao fornecimento de

nitrogecircnio foacutesforo e potaacutessio para as culturas Da mesma maneira que as raiacutezes podem

perder para o solo parte dos elementos absorvidos as folhas tambeacutem o fazem pela accedilatildeo

16

de fatores internos (desordem fisioloacutegica estado nutricional etc) e externos (chuvas

orvalho nutriccedilatildeo do sistema radicular luz temperatura etc)

Para Chaboussou (1987) as plantas adquirem o maacuteximo de resistecircncia bioloacutegica

atraveacutes da nutriccedilatildeo (trofos) equilibrada Obviamente para que isto ocorra eacute necessaacuterio

que o solo esteja em equiliacutebrio dinacircmico o ambiente seja o mais estaacutevel e as plantas

selecionadas ou melhor adaptadas para poderem suportar as alteraccedilotildees extemporacircneas

ocasionadas pelos fenocircmenos meteoroloacutegicos e nas fases fonoloacutegicas criacuteticas do

crescimento e desenvolvimento (Pinheiro amp Barreto 2000)

O lixiviado das folhas enriquece as camadas superiores do solo e tende a

contrabalanccedilar as perdas de zonas mais profundas e mais distantes acumulando-os nas

suas proximidades tambeacutem influencia o nuacutemero e o comportamento dos

microrganismos que por sua vez alteram o processo de gecircnese do solo sua textura e

fertilidade A lixiviaccedilatildeo assim se toma importante no desenvolvimento da sucessatildeo

ecoloacutegica devido agrave ciclagem de elementos (Malavolta 1980)

Conforme Camargo (1975) a utilizaccedilatildeo de adubos foliares substitui parcialmente

a adubaccedilatildeo radicular em 20 a 25 podendo ser utilizada em varias pulverizaccedilotildees

24 Vermicompostagem

E o processo que consiste em se submeter diferentes resiacuteduos orgacircnicos de

origem animal eou vegetal aos processos fermentativos e humificaccedilatildeo adicionando

minhocas do gecircnero Eiseina espeacutecie foetida ao material procurando obter um produto

curado em aproximadamente 45 - 60 dias (Compagnoni amp Putzolu 1985)

A vermicompostagem firmou-se no Brasil como atividade rentaacutevel produzindo

adubo de alta qualidade na deacutecada de 90 Na agricultura brasileira contudo haacute

preferecircncia pelos adubos quiacutemicos em funccedilatildeo de sua aquisiccedilatildeo financiada menor custo

e retomo imediato embora o impacto de seu uso contiacutenuo sobre o solo e os

microorganismos que nele vivem seja negativo (Tagliari amp Grassmann 1995)

Segundo Morselli (2002) a vermicompostagem difere da compostagem

convencional dentre outros pocircr formar substacircncias huacutemicas mais rapidamente ao sofrer

passagem pelo trato digestivo das minhocas A alirdentaccedilatildeo destas satildeo basicamente os

estercos e a disponibilidade desta mateacuteria prima bem como de ambiente protegido para

proceder a compostagem correta deste material satildeo indispensaacuteveis

17

Segundo Kiehl (1985) e Martinez (1990) o vermicomposto apresenta as seguintes

vantagens em relaccedilatildeo a compostagem permite a formaccedilatildeo de um produto curado em

menor espaccedilo de tempo promove a formaccedilatildeo de um material com maior

disponibilidade de nutrientes facilita o peneiramento natildeo havendo a necessidade de

revolvimento do material oferece vaacuterias fontes de renda pois aleacutem do huacutemus fornece

minhocas e raccedilatildeo e quando aplicado ao solo tende a melhorar as propriedades fiacutesicas

quiacutemicas e bioloacutegicas

241 Resiacuteduos utilizados na vermicompostagem

2411 Resiacuteduos de origem animal

Segundo Bureacutes (1997) o esterco eacute uma mistura de fezes urina e camas que

podem estar constituiacutedas de palhas folhas secas serragem turfa casca de arroz e ateacute

terra Esse apresenta pH neutro e densidade que varia de 030 a 090 Kg dm3 segundo

seu estado de decomposiccedilatildeo Eacute influenciado por vaacuterios fatores como espeacutecie animal

raccedila idade alimentaccedilatildeo material utilizado como cama e tratamento da mateacuteria-prima

esterco (Kiehl 1985) Dentre os fatores apontados um dos mais importantes eacute a

alimentaccedilatildeo do animal quanto mais rica a alimentaccedilatildeo mais rica seraacute as dejeccedilotildees

(Gnoatto 1999) O volume de bacteacuterias vivas ou mortas encontradas no esterco

representam 20 a 30 do total delas se originam grande parte do nitrogecircnio sob a

forma de proteiacutena (Morselli 2002)

A origem do material utilizado para a produccedilatildeo de vermicomposto eacute fundamental

pois soacute uma mateacuteria-prima de qualidade resultaraacute em um produto final de boa qualidade

Dentre os estercos o de aves eacute empregado empiricamente na adubaccedilatildeo de culturas

permanente ou natildeo com excelentes resultados apesar de sua simples composiccedilatildeo

meacutedia 2 de nitrogecircnio 2 de foacutesforo como P2 0 5 e 1 de K2 0 Poreacutem haacute uma

grande variaccedilatildeo na sua constituiccedilatildeo a qual dependeraacute do manejo animal atraveacutes das

camas finalidade da criaccedilatildeo e natureza das camas (Morselli 2002)

2412 Resiacuteduos de origem vegetal

A mateacuteria orgacircnica pode ser preservada no solo por vaacuterios processos seja pela

simples incorporaccedilatildeo de resiacuteduos de culturas rotaccedilatildeo de culturas adubaccedilatildeo verde ou

18

pela adiccedilatildeo de materiais orgacircnicos capazes de elevar e manter a produtividade do solo

Da decomposiccedilatildeo dos resiacuteduos orgacircnicos adicionados ao solo resulta a liberaccedilatildeo de

grande quantidade de nutrientes principalmente o nitrogecircnio o potaacutessio e o enxofre

Aleacutem disso diversos atributos quiacutemicos e fiacutesicos do solo satildeo alterados pela

decomposiccedilatildeo desses resiacuteduos destacando-se o aumento da capacidade de troca de

caacutetions o aumento da retenccedilatildeo de aacutegua a melhoria da estabilidade dos agregados e da

aeraccedilatildeo (Fraser1963 Malavolta 1981 Mello et al 1983 Bonilla 1992)

Segundo Purcino (1981) quando a relaccedilatildeo CN eacute menor que 30 como no caso do

esterco de curral ou da palha de leguminosas a disponibilidade de nitrogecircnio eacute

imediata mas acima deste valor ocorre imobilizaccedilatildeo crescente deste nutriente Por esse

motivo estes materiais devem ser submetidos a uma degradaccedilatildeo bioloacutegica antes de

serem adicionados ao solo

25 Biofertilizantes

No Brasil ocorrem problemas crescentes com materiais derivados de sistemas

intensivos de criaccedilatildeo animal que acumulam resiacuteduo^ orgacircnicos com graves problemas

de contaminaccedilatildeo de cursos de aacutegua que na maioria das vezes se acumulam em um

uacutenico lugar e natildeo satildeo reciclados (Viglizzo 1995)

Visando amenizar tais situaccedilotildees os meacutetodos alternativos de adubaccedilatildeo controle de

doenccedilas pragas e plantas indesejaacuteveis tecircm sido muito estudado Dentro dessa linha de

pesquisa destaca-se o uso de mateacuteria orgacircnica atraveacutes tanto de sua incorporaccedilatildeo ao

solo como de sua transformaccedilatildeo para uso posterior na forma de biofertilizantes

(Khatounian 1997 Bettiol et al 1997)

Na complexa e elevada comunidade microbiana dos biofertilizantes encontram-se

bacteacuterias fungos leveduriformes filamentosos e actinomicetos (Bettiol apud Penteado

1999)

O agregado de macro e micronutrientes periodicamente ativa e enriquece a

fermentaccedilatildeo O uso de farinha de rocha tem sido vantajoso por ter baixo custo

comparado com os sais concentrados e purificados aleacutem de trazer alguns elementos

traccedilos de vital importacircncia para os microrganismos do solo como por exemplo o Gaacutelio

o Iodo e o Vanaacutedio (M1BASA 199-) O agregado de farinha de rocha ou sais

purificados ao fermentado faz com que estes nutrientes passem a fazer parte dos

microrganismos ou dos produtos orgacircnicos liberados durante a fermentaccedilatildeo sendo que

19

o ataque dos microrganismos atraveacutes de suas enzimas consegue liberar os elementos natildeo

atacados pelos aacutecidos industriais (Pinheiro amp Barreto 2000)

Os biofertilizantes tecircm sido empregados na agricultura ecoloacutegica como adubo

foliar para aumentar a resistecircncia contra pragas e doenccedilas Aleacutem disso o processo de

produccedilatildeo eacute bastante simples e por isso eacute viaacutevel sua produccedilatildeo na propriedade desde que

tenha esterco disponiacutevel (Penteado 1999)

Bettiol et al (1997) verificaram a presenccedila de diferentes espeacutecies de fungos

fiacutelamentosos e leveduriformes e bacteacuterias entre elas Bacillus spp na comunidade

microbiana do biofertilizante produzido segundo meacutetodo adotado pelo Centro de

Agricultura Ecoloacutegica Ipecirc Os autores verificaram ainda uma reduccedilatildeo da comunidade

microbiana ao longo da digestatildeo reduccedilatildeo essa mais acentuada logo apoacutes o acreacutescimo

dos sais contendo micronutrientes A accedilatildeo dos sais pode ser tanto por aumento na

pressatildeo osmoacutetica quanto pelo efeito direto sobre os microrganismos Para o controle de

doenccedilas de plantas satildeo importantes a presenccedila dos metaboacutelitos produzidos pelos

organismos presentes no biofertilizante e os proacuteprios microrganismos vivos

Os microrganismos transformam o material orgacircnico (esterco soro de leite caldo

de frutas palhas restos industriais etc) e cinzas produzindo vitaminas aacutecidos e sais

complexos importantes para regular e tonificar o metabolismo das plantas impedindo o

desenvolvimento de pragas e doenccedilas (Pinheiro amp Barreto 2000)

Em estudos feitos com o biofertilizante liacutequido de bovinos foi observado a

presenccedila de inuacutemeros microorganismos como bacteacuterias leveduras e bacilos

principalmente do Bacillus subtilis Estes microorganismos sintetizam substacircncias

antibioacuteticas as quais demonstram ter grande accedilatildeo e eficiecircncia como substacircncias

fungiostaacuteticas e bacteriostaacuteticas de fitopatoacutegenos causadores de danos em lavouras

comerciais (Penteado 1999)

Aldrighi et al (2002) realizaram trabalho na UFPel relacionado agrave nutriccedilatildeo de

mudas de tomate (Floradade) produzidas no sistema ldquofloatingrdquo Utilizaram-se doses de

0 2 5 e 10 para o biofertilizante Super Magro e 0 e 1 para a urina de vaca

Concluiacuteram que estes natildeo interferem na produccedilatildeo das mudas e que provavelmente foi

influenciado pelo substrato utilizado (vermicomposto 75 e casca de arroz carbonizada

25) bem como o sistema de produccedilatildeo (floating)

Paglia et al (2002) citam que eacute possiacutevel produzir mudas de tomate (cultivar

Floradede) utilizando urina de vaca e biofertilizante Super Magro na aacutegua em sistema

ldquofloatingrdquo em trabalho realizado na UFPel O uso da urina de vaca a 1 e 5 e

20

biofertilizante Super Magro a 6 proporcionam uma elevaccedilatildeo do foacutesforo bem como o

Super Magro a 6 eleva os teores de Mg e Ca na aacutegua

251 Urina de vaca

As urinas de vaca contecircm nutrientes favoraacuteveis ao bom desenvolvimento das

plantas como potaacutessio soacutedio nitrogecircnio enxofre magneacutesio caacutelcio foacutesforo e traccedilos de

outros elementos Nas plantas funciona como um fertilizante natural tomando-as mais

resistentes ao ataque das pragas e doenccedilas Satildeo encontradas tambeacutem na urina outras

substacircncias como fenoacuteis e principalmente o catecol que esta associado agrave recuperaccedilatildeo

de plantas atacadas por fitopatoacutegenos por ser um produto anti-seacuteptico (Penteado 1999)

Para seu emprego a urina receacutem coletada deve ser armazenada sob condiccedilotildees

ambientais por trecircs dias para que se forme amocircnio importante produto a ser absorvido

pelas plantas Recomenda-se ainda que o armazenamento deva ser feito em recipiente

fechado para que natildeo ocorram perdas de nitrogecircnio Desta forma poderaacute permanecer

por ateacute um ano sem comprometer sua eficiecircncia

Em hortaliccedilas o uso da urina de vaca eacute recomendado em pulverizaccedilotildees foliares

semanais na concentraccedilatildeo de 05 para tomateiro pimentatildeo pepino feijatildeo vagem e

couve ou quinzenais a 1 para as culturas do quiabeiro jiloeiro e berinjela Para

fruteiras em geral a primeira aplicaccedilatildeo deve ser na concentraccedilatildeo aproximada de 5

realizada diretamente no solo e mensalmente devem ser realizadas pulverizaccedilotildees

foliares a 1 para plantas jovens e a 5 para plantas adultas (Penteado 1999)

Na aplicaccedilatildeo foliar deve-se ter cuidado com folhas e brotos novos e considerar que

o uso contiacutenuo pode ser toacutexico podendo afetar o solo causando a sua acidificaccedilatildeo

(Penteado 1999)

Na Estaccedilatildeo Experimental da PESAGRO no municiacutepio de Macaeacute Rio de Janeiro

estaacute se utilizando a urina de vaca leiteira Os pesquisadores descobriram que a urina de

vaca em lactaccedilatildeo produzia o efeito de recuperar plantas de abacaxi atacadas por uma

doenccedila conhecida como ldquofusairioserdquo Essa doenccedila quando ataca o abacaxi causa

perdas de ateacute 70 da safra Todos os agrotoacutexicos testados natildeo conseguiram controlar a

doenccedila Isto eacute um exemplo para que a universidade tenha uma nova percepccedilatildeo (Capra

1996) adotando medidas efetivas que contribuam na transiccedilatildeo agroecoloacutegica Com o

uso da urina de vaca leiteira numa lavoura de abacaxi atacada pela fusariose observou-

se agrave recuperaccedilatildeo do stand e os frutos produzidos apresentaram excelente padratildeo

21

comercial Descobriu-se que aleacutem funcionar como adubo e defensivo natural a urina de

vaca leiteira tambeacutem favorece a floraccedilatildeo de muitas plantas e pode ser usada no

tratamento de frutos e tubeacuterculos depois da colheita

A urina de vaca em lactaccedilatildeo tambeacutem estaacute sendo usada nas lavouras de cafeacute em

plantaccedilotildees de maracujaacute coco alface e outras hortaliccedilas Na regiatildeo centro-sul do Paranaacute

os agricultores estatildeo aplicando a urina de vaca leiteira nas lavouras de feijatildeo soja

batata cebola e milho (Penteado 1999)

252 Alhol

A maioria dos defensivos alternativos tais como calda bordalesa sulfocaacutelcica

aacutegua de cinza e cal biofertilizante enriquecido extrato de fumo entre outros precisa

ser misturada com um espalhante adesivo para quebrar a tensatildeo superficial da gota e

propiciar um melhor molhamento das folhas e demais partes pulverizadas assegurando

uma absorccedilatildeo mais efetiva e uma melhor accedilatildeo sobre as pragas e doenccedilas Quando as

gotas permanecem inteiras sobre a superfiacutecie folhar devido agrave falta de espalhante

adesivo pode-se danificar os tecidos vegetais pelc efeito-lente quando o sol incide

sobre elas Aleacutem disso a gota por natildeo se espalhar sobre toda superfiacutecie folhar

concentra nela e consequumlentemente sobre o tecido que estaacute em contato com ela uma

quantidade maior do produto aplicado Essa maior concentraccedilatildeo pode prejudicar a

absorccedilatildeo e lesionar os tecidos principalmente apoacutes a evaporaccedilatildeo da aacutegua contida na

gota por resultar em uma maior concentraccedilatildeo de sais no local especialmente quando se

aplicam por exemplo calda sulfocaacutelcica bordalesa biofertilizante enriquecido com

macro e micronutrientes (Claro 2001)

O alhol eacute um espalhante adesivo ecoloacutegico que tambeacutem auxilia no controle de

pragas E elaborado com aacutegua alho oacuteleo vegetal e sabatildeo neutro a partir da sabedoria

popular que menciona o alho como repelente de insetos Juacutenior Abreu amp Maiorano

(199-) indicam formulaccedilotildees contendo alho para o controle de pragas como nematoacuteides

(Meloidogyne incoacutegnita e M javanica) mosca do chifre lagarta na maccedilatilde pulgotildees

besouro da batata trips e para controle de doenccedilas fuacutengicas e bacterianas como miacuteldio

ferrugem fusariose helminthosporiose murchadeira (Pseudonamos solacearum)

bruzone do arroz (Pyricularia orysae) podridatildeo negra do repolho e couve-flor

(Xanthomonas campestris) Aleacutem disso o alho pelo seu bom teor em oacuteleo pode agir

tambeacutem como espalhante adesivo O sabatildeo tambeacutem eacute indicado como espalhante adesivo

22

e possui accedilatildeo contra certas pragas (pulgotildees) sendo que o oacuteleo vegetal eacute indicado no

controle de cochonilhas e usado como espalhante adesivo (Claro 2001)

253 Calda Bordalesa

A calda bordalesa eacute um tradicional defensivo agriacutecola que pode ser preparado na

propriedade com a mistura de sulfato de cobre cal virgem e aacutegua As concentraccedilotildees de

sulfato de cobre e cal satildeo distintas dependendo do objetivo do seu emprego

Geralmente diferem de acordo com o tipo de planta ou espeacutecie vegetal as condiccedilotildees

climaacuteticas o grau de infestaccedilatildeo da doenccedila e a fase de crescimento da planta Eacute indicada

para o controle de miacuteldio alternaacuteria botrytis e antracnose (Penteado 1999)

A calda bordalesa caracteriza-se pela sua importante accedilatildeo no controle de diversas

doenccedilas fungicas nas mais diversas espeacutecies de culturas Possui tambeacutem uma relativa

accedilatildeo bactericida e em alguns casos age como repelente de insetos Da mistura do

sulfato de cobre com a cal resulta uma soluccedilatildeo rica em macronutrientes e

micronutrientes Provavelmente os expressivos resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo da

calda bordalesa devam-se natildeo somente a sua accedilatildeo fuacutengica e bactericida mas sobretudo

agrave influecircncia positiva que exerce no metabolismo das plantas ativando o processo

enzimaacutetico e estimulando a proteossiacutentese aumentando a resistecircncia das plantas (Claro

2 0 0 1 ) caracteriacutestica fundamental na agricultura sustentaacutevel

254 Biofertilizante Super Magro

A calda Super Magro eacute produto da fermentaccedilatildeo de estercos animais enriquecidos

por micronutrientes e outros produtos de origem animal obtendo-se uma calda

biofertilizante para aplicaccedilatildeo foliar nas plantas (Penteado 1999) jaacute foram observados

bons resultados principalmente nas culturas de uva maccedila pecircssego tomate batata e

hortaliccedilas em geral

E indicado como fonte suplementar de micronutrientes para as plantas inibidor

de fungos e bacteacuterias causadores de doenccedilas e para aumentar a resistecircncia contra insetos

e aacutecaros (Penteado 1999) i

Muller (1999) avaliou a influecircncia do biofertilizante Super Magro sobre as

culturas de tomate (Lycopersicon esculentum Mill) ervilha (Pisum sativum L) e

beterraba (Beta vulgaris L) O autor obteve cultivos com baixa severidade de doenccedilas e

23

insetos fitoacutefagos possivelmente por causa do manejo orgacircnico de produccedilatildeo Os

resultados das pulverizaccedilotildees das soluccedilotildees foliares variaram conforme a cultura e o

clima

255 Biofertilizante MB4

A utilizaccedilatildeo das farinhas de rochas eacute uma das teacutecnicas mais modernas usadas nos

uacuteltimos anos na agricultura O elevado nuacutemero de nutrientes contidos no MB4 como

cobre zinco manganecircs cobalto soacutedio alumiacutenio silicatos de magneacutesio ferro e caacutelcio

acompanhado de foacutesforo potaacutessio e enxofre reagem com a soluccedilatildeo do solo liberando

elementos essenciais ao desenvolvimento da vida microbiana os quais exercem um

papel fundamental atraveacutes de transformaccedilotildees quiacutemicas e do equiliacutebrio bioloacutegico

favorecendo o desenvolvimento sadio das plantas (Pinheiro amp Barreto 2000)

24

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

31 Local de execuccedilatildeo do experimento

O presente trabalho foi conduzido no Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul

(FEPAGROSUL) no municiacutepio de Rio Grande nlt periacuteodo de 15 de maio a 26 de

agosto de 2 0 0 2

O solo eacute classificado como ldquoTuiardquo satildeo muito arenosos As massas aquaacuteticas do

Oceano Atlacircntico e Lagoa dos Patos influenciam ventos temperatura pressatildeo umidade

relativa e demais fatores climaacuteticos A topografia da regiatildeo litoracircnea eacute plana com

lenccediloacuteis freaacuteticos superficiais

32 Anaacutelise estatiacutestica

O experimento foi constituiacutedo em fatorial 3X3 (Quadro 1) com quatro repeticcedilotildees

no delineamento blocos ao acaso As variaacuteveis respostas foram submetidas agrave anaacutelise de

variaccedilatildeo e ao teste de Duncan a 5 de probabilidade para comparaccedilatildeo das meacutedias

utilizando-se o sistema SANEST (Zonta amp Machado 1984)

As anaacutelises estatiacutesticas das variaacuteveis estudadas encontram-se nos Apecircndices C D

Os resultados das respostas agronocircmicas e das determinaccedilotildees dos conteuacutedos dos

macronutrientes bem como os de raiz estatildeo nas tabelas de 1 a 3

25

As diferentes adubaccedilotildees seratildeo representadas durante a discussatildeo da seguinte

forma 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e EC

(60 t ha 1 de esterco de curral) 1 VB+SM+U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais

super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+SM+U+CB (45 t ha 1 de

vermicomposto mais super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa)

EC+SM+U+CB (60 t ha 1 de esterco de curral mais super magro mais urina de vaca

mais calda bordalesa) 1 VB+MB4 +U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais MB4 mais

urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+MB4 +U+CB (45 t ha 1 de vermicomposto

mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa) EC+MB4 +U+CB (60 t ha 1 esterco

de curral mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa)

QUADRO 1 Descriccedilatildeo dos fatores experimentais e respectivos niacuteveis

Niacuteveis Fator 1 ADUBACcedilAtildeO DE BASE

0 1 Vermicomposto (30 t ha1)

0 2 Vermicomposto (45 t ha1)

03 Esterco de curral (60 t ha1)

Niacuteveis Fator 2 BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS

0 1 Super magro (5) + Urina de Vaca + Calda Bordalesa

0 2 MB4 (10) + Urina de vaca + Calda Bordalesa

03 Ausecircncia (testemunha)

33 Tratamentos

Da combinaccedilatildeo entre niacuteveis e fatores foram obtidos 9 tratamentos que estatildeo

descritos no Quadro 2 bem como as doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

26

QUADRO 2 Tratamentos e doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

TRATAMENTOS

Ndeg FATOR I FATOR II

0 1 30 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

0 2 30 t harsquo de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

03 30 t ha de vermicomposto - - -

04 45 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

05 45 t ha de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

06 45 t ha de vermicomposto - - -

07 60 t hade esterco Super Magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

08 60 t hade esterco MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

09 60 t hade esterco - - -

Cada parcela foi constituiacuteda por dois canteiros medindo 1 m de largura x 2 m de

comprimento perfazendo 075 m de aacuterea de aacuterea uacutetil (025 m de bordadura) Foi

utilizando semeadura a lanccedilo com densidade de 24 g canteiro1

O vermicomposto a urina de vaca o esterco de curral o alhol os biofertilizantes e

a calda bordalesa foram de procedecircncia do Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul O

vermicomposto de esterco bovino misturado agraves cascas de frutas foi processado pela

minhoca vermelha califomiana Eisenia foetida)

O biofertilizante Super Magro foi elaborado segundo a metodologia descrita pela

FEPAGROSUL utilizando-se os seguintes componentes 190 litros de aacutegua 22 litros

de leite 55 Kg de accediluacutecar mascavo 30 Kg de esterco fresco de bovinos 2 Kg de

Sulfato de zinco 2 Kg de sulfato de magneacutesio 2 Kg de cloreto de caacutelcio 1 Kg de aacutecido

boacuterico 300 g de sulfato de cobre 300 g de sulfato de ferro 300 g de sulfato de

manganecircs 100 g de molibdato de soacutedio 50 g de sulfato de cobalto 3 Kg de fosfato

natural 3 Kg de cinza e 200 g de farinha de osso

A urina de vaca em lactaccedilatildeo foi coletada pela manhatilde e armazenada em recipiente

fechado por trecircs dias em condiccedilotildees ambientais para que se formasse a amocircnia e natildeo

ocorresse perda de nitrogecircnio

28

Realizaram-se duas capinas manuais durante o experimento e em seguida como

cobertura se colocou casca de arroz Tambeacutem foi aplicado esterco de aves 30 dias antes

da colheita na quantidade de 05 Kg canteiro 1 como adubaccedilatildeo de cobertura

As pulverizaccedilotildees com os produtos iniciaram apoacutes 15 dias da germinaccedilatildeo

Realizou-se sete aplicaccedilotildees sendo que as duas primeiras foram feitas apenas com

Super Magro e MB4 Na terceira e na quarta aplicaccedilatildeo utilizou-se urina de vaca e calda

bordalesa em concentraccedilotildees menores (05 e 025 respectivamente) e na quinta

aplicaccedilatildeo as dosagens de urina de vaca e calda bordalesa foram elevadas para 1 0 e

05 respectivamente ateacute o final do experimento O alhol foi utilizado a partir da

terceira pulverizaccedilatildeo na quantidade de 2 e seguiu ateacute o final no dia 26 de agosto

quando as mudas foram colhidas e posteriormente analisadas as variaacuteveis

35 Observaccedilotildees agronocircmicas

Foram utilizadas 20 mudas de cebola para obtenccedilatildeo das meacutedias das variaacuteveis as

quais foram as seguintes

351 Fitomassa fresca da parte aeacuterea e raiacutezes

Foi realizada atraveacutes de uma balanccedila digital procedendo-se a pesagem de 20

mudas de cebola previamente lavadas e posteriormente secadas durante uma hora sobre

um tecido de algodatildeo agrave temperatura ambiente Processo idecircntico foi adotado com as

raiacutezes

352 Fitomassa seca da parte aeacuterea e raiacutezes

Esta variaacutevel foi obtida a partir da secagem preliminar em estufa de ar forccedilado

durante 48 horas a 65 C ateacute peso constante com posterior pesagem em balanccedila

analiacutetica

353 Altura da muda

A altura de muda foi medida a partir do colo das plantas ateacute sua uacuteltima folha

(ponto de crescimento) com uma reacutegua graduada de 40 cm

29

354 Diacircmetro do colo das plantas

Esta medida foi realizada no ponto de transplante a 2 mm das raiacutezes e utilizando-

se um paquiacutemetro SOMET

355 Sistema radicular

Ao teacutermino do experimento foram retiradas as raiacutezes das mesmas plantas que foram

utilizadas para as determinaccedilotildees realizadas na parte aeacuterea procedendo-se uma amostra

de solo com raiacutezes de 2 0 cm de largura x 2 0 cm de comprimento e 2 0 cm de altura

totalizando 8000 cm3

As raiacutezes apoacutes serem lavadas em aacutegua corrente foram pesadas acondicionadas em

sacos plaacutesticos e congeladas para posteriores anaacutelises pelo meacutetodo de Tennant (1975)

para a determinaccedilatildeo do comprimento e densidade

3551 Comprimento de raiz

Utilizou-se para a determinaccedilatildeo do comprimento de raiz as seguintes foacutermulas

1 = ndeg x 1114 x 1 onde

1 - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 0 0 2 g

ndeg - nuacutemero de intercessotildees das raiacutezes com os lados da quadriacutecula da malha do

aparelho

1114 - constante

1 - medida lateral da quadriacutecula em cm

Tomando-se a fiacutetomassa seca e o comprimento da raiz da cada amostra

relacionou-se com a fiacutetomassa seca e o comprimento total da raiz da planta aplicando-

se a seguinte equaccedilatildeo

L = (FSR x 1) FSPA onde

L - comprimento total da raiz da planta (m)

FSR - fiacutetomassa seca de raiz

FSPA - fiacutetomassa seca da parte aeacuterea

L - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 002g

3552 Densidade de raiz

A densidade foi determinada pela foacutermula

D = L 8000 onde

D - densidade de raiacutezes (m cm3)

30

L - comprimento total de raiacutezes (m)

8 0 0 0 - volume da amostra (cm3)

3553 Razatildeo parte aeacutereasistema radicular

Este paracircmetro foi obtido pela equaccedilatildeo

RPASR = FSPA FSR onde

RPASR - razatildeo parte aeacuterea sistema radicular

FSPA - fitomassa seca da parte aeacuterea

FSR - fitomassa seca do sistema radicular

36 Determinaccedilatildeo de macronutrientes no tecido vegetal

Os macronutrientes nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio foram

determinados no laboratoacuterio de Fertilidade e Anaacutelise de Plantas do Departamento de

Solos da UFPel atraveacutes dos meacutetodos descritos por Tedesco amp Gianello (1996)

31

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 Anaacutelise das variaacuteveis

A anaacutelise da variaccedilatildeo mostrou que houve diferenccedila significativa na interaccedilatildeo entre

os fatores de adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes liacutequidos com exceccedilatildeo da variaacutevel altura

de planta para a qual somente a adubaccedilatildeo de base mostrou-se significativa (Apecircndices

C D e E Tabelas 1C 1D e 1E)

411 Anaacutelise da parte aeacuterea

Na Tabela 1 destacaram-se as adubaccedilotildees EC+SM+U+CB EC+MB4 +U+CB e EC

que diferiram significativamente das demais adubaccedilotildees para as variaacuteveis fiacutetomassa

fresca da parte aeacuterea (FFPA) fiacutetomassa seca da parte aeacuterea (FSPA) altura de planta

(AP) e diacircmetro do colo (DC)

32

TABELA 1 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

30 t ha de vermicomposto 7015 c A45 t halsquo de vermicomposto 7824 b B60 t ha de esterco de curral 12248 a C

30 t ha de vermicomposto 667 c A45 t ha de vermicomposto 752 b A60 t ha de esterco de curral 1150a C

30 t ha de vermicomposto 2975 b A45 t harsquo de vermicomposto 2775 b A60 t ha de esterco de curral 3600 a B

30 t ha de vermicomposto 631 b A45 t ha de vermicomposto 6 2 2 b B60 t ha de esterco de curral 741 a C

-Fitomassa fresca (g)----------------6270 c B 6885 b A8832 b A 6308 c C

15082 a A 13934 a BmdashFitomassa seca (g)----------------

625 c A 655 b A830 b A 607 b B

1345 a A 1262 a B-Altura de planta (cm)----------------

2950 b A 3050 b A2937 b A 2950 b A 3975 a A 3622 a B

-Diacircmetro de colo (mm)---------------592 c B 599 b B 657 b A 609 b B 819a A________ 793a B

Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

O efeito positivo do esterco bovino pode ser atribuiacutedo agraves melhorias nas condiccedilotildees

fiacutesicas do solo por ele proporcionado Segundo Primavesi (1982) e Compagnoni amp

Putzolu (1985) o esterco bovino apresenta propriedades condicionadoras do solo dando

agraves plantas melhores condiccedilotildees de desenvolvimento elevando sobremaneira os

conteuacutedos de fitomassa fresca das plantas que refletiratildeo nas demais respostas

agronocircmicas

Analisando as adubaccedilotildees de base em relaccedilatildeo aos biofertilizantes observa-se que

para os tratamentos 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) - natildeo houve influecircncia dos

biofertilizantes para as variaacuteveis FSPA e AP enquanto destacou-se o SM+U+CB para o

DC e SM+U+CB e ausecircncia da adubaccedilatildeo liacutequida para a FFPA mostrando que o uso

dos biofertilizantes natildeo influenciou esta variaacutevel 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) -

verificou-se a eficiecircncia do uso do MB4 +U+CB para as variaacuteveis FFPA e DC Para a

variaacutevel FSPA destacaram-se os dois biofertilizantes utilizados jaacute para AP natildeo houve

33

influecircncia destes EC (60 t ha 1 de esterco de curral) - em todas as variaacuteveis observadas

na tabela 5 as respostas foram significativas utilizando MB4 +U+CB

As respostas encontradas no presente trabalho para as variaacuteveis AP e FSPA foram

superiores as obtidas por Dalponte (1990) quando utilizado 0 esterco de curral para

produccedilatildeo de mudas de cebola

Segundo Filgueira (2000) os solos da regiatildeo produtora de cebola do RS satildeo

pobres em foacutesforo disponiacutevel (15 mg Kg1) necessitando portanto de adubaccedilotildees

fosfatadas elevadas As respostas aqui obtidas podem ser justificadas pelos teores de

foacutesforo contido no MB4

Follet et al (1981) citam a importacircncia do uso de compostos orgacircnicos no solo

enfatizando os estercos no sentido da decomposiccedilatildeo continuada no fornecimento de

nutrientes e na liberaccedilatildeo lenta e gradual de aacutecidos orgacircnicos influenciando a liberaccedilatildeo

do foacutesforo O que provavelmente pode ser atribuiacutedo agraves respostas encontradas no

presente trabalho para 0 tratamento Esterco de curral mais MB4 e Urina mais Calda

Bordalesa

E importante destacar que 0 sistema de produccedilatildeo de mudas de cebola sob uma

perspectiva agroecoloacutegica mostra-se eficiente quando visualmente natildeo percebe-se

diferenccedila significativa entre os tratamentos (Apecircndice F Figura 2)

Conveacutem ressaltar que quando trabalhamos com agroecologia natildeo existem

receitas nem pacotes tecnoloacutegicos prontos Cada situaccedilatildeo deveraacute ser estudada em

particular para que se faccedila recomendaccedilotildees adequadas ao ambiente local uma vez que

as plantas se adaptam ao meio estando a nutriccedilatildeo encarregada de proteger e manter o

equiliacutebrio do organismo vegetal em funccedilatildeo das alteraccedilotildees externas

E fundamental que se compreenda os princiacutepios norteadores de todo o processo

que satildeo as bases da luta por uma sociedade mais justa dentro de um mundo econocircmico e

ambientalmente mais sustentaacutevel

412 Anaacutelise do sistema radicular

Os resultados obtidos nas anaacutelises do sistema radicular (Tabela 2) mostram

diferenccedilas significativas entre as adubaccedilotildees para as variaacuteveis fitomassa fresca de raiz

(FFR) fitomassa seca de raiz (FSR) comprimento de raiz (CR) razatildeo parte

aeacutereasistema radicular (RPASR) e densidade de raiz (DR)

34

TABELA 2 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade de

raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAO DE BASE

S Magro + MB4 +Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

1540 c A 1576 b B 2427 a A

Fitomassa fresca (g)----------------1502 c B 1517 b AB 1658 b A 1446 c C 2336 a B 2360 a B

--------------------Fitomassa seca (g)-------------------196 b A 207 ab A 170 b A170 b A 199 b A 192 b A 344 a A 249 a B 327 a A

Comprimento de raiz(cm)---------------1237 b A 1158 b A 1158 a A1237 b A 1060 c B 1040 b B1433 a A 1296 a B 1040 b C

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t halsquo 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha de vermicomposto 45 t ha de vermicomposto60 t ha~ de esterco de curral__________________________ _________________________Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

-----Razatildeo Parte AeacutereaSistema Radicular------340 b AB 301c B 384 a A446 a A 415 b A 326 a B339 b B 546 a A 388 a B

-------------- Densidade de raiz (m cm3)------------367 a AB 414 a A 325 b B282 b B 301b B 405 a A347 ab A 231c B 324 b A

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base destacou-se o EC (60 t ha 1 de esterco de curral)

para as variaacuteveis FFR e FSR Quando adicionado o SM+U+CB os resultados para FFR

foram ainda melhores bem como o CR As respostas obtidas para a RPASR foram

variadas em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees apresentando melhores resultados para 15 VB (45 t

ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB e ainda melhor para EC (60 t ha 1 de esterco de

curral)+MB4 +U+CB As adubaccedilotildees de base 1 VB 15 VB e EC natildeo diferiram entre si

As adubaccedilotildees mais eficientes para a variaacutevel DR foram 1 VB+SM+U+CV que natildeo

diferiu da EC+SM+U+CB I VB+ MB4 +U+CB e agrave 15 VB foram melhores entre as

demais

35

Analisando os biofertilizantes em relaccedilatildeo a cada adubaccedilatildeo de base verifica-se que

para a 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB destaca-se a variaacutevel FFR

poreacutem sem diferenccedila significativa de 1 VB os melhpres resultados para a variaacutevel DR

foram encontrados pelo tratamento 1 VB+MB4 +U+CB e 15 VB (45 t ha 1 de

vermicomposto) tambeacutem se considera eficiente o 1 VB+SM+U+CB que natildeo diferiu do

EC (esterco de curral) Quando se utilizou 15 VB+ MB4 +U+CB houve resposta

significativa para a variaacutevel FFR para FSR as respostas natildeo foram diferentes com a

aplicaccedilatildeo dos biofertilizantes para as variaacuteveis FSR e DR as adubaccedilotildees EC e

EC+SM+U+CB natildeo diferiram entre si

Embora as respostas estatiacutesticas tenham sido diferentes para as adubaccedilotildees

combinadas ou natildeo pode-se salientar a importacircncia do aacutecido indol-aceacutetico como jaacute

citado anteriormente para as variaacuteveis avaliadas na parte aeacuterea das mudas de cebola

Respostas semelhantes nesse sentido foram encontradas para a cultura da alface por

Quijano (1999) e Morselli (2001)

Pereira et al (2002) concluiacuteram em trabalho realizado com a cultivar de cebola

CNPF1 6400 em Minas Gerais que a utilizaccedilatildeo de 20 t ha de esterco de curral

proporcionou os melhores resultados para a produccedilatildeo de cebola

Silva Juacutenior amp Giorgi (1992) e Menezes Juacutenior (1998) citam que doses elevadas

de mateacuteria orgacircnica podem prejudicar a primeira fase da germinaccedilatildeo (embebiccedilatildeo) e

absorccedilatildeo de aacutegua pelas raiacutezes das placircntulas No entanto no presente trabalho este fato

natildeo ocorreu embora a dose de esterco utilizada tenha sido de 60 t ha 1 (dose maacutexima

recomendada segundo Nolla 1982)

413 Anaacutelise de macronutrientes no tecido vegetal

Os resultados dos conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio no

tecido vegetal sob diferentes adubaccedilotildees encontrados na Tabela 3 indicam mais uma

vez a superioridade da adubaccedilatildeo esterco com 0 uso ou natildeo de biofertilizantes

36

TABELA 3 Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob

uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS i J B

ADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesamg plantas1

---- Nitrogecircnio-----30 t ha de vermicomposto 16593 c AB 15451 c B 19050 b A45 t ha de vermicomposto 21444 b A 22888 b A 17852 b B60 t ha de esterco de curral 32606 a C 37593 a B 40816 a A

--------------- ------ Foacutesforo------- -------------30 t ha de vermicomposto 3098 c B 2802 c B 3999 b A45 t ha de vermicomposto 4109 b A 4135 b A 2788 c B60 t ha de esterco de curral 5300 a B 7577 a A 7565 a A

------- Potaacutessio------30 t ha de vermicomposto 24327 c A 19900 c B 24965 b A45 t ha de vermicomposto 29113b A 29812 b A 22031 b B60 t ha de esterco de curral 44070 a B 51976 a A 54101 a A

-------- Caacutelcio-------30 t ha de vermicomposto 5027 c A 4356 c A 4834 b A45 t ha de vermicomposto 6114b A 6963 b A 4379 b B60 t ha de esterco de curral 9030 a C 11451 a A 10331 a B

------Magneacutesio-----30 t ha de vermicomposto 1188 b A 914 c A 1202 b A45 t ha de vermicomposto 1231 b B 1582 b A 1176 b B60 t ha de esterco de curral 2136a B 2443 a A 2663 a AMeacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base observa-se que o melhor tratamento foi o

esterco de curral para todas as variaacuteveis Para 1 VB (30 t ha^ 1 de vermicomposto) natildeo

houve resposta diferenciada com o uso de bofertilizantes para todas as variaacuteveis A

adubaccedilatildeo 15 VB (45 t ha 1 de vemicomposto) foi influenciada pelos biofertilizantes

para as variaacuteveis N P K e Ca enquanto que para Mg somente o MB4+U+CB o

influenciou O EC (esterco de curral) mostrou diferenccedila significativa apenas para as

variaacuteveis Ca e Mg quando adicionado MB4+U+CB

Segundo Peixoto (2000) eacute fundamental a adiccedilatildeo de adubos orgacircnico no cultivo de

hortaliccedilas seja na forma de esterco decomposto composto ou huacutemus de minhoca de

37

modo a fornecer melhorias nas propriedades do solo vindo a disponibilizar os nutrientes

as diferentes culturas

O esterco fresco conteacutem muita cama celuloacutesica e um elevado teor de aacutegua No

esterco curtido a celulose jaacute estaacute decomposta o teor de aacutegua estaacute reduzido agrave metade e os

nutrientes em uma forma mais assimilaacutevel e mais concentrada O esterco fresco pode

causar uma deficiecircncia temporaacuteria de nitrogecircnio no solo ao se decompor o que natildeo

acontece com o biestabilizado (Kiehl 1985)Ocorre uma diminuiccedilatildeo inicial no volume

de aacutegua retido no esterco de curral diminui inicialmente em tomo de 3581 liberando

posteriormente somente 496 evidenciando a sua capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua

(Menezes Juacutenior 1998)

A utilizaccedilatildeo continuada de adubos nitrogenados minerais no solo altera o balanccedilo

do nitrogecircnio entre o solo e planta No meacutetodo biodinacircmico eacute sublinhada a importacircncia

dos adubos animais para o estabelecimento da fertilidade permanente dos solos (Koeff

et al 1983)

Para Guimaratildees (1997) os benefiacutecios que a mateacuteria orgacircnica imprime ao solo

principalmente melhorando a produtividade fertilidade e a influencia que as substancias

huacutemicas exercem sobre o ambiente dependem da qualidade e do teor de mateacuteria

orgacircnica do solo Estas substacircncias por conterem nutrientes em sua constituiccedilatildeo em uma

forma mais disponiacutevel para as plantas promovem um equiliacutebrio no ambiente no solo

(Kononova 1966)

Aproximadamente de 60 a 70 do total de carbono do solo ocorre na forma de

materiais huacutemicos (Griffith amp Schnitzer 1975) sendo a eles atribuiacutedo a manutenccedilatildeo da

bioestrutura do solo aumentando a capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua (Brady 1999)

Conforme Compagnoni amp Putzolu (1985) os estercos bem como os demais

resiacuteduos orgacircnicos apresentam conteuacutedos diferentes de aacutecidos huacutemicos e fuumllvicos sendo

atribuiacutedo ao acido huacutemico uma accedilatildeo fitoestimulante semelhante aos fitohormocircnios por

favorecer o desenvolvimento do sistema radicular e crescimento do caule

Em trabalho realizado por Guimaratildees (1997) foi encontrado para aacutecidos huacutemicos

de esterco bovino uma relaccedilatildeo CN 1035 e para vermicomposto bovino 17

evidenciando que o esterco quando aplicado ao solo por apresentar uma relaccedilatildeo CN

proacutexima deste reage mais facilmente liberando nutrientes para as plantas sem alterar a

cadeia troacutefiacuteca Dados encontrados no presente trabalho demonstram a eficiecircncia do

esterco nesse sentido

38

De acordo com Morselli (2001) vaacuterios trabalhos citam comentam e discutem a

capacidade dos vermicompostos em proporcionar oacutetimas colheitas e favorecer a

precocidade das plantas cultivadas Poreacutem muitas vezes se observa que mesmo

suprindo essas plantas com nutrientes necessaacuterios atraveacutes de huacutemus de diferentes fontes

as respostas natildeo satildeo as mesmas para uma mesma cultivar

Por outro lado os resultados com o uso de substacircncias huacutemicas satildeo variaacuteveis e

dependem aleacutem da espeacutecie testada das substacircncias huacutemicas utilizadas sua

concentraccedilatildeo o grau de purificaccedilatildeo e das condiccedilotildees experimentais A resposta das

plantas aos aacutecidos huacutemicos e fuacutelvicos eacute dependente da mateacuteria prima original e da

espeacutecie vegetal pois materiais orgacircnicos diferentes apresentam aacutecidos huacutemicos e

fuacutelvicos diferentes (Businelli 1990)

Justificam-se os maiores conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio e caacutelcio nas

adubaccedilotildees 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e biofertilizantes devido

provavelmente ao vermicomposto utilizado apresentar na sua constituiccedilatildeo teores

consideraacuteveis destes elementos aleacutem do que os biofertilizantes possam ter influenciado

na absorccedilatildeo atraveacutes de sua constituiccedilatildeo Tibau (1984) considera que a urina de vaca eacute

rica em aacutecido indol-aceacutetico e este influencia na absorccedilatildeo radicular O efeito positivo

deste tratamento provavelmente seja devido agrave quantidade aplicada

O biofertilizante que se destacou foi o MB4+U+CB em relaccedilatildeo ao EC (esterco de

curral) e eacute somente para a variaacutevel caacutelcio Isto provavelmente seja devido ao alto teor

deste elemento encontrado na sua constituiccedilatildeo (6872 g Kg1) e pela influecircncia positiva

que a calda bordalesa exerce no metabolismo das plantas atraveacutes dos nutrientes

contidos em sua formulaccedilatildeo O Ca controla a absorccedilatildeo radicular e retorna ao solo pelo

esterco e palhas por apresentar-se em maior quantidade em folhas e caules Depois de

localizado nas folhas fica imoacutevel favorecendo a resistecircncia da planta ao ataque de

fungos

Este trabalho avanccedila no estudo da agroecologia estando claro que todos os

criteacuterios tem caraacuteter dinacircmico de adequaccedilatildeo as mudanccedilas de um sistema de produccedilatildeo

em evoluccedilatildeo contribuindo na transiccedilatildeo para um padratildeo sustentaacutevel Cabe a pesquisa a

reorientaccedilatildeo para um enfoque ldquosistecircmicordquo isto eacute que permita integrar os diversos

componentes de um agroecossistema e a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas que promovam 0

fortalecimento e a expansatildeo da agricultura familiar

39

5 CONCLUSOtildeES

Considerando os resultados obtidos e as condiccedilotildees em que o estudo foi realizado

conclui-se que

bull As respostas agronocircmicas das mudas de cebola para os paracircmetros avaliados

satildeo mais satisfatoacuterias com a aplicaccedilatildeo de esterco de curral como adubaccedilatildeo de

base

bull Os biofertilizantes mais urina de vaca e calda bordalesa proporcionam

respostas satisfatoacuterias quando aplicados associados agraves adubaccedilotildees de base

bull O biofertilizante MB4 mais urina de vaca e calda bordalesa eacute mais eficiente

que o super magro mais urina e calda bordalesa quando aplicado associado agrave

adubaccedilatildeo de base esterco de curral para os conteuacutedos de fitomassa secae

fresca da parte aeacuterea das plantas altura e diacircmetro de colo das mudas de

cebola

bull Os biofertilizantes adicionados agrave adubaccedilatildeo de base 45 t harsquo 1 de vermicomposto

bovino mostram respostas significativas para os conteuacutedos de fitomassa seca

bull Os maiores conteuacutedos nutricionais para as mudas de cebola satildeo

proporcionados pela adubaccedilatildeo de base esterco de curral

bull A maior absorccedilatildeo de caacutelcio pelas mudas de cebola ocorre quando da adiccedilatildeo do

biofertilizante MB4 mais urina e calda bordalesa agrave adubaccedilatildeo de base esterco de

curral

40

6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ALDRIGHI CB ABREU CM PAGLIA AG MORSELLI TBGA FERNANDES HS Efeito da aplicaccedilatildeo de biofertilizante e urina de vaca em mudas de tomateiro Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

ALTIERI M NICHOLLS C I Agroecologia Teoria praacutectica para umaAgricultura Sustentable Ia ed PNUMA 2000 Cap 2 4 Seacuterie textos baacutesicos para la formacioacuten ambiental

ALTIERI M Agroecologia bases cientiacuteficas para uma agricultura sustentaacutevelGuaiacuteba Agropecuaacuteria 2002 592 p

ANTONIOLLI Z I GIRACCA E M N CARDOSO S J T WIETHAN M M S FERRI M Iniciaccedilatildeo agrave Minhocultura Criaccedilatildeo em Cativeiro e Vermicompostagem Santa Maria UFSM 1996 p59-89

BAYER C MIELNICZUC J Dinacircmica e funccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica In SANTOS G de A S e CAMARGO F A de O (ed) Fundamentos da mateacuteria orgacircnica do solo ecossistemas tropicais e subtropicais Porto Alegre Genesis 1999 p 3-23

BARRETTO D X Composto Orgacircnico In Praacutetica em Agricultura Orgacircnica Satildeo Paulo iacutecone Ed Ltda 1985 p 51-63

BETTIOL W Alguns produtos alternativos para o controle de doenccedilas de plantasem agricultura orgacircnica II Ciclo de palestras sobre agricultura orgacircnica Instituto Bioloacutegico Satildeo Paulo p52-63 1997

41

BETTIOL W TRACH R GALVAtildeO JAH Controle de doenccedilas de plantas com biofertilizantes Jaguariuacutena EMBRAPA-CNPMA 1997 22p (EMBRAPA- CNPMA Circular Teacutecnica 02)

BRADY N C Natureza e propriedades dos sotos Rio de Janeiro Freitas BastosS A 1979 647p

BRADY N C Organisms and ecology of the soil In The nature of properties of soils Simon amp Schuster A Viacon Company New Jersey1999 402-489p

BON1LLA J A Fundamentos da Agricultura Ecoloacutegica Sobrevivecircncia eQualidade de Vida Satildeo Paulo Nobel 1992

BUREacuteS S Substratos Ediciones Agroteacutecnicas S L Madrid Octubre 1997

BUS1NELLI M Chemical Composition and Enzymic Activity of some Worm Cast Plant Soil v 80 p 1-2 1990

CALEGARI A Espeacutecies para cobertura de solo In IAPAR (Instituto Agronocircmico de Paranaacute) Plantio Direto pequena propriedade sustentaacutevel organizador Moacir Darolt Londrina - PR 1998 65-93

CAMARGO P N D Manual de Adubaccedilatildeo Foliar Satildeo Paulo Herba 1975

CAPRA F A Teia da Vida Satildeo Paulo Cultrix 1997 256p

CAPRA F O Ponto de Mutaccedilatildeo 22 ed Satildeo Paulo Cultrix 2001 447p

CHABOUSSOU F Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da Trofobiose) Porto Alegre LPM 1987 253 p

CLARO S A Referencias tecnoloacutegicos para a agricultura familiar ecoloacutegica aexperiecircncia da Regiatildeo Centro-Serra do Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS-ASCAR 2001 250p

CLIVELA G Diagnoacutestico Agronocircmico da cebola no Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS 1995 8 6 p

COMISSAtildeO DE FERTILIDADE DO SOLO - RSSC Recomendaccedilotildees de adubaccedilatildeo e calagem para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina 3 ed Passo Fundo SBCS - Nuacutecleo Regional Sul 1995 223p

COMPAGNONI L PUTZOLU G Cria moderna de Ias lombrices y utilizacioacutenrentable dei humus Barcelona Editorial de Vecchi- SA 1985127p

COSTABEBER J A MOYANO E Transiccedilatildeo agroecoloacutegica e accedilatildeo social coletiva Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v l n4 p 50- 60 outdez 2 0 0 0

42

COSTA M B B da Adubaccedilatildeo orgacircnica Nova siacutentese e novo caminho para aagricultura Satildeo Paulo Ed iacutecone Ltda 1985 102p

COSTA NETO C Agricultura Sustentaacutevel Tecnologias e Sociedade In CARVALHO COSTA LF et al (org) Mundo Rural e Tempo Presente Rio de Janeiro Mauad 1999

DrsquoAG0ST1NI R L FANTINI A C Produccedilatildeo orgacircnica tambeacutem socialmente excludente Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v3 n l p57-61 2002

DALPONTE J C V Utilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos e fertilizante mineral na produccedilatildeo e qualidade de mudas e bulbos de cebola (Alliurn Cepa L) Pelotas-RS 1990 (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1990

DEBARBA J F THOMAZELLI L F GANDIN C L SILVA E Cadeias produtivas do Estado de Santa Catarina Cebola Florianoacutepolis Epagri 1998 115 p (EPAGRI Boletim Teacutecnico 96)

DUFOUR F Os saacutebios loucos do agro-alimentar Le Monde Diplomatique ano 1 n4 p6-7 1999 (ed portuguesa)

EHLERS E Agricultura Sustetaacutevel Origem e perspectivas de um novo paradigma 2 ed Guaiacuteba Agropecuaacuteria 1999 157 p

FILGUEIRA F A R Novo Manual de olericultura agrotecnologia moderna na produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 2000 402 p

FRASER G K Mateacuteria Orgacircnica Del Suelo In BEAR F E (ed) Quiacutemica dei Suelo Madrid Ed Agrociencia 1963

FOLLET R H MURPHY L S DONAHUE R L Fertilizers and soil amendments New Jersey Printice-Hall Inc 1981 557p

GARCIA A Revista dei Espacio Rural Georgica Zaragoza Escuela Politeacutecnica de Huesca n5 1997

GARCIA A Versatildeo preliminar de um Programa Estadual de Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Bulbos e Sementes de CebolaEMBRAPAIPAGROMARAEMATER 6 8 pbdquo 1990 (Publicaccedilatildeo avulsa)

GIORGETT1 J R Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Mudas de Tomate In Encontro Nacional de Produccedilatildeo e Abastecimento de Tomate 2 1991 Jaboticabal Satildeo Paulo Anais Jaboticabal UNESP 1991 p 242-244

GLIESSMAN S R Agroecologia Processos ecoloacutegicos em agricultura sustentaacutevelPorto Alegre Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS 2000 653p

43

GLIESSMAN S R TURRIALBA C R Agroecologia Procesos Ecoloacutegicos en Agricultura Sostenible CATIE 2002 p 3-14

GNOATTO S C Caracterizaccedilatildeo quiacutemica de vermicompostos de diferentes substratos orgacircnicos Pelotas-RS 1999 38 f (Mestrado em Agronomia - Solos) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

GOMES J C C BORBA M F S A moderna crise dos alimentos oportunidade para a agricultura familiar Emater Porto Alegre julset 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwematertchebrdocsagroecorevistan313-artigo3htmgtAcesso em 24 fev 2002

GOMEZ H W Desenvolvimento sustentaacutevel agriacutecola e capitalismo In Desenvolvimento sustentaacutevel Necessidade eou disponibilidade Santa Cruz do Sul Nobel - UNISC 1997 p 65-77

GONZAacuteLEZ DE MOLINA M SEVILLA GUZMAacuteN E Ecologia campesinado e historia Para una reinterpretacioacuten dei desarrollo dei capitalismo en la agricultura In SEVILLA GUZMAacuteN E GONZAacuteLEZ DE MOLINA M (ed) Ecologia campesinado e historia Madrid La Piqueta 1993 p 23-129

GRIFFITH S A SCHNITZER M Analytical characteristic of humic and fulvic acids extracted from tropical volcanic soils Soil Sei Soc Am Proc v 39 p361-367 1975

GUIMARAtildeES E Caracterizaccedilatildeo quiacutemica estreptoscoacutepica e por anaacutelise teacutermica de aacutecidos huacutemicos e vermicompostos obtidos de estercos de diferentes animaisCuritiba 1997 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Quiacutemica) Universidade Federal do Paranaacute 1997

HESS A F Sociedade e meio ambiente uma relaccedilatildeo ambiacutegua Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v 4 n2 p 167-1741999

ICEPA-SC Informes conjunturais sobre a cultura da cebola Disponiacutevel em lthttpwwwicepa combrgt Acesso em 23 jan 2003

JONES H A MANN L K Onions and their allies New York Interscience Publishers 1962 286 p

JUacuteNIOR H A de MAIORANO J A Receitas obtidas de extratos de plantasCampinas CATITerra Viva [199-] 10 f

KHATOUNIAN C A Ciclo de Palestras sobre Agricultura Orgacircnica 2a Ed SatildeoPaulo Fund Cargill 1997 149 p

KIEHL E J Fertilizantes Orgacircnicos Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1985 492p

44

KOEFF H H PETTERSSON B D SHAUMANN W Vida Vegetal solos e adubaccedilatildeo In Agricultura Biodinacircmica Satildeo Paulo Nobel 1983 p92-149

KONONOVA M M Soil organic matter The importance o f organic matter in soil formation and soil fertility New York Pergamqn Press 1961 p 165-200

KUHN T A Estrutura das Revoluccedilotildees Cientiacuteficas Satildeo Paulo Perspectiva 1989 257p

LANNA FCA ABREU C L ABREU J G SILVA V Resposta de cultivares de melancia cultivadas sob adubaccedilatildeo quiacutemica e orgacircnica Horticultura v 12 n l p85 1994

LEFF H Saber Ambiental Petroacutepolis Vozes 2001 343 p

MAGALHAtildeES J R Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo da cebola In FERREIRA M E CASSTELLANE P D CRUZ M C P Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo de hortaliccedilasPiracicaba POTAFOS 1993 p 381-393

MALAVOLTA E Elementos de nutriccedilatildeo mineral de plantas Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1980 251 p

MALAVOLTA E Manual de Quiacutemica Agriacutecola - Adubos e Adubaccedilatildeo 3a ed SatildeoPaulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1981 606 p

MARTINEZ A A A grande e Poderosa Minhoca Jaboticabal Funep - Unesp1990 101 p

MARTINS S R Desenvolvimento e Sustentabilidade Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v20 n2 julho 2002 Palestra apresentada no 42deg Congresso Brasileiro de Olericultura

MARTINS S R Limites Del Desarrollo Sostenible em Ameacuterica Latina En el marco de Ias poliacuteticas de (re)ajuste econocircmico Pelotas Editora UFPel 1997 135 P-

MARTINS S R Sustentabilidade na agricultura dimensotildees econocircmicas sociais e ambientais Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v4 n 2 p 175-1871999

MATURANA H REZEPKA S N D E Formaccedilatildeo Humana e Capacitaccedilatildeo Rio de Janneiro Vozes 2000 8 6 p

MELLO A F SOBRINHO M O ARZOLLA S SILVEIRA R NETTO A C KIEHL J C Fertilidade do Solo Satildeo Paulo Nobel 1983

MENEZES JUacuteNIOR F O G D Caracterizaccedilatildeo de Diferentes substratos hortiacutecolas e seu efeito na produccedilatildeo de mudas de alface e couve-flor em ambiente protegido Pelotas 1998 141 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1998

45

MIBASA Mineraccedilatildeo Barreto SA Melhorador de Solos MB4 A Natureza Agradece Arapiraca-AL [199-] Folder

MINAMI K Os resumos da olericultura 2000 In AZEVEDO FILHO MARTINEZ FILHO (ed) Preccedilos agriacutecolas Piracicaba ESALQ 1999 p 4

MINAMI K Produccedilatildeo de Mudas de Alta Qualidade em Horticultura Satildeo Paulo TA Queiroz 1995

MORSELLI T B G A Cultivo sucessivo de alface sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegidoPelotas 2001 178 p Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2001

MORSELLI T B G A Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Poliacutegrafo da Disciplina de Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia-Produccedilatildeo Vegetal UFPel 2002

MULLER AM Efeitos da Aplicaccedilatildeo Foliar de um Biofertilizante Enriquecido no Estado fitossanitaacuterio de Tomate Ervilha e Beterraba Sob Manejo OrgacircnicoDissertaccedilatildeo (Mestrado no Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agroecossistemas)1999 (Resumo)

NOLLA D Erosatildeo do Solo - O grande desafio Estado do Rio Grande do Sul SEAGRI desenvolvimento de recursos naturais renovaacuteveis 1982 412 p

PAGLIA AG MORSELLI TBGA PEIL RMN Teores de nutrientes pH e condutividade eleacutetrica da aacutegua em sistema ldquofloat^ngrdquo sob adiccedilatildeo de biofertilizantes Horticultura Brasileira v 20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PAULUS G MULLER A BARCELLOS LAR Agroecologia aplicada praticas e meacutetodos para uma agricultura de base ecoloacutegica 2ed ver ampl Porto Alegre EMATERRS 2001 8 6 p

PEIXOTO R T dos G Composto orgacircnico aplicaccedilotildees benefiacutecios e restriccedilotildees de uso Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 18 p 56-64 julho 2000

PENTEADO SR Defensivos Alternativos e Naturais Satildeo Paulo 1999 95 p

PEREIRA AJ SOUZA RJ PEREIRA WR Efeito de diferentes doses de esterco de galinha e de curral sobre a produccedilatildeo de cebola Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PINHEIRO S BARRETO SB MB-4 agricultura sustentaacutevel trofobiose e biofertilizantes Fundaccedilatildeo Juquira CandiruMibasa 2000 273 p

PRIMAVESI A Agricultura Sustentaacutevel Satildeo Paulo Nobel 1992 142 p

PRIMAVESI A O manejo ecoloacutegico do solo Agricultura em regiotildees tropicais SatildeoPaulo Nobel 1982 541 p

46

PURCINO A A C ldquoNitrogecircniordquo Informe Agropecuaacuterio Belo Horizonte v7 n81 p 16-27 1981

QUIJANO F G Efeito da adubaccedilatildeo orgacircnica no desenvolvimento de duas cultivares de alface em ambiente protegido Pelotas 1999 116f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

RODRIGUES A N N Efeitos e residuais de superfosfato triplo sobre o rendimento de mateacuteria seca e absorccedilatildeo de foacutesforo pela aveia (Avena strigosa Schob) em solo Podzoacutelico Vermelho Escuro Porto Alegre 1984 59f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia UFRGS 1984

RODRIGUES E T CASALI V W D Respostas da alface agrave adubaccedilatildeo orgacircnica II Teores conteuacutedos e utilizaccedilatildeo de macronutrientes em cultivares Rev Ceres Viccedilosa v 45 n 261 p 437-449 1998

SAMINEcircS T C O Produccedilatildeo orgacircnica de alimentos Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 17 n3 novembro 1999

SCHIEDECK G Ambiecircncia e resposta agronocircmica de meloeiro (Cucumis melo L) cultivado sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegido Pelotas lOOp Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2002

SILVA JUacuteNIOR A A GIORGI E Substratos alternativos para a produccedilatildeo de mudas de tomate Agropecuaacuteria Catarinense Florianoacutepolis EPAGRI 1992 23 p

SILVA JUacuteNIOR A A MACEDO S G STUKER H Utilizaccedilatildeo de esterco de peru na produccedilatildeo de mudas de tomateiro Florianoacutepolis EPAGRI 1995 28 p (Boletim Teacutecnico 73)

TAGLIARI PS GRASSMANN H Minhoca a grande aliada da agricultura Agropecuaacuteria Catarinense v8 n l p 11-14 mar 1995

TEDESCO M J GIANELLO C Anaacutelises de solo plantas e outros materiais Porto Alegre Faculdade de Agronomia Departamento de Solos Universidade Federal do Rio Grande do Sul RS 1996

TENNANT D A Test of modified line intersect method of estimating root lenght Journal Ecology Oxford v 63 p 995-1001 1975

TIBAU A O Mateacuteria Orgacircnica do Solo Mateacuteria Orgacircnica e Fertilidade do SoloSatildeo Paulo Nobel 1984 p49-182

TIMM P J Anaacutelise comparativa dos sistemas de plantio convencional e cultivo miacutenimo de cebola sob adubaccedilatildeo orgacircnica e mineral Pelotas 2000 79 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2000

47

VALENZUELA HR CROSBY C Effect of compost applications on the yield of several vegetables in long-term organic farming experiments conduced in the tropics American Society Horticultural Science v33 n3 june 1998

VIGLIZZO E (ed) Subprograma Recursos Naturais y Sostenibilidad Agriacutecola documento marco Montevideo IICAPROCISUR 1995 p 75 - 78

WE1D J M TARDIN J M Proposta para a Ampliaccedilatildeo do Trabalho da ASPTA no Centro Sul do Paranaacute ASPTA Disponiacutevel em http wwwpronafgovbrEncontrotestosAS20PTA20Sul20ParanE1205 202002doc Acesso em 05 mai 2002

XAVIER SIMOacuteN F DOMINGUES D G Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel uma perspectiva agroecoloacutegica Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre EM ATERRS v2 n2 p 17-26 2001

ZABALETA J P Diagnoacutestico da Agricultura Familiar em Satildeo Joseacute do Norte - RSPelotas EMBRAPA-CPACT 1998 75 p (EMBRAPA-CPACT Documentos 44)

ZONTA E P MACHADO A A SILVEIRA P Sanest Sistema de anaacutelise estatiacutestica para microcomputadores Registrado na Secretaria Especial de Informaacutetica sob nuacutemero 066060 - categoria A Pelotas-RS Universidade Federal de Pelotas 1984

48

7 APEcircNDICE

APEcircNDICE A - Anaacutelise da adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes utilizados na produccedilatildeo de mudas de cebola

TABELA 1 A Anaacutelise baacutesica do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo miuacutedo + papua

Arg

pH IND

SMP

MO

P - n r - Na Al Ca__10Omlmdash

Mg

ppm -

6 53 67 089 8 6 27 1 04 05 0 2

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 2A Anaacutelise complementar do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo-miuacutedo + papua

Cobre Zinco Manganecircs Ferro

(m v1)

04 05 26 007

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

49

TABELA 3A Anaacutelise dos fertilizantes soacutelidos

Amostra pH limidade CN

C N P K Ca Mg

- g-ivg --

Cama de 849 2491 12 31042 2479 3888 3405 29875 463

aves

Esterco 74 3594 11 677 590 157 134 335 214

de curral

Huacutemus 684 5738 14 15965 1098 453 745 743 361

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 4A Anaacutelise quiacutemica dos biofertilizantes liacutequidos

Amostra N P K_ccedil H

Ca Mg Cu Zn Fe Mn

mdashgL bull

S Magro

m b 4

Urina

053

1652

8 2 2

008

395

0 0 0

149

1674

471

1902

6872

0 0 0

1150

4507

1172

7273

42

033

101389

920

0 0 0

6250

19458

781

35273

1123

0 2 1

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

50

APEcircNDICE B - Condiccedilotildees climaacuteticas do local

TABELA 1B Condiccedilotildees de temperatura do local

___________ __________TEMPERATURA (degCgt

meses Meacutedia

Maacutexima

Meacutedia

MiacutenimaMeacutedia

Maacutexima

Absoluta

Miacutenima

Absoluta

Junho 225 87 156 320 25

Julho 225 85 155 285 30

Agosto 251 71 161 360 1 0

Fonte FEPAGROSCT 2002

TABELA 2B Condiccedilotildees de chuva do local

mdash CHUVA (mm)mdash

meses Ocorrida Normal Desvio Da Normal

Junho 1080 1 1 0 -2 0

Julho 1062 98 8 2

Agosto 1283 1 2 0 83

Fonte FEPAGROSCT 2002

51

TABELA 1C Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

APEcircNDICE C - Anaacutelise estatiacutestica da parte aeacuterea

Causas G1 FFPA FSPA AP DC

da variaccedilatildeo --------- Quadrados meacutedios-

Blocos 3

Ad Base 2 175359071 1287102 2547419 1 11775

Biofertilizantes 2 126876 29011 87669ns 02185ns

Ad x Biofert 4 572378 31123 69106ns 04159

Resiacuteduo 24 34456 03048 27169 00290

Total 35

Meacutedia geral 93745 8772 320388 6741

CV 1980 6294 5145 2530

Significativo a 5ns Natildeo significativo

52

TABELA 1D Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade

de raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

APEcircNDICE D - Anaacutelise estatiacutestica da raiz

Causas G1 FFR FSR CR RPASR DR

da variaccedilatildeo Quadrados meacutedios---------------

Blocos 3

Ad Base 2 27874 551 623 2 1 0 140

Biofertilizantes 2 178 0 1 0 ni 1504 l03ns 038ns

Ad x Biofert 4 190 058 318 294 183

Resiacuteduo 24 005 009 028 023 0 2 1

Total 35

Meacutedia geral 1818 228 184 387 333

C V 134 1356 448 1253 1396

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

53

APEcircNDICE E - Anaacutelise estatiacutestica dos macronutrientes da parte aeacuterea da cebola

TABELA 1E Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mud^s de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

Causas G1 bull N P K Ca Mg

da variaccedilatildeo

Blocos 3

Ad Base 2 13550306 446627 25509686 1031806 59007

Biofertilizantes 2 180610ns 16564 68153ns 39006 876ns

Ad x Biofert 4 454187 45743 1047539 46950 2464

Resiacuteduo 24 29769 1453 64313 3741 439

Total 35

Meacutedia geral 24921 4597 33366 6943 1615

C V 692 829 760 880 1297

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

APEcircNDICE F - Fotos do experimento

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob uma perspectiva agroecoloacutegica

APEcircNDICE F a Fotos do experimento

FIGURA 1 Adubaccedilatildeo verde com feijatildeo-miuacutedo e papuatilde utilizadas no manejo do solo

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob urna perspectiva agroecoloacutegica

Page 6: PRODUÇÃO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L.) SOB …orgprints.org/24883/1/Paglia_Produção.pdf · vaca mais calda bordalesa; MB4+U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

IacuteNDICE

FICHA DE HOMOLOGACcedilAtildeO ii

DEDICATOacuteRIA iii

AGRADECIMENTOS iv

IacuteNDICE v

SUMAacuteRIO vii

SUMMARY ix

INTRODUCcedilAtildeO 1

2 REVISAtildeO DE LITERATURA 3

21 Desenvolvimento e sustentabilidade 3

211 Agroecologia Paradigma em construccedilatildeo 5

212 Agroecologia e agricultura familiar 7

213 O Mercado de produtos orgacircnicos 8

22 A cultura da cebola e sua importacircncia 9

2 2 1 Caracteriacutesticas agronocircmicas da cebola 1 0

222 A produccedilatildeo de mudas de hortaliccedilas 11

23 Adubaccedilatildeo orgacircnica 12

231 Efeitos da adubaccedilatildeo orgacircnica no solo 13

232 Efeitos da adubaccedilatildeo orgacircnica nas culturas 14

233 Plantas de cobertura do solo 15

234 Adubaccedilatildeo foliar 15

24 Vermicompostagem 16

V

241 Resiacuteduos utilizados na vermicompostagem17

2411 Resiacuteduos de origem animal17

2412 Resiacuteduos de origem vegetal17

25 Biofertilizantes 18

251 Urina de vaca 20

252 Alhol 21

253 Calda Bordalesa22

254 Biofertilizante Super Magro 22

256 Biofertilizante MB4 23

3 M ATERIAL E M EacuteTODOS 24

31 Local de execuccedilatildeo do experimento 24

32 Anaacutelise estatiacutestica 24

33 Tratamentos 25

34 Conduccedilatildeo do experimento27

35 Observaccedilotildees agronocircmicas 28

351 Fitomassa fresca da parte aeacuterea28

352 Fitomassa seca da parte aeacuterea 28

353 Altura da muda 28

354 Diacircmetro de colo 28

355 Sistema radicular 29

3551 Comprimento de raiz 29

3552 Densidade de raiz 29

3553 Razatildeo parte aeacutereasistema radicular 30

36 Determinaccedilatildeo de macronutrientes no tecido vegetal 30

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 31

41 Anaacutelise das variaacuteveis 31

411 Anaacutelise da parte aeacuterea 31

412 Anaacutelise do sistema radicular 33

413 Anaacutelise de macronutrientes no tecido vegetal 35

5 CONCLUSOtildeES 39

6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 40

7 APEcircNDICE 48

VI

SUMAacuteRIO

PAGLIA AgraveGUIDA GORETI (MS) Universidade Federal de Pelotas fevereiro de 2003 Produccedilatildeo de Mudas de Cebola (Allium cepa L) sob uma perspectiva Agroecoloacutegica Professora Orientadora Tacircnia Beatriz Gamboa Arauacutejo Morselli Co- orientadores Seacutergio Roberto Martins Roberta Marins Nogueira Peil e Joatildeo Baptista da Silva

Com o objetivo de estudar a produccedilatildeo de mudas de cebola sob uma perspectiva

agroecoloacutegica foi conduzido um experimento a campo na Fundaccedilatildeo Estadual de

Pesquisa Agropecuaacuteria - FEPAGROSUL no municiacutepio de Rio GrandeRS no periacuteodo

de 15 de maio a 26 de agosto de 2002 Utilizou-se a cultivar Petrolini (ciclo meacutedio)

submetida as seguintes adubaccedilotildees adubaccedilatildeo de base (1 VB - 30 t ha 1 de

vermicomposto bovino 15 VB - 45 t harsquo 1 de vermicomposto bovino e EC - 60 t ha de

esterco de curral) e biofertilizantes liacutequidos (SM+U+CB - Super Magro mais urina de

vaca mais calda bordalesa MB4 +U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

e Testemunha - ausecircncia) O experimento foi esquematizado em delineamento em

blocos ao acaso em fatorial 3 X 3 As variaacuteveis analisadas foram fitomassa fresca e

seca (g) da parte aeacuterea e do sistema radicular altura de planta (cm) diacircmetro do colo

(mm) comprimento de raiz (cm) razatildeo parte aeacutereasistema radicular densidade de raiz

(m cm3) e conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio na parte aeacuterea

da planta Concluiu-se que as respostas agronocircmicas das mudas de cebola para os

paracircmetros avaliados satildeo mais satisfatoacuterias com a aplicaccedilatildeo de esterco de curral como

adubaccedilatildeo de base os biofertilizantes mais urina de vaca e calda bordalesa proporcionam

VII

respostas satisfatoacuterias quando aplicados junto agraves adubaccedilotildees de base o biofertilizante

MB4 mais urina de vaca e calda bordalesa eacute mais eficiente que o super magro mais urina

e calda bordalesa quando aplicado junto agrave adubaccedilatildeo de base esterco de curral os

conteuacutedos de fitomassa seca das mudas de cebola satildeo significativos quando adicionado

os biofertilizantes ao vermicomposto bovino (45 t harsquo1) os maiores conteuacutedos

nutricionais para as mudas de cebola satildeo proporcionados pela adubaccedilatildeo de base esterco

de curral a maior absorccedilatildeo de caacutelcio pelas mudas de cebola ocorre quando da adiccedilatildeo de

biofertilizante MB4 mais urina e calda bordalesa agrave adubaccedilatildeo de base esterco de curral

VIII

SUMMARY

PAGLIA AgraveGUIDA GORETI (MS) Universidade Federal de Pelotas February 2003 Onion (Allium cepa L) Transplant Production under an Agroecological Perspective Tacircnia Beatriz Gamboa Arauacutejo Morselli Comitte Seacutergio Roberto Martins Roberta Marins Nogueira Peil and Joatildeo Baptista da Silva

With the objective of studying the onion transplant production under an agroecological

perspective a field experiment was carried out in the Fundaccedilatildeo Estadual de Pesquisa

Agropecuaacuteria-FEPAGROSUL in the city o f Rio GiWideRS in the period between 15

May and 26 August 2002 The cultivar Petrolini (medium cycle) was submitted to the

following fertilizers soil fertilizer (1 VB - 30 t h a o f bovine vermicompost 15 VB -

45 t ha 1 of bovine vermicompost and EC - 60 t ha 1 of manure and liquid biofertilizer

(SM+U+CB - ldquoSuper Magrordquo with cow urine with bordeaux mixture MB4 +U+CB -

MB4 with cow urine with bordeaux mixture and control - absence) The experiment was

laid in a randomized block design in factorial scheme 3X3 The analyzed parameters

were fresh and dry matter of the aerial part and root system plant height colon

diameter root length ration aerial partroot system root density and the contents

nitrogen phosphorus potassium calcium and magnesium in the aerial part o f the plant

It was concluded that the agronomic responses o f the onion seedlings for the evaluated

parameters are more satisfactory with the application o f manure as soil fertilizer the

biofertilizers with cow urine and bordeaux mixture provide satisfactory responses when

applied along with the soil fertilizer the biofertilizer MB4 with cow urine and bordeaux

IX

mixture is more effieient than the ldquoSuper Magrordquo with urine and bordeaux mixture

when applied along with manure as soil fertilizer the dry matter contents of the onion

seedlings are significant when the biofertilizer is added to bovine vermicompost (45 t

h a 1) the largest nutritional contents for the onion seedlings are obtained with manure as

soil fertilizer the largest absorption of calcium by the onion seedlings happens when the

biofertilizer MB4 with urine and bordeaux mixture is added to the manure as soil

fertilizer

X

mixture is more efficient than the Super Magro with urine and bordeaux mixture

when applied along with manure as soil fertilizer the dry matter contents of the onion

seedlings are significant when the biofertilizer is added to bovine vennicompost (45 t

hamiddot ) the largest nutritional contents for the onion seedlings are obtained with manure as

soil fertilizer the largest absorption of calcium by the onion seedlings happens when the

biofertilizer MB4 with urine and bordeaux mixture is added to the manure as soil

fertilizer

x

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

ldquoEu sustento que a ciecircncia soacute tem

finalidade se serrsquoir para aliviar a miseacuteria

da existecircncia humana

(Bertold Brecht)

No Rio Grande do Sul cultivar cebola eacute atividade de pequenos e meacutedios

produtores revestindo-se de suma importacircncia para a economia onde contribui para a

geraccedilatildeo de empregos e a fixaccedilatildeo do homem ao meio rural visto que haacute necessidade de

outros tipos de investimentos sociais e econocircmicos

Segundo o ICEPA-SC (2003) o Rio Grande do Sul responde por cerca de 14 da

produccedilatildeo nacional o que faz da cebola a segunda hortaliccedila em importacircncia econocircmica

no Estado sendo apenas superada pela cultura da batata poreacutem a aacuterea plantada no RS

tem apresentado recuo nos uacuteltimos anos caindo de 16648 hectares na safra 9899 para

14085 na safra atual (0203) acontecendo o mesmo com a produccedilatildeo que diminuiu de

181338 toneladas na safra 9596 para aproximadamente 159000 na safra atual

A baixa produtividade obtida pode ser atribuiacuteda a vaacuterios fatores baixa

disponibilidade de mateacuteria orgacircnica no solo poucc^ uso de materiais orgacircnicos eou

aplicaccedilatildeo inadequada destes considerando ainda que a maioria dos produtores

conservam caracteriacutesticas agriacutecolas do seacuteculo passado apresentando resistecircncia ao

associativismo e possuem carecircncia de infraestrutura (estradas eletricidade telefonia

drenagem e condiccedilotildees de armazenamento) Esses fatores aliados a baixa rentabilidade

2

da cultura tem sido apontados como responsaacuteveis pelo abandono da cebolicultura por

alguns produtores

A fase de produccedilatildeo das mudas eacute de extrema importacircncia para o cultivo da cebola e

requer manejo adequado dos recursos naturais para que a cultivar utilizada possa

expressar seu potencial geneacutetico sem comprometer o equiliacutebrio ambiental O principal

cuidado para o desenvolvimento de mudas de qualidade refere-se agrave utilizaccedilatildeo adequada

do solo

Desta forma o manejo do solo e das plantas orientado pela agroecologia pode se

constituir numa excelente alternativa para obtenccedilatildeo de mudas de qualidade sem

comprometer a sauacutede dos agricultores e contribuindo para a preservaccedilatildeo ambiental

Diversas praacuteticas vecircm sendo utilizadas com esta finalidade entre elas citam-se a

adubaccedilatildeo orgacircnica e os biofertilizantes enriquecidos No entanto estes fatores de

produccedilatildeo precisam ser melhor estudados no que tange a sua utilizaccedilatildeo adequada pelos

produtores de cebola objetivando um sistema de produccedilatildeo sustentaacutevel

A agroecologia como ciecircncia apresenta vaacuterias dimensotildees ecoloacutegica econocircmica

social cultural poliacutetica e eacutetica Neste sentido e considerando-se a procura crescente por

produtos orgacircnicos e a necessidade de sistemas de fertilizaccedilatildeo adequados ao cultivo da

cebola o presente trabalho teve como objetivo a produccedilatildeo de mudas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica contribuindo para o processo de transiccedilatildeo do sistema de

produccedilatildeo

3

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

ldquoAs novas eras natildeo comeccedilam de uma vez

Meu avocirc jaacute vivia no novo tempo

Meu neto viveraacute talvez ainda no velho

A nova carne eacute comida com os velhos garfos

(Bertold Brecht)

21 Desenvolvimento e sustentabilidade

Nenhuma espeacutecie viva com exceccedilatildeo do homem empreende esforccedilos de

desenvolvimento no sentido de crescimento material que sob as formas em que vem

sendo compreendido conduz sempre a algum tipo de agressatildeo contra o ambiente Os

esforccedilos presentes visando o progresso material assim como a maneira de satisfaccedilatildeo

das necessidades baacutesicas do homem no mundo de hoje revelam-se inconsistentes O

uso para esse fim de mateacuteria e energia em doses excessivas e crescentes tem exaurido

recursos ambientais acima de sua capacidade de regeneraccedilatildeo obviamente tendendo a

toma-los menos disponiacuteveis para as futuras geraccedilotildees

De acordo com Martins (2002) o Desenvolvimento Sustentaacutevel natildeo eacute um conceito

acabado trata-se de uma ideacuteia forccedila proacute-ativa e positiva mas que necessita ser

esclarecida quanto ao significado destes dois vocaacutebulos que lhe compotildee e o contexto em

que as pessoas com eles se relacionam Aleacutem disso isso afeta tanto como profissionais

cujas atividades vinculam-se diretamente ao trato com a natureza e portanto por ela satildeo

4

responsaacuteveis mas especialmente como cidadatildeos que constroem no seu cotidiano as

distintas dimensotildees do desenvolvimento sociais econocircmicas ambientais culturais

cientificas e tecnoloacutegicas juriacutedicas poliacuteticas e espirituais

Segundo Altieri amp Nicholls (2000) para o desenvolvimento de uma agricultura

sustentaacutevel as necessidades natildeo satildeo apenas bioloacutegicas ou teacutecnicas mas tambeacutem sociais

econocircmicas e poliacuteticas E inconcebiacutevel promover mudanccedilas ecoloacutegicas no setor agriacutecola

sem a defesa de mudanccedilas nas outras aacutereas da sociedade de modo a conscientizar o

homem sobre as condiccedilotildees necessaacuterias para a exploraccedilatildeo da natureza

A ideacuteia da sustentabilidade referente ao vocaacutebulo sustentaacutevel coloca-se como

contraponto ao caraacuteter perdulaacuterio do modelo prevalecente na medida em que o modelo

econocircmico praticado por um lado estaacute baseado no consumo da mateacuteria prima fornecida

pela natureza para a produccedilatildeo de bens e serviccedilos em descompasso com seu ritmo e

capacidade de fornecimento por outro tem tratado a natureza como mero depositaacuterio de

resiacuteduos sem considerar sua capacidade de absorccedilatildeo e reciclagem A sustentabilidade

contrapotildee-se agrave caracteriacutestica antropocecircntrica do modelo o homem como centro da

questatildeo numa postura dominante sobre o entorno natural cujas ferramentas cientiacuteficas e

tecnoloacutegicas embasam um modelo econocircmico que subjuga a natureza e coloca-se acima

desta O vocaacutebulo sustentaacutevel portanto se refere agrave capacidade de suporte da biosfera

sendo um fim a ser perseguido com o objetivo de garantir sua preservaccedilatildeo numa visatildeo

prospectiva ou seja que assegure o futuro planetaacuterio assumindo portanto o

compromisso com as geraccedilotildees vindouras (Martins 2002)

Quando se trata de apontar os possiacuteveis caminhos que levaratildeo a um novo padratildeo

produtivo e garanta a seguranccedila alimentar sem agredir o ambiente o caminho torna-se

mais difiacutecil Percebe-se que a noccedilatildeo de agricultura sustentaacutevel permanece cercada por

duacutevidas e contradiccedilotildees mesmo assim seu emprego toma-se cada vez mais frequumlente

(Ehlers 1999)

Haacute que se incorporar a concepccedilatildeo de entropia agrave noccedilatildeo de desenvolvimento visto

que a extraccedilatildeo e o transporte tambeacutem satildeo atividades econocircmicas que requerem cuidados

de manejo visando menores efeitos entroacutepicos ao meio ambiente Satisfazer as

necessidades presentes sem comprometer as possibilidades das futuras geraccedilotildees

satisfazerem as suas proacuteprias eacute o que necessita ser construiacutedo no cotidiano Esta natildeo eacute

uma tarefa faacutecil nos tempos atuais pois o mundo nunca passou por tanta incerteza e

nunca teve um presente tatildeo insustentaacutevel (Martins 1997)

211 Agroecologia Paradigma em construccedilatildeo

5

O seacuteculo passado assistiu a uma ineacutedita expansatildeo da capacidade humana de

agenciamento das forccedilas naturais promovida pelo saber teacutecnico-cientiacutefico cuja

centra lidade eacute hoje irreversiacutevel no que se refere as relaccedilotildees com a natureza Em relaccedilatildeo

ao conhecimento poucas aacutereas de interesse do homem moderno se ligam tanto agrave

pesquisa cientiacutefica como a questatildeo ambiental sendo um fenocircmeno de tendecircncia

internacional evidenciado a partir da deacutecada de 70 (Hess 1999)

A noccedilatildeo de paradigma eacute normalmente utilizada para estabelecer uma

diferenciaccedilatildeo entre dois momentos ou dois niacuteveis do processo de conhecimento

cientiacutefico (Capra 1997 Kuhn 1989) Para um entendimento miacutenimo do que significa

essa noccedilatildeo Costa Neto (1999) diz que se pode conceituar o paradigma enquanto um

modelo de ciecircncia que serve como referecircncia para todo um fazer cientiacutefico durante uma

determinada eacutepoca ou um periacuteodo de tempo demarcado e a partir de um certo momento

da histoacuteria da ciecircncia o referido modelo predominante tende a se esgotar em funccedilatildeo de

uma crise de confiabilidade nas bases estruturantes de seu conhecimento Desta forma o

paradigma passa a ser substituiacutedo por outro modelo cientiacutefico predominante Tambeacutem

pode ocorrer o fato de dois paradigmas disputarem o espaccedilo de hegemonia na

construccedilatildeo do conhecimento (Costa Neto 1999)

Os problemas com os quais nos deparamos hoje satildeo faces de uma crise uacutenica

diferentes do fazer cientiacutefico e proveniente de uma crise de percepccedilatildeo segundo Capra

(2 0 0 1 ) isto faz com que nossas instituiccedilotildees e noacutes em particular natildeo consiga perceber

claramente realidades complexas em um mundo globalmente interligado Ainda que as

soluccedilotildees para alguns de nossos principais problemas possam ser relativamente simples

ldquosoacute seratildeo possiacuteveis mediante uma mudanccedila radical em nossas percepccedilotildeesrdquo este eacute

tambeacutem o ldquoestopim para colocar em marcha medidas efetivasrdquo porque os governos e as

instituiccedilotildees jamais empreenderatildeo accedilotildees de fato enquanto as pessoas natildeo

compreenderem que satildeo parte do problema e da soluccedilatildeo e que eacute preciso assumir a

necessidade de mudar o rumo das coisas (Gomes amp Borba 2000)

Para Leff (2001) a agroecologia representa o ldquonascimento de um paradigmardquo que

eacute a alma da produccedilatildeo sustentaacutevel um processo que permite o resgate dos

conhecimentos proacuteprios e o renascimento do ser trazendo de volta as relaccedilotildees com os

seres humanos na medida em que o produtor cria atraveacutes de seu conhecimento o seu

proacuteprio saber-fazer numa relaccedilatildeo com a vida e com a terra

6

Segundo Costa Neto (1999) o paradigma agroecoloacutegico representa portanto a

linha de um posicionamento soacutecio-ambiental que tem uma vertente tecnoloacutegica apta a

ser uma alternativa agrave produccedilatildeo agriacutecola em grande escala e ao modelo tradicional

disciplinar

Hoje a agroecologia continua a fazer conexatildeo entre fronteiras estabelecidas Por

um lado estuda os processos econocircmicos e os agroecossistemas por outro eacute um agente

para as mudanccedilas sociais e ecoloacutegicas complexas que tenham necessidade de ocorrer no

futuro a fim de levar a agricultura para uma base verdadeiramente sustentaacutevel O

processo de mudanccedila estaria dirigido agrave busca de novos pontos de equiliacutebrio entre as

dimensotildees de produtividade estabilidade e equumlidade na atividade agraacuteria articuladas

entre si poreacutem em constante processo de adaptaccedilatildeo e retroalimentaccedilatildeo utilizando

estilos mais respeitosos com o ambiente com o propoacutesito de superar a crise enfrentada

pelos agricultores (Costabeber amp Moyano 2000)

De acordo com Altieri (2002) soacute uma compreensatildeo mais profunda da ecologia

humana e dos sistemas agriacutecolas pode levar a medidas coerentes com uma agricultura

sustentaacutevel Assim a ldquoemergecircncia da agroecologiardquo representa um enorme salto nesta

direccedilatildeo pois fornece os princiacutepios ecoloacutegicos baacutesicos para o estudo e tratamento dos

ecossistemas tanto produtivos quanto preservadores dos recursos naturais e que sejam

culturalmente sensiacuteveis socialmente justos e economicamente viaacuteveis

A transformaccedilatildeo ou substituiccedilatildeo de um modelo de desenvolvimento para outro

supotildee um processo de transiccedilatildeo que em alguns momentos caminha a passos lentos e

em outros pode trazer mudanccedilas bruscas e qualitativamente diferenciadas Esse

processo de transiccedilatildeo significa a conversatildeo de uma agricultura tradicional para uma

agricultura ecoloacutegica e socialmente equilibrada com base na sustentabilidade (Gomeacutez

1997)

Embora a falta de informaccedilatildeo da pesquisa possa ter contribuiacutedo para dificuldades

e experiecircncias negativas de muitos produtores estes tecircm fama de serem inovadores e

experimentadores desejosos de adotar novas praacuteticas no sentido de serem beneficiados

Nos uacuteltimos cinquumlenta anos a inovaccedilatildeo na agricultura tem sido impulsionada

principalmente pela ecircnfase em altos rendimentos e no lucro da unidade produtiva

Apesar da continuidade dessa forte pressatildeo econocircmica sobre a agricultura muitos

produtores convencionais estatildeo preferindo fazer a transiccedilatildeo para praacuteticas que satildeo mais

consistentes ambientalmente e tem o potencial de contribuir com a sustentabilidade da

agricultura em longo prazo (Gliessman 2000)

7

212 Agroecologia e agricultura familiar

O nuacutecleo por excelecircncia da produccedilatildeo sustentaacutevel eacute a agricultura familiar No

Brasil mais especificamente esta tecnologia estaacute sendo introduzida natildeo somente em

aacutereas de cultivo de agricultura familiar em geral mas especificamente em

assentamentos rurais Percebe-se dessa forma tratar-se de um tipo de produccedilatildeo que

tende a incorporar a dimensatildeo histoacuterico-social e a considerar os valores culturais e de

senso comum inerentes aos agricultores familiares (Costa Neto 1999)

Na agricultura familiar a sustentabilidade toma forma a partir do momento em

que comeccedilaram a ser incorporados aos debates os novos anseios da sociedade rural e

urbana relacionados a um novo projeto de desenvolvimento e na medida em que foram

buscadas orientaccedilotildees teoacutericas baseadas no paradigma agroecoloacutegico

De acordo com Maturana amp Rezepka (2000) a formaccedilatildeo do conhecimento natildeo eacute

entendida como simples treinamentos e teacutecnicas e seraacute um aspecto essencial desta

abordagem A valorizaccedilatildeo dos saberes dos agricultores sobre o ambiente as plantas o

solo e os processos ecoloacutegicos onde resgatam e aprimoram teacutecnicas proacuteprias e de

outros de origem cientiacutefica ou empiacuterica fundamentais dentro deste novo paradigma

(Altieri amp Nicholls 2000)

Neste sentido cientistas e extensionistas tecircm se surpreendido com a profundidade

destes conhecimentos e com a capacidade de vaacuterios destes agricultores de expocirc-los

mesmo nos ambientes acadecircmicos onde muitas vezes estatildeo mais avanccedilados que seus

interlocutores (Weid amp Tardin 2002) Isto revela a necessidade de sintonia entre a

Universidade e a Comunidade

Entatildeo a sutentabilidade ambiental em niacutevel local eacute positiva quando o manejo

realizado no agroecossistema aproveita a produtividade dos recursos naturais renovaacuteveis

(aqueles que funcionam mediante o fluxo solar) Ao contraacuterio pode natildeo ser positiva

quando as praacuteticas produtivas consistem na busca pela produtividade mediante a troca

econocircmica (importaccedilatildeo e exportaccedilatildeo de insumos e produtos) onde a terra eacute vista

unicamente como o suporte material (fiacutesico) das espeacutecies Neste caso o controle de

pragas a fertilizaccedilatildeo e outras praacuteticas necessaacuterias satildeo realizados mediante capital

produzido pelo homem degradando a base local de recursos naturais (Xavier Simoacuten amp

Domingues 2001)

8

213 O Mercado de produtos agroecoloacutegicos

O mercado de alimentos produzidos sob a orientaccedilatildeo agroecoloacutegica produzidos

sem utilizaccedilatildeo de agrotoacutexicos ou adubos minerais tem aumentado vertiginosamente em

todo o mundo Alguns dados indicam que esse segmento cresce anualmente cerca de

20 nos Estados Unidos 40 na Europa e 50 no Brasil e para comprovar tais

iacutendices basta verificar a proliferaccedilatildeo das feiras de produtores ecoloacutegicos nas cidades o

aumento dos espaccedilos para esses produtos nas gocircndolas das grandes redes de

supermercados e os movimentos ambientalistas e de consumidores que buscam uma

alimentaccedilatildeo mais saudaacutevel (Schiedeck 2002)

Sem duacutevida antes de tudo cabe salientar que a crise atual evidencia o equiacutevoco da

adoccedilatildeo de um modelo de produccedilatildeotransformaccedilatildeo que natildeo tem outra ambiccedilatildeo que natildeo a

de se adaptar agrave globalizaccedilatildeo Cabe a consideraccedilatildeo feita por Dufour (1999) de que o

mercado natildeo eacute uacutenico e monoliacutetico e portanto a produccedilatildeo social da qualidade natildeo

significa mais do mesmo (a adaptaccedilatildeo do que jaacute natildeo serve)

Na realidade pode-se identificar claramente dois mercados de natureza

fundamentalmente oposta que segundo Gomes amp Borba (2000) satildeo o de produtos

baacutesicos (leite cereais carnes brancas e vermelhas) e o de produtos elaborados

socialmente e de grande valor agregado por serem justos socialmente O mercado

mundial dos produtos baacutesicos eacute alimentado pelos excedentes agriacutecolas de grandes

produtores (Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos e Canadaacute) tambeacutem a soja e carne de

frango brasileira e o trigo argentino e os preccedilos nesses mercados satildeo extremamente

baixos e permaneceratildeo assim por muito tempo segundo relatos recentes do Banco

Mundial

Para produzir a preccedilos tatildeo baixos eacute necessaacuterio lanccedilar matildeo de todo tipo de

artifiacutecio como os hormocircnios os organismos geneticamente modificados as farinhas

animais esquecendo o meio ambiente e convivendo com exploraccedilotildees gigantescas

concentraccedilatildeo na posse da terra e com uma minoria de beneficiaacuterios dos programas de

ajuda puacuteblica os agromanagers (Gomes amp Borba 2000)

O mercado de produtos elaborados e de valor agregado obedece a outras regras

Mesmo que os agricultores busquem a maximizaccedilatildeo da produtividade natildeo se enfrentam

diretamente A produccedilatildeo ocorre em zonas geograacuteficas bem definidas e permite valorizar

o ldquosavoir-fairerdquo ou ldquoknow-howrdquo (em outras palavras natildeo necessariamente mas o

conhecimento ldquotradicionalrdquo) contribuindo para uma verdadeira economia local Esta eacute a

9

agricultura que ao mesmo tempo produz gera e preserva empregos Para caminhar ateacute

ela eacute necessaacuteria uma ampla alianccedila entre agricultores consumidores e movimentos

sociais para frear esta forma de ditadura dos mercados fonte do poder das

transnacionais agro-alimentares e quiacutemicas (Dufour 1999)

Por outra parte o mercado natildeo eacute linear e abstrato como querem fazer crer A

produccedilatildeo e o consumo sempre estaratildeo localizados e seratildeo realizados por produtores e

consumidores concretos isto permite falar em convenccedilatildeo ou negociaccedilotildees onde a

qualidade seja considerada na originalidade no bem comum ou na confianccedila entre pares

e colada aos produtos ainda mais quando se trata de alimentos Isto soacute seraacute possiacutevel

no local (sem ignorar o global) e levando em conta indicaccedilotildees como denominaccedilatildeo

ou indicaccedilatildeo de origem de processo ou de qualidade etc relacionados agraves

especificidades dos produtos o que tambeacutem deve ser objeto de negociaccedilatildeo para cada

lugar (eacute preciso lembrar que a participaccedilatildeo e as relaccedilotildees interpessoais satildeo determinantes

ao longo do processo) A produccedilatildeo social da qualidade eacute vista como estrateacutegia que

adquire sentido se considerada para o espaccedilo da Agricultura Familiar onde ainda eacute

possiacutevel estabelecer laccedilos de solidariedade entre produtores e consumidores (Gomes amp

Borba 2000)

De acordo com DrsquoAgostini amp Fantini (2002) tanto ou mais do que compreender a

dinacircmica de processos dos quais resultam produtos interessantes eacute compreender e

humanizar a dinacircmica de interesses sobre esses processos e produtos Os mesmos

autores dizem ainda que natildeo seria a solidariedade humana (a virtude pressuposta) que

emerge em especial na produccedilatildeo agroecoloacutegica mas sim a emergecircncia da rica

propriedade humana a generosidade que permite praticaacute-la em qualquer relaccedilatildeo entre

os homens

22 A cultura da cebola (Alliunt cepa L) e sua importacircncia

A cultura da cebola foi introduzida pelos accedilorianos no Brasil no seacuteculo XVIII nos

municiacutepio de Mostardas Rio Grande e Satildeo Joseacute do Norte no Estado do Rio Grande do

Sul (Garcia 1990) sendo a terceira hortaliccedila de maior importacircncia econocircmica para o

paiacutes (ICEPA 2003) Nas regiotildees Sul e Sudeste a cebolicultura constitui-se em atividade

socioeconocircmica de significativa relevacircncia para os Estados de Satildeo Paulo Santa

10

Catarina e Rio Grande do Sul nos quais se concentram mais de 76 da produccedilatildeo

nacional (Debarba et a i 1998)

A mais importante regiatildeo produtora do Rio Grande do Sul estaacute situada no litoral

Sul englobando os municiacutepios de Rio Grande Tavares Satildeo Joseacute do Norte e Mostardas

(Garcia 1997) e segundo ICEPASC (2003) esses quatro municiacutepios respondem por

cerca de 70 da produccedilatildeo de cebola do RS

Timm (2000) cita que cerca de 16000 famiacutelias rurais no Rio Grande do Sul tem

na cultura da cebola o seu principal meio de subsistecircncia No Municiacutepio de Satildeo Joseacute do

Norte a produccedilatildeo de cebola constitui uma atividade econocircmica quase exclusiva onde a

descapitalizaccedilatildeo dos agricultores ocasionou o abandono do meio rural por muitos deles

que acabaram por estabelecerem-se na periferia da zona urbana (Garcia 1997)

Aleacutem da descapitalizaccedilatildeo do produtor ocorrem problemas como a erosatildeo do solo

que segundo Zabaleta (1998) ocorre principalmente devido agrave accedilatildeo dos ventos fortes e

constantes caracteriacutesticos na regiatildeo sul-litoracircnea bem como a topografia plana e os

solos muito arenosos com lenccediloacuteis freaacuteticos superficiais contribuem para o

empobrecimento dos solos da regiatildeo principalmente ao se comparar com outras aacutereas

onde a cebola participa de sistemas produtivos juntamente com a produccedilatildeo leiteira o

arroz e hortaliccedilas diversas (Timm 2000)

221 Caracteriacutesticas agronocircmicas da cebola

A cebola eacute uma aliaacuteceae a planta eacute tenra atinge 60 cm de altura e apresenta folhas

tubulares e cerosas O caule verdadeiro eacute um disco comprimido na base da planta de

onde partem as folhas e raiacutezes que satildeo fasciculadas pouco ramificadas explorando um

volume de solo equivalente a um cilindro com 60 cm de altura e 25 cm de diacircmetro

(Filgueira 2000)

Cada planta apresenta 20 a 200 raiacutezes normalmente espessas (05 a 1 mm de

diacircmetro) e com pouca ramificaccedilatildeo e poucos pecirclos absorventes O crescimento eacute

vertical estendendo-se de 40 a 80 cm de profundidade Poucas raiacutezes ocupam mais de

15 cm do raio em tomo do bulbo Estas caracteriacutesticas tecircm implicaccedilotildees peculiares

quanto acirc localizaccedilatildeo e ao suprimento de nutrientes (Quanto menor o diacircmetro e maior a

ocorrecircncia de pecirclos absorventes maior seraacute a superfiacutecie de raiacutezes e consequumlentemente a

absorccedilatildeo de nutrientes (Magalhatildees 1993)

11

A fase vegetativa do ciclo da planta termina com o amadurecimento do bulbo

todavia trata-se de uma planta bienal considerando acirceu ciclo vital completo isto eacute da

semeadura ateacute a produccedilatildeo de novas sementes Apoacutes um periacuteodo invemal sob baixas

temperaturas haacute emissatildeo de um pendatildeo floral que pode alcanccedilar 150 cm de altura

terminando por uma inflorescecircncia tipo umbela simples inicialmente recoberta por

uma peliacutecula formada por centenas de pequenas flores (Filgueira 2000)

Segundo Clivela (1995) os fatores climaacuteticos de modo geral natildeo satildeo limitantes

para a produccedilatildeo de bulbos de cebola no Rio Grande do Sul Filgueira (2000) enfatiza

que no Brasil eacute uma das raras culturas oleraacuteceas nas quais o fotoperiacuteodo pode tornar-se

o fator limitante ocorrendo frustraccedilotildees da colheita caso as exigecircncias da planta natildeo

sejam satisfeitas

222 A produccedilatildeo de mudas de hortaliccedilas

As mais importantes modificaccedilotildees no sistema de produccedilatildeo nos uacuteltimos anos tecircm

sido feitas na produccedilatildeo de mudas Hoje eacute uma realidade os produtores se

especializarem em produzir mudas principalmente no Estado de Satildeo Paulo Para tanto

se busca atraveacutes da pesquisa as melhores fontes e combinaccedilotildees de substratos associados

ao sistema de produccedilatildeo conveniente para cada espeacutecie a fim de se obter melhorias na

propriedade no solo e na Olericultura (Giorgetti 1991)

O sistema agroecoloacutegico torna-se importante uma vez que a base da Horticultura

moderna eacute a produccedilatildeo de mudas de alta qualidade (Minami1995) a produccedilatildeo de mudas

de hortaliccedilas tem sido citada como a etapa mais importante do sistema produtivo (Silva

Junior et al 1995) Segundo Filgueira (2000) nesta fase natildeo se pode cometer erros

pois posteriormente seraacute mais difiacutecil de corrigi-los visto que para o cultivo da cebola a

muda refletiraacute na qualidade do bulbo

As mudas de hortaliccedilas podem ser consideradas tolerantes e natildeo tolerantes ao

transplante e dependem principalmente das condiccedilotildees ambientais necessitando de

cuidados No caso da cebola como satildeo produzidas com raiz nua os cuidados devem ser

maiores pois dependendo do estado em que se encontram mais ou menos susceptiacuteveis

aos estresses quando em contato com o campo podem resultar em desastre (Minami

1999)

A quantidade de nutrientes extraiacuteda pelas hortaliccedilas durante a fase de muda varia

em funccedilatildeo da espeacutecie da variedade ou da cultivar e do prazo necessaacuterio para a formaccedilatildeo

13

O composto humificado ou curado eacute rico em nutrientes que passaram parcialmente

da forma orgacircnica para a forma mineral assimilaacutevel pelas raiacutezes e com maior teor

coloidal que atua como fertilizante e eacute responsaacutevel pela capacidade melhoradora do

solo (Barreto 1985)

Uma das principais alternativas em termos de adubaccedilatildeo orgacircnica eacute o

vermicomposto Ele eacute um adubo orgacircnico estaacutevel rico em nutrientes inodoro de

coloraccedilatildeo escura obtido a partir da atividade das minhocas que potencializam a mateacuteria

prima utilizada no processo (principalmente esterco de bovino) proporcionando

diversos benefiacutecios para as plantas (Timm 2000)

231 Efeitos da adubaccedilatildeo orgacircnica no solo

O solo funciona como um organismo vivo em 1 grama de solo saudaacutevel vive uma

comunidade bioloacutegica de aproximadamente 1 0 0 0 0 espeacutecies diferentes como minhocas

larvas besouros colecircmbolos aacutecaros algas bacteacuterias e fungos Estes organismos

necessitam de alimentos para viver principalmente carbono e nitrogecircnio que estatildeo

presentes na palhada das culturas e no esterco de animais Em funccedilatildeo disso eacute

importante que o solo tenha um determinado teor de mateacuteria orgacircnica para fornecer os

alimentos e energia que os microacutebios precisam para viver (Paulus et al 2001)

O homem atraveacutes dos diferentes sistemas de preparo do solo e cultivos contiacutenuos

ou natildeo altera o comportamento do mesmo em relaccedilatildeo agraves reaccedilotildees quiacutemicas

propriedades fiacutesicas como capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua lixiviaccedilatildeo de nutrientes

erosatildeo e como consequumlecircncia afeta a qualidade de organismos presentes no solo (Brady

1999) reduzindo paulatinamente o teor de mateacuteria orgacircnica (Primavesi1982)

Nos uacuteltimos anos tem-se observado em diferentes paiacuteses a ampliaccedilatildeo do uso de

adubos orgacircnicos Alguns apresentam oacutetimos resultados enquanto outros se mostram

tecnicamente inadequados Os principais adubos orgacircnicos encontrados no mercado satildeo

fertilizantes orgacircnicos de origem animal compostos de lixo urbanos compostos de

produtos industriais e huacutemus de minhoca Nestes fertilizantes estatildeo presentes a maioria

dos macronutrientes (nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre) e

micronutrientes (zinco cobre boro ferro cobalto)essenciais para as plantas e nem

sempre encontrados em muitos fertilizantes minerais bem como uma gama de

microorganismos que vatildeo beneficiar a fauna e a flora do solo (Brady 1979 Kiehl

1985 Costa 1985 Garcia 1997)

14

Os adubos orgacircnicos satildeo amplamente empregados nos sistemas de produccedilatildeo de

alface como condicionadores do ambiente quiacutemico e fiacutesico da rizosfera e

consequumlentemente na resposta bioloacutegica das plantas (Rodrigues amp Casali 1998)

Considerando as necessidades hortiacutecolas de maior competitividade e o fato de natildeo

ser subsidiada o crescimento populacional e a industrializaccedilatildeo representam fatores

determinantes na geraccedilatildeo diaacuteria de enormes volumes de resiacuteduos podendo ser utilizados

pelos produtores com um maior retomo econocircmico possiacutevel Ao mesmo tempo a

questatildeo ambiental assume cada vez mais destaque na sociedade moderna repercutindo

em poliacuteticas governamentais bem como no setor produtivo do paiacutes e do mundo

fazendo com que a relaccedilatildeo do homem com a natureza seja repensada (Morselli 2001)

232 Efeitos da adubaccedilatildeo orgacircnica nas culturas

Segundo Paulus et al (2001) a mateacuteria orgacircnica tambeacutem eacute fonte de nutrientes

especialmente nitrogecircnio foacutesforo enxofre e micronutrientes aleacutem disso tem

capacidade de ldquoprenderrdquo micronutrientes e alguns elementos toacutexicos para as plantas

como o alumiacutenio Por exemplo os micronutrientes depois de presos satildeo liberados

lentamente no solo onde satildeo gradativamente aproveitados pelas plantas

O uso dos fertilizantes minerais elevam o custo de produccedilatildeo pois satildeo necessaacuterias

altas doses para o fornecimento dos teores de nutrientes demandados Por isso eacute

importante a geraccedilatildeo de tecnologias que poupem o consumo de fertilizantes minerais

desejaacutevel com vista agrave diminuiccedilatildeo do custo de produccedilatildeo (Rodrigues 1984) A produccedilatildeo

de hortaliccedilas sob a orientaccedilatildeo agroecoloacutegica leva em consideraccedilatildeo natildeo apenas os custos

de produccedilatildeo como tambeacutem a dependecircncia dos insumos principalmente quando se

considera a ldquoteoria da trofobioserdquo pelos efeitos maleacuteficos que os nutrientes prontamente

assimilaacuteveis podem causar as plantas (Chaboussou 1987)

Para Compagnoni amp Putzolu (1985) o vermicomposto eacute um autecircntico fertilizante

bioloacutegico que atua como corretivo do solo determinando caracteriacutesticas importantes

para a microflora pelos aacutecidos huacutemicos e as substacircncias fitoestimulantes Os autores

consideram ainda que as dejeccedilotildees das oligoquetas proporcionam a formaccedilatildeo de huacutemus

permitindo melhorar o solo razatildeo pela qual satildeo destinados agrave horticultura com oacutetimas

vantagens fiacutesicas e microbioloacutegicas enriquecendo a camada araacutevel

Em experimentos desenvolvidos durante cinco anos para avaliar o efeito da

aplicaccedilatildeo de compostos eou adubos nas culturas de alface manjericatildeo espinafre e

15

pepino Valenzuela amp Crosby (1998) compararam as produccedilotildees obtidas com composto

e a fertilizaccedilatildeo padratildeo e concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo do composto em 20 Mg ha 1 mais

N-quiacutemico foi o melhor tratamento em todas as culturas estudadas

233 Plantas de cobertura do solo

As plantas mais usadas para adubaccedilatildeo de cobertura do solo satildeo as leguminosas

pois estas tecircm a capacidade de fixar o nitrogecircnio atmosfeacuterico e disponibiliza-lo agrave

cultura Primavesi (1992) cita que utilizando-se mucuna ervilhaca feijatildeo-de-porco

feijatildeo-miuacutedo crotalaacuteria e outras natildeo haacute necessidade de utilizar tanto nitrogecircnio em

cobertura embora natildeo se dispense uma calagem mais frequumlente pois ocorre um pouco

de acidificaccedilatildeo no solo como com qualquer adubaccedilatildeo nitrogenada Segundo a mesma

autora algumas leguminosas tecircm a capacidade de mobilizar o foacutesforo como o caupi

(feijatildeo-miuacutedo) outras mobilizam o caacutelcio como tremoccedilo

Para Brady (1999) a adubaccedilatildeo verde traz grandes benefiacutecios como suprimento de

mateacuteria orgacircnica sendo consideraacutevel a quantidade de resiacuteduos orgacircnicos devolvidos ao

solo adiccedilatildeo de nitrogecircnio nutrientes e conservaccedilatildeo do solo

Calegari (1998) comenta que quanto aos aspectos fiacutesicos os resiacuteduos tendem a

contribuir para uma melhoria da estrutura do solo percebida pelo aumento da

estabilidade dos agregados em aacutegua aumento da capacidade de retenccedilatildeo hiacutedrica

elevaccedilatildeo dos iacutendices de infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo aumento da porosidade melhor

aeraccedilatildeo e diminuiccedilatildeo da densidade do solo

De acordo com Timm (2000) o papuatilde eacute uma excelente alternativa como cobertura

de solo para o cultivo miacutenimo da cebola pois na eacutepoca do transplante das mudas seu

ciclo vegetativo estaacute completo natildeo necessitando o dessecamento outra vantagem eacute que

o papuatilde apresenta bom controle com relaccedilatildeo agraves plantas invasoras da cebola reduzindo

ao longo dos anos o nuacutemero de capinas e a aplicaccedilatildeo de herbicidas

234 Adubaccedilatildeo foliar

Segundo Malavolta (1981) a utilizaccedilatildeo da adubaccedilatildeo foliar eacute complemento da

adubaccedilatildeo de solo natildeo substituto da mesma no que diz respeito ao fornecimento de

nitrogecircnio foacutesforo e potaacutessio para as culturas Da mesma maneira que as raiacutezes podem

perder para o solo parte dos elementos absorvidos as folhas tambeacutem o fazem pela accedilatildeo

16

de fatores internos (desordem fisioloacutegica estado nutricional etc) e externos (chuvas

orvalho nutriccedilatildeo do sistema radicular luz temperatura etc)

Para Chaboussou (1987) as plantas adquirem o maacuteximo de resistecircncia bioloacutegica

atraveacutes da nutriccedilatildeo (trofos) equilibrada Obviamente para que isto ocorra eacute necessaacuterio

que o solo esteja em equiliacutebrio dinacircmico o ambiente seja o mais estaacutevel e as plantas

selecionadas ou melhor adaptadas para poderem suportar as alteraccedilotildees extemporacircneas

ocasionadas pelos fenocircmenos meteoroloacutegicos e nas fases fonoloacutegicas criacuteticas do

crescimento e desenvolvimento (Pinheiro amp Barreto 2000)

O lixiviado das folhas enriquece as camadas superiores do solo e tende a

contrabalanccedilar as perdas de zonas mais profundas e mais distantes acumulando-os nas

suas proximidades tambeacutem influencia o nuacutemero e o comportamento dos

microrganismos que por sua vez alteram o processo de gecircnese do solo sua textura e

fertilidade A lixiviaccedilatildeo assim se toma importante no desenvolvimento da sucessatildeo

ecoloacutegica devido agrave ciclagem de elementos (Malavolta 1980)

Conforme Camargo (1975) a utilizaccedilatildeo de adubos foliares substitui parcialmente

a adubaccedilatildeo radicular em 20 a 25 podendo ser utilizada em varias pulverizaccedilotildees

24 Vermicompostagem

E o processo que consiste em se submeter diferentes resiacuteduos orgacircnicos de

origem animal eou vegetal aos processos fermentativos e humificaccedilatildeo adicionando

minhocas do gecircnero Eiseina espeacutecie foetida ao material procurando obter um produto

curado em aproximadamente 45 - 60 dias (Compagnoni amp Putzolu 1985)

A vermicompostagem firmou-se no Brasil como atividade rentaacutevel produzindo

adubo de alta qualidade na deacutecada de 90 Na agricultura brasileira contudo haacute

preferecircncia pelos adubos quiacutemicos em funccedilatildeo de sua aquisiccedilatildeo financiada menor custo

e retomo imediato embora o impacto de seu uso contiacutenuo sobre o solo e os

microorganismos que nele vivem seja negativo (Tagliari amp Grassmann 1995)

Segundo Morselli (2002) a vermicompostagem difere da compostagem

convencional dentre outros pocircr formar substacircncias huacutemicas mais rapidamente ao sofrer

passagem pelo trato digestivo das minhocas A alirdentaccedilatildeo destas satildeo basicamente os

estercos e a disponibilidade desta mateacuteria prima bem como de ambiente protegido para

proceder a compostagem correta deste material satildeo indispensaacuteveis

17

Segundo Kiehl (1985) e Martinez (1990) o vermicomposto apresenta as seguintes

vantagens em relaccedilatildeo a compostagem permite a formaccedilatildeo de um produto curado em

menor espaccedilo de tempo promove a formaccedilatildeo de um material com maior

disponibilidade de nutrientes facilita o peneiramento natildeo havendo a necessidade de

revolvimento do material oferece vaacuterias fontes de renda pois aleacutem do huacutemus fornece

minhocas e raccedilatildeo e quando aplicado ao solo tende a melhorar as propriedades fiacutesicas

quiacutemicas e bioloacutegicas

241 Resiacuteduos utilizados na vermicompostagem

2411 Resiacuteduos de origem animal

Segundo Bureacutes (1997) o esterco eacute uma mistura de fezes urina e camas que

podem estar constituiacutedas de palhas folhas secas serragem turfa casca de arroz e ateacute

terra Esse apresenta pH neutro e densidade que varia de 030 a 090 Kg dm3 segundo

seu estado de decomposiccedilatildeo Eacute influenciado por vaacuterios fatores como espeacutecie animal

raccedila idade alimentaccedilatildeo material utilizado como cama e tratamento da mateacuteria-prima

esterco (Kiehl 1985) Dentre os fatores apontados um dos mais importantes eacute a

alimentaccedilatildeo do animal quanto mais rica a alimentaccedilatildeo mais rica seraacute as dejeccedilotildees

(Gnoatto 1999) O volume de bacteacuterias vivas ou mortas encontradas no esterco

representam 20 a 30 do total delas se originam grande parte do nitrogecircnio sob a

forma de proteiacutena (Morselli 2002)

A origem do material utilizado para a produccedilatildeo de vermicomposto eacute fundamental

pois soacute uma mateacuteria-prima de qualidade resultaraacute em um produto final de boa qualidade

Dentre os estercos o de aves eacute empregado empiricamente na adubaccedilatildeo de culturas

permanente ou natildeo com excelentes resultados apesar de sua simples composiccedilatildeo

meacutedia 2 de nitrogecircnio 2 de foacutesforo como P2 0 5 e 1 de K2 0 Poreacutem haacute uma

grande variaccedilatildeo na sua constituiccedilatildeo a qual dependeraacute do manejo animal atraveacutes das

camas finalidade da criaccedilatildeo e natureza das camas (Morselli 2002)

2412 Resiacuteduos de origem vegetal

A mateacuteria orgacircnica pode ser preservada no solo por vaacuterios processos seja pela

simples incorporaccedilatildeo de resiacuteduos de culturas rotaccedilatildeo de culturas adubaccedilatildeo verde ou

18

pela adiccedilatildeo de materiais orgacircnicos capazes de elevar e manter a produtividade do solo

Da decomposiccedilatildeo dos resiacuteduos orgacircnicos adicionados ao solo resulta a liberaccedilatildeo de

grande quantidade de nutrientes principalmente o nitrogecircnio o potaacutessio e o enxofre

Aleacutem disso diversos atributos quiacutemicos e fiacutesicos do solo satildeo alterados pela

decomposiccedilatildeo desses resiacuteduos destacando-se o aumento da capacidade de troca de

caacutetions o aumento da retenccedilatildeo de aacutegua a melhoria da estabilidade dos agregados e da

aeraccedilatildeo (Fraser1963 Malavolta 1981 Mello et al 1983 Bonilla 1992)

Segundo Purcino (1981) quando a relaccedilatildeo CN eacute menor que 30 como no caso do

esterco de curral ou da palha de leguminosas a disponibilidade de nitrogecircnio eacute

imediata mas acima deste valor ocorre imobilizaccedilatildeo crescente deste nutriente Por esse

motivo estes materiais devem ser submetidos a uma degradaccedilatildeo bioloacutegica antes de

serem adicionados ao solo

25 Biofertilizantes

No Brasil ocorrem problemas crescentes com materiais derivados de sistemas

intensivos de criaccedilatildeo animal que acumulam resiacuteduo^ orgacircnicos com graves problemas

de contaminaccedilatildeo de cursos de aacutegua que na maioria das vezes se acumulam em um

uacutenico lugar e natildeo satildeo reciclados (Viglizzo 1995)

Visando amenizar tais situaccedilotildees os meacutetodos alternativos de adubaccedilatildeo controle de

doenccedilas pragas e plantas indesejaacuteveis tecircm sido muito estudado Dentro dessa linha de

pesquisa destaca-se o uso de mateacuteria orgacircnica atraveacutes tanto de sua incorporaccedilatildeo ao

solo como de sua transformaccedilatildeo para uso posterior na forma de biofertilizantes

(Khatounian 1997 Bettiol et al 1997)

Na complexa e elevada comunidade microbiana dos biofertilizantes encontram-se

bacteacuterias fungos leveduriformes filamentosos e actinomicetos (Bettiol apud Penteado

1999)

O agregado de macro e micronutrientes periodicamente ativa e enriquece a

fermentaccedilatildeo O uso de farinha de rocha tem sido vantajoso por ter baixo custo

comparado com os sais concentrados e purificados aleacutem de trazer alguns elementos

traccedilos de vital importacircncia para os microrganismos do solo como por exemplo o Gaacutelio

o Iodo e o Vanaacutedio (M1BASA 199-) O agregado de farinha de rocha ou sais

purificados ao fermentado faz com que estes nutrientes passem a fazer parte dos

microrganismos ou dos produtos orgacircnicos liberados durante a fermentaccedilatildeo sendo que

19

o ataque dos microrganismos atraveacutes de suas enzimas consegue liberar os elementos natildeo

atacados pelos aacutecidos industriais (Pinheiro amp Barreto 2000)

Os biofertilizantes tecircm sido empregados na agricultura ecoloacutegica como adubo

foliar para aumentar a resistecircncia contra pragas e doenccedilas Aleacutem disso o processo de

produccedilatildeo eacute bastante simples e por isso eacute viaacutevel sua produccedilatildeo na propriedade desde que

tenha esterco disponiacutevel (Penteado 1999)

Bettiol et al (1997) verificaram a presenccedila de diferentes espeacutecies de fungos

fiacutelamentosos e leveduriformes e bacteacuterias entre elas Bacillus spp na comunidade

microbiana do biofertilizante produzido segundo meacutetodo adotado pelo Centro de

Agricultura Ecoloacutegica Ipecirc Os autores verificaram ainda uma reduccedilatildeo da comunidade

microbiana ao longo da digestatildeo reduccedilatildeo essa mais acentuada logo apoacutes o acreacutescimo

dos sais contendo micronutrientes A accedilatildeo dos sais pode ser tanto por aumento na

pressatildeo osmoacutetica quanto pelo efeito direto sobre os microrganismos Para o controle de

doenccedilas de plantas satildeo importantes a presenccedila dos metaboacutelitos produzidos pelos

organismos presentes no biofertilizante e os proacuteprios microrganismos vivos

Os microrganismos transformam o material orgacircnico (esterco soro de leite caldo

de frutas palhas restos industriais etc) e cinzas produzindo vitaminas aacutecidos e sais

complexos importantes para regular e tonificar o metabolismo das plantas impedindo o

desenvolvimento de pragas e doenccedilas (Pinheiro amp Barreto 2000)

Em estudos feitos com o biofertilizante liacutequido de bovinos foi observado a

presenccedila de inuacutemeros microorganismos como bacteacuterias leveduras e bacilos

principalmente do Bacillus subtilis Estes microorganismos sintetizam substacircncias

antibioacuteticas as quais demonstram ter grande accedilatildeo e eficiecircncia como substacircncias

fungiostaacuteticas e bacteriostaacuteticas de fitopatoacutegenos causadores de danos em lavouras

comerciais (Penteado 1999)

Aldrighi et al (2002) realizaram trabalho na UFPel relacionado agrave nutriccedilatildeo de

mudas de tomate (Floradade) produzidas no sistema ldquofloatingrdquo Utilizaram-se doses de

0 2 5 e 10 para o biofertilizante Super Magro e 0 e 1 para a urina de vaca

Concluiacuteram que estes natildeo interferem na produccedilatildeo das mudas e que provavelmente foi

influenciado pelo substrato utilizado (vermicomposto 75 e casca de arroz carbonizada

25) bem como o sistema de produccedilatildeo (floating)

Paglia et al (2002) citam que eacute possiacutevel produzir mudas de tomate (cultivar

Floradede) utilizando urina de vaca e biofertilizante Super Magro na aacutegua em sistema

ldquofloatingrdquo em trabalho realizado na UFPel O uso da urina de vaca a 1 e 5 e

20

biofertilizante Super Magro a 6 proporcionam uma elevaccedilatildeo do foacutesforo bem como o

Super Magro a 6 eleva os teores de Mg e Ca na aacutegua

251 Urina de vaca

As urinas de vaca contecircm nutrientes favoraacuteveis ao bom desenvolvimento das

plantas como potaacutessio soacutedio nitrogecircnio enxofre magneacutesio caacutelcio foacutesforo e traccedilos de

outros elementos Nas plantas funciona como um fertilizante natural tomando-as mais

resistentes ao ataque das pragas e doenccedilas Satildeo encontradas tambeacutem na urina outras

substacircncias como fenoacuteis e principalmente o catecol que esta associado agrave recuperaccedilatildeo

de plantas atacadas por fitopatoacutegenos por ser um produto anti-seacuteptico (Penteado 1999)

Para seu emprego a urina receacutem coletada deve ser armazenada sob condiccedilotildees

ambientais por trecircs dias para que se forme amocircnio importante produto a ser absorvido

pelas plantas Recomenda-se ainda que o armazenamento deva ser feito em recipiente

fechado para que natildeo ocorram perdas de nitrogecircnio Desta forma poderaacute permanecer

por ateacute um ano sem comprometer sua eficiecircncia

Em hortaliccedilas o uso da urina de vaca eacute recomendado em pulverizaccedilotildees foliares

semanais na concentraccedilatildeo de 05 para tomateiro pimentatildeo pepino feijatildeo vagem e

couve ou quinzenais a 1 para as culturas do quiabeiro jiloeiro e berinjela Para

fruteiras em geral a primeira aplicaccedilatildeo deve ser na concentraccedilatildeo aproximada de 5

realizada diretamente no solo e mensalmente devem ser realizadas pulverizaccedilotildees

foliares a 1 para plantas jovens e a 5 para plantas adultas (Penteado 1999)

Na aplicaccedilatildeo foliar deve-se ter cuidado com folhas e brotos novos e considerar que

o uso contiacutenuo pode ser toacutexico podendo afetar o solo causando a sua acidificaccedilatildeo

(Penteado 1999)

Na Estaccedilatildeo Experimental da PESAGRO no municiacutepio de Macaeacute Rio de Janeiro

estaacute se utilizando a urina de vaca leiteira Os pesquisadores descobriram que a urina de

vaca em lactaccedilatildeo produzia o efeito de recuperar plantas de abacaxi atacadas por uma

doenccedila conhecida como ldquofusairioserdquo Essa doenccedila quando ataca o abacaxi causa

perdas de ateacute 70 da safra Todos os agrotoacutexicos testados natildeo conseguiram controlar a

doenccedila Isto eacute um exemplo para que a universidade tenha uma nova percepccedilatildeo (Capra

1996) adotando medidas efetivas que contribuam na transiccedilatildeo agroecoloacutegica Com o

uso da urina de vaca leiteira numa lavoura de abacaxi atacada pela fusariose observou-

se agrave recuperaccedilatildeo do stand e os frutos produzidos apresentaram excelente padratildeo

21

comercial Descobriu-se que aleacutem funcionar como adubo e defensivo natural a urina de

vaca leiteira tambeacutem favorece a floraccedilatildeo de muitas plantas e pode ser usada no

tratamento de frutos e tubeacuterculos depois da colheita

A urina de vaca em lactaccedilatildeo tambeacutem estaacute sendo usada nas lavouras de cafeacute em

plantaccedilotildees de maracujaacute coco alface e outras hortaliccedilas Na regiatildeo centro-sul do Paranaacute

os agricultores estatildeo aplicando a urina de vaca leiteira nas lavouras de feijatildeo soja

batata cebola e milho (Penteado 1999)

252 Alhol

A maioria dos defensivos alternativos tais como calda bordalesa sulfocaacutelcica

aacutegua de cinza e cal biofertilizante enriquecido extrato de fumo entre outros precisa

ser misturada com um espalhante adesivo para quebrar a tensatildeo superficial da gota e

propiciar um melhor molhamento das folhas e demais partes pulverizadas assegurando

uma absorccedilatildeo mais efetiva e uma melhor accedilatildeo sobre as pragas e doenccedilas Quando as

gotas permanecem inteiras sobre a superfiacutecie folhar devido agrave falta de espalhante

adesivo pode-se danificar os tecidos vegetais pelc efeito-lente quando o sol incide

sobre elas Aleacutem disso a gota por natildeo se espalhar sobre toda superfiacutecie folhar

concentra nela e consequumlentemente sobre o tecido que estaacute em contato com ela uma

quantidade maior do produto aplicado Essa maior concentraccedilatildeo pode prejudicar a

absorccedilatildeo e lesionar os tecidos principalmente apoacutes a evaporaccedilatildeo da aacutegua contida na

gota por resultar em uma maior concentraccedilatildeo de sais no local especialmente quando se

aplicam por exemplo calda sulfocaacutelcica bordalesa biofertilizante enriquecido com

macro e micronutrientes (Claro 2001)

O alhol eacute um espalhante adesivo ecoloacutegico que tambeacutem auxilia no controle de

pragas E elaborado com aacutegua alho oacuteleo vegetal e sabatildeo neutro a partir da sabedoria

popular que menciona o alho como repelente de insetos Juacutenior Abreu amp Maiorano

(199-) indicam formulaccedilotildees contendo alho para o controle de pragas como nematoacuteides

(Meloidogyne incoacutegnita e M javanica) mosca do chifre lagarta na maccedilatilde pulgotildees

besouro da batata trips e para controle de doenccedilas fuacutengicas e bacterianas como miacuteldio

ferrugem fusariose helminthosporiose murchadeira (Pseudonamos solacearum)

bruzone do arroz (Pyricularia orysae) podridatildeo negra do repolho e couve-flor

(Xanthomonas campestris) Aleacutem disso o alho pelo seu bom teor em oacuteleo pode agir

tambeacutem como espalhante adesivo O sabatildeo tambeacutem eacute indicado como espalhante adesivo

22

e possui accedilatildeo contra certas pragas (pulgotildees) sendo que o oacuteleo vegetal eacute indicado no

controle de cochonilhas e usado como espalhante adesivo (Claro 2001)

253 Calda Bordalesa

A calda bordalesa eacute um tradicional defensivo agriacutecola que pode ser preparado na

propriedade com a mistura de sulfato de cobre cal virgem e aacutegua As concentraccedilotildees de

sulfato de cobre e cal satildeo distintas dependendo do objetivo do seu emprego

Geralmente diferem de acordo com o tipo de planta ou espeacutecie vegetal as condiccedilotildees

climaacuteticas o grau de infestaccedilatildeo da doenccedila e a fase de crescimento da planta Eacute indicada

para o controle de miacuteldio alternaacuteria botrytis e antracnose (Penteado 1999)

A calda bordalesa caracteriza-se pela sua importante accedilatildeo no controle de diversas

doenccedilas fungicas nas mais diversas espeacutecies de culturas Possui tambeacutem uma relativa

accedilatildeo bactericida e em alguns casos age como repelente de insetos Da mistura do

sulfato de cobre com a cal resulta uma soluccedilatildeo rica em macronutrientes e

micronutrientes Provavelmente os expressivos resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo da

calda bordalesa devam-se natildeo somente a sua accedilatildeo fuacutengica e bactericida mas sobretudo

agrave influecircncia positiva que exerce no metabolismo das plantas ativando o processo

enzimaacutetico e estimulando a proteossiacutentese aumentando a resistecircncia das plantas (Claro

2 0 0 1 ) caracteriacutestica fundamental na agricultura sustentaacutevel

254 Biofertilizante Super Magro

A calda Super Magro eacute produto da fermentaccedilatildeo de estercos animais enriquecidos

por micronutrientes e outros produtos de origem animal obtendo-se uma calda

biofertilizante para aplicaccedilatildeo foliar nas plantas (Penteado 1999) jaacute foram observados

bons resultados principalmente nas culturas de uva maccedila pecircssego tomate batata e

hortaliccedilas em geral

E indicado como fonte suplementar de micronutrientes para as plantas inibidor

de fungos e bacteacuterias causadores de doenccedilas e para aumentar a resistecircncia contra insetos

e aacutecaros (Penteado 1999) i

Muller (1999) avaliou a influecircncia do biofertilizante Super Magro sobre as

culturas de tomate (Lycopersicon esculentum Mill) ervilha (Pisum sativum L) e

beterraba (Beta vulgaris L) O autor obteve cultivos com baixa severidade de doenccedilas e

23

insetos fitoacutefagos possivelmente por causa do manejo orgacircnico de produccedilatildeo Os

resultados das pulverizaccedilotildees das soluccedilotildees foliares variaram conforme a cultura e o

clima

255 Biofertilizante MB4

A utilizaccedilatildeo das farinhas de rochas eacute uma das teacutecnicas mais modernas usadas nos

uacuteltimos anos na agricultura O elevado nuacutemero de nutrientes contidos no MB4 como

cobre zinco manganecircs cobalto soacutedio alumiacutenio silicatos de magneacutesio ferro e caacutelcio

acompanhado de foacutesforo potaacutessio e enxofre reagem com a soluccedilatildeo do solo liberando

elementos essenciais ao desenvolvimento da vida microbiana os quais exercem um

papel fundamental atraveacutes de transformaccedilotildees quiacutemicas e do equiliacutebrio bioloacutegico

favorecendo o desenvolvimento sadio das plantas (Pinheiro amp Barreto 2000)

24

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

31 Local de execuccedilatildeo do experimento

O presente trabalho foi conduzido no Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul

(FEPAGROSUL) no municiacutepio de Rio Grande nlt periacuteodo de 15 de maio a 26 de

agosto de 2 0 0 2

O solo eacute classificado como ldquoTuiardquo satildeo muito arenosos As massas aquaacuteticas do

Oceano Atlacircntico e Lagoa dos Patos influenciam ventos temperatura pressatildeo umidade

relativa e demais fatores climaacuteticos A topografia da regiatildeo litoracircnea eacute plana com

lenccediloacuteis freaacuteticos superficiais

32 Anaacutelise estatiacutestica

O experimento foi constituiacutedo em fatorial 3X3 (Quadro 1) com quatro repeticcedilotildees

no delineamento blocos ao acaso As variaacuteveis respostas foram submetidas agrave anaacutelise de

variaccedilatildeo e ao teste de Duncan a 5 de probabilidade para comparaccedilatildeo das meacutedias

utilizando-se o sistema SANEST (Zonta amp Machado 1984)

As anaacutelises estatiacutesticas das variaacuteveis estudadas encontram-se nos Apecircndices C D

Os resultados das respostas agronocircmicas e das determinaccedilotildees dos conteuacutedos dos

macronutrientes bem como os de raiz estatildeo nas tabelas de 1 a 3

25

As diferentes adubaccedilotildees seratildeo representadas durante a discussatildeo da seguinte

forma 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e EC

(60 t ha 1 de esterco de curral) 1 VB+SM+U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais

super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+SM+U+CB (45 t ha 1 de

vermicomposto mais super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa)

EC+SM+U+CB (60 t ha 1 de esterco de curral mais super magro mais urina de vaca

mais calda bordalesa) 1 VB+MB4 +U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais MB4 mais

urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+MB4 +U+CB (45 t ha 1 de vermicomposto

mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa) EC+MB4 +U+CB (60 t ha 1 esterco

de curral mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa)

QUADRO 1 Descriccedilatildeo dos fatores experimentais e respectivos niacuteveis

Niacuteveis Fator 1 ADUBACcedilAtildeO DE BASE

0 1 Vermicomposto (30 t ha1)

0 2 Vermicomposto (45 t ha1)

03 Esterco de curral (60 t ha1)

Niacuteveis Fator 2 BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS

0 1 Super magro (5) + Urina de Vaca + Calda Bordalesa

0 2 MB4 (10) + Urina de vaca + Calda Bordalesa

03 Ausecircncia (testemunha)

33 Tratamentos

Da combinaccedilatildeo entre niacuteveis e fatores foram obtidos 9 tratamentos que estatildeo

descritos no Quadro 2 bem como as doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

26

QUADRO 2 Tratamentos e doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

TRATAMENTOS

Ndeg FATOR I FATOR II

0 1 30 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

0 2 30 t harsquo de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

03 30 t ha de vermicomposto - - -

04 45 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

05 45 t ha de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

06 45 t ha de vermicomposto - - -

07 60 t hade esterco Super Magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

08 60 t hade esterco MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

09 60 t hade esterco - - -

Cada parcela foi constituiacuteda por dois canteiros medindo 1 m de largura x 2 m de

comprimento perfazendo 075 m de aacuterea de aacuterea uacutetil (025 m de bordadura) Foi

utilizando semeadura a lanccedilo com densidade de 24 g canteiro1

O vermicomposto a urina de vaca o esterco de curral o alhol os biofertilizantes e

a calda bordalesa foram de procedecircncia do Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul O

vermicomposto de esterco bovino misturado agraves cascas de frutas foi processado pela

minhoca vermelha califomiana Eisenia foetida)

O biofertilizante Super Magro foi elaborado segundo a metodologia descrita pela

FEPAGROSUL utilizando-se os seguintes componentes 190 litros de aacutegua 22 litros

de leite 55 Kg de accediluacutecar mascavo 30 Kg de esterco fresco de bovinos 2 Kg de

Sulfato de zinco 2 Kg de sulfato de magneacutesio 2 Kg de cloreto de caacutelcio 1 Kg de aacutecido

boacuterico 300 g de sulfato de cobre 300 g de sulfato de ferro 300 g de sulfato de

manganecircs 100 g de molibdato de soacutedio 50 g de sulfato de cobalto 3 Kg de fosfato

natural 3 Kg de cinza e 200 g de farinha de osso

A urina de vaca em lactaccedilatildeo foi coletada pela manhatilde e armazenada em recipiente

fechado por trecircs dias em condiccedilotildees ambientais para que se formasse a amocircnia e natildeo

ocorresse perda de nitrogecircnio

28

Realizaram-se duas capinas manuais durante o experimento e em seguida como

cobertura se colocou casca de arroz Tambeacutem foi aplicado esterco de aves 30 dias antes

da colheita na quantidade de 05 Kg canteiro 1 como adubaccedilatildeo de cobertura

As pulverizaccedilotildees com os produtos iniciaram apoacutes 15 dias da germinaccedilatildeo

Realizou-se sete aplicaccedilotildees sendo que as duas primeiras foram feitas apenas com

Super Magro e MB4 Na terceira e na quarta aplicaccedilatildeo utilizou-se urina de vaca e calda

bordalesa em concentraccedilotildees menores (05 e 025 respectivamente) e na quinta

aplicaccedilatildeo as dosagens de urina de vaca e calda bordalesa foram elevadas para 1 0 e

05 respectivamente ateacute o final do experimento O alhol foi utilizado a partir da

terceira pulverizaccedilatildeo na quantidade de 2 e seguiu ateacute o final no dia 26 de agosto

quando as mudas foram colhidas e posteriormente analisadas as variaacuteveis

35 Observaccedilotildees agronocircmicas

Foram utilizadas 20 mudas de cebola para obtenccedilatildeo das meacutedias das variaacuteveis as

quais foram as seguintes

351 Fitomassa fresca da parte aeacuterea e raiacutezes

Foi realizada atraveacutes de uma balanccedila digital procedendo-se a pesagem de 20

mudas de cebola previamente lavadas e posteriormente secadas durante uma hora sobre

um tecido de algodatildeo agrave temperatura ambiente Processo idecircntico foi adotado com as

raiacutezes

352 Fitomassa seca da parte aeacuterea e raiacutezes

Esta variaacutevel foi obtida a partir da secagem preliminar em estufa de ar forccedilado

durante 48 horas a 65 C ateacute peso constante com posterior pesagem em balanccedila

analiacutetica

353 Altura da muda

A altura de muda foi medida a partir do colo das plantas ateacute sua uacuteltima folha

(ponto de crescimento) com uma reacutegua graduada de 40 cm

29

354 Diacircmetro do colo das plantas

Esta medida foi realizada no ponto de transplante a 2 mm das raiacutezes e utilizando-

se um paquiacutemetro SOMET

355 Sistema radicular

Ao teacutermino do experimento foram retiradas as raiacutezes das mesmas plantas que foram

utilizadas para as determinaccedilotildees realizadas na parte aeacuterea procedendo-se uma amostra

de solo com raiacutezes de 2 0 cm de largura x 2 0 cm de comprimento e 2 0 cm de altura

totalizando 8000 cm3

As raiacutezes apoacutes serem lavadas em aacutegua corrente foram pesadas acondicionadas em

sacos plaacutesticos e congeladas para posteriores anaacutelises pelo meacutetodo de Tennant (1975)

para a determinaccedilatildeo do comprimento e densidade

3551 Comprimento de raiz

Utilizou-se para a determinaccedilatildeo do comprimento de raiz as seguintes foacutermulas

1 = ndeg x 1114 x 1 onde

1 - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 0 0 2 g

ndeg - nuacutemero de intercessotildees das raiacutezes com os lados da quadriacutecula da malha do

aparelho

1114 - constante

1 - medida lateral da quadriacutecula em cm

Tomando-se a fiacutetomassa seca e o comprimento da raiz da cada amostra

relacionou-se com a fiacutetomassa seca e o comprimento total da raiz da planta aplicando-

se a seguinte equaccedilatildeo

L = (FSR x 1) FSPA onde

L - comprimento total da raiz da planta (m)

FSR - fiacutetomassa seca de raiz

FSPA - fiacutetomassa seca da parte aeacuterea

L - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 002g

3552 Densidade de raiz

A densidade foi determinada pela foacutermula

D = L 8000 onde

D - densidade de raiacutezes (m cm3)

30

L - comprimento total de raiacutezes (m)

8 0 0 0 - volume da amostra (cm3)

3553 Razatildeo parte aeacutereasistema radicular

Este paracircmetro foi obtido pela equaccedilatildeo

RPASR = FSPA FSR onde

RPASR - razatildeo parte aeacuterea sistema radicular

FSPA - fitomassa seca da parte aeacuterea

FSR - fitomassa seca do sistema radicular

36 Determinaccedilatildeo de macronutrientes no tecido vegetal

Os macronutrientes nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio foram

determinados no laboratoacuterio de Fertilidade e Anaacutelise de Plantas do Departamento de

Solos da UFPel atraveacutes dos meacutetodos descritos por Tedesco amp Gianello (1996)

31

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 Anaacutelise das variaacuteveis

A anaacutelise da variaccedilatildeo mostrou que houve diferenccedila significativa na interaccedilatildeo entre

os fatores de adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes liacutequidos com exceccedilatildeo da variaacutevel altura

de planta para a qual somente a adubaccedilatildeo de base mostrou-se significativa (Apecircndices

C D e E Tabelas 1C 1D e 1E)

411 Anaacutelise da parte aeacuterea

Na Tabela 1 destacaram-se as adubaccedilotildees EC+SM+U+CB EC+MB4 +U+CB e EC

que diferiram significativamente das demais adubaccedilotildees para as variaacuteveis fiacutetomassa

fresca da parte aeacuterea (FFPA) fiacutetomassa seca da parte aeacuterea (FSPA) altura de planta

(AP) e diacircmetro do colo (DC)

32

TABELA 1 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

30 t ha de vermicomposto 7015 c A45 t halsquo de vermicomposto 7824 b B60 t ha de esterco de curral 12248 a C

30 t ha de vermicomposto 667 c A45 t ha de vermicomposto 752 b A60 t ha de esterco de curral 1150a C

30 t ha de vermicomposto 2975 b A45 t harsquo de vermicomposto 2775 b A60 t ha de esterco de curral 3600 a B

30 t ha de vermicomposto 631 b A45 t ha de vermicomposto 6 2 2 b B60 t ha de esterco de curral 741 a C

-Fitomassa fresca (g)----------------6270 c B 6885 b A8832 b A 6308 c C

15082 a A 13934 a BmdashFitomassa seca (g)----------------

625 c A 655 b A830 b A 607 b B

1345 a A 1262 a B-Altura de planta (cm)----------------

2950 b A 3050 b A2937 b A 2950 b A 3975 a A 3622 a B

-Diacircmetro de colo (mm)---------------592 c B 599 b B 657 b A 609 b B 819a A________ 793a B

Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

O efeito positivo do esterco bovino pode ser atribuiacutedo agraves melhorias nas condiccedilotildees

fiacutesicas do solo por ele proporcionado Segundo Primavesi (1982) e Compagnoni amp

Putzolu (1985) o esterco bovino apresenta propriedades condicionadoras do solo dando

agraves plantas melhores condiccedilotildees de desenvolvimento elevando sobremaneira os

conteuacutedos de fitomassa fresca das plantas que refletiratildeo nas demais respostas

agronocircmicas

Analisando as adubaccedilotildees de base em relaccedilatildeo aos biofertilizantes observa-se que

para os tratamentos 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) - natildeo houve influecircncia dos

biofertilizantes para as variaacuteveis FSPA e AP enquanto destacou-se o SM+U+CB para o

DC e SM+U+CB e ausecircncia da adubaccedilatildeo liacutequida para a FFPA mostrando que o uso

dos biofertilizantes natildeo influenciou esta variaacutevel 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) -

verificou-se a eficiecircncia do uso do MB4 +U+CB para as variaacuteveis FFPA e DC Para a

variaacutevel FSPA destacaram-se os dois biofertilizantes utilizados jaacute para AP natildeo houve

33

influecircncia destes EC (60 t ha 1 de esterco de curral) - em todas as variaacuteveis observadas

na tabela 5 as respostas foram significativas utilizando MB4 +U+CB

As respostas encontradas no presente trabalho para as variaacuteveis AP e FSPA foram

superiores as obtidas por Dalponte (1990) quando utilizado 0 esterco de curral para

produccedilatildeo de mudas de cebola

Segundo Filgueira (2000) os solos da regiatildeo produtora de cebola do RS satildeo

pobres em foacutesforo disponiacutevel (15 mg Kg1) necessitando portanto de adubaccedilotildees

fosfatadas elevadas As respostas aqui obtidas podem ser justificadas pelos teores de

foacutesforo contido no MB4

Follet et al (1981) citam a importacircncia do uso de compostos orgacircnicos no solo

enfatizando os estercos no sentido da decomposiccedilatildeo continuada no fornecimento de

nutrientes e na liberaccedilatildeo lenta e gradual de aacutecidos orgacircnicos influenciando a liberaccedilatildeo

do foacutesforo O que provavelmente pode ser atribuiacutedo agraves respostas encontradas no

presente trabalho para 0 tratamento Esterco de curral mais MB4 e Urina mais Calda

Bordalesa

E importante destacar que 0 sistema de produccedilatildeo de mudas de cebola sob uma

perspectiva agroecoloacutegica mostra-se eficiente quando visualmente natildeo percebe-se

diferenccedila significativa entre os tratamentos (Apecircndice F Figura 2)

Conveacutem ressaltar que quando trabalhamos com agroecologia natildeo existem

receitas nem pacotes tecnoloacutegicos prontos Cada situaccedilatildeo deveraacute ser estudada em

particular para que se faccedila recomendaccedilotildees adequadas ao ambiente local uma vez que

as plantas se adaptam ao meio estando a nutriccedilatildeo encarregada de proteger e manter o

equiliacutebrio do organismo vegetal em funccedilatildeo das alteraccedilotildees externas

E fundamental que se compreenda os princiacutepios norteadores de todo o processo

que satildeo as bases da luta por uma sociedade mais justa dentro de um mundo econocircmico e

ambientalmente mais sustentaacutevel

412 Anaacutelise do sistema radicular

Os resultados obtidos nas anaacutelises do sistema radicular (Tabela 2) mostram

diferenccedilas significativas entre as adubaccedilotildees para as variaacuteveis fitomassa fresca de raiz

(FFR) fitomassa seca de raiz (FSR) comprimento de raiz (CR) razatildeo parte

aeacutereasistema radicular (RPASR) e densidade de raiz (DR)

34

TABELA 2 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade de

raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAO DE BASE

S Magro + MB4 +Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

1540 c A 1576 b B 2427 a A

Fitomassa fresca (g)----------------1502 c B 1517 b AB 1658 b A 1446 c C 2336 a B 2360 a B

--------------------Fitomassa seca (g)-------------------196 b A 207 ab A 170 b A170 b A 199 b A 192 b A 344 a A 249 a B 327 a A

Comprimento de raiz(cm)---------------1237 b A 1158 b A 1158 a A1237 b A 1060 c B 1040 b B1433 a A 1296 a B 1040 b C

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t halsquo 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha de vermicomposto 45 t ha de vermicomposto60 t ha~ de esterco de curral__________________________ _________________________Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

-----Razatildeo Parte AeacutereaSistema Radicular------340 b AB 301c B 384 a A446 a A 415 b A 326 a B339 b B 546 a A 388 a B

-------------- Densidade de raiz (m cm3)------------367 a AB 414 a A 325 b B282 b B 301b B 405 a A347 ab A 231c B 324 b A

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base destacou-se o EC (60 t ha 1 de esterco de curral)

para as variaacuteveis FFR e FSR Quando adicionado o SM+U+CB os resultados para FFR

foram ainda melhores bem como o CR As respostas obtidas para a RPASR foram

variadas em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees apresentando melhores resultados para 15 VB (45 t

ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB e ainda melhor para EC (60 t ha 1 de esterco de

curral)+MB4 +U+CB As adubaccedilotildees de base 1 VB 15 VB e EC natildeo diferiram entre si

As adubaccedilotildees mais eficientes para a variaacutevel DR foram 1 VB+SM+U+CV que natildeo

diferiu da EC+SM+U+CB I VB+ MB4 +U+CB e agrave 15 VB foram melhores entre as

demais

35

Analisando os biofertilizantes em relaccedilatildeo a cada adubaccedilatildeo de base verifica-se que

para a 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB destaca-se a variaacutevel FFR

poreacutem sem diferenccedila significativa de 1 VB os melhpres resultados para a variaacutevel DR

foram encontrados pelo tratamento 1 VB+MB4 +U+CB e 15 VB (45 t ha 1 de

vermicomposto) tambeacutem se considera eficiente o 1 VB+SM+U+CB que natildeo diferiu do

EC (esterco de curral) Quando se utilizou 15 VB+ MB4 +U+CB houve resposta

significativa para a variaacutevel FFR para FSR as respostas natildeo foram diferentes com a

aplicaccedilatildeo dos biofertilizantes para as variaacuteveis FSR e DR as adubaccedilotildees EC e

EC+SM+U+CB natildeo diferiram entre si

Embora as respostas estatiacutesticas tenham sido diferentes para as adubaccedilotildees

combinadas ou natildeo pode-se salientar a importacircncia do aacutecido indol-aceacutetico como jaacute

citado anteriormente para as variaacuteveis avaliadas na parte aeacuterea das mudas de cebola

Respostas semelhantes nesse sentido foram encontradas para a cultura da alface por

Quijano (1999) e Morselli (2001)

Pereira et al (2002) concluiacuteram em trabalho realizado com a cultivar de cebola

CNPF1 6400 em Minas Gerais que a utilizaccedilatildeo de 20 t ha de esterco de curral

proporcionou os melhores resultados para a produccedilatildeo de cebola

Silva Juacutenior amp Giorgi (1992) e Menezes Juacutenior (1998) citam que doses elevadas

de mateacuteria orgacircnica podem prejudicar a primeira fase da germinaccedilatildeo (embebiccedilatildeo) e

absorccedilatildeo de aacutegua pelas raiacutezes das placircntulas No entanto no presente trabalho este fato

natildeo ocorreu embora a dose de esterco utilizada tenha sido de 60 t ha 1 (dose maacutexima

recomendada segundo Nolla 1982)

413 Anaacutelise de macronutrientes no tecido vegetal

Os resultados dos conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio no

tecido vegetal sob diferentes adubaccedilotildees encontrados na Tabela 3 indicam mais uma

vez a superioridade da adubaccedilatildeo esterco com 0 uso ou natildeo de biofertilizantes

36

TABELA 3 Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob

uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS i J B

ADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesamg plantas1

---- Nitrogecircnio-----30 t ha de vermicomposto 16593 c AB 15451 c B 19050 b A45 t ha de vermicomposto 21444 b A 22888 b A 17852 b B60 t ha de esterco de curral 32606 a C 37593 a B 40816 a A

--------------- ------ Foacutesforo------- -------------30 t ha de vermicomposto 3098 c B 2802 c B 3999 b A45 t ha de vermicomposto 4109 b A 4135 b A 2788 c B60 t ha de esterco de curral 5300 a B 7577 a A 7565 a A

------- Potaacutessio------30 t ha de vermicomposto 24327 c A 19900 c B 24965 b A45 t ha de vermicomposto 29113b A 29812 b A 22031 b B60 t ha de esterco de curral 44070 a B 51976 a A 54101 a A

-------- Caacutelcio-------30 t ha de vermicomposto 5027 c A 4356 c A 4834 b A45 t ha de vermicomposto 6114b A 6963 b A 4379 b B60 t ha de esterco de curral 9030 a C 11451 a A 10331 a B

------Magneacutesio-----30 t ha de vermicomposto 1188 b A 914 c A 1202 b A45 t ha de vermicomposto 1231 b B 1582 b A 1176 b B60 t ha de esterco de curral 2136a B 2443 a A 2663 a AMeacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base observa-se que o melhor tratamento foi o

esterco de curral para todas as variaacuteveis Para 1 VB (30 t ha^ 1 de vermicomposto) natildeo

houve resposta diferenciada com o uso de bofertilizantes para todas as variaacuteveis A

adubaccedilatildeo 15 VB (45 t ha 1 de vemicomposto) foi influenciada pelos biofertilizantes

para as variaacuteveis N P K e Ca enquanto que para Mg somente o MB4+U+CB o

influenciou O EC (esterco de curral) mostrou diferenccedila significativa apenas para as

variaacuteveis Ca e Mg quando adicionado MB4+U+CB

Segundo Peixoto (2000) eacute fundamental a adiccedilatildeo de adubos orgacircnico no cultivo de

hortaliccedilas seja na forma de esterco decomposto composto ou huacutemus de minhoca de

37

modo a fornecer melhorias nas propriedades do solo vindo a disponibilizar os nutrientes

as diferentes culturas

O esterco fresco conteacutem muita cama celuloacutesica e um elevado teor de aacutegua No

esterco curtido a celulose jaacute estaacute decomposta o teor de aacutegua estaacute reduzido agrave metade e os

nutrientes em uma forma mais assimilaacutevel e mais concentrada O esterco fresco pode

causar uma deficiecircncia temporaacuteria de nitrogecircnio no solo ao se decompor o que natildeo

acontece com o biestabilizado (Kiehl 1985)Ocorre uma diminuiccedilatildeo inicial no volume

de aacutegua retido no esterco de curral diminui inicialmente em tomo de 3581 liberando

posteriormente somente 496 evidenciando a sua capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua

(Menezes Juacutenior 1998)

A utilizaccedilatildeo continuada de adubos nitrogenados minerais no solo altera o balanccedilo

do nitrogecircnio entre o solo e planta No meacutetodo biodinacircmico eacute sublinhada a importacircncia

dos adubos animais para o estabelecimento da fertilidade permanente dos solos (Koeff

et al 1983)

Para Guimaratildees (1997) os benefiacutecios que a mateacuteria orgacircnica imprime ao solo

principalmente melhorando a produtividade fertilidade e a influencia que as substancias

huacutemicas exercem sobre o ambiente dependem da qualidade e do teor de mateacuteria

orgacircnica do solo Estas substacircncias por conterem nutrientes em sua constituiccedilatildeo em uma

forma mais disponiacutevel para as plantas promovem um equiliacutebrio no ambiente no solo

(Kononova 1966)

Aproximadamente de 60 a 70 do total de carbono do solo ocorre na forma de

materiais huacutemicos (Griffith amp Schnitzer 1975) sendo a eles atribuiacutedo a manutenccedilatildeo da

bioestrutura do solo aumentando a capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua (Brady 1999)

Conforme Compagnoni amp Putzolu (1985) os estercos bem como os demais

resiacuteduos orgacircnicos apresentam conteuacutedos diferentes de aacutecidos huacutemicos e fuumllvicos sendo

atribuiacutedo ao acido huacutemico uma accedilatildeo fitoestimulante semelhante aos fitohormocircnios por

favorecer o desenvolvimento do sistema radicular e crescimento do caule

Em trabalho realizado por Guimaratildees (1997) foi encontrado para aacutecidos huacutemicos

de esterco bovino uma relaccedilatildeo CN 1035 e para vermicomposto bovino 17

evidenciando que o esterco quando aplicado ao solo por apresentar uma relaccedilatildeo CN

proacutexima deste reage mais facilmente liberando nutrientes para as plantas sem alterar a

cadeia troacutefiacuteca Dados encontrados no presente trabalho demonstram a eficiecircncia do

esterco nesse sentido

38

De acordo com Morselli (2001) vaacuterios trabalhos citam comentam e discutem a

capacidade dos vermicompostos em proporcionar oacutetimas colheitas e favorecer a

precocidade das plantas cultivadas Poreacutem muitas vezes se observa que mesmo

suprindo essas plantas com nutrientes necessaacuterios atraveacutes de huacutemus de diferentes fontes

as respostas natildeo satildeo as mesmas para uma mesma cultivar

Por outro lado os resultados com o uso de substacircncias huacutemicas satildeo variaacuteveis e

dependem aleacutem da espeacutecie testada das substacircncias huacutemicas utilizadas sua

concentraccedilatildeo o grau de purificaccedilatildeo e das condiccedilotildees experimentais A resposta das

plantas aos aacutecidos huacutemicos e fuacutelvicos eacute dependente da mateacuteria prima original e da

espeacutecie vegetal pois materiais orgacircnicos diferentes apresentam aacutecidos huacutemicos e

fuacutelvicos diferentes (Businelli 1990)

Justificam-se os maiores conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio e caacutelcio nas

adubaccedilotildees 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e biofertilizantes devido

provavelmente ao vermicomposto utilizado apresentar na sua constituiccedilatildeo teores

consideraacuteveis destes elementos aleacutem do que os biofertilizantes possam ter influenciado

na absorccedilatildeo atraveacutes de sua constituiccedilatildeo Tibau (1984) considera que a urina de vaca eacute

rica em aacutecido indol-aceacutetico e este influencia na absorccedilatildeo radicular O efeito positivo

deste tratamento provavelmente seja devido agrave quantidade aplicada

O biofertilizante que se destacou foi o MB4+U+CB em relaccedilatildeo ao EC (esterco de

curral) e eacute somente para a variaacutevel caacutelcio Isto provavelmente seja devido ao alto teor

deste elemento encontrado na sua constituiccedilatildeo (6872 g Kg1) e pela influecircncia positiva

que a calda bordalesa exerce no metabolismo das plantas atraveacutes dos nutrientes

contidos em sua formulaccedilatildeo O Ca controla a absorccedilatildeo radicular e retorna ao solo pelo

esterco e palhas por apresentar-se em maior quantidade em folhas e caules Depois de

localizado nas folhas fica imoacutevel favorecendo a resistecircncia da planta ao ataque de

fungos

Este trabalho avanccedila no estudo da agroecologia estando claro que todos os

criteacuterios tem caraacuteter dinacircmico de adequaccedilatildeo as mudanccedilas de um sistema de produccedilatildeo

em evoluccedilatildeo contribuindo na transiccedilatildeo para um padratildeo sustentaacutevel Cabe a pesquisa a

reorientaccedilatildeo para um enfoque ldquosistecircmicordquo isto eacute que permita integrar os diversos

componentes de um agroecossistema e a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas que promovam 0

fortalecimento e a expansatildeo da agricultura familiar

39

5 CONCLUSOtildeES

Considerando os resultados obtidos e as condiccedilotildees em que o estudo foi realizado

conclui-se que

bull As respostas agronocircmicas das mudas de cebola para os paracircmetros avaliados

satildeo mais satisfatoacuterias com a aplicaccedilatildeo de esterco de curral como adubaccedilatildeo de

base

bull Os biofertilizantes mais urina de vaca e calda bordalesa proporcionam

respostas satisfatoacuterias quando aplicados associados agraves adubaccedilotildees de base

bull O biofertilizante MB4 mais urina de vaca e calda bordalesa eacute mais eficiente

que o super magro mais urina e calda bordalesa quando aplicado associado agrave

adubaccedilatildeo de base esterco de curral para os conteuacutedos de fitomassa secae

fresca da parte aeacuterea das plantas altura e diacircmetro de colo das mudas de

cebola

bull Os biofertilizantes adicionados agrave adubaccedilatildeo de base 45 t harsquo 1 de vermicomposto

bovino mostram respostas significativas para os conteuacutedos de fitomassa seca

bull Os maiores conteuacutedos nutricionais para as mudas de cebola satildeo

proporcionados pela adubaccedilatildeo de base esterco de curral

bull A maior absorccedilatildeo de caacutelcio pelas mudas de cebola ocorre quando da adiccedilatildeo do

biofertilizante MB4 mais urina e calda bordalesa agrave adubaccedilatildeo de base esterco de

curral

40

6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ALDRIGHI CB ABREU CM PAGLIA AG MORSELLI TBGA FERNANDES HS Efeito da aplicaccedilatildeo de biofertilizante e urina de vaca em mudas de tomateiro Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

ALTIERI M NICHOLLS C I Agroecologia Teoria praacutectica para umaAgricultura Sustentable Ia ed PNUMA 2000 Cap 2 4 Seacuterie textos baacutesicos para la formacioacuten ambiental

ALTIERI M Agroecologia bases cientiacuteficas para uma agricultura sustentaacutevelGuaiacuteba Agropecuaacuteria 2002 592 p

ANTONIOLLI Z I GIRACCA E M N CARDOSO S J T WIETHAN M M S FERRI M Iniciaccedilatildeo agrave Minhocultura Criaccedilatildeo em Cativeiro e Vermicompostagem Santa Maria UFSM 1996 p59-89

BAYER C MIELNICZUC J Dinacircmica e funccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica In SANTOS G de A S e CAMARGO F A de O (ed) Fundamentos da mateacuteria orgacircnica do solo ecossistemas tropicais e subtropicais Porto Alegre Genesis 1999 p 3-23

BARRETTO D X Composto Orgacircnico In Praacutetica em Agricultura Orgacircnica Satildeo Paulo iacutecone Ed Ltda 1985 p 51-63

BETTIOL W Alguns produtos alternativos para o controle de doenccedilas de plantasem agricultura orgacircnica II Ciclo de palestras sobre agricultura orgacircnica Instituto Bioloacutegico Satildeo Paulo p52-63 1997

41

BETTIOL W TRACH R GALVAtildeO JAH Controle de doenccedilas de plantas com biofertilizantes Jaguariuacutena EMBRAPA-CNPMA 1997 22p (EMBRAPA- CNPMA Circular Teacutecnica 02)

BRADY N C Natureza e propriedades dos sotos Rio de Janeiro Freitas BastosS A 1979 647p

BRADY N C Organisms and ecology of the soil In The nature of properties of soils Simon amp Schuster A Viacon Company New Jersey1999 402-489p

BON1LLA J A Fundamentos da Agricultura Ecoloacutegica Sobrevivecircncia eQualidade de Vida Satildeo Paulo Nobel 1992

BUREacuteS S Substratos Ediciones Agroteacutecnicas S L Madrid Octubre 1997

BUS1NELLI M Chemical Composition and Enzymic Activity of some Worm Cast Plant Soil v 80 p 1-2 1990

CALEGARI A Espeacutecies para cobertura de solo In IAPAR (Instituto Agronocircmico de Paranaacute) Plantio Direto pequena propriedade sustentaacutevel organizador Moacir Darolt Londrina - PR 1998 65-93

CAMARGO P N D Manual de Adubaccedilatildeo Foliar Satildeo Paulo Herba 1975

CAPRA F A Teia da Vida Satildeo Paulo Cultrix 1997 256p

CAPRA F O Ponto de Mutaccedilatildeo 22 ed Satildeo Paulo Cultrix 2001 447p

CHABOUSSOU F Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da Trofobiose) Porto Alegre LPM 1987 253 p

CLARO S A Referencias tecnoloacutegicos para a agricultura familiar ecoloacutegica aexperiecircncia da Regiatildeo Centro-Serra do Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS-ASCAR 2001 250p

CLIVELA G Diagnoacutestico Agronocircmico da cebola no Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS 1995 8 6 p

COMISSAtildeO DE FERTILIDADE DO SOLO - RSSC Recomendaccedilotildees de adubaccedilatildeo e calagem para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina 3 ed Passo Fundo SBCS - Nuacutecleo Regional Sul 1995 223p

COMPAGNONI L PUTZOLU G Cria moderna de Ias lombrices y utilizacioacutenrentable dei humus Barcelona Editorial de Vecchi- SA 1985127p

COSTABEBER J A MOYANO E Transiccedilatildeo agroecoloacutegica e accedilatildeo social coletiva Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v l n4 p 50- 60 outdez 2 0 0 0

42

COSTA M B B da Adubaccedilatildeo orgacircnica Nova siacutentese e novo caminho para aagricultura Satildeo Paulo Ed iacutecone Ltda 1985 102p

COSTA NETO C Agricultura Sustentaacutevel Tecnologias e Sociedade In CARVALHO COSTA LF et al (org) Mundo Rural e Tempo Presente Rio de Janeiro Mauad 1999

DrsquoAG0ST1NI R L FANTINI A C Produccedilatildeo orgacircnica tambeacutem socialmente excludente Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v3 n l p57-61 2002

DALPONTE J C V Utilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos e fertilizante mineral na produccedilatildeo e qualidade de mudas e bulbos de cebola (Alliurn Cepa L) Pelotas-RS 1990 (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1990

DEBARBA J F THOMAZELLI L F GANDIN C L SILVA E Cadeias produtivas do Estado de Santa Catarina Cebola Florianoacutepolis Epagri 1998 115 p (EPAGRI Boletim Teacutecnico 96)

DUFOUR F Os saacutebios loucos do agro-alimentar Le Monde Diplomatique ano 1 n4 p6-7 1999 (ed portuguesa)

EHLERS E Agricultura Sustetaacutevel Origem e perspectivas de um novo paradigma 2 ed Guaiacuteba Agropecuaacuteria 1999 157 p

FILGUEIRA F A R Novo Manual de olericultura agrotecnologia moderna na produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 2000 402 p

FRASER G K Mateacuteria Orgacircnica Del Suelo In BEAR F E (ed) Quiacutemica dei Suelo Madrid Ed Agrociencia 1963

FOLLET R H MURPHY L S DONAHUE R L Fertilizers and soil amendments New Jersey Printice-Hall Inc 1981 557p

GARCIA A Revista dei Espacio Rural Georgica Zaragoza Escuela Politeacutecnica de Huesca n5 1997

GARCIA A Versatildeo preliminar de um Programa Estadual de Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Bulbos e Sementes de CebolaEMBRAPAIPAGROMARAEMATER 6 8 pbdquo 1990 (Publicaccedilatildeo avulsa)

GIORGETT1 J R Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Mudas de Tomate In Encontro Nacional de Produccedilatildeo e Abastecimento de Tomate 2 1991 Jaboticabal Satildeo Paulo Anais Jaboticabal UNESP 1991 p 242-244

GLIESSMAN S R Agroecologia Processos ecoloacutegicos em agricultura sustentaacutevelPorto Alegre Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS 2000 653p

43

GLIESSMAN S R TURRIALBA C R Agroecologia Procesos Ecoloacutegicos en Agricultura Sostenible CATIE 2002 p 3-14

GNOATTO S C Caracterizaccedilatildeo quiacutemica de vermicompostos de diferentes substratos orgacircnicos Pelotas-RS 1999 38 f (Mestrado em Agronomia - Solos) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

GOMES J C C BORBA M F S A moderna crise dos alimentos oportunidade para a agricultura familiar Emater Porto Alegre julset 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwematertchebrdocsagroecorevistan313-artigo3htmgtAcesso em 24 fev 2002

GOMEZ H W Desenvolvimento sustentaacutevel agriacutecola e capitalismo In Desenvolvimento sustentaacutevel Necessidade eou disponibilidade Santa Cruz do Sul Nobel - UNISC 1997 p 65-77

GONZAacuteLEZ DE MOLINA M SEVILLA GUZMAacuteN E Ecologia campesinado e historia Para una reinterpretacioacuten dei desarrollo dei capitalismo en la agricultura In SEVILLA GUZMAacuteN E GONZAacuteLEZ DE MOLINA M (ed) Ecologia campesinado e historia Madrid La Piqueta 1993 p 23-129

GRIFFITH S A SCHNITZER M Analytical characteristic of humic and fulvic acids extracted from tropical volcanic soils Soil Sei Soc Am Proc v 39 p361-367 1975

GUIMARAtildeES E Caracterizaccedilatildeo quiacutemica estreptoscoacutepica e por anaacutelise teacutermica de aacutecidos huacutemicos e vermicompostos obtidos de estercos de diferentes animaisCuritiba 1997 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Quiacutemica) Universidade Federal do Paranaacute 1997

HESS A F Sociedade e meio ambiente uma relaccedilatildeo ambiacutegua Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v 4 n2 p 167-1741999

ICEPA-SC Informes conjunturais sobre a cultura da cebola Disponiacutevel em lthttpwwwicepa combrgt Acesso em 23 jan 2003

JONES H A MANN L K Onions and their allies New York Interscience Publishers 1962 286 p

JUacuteNIOR H A de MAIORANO J A Receitas obtidas de extratos de plantasCampinas CATITerra Viva [199-] 10 f

KHATOUNIAN C A Ciclo de Palestras sobre Agricultura Orgacircnica 2a Ed SatildeoPaulo Fund Cargill 1997 149 p

KIEHL E J Fertilizantes Orgacircnicos Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1985 492p

44

KOEFF H H PETTERSSON B D SHAUMANN W Vida Vegetal solos e adubaccedilatildeo In Agricultura Biodinacircmica Satildeo Paulo Nobel 1983 p92-149

KONONOVA M M Soil organic matter The importance o f organic matter in soil formation and soil fertility New York Pergamqn Press 1961 p 165-200

KUHN T A Estrutura das Revoluccedilotildees Cientiacuteficas Satildeo Paulo Perspectiva 1989 257p

LANNA FCA ABREU C L ABREU J G SILVA V Resposta de cultivares de melancia cultivadas sob adubaccedilatildeo quiacutemica e orgacircnica Horticultura v 12 n l p85 1994

LEFF H Saber Ambiental Petroacutepolis Vozes 2001 343 p

MAGALHAtildeES J R Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo da cebola In FERREIRA M E CASSTELLANE P D CRUZ M C P Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo de hortaliccedilasPiracicaba POTAFOS 1993 p 381-393

MALAVOLTA E Elementos de nutriccedilatildeo mineral de plantas Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1980 251 p

MALAVOLTA E Manual de Quiacutemica Agriacutecola - Adubos e Adubaccedilatildeo 3a ed SatildeoPaulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1981 606 p

MARTINEZ A A A grande e Poderosa Minhoca Jaboticabal Funep - Unesp1990 101 p

MARTINS S R Desenvolvimento e Sustentabilidade Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v20 n2 julho 2002 Palestra apresentada no 42deg Congresso Brasileiro de Olericultura

MARTINS S R Limites Del Desarrollo Sostenible em Ameacuterica Latina En el marco de Ias poliacuteticas de (re)ajuste econocircmico Pelotas Editora UFPel 1997 135 P-

MARTINS S R Sustentabilidade na agricultura dimensotildees econocircmicas sociais e ambientais Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v4 n 2 p 175-1871999

MATURANA H REZEPKA S N D E Formaccedilatildeo Humana e Capacitaccedilatildeo Rio de Janneiro Vozes 2000 8 6 p

MELLO A F SOBRINHO M O ARZOLLA S SILVEIRA R NETTO A C KIEHL J C Fertilidade do Solo Satildeo Paulo Nobel 1983

MENEZES JUacuteNIOR F O G D Caracterizaccedilatildeo de Diferentes substratos hortiacutecolas e seu efeito na produccedilatildeo de mudas de alface e couve-flor em ambiente protegido Pelotas 1998 141 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1998

45

MIBASA Mineraccedilatildeo Barreto SA Melhorador de Solos MB4 A Natureza Agradece Arapiraca-AL [199-] Folder

MINAMI K Os resumos da olericultura 2000 In AZEVEDO FILHO MARTINEZ FILHO (ed) Preccedilos agriacutecolas Piracicaba ESALQ 1999 p 4

MINAMI K Produccedilatildeo de Mudas de Alta Qualidade em Horticultura Satildeo Paulo TA Queiroz 1995

MORSELLI T B G A Cultivo sucessivo de alface sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegidoPelotas 2001 178 p Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2001

MORSELLI T B G A Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Poliacutegrafo da Disciplina de Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia-Produccedilatildeo Vegetal UFPel 2002

MULLER AM Efeitos da Aplicaccedilatildeo Foliar de um Biofertilizante Enriquecido no Estado fitossanitaacuterio de Tomate Ervilha e Beterraba Sob Manejo OrgacircnicoDissertaccedilatildeo (Mestrado no Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agroecossistemas)1999 (Resumo)

NOLLA D Erosatildeo do Solo - O grande desafio Estado do Rio Grande do Sul SEAGRI desenvolvimento de recursos naturais renovaacuteveis 1982 412 p

PAGLIA AG MORSELLI TBGA PEIL RMN Teores de nutrientes pH e condutividade eleacutetrica da aacutegua em sistema ldquofloat^ngrdquo sob adiccedilatildeo de biofertilizantes Horticultura Brasileira v 20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PAULUS G MULLER A BARCELLOS LAR Agroecologia aplicada praticas e meacutetodos para uma agricultura de base ecoloacutegica 2ed ver ampl Porto Alegre EMATERRS 2001 8 6 p

PEIXOTO R T dos G Composto orgacircnico aplicaccedilotildees benefiacutecios e restriccedilotildees de uso Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 18 p 56-64 julho 2000

PENTEADO SR Defensivos Alternativos e Naturais Satildeo Paulo 1999 95 p

PEREIRA AJ SOUZA RJ PEREIRA WR Efeito de diferentes doses de esterco de galinha e de curral sobre a produccedilatildeo de cebola Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PINHEIRO S BARRETO SB MB-4 agricultura sustentaacutevel trofobiose e biofertilizantes Fundaccedilatildeo Juquira CandiruMibasa 2000 273 p

PRIMAVESI A Agricultura Sustentaacutevel Satildeo Paulo Nobel 1992 142 p

PRIMAVESI A O manejo ecoloacutegico do solo Agricultura em regiotildees tropicais SatildeoPaulo Nobel 1982 541 p

46

PURCINO A A C ldquoNitrogecircniordquo Informe Agropecuaacuterio Belo Horizonte v7 n81 p 16-27 1981

QUIJANO F G Efeito da adubaccedilatildeo orgacircnica no desenvolvimento de duas cultivares de alface em ambiente protegido Pelotas 1999 116f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

RODRIGUES A N N Efeitos e residuais de superfosfato triplo sobre o rendimento de mateacuteria seca e absorccedilatildeo de foacutesforo pela aveia (Avena strigosa Schob) em solo Podzoacutelico Vermelho Escuro Porto Alegre 1984 59f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia UFRGS 1984

RODRIGUES E T CASALI V W D Respostas da alface agrave adubaccedilatildeo orgacircnica II Teores conteuacutedos e utilizaccedilatildeo de macronutrientes em cultivares Rev Ceres Viccedilosa v 45 n 261 p 437-449 1998

SAMINEcircS T C O Produccedilatildeo orgacircnica de alimentos Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 17 n3 novembro 1999

SCHIEDECK G Ambiecircncia e resposta agronocircmica de meloeiro (Cucumis melo L) cultivado sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegido Pelotas lOOp Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2002

SILVA JUacuteNIOR A A GIORGI E Substratos alternativos para a produccedilatildeo de mudas de tomate Agropecuaacuteria Catarinense Florianoacutepolis EPAGRI 1992 23 p

SILVA JUacuteNIOR A A MACEDO S G STUKER H Utilizaccedilatildeo de esterco de peru na produccedilatildeo de mudas de tomateiro Florianoacutepolis EPAGRI 1995 28 p (Boletim Teacutecnico 73)

TAGLIARI PS GRASSMANN H Minhoca a grande aliada da agricultura Agropecuaacuteria Catarinense v8 n l p 11-14 mar 1995

TEDESCO M J GIANELLO C Anaacutelises de solo plantas e outros materiais Porto Alegre Faculdade de Agronomia Departamento de Solos Universidade Federal do Rio Grande do Sul RS 1996

TENNANT D A Test of modified line intersect method of estimating root lenght Journal Ecology Oxford v 63 p 995-1001 1975

TIBAU A O Mateacuteria Orgacircnica do Solo Mateacuteria Orgacircnica e Fertilidade do SoloSatildeo Paulo Nobel 1984 p49-182

TIMM P J Anaacutelise comparativa dos sistemas de plantio convencional e cultivo miacutenimo de cebola sob adubaccedilatildeo orgacircnica e mineral Pelotas 2000 79 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2000

47

VALENZUELA HR CROSBY C Effect of compost applications on the yield of several vegetables in long-term organic farming experiments conduced in the tropics American Society Horticultural Science v33 n3 june 1998

VIGLIZZO E (ed) Subprograma Recursos Naturais y Sostenibilidad Agriacutecola documento marco Montevideo IICAPROCISUR 1995 p 75 - 78

WE1D J M TARDIN J M Proposta para a Ampliaccedilatildeo do Trabalho da ASPTA no Centro Sul do Paranaacute ASPTA Disponiacutevel em http wwwpronafgovbrEncontrotestosAS20PTA20Sul20ParanE1205 202002doc Acesso em 05 mai 2002

XAVIER SIMOacuteN F DOMINGUES D G Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel uma perspectiva agroecoloacutegica Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre EM ATERRS v2 n2 p 17-26 2001

ZABALETA J P Diagnoacutestico da Agricultura Familiar em Satildeo Joseacute do Norte - RSPelotas EMBRAPA-CPACT 1998 75 p (EMBRAPA-CPACT Documentos 44)

ZONTA E P MACHADO A A SILVEIRA P Sanest Sistema de anaacutelise estatiacutestica para microcomputadores Registrado na Secretaria Especial de Informaacutetica sob nuacutemero 066060 - categoria A Pelotas-RS Universidade Federal de Pelotas 1984

48

7 APEcircNDICE

APEcircNDICE A - Anaacutelise da adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes utilizados na produccedilatildeo de mudas de cebola

TABELA 1 A Anaacutelise baacutesica do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo miuacutedo + papua

Arg

pH IND

SMP

MO

P - n r - Na Al Ca__10Omlmdash

Mg

ppm -

6 53 67 089 8 6 27 1 04 05 0 2

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 2A Anaacutelise complementar do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo-miuacutedo + papua

Cobre Zinco Manganecircs Ferro

(m v1)

04 05 26 007

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

49

TABELA 3A Anaacutelise dos fertilizantes soacutelidos

Amostra pH limidade CN

C N P K Ca Mg

- g-ivg --

Cama de 849 2491 12 31042 2479 3888 3405 29875 463

aves

Esterco 74 3594 11 677 590 157 134 335 214

de curral

Huacutemus 684 5738 14 15965 1098 453 745 743 361

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 4A Anaacutelise quiacutemica dos biofertilizantes liacutequidos

Amostra N P K_ccedil H

Ca Mg Cu Zn Fe Mn

mdashgL bull

S Magro

m b 4

Urina

053

1652

8 2 2

008

395

0 0 0

149

1674

471

1902

6872

0 0 0

1150

4507

1172

7273

42

033

101389

920

0 0 0

6250

19458

781

35273

1123

0 2 1

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

50

APEcircNDICE B - Condiccedilotildees climaacuteticas do local

TABELA 1B Condiccedilotildees de temperatura do local

___________ __________TEMPERATURA (degCgt

meses Meacutedia

Maacutexima

Meacutedia

MiacutenimaMeacutedia

Maacutexima

Absoluta

Miacutenima

Absoluta

Junho 225 87 156 320 25

Julho 225 85 155 285 30

Agosto 251 71 161 360 1 0

Fonte FEPAGROSCT 2002

TABELA 2B Condiccedilotildees de chuva do local

mdash CHUVA (mm)mdash

meses Ocorrida Normal Desvio Da Normal

Junho 1080 1 1 0 -2 0

Julho 1062 98 8 2

Agosto 1283 1 2 0 83

Fonte FEPAGROSCT 2002

51

TABELA 1C Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

APEcircNDICE C - Anaacutelise estatiacutestica da parte aeacuterea

Causas G1 FFPA FSPA AP DC

da variaccedilatildeo --------- Quadrados meacutedios-

Blocos 3

Ad Base 2 175359071 1287102 2547419 1 11775

Biofertilizantes 2 126876 29011 87669ns 02185ns

Ad x Biofert 4 572378 31123 69106ns 04159

Resiacuteduo 24 34456 03048 27169 00290

Total 35

Meacutedia geral 93745 8772 320388 6741

CV 1980 6294 5145 2530

Significativo a 5ns Natildeo significativo

52

TABELA 1D Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade

de raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

APEcircNDICE D - Anaacutelise estatiacutestica da raiz

Causas G1 FFR FSR CR RPASR DR

da variaccedilatildeo Quadrados meacutedios---------------

Blocos 3

Ad Base 2 27874 551 623 2 1 0 140

Biofertilizantes 2 178 0 1 0 ni 1504 l03ns 038ns

Ad x Biofert 4 190 058 318 294 183

Resiacuteduo 24 005 009 028 023 0 2 1

Total 35

Meacutedia geral 1818 228 184 387 333

C V 134 1356 448 1253 1396

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

53

APEcircNDICE E - Anaacutelise estatiacutestica dos macronutrientes da parte aeacuterea da cebola

TABELA 1E Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mud^s de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

Causas G1 bull N P K Ca Mg

da variaccedilatildeo

Blocos 3

Ad Base 2 13550306 446627 25509686 1031806 59007

Biofertilizantes 2 180610ns 16564 68153ns 39006 876ns

Ad x Biofert 4 454187 45743 1047539 46950 2464

Resiacuteduo 24 29769 1453 64313 3741 439

Total 35

Meacutedia geral 24921 4597 33366 6943 1615

C V 692 829 760 880 1297

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

APEcircNDICE F - Fotos do experimento

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob uma perspectiva agroecoloacutegica

APEcircNDICE F a Fotos do experimento

FIGURA 1 Adubaccedilatildeo verde com feijatildeo-miuacutedo e papuatilde utilizadas no manejo do solo

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob urna perspectiva agroecoloacutegica

Page 7: PRODUÇÃO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L.) SOB …orgprints.org/24883/1/Paglia_Produção.pdf · vaca mais calda bordalesa; MB4+U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

241 Resiacuteduos utilizados na vermicompostagem17

2411 Resiacuteduos de origem animal17

2412 Resiacuteduos de origem vegetal17

25 Biofertilizantes 18

251 Urina de vaca 20

252 Alhol 21

253 Calda Bordalesa22

254 Biofertilizante Super Magro 22

256 Biofertilizante MB4 23

3 M ATERIAL E M EacuteTODOS 24

31 Local de execuccedilatildeo do experimento 24

32 Anaacutelise estatiacutestica 24

33 Tratamentos 25

34 Conduccedilatildeo do experimento27

35 Observaccedilotildees agronocircmicas 28

351 Fitomassa fresca da parte aeacuterea28

352 Fitomassa seca da parte aeacuterea 28

353 Altura da muda 28

354 Diacircmetro de colo 28

355 Sistema radicular 29

3551 Comprimento de raiz 29

3552 Densidade de raiz 29

3553 Razatildeo parte aeacutereasistema radicular 30

36 Determinaccedilatildeo de macronutrientes no tecido vegetal 30

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 31

41 Anaacutelise das variaacuteveis 31

411 Anaacutelise da parte aeacuterea 31

412 Anaacutelise do sistema radicular 33

413 Anaacutelise de macronutrientes no tecido vegetal 35

5 CONCLUSOtildeES 39

6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 40

7 APEcircNDICE 48

VI

SUMAacuteRIO

PAGLIA AgraveGUIDA GORETI (MS) Universidade Federal de Pelotas fevereiro de 2003 Produccedilatildeo de Mudas de Cebola (Allium cepa L) sob uma perspectiva Agroecoloacutegica Professora Orientadora Tacircnia Beatriz Gamboa Arauacutejo Morselli Co- orientadores Seacutergio Roberto Martins Roberta Marins Nogueira Peil e Joatildeo Baptista da Silva

Com o objetivo de estudar a produccedilatildeo de mudas de cebola sob uma perspectiva

agroecoloacutegica foi conduzido um experimento a campo na Fundaccedilatildeo Estadual de

Pesquisa Agropecuaacuteria - FEPAGROSUL no municiacutepio de Rio GrandeRS no periacuteodo

de 15 de maio a 26 de agosto de 2002 Utilizou-se a cultivar Petrolini (ciclo meacutedio)

submetida as seguintes adubaccedilotildees adubaccedilatildeo de base (1 VB - 30 t ha 1 de

vermicomposto bovino 15 VB - 45 t harsquo 1 de vermicomposto bovino e EC - 60 t ha de

esterco de curral) e biofertilizantes liacutequidos (SM+U+CB - Super Magro mais urina de

vaca mais calda bordalesa MB4 +U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

e Testemunha - ausecircncia) O experimento foi esquematizado em delineamento em

blocos ao acaso em fatorial 3 X 3 As variaacuteveis analisadas foram fitomassa fresca e

seca (g) da parte aeacuterea e do sistema radicular altura de planta (cm) diacircmetro do colo

(mm) comprimento de raiz (cm) razatildeo parte aeacutereasistema radicular densidade de raiz

(m cm3) e conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio na parte aeacuterea

da planta Concluiu-se que as respostas agronocircmicas das mudas de cebola para os

paracircmetros avaliados satildeo mais satisfatoacuterias com a aplicaccedilatildeo de esterco de curral como

adubaccedilatildeo de base os biofertilizantes mais urina de vaca e calda bordalesa proporcionam

VII

respostas satisfatoacuterias quando aplicados junto agraves adubaccedilotildees de base o biofertilizante

MB4 mais urina de vaca e calda bordalesa eacute mais eficiente que o super magro mais urina

e calda bordalesa quando aplicado junto agrave adubaccedilatildeo de base esterco de curral os

conteuacutedos de fitomassa seca das mudas de cebola satildeo significativos quando adicionado

os biofertilizantes ao vermicomposto bovino (45 t harsquo1) os maiores conteuacutedos

nutricionais para as mudas de cebola satildeo proporcionados pela adubaccedilatildeo de base esterco

de curral a maior absorccedilatildeo de caacutelcio pelas mudas de cebola ocorre quando da adiccedilatildeo de

biofertilizante MB4 mais urina e calda bordalesa agrave adubaccedilatildeo de base esterco de curral

VIII

SUMMARY

PAGLIA AgraveGUIDA GORETI (MS) Universidade Federal de Pelotas February 2003 Onion (Allium cepa L) Transplant Production under an Agroecological Perspective Tacircnia Beatriz Gamboa Arauacutejo Morselli Comitte Seacutergio Roberto Martins Roberta Marins Nogueira Peil and Joatildeo Baptista da Silva

With the objective of studying the onion transplant production under an agroecological

perspective a field experiment was carried out in the Fundaccedilatildeo Estadual de Pesquisa

Agropecuaacuteria-FEPAGROSUL in the city o f Rio GiWideRS in the period between 15

May and 26 August 2002 The cultivar Petrolini (medium cycle) was submitted to the

following fertilizers soil fertilizer (1 VB - 30 t h a o f bovine vermicompost 15 VB -

45 t ha 1 of bovine vermicompost and EC - 60 t ha 1 of manure and liquid biofertilizer

(SM+U+CB - ldquoSuper Magrordquo with cow urine with bordeaux mixture MB4 +U+CB -

MB4 with cow urine with bordeaux mixture and control - absence) The experiment was

laid in a randomized block design in factorial scheme 3X3 The analyzed parameters

were fresh and dry matter of the aerial part and root system plant height colon

diameter root length ration aerial partroot system root density and the contents

nitrogen phosphorus potassium calcium and magnesium in the aerial part o f the plant

It was concluded that the agronomic responses o f the onion seedlings for the evaluated

parameters are more satisfactory with the application o f manure as soil fertilizer the

biofertilizers with cow urine and bordeaux mixture provide satisfactory responses when

applied along with the soil fertilizer the biofertilizer MB4 with cow urine and bordeaux

IX

mixture is more effieient than the ldquoSuper Magrordquo with urine and bordeaux mixture

when applied along with manure as soil fertilizer the dry matter contents of the onion

seedlings are significant when the biofertilizer is added to bovine vermicompost (45 t

h a 1) the largest nutritional contents for the onion seedlings are obtained with manure as

soil fertilizer the largest absorption of calcium by the onion seedlings happens when the

biofertilizer MB4 with urine and bordeaux mixture is added to the manure as soil

fertilizer

X

mixture is more efficient than the Super Magro with urine and bordeaux mixture

when applied along with manure as soil fertilizer the dry matter contents of the onion

seedlings are significant when the biofertilizer is added to bovine vennicompost (45 t

hamiddot ) the largest nutritional contents for the onion seedlings are obtained with manure as

soil fertilizer the largest absorption of calcium by the onion seedlings happens when the

biofertilizer MB4 with urine and bordeaux mixture is added to the manure as soil

fertilizer

x

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

ldquoEu sustento que a ciecircncia soacute tem

finalidade se serrsquoir para aliviar a miseacuteria

da existecircncia humana

(Bertold Brecht)

No Rio Grande do Sul cultivar cebola eacute atividade de pequenos e meacutedios

produtores revestindo-se de suma importacircncia para a economia onde contribui para a

geraccedilatildeo de empregos e a fixaccedilatildeo do homem ao meio rural visto que haacute necessidade de

outros tipos de investimentos sociais e econocircmicos

Segundo o ICEPA-SC (2003) o Rio Grande do Sul responde por cerca de 14 da

produccedilatildeo nacional o que faz da cebola a segunda hortaliccedila em importacircncia econocircmica

no Estado sendo apenas superada pela cultura da batata poreacutem a aacuterea plantada no RS

tem apresentado recuo nos uacuteltimos anos caindo de 16648 hectares na safra 9899 para

14085 na safra atual (0203) acontecendo o mesmo com a produccedilatildeo que diminuiu de

181338 toneladas na safra 9596 para aproximadamente 159000 na safra atual

A baixa produtividade obtida pode ser atribuiacuteda a vaacuterios fatores baixa

disponibilidade de mateacuteria orgacircnica no solo poucc^ uso de materiais orgacircnicos eou

aplicaccedilatildeo inadequada destes considerando ainda que a maioria dos produtores

conservam caracteriacutesticas agriacutecolas do seacuteculo passado apresentando resistecircncia ao

associativismo e possuem carecircncia de infraestrutura (estradas eletricidade telefonia

drenagem e condiccedilotildees de armazenamento) Esses fatores aliados a baixa rentabilidade

2

da cultura tem sido apontados como responsaacuteveis pelo abandono da cebolicultura por

alguns produtores

A fase de produccedilatildeo das mudas eacute de extrema importacircncia para o cultivo da cebola e

requer manejo adequado dos recursos naturais para que a cultivar utilizada possa

expressar seu potencial geneacutetico sem comprometer o equiliacutebrio ambiental O principal

cuidado para o desenvolvimento de mudas de qualidade refere-se agrave utilizaccedilatildeo adequada

do solo

Desta forma o manejo do solo e das plantas orientado pela agroecologia pode se

constituir numa excelente alternativa para obtenccedilatildeo de mudas de qualidade sem

comprometer a sauacutede dos agricultores e contribuindo para a preservaccedilatildeo ambiental

Diversas praacuteticas vecircm sendo utilizadas com esta finalidade entre elas citam-se a

adubaccedilatildeo orgacircnica e os biofertilizantes enriquecidos No entanto estes fatores de

produccedilatildeo precisam ser melhor estudados no que tange a sua utilizaccedilatildeo adequada pelos

produtores de cebola objetivando um sistema de produccedilatildeo sustentaacutevel

A agroecologia como ciecircncia apresenta vaacuterias dimensotildees ecoloacutegica econocircmica

social cultural poliacutetica e eacutetica Neste sentido e considerando-se a procura crescente por

produtos orgacircnicos e a necessidade de sistemas de fertilizaccedilatildeo adequados ao cultivo da

cebola o presente trabalho teve como objetivo a produccedilatildeo de mudas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica contribuindo para o processo de transiccedilatildeo do sistema de

produccedilatildeo

3

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

ldquoAs novas eras natildeo comeccedilam de uma vez

Meu avocirc jaacute vivia no novo tempo

Meu neto viveraacute talvez ainda no velho

A nova carne eacute comida com os velhos garfos

(Bertold Brecht)

21 Desenvolvimento e sustentabilidade

Nenhuma espeacutecie viva com exceccedilatildeo do homem empreende esforccedilos de

desenvolvimento no sentido de crescimento material que sob as formas em que vem

sendo compreendido conduz sempre a algum tipo de agressatildeo contra o ambiente Os

esforccedilos presentes visando o progresso material assim como a maneira de satisfaccedilatildeo

das necessidades baacutesicas do homem no mundo de hoje revelam-se inconsistentes O

uso para esse fim de mateacuteria e energia em doses excessivas e crescentes tem exaurido

recursos ambientais acima de sua capacidade de regeneraccedilatildeo obviamente tendendo a

toma-los menos disponiacuteveis para as futuras geraccedilotildees

De acordo com Martins (2002) o Desenvolvimento Sustentaacutevel natildeo eacute um conceito

acabado trata-se de uma ideacuteia forccedila proacute-ativa e positiva mas que necessita ser

esclarecida quanto ao significado destes dois vocaacutebulos que lhe compotildee e o contexto em

que as pessoas com eles se relacionam Aleacutem disso isso afeta tanto como profissionais

cujas atividades vinculam-se diretamente ao trato com a natureza e portanto por ela satildeo

4

responsaacuteveis mas especialmente como cidadatildeos que constroem no seu cotidiano as

distintas dimensotildees do desenvolvimento sociais econocircmicas ambientais culturais

cientificas e tecnoloacutegicas juriacutedicas poliacuteticas e espirituais

Segundo Altieri amp Nicholls (2000) para o desenvolvimento de uma agricultura

sustentaacutevel as necessidades natildeo satildeo apenas bioloacutegicas ou teacutecnicas mas tambeacutem sociais

econocircmicas e poliacuteticas E inconcebiacutevel promover mudanccedilas ecoloacutegicas no setor agriacutecola

sem a defesa de mudanccedilas nas outras aacutereas da sociedade de modo a conscientizar o

homem sobre as condiccedilotildees necessaacuterias para a exploraccedilatildeo da natureza

A ideacuteia da sustentabilidade referente ao vocaacutebulo sustentaacutevel coloca-se como

contraponto ao caraacuteter perdulaacuterio do modelo prevalecente na medida em que o modelo

econocircmico praticado por um lado estaacute baseado no consumo da mateacuteria prima fornecida

pela natureza para a produccedilatildeo de bens e serviccedilos em descompasso com seu ritmo e

capacidade de fornecimento por outro tem tratado a natureza como mero depositaacuterio de

resiacuteduos sem considerar sua capacidade de absorccedilatildeo e reciclagem A sustentabilidade

contrapotildee-se agrave caracteriacutestica antropocecircntrica do modelo o homem como centro da

questatildeo numa postura dominante sobre o entorno natural cujas ferramentas cientiacuteficas e

tecnoloacutegicas embasam um modelo econocircmico que subjuga a natureza e coloca-se acima

desta O vocaacutebulo sustentaacutevel portanto se refere agrave capacidade de suporte da biosfera

sendo um fim a ser perseguido com o objetivo de garantir sua preservaccedilatildeo numa visatildeo

prospectiva ou seja que assegure o futuro planetaacuterio assumindo portanto o

compromisso com as geraccedilotildees vindouras (Martins 2002)

Quando se trata de apontar os possiacuteveis caminhos que levaratildeo a um novo padratildeo

produtivo e garanta a seguranccedila alimentar sem agredir o ambiente o caminho torna-se

mais difiacutecil Percebe-se que a noccedilatildeo de agricultura sustentaacutevel permanece cercada por

duacutevidas e contradiccedilotildees mesmo assim seu emprego toma-se cada vez mais frequumlente

(Ehlers 1999)

Haacute que se incorporar a concepccedilatildeo de entropia agrave noccedilatildeo de desenvolvimento visto

que a extraccedilatildeo e o transporte tambeacutem satildeo atividades econocircmicas que requerem cuidados

de manejo visando menores efeitos entroacutepicos ao meio ambiente Satisfazer as

necessidades presentes sem comprometer as possibilidades das futuras geraccedilotildees

satisfazerem as suas proacuteprias eacute o que necessita ser construiacutedo no cotidiano Esta natildeo eacute

uma tarefa faacutecil nos tempos atuais pois o mundo nunca passou por tanta incerteza e

nunca teve um presente tatildeo insustentaacutevel (Martins 1997)

211 Agroecologia Paradigma em construccedilatildeo

5

O seacuteculo passado assistiu a uma ineacutedita expansatildeo da capacidade humana de

agenciamento das forccedilas naturais promovida pelo saber teacutecnico-cientiacutefico cuja

centra lidade eacute hoje irreversiacutevel no que se refere as relaccedilotildees com a natureza Em relaccedilatildeo

ao conhecimento poucas aacutereas de interesse do homem moderno se ligam tanto agrave

pesquisa cientiacutefica como a questatildeo ambiental sendo um fenocircmeno de tendecircncia

internacional evidenciado a partir da deacutecada de 70 (Hess 1999)

A noccedilatildeo de paradigma eacute normalmente utilizada para estabelecer uma

diferenciaccedilatildeo entre dois momentos ou dois niacuteveis do processo de conhecimento

cientiacutefico (Capra 1997 Kuhn 1989) Para um entendimento miacutenimo do que significa

essa noccedilatildeo Costa Neto (1999) diz que se pode conceituar o paradigma enquanto um

modelo de ciecircncia que serve como referecircncia para todo um fazer cientiacutefico durante uma

determinada eacutepoca ou um periacuteodo de tempo demarcado e a partir de um certo momento

da histoacuteria da ciecircncia o referido modelo predominante tende a se esgotar em funccedilatildeo de

uma crise de confiabilidade nas bases estruturantes de seu conhecimento Desta forma o

paradigma passa a ser substituiacutedo por outro modelo cientiacutefico predominante Tambeacutem

pode ocorrer o fato de dois paradigmas disputarem o espaccedilo de hegemonia na

construccedilatildeo do conhecimento (Costa Neto 1999)

Os problemas com os quais nos deparamos hoje satildeo faces de uma crise uacutenica

diferentes do fazer cientiacutefico e proveniente de uma crise de percepccedilatildeo segundo Capra

(2 0 0 1 ) isto faz com que nossas instituiccedilotildees e noacutes em particular natildeo consiga perceber

claramente realidades complexas em um mundo globalmente interligado Ainda que as

soluccedilotildees para alguns de nossos principais problemas possam ser relativamente simples

ldquosoacute seratildeo possiacuteveis mediante uma mudanccedila radical em nossas percepccedilotildeesrdquo este eacute

tambeacutem o ldquoestopim para colocar em marcha medidas efetivasrdquo porque os governos e as

instituiccedilotildees jamais empreenderatildeo accedilotildees de fato enquanto as pessoas natildeo

compreenderem que satildeo parte do problema e da soluccedilatildeo e que eacute preciso assumir a

necessidade de mudar o rumo das coisas (Gomes amp Borba 2000)

Para Leff (2001) a agroecologia representa o ldquonascimento de um paradigmardquo que

eacute a alma da produccedilatildeo sustentaacutevel um processo que permite o resgate dos

conhecimentos proacuteprios e o renascimento do ser trazendo de volta as relaccedilotildees com os

seres humanos na medida em que o produtor cria atraveacutes de seu conhecimento o seu

proacuteprio saber-fazer numa relaccedilatildeo com a vida e com a terra

6

Segundo Costa Neto (1999) o paradigma agroecoloacutegico representa portanto a

linha de um posicionamento soacutecio-ambiental que tem uma vertente tecnoloacutegica apta a

ser uma alternativa agrave produccedilatildeo agriacutecola em grande escala e ao modelo tradicional

disciplinar

Hoje a agroecologia continua a fazer conexatildeo entre fronteiras estabelecidas Por

um lado estuda os processos econocircmicos e os agroecossistemas por outro eacute um agente

para as mudanccedilas sociais e ecoloacutegicas complexas que tenham necessidade de ocorrer no

futuro a fim de levar a agricultura para uma base verdadeiramente sustentaacutevel O

processo de mudanccedila estaria dirigido agrave busca de novos pontos de equiliacutebrio entre as

dimensotildees de produtividade estabilidade e equumlidade na atividade agraacuteria articuladas

entre si poreacutem em constante processo de adaptaccedilatildeo e retroalimentaccedilatildeo utilizando

estilos mais respeitosos com o ambiente com o propoacutesito de superar a crise enfrentada

pelos agricultores (Costabeber amp Moyano 2000)

De acordo com Altieri (2002) soacute uma compreensatildeo mais profunda da ecologia

humana e dos sistemas agriacutecolas pode levar a medidas coerentes com uma agricultura

sustentaacutevel Assim a ldquoemergecircncia da agroecologiardquo representa um enorme salto nesta

direccedilatildeo pois fornece os princiacutepios ecoloacutegicos baacutesicos para o estudo e tratamento dos

ecossistemas tanto produtivos quanto preservadores dos recursos naturais e que sejam

culturalmente sensiacuteveis socialmente justos e economicamente viaacuteveis

A transformaccedilatildeo ou substituiccedilatildeo de um modelo de desenvolvimento para outro

supotildee um processo de transiccedilatildeo que em alguns momentos caminha a passos lentos e

em outros pode trazer mudanccedilas bruscas e qualitativamente diferenciadas Esse

processo de transiccedilatildeo significa a conversatildeo de uma agricultura tradicional para uma

agricultura ecoloacutegica e socialmente equilibrada com base na sustentabilidade (Gomeacutez

1997)

Embora a falta de informaccedilatildeo da pesquisa possa ter contribuiacutedo para dificuldades

e experiecircncias negativas de muitos produtores estes tecircm fama de serem inovadores e

experimentadores desejosos de adotar novas praacuteticas no sentido de serem beneficiados

Nos uacuteltimos cinquumlenta anos a inovaccedilatildeo na agricultura tem sido impulsionada

principalmente pela ecircnfase em altos rendimentos e no lucro da unidade produtiva

Apesar da continuidade dessa forte pressatildeo econocircmica sobre a agricultura muitos

produtores convencionais estatildeo preferindo fazer a transiccedilatildeo para praacuteticas que satildeo mais

consistentes ambientalmente e tem o potencial de contribuir com a sustentabilidade da

agricultura em longo prazo (Gliessman 2000)

7

212 Agroecologia e agricultura familiar

O nuacutecleo por excelecircncia da produccedilatildeo sustentaacutevel eacute a agricultura familiar No

Brasil mais especificamente esta tecnologia estaacute sendo introduzida natildeo somente em

aacutereas de cultivo de agricultura familiar em geral mas especificamente em

assentamentos rurais Percebe-se dessa forma tratar-se de um tipo de produccedilatildeo que

tende a incorporar a dimensatildeo histoacuterico-social e a considerar os valores culturais e de

senso comum inerentes aos agricultores familiares (Costa Neto 1999)

Na agricultura familiar a sustentabilidade toma forma a partir do momento em

que comeccedilaram a ser incorporados aos debates os novos anseios da sociedade rural e

urbana relacionados a um novo projeto de desenvolvimento e na medida em que foram

buscadas orientaccedilotildees teoacutericas baseadas no paradigma agroecoloacutegico

De acordo com Maturana amp Rezepka (2000) a formaccedilatildeo do conhecimento natildeo eacute

entendida como simples treinamentos e teacutecnicas e seraacute um aspecto essencial desta

abordagem A valorizaccedilatildeo dos saberes dos agricultores sobre o ambiente as plantas o

solo e os processos ecoloacutegicos onde resgatam e aprimoram teacutecnicas proacuteprias e de

outros de origem cientiacutefica ou empiacuterica fundamentais dentro deste novo paradigma

(Altieri amp Nicholls 2000)

Neste sentido cientistas e extensionistas tecircm se surpreendido com a profundidade

destes conhecimentos e com a capacidade de vaacuterios destes agricultores de expocirc-los

mesmo nos ambientes acadecircmicos onde muitas vezes estatildeo mais avanccedilados que seus

interlocutores (Weid amp Tardin 2002) Isto revela a necessidade de sintonia entre a

Universidade e a Comunidade

Entatildeo a sutentabilidade ambiental em niacutevel local eacute positiva quando o manejo

realizado no agroecossistema aproveita a produtividade dos recursos naturais renovaacuteveis

(aqueles que funcionam mediante o fluxo solar) Ao contraacuterio pode natildeo ser positiva

quando as praacuteticas produtivas consistem na busca pela produtividade mediante a troca

econocircmica (importaccedilatildeo e exportaccedilatildeo de insumos e produtos) onde a terra eacute vista

unicamente como o suporte material (fiacutesico) das espeacutecies Neste caso o controle de

pragas a fertilizaccedilatildeo e outras praacuteticas necessaacuterias satildeo realizados mediante capital

produzido pelo homem degradando a base local de recursos naturais (Xavier Simoacuten amp

Domingues 2001)

8

213 O Mercado de produtos agroecoloacutegicos

O mercado de alimentos produzidos sob a orientaccedilatildeo agroecoloacutegica produzidos

sem utilizaccedilatildeo de agrotoacutexicos ou adubos minerais tem aumentado vertiginosamente em

todo o mundo Alguns dados indicam que esse segmento cresce anualmente cerca de

20 nos Estados Unidos 40 na Europa e 50 no Brasil e para comprovar tais

iacutendices basta verificar a proliferaccedilatildeo das feiras de produtores ecoloacutegicos nas cidades o

aumento dos espaccedilos para esses produtos nas gocircndolas das grandes redes de

supermercados e os movimentos ambientalistas e de consumidores que buscam uma

alimentaccedilatildeo mais saudaacutevel (Schiedeck 2002)

Sem duacutevida antes de tudo cabe salientar que a crise atual evidencia o equiacutevoco da

adoccedilatildeo de um modelo de produccedilatildeotransformaccedilatildeo que natildeo tem outra ambiccedilatildeo que natildeo a

de se adaptar agrave globalizaccedilatildeo Cabe a consideraccedilatildeo feita por Dufour (1999) de que o

mercado natildeo eacute uacutenico e monoliacutetico e portanto a produccedilatildeo social da qualidade natildeo

significa mais do mesmo (a adaptaccedilatildeo do que jaacute natildeo serve)

Na realidade pode-se identificar claramente dois mercados de natureza

fundamentalmente oposta que segundo Gomes amp Borba (2000) satildeo o de produtos

baacutesicos (leite cereais carnes brancas e vermelhas) e o de produtos elaborados

socialmente e de grande valor agregado por serem justos socialmente O mercado

mundial dos produtos baacutesicos eacute alimentado pelos excedentes agriacutecolas de grandes

produtores (Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos e Canadaacute) tambeacutem a soja e carne de

frango brasileira e o trigo argentino e os preccedilos nesses mercados satildeo extremamente

baixos e permaneceratildeo assim por muito tempo segundo relatos recentes do Banco

Mundial

Para produzir a preccedilos tatildeo baixos eacute necessaacuterio lanccedilar matildeo de todo tipo de

artifiacutecio como os hormocircnios os organismos geneticamente modificados as farinhas

animais esquecendo o meio ambiente e convivendo com exploraccedilotildees gigantescas

concentraccedilatildeo na posse da terra e com uma minoria de beneficiaacuterios dos programas de

ajuda puacuteblica os agromanagers (Gomes amp Borba 2000)

O mercado de produtos elaborados e de valor agregado obedece a outras regras

Mesmo que os agricultores busquem a maximizaccedilatildeo da produtividade natildeo se enfrentam

diretamente A produccedilatildeo ocorre em zonas geograacuteficas bem definidas e permite valorizar

o ldquosavoir-fairerdquo ou ldquoknow-howrdquo (em outras palavras natildeo necessariamente mas o

conhecimento ldquotradicionalrdquo) contribuindo para uma verdadeira economia local Esta eacute a

9

agricultura que ao mesmo tempo produz gera e preserva empregos Para caminhar ateacute

ela eacute necessaacuteria uma ampla alianccedila entre agricultores consumidores e movimentos

sociais para frear esta forma de ditadura dos mercados fonte do poder das

transnacionais agro-alimentares e quiacutemicas (Dufour 1999)

Por outra parte o mercado natildeo eacute linear e abstrato como querem fazer crer A

produccedilatildeo e o consumo sempre estaratildeo localizados e seratildeo realizados por produtores e

consumidores concretos isto permite falar em convenccedilatildeo ou negociaccedilotildees onde a

qualidade seja considerada na originalidade no bem comum ou na confianccedila entre pares

e colada aos produtos ainda mais quando se trata de alimentos Isto soacute seraacute possiacutevel

no local (sem ignorar o global) e levando em conta indicaccedilotildees como denominaccedilatildeo

ou indicaccedilatildeo de origem de processo ou de qualidade etc relacionados agraves

especificidades dos produtos o que tambeacutem deve ser objeto de negociaccedilatildeo para cada

lugar (eacute preciso lembrar que a participaccedilatildeo e as relaccedilotildees interpessoais satildeo determinantes

ao longo do processo) A produccedilatildeo social da qualidade eacute vista como estrateacutegia que

adquire sentido se considerada para o espaccedilo da Agricultura Familiar onde ainda eacute

possiacutevel estabelecer laccedilos de solidariedade entre produtores e consumidores (Gomes amp

Borba 2000)

De acordo com DrsquoAgostini amp Fantini (2002) tanto ou mais do que compreender a

dinacircmica de processos dos quais resultam produtos interessantes eacute compreender e

humanizar a dinacircmica de interesses sobre esses processos e produtos Os mesmos

autores dizem ainda que natildeo seria a solidariedade humana (a virtude pressuposta) que

emerge em especial na produccedilatildeo agroecoloacutegica mas sim a emergecircncia da rica

propriedade humana a generosidade que permite praticaacute-la em qualquer relaccedilatildeo entre

os homens

22 A cultura da cebola (Alliunt cepa L) e sua importacircncia

A cultura da cebola foi introduzida pelos accedilorianos no Brasil no seacuteculo XVIII nos

municiacutepio de Mostardas Rio Grande e Satildeo Joseacute do Norte no Estado do Rio Grande do

Sul (Garcia 1990) sendo a terceira hortaliccedila de maior importacircncia econocircmica para o

paiacutes (ICEPA 2003) Nas regiotildees Sul e Sudeste a cebolicultura constitui-se em atividade

socioeconocircmica de significativa relevacircncia para os Estados de Satildeo Paulo Santa

10

Catarina e Rio Grande do Sul nos quais se concentram mais de 76 da produccedilatildeo

nacional (Debarba et a i 1998)

A mais importante regiatildeo produtora do Rio Grande do Sul estaacute situada no litoral

Sul englobando os municiacutepios de Rio Grande Tavares Satildeo Joseacute do Norte e Mostardas

(Garcia 1997) e segundo ICEPASC (2003) esses quatro municiacutepios respondem por

cerca de 70 da produccedilatildeo de cebola do RS

Timm (2000) cita que cerca de 16000 famiacutelias rurais no Rio Grande do Sul tem

na cultura da cebola o seu principal meio de subsistecircncia No Municiacutepio de Satildeo Joseacute do

Norte a produccedilatildeo de cebola constitui uma atividade econocircmica quase exclusiva onde a

descapitalizaccedilatildeo dos agricultores ocasionou o abandono do meio rural por muitos deles

que acabaram por estabelecerem-se na periferia da zona urbana (Garcia 1997)

Aleacutem da descapitalizaccedilatildeo do produtor ocorrem problemas como a erosatildeo do solo

que segundo Zabaleta (1998) ocorre principalmente devido agrave accedilatildeo dos ventos fortes e

constantes caracteriacutesticos na regiatildeo sul-litoracircnea bem como a topografia plana e os

solos muito arenosos com lenccediloacuteis freaacuteticos superficiais contribuem para o

empobrecimento dos solos da regiatildeo principalmente ao se comparar com outras aacutereas

onde a cebola participa de sistemas produtivos juntamente com a produccedilatildeo leiteira o

arroz e hortaliccedilas diversas (Timm 2000)

221 Caracteriacutesticas agronocircmicas da cebola

A cebola eacute uma aliaacuteceae a planta eacute tenra atinge 60 cm de altura e apresenta folhas

tubulares e cerosas O caule verdadeiro eacute um disco comprimido na base da planta de

onde partem as folhas e raiacutezes que satildeo fasciculadas pouco ramificadas explorando um

volume de solo equivalente a um cilindro com 60 cm de altura e 25 cm de diacircmetro

(Filgueira 2000)

Cada planta apresenta 20 a 200 raiacutezes normalmente espessas (05 a 1 mm de

diacircmetro) e com pouca ramificaccedilatildeo e poucos pecirclos absorventes O crescimento eacute

vertical estendendo-se de 40 a 80 cm de profundidade Poucas raiacutezes ocupam mais de

15 cm do raio em tomo do bulbo Estas caracteriacutesticas tecircm implicaccedilotildees peculiares

quanto acirc localizaccedilatildeo e ao suprimento de nutrientes (Quanto menor o diacircmetro e maior a

ocorrecircncia de pecirclos absorventes maior seraacute a superfiacutecie de raiacutezes e consequumlentemente a

absorccedilatildeo de nutrientes (Magalhatildees 1993)

11

A fase vegetativa do ciclo da planta termina com o amadurecimento do bulbo

todavia trata-se de uma planta bienal considerando acirceu ciclo vital completo isto eacute da

semeadura ateacute a produccedilatildeo de novas sementes Apoacutes um periacuteodo invemal sob baixas

temperaturas haacute emissatildeo de um pendatildeo floral que pode alcanccedilar 150 cm de altura

terminando por uma inflorescecircncia tipo umbela simples inicialmente recoberta por

uma peliacutecula formada por centenas de pequenas flores (Filgueira 2000)

Segundo Clivela (1995) os fatores climaacuteticos de modo geral natildeo satildeo limitantes

para a produccedilatildeo de bulbos de cebola no Rio Grande do Sul Filgueira (2000) enfatiza

que no Brasil eacute uma das raras culturas oleraacuteceas nas quais o fotoperiacuteodo pode tornar-se

o fator limitante ocorrendo frustraccedilotildees da colheita caso as exigecircncias da planta natildeo

sejam satisfeitas

222 A produccedilatildeo de mudas de hortaliccedilas

As mais importantes modificaccedilotildees no sistema de produccedilatildeo nos uacuteltimos anos tecircm

sido feitas na produccedilatildeo de mudas Hoje eacute uma realidade os produtores se

especializarem em produzir mudas principalmente no Estado de Satildeo Paulo Para tanto

se busca atraveacutes da pesquisa as melhores fontes e combinaccedilotildees de substratos associados

ao sistema de produccedilatildeo conveniente para cada espeacutecie a fim de se obter melhorias na

propriedade no solo e na Olericultura (Giorgetti 1991)

O sistema agroecoloacutegico torna-se importante uma vez que a base da Horticultura

moderna eacute a produccedilatildeo de mudas de alta qualidade (Minami1995) a produccedilatildeo de mudas

de hortaliccedilas tem sido citada como a etapa mais importante do sistema produtivo (Silva

Junior et al 1995) Segundo Filgueira (2000) nesta fase natildeo se pode cometer erros

pois posteriormente seraacute mais difiacutecil de corrigi-los visto que para o cultivo da cebola a

muda refletiraacute na qualidade do bulbo

As mudas de hortaliccedilas podem ser consideradas tolerantes e natildeo tolerantes ao

transplante e dependem principalmente das condiccedilotildees ambientais necessitando de

cuidados No caso da cebola como satildeo produzidas com raiz nua os cuidados devem ser

maiores pois dependendo do estado em que se encontram mais ou menos susceptiacuteveis

aos estresses quando em contato com o campo podem resultar em desastre (Minami

1999)

A quantidade de nutrientes extraiacuteda pelas hortaliccedilas durante a fase de muda varia

em funccedilatildeo da espeacutecie da variedade ou da cultivar e do prazo necessaacuterio para a formaccedilatildeo

13

O composto humificado ou curado eacute rico em nutrientes que passaram parcialmente

da forma orgacircnica para a forma mineral assimilaacutevel pelas raiacutezes e com maior teor

coloidal que atua como fertilizante e eacute responsaacutevel pela capacidade melhoradora do

solo (Barreto 1985)

Uma das principais alternativas em termos de adubaccedilatildeo orgacircnica eacute o

vermicomposto Ele eacute um adubo orgacircnico estaacutevel rico em nutrientes inodoro de

coloraccedilatildeo escura obtido a partir da atividade das minhocas que potencializam a mateacuteria

prima utilizada no processo (principalmente esterco de bovino) proporcionando

diversos benefiacutecios para as plantas (Timm 2000)

231 Efeitos da adubaccedilatildeo orgacircnica no solo

O solo funciona como um organismo vivo em 1 grama de solo saudaacutevel vive uma

comunidade bioloacutegica de aproximadamente 1 0 0 0 0 espeacutecies diferentes como minhocas

larvas besouros colecircmbolos aacutecaros algas bacteacuterias e fungos Estes organismos

necessitam de alimentos para viver principalmente carbono e nitrogecircnio que estatildeo

presentes na palhada das culturas e no esterco de animais Em funccedilatildeo disso eacute

importante que o solo tenha um determinado teor de mateacuteria orgacircnica para fornecer os

alimentos e energia que os microacutebios precisam para viver (Paulus et al 2001)

O homem atraveacutes dos diferentes sistemas de preparo do solo e cultivos contiacutenuos

ou natildeo altera o comportamento do mesmo em relaccedilatildeo agraves reaccedilotildees quiacutemicas

propriedades fiacutesicas como capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua lixiviaccedilatildeo de nutrientes

erosatildeo e como consequumlecircncia afeta a qualidade de organismos presentes no solo (Brady

1999) reduzindo paulatinamente o teor de mateacuteria orgacircnica (Primavesi1982)

Nos uacuteltimos anos tem-se observado em diferentes paiacuteses a ampliaccedilatildeo do uso de

adubos orgacircnicos Alguns apresentam oacutetimos resultados enquanto outros se mostram

tecnicamente inadequados Os principais adubos orgacircnicos encontrados no mercado satildeo

fertilizantes orgacircnicos de origem animal compostos de lixo urbanos compostos de

produtos industriais e huacutemus de minhoca Nestes fertilizantes estatildeo presentes a maioria

dos macronutrientes (nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre) e

micronutrientes (zinco cobre boro ferro cobalto)essenciais para as plantas e nem

sempre encontrados em muitos fertilizantes minerais bem como uma gama de

microorganismos que vatildeo beneficiar a fauna e a flora do solo (Brady 1979 Kiehl

1985 Costa 1985 Garcia 1997)

14

Os adubos orgacircnicos satildeo amplamente empregados nos sistemas de produccedilatildeo de

alface como condicionadores do ambiente quiacutemico e fiacutesico da rizosfera e

consequumlentemente na resposta bioloacutegica das plantas (Rodrigues amp Casali 1998)

Considerando as necessidades hortiacutecolas de maior competitividade e o fato de natildeo

ser subsidiada o crescimento populacional e a industrializaccedilatildeo representam fatores

determinantes na geraccedilatildeo diaacuteria de enormes volumes de resiacuteduos podendo ser utilizados

pelos produtores com um maior retomo econocircmico possiacutevel Ao mesmo tempo a

questatildeo ambiental assume cada vez mais destaque na sociedade moderna repercutindo

em poliacuteticas governamentais bem como no setor produtivo do paiacutes e do mundo

fazendo com que a relaccedilatildeo do homem com a natureza seja repensada (Morselli 2001)

232 Efeitos da adubaccedilatildeo orgacircnica nas culturas

Segundo Paulus et al (2001) a mateacuteria orgacircnica tambeacutem eacute fonte de nutrientes

especialmente nitrogecircnio foacutesforo enxofre e micronutrientes aleacutem disso tem

capacidade de ldquoprenderrdquo micronutrientes e alguns elementos toacutexicos para as plantas

como o alumiacutenio Por exemplo os micronutrientes depois de presos satildeo liberados

lentamente no solo onde satildeo gradativamente aproveitados pelas plantas

O uso dos fertilizantes minerais elevam o custo de produccedilatildeo pois satildeo necessaacuterias

altas doses para o fornecimento dos teores de nutrientes demandados Por isso eacute

importante a geraccedilatildeo de tecnologias que poupem o consumo de fertilizantes minerais

desejaacutevel com vista agrave diminuiccedilatildeo do custo de produccedilatildeo (Rodrigues 1984) A produccedilatildeo

de hortaliccedilas sob a orientaccedilatildeo agroecoloacutegica leva em consideraccedilatildeo natildeo apenas os custos

de produccedilatildeo como tambeacutem a dependecircncia dos insumos principalmente quando se

considera a ldquoteoria da trofobioserdquo pelos efeitos maleacuteficos que os nutrientes prontamente

assimilaacuteveis podem causar as plantas (Chaboussou 1987)

Para Compagnoni amp Putzolu (1985) o vermicomposto eacute um autecircntico fertilizante

bioloacutegico que atua como corretivo do solo determinando caracteriacutesticas importantes

para a microflora pelos aacutecidos huacutemicos e as substacircncias fitoestimulantes Os autores

consideram ainda que as dejeccedilotildees das oligoquetas proporcionam a formaccedilatildeo de huacutemus

permitindo melhorar o solo razatildeo pela qual satildeo destinados agrave horticultura com oacutetimas

vantagens fiacutesicas e microbioloacutegicas enriquecendo a camada araacutevel

Em experimentos desenvolvidos durante cinco anos para avaliar o efeito da

aplicaccedilatildeo de compostos eou adubos nas culturas de alface manjericatildeo espinafre e

15

pepino Valenzuela amp Crosby (1998) compararam as produccedilotildees obtidas com composto

e a fertilizaccedilatildeo padratildeo e concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo do composto em 20 Mg ha 1 mais

N-quiacutemico foi o melhor tratamento em todas as culturas estudadas

233 Plantas de cobertura do solo

As plantas mais usadas para adubaccedilatildeo de cobertura do solo satildeo as leguminosas

pois estas tecircm a capacidade de fixar o nitrogecircnio atmosfeacuterico e disponibiliza-lo agrave

cultura Primavesi (1992) cita que utilizando-se mucuna ervilhaca feijatildeo-de-porco

feijatildeo-miuacutedo crotalaacuteria e outras natildeo haacute necessidade de utilizar tanto nitrogecircnio em

cobertura embora natildeo se dispense uma calagem mais frequumlente pois ocorre um pouco

de acidificaccedilatildeo no solo como com qualquer adubaccedilatildeo nitrogenada Segundo a mesma

autora algumas leguminosas tecircm a capacidade de mobilizar o foacutesforo como o caupi

(feijatildeo-miuacutedo) outras mobilizam o caacutelcio como tremoccedilo

Para Brady (1999) a adubaccedilatildeo verde traz grandes benefiacutecios como suprimento de

mateacuteria orgacircnica sendo consideraacutevel a quantidade de resiacuteduos orgacircnicos devolvidos ao

solo adiccedilatildeo de nitrogecircnio nutrientes e conservaccedilatildeo do solo

Calegari (1998) comenta que quanto aos aspectos fiacutesicos os resiacuteduos tendem a

contribuir para uma melhoria da estrutura do solo percebida pelo aumento da

estabilidade dos agregados em aacutegua aumento da capacidade de retenccedilatildeo hiacutedrica

elevaccedilatildeo dos iacutendices de infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo aumento da porosidade melhor

aeraccedilatildeo e diminuiccedilatildeo da densidade do solo

De acordo com Timm (2000) o papuatilde eacute uma excelente alternativa como cobertura

de solo para o cultivo miacutenimo da cebola pois na eacutepoca do transplante das mudas seu

ciclo vegetativo estaacute completo natildeo necessitando o dessecamento outra vantagem eacute que

o papuatilde apresenta bom controle com relaccedilatildeo agraves plantas invasoras da cebola reduzindo

ao longo dos anos o nuacutemero de capinas e a aplicaccedilatildeo de herbicidas

234 Adubaccedilatildeo foliar

Segundo Malavolta (1981) a utilizaccedilatildeo da adubaccedilatildeo foliar eacute complemento da

adubaccedilatildeo de solo natildeo substituto da mesma no que diz respeito ao fornecimento de

nitrogecircnio foacutesforo e potaacutessio para as culturas Da mesma maneira que as raiacutezes podem

perder para o solo parte dos elementos absorvidos as folhas tambeacutem o fazem pela accedilatildeo

16

de fatores internos (desordem fisioloacutegica estado nutricional etc) e externos (chuvas

orvalho nutriccedilatildeo do sistema radicular luz temperatura etc)

Para Chaboussou (1987) as plantas adquirem o maacuteximo de resistecircncia bioloacutegica

atraveacutes da nutriccedilatildeo (trofos) equilibrada Obviamente para que isto ocorra eacute necessaacuterio

que o solo esteja em equiliacutebrio dinacircmico o ambiente seja o mais estaacutevel e as plantas

selecionadas ou melhor adaptadas para poderem suportar as alteraccedilotildees extemporacircneas

ocasionadas pelos fenocircmenos meteoroloacutegicos e nas fases fonoloacutegicas criacuteticas do

crescimento e desenvolvimento (Pinheiro amp Barreto 2000)

O lixiviado das folhas enriquece as camadas superiores do solo e tende a

contrabalanccedilar as perdas de zonas mais profundas e mais distantes acumulando-os nas

suas proximidades tambeacutem influencia o nuacutemero e o comportamento dos

microrganismos que por sua vez alteram o processo de gecircnese do solo sua textura e

fertilidade A lixiviaccedilatildeo assim se toma importante no desenvolvimento da sucessatildeo

ecoloacutegica devido agrave ciclagem de elementos (Malavolta 1980)

Conforme Camargo (1975) a utilizaccedilatildeo de adubos foliares substitui parcialmente

a adubaccedilatildeo radicular em 20 a 25 podendo ser utilizada em varias pulverizaccedilotildees

24 Vermicompostagem

E o processo que consiste em se submeter diferentes resiacuteduos orgacircnicos de

origem animal eou vegetal aos processos fermentativos e humificaccedilatildeo adicionando

minhocas do gecircnero Eiseina espeacutecie foetida ao material procurando obter um produto

curado em aproximadamente 45 - 60 dias (Compagnoni amp Putzolu 1985)

A vermicompostagem firmou-se no Brasil como atividade rentaacutevel produzindo

adubo de alta qualidade na deacutecada de 90 Na agricultura brasileira contudo haacute

preferecircncia pelos adubos quiacutemicos em funccedilatildeo de sua aquisiccedilatildeo financiada menor custo

e retomo imediato embora o impacto de seu uso contiacutenuo sobre o solo e os

microorganismos que nele vivem seja negativo (Tagliari amp Grassmann 1995)

Segundo Morselli (2002) a vermicompostagem difere da compostagem

convencional dentre outros pocircr formar substacircncias huacutemicas mais rapidamente ao sofrer

passagem pelo trato digestivo das minhocas A alirdentaccedilatildeo destas satildeo basicamente os

estercos e a disponibilidade desta mateacuteria prima bem como de ambiente protegido para

proceder a compostagem correta deste material satildeo indispensaacuteveis

17

Segundo Kiehl (1985) e Martinez (1990) o vermicomposto apresenta as seguintes

vantagens em relaccedilatildeo a compostagem permite a formaccedilatildeo de um produto curado em

menor espaccedilo de tempo promove a formaccedilatildeo de um material com maior

disponibilidade de nutrientes facilita o peneiramento natildeo havendo a necessidade de

revolvimento do material oferece vaacuterias fontes de renda pois aleacutem do huacutemus fornece

minhocas e raccedilatildeo e quando aplicado ao solo tende a melhorar as propriedades fiacutesicas

quiacutemicas e bioloacutegicas

241 Resiacuteduos utilizados na vermicompostagem

2411 Resiacuteduos de origem animal

Segundo Bureacutes (1997) o esterco eacute uma mistura de fezes urina e camas que

podem estar constituiacutedas de palhas folhas secas serragem turfa casca de arroz e ateacute

terra Esse apresenta pH neutro e densidade que varia de 030 a 090 Kg dm3 segundo

seu estado de decomposiccedilatildeo Eacute influenciado por vaacuterios fatores como espeacutecie animal

raccedila idade alimentaccedilatildeo material utilizado como cama e tratamento da mateacuteria-prima

esterco (Kiehl 1985) Dentre os fatores apontados um dos mais importantes eacute a

alimentaccedilatildeo do animal quanto mais rica a alimentaccedilatildeo mais rica seraacute as dejeccedilotildees

(Gnoatto 1999) O volume de bacteacuterias vivas ou mortas encontradas no esterco

representam 20 a 30 do total delas se originam grande parte do nitrogecircnio sob a

forma de proteiacutena (Morselli 2002)

A origem do material utilizado para a produccedilatildeo de vermicomposto eacute fundamental

pois soacute uma mateacuteria-prima de qualidade resultaraacute em um produto final de boa qualidade

Dentre os estercos o de aves eacute empregado empiricamente na adubaccedilatildeo de culturas

permanente ou natildeo com excelentes resultados apesar de sua simples composiccedilatildeo

meacutedia 2 de nitrogecircnio 2 de foacutesforo como P2 0 5 e 1 de K2 0 Poreacutem haacute uma

grande variaccedilatildeo na sua constituiccedilatildeo a qual dependeraacute do manejo animal atraveacutes das

camas finalidade da criaccedilatildeo e natureza das camas (Morselli 2002)

2412 Resiacuteduos de origem vegetal

A mateacuteria orgacircnica pode ser preservada no solo por vaacuterios processos seja pela

simples incorporaccedilatildeo de resiacuteduos de culturas rotaccedilatildeo de culturas adubaccedilatildeo verde ou

18

pela adiccedilatildeo de materiais orgacircnicos capazes de elevar e manter a produtividade do solo

Da decomposiccedilatildeo dos resiacuteduos orgacircnicos adicionados ao solo resulta a liberaccedilatildeo de

grande quantidade de nutrientes principalmente o nitrogecircnio o potaacutessio e o enxofre

Aleacutem disso diversos atributos quiacutemicos e fiacutesicos do solo satildeo alterados pela

decomposiccedilatildeo desses resiacuteduos destacando-se o aumento da capacidade de troca de

caacutetions o aumento da retenccedilatildeo de aacutegua a melhoria da estabilidade dos agregados e da

aeraccedilatildeo (Fraser1963 Malavolta 1981 Mello et al 1983 Bonilla 1992)

Segundo Purcino (1981) quando a relaccedilatildeo CN eacute menor que 30 como no caso do

esterco de curral ou da palha de leguminosas a disponibilidade de nitrogecircnio eacute

imediata mas acima deste valor ocorre imobilizaccedilatildeo crescente deste nutriente Por esse

motivo estes materiais devem ser submetidos a uma degradaccedilatildeo bioloacutegica antes de

serem adicionados ao solo

25 Biofertilizantes

No Brasil ocorrem problemas crescentes com materiais derivados de sistemas

intensivos de criaccedilatildeo animal que acumulam resiacuteduo^ orgacircnicos com graves problemas

de contaminaccedilatildeo de cursos de aacutegua que na maioria das vezes se acumulam em um

uacutenico lugar e natildeo satildeo reciclados (Viglizzo 1995)

Visando amenizar tais situaccedilotildees os meacutetodos alternativos de adubaccedilatildeo controle de

doenccedilas pragas e plantas indesejaacuteveis tecircm sido muito estudado Dentro dessa linha de

pesquisa destaca-se o uso de mateacuteria orgacircnica atraveacutes tanto de sua incorporaccedilatildeo ao

solo como de sua transformaccedilatildeo para uso posterior na forma de biofertilizantes

(Khatounian 1997 Bettiol et al 1997)

Na complexa e elevada comunidade microbiana dos biofertilizantes encontram-se

bacteacuterias fungos leveduriformes filamentosos e actinomicetos (Bettiol apud Penteado

1999)

O agregado de macro e micronutrientes periodicamente ativa e enriquece a

fermentaccedilatildeo O uso de farinha de rocha tem sido vantajoso por ter baixo custo

comparado com os sais concentrados e purificados aleacutem de trazer alguns elementos

traccedilos de vital importacircncia para os microrganismos do solo como por exemplo o Gaacutelio

o Iodo e o Vanaacutedio (M1BASA 199-) O agregado de farinha de rocha ou sais

purificados ao fermentado faz com que estes nutrientes passem a fazer parte dos

microrganismos ou dos produtos orgacircnicos liberados durante a fermentaccedilatildeo sendo que

19

o ataque dos microrganismos atraveacutes de suas enzimas consegue liberar os elementos natildeo

atacados pelos aacutecidos industriais (Pinheiro amp Barreto 2000)

Os biofertilizantes tecircm sido empregados na agricultura ecoloacutegica como adubo

foliar para aumentar a resistecircncia contra pragas e doenccedilas Aleacutem disso o processo de

produccedilatildeo eacute bastante simples e por isso eacute viaacutevel sua produccedilatildeo na propriedade desde que

tenha esterco disponiacutevel (Penteado 1999)

Bettiol et al (1997) verificaram a presenccedila de diferentes espeacutecies de fungos

fiacutelamentosos e leveduriformes e bacteacuterias entre elas Bacillus spp na comunidade

microbiana do biofertilizante produzido segundo meacutetodo adotado pelo Centro de

Agricultura Ecoloacutegica Ipecirc Os autores verificaram ainda uma reduccedilatildeo da comunidade

microbiana ao longo da digestatildeo reduccedilatildeo essa mais acentuada logo apoacutes o acreacutescimo

dos sais contendo micronutrientes A accedilatildeo dos sais pode ser tanto por aumento na

pressatildeo osmoacutetica quanto pelo efeito direto sobre os microrganismos Para o controle de

doenccedilas de plantas satildeo importantes a presenccedila dos metaboacutelitos produzidos pelos

organismos presentes no biofertilizante e os proacuteprios microrganismos vivos

Os microrganismos transformam o material orgacircnico (esterco soro de leite caldo

de frutas palhas restos industriais etc) e cinzas produzindo vitaminas aacutecidos e sais

complexos importantes para regular e tonificar o metabolismo das plantas impedindo o

desenvolvimento de pragas e doenccedilas (Pinheiro amp Barreto 2000)

Em estudos feitos com o biofertilizante liacutequido de bovinos foi observado a

presenccedila de inuacutemeros microorganismos como bacteacuterias leveduras e bacilos

principalmente do Bacillus subtilis Estes microorganismos sintetizam substacircncias

antibioacuteticas as quais demonstram ter grande accedilatildeo e eficiecircncia como substacircncias

fungiostaacuteticas e bacteriostaacuteticas de fitopatoacutegenos causadores de danos em lavouras

comerciais (Penteado 1999)

Aldrighi et al (2002) realizaram trabalho na UFPel relacionado agrave nutriccedilatildeo de

mudas de tomate (Floradade) produzidas no sistema ldquofloatingrdquo Utilizaram-se doses de

0 2 5 e 10 para o biofertilizante Super Magro e 0 e 1 para a urina de vaca

Concluiacuteram que estes natildeo interferem na produccedilatildeo das mudas e que provavelmente foi

influenciado pelo substrato utilizado (vermicomposto 75 e casca de arroz carbonizada

25) bem como o sistema de produccedilatildeo (floating)

Paglia et al (2002) citam que eacute possiacutevel produzir mudas de tomate (cultivar

Floradede) utilizando urina de vaca e biofertilizante Super Magro na aacutegua em sistema

ldquofloatingrdquo em trabalho realizado na UFPel O uso da urina de vaca a 1 e 5 e

20

biofertilizante Super Magro a 6 proporcionam uma elevaccedilatildeo do foacutesforo bem como o

Super Magro a 6 eleva os teores de Mg e Ca na aacutegua

251 Urina de vaca

As urinas de vaca contecircm nutrientes favoraacuteveis ao bom desenvolvimento das

plantas como potaacutessio soacutedio nitrogecircnio enxofre magneacutesio caacutelcio foacutesforo e traccedilos de

outros elementos Nas plantas funciona como um fertilizante natural tomando-as mais

resistentes ao ataque das pragas e doenccedilas Satildeo encontradas tambeacutem na urina outras

substacircncias como fenoacuteis e principalmente o catecol que esta associado agrave recuperaccedilatildeo

de plantas atacadas por fitopatoacutegenos por ser um produto anti-seacuteptico (Penteado 1999)

Para seu emprego a urina receacutem coletada deve ser armazenada sob condiccedilotildees

ambientais por trecircs dias para que se forme amocircnio importante produto a ser absorvido

pelas plantas Recomenda-se ainda que o armazenamento deva ser feito em recipiente

fechado para que natildeo ocorram perdas de nitrogecircnio Desta forma poderaacute permanecer

por ateacute um ano sem comprometer sua eficiecircncia

Em hortaliccedilas o uso da urina de vaca eacute recomendado em pulverizaccedilotildees foliares

semanais na concentraccedilatildeo de 05 para tomateiro pimentatildeo pepino feijatildeo vagem e

couve ou quinzenais a 1 para as culturas do quiabeiro jiloeiro e berinjela Para

fruteiras em geral a primeira aplicaccedilatildeo deve ser na concentraccedilatildeo aproximada de 5

realizada diretamente no solo e mensalmente devem ser realizadas pulverizaccedilotildees

foliares a 1 para plantas jovens e a 5 para plantas adultas (Penteado 1999)

Na aplicaccedilatildeo foliar deve-se ter cuidado com folhas e brotos novos e considerar que

o uso contiacutenuo pode ser toacutexico podendo afetar o solo causando a sua acidificaccedilatildeo

(Penteado 1999)

Na Estaccedilatildeo Experimental da PESAGRO no municiacutepio de Macaeacute Rio de Janeiro

estaacute se utilizando a urina de vaca leiteira Os pesquisadores descobriram que a urina de

vaca em lactaccedilatildeo produzia o efeito de recuperar plantas de abacaxi atacadas por uma

doenccedila conhecida como ldquofusairioserdquo Essa doenccedila quando ataca o abacaxi causa

perdas de ateacute 70 da safra Todos os agrotoacutexicos testados natildeo conseguiram controlar a

doenccedila Isto eacute um exemplo para que a universidade tenha uma nova percepccedilatildeo (Capra

1996) adotando medidas efetivas que contribuam na transiccedilatildeo agroecoloacutegica Com o

uso da urina de vaca leiteira numa lavoura de abacaxi atacada pela fusariose observou-

se agrave recuperaccedilatildeo do stand e os frutos produzidos apresentaram excelente padratildeo

21

comercial Descobriu-se que aleacutem funcionar como adubo e defensivo natural a urina de

vaca leiteira tambeacutem favorece a floraccedilatildeo de muitas plantas e pode ser usada no

tratamento de frutos e tubeacuterculos depois da colheita

A urina de vaca em lactaccedilatildeo tambeacutem estaacute sendo usada nas lavouras de cafeacute em

plantaccedilotildees de maracujaacute coco alface e outras hortaliccedilas Na regiatildeo centro-sul do Paranaacute

os agricultores estatildeo aplicando a urina de vaca leiteira nas lavouras de feijatildeo soja

batata cebola e milho (Penteado 1999)

252 Alhol

A maioria dos defensivos alternativos tais como calda bordalesa sulfocaacutelcica

aacutegua de cinza e cal biofertilizante enriquecido extrato de fumo entre outros precisa

ser misturada com um espalhante adesivo para quebrar a tensatildeo superficial da gota e

propiciar um melhor molhamento das folhas e demais partes pulverizadas assegurando

uma absorccedilatildeo mais efetiva e uma melhor accedilatildeo sobre as pragas e doenccedilas Quando as

gotas permanecem inteiras sobre a superfiacutecie folhar devido agrave falta de espalhante

adesivo pode-se danificar os tecidos vegetais pelc efeito-lente quando o sol incide

sobre elas Aleacutem disso a gota por natildeo se espalhar sobre toda superfiacutecie folhar

concentra nela e consequumlentemente sobre o tecido que estaacute em contato com ela uma

quantidade maior do produto aplicado Essa maior concentraccedilatildeo pode prejudicar a

absorccedilatildeo e lesionar os tecidos principalmente apoacutes a evaporaccedilatildeo da aacutegua contida na

gota por resultar em uma maior concentraccedilatildeo de sais no local especialmente quando se

aplicam por exemplo calda sulfocaacutelcica bordalesa biofertilizante enriquecido com

macro e micronutrientes (Claro 2001)

O alhol eacute um espalhante adesivo ecoloacutegico que tambeacutem auxilia no controle de

pragas E elaborado com aacutegua alho oacuteleo vegetal e sabatildeo neutro a partir da sabedoria

popular que menciona o alho como repelente de insetos Juacutenior Abreu amp Maiorano

(199-) indicam formulaccedilotildees contendo alho para o controle de pragas como nematoacuteides

(Meloidogyne incoacutegnita e M javanica) mosca do chifre lagarta na maccedilatilde pulgotildees

besouro da batata trips e para controle de doenccedilas fuacutengicas e bacterianas como miacuteldio

ferrugem fusariose helminthosporiose murchadeira (Pseudonamos solacearum)

bruzone do arroz (Pyricularia orysae) podridatildeo negra do repolho e couve-flor

(Xanthomonas campestris) Aleacutem disso o alho pelo seu bom teor em oacuteleo pode agir

tambeacutem como espalhante adesivo O sabatildeo tambeacutem eacute indicado como espalhante adesivo

22

e possui accedilatildeo contra certas pragas (pulgotildees) sendo que o oacuteleo vegetal eacute indicado no

controle de cochonilhas e usado como espalhante adesivo (Claro 2001)

253 Calda Bordalesa

A calda bordalesa eacute um tradicional defensivo agriacutecola que pode ser preparado na

propriedade com a mistura de sulfato de cobre cal virgem e aacutegua As concentraccedilotildees de

sulfato de cobre e cal satildeo distintas dependendo do objetivo do seu emprego

Geralmente diferem de acordo com o tipo de planta ou espeacutecie vegetal as condiccedilotildees

climaacuteticas o grau de infestaccedilatildeo da doenccedila e a fase de crescimento da planta Eacute indicada

para o controle de miacuteldio alternaacuteria botrytis e antracnose (Penteado 1999)

A calda bordalesa caracteriza-se pela sua importante accedilatildeo no controle de diversas

doenccedilas fungicas nas mais diversas espeacutecies de culturas Possui tambeacutem uma relativa

accedilatildeo bactericida e em alguns casos age como repelente de insetos Da mistura do

sulfato de cobre com a cal resulta uma soluccedilatildeo rica em macronutrientes e

micronutrientes Provavelmente os expressivos resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo da

calda bordalesa devam-se natildeo somente a sua accedilatildeo fuacutengica e bactericida mas sobretudo

agrave influecircncia positiva que exerce no metabolismo das plantas ativando o processo

enzimaacutetico e estimulando a proteossiacutentese aumentando a resistecircncia das plantas (Claro

2 0 0 1 ) caracteriacutestica fundamental na agricultura sustentaacutevel

254 Biofertilizante Super Magro

A calda Super Magro eacute produto da fermentaccedilatildeo de estercos animais enriquecidos

por micronutrientes e outros produtos de origem animal obtendo-se uma calda

biofertilizante para aplicaccedilatildeo foliar nas plantas (Penteado 1999) jaacute foram observados

bons resultados principalmente nas culturas de uva maccedila pecircssego tomate batata e

hortaliccedilas em geral

E indicado como fonte suplementar de micronutrientes para as plantas inibidor

de fungos e bacteacuterias causadores de doenccedilas e para aumentar a resistecircncia contra insetos

e aacutecaros (Penteado 1999) i

Muller (1999) avaliou a influecircncia do biofertilizante Super Magro sobre as

culturas de tomate (Lycopersicon esculentum Mill) ervilha (Pisum sativum L) e

beterraba (Beta vulgaris L) O autor obteve cultivos com baixa severidade de doenccedilas e

23

insetos fitoacutefagos possivelmente por causa do manejo orgacircnico de produccedilatildeo Os

resultados das pulverizaccedilotildees das soluccedilotildees foliares variaram conforme a cultura e o

clima

255 Biofertilizante MB4

A utilizaccedilatildeo das farinhas de rochas eacute uma das teacutecnicas mais modernas usadas nos

uacuteltimos anos na agricultura O elevado nuacutemero de nutrientes contidos no MB4 como

cobre zinco manganecircs cobalto soacutedio alumiacutenio silicatos de magneacutesio ferro e caacutelcio

acompanhado de foacutesforo potaacutessio e enxofre reagem com a soluccedilatildeo do solo liberando

elementos essenciais ao desenvolvimento da vida microbiana os quais exercem um

papel fundamental atraveacutes de transformaccedilotildees quiacutemicas e do equiliacutebrio bioloacutegico

favorecendo o desenvolvimento sadio das plantas (Pinheiro amp Barreto 2000)

24

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

31 Local de execuccedilatildeo do experimento

O presente trabalho foi conduzido no Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul

(FEPAGROSUL) no municiacutepio de Rio Grande nlt periacuteodo de 15 de maio a 26 de

agosto de 2 0 0 2

O solo eacute classificado como ldquoTuiardquo satildeo muito arenosos As massas aquaacuteticas do

Oceano Atlacircntico e Lagoa dos Patos influenciam ventos temperatura pressatildeo umidade

relativa e demais fatores climaacuteticos A topografia da regiatildeo litoracircnea eacute plana com

lenccediloacuteis freaacuteticos superficiais

32 Anaacutelise estatiacutestica

O experimento foi constituiacutedo em fatorial 3X3 (Quadro 1) com quatro repeticcedilotildees

no delineamento blocos ao acaso As variaacuteveis respostas foram submetidas agrave anaacutelise de

variaccedilatildeo e ao teste de Duncan a 5 de probabilidade para comparaccedilatildeo das meacutedias

utilizando-se o sistema SANEST (Zonta amp Machado 1984)

As anaacutelises estatiacutesticas das variaacuteveis estudadas encontram-se nos Apecircndices C D

Os resultados das respostas agronocircmicas e das determinaccedilotildees dos conteuacutedos dos

macronutrientes bem como os de raiz estatildeo nas tabelas de 1 a 3

25

As diferentes adubaccedilotildees seratildeo representadas durante a discussatildeo da seguinte

forma 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e EC

(60 t ha 1 de esterco de curral) 1 VB+SM+U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais

super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+SM+U+CB (45 t ha 1 de

vermicomposto mais super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa)

EC+SM+U+CB (60 t ha 1 de esterco de curral mais super magro mais urina de vaca

mais calda bordalesa) 1 VB+MB4 +U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais MB4 mais

urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+MB4 +U+CB (45 t ha 1 de vermicomposto

mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa) EC+MB4 +U+CB (60 t ha 1 esterco

de curral mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa)

QUADRO 1 Descriccedilatildeo dos fatores experimentais e respectivos niacuteveis

Niacuteveis Fator 1 ADUBACcedilAtildeO DE BASE

0 1 Vermicomposto (30 t ha1)

0 2 Vermicomposto (45 t ha1)

03 Esterco de curral (60 t ha1)

Niacuteveis Fator 2 BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS

0 1 Super magro (5) + Urina de Vaca + Calda Bordalesa

0 2 MB4 (10) + Urina de vaca + Calda Bordalesa

03 Ausecircncia (testemunha)

33 Tratamentos

Da combinaccedilatildeo entre niacuteveis e fatores foram obtidos 9 tratamentos que estatildeo

descritos no Quadro 2 bem como as doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

26

QUADRO 2 Tratamentos e doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

TRATAMENTOS

Ndeg FATOR I FATOR II

0 1 30 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

0 2 30 t harsquo de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

03 30 t ha de vermicomposto - - -

04 45 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

05 45 t ha de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

06 45 t ha de vermicomposto - - -

07 60 t hade esterco Super Magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

08 60 t hade esterco MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

09 60 t hade esterco - - -

Cada parcela foi constituiacuteda por dois canteiros medindo 1 m de largura x 2 m de

comprimento perfazendo 075 m de aacuterea de aacuterea uacutetil (025 m de bordadura) Foi

utilizando semeadura a lanccedilo com densidade de 24 g canteiro1

O vermicomposto a urina de vaca o esterco de curral o alhol os biofertilizantes e

a calda bordalesa foram de procedecircncia do Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul O

vermicomposto de esterco bovino misturado agraves cascas de frutas foi processado pela

minhoca vermelha califomiana Eisenia foetida)

O biofertilizante Super Magro foi elaborado segundo a metodologia descrita pela

FEPAGROSUL utilizando-se os seguintes componentes 190 litros de aacutegua 22 litros

de leite 55 Kg de accediluacutecar mascavo 30 Kg de esterco fresco de bovinos 2 Kg de

Sulfato de zinco 2 Kg de sulfato de magneacutesio 2 Kg de cloreto de caacutelcio 1 Kg de aacutecido

boacuterico 300 g de sulfato de cobre 300 g de sulfato de ferro 300 g de sulfato de

manganecircs 100 g de molibdato de soacutedio 50 g de sulfato de cobalto 3 Kg de fosfato

natural 3 Kg de cinza e 200 g de farinha de osso

A urina de vaca em lactaccedilatildeo foi coletada pela manhatilde e armazenada em recipiente

fechado por trecircs dias em condiccedilotildees ambientais para que se formasse a amocircnia e natildeo

ocorresse perda de nitrogecircnio

28

Realizaram-se duas capinas manuais durante o experimento e em seguida como

cobertura se colocou casca de arroz Tambeacutem foi aplicado esterco de aves 30 dias antes

da colheita na quantidade de 05 Kg canteiro 1 como adubaccedilatildeo de cobertura

As pulverizaccedilotildees com os produtos iniciaram apoacutes 15 dias da germinaccedilatildeo

Realizou-se sete aplicaccedilotildees sendo que as duas primeiras foram feitas apenas com

Super Magro e MB4 Na terceira e na quarta aplicaccedilatildeo utilizou-se urina de vaca e calda

bordalesa em concentraccedilotildees menores (05 e 025 respectivamente) e na quinta

aplicaccedilatildeo as dosagens de urina de vaca e calda bordalesa foram elevadas para 1 0 e

05 respectivamente ateacute o final do experimento O alhol foi utilizado a partir da

terceira pulverizaccedilatildeo na quantidade de 2 e seguiu ateacute o final no dia 26 de agosto

quando as mudas foram colhidas e posteriormente analisadas as variaacuteveis

35 Observaccedilotildees agronocircmicas

Foram utilizadas 20 mudas de cebola para obtenccedilatildeo das meacutedias das variaacuteveis as

quais foram as seguintes

351 Fitomassa fresca da parte aeacuterea e raiacutezes

Foi realizada atraveacutes de uma balanccedila digital procedendo-se a pesagem de 20

mudas de cebola previamente lavadas e posteriormente secadas durante uma hora sobre

um tecido de algodatildeo agrave temperatura ambiente Processo idecircntico foi adotado com as

raiacutezes

352 Fitomassa seca da parte aeacuterea e raiacutezes

Esta variaacutevel foi obtida a partir da secagem preliminar em estufa de ar forccedilado

durante 48 horas a 65 C ateacute peso constante com posterior pesagem em balanccedila

analiacutetica

353 Altura da muda

A altura de muda foi medida a partir do colo das plantas ateacute sua uacuteltima folha

(ponto de crescimento) com uma reacutegua graduada de 40 cm

29

354 Diacircmetro do colo das plantas

Esta medida foi realizada no ponto de transplante a 2 mm das raiacutezes e utilizando-

se um paquiacutemetro SOMET

355 Sistema radicular

Ao teacutermino do experimento foram retiradas as raiacutezes das mesmas plantas que foram

utilizadas para as determinaccedilotildees realizadas na parte aeacuterea procedendo-se uma amostra

de solo com raiacutezes de 2 0 cm de largura x 2 0 cm de comprimento e 2 0 cm de altura

totalizando 8000 cm3

As raiacutezes apoacutes serem lavadas em aacutegua corrente foram pesadas acondicionadas em

sacos plaacutesticos e congeladas para posteriores anaacutelises pelo meacutetodo de Tennant (1975)

para a determinaccedilatildeo do comprimento e densidade

3551 Comprimento de raiz

Utilizou-se para a determinaccedilatildeo do comprimento de raiz as seguintes foacutermulas

1 = ndeg x 1114 x 1 onde

1 - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 0 0 2 g

ndeg - nuacutemero de intercessotildees das raiacutezes com os lados da quadriacutecula da malha do

aparelho

1114 - constante

1 - medida lateral da quadriacutecula em cm

Tomando-se a fiacutetomassa seca e o comprimento da raiz da cada amostra

relacionou-se com a fiacutetomassa seca e o comprimento total da raiz da planta aplicando-

se a seguinte equaccedilatildeo

L = (FSR x 1) FSPA onde

L - comprimento total da raiz da planta (m)

FSR - fiacutetomassa seca de raiz

FSPA - fiacutetomassa seca da parte aeacuterea

L - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 002g

3552 Densidade de raiz

A densidade foi determinada pela foacutermula

D = L 8000 onde

D - densidade de raiacutezes (m cm3)

30

L - comprimento total de raiacutezes (m)

8 0 0 0 - volume da amostra (cm3)

3553 Razatildeo parte aeacutereasistema radicular

Este paracircmetro foi obtido pela equaccedilatildeo

RPASR = FSPA FSR onde

RPASR - razatildeo parte aeacuterea sistema radicular

FSPA - fitomassa seca da parte aeacuterea

FSR - fitomassa seca do sistema radicular

36 Determinaccedilatildeo de macronutrientes no tecido vegetal

Os macronutrientes nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio foram

determinados no laboratoacuterio de Fertilidade e Anaacutelise de Plantas do Departamento de

Solos da UFPel atraveacutes dos meacutetodos descritos por Tedesco amp Gianello (1996)

31

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 Anaacutelise das variaacuteveis

A anaacutelise da variaccedilatildeo mostrou que houve diferenccedila significativa na interaccedilatildeo entre

os fatores de adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes liacutequidos com exceccedilatildeo da variaacutevel altura

de planta para a qual somente a adubaccedilatildeo de base mostrou-se significativa (Apecircndices

C D e E Tabelas 1C 1D e 1E)

411 Anaacutelise da parte aeacuterea

Na Tabela 1 destacaram-se as adubaccedilotildees EC+SM+U+CB EC+MB4 +U+CB e EC

que diferiram significativamente das demais adubaccedilotildees para as variaacuteveis fiacutetomassa

fresca da parte aeacuterea (FFPA) fiacutetomassa seca da parte aeacuterea (FSPA) altura de planta

(AP) e diacircmetro do colo (DC)

32

TABELA 1 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

30 t ha de vermicomposto 7015 c A45 t halsquo de vermicomposto 7824 b B60 t ha de esterco de curral 12248 a C

30 t ha de vermicomposto 667 c A45 t ha de vermicomposto 752 b A60 t ha de esterco de curral 1150a C

30 t ha de vermicomposto 2975 b A45 t harsquo de vermicomposto 2775 b A60 t ha de esterco de curral 3600 a B

30 t ha de vermicomposto 631 b A45 t ha de vermicomposto 6 2 2 b B60 t ha de esterco de curral 741 a C

-Fitomassa fresca (g)----------------6270 c B 6885 b A8832 b A 6308 c C

15082 a A 13934 a BmdashFitomassa seca (g)----------------

625 c A 655 b A830 b A 607 b B

1345 a A 1262 a B-Altura de planta (cm)----------------

2950 b A 3050 b A2937 b A 2950 b A 3975 a A 3622 a B

-Diacircmetro de colo (mm)---------------592 c B 599 b B 657 b A 609 b B 819a A________ 793a B

Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

O efeito positivo do esterco bovino pode ser atribuiacutedo agraves melhorias nas condiccedilotildees

fiacutesicas do solo por ele proporcionado Segundo Primavesi (1982) e Compagnoni amp

Putzolu (1985) o esterco bovino apresenta propriedades condicionadoras do solo dando

agraves plantas melhores condiccedilotildees de desenvolvimento elevando sobremaneira os

conteuacutedos de fitomassa fresca das plantas que refletiratildeo nas demais respostas

agronocircmicas

Analisando as adubaccedilotildees de base em relaccedilatildeo aos biofertilizantes observa-se que

para os tratamentos 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) - natildeo houve influecircncia dos

biofertilizantes para as variaacuteveis FSPA e AP enquanto destacou-se o SM+U+CB para o

DC e SM+U+CB e ausecircncia da adubaccedilatildeo liacutequida para a FFPA mostrando que o uso

dos biofertilizantes natildeo influenciou esta variaacutevel 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) -

verificou-se a eficiecircncia do uso do MB4 +U+CB para as variaacuteveis FFPA e DC Para a

variaacutevel FSPA destacaram-se os dois biofertilizantes utilizados jaacute para AP natildeo houve

33

influecircncia destes EC (60 t ha 1 de esterco de curral) - em todas as variaacuteveis observadas

na tabela 5 as respostas foram significativas utilizando MB4 +U+CB

As respostas encontradas no presente trabalho para as variaacuteveis AP e FSPA foram

superiores as obtidas por Dalponte (1990) quando utilizado 0 esterco de curral para

produccedilatildeo de mudas de cebola

Segundo Filgueira (2000) os solos da regiatildeo produtora de cebola do RS satildeo

pobres em foacutesforo disponiacutevel (15 mg Kg1) necessitando portanto de adubaccedilotildees

fosfatadas elevadas As respostas aqui obtidas podem ser justificadas pelos teores de

foacutesforo contido no MB4

Follet et al (1981) citam a importacircncia do uso de compostos orgacircnicos no solo

enfatizando os estercos no sentido da decomposiccedilatildeo continuada no fornecimento de

nutrientes e na liberaccedilatildeo lenta e gradual de aacutecidos orgacircnicos influenciando a liberaccedilatildeo

do foacutesforo O que provavelmente pode ser atribuiacutedo agraves respostas encontradas no

presente trabalho para 0 tratamento Esterco de curral mais MB4 e Urina mais Calda

Bordalesa

E importante destacar que 0 sistema de produccedilatildeo de mudas de cebola sob uma

perspectiva agroecoloacutegica mostra-se eficiente quando visualmente natildeo percebe-se

diferenccedila significativa entre os tratamentos (Apecircndice F Figura 2)

Conveacutem ressaltar que quando trabalhamos com agroecologia natildeo existem

receitas nem pacotes tecnoloacutegicos prontos Cada situaccedilatildeo deveraacute ser estudada em

particular para que se faccedila recomendaccedilotildees adequadas ao ambiente local uma vez que

as plantas se adaptam ao meio estando a nutriccedilatildeo encarregada de proteger e manter o

equiliacutebrio do organismo vegetal em funccedilatildeo das alteraccedilotildees externas

E fundamental que se compreenda os princiacutepios norteadores de todo o processo

que satildeo as bases da luta por uma sociedade mais justa dentro de um mundo econocircmico e

ambientalmente mais sustentaacutevel

412 Anaacutelise do sistema radicular

Os resultados obtidos nas anaacutelises do sistema radicular (Tabela 2) mostram

diferenccedilas significativas entre as adubaccedilotildees para as variaacuteveis fitomassa fresca de raiz

(FFR) fitomassa seca de raiz (FSR) comprimento de raiz (CR) razatildeo parte

aeacutereasistema radicular (RPASR) e densidade de raiz (DR)

34

TABELA 2 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade de

raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAO DE BASE

S Magro + MB4 +Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

1540 c A 1576 b B 2427 a A

Fitomassa fresca (g)----------------1502 c B 1517 b AB 1658 b A 1446 c C 2336 a B 2360 a B

--------------------Fitomassa seca (g)-------------------196 b A 207 ab A 170 b A170 b A 199 b A 192 b A 344 a A 249 a B 327 a A

Comprimento de raiz(cm)---------------1237 b A 1158 b A 1158 a A1237 b A 1060 c B 1040 b B1433 a A 1296 a B 1040 b C

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t halsquo 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha de vermicomposto 45 t ha de vermicomposto60 t ha~ de esterco de curral__________________________ _________________________Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

-----Razatildeo Parte AeacutereaSistema Radicular------340 b AB 301c B 384 a A446 a A 415 b A 326 a B339 b B 546 a A 388 a B

-------------- Densidade de raiz (m cm3)------------367 a AB 414 a A 325 b B282 b B 301b B 405 a A347 ab A 231c B 324 b A

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base destacou-se o EC (60 t ha 1 de esterco de curral)

para as variaacuteveis FFR e FSR Quando adicionado o SM+U+CB os resultados para FFR

foram ainda melhores bem como o CR As respostas obtidas para a RPASR foram

variadas em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees apresentando melhores resultados para 15 VB (45 t

ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB e ainda melhor para EC (60 t ha 1 de esterco de

curral)+MB4 +U+CB As adubaccedilotildees de base 1 VB 15 VB e EC natildeo diferiram entre si

As adubaccedilotildees mais eficientes para a variaacutevel DR foram 1 VB+SM+U+CV que natildeo

diferiu da EC+SM+U+CB I VB+ MB4 +U+CB e agrave 15 VB foram melhores entre as

demais

35

Analisando os biofertilizantes em relaccedilatildeo a cada adubaccedilatildeo de base verifica-se que

para a 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB destaca-se a variaacutevel FFR

poreacutem sem diferenccedila significativa de 1 VB os melhpres resultados para a variaacutevel DR

foram encontrados pelo tratamento 1 VB+MB4 +U+CB e 15 VB (45 t ha 1 de

vermicomposto) tambeacutem se considera eficiente o 1 VB+SM+U+CB que natildeo diferiu do

EC (esterco de curral) Quando se utilizou 15 VB+ MB4 +U+CB houve resposta

significativa para a variaacutevel FFR para FSR as respostas natildeo foram diferentes com a

aplicaccedilatildeo dos biofertilizantes para as variaacuteveis FSR e DR as adubaccedilotildees EC e

EC+SM+U+CB natildeo diferiram entre si

Embora as respostas estatiacutesticas tenham sido diferentes para as adubaccedilotildees

combinadas ou natildeo pode-se salientar a importacircncia do aacutecido indol-aceacutetico como jaacute

citado anteriormente para as variaacuteveis avaliadas na parte aeacuterea das mudas de cebola

Respostas semelhantes nesse sentido foram encontradas para a cultura da alface por

Quijano (1999) e Morselli (2001)

Pereira et al (2002) concluiacuteram em trabalho realizado com a cultivar de cebola

CNPF1 6400 em Minas Gerais que a utilizaccedilatildeo de 20 t ha de esterco de curral

proporcionou os melhores resultados para a produccedilatildeo de cebola

Silva Juacutenior amp Giorgi (1992) e Menezes Juacutenior (1998) citam que doses elevadas

de mateacuteria orgacircnica podem prejudicar a primeira fase da germinaccedilatildeo (embebiccedilatildeo) e

absorccedilatildeo de aacutegua pelas raiacutezes das placircntulas No entanto no presente trabalho este fato

natildeo ocorreu embora a dose de esterco utilizada tenha sido de 60 t ha 1 (dose maacutexima

recomendada segundo Nolla 1982)

413 Anaacutelise de macronutrientes no tecido vegetal

Os resultados dos conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio no

tecido vegetal sob diferentes adubaccedilotildees encontrados na Tabela 3 indicam mais uma

vez a superioridade da adubaccedilatildeo esterco com 0 uso ou natildeo de biofertilizantes

36

TABELA 3 Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob

uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS i J B

ADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesamg plantas1

---- Nitrogecircnio-----30 t ha de vermicomposto 16593 c AB 15451 c B 19050 b A45 t ha de vermicomposto 21444 b A 22888 b A 17852 b B60 t ha de esterco de curral 32606 a C 37593 a B 40816 a A

--------------- ------ Foacutesforo------- -------------30 t ha de vermicomposto 3098 c B 2802 c B 3999 b A45 t ha de vermicomposto 4109 b A 4135 b A 2788 c B60 t ha de esterco de curral 5300 a B 7577 a A 7565 a A

------- Potaacutessio------30 t ha de vermicomposto 24327 c A 19900 c B 24965 b A45 t ha de vermicomposto 29113b A 29812 b A 22031 b B60 t ha de esterco de curral 44070 a B 51976 a A 54101 a A

-------- Caacutelcio-------30 t ha de vermicomposto 5027 c A 4356 c A 4834 b A45 t ha de vermicomposto 6114b A 6963 b A 4379 b B60 t ha de esterco de curral 9030 a C 11451 a A 10331 a B

------Magneacutesio-----30 t ha de vermicomposto 1188 b A 914 c A 1202 b A45 t ha de vermicomposto 1231 b B 1582 b A 1176 b B60 t ha de esterco de curral 2136a B 2443 a A 2663 a AMeacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base observa-se que o melhor tratamento foi o

esterco de curral para todas as variaacuteveis Para 1 VB (30 t ha^ 1 de vermicomposto) natildeo

houve resposta diferenciada com o uso de bofertilizantes para todas as variaacuteveis A

adubaccedilatildeo 15 VB (45 t ha 1 de vemicomposto) foi influenciada pelos biofertilizantes

para as variaacuteveis N P K e Ca enquanto que para Mg somente o MB4+U+CB o

influenciou O EC (esterco de curral) mostrou diferenccedila significativa apenas para as

variaacuteveis Ca e Mg quando adicionado MB4+U+CB

Segundo Peixoto (2000) eacute fundamental a adiccedilatildeo de adubos orgacircnico no cultivo de

hortaliccedilas seja na forma de esterco decomposto composto ou huacutemus de minhoca de

37

modo a fornecer melhorias nas propriedades do solo vindo a disponibilizar os nutrientes

as diferentes culturas

O esterco fresco conteacutem muita cama celuloacutesica e um elevado teor de aacutegua No

esterco curtido a celulose jaacute estaacute decomposta o teor de aacutegua estaacute reduzido agrave metade e os

nutrientes em uma forma mais assimilaacutevel e mais concentrada O esterco fresco pode

causar uma deficiecircncia temporaacuteria de nitrogecircnio no solo ao se decompor o que natildeo

acontece com o biestabilizado (Kiehl 1985)Ocorre uma diminuiccedilatildeo inicial no volume

de aacutegua retido no esterco de curral diminui inicialmente em tomo de 3581 liberando

posteriormente somente 496 evidenciando a sua capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua

(Menezes Juacutenior 1998)

A utilizaccedilatildeo continuada de adubos nitrogenados minerais no solo altera o balanccedilo

do nitrogecircnio entre o solo e planta No meacutetodo biodinacircmico eacute sublinhada a importacircncia

dos adubos animais para o estabelecimento da fertilidade permanente dos solos (Koeff

et al 1983)

Para Guimaratildees (1997) os benefiacutecios que a mateacuteria orgacircnica imprime ao solo

principalmente melhorando a produtividade fertilidade e a influencia que as substancias

huacutemicas exercem sobre o ambiente dependem da qualidade e do teor de mateacuteria

orgacircnica do solo Estas substacircncias por conterem nutrientes em sua constituiccedilatildeo em uma

forma mais disponiacutevel para as plantas promovem um equiliacutebrio no ambiente no solo

(Kononova 1966)

Aproximadamente de 60 a 70 do total de carbono do solo ocorre na forma de

materiais huacutemicos (Griffith amp Schnitzer 1975) sendo a eles atribuiacutedo a manutenccedilatildeo da

bioestrutura do solo aumentando a capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua (Brady 1999)

Conforme Compagnoni amp Putzolu (1985) os estercos bem como os demais

resiacuteduos orgacircnicos apresentam conteuacutedos diferentes de aacutecidos huacutemicos e fuumllvicos sendo

atribuiacutedo ao acido huacutemico uma accedilatildeo fitoestimulante semelhante aos fitohormocircnios por

favorecer o desenvolvimento do sistema radicular e crescimento do caule

Em trabalho realizado por Guimaratildees (1997) foi encontrado para aacutecidos huacutemicos

de esterco bovino uma relaccedilatildeo CN 1035 e para vermicomposto bovino 17

evidenciando que o esterco quando aplicado ao solo por apresentar uma relaccedilatildeo CN

proacutexima deste reage mais facilmente liberando nutrientes para as plantas sem alterar a

cadeia troacutefiacuteca Dados encontrados no presente trabalho demonstram a eficiecircncia do

esterco nesse sentido

38

De acordo com Morselli (2001) vaacuterios trabalhos citam comentam e discutem a

capacidade dos vermicompostos em proporcionar oacutetimas colheitas e favorecer a

precocidade das plantas cultivadas Poreacutem muitas vezes se observa que mesmo

suprindo essas plantas com nutrientes necessaacuterios atraveacutes de huacutemus de diferentes fontes

as respostas natildeo satildeo as mesmas para uma mesma cultivar

Por outro lado os resultados com o uso de substacircncias huacutemicas satildeo variaacuteveis e

dependem aleacutem da espeacutecie testada das substacircncias huacutemicas utilizadas sua

concentraccedilatildeo o grau de purificaccedilatildeo e das condiccedilotildees experimentais A resposta das

plantas aos aacutecidos huacutemicos e fuacutelvicos eacute dependente da mateacuteria prima original e da

espeacutecie vegetal pois materiais orgacircnicos diferentes apresentam aacutecidos huacutemicos e

fuacutelvicos diferentes (Businelli 1990)

Justificam-se os maiores conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio e caacutelcio nas

adubaccedilotildees 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e biofertilizantes devido

provavelmente ao vermicomposto utilizado apresentar na sua constituiccedilatildeo teores

consideraacuteveis destes elementos aleacutem do que os biofertilizantes possam ter influenciado

na absorccedilatildeo atraveacutes de sua constituiccedilatildeo Tibau (1984) considera que a urina de vaca eacute

rica em aacutecido indol-aceacutetico e este influencia na absorccedilatildeo radicular O efeito positivo

deste tratamento provavelmente seja devido agrave quantidade aplicada

O biofertilizante que se destacou foi o MB4+U+CB em relaccedilatildeo ao EC (esterco de

curral) e eacute somente para a variaacutevel caacutelcio Isto provavelmente seja devido ao alto teor

deste elemento encontrado na sua constituiccedilatildeo (6872 g Kg1) e pela influecircncia positiva

que a calda bordalesa exerce no metabolismo das plantas atraveacutes dos nutrientes

contidos em sua formulaccedilatildeo O Ca controla a absorccedilatildeo radicular e retorna ao solo pelo

esterco e palhas por apresentar-se em maior quantidade em folhas e caules Depois de

localizado nas folhas fica imoacutevel favorecendo a resistecircncia da planta ao ataque de

fungos

Este trabalho avanccedila no estudo da agroecologia estando claro que todos os

criteacuterios tem caraacuteter dinacircmico de adequaccedilatildeo as mudanccedilas de um sistema de produccedilatildeo

em evoluccedilatildeo contribuindo na transiccedilatildeo para um padratildeo sustentaacutevel Cabe a pesquisa a

reorientaccedilatildeo para um enfoque ldquosistecircmicordquo isto eacute que permita integrar os diversos

componentes de um agroecossistema e a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas que promovam 0

fortalecimento e a expansatildeo da agricultura familiar

39

5 CONCLUSOtildeES

Considerando os resultados obtidos e as condiccedilotildees em que o estudo foi realizado

conclui-se que

bull As respostas agronocircmicas das mudas de cebola para os paracircmetros avaliados

satildeo mais satisfatoacuterias com a aplicaccedilatildeo de esterco de curral como adubaccedilatildeo de

base

bull Os biofertilizantes mais urina de vaca e calda bordalesa proporcionam

respostas satisfatoacuterias quando aplicados associados agraves adubaccedilotildees de base

bull O biofertilizante MB4 mais urina de vaca e calda bordalesa eacute mais eficiente

que o super magro mais urina e calda bordalesa quando aplicado associado agrave

adubaccedilatildeo de base esterco de curral para os conteuacutedos de fitomassa secae

fresca da parte aeacuterea das plantas altura e diacircmetro de colo das mudas de

cebola

bull Os biofertilizantes adicionados agrave adubaccedilatildeo de base 45 t harsquo 1 de vermicomposto

bovino mostram respostas significativas para os conteuacutedos de fitomassa seca

bull Os maiores conteuacutedos nutricionais para as mudas de cebola satildeo

proporcionados pela adubaccedilatildeo de base esterco de curral

bull A maior absorccedilatildeo de caacutelcio pelas mudas de cebola ocorre quando da adiccedilatildeo do

biofertilizante MB4 mais urina e calda bordalesa agrave adubaccedilatildeo de base esterco de

curral

40

6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ALDRIGHI CB ABREU CM PAGLIA AG MORSELLI TBGA FERNANDES HS Efeito da aplicaccedilatildeo de biofertilizante e urina de vaca em mudas de tomateiro Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

ALTIERI M NICHOLLS C I Agroecologia Teoria praacutectica para umaAgricultura Sustentable Ia ed PNUMA 2000 Cap 2 4 Seacuterie textos baacutesicos para la formacioacuten ambiental

ALTIERI M Agroecologia bases cientiacuteficas para uma agricultura sustentaacutevelGuaiacuteba Agropecuaacuteria 2002 592 p

ANTONIOLLI Z I GIRACCA E M N CARDOSO S J T WIETHAN M M S FERRI M Iniciaccedilatildeo agrave Minhocultura Criaccedilatildeo em Cativeiro e Vermicompostagem Santa Maria UFSM 1996 p59-89

BAYER C MIELNICZUC J Dinacircmica e funccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica In SANTOS G de A S e CAMARGO F A de O (ed) Fundamentos da mateacuteria orgacircnica do solo ecossistemas tropicais e subtropicais Porto Alegre Genesis 1999 p 3-23

BARRETTO D X Composto Orgacircnico In Praacutetica em Agricultura Orgacircnica Satildeo Paulo iacutecone Ed Ltda 1985 p 51-63

BETTIOL W Alguns produtos alternativos para o controle de doenccedilas de plantasem agricultura orgacircnica II Ciclo de palestras sobre agricultura orgacircnica Instituto Bioloacutegico Satildeo Paulo p52-63 1997

41

BETTIOL W TRACH R GALVAtildeO JAH Controle de doenccedilas de plantas com biofertilizantes Jaguariuacutena EMBRAPA-CNPMA 1997 22p (EMBRAPA- CNPMA Circular Teacutecnica 02)

BRADY N C Natureza e propriedades dos sotos Rio de Janeiro Freitas BastosS A 1979 647p

BRADY N C Organisms and ecology of the soil In The nature of properties of soils Simon amp Schuster A Viacon Company New Jersey1999 402-489p

BON1LLA J A Fundamentos da Agricultura Ecoloacutegica Sobrevivecircncia eQualidade de Vida Satildeo Paulo Nobel 1992

BUREacuteS S Substratos Ediciones Agroteacutecnicas S L Madrid Octubre 1997

BUS1NELLI M Chemical Composition and Enzymic Activity of some Worm Cast Plant Soil v 80 p 1-2 1990

CALEGARI A Espeacutecies para cobertura de solo In IAPAR (Instituto Agronocircmico de Paranaacute) Plantio Direto pequena propriedade sustentaacutevel organizador Moacir Darolt Londrina - PR 1998 65-93

CAMARGO P N D Manual de Adubaccedilatildeo Foliar Satildeo Paulo Herba 1975

CAPRA F A Teia da Vida Satildeo Paulo Cultrix 1997 256p

CAPRA F O Ponto de Mutaccedilatildeo 22 ed Satildeo Paulo Cultrix 2001 447p

CHABOUSSOU F Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da Trofobiose) Porto Alegre LPM 1987 253 p

CLARO S A Referencias tecnoloacutegicos para a agricultura familiar ecoloacutegica aexperiecircncia da Regiatildeo Centro-Serra do Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS-ASCAR 2001 250p

CLIVELA G Diagnoacutestico Agronocircmico da cebola no Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS 1995 8 6 p

COMISSAtildeO DE FERTILIDADE DO SOLO - RSSC Recomendaccedilotildees de adubaccedilatildeo e calagem para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina 3 ed Passo Fundo SBCS - Nuacutecleo Regional Sul 1995 223p

COMPAGNONI L PUTZOLU G Cria moderna de Ias lombrices y utilizacioacutenrentable dei humus Barcelona Editorial de Vecchi- SA 1985127p

COSTABEBER J A MOYANO E Transiccedilatildeo agroecoloacutegica e accedilatildeo social coletiva Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v l n4 p 50- 60 outdez 2 0 0 0

42

COSTA M B B da Adubaccedilatildeo orgacircnica Nova siacutentese e novo caminho para aagricultura Satildeo Paulo Ed iacutecone Ltda 1985 102p

COSTA NETO C Agricultura Sustentaacutevel Tecnologias e Sociedade In CARVALHO COSTA LF et al (org) Mundo Rural e Tempo Presente Rio de Janeiro Mauad 1999

DrsquoAG0ST1NI R L FANTINI A C Produccedilatildeo orgacircnica tambeacutem socialmente excludente Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v3 n l p57-61 2002

DALPONTE J C V Utilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos e fertilizante mineral na produccedilatildeo e qualidade de mudas e bulbos de cebola (Alliurn Cepa L) Pelotas-RS 1990 (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1990

DEBARBA J F THOMAZELLI L F GANDIN C L SILVA E Cadeias produtivas do Estado de Santa Catarina Cebola Florianoacutepolis Epagri 1998 115 p (EPAGRI Boletim Teacutecnico 96)

DUFOUR F Os saacutebios loucos do agro-alimentar Le Monde Diplomatique ano 1 n4 p6-7 1999 (ed portuguesa)

EHLERS E Agricultura Sustetaacutevel Origem e perspectivas de um novo paradigma 2 ed Guaiacuteba Agropecuaacuteria 1999 157 p

FILGUEIRA F A R Novo Manual de olericultura agrotecnologia moderna na produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 2000 402 p

FRASER G K Mateacuteria Orgacircnica Del Suelo In BEAR F E (ed) Quiacutemica dei Suelo Madrid Ed Agrociencia 1963

FOLLET R H MURPHY L S DONAHUE R L Fertilizers and soil amendments New Jersey Printice-Hall Inc 1981 557p

GARCIA A Revista dei Espacio Rural Georgica Zaragoza Escuela Politeacutecnica de Huesca n5 1997

GARCIA A Versatildeo preliminar de um Programa Estadual de Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Bulbos e Sementes de CebolaEMBRAPAIPAGROMARAEMATER 6 8 pbdquo 1990 (Publicaccedilatildeo avulsa)

GIORGETT1 J R Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Mudas de Tomate In Encontro Nacional de Produccedilatildeo e Abastecimento de Tomate 2 1991 Jaboticabal Satildeo Paulo Anais Jaboticabal UNESP 1991 p 242-244

GLIESSMAN S R Agroecologia Processos ecoloacutegicos em agricultura sustentaacutevelPorto Alegre Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS 2000 653p

43

GLIESSMAN S R TURRIALBA C R Agroecologia Procesos Ecoloacutegicos en Agricultura Sostenible CATIE 2002 p 3-14

GNOATTO S C Caracterizaccedilatildeo quiacutemica de vermicompostos de diferentes substratos orgacircnicos Pelotas-RS 1999 38 f (Mestrado em Agronomia - Solos) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

GOMES J C C BORBA M F S A moderna crise dos alimentos oportunidade para a agricultura familiar Emater Porto Alegre julset 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwematertchebrdocsagroecorevistan313-artigo3htmgtAcesso em 24 fev 2002

GOMEZ H W Desenvolvimento sustentaacutevel agriacutecola e capitalismo In Desenvolvimento sustentaacutevel Necessidade eou disponibilidade Santa Cruz do Sul Nobel - UNISC 1997 p 65-77

GONZAacuteLEZ DE MOLINA M SEVILLA GUZMAacuteN E Ecologia campesinado e historia Para una reinterpretacioacuten dei desarrollo dei capitalismo en la agricultura In SEVILLA GUZMAacuteN E GONZAacuteLEZ DE MOLINA M (ed) Ecologia campesinado e historia Madrid La Piqueta 1993 p 23-129

GRIFFITH S A SCHNITZER M Analytical characteristic of humic and fulvic acids extracted from tropical volcanic soils Soil Sei Soc Am Proc v 39 p361-367 1975

GUIMARAtildeES E Caracterizaccedilatildeo quiacutemica estreptoscoacutepica e por anaacutelise teacutermica de aacutecidos huacutemicos e vermicompostos obtidos de estercos de diferentes animaisCuritiba 1997 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Quiacutemica) Universidade Federal do Paranaacute 1997

HESS A F Sociedade e meio ambiente uma relaccedilatildeo ambiacutegua Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v 4 n2 p 167-1741999

ICEPA-SC Informes conjunturais sobre a cultura da cebola Disponiacutevel em lthttpwwwicepa combrgt Acesso em 23 jan 2003

JONES H A MANN L K Onions and their allies New York Interscience Publishers 1962 286 p

JUacuteNIOR H A de MAIORANO J A Receitas obtidas de extratos de plantasCampinas CATITerra Viva [199-] 10 f

KHATOUNIAN C A Ciclo de Palestras sobre Agricultura Orgacircnica 2a Ed SatildeoPaulo Fund Cargill 1997 149 p

KIEHL E J Fertilizantes Orgacircnicos Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1985 492p

44

KOEFF H H PETTERSSON B D SHAUMANN W Vida Vegetal solos e adubaccedilatildeo In Agricultura Biodinacircmica Satildeo Paulo Nobel 1983 p92-149

KONONOVA M M Soil organic matter The importance o f organic matter in soil formation and soil fertility New York Pergamqn Press 1961 p 165-200

KUHN T A Estrutura das Revoluccedilotildees Cientiacuteficas Satildeo Paulo Perspectiva 1989 257p

LANNA FCA ABREU C L ABREU J G SILVA V Resposta de cultivares de melancia cultivadas sob adubaccedilatildeo quiacutemica e orgacircnica Horticultura v 12 n l p85 1994

LEFF H Saber Ambiental Petroacutepolis Vozes 2001 343 p

MAGALHAtildeES J R Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo da cebola In FERREIRA M E CASSTELLANE P D CRUZ M C P Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo de hortaliccedilasPiracicaba POTAFOS 1993 p 381-393

MALAVOLTA E Elementos de nutriccedilatildeo mineral de plantas Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1980 251 p

MALAVOLTA E Manual de Quiacutemica Agriacutecola - Adubos e Adubaccedilatildeo 3a ed SatildeoPaulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1981 606 p

MARTINEZ A A A grande e Poderosa Minhoca Jaboticabal Funep - Unesp1990 101 p

MARTINS S R Desenvolvimento e Sustentabilidade Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v20 n2 julho 2002 Palestra apresentada no 42deg Congresso Brasileiro de Olericultura

MARTINS S R Limites Del Desarrollo Sostenible em Ameacuterica Latina En el marco de Ias poliacuteticas de (re)ajuste econocircmico Pelotas Editora UFPel 1997 135 P-

MARTINS S R Sustentabilidade na agricultura dimensotildees econocircmicas sociais e ambientais Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v4 n 2 p 175-1871999

MATURANA H REZEPKA S N D E Formaccedilatildeo Humana e Capacitaccedilatildeo Rio de Janneiro Vozes 2000 8 6 p

MELLO A F SOBRINHO M O ARZOLLA S SILVEIRA R NETTO A C KIEHL J C Fertilidade do Solo Satildeo Paulo Nobel 1983

MENEZES JUacuteNIOR F O G D Caracterizaccedilatildeo de Diferentes substratos hortiacutecolas e seu efeito na produccedilatildeo de mudas de alface e couve-flor em ambiente protegido Pelotas 1998 141 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1998

45

MIBASA Mineraccedilatildeo Barreto SA Melhorador de Solos MB4 A Natureza Agradece Arapiraca-AL [199-] Folder

MINAMI K Os resumos da olericultura 2000 In AZEVEDO FILHO MARTINEZ FILHO (ed) Preccedilos agriacutecolas Piracicaba ESALQ 1999 p 4

MINAMI K Produccedilatildeo de Mudas de Alta Qualidade em Horticultura Satildeo Paulo TA Queiroz 1995

MORSELLI T B G A Cultivo sucessivo de alface sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegidoPelotas 2001 178 p Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2001

MORSELLI T B G A Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Poliacutegrafo da Disciplina de Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia-Produccedilatildeo Vegetal UFPel 2002

MULLER AM Efeitos da Aplicaccedilatildeo Foliar de um Biofertilizante Enriquecido no Estado fitossanitaacuterio de Tomate Ervilha e Beterraba Sob Manejo OrgacircnicoDissertaccedilatildeo (Mestrado no Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agroecossistemas)1999 (Resumo)

NOLLA D Erosatildeo do Solo - O grande desafio Estado do Rio Grande do Sul SEAGRI desenvolvimento de recursos naturais renovaacuteveis 1982 412 p

PAGLIA AG MORSELLI TBGA PEIL RMN Teores de nutrientes pH e condutividade eleacutetrica da aacutegua em sistema ldquofloat^ngrdquo sob adiccedilatildeo de biofertilizantes Horticultura Brasileira v 20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PAULUS G MULLER A BARCELLOS LAR Agroecologia aplicada praticas e meacutetodos para uma agricultura de base ecoloacutegica 2ed ver ampl Porto Alegre EMATERRS 2001 8 6 p

PEIXOTO R T dos G Composto orgacircnico aplicaccedilotildees benefiacutecios e restriccedilotildees de uso Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 18 p 56-64 julho 2000

PENTEADO SR Defensivos Alternativos e Naturais Satildeo Paulo 1999 95 p

PEREIRA AJ SOUZA RJ PEREIRA WR Efeito de diferentes doses de esterco de galinha e de curral sobre a produccedilatildeo de cebola Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PINHEIRO S BARRETO SB MB-4 agricultura sustentaacutevel trofobiose e biofertilizantes Fundaccedilatildeo Juquira CandiruMibasa 2000 273 p

PRIMAVESI A Agricultura Sustentaacutevel Satildeo Paulo Nobel 1992 142 p

PRIMAVESI A O manejo ecoloacutegico do solo Agricultura em regiotildees tropicais SatildeoPaulo Nobel 1982 541 p

46

PURCINO A A C ldquoNitrogecircniordquo Informe Agropecuaacuterio Belo Horizonte v7 n81 p 16-27 1981

QUIJANO F G Efeito da adubaccedilatildeo orgacircnica no desenvolvimento de duas cultivares de alface em ambiente protegido Pelotas 1999 116f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

RODRIGUES A N N Efeitos e residuais de superfosfato triplo sobre o rendimento de mateacuteria seca e absorccedilatildeo de foacutesforo pela aveia (Avena strigosa Schob) em solo Podzoacutelico Vermelho Escuro Porto Alegre 1984 59f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia UFRGS 1984

RODRIGUES E T CASALI V W D Respostas da alface agrave adubaccedilatildeo orgacircnica II Teores conteuacutedos e utilizaccedilatildeo de macronutrientes em cultivares Rev Ceres Viccedilosa v 45 n 261 p 437-449 1998

SAMINEcircS T C O Produccedilatildeo orgacircnica de alimentos Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 17 n3 novembro 1999

SCHIEDECK G Ambiecircncia e resposta agronocircmica de meloeiro (Cucumis melo L) cultivado sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegido Pelotas lOOp Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2002

SILVA JUacuteNIOR A A GIORGI E Substratos alternativos para a produccedilatildeo de mudas de tomate Agropecuaacuteria Catarinense Florianoacutepolis EPAGRI 1992 23 p

SILVA JUacuteNIOR A A MACEDO S G STUKER H Utilizaccedilatildeo de esterco de peru na produccedilatildeo de mudas de tomateiro Florianoacutepolis EPAGRI 1995 28 p (Boletim Teacutecnico 73)

TAGLIARI PS GRASSMANN H Minhoca a grande aliada da agricultura Agropecuaacuteria Catarinense v8 n l p 11-14 mar 1995

TEDESCO M J GIANELLO C Anaacutelises de solo plantas e outros materiais Porto Alegre Faculdade de Agronomia Departamento de Solos Universidade Federal do Rio Grande do Sul RS 1996

TENNANT D A Test of modified line intersect method of estimating root lenght Journal Ecology Oxford v 63 p 995-1001 1975

TIBAU A O Mateacuteria Orgacircnica do Solo Mateacuteria Orgacircnica e Fertilidade do SoloSatildeo Paulo Nobel 1984 p49-182

TIMM P J Anaacutelise comparativa dos sistemas de plantio convencional e cultivo miacutenimo de cebola sob adubaccedilatildeo orgacircnica e mineral Pelotas 2000 79 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2000

47

VALENZUELA HR CROSBY C Effect of compost applications on the yield of several vegetables in long-term organic farming experiments conduced in the tropics American Society Horticultural Science v33 n3 june 1998

VIGLIZZO E (ed) Subprograma Recursos Naturais y Sostenibilidad Agriacutecola documento marco Montevideo IICAPROCISUR 1995 p 75 - 78

WE1D J M TARDIN J M Proposta para a Ampliaccedilatildeo do Trabalho da ASPTA no Centro Sul do Paranaacute ASPTA Disponiacutevel em http wwwpronafgovbrEncontrotestosAS20PTA20Sul20ParanE1205 202002doc Acesso em 05 mai 2002

XAVIER SIMOacuteN F DOMINGUES D G Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel uma perspectiva agroecoloacutegica Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre EM ATERRS v2 n2 p 17-26 2001

ZABALETA J P Diagnoacutestico da Agricultura Familiar em Satildeo Joseacute do Norte - RSPelotas EMBRAPA-CPACT 1998 75 p (EMBRAPA-CPACT Documentos 44)

ZONTA E P MACHADO A A SILVEIRA P Sanest Sistema de anaacutelise estatiacutestica para microcomputadores Registrado na Secretaria Especial de Informaacutetica sob nuacutemero 066060 - categoria A Pelotas-RS Universidade Federal de Pelotas 1984

48

7 APEcircNDICE

APEcircNDICE A - Anaacutelise da adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes utilizados na produccedilatildeo de mudas de cebola

TABELA 1 A Anaacutelise baacutesica do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo miuacutedo + papua

Arg

pH IND

SMP

MO

P - n r - Na Al Ca__10Omlmdash

Mg

ppm -

6 53 67 089 8 6 27 1 04 05 0 2

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 2A Anaacutelise complementar do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo-miuacutedo + papua

Cobre Zinco Manganecircs Ferro

(m v1)

04 05 26 007

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

49

TABELA 3A Anaacutelise dos fertilizantes soacutelidos

Amostra pH limidade CN

C N P K Ca Mg

- g-ivg --

Cama de 849 2491 12 31042 2479 3888 3405 29875 463

aves

Esterco 74 3594 11 677 590 157 134 335 214

de curral

Huacutemus 684 5738 14 15965 1098 453 745 743 361

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 4A Anaacutelise quiacutemica dos biofertilizantes liacutequidos

Amostra N P K_ccedil H

Ca Mg Cu Zn Fe Mn

mdashgL bull

S Magro

m b 4

Urina

053

1652

8 2 2

008

395

0 0 0

149

1674

471

1902

6872

0 0 0

1150

4507

1172

7273

42

033

101389

920

0 0 0

6250

19458

781

35273

1123

0 2 1

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

50

APEcircNDICE B - Condiccedilotildees climaacuteticas do local

TABELA 1B Condiccedilotildees de temperatura do local

___________ __________TEMPERATURA (degCgt

meses Meacutedia

Maacutexima

Meacutedia

MiacutenimaMeacutedia

Maacutexima

Absoluta

Miacutenima

Absoluta

Junho 225 87 156 320 25

Julho 225 85 155 285 30

Agosto 251 71 161 360 1 0

Fonte FEPAGROSCT 2002

TABELA 2B Condiccedilotildees de chuva do local

mdash CHUVA (mm)mdash

meses Ocorrida Normal Desvio Da Normal

Junho 1080 1 1 0 -2 0

Julho 1062 98 8 2

Agosto 1283 1 2 0 83

Fonte FEPAGROSCT 2002

51

TABELA 1C Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

APEcircNDICE C - Anaacutelise estatiacutestica da parte aeacuterea

Causas G1 FFPA FSPA AP DC

da variaccedilatildeo --------- Quadrados meacutedios-

Blocos 3

Ad Base 2 175359071 1287102 2547419 1 11775

Biofertilizantes 2 126876 29011 87669ns 02185ns

Ad x Biofert 4 572378 31123 69106ns 04159

Resiacuteduo 24 34456 03048 27169 00290

Total 35

Meacutedia geral 93745 8772 320388 6741

CV 1980 6294 5145 2530

Significativo a 5ns Natildeo significativo

52

TABELA 1D Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade

de raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

APEcircNDICE D - Anaacutelise estatiacutestica da raiz

Causas G1 FFR FSR CR RPASR DR

da variaccedilatildeo Quadrados meacutedios---------------

Blocos 3

Ad Base 2 27874 551 623 2 1 0 140

Biofertilizantes 2 178 0 1 0 ni 1504 l03ns 038ns

Ad x Biofert 4 190 058 318 294 183

Resiacuteduo 24 005 009 028 023 0 2 1

Total 35

Meacutedia geral 1818 228 184 387 333

C V 134 1356 448 1253 1396

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

53

APEcircNDICE E - Anaacutelise estatiacutestica dos macronutrientes da parte aeacuterea da cebola

TABELA 1E Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mud^s de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

Causas G1 bull N P K Ca Mg

da variaccedilatildeo

Blocos 3

Ad Base 2 13550306 446627 25509686 1031806 59007

Biofertilizantes 2 180610ns 16564 68153ns 39006 876ns

Ad x Biofert 4 454187 45743 1047539 46950 2464

Resiacuteduo 24 29769 1453 64313 3741 439

Total 35

Meacutedia geral 24921 4597 33366 6943 1615

C V 692 829 760 880 1297

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

APEcircNDICE F - Fotos do experimento

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob uma perspectiva agroecoloacutegica

APEcircNDICE F a Fotos do experimento

FIGURA 1 Adubaccedilatildeo verde com feijatildeo-miuacutedo e papuatilde utilizadas no manejo do solo

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob urna perspectiva agroecoloacutegica

Page 8: PRODUÇÃO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L.) SOB …orgprints.org/24883/1/Paglia_Produção.pdf · vaca mais calda bordalesa; MB4+U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

SUMAacuteRIO

PAGLIA AgraveGUIDA GORETI (MS) Universidade Federal de Pelotas fevereiro de 2003 Produccedilatildeo de Mudas de Cebola (Allium cepa L) sob uma perspectiva Agroecoloacutegica Professora Orientadora Tacircnia Beatriz Gamboa Arauacutejo Morselli Co- orientadores Seacutergio Roberto Martins Roberta Marins Nogueira Peil e Joatildeo Baptista da Silva

Com o objetivo de estudar a produccedilatildeo de mudas de cebola sob uma perspectiva

agroecoloacutegica foi conduzido um experimento a campo na Fundaccedilatildeo Estadual de

Pesquisa Agropecuaacuteria - FEPAGROSUL no municiacutepio de Rio GrandeRS no periacuteodo

de 15 de maio a 26 de agosto de 2002 Utilizou-se a cultivar Petrolini (ciclo meacutedio)

submetida as seguintes adubaccedilotildees adubaccedilatildeo de base (1 VB - 30 t ha 1 de

vermicomposto bovino 15 VB - 45 t harsquo 1 de vermicomposto bovino e EC - 60 t ha de

esterco de curral) e biofertilizantes liacutequidos (SM+U+CB - Super Magro mais urina de

vaca mais calda bordalesa MB4 +U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

e Testemunha - ausecircncia) O experimento foi esquematizado em delineamento em

blocos ao acaso em fatorial 3 X 3 As variaacuteveis analisadas foram fitomassa fresca e

seca (g) da parte aeacuterea e do sistema radicular altura de planta (cm) diacircmetro do colo

(mm) comprimento de raiz (cm) razatildeo parte aeacutereasistema radicular densidade de raiz

(m cm3) e conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio na parte aeacuterea

da planta Concluiu-se que as respostas agronocircmicas das mudas de cebola para os

paracircmetros avaliados satildeo mais satisfatoacuterias com a aplicaccedilatildeo de esterco de curral como

adubaccedilatildeo de base os biofertilizantes mais urina de vaca e calda bordalesa proporcionam

VII

respostas satisfatoacuterias quando aplicados junto agraves adubaccedilotildees de base o biofertilizante

MB4 mais urina de vaca e calda bordalesa eacute mais eficiente que o super magro mais urina

e calda bordalesa quando aplicado junto agrave adubaccedilatildeo de base esterco de curral os

conteuacutedos de fitomassa seca das mudas de cebola satildeo significativos quando adicionado

os biofertilizantes ao vermicomposto bovino (45 t harsquo1) os maiores conteuacutedos

nutricionais para as mudas de cebola satildeo proporcionados pela adubaccedilatildeo de base esterco

de curral a maior absorccedilatildeo de caacutelcio pelas mudas de cebola ocorre quando da adiccedilatildeo de

biofertilizante MB4 mais urina e calda bordalesa agrave adubaccedilatildeo de base esterco de curral

VIII

SUMMARY

PAGLIA AgraveGUIDA GORETI (MS) Universidade Federal de Pelotas February 2003 Onion (Allium cepa L) Transplant Production under an Agroecological Perspective Tacircnia Beatriz Gamboa Arauacutejo Morselli Comitte Seacutergio Roberto Martins Roberta Marins Nogueira Peil and Joatildeo Baptista da Silva

With the objective of studying the onion transplant production under an agroecological

perspective a field experiment was carried out in the Fundaccedilatildeo Estadual de Pesquisa

Agropecuaacuteria-FEPAGROSUL in the city o f Rio GiWideRS in the period between 15

May and 26 August 2002 The cultivar Petrolini (medium cycle) was submitted to the

following fertilizers soil fertilizer (1 VB - 30 t h a o f bovine vermicompost 15 VB -

45 t ha 1 of bovine vermicompost and EC - 60 t ha 1 of manure and liquid biofertilizer

(SM+U+CB - ldquoSuper Magrordquo with cow urine with bordeaux mixture MB4 +U+CB -

MB4 with cow urine with bordeaux mixture and control - absence) The experiment was

laid in a randomized block design in factorial scheme 3X3 The analyzed parameters

were fresh and dry matter of the aerial part and root system plant height colon

diameter root length ration aerial partroot system root density and the contents

nitrogen phosphorus potassium calcium and magnesium in the aerial part o f the plant

It was concluded that the agronomic responses o f the onion seedlings for the evaluated

parameters are more satisfactory with the application o f manure as soil fertilizer the

biofertilizers with cow urine and bordeaux mixture provide satisfactory responses when

applied along with the soil fertilizer the biofertilizer MB4 with cow urine and bordeaux

IX

mixture is more effieient than the ldquoSuper Magrordquo with urine and bordeaux mixture

when applied along with manure as soil fertilizer the dry matter contents of the onion

seedlings are significant when the biofertilizer is added to bovine vermicompost (45 t

h a 1) the largest nutritional contents for the onion seedlings are obtained with manure as

soil fertilizer the largest absorption of calcium by the onion seedlings happens when the

biofertilizer MB4 with urine and bordeaux mixture is added to the manure as soil

fertilizer

X

mixture is more efficient than the Super Magro with urine and bordeaux mixture

when applied along with manure as soil fertilizer the dry matter contents of the onion

seedlings are significant when the biofertilizer is added to bovine vennicompost (45 t

hamiddot ) the largest nutritional contents for the onion seedlings are obtained with manure as

soil fertilizer the largest absorption of calcium by the onion seedlings happens when the

biofertilizer MB4 with urine and bordeaux mixture is added to the manure as soil

fertilizer

x

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

ldquoEu sustento que a ciecircncia soacute tem

finalidade se serrsquoir para aliviar a miseacuteria

da existecircncia humana

(Bertold Brecht)

No Rio Grande do Sul cultivar cebola eacute atividade de pequenos e meacutedios

produtores revestindo-se de suma importacircncia para a economia onde contribui para a

geraccedilatildeo de empregos e a fixaccedilatildeo do homem ao meio rural visto que haacute necessidade de

outros tipos de investimentos sociais e econocircmicos

Segundo o ICEPA-SC (2003) o Rio Grande do Sul responde por cerca de 14 da

produccedilatildeo nacional o que faz da cebola a segunda hortaliccedila em importacircncia econocircmica

no Estado sendo apenas superada pela cultura da batata poreacutem a aacuterea plantada no RS

tem apresentado recuo nos uacuteltimos anos caindo de 16648 hectares na safra 9899 para

14085 na safra atual (0203) acontecendo o mesmo com a produccedilatildeo que diminuiu de

181338 toneladas na safra 9596 para aproximadamente 159000 na safra atual

A baixa produtividade obtida pode ser atribuiacuteda a vaacuterios fatores baixa

disponibilidade de mateacuteria orgacircnica no solo poucc^ uso de materiais orgacircnicos eou

aplicaccedilatildeo inadequada destes considerando ainda que a maioria dos produtores

conservam caracteriacutesticas agriacutecolas do seacuteculo passado apresentando resistecircncia ao

associativismo e possuem carecircncia de infraestrutura (estradas eletricidade telefonia

drenagem e condiccedilotildees de armazenamento) Esses fatores aliados a baixa rentabilidade

2

da cultura tem sido apontados como responsaacuteveis pelo abandono da cebolicultura por

alguns produtores

A fase de produccedilatildeo das mudas eacute de extrema importacircncia para o cultivo da cebola e

requer manejo adequado dos recursos naturais para que a cultivar utilizada possa

expressar seu potencial geneacutetico sem comprometer o equiliacutebrio ambiental O principal

cuidado para o desenvolvimento de mudas de qualidade refere-se agrave utilizaccedilatildeo adequada

do solo

Desta forma o manejo do solo e das plantas orientado pela agroecologia pode se

constituir numa excelente alternativa para obtenccedilatildeo de mudas de qualidade sem

comprometer a sauacutede dos agricultores e contribuindo para a preservaccedilatildeo ambiental

Diversas praacuteticas vecircm sendo utilizadas com esta finalidade entre elas citam-se a

adubaccedilatildeo orgacircnica e os biofertilizantes enriquecidos No entanto estes fatores de

produccedilatildeo precisam ser melhor estudados no que tange a sua utilizaccedilatildeo adequada pelos

produtores de cebola objetivando um sistema de produccedilatildeo sustentaacutevel

A agroecologia como ciecircncia apresenta vaacuterias dimensotildees ecoloacutegica econocircmica

social cultural poliacutetica e eacutetica Neste sentido e considerando-se a procura crescente por

produtos orgacircnicos e a necessidade de sistemas de fertilizaccedilatildeo adequados ao cultivo da

cebola o presente trabalho teve como objetivo a produccedilatildeo de mudas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica contribuindo para o processo de transiccedilatildeo do sistema de

produccedilatildeo

3

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

ldquoAs novas eras natildeo comeccedilam de uma vez

Meu avocirc jaacute vivia no novo tempo

Meu neto viveraacute talvez ainda no velho

A nova carne eacute comida com os velhos garfos

(Bertold Brecht)

21 Desenvolvimento e sustentabilidade

Nenhuma espeacutecie viva com exceccedilatildeo do homem empreende esforccedilos de

desenvolvimento no sentido de crescimento material que sob as formas em que vem

sendo compreendido conduz sempre a algum tipo de agressatildeo contra o ambiente Os

esforccedilos presentes visando o progresso material assim como a maneira de satisfaccedilatildeo

das necessidades baacutesicas do homem no mundo de hoje revelam-se inconsistentes O

uso para esse fim de mateacuteria e energia em doses excessivas e crescentes tem exaurido

recursos ambientais acima de sua capacidade de regeneraccedilatildeo obviamente tendendo a

toma-los menos disponiacuteveis para as futuras geraccedilotildees

De acordo com Martins (2002) o Desenvolvimento Sustentaacutevel natildeo eacute um conceito

acabado trata-se de uma ideacuteia forccedila proacute-ativa e positiva mas que necessita ser

esclarecida quanto ao significado destes dois vocaacutebulos que lhe compotildee e o contexto em

que as pessoas com eles se relacionam Aleacutem disso isso afeta tanto como profissionais

cujas atividades vinculam-se diretamente ao trato com a natureza e portanto por ela satildeo

4

responsaacuteveis mas especialmente como cidadatildeos que constroem no seu cotidiano as

distintas dimensotildees do desenvolvimento sociais econocircmicas ambientais culturais

cientificas e tecnoloacutegicas juriacutedicas poliacuteticas e espirituais

Segundo Altieri amp Nicholls (2000) para o desenvolvimento de uma agricultura

sustentaacutevel as necessidades natildeo satildeo apenas bioloacutegicas ou teacutecnicas mas tambeacutem sociais

econocircmicas e poliacuteticas E inconcebiacutevel promover mudanccedilas ecoloacutegicas no setor agriacutecola

sem a defesa de mudanccedilas nas outras aacutereas da sociedade de modo a conscientizar o

homem sobre as condiccedilotildees necessaacuterias para a exploraccedilatildeo da natureza

A ideacuteia da sustentabilidade referente ao vocaacutebulo sustentaacutevel coloca-se como

contraponto ao caraacuteter perdulaacuterio do modelo prevalecente na medida em que o modelo

econocircmico praticado por um lado estaacute baseado no consumo da mateacuteria prima fornecida

pela natureza para a produccedilatildeo de bens e serviccedilos em descompasso com seu ritmo e

capacidade de fornecimento por outro tem tratado a natureza como mero depositaacuterio de

resiacuteduos sem considerar sua capacidade de absorccedilatildeo e reciclagem A sustentabilidade

contrapotildee-se agrave caracteriacutestica antropocecircntrica do modelo o homem como centro da

questatildeo numa postura dominante sobre o entorno natural cujas ferramentas cientiacuteficas e

tecnoloacutegicas embasam um modelo econocircmico que subjuga a natureza e coloca-se acima

desta O vocaacutebulo sustentaacutevel portanto se refere agrave capacidade de suporte da biosfera

sendo um fim a ser perseguido com o objetivo de garantir sua preservaccedilatildeo numa visatildeo

prospectiva ou seja que assegure o futuro planetaacuterio assumindo portanto o

compromisso com as geraccedilotildees vindouras (Martins 2002)

Quando se trata de apontar os possiacuteveis caminhos que levaratildeo a um novo padratildeo

produtivo e garanta a seguranccedila alimentar sem agredir o ambiente o caminho torna-se

mais difiacutecil Percebe-se que a noccedilatildeo de agricultura sustentaacutevel permanece cercada por

duacutevidas e contradiccedilotildees mesmo assim seu emprego toma-se cada vez mais frequumlente

(Ehlers 1999)

Haacute que se incorporar a concepccedilatildeo de entropia agrave noccedilatildeo de desenvolvimento visto

que a extraccedilatildeo e o transporte tambeacutem satildeo atividades econocircmicas que requerem cuidados

de manejo visando menores efeitos entroacutepicos ao meio ambiente Satisfazer as

necessidades presentes sem comprometer as possibilidades das futuras geraccedilotildees

satisfazerem as suas proacuteprias eacute o que necessita ser construiacutedo no cotidiano Esta natildeo eacute

uma tarefa faacutecil nos tempos atuais pois o mundo nunca passou por tanta incerteza e

nunca teve um presente tatildeo insustentaacutevel (Martins 1997)

211 Agroecologia Paradigma em construccedilatildeo

5

O seacuteculo passado assistiu a uma ineacutedita expansatildeo da capacidade humana de

agenciamento das forccedilas naturais promovida pelo saber teacutecnico-cientiacutefico cuja

centra lidade eacute hoje irreversiacutevel no que se refere as relaccedilotildees com a natureza Em relaccedilatildeo

ao conhecimento poucas aacutereas de interesse do homem moderno se ligam tanto agrave

pesquisa cientiacutefica como a questatildeo ambiental sendo um fenocircmeno de tendecircncia

internacional evidenciado a partir da deacutecada de 70 (Hess 1999)

A noccedilatildeo de paradigma eacute normalmente utilizada para estabelecer uma

diferenciaccedilatildeo entre dois momentos ou dois niacuteveis do processo de conhecimento

cientiacutefico (Capra 1997 Kuhn 1989) Para um entendimento miacutenimo do que significa

essa noccedilatildeo Costa Neto (1999) diz que se pode conceituar o paradigma enquanto um

modelo de ciecircncia que serve como referecircncia para todo um fazer cientiacutefico durante uma

determinada eacutepoca ou um periacuteodo de tempo demarcado e a partir de um certo momento

da histoacuteria da ciecircncia o referido modelo predominante tende a se esgotar em funccedilatildeo de

uma crise de confiabilidade nas bases estruturantes de seu conhecimento Desta forma o

paradigma passa a ser substituiacutedo por outro modelo cientiacutefico predominante Tambeacutem

pode ocorrer o fato de dois paradigmas disputarem o espaccedilo de hegemonia na

construccedilatildeo do conhecimento (Costa Neto 1999)

Os problemas com os quais nos deparamos hoje satildeo faces de uma crise uacutenica

diferentes do fazer cientiacutefico e proveniente de uma crise de percepccedilatildeo segundo Capra

(2 0 0 1 ) isto faz com que nossas instituiccedilotildees e noacutes em particular natildeo consiga perceber

claramente realidades complexas em um mundo globalmente interligado Ainda que as

soluccedilotildees para alguns de nossos principais problemas possam ser relativamente simples

ldquosoacute seratildeo possiacuteveis mediante uma mudanccedila radical em nossas percepccedilotildeesrdquo este eacute

tambeacutem o ldquoestopim para colocar em marcha medidas efetivasrdquo porque os governos e as

instituiccedilotildees jamais empreenderatildeo accedilotildees de fato enquanto as pessoas natildeo

compreenderem que satildeo parte do problema e da soluccedilatildeo e que eacute preciso assumir a

necessidade de mudar o rumo das coisas (Gomes amp Borba 2000)

Para Leff (2001) a agroecologia representa o ldquonascimento de um paradigmardquo que

eacute a alma da produccedilatildeo sustentaacutevel um processo que permite o resgate dos

conhecimentos proacuteprios e o renascimento do ser trazendo de volta as relaccedilotildees com os

seres humanos na medida em que o produtor cria atraveacutes de seu conhecimento o seu

proacuteprio saber-fazer numa relaccedilatildeo com a vida e com a terra

6

Segundo Costa Neto (1999) o paradigma agroecoloacutegico representa portanto a

linha de um posicionamento soacutecio-ambiental que tem uma vertente tecnoloacutegica apta a

ser uma alternativa agrave produccedilatildeo agriacutecola em grande escala e ao modelo tradicional

disciplinar

Hoje a agroecologia continua a fazer conexatildeo entre fronteiras estabelecidas Por

um lado estuda os processos econocircmicos e os agroecossistemas por outro eacute um agente

para as mudanccedilas sociais e ecoloacutegicas complexas que tenham necessidade de ocorrer no

futuro a fim de levar a agricultura para uma base verdadeiramente sustentaacutevel O

processo de mudanccedila estaria dirigido agrave busca de novos pontos de equiliacutebrio entre as

dimensotildees de produtividade estabilidade e equumlidade na atividade agraacuteria articuladas

entre si poreacutem em constante processo de adaptaccedilatildeo e retroalimentaccedilatildeo utilizando

estilos mais respeitosos com o ambiente com o propoacutesito de superar a crise enfrentada

pelos agricultores (Costabeber amp Moyano 2000)

De acordo com Altieri (2002) soacute uma compreensatildeo mais profunda da ecologia

humana e dos sistemas agriacutecolas pode levar a medidas coerentes com uma agricultura

sustentaacutevel Assim a ldquoemergecircncia da agroecologiardquo representa um enorme salto nesta

direccedilatildeo pois fornece os princiacutepios ecoloacutegicos baacutesicos para o estudo e tratamento dos

ecossistemas tanto produtivos quanto preservadores dos recursos naturais e que sejam

culturalmente sensiacuteveis socialmente justos e economicamente viaacuteveis

A transformaccedilatildeo ou substituiccedilatildeo de um modelo de desenvolvimento para outro

supotildee um processo de transiccedilatildeo que em alguns momentos caminha a passos lentos e

em outros pode trazer mudanccedilas bruscas e qualitativamente diferenciadas Esse

processo de transiccedilatildeo significa a conversatildeo de uma agricultura tradicional para uma

agricultura ecoloacutegica e socialmente equilibrada com base na sustentabilidade (Gomeacutez

1997)

Embora a falta de informaccedilatildeo da pesquisa possa ter contribuiacutedo para dificuldades

e experiecircncias negativas de muitos produtores estes tecircm fama de serem inovadores e

experimentadores desejosos de adotar novas praacuteticas no sentido de serem beneficiados

Nos uacuteltimos cinquumlenta anos a inovaccedilatildeo na agricultura tem sido impulsionada

principalmente pela ecircnfase em altos rendimentos e no lucro da unidade produtiva

Apesar da continuidade dessa forte pressatildeo econocircmica sobre a agricultura muitos

produtores convencionais estatildeo preferindo fazer a transiccedilatildeo para praacuteticas que satildeo mais

consistentes ambientalmente e tem o potencial de contribuir com a sustentabilidade da

agricultura em longo prazo (Gliessman 2000)

7

212 Agroecologia e agricultura familiar

O nuacutecleo por excelecircncia da produccedilatildeo sustentaacutevel eacute a agricultura familiar No

Brasil mais especificamente esta tecnologia estaacute sendo introduzida natildeo somente em

aacutereas de cultivo de agricultura familiar em geral mas especificamente em

assentamentos rurais Percebe-se dessa forma tratar-se de um tipo de produccedilatildeo que

tende a incorporar a dimensatildeo histoacuterico-social e a considerar os valores culturais e de

senso comum inerentes aos agricultores familiares (Costa Neto 1999)

Na agricultura familiar a sustentabilidade toma forma a partir do momento em

que comeccedilaram a ser incorporados aos debates os novos anseios da sociedade rural e

urbana relacionados a um novo projeto de desenvolvimento e na medida em que foram

buscadas orientaccedilotildees teoacutericas baseadas no paradigma agroecoloacutegico

De acordo com Maturana amp Rezepka (2000) a formaccedilatildeo do conhecimento natildeo eacute

entendida como simples treinamentos e teacutecnicas e seraacute um aspecto essencial desta

abordagem A valorizaccedilatildeo dos saberes dos agricultores sobre o ambiente as plantas o

solo e os processos ecoloacutegicos onde resgatam e aprimoram teacutecnicas proacuteprias e de

outros de origem cientiacutefica ou empiacuterica fundamentais dentro deste novo paradigma

(Altieri amp Nicholls 2000)

Neste sentido cientistas e extensionistas tecircm se surpreendido com a profundidade

destes conhecimentos e com a capacidade de vaacuterios destes agricultores de expocirc-los

mesmo nos ambientes acadecircmicos onde muitas vezes estatildeo mais avanccedilados que seus

interlocutores (Weid amp Tardin 2002) Isto revela a necessidade de sintonia entre a

Universidade e a Comunidade

Entatildeo a sutentabilidade ambiental em niacutevel local eacute positiva quando o manejo

realizado no agroecossistema aproveita a produtividade dos recursos naturais renovaacuteveis

(aqueles que funcionam mediante o fluxo solar) Ao contraacuterio pode natildeo ser positiva

quando as praacuteticas produtivas consistem na busca pela produtividade mediante a troca

econocircmica (importaccedilatildeo e exportaccedilatildeo de insumos e produtos) onde a terra eacute vista

unicamente como o suporte material (fiacutesico) das espeacutecies Neste caso o controle de

pragas a fertilizaccedilatildeo e outras praacuteticas necessaacuterias satildeo realizados mediante capital

produzido pelo homem degradando a base local de recursos naturais (Xavier Simoacuten amp

Domingues 2001)

8

213 O Mercado de produtos agroecoloacutegicos

O mercado de alimentos produzidos sob a orientaccedilatildeo agroecoloacutegica produzidos

sem utilizaccedilatildeo de agrotoacutexicos ou adubos minerais tem aumentado vertiginosamente em

todo o mundo Alguns dados indicam que esse segmento cresce anualmente cerca de

20 nos Estados Unidos 40 na Europa e 50 no Brasil e para comprovar tais

iacutendices basta verificar a proliferaccedilatildeo das feiras de produtores ecoloacutegicos nas cidades o

aumento dos espaccedilos para esses produtos nas gocircndolas das grandes redes de

supermercados e os movimentos ambientalistas e de consumidores que buscam uma

alimentaccedilatildeo mais saudaacutevel (Schiedeck 2002)

Sem duacutevida antes de tudo cabe salientar que a crise atual evidencia o equiacutevoco da

adoccedilatildeo de um modelo de produccedilatildeotransformaccedilatildeo que natildeo tem outra ambiccedilatildeo que natildeo a

de se adaptar agrave globalizaccedilatildeo Cabe a consideraccedilatildeo feita por Dufour (1999) de que o

mercado natildeo eacute uacutenico e monoliacutetico e portanto a produccedilatildeo social da qualidade natildeo

significa mais do mesmo (a adaptaccedilatildeo do que jaacute natildeo serve)

Na realidade pode-se identificar claramente dois mercados de natureza

fundamentalmente oposta que segundo Gomes amp Borba (2000) satildeo o de produtos

baacutesicos (leite cereais carnes brancas e vermelhas) e o de produtos elaborados

socialmente e de grande valor agregado por serem justos socialmente O mercado

mundial dos produtos baacutesicos eacute alimentado pelos excedentes agriacutecolas de grandes

produtores (Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos e Canadaacute) tambeacutem a soja e carne de

frango brasileira e o trigo argentino e os preccedilos nesses mercados satildeo extremamente

baixos e permaneceratildeo assim por muito tempo segundo relatos recentes do Banco

Mundial

Para produzir a preccedilos tatildeo baixos eacute necessaacuterio lanccedilar matildeo de todo tipo de

artifiacutecio como os hormocircnios os organismos geneticamente modificados as farinhas

animais esquecendo o meio ambiente e convivendo com exploraccedilotildees gigantescas

concentraccedilatildeo na posse da terra e com uma minoria de beneficiaacuterios dos programas de

ajuda puacuteblica os agromanagers (Gomes amp Borba 2000)

O mercado de produtos elaborados e de valor agregado obedece a outras regras

Mesmo que os agricultores busquem a maximizaccedilatildeo da produtividade natildeo se enfrentam

diretamente A produccedilatildeo ocorre em zonas geograacuteficas bem definidas e permite valorizar

o ldquosavoir-fairerdquo ou ldquoknow-howrdquo (em outras palavras natildeo necessariamente mas o

conhecimento ldquotradicionalrdquo) contribuindo para uma verdadeira economia local Esta eacute a

9

agricultura que ao mesmo tempo produz gera e preserva empregos Para caminhar ateacute

ela eacute necessaacuteria uma ampla alianccedila entre agricultores consumidores e movimentos

sociais para frear esta forma de ditadura dos mercados fonte do poder das

transnacionais agro-alimentares e quiacutemicas (Dufour 1999)

Por outra parte o mercado natildeo eacute linear e abstrato como querem fazer crer A

produccedilatildeo e o consumo sempre estaratildeo localizados e seratildeo realizados por produtores e

consumidores concretos isto permite falar em convenccedilatildeo ou negociaccedilotildees onde a

qualidade seja considerada na originalidade no bem comum ou na confianccedila entre pares

e colada aos produtos ainda mais quando se trata de alimentos Isto soacute seraacute possiacutevel

no local (sem ignorar o global) e levando em conta indicaccedilotildees como denominaccedilatildeo

ou indicaccedilatildeo de origem de processo ou de qualidade etc relacionados agraves

especificidades dos produtos o que tambeacutem deve ser objeto de negociaccedilatildeo para cada

lugar (eacute preciso lembrar que a participaccedilatildeo e as relaccedilotildees interpessoais satildeo determinantes

ao longo do processo) A produccedilatildeo social da qualidade eacute vista como estrateacutegia que

adquire sentido se considerada para o espaccedilo da Agricultura Familiar onde ainda eacute

possiacutevel estabelecer laccedilos de solidariedade entre produtores e consumidores (Gomes amp

Borba 2000)

De acordo com DrsquoAgostini amp Fantini (2002) tanto ou mais do que compreender a

dinacircmica de processos dos quais resultam produtos interessantes eacute compreender e

humanizar a dinacircmica de interesses sobre esses processos e produtos Os mesmos

autores dizem ainda que natildeo seria a solidariedade humana (a virtude pressuposta) que

emerge em especial na produccedilatildeo agroecoloacutegica mas sim a emergecircncia da rica

propriedade humana a generosidade que permite praticaacute-la em qualquer relaccedilatildeo entre

os homens

22 A cultura da cebola (Alliunt cepa L) e sua importacircncia

A cultura da cebola foi introduzida pelos accedilorianos no Brasil no seacuteculo XVIII nos

municiacutepio de Mostardas Rio Grande e Satildeo Joseacute do Norte no Estado do Rio Grande do

Sul (Garcia 1990) sendo a terceira hortaliccedila de maior importacircncia econocircmica para o

paiacutes (ICEPA 2003) Nas regiotildees Sul e Sudeste a cebolicultura constitui-se em atividade

socioeconocircmica de significativa relevacircncia para os Estados de Satildeo Paulo Santa

10

Catarina e Rio Grande do Sul nos quais se concentram mais de 76 da produccedilatildeo

nacional (Debarba et a i 1998)

A mais importante regiatildeo produtora do Rio Grande do Sul estaacute situada no litoral

Sul englobando os municiacutepios de Rio Grande Tavares Satildeo Joseacute do Norte e Mostardas

(Garcia 1997) e segundo ICEPASC (2003) esses quatro municiacutepios respondem por

cerca de 70 da produccedilatildeo de cebola do RS

Timm (2000) cita que cerca de 16000 famiacutelias rurais no Rio Grande do Sul tem

na cultura da cebola o seu principal meio de subsistecircncia No Municiacutepio de Satildeo Joseacute do

Norte a produccedilatildeo de cebola constitui uma atividade econocircmica quase exclusiva onde a

descapitalizaccedilatildeo dos agricultores ocasionou o abandono do meio rural por muitos deles

que acabaram por estabelecerem-se na periferia da zona urbana (Garcia 1997)

Aleacutem da descapitalizaccedilatildeo do produtor ocorrem problemas como a erosatildeo do solo

que segundo Zabaleta (1998) ocorre principalmente devido agrave accedilatildeo dos ventos fortes e

constantes caracteriacutesticos na regiatildeo sul-litoracircnea bem como a topografia plana e os

solos muito arenosos com lenccediloacuteis freaacuteticos superficiais contribuem para o

empobrecimento dos solos da regiatildeo principalmente ao se comparar com outras aacutereas

onde a cebola participa de sistemas produtivos juntamente com a produccedilatildeo leiteira o

arroz e hortaliccedilas diversas (Timm 2000)

221 Caracteriacutesticas agronocircmicas da cebola

A cebola eacute uma aliaacuteceae a planta eacute tenra atinge 60 cm de altura e apresenta folhas

tubulares e cerosas O caule verdadeiro eacute um disco comprimido na base da planta de

onde partem as folhas e raiacutezes que satildeo fasciculadas pouco ramificadas explorando um

volume de solo equivalente a um cilindro com 60 cm de altura e 25 cm de diacircmetro

(Filgueira 2000)

Cada planta apresenta 20 a 200 raiacutezes normalmente espessas (05 a 1 mm de

diacircmetro) e com pouca ramificaccedilatildeo e poucos pecirclos absorventes O crescimento eacute

vertical estendendo-se de 40 a 80 cm de profundidade Poucas raiacutezes ocupam mais de

15 cm do raio em tomo do bulbo Estas caracteriacutesticas tecircm implicaccedilotildees peculiares

quanto acirc localizaccedilatildeo e ao suprimento de nutrientes (Quanto menor o diacircmetro e maior a

ocorrecircncia de pecirclos absorventes maior seraacute a superfiacutecie de raiacutezes e consequumlentemente a

absorccedilatildeo de nutrientes (Magalhatildees 1993)

11

A fase vegetativa do ciclo da planta termina com o amadurecimento do bulbo

todavia trata-se de uma planta bienal considerando acirceu ciclo vital completo isto eacute da

semeadura ateacute a produccedilatildeo de novas sementes Apoacutes um periacuteodo invemal sob baixas

temperaturas haacute emissatildeo de um pendatildeo floral que pode alcanccedilar 150 cm de altura

terminando por uma inflorescecircncia tipo umbela simples inicialmente recoberta por

uma peliacutecula formada por centenas de pequenas flores (Filgueira 2000)

Segundo Clivela (1995) os fatores climaacuteticos de modo geral natildeo satildeo limitantes

para a produccedilatildeo de bulbos de cebola no Rio Grande do Sul Filgueira (2000) enfatiza

que no Brasil eacute uma das raras culturas oleraacuteceas nas quais o fotoperiacuteodo pode tornar-se

o fator limitante ocorrendo frustraccedilotildees da colheita caso as exigecircncias da planta natildeo

sejam satisfeitas

222 A produccedilatildeo de mudas de hortaliccedilas

As mais importantes modificaccedilotildees no sistema de produccedilatildeo nos uacuteltimos anos tecircm

sido feitas na produccedilatildeo de mudas Hoje eacute uma realidade os produtores se

especializarem em produzir mudas principalmente no Estado de Satildeo Paulo Para tanto

se busca atraveacutes da pesquisa as melhores fontes e combinaccedilotildees de substratos associados

ao sistema de produccedilatildeo conveniente para cada espeacutecie a fim de se obter melhorias na

propriedade no solo e na Olericultura (Giorgetti 1991)

O sistema agroecoloacutegico torna-se importante uma vez que a base da Horticultura

moderna eacute a produccedilatildeo de mudas de alta qualidade (Minami1995) a produccedilatildeo de mudas

de hortaliccedilas tem sido citada como a etapa mais importante do sistema produtivo (Silva

Junior et al 1995) Segundo Filgueira (2000) nesta fase natildeo se pode cometer erros

pois posteriormente seraacute mais difiacutecil de corrigi-los visto que para o cultivo da cebola a

muda refletiraacute na qualidade do bulbo

As mudas de hortaliccedilas podem ser consideradas tolerantes e natildeo tolerantes ao

transplante e dependem principalmente das condiccedilotildees ambientais necessitando de

cuidados No caso da cebola como satildeo produzidas com raiz nua os cuidados devem ser

maiores pois dependendo do estado em que se encontram mais ou menos susceptiacuteveis

aos estresses quando em contato com o campo podem resultar em desastre (Minami

1999)

A quantidade de nutrientes extraiacuteda pelas hortaliccedilas durante a fase de muda varia

em funccedilatildeo da espeacutecie da variedade ou da cultivar e do prazo necessaacuterio para a formaccedilatildeo

13

O composto humificado ou curado eacute rico em nutrientes que passaram parcialmente

da forma orgacircnica para a forma mineral assimilaacutevel pelas raiacutezes e com maior teor

coloidal que atua como fertilizante e eacute responsaacutevel pela capacidade melhoradora do

solo (Barreto 1985)

Uma das principais alternativas em termos de adubaccedilatildeo orgacircnica eacute o

vermicomposto Ele eacute um adubo orgacircnico estaacutevel rico em nutrientes inodoro de

coloraccedilatildeo escura obtido a partir da atividade das minhocas que potencializam a mateacuteria

prima utilizada no processo (principalmente esterco de bovino) proporcionando

diversos benefiacutecios para as plantas (Timm 2000)

231 Efeitos da adubaccedilatildeo orgacircnica no solo

O solo funciona como um organismo vivo em 1 grama de solo saudaacutevel vive uma

comunidade bioloacutegica de aproximadamente 1 0 0 0 0 espeacutecies diferentes como minhocas

larvas besouros colecircmbolos aacutecaros algas bacteacuterias e fungos Estes organismos

necessitam de alimentos para viver principalmente carbono e nitrogecircnio que estatildeo

presentes na palhada das culturas e no esterco de animais Em funccedilatildeo disso eacute

importante que o solo tenha um determinado teor de mateacuteria orgacircnica para fornecer os

alimentos e energia que os microacutebios precisam para viver (Paulus et al 2001)

O homem atraveacutes dos diferentes sistemas de preparo do solo e cultivos contiacutenuos

ou natildeo altera o comportamento do mesmo em relaccedilatildeo agraves reaccedilotildees quiacutemicas

propriedades fiacutesicas como capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua lixiviaccedilatildeo de nutrientes

erosatildeo e como consequumlecircncia afeta a qualidade de organismos presentes no solo (Brady

1999) reduzindo paulatinamente o teor de mateacuteria orgacircnica (Primavesi1982)

Nos uacuteltimos anos tem-se observado em diferentes paiacuteses a ampliaccedilatildeo do uso de

adubos orgacircnicos Alguns apresentam oacutetimos resultados enquanto outros se mostram

tecnicamente inadequados Os principais adubos orgacircnicos encontrados no mercado satildeo

fertilizantes orgacircnicos de origem animal compostos de lixo urbanos compostos de

produtos industriais e huacutemus de minhoca Nestes fertilizantes estatildeo presentes a maioria

dos macronutrientes (nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre) e

micronutrientes (zinco cobre boro ferro cobalto)essenciais para as plantas e nem

sempre encontrados em muitos fertilizantes minerais bem como uma gama de

microorganismos que vatildeo beneficiar a fauna e a flora do solo (Brady 1979 Kiehl

1985 Costa 1985 Garcia 1997)

14

Os adubos orgacircnicos satildeo amplamente empregados nos sistemas de produccedilatildeo de

alface como condicionadores do ambiente quiacutemico e fiacutesico da rizosfera e

consequumlentemente na resposta bioloacutegica das plantas (Rodrigues amp Casali 1998)

Considerando as necessidades hortiacutecolas de maior competitividade e o fato de natildeo

ser subsidiada o crescimento populacional e a industrializaccedilatildeo representam fatores

determinantes na geraccedilatildeo diaacuteria de enormes volumes de resiacuteduos podendo ser utilizados

pelos produtores com um maior retomo econocircmico possiacutevel Ao mesmo tempo a

questatildeo ambiental assume cada vez mais destaque na sociedade moderna repercutindo

em poliacuteticas governamentais bem como no setor produtivo do paiacutes e do mundo

fazendo com que a relaccedilatildeo do homem com a natureza seja repensada (Morselli 2001)

232 Efeitos da adubaccedilatildeo orgacircnica nas culturas

Segundo Paulus et al (2001) a mateacuteria orgacircnica tambeacutem eacute fonte de nutrientes

especialmente nitrogecircnio foacutesforo enxofre e micronutrientes aleacutem disso tem

capacidade de ldquoprenderrdquo micronutrientes e alguns elementos toacutexicos para as plantas

como o alumiacutenio Por exemplo os micronutrientes depois de presos satildeo liberados

lentamente no solo onde satildeo gradativamente aproveitados pelas plantas

O uso dos fertilizantes minerais elevam o custo de produccedilatildeo pois satildeo necessaacuterias

altas doses para o fornecimento dos teores de nutrientes demandados Por isso eacute

importante a geraccedilatildeo de tecnologias que poupem o consumo de fertilizantes minerais

desejaacutevel com vista agrave diminuiccedilatildeo do custo de produccedilatildeo (Rodrigues 1984) A produccedilatildeo

de hortaliccedilas sob a orientaccedilatildeo agroecoloacutegica leva em consideraccedilatildeo natildeo apenas os custos

de produccedilatildeo como tambeacutem a dependecircncia dos insumos principalmente quando se

considera a ldquoteoria da trofobioserdquo pelos efeitos maleacuteficos que os nutrientes prontamente

assimilaacuteveis podem causar as plantas (Chaboussou 1987)

Para Compagnoni amp Putzolu (1985) o vermicomposto eacute um autecircntico fertilizante

bioloacutegico que atua como corretivo do solo determinando caracteriacutesticas importantes

para a microflora pelos aacutecidos huacutemicos e as substacircncias fitoestimulantes Os autores

consideram ainda que as dejeccedilotildees das oligoquetas proporcionam a formaccedilatildeo de huacutemus

permitindo melhorar o solo razatildeo pela qual satildeo destinados agrave horticultura com oacutetimas

vantagens fiacutesicas e microbioloacutegicas enriquecendo a camada araacutevel

Em experimentos desenvolvidos durante cinco anos para avaliar o efeito da

aplicaccedilatildeo de compostos eou adubos nas culturas de alface manjericatildeo espinafre e

15

pepino Valenzuela amp Crosby (1998) compararam as produccedilotildees obtidas com composto

e a fertilizaccedilatildeo padratildeo e concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo do composto em 20 Mg ha 1 mais

N-quiacutemico foi o melhor tratamento em todas as culturas estudadas

233 Plantas de cobertura do solo

As plantas mais usadas para adubaccedilatildeo de cobertura do solo satildeo as leguminosas

pois estas tecircm a capacidade de fixar o nitrogecircnio atmosfeacuterico e disponibiliza-lo agrave

cultura Primavesi (1992) cita que utilizando-se mucuna ervilhaca feijatildeo-de-porco

feijatildeo-miuacutedo crotalaacuteria e outras natildeo haacute necessidade de utilizar tanto nitrogecircnio em

cobertura embora natildeo se dispense uma calagem mais frequumlente pois ocorre um pouco

de acidificaccedilatildeo no solo como com qualquer adubaccedilatildeo nitrogenada Segundo a mesma

autora algumas leguminosas tecircm a capacidade de mobilizar o foacutesforo como o caupi

(feijatildeo-miuacutedo) outras mobilizam o caacutelcio como tremoccedilo

Para Brady (1999) a adubaccedilatildeo verde traz grandes benefiacutecios como suprimento de

mateacuteria orgacircnica sendo consideraacutevel a quantidade de resiacuteduos orgacircnicos devolvidos ao

solo adiccedilatildeo de nitrogecircnio nutrientes e conservaccedilatildeo do solo

Calegari (1998) comenta que quanto aos aspectos fiacutesicos os resiacuteduos tendem a

contribuir para uma melhoria da estrutura do solo percebida pelo aumento da

estabilidade dos agregados em aacutegua aumento da capacidade de retenccedilatildeo hiacutedrica

elevaccedilatildeo dos iacutendices de infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo aumento da porosidade melhor

aeraccedilatildeo e diminuiccedilatildeo da densidade do solo

De acordo com Timm (2000) o papuatilde eacute uma excelente alternativa como cobertura

de solo para o cultivo miacutenimo da cebola pois na eacutepoca do transplante das mudas seu

ciclo vegetativo estaacute completo natildeo necessitando o dessecamento outra vantagem eacute que

o papuatilde apresenta bom controle com relaccedilatildeo agraves plantas invasoras da cebola reduzindo

ao longo dos anos o nuacutemero de capinas e a aplicaccedilatildeo de herbicidas

234 Adubaccedilatildeo foliar

Segundo Malavolta (1981) a utilizaccedilatildeo da adubaccedilatildeo foliar eacute complemento da

adubaccedilatildeo de solo natildeo substituto da mesma no que diz respeito ao fornecimento de

nitrogecircnio foacutesforo e potaacutessio para as culturas Da mesma maneira que as raiacutezes podem

perder para o solo parte dos elementos absorvidos as folhas tambeacutem o fazem pela accedilatildeo

16

de fatores internos (desordem fisioloacutegica estado nutricional etc) e externos (chuvas

orvalho nutriccedilatildeo do sistema radicular luz temperatura etc)

Para Chaboussou (1987) as plantas adquirem o maacuteximo de resistecircncia bioloacutegica

atraveacutes da nutriccedilatildeo (trofos) equilibrada Obviamente para que isto ocorra eacute necessaacuterio

que o solo esteja em equiliacutebrio dinacircmico o ambiente seja o mais estaacutevel e as plantas

selecionadas ou melhor adaptadas para poderem suportar as alteraccedilotildees extemporacircneas

ocasionadas pelos fenocircmenos meteoroloacutegicos e nas fases fonoloacutegicas criacuteticas do

crescimento e desenvolvimento (Pinheiro amp Barreto 2000)

O lixiviado das folhas enriquece as camadas superiores do solo e tende a

contrabalanccedilar as perdas de zonas mais profundas e mais distantes acumulando-os nas

suas proximidades tambeacutem influencia o nuacutemero e o comportamento dos

microrganismos que por sua vez alteram o processo de gecircnese do solo sua textura e

fertilidade A lixiviaccedilatildeo assim se toma importante no desenvolvimento da sucessatildeo

ecoloacutegica devido agrave ciclagem de elementos (Malavolta 1980)

Conforme Camargo (1975) a utilizaccedilatildeo de adubos foliares substitui parcialmente

a adubaccedilatildeo radicular em 20 a 25 podendo ser utilizada em varias pulverizaccedilotildees

24 Vermicompostagem

E o processo que consiste em se submeter diferentes resiacuteduos orgacircnicos de

origem animal eou vegetal aos processos fermentativos e humificaccedilatildeo adicionando

minhocas do gecircnero Eiseina espeacutecie foetida ao material procurando obter um produto

curado em aproximadamente 45 - 60 dias (Compagnoni amp Putzolu 1985)

A vermicompostagem firmou-se no Brasil como atividade rentaacutevel produzindo

adubo de alta qualidade na deacutecada de 90 Na agricultura brasileira contudo haacute

preferecircncia pelos adubos quiacutemicos em funccedilatildeo de sua aquisiccedilatildeo financiada menor custo

e retomo imediato embora o impacto de seu uso contiacutenuo sobre o solo e os

microorganismos que nele vivem seja negativo (Tagliari amp Grassmann 1995)

Segundo Morselli (2002) a vermicompostagem difere da compostagem

convencional dentre outros pocircr formar substacircncias huacutemicas mais rapidamente ao sofrer

passagem pelo trato digestivo das minhocas A alirdentaccedilatildeo destas satildeo basicamente os

estercos e a disponibilidade desta mateacuteria prima bem como de ambiente protegido para

proceder a compostagem correta deste material satildeo indispensaacuteveis

17

Segundo Kiehl (1985) e Martinez (1990) o vermicomposto apresenta as seguintes

vantagens em relaccedilatildeo a compostagem permite a formaccedilatildeo de um produto curado em

menor espaccedilo de tempo promove a formaccedilatildeo de um material com maior

disponibilidade de nutrientes facilita o peneiramento natildeo havendo a necessidade de

revolvimento do material oferece vaacuterias fontes de renda pois aleacutem do huacutemus fornece

minhocas e raccedilatildeo e quando aplicado ao solo tende a melhorar as propriedades fiacutesicas

quiacutemicas e bioloacutegicas

241 Resiacuteduos utilizados na vermicompostagem

2411 Resiacuteduos de origem animal

Segundo Bureacutes (1997) o esterco eacute uma mistura de fezes urina e camas que

podem estar constituiacutedas de palhas folhas secas serragem turfa casca de arroz e ateacute

terra Esse apresenta pH neutro e densidade que varia de 030 a 090 Kg dm3 segundo

seu estado de decomposiccedilatildeo Eacute influenciado por vaacuterios fatores como espeacutecie animal

raccedila idade alimentaccedilatildeo material utilizado como cama e tratamento da mateacuteria-prima

esterco (Kiehl 1985) Dentre os fatores apontados um dos mais importantes eacute a

alimentaccedilatildeo do animal quanto mais rica a alimentaccedilatildeo mais rica seraacute as dejeccedilotildees

(Gnoatto 1999) O volume de bacteacuterias vivas ou mortas encontradas no esterco

representam 20 a 30 do total delas se originam grande parte do nitrogecircnio sob a

forma de proteiacutena (Morselli 2002)

A origem do material utilizado para a produccedilatildeo de vermicomposto eacute fundamental

pois soacute uma mateacuteria-prima de qualidade resultaraacute em um produto final de boa qualidade

Dentre os estercos o de aves eacute empregado empiricamente na adubaccedilatildeo de culturas

permanente ou natildeo com excelentes resultados apesar de sua simples composiccedilatildeo

meacutedia 2 de nitrogecircnio 2 de foacutesforo como P2 0 5 e 1 de K2 0 Poreacutem haacute uma

grande variaccedilatildeo na sua constituiccedilatildeo a qual dependeraacute do manejo animal atraveacutes das

camas finalidade da criaccedilatildeo e natureza das camas (Morselli 2002)

2412 Resiacuteduos de origem vegetal

A mateacuteria orgacircnica pode ser preservada no solo por vaacuterios processos seja pela

simples incorporaccedilatildeo de resiacuteduos de culturas rotaccedilatildeo de culturas adubaccedilatildeo verde ou

18

pela adiccedilatildeo de materiais orgacircnicos capazes de elevar e manter a produtividade do solo

Da decomposiccedilatildeo dos resiacuteduos orgacircnicos adicionados ao solo resulta a liberaccedilatildeo de

grande quantidade de nutrientes principalmente o nitrogecircnio o potaacutessio e o enxofre

Aleacutem disso diversos atributos quiacutemicos e fiacutesicos do solo satildeo alterados pela

decomposiccedilatildeo desses resiacuteduos destacando-se o aumento da capacidade de troca de

caacutetions o aumento da retenccedilatildeo de aacutegua a melhoria da estabilidade dos agregados e da

aeraccedilatildeo (Fraser1963 Malavolta 1981 Mello et al 1983 Bonilla 1992)

Segundo Purcino (1981) quando a relaccedilatildeo CN eacute menor que 30 como no caso do

esterco de curral ou da palha de leguminosas a disponibilidade de nitrogecircnio eacute

imediata mas acima deste valor ocorre imobilizaccedilatildeo crescente deste nutriente Por esse

motivo estes materiais devem ser submetidos a uma degradaccedilatildeo bioloacutegica antes de

serem adicionados ao solo

25 Biofertilizantes

No Brasil ocorrem problemas crescentes com materiais derivados de sistemas

intensivos de criaccedilatildeo animal que acumulam resiacuteduo^ orgacircnicos com graves problemas

de contaminaccedilatildeo de cursos de aacutegua que na maioria das vezes se acumulam em um

uacutenico lugar e natildeo satildeo reciclados (Viglizzo 1995)

Visando amenizar tais situaccedilotildees os meacutetodos alternativos de adubaccedilatildeo controle de

doenccedilas pragas e plantas indesejaacuteveis tecircm sido muito estudado Dentro dessa linha de

pesquisa destaca-se o uso de mateacuteria orgacircnica atraveacutes tanto de sua incorporaccedilatildeo ao

solo como de sua transformaccedilatildeo para uso posterior na forma de biofertilizantes

(Khatounian 1997 Bettiol et al 1997)

Na complexa e elevada comunidade microbiana dos biofertilizantes encontram-se

bacteacuterias fungos leveduriformes filamentosos e actinomicetos (Bettiol apud Penteado

1999)

O agregado de macro e micronutrientes periodicamente ativa e enriquece a

fermentaccedilatildeo O uso de farinha de rocha tem sido vantajoso por ter baixo custo

comparado com os sais concentrados e purificados aleacutem de trazer alguns elementos

traccedilos de vital importacircncia para os microrganismos do solo como por exemplo o Gaacutelio

o Iodo e o Vanaacutedio (M1BASA 199-) O agregado de farinha de rocha ou sais

purificados ao fermentado faz com que estes nutrientes passem a fazer parte dos

microrganismos ou dos produtos orgacircnicos liberados durante a fermentaccedilatildeo sendo que

19

o ataque dos microrganismos atraveacutes de suas enzimas consegue liberar os elementos natildeo

atacados pelos aacutecidos industriais (Pinheiro amp Barreto 2000)

Os biofertilizantes tecircm sido empregados na agricultura ecoloacutegica como adubo

foliar para aumentar a resistecircncia contra pragas e doenccedilas Aleacutem disso o processo de

produccedilatildeo eacute bastante simples e por isso eacute viaacutevel sua produccedilatildeo na propriedade desde que

tenha esterco disponiacutevel (Penteado 1999)

Bettiol et al (1997) verificaram a presenccedila de diferentes espeacutecies de fungos

fiacutelamentosos e leveduriformes e bacteacuterias entre elas Bacillus spp na comunidade

microbiana do biofertilizante produzido segundo meacutetodo adotado pelo Centro de

Agricultura Ecoloacutegica Ipecirc Os autores verificaram ainda uma reduccedilatildeo da comunidade

microbiana ao longo da digestatildeo reduccedilatildeo essa mais acentuada logo apoacutes o acreacutescimo

dos sais contendo micronutrientes A accedilatildeo dos sais pode ser tanto por aumento na

pressatildeo osmoacutetica quanto pelo efeito direto sobre os microrganismos Para o controle de

doenccedilas de plantas satildeo importantes a presenccedila dos metaboacutelitos produzidos pelos

organismos presentes no biofertilizante e os proacuteprios microrganismos vivos

Os microrganismos transformam o material orgacircnico (esterco soro de leite caldo

de frutas palhas restos industriais etc) e cinzas produzindo vitaminas aacutecidos e sais

complexos importantes para regular e tonificar o metabolismo das plantas impedindo o

desenvolvimento de pragas e doenccedilas (Pinheiro amp Barreto 2000)

Em estudos feitos com o biofertilizante liacutequido de bovinos foi observado a

presenccedila de inuacutemeros microorganismos como bacteacuterias leveduras e bacilos

principalmente do Bacillus subtilis Estes microorganismos sintetizam substacircncias

antibioacuteticas as quais demonstram ter grande accedilatildeo e eficiecircncia como substacircncias

fungiostaacuteticas e bacteriostaacuteticas de fitopatoacutegenos causadores de danos em lavouras

comerciais (Penteado 1999)

Aldrighi et al (2002) realizaram trabalho na UFPel relacionado agrave nutriccedilatildeo de

mudas de tomate (Floradade) produzidas no sistema ldquofloatingrdquo Utilizaram-se doses de

0 2 5 e 10 para o biofertilizante Super Magro e 0 e 1 para a urina de vaca

Concluiacuteram que estes natildeo interferem na produccedilatildeo das mudas e que provavelmente foi

influenciado pelo substrato utilizado (vermicomposto 75 e casca de arroz carbonizada

25) bem como o sistema de produccedilatildeo (floating)

Paglia et al (2002) citam que eacute possiacutevel produzir mudas de tomate (cultivar

Floradede) utilizando urina de vaca e biofertilizante Super Magro na aacutegua em sistema

ldquofloatingrdquo em trabalho realizado na UFPel O uso da urina de vaca a 1 e 5 e

20

biofertilizante Super Magro a 6 proporcionam uma elevaccedilatildeo do foacutesforo bem como o

Super Magro a 6 eleva os teores de Mg e Ca na aacutegua

251 Urina de vaca

As urinas de vaca contecircm nutrientes favoraacuteveis ao bom desenvolvimento das

plantas como potaacutessio soacutedio nitrogecircnio enxofre magneacutesio caacutelcio foacutesforo e traccedilos de

outros elementos Nas plantas funciona como um fertilizante natural tomando-as mais

resistentes ao ataque das pragas e doenccedilas Satildeo encontradas tambeacutem na urina outras

substacircncias como fenoacuteis e principalmente o catecol que esta associado agrave recuperaccedilatildeo

de plantas atacadas por fitopatoacutegenos por ser um produto anti-seacuteptico (Penteado 1999)

Para seu emprego a urina receacutem coletada deve ser armazenada sob condiccedilotildees

ambientais por trecircs dias para que se forme amocircnio importante produto a ser absorvido

pelas plantas Recomenda-se ainda que o armazenamento deva ser feito em recipiente

fechado para que natildeo ocorram perdas de nitrogecircnio Desta forma poderaacute permanecer

por ateacute um ano sem comprometer sua eficiecircncia

Em hortaliccedilas o uso da urina de vaca eacute recomendado em pulverizaccedilotildees foliares

semanais na concentraccedilatildeo de 05 para tomateiro pimentatildeo pepino feijatildeo vagem e

couve ou quinzenais a 1 para as culturas do quiabeiro jiloeiro e berinjela Para

fruteiras em geral a primeira aplicaccedilatildeo deve ser na concentraccedilatildeo aproximada de 5

realizada diretamente no solo e mensalmente devem ser realizadas pulverizaccedilotildees

foliares a 1 para plantas jovens e a 5 para plantas adultas (Penteado 1999)

Na aplicaccedilatildeo foliar deve-se ter cuidado com folhas e brotos novos e considerar que

o uso contiacutenuo pode ser toacutexico podendo afetar o solo causando a sua acidificaccedilatildeo

(Penteado 1999)

Na Estaccedilatildeo Experimental da PESAGRO no municiacutepio de Macaeacute Rio de Janeiro

estaacute se utilizando a urina de vaca leiteira Os pesquisadores descobriram que a urina de

vaca em lactaccedilatildeo produzia o efeito de recuperar plantas de abacaxi atacadas por uma

doenccedila conhecida como ldquofusairioserdquo Essa doenccedila quando ataca o abacaxi causa

perdas de ateacute 70 da safra Todos os agrotoacutexicos testados natildeo conseguiram controlar a

doenccedila Isto eacute um exemplo para que a universidade tenha uma nova percepccedilatildeo (Capra

1996) adotando medidas efetivas que contribuam na transiccedilatildeo agroecoloacutegica Com o

uso da urina de vaca leiteira numa lavoura de abacaxi atacada pela fusariose observou-

se agrave recuperaccedilatildeo do stand e os frutos produzidos apresentaram excelente padratildeo

21

comercial Descobriu-se que aleacutem funcionar como adubo e defensivo natural a urina de

vaca leiteira tambeacutem favorece a floraccedilatildeo de muitas plantas e pode ser usada no

tratamento de frutos e tubeacuterculos depois da colheita

A urina de vaca em lactaccedilatildeo tambeacutem estaacute sendo usada nas lavouras de cafeacute em

plantaccedilotildees de maracujaacute coco alface e outras hortaliccedilas Na regiatildeo centro-sul do Paranaacute

os agricultores estatildeo aplicando a urina de vaca leiteira nas lavouras de feijatildeo soja

batata cebola e milho (Penteado 1999)

252 Alhol

A maioria dos defensivos alternativos tais como calda bordalesa sulfocaacutelcica

aacutegua de cinza e cal biofertilizante enriquecido extrato de fumo entre outros precisa

ser misturada com um espalhante adesivo para quebrar a tensatildeo superficial da gota e

propiciar um melhor molhamento das folhas e demais partes pulverizadas assegurando

uma absorccedilatildeo mais efetiva e uma melhor accedilatildeo sobre as pragas e doenccedilas Quando as

gotas permanecem inteiras sobre a superfiacutecie folhar devido agrave falta de espalhante

adesivo pode-se danificar os tecidos vegetais pelc efeito-lente quando o sol incide

sobre elas Aleacutem disso a gota por natildeo se espalhar sobre toda superfiacutecie folhar

concentra nela e consequumlentemente sobre o tecido que estaacute em contato com ela uma

quantidade maior do produto aplicado Essa maior concentraccedilatildeo pode prejudicar a

absorccedilatildeo e lesionar os tecidos principalmente apoacutes a evaporaccedilatildeo da aacutegua contida na

gota por resultar em uma maior concentraccedilatildeo de sais no local especialmente quando se

aplicam por exemplo calda sulfocaacutelcica bordalesa biofertilizante enriquecido com

macro e micronutrientes (Claro 2001)

O alhol eacute um espalhante adesivo ecoloacutegico que tambeacutem auxilia no controle de

pragas E elaborado com aacutegua alho oacuteleo vegetal e sabatildeo neutro a partir da sabedoria

popular que menciona o alho como repelente de insetos Juacutenior Abreu amp Maiorano

(199-) indicam formulaccedilotildees contendo alho para o controle de pragas como nematoacuteides

(Meloidogyne incoacutegnita e M javanica) mosca do chifre lagarta na maccedilatilde pulgotildees

besouro da batata trips e para controle de doenccedilas fuacutengicas e bacterianas como miacuteldio

ferrugem fusariose helminthosporiose murchadeira (Pseudonamos solacearum)

bruzone do arroz (Pyricularia orysae) podridatildeo negra do repolho e couve-flor

(Xanthomonas campestris) Aleacutem disso o alho pelo seu bom teor em oacuteleo pode agir

tambeacutem como espalhante adesivo O sabatildeo tambeacutem eacute indicado como espalhante adesivo

22

e possui accedilatildeo contra certas pragas (pulgotildees) sendo que o oacuteleo vegetal eacute indicado no

controle de cochonilhas e usado como espalhante adesivo (Claro 2001)

253 Calda Bordalesa

A calda bordalesa eacute um tradicional defensivo agriacutecola que pode ser preparado na

propriedade com a mistura de sulfato de cobre cal virgem e aacutegua As concentraccedilotildees de

sulfato de cobre e cal satildeo distintas dependendo do objetivo do seu emprego

Geralmente diferem de acordo com o tipo de planta ou espeacutecie vegetal as condiccedilotildees

climaacuteticas o grau de infestaccedilatildeo da doenccedila e a fase de crescimento da planta Eacute indicada

para o controle de miacuteldio alternaacuteria botrytis e antracnose (Penteado 1999)

A calda bordalesa caracteriza-se pela sua importante accedilatildeo no controle de diversas

doenccedilas fungicas nas mais diversas espeacutecies de culturas Possui tambeacutem uma relativa

accedilatildeo bactericida e em alguns casos age como repelente de insetos Da mistura do

sulfato de cobre com a cal resulta uma soluccedilatildeo rica em macronutrientes e

micronutrientes Provavelmente os expressivos resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo da

calda bordalesa devam-se natildeo somente a sua accedilatildeo fuacutengica e bactericida mas sobretudo

agrave influecircncia positiva que exerce no metabolismo das plantas ativando o processo

enzimaacutetico e estimulando a proteossiacutentese aumentando a resistecircncia das plantas (Claro

2 0 0 1 ) caracteriacutestica fundamental na agricultura sustentaacutevel

254 Biofertilizante Super Magro

A calda Super Magro eacute produto da fermentaccedilatildeo de estercos animais enriquecidos

por micronutrientes e outros produtos de origem animal obtendo-se uma calda

biofertilizante para aplicaccedilatildeo foliar nas plantas (Penteado 1999) jaacute foram observados

bons resultados principalmente nas culturas de uva maccedila pecircssego tomate batata e

hortaliccedilas em geral

E indicado como fonte suplementar de micronutrientes para as plantas inibidor

de fungos e bacteacuterias causadores de doenccedilas e para aumentar a resistecircncia contra insetos

e aacutecaros (Penteado 1999) i

Muller (1999) avaliou a influecircncia do biofertilizante Super Magro sobre as

culturas de tomate (Lycopersicon esculentum Mill) ervilha (Pisum sativum L) e

beterraba (Beta vulgaris L) O autor obteve cultivos com baixa severidade de doenccedilas e

23

insetos fitoacutefagos possivelmente por causa do manejo orgacircnico de produccedilatildeo Os

resultados das pulverizaccedilotildees das soluccedilotildees foliares variaram conforme a cultura e o

clima

255 Biofertilizante MB4

A utilizaccedilatildeo das farinhas de rochas eacute uma das teacutecnicas mais modernas usadas nos

uacuteltimos anos na agricultura O elevado nuacutemero de nutrientes contidos no MB4 como

cobre zinco manganecircs cobalto soacutedio alumiacutenio silicatos de magneacutesio ferro e caacutelcio

acompanhado de foacutesforo potaacutessio e enxofre reagem com a soluccedilatildeo do solo liberando

elementos essenciais ao desenvolvimento da vida microbiana os quais exercem um

papel fundamental atraveacutes de transformaccedilotildees quiacutemicas e do equiliacutebrio bioloacutegico

favorecendo o desenvolvimento sadio das plantas (Pinheiro amp Barreto 2000)

24

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

31 Local de execuccedilatildeo do experimento

O presente trabalho foi conduzido no Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul

(FEPAGROSUL) no municiacutepio de Rio Grande nlt periacuteodo de 15 de maio a 26 de

agosto de 2 0 0 2

O solo eacute classificado como ldquoTuiardquo satildeo muito arenosos As massas aquaacuteticas do

Oceano Atlacircntico e Lagoa dos Patos influenciam ventos temperatura pressatildeo umidade

relativa e demais fatores climaacuteticos A topografia da regiatildeo litoracircnea eacute plana com

lenccediloacuteis freaacuteticos superficiais

32 Anaacutelise estatiacutestica

O experimento foi constituiacutedo em fatorial 3X3 (Quadro 1) com quatro repeticcedilotildees

no delineamento blocos ao acaso As variaacuteveis respostas foram submetidas agrave anaacutelise de

variaccedilatildeo e ao teste de Duncan a 5 de probabilidade para comparaccedilatildeo das meacutedias

utilizando-se o sistema SANEST (Zonta amp Machado 1984)

As anaacutelises estatiacutesticas das variaacuteveis estudadas encontram-se nos Apecircndices C D

Os resultados das respostas agronocircmicas e das determinaccedilotildees dos conteuacutedos dos

macronutrientes bem como os de raiz estatildeo nas tabelas de 1 a 3

25

As diferentes adubaccedilotildees seratildeo representadas durante a discussatildeo da seguinte

forma 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e EC

(60 t ha 1 de esterco de curral) 1 VB+SM+U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais

super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+SM+U+CB (45 t ha 1 de

vermicomposto mais super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa)

EC+SM+U+CB (60 t ha 1 de esterco de curral mais super magro mais urina de vaca

mais calda bordalesa) 1 VB+MB4 +U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais MB4 mais

urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+MB4 +U+CB (45 t ha 1 de vermicomposto

mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa) EC+MB4 +U+CB (60 t ha 1 esterco

de curral mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa)

QUADRO 1 Descriccedilatildeo dos fatores experimentais e respectivos niacuteveis

Niacuteveis Fator 1 ADUBACcedilAtildeO DE BASE

0 1 Vermicomposto (30 t ha1)

0 2 Vermicomposto (45 t ha1)

03 Esterco de curral (60 t ha1)

Niacuteveis Fator 2 BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS

0 1 Super magro (5) + Urina de Vaca + Calda Bordalesa

0 2 MB4 (10) + Urina de vaca + Calda Bordalesa

03 Ausecircncia (testemunha)

33 Tratamentos

Da combinaccedilatildeo entre niacuteveis e fatores foram obtidos 9 tratamentos que estatildeo

descritos no Quadro 2 bem como as doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

26

QUADRO 2 Tratamentos e doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

TRATAMENTOS

Ndeg FATOR I FATOR II

0 1 30 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

0 2 30 t harsquo de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

03 30 t ha de vermicomposto - - -

04 45 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

05 45 t ha de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

06 45 t ha de vermicomposto - - -

07 60 t hade esterco Super Magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

08 60 t hade esterco MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

09 60 t hade esterco - - -

Cada parcela foi constituiacuteda por dois canteiros medindo 1 m de largura x 2 m de

comprimento perfazendo 075 m de aacuterea de aacuterea uacutetil (025 m de bordadura) Foi

utilizando semeadura a lanccedilo com densidade de 24 g canteiro1

O vermicomposto a urina de vaca o esterco de curral o alhol os biofertilizantes e

a calda bordalesa foram de procedecircncia do Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul O

vermicomposto de esterco bovino misturado agraves cascas de frutas foi processado pela

minhoca vermelha califomiana Eisenia foetida)

O biofertilizante Super Magro foi elaborado segundo a metodologia descrita pela

FEPAGROSUL utilizando-se os seguintes componentes 190 litros de aacutegua 22 litros

de leite 55 Kg de accediluacutecar mascavo 30 Kg de esterco fresco de bovinos 2 Kg de

Sulfato de zinco 2 Kg de sulfato de magneacutesio 2 Kg de cloreto de caacutelcio 1 Kg de aacutecido

boacuterico 300 g de sulfato de cobre 300 g de sulfato de ferro 300 g de sulfato de

manganecircs 100 g de molibdato de soacutedio 50 g de sulfato de cobalto 3 Kg de fosfato

natural 3 Kg de cinza e 200 g de farinha de osso

A urina de vaca em lactaccedilatildeo foi coletada pela manhatilde e armazenada em recipiente

fechado por trecircs dias em condiccedilotildees ambientais para que se formasse a amocircnia e natildeo

ocorresse perda de nitrogecircnio

28

Realizaram-se duas capinas manuais durante o experimento e em seguida como

cobertura se colocou casca de arroz Tambeacutem foi aplicado esterco de aves 30 dias antes

da colheita na quantidade de 05 Kg canteiro 1 como adubaccedilatildeo de cobertura

As pulverizaccedilotildees com os produtos iniciaram apoacutes 15 dias da germinaccedilatildeo

Realizou-se sete aplicaccedilotildees sendo que as duas primeiras foram feitas apenas com

Super Magro e MB4 Na terceira e na quarta aplicaccedilatildeo utilizou-se urina de vaca e calda

bordalesa em concentraccedilotildees menores (05 e 025 respectivamente) e na quinta

aplicaccedilatildeo as dosagens de urina de vaca e calda bordalesa foram elevadas para 1 0 e

05 respectivamente ateacute o final do experimento O alhol foi utilizado a partir da

terceira pulverizaccedilatildeo na quantidade de 2 e seguiu ateacute o final no dia 26 de agosto

quando as mudas foram colhidas e posteriormente analisadas as variaacuteveis

35 Observaccedilotildees agronocircmicas

Foram utilizadas 20 mudas de cebola para obtenccedilatildeo das meacutedias das variaacuteveis as

quais foram as seguintes

351 Fitomassa fresca da parte aeacuterea e raiacutezes

Foi realizada atraveacutes de uma balanccedila digital procedendo-se a pesagem de 20

mudas de cebola previamente lavadas e posteriormente secadas durante uma hora sobre

um tecido de algodatildeo agrave temperatura ambiente Processo idecircntico foi adotado com as

raiacutezes

352 Fitomassa seca da parte aeacuterea e raiacutezes

Esta variaacutevel foi obtida a partir da secagem preliminar em estufa de ar forccedilado

durante 48 horas a 65 C ateacute peso constante com posterior pesagem em balanccedila

analiacutetica

353 Altura da muda

A altura de muda foi medida a partir do colo das plantas ateacute sua uacuteltima folha

(ponto de crescimento) com uma reacutegua graduada de 40 cm

29

354 Diacircmetro do colo das plantas

Esta medida foi realizada no ponto de transplante a 2 mm das raiacutezes e utilizando-

se um paquiacutemetro SOMET

355 Sistema radicular

Ao teacutermino do experimento foram retiradas as raiacutezes das mesmas plantas que foram

utilizadas para as determinaccedilotildees realizadas na parte aeacuterea procedendo-se uma amostra

de solo com raiacutezes de 2 0 cm de largura x 2 0 cm de comprimento e 2 0 cm de altura

totalizando 8000 cm3

As raiacutezes apoacutes serem lavadas em aacutegua corrente foram pesadas acondicionadas em

sacos plaacutesticos e congeladas para posteriores anaacutelises pelo meacutetodo de Tennant (1975)

para a determinaccedilatildeo do comprimento e densidade

3551 Comprimento de raiz

Utilizou-se para a determinaccedilatildeo do comprimento de raiz as seguintes foacutermulas

1 = ndeg x 1114 x 1 onde

1 - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 0 0 2 g

ndeg - nuacutemero de intercessotildees das raiacutezes com os lados da quadriacutecula da malha do

aparelho

1114 - constante

1 - medida lateral da quadriacutecula em cm

Tomando-se a fiacutetomassa seca e o comprimento da raiz da cada amostra

relacionou-se com a fiacutetomassa seca e o comprimento total da raiz da planta aplicando-

se a seguinte equaccedilatildeo

L = (FSR x 1) FSPA onde

L - comprimento total da raiz da planta (m)

FSR - fiacutetomassa seca de raiz

FSPA - fiacutetomassa seca da parte aeacuterea

L - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 002g

3552 Densidade de raiz

A densidade foi determinada pela foacutermula

D = L 8000 onde

D - densidade de raiacutezes (m cm3)

30

L - comprimento total de raiacutezes (m)

8 0 0 0 - volume da amostra (cm3)

3553 Razatildeo parte aeacutereasistema radicular

Este paracircmetro foi obtido pela equaccedilatildeo

RPASR = FSPA FSR onde

RPASR - razatildeo parte aeacuterea sistema radicular

FSPA - fitomassa seca da parte aeacuterea

FSR - fitomassa seca do sistema radicular

36 Determinaccedilatildeo de macronutrientes no tecido vegetal

Os macronutrientes nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio foram

determinados no laboratoacuterio de Fertilidade e Anaacutelise de Plantas do Departamento de

Solos da UFPel atraveacutes dos meacutetodos descritos por Tedesco amp Gianello (1996)

31

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 Anaacutelise das variaacuteveis

A anaacutelise da variaccedilatildeo mostrou que houve diferenccedila significativa na interaccedilatildeo entre

os fatores de adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes liacutequidos com exceccedilatildeo da variaacutevel altura

de planta para a qual somente a adubaccedilatildeo de base mostrou-se significativa (Apecircndices

C D e E Tabelas 1C 1D e 1E)

411 Anaacutelise da parte aeacuterea

Na Tabela 1 destacaram-se as adubaccedilotildees EC+SM+U+CB EC+MB4 +U+CB e EC

que diferiram significativamente das demais adubaccedilotildees para as variaacuteveis fiacutetomassa

fresca da parte aeacuterea (FFPA) fiacutetomassa seca da parte aeacuterea (FSPA) altura de planta

(AP) e diacircmetro do colo (DC)

32

TABELA 1 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

30 t ha de vermicomposto 7015 c A45 t halsquo de vermicomposto 7824 b B60 t ha de esterco de curral 12248 a C

30 t ha de vermicomposto 667 c A45 t ha de vermicomposto 752 b A60 t ha de esterco de curral 1150a C

30 t ha de vermicomposto 2975 b A45 t harsquo de vermicomposto 2775 b A60 t ha de esterco de curral 3600 a B

30 t ha de vermicomposto 631 b A45 t ha de vermicomposto 6 2 2 b B60 t ha de esterco de curral 741 a C

-Fitomassa fresca (g)----------------6270 c B 6885 b A8832 b A 6308 c C

15082 a A 13934 a BmdashFitomassa seca (g)----------------

625 c A 655 b A830 b A 607 b B

1345 a A 1262 a B-Altura de planta (cm)----------------

2950 b A 3050 b A2937 b A 2950 b A 3975 a A 3622 a B

-Diacircmetro de colo (mm)---------------592 c B 599 b B 657 b A 609 b B 819a A________ 793a B

Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

O efeito positivo do esterco bovino pode ser atribuiacutedo agraves melhorias nas condiccedilotildees

fiacutesicas do solo por ele proporcionado Segundo Primavesi (1982) e Compagnoni amp

Putzolu (1985) o esterco bovino apresenta propriedades condicionadoras do solo dando

agraves plantas melhores condiccedilotildees de desenvolvimento elevando sobremaneira os

conteuacutedos de fitomassa fresca das plantas que refletiratildeo nas demais respostas

agronocircmicas

Analisando as adubaccedilotildees de base em relaccedilatildeo aos biofertilizantes observa-se que

para os tratamentos 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) - natildeo houve influecircncia dos

biofertilizantes para as variaacuteveis FSPA e AP enquanto destacou-se o SM+U+CB para o

DC e SM+U+CB e ausecircncia da adubaccedilatildeo liacutequida para a FFPA mostrando que o uso

dos biofertilizantes natildeo influenciou esta variaacutevel 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) -

verificou-se a eficiecircncia do uso do MB4 +U+CB para as variaacuteveis FFPA e DC Para a

variaacutevel FSPA destacaram-se os dois biofertilizantes utilizados jaacute para AP natildeo houve

33

influecircncia destes EC (60 t ha 1 de esterco de curral) - em todas as variaacuteveis observadas

na tabela 5 as respostas foram significativas utilizando MB4 +U+CB

As respostas encontradas no presente trabalho para as variaacuteveis AP e FSPA foram

superiores as obtidas por Dalponte (1990) quando utilizado 0 esterco de curral para

produccedilatildeo de mudas de cebola

Segundo Filgueira (2000) os solos da regiatildeo produtora de cebola do RS satildeo

pobres em foacutesforo disponiacutevel (15 mg Kg1) necessitando portanto de adubaccedilotildees

fosfatadas elevadas As respostas aqui obtidas podem ser justificadas pelos teores de

foacutesforo contido no MB4

Follet et al (1981) citam a importacircncia do uso de compostos orgacircnicos no solo

enfatizando os estercos no sentido da decomposiccedilatildeo continuada no fornecimento de

nutrientes e na liberaccedilatildeo lenta e gradual de aacutecidos orgacircnicos influenciando a liberaccedilatildeo

do foacutesforo O que provavelmente pode ser atribuiacutedo agraves respostas encontradas no

presente trabalho para 0 tratamento Esterco de curral mais MB4 e Urina mais Calda

Bordalesa

E importante destacar que 0 sistema de produccedilatildeo de mudas de cebola sob uma

perspectiva agroecoloacutegica mostra-se eficiente quando visualmente natildeo percebe-se

diferenccedila significativa entre os tratamentos (Apecircndice F Figura 2)

Conveacutem ressaltar que quando trabalhamos com agroecologia natildeo existem

receitas nem pacotes tecnoloacutegicos prontos Cada situaccedilatildeo deveraacute ser estudada em

particular para que se faccedila recomendaccedilotildees adequadas ao ambiente local uma vez que

as plantas se adaptam ao meio estando a nutriccedilatildeo encarregada de proteger e manter o

equiliacutebrio do organismo vegetal em funccedilatildeo das alteraccedilotildees externas

E fundamental que se compreenda os princiacutepios norteadores de todo o processo

que satildeo as bases da luta por uma sociedade mais justa dentro de um mundo econocircmico e

ambientalmente mais sustentaacutevel

412 Anaacutelise do sistema radicular

Os resultados obtidos nas anaacutelises do sistema radicular (Tabela 2) mostram

diferenccedilas significativas entre as adubaccedilotildees para as variaacuteveis fitomassa fresca de raiz

(FFR) fitomassa seca de raiz (FSR) comprimento de raiz (CR) razatildeo parte

aeacutereasistema radicular (RPASR) e densidade de raiz (DR)

34

TABELA 2 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade de

raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAO DE BASE

S Magro + MB4 +Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

1540 c A 1576 b B 2427 a A

Fitomassa fresca (g)----------------1502 c B 1517 b AB 1658 b A 1446 c C 2336 a B 2360 a B

--------------------Fitomassa seca (g)-------------------196 b A 207 ab A 170 b A170 b A 199 b A 192 b A 344 a A 249 a B 327 a A

Comprimento de raiz(cm)---------------1237 b A 1158 b A 1158 a A1237 b A 1060 c B 1040 b B1433 a A 1296 a B 1040 b C

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t halsquo 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha de vermicomposto 45 t ha de vermicomposto60 t ha~ de esterco de curral__________________________ _________________________Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

-----Razatildeo Parte AeacutereaSistema Radicular------340 b AB 301c B 384 a A446 a A 415 b A 326 a B339 b B 546 a A 388 a B

-------------- Densidade de raiz (m cm3)------------367 a AB 414 a A 325 b B282 b B 301b B 405 a A347 ab A 231c B 324 b A

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base destacou-se o EC (60 t ha 1 de esterco de curral)

para as variaacuteveis FFR e FSR Quando adicionado o SM+U+CB os resultados para FFR

foram ainda melhores bem como o CR As respostas obtidas para a RPASR foram

variadas em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees apresentando melhores resultados para 15 VB (45 t

ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB e ainda melhor para EC (60 t ha 1 de esterco de

curral)+MB4 +U+CB As adubaccedilotildees de base 1 VB 15 VB e EC natildeo diferiram entre si

As adubaccedilotildees mais eficientes para a variaacutevel DR foram 1 VB+SM+U+CV que natildeo

diferiu da EC+SM+U+CB I VB+ MB4 +U+CB e agrave 15 VB foram melhores entre as

demais

35

Analisando os biofertilizantes em relaccedilatildeo a cada adubaccedilatildeo de base verifica-se que

para a 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB destaca-se a variaacutevel FFR

poreacutem sem diferenccedila significativa de 1 VB os melhpres resultados para a variaacutevel DR

foram encontrados pelo tratamento 1 VB+MB4 +U+CB e 15 VB (45 t ha 1 de

vermicomposto) tambeacutem se considera eficiente o 1 VB+SM+U+CB que natildeo diferiu do

EC (esterco de curral) Quando se utilizou 15 VB+ MB4 +U+CB houve resposta

significativa para a variaacutevel FFR para FSR as respostas natildeo foram diferentes com a

aplicaccedilatildeo dos biofertilizantes para as variaacuteveis FSR e DR as adubaccedilotildees EC e

EC+SM+U+CB natildeo diferiram entre si

Embora as respostas estatiacutesticas tenham sido diferentes para as adubaccedilotildees

combinadas ou natildeo pode-se salientar a importacircncia do aacutecido indol-aceacutetico como jaacute

citado anteriormente para as variaacuteveis avaliadas na parte aeacuterea das mudas de cebola

Respostas semelhantes nesse sentido foram encontradas para a cultura da alface por

Quijano (1999) e Morselli (2001)

Pereira et al (2002) concluiacuteram em trabalho realizado com a cultivar de cebola

CNPF1 6400 em Minas Gerais que a utilizaccedilatildeo de 20 t ha de esterco de curral

proporcionou os melhores resultados para a produccedilatildeo de cebola

Silva Juacutenior amp Giorgi (1992) e Menezes Juacutenior (1998) citam que doses elevadas

de mateacuteria orgacircnica podem prejudicar a primeira fase da germinaccedilatildeo (embebiccedilatildeo) e

absorccedilatildeo de aacutegua pelas raiacutezes das placircntulas No entanto no presente trabalho este fato

natildeo ocorreu embora a dose de esterco utilizada tenha sido de 60 t ha 1 (dose maacutexima

recomendada segundo Nolla 1982)

413 Anaacutelise de macronutrientes no tecido vegetal

Os resultados dos conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio no

tecido vegetal sob diferentes adubaccedilotildees encontrados na Tabela 3 indicam mais uma

vez a superioridade da adubaccedilatildeo esterco com 0 uso ou natildeo de biofertilizantes

36

TABELA 3 Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob

uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS i J B

ADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesamg plantas1

---- Nitrogecircnio-----30 t ha de vermicomposto 16593 c AB 15451 c B 19050 b A45 t ha de vermicomposto 21444 b A 22888 b A 17852 b B60 t ha de esterco de curral 32606 a C 37593 a B 40816 a A

--------------- ------ Foacutesforo------- -------------30 t ha de vermicomposto 3098 c B 2802 c B 3999 b A45 t ha de vermicomposto 4109 b A 4135 b A 2788 c B60 t ha de esterco de curral 5300 a B 7577 a A 7565 a A

------- Potaacutessio------30 t ha de vermicomposto 24327 c A 19900 c B 24965 b A45 t ha de vermicomposto 29113b A 29812 b A 22031 b B60 t ha de esterco de curral 44070 a B 51976 a A 54101 a A

-------- Caacutelcio-------30 t ha de vermicomposto 5027 c A 4356 c A 4834 b A45 t ha de vermicomposto 6114b A 6963 b A 4379 b B60 t ha de esterco de curral 9030 a C 11451 a A 10331 a B

------Magneacutesio-----30 t ha de vermicomposto 1188 b A 914 c A 1202 b A45 t ha de vermicomposto 1231 b B 1582 b A 1176 b B60 t ha de esterco de curral 2136a B 2443 a A 2663 a AMeacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base observa-se que o melhor tratamento foi o

esterco de curral para todas as variaacuteveis Para 1 VB (30 t ha^ 1 de vermicomposto) natildeo

houve resposta diferenciada com o uso de bofertilizantes para todas as variaacuteveis A

adubaccedilatildeo 15 VB (45 t ha 1 de vemicomposto) foi influenciada pelos biofertilizantes

para as variaacuteveis N P K e Ca enquanto que para Mg somente o MB4+U+CB o

influenciou O EC (esterco de curral) mostrou diferenccedila significativa apenas para as

variaacuteveis Ca e Mg quando adicionado MB4+U+CB

Segundo Peixoto (2000) eacute fundamental a adiccedilatildeo de adubos orgacircnico no cultivo de

hortaliccedilas seja na forma de esterco decomposto composto ou huacutemus de minhoca de

37

modo a fornecer melhorias nas propriedades do solo vindo a disponibilizar os nutrientes

as diferentes culturas

O esterco fresco conteacutem muita cama celuloacutesica e um elevado teor de aacutegua No

esterco curtido a celulose jaacute estaacute decomposta o teor de aacutegua estaacute reduzido agrave metade e os

nutrientes em uma forma mais assimilaacutevel e mais concentrada O esterco fresco pode

causar uma deficiecircncia temporaacuteria de nitrogecircnio no solo ao se decompor o que natildeo

acontece com o biestabilizado (Kiehl 1985)Ocorre uma diminuiccedilatildeo inicial no volume

de aacutegua retido no esterco de curral diminui inicialmente em tomo de 3581 liberando

posteriormente somente 496 evidenciando a sua capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua

(Menezes Juacutenior 1998)

A utilizaccedilatildeo continuada de adubos nitrogenados minerais no solo altera o balanccedilo

do nitrogecircnio entre o solo e planta No meacutetodo biodinacircmico eacute sublinhada a importacircncia

dos adubos animais para o estabelecimento da fertilidade permanente dos solos (Koeff

et al 1983)

Para Guimaratildees (1997) os benefiacutecios que a mateacuteria orgacircnica imprime ao solo

principalmente melhorando a produtividade fertilidade e a influencia que as substancias

huacutemicas exercem sobre o ambiente dependem da qualidade e do teor de mateacuteria

orgacircnica do solo Estas substacircncias por conterem nutrientes em sua constituiccedilatildeo em uma

forma mais disponiacutevel para as plantas promovem um equiliacutebrio no ambiente no solo

(Kononova 1966)

Aproximadamente de 60 a 70 do total de carbono do solo ocorre na forma de

materiais huacutemicos (Griffith amp Schnitzer 1975) sendo a eles atribuiacutedo a manutenccedilatildeo da

bioestrutura do solo aumentando a capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua (Brady 1999)

Conforme Compagnoni amp Putzolu (1985) os estercos bem como os demais

resiacuteduos orgacircnicos apresentam conteuacutedos diferentes de aacutecidos huacutemicos e fuumllvicos sendo

atribuiacutedo ao acido huacutemico uma accedilatildeo fitoestimulante semelhante aos fitohormocircnios por

favorecer o desenvolvimento do sistema radicular e crescimento do caule

Em trabalho realizado por Guimaratildees (1997) foi encontrado para aacutecidos huacutemicos

de esterco bovino uma relaccedilatildeo CN 1035 e para vermicomposto bovino 17

evidenciando que o esterco quando aplicado ao solo por apresentar uma relaccedilatildeo CN

proacutexima deste reage mais facilmente liberando nutrientes para as plantas sem alterar a

cadeia troacutefiacuteca Dados encontrados no presente trabalho demonstram a eficiecircncia do

esterco nesse sentido

38

De acordo com Morselli (2001) vaacuterios trabalhos citam comentam e discutem a

capacidade dos vermicompostos em proporcionar oacutetimas colheitas e favorecer a

precocidade das plantas cultivadas Poreacutem muitas vezes se observa que mesmo

suprindo essas plantas com nutrientes necessaacuterios atraveacutes de huacutemus de diferentes fontes

as respostas natildeo satildeo as mesmas para uma mesma cultivar

Por outro lado os resultados com o uso de substacircncias huacutemicas satildeo variaacuteveis e

dependem aleacutem da espeacutecie testada das substacircncias huacutemicas utilizadas sua

concentraccedilatildeo o grau de purificaccedilatildeo e das condiccedilotildees experimentais A resposta das

plantas aos aacutecidos huacutemicos e fuacutelvicos eacute dependente da mateacuteria prima original e da

espeacutecie vegetal pois materiais orgacircnicos diferentes apresentam aacutecidos huacutemicos e

fuacutelvicos diferentes (Businelli 1990)

Justificam-se os maiores conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio e caacutelcio nas

adubaccedilotildees 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e biofertilizantes devido

provavelmente ao vermicomposto utilizado apresentar na sua constituiccedilatildeo teores

consideraacuteveis destes elementos aleacutem do que os biofertilizantes possam ter influenciado

na absorccedilatildeo atraveacutes de sua constituiccedilatildeo Tibau (1984) considera que a urina de vaca eacute

rica em aacutecido indol-aceacutetico e este influencia na absorccedilatildeo radicular O efeito positivo

deste tratamento provavelmente seja devido agrave quantidade aplicada

O biofertilizante que se destacou foi o MB4+U+CB em relaccedilatildeo ao EC (esterco de

curral) e eacute somente para a variaacutevel caacutelcio Isto provavelmente seja devido ao alto teor

deste elemento encontrado na sua constituiccedilatildeo (6872 g Kg1) e pela influecircncia positiva

que a calda bordalesa exerce no metabolismo das plantas atraveacutes dos nutrientes

contidos em sua formulaccedilatildeo O Ca controla a absorccedilatildeo radicular e retorna ao solo pelo

esterco e palhas por apresentar-se em maior quantidade em folhas e caules Depois de

localizado nas folhas fica imoacutevel favorecendo a resistecircncia da planta ao ataque de

fungos

Este trabalho avanccedila no estudo da agroecologia estando claro que todos os

criteacuterios tem caraacuteter dinacircmico de adequaccedilatildeo as mudanccedilas de um sistema de produccedilatildeo

em evoluccedilatildeo contribuindo na transiccedilatildeo para um padratildeo sustentaacutevel Cabe a pesquisa a

reorientaccedilatildeo para um enfoque ldquosistecircmicordquo isto eacute que permita integrar os diversos

componentes de um agroecossistema e a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas que promovam 0

fortalecimento e a expansatildeo da agricultura familiar

39

5 CONCLUSOtildeES

Considerando os resultados obtidos e as condiccedilotildees em que o estudo foi realizado

conclui-se que

bull As respostas agronocircmicas das mudas de cebola para os paracircmetros avaliados

satildeo mais satisfatoacuterias com a aplicaccedilatildeo de esterco de curral como adubaccedilatildeo de

base

bull Os biofertilizantes mais urina de vaca e calda bordalesa proporcionam

respostas satisfatoacuterias quando aplicados associados agraves adubaccedilotildees de base

bull O biofertilizante MB4 mais urina de vaca e calda bordalesa eacute mais eficiente

que o super magro mais urina e calda bordalesa quando aplicado associado agrave

adubaccedilatildeo de base esterco de curral para os conteuacutedos de fitomassa secae

fresca da parte aeacuterea das plantas altura e diacircmetro de colo das mudas de

cebola

bull Os biofertilizantes adicionados agrave adubaccedilatildeo de base 45 t harsquo 1 de vermicomposto

bovino mostram respostas significativas para os conteuacutedos de fitomassa seca

bull Os maiores conteuacutedos nutricionais para as mudas de cebola satildeo

proporcionados pela adubaccedilatildeo de base esterco de curral

bull A maior absorccedilatildeo de caacutelcio pelas mudas de cebola ocorre quando da adiccedilatildeo do

biofertilizante MB4 mais urina e calda bordalesa agrave adubaccedilatildeo de base esterco de

curral

40

6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ALDRIGHI CB ABREU CM PAGLIA AG MORSELLI TBGA FERNANDES HS Efeito da aplicaccedilatildeo de biofertilizante e urina de vaca em mudas de tomateiro Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

ALTIERI M NICHOLLS C I Agroecologia Teoria praacutectica para umaAgricultura Sustentable Ia ed PNUMA 2000 Cap 2 4 Seacuterie textos baacutesicos para la formacioacuten ambiental

ALTIERI M Agroecologia bases cientiacuteficas para uma agricultura sustentaacutevelGuaiacuteba Agropecuaacuteria 2002 592 p

ANTONIOLLI Z I GIRACCA E M N CARDOSO S J T WIETHAN M M S FERRI M Iniciaccedilatildeo agrave Minhocultura Criaccedilatildeo em Cativeiro e Vermicompostagem Santa Maria UFSM 1996 p59-89

BAYER C MIELNICZUC J Dinacircmica e funccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica In SANTOS G de A S e CAMARGO F A de O (ed) Fundamentos da mateacuteria orgacircnica do solo ecossistemas tropicais e subtropicais Porto Alegre Genesis 1999 p 3-23

BARRETTO D X Composto Orgacircnico In Praacutetica em Agricultura Orgacircnica Satildeo Paulo iacutecone Ed Ltda 1985 p 51-63

BETTIOL W Alguns produtos alternativos para o controle de doenccedilas de plantasem agricultura orgacircnica II Ciclo de palestras sobre agricultura orgacircnica Instituto Bioloacutegico Satildeo Paulo p52-63 1997

41

BETTIOL W TRACH R GALVAtildeO JAH Controle de doenccedilas de plantas com biofertilizantes Jaguariuacutena EMBRAPA-CNPMA 1997 22p (EMBRAPA- CNPMA Circular Teacutecnica 02)

BRADY N C Natureza e propriedades dos sotos Rio de Janeiro Freitas BastosS A 1979 647p

BRADY N C Organisms and ecology of the soil In The nature of properties of soils Simon amp Schuster A Viacon Company New Jersey1999 402-489p

BON1LLA J A Fundamentos da Agricultura Ecoloacutegica Sobrevivecircncia eQualidade de Vida Satildeo Paulo Nobel 1992

BUREacuteS S Substratos Ediciones Agroteacutecnicas S L Madrid Octubre 1997

BUS1NELLI M Chemical Composition and Enzymic Activity of some Worm Cast Plant Soil v 80 p 1-2 1990

CALEGARI A Espeacutecies para cobertura de solo In IAPAR (Instituto Agronocircmico de Paranaacute) Plantio Direto pequena propriedade sustentaacutevel organizador Moacir Darolt Londrina - PR 1998 65-93

CAMARGO P N D Manual de Adubaccedilatildeo Foliar Satildeo Paulo Herba 1975

CAPRA F A Teia da Vida Satildeo Paulo Cultrix 1997 256p

CAPRA F O Ponto de Mutaccedilatildeo 22 ed Satildeo Paulo Cultrix 2001 447p

CHABOUSSOU F Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da Trofobiose) Porto Alegre LPM 1987 253 p

CLARO S A Referencias tecnoloacutegicos para a agricultura familiar ecoloacutegica aexperiecircncia da Regiatildeo Centro-Serra do Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS-ASCAR 2001 250p

CLIVELA G Diagnoacutestico Agronocircmico da cebola no Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS 1995 8 6 p

COMISSAtildeO DE FERTILIDADE DO SOLO - RSSC Recomendaccedilotildees de adubaccedilatildeo e calagem para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina 3 ed Passo Fundo SBCS - Nuacutecleo Regional Sul 1995 223p

COMPAGNONI L PUTZOLU G Cria moderna de Ias lombrices y utilizacioacutenrentable dei humus Barcelona Editorial de Vecchi- SA 1985127p

COSTABEBER J A MOYANO E Transiccedilatildeo agroecoloacutegica e accedilatildeo social coletiva Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v l n4 p 50- 60 outdez 2 0 0 0

42

COSTA M B B da Adubaccedilatildeo orgacircnica Nova siacutentese e novo caminho para aagricultura Satildeo Paulo Ed iacutecone Ltda 1985 102p

COSTA NETO C Agricultura Sustentaacutevel Tecnologias e Sociedade In CARVALHO COSTA LF et al (org) Mundo Rural e Tempo Presente Rio de Janeiro Mauad 1999

DrsquoAG0ST1NI R L FANTINI A C Produccedilatildeo orgacircnica tambeacutem socialmente excludente Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v3 n l p57-61 2002

DALPONTE J C V Utilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos e fertilizante mineral na produccedilatildeo e qualidade de mudas e bulbos de cebola (Alliurn Cepa L) Pelotas-RS 1990 (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1990

DEBARBA J F THOMAZELLI L F GANDIN C L SILVA E Cadeias produtivas do Estado de Santa Catarina Cebola Florianoacutepolis Epagri 1998 115 p (EPAGRI Boletim Teacutecnico 96)

DUFOUR F Os saacutebios loucos do agro-alimentar Le Monde Diplomatique ano 1 n4 p6-7 1999 (ed portuguesa)

EHLERS E Agricultura Sustetaacutevel Origem e perspectivas de um novo paradigma 2 ed Guaiacuteba Agropecuaacuteria 1999 157 p

FILGUEIRA F A R Novo Manual de olericultura agrotecnologia moderna na produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 2000 402 p

FRASER G K Mateacuteria Orgacircnica Del Suelo In BEAR F E (ed) Quiacutemica dei Suelo Madrid Ed Agrociencia 1963

FOLLET R H MURPHY L S DONAHUE R L Fertilizers and soil amendments New Jersey Printice-Hall Inc 1981 557p

GARCIA A Revista dei Espacio Rural Georgica Zaragoza Escuela Politeacutecnica de Huesca n5 1997

GARCIA A Versatildeo preliminar de um Programa Estadual de Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Bulbos e Sementes de CebolaEMBRAPAIPAGROMARAEMATER 6 8 pbdquo 1990 (Publicaccedilatildeo avulsa)

GIORGETT1 J R Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Mudas de Tomate In Encontro Nacional de Produccedilatildeo e Abastecimento de Tomate 2 1991 Jaboticabal Satildeo Paulo Anais Jaboticabal UNESP 1991 p 242-244

GLIESSMAN S R Agroecologia Processos ecoloacutegicos em agricultura sustentaacutevelPorto Alegre Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS 2000 653p

43

GLIESSMAN S R TURRIALBA C R Agroecologia Procesos Ecoloacutegicos en Agricultura Sostenible CATIE 2002 p 3-14

GNOATTO S C Caracterizaccedilatildeo quiacutemica de vermicompostos de diferentes substratos orgacircnicos Pelotas-RS 1999 38 f (Mestrado em Agronomia - Solos) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

GOMES J C C BORBA M F S A moderna crise dos alimentos oportunidade para a agricultura familiar Emater Porto Alegre julset 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwematertchebrdocsagroecorevistan313-artigo3htmgtAcesso em 24 fev 2002

GOMEZ H W Desenvolvimento sustentaacutevel agriacutecola e capitalismo In Desenvolvimento sustentaacutevel Necessidade eou disponibilidade Santa Cruz do Sul Nobel - UNISC 1997 p 65-77

GONZAacuteLEZ DE MOLINA M SEVILLA GUZMAacuteN E Ecologia campesinado e historia Para una reinterpretacioacuten dei desarrollo dei capitalismo en la agricultura In SEVILLA GUZMAacuteN E GONZAacuteLEZ DE MOLINA M (ed) Ecologia campesinado e historia Madrid La Piqueta 1993 p 23-129

GRIFFITH S A SCHNITZER M Analytical characteristic of humic and fulvic acids extracted from tropical volcanic soils Soil Sei Soc Am Proc v 39 p361-367 1975

GUIMARAtildeES E Caracterizaccedilatildeo quiacutemica estreptoscoacutepica e por anaacutelise teacutermica de aacutecidos huacutemicos e vermicompostos obtidos de estercos de diferentes animaisCuritiba 1997 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Quiacutemica) Universidade Federal do Paranaacute 1997

HESS A F Sociedade e meio ambiente uma relaccedilatildeo ambiacutegua Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v 4 n2 p 167-1741999

ICEPA-SC Informes conjunturais sobre a cultura da cebola Disponiacutevel em lthttpwwwicepa combrgt Acesso em 23 jan 2003

JONES H A MANN L K Onions and their allies New York Interscience Publishers 1962 286 p

JUacuteNIOR H A de MAIORANO J A Receitas obtidas de extratos de plantasCampinas CATITerra Viva [199-] 10 f

KHATOUNIAN C A Ciclo de Palestras sobre Agricultura Orgacircnica 2a Ed SatildeoPaulo Fund Cargill 1997 149 p

KIEHL E J Fertilizantes Orgacircnicos Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1985 492p

44

KOEFF H H PETTERSSON B D SHAUMANN W Vida Vegetal solos e adubaccedilatildeo In Agricultura Biodinacircmica Satildeo Paulo Nobel 1983 p92-149

KONONOVA M M Soil organic matter The importance o f organic matter in soil formation and soil fertility New York Pergamqn Press 1961 p 165-200

KUHN T A Estrutura das Revoluccedilotildees Cientiacuteficas Satildeo Paulo Perspectiva 1989 257p

LANNA FCA ABREU C L ABREU J G SILVA V Resposta de cultivares de melancia cultivadas sob adubaccedilatildeo quiacutemica e orgacircnica Horticultura v 12 n l p85 1994

LEFF H Saber Ambiental Petroacutepolis Vozes 2001 343 p

MAGALHAtildeES J R Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo da cebola In FERREIRA M E CASSTELLANE P D CRUZ M C P Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo de hortaliccedilasPiracicaba POTAFOS 1993 p 381-393

MALAVOLTA E Elementos de nutriccedilatildeo mineral de plantas Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1980 251 p

MALAVOLTA E Manual de Quiacutemica Agriacutecola - Adubos e Adubaccedilatildeo 3a ed SatildeoPaulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1981 606 p

MARTINEZ A A A grande e Poderosa Minhoca Jaboticabal Funep - Unesp1990 101 p

MARTINS S R Desenvolvimento e Sustentabilidade Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v20 n2 julho 2002 Palestra apresentada no 42deg Congresso Brasileiro de Olericultura

MARTINS S R Limites Del Desarrollo Sostenible em Ameacuterica Latina En el marco de Ias poliacuteticas de (re)ajuste econocircmico Pelotas Editora UFPel 1997 135 P-

MARTINS S R Sustentabilidade na agricultura dimensotildees econocircmicas sociais e ambientais Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v4 n 2 p 175-1871999

MATURANA H REZEPKA S N D E Formaccedilatildeo Humana e Capacitaccedilatildeo Rio de Janneiro Vozes 2000 8 6 p

MELLO A F SOBRINHO M O ARZOLLA S SILVEIRA R NETTO A C KIEHL J C Fertilidade do Solo Satildeo Paulo Nobel 1983

MENEZES JUacuteNIOR F O G D Caracterizaccedilatildeo de Diferentes substratos hortiacutecolas e seu efeito na produccedilatildeo de mudas de alface e couve-flor em ambiente protegido Pelotas 1998 141 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1998

45

MIBASA Mineraccedilatildeo Barreto SA Melhorador de Solos MB4 A Natureza Agradece Arapiraca-AL [199-] Folder

MINAMI K Os resumos da olericultura 2000 In AZEVEDO FILHO MARTINEZ FILHO (ed) Preccedilos agriacutecolas Piracicaba ESALQ 1999 p 4

MINAMI K Produccedilatildeo de Mudas de Alta Qualidade em Horticultura Satildeo Paulo TA Queiroz 1995

MORSELLI T B G A Cultivo sucessivo de alface sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegidoPelotas 2001 178 p Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2001

MORSELLI T B G A Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Poliacutegrafo da Disciplina de Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia-Produccedilatildeo Vegetal UFPel 2002

MULLER AM Efeitos da Aplicaccedilatildeo Foliar de um Biofertilizante Enriquecido no Estado fitossanitaacuterio de Tomate Ervilha e Beterraba Sob Manejo OrgacircnicoDissertaccedilatildeo (Mestrado no Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agroecossistemas)1999 (Resumo)

NOLLA D Erosatildeo do Solo - O grande desafio Estado do Rio Grande do Sul SEAGRI desenvolvimento de recursos naturais renovaacuteveis 1982 412 p

PAGLIA AG MORSELLI TBGA PEIL RMN Teores de nutrientes pH e condutividade eleacutetrica da aacutegua em sistema ldquofloat^ngrdquo sob adiccedilatildeo de biofertilizantes Horticultura Brasileira v 20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PAULUS G MULLER A BARCELLOS LAR Agroecologia aplicada praticas e meacutetodos para uma agricultura de base ecoloacutegica 2ed ver ampl Porto Alegre EMATERRS 2001 8 6 p

PEIXOTO R T dos G Composto orgacircnico aplicaccedilotildees benefiacutecios e restriccedilotildees de uso Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 18 p 56-64 julho 2000

PENTEADO SR Defensivos Alternativos e Naturais Satildeo Paulo 1999 95 p

PEREIRA AJ SOUZA RJ PEREIRA WR Efeito de diferentes doses de esterco de galinha e de curral sobre a produccedilatildeo de cebola Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PINHEIRO S BARRETO SB MB-4 agricultura sustentaacutevel trofobiose e biofertilizantes Fundaccedilatildeo Juquira CandiruMibasa 2000 273 p

PRIMAVESI A Agricultura Sustentaacutevel Satildeo Paulo Nobel 1992 142 p

PRIMAVESI A O manejo ecoloacutegico do solo Agricultura em regiotildees tropicais SatildeoPaulo Nobel 1982 541 p

46

PURCINO A A C ldquoNitrogecircniordquo Informe Agropecuaacuterio Belo Horizonte v7 n81 p 16-27 1981

QUIJANO F G Efeito da adubaccedilatildeo orgacircnica no desenvolvimento de duas cultivares de alface em ambiente protegido Pelotas 1999 116f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

RODRIGUES A N N Efeitos e residuais de superfosfato triplo sobre o rendimento de mateacuteria seca e absorccedilatildeo de foacutesforo pela aveia (Avena strigosa Schob) em solo Podzoacutelico Vermelho Escuro Porto Alegre 1984 59f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia UFRGS 1984

RODRIGUES E T CASALI V W D Respostas da alface agrave adubaccedilatildeo orgacircnica II Teores conteuacutedos e utilizaccedilatildeo de macronutrientes em cultivares Rev Ceres Viccedilosa v 45 n 261 p 437-449 1998

SAMINEcircS T C O Produccedilatildeo orgacircnica de alimentos Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 17 n3 novembro 1999

SCHIEDECK G Ambiecircncia e resposta agronocircmica de meloeiro (Cucumis melo L) cultivado sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegido Pelotas lOOp Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2002

SILVA JUacuteNIOR A A GIORGI E Substratos alternativos para a produccedilatildeo de mudas de tomate Agropecuaacuteria Catarinense Florianoacutepolis EPAGRI 1992 23 p

SILVA JUacuteNIOR A A MACEDO S G STUKER H Utilizaccedilatildeo de esterco de peru na produccedilatildeo de mudas de tomateiro Florianoacutepolis EPAGRI 1995 28 p (Boletim Teacutecnico 73)

TAGLIARI PS GRASSMANN H Minhoca a grande aliada da agricultura Agropecuaacuteria Catarinense v8 n l p 11-14 mar 1995

TEDESCO M J GIANELLO C Anaacutelises de solo plantas e outros materiais Porto Alegre Faculdade de Agronomia Departamento de Solos Universidade Federal do Rio Grande do Sul RS 1996

TENNANT D A Test of modified line intersect method of estimating root lenght Journal Ecology Oxford v 63 p 995-1001 1975

TIBAU A O Mateacuteria Orgacircnica do Solo Mateacuteria Orgacircnica e Fertilidade do SoloSatildeo Paulo Nobel 1984 p49-182

TIMM P J Anaacutelise comparativa dos sistemas de plantio convencional e cultivo miacutenimo de cebola sob adubaccedilatildeo orgacircnica e mineral Pelotas 2000 79 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2000

47

VALENZUELA HR CROSBY C Effect of compost applications on the yield of several vegetables in long-term organic farming experiments conduced in the tropics American Society Horticultural Science v33 n3 june 1998

VIGLIZZO E (ed) Subprograma Recursos Naturais y Sostenibilidad Agriacutecola documento marco Montevideo IICAPROCISUR 1995 p 75 - 78

WE1D J M TARDIN J M Proposta para a Ampliaccedilatildeo do Trabalho da ASPTA no Centro Sul do Paranaacute ASPTA Disponiacutevel em http wwwpronafgovbrEncontrotestosAS20PTA20Sul20ParanE1205 202002doc Acesso em 05 mai 2002

XAVIER SIMOacuteN F DOMINGUES D G Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel uma perspectiva agroecoloacutegica Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre EM ATERRS v2 n2 p 17-26 2001

ZABALETA J P Diagnoacutestico da Agricultura Familiar em Satildeo Joseacute do Norte - RSPelotas EMBRAPA-CPACT 1998 75 p (EMBRAPA-CPACT Documentos 44)

ZONTA E P MACHADO A A SILVEIRA P Sanest Sistema de anaacutelise estatiacutestica para microcomputadores Registrado na Secretaria Especial de Informaacutetica sob nuacutemero 066060 - categoria A Pelotas-RS Universidade Federal de Pelotas 1984

48

7 APEcircNDICE

APEcircNDICE A - Anaacutelise da adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes utilizados na produccedilatildeo de mudas de cebola

TABELA 1 A Anaacutelise baacutesica do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo miuacutedo + papua

Arg

pH IND

SMP

MO

P - n r - Na Al Ca__10Omlmdash

Mg

ppm -

6 53 67 089 8 6 27 1 04 05 0 2

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 2A Anaacutelise complementar do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo-miuacutedo + papua

Cobre Zinco Manganecircs Ferro

(m v1)

04 05 26 007

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

49

TABELA 3A Anaacutelise dos fertilizantes soacutelidos

Amostra pH limidade CN

C N P K Ca Mg

- g-ivg --

Cama de 849 2491 12 31042 2479 3888 3405 29875 463

aves

Esterco 74 3594 11 677 590 157 134 335 214

de curral

Huacutemus 684 5738 14 15965 1098 453 745 743 361

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 4A Anaacutelise quiacutemica dos biofertilizantes liacutequidos

Amostra N P K_ccedil H

Ca Mg Cu Zn Fe Mn

mdashgL bull

S Magro

m b 4

Urina

053

1652

8 2 2

008

395

0 0 0

149

1674

471

1902

6872

0 0 0

1150

4507

1172

7273

42

033

101389

920

0 0 0

6250

19458

781

35273

1123

0 2 1

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

50

APEcircNDICE B - Condiccedilotildees climaacuteticas do local

TABELA 1B Condiccedilotildees de temperatura do local

___________ __________TEMPERATURA (degCgt

meses Meacutedia

Maacutexima

Meacutedia

MiacutenimaMeacutedia

Maacutexima

Absoluta

Miacutenima

Absoluta

Junho 225 87 156 320 25

Julho 225 85 155 285 30

Agosto 251 71 161 360 1 0

Fonte FEPAGROSCT 2002

TABELA 2B Condiccedilotildees de chuva do local

mdash CHUVA (mm)mdash

meses Ocorrida Normal Desvio Da Normal

Junho 1080 1 1 0 -2 0

Julho 1062 98 8 2

Agosto 1283 1 2 0 83

Fonte FEPAGROSCT 2002

51

TABELA 1C Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

APEcircNDICE C - Anaacutelise estatiacutestica da parte aeacuterea

Causas G1 FFPA FSPA AP DC

da variaccedilatildeo --------- Quadrados meacutedios-

Blocos 3

Ad Base 2 175359071 1287102 2547419 1 11775

Biofertilizantes 2 126876 29011 87669ns 02185ns

Ad x Biofert 4 572378 31123 69106ns 04159

Resiacuteduo 24 34456 03048 27169 00290

Total 35

Meacutedia geral 93745 8772 320388 6741

CV 1980 6294 5145 2530

Significativo a 5ns Natildeo significativo

52

TABELA 1D Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade

de raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

APEcircNDICE D - Anaacutelise estatiacutestica da raiz

Causas G1 FFR FSR CR RPASR DR

da variaccedilatildeo Quadrados meacutedios---------------

Blocos 3

Ad Base 2 27874 551 623 2 1 0 140

Biofertilizantes 2 178 0 1 0 ni 1504 l03ns 038ns

Ad x Biofert 4 190 058 318 294 183

Resiacuteduo 24 005 009 028 023 0 2 1

Total 35

Meacutedia geral 1818 228 184 387 333

C V 134 1356 448 1253 1396

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

53

APEcircNDICE E - Anaacutelise estatiacutestica dos macronutrientes da parte aeacuterea da cebola

TABELA 1E Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mud^s de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

Causas G1 bull N P K Ca Mg

da variaccedilatildeo

Blocos 3

Ad Base 2 13550306 446627 25509686 1031806 59007

Biofertilizantes 2 180610ns 16564 68153ns 39006 876ns

Ad x Biofert 4 454187 45743 1047539 46950 2464

Resiacuteduo 24 29769 1453 64313 3741 439

Total 35

Meacutedia geral 24921 4597 33366 6943 1615

C V 692 829 760 880 1297

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

APEcircNDICE F - Fotos do experimento

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob uma perspectiva agroecoloacutegica

APEcircNDICE F a Fotos do experimento

FIGURA 1 Adubaccedilatildeo verde com feijatildeo-miuacutedo e papuatilde utilizadas no manejo do solo

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob urna perspectiva agroecoloacutegica

Page 9: PRODUÇÃO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L.) SOB …orgprints.org/24883/1/Paglia_Produção.pdf · vaca mais calda bordalesa; MB4+U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

respostas satisfatoacuterias quando aplicados junto agraves adubaccedilotildees de base o biofertilizante

MB4 mais urina de vaca e calda bordalesa eacute mais eficiente que o super magro mais urina

e calda bordalesa quando aplicado junto agrave adubaccedilatildeo de base esterco de curral os

conteuacutedos de fitomassa seca das mudas de cebola satildeo significativos quando adicionado

os biofertilizantes ao vermicomposto bovino (45 t harsquo1) os maiores conteuacutedos

nutricionais para as mudas de cebola satildeo proporcionados pela adubaccedilatildeo de base esterco

de curral a maior absorccedilatildeo de caacutelcio pelas mudas de cebola ocorre quando da adiccedilatildeo de

biofertilizante MB4 mais urina e calda bordalesa agrave adubaccedilatildeo de base esterco de curral

VIII

SUMMARY

PAGLIA AgraveGUIDA GORETI (MS) Universidade Federal de Pelotas February 2003 Onion (Allium cepa L) Transplant Production under an Agroecological Perspective Tacircnia Beatriz Gamboa Arauacutejo Morselli Comitte Seacutergio Roberto Martins Roberta Marins Nogueira Peil and Joatildeo Baptista da Silva

With the objective of studying the onion transplant production under an agroecological

perspective a field experiment was carried out in the Fundaccedilatildeo Estadual de Pesquisa

Agropecuaacuteria-FEPAGROSUL in the city o f Rio GiWideRS in the period between 15

May and 26 August 2002 The cultivar Petrolini (medium cycle) was submitted to the

following fertilizers soil fertilizer (1 VB - 30 t h a o f bovine vermicompost 15 VB -

45 t ha 1 of bovine vermicompost and EC - 60 t ha 1 of manure and liquid biofertilizer

(SM+U+CB - ldquoSuper Magrordquo with cow urine with bordeaux mixture MB4 +U+CB -

MB4 with cow urine with bordeaux mixture and control - absence) The experiment was

laid in a randomized block design in factorial scheme 3X3 The analyzed parameters

were fresh and dry matter of the aerial part and root system plant height colon

diameter root length ration aerial partroot system root density and the contents

nitrogen phosphorus potassium calcium and magnesium in the aerial part o f the plant

It was concluded that the agronomic responses o f the onion seedlings for the evaluated

parameters are more satisfactory with the application o f manure as soil fertilizer the

biofertilizers with cow urine and bordeaux mixture provide satisfactory responses when

applied along with the soil fertilizer the biofertilizer MB4 with cow urine and bordeaux

IX

mixture is more effieient than the ldquoSuper Magrordquo with urine and bordeaux mixture

when applied along with manure as soil fertilizer the dry matter contents of the onion

seedlings are significant when the biofertilizer is added to bovine vermicompost (45 t

h a 1) the largest nutritional contents for the onion seedlings are obtained with manure as

soil fertilizer the largest absorption of calcium by the onion seedlings happens when the

biofertilizer MB4 with urine and bordeaux mixture is added to the manure as soil

fertilizer

X

mixture is more efficient than the Super Magro with urine and bordeaux mixture

when applied along with manure as soil fertilizer the dry matter contents of the onion

seedlings are significant when the biofertilizer is added to bovine vennicompost (45 t

hamiddot ) the largest nutritional contents for the onion seedlings are obtained with manure as

soil fertilizer the largest absorption of calcium by the onion seedlings happens when the

biofertilizer MB4 with urine and bordeaux mixture is added to the manure as soil

fertilizer

x

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

ldquoEu sustento que a ciecircncia soacute tem

finalidade se serrsquoir para aliviar a miseacuteria

da existecircncia humana

(Bertold Brecht)

No Rio Grande do Sul cultivar cebola eacute atividade de pequenos e meacutedios

produtores revestindo-se de suma importacircncia para a economia onde contribui para a

geraccedilatildeo de empregos e a fixaccedilatildeo do homem ao meio rural visto que haacute necessidade de

outros tipos de investimentos sociais e econocircmicos

Segundo o ICEPA-SC (2003) o Rio Grande do Sul responde por cerca de 14 da

produccedilatildeo nacional o que faz da cebola a segunda hortaliccedila em importacircncia econocircmica

no Estado sendo apenas superada pela cultura da batata poreacutem a aacuterea plantada no RS

tem apresentado recuo nos uacuteltimos anos caindo de 16648 hectares na safra 9899 para

14085 na safra atual (0203) acontecendo o mesmo com a produccedilatildeo que diminuiu de

181338 toneladas na safra 9596 para aproximadamente 159000 na safra atual

A baixa produtividade obtida pode ser atribuiacuteda a vaacuterios fatores baixa

disponibilidade de mateacuteria orgacircnica no solo poucc^ uso de materiais orgacircnicos eou

aplicaccedilatildeo inadequada destes considerando ainda que a maioria dos produtores

conservam caracteriacutesticas agriacutecolas do seacuteculo passado apresentando resistecircncia ao

associativismo e possuem carecircncia de infraestrutura (estradas eletricidade telefonia

drenagem e condiccedilotildees de armazenamento) Esses fatores aliados a baixa rentabilidade

2

da cultura tem sido apontados como responsaacuteveis pelo abandono da cebolicultura por

alguns produtores

A fase de produccedilatildeo das mudas eacute de extrema importacircncia para o cultivo da cebola e

requer manejo adequado dos recursos naturais para que a cultivar utilizada possa

expressar seu potencial geneacutetico sem comprometer o equiliacutebrio ambiental O principal

cuidado para o desenvolvimento de mudas de qualidade refere-se agrave utilizaccedilatildeo adequada

do solo

Desta forma o manejo do solo e das plantas orientado pela agroecologia pode se

constituir numa excelente alternativa para obtenccedilatildeo de mudas de qualidade sem

comprometer a sauacutede dos agricultores e contribuindo para a preservaccedilatildeo ambiental

Diversas praacuteticas vecircm sendo utilizadas com esta finalidade entre elas citam-se a

adubaccedilatildeo orgacircnica e os biofertilizantes enriquecidos No entanto estes fatores de

produccedilatildeo precisam ser melhor estudados no que tange a sua utilizaccedilatildeo adequada pelos

produtores de cebola objetivando um sistema de produccedilatildeo sustentaacutevel

A agroecologia como ciecircncia apresenta vaacuterias dimensotildees ecoloacutegica econocircmica

social cultural poliacutetica e eacutetica Neste sentido e considerando-se a procura crescente por

produtos orgacircnicos e a necessidade de sistemas de fertilizaccedilatildeo adequados ao cultivo da

cebola o presente trabalho teve como objetivo a produccedilatildeo de mudas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica contribuindo para o processo de transiccedilatildeo do sistema de

produccedilatildeo

3

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

ldquoAs novas eras natildeo comeccedilam de uma vez

Meu avocirc jaacute vivia no novo tempo

Meu neto viveraacute talvez ainda no velho

A nova carne eacute comida com os velhos garfos

(Bertold Brecht)

21 Desenvolvimento e sustentabilidade

Nenhuma espeacutecie viva com exceccedilatildeo do homem empreende esforccedilos de

desenvolvimento no sentido de crescimento material que sob as formas em que vem

sendo compreendido conduz sempre a algum tipo de agressatildeo contra o ambiente Os

esforccedilos presentes visando o progresso material assim como a maneira de satisfaccedilatildeo

das necessidades baacutesicas do homem no mundo de hoje revelam-se inconsistentes O

uso para esse fim de mateacuteria e energia em doses excessivas e crescentes tem exaurido

recursos ambientais acima de sua capacidade de regeneraccedilatildeo obviamente tendendo a

toma-los menos disponiacuteveis para as futuras geraccedilotildees

De acordo com Martins (2002) o Desenvolvimento Sustentaacutevel natildeo eacute um conceito

acabado trata-se de uma ideacuteia forccedila proacute-ativa e positiva mas que necessita ser

esclarecida quanto ao significado destes dois vocaacutebulos que lhe compotildee e o contexto em

que as pessoas com eles se relacionam Aleacutem disso isso afeta tanto como profissionais

cujas atividades vinculam-se diretamente ao trato com a natureza e portanto por ela satildeo

4

responsaacuteveis mas especialmente como cidadatildeos que constroem no seu cotidiano as

distintas dimensotildees do desenvolvimento sociais econocircmicas ambientais culturais

cientificas e tecnoloacutegicas juriacutedicas poliacuteticas e espirituais

Segundo Altieri amp Nicholls (2000) para o desenvolvimento de uma agricultura

sustentaacutevel as necessidades natildeo satildeo apenas bioloacutegicas ou teacutecnicas mas tambeacutem sociais

econocircmicas e poliacuteticas E inconcebiacutevel promover mudanccedilas ecoloacutegicas no setor agriacutecola

sem a defesa de mudanccedilas nas outras aacutereas da sociedade de modo a conscientizar o

homem sobre as condiccedilotildees necessaacuterias para a exploraccedilatildeo da natureza

A ideacuteia da sustentabilidade referente ao vocaacutebulo sustentaacutevel coloca-se como

contraponto ao caraacuteter perdulaacuterio do modelo prevalecente na medida em que o modelo

econocircmico praticado por um lado estaacute baseado no consumo da mateacuteria prima fornecida

pela natureza para a produccedilatildeo de bens e serviccedilos em descompasso com seu ritmo e

capacidade de fornecimento por outro tem tratado a natureza como mero depositaacuterio de

resiacuteduos sem considerar sua capacidade de absorccedilatildeo e reciclagem A sustentabilidade

contrapotildee-se agrave caracteriacutestica antropocecircntrica do modelo o homem como centro da

questatildeo numa postura dominante sobre o entorno natural cujas ferramentas cientiacuteficas e

tecnoloacutegicas embasam um modelo econocircmico que subjuga a natureza e coloca-se acima

desta O vocaacutebulo sustentaacutevel portanto se refere agrave capacidade de suporte da biosfera

sendo um fim a ser perseguido com o objetivo de garantir sua preservaccedilatildeo numa visatildeo

prospectiva ou seja que assegure o futuro planetaacuterio assumindo portanto o

compromisso com as geraccedilotildees vindouras (Martins 2002)

Quando se trata de apontar os possiacuteveis caminhos que levaratildeo a um novo padratildeo

produtivo e garanta a seguranccedila alimentar sem agredir o ambiente o caminho torna-se

mais difiacutecil Percebe-se que a noccedilatildeo de agricultura sustentaacutevel permanece cercada por

duacutevidas e contradiccedilotildees mesmo assim seu emprego toma-se cada vez mais frequumlente

(Ehlers 1999)

Haacute que se incorporar a concepccedilatildeo de entropia agrave noccedilatildeo de desenvolvimento visto

que a extraccedilatildeo e o transporte tambeacutem satildeo atividades econocircmicas que requerem cuidados

de manejo visando menores efeitos entroacutepicos ao meio ambiente Satisfazer as

necessidades presentes sem comprometer as possibilidades das futuras geraccedilotildees

satisfazerem as suas proacuteprias eacute o que necessita ser construiacutedo no cotidiano Esta natildeo eacute

uma tarefa faacutecil nos tempos atuais pois o mundo nunca passou por tanta incerteza e

nunca teve um presente tatildeo insustentaacutevel (Martins 1997)

211 Agroecologia Paradigma em construccedilatildeo

5

O seacuteculo passado assistiu a uma ineacutedita expansatildeo da capacidade humana de

agenciamento das forccedilas naturais promovida pelo saber teacutecnico-cientiacutefico cuja

centra lidade eacute hoje irreversiacutevel no que se refere as relaccedilotildees com a natureza Em relaccedilatildeo

ao conhecimento poucas aacutereas de interesse do homem moderno se ligam tanto agrave

pesquisa cientiacutefica como a questatildeo ambiental sendo um fenocircmeno de tendecircncia

internacional evidenciado a partir da deacutecada de 70 (Hess 1999)

A noccedilatildeo de paradigma eacute normalmente utilizada para estabelecer uma

diferenciaccedilatildeo entre dois momentos ou dois niacuteveis do processo de conhecimento

cientiacutefico (Capra 1997 Kuhn 1989) Para um entendimento miacutenimo do que significa

essa noccedilatildeo Costa Neto (1999) diz que se pode conceituar o paradigma enquanto um

modelo de ciecircncia que serve como referecircncia para todo um fazer cientiacutefico durante uma

determinada eacutepoca ou um periacuteodo de tempo demarcado e a partir de um certo momento

da histoacuteria da ciecircncia o referido modelo predominante tende a se esgotar em funccedilatildeo de

uma crise de confiabilidade nas bases estruturantes de seu conhecimento Desta forma o

paradigma passa a ser substituiacutedo por outro modelo cientiacutefico predominante Tambeacutem

pode ocorrer o fato de dois paradigmas disputarem o espaccedilo de hegemonia na

construccedilatildeo do conhecimento (Costa Neto 1999)

Os problemas com os quais nos deparamos hoje satildeo faces de uma crise uacutenica

diferentes do fazer cientiacutefico e proveniente de uma crise de percepccedilatildeo segundo Capra

(2 0 0 1 ) isto faz com que nossas instituiccedilotildees e noacutes em particular natildeo consiga perceber

claramente realidades complexas em um mundo globalmente interligado Ainda que as

soluccedilotildees para alguns de nossos principais problemas possam ser relativamente simples

ldquosoacute seratildeo possiacuteveis mediante uma mudanccedila radical em nossas percepccedilotildeesrdquo este eacute

tambeacutem o ldquoestopim para colocar em marcha medidas efetivasrdquo porque os governos e as

instituiccedilotildees jamais empreenderatildeo accedilotildees de fato enquanto as pessoas natildeo

compreenderem que satildeo parte do problema e da soluccedilatildeo e que eacute preciso assumir a

necessidade de mudar o rumo das coisas (Gomes amp Borba 2000)

Para Leff (2001) a agroecologia representa o ldquonascimento de um paradigmardquo que

eacute a alma da produccedilatildeo sustentaacutevel um processo que permite o resgate dos

conhecimentos proacuteprios e o renascimento do ser trazendo de volta as relaccedilotildees com os

seres humanos na medida em que o produtor cria atraveacutes de seu conhecimento o seu

proacuteprio saber-fazer numa relaccedilatildeo com a vida e com a terra

6

Segundo Costa Neto (1999) o paradigma agroecoloacutegico representa portanto a

linha de um posicionamento soacutecio-ambiental que tem uma vertente tecnoloacutegica apta a

ser uma alternativa agrave produccedilatildeo agriacutecola em grande escala e ao modelo tradicional

disciplinar

Hoje a agroecologia continua a fazer conexatildeo entre fronteiras estabelecidas Por

um lado estuda os processos econocircmicos e os agroecossistemas por outro eacute um agente

para as mudanccedilas sociais e ecoloacutegicas complexas que tenham necessidade de ocorrer no

futuro a fim de levar a agricultura para uma base verdadeiramente sustentaacutevel O

processo de mudanccedila estaria dirigido agrave busca de novos pontos de equiliacutebrio entre as

dimensotildees de produtividade estabilidade e equumlidade na atividade agraacuteria articuladas

entre si poreacutem em constante processo de adaptaccedilatildeo e retroalimentaccedilatildeo utilizando

estilos mais respeitosos com o ambiente com o propoacutesito de superar a crise enfrentada

pelos agricultores (Costabeber amp Moyano 2000)

De acordo com Altieri (2002) soacute uma compreensatildeo mais profunda da ecologia

humana e dos sistemas agriacutecolas pode levar a medidas coerentes com uma agricultura

sustentaacutevel Assim a ldquoemergecircncia da agroecologiardquo representa um enorme salto nesta

direccedilatildeo pois fornece os princiacutepios ecoloacutegicos baacutesicos para o estudo e tratamento dos

ecossistemas tanto produtivos quanto preservadores dos recursos naturais e que sejam

culturalmente sensiacuteveis socialmente justos e economicamente viaacuteveis

A transformaccedilatildeo ou substituiccedilatildeo de um modelo de desenvolvimento para outro

supotildee um processo de transiccedilatildeo que em alguns momentos caminha a passos lentos e

em outros pode trazer mudanccedilas bruscas e qualitativamente diferenciadas Esse

processo de transiccedilatildeo significa a conversatildeo de uma agricultura tradicional para uma

agricultura ecoloacutegica e socialmente equilibrada com base na sustentabilidade (Gomeacutez

1997)

Embora a falta de informaccedilatildeo da pesquisa possa ter contribuiacutedo para dificuldades

e experiecircncias negativas de muitos produtores estes tecircm fama de serem inovadores e

experimentadores desejosos de adotar novas praacuteticas no sentido de serem beneficiados

Nos uacuteltimos cinquumlenta anos a inovaccedilatildeo na agricultura tem sido impulsionada

principalmente pela ecircnfase em altos rendimentos e no lucro da unidade produtiva

Apesar da continuidade dessa forte pressatildeo econocircmica sobre a agricultura muitos

produtores convencionais estatildeo preferindo fazer a transiccedilatildeo para praacuteticas que satildeo mais

consistentes ambientalmente e tem o potencial de contribuir com a sustentabilidade da

agricultura em longo prazo (Gliessman 2000)

7

212 Agroecologia e agricultura familiar

O nuacutecleo por excelecircncia da produccedilatildeo sustentaacutevel eacute a agricultura familiar No

Brasil mais especificamente esta tecnologia estaacute sendo introduzida natildeo somente em

aacutereas de cultivo de agricultura familiar em geral mas especificamente em

assentamentos rurais Percebe-se dessa forma tratar-se de um tipo de produccedilatildeo que

tende a incorporar a dimensatildeo histoacuterico-social e a considerar os valores culturais e de

senso comum inerentes aos agricultores familiares (Costa Neto 1999)

Na agricultura familiar a sustentabilidade toma forma a partir do momento em

que comeccedilaram a ser incorporados aos debates os novos anseios da sociedade rural e

urbana relacionados a um novo projeto de desenvolvimento e na medida em que foram

buscadas orientaccedilotildees teoacutericas baseadas no paradigma agroecoloacutegico

De acordo com Maturana amp Rezepka (2000) a formaccedilatildeo do conhecimento natildeo eacute

entendida como simples treinamentos e teacutecnicas e seraacute um aspecto essencial desta

abordagem A valorizaccedilatildeo dos saberes dos agricultores sobre o ambiente as plantas o

solo e os processos ecoloacutegicos onde resgatam e aprimoram teacutecnicas proacuteprias e de

outros de origem cientiacutefica ou empiacuterica fundamentais dentro deste novo paradigma

(Altieri amp Nicholls 2000)

Neste sentido cientistas e extensionistas tecircm se surpreendido com a profundidade

destes conhecimentos e com a capacidade de vaacuterios destes agricultores de expocirc-los

mesmo nos ambientes acadecircmicos onde muitas vezes estatildeo mais avanccedilados que seus

interlocutores (Weid amp Tardin 2002) Isto revela a necessidade de sintonia entre a

Universidade e a Comunidade

Entatildeo a sutentabilidade ambiental em niacutevel local eacute positiva quando o manejo

realizado no agroecossistema aproveita a produtividade dos recursos naturais renovaacuteveis

(aqueles que funcionam mediante o fluxo solar) Ao contraacuterio pode natildeo ser positiva

quando as praacuteticas produtivas consistem na busca pela produtividade mediante a troca

econocircmica (importaccedilatildeo e exportaccedilatildeo de insumos e produtos) onde a terra eacute vista

unicamente como o suporte material (fiacutesico) das espeacutecies Neste caso o controle de

pragas a fertilizaccedilatildeo e outras praacuteticas necessaacuterias satildeo realizados mediante capital

produzido pelo homem degradando a base local de recursos naturais (Xavier Simoacuten amp

Domingues 2001)

8

213 O Mercado de produtos agroecoloacutegicos

O mercado de alimentos produzidos sob a orientaccedilatildeo agroecoloacutegica produzidos

sem utilizaccedilatildeo de agrotoacutexicos ou adubos minerais tem aumentado vertiginosamente em

todo o mundo Alguns dados indicam que esse segmento cresce anualmente cerca de

20 nos Estados Unidos 40 na Europa e 50 no Brasil e para comprovar tais

iacutendices basta verificar a proliferaccedilatildeo das feiras de produtores ecoloacutegicos nas cidades o

aumento dos espaccedilos para esses produtos nas gocircndolas das grandes redes de

supermercados e os movimentos ambientalistas e de consumidores que buscam uma

alimentaccedilatildeo mais saudaacutevel (Schiedeck 2002)

Sem duacutevida antes de tudo cabe salientar que a crise atual evidencia o equiacutevoco da

adoccedilatildeo de um modelo de produccedilatildeotransformaccedilatildeo que natildeo tem outra ambiccedilatildeo que natildeo a

de se adaptar agrave globalizaccedilatildeo Cabe a consideraccedilatildeo feita por Dufour (1999) de que o

mercado natildeo eacute uacutenico e monoliacutetico e portanto a produccedilatildeo social da qualidade natildeo

significa mais do mesmo (a adaptaccedilatildeo do que jaacute natildeo serve)

Na realidade pode-se identificar claramente dois mercados de natureza

fundamentalmente oposta que segundo Gomes amp Borba (2000) satildeo o de produtos

baacutesicos (leite cereais carnes brancas e vermelhas) e o de produtos elaborados

socialmente e de grande valor agregado por serem justos socialmente O mercado

mundial dos produtos baacutesicos eacute alimentado pelos excedentes agriacutecolas de grandes

produtores (Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos e Canadaacute) tambeacutem a soja e carne de

frango brasileira e o trigo argentino e os preccedilos nesses mercados satildeo extremamente

baixos e permaneceratildeo assim por muito tempo segundo relatos recentes do Banco

Mundial

Para produzir a preccedilos tatildeo baixos eacute necessaacuterio lanccedilar matildeo de todo tipo de

artifiacutecio como os hormocircnios os organismos geneticamente modificados as farinhas

animais esquecendo o meio ambiente e convivendo com exploraccedilotildees gigantescas

concentraccedilatildeo na posse da terra e com uma minoria de beneficiaacuterios dos programas de

ajuda puacuteblica os agromanagers (Gomes amp Borba 2000)

O mercado de produtos elaborados e de valor agregado obedece a outras regras

Mesmo que os agricultores busquem a maximizaccedilatildeo da produtividade natildeo se enfrentam

diretamente A produccedilatildeo ocorre em zonas geograacuteficas bem definidas e permite valorizar

o ldquosavoir-fairerdquo ou ldquoknow-howrdquo (em outras palavras natildeo necessariamente mas o

conhecimento ldquotradicionalrdquo) contribuindo para uma verdadeira economia local Esta eacute a

9

agricultura que ao mesmo tempo produz gera e preserva empregos Para caminhar ateacute

ela eacute necessaacuteria uma ampla alianccedila entre agricultores consumidores e movimentos

sociais para frear esta forma de ditadura dos mercados fonte do poder das

transnacionais agro-alimentares e quiacutemicas (Dufour 1999)

Por outra parte o mercado natildeo eacute linear e abstrato como querem fazer crer A

produccedilatildeo e o consumo sempre estaratildeo localizados e seratildeo realizados por produtores e

consumidores concretos isto permite falar em convenccedilatildeo ou negociaccedilotildees onde a

qualidade seja considerada na originalidade no bem comum ou na confianccedila entre pares

e colada aos produtos ainda mais quando se trata de alimentos Isto soacute seraacute possiacutevel

no local (sem ignorar o global) e levando em conta indicaccedilotildees como denominaccedilatildeo

ou indicaccedilatildeo de origem de processo ou de qualidade etc relacionados agraves

especificidades dos produtos o que tambeacutem deve ser objeto de negociaccedilatildeo para cada

lugar (eacute preciso lembrar que a participaccedilatildeo e as relaccedilotildees interpessoais satildeo determinantes

ao longo do processo) A produccedilatildeo social da qualidade eacute vista como estrateacutegia que

adquire sentido se considerada para o espaccedilo da Agricultura Familiar onde ainda eacute

possiacutevel estabelecer laccedilos de solidariedade entre produtores e consumidores (Gomes amp

Borba 2000)

De acordo com DrsquoAgostini amp Fantini (2002) tanto ou mais do que compreender a

dinacircmica de processos dos quais resultam produtos interessantes eacute compreender e

humanizar a dinacircmica de interesses sobre esses processos e produtos Os mesmos

autores dizem ainda que natildeo seria a solidariedade humana (a virtude pressuposta) que

emerge em especial na produccedilatildeo agroecoloacutegica mas sim a emergecircncia da rica

propriedade humana a generosidade que permite praticaacute-la em qualquer relaccedilatildeo entre

os homens

22 A cultura da cebola (Alliunt cepa L) e sua importacircncia

A cultura da cebola foi introduzida pelos accedilorianos no Brasil no seacuteculo XVIII nos

municiacutepio de Mostardas Rio Grande e Satildeo Joseacute do Norte no Estado do Rio Grande do

Sul (Garcia 1990) sendo a terceira hortaliccedila de maior importacircncia econocircmica para o

paiacutes (ICEPA 2003) Nas regiotildees Sul e Sudeste a cebolicultura constitui-se em atividade

socioeconocircmica de significativa relevacircncia para os Estados de Satildeo Paulo Santa

10

Catarina e Rio Grande do Sul nos quais se concentram mais de 76 da produccedilatildeo

nacional (Debarba et a i 1998)

A mais importante regiatildeo produtora do Rio Grande do Sul estaacute situada no litoral

Sul englobando os municiacutepios de Rio Grande Tavares Satildeo Joseacute do Norte e Mostardas

(Garcia 1997) e segundo ICEPASC (2003) esses quatro municiacutepios respondem por

cerca de 70 da produccedilatildeo de cebola do RS

Timm (2000) cita que cerca de 16000 famiacutelias rurais no Rio Grande do Sul tem

na cultura da cebola o seu principal meio de subsistecircncia No Municiacutepio de Satildeo Joseacute do

Norte a produccedilatildeo de cebola constitui uma atividade econocircmica quase exclusiva onde a

descapitalizaccedilatildeo dos agricultores ocasionou o abandono do meio rural por muitos deles

que acabaram por estabelecerem-se na periferia da zona urbana (Garcia 1997)

Aleacutem da descapitalizaccedilatildeo do produtor ocorrem problemas como a erosatildeo do solo

que segundo Zabaleta (1998) ocorre principalmente devido agrave accedilatildeo dos ventos fortes e

constantes caracteriacutesticos na regiatildeo sul-litoracircnea bem como a topografia plana e os

solos muito arenosos com lenccediloacuteis freaacuteticos superficiais contribuem para o

empobrecimento dos solos da regiatildeo principalmente ao se comparar com outras aacutereas

onde a cebola participa de sistemas produtivos juntamente com a produccedilatildeo leiteira o

arroz e hortaliccedilas diversas (Timm 2000)

221 Caracteriacutesticas agronocircmicas da cebola

A cebola eacute uma aliaacuteceae a planta eacute tenra atinge 60 cm de altura e apresenta folhas

tubulares e cerosas O caule verdadeiro eacute um disco comprimido na base da planta de

onde partem as folhas e raiacutezes que satildeo fasciculadas pouco ramificadas explorando um

volume de solo equivalente a um cilindro com 60 cm de altura e 25 cm de diacircmetro

(Filgueira 2000)

Cada planta apresenta 20 a 200 raiacutezes normalmente espessas (05 a 1 mm de

diacircmetro) e com pouca ramificaccedilatildeo e poucos pecirclos absorventes O crescimento eacute

vertical estendendo-se de 40 a 80 cm de profundidade Poucas raiacutezes ocupam mais de

15 cm do raio em tomo do bulbo Estas caracteriacutesticas tecircm implicaccedilotildees peculiares

quanto acirc localizaccedilatildeo e ao suprimento de nutrientes (Quanto menor o diacircmetro e maior a

ocorrecircncia de pecirclos absorventes maior seraacute a superfiacutecie de raiacutezes e consequumlentemente a

absorccedilatildeo de nutrientes (Magalhatildees 1993)

11

A fase vegetativa do ciclo da planta termina com o amadurecimento do bulbo

todavia trata-se de uma planta bienal considerando acirceu ciclo vital completo isto eacute da

semeadura ateacute a produccedilatildeo de novas sementes Apoacutes um periacuteodo invemal sob baixas

temperaturas haacute emissatildeo de um pendatildeo floral que pode alcanccedilar 150 cm de altura

terminando por uma inflorescecircncia tipo umbela simples inicialmente recoberta por

uma peliacutecula formada por centenas de pequenas flores (Filgueira 2000)

Segundo Clivela (1995) os fatores climaacuteticos de modo geral natildeo satildeo limitantes

para a produccedilatildeo de bulbos de cebola no Rio Grande do Sul Filgueira (2000) enfatiza

que no Brasil eacute uma das raras culturas oleraacuteceas nas quais o fotoperiacuteodo pode tornar-se

o fator limitante ocorrendo frustraccedilotildees da colheita caso as exigecircncias da planta natildeo

sejam satisfeitas

222 A produccedilatildeo de mudas de hortaliccedilas

As mais importantes modificaccedilotildees no sistema de produccedilatildeo nos uacuteltimos anos tecircm

sido feitas na produccedilatildeo de mudas Hoje eacute uma realidade os produtores se

especializarem em produzir mudas principalmente no Estado de Satildeo Paulo Para tanto

se busca atraveacutes da pesquisa as melhores fontes e combinaccedilotildees de substratos associados

ao sistema de produccedilatildeo conveniente para cada espeacutecie a fim de se obter melhorias na

propriedade no solo e na Olericultura (Giorgetti 1991)

O sistema agroecoloacutegico torna-se importante uma vez que a base da Horticultura

moderna eacute a produccedilatildeo de mudas de alta qualidade (Minami1995) a produccedilatildeo de mudas

de hortaliccedilas tem sido citada como a etapa mais importante do sistema produtivo (Silva

Junior et al 1995) Segundo Filgueira (2000) nesta fase natildeo se pode cometer erros

pois posteriormente seraacute mais difiacutecil de corrigi-los visto que para o cultivo da cebola a

muda refletiraacute na qualidade do bulbo

As mudas de hortaliccedilas podem ser consideradas tolerantes e natildeo tolerantes ao

transplante e dependem principalmente das condiccedilotildees ambientais necessitando de

cuidados No caso da cebola como satildeo produzidas com raiz nua os cuidados devem ser

maiores pois dependendo do estado em que se encontram mais ou menos susceptiacuteveis

aos estresses quando em contato com o campo podem resultar em desastre (Minami

1999)

A quantidade de nutrientes extraiacuteda pelas hortaliccedilas durante a fase de muda varia

em funccedilatildeo da espeacutecie da variedade ou da cultivar e do prazo necessaacuterio para a formaccedilatildeo

13

O composto humificado ou curado eacute rico em nutrientes que passaram parcialmente

da forma orgacircnica para a forma mineral assimilaacutevel pelas raiacutezes e com maior teor

coloidal que atua como fertilizante e eacute responsaacutevel pela capacidade melhoradora do

solo (Barreto 1985)

Uma das principais alternativas em termos de adubaccedilatildeo orgacircnica eacute o

vermicomposto Ele eacute um adubo orgacircnico estaacutevel rico em nutrientes inodoro de

coloraccedilatildeo escura obtido a partir da atividade das minhocas que potencializam a mateacuteria

prima utilizada no processo (principalmente esterco de bovino) proporcionando

diversos benefiacutecios para as plantas (Timm 2000)

231 Efeitos da adubaccedilatildeo orgacircnica no solo

O solo funciona como um organismo vivo em 1 grama de solo saudaacutevel vive uma

comunidade bioloacutegica de aproximadamente 1 0 0 0 0 espeacutecies diferentes como minhocas

larvas besouros colecircmbolos aacutecaros algas bacteacuterias e fungos Estes organismos

necessitam de alimentos para viver principalmente carbono e nitrogecircnio que estatildeo

presentes na palhada das culturas e no esterco de animais Em funccedilatildeo disso eacute

importante que o solo tenha um determinado teor de mateacuteria orgacircnica para fornecer os

alimentos e energia que os microacutebios precisam para viver (Paulus et al 2001)

O homem atraveacutes dos diferentes sistemas de preparo do solo e cultivos contiacutenuos

ou natildeo altera o comportamento do mesmo em relaccedilatildeo agraves reaccedilotildees quiacutemicas

propriedades fiacutesicas como capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua lixiviaccedilatildeo de nutrientes

erosatildeo e como consequumlecircncia afeta a qualidade de organismos presentes no solo (Brady

1999) reduzindo paulatinamente o teor de mateacuteria orgacircnica (Primavesi1982)

Nos uacuteltimos anos tem-se observado em diferentes paiacuteses a ampliaccedilatildeo do uso de

adubos orgacircnicos Alguns apresentam oacutetimos resultados enquanto outros se mostram

tecnicamente inadequados Os principais adubos orgacircnicos encontrados no mercado satildeo

fertilizantes orgacircnicos de origem animal compostos de lixo urbanos compostos de

produtos industriais e huacutemus de minhoca Nestes fertilizantes estatildeo presentes a maioria

dos macronutrientes (nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre) e

micronutrientes (zinco cobre boro ferro cobalto)essenciais para as plantas e nem

sempre encontrados em muitos fertilizantes minerais bem como uma gama de

microorganismos que vatildeo beneficiar a fauna e a flora do solo (Brady 1979 Kiehl

1985 Costa 1985 Garcia 1997)

14

Os adubos orgacircnicos satildeo amplamente empregados nos sistemas de produccedilatildeo de

alface como condicionadores do ambiente quiacutemico e fiacutesico da rizosfera e

consequumlentemente na resposta bioloacutegica das plantas (Rodrigues amp Casali 1998)

Considerando as necessidades hortiacutecolas de maior competitividade e o fato de natildeo

ser subsidiada o crescimento populacional e a industrializaccedilatildeo representam fatores

determinantes na geraccedilatildeo diaacuteria de enormes volumes de resiacuteduos podendo ser utilizados

pelos produtores com um maior retomo econocircmico possiacutevel Ao mesmo tempo a

questatildeo ambiental assume cada vez mais destaque na sociedade moderna repercutindo

em poliacuteticas governamentais bem como no setor produtivo do paiacutes e do mundo

fazendo com que a relaccedilatildeo do homem com a natureza seja repensada (Morselli 2001)

232 Efeitos da adubaccedilatildeo orgacircnica nas culturas

Segundo Paulus et al (2001) a mateacuteria orgacircnica tambeacutem eacute fonte de nutrientes

especialmente nitrogecircnio foacutesforo enxofre e micronutrientes aleacutem disso tem

capacidade de ldquoprenderrdquo micronutrientes e alguns elementos toacutexicos para as plantas

como o alumiacutenio Por exemplo os micronutrientes depois de presos satildeo liberados

lentamente no solo onde satildeo gradativamente aproveitados pelas plantas

O uso dos fertilizantes minerais elevam o custo de produccedilatildeo pois satildeo necessaacuterias

altas doses para o fornecimento dos teores de nutrientes demandados Por isso eacute

importante a geraccedilatildeo de tecnologias que poupem o consumo de fertilizantes minerais

desejaacutevel com vista agrave diminuiccedilatildeo do custo de produccedilatildeo (Rodrigues 1984) A produccedilatildeo

de hortaliccedilas sob a orientaccedilatildeo agroecoloacutegica leva em consideraccedilatildeo natildeo apenas os custos

de produccedilatildeo como tambeacutem a dependecircncia dos insumos principalmente quando se

considera a ldquoteoria da trofobioserdquo pelos efeitos maleacuteficos que os nutrientes prontamente

assimilaacuteveis podem causar as plantas (Chaboussou 1987)

Para Compagnoni amp Putzolu (1985) o vermicomposto eacute um autecircntico fertilizante

bioloacutegico que atua como corretivo do solo determinando caracteriacutesticas importantes

para a microflora pelos aacutecidos huacutemicos e as substacircncias fitoestimulantes Os autores

consideram ainda que as dejeccedilotildees das oligoquetas proporcionam a formaccedilatildeo de huacutemus

permitindo melhorar o solo razatildeo pela qual satildeo destinados agrave horticultura com oacutetimas

vantagens fiacutesicas e microbioloacutegicas enriquecendo a camada araacutevel

Em experimentos desenvolvidos durante cinco anos para avaliar o efeito da

aplicaccedilatildeo de compostos eou adubos nas culturas de alface manjericatildeo espinafre e

15

pepino Valenzuela amp Crosby (1998) compararam as produccedilotildees obtidas com composto

e a fertilizaccedilatildeo padratildeo e concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo do composto em 20 Mg ha 1 mais

N-quiacutemico foi o melhor tratamento em todas as culturas estudadas

233 Plantas de cobertura do solo

As plantas mais usadas para adubaccedilatildeo de cobertura do solo satildeo as leguminosas

pois estas tecircm a capacidade de fixar o nitrogecircnio atmosfeacuterico e disponibiliza-lo agrave

cultura Primavesi (1992) cita que utilizando-se mucuna ervilhaca feijatildeo-de-porco

feijatildeo-miuacutedo crotalaacuteria e outras natildeo haacute necessidade de utilizar tanto nitrogecircnio em

cobertura embora natildeo se dispense uma calagem mais frequumlente pois ocorre um pouco

de acidificaccedilatildeo no solo como com qualquer adubaccedilatildeo nitrogenada Segundo a mesma

autora algumas leguminosas tecircm a capacidade de mobilizar o foacutesforo como o caupi

(feijatildeo-miuacutedo) outras mobilizam o caacutelcio como tremoccedilo

Para Brady (1999) a adubaccedilatildeo verde traz grandes benefiacutecios como suprimento de

mateacuteria orgacircnica sendo consideraacutevel a quantidade de resiacuteduos orgacircnicos devolvidos ao

solo adiccedilatildeo de nitrogecircnio nutrientes e conservaccedilatildeo do solo

Calegari (1998) comenta que quanto aos aspectos fiacutesicos os resiacuteduos tendem a

contribuir para uma melhoria da estrutura do solo percebida pelo aumento da

estabilidade dos agregados em aacutegua aumento da capacidade de retenccedilatildeo hiacutedrica

elevaccedilatildeo dos iacutendices de infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo aumento da porosidade melhor

aeraccedilatildeo e diminuiccedilatildeo da densidade do solo

De acordo com Timm (2000) o papuatilde eacute uma excelente alternativa como cobertura

de solo para o cultivo miacutenimo da cebola pois na eacutepoca do transplante das mudas seu

ciclo vegetativo estaacute completo natildeo necessitando o dessecamento outra vantagem eacute que

o papuatilde apresenta bom controle com relaccedilatildeo agraves plantas invasoras da cebola reduzindo

ao longo dos anos o nuacutemero de capinas e a aplicaccedilatildeo de herbicidas

234 Adubaccedilatildeo foliar

Segundo Malavolta (1981) a utilizaccedilatildeo da adubaccedilatildeo foliar eacute complemento da

adubaccedilatildeo de solo natildeo substituto da mesma no que diz respeito ao fornecimento de

nitrogecircnio foacutesforo e potaacutessio para as culturas Da mesma maneira que as raiacutezes podem

perder para o solo parte dos elementos absorvidos as folhas tambeacutem o fazem pela accedilatildeo

16

de fatores internos (desordem fisioloacutegica estado nutricional etc) e externos (chuvas

orvalho nutriccedilatildeo do sistema radicular luz temperatura etc)

Para Chaboussou (1987) as plantas adquirem o maacuteximo de resistecircncia bioloacutegica

atraveacutes da nutriccedilatildeo (trofos) equilibrada Obviamente para que isto ocorra eacute necessaacuterio

que o solo esteja em equiliacutebrio dinacircmico o ambiente seja o mais estaacutevel e as plantas

selecionadas ou melhor adaptadas para poderem suportar as alteraccedilotildees extemporacircneas

ocasionadas pelos fenocircmenos meteoroloacutegicos e nas fases fonoloacutegicas criacuteticas do

crescimento e desenvolvimento (Pinheiro amp Barreto 2000)

O lixiviado das folhas enriquece as camadas superiores do solo e tende a

contrabalanccedilar as perdas de zonas mais profundas e mais distantes acumulando-os nas

suas proximidades tambeacutem influencia o nuacutemero e o comportamento dos

microrganismos que por sua vez alteram o processo de gecircnese do solo sua textura e

fertilidade A lixiviaccedilatildeo assim se toma importante no desenvolvimento da sucessatildeo

ecoloacutegica devido agrave ciclagem de elementos (Malavolta 1980)

Conforme Camargo (1975) a utilizaccedilatildeo de adubos foliares substitui parcialmente

a adubaccedilatildeo radicular em 20 a 25 podendo ser utilizada em varias pulverizaccedilotildees

24 Vermicompostagem

E o processo que consiste em se submeter diferentes resiacuteduos orgacircnicos de

origem animal eou vegetal aos processos fermentativos e humificaccedilatildeo adicionando

minhocas do gecircnero Eiseina espeacutecie foetida ao material procurando obter um produto

curado em aproximadamente 45 - 60 dias (Compagnoni amp Putzolu 1985)

A vermicompostagem firmou-se no Brasil como atividade rentaacutevel produzindo

adubo de alta qualidade na deacutecada de 90 Na agricultura brasileira contudo haacute

preferecircncia pelos adubos quiacutemicos em funccedilatildeo de sua aquisiccedilatildeo financiada menor custo

e retomo imediato embora o impacto de seu uso contiacutenuo sobre o solo e os

microorganismos que nele vivem seja negativo (Tagliari amp Grassmann 1995)

Segundo Morselli (2002) a vermicompostagem difere da compostagem

convencional dentre outros pocircr formar substacircncias huacutemicas mais rapidamente ao sofrer

passagem pelo trato digestivo das minhocas A alirdentaccedilatildeo destas satildeo basicamente os

estercos e a disponibilidade desta mateacuteria prima bem como de ambiente protegido para

proceder a compostagem correta deste material satildeo indispensaacuteveis

17

Segundo Kiehl (1985) e Martinez (1990) o vermicomposto apresenta as seguintes

vantagens em relaccedilatildeo a compostagem permite a formaccedilatildeo de um produto curado em

menor espaccedilo de tempo promove a formaccedilatildeo de um material com maior

disponibilidade de nutrientes facilita o peneiramento natildeo havendo a necessidade de

revolvimento do material oferece vaacuterias fontes de renda pois aleacutem do huacutemus fornece

minhocas e raccedilatildeo e quando aplicado ao solo tende a melhorar as propriedades fiacutesicas

quiacutemicas e bioloacutegicas

241 Resiacuteduos utilizados na vermicompostagem

2411 Resiacuteduos de origem animal

Segundo Bureacutes (1997) o esterco eacute uma mistura de fezes urina e camas que

podem estar constituiacutedas de palhas folhas secas serragem turfa casca de arroz e ateacute

terra Esse apresenta pH neutro e densidade que varia de 030 a 090 Kg dm3 segundo

seu estado de decomposiccedilatildeo Eacute influenciado por vaacuterios fatores como espeacutecie animal

raccedila idade alimentaccedilatildeo material utilizado como cama e tratamento da mateacuteria-prima

esterco (Kiehl 1985) Dentre os fatores apontados um dos mais importantes eacute a

alimentaccedilatildeo do animal quanto mais rica a alimentaccedilatildeo mais rica seraacute as dejeccedilotildees

(Gnoatto 1999) O volume de bacteacuterias vivas ou mortas encontradas no esterco

representam 20 a 30 do total delas se originam grande parte do nitrogecircnio sob a

forma de proteiacutena (Morselli 2002)

A origem do material utilizado para a produccedilatildeo de vermicomposto eacute fundamental

pois soacute uma mateacuteria-prima de qualidade resultaraacute em um produto final de boa qualidade

Dentre os estercos o de aves eacute empregado empiricamente na adubaccedilatildeo de culturas

permanente ou natildeo com excelentes resultados apesar de sua simples composiccedilatildeo

meacutedia 2 de nitrogecircnio 2 de foacutesforo como P2 0 5 e 1 de K2 0 Poreacutem haacute uma

grande variaccedilatildeo na sua constituiccedilatildeo a qual dependeraacute do manejo animal atraveacutes das

camas finalidade da criaccedilatildeo e natureza das camas (Morselli 2002)

2412 Resiacuteduos de origem vegetal

A mateacuteria orgacircnica pode ser preservada no solo por vaacuterios processos seja pela

simples incorporaccedilatildeo de resiacuteduos de culturas rotaccedilatildeo de culturas adubaccedilatildeo verde ou

18

pela adiccedilatildeo de materiais orgacircnicos capazes de elevar e manter a produtividade do solo

Da decomposiccedilatildeo dos resiacuteduos orgacircnicos adicionados ao solo resulta a liberaccedilatildeo de

grande quantidade de nutrientes principalmente o nitrogecircnio o potaacutessio e o enxofre

Aleacutem disso diversos atributos quiacutemicos e fiacutesicos do solo satildeo alterados pela

decomposiccedilatildeo desses resiacuteduos destacando-se o aumento da capacidade de troca de

caacutetions o aumento da retenccedilatildeo de aacutegua a melhoria da estabilidade dos agregados e da

aeraccedilatildeo (Fraser1963 Malavolta 1981 Mello et al 1983 Bonilla 1992)

Segundo Purcino (1981) quando a relaccedilatildeo CN eacute menor que 30 como no caso do

esterco de curral ou da palha de leguminosas a disponibilidade de nitrogecircnio eacute

imediata mas acima deste valor ocorre imobilizaccedilatildeo crescente deste nutriente Por esse

motivo estes materiais devem ser submetidos a uma degradaccedilatildeo bioloacutegica antes de

serem adicionados ao solo

25 Biofertilizantes

No Brasil ocorrem problemas crescentes com materiais derivados de sistemas

intensivos de criaccedilatildeo animal que acumulam resiacuteduo^ orgacircnicos com graves problemas

de contaminaccedilatildeo de cursos de aacutegua que na maioria das vezes se acumulam em um

uacutenico lugar e natildeo satildeo reciclados (Viglizzo 1995)

Visando amenizar tais situaccedilotildees os meacutetodos alternativos de adubaccedilatildeo controle de

doenccedilas pragas e plantas indesejaacuteveis tecircm sido muito estudado Dentro dessa linha de

pesquisa destaca-se o uso de mateacuteria orgacircnica atraveacutes tanto de sua incorporaccedilatildeo ao

solo como de sua transformaccedilatildeo para uso posterior na forma de biofertilizantes

(Khatounian 1997 Bettiol et al 1997)

Na complexa e elevada comunidade microbiana dos biofertilizantes encontram-se

bacteacuterias fungos leveduriformes filamentosos e actinomicetos (Bettiol apud Penteado

1999)

O agregado de macro e micronutrientes periodicamente ativa e enriquece a

fermentaccedilatildeo O uso de farinha de rocha tem sido vantajoso por ter baixo custo

comparado com os sais concentrados e purificados aleacutem de trazer alguns elementos

traccedilos de vital importacircncia para os microrganismos do solo como por exemplo o Gaacutelio

o Iodo e o Vanaacutedio (M1BASA 199-) O agregado de farinha de rocha ou sais

purificados ao fermentado faz com que estes nutrientes passem a fazer parte dos

microrganismos ou dos produtos orgacircnicos liberados durante a fermentaccedilatildeo sendo que

19

o ataque dos microrganismos atraveacutes de suas enzimas consegue liberar os elementos natildeo

atacados pelos aacutecidos industriais (Pinheiro amp Barreto 2000)

Os biofertilizantes tecircm sido empregados na agricultura ecoloacutegica como adubo

foliar para aumentar a resistecircncia contra pragas e doenccedilas Aleacutem disso o processo de

produccedilatildeo eacute bastante simples e por isso eacute viaacutevel sua produccedilatildeo na propriedade desde que

tenha esterco disponiacutevel (Penteado 1999)

Bettiol et al (1997) verificaram a presenccedila de diferentes espeacutecies de fungos

fiacutelamentosos e leveduriformes e bacteacuterias entre elas Bacillus spp na comunidade

microbiana do biofertilizante produzido segundo meacutetodo adotado pelo Centro de

Agricultura Ecoloacutegica Ipecirc Os autores verificaram ainda uma reduccedilatildeo da comunidade

microbiana ao longo da digestatildeo reduccedilatildeo essa mais acentuada logo apoacutes o acreacutescimo

dos sais contendo micronutrientes A accedilatildeo dos sais pode ser tanto por aumento na

pressatildeo osmoacutetica quanto pelo efeito direto sobre os microrganismos Para o controle de

doenccedilas de plantas satildeo importantes a presenccedila dos metaboacutelitos produzidos pelos

organismos presentes no biofertilizante e os proacuteprios microrganismos vivos

Os microrganismos transformam o material orgacircnico (esterco soro de leite caldo

de frutas palhas restos industriais etc) e cinzas produzindo vitaminas aacutecidos e sais

complexos importantes para regular e tonificar o metabolismo das plantas impedindo o

desenvolvimento de pragas e doenccedilas (Pinheiro amp Barreto 2000)

Em estudos feitos com o biofertilizante liacutequido de bovinos foi observado a

presenccedila de inuacutemeros microorganismos como bacteacuterias leveduras e bacilos

principalmente do Bacillus subtilis Estes microorganismos sintetizam substacircncias

antibioacuteticas as quais demonstram ter grande accedilatildeo e eficiecircncia como substacircncias

fungiostaacuteticas e bacteriostaacuteticas de fitopatoacutegenos causadores de danos em lavouras

comerciais (Penteado 1999)

Aldrighi et al (2002) realizaram trabalho na UFPel relacionado agrave nutriccedilatildeo de

mudas de tomate (Floradade) produzidas no sistema ldquofloatingrdquo Utilizaram-se doses de

0 2 5 e 10 para o biofertilizante Super Magro e 0 e 1 para a urina de vaca

Concluiacuteram que estes natildeo interferem na produccedilatildeo das mudas e que provavelmente foi

influenciado pelo substrato utilizado (vermicomposto 75 e casca de arroz carbonizada

25) bem como o sistema de produccedilatildeo (floating)

Paglia et al (2002) citam que eacute possiacutevel produzir mudas de tomate (cultivar

Floradede) utilizando urina de vaca e biofertilizante Super Magro na aacutegua em sistema

ldquofloatingrdquo em trabalho realizado na UFPel O uso da urina de vaca a 1 e 5 e

20

biofertilizante Super Magro a 6 proporcionam uma elevaccedilatildeo do foacutesforo bem como o

Super Magro a 6 eleva os teores de Mg e Ca na aacutegua

251 Urina de vaca

As urinas de vaca contecircm nutrientes favoraacuteveis ao bom desenvolvimento das

plantas como potaacutessio soacutedio nitrogecircnio enxofre magneacutesio caacutelcio foacutesforo e traccedilos de

outros elementos Nas plantas funciona como um fertilizante natural tomando-as mais

resistentes ao ataque das pragas e doenccedilas Satildeo encontradas tambeacutem na urina outras

substacircncias como fenoacuteis e principalmente o catecol que esta associado agrave recuperaccedilatildeo

de plantas atacadas por fitopatoacutegenos por ser um produto anti-seacuteptico (Penteado 1999)

Para seu emprego a urina receacutem coletada deve ser armazenada sob condiccedilotildees

ambientais por trecircs dias para que se forme amocircnio importante produto a ser absorvido

pelas plantas Recomenda-se ainda que o armazenamento deva ser feito em recipiente

fechado para que natildeo ocorram perdas de nitrogecircnio Desta forma poderaacute permanecer

por ateacute um ano sem comprometer sua eficiecircncia

Em hortaliccedilas o uso da urina de vaca eacute recomendado em pulverizaccedilotildees foliares

semanais na concentraccedilatildeo de 05 para tomateiro pimentatildeo pepino feijatildeo vagem e

couve ou quinzenais a 1 para as culturas do quiabeiro jiloeiro e berinjela Para

fruteiras em geral a primeira aplicaccedilatildeo deve ser na concentraccedilatildeo aproximada de 5

realizada diretamente no solo e mensalmente devem ser realizadas pulverizaccedilotildees

foliares a 1 para plantas jovens e a 5 para plantas adultas (Penteado 1999)

Na aplicaccedilatildeo foliar deve-se ter cuidado com folhas e brotos novos e considerar que

o uso contiacutenuo pode ser toacutexico podendo afetar o solo causando a sua acidificaccedilatildeo

(Penteado 1999)

Na Estaccedilatildeo Experimental da PESAGRO no municiacutepio de Macaeacute Rio de Janeiro

estaacute se utilizando a urina de vaca leiteira Os pesquisadores descobriram que a urina de

vaca em lactaccedilatildeo produzia o efeito de recuperar plantas de abacaxi atacadas por uma

doenccedila conhecida como ldquofusairioserdquo Essa doenccedila quando ataca o abacaxi causa

perdas de ateacute 70 da safra Todos os agrotoacutexicos testados natildeo conseguiram controlar a

doenccedila Isto eacute um exemplo para que a universidade tenha uma nova percepccedilatildeo (Capra

1996) adotando medidas efetivas que contribuam na transiccedilatildeo agroecoloacutegica Com o

uso da urina de vaca leiteira numa lavoura de abacaxi atacada pela fusariose observou-

se agrave recuperaccedilatildeo do stand e os frutos produzidos apresentaram excelente padratildeo

21

comercial Descobriu-se que aleacutem funcionar como adubo e defensivo natural a urina de

vaca leiteira tambeacutem favorece a floraccedilatildeo de muitas plantas e pode ser usada no

tratamento de frutos e tubeacuterculos depois da colheita

A urina de vaca em lactaccedilatildeo tambeacutem estaacute sendo usada nas lavouras de cafeacute em

plantaccedilotildees de maracujaacute coco alface e outras hortaliccedilas Na regiatildeo centro-sul do Paranaacute

os agricultores estatildeo aplicando a urina de vaca leiteira nas lavouras de feijatildeo soja

batata cebola e milho (Penteado 1999)

252 Alhol

A maioria dos defensivos alternativos tais como calda bordalesa sulfocaacutelcica

aacutegua de cinza e cal biofertilizante enriquecido extrato de fumo entre outros precisa

ser misturada com um espalhante adesivo para quebrar a tensatildeo superficial da gota e

propiciar um melhor molhamento das folhas e demais partes pulverizadas assegurando

uma absorccedilatildeo mais efetiva e uma melhor accedilatildeo sobre as pragas e doenccedilas Quando as

gotas permanecem inteiras sobre a superfiacutecie folhar devido agrave falta de espalhante

adesivo pode-se danificar os tecidos vegetais pelc efeito-lente quando o sol incide

sobre elas Aleacutem disso a gota por natildeo se espalhar sobre toda superfiacutecie folhar

concentra nela e consequumlentemente sobre o tecido que estaacute em contato com ela uma

quantidade maior do produto aplicado Essa maior concentraccedilatildeo pode prejudicar a

absorccedilatildeo e lesionar os tecidos principalmente apoacutes a evaporaccedilatildeo da aacutegua contida na

gota por resultar em uma maior concentraccedilatildeo de sais no local especialmente quando se

aplicam por exemplo calda sulfocaacutelcica bordalesa biofertilizante enriquecido com

macro e micronutrientes (Claro 2001)

O alhol eacute um espalhante adesivo ecoloacutegico que tambeacutem auxilia no controle de

pragas E elaborado com aacutegua alho oacuteleo vegetal e sabatildeo neutro a partir da sabedoria

popular que menciona o alho como repelente de insetos Juacutenior Abreu amp Maiorano

(199-) indicam formulaccedilotildees contendo alho para o controle de pragas como nematoacuteides

(Meloidogyne incoacutegnita e M javanica) mosca do chifre lagarta na maccedilatilde pulgotildees

besouro da batata trips e para controle de doenccedilas fuacutengicas e bacterianas como miacuteldio

ferrugem fusariose helminthosporiose murchadeira (Pseudonamos solacearum)

bruzone do arroz (Pyricularia orysae) podridatildeo negra do repolho e couve-flor

(Xanthomonas campestris) Aleacutem disso o alho pelo seu bom teor em oacuteleo pode agir

tambeacutem como espalhante adesivo O sabatildeo tambeacutem eacute indicado como espalhante adesivo

22

e possui accedilatildeo contra certas pragas (pulgotildees) sendo que o oacuteleo vegetal eacute indicado no

controle de cochonilhas e usado como espalhante adesivo (Claro 2001)

253 Calda Bordalesa

A calda bordalesa eacute um tradicional defensivo agriacutecola que pode ser preparado na

propriedade com a mistura de sulfato de cobre cal virgem e aacutegua As concentraccedilotildees de

sulfato de cobre e cal satildeo distintas dependendo do objetivo do seu emprego

Geralmente diferem de acordo com o tipo de planta ou espeacutecie vegetal as condiccedilotildees

climaacuteticas o grau de infestaccedilatildeo da doenccedila e a fase de crescimento da planta Eacute indicada

para o controle de miacuteldio alternaacuteria botrytis e antracnose (Penteado 1999)

A calda bordalesa caracteriza-se pela sua importante accedilatildeo no controle de diversas

doenccedilas fungicas nas mais diversas espeacutecies de culturas Possui tambeacutem uma relativa

accedilatildeo bactericida e em alguns casos age como repelente de insetos Da mistura do

sulfato de cobre com a cal resulta uma soluccedilatildeo rica em macronutrientes e

micronutrientes Provavelmente os expressivos resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo da

calda bordalesa devam-se natildeo somente a sua accedilatildeo fuacutengica e bactericida mas sobretudo

agrave influecircncia positiva que exerce no metabolismo das plantas ativando o processo

enzimaacutetico e estimulando a proteossiacutentese aumentando a resistecircncia das plantas (Claro

2 0 0 1 ) caracteriacutestica fundamental na agricultura sustentaacutevel

254 Biofertilizante Super Magro

A calda Super Magro eacute produto da fermentaccedilatildeo de estercos animais enriquecidos

por micronutrientes e outros produtos de origem animal obtendo-se uma calda

biofertilizante para aplicaccedilatildeo foliar nas plantas (Penteado 1999) jaacute foram observados

bons resultados principalmente nas culturas de uva maccedila pecircssego tomate batata e

hortaliccedilas em geral

E indicado como fonte suplementar de micronutrientes para as plantas inibidor

de fungos e bacteacuterias causadores de doenccedilas e para aumentar a resistecircncia contra insetos

e aacutecaros (Penteado 1999) i

Muller (1999) avaliou a influecircncia do biofertilizante Super Magro sobre as

culturas de tomate (Lycopersicon esculentum Mill) ervilha (Pisum sativum L) e

beterraba (Beta vulgaris L) O autor obteve cultivos com baixa severidade de doenccedilas e

23

insetos fitoacutefagos possivelmente por causa do manejo orgacircnico de produccedilatildeo Os

resultados das pulverizaccedilotildees das soluccedilotildees foliares variaram conforme a cultura e o

clima

255 Biofertilizante MB4

A utilizaccedilatildeo das farinhas de rochas eacute uma das teacutecnicas mais modernas usadas nos

uacuteltimos anos na agricultura O elevado nuacutemero de nutrientes contidos no MB4 como

cobre zinco manganecircs cobalto soacutedio alumiacutenio silicatos de magneacutesio ferro e caacutelcio

acompanhado de foacutesforo potaacutessio e enxofre reagem com a soluccedilatildeo do solo liberando

elementos essenciais ao desenvolvimento da vida microbiana os quais exercem um

papel fundamental atraveacutes de transformaccedilotildees quiacutemicas e do equiliacutebrio bioloacutegico

favorecendo o desenvolvimento sadio das plantas (Pinheiro amp Barreto 2000)

24

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

31 Local de execuccedilatildeo do experimento

O presente trabalho foi conduzido no Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul

(FEPAGROSUL) no municiacutepio de Rio Grande nlt periacuteodo de 15 de maio a 26 de

agosto de 2 0 0 2

O solo eacute classificado como ldquoTuiardquo satildeo muito arenosos As massas aquaacuteticas do

Oceano Atlacircntico e Lagoa dos Patos influenciam ventos temperatura pressatildeo umidade

relativa e demais fatores climaacuteticos A topografia da regiatildeo litoracircnea eacute plana com

lenccediloacuteis freaacuteticos superficiais

32 Anaacutelise estatiacutestica

O experimento foi constituiacutedo em fatorial 3X3 (Quadro 1) com quatro repeticcedilotildees

no delineamento blocos ao acaso As variaacuteveis respostas foram submetidas agrave anaacutelise de

variaccedilatildeo e ao teste de Duncan a 5 de probabilidade para comparaccedilatildeo das meacutedias

utilizando-se o sistema SANEST (Zonta amp Machado 1984)

As anaacutelises estatiacutesticas das variaacuteveis estudadas encontram-se nos Apecircndices C D

Os resultados das respostas agronocircmicas e das determinaccedilotildees dos conteuacutedos dos

macronutrientes bem como os de raiz estatildeo nas tabelas de 1 a 3

25

As diferentes adubaccedilotildees seratildeo representadas durante a discussatildeo da seguinte

forma 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e EC

(60 t ha 1 de esterco de curral) 1 VB+SM+U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais

super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+SM+U+CB (45 t ha 1 de

vermicomposto mais super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa)

EC+SM+U+CB (60 t ha 1 de esterco de curral mais super magro mais urina de vaca

mais calda bordalesa) 1 VB+MB4 +U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais MB4 mais

urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+MB4 +U+CB (45 t ha 1 de vermicomposto

mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa) EC+MB4 +U+CB (60 t ha 1 esterco

de curral mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa)

QUADRO 1 Descriccedilatildeo dos fatores experimentais e respectivos niacuteveis

Niacuteveis Fator 1 ADUBACcedilAtildeO DE BASE

0 1 Vermicomposto (30 t ha1)

0 2 Vermicomposto (45 t ha1)

03 Esterco de curral (60 t ha1)

Niacuteveis Fator 2 BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS

0 1 Super magro (5) + Urina de Vaca + Calda Bordalesa

0 2 MB4 (10) + Urina de vaca + Calda Bordalesa

03 Ausecircncia (testemunha)

33 Tratamentos

Da combinaccedilatildeo entre niacuteveis e fatores foram obtidos 9 tratamentos que estatildeo

descritos no Quadro 2 bem como as doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

26

QUADRO 2 Tratamentos e doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

TRATAMENTOS

Ndeg FATOR I FATOR II

0 1 30 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

0 2 30 t harsquo de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

03 30 t ha de vermicomposto - - -

04 45 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

05 45 t ha de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

06 45 t ha de vermicomposto - - -

07 60 t hade esterco Super Magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

08 60 t hade esterco MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

09 60 t hade esterco - - -

Cada parcela foi constituiacuteda por dois canteiros medindo 1 m de largura x 2 m de

comprimento perfazendo 075 m de aacuterea de aacuterea uacutetil (025 m de bordadura) Foi

utilizando semeadura a lanccedilo com densidade de 24 g canteiro1

O vermicomposto a urina de vaca o esterco de curral o alhol os biofertilizantes e

a calda bordalesa foram de procedecircncia do Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul O

vermicomposto de esterco bovino misturado agraves cascas de frutas foi processado pela

minhoca vermelha califomiana Eisenia foetida)

O biofertilizante Super Magro foi elaborado segundo a metodologia descrita pela

FEPAGROSUL utilizando-se os seguintes componentes 190 litros de aacutegua 22 litros

de leite 55 Kg de accediluacutecar mascavo 30 Kg de esterco fresco de bovinos 2 Kg de

Sulfato de zinco 2 Kg de sulfato de magneacutesio 2 Kg de cloreto de caacutelcio 1 Kg de aacutecido

boacuterico 300 g de sulfato de cobre 300 g de sulfato de ferro 300 g de sulfato de

manganecircs 100 g de molibdato de soacutedio 50 g de sulfato de cobalto 3 Kg de fosfato

natural 3 Kg de cinza e 200 g de farinha de osso

A urina de vaca em lactaccedilatildeo foi coletada pela manhatilde e armazenada em recipiente

fechado por trecircs dias em condiccedilotildees ambientais para que se formasse a amocircnia e natildeo

ocorresse perda de nitrogecircnio

28

Realizaram-se duas capinas manuais durante o experimento e em seguida como

cobertura se colocou casca de arroz Tambeacutem foi aplicado esterco de aves 30 dias antes

da colheita na quantidade de 05 Kg canteiro 1 como adubaccedilatildeo de cobertura

As pulverizaccedilotildees com os produtos iniciaram apoacutes 15 dias da germinaccedilatildeo

Realizou-se sete aplicaccedilotildees sendo que as duas primeiras foram feitas apenas com

Super Magro e MB4 Na terceira e na quarta aplicaccedilatildeo utilizou-se urina de vaca e calda

bordalesa em concentraccedilotildees menores (05 e 025 respectivamente) e na quinta

aplicaccedilatildeo as dosagens de urina de vaca e calda bordalesa foram elevadas para 1 0 e

05 respectivamente ateacute o final do experimento O alhol foi utilizado a partir da

terceira pulverizaccedilatildeo na quantidade de 2 e seguiu ateacute o final no dia 26 de agosto

quando as mudas foram colhidas e posteriormente analisadas as variaacuteveis

35 Observaccedilotildees agronocircmicas

Foram utilizadas 20 mudas de cebola para obtenccedilatildeo das meacutedias das variaacuteveis as

quais foram as seguintes

351 Fitomassa fresca da parte aeacuterea e raiacutezes

Foi realizada atraveacutes de uma balanccedila digital procedendo-se a pesagem de 20

mudas de cebola previamente lavadas e posteriormente secadas durante uma hora sobre

um tecido de algodatildeo agrave temperatura ambiente Processo idecircntico foi adotado com as

raiacutezes

352 Fitomassa seca da parte aeacuterea e raiacutezes

Esta variaacutevel foi obtida a partir da secagem preliminar em estufa de ar forccedilado

durante 48 horas a 65 C ateacute peso constante com posterior pesagem em balanccedila

analiacutetica

353 Altura da muda

A altura de muda foi medida a partir do colo das plantas ateacute sua uacuteltima folha

(ponto de crescimento) com uma reacutegua graduada de 40 cm

29

354 Diacircmetro do colo das plantas

Esta medida foi realizada no ponto de transplante a 2 mm das raiacutezes e utilizando-

se um paquiacutemetro SOMET

355 Sistema radicular

Ao teacutermino do experimento foram retiradas as raiacutezes das mesmas plantas que foram

utilizadas para as determinaccedilotildees realizadas na parte aeacuterea procedendo-se uma amostra

de solo com raiacutezes de 2 0 cm de largura x 2 0 cm de comprimento e 2 0 cm de altura

totalizando 8000 cm3

As raiacutezes apoacutes serem lavadas em aacutegua corrente foram pesadas acondicionadas em

sacos plaacutesticos e congeladas para posteriores anaacutelises pelo meacutetodo de Tennant (1975)

para a determinaccedilatildeo do comprimento e densidade

3551 Comprimento de raiz

Utilizou-se para a determinaccedilatildeo do comprimento de raiz as seguintes foacutermulas

1 = ndeg x 1114 x 1 onde

1 - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 0 0 2 g

ndeg - nuacutemero de intercessotildees das raiacutezes com os lados da quadriacutecula da malha do

aparelho

1114 - constante

1 - medida lateral da quadriacutecula em cm

Tomando-se a fiacutetomassa seca e o comprimento da raiz da cada amostra

relacionou-se com a fiacutetomassa seca e o comprimento total da raiz da planta aplicando-

se a seguinte equaccedilatildeo

L = (FSR x 1) FSPA onde

L - comprimento total da raiz da planta (m)

FSR - fiacutetomassa seca de raiz

FSPA - fiacutetomassa seca da parte aeacuterea

L - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 002g

3552 Densidade de raiz

A densidade foi determinada pela foacutermula

D = L 8000 onde

D - densidade de raiacutezes (m cm3)

30

L - comprimento total de raiacutezes (m)

8 0 0 0 - volume da amostra (cm3)

3553 Razatildeo parte aeacutereasistema radicular

Este paracircmetro foi obtido pela equaccedilatildeo

RPASR = FSPA FSR onde

RPASR - razatildeo parte aeacuterea sistema radicular

FSPA - fitomassa seca da parte aeacuterea

FSR - fitomassa seca do sistema radicular

36 Determinaccedilatildeo de macronutrientes no tecido vegetal

Os macronutrientes nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio foram

determinados no laboratoacuterio de Fertilidade e Anaacutelise de Plantas do Departamento de

Solos da UFPel atraveacutes dos meacutetodos descritos por Tedesco amp Gianello (1996)

31

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 Anaacutelise das variaacuteveis

A anaacutelise da variaccedilatildeo mostrou que houve diferenccedila significativa na interaccedilatildeo entre

os fatores de adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes liacutequidos com exceccedilatildeo da variaacutevel altura

de planta para a qual somente a adubaccedilatildeo de base mostrou-se significativa (Apecircndices

C D e E Tabelas 1C 1D e 1E)

411 Anaacutelise da parte aeacuterea

Na Tabela 1 destacaram-se as adubaccedilotildees EC+SM+U+CB EC+MB4 +U+CB e EC

que diferiram significativamente das demais adubaccedilotildees para as variaacuteveis fiacutetomassa

fresca da parte aeacuterea (FFPA) fiacutetomassa seca da parte aeacuterea (FSPA) altura de planta

(AP) e diacircmetro do colo (DC)

32

TABELA 1 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

30 t ha de vermicomposto 7015 c A45 t halsquo de vermicomposto 7824 b B60 t ha de esterco de curral 12248 a C

30 t ha de vermicomposto 667 c A45 t ha de vermicomposto 752 b A60 t ha de esterco de curral 1150a C

30 t ha de vermicomposto 2975 b A45 t harsquo de vermicomposto 2775 b A60 t ha de esterco de curral 3600 a B

30 t ha de vermicomposto 631 b A45 t ha de vermicomposto 6 2 2 b B60 t ha de esterco de curral 741 a C

-Fitomassa fresca (g)----------------6270 c B 6885 b A8832 b A 6308 c C

15082 a A 13934 a BmdashFitomassa seca (g)----------------

625 c A 655 b A830 b A 607 b B

1345 a A 1262 a B-Altura de planta (cm)----------------

2950 b A 3050 b A2937 b A 2950 b A 3975 a A 3622 a B

-Diacircmetro de colo (mm)---------------592 c B 599 b B 657 b A 609 b B 819a A________ 793a B

Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

O efeito positivo do esterco bovino pode ser atribuiacutedo agraves melhorias nas condiccedilotildees

fiacutesicas do solo por ele proporcionado Segundo Primavesi (1982) e Compagnoni amp

Putzolu (1985) o esterco bovino apresenta propriedades condicionadoras do solo dando

agraves plantas melhores condiccedilotildees de desenvolvimento elevando sobremaneira os

conteuacutedos de fitomassa fresca das plantas que refletiratildeo nas demais respostas

agronocircmicas

Analisando as adubaccedilotildees de base em relaccedilatildeo aos biofertilizantes observa-se que

para os tratamentos 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) - natildeo houve influecircncia dos

biofertilizantes para as variaacuteveis FSPA e AP enquanto destacou-se o SM+U+CB para o

DC e SM+U+CB e ausecircncia da adubaccedilatildeo liacutequida para a FFPA mostrando que o uso

dos biofertilizantes natildeo influenciou esta variaacutevel 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) -

verificou-se a eficiecircncia do uso do MB4 +U+CB para as variaacuteveis FFPA e DC Para a

variaacutevel FSPA destacaram-se os dois biofertilizantes utilizados jaacute para AP natildeo houve

33

influecircncia destes EC (60 t ha 1 de esterco de curral) - em todas as variaacuteveis observadas

na tabela 5 as respostas foram significativas utilizando MB4 +U+CB

As respostas encontradas no presente trabalho para as variaacuteveis AP e FSPA foram

superiores as obtidas por Dalponte (1990) quando utilizado 0 esterco de curral para

produccedilatildeo de mudas de cebola

Segundo Filgueira (2000) os solos da regiatildeo produtora de cebola do RS satildeo

pobres em foacutesforo disponiacutevel (15 mg Kg1) necessitando portanto de adubaccedilotildees

fosfatadas elevadas As respostas aqui obtidas podem ser justificadas pelos teores de

foacutesforo contido no MB4

Follet et al (1981) citam a importacircncia do uso de compostos orgacircnicos no solo

enfatizando os estercos no sentido da decomposiccedilatildeo continuada no fornecimento de

nutrientes e na liberaccedilatildeo lenta e gradual de aacutecidos orgacircnicos influenciando a liberaccedilatildeo

do foacutesforo O que provavelmente pode ser atribuiacutedo agraves respostas encontradas no

presente trabalho para 0 tratamento Esterco de curral mais MB4 e Urina mais Calda

Bordalesa

E importante destacar que 0 sistema de produccedilatildeo de mudas de cebola sob uma

perspectiva agroecoloacutegica mostra-se eficiente quando visualmente natildeo percebe-se

diferenccedila significativa entre os tratamentos (Apecircndice F Figura 2)

Conveacutem ressaltar que quando trabalhamos com agroecologia natildeo existem

receitas nem pacotes tecnoloacutegicos prontos Cada situaccedilatildeo deveraacute ser estudada em

particular para que se faccedila recomendaccedilotildees adequadas ao ambiente local uma vez que

as plantas se adaptam ao meio estando a nutriccedilatildeo encarregada de proteger e manter o

equiliacutebrio do organismo vegetal em funccedilatildeo das alteraccedilotildees externas

E fundamental que se compreenda os princiacutepios norteadores de todo o processo

que satildeo as bases da luta por uma sociedade mais justa dentro de um mundo econocircmico e

ambientalmente mais sustentaacutevel

412 Anaacutelise do sistema radicular

Os resultados obtidos nas anaacutelises do sistema radicular (Tabela 2) mostram

diferenccedilas significativas entre as adubaccedilotildees para as variaacuteveis fitomassa fresca de raiz

(FFR) fitomassa seca de raiz (FSR) comprimento de raiz (CR) razatildeo parte

aeacutereasistema radicular (RPASR) e densidade de raiz (DR)

34

TABELA 2 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade de

raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAO DE BASE

S Magro + MB4 +Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

1540 c A 1576 b B 2427 a A

Fitomassa fresca (g)----------------1502 c B 1517 b AB 1658 b A 1446 c C 2336 a B 2360 a B

--------------------Fitomassa seca (g)-------------------196 b A 207 ab A 170 b A170 b A 199 b A 192 b A 344 a A 249 a B 327 a A

Comprimento de raiz(cm)---------------1237 b A 1158 b A 1158 a A1237 b A 1060 c B 1040 b B1433 a A 1296 a B 1040 b C

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t halsquo 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha de vermicomposto 45 t ha de vermicomposto60 t ha~ de esterco de curral__________________________ _________________________Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

-----Razatildeo Parte AeacutereaSistema Radicular------340 b AB 301c B 384 a A446 a A 415 b A 326 a B339 b B 546 a A 388 a B

-------------- Densidade de raiz (m cm3)------------367 a AB 414 a A 325 b B282 b B 301b B 405 a A347 ab A 231c B 324 b A

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base destacou-se o EC (60 t ha 1 de esterco de curral)

para as variaacuteveis FFR e FSR Quando adicionado o SM+U+CB os resultados para FFR

foram ainda melhores bem como o CR As respostas obtidas para a RPASR foram

variadas em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees apresentando melhores resultados para 15 VB (45 t

ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB e ainda melhor para EC (60 t ha 1 de esterco de

curral)+MB4 +U+CB As adubaccedilotildees de base 1 VB 15 VB e EC natildeo diferiram entre si

As adubaccedilotildees mais eficientes para a variaacutevel DR foram 1 VB+SM+U+CV que natildeo

diferiu da EC+SM+U+CB I VB+ MB4 +U+CB e agrave 15 VB foram melhores entre as

demais

35

Analisando os biofertilizantes em relaccedilatildeo a cada adubaccedilatildeo de base verifica-se que

para a 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB destaca-se a variaacutevel FFR

poreacutem sem diferenccedila significativa de 1 VB os melhpres resultados para a variaacutevel DR

foram encontrados pelo tratamento 1 VB+MB4 +U+CB e 15 VB (45 t ha 1 de

vermicomposto) tambeacutem se considera eficiente o 1 VB+SM+U+CB que natildeo diferiu do

EC (esterco de curral) Quando se utilizou 15 VB+ MB4 +U+CB houve resposta

significativa para a variaacutevel FFR para FSR as respostas natildeo foram diferentes com a

aplicaccedilatildeo dos biofertilizantes para as variaacuteveis FSR e DR as adubaccedilotildees EC e

EC+SM+U+CB natildeo diferiram entre si

Embora as respostas estatiacutesticas tenham sido diferentes para as adubaccedilotildees

combinadas ou natildeo pode-se salientar a importacircncia do aacutecido indol-aceacutetico como jaacute

citado anteriormente para as variaacuteveis avaliadas na parte aeacuterea das mudas de cebola

Respostas semelhantes nesse sentido foram encontradas para a cultura da alface por

Quijano (1999) e Morselli (2001)

Pereira et al (2002) concluiacuteram em trabalho realizado com a cultivar de cebola

CNPF1 6400 em Minas Gerais que a utilizaccedilatildeo de 20 t ha de esterco de curral

proporcionou os melhores resultados para a produccedilatildeo de cebola

Silva Juacutenior amp Giorgi (1992) e Menezes Juacutenior (1998) citam que doses elevadas

de mateacuteria orgacircnica podem prejudicar a primeira fase da germinaccedilatildeo (embebiccedilatildeo) e

absorccedilatildeo de aacutegua pelas raiacutezes das placircntulas No entanto no presente trabalho este fato

natildeo ocorreu embora a dose de esterco utilizada tenha sido de 60 t ha 1 (dose maacutexima

recomendada segundo Nolla 1982)

413 Anaacutelise de macronutrientes no tecido vegetal

Os resultados dos conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio no

tecido vegetal sob diferentes adubaccedilotildees encontrados na Tabela 3 indicam mais uma

vez a superioridade da adubaccedilatildeo esterco com 0 uso ou natildeo de biofertilizantes

36

TABELA 3 Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob

uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS i J B

ADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesamg plantas1

---- Nitrogecircnio-----30 t ha de vermicomposto 16593 c AB 15451 c B 19050 b A45 t ha de vermicomposto 21444 b A 22888 b A 17852 b B60 t ha de esterco de curral 32606 a C 37593 a B 40816 a A

--------------- ------ Foacutesforo------- -------------30 t ha de vermicomposto 3098 c B 2802 c B 3999 b A45 t ha de vermicomposto 4109 b A 4135 b A 2788 c B60 t ha de esterco de curral 5300 a B 7577 a A 7565 a A

------- Potaacutessio------30 t ha de vermicomposto 24327 c A 19900 c B 24965 b A45 t ha de vermicomposto 29113b A 29812 b A 22031 b B60 t ha de esterco de curral 44070 a B 51976 a A 54101 a A

-------- Caacutelcio-------30 t ha de vermicomposto 5027 c A 4356 c A 4834 b A45 t ha de vermicomposto 6114b A 6963 b A 4379 b B60 t ha de esterco de curral 9030 a C 11451 a A 10331 a B

------Magneacutesio-----30 t ha de vermicomposto 1188 b A 914 c A 1202 b A45 t ha de vermicomposto 1231 b B 1582 b A 1176 b B60 t ha de esterco de curral 2136a B 2443 a A 2663 a AMeacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base observa-se que o melhor tratamento foi o

esterco de curral para todas as variaacuteveis Para 1 VB (30 t ha^ 1 de vermicomposto) natildeo

houve resposta diferenciada com o uso de bofertilizantes para todas as variaacuteveis A

adubaccedilatildeo 15 VB (45 t ha 1 de vemicomposto) foi influenciada pelos biofertilizantes

para as variaacuteveis N P K e Ca enquanto que para Mg somente o MB4+U+CB o

influenciou O EC (esterco de curral) mostrou diferenccedila significativa apenas para as

variaacuteveis Ca e Mg quando adicionado MB4+U+CB

Segundo Peixoto (2000) eacute fundamental a adiccedilatildeo de adubos orgacircnico no cultivo de

hortaliccedilas seja na forma de esterco decomposto composto ou huacutemus de minhoca de

37

modo a fornecer melhorias nas propriedades do solo vindo a disponibilizar os nutrientes

as diferentes culturas

O esterco fresco conteacutem muita cama celuloacutesica e um elevado teor de aacutegua No

esterco curtido a celulose jaacute estaacute decomposta o teor de aacutegua estaacute reduzido agrave metade e os

nutrientes em uma forma mais assimilaacutevel e mais concentrada O esterco fresco pode

causar uma deficiecircncia temporaacuteria de nitrogecircnio no solo ao se decompor o que natildeo

acontece com o biestabilizado (Kiehl 1985)Ocorre uma diminuiccedilatildeo inicial no volume

de aacutegua retido no esterco de curral diminui inicialmente em tomo de 3581 liberando

posteriormente somente 496 evidenciando a sua capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua

(Menezes Juacutenior 1998)

A utilizaccedilatildeo continuada de adubos nitrogenados minerais no solo altera o balanccedilo

do nitrogecircnio entre o solo e planta No meacutetodo biodinacircmico eacute sublinhada a importacircncia

dos adubos animais para o estabelecimento da fertilidade permanente dos solos (Koeff

et al 1983)

Para Guimaratildees (1997) os benefiacutecios que a mateacuteria orgacircnica imprime ao solo

principalmente melhorando a produtividade fertilidade e a influencia que as substancias

huacutemicas exercem sobre o ambiente dependem da qualidade e do teor de mateacuteria

orgacircnica do solo Estas substacircncias por conterem nutrientes em sua constituiccedilatildeo em uma

forma mais disponiacutevel para as plantas promovem um equiliacutebrio no ambiente no solo

(Kononova 1966)

Aproximadamente de 60 a 70 do total de carbono do solo ocorre na forma de

materiais huacutemicos (Griffith amp Schnitzer 1975) sendo a eles atribuiacutedo a manutenccedilatildeo da

bioestrutura do solo aumentando a capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua (Brady 1999)

Conforme Compagnoni amp Putzolu (1985) os estercos bem como os demais

resiacuteduos orgacircnicos apresentam conteuacutedos diferentes de aacutecidos huacutemicos e fuumllvicos sendo

atribuiacutedo ao acido huacutemico uma accedilatildeo fitoestimulante semelhante aos fitohormocircnios por

favorecer o desenvolvimento do sistema radicular e crescimento do caule

Em trabalho realizado por Guimaratildees (1997) foi encontrado para aacutecidos huacutemicos

de esterco bovino uma relaccedilatildeo CN 1035 e para vermicomposto bovino 17

evidenciando que o esterco quando aplicado ao solo por apresentar uma relaccedilatildeo CN

proacutexima deste reage mais facilmente liberando nutrientes para as plantas sem alterar a

cadeia troacutefiacuteca Dados encontrados no presente trabalho demonstram a eficiecircncia do

esterco nesse sentido

38

De acordo com Morselli (2001) vaacuterios trabalhos citam comentam e discutem a

capacidade dos vermicompostos em proporcionar oacutetimas colheitas e favorecer a

precocidade das plantas cultivadas Poreacutem muitas vezes se observa que mesmo

suprindo essas plantas com nutrientes necessaacuterios atraveacutes de huacutemus de diferentes fontes

as respostas natildeo satildeo as mesmas para uma mesma cultivar

Por outro lado os resultados com o uso de substacircncias huacutemicas satildeo variaacuteveis e

dependem aleacutem da espeacutecie testada das substacircncias huacutemicas utilizadas sua

concentraccedilatildeo o grau de purificaccedilatildeo e das condiccedilotildees experimentais A resposta das

plantas aos aacutecidos huacutemicos e fuacutelvicos eacute dependente da mateacuteria prima original e da

espeacutecie vegetal pois materiais orgacircnicos diferentes apresentam aacutecidos huacutemicos e

fuacutelvicos diferentes (Businelli 1990)

Justificam-se os maiores conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio e caacutelcio nas

adubaccedilotildees 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e biofertilizantes devido

provavelmente ao vermicomposto utilizado apresentar na sua constituiccedilatildeo teores

consideraacuteveis destes elementos aleacutem do que os biofertilizantes possam ter influenciado

na absorccedilatildeo atraveacutes de sua constituiccedilatildeo Tibau (1984) considera que a urina de vaca eacute

rica em aacutecido indol-aceacutetico e este influencia na absorccedilatildeo radicular O efeito positivo

deste tratamento provavelmente seja devido agrave quantidade aplicada

O biofertilizante que se destacou foi o MB4+U+CB em relaccedilatildeo ao EC (esterco de

curral) e eacute somente para a variaacutevel caacutelcio Isto provavelmente seja devido ao alto teor

deste elemento encontrado na sua constituiccedilatildeo (6872 g Kg1) e pela influecircncia positiva

que a calda bordalesa exerce no metabolismo das plantas atraveacutes dos nutrientes

contidos em sua formulaccedilatildeo O Ca controla a absorccedilatildeo radicular e retorna ao solo pelo

esterco e palhas por apresentar-se em maior quantidade em folhas e caules Depois de

localizado nas folhas fica imoacutevel favorecendo a resistecircncia da planta ao ataque de

fungos

Este trabalho avanccedila no estudo da agroecologia estando claro que todos os

criteacuterios tem caraacuteter dinacircmico de adequaccedilatildeo as mudanccedilas de um sistema de produccedilatildeo

em evoluccedilatildeo contribuindo na transiccedilatildeo para um padratildeo sustentaacutevel Cabe a pesquisa a

reorientaccedilatildeo para um enfoque ldquosistecircmicordquo isto eacute que permita integrar os diversos

componentes de um agroecossistema e a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas que promovam 0

fortalecimento e a expansatildeo da agricultura familiar

39

5 CONCLUSOtildeES

Considerando os resultados obtidos e as condiccedilotildees em que o estudo foi realizado

conclui-se que

bull As respostas agronocircmicas das mudas de cebola para os paracircmetros avaliados

satildeo mais satisfatoacuterias com a aplicaccedilatildeo de esterco de curral como adubaccedilatildeo de

base

bull Os biofertilizantes mais urina de vaca e calda bordalesa proporcionam

respostas satisfatoacuterias quando aplicados associados agraves adubaccedilotildees de base

bull O biofertilizante MB4 mais urina de vaca e calda bordalesa eacute mais eficiente

que o super magro mais urina e calda bordalesa quando aplicado associado agrave

adubaccedilatildeo de base esterco de curral para os conteuacutedos de fitomassa secae

fresca da parte aeacuterea das plantas altura e diacircmetro de colo das mudas de

cebola

bull Os biofertilizantes adicionados agrave adubaccedilatildeo de base 45 t harsquo 1 de vermicomposto

bovino mostram respostas significativas para os conteuacutedos de fitomassa seca

bull Os maiores conteuacutedos nutricionais para as mudas de cebola satildeo

proporcionados pela adubaccedilatildeo de base esterco de curral

bull A maior absorccedilatildeo de caacutelcio pelas mudas de cebola ocorre quando da adiccedilatildeo do

biofertilizante MB4 mais urina e calda bordalesa agrave adubaccedilatildeo de base esterco de

curral

40

6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ALDRIGHI CB ABREU CM PAGLIA AG MORSELLI TBGA FERNANDES HS Efeito da aplicaccedilatildeo de biofertilizante e urina de vaca em mudas de tomateiro Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

ALTIERI M NICHOLLS C I Agroecologia Teoria praacutectica para umaAgricultura Sustentable Ia ed PNUMA 2000 Cap 2 4 Seacuterie textos baacutesicos para la formacioacuten ambiental

ALTIERI M Agroecologia bases cientiacuteficas para uma agricultura sustentaacutevelGuaiacuteba Agropecuaacuteria 2002 592 p

ANTONIOLLI Z I GIRACCA E M N CARDOSO S J T WIETHAN M M S FERRI M Iniciaccedilatildeo agrave Minhocultura Criaccedilatildeo em Cativeiro e Vermicompostagem Santa Maria UFSM 1996 p59-89

BAYER C MIELNICZUC J Dinacircmica e funccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica In SANTOS G de A S e CAMARGO F A de O (ed) Fundamentos da mateacuteria orgacircnica do solo ecossistemas tropicais e subtropicais Porto Alegre Genesis 1999 p 3-23

BARRETTO D X Composto Orgacircnico In Praacutetica em Agricultura Orgacircnica Satildeo Paulo iacutecone Ed Ltda 1985 p 51-63

BETTIOL W Alguns produtos alternativos para o controle de doenccedilas de plantasem agricultura orgacircnica II Ciclo de palestras sobre agricultura orgacircnica Instituto Bioloacutegico Satildeo Paulo p52-63 1997

41

BETTIOL W TRACH R GALVAtildeO JAH Controle de doenccedilas de plantas com biofertilizantes Jaguariuacutena EMBRAPA-CNPMA 1997 22p (EMBRAPA- CNPMA Circular Teacutecnica 02)

BRADY N C Natureza e propriedades dos sotos Rio de Janeiro Freitas BastosS A 1979 647p

BRADY N C Organisms and ecology of the soil In The nature of properties of soils Simon amp Schuster A Viacon Company New Jersey1999 402-489p

BON1LLA J A Fundamentos da Agricultura Ecoloacutegica Sobrevivecircncia eQualidade de Vida Satildeo Paulo Nobel 1992

BUREacuteS S Substratos Ediciones Agroteacutecnicas S L Madrid Octubre 1997

BUS1NELLI M Chemical Composition and Enzymic Activity of some Worm Cast Plant Soil v 80 p 1-2 1990

CALEGARI A Espeacutecies para cobertura de solo In IAPAR (Instituto Agronocircmico de Paranaacute) Plantio Direto pequena propriedade sustentaacutevel organizador Moacir Darolt Londrina - PR 1998 65-93

CAMARGO P N D Manual de Adubaccedilatildeo Foliar Satildeo Paulo Herba 1975

CAPRA F A Teia da Vida Satildeo Paulo Cultrix 1997 256p

CAPRA F O Ponto de Mutaccedilatildeo 22 ed Satildeo Paulo Cultrix 2001 447p

CHABOUSSOU F Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da Trofobiose) Porto Alegre LPM 1987 253 p

CLARO S A Referencias tecnoloacutegicos para a agricultura familiar ecoloacutegica aexperiecircncia da Regiatildeo Centro-Serra do Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS-ASCAR 2001 250p

CLIVELA G Diagnoacutestico Agronocircmico da cebola no Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS 1995 8 6 p

COMISSAtildeO DE FERTILIDADE DO SOLO - RSSC Recomendaccedilotildees de adubaccedilatildeo e calagem para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina 3 ed Passo Fundo SBCS - Nuacutecleo Regional Sul 1995 223p

COMPAGNONI L PUTZOLU G Cria moderna de Ias lombrices y utilizacioacutenrentable dei humus Barcelona Editorial de Vecchi- SA 1985127p

COSTABEBER J A MOYANO E Transiccedilatildeo agroecoloacutegica e accedilatildeo social coletiva Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v l n4 p 50- 60 outdez 2 0 0 0

42

COSTA M B B da Adubaccedilatildeo orgacircnica Nova siacutentese e novo caminho para aagricultura Satildeo Paulo Ed iacutecone Ltda 1985 102p

COSTA NETO C Agricultura Sustentaacutevel Tecnologias e Sociedade In CARVALHO COSTA LF et al (org) Mundo Rural e Tempo Presente Rio de Janeiro Mauad 1999

DrsquoAG0ST1NI R L FANTINI A C Produccedilatildeo orgacircnica tambeacutem socialmente excludente Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v3 n l p57-61 2002

DALPONTE J C V Utilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos e fertilizante mineral na produccedilatildeo e qualidade de mudas e bulbos de cebola (Alliurn Cepa L) Pelotas-RS 1990 (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1990

DEBARBA J F THOMAZELLI L F GANDIN C L SILVA E Cadeias produtivas do Estado de Santa Catarina Cebola Florianoacutepolis Epagri 1998 115 p (EPAGRI Boletim Teacutecnico 96)

DUFOUR F Os saacutebios loucos do agro-alimentar Le Monde Diplomatique ano 1 n4 p6-7 1999 (ed portuguesa)

EHLERS E Agricultura Sustetaacutevel Origem e perspectivas de um novo paradigma 2 ed Guaiacuteba Agropecuaacuteria 1999 157 p

FILGUEIRA F A R Novo Manual de olericultura agrotecnologia moderna na produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 2000 402 p

FRASER G K Mateacuteria Orgacircnica Del Suelo In BEAR F E (ed) Quiacutemica dei Suelo Madrid Ed Agrociencia 1963

FOLLET R H MURPHY L S DONAHUE R L Fertilizers and soil amendments New Jersey Printice-Hall Inc 1981 557p

GARCIA A Revista dei Espacio Rural Georgica Zaragoza Escuela Politeacutecnica de Huesca n5 1997

GARCIA A Versatildeo preliminar de um Programa Estadual de Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Bulbos e Sementes de CebolaEMBRAPAIPAGROMARAEMATER 6 8 pbdquo 1990 (Publicaccedilatildeo avulsa)

GIORGETT1 J R Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Mudas de Tomate In Encontro Nacional de Produccedilatildeo e Abastecimento de Tomate 2 1991 Jaboticabal Satildeo Paulo Anais Jaboticabal UNESP 1991 p 242-244

GLIESSMAN S R Agroecologia Processos ecoloacutegicos em agricultura sustentaacutevelPorto Alegre Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS 2000 653p

43

GLIESSMAN S R TURRIALBA C R Agroecologia Procesos Ecoloacutegicos en Agricultura Sostenible CATIE 2002 p 3-14

GNOATTO S C Caracterizaccedilatildeo quiacutemica de vermicompostos de diferentes substratos orgacircnicos Pelotas-RS 1999 38 f (Mestrado em Agronomia - Solos) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

GOMES J C C BORBA M F S A moderna crise dos alimentos oportunidade para a agricultura familiar Emater Porto Alegre julset 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwematertchebrdocsagroecorevistan313-artigo3htmgtAcesso em 24 fev 2002

GOMEZ H W Desenvolvimento sustentaacutevel agriacutecola e capitalismo In Desenvolvimento sustentaacutevel Necessidade eou disponibilidade Santa Cruz do Sul Nobel - UNISC 1997 p 65-77

GONZAacuteLEZ DE MOLINA M SEVILLA GUZMAacuteN E Ecologia campesinado e historia Para una reinterpretacioacuten dei desarrollo dei capitalismo en la agricultura In SEVILLA GUZMAacuteN E GONZAacuteLEZ DE MOLINA M (ed) Ecologia campesinado e historia Madrid La Piqueta 1993 p 23-129

GRIFFITH S A SCHNITZER M Analytical characteristic of humic and fulvic acids extracted from tropical volcanic soils Soil Sei Soc Am Proc v 39 p361-367 1975

GUIMARAtildeES E Caracterizaccedilatildeo quiacutemica estreptoscoacutepica e por anaacutelise teacutermica de aacutecidos huacutemicos e vermicompostos obtidos de estercos de diferentes animaisCuritiba 1997 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Quiacutemica) Universidade Federal do Paranaacute 1997

HESS A F Sociedade e meio ambiente uma relaccedilatildeo ambiacutegua Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v 4 n2 p 167-1741999

ICEPA-SC Informes conjunturais sobre a cultura da cebola Disponiacutevel em lthttpwwwicepa combrgt Acesso em 23 jan 2003

JONES H A MANN L K Onions and their allies New York Interscience Publishers 1962 286 p

JUacuteNIOR H A de MAIORANO J A Receitas obtidas de extratos de plantasCampinas CATITerra Viva [199-] 10 f

KHATOUNIAN C A Ciclo de Palestras sobre Agricultura Orgacircnica 2a Ed SatildeoPaulo Fund Cargill 1997 149 p

KIEHL E J Fertilizantes Orgacircnicos Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1985 492p

44

KOEFF H H PETTERSSON B D SHAUMANN W Vida Vegetal solos e adubaccedilatildeo In Agricultura Biodinacircmica Satildeo Paulo Nobel 1983 p92-149

KONONOVA M M Soil organic matter The importance o f organic matter in soil formation and soil fertility New York Pergamqn Press 1961 p 165-200

KUHN T A Estrutura das Revoluccedilotildees Cientiacuteficas Satildeo Paulo Perspectiva 1989 257p

LANNA FCA ABREU C L ABREU J G SILVA V Resposta de cultivares de melancia cultivadas sob adubaccedilatildeo quiacutemica e orgacircnica Horticultura v 12 n l p85 1994

LEFF H Saber Ambiental Petroacutepolis Vozes 2001 343 p

MAGALHAtildeES J R Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo da cebola In FERREIRA M E CASSTELLANE P D CRUZ M C P Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo de hortaliccedilasPiracicaba POTAFOS 1993 p 381-393

MALAVOLTA E Elementos de nutriccedilatildeo mineral de plantas Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1980 251 p

MALAVOLTA E Manual de Quiacutemica Agriacutecola - Adubos e Adubaccedilatildeo 3a ed SatildeoPaulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1981 606 p

MARTINEZ A A A grande e Poderosa Minhoca Jaboticabal Funep - Unesp1990 101 p

MARTINS S R Desenvolvimento e Sustentabilidade Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v20 n2 julho 2002 Palestra apresentada no 42deg Congresso Brasileiro de Olericultura

MARTINS S R Limites Del Desarrollo Sostenible em Ameacuterica Latina En el marco de Ias poliacuteticas de (re)ajuste econocircmico Pelotas Editora UFPel 1997 135 P-

MARTINS S R Sustentabilidade na agricultura dimensotildees econocircmicas sociais e ambientais Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v4 n 2 p 175-1871999

MATURANA H REZEPKA S N D E Formaccedilatildeo Humana e Capacitaccedilatildeo Rio de Janneiro Vozes 2000 8 6 p

MELLO A F SOBRINHO M O ARZOLLA S SILVEIRA R NETTO A C KIEHL J C Fertilidade do Solo Satildeo Paulo Nobel 1983

MENEZES JUacuteNIOR F O G D Caracterizaccedilatildeo de Diferentes substratos hortiacutecolas e seu efeito na produccedilatildeo de mudas de alface e couve-flor em ambiente protegido Pelotas 1998 141 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1998

45

MIBASA Mineraccedilatildeo Barreto SA Melhorador de Solos MB4 A Natureza Agradece Arapiraca-AL [199-] Folder

MINAMI K Os resumos da olericultura 2000 In AZEVEDO FILHO MARTINEZ FILHO (ed) Preccedilos agriacutecolas Piracicaba ESALQ 1999 p 4

MINAMI K Produccedilatildeo de Mudas de Alta Qualidade em Horticultura Satildeo Paulo TA Queiroz 1995

MORSELLI T B G A Cultivo sucessivo de alface sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegidoPelotas 2001 178 p Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2001

MORSELLI T B G A Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Poliacutegrafo da Disciplina de Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia-Produccedilatildeo Vegetal UFPel 2002

MULLER AM Efeitos da Aplicaccedilatildeo Foliar de um Biofertilizante Enriquecido no Estado fitossanitaacuterio de Tomate Ervilha e Beterraba Sob Manejo OrgacircnicoDissertaccedilatildeo (Mestrado no Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agroecossistemas)1999 (Resumo)

NOLLA D Erosatildeo do Solo - O grande desafio Estado do Rio Grande do Sul SEAGRI desenvolvimento de recursos naturais renovaacuteveis 1982 412 p

PAGLIA AG MORSELLI TBGA PEIL RMN Teores de nutrientes pH e condutividade eleacutetrica da aacutegua em sistema ldquofloat^ngrdquo sob adiccedilatildeo de biofertilizantes Horticultura Brasileira v 20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PAULUS G MULLER A BARCELLOS LAR Agroecologia aplicada praticas e meacutetodos para uma agricultura de base ecoloacutegica 2ed ver ampl Porto Alegre EMATERRS 2001 8 6 p

PEIXOTO R T dos G Composto orgacircnico aplicaccedilotildees benefiacutecios e restriccedilotildees de uso Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 18 p 56-64 julho 2000

PENTEADO SR Defensivos Alternativos e Naturais Satildeo Paulo 1999 95 p

PEREIRA AJ SOUZA RJ PEREIRA WR Efeito de diferentes doses de esterco de galinha e de curral sobre a produccedilatildeo de cebola Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PINHEIRO S BARRETO SB MB-4 agricultura sustentaacutevel trofobiose e biofertilizantes Fundaccedilatildeo Juquira CandiruMibasa 2000 273 p

PRIMAVESI A Agricultura Sustentaacutevel Satildeo Paulo Nobel 1992 142 p

PRIMAVESI A O manejo ecoloacutegico do solo Agricultura em regiotildees tropicais SatildeoPaulo Nobel 1982 541 p

46

PURCINO A A C ldquoNitrogecircniordquo Informe Agropecuaacuterio Belo Horizonte v7 n81 p 16-27 1981

QUIJANO F G Efeito da adubaccedilatildeo orgacircnica no desenvolvimento de duas cultivares de alface em ambiente protegido Pelotas 1999 116f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

RODRIGUES A N N Efeitos e residuais de superfosfato triplo sobre o rendimento de mateacuteria seca e absorccedilatildeo de foacutesforo pela aveia (Avena strigosa Schob) em solo Podzoacutelico Vermelho Escuro Porto Alegre 1984 59f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia UFRGS 1984

RODRIGUES E T CASALI V W D Respostas da alface agrave adubaccedilatildeo orgacircnica II Teores conteuacutedos e utilizaccedilatildeo de macronutrientes em cultivares Rev Ceres Viccedilosa v 45 n 261 p 437-449 1998

SAMINEcircS T C O Produccedilatildeo orgacircnica de alimentos Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 17 n3 novembro 1999

SCHIEDECK G Ambiecircncia e resposta agronocircmica de meloeiro (Cucumis melo L) cultivado sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegido Pelotas lOOp Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2002

SILVA JUacuteNIOR A A GIORGI E Substratos alternativos para a produccedilatildeo de mudas de tomate Agropecuaacuteria Catarinense Florianoacutepolis EPAGRI 1992 23 p

SILVA JUacuteNIOR A A MACEDO S G STUKER H Utilizaccedilatildeo de esterco de peru na produccedilatildeo de mudas de tomateiro Florianoacutepolis EPAGRI 1995 28 p (Boletim Teacutecnico 73)

TAGLIARI PS GRASSMANN H Minhoca a grande aliada da agricultura Agropecuaacuteria Catarinense v8 n l p 11-14 mar 1995

TEDESCO M J GIANELLO C Anaacutelises de solo plantas e outros materiais Porto Alegre Faculdade de Agronomia Departamento de Solos Universidade Federal do Rio Grande do Sul RS 1996

TENNANT D A Test of modified line intersect method of estimating root lenght Journal Ecology Oxford v 63 p 995-1001 1975

TIBAU A O Mateacuteria Orgacircnica do Solo Mateacuteria Orgacircnica e Fertilidade do SoloSatildeo Paulo Nobel 1984 p49-182

TIMM P J Anaacutelise comparativa dos sistemas de plantio convencional e cultivo miacutenimo de cebola sob adubaccedilatildeo orgacircnica e mineral Pelotas 2000 79 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2000

47

VALENZUELA HR CROSBY C Effect of compost applications on the yield of several vegetables in long-term organic farming experiments conduced in the tropics American Society Horticultural Science v33 n3 june 1998

VIGLIZZO E (ed) Subprograma Recursos Naturais y Sostenibilidad Agriacutecola documento marco Montevideo IICAPROCISUR 1995 p 75 - 78

WE1D J M TARDIN J M Proposta para a Ampliaccedilatildeo do Trabalho da ASPTA no Centro Sul do Paranaacute ASPTA Disponiacutevel em http wwwpronafgovbrEncontrotestosAS20PTA20Sul20ParanE1205 202002doc Acesso em 05 mai 2002

XAVIER SIMOacuteN F DOMINGUES D G Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel uma perspectiva agroecoloacutegica Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre EM ATERRS v2 n2 p 17-26 2001

ZABALETA J P Diagnoacutestico da Agricultura Familiar em Satildeo Joseacute do Norte - RSPelotas EMBRAPA-CPACT 1998 75 p (EMBRAPA-CPACT Documentos 44)

ZONTA E P MACHADO A A SILVEIRA P Sanest Sistema de anaacutelise estatiacutestica para microcomputadores Registrado na Secretaria Especial de Informaacutetica sob nuacutemero 066060 - categoria A Pelotas-RS Universidade Federal de Pelotas 1984

48

7 APEcircNDICE

APEcircNDICE A - Anaacutelise da adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes utilizados na produccedilatildeo de mudas de cebola

TABELA 1 A Anaacutelise baacutesica do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo miuacutedo + papua

Arg

pH IND

SMP

MO

P - n r - Na Al Ca__10Omlmdash

Mg

ppm -

6 53 67 089 8 6 27 1 04 05 0 2

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 2A Anaacutelise complementar do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo-miuacutedo + papua

Cobre Zinco Manganecircs Ferro

(m v1)

04 05 26 007

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

49

TABELA 3A Anaacutelise dos fertilizantes soacutelidos

Amostra pH limidade CN

C N P K Ca Mg

- g-ivg --

Cama de 849 2491 12 31042 2479 3888 3405 29875 463

aves

Esterco 74 3594 11 677 590 157 134 335 214

de curral

Huacutemus 684 5738 14 15965 1098 453 745 743 361

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 4A Anaacutelise quiacutemica dos biofertilizantes liacutequidos

Amostra N P K_ccedil H

Ca Mg Cu Zn Fe Mn

mdashgL bull

S Magro

m b 4

Urina

053

1652

8 2 2

008

395

0 0 0

149

1674

471

1902

6872

0 0 0

1150

4507

1172

7273

42

033

101389

920

0 0 0

6250

19458

781

35273

1123

0 2 1

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

50

APEcircNDICE B - Condiccedilotildees climaacuteticas do local

TABELA 1B Condiccedilotildees de temperatura do local

___________ __________TEMPERATURA (degCgt

meses Meacutedia

Maacutexima

Meacutedia

MiacutenimaMeacutedia

Maacutexima

Absoluta

Miacutenima

Absoluta

Junho 225 87 156 320 25

Julho 225 85 155 285 30

Agosto 251 71 161 360 1 0

Fonte FEPAGROSCT 2002

TABELA 2B Condiccedilotildees de chuva do local

mdash CHUVA (mm)mdash

meses Ocorrida Normal Desvio Da Normal

Junho 1080 1 1 0 -2 0

Julho 1062 98 8 2

Agosto 1283 1 2 0 83

Fonte FEPAGROSCT 2002

51

TABELA 1C Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

APEcircNDICE C - Anaacutelise estatiacutestica da parte aeacuterea

Causas G1 FFPA FSPA AP DC

da variaccedilatildeo --------- Quadrados meacutedios-

Blocos 3

Ad Base 2 175359071 1287102 2547419 1 11775

Biofertilizantes 2 126876 29011 87669ns 02185ns

Ad x Biofert 4 572378 31123 69106ns 04159

Resiacuteduo 24 34456 03048 27169 00290

Total 35

Meacutedia geral 93745 8772 320388 6741

CV 1980 6294 5145 2530

Significativo a 5ns Natildeo significativo

52

TABELA 1D Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade

de raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

APEcircNDICE D - Anaacutelise estatiacutestica da raiz

Causas G1 FFR FSR CR RPASR DR

da variaccedilatildeo Quadrados meacutedios---------------

Blocos 3

Ad Base 2 27874 551 623 2 1 0 140

Biofertilizantes 2 178 0 1 0 ni 1504 l03ns 038ns

Ad x Biofert 4 190 058 318 294 183

Resiacuteduo 24 005 009 028 023 0 2 1

Total 35

Meacutedia geral 1818 228 184 387 333

C V 134 1356 448 1253 1396

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

53

APEcircNDICE E - Anaacutelise estatiacutestica dos macronutrientes da parte aeacuterea da cebola

TABELA 1E Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mud^s de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

Causas G1 bull N P K Ca Mg

da variaccedilatildeo

Blocos 3

Ad Base 2 13550306 446627 25509686 1031806 59007

Biofertilizantes 2 180610ns 16564 68153ns 39006 876ns

Ad x Biofert 4 454187 45743 1047539 46950 2464

Resiacuteduo 24 29769 1453 64313 3741 439

Total 35

Meacutedia geral 24921 4597 33366 6943 1615

C V 692 829 760 880 1297

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

APEcircNDICE F - Fotos do experimento

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob uma perspectiva agroecoloacutegica

APEcircNDICE F a Fotos do experimento

FIGURA 1 Adubaccedilatildeo verde com feijatildeo-miuacutedo e papuatilde utilizadas no manejo do solo

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob urna perspectiva agroecoloacutegica

Page 10: PRODUÇÃO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L.) SOB …orgprints.org/24883/1/Paglia_Produção.pdf · vaca mais calda bordalesa; MB4+U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

SUMMARY

PAGLIA AgraveGUIDA GORETI (MS) Universidade Federal de Pelotas February 2003 Onion (Allium cepa L) Transplant Production under an Agroecological Perspective Tacircnia Beatriz Gamboa Arauacutejo Morselli Comitte Seacutergio Roberto Martins Roberta Marins Nogueira Peil and Joatildeo Baptista da Silva

With the objective of studying the onion transplant production under an agroecological

perspective a field experiment was carried out in the Fundaccedilatildeo Estadual de Pesquisa

Agropecuaacuteria-FEPAGROSUL in the city o f Rio GiWideRS in the period between 15

May and 26 August 2002 The cultivar Petrolini (medium cycle) was submitted to the

following fertilizers soil fertilizer (1 VB - 30 t h a o f bovine vermicompost 15 VB -

45 t ha 1 of bovine vermicompost and EC - 60 t ha 1 of manure and liquid biofertilizer

(SM+U+CB - ldquoSuper Magrordquo with cow urine with bordeaux mixture MB4 +U+CB -

MB4 with cow urine with bordeaux mixture and control - absence) The experiment was

laid in a randomized block design in factorial scheme 3X3 The analyzed parameters

were fresh and dry matter of the aerial part and root system plant height colon

diameter root length ration aerial partroot system root density and the contents

nitrogen phosphorus potassium calcium and magnesium in the aerial part o f the plant

It was concluded that the agronomic responses o f the onion seedlings for the evaluated

parameters are more satisfactory with the application o f manure as soil fertilizer the

biofertilizers with cow urine and bordeaux mixture provide satisfactory responses when

applied along with the soil fertilizer the biofertilizer MB4 with cow urine and bordeaux

IX

mixture is more effieient than the ldquoSuper Magrordquo with urine and bordeaux mixture

when applied along with manure as soil fertilizer the dry matter contents of the onion

seedlings are significant when the biofertilizer is added to bovine vermicompost (45 t

h a 1) the largest nutritional contents for the onion seedlings are obtained with manure as

soil fertilizer the largest absorption of calcium by the onion seedlings happens when the

biofertilizer MB4 with urine and bordeaux mixture is added to the manure as soil

fertilizer

X

mixture is more efficient than the Super Magro with urine and bordeaux mixture

when applied along with manure as soil fertilizer the dry matter contents of the onion

seedlings are significant when the biofertilizer is added to bovine vennicompost (45 t

hamiddot ) the largest nutritional contents for the onion seedlings are obtained with manure as

soil fertilizer the largest absorption of calcium by the onion seedlings happens when the

biofertilizer MB4 with urine and bordeaux mixture is added to the manure as soil

fertilizer

x

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

ldquoEu sustento que a ciecircncia soacute tem

finalidade se serrsquoir para aliviar a miseacuteria

da existecircncia humana

(Bertold Brecht)

No Rio Grande do Sul cultivar cebola eacute atividade de pequenos e meacutedios

produtores revestindo-se de suma importacircncia para a economia onde contribui para a

geraccedilatildeo de empregos e a fixaccedilatildeo do homem ao meio rural visto que haacute necessidade de

outros tipos de investimentos sociais e econocircmicos

Segundo o ICEPA-SC (2003) o Rio Grande do Sul responde por cerca de 14 da

produccedilatildeo nacional o que faz da cebola a segunda hortaliccedila em importacircncia econocircmica

no Estado sendo apenas superada pela cultura da batata poreacutem a aacuterea plantada no RS

tem apresentado recuo nos uacuteltimos anos caindo de 16648 hectares na safra 9899 para

14085 na safra atual (0203) acontecendo o mesmo com a produccedilatildeo que diminuiu de

181338 toneladas na safra 9596 para aproximadamente 159000 na safra atual

A baixa produtividade obtida pode ser atribuiacuteda a vaacuterios fatores baixa

disponibilidade de mateacuteria orgacircnica no solo poucc^ uso de materiais orgacircnicos eou

aplicaccedilatildeo inadequada destes considerando ainda que a maioria dos produtores

conservam caracteriacutesticas agriacutecolas do seacuteculo passado apresentando resistecircncia ao

associativismo e possuem carecircncia de infraestrutura (estradas eletricidade telefonia

drenagem e condiccedilotildees de armazenamento) Esses fatores aliados a baixa rentabilidade

2

da cultura tem sido apontados como responsaacuteveis pelo abandono da cebolicultura por

alguns produtores

A fase de produccedilatildeo das mudas eacute de extrema importacircncia para o cultivo da cebola e

requer manejo adequado dos recursos naturais para que a cultivar utilizada possa

expressar seu potencial geneacutetico sem comprometer o equiliacutebrio ambiental O principal

cuidado para o desenvolvimento de mudas de qualidade refere-se agrave utilizaccedilatildeo adequada

do solo

Desta forma o manejo do solo e das plantas orientado pela agroecologia pode se

constituir numa excelente alternativa para obtenccedilatildeo de mudas de qualidade sem

comprometer a sauacutede dos agricultores e contribuindo para a preservaccedilatildeo ambiental

Diversas praacuteticas vecircm sendo utilizadas com esta finalidade entre elas citam-se a

adubaccedilatildeo orgacircnica e os biofertilizantes enriquecidos No entanto estes fatores de

produccedilatildeo precisam ser melhor estudados no que tange a sua utilizaccedilatildeo adequada pelos

produtores de cebola objetivando um sistema de produccedilatildeo sustentaacutevel

A agroecologia como ciecircncia apresenta vaacuterias dimensotildees ecoloacutegica econocircmica

social cultural poliacutetica e eacutetica Neste sentido e considerando-se a procura crescente por

produtos orgacircnicos e a necessidade de sistemas de fertilizaccedilatildeo adequados ao cultivo da

cebola o presente trabalho teve como objetivo a produccedilatildeo de mudas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica contribuindo para o processo de transiccedilatildeo do sistema de

produccedilatildeo

3

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

ldquoAs novas eras natildeo comeccedilam de uma vez

Meu avocirc jaacute vivia no novo tempo

Meu neto viveraacute talvez ainda no velho

A nova carne eacute comida com os velhos garfos

(Bertold Brecht)

21 Desenvolvimento e sustentabilidade

Nenhuma espeacutecie viva com exceccedilatildeo do homem empreende esforccedilos de

desenvolvimento no sentido de crescimento material que sob as formas em que vem

sendo compreendido conduz sempre a algum tipo de agressatildeo contra o ambiente Os

esforccedilos presentes visando o progresso material assim como a maneira de satisfaccedilatildeo

das necessidades baacutesicas do homem no mundo de hoje revelam-se inconsistentes O

uso para esse fim de mateacuteria e energia em doses excessivas e crescentes tem exaurido

recursos ambientais acima de sua capacidade de regeneraccedilatildeo obviamente tendendo a

toma-los menos disponiacuteveis para as futuras geraccedilotildees

De acordo com Martins (2002) o Desenvolvimento Sustentaacutevel natildeo eacute um conceito

acabado trata-se de uma ideacuteia forccedila proacute-ativa e positiva mas que necessita ser

esclarecida quanto ao significado destes dois vocaacutebulos que lhe compotildee e o contexto em

que as pessoas com eles se relacionam Aleacutem disso isso afeta tanto como profissionais

cujas atividades vinculam-se diretamente ao trato com a natureza e portanto por ela satildeo

4

responsaacuteveis mas especialmente como cidadatildeos que constroem no seu cotidiano as

distintas dimensotildees do desenvolvimento sociais econocircmicas ambientais culturais

cientificas e tecnoloacutegicas juriacutedicas poliacuteticas e espirituais

Segundo Altieri amp Nicholls (2000) para o desenvolvimento de uma agricultura

sustentaacutevel as necessidades natildeo satildeo apenas bioloacutegicas ou teacutecnicas mas tambeacutem sociais

econocircmicas e poliacuteticas E inconcebiacutevel promover mudanccedilas ecoloacutegicas no setor agriacutecola

sem a defesa de mudanccedilas nas outras aacutereas da sociedade de modo a conscientizar o

homem sobre as condiccedilotildees necessaacuterias para a exploraccedilatildeo da natureza

A ideacuteia da sustentabilidade referente ao vocaacutebulo sustentaacutevel coloca-se como

contraponto ao caraacuteter perdulaacuterio do modelo prevalecente na medida em que o modelo

econocircmico praticado por um lado estaacute baseado no consumo da mateacuteria prima fornecida

pela natureza para a produccedilatildeo de bens e serviccedilos em descompasso com seu ritmo e

capacidade de fornecimento por outro tem tratado a natureza como mero depositaacuterio de

resiacuteduos sem considerar sua capacidade de absorccedilatildeo e reciclagem A sustentabilidade

contrapotildee-se agrave caracteriacutestica antropocecircntrica do modelo o homem como centro da

questatildeo numa postura dominante sobre o entorno natural cujas ferramentas cientiacuteficas e

tecnoloacutegicas embasam um modelo econocircmico que subjuga a natureza e coloca-se acima

desta O vocaacutebulo sustentaacutevel portanto se refere agrave capacidade de suporte da biosfera

sendo um fim a ser perseguido com o objetivo de garantir sua preservaccedilatildeo numa visatildeo

prospectiva ou seja que assegure o futuro planetaacuterio assumindo portanto o

compromisso com as geraccedilotildees vindouras (Martins 2002)

Quando se trata de apontar os possiacuteveis caminhos que levaratildeo a um novo padratildeo

produtivo e garanta a seguranccedila alimentar sem agredir o ambiente o caminho torna-se

mais difiacutecil Percebe-se que a noccedilatildeo de agricultura sustentaacutevel permanece cercada por

duacutevidas e contradiccedilotildees mesmo assim seu emprego toma-se cada vez mais frequumlente

(Ehlers 1999)

Haacute que se incorporar a concepccedilatildeo de entropia agrave noccedilatildeo de desenvolvimento visto

que a extraccedilatildeo e o transporte tambeacutem satildeo atividades econocircmicas que requerem cuidados

de manejo visando menores efeitos entroacutepicos ao meio ambiente Satisfazer as

necessidades presentes sem comprometer as possibilidades das futuras geraccedilotildees

satisfazerem as suas proacuteprias eacute o que necessita ser construiacutedo no cotidiano Esta natildeo eacute

uma tarefa faacutecil nos tempos atuais pois o mundo nunca passou por tanta incerteza e

nunca teve um presente tatildeo insustentaacutevel (Martins 1997)

211 Agroecologia Paradigma em construccedilatildeo

5

O seacuteculo passado assistiu a uma ineacutedita expansatildeo da capacidade humana de

agenciamento das forccedilas naturais promovida pelo saber teacutecnico-cientiacutefico cuja

centra lidade eacute hoje irreversiacutevel no que se refere as relaccedilotildees com a natureza Em relaccedilatildeo

ao conhecimento poucas aacutereas de interesse do homem moderno se ligam tanto agrave

pesquisa cientiacutefica como a questatildeo ambiental sendo um fenocircmeno de tendecircncia

internacional evidenciado a partir da deacutecada de 70 (Hess 1999)

A noccedilatildeo de paradigma eacute normalmente utilizada para estabelecer uma

diferenciaccedilatildeo entre dois momentos ou dois niacuteveis do processo de conhecimento

cientiacutefico (Capra 1997 Kuhn 1989) Para um entendimento miacutenimo do que significa

essa noccedilatildeo Costa Neto (1999) diz que se pode conceituar o paradigma enquanto um

modelo de ciecircncia que serve como referecircncia para todo um fazer cientiacutefico durante uma

determinada eacutepoca ou um periacuteodo de tempo demarcado e a partir de um certo momento

da histoacuteria da ciecircncia o referido modelo predominante tende a se esgotar em funccedilatildeo de

uma crise de confiabilidade nas bases estruturantes de seu conhecimento Desta forma o

paradigma passa a ser substituiacutedo por outro modelo cientiacutefico predominante Tambeacutem

pode ocorrer o fato de dois paradigmas disputarem o espaccedilo de hegemonia na

construccedilatildeo do conhecimento (Costa Neto 1999)

Os problemas com os quais nos deparamos hoje satildeo faces de uma crise uacutenica

diferentes do fazer cientiacutefico e proveniente de uma crise de percepccedilatildeo segundo Capra

(2 0 0 1 ) isto faz com que nossas instituiccedilotildees e noacutes em particular natildeo consiga perceber

claramente realidades complexas em um mundo globalmente interligado Ainda que as

soluccedilotildees para alguns de nossos principais problemas possam ser relativamente simples

ldquosoacute seratildeo possiacuteveis mediante uma mudanccedila radical em nossas percepccedilotildeesrdquo este eacute

tambeacutem o ldquoestopim para colocar em marcha medidas efetivasrdquo porque os governos e as

instituiccedilotildees jamais empreenderatildeo accedilotildees de fato enquanto as pessoas natildeo

compreenderem que satildeo parte do problema e da soluccedilatildeo e que eacute preciso assumir a

necessidade de mudar o rumo das coisas (Gomes amp Borba 2000)

Para Leff (2001) a agroecologia representa o ldquonascimento de um paradigmardquo que

eacute a alma da produccedilatildeo sustentaacutevel um processo que permite o resgate dos

conhecimentos proacuteprios e o renascimento do ser trazendo de volta as relaccedilotildees com os

seres humanos na medida em que o produtor cria atraveacutes de seu conhecimento o seu

proacuteprio saber-fazer numa relaccedilatildeo com a vida e com a terra

6

Segundo Costa Neto (1999) o paradigma agroecoloacutegico representa portanto a

linha de um posicionamento soacutecio-ambiental que tem uma vertente tecnoloacutegica apta a

ser uma alternativa agrave produccedilatildeo agriacutecola em grande escala e ao modelo tradicional

disciplinar

Hoje a agroecologia continua a fazer conexatildeo entre fronteiras estabelecidas Por

um lado estuda os processos econocircmicos e os agroecossistemas por outro eacute um agente

para as mudanccedilas sociais e ecoloacutegicas complexas que tenham necessidade de ocorrer no

futuro a fim de levar a agricultura para uma base verdadeiramente sustentaacutevel O

processo de mudanccedila estaria dirigido agrave busca de novos pontos de equiliacutebrio entre as

dimensotildees de produtividade estabilidade e equumlidade na atividade agraacuteria articuladas

entre si poreacutem em constante processo de adaptaccedilatildeo e retroalimentaccedilatildeo utilizando

estilos mais respeitosos com o ambiente com o propoacutesito de superar a crise enfrentada

pelos agricultores (Costabeber amp Moyano 2000)

De acordo com Altieri (2002) soacute uma compreensatildeo mais profunda da ecologia

humana e dos sistemas agriacutecolas pode levar a medidas coerentes com uma agricultura

sustentaacutevel Assim a ldquoemergecircncia da agroecologiardquo representa um enorme salto nesta

direccedilatildeo pois fornece os princiacutepios ecoloacutegicos baacutesicos para o estudo e tratamento dos

ecossistemas tanto produtivos quanto preservadores dos recursos naturais e que sejam

culturalmente sensiacuteveis socialmente justos e economicamente viaacuteveis

A transformaccedilatildeo ou substituiccedilatildeo de um modelo de desenvolvimento para outro

supotildee um processo de transiccedilatildeo que em alguns momentos caminha a passos lentos e

em outros pode trazer mudanccedilas bruscas e qualitativamente diferenciadas Esse

processo de transiccedilatildeo significa a conversatildeo de uma agricultura tradicional para uma

agricultura ecoloacutegica e socialmente equilibrada com base na sustentabilidade (Gomeacutez

1997)

Embora a falta de informaccedilatildeo da pesquisa possa ter contribuiacutedo para dificuldades

e experiecircncias negativas de muitos produtores estes tecircm fama de serem inovadores e

experimentadores desejosos de adotar novas praacuteticas no sentido de serem beneficiados

Nos uacuteltimos cinquumlenta anos a inovaccedilatildeo na agricultura tem sido impulsionada

principalmente pela ecircnfase em altos rendimentos e no lucro da unidade produtiva

Apesar da continuidade dessa forte pressatildeo econocircmica sobre a agricultura muitos

produtores convencionais estatildeo preferindo fazer a transiccedilatildeo para praacuteticas que satildeo mais

consistentes ambientalmente e tem o potencial de contribuir com a sustentabilidade da

agricultura em longo prazo (Gliessman 2000)

7

212 Agroecologia e agricultura familiar

O nuacutecleo por excelecircncia da produccedilatildeo sustentaacutevel eacute a agricultura familiar No

Brasil mais especificamente esta tecnologia estaacute sendo introduzida natildeo somente em

aacutereas de cultivo de agricultura familiar em geral mas especificamente em

assentamentos rurais Percebe-se dessa forma tratar-se de um tipo de produccedilatildeo que

tende a incorporar a dimensatildeo histoacuterico-social e a considerar os valores culturais e de

senso comum inerentes aos agricultores familiares (Costa Neto 1999)

Na agricultura familiar a sustentabilidade toma forma a partir do momento em

que comeccedilaram a ser incorporados aos debates os novos anseios da sociedade rural e

urbana relacionados a um novo projeto de desenvolvimento e na medida em que foram

buscadas orientaccedilotildees teoacutericas baseadas no paradigma agroecoloacutegico

De acordo com Maturana amp Rezepka (2000) a formaccedilatildeo do conhecimento natildeo eacute

entendida como simples treinamentos e teacutecnicas e seraacute um aspecto essencial desta

abordagem A valorizaccedilatildeo dos saberes dos agricultores sobre o ambiente as plantas o

solo e os processos ecoloacutegicos onde resgatam e aprimoram teacutecnicas proacuteprias e de

outros de origem cientiacutefica ou empiacuterica fundamentais dentro deste novo paradigma

(Altieri amp Nicholls 2000)

Neste sentido cientistas e extensionistas tecircm se surpreendido com a profundidade

destes conhecimentos e com a capacidade de vaacuterios destes agricultores de expocirc-los

mesmo nos ambientes acadecircmicos onde muitas vezes estatildeo mais avanccedilados que seus

interlocutores (Weid amp Tardin 2002) Isto revela a necessidade de sintonia entre a

Universidade e a Comunidade

Entatildeo a sutentabilidade ambiental em niacutevel local eacute positiva quando o manejo

realizado no agroecossistema aproveita a produtividade dos recursos naturais renovaacuteveis

(aqueles que funcionam mediante o fluxo solar) Ao contraacuterio pode natildeo ser positiva

quando as praacuteticas produtivas consistem na busca pela produtividade mediante a troca

econocircmica (importaccedilatildeo e exportaccedilatildeo de insumos e produtos) onde a terra eacute vista

unicamente como o suporte material (fiacutesico) das espeacutecies Neste caso o controle de

pragas a fertilizaccedilatildeo e outras praacuteticas necessaacuterias satildeo realizados mediante capital

produzido pelo homem degradando a base local de recursos naturais (Xavier Simoacuten amp

Domingues 2001)

8

213 O Mercado de produtos agroecoloacutegicos

O mercado de alimentos produzidos sob a orientaccedilatildeo agroecoloacutegica produzidos

sem utilizaccedilatildeo de agrotoacutexicos ou adubos minerais tem aumentado vertiginosamente em

todo o mundo Alguns dados indicam que esse segmento cresce anualmente cerca de

20 nos Estados Unidos 40 na Europa e 50 no Brasil e para comprovar tais

iacutendices basta verificar a proliferaccedilatildeo das feiras de produtores ecoloacutegicos nas cidades o

aumento dos espaccedilos para esses produtos nas gocircndolas das grandes redes de

supermercados e os movimentos ambientalistas e de consumidores que buscam uma

alimentaccedilatildeo mais saudaacutevel (Schiedeck 2002)

Sem duacutevida antes de tudo cabe salientar que a crise atual evidencia o equiacutevoco da

adoccedilatildeo de um modelo de produccedilatildeotransformaccedilatildeo que natildeo tem outra ambiccedilatildeo que natildeo a

de se adaptar agrave globalizaccedilatildeo Cabe a consideraccedilatildeo feita por Dufour (1999) de que o

mercado natildeo eacute uacutenico e monoliacutetico e portanto a produccedilatildeo social da qualidade natildeo

significa mais do mesmo (a adaptaccedilatildeo do que jaacute natildeo serve)

Na realidade pode-se identificar claramente dois mercados de natureza

fundamentalmente oposta que segundo Gomes amp Borba (2000) satildeo o de produtos

baacutesicos (leite cereais carnes brancas e vermelhas) e o de produtos elaborados

socialmente e de grande valor agregado por serem justos socialmente O mercado

mundial dos produtos baacutesicos eacute alimentado pelos excedentes agriacutecolas de grandes

produtores (Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos e Canadaacute) tambeacutem a soja e carne de

frango brasileira e o trigo argentino e os preccedilos nesses mercados satildeo extremamente

baixos e permaneceratildeo assim por muito tempo segundo relatos recentes do Banco

Mundial

Para produzir a preccedilos tatildeo baixos eacute necessaacuterio lanccedilar matildeo de todo tipo de

artifiacutecio como os hormocircnios os organismos geneticamente modificados as farinhas

animais esquecendo o meio ambiente e convivendo com exploraccedilotildees gigantescas

concentraccedilatildeo na posse da terra e com uma minoria de beneficiaacuterios dos programas de

ajuda puacuteblica os agromanagers (Gomes amp Borba 2000)

O mercado de produtos elaborados e de valor agregado obedece a outras regras

Mesmo que os agricultores busquem a maximizaccedilatildeo da produtividade natildeo se enfrentam

diretamente A produccedilatildeo ocorre em zonas geograacuteficas bem definidas e permite valorizar

o ldquosavoir-fairerdquo ou ldquoknow-howrdquo (em outras palavras natildeo necessariamente mas o

conhecimento ldquotradicionalrdquo) contribuindo para uma verdadeira economia local Esta eacute a

9

agricultura que ao mesmo tempo produz gera e preserva empregos Para caminhar ateacute

ela eacute necessaacuteria uma ampla alianccedila entre agricultores consumidores e movimentos

sociais para frear esta forma de ditadura dos mercados fonte do poder das

transnacionais agro-alimentares e quiacutemicas (Dufour 1999)

Por outra parte o mercado natildeo eacute linear e abstrato como querem fazer crer A

produccedilatildeo e o consumo sempre estaratildeo localizados e seratildeo realizados por produtores e

consumidores concretos isto permite falar em convenccedilatildeo ou negociaccedilotildees onde a

qualidade seja considerada na originalidade no bem comum ou na confianccedila entre pares

e colada aos produtos ainda mais quando se trata de alimentos Isto soacute seraacute possiacutevel

no local (sem ignorar o global) e levando em conta indicaccedilotildees como denominaccedilatildeo

ou indicaccedilatildeo de origem de processo ou de qualidade etc relacionados agraves

especificidades dos produtos o que tambeacutem deve ser objeto de negociaccedilatildeo para cada

lugar (eacute preciso lembrar que a participaccedilatildeo e as relaccedilotildees interpessoais satildeo determinantes

ao longo do processo) A produccedilatildeo social da qualidade eacute vista como estrateacutegia que

adquire sentido se considerada para o espaccedilo da Agricultura Familiar onde ainda eacute

possiacutevel estabelecer laccedilos de solidariedade entre produtores e consumidores (Gomes amp

Borba 2000)

De acordo com DrsquoAgostini amp Fantini (2002) tanto ou mais do que compreender a

dinacircmica de processos dos quais resultam produtos interessantes eacute compreender e

humanizar a dinacircmica de interesses sobre esses processos e produtos Os mesmos

autores dizem ainda que natildeo seria a solidariedade humana (a virtude pressuposta) que

emerge em especial na produccedilatildeo agroecoloacutegica mas sim a emergecircncia da rica

propriedade humana a generosidade que permite praticaacute-la em qualquer relaccedilatildeo entre

os homens

22 A cultura da cebola (Alliunt cepa L) e sua importacircncia

A cultura da cebola foi introduzida pelos accedilorianos no Brasil no seacuteculo XVIII nos

municiacutepio de Mostardas Rio Grande e Satildeo Joseacute do Norte no Estado do Rio Grande do

Sul (Garcia 1990) sendo a terceira hortaliccedila de maior importacircncia econocircmica para o

paiacutes (ICEPA 2003) Nas regiotildees Sul e Sudeste a cebolicultura constitui-se em atividade

socioeconocircmica de significativa relevacircncia para os Estados de Satildeo Paulo Santa

10

Catarina e Rio Grande do Sul nos quais se concentram mais de 76 da produccedilatildeo

nacional (Debarba et a i 1998)

A mais importante regiatildeo produtora do Rio Grande do Sul estaacute situada no litoral

Sul englobando os municiacutepios de Rio Grande Tavares Satildeo Joseacute do Norte e Mostardas

(Garcia 1997) e segundo ICEPASC (2003) esses quatro municiacutepios respondem por

cerca de 70 da produccedilatildeo de cebola do RS

Timm (2000) cita que cerca de 16000 famiacutelias rurais no Rio Grande do Sul tem

na cultura da cebola o seu principal meio de subsistecircncia No Municiacutepio de Satildeo Joseacute do

Norte a produccedilatildeo de cebola constitui uma atividade econocircmica quase exclusiva onde a

descapitalizaccedilatildeo dos agricultores ocasionou o abandono do meio rural por muitos deles

que acabaram por estabelecerem-se na periferia da zona urbana (Garcia 1997)

Aleacutem da descapitalizaccedilatildeo do produtor ocorrem problemas como a erosatildeo do solo

que segundo Zabaleta (1998) ocorre principalmente devido agrave accedilatildeo dos ventos fortes e

constantes caracteriacutesticos na regiatildeo sul-litoracircnea bem como a topografia plana e os

solos muito arenosos com lenccediloacuteis freaacuteticos superficiais contribuem para o

empobrecimento dos solos da regiatildeo principalmente ao se comparar com outras aacutereas

onde a cebola participa de sistemas produtivos juntamente com a produccedilatildeo leiteira o

arroz e hortaliccedilas diversas (Timm 2000)

221 Caracteriacutesticas agronocircmicas da cebola

A cebola eacute uma aliaacuteceae a planta eacute tenra atinge 60 cm de altura e apresenta folhas

tubulares e cerosas O caule verdadeiro eacute um disco comprimido na base da planta de

onde partem as folhas e raiacutezes que satildeo fasciculadas pouco ramificadas explorando um

volume de solo equivalente a um cilindro com 60 cm de altura e 25 cm de diacircmetro

(Filgueira 2000)

Cada planta apresenta 20 a 200 raiacutezes normalmente espessas (05 a 1 mm de

diacircmetro) e com pouca ramificaccedilatildeo e poucos pecirclos absorventes O crescimento eacute

vertical estendendo-se de 40 a 80 cm de profundidade Poucas raiacutezes ocupam mais de

15 cm do raio em tomo do bulbo Estas caracteriacutesticas tecircm implicaccedilotildees peculiares

quanto acirc localizaccedilatildeo e ao suprimento de nutrientes (Quanto menor o diacircmetro e maior a

ocorrecircncia de pecirclos absorventes maior seraacute a superfiacutecie de raiacutezes e consequumlentemente a

absorccedilatildeo de nutrientes (Magalhatildees 1993)

11

A fase vegetativa do ciclo da planta termina com o amadurecimento do bulbo

todavia trata-se de uma planta bienal considerando acirceu ciclo vital completo isto eacute da

semeadura ateacute a produccedilatildeo de novas sementes Apoacutes um periacuteodo invemal sob baixas

temperaturas haacute emissatildeo de um pendatildeo floral que pode alcanccedilar 150 cm de altura

terminando por uma inflorescecircncia tipo umbela simples inicialmente recoberta por

uma peliacutecula formada por centenas de pequenas flores (Filgueira 2000)

Segundo Clivela (1995) os fatores climaacuteticos de modo geral natildeo satildeo limitantes

para a produccedilatildeo de bulbos de cebola no Rio Grande do Sul Filgueira (2000) enfatiza

que no Brasil eacute uma das raras culturas oleraacuteceas nas quais o fotoperiacuteodo pode tornar-se

o fator limitante ocorrendo frustraccedilotildees da colheita caso as exigecircncias da planta natildeo

sejam satisfeitas

222 A produccedilatildeo de mudas de hortaliccedilas

As mais importantes modificaccedilotildees no sistema de produccedilatildeo nos uacuteltimos anos tecircm

sido feitas na produccedilatildeo de mudas Hoje eacute uma realidade os produtores se

especializarem em produzir mudas principalmente no Estado de Satildeo Paulo Para tanto

se busca atraveacutes da pesquisa as melhores fontes e combinaccedilotildees de substratos associados

ao sistema de produccedilatildeo conveniente para cada espeacutecie a fim de se obter melhorias na

propriedade no solo e na Olericultura (Giorgetti 1991)

O sistema agroecoloacutegico torna-se importante uma vez que a base da Horticultura

moderna eacute a produccedilatildeo de mudas de alta qualidade (Minami1995) a produccedilatildeo de mudas

de hortaliccedilas tem sido citada como a etapa mais importante do sistema produtivo (Silva

Junior et al 1995) Segundo Filgueira (2000) nesta fase natildeo se pode cometer erros

pois posteriormente seraacute mais difiacutecil de corrigi-los visto que para o cultivo da cebola a

muda refletiraacute na qualidade do bulbo

As mudas de hortaliccedilas podem ser consideradas tolerantes e natildeo tolerantes ao

transplante e dependem principalmente das condiccedilotildees ambientais necessitando de

cuidados No caso da cebola como satildeo produzidas com raiz nua os cuidados devem ser

maiores pois dependendo do estado em que se encontram mais ou menos susceptiacuteveis

aos estresses quando em contato com o campo podem resultar em desastre (Minami

1999)

A quantidade de nutrientes extraiacuteda pelas hortaliccedilas durante a fase de muda varia

em funccedilatildeo da espeacutecie da variedade ou da cultivar e do prazo necessaacuterio para a formaccedilatildeo

13

O composto humificado ou curado eacute rico em nutrientes que passaram parcialmente

da forma orgacircnica para a forma mineral assimilaacutevel pelas raiacutezes e com maior teor

coloidal que atua como fertilizante e eacute responsaacutevel pela capacidade melhoradora do

solo (Barreto 1985)

Uma das principais alternativas em termos de adubaccedilatildeo orgacircnica eacute o

vermicomposto Ele eacute um adubo orgacircnico estaacutevel rico em nutrientes inodoro de

coloraccedilatildeo escura obtido a partir da atividade das minhocas que potencializam a mateacuteria

prima utilizada no processo (principalmente esterco de bovino) proporcionando

diversos benefiacutecios para as plantas (Timm 2000)

231 Efeitos da adubaccedilatildeo orgacircnica no solo

O solo funciona como um organismo vivo em 1 grama de solo saudaacutevel vive uma

comunidade bioloacutegica de aproximadamente 1 0 0 0 0 espeacutecies diferentes como minhocas

larvas besouros colecircmbolos aacutecaros algas bacteacuterias e fungos Estes organismos

necessitam de alimentos para viver principalmente carbono e nitrogecircnio que estatildeo

presentes na palhada das culturas e no esterco de animais Em funccedilatildeo disso eacute

importante que o solo tenha um determinado teor de mateacuteria orgacircnica para fornecer os

alimentos e energia que os microacutebios precisam para viver (Paulus et al 2001)

O homem atraveacutes dos diferentes sistemas de preparo do solo e cultivos contiacutenuos

ou natildeo altera o comportamento do mesmo em relaccedilatildeo agraves reaccedilotildees quiacutemicas

propriedades fiacutesicas como capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua lixiviaccedilatildeo de nutrientes

erosatildeo e como consequumlecircncia afeta a qualidade de organismos presentes no solo (Brady

1999) reduzindo paulatinamente o teor de mateacuteria orgacircnica (Primavesi1982)

Nos uacuteltimos anos tem-se observado em diferentes paiacuteses a ampliaccedilatildeo do uso de

adubos orgacircnicos Alguns apresentam oacutetimos resultados enquanto outros se mostram

tecnicamente inadequados Os principais adubos orgacircnicos encontrados no mercado satildeo

fertilizantes orgacircnicos de origem animal compostos de lixo urbanos compostos de

produtos industriais e huacutemus de minhoca Nestes fertilizantes estatildeo presentes a maioria

dos macronutrientes (nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre) e

micronutrientes (zinco cobre boro ferro cobalto)essenciais para as plantas e nem

sempre encontrados em muitos fertilizantes minerais bem como uma gama de

microorganismos que vatildeo beneficiar a fauna e a flora do solo (Brady 1979 Kiehl

1985 Costa 1985 Garcia 1997)

14

Os adubos orgacircnicos satildeo amplamente empregados nos sistemas de produccedilatildeo de

alface como condicionadores do ambiente quiacutemico e fiacutesico da rizosfera e

consequumlentemente na resposta bioloacutegica das plantas (Rodrigues amp Casali 1998)

Considerando as necessidades hortiacutecolas de maior competitividade e o fato de natildeo

ser subsidiada o crescimento populacional e a industrializaccedilatildeo representam fatores

determinantes na geraccedilatildeo diaacuteria de enormes volumes de resiacuteduos podendo ser utilizados

pelos produtores com um maior retomo econocircmico possiacutevel Ao mesmo tempo a

questatildeo ambiental assume cada vez mais destaque na sociedade moderna repercutindo

em poliacuteticas governamentais bem como no setor produtivo do paiacutes e do mundo

fazendo com que a relaccedilatildeo do homem com a natureza seja repensada (Morselli 2001)

232 Efeitos da adubaccedilatildeo orgacircnica nas culturas

Segundo Paulus et al (2001) a mateacuteria orgacircnica tambeacutem eacute fonte de nutrientes

especialmente nitrogecircnio foacutesforo enxofre e micronutrientes aleacutem disso tem

capacidade de ldquoprenderrdquo micronutrientes e alguns elementos toacutexicos para as plantas

como o alumiacutenio Por exemplo os micronutrientes depois de presos satildeo liberados

lentamente no solo onde satildeo gradativamente aproveitados pelas plantas

O uso dos fertilizantes minerais elevam o custo de produccedilatildeo pois satildeo necessaacuterias

altas doses para o fornecimento dos teores de nutrientes demandados Por isso eacute

importante a geraccedilatildeo de tecnologias que poupem o consumo de fertilizantes minerais

desejaacutevel com vista agrave diminuiccedilatildeo do custo de produccedilatildeo (Rodrigues 1984) A produccedilatildeo

de hortaliccedilas sob a orientaccedilatildeo agroecoloacutegica leva em consideraccedilatildeo natildeo apenas os custos

de produccedilatildeo como tambeacutem a dependecircncia dos insumos principalmente quando se

considera a ldquoteoria da trofobioserdquo pelos efeitos maleacuteficos que os nutrientes prontamente

assimilaacuteveis podem causar as plantas (Chaboussou 1987)

Para Compagnoni amp Putzolu (1985) o vermicomposto eacute um autecircntico fertilizante

bioloacutegico que atua como corretivo do solo determinando caracteriacutesticas importantes

para a microflora pelos aacutecidos huacutemicos e as substacircncias fitoestimulantes Os autores

consideram ainda que as dejeccedilotildees das oligoquetas proporcionam a formaccedilatildeo de huacutemus

permitindo melhorar o solo razatildeo pela qual satildeo destinados agrave horticultura com oacutetimas

vantagens fiacutesicas e microbioloacutegicas enriquecendo a camada araacutevel

Em experimentos desenvolvidos durante cinco anos para avaliar o efeito da

aplicaccedilatildeo de compostos eou adubos nas culturas de alface manjericatildeo espinafre e

15

pepino Valenzuela amp Crosby (1998) compararam as produccedilotildees obtidas com composto

e a fertilizaccedilatildeo padratildeo e concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo do composto em 20 Mg ha 1 mais

N-quiacutemico foi o melhor tratamento em todas as culturas estudadas

233 Plantas de cobertura do solo

As plantas mais usadas para adubaccedilatildeo de cobertura do solo satildeo as leguminosas

pois estas tecircm a capacidade de fixar o nitrogecircnio atmosfeacuterico e disponibiliza-lo agrave

cultura Primavesi (1992) cita que utilizando-se mucuna ervilhaca feijatildeo-de-porco

feijatildeo-miuacutedo crotalaacuteria e outras natildeo haacute necessidade de utilizar tanto nitrogecircnio em

cobertura embora natildeo se dispense uma calagem mais frequumlente pois ocorre um pouco

de acidificaccedilatildeo no solo como com qualquer adubaccedilatildeo nitrogenada Segundo a mesma

autora algumas leguminosas tecircm a capacidade de mobilizar o foacutesforo como o caupi

(feijatildeo-miuacutedo) outras mobilizam o caacutelcio como tremoccedilo

Para Brady (1999) a adubaccedilatildeo verde traz grandes benefiacutecios como suprimento de

mateacuteria orgacircnica sendo consideraacutevel a quantidade de resiacuteduos orgacircnicos devolvidos ao

solo adiccedilatildeo de nitrogecircnio nutrientes e conservaccedilatildeo do solo

Calegari (1998) comenta que quanto aos aspectos fiacutesicos os resiacuteduos tendem a

contribuir para uma melhoria da estrutura do solo percebida pelo aumento da

estabilidade dos agregados em aacutegua aumento da capacidade de retenccedilatildeo hiacutedrica

elevaccedilatildeo dos iacutendices de infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo aumento da porosidade melhor

aeraccedilatildeo e diminuiccedilatildeo da densidade do solo

De acordo com Timm (2000) o papuatilde eacute uma excelente alternativa como cobertura

de solo para o cultivo miacutenimo da cebola pois na eacutepoca do transplante das mudas seu

ciclo vegetativo estaacute completo natildeo necessitando o dessecamento outra vantagem eacute que

o papuatilde apresenta bom controle com relaccedilatildeo agraves plantas invasoras da cebola reduzindo

ao longo dos anos o nuacutemero de capinas e a aplicaccedilatildeo de herbicidas

234 Adubaccedilatildeo foliar

Segundo Malavolta (1981) a utilizaccedilatildeo da adubaccedilatildeo foliar eacute complemento da

adubaccedilatildeo de solo natildeo substituto da mesma no que diz respeito ao fornecimento de

nitrogecircnio foacutesforo e potaacutessio para as culturas Da mesma maneira que as raiacutezes podem

perder para o solo parte dos elementos absorvidos as folhas tambeacutem o fazem pela accedilatildeo

16

de fatores internos (desordem fisioloacutegica estado nutricional etc) e externos (chuvas

orvalho nutriccedilatildeo do sistema radicular luz temperatura etc)

Para Chaboussou (1987) as plantas adquirem o maacuteximo de resistecircncia bioloacutegica

atraveacutes da nutriccedilatildeo (trofos) equilibrada Obviamente para que isto ocorra eacute necessaacuterio

que o solo esteja em equiliacutebrio dinacircmico o ambiente seja o mais estaacutevel e as plantas

selecionadas ou melhor adaptadas para poderem suportar as alteraccedilotildees extemporacircneas

ocasionadas pelos fenocircmenos meteoroloacutegicos e nas fases fonoloacutegicas criacuteticas do

crescimento e desenvolvimento (Pinheiro amp Barreto 2000)

O lixiviado das folhas enriquece as camadas superiores do solo e tende a

contrabalanccedilar as perdas de zonas mais profundas e mais distantes acumulando-os nas

suas proximidades tambeacutem influencia o nuacutemero e o comportamento dos

microrganismos que por sua vez alteram o processo de gecircnese do solo sua textura e

fertilidade A lixiviaccedilatildeo assim se toma importante no desenvolvimento da sucessatildeo

ecoloacutegica devido agrave ciclagem de elementos (Malavolta 1980)

Conforme Camargo (1975) a utilizaccedilatildeo de adubos foliares substitui parcialmente

a adubaccedilatildeo radicular em 20 a 25 podendo ser utilizada em varias pulverizaccedilotildees

24 Vermicompostagem

E o processo que consiste em se submeter diferentes resiacuteduos orgacircnicos de

origem animal eou vegetal aos processos fermentativos e humificaccedilatildeo adicionando

minhocas do gecircnero Eiseina espeacutecie foetida ao material procurando obter um produto

curado em aproximadamente 45 - 60 dias (Compagnoni amp Putzolu 1985)

A vermicompostagem firmou-se no Brasil como atividade rentaacutevel produzindo

adubo de alta qualidade na deacutecada de 90 Na agricultura brasileira contudo haacute

preferecircncia pelos adubos quiacutemicos em funccedilatildeo de sua aquisiccedilatildeo financiada menor custo

e retomo imediato embora o impacto de seu uso contiacutenuo sobre o solo e os

microorganismos que nele vivem seja negativo (Tagliari amp Grassmann 1995)

Segundo Morselli (2002) a vermicompostagem difere da compostagem

convencional dentre outros pocircr formar substacircncias huacutemicas mais rapidamente ao sofrer

passagem pelo trato digestivo das minhocas A alirdentaccedilatildeo destas satildeo basicamente os

estercos e a disponibilidade desta mateacuteria prima bem como de ambiente protegido para

proceder a compostagem correta deste material satildeo indispensaacuteveis

17

Segundo Kiehl (1985) e Martinez (1990) o vermicomposto apresenta as seguintes

vantagens em relaccedilatildeo a compostagem permite a formaccedilatildeo de um produto curado em

menor espaccedilo de tempo promove a formaccedilatildeo de um material com maior

disponibilidade de nutrientes facilita o peneiramento natildeo havendo a necessidade de

revolvimento do material oferece vaacuterias fontes de renda pois aleacutem do huacutemus fornece

minhocas e raccedilatildeo e quando aplicado ao solo tende a melhorar as propriedades fiacutesicas

quiacutemicas e bioloacutegicas

241 Resiacuteduos utilizados na vermicompostagem

2411 Resiacuteduos de origem animal

Segundo Bureacutes (1997) o esterco eacute uma mistura de fezes urina e camas que

podem estar constituiacutedas de palhas folhas secas serragem turfa casca de arroz e ateacute

terra Esse apresenta pH neutro e densidade que varia de 030 a 090 Kg dm3 segundo

seu estado de decomposiccedilatildeo Eacute influenciado por vaacuterios fatores como espeacutecie animal

raccedila idade alimentaccedilatildeo material utilizado como cama e tratamento da mateacuteria-prima

esterco (Kiehl 1985) Dentre os fatores apontados um dos mais importantes eacute a

alimentaccedilatildeo do animal quanto mais rica a alimentaccedilatildeo mais rica seraacute as dejeccedilotildees

(Gnoatto 1999) O volume de bacteacuterias vivas ou mortas encontradas no esterco

representam 20 a 30 do total delas se originam grande parte do nitrogecircnio sob a

forma de proteiacutena (Morselli 2002)

A origem do material utilizado para a produccedilatildeo de vermicomposto eacute fundamental

pois soacute uma mateacuteria-prima de qualidade resultaraacute em um produto final de boa qualidade

Dentre os estercos o de aves eacute empregado empiricamente na adubaccedilatildeo de culturas

permanente ou natildeo com excelentes resultados apesar de sua simples composiccedilatildeo

meacutedia 2 de nitrogecircnio 2 de foacutesforo como P2 0 5 e 1 de K2 0 Poreacutem haacute uma

grande variaccedilatildeo na sua constituiccedilatildeo a qual dependeraacute do manejo animal atraveacutes das

camas finalidade da criaccedilatildeo e natureza das camas (Morselli 2002)

2412 Resiacuteduos de origem vegetal

A mateacuteria orgacircnica pode ser preservada no solo por vaacuterios processos seja pela

simples incorporaccedilatildeo de resiacuteduos de culturas rotaccedilatildeo de culturas adubaccedilatildeo verde ou

18

pela adiccedilatildeo de materiais orgacircnicos capazes de elevar e manter a produtividade do solo

Da decomposiccedilatildeo dos resiacuteduos orgacircnicos adicionados ao solo resulta a liberaccedilatildeo de

grande quantidade de nutrientes principalmente o nitrogecircnio o potaacutessio e o enxofre

Aleacutem disso diversos atributos quiacutemicos e fiacutesicos do solo satildeo alterados pela

decomposiccedilatildeo desses resiacuteduos destacando-se o aumento da capacidade de troca de

caacutetions o aumento da retenccedilatildeo de aacutegua a melhoria da estabilidade dos agregados e da

aeraccedilatildeo (Fraser1963 Malavolta 1981 Mello et al 1983 Bonilla 1992)

Segundo Purcino (1981) quando a relaccedilatildeo CN eacute menor que 30 como no caso do

esterco de curral ou da palha de leguminosas a disponibilidade de nitrogecircnio eacute

imediata mas acima deste valor ocorre imobilizaccedilatildeo crescente deste nutriente Por esse

motivo estes materiais devem ser submetidos a uma degradaccedilatildeo bioloacutegica antes de

serem adicionados ao solo

25 Biofertilizantes

No Brasil ocorrem problemas crescentes com materiais derivados de sistemas

intensivos de criaccedilatildeo animal que acumulam resiacuteduo^ orgacircnicos com graves problemas

de contaminaccedilatildeo de cursos de aacutegua que na maioria das vezes se acumulam em um

uacutenico lugar e natildeo satildeo reciclados (Viglizzo 1995)

Visando amenizar tais situaccedilotildees os meacutetodos alternativos de adubaccedilatildeo controle de

doenccedilas pragas e plantas indesejaacuteveis tecircm sido muito estudado Dentro dessa linha de

pesquisa destaca-se o uso de mateacuteria orgacircnica atraveacutes tanto de sua incorporaccedilatildeo ao

solo como de sua transformaccedilatildeo para uso posterior na forma de biofertilizantes

(Khatounian 1997 Bettiol et al 1997)

Na complexa e elevada comunidade microbiana dos biofertilizantes encontram-se

bacteacuterias fungos leveduriformes filamentosos e actinomicetos (Bettiol apud Penteado

1999)

O agregado de macro e micronutrientes periodicamente ativa e enriquece a

fermentaccedilatildeo O uso de farinha de rocha tem sido vantajoso por ter baixo custo

comparado com os sais concentrados e purificados aleacutem de trazer alguns elementos

traccedilos de vital importacircncia para os microrganismos do solo como por exemplo o Gaacutelio

o Iodo e o Vanaacutedio (M1BASA 199-) O agregado de farinha de rocha ou sais

purificados ao fermentado faz com que estes nutrientes passem a fazer parte dos

microrganismos ou dos produtos orgacircnicos liberados durante a fermentaccedilatildeo sendo que

19

o ataque dos microrganismos atraveacutes de suas enzimas consegue liberar os elementos natildeo

atacados pelos aacutecidos industriais (Pinheiro amp Barreto 2000)

Os biofertilizantes tecircm sido empregados na agricultura ecoloacutegica como adubo

foliar para aumentar a resistecircncia contra pragas e doenccedilas Aleacutem disso o processo de

produccedilatildeo eacute bastante simples e por isso eacute viaacutevel sua produccedilatildeo na propriedade desde que

tenha esterco disponiacutevel (Penteado 1999)

Bettiol et al (1997) verificaram a presenccedila de diferentes espeacutecies de fungos

fiacutelamentosos e leveduriformes e bacteacuterias entre elas Bacillus spp na comunidade

microbiana do biofertilizante produzido segundo meacutetodo adotado pelo Centro de

Agricultura Ecoloacutegica Ipecirc Os autores verificaram ainda uma reduccedilatildeo da comunidade

microbiana ao longo da digestatildeo reduccedilatildeo essa mais acentuada logo apoacutes o acreacutescimo

dos sais contendo micronutrientes A accedilatildeo dos sais pode ser tanto por aumento na

pressatildeo osmoacutetica quanto pelo efeito direto sobre os microrganismos Para o controle de

doenccedilas de plantas satildeo importantes a presenccedila dos metaboacutelitos produzidos pelos

organismos presentes no biofertilizante e os proacuteprios microrganismos vivos

Os microrganismos transformam o material orgacircnico (esterco soro de leite caldo

de frutas palhas restos industriais etc) e cinzas produzindo vitaminas aacutecidos e sais

complexos importantes para regular e tonificar o metabolismo das plantas impedindo o

desenvolvimento de pragas e doenccedilas (Pinheiro amp Barreto 2000)

Em estudos feitos com o biofertilizante liacutequido de bovinos foi observado a

presenccedila de inuacutemeros microorganismos como bacteacuterias leveduras e bacilos

principalmente do Bacillus subtilis Estes microorganismos sintetizam substacircncias

antibioacuteticas as quais demonstram ter grande accedilatildeo e eficiecircncia como substacircncias

fungiostaacuteticas e bacteriostaacuteticas de fitopatoacutegenos causadores de danos em lavouras

comerciais (Penteado 1999)

Aldrighi et al (2002) realizaram trabalho na UFPel relacionado agrave nutriccedilatildeo de

mudas de tomate (Floradade) produzidas no sistema ldquofloatingrdquo Utilizaram-se doses de

0 2 5 e 10 para o biofertilizante Super Magro e 0 e 1 para a urina de vaca

Concluiacuteram que estes natildeo interferem na produccedilatildeo das mudas e que provavelmente foi

influenciado pelo substrato utilizado (vermicomposto 75 e casca de arroz carbonizada

25) bem como o sistema de produccedilatildeo (floating)

Paglia et al (2002) citam que eacute possiacutevel produzir mudas de tomate (cultivar

Floradede) utilizando urina de vaca e biofertilizante Super Magro na aacutegua em sistema

ldquofloatingrdquo em trabalho realizado na UFPel O uso da urina de vaca a 1 e 5 e

20

biofertilizante Super Magro a 6 proporcionam uma elevaccedilatildeo do foacutesforo bem como o

Super Magro a 6 eleva os teores de Mg e Ca na aacutegua

251 Urina de vaca

As urinas de vaca contecircm nutrientes favoraacuteveis ao bom desenvolvimento das

plantas como potaacutessio soacutedio nitrogecircnio enxofre magneacutesio caacutelcio foacutesforo e traccedilos de

outros elementos Nas plantas funciona como um fertilizante natural tomando-as mais

resistentes ao ataque das pragas e doenccedilas Satildeo encontradas tambeacutem na urina outras

substacircncias como fenoacuteis e principalmente o catecol que esta associado agrave recuperaccedilatildeo

de plantas atacadas por fitopatoacutegenos por ser um produto anti-seacuteptico (Penteado 1999)

Para seu emprego a urina receacutem coletada deve ser armazenada sob condiccedilotildees

ambientais por trecircs dias para que se forme amocircnio importante produto a ser absorvido

pelas plantas Recomenda-se ainda que o armazenamento deva ser feito em recipiente

fechado para que natildeo ocorram perdas de nitrogecircnio Desta forma poderaacute permanecer

por ateacute um ano sem comprometer sua eficiecircncia

Em hortaliccedilas o uso da urina de vaca eacute recomendado em pulverizaccedilotildees foliares

semanais na concentraccedilatildeo de 05 para tomateiro pimentatildeo pepino feijatildeo vagem e

couve ou quinzenais a 1 para as culturas do quiabeiro jiloeiro e berinjela Para

fruteiras em geral a primeira aplicaccedilatildeo deve ser na concentraccedilatildeo aproximada de 5

realizada diretamente no solo e mensalmente devem ser realizadas pulverizaccedilotildees

foliares a 1 para plantas jovens e a 5 para plantas adultas (Penteado 1999)

Na aplicaccedilatildeo foliar deve-se ter cuidado com folhas e brotos novos e considerar que

o uso contiacutenuo pode ser toacutexico podendo afetar o solo causando a sua acidificaccedilatildeo

(Penteado 1999)

Na Estaccedilatildeo Experimental da PESAGRO no municiacutepio de Macaeacute Rio de Janeiro

estaacute se utilizando a urina de vaca leiteira Os pesquisadores descobriram que a urina de

vaca em lactaccedilatildeo produzia o efeito de recuperar plantas de abacaxi atacadas por uma

doenccedila conhecida como ldquofusairioserdquo Essa doenccedila quando ataca o abacaxi causa

perdas de ateacute 70 da safra Todos os agrotoacutexicos testados natildeo conseguiram controlar a

doenccedila Isto eacute um exemplo para que a universidade tenha uma nova percepccedilatildeo (Capra

1996) adotando medidas efetivas que contribuam na transiccedilatildeo agroecoloacutegica Com o

uso da urina de vaca leiteira numa lavoura de abacaxi atacada pela fusariose observou-

se agrave recuperaccedilatildeo do stand e os frutos produzidos apresentaram excelente padratildeo

21

comercial Descobriu-se que aleacutem funcionar como adubo e defensivo natural a urina de

vaca leiteira tambeacutem favorece a floraccedilatildeo de muitas plantas e pode ser usada no

tratamento de frutos e tubeacuterculos depois da colheita

A urina de vaca em lactaccedilatildeo tambeacutem estaacute sendo usada nas lavouras de cafeacute em

plantaccedilotildees de maracujaacute coco alface e outras hortaliccedilas Na regiatildeo centro-sul do Paranaacute

os agricultores estatildeo aplicando a urina de vaca leiteira nas lavouras de feijatildeo soja

batata cebola e milho (Penteado 1999)

252 Alhol

A maioria dos defensivos alternativos tais como calda bordalesa sulfocaacutelcica

aacutegua de cinza e cal biofertilizante enriquecido extrato de fumo entre outros precisa

ser misturada com um espalhante adesivo para quebrar a tensatildeo superficial da gota e

propiciar um melhor molhamento das folhas e demais partes pulverizadas assegurando

uma absorccedilatildeo mais efetiva e uma melhor accedilatildeo sobre as pragas e doenccedilas Quando as

gotas permanecem inteiras sobre a superfiacutecie folhar devido agrave falta de espalhante

adesivo pode-se danificar os tecidos vegetais pelc efeito-lente quando o sol incide

sobre elas Aleacutem disso a gota por natildeo se espalhar sobre toda superfiacutecie folhar

concentra nela e consequumlentemente sobre o tecido que estaacute em contato com ela uma

quantidade maior do produto aplicado Essa maior concentraccedilatildeo pode prejudicar a

absorccedilatildeo e lesionar os tecidos principalmente apoacutes a evaporaccedilatildeo da aacutegua contida na

gota por resultar em uma maior concentraccedilatildeo de sais no local especialmente quando se

aplicam por exemplo calda sulfocaacutelcica bordalesa biofertilizante enriquecido com

macro e micronutrientes (Claro 2001)

O alhol eacute um espalhante adesivo ecoloacutegico que tambeacutem auxilia no controle de

pragas E elaborado com aacutegua alho oacuteleo vegetal e sabatildeo neutro a partir da sabedoria

popular que menciona o alho como repelente de insetos Juacutenior Abreu amp Maiorano

(199-) indicam formulaccedilotildees contendo alho para o controle de pragas como nematoacuteides

(Meloidogyne incoacutegnita e M javanica) mosca do chifre lagarta na maccedilatilde pulgotildees

besouro da batata trips e para controle de doenccedilas fuacutengicas e bacterianas como miacuteldio

ferrugem fusariose helminthosporiose murchadeira (Pseudonamos solacearum)

bruzone do arroz (Pyricularia orysae) podridatildeo negra do repolho e couve-flor

(Xanthomonas campestris) Aleacutem disso o alho pelo seu bom teor em oacuteleo pode agir

tambeacutem como espalhante adesivo O sabatildeo tambeacutem eacute indicado como espalhante adesivo

22

e possui accedilatildeo contra certas pragas (pulgotildees) sendo que o oacuteleo vegetal eacute indicado no

controle de cochonilhas e usado como espalhante adesivo (Claro 2001)

253 Calda Bordalesa

A calda bordalesa eacute um tradicional defensivo agriacutecola que pode ser preparado na

propriedade com a mistura de sulfato de cobre cal virgem e aacutegua As concentraccedilotildees de

sulfato de cobre e cal satildeo distintas dependendo do objetivo do seu emprego

Geralmente diferem de acordo com o tipo de planta ou espeacutecie vegetal as condiccedilotildees

climaacuteticas o grau de infestaccedilatildeo da doenccedila e a fase de crescimento da planta Eacute indicada

para o controle de miacuteldio alternaacuteria botrytis e antracnose (Penteado 1999)

A calda bordalesa caracteriza-se pela sua importante accedilatildeo no controle de diversas

doenccedilas fungicas nas mais diversas espeacutecies de culturas Possui tambeacutem uma relativa

accedilatildeo bactericida e em alguns casos age como repelente de insetos Da mistura do

sulfato de cobre com a cal resulta uma soluccedilatildeo rica em macronutrientes e

micronutrientes Provavelmente os expressivos resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo da

calda bordalesa devam-se natildeo somente a sua accedilatildeo fuacutengica e bactericida mas sobretudo

agrave influecircncia positiva que exerce no metabolismo das plantas ativando o processo

enzimaacutetico e estimulando a proteossiacutentese aumentando a resistecircncia das plantas (Claro

2 0 0 1 ) caracteriacutestica fundamental na agricultura sustentaacutevel

254 Biofertilizante Super Magro

A calda Super Magro eacute produto da fermentaccedilatildeo de estercos animais enriquecidos

por micronutrientes e outros produtos de origem animal obtendo-se uma calda

biofertilizante para aplicaccedilatildeo foliar nas plantas (Penteado 1999) jaacute foram observados

bons resultados principalmente nas culturas de uva maccedila pecircssego tomate batata e

hortaliccedilas em geral

E indicado como fonte suplementar de micronutrientes para as plantas inibidor

de fungos e bacteacuterias causadores de doenccedilas e para aumentar a resistecircncia contra insetos

e aacutecaros (Penteado 1999) i

Muller (1999) avaliou a influecircncia do biofertilizante Super Magro sobre as

culturas de tomate (Lycopersicon esculentum Mill) ervilha (Pisum sativum L) e

beterraba (Beta vulgaris L) O autor obteve cultivos com baixa severidade de doenccedilas e

23

insetos fitoacutefagos possivelmente por causa do manejo orgacircnico de produccedilatildeo Os

resultados das pulverizaccedilotildees das soluccedilotildees foliares variaram conforme a cultura e o

clima

255 Biofertilizante MB4

A utilizaccedilatildeo das farinhas de rochas eacute uma das teacutecnicas mais modernas usadas nos

uacuteltimos anos na agricultura O elevado nuacutemero de nutrientes contidos no MB4 como

cobre zinco manganecircs cobalto soacutedio alumiacutenio silicatos de magneacutesio ferro e caacutelcio

acompanhado de foacutesforo potaacutessio e enxofre reagem com a soluccedilatildeo do solo liberando

elementos essenciais ao desenvolvimento da vida microbiana os quais exercem um

papel fundamental atraveacutes de transformaccedilotildees quiacutemicas e do equiliacutebrio bioloacutegico

favorecendo o desenvolvimento sadio das plantas (Pinheiro amp Barreto 2000)

24

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

31 Local de execuccedilatildeo do experimento

O presente trabalho foi conduzido no Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul

(FEPAGROSUL) no municiacutepio de Rio Grande nlt periacuteodo de 15 de maio a 26 de

agosto de 2 0 0 2

O solo eacute classificado como ldquoTuiardquo satildeo muito arenosos As massas aquaacuteticas do

Oceano Atlacircntico e Lagoa dos Patos influenciam ventos temperatura pressatildeo umidade

relativa e demais fatores climaacuteticos A topografia da regiatildeo litoracircnea eacute plana com

lenccediloacuteis freaacuteticos superficiais

32 Anaacutelise estatiacutestica

O experimento foi constituiacutedo em fatorial 3X3 (Quadro 1) com quatro repeticcedilotildees

no delineamento blocos ao acaso As variaacuteveis respostas foram submetidas agrave anaacutelise de

variaccedilatildeo e ao teste de Duncan a 5 de probabilidade para comparaccedilatildeo das meacutedias

utilizando-se o sistema SANEST (Zonta amp Machado 1984)

As anaacutelises estatiacutesticas das variaacuteveis estudadas encontram-se nos Apecircndices C D

Os resultados das respostas agronocircmicas e das determinaccedilotildees dos conteuacutedos dos

macronutrientes bem como os de raiz estatildeo nas tabelas de 1 a 3

25

As diferentes adubaccedilotildees seratildeo representadas durante a discussatildeo da seguinte

forma 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e EC

(60 t ha 1 de esterco de curral) 1 VB+SM+U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais

super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+SM+U+CB (45 t ha 1 de

vermicomposto mais super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa)

EC+SM+U+CB (60 t ha 1 de esterco de curral mais super magro mais urina de vaca

mais calda bordalesa) 1 VB+MB4 +U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais MB4 mais

urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+MB4 +U+CB (45 t ha 1 de vermicomposto

mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa) EC+MB4 +U+CB (60 t ha 1 esterco

de curral mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa)

QUADRO 1 Descriccedilatildeo dos fatores experimentais e respectivos niacuteveis

Niacuteveis Fator 1 ADUBACcedilAtildeO DE BASE

0 1 Vermicomposto (30 t ha1)

0 2 Vermicomposto (45 t ha1)

03 Esterco de curral (60 t ha1)

Niacuteveis Fator 2 BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS

0 1 Super magro (5) + Urina de Vaca + Calda Bordalesa

0 2 MB4 (10) + Urina de vaca + Calda Bordalesa

03 Ausecircncia (testemunha)

33 Tratamentos

Da combinaccedilatildeo entre niacuteveis e fatores foram obtidos 9 tratamentos que estatildeo

descritos no Quadro 2 bem como as doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

26

QUADRO 2 Tratamentos e doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

TRATAMENTOS

Ndeg FATOR I FATOR II

0 1 30 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

0 2 30 t harsquo de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

03 30 t ha de vermicomposto - - -

04 45 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

05 45 t ha de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

06 45 t ha de vermicomposto - - -

07 60 t hade esterco Super Magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

08 60 t hade esterco MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

09 60 t hade esterco - - -

Cada parcela foi constituiacuteda por dois canteiros medindo 1 m de largura x 2 m de

comprimento perfazendo 075 m de aacuterea de aacuterea uacutetil (025 m de bordadura) Foi

utilizando semeadura a lanccedilo com densidade de 24 g canteiro1

O vermicomposto a urina de vaca o esterco de curral o alhol os biofertilizantes e

a calda bordalesa foram de procedecircncia do Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul O

vermicomposto de esterco bovino misturado agraves cascas de frutas foi processado pela

minhoca vermelha califomiana Eisenia foetida)

O biofertilizante Super Magro foi elaborado segundo a metodologia descrita pela

FEPAGROSUL utilizando-se os seguintes componentes 190 litros de aacutegua 22 litros

de leite 55 Kg de accediluacutecar mascavo 30 Kg de esterco fresco de bovinos 2 Kg de

Sulfato de zinco 2 Kg de sulfato de magneacutesio 2 Kg de cloreto de caacutelcio 1 Kg de aacutecido

boacuterico 300 g de sulfato de cobre 300 g de sulfato de ferro 300 g de sulfato de

manganecircs 100 g de molibdato de soacutedio 50 g de sulfato de cobalto 3 Kg de fosfato

natural 3 Kg de cinza e 200 g de farinha de osso

A urina de vaca em lactaccedilatildeo foi coletada pela manhatilde e armazenada em recipiente

fechado por trecircs dias em condiccedilotildees ambientais para que se formasse a amocircnia e natildeo

ocorresse perda de nitrogecircnio

28

Realizaram-se duas capinas manuais durante o experimento e em seguida como

cobertura se colocou casca de arroz Tambeacutem foi aplicado esterco de aves 30 dias antes

da colheita na quantidade de 05 Kg canteiro 1 como adubaccedilatildeo de cobertura

As pulverizaccedilotildees com os produtos iniciaram apoacutes 15 dias da germinaccedilatildeo

Realizou-se sete aplicaccedilotildees sendo que as duas primeiras foram feitas apenas com

Super Magro e MB4 Na terceira e na quarta aplicaccedilatildeo utilizou-se urina de vaca e calda

bordalesa em concentraccedilotildees menores (05 e 025 respectivamente) e na quinta

aplicaccedilatildeo as dosagens de urina de vaca e calda bordalesa foram elevadas para 1 0 e

05 respectivamente ateacute o final do experimento O alhol foi utilizado a partir da

terceira pulverizaccedilatildeo na quantidade de 2 e seguiu ateacute o final no dia 26 de agosto

quando as mudas foram colhidas e posteriormente analisadas as variaacuteveis

35 Observaccedilotildees agronocircmicas

Foram utilizadas 20 mudas de cebola para obtenccedilatildeo das meacutedias das variaacuteveis as

quais foram as seguintes

351 Fitomassa fresca da parte aeacuterea e raiacutezes

Foi realizada atraveacutes de uma balanccedila digital procedendo-se a pesagem de 20

mudas de cebola previamente lavadas e posteriormente secadas durante uma hora sobre

um tecido de algodatildeo agrave temperatura ambiente Processo idecircntico foi adotado com as

raiacutezes

352 Fitomassa seca da parte aeacuterea e raiacutezes

Esta variaacutevel foi obtida a partir da secagem preliminar em estufa de ar forccedilado

durante 48 horas a 65 C ateacute peso constante com posterior pesagem em balanccedila

analiacutetica

353 Altura da muda

A altura de muda foi medida a partir do colo das plantas ateacute sua uacuteltima folha

(ponto de crescimento) com uma reacutegua graduada de 40 cm

29

354 Diacircmetro do colo das plantas

Esta medida foi realizada no ponto de transplante a 2 mm das raiacutezes e utilizando-

se um paquiacutemetro SOMET

355 Sistema radicular

Ao teacutermino do experimento foram retiradas as raiacutezes das mesmas plantas que foram

utilizadas para as determinaccedilotildees realizadas na parte aeacuterea procedendo-se uma amostra

de solo com raiacutezes de 2 0 cm de largura x 2 0 cm de comprimento e 2 0 cm de altura

totalizando 8000 cm3

As raiacutezes apoacutes serem lavadas em aacutegua corrente foram pesadas acondicionadas em

sacos plaacutesticos e congeladas para posteriores anaacutelises pelo meacutetodo de Tennant (1975)

para a determinaccedilatildeo do comprimento e densidade

3551 Comprimento de raiz

Utilizou-se para a determinaccedilatildeo do comprimento de raiz as seguintes foacutermulas

1 = ndeg x 1114 x 1 onde

1 - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 0 0 2 g

ndeg - nuacutemero de intercessotildees das raiacutezes com os lados da quadriacutecula da malha do

aparelho

1114 - constante

1 - medida lateral da quadriacutecula em cm

Tomando-se a fiacutetomassa seca e o comprimento da raiz da cada amostra

relacionou-se com a fiacutetomassa seca e o comprimento total da raiz da planta aplicando-

se a seguinte equaccedilatildeo

L = (FSR x 1) FSPA onde

L - comprimento total da raiz da planta (m)

FSR - fiacutetomassa seca de raiz

FSPA - fiacutetomassa seca da parte aeacuterea

L - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 002g

3552 Densidade de raiz

A densidade foi determinada pela foacutermula

D = L 8000 onde

D - densidade de raiacutezes (m cm3)

30

L - comprimento total de raiacutezes (m)

8 0 0 0 - volume da amostra (cm3)

3553 Razatildeo parte aeacutereasistema radicular

Este paracircmetro foi obtido pela equaccedilatildeo

RPASR = FSPA FSR onde

RPASR - razatildeo parte aeacuterea sistema radicular

FSPA - fitomassa seca da parte aeacuterea

FSR - fitomassa seca do sistema radicular

36 Determinaccedilatildeo de macronutrientes no tecido vegetal

Os macronutrientes nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio foram

determinados no laboratoacuterio de Fertilidade e Anaacutelise de Plantas do Departamento de

Solos da UFPel atraveacutes dos meacutetodos descritos por Tedesco amp Gianello (1996)

31

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 Anaacutelise das variaacuteveis

A anaacutelise da variaccedilatildeo mostrou que houve diferenccedila significativa na interaccedilatildeo entre

os fatores de adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes liacutequidos com exceccedilatildeo da variaacutevel altura

de planta para a qual somente a adubaccedilatildeo de base mostrou-se significativa (Apecircndices

C D e E Tabelas 1C 1D e 1E)

411 Anaacutelise da parte aeacuterea

Na Tabela 1 destacaram-se as adubaccedilotildees EC+SM+U+CB EC+MB4 +U+CB e EC

que diferiram significativamente das demais adubaccedilotildees para as variaacuteveis fiacutetomassa

fresca da parte aeacuterea (FFPA) fiacutetomassa seca da parte aeacuterea (FSPA) altura de planta

(AP) e diacircmetro do colo (DC)

32

TABELA 1 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

30 t ha de vermicomposto 7015 c A45 t halsquo de vermicomposto 7824 b B60 t ha de esterco de curral 12248 a C

30 t ha de vermicomposto 667 c A45 t ha de vermicomposto 752 b A60 t ha de esterco de curral 1150a C

30 t ha de vermicomposto 2975 b A45 t harsquo de vermicomposto 2775 b A60 t ha de esterco de curral 3600 a B

30 t ha de vermicomposto 631 b A45 t ha de vermicomposto 6 2 2 b B60 t ha de esterco de curral 741 a C

-Fitomassa fresca (g)----------------6270 c B 6885 b A8832 b A 6308 c C

15082 a A 13934 a BmdashFitomassa seca (g)----------------

625 c A 655 b A830 b A 607 b B

1345 a A 1262 a B-Altura de planta (cm)----------------

2950 b A 3050 b A2937 b A 2950 b A 3975 a A 3622 a B

-Diacircmetro de colo (mm)---------------592 c B 599 b B 657 b A 609 b B 819a A________ 793a B

Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

O efeito positivo do esterco bovino pode ser atribuiacutedo agraves melhorias nas condiccedilotildees

fiacutesicas do solo por ele proporcionado Segundo Primavesi (1982) e Compagnoni amp

Putzolu (1985) o esterco bovino apresenta propriedades condicionadoras do solo dando

agraves plantas melhores condiccedilotildees de desenvolvimento elevando sobremaneira os

conteuacutedos de fitomassa fresca das plantas que refletiratildeo nas demais respostas

agronocircmicas

Analisando as adubaccedilotildees de base em relaccedilatildeo aos biofertilizantes observa-se que

para os tratamentos 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) - natildeo houve influecircncia dos

biofertilizantes para as variaacuteveis FSPA e AP enquanto destacou-se o SM+U+CB para o

DC e SM+U+CB e ausecircncia da adubaccedilatildeo liacutequida para a FFPA mostrando que o uso

dos biofertilizantes natildeo influenciou esta variaacutevel 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) -

verificou-se a eficiecircncia do uso do MB4 +U+CB para as variaacuteveis FFPA e DC Para a

variaacutevel FSPA destacaram-se os dois biofertilizantes utilizados jaacute para AP natildeo houve

33

influecircncia destes EC (60 t ha 1 de esterco de curral) - em todas as variaacuteveis observadas

na tabela 5 as respostas foram significativas utilizando MB4 +U+CB

As respostas encontradas no presente trabalho para as variaacuteveis AP e FSPA foram

superiores as obtidas por Dalponte (1990) quando utilizado 0 esterco de curral para

produccedilatildeo de mudas de cebola

Segundo Filgueira (2000) os solos da regiatildeo produtora de cebola do RS satildeo

pobres em foacutesforo disponiacutevel (15 mg Kg1) necessitando portanto de adubaccedilotildees

fosfatadas elevadas As respostas aqui obtidas podem ser justificadas pelos teores de

foacutesforo contido no MB4

Follet et al (1981) citam a importacircncia do uso de compostos orgacircnicos no solo

enfatizando os estercos no sentido da decomposiccedilatildeo continuada no fornecimento de

nutrientes e na liberaccedilatildeo lenta e gradual de aacutecidos orgacircnicos influenciando a liberaccedilatildeo

do foacutesforo O que provavelmente pode ser atribuiacutedo agraves respostas encontradas no

presente trabalho para 0 tratamento Esterco de curral mais MB4 e Urina mais Calda

Bordalesa

E importante destacar que 0 sistema de produccedilatildeo de mudas de cebola sob uma

perspectiva agroecoloacutegica mostra-se eficiente quando visualmente natildeo percebe-se

diferenccedila significativa entre os tratamentos (Apecircndice F Figura 2)

Conveacutem ressaltar que quando trabalhamos com agroecologia natildeo existem

receitas nem pacotes tecnoloacutegicos prontos Cada situaccedilatildeo deveraacute ser estudada em

particular para que se faccedila recomendaccedilotildees adequadas ao ambiente local uma vez que

as plantas se adaptam ao meio estando a nutriccedilatildeo encarregada de proteger e manter o

equiliacutebrio do organismo vegetal em funccedilatildeo das alteraccedilotildees externas

E fundamental que se compreenda os princiacutepios norteadores de todo o processo

que satildeo as bases da luta por uma sociedade mais justa dentro de um mundo econocircmico e

ambientalmente mais sustentaacutevel

412 Anaacutelise do sistema radicular

Os resultados obtidos nas anaacutelises do sistema radicular (Tabela 2) mostram

diferenccedilas significativas entre as adubaccedilotildees para as variaacuteveis fitomassa fresca de raiz

(FFR) fitomassa seca de raiz (FSR) comprimento de raiz (CR) razatildeo parte

aeacutereasistema radicular (RPASR) e densidade de raiz (DR)

34

TABELA 2 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade de

raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAO DE BASE

S Magro + MB4 +Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

1540 c A 1576 b B 2427 a A

Fitomassa fresca (g)----------------1502 c B 1517 b AB 1658 b A 1446 c C 2336 a B 2360 a B

--------------------Fitomassa seca (g)-------------------196 b A 207 ab A 170 b A170 b A 199 b A 192 b A 344 a A 249 a B 327 a A

Comprimento de raiz(cm)---------------1237 b A 1158 b A 1158 a A1237 b A 1060 c B 1040 b B1433 a A 1296 a B 1040 b C

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t halsquo 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha de vermicomposto 45 t ha de vermicomposto60 t ha~ de esterco de curral__________________________ _________________________Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

-----Razatildeo Parte AeacutereaSistema Radicular------340 b AB 301c B 384 a A446 a A 415 b A 326 a B339 b B 546 a A 388 a B

-------------- Densidade de raiz (m cm3)------------367 a AB 414 a A 325 b B282 b B 301b B 405 a A347 ab A 231c B 324 b A

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base destacou-se o EC (60 t ha 1 de esterco de curral)

para as variaacuteveis FFR e FSR Quando adicionado o SM+U+CB os resultados para FFR

foram ainda melhores bem como o CR As respostas obtidas para a RPASR foram

variadas em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees apresentando melhores resultados para 15 VB (45 t

ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB e ainda melhor para EC (60 t ha 1 de esterco de

curral)+MB4 +U+CB As adubaccedilotildees de base 1 VB 15 VB e EC natildeo diferiram entre si

As adubaccedilotildees mais eficientes para a variaacutevel DR foram 1 VB+SM+U+CV que natildeo

diferiu da EC+SM+U+CB I VB+ MB4 +U+CB e agrave 15 VB foram melhores entre as

demais

35

Analisando os biofertilizantes em relaccedilatildeo a cada adubaccedilatildeo de base verifica-se que

para a 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB destaca-se a variaacutevel FFR

poreacutem sem diferenccedila significativa de 1 VB os melhpres resultados para a variaacutevel DR

foram encontrados pelo tratamento 1 VB+MB4 +U+CB e 15 VB (45 t ha 1 de

vermicomposto) tambeacutem se considera eficiente o 1 VB+SM+U+CB que natildeo diferiu do

EC (esterco de curral) Quando se utilizou 15 VB+ MB4 +U+CB houve resposta

significativa para a variaacutevel FFR para FSR as respostas natildeo foram diferentes com a

aplicaccedilatildeo dos biofertilizantes para as variaacuteveis FSR e DR as adubaccedilotildees EC e

EC+SM+U+CB natildeo diferiram entre si

Embora as respostas estatiacutesticas tenham sido diferentes para as adubaccedilotildees

combinadas ou natildeo pode-se salientar a importacircncia do aacutecido indol-aceacutetico como jaacute

citado anteriormente para as variaacuteveis avaliadas na parte aeacuterea das mudas de cebola

Respostas semelhantes nesse sentido foram encontradas para a cultura da alface por

Quijano (1999) e Morselli (2001)

Pereira et al (2002) concluiacuteram em trabalho realizado com a cultivar de cebola

CNPF1 6400 em Minas Gerais que a utilizaccedilatildeo de 20 t ha de esterco de curral

proporcionou os melhores resultados para a produccedilatildeo de cebola

Silva Juacutenior amp Giorgi (1992) e Menezes Juacutenior (1998) citam que doses elevadas

de mateacuteria orgacircnica podem prejudicar a primeira fase da germinaccedilatildeo (embebiccedilatildeo) e

absorccedilatildeo de aacutegua pelas raiacutezes das placircntulas No entanto no presente trabalho este fato

natildeo ocorreu embora a dose de esterco utilizada tenha sido de 60 t ha 1 (dose maacutexima

recomendada segundo Nolla 1982)

413 Anaacutelise de macronutrientes no tecido vegetal

Os resultados dos conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio no

tecido vegetal sob diferentes adubaccedilotildees encontrados na Tabela 3 indicam mais uma

vez a superioridade da adubaccedilatildeo esterco com 0 uso ou natildeo de biofertilizantes

36

TABELA 3 Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob

uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS i J B

ADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesamg plantas1

---- Nitrogecircnio-----30 t ha de vermicomposto 16593 c AB 15451 c B 19050 b A45 t ha de vermicomposto 21444 b A 22888 b A 17852 b B60 t ha de esterco de curral 32606 a C 37593 a B 40816 a A

--------------- ------ Foacutesforo------- -------------30 t ha de vermicomposto 3098 c B 2802 c B 3999 b A45 t ha de vermicomposto 4109 b A 4135 b A 2788 c B60 t ha de esterco de curral 5300 a B 7577 a A 7565 a A

------- Potaacutessio------30 t ha de vermicomposto 24327 c A 19900 c B 24965 b A45 t ha de vermicomposto 29113b A 29812 b A 22031 b B60 t ha de esterco de curral 44070 a B 51976 a A 54101 a A

-------- Caacutelcio-------30 t ha de vermicomposto 5027 c A 4356 c A 4834 b A45 t ha de vermicomposto 6114b A 6963 b A 4379 b B60 t ha de esterco de curral 9030 a C 11451 a A 10331 a B

------Magneacutesio-----30 t ha de vermicomposto 1188 b A 914 c A 1202 b A45 t ha de vermicomposto 1231 b B 1582 b A 1176 b B60 t ha de esterco de curral 2136a B 2443 a A 2663 a AMeacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base observa-se que o melhor tratamento foi o

esterco de curral para todas as variaacuteveis Para 1 VB (30 t ha^ 1 de vermicomposto) natildeo

houve resposta diferenciada com o uso de bofertilizantes para todas as variaacuteveis A

adubaccedilatildeo 15 VB (45 t ha 1 de vemicomposto) foi influenciada pelos biofertilizantes

para as variaacuteveis N P K e Ca enquanto que para Mg somente o MB4+U+CB o

influenciou O EC (esterco de curral) mostrou diferenccedila significativa apenas para as

variaacuteveis Ca e Mg quando adicionado MB4+U+CB

Segundo Peixoto (2000) eacute fundamental a adiccedilatildeo de adubos orgacircnico no cultivo de

hortaliccedilas seja na forma de esterco decomposto composto ou huacutemus de minhoca de

37

modo a fornecer melhorias nas propriedades do solo vindo a disponibilizar os nutrientes

as diferentes culturas

O esterco fresco conteacutem muita cama celuloacutesica e um elevado teor de aacutegua No

esterco curtido a celulose jaacute estaacute decomposta o teor de aacutegua estaacute reduzido agrave metade e os

nutrientes em uma forma mais assimilaacutevel e mais concentrada O esterco fresco pode

causar uma deficiecircncia temporaacuteria de nitrogecircnio no solo ao se decompor o que natildeo

acontece com o biestabilizado (Kiehl 1985)Ocorre uma diminuiccedilatildeo inicial no volume

de aacutegua retido no esterco de curral diminui inicialmente em tomo de 3581 liberando

posteriormente somente 496 evidenciando a sua capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua

(Menezes Juacutenior 1998)

A utilizaccedilatildeo continuada de adubos nitrogenados minerais no solo altera o balanccedilo

do nitrogecircnio entre o solo e planta No meacutetodo biodinacircmico eacute sublinhada a importacircncia

dos adubos animais para o estabelecimento da fertilidade permanente dos solos (Koeff

et al 1983)

Para Guimaratildees (1997) os benefiacutecios que a mateacuteria orgacircnica imprime ao solo

principalmente melhorando a produtividade fertilidade e a influencia que as substancias

huacutemicas exercem sobre o ambiente dependem da qualidade e do teor de mateacuteria

orgacircnica do solo Estas substacircncias por conterem nutrientes em sua constituiccedilatildeo em uma

forma mais disponiacutevel para as plantas promovem um equiliacutebrio no ambiente no solo

(Kononova 1966)

Aproximadamente de 60 a 70 do total de carbono do solo ocorre na forma de

materiais huacutemicos (Griffith amp Schnitzer 1975) sendo a eles atribuiacutedo a manutenccedilatildeo da

bioestrutura do solo aumentando a capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua (Brady 1999)

Conforme Compagnoni amp Putzolu (1985) os estercos bem como os demais

resiacuteduos orgacircnicos apresentam conteuacutedos diferentes de aacutecidos huacutemicos e fuumllvicos sendo

atribuiacutedo ao acido huacutemico uma accedilatildeo fitoestimulante semelhante aos fitohormocircnios por

favorecer o desenvolvimento do sistema radicular e crescimento do caule

Em trabalho realizado por Guimaratildees (1997) foi encontrado para aacutecidos huacutemicos

de esterco bovino uma relaccedilatildeo CN 1035 e para vermicomposto bovino 17

evidenciando que o esterco quando aplicado ao solo por apresentar uma relaccedilatildeo CN

proacutexima deste reage mais facilmente liberando nutrientes para as plantas sem alterar a

cadeia troacutefiacuteca Dados encontrados no presente trabalho demonstram a eficiecircncia do

esterco nesse sentido

38

De acordo com Morselli (2001) vaacuterios trabalhos citam comentam e discutem a

capacidade dos vermicompostos em proporcionar oacutetimas colheitas e favorecer a

precocidade das plantas cultivadas Poreacutem muitas vezes se observa que mesmo

suprindo essas plantas com nutrientes necessaacuterios atraveacutes de huacutemus de diferentes fontes

as respostas natildeo satildeo as mesmas para uma mesma cultivar

Por outro lado os resultados com o uso de substacircncias huacutemicas satildeo variaacuteveis e

dependem aleacutem da espeacutecie testada das substacircncias huacutemicas utilizadas sua

concentraccedilatildeo o grau de purificaccedilatildeo e das condiccedilotildees experimentais A resposta das

plantas aos aacutecidos huacutemicos e fuacutelvicos eacute dependente da mateacuteria prima original e da

espeacutecie vegetal pois materiais orgacircnicos diferentes apresentam aacutecidos huacutemicos e

fuacutelvicos diferentes (Businelli 1990)

Justificam-se os maiores conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio e caacutelcio nas

adubaccedilotildees 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e biofertilizantes devido

provavelmente ao vermicomposto utilizado apresentar na sua constituiccedilatildeo teores

consideraacuteveis destes elementos aleacutem do que os biofertilizantes possam ter influenciado

na absorccedilatildeo atraveacutes de sua constituiccedilatildeo Tibau (1984) considera que a urina de vaca eacute

rica em aacutecido indol-aceacutetico e este influencia na absorccedilatildeo radicular O efeito positivo

deste tratamento provavelmente seja devido agrave quantidade aplicada

O biofertilizante que se destacou foi o MB4+U+CB em relaccedilatildeo ao EC (esterco de

curral) e eacute somente para a variaacutevel caacutelcio Isto provavelmente seja devido ao alto teor

deste elemento encontrado na sua constituiccedilatildeo (6872 g Kg1) e pela influecircncia positiva

que a calda bordalesa exerce no metabolismo das plantas atraveacutes dos nutrientes

contidos em sua formulaccedilatildeo O Ca controla a absorccedilatildeo radicular e retorna ao solo pelo

esterco e palhas por apresentar-se em maior quantidade em folhas e caules Depois de

localizado nas folhas fica imoacutevel favorecendo a resistecircncia da planta ao ataque de

fungos

Este trabalho avanccedila no estudo da agroecologia estando claro que todos os

criteacuterios tem caraacuteter dinacircmico de adequaccedilatildeo as mudanccedilas de um sistema de produccedilatildeo

em evoluccedilatildeo contribuindo na transiccedilatildeo para um padratildeo sustentaacutevel Cabe a pesquisa a

reorientaccedilatildeo para um enfoque ldquosistecircmicordquo isto eacute que permita integrar os diversos

componentes de um agroecossistema e a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas que promovam 0

fortalecimento e a expansatildeo da agricultura familiar

39

5 CONCLUSOtildeES

Considerando os resultados obtidos e as condiccedilotildees em que o estudo foi realizado

conclui-se que

bull As respostas agronocircmicas das mudas de cebola para os paracircmetros avaliados

satildeo mais satisfatoacuterias com a aplicaccedilatildeo de esterco de curral como adubaccedilatildeo de

base

bull Os biofertilizantes mais urina de vaca e calda bordalesa proporcionam

respostas satisfatoacuterias quando aplicados associados agraves adubaccedilotildees de base

bull O biofertilizante MB4 mais urina de vaca e calda bordalesa eacute mais eficiente

que o super magro mais urina e calda bordalesa quando aplicado associado agrave

adubaccedilatildeo de base esterco de curral para os conteuacutedos de fitomassa secae

fresca da parte aeacuterea das plantas altura e diacircmetro de colo das mudas de

cebola

bull Os biofertilizantes adicionados agrave adubaccedilatildeo de base 45 t harsquo 1 de vermicomposto

bovino mostram respostas significativas para os conteuacutedos de fitomassa seca

bull Os maiores conteuacutedos nutricionais para as mudas de cebola satildeo

proporcionados pela adubaccedilatildeo de base esterco de curral

bull A maior absorccedilatildeo de caacutelcio pelas mudas de cebola ocorre quando da adiccedilatildeo do

biofertilizante MB4 mais urina e calda bordalesa agrave adubaccedilatildeo de base esterco de

curral

40

6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ALDRIGHI CB ABREU CM PAGLIA AG MORSELLI TBGA FERNANDES HS Efeito da aplicaccedilatildeo de biofertilizante e urina de vaca em mudas de tomateiro Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

ALTIERI M NICHOLLS C I Agroecologia Teoria praacutectica para umaAgricultura Sustentable Ia ed PNUMA 2000 Cap 2 4 Seacuterie textos baacutesicos para la formacioacuten ambiental

ALTIERI M Agroecologia bases cientiacuteficas para uma agricultura sustentaacutevelGuaiacuteba Agropecuaacuteria 2002 592 p

ANTONIOLLI Z I GIRACCA E M N CARDOSO S J T WIETHAN M M S FERRI M Iniciaccedilatildeo agrave Minhocultura Criaccedilatildeo em Cativeiro e Vermicompostagem Santa Maria UFSM 1996 p59-89

BAYER C MIELNICZUC J Dinacircmica e funccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica In SANTOS G de A S e CAMARGO F A de O (ed) Fundamentos da mateacuteria orgacircnica do solo ecossistemas tropicais e subtropicais Porto Alegre Genesis 1999 p 3-23

BARRETTO D X Composto Orgacircnico In Praacutetica em Agricultura Orgacircnica Satildeo Paulo iacutecone Ed Ltda 1985 p 51-63

BETTIOL W Alguns produtos alternativos para o controle de doenccedilas de plantasem agricultura orgacircnica II Ciclo de palestras sobre agricultura orgacircnica Instituto Bioloacutegico Satildeo Paulo p52-63 1997

41

BETTIOL W TRACH R GALVAtildeO JAH Controle de doenccedilas de plantas com biofertilizantes Jaguariuacutena EMBRAPA-CNPMA 1997 22p (EMBRAPA- CNPMA Circular Teacutecnica 02)

BRADY N C Natureza e propriedades dos sotos Rio de Janeiro Freitas BastosS A 1979 647p

BRADY N C Organisms and ecology of the soil In The nature of properties of soils Simon amp Schuster A Viacon Company New Jersey1999 402-489p

BON1LLA J A Fundamentos da Agricultura Ecoloacutegica Sobrevivecircncia eQualidade de Vida Satildeo Paulo Nobel 1992

BUREacuteS S Substratos Ediciones Agroteacutecnicas S L Madrid Octubre 1997

BUS1NELLI M Chemical Composition and Enzymic Activity of some Worm Cast Plant Soil v 80 p 1-2 1990

CALEGARI A Espeacutecies para cobertura de solo In IAPAR (Instituto Agronocircmico de Paranaacute) Plantio Direto pequena propriedade sustentaacutevel organizador Moacir Darolt Londrina - PR 1998 65-93

CAMARGO P N D Manual de Adubaccedilatildeo Foliar Satildeo Paulo Herba 1975

CAPRA F A Teia da Vida Satildeo Paulo Cultrix 1997 256p

CAPRA F O Ponto de Mutaccedilatildeo 22 ed Satildeo Paulo Cultrix 2001 447p

CHABOUSSOU F Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da Trofobiose) Porto Alegre LPM 1987 253 p

CLARO S A Referencias tecnoloacutegicos para a agricultura familiar ecoloacutegica aexperiecircncia da Regiatildeo Centro-Serra do Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS-ASCAR 2001 250p

CLIVELA G Diagnoacutestico Agronocircmico da cebola no Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS 1995 8 6 p

COMISSAtildeO DE FERTILIDADE DO SOLO - RSSC Recomendaccedilotildees de adubaccedilatildeo e calagem para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina 3 ed Passo Fundo SBCS - Nuacutecleo Regional Sul 1995 223p

COMPAGNONI L PUTZOLU G Cria moderna de Ias lombrices y utilizacioacutenrentable dei humus Barcelona Editorial de Vecchi- SA 1985127p

COSTABEBER J A MOYANO E Transiccedilatildeo agroecoloacutegica e accedilatildeo social coletiva Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v l n4 p 50- 60 outdez 2 0 0 0

42

COSTA M B B da Adubaccedilatildeo orgacircnica Nova siacutentese e novo caminho para aagricultura Satildeo Paulo Ed iacutecone Ltda 1985 102p

COSTA NETO C Agricultura Sustentaacutevel Tecnologias e Sociedade In CARVALHO COSTA LF et al (org) Mundo Rural e Tempo Presente Rio de Janeiro Mauad 1999

DrsquoAG0ST1NI R L FANTINI A C Produccedilatildeo orgacircnica tambeacutem socialmente excludente Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v3 n l p57-61 2002

DALPONTE J C V Utilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos e fertilizante mineral na produccedilatildeo e qualidade de mudas e bulbos de cebola (Alliurn Cepa L) Pelotas-RS 1990 (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1990

DEBARBA J F THOMAZELLI L F GANDIN C L SILVA E Cadeias produtivas do Estado de Santa Catarina Cebola Florianoacutepolis Epagri 1998 115 p (EPAGRI Boletim Teacutecnico 96)

DUFOUR F Os saacutebios loucos do agro-alimentar Le Monde Diplomatique ano 1 n4 p6-7 1999 (ed portuguesa)

EHLERS E Agricultura Sustetaacutevel Origem e perspectivas de um novo paradigma 2 ed Guaiacuteba Agropecuaacuteria 1999 157 p

FILGUEIRA F A R Novo Manual de olericultura agrotecnologia moderna na produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 2000 402 p

FRASER G K Mateacuteria Orgacircnica Del Suelo In BEAR F E (ed) Quiacutemica dei Suelo Madrid Ed Agrociencia 1963

FOLLET R H MURPHY L S DONAHUE R L Fertilizers and soil amendments New Jersey Printice-Hall Inc 1981 557p

GARCIA A Revista dei Espacio Rural Georgica Zaragoza Escuela Politeacutecnica de Huesca n5 1997

GARCIA A Versatildeo preliminar de um Programa Estadual de Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Bulbos e Sementes de CebolaEMBRAPAIPAGROMARAEMATER 6 8 pbdquo 1990 (Publicaccedilatildeo avulsa)

GIORGETT1 J R Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Mudas de Tomate In Encontro Nacional de Produccedilatildeo e Abastecimento de Tomate 2 1991 Jaboticabal Satildeo Paulo Anais Jaboticabal UNESP 1991 p 242-244

GLIESSMAN S R Agroecologia Processos ecoloacutegicos em agricultura sustentaacutevelPorto Alegre Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS 2000 653p

43

GLIESSMAN S R TURRIALBA C R Agroecologia Procesos Ecoloacutegicos en Agricultura Sostenible CATIE 2002 p 3-14

GNOATTO S C Caracterizaccedilatildeo quiacutemica de vermicompostos de diferentes substratos orgacircnicos Pelotas-RS 1999 38 f (Mestrado em Agronomia - Solos) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

GOMES J C C BORBA M F S A moderna crise dos alimentos oportunidade para a agricultura familiar Emater Porto Alegre julset 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwematertchebrdocsagroecorevistan313-artigo3htmgtAcesso em 24 fev 2002

GOMEZ H W Desenvolvimento sustentaacutevel agriacutecola e capitalismo In Desenvolvimento sustentaacutevel Necessidade eou disponibilidade Santa Cruz do Sul Nobel - UNISC 1997 p 65-77

GONZAacuteLEZ DE MOLINA M SEVILLA GUZMAacuteN E Ecologia campesinado e historia Para una reinterpretacioacuten dei desarrollo dei capitalismo en la agricultura In SEVILLA GUZMAacuteN E GONZAacuteLEZ DE MOLINA M (ed) Ecologia campesinado e historia Madrid La Piqueta 1993 p 23-129

GRIFFITH S A SCHNITZER M Analytical characteristic of humic and fulvic acids extracted from tropical volcanic soils Soil Sei Soc Am Proc v 39 p361-367 1975

GUIMARAtildeES E Caracterizaccedilatildeo quiacutemica estreptoscoacutepica e por anaacutelise teacutermica de aacutecidos huacutemicos e vermicompostos obtidos de estercos de diferentes animaisCuritiba 1997 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Quiacutemica) Universidade Federal do Paranaacute 1997

HESS A F Sociedade e meio ambiente uma relaccedilatildeo ambiacutegua Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v 4 n2 p 167-1741999

ICEPA-SC Informes conjunturais sobre a cultura da cebola Disponiacutevel em lthttpwwwicepa combrgt Acesso em 23 jan 2003

JONES H A MANN L K Onions and their allies New York Interscience Publishers 1962 286 p

JUacuteNIOR H A de MAIORANO J A Receitas obtidas de extratos de plantasCampinas CATITerra Viva [199-] 10 f

KHATOUNIAN C A Ciclo de Palestras sobre Agricultura Orgacircnica 2a Ed SatildeoPaulo Fund Cargill 1997 149 p

KIEHL E J Fertilizantes Orgacircnicos Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1985 492p

44

KOEFF H H PETTERSSON B D SHAUMANN W Vida Vegetal solos e adubaccedilatildeo In Agricultura Biodinacircmica Satildeo Paulo Nobel 1983 p92-149

KONONOVA M M Soil organic matter The importance o f organic matter in soil formation and soil fertility New York Pergamqn Press 1961 p 165-200

KUHN T A Estrutura das Revoluccedilotildees Cientiacuteficas Satildeo Paulo Perspectiva 1989 257p

LANNA FCA ABREU C L ABREU J G SILVA V Resposta de cultivares de melancia cultivadas sob adubaccedilatildeo quiacutemica e orgacircnica Horticultura v 12 n l p85 1994

LEFF H Saber Ambiental Petroacutepolis Vozes 2001 343 p

MAGALHAtildeES J R Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo da cebola In FERREIRA M E CASSTELLANE P D CRUZ M C P Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo de hortaliccedilasPiracicaba POTAFOS 1993 p 381-393

MALAVOLTA E Elementos de nutriccedilatildeo mineral de plantas Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1980 251 p

MALAVOLTA E Manual de Quiacutemica Agriacutecola - Adubos e Adubaccedilatildeo 3a ed SatildeoPaulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1981 606 p

MARTINEZ A A A grande e Poderosa Minhoca Jaboticabal Funep - Unesp1990 101 p

MARTINS S R Desenvolvimento e Sustentabilidade Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v20 n2 julho 2002 Palestra apresentada no 42deg Congresso Brasileiro de Olericultura

MARTINS S R Limites Del Desarrollo Sostenible em Ameacuterica Latina En el marco de Ias poliacuteticas de (re)ajuste econocircmico Pelotas Editora UFPel 1997 135 P-

MARTINS S R Sustentabilidade na agricultura dimensotildees econocircmicas sociais e ambientais Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v4 n 2 p 175-1871999

MATURANA H REZEPKA S N D E Formaccedilatildeo Humana e Capacitaccedilatildeo Rio de Janneiro Vozes 2000 8 6 p

MELLO A F SOBRINHO M O ARZOLLA S SILVEIRA R NETTO A C KIEHL J C Fertilidade do Solo Satildeo Paulo Nobel 1983

MENEZES JUacuteNIOR F O G D Caracterizaccedilatildeo de Diferentes substratos hortiacutecolas e seu efeito na produccedilatildeo de mudas de alface e couve-flor em ambiente protegido Pelotas 1998 141 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1998

45

MIBASA Mineraccedilatildeo Barreto SA Melhorador de Solos MB4 A Natureza Agradece Arapiraca-AL [199-] Folder

MINAMI K Os resumos da olericultura 2000 In AZEVEDO FILHO MARTINEZ FILHO (ed) Preccedilos agriacutecolas Piracicaba ESALQ 1999 p 4

MINAMI K Produccedilatildeo de Mudas de Alta Qualidade em Horticultura Satildeo Paulo TA Queiroz 1995

MORSELLI T B G A Cultivo sucessivo de alface sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegidoPelotas 2001 178 p Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2001

MORSELLI T B G A Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Poliacutegrafo da Disciplina de Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia-Produccedilatildeo Vegetal UFPel 2002

MULLER AM Efeitos da Aplicaccedilatildeo Foliar de um Biofertilizante Enriquecido no Estado fitossanitaacuterio de Tomate Ervilha e Beterraba Sob Manejo OrgacircnicoDissertaccedilatildeo (Mestrado no Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agroecossistemas)1999 (Resumo)

NOLLA D Erosatildeo do Solo - O grande desafio Estado do Rio Grande do Sul SEAGRI desenvolvimento de recursos naturais renovaacuteveis 1982 412 p

PAGLIA AG MORSELLI TBGA PEIL RMN Teores de nutrientes pH e condutividade eleacutetrica da aacutegua em sistema ldquofloat^ngrdquo sob adiccedilatildeo de biofertilizantes Horticultura Brasileira v 20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PAULUS G MULLER A BARCELLOS LAR Agroecologia aplicada praticas e meacutetodos para uma agricultura de base ecoloacutegica 2ed ver ampl Porto Alegre EMATERRS 2001 8 6 p

PEIXOTO R T dos G Composto orgacircnico aplicaccedilotildees benefiacutecios e restriccedilotildees de uso Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 18 p 56-64 julho 2000

PENTEADO SR Defensivos Alternativos e Naturais Satildeo Paulo 1999 95 p

PEREIRA AJ SOUZA RJ PEREIRA WR Efeito de diferentes doses de esterco de galinha e de curral sobre a produccedilatildeo de cebola Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PINHEIRO S BARRETO SB MB-4 agricultura sustentaacutevel trofobiose e biofertilizantes Fundaccedilatildeo Juquira CandiruMibasa 2000 273 p

PRIMAVESI A Agricultura Sustentaacutevel Satildeo Paulo Nobel 1992 142 p

PRIMAVESI A O manejo ecoloacutegico do solo Agricultura em regiotildees tropicais SatildeoPaulo Nobel 1982 541 p

46

PURCINO A A C ldquoNitrogecircniordquo Informe Agropecuaacuterio Belo Horizonte v7 n81 p 16-27 1981

QUIJANO F G Efeito da adubaccedilatildeo orgacircnica no desenvolvimento de duas cultivares de alface em ambiente protegido Pelotas 1999 116f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

RODRIGUES A N N Efeitos e residuais de superfosfato triplo sobre o rendimento de mateacuteria seca e absorccedilatildeo de foacutesforo pela aveia (Avena strigosa Schob) em solo Podzoacutelico Vermelho Escuro Porto Alegre 1984 59f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia UFRGS 1984

RODRIGUES E T CASALI V W D Respostas da alface agrave adubaccedilatildeo orgacircnica II Teores conteuacutedos e utilizaccedilatildeo de macronutrientes em cultivares Rev Ceres Viccedilosa v 45 n 261 p 437-449 1998

SAMINEcircS T C O Produccedilatildeo orgacircnica de alimentos Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 17 n3 novembro 1999

SCHIEDECK G Ambiecircncia e resposta agronocircmica de meloeiro (Cucumis melo L) cultivado sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegido Pelotas lOOp Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2002

SILVA JUacuteNIOR A A GIORGI E Substratos alternativos para a produccedilatildeo de mudas de tomate Agropecuaacuteria Catarinense Florianoacutepolis EPAGRI 1992 23 p

SILVA JUacuteNIOR A A MACEDO S G STUKER H Utilizaccedilatildeo de esterco de peru na produccedilatildeo de mudas de tomateiro Florianoacutepolis EPAGRI 1995 28 p (Boletim Teacutecnico 73)

TAGLIARI PS GRASSMANN H Minhoca a grande aliada da agricultura Agropecuaacuteria Catarinense v8 n l p 11-14 mar 1995

TEDESCO M J GIANELLO C Anaacutelises de solo plantas e outros materiais Porto Alegre Faculdade de Agronomia Departamento de Solos Universidade Federal do Rio Grande do Sul RS 1996

TENNANT D A Test of modified line intersect method of estimating root lenght Journal Ecology Oxford v 63 p 995-1001 1975

TIBAU A O Mateacuteria Orgacircnica do Solo Mateacuteria Orgacircnica e Fertilidade do SoloSatildeo Paulo Nobel 1984 p49-182

TIMM P J Anaacutelise comparativa dos sistemas de plantio convencional e cultivo miacutenimo de cebola sob adubaccedilatildeo orgacircnica e mineral Pelotas 2000 79 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2000

47

VALENZUELA HR CROSBY C Effect of compost applications on the yield of several vegetables in long-term organic farming experiments conduced in the tropics American Society Horticultural Science v33 n3 june 1998

VIGLIZZO E (ed) Subprograma Recursos Naturais y Sostenibilidad Agriacutecola documento marco Montevideo IICAPROCISUR 1995 p 75 - 78

WE1D J M TARDIN J M Proposta para a Ampliaccedilatildeo do Trabalho da ASPTA no Centro Sul do Paranaacute ASPTA Disponiacutevel em http wwwpronafgovbrEncontrotestosAS20PTA20Sul20ParanE1205 202002doc Acesso em 05 mai 2002

XAVIER SIMOacuteN F DOMINGUES D G Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel uma perspectiva agroecoloacutegica Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre EM ATERRS v2 n2 p 17-26 2001

ZABALETA J P Diagnoacutestico da Agricultura Familiar em Satildeo Joseacute do Norte - RSPelotas EMBRAPA-CPACT 1998 75 p (EMBRAPA-CPACT Documentos 44)

ZONTA E P MACHADO A A SILVEIRA P Sanest Sistema de anaacutelise estatiacutestica para microcomputadores Registrado na Secretaria Especial de Informaacutetica sob nuacutemero 066060 - categoria A Pelotas-RS Universidade Federal de Pelotas 1984

48

7 APEcircNDICE

APEcircNDICE A - Anaacutelise da adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes utilizados na produccedilatildeo de mudas de cebola

TABELA 1 A Anaacutelise baacutesica do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo miuacutedo + papua

Arg

pH IND

SMP

MO

P - n r - Na Al Ca__10Omlmdash

Mg

ppm -

6 53 67 089 8 6 27 1 04 05 0 2

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 2A Anaacutelise complementar do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo-miuacutedo + papua

Cobre Zinco Manganecircs Ferro

(m v1)

04 05 26 007

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

49

TABELA 3A Anaacutelise dos fertilizantes soacutelidos

Amostra pH limidade CN

C N P K Ca Mg

- g-ivg --

Cama de 849 2491 12 31042 2479 3888 3405 29875 463

aves

Esterco 74 3594 11 677 590 157 134 335 214

de curral

Huacutemus 684 5738 14 15965 1098 453 745 743 361

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 4A Anaacutelise quiacutemica dos biofertilizantes liacutequidos

Amostra N P K_ccedil H

Ca Mg Cu Zn Fe Mn

mdashgL bull

S Magro

m b 4

Urina

053

1652

8 2 2

008

395

0 0 0

149

1674

471

1902

6872

0 0 0

1150

4507

1172

7273

42

033

101389

920

0 0 0

6250

19458

781

35273

1123

0 2 1

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

50

APEcircNDICE B - Condiccedilotildees climaacuteticas do local

TABELA 1B Condiccedilotildees de temperatura do local

___________ __________TEMPERATURA (degCgt

meses Meacutedia

Maacutexima

Meacutedia

MiacutenimaMeacutedia

Maacutexima

Absoluta

Miacutenima

Absoluta

Junho 225 87 156 320 25

Julho 225 85 155 285 30

Agosto 251 71 161 360 1 0

Fonte FEPAGROSCT 2002

TABELA 2B Condiccedilotildees de chuva do local

mdash CHUVA (mm)mdash

meses Ocorrida Normal Desvio Da Normal

Junho 1080 1 1 0 -2 0

Julho 1062 98 8 2

Agosto 1283 1 2 0 83

Fonte FEPAGROSCT 2002

51

TABELA 1C Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

APEcircNDICE C - Anaacutelise estatiacutestica da parte aeacuterea

Causas G1 FFPA FSPA AP DC

da variaccedilatildeo --------- Quadrados meacutedios-

Blocos 3

Ad Base 2 175359071 1287102 2547419 1 11775

Biofertilizantes 2 126876 29011 87669ns 02185ns

Ad x Biofert 4 572378 31123 69106ns 04159

Resiacuteduo 24 34456 03048 27169 00290

Total 35

Meacutedia geral 93745 8772 320388 6741

CV 1980 6294 5145 2530

Significativo a 5ns Natildeo significativo

52

TABELA 1D Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade

de raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

APEcircNDICE D - Anaacutelise estatiacutestica da raiz

Causas G1 FFR FSR CR RPASR DR

da variaccedilatildeo Quadrados meacutedios---------------

Blocos 3

Ad Base 2 27874 551 623 2 1 0 140

Biofertilizantes 2 178 0 1 0 ni 1504 l03ns 038ns

Ad x Biofert 4 190 058 318 294 183

Resiacuteduo 24 005 009 028 023 0 2 1

Total 35

Meacutedia geral 1818 228 184 387 333

C V 134 1356 448 1253 1396

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

53

APEcircNDICE E - Anaacutelise estatiacutestica dos macronutrientes da parte aeacuterea da cebola

TABELA 1E Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mud^s de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

Causas G1 bull N P K Ca Mg

da variaccedilatildeo

Blocos 3

Ad Base 2 13550306 446627 25509686 1031806 59007

Biofertilizantes 2 180610ns 16564 68153ns 39006 876ns

Ad x Biofert 4 454187 45743 1047539 46950 2464

Resiacuteduo 24 29769 1453 64313 3741 439

Total 35

Meacutedia geral 24921 4597 33366 6943 1615

C V 692 829 760 880 1297

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

APEcircNDICE F - Fotos do experimento

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob uma perspectiva agroecoloacutegica

APEcircNDICE F a Fotos do experimento

FIGURA 1 Adubaccedilatildeo verde com feijatildeo-miuacutedo e papuatilde utilizadas no manejo do solo

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob urna perspectiva agroecoloacutegica

Page 11: PRODUÇÃO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L.) SOB …orgprints.org/24883/1/Paglia_Produção.pdf · vaca mais calda bordalesa; MB4+U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

mixture is more effieient than the ldquoSuper Magrordquo with urine and bordeaux mixture

when applied along with manure as soil fertilizer the dry matter contents of the onion

seedlings are significant when the biofertilizer is added to bovine vermicompost (45 t

h a 1) the largest nutritional contents for the onion seedlings are obtained with manure as

soil fertilizer the largest absorption of calcium by the onion seedlings happens when the

biofertilizer MB4 with urine and bordeaux mixture is added to the manure as soil

fertilizer

X

mixture is more efficient than the Super Magro with urine and bordeaux mixture

when applied along with manure as soil fertilizer the dry matter contents of the onion

seedlings are significant when the biofertilizer is added to bovine vennicompost (45 t

hamiddot ) the largest nutritional contents for the onion seedlings are obtained with manure as

soil fertilizer the largest absorption of calcium by the onion seedlings happens when the

biofertilizer MB4 with urine and bordeaux mixture is added to the manure as soil

fertilizer

x

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

ldquoEu sustento que a ciecircncia soacute tem

finalidade se serrsquoir para aliviar a miseacuteria

da existecircncia humana

(Bertold Brecht)

No Rio Grande do Sul cultivar cebola eacute atividade de pequenos e meacutedios

produtores revestindo-se de suma importacircncia para a economia onde contribui para a

geraccedilatildeo de empregos e a fixaccedilatildeo do homem ao meio rural visto que haacute necessidade de

outros tipos de investimentos sociais e econocircmicos

Segundo o ICEPA-SC (2003) o Rio Grande do Sul responde por cerca de 14 da

produccedilatildeo nacional o que faz da cebola a segunda hortaliccedila em importacircncia econocircmica

no Estado sendo apenas superada pela cultura da batata poreacutem a aacuterea plantada no RS

tem apresentado recuo nos uacuteltimos anos caindo de 16648 hectares na safra 9899 para

14085 na safra atual (0203) acontecendo o mesmo com a produccedilatildeo que diminuiu de

181338 toneladas na safra 9596 para aproximadamente 159000 na safra atual

A baixa produtividade obtida pode ser atribuiacuteda a vaacuterios fatores baixa

disponibilidade de mateacuteria orgacircnica no solo poucc^ uso de materiais orgacircnicos eou

aplicaccedilatildeo inadequada destes considerando ainda que a maioria dos produtores

conservam caracteriacutesticas agriacutecolas do seacuteculo passado apresentando resistecircncia ao

associativismo e possuem carecircncia de infraestrutura (estradas eletricidade telefonia

drenagem e condiccedilotildees de armazenamento) Esses fatores aliados a baixa rentabilidade

2

da cultura tem sido apontados como responsaacuteveis pelo abandono da cebolicultura por

alguns produtores

A fase de produccedilatildeo das mudas eacute de extrema importacircncia para o cultivo da cebola e

requer manejo adequado dos recursos naturais para que a cultivar utilizada possa

expressar seu potencial geneacutetico sem comprometer o equiliacutebrio ambiental O principal

cuidado para o desenvolvimento de mudas de qualidade refere-se agrave utilizaccedilatildeo adequada

do solo

Desta forma o manejo do solo e das plantas orientado pela agroecologia pode se

constituir numa excelente alternativa para obtenccedilatildeo de mudas de qualidade sem

comprometer a sauacutede dos agricultores e contribuindo para a preservaccedilatildeo ambiental

Diversas praacuteticas vecircm sendo utilizadas com esta finalidade entre elas citam-se a

adubaccedilatildeo orgacircnica e os biofertilizantes enriquecidos No entanto estes fatores de

produccedilatildeo precisam ser melhor estudados no que tange a sua utilizaccedilatildeo adequada pelos

produtores de cebola objetivando um sistema de produccedilatildeo sustentaacutevel

A agroecologia como ciecircncia apresenta vaacuterias dimensotildees ecoloacutegica econocircmica

social cultural poliacutetica e eacutetica Neste sentido e considerando-se a procura crescente por

produtos orgacircnicos e a necessidade de sistemas de fertilizaccedilatildeo adequados ao cultivo da

cebola o presente trabalho teve como objetivo a produccedilatildeo de mudas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica contribuindo para o processo de transiccedilatildeo do sistema de

produccedilatildeo

3

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

ldquoAs novas eras natildeo comeccedilam de uma vez

Meu avocirc jaacute vivia no novo tempo

Meu neto viveraacute talvez ainda no velho

A nova carne eacute comida com os velhos garfos

(Bertold Brecht)

21 Desenvolvimento e sustentabilidade

Nenhuma espeacutecie viva com exceccedilatildeo do homem empreende esforccedilos de

desenvolvimento no sentido de crescimento material que sob as formas em que vem

sendo compreendido conduz sempre a algum tipo de agressatildeo contra o ambiente Os

esforccedilos presentes visando o progresso material assim como a maneira de satisfaccedilatildeo

das necessidades baacutesicas do homem no mundo de hoje revelam-se inconsistentes O

uso para esse fim de mateacuteria e energia em doses excessivas e crescentes tem exaurido

recursos ambientais acima de sua capacidade de regeneraccedilatildeo obviamente tendendo a

toma-los menos disponiacuteveis para as futuras geraccedilotildees

De acordo com Martins (2002) o Desenvolvimento Sustentaacutevel natildeo eacute um conceito

acabado trata-se de uma ideacuteia forccedila proacute-ativa e positiva mas que necessita ser

esclarecida quanto ao significado destes dois vocaacutebulos que lhe compotildee e o contexto em

que as pessoas com eles se relacionam Aleacutem disso isso afeta tanto como profissionais

cujas atividades vinculam-se diretamente ao trato com a natureza e portanto por ela satildeo

4

responsaacuteveis mas especialmente como cidadatildeos que constroem no seu cotidiano as

distintas dimensotildees do desenvolvimento sociais econocircmicas ambientais culturais

cientificas e tecnoloacutegicas juriacutedicas poliacuteticas e espirituais

Segundo Altieri amp Nicholls (2000) para o desenvolvimento de uma agricultura

sustentaacutevel as necessidades natildeo satildeo apenas bioloacutegicas ou teacutecnicas mas tambeacutem sociais

econocircmicas e poliacuteticas E inconcebiacutevel promover mudanccedilas ecoloacutegicas no setor agriacutecola

sem a defesa de mudanccedilas nas outras aacutereas da sociedade de modo a conscientizar o

homem sobre as condiccedilotildees necessaacuterias para a exploraccedilatildeo da natureza

A ideacuteia da sustentabilidade referente ao vocaacutebulo sustentaacutevel coloca-se como

contraponto ao caraacuteter perdulaacuterio do modelo prevalecente na medida em que o modelo

econocircmico praticado por um lado estaacute baseado no consumo da mateacuteria prima fornecida

pela natureza para a produccedilatildeo de bens e serviccedilos em descompasso com seu ritmo e

capacidade de fornecimento por outro tem tratado a natureza como mero depositaacuterio de

resiacuteduos sem considerar sua capacidade de absorccedilatildeo e reciclagem A sustentabilidade

contrapotildee-se agrave caracteriacutestica antropocecircntrica do modelo o homem como centro da

questatildeo numa postura dominante sobre o entorno natural cujas ferramentas cientiacuteficas e

tecnoloacutegicas embasam um modelo econocircmico que subjuga a natureza e coloca-se acima

desta O vocaacutebulo sustentaacutevel portanto se refere agrave capacidade de suporte da biosfera

sendo um fim a ser perseguido com o objetivo de garantir sua preservaccedilatildeo numa visatildeo

prospectiva ou seja que assegure o futuro planetaacuterio assumindo portanto o

compromisso com as geraccedilotildees vindouras (Martins 2002)

Quando se trata de apontar os possiacuteveis caminhos que levaratildeo a um novo padratildeo

produtivo e garanta a seguranccedila alimentar sem agredir o ambiente o caminho torna-se

mais difiacutecil Percebe-se que a noccedilatildeo de agricultura sustentaacutevel permanece cercada por

duacutevidas e contradiccedilotildees mesmo assim seu emprego toma-se cada vez mais frequumlente

(Ehlers 1999)

Haacute que se incorporar a concepccedilatildeo de entropia agrave noccedilatildeo de desenvolvimento visto

que a extraccedilatildeo e o transporte tambeacutem satildeo atividades econocircmicas que requerem cuidados

de manejo visando menores efeitos entroacutepicos ao meio ambiente Satisfazer as

necessidades presentes sem comprometer as possibilidades das futuras geraccedilotildees

satisfazerem as suas proacuteprias eacute o que necessita ser construiacutedo no cotidiano Esta natildeo eacute

uma tarefa faacutecil nos tempos atuais pois o mundo nunca passou por tanta incerteza e

nunca teve um presente tatildeo insustentaacutevel (Martins 1997)

211 Agroecologia Paradigma em construccedilatildeo

5

O seacuteculo passado assistiu a uma ineacutedita expansatildeo da capacidade humana de

agenciamento das forccedilas naturais promovida pelo saber teacutecnico-cientiacutefico cuja

centra lidade eacute hoje irreversiacutevel no que se refere as relaccedilotildees com a natureza Em relaccedilatildeo

ao conhecimento poucas aacutereas de interesse do homem moderno se ligam tanto agrave

pesquisa cientiacutefica como a questatildeo ambiental sendo um fenocircmeno de tendecircncia

internacional evidenciado a partir da deacutecada de 70 (Hess 1999)

A noccedilatildeo de paradigma eacute normalmente utilizada para estabelecer uma

diferenciaccedilatildeo entre dois momentos ou dois niacuteveis do processo de conhecimento

cientiacutefico (Capra 1997 Kuhn 1989) Para um entendimento miacutenimo do que significa

essa noccedilatildeo Costa Neto (1999) diz que se pode conceituar o paradigma enquanto um

modelo de ciecircncia que serve como referecircncia para todo um fazer cientiacutefico durante uma

determinada eacutepoca ou um periacuteodo de tempo demarcado e a partir de um certo momento

da histoacuteria da ciecircncia o referido modelo predominante tende a se esgotar em funccedilatildeo de

uma crise de confiabilidade nas bases estruturantes de seu conhecimento Desta forma o

paradigma passa a ser substituiacutedo por outro modelo cientiacutefico predominante Tambeacutem

pode ocorrer o fato de dois paradigmas disputarem o espaccedilo de hegemonia na

construccedilatildeo do conhecimento (Costa Neto 1999)

Os problemas com os quais nos deparamos hoje satildeo faces de uma crise uacutenica

diferentes do fazer cientiacutefico e proveniente de uma crise de percepccedilatildeo segundo Capra

(2 0 0 1 ) isto faz com que nossas instituiccedilotildees e noacutes em particular natildeo consiga perceber

claramente realidades complexas em um mundo globalmente interligado Ainda que as

soluccedilotildees para alguns de nossos principais problemas possam ser relativamente simples

ldquosoacute seratildeo possiacuteveis mediante uma mudanccedila radical em nossas percepccedilotildeesrdquo este eacute

tambeacutem o ldquoestopim para colocar em marcha medidas efetivasrdquo porque os governos e as

instituiccedilotildees jamais empreenderatildeo accedilotildees de fato enquanto as pessoas natildeo

compreenderem que satildeo parte do problema e da soluccedilatildeo e que eacute preciso assumir a

necessidade de mudar o rumo das coisas (Gomes amp Borba 2000)

Para Leff (2001) a agroecologia representa o ldquonascimento de um paradigmardquo que

eacute a alma da produccedilatildeo sustentaacutevel um processo que permite o resgate dos

conhecimentos proacuteprios e o renascimento do ser trazendo de volta as relaccedilotildees com os

seres humanos na medida em que o produtor cria atraveacutes de seu conhecimento o seu

proacuteprio saber-fazer numa relaccedilatildeo com a vida e com a terra

6

Segundo Costa Neto (1999) o paradigma agroecoloacutegico representa portanto a

linha de um posicionamento soacutecio-ambiental que tem uma vertente tecnoloacutegica apta a

ser uma alternativa agrave produccedilatildeo agriacutecola em grande escala e ao modelo tradicional

disciplinar

Hoje a agroecologia continua a fazer conexatildeo entre fronteiras estabelecidas Por

um lado estuda os processos econocircmicos e os agroecossistemas por outro eacute um agente

para as mudanccedilas sociais e ecoloacutegicas complexas que tenham necessidade de ocorrer no

futuro a fim de levar a agricultura para uma base verdadeiramente sustentaacutevel O

processo de mudanccedila estaria dirigido agrave busca de novos pontos de equiliacutebrio entre as

dimensotildees de produtividade estabilidade e equumlidade na atividade agraacuteria articuladas

entre si poreacutem em constante processo de adaptaccedilatildeo e retroalimentaccedilatildeo utilizando

estilos mais respeitosos com o ambiente com o propoacutesito de superar a crise enfrentada

pelos agricultores (Costabeber amp Moyano 2000)

De acordo com Altieri (2002) soacute uma compreensatildeo mais profunda da ecologia

humana e dos sistemas agriacutecolas pode levar a medidas coerentes com uma agricultura

sustentaacutevel Assim a ldquoemergecircncia da agroecologiardquo representa um enorme salto nesta

direccedilatildeo pois fornece os princiacutepios ecoloacutegicos baacutesicos para o estudo e tratamento dos

ecossistemas tanto produtivos quanto preservadores dos recursos naturais e que sejam

culturalmente sensiacuteveis socialmente justos e economicamente viaacuteveis

A transformaccedilatildeo ou substituiccedilatildeo de um modelo de desenvolvimento para outro

supotildee um processo de transiccedilatildeo que em alguns momentos caminha a passos lentos e

em outros pode trazer mudanccedilas bruscas e qualitativamente diferenciadas Esse

processo de transiccedilatildeo significa a conversatildeo de uma agricultura tradicional para uma

agricultura ecoloacutegica e socialmente equilibrada com base na sustentabilidade (Gomeacutez

1997)

Embora a falta de informaccedilatildeo da pesquisa possa ter contribuiacutedo para dificuldades

e experiecircncias negativas de muitos produtores estes tecircm fama de serem inovadores e

experimentadores desejosos de adotar novas praacuteticas no sentido de serem beneficiados

Nos uacuteltimos cinquumlenta anos a inovaccedilatildeo na agricultura tem sido impulsionada

principalmente pela ecircnfase em altos rendimentos e no lucro da unidade produtiva

Apesar da continuidade dessa forte pressatildeo econocircmica sobre a agricultura muitos

produtores convencionais estatildeo preferindo fazer a transiccedilatildeo para praacuteticas que satildeo mais

consistentes ambientalmente e tem o potencial de contribuir com a sustentabilidade da

agricultura em longo prazo (Gliessman 2000)

7

212 Agroecologia e agricultura familiar

O nuacutecleo por excelecircncia da produccedilatildeo sustentaacutevel eacute a agricultura familiar No

Brasil mais especificamente esta tecnologia estaacute sendo introduzida natildeo somente em

aacutereas de cultivo de agricultura familiar em geral mas especificamente em

assentamentos rurais Percebe-se dessa forma tratar-se de um tipo de produccedilatildeo que

tende a incorporar a dimensatildeo histoacuterico-social e a considerar os valores culturais e de

senso comum inerentes aos agricultores familiares (Costa Neto 1999)

Na agricultura familiar a sustentabilidade toma forma a partir do momento em

que comeccedilaram a ser incorporados aos debates os novos anseios da sociedade rural e

urbana relacionados a um novo projeto de desenvolvimento e na medida em que foram

buscadas orientaccedilotildees teoacutericas baseadas no paradigma agroecoloacutegico

De acordo com Maturana amp Rezepka (2000) a formaccedilatildeo do conhecimento natildeo eacute

entendida como simples treinamentos e teacutecnicas e seraacute um aspecto essencial desta

abordagem A valorizaccedilatildeo dos saberes dos agricultores sobre o ambiente as plantas o

solo e os processos ecoloacutegicos onde resgatam e aprimoram teacutecnicas proacuteprias e de

outros de origem cientiacutefica ou empiacuterica fundamentais dentro deste novo paradigma

(Altieri amp Nicholls 2000)

Neste sentido cientistas e extensionistas tecircm se surpreendido com a profundidade

destes conhecimentos e com a capacidade de vaacuterios destes agricultores de expocirc-los

mesmo nos ambientes acadecircmicos onde muitas vezes estatildeo mais avanccedilados que seus

interlocutores (Weid amp Tardin 2002) Isto revela a necessidade de sintonia entre a

Universidade e a Comunidade

Entatildeo a sutentabilidade ambiental em niacutevel local eacute positiva quando o manejo

realizado no agroecossistema aproveita a produtividade dos recursos naturais renovaacuteveis

(aqueles que funcionam mediante o fluxo solar) Ao contraacuterio pode natildeo ser positiva

quando as praacuteticas produtivas consistem na busca pela produtividade mediante a troca

econocircmica (importaccedilatildeo e exportaccedilatildeo de insumos e produtos) onde a terra eacute vista

unicamente como o suporte material (fiacutesico) das espeacutecies Neste caso o controle de

pragas a fertilizaccedilatildeo e outras praacuteticas necessaacuterias satildeo realizados mediante capital

produzido pelo homem degradando a base local de recursos naturais (Xavier Simoacuten amp

Domingues 2001)

8

213 O Mercado de produtos agroecoloacutegicos

O mercado de alimentos produzidos sob a orientaccedilatildeo agroecoloacutegica produzidos

sem utilizaccedilatildeo de agrotoacutexicos ou adubos minerais tem aumentado vertiginosamente em

todo o mundo Alguns dados indicam que esse segmento cresce anualmente cerca de

20 nos Estados Unidos 40 na Europa e 50 no Brasil e para comprovar tais

iacutendices basta verificar a proliferaccedilatildeo das feiras de produtores ecoloacutegicos nas cidades o

aumento dos espaccedilos para esses produtos nas gocircndolas das grandes redes de

supermercados e os movimentos ambientalistas e de consumidores que buscam uma

alimentaccedilatildeo mais saudaacutevel (Schiedeck 2002)

Sem duacutevida antes de tudo cabe salientar que a crise atual evidencia o equiacutevoco da

adoccedilatildeo de um modelo de produccedilatildeotransformaccedilatildeo que natildeo tem outra ambiccedilatildeo que natildeo a

de se adaptar agrave globalizaccedilatildeo Cabe a consideraccedilatildeo feita por Dufour (1999) de que o

mercado natildeo eacute uacutenico e monoliacutetico e portanto a produccedilatildeo social da qualidade natildeo

significa mais do mesmo (a adaptaccedilatildeo do que jaacute natildeo serve)

Na realidade pode-se identificar claramente dois mercados de natureza

fundamentalmente oposta que segundo Gomes amp Borba (2000) satildeo o de produtos

baacutesicos (leite cereais carnes brancas e vermelhas) e o de produtos elaborados

socialmente e de grande valor agregado por serem justos socialmente O mercado

mundial dos produtos baacutesicos eacute alimentado pelos excedentes agriacutecolas de grandes

produtores (Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos e Canadaacute) tambeacutem a soja e carne de

frango brasileira e o trigo argentino e os preccedilos nesses mercados satildeo extremamente

baixos e permaneceratildeo assim por muito tempo segundo relatos recentes do Banco

Mundial

Para produzir a preccedilos tatildeo baixos eacute necessaacuterio lanccedilar matildeo de todo tipo de

artifiacutecio como os hormocircnios os organismos geneticamente modificados as farinhas

animais esquecendo o meio ambiente e convivendo com exploraccedilotildees gigantescas

concentraccedilatildeo na posse da terra e com uma minoria de beneficiaacuterios dos programas de

ajuda puacuteblica os agromanagers (Gomes amp Borba 2000)

O mercado de produtos elaborados e de valor agregado obedece a outras regras

Mesmo que os agricultores busquem a maximizaccedilatildeo da produtividade natildeo se enfrentam

diretamente A produccedilatildeo ocorre em zonas geograacuteficas bem definidas e permite valorizar

o ldquosavoir-fairerdquo ou ldquoknow-howrdquo (em outras palavras natildeo necessariamente mas o

conhecimento ldquotradicionalrdquo) contribuindo para uma verdadeira economia local Esta eacute a

9

agricultura que ao mesmo tempo produz gera e preserva empregos Para caminhar ateacute

ela eacute necessaacuteria uma ampla alianccedila entre agricultores consumidores e movimentos

sociais para frear esta forma de ditadura dos mercados fonte do poder das

transnacionais agro-alimentares e quiacutemicas (Dufour 1999)

Por outra parte o mercado natildeo eacute linear e abstrato como querem fazer crer A

produccedilatildeo e o consumo sempre estaratildeo localizados e seratildeo realizados por produtores e

consumidores concretos isto permite falar em convenccedilatildeo ou negociaccedilotildees onde a

qualidade seja considerada na originalidade no bem comum ou na confianccedila entre pares

e colada aos produtos ainda mais quando se trata de alimentos Isto soacute seraacute possiacutevel

no local (sem ignorar o global) e levando em conta indicaccedilotildees como denominaccedilatildeo

ou indicaccedilatildeo de origem de processo ou de qualidade etc relacionados agraves

especificidades dos produtos o que tambeacutem deve ser objeto de negociaccedilatildeo para cada

lugar (eacute preciso lembrar que a participaccedilatildeo e as relaccedilotildees interpessoais satildeo determinantes

ao longo do processo) A produccedilatildeo social da qualidade eacute vista como estrateacutegia que

adquire sentido se considerada para o espaccedilo da Agricultura Familiar onde ainda eacute

possiacutevel estabelecer laccedilos de solidariedade entre produtores e consumidores (Gomes amp

Borba 2000)

De acordo com DrsquoAgostini amp Fantini (2002) tanto ou mais do que compreender a

dinacircmica de processos dos quais resultam produtos interessantes eacute compreender e

humanizar a dinacircmica de interesses sobre esses processos e produtos Os mesmos

autores dizem ainda que natildeo seria a solidariedade humana (a virtude pressuposta) que

emerge em especial na produccedilatildeo agroecoloacutegica mas sim a emergecircncia da rica

propriedade humana a generosidade que permite praticaacute-la em qualquer relaccedilatildeo entre

os homens

22 A cultura da cebola (Alliunt cepa L) e sua importacircncia

A cultura da cebola foi introduzida pelos accedilorianos no Brasil no seacuteculo XVIII nos

municiacutepio de Mostardas Rio Grande e Satildeo Joseacute do Norte no Estado do Rio Grande do

Sul (Garcia 1990) sendo a terceira hortaliccedila de maior importacircncia econocircmica para o

paiacutes (ICEPA 2003) Nas regiotildees Sul e Sudeste a cebolicultura constitui-se em atividade

socioeconocircmica de significativa relevacircncia para os Estados de Satildeo Paulo Santa

10

Catarina e Rio Grande do Sul nos quais se concentram mais de 76 da produccedilatildeo

nacional (Debarba et a i 1998)

A mais importante regiatildeo produtora do Rio Grande do Sul estaacute situada no litoral

Sul englobando os municiacutepios de Rio Grande Tavares Satildeo Joseacute do Norte e Mostardas

(Garcia 1997) e segundo ICEPASC (2003) esses quatro municiacutepios respondem por

cerca de 70 da produccedilatildeo de cebola do RS

Timm (2000) cita que cerca de 16000 famiacutelias rurais no Rio Grande do Sul tem

na cultura da cebola o seu principal meio de subsistecircncia No Municiacutepio de Satildeo Joseacute do

Norte a produccedilatildeo de cebola constitui uma atividade econocircmica quase exclusiva onde a

descapitalizaccedilatildeo dos agricultores ocasionou o abandono do meio rural por muitos deles

que acabaram por estabelecerem-se na periferia da zona urbana (Garcia 1997)

Aleacutem da descapitalizaccedilatildeo do produtor ocorrem problemas como a erosatildeo do solo

que segundo Zabaleta (1998) ocorre principalmente devido agrave accedilatildeo dos ventos fortes e

constantes caracteriacutesticos na regiatildeo sul-litoracircnea bem como a topografia plana e os

solos muito arenosos com lenccediloacuteis freaacuteticos superficiais contribuem para o

empobrecimento dos solos da regiatildeo principalmente ao se comparar com outras aacutereas

onde a cebola participa de sistemas produtivos juntamente com a produccedilatildeo leiteira o

arroz e hortaliccedilas diversas (Timm 2000)

221 Caracteriacutesticas agronocircmicas da cebola

A cebola eacute uma aliaacuteceae a planta eacute tenra atinge 60 cm de altura e apresenta folhas

tubulares e cerosas O caule verdadeiro eacute um disco comprimido na base da planta de

onde partem as folhas e raiacutezes que satildeo fasciculadas pouco ramificadas explorando um

volume de solo equivalente a um cilindro com 60 cm de altura e 25 cm de diacircmetro

(Filgueira 2000)

Cada planta apresenta 20 a 200 raiacutezes normalmente espessas (05 a 1 mm de

diacircmetro) e com pouca ramificaccedilatildeo e poucos pecirclos absorventes O crescimento eacute

vertical estendendo-se de 40 a 80 cm de profundidade Poucas raiacutezes ocupam mais de

15 cm do raio em tomo do bulbo Estas caracteriacutesticas tecircm implicaccedilotildees peculiares

quanto acirc localizaccedilatildeo e ao suprimento de nutrientes (Quanto menor o diacircmetro e maior a

ocorrecircncia de pecirclos absorventes maior seraacute a superfiacutecie de raiacutezes e consequumlentemente a

absorccedilatildeo de nutrientes (Magalhatildees 1993)

11

A fase vegetativa do ciclo da planta termina com o amadurecimento do bulbo

todavia trata-se de uma planta bienal considerando acirceu ciclo vital completo isto eacute da

semeadura ateacute a produccedilatildeo de novas sementes Apoacutes um periacuteodo invemal sob baixas

temperaturas haacute emissatildeo de um pendatildeo floral que pode alcanccedilar 150 cm de altura

terminando por uma inflorescecircncia tipo umbela simples inicialmente recoberta por

uma peliacutecula formada por centenas de pequenas flores (Filgueira 2000)

Segundo Clivela (1995) os fatores climaacuteticos de modo geral natildeo satildeo limitantes

para a produccedilatildeo de bulbos de cebola no Rio Grande do Sul Filgueira (2000) enfatiza

que no Brasil eacute uma das raras culturas oleraacuteceas nas quais o fotoperiacuteodo pode tornar-se

o fator limitante ocorrendo frustraccedilotildees da colheita caso as exigecircncias da planta natildeo

sejam satisfeitas

222 A produccedilatildeo de mudas de hortaliccedilas

As mais importantes modificaccedilotildees no sistema de produccedilatildeo nos uacuteltimos anos tecircm

sido feitas na produccedilatildeo de mudas Hoje eacute uma realidade os produtores se

especializarem em produzir mudas principalmente no Estado de Satildeo Paulo Para tanto

se busca atraveacutes da pesquisa as melhores fontes e combinaccedilotildees de substratos associados

ao sistema de produccedilatildeo conveniente para cada espeacutecie a fim de se obter melhorias na

propriedade no solo e na Olericultura (Giorgetti 1991)

O sistema agroecoloacutegico torna-se importante uma vez que a base da Horticultura

moderna eacute a produccedilatildeo de mudas de alta qualidade (Minami1995) a produccedilatildeo de mudas

de hortaliccedilas tem sido citada como a etapa mais importante do sistema produtivo (Silva

Junior et al 1995) Segundo Filgueira (2000) nesta fase natildeo se pode cometer erros

pois posteriormente seraacute mais difiacutecil de corrigi-los visto que para o cultivo da cebola a

muda refletiraacute na qualidade do bulbo

As mudas de hortaliccedilas podem ser consideradas tolerantes e natildeo tolerantes ao

transplante e dependem principalmente das condiccedilotildees ambientais necessitando de

cuidados No caso da cebola como satildeo produzidas com raiz nua os cuidados devem ser

maiores pois dependendo do estado em que se encontram mais ou menos susceptiacuteveis

aos estresses quando em contato com o campo podem resultar em desastre (Minami

1999)

A quantidade de nutrientes extraiacuteda pelas hortaliccedilas durante a fase de muda varia

em funccedilatildeo da espeacutecie da variedade ou da cultivar e do prazo necessaacuterio para a formaccedilatildeo

13

O composto humificado ou curado eacute rico em nutrientes que passaram parcialmente

da forma orgacircnica para a forma mineral assimilaacutevel pelas raiacutezes e com maior teor

coloidal que atua como fertilizante e eacute responsaacutevel pela capacidade melhoradora do

solo (Barreto 1985)

Uma das principais alternativas em termos de adubaccedilatildeo orgacircnica eacute o

vermicomposto Ele eacute um adubo orgacircnico estaacutevel rico em nutrientes inodoro de

coloraccedilatildeo escura obtido a partir da atividade das minhocas que potencializam a mateacuteria

prima utilizada no processo (principalmente esterco de bovino) proporcionando

diversos benefiacutecios para as plantas (Timm 2000)

231 Efeitos da adubaccedilatildeo orgacircnica no solo

O solo funciona como um organismo vivo em 1 grama de solo saudaacutevel vive uma

comunidade bioloacutegica de aproximadamente 1 0 0 0 0 espeacutecies diferentes como minhocas

larvas besouros colecircmbolos aacutecaros algas bacteacuterias e fungos Estes organismos

necessitam de alimentos para viver principalmente carbono e nitrogecircnio que estatildeo

presentes na palhada das culturas e no esterco de animais Em funccedilatildeo disso eacute

importante que o solo tenha um determinado teor de mateacuteria orgacircnica para fornecer os

alimentos e energia que os microacutebios precisam para viver (Paulus et al 2001)

O homem atraveacutes dos diferentes sistemas de preparo do solo e cultivos contiacutenuos

ou natildeo altera o comportamento do mesmo em relaccedilatildeo agraves reaccedilotildees quiacutemicas

propriedades fiacutesicas como capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua lixiviaccedilatildeo de nutrientes

erosatildeo e como consequumlecircncia afeta a qualidade de organismos presentes no solo (Brady

1999) reduzindo paulatinamente o teor de mateacuteria orgacircnica (Primavesi1982)

Nos uacuteltimos anos tem-se observado em diferentes paiacuteses a ampliaccedilatildeo do uso de

adubos orgacircnicos Alguns apresentam oacutetimos resultados enquanto outros se mostram

tecnicamente inadequados Os principais adubos orgacircnicos encontrados no mercado satildeo

fertilizantes orgacircnicos de origem animal compostos de lixo urbanos compostos de

produtos industriais e huacutemus de minhoca Nestes fertilizantes estatildeo presentes a maioria

dos macronutrientes (nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre) e

micronutrientes (zinco cobre boro ferro cobalto)essenciais para as plantas e nem

sempre encontrados em muitos fertilizantes minerais bem como uma gama de

microorganismos que vatildeo beneficiar a fauna e a flora do solo (Brady 1979 Kiehl

1985 Costa 1985 Garcia 1997)

14

Os adubos orgacircnicos satildeo amplamente empregados nos sistemas de produccedilatildeo de

alface como condicionadores do ambiente quiacutemico e fiacutesico da rizosfera e

consequumlentemente na resposta bioloacutegica das plantas (Rodrigues amp Casali 1998)

Considerando as necessidades hortiacutecolas de maior competitividade e o fato de natildeo

ser subsidiada o crescimento populacional e a industrializaccedilatildeo representam fatores

determinantes na geraccedilatildeo diaacuteria de enormes volumes de resiacuteduos podendo ser utilizados

pelos produtores com um maior retomo econocircmico possiacutevel Ao mesmo tempo a

questatildeo ambiental assume cada vez mais destaque na sociedade moderna repercutindo

em poliacuteticas governamentais bem como no setor produtivo do paiacutes e do mundo

fazendo com que a relaccedilatildeo do homem com a natureza seja repensada (Morselli 2001)

232 Efeitos da adubaccedilatildeo orgacircnica nas culturas

Segundo Paulus et al (2001) a mateacuteria orgacircnica tambeacutem eacute fonte de nutrientes

especialmente nitrogecircnio foacutesforo enxofre e micronutrientes aleacutem disso tem

capacidade de ldquoprenderrdquo micronutrientes e alguns elementos toacutexicos para as plantas

como o alumiacutenio Por exemplo os micronutrientes depois de presos satildeo liberados

lentamente no solo onde satildeo gradativamente aproveitados pelas plantas

O uso dos fertilizantes minerais elevam o custo de produccedilatildeo pois satildeo necessaacuterias

altas doses para o fornecimento dos teores de nutrientes demandados Por isso eacute

importante a geraccedilatildeo de tecnologias que poupem o consumo de fertilizantes minerais

desejaacutevel com vista agrave diminuiccedilatildeo do custo de produccedilatildeo (Rodrigues 1984) A produccedilatildeo

de hortaliccedilas sob a orientaccedilatildeo agroecoloacutegica leva em consideraccedilatildeo natildeo apenas os custos

de produccedilatildeo como tambeacutem a dependecircncia dos insumos principalmente quando se

considera a ldquoteoria da trofobioserdquo pelos efeitos maleacuteficos que os nutrientes prontamente

assimilaacuteveis podem causar as plantas (Chaboussou 1987)

Para Compagnoni amp Putzolu (1985) o vermicomposto eacute um autecircntico fertilizante

bioloacutegico que atua como corretivo do solo determinando caracteriacutesticas importantes

para a microflora pelos aacutecidos huacutemicos e as substacircncias fitoestimulantes Os autores

consideram ainda que as dejeccedilotildees das oligoquetas proporcionam a formaccedilatildeo de huacutemus

permitindo melhorar o solo razatildeo pela qual satildeo destinados agrave horticultura com oacutetimas

vantagens fiacutesicas e microbioloacutegicas enriquecendo a camada araacutevel

Em experimentos desenvolvidos durante cinco anos para avaliar o efeito da

aplicaccedilatildeo de compostos eou adubos nas culturas de alface manjericatildeo espinafre e

15

pepino Valenzuela amp Crosby (1998) compararam as produccedilotildees obtidas com composto

e a fertilizaccedilatildeo padratildeo e concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo do composto em 20 Mg ha 1 mais

N-quiacutemico foi o melhor tratamento em todas as culturas estudadas

233 Plantas de cobertura do solo

As plantas mais usadas para adubaccedilatildeo de cobertura do solo satildeo as leguminosas

pois estas tecircm a capacidade de fixar o nitrogecircnio atmosfeacuterico e disponibiliza-lo agrave

cultura Primavesi (1992) cita que utilizando-se mucuna ervilhaca feijatildeo-de-porco

feijatildeo-miuacutedo crotalaacuteria e outras natildeo haacute necessidade de utilizar tanto nitrogecircnio em

cobertura embora natildeo se dispense uma calagem mais frequumlente pois ocorre um pouco

de acidificaccedilatildeo no solo como com qualquer adubaccedilatildeo nitrogenada Segundo a mesma

autora algumas leguminosas tecircm a capacidade de mobilizar o foacutesforo como o caupi

(feijatildeo-miuacutedo) outras mobilizam o caacutelcio como tremoccedilo

Para Brady (1999) a adubaccedilatildeo verde traz grandes benefiacutecios como suprimento de

mateacuteria orgacircnica sendo consideraacutevel a quantidade de resiacuteduos orgacircnicos devolvidos ao

solo adiccedilatildeo de nitrogecircnio nutrientes e conservaccedilatildeo do solo

Calegari (1998) comenta que quanto aos aspectos fiacutesicos os resiacuteduos tendem a

contribuir para uma melhoria da estrutura do solo percebida pelo aumento da

estabilidade dos agregados em aacutegua aumento da capacidade de retenccedilatildeo hiacutedrica

elevaccedilatildeo dos iacutendices de infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo aumento da porosidade melhor

aeraccedilatildeo e diminuiccedilatildeo da densidade do solo

De acordo com Timm (2000) o papuatilde eacute uma excelente alternativa como cobertura

de solo para o cultivo miacutenimo da cebola pois na eacutepoca do transplante das mudas seu

ciclo vegetativo estaacute completo natildeo necessitando o dessecamento outra vantagem eacute que

o papuatilde apresenta bom controle com relaccedilatildeo agraves plantas invasoras da cebola reduzindo

ao longo dos anos o nuacutemero de capinas e a aplicaccedilatildeo de herbicidas

234 Adubaccedilatildeo foliar

Segundo Malavolta (1981) a utilizaccedilatildeo da adubaccedilatildeo foliar eacute complemento da

adubaccedilatildeo de solo natildeo substituto da mesma no que diz respeito ao fornecimento de

nitrogecircnio foacutesforo e potaacutessio para as culturas Da mesma maneira que as raiacutezes podem

perder para o solo parte dos elementos absorvidos as folhas tambeacutem o fazem pela accedilatildeo

16

de fatores internos (desordem fisioloacutegica estado nutricional etc) e externos (chuvas

orvalho nutriccedilatildeo do sistema radicular luz temperatura etc)

Para Chaboussou (1987) as plantas adquirem o maacuteximo de resistecircncia bioloacutegica

atraveacutes da nutriccedilatildeo (trofos) equilibrada Obviamente para que isto ocorra eacute necessaacuterio

que o solo esteja em equiliacutebrio dinacircmico o ambiente seja o mais estaacutevel e as plantas

selecionadas ou melhor adaptadas para poderem suportar as alteraccedilotildees extemporacircneas

ocasionadas pelos fenocircmenos meteoroloacutegicos e nas fases fonoloacutegicas criacuteticas do

crescimento e desenvolvimento (Pinheiro amp Barreto 2000)

O lixiviado das folhas enriquece as camadas superiores do solo e tende a

contrabalanccedilar as perdas de zonas mais profundas e mais distantes acumulando-os nas

suas proximidades tambeacutem influencia o nuacutemero e o comportamento dos

microrganismos que por sua vez alteram o processo de gecircnese do solo sua textura e

fertilidade A lixiviaccedilatildeo assim se toma importante no desenvolvimento da sucessatildeo

ecoloacutegica devido agrave ciclagem de elementos (Malavolta 1980)

Conforme Camargo (1975) a utilizaccedilatildeo de adubos foliares substitui parcialmente

a adubaccedilatildeo radicular em 20 a 25 podendo ser utilizada em varias pulverizaccedilotildees

24 Vermicompostagem

E o processo que consiste em se submeter diferentes resiacuteduos orgacircnicos de

origem animal eou vegetal aos processos fermentativos e humificaccedilatildeo adicionando

minhocas do gecircnero Eiseina espeacutecie foetida ao material procurando obter um produto

curado em aproximadamente 45 - 60 dias (Compagnoni amp Putzolu 1985)

A vermicompostagem firmou-se no Brasil como atividade rentaacutevel produzindo

adubo de alta qualidade na deacutecada de 90 Na agricultura brasileira contudo haacute

preferecircncia pelos adubos quiacutemicos em funccedilatildeo de sua aquisiccedilatildeo financiada menor custo

e retomo imediato embora o impacto de seu uso contiacutenuo sobre o solo e os

microorganismos que nele vivem seja negativo (Tagliari amp Grassmann 1995)

Segundo Morselli (2002) a vermicompostagem difere da compostagem

convencional dentre outros pocircr formar substacircncias huacutemicas mais rapidamente ao sofrer

passagem pelo trato digestivo das minhocas A alirdentaccedilatildeo destas satildeo basicamente os

estercos e a disponibilidade desta mateacuteria prima bem como de ambiente protegido para

proceder a compostagem correta deste material satildeo indispensaacuteveis

17

Segundo Kiehl (1985) e Martinez (1990) o vermicomposto apresenta as seguintes

vantagens em relaccedilatildeo a compostagem permite a formaccedilatildeo de um produto curado em

menor espaccedilo de tempo promove a formaccedilatildeo de um material com maior

disponibilidade de nutrientes facilita o peneiramento natildeo havendo a necessidade de

revolvimento do material oferece vaacuterias fontes de renda pois aleacutem do huacutemus fornece

minhocas e raccedilatildeo e quando aplicado ao solo tende a melhorar as propriedades fiacutesicas

quiacutemicas e bioloacutegicas

241 Resiacuteduos utilizados na vermicompostagem

2411 Resiacuteduos de origem animal

Segundo Bureacutes (1997) o esterco eacute uma mistura de fezes urina e camas que

podem estar constituiacutedas de palhas folhas secas serragem turfa casca de arroz e ateacute

terra Esse apresenta pH neutro e densidade que varia de 030 a 090 Kg dm3 segundo

seu estado de decomposiccedilatildeo Eacute influenciado por vaacuterios fatores como espeacutecie animal

raccedila idade alimentaccedilatildeo material utilizado como cama e tratamento da mateacuteria-prima

esterco (Kiehl 1985) Dentre os fatores apontados um dos mais importantes eacute a

alimentaccedilatildeo do animal quanto mais rica a alimentaccedilatildeo mais rica seraacute as dejeccedilotildees

(Gnoatto 1999) O volume de bacteacuterias vivas ou mortas encontradas no esterco

representam 20 a 30 do total delas se originam grande parte do nitrogecircnio sob a

forma de proteiacutena (Morselli 2002)

A origem do material utilizado para a produccedilatildeo de vermicomposto eacute fundamental

pois soacute uma mateacuteria-prima de qualidade resultaraacute em um produto final de boa qualidade

Dentre os estercos o de aves eacute empregado empiricamente na adubaccedilatildeo de culturas

permanente ou natildeo com excelentes resultados apesar de sua simples composiccedilatildeo

meacutedia 2 de nitrogecircnio 2 de foacutesforo como P2 0 5 e 1 de K2 0 Poreacutem haacute uma

grande variaccedilatildeo na sua constituiccedilatildeo a qual dependeraacute do manejo animal atraveacutes das

camas finalidade da criaccedilatildeo e natureza das camas (Morselli 2002)

2412 Resiacuteduos de origem vegetal

A mateacuteria orgacircnica pode ser preservada no solo por vaacuterios processos seja pela

simples incorporaccedilatildeo de resiacuteduos de culturas rotaccedilatildeo de culturas adubaccedilatildeo verde ou

18

pela adiccedilatildeo de materiais orgacircnicos capazes de elevar e manter a produtividade do solo

Da decomposiccedilatildeo dos resiacuteduos orgacircnicos adicionados ao solo resulta a liberaccedilatildeo de

grande quantidade de nutrientes principalmente o nitrogecircnio o potaacutessio e o enxofre

Aleacutem disso diversos atributos quiacutemicos e fiacutesicos do solo satildeo alterados pela

decomposiccedilatildeo desses resiacuteduos destacando-se o aumento da capacidade de troca de

caacutetions o aumento da retenccedilatildeo de aacutegua a melhoria da estabilidade dos agregados e da

aeraccedilatildeo (Fraser1963 Malavolta 1981 Mello et al 1983 Bonilla 1992)

Segundo Purcino (1981) quando a relaccedilatildeo CN eacute menor que 30 como no caso do

esterco de curral ou da palha de leguminosas a disponibilidade de nitrogecircnio eacute

imediata mas acima deste valor ocorre imobilizaccedilatildeo crescente deste nutriente Por esse

motivo estes materiais devem ser submetidos a uma degradaccedilatildeo bioloacutegica antes de

serem adicionados ao solo

25 Biofertilizantes

No Brasil ocorrem problemas crescentes com materiais derivados de sistemas

intensivos de criaccedilatildeo animal que acumulam resiacuteduo^ orgacircnicos com graves problemas

de contaminaccedilatildeo de cursos de aacutegua que na maioria das vezes se acumulam em um

uacutenico lugar e natildeo satildeo reciclados (Viglizzo 1995)

Visando amenizar tais situaccedilotildees os meacutetodos alternativos de adubaccedilatildeo controle de

doenccedilas pragas e plantas indesejaacuteveis tecircm sido muito estudado Dentro dessa linha de

pesquisa destaca-se o uso de mateacuteria orgacircnica atraveacutes tanto de sua incorporaccedilatildeo ao

solo como de sua transformaccedilatildeo para uso posterior na forma de biofertilizantes

(Khatounian 1997 Bettiol et al 1997)

Na complexa e elevada comunidade microbiana dos biofertilizantes encontram-se

bacteacuterias fungos leveduriformes filamentosos e actinomicetos (Bettiol apud Penteado

1999)

O agregado de macro e micronutrientes periodicamente ativa e enriquece a

fermentaccedilatildeo O uso de farinha de rocha tem sido vantajoso por ter baixo custo

comparado com os sais concentrados e purificados aleacutem de trazer alguns elementos

traccedilos de vital importacircncia para os microrganismos do solo como por exemplo o Gaacutelio

o Iodo e o Vanaacutedio (M1BASA 199-) O agregado de farinha de rocha ou sais

purificados ao fermentado faz com que estes nutrientes passem a fazer parte dos

microrganismos ou dos produtos orgacircnicos liberados durante a fermentaccedilatildeo sendo que

19

o ataque dos microrganismos atraveacutes de suas enzimas consegue liberar os elementos natildeo

atacados pelos aacutecidos industriais (Pinheiro amp Barreto 2000)

Os biofertilizantes tecircm sido empregados na agricultura ecoloacutegica como adubo

foliar para aumentar a resistecircncia contra pragas e doenccedilas Aleacutem disso o processo de

produccedilatildeo eacute bastante simples e por isso eacute viaacutevel sua produccedilatildeo na propriedade desde que

tenha esterco disponiacutevel (Penteado 1999)

Bettiol et al (1997) verificaram a presenccedila de diferentes espeacutecies de fungos

fiacutelamentosos e leveduriformes e bacteacuterias entre elas Bacillus spp na comunidade

microbiana do biofertilizante produzido segundo meacutetodo adotado pelo Centro de

Agricultura Ecoloacutegica Ipecirc Os autores verificaram ainda uma reduccedilatildeo da comunidade

microbiana ao longo da digestatildeo reduccedilatildeo essa mais acentuada logo apoacutes o acreacutescimo

dos sais contendo micronutrientes A accedilatildeo dos sais pode ser tanto por aumento na

pressatildeo osmoacutetica quanto pelo efeito direto sobre os microrganismos Para o controle de

doenccedilas de plantas satildeo importantes a presenccedila dos metaboacutelitos produzidos pelos

organismos presentes no biofertilizante e os proacuteprios microrganismos vivos

Os microrganismos transformam o material orgacircnico (esterco soro de leite caldo

de frutas palhas restos industriais etc) e cinzas produzindo vitaminas aacutecidos e sais

complexos importantes para regular e tonificar o metabolismo das plantas impedindo o

desenvolvimento de pragas e doenccedilas (Pinheiro amp Barreto 2000)

Em estudos feitos com o biofertilizante liacutequido de bovinos foi observado a

presenccedila de inuacutemeros microorganismos como bacteacuterias leveduras e bacilos

principalmente do Bacillus subtilis Estes microorganismos sintetizam substacircncias

antibioacuteticas as quais demonstram ter grande accedilatildeo e eficiecircncia como substacircncias

fungiostaacuteticas e bacteriostaacuteticas de fitopatoacutegenos causadores de danos em lavouras

comerciais (Penteado 1999)

Aldrighi et al (2002) realizaram trabalho na UFPel relacionado agrave nutriccedilatildeo de

mudas de tomate (Floradade) produzidas no sistema ldquofloatingrdquo Utilizaram-se doses de

0 2 5 e 10 para o biofertilizante Super Magro e 0 e 1 para a urina de vaca

Concluiacuteram que estes natildeo interferem na produccedilatildeo das mudas e que provavelmente foi

influenciado pelo substrato utilizado (vermicomposto 75 e casca de arroz carbonizada

25) bem como o sistema de produccedilatildeo (floating)

Paglia et al (2002) citam que eacute possiacutevel produzir mudas de tomate (cultivar

Floradede) utilizando urina de vaca e biofertilizante Super Magro na aacutegua em sistema

ldquofloatingrdquo em trabalho realizado na UFPel O uso da urina de vaca a 1 e 5 e

20

biofertilizante Super Magro a 6 proporcionam uma elevaccedilatildeo do foacutesforo bem como o

Super Magro a 6 eleva os teores de Mg e Ca na aacutegua

251 Urina de vaca

As urinas de vaca contecircm nutrientes favoraacuteveis ao bom desenvolvimento das

plantas como potaacutessio soacutedio nitrogecircnio enxofre magneacutesio caacutelcio foacutesforo e traccedilos de

outros elementos Nas plantas funciona como um fertilizante natural tomando-as mais

resistentes ao ataque das pragas e doenccedilas Satildeo encontradas tambeacutem na urina outras

substacircncias como fenoacuteis e principalmente o catecol que esta associado agrave recuperaccedilatildeo

de plantas atacadas por fitopatoacutegenos por ser um produto anti-seacuteptico (Penteado 1999)

Para seu emprego a urina receacutem coletada deve ser armazenada sob condiccedilotildees

ambientais por trecircs dias para que se forme amocircnio importante produto a ser absorvido

pelas plantas Recomenda-se ainda que o armazenamento deva ser feito em recipiente

fechado para que natildeo ocorram perdas de nitrogecircnio Desta forma poderaacute permanecer

por ateacute um ano sem comprometer sua eficiecircncia

Em hortaliccedilas o uso da urina de vaca eacute recomendado em pulverizaccedilotildees foliares

semanais na concentraccedilatildeo de 05 para tomateiro pimentatildeo pepino feijatildeo vagem e

couve ou quinzenais a 1 para as culturas do quiabeiro jiloeiro e berinjela Para

fruteiras em geral a primeira aplicaccedilatildeo deve ser na concentraccedilatildeo aproximada de 5

realizada diretamente no solo e mensalmente devem ser realizadas pulverizaccedilotildees

foliares a 1 para plantas jovens e a 5 para plantas adultas (Penteado 1999)

Na aplicaccedilatildeo foliar deve-se ter cuidado com folhas e brotos novos e considerar que

o uso contiacutenuo pode ser toacutexico podendo afetar o solo causando a sua acidificaccedilatildeo

(Penteado 1999)

Na Estaccedilatildeo Experimental da PESAGRO no municiacutepio de Macaeacute Rio de Janeiro

estaacute se utilizando a urina de vaca leiteira Os pesquisadores descobriram que a urina de

vaca em lactaccedilatildeo produzia o efeito de recuperar plantas de abacaxi atacadas por uma

doenccedila conhecida como ldquofusairioserdquo Essa doenccedila quando ataca o abacaxi causa

perdas de ateacute 70 da safra Todos os agrotoacutexicos testados natildeo conseguiram controlar a

doenccedila Isto eacute um exemplo para que a universidade tenha uma nova percepccedilatildeo (Capra

1996) adotando medidas efetivas que contribuam na transiccedilatildeo agroecoloacutegica Com o

uso da urina de vaca leiteira numa lavoura de abacaxi atacada pela fusariose observou-

se agrave recuperaccedilatildeo do stand e os frutos produzidos apresentaram excelente padratildeo

21

comercial Descobriu-se que aleacutem funcionar como adubo e defensivo natural a urina de

vaca leiteira tambeacutem favorece a floraccedilatildeo de muitas plantas e pode ser usada no

tratamento de frutos e tubeacuterculos depois da colheita

A urina de vaca em lactaccedilatildeo tambeacutem estaacute sendo usada nas lavouras de cafeacute em

plantaccedilotildees de maracujaacute coco alface e outras hortaliccedilas Na regiatildeo centro-sul do Paranaacute

os agricultores estatildeo aplicando a urina de vaca leiteira nas lavouras de feijatildeo soja

batata cebola e milho (Penteado 1999)

252 Alhol

A maioria dos defensivos alternativos tais como calda bordalesa sulfocaacutelcica

aacutegua de cinza e cal biofertilizante enriquecido extrato de fumo entre outros precisa

ser misturada com um espalhante adesivo para quebrar a tensatildeo superficial da gota e

propiciar um melhor molhamento das folhas e demais partes pulverizadas assegurando

uma absorccedilatildeo mais efetiva e uma melhor accedilatildeo sobre as pragas e doenccedilas Quando as

gotas permanecem inteiras sobre a superfiacutecie folhar devido agrave falta de espalhante

adesivo pode-se danificar os tecidos vegetais pelc efeito-lente quando o sol incide

sobre elas Aleacutem disso a gota por natildeo se espalhar sobre toda superfiacutecie folhar

concentra nela e consequumlentemente sobre o tecido que estaacute em contato com ela uma

quantidade maior do produto aplicado Essa maior concentraccedilatildeo pode prejudicar a

absorccedilatildeo e lesionar os tecidos principalmente apoacutes a evaporaccedilatildeo da aacutegua contida na

gota por resultar em uma maior concentraccedilatildeo de sais no local especialmente quando se

aplicam por exemplo calda sulfocaacutelcica bordalesa biofertilizante enriquecido com

macro e micronutrientes (Claro 2001)

O alhol eacute um espalhante adesivo ecoloacutegico que tambeacutem auxilia no controle de

pragas E elaborado com aacutegua alho oacuteleo vegetal e sabatildeo neutro a partir da sabedoria

popular que menciona o alho como repelente de insetos Juacutenior Abreu amp Maiorano

(199-) indicam formulaccedilotildees contendo alho para o controle de pragas como nematoacuteides

(Meloidogyne incoacutegnita e M javanica) mosca do chifre lagarta na maccedilatilde pulgotildees

besouro da batata trips e para controle de doenccedilas fuacutengicas e bacterianas como miacuteldio

ferrugem fusariose helminthosporiose murchadeira (Pseudonamos solacearum)

bruzone do arroz (Pyricularia orysae) podridatildeo negra do repolho e couve-flor

(Xanthomonas campestris) Aleacutem disso o alho pelo seu bom teor em oacuteleo pode agir

tambeacutem como espalhante adesivo O sabatildeo tambeacutem eacute indicado como espalhante adesivo

22

e possui accedilatildeo contra certas pragas (pulgotildees) sendo que o oacuteleo vegetal eacute indicado no

controle de cochonilhas e usado como espalhante adesivo (Claro 2001)

253 Calda Bordalesa

A calda bordalesa eacute um tradicional defensivo agriacutecola que pode ser preparado na

propriedade com a mistura de sulfato de cobre cal virgem e aacutegua As concentraccedilotildees de

sulfato de cobre e cal satildeo distintas dependendo do objetivo do seu emprego

Geralmente diferem de acordo com o tipo de planta ou espeacutecie vegetal as condiccedilotildees

climaacuteticas o grau de infestaccedilatildeo da doenccedila e a fase de crescimento da planta Eacute indicada

para o controle de miacuteldio alternaacuteria botrytis e antracnose (Penteado 1999)

A calda bordalesa caracteriza-se pela sua importante accedilatildeo no controle de diversas

doenccedilas fungicas nas mais diversas espeacutecies de culturas Possui tambeacutem uma relativa

accedilatildeo bactericida e em alguns casos age como repelente de insetos Da mistura do

sulfato de cobre com a cal resulta uma soluccedilatildeo rica em macronutrientes e

micronutrientes Provavelmente os expressivos resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo da

calda bordalesa devam-se natildeo somente a sua accedilatildeo fuacutengica e bactericida mas sobretudo

agrave influecircncia positiva que exerce no metabolismo das plantas ativando o processo

enzimaacutetico e estimulando a proteossiacutentese aumentando a resistecircncia das plantas (Claro

2 0 0 1 ) caracteriacutestica fundamental na agricultura sustentaacutevel

254 Biofertilizante Super Magro

A calda Super Magro eacute produto da fermentaccedilatildeo de estercos animais enriquecidos

por micronutrientes e outros produtos de origem animal obtendo-se uma calda

biofertilizante para aplicaccedilatildeo foliar nas plantas (Penteado 1999) jaacute foram observados

bons resultados principalmente nas culturas de uva maccedila pecircssego tomate batata e

hortaliccedilas em geral

E indicado como fonte suplementar de micronutrientes para as plantas inibidor

de fungos e bacteacuterias causadores de doenccedilas e para aumentar a resistecircncia contra insetos

e aacutecaros (Penteado 1999) i

Muller (1999) avaliou a influecircncia do biofertilizante Super Magro sobre as

culturas de tomate (Lycopersicon esculentum Mill) ervilha (Pisum sativum L) e

beterraba (Beta vulgaris L) O autor obteve cultivos com baixa severidade de doenccedilas e

23

insetos fitoacutefagos possivelmente por causa do manejo orgacircnico de produccedilatildeo Os

resultados das pulverizaccedilotildees das soluccedilotildees foliares variaram conforme a cultura e o

clima

255 Biofertilizante MB4

A utilizaccedilatildeo das farinhas de rochas eacute uma das teacutecnicas mais modernas usadas nos

uacuteltimos anos na agricultura O elevado nuacutemero de nutrientes contidos no MB4 como

cobre zinco manganecircs cobalto soacutedio alumiacutenio silicatos de magneacutesio ferro e caacutelcio

acompanhado de foacutesforo potaacutessio e enxofre reagem com a soluccedilatildeo do solo liberando

elementos essenciais ao desenvolvimento da vida microbiana os quais exercem um

papel fundamental atraveacutes de transformaccedilotildees quiacutemicas e do equiliacutebrio bioloacutegico

favorecendo o desenvolvimento sadio das plantas (Pinheiro amp Barreto 2000)

24

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

31 Local de execuccedilatildeo do experimento

O presente trabalho foi conduzido no Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul

(FEPAGROSUL) no municiacutepio de Rio Grande nlt periacuteodo de 15 de maio a 26 de

agosto de 2 0 0 2

O solo eacute classificado como ldquoTuiardquo satildeo muito arenosos As massas aquaacuteticas do

Oceano Atlacircntico e Lagoa dos Patos influenciam ventos temperatura pressatildeo umidade

relativa e demais fatores climaacuteticos A topografia da regiatildeo litoracircnea eacute plana com

lenccediloacuteis freaacuteticos superficiais

32 Anaacutelise estatiacutestica

O experimento foi constituiacutedo em fatorial 3X3 (Quadro 1) com quatro repeticcedilotildees

no delineamento blocos ao acaso As variaacuteveis respostas foram submetidas agrave anaacutelise de

variaccedilatildeo e ao teste de Duncan a 5 de probabilidade para comparaccedilatildeo das meacutedias

utilizando-se o sistema SANEST (Zonta amp Machado 1984)

As anaacutelises estatiacutesticas das variaacuteveis estudadas encontram-se nos Apecircndices C D

Os resultados das respostas agronocircmicas e das determinaccedilotildees dos conteuacutedos dos

macronutrientes bem como os de raiz estatildeo nas tabelas de 1 a 3

25

As diferentes adubaccedilotildees seratildeo representadas durante a discussatildeo da seguinte

forma 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e EC

(60 t ha 1 de esterco de curral) 1 VB+SM+U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais

super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+SM+U+CB (45 t ha 1 de

vermicomposto mais super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa)

EC+SM+U+CB (60 t ha 1 de esterco de curral mais super magro mais urina de vaca

mais calda bordalesa) 1 VB+MB4 +U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais MB4 mais

urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+MB4 +U+CB (45 t ha 1 de vermicomposto

mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa) EC+MB4 +U+CB (60 t ha 1 esterco

de curral mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa)

QUADRO 1 Descriccedilatildeo dos fatores experimentais e respectivos niacuteveis

Niacuteveis Fator 1 ADUBACcedilAtildeO DE BASE

0 1 Vermicomposto (30 t ha1)

0 2 Vermicomposto (45 t ha1)

03 Esterco de curral (60 t ha1)

Niacuteveis Fator 2 BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS

0 1 Super magro (5) + Urina de Vaca + Calda Bordalesa

0 2 MB4 (10) + Urina de vaca + Calda Bordalesa

03 Ausecircncia (testemunha)

33 Tratamentos

Da combinaccedilatildeo entre niacuteveis e fatores foram obtidos 9 tratamentos que estatildeo

descritos no Quadro 2 bem como as doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

26

QUADRO 2 Tratamentos e doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

TRATAMENTOS

Ndeg FATOR I FATOR II

0 1 30 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

0 2 30 t harsquo de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

03 30 t ha de vermicomposto - - -

04 45 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

05 45 t ha de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

06 45 t ha de vermicomposto - - -

07 60 t hade esterco Super Magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

08 60 t hade esterco MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

09 60 t hade esterco - - -

Cada parcela foi constituiacuteda por dois canteiros medindo 1 m de largura x 2 m de

comprimento perfazendo 075 m de aacuterea de aacuterea uacutetil (025 m de bordadura) Foi

utilizando semeadura a lanccedilo com densidade de 24 g canteiro1

O vermicomposto a urina de vaca o esterco de curral o alhol os biofertilizantes e

a calda bordalesa foram de procedecircncia do Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul O

vermicomposto de esterco bovino misturado agraves cascas de frutas foi processado pela

minhoca vermelha califomiana Eisenia foetida)

O biofertilizante Super Magro foi elaborado segundo a metodologia descrita pela

FEPAGROSUL utilizando-se os seguintes componentes 190 litros de aacutegua 22 litros

de leite 55 Kg de accediluacutecar mascavo 30 Kg de esterco fresco de bovinos 2 Kg de

Sulfato de zinco 2 Kg de sulfato de magneacutesio 2 Kg de cloreto de caacutelcio 1 Kg de aacutecido

boacuterico 300 g de sulfato de cobre 300 g de sulfato de ferro 300 g de sulfato de

manganecircs 100 g de molibdato de soacutedio 50 g de sulfato de cobalto 3 Kg de fosfato

natural 3 Kg de cinza e 200 g de farinha de osso

A urina de vaca em lactaccedilatildeo foi coletada pela manhatilde e armazenada em recipiente

fechado por trecircs dias em condiccedilotildees ambientais para que se formasse a amocircnia e natildeo

ocorresse perda de nitrogecircnio

28

Realizaram-se duas capinas manuais durante o experimento e em seguida como

cobertura se colocou casca de arroz Tambeacutem foi aplicado esterco de aves 30 dias antes

da colheita na quantidade de 05 Kg canteiro 1 como adubaccedilatildeo de cobertura

As pulverizaccedilotildees com os produtos iniciaram apoacutes 15 dias da germinaccedilatildeo

Realizou-se sete aplicaccedilotildees sendo que as duas primeiras foram feitas apenas com

Super Magro e MB4 Na terceira e na quarta aplicaccedilatildeo utilizou-se urina de vaca e calda

bordalesa em concentraccedilotildees menores (05 e 025 respectivamente) e na quinta

aplicaccedilatildeo as dosagens de urina de vaca e calda bordalesa foram elevadas para 1 0 e

05 respectivamente ateacute o final do experimento O alhol foi utilizado a partir da

terceira pulverizaccedilatildeo na quantidade de 2 e seguiu ateacute o final no dia 26 de agosto

quando as mudas foram colhidas e posteriormente analisadas as variaacuteveis

35 Observaccedilotildees agronocircmicas

Foram utilizadas 20 mudas de cebola para obtenccedilatildeo das meacutedias das variaacuteveis as

quais foram as seguintes

351 Fitomassa fresca da parte aeacuterea e raiacutezes

Foi realizada atraveacutes de uma balanccedila digital procedendo-se a pesagem de 20

mudas de cebola previamente lavadas e posteriormente secadas durante uma hora sobre

um tecido de algodatildeo agrave temperatura ambiente Processo idecircntico foi adotado com as

raiacutezes

352 Fitomassa seca da parte aeacuterea e raiacutezes

Esta variaacutevel foi obtida a partir da secagem preliminar em estufa de ar forccedilado

durante 48 horas a 65 C ateacute peso constante com posterior pesagem em balanccedila

analiacutetica

353 Altura da muda

A altura de muda foi medida a partir do colo das plantas ateacute sua uacuteltima folha

(ponto de crescimento) com uma reacutegua graduada de 40 cm

29

354 Diacircmetro do colo das plantas

Esta medida foi realizada no ponto de transplante a 2 mm das raiacutezes e utilizando-

se um paquiacutemetro SOMET

355 Sistema radicular

Ao teacutermino do experimento foram retiradas as raiacutezes das mesmas plantas que foram

utilizadas para as determinaccedilotildees realizadas na parte aeacuterea procedendo-se uma amostra

de solo com raiacutezes de 2 0 cm de largura x 2 0 cm de comprimento e 2 0 cm de altura

totalizando 8000 cm3

As raiacutezes apoacutes serem lavadas em aacutegua corrente foram pesadas acondicionadas em

sacos plaacutesticos e congeladas para posteriores anaacutelises pelo meacutetodo de Tennant (1975)

para a determinaccedilatildeo do comprimento e densidade

3551 Comprimento de raiz

Utilizou-se para a determinaccedilatildeo do comprimento de raiz as seguintes foacutermulas

1 = ndeg x 1114 x 1 onde

1 - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 0 0 2 g

ndeg - nuacutemero de intercessotildees das raiacutezes com os lados da quadriacutecula da malha do

aparelho

1114 - constante

1 - medida lateral da quadriacutecula em cm

Tomando-se a fiacutetomassa seca e o comprimento da raiz da cada amostra

relacionou-se com a fiacutetomassa seca e o comprimento total da raiz da planta aplicando-

se a seguinte equaccedilatildeo

L = (FSR x 1) FSPA onde

L - comprimento total da raiz da planta (m)

FSR - fiacutetomassa seca de raiz

FSPA - fiacutetomassa seca da parte aeacuterea

L - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 002g

3552 Densidade de raiz

A densidade foi determinada pela foacutermula

D = L 8000 onde

D - densidade de raiacutezes (m cm3)

30

L - comprimento total de raiacutezes (m)

8 0 0 0 - volume da amostra (cm3)

3553 Razatildeo parte aeacutereasistema radicular

Este paracircmetro foi obtido pela equaccedilatildeo

RPASR = FSPA FSR onde

RPASR - razatildeo parte aeacuterea sistema radicular

FSPA - fitomassa seca da parte aeacuterea

FSR - fitomassa seca do sistema radicular

36 Determinaccedilatildeo de macronutrientes no tecido vegetal

Os macronutrientes nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio foram

determinados no laboratoacuterio de Fertilidade e Anaacutelise de Plantas do Departamento de

Solos da UFPel atraveacutes dos meacutetodos descritos por Tedesco amp Gianello (1996)

31

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 Anaacutelise das variaacuteveis

A anaacutelise da variaccedilatildeo mostrou que houve diferenccedila significativa na interaccedilatildeo entre

os fatores de adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes liacutequidos com exceccedilatildeo da variaacutevel altura

de planta para a qual somente a adubaccedilatildeo de base mostrou-se significativa (Apecircndices

C D e E Tabelas 1C 1D e 1E)

411 Anaacutelise da parte aeacuterea

Na Tabela 1 destacaram-se as adubaccedilotildees EC+SM+U+CB EC+MB4 +U+CB e EC

que diferiram significativamente das demais adubaccedilotildees para as variaacuteveis fiacutetomassa

fresca da parte aeacuterea (FFPA) fiacutetomassa seca da parte aeacuterea (FSPA) altura de planta

(AP) e diacircmetro do colo (DC)

32

TABELA 1 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

30 t ha de vermicomposto 7015 c A45 t halsquo de vermicomposto 7824 b B60 t ha de esterco de curral 12248 a C

30 t ha de vermicomposto 667 c A45 t ha de vermicomposto 752 b A60 t ha de esterco de curral 1150a C

30 t ha de vermicomposto 2975 b A45 t harsquo de vermicomposto 2775 b A60 t ha de esterco de curral 3600 a B

30 t ha de vermicomposto 631 b A45 t ha de vermicomposto 6 2 2 b B60 t ha de esterco de curral 741 a C

-Fitomassa fresca (g)----------------6270 c B 6885 b A8832 b A 6308 c C

15082 a A 13934 a BmdashFitomassa seca (g)----------------

625 c A 655 b A830 b A 607 b B

1345 a A 1262 a B-Altura de planta (cm)----------------

2950 b A 3050 b A2937 b A 2950 b A 3975 a A 3622 a B

-Diacircmetro de colo (mm)---------------592 c B 599 b B 657 b A 609 b B 819a A________ 793a B

Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

O efeito positivo do esterco bovino pode ser atribuiacutedo agraves melhorias nas condiccedilotildees

fiacutesicas do solo por ele proporcionado Segundo Primavesi (1982) e Compagnoni amp

Putzolu (1985) o esterco bovino apresenta propriedades condicionadoras do solo dando

agraves plantas melhores condiccedilotildees de desenvolvimento elevando sobremaneira os

conteuacutedos de fitomassa fresca das plantas que refletiratildeo nas demais respostas

agronocircmicas

Analisando as adubaccedilotildees de base em relaccedilatildeo aos biofertilizantes observa-se que

para os tratamentos 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) - natildeo houve influecircncia dos

biofertilizantes para as variaacuteveis FSPA e AP enquanto destacou-se o SM+U+CB para o

DC e SM+U+CB e ausecircncia da adubaccedilatildeo liacutequida para a FFPA mostrando que o uso

dos biofertilizantes natildeo influenciou esta variaacutevel 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) -

verificou-se a eficiecircncia do uso do MB4 +U+CB para as variaacuteveis FFPA e DC Para a

variaacutevel FSPA destacaram-se os dois biofertilizantes utilizados jaacute para AP natildeo houve

33

influecircncia destes EC (60 t ha 1 de esterco de curral) - em todas as variaacuteveis observadas

na tabela 5 as respostas foram significativas utilizando MB4 +U+CB

As respostas encontradas no presente trabalho para as variaacuteveis AP e FSPA foram

superiores as obtidas por Dalponte (1990) quando utilizado 0 esterco de curral para

produccedilatildeo de mudas de cebola

Segundo Filgueira (2000) os solos da regiatildeo produtora de cebola do RS satildeo

pobres em foacutesforo disponiacutevel (15 mg Kg1) necessitando portanto de adubaccedilotildees

fosfatadas elevadas As respostas aqui obtidas podem ser justificadas pelos teores de

foacutesforo contido no MB4

Follet et al (1981) citam a importacircncia do uso de compostos orgacircnicos no solo

enfatizando os estercos no sentido da decomposiccedilatildeo continuada no fornecimento de

nutrientes e na liberaccedilatildeo lenta e gradual de aacutecidos orgacircnicos influenciando a liberaccedilatildeo

do foacutesforo O que provavelmente pode ser atribuiacutedo agraves respostas encontradas no

presente trabalho para 0 tratamento Esterco de curral mais MB4 e Urina mais Calda

Bordalesa

E importante destacar que 0 sistema de produccedilatildeo de mudas de cebola sob uma

perspectiva agroecoloacutegica mostra-se eficiente quando visualmente natildeo percebe-se

diferenccedila significativa entre os tratamentos (Apecircndice F Figura 2)

Conveacutem ressaltar que quando trabalhamos com agroecologia natildeo existem

receitas nem pacotes tecnoloacutegicos prontos Cada situaccedilatildeo deveraacute ser estudada em

particular para que se faccedila recomendaccedilotildees adequadas ao ambiente local uma vez que

as plantas se adaptam ao meio estando a nutriccedilatildeo encarregada de proteger e manter o

equiliacutebrio do organismo vegetal em funccedilatildeo das alteraccedilotildees externas

E fundamental que se compreenda os princiacutepios norteadores de todo o processo

que satildeo as bases da luta por uma sociedade mais justa dentro de um mundo econocircmico e

ambientalmente mais sustentaacutevel

412 Anaacutelise do sistema radicular

Os resultados obtidos nas anaacutelises do sistema radicular (Tabela 2) mostram

diferenccedilas significativas entre as adubaccedilotildees para as variaacuteveis fitomassa fresca de raiz

(FFR) fitomassa seca de raiz (FSR) comprimento de raiz (CR) razatildeo parte

aeacutereasistema radicular (RPASR) e densidade de raiz (DR)

34

TABELA 2 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade de

raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAO DE BASE

S Magro + MB4 +Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

1540 c A 1576 b B 2427 a A

Fitomassa fresca (g)----------------1502 c B 1517 b AB 1658 b A 1446 c C 2336 a B 2360 a B

--------------------Fitomassa seca (g)-------------------196 b A 207 ab A 170 b A170 b A 199 b A 192 b A 344 a A 249 a B 327 a A

Comprimento de raiz(cm)---------------1237 b A 1158 b A 1158 a A1237 b A 1060 c B 1040 b B1433 a A 1296 a B 1040 b C

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t halsquo 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha de vermicomposto 45 t ha de vermicomposto60 t ha~ de esterco de curral__________________________ _________________________Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

-----Razatildeo Parte AeacutereaSistema Radicular------340 b AB 301c B 384 a A446 a A 415 b A 326 a B339 b B 546 a A 388 a B

-------------- Densidade de raiz (m cm3)------------367 a AB 414 a A 325 b B282 b B 301b B 405 a A347 ab A 231c B 324 b A

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base destacou-se o EC (60 t ha 1 de esterco de curral)

para as variaacuteveis FFR e FSR Quando adicionado o SM+U+CB os resultados para FFR

foram ainda melhores bem como o CR As respostas obtidas para a RPASR foram

variadas em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees apresentando melhores resultados para 15 VB (45 t

ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB e ainda melhor para EC (60 t ha 1 de esterco de

curral)+MB4 +U+CB As adubaccedilotildees de base 1 VB 15 VB e EC natildeo diferiram entre si

As adubaccedilotildees mais eficientes para a variaacutevel DR foram 1 VB+SM+U+CV que natildeo

diferiu da EC+SM+U+CB I VB+ MB4 +U+CB e agrave 15 VB foram melhores entre as

demais

35

Analisando os biofertilizantes em relaccedilatildeo a cada adubaccedilatildeo de base verifica-se que

para a 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB destaca-se a variaacutevel FFR

poreacutem sem diferenccedila significativa de 1 VB os melhpres resultados para a variaacutevel DR

foram encontrados pelo tratamento 1 VB+MB4 +U+CB e 15 VB (45 t ha 1 de

vermicomposto) tambeacutem se considera eficiente o 1 VB+SM+U+CB que natildeo diferiu do

EC (esterco de curral) Quando se utilizou 15 VB+ MB4 +U+CB houve resposta

significativa para a variaacutevel FFR para FSR as respostas natildeo foram diferentes com a

aplicaccedilatildeo dos biofertilizantes para as variaacuteveis FSR e DR as adubaccedilotildees EC e

EC+SM+U+CB natildeo diferiram entre si

Embora as respostas estatiacutesticas tenham sido diferentes para as adubaccedilotildees

combinadas ou natildeo pode-se salientar a importacircncia do aacutecido indol-aceacutetico como jaacute

citado anteriormente para as variaacuteveis avaliadas na parte aeacuterea das mudas de cebola

Respostas semelhantes nesse sentido foram encontradas para a cultura da alface por

Quijano (1999) e Morselli (2001)

Pereira et al (2002) concluiacuteram em trabalho realizado com a cultivar de cebola

CNPF1 6400 em Minas Gerais que a utilizaccedilatildeo de 20 t ha de esterco de curral

proporcionou os melhores resultados para a produccedilatildeo de cebola

Silva Juacutenior amp Giorgi (1992) e Menezes Juacutenior (1998) citam que doses elevadas

de mateacuteria orgacircnica podem prejudicar a primeira fase da germinaccedilatildeo (embebiccedilatildeo) e

absorccedilatildeo de aacutegua pelas raiacutezes das placircntulas No entanto no presente trabalho este fato

natildeo ocorreu embora a dose de esterco utilizada tenha sido de 60 t ha 1 (dose maacutexima

recomendada segundo Nolla 1982)

413 Anaacutelise de macronutrientes no tecido vegetal

Os resultados dos conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio no

tecido vegetal sob diferentes adubaccedilotildees encontrados na Tabela 3 indicam mais uma

vez a superioridade da adubaccedilatildeo esterco com 0 uso ou natildeo de biofertilizantes

36

TABELA 3 Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob

uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS i J B

ADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesamg plantas1

---- Nitrogecircnio-----30 t ha de vermicomposto 16593 c AB 15451 c B 19050 b A45 t ha de vermicomposto 21444 b A 22888 b A 17852 b B60 t ha de esterco de curral 32606 a C 37593 a B 40816 a A

--------------- ------ Foacutesforo------- -------------30 t ha de vermicomposto 3098 c B 2802 c B 3999 b A45 t ha de vermicomposto 4109 b A 4135 b A 2788 c B60 t ha de esterco de curral 5300 a B 7577 a A 7565 a A

------- Potaacutessio------30 t ha de vermicomposto 24327 c A 19900 c B 24965 b A45 t ha de vermicomposto 29113b A 29812 b A 22031 b B60 t ha de esterco de curral 44070 a B 51976 a A 54101 a A

-------- Caacutelcio-------30 t ha de vermicomposto 5027 c A 4356 c A 4834 b A45 t ha de vermicomposto 6114b A 6963 b A 4379 b B60 t ha de esterco de curral 9030 a C 11451 a A 10331 a B

------Magneacutesio-----30 t ha de vermicomposto 1188 b A 914 c A 1202 b A45 t ha de vermicomposto 1231 b B 1582 b A 1176 b B60 t ha de esterco de curral 2136a B 2443 a A 2663 a AMeacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base observa-se que o melhor tratamento foi o

esterco de curral para todas as variaacuteveis Para 1 VB (30 t ha^ 1 de vermicomposto) natildeo

houve resposta diferenciada com o uso de bofertilizantes para todas as variaacuteveis A

adubaccedilatildeo 15 VB (45 t ha 1 de vemicomposto) foi influenciada pelos biofertilizantes

para as variaacuteveis N P K e Ca enquanto que para Mg somente o MB4+U+CB o

influenciou O EC (esterco de curral) mostrou diferenccedila significativa apenas para as

variaacuteveis Ca e Mg quando adicionado MB4+U+CB

Segundo Peixoto (2000) eacute fundamental a adiccedilatildeo de adubos orgacircnico no cultivo de

hortaliccedilas seja na forma de esterco decomposto composto ou huacutemus de minhoca de

37

modo a fornecer melhorias nas propriedades do solo vindo a disponibilizar os nutrientes

as diferentes culturas

O esterco fresco conteacutem muita cama celuloacutesica e um elevado teor de aacutegua No

esterco curtido a celulose jaacute estaacute decomposta o teor de aacutegua estaacute reduzido agrave metade e os

nutrientes em uma forma mais assimilaacutevel e mais concentrada O esterco fresco pode

causar uma deficiecircncia temporaacuteria de nitrogecircnio no solo ao se decompor o que natildeo

acontece com o biestabilizado (Kiehl 1985)Ocorre uma diminuiccedilatildeo inicial no volume

de aacutegua retido no esterco de curral diminui inicialmente em tomo de 3581 liberando

posteriormente somente 496 evidenciando a sua capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua

(Menezes Juacutenior 1998)

A utilizaccedilatildeo continuada de adubos nitrogenados minerais no solo altera o balanccedilo

do nitrogecircnio entre o solo e planta No meacutetodo biodinacircmico eacute sublinhada a importacircncia

dos adubos animais para o estabelecimento da fertilidade permanente dos solos (Koeff

et al 1983)

Para Guimaratildees (1997) os benefiacutecios que a mateacuteria orgacircnica imprime ao solo

principalmente melhorando a produtividade fertilidade e a influencia que as substancias

huacutemicas exercem sobre o ambiente dependem da qualidade e do teor de mateacuteria

orgacircnica do solo Estas substacircncias por conterem nutrientes em sua constituiccedilatildeo em uma

forma mais disponiacutevel para as plantas promovem um equiliacutebrio no ambiente no solo

(Kononova 1966)

Aproximadamente de 60 a 70 do total de carbono do solo ocorre na forma de

materiais huacutemicos (Griffith amp Schnitzer 1975) sendo a eles atribuiacutedo a manutenccedilatildeo da

bioestrutura do solo aumentando a capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua (Brady 1999)

Conforme Compagnoni amp Putzolu (1985) os estercos bem como os demais

resiacuteduos orgacircnicos apresentam conteuacutedos diferentes de aacutecidos huacutemicos e fuumllvicos sendo

atribuiacutedo ao acido huacutemico uma accedilatildeo fitoestimulante semelhante aos fitohormocircnios por

favorecer o desenvolvimento do sistema radicular e crescimento do caule

Em trabalho realizado por Guimaratildees (1997) foi encontrado para aacutecidos huacutemicos

de esterco bovino uma relaccedilatildeo CN 1035 e para vermicomposto bovino 17

evidenciando que o esterco quando aplicado ao solo por apresentar uma relaccedilatildeo CN

proacutexima deste reage mais facilmente liberando nutrientes para as plantas sem alterar a

cadeia troacutefiacuteca Dados encontrados no presente trabalho demonstram a eficiecircncia do

esterco nesse sentido

38

De acordo com Morselli (2001) vaacuterios trabalhos citam comentam e discutem a

capacidade dos vermicompostos em proporcionar oacutetimas colheitas e favorecer a

precocidade das plantas cultivadas Poreacutem muitas vezes se observa que mesmo

suprindo essas plantas com nutrientes necessaacuterios atraveacutes de huacutemus de diferentes fontes

as respostas natildeo satildeo as mesmas para uma mesma cultivar

Por outro lado os resultados com o uso de substacircncias huacutemicas satildeo variaacuteveis e

dependem aleacutem da espeacutecie testada das substacircncias huacutemicas utilizadas sua

concentraccedilatildeo o grau de purificaccedilatildeo e das condiccedilotildees experimentais A resposta das

plantas aos aacutecidos huacutemicos e fuacutelvicos eacute dependente da mateacuteria prima original e da

espeacutecie vegetal pois materiais orgacircnicos diferentes apresentam aacutecidos huacutemicos e

fuacutelvicos diferentes (Businelli 1990)

Justificam-se os maiores conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio e caacutelcio nas

adubaccedilotildees 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e biofertilizantes devido

provavelmente ao vermicomposto utilizado apresentar na sua constituiccedilatildeo teores

consideraacuteveis destes elementos aleacutem do que os biofertilizantes possam ter influenciado

na absorccedilatildeo atraveacutes de sua constituiccedilatildeo Tibau (1984) considera que a urina de vaca eacute

rica em aacutecido indol-aceacutetico e este influencia na absorccedilatildeo radicular O efeito positivo

deste tratamento provavelmente seja devido agrave quantidade aplicada

O biofertilizante que se destacou foi o MB4+U+CB em relaccedilatildeo ao EC (esterco de

curral) e eacute somente para a variaacutevel caacutelcio Isto provavelmente seja devido ao alto teor

deste elemento encontrado na sua constituiccedilatildeo (6872 g Kg1) e pela influecircncia positiva

que a calda bordalesa exerce no metabolismo das plantas atraveacutes dos nutrientes

contidos em sua formulaccedilatildeo O Ca controla a absorccedilatildeo radicular e retorna ao solo pelo

esterco e palhas por apresentar-se em maior quantidade em folhas e caules Depois de

localizado nas folhas fica imoacutevel favorecendo a resistecircncia da planta ao ataque de

fungos

Este trabalho avanccedila no estudo da agroecologia estando claro que todos os

criteacuterios tem caraacuteter dinacircmico de adequaccedilatildeo as mudanccedilas de um sistema de produccedilatildeo

em evoluccedilatildeo contribuindo na transiccedilatildeo para um padratildeo sustentaacutevel Cabe a pesquisa a

reorientaccedilatildeo para um enfoque ldquosistecircmicordquo isto eacute que permita integrar os diversos

componentes de um agroecossistema e a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas que promovam 0

fortalecimento e a expansatildeo da agricultura familiar

39

5 CONCLUSOtildeES

Considerando os resultados obtidos e as condiccedilotildees em que o estudo foi realizado

conclui-se que

bull As respostas agronocircmicas das mudas de cebola para os paracircmetros avaliados

satildeo mais satisfatoacuterias com a aplicaccedilatildeo de esterco de curral como adubaccedilatildeo de

base

bull Os biofertilizantes mais urina de vaca e calda bordalesa proporcionam

respostas satisfatoacuterias quando aplicados associados agraves adubaccedilotildees de base

bull O biofertilizante MB4 mais urina de vaca e calda bordalesa eacute mais eficiente

que o super magro mais urina e calda bordalesa quando aplicado associado agrave

adubaccedilatildeo de base esterco de curral para os conteuacutedos de fitomassa secae

fresca da parte aeacuterea das plantas altura e diacircmetro de colo das mudas de

cebola

bull Os biofertilizantes adicionados agrave adubaccedilatildeo de base 45 t harsquo 1 de vermicomposto

bovino mostram respostas significativas para os conteuacutedos de fitomassa seca

bull Os maiores conteuacutedos nutricionais para as mudas de cebola satildeo

proporcionados pela adubaccedilatildeo de base esterco de curral

bull A maior absorccedilatildeo de caacutelcio pelas mudas de cebola ocorre quando da adiccedilatildeo do

biofertilizante MB4 mais urina e calda bordalesa agrave adubaccedilatildeo de base esterco de

curral

40

6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ALDRIGHI CB ABREU CM PAGLIA AG MORSELLI TBGA FERNANDES HS Efeito da aplicaccedilatildeo de biofertilizante e urina de vaca em mudas de tomateiro Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

ALTIERI M NICHOLLS C I Agroecologia Teoria praacutectica para umaAgricultura Sustentable Ia ed PNUMA 2000 Cap 2 4 Seacuterie textos baacutesicos para la formacioacuten ambiental

ALTIERI M Agroecologia bases cientiacuteficas para uma agricultura sustentaacutevelGuaiacuteba Agropecuaacuteria 2002 592 p

ANTONIOLLI Z I GIRACCA E M N CARDOSO S J T WIETHAN M M S FERRI M Iniciaccedilatildeo agrave Minhocultura Criaccedilatildeo em Cativeiro e Vermicompostagem Santa Maria UFSM 1996 p59-89

BAYER C MIELNICZUC J Dinacircmica e funccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica In SANTOS G de A S e CAMARGO F A de O (ed) Fundamentos da mateacuteria orgacircnica do solo ecossistemas tropicais e subtropicais Porto Alegre Genesis 1999 p 3-23

BARRETTO D X Composto Orgacircnico In Praacutetica em Agricultura Orgacircnica Satildeo Paulo iacutecone Ed Ltda 1985 p 51-63

BETTIOL W Alguns produtos alternativos para o controle de doenccedilas de plantasem agricultura orgacircnica II Ciclo de palestras sobre agricultura orgacircnica Instituto Bioloacutegico Satildeo Paulo p52-63 1997

41

BETTIOL W TRACH R GALVAtildeO JAH Controle de doenccedilas de plantas com biofertilizantes Jaguariuacutena EMBRAPA-CNPMA 1997 22p (EMBRAPA- CNPMA Circular Teacutecnica 02)

BRADY N C Natureza e propriedades dos sotos Rio de Janeiro Freitas BastosS A 1979 647p

BRADY N C Organisms and ecology of the soil In The nature of properties of soils Simon amp Schuster A Viacon Company New Jersey1999 402-489p

BON1LLA J A Fundamentos da Agricultura Ecoloacutegica Sobrevivecircncia eQualidade de Vida Satildeo Paulo Nobel 1992

BUREacuteS S Substratos Ediciones Agroteacutecnicas S L Madrid Octubre 1997

BUS1NELLI M Chemical Composition and Enzymic Activity of some Worm Cast Plant Soil v 80 p 1-2 1990

CALEGARI A Espeacutecies para cobertura de solo In IAPAR (Instituto Agronocircmico de Paranaacute) Plantio Direto pequena propriedade sustentaacutevel organizador Moacir Darolt Londrina - PR 1998 65-93

CAMARGO P N D Manual de Adubaccedilatildeo Foliar Satildeo Paulo Herba 1975

CAPRA F A Teia da Vida Satildeo Paulo Cultrix 1997 256p

CAPRA F O Ponto de Mutaccedilatildeo 22 ed Satildeo Paulo Cultrix 2001 447p

CHABOUSSOU F Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da Trofobiose) Porto Alegre LPM 1987 253 p

CLARO S A Referencias tecnoloacutegicos para a agricultura familiar ecoloacutegica aexperiecircncia da Regiatildeo Centro-Serra do Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS-ASCAR 2001 250p

CLIVELA G Diagnoacutestico Agronocircmico da cebola no Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS 1995 8 6 p

COMISSAtildeO DE FERTILIDADE DO SOLO - RSSC Recomendaccedilotildees de adubaccedilatildeo e calagem para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina 3 ed Passo Fundo SBCS - Nuacutecleo Regional Sul 1995 223p

COMPAGNONI L PUTZOLU G Cria moderna de Ias lombrices y utilizacioacutenrentable dei humus Barcelona Editorial de Vecchi- SA 1985127p

COSTABEBER J A MOYANO E Transiccedilatildeo agroecoloacutegica e accedilatildeo social coletiva Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v l n4 p 50- 60 outdez 2 0 0 0

42

COSTA M B B da Adubaccedilatildeo orgacircnica Nova siacutentese e novo caminho para aagricultura Satildeo Paulo Ed iacutecone Ltda 1985 102p

COSTA NETO C Agricultura Sustentaacutevel Tecnologias e Sociedade In CARVALHO COSTA LF et al (org) Mundo Rural e Tempo Presente Rio de Janeiro Mauad 1999

DrsquoAG0ST1NI R L FANTINI A C Produccedilatildeo orgacircnica tambeacutem socialmente excludente Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v3 n l p57-61 2002

DALPONTE J C V Utilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos e fertilizante mineral na produccedilatildeo e qualidade de mudas e bulbos de cebola (Alliurn Cepa L) Pelotas-RS 1990 (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1990

DEBARBA J F THOMAZELLI L F GANDIN C L SILVA E Cadeias produtivas do Estado de Santa Catarina Cebola Florianoacutepolis Epagri 1998 115 p (EPAGRI Boletim Teacutecnico 96)

DUFOUR F Os saacutebios loucos do agro-alimentar Le Monde Diplomatique ano 1 n4 p6-7 1999 (ed portuguesa)

EHLERS E Agricultura Sustetaacutevel Origem e perspectivas de um novo paradigma 2 ed Guaiacuteba Agropecuaacuteria 1999 157 p

FILGUEIRA F A R Novo Manual de olericultura agrotecnologia moderna na produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 2000 402 p

FRASER G K Mateacuteria Orgacircnica Del Suelo In BEAR F E (ed) Quiacutemica dei Suelo Madrid Ed Agrociencia 1963

FOLLET R H MURPHY L S DONAHUE R L Fertilizers and soil amendments New Jersey Printice-Hall Inc 1981 557p

GARCIA A Revista dei Espacio Rural Georgica Zaragoza Escuela Politeacutecnica de Huesca n5 1997

GARCIA A Versatildeo preliminar de um Programa Estadual de Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Bulbos e Sementes de CebolaEMBRAPAIPAGROMARAEMATER 6 8 pbdquo 1990 (Publicaccedilatildeo avulsa)

GIORGETT1 J R Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Mudas de Tomate In Encontro Nacional de Produccedilatildeo e Abastecimento de Tomate 2 1991 Jaboticabal Satildeo Paulo Anais Jaboticabal UNESP 1991 p 242-244

GLIESSMAN S R Agroecologia Processos ecoloacutegicos em agricultura sustentaacutevelPorto Alegre Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS 2000 653p

43

GLIESSMAN S R TURRIALBA C R Agroecologia Procesos Ecoloacutegicos en Agricultura Sostenible CATIE 2002 p 3-14

GNOATTO S C Caracterizaccedilatildeo quiacutemica de vermicompostos de diferentes substratos orgacircnicos Pelotas-RS 1999 38 f (Mestrado em Agronomia - Solos) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

GOMES J C C BORBA M F S A moderna crise dos alimentos oportunidade para a agricultura familiar Emater Porto Alegre julset 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwematertchebrdocsagroecorevistan313-artigo3htmgtAcesso em 24 fev 2002

GOMEZ H W Desenvolvimento sustentaacutevel agriacutecola e capitalismo In Desenvolvimento sustentaacutevel Necessidade eou disponibilidade Santa Cruz do Sul Nobel - UNISC 1997 p 65-77

GONZAacuteLEZ DE MOLINA M SEVILLA GUZMAacuteN E Ecologia campesinado e historia Para una reinterpretacioacuten dei desarrollo dei capitalismo en la agricultura In SEVILLA GUZMAacuteN E GONZAacuteLEZ DE MOLINA M (ed) Ecologia campesinado e historia Madrid La Piqueta 1993 p 23-129

GRIFFITH S A SCHNITZER M Analytical characteristic of humic and fulvic acids extracted from tropical volcanic soils Soil Sei Soc Am Proc v 39 p361-367 1975

GUIMARAtildeES E Caracterizaccedilatildeo quiacutemica estreptoscoacutepica e por anaacutelise teacutermica de aacutecidos huacutemicos e vermicompostos obtidos de estercos de diferentes animaisCuritiba 1997 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Quiacutemica) Universidade Federal do Paranaacute 1997

HESS A F Sociedade e meio ambiente uma relaccedilatildeo ambiacutegua Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v 4 n2 p 167-1741999

ICEPA-SC Informes conjunturais sobre a cultura da cebola Disponiacutevel em lthttpwwwicepa combrgt Acesso em 23 jan 2003

JONES H A MANN L K Onions and their allies New York Interscience Publishers 1962 286 p

JUacuteNIOR H A de MAIORANO J A Receitas obtidas de extratos de plantasCampinas CATITerra Viva [199-] 10 f

KHATOUNIAN C A Ciclo de Palestras sobre Agricultura Orgacircnica 2a Ed SatildeoPaulo Fund Cargill 1997 149 p

KIEHL E J Fertilizantes Orgacircnicos Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1985 492p

44

KOEFF H H PETTERSSON B D SHAUMANN W Vida Vegetal solos e adubaccedilatildeo In Agricultura Biodinacircmica Satildeo Paulo Nobel 1983 p92-149

KONONOVA M M Soil organic matter The importance o f organic matter in soil formation and soil fertility New York Pergamqn Press 1961 p 165-200

KUHN T A Estrutura das Revoluccedilotildees Cientiacuteficas Satildeo Paulo Perspectiva 1989 257p

LANNA FCA ABREU C L ABREU J G SILVA V Resposta de cultivares de melancia cultivadas sob adubaccedilatildeo quiacutemica e orgacircnica Horticultura v 12 n l p85 1994

LEFF H Saber Ambiental Petroacutepolis Vozes 2001 343 p

MAGALHAtildeES J R Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo da cebola In FERREIRA M E CASSTELLANE P D CRUZ M C P Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo de hortaliccedilasPiracicaba POTAFOS 1993 p 381-393

MALAVOLTA E Elementos de nutriccedilatildeo mineral de plantas Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1980 251 p

MALAVOLTA E Manual de Quiacutemica Agriacutecola - Adubos e Adubaccedilatildeo 3a ed SatildeoPaulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1981 606 p

MARTINEZ A A A grande e Poderosa Minhoca Jaboticabal Funep - Unesp1990 101 p

MARTINS S R Desenvolvimento e Sustentabilidade Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v20 n2 julho 2002 Palestra apresentada no 42deg Congresso Brasileiro de Olericultura

MARTINS S R Limites Del Desarrollo Sostenible em Ameacuterica Latina En el marco de Ias poliacuteticas de (re)ajuste econocircmico Pelotas Editora UFPel 1997 135 P-

MARTINS S R Sustentabilidade na agricultura dimensotildees econocircmicas sociais e ambientais Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v4 n 2 p 175-1871999

MATURANA H REZEPKA S N D E Formaccedilatildeo Humana e Capacitaccedilatildeo Rio de Janneiro Vozes 2000 8 6 p

MELLO A F SOBRINHO M O ARZOLLA S SILVEIRA R NETTO A C KIEHL J C Fertilidade do Solo Satildeo Paulo Nobel 1983

MENEZES JUacuteNIOR F O G D Caracterizaccedilatildeo de Diferentes substratos hortiacutecolas e seu efeito na produccedilatildeo de mudas de alface e couve-flor em ambiente protegido Pelotas 1998 141 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1998

45

MIBASA Mineraccedilatildeo Barreto SA Melhorador de Solos MB4 A Natureza Agradece Arapiraca-AL [199-] Folder

MINAMI K Os resumos da olericultura 2000 In AZEVEDO FILHO MARTINEZ FILHO (ed) Preccedilos agriacutecolas Piracicaba ESALQ 1999 p 4

MINAMI K Produccedilatildeo de Mudas de Alta Qualidade em Horticultura Satildeo Paulo TA Queiroz 1995

MORSELLI T B G A Cultivo sucessivo de alface sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegidoPelotas 2001 178 p Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2001

MORSELLI T B G A Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Poliacutegrafo da Disciplina de Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia-Produccedilatildeo Vegetal UFPel 2002

MULLER AM Efeitos da Aplicaccedilatildeo Foliar de um Biofertilizante Enriquecido no Estado fitossanitaacuterio de Tomate Ervilha e Beterraba Sob Manejo OrgacircnicoDissertaccedilatildeo (Mestrado no Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agroecossistemas)1999 (Resumo)

NOLLA D Erosatildeo do Solo - O grande desafio Estado do Rio Grande do Sul SEAGRI desenvolvimento de recursos naturais renovaacuteveis 1982 412 p

PAGLIA AG MORSELLI TBGA PEIL RMN Teores de nutrientes pH e condutividade eleacutetrica da aacutegua em sistema ldquofloat^ngrdquo sob adiccedilatildeo de biofertilizantes Horticultura Brasileira v 20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PAULUS G MULLER A BARCELLOS LAR Agroecologia aplicada praticas e meacutetodos para uma agricultura de base ecoloacutegica 2ed ver ampl Porto Alegre EMATERRS 2001 8 6 p

PEIXOTO R T dos G Composto orgacircnico aplicaccedilotildees benefiacutecios e restriccedilotildees de uso Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 18 p 56-64 julho 2000

PENTEADO SR Defensivos Alternativos e Naturais Satildeo Paulo 1999 95 p

PEREIRA AJ SOUZA RJ PEREIRA WR Efeito de diferentes doses de esterco de galinha e de curral sobre a produccedilatildeo de cebola Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PINHEIRO S BARRETO SB MB-4 agricultura sustentaacutevel trofobiose e biofertilizantes Fundaccedilatildeo Juquira CandiruMibasa 2000 273 p

PRIMAVESI A Agricultura Sustentaacutevel Satildeo Paulo Nobel 1992 142 p

PRIMAVESI A O manejo ecoloacutegico do solo Agricultura em regiotildees tropicais SatildeoPaulo Nobel 1982 541 p

46

PURCINO A A C ldquoNitrogecircniordquo Informe Agropecuaacuterio Belo Horizonte v7 n81 p 16-27 1981

QUIJANO F G Efeito da adubaccedilatildeo orgacircnica no desenvolvimento de duas cultivares de alface em ambiente protegido Pelotas 1999 116f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

RODRIGUES A N N Efeitos e residuais de superfosfato triplo sobre o rendimento de mateacuteria seca e absorccedilatildeo de foacutesforo pela aveia (Avena strigosa Schob) em solo Podzoacutelico Vermelho Escuro Porto Alegre 1984 59f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia UFRGS 1984

RODRIGUES E T CASALI V W D Respostas da alface agrave adubaccedilatildeo orgacircnica II Teores conteuacutedos e utilizaccedilatildeo de macronutrientes em cultivares Rev Ceres Viccedilosa v 45 n 261 p 437-449 1998

SAMINEcircS T C O Produccedilatildeo orgacircnica de alimentos Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 17 n3 novembro 1999

SCHIEDECK G Ambiecircncia e resposta agronocircmica de meloeiro (Cucumis melo L) cultivado sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegido Pelotas lOOp Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2002

SILVA JUacuteNIOR A A GIORGI E Substratos alternativos para a produccedilatildeo de mudas de tomate Agropecuaacuteria Catarinense Florianoacutepolis EPAGRI 1992 23 p

SILVA JUacuteNIOR A A MACEDO S G STUKER H Utilizaccedilatildeo de esterco de peru na produccedilatildeo de mudas de tomateiro Florianoacutepolis EPAGRI 1995 28 p (Boletim Teacutecnico 73)

TAGLIARI PS GRASSMANN H Minhoca a grande aliada da agricultura Agropecuaacuteria Catarinense v8 n l p 11-14 mar 1995

TEDESCO M J GIANELLO C Anaacutelises de solo plantas e outros materiais Porto Alegre Faculdade de Agronomia Departamento de Solos Universidade Federal do Rio Grande do Sul RS 1996

TENNANT D A Test of modified line intersect method of estimating root lenght Journal Ecology Oxford v 63 p 995-1001 1975

TIBAU A O Mateacuteria Orgacircnica do Solo Mateacuteria Orgacircnica e Fertilidade do SoloSatildeo Paulo Nobel 1984 p49-182

TIMM P J Anaacutelise comparativa dos sistemas de plantio convencional e cultivo miacutenimo de cebola sob adubaccedilatildeo orgacircnica e mineral Pelotas 2000 79 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2000

47

VALENZUELA HR CROSBY C Effect of compost applications on the yield of several vegetables in long-term organic farming experiments conduced in the tropics American Society Horticultural Science v33 n3 june 1998

VIGLIZZO E (ed) Subprograma Recursos Naturais y Sostenibilidad Agriacutecola documento marco Montevideo IICAPROCISUR 1995 p 75 - 78

WE1D J M TARDIN J M Proposta para a Ampliaccedilatildeo do Trabalho da ASPTA no Centro Sul do Paranaacute ASPTA Disponiacutevel em http wwwpronafgovbrEncontrotestosAS20PTA20Sul20ParanE1205 202002doc Acesso em 05 mai 2002

XAVIER SIMOacuteN F DOMINGUES D G Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel uma perspectiva agroecoloacutegica Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre EM ATERRS v2 n2 p 17-26 2001

ZABALETA J P Diagnoacutestico da Agricultura Familiar em Satildeo Joseacute do Norte - RSPelotas EMBRAPA-CPACT 1998 75 p (EMBRAPA-CPACT Documentos 44)

ZONTA E P MACHADO A A SILVEIRA P Sanest Sistema de anaacutelise estatiacutestica para microcomputadores Registrado na Secretaria Especial de Informaacutetica sob nuacutemero 066060 - categoria A Pelotas-RS Universidade Federal de Pelotas 1984

48

7 APEcircNDICE

APEcircNDICE A - Anaacutelise da adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes utilizados na produccedilatildeo de mudas de cebola

TABELA 1 A Anaacutelise baacutesica do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo miuacutedo + papua

Arg

pH IND

SMP

MO

P - n r - Na Al Ca__10Omlmdash

Mg

ppm -

6 53 67 089 8 6 27 1 04 05 0 2

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 2A Anaacutelise complementar do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo-miuacutedo + papua

Cobre Zinco Manganecircs Ferro

(m v1)

04 05 26 007

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

49

TABELA 3A Anaacutelise dos fertilizantes soacutelidos

Amostra pH limidade CN

C N P K Ca Mg

- g-ivg --

Cama de 849 2491 12 31042 2479 3888 3405 29875 463

aves

Esterco 74 3594 11 677 590 157 134 335 214

de curral

Huacutemus 684 5738 14 15965 1098 453 745 743 361

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 4A Anaacutelise quiacutemica dos biofertilizantes liacutequidos

Amostra N P K_ccedil H

Ca Mg Cu Zn Fe Mn

mdashgL bull

S Magro

m b 4

Urina

053

1652

8 2 2

008

395

0 0 0

149

1674

471

1902

6872

0 0 0

1150

4507

1172

7273

42

033

101389

920

0 0 0

6250

19458

781

35273

1123

0 2 1

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

50

APEcircNDICE B - Condiccedilotildees climaacuteticas do local

TABELA 1B Condiccedilotildees de temperatura do local

___________ __________TEMPERATURA (degCgt

meses Meacutedia

Maacutexima

Meacutedia

MiacutenimaMeacutedia

Maacutexima

Absoluta

Miacutenima

Absoluta

Junho 225 87 156 320 25

Julho 225 85 155 285 30

Agosto 251 71 161 360 1 0

Fonte FEPAGROSCT 2002

TABELA 2B Condiccedilotildees de chuva do local

mdash CHUVA (mm)mdash

meses Ocorrida Normal Desvio Da Normal

Junho 1080 1 1 0 -2 0

Julho 1062 98 8 2

Agosto 1283 1 2 0 83

Fonte FEPAGROSCT 2002

51

TABELA 1C Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

APEcircNDICE C - Anaacutelise estatiacutestica da parte aeacuterea

Causas G1 FFPA FSPA AP DC

da variaccedilatildeo --------- Quadrados meacutedios-

Blocos 3

Ad Base 2 175359071 1287102 2547419 1 11775

Biofertilizantes 2 126876 29011 87669ns 02185ns

Ad x Biofert 4 572378 31123 69106ns 04159

Resiacuteduo 24 34456 03048 27169 00290

Total 35

Meacutedia geral 93745 8772 320388 6741

CV 1980 6294 5145 2530

Significativo a 5ns Natildeo significativo

52

TABELA 1D Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade

de raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

APEcircNDICE D - Anaacutelise estatiacutestica da raiz

Causas G1 FFR FSR CR RPASR DR

da variaccedilatildeo Quadrados meacutedios---------------

Blocos 3

Ad Base 2 27874 551 623 2 1 0 140

Biofertilizantes 2 178 0 1 0 ni 1504 l03ns 038ns

Ad x Biofert 4 190 058 318 294 183

Resiacuteduo 24 005 009 028 023 0 2 1

Total 35

Meacutedia geral 1818 228 184 387 333

C V 134 1356 448 1253 1396

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

53

APEcircNDICE E - Anaacutelise estatiacutestica dos macronutrientes da parte aeacuterea da cebola

TABELA 1E Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mud^s de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

Causas G1 bull N P K Ca Mg

da variaccedilatildeo

Blocos 3

Ad Base 2 13550306 446627 25509686 1031806 59007

Biofertilizantes 2 180610ns 16564 68153ns 39006 876ns

Ad x Biofert 4 454187 45743 1047539 46950 2464

Resiacuteduo 24 29769 1453 64313 3741 439

Total 35

Meacutedia geral 24921 4597 33366 6943 1615

C V 692 829 760 880 1297

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

APEcircNDICE F - Fotos do experimento

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob uma perspectiva agroecoloacutegica

APEcircNDICE F a Fotos do experimento

FIGURA 1 Adubaccedilatildeo verde com feijatildeo-miuacutedo e papuatilde utilizadas no manejo do solo

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob urna perspectiva agroecoloacutegica

Page 12: PRODUÇÃO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L.) SOB …orgprints.org/24883/1/Paglia_Produção.pdf · vaca mais calda bordalesa; MB4+U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

ldquoEu sustento que a ciecircncia soacute tem

finalidade se serrsquoir para aliviar a miseacuteria

da existecircncia humana

(Bertold Brecht)

No Rio Grande do Sul cultivar cebola eacute atividade de pequenos e meacutedios

produtores revestindo-se de suma importacircncia para a economia onde contribui para a

geraccedilatildeo de empregos e a fixaccedilatildeo do homem ao meio rural visto que haacute necessidade de

outros tipos de investimentos sociais e econocircmicos

Segundo o ICEPA-SC (2003) o Rio Grande do Sul responde por cerca de 14 da

produccedilatildeo nacional o que faz da cebola a segunda hortaliccedila em importacircncia econocircmica

no Estado sendo apenas superada pela cultura da batata poreacutem a aacuterea plantada no RS

tem apresentado recuo nos uacuteltimos anos caindo de 16648 hectares na safra 9899 para

14085 na safra atual (0203) acontecendo o mesmo com a produccedilatildeo que diminuiu de

181338 toneladas na safra 9596 para aproximadamente 159000 na safra atual

A baixa produtividade obtida pode ser atribuiacuteda a vaacuterios fatores baixa

disponibilidade de mateacuteria orgacircnica no solo poucc^ uso de materiais orgacircnicos eou

aplicaccedilatildeo inadequada destes considerando ainda que a maioria dos produtores

conservam caracteriacutesticas agriacutecolas do seacuteculo passado apresentando resistecircncia ao

associativismo e possuem carecircncia de infraestrutura (estradas eletricidade telefonia

drenagem e condiccedilotildees de armazenamento) Esses fatores aliados a baixa rentabilidade

2

da cultura tem sido apontados como responsaacuteveis pelo abandono da cebolicultura por

alguns produtores

A fase de produccedilatildeo das mudas eacute de extrema importacircncia para o cultivo da cebola e

requer manejo adequado dos recursos naturais para que a cultivar utilizada possa

expressar seu potencial geneacutetico sem comprometer o equiliacutebrio ambiental O principal

cuidado para o desenvolvimento de mudas de qualidade refere-se agrave utilizaccedilatildeo adequada

do solo

Desta forma o manejo do solo e das plantas orientado pela agroecologia pode se

constituir numa excelente alternativa para obtenccedilatildeo de mudas de qualidade sem

comprometer a sauacutede dos agricultores e contribuindo para a preservaccedilatildeo ambiental

Diversas praacuteticas vecircm sendo utilizadas com esta finalidade entre elas citam-se a

adubaccedilatildeo orgacircnica e os biofertilizantes enriquecidos No entanto estes fatores de

produccedilatildeo precisam ser melhor estudados no que tange a sua utilizaccedilatildeo adequada pelos

produtores de cebola objetivando um sistema de produccedilatildeo sustentaacutevel

A agroecologia como ciecircncia apresenta vaacuterias dimensotildees ecoloacutegica econocircmica

social cultural poliacutetica e eacutetica Neste sentido e considerando-se a procura crescente por

produtos orgacircnicos e a necessidade de sistemas de fertilizaccedilatildeo adequados ao cultivo da

cebola o presente trabalho teve como objetivo a produccedilatildeo de mudas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica contribuindo para o processo de transiccedilatildeo do sistema de

produccedilatildeo

3

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

ldquoAs novas eras natildeo comeccedilam de uma vez

Meu avocirc jaacute vivia no novo tempo

Meu neto viveraacute talvez ainda no velho

A nova carne eacute comida com os velhos garfos

(Bertold Brecht)

21 Desenvolvimento e sustentabilidade

Nenhuma espeacutecie viva com exceccedilatildeo do homem empreende esforccedilos de

desenvolvimento no sentido de crescimento material que sob as formas em que vem

sendo compreendido conduz sempre a algum tipo de agressatildeo contra o ambiente Os

esforccedilos presentes visando o progresso material assim como a maneira de satisfaccedilatildeo

das necessidades baacutesicas do homem no mundo de hoje revelam-se inconsistentes O

uso para esse fim de mateacuteria e energia em doses excessivas e crescentes tem exaurido

recursos ambientais acima de sua capacidade de regeneraccedilatildeo obviamente tendendo a

toma-los menos disponiacuteveis para as futuras geraccedilotildees

De acordo com Martins (2002) o Desenvolvimento Sustentaacutevel natildeo eacute um conceito

acabado trata-se de uma ideacuteia forccedila proacute-ativa e positiva mas que necessita ser

esclarecida quanto ao significado destes dois vocaacutebulos que lhe compotildee e o contexto em

que as pessoas com eles se relacionam Aleacutem disso isso afeta tanto como profissionais

cujas atividades vinculam-se diretamente ao trato com a natureza e portanto por ela satildeo

4

responsaacuteveis mas especialmente como cidadatildeos que constroem no seu cotidiano as

distintas dimensotildees do desenvolvimento sociais econocircmicas ambientais culturais

cientificas e tecnoloacutegicas juriacutedicas poliacuteticas e espirituais

Segundo Altieri amp Nicholls (2000) para o desenvolvimento de uma agricultura

sustentaacutevel as necessidades natildeo satildeo apenas bioloacutegicas ou teacutecnicas mas tambeacutem sociais

econocircmicas e poliacuteticas E inconcebiacutevel promover mudanccedilas ecoloacutegicas no setor agriacutecola

sem a defesa de mudanccedilas nas outras aacutereas da sociedade de modo a conscientizar o

homem sobre as condiccedilotildees necessaacuterias para a exploraccedilatildeo da natureza

A ideacuteia da sustentabilidade referente ao vocaacutebulo sustentaacutevel coloca-se como

contraponto ao caraacuteter perdulaacuterio do modelo prevalecente na medida em que o modelo

econocircmico praticado por um lado estaacute baseado no consumo da mateacuteria prima fornecida

pela natureza para a produccedilatildeo de bens e serviccedilos em descompasso com seu ritmo e

capacidade de fornecimento por outro tem tratado a natureza como mero depositaacuterio de

resiacuteduos sem considerar sua capacidade de absorccedilatildeo e reciclagem A sustentabilidade

contrapotildee-se agrave caracteriacutestica antropocecircntrica do modelo o homem como centro da

questatildeo numa postura dominante sobre o entorno natural cujas ferramentas cientiacuteficas e

tecnoloacutegicas embasam um modelo econocircmico que subjuga a natureza e coloca-se acima

desta O vocaacutebulo sustentaacutevel portanto se refere agrave capacidade de suporte da biosfera

sendo um fim a ser perseguido com o objetivo de garantir sua preservaccedilatildeo numa visatildeo

prospectiva ou seja que assegure o futuro planetaacuterio assumindo portanto o

compromisso com as geraccedilotildees vindouras (Martins 2002)

Quando se trata de apontar os possiacuteveis caminhos que levaratildeo a um novo padratildeo

produtivo e garanta a seguranccedila alimentar sem agredir o ambiente o caminho torna-se

mais difiacutecil Percebe-se que a noccedilatildeo de agricultura sustentaacutevel permanece cercada por

duacutevidas e contradiccedilotildees mesmo assim seu emprego toma-se cada vez mais frequumlente

(Ehlers 1999)

Haacute que se incorporar a concepccedilatildeo de entropia agrave noccedilatildeo de desenvolvimento visto

que a extraccedilatildeo e o transporte tambeacutem satildeo atividades econocircmicas que requerem cuidados

de manejo visando menores efeitos entroacutepicos ao meio ambiente Satisfazer as

necessidades presentes sem comprometer as possibilidades das futuras geraccedilotildees

satisfazerem as suas proacuteprias eacute o que necessita ser construiacutedo no cotidiano Esta natildeo eacute

uma tarefa faacutecil nos tempos atuais pois o mundo nunca passou por tanta incerteza e

nunca teve um presente tatildeo insustentaacutevel (Martins 1997)

211 Agroecologia Paradigma em construccedilatildeo

5

O seacuteculo passado assistiu a uma ineacutedita expansatildeo da capacidade humana de

agenciamento das forccedilas naturais promovida pelo saber teacutecnico-cientiacutefico cuja

centra lidade eacute hoje irreversiacutevel no que se refere as relaccedilotildees com a natureza Em relaccedilatildeo

ao conhecimento poucas aacutereas de interesse do homem moderno se ligam tanto agrave

pesquisa cientiacutefica como a questatildeo ambiental sendo um fenocircmeno de tendecircncia

internacional evidenciado a partir da deacutecada de 70 (Hess 1999)

A noccedilatildeo de paradigma eacute normalmente utilizada para estabelecer uma

diferenciaccedilatildeo entre dois momentos ou dois niacuteveis do processo de conhecimento

cientiacutefico (Capra 1997 Kuhn 1989) Para um entendimento miacutenimo do que significa

essa noccedilatildeo Costa Neto (1999) diz que se pode conceituar o paradigma enquanto um

modelo de ciecircncia que serve como referecircncia para todo um fazer cientiacutefico durante uma

determinada eacutepoca ou um periacuteodo de tempo demarcado e a partir de um certo momento

da histoacuteria da ciecircncia o referido modelo predominante tende a se esgotar em funccedilatildeo de

uma crise de confiabilidade nas bases estruturantes de seu conhecimento Desta forma o

paradigma passa a ser substituiacutedo por outro modelo cientiacutefico predominante Tambeacutem

pode ocorrer o fato de dois paradigmas disputarem o espaccedilo de hegemonia na

construccedilatildeo do conhecimento (Costa Neto 1999)

Os problemas com os quais nos deparamos hoje satildeo faces de uma crise uacutenica

diferentes do fazer cientiacutefico e proveniente de uma crise de percepccedilatildeo segundo Capra

(2 0 0 1 ) isto faz com que nossas instituiccedilotildees e noacutes em particular natildeo consiga perceber

claramente realidades complexas em um mundo globalmente interligado Ainda que as

soluccedilotildees para alguns de nossos principais problemas possam ser relativamente simples

ldquosoacute seratildeo possiacuteveis mediante uma mudanccedila radical em nossas percepccedilotildeesrdquo este eacute

tambeacutem o ldquoestopim para colocar em marcha medidas efetivasrdquo porque os governos e as

instituiccedilotildees jamais empreenderatildeo accedilotildees de fato enquanto as pessoas natildeo

compreenderem que satildeo parte do problema e da soluccedilatildeo e que eacute preciso assumir a

necessidade de mudar o rumo das coisas (Gomes amp Borba 2000)

Para Leff (2001) a agroecologia representa o ldquonascimento de um paradigmardquo que

eacute a alma da produccedilatildeo sustentaacutevel um processo que permite o resgate dos

conhecimentos proacuteprios e o renascimento do ser trazendo de volta as relaccedilotildees com os

seres humanos na medida em que o produtor cria atraveacutes de seu conhecimento o seu

proacuteprio saber-fazer numa relaccedilatildeo com a vida e com a terra

6

Segundo Costa Neto (1999) o paradigma agroecoloacutegico representa portanto a

linha de um posicionamento soacutecio-ambiental que tem uma vertente tecnoloacutegica apta a

ser uma alternativa agrave produccedilatildeo agriacutecola em grande escala e ao modelo tradicional

disciplinar

Hoje a agroecologia continua a fazer conexatildeo entre fronteiras estabelecidas Por

um lado estuda os processos econocircmicos e os agroecossistemas por outro eacute um agente

para as mudanccedilas sociais e ecoloacutegicas complexas que tenham necessidade de ocorrer no

futuro a fim de levar a agricultura para uma base verdadeiramente sustentaacutevel O

processo de mudanccedila estaria dirigido agrave busca de novos pontos de equiliacutebrio entre as

dimensotildees de produtividade estabilidade e equumlidade na atividade agraacuteria articuladas

entre si poreacutem em constante processo de adaptaccedilatildeo e retroalimentaccedilatildeo utilizando

estilos mais respeitosos com o ambiente com o propoacutesito de superar a crise enfrentada

pelos agricultores (Costabeber amp Moyano 2000)

De acordo com Altieri (2002) soacute uma compreensatildeo mais profunda da ecologia

humana e dos sistemas agriacutecolas pode levar a medidas coerentes com uma agricultura

sustentaacutevel Assim a ldquoemergecircncia da agroecologiardquo representa um enorme salto nesta

direccedilatildeo pois fornece os princiacutepios ecoloacutegicos baacutesicos para o estudo e tratamento dos

ecossistemas tanto produtivos quanto preservadores dos recursos naturais e que sejam

culturalmente sensiacuteveis socialmente justos e economicamente viaacuteveis

A transformaccedilatildeo ou substituiccedilatildeo de um modelo de desenvolvimento para outro

supotildee um processo de transiccedilatildeo que em alguns momentos caminha a passos lentos e

em outros pode trazer mudanccedilas bruscas e qualitativamente diferenciadas Esse

processo de transiccedilatildeo significa a conversatildeo de uma agricultura tradicional para uma

agricultura ecoloacutegica e socialmente equilibrada com base na sustentabilidade (Gomeacutez

1997)

Embora a falta de informaccedilatildeo da pesquisa possa ter contribuiacutedo para dificuldades

e experiecircncias negativas de muitos produtores estes tecircm fama de serem inovadores e

experimentadores desejosos de adotar novas praacuteticas no sentido de serem beneficiados

Nos uacuteltimos cinquumlenta anos a inovaccedilatildeo na agricultura tem sido impulsionada

principalmente pela ecircnfase em altos rendimentos e no lucro da unidade produtiva

Apesar da continuidade dessa forte pressatildeo econocircmica sobre a agricultura muitos

produtores convencionais estatildeo preferindo fazer a transiccedilatildeo para praacuteticas que satildeo mais

consistentes ambientalmente e tem o potencial de contribuir com a sustentabilidade da

agricultura em longo prazo (Gliessman 2000)

7

212 Agroecologia e agricultura familiar

O nuacutecleo por excelecircncia da produccedilatildeo sustentaacutevel eacute a agricultura familiar No

Brasil mais especificamente esta tecnologia estaacute sendo introduzida natildeo somente em

aacutereas de cultivo de agricultura familiar em geral mas especificamente em

assentamentos rurais Percebe-se dessa forma tratar-se de um tipo de produccedilatildeo que

tende a incorporar a dimensatildeo histoacuterico-social e a considerar os valores culturais e de

senso comum inerentes aos agricultores familiares (Costa Neto 1999)

Na agricultura familiar a sustentabilidade toma forma a partir do momento em

que comeccedilaram a ser incorporados aos debates os novos anseios da sociedade rural e

urbana relacionados a um novo projeto de desenvolvimento e na medida em que foram

buscadas orientaccedilotildees teoacutericas baseadas no paradigma agroecoloacutegico

De acordo com Maturana amp Rezepka (2000) a formaccedilatildeo do conhecimento natildeo eacute

entendida como simples treinamentos e teacutecnicas e seraacute um aspecto essencial desta

abordagem A valorizaccedilatildeo dos saberes dos agricultores sobre o ambiente as plantas o

solo e os processos ecoloacutegicos onde resgatam e aprimoram teacutecnicas proacuteprias e de

outros de origem cientiacutefica ou empiacuterica fundamentais dentro deste novo paradigma

(Altieri amp Nicholls 2000)

Neste sentido cientistas e extensionistas tecircm se surpreendido com a profundidade

destes conhecimentos e com a capacidade de vaacuterios destes agricultores de expocirc-los

mesmo nos ambientes acadecircmicos onde muitas vezes estatildeo mais avanccedilados que seus

interlocutores (Weid amp Tardin 2002) Isto revela a necessidade de sintonia entre a

Universidade e a Comunidade

Entatildeo a sutentabilidade ambiental em niacutevel local eacute positiva quando o manejo

realizado no agroecossistema aproveita a produtividade dos recursos naturais renovaacuteveis

(aqueles que funcionam mediante o fluxo solar) Ao contraacuterio pode natildeo ser positiva

quando as praacuteticas produtivas consistem na busca pela produtividade mediante a troca

econocircmica (importaccedilatildeo e exportaccedilatildeo de insumos e produtos) onde a terra eacute vista

unicamente como o suporte material (fiacutesico) das espeacutecies Neste caso o controle de

pragas a fertilizaccedilatildeo e outras praacuteticas necessaacuterias satildeo realizados mediante capital

produzido pelo homem degradando a base local de recursos naturais (Xavier Simoacuten amp

Domingues 2001)

8

213 O Mercado de produtos agroecoloacutegicos

O mercado de alimentos produzidos sob a orientaccedilatildeo agroecoloacutegica produzidos

sem utilizaccedilatildeo de agrotoacutexicos ou adubos minerais tem aumentado vertiginosamente em

todo o mundo Alguns dados indicam que esse segmento cresce anualmente cerca de

20 nos Estados Unidos 40 na Europa e 50 no Brasil e para comprovar tais

iacutendices basta verificar a proliferaccedilatildeo das feiras de produtores ecoloacutegicos nas cidades o

aumento dos espaccedilos para esses produtos nas gocircndolas das grandes redes de

supermercados e os movimentos ambientalistas e de consumidores que buscam uma

alimentaccedilatildeo mais saudaacutevel (Schiedeck 2002)

Sem duacutevida antes de tudo cabe salientar que a crise atual evidencia o equiacutevoco da

adoccedilatildeo de um modelo de produccedilatildeotransformaccedilatildeo que natildeo tem outra ambiccedilatildeo que natildeo a

de se adaptar agrave globalizaccedilatildeo Cabe a consideraccedilatildeo feita por Dufour (1999) de que o

mercado natildeo eacute uacutenico e monoliacutetico e portanto a produccedilatildeo social da qualidade natildeo

significa mais do mesmo (a adaptaccedilatildeo do que jaacute natildeo serve)

Na realidade pode-se identificar claramente dois mercados de natureza

fundamentalmente oposta que segundo Gomes amp Borba (2000) satildeo o de produtos

baacutesicos (leite cereais carnes brancas e vermelhas) e o de produtos elaborados

socialmente e de grande valor agregado por serem justos socialmente O mercado

mundial dos produtos baacutesicos eacute alimentado pelos excedentes agriacutecolas de grandes

produtores (Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos e Canadaacute) tambeacutem a soja e carne de

frango brasileira e o trigo argentino e os preccedilos nesses mercados satildeo extremamente

baixos e permaneceratildeo assim por muito tempo segundo relatos recentes do Banco

Mundial

Para produzir a preccedilos tatildeo baixos eacute necessaacuterio lanccedilar matildeo de todo tipo de

artifiacutecio como os hormocircnios os organismos geneticamente modificados as farinhas

animais esquecendo o meio ambiente e convivendo com exploraccedilotildees gigantescas

concentraccedilatildeo na posse da terra e com uma minoria de beneficiaacuterios dos programas de

ajuda puacuteblica os agromanagers (Gomes amp Borba 2000)

O mercado de produtos elaborados e de valor agregado obedece a outras regras

Mesmo que os agricultores busquem a maximizaccedilatildeo da produtividade natildeo se enfrentam

diretamente A produccedilatildeo ocorre em zonas geograacuteficas bem definidas e permite valorizar

o ldquosavoir-fairerdquo ou ldquoknow-howrdquo (em outras palavras natildeo necessariamente mas o

conhecimento ldquotradicionalrdquo) contribuindo para uma verdadeira economia local Esta eacute a

9

agricultura que ao mesmo tempo produz gera e preserva empregos Para caminhar ateacute

ela eacute necessaacuteria uma ampla alianccedila entre agricultores consumidores e movimentos

sociais para frear esta forma de ditadura dos mercados fonte do poder das

transnacionais agro-alimentares e quiacutemicas (Dufour 1999)

Por outra parte o mercado natildeo eacute linear e abstrato como querem fazer crer A

produccedilatildeo e o consumo sempre estaratildeo localizados e seratildeo realizados por produtores e

consumidores concretos isto permite falar em convenccedilatildeo ou negociaccedilotildees onde a

qualidade seja considerada na originalidade no bem comum ou na confianccedila entre pares

e colada aos produtos ainda mais quando se trata de alimentos Isto soacute seraacute possiacutevel

no local (sem ignorar o global) e levando em conta indicaccedilotildees como denominaccedilatildeo

ou indicaccedilatildeo de origem de processo ou de qualidade etc relacionados agraves

especificidades dos produtos o que tambeacutem deve ser objeto de negociaccedilatildeo para cada

lugar (eacute preciso lembrar que a participaccedilatildeo e as relaccedilotildees interpessoais satildeo determinantes

ao longo do processo) A produccedilatildeo social da qualidade eacute vista como estrateacutegia que

adquire sentido se considerada para o espaccedilo da Agricultura Familiar onde ainda eacute

possiacutevel estabelecer laccedilos de solidariedade entre produtores e consumidores (Gomes amp

Borba 2000)

De acordo com DrsquoAgostini amp Fantini (2002) tanto ou mais do que compreender a

dinacircmica de processos dos quais resultam produtos interessantes eacute compreender e

humanizar a dinacircmica de interesses sobre esses processos e produtos Os mesmos

autores dizem ainda que natildeo seria a solidariedade humana (a virtude pressuposta) que

emerge em especial na produccedilatildeo agroecoloacutegica mas sim a emergecircncia da rica

propriedade humana a generosidade que permite praticaacute-la em qualquer relaccedilatildeo entre

os homens

22 A cultura da cebola (Alliunt cepa L) e sua importacircncia

A cultura da cebola foi introduzida pelos accedilorianos no Brasil no seacuteculo XVIII nos

municiacutepio de Mostardas Rio Grande e Satildeo Joseacute do Norte no Estado do Rio Grande do

Sul (Garcia 1990) sendo a terceira hortaliccedila de maior importacircncia econocircmica para o

paiacutes (ICEPA 2003) Nas regiotildees Sul e Sudeste a cebolicultura constitui-se em atividade

socioeconocircmica de significativa relevacircncia para os Estados de Satildeo Paulo Santa

10

Catarina e Rio Grande do Sul nos quais se concentram mais de 76 da produccedilatildeo

nacional (Debarba et a i 1998)

A mais importante regiatildeo produtora do Rio Grande do Sul estaacute situada no litoral

Sul englobando os municiacutepios de Rio Grande Tavares Satildeo Joseacute do Norte e Mostardas

(Garcia 1997) e segundo ICEPASC (2003) esses quatro municiacutepios respondem por

cerca de 70 da produccedilatildeo de cebola do RS

Timm (2000) cita que cerca de 16000 famiacutelias rurais no Rio Grande do Sul tem

na cultura da cebola o seu principal meio de subsistecircncia No Municiacutepio de Satildeo Joseacute do

Norte a produccedilatildeo de cebola constitui uma atividade econocircmica quase exclusiva onde a

descapitalizaccedilatildeo dos agricultores ocasionou o abandono do meio rural por muitos deles

que acabaram por estabelecerem-se na periferia da zona urbana (Garcia 1997)

Aleacutem da descapitalizaccedilatildeo do produtor ocorrem problemas como a erosatildeo do solo

que segundo Zabaleta (1998) ocorre principalmente devido agrave accedilatildeo dos ventos fortes e

constantes caracteriacutesticos na regiatildeo sul-litoracircnea bem como a topografia plana e os

solos muito arenosos com lenccediloacuteis freaacuteticos superficiais contribuem para o

empobrecimento dos solos da regiatildeo principalmente ao se comparar com outras aacutereas

onde a cebola participa de sistemas produtivos juntamente com a produccedilatildeo leiteira o

arroz e hortaliccedilas diversas (Timm 2000)

221 Caracteriacutesticas agronocircmicas da cebola

A cebola eacute uma aliaacuteceae a planta eacute tenra atinge 60 cm de altura e apresenta folhas

tubulares e cerosas O caule verdadeiro eacute um disco comprimido na base da planta de

onde partem as folhas e raiacutezes que satildeo fasciculadas pouco ramificadas explorando um

volume de solo equivalente a um cilindro com 60 cm de altura e 25 cm de diacircmetro

(Filgueira 2000)

Cada planta apresenta 20 a 200 raiacutezes normalmente espessas (05 a 1 mm de

diacircmetro) e com pouca ramificaccedilatildeo e poucos pecirclos absorventes O crescimento eacute

vertical estendendo-se de 40 a 80 cm de profundidade Poucas raiacutezes ocupam mais de

15 cm do raio em tomo do bulbo Estas caracteriacutesticas tecircm implicaccedilotildees peculiares

quanto acirc localizaccedilatildeo e ao suprimento de nutrientes (Quanto menor o diacircmetro e maior a

ocorrecircncia de pecirclos absorventes maior seraacute a superfiacutecie de raiacutezes e consequumlentemente a

absorccedilatildeo de nutrientes (Magalhatildees 1993)

11

A fase vegetativa do ciclo da planta termina com o amadurecimento do bulbo

todavia trata-se de uma planta bienal considerando acirceu ciclo vital completo isto eacute da

semeadura ateacute a produccedilatildeo de novas sementes Apoacutes um periacuteodo invemal sob baixas

temperaturas haacute emissatildeo de um pendatildeo floral que pode alcanccedilar 150 cm de altura

terminando por uma inflorescecircncia tipo umbela simples inicialmente recoberta por

uma peliacutecula formada por centenas de pequenas flores (Filgueira 2000)

Segundo Clivela (1995) os fatores climaacuteticos de modo geral natildeo satildeo limitantes

para a produccedilatildeo de bulbos de cebola no Rio Grande do Sul Filgueira (2000) enfatiza

que no Brasil eacute uma das raras culturas oleraacuteceas nas quais o fotoperiacuteodo pode tornar-se

o fator limitante ocorrendo frustraccedilotildees da colheita caso as exigecircncias da planta natildeo

sejam satisfeitas

222 A produccedilatildeo de mudas de hortaliccedilas

As mais importantes modificaccedilotildees no sistema de produccedilatildeo nos uacuteltimos anos tecircm

sido feitas na produccedilatildeo de mudas Hoje eacute uma realidade os produtores se

especializarem em produzir mudas principalmente no Estado de Satildeo Paulo Para tanto

se busca atraveacutes da pesquisa as melhores fontes e combinaccedilotildees de substratos associados

ao sistema de produccedilatildeo conveniente para cada espeacutecie a fim de se obter melhorias na

propriedade no solo e na Olericultura (Giorgetti 1991)

O sistema agroecoloacutegico torna-se importante uma vez que a base da Horticultura

moderna eacute a produccedilatildeo de mudas de alta qualidade (Minami1995) a produccedilatildeo de mudas

de hortaliccedilas tem sido citada como a etapa mais importante do sistema produtivo (Silva

Junior et al 1995) Segundo Filgueira (2000) nesta fase natildeo se pode cometer erros

pois posteriormente seraacute mais difiacutecil de corrigi-los visto que para o cultivo da cebola a

muda refletiraacute na qualidade do bulbo

As mudas de hortaliccedilas podem ser consideradas tolerantes e natildeo tolerantes ao

transplante e dependem principalmente das condiccedilotildees ambientais necessitando de

cuidados No caso da cebola como satildeo produzidas com raiz nua os cuidados devem ser

maiores pois dependendo do estado em que se encontram mais ou menos susceptiacuteveis

aos estresses quando em contato com o campo podem resultar em desastre (Minami

1999)

A quantidade de nutrientes extraiacuteda pelas hortaliccedilas durante a fase de muda varia

em funccedilatildeo da espeacutecie da variedade ou da cultivar e do prazo necessaacuterio para a formaccedilatildeo

13

O composto humificado ou curado eacute rico em nutrientes que passaram parcialmente

da forma orgacircnica para a forma mineral assimilaacutevel pelas raiacutezes e com maior teor

coloidal que atua como fertilizante e eacute responsaacutevel pela capacidade melhoradora do

solo (Barreto 1985)

Uma das principais alternativas em termos de adubaccedilatildeo orgacircnica eacute o

vermicomposto Ele eacute um adubo orgacircnico estaacutevel rico em nutrientes inodoro de

coloraccedilatildeo escura obtido a partir da atividade das minhocas que potencializam a mateacuteria

prima utilizada no processo (principalmente esterco de bovino) proporcionando

diversos benefiacutecios para as plantas (Timm 2000)

231 Efeitos da adubaccedilatildeo orgacircnica no solo

O solo funciona como um organismo vivo em 1 grama de solo saudaacutevel vive uma

comunidade bioloacutegica de aproximadamente 1 0 0 0 0 espeacutecies diferentes como minhocas

larvas besouros colecircmbolos aacutecaros algas bacteacuterias e fungos Estes organismos

necessitam de alimentos para viver principalmente carbono e nitrogecircnio que estatildeo

presentes na palhada das culturas e no esterco de animais Em funccedilatildeo disso eacute

importante que o solo tenha um determinado teor de mateacuteria orgacircnica para fornecer os

alimentos e energia que os microacutebios precisam para viver (Paulus et al 2001)

O homem atraveacutes dos diferentes sistemas de preparo do solo e cultivos contiacutenuos

ou natildeo altera o comportamento do mesmo em relaccedilatildeo agraves reaccedilotildees quiacutemicas

propriedades fiacutesicas como capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua lixiviaccedilatildeo de nutrientes

erosatildeo e como consequumlecircncia afeta a qualidade de organismos presentes no solo (Brady

1999) reduzindo paulatinamente o teor de mateacuteria orgacircnica (Primavesi1982)

Nos uacuteltimos anos tem-se observado em diferentes paiacuteses a ampliaccedilatildeo do uso de

adubos orgacircnicos Alguns apresentam oacutetimos resultados enquanto outros se mostram

tecnicamente inadequados Os principais adubos orgacircnicos encontrados no mercado satildeo

fertilizantes orgacircnicos de origem animal compostos de lixo urbanos compostos de

produtos industriais e huacutemus de minhoca Nestes fertilizantes estatildeo presentes a maioria

dos macronutrientes (nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre) e

micronutrientes (zinco cobre boro ferro cobalto)essenciais para as plantas e nem

sempre encontrados em muitos fertilizantes minerais bem como uma gama de

microorganismos que vatildeo beneficiar a fauna e a flora do solo (Brady 1979 Kiehl

1985 Costa 1985 Garcia 1997)

14

Os adubos orgacircnicos satildeo amplamente empregados nos sistemas de produccedilatildeo de

alface como condicionadores do ambiente quiacutemico e fiacutesico da rizosfera e

consequumlentemente na resposta bioloacutegica das plantas (Rodrigues amp Casali 1998)

Considerando as necessidades hortiacutecolas de maior competitividade e o fato de natildeo

ser subsidiada o crescimento populacional e a industrializaccedilatildeo representam fatores

determinantes na geraccedilatildeo diaacuteria de enormes volumes de resiacuteduos podendo ser utilizados

pelos produtores com um maior retomo econocircmico possiacutevel Ao mesmo tempo a

questatildeo ambiental assume cada vez mais destaque na sociedade moderna repercutindo

em poliacuteticas governamentais bem como no setor produtivo do paiacutes e do mundo

fazendo com que a relaccedilatildeo do homem com a natureza seja repensada (Morselli 2001)

232 Efeitos da adubaccedilatildeo orgacircnica nas culturas

Segundo Paulus et al (2001) a mateacuteria orgacircnica tambeacutem eacute fonte de nutrientes

especialmente nitrogecircnio foacutesforo enxofre e micronutrientes aleacutem disso tem

capacidade de ldquoprenderrdquo micronutrientes e alguns elementos toacutexicos para as plantas

como o alumiacutenio Por exemplo os micronutrientes depois de presos satildeo liberados

lentamente no solo onde satildeo gradativamente aproveitados pelas plantas

O uso dos fertilizantes minerais elevam o custo de produccedilatildeo pois satildeo necessaacuterias

altas doses para o fornecimento dos teores de nutrientes demandados Por isso eacute

importante a geraccedilatildeo de tecnologias que poupem o consumo de fertilizantes minerais

desejaacutevel com vista agrave diminuiccedilatildeo do custo de produccedilatildeo (Rodrigues 1984) A produccedilatildeo

de hortaliccedilas sob a orientaccedilatildeo agroecoloacutegica leva em consideraccedilatildeo natildeo apenas os custos

de produccedilatildeo como tambeacutem a dependecircncia dos insumos principalmente quando se

considera a ldquoteoria da trofobioserdquo pelos efeitos maleacuteficos que os nutrientes prontamente

assimilaacuteveis podem causar as plantas (Chaboussou 1987)

Para Compagnoni amp Putzolu (1985) o vermicomposto eacute um autecircntico fertilizante

bioloacutegico que atua como corretivo do solo determinando caracteriacutesticas importantes

para a microflora pelos aacutecidos huacutemicos e as substacircncias fitoestimulantes Os autores

consideram ainda que as dejeccedilotildees das oligoquetas proporcionam a formaccedilatildeo de huacutemus

permitindo melhorar o solo razatildeo pela qual satildeo destinados agrave horticultura com oacutetimas

vantagens fiacutesicas e microbioloacutegicas enriquecendo a camada araacutevel

Em experimentos desenvolvidos durante cinco anos para avaliar o efeito da

aplicaccedilatildeo de compostos eou adubos nas culturas de alface manjericatildeo espinafre e

15

pepino Valenzuela amp Crosby (1998) compararam as produccedilotildees obtidas com composto

e a fertilizaccedilatildeo padratildeo e concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo do composto em 20 Mg ha 1 mais

N-quiacutemico foi o melhor tratamento em todas as culturas estudadas

233 Plantas de cobertura do solo

As plantas mais usadas para adubaccedilatildeo de cobertura do solo satildeo as leguminosas

pois estas tecircm a capacidade de fixar o nitrogecircnio atmosfeacuterico e disponibiliza-lo agrave

cultura Primavesi (1992) cita que utilizando-se mucuna ervilhaca feijatildeo-de-porco

feijatildeo-miuacutedo crotalaacuteria e outras natildeo haacute necessidade de utilizar tanto nitrogecircnio em

cobertura embora natildeo se dispense uma calagem mais frequumlente pois ocorre um pouco

de acidificaccedilatildeo no solo como com qualquer adubaccedilatildeo nitrogenada Segundo a mesma

autora algumas leguminosas tecircm a capacidade de mobilizar o foacutesforo como o caupi

(feijatildeo-miuacutedo) outras mobilizam o caacutelcio como tremoccedilo

Para Brady (1999) a adubaccedilatildeo verde traz grandes benefiacutecios como suprimento de

mateacuteria orgacircnica sendo consideraacutevel a quantidade de resiacuteduos orgacircnicos devolvidos ao

solo adiccedilatildeo de nitrogecircnio nutrientes e conservaccedilatildeo do solo

Calegari (1998) comenta que quanto aos aspectos fiacutesicos os resiacuteduos tendem a

contribuir para uma melhoria da estrutura do solo percebida pelo aumento da

estabilidade dos agregados em aacutegua aumento da capacidade de retenccedilatildeo hiacutedrica

elevaccedilatildeo dos iacutendices de infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo aumento da porosidade melhor

aeraccedilatildeo e diminuiccedilatildeo da densidade do solo

De acordo com Timm (2000) o papuatilde eacute uma excelente alternativa como cobertura

de solo para o cultivo miacutenimo da cebola pois na eacutepoca do transplante das mudas seu

ciclo vegetativo estaacute completo natildeo necessitando o dessecamento outra vantagem eacute que

o papuatilde apresenta bom controle com relaccedilatildeo agraves plantas invasoras da cebola reduzindo

ao longo dos anos o nuacutemero de capinas e a aplicaccedilatildeo de herbicidas

234 Adubaccedilatildeo foliar

Segundo Malavolta (1981) a utilizaccedilatildeo da adubaccedilatildeo foliar eacute complemento da

adubaccedilatildeo de solo natildeo substituto da mesma no que diz respeito ao fornecimento de

nitrogecircnio foacutesforo e potaacutessio para as culturas Da mesma maneira que as raiacutezes podem

perder para o solo parte dos elementos absorvidos as folhas tambeacutem o fazem pela accedilatildeo

16

de fatores internos (desordem fisioloacutegica estado nutricional etc) e externos (chuvas

orvalho nutriccedilatildeo do sistema radicular luz temperatura etc)

Para Chaboussou (1987) as plantas adquirem o maacuteximo de resistecircncia bioloacutegica

atraveacutes da nutriccedilatildeo (trofos) equilibrada Obviamente para que isto ocorra eacute necessaacuterio

que o solo esteja em equiliacutebrio dinacircmico o ambiente seja o mais estaacutevel e as plantas

selecionadas ou melhor adaptadas para poderem suportar as alteraccedilotildees extemporacircneas

ocasionadas pelos fenocircmenos meteoroloacutegicos e nas fases fonoloacutegicas criacuteticas do

crescimento e desenvolvimento (Pinheiro amp Barreto 2000)

O lixiviado das folhas enriquece as camadas superiores do solo e tende a

contrabalanccedilar as perdas de zonas mais profundas e mais distantes acumulando-os nas

suas proximidades tambeacutem influencia o nuacutemero e o comportamento dos

microrganismos que por sua vez alteram o processo de gecircnese do solo sua textura e

fertilidade A lixiviaccedilatildeo assim se toma importante no desenvolvimento da sucessatildeo

ecoloacutegica devido agrave ciclagem de elementos (Malavolta 1980)

Conforme Camargo (1975) a utilizaccedilatildeo de adubos foliares substitui parcialmente

a adubaccedilatildeo radicular em 20 a 25 podendo ser utilizada em varias pulverizaccedilotildees

24 Vermicompostagem

E o processo que consiste em se submeter diferentes resiacuteduos orgacircnicos de

origem animal eou vegetal aos processos fermentativos e humificaccedilatildeo adicionando

minhocas do gecircnero Eiseina espeacutecie foetida ao material procurando obter um produto

curado em aproximadamente 45 - 60 dias (Compagnoni amp Putzolu 1985)

A vermicompostagem firmou-se no Brasil como atividade rentaacutevel produzindo

adubo de alta qualidade na deacutecada de 90 Na agricultura brasileira contudo haacute

preferecircncia pelos adubos quiacutemicos em funccedilatildeo de sua aquisiccedilatildeo financiada menor custo

e retomo imediato embora o impacto de seu uso contiacutenuo sobre o solo e os

microorganismos que nele vivem seja negativo (Tagliari amp Grassmann 1995)

Segundo Morselli (2002) a vermicompostagem difere da compostagem

convencional dentre outros pocircr formar substacircncias huacutemicas mais rapidamente ao sofrer

passagem pelo trato digestivo das minhocas A alirdentaccedilatildeo destas satildeo basicamente os

estercos e a disponibilidade desta mateacuteria prima bem como de ambiente protegido para

proceder a compostagem correta deste material satildeo indispensaacuteveis

17

Segundo Kiehl (1985) e Martinez (1990) o vermicomposto apresenta as seguintes

vantagens em relaccedilatildeo a compostagem permite a formaccedilatildeo de um produto curado em

menor espaccedilo de tempo promove a formaccedilatildeo de um material com maior

disponibilidade de nutrientes facilita o peneiramento natildeo havendo a necessidade de

revolvimento do material oferece vaacuterias fontes de renda pois aleacutem do huacutemus fornece

minhocas e raccedilatildeo e quando aplicado ao solo tende a melhorar as propriedades fiacutesicas

quiacutemicas e bioloacutegicas

241 Resiacuteduos utilizados na vermicompostagem

2411 Resiacuteduos de origem animal

Segundo Bureacutes (1997) o esterco eacute uma mistura de fezes urina e camas que

podem estar constituiacutedas de palhas folhas secas serragem turfa casca de arroz e ateacute

terra Esse apresenta pH neutro e densidade que varia de 030 a 090 Kg dm3 segundo

seu estado de decomposiccedilatildeo Eacute influenciado por vaacuterios fatores como espeacutecie animal

raccedila idade alimentaccedilatildeo material utilizado como cama e tratamento da mateacuteria-prima

esterco (Kiehl 1985) Dentre os fatores apontados um dos mais importantes eacute a

alimentaccedilatildeo do animal quanto mais rica a alimentaccedilatildeo mais rica seraacute as dejeccedilotildees

(Gnoatto 1999) O volume de bacteacuterias vivas ou mortas encontradas no esterco

representam 20 a 30 do total delas se originam grande parte do nitrogecircnio sob a

forma de proteiacutena (Morselli 2002)

A origem do material utilizado para a produccedilatildeo de vermicomposto eacute fundamental

pois soacute uma mateacuteria-prima de qualidade resultaraacute em um produto final de boa qualidade

Dentre os estercos o de aves eacute empregado empiricamente na adubaccedilatildeo de culturas

permanente ou natildeo com excelentes resultados apesar de sua simples composiccedilatildeo

meacutedia 2 de nitrogecircnio 2 de foacutesforo como P2 0 5 e 1 de K2 0 Poreacutem haacute uma

grande variaccedilatildeo na sua constituiccedilatildeo a qual dependeraacute do manejo animal atraveacutes das

camas finalidade da criaccedilatildeo e natureza das camas (Morselli 2002)

2412 Resiacuteduos de origem vegetal

A mateacuteria orgacircnica pode ser preservada no solo por vaacuterios processos seja pela

simples incorporaccedilatildeo de resiacuteduos de culturas rotaccedilatildeo de culturas adubaccedilatildeo verde ou

18

pela adiccedilatildeo de materiais orgacircnicos capazes de elevar e manter a produtividade do solo

Da decomposiccedilatildeo dos resiacuteduos orgacircnicos adicionados ao solo resulta a liberaccedilatildeo de

grande quantidade de nutrientes principalmente o nitrogecircnio o potaacutessio e o enxofre

Aleacutem disso diversos atributos quiacutemicos e fiacutesicos do solo satildeo alterados pela

decomposiccedilatildeo desses resiacuteduos destacando-se o aumento da capacidade de troca de

caacutetions o aumento da retenccedilatildeo de aacutegua a melhoria da estabilidade dos agregados e da

aeraccedilatildeo (Fraser1963 Malavolta 1981 Mello et al 1983 Bonilla 1992)

Segundo Purcino (1981) quando a relaccedilatildeo CN eacute menor que 30 como no caso do

esterco de curral ou da palha de leguminosas a disponibilidade de nitrogecircnio eacute

imediata mas acima deste valor ocorre imobilizaccedilatildeo crescente deste nutriente Por esse

motivo estes materiais devem ser submetidos a uma degradaccedilatildeo bioloacutegica antes de

serem adicionados ao solo

25 Biofertilizantes

No Brasil ocorrem problemas crescentes com materiais derivados de sistemas

intensivos de criaccedilatildeo animal que acumulam resiacuteduo^ orgacircnicos com graves problemas

de contaminaccedilatildeo de cursos de aacutegua que na maioria das vezes se acumulam em um

uacutenico lugar e natildeo satildeo reciclados (Viglizzo 1995)

Visando amenizar tais situaccedilotildees os meacutetodos alternativos de adubaccedilatildeo controle de

doenccedilas pragas e plantas indesejaacuteveis tecircm sido muito estudado Dentro dessa linha de

pesquisa destaca-se o uso de mateacuteria orgacircnica atraveacutes tanto de sua incorporaccedilatildeo ao

solo como de sua transformaccedilatildeo para uso posterior na forma de biofertilizantes

(Khatounian 1997 Bettiol et al 1997)

Na complexa e elevada comunidade microbiana dos biofertilizantes encontram-se

bacteacuterias fungos leveduriformes filamentosos e actinomicetos (Bettiol apud Penteado

1999)

O agregado de macro e micronutrientes periodicamente ativa e enriquece a

fermentaccedilatildeo O uso de farinha de rocha tem sido vantajoso por ter baixo custo

comparado com os sais concentrados e purificados aleacutem de trazer alguns elementos

traccedilos de vital importacircncia para os microrganismos do solo como por exemplo o Gaacutelio

o Iodo e o Vanaacutedio (M1BASA 199-) O agregado de farinha de rocha ou sais

purificados ao fermentado faz com que estes nutrientes passem a fazer parte dos

microrganismos ou dos produtos orgacircnicos liberados durante a fermentaccedilatildeo sendo que

19

o ataque dos microrganismos atraveacutes de suas enzimas consegue liberar os elementos natildeo

atacados pelos aacutecidos industriais (Pinheiro amp Barreto 2000)

Os biofertilizantes tecircm sido empregados na agricultura ecoloacutegica como adubo

foliar para aumentar a resistecircncia contra pragas e doenccedilas Aleacutem disso o processo de

produccedilatildeo eacute bastante simples e por isso eacute viaacutevel sua produccedilatildeo na propriedade desde que

tenha esterco disponiacutevel (Penteado 1999)

Bettiol et al (1997) verificaram a presenccedila de diferentes espeacutecies de fungos

fiacutelamentosos e leveduriformes e bacteacuterias entre elas Bacillus spp na comunidade

microbiana do biofertilizante produzido segundo meacutetodo adotado pelo Centro de

Agricultura Ecoloacutegica Ipecirc Os autores verificaram ainda uma reduccedilatildeo da comunidade

microbiana ao longo da digestatildeo reduccedilatildeo essa mais acentuada logo apoacutes o acreacutescimo

dos sais contendo micronutrientes A accedilatildeo dos sais pode ser tanto por aumento na

pressatildeo osmoacutetica quanto pelo efeito direto sobre os microrganismos Para o controle de

doenccedilas de plantas satildeo importantes a presenccedila dos metaboacutelitos produzidos pelos

organismos presentes no biofertilizante e os proacuteprios microrganismos vivos

Os microrganismos transformam o material orgacircnico (esterco soro de leite caldo

de frutas palhas restos industriais etc) e cinzas produzindo vitaminas aacutecidos e sais

complexos importantes para regular e tonificar o metabolismo das plantas impedindo o

desenvolvimento de pragas e doenccedilas (Pinheiro amp Barreto 2000)

Em estudos feitos com o biofertilizante liacutequido de bovinos foi observado a

presenccedila de inuacutemeros microorganismos como bacteacuterias leveduras e bacilos

principalmente do Bacillus subtilis Estes microorganismos sintetizam substacircncias

antibioacuteticas as quais demonstram ter grande accedilatildeo e eficiecircncia como substacircncias

fungiostaacuteticas e bacteriostaacuteticas de fitopatoacutegenos causadores de danos em lavouras

comerciais (Penteado 1999)

Aldrighi et al (2002) realizaram trabalho na UFPel relacionado agrave nutriccedilatildeo de

mudas de tomate (Floradade) produzidas no sistema ldquofloatingrdquo Utilizaram-se doses de

0 2 5 e 10 para o biofertilizante Super Magro e 0 e 1 para a urina de vaca

Concluiacuteram que estes natildeo interferem na produccedilatildeo das mudas e que provavelmente foi

influenciado pelo substrato utilizado (vermicomposto 75 e casca de arroz carbonizada

25) bem como o sistema de produccedilatildeo (floating)

Paglia et al (2002) citam que eacute possiacutevel produzir mudas de tomate (cultivar

Floradede) utilizando urina de vaca e biofertilizante Super Magro na aacutegua em sistema

ldquofloatingrdquo em trabalho realizado na UFPel O uso da urina de vaca a 1 e 5 e

20

biofertilizante Super Magro a 6 proporcionam uma elevaccedilatildeo do foacutesforo bem como o

Super Magro a 6 eleva os teores de Mg e Ca na aacutegua

251 Urina de vaca

As urinas de vaca contecircm nutrientes favoraacuteveis ao bom desenvolvimento das

plantas como potaacutessio soacutedio nitrogecircnio enxofre magneacutesio caacutelcio foacutesforo e traccedilos de

outros elementos Nas plantas funciona como um fertilizante natural tomando-as mais

resistentes ao ataque das pragas e doenccedilas Satildeo encontradas tambeacutem na urina outras

substacircncias como fenoacuteis e principalmente o catecol que esta associado agrave recuperaccedilatildeo

de plantas atacadas por fitopatoacutegenos por ser um produto anti-seacuteptico (Penteado 1999)

Para seu emprego a urina receacutem coletada deve ser armazenada sob condiccedilotildees

ambientais por trecircs dias para que se forme amocircnio importante produto a ser absorvido

pelas plantas Recomenda-se ainda que o armazenamento deva ser feito em recipiente

fechado para que natildeo ocorram perdas de nitrogecircnio Desta forma poderaacute permanecer

por ateacute um ano sem comprometer sua eficiecircncia

Em hortaliccedilas o uso da urina de vaca eacute recomendado em pulverizaccedilotildees foliares

semanais na concentraccedilatildeo de 05 para tomateiro pimentatildeo pepino feijatildeo vagem e

couve ou quinzenais a 1 para as culturas do quiabeiro jiloeiro e berinjela Para

fruteiras em geral a primeira aplicaccedilatildeo deve ser na concentraccedilatildeo aproximada de 5

realizada diretamente no solo e mensalmente devem ser realizadas pulverizaccedilotildees

foliares a 1 para plantas jovens e a 5 para plantas adultas (Penteado 1999)

Na aplicaccedilatildeo foliar deve-se ter cuidado com folhas e brotos novos e considerar que

o uso contiacutenuo pode ser toacutexico podendo afetar o solo causando a sua acidificaccedilatildeo

(Penteado 1999)

Na Estaccedilatildeo Experimental da PESAGRO no municiacutepio de Macaeacute Rio de Janeiro

estaacute se utilizando a urina de vaca leiteira Os pesquisadores descobriram que a urina de

vaca em lactaccedilatildeo produzia o efeito de recuperar plantas de abacaxi atacadas por uma

doenccedila conhecida como ldquofusairioserdquo Essa doenccedila quando ataca o abacaxi causa

perdas de ateacute 70 da safra Todos os agrotoacutexicos testados natildeo conseguiram controlar a

doenccedila Isto eacute um exemplo para que a universidade tenha uma nova percepccedilatildeo (Capra

1996) adotando medidas efetivas que contribuam na transiccedilatildeo agroecoloacutegica Com o

uso da urina de vaca leiteira numa lavoura de abacaxi atacada pela fusariose observou-

se agrave recuperaccedilatildeo do stand e os frutos produzidos apresentaram excelente padratildeo

21

comercial Descobriu-se que aleacutem funcionar como adubo e defensivo natural a urina de

vaca leiteira tambeacutem favorece a floraccedilatildeo de muitas plantas e pode ser usada no

tratamento de frutos e tubeacuterculos depois da colheita

A urina de vaca em lactaccedilatildeo tambeacutem estaacute sendo usada nas lavouras de cafeacute em

plantaccedilotildees de maracujaacute coco alface e outras hortaliccedilas Na regiatildeo centro-sul do Paranaacute

os agricultores estatildeo aplicando a urina de vaca leiteira nas lavouras de feijatildeo soja

batata cebola e milho (Penteado 1999)

252 Alhol

A maioria dos defensivos alternativos tais como calda bordalesa sulfocaacutelcica

aacutegua de cinza e cal biofertilizante enriquecido extrato de fumo entre outros precisa

ser misturada com um espalhante adesivo para quebrar a tensatildeo superficial da gota e

propiciar um melhor molhamento das folhas e demais partes pulverizadas assegurando

uma absorccedilatildeo mais efetiva e uma melhor accedilatildeo sobre as pragas e doenccedilas Quando as

gotas permanecem inteiras sobre a superfiacutecie folhar devido agrave falta de espalhante

adesivo pode-se danificar os tecidos vegetais pelc efeito-lente quando o sol incide

sobre elas Aleacutem disso a gota por natildeo se espalhar sobre toda superfiacutecie folhar

concentra nela e consequumlentemente sobre o tecido que estaacute em contato com ela uma

quantidade maior do produto aplicado Essa maior concentraccedilatildeo pode prejudicar a

absorccedilatildeo e lesionar os tecidos principalmente apoacutes a evaporaccedilatildeo da aacutegua contida na

gota por resultar em uma maior concentraccedilatildeo de sais no local especialmente quando se

aplicam por exemplo calda sulfocaacutelcica bordalesa biofertilizante enriquecido com

macro e micronutrientes (Claro 2001)

O alhol eacute um espalhante adesivo ecoloacutegico que tambeacutem auxilia no controle de

pragas E elaborado com aacutegua alho oacuteleo vegetal e sabatildeo neutro a partir da sabedoria

popular que menciona o alho como repelente de insetos Juacutenior Abreu amp Maiorano

(199-) indicam formulaccedilotildees contendo alho para o controle de pragas como nematoacuteides

(Meloidogyne incoacutegnita e M javanica) mosca do chifre lagarta na maccedilatilde pulgotildees

besouro da batata trips e para controle de doenccedilas fuacutengicas e bacterianas como miacuteldio

ferrugem fusariose helminthosporiose murchadeira (Pseudonamos solacearum)

bruzone do arroz (Pyricularia orysae) podridatildeo negra do repolho e couve-flor

(Xanthomonas campestris) Aleacutem disso o alho pelo seu bom teor em oacuteleo pode agir

tambeacutem como espalhante adesivo O sabatildeo tambeacutem eacute indicado como espalhante adesivo

22

e possui accedilatildeo contra certas pragas (pulgotildees) sendo que o oacuteleo vegetal eacute indicado no

controle de cochonilhas e usado como espalhante adesivo (Claro 2001)

253 Calda Bordalesa

A calda bordalesa eacute um tradicional defensivo agriacutecola que pode ser preparado na

propriedade com a mistura de sulfato de cobre cal virgem e aacutegua As concentraccedilotildees de

sulfato de cobre e cal satildeo distintas dependendo do objetivo do seu emprego

Geralmente diferem de acordo com o tipo de planta ou espeacutecie vegetal as condiccedilotildees

climaacuteticas o grau de infestaccedilatildeo da doenccedila e a fase de crescimento da planta Eacute indicada

para o controle de miacuteldio alternaacuteria botrytis e antracnose (Penteado 1999)

A calda bordalesa caracteriza-se pela sua importante accedilatildeo no controle de diversas

doenccedilas fungicas nas mais diversas espeacutecies de culturas Possui tambeacutem uma relativa

accedilatildeo bactericida e em alguns casos age como repelente de insetos Da mistura do

sulfato de cobre com a cal resulta uma soluccedilatildeo rica em macronutrientes e

micronutrientes Provavelmente os expressivos resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo da

calda bordalesa devam-se natildeo somente a sua accedilatildeo fuacutengica e bactericida mas sobretudo

agrave influecircncia positiva que exerce no metabolismo das plantas ativando o processo

enzimaacutetico e estimulando a proteossiacutentese aumentando a resistecircncia das plantas (Claro

2 0 0 1 ) caracteriacutestica fundamental na agricultura sustentaacutevel

254 Biofertilizante Super Magro

A calda Super Magro eacute produto da fermentaccedilatildeo de estercos animais enriquecidos

por micronutrientes e outros produtos de origem animal obtendo-se uma calda

biofertilizante para aplicaccedilatildeo foliar nas plantas (Penteado 1999) jaacute foram observados

bons resultados principalmente nas culturas de uva maccedila pecircssego tomate batata e

hortaliccedilas em geral

E indicado como fonte suplementar de micronutrientes para as plantas inibidor

de fungos e bacteacuterias causadores de doenccedilas e para aumentar a resistecircncia contra insetos

e aacutecaros (Penteado 1999) i

Muller (1999) avaliou a influecircncia do biofertilizante Super Magro sobre as

culturas de tomate (Lycopersicon esculentum Mill) ervilha (Pisum sativum L) e

beterraba (Beta vulgaris L) O autor obteve cultivos com baixa severidade de doenccedilas e

23

insetos fitoacutefagos possivelmente por causa do manejo orgacircnico de produccedilatildeo Os

resultados das pulverizaccedilotildees das soluccedilotildees foliares variaram conforme a cultura e o

clima

255 Biofertilizante MB4

A utilizaccedilatildeo das farinhas de rochas eacute uma das teacutecnicas mais modernas usadas nos

uacuteltimos anos na agricultura O elevado nuacutemero de nutrientes contidos no MB4 como

cobre zinco manganecircs cobalto soacutedio alumiacutenio silicatos de magneacutesio ferro e caacutelcio

acompanhado de foacutesforo potaacutessio e enxofre reagem com a soluccedilatildeo do solo liberando

elementos essenciais ao desenvolvimento da vida microbiana os quais exercem um

papel fundamental atraveacutes de transformaccedilotildees quiacutemicas e do equiliacutebrio bioloacutegico

favorecendo o desenvolvimento sadio das plantas (Pinheiro amp Barreto 2000)

24

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

31 Local de execuccedilatildeo do experimento

O presente trabalho foi conduzido no Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul

(FEPAGROSUL) no municiacutepio de Rio Grande nlt periacuteodo de 15 de maio a 26 de

agosto de 2 0 0 2

O solo eacute classificado como ldquoTuiardquo satildeo muito arenosos As massas aquaacuteticas do

Oceano Atlacircntico e Lagoa dos Patos influenciam ventos temperatura pressatildeo umidade

relativa e demais fatores climaacuteticos A topografia da regiatildeo litoracircnea eacute plana com

lenccediloacuteis freaacuteticos superficiais

32 Anaacutelise estatiacutestica

O experimento foi constituiacutedo em fatorial 3X3 (Quadro 1) com quatro repeticcedilotildees

no delineamento blocos ao acaso As variaacuteveis respostas foram submetidas agrave anaacutelise de

variaccedilatildeo e ao teste de Duncan a 5 de probabilidade para comparaccedilatildeo das meacutedias

utilizando-se o sistema SANEST (Zonta amp Machado 1984)

As anaacutelises estatiacutesticas das variaacuteveis estudadas encontram-se nos Apecircndices C D

Os resultados das respostas agronocircmicas e das determinaccedilotildees dos conteuacutedos dos

macronutrientes bem como os de raiz estatildeo nas tabelas de 1 a 3

25

As diferentes adubaccedilotildees seratildeo representadas durante a discussatildeo da seguinte

forma 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e EC

(60 t ha 1 de esterco de curral) 1 VB+SM+U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais

super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+SM+U+CB (45 t ha 1 de

vermicomposto mais super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa)

EC+SM+U+CB (60 t ha 1 de esterco de curral mais super magro mais urina de vaca

mais calda bordalesa) 1 VB+MB4 +U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais MB4 mais

urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+MB4 +U+CB (45 t ha 1 de vermicomposto

mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa) EC+MB4 +U+CB (60 t ha 1 esterco

de curral mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa)

QUADRO 1 Descriccedilatildeo dos fatores experimentais e respectivos niacuteveis

Niacuteveis Fator 1 ADUBACcedilAtildeO DE BASE

0 1 Vermicomposto (30 t ha1)

0 2 Vermicomposto (45 t ha1)

03 Esterco de curral (60 t ha1)

Niacuteveis Fator 2 BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS

0 1 Super magro (5) + Urina de Vaca + Calda Bordalesa

0 2 MB4 (10) + Urina de vaca + Calda Bordalesa

03 Ausecircncia (testemunha)

33 Tratamentos

Da combinaccedilatildeo entre niacuteveis e fatores foram obtidos 9 tratamentos que estatildeo

descritos no Quadro 2 bem como as doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

26

QUADRO 2 Tratamentos e doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

TRATAMENTOS

Ndeg FATOR I FATOR II

0 1 30 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

0 2 30 t harsquo de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

03 30 t ha de vermicomposto - - -

04 45 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

05 45 t ha de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

06 45 t ha de vermicomposto - - -

07 60 t hade esterco Super Magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

08 60 t hade esterco MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

09 60 t hade esterco - - -

Cada parcela foi constituiacuteda por dois canteiros medindo 1 m de largura x 2 m de

comprimento perfazendo 075 m de aacuterea de aacuterea uacutetil (025 m de bordadura) Foi

utilizando semeadura a lanccedilo com densidade de 24 g canteiro1

O vermicomposto a urina de vaca o esterco de curral o alhol os biofertilizantes e

a calda bordalesa foram de procedecircncia do Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul O

vermicomposto de esterco bovino misturado agraves cascas de frutas foi processado pela

minhoca vermelha califomiana Eisenia foetida)

O biofertilizante Super Magro foi elaborado segundo a metodologia descrita pela

FEPAGROSUL utilizando-se os seguintes componentes 190 litros de aacutegua 22 litros

de leite 55 Kg de accediluacutecar mascavo 30 Kg de esterco fresco de bovinos 2 Kg de

Sulfato de zinco 2 Kg de sulfato de magneacutesio 2 Kg de cloreto de caacutelcio 1 Kg de aacutecido

boacuterico 300 g de sulfato de cobre 300 g de sulfato de ferro 300 g de sulfato de

manganecircs 100 g de molibdato de soacutedio 50 g de sulfato de cobalto 3 Kg de fosfato

natural 3 Kg de cinza e 200 g de farinha de osso

A urina de vaca em lactaccedilatildeo foi coletada pela manhatilde e armazenada em recipiente

fechado por trecircs dias em condiccedilotildees ambientais para que se formasse a amocircnia e natildeo

ocorresse perda de nitrogecircnio

28

Realizaram-se duas capinas manuais durante o experimento e em seguida como

cobertura se colocou casca de arroz Tambeacutem foi aplicado esterco de aves 30 dias antes

da colheita na quantidade de 05 Kg canteiro 1 como adubaccedilatildeo de cobertura

As pulverizaccedilotildees com os produtos iniciaram apoacutes 15 dias da germinaccedilatildeo

Realizou-se sete aplicaccedilotildees sendo que as duas primeiras foram feitas apenas com

Super Magro e MB4 Na terceira e na quarta aplicaccedilatildeo utilizou-se urina de vaca e calda

bordalesa em concentraccedilotildees menores (05 e 025 respectivamente) e na quinta

aplicaccedilatildeo as dosagens de urina de vaca e calda bordalesa foram elevadas para 1 0 e

05 respectivamente ateacute o final do experimento O alhol foi utilizado a partir da

terceira pulverizaccedilatildeo na quantidade de 2 e seguiu ateacute o final no dia 26 de agosto

quando as mudas foram colhidas e posteriormente analisadas as variaacuteveis

35 Observaccedilotildees agronocircmicas

Foram utilizadas 20 mudas de cebola para obtenccedilatildeo das meacutedias das variaacuteveis as

quais foram as seguintes

351 Fitomassa fresca da parte aeacuterea e raiacutezes

Foi realizada atraveacutes de uma balanccedila digital procedendo-se a pesagem de 20

mudas de cebola previamente lavadas e posteriormente secadas durante uma hora sobre

um tecido de algodatildeo agrave temperatura ambiente Processo idecircntico foi adotado com as

raiacutezes

352 Fitomassa seca da parte aeacuterea e raiacutezes

Esta variaacutevel foi obtida a partir da secagem preliminar em estufa de ar forccedilado

durante 48 horas a 65 C ateacute peso constante com posterior pesagem em balanccedila

analiacutetica

353 Altura da muda

A altura de muda foi medida a partir do colo das plantas ateacute sua uacuteltima folha

(ponto de crescimento) com uma reacutegua graduada de 40 cm

29

354 Diacircmetro do colo das plantas

Esta medida foi realizada no ponto de transplante a 2 mm das raiacutezes e utilizando-

se um paquiacutemetro SOMET

355 Sistema radicular

Ao teacutermino do experimento foram retiradas as raiacutezes das mesmas plantas que foram

utilizadas para as determinaccedilotildees realizadas na parte aeacuterea procedendo-se uma amostra

de solo com raiacutezes de 2 0 cm de largura x 2 0 cm de comprimento e 2 0 cm de altura

totalizando 8000 cm3

As raiacutezes apoacutes serem lavadas em aacutegua corrente foram pesadas acondicionadas em

sacos plaacutesticos e congeladas para posteriores anaacutelises pelo meacutetodo de Tennant (1975)

para a determinaccedilatildeo do comprimento e densidade

3551 Comprimento de raiz

Utilizou-se para a determinaccedilatildeo do comprimento de raiz as seguintes foacutermulas

1 = ndeg x 1114 x 1 onde

1 - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 0 0 2 g

ndeg - nuacutemero de intercessotildees das raiacutezes com os lados da quadriacutecula da malha do

aparelho

1114 - constante

1 - medida lateral da quadriacutecula em cm

Tomando-se a fiacutetomassa seca e o comprimento da raiz da cada amostra

relacionou-se com a fiacutetomassa seca e o comprimento total da raiz da planta aplicando-

se a seguinte equaccedilatildeo

L = (FSR x 1) FSPA onde

L - comprimento total da raiz da planta (m)

FSR - fiacutetomassa seca de raiz

FSPA - fiacutetomassa seca da parte aeacuterea

L - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 002g

3552 Densidade de raiz

A densidade foi determinada pela foacutermula

D = L 8000 onde

D - densidade de raiacutezes (m cm3)

30

L - comprimento total de raiacutezes (m)

8 0 0 0 - volume da amostra (cm3)

3553 Razatildeo parte aeacutereasistema radicular

Este paracircmetro foi obtido pela equaccedilatildeo

RPASR = FSPA FSR onde

RPASR - razatildeo parte aeacuterea sistema radicular

FSPA - fitomassa seca da parte aeacuterea

FSR - fitomassa seca do sistema radicular

36 Determinaccedilatildeo de macronutrientes no tecido vegetal

Os macronutrientes nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio foram

determinados no laboratoacuterio de Fertilidade e Anaacutelise de Plantas do Departamento de

Solos da UFPel atraveacutes dos meacutetodos descritos por Tedesco amp Gianello (1996)

31

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 Anaacutelise das variaacuteveis

A anaacutelise da variaccedilatildeo mostrou que houve diferenccedila significativa na interaccedilatildeo entre

os fatores de adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes liacutequidos com exceccedilatildeo da variaacutevel altura

de planta para a qual somente a adubaccedilatildeo de base mostrou-se significativa (Apecircndices

C D e E Tabelas 1C 1D e 1E)

411 Anaacutelise da parte aeacuterea

Na Tabela 1 destacaram-se as adubaccedilotildees EC+SM+U+CB EC+MB4 +U+CB e EC

que diferiram significativamente das demais adubaccedilotildees para as variaacuteveis fiacutetomassa

fresca da parte aeacuterea (FFPA) fiacutetomassa seca da parte aeacuterea (FSPA) altura de planta

(AP) e diacircmetro do colo (DC)

32

TABELA 1 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

30 t ha de vermicomposto 7015 c A45 t halsquo de vermicomposto 7824 b B60 t ha de esterco de curral 12248 a C

30 t ha de vermicomposto 667 c A45 t ha de vermicomposto 752 b A60 t ha de esterco de curral 1150a C

30 t ha de vermicomposto 2975 b A45 t harsquo de vermicomposto 2775 b A60 t ha de esterco de curral 3600 a B

30 t ha de vermicomposto 631 b A45 t ha de vermicomposto 6 2 2 b B60 t ha de esterco de curral 741 a C

-Fitomassa fresca (g)----------------6270 c B 6885 b A8832 b A 6308 c C

15082 a A 13934 a BmdashFitomassa seca (g)----------------

625 c A 655 b A830 b A 607 b B

1345 a A 1262 a B-Altura de planta (cm)----------------

2950 b A 3050 b A2937 b A 2950 b A 3975 a A 3622 a B

-Diacircmetro de colo (mm)---------------592 c B 599 b B 657 b A 609 b B 819a A________ 793a B

Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

O efeito positivo do esterco bovino pode ser atribuiacutedo agraves melhorias nas condiccedilotildees

fiacutesicas do solo por ele proporcionado Segundo Primavesi (1982) e Compagnoni amp

Putzolu (1985) o esterco bovino apresenta propriedades condicionadoras do solo dando

agraves plantas melhores condiccedilotildees de desenvolvimento elevando sobremaneira os

conteuacutedos de fitomassa fresca das plantas que refletiratildeo nas demais respostas

agronocircmicas

Analisando as adubaccedilotildees de base em relaccedilatildeo aos biofertilizantes observa-se que

para os tratamentos 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) - natildeo houve influecircncia dos

biofertilizantes para as variaacuteveis FSPA e AP enquanto destacou-se o SM+U+CB para o

DC e SM+U+CB e ausecircncia da adubaccedilatildeo liacutequida para a FFPA mostrando que o uso

dos biofertilizantes natildeo influenciou esta variaacutevel 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) -

verificou-se a eficiecircncia do uso do MB4 +U+CB para as variaacuteveis FFPA e DC Para a

variaacutevel FSPA destacaram-se os dois biofertilizantes utilizados jaacute para AP natildeo houve

33

influecircncia destes EC (60 t ha 1 de esterco de curral) - em todas as variaacuteveis observadas

na tabela 5 as respostas foram significativas utilizando MB4 +U+CB

As respostas encontradas no presente trabalho para as variaacuteveis AP e FSPA foram

superiores as obtidas por Dalponte (1990) quando utilizado 0 esterco de curral para

produccedilatildeo de mudas de cebola

Segundo Filgueira (2000) os solos da regiatildeo produtora de cebola do RS satildeo

pobres em foacutesforo disponiacutevel (15 mg Kg1) necessitando portanto de adubaccedilotildees

fosfatadas elevadas As respostas aqui obtidas podem ser justificadas pelos teores de

foacutesforo contido no MB4

Follet et al (1981) citam a importacircncia do uso de compostos orgacircnicos no solo

enfatizando os estercos no sentido da decomposiccedilatildeo continuada no fornecimento de

nutrientes e na liberaccedilatildeo lenta e gradual de aacutecidos orgacircnicos influenciando a liberaccedilatildeo

do foacutesforo O que provavelmente pode ser atribuiacutedo agraves respostas encontradas no

presente trabalho para 0 tratamento Esterco de curral mais MB4 e Urina mais Calda

Bordalesa

E importante destacar que 0 sistema de produccedilatildeo de mudas de cebola sob uma

perspectiva agroecoloacutegica mostra-se eficiente quando visualmente natildeo percebe-se

diferenccedila significativa entre os tratamentos (Apecircndice F Figura 2)

Conveacutem ressaltar que quando trabalhamos com agroecologia natildeo existem

receitas nem pacotes tecnoloacutegicos prontos Cada situaccedilatildeo deveraacute ser estudada em

particular para que se faccedila recomendaccedilotildees adequadas ao ambiente local uma vez que

as plantas se adaptam ao meio estando a nutriccedilatildeo encarregada de proteger e manter o

equiliacutebrio do organismo vegetal em funccedilatildeo das alteraccedilotildees externas

E fundamental que se compreenda os princiacutepios norteadores de todo o processo

que satildeo as bases da luta por uma sociedade mais justa dentro de um mundo econocircmico e

ambientalmente mais sustentaacutevel

412 Anaacutelise do sistema radicular

Os resultados obtidos nas anaacutelises do sistema radicular (Tabela 2) mostram

diferenccedilas significativas entre as adubaccedilotildees para as variaacuteveis fitomassa fresca de raiz

(FFR) fitomassa seca de raiz (FSR) comprimento de raiz (CR) razatildeo parte

aeacutereasistema radicular (RPASR) e densidade de raiz (DR)

34

TABELA 2 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade de

raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAO DE BASE

S Magro + MB4 +Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

1540 c A 1576 b B 2427 a A

Fitomassa fresca (g)----------------1502 c B 1517 b AB 1658 b A 1446 c C 2336 a B 2360 a B

--------------------Fitomassa seca (g)-------------------196 b A 207 ab A 170 b A170 b A 199 b A 192 b A 344 a A 249 a B 327 a A

Comprimento de raiz(cm)---------------1237 b A 1158 b A 1158 a A1237 b A 1060 c B 1040 b B1433 a A 1296 a B 1040 b C

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t halsquo 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha de vermicomposto 45 t ha de vermicomposto60 t ha~ de esterco de curral__________________________ _________________________Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

-----Razatildeo Parte AeacutereaSistema Radicular------340 b AB 301c B 384 a A446 a A 415 b A 326 a B339 b B 546 a A 388 a B

-------------- Densidade de raiz (m cm3)------------367 a AB 414 a A 325 b B282 b B 301b B 405 a A347 ab A 231c B 324 b A

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base destacou-se o EC (60 t ha 1 de esterco de curral)

para as variaacuteveis FFR e FSR Quando adicionado o SM+U+CB os resultados para FFR

foram ainda melhores bem como o CR As respostas obtidas para a RPASR foram

variadas em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees apresentando melhores resultados para 15 VB (45 t

ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB e ainda melhor para EC (60 t ha 1 de esterco de

curral)+MB4 +U+CB As adubaccedilotildees de base 1 VB 15 VB e EC natildeo diferiram entre si

As adubaccedilotildees mais eficientes para a variaacutevel DR foram 1 VB+SM+U+CV que natildeo

diferiu da EC+SM+U+CB I VB+ MB4 +U+CB e agrave 15 VB foram melhores entre as

demais

35

Analisando os biofertilizantes em relaccedilatildeo a cada adubaccedilatildeo de base verifica-se que

para a 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB destaca-se a variaacutevel FFR

poreacutem sem diferenccedila significativa de 1 VB os melhpres resultados para a variaacutevel DR

foram encontrados pelo tratamento 1 VB+MB4 +U+CB e 15 VB (45 t ha 1 de

vermicomposto) tambeacutem se considera eficiente o 1 VB+SM+U+CB que natildeo diferiu do

EC (esterco de curral) Quando se utilizou 15 VB+ MB4 +U+CB houve resposta

significativa para a variaacutevel FFR para FSR as respostas natildeo foram diferentes com a

aplicaccedilatildeo dos biofertilizantes para as variaacuteveis FSR e DR as adubaccedilotildees EC e

EC+SM+U+CB natildeo diferiram entre si

Embora as respostas estatiacutesticas tenham sido diferentes para as adubaccedilotildees

combinadas ou natildeo pode-se salientar a importacircncia do aacutecido indol-aceacutetico como jaacute

citado anteriormente para as variaacuteveis avaliadas na parte aeacuterea das mudas de cebola

Respostas semelhantes nesse sentido foram encontradas para a cultura da alface por

Quijano (1999) e Morselli (2001)

Pereira et al (2002) concluiacuteram em trabalho realizado com a cultivar de cebola

CNPF1 6400 em Minas Gerais que a utilizaccedilatildeo de 20 t ha de esterco de curral

proporcionou os melhores resultados para a produccedilatildeo de cebola

Silva Juacutenior amp Giorgi (1992) e Menezes Juacutenior (1998) citam que doses elevadas

de mateacuteria orgacircnica podem prejudicar a primeira fase da germinaccedilatildeo (embebiccedilatildeo) e

absorccedilatildeo de aacutegua pelas raiacutezes das placircntulas No entanto no presente trabalho este fato

natildeo ocorreu embora a dose de esterco utilizada tenha sido de 60 t ha 1 (dose maacutexima

recomendada segundo Nolla 1982)

413 Anaacutelise de macronutrientes no tecido vegetal

Os resultados dos conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio no

tecido vegetal sob diferentes adubaccedilotildees encontrados na Tabela 3 indicam mais uma

vez a superioridade da adubaccedilatildeo esterco com 0 uso ou natildeo de biofertilizantes

36

TABELA 3 Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob

uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS i J B

ADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesamg plantas1

---- Nitrogecircnio-----30 t ha de vermicomposto 16593 c AB 15451 c B 19050 b A45 t ha de vermicomposto 21444 b A 22888 b A 17852 b B60 t ha de esterco de curral 32606 a C 37593 a B 40816 a A

--------------- ------ Foacutesforo------- -------------30 t ha de vermicomposto 3098 c B 2802 c B 3999 b A45 t ha de vermicomposto 4109 b A 4135 b A 2788 c B60 t ha de esterco de curral 5300 a B 7577 a A 7565 a A

------- Potaacutessio------30 t ha de vermicomposto 24327 c A 19900 c B 24965 b A45 t ha de vermicomposto 29113b A 29812 b A 22031 b B60 t ha de esterco de curral 44070 a B 51976 a A 54101 a A

-------- Caacutelcio-------30 t ha de vermicomposto 5027 c A 4356 c A 4834 b A45 t ha de vermicomposto 6114b A 6963 b A 4379 b B60 t ha de esterco de curral 9030 a C 11451 a A 10331 a B

------Magneacutesio-----30 t ha de vermicomposto 1188 b A 914 c A 1202 b A45 t ha de vermicomposto 1231 b B 1582 b A 1176 b B60 t ha de esterco de curral 2136a B 2443 a A 2663 a AMeacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base observa-se que o melhor tratamento foi o

esterco de curral para todas as variaacuteveis Para 1 VB (30 t ha^ 1 de vermicomposto) natildeo

houve resposta diferenciada com o uso de bofertilizantes para todas as variaacuteveis A

adubaccedilatildeo 15 VB (45 t ha 1 de vemicomposto) foi influenciada pelos biofertilizantes

para as variaacuteveis N P K e Ca enquanto que para Mg somente o MB4+U+CB o

influenciou O EC (esterco de curral) mostrou diferenccedila significativa apenas para as

variaacuteveis Ca e Mg quando adicionado MB4+U+CB

Segundo Peixoto (2000) eacute fundamental a adiccedilatildeo de adubos orgacircnico no cultivo de

hortaliccedilas seja na forma de esterco decomposto composto ou huacutemus de minhoca de

37

modo a fornecer melhorias nas propriedades do solo vindo a disponibilizar os nutrientes

as diferentes culturas

O esterco fresco conteacutem muita cama celuloacutesica e um elevado teor de aacutegua No

esterco curtido a celulose jaacute estaacute decomposta o teor de aacutegua estaacute reduzido agrave metade e os

nutrientes em uma forma mais assimilaacutevel e mais concentrada O esterco fresco pode

causar uma deficiecircncia temporaacuteria de nitrogecircnio no solo ao se decompor o que natildeo

acontece com o biestabilizado (Kiehl 1985)Ocorre uma diminuiccedilatildeo inicial no volume

de aacutegua retido no esterco de curral diminui inicialmente em tomo de 3581 liberando

posteriormente somente 496 evidenciando a sua capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua

(Menezes Juacutenior 1998)

A utilizaccedilatildeo continuada de adubos nitrogenados minerais no solo altera o balanccedilo

do nitrogecircnio entre o solo e planta No meacutetodo biodinacircmico eacute sublinhada a importacircncia

dos adubos animais para o estabelecimento da fertilidade permanente dos solos (Koeff

et al 1983)

Para Guimaratildees (1997) os benefiacutecios que a mateacuteria orgacircnica imprime ao solo

principalmente melhorando a produtividade fertilidade e a influencia que as substancias

huacutemicas exercem sobre o ambiente dependem da qualidade e do teor de mateacuteria

orgacircnica do solo Estas substacircncias por conterem nutrientes em sua constituiccedilatildeo em uma

forma mais disponiacutevel para as plantas promovem um equiliacutebrio no ambiente no solo

(Kononova 1966)

Aproximadamente de 60 a 70 do total de carbono do solo ocorre na forma de

materiais huacutemicos (Griffith amp Schnitzer 1975) sendo a eles atribuiacutedo a manutenccedilatildeo da

bioestrutura do solo aumentando a capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua (Brady 1999)

Conforme Compagnoni amp Putzolu (1985) os estercos bem como os demais

resiacuteduos orgacircnicos apresentam conteuacutedos diferentes de aacutecidos huacutemicos e fuumllvicos sendo

atribuiacutedo ao acido huacutemico uma accedilatildeo fitoestimulante semelhante aos fitohormocircnios por

favorecer o desenvolvimento do sistema radicular e crescimento do caule

Em trabalho realizado por Guimaratildees (1997) foi encontrado para aacutecidos huacutemicos

de esterco bovino uma relaccedilatildeo CN 1035 e para vermicomposto bovino 17

evidenciando que o esterco quando aplicado ao solo por apresentar uma relaccedilatildeo CN

proacutexima deste reage mais facilmente liberando nutrientes para as plantas sem alterar a

cadeia troacutefiacuteca Dados encontrados no presente trabalho demonstram a eficiecircncia do

esterco nesse sentido

38

De acordo com Morselli (2001) vaacuterios trabalhos citam comentam e discutem a

capacidade dos vermicompostos em proporcionar oacutetimas colheitas e favorecer a

precocidade das plantas cultivadas Poreacutem muitas vezes se observa que mesmo

suprindo essas plantas com nutrientes necessaacuterios atraveacutes de huacutemus de diferentes fontes

as respostas natildeo satildeo as mesmas para uma mesma cultivar

Por outro lado os resultados com o uso de substacircncias huacutemicas satildeo variaacuteveis e

dependem aleacutem da espeacutecie testada das substacircncias huacutemicas utilizadas sua

concentraccedilatildeo o grau de purificaccedilatildeo e das condiccedilotildees experimentais A resposta das

plantas aos aacutecidos huacutemicos e fuacutelvicos eacute dependente da mateacuteria prima original e da

espeacutecie vegetal pois materiais orgacircnicos diferentes apresentam aacutecidos huacutemicos e

fuacutelvicos diferentes (Businelli 1990)

Justificam-se os maiores conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio e caacutelcio nas

adubaccedilotildees 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e biofertilizantes devido

provavelmente ao vermicomposto utilizado apresentar na sua constituiccedilatildeo teores

consideraacuteveis destes elementos aleacutem do que os biofertilizantes possam ter influenciado

na absorccedilatildeo atraveacutes de sua constituiccedilatildeo Tibau (1984) considera que a urina de vaca eacute

rica em aacutecido indol-aceacutetico e este influencia na absorccedilatildeo radicular O efeito positivo

deste tratamento provavelmente seja devido agrave quantidade aplicada

O biofertilizante que se destacou foi o MB4+U+CB em relaccedilatildeo ao EC (esterco de

curral) e eacute somente para a variaacutevel caacutelcio Isto provavelmente seja devido ao alto teor

deste elemento encontrado na sua constituiccedilatildeo (6872 g Kg1) e pela influecircncia positiva

que a calda bordalesa exerce no metabolismo das plantas atraveacutes dos nutrientes

contidos em sua formulaccedilatildeo O Ca controla a absorccedilatildeo radicular e retorna ao solo pelo

esterco e palhas por apresentar-se em maior quantidade em folhas e caules Depois de

localizado nas folhas fica imoacutevel favorecendo a resistecircncia da planta ao ataque de

fungos

Este trabalho avanccedila no estudo da agroecologia estando claro que todos os

criteacuterios tem caraacuteter dinacircmico de adequaccedilatildeo as mudanccedilas de um sistema de produccedilatildeo

em evoluccedilatildeo contribuindo na transiccedilatildeo para um padratildeo sustentaacutevel Cabe a pesquisa a

reorientaccedilatildeo para um enfoque ldquosistecircmicordquo isto eacute que permita integrar os diversos

componentes de um agroecossistema e a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas que promovam 0

fortalecimento e a expansatildeo da agricultura familiar

39

5 CONCLUSOtildeES

Considerando os resultados obtidos e as condiccedilotildees em que o estudo foi realizado

conclui-se que

bull As respostas agronocircmicas das mudas de cebola para os paracircmetros avaliados

satildeo mais satisfatoacuterias com a aplicaccedilatildeo de esterco de curral como adubaccedilatildeo de

base

bull Os biofertilizantes mais urina de vaca e calda bordalesa proporcionam

respostas satisfatoacuterias quando aplicados associados agraves adubaccedilotildees de base

bull O biofertilizante MB4 mais urina de vaca e calda bordalesa eacute mais eficiente

que o super magro mais urina e calda bordalesa quando aplicado associado agrave

adubaccedilatildeo de base esterco de curral para os conteuacutedos de fitomassa secae

fresca da parte aeacuterea das plantas altura e diacircmetro de colo das mudas de

cebola

bull Os biofertilizantes adicionados agrave adubaccedilatildeo de base 45 t harsquo 1 de vermicomposto

bovino mostram respostas significativas para os conteuacutedos de fitomassa seca

bull Os maiores conteuacutedos nutricionais para as mudas de cebola satildeo

proporcionados pela adubaccedilatildeo de base esterco de curral

bull A maior absorccedilatildeo de caacutelcio pelas mudas de cebola ocorre quando da adiccedilatildeo do

biofertilizante MB4 mais urina e calda bordalesa agrave adubaccedilatildeo de base esterco de

curral

40

6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ALDRIGHI CB ABREU CM PAGLIA AG MORSELLI TBGA FERNANDES HS Efeito da aplicaccedilatildeo de biofertilizante e urina de vaca em mudas de tomateiro Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

ALTIERI M NICHOLLS C I Agroecologia Teoria praacutectica para umaAgricultura Sustentable Ia ed PNUMA 2000 Cap 2 4 Seacuterie textos baacutesicos para la formacioacuten ambiental

ALTIERI M Agroecologia bases cientiacuteficas para uma agricultura sustentaacutevelGuaiacuteba Agropecuaacuteria 2002 592 p

ANTONIOLLI Z I GIRACCA E M N CARDOSO S J T WIETHAN M M S FERRI M Iniciaccedilatildeo agrave Minhocultura Criaccedilatildeo em Cativeiro e Vermicompostagem Santa Maria UFSM 1996 p59-89

BAYER C MIELNICZUC J Dinacircmica e funccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica In SANTOS G de A S e CAMARGO F A de O (ed) Fundamentos da mateacuteria orgacircnica do solo ecossistemas tropicais e subtropicais Porto Alegre Genesis 1999 p 3-23

BARRETTO D X Composto Orgacircnico In Praacutetica em Agricultura Orgacircnica Satildeo Paulo iacutecone Ed Ltda 1985 p 51-63

BETTIOL W Alguns produtos alternativos para o controle de doenccedilas de plantasem agricultura orgacircnica II Ciclo de palestras sobre agricultura orgacircnica Instituto Bioloacutegico Satildeo Paulo p52-63 1997

41

BETTIOL W TRACH R GALVAtildeO JAH Controle de doenccedilas de plantas com biofertilizantes Jaguariuacutena EMBRAPA-CNPMA 1997 22p (EMBRAPA- CNPMA Circular Teacutecnica 02)

BRADY N C Natureza e propriedades dos sotos Rio de Janeiro Freitas BastosS A 1979 647p

BRADY N C Organisms and ecology of the soil In The nature of properties of soils Simon amp Schuster A Viacon Company New Jersey1999 402-489p

BON1LLA J A Fundamentos da Agricultura Ecoloacutegica Sobrevivecircncia eQualidade de Vida Satildeo Paulo Nobel 1992

BUREacuteS S Substratos Ediciones Agroteacutecnicas S L Madrid Octubre 1997

BUS1NELLI M Chemical Composition and Enzymic Activity of some Worm Cast Plant Soil v 80 p 1-2 1990

CALEGARI A Espeacutecies para cobertura de solo In IAPAR (Instituto Agronocircmico de Paranaacute) Plantio Direto pequena propriedade sustentaacutevel organizador Moacir Darolt Londrina - PR 1998 65-93

CAMARGO P N D Manual de Adubaccedilatildeo Foliar Satildeo Paulo Herba 1975

CAPRA F A Teia da Vida Satildeo Paulo Cultrix 1997 256p

CAPRA F O Ponto de Mutaccedilatildeo 22 ed Satildeo Paulo Cultrix 2001 447p

CHABOUSSOU F Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da Trofobiose) Porto Alegre LPM 1987 253 p

CLARO S A Referencias tecnoloacutegicos para a agricultura familiar ecoloacutegica aexperiecircncia da Regiatildeo Centro-Serra do Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS-ASCAR 2001 250p

CLIVELA G Diagnoacutestico Agronocircmico da cebola no Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS 1995 8 6 p

COMISSAtildeO DE FERTILIDADE DO SOLO - RSSC Recomendaccedilotildees de adubaccedilatildeo e calagem para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina 3 ed Passo Fundo SBCS - Nuacutecleo Regional Sul 1995 223p

COMPAGNONI L PUTZOLU G Cria moderna de Ias lombrices y utilizacioacutenrentable dei humus Barcelona Editorial de Vecchi- SA 1985127p

COSTABEBER J A MOYANO E Transiccedilatildeo agroecoloacutegica e accedilatildeo social coletiva Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v l n4 p 50- 60 outdez 2 0 0 0

42

COSTA M B B da Adubaccedilatildeo orgacircnica Nova siacutentese e novo caminho para aagricultura Satildeo Paulo Ed iacutecone Ltda 1985 102p

COSTA NETO C Agricultura Sustentaacutevel Tecnologias e Sociedade In CARVALHO COSTA LF et al (org) Mundo Rural e Tempo Presente Rio de Janeiro Mauad 1999

DrsquoAG0ST1NI R L FANTINI A C Produccedilatildeo orgacircnica tambeacutem socialmente excludente Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v3 n l p57-61 2002

DALPONTE J C V Utilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos e fertilizante mineral na produccedilatildeo e qualidade de mudas e bulbos de cebola (Alliurn Cepa L) Pelotas-RS 1990 (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1990

DEBARBA J F THOMAZELLI L F GANDIN C L SILVA E Cadeias produtivas do Estado de Santa Catarina Cebola Florianoacutepolis Epagri 1998 115 p (EPAGRI Boletim Teacutecnico 96)

DUFOUR F Os saacutebios loucos do agro-alimentar Le Monde Diplomatique ano 1 n4 p6-7 1999 (ed portuguesa)

EHLERS E Agricultura Sustetaacutevel Origem e perspectivas de um novo paradigma 2 ed Guaiacuteba Agropecuaacuteria 1999 157 p

FILGUEIRA F A R Novo Manual de olericultura agrotecnologia moderna na produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 2000 402 p

FRASER G K Mateacuteria Orgacircnica Del Suelo In BEAR F E (ed) Quiacutemica dei Suelo Madrid Ed Agrociencia 1963

FOLLET R H MURPHY L S DONAHUE R L Fertilizers and soil amendments New Jersey Printice-Hall Inc 1981 557p

GARCIA A Revista dei Espacio Rural Georgica Zaragoza Escuela Politeacutecnica de Huesca n5 1997

GARCIA A Versatildeo preliminar de um Programa Estadual de Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Bulbos e Sementes de CebolaEMBRAPAIPAGROMARAEMATER 6 8 pbdquo 1990 (Publicaccedilatildeo avulsa)

GIORGETT1 J R Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Mudas de Tomate In Encontro Nacional de Produccedilatildeo e Abastecimento de Tomate 2 1991 Jaboticabal Satildeo Paulo Anais Jaboticabal UNESP 1991 p 242-244

GLIESSMAN S R Agroecologia Processos ecoloacutegicos em agricultura sustentaacutevelPorto Alegre Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS 2000 653p

43

GLIESSMAN S R TURRIALBA C R Agroecologia Procesos Ecoloacutegicos en Agricultura Sostenible CATIE 2002 p 3-14

GNOATTO S C Caracterizaccedilatildeo quiacutemica de vermicompostos de diferentes substratos orgacircnicos Pelotas-RS 1999 38 f (Mestrado em Agronomia - Solos) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

GOMES J C C BORBA M F S A moderna crise dos alimentos oportunidade para a agricultura familiar Emater Porto Alegre julset 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwematertchebrdocsagroecorevistan313-artigo3htmgtAcesso em 24 fev 2002

GOMEZ H W Desenvolvimento sustentaacutevel agriacutecola e capitalismo In Desenvolvimento sustentaacutevel Necessidade eou disponibilidade Santa Cruz do Sul Nobel - UNISC 1997 p 65-77

GONZAacuteLEZ DE MOLINA M SEVILLA GUZMAacuteN E Ecologia campesinado e historia Para una reinterpretacioacuten dei desarrollo dei capitalismo en la agricultura In SEVILLA GUZMAacuteN E GONZAacuteLEZ DE MOLINA M (ed) Ecologia campesinado e historia Madrid La Piqueta 1993 p 23-129

GRIFFITH S A SCHNITZER M Analytical characteristic of humic and fulvic acids extracted from tropical volcanic soils Soil Sei Soc Am Proc v 39 p361-367 1975

GUIMARAtildeES E Caracterizaccedilatildeo quiacutemica estreptoscoacutepica e por anaacutelise teacutermica de aacutecidos huacutemicos e vermicompostos obtidos de estercos de diferentes animaisCuritiba 1997 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Quiacutemica) Universidade Federal do Paranaacute 1997

HESS A F Sociedade e meio ambiente uma relaccedilatildeo ambiacutegua Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v 4 n2 p 167-1741999

ICEPA-SC Informes conjunturais sobre a cultura da cebola Disponiacutevel em lthttpwwwicepa combrgt Acesso em 23 jan 2003

JONES H A MANN L K Onions and their allies New York Interscience Publishers 1962 286 p

JUacuteNIOR H A de MAIORANO J A Receitas obtidas de extratos de plantasCampinas CATITerra Viva [199-] 10 f

KHATOUNIAN C A Ciclo de Palestras sobre Agricultura Orgacircnica 2a Ed SatildeoPaulo Fund Cargill 1997 149 p

KIEHL E J Fertilizantes Orgacircnicos Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1985 492p

44

KOEFF H H PETTERSSON B D SHAUMANN W Vida Vegetal solos e adubaccedilatildeo In Agricultura Biodinacircmica Satildeo Paulo Nobel 1983 p92-149

KONONOVA M M Soil organic matter The importance o f organic matter in soil formation and soil fertility New York Pergamqn Press 1961 p 165-200

KUHN T A Estrutura das Revoluccedilotildees Cientiacuteficas Satildeo Paulo Perspectiva 1989 257p

LANNA FCA ABREU C L ABREU J G SILVA V Resposta de cultivares de melancia cultivadas sob adubaccedilatildeo quiacutemica e orgacircnica Horticultura v 12 n l p85 1994

LEFF H Saber Ambiental Petroacutepolis Vozes 2001 343 p

MAGALHAtildeES J R Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo da cebola In FERREIRA M E CASSTELLANE P D CRUZ M C P Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo de hortaliccedilasPiracicaba POTAFOS 1993 p 381-393

MALAVOLTA E Elementos de nutriccedilatildeo mineral de plantas Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1980 251 p

MALAVOLTA E Manual de Quiacutemica Agriacutecola - Adubos e Adubaccedilatildeo 3a ed SatildeoPaulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1981 606 p

MARTINEZ A A A grande e Poderosa Minhoca Jaboticabal Funep - Unesp1990 101 p

MARTINS S R Desenvolvimento e Sustentabilidade Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v20 n2 julho 2002 Palestra apresentada no 42deg Congresso Brasileiro de Olericultura

MARTINS S R Limites Del Desarrollo Sostenible em Ameacuterica Latina En el marco de Ias poliacuteticas de (re)ajuste econocircmico Pelotas Editora UFPel 1997 135 P-

MARTINS S R Sustentabilidade na agricultura dimensotildees econocircmicas sociais e ambientais Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v4 n 2 p 175-1871999

MATURANA H REZEPKA S N D E Formaccedilatildeo Humana e Capacitaccedilatildeo Rio de Janneiro Vozes 2000 8 6 p

MELLO A F SOBRINHO M O ARZOLLA S SILVEIRA R NETTO A C KIEHL J C Fertilidade do Solo Satildeo Paulo Nobel 1983

MENEZES JUacuteNIOR F O G D Caracterizaccedilatildeo de Diferentes substratos hortiacutecolas e seu efeito na produccedilatildeo de mudas de alface e couve-flor em ambiente protegido Pelotas 1998 141 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1998

45

MIBASA Mineraccedilatildeo Barreto SA Melhorador de Solos MB4 A Natureza Agradece Arapiraca-AL [199-] Folder

MINAMI K Os resumos da olericultura 2000 In AZEVEDO FILHO MARTINEZ FILHO (ed) Preccedilos agriacutecolas Piracicaba ESALQ 1999 p 4

MINAMI K Produccedilatildeo de Mudas de Alta Qualidade em Horticultura Satildeo Paulo TA Queiroz 1995

MORSELLI T B G A Cultivo sucessivo de alface sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegidoPelotas 2001 178 p Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2001

MORSELLI T B G A Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Poliacutegrafo da Disciplina de Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia-Produccedilatildeo Vegetal UFPel 2002

MULLER AM Efeitos da Aplicaccedilatildeo Foliar de um Biofertilizante Enriquecido no Estado fitossanitaacuterio de Tomate Ervilha e Beterraba Sob Manejo OrgacircnicoDissertaccedilatildeo (Mestrado no Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agroecossistemas)1999 (Resumo)

NOLLA D Erosatildeo do Solo - O grande desafio Estado do Rio Grande do Sul SEAGRI desenvolvimento de recursos naturais renovaacuteveis 1982 412 p

PAGLIA AG MORSELLI TBGA PEIL RMN Teores de nutrientes pH e condutividade eleacutetrica da aacutegua em sistema ldquofloat^ngrdquo sob adiccedilatildeo de biofertilizantes Horticultura Brasileira v 20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PAULUS G MULLER A BARCELLOS LAR Agroecologia aplicada praticas e meacutetodos para uma agricultura de base ecoloacutegica 2ed ver ampl Porto Alegre EMATERRS 2001 8 6 p

PEIXOTO R T dos G Composto orgacircnico aplicaccedilotildees benefiacutecios e restriccedilotildees de uso Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 18 p 56-64 julho 2000

PENTEADO SR Defensivos Alternativos e Naturais Satildeo Paulo 1999 95 p

PEREIRA AJ SOUZA RJ PEREIRA WR Efeito de diferentes doses de esterco de galinha e de curral sobre a produccedilatildeo de cebola Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PINHEIRO S BARRETO SB MB-4 agricultura sustentaacutevel trofobiose e biofertilizantes Fundaccedilatildeo Juquira CandiruMibasa 2000 273 p

PRIMAVESI A Agricultura Sustentaacutevel Satildeo Paulo Nobel 1992 142 p

PRIMAVESI A O manejo ecoloacutegico do solo Agricultura em regiotildees tropicais SatildeoPaulo Nobel 1982 541 p

46

PURCINO A A C ldquoNitrogecircniordquo Informe Agropecuaacuterio Belo Horizonte v7 n81 p 16-27 1981

QUIJANO F G Efeito da adubaccedilatildeo orgacircnica no desenvolvimento de duas cultivares de alface em ambiente protegido Pelotas 1999 116f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

RODRIGUES A N N Efeitos e residuais de superfosfato triplo sobre o rendimento de mateacuteria seca e absorccedilatildeo de foacutesforo pela aveia (Avena strigosa Schob) em solo Podzoacutelico Vermelho Escuro Porto Alegre 1984 59f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia UFRGS 1984

RODRIGUES E T CASALI V W D Respostas da alface agrave adubaccedilatildeo orgacircnica II Teores conteuacutedos e utilizaccedilatildeo de macronutrientes em cultivares Rev Ceres Viccedilosa v 45 n 261 p 437-449 1998

SAMINEcircS T C O Produccedilatildeo orgacircnica de alimentos Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 17 n3 novembro 1999

SCHIEDECK G Ambiecircncia e resposta agronocircmica de meloeiro (Cucumis melo L) cultivado sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegido Pelotas lOOp Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2002

SILVA JUacuteNIOR A A GIORGI E Substratos alternativos para a produccedilatildeo de mudas de tomate Agropecuaacuteria Catarinense Florianoacutepolis EPAGRI 1992 23 p

SILVA JUacuteNIOR A A MACEDO S G STUKER H Utilizaccedilatildeo de esterco de peru na produccedilatildeo de mudas de tomateiro Florianoacutepolis EPAGRI 1995 28 p (Boletim Teacutecnico 73)

TAGLIARI PS GRASSMANN H Minhoca a grande aliada da agricultura Agropecuaacuteria Catarinense v8 n l p 11-14 mar 1995

TEDESCO M J GIANELLO C Anaacutelises de solo plantas e outros materiais Porto Alegre Faculdade de Agronomia Departamento de Solos Universidade Federal do Rio Grande do Sul RS 1996

TENNANT D A Test of modified line intersect method of estimating root lenght Journal Ecology Oxford v 63 p 995-1001 1975

TIBAU A O Mateacuteria Orgacircnica do Solo Mateacuteria Orgacircnica e Fertilidade do SoloSatildeo Paulo Nobel 1984 p49-182

TIMM P J Anaacutelise comparativa dos sistemas de plantio convencional e cultivo miacutenimo de cebola sob adubaccedilatildeo orgacircnica e mineral Pelotas 2000 79 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2000

47

VALENZUELA HR CROSBY C Effect of compost applications on the yield of several vegetables in long-term organic farming experiments conduced in the tropics American Society Horticultural Science v33 n3 june 1998

VIGLIZZO E (ed) Subprograma Recursos Naturais y Sostenibilidad Agriacutecola documento marco Montevideo IICAPROCISUR 1995 p 75 - 78

WE1D J M TARDIN J M Proposta para a Ampliaccedilatildeo do Trabalho da ASPTA no Centro Sul do Paranaacute ASPTA Disponiacutevel em http wwwpronafgovbrEncontrotestosAS20PTA20Sul20ParanE1205 202002doc Acesso em 05 mai 2002

XAVIER SIMOacuteN F DOMINGUES D G Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel uma perspectiva agroecoloacutegica Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre EM ATERRS v2 n2 p 17-26 2001

ZABALETA J P Diagnoacutestico da Agricultura Familiar em Satildeo Joseacute do Norte - RSPelotas EMBRAPA-CPACT 1998 75 p (EMBRAPA-CPACT Documentos 44)

ZONTA E P MACHADO A A SILVEIRA P Sanest Sistema de anaacutelise estatiacutestica para microcomputadores Registrado na Secretaria Especial de Informaacutetica sob nuacutemero 066060 - categoria A Pelotas-RS Universidade Federal de Pelotas 1984

48

7 APEcircNDICE

APEcircNDICE A - Anaacutelise da adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes utilizados na produccedilatildeo de mudas de cebola

TABELA 1 A Anaacutelise baacutesica do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo miuacutedo + papua

Arg

pH IND

SMP

MO

P - n r - Na Al Ca__10Omlmdash

Mg

ppm -

6 53 67 089 8 6 27 1 04 05 0 2

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 2A Anaacutelise complementar do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo-miuacutedo + papua

Cobre Zinco Manganecircs Ferro

(m v1)

04 05 26 007

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

49

TABELA 3A Anaacutelise dos fertilizantes soacutelidos

Amostra pH limidade CN

C N P K Ca Mg

- g-ivg --

Cama de 849 2491 12 31042 2479 3888 3405 29875 463

aves

Esterco 74 3594 11 677 590 157 134 335 214

de curral

Huacutemus 684 5738 14 15965 1098 453 745 743 361

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 4A Anaacutelise quiacutemica dos biofertilizantes liacutequidos

Amostra N P K_ccedil H

Ca Mg Cu Zn Fe Mn

mdashgL bull

S Magro

m b 4

Urina

053

1652

8 2 2

008

395

0 0 0

149

1674

471

1902

6872

0 0 0

1150

4507

1172

7273

42

033

101389

920

0 0 0

6250

19458

781

35273

1123

0 2 1

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

50

APEcircNDICE B - Condiccedilotildees climaacuteticas do local

TABELA 1B Condiccedilotildees de temperatura do local

___________ __________TEMPERATURA (degCgt

meses Meacutedia

Maacutexima

Meacutedia

MiacutenimaMeacutedia

Maacutexima

Absoluta

Miacutenima

Absoluta

Junho 225 87 156 320 25

Julho 225 85 155 285 30

Agosto 251 71 161 360 1 0

Fonte FEPAGROSCT 2002

TABELA 2B Condiccedilotildees de chuva do local

mdash CHUVA (mm)mdash

meses Ocorrida Normal Desvio Da Normal

Junho 1080 1 1 0 -2 0

Julho 1062 98 8 2

Agosto 1283 1 2 0 83

Fonte FEPAGROSCT 2002

51

TABELA 1C Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

APEcircNDICE C - Anaacutelise estatiacutestica da parte aeacuterea

Causas G1 FFPA FSPA AP DC

da variaccedilatildeo --------- Quadrados meacutedios-

Blocos 3

Ad Base 2 175359071 1287102 2547419 1 11775

Biofertilizantes 2 126876 29011 87669ns 02185ns

Ad x Biofert 4 572378 31123 69106ns 04159

Resiacuteduo 24 34456 03048 27169 00290

Total 35

Meacutedia geral 93745 8772 320388 6741

CV 1980 6294 5145 2530

Significativo a 5ns Natildeo significativo

52

TABELA 1D Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade

de raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

APEcircNDICE D - Anaacutelise estatiacutestica da raiz

Causas G1 FFR FSR CR RPASR DR

da variaccedilatildeo Quadrados meacutedios---------------

Blocos 3

Ad Base 2 27874 551 623 2 1 0 140

Biofertilizantes 2 178 0 1 0 ni 1504 l03ns 038ns

Ad x Biofert 4 190 058 318 294 183

Resiacuteduo 24 005 009 028 023 0 2 1

Total 35

Meacutedia geral 1818 228 184 387 333

C V 134 1356 448 1253 1396

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

53

APEcircNDICE E - Anaacutelise estatiacutestica dos macronutrientes da parte aeacuterea da cebola

TABELA 1E Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mud^s de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

Causas G1 bull N P K Ca Mg

da variaccedilatildeo

Blocos 3

Ad Base 2 13550306 446627 25509686 1031806 59007

Biofertilizantes 2 180610ns 16564 68153ns 39006 876ns

Ad x Biofert 4 454187 45743 1047539 46950 2464

Resiacuteduo 24 29769 1453 64313 3741 439

Total 35

Meacutedia geral 24921 4597 33366 6943 1615

C V 692 829 760 880 1297

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

APEcircNDICE F - Fotos do experimento

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob uma perspectiva agroecoloacutegica

APEcircNDICE F a Fotos do experimento

FIGURA 1 Adubaccedilatildeo verde com feijatildeo-miuacutedo e papuatilde utilizadas no manejo do solo

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob urna perspectiva agroecoloacutegica

Page 13: PRODUÇÃO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L.) SOB …orgprints.org/24883/1/Paglia_Produção.pdf · vaca mais calda bordalesa; MB4+U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

2

da cultura tem sido apontados como responsaacuteveis pelo abandono da cebolicultura por

alguns produtores

A fase de produccedilatildeo das mudas eacute de extrema importacircncia para o cultivo da cebola e

requer manejo adequado dos recursos naturais para que a cultivar utilizada possa

expressar seu potencial geneacutetico sem comprometer o equiliacutebrio ambiental O principal

cuidado para o desenvolvimento de mudas de qualidade refere-se agrave utilizaccedilatildeo adequada

do solo

Desta forma o manejo do solo e das plantas orientado pela agroecologia pode se

constituir numa excelente alternativa para obtenccedilatildeo de mudas de qualidade sem

comprometer a sauacutede dos agricultores e contribuindo para a preservaccedilatildeo ambiental

Diversas praacuteticas vecircm sendo utilizadas com esta finalidade entre elas citam-se a

adubaccedilatildeo orgacircnica e os biofertilizantes enriquecidos No entanto estes fatores de

produccedilatildeo precisam ser melhor estudados no que tange a sua utilizaccedilatildeo adequada pelos

produtores de cebola objetivando um sistema de produccedilatildeo sustentaacutevel

A agroecologia como ciecircncia apresenta vaacuterias dimensotildees ecoloacutegica econocircmica

social cultural poliacutetica e eacutetica Neste sentido e considerando-se a procura crescente por

produtos orgacircnicos e a necessidade de sistemas de fertilizaccedilatildeo adequados ao cultivo da

cebola o presente trabalho teve como objetivo a produccedilatildeo de mudas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica contribuindo para o processo de transiccedilatildeo do sistema de

produccedilatildeo

3

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

ldquoAs novas eras natildeo comeccedilam de uma vez

Meu avocirc jaacute vivia no novo tempo

Meu neto viveraacute talvez ainda no velho

A nova carne eacute comida com os velhos garfos

(Bertold Brecht)

21 Desenvolvimento e sustentabilidade

Nenhuma espeacutecie viva com exceccedilatildeo do homem empreende esforccedilos de

desenvolvimento no sentido de crescimento material que sob as formas em que vem

sendo compreendido conduz sempre a algum tipo de agressatildeo contra o ambiente Os

esforccedilos presentes visando o progresso material assim como a maneira de satisfaccedilatildeo

das necessidades baacutesicas do homem no mundo de hoje revelam-se inconsistentes O

uso para esse fim de mateacuteria e energia em doses excessivas e crescentes tem exaurido

recursos ambientais acima de sua capacidade de regeneraccedilatildeo obviamente tendendo a

toma-los menos disponiacuteveis para as futuras geraccedilotildees

De acordo com Martins (2002) o Desenvolvimento Sustentaacutevel natildeo eacute um conceito

acabado trata-se de uma ideacuteia forccedila proacute-ativa e positiva mas que necessita ser

esclarecida quanto ao significado destes dois vocaacutebulos que lhe compotildee e o contexto em

que as pessoas com eles se relacionam Aleacutem disso isso afeta tanto como profissionais

cujas atividades vinculam-se diretamente ao trato com a natureza e portanto por ela satildeo

4

responsaacuteveis mas especialmente como cidadatildeos que constroem no seu cotidiano as

distintas dimensotildees do desenvolvimento sociais econocircmicas ambientais culturais

cientificas e tecnoloacutegicas juriacutedicas poliacuteticas e espirituais

Segundo Altieri amp Nicholls (2000) para o desenvolvimento de uma agricultura

sustentaacutevel as necessidades natildeo satildeo apenas bioloacutegicas ou teacutecnicas mas tambeacutem sociais

econocircmicas e poliacuteticas E inconcebiacutevel promover mudanccedilas ecoloacutegicas no setor agriacutecola

sem a defesa de mudanccedilas nas outras aacutereas da sociedade de modo a conscientizar o

homem sobre as condiccedilotildees necessaacuterias para a exploraccedilatildeo da natureza

A ideacuteia da sustentabilidade referente ao vocaacutebulo sustentaacutevel coloca-se como

contraponto ao caraacuteter perdulaacuterio do modelo prevalecente na medida em que o modelo

econocircmico praticado por um lado estaacute baseado no consumo da mateacuteria prima fornecida

pela natureza para a produccedilatildeo de bens e serviccedilos em descompasso com seu ritmo e

capacidade de fornecimento por outro tem tratado a natureza como mero depositaacuterio de

resiacuteduos sem considerar sua capacidade de absorccedilatildeo e reciclagem A sustentabilidade

contrapotildee-se agrave caracteriacutestica antropocecircntrica do modelo o homem como centro da

questatildeo numa postura dominante sobre o entorno natural cujas ferramentas cientiacuteficas e

tecnoloacutegicas embasam um modelo econocircmico que subjuga a natureza e coloca-se acima

desta O vocaacutebulo sustentaacutevel portanto se refere agrave capacidade de suporte da biosfera

sendo um fim a ser perseguido com o objetivo de garantir sua preservaccedilatildeo numa visatildeo

prospectiva ou seja que assegure o futuro planetaacuterio assumindo portanto o

compromisso com as geraccedilotildees vindouras (Martins 2002)

Quando se trata de apontar os possiacuteveis caminhos que levaratildeo a um novo padratildeo

produtivo e garanta a seguranccedila alimentar sem agredir o ambiente o caminho torna-se

mais difiacutecil Percebe-se que a noccedilatildeo de agricultura sustentaacutevel permanece cercada por

duacutevidas e contradiccedilotildees mesmo assim seu emprego toma-se cada vez mais frequumlente

(Ehlers 1999)

Haacute que se incorporar a concepccedilatildeo de entropia agrave noccedilatildeo de desenvolvimento visto

que a extraccedilatildeo e o transporte tambeacutem satildeo atividades econocircmicas que requerem cuidados

de manejo visando menores efeitos entroacutepicos ao meio ambiente Satisfazer as

necessidades presentes sem comprometer as possibilidades das futuras geraccedilotildees

satisfazerem as suas proacuteprias eacute o que necessita ser construiacutedo no cotidiano Esta natildeo eacute

uma tarefa faacutecil nos tempos atuais pois o mundo nunca passou por tanta incerteza e

nunca teve um presente tatildeo insustentaacutevel (Martins 1997)

211 Agroecologia Paradigma em construccedilatildeo

5

O seacuteculo passado assistiu a uma ineacutedita expansatildeo da capacidade humana de

agenciamento das forccedilas naturais promovida pelo saber teacutecnico-cientiacutefico cuja

centra lidade eacute hoje irreversiacutevel no que se refere as relaccedilotildees com a natureza Em relaccedilatildeo

ao conhecimento poucas aacutereas de interesse do homem moderno se ligam tanto agrave

pesquisa cientiacutefica como a questatildeo ambiental sendo um fenocircmeno de tendecircncia

internacional evidenciado a partir da deacutecada de 70 (Hess 1999)

A noccedilatildeo de paradigma eacute normalmente utilizada para estabelecer uma

diferenciaccedilatildeo entre dois momentos ou dois niacuteveis do processo de conhecimento

cientiacutefico (Capra 1997 Kuhn 1989) Para um entendimento miacutenimo do que significa

essa noccedilatildeo Costa Neto (1999) diz que se pode conceituar o paradigma enquanto um

modelo de ciecircncia que serve como referecircncia para todo um fazer cientiacutefico durante uma

determinada eacutepoca ou um periacuteodo de tempo demarcado e a partir de um certo momento

da histoacuteria da ciecircncia o referido modelo predominante tende a se esgotar em funccedilatildeo de

uma crise de confiabilidade nas bases estruturantes de seu conhecimento Desta forma o

paradigma passa a ser substituiacutedo por outro modelo cientiacutefico predominante Tambeacutem

pode ocorrer o fato de dois paradigmas disputarem o espaccedilo de hegemonia na

construccedilatildeo do conhecimento (Costa Neto 1999)

Os problemas com os quais nos deparamos hoje satildeo faces de uma crise uacutenica

diferentes do fazer cientiacutefico e proveniente de uma crise de percepccedilatildeo segundo Capra

(2 0 0 1 ) isto faz com que nossas instituiccedilotildees e noacutes em particular natildeo consiga perceber

claramente realidades complexas em um mundo globalmente interligado Ainda que as

soluccedilotildees para alguns de nossos principais problemas possam ser relativamente simples

ldquosoacute seratildeo possiacuteveis mediante uma mudanccedila radical em nossas percepccedilotildeesrdquo este eacute

tambeacutem o ldquoestopim para colocar em marcha medidas efetivasrdquo porque os governos e as

instituiccedilotildees jamais empreenderatildeo accedilotildees de fato enquanto as pessoas natildeo

compreenderem que satildeo parte do problema e da soluccedilatildeo e que eacute preciso assumir a

necessidade de mudar o rumo das coisas (Gomes amp Borba 2000)

Para Leff (2001) a agroecologia representa o ldquonascimento de um paradigmardquo que

eacute a alma da produccedilatildeo sustentaacutevel um processo que permite o resgate dos

conhecimentos proacuteprios e o renascimento do ser trazendo de volta as relaccedilotildees com os

seres humanos na medida em que o produtor cria atraveacutes de seu conhecimento o seu

proacuteprio saber-fazer numa relaccedilatildeo com a vida e com a terra

6

Segundo Costa Neto (1999) o paradigma agroecoloacutegico representa portanto a

linha de um posicionamento soacutecio-ambiental que tem uma vertente tecnoloacutegica apta a

ser uma alternativa agrave produccedilatildeo agriacutecola em grande escala e ao modelo tradicional

disciplinar

Hoje a agroecologia continua a fazer conexatildeo entre fronteiras estabelecidas Por

um lado estuda os processos econocircmicos e os agroecossistemas por outro eacute um agente

para as mudanccedilas sociais e ecoloacutegicas complexas que tenham necessidade de ocorrer no

futuro a fim de levar a agricultura para uma base verdadeiramente sustentaacutevel O

processo de mudanccedila estaria dirigido agrave busca de novos pontos de equiliacutebrio entre as

dimensotildees de produtividade estabilidade e equumlidade na atividade agraacuteria articuladas

entre si poreacutem em constante processo de adaptaccedilatildeo e retroalimentaccedilatildeo utilizando

estilos mais respeitosos com o ambiente com o propoacutesito de superar a crise enfrentada

pelos agricultores (Costabeber amp Moyano 2000)

De acordo com Altieri (2002) soacute uma compreensatildeo mais profunda da ecologia

humana e dos sistemas agriacutecolas pode levar a medidas coerentes com uma agricultura

sustentaacutevel Assim a ldquoemergecircncia da agroecologiardquo representa um enorme salto nesta

direccedilatildeo pois fornece os princiacutepios ecoloacutegicos baacutesicos para o estudo e tratamento dos

ecossistemas tanto produtivos quanto preservadores dos recursos naturais e que sejam

culturalmente sensiacuteveis socialmente justos e economicamente viaacuteveis

A transformaccedilatildeo ou substituiccedilatildeo de um modelo de desenvolvimento para outro

supotildee um processo de transiccedilatildeo que em alguns momentos caminha a passos lentos e

em outros pode trazer mudanccedilas bruscas e qualitativamente diferenciadas Esse

processo de transiccedilatildeo significa a conversatildeo de uma agricultura tradicional para uma

agricultura ecoloacutegica e socialmente equilibrada com base na sustentabilidade (Gomeacutez

1997)

Embora a falta de informaccedilatildeo da pesquisa possa ter contribuiacutedo para dificuldades

e experiecircncias negativas de muitos produtores estes tecircm fama de serem inovadores e

experimentadores desejosos de adotar novas praacuteticas no sentido de serem beneficiados

Nos uacuteltimos cinquumlenta anos a inovaccedilatildeo na agricultura tem sido impulsionada

principalmente pela ecircnfase em altos rendimentos e no lucro da unidade produtiva

Apesar da continuidade dessa forte pressatildeo econocircmica sobre a agricultura muitos

produtores convencionais estatildeo preferindo fazer a transiccedilatildeo para praacuteticas que satildeo mais

consistentes ambientalmente e tem o potencial de contribuir com a sustentabilidade da

agricultura em longo prazo (Gliessman 2000)

7

212 Agroecologia e agricultura familiar

O nuacutecleo por excelecircncia da produccedilatildeo sustentaacutevel eacute a agricultura familiar No

Brasil mais especificamente esta tecnologia estaacute sendo introduzida natildeo somente em

aacutereas de cultivo de agricultura familiar em geral mas especificamente em

assentamentos rurais Percebe-se dessa forma tratar-se de um tipo de produccedilatildeo que

tende a incorporar a dimensatildeo histoacuterico-social e a considerar os valores culturais e de

senso comum inerentes aos agricultores familiares (Costa Neto 1999)

Na agricultura familiar a sustentabilidade toma forma a partir do momento em

que comeccedilaram a ser incorporados aos debates os novos anseios da sociedade rural e

urbana relacionados a um novo projeto de desenvolvimento e na medida em que foram

buscadas orientaccedilotildees teoacutericas baseadas no paradigma agroecoloacutegico

De acordo com Maturana amp Rezepka (2000) a formaccedilatildeo do conhecimento natildeo eacute

entendida como simples treinamentos e teacutecnicas e seraacute um aspecto essencial desta

abordagem A valorizaccedilatildeo dos saberes dos agricultores sobre o ambiente as plantas o

solo e os processos ecoloacutegicos onde resgatam e aprimoram teacutecnicas proacuteprias e de

outros de origem cientiacutefica ou empiacuterica fundamentais dentro deste novo paradigma

(Altieri amp Nicholls 2000)

Neste sentido cientistas e extensionistas tecircm se surpreendido com a profundidade

destes conhecimentos e com a capacidade de vaacuterios destes agricultores de expocirc-los

mesmo nos ambientes acadecircmicos onde muitas vezes estatildeo mais avanccedilados que seus

interlocutores (Weid amp Tardin 2002) Isto revela a necessidade de sintonia entre a

Universidade e a Comunidade

Entatildeo a sutentabilidade ambiental em niacutevel local eacute positiva quando o manejo

realizado no agroecossistema aproveita a produtividade dos recursos naturais renovaacuteveis

(aqueles que funcionam mediante o fluxo solar) Ao contraacuterio pode natildeo ser positiva

quando as praacuteticas produtivas consistem na busca pela produtividade mediante a troca

econocircmica (importaccedilatildeo e exportaccedilatildeo de insumos e produtos) onde a terra eacute vista

unicamente como o suporte material (fiacutesico) das espeacutecies Neste caso o controle de

pragas a fertilizaccedilatildeo e outras praacuteticas necessaacuterias satildeo realizados mediante capital

produzido pelo homem degradando a base local de recursos naturais (Xavier Simoacuten amp

Domingues 2001)

8

213 O Mercado de produtos agroecoloacutegicos

O mercado de alimentos produzidos sob a orientaccedilatildeo agroecoloacutegica produzidos

sem utilizaccedilatildeo de agrotoacutexicos ou adubos minerais tem aumentado vertiginosamente em

todo o mundo Alguns dados indicam que esse segmento cresce anualmente cerca de

20 nos Estados Unidos 40 na Europa e 50 no Brasil e para comprovar tais

iacutendices basta verificar a proliferaccedilatildeo das feiras de produtores ecoloacutegicos nas cidades o

aumento dos espaccedilos para esses produtos nas gocircndolas das grandes redes de

supermercados e os movimentos ambientalistas e de consumidores que buscam uma

alimentaccedilatildeo mais saudaacutevel (Schiedeck 2002)

Sem duacutevida antes de tudo cabe salientar que a crise atual evidencia o equiacutevoco da

adoccedilatildeo de um modelo de produccedilatildeotransformaccedilatildeo que natildeo tem outra ambiccedilatildeo que natildeo a

de se adaptar agrave globalizaccedilatildeo Cabe a consideraccedilatildeo feita por Dufour (1999) de que o

mercado natildeo eacute uacutenico e monoliacutetico e portanto a produccedilatildeo social da qualidade natildeo

significa mais do mesmo (a adaptaccedilatildeo do que jaacute natildeo serve)

Na realidade pode-se identificar claramente dois mercados de natureza

fundamentalmente oposta que segundo Gomes amp Borba (2000) satildeo o de produtos

baacutesicos (leite cereais carnes brancas e vermelhas) e o de produtos elaborados

socialmente e de grande valor agregado por serem justos socialmente O mercado

mundial dos produtos baacutesicos eacute alimentado pelos excedentes agriacutecolas de grandes

produtores (Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos e Canadaacute) tambeacutem a soja e carne de

frango brasileira e o trigo argentino e os preccedilos nesses mercados satildeo extremamente

baixos e permaneceratildeo assim por muito tempo segundo relatos recentes do Banco

Mundial

Para produzir a preccedilos tatildeo baixos eacute necessaacuterio lanccedilar matildeo de todo tipo de

artifiacutecio como os hormocircnios os organismos geneticamente modificados as farinhas

animais esquecendo o meio ambiente e convivendo com exploraccedilotildees gigantescas

concentraccedilatildeo na posse da terra e com uma minoria de beneficiaacuterios dos programas de

ajuda puacuteblica os agromanagers (Gomes amp Borba 2000)

O mercado de produtos elaborados e de valor agregado obedece a outras regras

Mesmo que os agricultores busquem a maximizaccedilatildeo da produtividade natildeo se enfrentam

diretamente A produccedilatildeo ocorre em zonas geograacuteficas bem definidas e permite valorizar

o ldquosavoir-fairerdquo ou ldquoknow-howrdquo (em outras palavras natildeo necessariamente mas o

conhecimento ldquotradicionalrdquo) contribuindo para uma verdadeira economia local Esta eacute a

9

agricultura que ao mesmo tempo produz gera e preserva empregos Para caminhar ateacute

ela eacute necessaacuteria uma ampla alianccedila entre agricultores consumidores e movimentos

sociais para frear esta forma de ditadura dos mercados fonte do poder das

transnacionais agro-alimentares e quiacutemicas (Dufour 1999)

Por outra parte o mercado natildeo eacute linear e abstrato como querem fazer crer A

produccedilatildeo e o consumo sempre estaratildeo localizados e seratildeo realizados por produtores e

consumidores concretos isto permite falar em convenccedilatildeo ou negociaccedilotildees onde a

qualidade seja considerada na originalidade no bem comum ou na confianccedila entre pares

e colada aos produtos ainda mais quando se trata de alimentos Isto soacute seraacute possiacutevel

no local (sem ignorar o global) e levando em conta indicaccedilotildees como denominaccedilatildeo

ou indicaccedilatildeo de origem de processo ou de qualidade etc relacionados agraves

especificidades dos produtos o que tambeacutem deve ser objeto de negociaccedilatildeo para cada

lugar (eacute preciso lembrar que a participaccedilatildeo e as relaccedilotildees interpessoais satildeo determinantes

ao longo do processo) A produccedilatildeo social da qualidade eacute vista como estrateacutegia que

adquire sentido se considerada para o espaccedilo da Agricultura Familiar onde ainda eacute

possiacutevel estabelecer laccedilos de solidariedade entre produtores e consumidores (Gomes amp

Borba 2000)

De acordo com DrsquoAgostini amp Fantini (2002) tanto ou mais do que compreender a

dinacircmica de processos dos quais resultam produtos interessantes eacute compreender e

humanizar a dinacircmica de interesses sobre esses processos e produtos Os mesmos

autores dizem ainda que natildeo seria a solidariedade humana (a virtude pressuposta) que

emerge em especial na produccedilatildeo agroecoloacutegica mas sim a emergecircncia da rica

propriedade humana a generosidade que permite praticaacute-la em qualquer relaccedilatildeo entre

os homens

22 A cultura da cebola (Alliunt cepa L) e sua importacircncia

A cultura da cebola foi introduzida pelos accedilorianos no Brasil no seacuteculo XVIII nos

municiacutepio de Mostardas Rio Grande e Satildeo Joseacute do Norte no Estado do Rio Grande do

Sul (Garcia 1990) sendo a terceira hortaliccedila de maior importacircncia econocircmica para o

paiacutes (ICEPA 2003) Nas regiotildees Sul e Sudeste a cebolicultura constitui-se em atividade

socioeconocircmica de significativa relevacircncia para os Estados de Satildeo Paulo Santa

10

Catarina e Rio Grande do Sul nos quais se concentram mais de 76 da produccedilatildeo

nacional (Debarba et a i 1998)

A mais importante regiatildeo produtora do Rio Grande do Sul estaacute situada no litoral

Sul englobando os municiacutepios de Rio Grande Tavares Satildeo Joseacute do Norte e Mostardas

(Garcia 1997) e segundo ICEPASC (2003) esses quatro municiacutepios respondem por

cerca de 70 da produccedilatildeo de cebola do RS

Timm (2000) cita que cerca de 16000 famiacutelias rurais no Rio Grande do Sul tem

na cultura da cebola o seu principal meio de subsistecircncia No Municiacutepio de Satildeo Joseacute do

Norte a produccedilatildeo de cebola constitui uma atividade econocircmica quase exclusiva onde a

descapitalizaccedilatildeo dos agricultores ocasionou o abandono do meio rural por muitos deles

que acabaram por estabelecerem-se na periferia da zona urbana (Garcia 1997)

Aleacutem da descapitalizaccedilatildeo do produtor ocorrem problemas como a erosatildeo do solo

que segundo Zabaleta (1998) ocorre principalmente devido agrave accedilatildeo dos ventos fortes e

constantes caracteriacutesticos na regiatildeo sul-litoracircnea bem como a topografia plana e os

solos muito arenosos com lenccediloacuteis freaacuteticos superficiais contribuem para o

empobrecimento dos solos da regiatildeo principalmente ao se comparar com outras aacutereas

onde a cebola participa de sistemas produtivos juntamente com a produccedilatildeo leiteira o

arroz e hortaliccedilas diversas (Timm 2000)

221 Caracteriacutesticas agronocircmicas da cebola

A cebola eacute uma aliaacuteceae a planta eacute tenra atinge 60 cm de altura e apresenta folhas

tubulares e cerosas O caule verdadeiro eacute um disco comprimido na base da planta de

onde partem as folhas e raiacutezes que satildeo fasciculadas pouco ramificadas explorando um

volume de solo equivalente a um cilindro com 60 cm de altura e 25 cm de diacircmetro

(Filgueira 2000)

Cada planta apresenta 20 a 200 raiacutezes normalmente espessas (05 a 1 mm de

diacircmetro) e com pouca ramificaccedilatildeo e poucos pecirclos absorventes O crescimento eacute

vertical estendendo-se de 40 a 80 cm de profundidade Poucas raiacutezes ocupam mais de

15 cm do raio em tomo do bulbo Estas caracteriacutesticas tecircm implicaccedilotildees peculiares

quanto acirc localizaccedilatildeo e ao suprimento de nutrientes (Quanto menor o diacircmetro e maior a

ocorrecircncia de pecirclos absorventes maior seraacute a superfiacutecie de raiacutezes e consequumlentemente a

absorccedilatildeo de nutrientes (Magalhatildees 1993)

11

A fase vegetativa do ciclo da planta termina com o amadurecimento do bulbo

todavia trata-se de uma planta bienal considerando acirceu ciclo vital completo isto eacute da

semeadura ateacute a produccedilatildeo de novas sementes Apoacutes um periacuteodo invemal sob baixas

temperaturas haacute emissatildeo de um pendatildeo floral que pode alcanccedilar 150 cm de altura

terminando por uma inflorescecircncia tipo umbela simples inicialmente recoberta por

uma peliacutecula formada por centenas de pequenas flores (Filgueira 2000)

Segundo Clivela (1995) os fatores climaacuteticos de modo geral natildeo satildeo limitantes

para a produccedilatildeo de bulbos de cebola no Rio Grande do Sul Filgueira (2000) enfatiza

que no Brasil eacute uma das raras culturas oleraacuteceas nas quais o fotoperiacuteodo pode tornar-se

o fator limitante ocorrendo frustraccedilotildees da colheita caso as exigecircncias da planta natildeo

sejam satisfeitas

222 A produccedilatildeo de mudas de hortaliccedilas

As mais importantes modificaccedilotildees no sistema de produccedilatildeo nos uacuteltimos anos tecircm

sido feitas na produccedilatildeo de mudas Hoje eacute uma realidade os produtores se

especializarem em produzir mudas principalmente no Estado de Satildeo Paulo Para tanto

se busca atraveacutes da pesquisa as melhores fontes e combinaccedilotildees de substratos associados

ao sistema de produccedilatildeo conveniente para cada espeacutecie a fim de se obter melhorias na

propriedade no solo e na Olericultura (Giorgetti 1991)

O sistema agroecoloacutegico torna-se importante uma vez que a base da Horticultura

moderna eacute a produccedilatildeo de mudas de alta qualidade (Minami1995) a produccedilatildeo de mudas

de hortaliccedilas tem sido citada como a etapa mais importante do sistema produtivo (Silva

Junior et al 1995) Segundo Filgueira (2000) nesta fase natildeo se pode cometer erros

pois posteriormente seraacute mais difiacutecil de corrigi-los visto que para o cultivo da cebola a

muda refletiraacute na qualidade do bulbo

As mudas de hortaliccedilas podem ser consideradas tolerantes e natildeo tolerantes ao

transplante e dependem principalmente das condiccedilotildees ambientais necessitando de

cuidados No caso da cebola como satildeo produzidas com raiz nua os cuidados devem ser

maiores pois dependendo do estado em que se encontram mais ou menos susceptiacuteveis

aos estresses quando em contato com o campo podem resultar em desastre (Minami

1999)

A quantidade de nutrientes extraiacuteda pelas hortaliccedilas durante a fase de muda varia

em funccedilatildeo da espeacutecie da variedade ou da cultivar e do prazo necessaacuterio para a formaccedilatildeo

13

O composto humificado ou curado eacute rico em nutrientes que passaram parcialmente

da forma orgacircnica para a forma mineral assimilaacutevel pelas raiacutezes e com maior teor

coloidal que atua como fertilizante e eacute responsaacutevel pela capacidade melhoradora do

solo (Barreto 1985)

Uma das principais alternativas em termos de adubaccedilatildeo orgacircnica eacute o

vermicomposto Ele eacute um adubo orgacircnico estaacutevel rico em nutrientes inodoro de

coloraccedilatildeo escura obtido a partir da atividade das minhocas que potencializam a mateacuteria

prima utilizada no processo (principalmente esterco de bovino) proporcionando

diversos benefiacutecios para as plantas (Timm 2000)

231 Efeitos da adubaccedilatildeo orgacircnica no solo

O solo funciona como um organismo vivo em 1 grama de solo saudaacutevel vive uma

comunidade bioloacutegica de aproximadamente 1 0 0 0 0 espeacutecies diferentes como minhocas

larvas besouros colecircmbolos aacutecaros algas bacteacuterias e fungos Estes organismos

necessitam de alimentos para viver principalmente carbono e nitrogecircnio que estatildeo

presentes na palhada das culturas e no esterco de animais Em funccedilatildeo disso eacute

importante que o solo tenha um determinado teor de mateacuteria orgacircnica para fornecer os

alimentos e energia que os microacutebios precisam para viver (Paulus et al 2001)

O homem atraveacutes dos diferentes sistemas de preparo do solo e cultivos contiacutenuos

ou natildeo altera o comportamento do mesmo em relaccedilatildeo agraves reaccedilotildees quiacutemicas

propriedades fiacutesicas como capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua lixiviaccedilatildeo de nutrientes

erosatildeo e como consequumlecircncia afeta a qualidade de organismos presentes no solo (Brady

1999) reduzindo paulatinamente o teor de mateacuteria orgacircnica (Primavesi1982)

Nos uacuteltimos anos tem-se observado em diferentes paiacuteses a ampliaccedilatildeo do uso de

adubos orgacircnicos Alguns apresentam oacutetimos resultados enquanto outros se mostram

tecnicamente inadequados Os principais adubos orgacircnicos encontrados no mercado satildeo

fertilizantes orgacircnicos de origem animal compostos de lixo urbanos compostos de

produtos industriais e huacutemus de minhoca Nestes fertilizantes estatildeo presentes a maioria

dos macronutrientes (nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre) e

micronutrientes (zinco cobre boro ferro cobalto)essenciais para as plantas e nem

sempre encontrados em muitos fertilizantes minerais bem como uma gama de

microorganismos que vatildeo beneficiar a fauna e a flora do solo (Brady 1979 Kiehl

1985 Costa 1985 Garcia 1997)

14

Os adubos orgacircnicos satildeo amplamente empregados nos sistemas de produccedilatildeo de

alface como condicionadores do ambiente quiacutemico e fiacutesico da rizosfera e

consequumlentemente na resposta bioloacutegica das plantas (Rodrigues amp Casali 1998)

Considerando as necessidades hortiacutecolas de maior competitividade e o fato de natildeo

ser subsidiada o crescimento populacional e a industrializaccedilatildeo representam fatores

determinantes na geraccedilatildeo diaacuteria de enormes volumes de resiacuteduos podendo ser utilizados

pelos produtores com um maior retomo econocircmico possiacutevel Ao mesmo tempo a

questatildeo ambiental assume cada vez mais destaque na sociedade moderna repercutindo

em poliacuteticas governamentais bem como no setor produtivo do paiacutes e do mundo

fazendo com que a relaccedilatildeo do homem com a natureza seja repensada (Morselli 2001)

232 Efeitos da adubaccedilatildeo orgacircnica nas culturas

Segundo Paulus et al (2001) a mateacuteria orgacircnica tambeacutem eacute fonte de nutrientes

especialmente nitrogecircnio foacutesforo enxofre e micronutrientes aleacutem disso tem

capacidade de ldquoprenderrdquo micronutrientes e alguns elementos toacutexicos para as plantas

como o alumiacutenio Por exemplo os micronutrientes depois de presos satildeo liberados

lentamente no solo onde satildeo gradativamente aproveitados pelas plantas

O uso dos fertilizantes minerais elevam o custo de produccedilatildeo pois satildeo necessaacuterias

altas doses para o fornecimento dos teores de nutrientes demandados Por isso eacute

importante a geraccedilatildeo de tecnologias que poupem o consumo de fertilizantes minerais

desejaacutevel com vista agrave diminuiccedilatildeo do custo de produccedilatildeo (Rodrigues 1984) A produccedilatildeo

de hortaliccedilas sob a orientaccedilatildeo agroecoloacutegica leva em consideraccedilatildeo natildeo apenas os custos

de produccedilatildeo como tambeacutem a dependecircncia dos insumos principalmente quando se

considera a ldquoteoria da trofobioserdquo pelos efeitos maleacuteficos que os nutrientes prontamente

assimilaacuteveis podem causar as plantas (Chaboussou 1987)

Para Compagnoni amp Putzolu (1985) o vermicomposto eacute um autecircntico fertilizante

bioloacutegico que atua como corretivo do solo determinando caracteriacutesticas importantes

para a microflora pelos aacutecidos huacutemicos e as substacircncias fitoestimulantes Os autores

consideram ainda que as dejeccedilotildees das oligoquetas proporcionam a formaccedilatildeo de huacutemus

permitindo melhorar o solo razatildeo pela qual satildeo destinados agrave horticultura com oacutetimas

vantagens fiacutesicas e microbioloacutegicas enriquecendo a camada araacutevel

Em experimentos desenvolvidos durante cinco anos para avaliar o efeito da

aplicaccedilatildeo de compostos eou adubos nas culturas de alface manjericatildeo espinafre e

15

pepino Valenzuela amp Crosby (1998) compararam as produccedilotildees obtidas com composto

e a fertilizaccedilatildeo padratildeo e concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo do composto em 20 Mg ha 1 mais

N-quiacutemico foi o melhor tratamento em todas as culturas estudadas

233 Plantas de cobertura do solo

As plantas mais usadas para adubaccedilatildeo de cobertura do solo satildeo as leguminosas

pois estas tecircm a capacidade de fixar o nitrogecircnio atmosfeacuterico e disponibiliza-lo agrave

cultura Primavesi (1992) cita que utilizando-se mucuna ervilhaca feijatildeo-de-porco

feijatildeo-miuacutedo crotalaacuteria e outras natildeo haacute necessidade de utilizar tanto nitrogecircnio em

cobertura embora natildeo se dispense uma calagem mais frequumlente pois ocorre um pouco

de acidificaccedilatildeo no solo como com qualquer adubaccedilatildeo nitrogenada Segundo a mesma

autora algumas leguminosas tecircm a capacidade de mobilizar o foacutesforo como o caupi

(feijatildeo-miuacutedo) outras mobilizam o caacutelcio como tremoccedilo

Para Brady (1999) a adubaccedilatildeo verde traz grandes benefiacutecios como suprimento de

mateacuteria orgacircnica sendo consideraacutevel a quantidade de resiacuteduos orgacircnicos devolvidos ao

solo adiccedilatildeo de nitrogecircnio nutrientes e conservaccedilatildeo do solo

Calegari (1998) comenta que quanto aos aspectos fiacutesicos os resiacuteduos tendem a

contribuir para uma melhoria da estrutura do solo percebida pelo aumento da

estabilidade dos agregados em aacutegua aumento da capacidade de retenccedilatildeo hiacutedrica

elevaccedilatildeo dos iacutendices de infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo aumento da porosidade melhor

aeraccedilatildeo e diminuiccedilatildeo da densidade do solo

De acordo com Timm (2000) o papuatilde eacute uma excelente alternativa como cobertura

de solo para o cultivo miacutenimo da cebola pois na eacutepoca do transplante das mudas seu

ciclo vegetativo estaacute completo natildeo necessitando o dessecamento outra vantagem eacute que

o papuatilde apresenta bom controle com relaccedilatildeo agraves plantas invasoras da cebola reduzindo

ao longo dos anos o nuacutemero de capinas e a aplicaccedilatildeo de herbicidas

234 Adubaccedilatildeo foliar

Segundo Malavolta (1981) a utilizaccedilatildeo da adubaccedilatildeo foliar eacute complemento da

adubaccedilatildeo de solo natildeo substituto da mesma no que diz respeito ao fornecimento de

nitrogecircnio foacutesforo e potaacutessio para as culturas Da mesma maneira que as raiacutezes podem

perder para o solo parte dos elementos absorvidos as folhas tambeacutem o fazem pela accedilatildeo

16

de fatores internos (desordem fisioloacutegica estado nutricional etc) e externos (chuvas

orvalho nutriccedilatildeo do sistema radicular luz temperatura etc)

Para Chaboussou (1987) as plantas adquirem o maacuteximo de resistecircncia bioloacutegica

atraveacutes da nutriccedilatildeo (trofos) equilibrada Obviamente para que isto ocorra eacute necessaacuterio

que o solo esteja em equiliacutebrio dinacircmico o ambiente seja o mais estaacutevel e as plantas

selecionadas ou melhor adaptadas para poderem suportar as alteraccedilotildees extemporacircneas

ocasionadas pelos fenocircmenos meteoroloacutegicos e nas fases fonoloacutegicas criacuteticas do

crescimento e desenvolvimento (Pinheiro amp Barreto 2000)

O lixiviado das folhas enriquece as camadas superiores do solo e tende a

contrabalanccedilar as perdas de zonas mais profundas e mais distantes acumulando-os nas

suas proximidades tambeacutem influencia o nuacutemero e o comportamento dos

microrganismos que por sua vez alteram o processo de gecircnese do solo sua textura e

fertilidade A lixiviaccedilatildeo assim se toma importante no desenvolvimento da sucessatildeo

ecoloacutegica devido agrave ciclagem de elementos (Malavolta 1980)

Conforme Camargo (1975) a utilizaccedilatildeo de adubos foliares substitui parcialmente

a adubaccedilatildeo radicular em 20 a 25 podendo ser utilizada em varias pulverizaccedilotildees

24 Vermicompostagem

E o processo que consiste em se submeter diferentes resiacuteduos orgacircnicos de

origem animal eou vegetal aos processos fermentativos e humificaccedilatildeo adicionando

minhocas do gecircnero Eiseina espeacutecie foetida ao material procurando obter um produto

curado em aproximadamente 45 - 60 dias (Compagnoni amp Putzolu 1985)

A vermicompostagem firmou-se no Brasil como atividade rentaacutevel produzindo

adubo de alta qualidade na deacutecada de 90 Na agricultura brasileira contudo haacute

preferecircncia pelos adubos quiacutemicos em funccedilatildeo de sua aquisiccedilatildeo financiada menor custo

e retomo imediato embora o impacto de seu uso contiacutenuo sobre o solo e os

microorganismos que nele vivem seja negativo (Tagliari amp Grassmann 1995)

Segundo Morselli (2002) a vermicompostagem difere da compostagem

convencional dentre outros pocircr formar substacircncias huacutemicas mais rapidamente ao sofrer

passagem pelo trato digestivo das minhocas A alirdentaccedilatildeo destas satildeo basicamente os

estercos e a disponibilidade desta mateacuteria prima bem como de ambiente protegido para

proceder a compostagem correta deste material satildeo indispensaacuteveis

17

Segundo Kiehl (1985) e Martinez (1990) o vermicomposto apresenta as seguintes

vantagens em relaccedilatildeo a compostagem permite a formaccedilatildeo de um produto curado em

menor espaccedilo de tempo promove a formaccedilatildeo de um material com maior

disponibilidade de nutrientes facilita o peneiramento natildeo havendo a necessidade de

revolvimento do material oferece vaacuterias fontes de renda pois aleacutem do huacutemus fornece

minhocas e raccedilatildeo e quando aplicado ao solo tende a melhorar as propriedades fiacutesicas

quiacutemicas e bioloacutegicas

241 Resiacuteduos utilizados na vermicompostagem

2411 Resiacuteduos de origem animal

Segundo Bureacutes (1997) o esterco eacute uma mistura de fezes urina e camas que

podem estar constituiacutedas de palhas folhas secas serragem turfa casca de arroz e ateacute

terra Esse apresenta pH neutro e densidade que varia de 030 a 090 Kg dm3 segundo

seu estado de decomposiccedilatildeo Eacute influenciado por vaacuterios fatores como espeacutecie animal

raccedila idade alimentaccedilatildeo material utilizado como cama e tratamento da mateacuteria-prima

esterco (Kiehl 1985) Dentre os fatores apontados um dos mais importantes eacute a

alimentaccedilatildeo do animal quanto mais rica a alimentaccedilatildeo mais rica seraacute as dejeccedilotildees

(Gnoatto 1999) O volume de bacteacuterias vivas ou mortas encontradas no esterco

representam 20 a 30 do total delas se originam grande parte do nitrogecircnio sob a

forma de proteiacutena (Morselli 2002)

A origem do material utilizado para a produccedilatildeo de vermicomposto eacute fundamental

pois soacute uma mateacuteria-prima de qualidade resultaraacute em um produto final de boa qualidade

Dentre os estercos o de aves eacute empregado empiricamente na adubaccedilatildeo de culturas

permanente ou natildeo com excelentes resultados apesar de sua simples composiccedilatildeo

meacutedia 2 de nitrogecircnio 2 de foacutesforo como P2 0 5 e 1 de K2 0 Poreacutem haacute uma

grande variaccedilatildeo na sua constituiccedilatildeo a qual dependeraacute do manejo animal atraveacutes das

camas finalidade da criaccedilatildeo e natureza das camas (Morselli 2002)

2412 Resiacuteduos de origem vegetal

A mateacuteria orgacircnica pode ser preservada no solo por vaacuterios processos seja pela

simples incorporaccedilatildeo de resiacuteduos de culturas rotaccedilatildeo de culturas adubaccedilatildeo verde ou

18

pela adiccedilatildeo de materiais orgacircnicos capazes de elevar e manter a produtividade do solo

Da decomposiccedilatildeo dos resiacuteduos orgacircnicos adicionados ao solo resulta a liberaccedilatildeo de

grande quantidade de nutrientes principalmente o nitrogecircnio o potaacutessio e o enxofre

Aleacutem disso diversos atributos quiacutemicos e fiacutesicos do solo satildeo alterados pela

decomposiccedilatildeo desses resiacuteduos destacando-se o aumento da capacidade de troca de

caacutetions o aumento da retenccedilatildeo de aacutegua a melhoria da estabilidade dos agregados e da

aeraccedilatildeo (Fraser1963 Malavolta 1981 Mello et al 1983 Bonilla 1992)

Segundo Purcino (1981) quando a relaccedilatildeo CN eacute menor que 30 como no caso do

esterco de curral ou da palha de leguminosas a disponibilidade de nitrogecircnio eacute

imediata mas acima deste valor ocorre imobilizaccedilatildeo crescente deste nutriente Por esse

motivo estes materiais devem ser submetidos a uma degradaccedilatildeo bioloacutegica antes de

serem adicionados ao solo

25 Biofertilizantes

No Brasil ocorrem problemas crescentes com materiais derivados de sistemas

intensivos de criaccedilatildeo animal que acumulam resiacuteduo^ orgacircnicos com graves problemas

de contaminaccedilatildeo de cursos de aacutegua que na maioria das vezes se acumulam em um

uacutenico lugar e natildeo satildeo reciclados (Viglizzo 1995)

Visando amenizar tais situaccedilotildees os meacutetodos alternativos de adubaccedilatildeo controle de

doenccedilas pragas e plantas indesejaacuteveis tecircm sido muito estudado Dentro dessa linha de

pesquisa destaca-se o uso de mateacuteria orgacircnica atraveacutes tanto de sua incorporaccedilatildeo ao

solo como de sua transformaccedilatildeo para uso posterior na forma de biofertilizantes

(Khatounian 1997 Bettiol et al 1997)

Na complexa e elevada comunidade microbiana dos biofertilizantes encontram-se

bacteacuterias fungos leveduriformes filamentosos e actinomicetos (Bettiol apud Penteado

1999)

O agregado de macro e micronutrientes periodicamente ativa e enriquece a

fermentaccedilatildeo O uso de farinha de rocha tem sido vantajoso por ter baixo custo

comparado com os sais concentrados e purificados aleacutem de trazer alguns elementos

traccedilos de vital importacircncia para os microrganismos do solo como por exemplo o Gaacutelio

o Iodo e o Vanaacutedio (M1BASA 199-) O agregado de farinha de rocha ou sais

purificados ao fermentado faz com que estes nutrientes passem a fazer parte dos

microrganismos ou dos produtos orgacircnicos liberados durante a fermentaccedilatildeo sendo que

19

o ataque dos microrganismos atraveacutes de suas enzimas consegue liberar os elementos natildeo

atacados pelos aacutecidos industriais (Pinheiro amp Barreto 2000)

Os biofertilizantes tecircm sido empregados na agricultura ecoloacutegica como adubo

foliar para aumentar a resistecircncia contra pragas e doenccedilas Aleacutem disso o processo de

produccedilatildeo eacute bastante simples e por isso eacute viaacutevel sua produccedilatildeo na propriedade desde que

tenha esterco disponiacutevel (Penteado 1999)

Bettiol et al (1997) verificaram a presenccedila de diferentes espeacutecies de fungos

fiacutelamentosos e leveduriformes e bacteacuterias entre elas Bacillus spp na comunidade

microbiana do biofertilizante produzido segundo meacutetodo adotado pelo Centro de

Agricultura Ecoloacutegica Ipecirc Os autores verificaram ainda uma reduccedilatildeo da comunidade

microbiana ao longo da digestatildeo reduccedilatildeo essa mais acentuada logo apoacutes o acreacutescimo

dos sais contendo micronutrientes A accedilatildeo dos sais pode ser tanto por aumento na

pressatildeo osmoacutetica quanto pelo efeito direto sobre os microrganismos Para o controle de

doenccedilas de plantas satildeo importantes a presenccedila dos metaboacutelitos produzidos pelos

organismos presentes no biofertilizante e os proacuteprios microrganismos vivos

Os microrganismos transformam o material orgacircnico (esterco soro de leite caldo

de frutas palhas restos industriais etc) e cinzas produzindo vitaminas aacutecidos e sais

complexos importantes para regular e tonificar o metabolismo das plantas impedindo o

desenvolvimento de pragas e doenccedilas (Pinheiro amp Barreto 2000)

Em estudos feitos com o biofertilizante liacutequido de bovinos foi observado a

presenccedila de inuacutemeros microorganismos como bacteacuterias leveduras e bacilos

principalmente do Bacillus subtilis Estes microorganismos sintetizam substacircncias

antibioacuteticas as quais demonstram ter grande accedilatildeo e eficiecircncia como substacircncias

fungiostaacuteticas e bacteriostaacuteticas de fitopatoacutegenos causadores de danos em lavouras

comerciais (Penteado 1999)

Aldrighi et al (2002) realizaram trabalho na UFPel relacionado agrave nutriccedilatildeo de

mudas de tomate (Floradade) produzidas no sistema ldquofloatingrdquo Utilizaram-se doses de

0 2 5 e 10 para o biofertilizante Super Magro e 0 e 1 para a urina de vaca

Concluiacuteram que estes natildeo interferem na produccedilatildeo das mudas e que provavelmente foi

influenciado pelo substrato utilizado (vermicomposto 75 e casca de arroz carbonizada

25) bem como o sistema de produccedilatildeo (floating)

Paglia et al (2002) citam que eacute possiacutevel produzir mudas de tomate (cultivar

Floradede) utilizando urina de vaca e biofertilizante Super Magro na aacutegua em sistema

ldquofloatingrdquo em trabalho realizado na UFPel O uso da urina de vaca a 1 e 5 e

20

biofertilizante Super Magro a 6 proporcionam uma elevaccedilatildeo do foacutesforo bem como o

Super Magro a 6 eleva os teores de Mg e Ca na aacutegua

251 Urina de vaca

As urinas de vaca contecircm nutrientes favoraacuteveis ao bom desenvolvimento das

plantas como potaacutessio soacutedio nitrogecircnio enxofre magneacutesio caacutelcio foacutesforo e traccedilos de

outros elementos Nas plantas funciona como um fertilizante natural tomando-as mais

resistentes ao ataque das pragas e doenccedilas Satildeo encontradas tambeacutem na urina outras

substacircncias como fenoacuteis e principalmente o catecol que esta associado agrave recuperaccedilatildeo

de plantas atacadas por fitopatoacutegenos por ser um produto anti-seacuteptico (Penteado 1999)

Para seu emprego a urina receacutem coletada deve ser armazenada sob condiccedilotildees

ambientais por trecircs dias para que se forme amocircnio importante produto a ser absorvido

pelas plantas Recomenda-se ainda que o armazenamento deva ser feito em recipiente

fechado para que natildeo ocorram perdas de nitrogecircnio Desta forma poderaacute permanecer

por ateacute um ano sem comprometer sua eficiecircncia

Em hortaliccedilas o uso da urina de vaca eacute recomendado em pulverizaccedilotildees foliares

semanais na concentraccedilatildeo de 05 para tomateiro pimentatildeo pepino feijatildeo vagem e

couve ou quinzenais a 1 para as culturas do quiabeiro jiloeiro e berinjela Para

fruteiras em geral a primeira aplicaccedilatildeo deve ser na concentraccedilatildeo aproximada de 5

realizada diretamente no solo e mensalmente devem ser realizadas pulverizaccedilotildees

foliares a 1 para plantas jovens e a 5 para plantas adultas (Penteado 1999)

Na aplicaccedilatildeo foliar deve-se ter cuidado com folhas e brotos novos e considerar que

o uso contiacutenuo pode ser toacutexico podendo afetar o solo causando a sua acidificaccedilatildeo

(Penteado 1999)

Na Estaccedilatildeo Experimental da PESAGRO no municiacutepio de Macaeacute Rio de Janeiro

estaacute se utilizando a urina de vaca leiteira Os pesquisadores descobriram que a urina de

vaca em lactaccedilatildeo produzia o efeito de recuperar plantas de abacaxi atacadas por uma

doenccedila conhecida como ldquofusairioserdquo Essa doenccedila quando ataca o abacaxi causa

perdas de ateacute 70 da safra Todos os agrotoacutexicos testados natildeo conseguiram controlar a

doenccedila Isto eacute um exemplo para que a universidade tenha uma nova percepccedilatildeo (Capra

1996) adotando medidas efetivas que contribuam na transiccedilatildeo agroecoloacutegica Com o

uso da urina de vaca leiteira numa lavoura de abacaxi atacada pela fusariose observou-

se agrave recuperaccedilatildeo do stand e os frutos produzidos apresentaram excelente padratildeo

21

comercial Descobriu-se que aleacutem funcionar como adubo e defensivo natural a urina de

vaca leiteira tambeacutem favorece a floraccedilatildeo de muitas plantas e pode ser usada no

tratamento de frutos e tubeacuterculos depois da colheita

A urina de vaca em lactaccedilatildeo tambeacutem estaacute sendo usada nas lavouras de cafeacute em

plantaccedilotildees de maracujaacute coco alface e outras hortaliccedilas Na regiatildeo centro-sul do Paranaacute

os agricultores estatildeo aplicando a urina de vaca leiteira nas lavouras de feijatildeo soja

batata cebola e milho (Penteado 1999)

252 Alhol

A maioria dos defensivos alternativos tais como calda bordalesa sulfocaacutelcica

aacutegua de cinza e cal biofertilizante enriquecido extrato de fumo entre outros precisa

ser misturada com um espalhante adesivo para quebrar a tensatildeo superficial da gota e

propiciar um melhor molhamento das folhas e demais partes pulverizadas assegurando

uma absorccedilatildeo mais efetiva e uma melhor accedilatildeo sobre as pragas e doenccedilas Quando as

gotas permanecem inteiras sobre a superfiacutecie folhar devido agrave falta de espalhante

adesivo pode-se danificar os tecidos vegetais pelc efeito-lente quando o sol incide

sobre elas Aleacutem disso a gota por natildeo se espalhar sobre toda superfiacutecie folhar

concentra nela e consequumlentemente sobre o tecido que estaacute em contato com ela uma

quantidade maior do produto aplicado Essa maior concentraccedilatildeo pode prejudicar a

absorccedilatildeo e lesionar os tecidos principalmente apoacutes a evaporaccedilatildeo da aacutegua contida na

gota por resultar em uma maior concentraccedilatildeo de sais no local especialmente quando se

aplicam por exemplo calda sulfocaacutelcica bordalesa biofertilizante enriquecido com

macro e micronutrientes (Claro 2001)

O alhol eacute um espalhante adesivo ecoloacutegico que tambeacutem auxilia no controle de

pragas E elaborado com aacutegua alho oacuteleo vegetal e sabatildeo neutro a partir da sabedoria

popular que menciona o alho como repelente de insetos Juacutenior Abreu amp Maiorano

(199-) indicam formulaccedilotildees contendo alho para o controle de pragas como nematoacuteides

(Meloidogyne incoacutegnita e M javanica) mosca do chifre lagarta na maccedilatilde pulgotildees

besouro da batata trips e para controle de doenccedilas fuacutengicas e bacterianas como miacuteldio

ferrugem fusariose helminthosporiose murchadeira (Pseudonamos solacearum)

bruzone do arroz (Pyricularia orysae) podridatildeo negra do repolho e couve-flor

(Xanthomonas campestris) Aleacutem disso o alho pelo seu bom teor em oacuteleo pode agir

tambeacutem como espalhante adesivo O sabatildeo tambeacutem eacute indicado como espalhante adesivo

22

e possui accedilatildeo contra certas pragas (pulgotildees) sendo que o oacuteleo vegetal eacute indicado no

controle de cochonilhas e usado como espalhante adesivo (Claro 2001)

253 Calda Bordalesa

A calda bordalesa eacute um tradicional defensivo agriacutecola que pode ser preparado na

propriedade com a mistura de sulfato de cobre cal virgem e aacutegua As concentraccedilotildees de

sulfato de cobre e cal satildeo distintas dependendo do objetivo do seu emprego

Geralmente diferem de acordo com o tipo de planta ou espeacutecie vegetal as condiccedilotildees

climaacuteticas o grau de infestaccedilatildeo da doenccedila e a fase de crescimento da planta Eacute indicada

para o controle de miacuteldio alternaacuteria botrytis e antracnose (Penteado 1999)

A calda bordalesa caracteriza-se pela sua importante accedilatildeo no controle de diversas

doenccedilas fungicas nas mais diversas espeacutecies de culturas Possui tambeacutem uma relativa

accedilatildeo bactericida e em alguns casos age como repelente de insetos Da mistura do

sulfato de cobre com a cal resulta uma soluccedilatildeo rica em macronutrientes e

micronutrientes Provavelmente os expressivos resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo da

calda bordalesa devam-se natildeo somente a sua accedilatildeo fuacutengica e bactericida mas sobretudo

agrave influecircncia positiva que exerce no metabolismo das plantas ativando o processo

enzimaacutetico e estimulando a proteossiacutentese aumentando a resistecircncia das plantas (Claro

2 0 0 1 ) caracteriacutestica fundamental na agricultura sustentaacutevel

254 Biofertilizante Super Magro

A calda Super Magro eacute produto da fermentaccedilatildeo de estercos animais enriquecidos

por micronutrientes e outros produtos de origem animal obtendo-se uma calda

biofertilizante para aplicaccedilatildeo foliar nas plantas (Penteado 1999) jaacute foram observados

bons resultados principalmente nas culturas de uva maccedila pecircssego tomate batata e

hortaliccedilas em geral

E indicado como fonte suplementar de micronutrientes para as plantas inibidor

de fungos e bacteacuterias causadores de doenccedilas e para aumentar a resistecircncia contra insetos

e aacutecaros (Penteado 1999) i

Muller (1999) avaliou a influecircncia do biofertilizante Super Magro sobre as

culturas de tomate (Lycopersicon esculentum Mill) ervilha (Pisum sativum L) e

beterraba (Beta vulgaris L) O autor obteve cultivos com baixa severidade de doenccedilas e

23

insetos fitoacutefagos possivelmente por causa do manejo orgacircnico de produccedilatildeo Os

resultados das pulverizaccedilotildees das soluccedilotildees foliares variaram conforme a cultura e o

clima

255 Biofertilizante MB4

A utilizaccedilatildeo das farinhas de rochas eacute uma das teacutecnicas mais modernas usadas nos

uacuteltimos anos na agricultura O elevado nuacutemero de nutrientes contidos no MB4 como

cobre zinco manganecircs cobalto soacutedio alumiacutenio silicatos de magneacutesio ferro e caacutelcio

acompanhado de foacutesforo potaacutessio e enxofre reagem com a soluccedilatildeo do solo liberando

elementos essenciais ao desenvolvimento da vida microbiana os quais exercem um

papel fundamental atraveacutes de transformaccedilotildees quiacutemicas e do equiliacutebrio bioloacutegico

favorecendo o desenvolvimento sadio das plantas (Pinheiro amp Barreto 2000)

24

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

31 Local de execuccedilatildeo do experimento

O presente trabalho foi conduzido no Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul

(FEPAGROSUL) no municiacutepio de Rio Grande nlt periacuteodo de 15 de maio a 26 de

agosto de 2 0 0 2

O solo eacute classificado como ldquoTuiardquo satildeo muito arenosos As massas aquaacuteticas do

Oceano Atlacircntico e Lagoa dos Patos influenciam ventos temperatura pressatildeo umidade

relativa e demais fatores climaacuteticos A topografia da regiatildeo litoracircnea eacute plana com

lenccediloacuteis freaacuteticos superficiais

32 Anaacutelise estatiacutestica

O experimento foi constituiacutedo em fatorial 3X3 (Quadro 1) com quatro repeticcedilotildees

no delineamento blocos ao acaso As variaacuteveis respostas foram submetidas agrave anaacutelise de

variaccedilatildeo e ao teste de Duncan a 5 de probabilidade para comparaccedilatildeo das meacutedias

utilizando-se o sistema SANEST (Zonta amp Machado 1984)

As anaacutelises estatiacutesticas das variaacuteveis estudadas encontram-se nos Apecircndices C D

Os resultados das respostas agronocircmicas e das determinaccedilotildees dos conteuacutedos dos

macronutrientes bem como os de raiz estatildeo nas tabelas de 1 a 3

25

As diferentes adubaccedilotildees seratildeo representadas durante a discussatildeo da seguinte

forma 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e EC

(60 t ha 1 de esterco de curral) 1 VB+SM+U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais

super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+SM+U+CB (45 t ha 1 de

vermicomposto mais super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa)

EC+SM+U+CB (60 t ha 1 de esterco de curral mais super magro mais urina de vaca

mais calda bordalesa) 1 VB+MB4 +U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais MB4 mais

urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+MB4 +U+CB (45 t ha 1 de vermicomposto

mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa) EC+MB4 +U+CB (60 t ha 1 esterco

de curral mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa)

QUADRO 1 Descriccedilatildeo dos fatores experimentais e respectivos niacuteveis

Niacuteveis Fator 1 ADUBACcedilAtildeO DE BASE

0 1 Vermicomposto (30 t ha1)

0 2 Vermicomposto (45 t ha1)

03 Esterco de curral (60 t ha1)

Niacuteveis Fator 2 BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS

0 1 Super magro (5) + Urina de Vaca + Calda Bordalesa

0 2 MB4 (10) + Urina de vaca + Calda Bordalesa

03 Ausecircncia (testemunha)

33 Tratamentos

Da combinaccedilatildeo entre niacuteveis e fatores foram obtidos 9 tratamentos que estatildeo

descritos no Quadro 2 bem como as doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

26

QUADRO 2 Tratamentos e doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

TRATAMENTOS

Ndeg FATOR I FATOR II

0 1 30 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

0 2 30 t harsquo de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

03 30 t ha de vermicomposto - - -

04 45 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

05 45 t ha de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

06 45 t ha de vermicomposto - - -

07 60 t hade esterco Super Magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

08 60 t hade esterco MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

09 60 t hade esterco - - -

Cada parcela foi constituiacuteda por dois canteiros medindo 1 m de largura x 2 m de

comprimento perfazendo 075 m de aacuterea de aacuterea uacutetil (025 m de bordadura) Foi

utilizando semeadura a lanccedilo com densidade de 24 g canteiro1

O vermicomposto a urina de vaca o esterco de curral o alhol os biofertilizantes e

a calda bordalesa foram de procedecircncia do Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul O

vermicomposto de esterco bovino misturado agraves cascas de frutas foi processado pela

minhoca vermelha califomiana Eisenia foetida)

O biofertilizante Super Magro foi elaborado segundo a metodologia descrita pela

FEPAGROSUL utilizando-se os seguintes componentes 190 litros de aacutegua 22 litros

de leite 55 Kg de accediluacutecar mascavo 30 Kg de esterco fresco de bovinos 2 Kg de

Sulfato de zinco 2 Kg de sulfato de magneacutesio 2 Kg de cloreto de caacutelcio 1 Kg de aacutecido

boacuterico 300 g de sulfato de cobre 300 g de sulfato de ferro 300 g de sulfato de

manganecircs 100 g de molibdato de soacutedio 50 g de sulfato de cobalto 3 Kg de fosfato

natural 3 Kg de cinza e 200 g de farinha de osso

A urina de vaca em lactaccedilatildeo foi coletada pela manhatilde e armazenada em recipiente

fechado por trecircs dias em condiccedilotildees ambientais para que se formasse a amocircnia e natildeo

ocorresse perda de nitrogecircnio

28

Realizaram-se duas capinas manuais durante o experimento e em seguida como

cobertura se colocou casca de arroz Tambeacutem foi aplicado esterco de aves 30 dias antes

da colheita na quantidade de 05 Kg canteiro 1 como adubaccedilatildeo de cobertura

As pulverizaccedilotildees com os produtos iniciaram apoacutes 15 dias da germinaccedilatildeo

Realizou-se sete aplicaccedilotildees sendo que as duas primeiras foram feitas apenas com

Super Magro e MB4 Na terceira e na quarta aplicaccedilatildeo utilizou-se urina de vaca e calda

bordalesa em concentraccedilotildees menores (05 e 025 respectivamente) e na quinta

aplicaccedilatildeo as dosagens de urina de vaca e calda bordalesa foram elevadas para 1 0 e

05 respectivamente ateacute o final do experimento O alhol foi utilizado a partir da

terceira pulverizaccedilatildeo na quantidade de 2 e seguiu ateacute o final no dia 26 de agosto

quando as mudas foram colhidas e posteriormente analisadas as variaacuteveis

35 Observaccedilotildees agronocircmicas

Foram utilizadas 20 mudas de cebola para obtenccedilatildeo das meacutedias das variaacuteveis as

quais foram as seguintes

351 Fitomassa fresca da parte aeacuterea e raiacutezes

Foi realizada atraveacutes de uma balanccedila digital procedendo-se a pesagem de 20

mudas de cebola previamente lavadas e posteriormente secadas durante uma hora sobre

um tecido de algodatildeo agrave temperatura ambiente Processo idecircntico foi adotado com as

raiacutezes

352 Fitomassa seca da parte aeacuterea e raiacutezes

Esta variaacutevel foi obtida a partir da secagem preliminar em estufa de ar forccedilado

durante 48 horas a 65 C ateacute peso constante com posterior pesagem em balanccedila

analiacutetica

353 Altura da muda

A altura de muda foi medida a partir do colo das plantas ateacute sua uacuteltima folha

(ponto de crescimento) com uma reacutegua graduada de 40 cm

29

354 Diacircmetro do colo das plantas

Esta medida foi realizada no ponto de transplante a 2 mm das raiacutezes e utilizando-

se um paquiacutemetro SOMET

355 Sistema radicular

Ao teacutermino do experimento foram retiradas as raiacutezes das mesmas plantas que foram

utilizadas para as determinaccedilotildees realizadas na parte aeacuterea procedendo-se uma amostra

de solo com raiacutezes de 2 0 cm de largura x 2 0 cm de comprimento e 2 0 cm de altura

totalizando 8000 cm3

As raiacutezes apoacutes serem lavadas em aacutegua corrente foram pesadas acondicionadas em

sacos plaacutesticos e congeladas para posteriores anaacutelises pelo meacutetodo de Tennant (1975)

para a determinaccedilatildeo do comprimento e densidade

3551 Comprimento de raiz

Utilizou-se para a determinaccedilatildeo do comprimento de raiz as seguintes foacutermulas

1 = ndeg x 1114 x 1 onde

1 - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 0 0 2 g

ndeg - nuacutemero de intercessotildees das raiacutezes com os lados da quadriacutecula da malha do

aparelho

1114 - constante

1 - medida lateral da quadriacutecula em cm

Tomando-se a fiacutetomassa seca e o comprimento da raiz da cada amostra

relacionou-se com a fiacutetomassa seca e o comprimento total da raiz da planta aplicando-

se a seguinte equaccedilatildeo

L = (FSR x 1) FSPA onde

L - comprimento total da raiz da planta (m)

FSR - fiacutetomassa seca de raiz

FSPA - fiacutetomassa seca da parte aeacuterea

L - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 002g

3552 Densidade de raiz

A densidade foi determinada pela foacutermula

D = L 8000 onde

D - densidade de raiacutezes (m cm3)

30

L - comprimento total de raiacutezes (m)

8 0 0 0 - volume da amostra (cm3)

3553 Razatildeo parte aeacutereasistema radicular

Este paracircmetro foi obtido pela equaccedilatildeo

RPASR = FSPA FSR onde

RPASR - razatildeo parte aeacuterea sistema radicular

FSPA - fitomassa seca da parte aeacuterea

FSR - fitomassa seca do sistema radicular

36 Determinaccedilatildeo de macronutrientes no tecido vegetal

Os macronutrientes nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio foram

determinados no laboratoacuterio de Fertilidade e Anaacutelise de Plantas do Departamento de

Solos da UFPel atraveacutes dos meacutetodos descritos por Tedesco amp Gianello (1996)

31

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 Anaacutelise das variaacuteveis

A anaacutelise da variaccedilatildeo mostrou que houve diferenccedila significativa na interaccedilatildeo entre

os fatores de adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes liacutequidos com exceccedilatildeo da variaacutevel altura

de planta para a qual somente a adubaccedilatildeo de base mostrou-se significativa (Apecircndices

C D e E Tabelas 1C 1D e 1E)

411 Anaacutelise da parte aeacuterea

Na Tabela 1 destacaram-se as adubaccedilotildees EC+SM+U+CB EC+MB4 +U+CB e EC

que diferiram significativamente das demais adubaccedilotildees para as variaacuteveis fiacutetomassa

fresca da parte aeacuterea (FFPA) fiacutetomassa seca da parte aeacuterea (FSPA) altura de planta

(AP) e diacircmetro do colo (DC)

32

TABELA 1 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

30 t ha de vermicomposto 7015 c A45 t halsquo de vermicomposto 7824 b B60 t ha de esterco de curral 12248 a C

30 t ha de vermicomposto 667 c A45 t ha de vermicomposto 752 b A60 t ha de esterco de curral 1150a C

30 t ha de vermicomposto 2975 b A45 t harsquo de vermicomposto 2775 b A60 t ha de esterco de curral 3600 a B

30 t ha de vermicomposto 631 b A45 t ha de vermicomposto 6 2 2 b B60 t ha de esterco de curral 741 a C

-Fitomassa fresca (g)----------------6270 c B 6885 b A8832 b A 6308 c C

15082 a A 13934 a BmdashFitomassa seca (g)----------------

625 c A 655 b A830 b A 607 b B

1345 a A 1262 a B-Altura de planta (cm)----------------

2950 b A 3050 b A2937 b A 2950 b A 3975 a A 3622 a B

-Diacircmetro de colo (mm)---------------592 c B 599 b B 657 b A 609 b B 819a A________ 793a B

Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

O efeito positivo do esterco bovino pode ser atribuiacutedo agraves melhorias nas condiccedilotildees

fiacutesicas do solo por ele proporcionado Segundo Primavesi (1982) e Compagnoni amp

Putzolu (1985) o esterco bovino apresenta propriedades condicionadoras do solo dando

agraves plantas melhores condiccedilotildees de desenvolvimento elevando sobremaneira os

conteuacutedos de fitomassa fresca das plantas que refletiratildeo nas demais respostas

agronocircmicas

Analisando as adubaccedilotildees de base em relaccedilatildeo aos biofertilizantes observa-se que

para os tratamentos 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) - natildeo houve influecircncia dos

biofertilizantes para as variaacuteveis FSPA e AP enquanto destacou-se o SM+U+CB para o

DC e SM+U+CB e ausecircncia da adubaccedilatildeo liacutequida para a FFPA mostrando que o uso

dos biofertilizantes natildeo influenciou esta variaacutevel 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) -

verificou-se a eficiecircncia do uso do MB4 +U+CB para as variaacuteveis FFPA e DC Para a

variaacutevel FSPA destacaram-se os dois biofertilizantes utilizados jaacute para AP natildeo houve

33

influecircncia destes EC (60 t ha 1 de esterco de curral) - em todas as variaacuteveis observadas

na tabela 5 as respostas foram significativas utilizando MB4 +U+CB

As respostas encontradas no presente trabalho para as variaacuteveis AP e FSPA foram

superiores as obtidas por Dalponte (1990) quando utilizado 0 esterco de curral para

produccedilatildeo de mudas de cebola

Segundo Filgueira (2000) os solos da regiatildeo produtora de cebola do RS satildeo

pobres em foacutesforo disponiacutevel (15 mg Kg1) necessitando portanto de adubaccedilotildees

fosfatadas elevadas As respostas aqui obtidas podem ser justificadas pelos teores de

foacutesforo contido no MB4

Follet et al (1981) citam a importacircncia do uso de compostos orgacircnicos no solo

enfatizando os estercos no sentido da decomposiccedilatildeo continuada no fornecimento de

nutrientes e na liberaccedilatildeo lenta e gradual de aacutecidos orgacircnicos influenciando a liberaccedilatildeo

do foacutesforo O que provavelmente pode ser atribuiacutedo agraves respostas encontradas no

presente trabalho para 0 tratamento Esterco de curral mais MB4 e Urina mais Calda

Bordalesa

E importante destacar que 0 sistema de produccedilatildeo de mudas de cebola sob uma

perspectiva agroecoloacutegica mostra-se eficiente quando visualmente natildeo percebe-se

diferenccedila significativa entre os tratamentos (Apecircndice F Figura 2)

Conveacutem ressaltar que quando trabalhamos com agroecologia natildeo existem

receitas nem pacotes tecnoloacutegicos prontos Cada situaccedilatildeo deveraacute ser estudada em

particular para que se faccedila recomendaccedilotildees adequadas ao ambiente local uma vez que

as plantas se adaptam ao meio estando a nutriccedilatildeo encarregada de proteger e manter o

equiliacutebrio do organismo vegetal em funccedilatildeo das alteraccedilotildees externas

E fundamental que se compreenda os princiacutepios norteadores de todo o processo

que satildeo as bases da luta por uma sociedade mais justa dentro de um mundo econocircmico e

ambientalmente mais sustentaacutevel

412 Anaacutelise do sistema radicular

Os resultados obtidos nas anaacutelises do sistema radicular (Tabela 2) mostram

diferenccedilas significativas entre as adubaccedilotildees para as variaacuteveis fitomassa fresca de raiz

(FFR) fitomassa seca de raiz (FSR) comprimento de raiz (CR) razatildeo parte

aeacutereasistema radicular (RPASR) e densidade de raiz (DR)

34

TABELA 2 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade de

raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAO DE BASE

S Magro + MB4 +Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

1540 c A 1576 b B 2427 a A

Fitomassa fresca (g)----------------1502 c B 1517 b AB 1658 b A 1446 c C 2336 a B 2360 a B

--------------------Fitomassa seca (g)-------------------196 b A 207 ab A 170 b A170 b A 199 b A 192 b A 344 a A 249 a B 327 a A

Comprimento de raiz(cm)---------------1237 b A 1158 b A 1158 a A1237 b A 1060 c B 1040 b B1433 a A 1296 a B 1040 b C

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t halsquo 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha de vermicomposto 45 t ha de vermicomposto60 t ha~ de esterco de curral__________________________ _________________________Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

-----Razatildeo Parte AeacutereaSistema Radicular------340 b AB 301c B 384 a A446 a A 415 b A 326 a B339 b B 546 a A 388 a B

-------------- Densidade de raiz (m cm3)------------367 a AB 414 a A 325 b B282 b B 301b B 405 a A347 ab A 231c B 324 b A

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base destacou-se o EC (60 t ha 1 de esterco de curral)

para as variaacuteveis FFR e FSR Quando adicionado o SM+U+CB os resultados para FFR

foram ainda melhores bem como o CR As respostas obtidas para a RPASR foram

variadas em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees apresentando melhores resultados para 15 VB (45 t

ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB e ainda melhor para EC (60 t ha 1 de esterco de

curral)+MB4 +U+CB As adubaccedilotildees de base 1 VB 15 VB e EC natildeo diferiram entre si

As adubaccedilotildees mais eficientes para a variaacutevel DR foram 1 VB+SM+U+CV que natildeo

diferiu da EC+SM+U+CB I VB+ MB4 +U+CB e agrave 15 VB foram melhores entre as

demais

35

Analisando os biofertilizantes em relaccedilatildeo a cada adubaccedilatildeo de base verifica-se que

para a 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB destaca-se a variaacutevel FFR

poreacutem sem diferenccedila significativa de 1 VB os melhpres resultados para a variaacutevel DR

foram encontrados pelo tratamento 1 VB+MB4 +U+CB e 15 VB (45 t ha 1 de

vermicomposto) tambeacutem se considera eficiente o 1 VB+SM+U+CB que natildeo diferiu do

EC (esterco de curral) Quando se utilizou 15 VB+ MB4 +U+CB houve resposta

significativa para a variaacutevel FFR para FSR as respostas natildeo foram diferentes com a

aplicaccedilatildeo dos biofertilizantes para as variaacuteveis FSR e DR as adubaccedilotildees EC e

EC+SM+U+CB natildeo diferiram entre si

Embora as respostas estatiacutesticas tenham sido diferentes para as adubaccedilotildees

combinadas ou natildeo pode-se salientar a importacircncia do aacutecido indol-aceacutetico como jaacute

citado anteriormente para as variaacuteveis avaliadas na parte aeacuterea das mudas de cebola

Respostas semelhantes nesse sentido foram encontradas para a cultura da alface por

Quijano (1999) e Morselli (2001)

Pereira et al (2002) concluiacuteram em trabalho realizado com a cultivar de cebola

CNPF1 6400 em Minas Gerais que a utilizaccedilatildeo de 20 t ha de esterco de curral

proporcionou os melhores resultados para a produccedilatildeo de cebola

Silva Juacutenior amp Giorgi (1992) e Menezes Juacutenior (1998) citam que doses elevadas

de mateacuteria orgacircnica podem prejudicar a primeira fase da germinaccedilatildeo (embebiccedilatildeo) e

absorccedilatildeo de aacutegua pelas raiacutezes das placircntulas No entanto no presente trabalho este fato

natildeo ocorreu embora a dose de esterco utilizada tenha sido de 60 t ha 1 (dose maacutexima

recomendada segundo Nolla 1982)

413 Anaacutelise de macronutrientes no tecido vegetal

Os resultados dos conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio no

tecido vegetal sob diferentes adubaccedilotildees encontrados na Tabela 3 indicam mais uma

vez a superioridade da adubaccedilatildeo esterco com 0 uso ou natildeo de biofertilizantes

36

TABELA 3 Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob

uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS i J B

ADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesamg plantas1

---- Nitrogecircnio-----30 t ha de vermicomposto 16593 c AB 15451 c B 19050 b A45 t ha de vermicomposto 21444 b A 22888 b A 17852 b B60 t ha de esterco de curral 32606 a C 37593 a B 40816 a A

--------------- ------ Foacutesforo------- -------------30 t ha de vermicomposto 3098 c B 2802 c B 3999 b A45 t ha de vermicomposto 4109 b A 4135 b A 2788 c B60 t ha de esterco de curral 5300 a B 7577 a A 7565 a A

------- Potaacutessio------30 t ha de vermicomposto 24327 c A 19900 c B 24965 b A45 t ha de vermicomposto 29113b A 29812 b A 22031 b B60 t ha de esterco de curral 44070 a B 51976 a A 54101 a A

-------- Caacutelcio-------30 t ha de vermicomposto 5027 c A 4356 c A 4834 b A45 t ha de vermicomposto 6114b A 6963 b A 4379 b B60 t ha de esterco de curral 9030 a C 11451 a A 10331 a B

------Magneacutesio-----30 t ha de vermicomposto 1188 b A 914 c A 1202 b A45 t ha de vermicomposto 1231 b B 1582 b A 1176 b B60 t ha de esterco de curral 2136a B 2443 a A 2663 a AMeacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base observa-se que o melhor tratamento foi o

esterco de curral para todas as variaacuteveis Para 1 VB (30 t ha^ 1 de vermicomposto) natildeo

houve resposta diferenciada com o uso de bofertilizantes para todas as variaacuteveis A

adubaccedilatildeo 15 VB (45 t ha 1 de vemicomposto) foi influenciada pelos biofertilizantes

para as variaacuteveis N P K e Ca enquanto que para Mg somente o MB4+U+CB o

influenciou O EC (esterco de curral) mostrou diferenccedila significativa apenas para as

variaacuteveis Ca e Mg quando adicionado MB4+U+CB

Segundo Peixoto (2000) eacute fundamental a adiccedilatildeo de adubos orgacircnico no cultivo de

hortaliccedilas seja na forma de esterco decomposto composto ou huacutemus de minhoca de

37

modo a fornecer melhorias nas propriedades do solo vindo a disponibilizar os nutrientes

as diferentes culturas

O esterco fresco conteacutem muita cama celuloacutesica e um elevado teor de aacutegua No

esterco curtido a celulose jaacute estaacute decomposta o teor de aacutegua estaacute reduzido agrave metade e os

nutrientes em uma forma mais assimilaacutevel e mais concentrada O esterco fresco pode

causar uma deficiecircncia temporaacuteria de nitrogecircnio no solo ao se decompor o que natildeo

acontece com o biestabilizado (Kiehl 1985)Ocorre uma diminuiccedilatildeo inicial no volume

de aacutegua retido no esterco de curral diminui inicialmente em tomo de 3581 liberando

posteriormente somente 496 evidenciando a sua capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua

(Menezes Juacutenior 1998)

A utilizaccedilatildeo continuada de adubos nitrogenados minerais no solo altera o balanccedilo

do nitrogecircnio entre o solo e planta No meacutetodo biodinacircmico eacute sublinhada a importacircncia

dos adubos animais para o estabelecimento da fertilidade permanente dos solos (Koeff

et al 1983)

Para Guimaratildees (1997) os benefiacutecios que a mateacuteria orgacircnica imprime ao solo

principalmente melhorando a produtividade fertilidade e a influencia que as substancias

huacutemicas exercem sobre o ambiente dependem da qualidade e do teor de mateacuteria

orgacircnica do solo Estas substacircncias por conterem nutrientes em sua constituiccedilatildeo em uma

forma mais disponiacutevel para as plantas promovem um equiliacutebrio no ambiente no solo

(Kononova 1966)

Aproximadamente de 60 a 70 do total de carbono do solo ocorre na forma de

materiais huacutemicos (Griffith amp Schnitzer 1975) sendo a eles atribuiacutedo a manutenccedilatildeo da

bioestrutura do solo aumentando a capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua (Brady 1999)

Conforme Compagnoni amp Putzolu (1985) os estercos bem como os demais

resiacuteduos orgacircnicos apresentam conteuacutedos diferentes de aacutecidos huacutemicos e fuumllvicos sendo

atribuiacutedo ao acido huacutemico uma accedilatildeo fitoestimulante semelhante aos fitohormocircnios por

favorecer o desenvolvimento do sistema radicular e crescimento do caule

Em trabalho realizado por Guimaratildees (1997) foi encontrado para aacutecidos huacutemicos

de esterco bovino uma relaccedilatildeo CN 1035 e para vermicomposto bovino 17

evidenciando que o esterco quando aplicado ao solo por apresentar uma relaccedilatildeo CN

proacutexima deste reage mais facilmente liberando nutrientes para as plantas sem alterar a

cadeia troacutefiacuteca Dados encontrados no presente trabalho demonstram a eficiecircncia do

esterco nesse sentido

38

De acordo com Morselli (2001) vaacuterios trabalhos citam comentam e discutem a

capacidade dos vermicompostos em proporcionar oacutetimas colheitas e favorecer a

precocidade das plantas cultivadas Poreacutem muitas vezes se observa que mesmo

suprindo essas plantas com nutrientes necessaacuterios atraveacutes de huacutemus de diferentes fontes

as respostas natildeo satildeo as mesmas para uma mesma cultivar

Por outro lado os resultados com o uso de substacircncias huacutemicas satildeo variaacuteveis e

dependem aleacutem da espeacutecie testada das substacircncias huacutemicas utilizadas sua

concentraccedilatildeo o grau de purificaccedilatildeo e das condiccedilotildees experimentais A resposta das

plantas aos aacutecidos huacutemicos e fuacutelvicos eacute dependente da mateacuteria prima original e da

espeacutecie vegetal pois materiais orgacircnicos diferentes apresentam aacutecidos huacutemicos e

fuacutelvicos diferentes (Businelli 1990)

Justificam-se os maiores conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio e caacutelcio nas

adubaccedilotildees 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e biofertilizantes devido

provavelmente ao vermicomposto utilizado apresentar na sua constituiccedilatildeo teores

consideraacuteveis destes elementos aleacutem do que os biofertilizantes possam ter influenciado

na absorccedilatildeo atraveacutes de sua constituiccedilatildeo Tibau (1984) considera que a urina de vaca eacute

rica em aacutecido indol-aceacutetico e este influencia na absorccedilatildeo radicular O efeito positivo

deste tratamento provavelmente seja devido agrave quantidade aplicada

O biofertilizante que se destacou foi o MB4+U+CB em relaccedilatildeo ao EC (esterco de

curral) e eacute somente para a variaacutevel caacutelcio Isto provavelmente seja devido ao alto teor

deste elemento encontrado na sua constituiccedilatildeo (6872 g Kg1) e pela influecircncia positiva

que a calda bordalesa exerce no metabolismo das plantas atraveacutes dos nutrientes

contidos em sua formulaccedilatildeo O Ca controla a absorccedilatildeo radicular e retorna ao solo pelo

esterco e palhas por apresentar-se em maior quantidade em folhas e caules Depois de

localizado nas folhas fica imoacutevel favorecendo a resistecircncia da planta ao ataque de

fungos

Este trabalho avanccedila no estudo da agroecologia estando claro que todos os

criteacuterios tem caraacuteter dinacircmico de adequaccedilatildeo as mudanccedilas de um sistema de produccedilatildeo

em evoluccedilatildeo contribuindo na transiccedilatildeo para um padratildeo sustentaacutevel Cabe a pesquisa a

reorientaccedilatildeo para um enfoque ldquosistecircmicordquo isto eacute que permita integrar os diversos

componentes de um agroecossistema e a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas que promovam 0

fortalecimento e a expansatildeo da agricultura familiar

39

5 CONCLUSOtildeES

Considerando os resultados obtidos e as condiccedilotildees em que o estudo foi realizado

conclui-se que

bull As respostas agronocircmicas das mudas de cebola para os paracircmetros avaliados

satildeo mais satisfatoacuterias com a aplicaccedilatildeo de esterco de curral como adubaccedilatildeo de

base

bull Os biofertilizantes mais urina de vaca e calda bordalesa proporcionam

respostas satisfatoacuterias quando aplicados associados agraves adubaccedilotildees de base

bull O biofertilizante MB4 mais urina de vaca e calda bordalesa eacute mais eficiente

que o super magro mais urina e calda bordalesa quando aplicado associado agrave

adubaccedilatildeo de base esterco de curral para os conteuacutedos de fitomassa secae

fresca da parte aeacuterea das plantas altura e diacircmetro de colo das mudas de

cebola

bull Os biofertilizantes adicionados agrave adubaccedilatildeo de base 45 t harsquo 1 de vermicomposto

bovino mostram respostas significativas para os conteuacutedos de fitomassa seca

bull Os maiores conteuacutedos nutricionais para as mudas de cebola satildeo

proporcionados pela adubaccedilatildeo de base esterco de curral

bull A maior absorccedilatildeo de caacutelcio pelas mudas de cebola ocorre quando da adiccedilatildeo do

biofertilizante MB4 mais urina e calda bordalesa agrave adubaccedilatildeo de base esterco de

curral

40

6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ALDRIGHI CB ABREU CM PAGLIA AG MORSELLI TBGA FERNANDES HS Efeito da aplicaccedilatildeo de biofertilizante e urina de vaca em mudas de tomateiro Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

ALTIERI M NICHOLLS C I Agroecologia Teoria praacutectica para umaAgricultura Sustentable Ia ed PNUMA 2000 Cap 2 4 Seacuterie textos baacutesicos para la formacioacuten ambiental

ALTIERI M Agroecologia bases cientiacuteficas para uma agricultura sustentaacutevelGuaiacuteba Agropecuaacuteria 2002 592 p

ANTONIOLLI Z I GIRACCA E M N CARDOSO S J T WIETHAN M M S FERRI M Iniciaccedilatildeo agrave Minhocultura Criaccedilatildeo em Cativeiro e Vermicompostagem Santa Maria UFSM 1996 p59-89

BAYER C MIELNICZUC J Dinacircmica e funccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica In SANTOS G de A S e CAMARGO F A de O (ed) Fundamentos da mateacuteria orgacircnica do solo ecossistemas tropicais e subtropicais Porto Alegre Genesis 1999 p 3-23

BARRETTO D X Composto Orgacircnico In Praacutetica em Agricultura Orgacircnica Satildeo Paulo iacutecone Ed Ltda 1985 p 51-63

BETTIOL W Alguns produtos alternativos para o controle de doenccedilas de plantasem agricultura orgacircnica II Ciclo de palestras sobre agricultura orgacircnica Instituto Bioloacutegico Satildeo Paulo p52-63 1997

41

BETTIOL W TRACH R GALVAtildeO JAH Controle de doenccedilas de plantas com biofertilizantes Jaguariuacutena EMBRAPA-CNPMA 1997 22p (EMBRAPA- CNPMA Circular Teacutecnica 02)

BRADY N C Natureza e propriedades dos sotos Rio de Janeiro Freitas BastosS A 1979 647p

BRADY N C Organisms and ecology of the soil In The nature of properties of soils Simon amp Schuster A Viacon Company New Jersey1999 402-489p

BON1LLA J A Fundamentos da Agricultura Ecoloacutegica Sobrevivecircncia eQualidade de Vida Satildeo Paulo Nobel 1992

BUREacuteS S Substratos Ediciones Agroteacutecnicas S L Madrid Octubre 1997

BUS1NELLI M Chemical Composition and Enzymic Activity of some Worm Cast Plant Soil v 80 p 1-2 1990

CALEGARI A Espeacutecies para cobertura de solo In IAPAR (Instituto Agronocircmico de Paranaacute) Plantio Direto pequena propriedade sustentaacutevel organizador Moacir Darolt Londrina - PR 1998 65-93

CAMARGO P N D Manual de Adubaccedilatildeo Foliar Satildeo Paulo Herba 1975

CAPRA F A Teia da Vida Satildeo Paulo Cultrix 1997 256p

CAPRA F O Ponto de Mutaccedilatildeo 22 ed Satildeo Paulo Cultrix 2001 447p

CHABOUSSOU F Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da Trofobiose) Porto Alegre LPM 1987 253 p

CLARO S A Referencias tecnoloacutegicos para a agricultura familiar ecoloacutegica aexperiecircncia da Regiatildeo Centro-Serra do Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS-ASCAR 2001 250p

CLIVELA G Diagnoacutestico Agronocircmico da cebola no Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS 1995 8 6 p

COMISSAtildeO DE FERTILIDADE DO SOLO - RSSC Recomendaccedilotildees de adubaccedilatildeo e calagem para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina 3 ed Passo Fundo SBCS - Nuacutecleo Regional Sul 1995 223p

COMPAGNONI L PUTZOLU G Cria moderna de Ias lombrices y utilizacioacutenrentable dei humus Barcelona Editorial de Vecchi- SA 1985127p

COSTABEBER J A MOYANO E Transiccedilatildeo agroecoloacutegica e accedilatildeo social coletiva Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v l n4 p 50- 60 outdez 2 0 0 0

42

COSTA M B B da Adubaccedilatildeo orgacircnica Nova siacutentese e novo caminho para aagricultura Satildeo Paulo Ed iacutecone Ltda 1985 102p

COSTA NETO C Agricultura Sustentaacutevel Tecnologias e Sociedade In CARVALHO COSTA LF et al (org) Mundo Rural e Tempo Presente Rio de Janeiro Mauad 1999

DrsquoAG0ST1NI R L FANTINI A C Produccedilatildeo orgacircnica tambeacutem socialmente excludente Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v3 n l p57-61 2002

DALPONTE J C V Utilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos e fertilizante mineral na produccedilatildeo e qualidade de mudas e bulbos de cebola (Alliurn Cepa L) Pelotas-RS 1990 (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1990

DEBARBA J F THOMAZELLI L F GANDIN C L SILVA E Cadeias produtivas do Estado de Santa Catarina Cebola Florianoacutepolis Epagri 1998 115 p (EPAGRI Boletim Teacutecnico 96)

DUFOUR F Os saacutebios loucos do agro-alimentar Le Monde Diplomatique ano 1 n4 p6-7 1999 (ed portuguesa)

EHLERS E Agricultura Sustetaacutevel Origem e perspectivas de um novo paradigma 2 ed Guaiacuteba Agropecuaacuteria 1999 157 p

FILGUEIRA F A R Novo Manual de olericultura agrotecnologia moderna na produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 2000 402 p

FRASER G K Mateacuteria Orgacircnica Del Suelo In BEAR F E (ed) Quiacutemica dei Suelo Madrid Ed Agrociencia 1963

FOLLET R H MURPHY L S DONAHUE R L Fertilizers and soil amendments New Jersey Printice-Hall Inc 1981 557p

GARCIA A Revista dei Espacio Rural Georgica Zaragoza Escuela Politeacutecnica de Huesca n5 1997

GARCIA A Versatildeo preliminar de um Programa Estadual de Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Bulbos e Sementes de CebolaEMBRAPAIPAGROMARAEMATER 6 8 pbdquo 1990 (Publicaccedilatildeo avulsa)

GIORGETT1 J R Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Mudas de Tomate In Encontro Nacional de Produccedilatildeo e Abastecimento de Tomate 2 1991 Jaboticabal Satildeo Paulo Anais Jaboticabal UNESP 1991 p 242-244

GLIESSMAN S R Agroecologia Processos ecoloacutegicos em agricultura sustentaacutevelPorto Alegre Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS 2000 653p

43

GLIESSMAN S R TURRIALBA C R Agroecologia Procesos Ecoloacutegicos en Agricultura Sostenible CATIE 2002 p 3-14

GNOATTO S C Caracterizaccedilatildeo quiacutemica de vermicompostos de diferentes substratos orgacircnicos Pelotas-RS 1999 38 f (Mestrado em Agronomia - Solos) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

GOMES J C C BORBA M F S A moderna crise dos alimentos oportunidade para a agricultura familiar Emater Porto Alegre julset 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwematertchebrdocsagroecorevistan313-artigo3htmgtAcesso em 24 fev 2002

GOMEZ H W Desenvolvimento sustentaacutevel agriacutecola e capitalismo In Desenvolvimento sustentaacutevel Necessidade eou disponibilidade Santa Cruz do Sul Nobel - UNISC 1997 p 65-77

GONZAacuteLEZ DE MOLINA M SEVILLA GUZMAacuteN E Ecologia campesinado e historia Para una reinterpretacioacuten dei desarrollo dei capitalismo en la agricultura In SEVILLA GUZMAacuteN E GONZAacuteLEZ DE MOLINA M (ed) Ecologia campesinado e historia Madrid La Piqueta 1993 p 23-129

GRIFFITH S A SCHNITZER M Analytical characteristic of humic and fulvic acids extracted from tropical volcanic soils Soil Sei Soc Am Proc v 39 p361-367 1975

GUIMARAtildeES E Caracterizaccedilatildeo quiacutemica estreptoscoacutepica e por anaacutelise teacutermica de aacutecidos huacutemicos e vermicompostos obtidos de estercos de diferentes animaisCuritiba 1997 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Quiacutemica) Universidade Federal do Paranaacute 1997

HESS A F Sociedade e meio ambiente uma relaccedilatildeo ambiacutegua Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v 4 n2 p 167-1741999

ICEPA-SC Informes conjunturais sobre a cultura da cebola Disponiacutevel em lthttpwwwicepa combrgt Acesso em 23 jan 2003

JONES H A MANN L K Onions and their allies New York Interscience Publishers 1962 286 p

JUacuteNIOR H A de MAIORANO J A Receitas obtidas de extratos de plantasCampinas CATITerra Viva [199-] 10 f

KHATOUNIAN C A Ciclo de Palestras sobre Agricultura Orgacircnica 2a Ed SatildeoPaulo Fund Cargill 1997 149 p

KIEHL E J Fertilizantes Orgacircnicos Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1985 492p

44

KOEFF H H PETTERSSON B D SHAUMANN W Vida Vegetal solos e adubaccedilatildeo In Agricultura Biodinacircmica Satildeo Paulo Nobel 1983 p92-149

KONONOVA M M Soil organic matter The importance o f organic matter in soil formation and soil fertility New York Pergamqn Press 1961 p 165-200

KUHN T A Estrutura das Revoluccedilotildees Cientiacuteficas Satildeo Paulo Perspectiva 1989 257p

LANNA FCA ABREU C L ABREU J G SILVA V Resposta de cultivares de melancia cultivadas sob adubaccedilatildeo quiacutemica e orgacircnica Horticultura v 12 n l p85 1994

LEFF H Saber Ambiental Petroacutepolis Vozes 2001 343 p

MAGALHAtildeES J R Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo da cebola In FERREIRA M E CASSTELLANE P D CRUZ M C P Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo de hortaliccedilasPiracicaba POTAFOS 1993 p 381-393

MALAVOLTA E Elementos de nutriccedilatildeo mineral de plantas Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1980 251 p

MALAVOLTA E Manual de Quiacutemica Agriacutecola - Adubos e Adubaccedilatildeo 3a ed SatildeoPaulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1981 606 p

MARTINEZ A A A grande e Poderosa Minhoca Jaboticabal Funep - Unesp1990 101 p

MARTINS S R Desenvolvimento e Sustentabilidade Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v20 n2 julho 2002 Palestra apresentada no 42deg Congresso Brasileiro de Olericultura

MARTINS S R Limites Del Desarrollo Sostenible em Ameacuterica Latina En el marco de Ias poliacuteticas de (re)ajuste econocircmico Pelotas Editora UFPel 1997 135 P-

MARTINS S R Sustentabilidade na agricultura dimensotildees econocircmicas sociais e ambientais Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v4 n 2 p 175-1871999

MATURANA H REZEPKA S N D E Formaccedilatildeo Humana e Capacitaccedilatildeo Rio de Janneiro Vozes 2000 8 6 p

MELLO A F SOBRINHO M O ARZOLLA S SILVEIRA R NETTO A C KIEHL J C Fertilidade do Solo Satildeo Paulo Nobel 1983

MENEZES JUacuteNIOR F O G D Caracterizaccedilatildeo de Diferentes substratos hortiacutecolas e seu efeito na produccedilatildeo de mudas de alface e couve-flor em ambiente protegido Pelotas 1998 141 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1998

45

MIBASA Mineraccedilatildeo Barreto SA Melhorador de Solos MB4 A Natureza Agradece Arapiraca-AL [199-] Folder

MINAMI K Os resumos da olericultura 2000 In AZEVEDO FILHO MARTINEZ FILHO (ed) Preccedilos agriacutecolas Piracicaba ESALQ 1999 p 4

MINAMI K Produccedilatildeo de Mudas de Alta Qualidade em Horticultura Satildeo Paulo TA Queiroz 1995

MORSELLI T B G A Cultivo sucessivo de alface sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegidoPelotas 2001 178 p Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2001

MORSELLI T B G A Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Poliacutegrafo da Disciplina de Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia-Produccedilatildeo Vegetal UFPel 2002

MULLER AM Efeitos da Aplicaccedilatildeo Foliar de um Biofertilizante Enriquecido no Estado fitossanitaacuterio de Tomate Ervilha e Beterraba Sob Manejo OrgacircnicoDissertaccedilatildeo (Mestrado no Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agroecossistemas)1999 (Resumo)

NOLLA D Erosatildeo do Solo - O grande desafio Estado do Rio Grande do Sul SEAGRI desenvolvimento de recursos naturais renovaacuteveis 1982 412 p

PAGLIA AG MORSELLI TBGA PEIL RMN Teores de nutrientes pH e condutividade eleacutetrica da aacutegua em sistema ldquofloat^ngrdquo sob adiccedilatildeo de biofertilizantes Horticultura Brasileira v 20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PAULUS G MULLER A BARCELLOS LAR Agroecologia aplicada praticas e meacutetodos para uma agricultura de base ecoloacutegica 2ed ver ampl Porto Alegre EMATERRS 2001 8 6 p

PEIXOTO R T dos G Composto orgacircnico aplicaccedilotildees benefiacutecios e restriccedilotildees de uso Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 18 p 56-64 julho 2000

PENTEADO SR Defensivos Alternativos e Naturais Satildeo Paulo 1999 95 p

PEREIRA AJ SOUZA RJ PEREIRA WR Efeito de diferentes doses de esterco de galinha e de curral sobre a produccedilatildeo de cebola Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PINHEIRO S BARRETO SB MB-4 agricultura sustentaacutevel trofobiose e biofertilizantes Fundaccedilatildeo Juquira CandiruMibasa 2000 273 p

PRIMAVESI A Agricultura Sustentaacutevel Satildeo Paulo Nobel 1992 142 p

PRIMAVESI A O manejo ecoloacutegico do solo Agricultura em regiotildees tropicais SatildeoPaulo Nobel 1982 541 p

46

PURCINO A A C ldquoNitrogecircniordquo Informe Agropecuaacuterio Belo Horizonte v7 n81 p 16-27 1981

QUIJANO F G Efeito da adubaccedilatildeo orgacircnica no desenvolvimento de duas cultivares de alface em ambiente protegido Pelotas 1999 116f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

RODRIGUES A N N Efeitos e residuais de superfosfato triplo sobre o rendimento de mateacuteria seca e absorccedilatildeo de foacutesforo pela aveia (Avena strigosa Schob) em solo Podzoacutelico Vermelho Escuro Porto Alegre 1984 59f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia UFRGS 1984

RODRIGUES E T CASALI V W D Respostas da alface agrave adubaccedilatildeo orgacircnica II Teores conteuacutedos e utilizaccedilatildeo de macronutrientes em cultivares Rev Ceres Viccedilosa v 45 n 261 p 437-449 1998

SAMINEcircS T C O Produccedilatildeo orgacircnica de alimentos Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 17 n3 novembro 1999

SCHIEDECK G Ambiecircncia e resposta agronocircmica de meloeiro (Cucumis melo L) cultivado sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegido Pelotas lOOp Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2002

SILVA JUacuteNIOR A A GIORGI E Substratos alternativos para a produccedilatildeo de mudas de tomate Agropecuaacuteria Catarinense Florianoacutepolis EPAGRI 1992 23 p

SILVA JUacuteNIOR A A MACEDO S G STUKER H Utilizaccedilatildeo de esterco de peru na produccedilatildeo de mudas de tomateiro Florianoacutepolis EPAGRI 1995 28 p (Boletim Teacutecnico 73)

TAGLIARI PS GRASSMANN H Minhoca a grande aliada da agricultura Agropecuaacuteria Catarinense v8 n l p 11-14 mar 1995

TEDESCO M J GIANELLO C Anaacutelises de solo plantas e outros materiais Porto Alegre Faculdade de Agronomia Departamento de Solos Universidade Federal do Rio Grande do Sul RS 1996

TENNANT D A Test of modified line intersect method of estimating root lenght Journal Ecology Oxford v 63 p 995-1001 1975

TIBAU A O Mateacuteria Orgacircnica do Solo Mateacuteria Orgacircnica e Fertilidade do SoloSatildeo Paulo Nobel 1984 p49-182

TIMM P J Anaacutelise comparativa dos sistemas de plantio convencional e cultivo miacutenimo de cebola sob adubaccedilatildeo orgacircnica e mineral Pelotas 2000 79 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2000

47

VALENZUELA HR CROSBY C Effect of compost applications on the yield of several vegetables in long-term organic farming experiments conduced in the tropics American Society Horticultural Science v33 n3 june 1998

VIGLIZZO E (ed) Subprograma Recursos Naturais y Sostenibilidad Agriacutecola documento marco Montevideo IICAPROCISUR 1995 p 75 - 78

WE1D J M TARDIN J M Proposta para a Ampliaccedilatildeo do Trabalho da ASPTA no Centro Sul do Paranaacute ASPTA Disponiacutevel em http wwwpronafgovbrEncontrotestosAS20PTA20Sul20ParanE1205 202002doc Acesso em 05 mai 2002

XAVIER SIMOacuteN F DOMINGUES D G Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel uma perspectiva agroecoloacutegica Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre EM ATERRS v2 n2 p 17-26 2001

ZABALETA J P Diagnoacutestico da Agricultura Familiar em Satildeo Joseacute do Norte - RSPelotas EMBRAPA-CPACT 1998 75 p (EMBRAPA-CPACT Documentos 44)

ZONTA E P MACHADO A A SILVEIRA P Sanest Sistema de anaacutelise estatiacutestica para microcomputadores Registrado na Secretaria Especial de Informaacutetica sob nuacutemero 066060 - categoria A Pelotas-RS Universidade Federal de Pelotas 1984

48

7 APEcircNDICE

APEcircNDICE A - Anaacutelise da adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes utilizados na produccedilatildeo de mudas de cebola

TABELA 1 A Anaacutelise baacutesica do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo miuacutedo + papua

Arg

pH IND

SMP

MO

P - n r - Na Al Ca__10Omlmdash

Mg

ppm -

6 53 67 089 8 6 27 1 04 05 0 2

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 2A Anaacutelise complementar do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo-miuacutedo + papua

Cobre Zinco Manganecircs Ferro

(m v1)

04 05 26 007

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

49

TABELA 3A Anaacutelise dos fertilizantes soacutelidos

Amostra pH limidade CN

C N P K Ca Mg

- g-ivg --

Cama de 849 2491 12 31042 2479 3888 3405 29875 463

aves

Esterco 74 3594 11 677 590 157 134 335 214

de curral

Huacutemus 684 5738 14 15965 1098 453 745 743 361

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 4A Anaacutelise quiacutemica dos biofertilizantes liacutequidos

Amostra N P K_ccedil H

Ca Mg Cu Zn Fe Mn

mdashgL bull

S Magro

m b 4

Urina

053

1652

8 2 2

008

395

0 0 0

149

1674

471

1902

6872

0 0 0

1150

4507

1172

7273

42

033

101389

920

0 0 0

6250

19458

781

35273

1123

0 2 1

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

50

APEcircNDICE B - Condiccedilotildees climaacuteticas do local

TABELA 1B Condiccedilotildees de temperatura do local

___________ __________TEMPERATURA (degCgt

meses Meacutedia

Maacutexima

Meacutedia

MiacutenimaMeacutedia

Maacutexima

Absoluta

Miacutenima

Absoluta

Junho 225 87 156 320 25

Julho 225 85 155 285 30

Agosto 251 71 161 360 1 0

Fonte FEPAGROSCT 2002

TABELA 2B Condiccedilotildees de chuva do local

mdash CHUVA (mm)mdash

meses Ocorrida Normal Desvio Da Normal

Junho 1080 1 1 0 -2 0

Julho 1062 98 8 2

Agosto 1283 1 2 0 83

Fonte FEPAGROSCT 2002

51

TABELA 1C Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

APEcircNDICE C - Anaacutelise estatiacutestica da parte aeacuterea

Causas G1 FFPA FSPA AP DC

da variaccedilatildeo --------- Quadrados meacutedios-

Blocos 3

Ad Base 2 175359071 1287102 2547419 1 11775

Biofertilizantes 2 126876 29011 87669ns 02185ns

Ad x Biofert 4 572378 31123 69106ns 04159

Resiacuteduo 24 34456 03048 27169 00290

Total 35

Meacutedia geral 93745 8772 320388 6741

CV 1980 6294 5145 2530

Significativo a 5ns Natildeo significativo

52

TABELA 1D Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade

de raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

APEcircNDICE D - Anaacutelise estatiacutestica da raiz

Causas G1 FFR FSR CR RPASR DR

da variaccedilatildeo Quadrados meacutedios---------------

Blocos 3

Ad Base 2 27874 551 623 2 1 0 140

Biofertilizantes 2 178 0 1 0 ni 1504 l03ns 038ns

Ad x Biofert 4 190 058 318 294 183

Resiacuteduo 24 005 009 028 023 0 2 1

Total 35

Meacutedia geral 1818 228 184 387 333

C V 134 1356 448 1253 1396

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

53

APEcircNDICE E - Anaacutelise estatiacutestica dos macronutrientes da parte aeacuterea da cebola

TABELA 1E Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mud^s de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

Causas G1 bull N P K Ca Mg

da variaccedilatildeo

Blocos 3

Ad Base 2 13550306 446627 25509686 1031806 59007

Biofertilizantes 2 180610ns 16564 68153ns 39006 876ns

Ad x Biofert 4 454187 45743 1047539 46950 2464

Resiacuteduo 24 29769 1453 64313 3741 439

Total 35

Meacutedia geral 24921 4597 33366 6943 1615

C V 692 829 760 880 1297

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

APEcircNDICE F - Fotos do experimento

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob uma perspectiva agroecoloacutegica

APEcircNDICE F a Fotos do experimento

FIGURA 1 Adubaccedilatildeo verde com feijatildeo-miuacutedo e papuatilde utilizadas no manejo do solo

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob urna perspectiva agroecoloacutegica

Page 14: PRODUÇÃO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L.) SOB …orgprints.org/24883/1/Paglia_Produção.pdf · vaca mais calda bordalesa; MB4+U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

3

2 REVISAtildeO DE LITERATURA

ldquoAs novas eras natildeo comeccedilam de uma vez

Meu avocirc jaacute vivia no novo tempo

Meu neto viveraacute talvez ainda no velho

A nova carne eacute comida com os velhos garfos

(Bertold Brecht)

21 Desenvolvimento e sustentabilidade

Nenhuma espeacutecie viva com exceccedilatildeo do homem empreende esforccedilos de

desenvolvimento no sentido de crescimento material que sob as formas em que vem

sendo compreendido conduz sempre a algum tipo de agressatildeo contra o ambiente Os

esforccedilos presentes visando o progresso material assim como a maneira de satisfaccedilatildeo

das necessidades baacutesicas do homem no mundo de hoje revelam-se inconsistentes O

uso para esse fim de mateacuteria e energia em doses excessivas e crescentes tem exaurido

recursos ambientais acima de sua capacidade de regeneraccedilatildeo obviamente tendendo a

toma-los menos disponiacuteveis para as futuras geraccedilotildees

De acordo com Martins (2002) o Desenvolvimento Sustentaacutevel natildeo eacute um conceito

acabado trata-se de uma ideacuteia forccedila proacute-ativa e positiva mas que necessita ser

esclarecida quanto ao significado destes dois vocaacutebulos que lhe compotildee e o contexto em

que as pessoas com eles se relacionam Aleacutem disso isso afeta tanto como profissionais

cujas atividades vinculam-se diretamente ao trato com a natureza e portanto por ela satildeo

4

responsaacuteveis mas especialmente como cidadatildeos que constroem no seu cotidiano as

distintas dimensotildees do desenvolvimento sociais econocircmicas ambientais culturais

cientificas e tecnoloacutegicas juriacutedicas poliacuteticas e espirituais

Segundo Altieri amp Nicholls (2000) para o desenvolvimento de uma agricultura

sustentaacutevel as necessidades natildeo satildeo apenas bioloacutegicas ou teacutecnicas mas tambeacutem sociais

econocircmicas e poliacuteticas E inconcebiacutevel promover mudanccedilas ecoloacutegicas no setor agriacutecola

sem a defesa de mudanccedilas nas outras aacutereas da sociedade de modo a conscientizar o

homem sobre as condiccedilotildees necessaacuterias para a exploraccedilatildeo da natureza

A ideacuteia da sustentabilidade referente ao vocaacutebulo sustentaacutevel coloca-se como

contraponto ao caraacuteter perdulaacuterio do modelo prevalecente na medida em que o modelo

econocircmico praticado por um lado estaacute baseado no consumo da mateacuteria prima fornecida

pela natureza para a produccedilatildeo de bens e serviccedilos em descompasso com seu ritmo e

capacidade de fornecimento por outro tem tratado a natureza como mero depositaacuterio de

resiacuteduos sem considerar sua capacidade de absorccedilatildeo e reciclagem A sustentabilidade

contrapotildee-se agrave caracteriacutestica antropocecircntrica do modelo o homem como centro da

questatildeo numa postura dominante sobre o entorno natural cujas ferramentas cientiacuteficas e

tecnoloacutegicas embasam um modelo econocircmico que subjuga a natureza e coloca-se acima

desta O vocaacutebulo sustentaacutevel portanto se refere agrave capacidade de suporte da biosfera

sendo um fim a ser perseguido com o objetivo de garantir sua preservaccedilatildeo numa visatildeo

prospectiva ou seja que assegure o futuro planetaacuterio assumindo portanto o

compromisso com as geraccedilotildees vindouras (Martins 2002)

Quando se trata de apontar os possiacuteveis caminhos que levaratildeo a um novo padratildeo

produtivo e garanta a seguranccedila alimentar sem agredir o ambiente o caminho torna-se

mais difiacutecil Percebe-se que a noccedilatildeo de agricultura sustentaacutevel permanece cercada por

duacutevidas e contradiccedilotildees mesmo assim seu emprego toma-se cada vez mais frequumlente

(Ehlers 1999)

Haacute que se incorporar a concepccedilatildeo de entropia agrave noccedilatildeo de desenvolvimento visto

que a extraccedilatildeo e o transporte tambeacutem satildeo atividades econocircmicas que requerem cuidados

de manejo visando menores efeitos entroacutepicos ao meio ambiente Satisfazer as

necessidades presentes sem comprometer as possibilidades das futuras geraccedilotildees

satisfazerem as suas proacuteprias eacute o que necessita ser construiacutedo no cotidiano Esta natildeo eacute

uma tarefa faacutecil nos tempos atuais pois o mundo nunca passou por tanta incerteza e

nunca teve um presente tatildeo insustentaacutevel (Martins 1997)

211 Agroecologia Paradigma em construccedilatildeo

5

O seacuteculo passado assistiu a uma ineacutedita expansatildeo da capacidade humana de

agenciamento das forccedilas naturais promovida pelo saber teacutecnico-cientiacutefico cuja

centra lidade eacute hoje irreversiacutevel no que se refere as relaccedilotildees com a natureza Em relaccedilatildeo

ao conhecimento poucas aacutereas de interesse do homem moderno se ligam tanto agrave

pesquisa cientiacutefica como a questatildeo ambiental sendo um fenocircmeno de tendecircncia

internacional evidenciado a partir da deacutecada de 70 (Hess 1999)

A noccedilatildeo de paradigma eacute normalmente utilizada para estabelecer uma

diferenciaccedilatildeo entre dois momentos ou dois niacuteveis do processo de conhecimento

cientiacutefico (Capra 1997 Kuhn 1989) Para um entendimento miacutenimo do que significa

essa noccedilatildeo Costa Neto (1999) diz que se pode conceituar o paradigma enquanto um

modelo de ciecircncia que serve como referecircncia para todo um fazer cientiacutefico durante uma

determinada eacutepoca ou um periacuteodo de tempo demarcado e a partir de um certo momento

da histoacuteria da ciecircncia o referido modelo predominante tende a se esgotar em funccedilatildeo de

uma crise de confiabilidade nas bases estruturantes de seu conhecimento Desta forma o

paradigma passa a ser substituiacutedo por outro modelo cientiacutefico predominante Tambeacutem

pode ocorrer o fato de dois paradigmas disputarem o espaccedilo de hegemonia na

construccedilatildeo do conhecimento (Costa Neto 1999)

Os problemas com os quais nos deparamos hoje satildeo faces de uma crise uacutenica

diferentes do fazer cientiacutefico e proveniente de uma crise de percepccedilatildeo segundo Capra

(2 0 0 1 ) isto faz com que nossas instituiccedilotildees e noacutes em particular natildeo consiga perceber

claramente realidades complexas em um mundo globalmente interligado Ainda que as

soluccedilotildees para alguns de nossos principais problemas possam ser relativamente simples

ldquosoacute seratildeo possiacuteveis mediante uma mudanccedila radical em nossas percepccedilotildeesrdquo este eacute

tambeacutem o ldquoestopim para colocar em marcha medidas efetivasrdquo porque os governos e as

instituiccedilotildees jamais empreenderatildeo accedilotildees de fato enquanto as pessoas natildeo

compreenderem que satildeo parte do problema e da soluccedilatildeo e que eacute preciso assumir a

necessidade de mudar o rumo das coisas (Gomes amp Borba 2000)

Para Leff (2001) a agroecologia representa o ldquonascimento de um paradigmardquo que

eacute a alma da produccedilatildeo sustentaacutevel um processo que permite o resgate dos

conhecimentos proacuteprios e o renascimento do ser trazendo de volta as relaccedilotildees com os

seres humanos na medida em que o produtor cria atraveacutes de seu conhecimento o seu

proacuteprio saber-fazer numa relaccedilatildeo com a vida e com a terra

6

Segundo Costa Neto (1999) o paradigma agroecoloacutegico representa portanto a

linha de um posicionamento soacutecio-ambiental que tem uma vertente tecnoloacutegica apta a

ser uma alternativa agrave produccedilatildeo agriacutecola em grande escala e ao modelo tradicional

disciplinar

Hoje a agroecologia continua a fazer conexatildeo entre fronteiras estabelecidas Por

um lado estuda os processos econocircmicos e os agroecossistemas por outro eacute um agente

para as mudanccedilas sociais e ecoloacutegicas complexas que tenham necessidade de ocorrer no

futuro a fim de levar a agricultura para uma base verdadeiramente sustentaacutevel O

processo de mudanccedila estaria dirigido agrave busca de novos pontos de equiliacutebrio entre as

dimensotildees de produtividade estabilidade e equumlidade na atividade agraacuteria articuladas

entre si poreacutem em constante processo de adaptaccedilatildeo e retroalimentaccedilatildeo utilizando

estilos mais respeitosos com o ambiente com o propoacutesito de superar a crise enfrentada

pelos agricultores (Costabeber amp Moyano 2000)

De acordo com Altieri (2002) soacute uma compreensatildeo mais profunda da ecologia

humana e dos sistemas agriacutecolas pode levar a medidas coerentes com uma agricultura

sustentaacutevel Assim a ldquoemergecircncia da agroecologiardquo representa um enorme salto nesta

direccedilatildeo pois fornece os princiacutepios ecoloacutegicos baacutesicos para o estudo e tratamento dos

ecossistemas tanto produtivos quanto preservadores dos recursos naturais e que sejam

culturalmente sensiacuteveis socialmente justos e economicamente viaacuteveis

A transformaccedilatildeo ou substituiccedilatildeo de um modelo de desenvolvimento para outro

supotildee um processo de transiccedilatildeo que em alguns momentos caminha a passos lentos e

em outros pode trazer mudanccedilas bruscas e qualitativamente diferenciadas Esse

processo de transiccedilatildeo significa a conversatildeo de uma agricultura tradicional para uma

agricultura ecoloacutegica e socialmente equilibrada com base na sustentabilidade (Gomeacutez

1997)

Embora a falta de informaccedilatildeo da pesquisa possa ter contribuiacutedo para dificuldades

e experiecircncias negativas de muitos produtores estes tecircm fama de serem inovadores e

experimentadores desejosos de adotar novas praacuteticas no sentido de serem beneficiados

Nos uacuteltimos cinquumlenta anos a inovaccedilatildeo na agricultura tem sido impulsionada

principalmente pela ecircnfase em altos rendimentos e no lucro da unidade produtiva

Apesar da continuidade dessa forte pressatildeo econocircmica sobre a agricultura muitos

produtores convencionais estatildeo preferindo fazer a transiccedilatildeo para praacuteticas que satildeo mais

consistentes ambientalmente e tem o potencial de contribuir com a sustentabilidade da

agricultura em longo prazo (Gliessman 2000)

7

212 Agroecologia e agricultura familiar

O nuacutecleo por excelecircncia da produccedilatildeo sustentaacutevel eacute a agricultura familiar No

Brasil mais especificamente esta tecnologia estaacute sendo introduzida natildeo somente em

aacutereas de cultivo de agricultura familiar em geral mas especificamente em

assentamentos rurais Percebe-se dessa forma tratar-se de um tipo de produccedilatildeo que

tende a incorporar a dimensatildeo histoacuterico-social e a considerar os valores culturais e de

senso comum inerentes aos agricultores familiares (Costa Neto 1999)

Na agricultura familiar a sustentabilidade toma forma a partir do momento em

que comeccedilaram a ser incorporados aos debates os novos anseios da sociedade rural e

urbana relacionados a um novo projeto de desenvolvimento e na medida em que foram

buscadas orientaccedilotildees teoacutericas baseadas no paradigma agroecoloacutegico

De acordo com Maturana amp Rezepka (2000) a formaccedilatildeo do conhecimento natildeo eacute

entendida como simples treinamentos e teacutecnicas e seraacute um aspecto essencial desta

abordagem A valorizaccedilatildeo dos saberes dos agricultores sobre o ambiente as plantas o

solo e os processos ecoloacutegicos onde resgatam e aprimoram teacutecnicas proacuteprias e de

outros de origem cientiacutefica ou empiacuterica fundamentais dentro deste novo paradigma

(Altieri amp Nicholls 2000)

Neste sentido cientistas e extensionistas tecircm se surpreendido com a profundidade

destes conhecimentos e com a capacidade de vaacuterios destes agricultores de expocirc-los

mesmo nos ambientes acadecircmicos onde muitas vezes estatildeo mais avanccedilados que seus

interlocutores (Weid amp Tardin 2002) Isto revela a necessidade de sintonia entre a

Universidade e a Comunidade

Entatildeo a sutentabilidade ambiental em niacutevel local eacute positiva quando o manejo

realizado no agroecossistema aproveita a produtividade dos recursos naturais renovaacuteveis

(aqueles que funcionam mediante o fluxo solar) Ao contraacuterio pode natildeo ser positiva

quando as praacuteticas produtivas consistem na busca pela produtividade mediante a troca

econocircmica (importaccedilatildeo e exportaccedilatildeo de insumos e produtos) onde a terra eacute vista

unicamente como o suporte material (fiacutesico) das espeacutecies Neste caso o controle de

pragas a fertilizaccedilatildeo e outras praacuteticas necessaacuterias satildeo realizados mediante capital

produzido pelo homem degradando a base local de recursos naturais (Xavier Simoacuten amp

Domingues 2001)

8

213 O Mercado de produtos agroecoloacutegicos

O mercado de alimentos produzidos sob a orientaccedilatildeo agroecoloacutegica produzidos

sem utilizaccedilatildeo de agrotoacutexicos ou adubos minerais tem aumentado vertiginosamente em

todo o mundo Alguns dados indicam que esse segmento cresce anualmente cerca de

20 nos Estados Unidos 40 na Europa e 50 no Brasil e para comprovar tais

iacutendices basta verificar a proliferaccedilatildeo das feiras de produtores ecoloacutegicos nas cidades o

aumento dos espaccedilos para esses produtos nas gocircndolas das grandes redes de

supermercados e os movimentos ambientalistas e de consumidores que buscam uma

alimentaccedilatildeo mais saudaacutevel (Schiedeck 2002)

Sem duacutevida antes de tudo cabe salientar que a crise atual evidencia o equiacutevoco da

adoccedilatildeo de um modelo de produccedilatildeotransformaccedilatildeo que natildeo tem outra ambiccedilatildeo que natildeo a

de se adaptar agrave globalizaccedilatildeo Cabe a consideraccedilatildeo feita por Dufour (1999) de que o

mercado natildeo eacute uacutenico e monoliacutetico e portanto a produccedilatildeo social da qualidade natildeo

significa mais do mesmo (a adaptaccedilatildeo do que jaacute natildeo serve)

Na realidade pode-se identificar claramente dois mercados de natureza

fundamentalmente oposta que segundo Gomes amp Borba (2000) satildeo o de produtos

baacutesicos (leite cereais carnes brancas e vermelhas) e o de produtos elaborados

socialmente e de grande valor agregado por serem justos socialmente O mercado

mundial dos produtos baacutesicos eacute alimentado pelos excedentes agriacutecolas de grandes

produtores (Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos e Canadaacute) tambeacutem a soja e carne de

frango brasileira e o trigo argentino e os preccedilos nesses mercados satildeo extremamente

baixos e permaneceratildeo assim por muito tempo segundo relatos recentes do Banco

Mundial

Para produzir a preccedilos tatildeo baixos eacute necessaacuterio lanccedilar matildeo de todo tipo de

artifiacutecio como os hormocircnios os organismos geneticamente modificados as farinhas

animais esquecendo o meio ambiente e convivendo com exploraccedilotildees gigantescas

concentraccedilatildeo na posse da terra e com uma minoria de beneficiaacuterios dos programas de

ajuda puacuteblica os agromanagers (Gomes amp Borba 2000)

O mercado de produtos elaborados e de valor agregado obedece a outras regras

Mesmo que os agricultores busquem a maximizaccedilatildeo da produtividade natildeo se enfrentam

diretamente A produccedilatildeo ocorre em zonas geograacuteficas bem definidas e permite valorizar

o ldquosavoir-fairerdquo ou ldquoknow-howrdquo (em outras palavras natildeo necessariamente mas o

conhecimento ldquotradicionalrdquo) contribuindo para uma verdadeira economia local Esta eacute a

9

agricultura que ao mesmo tempo produz gera e preserva empregos Para caminhar ateacute

ela eacute necessaacuteria uma ampla alianccedila entre agricultores consumidores e movimentos

sociais para frear esta forma de ditadura dos mercados fonte do poder das

transnacionais agro-alimentares e quiacutemicas (Dufour 1999)

Por outra parte o mercado natildeo eacute linear e abstrato como querem fazer crer A

produccedilatildeo e o consumo sempre estaratildeo localizados e seratildeo realizados por produtores e

consumidores concretos isto permite falar em convenccedilatildeo ou negociaccedilotildees onde a

qualidade seja considerada na originalidade no bem comum ou na confianccedila entre pares

e colada aos produtos ainda mais quando se trata de alimentos Isto soacute seraacute possiacutevel

no local (sem ignorar o global) e levando em conta indicaccedilotildees como denominaccedilatildeo

ou indicaccedilatildeo de origem de processo ou de qualidade etc relacionados agraves

especificidades dos produtos o que tambeacutem deve ser objeto de negociaccedilatildeo para cada

lugar (eacute preciso lembrar que a participaccedilatildeo e as relaccedilotildees interpessoais satildeo determinantes

ao longo do processo) A produccedilatildeo social da qualidade eacute vista como estrateacutegia que

adquire sentido se considerada para o espaccedilo da Agricultura Familiar onde ainda eacute

possiacutevel estabelecer laccedilos de solidariedade entre produtores e consumidores (Gomes amp

Borba 2000)

De acordo com DrsquoAgostini amp Fantini (2002) tanto ou mais do que compreender a

dinacircmica de processos dos quais resultam produtos interessantes eacute compreender e

humanizar a dinacircmica de interesses sobre esses processos e produtos Os mesmos

autores dizem ainda que natildeo seria a solidariedade humana (a virtude pressuposta) que

emerge em especial na produccedilatildeo agroecoloacutegica mas sim a emergecircncia da rica

propriedade humana a generosidade que permite praticaacute-la em qualquer relaccedilatildeo entre

os homens

22 A cultura da cebola (Alliunt cepa L) e sua importacircncia

A cultura da cebola foi introduzida pelos accedilorianos no Brasil no seacuteculo XVIII nos

municiacutepio de Mostardas Rio Grande e Satildeo Joseacute do Norte no Estado do Rio Grande do

Sul (Garcia 1990) sendo a terceira hortaliccedila de maior importacircncia econocircmica para o

paiacutes (ICEPA 2003) Nas regiotildees Sul e Sudeste a cebolicultura constitui-se em atividade

socioeconocircmica de significativa relevacircncia para os Estados de Satildeo Paulo Santa

10

Catarina e Rio Grande do Sul nos quais se concentram mais de 76 da produccedilatildeo

nacional (Debarba et a i 1998)

A mais importante regiatildeo produtora do Rio Grande do Sul estaacute situada no litoral

Sul englobando os municiacutepios de Rio Grande Tavares Satildeo Joseacute do Norte e Mostardas

(Garcia 1997) e segundo ICEPASC (2003) esses quatro municiacutepios respondem por

cerca de 70 da produccedilatildeo de cebola do RS

Timm (2000) cita que cerca de 16000 famiacutelias rurais no Rio Grande do Sul tem

na cultura da cebola o seu principal meio de subsistecircncia No Municiacutepio de Satildeo Joseacute do

Norte a produccedilatildeo de cebola constitui uma atividade econocircmica quase exclusiva onde a

descapitalizaccedilatildeo dos agricultores ocasionou o abandono do meio rural por muitos deles

que acabaram por estabelecerem-se na periferia da zona urbana (Garcia 1997)

Aleacutem da descapitalizaccedilatildeo do produtor ocorrem problemas como a erosatildeo do solo

que segundo Zabaleta (1998) ocorre principalmente devido agrave accedilatildeo dos ventos fortes e

constantes caracteriacutesticos na regiatildeo sul-litoracircnea bem como a topografia plana e os

solos muito arenosos com lenccediloacuteis freaacuteticos superficiais contribuem para o

empobrecimento dos solos da regiatildeo principalmente ao se comparar com outras aacutereas

onde a cebola participa de sistemas produtivos juntamente com a produccedilatildeo leiteira o

arroz e hortaliccedilas diversas (Timm 2000)

221 Caracteriacutesticas agronocircmicas da cebola

A cebola eacute uma aliaacuteceae a planta eacute tenra atinge 60 cm de altura e apresenta folhas

tubulares e cerosas O caule verdadeiro eacute um disco comprimido na base da planta de

onde partem as folhas e raiacutezes que satildeo fasciculadas pouco ramificadas explorando um

volume de solo equivalente a um cilindro com 60 cm de altura e 25 cm de diacircmetro

(Filgueira 2000)

Cada planta apresenta 20 a 200 raiacutezes normalmente espessas (05 a 1 mm de

diacircmetro) e com pouca ramificaccedilatildeo e poucos pecirclos absorventes O crescimento eacute

vertical estendendo-se de 40 a 80 cm de profundidade Poucas raiacutezes ocupam mais de

15 cm do raio em tomo do bulbo Estas caracteriacutesticas tecircm implicaccedilotildees peculiares

quanto acirc localizaccedilatildeo e ao suprimento de nutrientes (Quanto menor o diacircmetro e maior a

ocorrecircncia de pecirclos absorventes maior seraacute a superfiacutecie de raiacutezes e consequumlentemente a

absorccedilatildeo de nutrientes (Magalhatildees 1993)

11

A fase vegetativa do ciclo da planta termina com o amadurecimento do bulbo

todavia trata-se de uma planta bienal considerando acirceu ciclo vital completo isto eacute da

semeadura ateacute a produccedilatildeo de novas sementes Apoacutes um periacuteodo invemal sob baixas

temperaturas haacute emissatildeo de um pendatildeo floral que pode alcanccedilar 150 cm de altura

terminando por uma inflorescecircncia tipo umbela simples inicialmente recoberta por

uma peliacutecula formada por centenas de pequenas flores (Filgueira 2000)

Segundo Clivela (1995) os fatores climaacuteticos de modo geral natildeo satildeo limitantes

para a produccedilatildeo de bulbos de cebola no Rio Grande do Sul Filgueira (2000) enfatiza

que no Brasil eacute uma das raras culturas oleraacuteceas nas quais o fotoperiacuteodo pode tornar-se

o fator limitante ocorrendo frustraccedilotildees da colheita caso as exigecircncias da planta natildeo

sejam satisfeitas

222 A produccedilatildeo de mudas de hortaliccedilas

As mais importantes modificaccedilotildees no sistema de produccedilatildeo nos uacuteltimos anos tecircm

sido feitas na produccedilatildeo de mudas Hoje eacute uma realidade os produtores se

especializarem em produzir mudas principalmente no Estado de Satildeo Paulo Para tanto

se busca atraveacutes da pesquisa as melhores fontes e combinaccedilotildees de substratos associados

ao sistema de produccedilatildeo conveniente para cada espeacutecie a fim de se obter melhorias na

propriedade no solo e na Olericultura (Giorgetti 1991)

O sistema agroecoloacutegico torna-se importante uma vez que a base da Horticultura

moderna eacute a produccedilatildeo de mudas de alta qualidade (Minami1995) a produccedilatildeo de mudas

de hortaliccedilas tem sido citada como a etapa mais importante do sistema produtivo (Silva

Junior et al 1995) Segundo Filgueira (2000) nesta fase natildeo se pode cometer erros

pois posteriormente seraacute mais difiacutecil de corrigi-los visto que para o cultivo da cebola a

muda refletiraacute na qualidade do bulbo

As mudas de hortaliccedilas podem ser consideradas tolerantes e natildeo tolerantes ao

transplante e dependem principalmente das condiccedilotildees ambientais necessitando de

cuidados No caso da cebola como satildeo produzidas com raiz nua os cuidados devem ser

maiores pois dependendo do estado em que se encontram mais ou menos susceptiacuteveis

aos estresses quando em contato com o campo podem resultar em desastre (Minami

1999)

A quantidade de nutrientes extraiacuteda pelas hortaliccedilas durante a fase de muda varia

em funccedilatildeo da espeacutecie da variedade ou da cultivar e do prazo necessaacuterio para a formaccedilatildeo

13

O composto humificado ou curado eacute rico em nutrientes que passaram parcialmente

da forma orgacircnica para a forma mineral assimilaacutevel pelas raiacutezes e com maior teor

coloidal que atua como fertilizante e eacute responsaacutevel pela capacidade melhoradora do

solo (Barreto 1985)

Uma das principais alternativas em termos de adubaccedilatildeo orgacircnica eacute o

vermicomposto Ele eacute um adubo orgacircnico estaacutevel rico em nutrientes inodoro de

coloraccedilatildeo escura obtido a partir da atividade das minhocas que potencializam a mateacuteria

prima utilizada no processo (principalmente esterco de bovino) proporcionando

diversos benefiacutecios para as plantas (Timm 2000)

231 Efeitos da adubaccedilatildeo orgacircnica no solo

O solo funciona como um organismo vivo em 1 grama de solo saudaacutevel vive uma

comunidade bioloacutegica de aproximadamente 1 0 0 0 0 espeacutecies diferentes como minhocas

larvas besouros colecircmbolos aacutecaros algas bacteacuterias e fungos Estes organismos

necessitam de alimentos para viver principalmente carbono e nitrogecircnio que estatildeo

presentes na palhada das culturas e no esterco de animais Em funccedilatildeo disso eacute

importante que o solo tenha um determinado teor de mateacuteria orgacircnica para fornecer os

alimentos e energia que os microacutebios precisam para viver (Paulus et al 2001)

O homem atraveacutes dos diferentes sistemas de preparo do solo e cultivos contiacutenuos

ou natildeo altera o comportamento do mesmo em relaccedilatildeo agraves reaccedilotildees quiacutemicas

propriedades fiacutesicas como capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua lixiviaccedilatildeo de nutrientes

erosatildeo e como consequumlecircncia afeta a qualidade de organismos presentes no solo (Brady

1999) reduzindo paulatinamente o teor de mateacuteria orgacircnica (Primavesi1982)

Nos uacuteltimos anos tem-se observado em diferentes paiacuteses a ampliaccedilatildeo do uso de

adubos orgacircnicos Alguns apresentam oacutetimos resultados enquanto outros se mostram

tecnicamente inadequados Os principais adubos orgacircnicos encontrados no mercado satildeo

fertilizantes orgacircnicos de origem animal compostos de lixo urbanos compostos de

produtos industriais e huacutemus de minhoca Nestes fertilizantes estatildeo presentes a maioria

dos macronutrientes (nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre) e

micronutrientes (zinco cobre boro ferro cobalto)essenciais para as plantas e nem

sempre encontrados em muitos fertilizantes minerais bem como uma gama de

microorganismos que vatildeo beneficiar a fauna e a flora do solo (Brady 1979 Kiehl

1985 Costa 1985 Garcia 1997)

14

Os adubos orgacircnicos satildeo amplamente empregados nos sistemas de produccedilatildeo de

alface como condicionadores do ambiente quiacutemico e fiacutesico da rizosfera e

consequumlentemente na resposta bioloacutegica das plantas (Rodrigues amp Casali 1998)

Considerando as necessidades hortiacutecolas de maior competitividade e o fato de natildeo

ser subsidiada o crescimento populacional e a industrializaccedilatildeo representam fatores

determinantes na geraccedilatildeo diaacuteria de enormes volumes de resiacuteduos podendo ser utilizados

pelos produtores com um maior retomo econocircmico possiacutevel Ao mesmo tempo a

questatildeo ambiental assume cada vez mais destaque na sociedade moderna repercutindo

em poliacuteticas governamentais bem como no setor produtivo do paiacutes e do mundo

fazendo com que a relaccedilatildeo do homem com a natureza seja repensada (Morselli 2001)

232 Efeitos da adubaccedilatildeo orgacircnica nas culturas

Segundo Paulus et al (2001) a mateacuteria orgacircnica tambeacutem eacute fonte de nutrientes

especialmente nitrogecircnio foacutesforo enxofre e micronutrientes aleacutem disso tem

capacidade de ldquoprenderrdquo micronutrientes e alguns elementos toacutexicos para as plantas

como o alumiacutenio Por exemplo os micronutrientes depois de presos satildeo liberados

lentamente no solo onde satildeo gradativamente aproveitados pelas plantas

O uso dos fertilizantes minerais elevam o custo de produccedilatildeo pois satildeo necessaacuterias

altas doses para o fornecimento dos teores de nutrientes demandados Por isso eacute

importante a geraccedilatildeo de tecnologias que poupem o consumo de fertilizantes minerais

desejaacutevel com vista agrave diminuiccedilatildeo do custo de produccedilatildeo (Rodrigues 1984) A produccedilatildeo

de hortaliccedilas sob a orientaccedilatildeo agroecoloacutegica leva em consideraccedilatildeo natildeo apenas os custos

de produccedilatildeo como tambeacutem a dependecircncia dos insumos principalmente quando se

considera a ldquoteoria da trofobioserdquo pelos efeitos maleacuteficos que os nutrientes prontamente

assimilaacuteveis podem causar as plantas (Chaboussou 1987)

Para Compagnoni amp Putzolu (1985) o vermicomposto eacute um autecircntico fertilizante

bioloacutegico que atua como corretivo do solo determinando caracteriacutesticas importantes

para a microflora pelos aacutecidos huacutemicos e as substacircncias fitoestimulantes Os autores

consideram ainda que as dejeccedilotildees das oligoquetas proporcionam a formaccedilatildeo de huacutemus

permitindo melhorar o solo razatildeo pela qual satildeo destinados agrave horticultura com oacutetimas

vantagens fiacutesicas e microbioloacutegicas enriquecendo a camada araacutevel

Em experimentos desenvolvidos durante cinco anos para avaliar o efeito da

aplicaccedilatildeo de compostos eou adubos nas culturas de alface manjericatildeo espinafre e

15

pepino Valenzuela amp Crosby (1998) compararam as produccedilotildees obtidas com composto

e a fertilizaccedilatildeo padratildeo e concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo do composto em 20 Mg ha 1 mais

N-quiacutemico foi o melhor tratamento em todas as culturas estudadas

233 Plantas de cobertura do solo

As plantas mais usadas para adubaccedilatildeo de cobertura do solo satildeo as leguminosas

pois estas tecircm a capacidade de fixar o nitrogecircnio atmosfeacuterico e disponibiliza-lo agrave

cultura Primavesi (1992) cita que utilizando-se mucuna ervilhaca feijatildeo-de-porco

feijatildeo-miuacutedo crotalaacuteria e outras natildeo haacute necessidade de utilizar tanto nitrogecircnio em

cobertura embora natildeo se dispense uma calagem mais frequumlente pois ocorre um pouco

de acidificaccedilatildeo no solo como com qualquer adubaccedilatildeo nitrogenada Segundo a mesma

autora algumas leguminosas tecircm a capacidade de mobilizar o foacutesforo como o caupi

(feijatildeo-miuacutedo) outras mobilizam o caacutelcio como tremoccedilo

Para Brady (1999) a adubaccedilatildeo verde traz grandes benefiacutecios como suprimento de

mateacuteria orgacircnica sendo consideraacutevel a quantidade de resiacuteduos orgacircnicos devolvidos ao

solo adiccedilatildeo de nitrogecircnio nutrientes e conservaccedilatildeo do solo

Calegari (1998) comenta que quanto aos aspectos fiacutesicos os resiacuteduos tendem a

contribuir para uma melhoria da estrutura do solo percebida pelo aumento da

estabilidade dos agregados em aacutegua aumento da capacidade de retenccedilatildeo hiacutedrica

elevaccedilatildeo dos iacutendices de infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo aumento da porosidade melhor

aeraccedilatildeo e diminuiccedilatildeo da densidade do solo

De acordo com Timm (2000) o papuatilde eacute uma excelente alternativa como cobertura

de solo para o cultivo miacutenimo da cebola pois na eacutepoca do transplante das mudas seu

ciclo vegetativo estaacute completo natildeo necessitando o dessecamento outra vantagem eacute que

o papuatilde apresenta bom controle com relaccedilatildeo agraves plantas invasoras da cebola reduzindo

ao longo dos anos o nuacutemero de capinas e a aplicaccedilatildeo de herbicidas

234 Adubaccedilatildeo foliar

Segundo Malavolta (1981) a utilizaccedilatildeo da adubaccedilatildeo foliar eacute complemento da

adubaccedilatildeo de solo natildeo substituto da mesma no que diz respeito ao fornecimento de

nitrogecircnio foacutesforo e potaacutessio para as culturas Da mesma maneira que as raiacutezes podem

perder para o solo parte dos elementos absorvidos as folhas tambeacutem o fazem pela accedilatildeo

16

de fatores internos (desordem fisioloacutegica estado nutricional etc) e externos (chuvas

orvalho nutriccedilatildeo do sistema radicular luz temperatura etc)

Para Chaboussou (1987) as plantas adquirem o maacuteximo de resistecircncia bioloacutegica

atraveacutes da nutriccedilatildeo (trofos) equilibrada Obviamente para que isto ocorra eacute necessaacuterio

que o solo esteja em equiliacutebrio dinacircmico o ambiente seja o mais estaacutevel e as plantas

selecionadas ou melhor adaptadas para poderem suportar as alteraccedilotildees extemporacircneas

ocasionadas pelos fenocircmenos meteoroloacutegicos e nas fases fonoloacutegicas criacuteticas do

crescimento e desenvolvimento (Pinheiro amp Barreto 2000)

O lixiviado das folhas enriquece as camadas superiores do solo e tende a

contrabalanccedilar as perdas de zonas mais profundas e mais distantes acumulando-os nas

suas proximidades tambeacutem influencia o nuacutemero e o comportamento dos

microrganismos que por sua vez alteram o processo de gecircnese do solo sua textura e

fertilidade A lixiviaccedilatildeo assim se toma importante no desenvolvimento da sucessatildeo

ecoloacutegica devido agrave ciclagem de elementos (Malavolta 1980)

Conforme Camargo (1975) a utilizaccedilatildeo de adubos foliares substitui parcialmente

a adubaccedilatildeo radicular em 20 a 25 podendo ser utilizada em varias pulverizaccedilotildees

24 Vermicompostagem

E o processo que consiste em se submeter diferentes resiacuteduos orgacircnicos de

origem animal eou vegetal aos processos fermentativos e humificaccedilatildeo adicionando

minhocas do gecircnero Eiseina espeacutecie foetida ao material procurando obter um produto

curado em aproximadamente 45 - 60 dias (Compagnoni amp Putzolu 1985)

A vermicompostagem firmou-se no Brasil como atividade rentaacutevel produzindo

adubo de alta qualidade na deacutecada de 90 Na agricultura brasileira contudo haacute

preferecircncia pelos adubos quiacutemicos em funccedilatildeo de sua aquisiccedilatildeo financiada menor custo

e retomo imediato embora o impacto de seu uso contiacutenuo sobre o solo e os

microorganismos que nele vivem seja negativo (Tagliari amp Grassmann 1995)

Segundo Morselli (2002) a vermicompostagem difere da compostagem

convencional dentre outros pocircr formar substacircncias huacutemicas mais rapidamente ao sofrer

passagem pelo trato digestivo das minhocas A alirdentaccedilatildeo destas satildeo basicamente os

estercos e a disponibilidade desta mateacuteria prima bem como de ambiente protegido para

proceder a compostagem correta deste material satildeo indispensaacuteveis

17

Segundo Kiehl (1985) e Martinez (1990) o vermicomposto apresenta as seguintes

vantagens em relaccedilatildeo a compostagem permite a formaccedilatildeo de um produto curado em

menor espaccedilo de tempo promove a formaccedilatildeo de um material com maior

disponibilidade de nutrientes facilita o peneiramento natildeo havendo a necessidade de

revolvimento do material oferece vaacuterias fontes de renda pois aleacutem do huacutemus fornece

minhocas e raccedilatildeo e quando aplicado ao solo tende a melhorar as propriedades fiacutesicas

quiacutemicas e bioloacutegicas

241 Resiacuteduos utilizados na vermicompostagem

2411 Resiacuteduos de origem animal

Segundo Bureacutes (1997) o esterco eacute uma mistura de fezes urina e camas que

podem estar constituiacutedas de palhas folhas secas serragem turfa casca de arroz e ateacute

terra Esse apresenta pH neutro e densidade que varia de 030 a 090 Kg dm3 segundo

seu estado de decomposiccedilatildeo Eacute influenciado por vaacuterios fatores como espeacutecie animal

raccedila idade alimentaccedilatildeo material utilizado como cama e tratamento da mateacuteria-prima

esterco (Kiehl 1985) Dentre os fatores apontados um dos mais importantes eacute a

alimentaccedilatildeo do animal quanto mais rica a alimentaccedilatildeo mais rica seraacute as dejeccedilotildees

(Gnoatto 1999) O volume de bacteacuterias vivas ou mortas encontradas no esterco

representam 20 a 30 do total delas se originam grande parte do nitrogecircnio sob a

forma de proteiacutena (Morselli 2002)

A origem do material utilizado para a produccedilatildeo de vermicomposto eacute fundamental

pois soacute uma mateacuteria-prima de qualidade resultaraacute em um produto final de boa qualidade

Dentre os estercos o de aves eacute empregado empiricamente na adubaccedilatildeo de culturas

permanente ou natildeo com excelentes resultados apesar de sua simples composiccedilatildeo

meacutedia 2 de nitrogecircnio 2 de foacutesforo como P2 0 5 e 1 de K2 0 Poreacutem haacute uma

grande variaccedilatildeo na sua constituiccedilatildeo a qual dependeraacute do manejo animal atraveacutes das

camas finalidade da criaccedilatildeo e natureza das camas (Morselli 2002)

2412 Resiacuteduos de origem vegetal

A mateacuteria orgacircnica pode ser preservada no solo por vaacuterios processos seja pela

simples incorporaccedilatildeo de resiacuteduos de culturas rotaccedilatildeo de culturas adubaccedilatildeo verde ou

18

pela adiccedilatildeo de materiais orgacircnicos capazes de elevar e manter a produtividade do solo

Da decomposiccedilatildeo dos resiacuteduos orgacircnicos adicionados ao solo resulta a liberaccedilatildeo de

grande quantidade de nutrientes principalmente o nitrogecircnio o potaacutessio e o enxofre

Aleacutem disso diversos atributos quiacutemicos e fiacutesicos do solo satildeo alterados pela

decomposiccedilatildeo desses resiacuteduos destacando-se o aumento da capacidade de troca de

caacutetions o aumento da retenccedilatildeo de aacutegua a melhoria da estabilidade dos agregados e da

aeraccedilatildeo (Fraser1963 Malavolta 1981 Mello et al 1983 Bonilla 1992)

Segundo Purcino (1981) quando a relaccedilatildeo CN eacute menor que 30 como no caso do

esterco de curral ou da palha de leguminosas a disponibilidade de nitrogecircnio eacute

imediata mas acima deste valor ocorre imobilizaccedilatildeo crescente deste nutriente Por esse

motivo estes materiais devem ser submetidos a uma degradaccedilatildeo bioloacutegica antes de

serem adicionados ao solo

25 Biofertilizantes

No Brasil ocorrem problemas crescentes com materiais derivados de sistemas

intensivos de criaccedilatildeo animal que acumulam resiacuteduo^ orgacircnicos com graves problemas

de contaminaccedilatildeo de cursos de aacutegua que na maioria das vezes se acumulam em um

uacutenico lugar e natildeo satildeo reciclados (Viglizzo 1995)

Visando amenizar tais situaccedilotildees os meacutetodos alternativos de adubaccedilatildeo controle de

doenccedilas pragas e plantas indesejaacuteveis tecircm sido muito estudado Dentro dessa linha de

pesquisa destaca-se o uso de mateacuteria orgacircnica atraveacutes tanto de sua incorporaccedilatildeo ao

solo como de sua transformaccedilatildeo para uso posterior na forma de biofertilizantes

(Khatounian 1997 Bettiol et al 1997)

Na complexa e elevada comunidade microbiana dos biofertilizantes encontram-se

bacteacuterias fungos leveduriformes filamentosos e actinomicetos (Bettiol apud Penteado

1999)

O agregado de macro e micronutrientes periodicamente ativa e enriquece a

fermentaccedilatildeo O uso de farinha de rocha tem sido vantajoso por ter baixo custo

comparado com os sais concentrados e purificados aleacutem de trazer alguns elementos

traccedilos de vital importacircncia para os microrganismos do solo como por exemplo o Gaacutelio

o Iodo e o Vanaacutedio (M1BASA 199-) O agregado de farinha de rocha ou sais

purificados ao fermentado faz com que estes nutrientes passem a fazer parte dos

microrganismos ou dos produtos orgacircnicos liberados durante a fermentaccedilatildeo sendo que

19

o ataque dos microrganismos atraveacutes de suas enzimas consegue liberar os elementos natildeo

atacados pelos aacutecidos industriais (Pinheiro amp Barreto 2000)

Os biofertilizantes tecircm sido empregados na agricultura ecoloacutegica como adubo

foliar para aumentar a resistecircncia contra pragas e doenccedilas Aleacutem disso o processo de

produccedilatildeo eacute bastante simples e por isso eacute viaacutevel sua produccedilatildeo na propriedade desde que

tenha esterco disponiacutevel (Penteado 1999)

Bettiol et al (1997) verificaram a presenccedila de diferentes espeacutecies de fungos

fiacutelamentosos e leveduriformes e bacteacuterias entre elas Bacillus spp na comunidade

microbiana do biofertilizante produzido segundo meacutetodo adotado pelo Centro de

Agricultura Ecoloacutegica Ipecirc Os autores verificaram ainda uma reduccedilatildeo da comunidade

microbiana ao longo da digestatildeo reduccedilatildeo essa mais acentuada logo apoacutes o acreacutescimo

dos sais contendo micronutrientes A accedilatildeo dos sais pode ser tanto por aumento na

pressatildeo osmoacutetica quanto pelo efeito direto sobre os microrganismos Para o controle de

doenccedilas de plantas satildeo importantes a presenccedila dos metaboacutelitos produzidos pelos

organismos presentes no biofertilizante e os proacuteprios microrganismos vivos

Os microrganismos transformam o material orgacircnico (esterco soro de leite caldo

de frutas palhas restos industriais etc) e cinzas produzindo vitaminas aacutecidos e sais

complexos importantes para regular e tonificar o metabolismo das plantas impedindo o

desenvolvimento de pragas e doenccedilas (Pinheiro amp Barreto 2000)

Em estudos feitos com o biofertilizante liacutequido de bovinos foi observado a

presenccedila de inuacutemeros microorganismos como bacteacuterias leveduras e bacilos

principalmente do Bacillus subtilis Estes microorganismos sintetizam substacircncias

antibioacuteticas as quais demonstram ter grande accedilatildeo e eficiecircncia como substacircncias

fungiostaacuteticas e bacteriostaacuteticas de fitopatoacutegenos causadores de danos em lavouras

comerciais (Penteado 1999)

Aldrighi et al (2002) realizaram trabalho na UFPel relacionado agrave nutriccedilatildeo de

mudas de tomate (Floradade) produzidas no sistema ldquofloatingrdquo Utilizaram-se doses de

0 2 5 e 10 para o biofertilizante Super Magro e 0 e 1 para a urina de vaca

Concluiacuteram que estes natildeo interferem na produccedilatildeo das mudas e que provavelmente foi

influenciado pelo substrato utilizado (vermicomposto 75 e casca de arroz carbonizada

25) bem como o sistema de produccedilatildeo (floating)

Paglia et al (2002) citam que eacute possiacutevel produzir mudas de tomate (cultivar

Floradede) utilizando urina de vaca e biofertilizante Super Magro na aacutegua em sistema

ldquofloatingrdquo em trabalho realizado na UFPel O uso da urina de vaca a 1 e 5 e

20

biofertilizante Super Magro a 6 proporcionam uma elevaccedilatildeo do foacutesforo bem como o

Super Magro a 6 eleva os teores de Mg e Ca na aacutegua

251 Urina de vaca

As urinas de vaca contecircm nutrientes favoraacuteveis ao bom desenvolvimento das

plantas como potaacutessio soacutedio nitrogecircnio enxofre magneacutesio caacutelcio foacutesforo e traccedilos de

outros elementos Nas plantas funciona como um fertilizante natural tomando-as mais

resistentes ao ataque das pragas e doenccedilas Satildeo encontradas tambeacutem na urina outras

substacircncias como fenoacuteis e principalmente o catecol que esta associado agrave recuperaccedilatildeo

de plantas atacadas por fitopatoacutegenos por ser um produto anti-seacuteptico (Penteado 1999)

Para seu emprego a urina receacutem coletada deve ser armazenada sob condiccedilotildees

ambientais por trecircs dias para que se forme amocircnio importante produto a ser absorvido

pelas plantas Recomenda-se ainda que o armazenamento deva ser feito em recipiente

fechado para que natildeo ocorram perdas de nitrogecircnio Desta forma poderaacute permanecer

por ateacute um ano sem comprometer sua eficiecircncia

Em hortaliccedilas o uso da urina de vaca eacute recomendado em pulverizaccedilotildees foliares

semanais na concentraccedilatildeo de 05 para tomateiro pimentatildeo pepino feijatildeo vagem e

couve ou quinzenais a 1 para as culturas do quiabeiro jiloeiro e berinjela Para

fruteiras em geral a primeira aplicaccedilatildeo deve ser na concentraccedilatildeo aproximada de 5

realizada diretamente no solo e mensalmente devem ser realizadas pulverizaccedilotildees

foliares a 1 para plantas jovens e a 5 para plantas adultas (Penteado 1999)

Na aplicaccedilatildeo foliar deve-se ter cuidado com folhas e brotos novos e considerar que

o uso contiacutenuo pode ser toacutexico podendo afetar o solo causando a sua acidificaccedilatildeo

(Penteado 1999)

Na Estaccedilatildeo Experimental da PESAGRO no municiacutepio de Macaeacute Rio de Janeiro

estaacute se utilizando a urina de vaca leiteira Os pesquisadores descobriram que a urina de

vaca em lactaccedilatildeo produzia o efeito de recuperar plantas de abacaxi atacadas por uma

doenccedila conhecida como ldquofusairioserdquo Essa doenccedila quando ataca o abacaxi causa

perdas de ateacute 70 da safra Todos os agrotoacutexicos testados natildeo conseguiram controlar a

doenccedila Isto eacute um exemplo para que a universidade tenha uma nova percepccedilatildeo (Capra

1996) adotando medidas efetivas que contribuam na transiccedilatildeo agroecoloacutegica Com o

uso da urina de vaca leiteira numa lavoura de abacaxi atacada pela fusariose observou-

se agrave recuperaccedilatildeo do stand e os frutos produzidos apresentaram excelente padratildeo

21

comercial Descobriu-se que aleacutem funcionar como adubo e defensivo natural a urina de

vaca leiteira tambeacutem favorece a floraccedilatildeo de muitas plantas e pode ser usada no

tratamento de frutos e tubeacuterculos depois da colheita

A urina de vaca em lactaccedilatildeo tambeacutem estaacute sendo usada nas lavouras de cafeacute em

plantaccedilotildees de maracujaacute coco alface e outras hortaliccedilas Na regiatildeo centro-sul do Paranaacute

os agricultores estatildeo aplicando a urina de vaca leiteira nas lavouras de feijatildeo soja

batata cebola e milho (Penteado 1999)

252 Alhol

A maioria dos defensivos alternativos tais como calda bordalesa sulfocaacutelcica

aacutegua de cinza e cal biofertilizante enriquecido extrato de fumo entre outros precisa

ser misturada com um espalhante adesivo para quebrar a tensatildeo superficial da gota e

propiciar um melhor molhamento das folhas e demais partes pulverizadas assegurando

uma absorccedilatildeo mais efetiva e uma melhor accedilatildeo sobre as pragas e doenccedilas Quando as

gotas permanecem inteiras sobre a superfiacutecie folhar devido agrave falta de espalhante

adesivo pode-se danificar os tecidos vegetais pelc efeito-lente quando o sol incide

sobre elas Aleacutem disso a gota por natildeo se espalhar sobre toda superfiacutecie folhar

concentra nela e consequumlentemente sobre o tecido que estaacute em contato com ela uma

quantidade maior do produto aplicado Essa maior concentraccedilatildeo pode prejudicar a

absorccedilatildeo e lesionar os tecidos principalmente apoacutes a evaporaccedilatildeo da aacutegua contida na

gota por resultar em uma maior concentraccedilatildeo de sais no local especialmente quando se

aplicam por exemplo calda sulfocaacutelcica bordalesa biofertilizante enriquecido com

macro e micronutrientes (Claro 2001)

O alhol eacute um espalhante adesivo ecoloacutegico que tambeacutem auxilia no controle de

pragas E elaborado com aacutegua alho oacuteleo vegetal e sabatildeo neutro a partir da sabedoria

popular que menciona o alho como repelente de insetos Juacutenior Abreu amp Maiorano

(199-) indicam formulaccedilotildees contendo alho para o controle de pragas como nematoacuteides

(Meloidogyne incoacutegnita e M javanica) mosca do chifre lagarta na maccedilatilde pulgotildees

besouro da batata trips e para controle de doenccedilas fuacutengicas e bacterianas como miacuteldio

ferrugem fusariose helminthosporiose murchadeira (Pseudonamos solacearum)

bruzone do arroz (Pyricularia orysae) podridatildeo negra do repolho e couve-flor

(Xanthomonas campestris) Aleacutem disso o alho pelo seu bom teor em oacuteleo pode agir

tambeacutem como espalhante adesivo O sabatildeo tambeacutem eacute indicado como espalhante adesivo

22

e possui accedilatildeo contra certas pragas (pulgotildees) sendo que o oacuteleo vegetal eacute indicado no

controle de cochonilhas e usado como espalhante adesivo (Claro 2001)

253 Calda Bordalesa

A calda bordalesa eacute um tradicional defensivo agriacutecola que pode ser preparado na

propriedade com a mistura de sulfato de cobre cal virgem e aacutegua As concentraccedilotildees de

sulfato de cobre e cal satildeo distintas dependendo do objetivo do seu emprego

Geralmente diferem de acordo com o tipo de planta ou espeacutecie vegetal as condiccedilotildees

climaacuteticas o grau de infestaccedilatildeo da doenccedila e a fase de crescimento da planta Eacute indicada

para o controle de miacuteldio alternaacuteria botrytis e antracnose (Penteado 1999)

A calda bordalesa caracteriza-se pela sua importante accedilatildeo no controle de diversas

doenccedilas fungicas nas mais diversas espeacutecies de culturas Possui tambeacutem uma relativa

accedilatildeo bactericida e em alguns casos age como repelente de insetos Da mistura do

sulfato de cobre com a cal resulta uma soluccedilatildeo rica em macronutrientes e

micronutrientes Provavelmente os expressivos resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo da

calda bordalesa devam-se natildeo somente a sua accedilatildeo fuacutengica e bactericida mas sobretudo

agrave influecircncia positiva que exerce no metabolismo das plantas ativando o processo

enzimaacutetico e estimulando a proteossiacutentese aumentando a resistecircncia das plantas (Claro

2 0 0 1 ) caracteriacutestica fundamental na agricultura sustentaacutevel

254 Biofertilizante Super Magro

A calda Super Magro eacute produto da fermentaccedilatildeo de estercos animais enriquecidos

por micronutrientes e outros produtos de origem animal obtendo-se uma calda

biofertilizante para aplicaccedilatildeo foliar nas plantas (Penteado 1999) jaacute foram observados

bons resultados principalmente nas culturas de uva maccedila pecircssego tomate batata e

hortaliccedilas em geral

E indicado como fonte suplementar de micronutrientes para as plantas inibidor

de fungos e bacteacuterias causadores de doenccedilas e para aumentar a resistecircncia contra insetos

e aacutecaros (Penteado 1999) i

Muller (1999) avaliou a influecircncia do biofertilizante Super Magro sobre as

culturas de tomate (Lycopersicon esculentum Mill) ervilha (Pisum sativum L) e

beterraba (Beta vulgaris L) O autor obteve cultivos com baixa severidade de doenccedilas e

23

insetos fitoacutefagos possivelmente por causa do manejo orgacircnico de produccedilatildeo Os

resultados das pulverizaccedilotildees das soluccedilotildees foliares variaram conforme a cultura e o

clima

255 Biofertilizante MB4

A utilizaccedilatildeo das farinhas de rochas eacute uma das teacutecnicas mais modernas usadas nos

uacuteltimos anos na agricultura O elevado nuacutemero de nutrientes contidos no MB4 como

cobre zinco manganecircs cobalto soacutedio alumiacutenio silicatos de magneacutesio ferro e caacutelcio

acompanhado de foacutesforo potaacutessio e enxofre reagem com a soluccedilatildeo do solo liberando

elementos essenciais ao desenvolvimento da vida microbiana os quais exercem um

papel fundamental atraveacutes de transformaccedilotildees quiacutemicas e do equiliacutebrio bioloacutegico

favorecendo o desenvolvimento sadio das plantas (Pinheiro amp Barreto 2000)

24

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

31 Local de execuccedilatildeo do experimento

O presente trabalho foi conduzido no Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul

(FEPAGROSUL) no municiacutepio de Rio Grande nlt periacuteodo de 15 de maio a 26 de

agosto de 2 0 0 2

O solo eacute classificado como ldquoTuiardquo satildeo muito arenosos As massas aquaacuteticas do

Oceano Atlacircntico e Lagoa dos Patos influenciam ventos temperatura pressatildeo umidade

relativa e demais fatores climaacuteticos A topografia da regiatildeo litoracircnea eacute plana com

lenccediloacuteis freaacuteticos superficiais

32 Anaacutelise estatiacutestica

O experimento foi constituiacutedo em fatorial 3X3 (Quadro 1) com quatro repeticcedilotildees

no delineamento blocos ao acaso As variaacuteveis respostas foram submetidas agrave anaacutelise de

variaccedilatildeo e ao teste de Duncan a 5 de probabilidade para comparaccedilatildeo das meacutedias

utilizando-se o sistema SANEST (Zonta amp Machado 1984)

As anaacutelises estatiacutesticas das variaacuteveis estudadas encontram-se nos Apecircndices C D

Os resultados das respostas agronocircmicas e das determinaccedilotildees dos conteuacutedos dos

macronutrientes bem como os de raiz estatildeo nas tabelas de 1 a 3

25

As diferentes adubaccedilotildees seratildeo representadas durante a discussatildeo da seguinte

forma 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e EC

(60 t ha 1 de esterco de curral) 1 VB+SM+U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais

super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+SM+U+CB (45 t ha 1 de

vermicomposto mais super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa)

EC+SM+U+CB (60 t ha 1 de esterco de curral mais super magro mais urina de vaca

mais calda bordalesa) 1 VB+MB4 +U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais MB4 mais

urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+MB4 +U+CB (45 t ha 1 de vermicomposto

mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa) EC+MB4 +U+CB (60 t ha 1 esterco

de curral mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa)

QUADRO 1 Descriccedilatildeo dos fatores experimentais e respectivos niacuteveis

Niacuteveis Fator 1 ADUBACcedilAtildeO DE BASE

0 1 Vermicomposto (30 t ha1)

0 2 Vermicomposto (45 t ha1)

03 Esterco de curral (60 t ha1)

Niacuteveis Fator 2 BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS

0 1 Super magro (5) + Urina de Vaca + Calda Bordalesa

0 2 MB4 (10) + Urina de vaca + Calda Bordalesa

03 Ausecircncia (testemunha)

33 Tratamentos

Da combinaccedilatildeo entre niacuteveis e fatores foram obtidos 9 tratamentos que estatildeo

descritos no Quadro 2 bem como as doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

26

QUADRO 2 Tratamentos e doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

TRATAMENTOS

Ndeg FATOR I FATOR II

0 1 30 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

0 2 30 t harsquo de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

03 30 t ha de vermicomposto - - -

04 45 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

05 45 t ha de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

06 45 t ha de vermicomposto - - -

07 60 t hade esterco Super Magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

08 60 t hade esterco MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

09 60 t hade esterco - - -

Cada parcela foi constituiacuteda por dois canteiros medindo 1 m de largura x 2 m de

comprimento perfazendo 075 m de aacuterea de aacuterea uacutetil (025 m de bordadura) Foi

utilizando semeadura a lanccedilo com densidade de 24 g canteiro1

O vermicomposto a urina de vaca o esterco de curral o alhol os biofertilizantes e

a calda bordalesa foram de procedecircncia do Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul O

vermicomposto de esterco bovino misturado agraves cascas de frutas foi processado pela

minhoca vermelha califomiana Eisenia foetida)

O biofertilizante Super Magro foi elaborado segundo a metodologia descrita pela

FEPAGROSUL utilizando-se os seguintes componentes 190 litros de aacutegua 22 litros

de leite 55 Kg de accediluacutecar mascavo 30 Kg de esterco fresco de bovinos 2 Kg de

Sulfato de zinco 2 Kg de sulfato de magneacutesio 2 Kg de cloreto de caacutelcio 1 Kg de aacutecido

boacuterico 300 g de sulfato de cobre 300 g de sulfato de ferro 300 g de sulfato de

manganecircs 100 g de molibdato de soacutedio 50 g de sulfato de cobalto 3 Kg de fosfato

natural 3 Kg de cinza e 200 g de farinha de osso

A urina de vaca em lactaccedilatildeo foi coletada pela manhatilde e armazenada em recipiente

fechado por trecircs dias em condiccedilotildees ambientais para que se formasse a amocircnia e natildeo

ocorresse perda de nitrogecircnio

28

Realizaram-se duas capinas manuais durante o experimento e em seguida como

cobertura se colocou casca de arroz Tambeacutem foi aplicado esterco de aves 30 dias antes

da colheita na quantidade de 05 Kg canteiro 1 como adubaccedilatildeo de cobertura

As pulverizaccedilotildees com os produtos iniciaram apoacutes 15 dias da germinaccedilatildeo

Realizou-se sete aplicaccedilotildees sendo que as duas primeiras foram feitas apenas com

Super Magro e MB4 Na terceira e na quarta aplicaccedilatildeo utilizou-se urina de vaca e calda

bordalesa em concentraccedilotildees menores (05 e 025 respectivamente) e na quinta

aplicaccedilatildeo as dosagens de urina de vaca e calda bordalesa foram elevadas para 1 0 e

05 respectivamente ateacute o final do experimento O alhol foi utilizado a partir da

terceira pulverizaccedilatildeo na quantidade de 2 e seguiu ateacute o final no dia 26 de agosto

quando as mudas foram colhidas e posteriormente analisadas as variaacuteveis

35 Observaccedilotildees agronocircmicas

Foram utilizadas 20 mudas de cebola para obtenccedilatildeo das meacutedias das variaacuteveis as

quais foram as seguintes

351 Fitomassa fresca da parte aeacuterea e raiacutezes

Foi realizada atraveacutes de uma balanccedila digital procedendo-se a pesagem de 20

mudas de cebola previamente lavadas e posteriormente secadas durante uma hora sobre

um tecido de algodatildeo agrave temperatura ambiente Processo idecircntico foi adotado com as

raiacutezes

352 Fitomassa seca da parte aeacuterea e raiacutezes

Esta variaacutevel foi obtida a partir da secagem preliminar em estufa de ar forccedilado

durante 48 horas a 65 C ateacute peso constante com posterior pesagem em balanccedila

analiacutetica

353 Altura da muda

A altura de muda foi medida a partir do colo das plantas ateacute sua uacuteltima folha

(ponto de crescimento) com uma reacutegua graduada de 40 cm

29

354 Diacircmetro do colo das plantas

Esta medida foi realizada no ponto de transplante a 2 mm das raiacutezes e utilizando-

se um paquiacutemetro SOMET

355 Sistema radicular

Ao teacutermino do experimento foram retiradas as raiacutezes das mesmas plantas que foram

utilizadas para as determinaccedilotildees realizadas na parte aeacuterea procedendo-se uma amostra

de solo com raiacutezes de 2 0 cm de largura x 2 0 cm de comprimento e 2 0 cm de altura

totalizando 8000 cm3

As raiacutezes apoacutes serem lavadas em aacutegua corrente foram pesadas acondicionadas em

sacos plaacutesticos e congeladas para posteriores anaacutelises pelo meacutetodo de Tennant (1975)

para a determinaccedilatildeo do comprimento e densidade

3551 Comprimento de raiz

Utilizou-se para a determinaccedilatildeo do comprimento de raiz as seguintes foacutermulas

1 = ndeg x 1114 x 1 onde

1 - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 0 0 2 g

ndeg - nuacutemero de intercessotildees das raiacutezes com os lados da quadriacutecula da malha do

aparelho

1114 - constante

1 - medida lateral da quadriacutecula em cm

Tomando-se a fiacutetomassa seca e o comprimento da raiz da cada amostra

relacionou-se com a fiacutetomassa seca e o comprimento total da raiz da planta aplicando-

se a seguinte equaccedilatildeo

L = (FSR x 1) FSPA onde

L - comprimento total da raiz da planta (m)

FSR - fiacutetomassa seca de raiz

FSPA - fiacutetomassa seca da parte aeacuterea

L - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 002g

3552 Densidade de raiz

A densidade foi determinada pela foacutermula

D = L 8000 onde

D - densidade de raiacutezes (m cm3)

30

L - comprimento total de raiacutezes (m)

8 0 0 0 - volume da amostra (cm3)

3553 Razatildeo parte aeacutereasistema radicular

Este paracircmetro foi obtido pela equaccedilatildeo

RPASR = FSPA FSR onde

RPASR - razatildeo parte aeacuterea sistema radicular

FSPA - fitomassa seca da parte aeacuterea

FSR - fitomassa seca do sistema radicular

36 Determinaccedilatildeo de macronutrientes no tecido vegetal

Os macronutrientes nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio foram

determinados no laboratoacuterio de Fertilidade e Anaacutelise de Plantas do Departamento de

Solos da UFPel atraveacutes dos meacutetodos descritos por Tedesco amp Gianello (1996)

31

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 Anaacutelise das variaacuteveis

A anaacutelise da variaccedilatildeo mostrou que houve diferenccedila significativa na interaccedilatildeo entre

os fatores de adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes liacutequidos com exceccedilatildeo da variaacutevel altura

de planta para a qual somente a adubaccedilatildeo de base mostrou-se significativa (Apecircndices

C D e E Tabelas 1C 1D e 1E)

411 Anaacutelise da parte aeacuterea

Na Tabela 1 destacaram-se as adubaccedilotildees EC+SM+U+CB EC+MB4 +U+CB e EC

que diferiram significativamente das demais adubaccedilotildees para as variaacuteveis fiacutetomassa

fresca da parte aeacuterea (FFPA) fiacutetomassa seca da parte aeacuterea (FSPA) altura de planta

(AP) e diacircmetro do colo (DC)

32

TABELA 1 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

30 t ha de vermicomposto 7015 c A45 t halsquo de vermicomposto 7824 b B60 t ha de esterco de curral 12248 a C

30 t ha de vermicomposto 667 c A45 t ha de vermicomposto 752 b A60 t ha de esterco de curral 1150a C

30 t ha de vermicomposto 2975 b A45 t harsquo de vermicomposto 2775 b A60 t ha de esterco de curral 3600 a B

30 t ha de vermicomposto 631 b A45 t ha de vermicomposto 6 2 2 b B60 t ha de esterco de curral 741 a C

-Fitomassa fresca (g)----------------6270 c B 6885 b A8832 b A 6308 c C

15082 a A 13934 a BmdashFitomassa seca (g)----------------

625 c A 655 b A830 b A 607 b B

1345 a A 1262 a B-Altura de planta (cm)----------------

2950 b A 3050 b A2937 b A 2950 b A 3975 a A 3622 a B

-Diacircmetro de colo (mm)---------------592 c B 599 b B 657 b A 609 b B 819a A________ 793a B

Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

O efeito positivo do esterco bovino pode ser atribuiacutedo agraves melhorias nas condiccedilotildees

fiacutesicas do solo por ele proporcionado Segundo Primavesi (1982) e Compagnoni amp

Putzolu (1985) o esterco bovino apresenta propriedades condicionadoras do solo dando

agraves plantas melhores condiccedilotildees de desenvolvimento elevando sobremaneira os

conteuacutedos de fitomassa fresca das plantas que refletiratildeo nas demais respostas

agronocircmicas

Analisando as adubaccedilotildees de base em relaccedilatildeo aos biofertilizantes observa-se que

para os tratamentos 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) - natildeo houve influecircncia dos

biofertilizantes para as variaacuteveis FSPA e AP enquanto destacou-se o SM+U+CB para o

DC e SM+U+CB e ausecircncia da adubaccedilatildeo liacutequida para a FFPA mostrando que o uso

dos biofertilizantes natildeo influenciou esta variaacutevel 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) -

verificou-se a eficiecircncia do uso do MB4 +U+CB para as variaacuteveis FFPA e DC Para a

variaacutevel FSPA destacaram-se os dois biofertilizantes utilizados jaacute para AP natildeo houve

33

influecircncia destes EC (60 t ha 1 de esterco de curral) - em todas as variaacuteveis observadas

na tabela 5 as respostas foram significativas utilizando MB4 +U+CB

As respostas encontradas no presente trabalho para as variaacuteveis AP e FSPA foram

superiores as obtidas por Dalponte (1990) quando utilizado 0 esterco de curral para

produccedilatildeo de mudas de cebola

Segundo Filgueira (2000) os solos da regiatildeo produtora de cebola do RS satildeo

pobres em foacutesforo disponiacutevel (15 mg Kg1) necessitando portanto de adubaccedilotildees

fosfatadas elevadas As respostas aqui obtidas podem ser justificadas pelos teores de

foacutesforo contido no MB4

Follet et al (1981) citam a importacircncia do uso de compostos orgacircnicos no solo

enfatizando os estercos no sentido da decomposiccedilatildeo continuada no fornecimento de

nutrientes e na liberaccedilatildeo lenta e gradual de aacutecidos orgacircnicos influenciando a liberaccedilatildeo

do foacutesforo O que provavelmente pode ser atribuiacutedo agraves respostas encontradas no

presente trabalho para 0 tratamento Esterco de curral mais MB4 e Urina mais Calda

Bordalesa

E importante destacar que 0 sistema de produccedilatildeo de mudas de cebola sob uma

perspectiva agroecoloacutegica mostra-se eficiente quando visualmente natildeo percebe-se

diferenccedila significativa entre os tratamentos (Apecircndice F Figura 2)

Conveacutem ressaltar que quando trabalhamos com agroecologia natildeo existem

receitas nem pacotes tecnoloacutegicos prontos Cada situaccedilatildeo deveraacute ser estudada em

particular para que se faccedila recomendaccedilotildees adequadas ao ambiente local uma vez que

as plantas se adaptam ao meio estando a nutriccedilatildeo encarregada de proteger e manter o

equiliacutebrio do organismo vegetal em funccedilatildeo das alteraccedilotildees externas

E fundamental que se compreenda os princiacutepios norteadores de todo o processo

que satildeo as bases da luta por uma sociedade mais justa dentro de um mundo econocircmico e

ambientalmente mais sustentaacutevel

412 Anaacutelise do sistema radicular

Os resultados obtidos nas anaacutelises do sistema radicular (Tabela 2) mostram

diferenccedilas significativas entre as adubaccedilotildees para as variaacuteveis fitomassa fresca de raiz

(FFR) fitomassa seca de raiz (FSR) comprimento de raiz (CR) razatildeo parte

aeacutereasistema radicular (RPASR) e densidade de raiz (DR)

34

TABELA 2 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade de

raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAO DE BASE

S Magro + MB4 +Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

1540 c A 1576 b B 2427 a A

Fitomassa fresca (g)----------------1502 c B 1517 b AB 1658 b A 1446 c C 2336 a B 2360 a B

--------------------Fitomassa seca (g)-------------------196 b A 207 ab A 170 b A170 b A 199 b A 192 b A 344 a A 249 a B 327 a A

Comprimento de raiz(cm)---------------1237 b A 1158 b A 1158 a A1237 b A 1060 c B 1040 b B1433 a A 1296 a B 1040 b C

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t halsquo 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha de vermicomposto 45 t ha de vermicomposto60 t ha~ de esterco de curral__________________________ _________________________Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

-----Razatildeo Parte AeacutereaSistema Radicular------340 b AB 301c B 384 a A446 a A 415 b A 326 a B339 b B 546 a A 388 a B

-------------- Densidade de raiz (m cm3)------------367 a AB 414 a A 325 b B282 b B 301b B 405 a A347 ab A 231c B 324 b A

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base destacou-se o EC (60 t ha 1 de esterco de curral)

para as variaacuteveis FFR e FSR Quando adicionado o SM+U+CB os resultados para FFR

foram ainda melhores bem como o CR As respostas obtidas para a RPASR foram

variadas em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees apresentando melhores resultados para 15 VB (45 t

ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB e ainda melhor para EC (60 t ha 1 de esterco de

curral)+MB4 +U+CB As adubaccedilotildees de base 1 VB 15 VB e EC natildeo diferiram entre si

As adubaccedilotildees mais eficientes para a variaacutevel DR foram 1 VB+SM+U+CV que natildeo

diferiu da EC+SM+U+CB I VB+ MB4 +U+CB e agrave 15 VB foram melhores entre as

demais

35

Analisando os biofertilizantes em relaccedilatildeo a cada adubaccedilatildeo de base verifica-se que

para a 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB destaca-se a variaacutevel FFR

poreacutem sem diferenccedila significativa de 1 VB os melhpres resultados para a variaacutevel DR

foram encontrados pelo tratamento 1 VB+MB4 +U+CB e 15 VB (45 t ha 1 de

vermicomposto) tambeacutem se considera eficiente o 1 VB+SM+U+CB que natildeo diferiu do

EC (esterco de curral) Quando se utilizou 15 VB+ MB4 +U+CB houve resposta

significativa para a variaacutevel FFR para FSR as respostas natildeo foram diferentes com a

aplicaccedilatildeo dos biofertilizantes para as variaacuteveis FSR e DR as adubaccedilotildees EC e

EC+SM+U+CB natildeo diferiram entre si

Embora as respostas estatiacutesticas tenham sido diferentes para as adubaccedilotildees

combinadas ou natildeo pode-se salientar a importacircncia do aacutecido indol-aceacutetico como jaacute

citado anteriormente para as variaacuteveis avaliadas na parte aeacuterea das mudas de cebola

Respostas semelhantes nesse sentido foram encontradas para a cultura da alface por

Quijano (1999) e Morselli (2001)

Pereira et al (2002) concluiacuteram em trabalho realizado com a cultivar de cebola

CNPF1 6400 em Minas Gerais que a utilizaccedilatildeo de 20 t ha de esterco de curral

proporcionou os melhores resultados para a produccedilatildeo de cebola

Silva Juacutenior amp Giorgi (1992) e Menezes Juacutenior (1998) citam que doses elevadas

de mateacuteria orgacircnica podem prejudicar a primeira fase da germinaccedilatildeo (embebiccedilatildeo) e

absorccedilatildeo de aacutegua pelas raiacutezes das placircntulas No entanto no presente trabalho este fato

natildeo ocorreu embora a dose de esterco utilizada tenha sido de 60 t ha 1 (dose maacutexima

recomendada segundo Nolla 1982)

413 Anaacutelise de macronutrientes no tecido vegetal

Os resultados dos conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio no

tecido vegetal sob diferentes adubaccedilotildees encontrados na Tabela 3 indicam mais uma

vez a superioridade da adubaccedilatildeo esterco com 0 uso ou natildeo de biofertilizantes

36

TABELA 3 Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob

uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS i J B

ADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesamg plantas1

---- Nitrogecircnio-----30 t ha de vermicomposto 16593 c AB 15451 c B 19050 b A45 t ha de vermicomposto 21444 b A 22888 b A 17852 b B60 t ha de esterco de curral 32606 a C 37593 a B 40816 a A

--------------- ------ Foacutesforo------- -------------30 t ha de vermicomposto 3098 c B 2802 c B 3999 b A45 t ha de vermicomposto 4109 b A 4135 b A 2788 c B60 t ha de esterco de curral 5300 a B 7577 a A 7565 a A

------- Potaacutessio------30 t ha de vermicomposto 24327 c A 19900 c B 24965 b A45 t ha de vermicomposto 29113b A 29812 b A 22031 b B60 t ha de esterco de curral 44070 a B 51976 a A 54101 a A

-------- Caacutelcio-------30 t ha de vermicomposto 5027 c A 4356 c A 4834 b A45 t ha de vermicomposto 6114b A 6963 b A 4379 b B60 t ha de esterco de curral 9030 a C 11451 a A 10331 a B

------Magneacutesio-----30 t ha de vermicomposto 1188 b A 914 c A 1202 b A45 t ha de vermicomposto 1231 b B 1582 b A 1176 b B60 t ha de esterco de curral 2136a B 2443 a A 2663 a AMeacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base observa-se que o melhor tratamento foi o

esterco de curral para todas as variaacuteveis Para 1 VB (30 t ha^ 1 de vermicomposto) natildeo

houve resposta diferenciada com o uso de bofertilizantes para todas as variaacuteveis A

adubaccedilatildeo 15 VB (45 t ha 1 de vemicomposto) foi influenciada pelos biofertilizantes

para as variaacuteveis N P K e Ca enquanto que para Mg somente o MB4+U+CB o

influenciou O EC (esterco de curral) mostrou diferenccedila significativa apenas para as

variaacuteveis Ca e Mg quando adicionado MB4+U+CB

Segundo Peixoto (2000) eacute fundamental a adiccedilatildeo de adubos orgacircnico no cultivo de

hortaliccedilas seja na forma de esterco decomposto composto ou huacutemus de minhoca de

37

modo a fornecer melhorias nas propriedades do solo vindo a disponibilizar os nutrientes

as diferentes culturas

O esterco fresco conteacutem muita cama celuloacutesica e um elevado teor de aacutegua No

esterco curtido a celulose jaacute estaacute decomposta o teor de aacutegua estaacute reduzido agrave metade e os

nutrientes em uma forma mais assimilaacutevel e mais concentrada O esterco fresco pode

causar uma deficiecircncia temporaacuteria de nitrogecircnio no solo ao se decompor o que natildeo

acontece com o biestabilizado (Kiehl 1985)Ocorre uma diminuiccedilatildeo inicial no volume

de aacutegua retido no esterco de curral diminui inicialmente em tomo de 3581 liberando

posteriormente somente 496 evidenciando a sua capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua

(Menezes Juacutenior 1998)

A utilizaccedilatildeo continuada de adubos nitrogenados minerais no solo altera o balanccedilo

do nitrogecircnio entre o solo e planta No meacutetodo biodinacircmico eacute sublinhada a importacircncia

dos adubos animais para o estabelecimento da fertilidade permanente dos solos (Koeff

et al 1983)

Para Guimaratildees (1997) os benefiacutecios que a mateacuteria orgacircnica imprime ao solo

principalmente melhorando a produtividade fertilidade e a influencia que as substancias

huacutemicas exercem sobre o ambiente dependem da qualidade e do teor de mateacuteria

orgacircnica do solo Estas substacircncias por conterem nutrientes em sua constituiccedilatildeo em uma

forma mais disponiacutevel para as plantas promovem um equiliacutebrio no ambiente no solo

(Kononova 1966)

Aproximadamente de 60 a 70 do total de carbono do solo ocorre na forma de

materiais huacutemicos (Griffith amp Schnitzer 1975) sendo a eles atribuiacutedo a manutenccedilatildeo da

bioestrutura do solo aumentando a capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua (Brady 1999)

Conforme Compagnoni amp Putzolu (1985) os estercos bem como os demais

resiacuteduos orgacircnicos apresentam conteuacutedos diferentes de aacutecidos huacutemicos e fuumllvicos sendo

atribuiacutedo ao acido huacutemico uma accedilatildeo fitoestimulante semelhante aos fitohormocircnios por

favorecer o desenvolvimento do sistema radicular e crescimento do caule

Em trabalho realizado por Guimaratildees (1997) foi encontrado para aacutecidos huacutemicos

de esterco bovino uma relaccedilatildeo CN 1035 e para vermicomposto bovino 17

evidenciando que o esterco quando aplicado ao solo por apresentar uma relaccedilatildeo CN

proacutexima deste reage mais facilmente liberando nutrientes para as plantas sem alterar a

cadeia troacutefiacuteca Dados encontrados no presente trabalho demonstram a eficiecircncia do

esterco nesse sentido

38

De acordo com Morselli (2001) vaacuterios trabalhos citam comentam e discutem a

capacidade dos vermicompostos em proporcionar oacutetimas colheitas e favorecer a

precocidade das plantas cultivadas Poreacutem muitas vezes se observa que mesmo

suprindo essas plantas com nutrientes necessaacuterios atraveacutes de huacutemus de diferentes fontes

as respostas natildeo satildeo as mesmas para uma mesma cultivar

Por outro lado os resultados com o uso de substacircncias huacutemicas satildeo variaacuteveis e

dependem aleacutem da espeacutecie testada das substacircncias huacutemicas utilizadas sua

concentraccedilatildeo o grau de purificaccedilatildeo e das condiccedilotildees experimentais A resposta das

plantas aos aacutecidos huacutemicos e fuacutelvicos eacute dependente da mateacuteria prima original e da

espeacutecie vegetal pois materiais orgacircnicos diferentes apresentam aacutecidos huacutemicos e

fuacutelvicos diferentes (Businelli 1990)

Justificam-se os maiores conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio e caacutelcio nas

adubaccedilotildees 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e biofertilizantes devido

provavelmente ao vermicomposto utilizado apresentar na sua constituiccedilatildeo teores

consideraacuteveis destes elementos aleacutem do que os biofertilizantes possam ter influenciado

na absorccedilatildeo atraveacutes de sua constituiccedilatildeo Tibau (1984) considera que a urina de vaca eacute

rica em aacutecido indol-aceacutetico e este influencia na absorccedilatildeo radicular O efeito positivo

deste tratamento provavelmente seja devido agrave quantidade aplicada

O biofertilizante que se destacou foi o MB4+U+CB em relaccedilatildeo ao EC (esterco de

curral) e eacute somente para a variaacutevel caacutelcio Isto provavelmente seja devido ao alto teor

deste elemento encontrado na sua constituiccedilatildeo (6872 g Kg1) e pela influecircncia positiva

que a calda bordalesa exerce no metabolismo das plantas atraveacutes dos nutrientes

contidos em sua formulaccedilatildeo O Ca controla a absorccedilatildeo radicular e retorna ao solo pelo

esterco e palhas por apresentar-se em maior quantidade em folhas e caules Depois de

localizado nas folhas fica imoacutevel favorecendo a resistecircncia da planta ao ataque de

fungos

Este trabalho avanccedila no estudo da agroecologia estando claro que todos os

criteacuterios tem caraacuteter dinacircmico de adequaccedilatildeo as mudanccedilas de um sistema de produccedilatildeo

em evoluccedilatildeo contribuindo na transiccedilatildeo para um padratildeo sustentaacutevel Cabe a pesquisa a

reorientaccedilatildeo para um enfoque ldquosistecircmicordquo isto eacute que permita integrar os diversos

componentes de um agroecossistema e a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas que promovam 0

fortalecimento e a expansatildeo da agricultura familiar

39

5 CONCLUSOtildeES

Considerando os resultados obtidos e as condiccedilotildees em que o estudo foi realizado

conclui-se que

bull As respostas agronocircmicas das mudas de cebola para os paracircmetros avaliados

satildeo mais satisfatoacuterias com a aplicaccedilatildeo de esterco de curral como adubaccedilatildeo de

base

bull Os biofertilizantes mais urina de vaca e calda bordalesa proporcionam

respostas satisfatoacuterias quando aplicados associados agraves adubaccedilotildees de base

bull O biofertilizante MB4 mais urina de vaca e calda bordalesa eacute mais eficiente

que o super magro mais urina e calda bordalesa quando aplicado associado agrave

adubaccedilatildeo de base esterco de curral para os conteuacutedos de fitomassa secae

fresca da parte aeacuterea das plantas altura e diacircmetro de colo das mudas de

cebola

bull Os biofertilizantes adicionados agrave adubaccedilatildeo de base 45 t harsquo 1 de vermicomposto

bovino mostram respostas significativas para os conteuacutedos de fitomassa seca

bull Os maiores conteuacutedos nutricionais para as mudas de cebola satildeo

proporcionados pela adubaccedilatildeo de base esterco de curral

bull A maior absorccedilatildeo de caacutelcio pelas mudas de cebola ocorre quando da adiccedilatildeo do

biofertilizante MB4 mais urina e calda bordalesa agrave adubaccedilatildeo de base esterco de

curral

40

6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ALDRIGHI CB ABREU CM PAGLIA AG MORSELLI TBGA FERNANDES HS Efeito da aplicaccedilatildeo de biofertilizante e urina de vaca em mudas de tomateiro Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

ALTIERI M NICHOLLS C I Agroecologia Teoria praacutectica para umaAgricultura Sustentable Ia ed PNUMA 2000 Cap 2 4 Seacuterie textos baacutesicos para la formacioacuten ambiental

ALTIERI M Agroecologia bases cientiacuteficas para uma agricultura sustentaacutevelGuaiacuteba Agropecuaacuteria 2002 592 p

ANTONIOLLI Z I GIRACCA E M N CARDOSO S J T WIETHAN M M S FERRI M Iniciaccedilatildeo agrave Minhocultura Criaccedilatildeo em Cativeiro e Vermicompostagem Santa Maria UFSM 1996 p59-89

BAYER C MIELNICZUC J Dinacircmica e funccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica In SANTOS G de A S e CAMARGO F A de O (ed) Fundamentos da mateacuteria orgacircnica do solo ecossistemas tropicais e subtropicais Porto Alegre Genesis 1999 p 3-23

BARRETTO D X Composto Orgacircnico In Praacutetica em Agricultura Orgacircnica Satildeo Paulo iacutecone Ed Ltda 1985 p 51-63

BETTIOL W Alguns produtos alternativos para o controle de doenccedilas de plantasem agricultura orgacircnica II Ciclo de palestras sobre agricultura orgacircnica Instituto Bioloacutegico Satildeo Paulo p52-63 1997

41

BETTIOL W TRACH R GALVAtildeO JAH Controle de doenccedilas de plantas com biofertilizantes Jaguariuacutena EMBRAPA-CNPMA 1997 22p (EMBRAPA- CNPMA Circular Teacutecnica 02)

BRADY N C Natureza e propriedades dos sotos Rio de Janeiro Freitas BastosS A 1979 647p

BRADY N C Organisms and ecology of the soil In The nature of properties of soils Simon amp Schuster A Viacon Company New Jersey1999 402-489p

BON1LLA J A Fundamentos da Agricultura Ecoloacutegica Sobrevivecircncia eQualidade de Vida Satildeo Paulo Nobel 1992

BUREacuteS S Substratos Ediciones Agroteacutecnicas S L Madrid Octubre 1997

BUS1NELLI M Chemical Composition and Enzymic Activity of some Worm Cast Plant Soil v 80 p 1-2 1990

CALEGARI A Espeacutecies para cobertura de solo In IAPAR (Instituto Agronocircmico de Paranaacute) Plantio Direto pequena propriedade sustentaacutevel organizador Moacir Darolt Londrina - PR 1998 65-93

CAMARGO P N D Manual de Adubaccedilatildeo Foliar Satildeo Paulo Herba 1975

CAPRA F A Teia da Vida Satildeo Paulo Cultrix 1997 256p

CAPRA F O Ponto de Mutaccedilatildeo 22 ed Satildeo Paulo Cultrix 2001 447p

CHABOUSSOU F Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da Trofobiose) Porto Alegre LPM 1987 253 p

CLARO S A Referencias tecnoloacutegicos para a agricultura familiar ecoloacutegica aexperiecircncia da Regiatildeo Centro-Serra do Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS-ASCAR 2001 250p

CLIVELA G Diagnoacutestico Agronocircmico da cebola no Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS 1995 8 6 p

COMISSAtildeO DE FERTILIDADE DO SOLO - RSSC Recomendaccedilotildees de adubaccedilatildeo e calagem para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina 3 ed Passo Fundo SBCS - Nuacutecleo Regional Sul 1995 223p

COMPAGNONI L PUTZOLU G Cria moderna de Ias lombrices y utilizacioacutenrentable dei humus Barcelona Editorial de Vecchi- SA 1985127p

COSTABEBER J A MOYANO E Transiccedilatildeo agroecoloacutegica e accedilatildeo social coletiva Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v l n4 p 50- 60 outdez 2 0 0 0

42

COSTA M B B da Adubaccedilatildeo orgacircnica Nova siacutentese e novo caminho para aagricultura Satildeo Paulo Ed iacutecone Ltda 1985 102p

COSTA NETO C Agricultura Sustentaacutevel Tecnologias e Sociedade In CARVALHO COSTA LF et al (org) Mundo Rural e Tempo Presente Rio de Janeiro Mauad 1999

DrsquoAG0ST1NI R L FANTINI A C Produccedilatildeo orgacircnica tambeacutem socialmente excludente Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v3 n l p57-61 2002

DALPONTE J C V Utilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos e fertilizante mineral na produccedilatildeo e qualidade de mudas e bulbos de cebola (Alliurn Cepa L) Pelotas-RS 1990 (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1990

DEBARBA J F THOMAZELLI L F GANDIN C L SILVA E Cadeias produtivas do Estado de Santa Catarina Cebola Florianoacutepolis Epagri 1998 115 p (EPAGRI Boletim Teacutecnico 96)

DUFOUR F Os saacutebios loucos do agro-alimentar Le Monde Diplomatique ano 1 n4 p6-7 1999 (ed portuguesa)

EHLERS E Agricultura Sustetaacutevel Origem e perspectivas de um novo paradigma 2 ed Guaiacuteba Agropecuaacuteria 1999 157 p

FILGUEIRA F A R Novo Manual de olericultura agrotecnologia moderna na produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 2000 402 p

FRASER G K Mateacuteria Orgacircnica Del Suelo In BEAR F E (ed) Quiacutemica dei Suelo Madrid Ed Agrociencia 1963

FOLLET R H MURPHY L S DONAHUE R L Fertilizers and soil amendments New Jersey Printice-Hall Inc 1981 557p

GARCIA A Revista dei Espacio Rural Georgica Zaragoza Escuela Politeacutecnica de Huesca n5 1997

GARCIA A Versatildeo preliminar de um Programa Estadual de Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Bulbos e Sementes de CebolaEMBRAPAIPAGROMARAEMATER 6 8 pbdquo 1990 (Publicaccedilatildeo avulsa)

GIORGETT1 J R Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Mudas de Tomate In Encontro Nacional de Produccedilatildeo e Abastecimento de Tomate 2 1991 Jaboticabal Satildeo Paulo Anais Jaboticabal UNESP 1991 p 242-244

GLIESSMAN S R Agroecologia Processos ecoloacutegicos em agricultura sustentaacutevelPorto Alegre Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS 2000 653p

43

GLIESSMAN S R TURRIALBA C R Agroecologia Procesos Ecoloacutegicos en Agricultura Sostenible CATIE 2002 p 3-14

GNOATTO S C Caracterizaccedilatildeo quiacutemica de vermicompostos de diferentes substratos orgacircnicos Pelotas-RS 1999 38 f (Mestrado em Agronomia - Solos) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

GOMES J C C BORBA M F S A moderna crise dos alimentos oportunidade para a agricultura familiar Emater Porto Alegre julset 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwematertchebrdocsagroecorevistan313-artigo3htmgtAcesso em 24 fev 2002

GOMEZ H W Desenvolvimento sustentaacutevel agriacutecola e capitalismo In Desenvolvimento sustentaacutevel Necessidade eou disponibilidade Santa Cruz do Sul Nobel - UNISC 1997 p 65-77

GONZAacuteLEZ DE MOLINA M SEVILLA GUZMAacuteN E Ecologia campesinado e historia Para una reinterpretacioacuten dei desarrollo dei capitalismo en la agricultura In SEVILLA GUZMAacuteN E GONZAacuteLEZ DE MOLINA M (ed) Ecologia campesinado e historia Madrid La Piqueta 1993 p 23-129

GRIFFITH S A SCHNITZER M Analytical characteristic of humic and fulvic acids extracted from tropical volcanic soils Soil Sei Soc Am Proc v 39 p361-367 1975

GUIMARAtildeES E Caracterizaccedilatildeo quiacutemica estreptoscoacutepica e por anaacutelise teacutermica de aacutecidos huacutemicos e vermicompostos obtidos de estercos de diferentes animaisCuritiba 1997 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Quiacutemica) Universidade Federal do Paranaacute 1997

HESS A F Sociedade e meio ambiente uma relaccedilatildeo ambiacutegua Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v 4 n2 p 167-1741999

ICEPA-SC Informes conjunturais sobre a cultura da cebola Disponiacutevel em lthttpwwwicepa combrgt Acesso em 23 jan 2003

JONES H A MANN L K Onions and their allies New York Interscience Publishers 1962 286 p

JUacuteNIOR H A de MAIORANO J A Receitas obtidas de extratos de plantasCampinas CATITerra Viva [199-] 10 f

KHATOUNIAN C A Ciclo de Palestras sobre Agricultura Orgacircnica 2a Ed SatildeoPaulo Fund Cargill 1997 149 p

KIEHL E J Fertilizantes Orgacircnicos Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1985 492p

44

KOEFF H H PETTERSSON B D SHAUMANN W Vida Vegetal solos e adubaccedilatildeo In Agricultura Biodinacircmica Satildeo Paulo Nobel 1983 p92-149

KONONOVA M M Soil organic matter The importance o f organic matter in soil formation and soil fertility New York Pergamqn Press 1961 p 165-200

KUHN T A Estrutura das Revoluccedilotildees Cientiacuteficas Satildeo Paulo Perspectiva 1989 257p

LANNA FCA ABREU C L ABREU J G SILVA V Resposta de cultivares de melancia cultivadas sob adubaccedilatildeo quiacutemica e orgacircnica Horticultura v 12 n l p85 1994

LEFF H Saber Ambiental Petroacutepolis Vozes 2001 343 p

MAGALHAtildeES J R Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo da cebola In FERREIRA M E CASSTELLANE P D CRUZ M C P Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo de hortaliccedilasPiracicaba POTAFOS 1993 p 381-393

MALAVOLTA E Elementos de nutriccedilatildeo mineral de plantas Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1980 251 p

MALAVOLTA E Manual de Quiacutemica Agriacutecola - Adubos e Adubaccedilatildeo 3a ed SatildeoPaulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1981 606 p

MARTINEZ A A A grande e Poderosa Minhoca Jaboticabal Funep - Unesp1990 101 p

MARTINS S R Desenvolvimento e Sustentabilidade Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v20 n2 julho 2002 Palestra apresentada no 42deg Congresso Brasileiro de Olericultura

MARTINS S R Limites Del Desarrollo Sostenible em Ameacuterica Latina En el marco de Ias poliacuteticas de (re)ajuste econocircmico Pelotas Editora UFPel 1997 135 P-

MARTINS S R Sustentabilidade na agricultura dimensotildees econocircmicas sociais e ambientais Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v4 n 2 p 175-1871999

MATURANA H REZEPKA S N D E Formaccedilatildeo Humana e Capacitaccedilatildeo Rio de Janneiro Vozes 2000 8 6 p

MELLO A F SOBRINHO M O ARZOLLA S SILVEIRA R NETTO A C KIEHL J C Fertilidade do Solo Satildeo Paulo Nobel 1983

MENEZES JUacuteNIOR F O G D Caracterizaccedilatildeo de Diferentes substratos hortiacutecolas e seu efeito na produccedilatildeo de mudas de alface e couve-flor em ambiente protegido Pelotas 1998 141 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1998

45

MIBASA Mineraccedilatildeo Barreto SA Melhorador de Solos MB4 A Natureza Agradece Arapiraca-AL [199-] Folder

MINAMI K Os resumos da olericultura 2000 In AZEVEDO FILHO MARTINEZ FILHO (ed) Preccedilos agriacutecolas Piracicaba ESALQ 1999 p 4

MINAMI K Produccedilatildeo de Mudas de Alta Qualidade em Horticultura Satildeo Paulo TA Queiroz 1995

MORSELLI T B G A Cultivo sucessivo de alface sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegidoPelotas 2001 178 p Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2001

MORSELLI T B G A Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Poliacutegrafo da Disciplina de Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia-Produccedilatildeo Vegetal UFPel 2002

MULLER AM Efeitos da Aplicaccedilatildeo Foliar de um Biofertilizante Enriquecido no Estado fitossanitaacuterio de Tomate Ervilha e Beterraba Sob Manejo OrgacircnicoDissertaccedilatildeo (Mestrado no Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agroecossistemas)1999 (Resumo)

NOLLA D Erosatildeo do Solo - O grande desafio Estado do Rio Grande do Sul SEAGRI desenvolvimento de recursos naturais renovaacuteveis 1982 412 p

PAGLIA AG MORSELLI TBGA PEIL RMN Teores de nutrientes pH e condutividade eleacutetrica da aacutegua em sistema ldquofloat^ngrdquo sob adiccedilatildeo de biofertilizantes Horticultura Brasileira v 20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PAULUS G MULLER A BARCELLOS LAR Agroecologia aplicada praticas e meacutetodos para uma agricultura de base ecoloacutegica 2ed ver ampl Porto Alegre EMATERRS 2001 8 6 p

PEIXOTO R T dos G Composto orgacircnico aplicaccedilotildees benefiacutecios e restriccedilotildees de uso Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 18 p 56-64 julho 2000

PENTEADO SR Defensivos Alternativos e Naturais Satildeo Paulo 1999 95 p

PEREIRA AJ SOUZA RJ PEREIRA WR Efeito de diferentes doses de esterco de galinha e de curral sobre a produccedilatildeo de cebola Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PINHEIRO S BARRETO SB MB-4 agricultura sustentaacutevel trofobiose e biofertilizantes Fundaccedilatildeo Juquira CandiruMibasa 2000 273 p

PRIMAVESI A Agricultura Sustentaacutevel Satildeo Paulo Nobel 1992 142 p

PRIMAVESI A O manejo ecoloacutegico do solo Agricultura em regiotildees tropicais SatildeoPaulo Nobel 1982 541 p

46

PURCINO A A C ldquoNitrogecircniordquo Informe Agropecuaacuterio Belo Horizonte v7 n81 p 16-27 1981

QUIJANO F G Efeito da adubaccedilatildeo orgacircnica no desenvolvimento de duas cultivares de alface em ambiente protegido Pelotas 1999 116f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

RODRIGUES A N N Efeitos e residuais de superfosfato triplo sobre o rendimento de mateacuteria seca e absorccedilatildeo de foacutesforo pela aveia (Avena strigosa Schob) em solo Podzoacutelico Vermelho Escuro Porto Alegre 1984 59f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia UFRGS 1984

RODRIGUES E T CASALI V W D Respostas da alface agrave adubaccedilatildeo orgacircnica II Teores conteuacutedos e utilizaccedilatildeo de macronutrientes em cultivares Rev Ceres Viccedilosa v 45 n 261 p 437-449 1998

SAMINEcircS T C O Produccedilatildeo orgacircnica de alimentos Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 17 n3 novembro 1999

SCHIEDECK G Ambiecircncia e resposta agronocircmica de meloeiro (Cucumis melo L) cultivado sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegido Pelotas lOOp Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2002

SILVA JUacuteNIOR A A GIORGI E Substratos alternativos para a produccedilatildeo de mudas de tomate Agropecuaacuteria Catarinense Florianoacutepolis EPAGRI 1992 23 p

SILVA JUacuteNIOR A A MACEDO S G STUKER H Utilizaccedilatildeo de esterco de peru na produccedilatildeo de mudas de tomateiro Florianoacutepolis EPAGRI 1995 28 p (Boletim Teacutecnico 73)

TAGLIARI PS GRASSMANN H Minhoca a grande aliada da agricultura Agropecuaacuteria Catarinense v8 n l p 11-14 mar 1995

TEDESCO M J GIANELLO C Anaacutelises de solo plantas e outros materiais Porto Alegre Faculdade de Agronomia Departamento de Solos Universidade Federal do Rio Grande do Sul RS 1996

TENNANT D A Test of modified line intersect method of estimating root lenght Journal Ecology Oxford v 63 p 995-1001 1975

TIBAU A O Mateacuteria Orgacircnica do Solo Mateacuteria Orgacircnica e Fertilidade do SoloSatildeo Paulo Nobel 1984 p49-182

TIMM P J Anaacutelise comparativa dos sistemas de plantio convencional e cultivo miacutenimo de cebola sob adubaccedilatildeo orgacircnica e mineral Pelotas 2000 79 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2000

47

VALENZUELA HR CROSBY C Effect of compost applications on the yield of several vegetables in long-term organic farming experiments conduced in the tropics American Society Horticultural Science v33 n3 june 1998

VIGLIZZO E (ed) Subprograma Recursos Naturais y Sostenibilidad Agriacutecola documento marco Montevideo IICAPROCISUR 1995 p 75 - 78

WE1D J M TARDIN J M Proposta para a Ampliaccedilatildeo do Trabalho da ASPTA no Centro Sul do Paranaacute ASPTA Disponiacutevel em http wwwpronafgovbrEncontrotestosAS20PTA20Sul20ParanE1205 202002doc Acesso em 05 mai 2002

XAVIER SIMOacuteN F DOMINGUES D G Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel uma perspectiva agroecoloacutegica Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre EM ATERRS v2 n2 p 17-26 2001

ZABALETA J P Diagnoacutestico da Agricultura Familiar em Satildeo Joseacute do Norte - RSPelotas EMBRAPA-CPACT 1998 75 p (EMBRAPA-CPACT Documentos 44)

ZONTA E P MACHADO A A SILVEIRA P Sanest Sistema de anaacutelise estatiacutestica para microcomputadores Registrado na Secretaria Especial de Informaacutetica sob nuacutemero 066060 - categoria A Pelotas-RS Universidade Federal de Pelotas 1984

48

7 APEcircNDICE

APEcircNDICE A - Anaacutelise da adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes utilizados na produccedilatildeo de mudas de cebola

TABELA 1 A Anaacutelise baacutesica do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo miuacutedo + papua

Arg

pH IND

SMP

MO

P - n r - Na Al Ca__10Omlmdash

Mg

ppm -

6 53 67 089 8 6 27 1 04 05 0 2

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 2A Anaacutelise complementar do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo-miuacutedo + papua

Cobre Zinco Manganecircs Ferro

(m v1)

04 05 26 007

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

49

TABELA 3A Anaacutelise dos fertilizantes soacutelidos

Amostra pH limidade CN

C N P K Ca Mg

- g-ivg --

Cama de 849 2491 12 31042 2479 3888 3405 29875 463

aves

Esterco 74 3594 11 677 590 157 134 335 214

de curral

Huacutemus 684 5738 14 15965 1098 453 745 743 361

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 4A Anaacutelise quiacutemica dos biofertilizantes liacutequidos

Amostra N P K_ccedil H

Ca Mg Cu Zn Fe Mn

mdashgL bull

S Magro

m b 4

Urina

053

1652

8 2 2

008

395

0 0 0

149

1674

471

1902

6872

0 0 0

1150

4507

1172

7273

42

033

101389

920

0 0 0

6250

19458

781

35273

1123

0 2 1

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

50

APEcircNDICE B - Condiccedilotildees climaacuteticas do local

TABELA 1B Condiccedilotildees de temperatura do local

___________ __________TEMPERATURA (degCgt

meses Meacutedia

Maacutexima

Meacutedia

MiacutenimaMeacutedia

Maacutexima

Absoluta

Miacutenima

Absoluta

Junho 225 87 156 320 25

Julho 225 85 155 285 30

Agosto 251 71 161 360 1 0

Fonte FEPAGROSCT 2002

TABELA 2B Condiccedilotildees de chuva do local

mdash CHUVA (mm)mdash

meses Ocorrida Normal Desvio Da Normal

Junho 1080 1 1 0 -2 0

Julho 1062 98 8 2

Agosto 1283 1 2 0 83

Fonte FEPAGROSCT 2002

51

TABELA 1C Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

APEcircNDICE C - Anaacutelise estatiacutestica da parte aeacuterea

Causas G1 FFPA FSPA AP DC

da variaccedilatildeo --------- Quadrados meacutedios-

Blocos 3

Ad Base 2 175359071 1287102 2547419 1 11775

Biofertilizantes 2 126876 29011 87669ns 02185ns

Ad x Biofert 4 572378 31123 69106ns 04159

Resiacuteduo 24 34456 03048 27169 00290

Total 35

Meacutedia geral 93745 8772 320388 6741

CV 1980 6294 5145 2530

Significativo a 5ns Natildeo significativo

52

TABELA 1D Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade

de raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

APEcircNDICE D - Anaacutelise estatiacutestica da raiz

Causas G1 FFR FSR CR RPASR DR

da variaccedilatildeo Quadrados meacutedios---------------

Blocos 3

Ad Base 2 27874 551 623 2 1 0 140

Biofertilizantes 2 178 0 1 0 ni 1504 l03ns 038ns

Ad x Biofert 4 190 058 318 294 183

Resiacuteduo 24 005 009 028 023 0 2 1

Total 35

Meacutedia geral 1818 228 184 387 333

C V 134 1356 448 1253 1396

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

53

APEcircNDICE E - Anaacutelise estatiacutestica dos macronutrientes da parte aeacuterea da cebola

TABELA 1E Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mud^s de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

Causas G1 bull N P K Ca Mg

da variaccedilatildeo

Blocos 3

Ad Base 2 13550306 446627 25509686 1031806 59007

Biofertilizantes 2 180610ns 16564 68153ns 39006 876ns

Ad x Biofert 4 454187 45743 1047539 46950 2464

Resiacuteduo 24 29769 1453 64313 3741 439

Total 35

Meacutedia geral 24921 4597 33366 6943 1615

C V 692 829 760 880 1297

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

APEcircNDICE F - Fotos do experimento

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob uma perspectiva agroecoloacutegica

APEcircNDICE F a Fotos do experimento

FIGURA 1 Adubaccedilatildeo verde com feijatildeo-miuacutedo e papuatilde utilizadas no manejo do solo

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob urna perspectiva agroecoloacutegica

Page 15: PRODUÇÃO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L.) SOB …orgprints.org/24883/1/Paglia_Produção.pdf · vaca mais calda bordalesa; MB4+U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

4

responsaacuteveis mas especialmente como cidadatildeos que constroem no seu cotidiano as

distintas dimensotildees do desenvolvimento sociais econocircmicas ambientais culturais

cientificas e tecnoloacutegicas juriacutedicas poliacuteticas e espirituais

Segundo Altieri amp Nicholls (2000) para o desenvolvimento de uma agricultura

sustentaacutevel as necessidades natildeo satildeo apenas bioloacutegicas ou teacutecnicas mas tambeacutem sociais

econocircmicas e poliacuteticas E inconcebiacutevel promover mudanccedilas ecoloacutegicas no setor agriacutecola

sem a defesa de mudanccedilas nas outras aacutereas da sociedade de modo a conscientizar o

homem sobre as condiccedilotildees necessaacuterias para a exploraccedilatildeo da natureza

A ideacuteia da sustentabilidade referente ao vocaacutebulo sustentaacutevel coloca-se como

contraponto ao caraacuteter perdulaacuterio do modelo prevalecente na medida em que o modelo

econocircmico praticado por um lado estaacute baseado no consumo da mateacuteria prima fornecida

pela natureza para a produccedilatildeo de bens e serviccedilos em descompasso com seu ritmo e

capacidade de fornecimento por outro tem tratado a natureza como mero depositaacuterio de

resiacuteduos sem considerar sua capacidade de absorccedilatildeo e reciclagem A sustentabilidade

contrapotildee-se agrave caracteriacutestica antropocecircntrica do modelo o homem como centro da

questatildeo numa postura dominante sobre o entorno natural cujas ferramentas cientiacuteficas e

tecnoloacutegicas embasam um modelo econocircmico que subjuga a natureza e coloca-se acima

desta O vocaacutebulo sustentaacutevel portanto se refere agrave capacidade de suporte da biosfera

sendo um fim a ser perseguido com o objetivo de garantir sua preservaccedilatildeo numa visatildeo

prospectiva ou seja que assegure o futuro planetaacuterio assumindo portanto o

compromisso com as geraccedilotildees vindouras (Martins 2002)

Quando se trata de apontar os possiacuteveis caminhos que levaratildeo a um novo padratildeo

produtivo e garanta a seguranccedila alimentar sem agredir o ambiente o caminho torna-se

mais difiacutecil Percebe-se que a noccedilatildeo de agricultura sustentaacutevel permanece cercada por

duacutevidas e contradiccedilotildees mesmo assim seu emprego toma-se cada vez mais frequumlente

(Ehlers 1999)

Haacute que se incorporar a concepccedilatildeo de entropia agrave noccedilatildeo de desenvolvimento visto

que a extraccedilatildeo e o transporte tambeacutem satildeo atividades econocircmicas que requerem cuidados

de manejo visando menores efeitos entroacutepicos ao meio ambiente Satisfazer as

necessidades presentes sem comprometer as possibilidades das futuras geraccedilotildees

satisfazerem as suas proacuteprias eacute o que necessita ser construiacutedo no cotidiano Esta natildeo eacute

uma tarefa faacutecil nos tempos atuais pois o mundo nunca passou por tanta incerteza e

nunca teve um presente tatildeo insustentaacutevel (Martins 1997)

211 Agroecologia Paradigma em construccedilatildeo

5

O seacuteculo passado assistiu a uma ineacutedita expansatildeo da capacidade humana de

agenciamento das forccedilas naturais promovida pelo saber teacutecnico-cientiacutefico cuja

centra lidade eacute hoje irreversiacutevel no que se refere as relaccedilotildees com a natureza Em relaccedilatildeo

ao conhecimento poucas aacutereas de interesse do homem moderno se ligam tanto agrave

pesquisa cientiacutefica como a questatildeo ambiental sendo um fenocircmeno de tendecircncia

internacional evidenciado a partir da deacutecada de 70 (Hess 1999)

A noccedilatildeo de paradigma eacute normalmente utilizada para estabelecer uma

diferenciaccedilatildeo entre dois momentos ou dois niacuteveis do processo de conhecimento

cientiacutefico (Capra 1997 Kuhn 1989) Para um entendimento miacutenimo do que significa

essa noccedilatildeo Costa Neto (1999) diz que se pode conceituar o paradigma enquanto um

modelo de ciecircncia que serve como referecircncia para todo um fazer cientiacutefico durante uma

determinada eacutepoca ou um periacuteodo de tempo demarcado e a partir de um certo momento

da histoacuteria da ciecircncia o referido modelo predominante tende a se esgotar em funccedilatildeo de

uma crise de confiabilidade nas bases estruturantes de seu conhecimento Desta forma o

paradigma passa a ser substituiacutedo por outro modelo cientiacutefico predominante Tambeacutem

pode ocorrer o fato de dois paradigmas disputarem o espaccedilo de hegemonia na

construccedilatildeo do conhecimento (Costa Neto 1999)

Os problemas com os quais nos deparamos hoje satildeo faces de uma crise uacutenica

diferentes do fazer cientiacutefico e proveniente de uma crise de percepccedilatildeo segundo Capra

(2 0 0 1 ) isto faz com que nossas instituiccedilotildees e noacutes em particular natildeo consiga perceber

claramente realidades complexas em um mundo globalmente interligado Ainda que as

soluccedilotildees para alguns de nossos principais problemas possam ser relativamente simples

ldquosoacute seratildeo possiacuteveis mediante uma mudanccedila radical em nossas percepccedilotildeesrdquo este eacute

tambeacutem o ldquoestopim para colocar em marcha medidas efetivasrdquo porque os governos e as

instituiccedilotildees jamais empreenderatildeo accedilotildees de fato enquanto as pessoas natildeo

compreenderem que satildeo parte do problema e da soluccedilatildeo e que eacute preciso assumir a

necessidade de mudar o rumo das coisas (Gomes amp Borba 2000)

Para Leff (2001) a agroecologia representa o ldquonascimento de um paradigmardquo que

eacute a alma da produccedilatildeo sustentaacutevel um processo que permite o resgate dos

conhecimentos proacuteprios e o renascimento do ser trazendo de volta as relaccedilotildees com os

seres humanos na medida em que o produtor cria atraveacutes de seu conhecimento o seu

proacuteprio saber-fazer numa relaccedilatildeo com a vida e com a terra

6

Segundo Costa Neto (1999) o paradigma agroecoloacutegico representa portanto a

linha de um posicionamento soacutecio-ambiental que tem uma vertente tecnoloacutegica apta a

ser uma alternativa agrave produccedilatildeo agriacutecola em grande escala e ao modelo tradicional

disciplinar

Hoje a agroecologia continua a fazer conexatildeo entre fronteiras estabelecidas Por

um lado estuda os processos econocircmicos e os agroecossistemas por outro eacute um agente

para as mudanccedilas sociais e ecoloacutegicas complexas que tenham necessidade de ocorrer no

futuro a fim de levar a agricultura para uma base verdadeiramente sustentaacutevel O

processo de mudanccedila estaria dirigido agrave busca de novos pontos de equiliacutebrio entre as

dimensotildees de produtividade estabilidade e equumlidade na atividade agraacuteria articuladas

entre si poreacutem em constante processo de adaptaccedilatildeo e retroalimentaccedilatildeo utilizando

estilos mais respeitosos com o ambiente com o propoacutesito de superar a crise enfrentada

pelos agricultores (Costabeber amp Moyano 2000)

De acordo com Altieri (2002) soacute uma compreensatildeo mais profunda da ecologia

humana e dos sistemas agriacutecolas pode levar a medidas coerentes com uma agricultura

sustentaacutevel Assim a ldquoemergecircncia da agroecologiardquo representa um enorme salto nesta

direccedilatildeo pois fornece os princiacutepios ecoloacutegicos baacutesicos para o estudo e tratamento dos

ecossistemas tanto produtivos quanto preservadores dos recursos naturais e que sejam

culturalmente sensiacuteveis socialmente justos e economicamente viaacuteveis

A transformaccedilatildeo ou substituiccedilatildeo de um modelo de desenvolvimento para outro

supotildee um processo de transiccedilatildeo que em alguns momentos caminha a passos lentos e

em outros pode trazer mudanccedilas bruscas e qualitativamente diferenciadas Esse

processo de transiccedilatildeo significa a conversatildeo de uma agricultura tradicional para uma

agricultura ecoloacutegica e socialmente equilibrada com base na sustentabilidade (Gomeacutez

1997)

Embora a falta de informaccedilatildeo da pesquisa possa ter contribuiacutedo para dificuldades

e experiecircncias negativas de muitos produtores estes tecircm fama de serem inovadores e

experimentadores desejosos de adotar novas praacuteticas no sentido de serem beneficiados

Nos uacuteltimos cinquumlenta anos a inovaccedilatildeo na agricultura tem sido impulsionada

principalmente pela ecircnfase em altos rendimentos e no lucro da unidade produtiva

Apesar da continuidade dessa forte pressatildeo econocircmica sobre a agricultura muitos

produtores convencionais estatildeo preferindo fazer a transiccedilatildeo para praacuteticas que satildeo mais

consistentes ambientalmente e tem o potencial de contribuir com a sustentabilidade da

agricultura em longo prazo (Gliessman 2000)

7

212 Agroecologia e agricultura familiar

O nuacutecleo por excelecircncia da produccedilatildeo sustentaacutevel eacute a agricultura familiar No

Brasil mais especificamente esta tecnologia estaacute sendo introduzida natildeo somente em

aacutereas de cultivo de agricultura familiar em geral mas especificamente em

assentamentos rurais Percebe-se dessa forma tratar-se de um tipo de produccedilatildeo que

tende a incorporar a dimensatildeo histoacuterico-social e a considerar os valores culturais e de

senso comum inerentes aos agricultores familiares (Costa Neto 1999)

Na agricultura familiar a sustentabilidade toma forma a partir do momento em

que comeccedilaram a ser incorporados aos debates os novos anseios da sociedade rural e

urbana relacionados a um novo projeto de desenvolvimento e na medida em que foram

buscadas orientaccedilotildees teoacutericas baseadas no paradigma agroecoloacutegico

De acordo com Maturana amp Rezepka (2000) a formaccedilatildeo do conhecimento natildeo eacute

entendida como simples treinamentos e teacutecnicas e seraacute um aspecto essencial desta

abordagem A valorizaccedilatildeo dos saberes dos agricultores sobre o ambiente as plantas o

solo e os processos ecoloacutegicos onde resgatam e aprimoram teacutecnicas proacuteprias e de

outros de origem cientiacutefica ou empiacuterica fundamentais dentro deste novo paradigma

(Altieri amp Nicholls 2000)

Neste sentido cientistas e extensionistas tecircm se surpreendido com a profundidade

destes conhecimentos e com a capacidade de vaacuterios destes agricultores de expocirc-los

mesmo nos ambientes acadecircmicos onde muitas vezes estatildeo mais avanccedilados que seus

interlocutores (Weid amp Tardin 2002) Isto revela a necessidade de sintonia entre a

Universidade e a Comunidade

Entatildeo a sutentabilidade ambiental em niacutevel local eacute positiva quando o manejo

realizado no agroecossistema aproveita a produtividade dos recursos naturais renovaacuteveis

(aqueles que funcionam mediante o fluxo solar) Ao contraacuterio pode natildeo ser positiva

quando as praacuteticas produtivas consistem na busca pela produtividade mediante a troca

econocircmica (importaccedilatildeo e exportaccedilatildeo de insumos e produtos) onde a terra eacute vista

unicamente como o suporte material (fiacutesico) das espeacutecies Neste caso o controle de

pragas a fertilizaccedilatildeo e outras praacuteticas necessaacuterias satildeo realizados mediante capital

produzido pelo homem degradando a base local de recursos naturais (Xavier Simoacuten amp

Domingues 2001)

8

213 O Mercado de produtos agroecoloacutegicos

O mercado de alimentos produzidos sob a orientaccedilatildeo agroecoloacutegica produzidos

sem utilizaccedilatildeo de agrotoacutexicos ou adubos minerais tem aumentado vertiginosamente em

todo o mundo Alguns dados indicam que esse segmento cresce anualmente cerca de

20 nos Estados Unidos 40 na Europa e 50 no Brasil e para comprovar tais

iacutendices basta verificar a proliferaccedilatildeo das feiras de produtores ecoloacutegicos nas cidades o

aumento dos espaccedilos para esses produtos nas gocircndolas das grandes redes de

supermercados e os movimentos ambientalistas e de consumidores que buscam uma

alimentaccedilatildeo mais saudaacutevel (Schiedeck 2002)

Sem duacutevida antes de tudo cabe salientar que a crise atual evidencia o equiacutevoco da

adoccedilatildeo de um modelo de produccedilatildeotransformaccedilatildeo que natildeo tem outra ambiccedilatildeo que natildeo a

de se adaptar agrave globalizaccedilatildeo Cabe a consideraccedilatildeo feita por Dufour (1999) de que o

mercado natildeo eacute uacutenico e monoliacutetico e portanto a produccedilatildeo social da qualidade natildeo

significa mais do mesmo (a adaptaccedilatildeo do que jaacute natildeo serve)

Na realidade pode-se identificar claramente dois mercados de natureza

fundamentalmente oposta que segundo Gomes amp Borba (2000) satildeo o de produtos

baacutesicos (leite cereais carnes brancas e vermelhas) e o de produtos elaborados

socialmente e de grande valor agregado por serem justos socialmente O mercado

mundial dos produtos baacutesicos eacute alimentado pelos excedentes agriacutecolas de grandes

produtores (Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos e Canadaacute) tambeacutem a soja e carne de

frango brasileira e o trigo argentino e os preccedilos nesses mercados satildeo extremamente

baixos e permaneceratildeo assim por muito tempo segundo relatos recentes do Banco

Mundial

Para produzir a preccedilos tatildeo baixos eacute necessaacuterio lanccedilar matildeo de todo tipo de

artifiacutecio como os hormocircnios os organismos geneticamente modificados as farinhas

animais esquecendo o meio ambiente e convivendo com exploraccedilotildees gigantescas

concentraccedilatildeo na posse da terra e com uma minoria de beneficiaacuterios dos programas de

ajuda puacuteblica os agromanagers (Gomes amp Borba 2000)

O mercado de produtos elaborados e de valor agregado obedece a outras regras

Mesmo que os agricultores busquem a maximizaccedilatildeo da produtividade natildeo se enfrentam

diretamente A produccedilatildeo ocorre em zonas geograacuteficas bem definidas e permite valorizar

o ldquosavoir-fairerdquo ou ldquoknow-howrdquo (em outras palavras natildeo necessariamente mas o

conhecimento ldquotradicionalrdquo) contribuindo para uma verdadeira economia local Esta eacute a

9

agricultura que ao mesmo tempo produz gera e preserva empregos Para caminhar ateacute

ela eacute necessaacuteria uma ampla alianccedila entre agricultores consumidores e movimentos

sociais para frear esta forma de ditadura dos mercados fonte do poder das

transnacionais agro-alimentares e quiacutemicas (Dufour 1999)

Por outra parte o mercado natildeo eacute linear e abstrato como querem fazer crer A

produccedilatildeo e o consumo sempre estaratildeo localizados e seratildeo realizados por produtores e

consumidores concretos isto permite falar em convenccedilatildeo ou negociaccedilotildees onde a

qualidade seja considerada na originalidade no bem comum ou na confianccedila entre pares

e colada aos produtos ainda mais quando se trata de alimentos Isto soacute seraacute possiacutevel

no local (sem ignorar o global) e levando em conta indicaccedilotildees como denominaccedilatildeo

ou indicaccedilatildeo de origem de processo ou de qualidade etc relacionados agraves

especificidades dos produtos o que tambeacutem deve ser objeto de negociaccedilatildeo para cada

lugar (eacute preciso lembrar que a participaccedilatildeo e as relaccedilotildees interpessoais satildeo determinantes

ao longo do processo) A produccedilatildeo social da qualidade eacute vista como estrateacutegia que

adquire sentido se considerada para o espaccedilo da Agricultura Familiar onde ainda eacute

possiacutevel estabelecer laccedilos de solidariedade entre produtores e consumidores (Gomes amp

Borba 2000)

De acordo com DrsquoAgostini amp Fantini (2002) tanto ou mais do que compreender a

dinacircmica de processos dos quais resultam produtos interessantes eacute compreender e

humanizar a dinacircmica de interesses sobre esses processos e produtos Os mesmos

autores dizem ainda que natildeo seria a solidariedade humana (a virtude pressuposta) que

emerge em especial na produccedilatildeo agroecoloacutegica mas sim a emergecircncia da rica

propriedade humana a generosidade que permite praticaacute-la em qualquer relaccedilatildeo entre

os homens

22 A cultura da cebola (Alliunt cepa L) e sua importacircncia

A cultura da cebola foi introduzida pelos accedilorianos no Brasil no seacuteculo XVIII nos

municiacutepio de Mostardas Rio Grande e Satildeo Joseacute do Norte no Estado do Rio Grande do

Sul (Garcia 1990) sendo a terceira hortaliccedila de maior importacircncia econocircmica para o

paiacutes (ICEPA 2003) Nas regiotildees Sul e Sudeste a cebolicultura constitui-se em atividade

socioeconocircmica de significativa relevacircncia para os Estados de Satildeo Paulo Santa

10

Catarina e Rio Grande do Sul nos quais se concentram mais de 76 da produccedilatildeo

nacional (Debarba et a i 1998)

A mais importante regiatildeo produtora do Rio Grande do Sul estaacute situada no litoral

Sul englobando os municiacutepios de Rio Grande Tavares Satildeo Joseacute do Norte e Mostardas

(Garcia 1997) e segundo ICEPASC (2003) esses quatro municiacutepios respondem por

cerca de 70 da produccedilatildeo de cebola do RS

Timm (2000) cita que cerca de 16000 famiacutelias rurais no Rio Grande do Sul tem

na cultura da cebola o seu principal meio de subsistecircncia No Municiacutepio de Satildeo Joseacute do

Norte a produccedilatildeo de cebola constitui uma atividade econocircmica quase exclusiva onde a

descapitalizaccedilatildeo dos agricultores ocasionou o abandono do meio rural por muitos deles

que acabaram por estabelecerem-se na periferia da zona urbana (Garcia 1997)

Aleacutem da descapitalizaccedilatildeo do produtor ocorrem problemas como a erosatildeo do solo

que segundo Zabaleta (1998) ocorre principalmente devido agrave accedilatildeo dos ventos fortes e

constantes caracteriacutesticos na regiatildeo sul-litoracircnea bem como a topografia plana e os

solos muito arenosos com lenccediloacuteis freaacuteticos superficiais contribuem para o

empobrecimento dos solos da regiatildeo principalmente ao se comparar com outras aacutereas

onde a cebola participa de sistemas produtivos juntamente com a produccedilatildeo leiteira o

arroz e hortaliccedilas diversas (Timm 2000)

221 Caracteriacutesticas agronocircmicas da cebola

A cebola eacute uma aliaacuteceae a planta eacute tenra atinge 60 cm de altura e apresenta folhas

tubulares e cerosas O caule verdadeiro eacute um disco comprimido na base da planta de

onde partem as folhas e raiacutezes que satildeo fasciculadas pouco ramificadas explorando um

volume de solo equivalente a um cilindro com 60 cm de altura e 25 cm de diacircmetro

(Filgueira 2000)

Cada planta apresenta 20 a 200 raiacutezes normalmente espessas (05 a 1 mm de

diacircmetro) e com pouca ramificaccedilatildeo e poucos pecirclos absorventes O crescimento eacute

vertical estendendo-se de 40 a 80 cm de profundidade Poucas raiacutezes ocupam mais de

15 cm do raio em tomo do bulbo Estas caracteriacutesticas tecircm implicaccedilotildees peculiares

quanto acirc localizaccedilatildeo e ao suprimento de nutrientes (Quanto menor o diacircmetro e maior a

ocorrecircncia de pecirclos absorventes maior seraacute a superfiacutecie de raiacutezes e consequumlentemente a

absorccedilatildeo de nutrientes (Magalhatildees 1993)

11

A fase vegetativa do ciclo da planta termina com o amadurecimento do bulbo

todavia trata-se de uma planta bienal considerando acirceu ciclo vital completo isto eacute da

semeadura ateacute a produccedilatildeo de novas sementes Apoacutes um periacuteodo invemal sob baixas

temperaturas haacute emissatildeo de um pendatildeo floral que pode alcanccedilar 150 cm de altura

terminando por uma inflorescecircncia tipo umbela simples inicialmente recoberta por

uma peliacutecula formada por centenas de pequenas flores (Filgueira 2000)

Segundo Clivela (1995) os fatores climaacuteticos de modo geral natildeo satildeo limitantes

para a produccedilatildeo de bulbos de cebola no Rio Grande do Sul Filgueira (2000) enfatiza

que no Brasil eacute uma das raras culturas oleraacuteceas nas quais o fotoperiacuteodo pode tornar-se

o fator limitante ocorrendo frustraccedilotildees da colheita caso as exigecircncias da planta natildeo

sejam satisfeitas

222 A produccedilatildeo de mudas de hortaliccedilas

As mais importantes modificaccedilotildees no sistema de produccedilatildeo nos uacuteltimos anos tecircm

sido feitas na produccedilatildeo de mudas Hoje eacute uma realidade os produtores se

especializarem em produzir mudas principalmente no Estado de Satildeo Paulo Para tanto

se busca atraveacutes da pesquisa as melhores fontes e combinaccedilotildees de substratos associados

ao sistema de produccedilatildeo conveniente para cada espeacutecie a fim de se obter melhorias na

propriedade no solo e na Olericultura (Giorgetti 1991)

O sistema agroecoloacutegico torna-se importante uma vez que a base da Horticultura

moderna eacute a produccedilatildeo de mudas de alta qualidade (Minami1995) a produccedilatildeo de mudas

de hortaliccedilas tem sido citada como a etapa mais importante do sistema produtivo (Silva

Junior et al 1995) Segundo Filgueira (2000) nesta fase natildeo se pode cometer erros

pois posteriormente seraacute mais difiacutecil de corrigi-los visto que para o cultivo da cebola a

muda refletiraacute na qualidade do bulbo

As mudas de hortaliccedilas podem ser consideradas tolerantes e natildeo tolerantes ao

transplante e dependem principalmente das condiccedilotildees ambientais necessitando de

cuidados No caso da cebola como satildeo produzidas com raiz nua os cuidados devem ser

maiores pois dependendo do estado em que se encontram mais ou menos susceptiacuteveis

aos estresses quando em contato com o campo podem resultar em desastre (Minami

1999)

A quantidade de nutrientes extraiacuteda pelas hortaliccedilas durante a fase de muda varia

em funccedilatildeo da espeacutecie da variedade ou da cultivar e do prazo necessaacuterio para a formaccedilatildeo

13

O composto humificado ou curado eacute rico em nutrientes que passaram parcialmente

da forma orgacircnica para a forma mineral assimilaacutevel pelas raiacutezes e com maior teor

coloidal que atua como fertilizante e eacute responsaacutevel pela capacidade melhoradora do

solo (Barreto 1985)

Uma das principais alternativas em termos de adubaccedilatildeo orgacircnica eacute o

vermicomposto Ele eacute um adubo orgacircnico estaacutevel rico em nutrientes inodoro de

coloraccedilatildeo escura obtido a partir da atividade das minhocas que potencializam a mateacuteria

prima utilizada no processo (principalmente esterco de bovino) proporcionando

diversos benefiacutecios para as plantas (Timm 2000)

231 Efeitos da adubaccedilatildeo orgacircnica no solo

O solo funciona como um organismo vivo em 1 grama de solo saudaacutevel vive uma

comunidade bioloacutegica de aproximadamente 1 0 0 0 0 espeacutecies diferentes como minhocas

larvas besouros colecircmbolos aacutecaros algas bacteacuterias e fungos Estes organismos

necessitam de alimentos para viver principalmente carbono e nitrogecircnio que estatildeo

presentes na palhada das culturas e no esterco de animais Em funccedilatildeo disso eacute

importante que o solo tenha um determinado teor de mateacuteria orgacircnica para fornecer os

alimentos e energia que os microacutebios precisam para viver (Paulus et al 2001)

O homem atraveacutes dos diferentes sistemas de preparo do solo e cultivos contiacutenuos

ou natildeo altera o comportamento do mesmo em relaccedilatildeo agraves reaccedilotildees quiacutemicas

propriedades fiacutesicas como capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua lixiviaccedilatildeo de nutrientes

erosatildeo e como consequumlecircncia afeta a qualidade de organismos presentes no solo (Brady

1999) reduzindo paulatinamente o teor de mateacuteria orgacircnica (Primavesi1982)

Nos uacuteltimos anos tem-se observado em diferentes paiacuteses a ampliaccedilatildeo do uso de

adubos orgacircnicos Alguns apresentam oacutetimos resultados enquanto outros se mostram

tecnicamente inadequados Os principais adubos orgacircnicos encontrados no mercado satildeo

fertilizantes orgacircnicos de origem animal compostos de lixo urbanos compostos de

produtos industriais e huacutemus de minhoca Nestes fertilizantes estatildeo presentes a maioria

dos macronutrientes (nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre) e

micronutrientes (zinco cobre boro ferro cobalto)essenciais para as plantas e nem

sempre encontrados em muitos fertilizantes minerais bem como uma gama de

microorganismos que vatildeo beneficiar a fauna e a flora do solo (Brady 1979 Kiehl

1985 Costa 1985 Garcia 1997)

14

Os adubos orgacircnicos satildeo amplamente empregados nos sistemas de produccedilatildeo de

alface como condicionadores do ambiente quiacutemico e fiacutesico da rizosfera e

consequumlentemente na resposta bioloacutegica das plantas (Rodrigues amp Casali 1998)

Considerando as necessidades hortiacutecolas de maior competitividade e o fato de natildeo

ser subsidiada o crescimento populacional e a industrializaccedilatildeo representam fatores

determinantes na geraccedilatildeo diaacuteria de enormes volumes de resiacuteduos podendo ser utilizados

pelos produtores com um maior retomo econocircmico possiacutevel Ao mesmo tempo a

questatildeo ambiental assume cada vez mais destaque na sociedade moderna repercutindo

em poliacuteticas governamentais bem como no setor produtivo do paiacutes e do mundo

fazendo com que a relaccedilatildeo do homem com a natureza seja repensada (Morselli 2001)

232 Efeitos da adubaccedilatildeo orgacircnica nas culturas

Segundo Paulus et al (2001) a mateacuteria orgacircnica tambeacutem eacute fonte de nutrientes

especialmente nitrogecircnio foacutesforo enxofre e micronutrientes aleacutem disso tem

capacidade de ldquoprenderrdquo micronutrientes e alguns elementos toacutexicos para as plantas

como o alumiacutenio Por exemplo os micronutrientes depois de presos satildeo liberados

lentamente no solo onde satildeo gradativamente aproveitados pelas plantas

O uso dos fertilizantes minerais elevam o custo de produccedilatildeo pois satildeo necessaacuterias

altas doses para o fornecimento dos teores de nutrientes demandados Por isso eacute

importante a geraccedilatildeo de tecnologias que poupem o consumo de fertilizantes minerais

desejaacutevel com vista agrave diminuiccedilatildeo do custo de produccedilatildeo (Rodrigues 1984) A produccedilatildeo

de hortaliccedilas sob a orientaccedilatildeo agroecoloacutegica leva em consideraccedilatildeo natildeo apenas os custos

de produccedilatildeo como tambeacutem a dependecircncia dos insumos principalmente quando se

considera a ldquoteoria da trofobioserdquo pelos efeitos maleacuteficos que os nutrientes prontamente

assimilaacuteveis podem causar as plantas (Chaboussou 1987)

Para Compagnoni amp Putzolu (1985) o vermicomposto eacute um autecircntico fertilizante

bioloacutegico que atua como corretivo do solo determinando caracteriacutesticas importantes

para a microflora pelos aacutecidos huacutemicos e as substacircncias fitoestimulantes Os autores

consideram ainda que as dejeccedilotildees das oligoquetas proporcionam a formaccedilatildeo de huacutemus

permitindo melhorar o solo razatildeo pela qual satildeo destinados agrave horticultura com oacutetimas

vantagens fiacutesicas e microbioloacutegicas enriquecendo a camada araacutevel

Em experimentos desenvolvidos durante cinco anos para avaliar o efeito da

aplicaccedilatildeo de compostos eou adubos nas culturas de alface manjericatildeo espinafre e

15

pepino Valenzuela amp Crosby (1998) compararam as produccedilotildees obtidas com composto

e a fertilizaccedilatildeo padratildeo e concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo do composto em 20 Mg ha 1 mais

N-quiacutemico foi o melhor tratamento em todas as culturas estudadas

233 Plantas de cobertura do solo

As plantas mais usadas para adubaccedilatildeo de cobertura do solo satildeo as leguminosas

pois estas tecircm a capacidade de fixar o nitrogecircnio atmosfeacuterico e disponibiliza-lo agrave

cultura Primavesi (1992) cita que utilizando-se mucuna ervilhaca feijatildeo-de-porco

feijatildeo-miuacutedo crotalaacuteria e outras natildeo haacute necessidade de utilizar tanto nitrogecircnio em

cobertura embora natildeo se dispense uma calagem mais frequumlente pois ocorre um pouco

de acidificaccedilatildeo no solo como com qualquer adubaccedilatildeo nitrogenada Segundo a mesma

autora algumas leguminosas tecircm a capacidade de mobilizar o foacutesforo como o caupi

(feijatildeo-miuacutedo) outras mobilizam o caacutelcio como tremoccedilo

Para Brady (1999) a adubaccedilatildeo verde traz grandes benefiacutecios como suprimento de

mateacuteria orgacircnica sendo consideraacutevel a quantidade de resiacuteduos orgacircnicos devolvidos ao

solo adiccedilatildeo de nitrogecircnio nutrientes e conservaccedilatildeo do solo

Calegari (1998) comenta que quanto aos aspectos fiacutesicos os resiacuteduos tendem a

contribuir para uma melhoria da estrutura do solo percebida pelo aumento da

estabilidade dos agregados em aacutegua aumento da capacidade de retenccedilatildeo hiacutedrica

elevaccedilatildeo dos iacutendices de infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo aumento da porosidade melhor

aeraccedilatildeo e diminuiccedilatildeo da densidade do solo

De acordo com Timm (2000) o papuatilde eacute uma excelente alternativa como cobertura

de solo para o cultivo miacutenimo da cebola pois na eacutepoca do transplante das mudas seu

ciclo vegetativo estaacute completo natildeo necessitando o dessecamento outra vantagem eacute que

o papuatilde apresenta bom controle com relaccedilatildeo agraves plantas invasoras da cebola reduzindo

ao longo dos anos o nuacutemero de capinas e a aplicaccedilatildeo de herbicidas

234 Adubaccedilatildeo foliar

Segundo Malavolta (1981) a utilizaccedilatildeo da adubaccedilatildeo foliar eacute complemento da

adubaccedilatildeo de solo natildeo substituto da mesma no que diz respeito ao fornecimento de

nitrogecircnio foacutesforo e potaacutessio para as culturas Da mesma maneira que as raiacutezes podem

perder para o solo parte dos elementos absorvidos as folhas tambeacutem o fazem pela accedilatildeo

16

de fatores internos (desordem fisioloacutegica estado nutricional etc) e externos (chuvas

orvalho nutriccedilatildeo do sistema radicular luz temperatura etc)

Para Chaboussou (1987) as plantas adquirem o maacuteximo de resistecircncia bioloacutegica

atraveacutes da nutriccedilatildeo (trofos) equilibrada Obviamente para que isto ocorra eacute necessaacuterio

que o solo esteja em equiliacutebrio dinacircmico o ambiente seja o mais estaacutevel e as plantas

selecionadas ou melhor adaptadas para poderem suportar as alteraccedilotildees extemporacircneas

ocasionadas pelos fenocircmenos meteoroloacutegicos e nas fases fonoloacutegicas criacuteticas do

crescimento e desenvolvimento (Pinheiro amp Barreto 2000)

O lixiviado das folhas enriquece as camadas superiores do solo e tende a

contrabalanccedilar as perdas de zonas mais profundas e mais distantes acumulando-os nas

suas proximidades tambeacutem influencia o nuacutemero e o comportamento dos

microrganismos que por sua vez alteram o processo de gecircnese do solo sua textura e

fertilidade A lixiviaccedilatildeo assim se toma importante no desenvolvimento da sucessatildeo

ecoloacutegica devido agrave ciclagem de elementos (Malavolta 1980)

Conforme Camargo (1975) a utilizaccedilatildeo de adubos foliares substitui parcialmente

a adubaccedilatildeo radicular em 20 a 25 podendo ser utilizada em varias pulverizaccedilotildees

24 Vermicompostagem

E o processo que consiste em se submeter diferentes resiacuteduos orgacircnicos de

origem animal eou vegetal aos processos fermentativos e humificaccedilatildeo adicionando

minhocas do gecircnero Eiseina espeacutecie foetida ao material procurando obter um produto

curado em aproximadamente 45 - 60 dias (Compagnoni amp Putzolu 1985)

A vermicompostagem firmou-se no Brasil como atividade rentaacutevel produzindo

adubo de alta qualidade na deacutecada de 90 Na agricultura brasileira contudo haacute

preferecircncia pelos adubos quiacutemicos em funccedilatildeo de sua aquisiccedilatildeo financiada menor custo

e retomo imediato embora o impacto de seu uso contiacutenuo sobre o solo e os

microorganismos que nele vivem seja negativo (Tagliari amp Grassmann 1995)

Segundo Morselli (2002) a vermicompostagem difere da compostagem

convencional dentre outros pocircr formar substacircncias huacutemicas mais rapidamente ao sofrer

passagem pelo trato digestivo das minhocas A alirdentaccedilatildeo destas satildeo basicamente os

estercos e a disponibilidade desta mateacuteria prima bem como de ambiente protegido para

proceder a compostagem correta deste material satildeo indispensaacuteveis

17

Segundo Kiehl (1985) e Martinez (1990) o vermicomposto apresenta as seguintes

vantagens em relaccedilatildeo a compostagem permite a formaccedilatildeo de um produto curado em

menor espaccedilo de tempo promove a formaccedilatildeo de um material com maior

disponibilidade de nutrientes facilita o peneiramento natildeo havendo a necessidade de

revolvimento do material oferece vaacuterias fontes de renda pois aleacutem do huacutemus fornece

minhocas e raccedilatildeo e quando aplicado ao solo tende a melhorar as propriedades fiacutesicas

quiacutemicas e bioloacutegicas

241 Resiacuteduos utilizados na vermicompostagem

2411 Resiacuteduos de origem animal

Segundo Bureacutes (1997) o esterco eacute uma mistura de fezes urina e camas que

podem estar constituiacutedas de palhas folhas secas serragem turfa casca de arroz e ateacute

terra Esse apresenta pH neutro e densidade que varia de 030 a 090 Kg dm3 segundo

seu estado de decomposiccedilatildeo Eacute influenciado por vaacuterios fatores como espeacutecie animal

raccedila idade alimentaccedilatildeo material utilizado como cama e tratamento da mateacuteria-prima

esterco (Kiehl 1985) Dentre os fatores apontados um dos mais importantes eacute a

alimentaccedilatildeo do animal quanto mais rica a alimentaccedilatildeo mais rica seraacute as dejeccedilotildees

(Gnoatto 1999) O volume de bacteacuterias vivas ou mortas encontradas no esterco

representam 20 a 30 do total delas se originam grande parte do nitrogecircnio sob a

forma de proteiacutena (Morselli 2002)

A origem do material utilizado para a produccedilatildeo de vermicomposto eacute fundamental

pois soacute uma mateacuteria-prima de qualidade resultaraacute em um produto final de boa qualidade

Dentre os estercos o de aves eacute empregado empiricamente na adubaccedilatildeo de culturas

permanente ou natildeo com excelentes resultados apesar de sua simples composiccedilatildeo

meacutedia 2 de nitrogecircnio 2 de foacutesforo como P2 0 5 e 1 de K2 0 Poreacutem haacute uma

grande variaccedilatildeo na sua constituiccedilatildeo a qual dependeraacute do manejo animal atraveacutes das

camas finalidade da criaccedilatildeo e natureza das camas (Morselli 2002)

2412 Resiacuteduos de origem vegetal

A mateacuteria orgacircnica pode ser preservada no solo por vaacuterios processos seja pela

simples incorporaccedilatildeo de resiacuteduos de culturas rotaccedilatildeo de culturas adubaccedilatildeo verde ou

18

pela adiccedilatildeo de materiais orgacircnicos capazes de elevar e manter a produtividade do solo

Da decomposiccedilatildeo dos resiacuteduos orgacircnicos adicionados ao solo resulta a liberaccedilatildeo de

grande quantidade de nutrientes principalmente o nitrogecircnio o potaacutessio e o enxofre

Aleacutem disso diversos atributos quiacutemicos e fiacutesicos do solo satildeo alterados pela

decomposiccedilatildeo desses resiacuteduos destacando-se o aumento da capacidade de troca de

caacutetions o aumento da retenccedilatildeo de aacutegua a melhoria da estabilidade dos agregados e da

aeraccedilatildeo (Fraser1963 Malavolta 1981 Mello et al 1983 Bonilla 1992)

Segundo Purcino (1981) quando a relaccedilatildeo CN eacute menor que 30 como no caso do

esterco de curral ou da palha de leguminosas a disponibilidade de nitrogecircnio eacute

imediata mas acima deste valor ocorre imobilizaccedilatildeo crescente deste nutriente Por esse

motivo estes materiais devem ser submetidos a uma degradaccedilatildeo bioloacutegica antes de

serem adicionados ao solo

25 Biofertilizantes

No Brasil ocorrem problemas crescentes com materiais derivados de sistemas

intensivos de criaccedilatildeo animal que acumulam resiacuteduo^ orgacircnicos com graves problemas

de contaminaccedilatildeo de cursos de aacutegua que na maioria das vezes se acumulam em um

uacutenico lugar e natildeo satildeo reciclados (Viglizzo 1995)

Visando amenizar tais situaccedilotildees os meacutetodos alternativos de adubaccedilatildeo controle de

doenccedilas pragas e plantas indesejaacuteveis tecircm sido muito estudado Dentro dessa linha de

pesquisa destaca-se o uso de mateacuteria orgacircnica atraveacutes tanto de sua incorporaccedilatildeo ao

solo como de sua transformaccedilatildeo para uso posterior na forma de biofertilizantes

(Khatounian 1997 Bettiol et al 1997)

Na complexa e elevada comunidade microbiana dos biofertilizantes encontram-se

bacteacuterias fungos leveduriformes filamentosos e actinomicetos (Bettiol apud Penteado

1999)

O agregado de macro e micronutrientes periodicamente ativa e enriquece a

fermentaccedilatildeo O uso de farinha de rocha tem sido vantajoso por ter baixo custo

comparado com os sais concentrados e purificados aleacutem de trazer alguns elementos

traccedilos de vital importacircncia para os microrganismos do solo como por exemplo o Gaacutelio

o Iodo e o Vanaacutedio (M1BASA 199-) O agregado de farinha de rocha ou sais

purificados ao fermentado faz com que estes nutrientes passem a fazer parte dos

microrganismos ou dos produtos orgacircnicos liberados durante a fermentaccedilatildeo sendo que

19

o ataque dos microrganismos atraveacutes de suas enzimas consegue liberar os elementos natildeo

atacados pelos aacutecidos industriais (Pinheiro amp Barreto 2000)

Os biofertilizantes tecircm sido empregados na agricultura ecoloacutegica como adubo

foliar para aumentar a resistecircncia contra pragas e doenccedilas Aleacutem disso o processo de

produccedilatildeo eacute bastante simples e por isso eacute viaacutevel sua produccedilatildeo na propriedade desde que

tenha esterco disponiacutevel (Penteado 1999)

Bettiol et al (1997) verificaram a presenccedila de diferentes espeacutecies de fungos

fiacutelamentosos e leveduriformes e bacteacuterias entre elas Bacillus spp na comunidade

microbiana do biofertilizante produzido segundo meacutetodo adotado pelo Centro de

Agricultura Ecoloacutegica Ipecirc Os autores verificaram ainda uma reduccedilatildeo da comunidade

microbiana ao longo da digestatildeo reduccedilatildeo essa mais acentuada logo apoacutes o acreacutescimo

dos sais contendo micronutrientes A accedilatildeo dos sais pode ser tanto por aumento na

pressatildeo osmoacutetica quanto pelo efeito direto sobre os microrganismos Para o controle de

doenccedilas de plantas satildeo importantes a presenccedila dos metaboacutelitos produzidos pelos

organismos presentes no biofertilizante e os proacuteprios microrganismos vivos

Os microrganismos transformam o material orgacircnico (esterco soro de leite caldo

de frutas palhas restos industriais etc) e cinzas produzindo vitaminas aacutecidos e sais

complexos importantes para regular e tonificar o metabolismo das plantas impedindo o

desenvolvimento de pragas e doenccedilas (Pinheiro amp Barreto 2000)

Em estudos feitos com o biofertilizante liacutequido de bovinos foi observado a

presenccedila de inuacutemeros microorganismos como bacteacuterias leveduras e bacilos

principalmente do Bacillus subtilis Estes microorganismos sintetizam substacircncias

antibioacuteticas as quais demonstram ter grande accedilatildeo e eficiecircncia como substacircncias

fungiostaacuteticas e bacteriostaacuteticas de fitopatoacutegenos causadores de danos em lavouras

comerciais (Penteado 1999)

Aldrighi et al (2002) realizaram trabalho na UFPel relacionado agrave nutriccedilatildeo de

mudas de tomate (Floradade) produzidas no sistema ldquofloatingrdquo Utilizaram-se doses de

0 2 5 e 10 para o biofertilizante Super Magro e 0 e 1 para a urina de vaca

Concluiacuteram que estes natildeo interferem na produccedilatildeo das mudas e que provavelmente foi

influenciado pelo substrato utilizado (vermicomposto 75 e casca de arroz carbonizada

25) bem como o sistema de produccedilatildeo (floating)

Paglia et al (2002) citam que eacute possiacutevel produzir mudas de tomate (cultivar

Floradede) utilizando urina de vaca e biofertilizante Super Magro na aacutegua em sistema

ldquofloatingrdquo em trabalho realizado na UFPel O uso da urina de vaca a 1 e 5 e

20

biofertilizante Super Magro a 6 proporcionam uma elevaccedilatildeo do foacutesforo bem como o

Super Magro a 6 eleva os teores de Mg e Ca na aacutegua

251 Urina de vaca

As urinas de vaca contecircm nutrientes favoraacuteveis ao bom desenvolvimento das

plantas como potaacutessio soacutedio nitrogecircnio enxofre magneacutesio caacutelcio foacutesforo e traccedilos de

outros elementos Nas plantas funciona como um fertilizante natural tomando-as mais

resistentes ao ataque das pragas e doenccedilas Satildeo encontradas tambeacutem na urina outras

substacircncias como fenoacuteis e principalmente o catecol que esta associado agrave recuperaccedilatildeo

de plantas atacadas por fitopatoacutegenos por ser um produto anti-seacuteptico (Penteado 1999)

Para seu emprego a urina receacutem coletada deve ser armazenada sob condiccedilotildees

ambientais por trecircs dias para que se forme amocircnio importante produto a ser absorvido

pelas plantas Recomenda-se ainda que o armazenamento deva ser feito em recipiente

fechado para que natildeo ocorram perdas de nitrogecircnio Desta forma poderaacute permanecer

por ateacute um ano sem comprometer sua eficiecircncia

Em hortaliccedilas o uso da urina de vaca eacute recomendado em pulverizaccedilotildees foliares

semanais na concentraccedilatildeo de 05 para tomateiro pimentatildeo pepino feijatildeo vagem e

couve ou quinzenais a 1 para as culturas do quiabeiro jiloeiro e berinjela Para

fruteiras em geral a primeira aplicaccedilatildeo deve ser na concentraccedilatildeo aproximada de 5

realizada diretamente no solo e mensalmente devem ser realizadas pulverizaccedilotildees

foliares a 1 para plantas jovens e a 5 para plantas adultas (Penteado 1999)

Na aplicaccedilatildeo foliar deve-se ter cuidado com folhas e brotos novos e considerar que

o uso contiacutenuo pode ser toacutexico podendo afetar o solo causando a sua acidificaccedilatildeo

(Penteado 1999)

Na Estaccedilatildeo Experimental da PESAGRO no municiacutepio de Macaeacute Rio de Janeiro

estaacute se utilizando a urina de vaca leiteira Os pesquisadores descobriram que a urina de

vaca em lactaccedilatildeo produzia o efeito de recuperar plantas de abacaxi atacadas por uma

doenccedila conhecida como ldquofusairioserdquo Essa doenccedila quando ataca o abacaxi causa

perdas de ateacute 70 da safra Todos os agrotoacutexicos testados natildeo conseguiram controlar a

doenccedila Isto eacute um exemplo para que a universidade tenha uma nova percepccedilatildeo (Capra

1996) adotando medidas efetivas que contribuam na transiccedilatildeo agroecoloacutegica Com o

uso da urina de vaca leiteira numa lavoura de abacaxi atacada pela fusariose observou-

se agrave recuperaccedilatildeo do stand e os frutos produzidos apresentaram excelente padratildeo

21

comercial Descobriu-se que aleacutem funcionar como adubo e defensivo natural a urina de

vaca leiteira tambeacutem favorece a floraccedilatildeo de muitas plantas e pode ser usada no

tratamento de frutos e tubeacuterculos depois da colheita

A urina de vaca em lactaccedilatildeo tambeacutem estaacute sendo usada nas lavouras de cafeacute em

plantaccedilotildees de maracujaacute coco alface e outras hortaliccedilas Na regiatildeo centro-sul do Paranaacute

os agricultores estatildeo aplicando a urina de vaca leiteira nas lavouras de feijatildeo soja

batata cebola e milho (Penteado 1999)

252 Alhol

A maioria dos defensivos alternativos tais como calda bordalesa sulfocaacutelcica

aacutegua de cinza e cal biofertilizante enriquecido extrato de fumo entre outros precisa

ser misturada com um espalhante adesivo para quebrar a tensatildeo superficial da gota e

propiciar um melhor molhamento das folhas e demais partes pulverizadas assegurando

uma absorccedilatildeo mais efetiva e uma melhor accedilatildeo sobre as pragas e doenccedilas Quando as

gotas permanecem inteiras sobre a superfiacutecie folhar devido agrave falta de espalhante

adesivo pode-se danificar os tecidos vegetais pelc efeito-lente quando o sol incide

sobre elas Aleacutem disso a gota por natildeo se espalhar sobre toda superfiacutecie folhar

concentra nela e consequumlentemente sobre o tecido que estaacute em contato com ela uma

quantidade maior do produto aplicado Essa maior concentraccedilatildeo pode prejudicar a

absorccedilatildeo e lesionar os tecidos principalmente apoacutes a evaporaccedilatildeo da aacutegua contida na

gota por resultar em uma maior concentraccedilatildeo de sais no local especialmente quando se

aplicam por exemplo calda sulfocaacutelcica bordalesa biofertilizante enriquecido com

macro e micronutrientes (Claro 2001)

O alhol eacute um espalhante adesivo ecoloacutegico que tambeacutem auxilia no controle de

pragas E elaborado com aacutegua alho oacuteleo vegetal e sabatildeo neutro a partir da sabedoria

popular que menciona o alho como repelente de insetos Juacutenior Abreu amp Maiorano

(199-) indicam formulaccedilotildees contendo alho para o controle de pragas como nematoacuteides

(Meloidogyne incoacutegnita e M javanica) mosca do chifre lagarta na maccedilatilde pulgotildees

besouro da batata trips e para controle de doenccedilas fuacutengicas e bacterianas como miacuteldio

ferrugem fusariose helminthosporiose murchadeira (Pseudonamos solacearum)

bruzone do arroz (Pyricularia orysae) podridatildeo negra do repolho e couve-flor

(Xanthomonas campestris) Aleacutem disso o alho pelo seu bom teor em oacuteleo pode agir

tambeacutem como espalhante adesivo O sabatildeo tambeacutem eacute indicado como espalhante adesivo

22

e possui accedilatildeo contra certas pragas (pulgotildees) sendo que o oacuteleo vegetal eacute indicado no

controle de cochonilhas e usado como espalhante adesivo (Claro 2001)

253 Calda Bordalesa

A calda bordalesa eacute um tradicional defensivo agriacutecola que pode ser preparado na

propriedade com a mistura de sulfato de cobre cal virgem e aacutegua As concentraccedilotildees de

sulfato de cobre e cal satildeo distintas dependendo do objetivo do seu emprego

Geralmente diferem de acordo com o tipo de planta ou espeacutecie vegetal as condiccedilotildees

climaacuteticas o grau de infestaccedilatildeo da doenccedila e a fase de crescimento da planta Eacute indicada

para o controle de miacuteldio alternaacuteria botrytis e antracnose (Penteado 1999)

A calda bordalesa caracteriza-se pela sua importante accedilatildeo no controle de diversas

doenccedilas fungicas nas mais diversas espeacutecies de culturas Possui tambeacutem uma relativa

accedilatildeo bactericida e em alguns casos age como repelente de insetos Da mistura do

sulfato de cobre com a cal resulta uma soluccedilatildeo rica em macronutrientes e

micronutrientes Provavelmente os expressivos resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo da

calda bordalesa devam-se natildeo somente a sua accedilatildeo fuacutengica e bactericida mas sobretudo

agrave influecircncia positiva que exerce no metabolismo das plantas ativando o processo

enzimaacutetico e estimulando a proteossiacutentese aumentando a resistecircncia das plantas (Claro

2 0 0 1 ) caracteriacutestica fundamental na agricultura sustentaacutevel

254 Biofertilizante Super Magro

A calda Super Magro eacute produto da fermentaccedilatildeo de estercos animais enriquecidos

por micronutrientes e outros produtos de origem animal obtendo-se uma calda

biofertilizante para aplicaccedilatildeo foliar nas plantas (Penteado 1999) jaacute foram observados

bons resultados principalmente nas culturas de uva maccedila pecircssego tomate batata e

hortaliccedilas em geral

E indicado como fonte suplementar de micronutrientes para as plantas inibidor

de fungos e bacteacuterias causadores de doenccedilas e para aumentar a resistecircncia contra insetos

e aacutecaros (Penteado 1999) i

Muller (1999) avaliou a influecircncia do biofertilizante Super Magro sobre as

culturas de tomate (Lycopersicon esculentum Mill) ervilha (Pisum sativum L) e

beterraba (Beta vulgaris L) O autor obteve cultivos com baixa severidade de doenccedilas e

23

insetos fitoacutefagos possivelmente por causa do manejo orgacircnico de produccedilatildeo Os

resultados das pulverizaccedilotildees das soluccedilotildees foliares variaram conforme a cultura e o

clima

255 Biofertilizante MB4

A utilizaccedilatildeo das farinhas de rochas eacute uma das teacutecnicas mais modernas usadas nos

uacuteltimos anos na agricultura O elevado nuacutemero de nutrientes contidos no MB4 como

cobre zinco manganecircs cobalto soacutedio alumiacutenio silicatos de magneacutesio ferro e caacutelcio

acompanhado de foacutesforo potaacutessio e enxofre reagem com a soluccedilatildeo do solo liberando

elementos essenciais ao desenvolvimento da vida microbiana os quais exercem um

papel fundamental atraveacutes de transformaccedilotildees quiacutemicas e do equiliacutebrio bioloacutegico

favorecendo o desenvolvimento sadio das plantas (Pinheiro amp Barreto 2000)

24

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

31 Local de execuccedilatildeo do experimento

O presente trabalho foi conduzido no Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul

(FEPAGROSUL) no municiacutepio de Rio Grande nlt periacuteodo de 15 de maio a 26 de

agosto de 2 0 0 2

O solo eacute classificado como ldquoTuiardquo satildeo muito arenosos As massas aquaacuteticas do

Oceano Atlacircntico e Lagoa dos Patos influenciam ventos temperatura pressatildeo umidade

relativa e demais fatores climaacuteticos A topografia da regiatildeo litoracircnea eacute plana com

lenccediloacuteis freaacuteticos superficiais

32 Anaacutelise estatiacutestica

O experimento foi constituiacutedo em fatorial 3X3 (Quadro 1) com quatro repeticcedilotildees

no delineamento blocos ao acaso As variaacuteveis respostas foram submetidas agrave anaacutelise de

variaccedilatildeo e ao teste de Duncan a 5 de probabilidade para comparaccedilatildeo das meacutedias

utilizando-se o sistema SANEST (Zonta amp Machado 1984)

As anaacutelises estatiacutesticas das variaacuteveis estudadas encontram-se nos Apecircndices C D

Os resultados das respostas agronocircmicas e das determinaccedilotildees dos conteuacutedos dos

macronutrientes bem como os de raiz estatildeo nas tabelas de 1 a 3

25

As diferentes adubaccedilotildees seratildeo representadas durante a discussatildeo da seguinte

forma 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e EC

(60 t ha 1 de esterco de curral) 1 VB+SM+U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais

super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+SM+U+CB (45 t ha 1 de

vermicomposto mais super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa)

EC+SM+U+CB (60 t ha 1 de esterco de curral mais super magro mais urina de vaca

mais calda bordalesa) 1 VB+MB4 +U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais MB4 mais

urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+MB4 +U+CB (45 t ha 1 de vermicomposto

mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa) EC+MB4 +U+CB (60 t ha 1 esterco

de curral mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa)

QUADRO 1 Descriccedilatildeo dos fatores experimentais e respectivos niacuteveis

Niacuteveis Fator 1 ADUBACcedilAtildeO DE BASE

0 1 Vermicomposto (30 t ha1)

0 2 Vermicomposto (45 t ha1)

03 Esterco de curral (60 t ha1)

Niacuteveis Fator 2 BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS

0 1 Super magro (5) + Urina de Vaca + Calda Bordalesa

0 2 MB4 (10) + Urina de vaca + Calda Bordalesa

03 Ausecircncia (testemunha)

33 Tratamentos

Da combinaccedilatildeo entre niacuteveis e fatores foram obtidos 9 tratamentos que estatildeo

descritos no Quadro 2 bem como as doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

26

QUADRO 2 Tratamentos e doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

TRATAMENTOS

Ndeg FATOR I FATOR II

0 1 30 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

0 2 30 t harsquo de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

03 30 t ha de vermicomposto - - -

04 45 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

05 45 t ha de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

06 45 t ha de vermicomposto - - -

07 60 t hade esterco Super Magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

08 60 t hade esterco MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

09 60 t hade esterco - - -

Cada parcela foi constituiacuteda por dois canteiros medindo 1 m de largura x 2 m de

comprimento perfazendo 075 m de aacuterea de aacuterea uacutetil (025 m de bordadura) Foi

utilizando semeadura a lanccedilo com densidade de 24 g canteiro1

O vermicomposto a urina de vaca o esterco de curral o alhol os biofertilizantes e

a calda bordalesa foram de procedecircncia do Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul O

vermicomposto de esterco bovino misturado agraves cascas de frutas foi processado pela

minhoca vermelha califomiana Eisenia foetida)

O biofertilizante Super Magro foi elaborado segundo a metodologia descrita pela

FEPAGROSUL utilizando-se os seguintes componentes 190 litros de aacutegua 22 litros

de leite 55 Kg de accediluacutecar mascavo 30 Kg de esterco fresco de bovinos 2 Kg de

Sulfato de zinco 2 Kg de sulfato de magneacutesio 2 Kg de cloreto de caacutelcio 1 Kg de aacutecido

boacuterico 300 g de sulfato de cobre 300 g de sulfato de ferro 300 g de sulfato de

manganecircs 100 g de molibdato de soacutedio 50 g de sulfato de cobalto 3 Kg de fosfato

natural 3 Kg de cinza e 200 g de farinha de osso

A urina de vaca em lactaccedilatildeo foi coletada pela manhatilde e armazenada em recipiente

fechado por trecircs dias em condiccedilotildees ambientais para que se formasse a amocircnia e natildeo

ocorresse perda de nitrogecircnio

28

Realizaram-se duas capinas manuais durante o experimento e em seguida como

cobertura se colocou casca de arroz Tambeacutem foi aplicado esterco de aves 30 dias antes

da colheita na quantidade de 05 Kg canteiro 1 como adubaccedilatildeo de cobertura

As pulverizaccedilotildees com os produtos iniciaram apoacutes 15 dias da germinaccedilatildeo

Realizou-se sete aplicaccedilotildees sendo que as duas primeiras foram feitas apenas com

Super Magro e MB4 Na terceira e na quarta aplicaccedilatildeo utilizou-se urina de vaca e calda

bordalesa em concentraccedilotildees menores (05 e 025 respectivamente) e na quinta

aplicaccedilatildeo as dosagens de urina de vaca e calda bordalesa foram elevadas para 1 0 e

05 respectivamente ateacute o final do experimento O alhol foi utilizado a partir da

terceira pulverizaccedilatildeo na quantidade de 2 e seguiu ateacute o final no dia 26 de agosto

quando as mudas foram colhidas e posteriormente analisadas as variaacuteveis

35 Observaccedilotildees agronocircmicas

Foram utilizadas 20 mudas de cebola para obtenccedilatildeo das meacutedias das variaacuteveis as

quais foram as seguintes

351 Fitomassa fresca da parte aeacuterea e raiacutezes

Foi realizada atraveacutes de uma balanccedila digital procedendo-se a pesagem de 20

mudas de cebola previamente lavadas e posteriormente secadas durante uma hora sobre

um tecido de algodatildeo agrave temperatura ambiente Processo idecircntico foi adotado com as

raiacutezes

352 Fitomassa seca da parte aeacuterea e raiacutezes

Esta variaacutevel foi obtida a partir da secagem preliminar em estufa de ar forccedilado

durante 48 horas a 65 C ateacute peso constante com posterior pesagem em balanccedila

analiacutetica

353 Altura da muda

A altura de muda foi medida a partir do colo das plantas ateacute sua uacuteltima folha

(ponto de crescimento) com uma reacutegua graduada de 40 cm

29

354 Diacircmetro do colo das plantas

Esta medida foi realizada no ponto de transplante a 2 mm das raiacutezes e utilizando-

se um paquiacutemetro SOMET

355 Sistema radicular

Ao teacutermino do experimento foram retiradas as raiacutezes das mesmas plantas que foram

utilizadas para as determinaccedilotildees realizadas na parte aeacuterea procedendo-se uma amostra

de solo com raiacutezes de 2 0 cm de largura x 2 0 cm de comprimento e 2 0 cm de altura

totalizando 8000 cm3

As raiacutezes apoacutes serem lavadas em aacutegua corrente foram pesadas acondicionadas em

sacos plaacutesticos e congeladas para posteriores anaacutelises pelo meacutetodo de Tennant (1975)

para a determinaccedilatildeo do comprimento e densidade

3551 Comprimento de raiz

Utilizou-se para a determinaccedilatildeo do comprimento de raiz as seguintes foacutermulas

1 = ndeg x 1114 x 1 onde

1 - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 0 0 2 g

ndeg - nuacutemero de intercessotildees das raiacutezes com os lados da quadriacutecula da malha do

aparelho

1114 - constante

1 - medida lateral da quadriacutecula em cm

Tomando-se a fiacutetomassa seca e o comprimento da raiz da cada amostra

relacionou-se com a fiacutetomassa seca e o comprimento total da raiz da planta aplicando-

se a seguinte equaccedilatildeo

L = (FSR x 1) FSPA onde

L - comprimento total da raiz da planta (m)

FSR - fiacutetomassa seca de raiz

FSPA - fiacutetomassa seca da parte aeacuterea

L - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 002g

3552 Densidade de raiz

A densidade foi determinada pela foacutermula

D = L 8000 onde

D - densidade de raiacutezes (m cm3)

30

L - comprimento total de raiacutezes (m)

8 0 0 0 - volume da amostra (cm3)

3553 Razatildeo parte aeacutereasistema radicular

Este paracircmetro foi obtido pela equaccedilatildeo

RPASR = FSPA FSR onde

RPASR - razatildeo parte aeacuterea sistema radicular

FSPA - fitomassa seca da parte aeacuterea

FSR - fitomassa seca do sistema radicular

36 Determinaccedilatildeo de macronutrientes no tecido vegetal

Os macronutrientes nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio foram

determinados no laboratoacuterio de Fertilidade e Anaacutelise de Plantas do Departamento de

Solos da UFPel atraveacutes dos meacutetodos descritos por Tedesco amp Gianello (1996)

31

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 Anaacutelise das variaacuteveis

A anaacutelise da variaccedilatildeo mostrou que houve diferenccedila significativa na interaccedilatildeo entre

os fatores de adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes liacutequidos com exceccedilatildeo da variaacutevel altura

de planta para a qual somente a adubaccedilatildeo de base mostrou-se significativa (Apecircndices

C D e E Tabelas 1C 1D e 1E)

411 Anaacutelise da parte aeacuterea

Na Tabela 1 destacaram-se as adubaccedilotildees EC+SM+U+CB EC+MB4 +U+CB e EC

que diferiram significativamente das demais adubaccedilotildees para as variaacuteveis fiacutetomassa

fresca da parte aeacuterea (FFPA) fiacutetomassa seca da parte aeacuterea (FSPA) altura de planta

(AP) e diacircmetro do colo (DC)

32

TABELA 1 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

30 t ha de vermicomposto 7015 c A45 t halsquo de vermicomposto 7824 b B60 t ha de esterco de curral 12248 a C

30 t ha de vermicomposto 667 c A45 t ha de vermicomposto 752 b A60 t ha de esterco de curral 1150a C

30 t ha de vermicomposto 2975 b A45 t harsquo de vermicomposto 2775 b A60 t ha de esterco de curral 3600 a B

30 t ha de vermicomposto 631 b A45 t ha de vermicomposto 6 2 2 b B60 t ha de esterco de curral 741 a C

-Fitomassa fresca (g)----------------6270 c B 6885 b A8832 b A 6308 c C

15082 a A 13934 a BmdashFitomassa seca (g)----------------

625 c A 655 b A830 b A 607 b B

1345 a A 1262 a B-Altura de planta (cm)----------------

2950 b A 3050 b A2937 b A 2950 b A 3975 a A 3622 a B

-Diacircmetro de colo (mm)---------------592 c B 599 b B 657 b A 609 b B 819a A________ 793a B

Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

O efeito positivo do esterco bovino pode ser atribuiacutedo agraves melhorias nas condiccedilotildees

fiacutesicas do solo por ele proporcionado Segundo Primavesi (1982) e Compagnoni amp

Putzolu (1985) o esterco bovino apresenta propriedades condicionadoras do solo dando

agraves plantas melhores condiccedilotildees de desenvolvimento elevando sobremaneira os

conteuacutedos de fitomassa fresca das plantas que refletiratildeo nas demais respostas

agronocircmicas

Analisando as adubaccedilotildees de base em relaccedilatildeo aos biofertilizantes observa-se que

para os tratamentos 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) - natildeo houve influecircncia dos

biofertilizantes para as variaacuteveis FSPA e AP enquanto destacou-se o SM+U+CB para o

DC e SM+U+CB e ausecircncia da adubaccedilatildeo liacutequida para a FFPA mostrando que o uso

dos biofertilizantes natildeo influenciou esta variaacutevel 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) -

verificou-se a eficiecircncia do uso do MB4 +U+CB para as variaacuteveis FFPA e DC Para a

variaacutevel FSPA destacaram-se os dois biofertilizantes utilizados jaacute para AP natildeo houve

33

influecircncia destes EC (60 t ha 1 de esterco de curral) - em todas as variaacuteveis observadas

na tabela 5 as respostas foram significativas utilizando MB4 +U+CB

As respostas encontradas no presente trabalho para as variaacuteveis AP e FSPA foram

superiores as obtidas por Dalponte (1990) quando utilizado 0 esterco de curral para

produccedilatildeo de mudas de cebola

Segundo Filgueira (2000) os solos da regiatildeo produtora de cebola do RS satildeo

pobres em foacutesforo disponiacutevel (15 mg Kg1) necessitando portanto de adubaccedilotildees

fosfatadas elevadas As respostas aqui obtidas podem ser justificadas pelos teores de

foacutesforo contido no MB4

Follet et al (1981) citam a importacircncia do uso de compostos orgacircnicos no solo

enfatizando os estercos no sentido da decomposiccedilatildeo continuada no fornecimento de

nutrientes e na liberaccedilatildeo lenta e gradual de aacutecidos orgacircnicos influenciando a liberaccedilatildeo

do foacutesforo O que provavelmente pode ser atribuiacutedo agraves respostas encontradas no

presente trabalho para 0 tratamento Esterco de curral mais MB4 e Urina mais Calda

Bordalesa

E importante destacar que 0 sistema de produccedilatildeo de mudas de cebola sob uma

perspectiva agroecoloacutegica mostra-se eficiente quando visualmente natildeo percebe-se

diferenccedila significativa entre os tratamentos (Apecircndice F Figura 2)

Conveacutem ressaltar que quando trabalhamos com agroecologia natildeo existem

receitas nem pacotes tecnoloacutegicos prontos Cada situaccedilatildeo deveraacute ser estudada em

particular para que se faccedila recomendaccedilotildees adequadas ao ambiente local uma vez que

as plantas se adaptam ao meio estando a nutriccedilatildeo encarregada de proteger e manter o

equiliacutebrio do organismo vegetal em funccedilatildeo das alteraccedilotildees externas

E fundamental que se compreenda os princiacutepios norteadores de todo o processo

que satildeo as bases da luta por uma sociedade mais justa dentro de um mundo econocircmico e

ambientalmente mais sustentaacutevel

412 Anaacutelise do sistema radicular

Os resultados obtidos nas anaacutelises do sistema radicular (Tabela 2) mostram

diferenccedilas significativas entre as adubaccedilotildees para as variaacuteveis fitomassa fresca de raiz

(FFR) fitomassa seca de raiz (FSR) comprimento de raiz (CR) razatildeo parte

aeacutereasistema radicular (RPASR) e densidade de raiz (DR)

34

TABELA 2 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade de

raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAO DE BASE

S Magro + MB4 +Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

1540 c A 1576 b B 2427 a A

Fitomassa fresca (g)----------------1502 c B 1517 b AB 1658 b A 1446 c C 2336 a B 2360 a B

--------------------Fitomassa seca (g)-------------------196 b A 207 ab A 170 b A170 b A 199 b A 192 b A 344 a A 249 a B 327 a A

Comprimento de raiz(cm)---------------1237 b A 1158 b A 1158 a A1237 b A 1060 c B 1040 b B1433 a A 1296 a B 1040 b C

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t halsquo 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha de vermicomposto 45 t ha de vermicomposto60 t ha~ de esterco de curral__________________________ _________________________Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

-----Razatildeo Parte AeacutereaSistema Radicular------340 b AB 301c B 384 a A446 a A 415 b A 326 a B339 b B 546 a A 388 a B

-------------- Densidade de raiz (m cm3)------------367 a AB 414 a A 325 b B282 b B 301b B 405 a A347 ab A 231c B 324 b A

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base destacou-se o EC (60 t ha 1 de esterco de curral)

para as variaacuteveis FFR e FSR Quando adicionado o SM+U+CB os resultados para FFR

foram ainda melhores bem como o CR As respostas obtidas para a RPASR foram

variadas em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees apresentando melhores resultados para 15 VB (45 t

ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB e ainda melhor para EC (60 t ha 1 de esterco de

curral)+MB4 +U+CB As adubaccedilotildees de base 1 VB 15 VB e EC natildeo diferiram entre si

As adubaccedilotildees mais eficientes para a variaacutevel DR foram 1 VB+SM+U+CV que natildeo

diferiu da EC+SM+U+CB I VB+ MB4 +U+CB e agrave 15 VB foram melhores entre as

demais

35

Analisando os biofertilizantes em relaccedilatildeo a cada adubaccedilatildeo de base verifica-se que

para a 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB destaca-se a variaacutevel FFR

poreacutem sem diferenccedila significativa de 1 VB os melhpres resultados para a variaacutevel DR

foram encontrados pelo tratamento 1 VB+MB4 +U+CB e 15 VB (45 t ha 1 de

vermicomposto) tambeacutem se considera eficiente o 1 VB+SM+U+CB que natildeo diferiu do

EC (esterco de curral) Quando se utilizou 15 VB+ MB4 +U+CB houve resposta

significativa para a variaacutevel FFR para FSR as respostas natildeo foram diferentes com a

aplicaccedilatildeo dos biofertilizantes para as variaacuteveis FSR e DR as adubaccedilotildees EC e

EC+SM+U+CB natildeo diferiram entre si

Embora as respostas estatiacutesticas tenham sido diferentes para as adubaccedilotildees

combinadas ou natildeo pode-se salientar a importacircncia do aacutecido indol-aceacutetico como jaacute

citado anteriormente para as variaacuteveis avaliadas na parte aeacuterea das mudas de cebola

Respostas semelhantes nesse sentido foram encontradas para a cultura da alface por

Quijano (1999) e Morselli (2001)

Pereira et al (2002) concluiacuteram em trabalho realizado com a cultivar de cebola

CNPF1 6400 em Minas Gerais que a utilizaccedilatildeo de 20 t ha de esterco de curral

proporcionou os melhores resultados para a produccedilatildeo de cebola

Silva Juacutenior amp Giorgi (1992) e Menezes Juacutenior (1998) citam que doses elevadas

de mateacuteria orgacircnica podem prejudicar a primeira fase da germinaccedilatildeo (embebiccedilatildeo) e

absorccedilatildeo de aacutegua pelas raiacutezes das placircntulas No entanto no presente trabalho este fato

natildeo ocorreu embora a dose de esterco utilizada tenha sido de 60 t ha 1 (dose maacutexima

recomendada segundo Nolla 1982)

413 Anaacutelise de macronutrientes no tecido vegetal

Os resultados dos conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio no

tecido vegetal sob diferentes adubaccedilotildees encontrados na Tabela 3 indicam mais uma

vez a superioridade da adubaccedilatildeo esterco com 0 uso ou natildeo de biofertilizantes

36

TABELA 3 Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob

uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS i J B

ADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesamg plantas1

---- Nitrogecircnio-----30 t ha de vermicomposto 16593 c AB 15451 c B 19050 b A45 t ha de vermicomposto 21444 b A 22888 b A 17852 b B60 t ha de esterco de curral 32606 a C 37593 a B 40816 a A

--------------- ------ Foacutesforo------- -------------30 t ha de vermicomposto 3098 c B 2802 c B 3999 b A45 t ha de vermicomposto 4109 b A 4135 b A 2788 c B60 t ha de esterco de curral 5300 a B 7577 a A 7565 a A

------- Potaacutessio------30 t ha de vermicomposto 24327 c A 19900 c B 24965 b A45 t ha de vermicomposto 29113b A 29812 b A 22031 b B60 t ha de esterco de curral 44070 a B 51976 a A 54101 a A

-------- Caacutelcio-------30 t ha de vermicomposto 5027 c A 4356 c A 4834 b A45 t ha de vermicomposto 6114b A 6963 b A 4379 b B60 t ha de esterco de curral 9030 a C 11451 a A 10331 a B

------Magneacutesio-----30 t ha de vermicomposto 1188 b A 914 c A 1202 b A45 t ha de vermicomposto 1231 b B 1582 b A 1176 b B60 t ha de esterco de curral 2136a B 2443 a A 2663 a AMeacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base observa-se que o melhor tratamento foi o

esterco de curral para todas as variaacuteveis Para 1 VB (30 t ha^ 1 de vermicomposto) natildeo

houve resposta diferenciada com o uso de bofertilizantes para todas as variaacuteveis A

adubaccedilatildeo 15 VB (45 t ha 1 de vemicomposto) foi influenciada pelos biofertilizantes

para as variaacuteveis N P K e Ca enquanto que para Mg somente o MB4+U+CB o

influenciou O EC (esterco de curral) mostrou diferenccedila significativa apenas para as

variaacuteveis Ca e Mg quando adicionado MB4+U+CB

Segundo Peixoto (2000) eacute fundamental a adiccedilatildeo de adubos orgacircnico no cultivo de

hortaliccedilas seja na forma de esterco decomposto composto ou huacutemus de minhoca de

37

modo a fornecer melhorias nas propriedades do solo vindo a disponibilizar os nutrientes

as diferentes culturas

O esterco fresco conteacutem muita cama celuloacutesica e um elevado teor de aacutegua No

esterco curtido a celulose jaacute estaacute decomposta o teor de aacutegua estaacute reduzido agrave metade e os

nutrientes em uma forma mais assimilaacutevel e mais concentrada O esterco fresco pode

causar uma deficiecircncia temporaacuteria de nitrogecircnio no solo ao se decompor o que natildeo

acontece com o biestabilizado (Kiehl 1985)Ocorre uma diminuiccedilatildeo inicial no volume

de aacutegua retido no esterco de curral diminui inicialmente em tomo de 3581 liberando

posteriormente somente 496 evidenciando a sua capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua

(Menezes Juacutenior 1998)

A utilizaccedilatildeo continuada de adubos nitrogenados minerais no solo altera o balanccedilo

do nitrogecircnio entre o solo e planta No meacutetodo biodinacircmico eacute sublinhada a importacircncia

dos adubos animais para o estabelecimento da fertilidade permanente dos solos (Koeff

et al 1983)

Para Guimaratildees (1997) os benefiacutecios que a mateacuteria orgacircnica imprime ao solo

principalmente melhorando a produtividade fertilidade e a influencia que as substancias

huacutemicas exercem sobre o ambiente dependem da qualidade e do teor de mateacuteria

orgacircnica do solo Estas substacircncias por conterem nutrientes em sua constituiccedilatildeo em uma

forma mais disponiacutevel para as plantas promovem um equiliacutebrio no ambiente no solo

(Kononova 1966)

Aproximadamente de 60 a 70 do total de carbono do solo ocorre na forma de

materiais huacutemicos (Griffith amp Schnitzer 1975) sendo a eles atribuiacutedo a manutenccedilatildeo da

bioestrutura do solo aumentando a capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua (Brady 1999)

Conforme Compagnoni amp Putzolu (1985) os estercos bem como os demais

resiacuteduos orgacircnicos apresentam conteuacutedos diferentes de aacutecidos huacutemicos e fuumllvicos sendo

atribuiacutedo ao acido huacutemico uma accedilatildeo fitoestimulante semelhante aos fitohormocircnios por

favorecer o desenvolvimento do sistema radicular e crescimento do caule

Em trabalho realizado por Guimaratildees (1997) foi encontrado para aacutecidos huacutemicos

de esterco bovino uma relaccedilatildeo CN 1035 e para vermicomposto bovino 17

evidenciando que o esterco quando aplicado ao solo por apresentar uma relaccedilatildeo CN

proacutexima deste reage mais facilmente liberando nutrientes para as plantas sem alterar a

cadeia troacutefiacuteca Dados encontrados no presente trabalho demonstram a eficiecircncia do

esterco nesse sentido

38

De acordo com Morselli (2001) vaacuterios trabalhos citam comentam e discutem a

capacidade dos vermicompostos em proporcionar oacutetimas colheitas e favorecer a

precocidade das plantas cultivadas Poreacutem muitas vezes se observa que mesmo

suprindo essas plantas com nutrientes necessaacuterios atraveacutes de huacutemus de diferentes fontes

as respostas natildeo satildeo as mesmas para uma mesma cultivar

Por outro lado os resultados com o uso de substacircncias huacutemicas satildeo variaacuteveis e

dependem aleacutem da espeacutecie testada das substacircncias huacutemicas utilizadas sua

concentraccedilatildeo o grau de purificaccedilatildeo e das condiccedilotildees experimentais A resposta das

plantas aos aacutecidos huacutemicos e fuacutelvicos eacute dependente da mateacuteria prima original e da

espeacutecie vegetal pois materiais orgacircnicos diferentes apresentam aacutecidos huacutemicos e

fuacutelvicos diferentes (Businelli 1990)

Justificam-se os maiores conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio e caacutelcio nas

adubaccedilotildees 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e biofertilizantes devido

provavelmente ao vermicomposto utilizado apresentar na sua constituiccedilatildeo teores

consideraacuteveis destes elementos aleacutem do que os biofertilizantes possam ter influenciado

na absorccedilatildeo atraveacutes de sua constituiccedilatildeo Tibau (1984) considera que a urina de vaca eacute

rica em aacutecido indol-aceacutetico e este influencia na absorccedilatildeo radicular O efeito positivo

deste tratamento provavelmente seja devido agrave quantidade aplicada

O biofertilizante que se destacou foi o MB4+U+CB em relaccedilatildeo ao EC (esterco de

curral) e eacute somente para a variaacutevel caacutelcio Isto provavelmente seja devido ao alto teor

deste elemento encontrado na sua constituiccedilatildeo (6872 g Kg1) e pela influecircncia positiva

que a calda bordalesa exerce no metabolismo das plantas atraveacutes dos nutrientes

contidos em sua formulaccedilatildeo O Ca controla a absorccedilatildeo radicular e retorna ao solo pelo

esterco e palhas por apresentar-se em maior quantidade em folhas e caules Depois de

localizado nas folhas fica imoacutevel favorecendo a resistecircncia da planta ao ataque de

fungos

Este trabalho avanccedila no estudo da agroecologia estando claro que todos os

criteacuterios tem caraacuteter dinacircmico de adequaccedilatildeo as mudanccedilas de um sistema de produccedilatildeo

em evoluccedilatildeo contribuindo na transiccedilatildeo para um padratildeo sustentaacutevel Cabe a pesquisa a

reorientaccedilatildeo para um enfoque ldquosistecircmicordquo isto eacute que permita integrar os diversos

componentes de um agroecossistema e a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas que promovam 0

fortalecimento e a expansatildeo da agricultura familiar

39

5 CONCLUSOtildeES

Considerando os resultados obtidos e as condiccedilotildees em que o estudo foi realizado

conclui-se que

bull As respostas agronocircmicas das mudas de cebola para os paracircmetros avaliados

satildeo mais satisfatoacuterias com a aplicaccedilatildeo de esterco de curral como adubaccedilatildeo de

base

bull Os biofertilizantes mais urina de vaca e calda bordalesa proporcionam

respostas satisfatoacuterias quando aplicados associados agraves adubaccedilotildees de base

bull O biofertilizante MB4 mais urina de vaca e calda bordalesa eacute mais eficiente

que o super magro mais urina e calda bordalesa quando aplicado associado agrave

adubaccedilatildeo de base esterco de curral para os conteuacutedos de fitomassa secae

fresca da parte aeacuterea das plantas altura e diacircmetro de colo das mudas de

cebola

bull Os biofertilizantes adicionados agrave adubaccedilatildeo de base 45 t harsquo 1 de vermicomposto

bovino mostram respostas significativas para os conteuacutedos de fitomassa seca

bull Os maiores conteuacutedos nutricionais para as mudas de cebola satildeo

proporcionados pela adubaccedilatildeo de base esterco de curral

bull A maior absorccedilatildeo de caacutelcio pelas mudas de cebola ocorre quando da adiccedilatildeo do

biofertilizante MB4 mais urina e calda bordalesa agrave adubaccedilatildeo de base esterco de

curral

40

6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ALDRIGHI CB ABREU CM PAGLIA AG MORSELLI TBGA FERNANDES HS Efeito da aplicaccedilatildeo de biofertilizante e urina de vaca em mudas de tomateiro Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

ALTIERI M NICHOLLS C I Agroecologia Teoria praacutectica para umaAgricultura Sustentable Ia ed PNUMA 2000 Cap 2 4 Seacuterie textos baacutesicos para la formacioacuten ambiental

ALTIERI M Agroecologia bases cientiacuteficas para uma agricultura sustentaacutevelGuaiacuteba Agropecuaacuteria 2002 592 p

ANTONIOLLI Z I GIRACCA E M N CARDOSO S J T WIETHAN M M S FERRI M Iniciaccedilatildeo agrave Minhocultura Criaccedilatildeo em Cativeiro e Vermicompostagem Santa Maria UFSM 1996 p59-89

BAYER C MIELNICZUC J Dinacircmica e funccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica In SANTOS G de A S e CAMARGO F A de O (ed) Fundamentos da mateacuteria orgacircnica do solo ecossistemas tropicais e subtropicais Porto Alegre Genesis 1999 p 3-23

BARRETTO D X Composto Orgacircnico In Praacutetica em Agricultura Orgacircnica Satildeo Paulo iacutecone Ed Ltda 1985 p 51-63

BETTIOL W Alguns produtos alternativos para o controle de doenccedilas de plantasem agricultura orgacircnica II Ciclo de palestras sobre agricultura orgacircnica Instituto Bioloacutegico Satildeo Paulo p52-63 1997

41

BETTIOL W TRACH R GALVAtildeO JAH Controle de doenccedilas de plantas com biofertilizantes Jaguariuacutena EMBRAPA-CNPMA 1997 22p (EMBRAPA- CNPMA Circular Teacutecnica 02)

BRADY N C Natureza e propriedades dos sotos Rio de Janeiro Freitas BastosS A 1979 647p

BRADY N C Organisms and ecology of the soil In The nature of properties of soils Simon amp Schuster A Viacon Company New Jersey1999 402-489p

BON1LLA J A Fundamentos da Agricultura Ecoloacutegica Sobrevivecircncia eQualidade de Vida Satildeo Paulo Nobel 1992

BUREacuteS S Substratos Ediciones Agroteacutecnicas S L Madrid Octubre 1997

BUS1NELLI M Chemical Composition and Enzymic Activity of some Worm Cast Plant Soil v 80 p 1-2 1990

CALEGARI A Espeacutecies para cobertura de solo In IAPAR (Instituto Agronocircmico de Paranaacute) Plantio Direto pequena propriedade sustentaacutevel organizador Moacir Darolt Londrina - PR 1998 65-93

CAMARGO P N D Manual de Adubaccedilatildeo Foliar Satildeo Paulo Herba 1975

CAPRA F A Teia da Vida Satildeo Paulo Cultrix 1997 256p

CAPRA F O Ponto de Mutaccedilatildeo 22 ed Satildeo Paulo Cultrix 2001 447p

CHABOUSSOU F Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da Trofobiose) Porto Alegre LPM 1987 253 p

CLARO S A Referencias tecnoloacutegicos para a agricultura familiar ecoloacutegica aexperiecircncia da Regiatildeo Centro-Serra do Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS-ASCAR 2001 250p

CLIVELA G Diagnoacutestico Agronocircmico da cebola no Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS 1995 8 6 p

COMISSAtildeO DE FERTILIDADE DO SOLO - RSSC Recomendaccedilotildees de adubaccedilatildeo e calagem para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina 3 ed Passo Fundo SBCS - Nuacutecleo Regional Sul 1995 223p

COMPAGNONI L PUTZOLU G Cria moderna de Ias lombrices y utilizacioacutenrentable dei humus Barcelona Editorial de Vecchi- SA 1985127p

COSTABEBER J A MOYANO E Transiccedilatildeo agroecoloacutegica e accedilatildeo social coletiva Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v l n4 p 50- 60 outdez 2 0 0 0

42

COSTA M B B da Adubaccedilatildeo orgacircnica Nova siacutentese e novo caminho para aagricultura Satildeo Paulo Ed iacutecone Ltda 1985 102p

COSTA NETO C Agricultura Sustentaacutevel Tecnologias e Sociedade In CARVALHO COSTA LF et al (org) Mundo Rural e Tempo Presente Rio de Janeiro Mauad 1999

DrsquoAG0ST1NI R L FANTINI A C Produccedilatildeo orgacircnica tambeacutem socialmente excludente Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v3 n l p57-61 2002

DALPONTE J C V Utilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos e fertilizante mineral na produccedilatildeo e qualidade de mudas e bulbos de cebola (Alliurn Cepa L) Pelotas-RS 1990 (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1990

DEBARBA J F THOMAZELLI L F GANDIN C L SILVA E Cadeias produtivas do Estado de Santa Catarina Cebola Florianoacutepolis Epagri 1998 115 p (EPAGRI Boletim Teacutecnico 96)

DUFOUR F Os saacutebios loucos do agro-alimentar Le Monde Diplomatique ano 1 n4 p6-7 1999 (ed portuguesa)

EHLERS E Agricultura Sustetaacutevel Origem e perspectivas de um novo paradigma 2 ed Guaiacuteba Agropecuaacuteria 1999 157 p

FILGUEIRA F A R Novo Manual de olericultura agrotecnologia moderna na produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 2000 402 p

FRASER G K Mateacuteria Orgacircnica Del Suelo In BEAR F E (ed) Quiacutemica dei Suelo Madrid Ed Agrociencia 1963

FOLLET R H MURPHY L S DONAHUE R L Fertilizers and soil amendments New Jersey Printice-Hall Inc 1981 557p

GARCIA A Revista dei Espacio Rural Georgica Zaragoza Escuela Politeacutecnica de Huesca n5 1997

GARCIA A Versatildeo preliminar de um Programa Estadual de Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Bulbos e Sementes de CebolaEMBRAPAIPAGROMARAEMATER 6 8 pbdquo 1990 (Publicaccedilatildeo avulsa)

GIORGETT1 J R Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Mudas de Tomate In Encontro Nacional de Produccedilatildeo e Abastecimento de Tomate 2 1991 Jaboticabal Satildeo Paulo Anais Jaboticabal UNESP 1991 p 242-244

GLIESSMAN S R Agroecologia Processos ecoloacutegicos em agricultura sustentaacutevelPorto Alegre Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS 2000 653p

43

GLIESSMAN S R TURRIALBA C R Agroecologia Procesos Ecoloacutegicos en Agricultura Sostenible CATIE 2002 p 3-14

GNOATTO S C Caracterizaccedilatildeo quiacutemica de vermicompostos de diferentes substratos orgacircnicos Pelotas-RS 1999 38 f (Mestrado em Agronomia - Solos) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

GOMES J C C BORBA M F S A moderna crise dos alimentos oportunidade para a agricultura familiar Emater Porto Alegre julset 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwematertchebrdocsagroecorevistan313-artigo3htmgtAcesso em 24 fev 2002

GOMEZ H W Desenvolvimento sustentaacutevel agriacutecola e capitalismo In Desenvolvimento sustentaacutevel Necessidade eou disponibilidade Santa Cruz do Sul Nobel - UNISC 1997 p 65-77

GONZAacuteLEZ DE MOLINA M SEVILLA GUZMAacuteN E Ecologia campesinado e historia Para una reinterpretacioacuten dei desarrollo dei capitalismo en la agricultura In SEVILLA GUZMAacuteN E GONZAacuteLEZ DE MOLINA M (ed) Ecologia campesinado e historia Madrid La Piqueta 1993 p 23-129

GRIFFITH S A SCHNITZER M Analytical characteristic of humic and fulvic acids extracted from tropical volcanic soils Soil Sei Soc Am Proc v 39 p361-367 1975

GUIMARAtildeES E Caracterizaccedilatildeo quiacutemica estreptoscoacutepica e por anaacutelise teacutermica de aacutecidos huacutemicos e vermicompostos obtidos de estercos de diferentes animaisCuritiba 1997 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Quiacutemica) Universidade Federal do Paranaacute 1997

HESS A F Sociedade e meio ambiente uma relaccedilatildeo ambiacutegua Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v 4 n2 p 167-1741999

ICEPA-SC Informes conjunturais sobre a cultura da cebola Disponiacutevel em lthttpwwwicepa combrgt Acesso em 23 jan 2003

JONES H A MANN L K Onions and their allies New York Interscience Publishers 1962 286 p

JUacuteNIOR H A de MAIORANO J A Receitas obtidas de extratos de plantasCampinas CATITerra Viva [199-] 10 f

KHATOUNIAN C A Ciclo de Palestras sobre Agricultura Orgacircnica 2a Ed SatildeoPaulo Fund Cargill 1997 149 p

KIEHL E J Fertilizantes Orgacircnicos Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1985 492p

44

KOEFF H H PETTERSSON B D SHAUMANN W Vida Vegetal solos e adubaccedilatildeo In Agricultura Biodinacircmica Satildeo Paulo Nobel 1983 p92-149

KONONOVA M M Soil organic matter The importance o f organic matter in soil formation and soil fertility New York Pergamqn Press 1961 p 165-200

KUHN T A Estrutura das Revoluccedilotildees Cientiacuteficas Satildeo Paulo Perspectiva 1989 257p

LANNA FCA ABREU C L ABREU J G SILVA V Resposta de cultivares de melancia cultivadas sob adubaccedilatildeo quiacutemica e orgacircnica Horticultura v 12 n l p85 1994

LEFF H Saber Ambiental Petroacutepolis Vozes 2001 343 p

MAGALHAtildeES J R Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo da cebola In FERREIRA M E CASSTELLANE P D CRUZ M C P Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo de hortaliccedilasPiracicaba POTAFOS 1993 p 381-393

MALAVOLTA E Elementos de nutriccedilatildeo mineral de plantas Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1980 251 p

MALAVOLTA E Manual de Quiacutemica Agriacutecola - Adubos e Adubaccedilatildeo 3a ed SatildeoPaulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1981 606 p

MARTINEZ A A A grande e Poderosa Minhoca Jaboticabal Funep - Unesp1990 101 p

MARTINS S R Desenvolvimento e Sustentabilidade Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v20 n2 julho 2002 Palestra apresentada no 42deg Congresso Brasileiro de Olericultura

MARTINS S R Limites Del Desarrollo Sostenible em Ameacuterica Latina En el marco de Ias poliacuteticas de (re)ajuste econocircmico Pelotas Editora UFPel 1997 135 P-

MARTINS S R Sustentabilidade na agricultura dimensotildees econocircmicas sociais e ambientais Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v4 n 2 p 175-1871999

MATURANA H REZEPKA S N D E Formaccedilatildeo Humana e Capacitaccedilatildeo Rio de Janneiro Vozes 2000 8 6 p

MELLO A F SOBRINHO M O ARZOLLA S SILVEIRA R NETTO A C KIEHL J C Fertilidade do Solo Satildeo Paulo Nobel 1983

MENEZES JUacuteNIOR F O G D Caracterizaccedilatildeo de Diferentes substratos hortiacutecolas e seu efeito na produccedilatildeo de mudas de alface e couve-flor em ambiente protegido Pelotas 1998 141 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1998

45

MIBASA Mineraccedilatildeo Barreto SA Melhorador de Solos MB4 A Natureza Agradece Arapiraca-AL [199-] Folder

MINAMI K Os resumos da olericultura 2000 In AZEVEDO FILHO MARTINEZ FILHO (ed) Preccedilos agriacutecolas Piracicaba ESALQ 1999 p 4

MINAMI K Produccedilatildeo de Mudas de Alta Qualidade em Horticultura Satildeo Paulo TA Queiroz 1995

MORSELLI T B G A Cultivo sucessivo de alface sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegidoPelotas 2001 178 p Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2001

MORSELLI T B G A Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Poliacutegrafo da Disciplina de Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia-Produccedilatildeo Vegetal UFPel 2002

MULLER AM Efeitos da Aplicaccedilatildeo Foliar de um Biofertilizante Enriquecido no Estado fitossanitaacuterio de Tomate Ervilha e Beterraba Sob Manejo OrgacircnicoDissertaccedilatildeo (Mestrado no Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agroecossistemas)1999 (Resumo)

NOLLA D Erosatildeo do Solo - O grande desafio Estado do Rio Grande do Sul SEAGRI desenvolvimento de recursos naturais renovaacuteveis 1982 412 p

PAGLIA AG MORSELLI TBGA PEIL RMN Teores de nutrientes pH e condutividade eleacutetrica da aacutegua em sistema ldquofloat^ngrdquo sob adiccedilatildeo de biofertilizantes Horticultura Brasileira v 20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PAULUS G MULLER A BARCELLOS LAR Agroecologia aplicada praticas e meacutetodos para uma agricultura de base ecoloacutegica 2ed ver ampl Porto Alegre EMATERRS 2001 8 6 p

PEIXOTO R T dos G Composto orgacircnico aplicaccedilotildees benefiacutecios e restriccedilotildees de uso Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 18 p 56-64 julho 2000

PENTEADO SR Defensivos Alternativos e Naturais Satildeo Paulo 1999 95 p

PEREIRA AJ SOUZA RJ PEREIRA WR Efeito de diferentes doses de esterco de galinha e de curral sobre a produccedilatildeo de cebola Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PINHEIRO S BARRETO SB MB-4 agricultura sustentaacutevel trofobiose e biofertilizantes Fundaccedilatildeo Juquira CandiruMibasa 2000 273 p

PRIMAVESI A Agricultura Sustentaacutevel Satildeo Paulo Nobel 1992 142 p

PRIMAVESI A O manejo ecoloacutegico do solo Agricultura em regiotildees tropicais SatildeoPaulo Nobel 1982 541 p

46

PURCINO A A C ldquoNitrogecircniordquo Informe Agropecuaacuterio Belo Horizonte v7 n81 p 16-27 1981

QUIJANO F G Efeito da adubaccedilatildeo orgacircnica no desenvolvimento de duas cultivares de alface em ambiente protegido Pelotas 1999 116f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

RODRIGUES A N N Efeitos e residuais de superfosfato triplo sobre o rendimento de mateacuteria seca e absorccedilatildeo de foacutesforo pela aveia (Avena strigosa Schob) em solo Podzoacutelico Vermelho Escuro Porto Alegre 1984 59f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia UFRGS 1984

RODRIGUES E T CASALI V W D Respostas da alface agrave adubaccedilatildeo orgacircnica II Teores conteuacutedos e utilizaccedilatildeo de macronutrientes em cultivares Rev Ceres Viccedilosa v 45 n 261 p 437-449 1998

SAMINEcircS T C O Produccedilatildeo orgacircnica de alimentos Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 17 n3 novembro 1999

SCHIEDECK G Ambiecircncia e resposta agronocircmica de meloeiro (Cucumis melo L) cultivado sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegido Pelotas lOOp Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2002

SILVA JUacuteNIOR A A GIORGI E Substratos alternativos para a produccedilatildeo de mudas de tomate Agropecuaacuteria Catarinense Florianoacutepolis EPAGRI 1992 23 p

SILVA JUacuteNIOR A A MACEDO S G STUKER H Utilizaccedilatildeo de esterco de peru na produccedilatildeo de mudas de tomateiro Florianoacutepolis EPAGRI 1995 28 p (Boletim Teacutecnico 73)

TAGLIARI PS GRASSMANN H Minhoca a grande aliada da agricultura Agropecuaacuteria Catarinense v8 n l p 11-14 mar 1995

TEDESCO M J GIANELLO C Anaacutelises de solo plantas e outros materiais Porto Alegre Faculdade de Agronomia Departamento de Solos Universidade Federal do Rio Grande do Sul RS 1996

TENNANT D A Test of modified line intersect method of estimating root lenght Journal Ecology Oxford v 63 p 995-1001 1975

TIBAU A O Mateacuteria Orgacircnica do Solo Mateacuteria Orgacircnica e Fertilidade do SoloSatildeo Paulo Nobel 1984 p49-182

TIMM P J Anaacutelise comparativa dos sistemas de plantio convencional e cultivo miacutenimo de cebola sob adubaccedilatildeo orgacircnica e mineral Pelotas 2000 79 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2000

47

VALENZUELA HR CROSBY C Effect of compost applications on the yield of several vegetables in long-term organic farming experiments conduced in the tropics American Society Horticultural Science v33 n3 june 1998

VIGLIZZO E (ed) Subprograma Recursos Naturais y Sostenibilidad Agriacutecola documento marco Montevideo IICAPROCISUR 1995 p 75 - 78

WE1D J M TARDIN J M Proposta para a Ampliaccedilatildeo do Trabalho da ASPTA no Centro Sul do Paranaacute ASPTA Disponiacutevel em http wwwpronafgovbrEncontrotestosAS20PTA20Sul20ParanE1205 202002doc Acesso em 05 mai 2002

XAVIER SIMOacuteN F DOMINGUES D G Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel uma perspectiva agroecoloacutegica Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre EM ATERRS v2 n2 p 17-26 2001

ZABALETA J P Diagnoacutestico da Agricultura Familiar em Satildeo Joseacute do Norte - RSPelotas EMBRAPA-CPACT 1998 75 p (EMBRAPA-CPACT Documentos 44)

ZONTA E P MACHADO A A SILVEIRA P Sanest Sistema de anaacutelise estatiacutestica para microcomputadores Registrado na Secretaria Especial de Informaacutetica sob nuacutemero 066060 - categoria A Pelotas-RS Universidade Federal de Pelotas 1984

48

7 APEcircNDICE

APEcircNDICE A - Anaacutelise da adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes utilizados na produccedilatildeo de mudas de cebola

TABELA 1 A Anaacutelise baacutesica do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo miuacutedo + papua

Arg

pH IND

SMP

MO

P - n r - Na Al Ca__10Omlmdash

Mg

ppm -

6 53 67 089 8 6 27 1 04 05 0 2

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 2A Anaacutelise complementar do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo-miuacutedo + papua

Cobre Zinco Manganecircs Ferro

(m v1)

04 05 26 007

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

49

TABELA 3A Anaacutelise dos fertilizantes soacutelidos

Amostra pH limidade CN

C N P K Ca Mg

- g-ivg --

Cama de 849 2491 12 31042 2479 3888 3405 29875 463

aves

Esterco 74 3594 11 677 590 157 134 335 214

de curral

Huacutemus 684 5738 14 15965 1098 453 745 743 361

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 4A Anaacutelise quiacutemica dos biofertilizantes liacutequidos

Amostra N P K_ccedil H

Ca Mg Cu Zn Fe Mn

mdashgL bull

S Magro

m b 4

Urina

053

1652

8 2 2

008

395

0 0 0

149

1674

471

1902

6872

0 0 0

1150

4507

1172

7273

42

033

101389

920

0 0 0

6250

19458

781

35273

1123

0 2 1

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

50

APEcircNDICE B - Condiccedilotildees climaacuteticas do local

TABELA 1B Condiccedilotildees de temperatura do local

___________ __________TEMPERATURA (degCgt

meses Meacutedia

Maacutexima

Meacutedia

MiacutenimaMeacutedia

Maacutexima

Absoluta

Miacutenima

Absoluta

Junho 225 87 156 320 25

Julho 225 85 155 285 30

Agosto 251 71 161 360 1 0

Fonte FEPAGROSCT 2002

TABELA 2B Condiccedilotildees de chuva do local

mdash CHUVA (mm)mdash

meses Ocorrida Normal Desvio Da Normal

Junho 1080 1 1 0 -2 0

Julho 1062 98 8 2

Agosto 1283 1 2 0 83

Fonte FEPAGROSCT 2002

51

TABELA 1C Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

APEcircNDICE C - Anaacutelise estatiacutestica da parte aeacuterea

Causas G1 FFPA FSPA AP DC

da variaccedilatildeo --------- Quadrados meacutedios-

Blocos 3

Ad Base 2 175359071 1287102 2547419 1 11775

Biofertilizantes 2 126876 29011 87669ns 02185ns

Ad x Biofert 4 572378 31123 69106ns 04159

Resiacuteduo 24 34456 03048 27169 00290

Total 35

Meacutedia geral 93745 8772 320388 6741

CV 1980 6294 5145 2530

Significativo a 5ns Natildeo significativo

52

TABELA 1D Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade

de raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

APEcircNDICE D - Anaacutelise estatiacutestica da raiz

Causas G1 FFR FSR CR RPASR DR

da variaccedilatildeo Quadrados meacutedios---------------

Blocos 3

Ad Base 2 27874 551 623 2 1 0 140

Biofertilizantes 2 178 0 1 0 ni 1504 l03ns 038ns

Ad x Biofert 4 190 058 318 294 183

Resiacuteduo 24 005 009 028 023 0 2 1

Total 35

Meacutedia geral 1818 228 184 387 333

C V 134 1356 448 1253 1396

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

53

APEcircNDICE E - Anaacutelise estatiacutestica dos macronutrientes da parte aeacuterea da cebola

TABELA 1E Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mud^s de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

Causas G1 bull N P K Ca Mg

da variaccedilatildeo

Blocos 3

Ad Base 2 13550306 446627 25509686 1031806 59007

Biofertilizantes 2 180610ns 16564 68153ns 39006 876ns

Ad x Biofert 4 454187 45743 1047539 46950 2464

Resiacuteduo 24 29769 1453 64313 3741 439

Total 35

Meacutedia geral 24921 4597 33366 6943 1615

C V 692 829 760 880 1297

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

APEcircNDICE F - Fotos do experimento

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob uma perspectiva agroecoloacutegica

APEcircNDICE F a Fotos do experimento

FIGURA 1 Adubaccedilatildeo verde com feijatildeo-miuacutedo e papuatilde utilizadas no manejo do solo

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob urna perspectiva agroecoloacutegica

Page 16: PRODUÇÃO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L.) SOB …orgprints.org/24883/1/Paglia_Produção.pdf · vaca mais calda bordalesa; MB4+U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

5

O seacuteculo passado assistiu a uma ineacutedita expansatildeo da capacidade humana de

agenciamento das forccedilas naturais promovida pelo saber teacutecnico-cientiacutefico cuja

centra lidade eacute hoje irreversiacutevel no que se refere as relaccedilotildees com a natureza Em relaccedilatildeo

ao conhecimento poucas aacutereas de interesse do homem moderno se ligam tanto agrave

pesquisa cientiacutefica como a questatildeo ambiental sendo um fenocircmeno de tendecircncia

internacional evidenciado a partir da deacutecada de 70 (Hess 1999)

A noccedilatildeo de paradigma eacute normalmente utilizada para estabelecer uma

diferenciaccedilatildeo entre dois momentos ou dois niacuteveis do processo de conhecimento

cientiacutefico (Capra 1997 Kuhn 1989) Para um entendimento miacutenimo do que significa

essa noccedilatildeo Costa Neto (1999) diz que se pode conceituar o paradigma enquanto um

modelo de ciecircncia que serve como referecircncia para todo um fazer cientiacutefico durante uma

determinada eacutepoca ou um periacuteodo de tempo demarcado e a partir de um certo momento

da histoacuteria da ciecircncia o referido modelo predominante tende a se esgotar em funccedilatildeo de

uma crise de confiabilidade nas bases estruturantes de seu conhecimento Desta forma o

paradigma passa a ser substituiacutedo por outro modelo cientiacutefico predominante Tambeacutem

pode ocorrer o fato de dois paradigmas disputarem o espaccedilo de hegemonia na

construccedilatildeo do conhecimento (Costa Neto 1999)

Os problemas com os quais nos deparamos hoje satildeo faces de uma crise uacutenica

diferentes do fazer cientiacutefico e proveniente de uma crise de percepccedilatildeo segundo Capra

(2 0 0 1 ) isto faz com que nossas instituiccedilotildees e noacutes em particular natildeo consiga perceber

claramente realidades complexas em um mundo globalmente interligado Ainda que as

soluccedilotildees para alguns de nossos principais problemas possam ser relativamente simples

ldquosoacute seratildeo possiacuteveis mediante uma mudanccedila radical em nossas percepccedilotildeesrdquo este eacute

tambeacutem o ldquoestopim para colocar em marcha medidas efetivasrdquo porque os governos e as

instituiccedilotildees jamais empreenderatildeo accedilotildees de fato enquanto as pessoas natildeo

compreenderem que satildeo parte do problema e da soluccedilatildeo e que eacute preciso assumir a

necessidade de mudar o rumo das coisas (Gomes amp Borba 2000)

Para Leff (2001) a agroecologia representa o ldquonascimento de um paradigmardquo que

eacute a alma da produccedilatildeo sustentaacutevel um processo que permite o resgate dos

conhecimentos proacuteprios e o renascimento do ser trazendo de volta as relaccedilotildees com os

seres humanos na medida em que o produtor cria atraveacutes de seu conhecimento o seu

proacuteprio saber-fazer numa relaccedilatildeo com a vida e com a terra

6

Segundo Costa Neto (1999) o paradigma agroecoloacutegico representa portanto a

linha de um posicionamento soacutecio-ambiental que tem uma vertente tecnoloacutegica apta a

ser uma alternativa agrave produccedilatildeo agriacutecola em grande escala e ao modelo tradicional

disciplinar

Hoje a agroecologia continua a fazer conexatildeo entre fronteiras estabelecidas Por

um lado estuda os processos econocircmicos e os agroecossistemas por outro eacute um agente

para as mudanccedilas sociais e ecoloacutegicas complexas que tenham necessidade de ocorrer no

futuro a fim de levar a agricultura para uma base verdadeiramente sustentaacutevel O

processo de mudanccedila estaria dirigido agrave busca de novos pontos de equiliacutebrio entre as

dimensotildees de produtividade estabilidade e equumlidade na atividade agraacuteria articuladas

entre si poreacutem em constante processo de adaptaccedilatildeo e retroalimentaccedilatildeo utilizando

estilos mais respeitosos com o ambiente com o propoacutesito de superar a crise enfrentada

pelos agricultores (Costabeber amp Moyano 2000)

De acordo com Altieri (2002) soacute uma compreensatildeo mais profunda da ecologia

humana e dos sistemas agriacutecolas pode levar a medidas coerentes com uma agricultura

sustentaacutevel Assim a ldquoemergecircncia da agroecologiardquo representa um enorme salto nesta

direccedilatildeo pois fornece os princiacutepios ecoloacutegicos baacutesicos para o estudo e tratamento dos

ecossistemas tanto produtivos quanto preservadores dos recursos naturais e que sejam

culturalmente sensiacuteveis socialmente justos e economicamente viaacuteveis

A transformaccedilatildeo ou substituiccedilatildeo de um modelo de desenvolvimento para outro

supotildee um processo de transiccedilatildeo que em alguns momentos caminha a passos lentos e

em outros pode trazer mudanccedilas bruscas e qualitativamente diferenciadas Esse

processo de transiccedilatildeo significa a conversatildeo de uma agricultura tradicional para uma

agricultura ecoloacutegica e socialmente equilibrada com base na sustentabilidade (Gomeacutez

1997)

Embora a falta de informaccedilatildeo da pesquisa possa ter contribuiacutedo para dificuldades

e experiecircncias negativas de muitos produtores estes tecircm fama de serem inovadores e

experimentadores desejosos de adotar novas praacuteticas no sentido de serem beneficiados

Nos uacuteltimos cinquumlenta anos a inovaccedilatildeo na agricultura tem sido impulsionada

principalmente pela ecircnfase em altos rendimentos e no lucro da unidade produtiva

Apesar da continuidade dessa forte pressatildeo econocircmica sobre a agricultura muitos

produtores convencionais estatildeo preferindo fazer a transiccedilatildeo para praacuteticas que satildeo mais

consistentes ambientalmente e tem o potencial de contribuir com a sustentabilidade da

agricultura em longo prazo (Gliessman 2000)

7

212 Agroecologia e agricultura familiar

O nuacutecleo por excelecircncia da produccedilatildeo sustentaacutevel eacute a agricultura familiar No

Brasil mais especificamente esta tecnologia estaacute sendo introduzida natildeo somente em

aacutereas de cultivo de agricultura familiar em geral mas especificamente em

assentamentos rurais Percebe-se dessa forma tratar-se de um tipo de produccedilatildeo que

tende a incorporar a dimensatildeo histoacuterico-social e a considerar os valores culturais e de

senso comum inerentes aos agricultores familiares (Costa Neto 1999)

Na agricultura familiar a sustentabilidade toma forma a partir do momento em

que comeccedilaram a ser incorporados aos debates os novos anseios da sociedade rural e

urbana relacionados a um novo projeto de desenvolvimento e na medida em que foram

buscadas orientaccedilotildees teoacutericas baseadas no paradigma agroecoloacutegico

De acordo com Maturana amp Rezepka (2000) a formaccedilatildeo do conhecimento natildeo eacute

entendida como simples treinamentos e teacutecnicas e seraacute um aspecto essencial desta

abordagem A valorizaccedilatildeo dos saberes dos agricultores sobre o ambiente as plantas o

solo e os processos ecoloacutegicos onde resgatam e aprimoram teacutecnicas proacuteprias e de

outros de origem cientiacutefica ou empiacuterica fundamentais dentro deste novo paradigma

(Altieri amp Nicholls 2000)

Neste sentido cientistas e extensionistas tecircm se surpreendido com a profundidade

destes conhecimentos e com a capacidade de vaacuterios destes agricultores de expocirc-los

mesmo nos ambientes acadecircmicos onde muitas vezes estatildeo mais avanccedilados que seus

interlocutores (Weid amp Tardin 2002) Isto revela a necessidade de sintonia entre a

Universidade e a Comunidade

Entatildeo a sutentabilidade ambiental em niacutevel local eacute positiva quando o manejo

realizado no agroecossistema aproveita a produtividade dos recursos naturais renovaacuteveis

(aqueles que funcionam mediante o fluxo solar) Ao contraacuterio pode natildeo ser positiva

quando as praacuteticas produtivas consistem na busca pela produtividade mediante a troca

econocircmica (importaccedilatildeo e exportaccedilatildeo de insumos e produtos) onde a terra eacute vista

unicamente como o suporte material (fiacutesico) das espeacutecies Neste caso o controle de

pragas a fertilizaccedilatildeo e outras praacuteticas necessaacuterias satildeo realizados mediante capital

produzido pelo homem degradando a base local de recursos naturais (Xavier Simoacuten amp

Domingues 2001)

8

213 O Mercado de produtos agroecoloacutegicos

O mercado de alimentos produzidos sob a orientaccedilatildeo agroecoloacutegica produzidos

sem utilizaccedilatildeo de agrotoacutexicos ou adubos minerais tem aumentado vertiginosamente em

todo o mundo Alguns dados indicam que esse segmento cresce anualmente cerca de

20 nos Estados Unidos 40 na Europa e 50 no Brasil e para comprovar tais

iacutendices basta verificar a proliferaccedilatildeo das feiras de produtores ecoloacutegicos nas cidades o

aumento dos espaccedilos para esses produtos nas gocircndolas das grandes redes de

supermercados e os movimentos ambientalistas e de consumidores que buscam uma

alimentaccedilatildeo mais saudaacutevel (Schiedeck 2002)

Sem duacutevida antes de tudo cabe salientar que a crise atual evidencia o equiacutevoco da

adoccedilatildeo de um modelo de produccedilatildeotransformaccedilatildeo que natildeo tem outra ambiccedilatildeo que natildeo a

de se adaptar agrave globalizaccedilatildeo Cabe a consideraccedilatildeo feita por Dufour (1999) de que o

mercado natildeo eacute uacutenico e monoliacutetico e portanto a produccedilatildeo social da qualidade natildeo

significa mais do mesmo (a adaptaccedilatildeo do que jaacute natildeo serve)

Na realidade pode-se identificar claramente dois mercados de natureza

fundamentalmente oposta que segundo Gomes amp Borba (2000) satildeo o de produtos

baacutesicos (leite cereais carnes brancas e vermelhas) e o de produtos elaborados

socialmente e de grande valor agregado por serem justos socialmente O mercado

mundial dos produtos baacutesicos eacute alimentado pelos excedentes agriacutecolas de grandes

produtores (Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos e Canadaacute) tambeacutem a soja e carne de

frango brasileira e o trigo argentino e os preccedilos nesses mercados satildeo extremamente

baixos e permaneceratildeo assim por muito tempo segundo relatos recentes do Banco

Mundial

Para produzir a preccedilos tatildeo baixos eacute necessaacuterio lanccedilar matildeo de todo tipo de

artifiacutecio como os hormocircnios os organismos geneticamente modificados as farinhas

animais esquecendo o meio ambiente e convivendo com exploraccedilotildees gigantescas

concentraccedilatildeo na posse da terra e com uma minoria de beneficiaacuterios dos programas de

ajuda puacuteblica os agromanagers (Gomes amp Borba 2000)

O mercado de produtos elaborados e de valor agregado obedece a outras regras

Mesmo que os agricultores busquem a maximizaccedilatildeo da produtividade natildeo se enfrentam

diretamente A produccedilatildeo ocorre em zonas geograacuteficas bem definidas e permite valorizar

o ldquosavoir-fairerdquo ou ldquoknow-howrdquo (em outras palavras natildeo necessariamente mas o

conhecimento ldquotradicionalrdquo) contribuindo para uma verdadeira economia local Esta eacute a

9

agricultura que ao mesmo tempo produz gera e preserva empregos Para caminhar ateacute

ela eacute necessaacuteria uma ampla alianccedila entre agricultores consumidores e movimentos

sociais para frear esta forma de ditadura dos mercados fonte do poder das

transnacionais agro-alimentares e quiacutemicas (Dufour 1999)

Por outra parte o mercado natildeo eacute linear e abstrato como querem fazer crer A

produccedilatildeo e o consumo sempre estaratildeo localizados e seratildeo realizados por produtores e

consumidores concretos isto permite falar em convenccedilatildeo ou negociaccedilotildees onde a

qualidade seja considerada na originalidade no bem comum ou na confianccedila entre pares

e colada aos produtos ainda mais quando se trata de alimentos Isto soacute seraacute possiacutevel

no local (sem ignorar o global) e levando em conta indicaccedilotildees como denominaccedilatildeo

ou indicaccedilatildeo de origem de processo ou de qualidade etc relacionados agraves

especificidades dos produtos o que tambeacutem deve ser objeto de negociaccedilatildeo para cada

lugar (eacute preciso lembrar que a participaccedilatildeo e as relaccedilotildees interpessoais satildeo determinantes

ao longo do processo) A produccedilatildeo social da qualidade eacute vista como estrateacutegia que

adquire sentido se considerada para o espaccedilo da Agricultura Familiar onde ainda eacute

possiacutevel estabelecer laccedilos de solidariedade entre produtores e consumidores (Gomes amp

Borba 2000)

De acordo com DrsquoAgostini amp Fantini (2002) tanto ou mais do que compreender a

dinacircmica de processos dos quais resultam produtos interessantes eacute compreender e

humanizar a dinacircmica de interesses sobre esses processos e produtos Os mesmos

autores dizem ainda que natildeo seria a solidariedade humana (a virtude pressuposta) que

emerge em especial na produccedilatildeo agroecoloacutegica mas sim a emergecircncia da rica

propriedade humana a generosidade que permite praticaacute-la em qualquer relaccedilatildeo entre

os homens

22 A cultura da cebola (Alliunt cepa L) e sua importacircncia

A cultura da cebola foi introduzida pelos accedilorianos no Brasil no seacuteculo XVIII nos

municiacutepio de Mostardas Rio Grande e Satildeo Joseacute do Norte no Estado do Rio Grande do

Sul (Garcia 1990) sendo a terceira hortaliccedila de maior importacircncia econocircmica para o

paiacutes (ICEPA 2003) Nas regiotildees Sul e Sudeste a cebolicultura constitui-se em atividade

socioeconocircmica de significativa relevacircncia para os Estados de Satildeo Paulo Santa

10

Catarina e Rio Grande do Sul nos quais se concentram mais de 76 da produccedilatildeo

nacional (Debarba et a i 1998)

A mais importante regiatildeo produtora do Rio Grande do Sul estaacute situada no litoral

Sul englobando os municiacutepios de Rio Grande Tavares Satildeo Joseacute do Norte e Mostardas

(Garcia 1997) e segundo ICEPASC (2003) esses quatro municiacutepios respondem por

cerca de 70 da produccedilatildeo de cebola do RS

Timm (2000) cita que cerca de 16000 famiacutelias rurais no Rio Grande do Sul tem

na cultura da cebola o seu principal meio de subsistecircncia No Municiacutepio de Satildeo Joseacute do

Norte a produccedilatildeo de cebola constitui uma atividade econocircmica quase exclusiva onde a

descapitalizaccedilatildeo dos agricultores ocasionou o abandono do meio rural por muitos deles

que acabaram por estabelecerem-se na periferia da zona urbana (Garcia 1997)

Aleacutem da descapitalizaccedilatildeo do produtor ocorrem problemas como a erosatildeo do solo

que segundo Zabaleta (1998) ocorre principalmente devido agrave accedilatildeo dos ventos fortes e

constantes caracteriacutesticos na regiatildeo sul-litoracircnea bem como a topografia plana e os

solos muito arenosos com lenccediloacuteis freaacuteticos superficiais contribuem para o

empobrecimento dos solos da regiatildeo principalmente ao se comparar com outras aacutereas

onde a cebola participa de sistemas produtivos juntamente com a produccedilatildeo leiteira o

arroz e hortaliccedilas diversas (Timm 2000)

221 Caracteriacutesticas agronocircmicas da cebola

A cebola eacute uma aliaacuteceae a planta eacute tenra atinge 60 cm de altura e apresenta folhas

tubulares e cerosas O caule verdadeiro eacute um disco comprimido na base da planta de

onde partem as folhas e raiacutezes que satildeo fasciculadas pouco ramificadas explorando um

volume de solo equivalente a um cilindro com 60 cm de altura e 25 cm de diacircmetro

(Filgueira 2000)

Cada planta apresenta 20 a 200 raiacutezes normalmente espessas (05 a 1 mm de

diacircmetro) e com pouca ramificaccedilatildeo e poucos pecirclos absorventes O crescimento eacute

vertical estendendo-se de 40 a 80 cm de profundidade Poucas raiacutezes ocupam mais de

15 cm do raio em tomo do bulbo Estas caracteriacutesticas tecircm implicaccedilotildees peculiares

quanto acirc localizaccedilatildeo e ao suprimento de nutrientes (Quanto menor o diacircmetro e maior a

ocorrecircncia de pecirclos absorventes maior seraacute a superfiacutecie de raiacutezes e consequumlentemente a

absorccedilatildeo de nutrientes (Magalhatildees 1993)

11

A fase vegetativa do ciclo da planta termina com o amadurecimento do bulbo

todavia trata-se de uma planta bienal considerando acirceu ciclo vital completo isto eacute da

semeadura ateacute a produccedilatildeo de novas sementes Apoacutes um periacuteodo invemal sob baixas

temperaturas haacute emissatildeo de um pendatildeo floral que pode alcanccedilar 150 cm de altura

terminando por uma inflorescecircncia tipo umbela simples inicialmente recoberta por

uma peliacutecula formada por centenas de pequenas flores (Filgueira 2000)

Segundo Clivela (1995) os fatores climaacuteticos de modo geral natildeo satildeo limitantes

para a produccedilatildeo de bulbos de cebola no Rio Grande do Sul Filgueira (2000) enfatiza

que no Brasil eacute uma das raras culturas oleraacuteceas nas quais o fotoperiacuteodo pode tornar-se

o fator limitante ocorrendo frustraccedilotildees da colheita caso as exigecircncias da planta natildeo

sejam satisfeitas

222 A produccedilatildeo de mudas de hortaliccedilas

As mais importantes modificaccedilotildees no sistema de produccedilatildeo nos uacuteltimos anos tecircm

sido feitas na produccedilatildeo de mudas Hoje eacute uma realidade os produtores se

especializarem em produzir mudas principalmente no Estado de Satildeo Paulo Para tanto

se busca atraveacutes da pesquisa as melhores fontes e combinaccedilotildees de substratos associados

ao sistema de produccedilatildeo conveniente para cada espeacutecie a fim de se obter melhorias na

propriedade no solo e na Olericultura (Giorgetti 1991)

O sistema agroecoloacutegico torna-se importante uma vez que a base da Horticultura

moderna eacute a produccedilatildeo de mudas de alta qualidade (Minami1995) a produccedilatildeo de mudas

de hortaliccedilas tem sido citada como a etapa mais importante do sistema produtivo (Silva

Junior et al 1995) Segundo Filgueira (2000) nesta fase natildeo se pode cometer erros

pois posteriormente seraacute mais difiacutecil de corrigi-los visto que para o cultivo da cebola a

muda refletiraacute na qualidade do bulbo

As mudas de hortaliccedilas podem ser consideradas tolerantes e natildeo tolerantes ao

transplante e dependem principalmente das condiccedilotildees ambientais necessitando de

cuidados No caso da cebola como satildeo produzidas com raiz nua os cuidados devem ser

maiores pois dependendo do estado em que se encontram mais ou menos susceptiacuteveis

aos estresses quando em contato com o campo podem resultar em desastre (Minami

1999)

A quantidade de nutrientes extraiacuteda pelas hortaliccedilas durante a fase de muda varia

em funccedilatildeo da espeacutecie da variedade ou da cultivar e do prazo necessaacuterio para a formaccedilatildeo

13

O composto humificado ou curado eacute rico em nutrientes que passaram parcialmente

da forma orgacircnica para a forma mineral assimilaacutevel pelas raiacutezes e com maior teor

coloidal que atua como fertilizante e eacute responsaacutevel pela capacidade melhoradora do

solo (Barreto 1985)

Uma das principais alternativas em termos de adubaccedilatildeo orgacircnica eacute o

vermicomposto Ele eacute um adubo orgacircnico estaacutevel rico em nutrientes inodoro de

coloraccedilatildeo escura obtido a partir da atividade das minhocas que potencializam a mateacuteria

prima utilizada no processo (principalmente esterco de bovino) proporcionando

diversos benefiacutecios para as plantas (Timm 2000)

231 Efeitos da adubaccedilatildeo orgacircnica no solo

O solo funciona como um organismo vivo em 1 grama de solo saudaacutevel vive uma

comunidade bioloacutegica de aproximadamente 1 0 0 0 0 espeacutecies diferentes como minhocas

larvas besouros colecircmbolos aacutecaros algas bacteacuterias e fungos Estes organismos

necessitam de alimentos para viver principalmente carbono e nitrogecircnio que estatildeo

presentes na palhada das culturas e no esterco de animais Em funccedilatildeo disso eacute

importante que o solo tenha um determinado teor de mateacuteria orgacircnica para fornecer os

alimentos e energia que os microacutebios precisam para viver (Paulus et al 2001)

O homem atraveacutes dos diferentes sistemas de preparo do solo e cultivos contiacutenuos

ou natildeo altera o comportamento do mesmo em relaccedilatildeo agraves reaccedilotildees quiacutemicas

propriedades fiacutesicas como capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua lixiviaccedilatildeo de nutrientes

erosatildeo e como consequumlecircncia afeta a qualidade de organismos presentes no solo (Brady

1999) reduzindo paulatinamente o teor de mateacuteria orgacircnica (Primavesi1982)

Nos uacuteltimos anos tem-se observado em diferentes paiacuteses a ampliaccedilatildeo do uso de

adubos orgacircnicos Alguns apresentam oacutetimos resultados enquanto outros se mostram

tecnicamente inadequados Os principais adubos orgacircnicos encontrados no mercado satildeo

fertilizantes orgacircnicos de origem animal compostos de lixo urbanos compostos de

produtos industriais e huacutemus de minhoca Nestes fertilizantes estatildeo presentes a maioria

dos macronutrientes (nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre) e

micronutrientes (zinco cobre boro ferro cobalto)essenciais para as plantas e nem

sempre encontrados em muitos fertilizantes minerais bem como uma gama de

microorganismos que vatildeo beneficiar a fauna e a flora do solo (Brady 1979 Kiehl

1985 Costa 1985 Garcia 1997)

14

Os adubos orgacircnicos satildeo amplamente empregados nos sistemas de produccedilatildeo de

alface como condicionadores do ambiente quiacutemico e fiacutesico da rizosfera e

consequumlentemente na resposta bioloacutegica das plantas (Rodrigues amp Casali 1998)

Considerando as necessidades hortiacutecolas de maior competitividade e o fato de natildeo

ser subsidiada o crescimento populacional e a industrializaccedilatildeo representam fatores

determinantes na geraccedilatildeo diaacuteria de enormes volumes de resiacuteduos podendo ser utilizados

pelos produtores com um maior retomo econocircmico possiacutevel Ao mesmo tempo a

questatildeo ambiental assume cada vez mais destaque na sociedade moderna repercutindo

em poliacuteticas governamentais bem como no setor produtivo do paiacutes e do mundo

fazendo com que a relaccedilatildeo do homem com a natureza seja repensada (Morselli 2001)

232 Efeitos da adubaccedilatildeo orgacircnica nas culturas

Segundo Paulus et al (2001) a mateacuteria orgacircnica tambeacutem eacute fonte de nutrientes

especialmente nitrogecircnio foacutesforo enxofre e micronutrientes aleacutem disso tem

capacidade de ldquoprenderrdquo micronutrientes e alguns elementos toacutexicos para as plantas

como o alumiacutenio Por exemplo os micronutrientes depois de presos satildeo liberados

lentamente no solo onde satildeo gradativamente aproveitados pelas plantas

O uso dos fertilizantes minerais elevam o custo de produccedilatildeo pois satildeo necessaacuterias

altas doses para o fornecimento dos teores de nutrientes demandados Por isso eacute

importante a geraccedilatildeo de tecnologias que poupem o consumo de fertilizantes minerais

desejaacutevel com vista agrave diminuiccedilatildeo do custo de produccedilatildeo (Rodrigues 1984) A produccedilatildeo

de hortaliccedilas sob a orientaccedilatildeo agroecoloacutegica leva em consideraccedilatildeo natildeo apenas os custos

de produccedilatildeo como tambeacutem a dependecircncia dos insumos principalmente quando se

considera a ldquoteoria da trofobioserdquo pelos efeitos maleacuteficos que os nutrientes prontamente

assimilaacuteveis podem causar as plantas (Chaboussou 1987)

Para Compagnoni amp Putzolu (1985) o vermicomposto eacute um autecircntico fertilizante

bioloacutegico que atua como corretivo do solo determinando caracteriacutesticas importantes

para a microflora pelos aacutecidos huacutemicos e as substacircncias fitoestimulantes Os autores

consideram ainda que as dejeccedilotildees das oligoquetas proporcionam a formaccedilatildeo de huacutemus

permitindo melhorar o solo razatildeo pela qual satildeo destinados agrave horticultura com oacutetimas

vantagens fiacutesicas e microbioloacutegicas enriquecendo a camada araacutevel

Em experimentos desenvolvidos durante cinco anos para avaliar o efeito da

aplicaccedilatildeo de compostos eou adubos nas culturas de alface manjericatildeo espinafre e

15

pepino Valenzuela amp Crosby (1998) compararam as produccedilotildees obtidas com composto

e a fertilizaccedilatildeo padratildeo e concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo do composto em 20 Mg ha 1 mais

N-quiacutemico foi o melhor tratamento em todas as culturas estudadas

233 Plantas de cobertura do solo

As plantas mais usadas para adubaccedilatildeo de cobertura do solo satildeo as leguminosas

pois estas tecircm a capacidade de fixar o nitrogecircnio atmosfeacuterico e disponibiliza-lo agrave

cultura Primavesi (1992) cita que utilizando-se mucuna ervilhaca feijatildeo-de-porco

feijatildeo-miuacutedo crotalaacuteria e outras natildeo haacute necessidade de utilizar tanto nitrogecircnio em

cobertura embora natildeo se dispense uma calagem mais frequumlente pois ocorre um pouco

de acidificaccedilatildeo no solo como com qualquer adubaccedilatildeo nitrogenada Segundo a mesma

autora algumas leguminosas tecircm a capacidade de mobilizar o foacutesforo como o caupi

(feijatildeo-miuacutedo) outras mobilizam o caacutelcio como tremoccedilo

Para Brady (1999) a adubaccedilatildeo verde traz grandes benefiacutecios como suprimento de

mateacuteria orgacircnica sendo consideraacutevel a quantidade de resiacuteduos orgacircnicos devolvidos ao

solo adiccedilatildeo de nitrogecircnio nutrientes e conservaccedilatildeo do solo

Calegari (1998) comenta que quanto aos aspectos fiacutesicos os resiacuteduos tendem a

contribuir para uma melhoria da estrutura do solo percebida pelo aumento da

estabilidade dos agregados em aacutegua aumento da capacidade de retenccedilatildeo hiacutedrica

elevaccedilatildeo dos iacutendices de infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo aumento da porosidade melhor

aeraccedilatildeo e diminuiccedilatildeo da densidade do solo

De acordo com Timm (2000) o papuatilde eacute uma excelente alternativa como cobertura

de solo para o cultivo miacutenimo da cebola pois na eacutepoca do transplante das mudas seu

ciclo vegetativo estaacute completo natildeo necessitando o dessecamento outra vantagem eacute que

o papuatilde apresenta bom controle com relaccedilatildeo agraves plantas invasoras da cebola reduzindo

ao longo dos anos o nuacutemero de capinas e a aplicaccedilatildeo de herbicidas

234 Adubaccedilatildeo foliar

Segundo Malavolta (1981) a utilizaccedilatildeo da adubaccedilatildeo foliar eacute complemento da

adubaccedilatildeo de solo natildeo substituto da mesma no que diz respeito ao fornecimento de

nitrogecircnio foacutesforo e potaacutessio para as culturas Da mesma maneira que as raiacutezes podem

perder para o solo parte dos elementos absorvidos as folhas tambeacutem o fazem pela accedilatildeo

16

de fatores internos (desordem fisioloacutegica estado nutricional etc) e externos (chuvas

orvalho nutriccedilatildeo do sistema radicular luz temperatura etc)

Para Chaboussou (1987) as plantas adquirem o maacuteximo de resistecircncia bioloacutegica

atraveacutes da nutriccedilatildeo (trofos) equilibrada Obviamente para que isto ocorra eacute necessaacuterio

que o solo esteja em equiliacutebrio dinacircmico o ambiente seja o mais estaacutevel e as plantas

selecionadas ou melhor adaptadas para poderem suportar as alteraccedilotildees extemporacircneas

ocasionadas pelos fenocircmenos meteoroloacutegicos e nas fases fonoloacutegicas criacuteticas do

crescimento e desenvolvimento (Pinheiro amp Barreto 2000)

O lixiviado das folhas enriquece as camadas superiores do solo e tende a

contrabalanccedilar as perdas de zonas mais profundas e mais distantes acumulando-os nas

suas proximidades tambeacutem influencia o nuacutemero e o comportamento dos

microrganismos que por sua vez alteram o processo de gecircnese do solo sua textura e

fertilidade A lixiviaccedilatildeo assim se toma importante no desenvolvimento da sucessatildeo

ecoloacutegica devido agrave ciclagem de elementos (Malavolta 1980)

Conforme Camargo (1975) a utilizaccedilatildeo de adubos foliares substitui parcialmente

a adubaccedilatildeo radicular em 20 a 25 podendo ser utilizada em varias pulverizaccedilotildees

24 Vermicompostagem

E o processo que consiste em se submeter diferentes resiacuteduos orgacircnicos de

origem animal eou vegetal aos processos fermentativos e humificaccedilatildeo adicionando

minhocas do gecircnero Eiseina espeacutecie foetida ao material procurando obter um produto

curado em aproximadamente 45 - 60 dias (Compagnoni amp Putzolu 1985)

A vermicompostagem firmou-se no Brasil como atividade rentaacutevel produzindo

adubo de alta qualidade na deacutecada de 90 Na agricultura brasileira contudo haacute

preferecircncia pelos adubos quiacutemicos em funccedilatildeo de sua aquisiccedilatildeo financiada menor custo

e retomo imediato embora o impacto de seu uso contiacutenuo sobre o solo e os

microorganismos que nele vivem seja negativo (Tagliari amp Grassmann 1995)

Segundo Morselli (2002) a vermicompostagem difere da compostagem

convencional dentre outros pocircr formar substacircncias huacutemicas mais rapidamente ao sofrer

passagem pelo trato digestivo das minhocas A alirdentaccedilatildeo destas satildeo basicamente os

estercos e a disponibilidade desta mateacuteria prima bem como de ambiente protegido para

proceder a compostagem correta deste material satildeo indispensaacuteveis

17

Segundo Kiehl (1985) e Martinez (1990) o vermicomposto apresenta as seguintes

vantagens em relaccedilatildeo a compostagem permite a formaccedilatildeo de um produto curado em

menor espaccedilo de tempo promove a formaccedilatildeo de um material com maior

disponibilidade de nutrientes facilita o peneiramento natildeo havendo a necessidade de

revolvimento do material oferece vaacuterias fontes de renda pois aleacutem do huacutemus fornece

minhocas e raccedilatildeo e quando aplicado ao solo tende a melhorar as propriedades fiacutesicas

quiacutemicas e bioloacutegicas

241 Resiacuteduos utilizados na vermicompostagem

2411 Resiacuteduos de origem animal

Segundo Bureacutes (1997) o esterco eacute uma mistura de fezes urina e camas que

podem estar constituiacutedas de palhas folhas secas serragem turfa casca de arroz e ateacute

terra Esse apresenta pH neutro e densidade que varia de 030 a 090 Kg dm3 segundo

seu estado de decomposiccedilatildeo Eacute influenciado por vaacuterios fatores como espeacutecie animal

raccedila idade alimentaccedilatildeo material utilizado como cama e tratamento da mateacuteria-prima

esterco (Kiehl 1985) Dentre os fatores apontados um dos mais importantes eacute a

alimentaccedilatildeo do animal quanto mais rica a alimentaccedilatildeo mais rica seraacute as dejeccedilotildees

(Gnoatto 1999) O volume de bacteacuterias vivas ou mortas encontradas no esterco

representam 20 a 30 do total delas se originam grande parte do nitrogecircnio sob a

forma de proteiacutena (Morselli 2002)

A origem do material utilizado para a produccedilatildeo de vermicomposto eacute fundamental

pois soacute uma mateacuteria-prima de qualidade resultaraacute em um produto final de boa qualidade

Dentre os estercos o de aves eacute empregado empiricamente na adubaccedilatildeo de culturas

permanente ou natildeo com excelentes resultados apesar de sua simples composiccedilatildeo

meacutedia 2 de nitrogecircnio 2 de foacutesforo como P2 0 5 e 1 de K2 0 Poreacutem haacute uma

grande variaccedilatildeo na sua constituiccedilatildeo a qual dependeraacute do manejo animal atraveacutes das

camas finalidade da criaccedilatildeo e natureza das camas (Morselli 2002)

2412 Resiacuteduos de origem vegetal

A mateacuteria orgacircnica pode ser preservada no solo por vaacuterios processos seja pela

simples incorporaccedilatildeo de resiacuteduos de culturas rotaccedilatildeo de culturas adubaccedilatildeo verde ou

18

pela adiccedilatildeo de materiais orgacircnicos capazes de elevar e manter a produtividade do solo

Da decomposiccedilatildeo dos resiacuteduos orgacircnicos adicionados ao solo resulta a liberaccedilatildeo de

grande quantidade de nutrientes principalmente o nitrogecircnio o potaacutessio e o enxofre

Aleacutem disso diversos atributos quiacutemicos e fiacutesicos do solo satildeo alterados pela

decomposiccedilatildeo desses resiacuteduos destacando-se o aumento da capacidade de troca de

caacutetions o aumento da retenccedilatildeo de aacutegua a melhoria da estabilidade dos agregados e da

aeraccedilatildeo (Fraser1963 Malavolta 1981 Mello et al 1983 Bonilla 1992)

Segundo Purcino (1981) quando a relaccedilatildeo CN eacute menor que 30 como no caso do

esterco de curral ou da palha de leguminosas a disponibilidade de nitrogecircnio eacute

imediata mas acima deste valor ocorre imobilizaccedilatildeo crescente deste nutriente Por esse

motivo estes materiais devem ser submetidos a uma degradaccedilatildeo bioloacutegica antes de

serem adicionados ao solo

25 Biofertilizantes

No Brasil ocorrem problemas crescentes com materiais derivados de sistemas

intensivos de criaccedilatildeo animal que acumulam resiacuteduo^ orgacircnicos com graves problemas

de contaminaccedilatildeo de cursos de aacutegua que na maioria das vezes se acumulam em um

uacutenico lugar e natildeo satildeo reciclados (Viglizzo 1995)

Visando amenizar tais situaccedilotildees os meacutetodos alternativos de adubaccedilatildeo controle de

doenccedilas pragas e plantas indesejaacuteveis tecircm sido muito estudado Dentro dessa linha de

pesquisa destaca-se o uso de mateacuteria orgacircnica atraveacutes tanto de sua incorporaccedilatildeo ao

solo como de sua transformaccedilatildeo para uso posterior na forma de biofertilizantes

(Khatounian 1997 Bettiol et al 1997)

Na complexa e elevada comunidade microbiana dos biofertilizantes encontram-se

bacteacuterias fungos leveduriformes filamentosos e actinomicetos (Bettiol apud Penteado

1999)

O agregado de macro e micronutrientes periodicamente ativa e enriquece a

fermentaccedilatildeo O uso de farinha de rocha tem sido vantajoso por ter baixo custo

comparado com os sais concentrados e purificados aleacutem de trazer alguns elementos

traccedilos de vital importacircncia para os microrganismos do solo como por exemplo o Gaacutelio

o Iodo e o Vanaacutedio (M1BASA 199-) O agregado de farinha de rocha ou sais

purificados ao fermentado faz com que estes nutrientes passem a fazer parte dos

microrganismos ou dos produtos orgacircnicos liberados durante a fermentaccedilatildeo sendo que

19

o ataque dos microrganismos atraveacutes de suas enzimas consegue liberar os elementos natildeo

atacados pelos aacutecidos industriais (Pinheiro amp Barreto 2000)

Os biofertilizantes tecircm sido empregados na agricultura ecoloacutegica como adubo

foliar para aumentar a resistecircncia contra pragas e doenccedilas Aleacutem disso o processo de

produccedilatildeo eacute bastante simples e por isso eacute viaacutevel sua produccedilatildeo na propriedade desde que

tenha esterco disponiacutevel (Penteado 1999)

Bettiol et al (1997) verificaram a presenccedila de diferentes espeacutecies de fungos

fiacutelamentosos e leveduriformes e bacteacuterias entre elas Bacillus spp na comunidade

microbiana do biofertilizante produzido segundo meacutetodo adotado pelo Centro de

Agricultura Ecoloacutegica Ipecirc Os autores verificaram ainda uma reduccedilatildeo da comunidade

microbiana ao longo da digestatildeo reduccedilatildeo essa mais acentuada logo apoacutes o acreacutescimo

dos sais contendo micronutrientes A accedilatildeo dos sais pode ser tanto por aumento na

pressatildeo osmoacutetica quanto pelo efeito direto sobre os microrganismos Para o controle de

doenccedilas de plantas satildeo importantes a presenccedila dos metaboacutelitos produzidos pelos

organismos presentes no biofertilizante e os proacuteprios microrganismos vivos

Os microrganismos transformam o material orgacircnico (esterco soro de leite caldo

de frutas palhas restos industriais etc) e cinzas produzindo vitaminas aacutecidos e sais

complexos importantes para regular e tonificar o metabolismo das plantas impedindo o

desenvolvimento de pragas e doenccedilas (Pinheiro amp Barreto 2000)

Em estudos feitos com o biofertilizante liacutequido de bovinos foi observado a

presenccedila de inuacutemeros microorganismos como bacteacuterias leveduras e bacilos

principalmente do Bacillus subtilis Estes microorganismos sintetizam substacircncias

antibioacuteticas as quais demonstram ter grande accedilatildeo e eficiecircncia como substacircncias

fungiostaacuteticas e bacteriostaacuteticas de fitopatoacutegenos causadores de danos em lavouras

comerciais (Penteado 1999)

Aldrighi et al (2002) realizaram trabalho na UFPel relacionado agrave nutriccedilatildeo de

mudas de tomate (Floradade) produzidas no sistema ldquofloatingrdquo Utilizaram-se doses de

0 2 5 e 10 para o biofertilizante Super Magro e 0 e 1 para a urina de vaca

Concluiacuteram que estes natildeo interferem na produccedilatildeo das mudas e que provavelmente foi

influenciado pelo substrato utilizado (vermicomposto 75 e casca de arroz carbonizada

25) bem como o sistema de produccedilatildeo (floating)

Paglia et al (2002) citam que eacute possiacutevel produzir mudas de tomate (cultivar

Floradede) utilizando urina de vaca e biofertilizante Super Magro na aacutegua em sistema

ldquofloatingrdquo em trabalho realizado na UFPel O uso da urina de vaca a 1 e 5 e

20

biofertilizante Super Magro a 6 proporcionam uma elevaccedilatildeo do foacutesforo bem como o

Super Magro a 6 eleva os teores de Mg e Ca na aacutegua

251 Urina de vaca

As urinas de vaca contecircm nutrientes favoraacuteveis ao bom desenvolvimento das

plantas como potaacutessio soacutedio nitrogecircnio enxofre magneacutesio caacutelcio foacutesforo e traccedilos de

outros elementos Nas plantas funciona como um fertilizante natural tomando-as mais

resistentes ao ataque das pragas e doenccedilas Satildeo encontradas tambeacutem na urina outras

substacircncias como fenoacuteis e principalmente o catecol que esta associado agrave recuperaccedilatildeo

de plantas atacadas por fitopatoacutegenos por ser um produto anti-seacuteptico (Penteado 1999)

Para seu emprego a urina receacutem coletada deve ser armazenada sob condiccedilotildees

ambientais por trecircs dias para que se forme amocircnio importante produto a ser absorvido

pelas plantas Recomenda-se ainda que o armazenamento deva ser feito em recipiente

fechado para que natildeo ocorram perdas de nitrogecircnio Desta forma poderaacute permanecer

por ateacute um ano sem comprometer sua eficiecircncia

Em hortaliccedilas o uso da urina de vaca eacute recomendado em pulverizaccedilotildees foliares

semanais na concentraccedilatildeo de 05 para tomateiro pimentatildeo pepino feijatildeo vagem e

couve ou quinzenais a 1 para as culturas do quiabeiro jiloeiro e berinjela Para

fruteiras em geral a primeira aplicaccedilatildeo deve ser na concentraccedilatildeo aproximada de 5

realizada diretamente no solo e mensalmente devem ser realizadas pulverizaccedilotildees

foliares a 1 para plantas jovens e a 5 para plantas adultas (Penteado 1999)

Na aplicaccedilatildeo foliar deve-se ter cuidado com folhas e brotos novos e considerar que

o uso contiacutenuo pode ser toacutexico podendo afetar o solo causando a sua acidificaccedilatildeo

(Penteado 1999)

Na Estaccedilatildeo Experimental da PESAGRO no municiacutepio de Macaeacute Rio de Janeiro

estaacute se utilizando a urina de vaca leiteira Os pesquisadores descobriram que a urina de

vaca em lactaccedilatildeo produzia o efeito de recuperar plantas de abacaxi atacadas por uma

doenccedila conhecida como ldquofusairioserdquo Essa doenccedila quando ataca o abacaxi causa

perdas de ateacute 70 da safra Todos os agrotoacutexicos testados natildeo conseguiram controlar a

doenccedila Isto eacute um exemplo para que a universidade tenha uma nova percepccedilatildeo (Capra

1996) adotando medidas efetivas que contribuam na transiccedilatildeo agroecoloacutegica Com o

uso da urina de vaca leiteira numa lavoura de abacaxi atacada pela fusariose observou-

se agrave recuperaccedilatildeo do stand e os frutos produzidos apresentaram excelente padratildeo

21

comercial Descobriu-se que aleacutem funcionar como adubo e defensivo natural a urina de

vaca leiteira tambeacutem favorece a floraccedilatildeo de muitas plantas e pode ser usada no

tratamento de frutos e tubeacuterculos depois da colheita

A urina de vaca em lactaccedilatildeo tambeacutem estaacute sendo usada nas lavouras de cafeacute em

plantaccedilotildees de maracujaacute coco alface e outras hortaliccedilas Na regiatildeo centro-sul do Paranaacute

os agricultores estatildeo aplicando a urina de vaca leiteira nas lavouras de feijatildeo soja

batata cebola e milho (Penteado 1999)

252 Alhol

A maioria dos defensivos alternativos tais como calda bordalesa sulfocaacutelcica

aacutegua de cinza e cal biofertilizante enriquecido extrato de fumo entre outros precisa

ser misturada com um espalhante adesivo para quebrar a tensatildeo superficial da gota e

propiciar um melhor molhamento das folhas e demais partes pulverizadas assegurando

uma absorccedilatildeo mais efetiva e uma melhor accedilatildeo sobre as pragas e doenccedilas Quando as

gotas permanecem inteiras sobre a superfiacutecie folhar devido agrave falta de espalhante

adesivo pode-se danificar os tecidos vegetais pelc efeito-lente quando o sol incide

sobre elas Aleacutem disso a gota por natildeo se espalhar sobre toda superfiacutecie folhar

concentra nela e consequumlentemente sobre o tecido que estaacute em contato com ela uma

quantidade maior do produto aplicado Essa maior concentraccedilatildeo pode prejudicar a

absorccedilatildeo e lesionar os tecidos principalmente apoacutes a evaporaccedilatildeo da aacutegua contida na

gota por resultar em uma maior concentraccedilatildeo de sais no local especialmente quando se

aplicam por exemplo calda sulfocaacutelcica bordalesa biofertilizante enriquecido com

macro e micronutrientes (Claro 2001)

O alhol eacute um espalhante adesivo ecoloacutegico que tambeacutem auxilia no controle de

pragas E elaborado com aacutegua alho oacuteleo vegetal e sabatildeo neutro a partir da sabedoria

popular que menciona o alho como repelente de insetos Juacutenior Abreu amp Maiorano

(199-) indicam formulaccedilotildees contendo alho para o controle de pragas como nematoacuteides

(Meloidogyne incoacutegnita e M javanica) mosca do chifre lagarta na maccedilatilde pulgotildees

besouro da batata trips e para controle de doenccedilas fuacutengicas e bacterianas como miacuteldio

ferrugem fusariose helminthosporiose murchadeira (Pseudonamos solacearum)

bruzone do arroz (Pyricularia orysae) podridatildeo negra do repolho e couve-flor

(Xanthomonas campestris) Aleacutem disso o alho pelo seu bom teor em oacuteleo pode agir

tambeacutem como espalhante adesivo O sabatildeo tambeacutem eacute indicado como espalhante adesivo

22

e possui accedilatildeo contra certas pragas (pulgotildees) sendo que o oacuteleo vegetal eacute indicado no

controle de cochonilhas e usado como espalhante adesivo (Claro 2001)

253 Calda Bordalesa

A calda bordalesa eacute um tradicional defensivo agriacutecola que pode ser preparado na

propriedade com a mistura de sulfato de cobre cal virgem e aacutegua As concentraccedilotildees de

sulfato de cobre e cal satildeo distintas dependendo do objetivo do seu emprego

Geralmente diferem de acordo com o tipo de planta ou espeacutecie vegetal as condiccedilotildees

climaacuteticas o grau de infestaccedilatildeo da doenccedila e a fase de crescimento da planta Eacute indicada

para o controle de miacuteldio alternaacuteria botrytis e antracnose (Penteado 1999)

A calda bordalesa caracteriza-se pela sua importante accedilatildeo no controle de diversas

doenccedilas fungicas nas mais diversas espeacutecies de culturas Possui tambeacutem uma relativa

accedilatildeo bactericida e em alguns casos age como repelente de insetos Da mistura do

sulfato de cobre com a cal resulta uma soluccedilatildeo rica em macronutrientes e

micronutrientes Provavelmente os expressivos resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo da

calda bordalesa devam-se natildeo somente a sua accedilatildeo fuacutengica e bactericida mas sobretudo

agrave influecircncia positiva que exerce no metabolismo das plantas ativando o processo

enzimaacutetico e estimulando a proteossiacutentese aumentando a resistecircncia das plantas (Claro

2 0 0 1 ) caracteriacutestica fundamental na agricultura sustentaacutevel

254 Biofertilizante Super Magro

A calda Super Magro eacute produto da fermentaccedilatildeo de estercos animais enriquecidos

por micronutrientes e outros produtos de origem animal obtendo-se uma calda

biofertilizante para aplicaccedilatildeo foliar nas plantas (Penteado 1999) jaacute foram observados

bons resultados principalmente nas culturas de uva maccedila pecircssego tomate batata e

hortaliccedilas em geral

E indicado como fonte suplementar de micronutrientes para as plantas inibidor

de fungos e bacteacuterias causadores de doenccedilas e para aumentar a resistecircncia contra insetos

e aacutecaros (Penteado 1999) i

Muller (1999) avaliou a influecircncia do biofertilizante Super Magro sobre as

culturas de tomate (Lycopersicon esculentum Mill) ervilha (Pisum sativum L) e

beterraba (Beta vulgaris L) O autor obteve cultivos com baixa severidade de doenccedilas e

23

insetos fitoacutefagos possivelmente por causa do manejo orgacircnico de produccedilatildeo Os

resultados das pulverizaccedilotildees das soluccedilotildees foliares variaram conforme a cultura e o

clima

255 Biofertilizante MB4

A utilizaccedilatildeo das farinhas de rochas eacute uma das teacutecnicas mais modernas usadas nos

uacuteltimos anos na agricultura O elevado nuacutemero de nutrientes contidos no MB4 como

cobre zinco manganecircs cobalto soacutedio alumiacutenio silicatos de magneacutesio ferro e caacutelcio

acompanhado de foacutesforo potaacutessio e enxofre reagem com a soluccedilatildeo do solo liberando

elementos essenciais ao desenvolvimento da vida microbiana os quais exercem um

papel fundamental atraveacutes de transformaccedilotildees quiacutemicas e do equiliacutebrio bioloacutegico

favorecendo o desenvolvimento sadio das plantas (Pinheiro amp Barreto 2000)

24

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

31 Local de execuccedilatildeo do experimento

O presente trabalho foi conduzido no Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul

(FEPAGROSUL) no municiacutepio de Rio Grande nlt periacuteodo de 15 de maio a 26 de

agosto de 2 0 0 2

O solo eacute classificado como ldquoTuiardquo satildeo muito arenosos As massas aquaacuteticas do

Oceano Atlacircntico e Lagoa dos Patos influenciam ventos temperatura pressatildeo umidade

relativa e demais fatores climaacuteticos A topografia da regiatildeo litoracircnea eacute plana com

lenccediloacuteis freaacuteticos superficiais

32 Anaacutelise estatiacutestica

O experimento foi constituiacutedo em fatorial 3X3 (Quadro 1) com quatro repeticcedilotildees

no delineamento blocos ao acaso As variaacuteveis respostas foram submetidas agrave anaacutelise de

variaccedilatildeo e ao teste de Duncan a 5 de probabilidade para comparaccedilatildeo das meacutedias

utilizando-se o sistema SANEST (Zonta amp Machado 1984)

As anaacutelises estatiacutesticas das variaacuteveis estudadas encontram-se nos Apecircndices C D

Os resultados das respostas agronocircmicas e das determinaccedilotildees dos conteuacutedos dos

macronutrientes bem como os de raiz estatildeo nas tabelas de 1 a 3

25

As diferentes adubaccedilotildees seratildeo representadas durante a discussatildeo da seguinte

forma 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e EC

(60 t ha 1 de esterco de curral) 1 VB+SM+U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais

super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+SM+U+CB (45 t ha 1 de

vermicomposto mais super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa)

EC+SM+U+CB (60 t ha 1 de esterco de curral mais super magro mais urina de vaca

mais calda bordalesa) 1 VB+MB4 +U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais MB4 mais

urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+MB4 +U+CB (45 t ha 1 de vermicomposto

mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa) EC+MB4 +U+CB (60 t ha 1 esterco

de curral mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa)

QUADRO 1 Descriccedilatildeo dos fatores experimentais e respectivos niacuteveis

Niacuteveis Fator 1 ADUBACcedilAtildeO DE BASE

0 1 Vermicomposto (30 t ha1)

0 2 Vermicomposto (45 t ha1)

03 Esterco de curral (60 t ha1)

Niacuteveis Fator 2 BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS

0 1 Super magro (5) + Urina de Vaca + Calda Bordalesa

0 2 MB4 (10) + Urina de vaca + Calda Bordalesa

03 Ausecircncia (testemunha)

33 Tratamentos

Da combinaccedilatildeo entre niacuteveis e fatores foram obtidos 9 tratamentos que estatildeo

descritos no Quadro 2 bem como as doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

26

QUADRO 2 Tratamentos e doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

TRATAMENTOS

Ndeg FATOR I FATOR II

0 1 30 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

0 2 30 t harsquo de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

03 30 t ha de vermicomposto - - -

04 45 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

05 45 t ha de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

06 45 t ha de vermicomposto - - -

07 60 t hade esterco Super Magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

08 60 t hade esterco MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

09 60 t hade esterco - - -

Cada parcela foi constituiacuteda por dois canteiros medindo 1 m de largura x 2 m de

comprimento perfazendo 075 m de aacuterea de aacuterea uacutetil (025 m de bordadura) Foi

utilizando semeadura a lanccedilo com densidade de 24 g canteiro1

O vermicomposto a urina de vaca o esterco de curral o alhol os biofertilizantes e

a calda bordalesa foram de procedecircncia do Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul O

vermicomposto de esterco bovino misturado agraves cascas de frutas foi processado pela

minhoca vermelha califomiana Eisenia foetida)

O biofertilizante Super Magro foi elaborado segundo a metodologia descrita pela

FEPAGROSUL utilizando-se os seguintes componentes 190 litros de aacutegua 22 litros

de leite 55 Kg de accediluacutecar mascavo 30 Kg de esterco fresco de bovinos 2 Kg de

Sulfato de zinco 2 Kg de sulfato de magneacutesio 2 Kg de cloreto de caacutelcio 1 Kg de aacutecido

boacuterico 300 g de sulfato de cobre 300 g de sulfato de ferro 300 g de sulfato de

manganecircs 100 g de molibdato de soacutedio 50 g de sulfato de cobalto 3 Kg de fosfato

natural 3 Kg de cinza e 200 g de farinha de osso

A urina de vaca em lactaccedilatildeo foi coletada pela manhatilde e armazenada em recipiente

fechado por trecircs dias em condiccedilotildees ambientais para que se formasse a amocircnia e natildeo

ocorresse perda de nitrogecircnio

28

Realizaram-se duas capinas manuais durante o experimento e em seguida como

cobertura se colocou casca de arroz Tambeacutem foi aplicado esterco de aves 30 dias antes

da colheita na quantidade de 05 Kg canteiro 1 como adubaccedilatildeo de cobertura

As pulverizaccedilotildees com os produtos iniciaram apoacutes 15 dias da germinaccedilatildeo

Realizou-se sete aplicaccedilotildees sendo que as duas primeiras foram feitas apenas com

Super Magro e MB4 Na terceira e na quarta aplicaccedilatildeo utilizou-se urina de vaca e calda

bordalesa em concentraccedilotildees menores (05 e 025 respectivamente) e na quinta

aplicaccedilatildeo as dosagens de urina de vaca e calda bordalesa foram elevadas para 1 0 e

05 respectivamente ateacute o final do experimento O alhol foi utilizado a partir da

terceira pulverizaccedilatildeo na quantidade de 2 e seguiu ateacute o final no dia 26 de agosto

quando as mudas foram colhidas e posteriormente analisadas as variaacuteveis

35 Observaccedilotildees agronocircmicas

Foram utilizadas 20 mudas de cebola para obtenccedilatildeo das meacutedias das variaacuteveis as

quais foram as seguintes

351 Fitomassa fresca da parte aeacuterea e raiacutezes

Foi realizada atraveacutes de uma balanccedila digital procedendo-se a pesagem de 20

mudas de cebola previamente lavadas e posteriormente secadas durante uma hora sobre

um tecido de algodatildeo agrave temperatura ambiente Processo idecircntico foi adotado com as

raiacutezes

352 Fitomassa seca da parte aeacuterea e raiacutezes

Esta variaacutevel foi obtida a partir da secagem preliminar em estufa de ar forccedilado

durante 48 horas a 65 C ateacute peso constante com posterior pesagem em balanccedila

analiacutetica

353 Altura da muda

A altura de muda foi medida a partir do colo das plantas ateacute sua uacuteltima folha

(ponto de crescimento) com uma reacutegua graduada de 40 cm

29

354 Diacircmetro do colo das plantas

Esta medida foi realizada no ponto de transplante a 2 mm das raiacutezes e utilizando-

se um paquiacutemetro SOMET

355 Sistema radicular

Ao teacutermino do experimento foram retiradas as raiacutezes das mesmas plantas que foram

utilizadas para as determinaccedilotildees realizadas na parte aeacuterea procedendo-se uma amostra

de solo com raiacutezes de 2 0 cm de largura x 2 0 cm de comprimento e 2 0 cm de altura

totalizando 8000 cm3

As raiacutezes apoacutes serem lavadas em aacutegua corrente foram pesadas acondicionadas em

sacos plaacutesticos e congeladas para posteriores anaacutelises pelo meacutetodo de Tennant (1975)

para a determinaccedilatildeo do comprimento e densidade

3551 Comprimento de raiz

Utilizou-se para a determinaccedilatildeo do comprimento de raiz as seguintes foacutermulas

1 = ndeg x 1114 x 1 onde

1 - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 0 0 2 g

ndeg - nuacutemero de intercessotildees das raiacutezes com os lados da quadriacutecula da malha do

aparelho

1114 - constante

1 - medida lateral da quadriacutecula em cm

Tomando-se a fiacutetomassa seca e o comprimento da raiz da cada amostra

relacionou-se com a fiacutetomassa seca e o comprimento total da raiz da planta aplicando-

se a seguinte equaccedilatildeo

L = (FSR x 1) FSPA onde

L - comprimento total da raiz da planta (m)

FSR - fiacutetomassa seca de raiz

FSPA - fiacutetomassa seca da parte aeacuterea

L - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 002g

3552 Densidade de raiz

A densidade foi determinada pela foacutermula

D = L 8000 onde

D - densidade de raiacutezes (m cm3)

30

L - comprimento total de raiacutezes (m)

8 0 0 0 - volume da amostra (cm3)

3553 Razatildeo parte aeacutereasistema radicular

Este paracircmetro foi obtido pela equaccedilatildeo

RPASR = FSPA FSR onde

RPASR - razatildeo parte aeacuterea sistema radicular

FSPA - fitomassa seca da parte aeacuterea

FSR - fitomassa seca do sistema radicular

36 Determinaccedilatildeo de macronutrientes no tecido vegetal

Os macronutrientes nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio foram

determinados no laboratoacuterio de Fertilidade e Anaacutelise de Plantas do Departamento de

Solos da UFPel atraveacutes dos meacutetodos descritos por Tedesco amp Gianello (1996)

31

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 Anaacutelise das variaacuteveis

A anaacutelise da variaccedilatildeo mostrou que houve diferenccedila significativa na interaccedilatildeo entre

os fatores de adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes liacutequidos com exceccedilatildeo da variaacutevel altura

de planta para a qual somente a adubaccedilatildeo de base mostrou-se significativa (Apecircndices

C D e E Tabelas 1C 1D e 1E)

411 Anaacutelise da parte aeacuterea

Na Tabela 1 destacaram-se as adubaccedilotildees EC+SM+U+CB EC+MB4 +U+CB e EC

que diferiram significativamente das demais adubaccedilotildees para as variaacuteveis fiacutetomassa

fresca da parte aeacuterea (FFPA) fiacutetomassa seca da parte aeacuterea (FSPA) altura de planta

(AP) e diacircmetro do colo (DC)

32

TABELA 1 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

30 t ha de vermicomposto 7015 c A45 t halsquo de vermicomposto 7824 b B60 t ha de esterco de curral 12248 a C

30 t ha de vermicomposto 667 c A45 t ha de vermicomposto 752 b A60 t ha de esterco de curral 1150a C

30 t ha de vermicomposto 2975 b A45 t harsquo de vermicomposto 2775 b A60 t ha de esterco de curral 3600 a B

30 t ha de vermicomposto 631 b A45 t ha de vermicomposto 6 2 2 b B60 t ha de esterco de curral 741 a C

-Fitomassa fresca (g)----------------6270 c B 6885 b A8832 b A 6308 c C

15082 a A 13934 a BmdashFitomassa seca (g)----------------

625 c A 655 b A830 b A 607 b B

1345 a A 1262 a B-Altura de planta (cm)----------------

2950 b A 3050 b A2937 b A 2950 b A 3975 a A 3622 a B

-Diacircmetro de colo (mm)---------------592 c B 599 b B 657 b A 609 b B 819a A________ 793a B

Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

O efeito positivo do esterco bovino pode ser atribuiacutedo agraves melhorias nas condiccedilotildees

fiacutesicas do solo por ele proporcionado Segundo Primavesi (1982) e Compagnoni amp

Putzolu (1985) o esterco bovino apresenta propriedades condicionadoras do solo dando

agraves plantas melhores condiccedilotildees de desenvolvimento elevando sobremaneira os

conteuacutedos de fitomassa fresca das plantas que refletiratildeo nas demais respostas

agronocircmicas

Analisando as adubaccedilotildees de base em relaccedilatildeo aos biofertilizantes observa-se que

para os tratamentos 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) - natildeo houve influecircncia dos

biofertilizantes para as variaacuteveis FSPA e AP enquanto destacou-se o SM+U+CB para o

DC e SM+U+CB e ausecircncia da adubaccedilatildeo liacutequida para a FFPA mostrando que o uso

dos biofertilizantes natildeo influenciou esta variaacutevel 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) -

verificou-se a eficiecircncia do uso do MB4 +U+CB para as variaacuteveis FFPA e DC Para a

variaacutevel FSPA destacaram-se os dois biofertilizantes utilizados jaacute para AP natildeo houve

33

influecircncia destes EC (60 t ha 1 de esterco de curral) - em todas as variaacuteveis observadas

na tabela 5 as respostas foram significativas utilizando MB4 +U+CB

As respostas encontradas no presente trabalho para as variaacuteveis AP e FSPA foram

superiores as obtidas por Dalponte (1990) quando utilizado 0 esterco de curral para

produccedilatildeo de mudas de cebola

Segundo Filgueira (2000) os solos da regiatildeo produtora de cebola do RS satildeo

pobres em foacutesforo disponiacutevel (15 mg Kg1) necessitando portanto de adubaccedilotildees

fosfatadas elevadas As respostas aqui obtidas podem ser justificadas pelos teores de

foacutesforo contido no MB4

Follet et al (1981) citam a importacircncia do uso de compostos orgacircnicos no solo

enfatizando os estercos no sentido da decomposiccedilatildeo continuada no fornecimento de

nutrientes e na liberaccedilatildeo lenta e gradual de aacutecidos orgacircnicos influenciando a liberaccedilatildeo

do foacutesforo O que provavelmente pode ser atribuiacutedo agraves respostas encontradas no

presente trabalho para 0 tratamento Esterco de curral mais MB4 e Urina mais Calda

Bordalesa

E importante destacar que 0 sistema de produccedilatildeo de mudas de cebola sob uma

perspectiva agroecoloacutegica mostra-se eficiente quando visualmente natildeo percebe-se

diferenccedila significativa entre os tratamentos (Apecircndice F Figura 2)

Conveacutem ressaltar que quando trabalhamos com agroecologia natildeo existem

receitas nem pacotes tecnoloacutegicos prontos Cada situaccedilatildeo deveraacute ser estudada em

particular para que se faccedila recomendaccedilotildees adequadas ao ambiente local uma vez que

as plantas se adaptam ao meio estando a nutriccedilatildeo encarregada de proteger e manter o

equiliacutebrio do organismo vegetal em funccedilatildeo das alteraccedilotildees externas

E fundamental que se compreenda os princiacutepios norteadores de todo o processo

que satildeo as bases da luta por uma sociedade mais justa dentro de um mundo econocircmico e

ambientalmente mais sustentaacutevel

412 Anaacutelise do sistema radicular

Os resultados obtidos nas anaacutelises do sistema radicular (Tabela 2) mostram

diferenccedilas significativas entre as adubaccedilotildees para as variaacuteveis fitomassa fresca de raiz

(FFR) fitomassa seca de raiz (FSR) comprimento de raiz (CR) razatildeo parte

aeacutereasistema radicular (RPASR) e densidade de raiz (DR)

34

TABELA 2 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade de

raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAO DE BASE

S Magro + MB4 +Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

1540 c A 1576 b B 2427 a A

Fitomassa fresca (g)----------------1502 c B 1517 b AB 1658 b A 1446 c C 2336 a B 2360 a B

--------------------Fitomassa seca (g)-------------------196 b A 207 ab A 170 b A170 b A 199 b A 192 b A 344 a A 249 a B 327 a A

Comprimento de raiz(cm)---------------1237 b A 1158 b A 1158 a A1237 b A 1060 c B 1040 b B1433 a A 1296 a B 1040 b C

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t halsquo 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha de vermicomposto 45 t ha de vermicomposto60 t ha~ de esterco de curral__________________________ _________________________Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

-----Razatildeo Parte AeacutereaSistema Radicular------340 b AB 301c B 384 a A446 a A 415 b A 326 a B339 b B 546 a A 388 a B

-------------- Densidade de raiz (m cm3)------------367 a AB 414 a A 325 b B282 b B 301b B 405 a A347 ab A 231c B 324 b A

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base destacou-se o EC (60 t ha 1 de esterco de curral)

para as variaacuteveis FFR e FSR Quando adicionado o SM+U+CB os resultados para FFR

foram ainda melhores bem como o CR As respostas obtidas para a RPASR foram

variadas em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees apresentando melhores resultados para 15 VB (45 t

ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB e ainda melhor para EC (60 t ha 1 de esterco de

curral)+MB4 +U+CB As adubaccedilotildees de base 1 VB 15 VB e EC natildeo diferiram entre si

As adubaccedilotildees mais eficientes para a variaacutevel DR foram 1 VB+SM+U+CV que natildeo

diferiu da EC+SM+U+CB I VB+ MB4 +U+CB e agrave 15 VB foram melhores entre as

demais

35

Analisando os biofertilizantes em relaccedilatildeo a cada adubaccedilatildeo de base verifica-se que

para a 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB destaca-se a variaacutevel FFR

poreacutem sem diferenccedila significativa de 1 VB os melhpres resultados para a variaacutevel DR

foram encontrados pelo tratamento 1 VB+MB4 +U+CB e 15 VB (45 t ha 1 de

vermicomposto) tambeacutem se considera eficiente o 1 VB+SM+U+CB que natildeo diferiu do

EC (esterco de curral) Quando se utilizou 15 VB+ MB4 +U+CB houve resposta

significativa para a variaacutevel FFR para FSR as respostas natildeo foram diferentes com a

aplicaccedilatildeo dos biofertilizantes para as variaacuteveis FSR e DR as adubaccedilotildees EC e

EC+SM+U+CB natildeo diferiram entre si

Embora as respostas estatiacutesticas tenham sido diferentes para as adubaccedilotildees

combinadas ou natildeo pode-se salientar a importacircncia do aacutecido indol-aceacutetico como jaacute

citado anteriormente para as variaacuteveis avaliadas na parte aeacuterea das mudas de cebola

Respostas semelhantes nesse sentido foram encontradas para a cultura da alface por

Quijano (1999) e Morselli (2001)

Pereira et al (2002) concluiacuteram em trabalho realizado com a cultivar de cebola

CNPF1 6400 em Minas Gerais que a utilizaccedilatildeo de 20 t ha de esterco de curral

proporcionou os melhores resultados para a produccedilatildeo de cebola

Silva Juacutenior amp Giorgi (1992) e Menezes Juacutenior (1998) citam que doses elevadas

de mateacuteria orgacircnica podem prejudicar a primeira fase da germinaccedilatildeo (embebiccedilatildeo) e

absorccedilatildeo de aacutegua pelas raiacutezes das placircntulas No entanto no presente trabalho este fato

natildeo ocorreu embora a dose de esterco utilizada tenha sido de 60 t ha 1 (dose maacutexima

recomendada segundo Nolla 1982)

413 Anaacutelise de macronutrientes no tecido vegetal

Os resultados dos conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio no

tecido vegetal sob diferentes adubaccedilotildees encontrados na Tabela 3 indicam mais uma

vez a superioridade da adubaccedilatildeo esterco com 0 uso ou natildeo de biofertilizantes

36

TABELA 3 Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob

uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS i J B

ADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesamg plantas1

---- Nitrogecircnio-----30 t ha de vermicomposto 16593 c AB 15451 c B 19050 b A45 t ha de vermicomposto 21444 b A 22888 b A 17852 b B60 t ha de esterco de curral 32606 a C 37593 a B 40816 a A

--------------- ------ Foacutesforo------- -------------30 t ha de vermicomposto 3098 c B 2802 c B 3999 b A45 t ha de vermicomposto 4109 b A 4135 b A 2788 c B60 t ha de esterco de curral 5300 a B 7577 a A 7565 a A

------- Potaacutessio------30 t ha de vermicomposto 24327 c A 19900 c B 24965 b A45 t ha de vermicomposto 29113b A 29812 b A 22031 b B60 t ha de esterco de curral 44070 a B 51976 a A 54101 a A

-------- Caacutelcio-------30 t ha de vermicomposto 5027 c A 4356 c A 4834 b A45 t ha de vermicomposto 6114b A 6963 b A 4379 b B60 t ha de esterco de curral 9030 a C 11451 a A 10331 a B

------Magneacutesio-----30 t ha de vermicomposto 1188 b A 914 c A 1202 b A45 t ha de vermicomposto 1231 b B 1582 b A 1176 b B60 t ha de esterco de curral 2136a B 2443 a A 2663 a AMeacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base observa-se que o melhor tratamento foi o

esterco de curral para todas as variaacuteveis Para 1 VB (30 t ha^ 1 de vermicomposto) natildeo

houve resposta diferenciada com o uso de bofertilizantes para todas as variaacuteveis A

adubaccedilatildeo 15 VB (45 t ha 1 de vemicomposto) foi influenciada pelos biofertilizantes

para as variaacuteveis N P K e Ca enquanto que para Mg somente o MB4+U+CB o

influenciou O EC (esterco de curral) mostrou diferenccedila significativa apenas para as

variaacuteveis Ca e Mg quando adicionado MB4+U+CB

Segundo Peixoto (2000) eacute fundamental a adiccedilatildeo de adubos orgacircnico no cultivo de

hortaliccedilas seja na forma de esterco decomposto composto ou huacutemus de minhoca de

37

modo a fornecer melhorias nas propriedades do solo vindo a disponibilizar os nutrientes

as diferentes culturas

O esterco fresco conteacutem muita cama celuloacutesica e um elevado teor de aacutegua No

esterco curtido a celulose jaacute estaacute decomposta o teor de aacutegua estaacute reduzido agrave metade e os

nutrientes em uma forma mais assimilaacutevel e mais concentrada O esterco fresco pode

causar uma deficiecircncia temporaacuteria de nitrogecircnio no solo ao se decompor o que natildeo

acontece com o biestabilizado (Kiehl 1985)Ocorre uma diminuiccedilatildeo inicial no volume

de aacutegua retido no esterco de curral diminui inicialmente em tomo de 3581 liberando

posteriormente somente 496 evidenciando a sua capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua

(Menezes Juacutenior 1998)

A utilizaccedilatildeo continuada de adubos nitrogenados minerais no solo altera o balanccedilo

do nitrogecircnio entre o solo e planta No meacutetodo biodinacircmico eacute sublinhada a importacircncia

dos adubos animais para o estabelecimento da fertilidade permanente dos solos (Koeff

et al 1983)

Para Guimaratildees (1997) os benefiacutecios que a mateacuteria orgacircnica imprime ao solo

principalmente melhorando a produtividade fertilidade e a influencia que as substancias

huacutemicas exercem sobre o ambiente dependem da qualidade e do teor de mateacuteria

orgacircnica do solo Estas substacircncias por conterem nutrientes em sua constituiccedilatildeo em uma

forma mais disponiacutevel para as plantas promovem um equiliacutebrio no ambiente no solo

(Kononova 1966)

Aproximadamente de 60 a 70 do total de carbono do solo ocorre na forma de

materiais huacutemicos (Griffith amp Schnitzer 1975) sendo a eles atribuiacutedo a manutenccedilatildeo da

bioestrutura do solo aumentando a capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua (Brady 1999)

Conforme Compagnoni amp Putzolu (1985) os estercos bem como os demais

resiacuteduos orgacircnicos apresentam conteuacutedos diferentes de aacutecidos huacutemicos e fuumllvicos sendo

atribuiacutedo ao acido huacutemico uma accedilatildeo fitoestimulante semelhante aos fitohormocircnios por

favorecer o desenvolvimento do sistema radicular e crescimento do caule

Em trabalho realizado por Guimaratildees (1997) foi encontrado para aacutecidos huacutemicos

de esterco bovino uma relaccedilatildeo CN 1035 e para vermicomposto bovino 17

evidenciando que o esterco quando aplicado ao solo por apresentar uma relaccedilatildeo CN

proacutexima deste reage mais facilmente liberando nutrientes para as plantas sem alterar a

cadeia troacutefiacuteca Dados encontrados no presente trabalho demonstram a eficiecircncia do

esterco nesse sentido

38

De acordo com Morselli (2001) vaacuterios trabalhos citam comentam e discutem a

capacidade dos vermicompostos em proporcionar oacutetimas colheitas e favorecer a

precocidade das plantas cultivadas Poreacutem muitas vezes se observa que mesmo

suprindo essas plantas com nutrientes necessaacuterios atraveacutes de huacutemus de diferentes fontes

as respostas natildeo satildeo as mesmas para uma mesma cultivar

Por outro lado os resultados com o uso de substacircncias huacutemicas satildeo variaacuteveis e

dependem aleacutem da espeacutecie testada das substacircncias huacutemicas utilizadas sua

concentraccedilatildeo o grau de purificaccedilatildeo e das condiccedilotildees experimentais A resposta das

plantas aos aacutecidos huacutemicos e fuacutelvicos eacute dependente da mateacuteria prima original e da

espeacutecie vegetal pois materiais orgacircnicos diferentes apresentam aacutecidos huacutemicos e

fuacutelvicos diferentes (Businelli 1990)

Justificam-se os maiores conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio e caacutelcio nas

adubaccedilotildees 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e biofertilizantes devido

provavelmente ao vermicomposto utilizado apresentar na sua constituiccedilatildeo teores

consideraacuteveis destes elementos aleacutem do que os biofertilizantes possam ter influenciado

na absorccedilatildeo atraveacutes de sua constituiccedilatildeo Tibau (1984) considera que a urina de vaca eacute

rica em aacutecido indol-aceacutetico e este influencia na absorccedilatildeo radicular O efeito positivo

deste tratamento provavelmente seja devido agrave quantidade aplicada

O biofertilizante que se destacou foi o MB4+U+CB em relaccedilatildeo ao EC (esterco de

curral) e eacute somente para a variaacutevel caacutelcio Isto provavelmente seja devido ao alto teor

deste elemento encontrado na sua constituiccedilatildeo (6872 g Kg1) e pela influecircncia positiva

que a calda bordalesa exerce no metabolismo das plantas atraveacutes dos nutrientes

contidos em sua formulaccedilatildeo O Ca controla a absorccedilatildeo radicular e retorna ao solo pelo

esterco e palhas por apresentar-se em maior quantidade em folhas e caules Depois de

localizado nas folhas fica imoacutevel favorecendo a resistecircncia da planta ao ataque de

fungos

Este trabalho avanccedila no estudo da agroecologia estando claro que todos os

criteacuterios tem caraacuteter dinacircmico de adequaccedilatildeo as mudanccedilas de um sistema de produccedilatildeo

em evoluccedilatildeo contribuindo na transiccedilatildeo para um padratildeo sustentaacutevel Cabe a pesquisa a

reorientaccedilatildeo para um enfoque ldquosistecircmicordquo isto eacute que permita integrar os diversos

componentes de um agroecossistema e a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas que promovam 0

fortalecimento e a expansatildeo da agricultura familiar

39

5 CONCLUSOtildeES

Considerando os resultados obtidos e as condiccedilotildees em que o estudo foi realizado

conclui-se que

bull As respostas agronocircmicas das mudas de cebola para os paracircmetros avaliados

satildeo mais satisfatoacuterias com a aplicaccedilatildeo de esterco de curral como adubaccedilatildeo de

base

bull Os biofertilizantes mais urina de vaca e calda bordalesa proporcionam

respostas satisfatoacuterias quando aplicados associados agraves adubaccedilotildees de base

bull O biofertilizante MB4 mais urina de vaca e calda bordalesa eacute mais eficiente

que o super magro mais urina e calda bordalesa quando aplicado associado agrave

adubaccedilatildeo de base esterco de curral para os conteuacutedos de fitomassa secae

fresca da parte aeacuterea das plantas altura e diacircmetro de colo das mudas de

cebola

bull Os biofertilizantes adicionados agrave adubaccedilatildeo de base 45 t harsquo 1 de vermicomposto

bovino mostram respostas significativas para os conteuacutedos de fitomassa seca

bull Os maiores conteuacutedos nutricionais para as mudas de cebola satildeo

proporcionados pela adubaccedilatildeo de base esterco de curral

bull A maior absorccedilatildeo de caacutelcio pelas mudas de cebola ocorre quando da adiccedilatildeo do

biofertilizante MB4 mais urina e calda bordalesa agrave adubaccedilatildeo de base esterco de

curral

40

6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ALDRIGHI CB ABREU CM PAGLIA AG MORSELLI TBGA FERNANDES HS Efeito da aplicaccedilatildeo de biofertilizante e urina de vaca em mudas de tomateiro Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

ALTIERI M NICHOLLS C I Agroecologia Teoria praacutectica para umaAgricultura Sustentable Ia ed PNUMA 2000 Cap 2 4 Seacuterie textos baacutesicos para la formacioacuten ambiental

ALTIERI M Agroecologia bases cientiacuteficas para uma agricultura sustentaacutevelGuaiacuteba Agropecuaacuteria 2002 592 p

ANTONIOLLI Z I GIRACCA E M N CARDOSO S J T WIETHAN M M S FERRI M Iniciaccedilatildeo agrave Minhocultura Criaccedilatildeo em Cativeiro e Vermicompostagem Santa Maria UFSM 1996 p59-89

BAYER C MIELNICZUC J Dinacircmica e funccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica In SANTOS G de A S e CAMARGO F A de O (ed) Fundamentos da mateacuteria orgacircnica do solo ecossistemas tropicais e subtropicais Porto Alegre Genesis 1999 p 3-23

BARRETTO D X Composto Orgacircnico In Praacutetica em Agricultura Orgacircnica Satildeo Paulo iacutecone Ed Ltda 1985 p 51-63

BETTIOL W Alguns produtos alternativos para o controle de doenccedilas de plantasem agricultura orgacircnica II Ciclo de palestras sobre agricultura orgacircnica Instituto Bioloacutegico Satildeo Paulo p52-63 1997

41

BETTIOL W TRACH R GALVAtildeO JAH Controle de doenccedilas de plantas com biofertilizantes Jaguariuacutena EMBRAPA-CNPMA 1997 22p (EMBRAPA- CNPMA Circular Teacutecnica 02)

BRADY N C Natureza e propriedades dos sotos Rio de Janeiro Freitas BastosS A 1979 647p

BRADY N C Organisms and ecology of the soil In The nature of properties of soils Simon amp Schuster A Viacon Company New Jersey1999 402-489p

BON1LLA J A Fundamentos da Agricultura Ecoloacutegica Sobrevivecircncia eQualidade de Vida Satildeo Paulo Nobel 1992

BUREacuteS S Substratos Ediciones Agroteacutecnicas S L Madrid Octubre 1997

BUS1NELLI M Chemical Composition and Enzymic Activity of some Worm Cast Plant Soil v 80 p 1-2 1990

CALEGARI A Espeacutecies para cobertura de solo In IAPAR (Instituto Agronocircmico de Paranaacute) Plantio Direto pequena propriedade sustentaacutevel organizador Moacir Darolt Londrina - PR 1998 65-93

CAMARGO P N D Manual de Adubaccedilatildeo Foliar Satildeo Paulo Herba 1975

CAPRA F A Teia da Vida Satildeo Paulo Cultrix 1997 256p

CAPRA F O Ponto de Mutaccedilatildeo 22 ed Satildeo Paulo Cultrix 2001 447p

CHABOUSSOU F Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da Trofobiose) Porto Alegre LPM 1987 253 p

CLARO S A Referencias tecnoloacutegicos para a agricultura familiar ecoloacutegica aexperiecircncia da Regiatildeo Centro-Serra do Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS-ASCAR 2001 250p

CLIVELA G Diagnoacutestico Agronocircmico da cebola no Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS 1995 8 6 p

COMISSAtildeO DE FERTILIDADE DO SOLO - RSSC Recomendaccedilotildees de adubaccedilatildeo e calagem para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina 3 ed Passo Fundo SBCS - Nuacutecleo Regional Sul 1995 223p

COMPAGNONI L PUTZOLU G Cria moderna de Ias lombrices y utilizacioacutenrentable dei humus Barcelona Editorial de Vecchi- SA 1985127p

COSTABEBER J A MOYANO E Transiccedilatildeo agroecoloacutegica e accedilatildeo social coletiva Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v l n4 p 50- 60 outdez 2 0 0 0

42

COSTA M B B da Adubaccedilatildeo orgacircnica Nova siacutentese e novo caminho para aagricultura Satildeo Paulo Ed iacutecone Ltda 1985 102p

COSTA NETO C Agricultura Sustentaacutevel Tecnologias e Sociedade In CARVALHO COSTA LF et al (org) Mundo Rural e Tempo Presente Rio de Janeiro Mauad 1999

DrsquoAG0ST1NI R L FANTINI A C Produccedilatildeo orgacircnica tambeacutem socialmente excludente Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v3 n l p57-61 2002

DALPONTE J C V Utilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos e fertilizante mineral na produccedilatildeo e qualidade de mudas e bulbos de cebola (Alliurn Cepa L) Pelotas-RS 1990 (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1990

DEBARBA J F THOMAZELLI L F GANDIN C L SILVA E Cadeias produtivas do Estado de Santa Catarina Cebola Florianoacutepolis Epagri 1998 115 p (EPAGRI Boletim Teacutecnico 96)

DUFOUR F Os saacutebios loucos do agro-alimentar Le Monde Diplomatique ano 1 n4 p6-7 1999 (ed portuguesa)

EHLERS E Agricultura Sustetaacutevel Origem e perspectivas de um novo paradigma 2 ed Guaiacuteba Agropecuaacuteria 1999 157 p

FILGUEIRA F A R Novo Manual de olericultura agrotecnologia moderna na produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 2000 402 p

FRASER G K Mateacuteria Orgacircnica Del Suelo In BEAR F E (ed) Quiacutemica dei Suelo Madrid Ed Agrociencia 1963

FOLLET R H MURPHY L S DONAHUE R L Fertilizers and soil amendments New Jersey Printice-Hall Inc 1981 557p

GARCIA A Revista dei Espacio Rural Georgica Zaragoza Escuela Politeacutecnica de Huesca n5 1997

GARCIA A Versatildeo preliminar de um Programa Estadual de Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Bulbos e Sementes de CebolaEMBRAPAIPAGROMARAEMATER 6 8 pbdquo 1990 (Publicaccedilatildeo avulsa)

GIORGETT1 J R Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Mudas de Tomate In Encontro Nacional de Produccedilatildeo e Abastecimento de Tomate 2 1991 Jaboticabal Satildeo Paulo Anais Jaboticabal UNESP 1991 p 242-244

GLIESSMAN S R Agroecologia Processos ecoloacutegicos em agricultura sustentaacutevelPorto Alegre Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS 2000 653p

43

GLIESSMAN S R TURRIALBA C R Agroecologia Procesos Ecoloacutegicos en Agricultura Sostenible CATIE 2002 p 3-14

GNOATTO S C Caracterizaccedilatildeo quiacutemica de vermicompostos de diferentes substratos orgacircnicos Pelotas-RS 1999 38 f (Mestrado em Agronomia - Solos) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

GOMES J C C BORBA M F S A moderna crise dos alimentos oportunidade para a agricultura familiar Emater Porto Alegre julset 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwematertchebrdocsagroecorevistan313-artigo3htmgtAcesso em 24 fev 2002

GOMEZ H W Desenvolvimento sustentaacutevel agriacutecola e capitalismo In Desenvolvimento sustentaacutevel Necessidade eou disponibilidade Santa Cruz do Sul Nobel - UNISC 1997 p 65-77

GONZAacuteLEZ DE MOLINA M SEVILLA GUZMAacuteN E Ecologia campesinado e historia Para una reinterpretacioacuten dei desarrollo dei capitalismo en la agricultura In SEVILLA GUZMAacuteN E GONZAacuteLEZ DE MOLINA M (ed) Ecologia campesinado e historia Madrid La Piqueta 1993 p 23-129

GRIFFITH S A SCHNITZER M Analytical characteristic of humic and fulvic acids extracted from tropical volcanic soils Soil Sei Soc Am Proc v 39 p361-367 1975

GUIMARAtildeES E Caracterizaccedilatildeo quiacutemica estreptoscoacutepica e por anaacutelise teacutermica de aacutecidos huacutemicos e vermicompostos obtidos de estercos de diferentes animaisCuritiba 1997 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Quiacutemica) Universidade Federal do Paranaacute 1997

HESS A F Sociedade e meio ambiente uma relaccedilatildeo ambiacutegua Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v 4 n2 p 167-1741999

ICEPA-SC Informes conjunturais sobre a cultura da cebola Disponiacutevel em lthttpwwwicepa combrgt Acesso em 23 jan 2003

JONES H A MANN L K Onions and their allies New York Interscience Publishers 1962 286 p

JUacuteNIOR H A de MAIORANO J A Receitas obtidas de extratos de plantasCampinas CATITerra Viva [199-] 10 f

KHATOUNIAN C A Ciclo de Palestras sobre Agricultura Orgacircnica 2a Ed SatildeoPaulo Fund Cargill 1997 149 p

KIEHL E J Fertilizantes Orgacircnicos Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1985 492p

44

KOEFF H H PETTERSSON B D SHAUMANN W Vida Vegetal solos e adubaccedilatildeo In Agricultura Biodinacircmica Satildeo Paulo Nobel 1983 p92-149

KONONOVA M M Soil organic matter The importance o f organic matter in soil formation and soil fertility New York Pergamqn Press 1961 p 165-200

KUHN T A Estrutura das Revoluccedilotildees Cientiacuteficas Satildeo Paulo Perspectiva 1989 257p

LANNA FCA ABREU C L ABREU J G SILVA V Resposta de cultivares de melancia cultivadas sob adubaccedilatildeo quiacutemica e orgacircnica Horticultura v 12 n l p85 1994

LEFF H Saber Ambiental Petroacutepolis Vozes 2001 343 p

MAGALHAtildeES J R Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo da cebola In FERREIRA M E CASSTELLANE P D CRUZ M C P Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo de hortaliccedilasPiracicaba POTAFOS 1993 p 381-393

MALAVOLTA E Elementos de nutriccedilatildeo mineral de plantas Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1980 251 p

MALAVOLTA E Manual de Quiacutemica Agriacutecola - Adubos e Adubaccedilatildeo 3a ed SatildeoPaulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1981 606 p

MARTINEZ A A A grande e Poderosa Minhoca Jaboticabal Funep - Unesp1990 101 p

MARTINS S R Desenvolvimento e Sustentabilidade Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v20 n2 julho 2002 Palestra apresentada no 42deg Congresso Brasileiro de Olericultura

MARTINS S R Limites Del Desarrollo Sostenible em Ameacuterica Latina En el marco de Ias poliacuteticas de (re)ajuste econocircmico Pelotas Editora UFPel 1997 135 P-

MARTINS S R Sustentabilidade na agricultura dimensotildees econocircmicas sociais e ambientais Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v4 n 2 p 175-1871999

MATURANA H REZEPKA S N D E Formaccedilatildeo Humana e Capacitaccedilatildeo Rio de Janneiro Vozes 2000 8 6 p

MELLO A F SOBRINHO M O ARZOLLA S SILVEIRA R NETTO A C KIEHL J C Fertilidade do Solo Satildeo Paulo Nobel 1983

MENEZES JUacuteNIOR F O G D Caracterizaccedilatildeo de Diferentes substratos hortiacutecolas e seu efeito na produccedilatildeo de mudas de alface e couve-flor em ambiente protegido Pelotas 1998 141 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1998

45

MIBASA Mineraccedilatildeo Barreto SA Melhorador de Solos MB4 A Natureza Agradece Arapiraca-AL [199-] Folder

MINAMI K Os resumos da olericultura 2000 In AZEVEDO FILHO MARTINEZ FILHO (ed) Preccedilos agriacutecolas Piracicaba ESALQ 1999 p 4

MINAMI K Produccedilatildeo de Mudas de Alta Qualidade em Horticultura Satildeo Paulo TA Queiroz 1995

MORSELLI T B G A Cultivo sucessivo de alface sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegidoPelotas 2001 178 p Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2001

MORSELLI T B G A Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Poliacutegrafo da Disciplina de Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia-Produccedilatildeo Vegetal UFPel 2002

MULLER AM Efeitos da Aplicaccedilatildeo Foliar de um Biofertilizante Enriquecido no Estado fitossanitaacuterio de Tomate Ervilha e Beterraba Sob Manejo OrgacircnicoDissertaccedilatildeo (Mestrado no Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agroecossistemas)1999 (Resumo)

NOLLA D Erosatildeo do Solo - O grande desafio Estado do Rio Grande do Sul SEAGRI desenvolvimento de recursos naturais renovaacuteveis 1982 412 p

PAGLIA AG MORSELLI TBGA PEIL RMN Teores de nutrientes pH e condutividade eleacutetrica da aacutegua em sistema ldquofloat^ngrdquo sob adiccedilatildeo de biofertilizantes Horticultura Brasileira v 20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PAULUS G MULLER A BARCELLOS LAR Agroecologia aplicada praticas e meacutetodos para uma agricultura de base ecoloacutegica 2ed ver ampl Porto Alegre EMATERRS 2001 8 6 p

PEIXOTO R T dos G Composto orgacircnico aplicaccedilotildees benefiacutecios e restriccedilotildees de uso Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 18 p 56-64 julho 2000

PENTEADO SR Defensivos Alternativos e Naturais Satildeo Paulo 1999 95 p

PEREIRA AJ SOUZA RJ PEREIRA WR Efeito de diferentes doses de esterco de galinha e de curral sobre a produccedilatildeo de cebola Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PINHEIRO S BARRETO SB MB-4 agricultura sustentaacutevel trofobiose e biofertilizantes Fundaccedilatildeo Juquira CandiruMibasa 2000 273 p

PRIMAVESI A Agricultura Sustentaacutevel Satildeo Paulo Nobel 1992 142 p

PRIMAVESI A O manejo ecoloacutegico do solo Agricultura em regiotildees tropicais SatildeoPaulo Nobel 1982 541 p

46

PURCINO A A C ldquoNitrogecircniordquo Informe Agropecuaacuterio Belo Horizonte v7 n81 p 16-27 1981

QUIJANO F G Efeito da adubaccedilatildeo orgacircnica no desenvolvimento de duas cultivares de alface em ambiente protegido Pelotas 1999 116f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

RODRIGUES A N N Efeitos e residuais de superfosfato triplo sobre o rendimento de mateacuteria seca e absorccedilatildeo de foacutesforo pela aveia (Avena strigosa Schob) em solo Podzoacutelico Vermelho Escuro Porto Alegre 1984 59f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia UFRGS 1984

RODRIGUES E T CASALI V W D Respostas da alface agrave adubaccedilatildeo orgacircnica II Teores conteuacutedos e utilizaccedilatildeo de macronutrientes em cultivares Rev Ceres Viccedilosa v 45 n 261 p 437-449 1998

SAMINEcircS T C O Produccedilatildeo orgacircnica de alimentos Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 17 n3 novembro 1999

SCHIEDECK G Ambiecircncia e resposta agronocircmica de meloeiro (Cucumis melo L) cultivado sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegido Pelotas lOOp Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2002

SILVA JUacuteNIOR A A GIORGI E Substratos alternativos para a produccedilatildeo de mudas de tomate Agropecuaacuteria Catarinense Florianoacutepolis EPAGRI 1992 23 p

SILVA JUacuteNIOR A A MACEDO S G STUKER H Utilizaccedilatildeo de esterco de peru na produccedilatildeo de mudas de tomateiro Florianoacutepolis EPAGRI 1995 28 p (Boletim Teacutecnico 73)

TAGLIARI PS GRASSMANN H Minhoca a grande aliada da agricultura Agropecuaacuteria Catarinense v8 n l p 11-14 mar 1995

TEDESCO M J GIANELLO C Anaacutelises de solo plantas e outros materiais Porto Alegre Faculdade de Agronomia Departamento de Solos Universidade Federal do Rio Grande do Sul RS 1996

TENNANT D A Test of modified line intersect method of estimating root lenght Journal Ecology Oxford v 63 p 995-1001 1975

TIBAU A O Mateacuteria Orgacircnica do Solo Mateacuteria Orgacircnica e Fertilidade do SoloSatildeo Paulo Nobel 1984 p49-182

TIMM P J Anaacutelise comparativa dos sistemas de plantio convencional e cultivo miacutenimo de cebola sob adubaccedilatildeo orgacircnica e mineral Pelotas 2000 79 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2000

47

VALENZUELA HR CROSBY C Effect of compost applications on the yield of several vegetables in long-term organic farming experiments conduced in the tropics American Society Horticultural Science v33 n3 june 1998

VIGLIZZO E (ed) Subprograma Recursos Naturais y Sostenibilidad Agriacutecola documento marco Montevideo IICAPROCISUR 1995 p 75 - 78

WE1D J M TARDIN J M Proposta para a Ampliaccedilatildeo do Trabalho da ASPTA no Centro Sul do Paranaacute ASPTA Disponiacutevel em http wwwpronafgovbrEncontrotestosAS20PTA20Sul20ParanE1205 202002doc Acesso em 05 mai 2002

XAVIER SIMOacuteN F DOMINGUES D G Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel uma perspectiva agroecoloacutegica Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre EM ATERRS v2 n2 p 17-26 2001

ZABALETA J P Diagnoacutestico da Agricultura Familiar em Satildeo Joseacute do Norte - RSPelotas EMBRAPA-CPACT 1998 75 p (EMBRAPA-CPACT Documentos 44)

ZONTA E P MACHADO A A SILVEIRA P Sanest Sistema de anaacutelise estatiacutestica para microcomputadores Registrado na Secretaria Especial de Informaacutetica sob nuacutemero 066060 - categoria A Pelotas-RS Universidade Federal de Pelotas 1984

48

7 APEcircNDICE

APEcircNDICE A - Anaacutelise da adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes utilizados na produccedilatildeo de mudas de cebola

TABELA 1 A Anaacutelise baacutesica do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo miuacutedo + papua

Arg

pH IND

SMP

MO

P - n r - Na Al Ca__10Omlmdash

Mg

ppm -

6 53 67 089 8 6 27 1 04 05 0 2

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 2A Anaacutelise complementar do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo-miuacutedo + papua

Cobre Zinco Manganecircs Ferro

(m v1)

04 05 26 007

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

49

TABELA 3A Anaacutelise dos fertilizantes soacutelidos

Amostra pH limidade CN

C N P K Ca Mg

- g-ivg --

Cama de 849 2491 12 31042 2479 3888 3405 29875 463

aves

Esterco 74 3594 11 677 590 157 134 335 214

de curral

Huacutemus 684 5738 14 15965 1098 453 745 743 361

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 4A Anaacutelise quiacutemica dos biofertilizantes liacutequidos

Amostra N P K_ccedil H

Ca Mg Cu Zn Fe Mn

mdashgL bull

S Magro

m b 4

Urina

053

1652

8 2 2

008

395

0 0 0

149

1674

471

1902

6872

0 0 0

1150

4507

1172

7273

42

033

101389

920

0 0 0

6250

19458

781

35273

1123

0 2 1

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

50

APEcircNDICE B - Condiccedilotildees climaacuteticas do local

TABELA 1B Condiccedilotildees de temperatura do local

___________ __________TEMPERATURA (degCgt

meses Meacutedia

Maacutexima

Meacutedia

MiacutenimaMeacutedia

Maacutexima

Absoluta

Miacutenima

Absoluta

Junho 225 87 156 320 25

Julho 225 85 155 285 30

Agosto 251 71 161 360 1 0

Fonte FEPAGROSCT 2002

TABELA 2B Condiccedilotildees de chuva do local

mdash CHUVA (mm)mdash

meses Ocorrida Normal Desvio Da Normal

Junho 1080 1 1 0 -2 0

Julho 1062 98 8 2

Agosto 1283 1 2 0 83

Fonte FEPAGROSCT 2002

51

TABELA 1C Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

APEcircNDICE C - Anaacutelise estatiacutestica da parte aeacuterea

Causas G1 FFPA FSPA AP DC

da variaccedilatildeo --------- Quadrados meacutedios-

Blocos 3

Ad Base 2 175359071 1287102 2547419 1 11775

Biofertilizantes 2 126876 29011 87669ns 02185ns

Ad x Biofert 4 572378 31123 69106ns 04159

Resiacuteduo 24 34456 03048 27169 00290

Total 35

Meacutedia geral 93745 8772 320388 6741

CV 1980 6294 5145 2530

Significativo a 5ns Natildeo significativo

52

TABELA 1D Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade

de raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

APEcircNDICE D - Anaacutelise estatiacutestica da raiz

Causas G1 FFR FSR CR RPASR DR

da variaccedilatildeo Quadrados meacutedios---------------

Blocos 3

Ad Base 2 27874 551 623 2 1 0 140

Biofertilizantes 2 178 0 1 0 ni 1504 l03ns 038ns

Ad x Biofert 4 190 058 318 294 183

Resiacuteduo 24 005 009 028 023 0 2 1

Total 35

Meacutedia geral 1818 228 184 387 333

C V 134 1356 448 1253 1396

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

53

APEcircNDICE E - Anaacutelise estatiacutestica dos macronutrientes da parte aeacuterea da cebola

TABELA 1E Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mud^s de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

Causas G1 bull N P K Ca Mg

da variaccedilatildeo

Blocos 3

Ad Base 2 13550306 446627 25509686 1031806 59007

Biofertilizantes 2 180610ns 16564 68153ns 39006 876ns

Ad x Biofert 4 454187 45743 1047539 46950 2464

Resiacuteduo 24 29769 1453 64313 3741 439

Total 35

Meacutedia geral 24921 4597 33366 6943 1615

C V 692 829 760 880 1297

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

APEcircNDICE F - Fotos do experimento

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob uma perspectiva agroecoloacutegica

APEcircNDICE F a Fotos do experimento

FIGURA 1 Adubaccedilatildeo verde com feijatildeo-miuacutedo e papuatilde utilizadas no manejo do solo

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob urna perspectiva agroecoloacutegica

Page 17: PRODUÇÃO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L.) SOB …orgprints.org/24883/1/Paglia_Produção.pdf · vaca mais calda bordalesa; MB4+U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

6

Segundo Costa Neto (1999) o paradigma agroecoloacutegico representa portanto a

linha de um posicionamento soacutecio-ambiental que tem uma vertente tecnoloacutegica apta a

ser uma alternativa agrave produccedilatildeo agriacutecola em grande escala e ao modelo tradicional

disciplinar

Hoje a agroecologia continua a fazer conexatildeo entre fronteiras estabelecidas Por

um lado estuda os processos econocircmicos e os agroecossistemas por outro eacute um agente

para as mudanccedilas sociais e ecoloacutegicas complexas que tenham necessidade de ocorrer no

futuro a fim de levar a agricultura para uma base verdadeiramente sustentaacutevel O

processo de mudanccedila estaria dirigido agrave busca de novos pontos de equiliacutebrio entre as

dimensotildees de produtividade estabilidade e equumlidade na atividade agraacuteria articuladas

entre si poreacutem em constante processo de adaptaccedilatildeo e retroalimentaccedilatildeo utilizando

estilos mais respeitosos com o ambiente com o propoacutesito de superar a crise enfrentada

pelos agricultores (Costabeber amp Moyano 2000)

De acordo com Altieri (2002) soacute uma compreensatildeo mais profunda da ecologia

humana e dos sistemas agriacutecolas pode levar a medidas coerentes com uma agricultura

sustentaacutevel Assim a ldquoemergecircncia da agroecologiardquo representa um enorme salto nesta

direccedilatildeo pois fornece os princiacutepios ecoloacutegicos baacutesicos para o estudo e tratamento dos

ecossistemas tanto produtivos quanto preservadores dos recursos naturais e que sejam

culturalmente sensiacuteveis socialmente justos e economicamente viaacuteveis

A transformaccedilatildeo ou substituiccedilatildeo de um modelo de desenvolvimento para outro

supotildee um processo de transiccedilatildeo que em alguns momentos caminha a passos lentos e

em outros pode trazer mudanccedilas bruscas e qualitativamente diferenciadas Esse

processo de transiccedilatildeo significa a conversatildeo de uma agricultura tradicional para uma

agricultura ecoloacutegica e socialmente equilibrada com base na sustentabilidade (Gomeacutez

1997)

Embora a falta de informaccedilatildeo da pesquisa possa ter contribuiacutedo para dificuldades

e experiecircncias negativas de muitos produtores estes tecircm fama de serem inovadores e

experimentadores desejosos de adotar novas praacuteticas no sentido de serem beneficiados

Nos uacuteltimos cinquumlenta anos a inovaccedilatildeo na agricultura tem sido impulsionada

principalmente pela ecircnfase em altos rendimentos e no lucro da unidade produtiva

Apesar da continuidade dessa forte pressatildeo econocircmica sobre a agricultura muitos

produtores convencionais estatildeo preferindo fazer a transiccedilatildeo para praacuteticas que satildeo mais

consistentes ambientalmente e tem o potencial de contribuir com a sustentabilidade da

agricultura em longo prazo (Gliessman 2000)

7

212 Agroecologia e agricultura familiar

O nuacutecleo por excelecircncia da produccedilatildeo sustentaacutevel eacute a agricultura familiar No

Brasil mais especificamente esta tecnologia estaacute sendo introduzida natildeo somente em

aacutereas de cultivo de agricultura familiar em geral mas especificamente em

assentamentos rurais Percebe-se dessa forma tratar-se de um tipo de produccedilatildeo que

tende a incorporar a dimensatildeo histoacuterico-social e a considerar os valores culturais e de

senso comum inerentes aos agricultores familiares (Costa Neto 1999)

Na agricultura familiar a sustentabilidade toma forma a partir do momento em

que comeccedilaram a ser incorporados aos debates os novos anseios da sociedade rural e

urbana relacionados a um novo projeto de desenvolvimento e na medida em que foram

buscadas orientaccedilotildees teoacutericas baseadas no paradigma agroecoloacutegico

De acordo com Maturana amp Rezepka (2000) a formaccedilatildeo do conhecimento natildeo eacute

entendida como simples treinamentos e teacutecnicas e seraacute um aspecto essencial desta

abordagem A valorizaccedilatildeo dos saberes dos agricultores sobre o ambiente as plantas o

solo e os processos ecoloacutegicos onde resgatam e aprimoram teacutecnicas proacuteprias e de

outros de origem cientiacutefica ou empiacuterica fundamentais dentro deste novo paradigma

(Altieri amp Nicholls 2000)

Neste sentido cientistas e extensionistas tecircm se surpreendido com a profundidade

destes conhecimentos e com a capacidade de vaacuterios destes agricultores de expocirc-los

mesmo nos ambientes acadecircmicos onde muitas vezes estatildeo mais avanccedilados que seus

interlocutores (Weid amp Tardin 2002) Isto revela a necessidade de sintonia entre a

Universidade e a Comunidade

Entatildeo a sutentabilidade ambiental em niacutevel local eacute positiva quando o manejo

realizado no agroecossistema aproveita a produtividade dos recursos naturais renovaacuteveis

(aqueles que funcionam mediante o fluxo solar) Ao contraacuterio pode natildeo ser positiva

quando as praacuteticas produtivas consistem na busca pela produtividade mediante a troca

econocircmica (importaccedilatildeo e exportaccedilatildeo de insumos e produtos) onde a terra eacute vista

unicamente como o suporte material (fiacutesico) das espeacutecies Neste caso o controle de

pragas a fertilizaccedilatildeo e outras praacuteticas necessaacuterias satildeo realizados mediante capital

produzido pelo homem degradando a base local de recursos naturais (Xavier Simoacuten amp

Domingues 2001)

8

213 O Mercado de produtos agroecoloacutegicos

O mercado de alimentos produzidos sob a orientaccedilatildeo agroecoloacutegica produzidos

sem utilizaccedilatildeo de agrotoacutexicos ou adubos minerais tem aumentado vertiginosamente em

todo o mundo Alguns dados indicam que esse segmento cresce anualmente cerca de

20 nos Estados Unidos 40 na Europa e 50 no Brasil e para comprovar tais

iacutendices basta verificar a proliferaccedilatildeo das feiras de produtores ecoloacutegicos nas cidades o

aumento dos espaccedilos para esses produtos nas gocircndolas das grandes redes de

supermercados e os movimentos ambientalistas e de consumidores que buscam uma

alimentaccedilatildeo mais saudaacutevel (Schiedeck 2002)

Sem duacutevida antes de tudo cabe salientar que a crise atual evidencia o equiacutevoco da

adoccedilatildeo de um modelo de produccedilatildeotransformaccedilatildeo que natildeo tem outra ambiccedilatildeo que natildeo a

de se adaptar agrave globalizaccedilatildeo Cabe a consideraccedilatildeo feita por Dufour (1999) de que o

mercado natildeo eacute uacutenico e monoliacutetico e portanto a produccedilatildeo social da qualidade natildeo

significa mais do mesmo (a adaptaccedilatildeo do que jaacute natildeo serve)

Na realidade pode-se identificar claramente dois mercados de natureza

fundamentalmente oposta que segundo Gomes amp Borba (2000) satildeo o de produtos

baacutesicos (leite cereais carnes brancas e vermelhas) e o de produtos elaborados

socialmente e de grande valor agregado por serem justos socialmente O mercado

mundial dos produtos baacutesicos eacute alimentado pelos excedentes agriacutecolas de grandes

produtores (Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos e Canadaacute) tambeacutem a soja e carne de

frango brasileira e o trigo argentino e os preccedilos nesses mercados satildeo extremamente

baixos e permaneceratildeo assim por muito tempo segundo relatos recentes do Banco

Mundial

Para produzir a preccedilos tatildeo baixos eacute necessaacuterio lanccedilar matildeo de todo tipo de

artifiacutecio como os hormocircnios os organismos geneticamente modificados as farinhas

animais esquecendo o meio ambiente e convivendo com exploraccedilotildees gigantescas

concentraccedilatildeo na posse da terra e com uma minoria de beneficiaacuterios dos programas de

ajuda puacuteblica os agromanagers (Gomes amp Borba 2000)

O mercado de produtos elaborados e de valor agregado obedece a outras regras

Mesmo que os agricultores busquem a maximizaccedilatildeo da produtividade natildeo se enfrentam

diretamente A produccedilatildeo ocorre em zonas geograacuteficas bem definidas e permite valorizar

o ldquosavoir-fairerdquo ou ldquoknow-howrdquo (em outras palavras natildeo necessariamente mas o

conhecimento ldquotradicionalrdquo) contribuindo para uma verdadeira economia local Esta eacute a

9

agricultura que ao mesmo tempo produz gera e preserva empregos Para caminhar ateacute

ela eacute necessaacuteria uma ampla alianccedila entre agricultores consumidores e movimentos

sociais para frear esta forma de ditadura dos mercados fonte do poder das

transnacionais agro-alimentares e quiacutemicas (Dufour 1999)

Por outra parte o mercado natildeo eacute linear e abstrato como querem fazer crer A

produccedilatildeo e o consumo sempre estaratildeo localizados e seratildeo realizados por produtores e

consumidores concretos isto permite falar em convenccedilatildeo ou negociaccedilotildees onde a

qualidade seja considerada na originalidade no bem comum ou na confianccedila entre pares

e colada aos produtos ainda mais quando se trata de alimentos Isto soacute seraacute possiacutevel

no local (sem ignorar o global) e levando em conta indicaccedilotildees como denominaccedilatildeo

ou indicaccedilatildeo de origem de processo ou de qualidade etc relacionados agraves

especificidades dos produtos o que tambeacutem deve ser objeto de negociaccedilatildeo para cada

lugar (eacute preciso lembrar que a participaccedilatildeo e as relaccedilotildees interpessoais satildeo determinantes

ao longo do processo) A produccedilatildeo social da qualidade eacute vista como estrateacutegia que

adquire sentido se considerada para o espaccedilo da Agricultura Familiar onde ainda eacute

possiacutevel estabelecer laccedilos de solidariedade entre produtores e consumidores (Gomes amp

Borba 2000)

De acordo com DrsquoAgostini amp Fantini (2002) tanto ou mais do que compreender a

dinacircmica de processos dos quais resultam produtos interessantes eacute compreender e

humanizar a dinacircmica de interesses sobre esses processos e produtos Os mesmos

autores dizem ainda que natildeo seria a solidariedade humana (a virtude pressuposta) que

emerge em especial na produccedilatildeo agroecoloacutegica mas sim a emergecircncia da rica

propriedade humana a generosidade que permite praticaacute-la em qualquer relaccedilatildeo entre

os homens

22 A cultura da cebola (Alliunt cepa L) e sua importacircncia

A cultura da cebola foi introduzida pelos accedilorianos no Brasil no seacuteculo XVIII nos

municiacutepio de Mostardas Rio Grande e Satildeo Joseacute do Norte no Estado do Rio Grande do

Sul (Garcia 1990) sendo a terceira hortaliccedila de maior importacircncia econocircmica para o

paiacutes (ICEPA 2003) Nas regiotildees Sul e Sudeste a cebolicultura constitui-se em atividade

socioeconocircmica de significativa relevacircncia para os Estados de Satildeo Paulo Santa

10

Catarina e Rio Grande do Sul nos quais se concentram mais de 76 da produccedilatildeo

nacional (Debarba et a i 1998)

A mais importante regiatildeo produtora do Rio Grande do Sul estaacute situada no litoral

Sul englobando os municiacutepios de Rio Grande Tavares Satildeo Joseacute do Norte e Mostardas

(Garcia 1997) e segundo ICEPASC (2003) esses quatro municiacutepios respondem por

cerca de 70 da produccedilatildeo de cebola do RS

Timm (2000) cita que cerca de 16000 famiacutelias rurais no Rio Grande do Sul tem

na cultura da cebola o seu principal meio de subsistecircncia No Municiacutepio de Satildeo Joseacute do

Norte a produccedilatildeo de cebola constitui uma atividade econocircmica quase exclusiva onde a

descapitalizaccedilatildeo dos agricultores ocasionou o abandono do meio rural por muitos deles

que acabaram por estabelecerem-se na periferia da zona urbana (Garcia 1997)

Aleacutem da descapitalizaccedilatildeo do produtor ocorrem problemas como a erosatildeo do solo

que segundo Zabaleta (1998) ocorre principalmente devido agrave accedilatildeo dos ventos fortes e

constantes caracteriacutesticos na regiatildeo sul-litoracircnea bem como a topografia plana e os

solos muito arenosos com lenccediloacuteis freaacuteticos superficiais contribuem para o

empobrecimento dos solos da regiatildeo principalmente ao se comparar com outras aacutereas

onde a cebola participa de sistemas produtivos juntamente com a produccedilatildeo leiteira o

arroz e hortaliccedilas diversas (Timm 2000)

221 Caracteriacutesticas agronocircmicas da cebola

A cebola eacute uma aliaacuteceae a planta eacute tenra atinge 60 cm de altura e apresenta folhas

tubulares e cerosas O caule verdadeiro eacute um disco comprimido na base da planta de

onde partem as folhas e raiacutezes que satildeo fasciculadas pouco ramificadas explorando um

volume de solo equivalente a um cilindro com 60 cm de altura e 25 cm de diacircmetro

(Filgueira 2000)

Cada planta apresenta 20 a 200 raiacutezes normalmente espessas (05 a 1 mm de

diacircmetro) e com pouca ramificaccedilatildeo e poucos pecirclos absorventes O crescimento eacute

vertical estendendo-se de 40 a 80 cm de profundidade Poucas raiacutezes ocupam mais de

15 cm do raio em tomo do bulbo Estas caracteriacutesticas tecircm implicaccedilotildees peculiares

quanto acirc localizaccedilatildeo e ao suprimento de nutrientes (Quanto menor o diacircmetro e maior a

ocorrecircncia de pecirclos absorventes maior seraacute a superfiacutecie de raiacutezes e consequumlentemente a

absorccedilatildeo de nutrientes (Magalhatildees 1993)

11

A fase vegetativa do ciclo da planta termina com o amadurecimento do bulbo

todavia trata-se de uma planta bienal considerando acirceu ciclo vital completo isto eacute da

semeadura ateacute a produccedilatildeo de novas sementes Apoacutes um periacuteodo invemal sob baixas

temperaturas haacute emissatildeo de um pendatildeo floral que pode alcanccedilar 150 cm de altura

terminando por uma inflorescecircncia tipo umbela simples inicialmente recoberta por

uma peliacutecula formada por centenas de pequenas flores (Filgueira 2000)

Segundo Clivela (1995) os fatores climaacuteticos de modo geral natildeo satildeo limitantes

para a produccedilatildeo de bulbos de cebola no Rio Grande do Sul Filgueira (2000) enfatiza

que no Brasil eacute uma das raras culturas oleraacuteceas nas quais o fotoperiacuteodo pode tornar-se

o fator limitante ocorrendo frustraccedilotildees da colheita caso as exigecircncias da planta natildeo

sejam satisfeitas

222 A produccedilatildeo de mudas de hortaliccedilas

As mais importantes modificaccedilotildees no sistema de produccedilatildeo nos uacuteltimos anos tecircm

sido feitas na produccedilatildeo de mudas Hoje eacute uma realidade os produtores se

especializarem em produzir mudas principalmente no Estado de Satildeo Paulo Para tanto

se busca atraveacutes da pesquisa as melhores fontes e combinaccedilotildees de substratos associados

ao sistema de produccedilatildeo conveniente para cada espeacutecie a fim de se obter melhorias na

propriedade no solo e na Olericultura (Giorgetti 1991)

O sistema agroecoloacutegico torna-se importante uma vez que a base da Horticultura

moderna eacute a produccedilatildeo de mudas de alta qualidade (Minami1995) a produccedilatildeo de mudas

de hortaliccedilas tem sido citada como a etapa mais importante do sistema produtivo (Silva

Junior et al 1995) Segundo Filgueira (2000) nesta fase natildeo se pode cometer erros

pois posteriormente seraacute mais difiacutecil de corrigi-los visto que para o cultivo da cebola a

muda refletiraacute na qualidade do bulbo

As mudas de hortaliccedilas podem ser consideradas tolerantes e natildeo tolerantes ao

transplante e dependem principalmente das condiccedilotildees ambientais necessitando de

cuidados No caso da cebola como satildeo produzidas com raiz nua os cuidados devem ser

maiores pois dependendo do estado em que se encontram mais ou menos susceptiacuteveis

aos estresses quando em contato com o campo podem resultar em desastre (Minami

1999)

A quantidade de nutrientes extraiacuteda pelas hortaliccedilas durante a fase de muda varia

em funccedilatildeo da espeacutecie da variedade ou da cultivar e do prazo necessaacuterio para a formaccedilatildeo

13

O composto humificado ou curado eacute rico em nutrientes que passaram parcialmente

da forma orgacircnica para a forma mineral assimilaacutevel pelas raiacutezes e com maior teor

coloidal que atua como fertilizante e eacute responsaacutevel pela capacidade melhoradora do

solo (Barreto 1985)

Uma das principais alternativas em termos de adubaccedilatildeo orgacircnica eacute o

vermicomposto Ele eacute um adubo orgacircnico estaacutevel rico em nutrientes inodoro de

coloraccedilatildeo escura obtido a partir da atividade das minhocas que potencializam a mateacuteria

prima utilizada no processo (principalmente esterco de bovino) proporcionando

diversos benefiacutecios para as plantas (Timm 2000)

231 Efeitos da adubaccedilatildeo orgacircnica no solo

O solo funciona como um organismo vivo em 1 grama de solo saudaacutevel vive uma

comunidade bioloacutegica de aproximadamente 1 0 0 0 0 espeacutecies diferentes como minhocas

larvas besouros colecircmbolos aacutecaros algas bacteacuterias e fungos Estes organismos

necessitam de alimentos para viver principalmente carbono e nitrogecircnio que estatildeo

presentes na palhada das culturas e no esterco de animais Em funccedilatildeo disso eacute

importante que o solo tenha um determinado teor de mateacuteria orgacircnica para fornecer os

alimentos e energia que os microacutebios precisam para viver (Paulus et al 2001)

O homem atraveacutes dos diferentes sistemas de preparo do solo e cultivos contiacutenuos

ou natildeo altera o comportamento do mesmo em relaccedilatildeo agraves reaccedilotildees quiacutemicas

propriedades fiacutesicas como capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua lixiviaccedilatildeo de nutrientes

erosatildeo e como consequumlecircncia afeta a qualidade de organismos presentes no solo (Brady

1999) reduzindo paulatinamente o teor de mateacuteria orgacircnica (Primavesi1982)

Nos uacuteltimos anos tem-se observado em diferentes paiacuteses a ampliaccedilatildeo do uso de

adubos orgacircnicos Alguns apresentam oacutetimos resultados enquanto outros se mostram

tecnicamente inadequados Os principais adubos orgacircnicos encontrados no mercado satildeo

fertilizantes orgacircnicos de origem animal compostos de lixo urbanos compostos de

produtos industriais e huacutemus de minhoca Nestes fertilizantes estatildeo presentes a maioria

dos macronutrientes (nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre) e

micronutrientes (zinco cobre boro ferro cobalto)essenciais para as plantas e nem

sempre encontrados em muitos fertilizantes minerais bem como uma gama de

microorganismos que vatildeo beneficiar a fauna e a flora do solo (Brady 1979 Kiehl

1985 Costa 1985 Garcia 1997)

14

Os adubos orgacircnicos satildeo amplamente empregados nos sistemas de produccedilatildeo de

alface como condicionadores do ambiente quiacutemico e fiacutesico da rizosfera e

consequumlentemente na resposta bioloacutegica das plantas (Rodrigues amp Casali 1998)

Considerando as necessidades hortiacutecolas de maior competitividade e o fato de natildeo

ser subsidiada o crescimento populacional e a industrializaccedilatildeo representam fatores

determinantes na geraccedilatildeo diaacuteria de enormes volumes de resiacuteduos podendo ser utilizados

pelos produtores com um maior retomo econocircmico possiacutevel Ao mesmo tempo a

questatildeo ambiental assume cada vez mais destaque na sociedade moderna repercutindo

em poliacuteticas governamentais bem como no setor produtivo do paiacutes e do mundo

fazendo com que a relaccedilatildeo do homem com a natureza seja repensada (Morselli 2001)

232 Efeitos da adubaccedilatildeo orgacircnica nas culturas

Segundo Paulus et al (2001) a mateacuteria orgacircnica tambeacutem eacute fonte de nutrientes

especialmente nitrogecircnio foacutesforo enxofre e micronutrientes aleacutem disso tem

capacidade de ldquoprenderrdquo micronutrientes e alguns elementos toacutexicos para as plantas

como o alumiacutenio Por exemplo os micronutrientes depois de presos satildeo liberados

lentamente no solo onde satildeo gradativamente aproveitados pelas plantas

O uso dos fertilizantes minerais elevam o custo de produccedilatildeo pois satildeo necessaacuterias

altas doses para o fornecimento dos teores de nutrientes demandados Por isso eacute

importante a geraccedilatildeo de tecnologias que poupem o consumo de fertilizantes minerais

desejaacutevel com vista agrave diminuiccedilatildeo do custo de produccedilatildeo (Rodrigues 1984) A produccedilatildeo

de hortaliccedilas sob a orientaccedilatildeo agroecoloacutegica leva em consideraccedilatildeo natildeo apenas os custos

de produccedilatildeo como tambeacutem a dependecircncia dos insumos principalmente quando se

considera a ldquoteoria da trofobioserdquo pelos efeitos maleacuteficos que os nutrientes prontamente

assimilaacuteveis podem causar as plantas (Chaboussou 1987)

Para Compagnoni amp Putzolu (1985) o vermicomposto eacute um autecircntico fertilizante

bioloacutegico que atua como corretivo do solo determinando caracteriacutesticas importantes

para a microflora pelos aacutecidos huacutemicos e as substacircncias fitoestimulantes Os autores

consideram ainda que as dejeccedilotildees das oligoquetas proporcionam a formaccedilatildeo de huacutemus

permitindo melhorar o solo razatildeo pela qual satildeo destinados agrave horticultura com oacutetimas

vantagens fiacutesicas e microbioloacutegicas enriquecendo a camada araacutevel

Em experimentos desenvolvidos durante cinco anos para avaliar o efeito da

aplicaccedilatildeo de compostos eou adubos nas culturas de alface manjericatildeo espinafre e

15

pepino Valenzuela amp Crosby (1998) compararam as produccedilotildees obtidas com composto

e a fertilizaccedilatildeo padratildeo e concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo do composto em 20 Mg ha 1 mais

N-quiacutemico foi o melhor tratamento em todas as culturas estudadas

233 Plantas de cobertura do solo

As plantas mais usadas para adubaccedilatildeo de cobertura do solo satildeo as leguminosas

pois estas tecircm a capacidade de fixar o nitrogecircnio atmosfeacuterico e disponibiliza-lo agrave

cultura Primavesi (1992) cita que utilizando-se mucuna ervilhaca feijatildeo-de-porco

feijatildeo-miuacutedo crotalaacuteria e outras natildeo haacute necessidade de utilizar tanto nitrogecircnio em

cobertura embora natildeo se dispense uma calagem mais frequumlente pois ocorre um pouco

de acidificaccedilatildeo no solo como com qualquer adubaccedilatildeo nitrogenada Segundo a mesma

autora algumas leguminosas tecircm a capacidade de mobilizar o foacutesforo como o caupi

(feijatildeo-miuacutedo) outras mobilizam o caacutelcio como tremoccedilo

Para Brady (1999) a adubaccedilatildeo verde traz grandes benefiacutecios como suprimento de

mateacuteria orgacircnica sendo consideraacutevel a quantidade de resiacuteduos orgacircnicos devolvidos ao

solo adiccedilatildeo de nitrogecircnio nutrientes e conservaccedilatildeo do solo

Calegari (1998) comenta que quanto aos aspectos fiacutesicos os resiacuteduos tendem a

contribuir para uma melhoria da estrutura do solo percebida pelo aumento da

estabilidade dos agregados em aacutegua aumento da capacidade de retenccedilatildeo hiacutedrica

elevaccedilatildeo dos iacutendices de infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo aumento da porosidade melhor

aeraccedilatildeo e diminuiccedilatildeo da densidade do solo

De acordo com Timm (2000) o papuatilde eacute uma excelente alternativa como cobertura

de solo para o cultivo miacutenimo da cebola pois na eacutepoca do transplante das mudas seu

ciclo vegetativo estaacute completo natildeo necessitando o dessecamento outra vantagem eacute que

o papuatilde apresenta bom controle com relaccedilatildeo agraves plantas invasoras da cebola reduzindo

ao longo dos anos o nuacutemero de capinas e a aplicaccedilatildeo de herbicidas

234 Adubaccedilatildeo foliar

Segundo Malavolta (1981) a utilizaccedilatildeo da adubaccedilatildeo foliar eacute complemento da

adubaccedilatildeo de solo natildeo substituto da mesma no que diz respeito ao fornecimento de

nitrogecircnio foacutesforo e potaacutessio para as culturas Da mesma maneira que as raiacutezes podem

perder para o solo parte dos elementos absorvidos as folhas tambeacutem o fazem pela accedilatildeo

16

de fatores internos (desordem fisioloacutegica estado nutricional etc) e externos (chuvas

orvalho nutriccedilatildeo do sistema radicular luz temperatura etc)

Para Chaboussou (1987) as plantas adquirem o maacuteximo de resistecircncia bioloacutegica

atraveacutes da nutriccedilatildeo (trofos) equilibrada Obviamente para que isto ocorra eacute necessaacuterio

que o solo esteja em equiliacutebrio dinacircmico o ambiente seja o mais estaacutevel e as plantas

selecionadas ou melhor adaptadas para poderem suportar as alteraccedilotildees extemporacircneas

ocasionadas pelos fenocircmenos meteoroloacutegicos e nas fases fonoloacutegicas criacuteticas do

crescimento e desenvolvimento (Pinheiro amp Barreto 2000)

O lixiviado das folhas enriquece as camadas superiores do solo e tende a

contrabalanccedilar as perdas de zonas mais profundas e mais distantes acumulando-os nas

suas proximidades tambeacutem influencia o nuacutemero e o comportamento dos

microrganismos que por sua vez alteram o processo de gecircnese do solo sua textura e

fertilidade A lixiviaccedilatildeo assim se toma importante no desenvolvimento da sucessatildeo

ecoloacutegica devido agrave ciclagem de elementos (Malavolta 1980)

Conforme Camargo (1975) a utilizaccedilatildeo de adubos foliares substitui parcialmente

a adubaccedilatildeo radicular em 20 a 25 podendo ser utilizada em varias pulverizaccedilotildees

24 Vermicompostagem

E o processo que consiste em se submeter diferentes resiacuteduos orgacircnicos de

origem animal eou vegetal aos processos fermentativos e humificaccedilatildeo adicionando

minhocas do gecircnero Eiseina espeacutecie foetida ao material procurando obter um produto

curado em aproximadamente 45 - 60 dias (Compagnoni amp Putzolu 1985)

A vermicompostagem firmou-se no Brasil como atividade rentaacutevel produzindo

adubo de alta qualidade na deacutecada de 90 Na agricultura brasileira contudo haacute

preferecircncia pelos adubos quiacutemicos em funccedilatildeo de sua aquisiccedilatildeo financiada menor custo

e retomo imediato embora o impacto de seu uso contiacutenuo sobre o solo e os

microorganismos que nele vivem seja negativo (Tagliari amp Grassmann 1995)

Segundo Morselli (2002) a vermicompostagem difere da compostagem

convencional dentre outros pocircr formar substacircncias huacutemicas mais rapidamente ao sofrer

passagem pelo trato digestivo das minhocas A alirdentaccedilatildeo destas satildeo basicamente os

estercos e a disponibilidade desta mateacuteria prima bem como de ambiente protegido para

proceder a compostagem correta deste material satildeo indispensaacuteveis

17

Segundo Kiehl (1985) e Martinez (1990) o vermicomposto apresenta as seguintes

vantagens em relaccedilatildeo a compostagem permite a formaccedilatildeo de um produto curado em

menor espaccedilo de tempo promove a formaccedilatildeo de um material com maior

disponibilidade de nutrientes facilita o peneiramento natildeo havendo a necessidade de

revolvimento do material oferece vaacuterias fontes de renda pois aleacutem do huacutemus fornece

minhocas e raccedilatildeo e quando aplicado ao solo tende a melhorar as propriedades fiacutesicas

quiacutemicas e bioloacutegicas

241 Resiacuteduos utilizados na vermicompostagem

2411 Resiacuteduos de origem animal

Segundo Bureacutes (1997) o esterco eacute uma mistura de fezes urina e camas que

podem estar constituiacutedas de palhas folhas secas serragem turfa casca de arroz e ateacute

terra Esse apresenta pH neutro e densidade que varia de 030 a 090 Kg dm3 segundo

seu estado de decomposiccedilatildeo Eacute influenciado por vaacuterios fatores como espeacutecie animal

raccedila idade alimentaccedilatildeo material utilizado como cama e tratamento da mateacuteria-prima

esterco (Kiehl 1985) Dentre os fatores apontados um dos mais importantes eacute a

alimentaccedilatildeo do animal quanto mais rica a alimentaccedilatildeo mais rica seraacute as dejeccedilotildees

(Gnoatto 1999) O volume de bacteacuterias vivas ou mortas encontradas no esterco

representam 20 a 30 do total delas se originam grande parte do nitrogecircnio sob a

forma de proteiacutena (Morselli 2002)

A origem do material utilizado para a produccedilatildeo de vermicomposto eacute fundamental

pois soacute uma mateacuteria-prima de qualidade resultaraacute em um produto final de boa qualidade

Dentre os estercos o de aves eacute empregado empiricamente na adubaccedilatildeo de culturas

permanente ou natildeo com excelentes resultados apesar de sua simples composiccedilatildeo

meacutedia 2 de nitrogecircnio 2 de foacutesforo como P2 0 5 e 1 de K2 0 Poreacutem haacute uma

grande variaccedilatildeo na sua constituiccedilatildeo a qual dependeraacute do manejo animal atraveacutes das

camas finalidade da criaccedilatildeo e natureza das camas (Morselli 2002)

2412 Resiacuteduos de origem vegetal

A mateacuteria orgacircnica pode ser preservada no solo por vaacuterios processos seja pela

simples incorporaccedilatildeo de resiacuteduos de culturas rotaccedilatildeo de culturas adubaccedilatildeo verde ou

18

pela adiccedilatildeo de materiais orgacircnicos capazes de elevar e manter a produtividade do solo

Da decomposiccedilatildeo dos resiacuteduos orgacircnicos adicionados ao solo resulta a liberaccedilatildeo de

grande quantidade de nutrientes principalmente o nitrogecircnio o potaacutessio e o enxofre

Aleacutem disso diversos atributos quiacutemicos e fiacutesicos do solo satildeo alterados pela

decomposiccedilatildeo desses resiacuteduos destacando-se o aumento da capacidade de troca de

caacutetions o aumento da retenccedilatildeo de aacutegua a melhoria da estabilidade dos agregados e da

aeraccedilatildeo (Fraser1963 Malavolta 1981 Mello et al 1983 Bonilla 1992)

Segundo Purcino (1981) quando a relaccedilatildeo CN eacute menor que 30 como no caso do

esterco de curral ou da palha de leguminosas a disponibilidade de nitrogecircnio eacute

imediata mas acima deste valor ocorre imobilizaccedilatildeo crescente deste nutriente Por esse

motivo estes materiais devem ser submetidos a uma degradaccedilatildeo bioloacutegica antes de

serem adicionados ao solo

25 Biofertilizantes

No Brasil ocorrem problemas crescentes com materiais derivados de sistemas

intensivos de criaccedilatildeo animal que acumulam resiacuteduo^ orgacircnicos com graves problemas

de contaminaccedilatildeo de cursos de aacutegua que na maioria das vezes se acumulam em um

uacutenico lugar e natildeo satildeo reciclados (Viglizzo 1995)

Visando amenizar tais situaccedilotildees os meacutetodos alternativos de adubaccedilatildeo controle de

doenccedilas pragas e plantas indesejaacuteveis tecircm sido muito estudado Dentro dessa linha de

pesquisa destaca-se o uso de mateacuteria orgacircnica atraveacutes tanto de sua incorporaccedilatildeo ao

solo como de sua transformaccedilatildeo para uso posterior na forma de biofertilizantes

(Khatounian 1997 Bettiol et al 1997)

Na complexa e elevada comunidade microbiana dos biofertilizantes encontram-se

bacteacuterias fungos leveduriformes filamentosos e actinomicetos (Bettiol apud Penteado

1999)

O agregado de macro e micronutrientes periodicamente ativa e enriquece a

fermentaccedilatildeo O uso de farinha de rocha tem sido vantajoso por ter baixo custo

comparado com os sais concentrados e purificados aleacutem de trazer alguns elementos

traccedilos de vital importacircncia para os microrganismos do solo como por exemplo o Gaacutelio

o Iodo e o Vanaacutedio (M1BASA 199-) O agregado de farinha de rocha ou sais

purificados ao fermentado faz com que estes nutrientes passem a fazer parte dos

microrganismos ou dos produtos orgacircnicos liberados durante a fermentaccedilatildeo sendo que

19

o ataque dos microrganismos atraveacutes de suas enzimas consegue liberar os elementos natildeo

atacados pelos aacutecidos industriais (Pinheiro amp Barreto 2000)

Os biofertilizantes tecircm sido empregados na agricultura ecoloacutegica como adubo

foliar para aumentar a resistecircncia contra pragas e doenccedilas Aleacutem disso o processo de

produccedilatildeo eacute bastante simples e por isso eacute viaacutevel sua produccedilatildeo na propriedade desde que

tenha esterco disponiacutevel (Penteado 1999)

Bettiol et al (1997) verificaram a presenccedila de diferentes espeacutecies de fungos

fiacutelamentosos e leveduriformes e bacteacuterias entre elas Bacillus spp na comunidade

microbiana do biofertilizante produzido segundo meacutetodo adotado pelo Centro de

Agricultura Ecoloacutegica Ipecirc Os autores verificaram ainda uma reduccedilatildeo da comunidade

microbiana ao longo da digestatildeo reduccedilatildeo essa mais acentuada logo apoacutes o acreacutescimo

dos sais contendo micronutrientes A accedilatildeo dos sais pode ser tanto por aumento na

pressatildeo osmoacutetica quanto pelo efeito direto sobre os microrganismos Para o controle de

doenccedilas de plantas satildeo importantes a presenccedila dos metaboacutelitos produzidos pelos

organismos presentes no biofertilizante e os proacuteprios microrganismos vivos

Os microrganismos transformam o material orgacircnico (esterco soro de leite caldo

de frutas palhas restos industriais etc) e cinzas produzindo vitaminas aacutecidos e sais

complexos importantes para regular e tonificar o metabolismo das plantas impedindo o

desenvolvimento de pragas e doenccedilas (Pinheiro amp Barreto 2000)

Em estudos feitos com o biofertilizante liacutequido de bovinos foi observado a

presenccedila de inuacutemeros microorganismos como bacteacuterias leveduras e bacilos

principalmente do Bacillus subtilis Estes microorganismos sintetizam substacircncias

antibioacuteticas as quais demonstram ter grande accedilatildeo e eficiecircncia como substacircncias

fungiostaacuteticas e bacteriostaacuteticas de fitopatoacutegenos causadores de danos em lavouras

comerciais (Penteado 1999)

Aldrighi et al (2002) realizaram trabalho na UFPel relacionado agrave nutriccedilatildeo de

mudas de tomate (Floradade) produzidas no sistema ldquofloatingrdquo Utilizaram-se doses de

0 2 5 e 10 para o biofertilizante Super Magro e 0 e 1 para a urina de vaca

Concluiacuteram que estes natildeo interferem na produccedilatildeo das mudas e que provavelmente foi

influenciado pelo substrato utilizado (vermicomposto 75 e casca de arroz carbonizada

25) bem como o sistema de produccedilatildeo (floating)

Paglia et al (2002) citam que eacute possiacutevel produzir mudas de tomate (cultivar

Floradede) utilizando urina de vaca e biofertilizante Super Magro na aacutegua em sistema

ldquofloatingrdquo em trabalho realizado na UFPel O uso da urina de vaca a 1 e 5 e

20

biofertilizante Super Magro a 6 proporcionam uma elevaccedilatildeo do foacutesforo bem como o

Super Magro a 6 eleva os teores de Mg e Ca na aacutegua

251 Urina de vaca

As urinas de vaca contecircm nutrientes favoraacuteveis ao bom desenvolvimento das

plantas como potaacutessio soacutedio nitrogecircnio enxofre magneacutesio caacutelcio foacutesforo e traccedilos de

outros elementos Nas plantas funciona como um fertilizante natural tomando-as mais

resistentes ao ataque das pragas e doenccedilas Satildeo encontradas tambeacutem na urina outras

substacircncias como fenoacuteis e principalmente o catecol que esta associado agrave recuperaccedilatildeo

de plantas atacadas por fitopatoacutegenos por ser um produto anti-seacuteptico (Penteado 1999)

Para seu emprego a urina receacutem coletada deve ser armazenada sob condiccedilotildees

ambientais por trecircs dias para que se forme amocircnio importante produto a ser absorvido

pelas plantas Recomenda-se ainda que o armazenamento deva ser feito em recipiente

fechado para que natildeo ocorram perdas de nitrogecircnio Desta forma poderaacute permanecer

por ateacute um ano sem comprometer sua eficiecircncia

Em hortaliccedilas o uso da urina de vaca eacute recomendado em pulverizaccedilotildees foliares

semanais na concentraccedilatildeo de 05 para tomateiro pimentatildeo pepino feijatildeo vagem e

couve ou quinzenais a 1 para as culturas do quiabeiro jiloeiro e berinjela Para

fruteiras em geral a primeira aplicaccedilatildeo deve ser na concentraccedilatildeo aproximada de 5

realizada diretamente no solo e mensalmente devem ser realizadas pulverizaccedilotildees

foliares a 1 para plantas jovens e a 5 para plantas adultas (Penteado 1999)

Na aplicaccedilatildeo foliar deve-se ter cuidado com folhas e brotos novos e considerar que

o uso contiacutenuo pode ser toacutexico podendo afetar o solo causando a sua acidificaccedilatildeo

(Penteado 1999)

Na Estaccedilatildeo Experimental da PESAGRO no municiacutepio de Macaeacute Rio de Janeiro

estaacute se utilizando a urina de vaca leiteira Os pesquisadores descobriram que a urina de

vaca em lactaccedilatildeo produzia o efeito de recuperar plantas de abacaxi atacadas por uma

doenccedila conhecida como ldquofusairioserdquo Essa doenccedila quando ataca o abacaxi causa

perdas de ateacute 70 da safra Todos os agrotoacutexicos testados natildeo conseguiram controlar a

doenccedila Isto eacute um exemplo para que a universidade tenha uma nova percepccedilatildeo (Capra

1996) adotando medidas efetivas que contribuam na transiccedilatildeo agroecoloacutegica Com o

uso da urina de vaca leiteira numa lavoura de abacaxi atacada pela fusariose observou-

se agrave recuperaccedilatildeo do stand e os frutos produzidos apresentaram excelente padratildeo

21

comercial Descobriu-se que aleacutem funcionar como adubo e defensivo natural a urina de

vaca leiteira tambeacutem favorece a floraccedilatildeo de muitas plantas e pode ser usada no

tratamento de frutos e tubeacuterculos depois da colheita

A urina de vaca em lactaccedilatildeo tambeacutem estaacute sendo usada nas lavouras de cafeacute em

plantaccedilotildees de maracujaacute coco alface e outras hortaliccedilas Na regiatildeo centro-sul do Paranaacute

os agricultores estatildeo aplicando a urina de vaca leiteira nas lavouras de feijatildeo soja

batata cebola e milho (Penteado 1999)

252 Alhol

A maioria dos defensivos alternativos tais como calda bordalesa sulfocaacutelcica

aacutegua de cinza e cal biofertilizante enriquecido extrato de fumo entre outros precisa

ser misturada com um espalhante adesivo para quebrar a tensatildeo superficial da gota e

propiciar um melhor molhamento das folhas e demais partes pulverizadas assegurando

uma absorccedilatildeo mais efetiva e uma melhor accedilatildeo sobre as pragas e doenccedilas Quando as

gotas permanecem inteiras sobre a superfiacutecie folhar devido agrave falta de espalhante

adesivo pode-se danificar os tecidos vegetais pelc efeito-lente quando o sol incide

sobre elas Aleacutem disso a gota por natildeo se espalhar sobre toda superfiacutecie folhar

concentra nela e consequumlentemente sobre o tecido que estaacute em contato com ela uma

quantidade maior do produto aplicado Essa maior concentraccedilatildeo pode prejudicar a

absorccedilatildeo e lesionar os tecidos principalmente apoacutes a evaporaccedilatildeo da aacutegua contida na

gota por resultar em uma maior concentraccedilatildeo de sais no local especialmente quando se

aplicam por exemplo calda sulfocaacutelcica bordalesa biofertilizante enriquecido com

macro e micronutrientes (Claro 2001)

O alhol eacute um espalhante adesivo ecoloacutegico que tambeacutem auxilia no controle de

pragas E elaborado com aacutegua alho oacuteleo vegetal e sabatildeo neutro a partir da sabedoria

popular que menciona o alho como repelente de insetos Juacutenior Abreu amp Maiorano

(199-) indicam formulaccedilotildees contendo alho para o controle de pragas como nematoacuteides

(Meloidogyne incoacutegnita e M javanica) mosca do chifre lagarta na maccedilatilde pulgotildees

besouro da batata trips e para controle de doenccedilas fuacutengicas e bacterianas como miacuteldio

ferrugem fusariose helminthosporiose murchadeira (Pseudonamos solacearum)

bruzone do arroz (Pyricularia orysae) podridatildeo negra do repolho e couve-flor

(Xanthomonas campestris) Aleacutem disso o alho pelo seu bom teor em oacuteleo pode agir

tambeacutem como espalhante adesivo O sabatildeo tambeacutem eacute indicado como espalhante adesivo

22

e possui accedilatildeo contra certas pragas (pulgotildees) sendo que o oacuteleo vegetal eacute indicado no

controle de cochonilhas e usado como espalhante adesivo (Claro 2001)

253 Calda Bordalesa

A calda bordalesa eacute um tradicional defensivo agriacutecola que pode ser preparado na

propriedade com a mistura de sulfato de cobre cal virgem e aacutegua As concentraccedilotildees de

sulfato de cobre e cal satildeo distintas dependendo do objetivo do seu emprego

Geralmente diferem de acordo com o tipo de planta ou espeacutecie vegetal as condiccedilotildees

climaacuteticas o grau de infestaccedilatildeo da doenccedila e a fase de crescimento da planta Eacute indicada

para o controle de miacuteldio alternaacuteria botrytis e antracnose (Penteado 1999)

A calda bordalesa caracteriza-se pela sua importante accedilatildeo no controle de diversas

doenccedilas fungicas nas mais diversas espeacutecies de culturas Possui tambeacutem uma relativa

accedilatildeo bactericida e em alguns casos age como repelente de insetos Da mistura do

sulfato de cobre com a cal resulta uma soluccedilatildeo rica em macronutrientes e

micronutrientes Provavelmente os expressivos resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo da

calda bordalesa devam-se natildeo somente a sua accedilatildeo fuacutengica e bactericida mas sobretudo

agrave influecircncia positiva que exerce no metabolismo das plantas ativando o processo

enzimaacutetico e estimulando a proteossiacutentese aumentando a resistecircncia das plantas (Claro

2 0 0 1 ) caracteriacutestica fundamental na agricultura sustentaacutevel

254 Biofertilizante Super Magro

A calda Super Magro eacute produto da fermentaccedilatildeo de estercos animais enriquecidos

por micronutrientes e outros produtos de origem animal obtendo-se uma calda

biofertilizante para aplicaccedilatildeo foliar nas plantas (Penteado 1999) jaacute foram observados

bons resultados principalmente nas culturas de uva maccedila pecircssego tomate batata e

hortaliccedilas em geral

E indicado como fonte suplementar de micronutrientes para as plantas inibidor

de fungos e bacteacuterias causadores de doenccedilas e para aumentar a resistecircncia contra insetos

e aacutecaros (Penteado 1999) i

Muller (1999) avaliou a influecircncia do biofertilizante Super Magro sobre as

culturas de tomate (Lycopersicon esculentum Mill) ervilha (Pisum sativum L) e

beterraba (Beta vulgaris L) O autor obteve cultivos com baixa severidade de doenccedilas e

23

insetos fitoacutefagos possivelmente por causa do manejo orgacircnico de produccedilatildeo Os

resultados das pulverizaccedilotildees das soluccedilotildees foliares variaram conforme a cultura e o

clima

255 Biofertilizante MB4

A utilizaccedilatildeo das farinhas de rochas eacute uma das teacutecnicas mais modernas usadas nos

uacuteltimos anos na agricultura O elevado nuacutemero de nutrientes contidos no MB4 como

cobre zinco manganecircs cobalto soacutedio alumiacutenio silicatos de magneacutesio ferro e caacutelcio

acompanhado de foacutesforo potaacutessio e enxofre reagem com a soluccedilatildeo do solo liberando

elementos essenciais ao desenvolvimento da vida microbiana os quais exercem um

papel fundamental atraveacutes de transformaccedilotildees quiacutemicas e do equiliacutebrio bioloacutegico

favorecendo o desenvolvimento sadio das plantas (Pinheiro amp Barreto 2000)

24

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

31 Local de execuccedilatildeo do experimento

O presente trabalho foi conduzido no Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul

(FEPAGROSUL) no municiacutepio de Rio Grande nlt periacuteodo de 15 de maio a 26 de

agosto de 2 0 0 2

O solo eacute classificado como ldquoTuiardquo satildeo muito arenosos As massas aquaacuteticas do

Oceano Atlacircntico e Lagoa dos Patos influenciam ventos temperatura pressatildeo umidade

relativa e demais fatores climaacuteticos A topografia da regiatildeo litoracircnea eacute plana com

lenccediloacuteis freaacuteticos superficiais

32 Anaacutelise estatiacutestica

O experimento foi constituiacutedo em fatorial 3X3 (Quadro 1) com quatro repeticcedilotildees

no delineamento blocos ao acaso As variaacuteveis respostas foram submetidas agrave anaacutelise de

variaccedilatildeo e ao teste de Duncan a 5 de probabilidade para comparaccedilatildeo das meacutedias

utilizando-se o sistema SANEST (Zonta amp Machado 1984)

As anaacutelises estatiacutesticas das variaacuteveis estudadas encontram-se nos Apecircndices C D

Os resultados das respostas agronocircmicas e das determinaccedilotildees dos conteuacutedos dos

macronutrientes bem como os de raiz estatildeo nas tabelas de 1 a 3

25

As diferentes adubaccedilotildees seratildeo representadas durante a discussatildeo da seguinte

forma 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e EC

(60 t ha 1 de esterco de curral) 1 VB+SM+U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais

super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+SM+U+CB (45 t ha 1 de

vermicomposto mais super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa)

EC+SM+U+CB (60 t ha 1 de esterco de curral mais super magro mais urina de vaca

mais calda bordalesa) 1 VB+MB4 +U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais MB4 mais

urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+MB4 +U+CB (45 t ha 1 de vermicomposto

mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa) EC+MB4 +U+CB (60 t ha 1 esterco

de curral mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa)

QUADRO 1 Descriccedilatildeo dos fatores experimentais e respectivos niacuteveis

Niacuteveis Fator 1 ADUBACcedilAtildeO DE BASE

0 1 Vermicomposto (30 t ha1)

0 2 Vermicomposto (45 t ha1)

03 Esterco de curral (60 t ha1)

Niacuteveis Fator 2 BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS

0 1 Super magro (5) + Urina de Vaca + Calda Bordalesa

0 2 MB4 (10) + Urina de vaca + Calda Bordalesa

03 Ausecircncia (testemunha)

33 Tratamentos

Da combinaccedilatildeo entre niacuteveis e fatores foram obtidos 9 tratamentos que estatildeo

descritos no Quadro 2 bem como as doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

26

QUADRO 2 Tratamentos e doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

TRATAMENTOS

Ndeg FATOR I FATOR II

0 1 30 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

0 2 30 t harsquo de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

03 30 t ha de vermicomposto - - -

04 45 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

05 45 t ha de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

06 45 t ha de vermicomposto - - -

07 60 t hade esterco Super Magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

08 60 t hade esterco MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

09 60 t hade esterco - - -

Cada parcela foi constituiacuteda por dois canteiros medindo 1 m de largura x 2 m de

comprimento perfazendo 075 m de aacuterea de aacuterea uacutetil (025 m de bordadura) Foi

utilizando semeadura a lanccedilo com densidade de 24 g canteiro1

O vermicomposto a urina de vaca o esterco de curral o alhol os biofertilizantes e

a calda bordalesa foram de procedecircncia do Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul O

vermicomposto de esterco bovino misturado agraves cascas de frutas foi processado pela

minhoca vermelha califomiana Eisenia foetida)

O biofertilizante Super Magro foi elaborado segundo a metodologia descrita pela

FEPAGROSUL utilizando-se os seguintes componentes 190 litros de aacutegua 22 litros

de leite 55 Kg de accediluacutecar mascavo 30 Kg de esterco fresco de bovinos 2 Kg de

Sulfato de zinco 2 Kg de sulfato de magneacutesio 2 Kg de cloreto de caacutelcio 1 Kg de aacutecido

boacuterico 300 g de sulfato de cobre 300 g de sulfato de ferro 300 g de sulfato de

manganecircs 100 g de molibdato de soacutedio 50 g de sulfato de cobalto 3 Kg de fosfato

natural 3 Kg de cinza e 200 g de farinha de osso

A urina de vaca em lactaccedilatildeo foi coletada pela manhatilde e armazenada em recipiente

fechado por trecircs dias em condiccedilotildees ambientais para que se formasse a amocircnia e natildeo

ocorresse perda de nitrogecircnio

28

Realizaram-se duas capinas manuais durante o experimento e em seguida como

cobertura se colocou casca de arroz Tambeacutem foi aplicado esterco de aves 30 dias antes

da colheita na quantidade de 05 Kg canteiro 1 como adubaccedilatildeo de cobertura

As pulverizaccedilotildees com os produtos iniciaram apoacutes 15 dias da germinaccedilatildeo

Realizou-se sete aplicaccedilotildees sendo que as duas primeiras foram feitas apenas com

Super Magro e MB4 Na terceira e na quarta aplicaccedilatildeo utilizou-se urina de vaca e calda

bordalesa em concentraccedilotildees menores (05 e 025 respectivamente) e na quinta

aplicaccedilatildeo as dosagens de urina de vaca e calda bordalesa foram elevadas para 1 0 e

05 respectivamente ateacute o final do experimento O alhol foi utilizado a partir da

terceira pulverizaccedilatildeo na quantidade de 2 e seguiu ateacute o final no dia 26 de agosto

quando as mudas foram colhidas e posteriormente analisadas as variaacuteveis

35 Observaccedilotildees agronocircmicas

Foram utilizadas 20 mudas de cebola para obtenccedilatildeo das meacutedias das variaacuteveis as

quais foram as seguintes

351 Fitomassa fresca da parte aeacuterea e raiacutezes

Foi realizada atraveacutes de uma balanccedila digital procedendo-se a pesagem de 20

mudas de cebola previamente lavadas e posteriormente secadas durante uma hora sobre

um tecido de algodatildeo agrave temperatura ambiente Processo idecircntico foi adotado com as

raiacutezes

352 Fitomassa seca da parte aeacuterea e raiacutezes

Esta variaacutevel foi obtida a partir da secagem preliminar em estufa de ar forccedilado

durante 48 horas a 65 C ateacute peso constante com posterior pesagem em balanccedila

analiacutetica

353 Altura da muda

A altura de muda foi medida a partir do colo das plantas ateacute sua uacuteltima folha

(ponto de crescimento) com uma reacutegua graduada de 40 cm

29

354 Diacircmetro do colo das plantas

Esta medida foi realizada no ponto de transplante a 2 mm das raiacutezes e utilizando-

se um paquiacutemetro SOMET

355 Sistema radicular

Ao teacutermino do experimento foram retiradas as raiacutezes das mesmas plantas que foram

utilizadas para as determinaccedilotildees realizadas na parte aeacuterea procedendo-se uma amostra

de solo com raiacutezes de 2 0 cm de largura x 2 0 cm de comprimento e 2 0 cm de altura

totalizando 8000 cm3

As raiacutezes apoacutes serem lavadas em aacutegua corrente foram pesadas acondicionadas em

sacos plaacutesticos e congeladas para posteriores anaacutelises pelo meacutetodo de Tennant (1975)

para a determinaccedilatildeo do comprimento e densidade

3551 Comprimento de raiz

Utilizou-se para a determinaccedilatildeo do comprimento de raiz as seguintes foacutermulas

1 = ndeg x 1114 x 1 onde

1 - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 0 0 2 g

ndeg - nuacutemero de intercessotildees das raiacutezes com os lados da quadriacutecula da malha do

aparelho

1114 - constante

1 - medida lateral da quadriacutecula em cm

Tomando-se a fiacutetomassa seca e o comprimento da raiz da cada amostra

relacionou-se com a fiacutetomassa seca e o comprimento total da raiz da planta aplicando-

se a seguinte equaccedilatildeo

L = (FSR x 1) FSPA onde

L - comprimento total da raiz da planta (m)

FSR - fiacutetomassa seca de raiz

FSPA - fiacutetomassa seca da parte aeacuterea

L - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 002g

3552 Densidade de raiz

A densidade foi determinada pela foacutermula

D = L 8000 onde

D - densidade de raiacutezes (m cm3)

30

L - comprimento total de raiacutezes (m)

8 0 0 0 - volume da amostra (cm3)

3553 Razatildeo parte aeacutereasistema radicular

Este paracircmetro foi obtido pela equaccedilatildeo

RPASR = FSPA FSR onde

RPASR - razatildeo parte aeacuterea sistema radicular

FSPA - fitomassa seca da parte aeacuterea

FSR - fitomassa seca do sistema radicular

36 Determinaccedilatildeo de macronutrientes no tecido vegetal

Os macronutrientes nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio foram

determinados no laboratoacuterio de Fertilidade e Anaacutelise de Plantas do Departamento de

Solos da UFPel atraveacutes dos meacutetodos descritos por Tedesco amp Gianello (1996)

31

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 Anaacutelise das variaacuteveis

A anaacutelise da variaccedilatildeo mostrou que houve diferenccedila significativa na interaccedilatildeo entre

os fatores de adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes liacutequidos com exceccedilatildeo da variaacutevel altura

de planta para a qual somente a adubaccedilatildeo de base mostrou-se significativa (Apecircndices

C D e E Tabelas 1C 1D e 1E)

411 Anaacutelise da parte aeacuterea

Na Tabela 1 destacaram-se as adubaccedilotildees EC+SM+U+CB EC+MB4 +U+CB e EC

que diferiram significativamente das demais adubaccedilotildees para as variaacuteveis fiacutetomassa

fresca da parte aeacuterea (FFPA) fiacutetomassa seca da parte aeacuterea (FSPA) altura de planta

(AP) e diacircmetro do colo (DC)

32

TABELA 1 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

30 t ha de vermicomposto 7015 c A45 t halsquo de vermicomposto 7824 b B60 t ha de esterco de curral 12248 a C

30 t ha de vermicomposto 667 c A45 t ha de vermicomposto 752 b A60 t ha de esterco de curral 1150a C

30 t ha de vermicomposto 2975 b A45 t harsquo de vermicomposto 2775 b A60 t ha de esterco de curral 3600 a B

30 t ha de vermicomposto 631 b A45 t ha de vermicomposto 6 2 2 b B60 t ha de esterco de curral 741 a C

-Fitomassa fresca (g)----------------6270 c B 6885 b A8832 b A 6308 c C

15082 a A 13934 a BmdashFitomassa seca (g)----------------

625 c A 655 b A830 b A 607 b B

1345 a A 1262 a B-Altura de planta (cm)----------------

2950 b A 3050 b A2937 b A 2950 b A 3975 a A 3622 a B

-Diacircmetro de colo (mm)---------------592 c B 599 b B 657 b A 609 b B 819a A________ 793a B

Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

O efeito positivo do esterco bovino pode ser atribuiacutedo agraves melhorias nas condiccedilotildees

fiacutesicas do solo por ele proporcionado Segundo Primavesi (1982) e Compagnoni amp

Putzolu (1985) o esterco bovino apresenta propriedades condicionadoras do solo dando

agraves plantas melhores condiccedilotildees de desenvolvimento elevando sobremaneira os

conteuacutedos de fitomassa fresca das plantas que refletiratildeo nas demais respostas

agronocircmicas

Analisando as adubaccedilotildees de base em relaccedilatildeo aos biofertilizantes observa-se que

para os tratamentos 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) - natildeo houve influecircncia dos

biofertilizantes para as variaacuteveis FSPA e AP enquanto destacou-se o SM+U+CB para o

DC e SM+U+CB e ausecircncia da adubaccedilatildeo liacutequida para a FFPA mostrando que o uso

dos biofertilizantes natildeo influenciou esta variaacutevel 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) -

verificou-se a eficiecircncia do uso do MB4 +U+CB para as variaacuteveis FFPA e DC Para a

variaacutevel FSPA destacaram-se os dois biofertilizantes utilizados jaacute para AP natildeo houve

33

influecircncia destes EC (60 t ha 1 de esterco de curral) - em todas as variaacuteveis observadas

na tabela 5 as respostas foram significativas utilizando MB4 +U+CB

As respostas encontradas no presente trabalho para as variaacuteveis AP e FSPA foram

superiores as obtidas por Dalponte (1990) quando utilizado 0 esterco de curral para

produccedilatildeo de mudas de cebola

Segundo Filgueira (2000) os solos da regiatildeo produtora de cebola do RS satildeo

pobres em foacutesforo disponiacutevel (15 mg Kg1) necessitando portanto de adubaccedilotildees

fosfatadas elevadas As respostas aqui obtidas podem ser justificadas pelos teores de

foacutesforo contido no MB4

Follet et al (1981) citam a importacircncia do uso de compostos orgacircnicos no solo

enfatizando os estercos no sentido da decomposiccedilatildeo continuada no fornecimento de

nutrientes e na liberaccedilatildeo lenta e gradual de aacutecidos orgacircnicos influenciando a liberaccedilatildeo

do foacutesforo O que provavelmente pode ser atribuiacutedo agraves respostas encontradas no

presente trabalho para 0 tratamento Esterco de curral mais MB4 e Urina mais Calda

Bordalesa

E importante destacar que 0 sistema de produccedilatildeo de mudas de cebola sob uma

perspectiva agroecoloacutegica mostra-se eficiente quando visualmente natildeo percebe-se

diferenccedila significativa entre os tratamentos (Apecircndice F Figura 2)

Conveacutem ressaltar que quando trabalhamos com agroecologia natildeo existem

receitas nem pacotes tecnoloacutegicos prontos Cada situaccedilatildeo deveraacute ser estudada em

particular para que se faccedila recomendaccedilotildees adequadas ao ambiente local uma vez que

as plantas se adaptam ao meio estando a nutriccedilatildeo encarregada de proteger e manter o

equiliacutebrio do organismo vegetal em funccedilatildeo das alteraccedilotildees externas

E fundamental que se compreenda os princiacutepios norteadores de todo o processo

que satildeo as bases da luta por uma sociedade mais justa dentro de um mundo econocircmico e

ambientalmente mais sustentaacutevel

412 Anaacutelise do sistema radicular

Os resultados obtidos nas anaacutelises do sistema radicular (Tabela 2) mostram

diferenccedilas significativas entre as adubaccedilotildees para as variaacuteveis fitomassa fresca de raiz

(FFR) fitomassa seca de raiz (FSR) comprimento de raiz (CR) razatildeo parte

aeacutereasistema radicular (RPASR) e densidade de raiz (DR)

34

TABELA 2 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade de

raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAO DE BASE

S Magro + MB4 +Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

1540 c A 1576 b B 2427 a A

Fitomassa fresca (g)----------------1502 c B 1517 b AB 1658 b A 1446 c C 2336 a B 2360 a B

--------------------Fitomassa seca (g)-------------------196 b A 207 ab A 170 b A170 b A 199 b A 192 b A 344 a A 249 a B 327 a A

Comprimento de raiz(cm)---------------1237 b A 1158 b A 1158 a A1237 b A 1060 c B 1040 b B1433 a A 1296 a B 1040 b C

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t halsquo 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha de vermicomposto 45 t ha de vermicomposto60 t ha~ de esterco de curral__________________________ _________________________Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

-----Razatildeo Parte AeacutereaSistema Radicular------340 b AB 301c B 384 a A446 a A 415 b A 326 a B339 b B 546 a A 388 a B

-------------- Densidade de raiz (m cm3)------------367 a AB 414 a A 325 b B282 b B 301b B 405 a A347 ab A 231c B 324 b A

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base destacou-se o EC (60 t ha 1 de esterco de curral)

para as variaacuteveis FFR e FSR Quando adicionado o SM+U+CB os resultados para FFR

foram ainda melhores bem como o CR As respostas obtidas para a RPASR foram

variadas em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees apresentando melhores resultados para 15 VB (45 t

ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB e ainda melhor para EC (60 t ha 1 de esterco de

curral)+MB4 +U+CB As adubaccedilotildees de base 1 VB 15 VB e EC natildeo diferiram entre si

As adubaccedilotildees mais eficientes para a variaacutevel DR foram 1 VB+SM+U+CV que natildeo

diferiu da EC+SM+U+CB I VB+ MB4 +U+CB e agrave 15 VB foram melhores entre as

demais

35

Analisando os biofertilizantes em relaccedilatildeo a cada adubaccedilatildeo de base verifica-se que

para a 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB destaca-se a variaacutevel FFR

poreacutem sem diferenccedila significativa de 1 VB os melhpres resultados para a variaacutevel DR

foram encontrados pelo tratamento 1 VB+MB4 +U+CB e 15 VB (45 t ha 1 de

vermicomposto) tambeacutem se considera eficiente o 1 VB+SM+U+CB que natildeo diferiu do

EC (esterco de curral) Quando se utilizou 15 VB+ MB4 +U+CB houve resposta

significativa para a variaacutevel FFR para FSR as respostas natildeo foram diferentes com a

aplicaccedilatildeo dos biofertilizantes para as variaacuteveis FSR e DR as adubaccedilotildees EC e

EC+SM+U+CB natildeo diferiram entre si

Embora as respostas estatiacutesticas tenham sido diferentes para as adubaccedilotildees

combinadas ou natildeo pode-se salientar a importacircncia do aacutecido indol-aceacutetico como jaacute

citado anteriormente para as variaacuteveis avaliadas na parte aeacuterea das mudas de cebola

Respostas semelhantes nesse sentido foram encontradas para a cultura da alface por

Quijano (1999) e Morselli (2001)

Pereira et al (2002) concluiacuteram em trabalho realizado com a cultivar de cebola

CNPF1 6400 em Minas Gerais que a utilizaccedilatildeo de 20 t ha de esterco de curral

proporcionou os melhores resultados para a produccedilatildeo de cebola

Silva Juacutenior amp Giorgi (1992) e Menezes Juacutenior (1998) citam que doses elevadas

de mateacuteria orgacircnica podem prejudicar a primeira fase da germinaccedilatildeo (embebiccedilatildeo) e

absorccedilatildeo de aacutegua pelas raiacutezes das placircntulas No entanto no presente trabalho este fato

natildeo ocorreu embora a dose de esterco utilizada tenha sido de 60 t ha 1 (dose maacutexima

recomendada segundo Nolla 1982)

413 Anaacutelise de macronutrientes no tecido vegetal

Os resultados dos conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio no

tecido vegetal sob diferentes adubaccedilotildees encontrados na Tabela 3 indicam mais uma

vez a superioridade da adubaccedilatildeo esterco com 0 uso ou natildeo de biofertilizantes

36

TABELA 3 Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob

uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS i J B

ADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesamg plantas1

---- Nitrogecircnio-----30 t ha de vermicomposto 16593 c AB 15451 c B 19050 b A45 t ha de vermicomposto 21444 b A 22888 b A 17852 b B60 t ha de esterco de curral 32606 a C 37593 a B 40816 a A

--------------- ------ Foacutesforo------- -------------30 t ha de vermicomposto 3098 c B 2802 c B 3999 b A45 t ha de vermicomposto 4109 b A 4135 b A 2788 c B60 t ha de esterco de curral 5300 a B 7577 a A 7565 a A

------- Potaacutessio------30 t ha de vermicomposto 24327 c A 19900 c B 24965 b A45 t ha de vermicomposto 29113b A 29812 b A 22031 b B60 t ha de esterco de curral 44070 a B 51976 a A 54101 a A

-------- Caacutelcio-------30 t ha de vermicomposto 5027 c A 4356 c A 4834 b A45 t ha de vermicomposto 6114b A 6963 b A 4379 b B60 t ha de esterco de curral 9030 a C 11451 a A 10331 a B

------Magneacutesio-----30 t ha de vermicomposto 1188 b A 914 c A 1202 b A45 t ha de vermicomposto 1231 b B 1582 b A 1176 b B60 t ha de esterco de curral 2136a B 2443 a A 2663 a AMeacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base observa-se que o melhor tratamento foi o

esterco de curral para todas as variaacuteveis Para 1 VB (30 t ha^ 1 de vermicomposto) natildeo

houve resposta diferenciada com o uso de bofertilizantes para todas as variaacuteveis A

adubaccedilatildeo 15 VB (45 t ha 1 de vemicomposto) foi influenciada pelos biofertilizantes

para as variaacuteveis N P K e Ca enquanto que para Mg somente o MB4+U+CB o

influenciou O EC (esterco de curral) mostrou diferenccedila significativa apenas para as

variaacuteveis Ca e Mg quando adicionado MB4+U+CB

Segundo Peixoto (2000) eacute fundamental a adiccedilatildeo de adubos orgacircnico no cultivo de

hortaliccedilas seja na forma de esterco decomposto composto ou huacutemus de minhoca de

37

modo a fornecer melhorias nas propriedades do solo vindo a disponibilizar os nutrientes

as diferentes culturas

O esterco fresco conteacutem muita cama celuloacutesica e um elevado teor de aacutegua No

esterco curtido a celulose jaacute estaacute decomposta o teor de aacutegua estaacute reduzido agrave metade e os

nutrientes em uma forma mais assimilaacutevel e mais concentrada O esterco fresco pode

causar uma deficiecircncia temporaacuteria de nitrogecircnio no solo ao se decompor o que natildeo

acontece com o biestabilizado (Kiehl 1985)Ocorre uma diminuiccedilatildeo inicial no volume

de aacutegua retido no esterco de curral diminui inicialmente em tomo de 3581 liberando

posteriormente somente 496 evidenciando a sua capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua

(Menezes Juacutenior 1998)

A utilizaccedilatildeo continuada de adubos nitrogenados minerais no solo altera o balanccedilo

do nitrogecircnio entre o solo e planta No meacutetodo biodinacircmico eacute sublinhada a importacircncia

dos adubos animais para o estabelecimento da fertilidade permanente dos solos (Koeff

et al 1983)

Para Guimaratildees (1997) os benefiacutecios que a mateacuteria orgacircnica imprime ao solo

principalmente melhorando a produtividade fertilidade e a influencia que as substancias

huacutemicas exercem sobre o ambiente dependem da qualidade e do teor de mateacuteria

orgacircnica do solo Estas substacircncias por conterem nutrientes em sua constituiccedilatildeo em uma

forma mais disponiacutevel para as plantas promovem um equiliacutebrio no ambiente no solo

(Kononova 1966)

Aproximadamente de 60 a 70 do total de carbono do solo ocorre na forma de

materiais huacutemicos (Griffith amp Schnitzer 1975) sendo a eles atribuiacutedo a manutenccedilatildeo da

bioestrutura do solo aumentando a capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua (Brady 1999)

Conforme Compagnoni amp Putzolu (1985) os estercos bem como os demais

resiacuteduos orgacircnicos apresentam conteuacutedos diferentes de aacutecidos huacutemicos e fuumllvicos sendo

atribuiacutedo ao acido huacutemico uma accedilatildeo fitoestimulante semelhante aos fitohormocircnios por

favorecer o desenvolvimento do sistema radicular e crescimento do caule

Em trabalho realizado por Guimaratildees (1997) foi encontrado para aacutecidos huacutemicos

de esterco bovino uma relaccedilatildeo CN 1035 e para vermicomposto bovino 17

evidenciando que o esterco quando aplicado ao solo por apresentar uma relaccedilatildeo CN

proacutexima deste reage mais facilmente liberando nutrientes para as plantas sem alterar a

cadeia troacutefiacuteca Dados encontrados no presente trabalho demonstram a eficiecircncia do

esterco nesse sentido

38

De acordo com Morselli (2001) vaacuterios trabalhos citam comentam e discutem a

capacidade dos vermicompostos em proporcionar oacutetimas colheitas e favorecer a

precocidade das plantas cultivadas Poreacutem muitas vezes se observa que mesmo

suprindo essas plantas com nutrientes necessaacuterios atraveacutes de huacutemus de diferentes fontes

as respostas natildeo satildeo as mesmas para uma mesma cultivar

Por outro lado os resultados com o uso de substacircncias huacutemicas satildeo variaacuteveis e

dependem aleacutem da espeacutecie testada das substacircncias huacutemicas utilizadas sua

concentraccedilatildeo o grau de purificaccedilatildeo e das condiccedilotildees experimentais A resposta das

plantas aos aacutecidos huacutemicos e fuacutelvicos eacute dependente da mateacuteria prima original e da

espeacutecie vegetal pois materiais orgacircnicos diferentes apresentam aacutecidos huacutemicos e

fuacutelvicos diferentes (Businelli 1990)

Justificam-se os maiores conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio e caacutelcio nas

adubaccedilotildees 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e biofertilizantes devido

provavelmente ao vermicomposto utilizado apresentar na sua constituiccedilatildeo teores

consideraacuteveis destes elementos aleacutem do que os biofertilizantes possam ter influenciado

na absorccedilatildeo atraveacutes de sua constituiccedilatildeo Tibau (1984) considera que a urina de vaca eacute

rica em aacutecido indol-aceacutetico e este influencia na absorccedilatildeo radicular O efeito positivo

deste tratamento provavelmente seja devido agrave quantidade aplicada

O biofertilizante que se destacou foi o MB4+U+CB em relaccedilatildeo ao EC (esterco de

curral) e eacute somente para a variaacutevel caacutelcio Isto provavelmente seja devido ao alto teor

deste elemento encontrado na sua constituiccedilatildeo (6872 g Kg1) e pela influecircncia positiva

que a calda bordalesa exerce no metabolismo das plantas atraveacutes dos nutrientes

contidos em sua formulaccedilatildeo O Ca controla a absorccedilatildeo radicular e retorna ao solo pelo

esterco e palhas por apresentar-se em maior quantidade em folhas e caules Depois de

localizado nas folhas fica imoacutevel favorecendo a resistecircncia da planta ao ataque de

fungos

Este trabalho avanccedila no estudo da agroecologia estando claro que todos os

criteacuterios tem caraacuteter dinacircmico de adequaccedilatildeo as mudanccedilas de um sistema de produccedilatildeo

em evoluccedilatildeo contribuindo na transiccedilatildeo para um padratildeo sustentaacutevel Cabe a pesquisa a

reorientaccedilatildeo para um enfoque ldquosistecircmicordquo isto eacute que permita integrar os diversos

componentes de um agroecossistema e a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas que promovam 0

fortalecimento e a expansatildeo da agricultura familiar

39

5 CONCLUSOtildeES

Considerando os resultados obtidos e as condiccedilotildees em que o estudo foi realizado

conclui-se que

bull As respostas agronocircmicas das mudas de cebola para os paracircmetros avaliados

satildeo mais satisfatoacuterias com a aplicaccedilatildeo de esterco de curral como adubaccedilatildeo de

base

bull Os biofertilizantes mais urina de vaca e calda bordalesa proporcionam

respostas satisfatoacuterias quando aplicados associados agraves adubaccedilotildees de base

bull O biofertilizante MB4 mais urina de vaca e calda bordalesa eacute mais eficiente

que o super magro mais urina e calda bordalesa quando aplicado associado agrave

adubaccedilatildeo de base esterco de curral para os conteuacutedos de fitomassa secae

fresca da parte aeacuterea das plantas altura e diacircmetro de colo das mudas de

cebola

bull Os biofertilizantes adicionados agrave adubaccedilatildeo de base 45 t harsquo 1 de vermicomposto

bovino mostram respostas significativas para os conteuacutedos de fitomassa seca

bull Os maiores conteuacutedos nutricionais para as mudas de cebola satildeo

proporcionados pela adubaccedilatildeo de base esterco de curral

bull A maior absorccedilatildeo de caacutelcio pelas mudas de cebola ocorre quando da adiccedilatildeo do

biofertilizante MB4 mais urina e calda bordalesa agrave adubaccedilatildeo de base esterco de

curral

40

6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ALDRIGHI CB ABREU CM PAGLIA AG MORSELLI TBGA FERNANDES HS Efeito da aplicaccedilatildeo de biofertilizante e urina de vaca em mudas de tomateiro Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

ALTIERI M NICHOLLS C I Agroecologia Teoria praacutectica para umaAgricultura Sustentable Ia ed PNUMA 2000 Cap 2 4 Seacuterie textos baacutesicos para la formacioacuten ambiental

ALTIERI M Agroecologia bases cientiacuteficas para uma agricultura sustentaacutevelGuaiacuteba Agropecuaacuteria 2002 592 p

ANTONIOLLI Z I GIRACCA E M N CARDOSO S J T WIETHAN M M S FERRI M Iniciaccedilatildeo agrave Minhocultura Criaccedilatildeo em Cativeiro e Vermicompostagem Santa Maria UFSM 1996 p59-89

BAYER C MIELNICZUC J Dinacircmica e funccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica In SANTOS G de A S e CAMARGO F A de O (ed) Fundamentos da mateacuteria orgacircnica do solo ecossistemas tropicais e subtropicais Porto Alegre Genesis 1999 p 3-23

BARRETTO D X Composto Orgacircnico In Praacutetica em Agricultura Orgacircnica Satildeo Paulo iacutecone Ed Ltda 1985 p 51-63

BETTIOL W Alguns produtos alternativos para o controle de doenccedilas de plantasem agricultura orgacircnica II Ciclo de palestras sobre agricultura orgacircnica Instituto Bioloacutegico Satildeo Paulo p52-63 1997

41

BETTIOL W TRACH R GALVAtildeO JAH Controle de doenccedilas de plantas com biofertilizantes Jaguariuacutena EMBRAPA-CNPMA 1997 22p (EMBRAPA- CNPMA Circular Teacutecnica 02)

BRADY N C Natureza e propriedades dos sotos Rio de Janeiro Freitas BastosS A 1979 647p

BRADY N C Organisms and ecology of the soil In The nature of properties of soils Simon amp Schuster A Viacon Company New Jersey1999 402-489p

BON1LLA J A Fundamentos da Agricultura Ecoloacutegica Sobrevivecircncia eQualidade de Vida Satildeo Paulo Nobel 1992

BUREacuteS S Substratos Ediciones Agroteacutecnicas S L Madrid Octubre 1997

BUS1NELLI M Chemical Composition and Enzymic Activity of some Worm Cast Plant Soil v 80 p 1-2 1990

CALEGARI A Espeacutecies para cobertura de solo In IAPAR (Instituto Agronocircmico de Paranaacute) Plantio Direto pequena propriedade sustentaacutevel organizador Moacir Darolt Londrina - PR 1998 65-93

CAMARGO P N D Manual de Adubaccedilatildeo Foliar Satildeo Paulo Herba 1975

CAPRA F A Teia da Vida Satildeo Paulo Cultrix 1997 256p

CAPRA F O Ponto de Mutaccedilatildeo 22 ed Satildeo Paulo Cultrix 2001 447p

CHABOUSSOU F Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da Trofobiose) Porto Alegre LPM 1987 253 p

CLARO S A Referencias tecnoloacutegicos para a agricultura familiar ecoloacutegica aexperiecircncia da Regiatildeo Centro-Serra do Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS-ASCAR 2001 250p

CLIVELA G Diagnoacutestico Agronocircmico da cebola no Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS 1995 8 6 p

COMISSAtildeO DE FERTILIDADE DO SOLO - RSSC Recomendaccedilotildees de adubaccedilatildeo e calagem para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina 3 ed Passo Fundo SBCS - Nuacutecleo Regional Sul 1995 223p

COMPAGNONI L PUTZOLU G Cria moderna de Ias lombrices y utilizacioacutenrentable dei humus Barcelona Editorial de Vecchi- SA 1985127p

COSTABEBER J A MOYANO E Transiccedilatildeo agroecoloacutegica e accedilatildeo social coletiva Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v l n4 p 50- 60 outdez 2 0 0 0

42

COSTA M B B da Adubaccedilatildeo orgacircnica Nova siacutentese e novo caminho para aagricultura Satildeo Paulo Ed iacutecone Ltda 1985 102p

COSTA NETO C Agricultura Sustentaacutevel Tecnologias e Sociedade In CARVALHO COSTA LF et al (org) Mundo Rural e Tempo Presente Rio de Janeiro Mauad 1999

DrsquoAG0ST1NI R L FANTINI A C Produccedilatildeo orgacircnica tambeacutem socialmente excludente Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v3 n l p57-61 2002

DALPONTE J C V Utilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos e fertilizante mineral na produccedilatildeo e qualidade de mudas e bulbos de cebola (Alliurn Cepa L) Pelotas-RS 1990 (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1990

DEBARBA J F THOMAZELLI L F GANDIN C L SILVA E Cadeias produtivas do Estado de Santa Catarina Cebola Florianoacutepolis Epagri 1998 115 p (EPAGRI Boletim Teacutecnico 96)

DUFOUR F Os saacutebios loucos do agro-alimentar Le Monde Diplomatique ano 1 n4 p6-7 1999 (ed portuguesa)

EHLERS E Agricultura Sustetaacutevel Origem e perspectivas de um novo paradigma 2 ed Guaiacuteba Agropecuaacuteria 1999 157 p

FILGUEIRA F A R Novo Manual de olericultura agrotecnologia moderna na produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 2000 402 p

FRASER G K Mateacuteria Orgacircnica Del Suelo In BEAR F E (ed) Quiacutemica dei Suelo Madrid Ed Agrociencia 1963

FOLLET R H MURPHY L S DONAHUE R L Fertilizers and soil amendments New Jersey Printice-Hall Inc 1981 557p

GARCIA A Revista dei Espacio Rural Georgica Zaragoza Escuela Politeacutecnica de Huesca n5 1997

GARCIA A Versatildeo preliminar de um Programa Estadual de Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Bulbos e Sementes de CebolaEMBRAPAIPAGROMARAEMATER 6 8 pbdquo 1990 (Publicaccedilatildeo avulsa)

GIORGETT1 J R Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Mudas de Tomate In Encontro Nacional de Produccedilatildeo e Abastecimento de Tomate 2 1991 Jaboticabal Satildeo Paulo Anais Jaboticabal UNESP 1991 p 242-244

GLIESSMAN S R Agroecologia Processos ecoloacutegicos em agricultura sustentaacutevelPorto Alegre Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS 2000 653p

43

GLIESSMAN S R TURRIALBA C R Agroecologia Procesos Ecoloacutegicos en Agricultura Sostenible CATIE 2002 p 3-14

GNOATTO S C Caracterizaccedilatildeo quiacutemica de vermicompostos de diferentes substratos orgacircnicos Pelotas-RS 1999 38 f (Mestrado em Agronomia - Solos) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

GOMES J C C BORBA M F S A moderna crise dos alimentos oportunidade para a agricultura familiar Emater Porto Alegre julset 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwematertchebrdocsagroecorevistan313-artigo3htmgtAcesso em 24 fev 2002

GOMEZ H W Desenvolvimento sustentaacutevel agriacutecola e capitalismo In Desenvolvimento sustentaacutevel Necessidade eou disponibilidade Santa Cruz do Sul Nobel - UNISC 1997 p 65-77

GONZAacuteLEZ DE MOLINA M SEVILLA GUZMAacuteN E Ecologia campesinado e historia Para una reinterpretacioacuten dei desarrollo dei capitalismo en la agricultura In SEVILLA GUZMAacuteN E GONZAacuteLEZ DE MOLINA M (ed) Ecologia campesinado e historia Madrid La Piqueta 1993 p 23-129

GRIFFITH S A SCHNITZER M Analytical characteristic of humic and fulvic acids extracted from tropical volcanic soils Soil Sei Soc Am Proc v 39 p361-367 1975

GUIMARAtildeES E Caracterizaccedilatildeo quiacutemica estreptoscoacutepica e por anaacutelise teacutermica de aacutecidos huacutemicos e vermicompostos obtidos de estercos de diferentes animaisCuritiba 1997 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Quiacutemica) Universidade Federal do Paranaacute 1997

HESS A F Sociedade e meio ambiente uma relaccedilatildeo ambiacutegua Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v 4 n2 p 167-1741999

ICEPA-SC Informes conjunturais sobre a cultura da cebola Disponiacutevel em lthttpwwwicepa combrgt Acesso em 23 jan 2003

JONES H A MANN L K Onions and their allies New York Interscience Publishers 1962 286 p

JUacuteNIOR H A de MAIORANO J A Receitas obtidas de extratos de plantasCampinas CATITerra Viva [199-] 10 f

KHATOUNIAN C A Ciclo de Palestras sobre Agricultura Orgacircnica 2a Ed SatildeoPaulo Fund Cargill 1997 149 p

KIEHL E J Fertilizantes Orgacircnicos Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1985 492p

44

KOEFF H H PETTERSSON B D SHAUMANN W Vida Vegetal solos e adubaccedilatildeo In Agricultura Biodinacircmica Satildeo Paulo Nobel 1983 p92-149

KONONOVA M M Soil organic matter The importance o f organic matter in soil formation and soil fertility New York Pergamqn Press 1961 p 165-200

KUHN T A Estrutura das Revoluccedilotildees Cientiacuteficas Satildeo Paulo Perspectiva 1989 257p

LANNA FCA ABREU C L ABREU J G SILVA V Resposta de cultivares de melancia cultivadas sob adubaccedilatildeo quiacutemica e orgacircnica Horticultura v 12 n l p85 1994

LEFF H Saber Ambiental Petroacutepolis Vozes 2001 343 p

MAGALHAtildeES J R Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo da cebola In FERREIRA M E CASSTELLANE P D CRUZ M C P Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo de hortaliccedilasPiracicaba POTAFOS 1993 p 381-393

MALAVOLTA E Elementos de nutriccedilatildeo mineral de plantas Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1980 251 p

MALAVOLTA E Manual de Quiacutemica Agriacutecola - Adubos e Adubaccedilatildeo 3a ed SatildeoPaulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1981 606 p

MARTINEZ A A A grande e Poderosa Minhoca Jaboticabal Funep - Unesp1990 101 p

MARTINS S R Desenvolvimento e Sustentabilidade Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v20 n2 julho 2002 Palestra apresentada no 42deg Congresso Brasileiro de Olericultura

MARTINS S R Limites Del Desarrollo Sostenible em Ameacuterica Latina En el marco de Ias poliacuteticas de (re)ajuste econocircmico Pelotas Editora UFPel 1997 135 P-

MARTINS S R Sustentabilidade na agricultura dimensotildees econocircmicas sociais e ambientais Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v4 n 2 p 175-1871999

MATURANA H REZEPKA S N D E Formaccedilatildeo Humana e Capacitaccedilatildeo Rio de Janneiro Vozes 2000 8 6 p

MELLO A F SOBRINHO M O ARZOLLA S SILVEIRA R NETTO A C KIEHL J C Fertilidade do Solo Satildeo Paulo Nobel 1983

MENEZES JUacuteNIOR F O G D Caracterizaccedilatildeo de Diferentes substratos hortiacutecolas e seu efeito na produccedilatildeo de mudas de alface e couve-flor em ambiente protegido Pelotas 1998 141 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1998

45

MIBASA Mineraccedilatildeo Barreto SA Melhorador de Solos MB4 A Natureza Agradece Arapiraca-AL [199-] Folder

MINAMI K Os resumos da olericultura 2000 In AZEVEDO FILHO MARTINEZ FILHO (ed) Preccedilos agriacutecolas Piracicaba ESALQ 1999 p 4

MINAMI K Produccedilatildeo de Mudas de Alta Qualidade em Horticultura Satildeo Paulo TA Queiroz 1995

MORSELLI T B G A Cultivo sucessivo de alface sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegidoPelotas 2001 178 p Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2001

MORSELLI T B G A Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Poliacutegrafo da Disciplina de Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia-Produccedilatildeo Vegetal UFPel 2002

MULLER AM Efeitos da Aplicaccedilatildeo Foliar de um Biofertilizante Enriquecido no Estado fitossanitaacuterio de Tomate Ervilha e Beterraba Sob Manejo OrgacircnicoDissertaccedilatildeo (Mestrado no Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agroecossistemas)1999 (Resumo)

NOLLA D Erosatildeo do Solo - O grande desafio Estado do Rio Grande do Sul SEAGRI desenvolvimento de recursos naturais renovaacuteveis 1982 412 p

PAGLIA AG MORSELLI TBGA PEIL RMN Teores de nutrientes pH e condutividade eleacutetrica da aacutegua em sistema ldquofloat^ngrdquo sob adiccedilatildeo de biofertilizantes Horticultura Brasileira v 20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PAULUS G MULLER A BARCELLOS LAR Agroecologia aplicada praticas e meacutetodos para uma agricultura de base ecoloacutegica 2ed ver ampl Porto Alegre EMATERRS 2001 8 6 p

PEIXOTO R T dos G Composto orgacircnico aplicaccedilotildees benefiacutecios e restriccedilotildees de uso Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 18 p 56-64 julho 2000

PENTEADO SR Defensivos Alternativos e Naturais Satildeo Paulo 1999 95 p

PEREIRA AJ SOUZA RJ PEREIRA WR Efeito de diferentes doses de esterco de galinha e de curral sobre a produccedilatildeo de cebola Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PINHEIRO S BARRETO SB MB-4 agricultura sustentaacutevel trofobiose e biofertilizantes Fundaccedilatildeo Juquira CandiruMibasa 2000 273 p

PRIMAVESI A Agricultura Sustentaacutevel Satildeo Paulo Nobel 1992 142 p

PRIMAVESI A O manejo ecoloacutegico do solo Agricultura em regiotildees tropicais SatildeoPaulo Nobel 1982 541 p

46

PURCINO A A C ldquoNitrogecircniordquo Informe Agropecuaacuterio Belo Horizonte v7 n81 p 16-27 1981

QUIJANO F G Efeito da adubaccedilatildeo orgacircnica no desenvolvimento de duas cultivares de alface em ambiente protegido Pelotas 1999 116f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

RODRIGUES A N N Efeitos e residuais de superfosfato triplo sobre o rendimento de mateacuteria seca e absorccedilatildeo de foacutesforo pela aveia (Avena strigosa Schob) em solo Podzoacutelico Vermelho Escuro Porto Alegre 1984 59f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia UFRGS 1984

RODRIGUES E T CASALI V W D Respostas da alface agrave adubaccedilatildeo orgacircnica II Teores conteuacutedos e utilizaccedilatildeo de macronutrientes em cultivares Rev Ceres Viccedilosa v 45 n 261 p 437-449 1998

SAMINEcircS T C O Produccedilatildeo orgacircnica de alimentos Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 17 n3 novembro 1999

SCHIEDECK G Ambiecircncia e resposta agronocircmica de meloeiro (Cucumis melo L) cultivado sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegido Pelotas lOOp Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2002

SILVA JUacuteNIOR A A GIORGI E Substratos alternativos para a produccedilatildeo de mudas de tomate Agropecuaacuteria Catarinense Florianoacutepolis EPAGRI 1992 23 p

SILVA JUacuteNIOR A A MACEDO S G STUKER H Utilizaccedilatildeo de esterco de peru na produccedilatildeo de mudas de tomateiro Florianoacutepolis EPAGRI 1995 28 p (Boletim Teacutecnico 73)

TAGLIARI PS GRASSMANN H Minhoca a grande aliada da agricultura Agropecuaacuteria Catarinense v8 n l p 11-14 mar 1995

TEDESCO M J GIANELLO C Anaacutelises de solo plantas e outros materiais Porto Alegre Faculdade de Agronomia Departamento de Solos Universidade Federal do Rio Grande do Sul RS 1996

TENNANT D A Test of modified line intersect method of estimating root lenght Journal Ecology Oxford v 63 p 995-1001 1975

TIBAU A O Mateacuteria Orgacircnica do Solo Mateacuteria Orgacircnica e Fertilidade do SoloSatildeo Paulo Nobel 1984 p49-182

TIMM P J Anaacutelise comparativa dos sistemas de plantio convencional e cultivo miacutenimo de cebola sob adubaccedilatildeo orgacircnica e mineral Pelotas 2000 79 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2000

47

VALENZUELA HR CROSBY C Effect of compost applications on the yield of several vegetables in long-term organic farming experiments conduced in the tropics American Society Horticultural Science v33 n3 june 1998

VIGLIZZO E (ed) Subprograma Recursos Naturais y Sostenibilidad Agriacutecola documento marco Montevideo IICAPROCISUR 1995 p 75 - 78

WE1D J M TARDIN J M Proposta para a Ampliaccedilatildeo do Trabalho da ASPTA no Centro Sul do Paranaacute ASPTA Disponiacutevel em http wwwpronafgovbrEncontrotestosAS20PTA20Sul20ParanE1205 202002doc Acesso em 05 mai 2002

XAVIER SIMOacuteN F DOMINGUES D G Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel uma perspectiva agroecoloacutegica Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre EM ATERRS v2 n2 p 17-26 2001

ZABALETA J P Diagnoacutestico da Agricultura Familiar em Satildeo Joseacute do Norte - RSPelotas EMBRAPA-CPACT 1998 75 p (EMBRAPA-CPACT Documentos 44)

ZONTA E P MACHADO A A SILVEIRA P Sanest Sistema de anaacutelise estatiacutestica para microcomputadores Registrado na Secretaria Especial de Informaacutetica sob nuacutemero 066060 - categoria A Pelotas-RS Universidade Federal de Pelotas 1984

48

7 APEcircNDICE

APEcircNDICE A - Anaacutelise da adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes utilizados na produccedilatildeo de mudas de cebola

TABELA 1 A Anaacutelise baacutesica do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo miuacutedo + papua

Arg

pH IND

SMP

MO

P - n r - Na Al Ca__10Omlmdash

Mg

ppm -

6 53 67 089 8 6 27 1 04 05 0 2

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 2A Anaacutelise complementar do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo-miuacutedo + papua

Cobre Zinco Manganecircs Ferro

(m v1)

04 05 26 007

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

49

TABELA 3A Anaacutelise dos fertilizantes soacutelidos

Amostra pH limidade CN

C N P K Ca Mg

- g-ivg --

Cama de 849 2491 12 31042 2479 3888 3405 29875 463

aves

Esterco 74 3594 11 677 590 157 134 335 214

de curral

Huacutemus 684 5738 14 15965 1098 453 745 743 361

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 4A Anaacutelise quiacutemica dos biofertilizantes liacutequidos

Amostra N P K_ccedil H

Ca Mg Cu Zn Fe Mn

mdashgL bull

S Magro

m b 4

Urina

053

1652

8 2 2

008

395

0 0 0

149

1674

471

1902

6872

0 0 0

1150

4507

1172

7273

42

033

101389

920

0 0 0

6250

19458

781

35273

1123

0 2 1

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

50

APEcircNDICE B - Condiccedilotildees climaacuteticas do local

TABELA 1B Condiccedilotildees de temperatura do local

___________ __________TEMPERATURA (degCgt

meses Meacutedia

Maacutexima

Meacutedia

MiacutenimaMeacutedia

Maacutexima

Absoluta

Miacutenima

Absoluta

Junho 225 87 156 320 25

Julho 225 85 155 285 30

Agosto 251 71 161 360 1 0

Fonte FEPAGROSCT 2002

TABELA 2B Condiccedilotildees de chuva do local

mdash CHUVA (mm)mdash

meses Ocorrida Normal Desvio Da Normal

Junho 1080 1 1 0 -2 0

Julho 1062 98 8 2

Agosto 1283 1 2 0 83

Fonte FEPAGROSCT 2002

51

TABELA 1C Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

APEcircNDICE C - Anaacutelise estatiacutestica da parte aeacuterea

Causas G1 FFPA FSPA AP DC

da variaccedilatildeo --------- Quadrados meacutedios-

Blocos 3

Ad Base 2 175359071 1287102 2547419 1 11775

Biofertilizantes 2 126876 29011 87669ns 02185ns

Ad x Biofert 4 572378 31123 69106ns 04159

Resiacuteduo 24 34456 03048 27169 00290

Total 35

Meacutedia geral 93745 8772 320388 6741

CV 1980 6294 5145 2530

Significativo a 5ns Natildeo significativo

52

TABELA 1D Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade

de raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

APEcircNDICE D - Anaacutelise estatiacutestica da raiz

Causas G1 FFR FSR CR RPASR DR

da variaccedilatildeo Quadrados meacutedios---------------

Blocos 3

Ad Base 2 27874 551 623 2 1 0 140

Biofertilizantes 2 178 0 1 0 ni 1504 l03ns 038ns

Ad x Biofert 4 190 058 318 294 183

Resiacuteduo 24 005 009 028 023 0 2 1

Total 35

Meacutedia geral 1818 228 184 387 333

C V 134 1356 448 1253 1396

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

53

APEcircNDICE E - Anaacutelise estatiacutestica dos macronutrientes da parte aeacuterea da cebola

TABELA 1E Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mud^s de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

Causas G1 bull N P K Ca Mg

da variaccedilatildeo

Blocos 3

Ad Base 2 13550306 446627 25509686 1031806 59007

Biofertilizantes 2 180610ns 16564 68153ns 39006 876ns

Ad x Biofert 4 454187 45743 1047539 46950 2464

Resiacuteduo 24 29769 1453 64313 3741 439

Total 35

Meacutedia geral 24921 4597 33366 6943 1615

C V 692 829 760 880 1297

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

APEcircNDICE F - Fotos do experimento

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob uma perspectiva agroecoloacutegica

APEcircNDICE F a Fotos do experimento

FIGURA 1 Adubaccedilatildeo verde com feijatildeo-miuacutedo e papuatilde utilizadas no manejo do solo

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob urna perspectiva agroecoloacutegica

Page 18: PRODUÇÃO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L.) SOB …orgprints.org/24883/1/Paglia_Produção.pdf · vaca mais calda bordalesa; MB4+U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

7

212 Agroecologia e agricultura familiar

O nuacutecleo por excelecircncia da produccedilatildeo sustentaacutevel eacute a agricultura familiar No

Brasil mais especificamente esta tecnologia estaacute sendo introduzida natildeo somente em

aacutereas de cultivo de agricultura familiar em geral mas especificamente em

assentamentos rurais Percebe-se dessa forma tratar-se de um tipo de produccedilatildeo que

tende a incorporar a dimensatildeo histoacuterico-social e a considerar os valores culturais e de

senso comum inerentes aos agricultores familiares (Costa Neto 1999)

Na agricultura familiar a sustentabilidade toma forma a partir do momento em

que comeccedilaram a ser incorporados aos debates os novos anseios da sociedade rural e

urbana relacionados a um novo projeto de desenvolvimento e na medida em que foram

buscadas orientaccedilotildees teoacutericas baseadas no paradigma agroecoloacutegico

De acordo com Maturana amp Rezepka (2000) a formaccedilatildeo do conhecimento natildeo eacute

entendida como simples treinamentos e teacutecnicas e seraacute um aspecto essencial desta

abordagem A valorizaccedilatildeo dos saberes dos agricultores sobre o ambiente as plantas o

solo e os processos ecoloacutegicos onde resgatam e aprimoram teacutecnicas proacuteprias e de

outros de origem cientiacutefica ou empiacuterica fundamentais dentro deste novo paradigma

(Altieri amp Nicholls 2000)

Neste sentido cientistas e extensionistas tecircm se surpreendido com a profundidade

destes conhecimentos e com a capacidade de vaacuterios destes agricultores de expocirc-los

mesmo nos ambientes acadecircmicos onde muitas vezes estatildeo mais avanccedilados que seus

interlocutores (Weid amp Tardin 2002) Isto revela a necessidade de sintonia entre a

Universidade e a Comunidade

Entatildeo a sutentabilidade ambiental em niacutevel local eacute positiva quando o manejo

realizado no agroecossistema aproveita a produtividade dos recursos naturais renovaacuteveis

(aqueles que funcionam mediante o fluxo solar) Ao contraacuterio pode natildeo ser positiva

quando as praacuteticas produtivas consistem na busca pela produtividade mediante a troca

econocircmica (importaccedilatildeo e exportaccedilatildeo de insumos e produtos) onde a terra eacute vista

unicamente como o suporte material (fiacutesico) das espeacutecies Neste caso o controle de

pragas a fertilizaccedilatildeo e outras praacuteticas necessaacuterias satildeo realizados mediante capital

produzido pelo homem degradando a base local de recursos naturais (Xavier Simoacuten amp

Domingues 2001)

8

213 O Mercado de produtos agroecoloacutegicos

O mercado de alimentos produzidos sob a orientaccedilatildeo agroecoloacutegica produzidos

sem utilizaccedilatildeo de agrotoacutexicos ou adubos minerais tem aumentado vertiginosamente em

todo o mundo Alguns dados indicam que esse segmento cresce anualmente cerca de

20 nos Estados Unidos 40 na Europa e 50 no Brasil e para comprovar tais

iacutendices basta verificar a proliferaccedilatildeo das feiras de produtores ecoloacutegicos nas cidades o

aumento dos espaccedilos para esses produtos nas gocircndolas das grandes redes de

supermercados e os movimentos ambientalistas e de consumidores que buscam uma

alimentaccedilatildeo mais saudaacutevel (Schiedeck 2002)

Sem duacutevida antes de tudo cabe salientar que a crise atual evidencia o equiacutevoco da

adoccedilatildeo de um modelo de produccedilatildeotransformaccedilatildeo que natildeo tem outra ambiccedilatildeo que natildeo a

de se adaptar agrave globalizaccedilatildeo Cabe a consideraccedilatildeo feita por Dufour (1999) de que o

mercado natildeo eacute uacutenico e monoliacutetico e portanto a produccedilatildeo social da qualidade natildeo

significa mais do mesmo (a adaptaccedilatildeo do que jaacute natildeo serve)

Na realidade pode-se identificar claramente dois mercados de natureza

fundamentalmente oposta que segundo Gomes amp Borba (2000) satildeo o de produtos

baacutesicos (leite cereais carnes brancas e vermelhas) e o de produtos elaborados

socialmente e de grande valor agregado por serem justos socialmente O mercado

mundial dos produtos baacutesicos eacute alimentado pelos excedentes agriacutecolas de grandes

produtores (Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos e Canadaacute) tambeacutem a soja e carne de

frango brasileira e o trigo argentino e os preccedilos nesses mercados satildeo extremamente

baixos e permaneceratildeo assim por muito tempo segundo relatos recentes do Banco

Mundial

Para produzir a preccedilos tatildeo baixos eacute necessaacuterio lanccedilar matildeo de todo tipo de

artifiacutecio como os hormocircnios os organismos geneticamente modificados as farinhas

animais esquecendo o meio ambiente e convivendo com exploraccedilotildees gigantescas

concentraccedilatildeo na posse da terra e com uma minoria de beneficiaacuterios dos programas de

ajuda puacuteblica os agromanagers (Gomes amp Borba 2000)

O mercado de produtos elaborados e de valor agregado obedece a outras regras

Mesmo que os agricultores busquem a maximizaccedilatildeo da produtividade natildeo se enfrentam

diretamente A produccedilatildeo ocorre em zonas geograacuteficas bem definidas e permite valorizar

o ldquosavoir-fairerdquo ou ldquoknow-howrdquo (em outras palavras natildeo necessariamente mas o

conhecimento ldquotradicionalrdquo) contribuindo para uma verdadeira economia local Esta eacute a

9

agricultura que ao mesmo tempo produz gera e preserva empregos Para caminhar ateacute

ela eacute necessaacuteria uma ampla alianccedila entre agricultores consumidores e movimentos

sociais para frear esta forma de ditadura dos mercados fonte do poder das

transnacionais agro-alimentares e quiacutemicas (Dufour 1999)

Por outra parte o mercado natildeo eacute linear e abstrato como querem fazer crer A

produccedilatildeo e o consumo sempre estaratildeo localizados e seratildeo realizados por produtores e

consumidores concretos isto permite falar em convenccedilatildeo ou negociaccedilotildees onde a

qualidade seja considerada na originalidade no bem comum ou na confianccedila entre pares

e colada aos produtos ainda mais quando se trata de alimentos Isto soacute seraacute possiacutevel

no local (sem ignorar o global) e levando em conta indicaccedilotildees como denominaccedilatildeo

ou indicaccedilatildeo de origem de processo ou de qualidade etc relacionados agraves

especificidades dos produtos o que tambeacutem deve ser objeto de negociaccedilatildeo para cada

lugar (eacute preciso lembrar que a participaccedilatildeo e as relaccedilotildees interpessoais satildeo determinantes

ao longo do processo) A produccedilatildeo social da qualidade eacute vista como estrateacutegia que

adquire sentido se considerada para o espaccedilo da Agricultura Familiar onde ainda eacute

possiacutevel estabelecer laccedilos de solidariedade entre produtores e consumidores (Gomes amp

Borba 2000)

De acordo com DrsquoAgostini amp Fantini (2002) tanto ou mais do que compreender a

dinacircmica de processos dos quais resultam produtos interessantes eacute compreender e

humanizar a dinacircmica de interesses sobre esses processos e produtos Os mesmos

autores dizem ainda que natildeo seria a solidariedade humana (a virtude pressuposta) que

emerge em especial na produccedilatildeo agroecoloacutegica mas sim a emergecircncia da rica

propriedade humana a generosidade que permite praticaacute-la em qualquer relaccedilatildeo entre

os homens

22 A cultura da cebola (Alliunt cepa L) e sua importacircncia

A cultura da cebola foi introduzida pelos accedilorianos no Brasil no seacuteculo XVIII nos

municiacutepio de Mostardas Rio Grande e Satildeo Joseacute do Norte no Estado do Rio Grande do

Sul (Garcia 1990) sendo a terceira hortaliccedila de maior importacircncia econocircmica para o

paiacutes (ICEPA 2003) Nas regiotildees Sul e Sudeste a cebolicultura constitui-se em atividade

socioeconocircmica de significativa relevacircncia para os Estados de Satildeo Paulo Santa

10

Catarina e Rio Grande do Sul nos quais se concentram mais de 76 da produccedilatildeo

nacional (Debarba et a i 1998)

A mais importante regiatildeo produtora do Rio Grande do Sul estaacute situada no litoral

Sul englobando os municiacutepios de Rio Grande Tavares Satildeo Joseacute do Norte e Mostardas

(Garcia 1997) e segundo ICEPASC (2003) esses quatro municiacutepios respondem por

cerca de 70 da produccedilatildeo de cebola do RS

Timm (2000) cita que cerca de 16000 famiacutelias rurais no Rio Grande do Sul tem

na cultura da cebola o seu principal meio de subsistecircncia No Municiacutepio de Satildeo Joseacute do

Norte a produccedilatildeo de cebola constitui uma atividade econocircmica quase exclusiva onde a

descapitalizaccedilatildeo dos agricultores ocasionou o abandono do meio rural por muitos deles

que acabaram por estabelecerem-se na periferia da zona urbana (Garcia 1997)

Aleacutem da descapitalizaccedilatildeo do produtor ocorrem problemas como a erosatildeo do solo

que segundo Zabaleta (1998) ocorre principalmente devido agrave accedilatildeo dos ventos fortes e

constantes caracteriacutesticos na regiatildeo sul-litoracircnea bem como a topografia plana e os

solos muito arenosos com lenccediloacuteis freaacuteticos superficiais contribuem para o

empobrecimento dos solos da regiatildeo principalmente ao se comparar com outras aacutereas

onde a cebola participa de sistemas produtivos juntamente com a produccedilatildeo leiteira o

arroz e hortaliccedilas diversas (Timm 2000)

221 Caracteriacutesticas agronocircmicas da cebola

A cebola eacute uma aliaacuteceae a planta eacute tenra atinge 60 cm de altura e apresenta folhas

tubulares e cerosas O caule verdadeiro eacute um disco comprimido na base da planta de

onde partem as folhas e raiacutezes que satildeo fasciculadas pouco ramificadas explorando um

volume de solo equivalente a um cilindro com 60 cm de altura e 25 cm de diacircmetro

(Filgueira 2000)

Cada planta apresenta 20 a 200 raiacutezes normalmente espessas (05 a 1 mm de

diacircmetro) e com pouca ramificaccedilatildeo e poucos pecirclos absorventes O crescimento eacute

vertical estendendo-se de 40 a 80 cm de profundidade Poucas raiacutezes ocupam mais de

15 cm do raio em tomo do bulbo Estas caracteriacutesticas tecircm implicaccedilotildees peculiares

quanto acirc localizaccedilatildeo e ao suprimento de nutrientes (Quanto menor o diacircmetro e maior a

ocorrecircncia de pecirclos absorventes maior seraacute a superfiacutecie de raiacutezes e consequumlentemente a

absorccedilatildeo de nutrientes (Magalhatildees 1993)

11

A fase vegetativa do ciclo da planta termina com o amadurecimento do bulbo

todavia trata-se de uma planta bienal considerando acirceu ciclo vital completo isto eacute da

semeadura ateacute a produccedilatildeo de novas sementes Apoacutes um periacuteodo invemal sob baixas

temperaturas haacute emissatildeo de um pendatildeo floral que pode alcanccedilar 150 cm de altura

terminando por uma inflorescecircncia tipo umbela simples inicialmente recoberta por

uma peliacutecula formada por centenas de pequenas flores (Filgueira 2000)

Segundo Clivela (1995) os fatores climaacuteticos de modo geral natildeo satildeo limitantes

para a produccedilatildeo de bulbos de cebola no Rio Grande do Sul Filgueira (2000) enfatiza

que no Brasil eacute uma das raras culturas oleraacuteceas nas quais o fotoperiacuteodo pode tornar-se

o fator limitante ocorrendo frustraccedilotildees da colheita caso as exigecircncias da planta natildeo

sejam satisfeitas

222 A produccedilatildeo de mudas de hortaliccedilas

As mais importantes modificaccedilotildees no sistema de produccedilatildeo nos uacuteltimos anos tecircm

sido feitas na produccedilatildeo de mudas Hoje eacute uma realidade os produtores se

especializarem em produzir mudas principalmente no Estado de Satildeo Paulo Para tanto

se busca atraveacutes da pesquisa as melhores fontes e combinaccedilotildees de substratos associados

ao sistema de produccedilatildeo conveniente para cada espeacutecie a fim de se obter melhorias na

propriedade no solo e na Olericultura (Giorgetti 1991)

O sistema agroecoloacutegico torna-se importante uma vez que a base da Horticultura

moderna eacute a produccedilatildeo de mudas de alta qualidade (Minami1995) a produccedilatildeo de mudas

de hortaliccedilas tem sido citada como a etapa mais importante do sistema produtivo (Silva

Junior et al 1995) Segundo Filgueira (2000) nesta fase natildeo se pode cometer erros

pois posteriormente seraacute mais difiacutecil de corrigi-los visto que para o cultivo da cebola a

muda refletiraacute na qualidade do bulbo

As mudas de hortaliccedilas podem ser consideradas tolerantes e natildeo tolerantes ao

transplante e dependem principalmente das condiccedilotildees ambientais necessitando de

cuidados No caso da cebola como satildeo produzidas com raiz nua os cuidados devem ser

maiores pois dependendo do estado em que se encontram mais ou menos susceptiacuteveis

aos estresses quando em contato com o campo podem resultar em desastre (Minami

1999)

A quantidade de nutrientes extraiacuteda pelas hortaliccedilas durante a fase de muda varia

em funccedilatildeo da espeacutecie da variedade ou da cultivar e do prazo necessaacuterio para a formaccedilatildeo

13

O composto humificado ou curado eacute rico em nutrientes que passaram parcialmente

da forma orgacircnica para a forma mineral assimilaacutevel pelas raiacutezes e com maior teor

coloidal que atua como fertilizante e eacute responsaacutevel pela capacidade melhoradora do

solo (Barreto 1985)

Uma das principais alternativas em termos de adubaccedilatildeo orgacircnica eacute o

vermicomposto Ele eacute um adubo orgacircnico estaacutevel rico em nutrientes inodoro de

coloraccedilatildeo escura obtido a partir da atividade das minhocas que potencializam a mateacuteria

prima utilizada no processo (principalmente esterco de bovino) proporcionando

diversos benefiacutecios para as plantas (Timm 2000)

231 Efeitos da adubaccedilatildeo orgacircnica no solo

O solo funciona como um organismo vivo em 1 grama de solo saudaacutevel vive uma

comunidade bioloacutegica de aproximadamente 1 0 0 0 0 espeacutecies diferentes como minhocas

larvas besouros colecircmbolos aacutecaros algas bacteacuterias e fungos Estes organismos

necessitam de alimentos para viver principalmente carbono e nitrogecircnio que estatildeo

presentes na palhada das culturas e no esterco de animais Em funccedilatildeo disso eacute

importante que o solo tenha um determinado teor de mateacuteria orgacircnica para fornecer os

alimentos e energia que os microacutebios precisam para viver (Paulus et al 2001)

O homem atraveacutes dos diferentes sistemas de preparo do solo e cultivos contiacutenuos

ou natildeo altera o comportamento do mesmo em relaccedilatildeo agraves reaccedilotildees quiacutemicas

propriedades fiacutesicas como capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua lixiviaccedilatildeo de nutrientes

erosatildeo e como consequumlecircncia afeta a qualidade de organismos presentes no solo (Brady

1999) reduzindo paulatinamente o teor de mateacuteria orgacircnica (Primavesi1982)

Nos uacuteltimos anos tem-se observado em diferentes paiacuteses a ampliaccedilatildeo do uso de

adubos orgacircnicos Alguns apresentam oacutetimos resultados enquanto outros se mostram

tecnicamente inadequados Os principais adubos orgacircnicos encontrados no mercado satildeo

fertilizantes orgacircnicos de origem animal compostos de lixo urbanos compostos de

produtos industriais e huacutemus de minhoca Nestes fertilizantes estatildeo presentes a maioria

dos macronutrientes (nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre) e

micronutrientes (zinco cobre boro ferro cobalto)essenciais para as plantas e nem

sempre encontrados em muitos fertilizantes minerais bem como uma gama de

microorganismos que vatildeo beneficiar a fauna e a flora do solo (Brady 1979 Kiehl

1985 Costa 1985 Garcia 1997)

14

Os adubos orgacircnicos satildeo amplamente empregados nos sistemas de produccedilatildeo de

alface como condicionadores do ambiente quiacutemico e fiacutesico da rizosfera e

consequumlentemente na resposta bioloacutegica das plantas (Rodrigues amp Casali 1998)

Considerando as necessidades hortiacutecolas de maior competitividade e o fato de natildeo

ser subsidiada o crescimento populacional e a industrializaccedilatildeo representam fatores

determinantes na geraccedilatildeo diaacuteria de enormes volumes de resiacuteduos podendo ser utilizados

pelos produtores com um maior retomo econocircmico possiacutevel Ao mesmo tempo a

questatildeo ambiental assume cada vez mais destaque na sociedade moderna repercutindo

em poliacuteticas governamentais bem como no setor produtivo do paiacutes e do mundo

fazendo com que a relaccedilatildeo do homem com a natureza seja repensada (Morselli 2001)

232 Efeitos da adubaccedilatildeo orgacircnica nas culturas

Segundo Paulus et al (2001) a mateacuteria orgacircnica tambeacutem eacute fonte de nutrientes

especialmente nitrogecircnio foacutesforo enxofre e micronutrientes aleacutem disso tem

capacidade de ldquoprenderrdquo micronutrientes e alguns elementos toacutexicos para as plantas

como o alumiacutenio Por exemplo os micronutrientes depois de presos satildeo liberados

lentamente no solo onde satildeo gradativamente aproveitados pelas plantas

O uso dos fertilizantes minerais elevam o custo de produccedilatildeo pois satildeo necessaacuterias

altas doses para o fornecimento dos teores de nutrientes demandados Por isso eacute

importante a geraccedilatildeo de tecnologias que poupem o consumo de fertilizantes minerais

desejaacutevel com vista agrave diminuiccedilatildeo do custo de produccedilatildeo (Rodrigues 1984) A produccedilatildeo

de hortaliccedilas sob a orientaccedilatildeo agroecoloacutegica leva em consideraccedilatildeo natildeo apenas os custos

de produccedilatildeo como tambeacutem a dependecircncia dos insumos principalmente quando se

considera a ldquoteoria da trofobioserdquo pelos efeitos maleacuteficos que os nutrientes prontamente

assimilaacuteveis podem causar as plantas (Chaboussou 1987)

Para Compagnoni amp Putzolu (1985) o vermicomposto eacute um autecircntico fertilizante

bioloacutegico que atua como corretivo do solo determinando caracteriacutesticas importantes

para a microflora pelos aacutecidos huacutemicos e as substacircncias fitoestimulantes Os autores

consideram ainda que as dejeccedilotildees das oligoquetas proporcionam a formaccedilatildeo de huacutemus

permitindo melhorar o solo razatildeo pela qual satildeo destinados agrave horticultura com oacutetimas

vantagens fiacutesicas e microbioloacutegicas enriquecendo a camada araacutevel

Em experimentos desenvolvidos durante cinco anos para avaliar o efeito da

aplicaccedilatildeo de compostos eou adubos nas culturas de alface manjericatildeo espinafre e

15

pepino Valenzuela amp Crosby (1998) compararam as produccedilotildees obtidas com composto

e a fertilizaccedilatildeo padratildeo e concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo do composto em 20 Mg ha 1 mais

N-quiacutemico foi o melhor tratamento em todas as culturas estudadas

233 Plantas de cobertura do solo

As plantas mais usadas para adubaccedilatildeo de cobertura do solo satildeo as leguminosas

pois estas tecircm a capacidade de fixar o nitrogecircnio atmosfeacuterico e disponibiliza-lo agrave

cultura Primavesi (1992) cita que utilizando-se mucuna ervilhaca feijatildeo-de-porco

feijatildeo-miuacutedo crotalaacuteria e outras natildeo haacute necessidade de utilizar tanto nitrogecircnio em

cobertura embora natildeo se dispense uma calagem mais frequumlente pois ocorre um pouco

de acidificaccedilatildeo no solo como com qualquer adubaccedilatildeo nitrogenada Segundo a mesma

autora algumas leguminosas tecircm a capacidade de mobilizar o foacutesforo como o caupi

(feijatildeo-miuacutedo) outras mobilizam o caacutelcio como tremoccedilo

Para Brady (1999) a adubaccedilatildeo verde traz grandes benefiacutecios como suprimento de

mateacuteria orgacircnica sendo consideraacutevel a quantidade de resiacuteduos orgacircnicos devolvidos ao

solo adiccedilatildeo de nitrogecircnio nutrientes e conservaccedilatildeo do solo

Calegari (1998) comenta que quanto aos aspectos fiacutesicos os resiacuteduos tendem a

contribuir para uma melhoria da estrutura do solo percebida pelo aumento da

estabilidade dos agregados em aacutegua aumento da capacidade de retenccedilatildeo hiacutedrica

elevaccedilatildeo dos iacutendices de infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo aumento da porosidade melhor

aeraccedilatildeo e diminuiccedilatildeo da densidade do solo

De acordo com Timm (2000) o papuatilde eacute uma excelente alternativa como cobertura

de solo para o cultivo miacutenimo da cebola pois na eacutepoca do transplante das mudas seu

ciclo vegetativo estaacute completo natildeo necessitando o dessecamento outra vantagem eacute que

o papuatilde apresenta bom controle com relaccedilatildeo agraves plantas invasoras da cebola reduzindo

ao longo dos anos o nuacutemero de capinas e a aplicaccedilatildeo de herbicidas

234 Adubaccedilatildeo foliar

Segundo Malavolta (1981) a utilizaccedilatildeo da adubaccedilatildeo foliar eacute complemento da

adubaccedilatildeo de solo natildeo substituto da mesma no que diz respeito ao fornecimento de

nitrogecircnio foacutesforo e potaacutessio para as culturas Da mesma maneira que as raiacutezes podem

perder para o solo parte dos elementos absorvidos as folhas tambeacutem o fazem pela accedilatildeo

16

de fatores internos (desordem fisioloacutegica estado nutricional etc) e externos (chuvas

orvalho nutriccedilatildeo do sistema radicular luz temperatura etc)

Para Chaboussou (1987) as plantas adquirem o maacuteximo de resistecircncia bioloacutegica

atraveacutes da nutriccedilatildeo (trofos) equilibrada Obviamente para que isto ocorra eacute necessaacuterio

que o solo esteja em equiliacutebrio dinacircmico o ambiente seja o mais estaacutevel e as plantas

selecionadas ou melhor adaptadas para poderem suportar as alteraccedilotildees extemporacircneas

ocasionadas pelos fenocircmenos meteoroloacutegicos e nas fases fonoloacutegicas criacuteticas do

crescimento e desenvolvimento (Pinheiro amp Barreto 2000)

O lixiviado das folhas enriquece as camadas superiores do solo e tende a

contrabalanccedilar as perdas de zonas mais profundas e mais distantes acumulando-os nas

suas proximidades tambeacutem influencia o nuacutemero e o comportamento dos

microrganismos que por sua vez alteram o processo de gecircnese do solo sua textura e

fertilidade A lixiviaccedilatildeo assim se toma importante no desenvolvimento da sucessatildeo

ecoloacutegica devido agrave ciclagem de elementos (Malavolta 1980)

Conforme Camargo (1975) a utilizaccedilatildeo de adubos foliares substitui parcialmente

a adubaccedilatildeo radicular em 20 a 25 podendo ser utilizada em varias pulverizaccedilotildees

24 Vermicompostagem

E o processo que consiste em se submeter diferentes resiacuteduos orgacircnicos de

origem animal eou vegetal aos processos fermentativos e humificaccedilatildeo adicionando

minhocas do gecircnero Eiseina espeacutecie foetida ao material procurando obter um produto

curado em aproximadamente 45 - 60 dias (Compagnoni amp Putzolu 1985)

A vermicompostagem firmou-se no Brasil como atividade rentaacutevel produzindo

adubo de alta qualidade na deacutecada de 90 Na agricultura brasileira contudo haacute

preferecircncia pelos adubos quiacutemicos em funccedilatildeo de sua aquisiccedilatildeo financiada menor custo

e retomo imediato embora o impacto de seu uso contiacutenuo sobre o solo e os

microorganismos que nele vivem seja negativo (Tagliari amp Grassmann 1995)

Segundo Morselli (2002) a vermicompostagem difere da compostagem

convencional dentre outros pocircr formar substacircncias huacutemicas mais rapidamente ao sofrer

passagem pelo trato digestivo das minhocas A alirdentaccedilatildeo destas satildeo basicamente os

estercos e a disponibilidade desta mateacuteria prima bem como de ambiente protegido para

proceder a compostagem correta deste material satildeo indispensaacuteveis

17

Segundo Kiehl (1985) e Martinez (1990) o vermicomposto apresenta as seguintes

vantagens em relaccedilatildeo a compostagem permite a formaccedilatildeo de um produto curado em

menor espaccedilo de tempo promove a formaccedilatildeo de um material com maior

disponibilidade de nutrientes facilita o peneiramento natildeo havendo a necessidade de

revolvimento do material oferece vaacuterias fontes de renda pois aleacutem do huacutemus fornece

minhocas e raccedilatildeo e quando aplicado ao solo tende a melhorar as propriedades fiacutesicas

quiacutemicas e bioloacutegicas

241 Resiacuteduos utilizados na vermicompostagem

2411 Resiacuteduos de origem animal

Segundo Bureacutes (1997) o esterco eacute uma mistura de fezes urina e camas que

podem estar constituiacutedas de palhas folhas secas serragem turfa casca de arroz e ateacute

terra Esse apresenta pH neutro e densidade que varia de 030 a 090 Kg dm3 segundo

seu estado de decomposiccedilatildeo Eacute influenciado por vaacuterios fatores como espeacutecie animal

raccedila idade alimentaccedilatildeo material utilizado como cama e tratamento da mateacuteria-prima

esterco (Kiehl 1985) Dentre os fatores apontados um dos mais importantes eacute a

alimentaccedilatildeo do animal quanto mais rica a alimentaccedilatildeo mais rica seraacute as dejeccedilotildees

(Gnoatto 1999) O volume de bacteacuterias vivas ou mortas encontradas no esterco

representam 20 a 30 do total delas se originam grande parte do nitrogecircnio sob a

forma de proteiacutena (Morselli 2002)

A origem do material utilizado para a produccedilatildeo de vermicomposto eacute fundamental

pois soacute uma mateacuteria-prima de qualidade resultaraacute em um produto final de boa qualidade

Dentre os estercos o de aves eacute empregado empiricamente na adubaccedilatildeo de culturas

permanente ou natildeo com excelentes resultados apesar de sua simples composiccedilatildeo

meacutedia 2 de nitrogecircnio 2 de foacutesforo como P2 0 5 e 1 de K2 0 Poreacutem haacute uma

grande variaccedilatildeo na sua constituiccedilatildeo a qual dependeraacute do manejo animal atraveacutes das

camas finalidade da criaccedilatildeo e natureza das camas (Morselli 2002)

2412 Resiacuteduos de origem vegetal

A mateacuteria orgacircnica pode ser preservada no solo por vaacuterios processos seja pela

simples incorporaccedilatildeo de resiacuteduos de culturas rotaccedilatildeo de culturas adubaccedilatildeo verde ou

18

pela adiccedilatildeo de materiais orgacircnicos capazes de elevar e manter a produtividade do solo

Da decomposiccedilatildeo dos resiacuteduos orgacircnicos adicionados ao solo resulta a liberaccedilatildeo de

grande quantidade de nutrientes principalmente o nitrogecircnio o potaacutessio e o enxofre

Aleacutem disso diversos atributos quiacutemicos e fiacutesicos do solo satildeo alterados pela

decomposiccedilatildeo desses resiacuteduos destacando-se o aumento da capacidade de troca de

caacutetions o aumento da retenccedilatildeo de aacutegua a melhoria da estabilidade dos agregados e da

aeraccedilatildeo (Fraser1963 Malavolta 1981 Mello et al 1983 Bonilla 1992)

Segundo Purcino (1981) quando a relaccedilatildeo CN eacute menor que 30 como no caso do

esterco de curral ou da palha de leguminosas a disponibilidade de nitrogecircnio eacute

imediata mas acima deste valor ocorre imobilizaccedilatildeo crescente deste nutriente Por esse

motivo estes materiais devem ser submetidos a uma degradaccedilatildeo bioloacutegica antes de

serem adicionados ao solo

25 Biofertilizantes

No Brasil ocorrem problemas crescentes com materiais derivados de sistemas

intensivos de criaccedilatildeo animal que acumulam resiacuteduo^ orgacircnicos com graves problemas

de contaminaccedilatildeo de cursos de aacutegua que na maioria das vezes se acumulam em um

uacutenico lugar e natildeo satildeo reciclados (Viglizzo 1995)

Visando amenizar tais situaccedilotildees os meacutetodos alternativos de adubaccedilatildeo controle de

doenccedilas pragas e plantas indesejaacuteveis tecircm sido muito estudado Dentro dessa linha de

pesquisa destaca-se o uso de mateacuteria orgacircnica atraveacutes tanto de sua incorporaccedilatildeo ao

solo como de sua transformaccedilatildeo para uso posterior na forma de biofertilizantes

(Khatounian 1997 Bettiol et al 1997)

Na complexa e elevada comunidade microbiana dos biofertilizantes encontram-se

bacteacuterias fungos leveduriformes filamentosos e actinomicetos (Bettiol apud Penteado

1999)

O agregado de macro e micronutrientes periodicamente ativa e enriquece a

fermentaccedilatildeo O uso de farinha de rocha tem sido vantajoso por ter baixo custo

comparado com os sais concentrados e purificados aleacutem de trazer alguns elementos

traccedilos de vital importacircncia para os microrganismos do solo como por exemplo o Gaacutelio

o Iodo e o Vanaacutedio (M1BASA 199-) O agregado de farinha de rocha ou sais

purificados ao fermentado faz com que estes nutrientes passem a fazer parte dos

microrganismos ou dos produtos orgacircnicos liberados durante a fermentaccedilatildeo sendo que

19

o ataque dos microrganismos atraveacutes de suas enzimas consegue liberar os elementos natildeo

atacados pelos aacutecidos industriais (Pinheiro amp Barreto 2000)

Os biofertilizantes tecircm sido empregados na agricultura ecoloacutegica como adubo

foliar para aumentar a resistecircncia contra pragas e doenccedilas Aleacutem disso o processo de

produccedilatildeo eacute bastante simples e por isso eacute viaacutevel sua produccedilatildeo na propriedade desde que

tenha esterco disponiacutevel (Penteado 1999)

Bettiol et al (1997) verificaram a presenccedila de diferentes espeacutecies de fungos

fiacutelamentosos e leveduriformes e bacteacuterias entre elas Bacillus spp na comunidade

microbiana do biofertilizante produzido segundo meacutetodo adotado pelo Centro de

Agricultura Ecoloacutegica Ipecirc Os autores verificaram ainda uma reduccedilatildeo da comunidade

microbiana ao longo da digestatildeo reduccedilatildeo essa mais acentuada logo apoacutes o acreacutescimo

dos sais contendo micronutrientes A accedilatildeo dos sais pode ser tanto por aumento na

pressatildeo osmoacutetica quanto pelo efeito direto sobre os microrganismos Para o controle de

doenccedilas de plantas satildeo importantes a presenccedila dos metaboacutelitos produzidos pelos

organismos presentes no biofertilizante e os proacuteprios microrganismos vivos

Os microrganismos transformam o material orgacircnico (esterco soro de leite caldo

de frutas palhas restos industriais etc) e cinzas produzindo vitaminas aacutecidos e sais

complexos importantes para regular e tonificar o metabolismo das plantas impedindo o

desenvolvimento de pragas e doenccedilas (Pinheiro amp Barreto 2000)

Em estudos feitos com o biofertilizante liacutequido de bovinos foi observado a

presenccedila de inuacutemeros microorganismos como bacteacuterias leveduras e bacilos

principalmente do Bacillus subtilis Estes microorganismos sintetizam substacircncias

antibioacuteticas as quais demonstram ter grande accedilatildeo e eficiecircncia como substacircncias

fungiostaacuteticas e bacteriostaacuteticas de fitopatoacutegenos causadores de danos em lavouras

comerciais (Penteado 1999)

Aldrighi et al (2002) realizaram trabalho na UFPel relacionado agrave nutriccedilatildeo de

mudas de tomate (Floradade) produzidas no sistema ldquofloatingrdquo Utilizaram-se doses de

0 2 5 e 10 para o biofertilizante Super Magro e 0 e 1 para a urina de vaca

Concluiacuteram que estes natildeo interferem na produccedilatildeo das mudas e que provavelmente foi

influenciado pelo substrato utilizado (vermicomposto 75 e casca de arroz carbonizada

25) bem como o sistema de produccedilatildeo (floating)

Paglia et al (2002) citam que eacute possiacutevel produzir mudas de tomate (cultivar

Floradede) utilizando urina de vaca e biofertilizante Super Magro na aacutegua em sistema

ldquofloatingrdquo em trabalho realizado na UFPel O uso da urina de vaca a 1 e 5 e

20

biofertilizante Super Magro a 6 proporcionam uma elevaccedilatildeo do foacutesforo bem como o

Super Magro a 6 eleva os teores de Mg e Ca na aacutegua

251 Urina de vaca

As urinas de vaca contecircm nutrientes favoraacuteveis ao bom desenvolvimento das

plantas como potaacutessio soacutedio nitrogecircnio enxofre magneacutesio caacutelcio foacutesforo e traccedilos de

outros elementos Nas plantas funciona como um fertilizante natural tomando-as mais

resistentes ao ataque das pragas e doenccedilas Satildeo encontradas tambeacutem na urina outras

substacircncias como fenoacuteis e principalmente o catecol que esta associado agrave recuperaccedilatildeo

de plantas atacadas por fitopatoacutegenos por ser um produto anti-seacuteptico (Penteado 1999)

Para seu emprego a urina receacutem coletada deve ser armazenada sob condiccedilotildees

ambientais por trecircs dias para que se forme amocircnio importante produto a ser absorvido

pelas plantas Recomenda-se ainda que o armazenamento deva ser feito em recipiente

fechado para que natildeo ocorram perdas de nitrogecircnio Desta forma poderaacute permanecer

por ateacute um ano sem comprometer sua eficiecircncia

Em hortaliccedilas o uso da urina de vaca eacute recomendado em pulverizaccedilotildees foliares

semanais na concentraccedilatildeo de 05 para tomateiro pimentatildeo pepino feijatildeo vagem e

couve ou quinzenais a 1 para as culturas do quiabeiro jiloeiro e berinjela Para

fruteiras em geral a primeira aplicaccedilatildeo deve ser na concentraccedilatildeo aproximada de 5

realizada diretamente no solo e mensalmente devem ser realizadas pulverizaccedilotildees

foliares a 1 para plantas jovens e a 5 para plantas adultas (Penteado 1999)

Na aplicaccedilatildeo foliar deve-se ter cuidado com folhas e brotos novos e considerar que

o uso contiacutenuo pode ser toacutexico podendo afetar o solo causando a sua acidificaccedilatildeo

(Penteado 1999)

Na Estaccedilatildeo Experimental da PESAGRO no municiacutepio de Macaeacute Rio de Janeiro

estaacute se utilizando a urina de vaca leiteira Os pesquisadores descobriram que a urina de

vaca em lactaccedilatildeo produzia o efeito de recuperar plantas de abacaxi atacadas por uma

doenccedila conhecida como ldquofusairioserdquo Essa doenccedila quando ataca o abacaxi causa

perdas de ateacute 70 da safra Todos os agrotoacutexicos testados natildeo conseguiram controlar a

doenccedila Isto eacute um exemplo para que a universidade tenha uma nova percepccedilatildeo (Capra

1996) adotando medidas efetivas que contribuam na transiccedilatildeo agroecoloacutegica Com o

uso da urina de vaca leiteira numa lavoura de abacaxi atacada pela fusariose observou-

se agrave recuperaccedilatildeo do stand e os frutos produzidos apresentaram excelente padratildeo

21

comercial Descobriu-se que aleacutem funcionar como adubo e defensivo natural a urina de

vaca leiteira tambeacutem favorece a floraccedilatildeo de muitas plantas e pode ser usada no

tratamento de frutos e tubeacuterculos depois da colheita

A urina de vaca em lactaccedilatildeo tambeacutem estaacute sendo usada nas lavouras de cafeacute em

plantaccedilotildees de maracujaacute coco alface e outras hortaliccedilas Na regiatildeo centro-sul do Paranaacute

os agricultores estatildeo aplicando a urina de vaca leiteira nas lavouras de feijatildeo soja

batata cebola e milho (Penteado 1999)

252 Alhol

A maioria dos defensivos alternativos tais como calda bordalesa sulfocaacutelcica

aacutegua de cinza e cal biofertilizante enriquecido extrato de fumo entre outros precisa

ser misturada com um espalhante adesivo para quebrar a tensatildeo superficial da gota e

propiciar um melhor molhamento das folhas e demais partes pulverizadas assegurando

uma absorccedilatildeo mais efetiva e uma melhor accedilatildeo sobre as pragas e doenccedilas Quando as

gotas permanecem inteiras sobre a superfiacutecie folhar devido agrave falta de espalhante

adesivo pode-se danificar os tecidos vegetais pelc efeito-lente quando o sol incide

sobre elas Aleacutem disso a gota por natildeo se espalhar sobre toda superfiacutecie folhar

concentra nela e consequumlentemente sobre o tecido que estaacute em contato com ela uma

quantidade maior do produto aplicado Essa maior concentraccedilatildeo pode prejudicar a

absorccedilatildeo e lesionar os tecidos principalmente apoacutes a evaporaccedilatildeo da aacutegua contida na

gota por resultar em uma maior concentraccedilatildeo de sais no local especialmente quando se

aplicam por exemplo calda sulfocaacutelcica bordalesa biofertilizante enriquecido com

macro e micronutrientes (Claro 2001)

O alhol eacute um espalhante adesivo ecoloacutegico que tambeacutem auxilia no controle de

pragas E elaborado com aacutegua alho oacuteleo vegetal e sabatildeo neutro a partir da sabedoria

popular que menciona o alho como repelente de insetos Juacutenior Abreu amp Maiorano

(199-) indicam formulaccedilotildees contendo alho para o controle de pragas como nematoacuteides

(Meloidogyne incoacutegnita e M javanica) mosca do chifre lagarta na maccedilatilde pulgotildees

besouro da batata trips e para controle de doenccedilas fuacutengicas e bacterianas como miacuteldio

ferrugem fusariose helminthosporiose murchadeira (Pseudonamos solacearum)

bruzone do arroz (Pyricularia orysae) podridatildeo negra do repolho e couve-flor

(Xanthomonas campestris) Aleacutem disso o alho pelo seu bom teor em oacuteleo pode agir

tambeacutem como espalhante adesivo O sabatildeo tambeacutem eacute indicado como espalhante adesivo

22

e possui accedilatildeo contra certas pragas (pulgotildees) sendo que o oacuteleo vegetal eacute indicado no

controle de cochonilhas e usado como espalhante adesivo (Claro 2001)

253 Calda Bordalesa

A calda bordalesa eacute um tradicional defensivo agriacutecola que pode ser preparado na

propriedade com a mistura de sulfato de cobre cal virgem e aacutegua As concentraccedilotildees de

sulfato de cobre e cal satildeo distintas dependendo do objetivo do seu emprego

Geralmente diferem de acordo com o tipo de planta ou espeacutecie vegetal as condiccedilotildees

climaacuteticas o grau de infestaccedilatildeo da doenccedila e a fase de crescimento da planta Eacute indicada

para o controle de miacuteldio alternaacuteria botrytis e antracnose (Penteado 1999)

A calda bordalesa caracteriza-se pela sua importante accedilatildeo no controle de diversas

doenccedilas fungicas nas mais diversas espeacutecies de culturas Possui tambeacutem uma relativa

accedilatildeo bactericida e em alguns casos age como repelente de insetos Da mistura do

sulfato de cobre com a cal resulta uma soluccedilatildeo rica em macronutrientes e

micronutrientes Provavelmente os expressivos resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo da

calda bordalesa devam-se natildeo somente a sua accedilatildeo fuacutengica e bactericida mas sobretudo

agrave influecircncia positiva que exerce no metabolismo das plantas ativando o processo

enzimaacutetico e estimulando a proteossiacutentese aumentando a resistecircncia das plantas (Claro

2 0 0 1 ) caracteriacutestica fundamental na agricultura sustentaacutevel

254 Biofertilizante Super Magro

A calda Super Magro eacute produto da fermentaccedilatildeo de estercos animais enriquecidos

por micronutrientes e outros produtos de origem animal obtendo-se uma calda

biofertilizante para aplicaccedilatildeo foliar nas plantas (Penteado 1999) jaacute foram observados

bons resultados principalmente nas culturas de uva maccedila pecircssego tomate batata e

hortaliccedilas em geral

E indicado como fonte suplementar de micronutrientes para as plantas inibidor

de fungos e bacteacuterias causadores de doenccedilas e para aumentar a resistecircncia contra insetos

e aacutecaros (Penteado 1999) i

Muller (1999) avaliou a influecircncia do biofertilizante Super Magro sobre as

culturas de tomate (Lycopersicon esculentum Mill) ervilha (Pisum sativum L) e

beterraba (Beta vulgaris L) O autor obteve cultivos com baixa severidade de doenccedilas e

23

insetos fitoacutefagos possivelmente por causa do manejo orgacircnico de produccedilatildeo Os

resultados das pulverizaccedilotildees das soluccedilotildees foliares variaram conforme a cultura e o

clima

255 Biofertilizante MB4

A utilizaccedilatildeo das farinhas de rochas eacute uma das teacutecnicas mais modernas usadas nos

uacuteltimos anos na agricultura O elevado nuacutemero de nutrientes contidos no MB4 como

cobre zinco manganecircs cobalto soacutedio alumiacutenio silicatos de magneacutesio ferro e caacutelcio

acompanhado de foacutesforo potaacutessio e enxofre reagem com a soluccedilatildeo do solo liberando

elementos essenciais ao desenvolvimento da vida microbiana os quais exercem um

papel fundamental atraveacutes de transformaccedilotildees quiacutemicas e do equiliacutebrio bioloacutegico

favorecendo o desenvolvimento sadio das plantas (Pinheiro amp Barreto 2000)

24

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

31 Local de execuccedilatildeo do experimento

O presente trabalho foi conduzido no Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul

(FEPAGROSUL) no municiacutepio de Rio Grande nlt periacuteodo de 15 de maio a 26 de

agosto de 2 0 0 2

O solo eacute classificado como ldquoTuiardquo satildeo muito arenosos As massas aquaacuteticas do

Oceano Atlacircntico e Lagoa dos Patos influenciam ventos temperatura pressatildeo umidade

relativa e demais fatores climaacuteticos A topografia da regiatildeo litoracircnea eacute plana com

lenccediloacuteis freaacuteticos superficiais

32 Anaacutelise estatiacutestica

O experimento foi constituiacutedo em fatorial 3X3 (Quadro 1) com quatro repeticcedilotildees

no delineamento blocos ao acaso As variaacuteveis respostas foram submetidas agrave anaacutelise de

variaccedilatildeo e ao teste de Duncan a 5 de probabilidade para comparaccedilatildeo das meacutedias

utilizando-se o sistema SANEST (Zonta amp Machado 1984)

As anaacutelises estatiacutesticas das variaacuteveis estudadas encontram-se nos Apecircndices C D

Os resultados das respostas agronocircmicas e das determinaccedilotildees dos conteuacutedos dos

macronutrientes bem como os de raiz estatildeo nas tabelas de 1 a 3

25

As diferentes adubaccedilotildees seratildeo representadas durante a discussatildeo da seguinte

forma 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e EC

(60 t ha 1 de esterco de curral) 1 VB+SM+U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais

super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+SM+U+CB (45 t ha 1 de

vermicomposto mais super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa)

EC+SM+U+CB (60 t ha 1 de esterco de curral mais super magro mais urina de vaca

mais calda bordalesa) 1 VB+MB4 +U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais MB4 mais

urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+MB4 +U+CB (45 t ha 1 de vermicomposto

mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa) EC+MB4 +U+CB (60 t ha 1 esterco

de curral mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa)

QUADRO 1 Descriccedilatildeo dos fatores experimentais e respectivos niacuteveis

Niacuteveis Fator 1 ADUBACcedilAtildeO DE BASE

0 1 Vermicomposto (30 t ha1)

0 2 Vermicomposto (45 t ha1)

03 Esterco de curral (60 t ha1)

Niacuteveis Fator 2 BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS

0 1 Super magro (5) + Urina de Vaca + Calda Bordalesa

0 2 MB4 (10) + Urina de vaca + Calda Bordalesa

03 Ausecircncia (testemunha)

33 Tratamentos

Da combinaccedilatildeo entre niacuteveis e fatores foram obtidos 9 tratamentos que estatildeo

descritos no Quadro 2 bem como as doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

26

QUADRO 2 Tratamentos e doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

TRATAMENTOS

Ndeg FATOR I FATOR II

0 1 30 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

0 2 30 t harsquo de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

03 30 t ha de vermicomposto - - -

04 45 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

05 45 t ha de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

06 45 t ha de vermicomposto - - -

07 60 t hade esterco Super Magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

08 60 t hade esterco MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

09 60 t hade esterco - - -

Cada parcela foi constituiacuteda por dois canteiros medindo 1 m de largura x 2 m de

comprimento perfazendo 075 m de aacuterea de aacuterea uacutetil (025 m de bordadura) Foi

utilizando semeadura a lanccedilo com densidade de 24 g canteiro1

O vermicomposto a urina de vaca o esterco de curral o alhol os biofertilizantes e

a calda bordalesa foram de procedecircncia do Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul O

vermicomposto de esterco bovino misturado agraves cascas de frutas foi processado pela

minhoca vermelha califomiana Eisenia foetida)

O biofertilizante Super Magro foi elaborado segundo a metodologia descrita pela

FEPAGROSUL utilizando-se os seguintes componentes 190 litros de aacutegua 22 litros

de leite 55 Kg de accediluacutecar mascavo 30 Kg de esterco fresco de bovinos 2 Kg de

Sulfato de zinco 2 Kg de sulfato de magneacutesio 2 Kg de cloreto de caacutelcio 1 Kg de aacutecido

boacuterico 300 g de sulfato de cobre 300 g de sulfato de ferro 300 g de sulfato de

manganecircs 100 g de molibdato de soacutedio 50 g de sulfato de cobalto 3 Kg de fosfato

natural 3 Kg de cinza e 200 g de farinha de osso

A urina de vaca em lactaccedilatildeo foi coletada pela manhatilde e armazenada em recipiente

fechado por trecircs dias em condiccedilotildees ambientais para que se formasse a amocircnia e natildeo

ocorresse perda de nitrogecircnio

28

Realizaram-se duas capinas manuais durante o experimento e em seguida como

cobertura se colocou casca de arroz Tambeacutem foi aplicado esterco de aves 30 dias antes

da colheita na quantidade de 05 Kg canteiro 1 como adubaccedilatildeo de cobertura

As pulverizaccedilotildees com os produtos iniciaram apoacutes 15 dias da germinaccedilatildeo

Realizou-se sete aplicaccedilotildees sendo que as duas primeiras foram feitas apenas com

Super Magro e MB4 Na terceira e na quarta aplicaccedilatildeo utilizou-se urina de vaca e calda

bordalesa em concentraccedilotildees menores (05 e 025 respectivamente) e na quinta

aplicaccedilatildeo as dosagens de urina de vaca e calda bordalesa foram elevadas para 1 0 e

05 respectivamente ateacute o final do experimento O alhol foi utilizado a partir da

terceira pulverizaccedilatildeo na quantidade de 2 e seguiu ateacute o final no dia 26 de agosto

quando as mudas foram colhidas e posteriormente analisadas as variaacuteveis

35 Observaccedilotildees agronocircmicas

Foram utilizadas 20 mudas de cebola para obtenccedilatildeo das meacutedias das variaacuteveis as

quais foram as seguintes

351 Fitomassa fresca da parte aeacuterea e raiacutezes

Foi realizada atraveacutes de uma balanccedila digital procedendo-se a pesagem de 20

mudas de cebola previamente lavadas e posteriormente secadas durante uma hora sobre

um tecido de algodatildeo agrave temperatura ambiente Processo idecircntico foi adotado com as

raiacutezes

352 Fitomassa seca da parte aeacuterea e raiacutezes

Esta variaacutevel foi obtida a partir da secagem preliminar em estufa de ar forccedilado

durante 48 horas a 65 C ateacute peso constante com posterior pesagem em balanccedila

analiacutetica

353 Altura da muda

A altura de muda foi medida a partir do colo das plantas ateacute sua uacuteltima folha

(ponto de crescimento) com uma reacutegua graduada de 40 cm

29

354 Diacircmetro do colo das plantas

Esta medida foi realizada no ponto de transplante a 2 mm das raiacutezes e utilizando-

se um paquiacutemetro SOMET

355 Sistema radicular

Ao teacutermino do experimento foram retiradas as raiacutezes das mesmas plantas que foram

utilizadas para as determinaccedilotildees realizadas na parte aeacuterea procedendo-se uma amostra

de solo com raiacutezes de 2 0 cm de largura x 2 0 cm de comprimento e 2 0 cm de altura

totalizando 8000 cm3

As raiacutezes apoacutes serem lavadas em aacutegua corrente foram pesadas acondicionadas em

sacos plaacutesticos e congeladas para posteriores anaacutelises pelo meacutetodo de Tennant (1975)

para a determinaccedilatildeo do comprimento e densidade

3551 Comprimento de raiz

Utilizou-se para a determinaccedilatildeo do comprimento de raiz as seguintes foacutermulas

1 = ndeg x 1114 x 1 onde

1 - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 0 0 2 g

ndeg - nuacutemero de intercessotildees das raiacutezes com os lados da quadriacutecula da malha do

aparelho

1114 - constante

1 - medida lateral da quadriacutecula em cm

Tomando-se a fiacutetomassa seca e o comprimento da raiz da cada amostra

relacionou-se com a fiacutetomassa seca e o comprimento total da raiz da planta aplicando-

se a seguinte equaccedilatildeo

L = (FSR x 1) FSPA onde

L - comprimento total da raiz da planta (m)

FSR - fiacutetomassa seca de raiz

FSPA - fiacutetomassa seca da parte aeacuterea

L - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 002g

3552 Densidade de raiz

A densidade foi determinada pela foacutermula

D = L 8000 onde

D - densidade de raiacutezes (m cm3)

30

L - comprimento total de raiacutezes (m)

8 0 0 0 - volume da amostra (cm3)

3553 Razatildeo parte aeacutereasistema radicular

Este paracircmetro foi obtido pela equaccedilatildeo

RPASR = FSPA FSR onde

RPASR - razatildeo parte aeacuterea sistema radicular

FSPA - fitomassa seca da parte aeacuterea

FSR - fitomassa seca do sistema radicular

36 Determinaccedilatildeo de macronutrientes no tecido vegetal

Os macronutrientes nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio foram

determinados no laboratoacuterio de Fertilidade e Anaacutelise de Plantas do Departamento de

Solos da UFPel atraveacutes dos meacutetodos descritos por Tedesco amp Gianello (1996)

31

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 Anaacutelise das variaacuteveis

A anaacutelise da variaccedilatildeo mostrou que houve diferenccedila significativa na interaccedilatildeo entre

os fatores de adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes liacutequidos com exceccedilatildeo da variaacutevel altura

de planta para a qual somente a adubaccedilatildeo de base mostrou-se significativa (Apecircndices

C D e E Tabelas 1C 1D e 1E)

411 Anaacutelise da parte aeacuterea

Na Tabela 1 destacaram-se as adubaccedilotildees EC+SM+U+CB EC+MB4 +U+CB e EC

que diferiram significativamente das demais adubaccedilotildees para as variaacuteveis fiacutetomassa

fresca da parte aeacuterea (FFPA) fiacutetomassa seca da parte aeacuterea (FSPA) altura de planta

(AP) e diacircmetro do colo (DC)

32

TABELA 1 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

30 t ha de vermicomposto 7015 c A45 t halsquo de vermicomposto 7824 b B60 t ha de esterco de curral 12248 a C

30 t ha de vermicomposto 667 c A45 t ha de vermicomposto 752 b A60 t ha de esterco de curral 1150a C

30 t ha de vermicomposto 2975 b A45 t harsquo de vermicomposto 2775 b A60 t ha de esterco de curral 3600 a B

30 t ha de vermicomposto 631 b A45 t ha de vermicomposto 6 2 2 b B60 t ha de esterco de curral 741 a C

-Fitomassa fresca (g)----------------6270 c B 6885 b A8832 b A 6308 c C

15082 a A 13934 a BmdashFitomassa seca (g)----------------

625 c A 655 b A830 b A 607 b B

1345 a A 1262 a B-Altura de planta (cm)----------------

2950 b A 3050 b A2937 b A 2950 b A 3975 a A 3622 a B

-Diacircmetro de colo (mm)---------------592 c B 599 b B 657 b A 609 b B 819a A________ 793a B

Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

O efeito positivo do esterco bovino pode ser atribuiacutedo agraves melhorias nas condiccedilotildees

fiacutesicas do solo por ele proporcionado Segundo Primavesi (1982) e Compagnoni amp

Putzolu (1985) o esterco bovino apresenta propriedades condicionadoras do solo dando

agraves plantas melhores condiccedilotildees de desenvolvimento elevando sobremaneira os

conteuacutedos de fitomassa fresca das plantas que refletiratildeo nas demais respostas

agronocircmicas

Analisando as adubaccedilotildees de base em relaccedilatildeo aos biofertilizantes observa-se que

para os tratamentos 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) - natildeo houve influecircncia dos

biofertilizantes para as variaacuteveis FSPA e AP enquanto destacou-se o SM+U+CB para o

DC e SM+U+CB e ausecircncia da adubaccedilatildeo liacutequida para a FFPA mostrando que o uso

dos biofertilizantes natildeo influenciou esta variaacutevel 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) -

verificou-se a eficiecircncia do uso do MB4 +U+CB para as variaacuteveis FFPA e DC Para a

variaacutevel FSPA destacaram-se os dois biofertilizantes utilizados jaacute para AP natildeo houve

33

influecircncia destes EC (60 t ha 1 de esterco de curral) - em todas as variaacuteveis observadas

na tabela 5 as respostas foram significativas utilizando MB4 +U+CB

As respostas encontradas no presente trabalho para as variaacuteveis AP e FSPA foram

superiores as obtidas por Dalponte (1990) quando utilizado 0 esterco de curral para

produccedilatildeo de mudas de cebola

Segundo Filgueira (2000) os solos da regiatildeo produtora de cebola do RS satildeo

pobres em foacutesforo disponiacutevel (15 mg Kg1) necessitando portanto de adubaccedilotildees

fosfatadas elevadas As respostas aqui obtidas podem ser justificadas pelos teores de

foacutesforo contido no MB4

Follet et al (1981) citam a importacircncia do uso de compostos orgacircnicos no solo

enfatizando os estercos no sentido da decomposiccedilatildeo continuada no fornecimento de

nutrientes e na liberaccedilatildeo lenta e gradual de aacutecidos orgacircnicos influenciando a liberaccedilatildeo

do foacutesforo O que provavelmente pode ser atribuiacutedo agraves respostas encontradas no

presente trabalho para 0 tratamento Esterco de curral mais MB4 e Urina mais Calda

Bordalesa

E importante destacar que 0 sistema de produccedilatildeo de mudas de cebola sob uma

perspectiva agroecoloacutegica mostra-se eficiente quando visualmente natildeo percebe-se

diferenccedila significativa entre os tratamentos (Apecircndice F Figura 2)

Conveacutem ressaltar que quando trabalhamos com agroecologia natildeo existem

receitas nem pacotes tecnoloacutegicos prontos Cada situaccedilatildeo deveraacute ser estudada em

particular para que se faccedila recomendaccedilotildees adequadas ao ambiente local uma vez que

as plantas se adaptam ao meio estando a nutriccedilatildeo encarregada de proteger e manter o

equiliacutebrio do organismo vegetal em funccedilatildeo das alteraccedilotildees externas

E fundamental que se compreenda os princiacutepios norteadores de todo o processo

que satildeo as bases da luta por uma sociedade mais justa dentro de um mundo econocircmico e

ambientalmente mais sustentaacutevel

412 Anaacutelise do sistema radicular

Os resultados obtidos nas anaacutelises do sistema radicular (Tabela 2) mostram

diferenccedilas significativas entre as adubaccedilotildees para as variaacuteveis fitomassa fresca de raiz

(FFR) fitomassa seca de raiz (FSR) comprimento de raiz (CR) razatildeo parte

aeacutereasistema radicular (RPASR) e densidade de raiz (DR)

34

TABELA 2 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade de

raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAO DE BASE

S Magro + MB4 +Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

1540 c A 1576 b B 2427 a A

Fitomassa fresca (g)----------------1502 c B 1517 b AB 1658 b A 1446 c C 2336 a B 2360 a B

--------------------Fitomassa seca (g)-------------------196 b A 207 ab A 170 b A170 b A 199 b A 192 b A 344 a A 249 a B 327 a A

Comprimento de raiz(cm)---------------1237 b A 1158 b A 1158 a A1237 b A 1060 c B 1040 b B1433 a A 1296 a B 1040 b C

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t halsquo 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha de vermicomposto 45 t ha de vermicomposto60 t ha~ de esterco de curral__________________________ _________________________Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

-----Razatildeo Parte AeacutereaSistema Radicular------340 b AB 301c B 384 a A446 a A 415 b A 326 a B339 b B 546 a A 388 a B

-------------- Densidade de raiz (m cm3)------------367 a AB 414 a A 325 b B282 b B 301b B 405 a A347 ab A 231c B 324 b A

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base destacou-se o EC (60 t ha 1 de esterco de curral)

para as variaacuteveis FFR e FSR Quando adicionado o SM+U+CB os resultados para FFR

foram ainda melhores bem como o CR As respostas obtidas para a RPASR foram

variadas em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees apresentando melhores resultados para 15 VB (45 t

ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB e ainda melhor para EC (60 t ha 1 de esterco de

curral)+MB4 +U+CB As adubaccedilotildees de base 1 VB 15 VB e EC natildeo diferiram entre si

As adubaccedilotildees mais eficientes para a variaacutevel DR foram 1 VB+SM+U+CV que natildeo

diferiu da EC+SM+U+CB I VB+ MB4 +U+CB e agrave 15 VB foram melhores entre as

demais

35

Analisando os biofertilizantes em relaccedilatildeo a cada adubaccedilatildeo de base verifica-se que

para a 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB destaca-se a variaacutevel FFR

poreacutem sem diferenccedila significativa de 1 VB os melhpres resultados para a variaacutevel DR

foram encontrados pelo tratamento 1 VB+MB4 +U+CB e 15 VB (45 t ha 1 de

vermicomposto) tambeacutem se considera eficiente o 1 VB+SM+U+CB que natildeo diferiu do

EC (esterco de curral) Quando se utilizou 15 VB+ MB4 +U+CB houve resposta

significativa para a variaacutevel FFR para FSR as respostas natildeo foram diferentes com a

aplicaccedilatildeo dos biofertilizantes para as variaacuteveis FSR e DR as adubaccedilotildees EC e

EC+SM+U+CB natildeo diferiram entre si

Embora as respostas estatiacutesticas tenham sido diferentes para as adubaccedilotildees

combinadas ou natildeo pode-se salientar a importacircncia do aacutecido indol-aceacutetico como jaacute

citado anteriormente para as variaacuteveis avaliadas na parte aeacuterea das mudas de cebola

Respostas semelhantes nesse sentido foram encontradas para a cultura da alface por

Quijano (1999) e Morselli (2001)

Pereira et al (2002) concluiacuteram em trabalho realizado com a cultivar de cebola

CNPF1 6400 em Minas Gerais que a utilizaccedilatildeo de 20 t ha de esterco de curral

proporcionou os melhores resultados para a produccedilatildeo de cebola

Silva Juacutenior amp Giorgi (1992) e Menezes Juacutenior (1998) citam que doses elevadas

de mateacuteria orgacircnica podem prejudicar a primeira fase da germinaccedilatildeo (embebiccedilatildeo) e

absorccedilatildeo de aacutegua pelas raiacutezes das placircntulas No entanto no presente trabalho este fato

natildeo ocorreu embora a dose de esterco utilizada tenha sido de 60 t ha 1 (dose maacutexima

recomendada segundo Nolla 1982)

413 Anaacutelise de macronutrientes no tecido vegetal

Os resultados dos conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio no

tecido vegetal sob diferentes adubaccedilotildees encontrados na Tabela 3 indicam mais uma

vez a superioridade da adubaccedilatildeo esterco com 0 uso ou natildeo de biofertilizantes

36

TABELA 3 Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob

uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS i J B

ADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesamg plantas1

---- Nitrogecircnio-----30 t ha de vermicomposto 16593 c AB 15451 c B 19050 b A45 t ha de vermicomposto 21444 b A 22888 b A 17852 b B60 t ha de esterco de curral 32606 a C 37593 a B 40816 a A

--------------- ------ Foacutesforo------- -------------30 t ha de vermicomposto 3098 c B 2802 c B 3999 b A45 t ha de vermicomposto 4109 b A 4135 b A 2788 c B60 t ha de esterco de curral 5300 a B 7577 a A 7565 a A

------- Potaacutessio------30 t ha de vermicomposto 24327 c A 19900 c B 24965 b A45 t ha de vermicomposto 29113b A 29812 b A 22031 b B60 t ha de esterco de curral 44070 a B 51976 a A 54101 a A

-------- Caacutelcio-------30 t ha de vermicomposto 5027 c A 4356 c A 4834 b A45 t ha de vermicomposto 6114b A 6963 b A 4379 b B60 t ha de esterco de curral 9030 a C 11451 a A 10331 a B

------Magneacutesio-----30 t ha de vermicomposto 1188 b A 914 c A 1202 b A45 t ha de vermicomposto 1231 b B 1582 b A 1176 b B60 t ha de esterco de curral 2136a B 2443 a A 2663 a AMeacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base observa-se que o melhor tratamento foi o

esterco de curral para todas as variaacuteveis Para 1 VB (30 t ha^ 1 de vermicomposto) natildeo

houve resposta diferenciada com o uso de bofertilizantes para todas as variaacuteveis A

adubaccedilatildeo 15 VB (45 t ha 1 de vemicomposto) foi influenciada pelos biofertilizantes

para as variaacuteveis N P K e Ca enquanto que para Mg somente o MB4+U+CB o

influenciou O EC (esterco de curral) mostrou diferenccedila significativa apenas para as

variaacuteveis Ca e Mg quando adicionado MB4+U+CB

Segundo Peixoto (2000) eacute fundamental a adiccedilatildeo de adubos orgacircnico no cultivo de

hortaliccedilas seja na forma de esterco decomposto composto ou huacutemus de minhoca de

37

modo a fornecer melhorias nas propriedades do solo vindo a disponibilizar os nutrientes

as diferentes culturas

O esterco fresco conteacutem muita cama celuloacutesica e um elevado teor de aacutegua No

esterco curtido a celulose jaacute estaacute decomposta o teor de aacutegua estaacute reduzido agrave metade e os

nutrientes em uma forma mais assimilaacutevel e mais concentrada O esterco fresco pode

causar uma deficiecircncia temporaacuteria de nitrogecircnio no solo ao se decompor o que natildeo

acontece com o biestabilizado (Kiehl 1985)Ocorre uma diminuiccedilatildeo inicial no volume

de aacutegua retido no esterco de curral diminui inicialmente em tomo de 3581 liberando

posteriormente somente 496 evidenciando a sua capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua

(Menezes Juacutenior 1998)

A utilizaccedilatildeo continuada de adubos nitrogenados minerais no solo altera o balanccedilo

do nitrogecircnio entre o solo e planta No meacutetodo biodinacircmico eacute sublinhada a importacircncia

dos adubos animais para o estabelecimento da fertilidade permanente dos solos (Koeff

et al 1983)

Para Guimaratildees (1997) os benefiacutecios que a mateacuteria orgacircnica imprime ao solo

principalmente melhorando a produtividade fertilidade e a influencia que as substancias

huacutemicas exercem sobre o ambiente dependem da qualidade e do teor de mateacuteria

orgacircnica do solo Estas substacircncias por conterem nutrientes em sua constituiccedilatildeo em uma

forma mais disponiacutevel para as plantas promovem um equiliacutebrio no ambiente no solo

(Kononova 1966)

Aproximadamente de 60 a 70 do total de carbono do solo ocorre na forma de

materiais huacutemicos (Griffith amp Schnitzer 1975) sendo a eles atribuiacutedo a manutenccedilatildeo da

bioestrutura do solo aumentando a capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua (Brady 1999)

Conforme Compagnoni amp Putzolu (1985) os estercos bem como os demais

resiacuteduos orgacircnicos apresentam conteuacutedos diferentes de aacutecidos huacutemicos e fuumllvicos sendo

atribuiacutedo ao acido huacutemico uma accedilatildeo fitoestimulante semelhante aos fitohormocircnios por

favorecer o desenvolvimento do sistema radicular e crescimento do caule

Em trabalho realizado por Guimaratildees (1997) foi encontrado para aacutecidos huacutemicos

de esterco bovino uma relaccedilatildeo CN 1035 e para vermicomposto bovino 17

evidenciando que o esterco quando aplicado ao solo por apresentar uma relaccedilatildeo CN

proacutexima deste reage mais facilmente liberando nutrientes para as plantas sem alterar a

cadeia troacutefiacuteca Dados encontrados no presente trabalho demonstram a eficiecircncia do

esterco nesse sentido

38

De acordo com Morselli (2001) vaacuterios trabalhos citam comentam e discutem a

capacidade dos vermicompostos em proporcionar oacutetimas colheitas e favorecer a

precocidade das plantas cultivadas Poreacutem muitas vezes se observa que mesmo

suprindo essas plantas com nutrientes necessaacuterios atraveacutes de huacutemus de diferentes fontes

as respostas natildeo satildeo as mesmas para uma mesma cultivar

Por outro lado os resultados com o uso de substacircncias huacutemicas satildeo variaacuteveis e

dependem aleacutem da espeacutecie testada das substacircncias huacutemicas utilizadas sua

concentraccedilatildeo o grau de purificaccedilatildeo e das condiccedilotildees experimentais A resposta das

plantas aos aacutecidos huacutemicos e fuacutelvicos eacute dependente da mateacuteria prima original e da

espeacutecie vegetal pois materiais orgacircnicos diferentes apresentam aacutecidos huacutemicos e

fuacutelvicos diferentes (Businelli 1990)

Justificam-se os maiores conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio e caacutelcio nas

adubaccedilotildees 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e biofertilizantes devido

provavelmente ao vermicomposto utilizado apresentar na sua constituiccedilatildeo teores

consideraacuteveis destes elementos aleacutem do que os biofertilizantes possam ter influenciado

na absorccedilatildeo atraveacutes de sua constituiccedilatildeo Tibau (1984) considera que a urina de vaca eacute

rica em aacutecido indol-aceacutetico e este influencia na absorccedilatildeo radicular O efeito positivo

deste tratamento provavelmente seja devido agrave quantidade aplicada

O biofertilizante que se destacou foi o MB4+U+CB em relaccedilatildeo ao EC (esterco de

curral) e eacute somente para a variaacutevel caacutelcio Isto provavelmente seja devido ao alto teor

deste elemento encontrado na sua constituiccedilatildeo (6872 g Kg1) e pela influecircncia positiva

que a calda bordalesa exerce no metabolismo das plantas atraveacutes dos nutrientes

contidos em sua formulaccedilatildeo O Ca controla a absorccedilatildeo radicular e retorna ao solo pelo

esterco e palhas por apresentar-se em maior quantidade em folhas e caules Depois de

localizado nas folhas fica imoacutevel favorecendo a resistecircncia da planta ao ataque de

fungos

Este trabalho avanccedila no estudo da agroecologia estando claro que todos os

criteacuterios tem caraacuteter dinacircmico de adequaccedilatildeo as mudanccedilas de um sistema de produccedilatildeo

em evoluccedilatildeo contribuindo na transiccedilatildeo para um padratildeo sustentaacutevel Cabe a pesquisa a

reorientaccedilatildeo para um enfoque ldquosistecircmicordquo isto eacute que permita integrar os diversos

componentes de um agroecossistema e a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas que promovam 0

fortalecimento e a expansatildeo da agricultura familiar

39

5 CONCLUSOtildeES

Considerando os resultados obtidos e as condiccedilotildees em que o estudo foi realizado

conclui-se que

bull As respostas agronocircmicas das mudas de cebola para os paracircmetros avaliados

satildeo mais satisfatoacuterias com a aplicaccedilatildeo de esterco de curral como adubaccedilatildeo de

base

bull Os biofertilizantes mais urina de vaca e calda bordalesa proporcionam

respostas satisfatoacuterias quando aplicados associados agraves adubaccedilotildees de base

bull O biofertilizante MB4 mais urina de vaca e calda bordalesa eacute mais eficiente

que o super magro mais urina e calda bordalesa quando aplicado associado agrave

adubaccedilatildeo de base esterco de curral para os conteuacutedos de fitomassa secae

fresca da parte aeacuterea das plantas altura e diacircmetro de colo das mudas de

cebola

bull Os biofertilizantes adicionados agrave adubaccedilatildeo de base 45 t harsquo 1 de vermicomposto

bovino mostram respostas significativas para os conteuacutedos de fitomassa seca

bull Os maiores conteuacutedos nutricionais para as mudas de cebola satildeo

proporcionados pela adubaccedilatildeo de base esterco de curral

bull A maior absorccedilatildeo de caacutelcio pelas mudas de cebola ocorre quando da adiccedilatildeo do

biofertilizante MB4 mais urina e calda bordalesa agrave adubaccedilatildeo de base esterco de

curral

40

6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ALDRIGHI CB ABREU CM PAGLIA AG MORSELLI TBGA FERNANDES HS Efeito da aplicaccedilatildeo de biofertilizante e urina de vaca em mudas de tomateiro Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

ALTIERI M NICHOLLS C I Agroecologia Teoria praacutectica para umaAgricultura Sustentable Ia ed PNUMA 2000 Cap 2 4 Seacuterie textos baacutesicos para la formacioacuten ambiental

ALTIERI M Agroecologia bases cientiacuteficas para uma agricultura sustentaacutevelGuaiacuteba Agropecuaacuteria 2002 592 p

ANTONIOLLI Z I GIRACCA E M N CARDOSO S J T WIETHAN M M S FERRI M Iniciaccedilatildeo agrave Minhocultura Criaccedilatildeo em Cativeiro e Vermicompostagem Santa Maria UFSM 1996 p59-89

BAYER C MIELNICZUC J Dinacircmica e funccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica In SANTOS G de A S e CAMARGO F A de O (ed) Fundamentos da mateacuteria orgacircnica do solo ecossistemas tropicais e subtropicais Porto Alegre Genesis 1999 p 3-23

BARRETTO D X Composto Orgacircnico In Praacutetica em Agricultura Orgacircnica Satildeo Paulo iacutecone Ed Ltda 1985 p 51-63

BETTIOL W Alguns produtos alternativos para o controle de doenccedilas de plantasem agricultura orgacircnica II Ciclo de palestras sobre agricultura orgacircnica Instituto Bioloacutegico Satildeo Paulo p52-63 1997

41

BETTIOL W TRACH R GALVAtildeO JAH Controle de doenccedilas de plantas com biofertilizantes Jaguariuacutena EMBRAPA-CNPMA 1997 22p (EMBRAPA- CNPMA Circular Teacutecnica 02)

BRADY N C Natureza e propriedades dos sotos Rio de Janeiro Freitas BastosS A 1979 647p

BRADY N C Organisms and ecology of the soil In The nature of properties of soils Simon amp Schuster A Viacon Company New Jersey1999 402-489p

BON1LLA J A Fundamentos da Agricultura Ecoloacutegica Sobrevivecircncia eQualidade de Vida Satildeo Paulo Nobel 1992

BUREacuteS S Substratos Ediciones Agroteacutecnicas S L Madrid Octubre 1997

BUS1NELLI M Chemical Composition and Enzymic Activity of some Worm Cast Plant Soil v 80 p 1-2 1990

CALEGARI A Espeacutecies para cobertura de solo In IAPAR (Instituto Agronocircmico de Paranaacute) Plantio Direto pequena propriedade sustentaacutevel organizador Moacir Darolt Londrina - PR 1998 65-93

CAMARGO P N D Manual de Adubaccedilatildeo Foliar Satildeo Paulo Herba 1975

CAPRA F A Teia da Vida Satildeo Paulo Cultrix 1997 256p

CAPRA F O Ponto de Mutaccedilatildeo 22 ed Satildeo Paulo Cultrix 2001 447p

CHABOUSSOU F Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da Trofobiose) Porto Alegre LPM 1987 253 p

CLARO S A Referencias tecnoloacutegicos para a agricultura familiar ecoloacutegica aexperiecircncia da Regiatildeo Centro-Serra do Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS-ASCAR 2001 250p

CLIVELA G Diagnoacutestico Agronocircmico da cebola no Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS 1995 8 6 p

COMISSAtildeO DE FERTILIDADE DO SOLO - RSSC Recomendaccedilotildees de adubaccedilatildeo e calagem para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina 3 ed Passo Fundo SBCS - Nuacutecleo Regional Sul 1995 223p

COMPAGNONI L PUTZOLU G Cria moderna de Ias lombrices y utilizacioacutenrentable dei humus Barcelona Editorial de Vecchi- SA 1985127p

COSTABEBER J A MOYANO E Transiccedilatildeo agroecoloacutegica e accedilatildeo social coletiva Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v l n4 p 50- 60 outdez 2 0 0 0

42

COSTA M B B da Adubaccedilatildeo orgacircnica Nova siacutentese e novo caminho para aagricultura Satildeo Paulo Ed iacutecone Ltda 1985 102p

COSTA NETO C Agricultura Sustentaacutevel Tecnologias e Sociedade In CARVALHO COSTA LF et al (org) Mundo Rural e Tempo Presente Rio de Janeiro Mauad 1999

DrsquoAG0ST1NI R L FANTINI A C Produccedilatildeo orgacircnica tambeacutem socialmente excludente Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v3 n l p57-61 2002

DALPONTE J C V Utilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos e fertilizante mineral na produccedilatildeo e qualidade de mudas e bulbos de cebola (Alliurn Cepa L) Pelotas-RS 1990 (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1990

DEBARBA J F THOMAZELLI L F GANDIN C L SILVA E Cadeias produtivas do Estado de Santa Catarina Cebola Florianoacutepolis Epagri 1998 115 p (EPAGRI Boletim Teacutecnico 96)

DUFOUR F Os saacutebios loucos do agro-alimentar Le Monde Diplomatique ano 1 n4 p6-7 1999 (ed portuguesa)

EHLERS E Agricultura Sustetaacutevel Origem e perspectivas de um novo paradigma 2 ed Guaiacuteba Agropecuaacuteria 1999 157 p

FILGUEIRA F A R Novo Manual de olericultura agrotecnologia moderna na produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 2000 402 p

FRASER G K Mateacuteria Orgacircnica Del Suelo In BEAR F E (ed) Quiacutemica dei Suelo Madrid Ed Agrociencia 1963

FOLLET R H MURPHY L S DONAHUE R L Fertilizers and soil amendments New Jersey Printice-Hall Inc 1981 557p

GARCIA A Revista dei Espacio Rural Georgica Zaragoza Escuela Politeacutecnica de Huesca n5 1997

GARCIA A Versatildeo preliminar de um Programa Estadual de Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Bulbos e Sementes de CebolaEMBRAPAIPAGROMARAEMATER 6 8 pbdquo 1990 (Publicaccedilatildeo avulsa)

GIORGETT1 J R Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Mudas de Tomate In Encontro Nacional de Produccedilatildeo e Abastecimento de Tomate 2 1991 Jaboticabal Satildeo Paulo Anais Jaboticabal UNESP 1991 p 242-244

GLIESSMAN S R Agroecologia Processos ecoloacutegicos em agricultura sustentaacutevelPorto Alegre Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS 2000 653p

43

GLIESSMAN S R TURRIALBA C R Agroecologia Procesos Ecoloacutegicos en Agricultura Sostenible CATIE 2002 p 3-14

GNOATTO S C Caracterizaccedilatildeo quiacutemica de vermicompostos de diferentes substratos orgacircnicos Pelotas-RS 1999 38 f (Mestrado em Agronomia - Solos) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

GOMES J C C BORBA M F S A moderna crise dos alimentos oportunidade para a agricultura familiar Emater Porto Alegre julset 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwematertchebrdocsagroecorevistan313-artigo3htmgtAcesso em 24 fev 2002

GOMEZ H W Desenvolvimento sustentaacutevel agriacutecola e capitalismo In Desenvolvimento sustentaacutevel Necessidade eou disponibilidade Santa Cruz do Sul Nobel - UNISC 1997 p 65-77

GONZAacuteLEZ DE MOLINA M SEVILLA GUZMAacuteN E Ecologia campesinado e historia Para una reinterpretacioacuten dei desarrollo dei capitalismo en la agricultura In SEVILLA GUZMAacuteN E GONZAacuteLEZ DE MOLINA M (ed) Ecologia campesinado e historia Madrid La Piqueta 1993 p 23-129

GRIFFITH S A SCHNITZER M Analytical characteristic of humic and fulvic acids extracted from tropical volcanic soils Soil Sei Soc Am Proc v 39 p361-367 1975

GUIMARAtildeES E Caracterizaccedilatildeo quiacutemica estreptoscoacutepica e por anaacutelise teacutermica de aacutecidos huacutemicos e vermicompostos obtidos de estercos de diferentes animaisCuritiba 1997 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Quiacutemica) Universidade Federal do Paranaacute 1997

HESS A F Sociedade e meio ambiente uma relaccedilatildeo ambiacutegua Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v 4 n2 p 167-1741999

ICEPA-SC Informes conjunturais sobre a cultura da cebola Disponiacutevel em lthttpwwwicepa combrgt Acesso em 23 jan 2003

JONES H A MANN L K Onions and their allies New York Interscience Publishers 1962 286 p

JUacuteNIOR H A de MAIORANO J A Receitas obtidas de extratos de plantasCampinas CATITerra Viva [199-] 10 f

KHATOUNIAN C A Ciclo de Palestras sobre Agricultura Orgacircnica 2a Ed SatildeoPaulo Fund Cargill 1997 149 p

KIEHL E J Fertilizantes Orgacircnicos Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1985 492p

44

KOEFF H H PETTERSSON B D SHAUMANN W Vida Vegetal solos e adubaccedilatildeo In Agricultura Biodinacircmica Satildeo Paulo Nobel 1983 p92-149

KONONOVA M M Soil organic matter The importance o f organic matter in soil formation and soil fertility New York Pergamqn Press 1961 p 165-200

KUHN T A Estrutura das Revoluccedilotildees Cientiacuteficas Satildeo Paulo Perspectiva 1989 257p

LANNA FCA ABREU C L ABREU J G SILVA V Resposta de cultivares de melancia cultivadas sob adubaccedilatildeo quiacutemica e orgacircnica Horticultura v 12 n l p85 1994

LEFF H Saber Ambiental Petroacutepolis Vozes 2001 343 p

MAGALHAtildeES J R Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo da cebola In FERREIRA M E CASSTELLANE P D CRUZ M C P Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo de hortaliccedilasPiracicaba POTAFOS 1993 p 381-393

MALAVOLTA E Elementos de nutriccedilatildeo mineral de plantas Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1980 251 p

MALAVOLTA E Manual de Quiacutemica Agriacutecola - Adubos e Adubaccedilatildeo 3a ed SatildeoPaulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1981 606 p

MARTINEZ A A A grande e Poderosa Minhoca Jaboticabal Funep - Unesp1990 101 p

MARTINS S R Desenvolvimento e Sustentabilidade Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v20 n2 julho 2002 Palestra apresentada no 42deg Congresso Brasileiro de Olericultura

MARTINS S R Limites Del Desarrollo Sostenible em Ameacuterica Latina En el marco de Ias poliacuteticas de (re)ajuste econocircmico Pelotas Editora UFPel 1997 135 P-

MARTINS S R Sustentabilidade na agricultura dimensotildees econocircmicas sociais e ambientais Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v4 n 2 p 175-1871999

MATURANA H REZEPKA S N D E Formaccedilatildeo Humana e Capacitaccedilatildeo Rio de Janneiro Vozes 2000 8 6 p

MELLO A F SOBRINHO M O ARZOLLA S SILVEIRA R NETTO A C KIEHL J C Fertilidade do Solo Satildeo Paulo Nobel 1983

MENEZES JUacuteNIOR F O G D Caracterizaccedilatildeo de Diferentes substratos hortiacutecolas e seu efeito na produccedilatildeo de mudas de alface e couve-flor em ambiente protegido Pelotas 1998 141 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1998

45

MIBASA Mineraccedilatildeo Barreto SA Melhorador de Solos MB4 A Natureza Agradece Arapiraca-AL [199-] Folder

MINAMI K Os resumos da olericultura 2000 In AZEVEDO FILHO MARTINEZ FILHO (ed) Preccedilos agriacutecolas Piracicaba ESALQ 1999 p 4

MINAMI K Produccedilatildeo de Mudas de Alta Qualidade em Horticultura Satildeo Paulo TA Queiroz 1995

MORSELLI T B G A Cultivo sucessivo de alface sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegidoPelotas 2001 178 p Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2001

MORSELLI T B G A Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Poliacutegrafo da Disciplina de Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia-Produccedilatildeo Vegetal UFPel 2002

MULLER AM Efeitos da Aplicaccedilatildeo Foliar de um Biofertilizante Enriquecido no Estado fitossanitaacuterio de Tomate Ervilha e Beterraba Sob Manejo OrgacircnicoDissertaccedilatildeo (Mestrado no Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agroecossistemas)1999 (Resumo)

NOLLA D Erosatildeo do Solo - O grande desafio Estado do Rio Grande do Sul SEAGRI desenvolvimento de recursos naturais renovaacuteveis 1982 412 p

PAGLIA AG MORSELLI TBGA PEIL RMN Teores de nutrientes pH e condutividade eleacutetrica da aacutegua em sistema ldquofloat^ngrdquo sob adiccedilatildeo de biofertilizantes Horticultura Brasileira v 20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PAULUS G MULLER A BARCELLOS LAR Agroecologia aplicada praticas e meacutetodos para uma agricultura de base ecoloacutegica 2ed ver ampl Porto Alegre EMATERRS 2001 8 6 p

PEIXOTO R T dos G Composto orgacircnico aplicaccedilotildees benefiacutecios e restriccedilotildees de uso Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 18 p 56-64 julho 2000

PENTEADO SR Defensivos Alternativos e Naturais Satildeo Paulo 1999 95 p

PEREIRA AJ SOUZA RJ PEREIRA WR Efeito de diferentes doses de esterco de galinha e de curral sobre a produccedilatildeo de cebola Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PINHEIRO S BARRETO SB MB-4 agricultura sustentaacutevel trofobiose e biofertilizantes Fundaccedilatildeo Juquira CandiruMibasa 2000 273 p

PRIMAVESI A Agricultura Sustentaacutevel Satildeo Paulo Nobel 1992 142 p

PRIMAVESI A O manejo ecoloacutegico do solo Agricultura em regiotildees tropicais SatildeoPaulo Nobel 1982 541 p

46

PURCINO A A C ldquoNitrogecircniordquo Informe Agropecuaacuterio Belo Horizonte v7 n81 p 16-27 1981

QUIJANO F G Efeito da adubaccedilatildeo orgacircnica no desenvolvimento de duas cultivares de alface em ambiente protegido Pelotas 1999 116f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

RODRIGUES A N N Efeitos e residuais de superfosfato triplo sobre o rendimento de mateacuteria seca e absorccedilatildeo de foacutesforo pela aveia (Avena strigosa Schob) em solo Podzoacutelico Vermelho Escuro Porto Alegre 1984 59f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia UFRGS 1984

RODRIGUES E T CASALI V W D Respostas da alface agrave adubaccedilatildeo orgacircnica II Teores conteuacutedos e utilizaccedilatildeo de macronutrientes em cultivares Rev Ceres Viccedilosa v 45 n 261 p 437-449 1998

SAMINEcircS T C O Produccedilatildeo orgacircnica de alimentos Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 17 n3 novembro 1999

SCHIEDECK G Ambiecircncia e resposta agronocircmica de meloeiro (Cucumis melo L) cultivado sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegido Pelotas lOOp Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2002

SILVA JUacuteNIOR A A GIORGI E Substratos alternativos para a produccedilatildeo de mudas de tomate Agropecuaacuteria Catarinense Florianoacutepolis EPAGRI 1992 23 p

SILVA JUacuteNIOR A A MACEDO S G STUKER H Utilizaccedilatildeo de esterco de peru na produccedilatildeo de mudas de tomateiro Florianoacutepolis EPAGRI 1995 28 p (Boletim Teacutecnico 73)

TAGLIARI PS GRASSMANN H Minhoca a grande aliada da agricultura Agropecuaacuteria Catarinense v8 n l p 11-14 mar 1995

TEDESCO M J GIANELLO C Anaacutelises de solo plantas e outros materiais Porto Alegre Faculdade de Agronomia Departamento de Solos Universidade Federal do Rio Grande do Sul RS 1996

TENNANT D A Test of modified line intersect method of estimating root lenght Journal Ecology Oxford v 63 p 995-1001 1975

TIBAU A O Mateacuteria Orgacircnica do Solo Mateacuteria Orgacircnica e Fertilidade do SoloSatildeo Paulo Nobel 1984 p49-182

TIMM P J Anaacutelise comparativa dos sistemas de plantio convencional e cultivo miacutenimo de cebola sob adubaccedilatildeo orgacircnica e mineral Pelotas 2000 79 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2000

47

VALENZUELA HR CROSBY C Effect of compost applications on the yield of several vegetables in long-term organic farming experiments conduced in the tropics American Society Horticultural Science v33 n3 june 1998

VIGLIZZO E (ed) Subprograma Recursos Naturais y Sostenibilidad Agriacutecola documento marco Montevideo IICAPROCISUR 1995 p 75 - 78

WE1D J M TARDIN J M Proposta para a Ampliaccedilatildeo do Trabalho da ASPTA no Centro Sul do Paranaacute ASPTA Disponiacutevel em http wwwpronafgovbrEncontrotestosAS20PTA20Sul20ParanE1205 202002doc Acesso em 05 mai 2002

XAVIER SIMOacuteN F DOMINGUES D G Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel uma perspectiva agroecoloacutegica Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre EM ATERRS v2 n2 p 17-26 2001

ZABALETA J P Diagnoacutestico da Agricultura Familiar em Satildeo Joseacute do Norte - RSPelotas EMBRAPA-CPACT 1998 75 p (EMBRAPA-CPACT Documentos 44)

ZONTA E P MACHADO A A SILVEIRA P Sanest Sistema de anaacutelise estatiacutestica para microcomputadores Registrado na Secretaria Especial de Informaacutetica sob nuacutemero 066060 - categoria A Pelotas-RS Universidade Federal de Pelotas 1984

48

7 APEcircNDICE

APEcircNDICE A - Anaacutelise da adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes utilizados na produccedilatildeo de mudas de cebola

TABELA 1 A Anaacutelise baacutesica do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo miuacutedo + papua

Arg

pH IND

SMP

MO

P - n r - Na Al Ca__10Omlmdash

Mg

ppm -

6 53 67 089 8 6 27 1 04 05 0 2

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 2A Anaacutelise complementar do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo-miuacutedo + papua

Cobre Zinco Manganecircs Ferro

(m v1)

04 05 26 007

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

49

TABELA 3A Anaacutelise dos fertilizantes soacutelidos

Amostra pH limidade CN

C N P K Ca Mg

- g-ivg --

Cama de 849 2491 12 31042 2479 3888 3405 29875 463

aves

Esterco 74 3594 11 677 590 157 134 335 214

de curral

Huacutemus 684 5738 14 15965 1098 453 745 743 361

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 4A Anaacutelise quiacutemica dos biofertilizantes liacutequidos

Amostra N P K_ccedil H

Ca Mg Cu Zn Fe Mn

mdashgL bull

S Magro

m b 4

Urina

053

1652

8 2 2

008

395

0 0 0

149

1674

471

1902

6872

0 0 0

1150

4507

1172

7273

42

033

101389

920

0 0 0

6250

19458

781

35273

1123

0 2 1

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

50

APEcircNDICE B - Condiccedilotildees climaacuteticas do local

TABELA 1B Condiccedilotildees de temperatura do local

___________ __________TEMPERATURA (degCgt

meses Meacutedia

Maacutexima

Meacutedia

MiacutenimaMeacutedia

Maacutexima

Absoluta

Miacutenima

Absoluta

Junho 225 87 156 320 25

Julho 225 85 155 285 30

Agosto 251 71 161 360 1 0

Fonte FEPAGROSCT 2002

TABELA 2B Condiccedilotildees de chuva do local

mdash CHUVA (mm)mdash

meses Ocorrida Normal Desvio Da Normal

Junho 1080 1 1 0 -2 0

Julho 1062 98 8 2

Agosto 1283 1 2 0 83

Fonte FEPAGROSCT 2002

51

TABELA 1C Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

APEcircNDICE C - Anaacutelise estatiacutestica da parte aeacuterea

Causas G1 FFPA FSPA AP DC

da variaccedilatildeo --------- Quadrados meacutedios-

Blocos 3

Ad Base 2 175359071 1287102 2547419 1 11775

Biofertilizantes 2 126876 29011 87669ns 02185ns

Ad x Biofert 4 572378 31123 69106ns 04159

Resiacuteduo 24 34456 03048 27169 00290

Total 35

Meacutedia geral 93745 8772 320388 6741

CV 1980 6294 5145 2530

Significativo a 5ns Natildeo significativo

52

TABELA 1D Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade

de raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

APEcircNDICE D - Anaacutelise estatiacutestica da raiz

Causas G1 FFR FSR CR RPASR DR

da variaccedilatildeo Quadrados meacutedios---------------

Blocos 3

Ad Base 2 27874 551 623 2 1 0 140

Biofertilizantes 2 178 0 1 0 ni 1504 l03ns 038ns

Ad x Biofert 4 190 058 318 294 183

Resiacuteduo 24 005 009 028 023 0 2 1

Total 35

Meacutedia geral 1818 228 184 387 333

C V 134 1356 448 1253 1396

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

53

APEcircNDICE E - Anaacutelise estatiacutestica dos macronutrientes da parte aeacuterea da cebola

TABELA 1E Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mud^s de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

Causas G1 bull N P K Ca Mg

da variaccedilatildeo

Blocos 3

Ad Base 2 13550306 446627 25509686 1031806 59007

Biofertilizantes 2 180610ns 16564 68153ns 39006 876ns

Ad x Biofert 4 454187 45743 1047539 46950 2464

Resiacuteduo 24 29769 1453 64313 3741 439

Total 35

Meacutedia geral 24921 4597 33366 6943 1615

C V 692 829 760 880 1297

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

APEcircNDICE F - Fotos do experimento

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob uma perspectiva agroecoloacutegica

APEcircNDICE F a Fotos do experimento

FIGURA 1 Adubaccedilatildeo verde com feijatildeo-miuacutedo e papuatilde utilizadas no manejo do solo

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob urna perspectiva agroecoloacutegica

Page 19: PRODUÇÃO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L.) SOB …orgprints.org/24883/1/Paglia_Produção.pdf · vaca mais calda bordalesa; MB4+U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

8

213 O Mercado de produtos agroecoloacutegicos

O mercado de alimentos produzidos sob a orientaccedilatildeo agroecoloacutegica produzidos

sem utilizaccedilatildeo de agrotoacutexicos ou adubos minerais tem aumentado vertiginosamente em

todo o mundo Alguns dados indicam que esse segmento cresce anualmente cerca de

20 nos Estados Unidos 40 na Europa e 50 no Brasil e para comprovar tais

iacutendices basta verificar a proliferaccedilatildeo das feiras de produtores ecoloacutegicos nas cidades o

aumento dos espaccedilos para esses produtos nas gocircndolas das grandes redes de

supermercados e os movimentos ambientalistas e de consumidores que buscam uma

alimentaccedilatildeo mais saudaacutevel (Schiedeck 2002)

Sem duacutevida antes de tudo cabe salientar que a crise atual evidencia o equiacutevoco da

adoccedilatildeo de um modelo de produccedilatildeotransformaccedilatildeo que natildeo tem outra ambiccedilatildeo que natildeo a

de se adaptar agrave globalizaccedilatildeo Cabe a consideraccedilatildeo feita por Dufour (1999) de que o

mercado natildeo eacute uacutenico e monoliacutetico e portanto a produccedilatildeo social da qualidade natildeo

significa mais do mesmo (a adaptaccedilatildeo do que jaacute natildeo serve)

Na realidade pode-se identificar claramente dois mercados de natureza

fundamentalmente oposta que segundo Gomes amp Borba (2000) satildeo o de produtos

baacutesicos (leite cereais carnes brancas e vermelhas) e o de produtos elaborados

socialmente e de grande valor agregado por serem justos socialmente O mercado

mundial dos produtos baacutesicos eacute alimentado pelos excedentes agriacutecolas de grandes

produtores (Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos e Canadaacute) tambeacutem a soja e carne de

frango brasileira e o trigo argentino e os preccedilos nesses mercados satildeo extremamente

baixos e permaneceratildeo assim por muito tempo segundo relatos recentes do Banco

Mundial

Para produzir a preccedilos tatildeo baixos eacute necessaacuterio lanccedilar matildeo de todo tipo de

artifiacutecio como os hormocircnios os organismos geneticamente modificados as farinhas

animais esquecendo o meio ambiente e convivendo com exploraccedilotildees gigantescas

concentraccedilatildeo na posse da terra e com uma minoria de beneficiaacuterios dos programas de

ajuda puacuteblica os agromanagers (Gomes amp Borba 2000)

O mercado de produtos elaborados e de valor agregado obedece a outras regras

Mesmo que os agricultores busquem a maximizaccedilatildeo da produtividade natildeo se enfrentam

diretamente A produccedilatildeo ocorre em zonas geograacuteficas bem definidas e permite valorizar

o ldquosavoir-fairerdquo ou ldquoknow-howrdquo (em outras palavras natildeo necessariamente mas o

conhecimento ldquotradicionalrdquo) contribuindo para uma verdadeira economia local Esta eacute a

9

agricultura que ao mesmo tempo produz gera e preserva empregos Para caminhar ateacute

ela eacute necessaacuteria uma ampla alianccedila entre agricultores consumidores e movimentos

sociais para frear esta forma de ditadura dos mercados fonte do poder das

transnacionais agro-alimentares e quiacutemicas (Dufour 1999)

Por outra parte o mercado natildeo eacute linear e abstrato como querem fazer crer A

produccedilatildeo e o consumo sempre estaratildeo localizados e seratildeo realizados por produtores e

consumidores concretos isto permite falar em convenccedilatildeo ou negociaccedilotildees onde a

qualidade seja considerada na originalidade no bem comum ou na confianccedila entre pares

e colada aos produtos ainda mais quando se trata de alimentos Isto soacute seraacute possiacutevel

no local (sem ignorar o global) e levando em conta indicaccedilotildees como denominaccedilatildeo

ou indicaccedilatildeo de origem de processo ou de qualidade etc relacionados agraves

especificidades dos produtos o que tambeacutem deve ser objeto de negociaccedilatildeo para cada

lugar (eacute preciso lembrar que a participaccedilatildeo e as relaccedilotildees interpessoais satildeo determinantes

ao longo do processo) A produccedilatildeo social da qualidade eacute vista como estrateacutegia que

adquire sentido se considerada para o espaccedilo da Agricultura Familiar onde ainda eacute

possiacutevel estabelecer laccedilos de solidariedade entre produtores e consumidores (Gomes amp

Borba 2000)

De acordo com DrsquoAgostini amp Fantini (2002) tanto ou mais do que compreender a

dinacircmica de processos dos quais resultam produtos interessantes eacute compreender e

humanizar a dinacircmica de interesses sobre esses processos e produtos Os mesmos

autores dizem ainda que natildeo seria a solidariedade humana (a virtude pressuposta) que

emerge em especial na produccedilatildeo agroecoloacutegica mas sim a emergecircncia da rica

propriedade humana a generosidade que permite praticaacute-la em qualquer relaccedilatildeo entre

os homens

22 A cultura da cebola (Alliunt cepa L) e sua importacircncia

A cultura da cebola foi introduzida pelos accedilorianos no Brasil no seacuteculo XVIII nos

municiacutepio de Mostardas Rio Grande e Satildeo Joseacute do Norte no Estado do Rio Grande do

Sul (Garcia 1990) sendo a terceira hortaliccedila de maior importacircncia econocircmica para o

paiacutes (ICEPA 2003) Nas regiotildees Sul e Sudeste a cebolicultura constitui-se em atividade

socioeconocircmica de significativa relevacircncia para os Estados de Satildeo Paulo Santa

10

Catarina e Rio Grande do Sul nos quais se concentram mais de 76 da produccedilatildeo

nacional (Debarba et a i 1998)

A mais importante regiatildeo produtora do Rio Grande do Sul estaacute situada no litoral

Sul englobando os municiacutepios de Rio Grande Tavares Satildeo Joseacute do Norte e Mostardas

(Garcia 1997) e segundo ICEPASC (2003) esses quatro municiacutepios respondem por

cerca de 70 da produccedilatildeo de cebola do RS

Timm (2000) cita que cerca de 16000 famiacutelias rurais no Rio Grande do Sul tem

na cultura da cebola o seu principal meio de subsistecircncia No Municiacutepio de Satildeo Joseacute do

Norte a produccedilatildeo de cebola constitui uma atividade econocircmica quase exclusiva onde a

descapitalizaccedilatildeo dos agricultores ocasionou o abandono do meio rural por muitos deles

que acabaram por estabelecerem-se na periferia da zona urbana (Garcia 1997)

Aleacutem da descapitalizaccedilatildeo do produtor ocorrem problemas como a erosatildeo do solo

que segundo Zabaleta (1998) ocorre principalmente devido agrave accedilatildeo dos ventos fortes e

constantes caracteriacutesticos na regiatildeo sul-litoracircnea bem como a topografia plana e os

solos muito arenosos com lenccediloacuteis freaacuteticos superficiais contribuem para o

empobrecimento dos solos da regiatildeo principalmente ao se comparar com outras aacutereas

onde a cebola participa de sistemas produtivos juntamente com a produccedilatildeo leiteira o

arroz e hortaliccedilas diversas (Timm 2000)

221 Caracteriacutesticas agronocircmicas da cebola

A cebola eacute uma aliaacuteceae a planta eacute tenra atinge 60 cm de altura e apresenta folhas

tubulares e cerosas O caule verdadeiro eacute um disco comprimido na base da planta de

onde partem as folhas e raiacutezes que satildeo fasciculadas pouco ramificadas explorando um

volume de solo equivalente a um cilindro com 60 cm de altura e 25 cm de diacircmetro

(Filgueira 2000)

Cada planta apresenta 20 a 200 raiacutezes normalmente espessas (05 a 1 mm de

diacircmetro) e com pouca ramificaccedilatildeo e poucos pecirclos absorventes O crescimento eacute

vertical estendendo-se de 40 a 80 cm de profundidade Poucas raiacutezes ocupam mais de

15 cm do raio em tomo do bulbo Estas caracteriacutesticas tecircm implicaccedilotildees peculiares

quanto acirc localizaccedilatildeo e ao suprimento de nutrientes (Quanto menor o diacircmetro e maior a

ocorrecircncia de pecirclos absorventes maior seraacute a superfiacutecie de raiacutezes e consequumlentemente a

absorccedilatildeo de nutrientes (Magalhatildees 1993)

11

A fase vegetativa do ciclo da planta termina com o amadurecimento do bulbo

todavia trata-se de uma planta bienal considerando acirceu ciclo vital completo isto eacute da

semeadura ateacute a produccedilatildeo de novas sementes Apoacutes um periacuteodo invemal sob baixas

temperaturas haacute emissatildeo de um pendatildeo floral que pode alcanccedilar 150 cm de altura

terminando por uma inflorescecircncia tipo umbela simples inicialmente recoberta por

uma peliacutecula formada por centenas de pequenas flores (Filgueira 2000)

Segundo Clivela (1995) os fatores climaacuteticos de modo geral natildeo satildeo limitantes

para a produccedilatildeo de bulbos de cebola no Rio Grande do Sul Filgueira (2000) enfatiza

que no Brasil eacute uma das raras culturas oleraacuteceas nas quais o fotoperiacuteodo pode tornar-se

o fator limitante ocorrendo frustraccedilotildees da colheita caso as exigecircncias da planta natildeo

sejam satisfeitas

222 A produccedilatildeo de mudas de hortaliccedilas

As mais importantes modificaccedilotildees no sistema de produccedilatildeo nos uacuteltimos anos tecircm

sido feitas na produccedilatildeo de mudas Hoje eacute uma realidade os produtores se

especializarem em produzir mudas principalmente no Estado de Satildeo Paulo Para tanto

se busca atraveacutes da pesquisa as melhores fontes e combinaccedilotildees de substratos associados

ao sistema de produccedilatildeo conveniente para cada espeacutecie a fim de se obter melhorias na

propriedade no solo e na Olericultura (Giorgetti 1991)

O sistema agroecoloacutegico torna-se importante uma vez que a base da Horticultura

moderna eacute a produccedilatildeo de mudas de alta qualidade (Minami1995) a produccedilatildeo de mudas

de hortaliccedilas tem sido citada como a etapa mais importante do sistema produtivo (Silva

Junior et al 1995) Segundo Filgueira (2000) nesta fase natildeo se pode cometer erros

pois posteriormente seraacute mais difiacutecil de corrigi-los visto que para o cultivo da cebola a

muda refletiraacute na qualidade do bulbo

As mudas de hortaliccedilas podem ser consideradas tolerantes e natildeo tolerantes ao

transplante e dependem principalmente das condiccedilotildees ambientais necessitando de

cuidados No caso da cebola como satildeo produzidas com raiz nua os cuidados devem ser

maiores pois dependendo do estado em que se encontram mais ou menos susceptiacuteveis

aos estresses quando em contato com o campo podem resultar em desastre (Minami

1999)

A quantidade de nutrientes extraiacuteda pelas hortaliccedilas durante a fase de muda varia

em funccedilatildeo da espeacutecie da variedade ou da cultivar e do prazo necessaacuterio para a formaccedilatildeo

13

O composto humificado ou curado eacute rico em nutrientes que passaram parcialmente

da forma orgacircnica para a forma mineral assimilaacutevel pelas raiacutezes e com maior teor

coloidal que atua como fertilizante e eacute responsaacutevel pela capacidade melhoradora do

solo (Barreto 1985)

Uma das principais alternativas em termos de adubaccedilatildeo orgacircnica eacute o

vermicomposto Ele eacute um adubo orgacircnico estaacutevel rico em nutrientes inodoro de

coloraccedilatildeo escura obtido a partir da atividade das minhocas que potencializam a mateacuteria

prima utilizada no processo (principalmente esterco de bovino) proporcionando

diversos benefiacutecios para as plantas (Timm 2000)

231 Efeitos da adubaccedilatildeo orgacircnica no solo

O solo funciona como um organismo vivo em 1 grama de solo saudaacutevel vive uma

comunidade bioloacutegica de aproximadamente 1 0 0 0 0 espeacutecies diferentes como minhocas

larvas besouros colecircmbolos aacutecaros algas bacteacuterias e fungos Estes organismos

necessitam de alimentos para viver principalmente carbono e nitrogecircnio que estatildeo

presentes na palhada das culturas e no esterco de animais Em funccedilatildeo disso eacute

importante que o solo tenha um determinado teor de mateacuteria orgacircnica para fornecer os

alimentos e energia que os microacutebios precisam para viver (Paulus et al 2001)

O homem atraveacutes dos diferentes sistemas de preparo do solo e cultivos contiacutenuos

ou natildeo altera o comportamento do mesmo em relaccedilatildeo agraves reaccedilotildees quiacutemicas

propriedades fiacutesicas como capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua lixiviaccedilatildeo de nutrientes

erosatildeo e como consequumlecircncia afeta a qualidade de organismos presentes no solo (Brady

1999) reduzindo paulatinamente o teor de mateacuteria orgacircnica (Primavesi1982)

Nos uacuteltimos anos tem-se observado em diferentes paiacuteses a ampliaccedilatildeo do uso de

adubos orgacircnicos Alguns apresentam oacutetimos resultados enquanto outros se mostram

tecnicamente inadequados Os principais adubos orgacircnicos encontrados no mercado satildeo

fertilizantes orgacircnicos de origem animal compostos de lixo urbanos compostos de

produtos industriais e huacutemus de minhoca Nestes fertilizantes estatildeo presentes a maioria

dos macronutrientes (nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre) e

micronutrientes (zinco cobre boro ferro cobalto)essenciais para as plantas e nem

sempre encontrados em muitos fertilizantes minerais bem como uma gama de

microorganismos que vatildeo beneficiar a fauna e a flora do solo (Brady 1979 Kiehl

1985 Costa 1985 Garcia 1997)

14

Os adubos orgacircnicos satildeo amplamente empregados nos sistemas de produccedilatildeo de

alface como condicionadores do ambiente quiacutemico e fiacutesico da rizosfera e

consequumlentemente na resposta bioloacutegica das plantas (Rodrigues amp Casali 1998)

Considerando as necessidades hortiacutecolas de maior competitividade e o fato de natildeo

ser subsidiada o crescimento populacional e a industrializaccedilatildeo representam fatores

determinantes na geraccedilatildeo diaacuteria de enormes volumes de resiacuteduos podendo ser utilizados

pelos produtores com um maior retomo econocircmico possiacutevel Ao mesmo tempo a

questatildeo ambiental assume cada vez mais destaque na sociedade moderna repercutindo

em poliacuteticas governamentais bem como no setor produtivo do paiacutes e do mundo

fazendo com que a relaccedilatildeo do homem com a natureza seja repensada (Morselli 2001)

232 Efeitos da adubaccedilatildeo orgacircnica nas culturas

Segundo Paulus et al (2001) a mateacuteria orgacircnica tambeacutem eacute fonte de nutrientes

especialmente nitrogecircnio foacutesforo enxofre e micronutrientes aleacutem disso tem

capacidade de ldquoprenderrdquo micronutrientes e alguns elementos toacutexicos para as plantas

como o alumiacutenio Por exemplo os micronutrientes depois de presos satildeo liberados

lentamente no solo onde satildeo gradativamente aproveitados pelas plantas

O uso dos fertilizantes minerais elevam o custo de produccedilatildeo pois satildeo necessaacuterias

altas doses para o fornecimento dos teores de nutrientes demandados Por isso eacute

importante a geraccedilatildeo de tecnologias que poupem o consumo de fertilizantes minerais

desejaacutevel com vista agrave diminuiccedilatildeo do custo de produccedilatildeo (Rodrigues 1984) A produccedilatildeo

de hortaliccedilas sob a orientaccedilatildeo agroecoloacutegica leva em consideraccedilatildeo natildeo apenas os custos

de produccedilatildeo como tambeacutem a dependecircncia dos insumos principalmente quando se

considera a ldquoteoria da trofobioserdquo pelos efeitos maleacuteficos que os nutrientes prontamente

assimilaacuteveis podem causar as plantas (Chaboussou 1987)

Para Compagnoni amp Putzolu (1985) o vermicomposto eacute um autecircntico fertilizante

bioloacutegico que atua como corretivo do solo determinando caracteriacutesticas importantes

para a microflora pelos aacutecidos huacutemicos e as substacircncias fitoestimulantes Os autores

consideram ainda que as dejeccedilotildees das oligoquetas proporcionam a formaccedilatildeo de huacutemus

permitindo melhorar o solo razatildeo pela qual satildeo destinados agrave horticultura com oacutetimas

vantagens fiacutesicas e microbioloacutegicas enriquecendo a camada araacutevel

Em experimentos desenvolvidos durante cinco anos para avaliar o efeito da

aplicaccedilatildeo de compostos eou adubos nas culturas de alface manjericatildeo espinafre e

15

pepino Valenzuela amp Crosby (1998) compararam as produccedilotildees obtidas com composto

e a fertilizaccedilatildeo padratildeo e concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo do composto em 20 Mg ha 1 mais

N-quiacutemico foi o melhor tratamento em todas as culturas estudadas

233 Plantas de cobertura do solo

As plantas mais usadas para adubaccedilatildeo de cobertura do solo satildeo as leguminosas

pois estas tecircm a capacidade de fixar o nitrogecircnio atmosfeacuterico e disponibiliza-lo agrave

cultura Primavesi (1992) cita que utilizando-se mucuna ervilhaca feijatildeo-de-porco

feijatildeo-miuacutedo crotalaacuteria e outras natildeo haacute necessidade de utilizar tanto nitrogecircnio em

cobertura embora natildeo se dispense uma calagem mais frequumlente pois ocorre um pouco

de acidificaccedilatildeo no solo como com qualquer adubaccedilatildeo nitrogenada Segundo a mesma

autora algumas leguminosas tecircm a capacidade de mobilizar o foacutesforo como o caupi

(feijatildeo-miuacutedo) outras mobilizam o caacutelcio como tremoccedilo

Para Brady (1999) a adubaccedilatildeo verde traz grandes benefiacutecios como suprimento de

mateacuteria orgacircnica sendo consideraacutevel a quantidade de resiacuteduos orgacircnicos devolvidos ao

solo adiccedilatildeo de nitrogecircnio nutrientes e conservaccedilatildeo do solo

Calegari (1998) comenta que quanto aos aspectos fiacutesicos os resiacuteduos tendem a

contribuir para uma melhoria da estrutura do solo percebida pelo aumento da

estabilidade dos agregados em aacutegua aumento da capacidade de retenccedilatildeo hiacutedrica

elevaccedilatildeo dos iacutendices de infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo aumento da porosidade melhor

aeraccedilatildeo e diminuiccedilatildeo da densidade do solo

De acordo com Timm (2000) o papuatilde eacute uma excelente alternativa como cobertura

de solo para o cultivo miacutenimo da cebola pois na eacutepoca do transplante das mudas seu

ciclo vegetativo estaacute completo natildeo necessitando o dessecamento outra vantagem eacute que

o papuatilde apresenta bom controle com relaccedilatildeo agraves plantas invasoras da cebola reduzindo

ao longo dos anos o nuacutemero de capinas e a aplicaccedilatildeo de herbicidas

234 Adubaccedilatildeo foliar

Segundo Malavolta (1981) a utilizaccedilatildeo da adubaccedilatildeo foliar eacute complemento da

adubaccedilatildeo de solo natildeo substituto da mesma no que diz respeito ao fornecimento de

nitrogecircnio foacutesforo e potaacutessio para as culturas Da mesma maneira que as raiacutezes podem

perder para o solo parte dos elementos absorvidos as folhas tambeacutem o fazem pela accedilatildeo

16

de fatores internos (desordem fisioloacutegica estado nutricional etc) e externos (chuvas

orvalho nutriccedilatildeo do sistema radicular luz temperatura etc)

Para Chaboussou (1987) as plantas adquirem o maacuteximo de resistecircncia bioloacutegica

atraveacutes da nutriccedilatildeo (trofos) equilibrada Obviamente para que isto ocorra eacute necessaacuterio

que o solo esteja em equiliacutebrio dinacircmico o ambiente seja o mais estaacutevel e as plantas

selecionadas ou melhor adaptadas para poderem suportar as alteraccedilotildees extemporacircneas

ocasionadas pelos fenocircmenos meteoroloacutegicos e nas fases fonoloacutegicas criacuteticas do

crescimento e desenvolvimento (Pinheiro amp Barreto 2000)

O lixiviado das folhas enriquece as camadas superiores do solo e tende a

contrabalanccedilar as perdas de zonas mais profundas e mais distantes acumulando-os nas

suas proximidades tambeacutem influencia o nuacutemero e o comportamento dos

microrganismos que por sua vez alteram o processo de gecircnese do solo sua textura e

fertilidade A lixiviaccedilatildeo assim se toma importante no desenvolvimento da sucessatildeo

ecoloacutegica devido agrave ciclagem de elementos (Malavolta 1980)

Conforme Camargo (1975) a utilizaccedilatildeo de adubos foliares substitui parcialmente

a adubaccedilatildeo radicular em 20 a 25 podendo ser utilizada em varias pulverizaccedilotildees

24 Vermicompostagem

E o processo que consiste em se submeter diferentes resiacuteduos orgacircnicos de

origem animal eou vegetal aos processos fermentativos e humificaccedilatildeo adicionando

minhocas do gecircnero Eiseina espeacutecie foetida ao material procurando obter um produto

curado em aproximadamente 45 - 60 dias (Compagnoni amp Putzolu 1985)

A vermicompostagem firmou-se no Brasil como atividade rentaacutevel produzindo

adubo de alta qualidade na deacutecada de 90 Na agricultura brasileira contudo haacute

preferecircncia pelos adubos quiacutemicos em funccedilatildeo de sua aquisiccedilatildeo financiada menor custo

e retomo imediato embora o impacto de seu uso contiacutenuo sobre o solo e os

microorganismos que nele vivem seja negativo (Tagliari amp Grassmann 1995)

Segundo Morselli (2002) a vermicompostagem difere da compostagem

convencional dentre outros pocircr formar substacircncias huacutemicas mais rapidamente ao sofrer

passagem pelo trato digestivo das minhocas A alirdentaccedilatildeo destas satildeo basicamente os

estercos e a disponibilidade desta mateacuteria prima bem como de ambiente protegido para

proceder a compostagem correta deste material satildeo indispensaacuteveis

17

Segundo Kiehl (1985) e Martinez (1990) o vermicomposto apresenta as seguintes

vantagens em relaccedilatildeo a compostagem permite a formaccedilatildeo de um produto curado em

menor espaccedilo de tempo promove a formaccedilatildeo de um material com maior

disponibilidade de nutrientes facilita o peneiramento natildeo havendo a necessidade de

revolvimento do material oferece vaacuterias fontes de renda pois aleacutem do huacutemus fornece

minhocas e raccedilatildeo e quando aplicado ao solo tende a melhorar as propriedades fiacutesicas

quiacutemicas e bioloacutegicas

241 Resiacuteduos utilizados na vermicompostagem

2411 Resiacuteduos de origem animal

Segundo Bureacutes (1997) o esterco eacute uma mistura de fezes urina e camas que

podem estar constituiacutedas de palhas folhas secas serragem turfa casca de arroz e ateacute

terra Esse apresenta pH neutro e densidade que varia de 030 a 090 Kg dm3 segundo

seu estado de decomposiccedilatildeo Eacute influenciado por vaacuterios fatores como espeacutecie animal

raccedila idade alimentaccedilatildeo material utilizado como cama e tratamento da mateacuteria-prima

esterco (Kiehl 1985) Dentre os fatores apontados um dos mais importantes eacute a

alimentaccedilatildeo do animal quanto mais rica a alimentaccedilatildeo mais rica seraacute as dejeccedilotildees

(Gnoatto 1999) O volume de bacteacuterias vivas ou mortas encontradas no esterco

representam 20 a 30 do total delas se originam grande parte do nitrogecircnio sob a

forma de proteiacutena (Morselli 2002)

A origem do material utilizado para a produccedilatildeo de vermicomposto eacute fundamental

pois soacute uma mateacuteria-prima de qualidade resultaraacute em um produto final de boa qualidade

Dentre os estercos o de aves eacute empregado empiricamente na adubaccedilatildeo de culturas

permanente ou natildeo com excelentes resultados apesar de sua simples composiccedilatildeo

meacutedia 2 de nitrogecircnio 2 de foacutesforo como P2 0 5 e 1 de K2 0 Poreacutem haacute uma

grande variaccedilatildeo na sua constituiccedilatildeo a qual dependeraacute do manejo animal atraveacutes das

camas finalidade da criaccedilatildeo e natureza das camas (Morselli 2002)

2412 Resiacuteduos de origem vegetal

A mateacuteria orgacircnica pode ser preservada no solo por vaacuterios processos seja pela

simples incorporaccedilatildeo de resiacuteduos de culturas rotaccedilatildeo de culturas adubaccedilatildeo verde ou

18

pela adiccedilatildeo de materiais orgacircnicos capazes de elevar e manter a produtividade do solo

Da decomposiccedilatildeo dos resiacuteduos orgacircnicos adicionados ao solo resulta a liberaccedilatildeo de

grande quantidade de nutrientes principalmente o nitrogecircnio o potaacutessio e o enxofre

Aleacutem disso diversos atributos quiacutemicos e fiacutesicos do solo satildeo alterados pela

decomposiccedilatildeo desses resiacuteduos destacando-se o aumento da capacidade de troca de

caacutetions o aumento da retenccedilatildeo de aacutegua a melhoria da estabilidade dos agregados e da

aeraccedilatildeo (Fraser1963 Malavolta 1981 Mello et al 1983 Bonilla 1992)

Segundo Purcino (1981) quando a relaccedilatildeo CN eacute menor que 30 como no caso do

esterco de curral ou da palha de leguminosas a disponibilidade de nitrogecircnio eacute

imediata mas acima deste valor ocorre imobilizaccedilatildeo crescente deste nutriente Por esse

motivo estes materiais devem ser submetidos a uma degradaccedilatildeo bioloacutegica antes de

serem adicionados ao solo

25 Biofertilizantes

No Brasil ocorrem problemas crescentes com materiais derivados de sistemas

intensivos de criaccedilatildeo animal que acumulam resiacuteduo^ orgacircnicos com graves problemas

de contaminaccedilatildeo de cursos de aacutegua que na maioria das vezes se acumulam em um

uacutenico lugar e natildeo satildeo reciclados (Viglizzo 1995)

Visando amenizar tais situaccedilotildees os meacutetodos alternativos de adubaccedilatildeo controle de

doenccedilas pragas e plantas indesejaacuteveis tecircm sido muito estudado Dentro dessa linha de

pesquisa destaca-se o uso de mateacuteria orgacircnica atraveacutes tanto de sua incorporaccedilatildeo ao

solo como de sua transformaccedilatildeo para uso posterior na forma de biofertilizantes

(Khatounian 1997 Bettiol et al 1997)

Na complexa e elevada comunidade microbiana dos biofertilizantes encontram-se

bacteacuterias fungos leveduriformes filamentosos e actinomicetos (Bettiol apud Penteado

1999)

O agregado de macro e micronutrientes periodicamente ativa e enriquece a

fermentaccedilatildeo O uso de farinha de rocha tem sido vantajoso por ter baixo custo

comparado com os sais concentrados e purificados aleacutem de trazer alguns elementos

traccedilos de vital importacircncia para os microrganismos do solo como por exemplo o Gaacutelio

o Iodo e o Vanaacutedio (M1BASA 199-) O agregado de farinha de rocha ou sais

purificados ao fermentado faz com que estes nutrientes passem a fazer parte dos

microrganismos ou dos produtos orgacircnicos liberados durante a fermentaccedilatildeo sendo que

19

o ataque dos microrganismos atraveacutes de suas enzimas consegue liberar os elementos natildeo

atacados pelos aacutecidos industriais (Pinheiro amp Barreto 2000)

Os biofertilizantes tecircm sido empregados na agricultura ecoloacutegica como adubo

foliar para aumentar a resistecircncia contra pragas e doenccedilas Aleacutem disso o processo de

produccedilatildeo eacute bastante simples e por isso eacute viaacutevel sua produccedilatildeo na propriedade desde que

tenha esterco disponiacutevel (Penteado 1999)

Bettiol et al (1997) verificaram a presenccedila de diferentes espeacutecies de fungos

fiacutelamentosos e leveduriformes e bacteacuterias entre elas Bacillus spp na comunidade

microbiana do biofertilizante produzido segundo meacutetodo adotado pelo Centro de

Agricultura Ecoloacutegica Ipecirc Os autores verificaram ainda uma reduccedilatildeo da comunidade

microbiana ao longo da digestatildeo reduccedilatildeo essa mais acentuada logo apoacutes o acreacutescimo

dos sais contendo micronutrientes A accedilatildeo dos sais pode ser tanto por aumento na

pressatildeo osmoacutetica quanto pelo efeito direto sobre os microrganismos Para o controle de

doenccedilas de plantas satildeo importantes a presenccedila dos metaboacutelitos produzidos pelos

organismos presentes no biofertilizante e os proacuteprios microrganismos vivos

Os microrganismos transformam o material orgacircnico (esterco soro de leite caldo

de frutas palhas restos industriais etc) e cinzas produzindo vitaminas aacutecidos e sais

complexos importantes para regular e tonificar o metabolismo das plantas impedindo o

desenvolvimento de pragas e doenccedilas (Pinheiro amp Barreto 2000)

Em estudos feitos com o biofertilizante liacutequido de bovinos foi observado a

presenccedila de inuacutemeros microorganismos como bacteacuterias leveduras e bacilos

principalmente do Bacillus subtilis Estes microorganismos sintetizam substacircncias

antibioacuteticas as quais demonstram ter grande accedilatildeo e eficiecircncia como substacircncias

fungiostaacuteticas e bacteriostaacuteticas de fitopatoacutegenos causadores de danos em lavouras

comerciais (Penteado 1999)

Aldrighi et al (2002) realizaram trabalho na UFPel relacionado agrave nutriccedilatildeo de

mudas de tomate (Floradade) produzidas no sistema ldquofloatingrdquo Utilizaram-se doses de

0 2 5 e 10 para o biofertilizante Super Magro e 0 e 1 para a urina de vaca

Concluiacuteram que estes natildeo interferem na produccedilatildeo das mudas e que provavelmente foi

influenciado pelo substrato utilizado (vermicomposto 75 e casca de arroz carbonizada

25) bem como o sistema de produccedilatildeo (floating)

Paglia et al (2002) citam que eacute possiacutevel produzir mudas de tomate (cultivar

Floradede) utilizando urina de vaca e biofertilizante Super Magro na aacutegua em sistema

ldquofloatingrdquo em trabalho realizado na UFPel O uso da urina de vaca a 1 e 5 e

20

biofertilizante Super Magro a 6 proporcionam uma elevaccedilatildeo do foacutesforo bem como o

Super Magro a 6 eleva os teores de Mg e Ca na aacutegua

251 Urina de vaca

As urinas de vaca contecircm nutrientes favoraacuteveis ao bom desenvolvimento das

plantas como potaacutessio soacutedio nitrogecircnio enxofre magneacutesio caacutelcio foacutesforo e traccedilos de

outros elementos Nas plantas funciona como um fertilizante natural tomando-as mais

resistentes ao ataque das pragas e doenccedilas Satildeo encontradas tambeacutem na urina outras

substacircncias como fenoacuteis e principalmente o catecol que esta associado agrave recuperaccedilatildeo

de plantas atacadas por fitopatoacutegenos por ser um produto anti-seacuteptico (Penteado 1999)

Para seu emprego a urina receacutem coletada deve ser armazenada sob condiccedilotildees

ambientais por trecircs dias para que se forme amocircnio importante produto a ser absorvido

pelas plantas Recomenda-se ainda que o armazenamento deva ser feito em recipiente

fechado para que natildeo ocorram perdas de nitrogecircnio Desta forma poderaacute permanecer

por ateacute um ano sem comprometer sua eficiecircncia

Em hortaliccedilas o uso da urina de vaca eacute recomendado em pulverizaccedilotildees foliares

semanais na concentraccedilatildeo de 05 para tomateiro pimentatildeo pepino feijatildeo vagem e

couve ou quinzenais a 1 para as culturas do quiabeiro jiloeiro e berinjela Para

fruteiras em geral a primeira aplicaccedilatildeo deve ser na concentraccedilatildeo aproximada de 5

realizada diretamente no solo e mensalmente devem ser realizadas pulverizaccedilotildees

foliares a 1 para plantas jovens e a 5 para plantas adultas (Penteado 1999)

Na aplicaccedilatildeo foliar deve-se ter cuidado com folhas e brotos novos e considerar que

o uso contiacutenuo pode ser toacutexico podendo afetar o solo causando a sua acidificaccedilatildeo

(Penteado 1999)

Na Estaccedilatildeo Experimental da PESAGRO no municiacutepio de Macaeacute Rio de Janeiro

estaacute se utilizando a urina de vaca leiteira Os pesquisadores descobriram que a urina de

vaca em lactaccedilatildeo produzia o efeito de recuperar plantas de abacaxi atacadas por uma

doenccedila conhecida como ldquofusairioserdquo Essa doenccedila quando ataca o abacaxi causa

perdas de ateacute 70 da safra Todos os agrotoacutexicos testados natildeo conseguiram controlar a

doenccedila Isto eacute um exemplo para que a universidade tenha uma nova percepccedilatildeo (Capra

1996) adotando medidas efetivas que contribuam na transiccedilatildeo agroecoloacutegica Com o

uso da urina de vaca leiteira numa lavoura de abacaxi atacada pela fusariose observou-

se agrave recuperaccedilatildeo do stand e os frutos produzidos apresentaram excelente padratildeo

21

comercial Descobriu-se que aleacutem funcionar como adubo e defensivo natural a urina de

vaca leiteira tambeacutem favorece a floraccedilatildeo de muitas plantas e pode ser usada no

tratamento de frutos e tubeacuterculos depois da colheita

A urina de vaca em lactaccedilatildeo tambeacutem estaacute sendo usada nas lavouras de cafeacute em

plantaccedilotildees de maracujaacute coco alface e outras hortaliccedilas Na regiatildeo centro-sul do Paranaacute

os agricultores estatildeo aplicando a urina de vaca leiteira nas lavouras de feijatildeo soja

batata cebola e milho (Penteado 1999)

252 Alhol

A maioria dos defensivos alternativos tais como calda bordalesa sulfocaacutelcica

aacutegua de cinza e cal biofertilizante enriquecido extrato de fumo entre outros precisa

ser misturada com um espalhante adesivo para quebrar a tensatildeo superficial da gota e

propiciar um melhor molhamento das folhas e demais partes pulverizadas assegurando

uma absorccedilatildeo mais efetiva e uma melhor accedilatildeo sobre as pragas e doenccedilas Quando as

gotas permanecem inteiras sobre a superfiacutecie folhar devido agrave falta de espalhante

adesivo pode-se danificar os tecidos vegetais pelc efeito-lente quando o sol incide

sobre elas Aleacutem disso a gota por natildeo se espalhar sobre toda superfiacutecie folhar

concentra nela e consequumlentemente sobre o tecido que estaacute em contato com ela uma

quantidade maior do produto aplicado Essa maior concentraccedilatildeo pode prejudicar a

absorccedilatildeo e lesionar os tecidos principalmente apoacutes a evaporaccedilatildeo da aacutegua contida na

gota por resultar em uma maior concentraccedilatildeo de sais no local especialmente quando se

aplicam por exemplo calda sulfocaacutelcica bordalesa biofertilizante enriquecido com

macro e micronutrientes (Claro 2001)

O alhol eacute um espalhante adesivo ecoloacutegico que tambeacutem auxilia no controle de

pragas E elaborado com aacutegua alho oacuteleo vegetal e sabatildeo neutro a partir da sabedoria

popular que menciona o alho como repelente de insetos Juacutenior Abreu amp Maiorano

(199-) indicam formulaccedilotildees contendo alho para o controle de pragas como nematoacuteides

(Meloidogyne incoacutegnita e M javanica) mosca do chifre lagarta na maccedilatilde pulgotildees

besouro da batata trips e para controle de doenccedilas fuacutengicas e bacterianas como miacuteldio

ferrugem fusariose helminthosporiose murchadeira (Pseudonamos solacearum)

bruzone do arroz (Pyricularia orysae) podridatildeo negra do repolho e couve-flor

(Xanthomonas campestris) Aleacutem disso o alho pelo seu bom teor em oacuteleo pode agir

tambeacutem como espalhante adesivo O sabatildeo tambeacutem eacute indicado como espalhante adesivo

22

e possui accedilatildeo contra certas pragas (pulgotildees) sendo que o oacuteleo vegetal eacute indicado no

controle de cochonilhas e usado como espalhante adesivo (Claro 2001)

253 Calda Bordalesa

A calda bordalesa eacute um tradicional defensivo agriacutecola que pode ser preparado na

propriedade com a mistura de sulfato de cobre cal virgem e aacutegua As concentraccedilotildees de

sulfato de cobre e cal satildeo distintas dependendo do objetivo do seu emprego

Geralmente diferem de acordo com o tipo de planta ou espeacutecie vegetal as condiccedilotildees

climaacuteticas o grau de infestaccedilatildeo da doenccedila e a fase de crescimento da planta Eacute indicada

para o controle de miacuteldio alternaacuteria botrytis e antracnose (Penteado 1999)

A calda bordalesa caracteriza-se pela sua importante accedilatildeo no controle de diversas

doenccedilas fungicas nas mais diversas espeacutecies de culturas Possui tambeacutem uma relativa

accedilatildeo bactericida e em alguns casos age como repelente de insetos Da mistura do

sulfato de cobre com a cal resulta uma soluccedilatildeo rica em macronutrientes e

micronutrientes Provavelmente os expressivos resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo da

calda bordalesa devam-se natildeo somente a sua accedilatildeo fuacutengica e bactericida mas sobretudo

agrave influecircncia positiva que exerce no metabolismo das plantas ativando o processo

enzimaacutetico e estimulando a proteossiacutentese aumentando a resistecircncia das plantas (Claro

2 0 0 1 ) caracteriacutestica fundamental na agricultura sustentaacutevel

254 Biofertilizante Super Magro

A calda Super Magro eacute produto da fermentaccedilatildeo de estercos animais enriquecidos

por micronutrientes e outros produtos de origem animal obtendo-se uma calda

biofertilizante para aplicaccedilatildeo foliar nas plantas (Penteado 1999) jaacute foram observados

bons resultados principalmente nas culturas de uva maccedila pecircssego tomate batata e

hortaliccedilas em geral

E indicado como fonte suplementar de micronutrientes para as plantas inibidor

de fungos e bacteacuterias causadores de doenccedilas e para aumentar a resistecircncia contra insetos

e aacutecaros (Penteado 1999) i

Muller (1999) avaliou a influecircncia do biofertilizante Super Magro sobre as

culturas de tomate (Lycopersicon esculentum Mill) ervilha (Pisum sativum L) e

beterraba (Beta vulgaris L) O autor obteve cultivos com baixa severidade de doenccedilas e

23

insetos fitoacutefagos possivelmente por causa do manejo orgacircnico de produccedilatildeo Os

resultados das pulverizaccedilotildees das soluccedilotildees foliares variaram conforme a cultura e o

clima

255 Biofertilizante MB4

A utilizaccedilatildeo das farinhas de rochas eacute uma das teacutecnicas mais modernas usadas nos

uacuteltimos anos na agricultura O elevado nuacutemero de nutrientes contidos no MB4 como

cobre zinco manganecircs cobalto soacutedio alumiacutenio silicatos de magneacutesio ferro e caacutelcio

acompanhado de foacutesforo potaacutessio e enxofre reagem com a soluccedilatildeo do solo liberando

elementos essenciais ao desenvolvimento da vida microbiana os quais exercem um

papel fundamental atraveacutes de transformaccedilotildees quiacutemicas e do equiliacutebrio bioloacutegico

favorecendo o desenvolvimento sadio das plantas (Pinheiro amp Barreto 2000)

24

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

31 Local de execuccedilatildeo do experimento

O presente trabalho foi conduzido no Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul

(FEPAGROSUL) no municiacutepio de Rio Grande nlt periacuteodo de 15 de maio a 26 de

agosto de 2 0 0 2

O solo eacute classificado como ldquoTuiardquo satildeo muito arenosos As massas aquaacuteticas do

Oceano Atlacircntico e Lagoa dos Patos influenciam ventos temperatura pressatildeo umidade

relativa e demais fatores climaacuteticos A topografia da regiatildeo litoracircnea eacute plana com

lenccediloacuteis freaacuteticos superficiais

32 Anaacutelise estatiacutestica

O experimento foi constituiacutedo em fatorial 3X3 (Quadro 1) com quatro repeticcedilotildees

no delineamento blocos ao acaso As variaacuteveis respostas foram submetidas agrave anaacutelise de

variaccedilatildeo e ao teste de Duncan a 5 de probabilidade para comparaccedilatildeo das meacutedias

utilizando-se o sistema SANEST (Zonta amp Machado 1984)

As anaacutelises estatiacutesticas das variaacuteveis estudadas encontram-se nos Apecircndices C D

Os resultados das respostas agronocircmicas e das determinaccedilotildees dos conteuacutedos dos

macronutrientes bem como os de raiz estatildeo nas tabelas de 1 a 3

25

As diferentes adubaccedilotildees seratildeo representadas durante a discussatildeo da seguinte

forma 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e EC

(60 t ha 1 de esterco de curral) 1 VB+SM+U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais

super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+SM+U+CB (45 t ha 1 de

vermicomposto mais super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa)

EC+SM+U+CB (60 t ha 1 de esterco de curral mais super magro mais urina de vaca

mais calda bordalesa) 1 VB+MB4 +U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais MB4 mais

urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+MB4 +U+CB (45 t ha 1 de vermicomposto

mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa) EC+MB4 +U+CB (60 t ha 1 esterco

de curral mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa)

QUADRO 1 Descriccedilatildeo dos fatores experimentais e respectivos niacuteveis

Niacuteveis Fator 1 ADUBACcedilAtildeO DE BASE

0 1 Vermicomposto (30 t ha1)

0 2 Vermicomposto (45 t ha1)

03 Esterco de curral (60 t ha1)

Niacuteveis Fator 2 BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS

0 1 Super magro (5) + Urina de Vaca + Calda Bordalesa

0 2 MB4 (10) + Urina de vaca + Calda Bordalesa

03 Ausecircncia (testemunha)

33 Tratamentos

Da combinaccedilatildeo entre niacuteveis e fatores foram obtidos 9 tratamentos que estatildeo

descritos no Quadro 2 bem como as doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

26

QUADRO 2 Tratamentos e doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

TRATAMENTOS

Ndeg FATOR I FATOR II

0 1 30 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

0 2 30 t harsquo de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

03 30 t ha de vermicomposto - - -

04 45 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

05 45 t ha de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

06 45 t ha de vermicomposto - - -

07 60 t hade esterco Super Magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

08 60 t hade esterco MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

09 60 t hade esterco - - -

Cada parcela foi constituiacuteda por dois canteiros medindo 1 m de largura x 2 m de

comprimento perfazendo 075 m de aacuterea de aacuterea uacutetil (025 m de bordadura) Foi

utilizando semeadura a lanccedilo com densidade de 24 g canteiro1

O vermicomposto a urina de vaca o esterco de curral o alhol os biofertilizantes e

a calda bordalesa foram de procedecircncia do Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul O

vermicomposto de esterco bovino misturado agraves cascas de frutas foi processado pela

minhoca vermelha califomiana Eisenia foetida)

O biofertilizante Super Magro foi elaborado segundo a metodologia descrita pela

FEPAGROSUL utilizando-se os seguintes componentes 190 litros de aacutegua 22 litros

de leite 55 Kg de accediluacutecar mascavo 30 Kg de esterco fresco de bovinos 2 Kg de

Sulfato de zinco 2 Kg de sulfato de magneacutesio 2 Kg de cloreto de caacutelcio 1 Kg de aacutecido

boacuterico 300 g de sulfato de cobre 300 g de sulfato de ferro 300 g de sulfato de

manganecircs 100 g de molibdato de soacutedio 50 g de sulfato de cobalto 3 Kg de fosfato

natural 3 Kg de cinza e 200 g de farinha de osso

A urina de vaca em lactaccedilatildeo foi coletada pela manhatilde e armazenada em recipiente

fechado por trecircs dias em condiccedilotildees ambientais para que se formasse a amocircnia e natildeo

ocorresse perda de nitrogecircnio

28

Realizaram-se duas capinas manuais durante o experimento e em seguida como

cobertura se colocou casca de arroz Tambeacutem foi aplicado esterco de aves 30 dias antes

da colheita na quantidade de 05 Kg canteiro 1 como adubaccedilatildeo de cobertura

As pulverizaccedilotildees com os produtos iniciaram apoacutes 15 dias da germinaccedilatildeo

Realizou-se sete aplicaccedilotildees sendo que as duas primeiras foram feitas apenas com

Super Magro e MB4 Na terceira e na quarta aplicaccedilatildeo utilizou-se urina de vaca e calda

bordalesa em concentraccedilotildees menores (05 e 025 respectivamente) e na quinta

aplicaccedilatildeo as dosagens de urina de vaca e calda bordalesa foram elevadas para 1 0 e

05 respectivamente ateacute o final do experimento O alhol foi utilizado a partir da

terceira pulverizaccedilatildeo na quantidade de 2 e seguiu ateacute o final no dia 26 de agosto

quando as mudas foram colhidas e posteriormente analisadas as variaacuteveis

35 Observaccedilotildees agronocircmicas

Foram utilizadas 20 mudas de cebola para obtenccedilatildeo das meacutedias das variaacuteveis as

quais foram as seguintes

351 Fitomassa fresca da parte aeacuterea e raiacutezes

Foi realizada atraveacutes de uma balanccedila digital procedendo-se a pesagem de 20

mudas de cebola previamente lavadas e posteriormente secadas durante uma hora sobre

um tecido de algodatildeo agrave temperatura ambiente Processo idecircntico foi adotado com as

raiacutezes

352 Fitomassa seca da parte aeacuterea e raiacutezes

Esta variaacutevel foi obtida a partir da secagem preliminar em estufa de ar forccedilado

durante 48 horas a 65 C ateacute peso constante com posterior pesagem em balanccedila

analiacutetica

353 Altura da muda

A altura de muda foi medida a partir do colo das plantas ateacute sua uacuteltima folha

(ponto de crescimento) com uma reacutegua graduada de 40 cm

29

354 Diacircmetro do colo das plantas

Esta medida foi realizada no ponto de transplante a 2 mm das raiacutezes e utilizando-

se um paquiacutemetro SOMET

355 Sistema radicular

Ao teacutermino do experimento foram retiradas as raiacutezes das mesmas plantas que foram

utilizadas para as determinaccedilotildees realizadas na parte aeacuterea procedendo-se uma amostra

de solo com raiacutezes de 2 0 cm de largura x 2 0 cm de comprimento e 2 0 cm de altura

totalizando 8000 cm3

As raiacutezes apoacutes serem lavadas em aacutegua corrente foram pesadas acondicionadas em

sacos plaacutesticos e congeladas para posteriores anaacutelises pelo meacutetodo de Tennant (1975)

para a determinaccedilatildeo do comprimento e densidade

3551 Comprimento de raiz

Utilizou-se para a determinaccedilatildeo do comprimento de raiz as seguintes foacutermulas

1 = ndeg x 1114 x 1 onde

1 - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 0 0 2 g

ndeg - nuacutemero de intercessotildees das raiacutezes com os lados da quadriacutecula da malha do

aparelho

1114 - constante

1 - medida lateral da quadriacutecula em cm

Tomando-se a fiacutetomassa seca e o comprimento da raiz da cada amostra

relacionou-se com a fiacutetomassa seca e o comprimento total da raiz da planta aplicando-

se a seguinte equaccedilatildeo

L = (FSR x 1) FSPA onde

L - comprimento total da raiz da planta (m)

FSR - fiacutetomassa seca de raiz

FSPA - fiacutetomassa seca da parte aeacuterea

L - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 002g

3552 Densidade de raiz

A densidade foi determinada pela foacutermula

D = L 8000 onde

D - densidade de raiacutezes (m cm3)

30

L - comprimento total de raiacutezes (m)

8 0 0 0 - volume da amostra (cm3)

3553 Razatildeo parte aeacutereasistema radicular

Este paracircmetro foi obtido pela equaccedilatildeo

RPASR = FSPA FSR onde

RPASR - razatildeo parte aeacuterea sistema radicular

FSPA - fitomassa seca da parte aeacuterea

FSR - fitomassa seca do sistema radicular

36 Determinaccedilatildeo de macronutrientes no tecido vegetal

Os macronutrientes nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio foram

determinados no laboratoacuterio de Fertilidade e Anaacutelise de Plantas do Departamento de

Solos da UFPel atraveacutes dos meacutetodos descritos por Tedesco amp Gianello (1996)

31

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 Anaacutelise das variaacuteveis

A anaacutelise da variaccedilatildeo mostrou que houve diferenccedila significativa na interaccedilatildeo entre

os fatores de adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes liacutequidos com exceccedilatildeo da variaacutevel altura

de planta para a qual somente a adubaccedilatildeo de base mostrou-se significativa (Apecircndices

C D e E Tabelas 1C 1D e 1E)

411 Anaacutelise da parte aeacuterea

Na Tabela 1 destacaram-se as adubaccedilotildees EC+SM+U+CB EC+MB4 +U+CB e EC

que diferiram significativamente das demais adubaccedilotildees para as variaacuteveis fiacutetomassa

fresca da parte aeacuterea (FFPA) fiacutetomassa seca da parte aeacuterea (FSPA) altura de planta

(AP) e diacircmetro do colo (DC)

32

TABELA 1 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

30 t ha de vermicomposto 7015 c A45 t halsquo de vermicomposto 7824 b B60 t ha de esterco de curral 12248 a C

30 t ha de vermicomposto 667 c A45 t ha de vermicomposto 752 b A60 t ha de esterco de curral 1150a C

30 t ha de vermicomposto 2975 b A45 t harsquo de vermicomposto 2775 b A60 t ha de esterco de curral 3600 a B

30 t ha de vermicomposto 631 b A45 t ha de vermicomposto 6 2 2 b B60 t ha de esterco de curral 741 a C

-Fitomassa fresca (g)----------------6270 c B 6885 b A8832 b A 6308 c C

15082 a A 13934 a BmdashFitomassa seca (g)----------------

625 c A 655 b A830 b A 607 b B

1345 a A 1262 a B-Altura de planta (cm)----------------

2950 b A 3050 b A2937 b A 2950 b A 3975 a A 3622 a B

-Diacircmetro de colo (mm)---------------592 c B 599 b B 657 b A 609 b B 819a A________ 793a B

Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

O efeito positivo do esterco bovino pode ser atribuiacutedo agraves melhorias nas condiccedilotildees

fiacutesicas do solo por ele proporcionado Segundo Primavesi (1982) e Compagnoni amp

Putzolu (1985) o esterco bovino apresenta propriedades condicionadoras do solo dando

agraves plantas melhores condiccedilotildees de desenvolvimento elevando sobremaneira os

conteuacutedos de fitomassa fresca das plantas que refletiratildeo nas demais respostas

agronocircmicas

Analisando as adubaccedilotildees de base em relaccedilatildeo aos biofertilizantes observa-se que

para os tratamentos 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) - natildeo houve influecircncia dos

biofertilizantes para as variaacuteveis FSPA e AP enquanto destacou-se o SM+U+CB para o

DC e SM+U+CB e ausecircncia da adubaccedilatildeo liacutequida para a FFPA mostrando que o uso

dos biofertilizantes natildeo influenciou esta variaacutevel 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) -

verificou-se a eficiecircncia do uso do MB4 +U+CB para as variaacuteveis FFPA e DC Para a

variaacutevel FSPA destacaram-se os dois biofertilizantes utilizados jaacute para AP natildeo houve

33

influecircncia destes EC (60 t ha 1 de esterco de curral) - em todas as variaacuteveis observadas

na tabela 5 as respostas foram significativas utilizando MB4 +U+CB

As respostas encontradas no presente trabalho para as variaacuteveis AP e FSPA foram

superiores as obtidas por Dalponte (1990) quando utilizado 0 esterco de curral para

produccedilatildeo de mudas de cebola

Segundo Filgueira (2000) os solos da regiatildeo produtora de cebola do RS satildeo

pobres em foacutesforo disponiacutevel (15 mg Kg1) necessitando portanto de adubaccedilotildees

fosfatadas elevadas As respostas aqui obtidas podem ser justificadas pelos teores de

foacutesforo contido no MB4

Follet et al (1981) citam a importacircncia do uso de compostos orgacircnicos no solo

enfatizando os estercos no sentido da decomposiccedilatildeo continuada no fornecimento de

nutrientes e na liberaccedilatildeo lenta e gradual de aacutecidos orgacircnicos influenciando a liberaccedilatildeo

do foacutesforo O que provavelmente pode ser atribuiacutedo agraves respostas encontradas no

presente trabalho para 0 tratamento Esterco de curral mais MB4 e Urina mais Calda

Bordalesa

E importante destacar que 0 sistema de produccedilatildeo de mudas de cebola sob uma

perspectiva agroecoloacutegica mostra-se eficiente quando visualmente natildeo percebe-se

diferenccedila significativa entre os tratamentos (Apecircndice F Figura 2)

Conveacutem ressaltar que quando trabalhamos com agroecologia natildeo existem

receitas nem pacotes tecnoloacutegicos prontos Cada situaccedilatildeo deveraacute ser estudada em

particular para que se faccedila recomendaccedilotildees adequadas ao ambiente local uma vez que

as plantas se adaptam ao meio estando a nutriccedilatildeo encarregada de proteger e manter o

equiliacutebrio do organismo vegetal em funccedilatildeo das alteraccedilotildees externas

E fundamental que se compreenda os princiacutepios norteadores de todo o processo

que satildeo as bases da luta por uma sociedade mais justa dentro de um mundo econocircmico e

ambientalmente mais sustentaacutevel

412 Anaacutelise do sistema radicular

Os resultados obtidos nas anaacutelises do sistema radicular (Tabela 2) mostram

diferenccedilas significativas entre as adubaccedilotildees para as variaacuteveis fitomassa fresca de raiz

(FFR) fitomassa seca de raiz (FSR) comprimento de raiz (CR) razatildeo parte

aeacutereasistema radicular (RPASR) e densidade de raiz (DR)

34

TABELA 2 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade de

raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAO DE BASE

S Magro + MB4 +Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

1540 c A 1576 b B 2427 a A

Fitomassa fresca (g)----------------1502 c B 1517 b AB 1658 b A 1446 c C 2336 a B 2360 a B

--------------------Fitomassa seca (g)-------------------196 b A 207 ab A 170 b A170 b A 199 b A 192 b A 344 a A 249 a B 327 a A

Comprimento de raiz(cm)---------------1237 b A 1158 b A 1158 a A1237 b A 1060 c B 1040 b B1433 a A 1296 a B 1040 b C

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t halsquo 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha de vermicomposto 45 t ha de vermicomposto60 t ha~ de esterco de curral__________________________ _________________________Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

-----Razatildeo Parte AeacutereaSistema Radicular------340 b AB 301c B 384 a A446 a A 415 b A 326 a B339 b B 546 a A 388 a B

-------------- Densidade de raiz (m cm3)------------367 a AB 414 a A 325 b B282 b B 301b B 405 a A347 ab A 231c B 324 b A

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base destacou-se o EC (60 t ha 1 de esterco de curral)

para as variaacuteveis FFR e FSR Quando adicionado o SM+U+CB os resultados para FFR

foram ainda melhores bem como o CR As respostas obtidas para a RPASR foram

variadas em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees apresentando melhores resultados para 15 VB (45 t

ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB e ainda melhor para EC (60 t ha 1 de esterco de

curral)+MB4 +U+CB As adubaccedilotildees de base 1 VB 15 VB e EC natildeo diferiram entre si

As adubaccedilotildees mais eficientes para a variaacutevel DR foram 1 VB+SM+U+CV que natildeo

diferiu da EC+SM+U+CB I VB+ MB4 +U+CB e agrave 15 VB foram melhores entre as

demais

35

Analisando os biofertilizantes em relaccedilatildeo a cada adubaccedilatildeo de base verifica-se que

para a 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB destaca-se a variaacutevel FFR

poreacutem sem diferenccedila significativa de 1 VB os melhpres resultados para a variaacutevel DR

foram encontrados pelo tratamento 1 VB+MB4 +U+CB e 15 VB (45 t ha 1 de

vermicomposto) tambeacutem se considera eficiente o 1 VB+SM+U+CB que natildeo diferiu do

EC (esterco de curral) Quando se utilizou 15 VB+ MB4 +U+CB houve resposta

significativa para a variaacutevel FFR para FSR as respostas natildeo foram diferentes com a

aplicaccedilatildeo dos biofertilizantes para as variaacuteveis FSR e DR as adubaccedilotildees EC e

EC+SM+U+CB natildeo diferiram entre si

Embora as respostas estatiacutesticas tenham sido diferentes para as adubaccedilotildees

combinadas ou natildeo pode-se salientar a importacircncia do aacutecido indol-aceacutetico como jaacute

citado anteriormente para as variaacuteveis avaliadas na parte aeacuterea das mudas de cebola

Respostas semelhantes nesse sentido foram encontradas para a cultura da alface por

Quijano (1999) e Morselli (2001)

Pereira et al (2002) concluiacuteram em trabalho realizado com a cultivar de cebola

CNPF1 6400 em Minas Gerais que a utilizaccedilatildeo de 20 t ha de esterco de curral

proporcionou os melhores resultados para a produccedilatildeo de cebola

Silva Juacutenior amp Giorgi (1992) e Menezes Juacutenior (1998) citam que doses elevadas

de mateacuteria orgacircnica podem prejudicar a primeira fase da germinaccedilatildeo (embebiccedilatildeo) e

absorccedilatildeo de aacutegua pelas raiacutezes das placircntulas No entanto no presente trabalho este fato

natildeo ocorreu embora a dose de esterco utilizada tenha sido de 60 t ha 1 (dose maacutexima

recomendada segundo Nolla 1982)

413 Anaacutelise de macronutrientes no tecido vegetal

Os resultados dos conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio no

tecido vegetal sob diferentes adubaccedilotildees encontrados na Tabela 3 indicam mais uma

vez a superioridade da adubaccedilatildeo esterco com 0 uso ou natildeo de biofertilizantes

36

TABELA 3 Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob

uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS i J B

ADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesamg plantas1

---- Nitrogecircnio-----30 t ha de vermicomposto 16593 c AB 15451 c B 19050 b A45 t ha de vermicomposto 21444 b A 22888 b A 17852 b B60 t ha de esterco de curral 32606 a C 37593 a B 40816 a A

--------------- ------ Foacutesforo------- -------------30 t ha de vermicomposto 3098 c B 2802 c B 3999 b A45 t ha de vermicomposto 4109 b A 4135 b A 2788 c B60 t ha de esterco de curral 5300 a B 7577 a A 7565 a A

------- Potaacutessio------30 t ha de vermicomposto 24327 c A 19900 c B 24965 b A45 t ha de vermicomposto 29113b A 29812 b A 22031 b B60 t ha de esterco de curral 44070 a B 51976 a A 54101 a A

-------- Caacutelcio-------30 t ha de vermicomposto 5027 c A 4356 c A 4834 b A45 t ha de vermicomposto 6114b A 6963 b A 4379 b B60 t ha de esterco de curral 9030 a C 11451 a A 10331 a B

------Magneacutesio-----30 t ha de vermicomposto 1188 b A 914 c A 1202 b A45 t ha de vermicomposto 1231 b B 1582 b A 1176 b B60 t ha de esterco de curral 2136a B 2443 a A 2663 a AMeacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base observa-se que o melhor tratamento foi o

esterco de curral para todas as variaacuteveis Para 1 VB (30 t ha^ 1 de vermicomposto) natildeo

houve resposta diferenciada com o uso de bofertilizantes para todas as variaacuteveis A

adubaccedilatildeo 15 VB (45 t ha 1 de vemicomposto) foi influenciada pelos biofertilizantes

para as variaacuteveis N P K e Ca enquanto que para Mg somente o MB4+U+CB o

influenciou O EC (esterco de curral) mostrou diferenccedila significativa apenas para as

variaacuteveis Ca e Mg quando adicionado MB4+U+CB

Segundo Peixoto (2000) eacute fundamental a adiccedilatildeo de adubos orgacircnico no cultivo de

hortaliccedilas seja na forma de esterco decomposto composto ou huacutemus de minhoca de

37

modo a fornecer melhorias nas propriedades do solo vindo a disponibilizar os nutrientes

as diferentes culturas

O esterco fresco conteacutem muita cama celuloacutesica e um elevado teor de aacutegua No

esterco curtido a celulose jaacute estaacute decomposta o teor de aacutegua estaacute reduzido agrave metade e os

nutrientes em uma forma mais assimilaacutevel e mais concentrada O esterco fresco pode

causar uma deficiecircncia temporaacuteria de nitrogecircnio no solo ao se decompor o que natildeo

acontece com o biestabilizado (Kiehl 1985)Ocorre uma diminuiccedilatildeo inicial no volume

de aacutegua retido no esterco de curral diminui inicialmente em tomo de 3581 liberando

posteriormente somente 496 evidenciando a sua capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua

(Menezes Juacutenior 1998)

A utilizaccedilatildeo continuada de adubos nitrogenados minerais no solo altera o balanccedilo

do nitrogecircnio entre o solo e planta No meacutetodo biodinacircmico eacute sublinhada a importacircncia

dos adubos animais para o estabelecimento da fertilidade permanente dos solos (Koeff

et al 1983)

Para Guimaratildees (1997) os benefiacutecios que a mateacuteria orgacircnica imprime ao solo

principalmente melhorando a produtividade fertilidade e a influencia que as substancias

huacutemicas exercem sobre o ambiente dependem da qualidade e do teor de mateacuteria

orgacircnica do solo Estas substacircncias por conterem nutrientes em sua constituiccedilatildeo em uma

forma mais disponiacutevel para as plantas promovem um equiliacutebrio no ambiente no solo

(Kononova 1966)

Aproximadamente de 60 a 70 do total de carbono do solo ocorre na forma de

materiais huacutemicos (Griffith amp Schnitzer 1975) sendo a eles atribuiacutedo a manutenccedilatildeo da

bioestrutura do solo aumentando a capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua (Brady 1999)

Conforme Compagnoni amp Putzolu (1985) os estercos bem como os demais

resiacuteduos orgacircnicos apresentam conteuacutedos diferentes de aacutecidos huacutemicos e fuumllvicos sendo

atribuiacutedo ao acido huacutemico uma accedilatildeo fitoestimulante semelhante aos fitohormocircnios por

favorecer o desenvolvimento do sistema radicular e crescimento do caule

Em trabalho realizado por Guimaratildees (1997) foi encontrado para aacutecidos huacutemicos

de esterco bovino uma relaccedilatildeo CN 1035 e para vermicomposto bovino 17

evidenciando que o esterco quando aplicado ao solo por apresentar uma relaccedilatildeo CN

proacutexima deste reage mais facilmente liberando nutrientes para as plantas sem alterar a

cadeia troacutefiacuteca Dados encontrados no presente trabalho demonstram a eficiecircncia do

esterco nesse sentido

38

De acordo com Morselli (2001) vaacuterios trabalhos citam comentam e discutem a

capacidade dos vermicompostos em proporcionar oacutetimas colheitas e favorecer a

precocidade das plantas cultivadas Poreacutem muitas vezes se observa que mesmo

suprindo essas plantas com nutrientes necessaacuterios atraveacutes de huacutemus de diferentes fontes

as respostas natildeo satildeo as mesmas para uma mesma cultivar

Por outro lado os resultados com o uso de substacircncias huacutemicas satildeo variaacuteveis e

dependem aleacutem da espeacutecie testada das substacircncias huacutemicas utilizadas sua

concentraccedilatildeo o grau de purificaccedilatildeo e das condiccedilotildees experimentais A resposta das

plantas aos aacutecidos huacutemicos e fuacutelvicos eacute dependente da mateacuteria prima original e da

espeacutecie vegetal pois materiais orgacircnicos diferentes apresentam aacutecidos huacutemicos e

fuacutelvicos diferentes (Businelli 1990)

Justificam-se os maiores conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio e caacutelcio nas

adubaccedilotildees 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e biofertilizantes devido

provavelmente ao vermicomposto utilizado apresentar na sua constituiccedilatildeo teores

consideraacuteveis destes elementos aleacutem do que os biofertilizantes possam ter influenciado

na absorccedilatildeo atraveacutes de sua constituiccedilatildeo Tibau (1984) considera que a urina de vaca eacute

rica em aacutecido indol-aceacutetico e este influencia na absorccedilatildeo radicular O efeito positivo

deste tratamento provavelmente seja devido agrave quantidade aplicada

O biofertilizante que se destacou foi o MB4+U+CB em relaccedilatildeo ao EC (esterco de

curral) e eacute somente para a variaacutevel caacutelcio Isto provavelmente seja devido ao alto teor

deste elemento encontrado na sua constituiccedilatildeo (6872 g Kg1) e pela influecircncia positiva

que a calda bordalesa exerce no metabolismo das plantas atraveacutes dos nutrientes

contidos em sua formulaccedilatildeo O Ca controla a absorccedilatildeo radicular e retorna ao solo pelo

esterco e palhas por apresentar-se em maior quantidade em folhas e caules Depois de

localizado nas folhas fica imoacutevel favorecendo a resistecircncia da planta ao ataque de

fungos

Este trabalho avanccedila no estudo da agroecologia estando claro que todos os

criteacuterios tem caraacuteter dinacircmico de adequaccedilatildeo as mudanccedilas de um sistema de produccedilatildeo

em evoluccedilatildeo contribuindo na transiccedilatildeo para um padratildeo sustentaacutevel Cabe a pesquisa a

reorientaccedilatildeo para um enfoque ldquosistecircmicordquo isto eacute que permita integrar os diversos

componentes de um agroecossistema e a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas que promovam 0

fortalecimento e a expansatildeo da agricultura familiar

39

5 CONCLUSOtildeES

Considerando os resultados obtidos e as condiccedilotildees em que o estudo foi realizado

conclui-se que

bull As respostas agronocircmicas das mudas de cebola para os paracircmetros avaliados

satildeo mais satisfatoacuterias com a aplicaccedilatildeo de esterco de curral como adubaccedilatildeo de

base

bull Os biofertilizantes mais urina de vaca e calda bordalesa proporcionam

respostas satisfatoacuterias quando aplicados associados agraves adubaccedilotildees de base

bull O biofertilizante MB4 mais urina de vaca e calda bordalesa eacute mais eficiente

que o super magro mais urina e calda bordalesa quando aplicado associado agrave

adubaccedilatildeo de base esterco de curral para os conteuacutedos de fitomassa secae

fresca da parte aeacuterea das plantas altura e diacircmetro de colo das mudas de

cebola

bull Os biofertilizantes adicionados agrave adubaccedilatildeo de base 45 t harsquo 1 de vermicomposto

bovino mostram respostas significativas para os conteuacutedos de fitomassa seca

bull Os maiores conteuacutedos nutricionais para as mudas de cebola satildeo

proporcionados pela adubaccedilatildeo de base esterco de curral

bull A maior absorccedilatildeo de caacutelcio pelas mudas de cebola ocorre quando da adiccedilatildeo do

biofertilizante MB4 mais urina e calda bordalesa agrave adubaccedilatildeo de base esterco de

curral

40

6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ALDRIGHI CB ABREU CM PAGLIA AG MORSELLI TBGA FERNANDES HS Efeito da aplicaccedilatildeo de biofertilizante e urina de vaca em mudas de tomateiro Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

ALTIERI M NICHOLLS C I Agroecologia Teoria praacutectica para umaAgricultura Sustentable Ia ed PNUMA 2000 Cap 2 4 Seacuterie textos baacutesicos para la formacioacuten ambiental

ALTIERI M Agroecologia bases cientiacuteficas para uma agricultura sustentaacutevelGuaiacuteba Agropecuaacuteria 2002 592 p

ANTONIOLLI Z I GIRACCA E M N CARDOSO S J T WIETHAN M M S FERRI M Iniciaccedilatildeo agrave Minhocultura Criaccedilatildeo em Cativeiro e Vermicompostagem Santa Maria UFSM 1996 p59-89

BAYER C MIELNICZUC J Dinacircmica e funccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica In SANTOS G de A S e CAMARGO F A de O (ed) Fundamentos da mateacuteria orgacircnica do solo ecossistemas tropicais e subtropicais Porto Alegre Genesis 1999 p 3-23

BARRETTO D X Composto Orgacircnico In Praacutetica em Agricultura Orgacircnica Satildeo Paulo iacutecone Ed Ltda 1985 p 51-63

BETTIOL W Alguns produtos alternativos para o controle de doenccedilas de plantasem agricultura orgacircnica II Ciclo de palestras sobre agricultura orgacircnica Instituto Bioloacutegico Satildeo Paulo p52-63 1997

41

BETTIOL W TRACH R GALVAtildeO JAH Controle de doenccedilas de plantas com biofertilizantes Jaguariuacutena EMBRAPA-CNPMA 1997 22p (EMBRAPA- CNPMA Circular Teacutecnica 02)

BRADY N C Natureza e propriedades dos sotos Rio de Janeiro Freitas BastosS A 1979 647p

BRADY N C Organisms and ecology of the soil In The nature of properties of soils Simon amp Schuster A Viacon Company New Jersey1999 402-489p

BON1LLA J A Fundamentos da Agricultura Ecoloacutegica Sobrevivecircncia eQualidade de Vida Satildeo Paulo Nobel 1992

BUREacuteS S Substratos Ediciones Agroteacutecnicas S L Madrid Octubre 1997

BUS1NELLI M Chemical Composition and Enzymic Activity of some Worm Cast Plant Soil v 80 p 1-2 1990

CALEGARI A Espeacutecies para cobertura de solo In IAPAR (Instituto Agronocircmico de Paranaacute) Plantio Direto pequena propriedade sustentaacutevel organizador Moacir Darolt Londrina - PR 1998 65-93

CAMARGO P N D Manual de Adubaccedilatildeo Foliar Satildeo Paulo Herba 1975

CAPRA F A Teia da Vida Satildeo Paulo Cultrix 1997 256p

CAPRA F O Ponto de Mutaccedilatildeo 22 ed Satildeo Paulo Cultrix 2001 447p

CHABOUSSOU F Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da Trofobiose) Porto Alegre LPM 1987 253 p

CLARO S A Referencias tecnoloacutegicos para a agricultura familiar ecoloacutegica aexperiecircncia da Regiatildeo Centro-Serra do Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS-ASCAR 2001 250p

CLIVELA G Diagnoacutestico Agronocircmico da cebola no Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS 1995 8 6 p

COMISSAtildeO DE FERTILIDADE DO SOLO - RSSC Recomendaccedilotildees de adubaccedilatildeo e calagem para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina 3 ed Passo Fundo SBCS - Nuacutecleo Regional Sul 1995 223p

COMPAGNONI L PUTZOLU G Cria moderna de Ias lombrices y utilizacioacutenrentable dei humus Barcelona Editorial de Vecchi- SA 1985127p

COSTABEBER J A MOYANO E Transiccedilatildeo agroecoloacutegica e accedilatildeo social coletiva Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v l n4 p 50- 60 outdez 2 0 0 0

42

COSTA M B B da Adubaccedilatildeo orgacircnica Nova siacutentese e novo caminho para aagricultura Satildeo Paulo Ed iacutecone Ltda 1985 102p

COSTA NETO C Agricultura Sustentaacutevel Tecnologias e Sociedade In CARVALHO COSTA LF et al (org) Mundo Rural e Tempo Presente Rio de Janeiro Mauad 1999

DrsquoAG0ST1NI R L FANTINI A C Produccedilatildeo orgacircnica tambeacutem socialmente excludente Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v3 n l p57-61 2002

DALPONTE J C V Utilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos e fertilizante mineral na produccedilatildeo e qualidade de mudas e bulbos de cebola (Alliurn Cepa L) Pelotas-RS 1990 (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1990

DEBARBA J F THOMAZELLI L F GANDIN C L SILVA E Cadeias produtivas do Estado de Santa Catarina Cebola Florianoacutepolis Epagri 1998 115 p (EPAGRI Boletim Teacutecnico 96)

DUFOUR F Os saacutebios loucos do agro-alimentar Le Monde Diplomatique ano 1 n4 p6-7 1999 (ed portuguesa)

EHLERS E Agricultura Sustetaacutevel Origem e perspectivas de um novo paradigma 2 ed Guaiacuteba Agropecuaacuteria 1999 157 p

FILGUEIRA F A R Novo Manual de olericultura agrotecnologia moderna na produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 2000 402 p

FRASER G K Mateacuteria Orgacircnica Del Suelo In BEAR F E (ed) Quiacutemica dei Suelo Madrid Ed Agrociencia 1963

FOLLET R H MURPHY L S DONAHUE R L Fertilizers and soil amendments New Jersey Printice-Hall Inc 1981 557p

GARCIA A Revista dei Espacio Rural Georgica Zaragoza Escuela Politeacutecnica de Huesca n5 1997

GARCIA A Versatildeo preliminar de um Programa Estadual de Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Bulbos e Sementes de CebolaEMBRAPAIPAGROMARAEMATER 6 8 pbdquo 1990 (Publicaccedilatildeo avulsa)

GIORGETT1 J R Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Mudas de Tomate In Encontro Nacional de Produccedilatildeo e Abastecimento de Tomate 2 1991 Jaboticabal Satildeo Paulo Anais Jaboticabal UNESP 1991 p 242-244

GLIESSMAN S R Agroecologia Processos ecoloacutegicos em agricultura sustentaacutevelPorto Alegre Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS 2000 653p

43

GLIESSMAN S R TURRIALBA C R Agroecologia Procesos Ecoloacutegicos en Agricultura Sostenible CATIE 2002 p 3-14

GNOATTO S C Caracterizaccedilatildeo quiacutemica de vermicompostos de diferentes substratos orgacircnicos Pelotas-RS 1999 38 f (Mestrado em Agronomia - Solos) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

GOMES J C C BORBA M F S A moderna crise dos alimentos oportunidade para a agricultura familiar Emater Porto Alegre julset 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwematertchebrdocsagroecorevistan313-artigo3htmgtAcesso em 24 fev 2002

GOMEZ H W Desenvolvimento sustentaacutevel agriacutecola e capitalismo In Desenvolvimento sustentaacutevel Necessidade eou disponibilidade Santa Cruz do Sul Nobel - UNISC 1997 p 65-77

GONZAacuteLEZ DE MOLINA M SEVILLA GUZMAacuteN E Ecologia campesinado e historia Para una reinterpretacioacuten dei desarrollo dei capitalismo en la agricultura In SEVILLA GUZMAacuteN E GONZAacuteLEZ DE MOLINA M (ed) Ecologia campesinado e historia Madrid La Piqueta 1993 p 23-129

GRIFFITH S A SCHNITZER M Analytical characteristic of humic and fulvic acids extracted from tropical volcanic soils Soil Sei Soc Am Proc v 39 p361-367 1975

GUIMARAtildeES E Caracterizaccedilatildeo quiacutemica estreptoscoacutepica e por anaacutelise teacutermica de aacutecidos huacutemicos e vermicompostos obtidos de estercos de diferentes animaisCuritiba 1997 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Quiacutemica) Universidade Federal do Paranaacute 1997

HESS A F Sociedade e meio ambiente uma relaccedilatildeo ambiacutegua Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v 4 n2 p 167-1741999

ICEPA-SC Informes conjunturais sobre a cultura da cebola Disponiacutevel em lthttpwwwicepa combrgt Acesso em 23 jan 2003

JONES H A MANN L K Onions and their allies New York Interscience Publishers 1962 286 p

JUacuteNIOR H A de MAIORANO J A Receitas obtidas de extratos de plantasCampinas CATITerra Viva [199-] 10 f

KHATOUNIAN C A Ciclo de Palestras sobre Agricultura Orgacircnica 2a Ed SatildeoPaulo Fund Cargill 1997 149 p

KIEHL E J Fertilizantes Orgacircnicos Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1985 492p

44

KOEFF H H PETTERSSON B D SHAUMANN W Vida Vegetal solos e adubaccedilatildeo In Agricultura Biodinacircmica Satildeo Paulo Nobel 1983 p92-149

KONONOVA M M Soil organic matter The importance o f organic matter in soil formation and soil fertility New York Pergamqn Press 1961 p 165-200

KUHN T A Estrutura das Revoluccedilotildees Cientiacuteficas Satildeo Paulo Perspectiva 1989 257p

LANNA FCA ABREU C L ABREU J G SILVA V Resposta de cultivares de melancia cultivadas sob adubaccedilatildeo quiacutemica e orgacircnica Horticultura v 12 n l p85 1994

LEFF H Saber Ambiental Petroacutepolis Vozes 2001 343 p

MAGALHAtildeES J R Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo da cebola In FERREIRA M E CASSTELLANE P D CRUZ M C P Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo de hortaliccedilasPiracicaba POTAFOS 1993 p 381-393

MALAVOLTA E Elementos de nutriccedilatildeo mineral de plantas Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1980 251 p

MALAVOLTA E Manual de Quiacutemica Agriacutecola - Adubos e Adubaccedilatildeo 3a ed SatildeoPaulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1981 606 p

MARTINEZ A A A grande e Poderosa Minhoca Jaboticabal Funep - Unesp1990 101 p

MARTINS S R Desenvolvimento e Sustentabilidade Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v20 n2 julho 2002 Palestra apresentada no 42deg Congresso Brasileiro de Olericultura

MARTINS S R Limites Del Desarrollo Sostenible em Ameacuterica Latina En el marco de Ias poliacuteticas de (re)ajuste econocircmico Pelotas Editora UFPel 1997 135 P-

MARTINS S R Sustentabilidade na agricultura dimensotildees econocircmicas sociais e ambientais Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v4 n 2 p 175-1871999

MATURANA H REZEPKA S N D E Formaccedilatildeo Humana e Capacitaccedilatildeo Rio de Janneiro Vozes 2000 8 6 p

MELLO A F SOBRINHO M O ARZOLLA S SILVEIRA R NETTO A C KIEHL J C Fertilidade do Solo Satildeo Paulo Nobel 1983

MENEZES JUacuteNIOR F O G D Caracterizaccedilatildeo de Diferentes substratos hortiacutecolas e seu efeito na produccedilatildeo de mudas de alface e couve-flor em ambiente protegido Pelotas 1998 141 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1998

45

MIBASA Mineraccedilatildeo Barreto SA Melhorador de Solos MB4 A Natureza Agradece Arapiraca-AL [199-] Folder

MINAMI K Os resumos da olericultura 2000 In AZEVEDO FILHO MARTINEZ FILHO (ed) Preccedilos agriacutecolas Piracicaba ESALQ 1999 p 4

MINAMI K Produccedilatildeo de Mudas de Alta Qualidade em Horticultura Satildeo Paulo TA Queiroz 1995

MORSELLI T B G A Cultivo sucessivo de alface sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegidoPelotas 2001 178 p Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2001

MORSELLI T B G A Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Poliacutegrafo da Disciplina de Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia-Produccedilatildeo Vegetal UFPel 2002

MULLER AM Efeitos da Aplicaccedilatildeo Foliar de um Biofertilizante Enriquecido no Estado fitossanitaacuterio de Tomate Ervilha e Beterraba Sob Manejo OrgacircnicoDissertaccedilatildeo (Mestrado no Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agroecossistemas)1999 (Resumo)

NOLLA D Erosatildeo do Solo - O grande desafio Estado do Rio Grande do Sul SEAGRI desenvolvimento de recursos naturais renovaacuteveis 1982 412 p

PAGLIA AG MORSELLI TBGA PEIL RMN Teores de nutrientes pH e condutividade eleacutetrica da aacutegua em sistema ldquofloat^ngrdquo sob adiccedilatildeo de biofertilizantes Horticultura Brasileira v 20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PAULUS G MULLER A BARCELLOS LAR Agroecologia aplicada praticas e meacutetodos para uma agricultura de base ecoloacutegica 2ed ver ampl Porto Alegre EMATERRS 2001 8 6 p

PEIXOTO R T dos G Composto orgacircnico aplicaccedilotildees benefiacutecios e restriccedilotildees de uso Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 18 p 56-64 julho 2000

PENTEADO SR Defensivos Alternativos e Naturais Satildeo Paulo 1999 95 p

PEREIRA AJ SOUZA RJ PEREIRA WR Efeito de diferentes doses de esterco de galinha e de curral sobre a produccedilatildeo de cebola Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PINHEIRO S BARRETO SB MB-4 agricultura sustentaacutevel trofobiose e biofertilizantes Fundaccedilatildeo Juquira CandiruMibasa 2000 273 p

PRIMAVESI A Agricultura Sustentaacutevel Satildeo Paulo Nobel 1992 142 p

PRIMAVESI A O manejo ecoloacutegico do solo Agricultura em regiotildees tropicais SatildeoPaulo Nobel 1982 541 p

46

PURCINO A A C ldquoNitrogecircniordquo Informe Agropecuaacuterio Belo Horizonte v7 n81 p 16-27 1981

QUIJANO F G Efeito da adubaccedilatildeo orgacircnica no desenvolvimento de duas cultivares de alface em ambiente protegido Pelotas 1999 116f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

RODRIGUES A N N Efeitos e residuais de superfosfato triplo sobre o rendimento de mateacuteria seca e absorccedilatildeo de foacutesforo pela aveia (Avena strigosa Schob) em solo Podzoacutelico Vermelho Escuro Porto Alegre 1984 59f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia UFRGS 1984

RODRIGUES E T CASALI V W D Respostas da alface agrave adubaccedilatildeo orgacircnica II Teores conteuacutedos e utilizaccedilatildeo de macronutrientes em cultivares Rev Ceres Viccedilosa v 45 n 261 p 437-449 1998

SAMINEcircS T C O Produccedilatildeo orgacircnica de alimentos Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 17 n3 novembro 1999

SCHIEDECK G Ambiecircncia e resposta agronocircmica de meloeiro (Cucumis melo L) cultivado sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegido Pelotas lOOp Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2002

SILVA JUacuteNIOR A A GIORGI E Substratos alternativos para a produccedilatildeo de mudas de tomate Agropecuaacuteria Catarinense Florianoacutepolis EPAGRI 1992 23 p

SILVA JUacuteNIOR A A MACEDO S G STUKER H Utilizaccedilatildeo de esterco de peru na produccedilatildeo de mudas de tomateiro Florianoacutepolis EPAGRI 1995 28 p (Boletim Teacutecnico 73)

TAGLIARI PS GRASSMANN H Minhoca a grande aliada da agricultura Agropecuaacuteria Catarinense v8 n l p 11-14 mar 1995

TEDESCO M J GIANELLO C Anaacutelises de solo plantas e outros materiais Porto Alegre Faculdade de Agronomia Departamento de Solos Universidade Federal do Rio Grande do Sul RS 1996

TENNANT D A Test of modified line intersect method of estimating root lenght Journal Ecology Oxford v 63 p 995-1001 1975

TIBAU A O Mateacuteria Orgacircnica do Solo Mateacuteria Orgacircnica e Fertilidade do SoloSatildeo Paulo Nobel 1984 p49-182

TIMM P J Anaacutelise comparativa dos sistemas de plantio convencional e cultivo miacutenimo de cebola sob adubaccedilatildeo orgacircnica e mineral Pelotas 2000 79 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2000

47

VALENZUELA HR CROSBY C Effect of compost applications on the yield of several vegetables in long-term organic farming experiments conduced in the tropics American Society Horticultural Science v33 n3 june 1998

VIGLIZZO E (ed) Subprograma Recursos Naturais y Sostenibilidad Agriacutecola documento marco Montevideo IICAPROCISUR 1995 p 75 - 78

WE1D J M TARDIN J M Proposta para a Ampliaccedilatildeo do Trabalho da ASPTA no Centro Sul do Paranaacute ASPTA Disponiacutevel em http wwwpronafgovbrEncontrotestosAS20PTA20Sul20ParanE1205 202002doc Acesso em 05 mai 2002

XAVIER SIMOacuteN F DOMINGUES D G Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel uma perspectiva agroecoloacutegica Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre EM ATERRS v2 n2 p 17-26 2001

ZABALETA J P Diagnoacutestico da Agricultura Familiar em Satildeo Joseacute do Norte - RSPelotas EMBRAPA-CPACT 1998 75 p (EMBRAPA-CPACT Documentos 44)

ZONTA E P MACHADO A A SILVEIRA P Sanest Sistema de anaacutelise estatiacutestica para microcomputadores Registrado na Secretaria Especial de Informaacutetica sob nuacutemero 066060 - categoria A Pelotas-RS Universidade Federal de Pelotas 1984

48

7 APEcircNDICE

APEcircNDICE A - Anaacutelise da adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes utilizados na produccedilatildeo de mudas de cebola

TABELA 1 A Anaacutelise baacutesica do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo miuacutedo + papua

Arg

pH IND

SMP

MO

P - n r - Na Al Ca__10Omlmdash

Mg

ppm -

6 53 67 089 8 6 27 1 04 05 0 2

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 2A Anaacutelise complementar do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo-miuacutedo + papua

Cobre Zinco Manganecircs Ferro

(m v1)

04 05 26 007

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

49

TABELA 3A Anaacutelise dos fertilizantes soacutelidos

Amostra pH limidade CN

C N P K Ca Mg

- g-ivg --

Cama de 849 2491 12 31042 2479 3888 3405 29875 463

aves

Esterco 74 3594 11 677 590 157 134 335 214

de curral

Huacutemus 684 5738 14 15965 1098 453 745 743 361

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 4A Anaacutelise quiacutemica dos biofertilizantes liacutequidos

Amostra N P K_ccedil H

Ca Mg Cu Zn Fe Mn

mdashgL bull

S Magro

m b 4

Urina

053

1652

8 2 2

008

395

0 0 0

149

1674

471

1902

6872

0 0 0

1150

4507

1172

7273

42

033

101389

920

0 0 0

6250

19458

781

35273

1123

0 2 1

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

50

APEcircNDICE B - Condiccedilotildees climaacuteticas do local

TABELA 1B Condiccedilotildees de temperatura do local

___________ __________TEMPERATURA (degCgt

meses Meacutedia

Maacutexima

Meacutedia

MiacutenimaMeacutedia

Maacutexima

Absoluta

Miacutenima

Absoluta

Junho 225 87 156 320 25

Julho 225 85 155 285 30

Agosto 251 71 161 360 1 0

Fonte FEPAGROSCT 2002

TABELA 2B Condiccedilotildees de chuva do local

mdash CHUVA (mm)mdash

meses Ocorrida Normal Desvio Da Normal

Junho 1080 1 1 0 -2 0

Julho 1062 98 8 2

Agosto 1283 1 2 0 83

Fonte FEPAGROSCT 2002

51

TABELA 1C Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

APEcircNDICE C - Anaacutelise estatiacutestica da parte aeacuterea

Causas G1 FFPA FSPA AP DC

da variaccedilatildeo --------- Quadrados meacutedios-

Blocos 3

Ad Base 2 175359071 1287102 2547419 1 11775

Biofertilizantes 2 126876 29011 87669ns 02185ns

Ad x Biofert 4 572378 31123 69106ns 04159

Resiacuteduo 24 34456 03048 27169 00290

Total 35

Meacutedia geral 93745 8772 320388 6741

CV 1980 6294 5145 2530

Significativo a 5ns Natildeo significativo

52

TABELA 1D Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade

de raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

APEcircNDICE D - Anaacutelise estatiacutestica da raiz

Causas G1 FFR FSR CR RPASR DR

da variaccedilatildeo Quadrados meacutedios---------------

Blocos 3

Ad Base 2 27874 551 623 2 1 0 140

Biofertilizantes 2 178 0 1 0 ni 1504 l03ns 038ns

Ad x Biofert 4 190 058 318 294 183

Resiacuteduo 24 005 009 028 023 0 2 1

Total 35

Meacutedia geral 1818 228 184 387 333

C V 134 1356 448 1253 1396

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

53

APEcircNDICE E - Anaacutelise estatiacutestica dos macronutrientes da parte aeacuterea da cebola

TABELA 1E Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mud^s de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

Causas G1 bull N P K Ca Mg

da variaccedilatildeo

Blocos 3

Ad Base 2 13550306 446627 25509686 1031806 59007

Biofertilizantes 2 180610ns 16564 68153ns 39006 876ns

Ad x Biofert 4 454187 45743 1047539 46950 2464

Resiacuteduo 24 29769 1453 64313 3741 439

Total 35

Meacutedia geral 24921 4597 33366 6943 1615

C V 692 829 760 880 1297

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

APEcircNDICE F - Fotos do experimento

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob uma perspectiva agroecoloacutegica

APEcircNDICE F a Fotos do experimento

FIGURA 1 Adubaccedilatildeo verde com feijatildeo-miuacutedo e papuatilde utilizadas no manejo do solo

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob urna perspectiva agroecoloacutegica

Page 20: PRODUÇÃO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L.) SOB …orgprints.org/24883/1/Paglia_Produção.pdf · vaca mais calda bordalesa; MB4+U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

9

agricultura que ao mesmo tempo produz gera e preserva empregos Para caminhar ateacute

ela eacute necessaacuteria uma ampla alianccedila entre agricultores consumidores e movimentos

sociais para frear esta forma de ditadura dos mercados fonte do poder das

transnacionais agro-alimentares e quiacutemicas (Dufour 1999)

Por outra parte o mercado natildeo eacute linear e abstrato como querem fazer crer A

produccedilatildeo e o consumo sempre estaratildeo localizados e seratildeo realizados por produtores e

consumidores concretos isto permite falar em convenccedilatildeo ou negociaccedilotildees onde a

qualidade seja considerada na originalidade no bem comum ou na confianccedila entre pares

e colada aos produtos ainda mais quando se trata de alimentos Isto soacute seraacute possiacutevel

no local (sem ignorar o global) e levando em conta indicaccedilotildees como denominaccedilatildeo

ou indicaccedilatildeo de origem de processo ou de qualidade etc relacionados agraves

especificidades dos produtos o que tambeacutem deve ser objeto de negociaccedilatildeo para cada

lugar (eacute preciso lembrar que a participaccedilatildeo e as relaccedilotildees interpessoais satildeo determinantes

ao longo do processo) A produccedilatildeo social da qualidade eacute vista como estrateacutegia que

adquire sentido se considerada para o espaccedilo da Agricultura Familiar onde ainda eacute

possiacutevel estabelecer laccedilos de solidariedade entre produtores e consumidores (Gomes amp

Borba 2000)

De acordo com DrsquoAgostini amp Fantini (2002) tanto ou mais do que compreender a

dinacircmica de processos dos quais resultam produtos interessantes eacute compreender e

humanizar a dinacircmica de interesses sobre esses processos e produtos Os mesmos

autores dizem ainda que natildeo seria a solidariedade humana (a virtude pressuposta) que

emerge em especial na produccedilatildeo agroecoloacutegica mas sim a emergecircncia da rica

propriedade humana a generosidade que permite praticaacute-la em qualquer relaccedilatildeo entre

os homens

22 A cultura da cebola (Alliunt cepa L) e sua importacircncia

A cultura da cebola foi introduzida pelos accedilorianos no Brasil no seacuteculo XVIII nos

municiacutepio de Mostardas Rio Grande e Satildeo Joseacute do Norte no Estado do Rio Grande do

Sul (Garcia 1990) sendo a terceira hortaliccedila de maior importacircncia econocircmica para o

paiacutes (ICEPA 2003) Nas regiotildees Sul e Sudeste a cebolicultura constitui-se em atividade

socioeconocircmica de significativa relevacircncia para os Estados de Satildeo Paulo Santa

10

Catarina e Rio Grande do Sul nos quais se concentram mais de 76 da produccedilatildeo

nacional (Debarba et a i 1998)

A mais importante regiatildeo produtora do Rio Grande do Sul estaacute situada no litoral

Sul englobando os municiacutepios de Rio Grande Tavares Satildeo Joseacute do Norte e Mostardas

(Garcia 1997) e segundo ICEPASC (2003) esses quatro municiacutepios respondem por

cerca de 70 da produccedilatildeo de cebola do RS

Timm (2000) cita que cerca de 16000 famiacutelias rurais no Rio Grande do Sul tem

na cultura da cebola o seu principal meio de subsistecircncia No Municiacutepio de Satildeo Joseacute do

Norte a produccedilatildeo de cebola constitui uma atividade econocircmica quase exclusiva onde a

descapitalizaccedilatildeo dos agricultores ocasionou o abandono do meio rural por muitos deles

que acabaram por estabelecerem-se na periferia da zona urbana (Garcia 1997)

Aleacutem da descapitalizaccedilatildeo do produtor ocorrem problemas como a erosatildeo do solo

que segundo Zabaleta (1998) ocorre principalmente devido agrave accedilatildeo dos ventos fortes e

constantes caracteriacutesticos na regiatildeo sul-litoracircnea bem como a topografia plana e os

solos muito arenosos com lenccediloacuteis freaacuteticos superficiais contribuem para o

empobrecimento dos solos da regiatildeo principalmente ao se comparar com outras aacutereas

onde a cebola participa de sistemas produtivos juntamente com a produccedilatildeo leiteira o

arroz e hortaliccedilas diversas (Timm 2000)

221 Caracteriacutesticas agronocircmicas da cebola

A cebola eacute uma aliaacuteceae a planta eacute tenra atinge 60 cm de altura e apresenta folhas

tubulares e cerosas O caule verdadeiro eacute um disco comprimido na base da planta de

onde partem as folhas e raiacutezes que satildeo fasciculadas pouco ramificadas explorando um

volume de solo equivalente a um cilindro com 60 cm de altura e 25 cm de diacircmetro

(Filgueira 2000)

Cada planta apresenta 20 a 200 raiacutezes normalmente espessas (05 a 1 mm de

diacircmetro) e com pouca ramificaccedilatildeo e poucos pecirclos absorventes O crescimento eacute

vertical estendendo-se de 40 a 80 cm de profundidade Poucas raiacutezes ocupam mais de

15 cm do raio em tomo do bulbo Estas caracteriacutesticas tecircm implicaccedilotildees peculiares

quanto acirc localizaccedilatildeo e ao suprimento de nutrientes (Quanto menor o diacircmetro e maior a

ocorrecircncia de pecirclos absorventes maior seraacute a superfiacutecie de raiacutezes e consequumlentemente a

absorccedilatildeo de nutrientes (Magalhatildees 1993)

11

A fase vegetativa do ciclo da planta termina com o amadurecimento do bulbo

todavia trata-se de uma planta bienal considerando acirceu ciclo vital completo isto eacute da

semeadura ateacute a produccedilatildeo de novas sementes Apoacutes um periacuteodo invemal sob baixas

temperaturas haacute emissatildeo de um pendatildeo floral que pode alcanccedilar 150 cm de altura

terminando por uma inflorescecircncia tipo umbela simples inicialmente recoberta por

uma peliacutecula formada por centenas de pequenas flores (Filgueira 2000)

Segundo Clivela (1995) os fatores climaacuteticos de modo geral natildeo satildeo limitantes

para a produccedilatildeo de bulbos de cebola no Rio Grande do Sul Filgueira (2000) enfatiza

que no Brasil eacute uma das raras culturas oleraacuteceas nas quais o fotoperiacuteodo pode tornar-se

o fator limitante ocorrendo frustraccedilotildees da colheita caso as exigecircncias da planta natildeo

sejam satisfeitas

222 A produccedilatildeo de mudas de hortaliccedilas

As mais importantes modificaccedilotildees no sistema de produccedilatildeo nos uacuteltimos anos tecircm

sido feitas na produccedilatildeo de mudas Hoje eacute uma realidade os produtores se

especializarem em produzir mudas principalmente no Estado de Satildeo Paulo Para tanto

se busca atraveacutes da pesquisa as melhores fontes e combinaccedilotildees de substratos associados

ao sistema de produccedilatildeo conveniente para cada espeacutecie a fim de se obter melhorias na

propriedade no solo e na Olericultura (Giorgetti 1991)

O sistema agroecoloacutegico torna-se importante uma vez que a base da Horticultura

moderna eacute a produccedilatildeo de mudas de alta qualidade (Minami1995) a produccedilatildeo de mudas

de hortaliccedilas tem sido citada como a etapa mais importante do sistema produtivo (Silva

Junior et al 1995) Segundo Filgueira (2000) nesta fase natildeo se pode cometer erros

pois posteriormente seraacute mais difiacutecil de corrigi-los visto que para o cultivo da cebola a

muda refletiraacute na qualidade do bulbo

As mudas de hortaliccedilas podem ser consideradas tolerantes e natildeo tolerantes ao

transplante e dependem principalmente das condiccedilotildees ambientais necessitando de

cuidados No caso da cebola como satildeo produzidas com raiz nua os cuidados devem ser

maiores pois dependendo do estado em que se encontram mais ou menos susceptiacuteveis

aos estresses quando em contato com o campo podem resultar em desastre (Minami

1999)

A quantidade de nutrientes extraiacuteda pelas hortaliccedilas durante a fase de muda varia

em funccedilatildeo da espeacutecie da variedade ou da cultivar e do prazo necessaacuterio para a formaccedilatildeo

13

O composto humificado ou curado eacute rico em nutrientes que passaram parcialmente

da forma orgacircnica para a forma mineral assimilaacutevel pelas raiacutezes e com maior teor

coloidal que atua como fertilizante e eacute responsaacutevel pela capacidade melhoradora do

solo (Barreto 1985)

Uma das principais alternativas em termos de adubaccedilatildeo orgacircnica eacute o

vermicomposto Ele eacute um adubo orgacircnico estaacutevel rico em nutrientes inodoro de

coloraccedilatildeo escura obtido a partir da atividade das minhocas que potencializam a mateacuteria

prima utilizada no processo (principalmente esterco de bovino) proporcionando

diversos benefiacutecios para as plantas (Timm 2000)

231 Efeitos da adubaccedilatildeo orgacircnica no solo

O solo funciona como um organismo vivo em 1 grama de solo saudaacutevel vive uma

comunidade bioloacutegica de aproximadamente 1 0 0 0 0 espeacutecies diferentes como minhocas

larvas besouros colecircmbolos aacutecaros algas bacteacuterias e fungos Estes organismos

necessitam de alimentos para viver principalmente carbono e nitrogecircnio que estatildeo

presentes na palhada das culturas e no esterco de animais Em funccedilatildeo disso eacute

importante que o solo tenha um determinado teor de mateacuteria orgacircnica para fornecer os

alimentos e energia que os microacutebios precisam para viver (Paulus et al 2001)

O homem atraveacutes dos diferentes sistemas de preparo do solo e cultivos contiacutenuos

ou natildeo altera o comportamento do mesmo em relaccedilatildeo agraves reaccedilotildees quiacutemicas

propriedades fiacutesicas como capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua lixiviaccedilatildeo de nutrientes

erosatildeo e como consequumlecircncia afeta a qualidade de organismos presentes no solo (Brady

1999) reduzindo paulatinamente o teor de mateacuteria orgacircnica (Primavesi1982)

Nos uacuteltimos anos tem-se observado em diferentes paiacuteses a ampliaccedilatildeo do uso de

adubos orgacircnicos Alguns apresentam oacutetimos resultados enquanto outros se mostram

tecnicamente inadequados Os principais adubos orgacircnicos encontrados no mercado satildeo

fertilizantes orgacircnicos de origem animal compostos de lixo urbanos compostos de

produtos industriais e huacutemus de minhoca Nestes fertilizantes estatildeo presentes a maioria

dos macronutrientes (nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre) e

micronutrientes (zinco cobre boro ferro cobalto)essenciais para as plantas e nem

sempre encontrados em muitos fertilizantes minerais bem como uma gama de

microorganismos que vatildeo beneficiar a fauna e a flora do solo (Brady 1979 Kiehl

1985 Costa 1985 Garcia 1997)

14

Os adubos orgacircnicos satildeo amplamente empregados nos sistemas de produccedilatildeo de

alface como condicionadores do ambiente quiacutemico e fiacutesico da rizosfera e

consequumlentemente na resposta bioloacutegica das plantas (Rodrigues amp Casali 1998)

Considerando as necessidades hortiacutecolas de maior competitividade e o fato de natildeo

ser subsidiada o crescimento populacional e a industrializaccedilatildeo representam fatores

determinantes na geraccedilatildeo diaacuteria de enormes volumes de resiacuteduos podendo ser utilizados

pelos produtores com um maior retomo econocircmico possiacutevel Ao mesmo tempo a

questatildeo ambiental assume cada vez mais destaque na sociedade moderna repercutindo

em poliacuteticas governamentais bem como no setor produtivo do paiacutes e do mundo

fazendo com que a relaccedilatildeo do homem com a natureza seja repensada (Morselli 2001)

232 Efeitos da adubaccedilatildeo orgacircnica nas culturas

Segundo Paulus et al (2001) a mateacuteria orgacircnica tambeacutem eacute fonte de nutrientes

especialmente nitrogecircnio foacutesforo enxofre e micronutrientes aleacutem disso tem

capacidade de ldquoprenderrdquo micronutrientes e alguns elementos toacutexicos para as plantas

como o alumiacutenio Por exemplo os micronutrientes depois de presos satildeo liberados

lentamente no solo onde satildeo gradativamente aproveitados pelas plantas

O uso dos fertilizantes minerais elevam o custo de produccedilatildeo pois satildeo necessaacuterias

altas doses para o fornecimento dos teores de nutrientes demandados Por isso eacute

importante a geraccedilatildeo de tecnologias que poupem o consumo de fertilizantes minerais

desejaacutevel com vista agrave diminuiccedilatildeo do custo de produccedilatildeo (Rodrigues 1984) A produccedilatildeo

de hortaliccedilas sob a orientaccedilatildeo agroecoloacutegica leva em consideraccedilatildeo natildeo apenas os custos

de produccedilatildeo como tambeacutem a dependecircncia dos insumos principalmente quando se

considera a ldquoteoria da trofobioserdquo pelos efeitos maleacuteficos que os nutrientes prontamente

assimilaacuteveis podem causar as plantas (Chaboussou 1987)

Para Compagnoni amp Putzolu (1985) o vermicomposto eacute um autecircntico fertilizante

bioloacutegico que atua como corretivo do solo determinando caracteriacutesticas importantes

para a microflora pelos aacutecidos huacutemicos e as substacircncias fitoestimulantes Os autores

consideram ainda que as dejeccedilotildees das oligoquetas proporcionam a formaccedilatildeo de huacutemus

permitindo melhorar o solo razatildeo pela qual satildeo destinados agrave horticultura com oacutetimas

vantagens fiacutesicas e microbioloacutegicas enriquecendo a camada araacutevel

Em experimentos desenvolvidos durante cinco anos para avaliar o efeito da

aplicaccedilatildeo de compostos eou adubos nas culturas de alface manjericatildeo espinafre e

15

pepino Valenzuela amp Crosby (1998) compararam as produccedilotildees obtidas com composto

e a fertilizaccedilatildeo padratildeo e concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo do composto em 20 Mg ha 1 mais

N-quiacutemico foi o melhor tratamento em todas as culturas estudadas

233 Plantas de cobertura do solo

As plantas mais usadas para adubaccedilatildeo de cobertura do solo satildeo as leguminosas

pois estas tecircm a capacidade de fixar o nitrogecircnio atmosfeacuterico e disponibiliza-lo agrave

cultura Primavesi (1992) cita que utilizando-se mucuna ervilhaca feijatildeo-de-porco

feijatildeo-miuacutedo crotalaacuteria e outras natildeo haacute necessidade de utilizar tanto nitrogecircnio em

cobertura embora natildeo se dispense uma calagem mais frequumlente pois ocorre um pouco

de acidificaccedilatildeo no solo como com qualquer adubaccedilatildeo nitrogenada Segundo a mesma

autora algumas leguminosas tecircm a capacidade de mobilizar o foacutesforo como o caupi

(feijatildeo-miuacutedo) outras mobilizam o caacutelcio como tremoccedilo

Para Brady (1999) a adubaccedilatildeo verde traz grandes benefiacutecios como suprimento de

mateacuteria orgacircnica sendo consideraacutevel a quantidade de resiacuteduos orgacircnicos devolvidos ao

solo adiccedilatildeo de nitrogecircnio nutrientes e conservaccedilatildeo do solo

Calegari (1998) comenta que quanto aos aspectos fiacutesicos os resiacuteduos tendem a

contribuir para uma melhoria da estrutura do solo percebida pelo aumento da

estabilidade dos agregados em aacutegua aumento da capacidade de retenccedilatildeo hiacutedrica

elevaccedilatildeo dos iacutendices de infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo aumento da porosidade melhor

aeraccedilatildeo e diminuiccedilatildeo da densidade do solo

De acordo com Timm (2000) o papuatilde eacute uma excelente alternativa como cobertura

de solo para o cultivo miacutenimo da cebola pois na eacutepoca do transplante das mudas seu

ciclo vegetativo estaacute completo natildeo necessitando o dessecamento outra vantagem eacute que

o papuatilde apresenta bom controle com relaccedilatildeo agraves plantas invasoras da cebola reduzindo

ao longo dos anos o nuacutemero de capinas e a aplicaccedilatildeo de herbicidas

234 Adubaccedilatildeo foliar

Segundo Malavolta (1981) a utilizaccedilatildeo da adubaccedilatildeo foliar eacute complemento da

adubaccedilatildeo de solo natildeo substituto da mesma no que diz respeito ao fornecimento de

nitrogecircnio foacutesforo e potaacutessio para as culturas Da mesma maneira que as raiacutezes podem

perder para o solo parte dos elementos absorvidos as folhas tambeacutem o fazem pela accedilatildeo

16

de fatores internos (desordem fisioloacutegica estado nutricional etc) e externos (chuvas

orvalho nutriccedilatildeo do sistema radicular luz temperatura etc)

Para Chaboussou (1987) as plantas adquirem o maacuteximo de resistecircncia bioloacutegica

atraveacutes da nutriccedilatildeo (trofos) equilibrada Obviamente para que isto ocorra eacute necessaacuterio

que o solo esteja em equiliacutebrio dinacircmico o ambiente seja o mais estaacutevel e as plantas

selecionadas ou melhor adaptadas para poderem suportar as alteraccedilotildees extemporacircneas

ocasionadas pelos fenocircmenos meteoroloacutegicos e nas fases fonoloacutegicas criacuteticas do

crescimento e desenvolvimento (Pinheiro amp Barreto 2000)

O lixiviado das folhas enriquece as camadas superiores do solo e tende a

contrabalanccedilar as perdas de zonas mais profundas e mais distantes acumulando-os nas

suas proximidades tambeacutem influencia o nuacutemero e o comportamento dos

microrganismos que por sua vez alteram o processo de gecircnese do solo sua textura e

fertilidade A lixiviaccedilatildeo assim se toma importante no desenvolvimento da sucessatildeo

ecoloacutegica devido agrave ciclagem de elementos (Malavolta 1980)

Conforme Camargo (1975) a utilizaccedilatildeo de adubos foliares substitui parcialmente

a adubaccedilatildeo radicular em 20 a 25 podendo ser utilizada em varias pulverizaccedilotildees

24 Vermicompostagem

E o processo que consiste em se submeter diferentes resiacuteduos orgacircnicos de

origem animal eou vegetal aos processos fermentativos e humificaccedilatildeo adicionando

minhocas do gecircnero Eiseina espeacutecie foetida ao material procurando obter um produto

curado em aproximadamente 45 - 60 dias (Compagnoni amp Putzolu 1985)

A vermicompostagem firmou-se no Brasil como atividade rentaacutevel produzindo

adubo de alta qualidade na deacutecada de 90 Na agricultura brasileira contudo haacute

preferecircncia pelos adubos quiacutemicos em funccedilatildeo de sua aquisiccedilatildeo financiada menor custo

e retomo imediato embora o impacto de seu uso contiacutenuo sobre o solo e os

microorganismos que nele vivem seja negativo (Tagliari amp Grassmann 1995)

Segundo Morselli (2002) a vermicompostagem difere da compostagem

convencional dentre outros pocircr formar substacircncias huacutemicas mais rapidamente ao sofrer

passagem pelo trato digestivo das minhocas A alirdentaccedilatildeo destas satildeo basicamente os

estercos e a disponibilidade desta mateacuteria prima bem como de ambiente protegido para

proceder a compostagem correta deste material satildeo indispensaacuteveis

17

Segundo Kiehl (1985) e Martinez (1990) o vermicomposto apresenta as seguintes

vantagens em relaccedilatildeo a compostagem permite a formaccedilatildeo de um produto curado em

menor espaccedilo de tempo promove a formaccedilatildeo de um material com maior

disponibilidade de nutrientes facilita o peneiramento natildeo havendo a necessidade de

revolvimento do material oferece vaacuterias fontes de renda pois aleacutem do huacutemus fornece

minhocas e raccedilatildeo e quando aplicado ao solo tende a melhorar as propriedades fiacutesicas

quiacutemicas e bioloacutegicas

241 Resiacuteduos utilizados na vermicompostagem

2411 Resiacuteduos de origem animal

Segundo Bureacutes (1997) o esterco eacute uma mistura de fezes urina e camas que

podem estar constituiacutedas de palhas folhas secas serragem turfa casca de arroz e ateacute

terra Esse apresenta pH neutro e densidade que varia de 030 a 090 Kg dm3 segundo

seu estado de decomposiccedilatildeo Eacute influenciado por vaacuterios fatores como espeacutecie animal

raccedila idade alimentaccedilatildeo material utilizado como cama e tratamento da mateacuteria-prima

esterco (Kiehl 1985) Dentre os fatores apontados um dos mais importantes eacute a

alimentaccedilatildeo do animal quanto mais rica a alimentaccedilatildeo mais rica seraacute as dejeccedilotildees

(Gnoatto 1999) O volume de bacteacuterias vivas ou mortas encontradas no esterco

representam 20 a 30 do total delas se originam grande parte do nitrogecircnio sob a

forma de proteiacutena (Morselli 2002)

A origem do material utilizado para a produccedilatildeo de vermicomposto eacute fundamental

pois soacute uma mateacuteria-prima de qualidade resultaraacute em um produto final de boa qualidade

Dentre os estercos o de aves eacute empregado empiricamente na adubaccedilatildeo de culturas

permanente ou natildeo com excelentes resultados apesar de sua simples composiccedilatildeo

meacutedia 2 de nitrogecircnio 2 de foacutesforo como P2 0 5 e 1 de K2 0 Poreacutem haacute uma

grande variaccedilatildeo na sua constituiccedilatildeo a qual dependeraacute do manejo animal atraveacutes das

camas finalidade da criaccedilatildeo e natureza das camas (Morselli 2002)

2412 Resiacuteduos de origem vegetal

A mateacuteria orgacircnica pode ser preservada no solo por vaacuterios processos seja pela

simples incorporaccedilatildeo de resiacuteduos de culturas rotaccedilatildeo de culturas adubaccedilatildeo verde ou

18

pela adiccedilatildeo de materiais orgacircnicos capazes de elevar e manter a produtividade do solo

Da decomposiccedilatildeo dos resiacuteduos orgacircnicos adicionados ao solo resulta a liberaccedilatildeo de

grande quantidade de nutrientes principalmente o nitrogecircnio o potaacutessio e o enxofre

Aleacutem disso diversos atributos quiacutemicos e fiacutesicos do solo satildeo alterados pela

decomposiccedilatildeo desses resiacuteduos destacando-se o aumento da capacidade de troca de

caacutetions o aumento da retenccedilatildeo de aacutegua a melhoria da estabilidade dos agregados e da

aeraccedilatildeo (Fraser1963 Malavolta 1981 Mello et al 1983 Bonilla 1992)

Segundo Purcino (1981) quando a relaccedilatildeo CN eacute menor que 30 como no caso do

esterco de curral ou da palha de leguminosas a disponibilidade de nitrogecircnio eacute

imediata mas acima deste valor ocorre imobilizaccedilatildeo crescente deste nutriente Por esse

motivo estes materiais devem ser submetidos a uma degradaccedilatildeo bioloacutegica antes de

serem adicionados ao solo

25 Biofertilizantes

No Brasil ocorrem problemas crescentes com materiais derivados de sistemas

intensivos de criaccedilatildeo animal que acumulam resiacuteduo^ orgacircnicos com graves problemas

de contaminaccedilatildeo de cursos de aacutegua que na maioria das vezes se acumulam em um

uacutenico lugar e natildeo satildeo reciclados (Viglizzo 1995)

Visando amenizar tais situaccedilotildees os meacutetodos alternativos de adubaccedilatildeo controle de

doenccedilas pragas e plantas indesejaacuteveis tecircm sido muito estudado Dentro dessa linha de

pesquisa destaca-se o uso de mateacuteria orgacircnica atraveacutes tanto de sua incorporaccedilatildeo ao

solo como de sua transformaccedilatildeo para uso posterior na forma de biofertilizantes

(Khatounian 1997 Bettiol et al 1997)

Na complexa e elevada comunidade microbiana dos biofertilizantes encontram-se

bacteacuterias fungos leveduriformes filamentosos e actinomicetos (Bettiol apud Penteado

1999)

O agregado de macro e micronutrientes periodicamente ativa e enriquece a

fermentaccedilatildeo O uso de farinha de rocha tem sido vantajoso por ter baixo custo

comparado com os sais concentrados e purificados aleacutem de trazer alguns elementos

traccedilos de vital importacircncia para os microrganismos do solo como por exemplo o Gaacutelio

o Iodo e o Vanaacutedio (M1BASA 199-) O agregado de farinha de rocha ou sais

purificados ao fermentado faz com que estes nutrientes passem a fazer parte dos

microrganismos ou dos produtos orgacircnicos liberados durante a fermentaccedilatildeo sendo que

19

o ataque dos microrganismos atraveacutes de suas enzimas consegue liberar os elementos natildeo

atacados pelos aacutecidos industriais (Pinheiro amp Barreto 2000)

Os biofertilizantes tecircm sido empregados na agricultura ecoloacutegica como adubo

foliar para aumentar a resistecircncia contra pragas e doenccedilas Aleacutem disso o processo de

produccedilatildeo eacute bastante simples e por isso eacute viaacutevel sua produccedilatildeo na propriedade desde que

tenha esterco disponiacutevel (Penteado 1999)

Bettiol et al (1997) verificaram a presenccedila de diferentes espeacutecies de fungos

fiacutelamentosos e leveduriformes e bacteacuterias entre elas Bacillus spp na comunidade

microbiana do biofertilizante produzido segundo meacutetodo adotado pelo Centro de

Agricultura Ecoloacutegica Ipecirc Os autores verificaram ainda uma reduccedilatildeo da comunidade

microbiana ao longo da digestatildeo reduccedilatildeo essa mais acentuada logo apoacutes o acreacutescimo

dos sais contendo micronutrientes A accedilatildeo dos sais pode ser tanto por aumento na

pressatildeo osmoacutetica quanto pelo efeito direto sobre os microrganismos Para o controle de

doenccedilas de plantas satildeo importantes a presenccedila dos metaboacutelitos produzidos pelos

organismos presentes no biofertilizante e os proacuteprios microrganismos vivos

Os microrganismos transformam o material orgacircnico (esterco soro de leite caldo

de frutas palhas restos industriais etc) e cinzas produzindo vitaminas aacutecidos e sais

complexos importantes para regular e tonificar o metabolismo das plantas impedindo o

desenvolvimento de pragas e doenccedilas (Pinheiro amp Barreto 2000)

Em estudos feitos com o biofertilizante liacutequido de bovinos foi observado a

presenccedila de inuacutemeros microorganismos como bacteacuterias leveduras e bacilos

principalmente do Bacillus subtilis Estes microorganismos sintetizam substacircncias

antibioacuteticas as quais demonstram ter grande accedilatildeo e eficiecircncia como substacircncias

fungiostaacuteticas e bacteriostaacuteticas de fitopatoacutegenos causadores de danos em lavouras

comerciais (Penteado 1999)

Aldrighi et al (2002) realizaram trabalho na UFPel relacionado agrave nutriccedilatildeo de

mudas de tomate (Floradade) produzidas no sistema ldquofloatingrdquo Utilizaram-se doses de

0 2 5 e 10 para o biofertilizante Super Magro e 0 e 1 para a urina de vaca

Concluiacuteram que estes natildeo interferem na produccedilatildeo das mudas e que provavelmente foi

influenciado pelo substrato utilizado (vermicomposto 75 e casca de arroz carbonizada

25) bem como o sistema de produccedilatildeo (floating)

Paglia et al (2002) citam que eacute possiacutevel produzir mudas de tomate (cultivar

Floradede) utilizando urina de vaca e biofertilizante Super Magro na aacutegua em sistema

ldquofloatingrdquo em trabalho realizado na UFPel O uso da urina de vaca a 1 e 5 e

20

biofertilizante Super Magro a 6 proporcionam uma elevaccedilatildeo do foacutesforo bem como o

Super Magro a 6 eleva os teores de Mg e Ca na aacutegua

251 Urina de vaca

As urinas de vaca contecircm nutrientes favoraacuteveis ao bom desenvolvimento das

plantas como potaacutessio soacutedio nitrogecircnio enxofre magneacutesio caacutelcio foacutesforo e traccedilos de

outros elementos Nas plantas funciona como um fertilizante natural tomando-as mais

resistentes ao ataque das pragas e doenccedilas Satildeo encontradas tambeacutem na urina outras

substacircncias como fenoacuteis e principalmente o catecol que esta associado agrave recuperaccedilatildeo

de plantas atacadas por fitopatoacutegenos por ser um produto anti-seacuteptico (Penteado 1999)

Para seu emprego a urina receacutem coletada deve ser armazenada sob condiccedilotildees

ambientais por trecircs dias para que se forme amocircnio importante produto a ser absorvido

pelas plantas Recomenda-se ainda que o armazenamento deva ser feito em recipiente

fechado para que natildeo ocorram perdas de nitrogecircnio Desta forma poderaacute permanecer

por ateacute um ano sem comprometer sua eficiecircncia

Em hortaliccedilas o uso da urina de vaca eacute recomendado em pulverizaccedilotildees foliares

semanais na concentraccedilatildeo de 05 para tomateiro pimentatildeo pepino feijatildeo vagem e

couve ou quinzenais a 1 para as culturas do quiabeiro jiloeiro e berinjela Para

fruteiras em geral a primeira aplicaccedilatildeo deve ser na concentraccedilatildeo aproximada de 5

realizada diretamente no solo e mensalmente devem ser realizadas pulverizaccedilotildees

foliares a 1 para plantas jovens e a 5 para plantas adultas (Penteado 1999)

Na aplicaccedilatildeo foliar deve-se ter cuidado com folhas e brotos novos e considerar que

o uso contiacutenuo pode ser toacutexico podendo afetar o solo causando a sua acidificaccedilatildeo

(Penteado 1999)

Na Estaccedilatildeo Experimental da PESAGRO no municiacutepio de Macaeacute Rio de Janeiro

estaacute se utilizando a urina de vaca leiteira Os pesquisadores descobriram que a urina de

vaca em lactaccedilatildeo produzia o efeito de recuperar plantas de abacaxi atacadas por uma

doenccedila conhecida como ldquofusairioserdquo Essa doenccedila quando ataca o abacaxi causa

perdas de ateacute 70 da safra Todos os agrotoacutexicos testados natildeo conseguiram controlar a

doenccedila Isto eacute um exemplo para que a universidade tenha uma nova percepccedilatildeo (Capra

1996) adotando medidas efetivas que contribuam na transiccedilatildeo agroecoloacutegica Com o

uso da urina de vaca leiteira numa lavoura de abacaxi atacada pela fusariose observou-

se agrave recuperaccedilatildeo do stand e os frutos produzidos apresentaram excelente padratildeo

21

comercial Descobriu-se que aleacutem funcionar como adubo e defensivo natural a urina de

vaca leiteira tambeacutem favorece a floraccedilatildeo de muitas plantas e pode ser usada no

tratamento de frutos e tubeacuterculos depois da colheita

A urina de vaca em lactaccedilatildeo tambeacutem estaacute sendo usada nas lavouras de cafeacute em

plantaccedilotildees de maracujaacute coco alface e outras hortaliccedilas Na regiatildeo centro-sul do Paranaacute

os agricultores estatildeo aplicando a urina de vaca leiteira nas lavouras de feijatildeo soja

batata cebola e milho (Penteado 1999)

252 Alhol

A maioria dos defensivos alternativos tais como calda bordalesa sulfocaacutelcica

aacutegua de cinza e cal biofertilizante enriquecido extrato de fumo entre outros precisa

ser misturada com um espalhante adesivo para quebrar a tensatildeo superficial da gota e

propiciar um melhor molhamento das folhas e demais partes pulverizadas assegurando

uma absorccedilatildeo mais efetiva e uma melhor accedilatildeo sobre as pragas e doenccedilas Quando as

gotas permanecem inteiras sobre a superfiacutecie folhar devido agrave falta de espalhante

adesivo pode-se danificar os tecidos vegetais pelc efeito-lente quando o sol incide

sobre elas Aleacutem disso a gota por natildeo se espalhar sobre toda superfiacutecie folhar

concentra nela e consequumlentemente sobre o tecido que estaacute em contato com ela uma

quantidade maior do produto aplicado Essa maior concentraccedilatildeo pode prejudicar a

absorccedilatildeo e lesionar os tecidos principalmente apoacutes a evaporaccedilatildeo da aacutegua contida na

gota por resultar em uma maior concentraccedilatildeo de sais no local especialmente quando se

aplicam por exemplo calda sulfocaacutelcica bordalesa biofertilizante enriquecido com

macro e micronutrientes (Claro 2001)

O alhol eacute um espalhante adesivo ecoloacutegico que tambeacutem auxilia no controle de

pragas E elaborado com aacutegua alho oacuteleo vegetal e sabatildeo neutro a partir da sabedoria

popular que menciona o alho como repelente de insetos Juacutenior Abreu amp Maiorano

(199-) indicam formulaccedilotildees contendo alho para o controle de pragas como nematoacuteides

(Meloidogyne incoacutegnita e M javanica) mosca do chifre lagarta na maccedilatilde pulgotildees

besouro da batata trips e para controle de doenccedilas fuacutengicas e bacterianas como miacuteldio

ferrugem fusariose helminthosporiose murchadeira (Pseudonamos solacearum)

bruzone do arroz (Pyricularia orysae) podridatildeo negra do repolho e couve-flor

(Xanthomonas campestris) Aleacutem disso o alho pelo seu bom teor em oacuteleo pode agir

tambeacutem como espalhante adesivo O sabatildeo tambeacutem eacute indicado como espalhante adesivo

22

e possui accedilatildeo contra certas pragas (pulgotildees) sendo que o oacuteleo vegetal eacute indicado no

controle de cochonilhas e usado como espalhante adesivo (Claro 2001)

253 Calda Bordalesa

A calda bordalesa eacute um tradicional defensivo agriacutecola que pode ser preparado na

propriedade com a mistura de sulfato de cobre cal virgem e aacutegua As concentraccedilotildees de

sulfato de cobre e cal satildeo distintas dependendo do objetivo do seu emprego

Geralmente diferem de acordo com o tipo de planta ou espeacutecie vegetal as condiccedilotildees

climaacuteticas o grau de infestaccedilatildeo da doenccedila e a fase de crescimento da planta Eacute indicada

para o controle de miacuteldio alternaacuteria botrytis e antracnose (Penteado 1999)

A calda bordalesa caracteriza-se pela sua importante accedilatildeo no controle de diversas

doenccedilas fungicas nas mais diversas espeacutecies de culturas Possui tambeacutem uma relativa

accedilatildeo bactericida e em alguns casos age como repelente de insetos Da mistura do

sulfato de cobre com a cal resulta uma soluccedilatildeo rica em macronutrientes e

micronutrientes Provavelmente os expressivos resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo da

calda bordalesa devam-se natildeo somente a sua accedilatildeo fuacutengica e bactericida mas sobretudo

agrave influecircncia positiva que exerce no metabolismo das plantas ativando o processo

enzimaacutetico e estimulando a proteossiacutentese aumentando a resistecircncia das plantas (Claro

2 0 0 1 ) caracteriacutestica fundamental na agricultura sustentaacutevel

254 Biofertilizante Super Magro

A calda Super Magro eacute produto da fermentaccedilatildeo de estercos animais enriquecidos

por micronutrientes e outros produtos de origem animal obtendo-se uma calda

biofertilizante para aplicaccedilatildeo foliar nas plantas (Penteado 1999) jaacute foram observados

bons resultados principalmente nas culturas de uva maccedila pecircssego tomate batata e

hortaliccedilas em geral

E indicado como fonte suplementar de micronutrientes para as plantas inibidor

de fungos e bacteacuterias causadores de doenccedilas e para aumentar a resistecircncia contra insetos

e aacutecaros (Penteado 1999) i

Muller (1999) avaliou a influecircncia do biofertilizante Super Magro sobre as

culturas de tomate (Lycopersicon esculentum Mill) ervilha (Pisum sativum L) e

beterraba (Beta vulgaris L) O autor obteve cultivos com baixa severidade de doenccedilas e

23

insetos fitoacutefagos possivelmente por causa do manejo orgacircnico de produccedilatildeo Os

resultados das pulverizaccedilotildees das soluccedilotildees foliares variaram conforme a cultura e o

clima

255 Biofertilizante MB4

A utilizaccedilatildeo das farinhas de rochas eacute uma das teacutecnicas mais modernas usadas nos

uacuteltimos anos na agricultura O elevado nuacutemero de nutrientes contidos no MB4 como

cobre zinco manganecircs cobalto soacutedio alumiacutenio silicatos de magneacutesio ferro e caacutelcio

acompanhado de foacutesforo potaacutessio e enxofre reagem com a soluccedilatildeo do solo liberando

elementos essenciais ao desenvolvimento da vida microbiana os quais exercem um

papel fundamental atraveacutes de transformaccedilotildees quiacutemicas e do equiliacutebrio bioloacutegico

favorecendo o desenvolvimento sadio das plantas (Pinheiro amp Barreto 2000)

24

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

31 Local de execuccedilatildeo do experimento

O presente trabalho foi conduzido no Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul

(FEPAGROSUL) no municiacutepio de Rio Grande nlt periacuteodo de 15 de maio a 26 de

agosto de 2 0 0 2

O solo eacute classificado como ldquoTuiardquo satildeo muito arenosos As massas aquaacuteticas do

Oceano Atlacircntico e Lagoa dos Patos influenciam ventos temperatura pressatildeo umidade

relativa e demais fatores climaacuteticos A topografia da regiatildeo litoracircnea eacute plana com

lenccediloacuteis freaacuteticos superficiais

32 Anaacutelise estatiacutestica

O experimento foi constituiacutedo em fatorial 3X3 (Quadro 1) com quatro repeticcedilotildees

no delineamento blocos ao acaso As variaacuteveis respostas foram submetidas agrave anaacutelise de

variaccedilatildeo e ao teste de Duncan a 5 de probabilidade para comparaccedilatildeo das meacutedias

utilizando-se o sistema SANEST (Zonta amp Machado 1984)

As anaacutelises estatiacutesticas das variaacuteveis estudadas encontram-se nos Apecircndices C D

Os resultados das respostas agronocircmicas e das determinaccedilotildees dos conteuacutedos dos

macronutrientes bem como os de raiz estatildeo nas tabelas de 1 a 3

25

As diferentes adubaccedilotildees seratildeo representadas durante a discussatildeo da seguinte

forma 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e EC

(60 t ha 1 de esterco de curral) 1 VB+SM+U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais

super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+SM+U+CB (45 t ha 1 de

vermicomposto mais super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa)

EC+SM+U+CB (60 t ha 1 de esterco de curral mais super magro mais urina de vaca

mais calda bordalesa) 1 VB+MB4 +U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais MB4 mais

urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+MB4 +U+CB (45 t ha 1 de vermicomposto

mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa) EC+MB4 +U+CB (60 t ha 1 esterco

de curral mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa)

QUADRO 1 Descriccedilatildeo dos fatores experimentais e respectivos niacuteveis

Niacuteveis Fator 1 ADUBACcedilAtildeO DE BASE

0 1 Vermicomposto (30 t ha1)

0 2 Vermicomposto (45 t ha1)

03 Esterco de curral (60 t ha1)

Niacuteveis Fator 2 BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS

0 1 Super magro (5) + Urina de Vaca + Calda Bordalesa

0 2 MB4 (10) + Urina de vaca + Calda Bordalesa

03 Ausecircncia (testemunha)

33 Tratamentos

Da combinaccedilatildeo entre niacuteveis e fatores foram obtidos 9 tratamentos que estatildeo

descritos no Quadro 2 bem como as doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

26

QUADRO 2 Tratamentos e doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

TRATAMENTOS

Ndeg FATOR I FATOR II

0 1 30 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

0 2 30 t harsquo de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

03 30 t ha de vermicomposto - - -

04 45 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

05 45 t ha de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

06 45 t ha de vermicomposto - - -

07 60 t hade esterco Super Magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

08 60 t hade esterco MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

09 60 t hade esterco - - -

Cada parcela foi constituiacuteda por dois canteiros medindo 1 m de largura x 2 m de

comprimento perfazendo 075 m de aacuterea de aacuterea uacutetil (025 m de bordadura) Foi

utilizando semeadura a lanccedilo com densidade de 24 g canteiro1

O vermicomposto a urina de vaca o esterco de curral o alhol os biofertilizantes e

a calda bordalesa foram de procedecircncia do Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul O

vermicomposto de esterco bovino misturado agraves cascas de frutas foi processado pela

minhoca vermelha califomiana Eisenia foetida)

O biofertilizante Super Magro foi elaborado segundo a metodologia descrita pela

FEPAGROSUL utilizando-se os seguintes componentes 190 litros de aacutegua 22 litros

de leite 55 Kg de accediluacutecar mascavo 30 Kg de esterco fresco de bovinos 2 Kg de

Sulfato de zinco 2 Kg de sulfato de magneacutesio 2 Kg de cloreto de caacutelcio 1 Kg de aacutecido

boacuterico 300 g de sulfato de cobre 300 g de sulfato de ferro 300 g de sulfato de

manganecircs 100 g de molibdato de soacutedio 50 g de sulfato de cobalto 3 Kg de fosfato

natural 3 Kg de cinza e 200 g de farinha de osso

A urina de vaca em lactaccedilatildeo foi coletada pela manhatilde e armazenada em recipiente

fechado por trecircs dias em condiccedilotildees ambientais para que se formasse a amocircnia e natildeo

ocorresse perda de nitrogecircnio

28

Realizaram-se duas capinas manuais durante o experimento e em seguida como

cobertura se colocou casca de arroz Tambeacutem foi aplicado esterco de aves 30 dias antes

da colheita na quantidade de 05 Kg canteiro 1 como adubaccedilatildeo de cobertura

As pulverizaccedilotildees com os produtos iniciaram apoacutes 15 dias da germinaccedilatildeo

Realizou-se sete aplicaccedilotildees sendo que as duas primeiras foram feitas apenas com

Super Magro e MB4 Na terceira e na quarta aplicaccedilatildeo utilizou-se urina de vaca e calda

bordalesa em concentraccedilotildees menores (05 e 025 respectivamente) e na quinta

aplicaccedilatildeo as dosagens de urina de vaca e calda bordalesa foram elevadas para 1 0 e

05 respectivamente ateacute o final do experimento O alhol foi utilizado a partir da

terceira pulverizaccedilatildeo na quantidade de 2 e seguiu ateacute o final no dia 26 de agosto

quando as mudas foram colhidas e posteriormente analisadas as variaacuteveis

35 Observaccedilotildees agronocircmicas

Foram utilizadas 20 mudas de cebola para obtenccedilatildeo das meacutedias das variaacuteveis as

quais foram as seguintes

351 Fitomassa fresca da parte aeacuterea e raiacutezes

Foi realizada atraveacutes de uma balanccedila digital procedendo-se a pesagem de 20

mudas de cebola previamente lavadas e posteriormente secadas durante uma hora sobre

um tecido de algodatildeo agrave temperatura ambiente Processo idecircntico foi adotado com as

raiacutezes

352 Fitomassa seca da parte aeacuterea e raiacutezes

Esta variaacutevel foi obtida a partir da secagem preliminar em estufa de ar forccedilado

durante 48 horas a 65 C ateacute peso constante com posterior pesagem em balanccedila

analiacutetica

353 Altura da muda

A altura de muda foi medida a partir do colo das plantas ateacute sua uacuteltima folha

(ponto de crescimento) com uma reacutegua graduada de 40 cm

29

354 Diacircmetro do colo das plantas

Esta medida foi realizada no ponto de transplante a 2 mm das raiacutezes e utilizando-

se um paquiacutemetro SOMET

355 Sistema radicular

Ao teacutermino do experimento foram retiradas as raiacutezes das mesmas plantas que foram

utilizadas para as determinaccedilotildees realizadas na parte aeacuterea procedendo-se uma amostra

de solo com raiacutezes de 2 0 cm de largura x 2 0 cm de comprimento e 2 0 cm de altura

totalizando 8000 cm3

As raiacutezes apoacutes serem lavadas em aacutegua corrente foram pesadas acondicionadas em

sacos plaacutesticos e congeladas para posteriores anaacutelises pelo meacutetodo de Tennant (1975)

para a determinaccedilatildeo do comprimento e densidade

3551 Comprimento de raiz

Utilizou-se para a determinaccedilatildeo do comprimento de raiz as seguintes foacutermulas

1 = ndeg x 1114 x 1 onde

1 - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 0 0 2 g

ndeg - nuacutemero de intercessotildees das raiacutezes com os lados da quadriacutecula da malha do

aparelho

1114 - constante

1 - medida lateral da quadriacutecula em cm

Tomando-se a fiacutetomassa seca e o comprimento da raiz da cada amostra

relacionou-se com a fiacutetomassa seca e o comprimento total da raiz da planta aplicando-

se a seguinte equaccedilatildeo

L = (FSR x 1) FSPA onde

L - comprimento total da raiz da planta (m)

FSR - fiacutetomassa seca de raiz

FSPA - fiacutetomassa seca da parte aeacuterea

L - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 002g

3552 Densidade de raiz

A densidade foi determinada pela foacutermula

D = L 8000 onde

D - densidade de raiacutezes (m cm3)

30

L - comprimento total de raiacutezes (m)

8 0 0 0 - volume da amostra (cm3)

3553 Razatildeo parte aeacutereasistema radicular

Este paracircmetro foi obtido pela equaccedilatildeo

RPASR = FSPA FSR onde

RPASR - razatildeo parte aeacuterea sistema radicular

FSPA - fitomassa seca da parte aeacuterea

FSR - fitomassa seca do sistema radicular

36 Determinaccedilatildeo de macronutrientes no tecido vegetal

Os macronutrientes nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio foram

determinados no laboratoacuterio de Fertilidade e Anaacutelise de Plantas do Departamento de

Solos da UFPel atraveacutes dos meacutetodos descritos por Tedesco amp Gianello (1996)

31

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 Anaacutelise das variaacuteveis

A anaacutelise da variaccedilatildeo mostrou que houve diferenccedila significativa na interaccedilatildeo entre

os fatores de adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes liacutequidos com exceccedilatildeo da variaacutevel altura

de planta para a qual somente a adubaccedilatildeo de base mostrou-se significativa (Apecircndices

C D e E Tabelas 1C 1D e 1E)

411 Anaacutelise da parte aeacuterea

Na Tabela 1 destacaram-se as adubaccedilotildees EC+SM+U+CB EC+MB4 +U+CB e EC

que diferiram significativamente das demais adubaccedilotildees para as variaacuteveis fiacutetomassa

fresca da parte aeacuterea (FFPA) fiacutetomassa seca da parte aeacuterea (FSPA) altura de planta

(AP) e diacircmetro do colo (DC)

32

TABELA 1 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

30 t ha de vermicomposto 7015 c A45 t halsquo de vermicomposto 7824 b B60 t ha de esterco de curral 12248 a C

30 t ha de vermicomposto 667 c A45 t ha de vermicomposto 752 b A60 t ha de esterco de curral 1150a C

30 t ha de vermicomposto 2975 b A45 t harsquo de vermicomposto 2775 b A60 t ha de esterco de curral 3600 a B

30 t ha de vermicomposto 631 b A45 t ha de vermicomposto 6 2 2 b B60 t ha de esterco de curral 741 a C

-Fitomassa fresca (g)----------------6270 c B 6885 b A8832 b A 6308 c C

15082 a A 13934 a BmdashFitomassa seca (g)----------------

625 c A 655 b A830 b A 607 b B

1345 a A 1262 a B-Altura de planta (cm)----------------

2950 b A 3050 b A2937 b A 2950 b A 3975 a A 3622 a B

-Diacircmetro de colo (mm)---------------592 c B 599 b B 657 b A 609 b B 819a A________ 793a B

Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

O efeito positivo do esterco bovino pode ser atribuiacutedo agraves melhorias nas condiccedilotildees

fiacutesicas do solo por ele proporcionado Segundo Primavesi (1982) e Compagnoni amp

Putzolu (1985) o esterco bovino apresenta propriedades condicionadoras do solo dando

agraves plantas melhores condiccedilotildees de desenvolvimento elevando sobremaneira os

conteuacutedos de fitomassa fresca das plantas que refletiratildeo nas demais respostas

agronocircmicas

Analisando as adubaccedilotildees de base em relaccedilatildeo aos biofertilizantes observa-se que

para os tratamentos 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) - natildeo houve influecircncia dos

biofertilizantes para as variaacuteveis FSPA e AP enquanto destacou-se o SM+U+CB para o

DC e SM+U+CB e ausecircncia da adubaccedilatildeo liacutequida para a FFPA mostrando que o uso

dos biofertilizantes natildeo influenciou esta variaacutevel 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) -

verificou-se a eficiecircncia do uso do MB4 +U+CB para as variaacuteveis FFPA e DC Para a

variaacutevel FSPA destacaram-se os dois biofertilizantes utilizados jaacute para AP natildeo houve

33

influecircncia destes EC (60 t ha 1 de esterco de curral) - em todas as variaacuteveis observadas

na tabela 5 as respostas foram significativas utilizando MB4 +U+CB

As respostas encontradas no presente trabalho para as variaacuteveis AP e FSPA foram

superiores as obtidas por Dalponte (1990) quando utilizado 0 esterco de curral para

produccedilatildeo de mudas de cebola

Segundo Filgueira (2000) os solos da regiatildeo produtora de cebola do RS satildeo

pobres em foacutesforo disponiacutevel (15 mg Kg1) necessitando portanto de adubaccedilotildees

fosfatadas elevadas As respostas aqui obtidas podem ser justificadas pelos teores de

foacutesforo contido no MB4

Follet et al (1981) citam a importacircncia do uso de compostos orgacircnicos no solo

enfatizando os estercos no sentido da decomposiccedilatildeo continuada no fornecimento de

nutrientes e na liberaccedilatildeo lenta e gradual de aacutecidos orgacircnicos influenciando a liberaccedilatildeo

do foacutesforo O que provavelmente pode ser atribuiacutedo agraves respostas encontradas no

presente trabalho para 0 tratamento Esterco de curral mais MB4 e Urina mais Calda

Bordalesa

E importante destacar que 0 sistema de produccedilatildeo de mudas de cebola sob uma

perspectiva agroecoloacutegica mostra-se eficiente quando visualmente natildeo percebe-se

diferenccedila significativa entre os tratamentos (Apecircndice F Figura 2)

Conveacutem ressaltar que quando trabalhamos com agroecologia natildeo existem

receitas nem pacotes tecnoloacutegicos prontos Cada situaccedilatildeo deveraacute ser estudada em

particular para que se faccedila recomendaccedilotildees adequadas ao ambiente local uma vez que

as plantas se adaptam ao meio estando a nutriccedilatildeo encarregada de proteger e manter o

equiliacutebrio do organismo vegetal em funccedilatildeo das alteraccedilotildees externas

E fundamental que se compreenda os princiacutepios norteadores de todo o processo

que satildeo as bases da luta por uma sociedade mais justa dentro de um mundo econocircmico e

ambientalmente mais sustentaacutevel

412 Anaacutelise do sistema radicular

Os resultados obtidos nas anaacutelises do sistema radicular (Tabela 2) mostram

diferenccedilas significativas entre as adubaccedilotildees para as variaacuteveis fitomassa fresca de raiz

(FFR) fitomassa seca de raiz (FSR) comprimento de raiz (CR) razatildeo parte

aeacutereasistema radicular (RPASR) e densidade de raiz (DR)

34

TABELA 2 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade de

raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAO DE BASE

S Magro + MB4 +Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

1540 c A 1576 b B 2427 a A

Fitomassa fresca (g)----------------1502 c B 1517 b AB 1658 b A 1446 c C 2336 a B 2360 a B

--------------------Fitomassa seca (g)-------------------196 b A 207 ab A 170 b A170 b A 199 b A 192 b A 344 a A 249 a B 327 a A

Comprimento de raiz(cm)---------------1237 b A 1158 b A 1158 a A1237 b A 1060 c B 1040 b B1433 a A 1296 a B 1040 b C

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t halsquo 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha de vermicomposto 45 t ha de vermicomposto60 t ha~ de esterco de curral__________________________ _________________________Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

-----Razatildeo Parte AeacutereaSistema Radicular------340 b AB 301c B 384 a A446 a A 415 b A 326 a B339 b B 546 a A 388 a B

-------------- Densidade de raiz (m cm3)------------367 a AB 414 a A 325 b B282 b B 301b B 405 a A347 ab A 231c B 324 b A

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base destacou-se o EC (60 t ha 1 de esterco de curral)

para as variaacuteveis FFR e FSR Quando adicionado o SM+U+CB os resultados para FFR

foram ainda melhores bem como o CR As respostas obtidas para a RPASR foram

variadas em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees apresentando melhores resultados para 15 VB (45 t

ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB e ainda melhor para EC (60 t ha 1 de esterco de

curral)+MB4 +U+CB As adubaccedilotildees de base 1 VB 15 VB e EC natildeo diferiram entre si

As adubaccedilotildees mais eficientes para a variaacutevel DR foram 1 VB+SM+U+CV que natildeo

diferiu da EC+SM+U+CB I VB+ MB4 +U+CB e agrave 15 VB foram melhores entre as

demais

35

Analisando os biofertilizantes em relaccedilatildeo a cada adubaccedilatildeo de base verifica-se que

para a 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB destaca-se a variaacutevel FFR

poreacutem sem diferenccedila significativa de 1 VB os melhpres resultados para a variaacutevel DR

foram encontrados pelo tratamento 1 VB+MB4 +U+CB e 15 VB (45 t ha 1 de

vermicomposto) tambeacutem se considera eficiente o 1 VB+SM+U+CB que natildeo diferiu do

EC (esterco de curral) Quando se utilizou 15 VB+ MB4 +U+CB houve resposta

significativa para a variaacutevel FFR para FSR as respostas natildeo foram diferentes com a

aplicaccedilatildeo dos biofertilizantes para as variaacuteveis FSR e DR as adubaccedilotildees EC e

EC+SM+U+CB natildeo diferiram entre si

Embora as respostas estatiacutesticas tenham sido diferentes para as adubaccedilotildees

combinadas ou natildeo pode-se salientar a importacircncia do aacutecido indol-aceacutetico como jaacute

citado anteriormente para as variaacuteveis avaliadas na parte aeacuterea das mudas de cebola

Respostas semelhantes nesse sentido foram encontradas para a cultura da alface por

Quijano (1999) e Morselli (2001)

Pereira et al (2002) concluiacuteram em trabalho realizado com a cultivar de cebola

CNPF1 6400 em Minas Gerais que a utilizaccedilatildeo de 20 t ha de esterco de curral

proporcionou os melhores resultados para a produccedilatildeo de cebola

Silva Juacutenior amp Giorgi (1992) e Menezes Juacutenior (1998) citam que doses elevadas

de mateacuteria orgacircnica podem prejudicar a primeira fase da germinaccedilatildeo (embebiccedilatildeo) e

absorccedilatildeo de aacutegua pelas raiacutezes das placircntulas No entanto no presente trabalho este fato

natildeo ocorreu embora a dose de esterco utilizada tenha sido de 60 t ha 1 (dose maacutexima

recomendada segundo Nolla 1982)

413 Anaacutelise de macronutrientes no tecido vegetal

Os resultados dos conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio no

tecido vegetal sob diferentes adubaccedilotildees encontrados na Tabela 3 indicam mais uma

vez a superioridade da adubaccedilatildeo esterco com 0 uso ou natildeo de biofertilizantes

36

TABELA 3 Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob

uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS i J B

ADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesamg plantas1

---- Nitrogecircnio-----30 t ha de vermicomposto 16593 c AB 15451 c B 19050 b A45 t ha de vermicomposto 21444 b A 22888 b A 17852 b B60 t ha de esterco de curral 32606 a C 37593 a B 40816 a A

--------------- ------ Foacutesforo------- -------------30 t ha de vermicomposto 3098 c B 2802 c B 3999 b A45 t ha de vermicomposto 4109 b A 4135 b A 2788 c B60 t ha de esterco de curral 5300 a B 7577 a A 7565 a A

------- Potaacutessio------30 t ha de vermicomposto 24327 c A 19900 c B 24965 b A45 t ha de vermicomposto 29113b A 29812 b A 22031 b B60 t ha de esterco de curral 44070 a B 51976 a A 54101 a A

-------- Caacutelcio-------30 t ha de vermicomposto 5027 c A 4356 c A 4834 b A45 t ha de vermicomposto 6114b A 6963 b A 4379 b B60 t ha de esterco de curral 9030 a C 11451 a A 10331 a B

------Magneacutesio-----30 t ha de vermicomposto 1188 b A 914 c A 1202 b A45 t ha de vermicomposto 1231 b B 1582 b A 1176 b B60 t ha de esterco de curral 2136a B 2443 a A 2663 a AMeacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base observa-se que o melhor tratamento foi o

esterco de curral para todas as variaacuteveis Para 1 VB (30 t ha^ 1 de vermicomposto) natildeo

houve resposta diferenciada com o uso de bofertilizantes para todas as variaacuteveis A

adubaccedilatildeo 15 VB (45 t ha 1 de vemicomposto) foi influenciada pelos biofertilizantes

para as variaacuteveis N P K e Ca enquanto que para Mg somente o MB4+U+CB o

influenciou O EC (esterco de curral) mostrou diferenccedila significativa apenas para as

variaacuteveis Ca e Mg quando adicionado MB4+U+CB

Segundo Peixoto (2000) eacute fundamental a adiccedilatildeo de adubos orgacircnico no cultivo de

hortaliccedilas seja na forma de esterco decomposto composto ou huacutemus de minhoca de

37

modo a fornecer melhorias nas propriedades do solo vindo a disponibilizar os nutrientes

as diferentes culturas

O esterco fresco conteacutem muita cama celuloacutesica e um elevado teor de aacutegua No

esterco curtido a celulose jaacute estaacute decomposta o teor de aacutegua estaacute reduzido agrave metade e os

nutrientes em uma forma mais assimilaacutevel e mais concentrada O esterco fresco pode

causar uma deficiecircncia temporaacuteria de nitrogecircnio no solo ao se decompor o que natildeo

acontece com o biestabilizado (Kiehl 1985)Ocorre uma diminuiccedilatildeo inicial no volume

de aacutegua retido no esterco de curral diminui inicialmente em tomo de 3581 liberando

posteriormente somente 496 evidenciando a sua capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua

(Menezes Juacutenior 1998)

A utilizaccedilatildeo continuada de adubos nitrogenados minerais no solo altera o balanccedilo

do nitrogecircnio entre o solo e planta No meacutetodo biodinacircmico eacute sublinhada a importacircncia

dos adubos animais para o estabelecimento da fertilidade permanente dos solos (Koeff

et al 1983)

Para Guimaratildees (1997) os benefiacutecios que a mateacuteria orgacircnica imprime ao solo

principalmente melhorando a produtividade fertilidade e a influencia que as substancias

huacutemicas exercem sobre o ambiente dependem da qualidade e do teor de mateacuteria

orgacircnica do solo Estas substacircncias por conterem nutrientes em sua constituiccedilatildeo em uma

forma mais disponiacutevel para as plantas promovem um equiliacutebrio no ambiente no solo

(Kononova 1966)

Aproximadamente de 60 a 70 do total de carbono do solo ocorre na forma de

materiais huacutemicos (Griffith amp Schnitzer 1975) sendo a eles atribuiacutedo a manutenccedilatildeo da

bioestrutura do solo aumentando a capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua (Brady 1999)

Conforme Compagnoni amp Putzolu (1985) os estercos bem como os demais

resiacuteduos orgacircnicos apresentam conteuacutedos diferentes de aacutecidos huacutemicos e fuumllvicos sendo

atribuiacutedo ao acido huacutemico uma accedilatildeo fitoestimulante semelhante aos fitohormocircnios por

favorecer o desenvolvimento do sistema radicular e crescimento do caule

Em trabalho realizado por Guimaratildees (1997) foi encontrado para aacutecidos huacutemicos

de esterco bovino uma relaccedilatildeo CN 1035 e para vermicomposto bovino 17

evidenciando que o esterco quando aplicado ao solo por apresentar uma relaccedilatildeo CN

proacutexima deste reage mais facilmente liberando nutrientes para as plantas sem alterar a

cadeia troacutefiacuteca Dados encontrados no presente trabalho demonstram a eficiecircncia do

esterco nesse sentido

38

De acordo com Morselli (2001) vaacuterios trabalhos citam comentam e discutem a

capacidade dos vermicompostos em proporcionar oacutetimas colheitas e favorecer a

precocidade das plantas cultivadas Poreacutem muitas vezes se observa que mesmo

suprindo essas plantas com nutrientes necessaacuterios atraveacutes de huacutemus de diferentes fontes

as respostas natildeo satildeo as mesmas para uma mesma cultivar

Por outro lado os resultados com o uso de substacircncias huacutemicas satildeo variaacuteveis e

dependem aleacutem da espeacutecie testada das substacircncias huacutemicas utilizadas sua

concentraccedilatildeo o grau de purificaccedilatildeo e das condiccedilotildees experimentais A resposta das

plantas aos aacutecidos huacutemicos e fuacutelvicos eacute dependente da mateacuteria prima original e da

espeacutecie vegetal pois materiais orgacircnicos diferentes apresentam aacutecidos huacutemicos e

fuacutelvicos diferentes (Businelli 1990)

Justificam-se os maiores conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio e caacutelcio nas

adubaccedilotildees 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e biofertilizantes devido

provavelmente ao vermicomposto utilizado apresentar na sua constituiccedilatildeo teores

consideraacuteveis destes elementos aleacutem do que os biofertilizantes possam ter influenciado

na absorccedilatildeo atraveacutes de sua constituiccedilatildeo Tibau (1984) considera que a urina de vaca eacute

rica em aacutecido indol-aceacutetico e este influencia na absorccedilatildeo radicular O efeito positivo

deste tratamento provavelmente seja devido agrave quantidade aplicada

O biofertilizante que se destacou foi o MB4+U+CB em relaccedilatildeo ao EC (esterco de

curral) e eacute somente para a variaacutevel caacutelcio Isto provavelmente seja devido ao alto teor

deste elemento encontrado na sua constituiccedilatildeo (6872 g Kg1) e pela influecircncia positiva

que a calda bordalesa exerce no metabolismo das plantas atraveacutes dos nutrientes

contidos em sua formulaccedilatildeo O Ca controla a absorccedilatildeo radicular e retorna ao solo pelo

esterco e palhas por apresentar-se em maior quantidade em folhas e caules Depois de

localizado nas folhas fica imoacutevel favorecendo a resistecircncia da planta ao ataque de

fungos

Este trabalho avanccedila no estudo da agroecologia estando claro que todos os

criteacuterios tem caraacuteter dinacircmico de adequaccedilatildeo as mudanccedilas de um sistema de produccedilatildeo

em evoluccedilatildeo contribuindo na transiccedilatildeo para um padratildeo sustentaacutevel Cabe a pesquisa a

reorientaccedilatildeo para um enfoque ldquosistecircmicordquo isto eacute que permita integrar os diversos

componentes de um agroecossistema e a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas que promovam 0

fortalecimento e a expansatildeo da agricultura familiar

39

5 CONCLUSOtildeES

Considerando os resultados obtidos e as condiccedilotildees em que o estudo foi realizado

conclui-se que

bull As respostas agronocircmicas das mudas de cebola para os paracircmetros avaliados

satildeo mais satisfatoacuterias com a aplicaccedilatildeo de esterco de curral como adubaccedilatildeo de

base

bull Os biofertilizantes mais urina de vaca e calda bordalesa proporcionam

respostas satisfatoacuterias quando aplicados associados agraves adubaccedilotildees de base

bull O biofertilizante MB4 mais urina de vaca e calda bordalesa eacute mais eficiente

que o super magro mais urina e calda bordalesa quando aplicado associado agrave

adubaccedilatildeo de base esterco de curral para os conteuacutedos de fitomassa secae

fresca da parte aeacuterea das plantas altura e diacircmetro de colo das mudas de

cebola

bull Os biofertilizantes adicionados agrave adubaccedilatildeo de base 45 t harsquo 1 de vermicomposto

bovino mostram respostas significativas para os conteuacutedos de fitomassa seca

bull Os maiores conteuacutedos nutricionais para as mudas de cebola satildeo

proporcionados pela adubaccedilatildeo de base esterco de curral

bull A maior absorccedilatildeo de caacutelcio pelas mudas de cebola ocorre quando da adiccedilatildeo do

biofertilizante MB4 mais urina e calda bordalesa agrave adubaccedilatildeo de base esterco de

curral

40

6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ALDRIGHI CB ABREU CM PAGLIA AG MORSELLI TBGA FERNANDES HS Efeito da aplicaccedilatildeo de biofertilizante e urina de vaca em mudas de tomateiro Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

ALTIERI M NICHOLLS C I Agroecologia Teoria praacutectica para umaAgricultura Sustentable Ia ed PNUMA 2000 Cap 2 4 Seacuterie textos baacutesicos para la formacioacuten ambiental

ALTIERI M Agroecologia bases cientiacuteficas para uma agricultura sustentaacutevelGuaiacuteba Agropecuaacuteria 2002 592 p

ANTONIOLLI Z I GIRACCA E M N CARDOSO S J T WIETHAN M M S FERRI M Iniciaccedilatildeo agrave Minhocultura Criaccedilatildeo em Cativeiro e Vermicompostagem Santa Maria UFSM 1996 p59-89

BAYER C MIELNICZUC J Dinacircmica e funccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica In SANTOS G de A S e CAMARGO F A de O (ed) Fundamentos da mateacuteria orgacircnica do solo ecossistemas tropicais e subtropicais Porto Alegre Genesis 1999 p 3-23

BARRETTO D X Composto Orgacircnico In Praacutetica em Agricultura Orgacircnica Satildeo Paulo iacutecone Ed Ltda 1985 p 51-63

BETTIOL W Alguns produtos alternativos para o controle de doenccedilas de plantasem agricultura orgacircnica II Ciclo de palestras sobre agricultura orgacircnica Instituto Bioloacutegico Satildeo Paulo p52-63 1997

41

BETTIOL W TRACH R GALVAtildeO JAH Controle de doenccedilas de plantas com biofertilizantes Jaguariuacutena EMBRAPA-CNPMA 1997 22p (EMBRAPA- CNPMA Circular Teacutecnica 02)

BRADY N C Natureza e propriedades dos sotos Rio de Janeiro Freitas BastosS A 1979 647p

BRADY N C Organisms and ecology of the soil In The nature of properties of soils Simon amp Schuster A Viacon Company New Jersey1999 402-489p

BON1LLA J A Fundamentos da Agricultura Ecoloacutegica Sobrevivecircncia eQualidade de Vida Satildeo Paulo Nobel 1992

BUREacuteS S Substratos Ediciones Agroteacutecnicas S L Madrid Octubre 1997

BUS1NELLI M Chemical Composition and Enzymic Activity of some Worm Cast Plant Soil v 80 p 1-2 1990

CALEGARI A Espeacutecies para cobertura de solo In IAPAR (Instituto Agronocircmico de Paranaacute) Plantio Direto pequena propriedade sustentaacutevel organizador Moacir Darolt Londrina - PR 1998 65-93

CAMARGO P N D Manual de Adubaccedilatildeo Foliar Satildeo Paulo Herba 1975

CAPRA F A Teia da Vida Satildeo Paulo Cultrix 1997 256p

CAPRA F O Ponto de Mutaccedilatildeo 22 ed Satildeo Paulo Cultrix 2001 447p

CHABOUSSOU F Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da Trofobiose) Porto Alegre LPM 1987 253 p

CLARO S A Referencias tecnoloacutegicos para a agricultura familiar ecoloacutegica aexperiecircncia da Regiatildeo Centro-Serra do Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS-ASCAR 2001 250p

CLIVELA G Diagnoacutestico Agronocircmico da cebola no Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS 1995 8 6 p

COMISSAtildeO DE FERTILIDADE DO SOLO - RSSC Recomendaccedilotildees de adubaccedilatildeo e calagem para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina 3 ed Passo Fundo SBCS - Nuacutecleo Regional Sul 1995 223p

COMPAGNONI L PUTZOLU G Cria moderna de Ias lombrices y utilizacioacutenrentable dei humus Barcelona Editorial de Vecchi- SA 1985127p

COSTABEBER J A MOYANO E Transiccedilatildeo agroecoloacutegica e accedilatildeo social coletiva Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v l n4 p 50- 60 outdez 2 0 0 0

42

COSTA M B B da Adubaccedilatildeo orgacircnica Nova siacutentese e novo caminho para aagricultura Satildeo Paulo Ed iacutecone Ltda 1985 102p

COSTA NETO C Agricultura Sustentaacutevel Tecnologias e Sociedade In CARVALHO COSTA LF et al (org) Mundo Rural e Tempo Presente Rio de Janeiro Mauad 1999

DrsquoAG0ST1NI R L FANTINI A C Produccedilatildeo orgacircnica tambeacutem socialmente excludente Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v3 n l p57-61 2002

DALPONTE J C V Utilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos e fertilizante mineral na produccedilatildeo e qualidade de mudas e bulbos de cebola (Alliurn Cepa L) Pelotas-RS 1990 (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1990

DEBARBA J F THOMAZELLI L F GANDIN C L SILVA E Cadeias produtivas do Estado de Santa Catarina Cebola Florianoacutepolis Epagri 1998 115 p (EPAGRI Boletim Teacutecnico 96)

DUFOUR F Os saacutebios loucos do agro-alimentar Le Monde Diplomatique ano 1 n4 p6-7 1999 (ed portuguesa)

EHLERS E Agricultura Sustetaacutevel Origem e perspectivas de um novo paradigma 2 ed Guaiacuteba Agropecuaacuteria 1999 157 p

FILGUEIRA F A R Novo Manual de olericultura agrotecnologia moderna na produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 2000 402 p

FRASER G K Mateacuteria Orgacircnica Del Suelo In BEAR F E (ed) Quiacutemica dei Suelo Madrid Ed Agrociencia 1963

FOLLET R H MURPHY L S DONAHUE R L Fertilizers and soil amendments New Jersey Printice-Hall Inc 1981 557p

GARCIA A Revista dei Espacio Rural Georgica Zaragoza Escuela Politeacutecnica de Huesca n5 1997

GARCIA A Versatildeo preliminar de um Programa Estadual de Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Bulbos e Sementes de CebolaEMBRAPAIPAGROMARAEMATER 6 8 pbdquo 1990 (Publicaccedilatildeo avulsa)

GIORGETT1 J R Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Mudas de Tomate In Encontro Nacional de Produccedilatildeo e Abastecimento de Tomate 2 1991 Jaboticabal Satildeo Paulo Anais Jaboticabal UNESP 1991 p 242-244

GLIESSMAN S R Agroecologia Processos ecoloacutegicos em agricultura sustentaacutevelPorto Alegre Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS 2000 653p

43

GLIESSMAN S R TURRIALBA C R Agroecologia Procesos Ecoloacutegicos en Agricultura Sostenible CATIE 2002 p 3-14

GNOATTO S C Caracterizaccedilatildeo quiacutemica de vermicompostos de diferentes substratos orgacircnicos Pelotas-RS 1999 38 f (Mestrado em Agronomia - Solos) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

GOMES J C C BORBA M F S A moderna crise dos alimentos oportunidade para a agricultura familiar Emater Porto Alegre julset 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwematertchebrdocsagroecorevistan313-artigo3htmgtAcesso em 24 fev 2002

GOMEZ H W Desenvolvimento sustentaacutevel agriacutecola e capitalismo In Desenvolvimento sustentaacutevel Necessidade eou disponibilidade Santa Cruz do Sul Nobel - UNISC 1997 p 65-77

GONZAacuteLEZ DE MOLINA M SEVILLA GUZMAacuteN E Ecologia campesinado e historia Para una reinterpretacioacuten dei desarrollo dei capitalismo en la agricultura In SEVILLA GUZMAacuteN E GONZAacuteLEZ DE MOLINA M (ed) Ecologia campesinado e historia Madrid La Piqueta 1993 p 23-129

GRIFFITH S A SCHNITZER M Analytical characteristic of humic and fulvic acids extracted from tropical volcanic soils Soil Sei Soc Am Proc v 39 p361-367 1975

GUIMARAtildeES E Caracterizaccedilatildeo quiacutemica estreptoscoacutepica e por anaacutelise teacutermica de aacutecidos huacutemicos e vermicompostos obtidos de estercos de diferentes animaisCuritiba 1997 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Quiacutemica) Universidade Federal do Paranaacute 1997

HESS A F Sociedade e meio ambiente uma relaccedilatildeo ambiacutegua Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v 4 n2 p 167-1741999

ICEPA-SC Informes conjunturais sobre a cultura da cebola Disponiacutevel em lthttpwwwicepa combrgt Acesso em 23 jan 2003

JONES H A MANN L K Onions and their allies New York Interscience Publishers 1962 286 p

JUacuteNIOR H A de MAIORANO J A Receitas obtidas de extratos de plantasCampinas CATITerra Viva [199-] 10 f

KHATOUNIAN C A Ciclo de Palestras sobre Agricultura Orgacircnica 2a Ed SatildeoPaulo Fund Cargill 1997 149 p

KIEHL E J Fertilizantes Orgacircnicos Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1985 492p

44

KOEFF H H PETTERSSON B D SHAUMANN W Vida Vegetal solos e adubaccedilatildeo In Agricultura Biodinacircmica Satildeo Paulo Nobel 1983 p92-149

KONONOVA M M Soil organic matter The importance o f organic matter in soil formation and soil fertility New York Pergamqn Press 1961 p 165-200

KUHN T A Estrutura das Revoluccedilotildees Cientiacuteficas Satildeo Paulo Perspectiva 1989 257p

LANNA FCA ABREU C L ABREU J G SILVA V Resposta de cultivares de melancia cultivadas sob adubaccedilatildeo quiacutemica e orgacircnica Horticultura v 12 n l p85 1994

LEFF H Saber Ambiental Petroacutepolis Vozes 2001 343 p

MAGALHAtildeES J R Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo da cebola In FERREIRA M E CASSTELLANE P D CRUZ M C P Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo de hortaliccedilasPiracicaba POTAFOS 1993 p 381-393

MALAVOLTA E Elementos de nutriccedilatildeo mineral de plantas Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1980 251 p

MALAVOLTA E Manual de Quiacutemica Agriacutecola - Adubos e Adubaccedilatildeo 3a ed SatildeoPaulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1981 606 p

MARTINEZ A A A grande e Poderosa Minhoca Jaboticabal Funep - Unesp1990 101 p

MARTINS S R Desenvolvimento e Sustentabilidade Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v20 n2 julho 2002 Palestra apresentada no 42deg Congresso Brasileiro de Olericultura

MARTINS S R Limites Del Desarrollo Sostenible em Ameacuterica Latina En el marco de Ias poliacuteticas de (re)ajuste econocircmico Pelotas Editora UFPel 1997 135 P-

MARTINS S R Sustentabilidade na agricultura dimensotildees econocircmicas sociais e ambientais Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v4 n 2 p 175-1871999

MATURANA H REZEPKA S N D E Formaccedilatildeo Humana e Capacitaccedilatildeo Rio de Janneiro Vozes 2000 8 6 p

MELLO A F SOBRINHO M O ARZOLLA S SILVEIRA R NETTO A C KIEHL J C Fertilidade do Solo Satildeo Paulo Nobel 1983

MENEZES JUacuteNIOR F O G D Caracterizaccedilatildeo de Diferentes substratos hortiacutecolas e seu efeito na produccedilatildeo de mudas de alface e couve-flor em ambiente protegido Pelotas 1998 141 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1998

45

MIBASA Mineraccedilatildeo Barreto SA Melhorador de Solos MB4 A Natureza Agradece Arapiraca-AL [199-] Folder

MINAMI K Os resumos da olericultura 2000 In AZEVEDO FILHO MARTINEZ FILHO (ed) Preccedilos agriacutecolas Piracicaba ESALQ 1999 p 4

MINAMI K Produccedilatildeo de Mudas de Alta Qualidade em Horticultura Satildeo Paulo TA Queiroz 1995

MORSELLI T B G A Cultivo sucessivo de alface sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegidoPelotas 2001 178 p Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2001

MORSELLI T B G A Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Poliacutegrafo da Disciplina de Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia-Produccedilatildeo Vegetal UFPel 2002

MULLER AM Efeitos da Aplicaccedilatildeo Foliar de um Biofertilizante Enriquecido no Estado fitossanitaacuterio de Tomate Ervilha e Beterraba Sob Manejo OrgacircnicoDissertaccedilatildeo (Mestrado no Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agroecossistemas)1999 (Resumo)

NOLLA D Erosatildeo do Solo - O grande desafio Estado do Rio Grande do Sul SEAGRI desenvolvimento de recursos naturais renovaacuteveis 1982 412 p

PAGLIA AG MORSELLI TBGA PEIL RMN Teores de nutrientes pH e condutividade eleacutetrica da aacutegua em sistema ldquofloat^ngrdquo sob adiccedilatildeo de biofertilizantes Horticultura Brasileira v 20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PAULUS G MULLER A BARCELLOS LAR Agroecologia aplicada praticas e meacutetodos para uma agricultura de base ecoloacutegica 2ed ver ampl Porto Alegre EMATERRS 2001 8 6 p

PEIXOTO R T dos G Composto orgacircnico aplicaccedilotildees benefiacutecios e restriccedilotildees de uso Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 18 p 56-64 julho 2000

PENTEADO SR Defensivos Alternativos e Naturais Satildeo Paulo 1999 95 p

PEREIRA AJ SOUZA RJ PEREIRA WR Efeito de diferentes doses de esterco de galinha e de curral sobre a produccedilatildeo de cebola Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PINHEIRO S BARRETO SB MB-4 agricultura sustentaacutevel trofobiose e biofertilizantes Fundaccedilatildeo Juquira CandiruMibasa 2000 273 p

PRIMAVESI A Agricultura Sustentaacutevel Satildeo Paulo Nobel 1992 142 p

PRIMAVESI A O manejo ecoloacutegico do solo Agricultura em regiotildees tropicais SatildeoPaulo Nobel 1982 541 p

46

PURCINO A A C ldquoNitrogecircniordquo Informe Agropecuaacuterio Belo Horizonte v7 n81 p 16-27 1981

QUIJANO F G Efeito da adubaccedilatildeo orgacircnica no desenvolvimento de duas cultivares de alface em ambiente protegido Pelotas 1999 116f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

RODRIGUES A N N Efeitos e residuais de superfosfato triplo sobre o rendimento de mateacuteria seca e absorccedilatildeo de foacutesforo pela aveia (Avena strigosa Schob) em solo Podzoacutelico Vermelho Escuro Porto Alegre 1984 59f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia UFRGS 1984

RODRIGUES E T CASALI V W D Respostas da alface agrave adubaccedilatildeo orgacircnica II Teores conteuacutedos e utilizaccedilatildeo de macronutrientes em cultivares Rev Ceres Viccedilosa v 45 n 261 p 437-449 1998

SAMINEcircS T C O Produccedilatildeo orgacircnica de alimentos Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 17 n3 novembro 1999

SCHIEDECK G Ambiecircncia e resposta agronocircmica de meloeiro (Cucumis melo L) cultivado sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegido Pelotas lOOp Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2002

SILVA JUacuteNIOR A A GIORGI E Substratos alternativos para a produccedilatildeo de mudas de tomate Agropecuaacuteria Catarinense Florianoacutepolis EPAGRI 1992 23 p

SILVA JUacuteNIOR A A MACEDO S G STUKER H Utilizaccedilatildeo de esterco de peru na produccedilatildeo de mudas de tomateiro Florianoacutepolis EPAGRI 1995 28 p (Boletim Teacutecnico 73)

TAGLIARI PS GRASSMANN H Minhoca a grande aliada da agricultura Agropecuaacuteria Catarinense v8 n l p 11-14 mar 1995

TEDESCO M J GIANELLO C Anaacutelises de solo plantas e outros materiais Porto Alegre Faculdade de Agronomia Departamento de Solos Universidade Federal do Rio Grande do Sul RS 1996

TENNANT D A Test of modified line intersect method of estimating root lenght Journal Ecology Oxford v 63 p 995-1001 1975

TIBAU A O Mateacuteria Orgacircnica do Solo Mateacuteria Orgacircnica e Fertilidade do SoloSatildeo Paulo Nobel 1984 p49-182

TIMM P J Anaacutelise comparativa dos sistemas de plantio convencional e cultivo miacutenimo de cebola sob adubaccedilatildeo orgacircnica e mineral Pelotas 2000 79 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2000

47

VALENZUELA HR CROSBY C Effect of compost applications on the yield of several vegetables in long-term organic farming experiments conduced in the tropics American Society Horticultural Science v33 n3 june 1998

VIGLIZZO E (ed) Subprograma Recursos Naturais y Sostenibilidad Agriacutecola documento marco Montevideo IICAPROCISUR 1995 p 75 - 78

WE1D J M TARDIN J M Proposta para a Ampliaccedilatildeo do Trabalho da ASPTA no Centro Sul do Paranaacute ASPTA Disponiacutevel em http wwwpronafgovbrEncontrotestosAS20PTA20Sul20ParanE1205 202002doc Acesso em 05 mai 2002

XAVIER SIMOacuteN F DOMINGUES D G Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel uma perspectiva agroecoloacutegica Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre EM ATERRS v2 n2 p 17-26 2001

ZABALETA J P Diagnoacutestico da Agricultura Familiar em Satildeo Joseacute do Norte - RSPelotas EMBRAPA-CPACT 1998 75 p (EMBRAPA-CPACT Documentos 44)

ZONTA E P MACHADO A A SILVEIRA P Sanest Sistema de anaacutelise estatiacutestica para microcomputadores Registrado na Secretaria Especial de Informaacutetica sob nuacutemero 066060 - categoria A Pelotas-RS Universidade Federal de Pelotas 1984

48

7 APEcircNDICE

APEcircNDICE A - Anaacutelise da adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes utilizados na produccedilatildeo de mudas de cebola

TABELA 1 A Anaacutelise baacutesica do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo miuacutedo + papua

Arg

pH IND

SMP

MO

P - n r - Na Al Ca__10Omlmdash

Mg

ppm -

6 53 67 089 8 6 27 1 04 05 0 2

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 2A Anaacutelise complementar do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo-miuacutedo + papua

Cobre Zinco Manganecircs Ferro

(m v1)

04 05 26 007

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

49

TABELA 3A Anaacutelise dos fertilizantes soacutelidos

Amostra pH limidade CN

C N P K Ca Mg

- g-ivg --

Cama de 849 2491 12 31042 2479 3888 3405 29875 463

aves

Esterco 74 3594 11 677 590 157 134 335 214

de curral

Huacutemus 684 5738 14 15965 1098 453 745 743 361

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 4A Anaacutelise quiacutemica dos biofertilizantes liacutequidos

Amostra N P K_ccedil H

Ca Mg Cu Zn Fe Mn

mdashgL bull

S Magro

m b 4

Urina

053

1652

8 2 2

008

395

0 0 0

149

1674

471

1902

6872

0 0 0

1150

4507

1172

7273

42

033

101389

920

0 0 0

6250

19458

781

35273

1123

0 2 1

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

50

APEcircNDICE B - Condiccedilotildees climaacuteticas do local

TABELA 1B Condiccedilotildees de temperatura do local

___________ __________TEMPERATURA (degCgt

meses Meacutedia

Maacutexima

Meacutedia

MiacutenimaMeacutedia

Maacutexima

Absoluta

Miacutenima

Absoluta

Junho 225 87 156 320 25

Julho 225 85 155 285 30

Agosto 251 71 161 360 1 0

Fonte FEPAGROSCT 2002

TABELA 2B Condiccedilotildees de chuva do local

mdash CHUVA (mm)mdash

meses Ocorrida Normal Desvio Da Normal

Junho 1080 1 1 0 -2 0

Julho 1062 98 8 2

Agosto 1283 1 2 0 83

Fonte FEPAGROSCT 2002

51

TABELA 1C Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

APEcircNDICE C - Anaacutelise estatiacutestica da parte aeacuterea

Causas G1 FFPA FSPA AP DC

da variaccedilatildeo --------- Quadrados meacutedios-

Blocos 3

Ad Base 2 175359071 1287102 2547419 1 11775

Biofertilizantes 2 126876 29011 87669ns 02185ns

Ad x Biofert 4 572378 31123 69106ns 04159

Resiacuteduo 24 34456 03048 27169 00290

Total 35

Meacutedia geral 93745 8772 320388 6741

CV 1980 6294 5145 2530

Significativo a 5ns Natildeo significativo

52

TABELA 1D Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade

de raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

APEcircNDICE D - Anaacutelise estatiacutestica da raiz

Causas G1 FFR FSR CR RPASR DR

da variaccedilatildeo Quadrados meacutedios---------------

Blocos 3

Ad Base 2 27874 551 623 2 1 0 140

Biofertilizantes 2 178 0 1 0 ni 1504 l03ns 038ns

Ad x Biofert 4 190 058 318 294 183

Resiacuteduo 24 005 009 028 023 0 2 1

Total 35

Meacutedia geral 1818 228 184 387 333

C V 134 1356 448 1253 1396

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

53

APEcircNDICE E - Anaacutelise estatiacutestica dos macronutrientes da parte aeacuterea da cebola

TABELA 1E Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mud^s de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

Causas G1 bull N P K Ca Mg

da variaccedilatildeo

Blocos 3

Ad Base 2 13550306 446627 25509686 1031806 59007

Biofertilizantes 2 180610ns 16564 68153ns 39006 876ns

Ad x Biofert 4 454187 45743 1047539 46950 2464

Resiacuteduo 24 29769 1453 64313 3741 439

Total 35

Meacutedia geral 24921 4597 33366 6943 1615

C V 692 829 760 880 1297

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

APEcircNDICE F - Fotos do experimento

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob uma perspectiva agroecoloacutegica

APEcircNDICE F a Fotos do experimento

FIGURA 1 Adubaccedilatildeo verde com feijatildeo-miuacutedo e papuatilde utilizadas no manejo do solo

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob urna perspectiva agroecoloacutegica

Page 21: PRODUÇÃO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L.) SOB …orgprints.org/24883/1/Paglia_Produção.pdf · vaca mais calda bordalesa; MB4+U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

10

Catarina e Rio Grande do Sul nos quais se concentram mais de 76 da produccedilatildeo

nacional (Debarba et a i 1998)

A mais importante regiatildeo produtora do Rio Grande do Sul estaacute situada no litoral

Sul englobando os municiacutepios de Rio Grande Tavares Satildeo Joseacute do Norte e Mostardas

(Garcia 1997) e segundo ICEPASC (2003) esses quatro municiacutepios respondem por

cerca de 70 da produccedilatildeo de cebola do RS

Timm (2000) cita que cerca de 16000 famiacutelias rurais no Rio Grande do Sul tem

na cultura da cebola o seu principal meio de subsistecircncia No Municiacutepio de Satildeo Joseacute do

Norte a produccedilatildeo de cebola constitui uma atividade econocircmica quase exclusiva onde a

descapitalizaccedilatildeo dos agricultores ocasionou o abandono do meio rural por muitos deles

que acabaram por estabelecerem-se na periferia da zona urbana (Garcia 1997)

Aleacutem da descapitalizaccedilatildeo do produtor ocorrem problemas como a erosatildeo do solo

que segundo Zabaleta (1998) ocorre principalmente devido agrave accedilatildeo dos ventos fortes e

constantes caracteriacutesticos na regiatildeo sul-litoracircnea bem como a topografia plana e os

solos muito arenosos com lenccediloacuteis freaacuteticos superficiais contribuem para o

empobrecimento dos solos da regiatildeo principalmente ao se comparar com outras aacutereas

onde a cebola participa de sistemas produtivos juntamente com a produccedilatildeo leiteira o

arroz e hortaliccedilas diversas (Timm 2000)

221 Caracteriacutesticas agronocircmicas da cebola

A cebola eacute uma aliaacuteceae a planta eacute tenra atinge 60 cm de altura e apresenta folhas

tubulares e cerosas O caule verdadeiro eacute um disco comprimido na base da planta de

onde partem as folhas e raiacutezes que satildeo fasciculadas pouco ramificadas explorando um

volume de solo equivalente a um cilindro com 60 cm de altura e 25 cm de diacircmetro

(Filgueira 2000)

Cada planta apresenta 20 a 200 raiacutezes normalmente espessas (05 a 1 mm de

diacircmetro) e com pouca ramificaccedilatildeo e poucos pecirclos absorventes O crescimento eacute

vertical estendendo-se de 40 a 80 cm de profundidade Poucas raiacutezes ocupam mais de

15 cm do raio em tomo do bulbo Estas caracteriacutesticas tecircm implicaccedilotildees peculiares

quanto acirc localizaccedilatildeo e ao suprimento de nutrientes (Quanto menor o diacircmetro e maior a

ocorrecircncia de pecirclos absorventes maior seraacute a superfiacutecie de raiacutezes e consequumlentemente a

absorccedilatildeo de nutrientes (Magalhatildees 1993)

11

A fase vegetativa do ciclo da planta termina com o amadurecimento do bulbo

todavia trata-se de uma planta bienal considerando acirceu ciclo vital completo isto eacute da

semeadura ateacute a produccedilatildeo de novas sementes Apoacutes um periacuteodo invemal sob baixas

temperaturas haacute emissatildeo de um pendatildeo floral que pode alcanccedilar 150 cm de altura

terminando por uma inflorescecircncia tipo umbela simples inicialmente recoberta por

uma peliacutecula formada por centenas de pequenas flores (Filgueira 2000)

Segundo Clivela (1995) os fatores climaacuteticos de modo geral natildeo satildeo limitantes

para a produccedilatildeo de bulbos de cebola no Rio Grande do Sul Filgueira (2000) enfatiza

que no Brasil eacute uma das raras culturas oleraacuteceas nas quais o fotoperiacuteodo pode tornar-se

o fator limitante ocorrendo frustraccedilotildees da colheita caso as exigecircncias da planta natildeo

sejam satisfeitas

222 A produccedilatildeo de mudas de hortaliccedilas

As mais importantes modificaccedilotildees no sistema de produccedilatildeo nos uacuteltimos anos tecircm

sido feitas na produccedilatildeo de mudas Hoje eacute uma realidade os produtores se

especializarem em produzir mudas principalmente no Estado de Satildeo Paulo Para tanto

se busca atraveacutes da pesquisa as melhores fontes e combinaccedilotildees de substratos associados

ao sistema de produccedilatildeo conveniente para cada espeacutecie a fim de se obter melhorias na

propriedade no solo e na Olericultura (Giorgetti 1991)

O sistema agroecoloacutegico torna-se importante uma vez que a base da Horticultura

moderna eacute a produccedilatildeo de mudas de alta qualidade (Minami1995) a produccedilatildeo de mudas

de hortaliccedilas tem sido citada como a etapa mais importante do sistema produtivo (Silva

Junior et al 1995) Segundo Filgueira (2000) nesta fase natildeo se pode cometer erros

pois posteriormente seraacute mais difiacutecil de corrigi-los visto que para o cultivo da cebola a

muda refletiraacute na qualidade do bulbo

As mudas de hortaliccedilas podem ser consideradas tolerantes e natildeo tolerantes ao

transplante e dependem principalmente das condiccedilotildees ambientais necessitando de

cuidados No caso da cebola como satildeo produzidas com raiz nua os cuidados devem ser

maiores pois dependendo do estado em que se encontram mais ou menos susceptiacuteveis

aos estresses quando em contato com o campo podem resultar em desastre (Minami

1999)

A quantidade de nutrientes extraiacuteda pelas hortaliccedilas durante a fase de muda varia

em funccedilatildeo da espeacutecie da variedade ou da cultivar e do prazo necessaacuterio para a formaccedilatildeo

13

O composto humificado ou curado eacute rico em nutrientes que passaram parcialmente

da forma orgacircnica para a forma mineral assimilaacutevel pelas raiacutezes e com maior teor

coloidal que atua como fertilizante e eacute responsaacutevel pela capacidade melhoradora do

solo (Barreto 1985)

Uma das principais alternativas em termos de adubaccedilatildeo orgacircnica eacute o

vermicomposto Ele eacute um adubo orgacircnico estaacutevel rico em nutrientes inodoro de

coloraccedilatildeo escura obtido a partir da atividade das minhocas que potencializam a mateacuteria

prima utilizada no processo (principalmente esterco de bovino) proporcionando

diversos benefiacutecios para as plantas (Timm 2000)

231 Efeitos da adubaccedilatildeo orgacircnica no solo

O solo funciona como um organismo vivo em 1 grama de solo saudaacutevel vive uma

comunidade bioloacutegica de aproximadamente 1 0 0 0 0 espeacutecies diferentes como minhocas

larvas besouros colecircmbolos aacutecaros algas bacteacuterias e fungos Estes organismos

necessitam de alimentos para viver principalmente carbono e nitrogecircnio que estatildeo

presentes na palhada das culturas e no esterco de animais Em funccedilatildeo disso eacute

importante que o solo tenha um determinado teor de mateacuteria orgacircnica para fornecer os

alimentos e energia que os microacutebios precisam para viver (Paulus et al 2001)

O homem atraveacutes dos diferentes sistemas de preparo do solo e cultivos contiacutenuos

ou natildeo altera o comportamento do mesmo em relaccedilatildeo agraves reaccedilotildees quiacutemicas

propriedades fiacutesicas como capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua lixiviaccedilatildeo de nutrientes

erosatildeo e como consequumlecircncia afeta a qualidade de organismos presentes no solo (Brady

1999) reduzindo paulatinamente o teor de mateacuteria orgacircnica (Primavesi1982)

Nos uacuteltimos anos tem-se observado em diferentes paiacuteses a ampliaccedilatildeo do uso de

adubos orgacircnicos Alguns apresentam oacutetimos resultados enquanto outros se mostram

tecnicamente inadequados Os principais adubos orgacircnicos encontrados no mercado satildeo

fertilizantes orgacircnicos de origem animal compostos de lixo urbanos compostos de

produtos industriais e huacutemus de minhoca Nestes fertilizantes estatildeo presentes a maioria

dos macronutrientes (nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre) e

micronutrientes (zinco cobre boro ferro cobalto)essenciais para as plantas e nem

sempre encontrados em muitos fertilizantes minerais bem como uma gama de

microorganismos que vatildeo beneficiar a fauna e a flora do solo (Brady 1979 Kiehl

1985 Costa 1985 Garcia 1997)

14

Os adubos orgacircnicos satildeo amplamente empregados nos sistemas de produccedilatildeo de

alface como condicionadores do ambiente quiacutemico e fiacutesico da rizosfera e

consequumlentemente na resposta bioloacutegica das plantas (Rodrigues amp Casali 1998)

Considerando as necessidades hortiacutecolas de maior competitividade e o fato de natildeo

ser subsidiada o crescimento populacional e a industrializaccedilatildeo representam fatores

determinantes na geraccedilatildeo diaacuteria de enormes volumes de resiacuteduos podendo ser utilizados

pelos produtores com um maior retomo econocircmico possiacutevel Ao mesmo tempo a

questatildeo ambiental assume cada vez mais destaque na sociedade moderna repercutindo

em poliacuteticas governamentais bem como no setor produtivo do paiacutes e do mundo

fazendo com que a relaccedilatildeo do homem com a natureza seja repensada (Morselli 2001)

232 Efeitos da adubaccedilatildeo orgacircnica nas culturas

Segundo Paulus et al (2001) a mateacuteria orgacircnica tambeacutem eacute fonte de nutrientes

especialmente nitrogecircnio foacutesforo enxofre e micronutrientes aleacutem disso tem

capacidade de ldquoprenderrdquo micronutrientes e alguns elementos toacutexicos para as plantas

como o alumiacutenio Por exemplo os micronutrientes depois de presos satildeo liberados

lentamente no solo onde satildeo gradativamente aproveitados pelas plantas

O uso dos fertilizantes minerais elevam o custo de produccedilatildeo pois satildeo necessaacuterias

altas doses para o fornecimento dos teores de nutrientes demandados Por isso eacute

importante a geraccedilatildeo de tecnologias que poupem o consumo de fertilizantes minerais

desejaacutevel com vista agrave diminuiccedilatildeo do custo de produccedilatildeo (Rodrigues 1984) A produccedilatildeo

de hortaliccedilas sob a orientaccedilatildeo agroecoloacutegica leva em consideraccedilatildeo natildeo apenas os custos

de produccedilatildeo como tambeacutem a dependecircncia dos insumos principalmente quando se

considera a ldquoteoria da trofobioserdquo pelos efeitos maleacuteficos que os nutrientes prontamente

assimilaacuteveis podem causar as plantas (Chaboussou 1987)

Para Compagnoni amp Putzolu (1985) o vermicomposto eacute um autecircntico fertilizante

bioloacutegico que atua como corretivo do solo determinando caracteriacutesticas importantes

para a microflora pelos aacutecidos huacutemicos e as substacircncias fitoestimulantes Os autores

consideram ainda que as dejeccedilotildees das oligoquetas proporcionam a formaccedilatildeo de huacutemus

permitindo melhorar o solo razatildeo pela qual satildeo destinados agrave horticultura com oacutetimas

vantagens fiacutesicas e microbioloacutegicas enriquecendo a camada araacutevel

Em experimentos desenvolvidos durante cinco anos para avaliar o efeito da

aplicaccedilatildeo de compostos eou adubos nas culturas de alface manjericatildeo espinafre e

15

pepino Valenzuela amp Crosby (1998) compararam as produccedilotildees obtidas com composto

e a fertilizaccedilatildeo padratildeo e concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo do composto em 20 Mg ha 1 mais

N-quiacutemico foi o melhor tratamento em todas as culturas estudadas

233 Plantas de cobertura do solo

As plantas mais usadas para adubaccedilatildeo de cobertura do solo satildeo as leguminosas

pois estas tecircm a capacidade de fixar o nitrogecircnio atmosfeacuterico e disponibiliza-lo agrave

cultura Primavesi (1992) cita que utilizando-se mucuna ervilhaca feijatildeo-de-porco

feijatildeo-miuacutedo crotalaacuteria e outras natildeo haacute necessidade de utilizar tanto nitrogecircnio em

cobertura embora natildeo se dispense uma calagem mais frequumlente pois ocorre um pouco

de acidificaccedilatildeo no solo como com qualquer adubaccedilatildeo nitrogenada Segundo a mesma

autora algumas leguminosas tecircm a capacidade de mobilizar o foacutesforo como o caupi

(feijatildeo-miuacutedo) outras mobilizam o caacutelcio como tremoccedilo

Para Brady (1999) a adubaccedilatildeo verde traz grandes benefiacutecios como suprimento de

mateacuteria orgacircnica sendo consideraacutevel a quantidade de resiacuteduos orgacircnicos devolvidos ao

solo adiccedilatildeo de nitrogecircnio nutrientes e conservaccedilatildeo do solo

Calegari (1998) comenta que quanto aos aspectos fiacutesicos os resiacuteduos tendem a

contribuir para uma melhoria da estrutura do solo percebida pelo aumento da

estabilidade dos agregados em aacutegua aumento da capacidade de retenccedilatildeo hiacutedrica

elevaccedilatildeo dos iacutendices de infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo aumento da porosidade melhor

aeraccedilatildeo e diminuiccedilatildeo da densidade do solo

De acordo com Timm (2000) o papuatilde eacute uma excelente alternativa como cobertura

de solo para o cultivo miacutenimo da cebola pois na eacutepoca do transplante das mudas seu

ciclo vegetativo estaacute completo natildeo necessitando o dessecamento outra vantagem eacute que

o papuatilde apresenta bom controle com relaccedilatildeo agraves plantas invasoras da cebola reduzindo

ao longo dos anos o nuacutemero de capinas e a aplicaccedilatildeo de herbicidas

234 Adubaccedilatildeo foliar

Segundo Malavolta (1981) a utilizaccedilatildeo da adubaccedilatildeo foliar eacute complemento da

adubaccedilatildeo de solo natildeo substituto da mesma no que diz respeito ao fornecimento de

nitrogecircnio foacutesforo e potaacutessio para as culturas Da mesma maneira que as raiacutezes podem

perder para o solo parte dos elementos absorvidos as folhas tambeacutem o fazem pela accedilatildeo

16

de fatores internos (desordem fisioloacutegica estado nutricional etc) e externos (chuvas

orvalho nutriccedilatildeo do sistema radicular luz temperatura etc)

Para Chaboussou (1987) as plantas adquirem o maacuteximo de resistecircncia bioloacutegica

atraveacutes da nutriccedilatildeo (trofos) equilibrada Obviamente para que isto ocorra eacute necessaacuterio

que o solo esteja em equiliacutebrio dinacircmico o ambiente seja o mais estaacutevel e as plantas

selecionadas ou melhor adaptadas para poderem suportar as alteraccedilotildees extemporacircneas

ocasionadas pelos fenocircmenos meteoroloacutegicos e nas fases fonoloacutegicas criacuteticas do

crescimento e desenvolvimento (Pinheiro amp Barreto 2000)

O lixiviado das folhas enriquece as camadas superiores do solo e tende a

contrabalanccedilar as perdas de zonas mais profundas e mais distantes acumulando-os nas

suas proximidades tambeacutem influencia o nuacutemero e o comportamento dos

microrganismos que por sua vez alteram o processo de gecircnese do solo sua textura e

fertilidade A lixiviaccedilatildeo assim se toma importante no desenvolvimento da sucessatildeo

ecoloacutegica devido agrave ciclagem de elementos (Malavolta 1980)

Conforme Camargo (1975) a utilizaccedilatildeo de adubos foliares substitui parcialmente

a adubaccedilatildeo radicular em 20 a 25 podendo ser utilizada em varias pulverizaccedilotildees

24 Vermicompostagem

E o processo que consiste em se submeter diferentes resiacuteduos orgacircnicos de

origem animal eou vegetal aos processos fermentativos e humificaccedilatildeo adicionando

minhocas do gecircnero Eiseina espeacutecie foetida ao material procurando obter um produto

curado em aproximadamente 45 - 60 dias (Compagnoni amp Putzolu 1985)

A vermicompostagem firmou-se no Brasil como atividade rentaacutevel produzindo

adubo de alta qualidade na deacutecada de 90 Na agricultura brasileira contudo haacute

preferecircncia pelos adubos quiacutemicos em funccedilatildeo de sua aquisiccedilatildeo financiada menor custo

e retomo imediato embora o impacto de seu uso contiacutenuo sobre o solo e os

microorganismos que nele vivem seja negativo (Tagliari amp Grassmann 1995)

Segundo Morselli (2002) a vermicompostagem difere da compostagem

convencional dentre outros pocircr formar substacircncias huacutemicas mais rapidamente ao sofrer

passagem pelo trato digestivo das minhocas A alirdentaccedilatildeo destas satildeo basicamente os

estercos e a disponibilidade desta mateacuteria prima bem como de ambiente protegido para

proceder a compostagem correta deste material satildeo indispensaacuteveis

17

Segundo Kiehl (1985) e Martinez (1990) o vermicomposto apresenta as seguintes

vantagens em relaccedilatildeo a compostagem permite a formaccedilatildeo de um produto curado em

menor espaccedilo de tempo promove a formaccedilatildeo de um material com maior

disponibilidade de nutrientes facilita o peneiramento natildeo havendo a necessidade de

revolvimento do material oferece vaacuterias fontes de renda pois aleacutem do huacutemus fornece

minhocas e raccedilatildeo e quando aplicado ao solo tende a melhorar as propriedades fiacutesicas

quiacutemicas e bioloacutegicas

241 Resiacuteduos utilizados na vermicompostagem

2411 Resiacuteduos de origem animal

Segundo Bureacutes (1997) o esterco eacute uma mistura de fezes urina e camas que

podem estar constituiacutedas de palhas folhas secas serragem turfa casca de arroz e ateacute

terra Esse apresenta pH neutro e densidade que varia de 030 a 090 Kg dm3 segundo

seu estado de decomposiccedilatildeo Eacute influenciado por vaacuterios fatores como espeacutecie animal

raccedila idade alimentaccedilatildeo material utilizado como cama e tratamento da mateacuteria-prima

esterco (Kiehl 1985) Dentre os fatores apontados um dos mais importantes eacute a

alimentaccedilatildeo do animal quanto mais rica a alimentaccedilatildeo mais rica seraacute as dejeccedilotildees

(Gnoatto 1999) O volume de bacteacuterias vivas ou mortas encontradas no esterco

representam 20 a 30 do total delas se originam grande parte do nitrogecircnio sob a

forma de proteiacutena (Morselli 2002)

A origem do material utilizado para a produccedilatildeo de vermicomposto eacute fundamental

pois soacute uma mateacuteria-prima de qualidade resultaraacute em um produto final de boa qualidade

Dentre os estercos o de aves eacute empregado empiricamente na adubaccedilatildeo de culturas

permanente ou natildeo com excelentes resultados apesar de sua simples composiccedilatildeo

meacutedia 2 de nitrogecircnio 2 de foacutesforo como P2 0 5 e 1 de K2 0 Poreacutem haacute uma

grande variaccedilatildeo na sua constituiccedilatildeo a qual dependeraacute do manejo animal atraveacutes das

camas finalidade da criaccedilatildeo e natureza das camas (Morselli 2002)

2412 Resiacuteduos de origem vegetal

A mateacuteria orgacircnica pode ser preservada no solo por vaacuterios processos seja pela

simples incorporaccedilatildeo de resiacuteduos de culturas rotaccedilatildeo de culturas adubaccedilatildeo verde ou

18

pela adiccedilatildeo de materiais orgacircnicos capazes de elevar e manter a produtividade do solo

Da decomposiccedilatildeo dos resiacuteduos orgacircnicos adicionados ao solo resulta a liberaccedilatildeo de

grande quantidade de nutrientes principalmente o nitrogecircnio o potaacutessio e o enxofre

Aleacutem disso diversos atributos quiacutemicos e fiacutesicos do solo satildeo alterados pela

decomposiccedilatildeo desses resiacuteduos destacando-se o aumento da capacidade de troca de

caacutetions o aumento da retenccedilatildeo de aacutegua a melhoria da estabilidade dos agregados e da

aeraccedilatildeo (Fraser1963 Malavolta 1981 Mello et al 1983 Bonilla 1992)

Segundo Purcino (1981) quando a relaccedilatildeo CN eacute menor que 30 como no caso do

esterco de curral ou da palha de leguminosas a disponibilidade de nitrogecircnio eacute

imediata mas acima deste valor ocorre imobilizaccedilatildeo crescente deste nutriente Por esse

motivo estes materiais devem ser submetidos a uma degradaccedilatildeo bioloacutegica antes de

serem adicionados ao solo

25 Biofertilizantes

No Brasil ocorrem problemas crescentes com materiais derivados de sistemas

intensivos de criaccedilatildeo animal que acumulam resiacuteduo^ orgacircnicos com graves problemas

de contaminaccedilatildeo de cursos de aacutegua que na maioria das vezes se acumulam em um

uacutenico lugar e natildeo satildeo reciclados (Viglizzo 1995)

Visando amenizar tais situaccedilotildees os meacutetodos alternativos de adubaccedilatildeo controle de

doenccedilas pragas e plantas indesejaacuteveis tecircm sido muito estudado Dentro dessa linha de

pesquisa destaca-se o uso de mateacuteria orgacircnica atraveacutes tanto de sua incorporaccedilatildeo ao

solo como de sua transformaccedilatildeo para uso posterior na forma de biofertilizantes

(Khatounian 1997 Bettiol et al 1997)

Na complexa e elevada comunidade microbiana dos biofertilizantes encontram-se

bacteacuterias fungos leveduriformes filamentosos e actinomicetos (Bettiol apud Penteado

1999)

O agregado de macro e micronutrientes periodicamente ativa e enriquece a

fermentaccedilatildeo O uso de farinha de rocha tem sido vantajoso por ter baixo custo

comparado com os sais concentrados e purificados aleacutem de trazer alguns elementos

traccedilos de vital importacircncia para os microrganismos do solo como por exemplo o Gaacutelio

o Iodo e o Vanaacutedio (M1BASA 199-) O agregado de farinha de rocha ou sais

purificados ao fermentado faz com que estes nutrientes passem a fazer parte dos

microrganismos ou dos produtos orgacircnicos liberados durante a fermentaccedilatildeo sendo que

19

o ataque dos microrganismos atraveacutes de suas enzimas consegue liberar os elementos natildeo

atacados pelos aacutecidos industriais (Pinheiro amp Barreto 2000)

Os biofertilizantes tecircm sido empregados na agricultura ecoloacutegica como adubo

foliar para aumentar a resistecircncia contra pragas e doenccedilas Aleacutem disso o processo de

produccedilatildeo eacute bastante simples e por isso eacute viaacutevel sua produccedilatildeo na propriedade desde que

tenha esterco disponiacutevel (Penteado 1999)

Bettiol et al (1997) verificaram a presenccedila de diferentes espeacutecies de fungos

fiacutelamentosos e leveduriformes e bacteacuterias entre elas Bacillus spp na comunidade

microbiana do biofertilizante produzido segundo meacutetodo adotado pelo Centro de

Agricultura Ecoloacutegica Ipecirc Os autores verificaram ainda uma reduccedilatildeo da comunidade

microbiana ao longo da digestatildeo reduccedilatildeo essa mais acentuada logo apoacutes o acreacutescimo

dos sais contendo micronutrientes A accedilatildeo dos sais pode ser tanto por aumento na

pressatildeo osmoacutetica quanto pelo efeito direto sobre os microrganismos Para o controle de

doenccedilas de plantas satildeo importantes a presenccedila dos metaboacutelitos produzidos pelos

organismos presentes no biofertilizante e os proacuteprios microrganismos vivos

Os microrganismos transformam o material orgacircnico (esterco soro de leite caldo

de frutas palhas restos industriais etc) e cinzas produzindo vitaminas aacutecidos e sais

complexos importantes para regular e tonificar o metabolismo das plantas impedindo o

desenvolvimento de pragas e doenccedilas (Pinheiro amp Barreto 2000)

Em estudos feitos com o biofertilizante liacutequido de bovinos foi observado a

presenccedila de inuacutemeros microorganismos como bacteacuterias leveduras e bacilos

principalmente do Bacillus subtilis Estes microorganismos sintetizam substacircncias

antibioacuteticas as quais demonstram ter grande accedilatildeo e eficiecircncia como substacircncias

fungiostaacuteticas e bacteriostaacuteticas de fitopatoacutegenos causadores de danos em lavouras

comerciais (Penteado 1999)

Aldrighi et al (2002) realizaram trabalho na UFPel relacionado agrave nutriccedilatildeo de

mudas de tomate (Floradade) produzidas no sistema ldquofloatingrdquo Utilizaram-se doses de

0 2 5 e 10 para o biofertilizante Super Magro e 0 e 1 para a urina de vaca

Concluiacuteram que estes natildeo interferem na produccedilatildeo das mudas e que provavelmente foi

influenciado pelo substrato utilizado (vermicomposto 75 e casca de arroz carbonizada

25) bem como o sistema de produccedilatildeo (floating)

Paglia et al (2002) citam que eacute possiacutevel produzir mudas de tomate (cultivar

Floradede) utilizando urina de vaca e biofertilizante Super Magro na aacutegua em sistema

ldquofloatingrdquo em trabalho realizado na UFPel O uso da urina de vaca a 1 e 5 e

20

biofertilizante Super Magro a 6 proporcionam uma elevaccedilatildeo do foacutesforo bem como o

Super Magro a 6 eleva os teores de Mg e Ca na aacutegua

251 Urina de vaca

As urinas de vaca contecircm nutrientes favoraacuteveis ao bom desenvolvimento das

plantas como potaacutessio soacutedio nitrogecircnio enxofre magneacutesio caacutelcio foacutesforo e traccedilos de

outros elementos Nas plantas funciona como um fertilizante natural tomando-as mais

resistentes ao ataque das pragas e doenccedilas Satildeo encontradas tambeacutem na urina outras

substacircncias como fenoacuteis e principalmente o catecol que esta associado agrave recuperaccedilatildeo

de plantas atacadas por fitopatoacutegenos por ser um produto anti-seacuteptico (Penteado 1999)

Para seu emprego a urina receacutem coletada deve ser armazenada sob condiccedilotildees

ambientais por trecircs dias para que se forme amocircnio importante produto a ser absorvido

pelas plantas Recomenda-se ainda que o armazenamento deva ser feito em recipiente

fechado para que natildeo ocorram perdas de nitrogecircnio Desta forma poderaacute permanecer

por ateacute um ano sem comprometer sua eficiecircncia

Em hortaliccedilas o uso da urina de vaca eacute recomendado em pulverizaccedilotildees foliares

semanais na concentraccedilatildeo de 05 para tomateiro pimentatildeo pepino feijatildeo vagem e

couve ou quinzenais a 1 para as culturas do quiabeiro jiloeiro e berinjela Para

fruteiras em geral a primeira aplicaccedilatildeo deve ser na concentraccedilatildeo aproximada de 5

realizada diretamente no solo e mensalmente devem ser realizadas pulverizaccedilotildees

foliares a 1 para plantas jovens e a 5 para plantas adultas (Penteado 1999)

Na aplicaccedilatildeo foliar deve-se ter cuidado com folhas e brotos novos e considerar que

o uso contiacutenuo pode ser toacutexico podendo afetar o solo causando a sua acidificaccedilatildeo

(Penteado 1999)

Na Estaccedilatildeo Experimental da PESAGRO no municiacutepio de Macaeacute Rio de Janeiro

estaacute se utilizando a urina de vaca leiteira Os pesquisadores descobriram que a urina de

vaca em lactaccedilatildeo produzia o efeito de recuperar plantas de abacaxi atacadas por uma

doenccedila conhecida como ldquofusairioserdquo Essa doenccedila quando ataca o abacaxi causa

perdas de ateacute 70 da safra Todos os agrotoacutexicos testados natildeo conseguiram controlar a

doenccedila Isto eacute um exemplo para que a universidade tenha uma nova percepccedilatildeo (Capra

1996) adotando medidas efetivas que contribuam na transiccedilatildeo agroecoloacutegica Com o

uso da urina de vaca leiteira numa lavoura de abacaxi atacada pela fusariose observou-

se agrave recuperaccedilatildeo do stand e os frutos produzidos apresentaram excelente padratildeo

21

comercial Descobriu-se que aleacutem funcionar como adubo e defensivo natural a urina de

vaca leiteira tambeacutem favorece a floraccedilatildeo de muitas plantas e pode ser usada no

tratamento de frutos e tubeacuterculos depois da colheita

A urina de vaca em lactaccedilatildeo tambeacutem estaacute sendo usada nas lavouras de cafeacute em

plantaccedilotildees de maracujaacute coco alface e outras hortaliccedilas Na regiatildeo centro-sul do Paranaacute

os agricultores estatildeo aplicando a urina de vaca leiteira nas lavouras de feijatildeo soja

batata cebola e milho (Penteado 1999)

252 Alhol

A maioria dos defensivos alternativos tais como calda bordalesa sulfocaacutelcica

aacutegua de cinza e cal biofertilizante enriquecido extrato de fumo entre outros precisa

ser misturada com um espalhante adesivo para quebrar a tensatildeo superficial da gota e

propiciar um melhor molhamento das folhas e demais partes pulverizadas assegurando

uma absorccedilatildeo mais efetiva e uma melhor accedilatildeo sobre as pragas e doenccedilas Quando as

gotas permanecem inteiras sobre a superfiacutecie folhar devido agrave falta de espalhante

adesivo pode-se danificar os tecidos vegetais pelc efeito-lente quando o sol incide

sobre elas Aleacutem disso a gota por natildeo se espalhar sobre toda superfiacutecie folhar

concentra nela e consequumlentemente sobre o tecido que estaacute em contato com ela uma

quantidade maior do produto aplicado Essa maior concentraccedilatildeo pode prejudicar a

absorccedilatildeo e lesionar os tecidos principalmente apoacutes a evaporaccedilatildeo da aacutegua contida na

gota por resultar em uma maior concentraccedilatildeo de sais no local especialmente quando se

aplicam por exemplo calda sulfocaacutelcica bordalesa biofertilizante enriquecido com

macro e micronutrientes (Claro 2001)

O alhol eacute um espalhante adesivo ecoloacutegico que tambeacutem auxilia no controle de

pragas E elaborado com aacutegua alho oacuteleo vegetal e sabatildeo neutro a partir da sabedoria

popular que menciona o alho como repelente de insetos Juacutenior Abreu amp Maiorano

(199-) indicam formulaccedilotildees contendo alho para o controle de pragas como nematoacuteides

(Meloidogyne incoacutegnita e M javanica) mosca do chifre lagarta na maccedilatilde pulgotildees

besouro da batata trips e para controle de doenccedilas fuacutengicas e bacterianas como miacuteldio

ferrugem fusariose helminthosporiose murchadeira (Pseudonamos solacearum)

bruzone do arroz (Pyricularia orysae) podridatildeo negra do repolho e couve-flor

(Xanthomonas campestris) Aleacutem disso o alho pelo seu bom teor em oacuteleo pode agir

tambeacutem como espalhante adesivo O sabatildeo tambeacutem eacute indicado como espalhante adesivo

22

e possui accedilatildeo contra certas pragas (pulgotildees) sendo que o oacuteleo vegetal eacute indicado no

controle de cochonilhas e usado como espalhante adesivo (Claro 2001)

253 Calda Bordalesa

A calda bordalesa eacute um tradicional defensivo agriacutecola que pode ser preparado na

propriedade com a mistura de sulfato de cobre cal virgem e aacutegua As concentraccedilotildees de

sulfato de cobre e cal satildeo distintas dependendo do objetivo do seu emprego

Geralmente diferem de acordo com o tipo de planta ou espeacutecie vegetal as condiccedilotildees

climaacuteticas o grau de infestaccedilatildeo da doenccedila e a fase de crescimento da planta Eacute indicada

para o controle de miacuteldio alternaacuteria botrytis e antracnose (Penteado 1999)

A calda bordalesa caracteriza-se pela sua importante accedilatildeo no controle de diversas

doenccedilas fungicas nas mais diversas espeacutecies de culturas Possui tambeacutem uma relativa

accedilatildeo bactericida e em alguns casos age como repelente de insetos Da mistura do

sulfato de cobre com a cal resulta uma soluccedilatildeo rica em macronutrientes e

micronutrientes Provavelmente os expressivos resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo da

calda bordalesa devam-se natildeo somente a sua accedilatildeo fuacutengica e bactericida mas sobretudo

agrave influecircncia positiva que exerce no metabolismo das plantas ativando o processo

enzimaacutetico e estimulando a proteossiacutentese aumentando a resistecircncia das plantas (Claro

2 0 0 1 ) caracteriacutestica fundamental na agricultura sustentaacutevel

254 Biofertilizante Super Magro

A calda Super Magro eacute produto da fermentaccedilatildeo de estercos animais enriquecidos

por micronutrientes e outros produtos de origem animal obtendo-se uma calda

biofertilizante para aplicaccedilatildeo foliar nas plantas (Penteado 1999) jaacute foram observados

bons resultados principalmente nas culturas de uva maccedila pecircssego tomate batata e

hortaliccedilas em geral

E indicado como fonte suplementar de micronutrientes para as plantas inibidor

de fungos e bacteacuterias causadores de doenccedilas e para aumentar a resistecircncia contra insetos

e aacutecaros (Penteado 1999) i

Muller (1999) avaliou a influecircncia do biofertilizante Super Magro sobre as

culturas de tomate (Lycopersicon esculentum Mill) ervilha (Pisum sativum L) e

beterraba (Beta vulgaris L) O autor obteve cultivos com baixa severidade de doenccedilas e

23

insetos fitoacutefagos possivelmente por causa do manejo orgacircnico de produccedilatildeo Os

resultados das pulverizaccedilotildees das soluccedilotildees foliares variaram conforme a cultura e o

clima

255 Biofertilizante MB4

A utilizaccedilatildeo das farinhas de rochas eacute uma das teacutecnicas mais modernas usadas nos

uacuteltimos anos na agricultura O elevado nuacutemero de nutrientes contidos no MB4 como

cobre zinco manganecircs cobalto soacutedio alumiacutenio silicatos de magneacutesio ferro e caacutelcio

acompanhado de foacutesforo potaacutessio e enxofre reagem com a soluccedilatildeo do solo liberando

elementos essenciais ao desenvolvimento da vida microbiana os quais exercem um

papel fundamental atraveacutes de transformaccedilotildees quiacutemicas e do equiliacutebrio bioloacutegico

favorecendo o desenvolvimento sadio das plantas (Pinheiro amp Barreto 2000)

24

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

31 Local de execuccedilatildeo do experimento

O presente trabalho foi conduzido no Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul

(FEPAGROSUL) no municiacutepio de Rio Grande nlt periacuteodo de 15 de maio a 26 de

agosto de 2 0 0 2

O solo eacute classificado como ldquoTuiardquo satildeo muito arenosos As massas aquaacuteticas do

Oceano Atlacircntico e Lagoa dos Patos influenciam ventos temperatura pressatildeo umidade

relativa e demais fatores climaacuteticos A topografia da regiatildeo litoracircnea eacute plana com

lenccediloacuteis freaacuteticos superficiais

32 Anaacutelise estatiacutestica

O experimento foi constituiacutedo em fatorial 3X3 (Quadro 1) com quatro repeticcedilotildees

no delineamento blocos ao acaso As variaacuteveis respostas foram submetidas agrave anaacutelise de

variaccedilatildeo e ao teste de Duncan a 5 de probabilidade para comparaccedilatildeo das meacutedias

utilizando-se o sistema SANEST (Zonta amp Machado 1984)

As anaacutelises estatiacutesticas das variaacuteveis estudadas encontram-se nos Apecircndices C D

Os resultados das respostas agronocircmicas e das determinaccedilotildees dos conteuacutedos dos

macronutrientes bem como os de raiz estatildeo nas tabelas de 1 a 3

25

As diferentes adubaccedilotildees seratildeo representadas durante a discussatildeo da seguinte

forma 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e EC

(60 t ha 1 de esterco de curral) 1 VB+SM+U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais

super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+SM+U+CB (45 t ha 1 de

vermicomposto mais super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa)

EC+SM+U+CB (60 t ha 1 de esterco de curral mais super magro mais urina de vaca

mais calda bordalesa) 1 VB+MB4 +U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais MB4 mais

urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+MB4 +U+CB (45 t ha 1 de vermicomposto

mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa) EC+MB4 +U+CB (60 t ha 1 esterco

de curral mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa)

QUADRO 1 Descriccedilatildeo dos fatores experimentais e respectivos niacuteveis

Niacuteveis Fator 1 ADUBACcedilAtildeO DE BASE

0 1 Vermicomposto (30 t ha1)

0 2 Vermicomposto (45 t ha1)

03 Esterco de curral (60 t ha1)

Niacuteveis Fator 2 BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS

0 1 Super magro (5) + Urina de Vaca + Calda Bordalesa

0 2 MB4 (10) + Urina de vaca + Calda Bordalesa

03 Ausecircncia (testemunha)

33 Tratamentos

Da combinaccedilatildeo entre niacuteveis e fatores foram obtidos 9 tratamentos que estatildeo

descritos no Quadro 2 bem como as doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

26

QUADRO 2 Tratamentos e doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

TRATAMENTOS

Ndeg FATOR I FATOR II

0 1 30 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

0 2 30 t harsquo de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

03 30 t ha de vermicomposto - - -

04 45 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

05 45 t ha de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

06 45 t ha de vermicomposto - - -

07 60 t hade esterco Super Magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

08 60 t hade esterco MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

09 60 t hade esterco - - -

Cada parcela foi constituiacuteda por dois canteiros medindo 1 m de largura x 2 m de

comprimento perfazendo 075 m de aacuterea de aacuterea uacutetil (025 m de bordadura) Foi

utilizando semeadura a lanccedilo com densidade de 24 g canteiro1

O vermicomposto a urina de vaca o esterco de curral o alhol os biofertilizantes e

a calda bordalesa foram de procedecircncia do Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul O

vermicomposto de esterco bovino misturado agraves cascas de frutas foi processado pela

minhoca vermelha califomiana Eisenia foetida)

O biofertilizante Super Magro foi elaborado segundo a metodologia descrita pela

FEPAGROSUL utilizando-se os seguintes componentes 190 litros de aacutegua 22 litros

de leite 55 Kg de accediluacutecar mascavo 30 Kg de esterco fresco de bovinos 2 Kg de

Sulfato de zinco 2 Kg de sulfato de magneacutesio 2 Kg de cloreto de caacutelcio 1 Kg de aacutecido

boacuterico 300 g de sulfato de cobre 300 g de sulfato de ferro 300 g de sulfato de

manganecircs 100 g de molibdato de soacutedio 50 g de sulfato de cobalto 3 Kg de fosfato

natural 3 Kg de cinza e 200 g de farinha de osso

A urina de vaca em lactaccedilatildeo foi coletada pela manhatilde e armazenada em recipiente

fechado por trecircs dias em condiccedilotildees ambientais para que se formasse a amocircnia e natildeo

ocorresse perda de nitrogecircnio

28

Realizaram-se duas capinas manuais durante o experimento e em seguida como

cobertura se colocou casca de arroz Tambeacutem foi aplicado esterco de aves 30 dias antes

da colheita na quantidade de 05 Kg canteiro 1 como adubaccedilatildeo de cobertura

As pulverizaccedilotildees com os produtos iniciaram apoacutes 15 dias da germinaccedilatildeo

Realizou-se sete aplicaccedilotildees sendo que as duas primeiras foram feitas apenas com

Super Magro e MB4 Na terceira e na quarta aplicaccedilatildeo utilizou-se urina de vaca e calda

bordalesa em concentraccedilotildees menores (05 e 025 respectivamente) e na quinta

aplicaccedilatildeo as dosagens de urina de vaca e calda bordalesa foram elevadas para 1 0 e

05 respectivamente ateacute o final do experimento O alhol foi utilizado a partir da

terceira pulverizaccedilatildeo na quantidade de 2 e seguiu ateacute o final no dia 26 de agosto

quando as mudas foram colhidas e posteriormente analisadas as variaacuteveis

35 Observaccedilotildees agronocircmicas

Foram utilizadas 20 mudas de cebola para obtenccedilatildeo das meacutedias das variaacuteveis as

quais foram as seguintes

351 Fitomassa fresca da parte aeacuterea e raiacutezes

Foi realizada atraveacutes de uma balanccedila digital procedendo-se a pesagem de 20

mudas de cebola previamente lavadas e posteriormente secadas durante uma hora sobre

um tecido de algodatildeo agrave temperatura ambiente Processo idecircntico foi adotado com as

raiacutezes

352 Fitomassa seca da parte aeacuterea e raiacutezes

Esta variaacutevel foi obtida a partir da secagem preliminar em estufa de ar forccedilado

durante 48 horas a 65 C ateacute peso constante com posterior pesagem em balanccedila

analiacutetica

353 Altura da muda

A altura de muda foi medida a partir do colo das plantas ateacute sua uacuteltima folha

(ponto de crescimento) com uma reacutegua graduada de 40 cm

29

354 Diacircmetro do colo das plantas

Esta medida foi realizada no ponto de transplante a 2 mm das raiacutezes e utilizando-

se um paquiacutemetro SOMET

355 Sistema radicular

Ao teacutermino do experimento foram retiradas as raiacutezes das mesmas plantas que foram

utilizadas para as determinaccedilotildees realizadas na parte aeacuterea procedendo-se uma amostra

de solo com raiacutezes de 2 0 cm de largura x 2 0 cm de comprimento e 2 0 cm de altura

totalizando 8000 cm3

As raiacutezes apoacutes serem lavadas em aacutegua corrente foram pesadas acondicionadas em

sacos plaacutesticos e congeladas para posteriores anaacutelises pelo meacutetodo de Tennant (1975)

para a determinaccedilatildeo do comprimento e densidade

3551 Comprimento de raiz

Utilizou-se para a determinaccedilatildeo do comprimento de raiz as seguintes foacutermulas

1 = ndeg x 1114 x 1 onde

1 - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 0 0 2 g

ndeg - nuacutemero de intercessotildees das raiacutezes com os lados da quadriacutecula da malha do

aparelho

1114 - constante

1 - medida lateral da quadriacutecula em cm

Tomando-se a fiacutetomassa seca e o comprimento da raiz da cada amostra

relacionou-se com a fiacutetomassa seca e o comprimento total da raiz da planta aplicando-

se a seguinte equaccedilatildeo

L = (FSR x 1) FSPA onde

L - comprimento total da raiz da planta (m)

FSR - fiacutetomassa seca de raiz

FSPA - fiacutetomassa seca da parte aeacuterea

L - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 002g

3552 Densidade de raiz

A densidade foi determinada pela foacutermula

D = L 8000 onde

D - densidade de raiacutezes (m cm3)

30

L - comprimento total de raiacutezes (m)

8 0 0 0 - volume da amostra (cm3)

3553 Razatildeo parte aeacutereasistema radicular

Este paracircmetro foi obtido pela equaccedilatildeo

RPASR = FSPA FSR onde

RPASR - razatildeo parte aeacuterea sistema radicular

FSPA - fitomassa seca da parte aeacuterea

FSR - fitomassa seca do sistema radicular

36 Determinaccedilatildeo de macronutrientes no tecido vegetal

Os macronutrientes nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio foram

determinados no laboratoacuterio de Fertilidade e Anaacutelise de Plantas do Departamento de

Solos da UFPel atraveacutes dos meacutetodos descritos por Tedesco amp Gianello (1996)

31

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 Anaacutelise das variaacuteveis

A anaacutelise da variaccedilatildeo mostrou que houve diferenccedila significativa na interaccedilatildeo entre

os fatores de adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes liacutequidos com exceccedilatildeo da variaacutevel altura

de planta para a qual somente a adubaccedilatildeo de base mostrou-se significativa (Apecircndices

C D e E Tabelas 1C 1D e 1E)

411 Anaacutelise da parte aeacuterea

Na Tabela 1 destacaram-se as adubaccedilotildees EC+SM+U+CB EC+MB4 +U+CB e EC

que diferiram significativamente das demais adubaccedilotildees para as variaacuteveis fiacutetomassa

fresca da parte aeacuterea (FFPA) fiacutetomassa seca da parte aeacuterea (FSPA) altura de planta

(AP) e diacircmetro do colo (DC)

32

TABELA 1 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

30 t ha de vermicomposto 7015 c A45 t halsquo de vermicomposto 7824 b B60 t ha de esterco de curral 12248 a C

30 t ha de vermicomposto 667 c A45 t ha de vermicomposto 752 b A60 t ha de esterco de curral 1150a C

30 t ha de vermicomposto 2975 b A45 t harsquo de vermicomposto 2775 b A60 t ha de esterco de curral 3600 a B

30 t ha de vermicomposto 631 b A45 t ha de vermicomposto 6 2 2 b B60 t ha de esterco de curral 741 a C

-Fitomassa fresca (g)----------------6270 c B 6885 b A8832 b A 6308 c C

15082 a A 13934 a BmdashFitomassa seca (g)----------------

625 c A 655 b A830 b A 607 b B

1345 a A 1262 a B-Altura de planta (cm)----------------

2950 b A 3050 b A2937 b A 2950 b A 3975 a A 3622 a B

-Diacircmetro de colo (mm)---------------592 c B 599 b B 657 b A 609 b B 819a A________ 793a B

Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

O efeito positivo do esterco bovino pode ser atribuiacutedo agraves melhorias nas condiccedilotildees

fiacutesicas do solo por ele proporcionado Segundo Primavesi (1982) e Compagnoni amp

Putzolu (1985) o esterco bovino apresenta propriedades condicionadoras do solo dando

agraves plantas melhores condiccedilotildees de desenvolvimento elevando sobremaneira os

conteuacutedos de fitomassa fresca das plantas que refletiratildeo nas demais respostas

agronocircmicas

Analisando as adubaccedilotildees de base em relaccedilatildeo aos biofertilizantes observa-se que

para os tratamentos 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) - natildeo houve influecircncia dos

biofertilizantes para as variaacuteveis FSPA e AP enquanto destacou-se o SM+U+CB para o

DC e SM+U+CB e ausecircncia da adubaccedilatildeo liacutequida para a FFPA mostrando que o uso

dos biofertilizantes natildeo influenciou esta variaacutevel 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) -

verificou-se a eficiecircncia do uso do MB4 +U+CB para as variaacuteveis FFPA e DC Para a

variaacutevel FSPA destacaram-se os dois biofertilizantes utilizados jaacute para AP natildeo houve

33

influecircncia destes EC (60 t ha 1 de esterco de curral) - em todas as variaacuteveis observadas

na tabela 5 as respostas foram significativas utilizando MB4 +U+CB

As respostas encontradas no presente trabalho para as variaacuteveis AP e FSPA foram

superiores as obtidas por Dalponte (1990) quando utilizado 0 esterco de curral para

produccedilatildeo de mudas de cebola

Segundo Filgueira (2000) os solos da regiatildeo produtora de cebola do RS satildeo

pobres em foacutesforo disponiacutevel (15 mg Kg1) necessitando portanto de adubaccedilotildees

fosfatadas elevadas As respostas aqui obtidas podem ser justificadas pelos teores de

foacutesforo contido no MB4

Follet et al (1981) citam a importacircncia do uso de compostos orgacircnicos no solo

enfatizando os estercos no sentido da decomposiccedilatildeo continuada no fornecimento de

nutrientes e na liberaccedilatildeo lenta e gradual de aacutecidos orgacircnicos influenciando a liberaccedilatildeo

do foacutesforo O que provavelmente pode ser atribuiacutedo agraves respostas encontradas no

presente trabalho para 0 tratamento Esterco de curral mais MB4 e Urina mais Calda

Bordalesa

E importante destacar que 0 sistema de produccedilatildeo de mudas de cebola sob uma

perspectiva agroecoloacutegica mostra-se eficiente quando visualmente natildeo percebe-se

diferenccedila significativa entre os tratamentos (Apecircndice F Figura 2)

Conveacutem ressaltar que quando trabalhamos com agroecologia natildeo existem

receitas nem pacotes tecnoloacutegicos prontos Cada situaccedilatildeo deveraacute ser estudada em

particular para que se faccedila recomendaccedilotildees adequadas ao ambiente local uma vez que

as plantas se adaptam ao meio estando a nutriccedilatildeo encarregada de proteger e manter o

equiliacutebrio do organismo vegetal em funccedilatildeo das alteraccedilotildees externas

E fundamental que se compreenda os princiacutepios norteadores de todo o processo

que satildeo as bases da luta por uma sociedade mais justa dentro de um mundo econocircmico e

ambientalmente mais sustentaacutevel

412 Anaacutelise do sistema radicular

Os resultados obtidos nas anaacutelises do sistema radicular (Tabela 2) mostram

diferenccedilas significativas entre as adubaccedilotildees para as variaacuteveis fitomassa fresca de raiz

(FFR) fitomassa seca de raiz (FSR) comprimento de raiz (CR) razatildeo parte

aeacutereasistema radicular (RPASR) e densidade de raiz (DR)

34

TABELA 2 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade de

raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAO DE BASE

S Magro + MB4 +Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

1540 c A 1576 b B 2427 a A

Fitomassa fresca (g)----------------1502 c B 1517 b AB 1658 b A 1446 c C 2336 a B 2360 a B

--------------------Fitomassa seca (g)-------------------196 b A 207 ab A 170 b A170 b A 199 b A 192 b A 344 a A 249 a B 327 a A

Comprimento de raiz(cm)---------------1237 b A 1158 b A 1158 a A1237 b A 1060 c B 1040 b B1433 a A 1296 a B 1040 b C

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t halsquo 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha de vermicomposto 45 t ha de vermicomposto60 t ha~ de esterco de curral__________________________ _________________________Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

-----Razatildeo Parte AeacutereaSistema Radicular------340 b AB 301c B 384 a A446 a A 415 b A 326 a B339 b B 546 a A 388 a B

-------------- Densidade de raiz (m cm3)------------367 a AB 414 a A 325 b B282 b B 301b B 405 a A347 ab A 231c B 324 b A

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base destacou-se o EC (60 t ha 1 de esterco de curral)

para as variaacuteveis FFR e FSR Quando adicionado o SM+U+CB os resultados para FFR

foram ainda melhores bem como o CR As respostas obtidas para a RPASR foram

variadas em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees apresentando melhores resultados para 15 VB (45 t

ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB e ainda melhor para EC (60 t ha 1 de esterco de

curral)+MB4 +U+CB As adubaccedilotildees de base 1 VB 15 VB e EC natildeo diferiram entre si

As adubaccedilotildees mais eficientes para a variaacutevel DR foram 1 VB+SM+U+CV que natildeo

diferiu da EC+SM+U+CB I VB+ MB4 +U+CB e agrave 15 VB foram melhores entre as

demais

35

Analisando os biofertilizantes em relaccedilatildeo a cada adubaccedilatildeo de base verifica-se que

para a 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB destaca-se a variaacutevel FFR

poreacutem sem diferenccedila significativa de 1 VB os melhpres resultados para a variaacutevel DR

foram encontrados pelo tratamento 1 VB+MB4 +U+CB e 15 VB (45 t ha 1 de

vermicomposto) tambeacutem se considera eficiente o 1 VB+SM+U+CB que natildeo diferiu do

EC (esterco de curral) Quando se utilizou 15 VB+ MB4 +U+CB houve resposta

significativa para a variaacutevel FFR para FSR as respostas natildeo foram diferentes com a

aplicaccedilatildeo dos biofertilizantes para as variaacuteveis FSR e DR as adubaccedilotildees EC e

EC+SM+U+CB natildeo diferiram entre si

Embora as respostas estatiacutesticas tenham sido diferentes para as adubaccedilotildees

combinadas ou natildeo pode-se salientar a importacircncia do aacutecido indol-aceacutetico como jaacute

citado anteriormente para as variaacuteveis avaliadas na parte aeacuterea das mudas de cebola

Respostas semelhantes nesse sentido foram encontradas para a cultura da alface por

Quijano (1999) e Morselli (2001)

Pereira et al (2002) concluiacuteram em trabalho realizado com a cultivar de cebola

CNPF1 6400 em Minas Gerais que a utilizaccedilatildeo de 20 t ha de esterco de curral

proporcionou os melhores resultados para a produccedilatildeo de cebola

Silva Juacutenior amp Giorgi (1992) e Menezes Juacutenior (1998) citam que doses elevadas

de mateacuteria orgacircnica podem prejudicar a primeira fase da germinaccedilatildeo (embebiccedilatildeo) e

absorccedilatildeo de aacutegua pelas raiacutezes das placircntulas No entanto no presente trabalho este fato

natildeo ocorreu embora a dose de esterco utilizada tenha sido de 60 t ha 1 (dose maacutexima

recomendada segundo Nolla 1982)

413 Anaacutelise de macronutrientes no tecido vegetal

Os resultados dos conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio no

tecido vegetal sob diferentes adubaccedilotildees encontrados na Tabela 3 indicam mais uma

vez a superioridade da adubaccedilatildeo esterco com 0 uso ou natildeo de biofertilizantes

36

TABELA 3 Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob

uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS i J B

ADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesamg plantas1

---- Nitrogecircnio-----30 t ha de vermicomposto 16593 c AB 15451 c B 19050 b A45 t ha de vermicomposto 21444 b A 22888 b A 17852 b B60 t ha de esterco de curral 32606 a C 37593 a B 40816 a A

--------------- ------ Foacutesforo------- -------------30 t ha de vermicomposto 3098 c B 2802 c B 3999 b A45 t ha de vermicomposto 4109 b A 4135 b A 2788 c B60 t ha de esterco de curral 5300 a B 7577 a A 7565 a A

------- Potaacutessio------30 t ha de vermicomposto 24327 c A 19900 c B 24965 b A45 t ha de vermicomposto 29113b A 29812 b A 22031 b B60 t ha de esterco de curral 44070 a B 51976 a A 54101 a A

-------- Caacutelcio-------30 t ha de vermicomposto 5027 c A 4356 c A 4834 b A45 t ha de vermicomposto 6114b A 6963 b A 4379 b B60 t ha de esterco de curral 9030 a C 11451 a A 10331 a B

------Magneacutesio-----30 t ha de vermicomposto 1188 b A 914 c A 1202 b A45 t ha de vermicomposto 1231 b B 1582 b A 1176 b B60 t ha de esterco de curral 2136a B 2443 a A 2663 a AMeacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base observa-se que o melhor tratamento foi o

esterco de curral para todas as variaacuteveis Para 1 VB (30 t ha^ 1 de vermicomposto) natildeo

houve resposta diferenciada com o uso de bofertilizantes para todas as variaacuteveis A

adubaccedilatildeo 15 VB (45 t ha 1 de vemicomposto) foi influenciada pelos biofertilizantes

para as variaacuteveis N P K e Ca enquanto que para Mg somente o MB4+U+CB o

influenciou O EC (esterco de curral) mostrou diferenccedila significativa apenas para as

variaacuteveis Ca e Mg quando adicionado MB4+U+CB

Segundo Peixoto (2000) eacute fundamental a adiccedilatildeo de adubos orgacircnico no cultivo de

hortaliccedilas seja na forma de esterco decomposto composto ou huacutemus de minhoca de

37

modo a fornecer melhorias nas propriedades do solo vindo a disponibilizar os nutrientes

as diferentes culturas

O esterco fresco conteacutem muita cama celuloacutesica e um elevado teor de aacutegua No

esterco curtido a celulose jaacute estaacute decomposta o teor de aacutegua estaacute reduzido agrave metade e os

nutrientes em uma forma mais assimilaacutevel e mais concentrada O esterco fresco pode

causar uma deficiecircncia temporaacuteria de nitrogecircnio no solo ao se decompor o que natildeo

acontece com o biestabilizado (Kiehl 1985)Ocorre uma diminuiccedilatildeo inicial no volume

de aacutegua retido no esterco de curral diminui inicialmente em tomo de 3581 liberando

posteriormente somente 496 evidenciando a sua capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua

(Menezes Juacutenior 1998)

A utilizaccedilatildeo continuada de adubos nitrogenados minerais no solo altera o balanccedilo

do nitrogecircnio entre o solo e planta No meacutetodo biodinacircmico eacute sublinhada a importacircncia

dos adubos animais para o estabelecimento da fertilidade permanente dos solos (Koeff

et al 1983)

Para Guimaratildees (1997) os benefiacutecios que a mateacuteria orgacircnica imprime ao solo

principalmente melhorando a produtividade fertilidade e a influencia que as substancias

huacutemicas exercem sobre o ambiente dependem da qualidade e do teor de mateacuteria

orgacircnica do solo Estas substacircncias por conterem nutrientes em sua constituiccedilatildeo em uma

forma mais disponiacutevel para as plantas promovem um equiliacutebrio no ambiente no solo

(Kononova 1966)

Aproximadamente de 60 a 70 do total de carbono do solo ocorre na forma de

materiais huacutemicos (Griffith amp Schnitzer 1975) sendo a eles atribuiacutedo a manutenccedilatildeo da

bioestrutura do solo aumentando a capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua (Brady 1999)

Conforme Compagnoni amp Putzolu (1985) os estercos bem como os demais

resiacuteduos orgacircnicos apresentam conteuacutedos diferentes de aacutecidos huacutemicos e fuumllvicos sendo

atribuiacutedo ao acido huacutemico uma accedilatildeo fitoestimulante semelhante aos fitohormocircnios por

favorecer o desenvolvimento do sistema radicular e crescimento do caule

Em trabalho realizado por Guimaratildees (1997) foi encontrado para aacutecidos huacutemicos

de esterco bovino uma relaccedilatildeo CN 1035 e para vermicomposto bovino 17

evidenciando que o esterco quando aplicado ao solo por apresentar uma relaccedilatildeo CN

proacutexima deste reage mais facilmente liberando nutrientes para as plantas sem alterar a

cadeia troacutefiacuteca Dados encontrados no presente trabalho demonstram a eficiecircncia do

esterco nesse sentido

38

De acordo com Morselli (2001) vaacuterios trabalhos citam comentam e discutem a

capacidade dos vermicompostos em proporcionar oacutetimas colheitas e favorecer a

precocidade das plantas cultivadas Poreacutem muitas vezes se observa que mesmo

suprindo essas plantas com nutrientes necessaacuterios atraveacutes de huacutemus de diferentes fontes

as respostas natildeo satildeo as mesmas para uma mesma cultivar

Por outro lado os resultados com o uso de substacircncias huacutemicas satildeo variaacuteveis e

dependem aleacutem da espeacutecie testada das substacircncias huacutemicas utilizadas sua

concentraccedilatildeo o grau de purificaccedilatildeo e das condiccedilotildees experimentais A resposta das

plantas aos aacutecidos huacutemicos e fuacutelvicos eacute dependente da mateacuteria prima original e da

espeacutecie vegetal pois materiais orgacircnicos diferentes apresentam aacutecidos huacutemicos e

fuacutelvicos diferentes (Businelli 1990)

Justificam-se os maiores conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio e caacutelcio nas

adubaccedilotildees 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e biofertilizantes devido

provavelmente ao vermicomposto utilizado apresentar na sua constituiccedilatildeo teores

consideraacuteveis destes elementos aleacutem do que os biofertilizantes possam ter influenciado

na absorccedilatildeo atraveacutes de sua constituiccedilatildeo Tibau (1984) considera que a urina de vaca eacute

rica em aacutecido indol-aceacutetico e este influencia na absorccedilatildeo radicular O efeito positivo

deste tratamento provavelmente seja devido agrave quantidade aplicada

O biofertilizante que se destacou foi o MB4+U+CB em relaccedilatildeo ao EC (esterco de

curral) e eacute somente para a variaacutevel caacutelcio Isto provavelmente seja devido ao alto teor

deste elemento encontrado na sua constituiccedilatildeo (6872 g Kg1) e pela influecircncia positiva

que a calda bordalesa exerce no metabolismo das plantas atraveacutes dos nutrientes

contidos em sua formulaccedilatildeo O Ca controla a absorccedilatildeo radicular e retorna ao solo pelo

esterco e palhas por apresentar-se em maior quantidade em folhas e caules Depois de

localizado nas folhas fica imoacutevel favorecendo a resistecircncia da planta ao ataque de

fungos

Este trabalho avanccedila no estudo da agroecologia estando claro que todos os

criteacuterios tem caraacuteter dinacircmico de adequaccedilatildeo as mudanccedilas de um sistema de produccedilatildeo

em evoluccedilatildeo contribuindo na transiccedilatildeo para um padratildeo sustentaacutevel Cabe a pesquisa a

reorientaccedilatildeo para um enfoque ldquosistecircmicordquo isto eacute que permita integrar os diversos

componentes de um agroecossistema e a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas que promovam 0

fortalecimento e a expansatildeo da agricultura familiar

39

5 CONCLUSOtildeES

Considerando os resultados obtidos e as condiccedilotildees em que o estudo foi realizado

conclui-se que

bull As respostas agronocircmicas das mudas de cebola para os paracircmetros avaliados

satildeo mais satisfatoacuterias com a aplicaccedilatildeo de esterco de curral como adubaccedilatildeo de

base

bull Os biofertilizantes mais urina de vaca e calda bordalesa proporcionam

respostas satisfatoacuterias quando aplicados associados agraves adubaccedilotildees de base

bull O biofertilizante MB4 mais urina de vaca e calda bordalesa eacute mais eficiente

que o super magro mais urina e calda bordalesa quando aplicado associado agrave

adubaccedilatildeo de base esterco de curral para os conteuacutedos de fitomassa secae

fresca da parte aeacuterea das plantas altura e diacircmetro de colo das mudas de

cebola

bull Os biofertilizantes adicionados agrave adubaccedilatildeo de base 45 t harsquo 1 de vermicomposto

bovino mostram respostas significativas para os conteuacutedos de fitomassa seca

bull Os maiores conteuacutedos nutricionais para as mudas de cebola satildeo

proporcionados pela adubaccedilatildeo de base esterco de curral

bull A maior absorccedilatildeo de caacutelcio pelas mudas de cebola ocorre quando da adiccedilatildeo do

biofertilizante MB4 mais urina e calda bordalesa agrave adubaccedilatildeo de base esterco de

curral

40

6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ALDRIGHI CB ABREU CM PAGLIA AG MORSELLI TBGA FERNANDES HS Efeito da aplicaccedilatildeo de biofertilizante e urina de vaca em mudas de tomateiro Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

ALTIERI M NICHOLLS C I Agroecologia Teoria praacutectica para umaAgricultura Sustentable Ia ed PNUMA 2000 Cap 2 4 Seacuterie textos baacutesicos para la formacioacuten ambiental

ALTIERI M Agroecologia bases cientiacuteficas para uma agricultura sustentaacutevelGuaiacuteba Agropecuaacuteria 2002 592 p

ANTONIOLLI Z I GIRACCA E M N CARDOSO S J T WIETHAN M M S FERRI M Iniciaccedilatildeo agrave Minhocultura Criaccedilatildeo em Cativeiro e Vermicompostagem Santa Maria UFSM 1996 p59-89

BAYER C MIELNICZUC J Dinacircmica e funccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica In SANTOS G de A S e CAMARGO F A de O (ed) Fundamentos da mateacuteria orgacircnica do solo ecossistemas tropicais e subtropicais Porto Alegre Genesis 1999 p 3-23

BARRETTO D X Composto Orgacircnico In Praacutetica em Agricultura Orgacircnica Satildeo Paulo iacutecone Ed Ltda 1985 p 51-63

BETTIOL W Alguns produtos alternativos para o controle de doenccedilas de plantasem agricultura orgacircnica II Ciclo de palestras sobre agricultura orgacircnica Instituto Bioloacutegico Satildeo Paulo p52-63 1997

41

BETTIOL W TRACH R GALVAtildeO JAH Controle de doenccedilas de plantas com biofertilizantes Jaguariuacutena EMBRAPA-CNPMA 1997 22p (EMBRAPA- CNPMA Circular Teacutecnica 02)

BRADY N C Natureza e propriedades dos sotos Rio de Janeiro Freitas BastosS A 1979 647p

BRADY N C Organisms and ecology of the soil In The nature of properties of soils Simon amp Schuster A Viacon Company New Jersey1999 402-489p

BON1LLA J A Fundamentos da Agricultura Ecoloacutegica Sobrevivecircncia eQualidade de Vida Satildeo Paulo Nobel 1992

BUREacuteS S Substratos Ediciones Agroteacutecnicas S L Madrid Octubre 1997

BUS1NELLI M Chemical Composition and Enzymic Activity of some Worm Cast Plant Soil v 80 p 1-2 1990

CALEGARI A Espeacutecies para cobertura de solo In IAPAR (Instituto Agronocircmico de Paranaacute) Plantio Direto pequena propriedade sustentaacutevel organizador Moacir Darolt Londrina - PR 1998 65-93

CAMARGO P N D Manual de Adubaccedilatildeo Foliar Satildeo Paulo Herba 1975

CAPRA F A Teia da Vida Satildeo Paulo Cultrix 1997 256p

CAPRA F O Ponto de Mutaccedilatildeo 22 ed Satildeo Paulo Cultrix 2001 447p

CHABOUSSOU F Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da Trofobiose) Porto Alegre LPM 1987 253 p

CLARO S A Referencias tecnoloacutegicos para a agricultura familiar ecoloacutegica aexperiecircncia da Regiatildeo Centro-Serra do Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS-ASCAR 2001 250p

CLIVELA G Diagnoacutestico Agronocircmico da cebola no Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS 1995 8 6 p

COMISSAtildeO DE FERTILIDADE DO SOLO - RSSC Recomendaccedilotildees de adubaccedilatildeo e calagem para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina 3 ed Passo Fundo SBCS - Nuacutecleo Regional Sul 1995 223p

COMPAGNONI L PUTZOLU G Cria moderna de Ias lombrices y utilizacioacutenrentable dei humus Barcelona Editorial de Vecchi- SA 1985127p

COSTABEBER J A MOYANO E Transiccedilatildeo agroecoloacutegica e accedilatildeo social coletiva Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v l n4 p 50- 60 outdez 2 0 0 0

42

COSTA M B B da Adubaccedilatildeo orgacircnica Nova siacutentese e novo caminho para aagricultura Satildeo Paulo Ed iacutecone Ltda 1985 102p

COSTA NETO C Agricultura Sustentaacutevel Tecnologias e Sociedade In CARVALHO COSTA LF et al (org) Mundo Rural e Tempo Presente Rio de Janeiro Mauad 1999

DrsquoAG0ST1NI R L FANTINI A C Produccedilatildeo orgacircnica tambeacutem socialmente excludente Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v3 n l p57-61 2002

DALPONTE J C V Utilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos e fertilizante mineral na produccedilatildeo e qualidade de mudas e bulbos de cebola (Alliurn Cepa L) Pelotas-RS 1990 (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1990

DEBARBA J F THOMAZELLI L F GANDIN C L SILVA E Cadeias produtivas do Estado de Santa Catarina Cebola Florianoacutepolis Epagri 1998 115 p (EPAGRI Boletim Teacutecnico 96)

DUFOUR F Os saacutebios loucos do agro-alimentar Le Monde Diplomatique ano 1 n4 p6-7 1999 (ed portuguesa)

EHLERS E Agricultura Sustetaacutevel Origem e perspectivas de um novo paradigma 2 ed Guaiacuteba Agropecuaacuteria 1999 157 p

FILGUEIRA F A R Novo Manual de olericultura agrotecnologia moderna na produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 2000 402 p

FRASER G K Mateacuteria Orgacircnica Del Suelo In BEAR F E (ed) Quiacutemica dei Suelo Madrid Ed Agrociencia 1963

FOLLET R H MURPHY L S DONAHUE R L Fertilizers and soil amendments New Jersey Printice-Hall Inc 1981 557p

GARCIA A Revista dei Espacio Rural Georgica Zaragoza Escuela Politeacutecnica de Huesca n5 1997

GARCIA A Versatildeo preliminar de um Programa Estadual de Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Bulbos e Sementes de CebolaEMBRAPAIPAGROMARAEMATER 6 8 pbdquo 1990 (Publicaccedilatildeo avulsa)

GIORGETT1 J R Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Mudas de Tomate In Encontro Nacional de Produccedilatildeo e Abastecimento de Tomate 2 1991 Jaboticabal Satildeo Paulo Anais Jaboticabal UNESP 1991 p 242-244

GLIESSMAN S R Agroecologia Processos ecoloacutegicos em agricultura sustentaacutevelPorto Alegre Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS 2000 653p

43

GLIESSMAN S R TURRIALBA C R Agroecologia Procesos Ecoloacutegicos en Agricultura Sostenible CATIE 2002 p 3-14

GNOATTO S C Caracterizaccedilatildeo quiacutemica de vermicompostos de diferentes substratos orgacircnicos Pelotas-RS 1999 38 f (Mestrado em Agronomia - Solos) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

GOMES J C C BORBA M F S A moderna crise dos alimentos oportunidade para a agricultura familiar Emater Porto Alegre julset 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwematertchebrdocsagroecorevistan313-artigo3htmgtAcesso em 24 fev 2002

GOMEZ H W Desenvolvimento sustentaacutevel agriacutecola e capitalismo In Desenvolvimento sustentaacutevel Necessidade eou disponibilidade Santa Cruz do Sul Nobel - UNISC 1997 p 65-77

GONZAacuteLEZ DE MOLINA M SEVILLA GUZMAacuteN E Ecologia campesinado e historia Para una reinterpretacioacuten dei desarrollo dei capitalismo en la agricultura In SEVILLA GUZMAacuteN E GONZAacuteLEZ DE MOLINA M (ed) Ecologia campesinado e historia Madrid La Piqueta 1993 p 23-129

GRIFFITH S A SCHNITZER M Analytical characteristic of humic and fulvic acids extracted from tropical volcanic soils Soil Sei Soc Am Proc v 39 p361-367 1975

GUIMARAtildeES E Caracterizaccedilatildeo quiacutemica estreptoscoacutepica e por anaacutelise teacutermica de aacutecidos huacutemicos e vermicompostos obtidos de estercos de diferentes animaisCuritiba 1997 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Quiacutemica) Universidade Federal do Paranaacute 1997

HESS A F Sociedade e meio ambiente uma relaccedilatildeo ambiacutegua Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v 4 n2 p 167-1741999

ICEPA-SC Informes conjunturais sobre a cultura da cebola Disponiacutevel em lthttpwwwicepa combrgt Acesso em 23 jan 2003

JONES H A MANN L K Onions and their allies New York Interscience Publishers 1962 286 p

JUacuteNIOR H A de MAIORANO J A Receitas obtidas de extratos de plantasCampinas CATITerra Viva [199-] 10 f

KHATOUNIAN C A Ciclo de Palestras sobre Agricultura Orgacircnica 2a Ed SatildeoPaulo Fund Cargill 1997 149 p

KIEHL E J Fertilizantes Orgacircnicos Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1985 492p

44

KOEFF H H PETTERSSON B D SHAUMANN W Vida Vegetal solos e adubaccedilatildeo In Agricultura Biodinacircmica Satildeo Paulo Nobel 1983 p92-149

KONONOVA M M Soil organic matter The importance o f organic matter in soil formation and soil fertility New York Pergamqn Press 1961 p 165-200

KUHN T A Estrutura das Revoluccedilotildees Cientiacuteficas Satildeo Paulo Perspectiva 1989 257p

LANNA FCA ABREU C L ABREU J G SILVA V Resposta de cultivares de melancia cultivadas sob adubaccedilatildeo quiacutemica e orgacircnica Horticultura v 12 n l p85 1994

LEFF H Saber Ambiental Petroacutepolis Vozes 2001 343 p

MAGALHAtildeES J R Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo da cebola In FERREIRA M E CASSTELLANE P D CRUZ M C P Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo de hortaliccedilasPiracicaba POTAFOS 1993 p 381-393

MALAVOLTA E Elementos de nutriccedilatildeo mineral de plantas Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1980 251 p

MALAVOLTA E Manual de Quiacutemica Agriacutecola - Adubos e Adubaccedilatildeo 3a ed SatildeoPaulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1981 606 p

MARTINEZ A A A grande e Poderosa Minhoca Jaboticabal Funep - Unesp1990 101 p

MARTINS S R Desenvolvimento e Sustentabilidade Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v20 n2 julho 2002 Palestra apresentada no 42deg Congresso Brasileiro de Olericultura

MARTINS S R Limites Del Desarrollo Sostenible em Ameacuterica Latina En el marco de Ias poliacuteticas de (re)ajuste econocircmico Pelotas Editora UFPel 1997 135 P-

MARTINS S R Sustentabilidade na agricultura dimensotildees econocircmicas sociais e ambientais Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v4 n 2 p 175-1871999

MATURANA H REZEPKA S N D E Formaccedilatildeo Humana e Capacitaccedilatildeo Rio de Janneiro Vozes 2000 8 6 p

MELLO A F SOBRINHO M O ARZOLLA S SILVEIRA R NETTO A C KIEHL J C Fertilidade do Solo Satildeo Paulo Nobel 1983

MENEZES JUacuteNIOR F O G D Caracterizaccedilatildeo de Diferentes substratos hortiacutecolas e seu efeito na produccedilatildeo de mudas de alface e couve-flor em ambiente protegido Pelotas 1998 141 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1998

45

MIBASA Mineraccedilatildeo Barreto SA Melhorador de Solos MB4 A Natureza Agradece Arapiraca-AL [199-] Folder

MINAMI K Os resumos da olericultura 2000 In AZEVEDO FILHO MARTINEZ FILHO (ed) Preccedilos agriacutecolas Piracicaba ESALQ 1999 p 4

MINAMI K Produccedilatildeo de Mudas de Alta Qualidade em Horticultura Satildeo Paulo TA Queiroz 1995

MORSELLI T B G A Cultivo sucessivo de alface sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegidoPelotas 2001 178 p Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2001

MORSELLI T B G A Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Poliacutegrafo da Disciplina de Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia-Produccedilatildeo Vegetal UFPel 2002

MULLER AM Efeitos da Aplicaccedilatildeo Foliar de um Biofertilizante Enriquecido no Estado fitossanitaacuterio de Tomate Ervilha e Beterraba Sob Manejo OrgacircnicoDissertaccedilatildeo (Mestrado no Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agroecossistemas)1999 (Resumo)

NOLLA D Erosatildeo do Solo - O grande desafio Estado do Rio Grande do Sul SEAGRI desenvolvimento de recursos naturais renovaacuteveis 1982 412 p

PAGLIA AG MORSELLI TBGA PEIL RMN Teores de nutrientes pH e condutividade eleacutetrica da aacutegua em sistema ldquofloat^ngrdquo sob adiccedilatildeo de biofertilizantes Horticultura Brasileira v 20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PAULUS G MULLER A BARCELLOS LAR Agroecologia aplicada praticas e meacutetodos para uma agricultura de base ecoloacutegica 2ed ver ampl Porto Alegre EMATERRS 2001 8 6 p

PEIXOTO R T dos G Composto orgacircnico aplicaccedilotildees benefiacutecios e restriccedilotildees de uso Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 18 p 56-64 julho 2000

PENTEADO SR Defensivos Alternativos e Naturais Satildeo Paulo 1999 95 p

PEREIRA AJ SOUZA RJ PEREIRA WR Efeito de diferentes doses de esterco de galinha e de curral sobre a produccedilatildeo de cebola Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PINHEIRO S BARRETO SB MB-4 agricultura sustentaacutevel trofobiose e biofertilizantes Fundaccedilatildeo Juquira CandiruMibasa 2000 273 p

PRIMAVESI A Agricultura Sustentaacutevel Satildeo Paulo Nobel 1992 142 p

PRIMAVESI A O manejo ecoloacutegico do solo Agricultura em regiotildees tropicais SatildeoPaulo Nobel 1982 541 p

46

PURCINO A A C ldquoNitrogecircniordquo Informe Agropecuaacuterio Belo Horizonte v7 n81 p 16-27 1981

QUIJANO F G Efeito da adubaccedilatildeo orgacircnica no desenvolvimento de duas cultivares de alface em ambiente protegido Pelotas 1999 116f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

RODRIGUES A N N Efeitos e residuais de superfosfato triplo sobre o rendimento de mateacuteria seca e absorccedilatildeo de foacutesforo pela aveia (Avena strigosa Schob) em solo Podzoacutelico Vermelho Escuro Porto Alegre 1984 59f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia UFRGS 1984

RODRIGUES E T CASALI V W D Respostas da alface agrave adubaccedilatildeo orgacircnica II Teores conteuacutedos e utilizaccedilatildeo de macronutrientes em cultivares Rev Ceres Viccedilosa v 45 n 261 p 437-449 1998

SAMINEcircS T C O Produccedilatildeo orgacircnica de alimentos Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 17 n3 novembro 1999

SCHIEDECK G Ambiecircncia e resposta agronocircmica de meloeiro (Cucumis melo L) cultivado sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegido Pelotas lOOp Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2002

SILVA JUacuteNIOR A A GIORGI E Substratos alternativos para a produccedilatildeo de mudas de tomate Agropecuaacuteria Catarinense Florianoacutepolis EPAGRI 1992 23 p

SILVA JUacuteNIOR A A MACEDO S G STUKER H Utilizaccedilatildeo de esterco de peru na produccedilatildeo de mudas de tomateiro Florianoacutepolis EPAGRI 1995 28 p (Boletim Teacutecnico 73)

TAGLIARI PS GRASSMANN H Minhoca a grande aliada da agricultura Agropecuaacuteria Catarinense v8 n l p 11-14 mar 1995

TEDESCO M J GIANELLO C Anaacutelises de solo plantas e outros materiais Porto Alegre Faculdade de Agronomia Departamento de Solos Universidade Federal do Rio Grande do Sul RS 1996

TENNANT D A Test of modified line intersect method of estimating root lenght Journal Ecology Oxford v 63 p 995-1001 1975

TIBAU A O Mateacuteria Orgacircnica do Solo Mateacuteria Orgacircnica e Fertilidade do SoloSatildeo Paulo Nobel 1984 p49-182

TIMM P J Anaacutelise comparativa dos sistemas de plantio convencional e cultivo miacutenimo de cebola sob adubaccedilatildeo orgacircnica e mineral Pelotas 2000 79 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2000

47

VALENZUELA HR CROSBY C Effect of compost applications on the yield of several vegetables in long-term organic farming experiments conduced in the tropics American Society Horticultural Science v33 n3 june 1998

VIGLIZZO E (ed) Subprograma Recursos Naturais y Sostenibilidad Agriacutecola documento marco Montevideo IICAPROCISUR 1995 p 75 - 78

WE1D J M TARDIN J M Proposta para a Ampliaccedilatildeo do Trabalho da ASPTA no Centro Sul do Paranaacute ASPTA Disponiacutevel em http wwwpronafgovbrEncontrotestosAS20PTA20Sul20ParanE1205 202002doc Acesso em 05 mai 2002

XAVIER SIMOacuteN F DOMINGUES D G Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel uma perspectiva agroecoloacutegica Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre EM ATERRS v2 n2 p 17-26 2001

ZABALETA J P Diagnoacutestico da Agricultura Familiar em Satildeo Joseacute do Norte - RSPelotas EMBRAPA-CPACT 1998 75 p (EMBRAPA-CPACT Documentos 44)

ZONTA E P MACHADO A A SILVEIRA P Sanest Sistema de anaacutelise estatiacutestica para microcomputadores Registrado na Secretaria Especial de Informaacutetica sob nuacutemero 066060 - categoria A Pelotas-RS Universidade Federal de Pelotas 1984

48

7 APEcircNDICE

APEcircNDICE A - Anaacutelise da adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes utilizados na produccedilatildeo de mudas de cebola

TABELA 1 A Anaacutelise baacutesica do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo miuacutedo + papua

Arg

pH IND

SMP

MO

P - n r - Na Al Ca__10Omlmdash

Mg

ppm -

6 53 67 089 8 6 27 1 04 05 0 2

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 2A Anaacutelise complementar do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo-miuacutedo + papua

Cobre Zinco Manganecircs Ferro

(m v1)

04 05 26 007

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

49

TABELA 3A Anaacutelise dos fertilizantes soacutelidos

Amostra pH limidade CN

C N P K Ca Mg

- g-ivg --

Cama de 849 2491 12 31042 2479 3888 3405 29875 463

aves

Esterco 74 3594 11 677 590 157 134 335 214

de curral

Huacutemus 684 5738 14 15965 1098 453 745 743 361

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 4A Anaacutelise quiacutemica dos biofertilizantes liacutequidos

Amostra N P K_ccedil H

Ca Mg Cu Zn Fe Mn

mdashgL bull

S Magro

m b 4

Urina

053

1652

8 2 2

008

395

0 0 0

149

1674

471

1902

6872

0 0 0

1150

4507

1172

7273

42

033

101389

920

0 0 0

6250

19458

781

35273

1123

0 2 1

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

50

APEcircNDICE B - Condiccedilotildees climaacuteticas do local

TABELA 1B Condiccedilotildees de temperatura do local

___________ __________TEMPERATURA (degCgt

meses Meacutedia

Maacutexima

Meacutedia

MiacutenimaMeacutedia

Maacutexima

Absoluta

Miacutenima

Absoluta

Junho 225 87 156 320 25

Julho 225 85 155 285 30

Agosto 251 71 161 360 1 0

Fonte FEPAGROSCT 2002

TABELA 2B Condiccedilotildees de chuva do local

mdash CHUVA (mm)mdash

meses Ocorrida Normal Desvio Da Normal

Junho 1080 1 1 0 -2 0

Julho 1062 98 8 2

Agosto 1283 1 2 0 83

Fonte FEPAGROSCT 2002

51

TABELA 1C Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

APEcircNDICE C - Anaacutelise estatiacutestica da parte aeacuterea

Causas G1 FFPA FSPA AP DC

da variaccedilatildeo --------- Quadrados meacutedios-

Blocos 3

Ad Base 2 175359071 1287102 2547419 1 11775

Biofertilizantes 2 126876 29011 87669ns 02185ns

Ad x Biofert 4 572378 31123 69106ns 04159

Resiacuteduo 24 34456 03048 27169 00290

Total 35

Meacutedia geral 93745 8772 320388 6741

CV 1980 6294 5145 2530

Significativo a 5ns Natildeo significativo

52

TABELA 1D Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade

de raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

APEcircNDICE D - Anaacutelise estatiacutestica da raiz

Causas G1 FFR FSR CR RPASR DR

da variaccedilatildeo Quadrados meacutedios---------------

Blocos 3

Ad Base 2 27874 551 623 2 1 0 140

Biofertilizantes 2 178 0 1 0 ni 1504 l03ns 038ns

Ad x Biofert 4 190 058 318 294 183

Resiacuteduo 24 005 009 028 023 0 2 1

Total 35

Meacutedia geral 1818 228 184 387 333

C V 134 1356 448 1253 1396

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

53

APEcircNDICE E - Anaacutelise estatiacutestica dos macronutrientes da parte aeacuterea da cebola

TABELA 1E Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mud^s de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

Causas G1 bull N P K Ca Mg

da variaccedilatildeo

Blocos 3

Ad Base 2 13550306 446627 25509686 1031806 59007

Biofertilizantes 2 180610ns 16564 68153ns 39006 876ns

Ad x Biofert 4 454187 45743 1047539 46950 2464

Resiacuteduo 24 29769 1453 64313 3741 439

Total 35

Meacutedia geral 24921 4597 33366 6943 1615

C V 692 829 760 880 1297

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

APEcircNDICE F - Fotos do experimento

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob uma perspectiva agroecoloacutegica

APEcircNDICE F a Fotos do experimento

FIGURA 1 Adubaccedilatildeo verde com feijatildeo-miuacutedo e papuatilde utilizadas no manejo do solo

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob urna perspectiva agroecoloacutegica

Page 22: PRODUÇÃO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L.) SOB …orgprints.org/24883/1/Paglia_Produção.pdf · vaca mais calda bordalesa; MB4+U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

11

A fase vegetativa do ciclo da planta termina com o amadurecimento do bulbo

todavia trata-se de uma planta bienal considerando acirceu ciclo vital completo isto eacute da

semeadura ateacute a produccedilatildeo de novas sementes Apoacutes um periacuteodo invemal sob baixas

temperaturas haacute emissatildeo de um pendatildeo floral que pode alcanccedilar 150 cm de altura

terminando por uma inflorescecircncia tipo umbela simples inicialmente recoberta por

uma peliacutecula formada por centenas de pequenas flores (Filgueira 2000)

Segundo Clivela (1995) os fatores climaacuteticos de modo geral natildeo satildeo limitantes

para a produccedilatildeo de bulbos de cebola no Rio Grande do Sul Filgueira (2000) enfatiza

que no Brasil eacute uma das raras culturas oleraacuteceas nas quais o fotoperiacuteodo pode tornar-se

o fator limitante ocorrendo frustraccedilotildees da colheita caso as exigecircncias da planta natildeo

sejam satisfeitas

222 A produccedilatildeo de mudas de hortaliccedilas

As mais importantes modificaccedilotildees no sistema de produccedilatildeo nos uacuteltimos anos tecircm

sido feitas na produccedilatildeo de mudas Hoje eacute uma realidade os produtores se

especializarem em produzir mudas principalmente no Estado de Satildeo Paulo Para tanto

se busca atraveacutes da pesquisa as melhores fontes e combinaccedilotildees de substratos associados

ao sistema de produccedilatildeo conveniente para cada espeacutecie a fim de se obter melhorias na

propriedade no solo e na Olericultura (Giorgetti 1991)

O sistema agroecoloacutegico torna-se importante uma vez que a base da Horticultura

moderna eacute a produccedilatildeo de mudas de alta qualidade (Minami1995) a produccedilatildeo de mudas

de hortaliccedilas tem sido citada como a etapa mais importante do sistema produtivo (Silva

Junior et al 1995) Segundo Filgueira (2000) nesta fase natildeo se pode cometer erros

pois posteriormente seraacute mais difiacutecil de corrigi-los visto que para o cultivo da cebola a

muda refletiraacute na qualidade do bulbo

As mudas de hortaliccedilas podem ser consideradas tolerantes e natildeo tolerantes ao

transplante e dependem principalmente das condiccedilotildees ambientais necessitando de

cuidados No caso da cebola como satildeo produzidas com raiz nua os cuidados devem ser

maiores pois dependendo do estado em que se encontram mais ou menos susceptiacuteveis

aos estresses quando em contato com o campo podem resultar em desastre (Minami

1999)

A quantidade de nutrientes extraiacuteda pelas hortaliccedilas durante a fase de muda varia

em funccedilatildeo da espeacutecie da variedade ou da cultivar e do prazo necessaacuterio para a formaccedilatildeo

13

O composto humificado ou curado eacute rico em nutrientes que passaram parcialmente

da forma orgacircnica para a forma mineral assimilaacutevel pelas raiacutezes e com maior teor

coloidal que atua como fertilizante e eacute responsaacutevel pela capacidade melhoradora do

solo (Barreto 1985)

Uma das principais alternativas em termos de adubaccedilatildeo orgacircnica eacute o

vermicomposto Ele eacute um adubo orgacircnico estaacutevel rico em nutrientes inodoro de

coloraccedilatildeo escura obtido a partir da atividade das minhocas que potencializam a mateacuteria

prima utilizada no processo (principalmente esterco de bovino) proporcionando

diversos benefiacutecios para as plantas (Timm 2000)

231 Efeitos da adubaccedilatildeo orgacircnica no solo

O solo funciona como um organismo vivo em 1 grama de solo saudaacutevel vive uma

comunidade bioloacutegica de aproximadamente 1 0 0 0 0 espeacutecies diferentes como minhocas

larvas besouros colecircmbolos aacutecaros algas bacteacuterias e fungos Estes organismos

necessitam de alimentos para viver principalmente carbono e nitrogecircnio que estatildeo

presentes na palhada das culturas e no esterco de animais Em funccedilatildeo disso eacute

importante que o solo tenha um determinado teor de mateacuteria orgacircnica para fornecer os

alimentos e energia que os microacutebios precisam para viver (Paulus et al 2001)

O homem atraveacutes dos diferentes sistemas de preparo do solo e cultivos contiacutenuos

ou natildeo altera o comportamento do mesmo em relaccedilatildeo agraves reaccedilotildees quiacutemicas

propriedades fiacutesicas como capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua lixiviaccedilatildeo de nutrientes

erosatildeo e como consequumlecircncia afeta a qualidade de organismos presentes no solo (Brady

1999) reduzindo paulatinamente o teor de mateacuteria orgacircnica (Primavesi1982)

Nos uacuteltimos anos tem-se observado em diferentes paiacuteses a ampliaccedilatildeo do uso de

adubos orgacircnicos Alguns apresentam oacutetimos resultados enquanto outros se mostram

tecnicamente inadequados Os principais adubos orgacircnicos encontrados no mercado satildeo

fertilizantes orgacircnicos de origem animal compostos de lixo urbanos compostos de

produtos industriais e huacutemus de minhoca Nestes fertilizantes estatildeo presentes a maioria

dos macronutrientes (nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre) e

micronutrientes (zinco cobre boro ferro cobalto)essenciais para as plantas e nem

sempre encontrados em muitos fertilizantes minerais bem como uma gama de

microorganismos que vatildeo beneficiar a fauna e a flora do solo (Brady 1979 Kiehl

1985 Costa 1985 Garcia 1997)

14

Os adubos orgacircnicos satildeo amplamente empregados nos sistemas de produccedilatildeo de

alface como condicionadores do ambiente quiacutemico e fiacutesico da rizosfera e

consequumlentemente na resposta bioloacutegica das plantas (Rodrigues amp Casali 1998)

Considerando as necessidades hortiacutecolas de maior competitividade e o fato de natildeo

ser subsidiada o crescimento populacional e a industrializaccedilatildeo representam fatores

determinantes na geraccedilatildeo diaacuteria de enormes volumes de resiacuteduos podendo ser utilizados

pelos produtores com um maior retomo econocircmico possiacutevel Ao mesmo tempo a

questatildeo ambiental assume cada vez mais destaque na sociedade moderna repercutindo

em poliacuteticas governamentais bem como no setor produtivo do paiacutes e do mundo

fazendo com que a relaccedilatildeo do homem com a natureza seja repensada (Morselli 2001)

232 Efeitos da adubaccedilatildeo orgacircnica nas culturas

Segundo Paulus et al (2001) a mateacuteria orgacircnica tambeacutem eacute fonte de nutrientes

especialmente nitrogecircnio foacutesforo enxofre e micronutrientes aleacutem disso tem

capacidade de ldquoprenderrdquo micronutrientes e alguns elementos toacutexicos para as plantas

como o alumiacutenio Por exemplo os micronutrientes depois de presos satildeo liberados

lentamente no solo onde satildeo gradativamente aproveitados pelas plantas

O uso dos fertilizantes minerais elevam o custo de produccedilatildeo pois satildeo necessaacuterias

altas doses para o fornecimento dos teores de nutrientes demandados Por isso eacute

importante a geraccedilatildeo de tecnologias que poupem o consumo de fertilizantes minerais

desejaacutevel com vista agrave diminuiccedilatildeo do custo de produccedilatildeo (Rodrigues 1984) A produccedilatildeo

de hortaliccedilas sob a orientaccedilatildeo agroecoloacutegica leva em consideraccedilatildeo natildeo apenas os custos

de produccedilatildeo como tambeacutem a dependecircncia dos insumos principalmente quando se

considera a ldquoteoria da trofobioserdquo pelos efeitos maleacuteficos que os nutrientes prontamente

assimilaacuteveis podem causar as plantas (Chaboussou 1987)

Para Compagnoni amp Putzolu (1985) o vermicomposto eacute um autecircntico fertilizante

bioloacutegico que atua como corretivo do solo determinando caracteriacutesticas importantes

para a microflora pelos aacutecidos huacutemicos e as substacircncias fitoestimulantes Os autores

consideram ainda que as dejeccedilotildees das oligoquetas proporcionam a formaccedilatildeo de huacutemus

permitindo melhorar o solo razatildeo pela qual satildeo destinados agrave horticultura com oacutetimas

vantagens fiacutesicas e microbioloacutegicas enriquecendo a camada araacutevel

Em experimentos desenvolvidos durante cinco anos para avaliar o efeito da

aplicaccedilatildeo de compostos eou adubos nas culturas de alface manjericatildeo espinafre e

15

pepino Valenzuela amp Crosby (1998) compararam as produccedilotildees obtidas com composto

e a fertilizaccedilatildeo padratildeo e concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo do composto em 20 Mg ha 1 mais

N-quiacutemico foi o melhor tratamento em todas as culturas estudadas

233 Plantas de cobertura do solo

As plantas mais usadas para adubaccedilatildeo de cobertura do solo satildeo as leguminosas

pois estas tecircm a capacidade de fixar o nitrogecircnio atmosfeacuterico e disponibiliza-lo agrave

cultura Primavesi (1992) cita que utilizando-se mucuna ervilhaca feijatildeo-de-porco

feijatildeo-miuacutedo crotalaacuteria e outras natildeo haacute necessidade de utilizar tanto nitrogecircnio em

cobertura embora natildeo se dispense uma calagem mais frequumlente pois ocorre um pouco

de acidificaccedilatildeo no solo como com qualquer adubaccedilatildeo nitrogenada Segundo a mesma

autora algumas leguminosas tecircm a capacidade de mobilizar o foacutesforo como o caupi

(feijatildeo-miuacutedo) outras mobilizam o caacutelcio como tremoccedilo

Para Brady (1999) a adubaccedilatildeo verde traz grandes benefiacutecios como suprimento de

mateacuteria orgacircnica sendo consideraacutevel a quantidade de resiacuteduos orgacircnicos devolvidos ao

solo adiccedilatildeo de nitrogecircnio nutrientes e conservaccedilatildeo do solo

Calegari (1998) comenta que quanto aos aspectos fiacutesicos os resiacuteduos tendem a

contribuir para uma melhoria da estrutura do solo percebida pelo aumento da

estabilidade dos agregados em aacutegua aumento da capacidade de retenccedilatildeo hiacutedrica

elevaccedilatildeo dos iacutendices de infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo aumento da porosidade melhor

aeraccedilatildeo e diminuiccedilatildeo da densidade do solo

De acordo com Timm (2000) o papuatilde eacute uma excelente alternativa como cobertura

de solo para o cultivo miacutenimo da cebola pois na eacutepoca do transplante das mudas seu

ciclo vegetativo estaacute completo natildeo necessitando o dessecamento outra vantagem eacute que

o papuatilde apresenta bom controle com relaccedilatildeo agraves plantas invasoras da cebola reduzindo

ao longo dos anos o nuacutemero de capinas e a aplicaccedilatildeo de herbicidas

234 Adubaccedilatildeo foliar

Segundo Malavolta (1981) a utilizaccedilatildeo da adubaccedilatildeo foliar eacute complemento da

adubaccedilatildeo de solo natildeo substituto da mesma no que diz respeito ao fornecimento de

nitrogecircnio foacutesforo e potaacutessio para as culturas Da mesma maneira que as raiacutezes podem

perder para o solo parte dos elementos absorvidos as folhas tambeacutem o fazem pela accedilatildeo

16

de fatores internos (desordem fisioloacutegica estado nutricional etc) e externos (chuvas

orvalho nutriccedilatildeo do sistema radicular luz temperatura etc)

Para Chaboussou (1987) as plantas adquirem o maacuteximo de resistecircncia bioloacutegica

atraveacutes da nutriccedilatildeo (trofos) equilibrada Obviamente para que isto ocorra eacute necessaacuterio

que o solo esteja em equiliacutebrio dinacircmico o ambiente seja o mais estaacutevel e as plantas

selecionadas ou melhor adaptadas para poderem suportar as alteraccedilotildees extemporacircneas

ocasionadas pelos fenocircmenos meteoroloacutegicos e nas fases fonoloacutegicas criacuteticas do

crescimento e desenvolvimento (Pinheiro amp Barreto 2000)

O lixiviado das folhas enriquece as camadas superiores do solo e tende a

contrabalanccedilar as perdas de zonas mais profundas e mais distantes acumulando-os nas

suas proximidades tambeacutem influencia o nuacutemero e o comportamento dos

microrganismos que por sua vez alteram o processo de gecircnese do solo sua textura e

fertilidade A lixiviaccedilatildeo assim se toma importante no desenvolvimento da sucessatildeo

ecoloacutegica devido agrave ciclagem de elementos (Malavolta 1980)

Conforme Camargo (1975) a utilizaccedilatildeo de adubos foliares substitui parcialmente

a adubaccedilatildeo radicular em 20 a 25 podendo ser utilizada em varias pulverizaccedilotildees

24 Vermicompostagem

E o processo que consiste em se submeter diferentes resiacuteduos orgacircnicos de

origem animal eou vegetal aos processos fermentativos e humificaccedilatildeo adicionando

minhocas do gecircnero Eiseina espeacutecie foetida ao material procurando obter um produto

curado em aproximadamente 45 - 60 dias (Compagnoni amp Putzolu 1985)

A vermicompostagem firmou-se no Brasil como atividade rentaacutevel produzindo

adubo de alta qualidade na deacutecada de 90 Na agricultura brasileira contudo haacute

preferecircncia pelos adubos quiacutemicos em funccedilatildeo de sua aquisiccedilatildeo financiada menor custo

e retomo imediato embora o impacto de seu uso contiacutenuo sobre o solo e os

microorganismos que nele vivem seja negativo (Tagliari amp Grassmann 1995)

Segundo Morselli (2002) a vermicompostagem difere da compostagem

convencional dentre outros pocircr formar substacircncias huacutemicas mais rapidamente ao sofrer

passagem pelo trato digestivo das minhocas A alirdentaccedilatildeo destas satildeo basicamente os

estercos e a disponibilidade desta mateacuteria prima bem como de ambiente protegido para

proceder a compostagem correta deste material satildeo indispensaacuteveis

17

Segundo Kiehl (1985) e Martinez (1990) o vermicomposto apresenta as seguintes

vantagens em relaccedilatildeo a compostagem permite a formaccedilatildeo de um produto curado em

menor espaccedilo de tempo promove a formaccedilatildeo de um material com maior

disponibilidade de nutrientes facilita o peneiramento natildeo havendo a necessidade de

revolvimento do material oferece vaacuterias fontes de renda pois aleacutem do huacutemus fornece

minhocas e raccedilatildeo e quando aplicado ao solo tende a melhorar as propriedades fiacutesicas

quiacutemicas e bioloacutegicas

241 Resiacuteduos utilizados na vermicompostagem

2411 Resiacuteduos de origem animal

Segundo Bureacutes (1997) o esterco eacute uma mistura de fezes urina e camas que

podem estar constituiacutedas de palhas folhas secas serragem turfa casca de arroz e ateacute

terra Esse apresenta pH neutro e densidade que varia de 030 a 090 Kg dm3 segundo

seu estado de decomposiccedilatildeo Eacute influenciado por vaacuterios fatores como espeacutecie animal

raccedila idade alimentaccedilatildeo material utilizado como cama e tratamento da mateacuteria-prima

esterco (Kiehl 1985) Dentre os fatores apontados um dos mais importantes eacute a

alimentaccedilatildeo do animal quanto mais rica a alimentaccedilatildeo mais rica seraacute as dejeccedilotildees

(Gnoatto 1999) O volume de bacteacuterias vivas ou mortas encontradas no esterco

representam 20 a 30 do total delas se originam grande parte do nitrogecircnio sob a

forma de proteiacutena (Morselli 2002)

A origem do material utilizado para a produccedilatildeo de vermicomposto eacute fundamental

pois soacute uma mateacuteria-prima de qualidade resultaraacute em um produto final de boa qualidade

Dentre os estercos o de aves eacute empregado empiricamente na adubaccedilatildeo de culturas

permanente ou natildeo com excelentes resultados apesar de sua simples composiccedilatildeo

meacutedia 2 de nitrogecircnio 2 de foacutesforo como P2 0 5 e 1 de K2 0 Poreacutem haacute uma

grande variaccedilatildeo na sua constituiccedilatildeo a qual dependeraacute do manejo animal atraveacutes das

camas finalidade da criaccedilatildeo e natureza das camas (Morselli 2002)

2412 Resiacuteduos de origem vegetal

A mateacuteria orgacircnica pode ser preservada no solo por vaacuterios processos seja pela

simples incorporaccedilatildeo de resiacuteduos de culturas rotaccedilatildeo de culturas adubaccedilatildeo verde ou

18

pela adiccedilatildeo de materiais orgacircnicos capazes de elevar e manter a produtividade do solo

Da decomposiccedilatildeo dos resiacuteduos orgacircnicos adicionados ao solo resulta a liberaccedilatildeo de

grande quantidade de nutrientes principalmente o nitrogecircnio o potaacutessio e o enxofre

Aleacutem disso diversos atributos quiacutemicos e fiacutesicos do solo satildeo alterados pela

decomposiccedilatildeo desses resiacuteduos destacando-se o aumento da capacidade de troca de

caacutetions o aumento da retenccedilatildeo de aacutegua a melhoria da estabilidade dos agregados e da

aeraccedilatildeo (Fraser1963 Malavolta 1981 Mello et al 1983 Bonilla 1992)

Segundo Purcino (1981) quando a relaccedilatildeo CN eacute menor que 30 como no caso do

esterco de curral ou da palha de leguminosas a disponibilidade de nitrogecircnio eacute

imediata mas acima deste valor ocorre imobilizaccedilatildeo crescente deste nutriente Por esse

motivo estes materiais devem ser submetidos a uma degradaccedilatildeo bioloacutegica antes de

serem adicionados ao solo

25 Biofertilizantes

No Brasil ocorrem problemas crescentes com materiais derivados de sistemas

intensivos de criaccedilatildeo animal que acumulam resiacuteduo^ orgacircnicos com graves problemas

de contaminaccedilatildeo de cursos de aacutegua que na maioria das vezes se acumulam em um

uacutenico lugar e natildeo satildeo reciclados (Viglizzo 1995)

Visando amenizar tais situaccedilotildees os meacutetodos alternativos de adubaccedilatildeo controle de

doenccedilas pragas e plantas indesejaacuteveis tecircm sido muito estudado Dentro dessa linha de

pesquisa destaca-se o uso de mateacuteria orgacircnica atraveacutes tanto de sua incorporaccedilatildeo ao

solo como de sua transformaccedilatildeo para uso posterior na forma de biofertilizantes

(Khatounian 1997 Bettiol et al 1997)

Na complexa e elevada comunidade microbiana dos biofertilizantes encontram-se

bacteacuterias fungos leveduriformes filamentosos e actinomicetos (Bettiol apud Penteado

1999)

O agregado de macro e micronutrientes periodicamente ativa e enriquece a

fermentaccedilatildeo O uso de farinha de rocha tem sido vantajoso por ter baixo custo

comparado com os sais concentrados e purificados aleacutem de trazer alguns elementos

traccedilos de vital importacircncia para os microrganismos do solo como por exemplo o Gaacutelio

o Iodo e o Vanaacutedio (M1BASA 199-) O agregado de farinha de rocha ou sais

purificados ao fermentado faz com que estes nutrientes passem a fazer parte dos

microrganismos ou dos produtos orgacircnicos liberados durante a fermentaccedilatildeo sendo que

19

o ataque dos microrganismos atraveacutes de suas enzimas consegue liberar os elementos natildeo

atacados pelos aacutecidos industriais (Pinheiro amp Barreto 2000)

Os biofertilizantes tecircm sido empregados na agricultura ecoloacutegica como adubo

foliar para aumentar a resistecircncia contra pragas e doenccedilas Aleacutem disso o processo de

produccedilatildeo eacute bastante simples e por isso eacute viaacutevel sua produccedilatildeo na propriedade desde que

tenha esterco disponiacutevel (Penteado 1999)

Bettiol et al (1997) verificaram a presenccedila de diferentes espeacutecies de fungos

fiacutelamentosos e leveduriformes e bacteacuterias entre elas Bacillus spp na comunidade

microbiana do biofertilizante produzido segundo meacutetodo adotado pelo Centro de

Agricultura Ecoloacutegica Ipecirc Os autores verificaram ainda uma reduccedilatildeo da comunidade

microbiana ao longo da digestatildeo reduccedilatildeo essa mais acentuada logo apoacutes o acreacutescimo

dos sais contendo micronutrientes A accedilatildeo dos sais pode ser tanto por aumento na

pressatildeo osmoacutetica quanto pelo efeito direto sobre os microrganismos Para o controle de

doenccedilas de plantas satildeo importantes a presenccedila dos metaboacutelitos produzidos pelos

organismos presentes no biofertilizante e os proacuteprios microrganismos vivos

Os microrganismos transformam o material orgacircnico (esterco soro de leite caldo

de frutas palhas restos industriais etc) e cinzas produzindo vitaminas aacutecidos e sais

complexos importantes para regular e tonificar o metabolismo das plantas impedindo o

desenvolvimento de pragas e doenccedilas (Pinheiro amp Barreto 2000)

Em estudos feitos com o biofertilizante liacutequido de bovinos foi observado a

presenccedila de inuacutemeros microorganismos como bacteacuterias leveduras e bacilos

principalmente do Bacillus subtilis Estes microorganismos sintetizam substacircncias

antibioacuteticas as quais demonstram ter grande accedilatildeo e eficiecircncia como substacircncias

fungiostaacuteticas e bacteriostaacuteticas de fitopatoacutegenos causadores de danos em lavouras

comerciais (Penteado 1999)

Aldrighi et al (2002) realizaram trabalho na UFPel relacionado agrave nutriccedilatildeo de

mudas de tomate (Floradade) produzidas no sistema ldquofloatingrdquo Utilizaram-se doses de

0 2 5 e 10 para o biofertilizante Super Magro e 0 e 1 para a urina de vaca

Concluiacuteram que estes natildeo interferem na produccedilatildeo das mudas e que provavelmente foi

influenciado pelo substrato utilizado (vermicomposto 75 e casca de arroz carbonizada

25) bem como o sistema de produccedilatildeo (floating)

Paglia et al (2002) citam que eacute possiacutevel produzir mudas de tomate (cultivar

Floradede) utilizando urina de vaca e biofertilizante Super Magro na aacutegua em sistema

ldquofloatingrdquo em trabalho realizado na UFPel O uso da urina de vaca a 1 e 5 e

20

biofertilizante Super Magro a 6 proporcionam uma elevaccedilatildeo do foacutesforo bem como o

Super Magro a 6 eleva os teores de Mg e Ca na aacutegua

251 Urina de vaca

As urinas de vaca contecircm nutrientes favoraacuteveis ao bom desenvolvimento das

plantas como potaacutessio soacutedio nitrogecircnio enxofre magneacutesio caacutelcio foacutesforo e traccedilos de

outros elementos Nas plantas funciona como um fertilizante natural tomando-as mais

resistentes ao ataque das pragas e doenccedilas Satildeo encontradas tambeacutem na urina outras

substacircncias como fenoacuteis e principalmente o catecol que esta associado agrave recuperaccedilatildeo

de plantas atacadas por fitopatoacutegenos por ser um produto anti-seacuteptico (Penteado 1999)

Para seu emprego a urina receacutem coletada deve ser armazenada sob condiccedilotildees

ambientais por trecircs dias para que se forme amocircnio importante produto a ser absorvido

pelas plantas Recomenda-se ainda que o armazenamento deva ser feito em recipiente

fechado para que natildeo ocorram perdas de nitrogecircnio Desta forma poderaacute permanecer

por ateacute um ano sem comprometer sua eficiecircncia

Em hortaliccedilas o uso da urina de vaca eacute recomendado em pulverizaccedilotildees foliares

semanais na concentraccedilatildeo de 05 para tomateiro pimentatildeo pepino feijatildeo vagem e

couve ou quinzenais a 1 para as culturas do quiabeiro jiloeiro e berinjela Para

fruteiras em geral a primeira aplicaccedilatildeo deve ser na concentraccedilatildeo aproximada de 5

realizada diretamente no solo e mensalmente devem ser realizadas pulverizaccedilotildees

foliares a 1 para plantas jovens e a 5 para plantas adultas (Penteado 1999)

Na aplicaccedilatildeo foliar deve-se ter cuidado com folhas e brotos novos e considerar que

o uso contiacutenuo pode ser toacutexico podendo afetar o solo causando a sua acidificaccedilatildeo

(Penteado 1999)

Na Estaccedilatildeo Experimental da PESAGRO no municiacutepio de Macaeacute Rio de Janeiro

estaacute se utilizando a urina de vaca leiteira Os pesquisadores descobriram que a urina de

vaca em lactaccedilatildeo produzia o efeito de recuperar plantas de abacaxi atacadas por uma

doenccedila conhecida como ldquofusairioserdquo Essa doenccedila quando ataca o abacaxi causa

perdas de ateacute 70 da safra Todos os agrotoacutexicos testados natildeo conseguiram controlar a

doenccedila Isto eacute um exemplo para que a universidade tenha uma nova percepccedilatildeo (Capra

1996) adotando medidas efetivas que contribuam na transiccedilatildeo agroecoloacutegica Com o

uso da urina de vaca leiteira numa lavoura de abacaxi atacada pela fusariose observou-

se agrave recuperaccedilatildeo do stand e os frutos produzidos apresentaram excelente padratildeo

21

comercial Descobriu-se que aleacutem funcionar como adubo e defensivo natural a urina de

vaca leiteira tambeacutem favorece a floraccedilatildeo de muitas plantas e pode ser usada no

tratamento de frutos e tubeacuterculos depois da colheita

A urina de vaca em lactaccedilatildeo tambeacutem estaacute sendo usada nas lavouras de cafeacute em

plantaccedilotildees de maracujaacute coco alface e outras hortaliccedilas Na regiatildeo centro-sul do Paranaacute

os agricultores estatildeo aplicando a urina de vaca leiteira nas lavouras de feijatildeo soja

batata cebola e milho (Penteado 1999)

252 Alhol

A maioria dos defensivos alternativos tais como calda bordalesa sulfocaacutelcica

aacutegua de cinza e cal biofertilizante enriquecido extrato de fumo entre outros precisa

ser misturada com um espalhante adesivo para quebrar a tensatildeo superficial da gota e

propiciar um melhor molhamento das folhas e demais partes pulverizadas assegurando

uma absorccedilatildeo mais efetiva e uma melhor accedilatildeo sobre as pragas e doenccedilas Quando as

gotas permanecem inteiras sobre a superfiacutecie folhar devido agrave falta de espalhante

adesivo pode-se danificar os tecidos vegetais pelc efeito-lente quando o sol incide

sobre elas Aleacutem disso a gota por natildeo se espalhar sobre toda superfiacutecie folhar

concentra nela e consequumlentemente sobre o tecido que estaacute em contato com ela uma

quantidade maior do produto aplicado Essa maior concentraccedilatildeo pode prejudicar a

absorccedilatildeo e lesionar os tecidos principalmente apoacutes a evaporaccedilatildeo da aacutegua contida na

gota por resultar em uma maior concentraccedilatildeo de sais no local especialmente quando se

aplicam por exemplo calda sulfocaacutelcica bordalesa biofertilizante enriquecido com

macro e micronutrientes (Claro 2001)

O alhol eacute um espalhante adesivo ecoloacutegico que tambeacutem auxilia no controle de

pragas E elaborado com aacutegua alho oacuteleo vegetal e sabatildeo neutro a partir da sabedoria

popular que menciona o alho como repelente de insetos Juacutenior Abreu amp Maiorano

(199-) indicam formulaccedilotildees contendo alho para o controle de pragas como nematoacuteides

(Meloidogyne incoacutegnita e M javanica) mosca do chifre lagarta na maccedilatilde pulgotildees

besouro da batata trips e para controle de doenccedilas fuacutengicas e bacterianas como miacuteldio

ferrugem fusariose helminthosporiose murchadeira (Pseudonamos solacearum)

bruzone do arroz (Pyricularia orysae) podridatildeo negra do repolho e couve-flor

(Xanthomonas campestris) Aleacutem disso o alho pelo seu bom teor em oacuteleo pode agir

tambeacutem como espalhante adesivo O sabatildeo tambeacutem eacute indicado como espalhante adesivo

22

e possui accedilatildeo contra certas pragas (pulgotildees) sendo que o oacuteleo vegetal eacute indicado no

controle de cochonilhas e usado como espalhante adesivo (Claro 2001)

253 Calda Bordalesa

A calda bordalesa eacute um tradicional defensivo agriacutecola que pode ser preparado na

propriedade com a mistura de sulfato de cobre cal virgem e aacutegua As concentraccedilotildees de

sulfato de cobre e cal satildeo distintas dependendo do objetivo do seu emprego

Geralmente diferem de acordo com o tipo de planta ou espeacutecie vegetal as condiccedilotildees

climaacuteticas o grau de infestaccedilatildeo da doenccedila e a fase de crescimento da planta Eacute indicada

para o controle de miacuteldio alternaacuteria botrytis e antracnose (Penteado 1999)

A calda bordalesa caracteriza-se pela sua importante accedilatildeo no controle de diversas

doenccedilas fungicas nas mais diversas espeacutecies de culturas Possui tambeacutem uma relativa

accedilatildeo bactericida e em alguns casos age como repelente de insetos Da mistura do

sulfato de cobre com a cal resulta uma soluccedilatildeo rica em macronutrientes e

micronutrientes Provavelmente os expressivos resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo da

calda bordalesa devam-se natildeo somente a sua accedilatildeo fuacutengica e bactericida mas sobretudo

agrave influecircncia positiva que exerce no metabolismo das plantas ativando o processo

enzimaacutetico e estimulando a proteossiacutentese aumentando a resistecircncia das plantas (Claro

2 0 0 1 ) caracteriacutestica fundamental na agricultura sustentaacutevel

254 Biofertilizante Super Magro

A calda Super Magro eacute produto da fermentaccedilatildeo de estercos animais enriquecidos

por micronutrientes e outros produtos de origem animal obtendo-se uma calda

biofertilizante para aplicaccedilatildeo foliar nas plantas (Penteado 1999) jaacute foram observados

bons resultados principalmente nas culturas de uva maccedila pecircssego tomate batata e

hortaliccedilas em geral

E indicado como fonte suplementar de micronutrientes para as plantas inibidor

de fungos e bacteacuterias causadores de doenccedilas e para aumentar a resistecircncia contra insetos

e aacutecaros (Penteado 1999) i

Muller (1999) avaliou a influecircncia do biofertilizante Super Magro sobre as

culturas de tomate (Lycopersicon esculentum Mill) ervilha (Pisum sativum L) e

beterraba (Beta vulgaris L) O autor obteve cultivos com baixa severidade de doenccedilas e

23

insetos fitoacutefagos possivelmente por causa do manejo orgacircnico de produccedilatildeo Os

resultados das pulverizaccedilotildees das soluccedilotildees foliares variaram conforme a cultura e o

clima

255 Biofertilizante MB4

A utilizaccedilatildeo das farinhas de rochas eacute uma das teacutecnicas mais modernas usadas nos

uacuteltimos anos na agricultura O elevado nuacutemero de nutrientes contidos no MB4 como

cobre zinco manganecircs cobalto soacutedio alumiacutenio silicatos de magneacutesio ferro e caacutelcio

acompanhado de foacutesforo potaacutessio e enxofre reagem com a soluccedilatildeo do solo liberando

elementos essenciais ao desenvolvimento da vida microbiana os quais exercem um

papel fundamental atraveacutes de transformaccedilotildees quiacutemicas e do equiliacutebrio bioloacutegico

favorecendo o desenvolvimento sadio das plantas (Pinheiro amp Barreto 2000)

24

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

31 Local de execuccedilatildeo do experimento

O presente trabalho foi conduzido no Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul

(FEPAGROSUL) no municiacutepio de Rio Grande nlt periacuteodo de 15 de maio a 26 de

agosto de 2 0 0 2

O solo eacute classificado como ldquoTuiardquo satildeo muito arenosos As massas aquaacuteticas do

Oceano Atlacircntico e Lagoa dos Patos influenciam ventos temperatura pressatildeo umidade

relativa e demais fatores climaacuteticos A topografia da regiatildeo litoracircnea eacute plana com

lenccediloacuteis freaacuteticos superficiais

32 Anaacutelise estatiacutestica

O experimento foi constituiacutedo em fatorial 3X3 (Quadro 1) com quatro repeticcedilotildees

no delineamento blocos ao acaso As variaacuteveis respostas foram submetidas agrave anaacutelise de

variaccedilatildeo e ao teste de Duncan a 5 de probabilidade para comparaccedilatildeo das meacutedias

utilizando-se o sistema SANEST (Zonta amp Machado 1984)

As anaacutelises estatiacutesticas das variaacuteveis estudadas encontram-se nos Apecircndices C D

Os resultados das respostas agronocircmicas e das determinaccedilotildees dos conteuacutedos dos

macronutrientes bem como os de raiz estatildeo nas tabelas de 1 a 3

25

As diferentes adubaccedilotildees seratildeo representadas durante a discussatildeo da seguinte

forma 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e EC

(60 t ha 1 de esterco de curral) 1 VB+SM+U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais

super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+SM+U+CB (45 t ha 1 de

vermicomposto mais super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa)

EC+SM+U+CB (60 t ha 1 de esterco de curral mais super magro mais urina de vaca

mais calda bordalesa) 1 VB+MB4 +U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais MB4 mais

urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+MB4 +U+CB (45 t ha 1 de vermicomposto

mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa) EC+MB4 +U+CB (60 t ha 1 esterco

de curral mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa)

QUADRO 1 Descriccedilatildeo dos fatores experimentais e respectivos niacuteveis

Niacuteveis Fator 1 ADUBACcedilAtildeO DE BASE

0 1 Vermicomposto (30 t ha1)

0 2 Vermicomposto (45 t ha1)

03 Esterco de curral (60 t ha1)

Niacuteveis Fator 2 BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS

0 1 Super magro (5) + Urina de Vaca + Calda Bordalesa

0 2 MB4 (10) + Urina de vaca + Calda Bordalesa

03 Ausecircncia (testemunha)

33 Tratamentos

Da combinaccedilatildeo entre niacuteveis e fatores foram obtidos 9 tratamentos que estatildeo

descritos no Quadro 2 bem como as doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

26

QUADRO 2 Tratamentos e doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

TRATAMENTOS

Ndeg FATOR I FATOR II

0 1 30 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

0 2 30 t harsquo de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

03 30 t ha de vermicomposto - - -

04 45 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

05 45 t ha de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

06 45 t ha de vermicomposto - - -

07 60 t hade esterco Super Magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

08 60 t hade esterco MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

09 60 t hade esterco - - -

Cada parcela foi constituiacuteda por dois canteiros medindo 1 m de largura x 2 m de

comprimento perfazendo 075 m de aacuterea de aacuterea uacutetil (025 m de bordadura) Foi

utilizando semeadura a lanccedilo com densidade de 24 g canteiro1

O vermicomposto a urina de vaca o esterco de curral o alhol os biofertilizantes e

a calda bordalesa foram de procedecircncia do Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul O

vermicomposto de esterco bovino misturado agraves cascas de frutas foi processado pela

minhoca vermelha califomiana Eisenia foetida)

O biofertilizante Super Magro foi elaborado segundo a metodologia descrita pela

FEPAGROSUL utilizando-se os seguintes componentes 190 litros de aacutegua 22 litros

de leite 55 Kg de accediluacutecar mascavo 30 Kg de esterco fresco de bovinos 2 Kg de

Sulfato de zinco 2 Kg de sulfato de magneacutesio 2 Kg de cloreto de caacutelcio 1 Kg de aacutecido

boacuterico 300 g de sulfato de cobre 300 g de sulfato de ferro 300 g de sulfato de

manganecircs 100 g de molibdato de soacutedio 50 g de sulfato de cobalto 3 Kg de fosfato

natural 3 Kg de cinza e 200 g de farinha de osso

A urina de vaca em lactaccedilatildeo foi coletada pela manhatilde e armazenada em recipiente

fechado por trecircs dias em condiccedilotildees ambientais para que se formasse a amocircnia e natildeo

ocorresse perda de nitrogecircnio

28

Realizaram-se duas capinas manuais durante o experimento e em seguida como

cobertura se colocou casca de arroz Tambeacutem foi aplicado esterco de aves 30 dias antes

da colheita na quantidade de 05 Kg canteiro 1 como adubaccedilatildeo de cobertura

As pulverizaccedilotildees com os produtos iniciaram apoacutes 15 dias da germinaccedilatildeo

Realizou-se sete aplicaccedilotildees sendo que as duas primeiras foram feitas apenas com

Super Magro e MB4 Na terceira e na quarta aplicaccedilatildeo utilizou-se urina de vaca e calda

bordalesa em concentraccedilotildees menores (05 e 025 respectivamente) e na quinta

aplicaccedilatildeo as dosagens de urina de vaca e calda bordalesa foram elevadas para 1 0 e

05 respectivamente ateacute o final do experimento O alhol foi utilizado a partir da

terceira pulverizaccedilatildeo na quantidade de 2 e seguiu ateacute o final no dia 26 de agosto

quando as mudas foram colhidas e posteriormente analisadas as variaacuteveis

35 Observaccedilotildees agronocircmicas

Foram utilizadas 20 mudas de cebola para obtenccedilatildeo das meacutedias das variaacuteveis as

quais foram as seguintes

351 Fitomassa fresca da parte aeacuterea e raiacutezes

Foi realizada atraveacutes de uma balanccedila digital procedendo-se a pesagem de 20

mudas de cebola previamente lavadas e posteriormente secadas durante uma hora sobre

um tecido de algodatildeo agrave temperatura ambiente Processo idecircntico foi adotado com as

raiacutezes

352 Fitomassa seca da parte aeacuterea e raiacutezes

Esta variaacutevel foi obtida a partir da secagem preliminar em estufa de ar forccedilado

durante 48 horas a 65 C ateacute peso constante com posterior pesagem em balanccedila

analiacutetica

353 Altura da muda

A altura de muda foi medida a partir do colo das plantas ateacute sua uacuteltima folha

(ponto de crescimento) com uma reacutegua graduada de 40 cm

29

354 Diacircmetro do colo das plantas

Esta medida foi realizada no ponto de transplante a 2 mm das raiacutezes e utilizando-

se um paquiacutemetro SOMET

355 Sistema radicular

Ao teacutermino do experimento foram retiradas as raiacutezes das mesmas plantas que foram

utilizadas para as determinaccedilotildees realizadas na parte aeacuterea procedendo-se uma amostra

de solo com raiacutezes de 2 0 cm de largura x 2 0 cm de comprimento e 2 0 cm de altura

totalizando 8000 cm3

As raiacutezes apoacutes serem lavadas em aacutegua corrente foram pesadas acondicionadas em

sacos plaacutesticos e congeladas para posteriores anaacutelises pelo meacutetodo de Tennant (1975)

para a determinaccedilatildeo do comprimento e densidade

3551 Comprimento de raiz

Utilizou-se para a determinaccedilatildeo do comprimento de raiz as seguintes foacutermulas

1 = ndeg x 1114 x 1 onde

1 - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 0 0 2 g

ndeg - nuacutemero de intercessotildees das raiacutezes com os lados da quadriacutecula da malha do

aparelho

1114 - constante

1 - medida lateral da quadriacutecula em cm

Tomando-se a fiacutetomassa seca e o comprimento da raiz da cada amostra

relacionou-se com a fiacutetomassa seca e o comprimento total da raiz da planta aplicando-

se a seguinte equaccedilatildeo

L = (FSR x 1) FSPA onde

L - comprimento total da raiz da planta (m)

FSR - fiacutetomassa seca de raiz

FSPA - fiacutetomassa seca da parte aeacuterea

L - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 002g

3552 Densidade de raiz

A densidade foi determinada pela foacutermula

D = L 8000 onde

D - densidade de raiacutezes (m cm3)

30

L - comprimento total de raiacutezes (m)

8 0 0 0 - volume da amostra (cm3)

3553 Razatildeo parte aeacutereasistema radicular

Este paracircmetro foi obtido pela equaccedilatildeo

RPASR = FSPA FSR onde

RPASR - razatildeo parte aeacuterea sistema radicular

FSPA - fitomassa seca da parte aeacuterea

FSR - fitomassa seca do sistema radicular

36 Determinaccedilatildeo de macronutrientes no tecido vegetal

Os macronutrientes nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio foram

determinados no laboratoacuterio de Fertilidade e Anaacutelise de Plantas do Departamento de

Solos da UFPel atraveacutes dos meacutetodos descritos por Tedesco amp Gianello (1996)

31

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 Anaacutelise das variaacuteveis

A anaacutelise da variaccedilatildeo mostrou que houve diferenccedila significativa na interaccedilatildeo entre

os fatores de adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes liacutequidos com exceccedilatildeo da variaacutevel altura

de planta para a qual somente a adubaccedilatildeo de base mostrou-se significativa (Apecircndices

C D e E Tabelas 1C 1D e 1E)

411 Anaacutelise da parte aeacuterea

Na Tabela 1 destacaram-se as adubaccedilotildees EC+SM+U+CB EC+MB4 +U+CB e EC

que diferiram significativamente das demais adubaccedilotildees para as variaacuteveis fiacutetomassa

fresca da parte aeacuterea (FFPA) fiacutetomassa seca da parte aeacuterea (FSPA) altura de planta

(AP) e diacircmetro do colo (DC)

32

TABELA 1 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

30 t ha de vermicomposto 7015 c A45 t halsquo de vermicomposto 7824 b B60 t ha de esterco de curral 12248 a C

30 t ha de vermicomposto 667 c A45 t ha de vermicomposto 752 b A60 t ha de esterco de curral 1150a C

30 t ha de vermicomposto 2975 b A45 t harsquo de vermicomposto 2775 b A60 t ha de esterco de curral 3600 a B

30 t ha de vermicomposto 631 b A45 t ha de vermicomposto 6 2 2 b B60 t ha de esterco de curral 741 a C

-Fitomassa fresca (g)----------------6270 c B 6885 b A8832 b A 6308 c C

15082 a A 13934 a BmdashFitomassa seca (g)----------------

625 c A 655 b A830 b A 607 b B

1345 a A 1262 a B-Altura de planta (cm)----------------

2950 b A 3050 b A2937 b A 2950 b A 3975 a A 3622 a B

-Diacircmetro de colo (mm)---------------592 c B 599 b B 657 b A 609 b B 819a A________ 793a B

Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

O efeito positivo do esterco bovino pode ser atribuiacutedo agraves melhorias nas condiccedilotildees

fiacutesicas do solo por ele proporcionado Segundo Primavesi (1982) e Compagnoni amp

Putzolu (1985) o esterco bovino apresenta propriedades condicionadoras do solo dando

agraves plantas melhores condiccedilotildees de desenvolvimento elevando sobremaneira os

conteuacutedos de fitomassa fresca das plantas que refletiratildeo nas demais respostas

agronocircmicas

Analisando as adubaccedilotildees de base em relaccedilatildeo aos biofertilizantes observa-se que

para os tratamentos 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) - natildeo houve influecircncia dos

biofertilizantes para as variaacuteveis FSPA e AP enquanto destacou-se o SM+U+CB para o

DC e SM+U+CB e ausecircncia da adubaccedilatildeo liacutequida para a FFPA mostrando que o uso

dos biofertilizantes natildeo influenciou esta variaacutevel 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) -

verificou-se a eficiecircncia do uso do MB4 +U+CB para as variaacuteveis FFPA e DC Para a

variaacutevel FSPA destacaram-se os dois biofertilizantes utilizados jaacute para AP natildeo houve

33

influecircncia destes EC (60 t ha 1 de esterco de curral) - em todas as variaacuteveis observadas

na tabela 5 as respostas foram significativas utilizando MB4 +U+CB

As respostas encontradas no presente trabalho para as variaacuteveis AP e FSPA foram

superiores as obtidas por Dalponte (1990) quando utilizado 0 esterco de curral para

produccedilatildeo de mudas de cebola

Segundo Filgueira (2000) os solos da regiatildeo produtora de cebola do RS satildeo

pobres em foacutesforo disponiacutevel (15 mg Kg1) necessitando portanto de adubaccedilotildees

fosfatadas elevadas As respostas aqui obtidas podem ser justificadas pelos teores de

foacutesforo contido no MB4

Follet et al (1981) citam a importacircncia do uso de compostos orgacircnicos no solo

enfatizando os estercos no sentido da decomposiccedilatildeo continuada no fornecimento de

nutrientes e na liberaccedilatildeo lenta e gradual de aacutecidos orgacircnicos influenciando a liberaccedilatildeo

do foacutesforo O que provavelmente pode ser atribuiacutedo agraves respostas encontradas no

presente trabalho para 0 tratamento Esterco de curral mais MB4 e Urina mais Calda

Bordalesa

E importante destacar que 0 sistema de produccedilatildeo de mudas de cebola sob uma

perspectiva agroecoloacutegica mostra-se eficiente quando visualmente natildeo percebe-se

diferenccedila significativa entre os tratamentos (Apecircndice F Figura 2)

Conveacutem ressaltar que quando trabalhamos com agroecologia natildeo existem

receitas nem pacotes tecnoloacutegicos prontos Cada situaccedilatildeo deveraacute ser estudada em

particular para que se faccedila recomendaccedilotildees adequadas ao ambiente local uma vez que

as plantas se adaptam ao meio estando a nutriccedilatildeo encarregada de proteger e manter o

equiliacutebrio do organismo vegetal em funccedilatildeo das alteraccedilotildees externas

E fundamental que se compreenda os princiacutepios norteadores de todo o processo

que satildeo as bases da luta por uma sociedade mais justa dentro de um mundo econocircmico e

ambientalmente mais sustentaacutevel

412 Anaacutelise do sistema radicular

Os resultados obtidos nas anaacutelises do sistema radicular (Tabela 2) mostram

diferenccedilas significativas entre as adubaccedilotildees para as variaacuteveis fitomassa fresca de raiz

(FFR) fitomassa seca de raiz (FSR) comprimento de raiz (CR) razatildeo parte

aeacutereasistema radicular (RPASR) e densidade de raiz (DR)

34

TABELA 2 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade de

raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAO DE BASE

S Magro + MB4 +Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

1540 c A 1576 b B 2427 a A

Fitomassa fresca (g)----------------1502 c B 1517 b AB 1658 b A 1446 c C 2336 a B 2360 a B

--------------------Fitomassa seca (g)-------------------196 b A 207 ab A 170 b A170 b A 199 b A 192 b A 344 a A 249 a B 327 a A

Comprimento de raiz(cm)---------------1237 b A 1158 b A 1158 a A1237 b A 1060 c B 1040 b B1433 a A 1296 a B 1040 b C

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t halsquo 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha de vermicomposto 45 t ha de vermicomposto60 t ha~ de esterco de curral__________________________ _________________________Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

-----Razatildeo Parte AeacutereaSistema Radicular------340 b AB 301c B 384 a A446 a A 415 b A 326 a B339 b B 546 a A 388 a B

-------------- Densidade de raiz (m cm3)------------367 a AB 414 a A 325 b B282 b B 301b B 405 a A347 ab A 231c B 324 b A

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base destacou-se o EC (60 t ha 1 de esterco de curral)

para as variaacuteveis FFR e FSR Quando adicionado o SM+U+CB os resultados para FFR

foram ainda melhores bem como o CR As respostas obtidas para a RPASR foram

variadas em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees apresentando melhores resultados para 15 VB (45 t

ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB e ainda melhor para EC (60 t ha 1 de esterco de

curral)+MB4 +U+CB As adubaccedilotildees de base 1 VB 15 VB e EC natildeo diferiram entre si

As adubaccedilotildees mais eficientes para a variaacutevel DR foram 1 VB+SM+U+CV que natildeo

diferiu da EC+SM+U+CB I VB+ MB4 +U+CB e agrave 15 VB foram melhores entre as

demais

35

Analisando os biofertilizantes em relaccedilatildeo a cada adubaccedilatildeo de base verifica-se que

para a 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB destaca-se a variaacutevel FFR

poreacutem sem diferenccedila significativa de 1 VB os melhpres resultados para a variaacutevel DR

foram encontrados pelo tratamento 1 VB+MB4 +U+CB e 15 VB (45 t ha 1 de

vermicomposto) tambeacutem se considera eficiente o 1 VB+SM+U+CB que natildeo diferiu do

EC (esterco de curral) Quando se utilizou 15 VB+ MB4 +U+CB houve resposta

significativa para a variaacutevel FFR para FSR as respostas natildeo foram diferentes com a

aplicaccedilatildeo dos biofertilizantes para as variaacuteveis FSR e DR as adubaccedilotildees EC e

EC+SM+U+CB natildeo diferiram entre si

Embora as respostas estatiacutesticas tenham sido diferentes para as adubaccedilotildees

combinadas ou natildeo pode-se salientar a importacircncia do aacutecido indol-aceacutetico como jaacute

citado anteriormente para as variaacuteveis avaliadas na parte aeacuterea das mudas de cebola

Respostas semelhantes nesse sentido foram encontradas para a cultura da alface por

Quijano (1999) e Morselli (2001)

Pereira et al (2002) concluiacuteram em trabalho realizado com a cultivar de cebola

CNPF1 6400 em Minas Gerais que a utilizaccedilatildeo de 20 t ha de esterco de curral

proporcionou os melhores resultados para a produccedilatildeo de cebola

Silva Juacutenior amp Giorgi (1992) e Menezes Juacutenior (1998) citam que doses elevadas

de mateacuteria orgacircnica podem prejudicar a primeira fase da germinaccedilatildeo (embebiccedilatildeo) e

absorccedilatildeo de aacutegua pelas raiacutezes das placircntulas No entanto no presente trabalho este fato

natildeo ocorreu embora a dose de esterco utilizada tenha sido de 60 t ha 1 (dose maacutexima

recomendada segundo Nolla 1982)

413 Anaacutelise de macronutrientes no tecido vegetal

Os resultados dos conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio no

tecido vegetal sob diferentes adubaccedilotildees encontrados na Tabela 3 indicam mais uma

vez a superioridade da adubaccedilatildeo esterco com 0 uso ou natildeo de biofertilizantes

36

TABELA 3 Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob

uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS i J B

ADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesamg plantas1

---- Nitrogecircnio-----30 t ha de vermicomposto 16593 c AB 15451 c B 19050 b A45 t ha de vermicomposto 21444 b A 22888 b A 17852 b B60 t ha de esterco de curral 32606 a C 37593 a B 40816 a A

--------------- ------ Foacutesforo------- -------------30 t ha de vermicomposto 3098 c B 2802 c B 3999 b A45 t ha de vermicomposto 4109 b A 4135 b A 2788 c B60 t ha de esterco de curral 5300 a B 7577 a A 7565 a A

------- Potaacutessio------30 t ha de vermicomposto 24327 c A 19900 c B 24965 b A45 t ha de vermicomposto 29113b A 29812 b A 22031 b B60 t ha de esterco de curral 44070 a B 51976 a A 54101 a A

-------- Caacutelcio-------30 t ha de vermicomposto 5027 c A 4356 c A 4834 b A45 t ha de vermicomposto 6114b A 6963 b A 4379 b B60 t ha de esterco de curral 9030 a C 11451 a A 10331 a B

------Magneacutesio-----30 t ha de vermicomposto 1188 b A 914 c A 1202 b A45 t ha de vermicomposto 1231 b B 1582 b A 1176 b B60 t ha de esterco de curral 2136a B 2443 a A 2663 a AMeacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base observa-se que o melhor tratamento foi o

esterco de curral para todas as variaacuteveis Para 1 VB (30 t ha^ 1 de vermicomposto) natildeo

houve resposta diferenciada com o uso de bofertilizantes para todas as variaacuteveis A

adubaccedilatildeo 15 VB (45 t ha 1 de vemicomposto) foi influenciada pelos biofertilizantes

para as variaacuteveis N P K e Ca enquanto que para Mg somente o MB4+U+CB o

influenciou O EC (esterco de curral) mostrou diferenccedila significativa apenas para as

variaacuteveis Ca e Mg quando adicionado MB4+U+CB

Segundo Peixoto (2000) eacute fundamental a adiccedilatildeo de adubos orgacircnico no cultivo de

hortaliccedilas seja na forma de esterco decomposto composto ou huacutemus de minhoca de

37

modo a fornecer melhorias nas propriedades do solo vindo a disponibilizar os nutrientes

as diferentes culturas

O esterco fresco conteacutem muita cama celuloacutesica e um elevado teor de aacutegua No

esterco curtido a celulose jaacute estaacute decomposta o teor de aacutegua estaacute reduzido agrave metade e os

nutrientes em uma forma mais assimilaacutevel e mais concentrada O esterco fresco pode

causar uma deficiecircncia temporaacuteria de nitrogecircnio no solo ao se decompor o que natildeo

acontece com o biestabilizado (Kiehl 1985)Ocorre uma diminuiccedilatildeo inicial no volume

de aacutegua retido no esterco de curral diminui inicialmente em tomo de 3581 liberando

posteriormente somente 496 evidenciando a sua capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua

(Menezes Juacutenior 1998)

A utilizaccedilatildeo continuada de adubos nitrogenados minerais no solo altera o balanccedilo

do nitrogecircnio entre o solo e planta No meacutetodo biodinacircmico eacute sublinhada a importacircncia

dos adubos animais para o estabelecimento da fertilidade permanente dos solos (Koeff

et al 1983)

Para Guimaratildees (1997) os benefiacutecios que a mateacuteria orgacircnica imprime ao solo

principalmente melhorando a produtividade fertilidade e a influencia que as substancias

huacutemicas exercem sobre o ambiente dependem da qualidade e do teor de mateacuteria

orgacircnica do solo Estas substacircncias por conterem nutrientes em sua constituiccedilatildeo em uma

forma mais disponiacutevel para as plantas promovem um equiliacutebrio no ambiente no solo

(Kononova 1966)

Aproximadamente de 60 a 70 do total de carbono do solo ocorre na forma de

materiais huacutemicos (Griffith amp Schnitzer 1975) sendo a eles atribuiacutedo a manutenccedilatildeo da

bioestrutura do solo aumentando a capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua (Brady 1999)

Conforme Compagnoni amp Putzolu (1985) os estercos bem como os demais

resiacuteduos orgacircnicos apresentam conteuacutedos diferentes de aacutecidos huacutemicos e fuumllvicos sendo

atribuiacutedo ao acido huacutemico uma accedilatildeo fitoestimulante semelhante aos fitohormocircnios por

favorecer o desenvolvimento do sistema radicular e crescimento do caule

Em trabalho realizado por Guimaratildees (1997) foi encontrado para aacutecidos huacutemicos

de esterco bovino uma relaccedilatildeo CN 1035 e para vermicomposto bovino 17

evidenciando que o esterco quando aplicado ao solo por apresentar uma relaccedilatildeo CN

proacutexima deste reage mais facilmente liberando nutrientes para as plantas sem alterar a

cadeia troacutefiacuteca Dados encontrados no presente trabalho demonstram a eficiecircncia do

esterco nesse sentido

38

De acordo com Morselli (2001) vaacuterios trabalhos citam comentam e discutem a

capacidade dos vermicompostos em proporcionar oacutetimas colheitas e favorecer a

precocidade das plantas cultivadas Poreacutem muitas vezes se observa que mesmo

suprindo essas plantas com nutrientes necessaacuterios atraveacutes de huacutemus de diferentes fontes

as respostas natildeo satildeo as mesmas para uma mesma cultivar

Por outro lado os resultados com o uso de substacircncias huacutemicas satildeo variaacuteveis e

dependem aleacutem da espeacutecie testada das substacircncias huacutemicas utilizadas sua

concentraccedilatildeo o grau de purificaccedilatildeo e das condiccedilotildees experimentais A resposta das

plantas aos aacutecidos huacutemicos e fuacutelvicos eacute dependente da mateacuteria prima original e da

espeacutecie vegetal pois materiais orgacircnicos diferentes apresentam aacutecidos huacutemicos e

fuacutelvicos diferentes (Businelli 1990)

Justificam-se os maiores conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio e caacutelcio nas

adubaccedilotildees 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e biofertilizantes devido

provavelmente ao vermicomposto utilizado apresentar na sua constituiccedilatildeo teores

consideraacuteveis destes elementos aleacutem do que os biofertilizantes possam ter influenciado

na absorccedilatildeo atraveacutes de sua constituiccedilatildeo Tibau (1984) considera que a urina de vaca eacute

rica em aacutecido indol-aceacutetico e este influencia na absorccedilatildeo radicular O efeito positivo

deste tratamento provavelmente seja devido agrave quantidade aplicada

O biofertilizante que se destacou foi o MB4+U+CB em relaccedilatildeo ao EC (esterco de

curral) e eacute somente para a variaacutevel caacutelcio Isto provavelmente seja devido ao alto teor

deste elemento encontrado na sua constituiccedilatildeo (6872 g Kg1) e pela influecircncia positiva

que a calda bordalesa exerce no metabolismo das plantas atraveacutes dos nutrientes

contidos em sua formulaccedilatildeo O Ca controla a absorccedilatildeo radicular e retorna ao solo pelo

esterco e palhas por apresentar-se em maior quantidade em folhas e caules Depois de

localizado nas folhas fica imoacutevel favorecendo a resistecircncia da planta ao ataque de

fungos

Este trabalho avanccedila no estudo da agroecologia estando claro que todos os

criteacuterios tem caraacuteter dinacircmico de adequaccedilatildeo as mudanccedilas de um sistema de produccedilatildeo

em evoluccedilatildeo contribuindo na transiccedilatildeo para um padratildeo sustentaacutevel Cabe a pesquisa a

reorientaccedilatildeo para um enfoque ldquosistecircmicordquo isto eacute que permita integrar os diversos

componentes de um agroecossistema e a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas que promovam 0

fortalecimento e a expansatildeo da agricultura familiar

39

5 CONCLUSOtildeES

Considerando os resultados obtidos e as condiccedilotildees em que o estudo foi realizado

conclui-se que

bull As respostas agronocircmicas das mudas de cebola para os paracircmetros avaliados

satildeo mais satisfatoacuterias com a aplicaccedilatildeo de esterco de curral como adubaccedilatildeo de

base

bull Os biofertilizantes mais urina de vaca e calda bordalesa proporcionam

respostas satisfatoacuterias quando aplicados associados agraves adubaccedilotildees de base

bull O biofertilizante MB4 mais urina de vaca e calda bordalesa eacute mais eficiente

que o super magro mais urina e calda bordalesa quando aplicado associado agrave

adubaccedilatildeo de base esterco de curral para os conteuacutedos de fitomassa secae

fresca da parte aeacuterea das plantas altura e diacircmetro de colo das mudas de

cebola

bull Os biofertilizantes adicionados agrave adubaccedilatildeo de base 45 t harsquo 1 de vermicomposto

bovino mostram respostas significativas para os conteuacutedos de fitomassa seca

bull Os maiores conteuacutedos nutricionais para as mudas de cebola satildeo

proporcionados pela adubaccedilatildeo de base esterco de curral

bull A maior absorccedilatildeo de caacutelcio pelas mudas de cebola ocorre quando da adiccedilatildeo do

biofertilizante MB4 mais urina e calda bordalesa agrave adubaccedilatildeo de base esterco de

curral

40

6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ALDRIGHI CB ABREU CM PAGLIA AG MORSELLI TBGA FERNANDES HS Efeito da aplicaccedilatildeo de biofertilizante e urina de vaca em mudas de tomateiro Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

ALTIERI M NICHOLLS C I Agroecologia Teoria praacutectica para umaAgricultura Sustentable Ia ed PNUMA 2000 Cap 2 4 Seacuterie textos baacutesicos para la formacioacuten ambiental

ALTIERI M Agroecologia bases cientiacuteficas para uma agricultura sustentaacutevelGuaiacuteba Agropecuaacuteria 2002 592 p

ANTONIOLLI Z I GIRACCA E M N CARDOSO S J T WIETHAN M M S FERRI M Iniciaccedilatildeo agrave Minhocultura Criaccedilatildeo em Cativeiro e Vermicompostagem Santa Maria UFSM 1996 p59-89

BAYER C MIELNICZUC J Dinacircmica e funccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica In SANTOS G de A S e CAMARGO F A de O (ed) Fundamentos da mateacuteria orgacircnica do solo ecossistemas tropicais e subtropicais Porto Alegre Genesis 1999 p 3-23

BARRETTO D X Composto Orgacircnico In Praacutetica em Agricultura Orgacircnica Satildeo Paulo iacutecone Ed Ltda 1985 p 51-63

BETTIOL W Alguns produtos alternativos para o controle de doenccedilas de plantasem agricultura orgacircnica II Ciclo de palestras sobre agricultura orgacircnica Instituto Bioloacutegico Satildeo Paulo p52-63 1997

41

BETTIOL W TRACH R GALVAtildeO JAH Controle de doenccedilas de plantas com biofertilizantes Jaguariuacutena EMBRAPA-CNPMA 1997 22p (EMBRAPA- CNPMA Circular Teacutecnica 02)

BRADY N C Natureza e propriedades dos sotos Rio de Janeiro Freitas BastosS A 1979 647p

BRADY N C Organisms and ecology of the soil In The nature of properties of soils Simon amp Schuster A Viacon Company New Jersey1999 402-489p

BON1LLA J A Fundamentos da Agricultura Ecoloacutegica Sobrevivecircncia eQualidade de Vida Satildeo Paulo Nobel 1992

BUREacuteS S Substratos Ediciones Agroteacutecnicas S L Madrid Octubre 1997

BUS1NELLI M Chemical Composition and Enzymic Activity of some Worm Cast Plant Soil v 80 p 1-2 1990

CALEGARI A Espeacutecies para cobertura de solo In IAPAR (Instituto Agronocircmico de Paranaacute) Plantio Direto pequena propriedade sustentaacutevel organizador Moacir Darolt Londrina - PR 1998 65-93

CAMARGO P N D Manual de Adubaccedilatildeo Foliar Satildeo Paulo Herba 1975

CAPRA F A Teia da Vida Satildeo Paulo Cultrix 1997 256p

CAPRA F O Ponto de Mutaccedilatildeo 22 ed Satildeo Paulo Cultrix 2001 447p

CHABOUSSOU F Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da Trofobiose) Porto Alegre LPM 1987 253 p

CLARO S A Referencias tecnoloacutegicos para a agricultura familiar ecoloacutegica aexperiecircncia da Regiatildeo Centro-Serra do Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS-ASCAR 2001 250p

CLIVELA G Diagnoacutestico Agronocircmico da cebola no Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS 1995 8 6 p

COMISSAtildeO DE FERTILIDADE DO SOLO - RSSC Recomendaccedilotildees de adubaccedilatildeo e calagem para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina 3 ed Passo Fundo SBCS - Nuacutecleo Regional Sul 1995 223p

COMPAGNONI L PUTZOLU G Cria moderna de Ias lombrices y utilizacioacutenrentable dei humus Barcelona Editorial de Vecchi- SA 1985127p

COSTABEBER J A MOYANO E Transiccedilatildeo agroecoloacutegica e accedilatildeo social coletiva Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v l n4 p 50- 60 outdez 2 0 0 0

42

COSTA M B B da Adubaccedilatildeo orgacircnica Nova siacutentese e novo caminho para aagricultura Satildeo Paulo Ed iacutecone Ltda 1985 102p

COSTA NETO C Agricultura Sustentaacutevel Tecnologias e Sociedade In CARVALHO COSTA LF et al (org) Mundo Rural e Tempo Presente Rio de Janeiro Mauad 1999

DrsquoAG0ST1NI R L FANTINI A C Produccedilatildeo orgacircnica tambeacutem socialmente excludente Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v3 n l p57-61 2002

DALPONTE J C V Utilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos e fertilizante mineral na produccedilatildeo e qualidade de mudas e bulbos de cebola (Alliurn Cepa L) Pelotas-RS 1990 (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1990

DEBARBA J F THOMAZELLI L F GANDIN C L SILVA E Cadeias produtivas do Estado de Santa Catarina Cebola Florianoacutepolis Epagri 1998 115 p (EPAGRI Boletim Teacutecnico 96)

DUFOUR F Os saacutebios loucos do agro-alimentar Le Monde Diplomatique ano 1 n4 p6-7 1999 (ed portuguesa)

EHLERS E Agricultura Sustetaacutevel Origem e perspectivas de um novo paradigma 2 ed Guaiacuteba Agropecuaacuteria 1999 157 p

FILGUEIRA F A R Novo Manual de olericultura agrotecnologia moderna na produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 2000 402 p

FRASER G K Mateacuteria Orgacircnica Del Suelo In BEAR F E (ed) Quiacutemica dei Suelo Madrid Ed Agrociencia 1963

FOLLET R H MURPHY L S DONAHUE R L Fertilizers and soil amendments New Jersey Printice-Hall Inc 1981 557p

GARCIA A Revista dei Espacio Rural Georgica Zaragoza Escuela Politeacutecnica de Huesca n5 1997

GARCIA A Versatildeo preliminar de um Programa Estadual de Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Bulbos e Sementes de CebolaEMBRAPAIPAGROMARAEMATER 6 8 pbdquo 1990 (Publicaccedilatildeo avulsa)

GIORGETT1 J R Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Mudas de Tomate In Encontro Nacional de Produccedilatildeo e Abastecimento de Tomate 2 1991 Jaboticabal Satildeo Paulo Anais Jaboticabal UNESP 1991 p 242-244

GLIESSMAN S R Agroecologia Processos ecoloacutegicos em agricultura sustentaacutevelPorto Alegre Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS 2000 653p

43

GLIESSMAN S R TURRIALBA C R Agroecologia Procesos Ecoloacutegicos en Agricultura Sostenible CATIE 2002 p 3-14

GNOATTO S C Caracterizaccedilatildeo quiacutemica de vermicompostos de diferentes substratos orgacircnicos Pelotas-RS 1999 38 f (Mestrado em Agronomia - Solos) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

GOMES J C C BORBA M F S A moderna crise dos alimentos oportunidade para a agricultura familiar Emater Porto Alegre julset 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwematertchebrdocsagroecorevistan313-artigo3htmgtAcesso em 24 fev 2002

GOMEZ H W Desenvolvimento sustentaacutevel agriacutecola e capitalismo In Desenvolvimento sustentaacutevel Necessidade eou disponibilidade Santa Cruz do Sul Nobel - UNISC 1997 p 65-77

GONZAacuteLEZ DE MOLINA M SEVILLA GUZMAacuteN E Ecologia campesinado e historia Para una reinterpretacioacuten dei desarrollo dei capitalismo en la agricultura In SEVILLA GUZMAacuteN E GONZAacuteLEZ DE MOLINA M (ed) Ecologia campesinado e historia Madrid La Piqueta 1993 p 23-129

GRIFFITH S A SCHNITZER M Analytical characteristic of humic and fulvic acids extracted from tropical volcanic soils Soil Sei Soc Am Proc v 39 p361-367 1975

GUIMARAtildeES E Caracterizaccedilatildeo quiacutemica estreptoscoacutepica e por anaacutelise teacutermica de aacutecidos huacutemicos e vermicompostos obtidos de estercos de diferentes animaisCuritiba 1997 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Quiacutemica) Universidade Federal do Paranaacute 1997

HESS A F Sociedade e meio ambiente uma relaccedilatildeo ambiacutegua Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v 4 n2 p 167-1741999

ICEPA-SC Informes conjunturais sobre a cultura da cebola Disponiacutevel em lthttpwwwicepa combrgt Acesso em 23 jan 2003

JONES H A MANN L K Onions and their allies New York Interscience Publishers 1962 286 p

JUacuteNIOR H A de MAIORANO J A Receitas obtidas de extratos de plantasCampinas CATITerra Viva [199-] 10 f

KHATOUNIAN C A Ciclo de Palestras sobre Agricultura Orgacircnica 2a Ed SatildeoPaulo Fund Cargill 1997 149 p

KIEHL E J Fertilizantes Orgacircnicos Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1985 492p

44

KOEFF H H PETTERSSON B D SHAUMANN W Vida Vegetal solos e adubaccedilatildeo In Agricultura Biodinacircmica Satildeo Paulo Nobel 1983 p92-149

KONONOVA M M Soil organic matter The importance o f organic matter in soil formation and soil fertility New York Pergamqn Press 1961 p 165-200

KUHN T A Estrutura das Revoluccedilotildees Cientiacuteficas Satildeo Paulo Perspectiva 1989 257p

LANNA FCA ABREU C L ABREU J G SILVA V Resposta de cultivares de melancia cultivadas sob adubaccedilatildeo quiacutemica e orgacircnica Horticultura v 12 n l p85 1994

LEFF H Saber Ambiental Petroacutepolis Vozes 2001 343 p

MAGALHAtildeES J R Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo da cebola In FERREIRA M E CASSTELLANE P D CRUZ M C P Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo de hortaliccedilasPiracicaba POTAFOS 1993 p 381-393

MALAVOLTA E Elementos de nutriccedilatildeo mineral de plantas Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1980 251 p

MALAVOLTA E Manual de Quiacutemica Agriacutecola - Adubos e Adubaccedilatildeo 3a ed SatildeoPaulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1981 606 p

MARTINEZ A A A grande e Poderosa Minhoca Jaboticabal Funep - Unesp1990 101 p

MARTINS S R Desenvolvimento e Sustentabilidade Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v20 n2 julho 2002 Palestra apresentada no 42deg Congresso Brasileiro de Olericultura

MARTINS S R Limites Del Desarrollo Sostenible em Ameacuterica Latina En el marco de Ias poliacuteticas de (re)ajuste econocircmico Pelotas Editora UFPel 1997 135 P-

MARTINS S R Sustentabilidade na agricultura dimensotildees econocircmicas sociais e ambientais Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v4 n 2 p 175-1871999

MATURANA H REZEPKA S N D E Formaccedilatildeo Humana e Capacitaccedilatildeo Rio de Janneiro Vozes 2000 8 6 p

MELLO A F SOBRINHO M O ARZOLLA S SILVEIRA R NETTO A C KIEHL J C Fertilidade do Solo Satildeo Paulo Nobel 1983

MENEZES JUacuteNIOR F O G D Caracterizaccedilatildeo de Diferentes substratos hortiacutecolas e seu efeito na produccedilatildeo de mudas de alface e couve-flor em ambiente protegido Pelotas 1998 141 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1998

45

MIBASA Mineraccedilatildeo Barreto SA Melhorador de Solos MB4 A Natureza Agradece Arapiraca-AL [199-] Folder

MINAMI K Os resumos da olericultura 2000 In AZEVEDO FILHO MARTINEZ FILHO (ed) Preccedilos agriacutecolas Piracicaba ESALQ 1999 p 4

MINAMI K Produccedilatildeo de Mudas de Alta Qualidade em Horticultura Satildeo Paulo TA Queiroz 1995

MORSELLI T B G A Cultivo sucessivo de alface sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegidoPelotas 2001 178 p Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2001

MORSELLI T B G A Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Poliacutegrafo da Disciplina de Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia-Produccedilatildeo Vegetal UFPel 2002

MULLER AM Efeitos da Aplicaccedilatildeo Foliar de um Biofertilizante Enriquecido no Estado fitossanitaacuterio de Tomate Ervilha e Beterraba Sob Manejo OrgacircnicoDissertaccedilatildeo (Mestrado no Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agroecossistemas)1999 (Resumo)

NOLLA D Erosatildeo do Solo - O grande desafio Estado do Rio Grande do Sul SEAGRI desenvolvimento de recursos naturais renovaacuteveis 1982 412 p

PAGLIA AG MORSELLI TBGA PEIL RMN Teores de nutrientes pH e condutividade eleacutetrica da aacutegua em sistema ldquofloat^ngrdquo sob adiccedilatildeo de biofertilizantes Horticultura Brasileira v 20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PAULUS G MULLER A BARCELLOS LAR Agroecologia aplicada praticas e meacutetodos para uma agricultura de base ecoloacutegica 2ed ver ampl Porto Alegre EMATERRS 2001 8 6 p

PEIXOTO R T dos G Composto orgacircnico aplicaccedilotildees benefiacutecios e restriccedilotildees de uso Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 18 p 56-64 julho 2000

PENTEADO SR Defensivos Alternativos e Naturais Satildeo Paulo 1999 95 p

PEREIRA AJ SOUZA RJ PEREIRA WR Efeito de diferentes doses de esterco de galinha e de curral sobre a produccedilatildeo de cebola Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PINHEIRO S BARRETO SB MB-4 agricultura sustentaacutevel trofobiose e biofertilizantes Fundaccedilatildeo Juquira CandiruMibasa 2000 273 p

PRIMAVESI A Agricultura Sustentaacutevel Satildeo Paulo Nobel 1992 142 p

PRIMAVESI A O manejo ecoloacutegico do solo Agricultura em regiotildees tropicais SatildeoPaulo Nobel 1982 541 p

46

PURCINO A A C ldquoNitrogecircniordquo Informe Agropecuaacuterio Belo Horizonte v7 n81 p 16-27 1981

QUIJANO F G Efeito da adubaccedilatildeo orgacircnica no desenvolvimento de duas cultivares de alface em ambiente protegido Pelotas 1999 116f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

RODRIGUES A N N Efeitos e residuais de superfosfato triplo sobre o rendimento de mateacuteria seca e absorccedilatildeo de foacutesforo pela aveia (Avena strigosa Schob) em solo Podzoacutelico Vermelho Escuro Porto Alegre 1984 59f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia UFRGS 1984

RODRIGUES E T CASALI V W D Respostas da alface agrave adubaccedilatildeo orgacircnica II Teores conteuacutedos e utilizaccedilatildeo de macronutrientes em cultivares Rev Ceres Viccedilosa v 45 n 261 p 437-449 1998

SAMINEcircS T C O Produccedilatildeo orgacircnica de alimentos Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 17 n3 novembro 1999

SCHIEDECK G Ambiecircncia e resposta agronocircmica de meloeiro (Cucumis melo L) cultivado sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegido Pelotas lOOp Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2002

SILVA JUacuteNIOR A A GIORGI E Substratos alternativos para a produccedilatildeo de mudas de tomate Agropecuaacuteria Catarinense Florianoacutepolis EPAGRI 1992 23 p

SILVA JUacuteNIOR A A MACEDO S G STUKER H Utilizaccedilatildeo de esterco de peru na produccedilatildeo de mudas de tomateiro Florianoacutepolis EPAGRI 1995 28 p (Boletim Teacutecnico 73)

TAGLIARI PS GRASSMANN H Minhoca a grande aliada da agricultura Agropecuaacuteria Catarinense v8 n l p 11-14 mar 1995

TEDESCO M J GIANELLO C Anaacutelises de solo plantas e outros materiais Porto Alegre Faculdade de Agronomia Departamento de Solos Universidade Federal do Rio Grande do Sul RS 1996

TENNANT D A Test of modified line intersect method of estimating root lenght Journal Ecology Oxford v 63 p 995-1001 1975

TIBAU A O Mateacuteria Orgacircnica do Solo Mateacuteria Orgacircnica e Fertilidade do SoloSatildeo Paulo Nobel 1984 p49-182

TIMM P J Anaacutelise comparativa dos sistemas de plantio convencional e cultivo miacutenimo de cebola sob adubaccedilatildeo orgacircnica e mineral Pelotas 2000 79 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2000

47

VALENZUELA HR CROSBY C Effect of compost applications on the yield of several vegetables in long-term organic farming experiments conduced in the tropics American Society Horticultural Science v33 n3 june 1998

VIGLIZZO E (ed) Subprograma Recursos Naturais y Sostenibilidad Agriacutecola documento marco Montevideo IICAPROCISUR 1995 p 75 - 78

WE1D J M TARDIN J M Proposta para a Ampliaccedilatildeo do Trabalho da ASPTA no Centro Sul do Paranaacute ASPTA Disponiacutevel em http wwwpronafgovbrEncontrotestosAS20PTA20Sul20ParanE1205 202002doc Acesso em 05 mai 2002

XAVIER SIMOacuteN F DOMINGUES D G Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel uma perspectiva agroecoloacutegica Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre EM ATERRS v2 n2 p 17-26 2001

ZABALETA J P Diagnoacutestico da Agricultura Familiar em Satildeo Joseacute do Norte - RSPelotas EMBRAPA-CPACT 1998 75 p (EMBRAPA-CPACT Documentos 44)

ZONTA E P MACHADO A A SILVEIRA P Sanest Sistema de anaacutelise estatiacutestica para microcomputadores Registrado na Secretaria Especial de Informaacutetica sob nuacutemero 066060 - categoria A Pelotas-RS Universidade Federal de Pelotas 1984

48

7 APEcircNDICE

APEcircNDICE A - Anaacutelise da adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes utilizados na produccedilatildeo de mudas de cebola

TABELA 1 A Anaacutelise baacutesica do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo miuacutedo + papua

Arg

pH IND

SMP

MO

P - n r - Na Al Ca__10Omlmdash

Mg

ppm -

6 53 67 089 8 6 27 1 04 05 0 2

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 2A Anaacutelise complementar do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo-miuacutedo + papua

Cobre Zinco Manganecircs Ferro

(m v1)

04 05 26 007

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

49

TABELA 3A Anaacutelise dos fertilizantes soacutelidos

Amostra pH limidade CN

C N P K Ca Mg

- g-ivg --

Cama de 849 2491 12 31042 2479 3888 3405 29875 463

aves

Esterco 74 3594 11 677 590 157 134 335 214

de curral

Huacutemus 684 5738 14 15965 1098 453 745 743 361

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 4A Anaacutelise quiacutemica dos biofertilizantes liacutequidos

Amostra N P K_ccedil H

Ca Mg Cu Zn Fe Mn

mdashgL bull

S Magro

m b 4

Urina

053

1652

8 2 2

008

395

0 0 0

149

1674

471

1902

6872

0 0 0

1150

4507

1172

7273

42

033

101389

920

0 0 0

6250

19458

781

35273

1123

0 2 1

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

50

APEcircNDICE B - Condiccedilotildees climaacuteticas do local

TABELA 1B Condiccedilotildees de temperatura do local

___________ __________TEMPERATURA (degCgt

meses Meacutedia

Maacutexima

Meacutedia

MiacutenimaMeacutedia

Maacutexima

Absoluta

Miacutenima

Absoluta

Junho 225 87 156 320 25

Julho 225 85 155 285 30

Agosto 251 71 161 360 1 0

Fonte FEPAGROSCT 2002

TABELA 2B Condiccedilotildees de chuva do local

mdash CHUVA (mm)mdash

meses Ocorrida Normal Desvio Da Normal

Junho 1080 1 1 0 -2 0

Julho 1062 98 8 2

Agosto 1283 1 2 0 83

Fonte FEPAGROSCT 2002

51

TABELA 1C Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

APEcircNDICE C - Anaacutelise estatiacutestica da parte aeacuterea

Causas G1 FFPA FSPA AP DC

da variaccedilatildeo --------- Quadrados meacutedios-

Blocos 3

Ad Base 2 175359071 1287102 2547419 1 11775

Biofertilizantes 2 126876 29011 87669ns 02185ns

Ad x Biofert 4 572378 31123 69106ns 04159

Resiacuteduo 24 34456 03048 27169 00290

Total 35

Meacutedia geral 93745 8772 320388 6741

CV 1980 6294 5145 2530

Significativo a 5ns Natildeo significativo

52

TABELA 1D Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade

de raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

APEcircNDICE D - Anaacutelise estatiacutestica da raiz

Causas G1 FFR FSR CR RPASR DR

da variaccedilatildeo Quadrados meacutedios---------------

Blocos 3

Ad Base 2 27874 551 623 2 1 0 140

Biofertilizantes 2 178 0 1 0 ni 1504 l03ns 038ns

Ad x Biofert 4 190 058 318 294 183

Resiacuteduo 24 005 009 028 023 0 2 1

Total 35

Meacutedia geral 1818 228 184 387 333

C V 134 1356 448 1253 1396

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

53

APEcircNDICE E - Anaacutelise estatiacutestica dos macronutrientes da parte aeacuterea da cebola

TABELA 1E Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mud^s de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

Causas G1 bull N P K Ca Mg

da variaccedilatildeo

Blocos 3

Ad Base 2 13550306 446627 25509686 1031806 59007

Biofertilizantes 2 180610ns 16564 68153ns 39006 876ns

Ad x Biofert 4 454187 45743 1047539 46950 2464

Resiacuteduo 24 29769 1453 64313 3741 439

Total 35

Meacutedia geral 24921 4597 33366 6943 1615

C V 692 829 760 880 1297

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

APEcircNDICE F - Fotos do experimento

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob uma perspectiva agroecoloacutegica

APEcircNDICE F a Fotos do experimento

FIGURA 1 Adubaccedilatildeo verde com feijatildeo-miuacutedo e papuatilde utilizadas no manejo do solo

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob urna perspectiva agroecoloacutegica

Page 23: PRODUÇÃO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L.) SOB …orgprints.org/24883/1/Paglia_Produção.pdf · vaca mais calda bordalesa; MB4+U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

13

O composto humificado ou curado eacute rico em nutrientes que passaram parcialmente

da forma orgacircnica para a forma mineral assimilaacutevel pelas raiacutezes e com maior teor

coloidal que atua como fertilizante e eacute responsaacutevel pela capacidade melhoradora do

solo (Barreto 1985)

Uma das principais alternativas em termos de adubaccedilatildeo orgacircnica eacute o

vermicomposto Ele eacute um adubo orgacircnico estaacutevel rico em nutrientes inodoro de

coloraccedilatildeo escura obtido a partir da atividade das minhocas que potencializam a mateacuteria

prima utilizada no processo (principalmente esterco de bovino) proporcionando

diversos benefiacutecios para as plantas (Timm 2000)

231 Efeitos da adubaccedilatildeo orgacircnica no solo

O solo funciona como um organismo vivo em 1 grama de solo saudaacutevel vive uma

comunidade bioloacutegica de aproximadamente 1 0 0 0 0 espeacutecies diferentes como minhocas

larvas besouros colecircmbolos aacutecaros algas bacteacuterias e fungos Estes organismos

necessitam de alimentos para viver principalmente carbono e nitrogecircnio que estatildeo

presentes na palhada das culturas e no esterco de animais Em funccedilatildeo disso eacute

importante que o solo tenha um determinado teor de mateacuteria orgacircnica para fornecer os

alimentos e energia que os microacutebios precisam para viver (Paulus et al 2001)

O homem atraveacutes dos diferentes sistemas de preparo do solo e cultivos contiacutenuos

ou natildeo altera o comportamento do mesmo em relaccedilatildeo agraves reaccedilotildees quiacutemicas

propriedades fiacutesicas como capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua lixiviaccedilatildeo de nutrientes

erosatildeo e como consequumlecircncia afeta a qualidade de organismos presentes no solo (Brady

1999) reduzindo paulatinamente o teor de mateacuteria orgacircnica (Primavesi1982)

Nos uacuteltimos anos tem-se observado em diferentes paiacuteses a ampliaccedilatildeo do uso de

adubos orgacircnicos Alguns apresentam oacutetimos resultados enquanto outros se mostram

tecnicamente inadequados Os principais adubos orgacircnicos encontrados no mercado satildeo

fertilizantes orgacircnicos de origem animal compostos de lixo urbanos compostos de

produtos industriais e huacutemus de minhoca Nestes fertilizantes estatildeo presentes a maioria

dos macronutrientes (nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio magneacutesio enxofre) e

micronutrientes (zinco cobre boro ferro cobalto)essenciais para as plantas e nem

sempre encontrados em muitos fertilizantes minerais bem como uma gama de

microorganismos que vatildeo beneficiar a fauna e a flora do solo (Brady 1979 Kiehl

1985 Costa 1985 Garcia 1997)

14

Os adubos orgacircnicos satildeo amplamente empregados nos sistemas de produccedilatildeo de

alface como condicionadores do ambiente quiacutemico e fiacutesico da rizosfera e

consequumlentemente na resposta bioloacutegica das plantas (Rodrigues amp Casali 1998)

Considerando as necessidades hortiacutecolas de maior competitividade e o fato de natildeo

ser subsidiada o crescimento populacional e a industrializaccedilatildeo representam fatores

determinantes na geraccedilatildeo diaacuteria de enormes volumes de resiacuteduos podendo ser utilizados

pelos produtores com um maior retomo econocircmico possiacutevel Ao mesmo tempo a

questatildeo ambiental assume cada vez mais destaque na sociedade moderna repercutindo

em poliacuteticas governamentais bem como no setor produtivo do paiacutes e do mundo

fazendo com que a relaccedilatildeo do homem com a natureza seja repensada (Morselli 2001)

232 Efeitos da adubaccedilatildeo orgacircnica nas culturas

Segundo Paulus et al (2001) a mateacuteria orgacircnica tambeacutem eacute fonte de nutrientes

especialmente nitrogecircnio foacutesforo enxofre e micronutrientes aleacutem disso tem

capacidade de ldquoprenderrdquo micronutrientes e alguns elementos toacutexicos para as plantas

como o alumiacutenio Por exemplo os micronutrientes depois de presos satildeo liberados

lentamente no solo onde satildeo gradativamente aproveitados pelas plantas

O uso dos fertilizantes minerais elevam o custo de produccedilatildeo pois satildeo necessaacuterias

altas doses para o fornecimento dos teores de nutrientes demandados Por isso eacute

importante a geraccedilatildeo de tecnologias que poupem o consumo de fertilizantes minerais

desejaacutevel com vista agrave diminuiccedilatildeo do custo de produccedilatildeo (Rodrigues 1984) A produccedilatildeo

de hortaliccedilas sob a orientaccedilatildeo agroecoloacutegica leva em consideraccedilatildeo natildeo apenas os custos

de produccedilatildeo como tambeacutem a dependecircncia dos insumos principalmente quando se

considera a ldquoteoria da trofobioserdquo pelos efeitos maleacuteficos que os nutrientes prontamente

assimilaacuteveis podem causar as plantas (Chaboussou 1987)

Para Compagnoni amp Putzolu (1985) o vermicomposto eacute um autecircntico fertilizante

bioloacutegico que atua como corretivo do solo determinando caracteriacutesticas importantes

para a microflora pelos aacutecidos huacutemicos e as substacircncias fitoestimulantes Os autores

consideram ainda que as dejeccedilotildees das oligoquetas proporcionam a formaccedilatildeo de huacutemus

permitindo melhorar o solo razatildeo pela qual satildeo destinados agrave horticultura com oacutetimas

vantagens fiacutesicas e microbioloacutegicas enriquecendo a camada araacutevel

Em experimentos desenvolvidos durante cinco anos para avaliar o efeito da

aplicaccedilatildeo de compostos eou adubos nas culturas de alface manjericatildeo espinafre e

15

pepino Valenzuela amp Crosby (1998) compararam as produccedilotildees obtidas com composto

e a fertilizaccedilatildeo padratildeo e concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo do composto em 20 Mg ha 1 mais

N-quiacutemico foi o melhor tratamento em todas as culturas estudadas

233 Plantas de cobertura do solo

As plantas mais usadas para adubaccedilatildeo de cobertura do solo satildeo as leguminosas

pois estas tecircm a capacidade de fixar o nitrogecircnio atmosfeacuterico e disponibiliza-lo agrave

cultura Primavesi (1992) cita que utilizando-se mucuna ervilhaca feijatildeo-de-porco

feijatildeo-miuacutedo crotalaacuteria e outras natildeo haacute necessidade de utilizar tanto nitrogecircnio em

cobertura embora natildeo se dispense uma calagem mais frequumlente pois ocorre um pouco

de acidificaccedilatildeo no solo como com qualquer adubaccedilatildeo nitrogenada Segundo a mesma

autora algumas leguminosas tecircm a capacidade de mobilizar o foacutesforo como o caupi

(feijatildeo-miuacutedo) outras mobilizam o caacutelcio como tremoccedilo

Para Brady (1999) a adubaccedilatildeo verde traz grandes benefiacutecios como suprimento de

mateacuteria orgacircnica sendo consideraacutevel a quantidade de resiacuteduos orgacircnicos devolvidos ao

solo adiccedilatildeo de nitrogecircnio nutrientes e conservaccedilatildeo do solo

Calegari (1998) comenta que quanto aos aspectos fiacutesicos os resiacuteduos tendem a

contribuir para uma melhoria da estrutura do solo percebida pelo aumento da

estabilidade dos agregados em aacutegua aumento da capacidade de retenccedilatildeo hiacutedrica

elevaccedilatildeo dos iacutendices de infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo aumento da porosidade melhor

aeraccedilatildeo e diminuiccedilatildeo da densidade do solo

De acordo com Timm (2000) o papuatilde eacute uma excelente alternativa como cobertura

de solo para o cultivo miacutenimo da cebola pois na eacutepoca do transplante das mudas seu

ciclo vegetativo estaacute completo natildeo necessitando o dessecamento outra vantagem eacute que

o papuatilde apresenta bom controle com relaccedilatildeo agraves plantas invasoras da cebola reduzindo

ao longo dos anos o nuacutemero de capinas e a aplicaccedilatildeo de herbicidas

234 Adubaccedilatildeo foliar

Segundo Malavolta (1981) a utilizaccedilatildeo da adubaccedilatildeo foliar eacute complemento da

adubaccedilatildeo de solo natildeo substituto da mesma no que diz respeito ao fornecimento de

nitrogecircnio foacutesforo e potaacutessio para as culturas Da mesma maneira que as raiacutezes podem

perder para o solo parte dos elementos absorvidos as folhas tambeacutem o fazem pela accedilatildeo

16

de fatores internos (desordem fisioloacutegica estado nutricional etc) e externos (chuvas

orvalho nutriccedilatildeo do sistema radicular luz temperatura etc)

Para Chaboussou (1987) as plantas adquirem o maacuteximo de resistecircncia bioloacutegica

atraveacutes da nutriccedilatildeo (trofos) equilibrada Obviamente para que isto ocorra eacute necessaacuterio

que o solo esteja em equiliacutebrio dinacircmico o ambiente seja o mais estaacutevel e as plantas

selecionadas ou melhor adaptadas para poderem suportar as alteraccedilotildees extemporacircneas

ocasionadas pelos fenocircmenos meteoroloacutegicos e nas fases fonoloacutegicas criacuteticas do

crescimento e desenvolvimento (Pinheiro amp Barreto 2000)

O lixiviado das folhas enriquece as camadas superiores do solo e tende a

contrabalanccedilar as perdas de zonas mais profundas e mais distantes acumulando-os nas

suas proximidades tambeacutem influencia o nuacutemero e o comportamento dos

microrganismos que por sua vez alteram o processo de gecircnese do solo sua textura e

fertilidade A lixiviaccedilatildeo assim se toma importante no desenvolvimento da sucessatildeo

ecoloacutegica devido agrave ciclagem de elementos (Malavolta 1980)

Conforme Camargo (1975) a utilizaccedilatildeo de adubos foliares substitui parcialmente

a adubaccedilatildeo radicular em 20 a 25 podendo ser utilizada em varias pulverizaccedilotildees

24 Vermicompostagem

E o processo que consiste em se submeter diferentes resiacuteduos orgacircnicos de

origem animal eou vegetal aos processos fermentativos e humificaccedilatildeo adicionando

minhocas do gecircnero Eiseina espeacutecie foetida ao material procurando obter um produto

curado em aproximadamente 45 - 60 dias (Compagnoni amp Putzolu 1985)

A vermicompostagem firmou-se no Brasil como atividade rentaacutevel produzindo

adubo de alta qualidade na deacutecada de 90 Na agricultura brasileira contudo haacute

preferecircncia pelos adubos quiacutemicos em funccedilatildeo de sua aquisiccedilatildeo financiada menor custo

e retomo imediato embora o impacto de seu uso contiacutenuo sobre o solo e os

microorganismos que nele vivem seja negativo (Tagliari amp Grassmann 1995)

Segundo Morselli (2002) a vermicompostagem difere da compostagem

convencional dentre outros pocircr formar substacircncias huacutemicas mais rapidamente ao sofrer

passagem pelo trato digestivo das minhocas A alirdentaccedilatildeo destas satildeo basicamente os

estercos e a disponibilidade desta mateacuteria prima bem como de ambiente protegido para

proceder a compostagem correta deste material satildeo indispensaacuteveis

17

Segundo Kiehl (1985) e Martinez (1990) o vermicomposto apresenta as seguintes

vantagens em relaccedilatildeo a compostagem permite a formaccedilatildeo de um produto curado em

menor espaccedilo de tempo promove a formaccedilatildeo de um material com maior

disponibilidade de nutrientes facilita o peneiramento natildeo havendo a necessidade de

revolvimento do material oferece vaacuterias fontes de renda pois aleacutem do huacutemus fornece

minhocas e raccedilatildeo e quando aplicado ao solo tende a melhorar as propriedades fiacutesicas

quiacutemicas e bioloacutegicas

241 Resiacuteduos utilizados na vermicompostagem

2411 Resiacuteduos de origem animal

Segundo Bureacutes (1997) o esterco eacute uma mistura de fezes urina e camas que

podem estar constituiacutedas de palhas folhas secas serragem turfa casca de arroz e ateacute

terra Esse apresenta pH neutro e densidade que varia de 030 a 090 Kg dm3 segundo

seu estado de decomposiccedilatildeo Eacute influenciado por vaacuterios fatores como espeacutecie animal

raccedila idade alimentaccedilatildeo material utilizado como cama e tratamento da mateacuteria-prima

esterco (Kiehl 1985) Dentre os fatores apontados um dos mais importantes eacute a

alimentaccedilatildeo do animal quanto mais rica a alimentaccedilatildeo mais rica seraacute as dejeccedilotildees

(Gnoatto 1999) O volume de bacteacuterias vivas ou mortas encontradas no esterco

representam 20 a 30 do total delas se originam grande parte do nitrogecircnio sob a

forma de proteiacutena (Morselli 2002)

A origem do material utilizado para a produccedilatildeo de vermicomposto eacute fundamental

pois soacute uma mateacuteria-prima de qualidade resultaraacute em um produto final de boa qualidade

Dentre os estercos o de aves eacute empregado empiricamente na adubaccedilatildeo de culturas

permanente ou natildeo com excelentes resultados apesar de sua simples composiccedilatildeo

meacutedia 2 de nitrogecircnio 2 de foacutesforo como P2 0 5 e 1 de K2 0 Poreacutem haacute uma

grande variaccedilatildeo na sua constituiccedilatildeo a qual dependeraacute do manejo animal atraveacutes das

camas finalidade da criaccedilatildeo e natureza das camas (Morselli 2002)

2412 Resiacuteduos de origem vegetal

A mateacuteria orgacircnica pode ser preservada no solo por vaacuterios processos seja pela

simples incorporaccedilatildeo de resiacuteduos de culturas rotaccedilatildeo de culturas adubaccedilatildeo verde ou

18

pela adiccedilatildeo de materiais orgacircnicos capazes de elevar e manter a produtividade do solo

Da decomposiccedilatildeo dos resiacuteduos orgacircnicos adicionados ao solo resulta a liberaccedilatildeo de

grande quantidade de nutrientes principalmente o nitrogecircnio o potaacutessio e o enxofre

Aleacutem disso diversos atributos quiacutemicos e fiacutesicos do solo satildeo alterados pela

decomposiccedilatildeo desses resiacuteduos destacando-se o aumento da capacidade de troca de

caacutetions o aumento da retenccedilatildeo de aacutegua a melhoria da estabilidade dos agregados e da

aeraccedilatildeo (Fraser1963 Malavolta 1981 Mello et al 1983 Bonilla 1992)

Segundo Purcino (1981) quando a relaccedilatildeo CN eacute menor que 30 como no caso do

esterco de curral ou da palha de leguminosas a disponibilidade de nitrogecircnio eacute

imediata mas acima deste valor ocorre imobilizaccedilatildeo crescente deste nutriente Por esse

motivo estes materiais devem ser submetidos a uma degradaccedilatildeo bioloacutegica antes de

serem adicionados ao solo

25 Biofertilizantes

No Brasil ocorrem problemas crescentes com materiais derivados de sistemas

intensivos de criaccedilatildeo animal que acumulam resiacuteduo^ orgacircnicos com graves problemas

de contaminaccedilatildeo de cursos de aacutegua que na maioria das vezes se acumulam em um

uacutenico lugar e natildeo satildeo reciclados (Viglizzo 1995)

Visando amenizar tais situaccedilotildees os meacutetodos alternativos de adubaccedilatildeo controle de

doenccedilas pragas e plantas indesejaacuteveis tecircm sido muito estudado Dentro dessa linha de

pesquisa destaca-se o uso de mateacuteria orgacircnica atraveacutes tanto de sua incorporaccedilatildeo ao

solo como de sua transformaccedilatildeo para uso posterior na forma de biofertilizantes

(Khatounian 1997 Bettiol et al 1997)

Na complexa e elevada comunidade microbiana dos biofertilizantes encontram-se

bacteacuterias fungos leveduriformes filamentosos e actinomicetos (Bettiol apud Penteado

1999)

O agregado de macro e micronutrientes periodicamente ativa e enriquece a

fermentaccedilatildeo O uso de farinha de rocha tem sido vantajoso por ter baixo custo

comparado com os sais concentrados e purificados aleacutem de trazer alguns elementos

traccedilos de vital importacircncia para os microrganismos do solo como por exemplo o Gaacutelio

o Iodo e o Vanaacutedio (M1BASA 199-) O agregado de farinha de rocha ou sais

purificados ao fermentado faz com que estes nutrientes passem a fazer parte dos

microrganismos ou dos produtos orgacircnicos liberados durante a fermentaccedilatildeo sendo que

19

o ataque dos microrganismos atraveacutes de suas enzimas consegue liberar os elementos natildeo

atacados pelos aacutecidos industriais (Pinheiro amp Barreto 2000)

Os biofertilizantes tecircm sido empregados na agricultura ecoloacutegica como adubo

foliar para aumentar a resistecircncia contra pragas e doenccedilas Aleacutem disso o processo de

produccedilatildeo eacute bastante simples e por isso eacute viaacutevel sua produccedilatildeo na propriedade desde que

tenha esterco disponiacutevel (Penteado 1999)

Bettiol et al (1997) verificaram a presenccedila de diferentes espeacutecies de fungos

fiacutelamentosos e leveduriformes e bacteacuterias entre elas Bacillus spp na comunidade

microbiana do biofertilizante produzido segundo meacutetodo adotado pelo Centro de

Agricultura Ecoloacutegica Ipecirc Os autores verificaram ainda uma reduccedilatildeo da comunidade

microbiana ao longo da digestatildeo reduccedilatildeo essa mais acentuada logo apoacutes o acreacutescimo

dos sais contendo micronutrientes A accedilatildeo dos sais pode ser tanto por aumento na

pressatildeo osmoacutetica quanto pelo efeito direto sobre os microrganismos Para o controle de

doenccedilas de plantas satildeo importantes a presenccedila dos metaboacutelitos produzidos pelos

organismos presentes no biofertilizante e os proacuteprios microrganismos vivos

Os microrganismos transformam o material orgacircnico (esterco soro de leite caldo

de frutas palhas restos industriais etc) e cinzas produzindo vitaminas aacutecidos e sais

complexos importantes para regular e tonificar o metabolismo das plantas impedindo o

desenvolvimento de pragas e doenccedilas (Pinheiro amp Barreto 2000)

Em estudos feitos com o biofertilizante liacutequido de bovinos foi observado a

presenccedila de inuacutemeros microorganismos como bacteacuterias leveduras e bacilos

principalmente do Bacillus subtilis Estes microorganismos sintetizam substacircncias

antibioacuteticas as quais demonstram ter grande accedilatildeo e eficiecircncia como substacircncias

fungiostaacuteticas e bacteriostaacuteticas de fitopatoacutegenos causadores de danos em lavouras

comerciais (Penteado 1999)

Aldrighi et al (2002) realizaram trabalho na UFPel relacionado agrave nutriccedilatildeo de

mudas de tomate (Floradade) produzidas no sistema ldquofloatingrdquo Utilizaram-se doses de

0 2 5 e 10 para o biofertilizante Super Magro e 0 e 1 para a urina de vaca

Concluiacuteram que estes natildeo interferem na produccedilatildeo das mudas e que provavelmente foi

influenciado pelo substrato utilizado (vermicomposto 75 e casca de arroz carbonizada

25) bem como o sistema de produccedilatildeo (floating)

Paglia et al (2002) citam que eacute possiacutevel produzir mudas de tomate (cultivar

Floradede) utilizando urina de vaca e biofertilizante Super Magro na aacutegua em sistema

ldquofloatingrdquo em trabalho realizado na UFPel O uso da urina de vaca a 1 e 5 e

20

biofertilizante Super Magro a 6 proporcionam uma elevaccedilatildeo do foacutesforo bem como o

Super Magro a 6 eleva os teores de Mg e Ca na aacutegua

251 Urina de vaca

As urinas de vaca contecircm nutrientes favoraacuteveis ao bom desenvolvimento das

plantas como potaacutessio soacutedio nitrogecircnio enxofre magneacutesio caacutelcio foacutesforo e traccedilos de

outros elementos Nas plantas funciona como um fertilizante natural tomando-as mais

resistentes ao ataque das pragas e doenccedilas Satildeo encontradas tambeacutem na urina outras

substacircncias como fenoacuteis e principalmente o catecol que esta associado agrave recuperaccedilatildeo

de plantas atacadas por fitopatoacutegenos por ser um produto anti-seacuteptico (Penteado 1999)

Para seu emprego a urina receacutem coletada deve ser armazenada sob condiccedilotildees

ambientais por trecircs dias para que se forme amocircnio importante produto a ser absorvido

pelas plantas Recomenda-se ainda que o armazenamento deva ser feito em recipiente

fechado para que natildeo ocorram perdas de nitrogecircnio Desta forma poderaacute permanecer

por ateacute um ano sem comprometer sua eficiecircncia

Em hortaliccedilas o uso da urina de vaca eacute recomendado em pulverizaccedilotildees foliares

semanais na concentraccedilatildeo de 05 para tomateiro pimentatildeo pepino feijatildeo vagem e

couve ou quinzenais a 1 para as culturas do quiabeiro jiloeiro e berinjela Para

fruteiras em geral a primeira aplicaccedilatildeo deve ser na concentraccedilatildeo aproximada de 5

realizada diretamente no solo e mensalmente devem ser realizadas pulverizaccedilotildees

foliares a 1 para plantas jovens e a 5 para plantas adultas (Penteado 1999)

Na aplicaccedilatildeo foliar deve-se ter cuidado com folhas e brotos novos e considerar que

o uso contiacutenuo pode ser toacutexico podendo afetar o solo causando a sua acidificaccedilatildeo

(Penteado 1999)

Na Estaccedilatildeo Experimental da PESAGRO no municiacutepio de Macaeacute Rio de Janeiro

estaacute se utilizando a urina de vaca leiteira Os pesquisadores descobriram que a urina de

vaca em lactaccedilatildeo produzia o efeito de recuperar plantas de abacaxi atacadas por uma

doenccedila conhecida como ldquofusairioserdquo Essa doenccedila quando ataca o abacaxi causa

perdas de ateacute 70 da safra Todos os agrotoacutexicos testados natildeo conseguiram controlar a

doenccedila Isto eacute um exemplo para que a universidade tenha uma nova percepccedilatildeo (Capra

1996) adotando medidas efetivas que contribuam na transiccedilatildeo agroecoloacutegica Com o

uso da urina de vaca leiteira numa lavoura de abacaxi atacada pela fusariose observou-

se agrave recuperaccedilatildeo do stand e os frutos produzidos apresentaram excelente padratildeo

21

comercial Descobriu-se que aleacutem funcionar como adubo e defensivo natural a urina de

vaca leiteira tambeacutem favorece a floraccedilatildeo de muitas plantas e pode ser usada no

tratamento de frutos e tubeacuterculos depois da colheita

A urina de vaca em lactaccedilatildeo tambeacutem estaacute sendo usada nas lavouras de cafeacute em

plantaccedilotildees de maracujaacute coco alface e outras hortaliccedilas Na regiatildeo centro-sul do Paranaacute

os agricultores estatildeo aplicando a urina de vaca leiteira nas lavouras de feijatildeo soja

batata cebola e milho (Penteado 1999)

252 Alhol

A maioria dos defensivos alternativos tais como calda bordalesa sulfocaacutelcica

aacutegua de cinza e cal biofertilizante enriquecido extrato de fumo entre outros precisa

ser misturada com um espalhante adesivo para quebrar a tensatildeo superficial da gota e

propiciar um melhor molhamento das folhas e demais partes pulverizadas assegurando

uma absorccedilatildeo mais efetiva e uma melhor accedilatildeo sobre as pragas e doenccedilas Quando as

gotas permanecem inteiras sobre a superfiacutecie folhar devido agrave falta de espalhante

adesivo pode-se danificar os tecidos vegetais pelc efeito-lente quando o sol incide

sobre elas Aleacutem disso a gota por natildeo se espalhar sobre toda superfiacutecie folhar

concentra nela e consequumlentemente sobre o tecido que estaacute em contato com ela uma

quantidade maior do produto aplicado Essa maior concentraccedilatildeo pode prejudicar a

absorccedilatildeo e lesionar os tecidos principalmente apoacutes a evaporaccedilatildeo da aacutegua contida na

gota por resultar em uma maior concentraccedilatildeo de sais no local especialmente quando se

aplicam por exemplo calda sulfocaacutelcica bordalesa biofertilizante enriquecido com

macro e micronutrientes (Claro 2001)

O alhol eacute um espalhante adesivo ecoloacutegico que tambeacutem auxilia no controle de

pragas E elaborado com aacutegua alho oacuteleo vegetal e sabatildeo neutro a partir da sabedoria

popular que menciona o alho como repelente de insetos Juacutenior Abreu amp Maiorano

(199-) indicam formulaccedilotildees contendo alho para o controle de pragas como nematoacuteides

(Meloidogyne incoacutegnita e M javanica) mosca do chifre lagarta na maccedilatilde pulgotildees

besouro da batata trips e para controle de doenccedilas fuacutengicas e bacterianas como miacuteldio

ferrugem fusariose helminthosporiose murchadeira (Pseudonamos solacearum)

bruzone do arroz (Pyricularia orysae) podridatildeo negra do repolho e couve-flor

(Xanthomonas campestris) Aleacutem disso o alho pelo seu bom teor em oacuteleo pode agir

tambeacutem como espalhante adesivo O sabatildeo tambeacutem eacute indicado como espalhante adesivo

22

e possui accedilatildeo contra certas pragas (pulgotildees) sendo que o oacuteleo vegetal eacute indicado no

controle de cochonilhas e usado como espalhante adesivo (Claro 2001)

253 Calda Bordalesa

A calda bordalesa eacute um tradicional defensivo agriacutecola que pode ser preparado na

propriedade com a mistura de sulfato de cobre cal virgem e aacutegua As concentraccedilotildees de

sulfato de cobre e cal satildeo distintas dependendo do objetivo do seu emprego

Geralmente diferem de acordo com o tipo de planta ou espeacutecie vegetal as condiccedilotildees

climaacuteticas o grau de infestaccedilatildeo da doenccedila e a fase de crescimento da planta Eacute indicada

para o controle de miacuteldio alternaacuteria botrytis e antracnose (Penteado 1999)

A calda bordalesa caracteriza-se pela sua importante accedilatildeo no controle de diversas

doenccedilas fungicas nas mais diversas espeacutecies de culturas Possui tambeacutem uma relativa

accedilatildeo bactericida e em alguns casos age como repelente de insetos Da mistura do

sulfato de cobre com a cal resulta uma soluccedilatildeo rica em macronutrientes e

micronutrientes Provavelmente os expressivos resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo da

calda bordalesa devam-se natildeo somente a sua accedilatildeo fuacutengica e bactericida mas sobretudo

agrave influecircncia positiva que exerce no metabolismo das plantas ativando o processo

enzimaacutetico e estimulando a proteossiacutentese aumentando a resistecircncia das plantas (Claro

2 0 0 1 ) caracteriacutestica fundamental na agricultura sustentaacutevel

254 Biofertilizante Super Magro

A calda Super Magro eacute produto da fermentaccedilatildeo de estercos animais enriquecidos

por micronutrientes e outros produtos de origem animal obtendo-se uma calda

biofertilizante para aplicaccedilatildeo foliar nas plantas (Penteado 1999) jaacute foram observados

bons resultados principalmente nas culturas de uva maccedila pecircssego tomate batata e

hortaliccedilas em geral

E indicado como fonte suplementar de micronutrientes para as plantas inibidor

de fungos e bacteacuterias causadores de doenccedilas e para aumentar a resistecircncia contra insetos

e aacutecaros (Penteado 1999) i

Muller (1999) avaliou a influecircncia do biofertilizante Super Magro sobre as

culturas de tomate (Lycopersicon esculentum Mill) ervilha (Pisum sativum L) e

beterraba (Beta vulgaris L) O autor obteve cultivos com baixa severidade de doenccedilas e

23

insetos fitoacutefagos possivelmente por causa do manejo orgacircnico de produccedilatildeo Os

resultados das pulverizaccedilotildees das soluccedilotildees foliares variaram conforme a cultura e o

clima

255 Biofertilizante MB4

A utilizaccedilatildeo das farinhas de rochas eacute uma das teacutecnicas mais modernas usadas nos

uacuteltimos anos na agricultura O elevado nuacutemero de nutrientes contidos no MB4 como

cobre zinco manganecircs cobalto soacutedio alumiacutenio silicatos de magneacutesio ferro e caacutelcio

acompanhado de foacutesforo potaacutessio e enxofre reagem com a soluccedilatildeo do solo liberando

elementos essenciais ao desenvolvimento da vida microbiana os quais exercem um

papel fundamental atraveacutes de transformaccedilotildees quiacutemicas e do equiliacutebrio bioloacutegico

favorecendo o desenvolvimento sadio das plantas (Pinheiro amp Barreto 2000)

24

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

31 Local de execuccedilatildeo do experimento

O presente trabalho foi conduzido no Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul

(FEPAGROSUL) no municiacutepio de Rio Grande nlt periacuteodo de 15 de maio a 26 de

agosto de 2 0 0 2

O solo eacute classificado como ldquoTuiardquo satildeo muito arenosos As massas aquaacuteticas do

Oceano Atlacircntico e Lagoa dos Patos influenciam ventos temperatura pressatildeo umidade

relativa e demais fatores climaacuteticos A topografia da regiatildeo litoracircnea eacute plana com

lenccediloacuteis freaacuteticos superficiais

32 Anaacutelise estatiacutestica

O experimento foi constituiacutedo em fatorial 3X3 (Quadro 1) com quatro repeticcedilotildees

no delineamento blocos ao acaso As variaacuteveis respostas foram submetidas agrave anaacutelise de

variaccedilatildeo e ao teste de Duncan a 5 de probabilidade para comparaccedilatildeo das meacutedias

utilizando-se o sistema SANEST (Zonta amp Machado 1984)

As anaacutelises estatiacutesticas das variaacuteveis estudadas encontram-se nos Apecircndices C D

Os resultados das respostas agronocircmicas e das determinaccedilotildees dos conteuacutedos dos

macronutrientes bem como os de raiz estatildeo nas tabelas de 1 a 3

25

As diferentes adubaccedilotildees seratildeo representadas durante a discussatildeo da seguinte

forma 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e EC

(60 t ha 1 de esterco de curral) 1 VB+SM+U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais

super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+SM+U+CB (45 t ha 1 de

vermicomposto mais super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa)

EC+SM+U+CB (60 t ha 1 de esterco de curral mais super magro mais urina de vaca

mais calda bordalesa) 1 VB+MB4 +U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais MB4 mais

urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+MB4 +U+CB (45 t ha 1 de vermicomposto

mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa) EC+MB4 +U+CB (60 t ha 1 esterco

de curral mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa)

QUADRO 1 Descriccedilatildeo dos fatores experimentais e respectivos niacuteveis

Niacuteveis Fator 1 ADUBACcedilAtildeO DE BASE

0 1 Vermicomposto (30 t ha1)

0 2 Vermicomposto (45 t ha1)

03 Esterco de curral (60 t ha1)

Niacuteveis Fator 2 BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS

0 1 Super magro (5) + Urina de Vaca + Calda Bordalesa

0 2 MB4 (10) + Urina de vaca + Calda Bordalesa

03 Ausecircncia (testemunha)

33 Tratamentos

Da combinaccedilatildeo entre niacuteveis e fatores foram obtidos 9 tratamentos que estatildeo

descritos no Quadro 2 bem como as doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

26

QUADRO 2 Tratamentos e doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

TRATAMENTOS

Ndeg FATOR I FATOR II

0 1 30 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

0 2 30 t harsquo de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

03 30 t ha de vermicomposto - - -

04 45 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

05 45 t ha de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

06 45 t ha de vermicomposto - - -

07 60 t hade esterco Super Magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

08 60 t hade esterco MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

09 60 t hade esterco - - -

Cada parcela foi constituiacuteda por dois canteiros medindo 1 m de largura x 2 m de

comprimento perfazendo 075 m de aacuterea de aacuterea uacutetil (025 m de bordadura) Foi

utilizando semeadura a lanccedilo com densidade de 24 g canteiro1

O vermicomposto a urina de vaca o esterco de curral o alhol os biofertilizantes e

a calda bordalesa foram de procedecircncia do Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul O

vermicomposto de esterco bovino misturado agraves cascas de frutas foi processado pela

minhoca vermelha califomiana Eisenia foetida)

O biofertilizante Super Magro foi elaborado segundo a metodologia descrita pela

FEPAGROSUL utilizando-se os seguintes componentes 190 litros de aacutegua 22 litros

de leite 55 Kg de accediluacutecar mascavo 30 Kg de esterco fresco de bovinos 2 Kg de

Sulfato de zinco 2 Kg de sulfato de magneacutesio 2 Kg de cloreto de caacutelcio 1 Kg de aacutecido

boacuterico 300 g de sulfato de cobre 300 g de sulfato de ferro 300 g de sulfato de

manganecircs 100 g de molibdato de soacutedio 50 g de sulfato de cobalto 3 Kg de fosfato

natural 3 Kg de cinza e 200 g de farinha de osso

A urina de vaca em lactaccedilatildeo foi coletada pela manhatilde e armazenada em recipiente

fechado por trecircs dias em condiccedilotildees ambientais para que se formasse a amocircnia e natildeo

ocorresse perda de nitrogecircnio

28

Realizaram-se duas capinas manuais durante o experimento e em seguida como

cobertura se colocou casca de arroz Tambeacutem foi aplicado esterco de aves 30 dias antes

da colheita na quantidade de 05 Kg canteiro 1 como adubaccedilatildeo de cobertura

As pulverizaccedilotildees com os produtos iniciaram apoacutes 15 dias da germinaccedilatildeo

Realizou-se sete aplicaccedilotildees sendo que as duas primeiras foram feitas apenas com

Super Magro e MB4 Na terceira e na quarta aplicaccedilatildeo utilizou-se urina de vaca e calda

bordalesa em concentraccedilotildees menores (05 e 025 respectivamente) e na quinta

aplicaccedilatildeo as dosagens de urina de vaca e calda bordalesa foram elevadas para 1 0 e

05 respectivamente ateacute o final do experimento O alhol foi utilizado a partir da

terceira pulverizaccedilatildeo na quantidade de 2 e seguiu ateacute o final no dia 26 de agosto

quando as mudas foram colhidas e posteriormente analisadas as variaacuteveis

35 Observaccedilotildees agronocircmicas

Foram utilizadas 20 mudas de cebola para obtenccedilatildeo das meacutedias das variaacuteveis as

quais foram as seguintes

351 Fitomassa fresca da parte aeacuterea e raiacutezes

Foi realizada atraveacutes de uma balanccedila digital procedendo-se a pesagem de 20

mudas de cebola previamente lavadas e posteriormente secadas durante uma hora sobre

um tecido de algodatildeo agrave temperatura ambiente Processo idecircntico foi adotado com as

raiacutezes

352 Fitomassa seca da parte aeacuterea e raiacutezes

Esta variaacutevel foi obtida a partir da secagem preliminar em estufa de ar forccedilado

durante 48 horas a 65 C ateacute peso constante com posterior pesagem em balanccedila

analiacutetica

353 Altura da muda

A altura de muda foi medida a partir do colo das plantas ateacute sua uacuteltima folha

(ponto de crescimento) com uma reacutegua graduada de 40 cm

29

354 Diacircmetro do colo das plantas

Esta medida foi realizada no ponto de transplante a 2 mm das raiacutezes e utilizando-

se um paquiacutemetro SOMET

355 Sistema radicular

Ao teacutermino do experimento foram retiradas as raiacutezes das mesmas plantas que foram

utilizadas para as determinaccedilotildees realizadas na parte aeacuterea procedendo-se uma amostra

de solo com raiacutezes de 2 0 cm de largura x 2 0 cm de comprimento e 2 0 cm de altura

totalizando 8000 cm3

As raiacutezes apoacutes serem lavadas em aacutegua corrente foram pesadas acondicionadas em

sacos plaacutesticos e congeladas para posteriores anaacutelises pelo meacutetodo de Tennant (1975)

para a determinaccedilatildeo do comprimento e densidade

3551 Comprimento de raiz

Utilizou-se para a determinaccedilatildeo do comprimento de raiz as seguintes foacutermulas

1 = ndeg x 1114 x 1 onde

1 - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 0 0 2 g

ndeg - nuacutemero de intercessotildees das raiacutezes com os lados da quadriacutecula da malha do

aparelho

1114 - constante

1 - medida lateral da quadriacutecula em cm

Tomando-se a fiacutetomassa seca e o comprimento da raiz da cada amostra

relacionou-se com a fiacutetomassa seca e o comprimento total da raiz da planta aplicando-

se a seguinte equaccedilatildeo

L = (FSR x 1) FSPA onde

L - comprimento total da raiz da planta (m)

FSR - fiacutetomassa seca de raiz

FSPA - fiacutetomassa seca da parte aeacuterea

L - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 002g

3552 Densidade de raiz

A densidade foi determinada pela foacutermula

D = L 8000 onde

D - densidade de raiacutezes (m cm3)

30

L - comprimento total de raiacutezes (m)

8 0 0 0 - volume da amostra (cm3)

3553 Razatildeo parte aeacutereasistema radicular

Este paracircmetro foi obtido pela equaccedilatildeo

RPASR = FSPA FSR onde

RPASR - razatildeo parte aeacuterea sistema radicular

FSPA - fitomassa seca da parte aeacuterea

FSR - fitomassa seca do sistema radicular

36 Determinaccedilatildeo de macronutrientes no tecido vegetal

Os macronutrientes nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio foram

determinados no laboratoacuterio de Fertilidade e Anaacutelise de Plantas do Departamento de

Solos da UFPel atraveacutes dos meacutetodos descritos por Tedesco amp Gianello (1996)

31

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 Anaacutelise das variaacuteveis

A anaacutelise da variaccedilatildeo mostrou que houve diferenccedila significativa na interaccedilatildeo entre

os fatores de adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes liacutequidos com exceccedilatildeo da variaacutevel altura

de planta para a qual somente a adubaccedilatildeo de base mostrou-se significativa (Apecircndices

C D e E Tabelas 1C 1D e 1E)

411 Anaacutelise da parte aeacuterea

Na Tabela 1 destacaram-se as adubaccedilotildees EC+SM+U+CB EC+MB4 +U+CB e EC

que diferiram significativamente das demais adubaccedilotildees para as variaacuteveis fiacutetomassa

fresca da parte aeacuterea (FFPA) fiacutetomassa seca da parte aeacuterea (FSPA) altura de planta

(AP) e diacircmetro do colo (DC)

32

TABELA 1 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

30 t ha de vermicomposto 7015 c A45 t halsquo de vermicomposto 7824 b B60 t ha de esterco de curral 12248 a C

30 t ha de vermicomposto 667 c A45 t ha de vermicomposto 752 b A60 t ha de esterco de curral 1150a C

30 t ha de vermicomposto 2975 b A45 t harsquo de vermicomposto 2775 b A60 t ha de esterco de curral 3600 a B

30 t ha de vermicomposto 631 b A45 t ha de vermicomposto 6 2 2 b B60 t ha de esterco de curral 741 a C

-Fitomassa fresca (g)----------------6270 c B 6885 b A8832 b A 6308 c C

15082 a A 13934 a BmdashFitomassa seca (g)----------------

625 c A 655 b A830 b A 607 b B

1345 a A 1262 a B-Altura de planta (cm)----------------

2950 b A 3050 b A2937 b A 2950 b A 3975 a A 3622 a B

-Diacircmetro de colo (mm)---------------592 c B 599 b B 657 b A 609 b B 819a A________ 793a B

Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

O efeito positivo do esterco bovino pode ser atribuiacutedo agraves melhorias nas condiccedilotildees

fiacutesicas do solo por ele proporcionado Segundo Primavesi (1982) e Compagnoni amp

Putzolu (1985) o esterco bovino apresenta propriedades condicionadoras do solo dando

agraves plantas melhores condiccedilotildees de desenvolvimento elevando sobremaneira os

conteuacutedos de fitomassa fresca das plantas que refletiratildeo nas demais respostas

agronocircmicas

Analisando as adubaccedilotildees de base em relaccedilatildeo aos biofertilizantes observa-se que

para os tratamentos 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) - natildeo houve influecircncia dos

biofertilizantes para as variaacuteveis FSPA e AP enquanto destacou-se o SM+U+CB para o

DC e SM+U+CB e ausecircncia da adubaccedilatildeo liacutequida para a FFPA mostrando que o uso

dos biofertilizantes natildeo influenciou esta variaacutevel 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) -

verificou-se a eficiecircncia do uso do MB4 +U+CB para as variaacuteveis FFPA e DC Para a

variaacutevel FSPA destacaram-se os dois biofertilizantes utilizados jaacute para AP natildeo houve

33

influecircncia destes EC (60 t ha 1 de esterco de curral) - em todas as variaacuteveis observadas

na tabela 5 as respostas foram significativas utilizando MB4 +U+CB

As respostas encontradas no presente trabalho para as variaacuteveis AP e FSPA foram

superiores as obtidas por Dalponte (1990) quando utilizado 0 esterco de curral para

produccedilatildeo de mudas de cebola

Segundo Filgueira (2000) os solos da regiatildeo produtora de cebola do RS satildeo

pobres em foacutesforo disponiacutevel (15 mg Kg1) necessitando portanto de adubaccedilotildees

fosfatadas elevadas As respostas aqui obtidas podem ser justificadas pelos teores de

foacutesforo contido no MB4

Follet et al (1981) citam a importacircncia do uso de compostos orgacircnicos no solo

enfatizando os estercos no sentido da decomposiccedilatildeo continuada no fornecimento de

nutrientes e na liberaccedilatildeo lenta e gradual de aacutecidos orgacircnicos influenciando a liberaccedilatildeo

do foacutesforo O que provavelmente pode ser atribuiacutedo agraves respostas encontradas no

presente trabalho para 0 tratamento Esterco de curral mais MB4 e Urina mais Calda

Bordalesa

E importante destacar que 0 sistema de produccedilatildeo de mudas de cebola sob uma

perspectiva agroecoloacutegica mostra-se eficiente quando visualmente natildeo percebe-se

diferenccedila significativa entre os tratamentos (Apecircndice F Figura 2)

Conveacutem ressaltar que quando trabalhamos com agroecologia natildeo existem

receitas nem pacotes tecnoloacutegicos prontos Cada situaccedilatildeo deveraacute ser estudada em

particular para que se faccedila recomendaccedilotildees adequadas ao ambiente local uma vez que

as plantas se adaptam ao meio estando a nutriccedilatildeo encarregada de proteger e manter o

equiliacutebrio do organismo vegetal em funccedilatildeo das alteraccedilotildees externas

E fundamental que se compreenda os princiacutepios norteadores de todo o processo

que satildeo as bases da luta por uma sociedade mais justa dentro de um mundo econocircmico e

ambientalmente mais sustentaacutevel

412 Anaacutelise do sistema radicular

Os resultados obtidos nas anaacutelises do sistema radicular (Tabela 2) mostram

diferenccedilas significativas entre as adubaccedilotildees para as variaacuteveis fitomassa fresca de raiz

(FFR) fitomassa seca de raiz (FSR) comprimento de raiz (CR) razatildeo parte

aeacutereasistema radicular (RPASR) e densidade de raiz (DR)

34

TABELA 2 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade de

raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAO DE BASE

S Magro + MB4 +Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

1540 c A 1576 b B 2427 a A

Fitomassa fresca (g)----------------1502 c B 1517 b AB 1658 b A 1446 c C 2336 a B 2360 a B

--------------------Fitomassa seca (g)-------------------196 b A 207 ab A 170 b A170 b A 199 b A 192 b A 344 a A 249 a B 327 a A

Comprimento de raiz(cm)---------------1237 b A 1158 b A 1158 a A1237 b A 1060 c B 1040 b B1433 a A 1296 a B 1040 b C

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t halsquo 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha de vermicomposto 45 t ha de vermicomposto60 t ha~ de esterco de curral__________________________ _________________________Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

-----Razatildeo Parte AeacutereaSistema Radicular------340 b AB 301c B 384 a A446 a A 415 b A 326 a B339 b B 546 a A 388 a B

-------------- Densidade de raiz (m cm3)------------367 a AB 414 a A 325 b B282 b B 301b B 405 a A347 ab A 231c B 324 b A

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base destacou-se o EC (60 t ha 1 de esterco de curral)

para as variaacuteveis FFR e FSR Quando adicionado o SM+U+CB os resultados para FFR

foram ainda melhores bem como o CR As respostas obtidas para a RPASR foram

variadas em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees apresentando melhores resultados para 15 VB (45 t

ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB e ainda melhor para EC (60 t ha 1 de esterco de

curral)+MB4 +U+CB As adubaccedilotildees de base 1 VB 15 VB e EC natildeo diferiram entre si

As adubaccedilotildees mais eficientes para a variaacutevel DR foram 1 VB+SM+U+CV que natildeo

diferiu da EC+SM+U+CB I VB+ MB4 +U+CB e agrave 15 VB foram melhores entre as

demais

35

Analisando os biofertilizantes em relaccedilatildeo a cada adubaccedilatildeo de base verifica-se que

para a 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB destaca-se a variaacutevel FFR

poreacutem sem diferenccedila significativa de 1 VB os melhpres resultados para a variaacutevel DR

foram encontrados pelo tratamento 1 VB+MB4 +U+CB e 15 VB (45 t ha 1 de

vermicomposto) tambeacutem se considera eficiente o 1 VB+SM+U+CB que natildeo diferiu do

EC (esterco de curral) Quando se utilizou 15 VB+ MB4 +U+CB houve resposta

significativa para a variaacutevel FFR para FSR as respostas natildeo foram diferentes com a

aplicaccedilatildeo dos biofertilizantes para as variaacuteveis FSR e DR as adubaccedilotildees EC e

EC+SM+U+CB natildeo diferiram entre si

Embora as respostas estatiacutesticas tenham sido diferentes para as adubaccedilotildees

combinadas ou natildeo pode-se salientar a importacircncia do aacutecido indol-aceacutetico como jaacute

citado anteriormente para as variaacuteveis avaliadas na parte aeacuterea das mudas de cebola

Respostas semelhantes nesse sentido foram encontradas para a cultura da alface por

Quijano (1999) e Morselli (2001)

Pereira et al (2002) concluiacuteram em trabalho realizado com a cultivar de cebola

CNPF1 6400 em Minas Gerais que a utilizaccedilatildeo de 20 t ha de esterco de curral

proporcionou os melhores resultados para a produccedilatildeo de cebola

Silva Juacutenior amp Giorgi (1992) e Menezes Juacutenior (1998) citam que doses elevadas

de mateacuteria orgacircnica podem prejudicar a primeira fase da germinaccedilatildeo (embebiccedilatildeo) e

absorccedilatildeo de aacutegua pelas raiacutezes das placircntulas No entanto no presente trabalho este fato

natildeo ocorreu embora a dose de esterco utilizada tenha sido de 60 t ha 1 (dose maacutexima

recomendada segundo Nolla 1982)

413 Anaacutelise de macronutrientes no tecido vegetal

Os resultados dos conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio no

tecido vegetal sob diferentes adubaccedilotildees encontrados na Tabela 3 indicam mais uma

vez a superioridade da adubaccedilatildeo esterco com 0 uso ou natildeo de biofertilizantes

36

TABELA 3 Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob

uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS i J B

ADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesamg plantas1

---- Nitrogecircnio-----30 t ha de vermicomposto 16593 c AB 15451 c B 19050 b A45 t ha de vermicomposto 21444 b A 22888 b A 17852 b B60 t ha de esterco de curral 32606 a C 37593 a B 40816 a A

--------------- ------ Foacutesforo------- -------------30 t ha de vermicomposto 3098 c B 2802 c B 3999 b A45 t ha de vermicomposto 4109 b A 4135 b A 2788 c B60 t ha de esterco de curral 5300 a B 7577 a A 7565 a A

------- Potaacutessio------30 t ha de vermicomposto 24327 c A 19900 c B 24965 b A45 t ha de vermicomposto 29113b A 29812 b A 22031 b B60 t ha de esterco de curral 44070 a B 51976 a A 54101 a A

-------- Caacutelcio-------30 t ha de vermicomposto 5027 c A 4356 c A 4834 b A45 t ha de vermicomposto 6114b A 6963 b A 4379 b B60 t ha de esterco de curral 9030 a C 11451 a A 10331 a B

------Magneacutesio-----30 t ha de vermicomposto 1188 b A 914 c A 1202 b A45 t ha de vermicomposto 1231 b B 1582 b A 1176 b B60 t ha de esterco de curral 2136a B 2443 a A 2663 a AMeacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base observa-se que o melhor tratamento foi o

esterco de curral para todas as variaacuteveis Para 1 VB (30 t ha^ 1 de vermicomposto) natildeo

houve resposta diferenciada com o uso de bofertilizantes para todas as variaacuteveis A

adubaccedilatildeo 15 VB (45 t ha 1 de vemicomposto) foi influenciada pelos biofertilizantes

para as variaacuteveis N P K e Ca enquanto que para Mg somente o MB4+U+CB o

influenciou O EC (esterco de curral) mostrou diferenccedila significativa apenas para as

variaacuteveis Ca e Mg quando adicionado MB4+U+CB

Segundo Peixoto (2000) eacute fundamental a adiccedilatildeo de adubos orgacircnico no cultivo de

hortaliccedilas seja na forma de esterco decomposto composto ou huacutemus de minhoca de

37

modo a fornecer melhorias nas propriedades do solo vindo a disponibilizar os nutrientes

as diferentes culturas

O esterco fresco conteacutem muita cama celuloacutesica e um elevado teor de aacutegua No

esterco curtido a celulose jaacute estaacute decomposta o teor de aacutegua estaacute reduzido agrave metade e os

nutrientes em uma forma mais assimilaacutevel e mais concentrada O esterco fresco pode

causar uma deficiecircncia temporaacuteria de nitrogecircnio no solo ao se decompor o que natildeo

acontece com o biestabilizado (Kiehl 1985)Ocorre uma diminuiccedilatildeo inicial no volume

de aacutegua retido no esterco de curral diminui inicialmente em tomo de 3581 liberando

posteriormente somente 496 evidenciando a sua capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua

(Menezes Juacutenior 1998)

A utilizaccedilatildeo continuada de adubos nitrogenados minerais no solo altera o balanccedilo

do nitrogecircnio entre o solo e planta No meacutetodo biodinacircmico eacute sublinhada a importacircncia

dos adubos animais para o estabelecimento da fertilidade permanente dos solos (Koeff

et al 1983)

Para Guimaratildees (1997) os benefiacutecios que a mateacuteria orgacircnica imprime ao solo

principalmente melhorando a produtividade fertilidade e a influencia que as substancias

huacutemicas exercem sobre o ambiente dependem da qualidade e do teor de mateacuteria

orgacircnica do solo Estas substacircncias por conterem nutrientes em sua constituiccedilatildeo em uma

forma mais disponiacutevel para as plantas promovem um equiliacutebrio no ambiente no solo

(Kononova 1966)

Aproximadamente de 60 a 70 do total de carbono do solo ocorre na forma de

materiais huacutemicos (Griffith amp Schnitzer 1975) sendo a eles atribuiacutedo a manutenccedilatildeo da

bioestrutura do solo aumentando a capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua (Brady 1999)

Conforme Compagnoni amp Putzolu (1985) os estercos bem como os demais

resiacuteduos orgacircnicos apresentam conteuacutedos diferentes de aacutecidos huacutemicos e fuumllvicos sendo

atribuiacutedo ao acido huacutemico uma accedilatildeo fitoestimulante semelhante aos fitohormocircnios por

favorecer o desenvolvimento do sistema radicular e crescimento do caule

Em trabalho realizado por Guimaratildees (1997) foi encontrado para aacutecidos huacutemicos

de esterco bovino uma relaccedilatildeo CN 1035 e para vermicomposto bovino 17

evidenciando que o esterco quando aplicado ao solo por apresentar uma relaccedilatildeo CN

proacutexima deste reage mais facilmente liberando nutrientes para as plantas sem alterar a

cadeia troacutefiacuteca Dados encontrados no presente trabalho demonstram a eficiecircncia do

esterco nesse sentido

38

De acordo com Morselli (2001) vaacuterios trabalhos citam comentam e discutem a

capacidade dos vermicompostos em proporcionar oacutetimas colheitas e favorecer a

precocidade das plantas cultivadas Poreacutem muitas vezes se observa que mesmo

suprindo essas plantas com nutrientes necessaacuterios atraveacutes de huacutemus de diferentes fontes

as respostas natildeo satildeo as mesmas para uma mesma cultivar

Por outro lado os resultados com o uso de substacircncias huacutemicas satildeo variaacuteveis e

dependem aleacutem da espeacutecie testada das substacircncias huacutemicas utilizadas sua

concentraccedilatildeo o grau de purificaccedilatildeo e das condiccedilotildees experimentais A resposta das

plantas aos aacutecidos huacutemicos e fuacutelvicos eacute dependente da mateacuteria prima original e da

espeacutecie vegetal pois materiais orgacircnicos diferentes apresentam aacutecidos huacutemicos e

fuacutelvicos diferentes (Businelli 1990)

Justificam-se os maiores conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio e caacutelcio nas

adubaccedilotildees 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e biofertilizantes devido

provavelmente ao vermicomposto utilizado apresentar na sua constituiccedilatildeo teores

consideraacuteveis destes elementos aleacutem do que os biofertilizantes possam ter influenciado

na absorccedilatildeo atraveacutes de sua constituiccedilatildeo Tibau (1984) considera que a urina de vaca eacute

rica em aacutecido indol-aceacutetico e este influencia na absorccedilatildeo radicular O efeito positivo

deste tratamento provavelmente seja devido agrave quantidade aplicada

O biofertilizante que se destacou foi o MB4+U+CB em relaccedilatildeo ao EC (esterco de

curral) e eacute somente para a variaacutevel caacutelcio Isto provavelmente seja devido ao alto teor

deste elemento encontrado na sua constituiccedilatildeo (6872 g Kg1) e pela influecircncia positiva

que a calda bordalesa exerce no metabolismo das plantas atraveacutes dos nutrientes

contidos em sua formulaccedilatildeo O Ca controla a absorccedilatildeo radicular e retorna ao solo pelo

esterco e palhas por apresentar-se em maior quantidade em folhas e caules Depois de

localizado nas folhas fica imoacutevel favorecendo a resistecircncia da planta ao ataque de

fungos

Este trabalho avanccedila no estudo da agroecologia estando claro que todos os

criteacuterios tem caraacuteter dinacircmico de adequaccedilatildeo as mudanccedilas de um sistema de produccedilatildeo

em evoluccedilatildeo contribuindo na transiccedilatildeo para um padratildeo sustentaacutevel Cabe a pesquisa a

reorientaccedilatildeo para um enfoque ldquosistecircmicordquo isto eacute que permita integrar os diversos

componentes de um agroecossistema e a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas que promovam 0

fortalecimento e a expansatildeo da agricultura familiar

39

5 CONCLUSOtildeES

Considerando os resultados obtidos e as condiccedilotildees em que o estudo foi realizado

conclui-se que

bull As respostas agronocircmicas das mudas de cebola para os paracircmetros avaliados

satildeo mais satisfatoacuterias com a aplicaccedilatildeo de esterco de curral como adubaccedilatildeo de

base

bull Os biofertilizantes mais urina de vaca e calda bordalesa proporcionam

respostas satisfatoacuterias quando aplicados associados agraves adubaccedilotildees de base

bull O biofertilizante MB4 mais urina de vaca e calda bordalesa eacute mais eficiente

que o super magro mais urina e calda bordalesa quando aplicado associado agrave

adubaccedilatildeo de base esterco de curral para os conteuacutedos de fitomassa secae

fresca da parte aeacuterea das plantas altura e diacircmetro de colo das mudas de

cebola

bull Os biofertilizantes adicionados agrave adubaccedilatildeo de base 45 t harsquo 1 de vermicomposto

bovino mostram respostas significativas para os conteuacutedos de fitomassa seca

bull Os maiores conteuacutedos nutricionais para as mudas de cebola satildeo

proporcionados pela adubaccedilatildeo de base esterco de curral

bull A maior absorccedilatildeo de caacutelcio pelas mudas de cebola ocorre quando da adiccedilatildeo do

biofertilizante MB4 mais urina e calda bordalesa agrave adubaccedilatildeo de base esterco de

curral

40

6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ALDRIGHI CB ABREU CM PAGLIA AG MORSELLI TBGA FERNANDES HS Efeito da aplicaccedilatildeo de biofertilizante e urina de vaca em mudas de tomateiro Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

ALTIERI M NICHOLLS C I Agroecologia Teoria praacutectica para umaAgricultura Sustentable Ia ed PNUMA 2000 Cap 2 4 Seacuterie textos baacutesicos para la formacioacuten ambiental

ALTIERI M Agroecologia bases cientiacuteficas para uma agricultura sustentaacutevelGuaiacuteba Agropecuaacuteria 2002 592 p

ANTONIOLLI Z I GIRACCA E M N CARDOSO S J T WIETHAN M M S FERRI M Iniciaccedilatildeo agrave Minhocultura Criaccedilatildeo em Cativeiro e Vermicompostagem Santa Maria UFSM 1996 p59-89

BAYER C MIELNICZUC J Dinacircmica e funccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica In SANTOS G de A S e CAMARGO F A de O (ed) Fundamentos da mateacuteria orgacircnica do solo ecossistemas tropicais e subtropicais Porto Alegre Genesis 1999 p 3-23

BARRETTO D X Composto Orgacircnico In Praacutetica em Agricultura Orgacircnica Satildeo Paulo iacutecone Ed Ltda 1985 p 51-63

BETTIOL W Alguns produtos alternativos para o controle de doenccedilas de plantasem agricultura orgacircnica II Ciclo de palestras sobre agricultura orgacircnica Instituto Bioloacutegico Satildeo Paulo p52-63 1997

41

BETTIOL W TRACH R GALVAtildeO JAH Controle de doenccedilas de plantas com biofertilizantes Jaguariuacutena EMBRAPA-CNPMA 1997 22p (EMBRAPA- CNPMA Circular Teacutecnica 02)

BRADY N C Natureza e propriedades dos sotos Rio de Janeiro Freitas BastosS A 1979 647p

BRADY N C Organisms and ecology of the soil In The nature of properties of soils Simon amp Schuster A Viacon Company New Jersey1999 402-489p

BON1LLA J A Fundamentos da Agricultura Ecoloacutegica Sobrevivecircncia eQualidade de Vida Satildeo Paulo Nobel 1992

BUREacuteS S Substratos Ediciones Agroteacutecnicas S L Madrid Octubre 1997

BUS1NELLI M Chemical Composition and Enzymic Activity of some Worm Cast Plant Soil v 80 p 1-2 1990

CALEGARI A Espeacutecies para cobertura de solo In IAPAR (Instituto Agronocircmico de Paranaacute) Plantio Direto pequena propriedade sustentaacutevel organizador Moacir Darolt Londrina - PR 1998 65-93

CAMARGO P N D Manual de Adubaccedilatildeo Foliar Satildeo Paulo Herba 1975

CAPRA F A Teia da Vida Satildeo Paulo Cultrix 1997 256p

CAPRA F O Ponto de Mutaccedilatildeo 22 ed Satildeo Paulo Cultrix 2001 447p

CHABOUSSOU F Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da Trofobiose) Porto Alegre LPM 1987 253 p

CLARO S A Referencias tecnoloacutegicos para a agricultura familiar ecoloacutegica aexperiecircncia da Regiatildeo Centro-Serra do Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS-ASCAR 2001 250p

CLIVELA G Diagnoacutestico Agronocircmico da cebola no Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS 1995 8 6 p

COMISSAtildeO DE FERTILIDADE DO SOLO - RSSC Recomendaccedilotildees de adubaccedilatildeo e calagem para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina 3 ed Passo Fundo SBCS - Nuacutecleo Regional Sul 1995 223p

COMPAGNONI L PUTZOLU G Cria moderna de Ias lombrices y utilizacioacutenrentable dei humus Barcelona Editorial de Vecchi- SA 1985127p

COSTABEBER J A MOYANO E Transiccedilatildeo agroecoloacutegica e accedilatildeo social coletiva Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v l n4 p 50- 60 outdez 2 0 0 0

42

COSTA M B B da Adubaccedilatildeo orgacircnica Nova siacutentese e novo caminho para aagricultura Satildeo Paulo Ed iacutecone Ltda 1985 102p

COSTA NETO C Agricultura Sustentaacutevel Tecnologias e Sociedade In CARVALHO COSTA LF et al (org) Mundo Rural e Tempo Presente Rio de Janeiro Mauad 1999

DrsquoAG0ST1NI R L FANTINI A C Produccedilatildeo orgacircnica tambeacutem socialmente excludente Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v3 n l p57-61 2002

DALPONTE J C V Utilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos e fertilizante mineral na produccedilatildeo e qualidade de mudas e bulbos de cebola (Alliurn Cepa L) Pelotas-RS 1990 (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1990

DEBARBA J F THOMAZELLI L F GANDIN C L SILVA E Cadeias produtivas do Estado de Santa Catarina Cebola Florianoacutepolis Epagri 1998 115 p (EPAGRI Boletim Teacutecnico 96)

DUFOUR F Os saacutebios loucos do agro-alimentar Le Monde Diplomatique ano 1 n4 p6-7 1999 (ed portuguesa)

EHLERS E Agricultura Sustetaacutevel Origem e perspectivas de um novo paradigma 2 ed Guaiacuteba Agropecuaacuteria 1999 157 p

FILGUEIRA F A R Novo Manual de olericultura agrotecnologia moderna na produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 2000 402 p

FRASER G K Mateacuteria Orgacircnica Del Suelo In BEAR F E (ed) Quiacutemica dei Suelo Madrid Ed Agrociencia 1963

FOLLET R H MURPHY L S DONAHUE R L Fertilizers and soil amendments New Jersey Printice-Hall Inc 1981 557p

GARCIA A Revista dei Espacio Rural Georgica Zaragoza Escuela Politeacutecnica de Huesca n5 1997

GARCIA A Versatildeo preliminar de um Programa Estadual de Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Bulbos e Sementes de CebolaEMBRAPAIPAGROMARAEMATER 6 8 pbdquo 1990 (Publicaccedilatildeo avulsa)

GIORGETT1 J R Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Mudas de Tomate In Encontro Nacional de Produccedilatildeo e Abastecimento de Tomate 2 1991 Jaboticabal Satildeo Paulo Anais Jaboticabal UNESP 1991 p 242-244

GLIESSMAN S R Agroecologia Processos ecoloacutegicos em agricultura sustentaacutevelPorto Alegre Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS 2000 653p

43

GLIESSMAN S R TURRIALBA C R Agroecologia Procesos Ecoloacutegicos en Agricultura Sostenible CATIE 2002 p 3-14

GNOATTO S C Caracterizaccedilatildeo quiacutemica de vermicompostos de diferentes substratos orgacircnicos Pelotas-RS 1999 38 f (Mestrado em Agronomia - Solos) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

GOMES J C C BORBA M F S A moderna crise dos alimentos oportunidade para a agricultura familiar Emater Porto Alegre julset 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwematertchebrdocsagroecorevistan313-artigo3htmgtAcesso em 24 fev 2002

GOMEZ H W Desenvolvimento sustentaacutevel agriacutecola e capitalismo In Desenvolvimento sustentaacutevel Necessidade eou disponibilidade Santa Cruz do Sul Nobel - UNISC 1997 p 65-77

GONZAacuteLEZ DE MOLINA M SEVILLA GUZMAacuteN E Ecologia campesinado e historia Para una reinterpretacioacuten dei desarrollo dei capitalismo en la agricultura In SEVILLA GUZMAacuteN E GONZAacuteLEZ DE MOLINA M (ed) Ecologia campesinado e historia Madrid La Piqueta 1993 p 23-129

GRIFFITH S A SCHNITZER M Analytical characteristic of humic and fulvic acids extracted from tropical volcanic soils Soil Sei Soc Am Proc v 39 p361-367 1975

GUIMARAtildeES E Caracterizaccedilatildeo quiacutemica estreptoscoacutepica e por anaacutelise teacutermica de aacutecidos huacutemicos e vermicompostos obtidos de estercos de diferentes animaisCuritiba 1997 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Quiacutemica) Universidade Federal do Paranaacute 1997

HESS A F Sociedade e meio ambiente uma relaccedilatildeo ambiacutegua Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v 4 n2 p 167-1741999

ICEPA-SC Informes conjunturais sobre a cultura da cebola Disponiacutevel em lthttpwwwicepa combrgt Acesso em 23 jan 2003

JONES H A MANN L K Onions and their allies New York Interscience Publishers 1962 286 p

JUacuteNIOR H A de MAIORANO J A Receitas obtidas de extratos de plantasCampinas CATITerra Viva [199-] 10 f

KHATOUNIAN C A Ciclo de Palestras sobre Agricultura Orgacircnica 2a Ed SatildeoPaulo Fund Cargill 1997 149 p

KIEHL E J Fertilizantes Orgacircnicos Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1985 492p

44

KOEFF H H PETTERSSON B D SHAUMANN W Vida Vegetal solos e adubaccedilatildeo In Agricultura Biodinacircmica Satildeo Paulo Nobel 1983 p92-149

KONONOVA M M Soil organic matter The importance o f organic matter in soil formation and soil fertility New York Pergamqn Press 1961 p 165-200

KUHN T A Estrutura das Revoluccedilotildees Cientiacuteficas Satildeo Paulo Perspectiva 1989 257p

LANNA FCA ABREU C L ABREU J G SILVA V Resposta de cultivares de melancia cultivadas sob adubaccedilatildeo quiacutemica e orgacircnica Horticultura v 12 n l p85 1994

LEFF H Saber Ambiental Petroacutepolis Vozes 2001 343 p

MAGALHAtildeES J R Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo da cebola In FERREIRA M E CASSTELLANE P D CRUZ M C P Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo de hortaliccedilasPiracicaba POTAFOS 1993 p 381-393

MALAVOLTA E Elementos de nutriccedilatildeo mineral de plantas Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1980 251 p

MALAVOLTA E Manual de Quiacutemica Agriacutecola - Adubos e Adubaccedilatildeo 3a ed SatildeoPaulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1981 606 p

MARTINEZ A A A grande e Poderosa Minhoca Jaboticabal Funep - Unesp1990 101 p

MARTINS S R Desenvolvimento e Sustentabilidade Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v20 n2 julho 2002 Palestra apresentada no 42deg Congresso Brasileiro de Olericultura

MARTINS S R Limites Del Desarrollo Sostenible em Ameacuterica Latina En el marco de Ias poliacuteticas de (re)ajuste econocircmico Pelotas Editora UFPel 1997 135 P-

MARTINS S R Sustentabilidade na agricultura dimensotildees econocircmicas sociais e ambientais Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v4 n 2 p 175-1871999

MATURANA H REZEPKA S N D E Formaccedilatildeo Humana e Capacitaccedilatildeo Rio de Janneiro Vozes 2000 8 6 p

MELLO A F SOBRINHO M O ARZOLLA S SILVEIRA R NETTO A C KIEHL J C Fertilidade do Solo Satildeo Paulo Nobel 1983

MENEZES JUacuteNIOR F O G D Caracterizaccedilatildeo de Diferentes substratos hortiacutecolas e seu efeito na produccedilatildeo de mudas de alface e couve-flor em ambiente protegido Pelotas 1998 141 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1998

45

MIBASA Mineraccedilatildeo Barreto SA Melhorador de Solos MB4 A Natureza Agradece Arapiraca-AL [199-] Folder

MINAMI K Os resumos da olericultura 2000 In AZEVEDO FILHO MARTINEZ FILHO (ed) Preccedilos agriacutecolas Piracicaba ESALQ 1999 p 4

MINAMI K Produccedilatildeo de Mudas de Alta Qualidade em Horticultura Satildeo Paulo TA Queiroz 1995

MORSELLI T B G A Cultivo sucessivo de alface sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegidoPelotas 2001 178 p Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2001

MORSELLI T B G A Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Poliacutegrafo da Disciplina de Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia-Produccedilatildeo Vegetal UFPel 2002

MULLER AM Efeitos da Aplicaccedilatildeo Foliar de um Biofertilizante Enriquecido no Estado fitossanitaacuterio de Tomate Ervilha e Beterraba Sob Manejo OrgacircnicoDissertaccedilatildeo (Mestrado no Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agroecossistemas)1999 (Resumo)

NOLLA D Erosatildeo do Solo - O grande desafio Estado do Rio Grande do Sul SEAGRI desenvolvimento de recursos naturais renovaacuteveis 1982 412 p

PAGLIA AG MORSELLI TBGA PEIL RMN Teores de nutrientes pH e condutividade eleacutetrica da aacutegua em sistema ldquofloat^ngrdquo sob adiccedilatildeo de biofertilizantes Horticultura Brasileira v 20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PAULUS G MULLER A BARCELLOS LAR Agroecologia aplicada praticas e meacutetodos para uma agricultura de base ecoloacutegica 2ed ver ampl Porto Alegre EMATERRS 2001 8 6 p

PEIXOTO R T dos G Composto orgacircnico aplicaccedilotildees benefiacutecios e restriccedilotildees de uso Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 18 p 56-64 julho 2000

PENTEADO SR Defensivos Alternativos e Naturais Satildeo Paulo 1999 95 p

PEREIRA AJ SOUZA RJ PEREIRA WR Efeito de diferentes doses de esterco de galinha e de curral sobre a produccedilatildeo de cebola Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PINHEIRO S BARRETO SB MB-4 agricultura sustentaacutevel trofobiose e biofertilizantes Fundaccedilatildeo Juquira CandiruMibasa 2000 273 p

PRIMAVESI A Agricultura Sustentaacutevel Satildeo Paulo Nobel 1992 142 p

PRIMAVESI A O manejo ecoloacutegico do solo Agricultura em regiotildees tropicais SatildeoPaulo Nobel 1982 541 p

46

PURCINO A A C ldquoNitrogecircniordquo Informe Agropecuaacuterio Belo Horizonte v7 n81 p 16-27 1981

QUIJANO F G Efeito da adubaccedilatildeo orgacircnica no desenvolvimento de duas cultivares de alface em ambiente protegido Pelotas 1999 116f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

RODRIGUES A N N Efeitos e residuais de superfosfato triplo sobre o rendimento de mateacuteria seca e absorccedilatildeo de foacutesforo pela aveia (Avena strigosa Schob) em solo Podzoacutelico Vermelho Escuro Porto Alegre 1984 59f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia UFRGS 1984

RODRIGUES E T CASALI V W D Respostas da alface agrave adubaccedilatildeo orgacircnica II Teores conteuacutedos e utilizaccedilatildeo de macronutrientes em cultivares Rev Ceres Viccedilosa v 45 n 261 p 437-449 1998

SAMINEcircS T C O Produccedilatildeo orgacircnica de alimentos Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 17 n3 novembro 1999

SCHIEDECK G Ambiecircncia e resposta agronocircmica de meloeiro (Cucumis melo L) cultivado sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegido Pelotas lOOp Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2002

SILVA JUacuteNIOR A A GIORGI E Substratos alternativos para a produccedilatildeo de mudas de tomate Agropecuaacuteria Catarinense Florianoacutepolis EPAGRI 1992 23 p

SILVA JUacuteNIOR A A MACEDO S G STUKER H Utilizaccedilatildeo de esterco de peru na produccedilatildeo de mudas de tomateiro Florianoacutepolis EPAGRI 1995 28 p (Boletim Teacutecnico 73)

TAGLIARI PS GRASSMANN H Minhoca a grande aliada da agricultura Agropecuaacuteria Catarinense v8 n l p 11-14 mar 1995

TEDESCO M J GIANELLO C Anaacutelises de solo plantas e outros materiais Porto Alegre Faculdade de Agronomia Departamento de Solos Universidade Federal do Rio Grande do Sul RS 1996

TENNANT D A Test of modified line intersect method of estimating root lenght Journal Ecology Oxford v 63 p 995-1001 1975

TIBAU A O Mateacuteria Orgacircnica do Solo Mateacuteria Orgacircnica e Fertilidade do SoloSatildeo Paulo Nobel 1984 p49-182

TIMM P J Anaacutelise comparativa dos sistemas de plantio convencional e cultivo miacutenimo de cebola sob adubaccedilatildeo orgacircnica e mineral Pelotas 2000 79 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2000

47

VALENZUELA HR CROSBY C Effect of compost applications on the yield of several vegetables in long-term organic farming experiments conduced in the tropics American Society Horticultural Science v33 n3 june 1998

VIGLIZZO E (ed) Subprograma Recursos Naturais y Sostenibilidad Agriacutecola documento marco Montevideo IICAPROCISUR 1995 p 75 - 78

WE1D J M TARDIN J M Proposta para a Ampliaccedilatildeo do Trabalho da ASPTA no Centro Sul do Paranaacute ASPTA Disponiacutevel em http wwwpronafgovbrEncontrotestosAS20PTA20Sul20ParanE1205 202002doc Acesso em 05 mai 2002

XAVIER SIMOacuteN F DOMINGUES D G Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel uma perspectiva agroecoloacutegica Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre EM ATERRS v2 n2 p 17-26 2001

ZABALETA J P Diagnoacutestico da Agricultura Familiar em Satildeo Joseacute do Norte - RSPelotas EMBRAPA-CPACT 1998 75 p (EMBRAPA-CPACT Documentos 44)

ZONTA E P MACHADO A A SILVEIRA P Sanest Sistema de anaacutelise estatiacutestica para microcomputadores Registrado na Secretaria Especial de Informaacutetica sob nuacutemero 066060 - categoria A Pelotas-RS Universidade Federal de Pelotas 1984

48

7 APEcircNDICE

APEcircNDICE A - Anaacutelise da adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes utilizados na produccedilatildeo de mudas de cebola

TABELA 1 A Anaacutelise baacutesica do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo miuacutedo + papua

Arg

pH IND

SMP

MO

P - n r - Na Al Ca__10Omlmdash

Mg

ppm -

6 53 67 089 8 6 27 1 04 05 0 2

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 2A Anaacutelise complementar do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo-miuacutedo + papua

Cobre Zinco Manganecircs Ferro

(m v1)

04 05 26 007

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

49

TABELA 3A Anaacutelise dos fertilizantes soacutelidos

Amostra pH limidade CN

C N P K Ca Mg

- g-ivg --

Cama de 849 2491 12 31042 2479 3888 3405 29875 463

aves

Esterco 74 3594 11 677 590 157 134 335 214

de curral

Huacutemus 684 5738 14 15965 1098 453 745 743 361

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 4A Anaacutelise quiacutemica dos biofertilizantes liacutequidos

Amostra N P K_ccedil H

Ca Mg Cu Zn Fe Mn

mdashgL bull

S Magro

m b 4

Urina

053

1652

8 2 2

008

395

0 0 0

149

1674

471

1902

6872

0 0 0

1150

4507

1172

7273

42

033

101389

920

0 0 0

6250

19458

781

35273

1123

0 2 1

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

50

APEcircNDICE B - Condiccedilotildees climaacuteticas do local

TABELA 1B Condiccedilotildees de temperatura do local

___________ __________TEMPERATURA (degCgt

meses Meacutedia

Maacutexima

Meacutedia

MiacutenimaMeacutedia

Maacutexima

Absoluta

Miacutenima

Absoluta

Junho 225 87 156 320 25

Julho 225 85 155 285 30

Agosto 251 71 161 360 1 0

Fonte FEPAGROSCT 2002

TABELA 2B Condiccedilotildees de chuva do local

mdash CHUVA (mm)mdash

meses Ocorrida Normal Desvio Da Normal

Junho 1080 1 1 0 -2 0

Julho 1062 98 8 2

Agosto 1283 1 2 0 83

Fonte FEPAGROSCT 2002

51

TABELA 1C Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

APEcircNDICE C - Anaacutelise estatiacutestica da parte aeacuterea

Causas G1 FFPA FSPA AP DC

da variaccedilatildeo --------- Quadrados meacutedios-

Blocos 3

Ad Base 2 175359071 1287102 2547419 1 11775

Biofertilizantes 2 126876 29011 87669ns 02185ns

Ad x Biofert 4 572378 31123 69106ns 04159

Resiacuteduo 24 34456 03048 27169 00290

Total 35

Meacutedia geral 93745 8772 320388 6741

CV 1980 6294 5145 2530

Significativo a 5ns Natildeo significativo

52

TABELA 1D Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade

de raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

APEcircNDICE D - Anaacutelise estatiacutestica da raiz

Causas G1 FFR FSR CR RPASR DR

da variaccedilatildeo Quadrados meacutedios---------------

Blocos 3

Ad Base 2 27874 551 623 2 1 0 140

Biofertilizantes 2 178 0 1 0 ni 1504 l03ns 038ns

Ad x Biofert 4 190 058 318 294 183

Resiacuteduo 24 005 009 028 023 0 2 1

Total 35

Meacutedia geral 1818 228 184 387 333

C V 134 1356 448 1253 1396

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

53

APEcircNDICE E - Anaacutelise estatiacutestica dos macronutrientes da parte aeacuterea da cebola

TABELA 1E Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mud^s de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

Causas G1 bull N P K Ca Mg

da variaccedilatildeo

Blocos 3

Ad Base 2 13550306 446627 25509686 1031806 59007

Biofertilizantes 2 180610ns 16564 68153ns 39006 876ns

Ad x Biofert 4 454187 45743 1047539 46950 2464

Resiacuteduo 24 29769 1453 64313 3741 439

Total 35

Meacutedia geral 24921 4597 33366 6943 1615

C V 692 829 760 880 1297

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

APEcircNDICE F - Fotos do experimento

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob uma perspectiva agroecoloacutegica

APEcircNDICE F a Fotos do experimento

FIGURA 1 Adubaccedilatildeo verde com feijatildeo-miuacutedo e papuatilde utilizadas no manejo do solo

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob urna perspectiva agroecoloacutegica

Page 24: PRODUÇÃO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L.) SOB …orgprints.org/24883/1/Paglia_Produção.pdf · vaca mais calda bordalesa; MB4+U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

14

Os adubos orgacircnicos satildeo amplamente empregados nos sistemas de produccedilatildeo de

alface como condicionadores do ambiente quiacutemico e fiacutesico da rizosfera e

consequumlentemente na resposta bioloacutegica das plantas (Rodrigues amp Casali 1998)

Considerando as necessidades hortiacutecolas de maior competitividade e o fato de natildeo

ser subsidiada o crescimento populacional e a industrializaccedilatildeo representam fatores

determinantes na geraccedilatildeo diaacuteria de enormes volumes de resiacuteduos podendo ser utilizados

pelos produtores com um maior retomo econocircmico possiacutevel Ao mesmo tempo a

questatildeo ambiental assume cada vez mais destaque na sociedade moderna repercutindo

em poliacuteticas governamentais bem como no setor produtivo do paiacutes e do mundo

fazendo com que a relaccedilatildeo do homem com a natureza seja repensada (Morselli 2001)

232 Efeitos da adubaccedilatildeo orgacircnica nas culturas

Segundo Paulus et al (2001) a mateacuteria orgacircnica tambeacutem eacute fonte de nutrientes

especialmente nitrogecircnio foacutesforo enxofre e micronutrientes aleacutem disso tem

capacidade de ldquoprenderrdquo micronutrientes e alguns elementos toacutexicos para as plantas

como o alumiacutenio Por exemplo os micronutrientes depois de presos satildeo liberados

lentamente no solo onde satildeo gradativamente aproveitados pelas plantas

O uso dos fertilizantes minerais elevam o custo de produccedilatildeo pois satildeo necessaacuterias

altas doses para o fornecimento dos teores de nutrientes demandados Por isso eacute

importante a geraccedilatildeo de tecnologias que poupem o consumo de fertilizantes minerais

desejaacutevel com vista agrave diminuiccedilatildeo do custo de produccedilatildeo (Rodrigues 1984) A produccedilatildeo

de hortaliccedilas sob a orientaccedilatildeo agroecoloacutegica leva em consideraccedilatildeo natildeo apenas os custos

de produccedilatildeo como tambeacutem a dependecircncia dos insumos principalmente quando se

considera a ldquoteoria da trofobioserdquo pelos efeitos maleacuteficos que os nutrientes prontamente

assimilaacuteveis podem causar as plantas (Chaboussou 1987)

Para Compagnoni amp Putzolu (1985) o vermicomposto eacute um autecircntico fertilizante

bioloacutegico que atua como corretivo do solo determinando caracteriacutesticas importantes

para a microflora pelos aacutecidos huacutemicos e as substacircncias fitoestimulantes Os autores

consideram ainda que as dejeccedilotildees das oligoquetas proporcionam a formaccedilatildeo de huacutemus

permitindo melhorar o solo razatildeo pela qual satildeo destinados agrave horticultura com oacutetimas

vantagens fiacutesicas e microbioloacutegicas enriquecendo a camada araacutevel

Em experimentos desenvolvidos durante cinco anos para avaliar o efeito da

aplicaccedilatildeo de compostos eou adubos nas culturas de alface manjericatildeo espinafre e

15

pepino Valenzuela amp Crosby (1998) compararam as produccedilotildees obtidas com composto

e a fertilizaccedilatildeo padratildeo e concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo do composto em 20 Mg ha 1 mais

N-quiacutemico foi o melhor tratamento em todas as culturas estudadas

233 Plantas de cobertura do solo

As plantas mais usadas para adubaccedilatildeo de cobertura do solo satildeo as leguminosas

pois estas tecircm a capacidade de fixar o nitrogecircnio atmosfeacuterico e disponibiliza-lo agrave

cultura Primavesi (1992) cita que utilizando-se mucuna ervilhaca feijatildeo-de-porco

feijatildeo-miuacutedo crotalaacuteria e outras natildeo haacute necessidade de utilizar tanto nitrogecircnio em

cobertura embora natildeo se dispense uma calagem mais frequumlente pois ocorre um pouco

de acidificaccedilatildeo no solo como com qualquer adubaccedilatildeo nitrogenada Segundo a mesma

autora algumas leguminosas tecircm a capacidade de mobilizar o foacutesforo como o caupi

(feijatildeo-miuacutedo) outras mobilizam o caacutelcio como tremoccedilo

Para Brady (1999) a adubaccedilatildeo verde traz grandes benefiacutecios como suprimento de

mateacuteria orgacircnica sendo consideraacutevel a quantidade de resiacuteduos orgacircnicos devolvidos ao

solo adiccedilatildeo de nitrogecircnio nutrientes e conservaccedilatildeo do solo

Calegari (1998) comenta que quanto aos aspectos fiacutesicos os resiacuteduos tendem a

contribuir para uma melhoria da estrutura do solo percebida pelo aumento da

estabilidade dos agregados em aacutegua aumento da capacidade de retenccedilatildeo hiacutedrica

elevaccedilatildeo dos iacutendices de infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo aumento da porosidade melhor

aeraccedilatildeo e diminuiccedilatildeo da densidade do solo

De acordo com Timm (2000) o papuatilde eacute uma excelente alternativa como cobertura

de solo para o cultivo miacutenimo da cebola pois na eacutepoca do transplante das mudas seu

ciclo vegetativo estaacute completo natildeo necessitando o dessecamento outra vantagem eacute que

o papuatilde apresenta bom controle com relaccedilatildeo agraves plantas invasoras da cebola reduzindo

ao longo dos anos o nuacutemero de capinas e a aplicaccedilatildeo de herbicidas

234 Adubaccedilatildeo foliar

Segundo Malavolta (1981) a utilizaccedilatildeo da adubaccedilatildeo foliar eacute complemento da

adubaccedilatildeo de solo natildeo substituto da mesma no que diz respeito ao fornecimento de

nitrogecircnio foacutesforo e potaacutessio para as culturas Da mesma maneira que as raiacutezes podem

perder para o solo parte dos elementos absorvidos as folhas tambeacutem o fazem pela accedilatildeo

16

de fatores internos (desordem fisioloacutegica estado nutricional etc) e externos (chuvas

orvalho nutriccedilatildeo do sistema radicular luz temperatura etc)

Para Chaboussou (1987) as plantas adquirem o maacuteximo de resistecircncia bioloacutegica

atraveacutes da nutriccedilatildeo (trofos) equilibrada Obviamente para que isto ocorra eacute necessaacuterio

que o solo esteja em equiliacutebrio dinacircmico o ambiente seja o mais estaacutevel e as plantas

selecionadas ou melhor adaptadas para poderem suportar as alteraccedilotildees extemporacircneas

ocasionadas pelos fenocircmenos meteoroloacutegicos e nas fases fonoloacutegicas criacuteticas do

crescimento e desenvolvimento (Pinheiro amp Barreto 2000)

O lixiviado das folhas enriquece as camadas superiores do solo e tende a

contrabalanccedilar as perdas de zonas mais profundas e mais distantes acumulando-os nas

suas proximidades tambeacutem influencia o nuacutemero e o comportamento dos

microrganismos que por sua vez alteram o processo de gecircnese do solo sua textura e

fertilidade A lixiviaccedilatildeo assim se toma importante no desenvolvimento da sucessatildeo

ecoloacutegica devido agrave ciclagem de elementos (Malavolta 1980)

Conforme Camargo (1975) a utilizaccedilatildeo de adubos foliares substitui parcialmente

a adubaccedilatildeo radicular em 20 a 25 podendo ser utilizada em varias pulverizaccedilotildees

24 Vermicompostagem

E o processo que consiste em se submeter diferentes resiacuteduos orgacircnicos de

origem animal eou vegetal aos processos fermentativos e humificaccedilatildeo adicionando

minhocas do gecircnero Eiseina espeacutecie foetida ao material procurando obter um produto

curado em aproximadamente 45 - 60 dias (Compagnoni amp Putzolu 1985)

A vermicompostagem firmou-se no Brasil como atividade rentaacutevel produzindo

adubo de alta qualidade na deacutecada de 90 Na agricultura brasileira contudo haacute

preferecircncia pelos adubos quiacutemicos em funccedilatildeo de sua aquisiccedilatildeo financiada menor custo

e retomo imediato embora o impacto de seu uso contiacutenuo sobre o solo e os

microorganismos que nele vivem seja negativo (Tagliari amp Grassmann 1995)

Segundo Morselli (2002) a vermicompostagem difere da compostagem

convencional dentre outros pocircr formar substacircncias huacutemicas mais rapidamente ao sofrer

passagem pelo trato digestivo das minhocas A alirdentaccedilatildeo destas satildeo basicamente os

estercos e a disponibilidade desta mateacuteria prima bem como de ambiente protegido para

proceder a compostagem correta deste material satildeo indispensaacuteveis

17

Segundo Kiehl (1985) e Martinez (1990) o vermicomposto apresenta as seguintes

vantagens em relaccedilatildeo a compostagem permite a formaccedilatildeo de um produto curado em

menor espaccedilo de tempo promove a formaccedilatildeo de um material com maior

disponibilidade de nutrientes facilita o peneiramento natildeo havendo a necessidade de

revolvimento do material oferece vaacuterias fontes de renda pois aleacutem do huacutemus fornece

minhocas e raccedilatildeo e quando aplicado ao solo tende a melhorar as propriedades fiacutesicas

quiacutemicas e bioloacutegicas

241 Resiacuteduos utilizados na vermicompostagem

2411 Resiacuteduos de origem animal

Segundo Bureacutes (1997) o esterco eacute uma mistura de fezes urina e camas que

podem estar constituiacutedas de palhas folhas secas serragem turfa casca de arroz e ateacute

terra Esse apresenta pH neutro e densidade que varia de 030 a 090 Kg dm3 segundo

seu estado de decomposiccedilatildeo Eacute influenciado por vaacuterios fatores como espeacutecie animal

raccedila idade alimentaccedilatildeo material utilizado como cama e tratamento da mateacuteria-prima

esterco (Kiehl 1985) Dentre os fatores apontados um dos mais importantes eacute a

alimentaccedilatildeo do animal quanto mais rica a alimentaccedilatildeo mais rica seraacute as dejeccedilotildees

(Gnoatto 1999) O volume de bacteacuterias vivas ou mortas encontradas no esterco

representam 20 a 30 do total delas se originam grande parte do nitrogecircnio sob a

forma de proteiacutena (Morselli 2002)

A origem do material utilizado para a produccedilatildeo de vermicomposto eacute fundamental

pois soacute uma mateacuteria-prima de qualidade resultaraacute em um produto final de boa qualidade

Dentre os estercos o de aves eacute empregado empiricamente na adubaccedilatildeo de culturas

permanente ou natildeo com excelentes resultados apesar de sua simples composiccedilatildeo

meacutedia 2 de nitrogecircnio 2 de foacutesforo como P2 0 5 e 1 de K2 0 Poreacutem haacute uma

grande variaccedilatildeo na sua constituiccedilatildeo a qual dependeraacute do manejo animal atraveacutes das

camas finalidade da criaccedilatildeo e natureza das camas (Morselli 2002)

2412 Resiacuteduos de origem vegetal

A mateacuteria orgacircnica pode ser preservada no solo por vaacuterios processos seja pela

simples incorporaccedilatildeo de resiacuteduos de culturas rotaccedilatildeo de culturas adubaccedilatildeo verde ou

18

pela adiccedilatildeo de materiais orgacircnicos capazes de elevar e manter a produtividade do solo

Da decomposiccedilatildeo dos resiacuteduos orgacircnicos adicionados ao solo resulta a liberaccedilatildeo de

grande quantidade de nutrientes principalmente o nitrogecircnio o potaacutessio e o enxofre

Aleacutem disso diversos atributos quiacutemicos e fiacutesicos do solo satildeo alterados pela

decomposiccedilatildeo desses resiacuteduos destacando-se o aumento da capacidade de troca de

caacutetions o aumento da retenccedilatildeo de aacutegua a melhoria da estabilidade dos agregados e da

aeraccedilatildeo (Fraser1963 Malavolta 1981 Mello et al 1983 Bonilla 1992)

Segundo Purcino (1981) quando a relaccedilatildeo CN eacute menor que 30 como no caso do

esterco de curral ou da palha de leguminosas a disponibilidade de nitrogecircnio eacute

imediata mas acima deste valor ocorre imobilizaccedilatildeo crescente deste nutriente Por esse

motivo estes materiais devem ser submetidos a uma degradaccedilatildeo bioloacutegica antes de

serem adicionados ao solo

25 Biofertilizantes

No Brasil ocorrem problemas crescentes com materiais derivados de sistemas

intensivos de criaccedilatildeo animal que acumulam resiacuteduo^ orgacircnicos com graves problemas

de contaminaccedilatildeo de cursos de aacutegua que na maioria das vezes se acumulam em um

uacutenico lugar e natildeo satildeo reciclados (Viglizzo 1995)

Visando amenizar tais situaccedilotildees os meacutetodos alternativos de adubaccedilatildeo controle de

doenccedilas pragas e plantas indesejaacuteveis tecircm sido muito estudado Dentro dessa linha de

pesquisa destaca-se o uso de mateacuteria orgacircnica atraveacutes tanto de sua incorporaccedilatildeo ao

solo como de sua transformaccedilatildeo para uso posterior na forma de biofertilizantes

(Khatounian 1997 Bettiol et al 1997)

Na complexa e elevada comunidade microbiana dos biofertilizantes encontram-se

bacteacuterias fungos leveduriformes filamentosos e actinomicetos (Bettiol apud Penteado

1999)

O agregado de macro e micronutrientes periodicamente ativa e enriquece a

fermentaccedilatildeo O uso de farinha de rocha tem sido vantajoso por ter baixo custo

comparado com os sais concentrados e purificados aleacutem de trazer alguns elementos

traccedilos de vital importacircncia para os microrganismos do solo como por exemplo o Gaacutelio

o Iodo e o Vanaacutedio (M1BASA 199-) O agregado de farinha de rocha ou sais

purificados ao fermentado faz com que estes nutrientes passem a fazer parte dos

microrganismos ou dos produtos orgacircnicos liberados durante a fermentaccedilatildeo sendo que

19

o ataque dos microrganismos atraveacutes de suas enzimas consegue liberar os elementos natildeo

atacados pelos aacutecidos industriais (Pinheiro amp Barreto 2000)

Os biofertilizantes tecircm sido empregados na agricultura ecoloacutegica como adubo

foliar para aumentar a resistecircncia contra pragas e doenccedilas Aleacutem disso o processo de

produccedilatildeo eacute bastante simples e por isso eacute viaacutevel sua produccedilatildeo na propriedade desde que

tenha esterco disponiacutevel (Penteado 1999)

Bettiol et al (1997) verificaram a presenccedila de diferentes espeacutecies de fungos

fiacutelamentosos e leveduriformes e bacteacuterias entre elas Bacillus spp na comunidade

microbiana do biofertilizante produzido segundo meacutetodo adotado pelo Centro de

Agricultura Ecoloacutegica Ipecirc Os autores verificaram ainda uma reduccedilatildeo da comunidade

microbiana ao longo da digestatildeo reduccedilatildeo essa mais acentuada logo apoacutes o acreacutescimo

dos sais contendo micronutrientes A accedilatildeo dos sais pode ser tanto por aumento na

pressatildeo osmoacutetica quanto pelo efeito direto sobre os microrganismos Para o controle de

doenccedilas de plantas satildeo importantes a presenccedila dos metaboacutelitos produzidos pelos

organismos presentes no biofertilizante e os proacuteprios microrganismos vivos

Os microrganismos transformam o material orgacircnico (esterco soro de leite caldo

de frutas palhas restos industriais etc) e cinzas produzindo vitaminas aacutecidos e sais

complexos importantes para regular e tonificar o metabolismo das plantas impedindo o

desenvolvimento de pragas e doenccedilas (Pinheiro amp Barreto 2000)

Em estudos feitos com o biofertilizante liacutequido de bovinos foi observado a

presenccedila de inuacutemeros microorganismos como bacteacuterias leveduras e bacilos

principalmente do Bacillus subtilis Estes microorganismos sintetizam substacircncias

antibioacuteticas as quais demonstram ter grande accedilatildeo e eficiecircncia como substacircncias

fungiostaacuteticas e bacteriostaacuteticas de fitopatoacutegenos causadores de danos em lavouras

comerciais (Penteado 1999)

Aldrighi et al (2002) realizaram trabalho na UFPel relacionado agrave nutriccedilatildeo de

mudas de tomate (Floradade) produzidas no sistema ldquofloatingrdquo Utilizaram-se doses de

0 2 5 e 10 para o biofertilizante Super Magro e 0 e 1 para a urina de vaca

Concluiacuteram que estes natildeo interferem na produccedilatildeo das mudas e que provavelmente foi

influenciado pelo substrato utilizado (vermicomposto 75 e casca de arroz carbonizada

25) bem como o sistema de produccedilatildeo (floating)

Paglia et al (2002) citam que eacute possiacutevel produzir mudas de tomate (cultivar

Floradede) utilizando urina de vaca e biofertilizante Super Magro na aacutegua em sistema

ldquofloatingrdquo em trabalho realizado na UFPel O uso da urina de vaca a 1 e 5 e

20

biofertilizante Super Magro a 6 proporcionam uma elevaccedilatildeo do foacutesforo bem como o

Super Magro a 6 eleva os teores de Mg e Ca na aacutegua

251 Urina de vaca

As urinas de vaca contecircm nutrientes favoraacuteveis ao bom desenvolvimento das

plantas como potaacutessio soacutedio nitrogecircnio enxofre magneacutesio caacutelcio foacutesforo e traccedilos de

outros elementos Nas plantas funciona como um fertilizante natural tomando-as mais

resistentes ao ataque das pragas e doenccedilas Satildeo encontradas tambeacutem na urina outras

substacircncias como fenoacuteis e principalmente o catecol que esta associado agrave recuperaccedilatildeo

de plantas atacadas por fitopatoacutegenos por ser um produto anti-seacuteptico (Penteado 1999)

Para seu emprego a urina receacutem coletada deve ser armazenada sob condiccedilotildees

ambientais por trecircs dias para que se forme amocircnio importante produto a ser absorvido

pelas plantas Recomenda-se ainda que o armazenamento deva ser feito em recipiente

fechado para que natildeo ocorram perdas de nitrogecircnio Desta forma poderaacute permanecer

por ateacute um ano sem comprometer sua eficiecircncia

Em hortaliccedilas o uso da urina de vaca eacute recomendado em pulverizaccedilotildees foliares

semanais na concentraccedilatildeo de 05 para tomateiro pimentatildeo pepino feijatildeo vagem e

couve ou quinzenais a 1 para as culturas do quiabeiro jiloeiro e berinjela Para

fruteiras em geral a primeira aplicaccedilatildeo deve ser na concentraccedilatildeo aproximada de 5

realizada diretamente no solo e mensalmente devem ser realizadas pulverizaccedilotildees

foliares a 1 para plantas jovens e a 5 para plantas adultas (Penteado 1999)

Na aplicaccedilatildeo foliar deve-se ter cuidado com folhas e brotos novos e considerar que

o uso contiacutenuo pode ser toacutexico podendo afetar o solo causando a sua acidificaccedilatildeo

(Penteado 1999)

Na Estaccedilatildeo Experimental da PESAGRO no municiacutepio de Macaeacute Rio de Janeiro

estaacute se utilizando a urina de vaca leiteira Os pesquisadores descobriram que a urina de

vaca em lactaccedilatildeo produzia o efeito de recuperar plantas de abacaxi atacadas por uma

doenccedila conhecida como ldquofusairioserdquo Essa doenccedila quando ataca o abacaxi causa

perdas de ateacute 70 da safra Todos os agrotoacutexicos testados natildeo conseguiram controlar a

doenccedila Isto eacute um exemplo para que a universidade tenha uma nova percepccedilatildeo (Capra

1996) adotando medidas efetivas que contribuam na transiccedilatildeo agroecoloacutegica Com o

uso da urina de vaca leiteira numa lavoura de abacaxi atacada pela fusariose observou-

se agrave recuperaccedilatildeo do stand e os frutos produzidos apresentaram excelente padratildeo

21

comercial Descobriu-se que aleacutem funcionar como adubo e defensivo natural a urina de

vaca leiteira tambeacutem favorece a floraccedilatildeo de muitas plantas e pode ser usada no

tratamento de frutos e tubeacuterculos depois da colheita

A urina de vaca em lactaccedilatildeo tambeacutem estaacute sendo usada nas lavouras de cafeacute em

plantaccedilotildees de maracujaacute coco alface e outras hortaliccedilas Na regiatildeo centro-sul do Paranaacute

os agricultores estatildeo aplicando a urina de vaca leiteira nas lavouras de feijatildeo soja

batata cebola e milho (Penteado 1999)

252 Alhol

A maioria dos defensivos alternativos tais como calda bordalesa sulfocaacutelcica

aacutegua de cinza e cal biofertilizante enriquecido extrato de fumo entre outros precisa

ser misturada com um espalhante adesivo para quebrar a tensatildeo superficial da gota e

propiciar um melhor molhamento das folhas e demais partes pulverizadas assegurando

uma absorccedilatildeo mais efetiva e uma melhor accedilatildeo sobre as pragas e doenccedilas Quando as

gotas permanecem inteiras sobre a superfiacutecie folhar devido agrave falta de espalhante

adesivo pode-se danificar os tecidos vegetais pelc efeito-lente quando o sol incide

sobre elas Aleacutem disso a gota por natildeo se espalhar sobre toda superfiacutecie folhar

concentra nela e consequumlentemente sobre o tecido que estaacute em contato com ela uma

quantidade maior do produto aplicado Essa maior concentraccedilatildeo pode prejudicar a

absorccedilatildeo e lesionar os tecidos principalmente apoacutes a evaporaccedilatildeo da aacutegua contida na

gota por resultar em uma maior concentraccedilatildeo de sais no local especialmente quando se

aplicam por exemplo calda sulfocaacutelcica bordalesa biofertilizante enriquecido com

macro e micronutrientes (Claro 2001)

O alhol eacute um espalhante adesivo ecoloacutegico que tambeacutem auxilia no controle de

pragas E elaborado com aacutegua alho oacuteleo vegetal e sabatildeo neutro a partir da sabedoria

popular que menciona o alho como repelente de insetos Juacutenior Abreu amp Maiorano

(199-) indicam formulaccedilotildees contendo alho para o controle de pragas como nematoacuteides

(Meloidogyne incoacutegnita e M javanica) mosca do chifre lagarta na maccedilatilde pulgotildees

besouro da batata trips e para controle de doenccedilas fuacutengicas e bacterianas como miacuteldio

ferrugem fusariose helminthosporiose murchadeira (Pseudonamos solacearum)

bruzone do arroz (Pyricularia orysae) podridatildeo negra do repolho e couve-flor

(Xanthomonas campestris) Aleacutem disso o alho pelo seu bom teor em oacuteleo pode agir

tambeacutem como espalhante adesivo O sabatildeo tambeacutem eacute indicado como espalhante adesivo

22

e possui accedilatildeo contra certas pragas (pulgotildees) sendo que o oacuteleo vegetal eacute indicado no

controle de cochonilhas e usado como espalhante adesivo (Claro 2001)

253 Calda Bordalesa

A calda bordalesa eacute um tradicional defensivo agriacutecola que pode ser preparado na

propriedade com a mistura de sulfato de cobre cal virgem e aacutegua As concentraccedilotildees de

sulfato de cobre e cal satildeo distintas dependendo do objetivo do seu emprego

Geralmente diferem de acordo com o tipo de planta ou espeacutecie vegetal as condiccedilotildees

climaacuteticas o grau de infestaccedilatildeo da doenccedila e a fase de crescimento da planta Eacute indicada

para o controle de miacuteldio alternaacuteria botrytis e antracnose (Penteado 1999)

A calda bordalesa caracteriza-se pela sua importante accedilatildeo no controle de diversas

doenccedilas fungicas nas mais diversas espeacutecies de culturas Possui tambeacutem uma relativa

accedilatildeo bactericida e em alguns casos age como repelente de insetos Da mistura do

sulfato de cobre com a cal resulta uma soluccedilatildeo rica em macronutrientes e

micronutrientes Provavelmente os expressivos resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo da

calda bordalesa devam-se natildeo somente a sua accedilatildeo fuacutengica e bactericida mas sobretudo

agrave influecircncia positiva que exerce no metabolismo das plantas ativando o processo

enzimaacutetico e estimulando a proteossiacutentese aumentando a resistecircncia das plantas (Claro

2 0 0 1 ) caracteriacutestica fundamental na agricultura sustentaacutevel

254 Biofertilizante Super Magro

A calda Super Magro eacute produto da fermentaccedilatildeo de estercos animais enriquecidos

por micronutrientes e outros produtos de origem animal obtendo-se uma calda

biofertilizante para aplicaccedilatildeo foliar nas plantas (Penteado 1999) jaacute foram observados

bons resultados principalmente nas culturas de uva maccedila pecircssego tomate batata e

hortaliccedilas em geral

E indicado como fonte suplementar de micronutrientes para as plantas inibidor

de fungos e bacteacuterias causadores de doenccedilas e para aumentar a resistecircncia contra insetos

e aacutecaros (Penteado 1999) i

Muller (1999) avaliou a influecircncia do biofertilizante Super Magro sobre as

culturas de tomate (Lycopersicon esculentum Mill) ervilha (Pisum sativum L) e

beterraba (Beta vulgaris L) O autor obteve cultivos com baixa severidade de doenccedilas e

23

insetos fitoacutefagos possivelmente por causa do manejo orgacircnico de produccedilatildeo Os

resultados das pulverizaccedilotildees das soluccedilotildees foliares variaram conforme a cultura e o

clima

255 Biofertilizante MB4

A utilizaccedilatildeo das farinhas de rochas eacute uma das teacutecnicas mais modernas usadas nos

uacuteltimos anos na agricultura O elevado nuacutemero de nutrientes contidos no MB4 como

cobre zinco manganecircs cobalto soacutedio alumiacutenio silicatos de magneacutesio ferro e caacutelcio

acompanhado de foacutesforo potaacutessio e enxofre reagem com a soluccedilatildeo do solo liberando

elementos essenciais ao desenvolvimento da vida microbiana os quais exercem um

papel fundamental atraveacutes de transformaccedilotildees quiacutemicas e do equiliacutebrio bioloacutegico

favorecendo o desenvolvimento sadio das plantas (Pinheiro amp Barreto 2000)

24

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

31 Local de execuccedilatildeo do experimento

O presente trabalho foi conduzido no Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul

(FEPAGROSUL) no municiacutepio de Rio Grande nlt periacuteodo de 15 de maio a 26 de

agosto de 2 0 0 2

O solo eacute classificado como ldquoTuiardquo satildeo muito arenosos As massas aquaacuteticas do

Oceano Atlacircntico e Lagoa dos Patos influenciam ventos temperatura pressatildeo umidade

relativa e demais fatores climaacuteticos A topografia da regiatildeo litoracircnea eacute plana com

lenccediloacuteis freaacuteticos superficiais

32 Anaacutelise estatiacutestica

O experimento foi constituiacutedo em fatorial 3X3 (Quadro 1) com quatro repeticcedilotildees

no delineamento blocos ao acaso As variaacuteveis respostas foram submetidas agrave anaacutelise de

variaccedilatildeo e ao teste de Duncan a 5 de probabilidade para comparaccedilatildeo das meacutedias

utilizando-se o sistema SANEST (Zonta amp Machado 1984)

As anaacutelises estatiacutesticas das variaacuteveis estudadas encontram-se nos Apecircndices C D

Os resultados das respostas agronocircmicas e das determinaccedilotildees dos conteuacutedos dos

macronutrientes bem como os de raiz estatildeo nas tabelas de 1 a 3

25

As diferentes adubaccedilotildees seratildeo representadas durante a discussatildeo da seguinte

forma 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e EC

(60 t ha 1 de esterco de curral) 1 VB+SM+U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais

super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+SM+U+CB (45 t ha 1 de

vermicomposto mais super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa)

EC+SM+U+CB (60 t ha 1 de esterco de curral mais super magro mais urina de vaca

mais calda bordalesa) 1 VB+MB4 +U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais MB4 mais

urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+MB4 +U+CB (45 t ha 1 de vermicomposto

mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa) EC+MB4 +U+CB (60 t ha 1 esterco

de curral mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa)

QUADRO 1 Descriccedilatildeo dos fatores experimentais e respectivos niacuteveis

Niacuteveis Fator 1 ADUBACcedilAtildeO DE BASE

0 1 Vermicomposto (30 t ha1)

0 2 Vermicomposto (45 t ha1)

03 Esterco de curral (60 t ha1)

Niacuteveis Fator 2 BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS

0 1 Super magro (5) + Urina de Vaca + Calda Bordalesa

0 2 MB4 (10) + Urina de vaca + Calda Bordalesa

03 Ausecircncia (testemunha)

33 Tratamentos

Da combinaccedilatildeo entre niacuteveis e fatores foram obtidos 9 tratamentos que estatildeo

descritos no Quadro 2 bem como as doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

26

QUADRO 2 Tratamentos e doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

TRATAMENTOS

Ndeg FATOR I FATOR II

0 1 30 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

0 2 30 t harsquo de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

03 30 t ha de vermicomposto - - -

04 45 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

05 45 t ha de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

06 45 t ha de vermicomposto - - -

07 60 t hade esterco Super Magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

08 60 t hade esterco MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

09 60 t hade esterco - - -

Cada parcela foi constituiacuteda por dois canteiros medindo 1 m de largura x 2 m de

comprimento perfazendo 075 m de aacuterea de aacuterea uacutetil (025 m de bordadura) Foi

utilizando semeadura a lanccedilo com densidade de 24 g canteiro1

O vermicomposto a urina de vaca o esterco de curral o alhol os biofertilizantes e

a calda bordalesa foram de procedecircncia do Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul O

vermicomposto de esterco bovino misturado agraves cascas de frutas foi processado pela

minhoca vermelha califomiana Eisenia foetida)

O biofertilizante Super Magro foi elaborado segundo a metodologia descrita pela

FEPAGROSUL utilizando-se os seguintes componentes 190 litros de aacutegua 22 litros

de leite 55 Kg de accediluacutecar mascavo 30 Kg de esterco fresco de bovinos 2 Kg de

Sulfato de zinco 2 Kg de sulfato de magneacutesio 2 Kg de cloreto de caacutelcio 1 Kg de aacutecido

boacuterico 300 g de sulfato de cobre 300 g de sulfato de ferro 300 g de sulfato de

manganecircs 100 g de molibdato de soacutedio 50 g de sulfato de cobalto 3 Kg de fosfato

natural 3 Kg de cinza e 200 g de farinha de osso

A urina de vaca em lactaccedilatildeo foi coletada pela manhatilde e armazenada em recipiente

fechado por trecircs dias em condiccedilotildees ambientais para que se formasse a amocircnia e natildeo

ocorresse perda de nitrogecircnio

28

Realizaram-se duas capinas manuais durante o experimento e em seguida como

cobertura se colocou casca de arroz Tambeacutem foi aplicado esterco de aves 30 dias antes

da colheita na quantidade de 05 Kg canteiro 1 como adubaccedilatildeo de cobertura

As pulverizaccedilotildees com os produtos iniciaram apoacutes 15 dias da germinaccedilatildeo

Realizou-se sete aplicaccedilotildees sendo que as duas primeiras foram feitas apenas com

Super Magro e MB4 Na terceira e na quarta aplicaccedilatildeo utilizou-se urina de vaca e calda

bordalesa em concentraccedilotildees menores (05 e 025 respectivamente) e na quinta

aplicaccedilatildeo as dosagens de urina de vaca e calda bordalesa foram elevadas para 1 0 e

05 respectivamente ateacute o final do experimento O alhol foi utilizado a partir da

terceira pulverizaccedilatildeo na quantidade de 2 e seguiu ateacute o final no dia 26 de agosto

quando as mudas foram colhidas e posteriormente analisadas as variaacuteveis

35 Observaccedilotildees agronocircmicas

Foram utilizadas 20 mudas de cebola para obtenccedilatildeo das meacutedias das variaacuteveis as

quais foram as seguintes

351 Fitomassa fresca da parte aeacuterea e raiacutezes

Foi realizada atraveacutes de uma balanccedila digital procedendo-se a pesagem de 20

mudas de cebola previamente lavadas e posteriormente secadas durante uma hora sobre

um tecido de algodatildeo agrave temperatura ambiente Processo idecircntico foi adotado com as

raiacutezes

352 Fitomassa seca da parte aeacuterea e raiacutezes

Esta variaacutevel foi obtida a partir da secagem preliminar em estufa de ar forccedilado

durante 48 horas a 65 C ateacute peso constante com posterior pesagem em balanccedila

analiacutetica

353 Altura da muda

A altura de muda foi medida a partir do colo das plantas ateacute sua uacuteltima folha

(ponto de crescimento) com uma reacutegua graduada de 40 cm

29

354 Diacircmetro do colo das plantas

Esta medida foi realizada no ponto de transplante a 2 mm das raiacutezes e utilizando-

se um paquiacutemetro SOMET

355 Sistema radicular

Ao teacutermino do experimento foram retiradas as raiacutezes das mesmas plantas que foram

utilizadas para as determinaccedilotildees realizadas na parte aeacuterea procedendo-se uma amostra

de solo com raiacutezes de 2 0 cm de largura x 2 0 cm de comprimento e 2 0 cm de altura

totalizando 8000 cm3

As raiacutezes apoacutes serem lavadas em aacutegua corrente foram pesadas acondicionadas em

sacos plaacutesticos e congeladas para posteriores anaacutelises pelo meacutetodo de Tennant (1975)

para a determinaccedilatildeo do comprimento e densidade

3551 Comprimento de raiz

Utilizou-se para a determinaccedilatildeo do comprimento de raiz as seguintes foacutermulas

1 = ndeg x 1114 x 1 onde

1 - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 0 0 2 g

ndeg - nuacutemero de intercessotildees das raiacutezes com os lados da quadriacutecula da malha do

aparelho

1114 - constante

1 - medida lateral da quadriacutecula em cm

Tomando-se a fiacutetomassa seca e o comprimento da raiz da cada amostra

relacionou-se com a fiacutetomassa seca e o comprimento total da raiz da planta aplicando-

se a seguinte equaccedilatildeo

L = (FSR x 1) FSPA onde

L - comprimento total da raiz da planta (m)

FSR - fiacutetomassa seca de raiz

FSPA - fiacutetomassa seca da parte aeacuterea

L - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 002g

3552 Densidade de raiz

A densidade foi determinada pela foacutermula

D = L 8000 onde

D - densidade de raiacutezes (m cm3)

30

L - comprimento total de raiacutezes (m)

8 0 0 0 - volume da amostra (cm3)

3553 Razatildeo parte aeacutereasistema radicular

Este paracircmetro foi obtido pela equaccedilatildeo

RPASR = FSPA FSR onde

RPASR - razatildeo parte aeacuterea sistema radicular

FSPA - fitomassa seca da parte aeacuterea

FSR - fitomassa seca do sistema radicular

36 Determinaccedilatildeo de macronutrientes no tecido vegetal

Os macronutrientes nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio foram

determinados no laboratoacuterio de Fertilidade e Anaacutelise de Plantas do Departamento de

Solos da UFPel atraveacutes dos meacutetodos descritos por Tedesco amp Gianello (1996)

31

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 Anaacutelise das variaacuteveis

A anaacutelise da variaccedilatildeo mostrou que houve diferenccedila significativa na interaccedilatildeo entre

os fatores de adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes liacutequidos com exceccedilatildeo da variaacutevel altura

de planta para a qual somente a adubaccedilatildeo de base mostrou-se significativa (Apecircndices

C D e E Tabelas 1C 1D e 1E)

411 Anaacutelise da parte aeacuterea

Na Tabela 1 destacaram-se as adubaccedilotildees EC+SM+U+CB EC+MB4 +U+CB e EC

que diferiram significativamente das demais adubaccedilotildees para as variaacuteveis fiacutetomassa

fresca da parte aeacuterea (FFPA) fiacutetomassa seca da parte aeacuterea (FSPA) altura de planta

(AP) e diacircmetro do colo (DC)

32

TABELA 1 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

30 t ha de vermicomposto 7015 c A45 t halsquo de vermicomposto 7824 b B60 t ha de esterco de curral 12248 a C

30 t ha de vermicomposto 667 c A45 t ha de vermicomposto 752 b A60 t ha de esterco de curral 1150a C

30 t ha de vermicomposto 2975 b A45 t harsquo de vermicomposto 2775 b A60 t ha de esterco de curral 3600 a B

30 t ha de vermicomposto 631 b A45 t ha de vermicomposto 6 2 2 b B60 t ha de esterco de curral 741 a C

-Fitomassa fresca (g)----------------6270 c B 6885 b A8832 b A 6308 c C

15082 a A 13934 a BmdashFitomassa seca (g)----------------

625 c A 655 b A830 b A 607 b B

1345 a A 1262 a B-Altura de planta (cm)----------------

2950 b A 3050 b A2937 b A 2950 b A 3975 a A 3622 a B

-Diacircmetro de colo (mm)---------------592 c B 599 b B 657 b A 609 b B 819a A________ 793a B

Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

O efeito positivo do esterco bovino pode ser atribuiacutedo agraves melhorias nas condiccedilotildees

fiacutesicas do solo por ele proporcionado Segundo Primavesi (1982) e Compagnoni amp

Putzolu (1985) o esterco bovino apresenta propriedades condicionadoras do solo dando

agraves plantas melhores condiccedilotildees de desenvolvimento elevando sobremaneira os

conteuacutedos de fitomassa fresca das plantas que refletiratildeo nas demais respostas

agronocircmicas

Analisando as adubaccedilotildees de base em relaccedilatildeo aos biofertilizantes observa-se que

para os tratamentos 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) - natildeo houve influecircncia dos

biofertilizantes para as variaacuteveis FSPA e AP enquanto destacou-se o SM+U+CB para o

DC e SM+U+CB e ausecircncia da adubaccedilatildeo liacutequida para a FFPA mostrando que o uso

dos biofertilizantes natildeo influenciou esta variaacutevel 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) -

verificou-se a eficiecircncia do uso do MB4 +U+CB para as variaacuteveis FFPA e DC Para a

variaacutevel FSPA destacaram-se os dois biofertilizantes utilizados jaacute para AP natildeo houve

33

influecircncia destes EC (60 t ha 1 de esterco de curral) - em todas as variaacuteveis observadas

na tabela 5 as respostas foram significativas utilizando MB4 +U+CB

As respostas encontradas no presente trabalho para as variaacuteveis AP e FSPA foram

superiores as obtidas por Dalponte (1990) quando utilizado 0 esterco de curral para

produccedilatildeo de mudas de cebola

Segundo Filgueira (2000) os solos da regiatildeo produtora de cebola do RS satildeo

pobres em foacutesforo disponiacutevel (15 mg Kg1) necessitando portanto de adubaccedilotildees

fosfatadas elevadas As respostas aqui obtidas podem ser justificadas pelos teores de

foacutesforo contido no MB4

Follet et al (1981) citam a importacircncia do uso de compostos orgacircnicos no solo

enfatizando os estercos no sentido da decomposiccedilatildeo continuada no fornecimento de

nutrientes e na liberaccedilatildeo lenta e gradual de aacutecidos orgacircnicos influenciando a liberaccedilatildeo

do foacutesforo O que provavelmente pode ser atribuiacutedo agraves respostas encontradas no

presente trabalho para 0 tratamento Esterco de curral mais MB4 e Urina mais Calda

Bordalesa

E importante destacar que 0 sistema de produccedilatildeo de mudas de cebola sob uma

perspectiva agroecoloacutegica mostra-se eficiente quando visualmente natildeo percebe-se

diferenccedila significativa entre os tratamentos (Apecircndice F Figura 2)

Conveacutem ressaltar que quando trabalhamos com agroecologia natildeo existem

receitas nem pacotes tecnoloacutegicos prontos Cada situaccedilatildeo deveraacute ser estudada em

particular para que se faccedila recomendaccedilotildees adequadas ao ambiente local uma vez que

as plantas se adaptam ao meio estando a nutriccedilatildeo encarregada de proteger e manter o

equiliacutebrio do organismo vegetal em funccedilatildeo das alteraccedilotildees externas

E fundamental que se compreenda os princiacutepios norteadores de todo o processo

que satildeo as bases da luta por uma sociedade mais justa dentro de um mundo econocircmico e

ambientalmente mais sustentaacutevel

412 Anaacutelise do sistema radicular

Os resultados obtidos nas anaacutelises do sistema radicular (Tabela 2) mostram

diferenccedilas significativas entre as adubaccedilotildees para as variaacuteveis fitomassa fresca de raiz

(FFR) fitomassa seca de raiz (FSR) comprimento de raiz (CR) razatildeo parte

aeacutereasistema radicular (RPASR) e densidade de raiz (DR)

34

TABELA 2 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade de

raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAO DE BASE

S Magro + MB4 +Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

1540 c A 1576 b B 2427 a A

Fitomassa fresca (g)----------------1502 c B 1517 b AB 1658 b A 1446 c C 2336 a B 2360 a B

--------------------Fitomassa seca (g)-------------------196 b A 207 ab A 170 b A170 b A 199 b A 192 b A 344 a A 249 a B 327 a A

Comprimento de raiz(cm)---------------1237 b A 1158 b A 1158 a A1237 b A 1060 c B 1040 b B1433 a A 1296 a B 1040 b C

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t halsquo 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha de vermicomposto 45 t ha de vermicomposto60 t ha~ de esterco de curral__________________________ _________________________Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

-----Razatildeo Parte AeacutereaSistema Radicular------340 b AB 301c B 384 a A446 a A 415 b A 326 a B339 b B 546 a A 388 a B

-------------- Densidade de raiz (m cm3)------------367 a AB 414 a A 325 b B282 b B 301b B 405 a A347 ab A 231c B 324 b A

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base destacou-se o EC (60 t ha 1 de esterco de curral)

para as variaacuteveis FFR e FSR Quando adicionado o SM+U+CB os resultados para FFR

foram ainda melhores bem como o CR As respostas obtidas para a RPASR foram

variadas em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees apresentando melhores resultados para 15 VB (45 t

ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB e ainda melhor para EC (60 t ha 1 de esterco de

curral)+MB4 +U+CB As adubaccedilotildees de base 1 VB 15 VB e EC natildeo diferiram entre si

As adubaccedilotildees mais eficientes para a variaacutevel DR foram 1 VB+SM+U+CV que natildeo

diferiu da EC+SM+U+CB I VB+ MB4 +U+CB e agrave 15 VB foram melhores entre as

demais

35

Analisando os biofertilizantes em relaccedilatildeo a cada adubaccedilatildeo de base verifica-se que

para a 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB destaca-se a variaacutevel FFR

poreacutem sem diferenccedila significativa de 1 VB os melhpres resultados para a variaacutevel DR

foram encontrados pelo tratamento 1 VB+MB4 +U+CB e 15 VB (45 t ha 1 de

vermicomposto) tambeacutem se considera eficiente o 1 VB+SM+U+CB que natildeo diferiu do

EC (esterco de curral) Quando se utilizou 15 VB+ MB4 +U+CB houve resposta

significativa para a variaacutevel FFR para FSR as respostas natildeo foram diferentes com a

aplicaccedilatildeo dos biofertilizantes para as variaacuteveis FSR e DR as adubaccedilotildees EC e

EC+SM+U+CB natildeo diferiram entre si

Embora as respostas estatiacutesticas tenham sido diferentes para as adubaccedilotildees

combinadas ou natildeo pode-se salientar a importacircncia do aacutecido indol-aceacutetico como jaacute

citado anteriormente para as variaacuteveis avaliadas na parte aeacuterea das mudas de cebola

Respostas semelhantes nesse sentido foram encontradas para a cultura da alface por

Quijano (1999) e Morselli (2001)

Pereira et al (2002) concluiacuteram em trabalho realizado com a cultivar de cebola

CNPF1 6400 em Minas Gerais que a utilizaccedilatildeo de 20 t ha de esterco de curral

proporcionou os melhores resultados para a produccedilatildeo de cebola

Silva Juacutenior amp Giorgi (1992) e Menezes Juacutenior (1998) citam que doses elevadas

de mateacuteria orgacircnica podem prejudicar a primeira fase da germinaccedilatildeo (embebiccedilatildeo) e

absorccedilatildeo de aacutegua pelas raiacutezes das placircntulas No entanto no presente trabalho este fato

natildeo ocorreu embora a dose de esterco utilizada tenha sido de 60 t ha 1 (dose maacutexima

recomendada segundo Nolla 1982)

413 Anaacutelise de macronutrientes no tecido vegetal

Os resultados dos conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio no

tecido vegetal sob diferentes adubaccedilotildees encontrados na Tabela 3 indicam mais uma

vez a superioridade da adubaccedilatildeo esterco com 0 uso ou natildeo de biofertilizantes

36

TABELA 3 Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob

uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS i J B

ADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesamg plantas1

---- Nitrogecircnio-----30 t ha de vermicomposto 16593 c AB 15451 c B 19050 b A45 t ha de vermicomposto 21444 b A 22888 b A 17852 b B60 t ha de esterco de curral 32606 a C 37593 a B 40816 a A

--------------- ------ Foacutesforo------- -------------30 t ha de vermicomposto 3098 c B 2802 c B 3999 b A45 t ha de vermicomposto 4109 b A 4135 b A 2788 c B60 t ha de esterco de curral 5300 a B 7577 a A 7565 a A

------- Potaacutessio------30 t ha de vermicomposto 24327 c A 19900 c B 24965 b A45 t ha de vermicomposto 29113b A 29812 b A 22031 b B60 t ha de esterco de curral 44070 a B 51976 a A 54101 a A

-------- Caacutelcio-------30 t ha de vermicomposto 5027 c A 4356 c A 4834 b A45 t ha de vermicomposto 6114b A 6963 b A 4379 b B60 t ha de esterco de curral 9030 a C 11451 a A 10331 a B

------Magneacutesio-----30 t ha de vermicomposto 1188 b A 914 c A 1202 b A45 t ha de vermicomposto 1231 b B 1582 b A 1176 b B60 t ha de esterco de curral 2136a B 2443 a A 2663 a AMeacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base observa-se que o melhor tratamento foi o

esterco de curral para todas as variaacuteveis Para 1 VB (30 t ha^ 1 de vermicomposto) natildeo

houve resposta diferenciada com o uso de bofertilizantes para todas as variaacuteveis A

adubaccedilatildeo 15 VB (45 t ha 1 de vemicomposto) foi influenciada pelos biofertilizantes

para as variaacuteveis N P K e Ca enquanto que para Mg somente o MB4+U+CB o

influenciou O EC (esterco de curral) mostrou diferenccedila significativa apenas para as

variaacuteveis Ca e Mg quando adicionado MB4+U+CB

Segundo Peixoto (2000) eacute fundamental a adiccedilatildeo de adubos orgacircnico no cultivo de

hortaliccedilas seja na forma de esterco decomposto composto ou huacutemus de minhoca de

37

modo a fornecer melhorias nas propriedades do solo vindo a disponibilizar os nutrientes

as diferentes culturas

O esterco fresco conteacutem muita cama celuloacutesica e um elevado teor de aacutegua No

esterco curtido a celulose jaacute estaacute decomposta o teor de aacutegua estaacute reduzido agrave metade e os

nutrientes em uma forma mais assimilaacutevel e mais concentrada O esterco fresco pode

causar uma deficiecircncia temporaacuteria de nitrogecircnio no solo ao se decompor o que natildeo

acontece com o biestabilizado (Kiehl 1985)Ocorre uma diminuiccedilatildeo inicial no volume

de aacutegua retido no esterco de curral diminui inicialmente em tomo de 3581 liberando

posteriormente somente 496 evidenciando a sua capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua

(Menezes Juacutenior 1998)

A utilizaccedilatildeo continuada de adubos nitrogenados minerais no solo altera o balanccedilo

do nitrogecircnio entre o solo e planta No meacutetodo biodinacircmico eacute sublinhada a importacircncia

dos adubos animais para o estabelecimento da fertilidade permanente dos solos (Koeff

et al 1983)

Para Guimaratildees (1997) os benefiacutecios que a mateacuteria orgacircnica imprime ao solo

principalmente melhorando a produtividade fertilidade e a influencia que as substancias

huacutemicas exercem sobre o ambiente dependem da qualidade e do teor de mateacuteria

orgacircnica do solo Estas substacircncias por conterem nutrientes em sua constituiccedilatildeo em uma

forma mais disponiacutevel para as plantas promovem um equiliacutebrio no ambiente no solo

(Kononova 1966)

Aproximadamente de 60 a 70 do total de carbono do solo ocorre na forma de

materiais huacutemicos (Griffith amp Schnitzer 1975) sendo a eles atribuiacutedo a manutenccedilatildeo da

bioestrutura do solo aumentando a capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua (Brady 1999)

Conforme Compagnoni amp Putzolu (1985) os estercos bem como os demais

resiacuteduos orgacircnicos apresentam conteuacutedos diferentes de aacutecidos huacutemicos e fuumllvicos sendo

atribuiacutedo ao acido huacutemico uma accedilatildeo fitoestimulante semelhante aos fitohormocircnios por

favorecer o desenvolvimento do sistema radicular e crescimento do caule

Em trabalho realizado por Guimaratildees (1997) foi encontrado para aacutecidos huacutemicos

de esterco bovino uma relaccedilatildeo CN 1035 e para vermicomposto bovino 17

evidenciando que o esterco quando aplicado ao solo por apresentar uma relaccedilatildeo CN

proacutexima deste reage mais facilmente liberando nutrientes para as plantas sem alterar a

cadeia troacutefiacuteca Dados encontrados no presente trabalho demonstram a eficiecircncia do

esterco nesse sentido

38

De acordo com Morselli (2001) vaacuterios trabalhos citam comentam e discutem a

capacidade dos vermicompostos em proporcionar oacutetimas colheitas e favorecer a

precocidade das plantas cultivadas Poreacutem muitas vezes se observa que mesmo

suprindo essas plantas com nutrientes necessaacuterios atraveacutes de huacutemus de diferentes fontes

as respostas natildeo satildeo as mesmas para uma mesma cultivar

Por outro lado os resultados com o uso de substacircncias huacutemicas satildeo variaacuteveis e

dependem aleacutem da espeacutecie testada das substacircncias huacutemicas utilizadas sua

concentraccedilatildeo o grau de purificaccedilatildeo e das condiccedilotildees experimentais A resposta das

plantas aos aacutecidos huacutemicos e fuacutelvicos eacute dependente da mateacuteria prima original e da

espeacutecie vegetal pois materiais orgacircnicos diferentes apresentam aacutecidos huacutemicos e

fuacutelvicos diferentes (Businelli 1990)

Justificam-se os maiores conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio e caacutelcio nas

adubaccedilotildees 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e biofertilizantes devido

provavelmente ao vermicomposto utilizado apresentar na sua constituiccedilatildeo teores

consideraacuteveis destes elementos aleacutem do que os biofertilizantes possam ter influenciado

na absorccedilatildeo atraveacutes de sua constituiccedilatildeo Tibau (1984) considera que a urina de vaca eacute

rica em aacutecido indol-aceacutetico e este influencia na absorccedilatildeo radicular O efeito positivo

deste tratamento provavelmente seja devido agrave quantidade aplicada

O biofertilizante que se destacou foi o MB4+U+CB em relaccedilatildeo ao EC (esterco de

curral) e eacute somente para a variaacutevel caacutelcio Isto provavelmente seja devido ao alto teor

deste elemento encontrado na sua constituiccedilatildeo (6872 g Kg1) e pela influecircncia positiva

que a calda bordalesa exerce no metabolismo das plantas atraveacutes dos nutrientes

contidos em sua formulaccedilatildeo O Ca controla a absorccedilatildeo radicular e retorna ao solo pelo

esterco e palhas por apresentar-se em maior quantidade em folhas e caules Depois de

localizado nas folhas fica imoacutevel favorecendo a resistecircncia da planta ao ataque de

fungos

Este trabalho avanccedila no estudo da agroecologia estando claro que todos os

criteacuterios tem caraacuteter dinacircmico de adequaccedilatildeo as mudanccedilas de um sistema de produccedilatildeo

em evoluccedilatildeo contribuindo na transiccedilatildeo para um padratildeo sustentaacutevel Cabe a pesquisa a

reorientaccedilatildeo para um enfoque ldquosistecircmicordquo isto eacute que permita integrar os diversos

componentes de um agroecossistema e a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas que promovam 0

fortalecimento e a expansatildeo da agricultura familiar

39

5 CONCLUSOtildeES

Considerando os resultados obtidos e as condiccedilotildees em que o estudo foi realizado

conclui-se que

bull As respostas agronocircmicas das mudas de cebola para os paracircmetros avaliados

satildeo mais satisfatoacuterias com a aplicaccedilatildeo de esterco de curral como adubaccedilatildeo de

base

bull Os biofertilizantes mais urina de vaca e calda bordalesa proporcionam

respostas satisfatoacuterias quando aplicados associados agraves adubaccedilotildees de base

bull O biofertilizante MB4 mais urina de vaca e calda bordalesa eacute mais eficiente

que o super magro mais urina e calda bordalesa quando aplicado associado agrave

adubaccedilatildeo de base esterco de curral para os conteuacutedos de fitomassa secae

fresca da parte aeacuterea das plantas altura e diacircmetro de colo das mudas de

cebola

bull Os biofertilizantes adicionados agrave adubaccedilatildeo de base 45 t harsquo 1 de vermicomposto

bovino mostram respostas significativas para os conteuacutedos de fitomassa seca

bull Os maiores conteuacutedos nutricionais para as mudas de cebola satildeo

proporcionados pela adubaccedilatildeo de base esterco de curral

bull A maior absorccedilatildeo de caacutelcio pelas mudas de cebola ocorre quando da adiccedilatildeo do

biofertilizante MB4 mais urina e calda bordalesa agrave adubaccedilatildeo de base esterco de

curral

40

6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ALDRIGHI CB ABREU CM PAGLIA AG MORSELLI TBGA FERNANDES HS Efeito da aplicaccedilatildeo de biofertilizante e urina de vaca em mudas de tomateiro Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

ALTIERI M NICHOLLS C I Agroecologia Teoria praacutectica para umaAgricultura Sustentable Ia ed PNUMA 2000 Cap 2 4 Seacuterie textos baacutesicos para la formacioacuten ambiental

ALTIERI M Agroecologia bases cientiacuteficas para uma agricultura sustentaacutevelGuaiacuteba Agropecuaacuteria 2002 592 p

ANTONIOLLI Z I GIRACCA E M N CARDOSO S J T WIETHAN M M S FERRI M Iniciaccedilatildeo agrave Minhocultura Criaccedilatildeo em Cativeiro e Vermicompostagem Santa Maria UFSM 1996 p59-89

BAYER C MIELNICZUC J Dinacircmica e funccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica In SANTOS G de A S e CAMARGO F A de O (ed) Fundamentos da mateacuteria orgacircnica do solo ecossistemas tropicais e subtropicais Porto Alegre Genesis 1999 p 3-23

BARRETTO D X Composto Orgacircnico In Praacutetica em Agricultura Orgacircnica Satildeo Paulo iacutecone Ed Ltda 1985 p 51-63

BETTIOL W Alguns produtos alternativos para o controle de doenccedilas de plantasem agricultura orgacircnica II Ciclo de palestras sobre agricultura orgacircnica Instituto Bioloacutegico Satildeo Paulo p52-63 1997

41

BETTIOL W TRACH R GALVAtildeO JAH Controle de doenccedilas de plantas com biofertilizantes Jaguariuacutena EMBRAPA-CNPMA 1997 22p (EMBRAPA- CNPMA Circular Teacutecnica 02)

BRADY N C Natureza e propriedades dos sotos Rio de Janeiro Freitas BastosS A 1979 647p

BRADY N C Organisms and ecology of the soil In The nature of properties of soils Simon amp Schuster A Viacon Company New Jersey1999 402-489p

BON1LLA J A Fundamentos da Agricultura Ecoloacutegica Sobrevivecircncia eQualidade de Vida Satildeo Paulo Nobel 1992

BUREacuteS S Substratos Ediciones Agroteacutecnicas S L Madrid Octubre 1997

BUS1NELLI M Chemical Composition and Enzymic Activity of some Worm Cast Plant Soil v 80 p 1-2 1990

CALEGARI A Espeacutecies para cobertura de solo In IAPAR (Instituto Agronocircmico de Paranaacute) Plantio Direto pequena propriedade sustentaacutevel organizador Moacir Darolt Londrina - PR 1998 65-93

CAMARGO P N D Manual de Adubaccedilatildeo Foliar Satildeo Paulo Herba 1975

CAPRA F A Teia da Vida Satildeo Paulo Cultrix 1997 256p

CAPRA F O Ponto de Mutaccedilatildeo 22 ed Satildeo Paulo Cultrix 2001 447p

CHABOUSSOU F Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da Trofobiose) Porto Alegre LPM 1987 253 p

CLARO S A Referencias tecnoloacutegicos para a agricultura familiar ecoloacutegica aexperiecircncia da Regiatildeo Centro-Serra do Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS-ASCAR 2001 250p

CLIVELA G Diagnoacutestico Agronocircmico da cebola no Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS 1995 8 6 p

COMISSAtildeO DE FERTILIDADE DO SOLO - RSSC Recomendaccedilotildees de adubaccedilatildeo e calagem para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina 3 ed Passo Fundo SBCS - Nuacutecleo Regional Sul 1995 223p

COMPAGNONI L PUTZOLU G Cria moderna de Ias lombrices y utilizacioacutenrentable dei humus Barcelona Editorial de Vecchi- SA 1985127p

COSTABEBER J A MOYANO E Transiccedilatildeo agroecoloacutegica e accedilatildeo social coletiva Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v l n4 p 50- 60 outdez 2 0 0 0

42

COSTA M B B da Adubaccedilatildeo orgacircnica Nova siacutentese e novo caminho para aagricultura Satildeo Paulo Ed iacutecone Ltda 1985 102p

COSTA NETO C Agricultura Sustentaacutevel Tecnologias e Sociedade In CARVALHO COSTA LF et al (org) Mundo Rural e Tempo Presente Rio de Janeiro Mauad 1999

DrsquoAG0ST1NI R L FANTINI A C Produccedilatildeo orgacircnica tambeacutem socialmente excludente Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v3 n l p57-61 2002

DALPONTE J C V Utilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos e fertilizante mineral na produccedilatildeo e qualidade de mudas e bulbos de cebola (Alliurn Cepa L) Pelotas-RS 1990 (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1990

DEBARBA J F THOMAZELLI L F GANDIN C L SILVA E Cadeias produtivas do Estado de Santa Catarina Cebola Florianoacutepolis Epagri 1998 115 p (EPAGRI Boletim Teacutecnico 96)

DUFOUR F Os saacutebios loucos do agro-alimentar Le Monde Diplomatique ano 1 n4 p6-7 1999 (ed portuguesa)

EHLERS E Agricultura Sustetaacutevel Origem e perspectivas de um novo paradigma 2 ed Guaiacuteba Agropecuaacuteria 1999 157 p

FILGUEIRA F A R Novo Manual de olericultura agrotecnologia moderna na produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 2000 402 p

FRASER G K Mateacuteria Orgacircnica Del Suelo In BEAR F E (ed) Quiacutemica dei Suelo Madrid Ed Agrociencia 1963

FOLLET R H MURPHY L S DONAHUE R L Fertilizers and soil amendments New Jersey Printice-Hall Inc 1981 557p

GARCIA A Revista dei Espacio Rural Georgica Zaragoza Escuela Politeacutecnica de Huesca n5 1997

GARCIA A Versatildeo preliminar de um Programa Estadual de Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Bulbos e Sementes de CebolaEMBRAPAIPAGROMARAEMATER 6 8 pbdquo 1990 (Publicaccedilatildeo avulsa)

GIORGETT1 J R Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Mudas de Tomate In Encontro Nacional de Produccedilatildeo e Abastecimento de Tomate 2 1991 Jaboticabal Satildeo Paulo Anais Jaboticabal UNESP 1991 p 242-244

GLIESSMAN S R Agroecologia Processos ecoloacutegicos em agricultura sustentaacutevelPorto Alegre Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS 2000 653p

43

GLIESSMAN S R TURRIALBA C R Agroecologia Procesos Ecoloacutegicos en Agricultura Sostenible CATIE 2002 p 3-14

GNOATTO S C Caracterizaccedilatildeo quiacutemica de vermicompostos de diferentes substratos orgacircnicos Pelotas-RS 1999 38 f (Mestrado em Agronomia - Solos) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

GOMES J C C BORBA M F S A moderna crise dos alimentos oportunidade para a agricultura familiar Emater Porto Alegre julset 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwematertchebrdocsagroecorevistan313-artigo3htmgtAcesso em 24 fev 2002

GOMEZ H W Desenvolvimento sustentaacutevel agriacutecola e capitalismo In Desenvolvimento sustentaacutevel Necessidade eou disponibilidade Santa Cruz do Sul Nobel - UNISC 1997 p 65-77

GONZAacuteLEZ DE MOLINA M SEVILLA GUZMAacuteN E Ecologia campesinado e historia Para una reinterpretacioacuten dei desarrollo dei capitalismo en la agricultura In SEVILLA GUZMAacuteN E GONZAacuteLEZ DE MOLINA M (ed) Ecologia campesinado e historia Madrid La Piqueta 1993 p 23-129

GRIFFITH S A SCHNITZER M Analytical characteristic of humic and fulvic acids extracted from tropical volcanic soils Soil Sei Soc Am Proc v 39 p361-367 1975

GUIMARAtildeES E Caracterizaccedilatildeo quiacutemica estreptoscoacutepica e por anaacutelise teacutermica de aacutecidos huacutemicos e vermicompostos obtidos de estercos de diferentes animaisCuritiba 1997 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Quiacutemica) Universidade Federal do Paranaacute 1997

HESS A F Sociedade e meio ambiente uma relaccedilatildeo ambiacutegua Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v 4 n2 p 167-1741999

ICEPA-SC Informes conjunturais sobre a cultura da cebola Disponiacutevel em lthttpwwwicepa combrgt Acesso em 23 jan 2003

JONES H A MANN L K Onions and their allies New York Interscience Publishers 1962 286 p

JUacuteNIOR H A de MAIORANO J A Receitas obtidas de extratos de plantasCampinas CATITerra Viva [199-] 10 f

KHATOUNIAN C A Ciclo de Palestras sobre Agricultura Orgacircnica 2a Ed SatildeoPaulo Fund Cargill 1997 149 p

KIEHL E J Fertilizantes Orgacircnicos Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1985 492p

44

KOEFF H H PETTERSSON B D SHAUMANN W Vida Vegetal solos e adubaccedilatildeo In Agricultura Biodinacircmica Satildeo Paulo Nobel 1983 p92-149

KONONOVA M M Soil organic matter The importance o f organic matter in soil formation and soil fertility New York Pergamqn Press 1961 p 165-200

KUHN T A Estrutura das Revoluccedilotildees Cientiacuteficas Satildeo Paulo Perspectiva 1989 257p

LANNA FCA ABREU C L ABREU J G SILVA V Resposta de cultivares de melancia cultivadas sob adubaccedilatildeo quiacutemica e orgacircnica Horticultura v 12 n l p85 1994

LEFF H Saber Ambiental Petroacutepolis Vozes 2001 343 p

MAGALHAtildeES J R Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo da cebola In FERREIRA M E CASSTELLANE P D CRUZ M C P Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo de hortaliccedilasPiracicaba POTAFOS 1993 p 381-393

MALAVOLTA E Elementos de nutriccedilatildeo mineral de plantas Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1980 251 p

MALAVOLTA E Manual de Quiacutemica Agriacutecola - Adubos e Adubaccedilatildeo 3a ed SatildeoPaulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1981 606 p

MARTINEZ A A A grande e Poderosa Minhoca Jaboticabal Funep - Unesp1990 101 p

MARTINS S R Desenvolvimento e Sustentabilidade Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v20 n2 julho 2002 Palestra apresentada no 42deg Congresso Brasileiro de Olericultura

MARTINS S R Limites Del Desarrollo Sostenible em Ameacuterica Latina En el marco de Ias poliacuteticas de (re)ajuste econocircmico Pelotas Editora UFPel 1997 135 P-

MARTINS S R Sustentabilidade na agricultura dimensotildees econocircmicas sociais e ambientais Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v4 n 2 p 175-1871999

MATURANA H REZEPKA S N D E Formaccedilatildeo Humana e Capacitaccedilatildeo Rio de Janneiro Vozes 2000 8 6 p

MELLO A F SOBRINHO M O ARZOLLA S SILVEIRA R NETTO A C KIEHL J C Fertilidade do Solo Satildeo Paulo Nobel 1983

MENEZES JUacuteNIOR F O G D Caracterizaccedilatildeo de Diferentes substratos hortiacutecolas e seu efeito na produccedilatildeo de mudas de alface e couve-flor em ambiente protegido Pelotas 1998 141 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1998

45

MIBASA Mineraccedilatildeo Barreto SA Melhorador de Solos MB4 A Natureza Agradece Arapiraca-AL [199-] Folder

MINAMI K Os resumos da olericultura 2000 In AZEVEDO FILHO MARTINEZ FILHO (ed) Preccedilos agriacutecolas Piracicaba ESALQ 1999 p 4

MINAMI K Produccedilatildeo de Mudas de Alta Qualidade em Horticultura Satildeo Paulo TA Queiroz 1995

MORSELLI T B G A Cultivo sucessivo de alface sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegidoPelotas 2001 178 p Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2001

MORSELLI T B G A Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Poliacutegrafo da Disciplina de Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia-Produccedilatildeo Vegetal UFPel 2002

MULLER AM Efeitos da Aplicaccedilatildeo Foliar de um Biofertilizante Enriquecido no Estado fitossanitaacuterio de Tomate Ervilha e Beterraba Sob Manejo OrgacircnicoDissertaccedilatildeo (Mestrado no Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agroecossistemas)1999 (Resumo)

NOLLA D Erosatildeo do Solo - O grande desafio Estado do Rio Grande do Sul SEAGRI desenvolvimento de recursos naturais renovaacuteveis 1982 412 p

PAGLIA AG MORSELLI TBGA PEIL RMN Teores de nutrientes pH e condutividade eleacutetrica da aacutegua em sistema ldquofloat^ngrdquo sob adiccedilatildeo de biofertilizantes Horticultura Brasileira v 20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PAULUS G MULLER A BARCELLOS LAR Agroecologia aplicada praticas e meacutetodos para uma agricultura de base ecoloacutegica 2ed ver ampl Porto Alegre EMATERRS 2001 8 6 p

PEIXOTO R T dos G Composto orgacircnico aplicaccedilotildees benefiacutecios e restriccedilotildees de uso Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 18 p 56-64 julho 2000

PENTEADO SR Defensivos Alternativos e Naturais Satildeo Paulo 1999 95 p

PEREIRA AJ SOUZA RJ PEREIRA WR Efeito de diferentes doses de esterco de galinha e de curral sobre a produccedilatildeo de cebola Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PINHEIRO S BARRETO SB MB-4 agricultura sustentaacutevel trofobiose e biofertilizantes Fundaccedilatildeo Juquira CandiruMibasa 2000 273 p

PRIMAVESI A Agricultura Sustentaacutevel Satildeo Paulo Nobel 1992 142 p

PRIMAVESI A O manejo ecoloacutegico do solo Agricultura em regiotildees tropicais SatildeoPaulo Nobel 1982 541 p

46

PURCINO A A C ldquoNitrogecircniordquo Informe Agropecuaacuterio Belo Horizonte v7 n81 p 16-27 1981

QUIJANO F G Efeito da adubaccedilatildeo orgacircnica no desenvolvimento de duas cultivares de alface em ambiente protegido Pelotas 1999 116f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

RODRIGUES A N N Efeitos e residuais de superfosfato triplo sobre o rendimento de mateacuteria seca e absorccedilatildeo de foacutesforo pela aveia (Avena strigosa Schob) em solo Podzoacutelico Vermelho Escuro Porto Alegre 1984 59f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia UFRGS 1984

RODRIGUES E T CASALI V W D Respostas da alface agrave adubaccedilatildeo orgacircnica II Teores conteuacutedos e utilizaccedilatildeo de macronutrientes em cultivares Rev Ceres Viccedilosa v 45 n 261 p 437-449 1998

SAMINEcircS T C O Produccedilatildeo orgacircnica de alimentos Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 17 n3 novembro 1999

SCHIEDECK G Ambiecircncia e resposta agronocircmica de meloeiro (Cucumis melo L) cultivado sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegido Pelotas lOOp Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2002

SILVA JUacuteNIOR A A GIORGI E Substratos alternativos para a produccedilatildeo de mudas de tomate Agropecuaacuteria Catarinense Florianoacutepolis EPAGRI 1992 23 p

SILVA JUacuteNIOR A A MACEDO S G STUKER H Utilizaccedilatildeo de esterco de peru na produccedilatildeo de mudas de tomateiro Florianoacutepolis EPAGRI 1995 28 p (Boletim Teacutecnico 73)

TAGLIARI PS GRASSMANN H Minhoca a grande aliada da agricultura Agropecuaacuteria Catarinense v8 n l p 11-14 mar 1995

TEDESCO M J GIANELLO C Anaacutelises de solo plantas e outros materiais Porto Alegre Faculdade de Agronomia Departamento de Solos Universidade Federal do Rio Grande do Sul RS 1996

TENNANT D A Test of modified line intersect method of estimating root lenght Journal Ecology Oxford v 63 p 995-1001 1975

TIBAU A O Mateacuteria Orgacircnica do Solo Mateacuteria Orgacircnica e Fertilidade do SoloSatildeo Paulo Nobel 1984 p49-182

TIMM P J Anaacutelise comparativa dos sistemas de plantio convencional e cultivo miacutenimo de cebola sob adubaccedilatildeo orgacircnica e mineral Pelotas 2000 79 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2000

47

VALENZUELA HR CROSBY C Effect of compost applications on the yield of several vegetables in long-term organic farming experiments conduced in the tropics American Society Horticultural Science v33 n3 june 1998

VIGLIZZO E (ed) Subprograma Recursos Naturais y Sostenibilidad Agriacutecola documento marco Montevideo IICAPROCISUR 1995 p 75 - 78

WE1D J M TARDIN J M Proposta para a Ampliaccedilatildeo do Trabalho da ASPTA no Centro Sul do Paranaacute ASPTA Disponiacutevel em http wwwpronafgovbrEncontrotestosAS20PTA20Sul20ParanE1205 202002doc Acesso em 05 mai 2002

XAVIER SIMOacuteN F DOMINGUES D G Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel uma perspectiva agroecoloacutegica Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre EM ATERRS v2 n2 p 17-26 2001

ZABALETA J P Diagnoacutestico da Agricultura Familiar em Satildeo Joseacute do Norte - RSPelotas EMBRAPA-CPACT 1998 75 p (EMBRAPA-CPACT Documentos 44)

ZONTA E P MACHADO A A SILVEIRA P Sanest Sistema de anaacutelise estatiacutestica para microcomputadores Registrado na Secretaria Especial de Informaacutetica sob nuacutemero 066060 - categoria A Pelotas-RS Universidade Federal de Pelotas 1984

48

7 APEcircNDICE

APEcircNDICE A - Anaacutelise da adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes utilizados na produccedilatildeo de mudas de cebola

TABELA 1 A Anaacutelise baacutesica do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo miuacutedo + papua

Arg

pH IND

SMP

MO

P - n r - Na Al Ca__10Omlmdash

Mg

ppm -

6 53 67 089 8 6 27 1 04 05 0 2

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 2A Anaacutelise complementar do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo-miuacutedo + papua

Cobre Zinco Manganecircs Ferro

(m v1)

04 05 26 007

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

49

TABELA 3A Anaacutelise dos fertilizantes soacutelidos

Amostra pH limidade CN

C N P K Ca Mg

- g-ivg --

Cama de 849 2491 12 31042 2479 3888 3405 29875 463

aves

Esterco 74 3594 11 677 590 157 134 335 214

de curral

Huacutemus 684 5738 14 15965 1098 453 745 743 361

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 4A Anaacutelise quiacutemica dos biofertilizantes liacutequidos

Amostra N P K_ccedil H

Ca Mg Cu Zn Fe Mn

mdashgL bull

S Magro

m b 4

Urina

053

1652

8 2 2

008

395

0 0 0

149

1674

471

1902

6872

0 0 0

1150

4507

1172

7273

42

033

101389

920

0 0 0

6250

19458

781

35273

1123

0 2 1

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

50

APEcircNDICE B - Condiccedilotildees climaacuteticas do local

TABELA 1B Condiccedilotildees de temperatura do local

___________ __________TEMPERATURA (degCgt

meses Meacutedia

Maacutexima

Meacutedia

MiacutenimaMeacutedia

Maacutexima

Absoluta

Miacutenima

Absoluta

Junho 225 87 156 320 25

Julho 225 85 155 285 30

Agosto 251 71 161 360 1 0

Fonte FEPAGROSCT 2002

TABELA 2B Condiccedilotildees de chuva do local

mdash CHUVA (mm)mdash

meses Ocorrida Normal Desvio Da Normal

Junho 1080 1 1 0 -2 0

Julho 1062 98 8 2

Agosto 1283 1 2 0 83

Fonte FEPAGROSCT 2002

51

TABELA 1C Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

APEcircNDICE C - Anaacutelise estatiacutestica da parte aeacuterea

Causas G1 FFPA FSPA AP DC

da variaccedilatildeo --------- Quadrados meacutedios-

Blocos 3

Ad Base 2 175359071 1287102 2547419 1 11775

Biofertilizantes 2 126876 29011 87669ns 02185ns

Ad x Biofert 4 572378 31123 69106ns 04159

Resiacuteduo 24 34456 03048 27169 00290

Total 35

Meacutedia geral 93745 8772 320388 6741

CV 1980 6294 5145 2530

Significativo a 5ns Natildeo significativo

52

TABELA 1D Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade

de raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

APEcircNDICE D - Anaacutelise estatiacutestica da raiz

Causas G1 FFR FSR CR RPASR DR

da variaccedilatildeo Quadrados meacutedios---------------

Blocos 3

Ad Base 2 27874 551 623 2 1 0 140

Biofertilizantes 2 178 0 1 0 ni 1504 l03ns 038ns

Ad x Biofert 4 190 058 318 294 183

Resiacuteduo 24 005 009 028 023 0 2 1

Total 35

Meacutedia geral 1818 228 184 387 333

C V 134 1356 448 1253 1396

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

53

APEcircNDICE E - Anaacutelise estatiacutestica dos macronutrientes da parte aeacuterea da cebola

TABELA 1E Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mud^s de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

Causas G1 bull N P K Ca Mg

da variaccedilatildeo

Blocos 3

Ad Base 2 13550306 446627 25509686 1031806 59007

Biofertilizantes 2 180610ns 16564 68153ns 39006 876ns

Ad x Biofert 4 454187 45743 1047539 46950 2464

Resiacuteduo 24 29769 1453 64313 3741 439

Total 35

Meacutedia geral 24921 4597 33366 6943 1615

C V 692 829 760 880 1297

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

APEcircNDICE F - Fotos do experimento

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob uma perspectiva agroecoloacutegica

APEcircNDICE F a Fotos do experimento

FIGURA 1 Adubaccedilatildeo verde com feijatildeo-miuacutedo e papuatilde utilizadas no manejo do solo

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob urna perspectiva agroecoloacutegica

Page 25: PRODUÇÃO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L.) SOB …orgprints.org/24883/1/Paglia_Produção.pdf · vaca mais calda bordalesa; MB4+U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

15

pepino Valenzuela amp Crosby (1998) compararam as produccedilotildees obtidas com composto

e a fertilizaccedilatildeo padratildeo e concluiacuteram que a utilizaccedilatildeo do composto em 20 Mg ha 1 mais

N-quiacutemico foi o melhor tratamento em todas as culturas estudadas

233 Plantas de cobertura do solo

As plantas mais usadas para adubaccedilatildeo de cobertura do solo satildeo as leguminosas

pois estas tecircm a capacidade de fixar o nitrogecircnio atmosfeacuterico e disponibiliza-lo agrave

cultura Primavesi (1992) cita que utilizando-se mucuna ervilhaca feijatildeo-de-porco

feijatildeo-miuacutedo crotalaacuteria e outras natildeo haacute necessidade de utilizar tanto nitrogecircnio em

cobertura embora natildeo se dispense uma calagem mais frequumlente pois ocorre um pouco

de acidificaccedilatildeo no solo como com qualquer adubaccedilatildeo nitrogenada Segundo a mesma

autora algumas leguminosas tecircm a capacidade de mobilizar o foacutesforo como o caupi

(feijatildeo-miuacutedo) outras mobilizam o caacutelcio como tremoccedilo

Para Brady (1999) a adubaccedilatildeo verde traz grandes benefiacutecios como suprimento de

mateacuteria orgacircnica sendo consideraacutevel a quantidade de resiacuteduos orgacircnicos devolvidos ao

solo adiccedilatildeo de nitrogecircnio nutrientes e conservaccedilatildeo do solo

Calegari (1998) comenta que quanto aos aspectos fiacutesicos os resiacuteduos tendem a

contribuir para uma melhoria da estrutura do solo percebida pelo aumento da

estabilidade dos agregados em aacutegua aumento da capacidade de retenccedilatildeo hiacutedrica

elevaccedilatildeo dos iacutendices de infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo aumento da porosidade melhor

aeraccedilatildeo e diminuiccedilatildeo da densidade do solo

De acordo com Timm (2000) o papuatilde eacute uma excelente alternativa como cobertura

de solo para o cultivo miacutenimo da cebola pois na eacutepoca do transplante das mudas seu

ciclo vegetativo estaacute completo natildeo necessitando o dessecamento outra vantagem eacute que

o papuatilde apresenta bom controle com relaccedilatildeo agraves plantas invasoras da cebola reduzindo

ao longo dos anos o nuacutemero de capinas e a aplicaccedilatildeo de herbicidas

234 Adubaccedilatildeo foliar

Segundo Malavolta (1981) a utilizaccedilatildeo da adubaccedilatildeo foliar eacute complemento da

adubaccedilatildeo de solo natildeo substituto da mesma no que diz respeito ao fornecimento de

nitrogecircnio foacutesforo e potaacutessio para as culturas Da mesma maneira que as raiacutezes podem

perder para o solo parte dos elementos absorvidos as folhas tambeacutem o fazem pela accedilatildeo

16

de fatores internos (desordem fisioloacutegica estado nutricional etc) e externos (chuvas

orvalho nutriccedilatildeo do sistema radicular luz temperatura etc)

Para Chaboussou (1987) as plantas adquirem o maacuteximo de resistecircncia bioloacutegica

atraveacutes da nutriccedilatildeo (trofos) equilibrada Obviamente para que isto ocorra eacute necessaacuterio

que o solo esteja em equiliacutebrio dinacircmico o ambiente seja o mais estaacutevel e as plantas

selecionadas ou melhor adaptadas para poderem suportar as alteraccedilotildees extemporacircneas

ocasionadas pelos fenocircmenos meteoroloacutegicos e nas fases fonoloacutegicas criacuteticas do

crescimento e desenvolvimento (Pinheiro amp Barreto 2000)

O lixiviado das folhas enriquece as camadas superiores do solo e tende a

contrabalanccedilar as perdas de zonas mais profundas e mais distantes acumulando-os nas

suas proximidades tambeacutem influencia o nuacutemero e o comportamento dos

microrganismos que por sua vez alteram o processo de gecircnese do solo sua textura e

fertilidade A lixiviaccedilatildeo assim se toma importante no desenvolvimento da sucessatildeo

ecoloacutegica devido agrave ciclagem de elementos (Malavolta 1980)

Conforme Camargo (1975) a utilizaccedilatildeo de adubos foliares substitui parcialmente

a adubaccedilatildeo radicular em 20 a 25 podendo ser utilizada em varias pulverizaccedilotildees

24 Vermicompostagem

E o processo que consiste em se submeter diferentes resiacuteduos orgacircnicos de

origem animal eou vegetal aos processos fermentativos e humificaccedilatildeo adicionando

minhocas do gecircnero Eiseina espeacutecie foetida ao material procurando obter um produto

curado em aproximadamente 45 - 60 dias (Compagnoni amp Putzolu 1985)

A vermicompostagem firmou-se no Brasil como atividade rentaacutevel produzindo

adubo de alta qualidade na deacutecada de 90 Na agricultura brasileira contudo haacute

preferecircncia pelos adubos quiacutemicos em funccedilatildeo de sua aquisiccedilatildeo financiada menor custo

e retomo imediato embora o impacto de seu uso contiacutenuo sobre o solo e os

microorganismos que nele vivem seja negativo (Tagliari amp Grassmann 1995)

Segundo Morselli (2002) a vermicompostagem difere da compostagem

convencional dentre outros pocircr formar substacircncias huacutemicas mais rapidamente ao sofrer

passagem pelo trato digestivo das minhocas A alirdentaccedilatildeo destas satildeo basicamente os

estercos e a disponibilidade desta mateacuteria prima bem como de ambiente protegido para

proceder a compostagem correta deste material satildeo indispensaacuteveis

17

Segundo Kiehl (1985) e Martinez (1990) o vermicomposto apresenta as seguintes

vantagens em relaccedilatildeo a compostagem permite a formaccedilatildeo de um produto curado em

menor espaccedilo de tempo promove a formaccedilatildeo de um material com maior

disponibilidade de nutrientes facilita o peneiramento natildeo havendo a necessidade de

revolvimento do material oferece vaacuterias fontes de renda pois aleacutem do huacutemus fornece

minhocas e raccedilatildeo e quando aplicado ao solo tende a melhorar as propriedades fiacutesicas

quiacutemicas e bioloacutegicas

241 Resiacuteduos utilizados na vermicompostagem

2411 Resiacuteduos de origem animal

Segundo Bureacutes (1997) o esterco eacute uma mistura de fezes urina e camas que

podem estar constituiacutedas de palhas folhas secas serragem turfa casca de arroz e ateacute

terra Esse apresenta pH neutro e densidade que varia de 030 a 090 Kg dm3 segundo

seu estado de decomposiccedilatildeo Eacute influenciado por vaacuterios fatores como espeacutecie animal

raccedila idade alimentaccedilatildeo material utilizado como cama e tratamento da mateacuteria-prima

esterco (Kiehl 1985) Dentre os fatores apontados um dos mais importantes eacute a

alimentaccedilatildeo do animal quanto mais rica a alimentaccedilatildeo mais rica seraacute as dejeccedilotildees

(Gnoatto 1999) O volume de bacteacuterias vivas ou mortas encontradas no esterco

representam 20 a 30 do total delas se originam grande parte do nitrogecircnio sob a

forma de proteiacutena (Morselli 2002)

A origem do material utilizado para a produccedilatildeo de vermicomposto eacute fundamental

pois soacute uma mateacuteria-prima de qualidade resultaraacute em um produto final de boa qualidade

Dentre os estercos o de aves eacute empregado empiricamente na adubaccedilatildeo de culturas

permanente ou natildeo com excelentes resultados apesar de sua simples composiccedilatildeo

meacutedia 2 de nitrogecircnio 2 de foacutesforo como P2 0 5 e 1 de K2 0 Poreacutem haacute uma

grande variaccedilatildeo na sua constituiccedilatildeo a qual dependeraacute do manejo animal atraveacutes das

camas finalidade da criaccedilatildeo e natureza das camas (Morselli 2002)

2412 Resiacuteduos de origem vegetal

A mateacuteria orgacircnica pode ser preservada no solo por vaacuterios processos seja pela

simples incorporaccedilatildeo de resiacuteduos de culturas rotaccedilatildeo de culturas adubaccedilatildeo verde ou

18

pela adiccedilatildeo de materiais orgacircnicos capazes de elevar e manter a produtividade do solo

Da decomposiccedilatildeo dos resiacuteduos orgacircnicos adicionados ao solo resulta a liberaccedilatildeo de

grande quantidade de nutrientes principalmente o nitrogecircnio o potaacutessio e o enxofre

Aleacutem disso diversos atributos quiacutemicos e fiacutesicos do solo satildeo alterados pela

decomposiccedilatildeo desses resiacuteduos destacando-se o aumento da capacidade de troca de

caacutetions o aumento da retenccedilatildeo de aacutegua a melhoria da estabilidade dos agregados e da

aeraccedilatildeo (Fraser1963 Malavolta 1981 Mello et al 1983 Bonilla 1992)

Segundo Purcino (1981) quando a relaccedilatildeo CN eacute menor que 30 como no caso do

esterco de curral ou da palha de leguminosas a disponibilidade de nitrogecircnio eacute

imediata mas acima deste valor ocorre imobilizaccedilatildeo crescente deste nutriente Por esse

motivo estes materiais devem ser submetidos a uma degradaccedilatildeo bioloacutegica antes de

serem adicionados ao solo

25 Biofertilizantes

No Brasil ocorrem problemas crescentes com materiais derivados de sistemas

intensivos de criaccedilatildeo animal que acumulam resiacuteduo^ orgacircnicos com graves problemas

de contaminaccedilatildeo de cursos de aacutegua que na maioria das vezes se acumulam em um

uacutenico lugar e natildeo satildeo reciclados (Viglizzo 1995)

Visando amenizar tais situaccedilotildees os meacutetodos alternativos de adubaccedilatildeo controle de

doenccedilas pragas e plantas indesejaacuteveis tecircm sido muito estudado Dentro dessa linha de

pesquisa destaca-se o uso de mateacuteria orgacircnica atraveacutes tanto de sua incorporaccedilatildeo ao

solo como de sua transformaccedilatildeo para uso posterior na forma de biofertilizantes

(Khatounian 1997 Bettiol et al 1997)

Na complexa e elevada comunidade microbiana dos biofertilizantes encontram-se

bacteacuterias fungos leveduriformes filamentosos e actinomicetos (Bettiol apud Penteado

1999)

O agregado de macro e micronutrientes periodicamente ativa e enriquece a

fermentaccedilatildeo O uso de farinha de rocha tem sido vantajoso por ter baixo custo

comparado com os sais concentrados e purificados aleacutem de trazer alguns elementos

traccedilos de vital importacircncia para os microrganismos do solo como por exemplo o Gaacutelio

o Iodo e o Vanaacutedio (M1BASA 199-) O agregado de farinha de rocha ou sais

purificados ao fermentado faz com que estes nutrientes passem a fazer parte dos

microrganismos ou dos produtos orgacircnicos liberados durante a fermentaccedilatildeo sendo que

19

o ataque dos microrganismos atraveacutes de suas enzimas consegue liberar os elementos natildeo

atacados pelos aacutecidos industriais (Pinheiro amp Barreto 2000)

Os biofertilizantes tecircm sido empregados na agricultura ecoloacutegica como adubo

foliar para aumentar a resistecircncia contra pragas e doenccedilas Aleacutem disso o processo de

produccedilatildeo eacute bastante simples e por isso eacute viaacutevel sua produccedilatildeo na propriedade desde que

tenha esterco disponiacutevel (Penteado 1999)

Bettiol et al (1997) verificaram a presenccedila de diferentes espeacutecies de fungos

fiacutelamentosos e leveduriformes e bacteacuterias entre elas Bacillus spp na comunidade

microbiana do biofertilizante produzido segundo meacutetodo adotado pelo Centro de

Agricultura Ecoloacutegica Ipecirc Os autores verificaram ainda uma reduccedilatildeo da comunidade

microbiana ao longo da digestatildeo reduccedilatildeo essa mais acentuada logo apoacutes o acreacutescimo

dos sais contendo micronutrientes A accedilatildeo dos sais pode ser tanto por aumento na

pressatildeo osmoacutetica quanto pelo efeito direto sobre os microrganismos Para o controle de

doenccedilas de plantas satildeo importantes a presenccedila dos metaboacutelitos produzidos pelos

organismos presentes no biofertilizante e os proacuteprios microrganismos vivos

Os microrganismos transformam o material orgacircnico (esterco soro de leite caldo

de frutas palhas restos industriais etc) e cinzas produzindo vitaminas aacutecidos e sais

complexos importantes para regular e tonificar o metabolismo das plantas impedindo o

desenvolvimento de pragas e doenccedilas (Pinheiro amp Barreto 2000)

Em estudos feitos com o biofertilizante liacutequido de bovinos foi observado a

presenccedila de inuacutemeros microorganismos como bacteacuterias leveduras e bacilos

principalmente do Bacillus subtilis Estes microorganismos sintetizam substacircncias

antibioacuteticas as quais demonstram ter grande accedilatildeo e eficiecircncia como substacircncias

fungiostaacuteticas e bacteriostaacuteticas de fitopatoacutegenos causadores de danos em lavouras

comerciais (Penteado 1999)

Aldrighi et al (2002) realizaram trabalho na UFPel relacionado agrave nutriccedilatildeo de

mudas de tomate (Floradade) produzidas no sistema ldquofloatingrdquo Utilizaram-se doses de

0 2 5 e 10 para o biofertilizante Super Magro e 0 e 1 para a urina de vaca

Concluiacuteram que estes natildeo interferem na produccedilatildeo das mudas e que provavelmente foi

influenciado pelo substrato utilizado (vermicomposto 75 e casca de arroz carbonizada

25) bem como o sistema de produccedilatildeo (floating)

Paglia et al (2002) citam que eacute possiacutevel produzir mudas de tomate (cultivar

Floradede) utilizando urina de vaca e biofertilizante Super Magro na aacutegua em sistema

ldquofloatingrdquo em trabalho realizado na UFPel O uso da urina de vaca a 1 e 5 e

20

biofertilizante Super Magro a 6 proporcionam uma elevaccedilatildeo do foacutesforo bem como o

Super Magro a 6 eleva os teores de Mg e Ca na aacutegua

251 Urina de vaca

As urinas de vaca contecircm nutrientes favoraacuteveis ao bom desenvolvimento das

plantas como potaacutessio soacutedio nitrogecircnio enxofre magneacutesio caacutelcio foacutesforo e traccedilos de

outros elementos Nas plantas funciona como um fertilizante natural tomando-as mais

resistentes ao ataque das pragas e doenccedilas Satildeo encontradas tambeacutem na urina outras

substacircncias como fenoacuteis e principalmente o catecol que esta associado agrave recuperaccedilatildeo

de plantas atacadas por fitopatoacutegenos por ser um produto anti-seacuteptico (Penteado 1999)

Para seu emprego a urina receacutem coletada deve ser armazenada sob condiccedilotildees

ambientais por trecircs dias para que se forme amocircnio importante produto a ser absorvido

pelas plantas Recomenda-se ainda que o armazenamento deva ser feito em recipiente

fechado para que natildeo ocorram perdas de nitrogecircnio Desta forma poderaacute permanecer

por ateacute um ano sem comprometer sua eficiecircncia

Em hortaliccedilas o uso da urina de vaca eacute recomendado em pulverizaccedilotildees foliares

semanais na concentraccedilatildeo de 05 para tomateiro pimentatildeo pepino feijatildeo vagem e

couve ou quinzenais a 1 para as culturas do quiabeiro jiloeiro e berinjela Para

fruteiras em geral a primeira aplicaccedilatildeo deve ser na concentraccedilatildeo aproximada de 5

realizada diretamente no solo e mensalmente devem ser realizadas pulverizaccedilotildees

foliares a 1 para plantas jovens e a 5 para plantas adultas (Penteado 1999)

Na aplicaccedilatildeo foliar deve-se ter cuidado com folhas e brotos novos e considerar que

o uso contiacutenuo pode ser toacutexico podendo afetar o solo causando a sua acidificaccedilatildeo

(Penteado 1999)

Na Estaccedilatildeo Experimental da PESAGRO no municiacutepio de Macaeacute Rio de Janeiro

estaacute se utilizando a urina de vaca leiteira Os pesquisadores descobriram que a urina de

vaca em lactaccedilatildeo produzia o efeito de recuperar plantas de abacaxi atacadas por uma

doenccedila conhecida como ldquofusairioserdquo Essa doenccedila quando ataca o abacaxi causa

perdas de ateacute 70 da safra Todos os agrotoacutexicos testados natildeo conseguiram controlar a

doenccedila Isto eacute um exemplo para que a universidade tenha uma nova percepccedilatildeo (Capra

1996) adotando medidas efetivas que contribuam na transiccedilatildeo agroecoloacutegica Com o

uso da urina de vaca leiteira numa lavoura de abacaxi atacada pela fusariose observou-

se agrave recuperaccedilatildeo do stand e os frutos produzidos apresentaram excelente padratildeo

21

comercial Descobriu-se que aleacutem funcionar como adubo e defensivo natural a urina de

vaca leiteira tambeacutem favorece a floraccedilatildeo de muitas plantas e pode ser usada no

tratamento de frutos e tubeacuterculos depois da colheita

A urina de vaca em lactaccedilatildeo tambeacutem estaacute sendo usada nas lavouras de cafeacute em

plantaccedilotildees de maracujaacute coco alface e outras hortaliccedilas Na regiatildeo centro-sul do Paranaacute

os agricultores estatildeo aplicando a urina de vaca leiteira nas lavouras de feijatildeo soja

batata cebola e milho (Penteado 1999)

252 Alhol

A maioria dos defensivos alternativos tais como calda bordalesa sulfocaacutelcica

aacutegua de cinza e cal biofertilizante enriquecido extrato de fumo entre outros precisa

ser misturada com um espalhante adesivo para quebrar a tensatildeo superficial da gota e

propiciar um melhor molhamento das folhas e demais partes pulverizadas assegurando

uma absorccedilatildeo mais efetiva e uma melhor accedilatildeo sobre as pragas e doenccedilas Quando as

gotas permanecem inteiras sobre a superfiacutecie folhar devido agrave falta de espalhante

adesivo pode-se danificar os tecidos vegetais pelc efeito-lente quando o sol incide

sobre elas Aleacutem disso a gota por natildeo se espalhar sobre toda superfiacutecie folhar

concentra nela e consequumlentemente sobre o tecido que estaacute em contato com ela uma

quantidade maior do produto aplicado Essa maior concentraccedilatildeo pode prejudicar a

absorccedilatildeo e lesionar os tecidos principalmente apoacutes a evaporaccedilatildeo da aacutegua contida na

gota por resultar em uma maior concentraccedilatildeo de sais no local especialmente quando se

aplicam por exemplo calda sulfocaacutelcica bordalesa biofertilizante enriquecido com

macro e micronutrientes (Claro 2001)

O alhol eacute um espalhante adesivo ecoloacutegico que tambeacutem auxilia no controle de

pragas E elaborado com aacutegua alho oacuteleo vegetal e sabatildeo neutro a partir da sabedoria

popular que menciona o alho como repelente de insetos Juacutenior Abreu amp Maiorano

(199-) indicam formulaccedilotildees contendo alho para o controle de pragas como nematoacuteides

(Meloidogyne incoacutegnita e M javanica) mosca do chifre lagarta na maccedilatilde pulgotildees

besouro da batata trips e para controle de doenccedilas fuacutengicas e bacterianas como miacuteldio

ferrugem fusariose helminthosporiose murchadeira (Pseudonamos solacearum)

bruzone do arroz (Pyricularia orysae) podridatildeo negra do repolho e couve-flor

(Xanthomonas campestris) Aleacutem disso o alho pelo seu bom teor em oacuteleo pode agir

tambeacutem como espalhante adesivo O sabatildeo tambeacutem eacute indicado como espalhante adesivo

22

e possui accedilatildeo contra certas pragas (pulgotildees) sendo que o oacuteleo vegetal eacute indicado no

controle de cochonilhas e usado como espalhante adesivo (Claro 2001)

253 Calda Bordalesa

A calda bordalesa eacute um tradicional defensivo agriacutecola que pode ser preparado na

propriedade com a mistura de sulfato de cobre cal virgem e aacutegua As concentraccedilotildees de

sulfato de cobre e cal satildeo distintas dependendo do objetivo do seu emprego

Geralmente diferem de acordo com o tipo de planta ou espeacutecie vegetal as condiccedilotildees

climaacuteticas o grau de infestaccedilatildeo da doenccedila e a fase de crescimento da planta Eacute indicada

para o controle de miacuteldio alternaacuteria botrytis e antracnose (Penteado 1999)

A calda bordalesa caracteriza-se pela sua importante accedilatildeo no controle de diversas

doenccedilas fungicas nas mais diversas espeacutecies de culturas Possui tambeacutem uma relativa

accedilatildeo bactericida e em alguns casos age como repelente de insetos Da mistura do

sulfato de cobre com a cal resulta uma soluccedilatildeo rica em macronutrientes e

micronutrientes Provavelmente os expressivos resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo da

calda bordalesa devam-se natildeo somente a sua accedilatildeo fuacutengica e bactericida mas sobretudo

agrave influecircncia positiva que exerce no metabolismo das plantas ativando o processo

enzimaacutetico e estimulando a proteossiacutentese aumentando a resistecircncia das plantas (Claro

2 0 0 1 ) caracteriacutestica fundamental na agricultura sustentaacutevel

254 Biofertilizante Super Magro

A calda Super Magro eacute produto da fermentaccedilatildeo de estercos animais enriquecidos

por micronutrientes e outros produtos de origem animal obtendo-se uma calda

biofertilizante para aplicaccedilatildeo foliar nas plantas (Penteado 1999) jaacute foram observados

bons resultados principalmente nas culturas de uva maccedila pecircssego tomate batata e

hortaliccedilas em geral

E indicado como fonte suplementar de micronutrientes para as plantas inibidor

de fungos e bacteacuterias causadores de doenccedilas e para aumentar a resistecircncia contra insetos

e aacutecaros (Penteado 1999) i

Muller (1999) avaliou a influecircncia do biofertilizante Super Magro sobre as

culturas de tomate (Lycopersicon esculentum Mill) ervilha (Pisum sativum L) e

beterraba (Beta vulgaris L) O autor obteve cultivos com baixa severidade de doenccedilas e

23

insetos fitoacutefagos possivelmente por causa do manejo orgacircnico de produccedilatildeo Os

resultados das pulverizaccedilotildees das soluccedilotildees foliares variaram conforme a cultura e o

clima

255 Biofertilizante MB4

A utilizaccedilatildeo das farinhas de rochas eacute uma das teacutecnicas mais modernas usadas nos

uacuteltimos anos na agricultura O elevado nuacutemero de nutrientes contidos no MB4 como

cobre zinco manganecircs cobalto soacutedio alumiacutenio silicatos de magneacutesio ferro e caacutelcio

acompanhado de foacutesforo potaacutessio e enxofre reagem com a soluccedilatildeo do solo liberando

elementos essenciais ao desenvolvimento da vida microbiana os quais exercem um

papel fundamental atraveacutes de transformaccedilotildees quiacutemicas e do equiliacutebrio bioloacutegico

favorecendo o desenvolvimento sadio das plantas (Pinheiro amp Barreto 2000)

24

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

31 Local de execuccedilatildeo do experimento

O presente trabalho foi conduzido no Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul

(FEPAGROSUL) no municiacutepio de Rio Grande nlt periacuteodo de 15 de maio a 26 de

agosto de 2 0 0 2

O solo eacute classificado como ldquoTuiardquo satildeo muito arenosos As massas aquaacuteticas do

Oceano Atlacircntico e Lagoa dos Patos influenciam ventos temperatura pressatildeo umidade

relativa e demais fatores climaacuteticos A topografia da regiatildeo litoracircnea eacute plana com

lenccediloacuteis freaacuteticos superficiais

32 Anaacutelise estatiacutestica

O experimento foi constituiacutedo em fatorial 3X3 (Quadro 1) com quatro repeticcedilotildees

no delineamento blocos ao acaso As variaacuteveis respostas foram submetidas agrave anaacutelise de

variaccedilatildeo e ao teste de Duncan a 5 de probabilidade para comparaccedilatildeo das meacutedias

utilizando-se o sistema SANEST (Zonta amp Machado 1984)

As anaacutelises estatiacutesticas das variaacuteveis estudadas encontram-se nos Apecircndices C D

Os resultados das respostas agronocircmicas e das determinaccedilotildees dos conteuacutedos dos

macronutrientes bem como os de raiz estatildeo nas tabelas de 1 a 3

25

As diferentes adubaccedilotildees seratildeo representadas durante a discussatildeo da seguinte

forma 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e EC

(60 t ha 1 de esterco de curral) 1 VB+SM+U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais

super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+SM+U+CB (45 t ha 1 de

vermicomposto mais super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa)

EC+SM+U+CB (60 t ha 1 de esterco de curral mais super magro mais urina de vaca

mais calda bordalesa) 1 VB+MB4 +U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais MB4 mais

urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+MB4 +U+CB (45 t ha 1 de vermicomposto

mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa) EC+MB4 +U+CB (60 t ha 1 esterco

de curral mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa)

QUADRO 1 Descriccedilatildeo dos fatores experimentais e respectivos niacuteveis

Niacuteveis Fator 1 ADUBACcedilAtildeO DE BASE

0 1 Vermicomposto (30 t ha1)

0 2 Vermicomposto (45 t ha1)

03 Esterco de curral (60 t ha1)

Niacuteveis Fator 2 BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS

0 1 Super magro (5) + Urina de Vaca + Calda Bordalesa

0 2 MB4 (10) + Urina de vaca + Calda Bordalesa

03 Ausecircncia (testemunha)

33 Tratamentos

Da combinaccedilatildeo entre niacuteveis e fatores foram obtidos 9 tratamentos que estatildeo

descritos no Quadro 2 bem como as doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

26

QUADRO 2 Tratamentos e doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

TRATAMENTOS

Ndeg FATOR I FATOR II

0 1 30 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

0 2 30 t harsquo de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

03 30 t ha de vermicomposto - - -

04 45 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

05 45 t ha de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

06 45 t ha de vermicomposto - - -

07 60 t hade esterco Super Magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

08 60 t hade esterco MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

09 60 t hade esterco - - -

Cada parcela foi constituiacuteda por dois canteiros medindo 1 m de largura x 2 m de

comprimento perfazendo 075 m de aacuterea de aacuterea uacutetil (025 m de bordadura) Foi

utilizando semeadura a lanccedilo com densidade de 24 g canteiro1

O vermicomposto a urina de vaca o esterco de curral o alhol os biofertilizantes e

a calda bordalesa foram de procedecircncia do Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul O

vermicomposto de esterco bovino misturado agraves cascas de frutas foi processado pela

minhoca vermelha califomiana Eisenia foetida)

O biofertilizante Super Magro foi elaborado segundo a metodologia descrita pela

FEPAGROSUL utilizando-se os seguintes componentes 190 litros de aacutegua 22 litros

de leite 55 Kg de accediluacutecar mascavo 30 Kg de esterco fresco de bovinos 2 Kg de

Sulfato de zinco 2 Kg de sulfato de magneacutesio 2 Kg de cloreto de caacutelcio 1 Kg de aacutecido

boacuterico 300 g de sulfato de cobre 300 g de sulfato de ferro 300 g de sulfato de

manganecircs 100 g de molibdato de soacutedio 50 g de sulfato de cobalto 3 Kg de fosfato

natural 3 Kg de cinza e 200 g de farinha de osso

A urina de vaca em lactaccedilatildeo foi coletada pela manhatilde e armazenada em recipiente

fechado por trecircs dias em condiccedilotildees ambientais para que se formasse a amocircnia e natildeo

ocorresse perda de nitrogecircnio

28

Realizaram-se duas capinas manuais durante o experimento e em seguida como

cobertura se colocou casca de arroz Tambeacutem foi aplicado esterco de aves 30 dias antes

da colheita na quantidade de 05 Kg canteiro 1 como adubaccedilatildeo de cobertura

As pulverizaccedilotildees com os produtos iniciaram apoacutes 15 dias da germinaccedilatildeo

Realizou-se sete aplicaccedilotildees sendo que as duas primeiras foram feitas apenas com

Super Magro e MB4 Na terceira e na quarta aplicaccedilatildeo utilizou-se urina de vaca e calda

bordalesa em concentraccedilotildees menores (05 e 025 respectivamente) e na quinta

aplicaccedilatildeo as dosagens de urina de vaca e calda bordalesa foram elevadas para 1 0 e

05 respectivamente ateacute o final do experimento O alhol foi utilizado a partir da

terceira pulverizaccedilatildeo na quantidade de 2 e seguiu ateacute o final no dia 26 de agosto

quando as mudas foram colhidas e posteriormente analisadas as variaacuteveis

35 Observaccedilotildees agronocircmicas

Foram utilizadas 20 mudas de cebola para obtenccedilatildeo das meacutedias das variaacuteveis as

quais foram as seguintes

351 Fitomassa fresca da parte aeacuterea e raiacutezes

Foi realizada atraveacutes de uma balanccedila digital procedendo-se a pesagem de 20

mudas de cebola previamente lavadas e posteriormente secadas durante uma hora sobre

um tecido de algodatildeo agrave temperatura ambiente Processo idecircntico foi adotado com as

raiacutezes

352 Fitomassa seca da parte aeacuterea e raiacutezes

Esta variaacutevel foi obtida a partir da secagem preliminar em estufa de ar forccedilado

durante 48 horas a 65 C ateacute peso constante com posterior pesagem em balanccedila

analiacutetica

353 Altura da muda

A altura de muda foi medida a partir do colo das plantas ateacute sua uacuteltima folha

(ponto de crescimento) com uma reacutegua graduada de 40 cm

29

354 Diacircmetro do colo das plantas

Esta medida foi realizada no ponto de transplante a 2 mm das raiacutezes e utilizando-

se um paquiacutemetro SOMET

355 Sistema radicular

Ao teacutermino do experimento foram retiradas as raiacutezes das mesmas plantas que foram

utilizadas para as determinaccedilotildees realizadas na parte aeacuterea procedendo-se uma amostra

de solo com raiacutezes de 2 0 cm de largura x 2 0 cm de comprimento e 2 0 cm de altura

totalizando 8000 cm3

As raiacutezes apoacutes serem lavadas em aacutegua corrente foram pesadas acondicionadas em

sacos plaacutesticos e congeladas para posteriores anaacutelises pelo meacutetodo de Tennant (1975)

para a determinaccedilatildeo do comprimento e densidade

3551 Comprimento de raiz

Utilizou-se para a determinaccedilatildeo do comprimento de raiz as seguintes foacutermulas

1 = ndeg x 1114 x 1 onde

1 - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 0 0 2 g

ndeg - nuacutemero de intercessotildees das raiacutezes com os lados da quadriacutecula da malha do

aparelho

1114 - constante

1 - medida lateral da quadriacutecula em cm

Tomando-se a fiacutetomassa seca e o comprimento da raiz da cada amostra

relacionou-se com a fiacutetomassa seca e o comprimento total da raiz da planta aplicando-

se a seguinte equaccedilatildeo

L = (FSR x 1) FSPA onde

L - comprimento total da raiz da planta (m)

FSR - fiacutetomassa seca de raiz

FSPA - fiacutetomassa seca da parte aeacuterea

L - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 002g

3552 Densidade de raiz

A densidade foi determinada pela foacutermula

D = L 8000 onde

D - densidade de raiacutezes (m cm3)

30

L - comprimento total de raiacutezes (m)

8 0 0 0 - volume da amostra (cm3)

3553 Razatildeo parte aeacutereasistema radicular

Este paracircmetro foi obtido pela equaccedilatildeo

RPASR = FSPA FSR onde

RPASR - razatildeo parte aeacuterea sistema radicular

FSPA - fitomassa seca da parte aeacuterea

FSR - fitomassa seca do sistema radicular

36 Determinaccedilatildeo de macronutrientes no tecido vegetal

Os macronutrientes nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio foram

determinados no laboratoacuterio de Fertilidade e Anaacutelise de Plantas do Departamento de

Solos da UFPel atraveacutes dos meacutetodos descritos por Tedesco amp Gianello (1996)

31

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 Anaacutelise das variaacuteveis

A anaacutelise da variaccedilatildeo mostrou que houve diferenccedila significativa na interaccedilatildeo entre

os fatores de adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes liacutequidos com exceccedilatildeo da variaacutevel altura

de planta para a qual somente a adubaccedilatildeo de base mostrou-se significativa (Apecircndices

C D e E Tabelas 1C 1D e 1E)

411 Anaacutelise da parte aeacuterea

Na Tabela 1 destacaram-se as adubaccedilotildees EC+SM+U+CB EC+MB4 +U+CB e EC

que diferiram significativamente das demais adubaccedilotildees para as variaacuteveis fiacutetomassa

fresca da parte aeacuterea (FFPA) fiacutetomassa seca da parte aeacuterea (FSPA) altura de planta

(AP) e diacircmetro do colo (DC)

32

TABELA 1 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

30 t ha de vermicomposto 7015 c A45 t halsquo de vermicomposto 7824 b B60 t ha de esterco de curral 12248 a C

30 t ha de vermicomposto 667 c A45 t ha de vermicomposto 752 b A60 t ha de esterco de curral 1150a C

30 t ha de vermicomposto 2975 b A45 t harsquo de vermicomposto 2775 b A60 t ha de esterco de curral 3600 a B

30 t ha de vermicomposto 631 b A45 t ha de vermicomposto 6 2 2 b B60 t ha de esterco de curral 741 a C

-Fitomassa fresca (g)----------------6270 c B 6885 b A8832 b A 6308 c C

15082 a A 13934 a BmdashFitomassa seca (g)----------------

625 c A 655 b A830 b A 607 b B

1345 a A 1262 a B-Altura de planta (cm)----------------

2950 b A 3050 b A2937 b A 2950 b A 3975 a A 3622 a B

-Diacircmetro de colo (mm)---------------592 c B 599 b B 657 b A 609 b B 819a A________ 793a B

Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

O efeito positivo do esterco bovino pode ser atribuiacutedo agraves melhorias nas condiccedilotildees

fiacutesicas do solo por ele proporcionado Segundo Primavesi (1982) e Compagnoni amp

Putzolu (1985) o esterco bovino apresenta propriedades condicionadoras do solo dando

agraves plantas melhores condiccedilotildees de desenvolvimento elevando sobremaneira os

conteuacutedos de fitomassa fresca das plantas que refletiratildeo nas demais respostas

agronocircmicas

Analisando as adubaccedilotildees de base em relaccedilatildeo aos biofertilizantes observa-se que

para os tratamentos 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) - natildeo houve influecircncia dos

biofertilizantes para as variaacuteveis FSPA e AP enquanto destacou-se o SM+U+CB para o

DC e SM+U+CB e ausecircncia da adubaccedilatildeo liacutequida para a FFPA mostrando que o uso

dos biofertilizantes natildeo influenciou esta variaacutevel 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) -

verificou-se a eficiecircncia do uso do MB4 +U+CB para as variaacuteveis FFPA e DC Para a

variaacutevel FSPA destacaram-se os dois biofertilizantes utilizados jaacute para AP natildeo houve

33

influecircncia destes EC (60 t ha 1 de esterco de curral) - em todas as variaacuteveis observadas

na tabela 5 as respostas foram significativas utilizando MB4 +U+CB

As respostas encontradas no presente trabalho para as variaacuteveis AP e FSPA foram

superiores as obtidas por Dalponte (1990) quando utilizado 0 esterco de curral para

produccedilatildeo de mudas de cebola

Segundo Filgueira (2000) os solos da regiatildeo produtora de cebola do RS satildeo

pobres em foacutesforo disponiacutevel (15 mg Kg1) necessitando portanto de adubaccedilotildees

fosfatadas elevadas As respostas aqui obtidas podem ser justificadas pelos teores de

foacutesforo contido no MB4

Follet et al (1981) citam a importacircncia do uso de compostos orgacircnicos no solo

enfatizando os estercos no sentido da decomposiccedilatildeo continuada no fornecimento de

nutrientes e na liberaccedilatildeo lenta e gradual de aacutecidos orgacircnicos influenciando a liberaccedilatildeo

do foacutesforo O que provavelmente pode ser atribuiacutedo agraves respostas encontradas no

presente trabalho para 0 tratamento Esterco de curral mais MB4 e Urina mais Calda

Bordalesa

E importante destacar que 0 sistema de produccedilatildeo de mudas de cebola sob uma

perspectiva agroecoloacutegica mostra-se eficiente quando visualmente natildeo percebe-se

diferenccedila significativa entre os tratamentos (Apecircndice F Figura 2)

Conveacutem ressaltar que quando trabalhamos com agroecologia natildeo existem

receitas nem pacotes tecnoloacutegicos prontos Cada situaccedilatildeo deveraacute ser estudada em

particular para que se faccedila recomendaccedilotildees adequadas ao ambiente local uma vez que

as plantas se adaptam ao meio estando a nutriccedilatildeo encarregada de proteger e manter o

equiliacutebrio do organismo vegetal em funccedilatildeo das alteraccedilotildees externas

E fundamental que se compreenda os princiacutepios norteadores de todo o processo

que satildeo as bases da luta por uma sociedade mais justa dentro de um mundo econocircmico e

ambientalmente mais sustentaacutevel

412 Anaacutelise do sistema radicular

Os resultados obtidos nas anaacutelises do sistema radicular (Tabela 2) mostram

diferenccedilas significativas entre as adubaccedilotildees para as variaacuteveis fitomassa fresca de raiz

(FFR) fitomassa seca de raiz (FSR) comprimento de raiz (CR) razatildeo parte

aeacutereasistema radicular (RPASR) e densidade de raiz (DR)

34

TABELA 2 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade de

raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAO DE BASE

S Magro + MB4 +Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

1540 c A 1576 b B 2427 a A

Fitomassa fresca (g)----------------1502 c B 1517 b AB 1658 b A 1446 c C 2336 a B 2360 a B

--------------------Fitomassa seca (g)-------------------196 b A 207 ab A 170 b A170 b A 199 b A 192 b A 344 a A 249 a B 327 a A

Comprimento de raiz(cm)---------------1237 b A 1158 b A 1158 a A1237 b A 1060 c B 1040 b B1433 a A 1296 a B 1040 b C

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t halsquo 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha de vermicomposto 45 t ha de vermicomposto60 t ha~ de esterco de curral__________________________ _________________________Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

-----Razatildeo Parte AeacutereaSistema Radicular------340 b AB 301c B 384 a A446 a A 415 b A 326 a B339 b B 546 a A 388 a B

-------------- Densidade de raiz (m cm3)------------367 a AB 414 a A 325 b B282 b B 301b B 405 a A347 ab A 231c B 324 b A

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base destacou-se o EC (60 t ha 1 de esterco de curral)

para as variaacuteveis FFR e FSR Quando adicionado o SM+U+CB os resultados para FFR

foram ainda melhores bem como o CR As respostas obtidas para a RPASR foram

variadas em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees apresentando melhores resultados para 15 VB (45 t

ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB e ainda melhor para EC (60 t ha 1 de esterco de

curral)+MB4 +U+CB As adubaccedilotildees de base 1 VB 15 VB e EC natildeo diferiram entre si

As adubaccedilotildees mais eficientes para a variaacutevel DR foram 1 VB+SM+U+CV que natildeo

diferiu da EC+SM+U+CB I VB+ MB4 +U+CB e agrave 15 VB foram melhores entre as

demais

35

Analisando os biofertilizantes em relaccedilatildeo a cada adubaccedilatildeo de base verifica-se que

para a 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB destaca-se a variaacutevel FFR

poreacutem sem diferenccedila significativa de 1 VB os melhpres resultados para a variaacutevel DR

foram encontrados pelo tratamento 1 VB+MB4 +U+CB e 15 VB (45 t ha 1 de

vermicomposto) tambeacutem se considera eficiente o 1 VB+SM+U+CB que natildeo diferiu do

EC (esterco de curral) Quando se utilizou 15 VB+ MB4 +U+CB houve resposta

significativa para a variaacutevel FFR para FSR as respostas natildeo foram diferentes com a

aplicaccedilatildeo dos biofertilizantes para as variaacuteveis FSR e DR as adubaccedilotildees EC e

EC+SM+U+CB natildeo diferiram entre si

Embora as respostas estatiacutesticas tenham sido diferentes para as adubaccedilotildees

combinadas ou natildeo pode-se salientar a importacircncia do aacutecido indol-aceacutetico como jaacute

citado anteriormente para as variaacuteveis avaliadas na parte aeacuterea das mudas de cebola

Respostas semelhantes nesse sentido foram encontradas para a cultura da alface por

Quijano (1999) e Morselli (2001)

Pereira et al (2002) concluiacuteram em trabalho realizado com a cultivar de cebola

CNPF1 6400 em Minas Gerais que a utilizaccedilatildeo de 20 t ha de esterco de curral

proporcionou os melhores resultados para a produccedilatildeo de cebola

Silva Juacutenior amp Giorgi (1992) e Menezes Juacutenior (1998) citam que doses elevadas

de mateacuteria orgacircnica podem prejudicar a primeira fase da germinaccedilatildeo (embebiccedilatildeo) e

absorccedilatildeo de aacutegua pelas raiacutezes das placircntulas No entanto no presente trabalho este fato

natildeo ocorreu embora a dose de esterco utilizada tenha sido de 60 t ha 1 (dose maacutexima

recomendada segundo Nolla 1982)

413 Anaacutelise de macronutrientes no tecido vegetal

Os resultados dos conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio no

tecido vegetal sob diferentes adubaccedilotildees encontrados na Tabela 3 indicam mais uma

vez a superioridade da adubaccedilatildeo esterco com 0 uso ou natildeo de biofertilizantes

36

TABELA 3 Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob

uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS i J B

ADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesamg plantas1

---- Nitrogecircnio-----30 t ha de vermicomposto 16593 c AB 15451 c B 19050 b A45 t ha de vermicomposto 21444 b A 22888 b A 17852 b B60 t ha de esterco de curral 32606 a C 37593 a B 40816 a A

--------------- ------ Foacutesforo------- -------------30 t ha de vermicomposto 3098 c B 2802 c B 3999 b A45 t ha de vermicomposto 4109 b A 4135 b A 2788 c B60 t ha de esterco de curral 5300 a B 7577 a A 7565 a A

------- Potaacutessio------30 t ha de vermicomposto 24327 c A 19900 c B 24965 b A45 t ha de vermicomposto 29113b A 29812 b A 22031 b B60 t ha de esterco de curral 44070 a B 51976 a A 54101 a A

-------- Caacutelcio-------30 t ha de vermicomposto 5027 c A 4356 c A 4834 b A45 t ha de vermicomposto 6114b A 6963 b A 4379 b B60 t ha de esterco de curral 9030 a C 11451 a A 10331 a B

------Magneacutesio-----30 t ha de vermicomposto 1188 b A 914 c A 1202 b A45 t ha de vermicomposto 1231 b B 1582 b A 1176 b B60 t ha de esterco de curral 2136a B 2443 a A 2663 a AMeacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base observa-se que o melhor tratamento foi o

esterco de curral para todas as variaacuteveis Para 1 VB (30 t ha^ 1 de vermicomposto) natildeo

houve resposta diferenciada com o uso de bofertilizantes para todas as variaacuteveis A

adubaccedilatildeo 15 VB (45 t ha 1 de vemicomposto) foi influenciada pelos biofertilizantes

para as variaacuteveis N P K e Ca enquanto que para Mg somente o MB4+U+CB o

influenciou O EC (esterco de curral) mostrou diferenccedila significativa apenas para as

variaacuteveis Ca e Mg quando adicionado MB4+U+CB

Segundo Peixoto (2000) eacute fundamental a adiccedilatildeo de adubos orgacircnico no cultivo de

hortaliccedilas seja na forma de esterco decomposto composto ou huacutemus de minhoca de

37

modo a fornecer melhorias nas propriedades do solo vindo a disponibilizar os nutrientes

as diferentes culturas

O esterco fresco conteacutem muita cama celuloacutesica e um elevado teor de aacutegua No

esterco curtido a celulose jaacute estaacute decomposta o teor de aacutegua estaacute reduzido agrave metade e os

nutrientes em uma forma mais assimilaacutevel e mais concentrada O esterco fresco pode

causar uma deficiecircncia temporaacuteria de nitrogecircnio no solo ao se decompor o que natildeo

acontece com o biestabilizado (Kiehl 1985)Ocorre uma diminuiccedilatildeo inicial no volume

de aacutegua retido no esterco de curral diminui inicialmente em tomo de 3581 liberando

posteriormente somente 496 evidenciando a sua capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua

(Menezes Juacutenior 1998)

A utilizaccedilatildeo continuada de adubos nitrogenados minerais no solo altera o balanccedilo

do nitrogecircnio entre o solo e planta No meacutetodo biodinacircmico eacute sublinhada a importacircncia

dos adubos animais para o estabelecimento da fertilidade permanente dos solos (Koeff

et al 1983)

Para Guimaratildees (1997) os benefiacutecios que a mateacuteria orgacircnica imprime ao solo

principalmente melhorando a produtividade fertilidade e a influencia que as substancias

huacutemicas exercem sobre o ambiente dependem da qualidade e do teor de mateacuteria

orgacircnica do solo Estas substacircncias por conterem nutrientes em sua constituiccedilatildeo em uma

forma mais disponiacutevel para as plantas promovem um equiliacutebrio no ambiente no solo

(Kononova 1966)

Aproximadamente de 60 a 70 do total de carbono do solo ocorre na forma de

materiais huacutemicos (Griffith amp Schnitzer 1975) sendo a eles atribuiacutedo a manutenccedilatildeo da

bioestrutura do solo aumentando a capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua (Brady 1999)

Conforme Compagnoni amp Putzolu (1985) os estercos bem como os demais

resiacuteduos orgacircnicos apresentam conteuacutedos diferentes de aacutecidos huacutemicos e fuumllvicos sendo

atribuiacutedo ao acido huacutemico uma accedilatildeo fitoestimulante semelhante aos fitohormocircnios por

favorecer o desenvolvimento do sistema radicular e crescimento do caule

Em trabalho realizado por Guimaratildees (1997) foi encontrado para aacutecidos huacutemicos

de esterco bovino uma relaccedilatildeo CN 1035 e para vermicomposto bovino 17

evidenciando que o esterco quando aplicado ao solo por apresentar uma relaccedilatildeo CN

proacutexima deste reage mais facilmente liberando nutrientes para as plantas sem alterar a

cadeia troacutefiacuteca Dados encontrados no presente trabalho demonstram a eficiecircncia do

esterco nesse sentido

38

De acordo com Morselli (2001) vaacuterios trabalhos citam comentam e discutem a

capacidade dos vermicompostos em proporcionar oacutetimas colheitas e favorecer a

precocidade das plantas cultivadas Poreacutem muitas vezes se observa que mesmo

suprindo essas plantas com nutrientes necessaacuterios atraveacutes de huacutemus de diferentes fontes

as respostas natildeo satildeo as mesmas para uma mesma cultivar

Por outro lado os resultados com o uso de substacircncias huacutemicas satildeo variaacuteveis e

dependem aleacutem da espeacutecie testada das substacircncias huacutemicas utilizadas sua

concentraccedilatildeo o grau de purificaccedilatildeo e das condiccedilotildees experimentais A resposta das

plantas aos aacutecidos huacutemicos e fuacutelvicos eacute dependente da mateacuteria prima original e da

espeacutecie vegetal pois materiais orgacircnicos diferentes apresentam aacutecidos huacutemicos e

fuacutelvicos diferentes (Businelli 1990)

Justificam-se os maiores conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio e caacutelcio nas

adubaccedilotildees 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e biofertilizantes devido

provavelmente ao vermicomposto utilizado apresentar na sua constituiccedilatildeo teores

consideraacuteveis destes elementos aleacutem do que os biofertilizantes possam ter influenciado

na absorccedilatildeo atraveacutes de sua constituiccedilatildeo Tibau (1984) considera que a urina de vaca eacute

rica em aacutecido indol-aceacutetico e este influencia na absorccedilatildeo radicular O efeito positivo

deste tratamento provavelmente seja devido agrave quantidade aplicada

O biofertilizante que se destacou foi o MB4+U+CB em relaccedilatildeo ao EC (esterco de

curral) e eacute somente para a variaacutevel caacutelcio Isto provavelmente seja devido ao alto teor

deste elemento encontrado na sua constituiccedilatildeo (6872 g Kg1) e pela influecircncia positiva

que a calda bordalesa exerce no metabolismo das plantas atraveacutes dos nutrientes

contidos em sua formulaccedilatildeo O Ca controla a absorccedilatildeo radicular e retorna ao solo pelo

esterco e palhas por apresentar-se em maior quantidade em folhas e caules Depois de

localizado nas folhas fica imoacutevel favorecendo a resistecircncia da planta ao ataque de

fungos

Este trabalho avanccedila no estudo da agroecologia estando claro que todos os

criteacuterios tem caraacuteter dinacircmico de adequaccedilatildeo as mudanccedilas de um sistema de produccedilatildeo

em evoluccedilatildeo contribuindo na transiccedilatildeo para um padratildeo sustentaacutevel Cabe a pesquisa a

reorientaccedilatildeo para um enfoque ldquosistecircmicordquo isto eacute que permita integrar os diversos

componentes de um agroecossistema e a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas que promovam 0

fortalecimento e a expansatildeo da agricultura familiar

39

5 CONCLUSOtildeES

Considerando os resultados obtidos e as condiccedilotildees em que o estudo foi realizado

conclui-se que

bull As respostas agronocircmicas das mudas de cebola para os paracircmetros avaliados

satildeo mais satisfatoacuterias com a aplicaccedilatildeo de esterco de curral como adubaccedilatildeo de

base

bull Os biofertilizantes mais urina de vaca e calda bordalesa proporcionam

respostas satisfatoacuterias quando aplicados associados agraves adubaccedilotildees de base

bull O biofertilizante MB4 mais urina de vaca e calda bordalesa eacute mais eficiente

que o super magro mais urina e calda bordalesa quando aplicado associado agrave

adubaccedilatildeo de base esterco de curral para os conteuacutedos de fitomassa secae

fresca da parte aeacuterea das plantas altura e diacircmetro de colo das mudas de

cebola

bull Os biofertilizantes adicionados agrave adubaccedilatildeo de base 45 t harsquo 1 de vermicomposto

bovino mostram respostas significativas para os conteuacutedos de fitomassa seca

bull Os maiores conteuacutedos nutricionais para as mudas de cebola satildeo

proporcionados pela adubaccedilatildeo de base esterco de curral

bull A maior absorccedilatildeo de caacutelcio pelas mudas de cebola ocorre quando da adiccedilatildeo do

biofertilizante MB4 mais urina e calda bordalesa agrave adubaccedilatildeo de base esterco de

curral

40

6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ALDRIGHI CB ABREU CM PAGLIA AG MORSELLI TBGA FERNANDES HS Efeito da aplicaccedilatildeo de biofertilizante e urina de vaca em mudas de tomateiro Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

ALTIERI M NICHOLLS C I Agroecologia Teoria praacutectica para umaAgricultura Sustentable Ia ed PNUMA 2000 Cap 2 4 Seacuterie textos baacutesicos para la formacioacuten ambiental

ALTIERI M Agroecologia bases cientiacuteficas para uma agricultura sustentaacutevelGuaiacuteba Agropecuaacuteria 2002 592 p

ANTONIOLLI Z I GIRACCA E M N CARDOSO S J T WIETHAN M M S FERRI M Iniciaccedilatildeo agrave Minhocultura Criaccedilatildeo em Cativeiro e Vermicompostagem Santa Maria UFSM 1996 p59-89

BAYER C MIELNICZUC J Dinacircmica e funccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica In SANTOS G de A S e CAMARGO F A de O (ed) Fundamentos da mateacuteria orgacircnica do solo ecossistemas tropicais e subtropicais Porto Alegre Genesis 1999 p 3-23

BARRETTO D X Composto Orgacircnico In Praacutetica em Agricultura Orgacircnica Satildeo Paulo iacutecone Ed Ltda 1985 p 51-63

BETTIOL W Alguns produtos alternativos para o controle de doenccedilas de plantasem agricultura orgacircnica II Ciclo de palestras sobre agricultura orgacircnica Instituto Bioloacutegico Satildeo Paulo p52-63 1997

41

BETTIOL W TRACH R GALVAtildeO JAH Controle de doenccedilas de plantas com biofertilizantes Jaguariuacutena EMBRAPA-CNPMA 1997 22p (EMBRAPA- CNPMA Circular Teacutecnica 02)

BRADY N C Natureza e propriedades dos sotos Rio de Janeiro Freitas BastosS A 1979 647p

BRADY N C Organisms and ecology of the soil In The nature of properties of soils Simon amp Schuster A Viacon Company New Jersey1999 402-489p

BON1LLA J A Fundamentos da Agricultura Ecoloacutegica Sobrevivecircncia eQualidade de Vida Satildeo Paulo Nobel 1992

BUREacuteS S Substratos Ediciones Agroteacutecnicas S L Madrid Octubre 1997

BUS1NELLI M Chemical Composition and Enzymic Activity of some Worm Cast Plant Soil v 80 p 1-2 1990

CALEGARI A Espeacutecies para cobertura de solo In IAPAR (Instituto Agronocircmico de Paranaacute) Plantio Direto pequena propriedade sustentaacutevel organizador Moacir Darolt Londrina - PR 1998 65-93

CAMARGO P N D Manual de Adubaccedilatildeo Foliar Satildeo Paulo Herba 1975

CAPRA F A Teia da Vida Satildeo Paulo Cultrix 1997 256p

CAPRA F O Ponto de Mutaccedilatildeo 22 ed Satildeo Paulo Cultrix 2001 447p

CHABOUSSOU F Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da Trofobiose) Porto Alegre LPM 1987 253 p

CLARO S A Referencias tecnoloacutegicos para a agricultura familiar ecoloacutegica aexperiecircncia da Regiatildeo Centro-Serra do Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS-ASCAR 2001 250p

CLIVELA G Diagnoacutestico Agronocircmico da cebola no Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS 1995 8 6 p

COMISSAtildeO DE FERTILIDADE DO SOLO - RSSC Recomendaccedilotildees de adubaccedilatildeo e calagem para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina 3 ed Passo Fundo SBCS - Nuacutecleo Regional Sul 1995 223p

COMPAGNONI L PUTZOLU G Cria moderna de Ias lombrices y utilizacioacutenrentable dei humus Barcelona Editorial de Vecchi- SA 1985127p

COSTABEBER J A MOYANO E Transiccedilatildeo agroecoloacutegica e accedilatildeo social coletiva Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v l n4 p 50- 60 outdez 2 0 0 0

42

COSTA M B B da Adubaccedilatildeo orgacircnica Nova siacutentese e novo caminho para aagricultura Satildeo Paulo Ed iacutecone Ltda 1985 102p

COSTA NETO C Agricultura Sustentaacutevel Tecnologias e Sociedade In CARVALHO COSTA LF et al (org) Mundo Rural e Tempo Presente Rio de Janeiro Mauad 1999

DrsquoAG0ST1NI R L FANTINI A C Produccedilatildeo orgacircnica tambeacutem socialmente excludente Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v3 n l p57-61 2002

DALPONTE J C V Utilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos e fertilizante mineral na produccedilatildeo e qualidade de mudas e bulbos de cebola (Alliurn Cepa L) Pelotas-RS 1990 (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1990

DEBARBA J F THOMAZELLI L F GANDIN C L SILVA E Cadeias produtivas do Estado de Santa Catarina Cebola Florianoacutepolis Epagri 1998 115 p (EPAGRI Boletim Teacutecnico 96)

DUFOUR F Os saacutebios loucos do agro-alimentar Le Monde Diplomatique ano 1 n4 p6-7 1999 (ed portuguesa)

EHLERS E Agricultura Sustetaacutevel Origem e perspectivas de um novo paradigma 2 ed Guaiacuteba Agropecuaacuteria 1999 157 p

FILGUEIRA F A R Novo Manual de olericultura agrotecnologia moderna na produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 2000 402 p

FRASER G K Mateacuteria Orgacircnica Del Suelo In BEAR F E (ed) Quiacutemica dei Suelo Madrid Ed Agrociencia 1963

FOLLET R H MURPHY L S DONAHUE R L Fertilizers and soil amendments New Jersey Printice-Hall Inc 1981 557p

GARCIA A Revista dei Espacio Rural Georgica Zaragoza Escuela Politeacutecnica de Huesca n5 1997

GARCIA A Versatildeo preliminar de um Programa Estadual de Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Bulbos e Sementes de CebolaEMBRAPAIPAGROMARAEMATER 6 8 pbdquo 1990 (Publicaccedilatildeo avulsa)

GIORGETT1 J R Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Mudas de Tomate In Encontro Nacional de Produccedilatildeo e Abastecimento de Tomate 2 1991 Jaboticabal Satildeo Paulo Anais Jaboticabal UNESP 1991 p 242-244

GLIESSMAN S R Agroecologia Processos ecoloacutegicos em agricultura sustentaacutevelPorto Alegre Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS 2000 653p

43

GLIESSMAN S R TURRIALBA C R Agroecologia Procesos Ecoloacutegicos en Agricultura Sostenible CATIE 2002 p 3-14

GNOATTO S C Caracterizaccedilatildeo quiacutemica de vermicompostos de diferentes substratos orgacircnicos Pelotas-RS 1999 38 f (Mestrado em Agronomia - Solos) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

GOMES J C C BORBA M F S A moderna crise dos alimentos oportunidade para a agricultura familiar Emater Porto Alegre julset 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwematertchebrdocsagroecorevistan313-artigo3htmgtAcesso em 24 fev 2002

GOMEZ H W Desenvolvimento sustentaacutevel agriacutecola e capitalismo In Desenvolvimento sustentaacutevel Necessidade eou disponibilidade Santa Cruz do Sul Nobel - UNISC 1997 p 65-77

GONZAacuteLEZ DE MOLINA M SEVILLA GUZMAacuteN E Ecologia campesinado e historia Para una reinterpretacioacuten dei desarrollo dei capitalismo en la agricultura In SEVILLA GUZMAacuteN E GONZAacuteLEZ DE MOLINA M (ed) Ecologia campesinado e historia Madrid La Piqueta 1993 p 23-129

GRIFFITH S A SCHNITZER M Analytical characteristic of humic and fulvic acids extracted from tropical volcanic soils Soil Sei Soc Am Proc v 39 p361-367 1975

GUIMARAtildeES E Caracterizaccedilatildeo quiacutemica estreptoscoacutepica e por anaacutelise teacutermica de aacutecidos huacutemicos e vermicompostos obtidos de estercos de diferentes animaisCuritiba 1997 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Quiacutemica) Universidade Federal do Paranaacute 1997

HESS A F Sociedade e meio ambiente uma relaccedilatildeo ambiacutegua Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v 4 n2 p 167-1741999

ICEPA-SC Informes conjunturais sobre a cultura da cebola Disponiacutevel em lthttpwwwicepa combrgt Acesso em 23 jan 2003

JONES H A MANN L K Onions and their allies New York Interscience Publishers 1962 286 p

JUacuteNIOR H A de MAIORANO J A Receitas obtidas de extratos de plantasCampinas CATITerra Viva [199-] 10 f

KHATOUNIAN C A Ciclo de Palestras sobre Agricultura Orgacircnica 2a Ed SatildeoPaulo Fund Cargill 1997 149 p

KIEHL E J Fertilizantes Orgacircnicos Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1985 492p

44

KOEFF H H PETTERSSON B D SHAUMANN W Vida Vegetal solos e adubaccedilatildeo In Agricultura Biodinacircmica Satildeo Paulo Nobel 1983 p92-149

KONONOVA M M Soil organic matter The importance o f organic matter in soil formation and soil fertility New York Pergamqn Press 1961 p 165-200

KUHN T A Estrutura das Revoluccedilotildees Cientiacuteficas Satildeo Paulo Perspectiva 1989 257p

LANNA FCA ABREU C L ABREU J G SILVA V Resposta de cultivares de melancia cultivadas sob adubaccedilatildeo quiacutemica e orgacircnica Horticultura v 12 n l p85 1994

LEFF H Saber Ambiental Petroacutepolis Vozes 2001 343 p

MAGALHAtildeES J R Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo da cebola In FERREIRA M E CASSTELLANE P D CRUZ M C P Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo de hortaliccedilasPiracicaba POTAFOS 1993 p 381-393

MALAVOLTA E Elementos de nutriccedilatildeo mineral de plantas Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1980 251 p

MALAVOLTA E Manual de Quiacutemica Agriacutecola - Adubos e Adubaccedilatildeo 3a ed SatildeoPaulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1981 606 p

MARTINEZ A A A grande e Poderosa Minhoca Jaboticabal Funep - Unesp1990 101 p

MARTINS S R Desenvolvimento e Sustentabilidade Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v20 n2 julho 2002 Palestra apresentada no 42deg Congresso Brasileiro de Olericultura

MARTINS S R Limites Del Desarrollo Sostenible em Ameacuterica Latina En el marco de Ias poliacuteticas de (re)ajuste econocircmico Pelotas Editora UFPel 1997 135 P-

MARTINS S R Sustentabilidade na agricultura dimensotildees econocircmicas sociais e ambientais Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v4 n 2 p 175-1871999

MATURANA H REZEPKA S N D E Formaccedilatildeo Humana e Capacitaccedilatildeo Rio de Janneiro Vozes 2000 8 6 p

MELLO A F SOBRINHO M O ARZOLLA S SILVEIRA R NETTO A C KIEHL J C Fertilidade do Solo Satildeo Paulo Nobel 1983

MENEZES JUacuteNIOR F O G D Caracterizaccedilatildeo de Diferentes substratos hortiacutecolas e seu efeito na produccedilatildeo de mudas de alface e couve-flor em ambiente protegido Pelotas 1998 141 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1998

45

MIBASA Mineraccedilatildeo Barreto SA Melhorador de Solos MB4 A Natureza Agradece Arapiraca-AL [199-] Folder

MINAMI K Os resumos da olericultura 2000 In AZEVEDO FILHO MARTINEZ FILHO (ed) Preccedilos agriacutecolas Piracicaba ESALQ 1999 p 4

MINAMI K Produccedilatildeo de Mudas de Alta Qualidade em Horticultura Satildeo Paulo TA Queiroz 1995

MORSELLI T B G A Cultivo sucessivo de alface sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegidoPelotas 2001 178 p Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2001

MORSELLI T B G A Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Poliacutegrafo da Disciplina de Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia-Produccedilatildeo Vegetal UFPel 2002

MULLER AM Efeitos da Aplicaccedilatildeo Foliar de um Biofertilizante Enriquecido no Estado fitossanitaacuterio de Tomate Ervilha e Beterraba Sob Manejo OrgacircnicoDissertaccedilatildeo (Mestrado no Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agroecossistemas)1999 (Resumo)

NOLLA D Erosatildeo do Solo - O grande desafio Estado do Rio Grande do Sul SEAGRI desenvolvimento de recursos naturais renovaacuteveis 1982 412 p

PAGLIA AG MORSELLI TBGA PEIL RMN Teores de nutrientes pH e condutividade eleacutetrica da aacutegua em sistema ldquofloat^ngrdquo sob adiccedilatildeo de biofertilizantes Horticultura Brasileira v 20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PAULUS G MULLER A BARCELLOS LAR Agroecologia aplicada praticas e meacutetodos para uma agricultura de base ecoloacutegica 2ed ver ampl Porto Alegre EMATERRS 2001 8 6 p

PEIXOTO R T dos G Composto orgacircnico aplicaccedilotildees benefiacutecios e restriccedilotildees de uso Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 18 p 56-64 julho 2000

PENTEADO SR Defensivos Alternativos e Naturais Satildeo Paulo 1999 95 p

PEREIRA AJ SOUZA RJ PEREIRA WR Efeito de diferentes doses de esterco de galinha e de curral sobre a produccedilatildeo de cebola Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PINHEIRO S BARRETO SB MB-4 agricultura sustentaacutevel trofobiose e biofertilizantes Fundaccedilatildeo Juquira CandiruMibasa 2000 273 p

PRIMAVESI A Agricultura Sustentaacutevel Satildeo Paulo Nobel 1992 142 p

PRIMAVESI A O manejo ecoloacutegico do solo Agricultura em regiotildees tropicais SatildeoPaulo Nobel 1982 541 p

46

PURCINO A A C ldquoNitrogecircniordquo Informe Agropecuaacuterio Belo Horizonte v7 n81 p 16-27 1981

QUIJANO F G Efeito da adubaccedilatildeo orgacircnica no desenvolvimento de duas cultivares de alface em ambiente protegido Pelotas 1999 116f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

RODRIGUES A N N Efeitos e residuais de superfosfato triplo sobre o rendimento de mateacuteria seca e absorccedilatildeo de foacutesforo pela aveia (Avena strigosa Schob) em solo Podzoacutelico Vermelho Escuro Porto Alegre 1984 59f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia UFRGS 1984

RODRIGUES E T CASALI V W D Respostas da alface agrave adubaccedilatildeo orgacircnica II Teores conteuacutedos e utilizaccedilatildeo de macronutrientes em cultivares Rev Ceres Viccedilosa v 45 n 261 p 437-449 1998

SAMINEcircS T C O Produccedilatildeo orgacircnica de alimentos Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 17 n3 novembro 1999

SCHIEDECK G Ambiecircncia e resposta agronocircmica de meloeiro (Cucumis melo L) cultivado sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegido Pelotas lOOp Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2002

SILVA JUacuteNIOR A A GIORGI E Substratos alternativos para a produccedilatildeo de mudas de tomate Agropecuaacuteria Catarinense Florianoacutepolis EPAGRI 1992 23 p

SILVA JUacuteNIOR A A MACEDO S G STUKER H Utilizaccedilatildeo de esterco de peru na produccedilatildeo de mudas de tomateiro Florianoacutepolis EPAGRI 1995 28 p (Boletim Teacutecnico 73)

TAGLIARI PS GRASSMANN H Minhoca a grande aliada da agricultura Agropecuaacuteria Catarinense v8 n l p 11-14 mar 1995

TEDESCO M J GIANELLO C Anaacutelises de solo plantas e outros materiais Porto Alegre Faculdade de Agronomia Departamento de Solos Universidade Federal do Rio Grande do Sul RS 1996

TENNANT D A Test of modified line intersect method of estimating root lenght Journal Ecology Oxford v 63 p 995-1001 1975

TIBAU A O Mateacuteria Orgacircnica do Solo Mateacuteria Orgacircnica e Fertilidade do SoloSatildeo Paulo Nobel 1984 p49-182

TIMM P J Anaacutelise comparativa dos sistemas de plantio convencional e cultivo miacutenimo de cebola sob adubaccedilatildeo orgacircnica e mineral Pelotas 2000 79 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2000

47

VALENZUELA HR CROSBY C Effect of compost applications on the yield of several vegetables in long-term organic farming experiments conduced in the tropics American Society Horticultural Science v33 n3 june 1998

VIGLIZZO E (ed) Subprograma Recursos Naturais y Sostenibilidad Agriacutecola documento marco Montevideo IICAPROCISUR 1995 p 75 - 78

WE1D J M TARDIN J M Proposta para a Ampliaccedilatildeo do Trabalho da ASPTA no Centro Sul do Paranaacute ASPTA Disponiacutevel em http wwwpronafgovbrEncontrotestosAS20PTA20Sul20ParanE1205 202002doc Acesso em 05 mai 2002

XAVIER SIMOacuteN F DOMINGUES D G Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel uma perspectiva agroecoloacutegica Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre EM ATERRS v2 n2 p 17-26 2001

ZABALETA J P Diagnoacutestico da Agricultura Familiar em Satildeo Joseacute do Norte - RSPelotas EMBRAPA-CPACT 1998 75 p (EMBRAPA-CPACT Documentos 44)

ZONTA E P MACHADO A A SILVEIRA P Sanest Sistema de anaacutelise estatiacutestica para microcomputadores Registrado na Secretaria Especial de Informaacutetica sob nuacutemero 066060 - categoria A Pelotas-RS Universidade Federal de Pelotas 1984

48

7 APEcircNDICE

APEcircNDICE A - Anaacutelise da adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes utilizados na produccedilatildeo de mudas de cebola

TABELA 1 A Anaacutelise baacutesica do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo miuacutedo + papua

Arg

pH IND

SMP

MO

P - n r - Na Al Ca__10Omlmdash

Mg

ppm -

6 53 67 089 8 6 27 1 04 05 0 2

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 2A Anaacutelise complementar do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo-miuacutedo + papua

Cobre Zinco Manganecircs Ferro

(m v1)

04 05 26 007

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

49

TABELA 3A Anaacutelise dos fertilizantes soacutelidos

Amostra pH limidade CN

C N P K Ca Mg

- g-ivg --

Cama de 849 2491 12 31042 2479 3888 3405 29875 463

aves

Esterco 74 3594 11 677 590 157 134 335 214

de curral

Huacutemus 684 5738 14 15965 1098 453 745 743 361

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 4A Anaacutelise quiacutemica dos biofertilizantes liacutequidos

Amostra N P K_ccedil H

Ca Mg Cu Zn Fe Mn

mdashgL bull

S Magro

m b 4

Urina

053

1652

8 2 2

008

395

0 0 0

149

1674

471

1902

6872

0 0 0

1150

4507

1172

7273

42

033

101389

920

0 0 0

6250

19458

781

35273

1123

0 2 1

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

50

APEcircNDICE B - Condiccedilotildees climaacuteticas do local

TABELA 1B Condiccedilotildees de temperatura do local

___________ __________TEMPERATURA (degCgt

meses Meacutedia

Maacutexima

Meacutedia

MiacutenimaMeacutedia

Maacutexima

Absoluta

Miacutenima

Absoluta

Junho 225 87 156 320 25

Julho 225 85 155 285 30

Agosto 251 71 161 360 1 0

Fonte FEPAGROSCT 2002

TABELA 2B Condiccedilotildees de chuva do local

mdash CHUVA (mm)mdash

meses Ocorrida Normal Desvio Da Normal

Junho 1080 1 1 0 -2 0

Julho 1062 98 8 2

Agosto 1283 1 2 0 83

Fonte FEPAGROSCT 2002

51

TABELA 1C Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

APEcircNDICE C - Anaacutelise estatiacutestica da parte aeacuterea

Causas G1 FFPA FSPA AP DC

da variaccedilatildeo --------- Quadrados meacutedios-

Blocos 3

Ad Base 2 175359071 1287102 2547419 1 11775

Biofertilizantes 2 126876 29011 87669ns 02185ns

Ad x Biofert 4 572378 31123 69106ns 04159

Resiacuteduo 24 34456 03048 27169 00290

Total 35

Meacutedia geral 93745 8772 320388 6741

CV 1980 6294 5145 2530

Significativo a 5ns Natildeo significativo

52

TABELA 1D Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade

de raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

APEcircNDICE D - Anaacutelise estatiacutestica da raiz

Causas G1 FFR FSR CR RPASR DR

da variaccedilatildeo Quadrados meacutedios---------------

Blocos 3

Ad Base 2 27874 551 623 2 1 0 140

Biofertilizantes 2 178 0 1 0 ni 1504 l03ns 038ns

Ad x Biofert 4 190 058 318 294 183

Resiacuteduo 24 005 009 028 023 0 2 1

Total 35

Meacutedia geral 1818 228 184 387 333

C V 134 1356 448 1253 1396

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

53

APEcircNDICE E - Anaacutelise estatiacutestica dos macronutrientes da parte aeacuterea da cebola

TABELA 1E Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mud^s de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

Causas G1 bull N P K Ca Mg

da variaccedilatildeo

Blocos 3

Ad Base 2 13550306 446627 25509686 1031806 59007

Biofertilizantes 2 180610ns 16564 68153ns 39006 876ns

Ad x Biofert 4 454187 45743 1047539 46950 2464

Resiacuteduo 24 29769 1453 64313 3741 439

Total 35

Meacutedia geral 24921 4597 33366 6943 1615

C V 692 829 760 880 1297

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

APEcircNDICE F - Fotos do experimento

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob uma perspectiva agroecoloacutegica

APEcircNDICE F a Fotos do experimento

FIGURA 1 Adubaccedilatildeo verde com feijatildeo-miuacutedo e papuatilde utilizadas no manejo do solo

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob urna perspectiva agroecoloacutegica

Page 26: PRODUÇÃO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L.) SOB …orgprints.org/24883/1/Paglia_Produção.pdf · vaca mais calda bordalesa; MB4+U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

16

de fatores internos (desordem fisioloacutegica estado nutricional etc) e externos (chuvas

orvalho nutriccedilatildeo do sistema radicular luz temperatura etc)

Para Chaboussou (1987) as plantas adquirem o maacuteximo de resistecircncia bioloacutegica

atraveacutes da nutriccedilatildeo (trofos) equilibrada Obviamente para que isto ocorra eacute necessaacuterio

que o solo esteja em equiliacutebrio dinacircmico o ambiente seja o mais estaacutevel e as plantas

selecionadas ou melhor adaptadas para poderem suportar as alteraccedilotildees extemporacircneas

ocasionadas pelos fenocircmenos meteoroloacutegicos e nas fases fonoloacutegicas criacuteticas do

crescimento e desenvolvimento (Pinheiro amp Barreto 2000)

O lixiviado das folhas enriquece as camadas superiores do solo e tende a

contrabalanccedilar as perdas de zonas mais profundas e mais distantes acumulando-os nas

suas proximidades tambeacutem influencia o nuacutemero e o comportamento dos

microrganismos que por sua vez alteram o processo de gecircnese do solo sua textura e

fertilidade A lixiviaccedilatildeo assim se toma importante no desenvolvimento da sucessatildeo

ecoloacutegica devido agrave ciclagem de elementos (Malavolta 1980)

Conforme Camargo (1975) a utilizaccedilatildeo de adubos foliares substitui parcialmente

a adubaccedilatildeo radicular em 20 a 25 podendo ser utilizada em varias pulverizaccedilotildees

24 Vermicompostagem

E o processo que consiste em se submeter diferentes resiacuteduos orgacircnicos de

origem animal eou vegetal aos processos fermentativos e humificaccedilatildeo adicionando

minhocas do gecircnero Eiseina espeacutecie foetida ao material procurando obter um produto

curado em aproximadamente 45 - 60 dias (Compagnoni amp Putzolu 1985)

A vermicompostagem firmou-se no Brasil como atividade rentaacutevel produzindo

adubo de alta qualidade na deacutecada de 90 Na agricultura brasileira contudo haacute

preferecircncia pelos adubos quiacutemicos em funccedilatildeo de sua aquisiccedilatildeo financiada menor custo

e retomo imediato embora o impacto de seu uso contiacutenuo sobre o solo e os

microorganismos que nele vivem seja negativo (Tagliari amp Grassmann 1995)

Segundo Morselli (2002) a vermicompostagem difere da compostagem

convencional dentre outros pocircr formar substacircncias huacutemicas mais rapidamente ao sofrer

passagem pelo trato digestivo das minhocas A alirdentaccedilatildeo destas satildeo basicamente os

estercos e a disponibilidade desta mateacuteria prima bem como de ambiente protegido para

proceder a compostagem correta deste material satildeo indispensaacuteveis

17

Segundo Kiehl (1985) e Martinez (1990) o vermicomposto apresenta as seguintes

vantagens em relaccedilatildeo a compostagem permite a formaccedilatildeo de um produto curado em

menor espaccedilo de tempo promove a formaccedilatildeo de um material com maior

disponibilidade de nutrientes facilita o peneiramento natildeo havendo a necessidade de

revolvimento do material oferece vaacuterias fontes de renda pois aleacutem do huacutemus fornece

minhocas e raccedilatildeo e quando aplicado ao solo tende a melhorar as propriedades fiacutesicas

quiacutemicas e bioloacutegicas

241 Resiacuteduos utilizados na vermicompostagem

2411 Resiacuteduos de origem animal

Segundo Bureacutes (1997) o esterco eacute uma mistura de fezes urina e camas que

podem estar constituiacutedas de palhas folhas secas serragem turfa casca de arroz e ateacute

terra Esse apresenta pH neutro e densidade que varia de 030 a 090 Kg dm3 segundo

seu estado de decomposiccedilatildeo Eacute influenciado por vaacuterios fatores como espeacutecie animal

raccedila idade alimentaccedilatildeo material utilizado como cama e tratamento da mateacuteria-prima

esterco (Kiehl 1985) Dentre os fatores apontados um dos mais importantes eacute a

alimentaccedilatildeo do animal quanto mais rica a alimentaccedilatildeo mais rica seraacute as dejeccedilotildees

(Gnoatto 1999) O volume de bacteacuterias vivas ou mortas encontradas no esterco

representam 20 a 30 do total delas se originam grande parte do nitrogecircnio sob a

forma de proteiacutena (Morselli 2002)

A origem do material utilizado para a produccedilatildeo de vermicomposto eacute fundamental

pois soacute uma mateacuteria-prima de qualidade resultaraacute em um produto final de boa qualidade

Dentre os estercos o de aves eacute empregado empiricamente na adubaccedilatildeo de culturas

permanente ou natildeo com excelentes resultados apesar de sua simples composiccedilatildeo

meacutedia 2 de nitrogecircnio 2 de foacutesforo como P2 0 5 e 1 de K2 0 Poreacutem haacute uma

grande variaccedilatildeo na sua constituiccedilatildeo a qual dependeraacute do manejo animal atraveacutes das

camas finalidade da criaccedilatildeo e natureza das camas (Morselli 2002)

2412 Resiacuteduos de origem vegetal

A mateacuteria orgacircnica pode ser preservada no solo por vaacuterios processos seja pela

simples incorporaccedilatildeo de resiacuteduos de culturas rotaccedilatildeo de culturas adubaccedilatildeo verde ou

18

pela adiccedilatildeo de materiais orgacircnicos capazes de elevar e manter a produtividade do solo

Da decomposiccedilatildeo dos resiacuteduos orgacircnicos adicionados ao solo resulta a liberaccedilatildeo de

grande quantidade de nutrientes principalmente o nitrogecircnio o potaacutessio e o enxofre

Aleacutem disso diversos atributos quiacutemicos e fiacutesicos do solo satildeo alterados pela

decomposiccedilatildeo desses resiacuteduos destacando-se o aumento da capacidade de troca de

caacutetions o aumento da retenccedilatildeo de aacutegua a melhoria da estabilidade dos agregados e da

aeraccedilatildeo (Fraser1963 Malavolta 1981 Mello et al 1983 Bonilla 1992)

Segundo Purcino (1981) quando a relaccedilatildeo CN eacute menor que 30 como no caso do

esterco de curral ou da palha de leguminosas a disponibilidade de nitrogecircnio eacute

imediata mas acima deste valor ocorre imobilizaccedilatildeo crescente deste nutriente Por esse

motivo estes materiais devem ser submetidos a uma degradaccedilatildeo bioloacutegica antes de

serem adicionados ao solo

25 Biofertilizantes

No Brasil ocorrem problemas crescentes com materiais derivados de sistemas

intensivos de criaccedilatildeo animal que acumulam resiacuteduo^ orgacircnicos com graves problemas

de contaminaccedilatildeo de cursos de aacutegua que na maioria das vezes se acumulam em um

uacutenico lugar e natildeo satildeo reciclados (Viglizzo 1995)

Visando amenizar tais situaccedilotildees os meacutetodos alternativos de adubaccedilatildeo controle de

doenccedilas pragas e plantas indesejaacuteveis tecircm sido muito estudado Dentro dessa linha de

pesquisa destaca-se o uso de mateacuteria orgacircnica atraveacutes tanto de sua incorporaccedilatildeo ao

solo como de sua transformaccedilatildeo para uso posterior na forma de biofertilizantes

(Khatounian 1997 Bettiol et al 1997)

Na complexa e elevada comunidade microbiana dos biofertilizantes encontram-se

bacteacuterias fungos leveduriformes filamentosos e actinomicetos (Bettiol apud Penteado

1999)

O agregado de macro e micronutrientes periodicamente ativa e enriquece a

fermentaccedilatildeo O uso de farinha de rocha tem sido vantajoso por ter baixo custo

comparado com os sais concentrados e purificados aleacutem de trazer alguns elementos

traccedilos de vital importacircncia para os microrganismos do solo como por exemplo o Gaacutelio

o Iodo e o Vanaacutedio (M1BASA 199-) O agregado de farinha de rocha ou sais

purificados ao fermentado faz com que estes nutrientes passem a fazer parte dos

microrganismos ou dos produtos orgacircnicos liberados durante a fermentaccedilatildeo sendo que

19

o ataque dos microrganismos atraveacutes de suas enzimas consegue liberar os elementos natildeo

atacados pelos aacutecidos industriais (Pinheiro amp Barreto 2000)

Os biofertilizantes tecircm sido empregados na agricultura ecoloacutegica como adubo

foliar para aumentar a resistecircncia contra pragas e doenccedilas Aleacutem disso o processo de

produccedilatildeo eacute bastante simples e por isso eacute viaacutevel sua produccedilatildeo na propriedade desde que

tenha esterco disponiacutevel (Penteado 1999)

Bettiol et al (1997) verificaram a presenccedila de diferentes espeacutecies de fungos

fiacutelamentosos e leveduriformes e bacteacuterias entre elas Bacillus spp na comunidade

microbiana do biofertilizante produzido segundo meacutetodo adotado pelo Centro de

Agricultura Ecoloacutegica Ipecirc Os autores verificaram ainda uma reduccedilatildeo da comunidade

microbiana ao longo da digestatildeo reduccedilatildeo essa mais acentuada logo apoacutes o acreacutescimo

dos sais contendo micronutrientes A accedilatildeo dos sais pode ser tanto por aumento na

pressatildeo osmoacutetica quanto pelo efeito direto sobre os microrganismos Para o controle de

doenccedilas de plantas satildeo importantes a presenccedila dos metaboacutelitos produzidos pelos

organismos presentes no biofertilizante e os proacuteprios microrganismos vivos

Os microrganismos transformam o material orgacircnico (esterco soro de leite caldo

de frutas palhas restos industriais etc) e cinzas produzindo vitaminas aacutecidos e sais

complexos importantes para regular e tonificar o metabolismo das plantas impedindo o

desenvolvimento de pragas e doenccedilas (Pinheiro amp Barreto 2000)

Em estudos feitos com o biofertilizante liacutequido de bovinos foi observado a

presenccedila de inuacutemeros microorganismos como bacteacuterias leveduras e bacilos

principalmente do Bacillus subtilis Estes microorganismos sintetizam substacircncias

antibioacuteticas as quais demonstram ter grande accedilatildeo e eficiecircncia como substacircncias

fungiostaacuteticas e bacteriostaacuteticas de fitopatoacutegenos causadores de danos em lavouras

comerciais (Penteado 1999)

Aldrighi et al (2002) realizaram trabalho na UFPel relacionado agrave nutriccedilatildeo de

mudas de tomate (Floradade) produzidas no sistema ldquofloatingrdquo Utilizaram-se doses de

0 2 5 e 10 para o biofertilizante Super Magro e 0 e 1 para a urina de vaca

Concluiacuteram que estes natildeo interferem na produccedilatildeo das mudas e que provavelmente foi

influenciado pelo substrato utilizado (vermicomposto 75 e casca de arroz carbonizada

25) bem como o sistema de produccedilatildeo (floating)

Paglia et al (2002) citam que eacute possiacutevel produzir mudas de tomate (cultivar

Floradede) utilizando urina de vaca e biofertilizante Super Magro na aacutegua em sistema

ldquofloatingrdquo em trabalho realizado na UFPel O uso da urina de vaca a 1 e 5 e

20

biofertilizante Super Magro a 6 proporcionam uma elevaccedilatildeo do foacutesforo bem como o

Super Magro a 6 eleva os teores de Mg e Ca na aacutegua

251 Urina de vaca

As urinas de vaca contecircm nutrientes favoraacuteveis ao bom desenvolvimento das

plantas como potaacutessio soacutedio nitrogecircnio enxofre magneacutesio caacutelcio foacutesforo e traccedilos de

outros elementos Nas plantas funciona como um fertilizante natural tomando-as mais

resistentes ao ataque das pragas e doenccedilas Satildeo encontradas tambeacutem na urina outras

substacircncias como fenoacuteis e principalmente o catecol que esta associado agrave recuperaccedilatildeo

de plantas atacadas por fitopatoacutegenos por ser um produto anti-seacuteptico (Penteado 1999)

Para seu emprego a urina receacutem coletada deve ser armazenada sob condiccedilotildees

ambientais por trecircs dias para que se forme amocircnio importante produto a ser absorvido

pelas plantas Recomenda-se ainda que o armazenamento deva ser feito em recipiente

fechado para que natildeo ocorram perdas de nitrogecircnio Desta forma poderaacute permanecer

por ateacute um ano sem comprometer sua eficiecircncia

Em hortaliccedilas o uso da urina de vaca eacute recomendado em pulverizaccedilotildees foliares

semanais na concentraccedilatildeo de 05 para tomateiro pimentatildeo pepino feijatildeo vagem e

couve ou quinzenais a 1 para as culturas do quiabeiro jiloeiro e berinjela Para

fruteiras em geral a primeira aplicaccedilatildeo deve ser na concentraccedilatildeo aproximada de 5

realizada diretamente no solo e mensalmente devem ser realizadas pulverizaccedilotildees

foliares a 1 para plantas jovens e a 5 para plantas adultas (Penteado 1999)

Na aplicaccedilatildeo foliar deve-se ter cuidado com folhas e brotos novos e considerar que

o uso contiacutenuo pode ser toacutexico podendo afetar o solo causando a sua acidificaccedilatildeo

(Penteado 1999)

Na Estaccedilatildeo Experimental da PESAGRO no municiacutepio de Macaeacute Rio de Janeiro

estaacute se utilizando a urina de vaca leiteira Os pesquisadores descobriram que a urina de

vaca em lactaccedilatildeo produzia o efeito de recuperar plantas de abacaxi atacadas por uma

doenccedila conhecida como ldquofusairioserdquo Essa doenccedila quando ataca o abacaxi causa

perdas de ateacute 70 da safra Todos os agrotoacutexicos testados natildeo conseguiram controlar a

doenccedila Isto eacute um exemplo para que a universidade tenha uma nova percepccedilatildeo (Capra

1996) adotando medidas efetivas que contribuam na transiccedilatildeo agroecoloacutegica Com o

uso da urina de vaca leiteira numa lavoura de abacaxi atacada pela fusariose observou-

se agrave recuperaccedilatildeo do stand e os frutos produzidos apresentaram excelente padratildeo

21

comercial Descobriu-se que aleacutem funcionar como adubo e defensivo natural a urina de

vaca leiteira tambeacutem favorece a floraccedilatildeo de muitas plantas e pode ser usada no

tratamento de frutos e tubeacuterculos depois da colheita

A urina de vaca em lactaccedilatildeo tambeacutem estaacute sendo usada nas lavouras de cafeacute em

plantaccedilotildees de maracujaacute coco alface e outras hortaliccedilas Na regiatildeo centro-sul do Paranaacute

os agricultores estatildeo aplicando a urina de vaca leiteira nas lavouras de feijatildeo soja

batata cebola e milho (Penteado 1999)

252 Alhol

A maioria dos defensivos alternativos tais como calda bordalesa sulfocaacutelcica

aacutegua de cinza e cal biofertilizante enriquecido extrato de fumo entre outros precisa

ser misturada com um espalhante adesivo para quebrar a tensatildeo superficial da gota e

propiciar um melhor molhamento das folhas e demais partes pulverizadas assegurando

uma absorccedilatildeo mais efetiva e uma melhor accedilatildeo sobre as pragas e doenccedilas Quando as

gotas permanecem inteiras sobre a superfiacutecie folhar devido agrave falta de espalhante

adesivo pode-se danificar os tecidos vegetais pelc efeito-lente quando o sol incide

sobre elas Aleacutem disso a gota por natildeo se espalhar sobre toda superfiacutecie folhar

concentra nela e consequumlentemente sobre o tecido que estaacute em contato com ela uma

quantidade maior do produto aplicado Essa maior concentraccedilatildeo pode prejudicar a

absorccedilatildeo e lesionar os tecidos principalmente apoacutes a evaporaccedilatildeo da aacutegua contida na

gota por resultar em uma maior concentraccedilatildeo de sais no local especialmente quando se

aplicam por exemplo calda sulfocaacutelcica bordalesa biofertilizante enriquecido com

macro e micronutrientes (Claro 2001)

O alhol eacute um espalhante adesivo ecoloacutegico que tambeacutem auxilia no controle de

pragas E elaborado com aacutegua alho oacuteleo vegetal e sabatildeo neutro a partir da sabedoria

popular que menciona o alho como repelente de insetos Juacutenior Abreu amp Maiorano

(199-) indicam formulaccedilotildees contendo alho para o controle de pragas como nematoacuteides

(Meloidogyne incoacutegnita e M javanica) mosca do chifre lagarta na maccedilatilde pulgotildees

besouro da batata trips e para controle de doenccedilas fuacutengicas e bacterianas como miacuteldio

ferrugem fusariose helminthosporiose murchadeira (Pseudonamos solacearum)

bruzone do arroz (Pyricularia orysae) podridatildeo negra do repolho e couve-flor

(Xanthomonas campestris) Aleacutem disso o alho pelo seu bom teor em oacuteleo pode agir

tambeacutem como espalhante adesivo O sabatildeo tambeacutem eacute indicado como espalhante adesivo

22

e possui accedilatildeo contra certas pragas (pulgotildees) sendo que o oacuteleo vegetal eacute indicado no

controle de cochonilhas e usado como espalhante adesivo (Claro 2001)

253 Calda Bordalesa

A calda bordalesa eacute um tradicional defensivo agriacutecola que pode ser preparado na

propriedade com a mistura de sulfato de cobre cal virgem e aacutegua As concentraccedilotildees de

sulfato de cobre e cal satildeo distintas dependendo do objetivo do seu emprego

Geralmente diferem de acordo com o tipo de planta ou espeacutecie vegetal as condiccedilotildees

climaacuteticas o grau de infestaccedilatildeo da doenccedila e a fase de crescimento da planta Eacute indicada

para o controle de miacuteldio alternaacuteria botrytis e antracnose (Penteado 1999)

A calda bordalesa caracteriza-se pela sua importante accedilatildeo no controle de diversas

doenccedilas fungicas nas mais diversas espeacutecies de culturas Possui tambeacutem uma relativa

accedilatildeo bactericida e em alguns casos age como repelente de insetos Da mistura do

sulfato de cobre com a cal resulta uma soluccedilatildeo rica em macronutrientes e

micronutrientes Provavelmente os expressivos resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo da

calda bordalesa devam-se natildeo somente a sua accedilatildeo fuacutengica e bactericida mas sobretudo

agrave influecircncia positiva que exerce no metabolismo das plantas ativando o processo

enzimaacutetico e estimulando a proteossiacutentese aumentando a resistecircncia das plantas (Claro

2 0 0 1 ) caracteriacutestica fundamental na agricultura sustentaacutevel

254 Biofertilizante Super Magro

A calda Super Magro eacute produto da fermentaccedilatildeo de estercos animais enriquecidos

por micronutrientes e outros produtos de origem animal obtendo-se uma calda

biofertilizante para aplicaccedilatildeo foliar nas plantas (Penteado 1999) jaacute foram observados

bons resultados principalmente nas culturas de uva maccedila pecircssego tomate batata e

hortaliccedilas em geral

E indicado como fonte suplementar de micronutrientes para as plantas inibidor

de fungos e bacteacuterias causadores de doenccedilas e para aumentar a resistecircncia contra insetos

e aacutecaros (Penteado 1999) i

Muller (1999) avaliou a influecircncia do biofertilizante Super Magro sobre as

culturas de tomate (Lycopersicon esculentum Mill) ervilha (Pisum sativum L) e

beterraba (Beta vulgaris L) O autor obteve cultivos com baixa severidade de doenccedilas e

23

insetos fitoacutefagos possivelmente por causa do manejo orgacircnico de produccedilatildeo Os

resultados das pulverizaccedilotildees das soluccedilotildees foliares variaram conforme a cultura e o

clima

255 Biofertilizante MB4

A utilizaccedilatildeo das farinhas de rochas eacute uma das teacutecnicas mais modernas usadas nos

uacuteltimos anos na agricultura O elevado nuacutemero de nutrientes contidos no MB4 como

cobre zinco manganecircs cobalto soacutedio alumiacutenio silicatos de magneacutesio ferro e caacutelcio

acompanhado de foacutesforo potaacutessio e enxofre reagem com a soluccedilatildeo do solo liberando

elementos essenciais ao desenvolvimento da vida microbiana os quais exercem um

papel fundamental atraveacutes de transformaccedilotildees quiacutemicas e do equiliacutebrio bioloacutegico

favorecendo o desenvolvimento sadio das plantas (Pinheiro amp Barreto 2000)

24

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

31 Local de execuccedilatildeo do experimento

O presente trabalho foi conduzido no Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul

(FEPAGROSUL) no municiacutepio de Rio Grande nlt periacuteodo de 15 de maio a 26 de

agosto de 2 0 0 2

O solo eacute classificado como ldquoTuiardquo satildeo muito arenosos As massas aquaacuteticas do

Oceano Atlacircntico e Lagoa dos Patos influenciam ventos temperatura pressatildeo umidade

relativa e demais fatores climaacuteticos A topografia da regiatildeo litoracircnea eacute plana com

lenccediloacuteis freaacuteticos superficiais

32 Anaacutelise estatiacutestica

O experimento foi constituiacutedo em fatorial 3X3 (Quadro 1) com quatro repeticcedilotildees

no delineamento blocos ao acaso As variaacuteveis respostas foram submetidas agrave anaacutelise de

variaccedilatildeo e ao teste de Duncan a 5 de probabilidade para comparaccedilatildeo das meacutedias

utilizando-se o sistema SANEST (Zonta amp Machado 1984)

As anaacutelises estatiacutesticas das variaacuteveis estudadas encontram-se nos Apecircndices C D

Os resultados das respostas agronocircmicas e das determinaccedilotildees dos conteuacutedos dos

macronutrientes bem como os de raiz estatildeo nas tabelas de 1 a 3

25

As diferentes adubaccedilotildees seratildeo representadas durante a discussatildeo da seguinte

forma 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e EC

(60 t ha 1 de esterco de curral) 1 VB+SM+U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais

super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+SM+U+CB (45 t ha 1 de

vermicomposto mais super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa)

EC+SM+U+CB (60 t ha 1 de esterco de curral mais super magro mais urina de vaca

mais calda bordalesa) 1 VB+MB4 +U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais MB4 mais

urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+MB4 +U+CB (45 t ha 1 de vermicomposto

mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa) EC+MB4 +U+CB (60 t ha 1 esterco

de curral mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa)

QUADRO 1 Descriccedilatildeo dos fatores experimentais e respectivos niacuteveis

Niacuteveis Fator 1 ADUBACcedilAtildeO DE BASE

0 1 Vermicomposto (30 t ha1)

0 2 Vermicomposto (45 t ha1)

03 Esterco de curral (60 t ha1)

Niacuteveis Fator 2 BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS

0 1 Super magro (5) + Urina de Vaca + Calda Bordalesa

0 2 MB4 (10) + Urina de vaca + Calda Bordalesa

03 Ausecircncia (testemunha)

33 Tratamentos

Da combinaccedilatildeo entre niacuteveis e fatores foram obtidos 9 tratamentos que estatildeo

descritos no Quadro 2 bem como as doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

26

QUADRO 2 Tratamentos e doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

TRATAMENTOS

Ndeg FATOR I FATOR II

0 1 30 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

0 2 30 t harsquo de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

03 30 t ha de vermicomposto - - -

04 45 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

05 45 t ha de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

06 45 t ha de vermicomposto - - -

07 60 t hade esterco Super Magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

08 60 t hade esterco MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

09 60 t hade esterco - - -

Cada parcela foi constituiacuteda por dois canteiros medindo 1 m de largura x 2 m de

comprimento perfazendo 075 m de aacuterea de aacuterea uacutetil (025 m de bordadura) Foi

utilizando semeadura a lanccedilo com densidade de 24 g canteiro1

O vermicomposto a urina de vaca o esterco de curral o alhol os biofertilizantes e

a calda bordalesa foram de procedecircncia do Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul O

vermicomposto de esterco bovino misturado agraves cascas de frutas foi processado pela

minhoca vermelha califomiana Eisenia foetida)

O biofertilizante Super Magro foi elaborado segundo a metodologia descrita pela

FEPAGROSUL utilizando-se os seguintes componentes 190 litros de aacutegua 22 litros

de leite 55 Kg de accediluacutecar mascavo 30 Kg de esterco fresco de bovinos 2 Kg de

Sulfato de zinco 2 Kg de sulfato de magneacutesio 2 Kg de cloreto de caacutelcio 1 Kg de aacutecido

boacuterico 300 g de sulfato de cobre 300 g de sulfato de ferro 300 g de sulfato de

manganecircs 100 g de molibdato de soacutedio 50 g de sulfato de cobalto 3 Kg de fosfato

natural 3 Kg de cinza e 200 g de farinha de osso

A urina de vaca em lactaccedilatildeo foi coletada pela manhatilde e armazenada em recipiente

fechado por trecircs dias em condiccedilotildees ambientais para que se formasse a amocircnia e natildeo

ocorresse perda de nitrogecircnio

28

Realizaram-se duas capinas manuais durante o experimento e em seguida como

cobertura se colocou casca de arroz Tambeacutem foi aplicado esterco de aves 30 dias antes

da colheita na quantidade de 05 Kg canteiro 1 como adubaccedilatildeo de cobertura

As pulverizaccedilotildees com os produtos iniciaram apoacutes 15 dias da germinaccedilatildeo

Realizou-se sete aplicaccedilotildees sendo que as duas primeiras foram feitas apenas com

Super Magro e MB4 Na terceira e na quarta aplicaccedilatildeo utilizou-se urina de vaca e calda

bordalesa em concentraccedilotildees menores (05 e 025 respectivamente) e na quinta

aplicaccedilatildeo as dosagens de urina de vaca e calda bordalesa foram elevadas para 1 0 e

05 respectivamente ateacute o final do experimento O alhol foi utilizado a partir da

terceira pulverizaccedilatildeo na quantidade de 2 e seguiu ateacute o final no dia 26 de agosto

quando as mudas foram colhidas e posteriormente analisadas as variaacuteveis

35 Observaccedilotildees agronocircmicas

Foram utilizadas 20 mudas de cebola para obtenccedilatildeo das meacutedias das variaacuteveis as

quais foram as seguintes

351 Fitomassa fresca da parte aeacuterea e raiacutezes

Foi realizada atraveacutes de uma balanccedila digital procedendo-se a pesagem de 20

mudas de cebola previamente lavadas e posteriormente secadas durante uma hora sobre

um tecido de algodatildeo agrave temperatura ambiente Processo idecircntico foi adotado com as

raiacutezes

352 Fitomassa seca da parte aeacuterea e raiacutezes

Esta variaacutevel foi obtida a partir da secagem preliminar em estufa de ar forccedilado

durante 48 horas a 65 C ateacute peso constante com posterior pesagem em balanccedila

analiacutetica

353 Altura da muda

A altura de muda foi medida a partir do colo das plantas ateacute sua uacuteltima folha

(ponto de crescimento) com uma reacutegua graduada de 40 cm

29

354 Diacircmetro do colo das plantas

Esta medida foi realizada no ponto de transplante a 2 mm das raiacutezes e utilizando-

se um paquiacutemetro SOMET

355 Sistema radicular

Ao teacutermino do experimento foram retiradas as raiacutezes das mesmas plantas que foram

utilizadas para as determinaccedilotildees realizadas na parte aeacuterea procedendo-se uma amostra

de solo com raiacutezes de 2 0 cm de largura x 2 0 cm de comprimento e 2 0 cm de altura

totalizando 8000 cm3

As raiacutezes apoacutes serem lavadas em aacutegua corrente foram pesadas acondicionadas em

sacos plaacutesticos e congeladas para posteriores anaacutelises pelo meacutetodo de Tennant (1975)

para a determinaccedilatildeo do comprimento e densidade

3551 Comprimento de raiz

Utilizou-se para a determinaccedilatildeo do comprimento de raiz as seguintes foacutermulas

1 = ndeg x 1114 x 1 onde

1 - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 0 0 2 g

ndeg - nuacutemero de intercessotildees das raiacutezes com os lados da quadriacutecula da malha do

aparelho

1114 - constante

1 - medida lateral da quadriacutecula em cm

Tomando-se a fiacutetomassa seca e o comprimento da raiz da cada amostra

relacionou-se com a fiacutetomassa seca e o comprimento total da raiz da planta aplicando-

se a seguinte equaccedilatildeo

L = (FSR x 1) FSPA onde

L - comprimento total da raiz da planta (m)

FSR - fiacutetomassa seca de raiz

FSPA - fiacutetomassa seca da parte aeacuterea

L - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 002g

3552 Densidade de raiz

A densidade foi determinada pela foacutermula

D = L 8000 onde

D - densidade de raiacutezes (m cm3)

30

L - comprimento total de raiacutezes (m)

8 0 0 0 - volume da amostra (cm3)

3553 Razatildeo parte aeacutereasistema radicular

Este paracircmetro foi obtido pela equaccedilatildeo

RPASR = FSPA FSR onde

RPASR - razatildeo parte aeacuterea sistema radicular

FSPA - fitomassa seca da parte aeacuterea

FSR - fitomassa seca do sistema radicular

36 Determinaccedilatildeo de macronutrientes no tecido vegetal

Os macronutrientes nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio foram

determinados no laboratoacuterio de Fertilidade e Anaacutelise de Plantas do Departamento de

Solos da UFPel atraveacutes dos meacutetodos descritos por Tedesco amp Gianello (1996)

31

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 Anaacutelise das variaacuteveis

A anaacutelise da variaccedilatildeo mostrou que houve diferenccedila significativa na interaccedilatildeo entre

os fatores de adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes liacutequidos com exceccedilatildeo da variaacutevel altura

de planta para a qual somente a adubaccedilatildeo de base mostrou-se significativa (Apecircndices

C D e E Tabelas 1C 1D e 1E)

411 Anaacutelise da parte aeacuterea

Na Tabela 1 destacaram-se as adubaccedilotildees EC+SM+U+CB EC+MB4 +U+CB e EC

que diferiram significativamente das demais adubaccedilotildees para as variaacuteveis fiacutetomassa

fresca da parte aeacuterea (FFPA) fiacutetomassa seca da parte aeacuterea (FSPA) altura de planta

(AP) e diacircmetro do colo (DC)

32

TABELA 1 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

30 t ha de vermicomposto 7015 c A45 t halsquo de vermicomposto 7824 b B60 t ha de esterco de curral 12248 a C

30 t ha de vermicomposto 667 c A45 t ha de vermicomposto 752 b A60 t ha de esterco de curral 1150a C

30 t ha de vermicomposto 2975 b A45 t harsquo de vermicomposto 2775 b A60 t ha de esterco de curral 3600 a B

30 t ha de vermicomposto 631 b A45 t ha de vermicomposto 6 2 2 b B60 t ha de esterco de curral 741 a C

-Fitomassa fresca (g)----------------6270 c B 6885 b A8832 b A 6308 c C

15082 a A 13934 a BmdashFitomassa seca (g)----------------

625 c A 655 b A830 b A 607 b B

1345 a A 1262 a B-Altura de planta (cm)----------------

2950 b A 3050 b A2937 b A 2950 b A 3975 a A 3622 a B

-Diacircmetro de colo (mm)---------------592 c B 599 b B 657 b A 609 b B 819a A________ 793a B

Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

O efeito positivo do esterco bovino pode ser atribuiacutedo agraves melhorias nas condiccedilotildees

fiacutesicas do solo por ele proporcionado Segundo Primavesi (1982) e Compagnoni amp

Putzolu (1985) o esterco bovino apresenta propriedades condicionadoras do solo dando

agraves plantas melhores condiccedilotildees de desenvolvimento elevando sobremaneira os

conteuacutedos de fitomassa fresca das plantas que refletiratildeo nas demais respostas

agronocircmicas

Analisando as adubaccedilotildees de base em relaccedilatildeo aos biofertilizantes observa-se que

para os tratamentos 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) - natildeo houve influecircncia dos

biofertilizantes para as variaacuteveis FSPA e AP enquanto destacou-se o SM+U+CB para o

DC e SM+U+CB e ausecircncia da adubaccedilatildeo liacutequida para a FFPA mostrando que o uso

dos biofertilizantes natildeo influenciou esta variaacutevel 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) -

verificou-se a eficiecircncia do uso do MB4 +U+CB para as variaacuteveis FFPA e DC Para a

variaacutevel FSPA destacaram-se os dois biofertilizantes utilizados jaacute para AP natildeo houve

33

influecircncia destes EC (60 t ha 1 de esterco de curral) - em todas as variaacuteveis observadas

na tabela 5 as respostas foram significativas utilizando MB4 +U+CB

As respostas encontradas no presente trabalho para as variaacuteveis AP e FSPA foram

superiores as obtidas por Dalponte (1990) quando utilizado 0 esterco de curral para

produccedilatildeo de mudas de cebola

Segundo Filgueira (2000) os solos da regiatildeo produtora de cebola do RS satildeo

pobres em foacutesforo disponiacutevel (15 mg Kg1) necessitando portanto de adubaccedilotildees

fosfatadas elevadas As respostas aqui obtidas podem ser justificadas pelos teores de

foacutesforo contido no MB4

Follet et al (1981) citam a importacircncia do uso de compostos orgacircnicos no solo

enfatizando os estercos no sentido da decomposiccedilatildeo continuada no fornecimento de

nutrientes e na liberaccedilatildeo lenta e gradual de aacutecidos orgacircnicos influenciando a liberaccedilatildeo

do foacutesforo O que provavelmente pode ser atribuiacutedo agraves respostas encontradas no

presente trabalho para 0 tratamento Esterco de curral mais MB4 e Urina mais Calda

Bordalesa

E importante destacar que 0 sistema de produccedilatildeo de mudas de cebola sob uma

perspectiva agroecoloacutegica mostra-se eficiente quando visualmente natildeo percebe-se

diferenccedila significativa entre os tratamentos (Apecircndice F Figura 2)

Conveacutem ressaltar que quando trabalhamos com agroecologia natildeo existem

receitas nem pacotes tecnoloacutegicos prontos Cada situaccedilatildeo deveraacute ser estudada em

particular para que se faccedila recomendaccedilotildees adequadas ao ambiente local uma vez que

as plantas se adaptam ao meio estando a nutriccedilatildeo encarregada de proteger e manter o

equiliacutebrio do organismo vegetal em funccedilatildeo das alteraccedilotildees externas

E fundamental que se compreenda os princiacutepios norteadores de todo o processo

que satildeo as bases da luta por uma sociedade mais justa dentro de um mundo econocircmico e

ambientalmente mais sustentaacutevel

412 Anaacutelise do sistema radicular

Os resultados obtidos nas anaacutelises do sistema radicular (Tabela 2) mostram

diferenccedilas significativas entre as adubaccedilotildees para as variaacuteveis fitomassa fresca de raiz

(FFR) fitomassa seca de raiz (FSR) comprimento de raiz (CR) razatildeo parte

aeacutereasistema radicular (RPASR) e densidade de raiz (DR)

34

TABELA 2 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade de

raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAO DE BASE

S Magro + MB4 +Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

1540 c A 1576 b B 2427 a A

Fitomassa fresca (g)----------------1502 c B 1517 b AB 1658 b A 1446 c C 2336 a B 2360 a B

--------------------Fitomassa seca (g)-------------------196 b A 207 ab A 170 b A170 b A 199 b A 192 b A 344 a A 249 a B 327 a A

Comprimento de raiz(cm)---------------1237 b A 1158 b A 1158 a A1237 b A 1060 c B 1040 b B1433 a A 1296 a B 1040 b C

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t halsquo 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha de vermicomposto 45 t ha de vermicomposto60 t ha~ de esterco de curral__________________________ _________________________Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

-----Razatildeo Parte AeacutereaSistema Radicular------340 b AB 301c B 384 a A446 a A 415 b A 326 a B339 b B 546 a A 388 a B

-------------- Densidade de raiz (m cm3)------------367 a AB 414 a A 325 b B282 b B 301b B 405 a A347 ab A 231c B 324 b A

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base destacou-se o EC (60 t ha 1 de esterco de curral)

para as variaacuteveis FFR e FSR Quando adicionado o SM+U+CB os resultados para FFR

foram ainda melhores bem como o CR As respostas obtidas para a RPASR foram

variadas em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees apresentando melhores resultados para 15 VB (45 t

ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB e ainda melhor para EC (60 t ha 1 de esterco de

curral)+MB4 +U+CB As adubaccedilotildees de base 1 VB 15 VB e EC natildeo diferiram entre si

As adubaccedilotildees mais eficientes para a variaacutevel DR foram 1 VB+SM+U+CV que natildeo

diferiu da EC+SM+U+CB I VB+ MB4 +U+CB e agrave 15 VB foram melhores entre as

demais

35

Analisando os biofertilizantes em relaccedilatildeo a cada adubaccedilatildeo de base verifica-se que

para a 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB destaca-se a variaacutevel FFR

poreacutem sem diferenccedila significativa de 1 VB os melhpres resultados para a variaacutevel DR

foram encontrados pelo tratamento 1 VB+MB4 +U+CB e 15 VB (45 t ha 1 de

vermicomposto) tambeacutem se considera eficiente o 1 VB+SM+U+CB que natildeo diferiu do

EC (esterco de curral) Quando se utilizou 15 VB+ MB4 +U+CB houve resposta

significativa para a variaacutevel FFR para FSR as respostas natildeo foram diferentes com a

aplicaccedilatildeo dos biofertilizantes para as variaacuteveis FSR e DR as adubaccedilotildees EC e

EC+SM+U+CB natildeo diferiram entre si

Embora as respostas estatiacutesticas tenham sido diferentes para as adubaccedilotildees

combinadas ou natildeo pode-se salientar a importacircncia do aacutecido indol-aceacutetico como jaacute

citado anteriormente para as variaacuteveis avaliadas na parte aeacuterea das mudas de cebola

Respostas semelhantes nesse sentido foram encontradas para a cultura da alface por

Quijano (1999) e Morselli (2001)

Pereira et al (2002) concluiacuteram em trabalho realizado com a cultivar de cebola

CNPF1 6400 em Minas Gerais que a utilizaccedilatildeo de 20 t ha de esterco de curral

proporcionou os melhores resultados para a produccedilatildeo de cebola

Silva Juacutenior amp Giorgi (1992) e Menezes Juacutenior (1998) citam que doses elevadas

de mateacuteria orgacircnica podem prejudicar a primeira fase da germinaccedilatildeo (embebiccedilatildeo) e

absorccedilatildeo de aacutegua pelas raiacutezes das placircntulas No entanto no presente trabalho este fato

natildeo ocorreu embora a dose de esterco utilizada tenha sido de 60 t ha 1 (dose maacutexima

recomendada segundo Nolla 1982)

413 Anaacutelise de macronutrientes no tecido vegetal

Os resultados dos conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio no

tecido vegetal sob diferentes adubaccedilotildees encontrados na Tabela 3 indicam mais uma

vez a superioridade da adubaccedilatildeo esterco com 0 uso ou natildeo de biofertilizantes

36

TABELA 3 Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob

uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS i J B

ADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesamg plantas1

---- Nitrogecircnio-----30 t ha de vermicomposto 16593 c AB 15451 c B 19050 b A45 t ha de vermicomposto 21444 b A 22888 b A 17852 b B60 t ha de esterco de curral 32606 a C 37593 a B 40816 a A

--------------- ------ Foacutesforo------- -------------30 t ha de vermicomposto 3098 c B 2802 c B 3999 b A45 t ha de vermicomposto 4109 b A 4135 b A 2788 c B60 t ha de esterco de curral 5300 a B 7577 a A 7565 a A

------- Potaacutessio------30 t ha de vermicomposto 24327 c A 19900 c B 24965 b A45 t ha de vermicomposto 29113b A 29812 b A 22031 b B60 t ha de esterco de curral 44070 a B 51976 a A 54101 a A

-------- Caacutelcio-------30 t ha de vermicomposto 5027 c A 4356 c A 4834 b A45 t ha de vermicomposto 6114b A 6963 b A 4379 b B60 t ha de esterco de curral 9030 a C 11451 a A 10331 a B

------Magneacutesio-----30 t ha de vermicomposto 1188 b A 914 c A 1202 b A45 t ha de vermicomposto 1231 b B 1582 b A 1176 b B60 t ha de esterco de curral 2136a B 2443 a A 2663 a AMeacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base observa-se que o melhor tratamento foi o

esterco de curral para todas as variaacuteveis Para 1 VB (30 t ha^ 1 de vermicomposto) natildeo

houve resposta diferenciada com o uso de bofertilizantes para todas as variaacuteveis A

adubaccedilatildeo 15 VB (45 t ha 1 de vemicomposto) foi influenciada pelos biofertilizantes

para as variaacuteveis N P K e Ca enquanto que para Mg somente o MB4+U+CB o

influenciou O EC (esterco de curral) mostrou diferenccedila significativa apenas para as

variaacuteveis Ca e Mg quando adicionado MB4+U+CB

Segundo Peixoto (2000) eacute fundamental a adiccedilatildeo de adubos orgacircnico no cultivo de

hortaliccedilas seja na forma de esterco decomposto composto ou huacutemus de minhoca de

37

modo a fornecer melhorias nas propriedades do solo vindo a disponibilizar os nutrientes

as diferentes culturas

O esterco fresco conteacutem muita cama celuloacutesica e um elevado teor de aacutegua No

esterco curtido a celulose jaacute estaacute decomposta o teor de aacutegua estaacute reduzido agrave metade e os

nutrientes em uma forma mais assimilaacutevel e mais concentrada O esterco fresco pode

causar uma deficiecircncia temporaacuteria de nitrogecircnio no solo ao se decompor o que natildeo

acontece com o biestabilizado (Kiehl 1985)Ocorre uma diminuiccedilatildeo inicial no volume

de aacutegua retido no esterco de curral diminui inicialmente em tomo de 3581 liberando

posteriormente somente 496 evidenciando a sua capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua

(Menezes Juacutenior 1998)

A utilizaccedilatildeo continuada de adubos nitrogenados minerais no solo altera o balanccedilo

do nitrogecircnio entre o solo e planta No meacutetodo biodinacircmico eacute sublinhada a importacircncia

dos adubos animais para o estabelecimento da fertilidade permanente dos solos (Koeff

et al 1983)

Para Guimaratildees (1997) os benefiacutecios que a mateacuteria orgacircnica imprime ao solo

principalmente melhorando a produtividade fertilidade e a influencia que as substancias

huacutemicas exercem sobre o ambiente dependem da qualidade e do teor de mateacuteria

orgacircnica do solo Estas substacircncias por conterem nutrientes em sua constituiccedilatildeo em uma

forma mais disponiacutevel para as plantas promovem um equiliacutebrio no ambiente no solo

(Kononova 1966)

Aproximadamente de 60 a 70 do total de carbono do solo ocorre na forma de

materiais huacutemicos (Griffith amp Schnitzer 1975) sendo a eles atribuiacutedo a manutenccedilatildeo da

bioestrutura do solo aumentando a capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua (Brady 1999)

Conforme Compagnoni amp Putzolu (1985) os estercos bem como os demais

resiacuteduos orgacircnicos apresentam conteuacutedos diferentes de aacutecidos huacutemicos e fuumllvicos sendo

atribuiacutedo ao acido huacutemico uma accedilatildeo fitoestimulante semelhante aos fitohormocircnios por

favorecer o desenvolvimento do sistema radicular e crescimento do caule

Em trabalho realizado por Guimaratildees (1997) foi encontrado para aacutecidos huacutemicos

de esterco bovino uma relaccedilatildeo CN 1035 e para vermicomposto bovino 17

evidenciando que o esterco quando aplicado ao solo por apresentar uma relaccedilatildeo CN

proacutexima deste reage mais facilmente liberando nutrientes para as plantas sem alterar a

cadeia troacutefiacuteca Dados encontrados no presente trabalho demonstram a eficiecircncia do

esterco nesse sentido

38

De acordo com Morselli (2001) vaacuterios trabalhos citam comentam e discutem a

capacidade dos vermicompostos em proporcionar oacutetimas colheitas e favorecer a

precocidade das plantas cultivadas Poreacutem muitas vezes se observa que mesmo

suprindo essas plantas com nutrientes necessaacuterios atraveacutes de huacutemus de diferentes fontes

as respostas natildeo satildeo as mesmas para uma mesma cultivar

Por outro lado os resultados com o uso de substacircncias huacutemicas satildeo variaacuteveis e

dependem aleacutem da espeacutecie testada das substacircncias huacutemicas utilizadas sua

concentraccedilatildeo o grau de purificaccedilatildeo e das condiccedilotildees experimentais A resposta das

plantas aos aacutecidos huacutemicos e fuacutelvicos eacute dependente da mateacuteria prima original e da

espeacutecie vegetal pois materiais orgacircnicos diferentes apresentam aacutecidos huacutemicos e

fuacutelvicos diferentes (Businelli 1990)

Justificam-se os maiores conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio e caacutelcio nas

adubaccedilotildees 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e biofertilizantes devido

provavelmente ao vermicomposto utilizado apresentar na sua constituiccedilatildeo teores

consideraacuteveis destes elementos aleacutem do que os biofertilizantes possam ter influenciado

na absorccedilatildeo atraveacutes de sua constituiccedilatildeo Tibau (1984) considera que a urina de vaca eacute

rica em aacutecido indol-aceacutetico e este influencia na absorccedilatildeo radicular O efeito positivo

deste tratamento provavelmente seja devido agrave quantidade aplicada

O biofertilizante que se destacou foi o MB4+U+CB em relaccedilatildeo ao EC (esterco de

curral) e eacute somente para a variaacutevel caacutelcio Isto provavelmente seja devido ao alto teor

deste elemento encontrado na sua constituiccedilatildeo (6872 g Kg1) e pela influecircncia positiva

que a calda bordalesa exerce no metabolismo das plantas atraveacutes dos nutrientes

contidos em sua formulaccedilatildeo O Ca controla a absorccedilatildeo radicular e retorna ao solo pelo

esterco e palhas por apresentar-se em maior quantidade em folhas e caules Depois de

localizado nas folhas fica imoacutevel favorecendo a resistecircncia da planta ao ataque de

fungos

Este trabalho avanccedila no estudo da agroecologia estando claro que todos os

criteacuterios tem caraacuteter dinacircmico de adequaccedilatildeo as mudanccedilas de um sistema de produccedilatildeo

em evoluccedilatildeo contribuindo na transiccedilatildeo para um padratildeo sustentaacutevel Cabe a pesquisa a

reorientaccedilatildeo para um enfoque ldquosistecircmicordquo isto eacute que permita integrar os diversos

componentes de um agroecossistema e a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas que promovam 0

fortalecimento e a expansatildeo da agricultura familiar

39

5 CONCLUSOtildeES

Considerando os resultados obtidos e as condiccedilotildees em que o estudo foi realizado

conclui-se que

bull As respostas agronocircmicas das mudas de cebola para os paracircmetros avaliados

satildeo mais satisfatoacuterias com a aplicaccedilatildeo de esterco de curral como adubaccedilatildeo de

base

bull Os biofertilizantes mais urina de vaca e calda bordalesa proporcionam

respostas satisfatoacuterias quando aplicados associados agraves adubaccedilotildees de base

bull O biofertilizante MB4 mais urina de vaca e calda bordalesa eacute mais eficiente

que o super magro mais urina e calda bordalesa quando aplicado associado agrave

adubaccedilatildeo de base esterco de curral para os conteuacutedos de fitomassa secae

fresca da parte aeacuterea das plantas altura e diacircmetro de colo das mudas de

cebola

bull Os biofertilizantes adicionados agrave adubaccedilatildeo de base 45 t harsquo 1 de vermicomposto

bovino mostram respostas significativas para os conteuacutedos de fitomassa seca

bull Os maiores conteuacutedos nutricionais para as mudas de cebola satildeo

proporcionados pela adubaccedilatildeo de base esterco de curral

bull A maior absorccedilatildeo de caacutelcio pelas mudas de cebola ocorre quando da adiccedilatildeo do

biofertilizante MB4 mais urina e calda bordalesa agrave adubaccedilatildeo de base esterco de

curral

40

6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ALDRIGHI CB ABREU CM PAGLIA AG MORSELLI TBGA FERNANDES HS Efeito da aplicaccedilatildeo de biofertilizante e urina de vaca em mudas de tomateiro Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

ALTIERI M NICHOLLS C I Agroecologia Teoria praacutectica para umaAgricultura Sustentable Ia ed PNUMA 2000 Cap 2 4 Seacuterie textos baacutesicos para la formacioacuten ambiental

ALTIERI M Agroecologia bases cientiacuteficas para uma agricultura sustentaacutevelGuaiacuteba Agropecuaacuteria 2002 592 p

ANTONIOLLI Z I GIRACCA E M N CARDOSO S J T WIETHAN M M S FERRI M Iniciaccedilatildeo agrave Minhocultura Criaccedilatildeo em Cativeiro e Vermicompostagem Santa Maria UFSM 1996 p59-89

BAYER C MIELNICZUC J Dinacircmica e funccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica In SANTOS G de A S e CAMARGO F A de O (ed) Fundamentos da mateacuteria orgacircnica do solo ecossistemas tropicais e subtropicais Porto Alegre Genesis 1999 p 3-23

BARRETTO D X Composto Orgacircnico In Praacutetica em Agricultura Orgacircnica Satildeo Paulo iacutecone Ed Ltda 1985 p 51-63

BETTIOL W Alguns produtos alternativos para o controle de doenccedilas de plantasem agricultura orgacircnica II Ciclo de palestras sobre agricultura orgacircnica Instituto Bioloacutegico Satildeo Paulo p52-63 1997

41

BETTIOL W TRACH R GALVAtildeO JAH Controle de doenccedilas de plantas com biofertilizantes Jaguariuacutena EMBRAPA-CNPMA 1997 22p (EMBRAPA- CNPMA Circular Teacutecnica 02)

BRADY N C Natureza e propriedades dos sotos Rio de Janeiro Freitas BastosS A 1979 647p

BRADY N C Organisms and ecology of the soil In The nature of properties of soils Simon amp Schuster A Viacon Company New Jersey1999 402-489p

BON1LLA J A Fundamentos da Agricultura Ecoloacutegica Sobrevivecircncia eQualidade de Vida Satildeo Paulo Nobel 1992

BUREacuteS S Substratos Ediciones Agroteacutecnicas S L Madrid Octubre 1997

BUS1NELLI M Chemical Composition and Enzymic Activity of some Worm Cast Plant Soil v 80 p 1-2 1990

CALEGARI A Espeacutecies para cobertura de solo In IAPAR (Instituto Agronocircmico de Paranaacute) Plantio Direto pequena propriedade sustentaacutevel organizador Moacir Darolt Londrina - PR 1998 65-93

CAMARGO P N D Manual de Adubaccedilatildeo Foliar Satildeo Paulo Herba 1975

CAPRA F A Teia da Vida Satildeo Paulo Cultrix 1997 256p

CAPRA F O Ponto de Mutaccedilatildeo 22 ed Satildeo Paulo Cultrix 2001 447p

CHABOUSSOU F Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da Trofobiose) Porto Alegre LPM 1987 253 p

CLARO S A Referencias tecnoloacutegicos para a agricultura familiar ecoloacutegica aexperiecircncia da Regiatildeo Centro-Serra do Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS-ASCAR 2001 250p

CLIVELA G Diagnoacutestico Agronocircmico da cebola no Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS 1995 8 6 p

COMISSAtildeO DE FERTILIDADE DO SOLO - RSSC Recomendaccedilotildees de adubaccedilatildeo e calagem para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina 3 ed Passo Fundo SBCS - Nuacutecleo Regional Sul 1995 223p

COMPAGNONI L PUTZOLU G Cria moderna de Ias lombrices y utilizacioacutenrentable dei humus Barcelona Editorial de Vecchi- SA 1985127p

COSTABEBER J A MOYANO E Transiccedilatildeo agroecoloacutegica e accedilatildeo social coletiva Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v l n4 p 50- 60 outdez 2 0 0 0

42

COSTA M B B da Adubaccedilatildeo orgacircnica Nova siacutentese e novo caminho para aagricultura Satildeo Paulo Ed iacutecone Ltda 1985 102p

COSTA NETO C Agricultura Sustentaacutevel Tecnologias e Sociedade In CARVALHO COSTA LF et al (org) Mundo Rural e Tempo Presente Rio de Janeiro Mauad 1999

DrsquoAG0ST1NI R L FANTINI A C Produccedilatildeo orgacircnica tambeacutem socialmente excludente Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v3 n l p57-61 2002

DALPONTE J C V Utilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos e fertilizante mineral na produccedilatildeo e qualidade de mudas e bulbos de cebola (Alliurn Cepa L) Pelotas-RS 1990 (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1990

DEBARBA J F THOMAZELLI L F GANDIN C L SILVA E Cadeias produtivas do Estado de Santa Catarina Cebola Florianoacutepolis Epagri 1998 115 p (EPAGRI Boletim Teacutecnico 96)

DUFOUR F Os saacutebios loucos do agro-alimentar Le Monde Diplomatique ano 1 n4 p6-7 1999 (ed portuguesa)

EHLERS E Agricultura Sustetaacutevel Origem e perspectivas de um novo paradigma 2 ed Guaiacuteba Agropecuaacuteria 1999 157 p

FILGUEIRA F A R Novo Manual de olericultura agrotecnologia moderna na produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 2000 402 p

FRASER G K Mateacuteria Orgacircnica Del Suelo In BEAR F E (ed) Quiacutemica dei Suelo Madrid Ed Agrociencia 1963

FOLLET R H MURPHY L S DONAHUE R L Fertilizers and soil amendments New Jersey Printice-Hall Inc 1981 557p

GARCIA A Revista dei Espacio Rural Georgica Zaragoza Escuela Politeacutecnica de Huesca n5 1997

GARCIA A Versatildeo preliminar de um Programa Estadual de Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Bulbos e Sementes de CebolaEMBRAPAIPAGROMARAEMATER 6 8 pbdquo 1990 (Publicaccedilatildeo avulsa)

GIORGETT1 J R Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Mudas de Tomate In Encontro Nacional de Produccedilatildeo e Abastecimento de Tomate 2 1991 Jaboticabal Satildeo Paulo Anais Jaboticabal UNESP 1991 p 242-244

GLIESSMAN S R Agroecologia Processos ecoloacutegicos em agricultura sustentaacutevelPorto Alegre Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS 2000 653p

43

GLIESSMAN S R TURRIALBA C R Agroecologia Procesos Ecoloacutegicos en Agricultura Sostenible CATIE 2002 p 3-14

GNOATTO S C Caracterizaccedilatildeo quiacutemica de vermicompostos de diferentes substratos orgacircnicos Pelotas-RS 1999 38 f (Mestrado em Agronomia - Solos) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

GOMES J C C BORBA M F S A moderna crise dos alimentos oportunidade para a agricultura familiar Emater Porto Alegre julset 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwematertchebrdocsagroecorevistan313-artigo3htmgtAcesso em 24 fev 2002

GOMEZ H W Desenvolvimento sustentaacutevel agriacutecola e capitalismo In Desenvolvimento sustentaacutevel Necessidade eou disponibilidade Santa Cruz do Sul Nobel - UNISC 1997 p 65-77

GONZAacuteLEZ DE MOLINA M SEVILLA GUZMAacuteN E Ecologia campesinado e historia Para una reinterpretacioacuten dei desarrollo dei capitalismo en la agricultura In SEVILLA GUZMAacuteN E GONZAacuteLEZ DE MOLINA M (ed) Ecologia campesinado e historia Madrid La Piqueta 1993 p 23-129

GRIFFITH S A SCHNITZER M Analytical characteristic of humic and fulvic acids extracted from tropical volcanic soils Soil Sei Soc Am Proc v 39 p361-367 1975

GUIMARAtildeES E Caracterizaccedilatildeo quiacutemica estreptoscoacutepica e por anaacutelise teacutermica de aacutecidos huacutemicos e vermicompostos obtidos de estercos de diferentes animaisCuritiba 1997 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Quiacutemica) Universidade Federal do Paranaacute 1997

HESS A F Sociedade e meio ambiente uma relaccedilatildeo ambiacutegua Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v 4 n2 p 167-1741999

ICEPA-SC Informes conjunturais sobre a cultura da cebola Disponiacutevel em lthttpwwwicepa combrgt Acesso em 23 jan 2003

JONES H A MANN L K Onions and their allies New York Interscience Publishers 1962 286 p

JUacuteNIOR H A de MAIORANO J A Receitas obtidas de extratos de plantasCampinas CATITerra Viva [199-] 10 f

KHATOUNIAN C A Ciclo de Palestras sobre Agricultura Orgacircnica 2a Ed SatildeoPaulo Fund Cargill 1997 149 p

KIEHL E J Fertilizantes Orgacircnicos Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1985 492p

44

KOEFF H H PETTERSSON B D SHAUMANN W Vida Vegetal solos e adubaccedilatildeo In Agricultura Biodinacircmica Satildeo Paulo Nobel 1983 p92-149

KONONOVA M M Soil organic matter The importance o f organic matter in soil formation and soil fertility New York Pergamqn Press 1961 p 165-200

KUHN T A Estrutura das Revoluccedilotildees Cientiacuteficas Satildeo Paulo Perspectiva 1989 257p

LANNA FCA ABREU C L ABREU J G SILVA V Resposta de cultivares de melancia cultivadas sob adubaccedilatildeo quiacutemica e orgacircnica Horticultura v 12 n l p85 1994

LEFF H Saber Ambiental Petroacutepolis Vozes 2001 343 p

MAGALHAtildeES J R Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo da cebola In FERREIRA M E CASSTELLANE P D CRUZ M C P Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo de hortaliccedilasPiracicaba POTAFOS 1993 p 381-393

MALAVOLTA E Elementos de nutriccedilatildeo mineral de plantas Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1980 251 p

MALAVOLTA E Manual de Quiacutemica Agriacutecola - Adubos e Adubaccedilatildeo 3a ed SatildeoPaulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1981 606 p

MARTINEZ A A A grande e Poderosa Minhoca Jaboticabal Funep - Unesp1990 101 p

MARTINS S R Desenvolvimento e Sustentabilidade Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v20 n2 julho 2002 Palestra apresentada no 42deg Congresso Brasileiro de Olericultura

MARTINS S R Limites Del Desarrollo Sostenible em Ameacuterica Latina En el marco de Ias poliacuteticas de (re)ajuste econocircmico Pelotas Editora UFPel 1997 135 P-

MARTINS S R Sustentabilidade na agricultura dimensotildees econocircmicas sociais e ambientais Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v4 n 2 p 175-1871999

MATURANA H REZEPKA S N D E Formaccedilatildeo Humana e Capacitaccedilatildeo Rio de Janneiro Vozes 2000 8 6 p

MELLO A F SOBRINHO M O ARZOLLA S SILVEIRA R NETTO A C KIEHL J C Fertilidade do Solo Satildeo Paulo Nobel 1983

MENEZES JUacuteNIOR F O G D Caracterizaccedilatildeo de Diferentes substratos hortiacutecolas e seu efeito na produccedilatildeo de mudas de alface e couve-flor em ambiente protegido Pelotas 1998 141 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1998

45

MIBASA Mineraccedilatildeo Barreto SA Melhorador de Solos MB4 A Natureza Agradece Arapiraca-AL [199-] Folder

MINAMI K Os resumos da olericultura 2000 In AZEVEDO FILHO MARTINEZ FILHO (ed) Preccedilos agriacutecolas Piracicaba ESALQ 1999 p 4

MINAMI K Produccedilatildeo de Mudas de Alta Qualidade em Horticultura Satildeo Paulo TA Queiroz 1995

MORSELLI T B G A Cultivo sucessivo de alface sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegidoPelotas 2001 178 p Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2001

MORSELLI T B G A Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Poliacutegrafo da Disciplina de Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia-Produccedilatildeo Vegetal UFPel 2002

MULLER AM Efeitos da Aplicaccedilatildeo Foliar de um Biofertilizante Enriquecido no Estado fitossanitaacuterio de Tomate Ervilha e Beterraba Sob Manejo OrgacircnicoDissertaccedilatildeo (Mestrado no Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agroecossistemas)1999 (Resumo)

NOLLA D Erosatildeo do Solo - O grande desafio Estado do Rio Grande do Sul SEAGRI desenvolvimento de recursos naturais renovaacuteveis 1982 412 p

PAGLIA AG MORSELLI TBGA PEIL RMN Teores de nutrientes pH e condutividade eleacutetrica da aacutegua em sistema ldquofloat^ngrdquo sob adiccedilatildeo de biofertilizantes Horticultura Brasileira v 20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PAULUS G MULLER A BARCELLOS LAR Agroecologia aplicada praticas e meacutetodos para uma agricultura de base ecoloacutegica 2ed ver ampl Porto Alegre EMATERRS 2001 8 6 p

PEIXOTO R T dos G Composto orgacircnico aplicaccedilotildees benefiacutecios e restriccedilotildees de uso Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 18 p 56-64 julho 2000

PENTEADO SR Defensivos Alternativos e Naturais Satildeo Paulo 1999 95 p

PEREIRA AJ SOUZA RJ PEREIRA WR Efeito de diferentes doses de esterco de galinha e de curral sobre a produccedilatildeo de cebola Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PINHEIRO S BARRETO SB MB-4 agricultura sustentaacutevel trofobiose e biofertilizantes Fundaccedilatildeo Juquira CandiruMibasa 2000 273 p

PRIMAVESI A Agricultura Sustentaacutevel Satildeo Paulo Nobel 1992 142 p

PRIMAVESI A O manejo ecoloacutegico do solo Agricultura em regiotildees tropicais SatildeoPaulo Nobel 1982 541 p

46

PURCINO A A C ldquoNitrogecircniordquo Informe Agropecuaacuterio Belo Horizonte v7 n81 p 16-27 1981

QUIJANO F G Efeito da adubaccedilatildeo orgacircnica no desenvolvimento de duas cultivares de alface em ambiente protegido Pelotas 1999 116f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

RODRIGUES A N N Efeitos e residuais de superfosfato triplo sobre o rendimento de mateacuteria seca e absorccedilatildeo de foacutesforo pela aveia (Avena strigosa Schob) em solo Podzoacutelico Vermelho Escuro Porto Alegre 1984 59f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia UFRGS 1984

RODRIGUES E T CASALI V W D Respostas da alface agrave adubaccedilatildeo orgacircnica II Teores conteuacutedos e utilizaccedilatildeo de macronutrientes em cultivares Rev Ceres Viccedilosa v 45 n 261 p 437-449 1998

SAMINEcircS T C O Produccedilatildeo orgacircnica de alimentos Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 17 n3 novembro 1999

SCHIEDECK G Ambiecircncia e resposta agronocircmica de meloeiro (Cucumis melo L) cultivado sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegido Pelotas lOOp Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2002

SILVA JUacuteNIOR A A GIORGI E Substratos alternativos para a produccedilatildeo de mudas de tomate Agropecuaacuteria Catarinense Florianoacutepolis EPAGRI 1992 23 p

SILVA JUacuteNIOR A A MACEDO S G STUKER H Utilizaccedilatildeo de esterco de peru na produccedilatildeo de mudas de tomateiro Florianoacutepolis EPAGRI 1995 28 p (Boletim Teacutecnico 73)

TAGLIARI PS GRASSMANN H Minhoca a grande aliada da agricultura Agropecuaacuteria Catarinense v8 n l p 11-14 mar 1995

TEDESCO M J GIANELLO C Anaacutelises de solo plantas e outros materiais Porto Alegre Faculdade de Agronomia Departamento de Solos Universidade Federal do Rio Grande do Sul RS 1996

TENNANT D A Test of modified line intersect method of estimating root lenght Journal Ecology Oxford v 63 p 995-1001 1975

TIBAU A O Mateacuteria Orgacircnica do Solo Mateacuteria Orgacircnica e Fertilidade do SoloSatildeo Paulo Nobel 1984 p49-182

TIMM P J Anaacutelise comparativa dos sistemas de plantio convencional e cultivo miacutenimo de cebola sob adubaccedilatildeo orgacircnica e mineral Pelotas 2000 79 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2000

47

VALENZUELA HR CROSBY C Effect of compost applications on the yield of several vegetables in long-term organic farming experiments conduced in the tropics American Society Horticultural Science v33 n3 june 1998

VIGLIZZO E (ed) Subprograma Recursos Naturais y Sostenibilidad Agriacutecola documento marco Montevideo IICAPROCISUR 1995 p 75 - 78

WE1D J M TARDIN J M Proposta para a Ampliaccedilatildeo do Trabalho da ASPTA no Centro Sul do Paranaacute ASPTA Disponiacutevel em http wwwpronafgovbrEncontrotestosAS20PTA20Sul20ParanE1205 202002doc Acesso em 05 mai 2002

XAVIER SIMOacuteN F DOMINGUES D G Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel uma perspectiva agroecoloacutegica Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre EM ATERRS v2 n2 p 17-26 2001

ZABALETA J P Diagnoacutestico da Agricultura Familiar em Satildeo Joseacute do Norte - RSPelotas EMBRAPA-CPACT 1998 75 p (EMBRAPA-CPACT Documentos 44)

ZONTA E P MACHADO A A SILVEIRA P Sanest Sistema de anaacutelise estatiacutestica para microcomputadores Registrado na Secretaria Especial de Informaacutetica sob nuacutemero 066060 - categoria A Pelotas-RS Universidade Federal de Pelotas 1984

48

7 APEcircNDICE

APEcircNDICE A - Anaacutelise da adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes utilizados na produccedilatildeo de mudas de cebola

TABELA 1 A Anaacutelise baacutesica do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo miuacutedo + papua

Arg

pH IND

SMP

MO

P - n r - Na Al Ca__10Omlmdash

Mg

ppm -

6 53 67 089 8 6 27 1 04 05 0 2

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 2A Anaacutelise complementar do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo-miuacutedo + papua

Cobre Zinco Manganecircs Ferro

(m v1)

04 05 26 007

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

49

TABELA 3A Anaacutelise dos fertilizantes soacutelidos

Amostra pH limidade CN

C N P K Ca Mg

- g-ivg --

Cama de 849 2491 12 31042 2479 3888 3405 29875 463

aves

Esterco 74 3594 11 677 590 157 134 335 214

de curral

Huacutemus 684 5738 14 15965 1098 453 745 743 361

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 4A Anaacutelise quiacutemica dos biofertilizantes liacutequidos

Amostra N P K_ccedil H

Ca Mg Cu Zn Fe Mn

mdashgL bull

S Magro

m b 4

Urina

053

1652

8 2 2

008

395

0 0 0

149

1674

471

1902

6872

0 0 0

1150

4507

1172

7273

42

033

101389

920

0 0 0

6250

19458

781

35273

1123

0 2 1

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

50

APEcircNDICE B - Condiccedilotildees climaacuteticas do local

TABELA 1B Condiccedilotildees de temperatura do local

___________ __________TEMPERATURA (degCgt

meses Meacutedia

Maacutexima

Meacutedia

MiacutenimaMeacutedia

Maacutexima

Absoluta

Miacutenima

Absoluta

Junho 225 87 156 320 25

Julho 225 85 155 285 30

Agosto 251 71 161 360 1 0

Fonte FEPAGROSCT 2002

TABELA 2B Condiccedilotildees de chuva do local

mdash CHUVA (mm)mdash

meses Ocorrida Normal Desvio Da Normal

Junho 1080 1 1 0 -2 0

Julho 1062 98 8 2

Agosto 1283 1 2 0 83

Fonte FEPAGROSCT 2002

51

TABELA 1C Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

APEcircNDICE C - Anaacutelise estatiacutestica da parte aeacuterea

Causas G1 FFPA FSPA AP DC

da variaccedilatildeo --------- Quadrados meacutedios-

Blocos 3

Ad Base 2 175359071 1287102 2547419 1 11775

Biofertilizantes 2 126876 29011 87669ns 02185ns

Ad x Biofert 4 572378 31123 69106ns 04159

Resiacuteduo 24 34456 03048 27169 00290

Total 35

Meacutedia geral 93745 8772 320388 6741

CV 1980 6294 5145 2530

Significativo a 5ns Natildeo significativo

52

TABELA 1D Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade

de raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

APEcircNDICE D - Anaacutelise estatiacutestica da raiz

Causas G1 FFR FSR CR RPASR DR

da variaccedilatildeo Quadrados meacutedios---------------

Blocos 3

Ad Base 2 27874 551 623 2 1 0 140

Biofertilizantes 2 178 0 1 0 ni 1504 l03ns 038ns

Ad x Biofert 4 190 058 318 294 183

Resiacuteduo 24 005 009 028 023 0 2 1

Total 35

Meacutedia geral 1818 228 184 387 333

C V 134 1356 448 1253 1396

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

53

APEcircNDICE E - Anaacutelise estatiacutestica dos macronutrientes da parte aeacuterea da cebola

TABELA 1E Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mud^s de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

Causas G1 bull N P K Ca Mg

da variaccedilatildeo

Blocos 3

Ad Base 2 13550306 446627 25509686 1031806 59007

Biofertilizantes 2 180610ns 16564 68153ns 39006 876ns

Ad x Biofert 4 454187 45743 1047539 46950 2464

Resiacuteduo 24 29769 1453 64313 3741 439

Total 35

Meacutedia geral 24921 4597 33366 6943 1615

C V 692 829 760 880 1297

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

APEcircNDICE F - Fotos do experimento

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob uma perspectiva agroecoloacutegica

APEcircNDICE F a Fotos do experimento

FIGURA 1 Adubaccedilatildeo verde com feijatildeo-miuacutedo e papuatilde utilizadas no manejo do solo

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob urna perspectiva agroecoloacutegica

Page 27: PRODUÇÃO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L.) SOB …orgprints.org/24883/1/Paglia_Produção.pdf · vaca mais calda bordalesa; MB4+U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

17

Segundo Kiehl (1985) e Martinez (1990) o vermicomposto apresenta as seguintes

vantagens em relaccedilatildeo a compostagem permite a formaccedilatildeo de um produto curado em

menor espaccedilo de tempo promove a formaccedilatildeo de um material com maior

disponibilidade de nutrientes facilita o peneiramento natildeo havendo a necessidade de

revolvimento do material oferece vaacuterias fontes de renda pois aleacutem do huacutemus fornece

minhocas e raccedilatildeo e quando aplicado ao solo tende a melhorar as propriedades fiacutesicas

quiacutemicas e bioloacutegicas

241 Resiacuteduos utilizados na vermicompostagem

2411 Resiacuteduos de origem animal

Segundo Bureacutes (1997) o esterco eacute uma mistura de fezes urina e camas que

podem estar constituiacutedas de palhas folhas secas serragem turfa casca de arroz e ateacute

terra Esse apresenta pH neutro e densidade que varia de 030 a 090 Kg dm3 segundo

seu estado de decomposiccedilatildeo Eacute influenciado por vaacuterios fatores como espeacutecie animal

raccedila idade alimentaccedilatildeo material utilizado como cama e tratamento da mateacuteria-prima

esterco (Kiehl 1985) Dentre os fatores apontados um dos mais importantes eacute a

alimentaccedilatildeo do animal quanto mais rica a alimentaccedilatildeo mais rica seraacute as dejeccedilotildees

(Gnoatto 1999) O volume de bacteacuterias vivas ou mortas encontradas no esterco

representam 20 a 30 do total delas se originam grande parte do nitrogecircnio sob a

forma de proteiacutena (Morselli 2002)

A origem do material utilizado para a produccedilatildeo de vermicomposto eacute fundamental

pois soacute uma mateacuteria-prima de qualidade resultaraacute em um produto final de boa qualidade

Dentre os estercos o de aves eacute empregado empiricamente na adubaccedilatildeo de culturas

permanente ou natildeo com excelentes resultados apesar de sua simples composiccedilatildeo

meacutedia 2 de nitrogecircnio 2 de foacutesforo como P2 0 5 e 1 de K2 0 Poreacutem haacute uma

grande variaccedilatildeo na sua constituiccedilatildeo a qual dependeraacute do manejo animal atraveacutes das

camas finalidade da criaccedilatildeo e natureza das camas (Morselli 2002)

2412 Resiacuteduos de origem vegetal

A mateacuteria orgacircnica pode ser preservada no solo por vaacuterios processos seja pela

simples incorporaccedilatildeo de resiacuteduos de culturas rotaccedilatildeo de culturas adubaccedilatildeo verde ou

18

pela adiccedilatildeo de materiais orgacircnicos capazes de elevar e manter a produtividade do solo

Da decomposiccedilatildeo dos resiacuteduos orgacircnicos adicionados ao solo resulta a liberaccedilatildeo de

grande quantidade de nutrientes principalmente o nitrogecircnio o potaacutessio e o enxofre

Aleacutem disso diversos atributos quiacutemicos e fiacutesicos do solo satildeo alterados pela

decomposiccedilatildeo desses resiacuteduos destacando-se o aumento da capacidade de troca de

caacutetions o aumento da retenccedilatildeo de aacutegua a melhoria da estabilidade dos agregados e da

aeraccedilatildeo (Fraser1963 Malavolta 1981 Mello et al 1983 Bonilla 1992)

Segundo Purcino (1981) quando a relaccedilatildeo CN eacute menor que 30 como no caso do

esterco de curral ou da palha de leguminosas a disponibilidade de nitrogecircnio eacute

imediata mas acima deste valor ocorre imobilizaccedilatildeo crescente deste nutriente Por esse

motivo estes materiais devem ser submetidos a uma degradaccedilatildeo bioloacutegica antes de

serem adicionados ao solo

25 Biofertilizantes

No Brasil ocorrem problemas crescentes com materiais derivados de sistemas

intensivos de criaccedilatildeo animal que acumulam resiacuteduo^ orgacircnicos com graves problemas

de contaminaccedilatildeo de cursos de aacutegua que na maioria das vezes se acumulam em um

uacutenico lugar e natildeo satildeo reciclados (Viglizzo 1995)

Visando amenizar tais situaccedilotildees os meacutetodos alternativos de adubaccedilatildeo controle de

doenccedilas pragas e plantas indesejaacuteveis tecircm sido muito estudado Dentro dessa linha de

pesquisa destaca-se o uso de mateacuteria orgacircnica atraveacutes tanto de sua incorporaccedilatildeo ao

solo como de sua transformaccedilatildeo para uso posterior na forma de biofertilizantes

(Khatounian 1997 Bettiol et al 1997)

Na complexa e elevada comunidade microbiana dos biofertilizantes encontram-se

bacteacuterias fungos leveduriformes filamentosos e actinomicetos (Bettiol apud Penteado

1999)

O agregado de macro e micronutrientes periodicamente ativa e enriquece a

fermentaccedilatildeo O uso de farinha de rocha tem sido vantajoso por ter baixo custo

comparado com os sais concentrados e purificados aleacutem de trazer alguns elementos

traccedilos de vital importacircncia para os microrganismos do solo como por exemplo o Gaacutelio

o Iodo e o Vanaacutedio (M1BASA 199-) O agregado de farinha de rocha ou sais

purificados ao fermentado faz com que estes nutrientes passem a fazer parte dos

microrganismos ou dos produtos orgacircnicos liberados durante a fermentaccedilatildeo sendo que

19

o ataque dos microrganismos atraveacutes de suas enzimas consegue liberar os elementos natildeo

atacados pelos aacutecidos industriais (Pinheiro amp Barreto 2000)

Os biofertilizantes tecircm sido empregados na agricultura ecoloacutegica como adubo

foliar para aumentar a resistecircncia contra pragas e doenccedilas Aleacutem disso o processo de

produccedilatildeo eacute bastante simples e por isso eacute viaacutevel sua produccedilatildeo na propriedade desde que

tenha esterco disponiacutevel (Penteado 1999)

Bettiol et al (1997) verificaram a presenccedila de diferentes espeacutecies de fungos

fiacutelamentosos e leveduriformes e bacteacuterias entre elas Bacillus spp na comunidade

microbiana do biofertilizante produzido segundo meacutetodo adotado pelo Centro de

Agricultura Ecoloacutegica Ipecirc Os autores verificaram ainda uma reduccedilatildeo da comunidade

microbiana ao longo da digestatildeo reduccedilatildeo essa mais acentuada logo apoacutes o acreacutescimo

dos sais contendo micronutrientes A accedilatildeo dos sais pode ser tanto por aumento na

pressatildeo osmoacutetica quanto pelo efeito direto sobre os microrganismos Para o controle de

doenccedilas de plantas satildeo importantes a presenccedila dos metaboacutelitos produzidos pelos

organismos presentes no biofertilizante e os proacuteprios microrganismos vivos

Os microrganismos transformam o material orgacircnico (esterco soro de leite caldo

de frutas palhas restos industriais etc) e cinzas produzindo vitaminas aacutecidos e sais

complexos importantes para regular e tonificar o metabolismo das plantas impedindo o

desenvolvimento de pragas e doenccedilas (Pinheiro amp Barreto 2000)

Em estudos feitos com o biofertilizante liacutequido de bovinos foi observado a

presenccedila de inuacutemeros microorganismos como bacteacuterias leveduras e bacilos

principalmente do Bacillus subtilis Estes microorganismos sintetizam substacircncias

antibioacuteticas as quais demonstram ter grande accedilatildeo e eficiecircncia como substacircncias

fungiostaacuteticas e bacteriostaacuteticas de fitopatoacutegenos causadores de danos em lavouras

comerciais (Penteado 1999)

Aldrighi et al (2002) realizaram trabalho na UFPel relacionado agrave nutriccedilatildeo de

mudas de tomate (Floradade) produzidas no sistema ldquofloatingrdquo Utilizaram-se doses de

0 2 5 e 10 para o biofertilizante Super Magro e 0 e 1 para a urina de vaca

Concluiacuteram que estes natildeo interferem na produccedilatildeo das mudas e que provavelmente foi

influenciado pelo substrato utilizado (vermicomposto 75 e casca de arroz carbonizada

25) bem como o sistema de produccedilatildeo (floating)

Paglia et al (2002) citam que eacute possiacutevel produzir mudas de tomate (cultivar

Floradede) utilizando urina de vaca e biofertilizante Super Magro na aacutegua em sistema

ldquofloatingrdquo em trabalho realizado na UFPel O uso da urina de vaca a 1 e 5 e

20

biofertilizante Super Magro a 6 proporcionam uma elevaccedilatildeo do foacutesforo bem como o

Super Magro a 6 eleva os teores de Mg e Ca na aacutegua

251 Urina de vaca

As urinas de vaca contecircm nutrientes favoraacuteveis ao bom desenvolvimento das

plantas como potaacutessio soacutedio nitrogecircnio enxofre magneacutesio caacutelcio foacutesforo e traccedilos de

outros elementos Nas plantas funciona como um fertilizante natural tomando-as mais

resistentes ao ataque das pragas e doenccedilas Satildeo encontradas tambeacutem na urina outras

substacircncias como fenoacuteis e principalmente o catecol que esta associado agrave recuperaccedilatildeo

de plantas atacadas por fitopatoacutegenos por ser um produto anti-seacuteptico (Penteado 1999)

Para seu emprego a urina receacutem coletada deve ser armazenada sob condiccedilotildees

ambientais por trecircs dias para que se forme amocircnio importante produto a ser absorvido

pelas plantas Recomenda-se ainda que o armazenamento deva ser feito em recipiente

fechado para que natildeo ocorram perdas de nitrogecircnio Desta forma poderaacute permanecer

por ateacute um ano sem comprometer sua eficiecircncia

Em hortaliccedilas o uso da urina de vaca eacute recomendado em pulverizaccedilotildees foliares

semanais na concentraccedilatildeo de 05 para tomateiro pimentatildeo pepino feijatildeo vagem e

couve ou quinzenais a 1 para as culturas do quiabeiro jiloeiro e berinjela Para

fruteiras em geral a primeira aplicaccedilatildeo deve ser na concentraccedilatildeo aproximada de 5

realizada diretamente no solo e mensalmente devem ser realizadas pulverizaccedilotildees

foliares a 1 para plantas jovens e a 5 para plantas adultas (Penteado 1999)

Na aplicaccedilatildeo foliar deve-se ter cuidado com folhas e brotos novos e considerar que

o uso contiacutenuo pode ser toacutexico podendo afetar o solo causando a sua acidificaccedilatildeo

(Penteado 1999)

Na Estaccedilatildeo Experimental da PESAGRO no municiacutepio de Macaeacute Rio de Janeiro

estaacute se utilizando a urina de vaca leiteira Os pesquisadores descobriram que a urina de

vaca em lactaccedilatildeo produzia o efeito de recuperar plantas de abacaxi atacadas por uma

doenccedila conhecida como ldquofusairioserdquo Essa doenccedila quando ataca o abacaxi causa

perdas de ateacute 70 da safra Todos os agrotoacutexicos testados natildeo conseguiram controlar a

doenccedila Isto eacute um exemplo para que a universidade tenha uma nova percepccedilatildeo (Capra

1996) adotando medidas efetivas que contribuam na transiccedilatildeo agroecoloacutegica Com o

uso da urina de vaca leiteira numa lavoura de abacaxi atacada pela fusariose observou-

se agrave recuperaccedilatildeo do stand e os frutos produzidos apresentaram excelente padratildeo

21

comercial Descobriu-se que aleacutem funcionar como adubo e defensivo natural a urina de

vaca leiteira tambeacutem favorece a floraccedilatildeo de muitas plantas e pode ser usada no

tratamento de frutos e tubeacuterculos depois da colheita

A urina de vaca em lactaccedilatildeo tambeacutem estaacute sendo usada nas lavouras de cafeacute em

plantaccedilotildees de maracujaacute coco alface e outras hortaliccedilas Na regiatildeo centro-sul do Paranaacute

os agricultores estatildeo aplicando a urina de vaca leiteira nas lavouras de feijatildeo soja

batata cebola e milho (Penteado 1999)

252 Alhol

A maioria dos defensivos alternativos tais como calda bordalesa sulfocaacutelcica

aacutegua de cinza e cal biofertilizante enriquecido extrato de fumo entre outros precisa

ser misturada com um espalhante adesivo para quebrar a tensatildeo superficial da gota e

propiciar um melhor molhamento das folhas e demais partes pulverizadas assegurando

uma absorccedilatildeo mais efetiva e uma melhor accedilatildeo sobre as pragas e doenccedilas Quando as

gotas permanecem inteiras sobre a superfiacutecie folhar devido agrave falta de espalhante

adesivo pode-se danificar os tecidos vegetais pelc efeito-lente quando o sol incide

sobre elas Aleacutem disso a gota por natildeo se espalhar sobre toda superfiacutecie folhar

concentra nela e consequumlentemente sobre o tecido que estaacute em contato com ela uma

quantidade maior do produto aplicado Essa maior concentraccedilatildeo pode prejudicar a

absorccedilatildeo e lesionar os tecidos principalmente apoacutes a evaporaccedilatildeo da aacutegua contida na

gota por resultar em uma maior concentraccedilatildeo de sais no local especialmente quando se

aplicam por exemplo calda sulfocaacutelcica bordalesa biofertilizante enriquecido com

macro e micronutrientes (Claro 2001)

O alhol eacute um espalhante adesivo ecoloacutegico que tambeacutem auxilia no controle de

pragas E elaborado com aacutegua alho oacuteleo vegetal e sabatildeo neutro a partir da sabedoria

popular que menciona o alho como repelente de insetos Juacutenior Abreu amp Maiorano

(199-) indicam formulaccedilotildees contendo alho para o controle de pragas como nematoacuteides

(Meloidogyne incoacutegnita e M javanica) mosca do chifre lagarta na maccedilatilde pulgotildees

besouro da batata trips e para controle de doenccedilas fuacutengicas e bacterianas como miacuteldio

ferrugem fusariose helminthosporiose murchadeira (Pseudonamos solacearum)

bruzone do arroz (Pyricularia orysae) podridatildeo negra do repolho e couve-flor

(Xanthomonas campestris) Aleacutem disso o alho pelo seu bom teor em oacuteleo pode agir

tambeacutem como espalhante adesivo O sabatildeo tambeacutem eacute indicado como espalhante adesivo

22

e possui accedilatildeo contra certas pragas (pulgotildees) sendo que o oacuteleo vegetal eacute indicado no

controle de cochonilhas e usado como espalhante adesivo (Claro 2001)

253 Calda Bordalesa

A calda bordalesa eacute um tradicional defensivo agriacutecola que pode ser preparado na

propriedade com a mistura de sulfato de cobre cal virgem e aacutegua As concentraccedilotildees de

sulfato de cobre e cal satildeo distintas dependendo do objetivo do seu emprego

Geralmente diferem de acordo com o tipo de planta ou espeacutecie vegetal as condiccedilotildees

climaacuteticas o grau de infestaccedilatildeo da doenccedila e a fase de crescimento da planta Eacute indicada

para o controle de miacuteldio alternaacuteria botrytis e antracnose (Penteado 1999)

A calda bordalesa caracteriza-se pela sua importante accedilatildeo no controle de diversas

doenccedilas fungicas nas mais diversas espeacutecies de culturas Possui tambeacutem uma relativa

accedilatildeo bactericida e em alguns casos age como repelente de insetos Da mistura do

sulfato de cobre com a cal resulta uma soluccedilatildeo rica em macronutrientes e

micronutrientes Provavelmente os expressivos resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo da

calda bordalesa devam-se natildeo somente a sua accedilatildeo fuacutengica e bactericida mas sobretudo

agrave influecircncia positiva que exerce no metabolismo das plantas ativando o processo

enzimaacutetico e estimulando a proteossiacutentese aumentando a resistecircncia das plantas (Claro

2 0 0 1 ) caracteriacutestica fundamental na agricultura sustentaacutevel

254 Biofertilizante Super Magro

A calda Super Magro eacute produto da fermentaccedilatildeo de estercos animais enriquecidos

por micronutrientes e outros produtos de origem animal obtendo-se uma calda

biofertilizante para aplicaccedilatildeo foliar nas plantas (Penteado 1999) jaacute foram observados

bons resultados principalmente nas culturas de uva maccedila pecircssego tomate batata e

hortaliccedilas em geral

E indicado como fonte suplementar de micronutrientes para as plantas inibidor

de fungos e bacteacuterias causadores de doenccedilas e para aumentar a resistecircncia contra insetos

e aacutecaros (Penteado 1999) i

Muller (1999) avaliou a influecircncia do biofertilizante Super Magro sobre as

culturas de tomate (Lycopersicon esculentum Mill) ervilha (Pisum sativum L) e

beterraba (Beta vulgaris L) O autor obteve cultivos com baixa severidade de doenccedilas e

23

insetos fitoacutefagos possivelmente por causa do manejo orgacircnico de produccedilatildeo Os

resultados das pulverizaccedilotildees das soluccedilotildees foliares variaram conforme a cultura e o

clima

255 Biofertilizante MB4

A utilizaccedilatildeo das farinhas de rochas eacute uma das teacutecnicas mais modernas usadas nos

uacuteltimos anos na agricultura O elevado nuacutemero de nutrientes contidos no MB4 como

cobre zinco manganecircs cobalto soacutedio alumiacutenio silicatos de magneacutesio ferro e caacutelcio

acompanhado de foacutesforo potaacutessio e enxofre reagem com a soluccedilatildeo do solo liberando

elementos essenciais ao desenvolvimento da vida microbiana os quais exercem um

papel fundamental atraveacutes de transformaccedilotildees quiacutemicas e do equiliacutebrio bioloacutegico

favorecendo o desenvolvimento sadio das plantas (Pinheiro amp Barreto 2000)

24

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

31 Local de execuccedilatildeo do experimento

O presente trabalho foi conduzido no Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul

(FEPAGROSUL) no municiacutepio de Rio Grande nlt periacuteodo de 15 de maio a 26 de

agosto de 2 0 0 2

O solo eacute classificado como ldquoTuiardquo satildeo muito arenosos As massas aquaacuteticas do

Oceano Atlacircntico e Lagoa dos Patos influenciam ventos temperatura pressatildeo umidade

relativa e demais fatores climaacuteticos A topografia da regiatildeo litoracircnea eacute plana com

lenccediloacuteis freaacuteticos superficiais

32 Anaacutelise estatiacutestica

O experimento foi constituiacutedo em fatorial 3X3 (Quadro 1) com quatro repeticcedilotildees

no delineamento blocos ao acaso As variaacuteveis respostas foram submetidas agrave anaacutelise de

variaccedilatildeo e ao teste de Duncan a 5 de probabilidade para comparaccedilatildeo das meacutedias

utilizando-se o sistema SANEST (Zonta amp Machado 1984)

As anaacutelises estatiacutesticas das variaacuteveis estudadas encontram-se nos Apecircndices C D

Os resultados das respostas agronocircmicas e das determinaccedilotildees dos conteuacutedos dos

macronutrientes bem como os de raiz estatildeo nas tabelas de 1 a 3

25

As diferentes adubaccedilotildees seratildeo representadas durante a discussatildeo da seguinte

forma 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e EC

(60 t ha 1 de esterco de curral) 1 VB+SM+U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais

super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+SM+U+CB (45 t ha 1 de

vermicomposto mais super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa)

EC+SM+U+CB (60 t ha 1 de esterco de curral mais super magro mais urina de vaca

mais calda bordalesa) 1 VB+MB4 +U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais MB4 mais

urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+MB4 +U+CB (45 t ha 1 de vermicomposto

mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa) EC+MB4 +U+CB (60 t ha 1 esterco

de curral mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa)

QUADRO 1 Descriccedilatildeo dos fatores experimentais e respectivos niacuteveis

Niacuteveis Fator 1 ADUBACcedilAtildeO DE BASE

0 1 Vermicomposto (30 t ha1)

0 2 Vermicomposto (45 t ha1)

03 Esterco de curral (60 t ha1)

Niacuteveis Fator 2 BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS

0 1 Super magro (5) + Urina de Vaca + Calda Bordalesa

0 2 MB4 (10) + Urina de vaca + Calda Bordalesa

03 Ausecircncia (testemunha)

33 Tratamentos

Da combinaccedilatildeo entre niacuteveis e fatores foram obtidos 9 tratamentos que estatildeo

descritos no Quadro 2 bem como as doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

26

QUADRO 2 Tratamentos e doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

TRATAMENTOS

Ndeg FATOR I FATOR II

0 1 30 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

0 2 30 t harsquo de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

03 30 t ha de vermicomposto - - -

04 45 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

05 45 t ha de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

06 45 t ha de vermicomposto - - -

07 60 t hade esterco Super Magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

08 60 t hade esterco MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

09 60 t hade esterco - - -

Cada parcela foi constituiacuteda por dois canteiros medindo 1 m de largura x 2 m de

comprimento perfazendo 075 m de aacuterea de aacuterea uacutetil (025 m de bordadura) Foi

utilizando semeadura a lanccedilo com densidade de 24 g canteiro1

O vermicomposto a urina de vaca o esterco de curral o alhol os biofertilizantes e

a calda bordalesa foram de procedecircncia do Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul O

vermicomposto de esterco bovino misturado agraves cascas de frutas foi processado pela

minhoca vermelha califomiana Eisenia foetida)

O biofertilizante Super Magro foi elaborado segundo a metodologia descrita pela

FEPAGROSUL utilizando-se os seguintes componentes 190 litros de aacutegua 22 litros

de leite 55 Kg de accediluacutecar mascavo 30 Kg de esterco fresco de bovinos 2 Kg de

Sulfato de zinco 2 Kg de sulfato de magneacutesio 2 Kg de cloreto de caacutelcio 1 Kg de aacutecido

boacuterico 300 g de sulfato de cobre 300 g de sulfato de ferro 300 g de sulfato de

manganecircs 100 g de molibdato de soacutedio 50 g de sulfato de cobalto 3 Kg de fosfato

natural 3 Kg de cinza e 200 g de farinha de osso

A urina de vaca em lactaccedilatildeo foi coletada pela manhatilde e armazenada em recipiente

fechado por trecircs dias em condiccedilotildees ambientais para que se formasse a amocircnia e natildeo

ocorresse perda de nitrogecircnio

28

Realizaram-se duas capinas manuais durante o experimento e em seguida como

cobertura se colocou casca de arroz Tambeacutem foi aplicado esterco de aves 30 dias antes

da colheita na quantidade de 05 Kg canteiro 1 como adubaccedilatildeo de cobertura

As pulverizaccedilotildees com os produtos iniciaram apoacutes 15 dias da germinaccedilatildeo

Realizou-se sete aplicaccedilotildees sendo que as duas primeiras foram feitas apenas com

Super Magro e MB4 Na terceira e na quarta aplicaccedilatildeo utilizou-se urina de vaca e calda

bordalesa em concentraccedilotildees menores (05 e 025 respectivamente) e na quinta

aplicaccedilatildeo as dosagens de urina de vaca e calda bordalesa foram elevadas para 1 0 e

05 respectivamente ateacute o final do experimento O alhol foi utilizado a partir da

terceira pulverizaccedilatildeo na quantidade de 2 e seguiu ateacute o final no dia 26 de agosto

quando as mudas foram colhidas e posteriormente analisadas as variaacuteveis

35 Observaccedilotildees agronocircmicas

Foram utilizadas 20 mudas de cebola para obtenccedilatildeo das meacutedias das variaacuteveis as

quais foram as seguintes

351 Fitomassa fresca da parte aeacuterea e raiacutezes

Foi realizada atraveacutes de uma balanccedila digital procedendo-se a pesagem de 20

mudas de cebola previamente lavadas e posteriormente secadas durante uma hora sobre

um tecido de algodatildeo agrave temperatura ambiente Processo idecircntico foi adotado com as

raiacutezes

352 Fitomassa seca da parte aeacuterea e raiacutezes

Esta variaacutevel foi obtida a partir da secagem preliminar em estufa de ar forccedilado

durante 48 horas a 65 C ateacute peso constante com posterior pesagem em balanccedila

analiacutetica

353 Altura da muda

A altura de muda foi medida a partir do colo das plantas ateacute sua uacuteltima folha

(ponto de crescimento) com uma reacutegua graduada de 40 cm

29

354 Diacircmetro do colo das plantas

Esta medida foi realizada no ponto de transplante a 2 mm das raiacutezes e utilizando-

se um paquiacutemetro SOMET

355 Sistema radicular

Ao teacutermino do experimento foram retiradas as raiacutezes das mesmas plantas que foram

utilizadas para as determinaccedilotildees realizadas na parte aeacuterea procedendo-se uma amostra

de solo com raiacutezes de 2 0 cm de largura x 2 0 cm de comprimento e 2 0 cm de altura

totalizando 8000 cm3

As raiacutezes apoacutes serem lavadas em aacutegua corrente foram pesadas acondicionadas em

sacos plaacutesticos e congeladas para posteriores anaacutelises pelo meacutetodo de Tennant (1975)

para a determinaccedilatildeo do comprimento e densidade

3551 Comprimento de raiz

Utilizou-se para a determinaccedilatildeo do comprimento de raiz as seguintes foacutermulas

1 = ndeg x 1114 x 1 onde

1 - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 0 0 2 g

ndeg - nuacutemero de intercessotildees das raiacutezes com os lados da quadriacutecula da malha do

aparelho

1114 - constante

1 - medida lateral da quadriacutecula em cm

Tomando-se a fiacutetomassa seca e o comprimento da raiz da cada amostra

relacionou-se com a fiacutetomassa seca e o comprimento total da raiz da planta aplicando-

se a seguinte equaccedilatildeo

L = (FSR x 1) FSPA onde

L - comprimento total da raiz da planta (m)

FSR - fiacutetomassa seca de raiz

FSPA - fiacutetomassa seca da parte aeacuterea

L - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 002g

3552 Densidade de raiz

A densidade foi determinada pela foacutermula

D = L 8000 onde

D - densidade de raiacutezes (m cm3)

30

L - comprimento total de raiacutezes (m)

8 0 0 0 - volume da amostra (cm3)

3553 Razatildeo parte aeacutereasistema radicular

Este paracircmetro foi obtido pela equaccedilatildeo

RPASR = FSPA FSR onde

RPASR - razatildeo parte aeacuterea sistema radicular

FSPA - fitomassa seca da parte aeacuterea

FSR - fitomassa seca do sistema radicular

36 Determinaccedilatildeo de macronutrientes no tecido vegetal

Os macronutrientes nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio foram

determinados no laboratoacuterio de Fertilidade e Anaacutelise de Plantas do Departamento de

Solos da UFPel atraveacutes dos meacutetodos descritos por Tedesco amp Gianello (1996)

31

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 Anaacutelise das variaacuteveis

A anaacutelise da variaccedilatildeo mostrou que houve diferenccedila significativa na interaccedilatildeo entre

os fatores de adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes liacutequidos com exceccedilatildeo da variaacutevel altura

de planta para a qual somente a adubaccedilatildeo de base mostrou-se significativa (Apecircndices

C D e E Tabelas 1C 1D e 1E)

411 Anaacutelise da parte aeacuterea

Na Tabela 1 destacaram-se as adubaccedilotildees EC+SM+U+CB EC+MB4 +U+CB e EC

que diferiram significativamente das demais adubaccedilotildees para as variaacuteveis fiacutetomassa

fresca da parte aeacuterea (FFPA) fiacutetomassa seca da parte aeacuterea (FSPA) altura de planta

(AP) e diacircmetro do colo (DC)

32

TABELA 1 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

30 t ha de vermicomposto 7015 c A45 t halsquo de vermicomposto 7824 b B60 t ha de esterco de curral 12248 a C

30 t ha de vermicomposto 667 c A45 t ha de vermicomposto 752 b A60 t ha de esterco de curral 1150a C

30 t ha de vermicomposto 2975 b A45 t harsquo de vermicomposto 2775 b A60 t ha de esterco de curral 3600 a B

30 t ha de vermicomposto 631 b A45 t ha de vermicomposto 6 2 2 b B60 t ha de esterco de curral 741 a C

-Fitomassa fresca (g)----------------6270 c B 6885 b A8832 b A 6308 c C

15082 a A 13934 a BmdashFitomassa seca (g)----------------

625 c A 655 b A830 b A 607 b B

1345 a A 1262 a B-Altura de planta (cm)----------------

2950 b A 3050 b A2937 b A 2950 b A 3975 a A 3622 a B

-Diacircmetro de colo (mm)---------------592 c B 599 b B 657 b A 609 b B 819a A________ 793a B

Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

O efeito positivo do esterco bovino pode ser atribuiacutedo agraves melhorias nas condiccedilotildees

fiacutesicas do solo por ele proporcionado Segundo Primavesi (1982) e Compagnoni amp

Putzolu (1985) o esterco bovino apresenta propriedades condicionadoras do solo dando

agraves plantas melhores condiccedilotildees de desenvolvimento elevando sobremaneira os

conteuacutedos de fitomassa fresca das plantas que refletiratildeo nas demais respostas

agronocircmicas

Analisando as adubaccedilotildees de base em relaccedilatildeo aos biofertilizantes observa-se que

para os tratamentos 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) - natildeo houve influecircncia dos

biofertilizantes para as variaacuteveis FSPA e AP enquanto destacou-se o SM+U+CB para o

DC e SM+U+CB e ausecircncia da adubaccedilatildeo liacutequida para a FFPA mostrando que o uso

dos biofertilizantes natildeo influenciou esta variaacutevel 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) -

verificou-se a eficiecircncia do uso do MB4 +U+CB para as variaacuteveis FFPA e DC Para a

variaacutevel FSPA destacaram-se os dois biofertilizantes utilizados jaacute para AP natildeo houve

33

influecircncia destes EC (60 t ha 1 de esterco de curral) - em todas as variaacuteveis observadas

na tabela 5 as respostas foram significativas utilizando MB4 +U+CB

As respostas encontradas no presente trabalho para as variaacuteveis AP e FSPA foram

superiores as obtidas por Dalponte (1990) quando utilizado 0 esterco de curral para

produccedilatildeo de mudas de cebola

Segundo Filgueira (2000) os solos da regiatildeo produtora de cebola do RS satildeo

pobres em foacutesforo disponiacutevel (15 mg Kg1) necessitando portanto de adubaccedilotildees

fosfatadas elevadas As respostas aqui obtidas podem ser justificadas pelos teores de

foacutesforo contido no MB4

Follet et al (1981) citam a importacircncia do uso de compostos orgacircnicos no solo

enfatizando os estercos no sentido da decomposiccedilatildeo continuada no fornecimento de

nutrientes e na liberaccedilatildeo lenta e gradual de aacutecidos orgacircnicos influenciando a liberaccedilatildeo

do foacutesforo O que provavelmente pode ser atribuiacutedo agraves respostas encontradas no

presente trabalho para 0 tratamento Esterco de curral mais MB4 e Urina mais Calda

Bordalesa

E importante destacar que 0 sistema de produccedilatildeo de mudas de cebola sob uma

perspectiva agroecoloacutegica mostra-se eficiente quando visualmente natildeo percebe-se

diferenccedila significativa entre os tratamentos (Apecircndice F Figura 2)

Conveacutem ressaltar que quando trabalhamos com agroecologia natildeo existem

receitas nem pacotes tecnoloacutegicos prontos Cada situaccedilatildeo deveraacute ser estudada em

particular para que se faccedila recomendaccedilotildees adequadas ao ambiente local uma vez que

as plantas se adaptam ao meio estando a nutriccedilatildeo encarregada de proteger e manter o

equiliacutebrio do organismo vegetal em funccedilatildeo das alteraccedilotildees externas

E fundamental que se compreenda os princiacutepios norteadores de todo o processo

que satildeo as bases da luta por uma sociedade mais justa dentro de um mundo econocircmico e

ambientalmente mais sustentaacutevel

412 Anaacutelise do sistema radicular

Os resultados obtidos nas anaacutelises do sistema radicular (Tabela 2) mostram

diferenccedilas significativas entre as adubaccedilotildees para as variaacuteveis fitomassa fresca de raiz

(FFR) fitomassa seca de raiz (FSR) comprimento de raiz (CR) razatildeo parte

aeacutereasistema radicular (RPASR) e densidade de raiz (DR)

34

TABELA 2 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade de

raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAO DE BASE

S Magro + MB4 +Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

1540 c A 1576 b B 2427 a A

Fitomassa fresca (g)----------------1502 c B 1517 b AB 1658 b A 1446 c C 2336 a B 2360 a B

--------------------Fitomassa seca (g)-------------------196 b A 207 ab A 170 b A170 b A 199 b A 192 b A 344 a A 249 a B 327 a A

Comprimento de raiz(cm)---------------1237 b A 1158 b A 1158 a A1237 b A 1060 c B 1040 b B1433 a A 1296 a B 1040 b C

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t halsquo 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha de vermicomposto 45 t ha de vermicomposto60 t ha~ de esterco de curral__________________________ _________________________Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

-----Razatildeo Parte AeacutereaSistema Radicular------340 b AB 301c B 384 a A446 a A 415 b A 326 a B339 b B 546 a A 388 a B

-------------- Densidade de raiz (m cm3)------------367 a AB 414 a A 325 b B282 b B 301b B 405 a A347 ab A 231c B 324 b A

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base destacou-se o EC (60 t ha 1 de esterco de curral)

para as variaacuteveis FFR e FSR Quando adicionado o SM+U+CB os resultados para FFR

foram ainda melhores bem como o CR As respostas obtidas para a RPASR foram

variadas em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees apresentando melhores resultados para 15 VB (45 t

ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB e ainda melhor para EC (60 t ha 1 de esterco de

curral)+MB4 +U+CB As adubaccedilotildees de base 1 VB 15 VB e EC natildeo diferiram entre si

As adubaccedilotildees mais eficientes para a variaacutevel DR foram 1 VB+SM+U+CV que natildeo

diferiu da EC+SM+U+CB I VB+ MB4 +U+CB e agrave 15 VB foram melhores entre as

demais

35

Analisando os biofertilizantes em relaccedilatildeo a cada adubaccedilatildeo de base verifica-se que

para a 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB destaca-se a variaacutevel FFR

poreacutem sem diferenccedila significativa de 1 VB os melhpres resultados para a variaacutevel DR

foram encontrados pelo tratamento 1 VB+MB4 +U+CB e 15 VB (45 t ha 1 de

vermicomposto) tambeacutem se considera eficiente o 1 VB+SM+U+CB que natildeo diferiu do

EC (esterco de curral) Quando se utilizou 15 VB+ MB4 +U+CB houve resposta

significativa para a variaacutevel FFR para FSR as respostas natildeo foram diferentes com a

aplicaccedilatildeo dos biofertilizantes para as variaacuteveis FSR e DR as adubaccedilotildees EC e

EC+SM+U+CB natildeo diferiram entre si

Embora as respostas estatiacutesticas tenham sido diferentes para as adubaccedilotildees

combinadas ou natildeo pode-se salientar a importacircncia do aacutecido indol-aceacutetico como jaacute

citado anteriormente para as variaacuteveis avaliadas na parte aeacuterea das mudas de cebola

Respostas semelhantes nesse sentido foram encontradas para a cultura da alface por

Quijano (1999) e Morselli (2001)

Pereira et al (2002) concluiacuteram em trabalho realizado com a cultivar de cebola

CNPF1 6400 em Minas Gerais que a utilizaccedilatildeo de 20 t ha de esterco de curral

proporcionou os melhores resultados para a produccedilatildeo de cebola

Silva Juacutenior amp Giorgi (1992) e Menezes Juacutenior (1998) citam que doses elevadas

de mateacuteria orgacircnica podem prejudicar a primeira fase da germinaccedilatildeo (embebiccedilatildeo) e

absorccedilatildeo de aacutegua pelas raiacutezes das placircntulas No entanto no presente trabalho este fato

natildeo ocorreu embora a dose de esterco utilizada tenha sido de 60 t ha 1 (dose maacutexima

recomendada segundo Nolla 1982)

413 Anaacutelise de macronutrientes no tecido vegetal

Os resultados dos conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio no

tecido vegetal sob diferentes adubaccedilotildees encontrados na Tabela 3 indicam mais uma

vez a superioridade da adubaccedilatildeo esterco com 0 uso ou natildeo de biofertilizantes

36

TABELA 3 Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob

uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS i J B

ADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesamg plantas1

---- Nitrogecircnio-----30 t ha de vermicomposto 16593 c AB 15451 c B 19050 b A45 t ha de vermicomposto 21444 b A 22888 b A 17852 b B60 t ha de esterco de curral 32606 a C 37593 a B 40816 a A

--------------- ------ Foacutesforo------- -------------30 t ha de vermicomposto 3098 c B 2802 c B 3999 b A45 t ha de vermicomposto 4109 b A 4135 b A 2788 c B60 t ha de esterco de curral 5300 a B 7577 a A 7565 a A

------- Potaacutessio------30 t ha de vermicomposto 24327 c A 19900 c B 24965 b A45 t ha de vermicomposto 29113b A 29812 b A 22031 b B60 t ha de esterco de curral 44070 a B 51976 a A 54101 a A

-------- Caacutelcio-------30 t ha de vermicomposto 5027 c A 4356 c A 4834 b A45 t ha de vermicomposto 6114b A 6963 b A 4379 b B60 t ha de esterco de curral 9030 a C 11451 a A 10331 a B

------Magneacutesio-----30 t ha de vermicomposto 1188 b A 914 c A 1202 b A45 t ha de vermicomposto 1231 b B 1582 b A 1176 b B60 t ha de esterco de curral 2136a B 2443 a A 2663 a AMeacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base observa-se que o melhor tratamento foi o

esterco de curral para todas as variaacuteveis Para 1 VB (30 t ha^ 1 de vermicomposto) natildeo

houve resposta diferenciada com o uso de bofertilizantes para todas as variaacuteveis A

adubaccedilatildeo 15 VB (45 t ha 1 de vemicomposto) foi influenciada pelos biofertilizantes

para as variaacuteveis N P K e Ca enquanto que para Mg somente o MB4+U+CB o

influenciou O EC (esterco de curral) mostrou diferenccedila significativa apenas para as

variaacuteveis Ca e Mg quando adicionado MB4+U+CB

Segundo Peixoto (2000) eacute fundamental a adiccedilatildeo de adubos orgacircnico no cultivo de

hortaliccedilas seja na forma de esterco decomposto composto ou huacutemus de minhoca de

37

modo a fornecer melhorias nas propriedades do solo vindo a disponibilizar os nutrientes

as diferentes culturas

O esterco fresco conteacutem muita cama celuloacutesica e um elevado teor de aacutegua No

esterco curtido a celulose jaacute estaacute decomposta o teor de aacutegua estaacute reduzido agrave metade e os

nutrientes em uma forma mais assimilaacutevel e mais concentrada O esterco fresco pode

causar uma deficiecircncia temporaacuteria de nitrogecircnio no solo ao se decompor o que natildeo

acontece com o biestabilizado (Kiehl 1985)Ocorre uma diminuiccedilatildeo inicial no volume

de aacutegua retido no esterco de curral diminui inicialmente em tomo de 3581 liberando

posteriormente somente 496 evidenciando a sua capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua

(Menezes Juacutenior 1998)

A utilizaccedilatildeo continuada de adubos nitrogenados minerais no solo altera o balanccedilo

do nitrogecircnio entre o solo e planta No meacutetodo biodinacircmico eacute sublinhada a importacircncia

dos adubos animais para o estabelecimento da fertilidade permanente dos solos (Koeff

et al 1983)

Para Guimaratildees (1997) os benefiacutecios que a mateacuteria orgacircnica imprime ao solo

principalmente melhorando a produtividade fertilidade e a influencia que as substancias

huacutemicas exercem sobre o ambiente dependem da qualidade e do teor de mateacuteria

orgacircnica do solo Estas substacircncias por conterem nutrientes em sua constituiccedilatildeo em uma

forma mais disponiacutevel para as plantas promovem um equiliacutebrio no ambiente no solo

(Kononova 1966)

Aproximadamente de 60 a 70 do total de carbono do solo ocorre na forma de

materiais huacutemicos (Griffith amp Schnitzer 1975) sendo a eles atribuiacutedo a manutenccedilatildeo da

bioestrutura do solo aumentando a capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua (Brady 1999)

Conforme Compagnoni amp Putzolu (1985) os estercos bem como os demais

resiacuteduos orgacircnicos apresentam conteuacutedos diferentes de aacutecidos huacutemicos e fuumllvicos sendo

atribuiacutedo ao acido huacutemico uma accedilatildeo fitoestimulante semelhante aos fitohormocircnios por

favorecer o desenvolvimento do sistema radicular e crescimento do caule

Em trabalho realizado por Guimaratildees (1997) foi encontrado para aacutecidos huacutemicos

de esterco bovino uma relaccedilatildeo CN 1035 e para vermicomposto bovino 17

evidenciando que o esterco quando aplicado ao solo por apresentar uma relaccedilatildeo CN

proacutexima deste reage mais facilmente liberando nutrientes para as plantas sem alterar a

cadeia troacutefiacuteca Dados encontrados no presente trabalho demonstram a eficiecircncia do

esterco nesse sentido

38

De acordo com Morselli (2001) vaacuterios trabalhos citam comentam e discutem a

capacidade dos vermicompostos em proporcionar oacutetimas colheitas e favorecer a

precocidade das plantas cultivadas Poreacutem muitas vezes se observa que mesmo

suprindo essas plantas com nutrientes necessaacuterios atraveacutes de huacutemus de diferentes fontes

as respostas natildeo satildeo as mesmas para uma mesma cultivar

Por outro lado os resultados com o uso de substacircncias huacutemicas satildeo variaacuteveis e

dependem aleacutem da espeacutecie testada das substacircncias huacutemicas utilizadas sua

concentraccedilatildeo o grau de purificaccedilatildeo e das condiccedilotildees experimentais A resposta das

plantas aos aacutecidos huacutemicos e fuacutelvicos eacute dependente da mateacuteria prima original e da

espeacutecie vegetal pois materiais orgacircnicos diferentes apresentam aacutecidos huacutemicos e

fuacutelvicos diferentes (Businelli 1990)

Justificam-se os maiores conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio e caacutelcio nas

adubaccedilotildees 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e biofertilizantes devido

provavelmente ao vermicomposto utilizado apresentar na sua constituiccedilatildeo teores

consideraacuteveis destes elementos aleacutem do que os biofertilizantes possam ter influenciado

na absorccedilatildeo atraveacutes de sua constituiccedilatildeo Tibau (1984) considera que a urina de vaca eacute

rica em aacutecido indol-aceacutetico e este influencia na absorccedilatildeo radicular O efeito positivo

deste tratamento provavelmente seja devido agrave quantidade aplicada

O biofertilizante que se destacou foi o MB4+U+CB em relaccedilatildeo ao EC (esterco de

curral) e eacute somente para a variaacutevel caacutelcio Isto provavelmente seja devido ao alto teor

deste elemento encontrado na sua constituiccedilatildeo (6872 g Kg1) e pela influecircncia positiva

que a calda bordalesa exerce no metabolismo das plantas atraveacutes dos nutrientes

contidos em sua formulaccedilatildeo O Ca controla a absorccedilatildeo radicular e retorna ao solo pelo

esterco e palhas por apresentar-se em maior quantidade em folhas e caules Depois de

localizado nas folhas fica imoacutevel favorecendo a resistecircncia da planta ao ataque de

fungos

Este trabalho avanccedila no estudo da agroecologia estando claro que todos os

criteacuterios tem caraacuteter dinacircmico de adequaccedilatildeo as mudanccedilas de um sistema de produccedilatildeo

em evoluccedilatildeo contribuindo na transiccedilatildeo para um padratildeo sustentaacutevel Cabe a pesquisa a

reorientaccedilatildeo para um enfoque ldquosistecircmicordquo isto eacute que permita integrar os diversos

componentes de um agroecossistema e a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas que promovam 0

fortalecimento e a expansatildeo da agricultura familiar

39

5 CONCLUSOtildeES

Considerando os resultados obtidos e as condiccedilotildees em que o estudo foi realizado

conclui-se que

bull As respostas agronocircmicas das mudas de cebola para os paracircmetros avaliados

satildeo mais satisfatoacuterias com a aplicaccedilatildeo de esterco de curral como adubaccedilatildeo de

base

bull Os biofertilizantes mais urina de vaca e calda bordalesa proporcionam

respostas satisfatoacuterias quando aplicados associados agraves adubaccedilotildees de base

bull O biofertilizante MB4 mais urina de vaca e calda bordalesa eacute mais eficiente

que o super magro mais urina e calda bordalesa quando aplicado associado agrave

adubaccedilatildeo de base esterco de curral para os conteuacutedos de fitomassa secae

fresca da parte aeacuterea das plantas altura e diacircmetro de colo das mudas de

cebola

bull Os biofertilizantes adicionados agrave adubaccedilatildeo de base 45 t harsquo 1 de vermicomposto

bovino mostram respostas significativas para os conteuacutedos de fitomassa seca

bull Os maiores conteuacutedos nutricionais para as mudas de cebola satildeo

proporcionados pela adubaccedilatildeo de base esterco de curral

bull A maior absorccedilatildeo de caacutelcio pelas mudas de cebola ocorre quando da adiccedilatildeo do

biofertilizante MB4 mais urina e calda bordalesa agrave adubaccedilatildeo de base esterco de

curral

40

6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ALDRIGHI CB ABREU CM PAGLIA AG MORSELLI TBGA FERNANDES HS Efeito da aplicaccedilatildeo de biofertilizante e urina de vaca em mudas de tomateiro Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

ALTIERI M NICHOLLS C I Agroecologia Teoria praacutectica para umaAgricultura Sustentable Ia ed PNUMA 2000 Cap 2 4 Seacuterie textos baacutesicos para la formacioacuten ambiental

ALTIERI M Agroecologia bases cientiacuteficas para uma agricultura sustentaacutevelGuaiacuteba Agropecuaacuteria 2002 592 p

ANTONIOLLI Z I GIRACCA E M N CARDOSO S J T WIETHAN M M S FERRI M Iniciaccedilatildeo agrave Minhocultura Criaccedilatildeo em Cativeiro e Vermicompostagem Santa Maria UFSM 1996 p59-89

BAYER C MIELNICZUC J Dinacircmica e funccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica In SANTOS G de A S e CAMARGO F A de O (ed) Fundamentos da mateacuteria orgacircnica do solo ecossistemas tropicais e subtropicais Porto Alegre Genesis 1999 p 3-23

BARRETTO D X Composto Orgacircnico In Praacutetica em Agricultura Orgacircnica Satildeo Paulo iacutecone Ed Ltda 1985 p 51-63

BETTIOL W Alguns produtos alternativos para o controle de doenccedilas de plantasem agricultura orgacircnica II Ciclo de palestras sobre agricultura orgacircnica Instituto Bioloacutegico Satildeo Paulo p52-63 1997

41

BETTIOL W TRACH R GALVAtildeO JAH Controle de doenccedilas de plantas com biofertilizantes Jaguariuacutena EMBRAPA-CNPMA 1997 22p (EMBRAPA- CNPMA Circular Teacutecnica 02)

BRADY N C Natureza e propriedades dos sotos Rio de Janeiro Freitas BastosS A 1979 647p

BRADY N C Organisms and ecology of the soil In The nature of properties of soils Simon amp Schuster A Viacon Company New Jersey1999 402-489p

BON1LLA J A Fundamentos da Agricultura Ecoloacutegica Sobrevivecircncia eQualidade de Vida Satildeo Paulo Nobel 1992

BUREacuteS S Substratos Ediciones Agroteacutecnicas S L Madrid Octubre 1997

BUS1NELLI M Chemical Composition and Enzymic Activity of some Worm Cast Plant Soil v 80 p 1-2 1990

CALEGARI A Espeacutecies para cobertura de solo In IAPAR (Instituto Agronocircmico de Paranaacute) Plantio Direto pequena propriedade sustentaacutevel organizador Moacir Darolt Londrina - PR 1998 65-93

CAMARGO P N D Manual de Adubaccedilatildeo Foliar Satildeo Paulo Herba 1975

CAPRA F A Teia da Vida Satildeo Paulo Cultrix 1997 256p

CAPRA F O Ponto de Mutaccedilatildeo 22 ed Satildeo Paulo Cultrix 2001 447p

CHABOUSSOU F Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da Trofobiose) Porto Alegre LPM 1987 253 p

CLARO S A Referencias tecnoloacutegicos para a agricultura familiar ecoloacutegica aexperiecircncia da Regiatildeo Centro-Serra do Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS-ASCAR 2001 250p

CLIVELA G Diagnoacutestico Agronocircmico da cebola no Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS 1995 8 6 p

COMISSAtildeO DE FERTILIDADE DO SOLO - RSSC Recomendaccedilotildees de adubaccedilatildeo e calagem para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina 3 ed Passo Fundo SBCS - Nuacutecleo Regional Sul 1995 223p

COMPAGNONI L PUTZOLU G Cria moderna de Ias lombrices y utilizacioacutenrentable dei humus Barcelona Editorial de Vecchi- SA 1985127p

COSTABEBER J A MOYANO E Transiccedilatildeo agroecoloacutegica e accedilatildeo social coletiva Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v l n4 p 50- 60 outdez 2 0 0 0

42

COSTA M B B da Adubaccedilatildeo orgacircnica Nova siacutentese e novo caminho para aagricultura Satildeo Paulo Ed iacutecone Ltda 1985 102p

COSTA NETO C Agricultura Sustentaacutevel Tecnologias e Sociedade In CARVALHO COSTA LF et al (org) Mundo Rural e Tempo Presente Rio de Janeiro Mauad 1999

DrsquoAG0ST1NI R L FANTINI A C Produccedilatildeo orgacircnica tambeacutem socialmente excludente Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v3 n l p57-61 2002

DALPONTE J C V Utilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos e fertilizante mineral na produccedilatildeo e qualidade de mudas e bulbos de cebola (Alliurn Cepa L) Pelotas-RS 1990 (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1990

DEBARBA J F THOMAZELLI L F GANDIN C L SILVA E Cadeias produtivas do Estado de Santa Catarina Cebola Florianoacutepolis Epagri 1998 115 p (EPAGRI Boletim Teacutecnico 96)

DUFOUR F Os saacutebios loucos do agro-alimentar Le Monde Diplomatique ano 1 n4 p6-7 1999 (ed portuguesa)

EHLERS E Agricultura Sustetaacutevel Origem e perspectivas de um novo paradigma 2 ed Guaiacuteba Agropecuaacuteria 1999 157 p

FILGUEIRA F A R Novo Manual de olericultura agrotecnologia moderna na produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 2000 402 p

FRASER G K Mateacuteria Orgacircnica Del Suelo In BEAR F E (ed) Quiacutemica dei Suelo Madrid Ed Agrociencia 1963

FOLLET R H MURPHY L S DONAHUE R L Fertilizers and soil amendments New Jersey Printice-Hall Inc 1981 557p

GARCIA A Revista dei Espacio Rural Georgica Zaragoza Escuela Politeacutecnica de Huesca n5 1997

GARCIA A Versatildeo preliminar de um Programa Estadual de Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Bulbos e Sementes de CebolaEMBRAPAIPAGROMARAEMATER 6 8 pbdquo 1990 (Publicaccedilatildeo avulsa)

GIORGETT1 J R Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Mudas de Tomate In Encontro Nacional de Produccedilatildeo e Abastecimento de Tomate 2 1991 Jaboticabal Satildeo Paulo Anais Jaboticabal UNESP 1991 p 242-244

GLIESSMAN S R Agroecologia Processos ecoloacutegicos em agricultura sustentaacutevelPorto Alegre Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS 2000 653p

43

GLIESSMAN S R TURRIALBA C R Agroecologia Procesos Ecoloacutegicos en Agricultura Sostenible CATIE 2002 p 3-14

GNOATTO S C Caracterizaccedilatildeo quiacutemica de vermicompostos de diferentes substratos orgacircnicos Pelotas-RS 1999 38 f (Mestrado em Agronomia - Solos) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

GOMES J C C BORBA M F S A moderna crise dos alimentos oportunidade para a agricultura familiar Emater Porto Alegre julset 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwematertchebrdocsagroecorevistan313-artigo3htmgtAcesso em 24 fev 2002

GOMEZ H W Desenvolvimento sustentaacutevel agriacutecola e capitalismo In Desenvolvimento sustentaacutevel Necessidade eou disponibilidade Santa Cruz do Sul Nobel - UNISC 1997 p 65-77

GONZAacuteLEZ DE MOLINA M SEVILLA GUZMAacuteN E Ecologia campesinado e historia Para una reinterpretacioacuten dei desarrollo dei capitalismo en la agricultura In SEVILLA GUZMAacuteN E GONZAacuteLEZ DE MOLINA M (ed) Ecologia campesinado e historia Madrid La Piqueta 1993 p 23-129

GRIFFITH S A SCHNITZER M Analytical characteristic of humic and fulvic acids extracted from tropical volcanic soils Soil Sei Soc Am Proc v 39 p361-367 1975

GUIMARAtildeES E Caracterizaccedilatildeo quiacutemica estreptoscoacutepica e por anaacutelise teacutermica de aacutecidos huacutemicos e vermicompostos obtidos de estercos de diferentes animaisCuritiba 1997 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Quiacutemica) Universidade Federal do Paranaacute 1997

HESS A F Sociedade e meio ambiente uma relaccedilatildeo ambiacutegua Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v 4 n2 p 167-1741999

ICEPA-SC Informes conjunturais sobre a cultura da cebola Disponiacutevel em lthttpwwwicepa combrgt Acesso em 23 jan 2003

JONES H A MANN L K Onions and their allies New York Interscience Publishers 1962 286 p

JUacuteNIOR H A de MAIORANO J A Receitas obtidas de extratos de plantasCampinas CATITerra Viva [199-] 10 f

KHATOUNIAN C A Ciclo de Palestras sobre Agricultura Orgacircnica 2a Ed SatildeoPaulo Fund Cargill 1997 149 p

KIEHL E J Fertilizantes Orgacircnicos Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1985 492p

44

KOEFF H H PETTERSSON B D SHAUMANN W Vida Vegetal solos e adubaccedilatildeo In Agricultura Biodinacircmica Satildeo Paulo Nobel 1983 p92-149

KONONOVA M M Soil organic matter The importance o f organic matter in soil formation and soil fertility New York Pergamqn Press 1961 p 165-200

KUHN T A Estrutura das Revoluccedilotildees Cientiacuteficas Satildeo Paulo Perspectiva 1989 257p

LANNA FCA ABREU C L ABREU J G SILVA V Resposta de cultivares de melancia cultivadas sob adubaccedilatildeo quiacutemica e orgacircnica Horticultura v 12 n l p85 1994

LEFF H Saber Ambiental Petroacutepolis Vozes 2001 343 p

MAGALHAtildeES J R Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo da cebola In FERREIRA M E CASSTELLANE P D CRUZ M C P Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo de hortaliccedilasPiracicaba POTAFOS 1993 p 381-393

MALAVOLTA E Elementos de nutriccedilatildeo mineral de plantas Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1980 251 p

MALAVOLTA E Manual de Quiacutemica Agriacutecola - Adubos e Adubaccedilatildeo 3a ed SatildeoPaulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1981 606 p

MARTINEZ A A A grande e Poderosa Minhoca Jaboticabal Funep - Unesp1990 101 p

MARTINS S R Desenvolvimento e Sustentabilidade Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v20 n2 julho 2002 Palestra apresentada no 42deg Congresso Brasileiro de Olericultura

MARTINS S R Limites Del Desarrollo Sostenible em Ameacuterica Latina En el marco de Ias poliacuteticas de (re)ajuste econocircmico Pelotas Editora UFPel 1997 135 P-

MARTINS S R Sustentabilidade na agricultura dimensotildees econocircmicas sociais e ambientais Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v4 n 2 p 175-1871999

MATURANA H REZEPKA S N D E Formaccedilatildeo Humana e Capacitaccedilatildeo Rio de Janneiro Vozes 2000 8 6 p

MELLO A F SOBRINHO M O ARZOLLA S SILVEIRA R NETTO A C KIEHL J C Fertilidade do Solo Satildeo Paulo Nobel 1983

MENEZES JUacuteNIOR F O G D Caracterizaccedilatildeo de Diferentes substratos hortiacutecolas e seu efeito na produccedilatildeo de mudas de alface e couve-flor em ambiente protegido Pelotas 1998 141 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1998

45

MIBASA Mineraccedilatildeo Barreto SA Melhorador de Solos MB4 A Natureza Agradece Arapiraca-AL [199-] Folder

MINAMI K Os resumos da olericultura 2000 In AZEVEDO FILHO MARTINEZ FILHO (ed) Preccedilos agriacutecolas Piracicaba ESALQ 1999 p 4

MINAMI K Produccedilatildeo de Mudas de Alta Qualidade em Horticultura Satildeo Paulo TA Queiroz 1995

MORSELLI T B G A Cultivo sucessivo de alface sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegidoPelotas 2001 178 p Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2001

MORSELLI T B G A Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Poliacutegrafo da Disciplina de Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia-Produccedilatildeo Vegetal UFPel 2002

MULLER AM Efeitos da Aplicaccedilatildeo Foliar de um Biofertilizante Enriquecido no Estado fitossanitaacuterio de Tomate Ervilha e Beterraba Sob Manejo OrgacircnicoDissertaccedilatildeo (Mestrado no Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agroecossistemas)1999 (Resumo)

NOLLA D Erosatildeo do Solo - O grande desafio Estado do Rio Grande do Sul SEAGRI desenvolvimento de recursos naturais renovaacuteveis 1982 412 p

PAGLIA AG MORSELLI TBGA PEIL RMN Teores de nutrientes pH e condutividade eleacutetrica da aacutegua em sistema ldquofloat^ngrdquo sob adiccedilatildeo de biofertilizantes Horticultura Brasileira v 20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PAULUS G MULLER A BARCELLOS LAR Agroecologia aplicada praticas e meacutetodos para uma agricultura de base ecoloacutegica 2ed ver ampl Porto Alegre EMATERRS 2001 8 6 p

PEIXOTO R T dos G Composto orgacircnico aplicaccedilotildees benefiacutecios e restriccedilotildees de uso Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 18 p 56-64 julho 2000

PENTEADO SR Defensivos Alternativos e Naturais Satildeo Paulo 1999 95 p

PEREIRA AJ SOUZA RJ PEREIRA WR Efeito de diferentes doses de esterco de galinha e de curral sobre a produccedilatildeo de cebola Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PINHEIRO S BARRETO SB MB-4 agricultura sustentaacutevel trofobiose e biofertilizantes Fundaccedilatildeo Juquira CandiruMibasa 2000 273 p

PRIMAVESI A Agricultura Sustentaacutevel Satildeo Paulo Nobel 1992 142 p

PRIMAVESI A O manejo ecoloacutegico do solo Agricultura em regiotildees tropicais SatildeoPaulo Nobel 1982 541 p

46

PURCINO A A C ldquoNitrogecircniordquo Informe Agropecuaacuterio Belo Horizonte v7 n81 p 16-27 1981

QUIJANO F G Efeito da adubaccedilatildeo orgacircnica no desenvolvimento de duas cultivares de alface em ambiente protegido Pelotas 1999 116f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

RODRIGUES A N N Efeitos e residuais de superfosfato triplo sobre o rendimento de mateacuteria seca e absorccedilatildeo de foacutesforo pela aveia (Avena strigosa Schob) em solo Podzoacutelico Vermelho Escuro Porto Alegre 1984 59f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia UFRGS 1984

RODRIGUES E T CASALI V W D Respostas da alface agrave adubaccedilatildeo orgacircnica II Teores conteuacutedos e utilizaccedilatildeo de macronutrientes em cultivares Rev Ceres Viccedilosa v 45 n 261 p 437-449 1998

SAMINEcircS T C O Produccedilatildeo orgacircnica de alimentos Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 17 n3 novembro 1999

SCHIEDECK G Ambiecircncia e resposta agronocircmica de meloeiro (Cucumis melo L) cultivado sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegido Pelotas lOOp Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2002

SILVA JUacuteNIOR A A GIORGI E Substratos alternativos para a produccedilatildeo de mudas de tomate Agropecuaacuteria Catarinense Florianoacutepolis EPAGRI 1992 23 p

SILVA JUacuteNIOR A A MACEDO S G STUKER H Utilizaccedilatildeo de esterco de peru na produccedilatildeo de mudas de tomateiro Florianoacutepolis EPAGRI 1995 28 p (Boletim Teacutecnico 73)

TAGLIARI PS GRASSMANN H Minhoca a grande aliada da agricultura Agropecuaacuteria Catarinense v8 n l p 11-14 mar 1995

TEDESCO M J GIANELLO C Anaacutelises de solo plantas e outros materiais Porto Alegre Faculdade de Agronomia Departamento de Solos Universidade Federal do Rio Grande do Sul RS 1996

TENNANT D A Test of modified line intersect method of estimating root lenght Journal Ecology Oxford v 63 p 995-1001 1975

TIBAU A O Mateacuteria Orgacircnica do Solo Mateacuteria Orgacircnica e Fertilidade do SoloSatildeo Paulo Nobel 1984 p49-182

TIMM P J Anaacutelise comparativa dos sistemas de plantio convencional e cultivo miacutenimo de cebola sob adubaccedilatildeo orgacircnica e mineral Pelotas 2000 79 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2000

47

VALENZUELA HR CROSBY C Effect of compost applications on the yield of several vegetables in long-term organic farming experiments conduced in the tropics American Society Horticultural Science v33 n3 june 1998

VIGLIZZO E (ed) Subprograma Recursos Naturais y Sostenibilidad Agriacutecola documento marco Montevideo IICAPROCISUR 1995 p 75 - 78

WE1D J M TARDIN J M Proposta para a Ampliaccedilatildeo do Trabalho da ASPTA no Centro Sul do Paranaacute ASPTA Disponiacutevel em http wwwpronafgovbrEncontrotestosAS20PTA20Sul20ParanE1205 202002doc Acesso em 05 mai 2002

XAVIER SIMOacuteN F DOMINGUES D G Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel uma perspectiva agroecoloacutegica Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre EM ATERRS v2 n2 p 17-26 2001

ZABALETA J P Diagnoacutestico da Agricultura Familiar em Satildeo Joseacute do Norte - RSPelotas EMBRAPA-CPACT 1998 75 p (EMBRAPA-CPACT Documentos 44)

ZONTA E P MACHADO A A SILVEIRA P Sanest Sistema de anaacutelise estatiacutestica para microcomputadores Registrado na Secretaria Especial de Informaacutetica sob nuacutemero 066060 - categoria A Pelotas-RS Universidade Federal de Pelotas 1984

48

7 APEcircNDICE

APEcircNDICE A - Anaacutelise da adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes utilizados na produccedilatildeo de mudas de cebola

TABELA 1 A Anaacutelise baacutesica do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo miuacutedo + papua

Arg

pH IND

SMP

MO

P - n r - Na Al Ca__10Omlmdash

Mg

ppm -

6 53 67 089 8 6 27 1 04 05 0 2

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 2A Anaacutelise complementar do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo-miuacutedo + papua

Cobre Zinco Manganecircs Ferro

(m v1)

04 05 26 007

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

49

TABELA 3A Anaacutelise dos fertilizantes soacutelidos

Amostra pH limidade CN

C N P K Ca Mg

- g-ivg --

Cama de 849 2491 12 31042 2479 3888 3405 29875 463

aves

Esterco 74 3594 11 677 590 157 134 335 214

de curral

Huacutemus 684 5738 14 15965 1098 453 745 743 361

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 4A Anaacutelise quiacutemica dos biofertilizantes liacutequidos

Amostra N P K_ccedil H

Ca Mg Cu Zn Fe Mn

mdashgL bull

S Magro

m b 4

Urina

053

1652

8 2 2

008

395

0 0 0

149

1674

471

1902

6872

0 0 0

1150

4507

1172

7273

42

033

101389

920

0 0 0

6250

19458

781

35273

1123

0 2 1

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

50

APEcircNDICE B - Condiccedilotildees climaacuteticas do local

TABELA 1B Condiccedilotildees de temperatura do local

___________ __________TEMPERATURA (degCgt

meses Meacutedia

Maacutexima

Meacutedia

MiacutenimaMeacutedia

Maacutexima

Absoluta

Miacutenima

Absoluta

Junho 225 87 156 320 25

Julho 225 85 155 285 30

Agosto 251 71 161 360 1 0

Fonte FEPAGROSCT 2002

TABELA 2B Condiccedilotildees de chuva do local

mdash CHUVA (mm)mdash

meses Ocorrida Normal Desvio Da Normal

Junho 1080 1 1 0 -2 0

Julho 1062 98 8 2

Agosto 1283 1 2 0 83

Fonte FEPAGROSCT 2002

51

TABELA 1C Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

APEcircNDICE C - Anaacutelise estatiacutestica da parte aeacuterea

Causas G1 FFPA FSPA AP DC

da variaccedilatildeo --------- Quadrados meacutedios-

Blocos 3

Ad Base 2 175359071 1287102 2547419 1 11775

Biofertilizantes 2 126876 29011 87669ns 02185ns

Ad x Biofert 4 572378 31123 69106ns 04159

Resiacuteduo 24 34456 03048 27169 00290

Total 35

Meacutedia geral 93745 8772 320388 6741

CV 1980 6294 5145 2530

Significativo a 5ns Natildeo significativo

52

TABELA 1D Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade

de raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

APEcircNDICE D - Anaacutelise estatiacutestica da raiz

Causas G1 FFR FSR CR RPASR DR

da variaccedilatildeo Quadrados meacutedios---------------

Blocos 3

Ad Base 2 27874 551 623 2 1 0 140

Biofertilizantes 2 178 0 1 0 ni 1504 l03ns 038ns

Ad x Biofert 4 190 058 318 294 183

Resiacuteduo 24 005 009 028 023 0 2 1

Total 35

Meacutedia geral 1818 228 184 387 333

C V 134 1356 448 1253 1396

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

53

APEcircNDICE E - Anaacutelise estatiacutestica dos macronutrientes da parte aeacuterea da cebola

TABELA 1E Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mud^s de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

Causas G1 bull N P K Ca Mg

da variaccedilatildeo

Blocos 3

Ad Base 2 13550306 446627 25509686 1031806 59007

Biofertilizantes 2 180610ns 16564 68153ns 39006 876ns

Ad x Biofert 4 454187 45743 1047539 46950 2464

Resiacuteduo 24 29769 1453 64313 3741 439

Total 35

Meacutedia geral 24921 4597 33366 6943 1615

C V 692 829 760 880 1297

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

APEcircNDICE F - Fotos do experimento

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob uma perspectiva agroecoloacutegica

APEcircNDICE F a Fotos do experimento

FIGURA 1 Adubaccedilatildeo verde com feijatildeo-miuacutedo e papuatilde utilizadas no manejo do solo

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob urna perspectiva agroecoloacutegica

Page 28: PRODUÇÃO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L.) SOB …orgprints.org/24883/1/Paglia_Produção.pdf · vaca mais calda bordalesa; MB4+U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

18

pela adiccedilatildeo de materiais orgacircnicos capazes de elevar e manter a produtividade do solo

Da decomposiccedilatildeo dos resiacuteduos orgacircnicos adicionados ao solo resulta a liberaccedilatildeo de

grande quantidade de nutrientes principalmente o nitrogecircnio o potaacutessio e o enxofre

Aleacutem disso diversos atributos quiacutemicos e fiacutesicos do solo satildeo alterados pela

decomposiccedilatildeo desses resiacuteduos destacando-se o aumento da capacidade de troca de

caacutetions o aumento da retenccedilatildeo de aacutegua a melhoria da estabilidade dos agregados e da

aeraccedilatildeo (Fraser1963 Malavolta 1981 Mello et al 1983 Bonilla 1992)

Segundo Purcino (1981) quando a relaccedilatildeo CN eacute menor que 30 como no caso do

esterco de curral ou da palha de leguminosas a disponibilidade de nitrogecircnio eacute

imediata mas acima deste valor ocorre imobilizaccedilatildeo crescente deste nutriente Por esse

motivo estes materiais devem ser submetidos a uma degradaccedilatildeo bioloacutegica antes de

serem adicionados ao solo

25 Biofertilizantes

No Brasil ocorrem problemas crescentes com materiais derivados de sistemas

intensivos de criaccedilatildeo animal que acumulam resiacuteduo^ orgacircnicos com graves problemas

de contaminaccedilatildeo de cursos de aacutegua que na maioria das vezes se acumulam em um

uacutenico lugar e natildeo satildeo reciclados (Viglizzo 1995)

Visando amenizar tais situaccedilotildees os meacutetodos alternativos de adubaccedilatildeo controle de

doenccedilas pragas e plantas indesejaacuteveis tecircm sido muito estudado Dentro dessa linha de

pesquisa destaca-se o uso de mateacuteria orgacircnica atraveacutes tanto de sua incorporaccedilatildeo ao

solo como de sua transformaccedilatildeo para uso posterior na forma de biofertilizantes

(Khatounian 1997 Bettiol et al 1997)

Na complexa e elevada comunidade microbiana dos biofertilizantes encontram-se

bacteacuterias fungos leveduriformes filamentosos e actinomicetos (Bettiol apud Penteado

1999)

O agregado de macro e micronutrientes periodicamente ativa e enriquece a

fermentaccedilatildeo O uso de farinha de rocha tem sido vantajoso por ter baixo custo

comparado com os sais concentrados e purificados aleacutem de trazer alguns elementos

traccedilos de vital importacircncia para os microrganismos do solo como por exemplo o Gaacutelio

o Iodo e o Vanaacutedio (M1BASA 199-) O agregado de farinha de rocha ou sais

purificados ao fermentado faz com que estes nutrientes passem a fazer parte dos

microrganismos ou dos produtos orgacircnicos liberados durante a fermentaccedilatildeo sendo que

19

o ataque dos microrganismos atraveacutes de suas enzimas consegue liberar os elementos natildeo

atacados pelos aacutecidos industriais (Pinheiro amp Barreto 2000)

Os biofertilizantes tecircm sido empregados na agricultura ecoloacutegica como adubo

foliar para aumentar a resistecircncia contra pragas e doenccedilas Aleacutem disso o processo de

produccedilatildeo eacute bastante simples e por isso eacute viaacutevel sua produccedilatildeo na propriedade desde que

tenha esterco disponiacutevel (Penteado 1999)

Bettiol et al (1997) verificaram a presenccedila de diferentes espeacutecies de fungos

fiacutelamentosos e leveduriformes e bacteacuterias entre elas Bacillus spp na comunidade

microbiana do biofertilizante produzido segundo meacutetodo adotado pelo Centro de

Agricultura Ecoloacutegica Ipecirc Os autores verificaram ainda uma reduccedilatildeo da comunidade

microbiana ao longo da digestatildeo reduccedilatildeo essa mais acentuada logo apoacutes o acreacutescimo

dos sais contendo micronutrientes A accedilatildeo dos sais pode ser tanto por aumento na

pressatildeo osmoacutetica quanto pelo efeito direto sobre os microrganismos Para o controle de

doenccedilas de plantas satildeo importantes a presenccedila dos metaboacutelitos produzidos pelos

organismos presentes no biofertilizante e os proacuteprios microrganismos vivos

Os microrganismos transformam o material orgacircnico (esterco soro de leite caldo

de frutas palhas restos industriais etc) e cinzas produzindo vitaminas aacutecidos e sais

complexos importantes para regular e tonificar o metabolismo das plantas impedindo o

desenvolvimento de pragas e doenccedilas (Pinheiro amp Barreto 2000)

Em estudos feitos com o biofertilizante liacutequido de bovinos foi observado a

presenccedila de inuacutemeros microorganismos como bacteacuterias leveduras e bacilos

principalmente do Bacillus subtilis Estes microorganismos sintetizam substacircncias

antibioacuteticas as quais demonstram ter grande accedilatildeo e eficiecircncia como substacircncias

fungiostaacuteticas e bacteriostaacuteticas de fitopatoacutegenos causadores de danos em lavouras

comerciais (Penteado 1999)

Aldrighi et al (2002) realizaram trabalho na UFPel relacionado agrave nutriccedilatildeo de

mudas de tomate (Floradade) produzidas no sistema ldquofloatingrdquo Utilizaram-se doses de

0 2 5 e 10 para o biofertilizante Super Magro e 0 e 1 para a urina de vaca

Concluiacuteram que estes natildeo interferem na produccedilatildeo das mudas e que provavelmente foi

influenciado pelo substrato utilizado (vermicomposto 75 e casca de arroz carbonizada

25) bem como o sistema de produccedilatildeo (floating)

Paglia et al (2002) citam que eacute possiacutevel produzir mudas de tomate (cultivar

Floradede) utilizando urina de vaca e biofertilizante Super Magro na aacutegua em sistema

ldquofloatingrdquo em trabalho realizado na UFPel O uso da urina de vaca a 1 e 5 e

20

biofertilizante Super Magro a 6 proporcionam uma elevaccedilatildeo do foacutesforo bem como o

Super Magro a 6 eleva os teores de Mg e Ca na aacutegua

251 Urina de vaca

As urinas de vaca contecircm nutrientes favoraacuteveis ao bom desenvolvimento das

plantas como potaacutessio soacutedio nitrogecircnio enxofre magneacutesio caacutelcio foacutesforo e traccedilos de

outros elementos Nas plantas funciona como um fertilizante natural tomando-as mais

resistentes ao ataque das pragas e doenccedilas Satildeo encontradas tambeacutem na urina outras

substacircncias como fenoacuteis e principalmente o catecol que esta associado agrave recuperaccedilatildeo

de plantas atacadas por fitopatoacutegenos por ser um produto anti-seacuteptico (Penteado 1999)

Para seu emprego a urina receacutem coletada deve ser armazenada sob condiccedilotildees

ambientais por trecircs dias para que se forme amocircnio importante produto a ser absorvido

pelas plantas Recomenda-se ainda que o armazenamento deva ser feito em recipiente

fechado para que natildeo ocorram perdas de nitrogecircnio Desta forma poderaacute permanecer

por ateacute um ano sem comprometer sua eficiecircncia

Em hortaliccedilas o uso da urina de vaca eacute recomendado em pulverizaccedilotildees foliares

semanais na concentraccedilatildeo de 05 para tomateiro pimentatildeo pepino feijatildeo vagem e

couve ou quinzenais a 1 para as culturas do quiabeiro jiloeiro e berinjela Para

fruteiras em geral a primeira aplicaccedilatildeo deve ser na concentraccedilatildeo aproximada de 5

realizada diretamente no solo e mensalmente devem ser realizadas pulverizaccedilotildees

foliares a 1 para plantas jovens e a 5 para plantas adultas (Penteado 1999)

Na aplicaccedilatildeo foliar deve-se ter cuidado com folhas e brotos novos e considerar que

o uso contiacutenuo pode ser toacutexico podendo afetar o solo causando a sua acidificaccedilatildeo

(Penteado 1999)

Na Estaccedilatildeo Experimental da PESAGRO no municiacutepio de Macaeacute Rio de Janeiro

estaacute se utilizando a urina de vaca leiteira Os pesquisadores descobriram que a urina de

vaca em lactaccedilatildeo produzia o efeito de recuperar plantas de abacaxi atacadas por uma

doenccedila conhecida como ldquofusairioserdquo Essa doenccedila quando ataca o abacaxi causa

perdas de ateacute 70 da safra Todos os agrotoacutexicos testados natildeo conseguiram controlar a

doenccedila Isto eacute um exemplo para que a universidade tenha uma nova percepccedilatildeo (Capra

1996) adotando medidas efetivas que contribuam na transiccedilatildeo agroecoloacutegica Com o

uso da urina de vaca leiteira numa lavoura de abacaxi atacada pela fusariose observou-

se agrave recuperaccedilatildeo do stand e os frutos produzidos apresentaram excelente padratildeo

21

comercial Descobriu-se que aleacutem funcionar como adubo e defensivo natural a urina de

vaca leiteira tambeacutem favorece a floraccedilatildeo de muitas plantas e pode ser usada no

tratamento de frutos e tubeacuterculos depois da colheita

A urina de vaca em lactaccedilatildeo tambeacutem estaacute sendo usada nas lavouras de cafeacute em

plantaccedilotildees de maracujaacute coco alface e outras hortaliccedilas Na regiatildeo centro-sul do Paranaacute

os agricultores estatildeo aplicando a urina de vaca leiteira nas lavouras de feijatildeo soja

batata cebola e milho (Penteado 1999)

252 Alhol

A maioria dos defensivos alternativos tais como calda bordalesa sulfocaacutelcica

aacutegua de cinza e cal biofertilizante enriquecido extrato de fumo entre outros precisa

ser misturada com um espalhante adesivo para quebrar a tensatildeo superficial da gota e

propiciar um melhor molhamento das folhas e demais partes pulverizadas assegurando

uma absorccedilatildeo mais efetiva e uma melhor accedilatildeo sobre as pragas e doenccedilas Quando as

gotas permanecem inteiras sobre a superfiacutecie folhar devido agrave falta de espalhante

adesivo pode-se danificar os tecidos vegetais pelc efeito-lente quando o sol incide

sobre elas Aleacutem disso a gota por natildeo se espalhar sobre toda superfiacutecie folhar

concentra nela e consequumlentemente sobre o tecido que estaacute em contato com ela uma

quantidade maior do produto aplicado Essa maior concentraccedilatildeo pode prejudicar a

absorccedilatildeo e lesionar os tecidos principalmente apoacutes a evaporaccedilatildeo da aacutegua contida na

gota por resultar em uma maior concentraccedilatildeo de sais no local especialmente quando se

aplicam por exemplo calda sulfocaacutelcica bordalesa biofertilizante enriquecido com

macro e micronutrientes (Claro 2001)

O alhol eacute um espalhante adesivo ecoloacutegico que tambeacutem auxilia no controle de

pragas E elaborado com aacutegua alho oacuteleo vegetal e sabatildeo neutro a partir da sabedoria

popular que menciona o alho como repelente de insetos Juacutenior Abreu amp Maiorano

(199-) indicam formulaccedilotildees contendo alho para o controle de pragas como nematoacuteides

(Meloidogyne incoacutegnita e M javanica) mosca do chifre lagarta na maccedilatilde pulgotildees

besouro da batata trips e para controle de doenccedilas fuacutengicas e bacterianas como miacuteldio

ferrugem fusariose helminthosporiose murchadeira (Pseudonamos solacearum)

bruzone do arroz (Pyricularia orysae) podridatildeo negra do repolho e couve-flor

(Xanthomonas campestris) Aleacutem disso o alho pelo seu bom teor em oacuteleo pode agir

tambeacutem como espalhante adesivo O sabatildeo tambeacutem eacute indicado como espalhante adesivo

22

e possui accedilatildeo contra certas pragas (pulgotildees) sendo que o oacuteleo vegetal eacute indicado no

controle de cochonilhas e usado como espalhante adesivo (Claro 2001)

253 Calda Bordalesa

A calda bordalesa eacute um tradicional defensivo agriacutecola que pode ser preparado na

propriedade com a mistura de sulfato de cobre cal virgem e aacutegua As concentraccedilotildees de

sulfato de cobre e cal satildeo distintas dependendo do objetivo do seu emprego

Geralmente diferem de acordo com o tipo de planta ou espeacutecie vegetal as condiccedilotildees

climaacuteticas o grau de infestaccedilatildeo da doenccedila e a fase de crescimento da planta Eacute indicada

para o controle de miacuteldio alternaacuteria botrytis e antracnose (Penteado 1999)

A calda bordalesa caracteriza-se pela sua importante accedilatildeo no controle de diversas

doenccedilas fungicas nas mais diversas espeacutecies de culturas Possui tambeacutem uma relativa

accedilatildeo bactericida e em alguns casos age como repelente de insetos Da mistura do

sulfato de cobre com a cal resulta uma soluccedilatildeo rica em macronutrientes e

micronutrientes Provavelmente os expressivos resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo da

calda bordalesa devam-se natildeo somente a sua accedilatildeo fuacutengica e bactericida mas sobretudo

agrave influecircncia positiva que exerce no metabolismo das plantas ativando o processo

enzimaacutetico e estimulando a proteossiacutentese aumentando a resistecircncia das plantas (Claro

2 0 0 1 ) caracteriacutestica fundamental na agricultura sustentaacutevel

254 Biofertilizante Super Magro

A calda Super Magro eacute produto da fermentaccedilatildeo de estercos animais enriquecidos

por micronutrientes e outros produtos de origem animal obtendo-se uma calda

biofertilizante para aplicaccedilatildeo foliar nas plantas (Penteado 1999) jaacute foram observados

bons resultados principalmente nas culturas de uva maccedila pecircssego tomate batata e

hortaliccedilas em geral

E indicado como fonte suplementar de micronutrientes para as plantas inibidor

de fungos e bacteacuterias causadores de doenccedilas e para aumentar a resistecircncia contra insetos

e aacutecaros (Penteado 1999) i

Muller (1999) avaliou a influecircncia do biofertilizante Super Magro sobre as

culturas de tomate (Lycopersicon esculentum Mill) ervilha (Pisum sativum L) e

beterraba (Beta vulgaris L) O autor obteve cultivos com baixa severidade de doenccedilas e

23

insetos fitoacutefagos possivelmente por causa do manejo orgacircnico de produccedilatildeo Os

resultados das pulverizaccedilotildees das soluccedilotildees foliares variaram conforme a cultura e o

clima

255 Biofertilizante MB4

A utilizaccedilatildeo das farinhas de rochas eacute uma das teacutecnicas mais modernas usadas nos

uacuteltimos anos na agricultura O elevado nuacutemero de nutrientes contidos no MB4 como

cobre zinco manganecircs cobalto soacutedio alumiacutenio silicatos de magneacutesio ferro e caacutelcio

acompanhado de foacutesforo potaacutessio e enxofre reagem com a soluccedilatildeo do solo liberando

elementos essenciais ao desenvolvimento da vida microbiana os quais exercem um

papel fundamental atraveacutes de transformaccedilotildees quiacutemicas e do equiliacutebrio bioloacutegico

favorecendo o desenvolvimento sadio das plantas (Pinheiro amp Barreto 2000)

24

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

31 Local de execuccedilatildeo do experimento

O presente trabalho foi conduzido no Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul

(FEPAGROSUL) no municiacutepio de Rio Grande nlt periacuteodo de 15 de maio a 26 de

agosto de 2 0 0 2

O solo eacute classificado como ldquoTuiardquo satildeo muito arenosos As massas aquaacuteticas do

Oceano Atlacircntico e Lagoa dos Patos influenciam ventos temperatura pressatildeo umidade

relativa e demais fatores climaacuteticos A topografia da regiatildeo litoracircnea eacute plana com

lenccediloacuteis freaacuteticos superficiais

32 Anaacutelise estatiacutestica

O experimento foi constituiacutedo em fatorial 3X3 (Quadro 1) com quatro repeticcedilotildees

no delineamento blocos ao acaso As variaacuteveis respostas foram submetidas agrave anaacutelise de

variaccedilatildeo e ao teste de Duncan a 5 de probabilidade para comparaccedilatildeo das meacutedias

utilizando-se o sistema SANEST (Zonta amp Machado 1984)

As anaacutelises estatiacutesticas das variaacuteveis estudadas encontram-se nos Apecircndices C D

Os resultados das respostas agronocircmicas e das determinaccedilotildees dos conteuacutedos dos

macronutrientes bem como os de raiz estatildeo nas tabelas de 1 a 3

25

As diferentes adubaccedilotildees seratildeo representadas durante a discussatildeo da seguinte

forma 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e EC

(60 t ha 1 de esterco de curral) 1 VB+SM+U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais

super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+SM+U+CB (45 t ha 1 de

vermicomposto mais super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa)

EC+SM+U+CB (60 t ha 1 de esterco de curral mais super magro mais urina de vaca

mais calda bordalesa) 1 VB+MB4 +U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais MB4 mais

urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+MB4 +U+CB (45 t ha 1 de vermicomposto

mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa) EC+MB4 +U+CB (60 t ha 1 esterco

de curral mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa)

QUADRO 1 Descriccedilatildeo dos fatores experimentais e respectivos niacuteveis

Niacuteveis Fator 1 ADUBACcedilAtildeO DE BASE

0 1 Vermicomposto (30 t ha1)

0 2 Vermicomposto (45 t ha1)

03 Esterco de curral (60 t ha1)

Niacuteveis Fator 2 BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS

0 1 Super magro (5) + Urina de Vaca + Calda Bordalesa

0 2 MB4 (10) + Urina de vaca + Calda Bordalesa

03 Ausecircncia (testemunha)

33 Tratamentos

Da combinaccedilatildeo entre niacuteveis e fatores foram obtidos 9 tratamentos que estatildeo

descritos no Quadro 2 bem como as doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

26

QUADRO 2 Tratamentos e doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

TRATAMENTOS

Ndeg FATOR I FATOR II

0 1 30 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

0 2 30 t harsquo de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

03 30 t ha de vermicomposto - - -

04 45 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

05 45 t ha de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

06 45 t ha de vermicomposto - - -

07 60 t hade esterco Super Magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

08 60 t hade esterco MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

09 60 t hade esterco - - -

Cada parcela foi constituiacuteda por dois canteiros medindo 1 m de largura x 2 m de

comprimento perfazendo 075 m de aacuterea de aacuterea uacutetil (025 m de bordadura) Foi

utilizando semeadura a lanccedilo com densidade de 24 g canteiro1

O vermicomposto a urina de vaca o esterco de curral o alhol os biofertilizantes e

a calda bordalesa foram de procedecircncia do Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul O

vermicomposto de esterco bovino misturado agraves cascas de frutas foi processado pela

minhoca vermelha califomiana Eisenia foetida)

O biofertilizante Super Magro foi elaborado segundo a metodologia descrita pela

FEPAGROSUL utilizando-se os seguintes componentes 190 litros de aacutegua 22 litros

de leite 55 Kg de accediluacutecar mascavo 30 Kg de esterco fresco de bovinos 2 Kg de

Sulfato de zinco 2 Kg de sulfato de magneacutesio 2 Kg de cloreto de caacutelcio 1 Kg de aacutecido

boacuterico 300 g de sulfato de cobre 300 g de sulfato de ferro 300 g de sulfato de

manganecircs 100 g de molibdato de soacutedio 50 g de sulfato de cobalto 3 Kg de fosfato

natural 3 Kg de cinza e 200 g de farinha de osso

A urina de vaca em lactaccedilatildeo foi coletada pela manhatilde e armazenada em recipiente

fechado por trecircs dias em condiccedilotildees ambientais para que se formasse a amocircnia e natildeo

ocorresse perda de nitrogecircnio

28

Realizaram-se duas capinas manuais durante o experimento e em seguida como

cobertura se colocou casca de arroz Tambeacutem foi aplicado esterco de aves 30 dias antes

da colheita na quantidade de 05 Kg canteiro 1 como adubaccedilatildeo de cobertura

As pulverizaccedilotildees com os produtos iniciaram apoacutes 15 dias da germinaccedilatildeo

Realizou-se sete aplicaccedilotildees sendo que as duas primeiras foram feitas apenas com

Super Magro e MB4 Na terceira e na quarta aplicaccedilatildeo utilizou-se urina de vaca e calda

bordalesa em concentraccedilotildees menores (05 e 025 respectivamente) e na quinta

aplicaccedilatildeo as dosagens de urina de vaca e calda bordalesa foram elevadas para 1 0 e

05 respectivamente ateacute o final do experimento O alhol foi utilizado a partir da

terceira pulverizaccedilatildeo na quantidade de 2 e seguiu ateacute o final no dia 26 de agosto

quando as mudas foram colhidas e posteriormente analisadas as variaacuteveis

35 Observaccedilotildees agronocircmicas

Foram utilizadas 20 mudas de cebola para obtenccedilatildeo das meacutedias das variaacuteveis as

quais foram as seguintes

351 Fitomassa fresca da parte aeacuterea e raiacutezes

Foi realizada atraveacutes de uma balanccedila digital procedendo-se a pesagem de 20

mudas de cebola previamente lavadas e posteriormente secadas durante uma hora sobre

um tecido de algodatildeo agrave temperatura ambiente Processo idecircntico foi adotado com as

raiacutezes

352 Fitomassa seca da parte aeacuterea e raiacutezes

Esta variaacutevel foi obtida a partir da secagem preliminar em estufa de ar forccedilado

durante 48 horas a 65 C ateacute peso constante com posterior pesagem em balanccedila

analiacutetica

353 Altura da muda

A altura de muda foi medida a partir do colo das plantas ateacute sua uacuteltima folha

(ponto de crescimento) com uma reacutegua graduada de 40 cm

29

354 Diacircmetro do colo das plantas

Esta medida foi realizada no ponto de transplante a 2 mm das raiacutezes e utilizando-

se um paquiacutemetro SOMET

355 Sistema radicular

Ao teacutermino do experimento foram retiradas as raiacutezes das mesmas plantas que foram

utilizadas para as determinaccedilotildees realizadas na parte aeacuterea procedendo-se uma amostra

de solo com raiacutezes de 2 0 cm de largura x 2 0 cm de comprimento e 2 0 cm de altura

totalizando 8000 cm3

As raiacutezes apoacutes serem lavadas em aacutegua corrente foram pesadas acondicionadas em

sacos plaacutesticos e congeladas para posteriores anaacutelises pelo meacutetodo de Tennant (1975)

para a determinaccedilatildeo do comprimento e densidade

3551 Comprimento de raiz

Utilizou-se para a determinaccedilatildeo do comprimento de raiz as seguintes foacutermulas

1 = ndeg x 1114 x 1 onde

1 - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 0 0 2 g

ndeg - nuacutemero de intercessotildees das raiacutezes com os lados da quadriacutecula da malha do

aparelho

1114 - constante

1 - medida lateral da quadriacutecula em cm

Tomando-se a fiacutetomassa seca e o comprimento da raiz da cada amostra

relacionou-se com a fiacutetomassa seca e o comprimento total da raiz da planta aplicando-

se a seguinte equaccedilatildeo

L = (FSR x 1) FSPA onde

L - comprimento total da raiz da planta (m)

FSR - fiacutetomassa seca de raiz

FSPA - fiacutetomassa seca da parte aeacuterea

L - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 002g

3552 Densidade de raiz

A densidade foi determinada pela foacutermula

D = L 8000 onde

D - densidade de raiacutezes (m cm3)

30

L - comprimento total de raiacutezes (m)

8 0 0 0 - volume da amostra (cm3)

3553 Razatildeo parte aeacutereasistema radicular

Este paracircmetro foi obtido pela equaccedilatildeo

RPASR = FSPA FSR onde

RPASR - razatildeo parte aeacuterea sistema radicular

FSPA - fitomassa seca da parte aeacuterea

FSR - fitomassa seca do sistema radicular

36 Determinaccedilatildeo de macronutrientes no tecido vegetal

Os macronutrientes nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio foram

determinados no laboratoacuterio de Fertilidade e Anaacutelise de Plantas do Departamento de

Solos da UFPel atraveacutes dos meacutetodos descritos por Tedesco amp Gianello (1996)

31

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 Anaacutelise das variaacuteveis

A anaacutelise da variaccedilatildeo mostrou que houve diferenccedila significativa na interaccedilatildeo entre

os fatores de adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes liacutequidos com exceccedilatildeo da variaacutevel altura

de planta para a qual somente a adubaccedilatildeo de base mostrou-se significativa (Apecircndices

C D e E Tabelas 1C 1D e 1E)

411 Anaacutelise da parte aeacuterea

Na Tabela 1 destacaram-se as adubaccedilotildees EC+SM+U+CB EC+MB4 +U+CB e EC

que diferiram significativamente das demais adubaccedilotildees para as variaacuteveis fiacutetomassa

fresca da parte aeacuterea (FFPA) fiacutetomassa seca da parte aeacuterea (FSPA) altura de planta

(AP) e diacircmetro do colo (DC)

32

TABELA 1 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

30 t ha de vermicomposto 7015 c A45 t halsquo de vermicomposto 7824 b B60 t ha de esterco de curral 12248 a C

30 t ha de vermicomposto 667 c A45 t ha de vermicomposto 752 b A60 t ha de esterco de curral 1150a C

30 t ha de vermicomposto 2975 b A45 t harsquo de vermicomposto 2775 b A60 t ha de esterco de curral 3600 a B

30 t ha de vermicomposto 631 b A45 t ha de vermicomposto 6 2 2 b B60 t ha de esterco de curral 741 a C

-Fitomassa fresca (g)----------------6270 c B 6885 b A8832 b A 6308 c C

15082 a A 13934 a BmdashFitomassa seca (g)----------------

625 c A 655 b A830 b A 607 b B

1345 a A 1262 a B-Altura de planta (cm)----------------

2950 b A 3050 b A2937 b A 2950 b A 3975 a A 3622 a B

-Diacircmetro de colo (mm)---------------592 c B 599 b B 657 b A 609 b B 819a A________ 793a B

Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

O efeito positivo do esterco bovino pode ser atribuiacutedo agraves melhorias nas condiccedilotildees

fiacutesicas do solo por ele proporcionado Segundo Primavesi (1982) e Compagnoni amp

Putzolu (1985) o esterco bovino apresenta propriedades condicionadoras do solo dando

agraves plantas melhores condiccedilotildees de desenvolvimento elevando sobremaneira os

conteuacutedos de fitomassa fresca das plantas que refletiratildeo nas demais respostas

agronocircmicas

Analisando as adubaccedilotildees de base em relaccedilatildeo aos biofertilizantes observa-se que

para os tratamentos 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) - natildeo houve influecircncia dos

biofertilizantes para as variaacuteveis FSPA e AP enquanto destacou-se o SM+U+CB para o

DC e SM+U+CB e ausecircncia da adubaccedilatildeo liacutequida para a FFPA mostrando que o uso

dos biofertilizantes natildeo influenciou esta variaacutevel 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) -

verificou-se a eficiecircncia do uso do MB4 +U+CB para as variaacuteveis FFPA e DC Para a

variaacutevel FSPA destacaram-se os dois biofertilizantes utilizados jaacute para AP natildeo houve

33

influecircncia destes EC (60 t ha 1 de esterco de curral) - em todas as variaacuteveis observadas

na tabela 5 as respostas foram significativas utilizando MB4 +U+CB

As respostas encontradas no presente trabalho para as variaacuteveis AP e FSPA foram

superiores as obtidas por Dalponte (1990) quando utilizado 0 esterco de curral para

produccedilatildeo de mudas de cebola

Segundo Filgueira (2000) os solos da regiatildeo produtora de cebola do RS satildeo

pobres em foacutesforo disponiacutevel (15 mg Kg1) necessitando portanto de adubaccedilotildees

fosfatadas elevadas As respostas aqui obtidas podem ser justificadas pelos teores de

foacutesforo contido no MB4

Follet et al (1981) citam a importacircncia do uso de compostos orgacircnicos no solo

enfatizando os estercos no sentido da decomposiccedilatildeo continuada no fornecimento de

nutrientes e na liberaccedilatildeo lenta e gradual de aacutecidos orgacircnicos influenciando a liberaccedilatildeo

do foacutesforo O que provavelmente pode ser atribuiacutedo agraves respostas encontradas no

presente trabalho para 0 tratamento Esterco de curral mais MB4 e Urina mais Calda

Bordalesa

E importante destacar que 0 sistema de produccedilatildeo de mudas de cebola sob uma

perspectiva agroecoloacutegica mostra-se eficiente quando visualmente natildeo percebe-se

diferenccedila significativa entre os tratamentos (Apecircndice F Figura 2)

Conveacutem ressaltar que quando trabalhamos com agroecologia natildeo existem

receitas nem pacotes tecnoloacutegicos prontos Cada situaccedilatildeo deveraacute ser estudada em

particular para que se faccedila recomendaccedilotildees adequadas ao ambiente local uma vez que

as plantas se adaptam ao meio estando a nutriccedilatildeo encarregada de proteger e manter o

equiliacutebrio do organismo vegetal em funccedilatildeo das alteraccedilotildees externas

E fundamental que se compreenda os princiacutepios norteadores de todo o processo

que satildeo as bases da luta por uma sociedade mais justa dentro de um mundo econocircmico e

ambientalmente mais sustentaacutevel

412 Anaacutelise do sistema radicular

Os resultados obtidos nas anaacutelises do sistema radicular (Tabela 2) mostram

diferenccedilas significativas entre as adubaccedilotildees para as variaacuteveis fitomassa fresca de raiz

(FFR) fitomassa seca de raiz (FSR) comprimento de raiz (CR) razatildeo parte

aeacutereasistema radicular (RPASR) e densidade de raiz (DR)

34

TABELA 2 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade de

raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAO DE BASE

S Magro + MB4 +Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

1540 c A 1576 b B 2427 a A

Fitomassa fresca (g)----------------1502 c B 1517 b AB 1658 b A 1446 c C 2336 a B 2360 a B

--------------------Fitomassa seca (g)-------------------196 b A 207 ab A 170 b A170 b A 199 b A 192 b A 344 a A 249 a B 327 a A

Comprimento de raiz(cm)---------------1237 b A 1158 b A 1158 a A1237 b A 1060 c B 1040 b B1433 a A 1296 a B 1040 b C

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t halsquo 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha de vermicomposto 45 t ha de vermicomposto60 t ha~ de esterco de curral__________________________ _________________________Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

-----Razatildeo Parte AeacutereaSistema Radicular------340 b AB 301c B 384 a A446 a A 415 b A 326 a B339 b B 546 a A 388 a B

-------------- Densidade de raiz (m cm3)------------367 a AB 414 a A 325 b B282 b B 301b B 405 a A347 ab A 231c B 324 b A

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base destacou-se o EC (60 t ha 1 de esterco de curral)

para as variaacuteveis FFR e FSR Quando adicionado o SM+U+CB os resultados para FFR

foram ainda melhores bem como o CR As respostas obtidas para a RPASR foram

variadas em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees apresentando melhores resultados para 15 VB (45 t

ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB e ainda melhor para EC (60 t ha 1 de esterco de

curral)+MB4 +U+CB As adubaccedilotildees de base 1 VB 15 VB e EC natildeo diferiram entre si

As adubaccedilotildees mais eficientes para a variaacutevel DR foram 1 VB+SM+U+CV que natildeo

diferiu da EC+SM+U+CB I VB+ MB4 +U+CB e agrave 15 VB foram melhores entre as

demais

35

Analisando os biofertilizantes em relaccedilatildeo a cada adubaccedilatildeo de base verifica-se que

para a 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB destaca-se a variaacutevel FFR

poreacutem sem diferenccedila significativa de 1 VB os melhpres resultados para a variaacutevel DR

foram encontrados pelo tratamento 1 VB+MB4 +U+CB e 15 VB (45 t ha 1 de

vermicomposto) tambeacutem se considera eficiente o 1 VB+SM+U+CB que natildeo diferiu do

EC (esterco de curral) Quando se utilizou 15 VB+ MB4 +U+CB houve resposta

significativa para a variaacutevel FFR para FSR as respostas natildeo foram diferentes com a

aplicaccedilatildeo dos biofertilizantes para as variaacuteveis FSR e DR as adubaccedilotildees EC e

EC+SM+U+CB natildeo diferiram entre si

Embora as respostas estatiacutesticas tenham sido diferentes para as adubaccedilotildees

combinadas ou natildeo pode-se salientar a importacircncia do aacutecido indol-aceacutetico como jaacute

citado anteriormente para as variaacuteveis avaliadas na parte aeacuterea das mudas de cebola

Respostas semelhantes nesse sentido foram encontradas para a cultura da alface por

Quijano (1999) e Morselli (2001)

Pereira et al (2002) concluiacuteram em trabalho realizado com a cultivar de cebola

CNPF1 6400 em Minas Gerais que a utilizaccedilatildeo de 20 t ha de esterco de curral

proporcionou os melhores resultados para a produccedilatildeo de cebola

Silva Juacutenior amp Giorgi (1992) e Menezes Juacutenior (1998) citam que doses elevadas

de mateacuteria orgacircnica podem prejudicar a primeira fase da germinaccedilatildeo (embebiccedilatildeo) e

absorccedilatildeo de aacutegua pelas raiacutezes das placircntulas No entanto no presente trabalho este fato

natildeo ocorreu embora a dose de esterco utilizada tenha sido de 60 t ha 1 (dose maacutexima

recomendada segundo Nolla 1982)

413 Anaacutelise de macronutrientes no tecido vegetal

Os resultados dos conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio no

tecido vegetal sob diferentes adubaccedilotildees encontrados na Tabela 3 indicam mais uma

vez a superioridade da adubaccedilatildeo esterco com 0 uso ou natildeo de biofertilizantes

36

TABELA 3 Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob

uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS i J B

ADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesamg plantas1

---- Nitrogecircnio-----30 t ha de vermicomposto 16593 c AB 15451 c B 19050 b A45 t ha de vermicomposto 21444 b A 22888 b A 17852 b B60 t ha de esterco de curral 32606 a C 37593 a B 40816 a A

--------------- ------ Foacutesforo------- -------------30 t ha de vermicomposto 3098 c B 2802 c B 3999 b A45 t ha de vermicomposto 4109 b A 4135 b A 2788 c B60 t ha de esterco de curral 5300 a B 7577 a A 7565 a A

------- Potaacutessio------30 t ha de vermicomposto 24327 c A 19900 c B 24965 b A45 t ha de vermicomposto 29113b A 29812 b A 22031 b B60 t ha de esterco de curral 44070 a B 51976 a A 54101 a A

-------- Caacutelcio-------30 t ha de vermicomposto 5027 c A 4356 c A 4834 b A45 t ha de vermicomposto 6114b A 6963 b A 4379 b B60 t ha de esterco de curral 9030 a C 11451 a A 10331 a B

------Magneacutesio-----30 t ha de vermicomposto 1188 b A 914 c A 1202 b A45 t ha de vermicomposto 1231 b B 1582 b A 1176 b B60 t ha de esterco de curral 2136a B 2443 a A 2663 a AMeacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base observa-se que o melhor tratamento foi o

esterco de curral para todas as variaacuteveis Para 1 VB (30 t ha^ 1 de vermicomposto) natildeo

houve resposta diferenciada com o uso de bofertilizantes para todas as variaacuteveis A

adubaccedilatildeo 15 VB (45 t ha 1 de vemicomposto) foi influenciada pelos biofertilizantes

para as variaacuteveis N P K e Ca enquanto que para Mg somente o MB4+U+CB o

influenciou O EC (esterco de curral) mostrou diferenccedila significativa apenas para as

variaacuteveis Ca e Mg quando adicionado MB4+U+CB

Segundo Peixoto (2000) eacute fundamental a adiccedilatildeo de adubos orgacircnico no cultivo de

hortaliccedilas seja na forma de esterco decomposto composto ou huacutemus de minhoca de

37

modo a fornecer melhorias nas propriedades do solo vindo a disponibilizar os nutrientes

as diferentes culturas

O esterco fresco conteacutem muita cama celuloacutesica e um elevado teor de aacutegua No

esterco curtido a celulose jaacute estaacute decomposta o teor de aacutegua estaacute reduzido agrave metade e os

nutrientes em uma forma mais assimilaacutevel e mais concentrada O esterco fresco pode

causar uma deficiecircncia temporaacuteria de nitrogecircnio no solo ao se decompor o que natildeo

acontece com o biestabilizado (Kiehl 1985)Ocorre uma diminuiccedilatildeo inicial no volume

de aacutegua retido no esterco de curral diminui inicialmente em tomo de 3581 liberando

posteriormente somente 496 evidenciando a sua capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua

(Menezes Juacutenior 1998)

A utilizaccedilatildeo continuada de adubos nitrogenados minerais no solo altera o balanccedilo

do nitrogecircnio entre o solo e planta No meacutetodo biodinacircmico eacute sublinhada a importacircncia

dos adubos animais para o estabelecimento da fertilidade permanente dos solos (Koeff

et al 1983)

Para Guimaratildees (1997) os benefiacutecios que a mateacuteria orgacircnica imprime ao solo

principalmente melhorando a produtividade fertilidade e a influencia que as substancias

huacutemicas exercem sobre o ambiente dependem da qualidade e do teor de mateacuteria

orgacircnica do solo Estas substacircncias por conterem nutrientes em sua constituiccedilatildeo em uma

forma mais disponiacutevel para as plantas promovem um equiliacutebrio no ambiente no solo

(Kononova 1966)

Aproximadamente de 60 a 70 do total de carbono do solo ocorre na forma de

materiais huacutemicos (Griffith amp Schnitzer 1975) sendo a eles atribuiacutedo a manutenccedilatildeo da

bioestrutura do solo aumentando a capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua (Brady 1999)

Conforme Compagnoni amp Putzolu (1985) os estercos bem como os demais

resiacuteduos orgacircnicos apresentam conteuacutedos diferentes de aacutecidos huacutemicos e fuumllvicos sendo

atribuiacutedo ao acido huacutemico uma accedilatildeo fitoestimulante semelhante aos fitohormocircnios por

favorecer o desenvolvimento do sistema radicular e crescimento do caule

Em trabalho realizado por Guimaratildees (1997) foi encontrado para aacutecidos huacutemicos

de esterco bovino uma relaccedilatildeo CN 1035 e para vermicomposto bovino 17

evidenciando que o esterco quando aplicado ao solo por apresentar uma relaccedilatildeo CN

proacutexima deste reage mais facilmente liberando nutrientes para as plantas sem alterar a

cadeia troacutefiacuteca Dados encontrados no presente trabalho demonstram a eficiecircncia do

esterco nesse sentido

38

De acordo com Morselli (2001) vaacuterios trabalhos citam comentam e discutem a

capacidade dos vermicompostos em proporcionar oacutetimas colheitas e favorecer a

precocidade das plantas cultivadas Poreacutem muitas vezes se observa que mesmo

suprindo essas plantas com nutrientes necessaacuterios atraveacutes de huacutemus de diferentes fontes

as respostas natildeo satildeo as mesmas para uma mesma cultivar

Por outro lado os resultados com o uso de substacircncias huacutemicas satildeo variaacuteveis e

dependem aleacutem da espeacutecie testada das substacircncias huacutemicas utilizadas sua

concentraccedilatildeo o grau de purificaccedilatildeo e das condiccedilotildees experimentais A resposta das

plantas aos aacutecidos huacutemicos e fuacutelvicos eacute dependente da mateacuteria prima original e da

espeacutecie vegetal pois materiais orgacircnicos diferentes apresentam aacutecidos huacutemicos e

fuacutelvicos diferentes (Businelli 1990)

Justificam-se os maiores conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio e caacutelcio nas

adubaccedilotildees 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e biofertilizantes devido

provavelmente ao vermicomposto utilizado apresentar na sua constituiccedilatildeo teores

consideraacuteveis destes elementos aleacutem do que os biofertilizantes possam ter influenciado

na absorccedilatildeo atraveacutes de sua constituiccedilatildeo Tibau (1984) considera que a urina de vaca eacute

rica em aacutecido indol-aceacutetico e este influencia na absorccedilatildeo radicular O efeito positivo

deste tratamento provavelmente seja devido agrave quantidade aplicada

O biofertilizante que se destacou foi o MB4+U+CB em relaccedilatildeo ao EC (esterco de

curral) e eacute somente para a variaacutevel caacutelcio Isto provavelmente seja devido ao alto teor

deste elemento encontrado na sua constituiccedilatildeo (6872 g Kg1) e pela influecircncia positiva

que a calda bordalesa exerce no metabolismo das plantas atraveacutes dos nutrientes

contidos em sua formulaccedilatildeo O Ca controla a absorccedilatildeo radicular e retorna ao solo pelo

esterco e palhas por apresentar-se em maior quantidade em folhas e caules Depois de

localizado nas folhas fica imoacutevel favorecendo a resistecircncia da planta ao ataque de

fungos

Este trabalho avanccedila no estudo da agroecologia estando claro que todos os

criteacuterios tem caraacuteter dinacircmico de adequaccedilatildeo as mudanccedilas de um sistema de produccedilatildeo

em evoluccedilatildeo contribuindo na transiccedilatildeo para um padratildeo sustentaacutevel Cabe a pesquisa a

reorientaccedilatildeo para um enfoque ldquosistecircmicordquo isto eacute que permita integrar os diversos

componentes de um agroecossistema e a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas que promovam 0

fortalecimento e a expansatildeo da agricultura familiar

39

5 CONCLUSOtildeES

Considerando os resultados obtidos e as condiccedilotildees em que o estudo foi realizado

conclui-se que

bull As respostas agronocircmicas das mudas de cebola para os paracircmetros avaliados

satildeo mais satisfatoacuterias com a aplicaccedilatildeo de esterco de curral como adubaccedilatildeo de

base

bull Os biofertilizantes mais urina de vaca e calda bordalesa proporcionam

respostas satisfatoacuterias quando aplicados associados agraves adubaccedilotildees de base

bull O biofertilizante MB4 mais urina de vaca e calda bordalesa eacute mais eficiente

que o super magro mais urina e calda bordalesa quando aplicado associado agrave

adubaccedilatildeo de base esterco de curral para os conteuacutedos de fitomassa secae

fresca da parte aeacuterea das plantas altura e diacircmetro de colo das mudas de

cebola

bull Os biofertilizantes adicionados agrave adubaccedilatildeo de base 45 t harsquo 1 de vermicomposto

bovino mostram respostas significativas para os conteuacutedos de fitomassa seca

bull Os maiores conteuacutedos nutricionais para as mudas de cebola satildeo

proporcionados pela adubaccedilatildeo de base esterco de curral

bull A maior absorccedilatildeo de caacutelcio pelas mudas de cebola ocorre quando da adiccedilatildeo do

biofertilizante MB4 mais urina e calda bordalesa agrave adubaccedilatildeo de base esterco de

curral

40

6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ALDRIGHI CB ABREU CM PAGLIA AG MORSELLI TBGA FERNANDES HS Efeito da aplicaccedilatildeo de biofertilizante e urina de vaca em mudas de tomateiro Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

ALTIERI M NICHOLLS C I Agroecologia Teoria praacutectica para umaAgricultura Sustentable Ia ed PNUMA 2000 Cap 2 4 Seacuterie textos baacutesicos para la formacioacuten ambiental

ALTIERI M Agroecologia bases cientiacuteficas para uma agricultura sustentaacutevelGuaiacuteba Agropecuaacuteria 2002 592 p

ANTONIOLLI Z I GIRACCA E M N CARDOSO S J T WIETHAN M M S FERRI M Iniciaccedilatildeo agrave Minhocultura Criaccedilatildeo em Cativeiro e Vermicompostagem Santa Maria UFSM 1996 p59-89

BAYER C MIELNICZUC J Dinacircmica e funccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica In SANTOS G de A S e CAMARGO F A de O (ed) Fundamentos da mateacuteria orgacircnica do solo ecossistemas tropicais e subtropicais Porto Alegre Genesis 1999 p 3-23

BARRETTO D X Composto Orgacircnico In Praacutetica em Agricultura Orgacircnica Satildeo Paulo iacutecone Ed Ltda 1985 p 51-63

BETTIOL W Alguns produtos alternativos para o controle de doenccedilas de plantasem agricultura orgacircnica II Ciclo de palestras sobre agricultura orgacircnica Instituto Bioloacutegico Satildeo Paulo p52-63 1997

41

BETTIOL W TRACH R GALVAtildeO JAH Controle de doenccedilas de plantas com biofertilizantes Jaguariuacutena EMBRAPA-CNPMA 1997 22p (EMBRAPA- CNPMA Circular Teacutecnica 02)

BRADY N C Natureza e propriedades dos sotos Rio de Janeiro Freitas BastosS A 1979 647p

BRADY N C Organisms and ecology of the soil In The nature of properties of soils Simon amp Schuster A Viacon Company New Jersey1999 402-489p

BON1LLA J A Fundamentos da Agricultura Ecoloacutegica Sobrevivecircncia eQualidade de Vida Satildeo Paulo Nobel 1992

BUREacuteS S Substratos Ediciones Agroteacutecnicas S L Madrid Octubre 1997

BUS1NELLI M Chemical Composition and Enzymic Activity of some Worm Cast Plant Soil v 80 p 1-2 1990

CALEGARI A Espeacutecies para cobertura de solo In IAPAR (Instituto Agronocircmico de Paranaacute) Plantio Direto pequena propriedade sustentaacutevel organizador Moacir Darolt Londrina - PR 1998 65-93

CAMARGO P N D Manual de Adubaccedilatildeo Foliar Satildeo Paulo Herba 1975

CAPRA F A Teia da Vida Satildeo Paulo Cultrix 1997 256p

CAPRA F O Ponto de Mutaccedilatildeo 22 ed Satildeo Paulo Cultrix 2001 447p

CHABOUSSOU F Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da Trofobiose) Porto Alegre LPM 1987 253 p

CLARO S A Referencias tecnoloacutegicos para a agricultura familiar ecoloacutegica aexperiecircncia da Regiatildeo Centro-Serra do Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS-ASCAR 2001 250p

CLIVELA G Diagnoacutestico Agronocircmico da cebola no Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS 1995 8 6 p

COMISSAtildeO DE FERTILIDADE DO SOLO - RSSC Recomendaccedilotildees de adubaccedilatildeo e calagem para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina 3 ed Passo Fundo SBCS - Nuacutecleo Regional Sul 1995 223p

COMPAGNONI L PUTZOLU G Cria moderna de Ias lombrices y utilizacioacutenrentable dei humus Barcelona Editorial de Vecchi- SA 1985127p

COSTABEBER J A MOYANO E Transiccedilatildeo agroecoloacutegica e accedilatildeo social coletiva Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v l n4 p 50- 60 outdez 2 0 0 0

42

COSTA M B B da Adubaccedilatildeo orgacircnica Nova siacutentese e novo caminho para aagricultura Satildeo Paulo Ed iacutecone Ltda 1985 102p

COSTA NETO C Agricultura Sustentaacutevel Tecnologias e Sociedade In CARVALHO COSTA LF et al (org) Mundo Rural e Tempo Presente Rio de Janeiro Mauad 1999

DrsquoAG0ST1NI R L FANTINI A C Produccedilatildeo orgacircnica tambeacutem socialmente excludente Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v3 n l p57-61 2002

DALPONTE J C V Utilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos e fertilizante mineral na produccedilatildeo e qualidade de mudas e bulbos de cebola (Alliurn Cepa L) Pelotas-RS 1990 (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1990

DEBARBA J F THOMAZELLI L F GANDIN C L SILVA E Cadeias produtivas do Estado de Santa Catarina Cebola Florianoacutepolis Epagri 1998 115 p (EPAGRI Boletim Teacutecnico 96)

DUFOUR F Os saacutebios loucos do agro-alimentar Le Monde Diplomatique ano 1 n4 p6-7 1999 (ed portuguesa)

EHLERS E Agricultura Sustetaacutevel Origem e perspectivas de um novo paradigma 2 ed Guaiacuteba Agropecuaacuteria 1999 157 p

FILGUEIRA F A R Novo Manual de olericultura agrotecnologia moderna na produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 2000 402 p

FRASER G K Mateacuteria Orgacircnica Del Suelo In BEAR F E (ed) Quiacutemica dei Suelo Madrid Ed Agrociencia 1963

FOLLET R H MURPHY L S DONAHUE R L Fertilizers and soil amendments New Jersey Printice-Hall Inc 1981 557p

GARCIA A Revista dei Espacio Rural Georgica Zaragoza Escuela Politeacutecnica de Huesca n5 1997

GARCIA A Versatildeo preliminar de um Programa Estadual de Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Bulbos e Sementes de CebolaEMBRAPAIPAGROMARAEMATER 6 8 pbdquo 1990 (Publicaccedilatildeo avulsa)

GIORGETT1 J R Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Mudas de Tomate In Encontro Nacional de Produccedilatildeo e Abastecimento de Tomate 2 1991 Jaboticabal Satildeo Paulo Anais Jaboticabal UNESP 1991 p 242-244

GLIESSMAN S R Agroecologia Processos ecoloacutegicos em agricultura sustentaacutevelPorto Alegre Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS 2000 653p

43

GLIESSMAN S R TURRIALBA C R Agroecologia Procesos Ecoloacutegicos en Agricultura Sostenible CATIE 2002 p 3-14

GNOATTO S C Caracterizaccedilatildeo quiacutemica de vermicompostos de diferentes substratos orgacircnicos Pelotas-RS 1999 38 f (Mestrado em Agronomia - Solos) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

GOMES J C C BORBA M F S A moderna crise dos alimentos oportunidade para a agricultura familiar Emater Porto Alegre julset 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwematertchebrdocsagroecorevistan313-artigo3htmgtAcesso em 24 fev 2002

GOMEZ H W Desenvolvimento sustentaacutevel agriacutecola e capitalismo In Desenvolvimento sustentaacutevel Necessidade eou disponibilidade Santa Cruz do Sul Nobel - UNISC 1997 p 65-77

GONZAacuteLEZ DE MOLINA M SEVILLA GUZMAacuteN E Ecologia campesinado e historia Para una reinterpretacioacuten dei desarrollo dei capitalismo en la agricultura In SEVILLA GUZMAacuteN E GONZAacuteLEZ DE MOLINA M (ed) Ecologia campesinado e historia Madrid La Piqueta 1993 p 23-129

GRIFFITH S A SCHNITZER M Analytical characteristic of humic and fulvic acids extracted from tropical volcanic soils Soil Sei Soc Am Proc v 39 p361-367 1975

GUIMARAtildeES E Caracterizaccedilatildeo quiacutemica estreptoscoacutepica e por anaacutelise teacutermica de aacutecidos huacutemicos e vermicompostos obtidos de estercos de diferentes animaisCuritiba 1997 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Quiacutemica) Universidade Federal do Paranaacute 1997

HESS A F Sociedade e meio ambiente uma relaccedilatildeo ambiacutegua Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v 4 n2 p 167-1741999

ICEPA-SC Informes conjunturais sobre a cultura da cebola Disponiacutevel em lthttpwwwicepa combrgt Acesso em 23 jan 2003

JONES H A MANN L K Onions and their allies New York Interscience Publishers 1962 286 p

JUacuteNIOR H A de MAIORANO J A Receitas obtidas de extratos de plantasCampinas CATITerra Viva [199-] 10 f

KHATOUNIAN C A Ciclo de Palestras sobre Agricultura Orgacircnica 2a Ed SatildeoPaulo Fund Cargill 1997 149 p

KIEHL E J Fertilizantes Orgacircnicos Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1985 492p

44

KOEFF H H PETTERSSON B D SHAUMANN W Vida Vegetal solos e adubaccedilatildeo In Agricultura Biodinacircmica Satildeo Paulo Nobel 1983 p92-149

KONONOVA M M Soil organic matter The importance o f organic matter in soil formation and soil fertility New York Pergamqn Press 1961 p 165-200

KUHN T A Estrutura das Revoluccedilotildees Cientiacuteficas Satildeo Paulo Perspectiva 1989 257p

LANNA FCA ABREU C L ABREU J G SILVA V Resposta de cultivares de melancia cultivadas sob adubaccedilatildeo quiacutemica e orgacircnica Horticultura v 12 n l p85 1994

LEFF H Saber Ambiental Petroacutepolis Vozes 2001 343 p

MAGALHAtildeES J R Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo da cebola In FERREIRA M E CASSTELLANE P D CRUZ M C P Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo de hortaliccedilasPiracicaba POTAFOS 1993 p 381-393

MALAVOLTA E Elementos de nutriccedilatildeo mineral de plantas Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1980 251 p

MALAVOLTA E Manual de Quiacutemica Agriacutecola - Adubos e Adubaccedilatildeo 3a ed SatildeoPaulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1981 606 p

MARTINEZ A A A grande e Poderosa Minhoca Jaboticabal Funep - Unesp1990 101 p

MARTINS S R Desenvolvimento e Sustentabilidade Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v20 n2 julho 2002 Palestra apresentada no 42deg Congresso Brasileiro de Olericultura

MARTINS S R Limites Del Desarrollo Sostenible em Ameacuterica Latina En el marco de Ias poliacuteticas de (re)ajuste econocircmico Pelotas Editora UFPel 1997 135 P-

MARTINS S R Sustentabilidade na agricultura dimensotildees econocircmicas sociais e ambientais Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v4 n 2 p 175-1871999

MATURANA H REZEPKA S N D E Formaccedilatildeo Humana e Capacitaccedilatildeo Rio de Janneiro Vozes 2000 8 6 p

MELLO A F SOBRINHO M O ARZOLLA S SILVEIRA R NETTO A C KIEHL J C Fertilidade do Solo Satildeo Paulo Nobel 1983

MENEZES JUacuteNIOR F O G D Caracterizaccedilatildeo de Diferentes substratos hortiacutecolas e seu efeito na produccedilatildeo de mudas de alface e couve-flor em ambiente protegido Pelotas 1998 141 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1998

45

MIBASA Mineraccedilatildeo Barreto SA Melhorador de Solos MB4 A Natureza Agradece Arapiraca-AL [199-] Folder

MINAMI K Os resumos da olericultura 2000 In AZEVEDO FILHO MARTINEZ FILHO (ed) Preccedilos agriacutecolas Piracicaba ESALQ 1999 p 4

MINAMI K Produccedilatildeo de Mudas de Alta Qualidade em Horticultura Satildeo Paulo TA Queiroz 1995

MORSELLI T B G A Cultivo sucessivo de alface sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegidoPelotas 2001 178 p Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2001

MORSELLI T B G A Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Poliacutegrafo da Disciplina de Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia-Produccedilatildeo Vegetal UFPel 2002

MULLER AM Efeitos da Aplicaccedilatildeo Foliar de um Biofertilizante Enriquecido no Estado fitossanitaacuterio de Tomate Ervilha e Beterraba Sob Manejo OrgacircnicoDissertaccedilatildeo (Mestrado no Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agroecossistemas)1999 (Resumo)

NOLLA D Erosatildeo do Solo - O grande desafio Estado do Rio Grande do Sul SEAGRI desenvolvimento de recursos naturais renovaacuteveis 1982 412 p

PAGLIA AG MORSELLI TBGA PEIL RMN Teores de nutrientes pH e condutividade eleacutetrica da aacutegua em sistema ldquofloat^ngrdquo sob adiccedilatildeo de biofertilizantes Horticultura Brasileira v 20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PAULUS G MULLER A BARCELLOS LAR Agroecologia aplicada praticas e meacutetodos para uma agricultura de base ecoloacutegica 2ed ver ampl Porto Alegre EMATERRS 2001 8 6 p

PEIXOTO R T dos G Composto orgacircnico aplicaccedilotildees benefiacutecios e restriccedilotildees de uso Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 18 p 56-64 julho 2000

PENTEADO SR Defensivos Alternativos e Naturais Satildeo Paulo 1999 95 p

PEREIRA AJ SOUZA RJ PEREIRA WR Efeito de diferentes doses de esterco de galinha e de curral sobre a produccedilatildeo de cebola Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PINHEIRO S BARRETO SB MB-4 agricultura sustentaacutevel trofobiose e biofertilizantes Fundaccedilatildeo Juquira CandiruMibasa 2000 273 p

PRIMAVESI A Agricultura Sustentaacutevel Satildeo Paulo Nobel 1992 142 p

PRIMAVESI A O manejo ecoloacutegico do solo Agricultura em regiotildees tropicais SatildeoPaulo Nobel 1982 541 p

46

PURCINO A A C ldquoNitrogecircniordquo Informe Agropecuaacuterio Belo Horizonte v7 n81 p 16-27 1981

QUIJANO F G Efeito da adubaccedilatildeo orgacircnica no desenvolvimento de duas cultivares de alface em ambiente protegido Pelotas 1999 116f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

RODRIGUES A N N Efeitos e residuais de superfosfato triplo sobre o rendimento de mateacuteria seca e absorccedilatildeo de foacutesforo pela aveia (Avena strigosa Schob) em solo Podzoacutelico Vermelho Escuro Porto Alegre 1984 59f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia UFRGS 1984

RODRIGUES E T CASALI V W D Respostas da alface agrave adubaccedilatildeo orgacircnica II Teores conteuacutedos e utilizaccedilatildeo de macronutrientes em cultivares Rev Ceres Viccedilosa v 45 n 261 p 437-449 1998

SAMINEcircS T C O Produccedilatildeo orgacircnica de alimentos Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 17 n3 novembro 1999

SCHIEDECK G Ambiecircncia e resposta agronocircmica de meloeiro (Cucumis melo L) cultivado sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegido Pelotas lOOp Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2002

SILVA JUacuteNIOR A A GIORGI E Substratos alternativos para a produccedilatildeo de mudas de tomate Agropecuaacuteria Catarinense Florianoacutepolis EPAGRI 1992 23 p

SILVA JUacuteNIOR A A MACEDO S G STUKER H Utilizaccedilatildeo de esterco de peru na produccedilatildeo de mudas de tomateiro Florianoacutepolis EPAGRI 1995 28 p (Boletim Teacutecnico 73)

TAGLIARI PS GRASSMANN H Minhoca a grande aliada da agricultura Agropecuaacuteria Catarinense v8 n l p 11-14 mar 1995

TEDESCO M J GIANELLO C Anaacutelises de solo plantas e outros materiais Porto Alegre Faculdade de Agronomia Departamento de Solos Universidade Federal do Rio Grande do Sul RS 1996

TENNANT D A Test of modified line intersect method of estimating root lenght Journal Ecology Oxford v 63 p 995-1001 1975

TIBAU A O Mateacuteria Orgacircnica do Solo Mateacuteria Orgacircnica e Fertilidade do SoloSatildeo Paulo Nobel 1984 p49-182

TIMM P J Anaacutelise comparativa dos sistemas de plantio convencional e cultivo miacutenimo de cebola sob adubaccedilatildeo orgacircnica e mineral Pelotas 2000 79 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2000

47

VALENZUELA HR CROSBY C Effect of compost applications on the yield of several vegetables in long-term organic farming experiments conduced in the tropics American Society Horticultural Science v33 n3 june 1998

VIGLIZZO E (ed) Subprograma Recursos Naturais y Sostenibilidad Agriacutecola documento marco Montevideo IICAPROCISUR 1995 p 75 - 78

WE1D J M TARDIN J M Proposta para a Ampliaccedilatildeo do Trabalho da ASPTA no Centro Sul do Paranaacute ASPTA Disponiacutevel em http wwwpronafgovbrEncontrotestosAS20PTA20Sul20ParanE1205 202002doc Acesso em 05 mai 2002

XAVIER SIMOacuteN F DOMINGUES D G Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel uma perspectiva agroecoloacutegica Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre EM ATERRS v2 n2 p 17-26 2001

ZABALETA J P Diagnoacutestico da Agricultura Familiar em Satildeo Joseacute do Norte - RSPelotas EMBRAPA-CPACT 1998 75 p (EMBRAPA-CPACT Documentos 44)

ZONTA E P MACHADO A A SILVEIRA P Sanest Sistema de anaacutelise estatiacutestica para microcomputadores Registrado na Secretaria Especial de Informaacutetica sob nuacutemero 066060 - categoria A Pelotas-RS Universidade Federal de Pelotas 1984

48

7 APEcircNDICE

APEcircNDICE A - Anaacutelise da adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes utilizados na produccedilatildeo de mudas de cebola

TABELA 1 A Anaacutelise baacutesica do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo miuacutedo + papua

Arg

pH IND

SMP

MO

P - n r - Na Al Ca__10Omlmdash

Mg

ppm -

6 53 67 089 8 6 27 1 04 05 0 2

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 2A Anaacutelise complementar do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo-miuacutedo + papua

Cobre Zinco Manganecircs Ferro

(m v1)

04 05 26 007

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

49

TABELA 3A Anaacutelise dos fertilizantes soacutelidos

Amostra pH limidade CN

C N P K Ca Mg

- g-ivg --

Cama de 849 2491 12 31042 2479 3888 3405 29875 463

aves

Esterco 74 3594 11 677 590 157 134 335 214

de curral

Huacutemus 684 5738 14 15965 1098 453 745 743 361

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 4A Anaacutelise quiacutemica dos biofertilizantes liacutequidos

Amostra N P K_ccedil H

Ca Mg Cu Zn Fe Mn

mdashgL bull

S Magro

m b 4

Urina

053

1652

8 2 2

008

395

0 0 0

149

1674

471

1902

6872

0 0 0

1150

4507

1172

7273

42

033

101389

920

0 0 0

6250

19458

781

35273

1123

0 2 1

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

50

APEcircNDICE B - Condiccedilotildees climaacuteticas do local

TABELA 1B Condiccedilotildees de temperatura do local

___________ __________TEMPERATURA (degCgt

meses Meacutedia

Maacutexima

Meacutedia

MiacutenimaMeacutedia

Maacutexima

Absoluta

Miacutenima

Absoluta

Junho 225 87 156 320 25

Julho 225 85 155 285 30

Agosto 251 71 161 360 1 0

Fonte FEPAGROSCT 2002

TABELA 2B Condiccedilotildees de chuva do local

mdash CHUVA (mm)mdash

meses Ocorrida Normal Desvio Da Normal

Junho 1080 1 1 0 -2 0

Julho 1062 98 8 2

Agosto 1283 1 2 0 83

Fonte FEPAGROSCT 2002

51

TABELA 1C Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

APEcircNDICE C - Anaacutelise estatiacutestica da parte aeacuterea

Causas G1 FFPA FSPA AP DC

da variaccedilatildeo --------- Quadrados meacutedios-

Blocos 3

Ad Base 2 175359071 1287102 2547419 1 11775

Biofertilizantes 2 126876 29011 87669ns 02185ns

Ad x Biofert 4 572378 31123 69106ns 04159

Resiacuteduo 24 34456 03048 27169 00290

Total 35

Meacutedia geral 93745 8772 320388 6741

CV 1980 6294 5145 2530

Significativo a 5ns Natildeo significativo

52

TABELA 1D Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade

de raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

APEcircNDICE D - Anaacutelise estatiacutestica da raiz

Causas G1 FFR FSR CR RPASR DR

da variaccedilatildeo Quadrados meacutedios---------------

Blocos 3

Ad Base 2 27874 551 623 2 1 0 140

Biofertilizantes 2 178 0 1 0 ni 1504 l03ns 038ns

Ad x Biofert 4 190 058 318 294 183

Resiacuteduo 24 005 009 028 023 0 2 1

Total 35

Meacutedia geral 1818 228 184 387 333

C V 134 1356 448 1253 1396

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

53

APEcircNDICE E - Anaacutelise estatiacutestica dos macronutrientes da parte aeacuterea da cebola

TABELA 1E Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mud^s de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

Causas G1 bull N P K Ca Mg

da variaccedilatildeo

Blocos 3

Ad Base 2 13550306 446627 25509686 1031806 59007

Biofertilizantes 2 180610ns 16564 68153ns 39006 876ns

Ad x Biofert 4 454187 45743 1047539 46950 2464

Resiacuteduo 24 29769 1453 64313 3741 439

Total 35

Meacutedia geral 24921 4597 33366 6943 1615

C V 692 829 760 880 1297

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

APEcircNDICE F - Fotos do experimento

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob uma perspectiva agroecoloacutegica

APEcircNDICE F a Fotos do experimento

FIGURA 1 Adubaccedilatildeo verde com feijatildeo-miuacutedo e papuatilde utilizadas no manejo do solo

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob urna perspectiva agroecoloacutegica

Page 29: PRODUÇÃO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L.) SOB …orgprints.org/24883/1/Paglia_Produção.pdf · vaca mais calda bordalesa; MB4+U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

19

o ataque dos microrganismos atraveacutes de suas enzimas consegue liberar os elementos natildeo

atacados pelos aacutecidos industriais (Pinheiro amp Barreto 2000)

Os biofertilizantes tecircm sido empregados na agricultura ecoloacutegica como adubo

foliar para aumentar a resistecircncia contra pragas e doenccedilas Aleacutem disso o processo de

produccedilatildeo eacute bastante simples e por isso eacute viaacutevel sua produccedilatildeo na propriedade desde que

tenha esterco disponiacutevel (Penteado 1999)

Bettiol et al (1997) verificaram a presenccedila de diferentes espeacutecies de fungos

fiacutelamentosos e leveduriformes e bacteacuterias entre elas Bacillus spp na comunidade

microbiana do biofertilizante produzido segundo meacutetodo adotado pelo Centro de

Agricultura Ecoloacutegica Ipecirc Os autores verificaram ainda uma reduccedilatildeo da comunidade

microbiana ao longo da digestatildeo reduccedilatildeo essa mais acentuada logo apoacutes o acreacutescimo

dos sais contendo micronutrientes A accedilatildeo dos sais pode ser tanto por aumento na

pressatildeo osmoacutetica quanto pelo efeito direto sobre os microrganismos Para o controle de

doenccedilas de plantas satildeo importantes a presenccedila dos metaboacutelitos produzidos pelos

organismos presentes no biofertilizante e os proacuteprios microrganismos vivos

Os microrganismos transformam o material orgacircnico (esterco soro de leite caldo

de frutas palhas restos industriais etc) e cinzas produzindo vitaminas aacutecidos e sais

complexos importantes para regular e tonificar o metabolismo das plantas impedindo o

desenvolvimento de pragas e doenccedilas (Pinheiro amp Barreto 2000)

Em estudos feitos com o biofertilizante liacutequido de bovinos foi observado a

presenccedila de inuacutemeros microorganismos como bacteacuterias leveduras e bacilos

principalmente do Bacillus subtilis Estes microorganismos sintetizam substacircncias

antibioacuteticas as quais demonstram ter grande accedilatildeo e eficiecircncia como substacircncias

fungiostaacuteticas e bacteriostaacuteticas de fitopatoacutegenos causadores de danos em lavouras

comerciais (Penteado 1999)

Aldrighi et al (2002) realizaram trabalho na UFPel relacionado agrave nutriccedilatildeo de

mudas de tomate (Floradade) produzidas no sistema ldquofloatingrdquo Utilizaram-se doses de

0 2 5 e 10 para o biofertilizante Super Magro e 0 e 1 para a urina de vaca

Concluiacuteram que estes natildeo interferem na produccedilatildeo das mudas e que provavelmente foi

influenciado pelo substrato utilizado (vermicomposto 75 e casca de arroz carbonizada

25) bem como o sistema de produccedilatildeo (floating)

Paglia et al (2002) citam que eacute possiacutevel produzir mudas de tomate (cultivar

Floradede) utilizando urina de vaca e biofertilizante Super Magro na aacutegua em sistema

ldquofloatingrdquo em trabalho realizado na UFPel O uso da urina de vaca a 1 e 5 e

20

biofertilizante Super Magro a 6 proporcionam uma elevaccedilatildeo do foacutesforo bem como o

Super Magro a 6 eleva os teores de Mg e Ca na aacutegua

251 Urina de vaca

As urinas de vaca contecircm nutrientes favoraacuteveis ao bom desenvolvimento das

plantas como potaacutessio soacutedio nitrogecircnio enxofre magneacutesio caacutelcio foacutesforo e traccedilos de

outros elementos Nas plantas funciona como um fertilizante natural tomando-as mais

resistentes ao ataque das pragas e doenccedilas Satildeo encontradas tambeacutem na urina outras

substacircncias como fenoacuteis e principalmente o catecol que esta associado agrave recuperaccedilatildeo

de plantas atacadas por fitopatoacutegenos por ser um produto anti-seacuteptico (Penteado 1999)

Para seu emprego a urina receacutem coletada deve ser armazenada sob condiccedilotildees

ambientais por trecircs dias para que se forme amocircnio importante produto a ser absorvido

pelas plantas Recomenda-se ainda que o armazenamento deva ser feito em recipiente

fechado para que natildeo ocorram perdas de nitrogecircnio Desta forma poderaacute permanecer

por ateacute um ano sem comprometer sua eficiecircncia

Em hortaliccedilas o uso da urina de vaca eacute recomendado em pulverizaccedilotildees foliares

semanais na concentraccedilatildeo de 05 para tomateiro pimentatildeo pepino feijatildeo vagem e

couve ou quinzenais a 1 para as culturas do quiabeiro jiloeiro e berinjela Para

fruteiras em geral a primeira aplicaccedilatildeo deve ser na concentraccedilatildeo aproximada de 5

realizada diretamente no solo e mensalmente devem ser realizadas pulverizaccedilotildees

foliares a 1 para plantas jovens e a 5 para plantas adultas (Penteado 1999)

Na aplicaccedilatildeo foliar deve-se ter cuidado com folhas e brotos novos e considerar que

o uso contiacutenuo pode ser toacutexico podendo afetar o solo causando a sua acidificaccedilatildeo

(Penteado 1999)

Na Estaccedilatildeo Experimental da PESAGRO no municiacutepio de Macaeacute Rio de Janeiro

estaacute se utilizando a urina de vaca leiteira Os pesquisadores descobriram que a urina de

vaca em lactaccedilatildeo produzia o efeito de recuperar plantas de abacaxi atacadas por uma

doenccedila conhecida como ldquofusairioserdquo Essa doenccedila quando ataca o abacaxi causa

perdas de ateacute 70 da safra Todos os agrotoacutexicos testados natildeo conseguiram controlar a

doenccedila Isto eacute um exemplo para que a universidade tenha uma nova percepccedilatildeo (Capra

1996) adotando medidas efetivas que contribuam na transiccedilatildeo agroecoloacutegica Com o

uso da urina de vaca leiteira numa lavoura de abacaxi atacada pela fusariose observou-

se agrave recuperaccedilatildeo do stand e os frutos produzidos apresentaram excelente padratildeo

21

comercial Descobriu-se que aleacutem funcionar como adubo e defensivo natural a urina de

vaca leiteira tambeacutem favorece a floraccedilatildeo de muitas plantas e pode ser usada no

tratamento de frutos e tubeacuterculos depois da colheita

A urina de vaca em lactaccedilatildeo tambeacutem estaacute sendo usada nas lavouras de cafeacute em

plantaccedilotildees de maracujaacute coco alface e outras hortaliccedilas Na regiatildeo centro-sul do Paranaacute

os agricultores estatildeo aplicando a urina de vaca leiteira nas lavouras de feijatildeo soja

batata cebola e milho (Penteado 1999)

252 Alhol

A maioria dos defensivos alternativos tais como calda bordalesa sulfocaacutelcica

aacutegua de cinza e cal biofertilizante enriquecido extrato de fumo entre outros precisa

ser misturada com um espalhante adesivo para quebrar a tensatildeo superficial da gota e

propiciar um melhor molhamento das folhas e demais partes pulverizadas assegurando

uma absorccedilatildeo mais efetiva e uma melhor accedilatildeo sobre as pragas e doenccedilas Quando as

gotas permanecem inteiras sobre a superfiacutecie folhar devido agrave falta de espalhante

adesivo pode-se danificar os tecidos vegetais pelc efeito-lente quando o sol incide

sobre elas Aleacutem disso a gota por natildeo se espalhar sobre toda superfiacutecie folhar

concentra nela e consequumlentemente sobre o tecido que estaacute em contato com ela uma

quantidade maior do produto aplicado Essa maior concentraccedilatildeo pode prejudicar a

absorccedilatildeo e lesionar os tecidos principalmente apoacutes a evaporaccedilatildeo da aacutegua contida na

gota por resultar em uma maior concentraccedilatildeo de sais no local especialmente quando se

aplicam por exemplo calda sulfocaacutelcica bordalesa biofertilizante enriquecido com

macro e micronutrientes (Claro 2001)

O alhol eacute um espalhante adesivo ecoloacutegico que tambeacutem auxilia no controle de

pragas E elaborado com aacutegua alho oacuteleo vegetal e sabatildeo neutro a partir da sabedoria

popular que menciona o alho como repelente de insetos Juacutenior Abreu amp Maiorano

(199-) indicam formulaccedilotildees contendo alho para o controle de pragas como nematoacuteides

(Meloidogyne incoacutegnita e M javanica) mosca do chifre lagarta na maccedilatilde pulgotildees

besouro da batata trips e para controle de doenccedilas fuacutengicas e bacterianas como miacuteldio

ferrugem fusariose helminthosporiose murchadeira (Pseudonamos solacearum)

bruzone do arroz (Pyricularia orysae) podridatildeo negra do repolho e couve-flor

(Xanthomonas campestris) Aleacutem disso o alho pelo seu bom teor em oacuteleo pode agir

tambeacutem como espalhante adesivo O sabatildeo tambeacutem eacute indicado como espalhante adesivo

22

e possui accedilatildeo contra certas pragas (pulgotildees) sendo que o oacuteleo vegetal eacute indicado no

controle de cochonilhas e usado como espalhante adesivo (Claro 2001)

253 Calda Bordalesa

A calda bordalesa eacute um tradicional defensivo agriacutecola que pode ser preparado na

propriedade com a mistura de sulfato de cobre cal virgem e aacutegua As concentraccedilotildees de

sulfato de cobre e cal satildeo distintas dependendo do objetivo do seu emprego

Geralmente diferem de acordo com o tipo de planta ou espeacutecie vegetal as condiccedilotildees

climaacuteticas o grau de infestaccedilatildeo da doenccedila e a fase de crescimento da planta Eacute indicada

para o controle de miacuteldio alternaacuteria botrytis e antracnose (Penteado 1999)

A calda bordalesa caracteriza-se pela sua importante accedilatildeo no controle de diversas

doenccedilas fungicas nas mais diversas espeacutecies de culturas Possui tambeacutem uma relativa

accedilatildeo bactericida e em alguns casos age como repelente de insetos Da mistura do

sulfato de cobre com a cal resulta uma soluccedilatildeo rica em macronutrientes e

micronutrientes Provavelmente os expressivos resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo da

calda bordalesa devam-se natildeo somente a sua accedilatildeo fuacutengica e bactericida mas sobretudo

agrave influecircncia positiva que exerce no metabolismo das plantas ativando o processo

enzimaacutetico e estimulando a proteossiacutentese aumentando a resistecircncia das plantas (Claro

2 0 0 1 ) caracteriacutestica fundamental na agricultura sustentaacutevel

254 Biofertilizante Super Magro

A calda Super Magro eacute produto da fermentaccedilatildeo de estercos animais enriquecidos

por micronutrientes e outros produtos de origem animal obtendo-se uma calda

biofertilizante para aplicaccedilatildeo foliar nas plantas (Penteado 1999) jaacute foram observados

bons resultados principalmente nas culturas de uva maccedila pecircssego tomate batata e

hortaliccedilas em geral

E indicado como fonte suplementar de micronutrientes para as plantas inibidor

de fungos e bacteacuterias causadores de doenccedilas e para aumentar a resistecircncia contra insetos

e aacutecaros (Penteado 1999) i

Muller (1999) avaliou a influecircncia do biofertilizante Super Magro sobre as

culturas de tomate (Lycopersicon esculentum Mill) ervilha (Pisum sativum L) e

beterraba (Beta vulgaris L) O autor obteve cultivos com baixa severidade de doenccedilas e

23

insetos fitoacutefagos possivelmente por causa do manejo orgacircnico de produccedilatildeo Os

resultados das pulverizaccedilotildees das soluccedilotildees foliares variaram conforme a cultura e o

clima

255 Biofertilizante MB4

A utilizaccedilatildeo das farinhas de rochas eacute uma das teacutecnicas mais modernas usadas nos

uacuteltimos anos na agricultura O elevado nuacutemero de nutrientes contidos no MB4 como

cobre zinco manganecircs cobalto soacutedio alumiacutenio silicatos de magneacutesio ferro e caacutelcio

acompanhado de foacutesforo potaacutessio e enxofre reagem com a soluccedilatildeo do solo liberando

elementos essenciais ao desenvolvimento da vida microbiana os quais exercem um

papel fundamental atraveacutes de transformaccedilotildees quiacutemicas e do equiliacutebrio bioloacutegico

favorecendo o desenvolvimento sadio das plantas (Pinheiro amp Barreto 2000)

24

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

31 Local de execuccedilatildeo do experimento

O presente trabalho foi conduzido no Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul

(FEPAGROSUL) no municiacutepio de Rio Grande nlt periacuteodo de 15 de maio a 26 de

agosto de 2 0 0 2

O solo eacute classificado como ldquoTuiardquo satildeo muito arenosos As massas aquaacuteticas do

Oceano Atlacircntico e Lagoa dos Patos influenciam ventos temperatura pressatildeo umidade

relativa e demais fatores climaacuteticos A topografia da regiatildeo litoracircnea eacute plana com

lenccediloacuteis freaacuteticos superficiais

32 Anaacutelise estatiacutestica

O experimento foi constituiacutedo em fatorial 3X3 (Quadro 1) com quatro repeticcedilotildees

no delineamento blocos ao acaso As variaacuteveis respostas foram submetidas agrave anaacutelise de

variaccedilatildeo e ao teste de Duncan a 5 de probabilidade para comparaccedilatildeo das meacutedias

utilizando-se o sistema SANEST (Zonta amp Machado 1984)

As anaacutelises estatiacutesticas das variaacuteveis estudadas encontram-se nos Apecircndices C D

Os resultados das respostas agronocircmicas e das determinaccedilotildees dos conteuacutedos dos

macronutrientes bem como os de raiz estatildeo nas tabelas de 1 a 3

25

As diferentes adubaccedilotildees seratildeo representadas durante a discussatildeo da seguinte

forma 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e EC

(60 t ha 1 de esterco de curral) 1 VB+SM+U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais

super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+SM+U+CB (45 t ha 1 de

vermicomposto mais super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa)

EC+SM+U+CB (60 t ha 1 de esterco de curral mais super magro mais urina de vaca

mais calda bordalesa) 1 VB+MB4 +U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais MB4 mais

urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+MB4 +U+CB (45 t ha 1 de vermicomposto

mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa) EC+MB4 +U+CB (60 t ha 1 esterco

de curral mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa)

QUADRO 1 Descriccedilatildeo dos fatores experimentais e respectivos niacuteveis

Niacuteveis Fator 1 ADUBACcedilAtildeO DE BASE

0 1 Vermicomposto (30 t ha1)

0 2 Vermicomposto (45 t ha1)

03 Esterco de curral (60 t ha1)

Niacuteveis Fator 2 BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS

0 1 Super magro (5) + Urina de Vaca + Calda Bordalesa

0 2 MB4 (10) + Urina de vaca + Calda Bordalesa

03 Ausecircncia (testemunha)

33 Tratamentos

Da combinaccedilatildeo entre niacuteveis e fatores foram obtidos 9 tratamentos que estatildeo

descritos no Quadro 2 bem como as doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

26

QUADRO 2 Tratamentos e doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

TRATAMENTOS

Ndeg FATOR I FATOR II

0 1 30 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

0 2 30 t harsquo de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

03 30 t ha de vermicomposto - - -

04 45 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

05 45 t ha de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

06 45 t ha de vermicomposto - - -

07 60 t hade esterco Super Magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

08 60 t hade esterco MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

09 60 t hade esterco - - -

Cada parcela foi constituiacuteda por dois canteiros medindo 1 m de largura x 2 m de

comprimento perfazendo 075 m de aacuterea de aacuterea uacutetil (025 m de bordadura) Foi

utilizando semeadura a lanccedilo com densidade de 24 g canteiro1

O vermicomposto a urina de vaca o esterco de curral o alhol os biofertilizantes e

a calda bordalesa foram de procedecircncia do Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul O

vermicomposto de esterco bovino misturado agraves cascas de frutas foi processado pela

minhoca vermelha califomiana Eisenia foetida)

O biofertilizante Super Magro foi elaborado segundo a metodologia descrita pela

FEPAGROSUL utilizando-se os seguintes componentes 190 litros de aacutegua 22 litros

de leite 55 Kg de accediluacutecar mascavo 30 Kg de esterco fresco de bovinos 2 Kg de

Sulfato de zinco 2 Kg de sulfato de magneacutesio 2 Kg de cloreto de caacutelcio 1 Kg de aacutecido

boacuterico 300 g de sulfato de cobre 300 g de sulfato de ferro 300 g de sulfato de

manganecircs 100 g de molibdato de soacutedio 50 g de sulfato de cobalto 3 Kg de fosfato

natural 3 Kg de cinza e 200 g de farinha de osso

A urina de vaca em lactaccedilatildeo foi coletada pela manhatilde e armazenada em recipiente

fechado por trecircs dias em condiccedilotildees ambientais para que se formasse a amocircnia e natildeo

ocorresse perda de nitrogecircnio

28

Realizaram-se duas capinas manuais durante o experimento e em seguida como

cobertura se colocou casca de arroz Tambeacutem foi aplicado esterco de aves 30 dias antes

da colheita na quantidade de 05 Kg canteiro 1 como adubaccedilatildeo de cobertura

As pulverizaccedilotildees com os produtos iniciaram apoacutes 15 dias da germinaccedilatildeo

Realizou-se sete aplicaccedilotildees sendo que as duas primeiras foram feitas apenas com

Super Magro e MB4 Na terceira e na quarta aplicaccedilatildeo utilizou-se urina de vaca e calda

bordalesa em concentraccedilotildees menores (05 e 025 respectivamente) e na quinta

aplicaccedilatildeo as dosagens de urina de vaca e calda bordalesa foram elevadas para 1 0 e

05 respectivamente ateacute o final do experimento O alhol foi utilizado a partir da

terceira pulverizaccedilatildeo na quantidade de 2 e seguiu ateacute o final no dia 26 de agosto

quando as mudas foram colhidas e posteriormente analisadas as variaacuteveis

35 Observaccedilotildees agronocircmicas

Foram utilizadas 20 mudas de cebola para obtenccedilatildeo das meacutedias das variaacuteveis as

quais foram as seguintes

351 Fitomassa fresca da parte aeacuterea e raiacutezes

Foi realizada atraveacutes de uma balanccedila digital procedendo-se a pesagem de 20

mudas de cebola previamente lavadas e posteriormente secadas durante uma hora sobre

um tecido de algodatildeo agrave temperatura ambiente Processo idecircntico foi adotado com as

raiacutezes

352 Fitomassa seca da parte aeacuterea e raiacutezes

Esta variaacutevel foi obtida a partir da secagem preliminar em estufa de ar forccedilado

durante 48 horas a 65 C ateacute peso constante com posterior pesagem em balanccedila

analiacutetica

353 Altura da muda

A altura de muda foi medida a partir do colo das plantas ateacute sua uacuteltima folha

(ponto de crescimento) com uma reacutegua graduada de 40 cm

29

354 Diacircmetro do colo das plantas

Esta medida foi realizada no ponto de transplante a 2 mm das raiacutezes e utilizando-

se um paquiacutemetro SOMET

355 Sistema radicular

Ao teacutermino do experimento foram retiradas as raiacutezes das mesmas plantas que foram

utilizadas para as determinaccedilotildees realizadas na parte aeacuterea procedendo-se uma amostra

de solo com raiacutezes de 2 0 cm de largura x 2 0 cm de comprimento e 2 0 cm de altura

totalizando 8000 cm3

As raiacutezes apoacutes serem lavadas em aacutegua corrente foram pesadas acondicionadas em

sacos plaacutesticos e congeladas para posteriores anaacutelises pelo meacutetodo de Tennant (1975)

para a determinaccedilatildeo do comprimento e densidade

3551 Comprimento de raiz

Utilizou-se para a determinaccedilatildeo do comprimento de raiz as seguintes foacutermulas

1 = ndeg x 1114 x 1 onde

1 - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 0 0 2 g

ndeg - nuacutemero de intercessotildees das raiacutezes com os lados da quadriacutecula da malha do

aparelho

1114 - constante

1 - medida lateral da quadriacutecula em cm

Tomando-se a fiacutetomassa seca e o comprimento da raiz da cada amostra

relacionou-se com a fiacutetomassa seca e o comprimento total da raiz da planta aplicando-

se a seguinte equaccedilatildeo

L = (FSR x 1) FSPA onde

L - comprimento total da raiz da planta (m)

FSR - fiacutetomassa seca de raiz

FSPA - fiacutetomassa seca da parte aeacuterea

L - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 002g

3552 Densidade de raiz

A densidade foi determinada pela foacutermula

D = L 8000 onde

D - densidade de raiacutezes (m cm3)

30

L - comprimento total de raiacutezes (m)

8 0 0 0 - volume da amostra (cm3)

3553 Razatildeo parte aeacutereasistema radicular

Este paracircmetro foi obtido pela equaccedilatildeo

RPASR = FSPA FSR onde

RPASR - razatildeo parte aeacuterea sistema radicular

FSPA - fitomassa seca da parte aeacuterea

FSR - fitomassa seca do sistema radicular

36 Determinaccedilatildeo de macronutrientes no tecido vegetal

Os macronutrientes nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio foram

determinados no laboratoacuterio de Fertilidade e Anaacutelise de Plantas do Departamento de

Solos da UFPel atraveacutes dos meacutetodos descritos por Tedesco amp Gianello (1996)

31

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 Anaacutelise das variaacuteveis

A anaacutelise da variaccedilatildeo mostrou que houve diferenccedila significativa na interaccedilatildeo entre

os fatores de adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes liacutequidos com exceccedilatildeo da variaacutevel altura

de planta para a qual somente a adubaccedilatildeo de base mostrou-se significativa (Apecircndices

C D e E Tabelas 1C 1D e 1E)

411 Anaacutelise da parte aeacuterea

Na Tabela 1 destacaram-se as adubaccedilotildees EC+SM+U+CB EC+MB4 +U+CB e EC

que diferiram significativamente das demais adubaccedilotildees para as variaacuteveis fiacutetomassa

fresca da parte aeacuterea (FFPA) fiacutetomassa seca da parte aeacuterea (FSPA) altura de planta

(AP) e diacircmetro do colo (DC)

32

TABELA 1 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

30 t ha de vermicomposto 7015 c A45 t halsquo de vermicomposto 7824 b B60 t ha de esterco de curral 12248 a C

30 t ha de vermicomposto 667 c A45 t ha de vermicomposto 752 b A60 t ha de esterco de curral 1150a C

30 t ha de vermicomposto 2975 b A45 t harsquo de vermicomposto 2775 b A60 t ha de esterco de curral 3600 a B

30 t ha de vermicomposto 631 b A45 t ha de vermicomposto 6 2 2 b B60 t ha de esterco de curral 741 a C

-Fitomassa fresca (g)----------------6270 c B 6885 b A8832 b A 6308 c C

15082 a A 13934 a BmdashFitomassa seca (g)----------------

625 c A 655 b A830 b A 607 b B

1345 a A 1262 a B-Altura de planta (cm)----------------

2950 b A 3050 b A2937 b A 2950 b A 3975 a A 3622 a B

-Diacircmetro de colo (mm)---------------592 c B 599 b B 657 b A 609 b B 819a A________ 793a B

Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

O efeito positivo do esterco bovino pode ser atribuiacutedo agraves melhorias nas condiccedilotildees

fiacutesicas do solo por ele proporcionado Segundo Primavesi (1982) e Compagnoni amp

Putzolu (1985) o esterco bovino apresenta propriedades condicionadoras do solo dando

agraves plantas melhores condiccedilotildees de desenvolvimento elevando sobremaneira os

conteuacutedos de fitomassa fresca das plantas que refletiratildeo nas demais respostas

agronocircmicas

Analisando as adubaccedilotildees de base em relaccedilatildeo aos biofertilizantes observa-se que

para os tratamentos 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) - natildeo houve influecircncia dos

biofertilizantes para as variaacuteveis FSPA e AP enquanto destacou-se o SM+U+CB para o

DC e SM+U+CB e ausecircncia da adubaccedilatildeo liacutequida para a FFPA mostrando que o uso

dos biofertilizantes natildeo influenciou esta variaacutevel 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) -

verificou-se a eficiecircncia do uso do MB4 +U+CB para as variaacuteveis FFPA e DC Para a

variaacutevel FSPA destacaram-se os dois biofertilizantes utilizados jaacute para AP natildeo houve

33

influecircncia destes EC (60 t ha 1 de esterco de curral) - em todas as variaacuteveis observadas

na tabela 5 as respostas foram significativas utilizando MB4 +U+CB

As respostas encontradas no presente trabalho para as variaacuteveis AP e FSPA foram

superiores as obtidas por Dalponte (1990) quando utilizado 0 esterco de curral para

produccedilatildeo de mudas de cebola

Segundo Filgueira (2000) os solos da regiatildeo produtora de cebola do RS satildeo

pobres em foacutesforo disponiacutevel (15 mg Kg1) necessitando portanto de adubaccedilotildees

fosfatadas elevadas As respostas aqui obtidas podem ser justificadas pelos teores de

foacutesforo contido no MB4

Follet et al (1981) citam a importacircncia do uso de compostos orgacircnicos no solo

enfatizando os estercos no sentido da decomposiccedilatildeo continuada no fornecimento de

nutrientes e na liberaccedilatildeo lenta e gradual de aacutecidos orgacircnicos influenciando a liberaccedilatildeo

do foacutesforo O que provavelmente pode ser atribuiacutedo agraves respostas encontradas no

presente trabalho para 0 tratamento Esterco de curral mais MB4 e Urina mais Calda

Bordalesa

E importante destacar que 0 sistema de produccedilatildeo de mudas de cebola sob uma

perspectiva agroecoloacutegica mostra-se eficiente quando visualmente natildeo percebe-se

diferenccedila significativa entre os tratamentos (Apecircndice F Figura 2)

Conveacutem ressaltar que quando trabalhamos com agroecologia natildeo existem

receitas nem pacotes tecnoloacutegicos prontos Cada situaccedilatildeo deveraacute ser estudada em

particular para que se faccedila recomendaccedilotildees adequadas ao ambiente local uma vez que

as plantas se adaptam ao meio estando a nutriccedilatildeo encarregada de proteger e manter o

equiliacutebrio do organismo vegetal em funccedilatildeo das alteraccedilotildees externas

E fundamental que se compreenda os princiacutepios norteadores de todo o processo

que satildeo as bases da luta por uma sociedade mais justa dentro de um mundo econocircmico e

ambientalmente mais sustentaacutevel

412 Anaacutelise do sistema radicular

Os resultados obtidos nas anaacutelises do sistema radicular (Tabela 2) mostram

diferenccedilas significativas entre as adubaccedilotildees para as variaacuteveis fitomassa fresca de raiz

(FFR) fitomassa seca de raiz (FSR) comprimento de raiz (CR) razatildeo parte

aeacutereasistema radicular (RPASR) e densidade de raiz (DR)

34

TABELA 2 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade de

raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAO DE BASE

S Magro + MB4 +Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

1540 c A 1576 b B 2427 a A

Fitomassa fresca (g)----------------1502 c B 1517 b AB 1658 b A 1446 c C 2336 a B 2360 a B

--------------------Fitomassa seca (g)-------------------196 b A 207 ab A 170 b A170 b A 199 b A 192 b A 344 a A 249 a B 327 a A

Comprimento de raiz(cm)---------------1237 b A 1158 b A 1158 a A1237 b A 1060 c B 1040 b B1433 a A 1296 a B 1040 b C

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t halsquo 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha de vermicomposto 45 t ha de vermicomposto60 t ha~ de esterco de curral__________________________ _________________________Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

-----Razatildeo Parte AeacutereaSistema Radicular------340 b AB 301c B 384 a A446 a A 415 b A 326 a B339 b B 546 a A 388 a B

-------------- Densidade de raiz (m cm3)------------367 a AB 414 a A 325 b B282 b B 301b B 405 a A347 ab A 231c B 324 b A

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base destacou-se o EC (60 t ha 1 de esterco de curral)

para as variaacuteveis FFR e FSR Quando adicionado o SM+U+CB os resultados para FFR

foram ainda melhores bem como o CR As respostas obtidas para a RPASR foram

variadas em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees apresentando melhores resultados para 15 VB (45 t

ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB e ainda melhor para EC (60 t ha 1 de esterco de

curral)+MB4 +U+CB As adubaccedilotildees de base 1 VB 15 VB e EC natildeo diferiram entre si

As adubaccedilotildees mais eficientes para a variaacutevel DR foram 1 VB+SM+U+CV que natildeo

diferiu da EC+SM+U+CB I VB+ MB4 +U+CB e agrave 15 VB foram melhores entre as

demais

35

Analisando os biofertilizantes em relaccedilatildeo a cada adubaccedilatildeo de base verifica-se que

para a 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB destaca-se a variaacutevel FFR

poreacutem sem diferenccedila significativa de 1 VB os melhpres resultados para a variaacutevel DR

foram encontrados pelo tratamento 1 VB+MB4 +U+CB e 15 VB (45 t ha 1 de

vermicomposto) tambeacutem se considera eficiente o 1 VB+SM+U+CB que natildeo diferiu do

EC (esterco de curral) Quando se utilizou 15 VB+ MB4 +U+CB houve resposta

significativa para a variaacutevel FFR para FSR as respostas natildeo foram diferentes com a

aplicaccedilatildeo dos biofertilizantes para as variaacuteveis FSR e DR as adubaccedilotildees EC e

EC+SM+U+CB natildeo diferiram entre si

Embora as respostas estatiacutesticas tenham sido diferentes para as adubaccedilotildees

combinadas ou natildeo pode-se salientar a importacircncia do aacutecido indol-aceacutetico como jaacute

citado anteriormente para as variaacuteveis avaliadas na parte aeacuterea das mudas de cebola

Respostas semelhantes nesse sentido foram encontradas para a cultura da alface por

Quijano (1999) e Morselli (2001)

Pereira et al (2002) concluiacuteram em trabalho realizado com a cultivar de cebola

CNPF1 6400 em Minas Gerais que a utilizaccedilatildeo de 20 t ha de esterco de curral

proporcionou os melhores resultados para a produccedilatildeo de cebola

Silva Juacutenior amp Giorgi (1992) e Menezes Juacutenior (1998) citam que doses elevadas

de mateacuteria orgacircnica podem prejudicar a primeira fase da germinaccedilatildeo (embebiccedilatildeo) e

absorccedilatildeo de aacutegua pelas raiacutezes das placircntulas No entanto no presente trabalho este fato

natildeo ocorreu embora a dose de esterco utilizada tenha sido de 60 t ha 1 (dose maacutexima

recomendada segundo Nolla 1982)

413 Anaacutelise de macronutrientes no tecido vegetal

Os resultados dos conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio no

tecido vegetal sob diferentes adubaccedilotildees encontrados na Tabela 3 indicam mais uma

vez a superioridade da adubaccedilatildeo esterco com 0 uso ou natildeo de biofertilizantes

36

TABELA 3 Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob

uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS i J B

ADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesamg plantas1

---- Nitrogecircnio-----30 t ha de vermicomposto 16593 c AB 15451 c B 19050 b A45 t ha de vermicomposto 21444 b A 22888 b A 17852 b B60 t ha de esterco de curral 32606 a C 37593 a B 40816 a A

--------------- ------ Foacutesforo------- -------------30 t ha de vermicomposto 3098 c B 2802 c B 3999 b A45 t ha de vermicomposto 4109 b A 4135 b A 2788 c B60 t ha de esterco de curral 5300 a B 7577 a A 7565 a A

------- Potaacutessio------30 t ha de vermicomposto 24327 c A 19900 c B 24965 b A45 t ha de vermicomposto 29113b A 29812 b A 22031 b B60 t ha de esterco de curral 44070 a B 51976 a A 54101 a A

-------- Caacutelcio-------30 t ha de vermicomposto 5027 c A 4356 c A 4834 b A45 t ha de vermicomposto 6114b A 6963 b A 4379 b B60 t ha de esterco de curral 9030 a C 11451 a A 10331 a B

------Magneacutesio-----30 t ha de vermicomposto 1188 b A 914 c A 1202 b A45 t ha de vermicomposto 1231 b B 1582 b A 1176 b B60 t ha de esterco de curral 2136a B 2443 a A 2663 a AMeacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base observa-se que o melhor tratamento foi o

esterco de curral para todas as variaacuteveis Para 1 VB (30 t ha^ 1 de vermicomposto) natildeo

houve resposta diferenciada com o uso de bofertilizantes para todas as variaacuteveis A

adubaccedilatildeo 15 VB (45 t ha 1 de vemicomposto) foi influenciada pelos biofertilizantes

para as variaacuteveis N P K e Ca enquanto que para Mg somente o MB4+U+CB o

influenciou O EC (esterco de curral) mostrou diferenccedila significativa apenas para as

variaacuteveis Ca e Mg quando adicionado MB4+U+CB

Segundo Peixoto (2000) eacute fundamental a adiccedilatildeo de adubos orgacircnico no cultivo de

hortaliccedilas seja na forma de esterco decomposto composto ou huacutemus de minhoca de

37

modo a fornecer melhorias nas propriedades do solo vindo a disponibilizar os nutrientes

as diferentes culturas

O esterco fresco conteacutem muita cama celuloacutesica e um elevado teor de aacutegua No

esterco curtido a celulose jaacute estaacute decomposta o teor de aacutegua estaacute reduzido agrave metade e os

nutrientes em uma forma mais assimilaacutevel e mais concentrada O esterco fresco pode

causar uma deficiecircncia temporaacuteria de nitrogecircnio no solo ao se decompor o que natildeo

acontece com o biestabilizado (Kiehl 1985)Ocorre uma diminuiccedilatildeo inicial no volume

de aacutegua retido no esterco de curral diminui inicialmente em tomo de 3581 liberando

posteriormente somente 496 evidenciando a sua capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua

(Menezes Juacutenior 1998)

A utilizaccedilatildeo continuada de adubos nitrogenados minerais no solo altera o balanccedilo

do nitrogecircnio entre o solo e planta No meacutetodo biodinacircmico eacute sublinhada a importacircncia

dos adubos animais para o estabelecimento da fertilidade permanente dos solos (Koeff

et al 1983)

Para Guimaratildees (1997) os benefiacutecios que a mateacuteria orgacircnica imprime ao solo

principalmente melhorando a produtividade fertilidade e a influencia que as substancias

huacutemicas exercem sobre o ambiente dependem da qualidade e do teor de mateacuteria

orgacircnica do solo Estas substacircncias por conterem nutrientes em sua constituiccedilatildeo em uma

forma mais disponiacutevel para as plantas promovem um equiliacutebrio no ambiente no solo

(Kononova 1966)

Aproximadamente de 60 a 70 do total de carbono do solo ocorre na forma de

materiais huacutemicos (Griffith amp Schnitzer 1975) sendo a eles atribuiacutedo a manutenccedilatildeo da

bioestrutura do solo aumentando a capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua (Brady 1999)

Conforme Compagnoni amp Putzolu (1985) os estercos bem como os demais

resiacuteduos orgacircnicos apresentam conteuacutedos diferentes de aacutecidos huacutemicos e fuumllvicos sendo

atribuiacutedo ao acido huacutemico uma accedilatildeo fitoestimulante semelhante aos fitohormocircnios por

favorecer o desenvolvimento do sistema radicular e crescimento do caule

Em trabalho realizado por Guimaratildees (1997) foi encontrado para aacutecidos huacutemicos

de esterco bovino uma relaccedilatildeo CN 1035 e para vermicomposto bovino 17

evidenciando que o esterco quando aplicado ao solo por apresentar uma relaccedilatildeo CN

proacutexima deste reage mais facilmente liberando nutrientes para as plantas sem alterar a

cadeia troacutefiacuteca Dados encontrados no presente trabalho demonstram a eficiecircncia do

esterco nesse sentido

38

De acordo com Morselli (2001) vaacuterios trabalhos citam comentam e discutem a

capacidade dos vermicompostos em proporcionar oacutetimas colheitas e favorecer a

precocidade das plantas cultivadas Poreacutem muitas vezes se observa que mesmo

suprindo essas plantas com nutrientes necessaacuterios atraveacutes de huacutemus de diferentes fontes

as respostas natildeo satildeo as mesmas para uma mesma cultivar

Por outro lado os resultados com o uso de substacircncias huacutemicas satildeo variaacuteveis e

dependem aleacutem da espeacutecie testada das substacircncias huacutemicas utilizadas sua

concentraccedilatildeo o grau de purificaccedilatildeo e das condiccedilotildees experimentais A resposta das

plantas aos aacutecidos huacutemicos e fuacutelvicos eacute dependente da mateacuteria prima original e da

espeacutecie vegetal pois materiais orgacircnicos diferentes apresentam aacutecidos huacutemicos e

fuacutelvicos diferentes (Businelli 1990)

Justificam-se os maiores conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio e caacutelcio nas

adubaccedilotildees 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e biofertilizantes devido

provavelmente ao vermicomposto utilizado apresentar na sua constituiccedilatildeo teores

consideraacuteveis destes elementos aleacutem do que os biofertilizantes possam ter influenciado

na absorccedilatildeo atraveacutes de sua constituiccedilatildeo Tibau (1984) considera que a urina de vaca eacute

rica em aacutecido indol-aceacutetico e este influencia na absorccedilatildeo radicular O efeito positivo

deste tratamento provavelmente seja devido agrave quantidade aplicada

O biofertilizante que se destacou foi o MB4+U+CB em relaccedilatildeo ao EC (esterco de

curral) e eacute somente para a variaacutevel caacutelcio Isto provavelmente seja devido ao alto teor

deste elemento encontrado na sua constituiccedilatildeo (6872 g Kg1) e pela influecircncia positiva

que a calda bordalesa exerce no metabolismo das plantas atraveacutes dos nutrientes

contidos em sua formulaccedilatildeo O Ca controla a absorccedilatildeo radicular e retorna ao solo pelo

esterco e palhas por apresentar-se em maior quantidade em folhas e caules Depois de

localizado nas folhas fica imoacutevel favorecendo a resistecircncia da planta ao ataque de

fungos

Este trabalho avanccedila no estudo da agroecologia estando claro que todos os

criteacuterios tem caraacuteter dinacircmico de adequaccedilatildeo as mudanccedilas de um sistema de produccedilatildeo

em evoluccedilatildeo contribuindo na transiccedilatildeo para um padratildeo sustentaacutevel Cabe a pesquisa a

reorientaccedilatildeo para um enfoque ldquosistecircmicordquo isto eacute que permita integrar os diversos

componentes de um agroecossistema e a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas que promovam 0

fortalecimento e a expansatildeo da agricultura familiar

39

5 CONCLUSOtildeES

Considerando os resultados obtidos e as condiccedilotildees em que o estudo foi realizado

conclui-se que

bull As respostas agronocircmicas das mudas de cebola para os paracircmetros avaliados

satildeo mais satisfatoacuterias com a aplicaccedilatildeo de esterco de curral como adubaccedilatildeo de

base

bull Os biofertilizantes mais urina de vaca e calda bordalesa proporcionam

respostas satisfatoacuterias quando aplicados associados agraves adubaccedilotildees de base

bull O biofertilizante MB4 mais urina de vaca e calda bordalesa eacute mais eficiente

que o super magro mais urina e calda bordalesa quando aplicado associado agrave

adubaccedilatildeo de base esterco de curral para os conteuacutedos de fitomassa secae

fresca da parte aeacuterea das plantas altura e diacircmetro de colo das mudas de

cebola

bull Os biofertilizantes adicionados agrave adubaccedilatildeo de base 45 t harsquo 1 de vermicomposto

bovino mostram respostas significativas para os conteuacutedos de fitomassa seca

bull Os maiores conteuacutedos nutricionais para as mudas de cebola satildeo

proporcionados pela adubaccedilatildeo de base esterco de curral

bull A maior absorccedilatildeo de caacutelcio pelas mudas de cebola ocorre quando da adiccedilatildeo do

biofertilizante MB4 mais urina e calda bordalesa agrave adubaccedilatildeo de base esterco de

curral

40

6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ALDRIGHI CB ABREU CM PAGLIA AG MORSELLI TBGA FERNANDES HS Efeito da aplicaccedilatildeo de biofertilizante e urina de vaca em mudas de tomateiro Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

ALTIERI M NICHOLLS C I Agroecologia Teoria praacutectica para umaAgricultura Sustentable Ia ed PNUMA 2000 Cap 2 4 Seacuterie textos baacutesicos para la formacioacuten ambiental

ALTIERI M Agroecologia bases cientiacuteficas para uma agricultura sustentaacutevelGuaiacuteba Agropecuaacuteria 2002 592 p

ANTONIOLLI Z I GIRACCA E M N CARDOSO S J T WIETHAN M M S FERRI M Iniciaccedilatildeo agrave Minhocultura Criaccedilatildeo em Cativeiro e Vermicompostagem Santa Maria UFSM 1996 p59-89

BAYER C MIELNICZUC J Dinacircmica e funccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica In SANTOS G de A S e CAMARGO F A de O (ed) Fundamentos da mateacuteria orgacircnica do solo ecossistemas tropicais e subtropicais Porto Alegre Genesis 1999 p 3-23

BARRETTO D X Composto Orgacircnico In Praacutetica em Agricultura Orgacircnica Satildeo Paulo iacutecone Ed Ltda 1985 p 51-63

BETTIOL W Alguns produtos alternativos para o controle de doenccedilas de plantasem agricultura orgacircnica II Ciclo de palestras sobre agricultura orgacircnica Instituto Bioloacutegico Satildeo Paulo p52-63 1997

41

BETTIOL W TRACH R GALVAtildeO JAH Controle de doenccedilas de plantas com biofertilizantes Jaguariuacutena EMBRAPA-CNPMA 1997 22p (EMBRAPA- CNPMA Circular Teacutecnica 02)

BRADY N C Natureza e propriedades dos sotos Rio de Janeiro Freitas BastosS A 1979 647p

BRADY N C Organisms and ecology of the soil In The nature of properties of soils Simon amp Schuster A Viacon Company New Jersey1999 402-489p

BON1LLA J A Fundamentos da Agricultura Ecoloacutegica Sobrevivecircncia eQualidade de Vida Satildeo Paulo Nobel 1992

BUREacuteS S Substratos Ediciones Agroteacutecnicas S L Madrid Octubre 1997

BUS1NELLI M Chemical Composition and Enzymic Activity of some Worm Cast Plant Soil v 80 p 1-2 1990

CALEGARI A Espeacutecies para cobertura de solo In IAPAR (Instituto Agronocircmico de Paranaacute) Plantio Direto pequena propriedade sustentaacutevel organizador Moacir Darolt Londrina - PR 1998 65-93

CAMARGO P N D Manual de Adubaccedilatildeo Foliar Satildeo Paulo Herba 1975

CAPRA F A Teia da Vida Satildeo Paulo Cultrix 1997 256p

CAPRA F O Ponto de Mutaccedilatildeo 22 ed Satildeo Paulo Cultrix 2001 447p

CHABOUSSOU F Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da Trofobiose) Porto Alegre LPM 1987 253 p

CLARO S A Referencias tecnoloacutegicos para a agricultura familiar ecoloacutegica aexperiecircncia da Regiatildeo Centro-Serra do Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS-ASCAR 2001 250p

CLIVELA G Diagnoacutestico Agronocircmico da cebola no Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS 1995 8 6 p

COMISSAtildeO DE FERTILIDADE DO SOLO - RSSC Recomendaccedilotildees de adubaccedilatildeo e calagem para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina 3 ed Passo Fundo SBCS - Nuacutecleo Regional Sul 1995 223p

COMPAGNONI L PUTZOLU G Cria moderna de Ias lombrices y utilizacioacutenrentable dei humus Barcelona Editorial de Vecchi- SA 1985127p

COSTABEBER J A MOYANO E Transiccedilatildeo agroecoloacutegica e accedilatildeo social coletiva Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v l n4 p 50- 60 outdez 2 0 0 0

42

COSTA M B B da Adubaccedilatildeo orgacircnica Nova siacutentese e novo caminho para aagricultura Satildeo Paulo Ed iacutecone Ltda 1985 102p

COSTA NETO C Agricultura Sustentaacutevel Tecnologias e Sociedade In CARVALHO COSTA LF et al (org) Mundo Rural e Tempo Presente Rio de Janeiro Mauad 1999

DrsquoAG0ST1NI R L FANTINI A C Produccedilatildeo orgacircnica tambeacutem socialmente excludente Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v3 n l p57-61 2002

DALPONTE J C V Utilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos e fertilizante mineral na produccedilatildeo e qualidade de mudas e bulbos de cebola (Alliurn Cepa L) Pelotas-RS 1990 (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1990

DEBARBA J F THOMAZELLI L F GANDIN C L SILVA E Cadeias produtivas do Estado de Santa Catarina Cebola Florianoacutepolis Epagri 1998 115 p (EPAGRI Boletim Teacutecnico 96)

DUFOUR F Os saacutebios loucos do agro-alimentar Le Monde Diplomatique ano 1 n4 p6-7 1999 (ed portuguesa)

EHLERS E Agricultura Sustetaacutevel Origem e perspectivas de um novo paradigma 2 ed Guaiacuteba Agropecuaacuteria 1999 157 p

FILGUEIRA F A R Novo Manual de olericultura agrotecnologia moderna na produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 2000 402 p

FRASER G K Mateacuteria Orgacircnica Del Suelo In BEAR F E (ed) Quiacutemica dei Suelo Madrid Ed Agrociencia 1963

FOLLET R H MURPHY L S DONAHUE R L Fertilizers and soil amendments New Jersey Printice-Hall Inc 1981 557p

GARCIA A Revista dei Espacio Rural Georgica Zaragoza Escuela Politeacutecnica de Huesca n5 1997

GARCIA A Versatildeo preliminar de um Programa Estadual de Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Bulbos e Sementes de CebolaEMBRAPAIPAGROMARAEMATER 6 8 pbdquo 1990 (Publicaccedilatildeo avulsa)

GIORGETT1 J R Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Mudas de Tomate In Encontro Nacional de Produccedilatildeo e Abastecimento de Tomate 2 1991 Jaboticabal Satildeo Paulo Anais Jaboticabal UNESP 1991 p 242-244

GLIESSMAN S R Agroecologia Processos ecoloacutegicos em agricultura sustentaacutevelPorto Alegre Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS 2000 653p

43

GLIESSMAN S R TURRIALBA C R Agroecologia Procesos Ecoloacutegicos en Agricultura Sostenible CATIE 2002 p 3-14

GNOATTO S C Caracterizaccedilatildeo quiacutemica de vermicompostos de diferentes substratos orgacircnicos Pelotas-RS 1999 38 f (Mestrado em Agronomia - Solos) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

GOMES J C C BORBA M F S A moderna crise dos alimentos oportunidade para a agricultura familiar Emater Porto Alegre julset 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwematertchebrdocsagroecorevistan313-artigo3htmgtAcesso em 24 fev 2002

GOMEZ H W Desenvolvimento sustentaacutevel agriacutecola e capitalismo In Desenvolvimento sustentaacutevel Necessidade eou disponibilidade Santa Cruz do Sul Nobel - UNISC 1997 p 65-77

GONZAacuteLEZ DE MOLINA M SEVILLA GUZMAacuteN E Ecologia campesinado e historia Para una reinterpretacioacuten dei desarrollo dei capitalismo en la agricultura In SEVILLA GUZMAacuteN E GONZAacuteLEZ DE MOLINA M (ed) Ecologia campesinado e historia Madrid La Piqueta 1993 p 23-129

GRIFFITH S A SCHNITZER M Analytical characteristic of humic and fulvic acids extracted from tropical volcanic soils Soil Sei Soc Am Proc v 39 p361-367 1975

GUIMARAtildeES E Caracterizaccedilatildeo quiacutemica estreptoscoacutepica e por anaacutelise teacutermica de aacutecidos huacutemicos e vermicompostos obtidos de estercos de diferentes animaisCuritiba 1997 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Quiacutemica) Universidade Federal do Paranaacute 1997

HESS A F Sociedade e meio ambiente uma relaccedilatildeo ambiacutegua Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v 4 n2 p 167-1741999

ICEPA-SC Informes conjunturais sobre a cultura da cebola Disponiacutevel em lthttpwwwicepa combrgt Acesso em 23 jan 2003

JONES H A MANN L K Onions and their allies New York Interscience Publishers 1962 286 p

JUacuteNIOR H A de MAIORANO J A Receitas obtidas de extratos de plantasCampinas CATITerra Viva [199-] 10 f

KHATOUNIAN C A Ciclo de Palestras sobre Agricultura Orgacircnica 2a Ed SatildeoPaulo Fund Cargill 1997 149 p

KIEHL E J Fertilizantes Orgacircnicos Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1985 492p

44

KOEFF H H PETTERSSON B D SHAUMANN W Vida Vegetal solos e adubaccedilatildeo In Agricultura Biodinacircmica Satildeo Paulo Nobel 1983 p92-149

KONONOVA M M Soil organic matter The importance o f organic matter in soil formation and soil fertility New York Pergamqn Press 1961 p 165-200

KUHN T A Estrutura das Revoluccedilotildees Cientiacuteficas Satildeo Paulo Perspectiva 1989 257p

LANNA FCA ABREU C L ABREU J G SILVA V Resposta de cultivares de melancia cultivadas sob adubaccedilatildeo quiacutemica e orgacircnica Horticultura v 12 n l p85 1994

LEFF H Saber Ambiental Petroacutepolis Vozes 2001 343 p

MAGALHAtildeES J R Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo da cebola In FERREIRA M E CASSTELLANE P D CRUZ M C P Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo de hortaliccedilasPiracicaba POTAFOS 1993 p 381-393

MALAVOLTA E Elementos de nutriccedilatildeo mineral de plantas Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1980 251 p

MALAVOLTA E Manual de Quiacutemica Agriacutecola - Adubos e Adubaccedilatildeo 3a ed SatildeoPaulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1981 606 p

MARTINEZ A A A grande e Poderosa Minhoca Jaboticabal Funep - Unesp1990 101 p

MARTINS S R Desenvolvimento e Sustentabilidade Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v20 n2 julho 2002 Palestra apresentada no 42deg Congresso Brasileiro de Olericultura

MARTINS S R Limites Del Desarrollo Sostenible em Ameacuterica Latina En el marco de Ias poliacuteticas de (re)ajuste econocircmico Pelotas Editora UFPel 1997 135 P-

MARTINS S R Sustentabilidade na agricultura dimensotildees econocircmicas sociais e ambientais Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v4 n 2 p 175-1871999

MATURANA H REZEPKA S N D E Formaccedilatildeo Humana e Capacitaccedilatildeo Rio de Janneiro Vozes 2000 8 6 p

MELLO A F SOBRINHO M O ARZOLLA S SILVEIRA R NETTO A C KIEHL J C Fertilidade do Solo Satildeo Paulo Nobel 1983

MENEZES JUacuteNIOR F O G D Caracterizaccedilatildeo de Diferentes substratos hortiacutecolas e seu efeito na produccedilatildeo de mudas de alface e couve-flor em ambiente protegido Pelotas 1998 141 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1998

45

MIBASA Mineraccedilatildeo Barreto SA Melhorador de Solos MB4 A Natureza Agradece Arapiraca-AL [199-] Folder

MINAMI K Os resumos da olericultura 2000 In AZEVEDO FILHO MARTINEZ FILHO (ed) Preccedilos agriacutecolas Piracicaba ESALQ 1999 p 4

MINAMI K Produccedilatildeo de Mudas de Alta Qualidade em Horticultura Satildeo Paulo TA Queiroz 1995

MORSELLI T B G A Cultivo sucessivo de alface sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegidoPelotas 2001 178 p Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2001

MORSELLI T B G A Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Poliacutegrafo da Disciplina de Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia-Produccedilatildeo Vegetal UFPel 2002

MULLER AM Efeitos da Aplicaccedilatildeo Foliar de um Biofertilizante Enriquecido no Estado fitossanitaacuterio de Tomate Ervilha e Beterraba Sob Manejo OrgacircnicoDissertaccedilatildeo (Mestrado no Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agroecossistemas)1999 (Resumo)

NOLLA D Erosatildeo do Solo - O grande desafio Estado do Rio Grande do Sul SEAGRI desenvolvimento de recursos naturais renovaacuteveis 1982 412 p

PAGLIA AG MORSELLI TBGA PEIL RMN Teores de nutrientes pH e condutividade eleacutetrica da aacutegua em sistema ldquofloat^ngrdquo sob adiccedilatildeo de biofertilizantes Horticultura Brasileira v 20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PAULUS G MULLER A BARCELLOS LAR Agroecologia aplicada praticas e meacutetodos para uma agricultura de base ecoloacutegica 2ed ver ampl Porto Alegre EMATERRS 2001 8 6 p

PEIXOTO R T dos G Composto orgacircnico aplicaccedilotildees benefiacutecios e restriccedilotildees de uso Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 18 p 56-64 julho 2000

PENTEADO SR Defensivos Alternativos e Naturais Satildeo Paulo 1999 95 p

PEREIRA AJ SOUZA RJ PEREIRA WR Efeito de diferentes doses de esterco de galinha e de curral sobre a produccedilatildeo de cebola Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PINHEIRO S BARRETO SB MB-4 agricultura sustentaacutevel trofobiose e biofertilizantes Fundaccedilatildeo Juquira CandiruMibasa 2000 273 p

PRIMAVESI A Agricultura Sustentaacutevel Satildeo Paulo Nobel 1992 142 p

PRIMAVESI A O manejo ecoloacutegico do solo Agricultura em regiotildees tropicais SatildeoPaulo Nobel 1982 541 p

46

PURCINO A A C ldquoNitrogecircniordquo Informe Agropecuaacuterio Belo Horizonte v7 n81 p 16-27 1981

QUIJANO F G Efeito da adubaccedilatildeo orgacircnica no desenvolvimento de duas cultivares de alface em ambiente protegido Pelotas 1999 116f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

RODRIGUES A N N Efeitos e residuais de superfosfato triplo sobre o rendimento de mateacuteria seca e absorccedilatildeo de foacutesforo pela aveia (Avena strigosa Schob) em solo Podzoacutelico Vermelho Escuro Porto Alegre 1984 59f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia UFRGS 1984

RODRIGUES E T CASALI V W D Respostas da alface agrave adubaccedilatildeo orgacircnica II Teores conteuacutedos e utilizaccedilatildeo de macronutrientes em cultivares Rev Ceres Viccedilosa v 45 n 261 p 437-449 1998

SAMINEcircS T C O Produccedilatildeo orgacircnica de alimentos Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 17 n3 novembro 1999

SCHIEDECK G Ambiecircncia e resposta agronocircmica de meloeiro (Cucumis melo L) cultivado sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegido Pelotas lOOp Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2002

SILVA JUacuteNIOR A A GIORGI E Substratos alternativos para a produccedilatildeo de mudas de tomate Agropecuaacuteria Catarinense Florianoacutepolis EPAGRI 1992 23 p

SILVA JUacuteNIOR A A MACEDO S G STUKER H Utilizaccedilatildeo de esterco de peru na produccedilatildeo de mudas de tomateiro Florianoacutepolis EPAGRI 1995 28 p (Boletim Teacutecnico 73)

TAGLIARI PS GRASSMANN H Minhoca a grande aliada da agricultura Agropecuaacuteria Catarinense v8 n l p 11-14 mar 1995

TEDESCO M J GIANELLO C Anaacutelises de solo plantas e outros materiais Porto Alegre Faculdade de Agronomia Departamento de Solos Universidade Federal do Rio Grande do Sul RS 1996

TENNANT D A Test of modified line intersect method of estimating root lenght Journal Ecology Oxford v 63 p 995-1001 1975

TIBAU A O Mateacuteria Orgacircnica do Solo Mateacuteria Orgacircnica e Fertilidade do SoloSatildeo Paulo Nobel 1984 p49-182

TIMM P J Anaacutelise comparativa dos sistemas de plantio convencional e cultivo miacutenimo de cebola sob adubaccedilatildeo orgacircnica e mineral Pelotas 2000 79 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2000

47

VALENZUELA HR CROSBY C Effect of compost applications on the yield of several vegetables in long-term organic farming experiments conduced in the tropics American Society Horticultural Science v33 n3 june 1998

VIGLIZZO E (ed) Subprograma Recursos Naturais y Sostenibilidad Agriacutecola documento marco Montevideo IICAPROCISUR 1995 p 75 - 78

WE1D J M TARDIN J M Proposta para a Ampliaccedilatildeo do Trabalho da ASPTA no Centro Sul do Paranaacute ASPTA Disponiacutevel em http wwwpronafgovbrEncontrotestosAS20PTA20Sul20ParanE1205 202002doc Acesso em 05 mai 2002

XAVIER SIMOacuteN F DOMINGUES D G Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel uma perspectiva agroecoloacutegica Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre EM ATERRS v2 n2 p 17-26 2001

ZABALETA J P Diagnoacutestico da Agricultura Familiar em Satildeo Joseacute do Norte - RSPelotas EMBRAPA-CPACT 1998 75 p (EMBRAPA-CPACT Documentos 44)

ZONTA E P MACHADO A A SILVEIRA P Sanest Sistema de anaacutelise estatiacutestica para microcomputadores Registrado na Secretaria Especial de Informaacutetica sob nuacutemero 066060 - categoria A Pelotas-RS Universidade Federal de Pelotas 1984

48

7 APEcircNDICE

APEcircNDICE A - Anaacutelise da adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes utilizados na produccedilatildeo de mudas de cebola

TABELA 1 A Anaacutelise baacutesica do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo miuacutedo + papua

Arg

pH IND

SMP

MO

P - n r - Na Al Ca__10Omlmdash

Mg

ppm -

6 53 67 089 8 6 27 1 04 05 0 2

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 2A Anaacutelise complementar do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo-miuacutedo + papua

Cobre Zinco Manganecircs Ferro

(m v1)

04 05 26 007

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

49

TABELA 3A Anaacutelise dos fertilizantes soacutelidos

Amostra pH limidade CN

C N P K Ca Mg

- g-ivg --

Cama de 849 2491 12 31042 2479 3888 3405 29875 463

aves

Esterco 74 3594 11 677 590 157 134 335 214

de curral

Huacutemus 684 5738 14 15965 1098 453 745 743 361

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 4A Anaacutelise quiacutemica dos biofertilizantes liacutequidos

Amostra N P K_ccedil H

Ca Mg Cu Zn Fe Mn

mdashgL bull

S Magro

m b 4

Urina

053

1652

8 2 2

008

395

0 0 0

149

1674

471

1902

6872

0 0 0

1150

4507

1172

7273

42

033

101389

920

0 0 0

6250

19458

781

35273

1123

0 2 1

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

50

APEcircNDICE B - Condiccedilotildees climaacuteticas do local

TABELA 1B Condiccedilotildees de temperatura do local

___________ __________TEMPERATURA (degCgt

meses Meacutedia

Maacutexima

Meacutedia

MiacutenimaMeacutedia

Maacutexima

Absoluta

Miacutenima

Absoluta

Junho 225 87 156 320 25

Julho 225 85 155 285 30

Agosto 251 71 161 360 1 0

Fonte FEPAGROSCT 2002

TABELA 2B Condiccedilotildees de chuva do local

mdash CHUVA (mm)mdash

meses Ocorrida Normal Desvio Da Normal

Junho 1080 1 1 0 -2 0

Julho 1062 98 8 2

Agosto 1283 1 2 0 83

Fonte FEPAGROSCT 2002

51

TABELA 1C Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

APEcircNDICE C - Anaacutelise estatiacutestica da parte aeacuterea

Causas G1 FFPA FSPA AP DC

da variaccedilatildeo --------- Quadrados meacutedios-

Blocos 3

Ad Base 2 175359071 1287102 2547419 1 11775

Biofertilizantes 2 126876 29011 87669ns 02185ns

Ad x Biofert 4 572378 31123 69106ns 04159

Resiacuteduo 24 34456 03048 27169 00290

Total 35

Meacutedia geral 93745 8772 320388 6741

CV 1980 6294 5145 2530

Significativo a 5ns Natildeo significativo

52

TABELA 1D Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade

de raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

APEcircNDICE D - Anaacutelise estatiacutestica da raiz

Causas G1 FFR FSR CR RPASR DR

da variaccedilatildeo Quadrados meacutedios---------------

Blocos 3

Ad Base 2 27874 551 623 2 1 0 140

Biofertilizantes 2 178 0 1 0 ni 1504 l03ns 038ns

Ad x Biofert 4 190 058 318 294 183

Resiacuteduo 24 005 009 028 023 0 2 1

Total 35

Meacutedia geral 1818 228 184 387 333

C V 134 1356 448 1253 1396

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

53

APEcircNDICE E - Anaacutelise estatiacutestica dos macronutrientes da parte aeacuterea da cebola

TABELA 1E Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mud^s de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

Causas G1 bull N P K Ca Mg

da variaccedilatildeo

Blocos 3

Ad Base 2 13550306 446627 25509686 1031806 59007

Biofertilizantes 2 180610ns 16564 68153ns 39006 876ns

Ad x Biofert 4 454187 45743 1047539 46950 2464

Resiacuteduo 24 29769 1453 64313 3741 439

Total 35

Meacutedia geral 24921 4597 33366 6943 1615

C V 692 829 760 880 1297

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

APEcircNDICE F - Fotos do experimento

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob uma perspectiva agroecoloacutegica

APEcircNDICE F a Fotos do experimento

FIGURA 1 Adubaccedilatildeo verde com feijatildeo-miuacutedo e papuatilde utilizadas no manejo do solo

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob urna perspectiva agroecoloacutegica

Page 30: PRODUÇÃO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L.) SOB …orgprints.org/24883/1/Paglia_Produção.pdf · vaca mais calda bordalesa; MB4+U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

20

biofertilizante Super Magro a 6 proporcionam uma elevaccedilatildeo do foacutesforo bem como o

Super Magro a 6 eleva os teores de Mg e Ca na aacutegua

251 Urina de vaca

As urinas de vaca contecircm nutrientes favoraacuteveis ao bom desenvolvimento das

plantas como potaacutessio soacutedio nitrogecircnio enxofre magneacutesio caacutelcio foacutesforo e traccedilos de

outros elementos Nas plantas funciona como um fertilizante natural tomando-as mais

resistentes ao ataque das pragas e doenccedilas Satildeo encontradas tambeacutem na urina outras

substacircncias como fenoacuteis e principalmente o catecol que esta associado agrave recuperaccedilatildeo

de plantas atacadas por fitopatoacutegenos por ser um produto anti-seacuteptico (Penteado 1999)

Para seu emprego a urina receacutem coletada deve ser armazenada sob condiccedilotildees

ambientais por trecircs dias para que se forme amocircnio importante produto a ser absorvido

pelas plantas Recomenda-se ainda que o armazenamento deva ser feito em recipiente

fechado para que natildeo ocorram perdas de nitrogecircnio Desta forma poderaacute permanecer

por ateacute um ano sem comprometer sua eficiecircncia

Em hortaliccedilas o uso da urina de vaca eacute recomendado em pulverizaccedilotildees foliares

semanais na concentraccedilatildeo de 05 para tomateiro pimentatildeo pepino feijatildeo vagem e

couve ou quinzenais a 1 para as culturas do quiabeiro jiloeiro e berinjela Para

fruteiras em geral a primeira aplicaccedilatildeo deve ser na concentraccedilatildeo aproximada de 5

realizada diretamente no solo e mensalmente devem ser realizadas pulverizaccedilotildees

foliares a 1 para plantas jovens e a 5 para plantas adultas (Penteado 1999)

Na aplicaccedilatildeo foliar deve-se ter cuidado com folhas e brotos novos e considerar que

o uso contiacutenuo pode ser toacutexico podendo afetar o solo causando a sua acidificaccedilatildeo

(Penteado 1999)

Na Estaccedilatildeo Experimental da PESAGRO no municiacutepio de Macaeacute Rio de Janeiro

estaacute se utilizando a urina de vaca leiteira Os pesquisadores descobriram que a urina de

vaca em lactaccedilatildeo produzia o efeito de recuperar plantas de abacaxi atacadas por uma

doenccedila conhecida como ldquofusairioserdquo Essa doenccedila quando ataca o abacaxi causa

perdas de ateacute 70 da safra Todos os agrotoacutexicos testados natildeo conseguiram controlar a

doenccedila Isto eacute um exemplo para que a universidade tenha uma nova percepccedilatildeo (Capra

1996) adotando medidas efetivas que contribuam na transiccedilatildeo agroecoloacutegica Com o

uso da urina de vaca leiteira numa lavoura de abacaxi atacada pela fusariose observou-

se agrave recuperaccedilatildeo do stand e os frutos produzidos apresentaram excelente padratildeo

21

comercial Descobriu-se que aleacutem funcionar como adubo e defensivo natural a urina de

vaca leiteira tambeacutem favorece a floraccedilatildeo de muitas plantas e pode ser usada no

tratamento de frutos e tubeacuterculos depois da colheita

A urina de vaca em lactaccedilatildeo tambeacutem estaacute sendo usada nas lavouras de cafeacute em

plantaccedilotildees de maracujaacute coco alface e outras hortaliccedilas Na regiatildeo centro-sul do Paranaacute

os agricultores estatildeo aplicando a urina de vaca leiteira nas lavouras de feijatildeo soja

batata cebola e milho (Penteado 1999)

252 Alhol

A maioria dos defensivos alternativos tais como calda bordalesa sulfocaacutelcica

aacutegua de cinza e cal biofertilizante enriquecido extrato de fumo entre outros precisa

ser misturada com um espalhante adesivo para quebrar a tensatildeo superficial da gota e

propiciar um melhor molhamento das folhas e demais partes pulverizadas assegurando

uma absorccedilatildeo mais efetiva e uma melhor accedilatildeo sobre as pragas e doenccedilas Quando as

gotas permanecem inteiras sobre a superfiacutecie folhar devido agrave falta de espalhante

adesivo pode-se danificar os tecidos vegetais pelc efeito-lente quando o sol incide

sobre elas Aleacutem disso a gota por natildeo se espalhar sobre toda superfiacutecie folhar

concentra nela e consequumlentemente sobre o tecido que estaacute em contato com ela uma

quantidade maior do produto aplicado Essa maior concentraccedilatildeo pode prejudicar a

absorccedilatildeo e lesionar os tecidos principalmente apoacutes a evaporaccedilatildeo da aacutegua contida na

gota por resultar em uma maior concentraccedilatildeo de sais no local especialmente quando se

aplicam por exemplo calda sulfocaacutelcica bordalesa biofertilizante enriquecido com

macro e micronutrientes (Claro 2001)

O alhol eacute um espalhante adesivo ecoloacutegico que tambeacutem auxilia no controle de

pragas E elaborado com aacutegua alho oacuteleo vegetal e sabatildeo neutro a partir da sabedoria

popular que menciona o alho como repelente de insetos Juacutenior Abreu amp Maiorano

(199-) indicam formulaccedilotildees contendo alho para o controle de pragas como nematoacuteides

(Meloidogyne incoacutegnita e M javanica) mosca do chifre lagarta na maccedilatilde pulgotildees

besouro da batata trips e para controle de doenccedilas fuacutengicas e bacterianas como miacuteldio

ferrugem fusariose helminthosporiose murchadeira (Pseudonamos solacearum)

bruzone do arroz (Pyricularia orysae) podridatildeo negra do repolho e couve-flor

(Xanthomonas campestris) Aleacutem disso o alho pelo seu bom teor em oacuteleo pode agir

tambeacutem como espalhante adesivo O sabatildeo tambeacutem eacute indicado como espalhante adesivo

22

e possui accedilatildeo contra certas pragas (pulgotildees) sendo que o oacuteleo vegetal eacute indicado no

controle de cochonilhas e usado como espalhante adesivo (Claro 2001)

253 Calda Bordalesa

A calda bordalesa eacute um tradicional defensivo agriacutecola que pode ser preparado na

propriedade com a mistura de sulfato de cobre cal virgem e aacutegua As concentraccedilotildees de

sulfato de cobre e cal satildeo distintas dependendo do objetivo do seu emprego

Geralmente diferem de acordo com o tipo de planta ou espeacutecie vegetal as condiccedilotildees

climaacuteticas o grau de infestaccedilatildeo da doenccedila e a fase de crescimento da planta Eacute indicada

para o controle de miacuteldio alternaacuteria botrytis e antracnose (Penteado 1999)

A calda bordalesa caracteriza-se pela sua importante accedilatildeo no controle de diversas

doenccedilas fungicas nas mais diversas espeacutecies de culturas Possui tambeacutem uma relativa

accedilatildeo bactericida e em alguns casos age como repelente de insetos Da mistura do

sulfato de cobre com a cal resulta uma soluccedilatildeo rica em macronutrientes e

micronutrientes Provavelmente os expressivos resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo da

calda bordalesa devam-se natildeo somente a sua accedilatildeo fuacutengica e bactericida mas sobretudo

agrave influecircncia positiva que exerce no metabolismo das plantas ativando o processo

enzimaacutetico e estimulando a proteossiacutentese aumentando a resistecircncia das plantas (Claro

2 0 0 1 ) caracteriacutestica fundamental na agricultura sustentaacutevel

254 Biofertilizante Super Magro

A calda Super Magro eacute produto da fermentaccedilatildeo de estercos animais enriquecidos

por micronutrientes e outros produtos de origem animal obtendo-se uma calda

biofertilizante para aplicaccedilatildeo foliar nas plantas (Penteado 1999) jaacute foram observados

bons resultados principalmente nas culturas de uva maccedila pecircssego tomate batata e

hortaliccedilas em geral

E indicado como fonte suplementar de micronutrientes para as plantas inibidor

de fungos e bacteacuterias causadores de doenccedilas e para aumentar a resistecircncia contra insetos

e aacutecaros (Penteado 1999) i

Muller (1999) avaliou a influecircncia do biofertilizante Super Magro sobre as

culturas de tomate (Lycopersicon esculentum Mill) ervilha (Pisum sativum L) e

beterraba (Beta vulgaris L) O autor obteve cultivos com baixa severidade de doenccedilas e

23

insetos fitoacutefagos possivelmente por causa do manejo orgacircnico de produccedilatildeo Os

resultados das pulverizaccedilotildees das soluccedilotildees foliares variaram conforme a cultura e o

clima

255 Biofertilizante MB4

A utilizaccedilatildeo das farinhas de rochas eacute uma das teacutecnicas mais modernas usadas nos

uacuteltimos anos na agricultura O elevado nuacutemero de nutrientes contidos no MB4 como

cobre zinco manganecircs cobalto soacutedio alumiacutenio silicatos de magneacutesio ferro e caacutelcio

acompanhado de foacutesforo potaacutessio e enxofre reagem com a soluccedilatildeo do solo liberando

elementos essenciais ao desenvolvimento da vida microbiana os quais exercem um

papel fundamental atraveacutes de transformaccedilotildees quiacutemicas e do equiliacutebrio bioloacutegico

favorecendo o desenvolvimento sadio das plantas (Pinheiro amp Barreto 2000)

24

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

31 Local de execuccedilatildeo do experimento

O presente trabalho foi conduzido no Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul

(FEPAGROSUL) no municiacutepio de Rio Grande nlt periacuteodo de 15 de maio a 26 de

agosto de 2 0 0 2

O solo eacute classificado como ldquoTuiardquo satildeo muito arenosos As massas aquaacuteticas do

Oceano Atlacircntico e Lagoa dos Patos influenciam ventos temperatura pressatildeo umidade

relativa e demais fatores climaacuteticos A topografia da regiatildeo litoracircnea eacute plana com

lenccediloacuteis freaacuteticos superficiais

32 Anaacutelise estatiacutestica

O experimento foi constituiacutedo em fatorial 3X3 (Quadro 1) com quatro repeticcedilotildees

no delineamento blocos ao acaso As variaacuteveis respostas foram submetidas agrave anaacutelise de

variaccedilatildeo e ao teste de Duncan a 5 de probabilidade para comparaccedilatildeo das meacutedias

utilizando-se o sistema SANEST (Zonta amp Machado 1984)

As anaacutelises estatiacutesticas das variaacuteveis estudadas encontram-se nos Apecircndices C D

Os resultados das respostas agronocircmicas e das determinaccedilotildees dos conteuacutedos dos

macronutrientes bem como os de raiz estatildeo nas tabelas de 1 a 3

25

As diferentes adubaccedilotildees seratildeo representadas durante a discussatildeo da seguinte

forma 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e EC

(60 t ha 1 de esterco de curral) 1 VB+SM+U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais

super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+SM+U+CB (45 t ha 1 de

vermicomposto mais super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa)

EC+SM+U+CB (60 t ha 1 de esterco de curral mais super magro mais urina de vaca

mais calda bordalesa) 1 VB+MB4 +U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais MB4 mais

urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+MB4 +U+CB (45 t ha 1 de vermicomposto

mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa) EC+MB4 +U+CB (60 t ha 1 esterco

de curral mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa)

QUADRO 1 Descriccedilatildeo dos fatores experimentais e respectivos niacuteveis

Niacuteveis Fator 1 ADUBACcedilAtildeO DE BASE

0 1 Vermicomposto (30 t ha1)

0 2 Vermicomposto (45 t ha1)

03 Esterco de curral (60 t ha1)

Niacuteveis Fator 2 BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS

0 1 Super magro (5) + Urina de Vaca + Calda Bordalesa

0 2 MB4 (10) + Urina de vaca + Calda Bordalesa

03 Ausecircncia (testemunha)

33 Tratamentos

Da combinaccedilatildeo entre niacuteveis e fatores foram obtidos 9 tratamentos que estatildeo

descritos no Quadro 2 bem como as doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

26

QUADRO 2 Tratamentos e doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

TRATAMENTOS

Ndeg FATOR I FATOR II

0 1 30 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

0 2 30 t harsquo de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

03 30 t ha de vermicomposto - - -

04 45 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

05 45 t ha de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

06 45 t ha de vermicomposto - - -

07 60 t hade esterco Super Magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

08 60 t hade esterco MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

09 60 t hade esterco - - -

Cada parcela foi constituiacuteda por dois canteiros medindo 1 m de largura x 2 m de

comprimento perfazendo 075 m de aacuterea de aacuterea uacutetil (025 m de bordadura) Foi

utilizando semeadura a lanccedilo com densidade de 24 g canteiro1

O vermicomposto a urina de vaca o esterco de curral o alhol os biofertilizantes e

a calda bordalesa foram de procedecircncia do Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul O

vermicomposto de esterco bovino misturado agraves cascas de frutas foi processado pela

minhoca vermelha califomiana Eisenia foetida)

O biofertilizante Super Magro foi elaborado segundo a metodologia descrita pela

FEPAGROSUL utilizando-se os seguintes componentes 190 litros de aacutegua 22 litros

de leite 55 Kg de accediluacutecar mascavo 30 Kg de esterco fresco de bovinos 2 Kg de

Sulfato de zinco 2 Kg de sulfato de magneacutesio 2 Kg de cloreto de caacutelcio 1 Kg de aacutecido

boacuterico 300 g de sulfato de cobre 300 g de sulfato de ferro 300 g de sulfato de

manganecircs 100 g de molibdato de soacutedio 50 g de sulfato de cobalto 3 Kg de fosfato

natural 3 Kg de cinza e 200 g de farinha de osso

A urina de vaca em lactaccedilatildeo foi coletada pela manhatilde e armazenada em recipiente

fechado por trecircs dias em condiccedilotildees ambientais para que se formasse a amocircnia e natildeo

ocorresse perda de nitrogecircnio

28

Realizaram-se duas capinas manuais durante o experimento e em seguida como

cobertura se colocou casca de arroz Tambeacutem foi aplicado esterco de aves 30 dias antes

da colheita na quantidade de 05 Kg canteiro 1 como adubaccedilatildeo de cobertura

As pulverizaccedilotildees com os produtos iniciaram apoacutes 15 dias da germinaccedilatildeo

Realizou-se sete aplicaccedilotildees sendo que as duas primeiras foram feitas apenas com

Super Magro e MB4 Na terceira e na quarta aplicaccedilatildeo utilizou-se urina de vaca e calda

bordalesa em concentraccedilotildees menores (05 e 025 respectivamente) e na quinta

aplicaccedilatildeo as dosagens de urina de vaca e calda bordalesa foram elevadas para 1 0 e

05 respectivamente ateacute o final do experimento O alhol foi utilizado a partir da

terceira pulverizaccedilatildeo na quantidade de 2 e seguiu ateacute o final no dia 26 de agosto

quando as mudas foram colhidas e posteriormente analisadas as variaacuteveis

35 Observaccedilotildees agronocircmicas

Foram utilizadas 20 mudas de cebola para obtenccedilatildeo das meacutedias das variaacuteveis as

quais foram as seguintes

351 Fitomassa fresca da parte aeacuterea e raiacutezes

Foi realizada atraveacutes de uma balanccedila digital procedendo-se a pesagem de 20

mudas de cebola previamente lavadas e posteriormente secadas durante uma hora sobre

um tecido de algodatildeo agrave temperatura ambiente Processo idecircntico foi adotado com as

raiacutezes

352 Fitomassa seca da parte aeacuterea e raiacutezes

Esta variaacutevel foi obtida a partir da secagem preliminar em estufa de ar forccedilado

durante 48 horas a 65 C ateacute peso constante com posterior pesagem em balanccedila

analiacutetica

353 Altura da muda

A altura de muda foi medida a partir do colo das plantas ateacute sua uacuteltima folha

(ponto de crescimento) com uma reacutegua graduada de 40 cm

29

354 Diacircmetro do colo das plantas

Esta medida foi realizada no ponto de transplante a 2 mm das raiacutezes e utilizando-

se um paquiacutemetro SOMET

355 Sistema radicular

Ao teacutermino do experimento foram retiradas as raiacutezes das mesmas plantas que foram

utilizadas para as determinaccedilotildees realizadas na parte aeacuterea procedendo-se uma amostra

de solo com raiacutezes de 2 0 cm de largura x 2 0 cm de comprimento e 2 0 cm de altura

totalizando 8000 cm3

As raiacutezes apoacutes serem lavadas em aacutegua corrente foram pesadas acondicionadas em

sacos plaacutesticos e congeladas para posteriores anaacutelises pelo meacutetodo de Tennant (1975)

para a determinaccedilatildeo do comprimento e densidade

3551 Comprimento de raiz

Utilizou-se para a determinaccedilatildeo do comprimento de raiz as seguintes foacutermulas

1 = ndeg x 1114 x 1 onde

1 - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 0 0 2 g

ndeg - nuacutemero de intercessotildees das raiacutezes com os lados da quadriacutecula da malha do

aparelho

1114 - constante

1 - medida lateral da quadriacutecula em cm

Tomando-se a fiacutetomassa seca e o comprimento da raiz da cada amostra

relacionou-se com a fiacutetomassa seca e o comprimento total da raiz da planta aplicando-

se a seguinte equaccedilatildeo

L = (FSR x 1) FSPA onde

L - comprimento total da raiz da planta (m)

FSR - fiacutetomassa seca de raiz

FSPA - fiacutetomassa seca da parte aeacuterea

L - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 002g

3552 Densidade de raiz

A densidade foi determinada pela foacutermula

D = L 8000 onde

D - densidade de raiacutezes (m cm3)

30

L - comprimento total de raiacutezes (m)

8 0 0 0 - volume da amostra (cm3)

3553 Razatildeo parte aeacutereasistema radicular

Este paracircmetro foi obtido pela equaccedilatildeo

RPASR = FSPA FSR onde

RPASR - razatildeo parte aeacuterea sistema radicular

FSPA - fitomassa seca da parte aeacuterea

FSR - fitomassa seca do sistema radicular

36 Determinaccedilatildeo de macronutrientes no tecido vegetal

Os macronutrientes nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio foram

determinados no laboratoacuterio de Fertilidade e Anaacutelise de Plantas do Departamento de

Solos da UFPel atraveacutes dos meacutetodos descritos por Tedesco amp Gianello (1996)

31

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 Anaacutelise das variaacuteveis

A anaacutelise da variaccedilatildeo mostrou que houve diferenccedila significativa na interaccedilatildeo entre

os fatores de adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes liacutequidos com exceccedilatildeo da variaacutevel altura

de planta para a qual somente a adubaccedilatildeo de base mostrou-se significativa (Apecircndices

C D e E Tabelas 1C 1D e 1E)

411 Anaacutelise da parte aeacuterea

Na Tabela 1 destacaram-se as adubaccedilotildees EC+SM+U+CB EC+MB4 +U+CB e EC

que diferiram significativamente das demais adubaccedilotildees para as variaacuteveis fiacutetomassa

fresca da parte aeacuterea (FFPA) fiacutetomassa seca da parte aeacuterea (FSPA) altura de planta

(AP) e diacircmetro do colo (DC)

32

TABELA 1 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

30 t ha de vermicomposto 7015 c A45 t halsquo de vermicomposto 7824 b B60 t ha de esterco de curral 12248 a C

30 t ha de vermicomposto 667 c A45 t ha de vermicomposto 752 b A60 t ha de esterco de curral 1150a C

30 t ha de vermicomposto 2975 b A45 t harsquo de vermicomposto 2775 b A60 t ha de esterco de curral 3600 a B

30 t ha de vermicomposto 631 b A45 t ha de vermicomposto 6 2 2 b B60 t ha de esterco de curral 741 a C

-Fitomassa fresca (g)----------------6270 c B 6885 b A8832 b A 6308 c C

15082 a A 13934 a BmdashFitomassa seca (g)----------------

625 c A 655 b A830 b A 607 b B

1345 a A 1262 a B-Altura de planta (cm)----------------

2950 b A 3050 b A2937 b A 2950 b A 3975 a A 3622 a B

-Diacircmetro de colo (mm)---------------592 c B 599 b B 657 b A 609 b B 819a A________ 793a B

Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

O efeito positivo do esterco bovino pode ser atribuiacutedo agraves melhorias nas condiccedilotildees

fiacutesicas do solo por ele proporcionado Segundo Primavesi (1982) e Compagnoni amp

Putzolu (1985) o esterco bovino apresenta propriedades condicionadoras do solo dando

agraves plantas melhores condiccedilotildees de desenvolvimento elevando sobremaneira os

conteuacutedos de fitomassa fresca das plantas que refletiratildeo nas demais respostas

agronocircmicas

Analisando as adubaccedilotildees de base em relaccedilatildeo aos biofertilizantes observa-se que

para os tratamentos 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) - natildeo houve influecircncia dos

biofertilizantes para as variaacuteveis FSPA e AP enquanto destacou-se o SM+U+CB para o

DC e SM+U+CB e ausecircncia da adubaccedilatildeo liacutequida para a FFPA mostrando que o uso

dos biofertilizantes natildeo influenciou esta variaacutevel 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) -

verificou-se a eficiecircncia do uso do MB4 +U+CB para as variaacuteveis FFPA e DC Para a

variaacutevel FSPA destacaram-se os dois biofertilizantes utilizados jaacute para AP natildeo houve

33

influecircncia destes EC (60 t ha 1 de esterco de curral) - em todas as variaacuteveis observadas

na tabela 5 as respostas foram significativas utilizando MB4 +U+CB

As respostas encontradas no presente trabalho para as variaacuteveis AP e FSPA foram

superiores as obtidas por Dalponte (1990) quando utilizado 0 esterco de curral para

produccedilatildeo de mudas de cebola

Segundo Filgueira (2000) os solos da regiatildeo produtora de cebola do RS satildeo

pobres em foacutesforo disponiacutevel (15 mg Kg1) necessitando portanto de adubaccedilotildees

fosfatadas elevadas As respostas aqui obtidas podem ser justificadas pelos teores de

foacutesforo contido no MB4

Follet et al (1981) citam a importacircncia do uso de compostos orgacircnicos no solo

enfatizando os estercos no sentido da decomposiccedilatildeo continuada no fornecimento de

nutrientes e na liberaccedilatildeo lenta e gradual de aacutecidos orgacircnicos influenciando a liberaccedilatildeo

do foacutesforo O que provavelmente pode ser atribuiacutedo agraves respostas encontradas no

presente trabalho para 0 tratamento Esterco de curral mais MB4 e Urina mais Calda

Bordalesa

E importante destacar que 0 sistema de produccedilatildeo de mudas de cebola sob uma

perspectiva agroecoloacutegica mostra-se eficiente quando visualmente natildeo percebe-se

diferenccedila significativa entre os tratamentos (Apecircndice F Figura 2)

Conveacutem ressaltar que quando trabalhamos com agroecologia natildeo existem

receitas nem pacotes tecnoloacutegicos prontos Cada situaccedilatildeo deveraacute ser estudada em

particular para que se faccedila recomendaccedilotildees adequadas ao ambiente local uma vez que

as plantas se adaptam ao meio estando a nutriccedilatildeo encarregada de proteger e manter o

equiliacutebrio do organismo vegetal em funccedilatildeo das alteraccedilotildees externas

E fundamental que se compreenda os princiacutepios norteadores de todo o processo

que satildeo as bases da luta por uma sociedade mais justa dentro de um mundo econocircmico e

ambientalmente mais sustentaacutevel

412 Anaacutelise do sistema radicular

Os resultados obtidos nas anaacutelises do sistema radicular (Tabela 2) mostram

diferenccedilas significativas entre as adubaccedilotildees para as variaacuteveis fitomassa fresca de raiz

(FFR) fitomassa seca de raiz (FSR) comprimento de raiz (CR) razatildeo parte

aeacutereasistema radicular (RPASR) e densidade de raiz (DR)

34

TABELA 2 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade de

raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAO DE BASE

S Magro + MB4 +Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

1540 c A 1576 b B 2427 a A

Fitomassa fresca (g)----------------1502 c B 1517 b AB 1658 b A 1446 c C 2336 a B 2360 a B

--------------------Fitomassa seca (g)-------------------196 b A 207 ab A 170 b A170 b A 199 b A 192 b A 344 a A 249 a B 327 a A

Comprimento de raiz(cm)---------------1237 b A 1158 b A 1158 a A1237 b A 1060 c B 1040 b B1433 a A 1296 a B 1040 b C

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t halsquo 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha de vermicomposto 45 t ha de vermicomposto60 t ha~ de esterco de curral__________________________ _________________________Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

-----Razatildeo Parte AeacutereaSistema Radicular------340 b AB 301c B 384 a A446 a A 415 b A 326 a B339 b B 546 a A 388 a B

-------------- Densidade de raiz (m cm3)------------367 a AB 414 a A 325 b B282 b B 301b B 405 a A347 ab A 231c B 324 b A

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base destacou-se o EC (60 t ha 1 de esterco de curral)

para as variaacuteveis FFR e FSR Quando adicionado o SM+U+CB os resultados para FFR

foram ainda melhores bem como o CR As respostas obtidas para a RPASR foram

variadas em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees apresentando melhores resultados para 15 VB (45 t

ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB e ainda melhor para EC (60 t ha 1 de esterco de

curral)+MB4 +U+CB As adubaccedilotildees de base 1 VB 15 VB e EC natildeo diferiram entre si

As adubaccedilotildees mais eficientes para a variaacutevel DR foram 1 VB+SM+U+CV que natildeo

diferiu da EC+SM+U+CB I VB+ MB4 +U+CB e agrave 15 VB foram melhores entre as

demais

35

Analisando os biofertilizantes em relaccedilatildeo a cada adubaccedilatildeo de base verifica-se que

para a 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB destaca-se a variaacutevel FFR

poreacutem sem diferenccedila significativa de 1 VB os melhpres resultados para a variaacutevel DR

foram encontrados pelo tratamento 1 VB+MB4 +U+CB e 15 VB (45 t ha 1 de

vermicomposto) tambeacutem se considera eficiente o 1 VB+SM+U+CB que natildeo diferiu do

EC (esterco de curral) Quando se utilizou 15 VB+ MB4 +U+CB houve resposta

significativa para a variaacutevel FFR para FSR as respostas natildeo foram diferentes com a

aplicaccedilatildeo dos biofertilizantes para as variaacuteveis FSR e DR as adubaccedilotildees EC e

EC+SM+U+CB natildeo diferiram entre si

Embora as respostas estatiacutesticas tenham sido diferentes para as adubaccedilotildees

combinadas ou natildeo pode-se salientar a importacircncia do aacutecido indol-aceacutetico como jaacute

citado anteriormente para as variaacuteveis avaliadas na parte aeacuterea das mudas de cebola

Respostas semelhantes nesse sentido foram encontradas para a cultura da alface por

Quijano (1999) e Morselli (2001)

Pereira et al (2002) concluiacuteram em trabalho realizado com a cultivar de cebola

CNPF1 6400 em Minas Gerais que a utilizaccedilatildeo de 20 t ha de esterco de curral

proporcionou os melhores resultados para a produccedilatildeo de cebola

Silva Juacutenior amp Giorgi (1992) e Menezes Juacutenior (1998) citam que doses elevadas

de mateacuteria orgacircnica podem prejudicar a primeira fase da germinaccedilatildeo (embebiccedilatildeo) e

absorccedilatildeo de aacutegua pelas raiacutezes das placircntulas No entanto no presente trabalho este fato

natildeo ocorreu embora a dose de esterco utilizada tenha sido de 60 t ha 1 (dose maacutexima

recomendada segundo Nolla 1982)

413 Anaacutelise de macronutrientes no tecido vegetal

Os resultados dos conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio no

tecido vegetal sob diferentes adubaccedilotildees encontrados na Tabela 3 indicam mais uma

vez a superioridade da adubaccedilatildeo esterco com 0 uso ou natildeo de biofertilizantes

36

TABELA 3 Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob

uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS i J B

ADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesamg plantas1

---- Nitrogecircnio-----30 t ha de vermicomposto 16593 c AB 15451 c B 19050 b A45 t ha de vermicomposto 21444 b A 22888 b A 17852 b B60 t ha de esterco de curral 32606 a C 37593 a B 40816 a A

--------------- ------ Foacutesforo------- -------------30 t ha de vermicomposto 3098 c B 2802 c B 3999 b A45 t ha de vermicomposto 4109 b A 4135 b A 2788 c B60 t ha de esterco de curral 5300 a B 7577 a A 7565 a A

------- Potaacutessio------30 t ha de vermicomposto 24327 c A 19900 c B 24965 b A45 t ha de vermicomposto 29113b A 29812 b A 22031 b B60 t ha de esterco de curral 44070 a B 51976 a A 54101 a A

-------- Caacutelcio-------30 t ha de vermicomposto 5027 c A 4356 c A 4834 b A45 t ha de vermicomposto 6114b A 6963 b A 4379 b B60 t ha de esterco de curral 9030 a C 11451 a A 10331 a B

------Magneacutesio-----30 t ha de vermicomposto 1188 b A 914 c A 1202 b A45 t ha de vermicomposto 1231 b B 1582 b A 1176 b B60 t ha de esterco de curral 2136a B 2443 a A 2663 a AMeacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base observa-se que o melhor tratamento foi o

esterco de curral para todas as variaacuteveis Para 1 VB (30 t ha^ 1 de vermicomposto) natildeo

houve resposta diferenciada com o uso de bofertilizantes para todas as variaacuteveis A

adubaccedilatildeo 15 VB (45 t ha 1 de vemicomposto) foi influenciada pelos biofertilizantes

para as variaacuteveis N P K e Ca enquanto que para Mg somente o MB4+U+CB o

influenciou O EC (esterco de curral) mostrou diferenccedila significativa apenas para as

variaacuteveis Ca e Mg quando adicionado MB4+U+CB

Segundo Peixoto (2000) eacute fundamental a adiccedilatildeo de adubos orgacircnico no cultivo de

hortaliccedilas seja na forma de esterco decomposto composto ou huacutemus de minhoca de

37

modo a fornecer melhorias nas propriedades do solo vindo a disponibilizar os nutrientes

as diferentes culturas

O esterco fresco conteacutem muita cama celuloacutesica e um elevado teor de aacutegua No

esterco curtido a celulose jaacute estaacute decomposta o teor de aacutegua estaacute reduzido agrave metade e os

nutrientes em uma forma mais assimilaacutevel e mais concentrada O esterco fresco pode

causar uma deficiecircncia temporaacuteria de nitrogecircnio no solo ao se decompor o que natildeo

acontece com o biestabilizado (Kiehl 1985)Ocorre uma diminuiccedilatildeo inicial no volume

de aacutegua retido no esterco de curral diminui inicialmente em tomo de 3581 liberando

posteriormente somente 496 evidenciando a sua capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua

(Menezes Juacutenior 1998)

A utilizaccedilatildeo continuada de adubos nitrogenados minerais no solo altera o balanccedilo

do nitrogecircnio entre o solo e planta No meacutetodo biodinacircmico eacute sublinhada a importacircncia

dos adubos animais para o estabelecimento da fertilidade permanente dos solos (Koeff

et al 1983)

Para Guimaratildees (1997) os benefiacutecios que a mateacuteria orgacircnica imprime ao solo

principalmente melhorando a produtividade fertilidade e a influencia que as substancias

huacutemicas exercem sobre o ambiente dependem da qualidade e do teor de mateacuteria

orgacircnica do solo Estas substacircncias por conterem nutrientes em sua constituiccedilatildeo em uma

forma mais disponiacutevel para as plantas promovem um equiliacutebrio no ambiente no solo

(Kononova 1966)

Aproximadamente de 60 a 70 do total de carbono do solo ocorre na forma de

materiais huacutemicos (Griffith amp Schnitzer 1975) sendo a eles atribuiacutedo a manutenccedilatildeo da

bioestrutura do solo aumentando a capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua (Brady 1999)

Conforme Compagnoni amp Putzolu (1985) os estercos bem como os demais

resiacuteduos orgacircnicos apresentam conteuacutedos diferentes de aacutecidos huacutemicos e fuumllvicos sendo

atribuiacutedo ao acido huacutemico uma accedilatildeo fitoestimulante semelhante aos fitohormocircnios por

favorecer o desenvolvimento do sistema radicular e crescimento do caule

Em trabalho realizado por Guimaratildees (1997) foi encontrado para aacutecidos huacutemicos

de esterco bovino uma relaccedilatildeo CN 1035 e para vermicomposto bovino 17

evidenciando que o esterco quando aplicado ao solo por apresentar uma relaccedilatildeo CN

proacutexima deste reage mais facilmente liberando nutrientes para as plantas sem alterar a

cadeia troacutefiacuteca Dados encontrados no presente trabalho demonstram a eficiecircncia do

esterco nesse sentido

38

De acordo com Morselli (2001) vaacuterios trabalhos citam comentam e discutem a

capacidade dos vermicompostos em proporcionar oacutetimas colheitas e favorecer a

precocidade das plantas cultivadas Poreacutem muitas vezes se observa que mesmo

suprindo essas plantas com nutrientes necessaacuterios atraveacutes de huacutemus de diferentes fontes

as respostas natildeo satildeo as mesmas para uma mesma cultivar

Por outro lado os resultados com o uso de substacircncias huacutemicas satildeo variaacuteveis e

dependem aleacutem da espeacutecie testada das substacircncias huacutemicas utilizadas sua

concentraccedilatildeo o grau de purificaccedilatildeo e das condiccedilotildees experimentais A resposta das

plantas aos aacutecidos huacutemicos e fuacutelvicos eacute dependente da mateacuteria prima original e da

espeacutecie vegetal pois materiais orgacircnicos diferentes apresentam aacutecidos huacutemicos e

fuacutelvicos diferentes (Businelli 1990)

Justificam-se os maiores conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio e caacutelcio nas

adubaccedilotildees 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e biofertilizantes devido

provavelmente ao vermicomposto utilizado apresentar na sua constituiccedilatildeo teores

consideraacuteveis destes elementos aleacutem do que os biofertilizantes possam ter influenciado

na absorccedilatildeo atraveacutes de sua constituiccedilatildeo Tibau (1984) considera que a urina de vaca eacute

rica em aacutecido indol-aceacutetico e este influencia na absorccedilatildeo radicular O efeito positivo

deste tratamento provavelmente seja devido agrave quantidade aplicada

O biofertilizante que se destacou foi o MB4+U+CB em relaccedilatildeo ao EC (esterco de

curral) e eacute somente para a variaacutevel caacutelcio Isto provavelmente seja devido ao alto teor

deste elemento encontrado na sua constituiccedilatildeo (6872 g Kg1) e pela influecircncia positiva

que a calda bordalesa exerce no metabolismo das plantas atraveacutes dos nutrientes

contidos em sua formulaccedilatildeo O Ca controla a absorccedilatildeo radicular e retorna ao solo pelo

esterco e palhas por apresentar-se em maior quantidade em folhas e caules Depois de

localizado nas folhas fica imoacutevel favorecendo a resistecircncia da planta ao ataque de

fungos

Este trabalho avanccedila no estudo da agroecologia estando claro que todos os

criteacuterios tem caraacuteter dinacircmico de adequaccedilatildeo as mudanccedilas de um sistema de produccedilatildeo

em evoluccedilatildeo contribuindo na transiccedilatildeo para um padratildeo sustentaacutevel Cabe a pesquisa a

reorientaccedilatildeo para um enfoque ldquosistecircmicordquo isto eacute que permita integrar os diversos

componentes de um agroecossistema e a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas que promovam 0

fortalecimento e a expansatildeo da agricultura familiar

39

5 CONCLUSOtildeES

Considerando os resultados obtidos e as condiccedilotildees em que o estudo foi realizado

conclui-se que

bull As respostas agronocircmicas das mudas de cebola para os paracircmetros avaliados

satildeo mais satisfatoacuterias com a aplicaccedilatildeo de esterco de curral como adubaccedilatildeo de

base

bull Os biofertilizantes mais urina de vaca e calda bordalesa proporcionam

respostas satisfatoacuterias quando aplicados associados agraves adubaccedilotildees de base

bull O biofertilizante MB4 mais urina de vaca e calda bordalesa eacute mais eficiente

que o super magro mais urina e calda bordalesa quando aplicado associado agrave

adubaccedilatildeo de base esterco de curral para os conteuacutedos de fitomassa secae

fresca da parte aeacuterea das plantas altura e diacircmetro de colo das mudas de

cebola

bull Os biofertilizantes adicionados agrave adubaccedilatildeo de base 45 t harsquo 1 de vermicomposto

bovino mostram respostas significativas para os conteuacutedos de fitomassa seca

bull Os maiores conteuacutedos nutricionais para as mudas de cebola satildeo

proporcionados pela adubaccedilatildeo de base esterco de curral

bull A maior absorccedilatildeo de caacutelcio pelas mudas de cebola ocorre quando da adiccedilatildeo do

biofertilizante MB4 mais urina e calda bordalesa agrave adubaccedilatildeo de base esterco de

curral

40

6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ALDRIGHI CB ABREU CM PAGLIA AG MORSELLI TBGA FERNANDES HS Efeito da aplicaccedilatildeo de biofertilizante e urina de vaca em mudas de tomateiro Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

ALTIERI M NICHOLLS C I Agroecologia Teoria praacutectica para umaAgricultura Sustentable Ia ed PNUMA 2000 Cap 2 4 Seacuterie textos baacutesicos para la formacioacuten ambiental

ALTIERI M Agroecologia bases cientiacuteficas para uma agricultura sustentaacutevelGuaiacuteba Agropecuaacuteria 2002 592 p

ANTONIOLLI Z I GIRACCA E M N CARDOSO S J T WIETHAN M M S FERRI M Iniciaccedilatildeo agrave Minhocultura Criaccedilatildeo em Cativeiro e Vermicompostagem Santa Maria UFSM 1996 p59-89

BAYER C MIELNICZUC J Dinacircmica e funccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica In SANTOS G de A S e CAMARGO F A de O (ed) Fundamentos da mateacuteria orgacircnica do solo ecossistemas tropicais e subtropicais Porto Alegre Genesis 1999 p 3-23

BARRETTO D X Composto Orgacircnico In Praacutetica em Agricultura Orgacircnica Satildeo Paulo iacutecone Ed Ltda 1985 p 51-63

BETTIOL W Alguns produtos alternativos para o controle de doenccedilas de plantasem agricultura orgacircnica II Ciclo de palestras sobre agricultura orgacircnica Instituto Bioloacutegico Satildeo Paulo p52-63 1997

41

BETTIOL W TRACH R GALVAtildeO JAH Controle de doenccedilas de plantas com biofertilizantes Jaguariuacutena EMBRAPA-CNPMA 1997 22p (EMBRAPA- CNPMA Circular Teacutecnica 02)

BRADY N C Natureza e propriedades dos sotos Rio de Janeiro Freitas BastosS A 1979 647p

BRADY N C Organisms and ecology of the soil In The nature of properties of soils Simon amp Schuster A Viacon Company New Jersey1999 402-489p

BON1LLA J A Fundamentos da Agricultura Ecoloacutegica Sobrevivecircncia eQualidade de Vida Satildeo Paulo Nobel 1992

BUREacuteS S Substratos Ediciones Agroteacutecnicas S L Madrid Octubre 1997

BUS1NELLI M Chemical Composition and Enzymic Activity of some Worm Cast Plant Soil v 80 p 1-2 1990

CALEGARI A Espeacutecies para cobertura de solo In IAPAR (Instituto Agronocircmico de Paranaacute) Plantio Direto pequena propriedade sustentaacutevel organizador Moacir Darolt Londrina - PR 1998 65-93

CAMARGO P N D Manual de Adubaccedilatildeo Foliar Satildeo Paulo Herba 1975

CAPRA F A Teia da Vida Satildeo Paulo Cultrix 1997 256p

CAPRA F O Ponto de Mutaccedilatildeo 22 ed Satildeo Paulo Cultrix 2001 447p

CHABOUSSOU F Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da Trofobiose) Porto Alegre LPM 1987 253 p

CLARO S A Referencias tecnoloacutegicos para a agricultura familiar ecoloacutegica aexperiecircncia da Regiatildeo Centro-Serra do Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS-ASCAR 2001 250p

CLIVELA G Diagnoacutestico Agronocircmico da cebola no Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS 1995 8 6 p

COMISSAtildeO DE FERTILIDADE DO SOLO - RSSC Recomendaccedilotildees de adubaccedilatildeo e calagem para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina 3 ed Passo Fundo SBCS - Nuacutecleo Regional Sul 1995 223p

COMPAGNONI L PUTZOLU G Cria moderna de Ias lombrices y utilizacioacutenrentable dei humus Barcelona Editorial de Vecchi- SA 1985127p

COSTABEBER J A MOYANO E Transiccedilatildeo agroecoloacutegica e accedilatildeo social coletiva Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v l n4 p 50- 60 outdez 2 0 0 0

42

COSTA M B B da Adubaccedilatildeo orgacircnica Nova siacutentese e novo caminho para aagricultura Satildeo Paulo Ed iacutecone Ltda 1985 102p

COSTA NETO C Agricultura Sustentaacutevel Tecnologias e Sociedade In CARVALHO COSTA LF et al (org) Mundo Rural e Tempo Presente Rio de Janeiro Mauad 1999

DrsquoAG0ST1NI R L FANTINI A C Produccedilatildeo orgacircnica tambeacutem socialmente excludente Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v3 n l p57-61 2002

DALPONTE J C V Utilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos e fertilizante mineral na produccedilatildeo e qualidade de mudas e bulbos de cebola (Alliurn Cepa L) Pelotas-RS 1990 (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1990

DEBARBA J F THOMAZELLI L F GANDIN C L SILVA E Cadeias produtivas do Estado de Santa Catarina Cebola Florianoacutepolis Epagri 1998 115 p (EPAGRI Boletim Teacutecnico 96)

DUFOUR F Os saacutebios loucos do agro-alimentar Le Monde Diplomatique ano 1 n4 p6-7 1999 (ed portuguesa)

EHLERS E Agricultura Sustetaacutevel Origem e perspectivas de um novo paradigma 2 ed Guaiacuteba Agropecuaacuteria 1999 157 p

FILGUEIRA F A R Novo Manual de olericultura agrotecnologia moderna na produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 2000 402 p

FRASER G K Mateacuteria Orgacircnica Del Suelo In BEAR F E (ed) Quiacutemica dei Suelo Madrid Ed Agrociencia 1963

FOLLET R H MURPHY L S DONAHUE R L Fertilizers and soil amendments New Jersey Printice-Hall Inc 1981 557p

GARCIA A Revista dei Espacio Rural Georgica Zaragoza Escuela Politeacutecnica de Huesca n5 1997

GARCIA A Versatildeo preliminar de um Programa Estadual de Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Bulbos e Sementes de CebolaEMBRAPAIPAGROMARAEMATER 6 8 pbdquo 1990 (Publicaccedilatildeo avulsa)

GIORGETT1 J R Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Mudas de Tomate In Encontro Nacional de Produccedilatildeo e Abastecimento de Tomate 2 1991 Jaboticabal Satildeo Paulo Anais Jaboticabal UNESP 1991 p 242-244

GLIESSMAN S R Agroecologia Processos ecoloacutegicos em agricultura sustentaacutevelPorto Alegre Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS 2000 653p

43

GLIESSMAN S R TURRIALBA C R Agroecologia Procesos Ecoloacutegicos en Agricultura Sostenible CATIE 2002 p 3-14

GNOATTO S C Caracterizaccedilatildeo quiacutemica de vermicompostos de diferentes substratos orgacircnicos Pelotas-RS 1999 38 f (Mestrado em Agronomia - Solos) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

GOMES J C C BORBA M F S A moderna crise dos alimentos oportunidade para a agricultura familiar Emater Porto Alegre julset 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwematertchebrdocsagroecorevistan313-artigo3htmgtAcesso em 24 fev 2002

GOMEZ H W Desenvolvimento sustentaacutevel agriacutecola e capitalismo In Desenvolvimento sustentaacutevel Necessidade eou disponibilidade Santa Cruz do Sul Nobel - UNISC 1997 p 65-77

GONZAacuteLEZ DE MOLINA M SEVILLA GUZMAacuteN E Ecologia campesinado e historia Para una reinterpretacioacuten dei desarrollo dei capitalismo en la agricultura In SEVILLA GUZMAacuteN E GONZAacuteLEZ DE MOLINA M (ed) Ecologia campesinado e historia Madrid La Piqueta 1993 p 23-129

GRIFFITH S A SCHNITZER M Analytical characteristic of humic and fulvic acids extracted from tropical volcanic soils Soil Sei Soc Am Proc v 39 p361-367 1975

GUIMARAtildeES E Caracterizaccedilatildeo quiacutemica estreptoscoacutepica e por anaacutelise teacutermica de aacutecidos huacutemicos e vermicompostos obtidos de estercos de diferentes animaisCuritiba 1997 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Quiacutemica) Universidade Federal do Paranaacute 1997

HESS A F Sociedade e meio ambiente uma relaccedilatildeo ambiacutegua Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v 4 n2 p 167-1741999

ICEPA-SC Informes conjunturais sobre a cultura da cebola Disponiacutevel em lthttpwwwicepa combrgt Acesso em 23 jan 2003

JONES H A MANN L K Onions and their allies New York Interscience Publishers 1962 286 p

JUacuteNIOR H A de MAIORANO J A Receitas obtidas de extratos de plantasCampinas CATITerra Viva [199-] 10 f

KHATOUNIAN C A Ciclo de Palestras sobre Agricultura Orgacircnica 2a Ed SatildeoPaulo Fund Cargill 1997 149 p

KIEHL E J Fertilizantes Orgacircnicos Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1985 492p

44

KOEFF H H PETTERSSON B D SHAUMANN W Vida Vegetal solos e adubaccedilatildeo In Agricultura Biodinacircmica Satildeo Paulo Nobel 1983 p92-149

KONONOVA M M Soil organic matter The importance o f organic matter in soil formation and soil fertility New York Pergamqn Press 1961 p 165-200

KUHN T A Estrutura das Revoluccedilotildees Cientiacuteficas Satildeo Paulo Perspectiva 1989 257p

LANNA FCA ABREU C L ABREU J G SILVA V Resposta de cultivares de melancia cultivadas sob adubaccedilatildeo quiacutemica e orgacircnica Horticultura v 12 n l p85 1994

LEFF H Saber Ambiental Petroacutepolis Vozes 2001 343 p

MAGALHAtildeES J R Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo da cebola In FERREIRA M E CASSTELLANE P D CRUZ M C P Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo de hortaliccedilasPiracicaba POTAFOS 1993 p 381-393

MALAVOLTA E Elementos de nutriccedilatildeo mineral de plantas Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1980 251 p

MALAVOLTA E Manual de Quiacutemica Agriacutecola - Adubos e Adubaccedilatildeo 3a ed SatildeoPaulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1981 606 p

MARTINEZ A A A grande e Poderosa Minhoca Jaboticabal Funep - Unesp1990 101 p

MARTINS S R Desenvolvimento e Sustentabilidade Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v20 n2 julho 2002 Palestra apresentada no 42deg Congresso Brasileiro de Olericultura

MARTINS S R Limites Del Desarrollo Sostenible em Ameacuterica Latina En el marco de Ias poliacuteticas de (re)ajuste econocircmico Pelotas Editora UFPel 1997 135 P-

MARTINS S R Sustentabilidade na agricultura dimensotildees econocircmicas sociais e ambientais Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v4 n 2 p 175-1871999

MATURANA H REZEPKA S N D E Formaccedilatildeo Humana e Capacitaccedilatildeo Rio de Janneiro Vozes 2000 8 6 p

MELLO A F SOBRINHO M O ARZOLLA S SILVEIRA R NETTO A C KIEHL J C Fertilidade do Solo Satildeo Paulo Nobel 1983

MENEZES JUacuteNIOR F O G D Caracterizaccedilatildeo de Diferentes substratos hortiacutecolas e seu efeito na produccedilatildeo de mudas de alface e couve-flor em ambiente protegido Pelotas 1998 141 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1998

45

MIBASA Mineraccedilatildeo Barreto SA Melhorador de Solos MB4 A Natureza Agradece Arapiraca-AL [199-] Folder

MINAMI K Os resumos da olericultura 2000 In AZEVEDO FILHO MARTINEZ FILHO (ed) Preccedilos agriacutecolas Piracicaba ESALQ 1999 p 4

MINAMI K Produccedilatildeo de Mudas de Alta Qualidade em Horticultura Satildeo Paulo TA Queiroz 1995

MORSELLI T B G A Cultivo sucessivo de alface sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegidoPelotas 2001 178 p Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2001

MORSELLI T B G A Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Poliacutegrafo da Disciplina de Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia-Produccedilatildeo Vegetal UFPel 2002

MULLER AM Efeitos da Aplicaccedilatildeo Foliar de um Biofertilizante Enriquecido no Estado fitossanitaacuterio de Tomate Ervilha e Beterraba Sob Manejo OrgacircnicoDissertaccedilatildeo (Mestrado no Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agroecossistemas)1999 (Resumo)

NOLLA D Erosatildeo do Solo - O grande desafio Estado do Rio Grande do Sul SEAGRI desenvolvimento de recursos naturais renovaacuteveis 1982 412 p

PAGLIA AG MORSELLI TBGA PEIL RMN Teores de nutrientes pH e condutividade eleacutetrica da aacutegua em sistema ldquofloat^ngrdquo sob adiccedilatildeo de biofertilizantes Horticultura Brasileira v 20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PAULUS G MULLER A BARCELLOS LAR Agroecologia aplicada praticas e meacutetodos para uma agricultura de base ecoloacutegica 2ed ver ampl Porto Alegre EMATERRS 2001 8 6 p

PEIXOTO R T dos G Composto orgacircnico aplicaccedilotildees benefiacutecios e restriccedilotildees de uso Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 18 p 56-64 julho 2000

PENTEADO SR Defensivos Alternativos e Naturais Satildeo Paulo 1999 95 p

PEREIRA AJ SOUZA RJ PEREIRA WR Efeito de diferentes doses de esterco de galinha e de curral sobre a produccedilatildeo de cebola Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PINHEIRO S BARRETO SB MB-4 agricultura sustentaacutevel trofobiose e biofertilizantes Fundaccedilatildeo Juquira CandiruMibasa 2000 273 p

PRIMAVESI A Agricultura Sustentaacutevel Satildeo Paulo Nobel 1992 142 p

PRIMAVESI A O manejo ecoloacutegico do solo Agricultura em regiotildees tropicais SatildeoPaulo Nobel 1982 541 p

46

PURCINO A A C ldquoNitrogecircniordquo Informe Agropecuaacuterio Belo Horizonte v7 n81 p 16-27 1981

QUIJANO F G Efeito da adubaccedilatildeo orgacircnica no desenvolvimento de duas cultivares de alface em ambiente protegido Pelotas 1999 116f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

RODRIGUES A N N Efeitos e residuais de superfosfato triplo sobre o rendimento de mateacuteria seca e absorccedilatildeo de foacutesforo pela aveia (Avena strigosa Schob) em solo Podzoacutelico Vermelho Escuro Porto Alegre 1984 59f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia UFRGS 1984

RODRIGUES E T CASALI V W D Respostas da alface agrave adubaccedilatildeo orgacircnica II Teores conteuacutedos e utilizaccedilatildeo de macronutrientes em cultivares Rev Ceres Viccedilosa v 45 n 261 p 437-449 1998

SAMINEcircS T C O Produccedilatildeo orgacircnica de alimentos Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 17 n3 novembro 1999

SCHIEDECK G Ambiecircncia e resposta agronocircmica de meloeiro (Cucumis melo L) cultivado sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegido Pelotas lOOp Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2002

SILVA JUacuteNIOR A A GIORGI E Substratos alternativos para a produccedilatildeo de mudas de tomate Agropecuaacuteria Catarinense Florianoacutepolis EPAGRI 1992 23 p

SILVA JUacuteNIOR A A MACEDO S G STUKER H Utilizaccedilatildeo de esterco de peru na produccedilatildeo de mudas de tomateiro Florianoacutepolis EPAGRI 1995 28 p (Boletim Teacutecnico 73)

TAGLIARI PS GRASSMANN H Minhoca a grande aliada da agricultura Agropecuaacuteria Catarinense v8 n l p 11-14 mar 1995

TEDESCO M J GIANELLO C Anaacutelises de solo plantas e outros materiais Porto Alegre Faculdade de Agronomia Departamento de Solos Universidade Federal do Rio Grande do Sul RS 1996

TENNANT D A Test of modified line intersect method of estimating root lenght Journal Ecology Oxford v 63 p 995-1001 1975

TIBAU A O Mateacuteria Orgacircnica do Solo Mateacuteria Orgacircnica e Fertilidade do SoloSatildeo Paulo Nobel 1984 p49-182

TIMM P J Anaacutelise comparativa dos sistemas de plantio convencional e cultivo miacutenimo de cebola sob adubaccedilatildeo orgacircnica e mineral Pelotas 2000 79 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2000

47

VALENZUELA HR CROSBY C Effect of compost applications on the yield of several vegetables in long-term organic farming experiments conduced in the tropics American Society Horticultural Science v33 n3 june 1998

VIGLIZZO E (ed) Subprograma Recursos Naturais y Sostenibilidad Agriacutecola documento marco Montevideo IICAPROCISUR 1995 p 75 - 78

WE1D J M TARDIN J M Proposta para a Ampliaccedilatildeo do Trabalho da ASPTA no Centro Sul do Paranaacute ASPTA Disponiacutevel em http wwwpronafgovbrEncontrotestosAS20PTA20Sul20ParanE1205 202002doc Acesso em 05 mai 2002

XAVIER SIMOacuteN F DOMINGUES D G Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel uma perspectiva agroecoloacutegica Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre EM ATERRS v2 n2 p 17-26 2001

ZABALETA J P Diagnoacutestico da Agricultura Familiar em Satildeo Joseacute do Norte - RSPelotas EMBRAPA-CPACT 1998 75 p (EMBRAPA-CPACT Documentos 44)

ZONTA E P MACHADO A A SILVEIRA P Sanest Sistema de anaacutelise estatiacutestica para microcomputadores Registrado na Secretaria Especial de Informaacutetica sob nuacutemero 066060 - categoria A Pelotas-RS Universidade Federal de Pelotas 1984

48

7 APEcircNDICE

APEcircNDICE A - Anaacutelise da adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes utilizados na produccedilatildeo de mudas de cebola

TABELA 1 A Anaacutelise baacutesica do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo miuacutedo + papua

Arg

pH IND

SMP

MO

P - n r - Na Al Ca__10Omlmdash

Mg

ppm -

6 53 67 089 8 6 27 1 04 05 0 2

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 2A Anaacutelise complementar do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo-miuacutedo + papua

Cobre Zinco Manganecircs Ferro

(m v1)

04 05 26 007

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

49

TABELA 3A Anaacutelise dos fertilizantes soacutelidos

Amostra pH limidade CN

C N P K Ca Mg

- g-ivg --

Cama de 849 2491 12 31042 2479 3888 3405 29875 463

aves

Esterco 74 3594 11 677 590 157 134 335 214

de curral

Huacutemus 684 5738 14 15965 1098 453 745 743 361

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 4A Anaacutelise quiacutemica dos biofertilizantes liacutequidos

Amostra N P K_ccedil H

Ca Mg Cu Zn Fe Mn

mdashgL bull

S Magro

m b 4

Urina

053

1652

8 2 2

008

395

0 0 0

149

1674

471

1902

6872

0 0 0

1150

4507

1172

7273

42

033

101389

920

0 0 0

6250

19458

781

35273

1123

0 2 1

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

50

APEcircNDICE B - Condiccedilotildees climaacuteticas do local

TABELA 1B Condiccedilotildees de temperatura do local

___________ __________TEMPERATURA (degCgt

meses Meacutedia

Maacutexima

Meacutedia

MiacutenimaMeacutedia

Maacutexima

Absoluta

Miacutenima

Absoluta

Junho 225 87 156 320 25

Julho 225 85 155 285 30

Agosto 251 71 161 360 1 0

Fonte FEPAGROSCT 2002

TABELA 2B Condiccedilotildees de chuva do local

mdash CHUVA (mm)mdash

meses Ocorrida Normal Desvio Da Normal

Junho 1080 1 1 0 -2 0

Julho 1062 98 8 2

Agosto 1283 1 2 0 83

Fonte FEPAGROSCT 2002

51

TABELA 1C Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

APEcircNDICE C - Anaacutelise estatiacutestica da parte aeacuterea

Causas G1 FFPA FSPA AP DC

da variaccedilatildeo --------- Quadrados meacutedios-

Blocos 3

Ad Base 2 175359071 1287102 2547419 1 11775

Biofertilizantes 2 126876 29011 87669ns 02185ns

Ad x Biofert 4 572378 31123 69106ns 04159

Resiacuteduo 24 34456 03048 27169 00290

Total 35

Meacutedia geral 93745 8772 320388 6741

CV 1980 6294 5145 2530

Significativo a 5ns Natildeo significativo

52

TABELA 1D Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade

de raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

APEcircNDICE D - Anaacutelise estatiacutestica da raiz

Causas G1 FFR FSR CR RPASR DR

da variaccedilatildeo Quadrados meacutedios---------------

Blocos 3

Ad Base 2 27874 551 623 2 1 0 140

Biofertilizantes 2 178 0 1 0 ni 1504 l03ns 038ns

Ad x Biofert 4 190 058 318 294 183

Resiacuteduo 24 005 009 028 023 0 2 1

Total 35

Meacutedia geral 1818 228 184 387 333

C V 134 1356 448 1253 1396

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

53

APEcircNDICE E - Anaacutelise estatiacutestica dos macronutrientes da parte aeacuterea da cebola

TABELA 1E Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mud^s de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

Causas G1 bull N P K Ca Mg

da variaccedilatildeo

Blocos 3

Ad Base 2 13550306 446627 25509686 1031806 59007

Biofertilizantes 2 180610ns 16564 68153ns 39006 876ns

Ad x Biofert 4 454187 45743 1047539 46950 2464

Resiacuteduo 24 29769 1453 64313 3741 439

Total 35

Meacutedia geral 24921 4597 33366 6943 1615

C V 692 829 760 880 1297

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

APEcircNDICE F - Fotos do experimento

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob uma perspectiva agroecoloacutegica

APEcircNDICE F a Fotos do experimento

FIGURA 1 Adubaccedilatildeo verde com feijatildeo-miuacutedo e papuatilde utilizadas no manejo do solo

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob urna perspectiva agroecoloacutegica

Page 31: PRODUÇÃO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L.) SOB …orgprints.org/24883/1/Paglia_Produção.pdf · vaca mais calda bordalesa; MB4+U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

21

comercial Descobriu-se que aleacutem funcionar como adubo e defensivo natural a urina de

vaca leiteira tambeacutem favorece a floraccedilatildeo de muitas plantas e pode ser usada no

tratamento de frutos e tubeacuterculos depois da colheita

A urina de vaca em lactaccedilatildeo tambeacutem estaacute sendo usada nas lavouras de cafeacute em

plantaccedilotildees de maracujaacute coco alface e outras hortaliccedilas Na regiatildeo centro-sul do Paranaacute

os agricultores estatildeo aplicando a urina de vaca leiteira nas lavouras de feijatildeo soja

batata cebola e milho (Penteado 1999)

252 Alhol

A maioria dos defensivos alternativos tais como calda bordalesa sulfocaacutelcica

aacutegua de cinza e cal biofertilizante enriquecido extrato de fumo entre outros precisa

ser misturada com um espalhante adesivo para quebrar a tensatildeo superficial da gota e

propiciar um melhor molhamento das folhas e demais partes pulverizadas assegurando

uma absorccedilatildeo mais efetiva e uma melhor accedilatildeo sobre as pragas e doenccedilas Quando as

gotas permanecem inteiras sobre a superfiacutecie folhar devido agrave falta de espalhante

adesivo pode-se danificar os tecidos vegetais pelc efeito-lente quando o sol incide

sobre elas Aleacutem disso a gota por natildeo se espalhar sobre toda superfiacutecie folhar

concentra nela e consequumlentemente sobre o tecido que estaacute em contato com ela uma

quantidade maior do produto aplicado Essa maior concentraccedilatildeo pode prejudicar a

absorccedilatildeo e lesionar os tecidos principalmente apoacutes a evaporaccedilatildeo da aacutegua contida na

gota por resultar em uma maior concentraccedilatildeo de sais no local especialmente quando se

aplicam por exemplo calda sulfocaacutelcica bordalesa biofertilizante enriquecido com

macro e micronutrientes (Claro 2001)

O alhol eacute um espalhante adesivo ecoloacutegico que tambeacutem auxilia no controle de

pragas E elaborado com aacutegua alho oacuteleo vegetal e sabatildeo neutro a partir da sabedoria

popular que menciona o alho como repelente de insetos Juacutenior Abreu amp Maiorano

(199-) indicam formulaccedilotildees contendo alho para o controle de pragas como nematoacuteides

(Meloidogyne incoacutegnita e M javanica) mosca do chifre lagarta na maccedilatilde pulgotildees

besouro da batata trips e para controle de doenccedilas fuacutengicas e bacterianas como miacuteldio

ferrugem fusariose helminthosporiose murchadeira (Pseudonamos solacearum)

bruzone do arroz (Pyricularia orysae) podridatildeo negra do repolho e couve-flor

(Xanthomonas campestris) Aleacutem disso o alho pelo seu bom teor em oacuteleo pode agir

tambeacutem como espalhante adesivo O sabatildeo tambeacutem eacute indicado como espalhante adesivo

22

e possui accedilatildeo contra certas pragas (pulgotildees) sendo que o oacuteleo vegetal eacute indicado no

controle de cochonilhas e usado como espalhante adesivo (Claro 2001)

253 Calda Bordalesa

A calda bordalesa eacute um tradicional defensivo agriacutecola que pode ser preparado na

propriedade com a mistura de sulfato de cobre cal virgem e aacutegua As concentraccedilotildees de

sulfato de cobre e cal satildeo distintas dependendo do objetivo do seu emprego

Geralmente diferem de acordo com o tipo de planta ou espeacutecie vegetal as condiccedilotildees

climaacuteticas o grau de infestaccedilatildeo da doenccedila e a fase de crescimento da planta Eacute indicada

para o controle de miacuteldio alternaacuteria botrytis e antracnose (Penteado 1999)

A calda bordalesa caracteriza-se pela sua importante accedilatildeo no controle de diversas

doenccedilas fungicas nas mais diversas espeacutecies de culturas Possui tambeacutem uma relativa

accedilatildeo bactericida e em alguns casos age como repelente de insetos Da mistura do

sulfato de cobre com a cal resulta uma soluccedilatildeo rica em macronutrientes e

micronutrientes Provavelmente os expressivos resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo da

calda bordalesa devam-se natildeo somente a sua accedilatildeo fuacutengica e bactericida mas sobretudo

agrave influecircncia positiva que exerce no metabolismo das plantas ativando o processo

enzimaacutetico e estimulando a proteossiacutentese aumentando a resistecircncia das plantas (Claro

2 0 0 1 ) caracteriacutestica fundamental na agricultura sustentaacutevel

254 Biofertilizante Super Magro

A calda Super Magro eacute produto da fermentaccedilatildeo de estercos animais enriquecidos

por micronutrientes e outros produtos de origem animal obtendo-se uma calda

biofertilizante para aplicaccedilatildeo foliar nas plantas (Penteado 1999) jaacute foram observados

bons resultados principalmente nas culturas de uva maccedila pecircssego tomate batata e

hortaliccedilas em geral

E indicado como fonte suplementar de micronutrientes para as plantas inibidor

de fungos e bacteacuterias causadores de doenccedilas e para aumentar a resistecircncia contra insetos

e aacutecaros (Penteado 1999) i

Muller (1999) avaliou a influecircncia do biofertilizante Super Magro sobre as

culturas de tomate (Lycopersicon esculentum Mill) ervilha (Pisum sativum L) e

beterraba (Beta vulgaris L) O autor obteve cultivos com baixa severidade de doenccedilas e

23

insetos fitoacutefagos possivelmente por causa do manejo orgacircnico de produccedilatildeo Os

resultados das pulverizaccedilotildees das soluccedilotildees foliares variaram conforme a cultura e o

clima

255 Biofertilizante MB4

A utilizaccedilatildeo das farinhas de rochas eacute uma das teacutecnicas mais modernas usadas nos

uacuteltimos anos na agricultura O elevado nuacutemero de nutrientes contidos no MB4 como

cobre zinco manganecircs cobalto soacutedio alumiacutenio silicatos de magneacutesio ferro e caacutelcio

acompanhado de foacutesforo potaacutessio e enxofre reagem com a soluccedilatildeo do solo liberando

elementos essenciais ao desenvolvimento da vida microbiana os quais exercem um

papel fundamental atraveacutes de transformaccedilotildees quiacutemicas e do equiliacutebrio bioloacutegico

favorecendo o desenvolvimento sadio das plantas (Pinheiro amp Barreto 2000)

24

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

31 Local de execuccedilatildeo do experimento

O presente trabalho foi conduzido no Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul

(FEPAGROSUL) no municiacutepio de Rio Grande nlt periacuteodo de 15 de maio a 26 de

agosto de 2 0 0 2

O solo eacute classificado como ldquoTuiardquo satildeo muito arenosos As massas aquaacuteticas do

Oceano Atlacircntico e Lagoa dos Patos influenciam ventos temperatura pressatildeo umidade

relativa e demais fatores climaacuteticos A topografia da regiatildeo litoracircnea eacute plana com

lenccediloacuteis freaacuteticos superficiais

32 Anaacutelise estatiacutestica

O experimento foi constituiacutedo em fatorial 3X3 (Quadro 1) com quatro repeticcedilotildees

no delineamento blocos ao acaso As variaacuteveis respostas foram submetidas agrave anaacutelise de

variaccedilatildeo e ao teste de Duncan a 5 de probabilidade para comparaccedilatildeo das meacutedias

utilizando-se o sistema SANEST (Zonta amp Machado 1984)

As anaacutelises estatiacutesticas das variaacuteveis estudadas encontram-se nos Apecircndices C D

Os resultados das respostas agronocircmicas e das determinaccedilotildees dos conteuacutedos dos

macronutrientes bem como os de raiz estatildeo nas tabelas de 1 a 3

25

As diferentes adubaccedilotildees seratildeo representadas durante a discussatildeo da seguinte

forma 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e EC

(60 t ha 1 de esterco de curral) 1 VB+SM+U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais

super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+SM+U+CB (45 t ha 1 de

vermicomposto mais super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa)

EC+SM+U+CB (60 t ha 1 de esterco de curral mais super magro mais urina de vaca

mais calda bordalesa) 1 VB+MB4 +U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais MB4 mais

urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+MB4 +U+CB (45 t ha 1 de vermicomposto

mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa) EC+MB4 +U+CB (60 t ha 1 esterco

de curral mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa)

QUADRO 1 Descriccedilatildeo dos fatores experimentais e respectivos niacuteveis

Niacuteveis Fator 1 ADUBACcedilAtildeO DE BASE

0 1 Vermicomposto (30 t ha1)

0 2 Vermicomposto (45 t ha1)

03 Esterco de curral (60 t ha1)

Niacuteveis Fator 2 BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS

0 1 Super magro (5) + Urina de Vaca + Calda Bordalesa

0 2 MB4 (10) + Urina de vaca + Calda Bordalesa

03 Ausecircncia (testemunha)

33 Tratamentos

Da combinaccedilatildeo entre niacuteveis e fatores foram obtidos 9 tratamentos que estatildeo

descritos no Quadro 2 bem como as doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

26

QUADRO 2 Tratamentos e doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

TRATAMENTOS

Ndeg FATOR I FATOR II

0 1 30 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

0 2 30 t harsquo de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

03 30 t ha de vermicomposto - - -

04 45 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

05 45 t ha de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

06 45 t ha de vermicomposto - - -

07 60 t hade esterco Super Magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

08 60 t hade esterco MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

09 60 t hade esterco - - -

Cada parcela foi constituiacuteda por dois canteiros medindo 1 m de largura x 2 m de

comprimento perfazendo 075 m de aacuterea de aacuterea uacutetil (025 m de bordadura) Foi

utilizando semeadura a lanccedilo com densidade de 24 g canteiro1

O vermicomposto a urina de vaca o esterco de curral o alhol os biofertilizantes e

a calda bordalesa foram de procedecircncia do Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul O

vermicomposto de esterco bovino misturado agraves cascas de frutas foi processado pela

minhoca vermelha califomiana Eisenia foetida)

O biofertilizante Super Magro foi elaborado segundo a metodologia descrita pela

FEPAGROSUL utilizando-se os seguintes componentes 190 litros de aacutegua 22 litros

de leite 55 Kg de accediluacutecar mascavo 30 Kg de esterco fresco de bovinos 2 Kg de

Sulfato de zinco 2 Kg de sulfato de magneacutesio 2 Kg de cloreto de caacutelcio 1 Kg de aacutecido

boacuterico 300 g de sulfato de cobre 300 g de sulfato de ferro 300 g de sulfato de

manganecircs 100 g de molibdato de soacutedio 50 g de sulfato de cobalto 3 Kg de fosfato

natural 3 Kg de cinza e 200 g de farinha de osso

A urina de vaca em lactaccedilatildeo foi coletada pela manhatilde e armazenada em recipiente

fechado por trecircs dias em condiccedilotildees ambientais para que se formasse a amocircnia e natildeo

ocorresse perda de nitrogecircnio

28

Realizaram-se duas capinas manuais durante o experimento e em seguida como

cobertura se colocou casca de arroz Tambeacutem foi aplicado esterco de aves 30 dias antes

da colheita na quantidade de 05 Kg canteiro 1 como adubaccedilatildeo de cobertura

As pulverizaccedilotildees com os produtos iniciaram apoacutes 15 dias da germinaccedilatildeo

Realizou-se sete aplicaccedilotildees sendo que as duas primeiras foram feitas apenas com

Super Magro e MB4 Na terceira e na quarta aplicaccedilatildeo utilizou-se urina de vaca e calda

bordalesa em concentraccedilotildees menores (05 e 025 respectivamente) e na quinta

aplicaccedilatildeo as dosagens de urina de vaca e calda bordalesa foram elevadas para 1 0 e

05 respectivamente ateacute o final do experimento O alhol foi utilizado a partir da

terceira pulverizaccedilatildeo na quantidade de 2 e seguiu ateacute o final no dia 26 de agosto

quando as mudas foram colhidas e posteriormente analisadas as variaacuteveis

35 Observaccedilotildees agronocircmicas

Foram utilizadas 20 mudas de cebola para obtenccedilatildeo das meacutedias das variaacuteveis as

quais foram as seguintes

351 Fitomassa fresca da parte aeacuterea e raiacutezes

Foi realizada atraveacutes de uma balanccedila digital procedendo-se a pesagem de 20

mudas de cebola previamente lavadas e posteriormente secadas durante uma hora sobre

um tecido de algodatildeo agrave temperatura ambiente Processo idecircntico foi adotado com as

raiacutezes

352 Fitomassa seca da parte aeacuterea e raiacutezes

Esta variaacutevel foi obtida a partir da secagem preliminar em estufa de ar forccedilado

durante 48 horas a 65 C ateacute peso constante com posterior pesagem em balanccedila

analiacutetica

353 Altura da muda

A altura de muda foi medida a partir do colo das plantas ateacute sua uacuteltima folha

(ponto de crescimento) com uma reacutegua graduada de 40 cm

29

354 Diacircmetro do colo das plantas

Esta medida foi realizada no ponto de transplante a 2 mm das raiacutezes e utilizando-

se um paquiacutemetro SOMET

355 Sistema radicular

Ao teacutermino do experimento foram retiradas as raiacutezes das mesmas plantas que foram

utilizadas para as determinaccedilotildees realizadas na parte aeacuterea procedendo-se uma amostra

de solo com raiacutezes de 2 0 cm de largura x 2 0 cm de comprimento e 2 0 cm de altura

totalizando 8000 cm3

As raiacutezes apoacutes serem lavadas em aacutegua corrente foram pesadas acondicionadas em

sacos plaacutesticos e congeladas para posteriores anaacutelises pelo meacutetodo de Tennant (1975)

para a determinaccedilatildeo do comprimento e densidade

3551 Comprimento de raiz

Utilizou-se para a determinaccedilatildeo do comprimento de raiz as seguintes foacutermulas

1 = ndeg x 1114 x 1 onde

1 - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 0 0 2 g

ndeg - nuacutemero de intercessotildees das raiacutezes com os lados da quadriacutecula da malha do

aparelho

1114 - constante

1 - medida lateral da quadriacutecula em cm

Tomando-se a fiacutetomassa seca e o comprimento da raiz da cada amostra

relacionou-se com a fiacutetomassa seca e o comprimento total da raiz da planta aplicando-

se a seguinte equaccedilatildeo

L = (FSR x 1) FSPA onde

L - comprimento total da raiz da planta (m)

FSR - fiacutetomassa seca de raiz

FSPA - fiacutetomassa seca da parte aeacuterea

L - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 002g

3552 Densidade de raiz

A densidade foi determinada pela foacutermula

D = L 8000 onde

D - densidade de raiacutezes (m cm3)

30

L - comprimento total de raiacutezes (m)

8 0 0 0 - volume da amostra (cm3)

3553 Razatildeo parte aeacutereasistema radicular

Este paracircmetro foi obtido pela equaccedilatildeo

RPASR = FSPA FSR onde

RPASR - razatildeo parte aeacuterea sistema radicular

FSPA - fitomassa seca da parte aeacuterea

FSR - fitomassa seca do sistema radicular

36 Determinaccedilatildeo de macronutrientes no tecido vegetal

Os macronutrientes nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio foram

determinados no laboratoacuterio de Fertilidade e Anaacutelise de Plantas do Departamento de

Solos da UFPel atraveacutes dos meacutetodos descritos por Tedesco amp Gianello (1996)

31

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 Anaacutelise das variaacuteveis

A anaacutelise da variaccedilatildeo mostrou que houve diferenccedila significativa na interaccedilatildeo entre

os fatores de adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes liacutequidos com exceccedilatildeo da variaacutevel altura

de planta para a qual somente a adubaccedilatildeo de base mostrou-se significativa (Apecircndices

C D e E Tabelas 1C 1D e 1E)

411 Anaacutelise da parte aeacuterea

Na Tabela 1 destacaram-se as adubaccedilotildees EC+SM+U+CB EC+MB4 +U+CB e EC

que diferiram significativamente das demais adubaccedilotildees para as variaacuteveis fiacutetomassa

fresca da parte aeacuterea (FFPA) fiacutetomassa seca da parte aeacuterea (FSPA) altura de planta

(AP) e diacircmetro do colo (DC)

32

TABELA 1 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

30 t ha de vermicomposto 7015 c A45 t halsquo de vermicomposto 7824 b B60 t ha de esterco de curral 12248 a C

30 t ha de vermicomposto 667 c A45 t ha de vermicomposto 752 b A60 t ha de esterco de curral 1150a C

30 t ha de vermicomposto 2975 b A45 t harsquo de vermicomposto 2775 b A60 t ha de esterco de curral 3600 a B

30 t ha de vermicomposto 631 b A45 t ha de vermicomposto 6 2 2 b B60 t ha de esterco de curral 741 a C

-Fitomassa fresca (g)----------------6270 c B 6885 b A8832 b A 6308 c C

15082 a A 13934 a BmdashFitomassa seca (g)----------------

625 c A 655 b A830 b A 607 b B

1345 a A 1262 a B-Altura de planta (cm)----------------

2950 b A 3050 b A2937 b A 2950 b A 3975 a A 3622 a B

-Diacircmetro de colo (mm)---------------592 c B 599 b B 657 b A 609 b B 819a A________ 793a B

Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

O efeito positivo do esterco bovino pode ser atribuiacutedo agraves melhorias nas condiccedilotildees

fiacutesicas do solo por ele proporcionado Segundo Primavesi (1982) e Compagnoni amp

Putzolu (1985) o esterco bovino apresenta propriedades condicionadoras do solo dando

agraves plantas melhores condiccedilotildees de desenvolvimento elevando sobremaneira os

conteuacutedos de fitomassa fresca das plantas que refletiratildeo nas demais respostas

agronocircmicas

Analisando as adubaccedilotildees de base em relaccedilatildeo aos biofertilizantes observa-se que

para os tratamentos 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) - natildeo houve influecircncia dos

biofertilizantes para as variaacuteveis FSPA e AP enquanto destacou-se o SM+U+CB para o

DC e SM+U+CB e ausecircncia da adubaccedilatildeo liacutequida para a FFPA mostrando que o uso

dos biofertilizantes natildeo influenciou esta variaacutevel 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) -

verificou-se a eficiecircncia do uso do MB4 +U+CB para as variaacuteveis FFPA e DC Para a

variaacutevel FSPA destacaram-se os dois biofertilizantes utilizados jaacute para AP natildeo houve

33

influecircncia destes EC (60 t ha 1 de esterco de curral) - em todas as variaacuteveis observadas

na tabela 5 as respostas foram significativas utilizando MB4 +U+CB

As respostas encontradas no presente trabalho para as variaacuteveis AP e FSPA foram

superiores as obtidas por Dalponte (1990) quando utilizado 0 esterco de curral para

produccedilatildeo de mudas de cebola

Segundo Filgueira (2000) os solos da regiatildeo produtora de cebola do RS satildeo

pobres em foacutesforo disponiacutevel (15 mg Kg1) necessitando portanto de adubaccedilotildees

fosfatadas elevadas As respostas aqui obtidas podem ser justificadas pelos teores de

foacutesforo contido no MB4

Follet et al (1981) citam a importacircncia do uso de compostos orgacircnicos no solo

enfatizando os estercos no sentido da decomposiccedilatildeo continuada no fornecimento de

nutrientes e na liberaccedilatildeo lenta e gradual de aacutecidos orgacircnicos influenciando a liberaccedilatildeo

do foacutesforo O que provavelmente pode ser atribuiacutedo agraves respostas encontradas no

presente trabalho para 0 tratamento Esterco de curral mais MB4 e Urina mais Calda

Bordalesa

E importante destacar que 0 sistema de produccedilatildeo de mudas de cebola sob uma

perspectiva agroecoloacutegica mostra-se eficiente quando visualmente natildeo percebe-se

diferenccedila significativa entre os tratamentos (Apecircndice F Figura 2)

Conveacutem ressaltar que quando trabalhamos com agroecologia natildeo existem

receitas nem pacotes tecnoloacutegicos prontos Cada situaccedilatildeo deveraacute ser estudada em

particular para que se faccedila recomendaccedilotildees adequadas ao ambiente local uma vez que

as plantas se adaptam ao meio estando a nutriccedilatildeo encarregada de proteger e manter o

equiliacutebrio do organismo vegetal em funccedilatildeo das alteraccedilotildees externas

E fundamental que se compreenda os princiacutepios norteadores de todo o processo

que satildeo as bases da luta por uma sociedade mais justa dentro de um mundo econocircmico e

ambientalmente mais sustentaacutevel

412 Anaacutelise do sistema radicular

Os resultados obtidos nas anaacutelises do sistema radicular (Tabela 2) mostram

diferenccedilas significativas entre as adubaccedilotildees para as variaacuteveis fitomassa fresca de raiz

(FFR) fitomassa seca de raiz (FSR) comprimento de raiz (CR) razatildeo parte

aeacutereasistema radicular (RPASR) e densidade de raiz (DR)

34

TABELA 2 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade de

raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAO DE BASE

S Magro + MB4 +Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

1540 c A 1576 b B 2427 a A

Fitomassa fresca (g)----------------1502 c B 1517 b AB 1658 b A 1446 c C 2336 a B 2360 a B

--------------------Fitomassa seca (g)-------------------196 b A 207 ab A 170 b A170 b A 199 b A 192 b A 344 a A 249 a B 327 a A

Comprimento de raiz(cm)---------------1237 b A 1158 b A 1158 a A1237 b A 1060 c B 1040 b B1433 a A 1296 a B 1040 b C

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t halsquo 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha de vermicomposto 45 t ha de vermicomposto60 t ha~ de esterco de curral__________________________ _________________________Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

-----Razatildeo Parte AeacutereaSistema Radicular------340 b AB 301c B 384 a A446 a A 415 b A 326 a B339 b B 546 a A 388 a B

-------------- Densidade de raiz (m cm3)------------367 a AB 414 a A 325 b B282 b B 301b B 405 a A347 ab A 231c B 324 b A

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base destacou-se o EC (60 t ha 1 de esterco de curral)

para as variaacuteveis FFR e FSR Quando adicionado o SM+U+CB os resultados para FFR

foram ainda melhores bem como o CR As respostas obtidas para a RPASR foram

variadas em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees apresentando melhores resultados para 15 VB (45 t

ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB e ainda melhor para EC (60 t ha 1 de esterco de

curral)+MB4 +U+CB As adubaccedilotildees de base 1 VB 15 VB e EC natildeo diferiram entre si

As adubaccedilotildees mais eficientes para a variaacutevel DR foram 1 VB+SM+U+CV que natildeo

diferiu da EC+SM+U+CB I VB+ MB4 +U+CB e agrave 15 VB foram melhores entre as

demais

35

Analisando os biofertilizantes em relaccedilatildeo a cada adubaccedilatildeo de base verifica-se que

para a 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB destaca-se a variaacutevel FFR

poreacutem sem diferenccedila significativa de 1 VB os melhpres resultados para a variaacutevel DR

foram encontrados pelo tratamento 1 VB+MB4 +U+CB e 15 VB (45 t ha 1 de

vermicomposto) tambeacutem se considera eficiente o 1 VB+SM+U+CB que natildeo diferiu do

EC (esterco de curral) Quando se utilizou 15 VB+ MB4 +U+CB houve resposta

significativa para a variaacutevel FFR para FSR as respostas natildeo foram diferentes com a

aplicaccedilatildeo dos biofertilizantes para as variaacuteveis FSR e DR as adubaccedilotildees EC e

EC+SM+U+CB natildeo diferiram entre si

Embora as respostas estatiacutesticas tenham sido diferentes para as adubaccedilotildees

combinadas ou natildeo pode-se salientar a importacircncia do aacutecido indol-aceacutetico como jaacute

citado anteriormente para as variaacuteveis avaliadas na parte aeacuterea das mudas de cebola

Respostas semelhantes nesse sentido foram encontradas para a cultura da alface por

Quijano (1999) e Morselli (2001)

Pereira et al (2002) concluiacuteram em trabalho realizado com a cultivar de cebola

CNPF1 6400 em Minas Gerais que a utilizaccedilatildeo de 20 t ha de esterco de curral

proporcionou os melhores resultados para a produccedilatildeo de cebola

Silva Juacutenior amp Giorgi (1992) e Menezes Juacutenior (1998) citam que doses elevadas

de mateacuteria orgacircnica podem prejudicar a primeira fase da germinaccedilatildeo (embebiccedilatildeo) e

absorccedilatildeo de aacutegua pelas raiacutezes das placircntulas No entanto no presente trabalho este fato

natildeo ocorreu embora a dose de esterco utilizada tenha sido de 60 t ha 1 (dose maacutexima

recomendada segundo Nolla 1982)

413 Anaacutelise de macronutrientes no tecido vegetal

Os resultados dos conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio no

tecido vegetal sob diferentes adubaccedilotildees encontrados na Tabela 3 indicam mais uma

vez a superioridade da adubaccedilatildeo esterco com 0 uso ou natildeo de biofertilizantes

36

TABELA 3 Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob

uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS i J B

ADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesamg plantas1

---- Nitrogecircnio-----30 t ha de vermicomposto 16593 c AB 15451 c B 19050 b A45 t ha de vermicomposto 21444 b A 22888 b A 17852 b B60 t ha de esterco de curral 32606 a C 37593 a B 40816 a A

--------------- ------ Foacutesforo------- -------------30 t ha de vermicomposto 3098 c B 2802 c B 3999 b A45 t ha de vermicomposto 4109 b A 4135 b A 2788 c B60 t ha de esterco de curral 5300 a B 7577 a A 7565 a A

------- Potaacutessio------30 t ha de vermicomposto 24327 c A 19900 c B 24965 b A45 t ha de vermicomposto 29113b A 29812 b A 22031 b B60 t ha de esterco de curral 44070 a B 51976 a A 54101 a A

-------- Caacutelcio-------30 t ha de vermicomposto 5027 c A 4356 c A 4834 b A45 t ha de vermicomposto 6114b A 6963 b A 4379 b B60 t ha de esterco de curral 9030 a C 11451 a A 10331 a B

------Magneacutesio-----30 t ha de vermicomposto 1188 b A 914 c A 1202 b A45 t ha de vermicomposto 1231 b B 1582 b A 1176 b B60 t ha de esterco de curral 2136a B 2443 a A 2663 a AMeacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base observa-se que o melhor tratamento foi o

esterco de curral para todas as variaacuteveis Para 1 VB (30 t ha^ 1 de vermicomposto) natildeo

houve resposta diferenciada com o uso de bofertilizantes para todas as variaacuteveis A

adubaccedilatildeo 15 VB (45 t ha 1 de vemicomposto) foi influenciada pelos biofertilizantes

para as variaacuteveis N P K e Ca enquanto que para Mg somente o MB4+U+CB o

influenciou O EC (esterco de curral) mostrou diferenccedila significativa apenas para as

variaacuteveis Ca e Mg quando adicionado MB4+U+CB

Segundo Peixoto (2000) eacute fundamental a adiccedilatildeo de adubos orgacircnico no cultivo de

hortaliccedilas seja na forma de esterco decomposto composto ou huacutemus de minhoca de

37

modo a fornecer melhorias nas propriedades do solo vindo a disponibilizar os nutrientes

as diferentes culturas

O esterco fresco conteacutem muita cama celuloacutesica e um elevado teor de aacutegua No

esterco curtido a celulose jaacute estaacute decomposta o teor de aacutegua estaacute reduzido agrave metade e os

nutrientes em uma forma mais assimilaacutevel e mais concentrada O esterco fresco pode

causar uma deficiecircncia temporaacuteria de nitrogecircnio no solo ao se decompor o que natildeo

acontece com o biestabilizado (Kiehl 1985)Ocorre uma diminuiccedilatildeo inicial no volume

de aacutegua retido no esterco de curral diminui inicialmente em tomo de 3581 liberando

posteriormente somente 496 evidenciando a sua capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua

(Menezes Juacutenior 1998)

A utilizaccedilatildeo continuada de adubos nitrogenados minerais no solo altera o balanccedilo

do nitrogecircnio entre o solo e planta No meacutetodo biodinacircmico eacute sublinhada a importacircncia

dos adubos animais para o estabelecimento da fertilidade permanente dos solos (Koeff

et al 1983)

Para Guimaratildees (1997) os benefiacutecios que a mateacuteria orgacircnica imprime ao solo

principalmente melhorando a produtividade fertilidade e a influencia que as substancias

huacutemicas exercem sobre o ambiente dependem da qualidade e do teor de mateacuteria

orgacircnica do solo Estas substacircncias por conterem nutrientes em sua constituiccedilatildeo em uma

forma mais disponiacutevel para as plantas promovem um equiliacutebrio no ambiente no solo

(Kononova 1966)

Aproximadamente de 60 a 70 do total de carbono do solo ocorre na forma de

materiais huacutemicos (Griffith amp Schnitzer 1975) sendo a eles atribuiacutedo a manutenccedilatildeo da

bioestrutura do solo aumentando a capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua (Brady 1999)

Conforme Compagnoni amp Putzolu (1985) os estercos bem como os demais

resiacuteduos orgacircnicos apresentam conteuacutedos diferentes de aacutecidos huacutemicos e fuumllvicos sendo

atribuiacutedo ao acido huacutemico uma accedilatildeo fitoestimulante semelhante aos fitohormocircnios por

favorecer o desenvolvimento do sistema radicular e crescimento do caule

Em trabalho realizado por Guimaratildees (1997) foi encontrado para aacutecidos huacutemicos

de esterco bovino uma relaccedilatildeo CN 1035 e para vermicomposto bovino 17

evidenciando que o esterco quando aplicado ao solo por apresentar uma relaccedilatildeo CN

proacutexima deste reage mais facilmente liberando nutrientes para as plantas sem alterar a

cadeia troacutefiacuteca Dados encontrados no presente trabalho demonstram a eficiecircncia do

esterco nesse sentido

38

De acordo com Morselli (2001) vaacuterios trabalhos citam comentam e discutem a

capacidade dos vermicompostos em proporcionar oacutetimas colheitas e favorecer a

precocidade das plantas cultivadas Poreacutem muitas vezes se observa que mesmo

suprindo essas plantas com nutrientes necessaacuterios atraveacutes de huacutemus de diferentes fontes

as respostas natildeo satildeo as mesmas para uma mesma cultivar

Por outro lado os resultados com o uso de substacircncias huacutemicas satildeo variaacuteveis e

dependem aleacutem da espeacutecie testada das substacircncias huacutemicas utilizadas sua

concentraccedilatildeo o grau de purificaccedilatildeo e das condiccedilotildees experimentais A resposta das

plantas aos aacutecidos huacutemicos e fuacutelvicos eacute dependente da mateacuteria prima original e da

espeacutecie vegetal pois materiais orgacircnicos diferentes apresentam aacutecidos huacutemicos e

fuacutelvicos diferentes (Businelli 1990)

Justificam-se os maiores conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio e caacutelcio nas

adubaccedilotildees 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e biofertilizantes devido

provavelmente ao vermicomposto utilizado apresentar na sua constituiccedilatildeo teores

consideraacuteveis destes elementos aleacutem do que os biofertilizantes possam ter influenciado

na absorccedilatildeo atraveacutes de sua constituiccedilatildeo Tibau (1984) considera que a urina de vaca eacute

rica em aacutecido indol-aceacutetico e este influencia na absorccedilatildeo radicular O efeito positivo

deste tratamento provavelmente seja devido agrave quantidade aplicada

O biofertilizante que se destacou foi o MB4+U+CB em relaccedilatildeo ao EC (esterco de

curral) e eacute somente para a variaacutevel caacutelcio Isto provavelmente seja devido ao alto teor

deste elemento encontrado na sua constituiccedilatildeo (6872 g Kg1) e pela influecircncia positiva

que a calda bordalesa exerce no metabolismo das plantas atraveacutes dos nutrientes

contidos em sua formulaccedilatildeo O Ca controla a absorccedilatildeo radicular e retorna ao solo pelo

esterco e palhas por apresentar-se em maior quantidade em folhas e caules Depois de

localizado nas folhas fica imoacutevel favorecendo a resistecircncia da planta ao ataque de

fungos

Este trabalho avanccedila no estudo da agroecologia estando claro que todos os

criteacuterios tem caraacuteter dinacircmico de adequaccedilatildeo as mudanccedilas de um sistema de produccedilatildeo

em evoluccedilatildeo contribuindo na transiccedilatildeo para um padratildeo sustentaacutevel Cabe a pesquisa a

reorientaccedilatildeo para um enfoque ldquosistecircmicordquo isto eacute que permita integrar os diversos

componentes de um agroecossistema e a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas que promovam 0

fortalecimento e a expansatildeo da agricultura familiar

39

5 CONCLUSOtildeES

Considerando os resultados obtidos e as condiccedilotildees em que o estudo foi realizado

conclui-se que

bull As respostas agronocircmicas das mudas de cebola para os paracircmetros avaliados

satildeo mais satisfatoacuterias com a aplicaccedilatildeo de esterco de curral como adubaccedilatildeo de

base

bull Os biofertilizantes mais urina de vaca e calda bordalesa proporcionam

respostas satisfatoacuterias quando aplicados associados agraves adubaccedilotildees de base

bull O biofertilizante MB4 mais urina de vaca e calda bordalesa eacute mais eficiente

que o super magro mais urina e calda bordalesa quando aplicado associado agrave

adubaccedilatildeo de base esterco de curral para os conteuacutedos de fitomassa secae

fresca da parte aeacuterea das plantas altura e diacircmetro de colo das mudas de

cebola

bull Os biofertilizantes adicionados agrave adubaccedilatildeo de base 45 t harsquo 1 de vermicomposto

bovino mostram respostas significativas para os conteuacutedos de fitomassa seca

bull Os maiores conteuacutedos nutricionais para as mudas de cebola satildeo

proporcionados pela adubaccedilatildeo de base esterco de curral

bull A maior absorccedilatildeo de caacutelcio pelas mudas de cebola ocorre quando da adiccedilatildeo do

biofertilizante MB4 mais urina e calda bordalesa agrave adubaccedilatildeo de base esterco de

curral

40

6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ALDRIGHI CB ABREU CM PAGLIA AG MORSELLI TBGA FERNANDES HS Efeito da aplicaccedilatildeo de biofertilizante e urina de vaca em mudas de tomateiro Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

ALTIERI M NICHOLLS C I Agroecologia Teoria praacutectica para umaAgricultura Sustentable Ia ed PNUMA 2000 Cap 2 4 Seacuterie textos baacutesicos para la formacioacuten ambiental

ALTIERI M Agroecologia bases cientiacuteficas para uma agricultura sustentaacutevelGuaiacuteba Agropecuaacuteria 2002 592 p

ANTONIOLLI Z I GIRACCA E M N CARDOSO S J T WIETHAN M M S FERRI M Iniciaccedilatildeo agrave Minhocultura Criaccedilatildeo em Cativeiro e Vermicompostagem Santa Maria UFSM 1996 p59-89

BAYER C MIELNICZUC J Dinacircmica e funccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica In SANTOS G de A S e CAMARGO F A de O (ed) Fundamentos da mateacuteria orgacircnica do solo ecossistemas tropicais e subtropicais Porto Alegre Genesis 1999 p 3-23

BARRETTO D X Composto Orgacircnico In Praacutetica em Agricultura Orgacircnica Satildeo Paulo iacutecone Ed Ltda 1985 p 51-63

BETTIOL W Alguns produtos alternativos para o controle de doenccedilas de plantasem agricultura orgacircnica II Ciclo de palestras sobre agricultura orgacircnica Instituto Bioloacutegico Satildeo Paulo p52-63 1997

41

BETTIOL W TRACH R GALVAtildeO JAH Controle de doenccedilas de plantas com biofertilizantes Jaguariuacutena EMBRAPA-CNPMA 1997 22p (EMBRAPA- CNPMA Circular Teacutecnica 02)

BRADY N C Natureza e propriedades dos sotos Rio de Janeiro Freitas BastosS A 1979 647p

BRADY N C Organisms and ecology of the soil In The nature of properties of soils Simon amp Schuster A Viacon Company New Jersey1999 402-489p

BON1LLA J A Fundamentos da Agricultura Ecoloacutegica Sobrevivecircncia eQualidade de Vida Satildeo Paulo Nobel 1992

BUREacuteS S Substratos Ediciones Agroteacutecnicas S L Madrid Octubre 1997

BUS1NELLI M Chemical Composition and Enzymic Activity of some Worm Cast Plant Soil v 80 p 1-2 1990

CALEGARI A Espeacutecies para cobertura de solo In IAPAR (Instituto Agronocircmico de Paranaacute) Plantio Direto pequena propriedade sustentaacutevel organizador Moacir Darolt Londrina - PR 1998 65-93

CAMARGO P N D Manual de Adubaccedilatildeo Foliar Satildeo Paulo Herba 1975

CAPRA F A Teia da Vida Satildeo Paulo Cultrix 1997 256p

CAPRA F O Ponto de Mutaccedilatildeo 22 ed Satildeo Paulo Cultrix 2001 447p

CHABOUSSOU F Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da Trofobiose) Porto Alegre LPM 1987 253 p

CLARO S A Referencias tecnoloacutegicos para a agricultura familiar ecoloacutegica aexperiecircncia da Regiatildeo Centro-Serra do Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS-ASCAR 2001 250p

CLIVELA G Diagnoacutestico Agronocircmico da cebola no Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS 1995 8 6 p

COMISSAtildeO DE FERTILIDADE DO SOLO - RSSC Recomendaccedilotildees de adubaccedilatildeo e calagem para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina 3 ed Passo Fundo SBCS - Nuacutecleo Regional Sul 1995 223p

COMPAGNONI L PUTZOLU G Cria moderna de Ias lombrices y utilizacioacutenrentable dei humus Barcelona Editorial de Vecchi- SA 1985127p

COSTABEBER J A MOYANO E Transiccedilatildeo agroecoloacutegica e accedilatildeo social coletiva Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v l n4 p 50- 60 outdez 2 0 0 0

42

COSTA M B B da Adubaccedilatildeo orgacircnica Nova siacutentese e novo caminho para aagricultura Satildeo Paulo Ed iacutecone Ltda 1985 102p

COSTA NETO C Agricultura Sustentaacutevel Tecnologias e Sociedade In CARVALHO COSTA LF et al (org) Mundo Rural e Tempo Presente Rio de Janeiro Mauad 1999

DrsquoAG0ST1NI R L FANTINI A C Produccedilatildeo orgacircnica tambeacutem socialmente excludente Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v3 n l p57-61 2002

DALPONTE J C V Utilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos e fertilizante mineral na produccedilatildeo e qualidade de mudas e bulbos de cebola (Alliurn Cepa L) Pelotas-RS 1990 (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1990

DEBARBA J F THOMAZELLI L F GANDIN C L SILVA E Cadeias produtivas do Estado de Santa Catarina Cebola Florianoacutepolis Epagri 1998 115 p (EPAGRI Boletim Teacutecnico 96)

DUFOUR F Os saacutebios loucos do agro-alimentar Le Monde Diplomatique ano 1 n4 p6-7 1999 (ed portuguesa)

EHLERS E Agricultura Sustetaacutevel Origem e perspectivas de um novo paradigma 2 ed Guaiacuteba Agropecuaacuteria 1999 157 p

FILGUEIRA F A R Novo Manual de olericultura agrotecnologia moderna na produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 2000 402 p

FRASER G K Mateacuteria Orgacircnica Del Suelo In BEAR F E (ed) Quiacutemica dei Suelo Madrid Ed Agrociencia 1963

FOLLET R H MURPHY L S DONAHUE R L Fertilizers and soil amendments New Jersey Printice-Hall Inc 1981 557p

GARCIA A Revista dei Espacio Rural Georgica Zaragoza Escuela Politeacutecnica de Huesca n5 1997

GARCIA A Versatildeo preliminar de um Programa Estadual de Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Bulbos e Sementes de CebolaEMBRAPAIPAGROMARAEMATER 6 8 pbdquo 1990 (Publicaccedilatildeo avulsa)

GIORGETT1 J R Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Mudas de Tomate In Encontro Nacional de Produccedilatildeo e Abastecimento de Tomate 2 1991 Jaboticabal Satildeo Paulo Anais Jaboticabal UNESP 1991 p 242-244

GLIESSMAN S R Agroecologia Processos ecoloacutegicos em agricultura sustentaacutevelPorto Alegre Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS 2000 653p

43

GLIESSMAN S R TURRIALBA C R Agroecologia Procesos Ecoloacutegicos en Agricultura Sostenible CATIE 2002 p 3-14

GNOATTO S C Caracterizaccedilatildeo quiacutemica de vermicompostos de diferentes substratos orgacircnicos Pelotas-RS 1999 38 f (Mestrado em Agronomia - Solos) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

GOMES J C C BORBA M F S A moderna crise dos alimentos oportunidade para a agricultura familiar Emater Porto Alegre julset 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwematertchebrdocsagroecorevistan313-artigo3htmgtAcesso em 24 fev 2002

GOMEZ H W Desenvolvimento sustentaacutevel agriacutecola e capitalismo In Desenvolvimento sustentaacutevel Necessidade eou disponibilidade Santa Cruz do Sul Nobel - UNISC 1997 p 65-77

GONZAacuteLEZ DE MOLINA M SEVILLA GUZMAacuteN E Ecologia campesinado e historia Para una reinterpretacioacuten dei desarrollo dei capitalismo en la agricultura In SEVILLA GUZMAacuteN E GONZAacuteLEZ DE MOLINA M (ed) Ecologia campesinado e historia Madrid La Piqueta 1993 p 23-129

GRIFFITH S A SCHNITZER M Analytical characteristic of humic and fulvic acids extracted from tropical volcanic soils Soil Sei Soc Am Proc v 39 p361-367 1975

GUIMARAtildeES E Caracterizaccedilatildeo quiacutemica estreptoscoacutepica e por anaacutelise teacutermica de aacutecidos huacutemicos e vermicompostos obtidos de estercos de diferentes animaisCuritiba 1997 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Quiacutemica) Universidade Federal do Paranaacute 1997

HESS A F Sociedade e meio ambiente uma relaccedilatildeo ambiacutegua Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v 4 n2 p 167-1741999

ICEPA-SC Informes conjunturais sobre a cultura da cebola Disponiacutevel em lthttpwwwicepa combrgt Acesso em 23 jan 2003

JONES H A MANN L K Onions and their allies New York Interscience Publishers 1962 286 p

JUacuteNIOR H A de MAIORANO J A Receitas obtidas de extratos de plantasCampinas CATITerra Viva [199-] 10 f

KHATOUNIAN C A Ciclo de Palestras sobre Agricultura Orgacircnica 2a Ed SatildeoPaulo Fund Cargill 1997 149 p

KIEHL E J Fertilizantes Orgacircnicos Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1985 492p

44

KOEFF H H PETTERSSON B D SHAUMANN W Vida Vegetal solos e adubaccedilatildeo In Agricultura Biodinacircmica Satildeo Paulo Nobel 1983 p92-149

KONONOVA M M Soil organic matter The importance o f organic matter in soil formation and soil fertility New York Pergamqn Press 1961 p 165-200

KUHN T A Estrutura das Revoluccedilotildees Cientiacuteficas Satildeo Paulo Perspectiva 1989 257p

LANNA FCA ABREU C L ABREU J G SILVA V Resposta de cultivares de melancia cultivadas sob adubaccedilatildeo quiacutemica e orgacircnica Horticultura v 12 n l p85 1994

LEFF H Saber Ambiental Petroacutepolis Vozes 2001 343 p

MAGALHAtildeES J R Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo da cebola In FERREIRA M E CASSTELLANE P D CRUZ M C P Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo de hortaliccedilasPiracicaba POTAFOS 1993 p 381-393

MALAVOLTA E Elementos de nutriccedilatildeo mineral de plantas Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1980 251 p

MALAVOLTA E Manual de Quiacutemica Agriacutecola - Adubos e Adubaccedilatildeo 3a ed SatildeoPaulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1981 606 p

MARTINEZ A A A grande e Poderosa Minhoca Jaboticabal Funep - Unesp1990 101 p

MARTINS S R Desenvolvimento e Sustentabilidade Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v20 n2 julho 2002 Palestra apresentada no 42deg Congresso Brasileiro de Olericultura

MARTINS S R Limites Del Desarrollo Sostenible em Ameacuterica Latina En el marco de Ias poliacuteticas de (re)ajuste econocircmico Pelotas Editora UFPel 1997 135 P-

MARTINS S R Sustentabilidade na agricultura dimensotildees econocircmicas sociais e ambientais Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v4 n 2 p 175-1871999

MATURANA H REZEPKA S N D E Formaccedilatildeo Humana e Capacitaccedilatildeo Rio de Janneiro Vozes 2000 8 6 p

MELLO A F SOBRINHO M O ARZOLLA S SILVEIRA R NETTO A C KIEHL J C Fertilidade do Solo Satildeo Paulo Nobel 1983

MENEZES JUacuteNIOR F O G D Caracterizaccedilatildeo de Diferentes substratos hortiacutecolas e seu efeito na produccedilatildeo de mudas de alface e couve-flor em ambiente protegido Pelotas 1998 141 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1998

45

MIBASA Mineraccedilatildeo Barreto SA Melhorador de Solos MB4 A Natureza Agradece Arapiraca-AL [199-] Folder

MINAMI K Os resumos da olericultura 2000 In AZEVEDO FILHO MARTINEZ FILHO (ed) Preccedilos agriacutecolas Piracicaba ESALQ 1999 p 4

MINAMI K Produccedilatildeo de Mudas de Alta Qualidade em Horticultura Satildeo Paulo TA Queiroz 1995

MORSELLI T B G A Cultivo sucessivo de alface sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegidoPelotas 2001 178 p Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2001

MORSELLI T B G A Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Poliacutegrafo da Disciplina de Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia-Produccedilatildeo Vegetal UFPel 2002

MULLER AM Efeitos da Aplicaccedilatildeo Foliar de um Biofertilizante Enriquecido no Estado fitossanitaacuterio de Tomate Ervilha e Beterraba Sob Manejo OrgacircnicoDissertaccedilatildeo (Mestrado no Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agroecossistemas)1999 (Resumo)

NOLLA D Erosatildeo do Solo - O grande desafio Estado do Rio Grande do Sul SEAGRI desenvolvimento de recursos naturais renovaacuteveis 1982 412 p

PAGLIA AG MORSELLI TBGA PEIL RMN Teores de nutrientes pH e condutividade eleacutetrica da aacutegua em sistema ldquofloat^ngrdquo sob adiccedilatildeo de biofertilizantes Horticultura Brasileira v 20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PAULUS G MULLER A BARCELLOS LAR Agroecologia aplicada praticas e meacutetodos para uma agricultura de base ecoloacutegica 2ed ver ampl Porto Alegre EMATERRS 2001 8 6 p

PEIXOTO R T dos G Composto orgacircnico aplicaccedilotildees benefiacutecios e restriccedilotildees de uso Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 18 p 56-64 julho 2000

PENTEADO SR Defensivos Alternativos e Naturais Satildeo Paulo 1999 95 p

PEREIRA AJ SOUZA RJ PEREIRA WR Efeito de diferentes doses de esterco de galinha e de curral sobre a produccedilatildeo de cebola Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PINHEIRO S BARRETO SB MB-4 agricultura sustentaacutevel trofobiose e biofertilizantes Fundaccedilatildeo Juquira CandiruMibasa 2000 273 p

PRIMAVESI A Agricultura Sustentaacutevel Satildeo Paulo Nobel 1992 142 p

PRIMAVESI A O manejo ecoloacutegico do solo Agricultura em regiotildees tropicais SatildeoPaulo Nobel 1982 541 p

46

PURCINO A A C ldquoNitrogecircniordquo Informe Agropecuaacuterio Belo Horizonte v7 n81 p 16-27 1981

QUIJANO F G Efeito da adubaccedilatildeo orgacircnica no desenvolvimento de duas cultivares de alface em ambiente protegido Pelotas 1999 116f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

RODRIGUES A N N Efeitos e residuais de superfosfato triplo sobre o rendimento de mateacuteria seca e absorccedilatildeo de foacutesforo pela aveia (Avena strigosa Schob) em solo Podzoacutelico Vermelho Escuro Porto Alegre 1984 59f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia UFRGS 1984

RODRIGUES E T CASALI V W D Respostas da alface agrave adubaccedilatildeo orgacircnica II Teores conteuacutedos e utilizaccedilatildeo de macronutrientes em cultivares Rev Ceres Viccedilosa v 45 n 261 p 437-449 1998

SAMINEcircS T C O Produccedilatildeo orgacircnica de alimentos Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 17 n3 novembro 1999

SCHIEDECK G Ambiecircncia e resposta agronocircmica de meloeiro (Cucumis melo L) cultivado sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegido Pelotas lOOp Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2002

SILVA JUacuteNIOR A A GIORGI E Substratos alternativos para a produccedilatildeo de mudas de tomate Agropecuaacuteria Catarinense Florianoacutepolis EPAGRI 1992 23 p

SILVA JUacuteNIOR A A MACEDO S G STUKER H Utilizaccedilatildeo de esterco de peru na produccedilatildeo de mudas de tomateiro Florianoacutepolis EPAGRI 1995 28 p (Boletim Teacutecnico 73)

TAGLIARI PS GRASSMANN H Minhoca a grande aliada da agricultura Agropecuaacuteria Catarinense v8 n l p 11-14 mar 1995

TEDESCO M J GIANELLO C Anaacutelises de solo plantas e outros materiais Porto Alegre Faculdade de Agronomia Departamento de Solos Universidade Federal do Rio Grande do Sul RS 1996

TENNANT D A Test of modified line intersect method of estimating root lenght Journal Ecology Oxford v 63 p 995-1001 1975

TIBAU A O Mateacuteria Orgacircnica do Solo Mateacuteria Orgacircnica e Fertilidade do SoloSatildeo Paulo Nobel 1984 p49-182

TIMM P J Anaacutelise comparativa dos sistemas de plantio convencional e cultivo miacutenimo de cebola sob adubaccedilatildeo orgacircnica e mineral Pelotas 2000 79 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2000

47

VALENZUELA HR CROSBY C Effect of compost applications on the yield of several vegetables in long-term organic farming experiments conduced in the tropics American Society Horticultural Science v33 n3 june 1998

VIGLIZZO E (ed) Subprograma Recursos Naturais y Sostenibilidad Agriacutecola documento marco Montevideo IICAPROCISUR 1995 p 75 - 78

WE1D J M TARDIN J M Proposta para a Ampliaccedilatildeo do Trabalho da ASPTA no Centro Sul do Paranaacute ASPTA Disponiacutevel em http wwwpronafgovbrEncontrotestosAS20PTA20Sul20ParanE1205 202002doc Acesso em 05 mai 2002

XAVIER SIMOacuteN F DOMINGUES D G Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel uma perspectiva agroecoloacutegica Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre EM ATERRS v2 n2 p 17-26 2001

ZABALETA J P Diagnoacutestico da Agricultura Familiar em Satildeo Joseacute do Norte - RSPelotas EMBRAPA-CPACT 1998 75 p (EMBRAPA-CPACT Documentos 44)

ZONTA E P MACHADO A A SILVEIRA P Sanest Sistema de anaacutelise estatiacutestica para microcomputadores Registrado na Secretaria Especial de Informaacutetica sob nuacutemero 066060 - categoria A Pelotas-RS Universidade Federal de Pelotas 1984

48

7 APEcircNDICE

APEcircNDICE A - Anaacutelise da adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes utilizados na produccedilatildeo de mudas de cebola

TABELA 1 A Anaacutelise baacutesica do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo miuacutedo + papua

Arg

pH IND

SMP

MO

P - n r - Na Al Ca__10Omlmdash

Mg

ppm -

6 53 67 089 8 6 27 1 04 05 0 2

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 2A Anaacutelise complementar do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo-miuacutedo + papua

Cobre Zinco Manganecircs Ferro

(m v1)

04 05 26 007

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

49

TABELA 3A Anaacutelise dos fertilizantes soacutelidos

Amostra pH limidade CN

C N P K Ca Mg

- g-ivg --

Cama de 849 2491 12 31042 2479 3888 3405 29875 463

aves

Esterco 74 3594 11 677 590 157 134 335 214

de curral

Huacutemus 684 5738 14 15965 1098 453 745 743 361

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 4A Anaacutelise quiacutemica dos biofertilizantes liacutequidos

Amostra N P K_ccedil H

Ca Mg Cu Zn Fe Mn

mdashgL bull

S Magro

m b 4

Urina

053

1652

8 2 2

008

395

0 0 0

149

1674

471

1902

6872

0 0 0

1150

4507

1172

7273

42

033

101389

920

0 0 0

6250

19458

781

35273

1123

0 2 1

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

50

APEcircNDICE B - Condiccedilotildees climaacuteticas do local

TABELA 1B Condiccedilotildees de temperatura do local

___________ __________TEMPERATURA (degCgt

meses Meacutedia

Maacutexima

Meacutedia

MiacutenimaMeacutedia

Maacutexima

Absoluta

Miacutenima

Absoluta

Junho 225 87 156 320 25

Julho 225 85 155 285 30

Agosto 251 71 161 360 1 0

Fonte FEPAGROSCT 2002

TABELA 2B Condiccedilotildees de chuva do local

mdash CHUVA (mm)mdash

meses Ocorrida Normal Desvio Da Normal

Junho 1080 1 1 0 -2 0

Julho 1062 98 8 2

Agosto 1283 1 2 0 83

Fonte FEPAGROSCT 2002

51

TABELA 1C Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

APEcircNDICE C - Anaacutelise estatiacutestica da parte aeacuterea

Causas G1 FFPA FSPA AP DC

da variaccedilatildeo --------- Quadrados meacutedios-

Blocos 3

Ad Base 2 175359071 1287102 2547419 1 11775

Biofertilizantes 2 126876 29011 87669ns 02185ns

Ad x Biofert 4 572378 31123 69106ns 04159

Resiacuteduo 24 34456 03048 27169 00290

Total 35

Meacutedia geral 93745 8772 320388 6741

CV 1980 6294 5145 2530

Significativo a 5ns Natildeo significativo

52

TABELA 1D Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade

de raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

APEcircNDICE D - Anaacutelise estatiacutestica da raiz

Causas G1 FFR FSR CR RPASR DR

da variaccedilatildeo Quadrados meacutedios---------------

Blocos 3

Ad Base 2 27874 551 623 2 1 0 140

Biofertilizantes 2 178 0 1 0 ni 1504 l03ns 038ns

Ad x Biofert 4 190 058 318 294 183

Resiacuteduo 24 005 009 028 023 0 2 1

Total 35

Meacutedia geral 1818 228 184 387 333

C V 134 1356 448 1253 1396

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

53

APEcircNDICE E - Anaacutelise estatiacutestica dos macronutrientes da parte aeacuterea da cebola

TABELA 1E Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mud^s de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

Causas G1 bull N P K Ca Mg

da variaccedilatildeo

Blocos 3

Ad Base 2 13550306 446627 25509686 1031806 59007

Biofertilizantes 2 180610ns 16564 68153ns 39006 876ns

Ad x Biofert 4 454187 45743 1047539 46950 2464

Resiacuteduo 24 29769 1453 64313 3741 439

Total 35

Meacutedia geral 24921 4597 33366 6943 1615

C V 692 829 760 880 1297

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

APEcircNDICE F - Fotos do experimento

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob uma perspectiva agroecoloacutegica

APEcircNDICE F a Fotos do experimento

FIGURA 1 Adubaccedilatildeo verde com feijatildeo-miuacutedo e papuatilde utilizadas no manejo do solo

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob urna perspectiva agroecoloacutegica

Page 32: PRODUÇÃO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L.) SOB …orgprints.org/24883/1/Paglia_Produção.pdf · vaca mais calda bordalesa; MB4+U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

22

e possui accedilatildeo contra certas pragas (pulgotildees) sendo que o oacuteleo vegetal eacute indicado no

controle de cochonilhas e usado como espalhante adesivo (Claro 2001)

253 Calda Bordalesa

A calda bordalesa eacute um tradicional defensivo agriacutecola que pode ser preparado na

propriedade com a mistura de sulfato de cobre cal virgem e aacutegua As concentraccedilotildees de

sulfato de cobre e cal satildeo distintas dependendo do objetivo do seu emprego

Geralmente diferem de acordo com o tipo de planta ou espeacutecie vegetal as condiccedilotildees

climaacuteticas o grau de infestaccedilatildeo da doenccedila e a fase de crescimento da planta Eacute indicada

para o controle de miacuteldio alternaacuteria botrytis e antracnose (Penteado 1999)

A calda bordalesa caracteriza-se pela sua importante accedilatildeo no controle de diversas

doenccedilas fungicas nas mais diversas espeacutecies de culturas Possui tambeacutem uma relativa

accedilatildeo bactericida e em alguns casos age como repelente de insetos Da mistura do

sulfato de cobre com a cal resulta uma soluccedilatildeo rica em macronutrientes e

micronutrientes Provavelmente os expressivos resultados obtidos com a aplicaccedilatildeo da

calda bordalesa devam-se natildeo somente a sua accedilatildeo fuacutengica e bactericida mas sobretudo

agrave influecircncia positiva que exerce no metabolismo das plantas ativando o processo

enzimaacutetico e estimulando a proteossiacutentese aumentando a resistecircncia das plantas (Claro

2 0 0 1 ) caracteriacutestica fundamental na agricultura sustentaacutevel

254 Biofertilizante Super Magro

A calda Super Magro eacute produto da fermentaccedilatildeo de estercos animais enriquecidos

por micronutrientes e outros produtos de origem animal obtendo-se uma calda

biofertilizante para aplicaccedilatildeo foliar nas plantas (Penteado 1999) jaacute foram observados

bons resultados principalmente nas culturas de uva maccedila pecircssego tomate batata e

hortaliccedilas em geral

E indicado como fonte suplementar de micronutrientes para as plantas inibidor

de fungos e bacteacuterias causadores de doenccedilas e para aumentar a resistecircncia contra insetos

e aacutecaros (Penteado 1999) i

Muller (1999) avaliou a influecircncia do biofertilizante Super Magro sobre as

culturas de tomate (Lycopersicon esculentum Mill) ervilha (Pisum sativum L) e

beterraba (Beta vulgaris L) O autor obteve cultivos com baixa severidade de doenccedilas e

23

insetos fitoacutefagos possivelmente por causa do manejo orgacircnico de produccedilatildeo Os

resultados das pulverizaccedilotildees das soluccedilotildees foliares variaram conforme a cultura e o

clima

255 Biofertilizante MB4

A utilizaccedilatildeo das farinhas de rochas eacute uma das teacutecnicas mais modernas usadas nos

uacuteltimos anos na agricultura O elevado nuacutemero de nutrientes contidos no MB4 como

cobre zinco manganecircs cobalto soacutedio alumiacutenio silicatos de magneacutesio ferro e caacutelcio

acompanhado de foacutesforo potaacutessio e enxofre reagem com a soluccedilatildeo do solo liberando

elementos essenciais ao desenvolvimento da vida microbiana os quais exercem um

papel fundamental atraveacutes de transformaccedilotildees quiacutemicas e do equiliacutebrio bioloacutegico

favorecendo o desenvolvimento sadio das plantas (Pinheiro amp Barreto 2000)

24

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

31 Local de execuccedilatildeo do experimento

O presente trabalho foi conduzido no Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul

(FEPAGROSUL) no municiacutepio de Rio Grande nlt periacuteodo de 15 de maio a 26 de

agosto de 2 0 0 2

O solo eacute classificado como ldquoTuiardquo satildeo muito arenosos As massas aquaacuteticas do

Oceano Atlacircntico e Lagoa dos Patos influenciam ventos temperatura pressatildeo umidade

relativa e demais fatores climaacuteticos A topografia da regiatildeo litoracircnea eacute plana com

lenccediloacuteis freaacuteticos superficiais

32 Anaacutelise estatiacutestica

O experimento foi constituiacutedo em fatorial 3X3 (Quadro 1) com quatro repeticcedilotildees

no delineamento blocos ao acaso As variaacuteveis respostas foram submetidas agrave anaacutelise de

variaccedilatildeo e ao teste de Duncan a 5 de probabilidade para comparaccedilatildeo das meacutedias

utilizando-se o sistema SANEST (Zonta amp Machado 1984)

As anaacutelises estatiacutesticas das variaacuteveis estudadas encontram-se nos Apecircndices C D

Os resultados das respostas agronocircmicas e das determinaccedilotildees dos conteuacutedos dos

macronutrientes bem como os de raiz estatildeo nas tabelas de 1 a 3

25

As diferentes adubaccedilotildees seratildeo representadas durante a discussatildeo da seguinte

forma 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e EC

(60 t ha 1 de esterco de curral) 1 VB+SM+U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais

super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+SM+U+CB (45 t ha 1 de

vermicomposto mais super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa)

EC+SM+U+CB (60 t ha 1 de esterco de curral mais super magro mais urina de vaca

mais calda bordalesa) 1 VB+MB4 +U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais MB4 mais

urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+MB4 +U+CB (45 t ha 1 de vermicomposto

mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa) EC+MB4 +U+CB (60 t ha 1 esterco

de curral mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa)

QUADRO 1 Descriccedilatildeo dos fatores experimentais e respectivos niacuteveis

Niacuteveis Fator 1 ADUBACcedilAtildeO DE BASE

0 1 Vermicomposto (30 t ha1)

0 2 Vermicomposto (45 t ha1)

03 Esterco de curral (60 t ha1)

Niacuteveis Fator 2 BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS

0 1 Super magro (5) + Urina de Vaca + Calda Bordalesa

0 2 MB4 (10) + Urina de vaca + Calda Bordalesa

03 Ausecircncia (testemunha)

33 Tratamentos

Da combinaccedilatildeo entre niacuteveis e fatores foram obtidos 9 tratamentos que estatildeo

descritos no Quadro 2 bem como as doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

26

QUADRO 2 Tratamentos e doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

TRATAMENTOS

Ndeg FATOR I FATOR II

0 1 30 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

0 2 30 t harsquo de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

03 30 t ha de vermicomposto - - -

04 45 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

05 45 t ha de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

06 45 t ha de vermicomposto - - -

07 60 t hade esterco Super Magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

08 60 t hade esterco MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

09 60 t hade esterco - - -

Cada parcela foi constituiacuteda por dois canteiros medindo 1 m de largura x 2 m de

comprimento perfazendo 075 m de aacuterea de aacuterea uacutetil (025 m de bordadura) Foi

utilizando semeadura a lanccedilo com densidade de 24 g canteiro1

O vermicomposto a urina de vaca o esterco de curral o alhol os biofertilizantes e

a calda bordalesa foram de procedecircncia do Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul O

vermicomposto de esterco bovino misturado agraves cascas de frutas foi processado pela

minhoca vermelha califomiana Eisenia foetida)

O biofertilizante Super Magro foi elaborado segundo a metodologia descrita pela

FEPAGROSUL utilizando-se os seguintes componentes 190 litros de aacutegua 22 litros

de leite 55 Kg de accediluacutecar mascavo 30 Kg de esterco fresco de bovinos 2 Kg de

Sulfato de zinco 2 Kg de sulfato de magneacutesio 2 Kg de cloreto de caacutelcio 1 Kg de aacutecido

boacuterico 300 g de sulfato de cobre 300 g de sulfato de ferro 300 g de sulfato de

manganecircs 100 g de molibdato de soacutedio 50 g de sulfato de cobalto 3 Kg de fosfato

natural 3 Kg de cinza e 200 g de farinha de osso

A urina de vaca em lactaccedilatildeo foi coletada pela manhatilde e armazenada em recipiente

fechado por trecircs dias em condiccedilotildees ambientais para que se formasse a amocircnia e natildeo

ocorresse perda de nitrogecircnio

28

Realizaram-se duas capinas manuais durante o experimento e em seguida como

cobertura se colocou casca de arroz Tambeacutem foi aplicado esterco de aves 30 dias antes

da colheita na quantidade de 05 Kg canteiro 1 como adubaccedilatildeo de cobertura

As pulverizaccedilotildees com os produtos iniciaram apoacutes 15 dias da germinaccedilatildeo

Realizou-se sete aplicaccedilotildees sendo que as duas primeiras foram feitas apenas com

Super Magro e MB4 Na terceira e na quarta aplicaccedilatildeo utilizou-se urina de vaca e calda

bordalesa em concentraccedilotildees menores (05 e 025 respectivamente) e na quinta

aplicaccedilatildeo as dosagens de urina de vaca e calda bordalesa foram elevadas para 1 0 e

05 respectivamente ateacute o final do experimento O alhol foi utilizado a partir da

terceira pulverizaccedilatildeo na quantidade de 2 e seguiu ateacute o final no dia 26 de agosto

quando as mudas foram colhidas e posteriormente analisadas as variaacuteveis

35 Observaccedilotildees agronocircmicas

Foram utilizadas 20 mudas de cebola para obtenccedilatildeo das meacutedias das variaacuteveis as

quais foram as seguintes

351 Fitomassa fresca da parte aeacuterea e raiacutezes

Foi realizada atraveacutes de uma balanccedila digital procedendo-se a pesagem de 20

mudas de cebola previamente lavadas e posteriormente secadas durante uma hora sobre

um tecido de algodatildeo agrave temperatura ambiente Processo idecircntico foi adotado com as

raiacutezes

352 Fitomassa seca da parte aeacuterea e raiacutezes

Esta variaacutevel foi obtida a partir da secagem preliminar em estufa de ar forccedilado

durante 48 horas a 65 C ateacute peso constante com posterior pesagem em balanccedila

analiacutetica

353 Altura da muda

A altura de muda foi medida a partir do colo das plantas ateacute sua uacuteltima folha

(ponto de crescimento) com uma reacutegua graduada de 40 cm

29

354 Diacircmetro do colo das plantas

Esta medida foi realizada no ponto de transplante a 2 mm das raiacutezes e utilizando-

se um paquiacutemetro SOMET

355 Sistema radicular

Ao teacutermino do experimento foram retiradas as raiacutezes das mesmas plantas que foram

utilizadas para as determinaccedilotildees realizadas na parte aeacuterea procedendo-se uma amostra

de solo com raiacutezes de 2 0 cm de largura x 2 0 cm de comprimento e 2 0 cm de altura

totalizando 8000 cm3

As raiacutezes apoacutes serem lavadas em aacutegua corrente foram pesadas acondicionadas em

sacos plaacutesticos e congeladas para posteriores anaacutelises pelo meacutetodo de Tennant (1975)

para a determinaccedilatildeo do comprimento e densidade

3551 Comprimento de raiz

Utilizou-se para a determinaccedilatildeo do comprimento de raiz as seguintes foacutermulas

1 = ndeg x 1114 x 1 onde

1 - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 0 0 2 g

ndeg - nuacutemero de intercessotildees das raiacutezes com os lados da quadriacutecula da malha do

aparelho

1114 - constante

1 - medida lateral da quadriacutecula em cm

Tomando-se a fiacutetomassa seca e o comprimento da raiz da cada amostra

relacionou-se com a fiacutetomassa seca e o comprimento total da raiz da planta aplicando-

se a seguinte equaccedilatildeo

L = (FSR x 1) FSPA onde

L - comprimento total da raiz da planta (m)

FSR - fiacutetomassa seca de raiz

FSPA - fiacutetomassa seca da parte aeacuterea

L - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 002g

3552 Densidade de raiz

A densidade foi determinada pela foacutermula

D = L 8000 onde

D - densidade de raiacutezes (m cm3)

30

L - comprimento total de raiacutezes (m)

8 0 0 0 - volume da amostra (cm3)

3553 Razatildeo parte aeacutereasistema radicular

Este paracircmetro foi obtido pela equaccedilatildeo

RPASR = FSPA FSR onde

RPASR - razatildeo parte aeacuterea sistema radicular

FSPA - fitomassa seca da parte aeacuterea

FSR - fitomassa seca do sistema radicular

36 Determinaccedilatildeo de macronutrientes no tecido vegetal

Os macronutrientes nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio foram

determinados no laboratoacuterio de Fertilidade e Anaacutelise de Plantas do Departamento de

Solos da UFPel atraveacutes dos meacutetodos descritos por Tedesco amp Gianello (1996)

31

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 Anaacutelise das variaacuteveis

A anaacutelise da variaccedilatildeo mostrou que houve diferenccedila significativa na interaccedilatildeo entre

os fatores de adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes liacutequidos com exceccedilatildeo da variaacutevel altura

de planta para a qual somente a adubaccedilatildeo de base mostrou-se significativa (Apecircndices

C D e E Tabelas 1C 1D e 1E)

411 Anaacutelise da parte aeacuterea

Na Tabela 1 destacaram-se as adubaccedilotildees EC+SM+U+CB EC+MB4 +U+CB e EC

que diferiram significativamente das demais adubaccedilotildees para as variaacuteveis fiacutetomassa

fresca da parte aeacuterea (FFPA) fiacutetomassa seca da parte aeacuterea (FSPA) altura de planta

(AP) e diacircmetro do colo (DC)

32

TABELA 1 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

30 t ha de vermicomposto 7015 c A45 t halsquo de vermicomposto 7824 b B60 t ha de esterco de curral 12248 a C

30 t ha de vermicomposto 667 c A45 t ha de vermicomposto 752 b A60 t ha de esterco de curral 1150a C

30 t ha de vermicomposto 2975 b A45 t harsquo de vermicomposto 2775 b A60 t ha de esterco de curral 3600 a B

30 t ha de vermicomposto 631 b A45 t ha de vermicomposto 6 2 2 b B60 t ha de esterco de curral 741 a C

-Fitomassa fresca (g)----------------6270 c B 6885 b A8832 b A 6308 c C

15082 a A 13934 a BmdashFitomassa seca (g)----------------

625 c A 655 b A830 b A 607 b B

1345 a A 1262 a B-Altura de planta (cm)----------------

2950 b A 3050 b A2937 b A 2950 b A 3975 a A 3622 a B

-Diacircmetro de colo (mm)---------------592 c B 599 b B 657 b A 609 b B 819a A________ 793a B

Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

O efeito positivo do esterco bovino pode ser atribuiacutedo agraves melhorias nas condiccedilotildees

fiacutesicas do solo por ele proporcionado Segundo Primavesi (1982) e Compagnoni amp

Putzolu (1985) o esterco bovino apresenta propriedades condicionadoras do solo dando

agraves plantas melhores condiccedilotildees de desenvolvimento elevando sobremaneira os

conteuacutedos de fitomassa fresca das plantas que refletiratildeo nas demais respostas

agronocircmicas

Analisando as adubaccedilotildees de base em relaccedilatildeo aos biofertilizantes observa-se que

para os tratamentos 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) - natildeo houve influecircncia dos

biofertilizantes para as variaacuteveis FSPA e AP enquanto destacou-se o SM+U+CB para o

DC e SM+U+CB e ausecircncia da adubaccedilatildeo liacutequida para a FFPA mostrando que o uso

dos biofertilizantes natildeo influenciou esta variaacutevel 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) -

verificou-se a eficiecircncia do uso do MB4 +U+CB para as variaacuteveis FFPA e DC Para a

variaacutevel FSPA destacaram-se os dois biofertilizantes utilizados jaacute para AP natildeo houve

33

influecircncia destes EC (60 t ha 1 de esterco de curral) - em todas as variaacuteveis observadas

na tabela 5 as respostas foram significativas utilizando MB4 +U+CB

As respostas encontradas no presente trabalho para as variaacuteveis AP e FSPA foram

superiores as obtidas por Dalponte (1990) quando utilizado 0 esterco de curral para

produccedilatildeo de mudas de cebola

Segundo Filgueira (2000) os solos da regiatildeo produtora de cebola do RS satildeo

pobres em foacutesforo disponiacutevel (15 mg Kg1) necessitando portanto de adubaccedilotildees

fosfatadas elevadas As respostas aqui obtidas podem ser justificadas pelos teores de

foacutesforo contido no MB4

Follet et al (1981) citam a importacircncia do uso de compostos orgacircnicos no solo

enfatizando os estercos no sentido da decomposiccedilatildeo continuada no fornecimento de

nutrientes e na liberaccedilatildeo lenta e gradual de aacutecidos orgacircnicos influenciando a liberaccedilatildeo

do foacutesforo O que provavelmente pode ser atribuiacutedo agraves respostas encontradas no

presente trabalho para 0 tratamento Esterco de curral mais MB4 e Urina mais Calda

Bordalesa

E importante destacar que 0 sistema de produccedilatildeo de mudas de cebola sob uma

perspectiva agroecoloacutegica mostra-se eficiente quando visualmente natildeo percebe-se

diferenccedila significativa entre os tratamentos (Apecircndice F Figura 2)

Conveacutem ressaltar que quando trabalhamos com agroecologia natildeo existem

receitas nem pacotes tecnoloacutegicos prontos Cada situaccedilatildeo deveraacute ser estudada em

particular para que se faccedila recomendaccedilotildees adequadas ao ambiente local uma vez que

as plantas se adaptam ao meio estando a nutriccedilatildeo encarregada de proteger e manter o

equiliacutebrio do organismo vegetal em funccedilatildeo das alteraccedilotildees externas

E fundamental que se compreenda os princiacutepios norteadores de todo o processo

que satildeo as bases da luta por uma sociedade mais justa dentro de um mundo econocircmico e

ambientalmente mais sustentaacutevel

412 Anaacutelise do sistema radicular

Os resultados obtidos nas anaacutelises do sistema radicular (Tabela 2) mostram

diferenccedilas significativas entre as adubaccedilotildees para as variaacuteveis fitomassa fresca de raiz

(FFR) fitomassa seca de raiz (FSR) comprimento de raiz (CR) razatildeo parte

aeacutereasistema radicular (RPASR) e densidade de raiz (DR)

34

TABELA 2 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade de

raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAO DE BASE

S Magro + MB4 +Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

1540 c A 1576 b B 2427 a A

Fitomassa fresca (g)----------------1502 c B 1517 b AB 1658 b A 1446 c C 2336 a B 2360 a B

--------------------Fitomassa seca (g)-------------------196 b A 207 ab A 170 b A170 b A 199 b A 192 b A 344 a A 249 a B 327 a A

Comprimento de raiz(cm)---------------1237 b A 1158 b A 1158 a A1237 b A 1060 c B 1040 b B1433 a A 1296 a B 1040 b C

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t halsquo 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha de vermicomposto 45 t ha de vermicomposto60 t ha~ de esterco de curral__________________________ _________________________Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

-----Razatildeo Parte AeacutereaSistema Radicular------340 b AB 301c B 384 a A446 a A 415 b A 326 a B339 b B 546 a A 388 a B

-------------- Densidade de raiz (m cm3)------------367 a AB 414 a A 325 b B282 b B 301b B 405 a A347 ab A 231c B 324 b A

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base destacou-se o EC (60 t ha 1 de esterco de curral)

para as variaacuteveis FFR e FSR Quando adicionado o SM+U+CB os resultados para FFR

foram ainda melhores bem como o CR As respostas obtidas para a RPASR foram

variadas em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees apresentando melhores resultados para 15 VB (45 t

ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB e ainda melhor para EC (60 t ha 1 de esterco de

curral)+MB4 +U+CB As adubaccedilotildees de base 1 VB 15 VB e EC natildeo diferiram entre si

As adubaccedilotildees mais eficientes para a variaacutevel DR foram 1 VB+SM+U+CV que natildeo

diferiu da EC+SM+U+CB I VB+ MB4 +U+CB e agrave 15 VB foram melhores entre as

demais

35

Analisando os biofertilizantes em relaccedilatildeo a cada adubaccedilatildeo de base verifica-se que

para a 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB destaca-se a variaacutevel FFR

poreacutem sem diferenccedila significativa de 1 VB os melhpres resultados para a variaacutevel DR

foram encontrados pelo tratamento 1 VB+MB4 +U+CB e 15 VB (45 t ha 1 de

vermicomposto) tambeacutem se considera eficiente o 1 VB+SM+U+CB que natildeo diferiu do

EC (esterco de curral) Quando se utilizou 15 VB+ MB4 +U+CB houve resposta

significativa para a variaacutevel FFR para FSR as respostas natildeo foram diferentes com a

aplicaccedilatildeo dos biofertilizantes para as variaacuteveis FSR e DR as adubaccedilotildees EC e

EC+SM+U+CB natildeo diferiram entre si

Embora as respostas estatiacutesticas tenham sido diferentes para as adubaccedilotildees

combinadas ou natildeo pode-se salientar a importacircncia do aacutecido indol-aceacutetico como jaacute

citado anteriormente para as variaacuteveis avaliadas na parte aeacuterea das mudas de cebola

Respostas semelhantes nesse sentido foram encontradas para a cultura da alface por

Quijano (1999) e Morselli (2001)

Pereira et al (2002) concluiacuteram em trabalho realizado com a cultivar de cebola

CNPF1 6400 em Minas Gerais que a utilizaccedilatildeo de 20 t ha de esterco de curral

proporcionou os melhores resultados para a produccedilatildeo de cebola

Silva Juacutenior amp Giorgi (1992) e Menezes Juacutenior (1998) citam que doses elevadas

de mateacuteria orgacircnica podem prejudicar a primeira fase da germinaccedilatildeo (embebiccedilatildeo) e

absorccedilatildeo de aacutegua pelas raiacutezes das placircntulas No entanto no presente trabalho este fato

natildeo ocorreu embora a dose de esterco utilizada tenha sido de 60 t ha 1 (dose maacutexima

recomendada segundo Nolla 1982)

413 Anaacutelise de macronutrientes no tecido vegetal

Os resultados dos conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio no

tecido vegetal sob diferentes adubaccedilotildees encontrados na Tabela 3 indicam mais uma

vez a superioridade da adubaccedilatildeo esterco com 0 uso ou natildeo de biofertilizantes

36

TABELA 3 Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob

uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS i J B

ADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesamg plantas1

---- Nitrogecircnio-----30 t ha de vermicomposto 16593 c AB 15451 c B 19050 b A45 t ha de vermicomposto 21444 b A 22888 b A 17852 b B60 t ha de esterco de curral 32606 a C 37593 a B 40816 a A

--------------- ------ Foacutesforo------- -------------30 t ha de vermicomposto 3098 c B 2802 c B 3999 b A45 t ha de vermicomposto 4109 b A 4135 b A 2788 c B60 t ha de esterco de curral 5300 a B 7577 a A 7565 a A

------- Potaacutessio------30 t ha de vermicomposto 24327 c A 19900 c B 24965 b A45 t ha de vermicomposto 29113b A 29812 b A 22031 b B60 t ha de esterco de curral 44070 a B 51976 a A 54101 a A

-------- Caacutelcio-------30 t ha de vermicomposto 5027 c A 4356 c A 4834 b A45 t ha de vermicomposto 6114b A 6963 b A 4379 b B60 t ha de esterco de curral 9030 a C 11451 a A 10331 a B

------Magneacutesio-----30 t ha de vermicomposto 1188 b A 914 c A 1202 b A45 t ha de vermicomposto 1231 b B 1582 b A 1176 b B60 t ha de esterco de curral 2136a B 2443 a A 2663 a AMeacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base observa-se que o melhor tratamento foi o

esterco de curral para todas as variaacuteveis Para 1 VB (30 t ha^ 1 de vermicomposto) natildeo

houve resposta diferenciada com o uso de bofertilizantes para todas as variaacuteveis A

adubaccedilatildeo 15 VB (45 t ha 1 de vemicomposto) foi influenciada pelos biofertilizantes

para as variaacuteveis N P K e Ca enquanto que para Mg somente o MB4+U+CB o

influenciou O EC (esterco de curral) mostrou diferenccedila significativa apenas para as

variaacuteveis Ca e Mg quando adicionado MB4+U+CB

Segundo Peixoto (2000) eacute fundamental a adiccedilatildeo de adubos orgacircnico no cultivo de

hortaliccedilas seja na forma de esterco decomposto composto ou huacutemus de minhoca de

37

modo a fornecer melhorias nas propriedades do solo vindo a disponibilizar os nutrientes

as diferentes culturas

O esterco fresco conteacutem muita cama celuloacutesica e um elevado teor de aacutegua No

esterco curtido a celulose jaacute estaacute decomposta o teor de aacutegua estaacute reduzido agrave metade e os

nutrientes em uma forma mais assimilaacutevel e mais concentrada O esterco fresco pode

causar uma deficiecircncia temporaacuteria de nitrogecircnio no solo ao se decompor o que natildeo

acontece com o biestabilizado (Kiehl 1985)Ocorre uma diminuiccedilatildeo inicial no volume

de aacutegua retido no esterco de curral diminui inicialmente em tomo de 3581 liberando

posteriormente somente 496 evidenciando a sua capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua

(Menezes Juacutenior 1998)

A utilizaccedilatildeo continuada de adubos nitrogenados minerais no solo altera o balanccedilo

do nitrogecircnio entre o solo e planta No meacutetodo biodinacircmico eacute sublinhada a importacircncia

dos adubos animais para o estabelecimento da fertilidade permanente dos solos (Koeff

et al 1983)

Para Guimaratildees (1997) os benefiacutecios que a mateacuteria orgacircnica imprime ao solo

principalmente melhorando a produtividade fertilidade e a influencia que as substancias

huacutemicas exercem sobre o ambiente dependem da qualidade e do teor de mateacuteria

orgacircnica do solo Estas substacircncias por conterem nutrientes em sua constituiccedilatildeo em uma

forma mais disponiacutevel para as plantas promovem um equiliacutebrio no ambiente no solo

(Kononova 1966)

Aproximadamente de 60 a 70 do total de carbono do solo ocorre na forma de

materiais huacutemicos (Griffith amp Schnitzer 1975) sendo a eles atribuiacutedo a manutenccedilatildeo da

bioestrutura do solo aumentando a capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua (Brady 1999)

Conforme Compagnoni amp Putzolu (1985) os estercos bem como os demais

resiacuteduos orgacircnicos apresentam conteuacutedos diferentes de aacutecidos huacutemicos e fuumllvicos sendo

atribuiacutedo ao acido huacutemico uma accedilatildeo fitoestimulante semelhante aos fitohormocircnios por

favorecer o desenvolvimento do sistema radicular e crescimento do caule

Em trabalho realizado por Guimaratildees (1997) foi encontrado para aacutecidos huacutemicos

de esterco bovino uma relaccedilatildeo CN 1035 e para vermicomposto bovino 17

evidenciando que o esterco quando aplicado ao solo por apresentar uma relaccedilatildeo CN

proacutexima deste reage mais facilmente liberando nutrientes para as plantas sem alterar a

cadeia troacutefiacuteca Dados encontrados no presente trabalho demonstram a eficiecircncia do

esterco nesse sentido

38

De acordo com Morselli (2001) vaacuterios trabalhos citam comentam e discutem a

capacidade dos vermicompostos em proporcionar oacutetimas colheitas e favorecer a

precocidade das plantas cultivadas Poreacutem muitas vezes se observa que mesmo

suprindo essas plantas com nutrientes necessaacuterios atraveacutes de huacutemus de diferentes fontes

as respostas natildeo satildeo as mesmas para uma mesma cultivar

Por outro lado os resultados com o uso de substacircncias huacutemicas satildeo variaacuteveis e

dependem aleacutem da espeacutecie testada das substacircncias huacutemicas utilizadas sua

concentraccedilatildeo o grau de purificaccedilatildeo e das condiccedilotildees experimentais A resposta das

plantas aos aacutecidos huacutemicos e fuacutelvicos eacute dependente da mateacuteria prima original e da

espeacutecie vegetal pois materiais orgacircnicos diferentes apresentam aacutecidos huacutemicos e

fuacutelvicos diferentes (Businelli 1990)

Justificam-se os maiores conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio e caacutelcio nas

adubaccedilotildees 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e biofertilizantes devido

provavelmente ao vermicomposto utilizado apresentar na sua constituiccedilatildeo teores

consideraacuteveis destes elementos aleacutem do que os biofertilizantes possam ter influenciado

na absorccedilatildeo atraveacutes de sua constituiccedilatildeo Tibau (1984) considera que a urina de vaca eacute

rica em aacutecido indol-aceacutetico e este influencia na absorccedilatildeo radicular O efeito positivo

deste tratamento provavelmente seja devido agrave quantidade aplicada

O biofertilizante que se destacou foi o MB4+U+CB em relaccedilatildeo ao EC (esterco de

curral) e eacute somente para a variaacutevel caacutelcio Isto provavelmente seja devido ao alto teor

deste elemento encontrado na sua constituiccedilatildeo (6872 g Kg1) e pela influecircncia positiva

que a calda bordalesa exerce no metabolismo das plantas atraveacutes dos nutrientes

contidos em sua formulaccedilatildeo O Ca controla a absorccedilatildeo radicular e retorna ao solo pelo

esterco e palhas por apresentar-se em maior quantidade em folhas e caules Depois de

localizado nas folhas fica imoacutevel favorecendo a resistecircncia da planta ao ataque de

fungos

Este trabalho avanccedila no estudo da agroecologia estando claro que todos os

criteacuterios tem caraacuteter dinacircmico de adequaccedilatildeo as mudanccedilas de um sistema de produccedilatildeo

em evoluccedilatildeo contribuindo na transiccedilatildeo para um padratildeo sustentaacutevel Cabe a pesquisa a

reorientaccedilatildeo para um enfoque ldquosistecircmicordquo isto eacute que permita integrar os diversos

componentes de um agroecossistema e a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas que promovam 0

fortalecimento e a expansatildeo da agricultura familiar

39

5 CONCLUSOtildeES

Considerando os resultados obtidos e as condiccedilotildees em que o estudo foi realizado

conclui-se que

bull As respostas agronocircmicas das mudas de cebola para os paracircmetros avaliados

satildeo mais satisfatoacuterias com a aplicaccedilatildeo de esterco de curral como adubaccedilatildeo de

base

bull Os biofertilizantes mais urina de vaca e calda bordalesa proporcionam

respostas satisfatoacuterias quando aplicados associados agraves adubaccedilotildees de base

bull O biofertilizante MB4 mais urina de vaca e calda bordalesa eacute mais eficiente

que o super magro mais urina e calda bordalesa quando aplicado associado agrave

adubaccedilatildeo de base esterco de curral para os conteuacutedos de fitomassa secae

fresca da parte aeacuterea das plantas altura e diacircmetro de colo das mudas de

cebola

bull Os biofertilizantes adicionados agrave adubaccedilatildeo de base 45 t harsquo 1 de vermicomposto

bovino mostram respostas significativas para os conteuacutedos de fitomassa seca

bull Os maiores conteuacutedos nutricionais para as mudas de cebola satildeo

proporcionados pela adubaccedilatildeo de base esterco de curral

bull A maior absorccedilatildeo de caacutelcio pelas mudas de cebola ocorre quando da adiccedilatildeo do

biofertilizante MB4 mais urina e calda bordalesa agrave adubaccedilatildeo de base esterco de

curral

40

6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ALDRIGHI CB ABREU CM PAGLIA AG MORSELLI TBGA FERNANDES HS Efeito da aplicaccedilatildeo de biofertilizante e urina de vaca em mudas de tomateiro Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

ALTIERI M NICHOLLS C I Agroecologia Teoria praacutectica para umaAgricultura Sustentable Ia ed PNUMA 2000 Cap 2 4 Seacuterie textos baacutesicos para la formacioacuten ambiental

ALTIERI M Agroecologia bases cientiacuteficas para uma agricultura sustentaacutevelGuaiacuteba Agropecuaacuteria 2002 592 p

ANTONIOLLI Z I GIRACCA E M N CARDOSO S J T WIETHAN M M S FERRI M Iniciaccedilatildeo agrave Minhocultura Criaccedilatildeo em Cativeiro e Vermicompostagem Santa Maria UFSM 1996 p59-89

BAYER C MIELNICZUC J Dinacircmica e funccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica In SANTOS G de A S e CAMARGO F A de O (ed) Fundamentos da mateacuteria orgacircnica do solo ecossistemas tropicais e subtropicais Porto Alegre Genesis 1999 p 3-23

BARRETTO D X Composto Orgacircnico In Praacutetica em Agricultura Orgacircnica Satildeo Paulo iacutecone Ed Ltda 1985 p 51-63

BETTIOL W Alguns produtos alternativos para o controle de doenccedilas de plantasem agricultura orgacircnica II Ciclo de palestras sobre agricultura orgacircnica Instituto Bioloacutegico Satildeo Paulo p52-63 1997

41

BETTIOL W TRACH R GALVAtildeO JAH Controle de doenccedilas de plantas com biofertilizantes Jaguariuacutena EMBRAPA-CNPMA 1997 22p (EMBRAPA- CNPMA Circular Teacutecnica 02)

BRADY N C Natureza e propriedades dos sotos Rio de Janeiro Freitas BastosS A 1979 647p

BRADY N C Organisms and ecology of the soil In The nature of properties of soils Simon amp Schuster A Viacon Company New Jersey1999 402-489p

BON1LLA J A Fundamentos da Agricultura Ecoloacutegica Sobrevivecircncia eQualidade de Vida Satildeo Paulo Nobel 1992

BUREacuteS S Substratos Ediciones Agroteacutecnicas S L Madrid Octubre 1997

BUS1NELLI M Chemical Composition and Enzymic Activity of some Worm Cast Plant Soil v 80 p 1-2 1990

CALEGARI A Espeacutecies para cobertura de solo In IAPAR (Instituto Agronocircmico de Paranaacute) Plantio Direto pequena propriedade sustentaacutevel organizador Moacir Darolt Londrina - PR 1998 65-93

CAMARGO P N D Manual de Adubaccedilatildeo Foliar Satildeo Paulo Herba 1975

CAPRA F A Teia da Vida Satildeo Paulo Cultrix 1997 256p

CAPRA F O Ponto de Mutaccedilatildeo 22 ed Satildeo Paulo Cultrix 2001 447p

CHABOUSSOU F Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da Trofobiose) Porto Alegre LPM 1987 253 p

CLARO S A Referencias tecnoloacutegicos para a agricultura familiar ecoloacutegica aexperiecircncia da Regiatildeo Centro-Serra do Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS-ASCAR 2001 250p

CLIVELA G Diagnoacutestico Agronocircmico da cebola no Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS 1995 8 6 p

COMISSAtildeO DE FERTILIDADE DO SOLO - RSSC Recomendaccedilotildees de adubaccedilatildeo e calagem para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina 3 ed Passo Fundo SBCS - Nuacutecleo Regional Sul 1995 223p

COMPAGNONI L PUTZOLU G Cria moderna de Ias lombrices y utilizacioacutenrentable dei humus Barcelona Editorial de Vecchi- SA 1985127p

COSTABEBER J A MOYANO E Transiccedilatildeo agroecoloacutegica e accedilatildeo social coletiva Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v l n4 p 50- 60 outdez 2 0 0 0

42

COSTA M B B da Adubaccedilatildeo orgacircnica Nova siacutentese e novo caminho para aagricultura Satildeo Paulo Ed iacutecone Ltda 1985 102p

COSTA NETO C Agricultura Sustentaacutevel Tecnologias e Sociedade In CARVALHO COSTA LF et al (org) Mundo Rural e Tempo Presente Rio de Janeiro Mauad 1999

DrsquoAG0ST1NI R L FANTINI A C Produccedilatildeo orgacircnica tambeacutem socialmente excludente Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v3 n l p57-61 2002

DALPONTE J C V Utilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos e fertilizante mineral na produccedilatildeo e qualidade de mudas e bulbos de cebola (Alliurn Cepa L) Pelotas-RS 1990 (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1990

DEBARBA J F THOMAZELLI L F GANDIN C L SILVA E Cadeias produtivas do Estado de Santa Catarina Cebola Florianoacutepolis Epagri 1998 115 p (EPAGRI Boletim Teacutecnico 96)

DUFOUR F Os saacutebios loucos do agro-alimentar Le Monde Diplomatique ano 1 n4 p6-7 1999 (ed portuguesa)

EHLERS E Agricultura Sustetaacutevel Origem e perspectivas de um novo paradigma 2 ed Guaiacuteba Agropecuaacuteria 1999 157 p

FILGUEIRA F A R Novo Manual de olericultura agrotecnologia moderna na produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 2000 402 p

FRASER G K Mateacuteria Orgacircnica Del Suelo In BEAR F E (ed) Quiacutemica dei Suelo Madrid Ed Agrociencia 1963

FOLLET R H MURPHY L S DONAHUE R L Fertilizers and soil amendments New Jersey Printice-Hall Inc 1981 557p

GARCIA A Revista dei Espacio Rural Georgica Zaragoza Escuela Politeacutecnica de Huesca n5 1997

GARCIA A Versatildeo preliminar de um Programa Estadual de Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Bulbos e Sementes de CebolaEMBRAPAIPAGROMARAEMATER 6 8 pbdquo 1990 (Publicaccedilatildeo avulsa)

GIORGETT1 J R Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Mudas de Tomate In Encontro Nacional de Produccedilatildeo e Abastecimento de Tomate 2 1991 Jaboticabal Satildeo Paulo Anais Jaboticabal UNESP 1991 p 242-244

GLIESSMAN S R Agroecologia Processos ecoloacutegicos em agricultura sustentaacutevelPorto Alegre Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS 2000 653p

43

GLIESSMAN S R TURRIALBA C R Agroecologia Procesos Ecoloacutegicos en Agricultura Sostenible CATIE 2002 p 3-14

GNOATTO S C Caracterizaccedilatildeo quiacutemica de vermicompostos de diferentes substratos orgacircnicos Pelotas-RS 1999 38 f (Mestrado em Agronomia - Solos) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

GOMES J C C BORBA M F S A moderna crise dos alimentos oportunidade para a agricultura familiar Emater Porto Alegre julset 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwematertchebrdocsagroecorevistan313-artigo3htmgtAcesso em 24 fev 2002

GOMEZ H W Desenvolvimento sustentaacutevel agriacutecola e capitalismo In Desenvolvimento sustentaacutevel Necessidade eou disponibilidade Santa Cruz do Sul Nobel - UNISC 1997 p 65-77

GONZAacuteLEZ DE MOLINA M SEVILLA GUZMAacuteN E Ecologia campesinado e historia Para una reinterpretacioacuten dei desarrollo dei capitalismo en la agricultura In SEVILLA GUZMAacuteN E GONZAacuteLEZ DE MOLINA M (ed) Ecologia campesinado e historia Madrid La Piqueta 1993 p 23-129

GRIFFITH S A SCHNITZER M Analytical characteristic of humic and fulvic acids extracted from tropical volcanic soils Soil Sei Soc Am Proc v 39 p361-367 1975

GUIMARAtildeES E Caracterizaccedilatildeo quiacutemica estreptoscoacutepica e por anaacutelise teacutermica de aacutecidos huacutemicos e vermicompostos obtidos de estercos de diferentes animaisCuritiba 1997 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Quiacutemica) Universidade Federal do Paranaacute 1997

HESS A F Sociedade e meio ambiente uma relaccedilatildeo ambiacutegua Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v 4 n2 p 167-1741999

ICEPA-SC Informes conjunturais sobre a cultura da cebola Disponiacutevel em lthttpwwwicepa combrgt Acesso em 23 jan 2003

JONES H A MANN L K Onions and their allies New York Interscience Publishers 1962 286 p

JUacuteNIOR H A de MAIORANO J A Receitas obtidas de extratos de plantasCampinas CATITerra Viva [199-] 10 f

KHATOUNIAN C A Ciclo de Palestras sobre Agricultura Orgacircnica 2a Ed SatildeoPaulo Fund Cargill 1997 149 p

KIEHL E J Fertilizantes Orgacircnicos Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1985 492p

44

KOEFF H H PETTERSSON B D SHAUMANN W Vida Vegetal solos e adubaccedilatildeo In Agricultura Biodinacircmica Satildeo Paulo Nobel 1983 p92-149

KONONOVA M M Soil organic matter The importance o f organic matter in soil formation and soil fertility New York Pergamqn Press 1961 p 165-200

KUHN T A Estrutura das Revoluccedilotildees Cientiacuteficas Satildeo Paulo Perspectiva 1989 257p

LANNA FCA ABREU C L ABREU J G SILVA V Resposta de cultivares de melancia cultivadas sob adubaccedilatildeo quiacutemica e orgacircnica Horticultura v 12 n l p85 1994

LEFF H Saber Ambiental Petroacutepolis Vozes 2001 343 p

MAGALHAtildeES J R Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo da cebola In FERREIRA M E CASSTELLANE P D CRUZ M C P Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo de hortaliccedilasPiracicaba POTAFOS 1993 p 381-393

MALAVOLTA E Elementos de nutriccedilatildeo mineral de plantas Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1980 251 p

MALAVOLTA E Manual de Quiacutemica Agriacutecola - Adubos e Adubaccedilatildeo 3a ed SatildeoPaulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1981 606 p

MARTINEZ A A A grande e Poderosa Minhoca Jaboticabal Funep - Unesp1990 101 p

MARTINS S R Desenvolvimento e Sustentabilidade Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v20 n2 julho 2002 Palestra apresentada no 42deg Congresso Brasileiro de Olericultura

MARTINS S R Limites Del Desarrollo Sostenible em Ameacuterica Latina En el marco de Ias poliacuteticas de (re)ajuste econocircmico Pelotas Editora UFPel 1997 135 P-

MARTINS S R Sustentabilidade na agricultura dimensotildees econocircmicas sociais e ambientais Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v4 n 2 p 175-1871999

MATURANA H REZEPKA S N D E Formaccedilatildeo Humana e Capacitaccedilatildeo Rio de Janneiro Vozes 2000 8 6 p

MELLO A F SOBRINHO M O ARZOLLA S SILVEIRA R NETTO A C KIEHL J C Fertilidade do Solo Satildeo Paulo Nobel 1983

MENEZES JUacuteNIOR F O G D Caracterizaccedilatildeo de Diferentes substratos hortiacutecolas e seu efeito na produccedilatildeo de mudas de alface e couve-flor em ambiente protegido Pelotas 1998 141 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1998

45

MIBASA Mineraccedilatildeo Barreto SA Melhorador de Solos MB4 A Natureza Agradece Arapiraca-AL [199-] Folder

MINAMI K Os resumos da olericultura 2000 In AZEVEDO FILHO MARTINEZ FILHO (ed) Preccedilos agriacutecolas Piracicaba ESALQ 1999 p 4

MINAMI K Produccedilatildeo de Mudas de Alta Qualidade em Horticultura Satildeo Paulo TA Queiroz 1995

MORSELLI T B G A Cultivo sucessivo de alface sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegidoPelotas 2001 178 p Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2001

MORSELLI T B G A Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Poliacutegrafo da Disciplina de Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia-Produccedilatildeo Vegetal UFPel 2002

MULLER AM Efeitos da Aplicaccedilatildeo Foliar de um Biofertilizante Enriquecido no Estado fitossanitaacuterio de Tomate Ervilha e Beterraba Sob Manejo OrgacircnicoDissertaccedilatildeo (Mestrado no Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agroecossistemas)1999 (Resumo)

NOLLA D Erosatildeo do Solo - O grande desafio Estado do Rio Grande do Sul SEAGRI desenvolvimento de recursos naturais renovaacuteveis 1982 412 p

PAGLIA AG MORSELLI TBGA PEIL RMN Teores de nutrientes pH e condutividade eleacutetrica da aacutegua em sistema ldquofloat^ngrdquo sob adiccedilatildeo de biofertilizantes Horticultura Brasileira v 20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PAULUS G MULLER A BARCELLOS LAR Agroecologia aplicada praticas e meacutetodos para uma agricultura de base ecoloacutegica 2ed ver ampl Porto Alegre EMATERRS 2001 8 6 p

PEIXOTO R T dos G Composto orgacircnico aplicaccedilotildees benefiacutecios e restriccedilotildees de uso Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 18 p 56-64 julho 2000

PENTEADO SR Defensivos Alternativos e Naturais Satildeo Paulo 1999 95 p

PEREIRA AJ SOUZA RJ PEREIRA WR Efeito de diferentes doses de esterco de galinha e de curral sobre a produccedilatildeo de cebola Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PINHEIRO S BARRETO SB MB-4 agricultura sustentaacutevel trofobiose e biofertilizantes Fundaccedilatildeo Juquira CandiruMibasa 2000 273 p

PRIMAVESI A Agricultura Sustentaacutevel Satildeo Paulo Nobel 1992 142 p

PRIMAVESI A O manejo ecoloacutegico do solo Agricultura em regiotildees tropicais SatildeoPaulo Nobel 1982 541 p

46

PURCINO A A C ldquoNitrogecircniordquo Informe Agropecuaacuterio Belo Horizonte v7 n81 p 16-27 1981

QUIJANO F G Efeito da adubaccedilatildeo orgacircnica no desenvolvimento de duas cultivares de alface em ambiente protegido Pelotas 1999 116f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

RODRIGUES A N N Efeitos e residuais de superfosfato triplo sobre o rendimento de mateacuteria seca e absorccedilatildeo de foacutesforo pela aveia (Avena strigosa Schob) em solo Podzoacutelico Vermelho Escuro Porto Alegre 1984 59f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia UFRGS 1984

RODRIGUES E T CASALI V W D Respostas da alface agrave adubaccedilatildeo orgacircnica II Teores conteuacutedos e utilizaccedilatildeo de macronutrientes em cultivares Rev Ceres Viccedilosa v 45 n 261 p 437-449 1998

SAMINEcircS T C O Produccedilatildeo orgacircnica de alimentos Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 17 n3 novembro 1999

SCHIEDECK G Ambiecircncia e resposta agronocircmica de meloeiro (Cucumis melo L) cultivado sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegido Pelotas lOOp Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2002

SILVA JUacuteNIOR A A GIORGI E Substratos alternativos para a produccedilatildeo de mudas de tomate Agropecuaacuteria Catarinense Florianoacutepolis EPAGRI 1992 23 p

SILVA JUacuteNIOR A A MACEDO S G STUKER H Utilizaccedilatildeo de esterco de peru na produccedilatildeo de mudas de tomateiro Florianoacutepolis EPAGRI 1995 28 p (Boletim Teacutecnico 73)

TAGLIARI PS GRASSMANN H Minhoca a grande aliada da agricultura Agropecuaacuteria Catarinense v8 n l p 11-14 mar 1995

TEDESCO M J GIANELLO C Anaacutelises de solo plantas e outros materiais Porto Alegre Faculdade de Agronomia Departamento de Solos Universidade Federal do Rio Grande do Sul RS 1996

TENNANT D A Test of modified line intersect method of estimating root lenght Journal Ecology Oxford v 63 p 995-1001 1975

TIBAU A O Mateacuteria Orgacircnica do Solo Mateacuteria Orgacircnica e Fertilidade do SoloSatildeo Paulo Nobel 1984 p49-182

TIMM P J Anaacutelise comparativa dos sistemas de plantio convencional e cultivo miacutenimo de cebola sob adubaccedilatildeo orgacircnica e mineral Pelotas 2000 79 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2000

47

VALENZUELA HR CROSBY C Effect of compost applications on the yield of several vegetables in long-term organic farming experiments conduced in the tropics American Society Horticultural Science v33 n3 june 1998

VIGLIZZO E (ed) Subprograma Recursos Naturais y Sostenibilidad Agriacutecola documento marco Montevideo IICAPROCISUR 1995 p 75 - 78

WE1D J M TARDIN J M Proposta para a Ampliaccedilatildeo do Trabalho da ASPTA no Centro Sul do Paranaacute ASPTA Disponiacutevel em http wwwpronafgovbrEncontrotestosAS20PTA20Sul20ParanE1205 202002doc Acesso em 05 mai 2002

XAVIER SIMOacuteN F DOMINGUES D G Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel uma perspectiva agroecoloacutegica Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre EM ATERRS v2 n2 p 17-26 2001

ZABALETA J P Diagnoacutestico da Agricultura Familiar em Satildeo Joseacute do Norte - RSPelotas EMBRAPA-CPACT 1998 75 p (EMBRAPA-CPACT Documentos 44)

ZONTA E P MACHADO A A SILVEIRA P Sanest Sistema de anaacutelise estatiacutestica para microcomputadores Registrado na Secretaria Especial de Informaacutetica sob nuacutemero 066060 - categoria A Pelotas-RS Universidade Federal de Pelotas 1984

48

7 APEcircNDICE

APEcircNDICE A - Anaacutelise da adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes utilizados na produccedilatildeo de mudas de cebola

TABELA 1 A Anaacutelise baacutesica do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo miuacutedo + papua

Arg

pH IND

SMP

MO

P - n r - Na Al Ca__10Omlmdash

Mg

ppm -

6 53 67 089 8 6 27 1 04 05 0 2

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 2A Anaacutelise complementar do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo-miuacutedo + papua

Cobre Zinco Manganecircs Ferro

(m v1)

04 05 26 007

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

49

TABELA 3A Anaacutelise dos fertilizantes soacutelidos

Amostra pH limidade CN

C N P K Ca Mg

- g-ivg --

Cama de 849 2491 12 31042 2479 3888 3405 29875 463

aves

Esterco 74 3594 11 677 590 157 134 335 214

de curral

Huacutemus 684 5738 14 15965 1098 453 745 743 361

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 4A Anaacutelise quiacutemica dos biofertilizantes liacutequidos

Amostra N P K_ccedil H

Ca Mg Cu Zn Fe Mn

mdashgL bull

S Magro

m b 4

Urina

053

1652

8 2 2

008

395

0 0 0

149

1674

471

1902

6872

0 0 0

1150

4507

1172

7273

42

033

101389

920

0 0 0

6250

19458

781

35273

1123

0 2 1

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

50

APEcircNDICE B - Condiccedilotildees climaacuteticas do local

TABELA 1B Condiccedilotildees de temperatura do local

___________ __________TEMPERATURA (degCgt

meses Meacutedia

Maacutexima

Meacutedia

MiacutenimaMeacutedia

Maacutexima

Absoluta

Miacutenima

Absoluta

Junho 225 87 156 320 25

Julho 225 85 155 285 30

Agosto 251 71 161 360 1 0

Fonte FEPAGROSCT 2002

TABELA 2B Condiccedilotildees de chuva do local

mdash CHUVA (mm)mdash

meses Ocorrida Normal Desvio Da Normal

Junho 1080 1 1 0 -2 0

Julho 1062 98 8 2

Agosto 1283 1 2 0 83

Fonte FEPAGROSCT 2002

51

TABELA 1C Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

APEcircNDICE C - Anaacutelise estatiacutestica da parte aeacuterea

Causas G1 FFPA FSPA AP DC

da variaccedilatildeo --------- Quadrados meacutedios-

Blocos 3

Ad Base 2 175359071 1287102 2547419 1 11775

Biofertilizantes 2 126876 29011 87669ns 02185ns

Ad x Biofert 4 572378 31123 69106ns 04159

Resiacuteduo 24 34456 03048 27169 00290

Total 35

Meacutedia geral 93745 8772 320388 6741

CV 1980 6294 5145 2530

Significativo a 5ns Natildeo significativo

52

TABELA 1D Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade

de raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

APEcircNDICE D - Anaacutelise estatiacutestica da raiz

Causas G1 FFR FSR CR RPASR DR

da variaccedilatildeo Quadrados meacutedios---------------

Blocos 3

Ad Base 2 27874 551 623 2 1 0 140

Biofertilizantes 2 178 0 1 0 ni 1504 l03ns 038ns

Ad x Biofert 4 190 058 318 294 183

Resiacuteduo 24 005 009 028 023 0 2 1

Total 35

Meacutedia geral 1818 228 184 387 333

C V 134 1356 448 1253 1396

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

53

APEcircNDICE E - Anaacutelise estatiacutestica dos macronutrientes da parte aeacuterea da cebola

TABELA 1E Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mud^s de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

Causas G1 bull N P K Ca Mg

da variaccedilatildeo

Blocos 3

Ad Base 2 13550306 446627 25509686 1031806 59007

Biofertilizantes 2 180610ns 16564 68153ns 39006 876ns

Ad x Biofert 4 454187 45743 1047539 46950 2464

Resiacuteduo 24 29769 1453 64313 3741 439

Total 35

Meacutedia geral 24921 4597 33366 6943 1615

C V 692 829 760 880 1297

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

APEcircNDICE F - Fotos do experimento

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob uma perspectiva agroecoloacutegica

APEcircNDICE F a Fotos do experimento

FIGURA 1 Adubaccedilatildeo verde com feijatildeo-miuacutedo e papuatilde utilizadas no manejo do solo

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob urna perspectiva agroecoloacutegica

Page 33: PRODUÇÃO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L.) SOB …orgprints.org/24883/1/Paglia_Produção.pdf · vaca mais calda bordalesa; MB4+U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

23

insetos fitoacutefagos possivelmente por causa do manejo orgacircnico de produccedilatildeo Os

resultados das pulverizaccedilotildees das soluccedilotildees foliares variaram conforme a cultura e o

clima

255 Biofertilizante MB4

A utilizaccedilatildeo das farinhas de rochas eacute uma das teacutecnicas mais modernas usadas nos

uacuteltimos anos na agricultura O elevado nuacutemero de nutrientes contidos no MB4 como

cobre zinco manganecircs cobalto soacutedio alumiacutenio silicatos de magneacutesio ferro e caacutelcio

acompanhado de foacutesforo potaacutessio e enxofre reagem com a soluccedilatildeo do solo liberando

elementos essenciais ao desenvolvimento da vida microbiana os quais exercem um

papel fundamental atraveacutes de transformaccedilotildees quiacutemicas e do equiliacutebrio bioloacutegico

favorecendo o desenvolvimento sadio das plantas (Pinheiro amp Barreto 2000)

24

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

31 Local de execuccedilatildeo do experimento

O presente trabalho foi conduzido no Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul

(FEPAGROSUL) no municiacutepio de Rio Grande nlt periacuteodo de 15 de maio a 26 de

agosto de 2 0 0 2

O solo eacute classificado como ldquoTuiardquo satildeo muito arenosos As massas aquaacuteticas do

Oceano Atlacircntico e Lagoa dos Patos influenciam ventos temperatura pressatildeo umidade

relativa e demais fatores climaacuteticos A topografia da regiatildeo litoracircnea eacute plana com

lenccediloacuteis freaacuteticos superficiais

32 Anaacutelise estatiacutestica

O experimento foi constituiacutedo em fatorial 3X3 (Quadro 1) com quatro repeticcedilotildees

no delineamento blocos ao acaso As variaacuteveis respostas foram submetidas agrave anaacutelise de

variaccedilatildeo e ao teste de Duncan a 5 de probabilidade para comparaccedilatildeo das meacutedias

utilizando-se o sistema SANEST (Zonta amp Machado 1984)

As anaacutelises estatiacutesticas das variaacuteveis estudadas encontram-se nos Apecircndices C D

Os resultados das respostas agronocircmicas e das determinaccedilotildees dos conteuacutedos dos

macronutrientes bem como os de raiz estatildeo nas tabelas de 1 a 3

25

As diferentes adubaccedilotildees seratildeo representadas durante a discussatildeo da seguinte

forma 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e EC

(60 t ha 1 de esterco de curral) 1 VB+SM+U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais

super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+SM+U+CB (45 t ha 1 de

vermicomposto mais super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa)

EC+SM+U+CB (60 t ha 1 de esterco de curral mais super magro mais urina de vaca

mais calda bordalesa) 1 VB+MB4 +U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais MB4 mais

urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+MB4 +U+CB (45 t ha 1 de vermicomposto

mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa) EC+MB4 +U+CB (60 t ha 1 esterco

de curral mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa)

QUADRO 1 Descriccedilatildeo dos fatores experimentais e respectivos niacuteveis

Niacuteveis Fator 1 ADUBACcedilAtildeO DE BASE

0 1 Vermicomposto (30 t ha1)

0 2 Vermicomposto (45 t ha1)

03 Esterco de curral (60 t ha1)

Niacuteveis Fator 2 BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS

0 1 Super magro (5) + Urina de Vaca + Calda Bordalesa

0 2 MB4 (10) + Urina de vaca + Calda Bordalesa

03 Ausecircncia (testemunha)

33 Tratamentos

Da combinaccedilatildeo entre niacuteveis e fatores foram obtidos 9 tratamentos que estatildeo

descritos no Quadro 2 bem como as doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

26

QUADRO 2 Tratamentos e doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

TRATAMENTOS

Ndeg FATOR I FATOR II

0 1 30 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

0 2 30 t harsquo de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

03 30 t ha de vermicomposto - - -

04 45 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

05 45 t ha de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

06 45 t ha de vermicomposto - - -

07 60 t hade esterco Super Magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

08 60 t hade esterco MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

09 60 t hade esterco - - -

Cada parcela foi constituiacuteda por dois canteiros medindo 1 m de largura x 2 m de

comprimento perfazendo 075 m de aacuterea de aacuterea uacutetil (025 m de bordadura) Foi

utilizando semeadura a lanccedilo com densidade de 24 g canteiro1

O vermicomposto a urina de vaca o esterco de curral o alhol os biofertilizantes e

a calda bordalesa foram de procedecircncia do Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul O

vermicomposto de esterco bovino misturado agraves cascas de frutas foi processado pela

minhoca vermelha califomiana Eisenia foetida)

O biofertilizante Super Magro foi elaborado segundo a metodologia descrita pela

FEPAGROSUL utilizando-se os seguintes componentes 190 litros de aacutegua 22 litros

de leite 55 Kg de accediluacutecar mascavo 30 Kg de esterco fresco de bovinos 2 Kg de

Sulfato de zinco 2 Kg de sulfato de magneacutesio 2 Kg de cloreto de caacutelcio 1 Kg de aacutecido

boacuterico 300 g de sulfato de cobre 300 g de sulfato de ferro 300 g de sulfato de

manganecircs 100 g de molibdato de soacutedio 50 g de sulfato de cobalto 3 Kg de fosfato

natural 3 Kg de cinza e 200 g de farinha de osso

A urina de vaca em lactaccedilatildeo foi coletada pela manhatilde e armazenada em recipiente

fechado por trecircs dias em condiccedilotildees ambientais para que se formasse a amocircnia e natildeo

ocorresse perda de nitrogecircnio

28

Realizaram-se duas capinas manuais durante o experimento e em seguida como

cobertura se colocou casca de arroz Tambeacutem foi aplicado esterco de aves 30 dias antes

da colheita na quantidade de 05 Kg canteiro 1 como adubaccedilatildeo de cobertura

As pulverizaccedilotildees com os produtos iniciaram apoacutes 15 dias da germinaccedilatildeo

Realizou-se sete aplicaccedilotildees sendo que as duas primeiras foram feitas apenas com

Super Magro e MB4 Na terceira e na quarta aplicaccedilatildeo utilizou-se urina de vaca e calda

bordalesa em concentraccedilotildees menores (05 e 025 respectivamente) e na quinta

aplicaccedilatildeo as dosagens de urina de vaca e calda bordalesa foram elevadas para 1 0 e

05 respectivamente ateacute o final do experimento O alhol foi utilizado a partir da

terceira pulverizaccedilatildeo na quantidade de 2 e seguiu ateacute o final no dia 26 de agosto

quando as mudas foram colhidas e posteriormente analisadas as variaacuteveis

35 Observaccedilotildees agronocircmicas

Foram utilizadas 20 mudas de cebola para obtenccedilatildeo das meacutedias das variaacuteveis as

quais foram as seguintes

351 Fitomassa fresca da parte aeacuterea e raiacutezes

Foi realizada atraveacutes de uma balanccedila digital procedendo-se a pesagem de 20

mudas de cebola previamente lavadas e posteriormente secadas durante uma hora sobre

um tecido de algodatildeo agrave temperatura ambiente Processo idecircntico foi adotado com as

raiacutezes

352 Fitomassa seca da parte aeacuterea e raiacutezes

Esta variaacutevel foi obtida a partir da secagem preliminar em estufa de ar forccedilado

durante 48 horas a 65 C ateacute peso constante com posterior pesagem em balanccedila

analiacutetica

353 Altura da muda

A altura de muda foi medida a partir do colo das plantas ateacute sua uacuteltima folha

(ponto de crescimento) com uma reacutegua graduada de 40 cm

29

354 Diacircmetro do colo das plantas

Esta medida foi realizada no ponto de transplante a 2 mm das raiacutezes e utilizando-

se um paquiacutemetro SOMET

355 Sistema radicular

Ao teacutermino do experimento foram retiradas as raiacutezes das mesmas plantas que foram

utilizadas para as determinaccedilotildees realizadas na parte aeacuterea procedendo-se uma amostra

de solo com raiacutezes de 2 0 cm de largura x 2 0 cm de comprimento e 2 0 cm de altura

totalizando 8000 cm3

As raiacutezes apoacutes serem lavadas em aacutegua corrente foram pesadas acondicionadas em

sacos plaacutesticos e congeladas para posteriores anaacutelises pelo meacutetodo de Tennant (1975)

para a determinaccedilatildeo do comprimento e densidade

3551 Comprimento de raiz

Utilizou-se para a determinaccedilatildeo do comprimento de raiz as seguintes foacutermulas

1 = ndeg x 1114 x 1 onde

1 - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 0 0 2 g

ndeg - nuacutemero de intercessotildees das raiacutezes com os lados da quadriacutecula da malha do

aparelho

1114 - constante

1 - medida lateral da quadriacutecula em cm

Tomando-se a fiacutetomassa seca e o comprimento da raiz da cada amostra

relacionou-se com a fiacutetomassa seca e o comprimento total da raiz da planta aplicando-

se a seguinte equaccedilatildeo

L = (FSR x 1) FSPA onde

L - comprimento total da raiz da planta (m)

FSR - fiacutetomassa seca de raiz

FSPA - fiacutetomassa seca da parte aeacuterea

L - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 002g

3552 Densidade de raiz

A densidade foi determinada pela foacutermula

D = L 8000 onde

D - densidade de raiacutezes (m cm3)

30

L - comprimento total de raiacutezes (m)

8 0 0 0 - volume da amostra (cm3)

3553 Razatildeo parte aeacutereasistema radicular

Este paracircmetro foi obtido pela equaccedilatildeo

RPASR = FSPA FSR onde

RPASR - razatildeo parte aeacuterea sistema radicular

FSPA - fitomassa seca da parte aeacuterea

FSR - fitomassa seca do sistema radicular

36 Determinaccedilatildeo de macronutrientes no tecido vegetal

Os macronutrientes nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio foram

determinados no laboratoacuterio de Fertilidade e Anaacutelise de Plantas do Departamento de

Solos da UFPel atraveacutes dos meacutetodos descritos por Tedesco amp Gianello (1996)

31

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 Anaacutelise das variaacuteveis

A anaacutelise da variaccedilatildeo mostrou que houve diferenccedila significativa na interaccedilatildeo entre

os fatores de adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes liacutequidos com exceccedilatildeo da variaacutevel altura

de planta para a qual somente a adubaccedilatildeo de base mostrou-se significativa (Apecircndices

C D e E Tabelas 1C 1D e 1E)

411 Anaacutelise da parte aeacuterea

Na Tabela 1 destacaram-se as adubaccedilotildees EC+SM+U+CB EC+MB4 +U+CB e EC

que diferiram significativamente das demais adubaccedilotildees para as variaacuteveis fiacutetomassa

fresca da parte aeacuterea (FFPA) fiacutetomassa seca da parte aeacuterea (FSPA) altura de planta

(AP) e diacircmetro do colo (DC)

32

TABELA 1 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

30 t ha de vermicomposto 7015 c A45 t halsquo de vermicomposto 7824 b B60 t ha de esterco de curral 12248 a C

30 t ha de vermicomposto 667 c A45 t ha de vermicomposto 752 b A60 t ha de esterco de curral 1150a C

30 t ha de vermicomposto 2975 b A45 t harsquo de vermicomposto 2775 b A60 t ha de esterco de curral 3600 a B

30 t ha de vermicomposto 631 b A45 t ha de vermicomposto 6 2 2 b B60 t ha de esterco de curral 741 a C

-Fitomassa fresca (g)----------------6270 c B 6885 b A8832 b A 6308 c C

15082 a A 13934 a BmdashFitomassa seca (g)----------------

625 c A 655 b A830 b A 607 b B

1345 a A 1262 a B-Altura de planta (cm)----------------

2950 b A 3050 b A2937 b A 2950 b A 3975 a A 3622 a B

-Diacircmetro de colo (mm)---------------592 c B 599 b B 657 b A 609 b B 819a A________ 793a B

Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

O efeito positivo do esterco bovino pode ser atribuiacutedo agraves melhorias nas condiccedilotildees

fiacutesicas do solo por ele proporcionado Segundo Primavesi (1982) e Compagnoni amp

Putzolu (1985) o esterco bovino apresenta propriedades condicionadoras do solo dando

agraves plantas melhores condiccedilotildees de desenvolvimento elevando sobremaneira os

conteuacutedos de fitomassa fresca das plantas que refletiratildeo nas demais respostas

agronocircmicas

Analisando as adubaccedilotildees de base em relaccedilatildeo aos biofertilizantes observa-se que

para os tratamentos 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) - natildeo houve influecircncia dos

biofertilizantes para as variaacuteveis FSPA e AP enquanto destacou-se o SM+U+CB para o

DC e SM+U+CB e ausecircncia da adubaccedilatildeo liacutequida para a FFPA mostrando que o uso

dos biofertilizantes natildeo influenciou esta variaacutevel 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) -

verificou-se a eficiecircncia do uso do MB4 +U+CB para as variaacuteveis FFPA e DC Para a

variaacutevel FSPA destacaram-se os dois biofertilizantes utilizados jaacute para AP natildeo houve

33

influecircncia destes EC (60 t ha 1 de esterco de curral) - em todas as variaacuteveis observadas

na tabela 5 as respostas foram significativas utilizando MB4 +U+CB

As respostas encontradas no presente trabalho para as variaacuteveis AP e FSPA foram

superiores as obtidas por Dalponte (1990) quando utilizado 0 esterco de curral para

produccedilatildeo de mudas de cebola

Segundo Filgueira (2000) os solos da regiatildeo produtora de cebola do RS satildeo

pobres em foacutesforo disponiacutevel (15 mg Kg1) necessitando portanto de adubaccedilotildees

fosfatadas elevadas As respostas aqui obtidas podem ser justificadas pelos teores de

foacutesforo contido no MB4

Follet et al (1981) citam a importacircncia do uso de compostos orgacircnicos no solo

enfatizando os estercos no sentido da decomposiccedilatildeo continuada no fornecimento de

nutrientes e na liberaccedilatildeo lenta e gradual de aacutecidos orgacircnicos influenciando a liberaccedilatildeo

do foacutesforo O que provavelmente pode ser atribuiacutedo agraves respostas encontradas no

presente trabalho para 0 tratamento Esterco de curral mais MB4 e Urina mais Calda

Bordalesa

E importante destacar que 0 sistema de produccedilatildeo de mudas de cebola sob uma

perspectiva agroecoloacutegica mostra-se eficiente quando visualmente natildeo percebe-se

diferenccedila significativa entre os tratamentos (Apecircndice F Figura 2)

Conveacutem ressaltar que quando trabalhamos com agroecologia natildeo existem

receitas nem pacotes tecnoloacutegicos prontos Cada situaccedilatildeo deveraacute ser estudada em

particular para que se faccedila recomendaccedilotildees adequadas ao ambiente local uma vez que

as plantas se adaptam ao meio estando a nutriccedilatildeo encarregada de proteger e manter o

equiliacutebrio do organismo vegetal em funccedilatildeo das alteraccedilotildees externas

E fundamental que se compreenda os princiacutepios norteadores de todo o processo

que satildeo as bases da luta por uma sociedade mais justa dentro de um mundo econocircmico e

ambientalmente mais sustentaacutevel

412 Anaacutelise do sistema radicular

Os resultados obtidos nas anaacutelises do sistema radicular (Tabela 2) mostram

diferenccedilas significativas entre as adubaccedilotildees para as variaacuteveis fitomassa fresca de raiz

(FFR) fitomassa seca de raiz (FSR) comprimento de raiz (CR) razatildeo parte

aeacutereasistema radicular (RPASR) e densidade de raiz (DR)

34

TABELA 2 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade de

raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAO DE BASE

S Magro + MB4 +Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

1540 c A 1576 b B 2427 a A

Fitomassa fresca (g)----------------1502 c B 1517 b AB 1658 b A 1446 c C 2336 a B 2360 a B

--------------------Fitomassa seca (g)-------------------196 b A 207 ab A 170 b A170 b A 199 b A 192 b A 344 a A 249 a B 327 a A

Comprimento de raiz(cm)---------------1237 b A 1158 b A 1158 a A1237 b A 1060 c B 1040 b B1433 a A 1296 a B 1040 b C

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t halsquo 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha de vermicomposto 45 t ha de vermicomposto60 t ha~ de esterco de curral__________________________ _________________________Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

-----Razatildeo Parte AeacutereaSistema Radicular------340 b AB 301c B 384 a A446 a A 415 b A 326 a B339 b B 546 a A 388 a B

-------------- Densidade de raiz (m cm3)------------367 a AB 414 a A 325 b B282 b B 301b B 405 a A347 ab A 231c B 324 b A

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base destacou-se o EC (60 t ha 1 de esterco de curral)

para as variaacuteveis FFR e FSR Quando adicionado o SM+U+CB os resultados para FFR

foram ainda melhores bem como o CR As respostas obtidas para a RPASR foram

variadas em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees apresentando melhores resultados para 15 VB (45 t

ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB e ainda melhor para EC (60 t ha 1 de esterco de

curral)+MB4 +U+CB As adubaccedilotildees de base 1 VB 15 VB e EC natildeo diferiram entre si

As adubaccedilotildees mais eficientes para a variaacutevel DR foram 1 VB+SM+U+CV que natildeo

diferiu da EC+SM+U+CB I VB+ MB4 +U+CB e agrave 15 VB foram melhores entre as

demais

35

Analisando os biofertilizantes em relaccedilatildeo a cada adubaccedilatildeo de base verifica-se que

para a 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB destaca-se a variaacutevel FFR

poreacutem sem diferenccedila significativa de 1 VB os melhpres resultados para a variaacutevel DR

foram encontrados pelo tratamento 1 VB+MB4 +U+CB e 15 VB (45 t ha 1 de

vermicomposto) tambeacutem se considera eficiente o 1 VB+SM+U+CB que natildeo diferiu do

EC (esterco de curral) Quando se utilizou 15 VB+ MB4 +U+CB houve resposta

significativa para a variaacutevel FFR para FSR as respostas natildeo foram diferentes com a

aplicaccedilatildeo dos biofertilizantes para as variaacuteveis FSR e DR as adubaccedilotildees EC e

EC+SM+U+CB natildeo diferiram entre si

Embora as respostas estatiacutesticas tenham sido diferentes para as adubaccedilotildees

combinadas ou natildeo pode-se salientar a importacircncia do aacutecido indol-aceacutetico como jaacute

citado anteriormente para as variaacuteveis avaliadas na parte aeacuterea das mudas de cebola

Respostas semelhantes nesse sentido foram encontradas para a cultura da alface por

Quijano (1999) e Morselli (2001)

Pereira et al (2002) concluiacuteram em trabalho realizado com a cultivar de cebola

CNPF1 6400 em Minas Gerais que a utilizaccedilatildeo de 20 t ha de esterco de curral

proporcionou os melhores resultados para a produccedilatildeo de cebola

Silva Juacutenior amp Giorgi (1992) e Menezes Juacutenior (1998) citam que doses elevadas

de mateacuteria orgacircnica podem prejudicar a primeira fase da germinaccedilatildeo (embebiccedilatildeo) e

absorccedilatildeo de aacutegua pelas raiacutezes das placircntulas No entanto no presente trabalho este fato

natildeo ocorreu embora a dose de esterco utilizada tenha sido de 60 t ha 1 (dose maacutexima

recomendada segundo Nolla 1982)

413 Anaacutelise de macronutrientes no tecido vegetal

Os resultados dos conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio no

tecido vegetal sob diferentes adubaccedilotildees encontrados na Tabela 3 indicam mais uma

vez a superioridade da adubaccedilatildeo esterco com 0 uso ou natildeo de biofertilizantes

36

TABELA 3 Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob

uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS i J B

ADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesamg plantas1

---- Nitrogecircnio-----30 t ha de vermicomposto 16593 c AB 15451 c B 19050 b A45 t ha de vermicomposto 21444 b A 22888 b A 17852 b B60 t ha de esterco de curral 32606 a C 37593 a B 40816 a A

--------------- ------ Foacutesforo------- -------------30 t ha de vermicomposto 3098 c B 2802 c B 3999 b A45 t ha de vermicomposto 4109 b A 4135 b A 2788 c B60 t ha de esterco de curral 5300 a B 7577 a A 7565 a A

------- Potaacutessio------30 t ha de vermicomposto 24327 c A 19900 c B 24965 b A45 t ha de vermicomposto 29113b A 29812 b A 22031 b B60 t ha de esterco de curral 44070 a B 51976 a A 54101 a A

-------- Caacutelcio-------30 t ha de vermicomposto 5027 c A 4356 c A 4834 b A45 t ha de vermicomposto 6114b A 6963 b A 4379 b B60 t ha de esterco de curral 9030 a C 11451 a A 10331 a B

------Magneacutesio-----30 t ha de vermicomposto 1188 b A 914 c A 1202 b A45 t ha de vermicomposto 1231 b B 1582 b A 1176 b B60 t ha de esterco de curral 2136a B 2443 a A 2663 a AMeacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base observa-se que o melhor tratamento foi o

esterco de curral para todas as variaacuteveis Para 1 VB (30 t ha^ 1 de vermicomposto) natildeo

houve resposta diferenciada com o uso de bofertilizantes para todas as variaacuteveis A

adubaccedilatildeo 15 VB (45 t ha 1 de vemicomposto) foi influenciada pelos biofertilizantes

para as variaacuteveis N P K e Ca enquanto que para Mg somente o MB4+U+CB o

influenciou O EC (esterco de curral) mostrou diferenccedila significativa apenas para as

variaacuteveis Ca e Mg quando adicionado MB4+U+CB

Segundo Peixoto (2000) eacute fundamental a adiccedilatildeo de adubos orgacircnico no cultivo de

hortaliccedilas seja na forma de esterco decomposto composto ou huacutemus de minhoca de

37

modo a fornecer melhorias nas propriedades do solo vindo a disponibilizar os nutrientes

as diferentes culturas

O esterco fresco conteacutem muita cama celuloacutesica e um elevado teor de aacutegua No

esterco curtido a celulose jaacute estaacute decomposta o teor de aacutegua estaacute reduzido agrave metade e os

nutrientes em uma forma mais assimilaacutevel e mais concentrada O esterco fresco pode

causar uma deficiecircncia temporaacuteria de nitrogecircnio no solo ao se decompor o que natildeo

acontece com o biestabilizado (Kiehl 1985)Ocorre uma diminuiccedilatildeo inicial no volume

de aacutegua retido no esterco de curral diminui inicialmente em tomo de 3581 liberando

posteriormente somente 496 evidenciando a sua capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua

(Menezes Juacutenior 1998)

A utilizaccedilatildeo continuada de adubos nitrogenados minerais no solo altera o balanccedilo

do nitrogecircnio entre o solo e planta No meacutetodo biodinacircmico eacute sublinhada a importacircncia

dos adubos animais para o estabelecimento da fertilidade permanente dos solos (Koeff

et al 1983)

Para Guimaratildees (1997) os benefiacutecios que a mateacuteria orgacircnica imprime ao solo

principalmente melhorando a produtividade fertilidade e a influencia que as substancias

huacutemicas exercem sobre o ambiente dependem da qualidade e do teor de mateacuteria

orgacircnica do solo Estas substacircncias por conterem nutrientes em sua constituiccedilatildeo em uma

forma mais disponiacutevel para as plantas promovem um equiliacutebrio no ambiente no solo

(Kononova 1966)

Aproximadamente de 60 a 70 do total de carbono do solo ocorre na forma de

materiais huacutemicos (Griffith amp Schnitzer 1975) sendo a eles atribuiacutedo a manutenccedilatildeo da

bioestrutura do solo aumentando a capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua (Brady 1999)

Conforme Compagnoni amp Putzolu (1985) os estercos bem como os demais

resiacuteduos orgacircnicos apresentam conteuacutedos diferentes de aacutecidos huacutemicos e fuumllvicos sendo

atribuiacutedo ao acido huacutemico uma accedilatildeo fitoestimulante semelhante aos fitohormocircnios por

favorecer o desenvolvimento do sistema radicular e crescimento do caule

Em trabalho realizado por Guimaratildees (1997) foi encontrado para aacutecidos huacutemicos

de esterco bovino uma relaccedilatildeo CN 1035 e para vermicomposto bovino 17

evidenciando que o esterco quando aplicado ao solo por apresentar uma relaccedilatildeo CN

proacutexima deste reage mais facilmente liberando nutrientes para as plantas sem alterar a

cadeia troacutefiacuteca Dados encontrados no presente trabalho demonstram a eficiecircncia do

esterco nesse sentido

38

De acordo com Morselli (2001) vaacuterios trabalhos citam comentam e discutem a

capacidade dos vermicompostos em proporcionar oacutetimas colheitas e favorecer a

precocidade das plantas cultivadas Poreacutem muitas vezes se observa que mesmo

suprindo essas plantas com nutrientes necessaacuterios atraveacutes de huacutemus de diferentes fontes

as respostas natildeo satildeo as mesmas para uma mesma cultivar

Por outro lado os resultados com o uso de substacircncias huacutemicas satildeo variaacuteveis e

dependem aleacutem da espeacutecie testada das substacircncias huacutemicas utilizadas sua

concentraccedilatildeo o grau de purificaccedilatildeo e das condiccedilotildees experimentais A resposta das

plantas aos aacutecidos huacutemicos e fuacutelvicos eacute dependente da mateacuteria prima original e da

espeacutecie vegetal pois materiais orgacircnicos diferentes apresentam aacutecidos huacutemicos e

fuacutelvicos diferentes (Businelli 1990)

Justificam-se os maiores conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio e caacutelcio nas

adubaccedilotildees 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e biofertilizantes devido

provavelmente ao vermicomposto utilizado apresentar na sua constituiccedilatildeo teores

consideraacuteveis destes elementos aleacutem do que os biofertilizantes possam ter influenciado

na absorccedilatildeo atraveacutes de sua constituiccedilatildeo Tibau (1984) considera que a urina de vaca eacute

rica em aacutecido indol-aceacutetico e este influencia na absorccedilatildeo radicular O efeito positivo

deste tratamento provavelmente seja devido agrave quantidade aplicada

O biofertilizante que se destacou foi o MB4+U+CB em relaccedilatildeo ao EC (esterco de

curral) e eacute somente para a variaacutevel caacutelcio Isto provavelmente seja devido ao alto teor

deste elemento encontrado na sua constituiccedilatildeo (6872 g Kg1) e pela influecircncia positiva

que a calda bordalesa exerce no metabolismo das plantas atraveacutes dos nutrientes

contidos em sua formulaccedilatildeo O Ca controla a absorccedilatildeo radicular e retorna ao solo pelo

esterco e palhas por apresentar-se em maior quantidade em folhas e caules Depois de

localizado nas folhas fica imoacutevel favorecendo a resistecircncia da planta ao ataque de

fungos

Este trabalho avanccedila no estudo da agroecologia estando claro que todos os

criteacuterios tem caraacuteter dinacircmico de adequaccedilatildeo as mudanccedilas de um sistema de produccedilatildeo

em evoluccedilatildeo contribuindo na transiccedilatildeo para um padratildeo sustentaacutevel Cabe a pesquisa a

reorientaccedilatildeo para um enfoque ldquosistecircmicordquo isto eacute que permita integrar os diversos

componentes de um agroecossistema e a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas que promovam 0

fortalecimento e a expansatildeo da agricultura familiar

39

5 CONCLUSOtildeES

Considerando os resultados obtidos e as condiccedilotildees em que o estudo foi realizado

conclui-se que

bull As respostas agronocircmicas das mudas de cebola para os paracircmetros avaliados

satildeo mais satisfatoacuterias com a aplicaccedilatildeo de esterco de curral como adubaccedilatildeo de

base

bull Os biofertilizantes mais urina de vaca e calda bordalesa proporcionam

respostas satisfatoacuterias quando aplicados associados agraves adubaccedilotildees de base

bull O biofertilizante MB4 mais urina de vaca e calda bordalesa eacute mais eficiente

que o super magro mais urina e calda bordalesa quando aplicado associado agrave

adubaccedilatildeo de base esterco de curral para os conteuacutedos de fitomassa secae

fresca da parte aeacuterea das plantas altura e diacircmetro de colo das mudas de

cebola

bull Os biofertilizantes adicionados agrave adubaccedilatildeo de base 45 t harsquo 1 de vermicomposto

bovino mostram respostas significativas para os conteuacutedos de fitomassa seca

bull Os maiores conteuacutedos nutricionais para as mudas de cebola satildeo

proporcionados pela adubaccedilatildeo de base esterco de curral

bull A maior absorccedilatildeo de caacutelcio pelas mudas de cebola ocorre quando da adiccedilatildeo do

biofertilizante MB4 mais urina e calda bordalesa agrave adubaccedilatildeo de base esterco de

curral

40

6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ALDRIGHI CB ABREU CM PAGLIA AG MORSELLI TBGA FERNANDES HS Efeito da aplicaccedilatildeo de biofertilizante e urina de vaca em mudas de tomateiro Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

ALTIERI M NICHOLLS C I Agroecologia Teoria praacutectica para umaAgricultura Sustentable Ia ed PNUMA 2000 Cap 2 4 Seacuterie textos baacutesicos para la formacioacuten ambiental

ALTIERI M Agroecologia bases cientiacuteficas para uma agricultura sustentaacutevelGuaiacuteba Agropecuaacuteria 2002 592 p

ANTONIOLLI Z I GIRACCA E M N CARDOSO S J T WIETHAN M M S FERRI M Iniciaccedilatildeo agrave Minhocultura Criaccedilatildeo em Cativeiro e Vermicompostagem Santa Maria UFSM 1996 p59-89

BAYER C MIELNICZUC J Dinacircmica e funccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica In SANTOS G de A S e CAMARGO F A de O (ed) Fundamentos da mateacuteria orgacircnica do solo ecossistemas tropicais e subtropicais Porto Alegre Genesis 1999 p 3-23

BARRETTO D X Composto Orgacircnico In Praacutetica em Agricultura Orgacircnica Satildeo Paulo iacutecone Ed Ltda 1985 p 51-63

BETTIOL W Alguns produtos alternativos para o controle de doenccedilas de plantasem agricultura orgacircnica II Ciclo de palestras sobre agricultura orgacircnica Instituto Bioloacutegico Satildeo Paulo p52-63 1997

41

BETTIOL W TRACH R GALVAtildeO JAH Controle de doenccedilas de plantas com biofertilizantes Jaguariuacutena EMBRAPA-CNPMA 1997 22p (EMBRAPA- CNPMA Circular Teacutecnica 02)

BRADY N C Natureza e propriedades dos sotos Rio de Janeiro Freitas BastosS A 1979 647p

BRADY N C Organisms and ecology of the soil In The nature of properties of soils Simon amp Schuster A Viacon Company New Jersey1999 402-489p

BON1LLA J A Fundamentos da Agricultura Ecoloacutegica Sobrevivecircncia eQualidade de Vida Satildeo Paulo Nobel 1992

BUREacuteS S Substratos Ediciones Agroteacutecnicas S L Madrid Octubre 1997

BUS1NELLI M Chemical Composition and Enzymic Activity of some Worm Cast Plant Soil v 80 p 1-2 1990

CALEGARI A Espeacutecies para cobertura de solo In IAPAR (Instituto Agronocircmico de Paranaacute) Plantio Direto pequena propriedade sustentaacutevel organizador Moacir Darolt Londrina - PR 1998 65-93

CAMARGO P N D Manual de Adubaccedilatildeo Foliar Satildeo Paulo Herba 1975

CAPRA F A Teia da Vida Satildeo Paulo Cultrix 1997 256p

CAPRA F O Ponto de Mutaccedilatildeo 22 ed Satildeo Paulo Cultrix 2001 447p

CHABOUSSOU F Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da Trofobiose) Porto Alegre LPM 1987 253 p

CLARO S A Referencias tecnoloacutegicos para a agricultura familiar ecoloacutegica aexperiecircncia da Regiatildeo Centro-Serra do Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS-ASCAR 2001 250p

CLIVELA G Diagnoacutestico Agronocircmico da cebola no Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS 1995 8 6 p

COMISSAtildeO DE FERTILIDADE DO SOLO - RSSC Recomendaccedilotildees de adubaccedilatildeo e calagem para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina 3 ed Passo Fundo SBCS - Nuacutecleo Regional Sul 1995 223p

COMPAGNONI L PUTZOLU G Cria moderna de Ias lombrices y utilizacioacutenrentable dei humus Barcelona Editorial de Vecchi- SA 1985127p

COSTABEBER J A MOYANO E Transiccedilatildeo agroecoloacutegica e accedilatildeo social coletiva Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v l n4 p 50- 60 outdez 2 0 0 0

42

COSTA M B B da Adubaccedilatildeo orgacircnica Nova siacutentese e novo caminho para aagricultura Satildeo Paulo Ed iacutecone Ltda 1985 102p

COSTA NETO C Agricultura Sustentaacutevel Tecnologias e Sociedade In CARVALHO COSTA LF et al (org) Mundo Rural e Tempo Presente Rio de Janeiro Mauad 1999

DrsquoAG0ST1NI R L FANTINI A C Produccedilatildeo orgacircnica tambeacutem socialmente excludente Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v3 n l p57-61 2002

DALPONTE J C V Utilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos e fertilizante mineral na produccedilatildeo e qualidade de mudas e bulbos de cebola (Alliurn Cepa L) Pelotas-RS 1990 (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1990

DEBARBA J F THOMAZELLI L F GANDIN C L SILVA E Cadeias produtivas do Estado de Santa Catarina Cebola Florianoacutepolis Epagri 1998 115 p (EPAGRI Boletim Teacutecnico 96)

DUFOUR F Os saacutebios loucos do agro-alimentar Le Monde Diplomatique ano 1 n4 p6-7 1999 (ed portuguesa)

EHLERS E Agricultura Sustetaacutevel Origem e perspectivas de um novo paradigma 2 ed Guaiacuteba Agropecuaacuteria 1999 157 p

FILGUEIRA F A R Novo Manual de olericultura agrotecnologia moderna na produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 2000 402 p

FRASER G K Mateacuteria Orgacircnica Del Suelo In BEAR F E (ed) Quiacutemica dei Suelo Madrid Ed Agrociencia 1963

FOLLET R H MURPHY L S DONAHUE R L Fertilizers and soil amendments New Jersey Printice-Hall Inc 1981 557p

GARCIA A Revista dei Espacio Rural Georgica Zaragoza Escuela Politeacutecnica de Huesca n5 1997

GARCIA A Versatildeo preliminar de um Programa Estadual de Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Bulbos e Sementes de CebolaEMBRAPAIPAGROMARAEMATER 6 8 pbdquo 1990 (Publicaccedilatildeo avulsa)

GIORGETT1 J R Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Mudas de Tomate In Encontro Nacional de Produccedilatildeo e Abastecimento de Tomate 2 1991 Jaboticabal Satildeo Paulo Anais Jaboticabal UNESP 1991 p 242-244

GLIESSMAN S R Agroecologia Processos ecoloacutegicos em agricultura sustentaacutevelPorto Alegre Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS 2000 653p

43

GLIESSMAN S R TURRIALBA C R Agroecologia Procesos Ecoloacutegicos en Agricultura Sostenible CATIE 2002 p 3-14

GNOATTO S C Caracterizaccedilatildeo quiacutemica de vermicompostos de diferentes substratos orgacircnicos Pelotas-RS 1999 38 f (Mestrado em Agronomia - Solos) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

GOMES J C C BORBA M F S A moderna crise dos alimentos oportunidade para a agricultura familiar Emater Porto Alegre julset 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwematertchebrdocsagroecorevistan313-artigo3htmgtAcesso em 24 fev 2002

GOMEZ H W Desenvolvimento sustentaacutevel agriacutecola e capitalismo In Desenvolvimento sustentaacutevel Necessidade eou disponibilidade Santa Cruz do Sul Nobel - UNISC 1997 p 65-77

GONZAacuteLEZ DE MOLINA M SEVILLA GUZMAacuteN E Ecologia campesinado e historia Para una reinterpretacioacuten dei desarrollo dei capitalismo en la agricultura In SEVILLA GUZMAacuteN E GONZAacuteLEZ DE MOLINA M (ed) Ecologia campesinado e historia Madrid La Piqueta 1993 p 23-129

GRIFFITH S A SCHNITZER M Analytical characteristic of humic and fulvic acids extracted from tropical volcanic soils Soil Sei Soc Am Proc v 39 p361-367 1975

GUIMARAtildeES E Caracterizaccedilatildeo quiacutemica estreptoscoacutepica e por anaacutelise teacutermica de aacutecidos huacutemicos e vermicompostos obtidos de estercos de diferentes animaisCuritiba 1997 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Quiacutemica) Universidade Federal do Paranaacute 1997

HESS A F Sociedade e meio ambiente uma relaccedilatildeo ambiacutegua Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v 4 n2 p 167-1741999

ICEPA-SC Informes conjunturais sobre a cultura da cebola Disponiacutevel em lthttpwwwicepa combrgt Acesso em 23 jan 2003

JONES H A MANN L K Onions and their allies New York Interscience Publishers 1962 286 p

JUacuteNIOR H A de MAIORANO J A Receitas obtidas de extratos de plantasCampinas CATITerra Viva [199-] 10 f

KHATOUNIAN C A Ciclo de Palestras sobre Agricultura Orgacircnica 2a Ed SatildeoPaulo Fund Cargill 1997 149 p

KIEHL E J Fertilizantes Orgacircnicos Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1985 492p

44

KOEFF H H PETTERSSON B D SHAUMANN W Vida Vegetal solos e adubaccedilatildeo In Agricultura Biodinacircmica Satildeo Paulo Nobel 1983 p92-149

KONONOVA M M Soil organic matter The importance o f organic matter in soil formation and soil fertility New York Pergamqn Press 1961 p 165-200

KUHN T A Estrutura das Revoluccedilotildees Cientiacuteficas Satildeo Paulo Perspectiva 1989 257p

LANNA FCA ABREU C L ABREU J G SILVA V Resposta de cultivares de melancia cultivadas sob adubaccedilatildeo quiacutemica e orgacircnica Horticultura v 12 n l p85 1994

LEFF H Saber Ambiental Petroacutepolis Vozes 2001 343 p

MAGALHAtildeES J R Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo da cebola In FERREIRA M E CASSTELLANE P D CRUZ M C P Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo de hortaliccedilasPiracicaba POTAFOS 1993 p 381-393

MALAVOLTA E Elementos de nutriccedilatildeo mineral de plantas Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1980 251 p

MALAVOLTA E Manual de Quiacutemica Agriacutecola - Adubos e Adubaccedilatildeo 3a ed SatildeoPaulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1981 606 p

MARTINEZ A A A grande e Poderosa Minhoca Jaboticabal Funep - Unesp1990 101 p

MARTINS S R Desenvolvimento e Sustentabilidade Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v20 n2 julho 2002 Palestra apresentada no 42deg Congresso Brasileiro de Olericultura

MARTINS S R Limites Del Desarrollo Sostenible em Ameacuterica Latina En el marco de Ias poliacuteticas de (re)ajuste econocircmico Pelotas Editora UFPel 1997 135 P-

MARTINS S R Sustentabilidade na agricultura dimensotildees econocircmicas sociais e ambientais Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v4 n 2 p 175-1871999

MATURANA H REZEPKA S N D E Formaccedilatildeo Humana e Capacitaccedilatildeo Rio de Janneiro Vozes 2000 8 6 p

MELLO A F SOBRINHO M O ARZOLLA S SILVEIRA R NETTO A C KIEHL J C Fertilidade do Solo Satildeo Paulo Nobel 1983

MENEZES JUacuteNIOR F O G D Caracterizaccedilatildeo de Diferentes substratos hortiacutecolas e seu efeito na produccedilatildeo de mudas de alface e couve-flor em ambiente protegido Pelotas 1998 141 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1998

45

MIBASA Mineraccedilatildeo Barreto SA Melhorador de Solos MB4 A Natureza Agradece Arapiraca-AL [199-] Folder

MINAMI K Os resumos da olericultura 2000 In AZEVEDO FILHO MARTINEZ FILHO (ed) Preccedilos agriacutecolas Piracicaba ESALQ 1999 p 4

MINAMI K Produccedilatildeo de Mudas de Alta Qualidade em Horticultura Satildeo Paulo TA Queiroz 1995

MORSELLI T B G A Cultivo sucessivo de alface sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegidoPelotas 2001 178 p Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2001

MORSELLI T B G A Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Poliacutegrafo da Disciplina de Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia-Produccedilatildeo Vegetal UFPel 2002

MULLER AM Efeitos da Aplicaccedilatildeo Foliar de um Biofertilizante Enriquecido no Estado fitossanitaacuterio de Tomate Ervilha e Beterraba Sob Manejo OrgacircnicoDissertaccedilatildeo (Mestrado no Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agroecossistemas)1999 (Resumo)

NOLLA D Erosatildeo do Solo - O grande desafio Estado do Rio Grande do Sul SEAGRI desenvolvimento de recursos naturais renovaacuteveis 1982 412 p

PAGLIA AG MORSELLI TBGA PEIL RMN Teores de nutrientes pH e condutividade eleacutetrica da aacutegua em sistema ldquofloat^ngrdquo sob adiccedilatildeo de biofertilizantes Horticultura Brasileira v 20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PAULUS G MULLER A BARCELLOS LAR Agroecologia aplicada praticas e meacutetodos para uma agricultura de base ecoloacutegica 2ed ver ampl Porto Alegre EMATERRS 2001 8 6 p

PEIXOTO R T dos G Composto orgacircnico aplicaccedilotildees benefiacutecios e restriccedilotildees de uso Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 18 p 56-64 julho 2000

PENTEADO SR Defensivos Alternativos e Naturais Satildeo Paulo 1999 95 p

PEREIRA AJ SOUZA RJ PEREIRA WR Efeito de diferentes doses de esterco de galinha e de curral sobre a produccedilatildeo de cebola Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PINHEIRO S BARRETO SB MB-4 agricultura sustentaacutevel trofobiose e biofertilizantes Fundaccedilatildeo Juquira CandiruMibasa 2000 273 p

PRIMAVESI A Agricultura Sustentaacutevel Satildeo Paulo Nobel 1992 142 p

PRIMAVESI A O manejo ecoloacutegico do solo Agricultura em regiotildees tropicais SatildeoPaulo Nobel 1982 541 p

46

PURCINO A A C ldquoNitrogecircniordquo Informe Agropecuaacuterio Belo Horizonte v7 n81 p 16-27 1981

QUIJANO F G Efeito da adubaccedilatildeo orgacircnica no desenvolvimento de duas cultivares de alface em ambiente protegido Pelotas 1999 116f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

RODRIGUES A N N Efeitos e residuais de superfosfato triplo sobre o rendimento de mateacuteria seca e absorccedilatildeo de foacutesforo pela aveia (Avena strigosa Schob) em solo Podzoacutelico Vermelho Escuro Porto Alegre 1984 59f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia UFRGS 1984

RODRIGUES E T CASALI V W D Respostas da alface agrave adubaccedilatildeo orgacircnica II Teores conteuacutedos e utilizaccedilatildeo de macronutrientes em cultivares Rev Ceres Viccedilosa v 45 n 261 p 437-449 1998

SAMINEcircS T C O Produccedilatildeo orgacircnica de alimentos Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 17 n3 novembro 1999

SCHIEDECK G Ambiecircncia e resposta agronocircmica de meloeiro (Cucumis melo L) cultivado sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegido Pelotas lOOp Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2002

SILVA JUacuteNIOR A A GIORGI E Substratos alternativos para a produccedilatildeo de mudas de tomate Agropecuaacuteria Catarinense Florianoacutepolis EPAGRI 1992 23 p

SILVA JUacuteNIOR A A MACEDO S G STUKER H Utilizaccedilatildeo de esterco de peru na produccedilatildeo de mudas de tomateiro Florianoacutepolis EPAGRI 1995 28 p (Boletim Teacutecnico 73)

TAGLIARI PS GRASSMANN H Minhoca a grande aliada da agricultura Agropecuaacuteria Catarinense v8 n l p 11-14 mar 1995

TEDESCO M J GIANELLO C Anaacutelises de solo plantas e outros materiais Porto Alegre Faculdade de Agronomia Departamento de Solos Universidade Federal do Rio Grande do Sul RS 1996

TENNANT D A Test of modified line intersect method of estimating root lenght Journal Ecology Oxford v 63 p 995-1001 1975

TIBAU A O Mateacuteria Orgacircnica do Solo Mateacuteria Orgacircnica e Fertilidade do SoloSatildeo Paulo Nobel 1984 p49-182

TIMM P J Anaacutelise comparativa dos sistemas de plantio convencional e cultivo miacutenimo de cebola sob adubaccedilatildeo orgacircnica e mineral Pelotas 2000 79 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2000

47

VALENZUELA HR CROSBY C Effect of compost applications on the yield of several vegetables in long-term organic farming experiments conduced in the tropics American Society Horticultural Science v33 n3 june 1998

VIGLIZZO E (ed) Subprograma Recursos Naturais y Sostenibilidad Agriacutecola documento marco Montevideo IICAPROCISUR 1995 p 75 - 78

WE1D J M TARDIN J M Proposta para a Ampliaccedilatildeo do Trabalho da ASPTA no Centro Sul do Paranaacute ASPTA Disponiacutevel em http wwwpronafgovbrEncontrotestosAS20PTA20Sul20ParanE1205 202002doc Acesso em 05 mai 2002

XAVIER SIMOacuteN F DOMINGUES D G Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel uma perspectiva agroecoloacutegica Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre EM ATERRS v2 n2 p 17-26 2001

ZABALETA J P Diagnoacutestico da Agricultura Familiar em Satildeo Joseacute do Norte - RSPelotas EMBRAPA-CPACT 1998 75 p (EMBRAPA-CPACT Documentos 44)

ZONTA E P MACHADO A A SILVEIRA P Sanest Sistema de anaacutelise estatiacutestica para microcomputadores Registrado na Secretaria Especial de Informaacutetica sob nuacutemero 066060 - categoria A Pelotas-RS Universidade Federal de Pelotas 1984

48

7 APEcircNDICE

APEcircNDICE A - Anaacutelise da adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes utilizados na produccedilatildeo de mudas de cebola

TABELA 1 A Anaacutelise baacutesica do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo miuacutedo + papua

Arg

pH IND

SMP

MO

P - n r - Na Al Ca__10Omlmdash

Mg

ppm -

6 53 67 089 8 6 27 1 04 05 0 2

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 2A Anaacutelise complementar do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo-miuacutedo + papua

Cobre Zinco Manganecircs Ferro

(m v1)

04 05 26 007

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

49

TABELA 3A Anaacutelise dos fertilizantes soacutelidos

Amostra pH limidade CN

C N P K Ca Mg

- g-ivg --

Cama de 849 2491 12 31042 2479 3888 3405 29875 463

aves

Esterco 74 3594 11 677 590 157 134 335 214

de curral

Huacutemus 684 5738 14 15965 1098 453 745 743 361

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 4A Anaacutelise quiacutemica dos biofertilizantes liacutequidos

Amostra N P K_ccedil H

Ca Mg Cu Zn Fe Mn

mdashgL bull

S Magro

m b 4

Urina

053

1652

8 2 2

008

395

0 0 0

149

1674

471

1902

6872

0 0 0

1150

4507

1172

7273

42

033

101389

920

0 0 0

6250

19458

781

35273

1123

0 2 1

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

50

APEcircNDICE B - Condiccedilotildees climaacuteticas do local

TABELA 1B Condiccedilotildees de temperatura do local

___________ __________TEMPERATURA (degCgt

meses Meacutedia

Maacutexima

Meacutedia

MiacutenimaMeacutedia

Maacutexima

Absoluta

Miacutenima

Absoluta

Junho 225 87 156 320 25

Julho 225 85 155 285 30

Agosto 251 71 161 360 1 0

Fonte FEPAGROSCT 2002

TABELA 2B Condiccedilotildees de chuva do local

mdash CHUVA (mm)mdash

meses Ocorrida Normal Desvio Da Normal

Junho 1080 1 1 0 -2 0

Julho 1062 98 8 2

Agosto 1283 1 2 0 83

Fonte FEPAGROSCT 2002

51

TABELA 1C Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

APEcircNDICE C - Anaacutelise estatiacutestica da parte aeacuterea

Causas G1 FFPA FSPA AP DC

da variaccedilatildeo --------- Quadrados meacutedios-

Blocos 3

Ad Base 2 175359071 1287102 2547419 1 11775

Biofertilizantes 2 126876 29011 87669ns 02185ns

Ad x Biofert 4 572378 31123 69106ns 04159

Resiacuteduo 24 34456 03048 27169 00290

Total 35

Meacutedia geral 93745 8772 320388 6741

CV 1980 6294 5145 2530

Significativo a 5ns Natildeo significativo

52

TABELA 1D Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade

de raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

APEcircNDICE D - Anaacutelise estatiacutestica da raiz

Causas G1 FFR FSR CR RPASR DR

da variaccedilatildeo Quadrados meacutedios---------------

Blocos 3

Ad Base 2 27874 551 623 2 1 0 140

Biofertilizantes 2 178 0 1 0 ni 1504 l03ns 038ns

Ad x Biofert 4 190 058 318 294 183

Resiacuteduo 24 005 009 028 023 0 2 1

Total 35

Meacutedia geral 1818 228 184 387 333

C V 134 1356 448 1253 1396

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

53

APEcircNDICE E - Anaacutelise estatiacutestica dos macronutrientes da parte aeacuterea da cebola

TABELA 1E Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mud^s de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

Causas G1 bull N P K Ca Mg

da variaccedilatildeo

Blocos 3

Ad Base 2 13550306 446627 25509686 1031806 59007

Biofertilizantes 2 180610ns 16564 68153ns 39006 876ns

Ad x Biofert 4 454187 45743 1047539 46950 2464

Resiacuteduo 24 29769 1453 64313 3741 439

Total 35

Meacutedia geral 24921 4597 33366 6943 1615

C V 692 829 760 880 1297

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

APEcircNDICE F - Fotos do experimento

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob uma perspectiva agroecoloacutegica

APEcircNDICE F a Fotos do experimento

FIGURA 1 Adubaccedilatildeo verde com feijatildeo-miuacutedo e papuatilde utilizadas no manejo do solo

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob urna perspectiva agroecoloacutegica

Page 34: PRODUÇÃO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L.) SOB …orgprints.org/24883/1/Paglia_Produção.pdf · vaca mais calda bordalesa; MB4+U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

24

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

31 Local de execuccedilatildeo do experimento

O presente trabalho foi conduzido no Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul

(FEPAGROSUL) no municiacutepio de Rio Grande nlt periacuteodo de 15 de maio a 26 de

agosto de 2 0 0 2

O solo eacute classificado como ldquoTuiardquo satildeo muito arenosos As massas aquaacuteticas do

Oceano Atlacircntico e Lagoa dos Patos influenciam ventos temperatura pressatildeo umidade

relativa e demais fatores climaacuteticos A topografia da regiatildeo litoracircnea eacute plana com

lenccediloacuteis freaacuteticos superficiais

32 Anaacutelise estatiacutestica

O experimento foi constituiacutedo em fatorial 3X3 (Quadro 1) com quatro repeticcedilotildees

no delineamento blocos ao acaso As variaacuteveis respostas foram submetidas agrave anaacutelise de

variaccedilatildeo e ao teste de Duncan a 5 de probabilidade para comparaccedilatildeo das meacutedias

utilizando-se o sistema SANEST (Zonta amp Machado 1984)

As anaacutelises estatiacutesticas das variaacuteveis estudadas encontram-se nos Apecircndices C D

Os resultados das respostas agronocircmicas e das determinaccedilotildees dos conteuacutedos dos

macronutrientes bem como os de raiz estatildeo nas tabelas de 1 a 3

25

As diferentes adubaccedilotildees seratildeo representadas durante a discussatildeo da seguinte

forma 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e EC

(60 t ha 1 de esterco de curral) 1 VB+SM+U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais

super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+SM+U+CB (45 t ha 1 de

vermicomposto mais super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa)

EC+SM+U+CB (60 t ha 1 de esterco de curral mais super magro mais urina de vaca

mais calda bordalesa) 1 VB+MB4 +U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais MB4 mais

urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+MB4 +U+CB (45 t ha 1 de vermicomposto

mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa) EC+MB4 +U+CB (60 t ha 1 esterco

de curral mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa)

QUADRO 1 Descriccedilatildeo dos fatores experimentais e respectivos niacuteveis

Niacuteveis Fator 1 ADUBACcedilAtildeO DE BASE

0 1 Vermicomposto (30 t ha1)

0 2 Vermicomposto (45 t ha1)

03 Esterco de curral (60 t ha1)

Niacuteveis Fator 2 BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS

0 1 Super magro (5) + Urina de Vaca + Calda Bordalesa

0 2 MB4 (10) + Urina de vaca + Calda Bordalesa

03 Ausecircncia (testemunha)

33 Tratamentos

Da combinaccedilatildeo entre niacuteveis e fatores foram obtidos 9 tratamentos que estatildeo

descritos no Quadro 2 bem como as doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

26

QUADRO 2 Tratamentos e doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

TRATAMENTOS

Ndeg FATOR I FATOR II

0 1 30 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

0 2 30 t harsquo de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

03 30 t ha de vermicomposto - - -

04 45 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

05 45 t ha de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

06 45 t ha de vermicomposto - - -

07 60 t hade esterco Super Magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

08 60 t hade esterco MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

09 60 t hade esterco - - -

Cada parcela foi constituiacuteda por dois canteiros medindo 1 m de largura x 2 m de

comprimento perfazendo 075 m de aacuterea de aacuterea uacutetil (025 m de bordadura) Foi

utilizando semeadura a lanccedilo com densidade de 24 g canteiro1

O vermicomposto a urina de vaca o esterco de curral o alhol os biofertilizantes e

a calda bordalesa foram de procedecircncia do Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul O

vermicomposto de esterco bovino misturado agraves cascas de frutas foi processado pela

minhoca vermelha califomiana Eisenia foetida)

O biofertilizante Super Magro foi elaborado segundo a metodologia descrita pela

FEPAGROSUL utilizando-se os seguintes componentes 190 litros de aacutegua 22 litros

de leite 55 Kg de accediluacutecar mascavo 30 Kg de esterco fresco de bovinos 2 Kg de

Sulfato de zinco 2 Kg de sulfato de magneacutesio 2 Kg de cloreto de caacutelcio 1 Kg de aacutecido

boacuterico 300 g de sulfato de cobre 300 g de sulfato de ferro 300 g de sulfato de

manganecircs 100 g de molibdato de soacutedio 50 g de sulfato de cobalto 3 Kg de fosfato

natural 3 Kg de cinza e 200 g de farinha de osso

A urina de vaca em lactaccedilatildeo foi coletada pela manhatilde e armazenada em recipiente

fechado por trecircs dias em condiccedilotildees ambientais para que se formasse a amocircnia e natildeo

ocorresse perda de nitrogecircnio

28

Realizaram-se duas capinas manuais durante o experimento e em seguida como

cobertura se colocou casca de arroz Tambeacutem foi aplicado esterco de aves 30 dias antes

da colheita na quantidade de 05 Kg canteiro 1 como adubaccedilatildeo de cobertura

As pulverizaccedilotildees com os produtos iniciaram apoacutes 15 dias da germinaccedilatildeo

Realizou-se sete aplicaccedilotildees sendo que as duas primeiras foram feitas apenas com

Super Magro e MB4 Na terceira e na quarta aplicaccedilatildeo utilizou-se urina de vaca e calda

bordalesa em concentraccedilotildees menores (05 e 025 respectivamente) e na quinta

aplicaccedilatildeo as dosagens de urina de vaca e calda bordalesa foram elevadas para 1 0 e

05 respectivamente ateacute o final do experimento O alhol foi utilizado a partir da

terceira pulverizaccedilatildeo na quantidade de 2 e seguiu ateacute o final no dia 26 de agosto

quando as mudas foram colhidas e posteriormente analisadas as variaacuteveis

35 Observaccedilotildees agronocircmicas

Foram utilizadas 20 mudas de cebola para obtenccedilatildeo das meacutedias das variaacuteveis as

quais foram as seguintes

351 Fitomassa fresca da parte aeacuterea e raiacutezes

Foi realizada atraveacutes de uma balanccedila digital procedendo-se a pesagem de 20

mudas de cebola previamente lavadas e posteriormente secadas durante uma hora sobre

um tecido de algodatildeo agrave temperatura ambiente Processo idecircntico foi adotado com as

raiacutezes

352 Fitomassa seca da parte aeacuterea e raiacutezes

Esta variaacutevel foi obtida a partir da secagem preliminar em estufa de ar forccedilado

durante 48 horas a 65 C ateacute peso constante com posterior pesagem em balanccedila

analiacutetica

353 Altura da muda

A altura de muda foi medida a partir do colo das plantas ateacute sua uacuteltima folha

(ponto de crescimento) com uma reacutegua graduada de 40 cm

29

354 Diacircmetro do colo das plantas

Esta medida foi realizada no ponto de transplante a 2 mm das raiacutezes e utilizando-

se um paquiacutemetro SOMET

355 Sistema radicular

Ao teacutermino do experimento foram retiradas as raiacutezes das mesmas plantas que foram

utilizadas para as determinaccedilotildees realizadas na parte aeacuterea procedendo-se uma amostra

de solo com raiacutezes de 2 0 cm de largura x 2 0 cm de comprimento e 2 0 cm de altura

totalizando 8000 cm3

As raiacutezes apoacutes serem lavadas em aacutegua corrente foram pesadas acondicionadas em

sacos plaacutesticos e congeladas para posteriores anaacutelises pelo meacutetodo de Tennant (1975)

para a determinaccedilatildeo do comprimento e densidade

3551 Comprimento de raiz

Utilizou-se para a determinaccedilatildeo do comprimento de raiz as seguintes foacutermulas

1 = ndeg x 1114 x 1 onde

1 - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 0 0 2 g

ndeg - nuacutemero de intercessotildees das raiacutezes com os lados da quadriacutecula da malha do

aparelho

1114 - constante

1 - medida lateral da quadriacutecula em cm

Tomando-se a fiacutetomassa seca e o comprimento da raiz da cada amostra

relacionou-se com a fiacutetomassa seca e o comprimento total da raiz da planta aplicando-

se a seguinte equaccedilatildeo

L = (FSR x 1) FSPA onde

L - comprimento total da raiz da planta (m)

FSR - fiacutetomassa seca de raiz

FSPA - fiacutetomassa seca da parte aeacuterea

L - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 002g

3552 Densidade de raiz

A densidade foi determinada pela foacutermula

D = L 8000 onde

D - densidade de raiacutezes (m cm3)

30

L - comprimento total de raiacutezes (m)

8 0 0 0 - volume da amostra (cm3)

3553 Razatildeo parte aeacutereasistema radicular

Este paracircmetro foi obtido pela equaccedilatildeo

RPASR = FSPA FSR onde

RPASR - razatildeo parte aeacuterea sistema radicular

FSPA - fitomassa seca da parte aeacuterea

FSR - fitomassa seca do sistema radicular

36 Determinaccedilatildeo de macronutrientes no tecido vegetal

Os macronutrientes nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio foram

determinados no laboratoacuterio de Fertilidade e Anaacutelise de Plantas do Departamento de

Solos da UFPel atraveacutes dos meacutetodos descritos por Tedesco amp Gianello (1996)

31

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 Anaacutelise das variaacuteveis

A anaacutelise da variaccedilatildeo mostrou que houve diferenccedila significativa na interaccedilatildeo entre

os fatores de adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes liacutequidos com exceccedilatildeo da variaacutevel altura

de planta para a qual somente a adubaccedilatildeo de base mostrou-se significativa (Apecircndices

C D e E Tabelas 1C 1D e 1E)

411 Anaacutelise da parte aeacuterea

Na Tabela 1 destacaram-se as adubaccedilotildees EC+SM+U+CB EC+MB4 +U+CB e EC

que diferiram significativamente das demais adubaccedilotildees para as variaacuteveis fiacutetomassa

fresca da parte aeacuterea (FFPA) fiacutetomassa seca da parte aeacuterea (FSPA) altura de planta

(AP) e diacircmetro do colo (DC)

32

TABELA 1 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

30 t ha de vermicomposto 7015 c A45 t halsquo de vermicomposto 7824 b B60 t ha de esterco de curral 12248 a C

30 t ha de vermicomposto 667 c A45 t ha de vermicomposto 752 b A60 t ha de esterco de curral 1150a C

30 t ha de vermicomposto 2975 b A45 t harsquo de vermicomposto 2775 b A60 t ha de esterco de curral 3600 a B

30 t ha de vermicomposto 631 b A45 t ha de vermicomposto 6 2 2 b B60 t ha de esterco de curral 741 a C

-Fitomassa fresca (g)----------------6270 c B 6885 b A8832 b A 6308 c C

15082 a A 13934 a BmdashFitomassa seca (g)----------------

625 c A 655 b A830 b A 607 b B

1345 a A 1262 a B-Altura de planta (cm)----------------

2950 b A 3050 b A2937 b A 2950 b A 3975 a A 3622 a B

-Diacircmetro de colo (mm)---------------592 c B 599 b B 657 b A 609 b B 819a A________ 793a B

Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

O efeito positivo do esterco bovino pode ser atribuiacutedo agraves melhorias nas condiccedilotildees

fiacutesicas do solo por ele proporcionado Segundo Primavesi (1982) e Compagnoni amp

Putzolu (1985) o esterco bovino apresenta propriedades condicionadoras do solo dando

agraves plantas melhores condiccedilotildees de desenvolvimento elevando sobremaneira os

conteuacutedos de fitomassa fresca das plantas que refletiratildeo nas demais respostas

agronocircmicas

Analisando as adubaccedilotildees de base em relaccedilatildeo aos biofertilizantes observa-se que

para os tratamentos 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) - natildeo houve influecircncia dos

biofertilizantes para as variaacuteveis FSPA e AP enquanto destacou-se o SM+U+CB para o

DC e SM+U+CB e ausecircncia da adubaccedilatildeo liacutequida para a FFPA mostrando que o uso

dos biofertilizantes natildeo influenciou esta variaacutevel 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) -

verificou-se a eficiecircncia do uso do MB4 +U+CB para as variaacuteveis FFPA e DC Para a

variaacutevel FSPA destacaram-se os dois biofertilizantes utilizados jaacute para AP natildeo houve

33

influecircncia destes EC (60 t ha 1 de esterco de curral) - em todas as variaacuteveis observadas

na tabela 5 as respostas foram significativas utilizando MB4 +U+CB

As respostas encontradas no presente trabalho para as variaacuteveis AP e FSPA foram

superiores as obtidas por Dalponte (1990) quando utilizado 0 esterco de curral para

produccedilatildeo de mudas de cebola

Segundo Filgueira (2000) os solos da regiatildeo produtora de cebola do RS satildeo

pobres em foacutesforo disponiacutevel (15 mg Kg1) necessitando portanto de adubaccedilotildees

fosfatadas elevadas As respostas aqui obtidas podem ser justificadas pelos teores de

foacutesforo contido no MB4

Follet et al (1981) citam a importacircncia do uso de compostos orgacircnicos no solo

enfatizando os estercos no sentido da decomposiccedilatildeo continuada no fornecimento de

nutrientes e na liberaccedilatildeo lenta e gradual de aacutecidos orgacircnicos influenciando a liberaccedilatildeo

do foacutesforo O que provavelmente pode ser atribuiacutedo agraves respostas encontradas no

presente trabalho para 0 tratamento Esterco de curral mais MB4 e Urina mais Calda

Bordalesa

E importante destacar que 0 sistema de produccedilatildeo de mudas de cebola sob uma

perspectiva agroecoloacutegica mostra-se eficiente quando visualmente natildeo percebe-se

diferenccedila significativa entre os tratamentos (Apecircndice F Figura 2)

Conveacutem ressaltar que quando trabalhamos com agroecologia natildeo existem

receitas nem pacotes tecnoloacutegicos prontos Cada situaccedilatildeo deveraacute ser estudada em

particular para que se faccedila recomendaccedilotildees adequadas ao ambiente local uma vez que

as plantas se adaptam ao meio estando a nutriccedilatildeo encarregada de proteger e manter o

equiliacutebrio do organismo vegetal em funccedilatildeo das alteraccedilotildees externas

E fundamental que se compreenda os princiacutepios norteadores de todo o processo

que satildeo as bases da luta por uma sociedade mais justa dentro de um mundo econocircmico e

ambientalmente mais sustentaacutevel

412 Anaacutelise do sistema radicular

Os resultados obtidos nas anaacutelises do sistema radicular (Tabela 2) mostram

diferenccedilas significativas entre as adubaccedilotildees para as variaacuteveis fitomassa fresca de raiz

(FFR) fitomassa seca de raiz (FSR) comprimento de raiz (CR) razatildeo parte

aeacutereasistema radicular (RPASR) e densidade de raiz (DR)

34

TABELA 2 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade de

raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAO DE BASE

S Magro + MB4 +Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

1540 c A 1576 b B 2427 a A

Fitomassa fresca (g)----------------1502 c B 1517 b AB 1658 b A 1446 c C 2336 a B 2360 a B

--------------------Fitomassa seca (g)-------------------196 b A 207 ab A 170 b A170 b A 199 b A 192 b A 344 a A 249 a B 327 a A

Comprimento de raiz(cm)---------------1237 b A 1158 b A 1158 a A1237 b A 1060 c B 1040 b B1433 a A 1296 a B 1040 b C

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t halsquo 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha de vermicomposto 45 t ha de vermicomposto60 t ha~ de esterco de curral__________________________ _________________________Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

-----Razatildeo Parte AeacutereaSistema Radicular------340 b AB 301c B 384 a A446 a A 415 b A 326 a B339 b B 546 a A 388 a B

-------------- Densidade de raiz (m cm3)------------367 a AB 414 a A 325 b B282 b B 301b B 405 a A347 ab A 231c B 324 b A

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base destacou-se o EC (60 t ha 1 de esterco de curral)

para as variaacuteveis FFR e FSR Quando adicionado o SM+U+CB os resultados para FFR

foram ainda melhores bem como o CR As respostas obtidas para a RPASR foram

variadas em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees apresentando melhores resultados para 15 VB (45 t

ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB e ainda melhor para EC (60 t ha 1 de esterco de

curral)+MB4 +U+CB As adubaccedilotildees de base 1 VB 15 VB e EC natildeo diferiram entre si

As adubaccedilotildees mais eficientes para a variaacutevel DR foram 1 VB+SM+U+CV que natildeo

diferiu da EC+SM+U+CB I VB+ MB4 +U+CB e agrave 15 VB foram melhores entre as

demais

35

Analisando os biofertilizantes em relaccedilatildeo a cada adubaccedilatildeo de base verifica-se que

para a 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB destaca-se a variaacutevel FFR

poreacutem sem diferenccedila significativa de 1 VB os melhpres resultados para a variaacutevel DR

foram encontrados pelo tratamento 1 VB+MB4 +U+CB e 15 VB (45 t ha 1 de

vermicomposto) tambeacutem se considera eficiente o 1 VB+SM+U+CB que natildeo diferiu do

EC (esterco de curral) Quando se utilizou 15 VB+ MB4 +U+CB houve resposta

significativa para a variaacutevel FFR para FSR as respostas natildeo foram diferentes com a

aplicaccedilatildeo dos biofertilizantes para as variaacuteveis FSR e DR as adubaccedilotildees EC e

EC+SM+U+CB natildeo diferiram entre si

Embora as respostas estatiacutesticas tenham sido diferentes para as adubaccedilotildees

combinadas ou natildeo pode-se salientar a importacircncia do aacutecido indol-aceacutetico como jaacute

citado anteriormente para as variaacuteveis avaliadas na parte aeacuterea das mudas de cebola

Respostas semelhantes nesse sentido foram encontradas para a cultura da alface por

Quijano (1999) e Morselli (2001)

Pereira et al (2002) concluiacuteram em trabalho realizado com a cultivar de cebola

CNPF1 6400 em Minas Gerais que a utilizaccedilatildeo de 20 t ha de esterco de curral

proporcionou os melhores resultados para a produccedilatildeo de cebola

Silva Juacutenior amp Giorgi (1992) e Menezes Juacutenior (1998) citam que doses elevadas

de mateacuteria orgacircnica podem prejudicar a primeira fase da germinaccedilatildeo (embebiccedilatildeo) e

absorccedilatildeo de aacutegua pelas raiacutezes das placircntulas No entanto no presente trabalho este fato

natildeo ocorreu embora a dose de esterco utilizada tenha sido de 60 t ha 1 (dose maacutexima

recomendada segundo Nolla 1982)

413 Anaacutelise de macronutrientes no tecido vegetal

Os resultados dos conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio no

tecido vegetal sob diferentes adubaccedilotildees encontrados na Tabela 3 indicam mais uma

vez a superioridade da adubaccedilatildeo esterco com 0 uso ou natildeo de biofertilizantes

36

TABELA 3 Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob

uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS i J B

ADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesamg plantas1

---- Nitrogecircnio-----30 t ha de vermicomposto 16593 c AB 15451 c B 19050 b A45 t ha de vermicomposto 21444 b A 22888 b A 17852 b B60 t ha de esterco de curral 32606 a C 37593 a B 40816 a A

--------------- ------ Foacutesforo------- -------------30 t ha de vermicomposto 3098 c B 2802 c B 3999 b A45 t ha de vermicomposto 4109 b A 4135 b A 2788 c B60 t ha de esterco de curral 5300 a B 7577 a A 7565 a A

------- Potaacutessio------30 t ha de vermicomposto 24327 c A 19900 c B 24965 b A45 t ha de vermicomposto 29113b A 29812 b A 22031 b B60 t ha de esterco de curral 44070 a B 51976 a A 54101 a A

-------- Caacutelcio-------30 t ha de vermicomposto 5027 c A 4356 c A 4834 b A45 t ha de vermicomposto 6114b A 6963 b A 4379 b B60 t ha de esterco de curral 9030 a C 11451 a A 10331 a B

------Magneacutesio-----30 t ha de vermicomposto 1188 b A 914 c A 1202 b A45 t ha de vermicomposto 1231 b B 1582 b A 1176 b B60 t ha de esterco de curral 2136a B 2443 a A 2663 a AMeacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base observa-se que o melhor tratamento foi o

esterco de curral para todas as variaacuteveis Para 1 VB (30 t ha^ 1 de vermicomposto) natildeo

houve resposta diferenciada com o uso de bofertilizantes para todas as variaacuteveis A

adubaccedilatildeo 15 VB (45 t ha 1 de vemicomposto) foi influenciada pelos biofertilizantes

para as variaacuteveis N P K e Ca enquanto que para Mg somente o MB4+U+CB o

influenciou O EC (esterco de curral) mostrou diferenccedila significativa apenas para as

variaacuteveis Ca e Mg quando adicionado MB4+U+CB

Segundo Peixoto (2000) eacute fundamental a adiccedilatildeo de adubos orgacircnico no cultivo de

hortaliccedilas seja na forma de esterco decomposto composto ou huacutemus de minhoca de

37

modo a fornecer melhorias nas propriedades do solo vindo a disponibilizar os nutrientes

as diferentes culturas

O esterco fresco conteacutem muita cama celuloacutesica e um elevado teor de aacutegua No

esterco curtido a celulose jaacute estaacute decomposta o teor de aacutegua estaacute reduzido agrave metade e os

nutrientes em uma forma mais assimilaacutevel e mais concentrada O esterco fresco pode

causar uma deficiecircncia temporaacuteria de nitrogecircnio no solo ao se decompor o que natildeo

acontece com o biestabilizado (Kiehl 1985)Ocorre uma diminuiccedilatildeo inicial no volume

de aacutegua retido no esterco de curral diminui inicialmente em tomo de 3581 liberando

posteriormente somente 496 evidenciando a sua capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua

(Menezes Juacutenior 1998)

A utilizaccedilatildeo continuada de adubos nitrogenados minerais no solo altera o balanccedilo

do nitrogecircnio entre o solo e planta No meacutetodo biodinacircmico eacute sublinhada a importacircncia

dos adubos animais para o estabelecimento da fertilidade permanente dos solos (Koeff

et al 1983)

Para Guimaratildees (1997) os benefiacutecios que a mateacuteria orgacircnica imprime ao solo

principalmente melhorando a produtividade fertilidade e a influencia que as substancias

huacutemicas exercem sobre o ambiente dependem da qualidade e do teor de mateacuteria

orgacircnica do solo Estas substacircncias por conterem nutrientes em sua constituiccedilatildeo em uma

forma mais disponiacutevel para as plantas promovem um equiliacutebrio no ambiente no solo

(Kononova 1966)

Aproximadamente de 60 a 70 do total de carbono do solo ocorre na forma de

materiais huacutemicos (Griffith amp Schnitzer 1975) sendo a eles atribuiacutedo a manutenccedilatildeo da

bioestrutura do solo aumentando a capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua (Brady 1999)

Conforme Compagnoni amp Putzolu (1985) os estercos bem como os demais

resiacuteduos orgacircnicos apresentam conteuacutedos diferentes de aacutecidos huacutemicos e fuumllvicos sendo

atribuiacutedo ao acido huacutemico uma accedilatildeo fitoestimulante semelhante aos fitohormocircnios por

favorecer o desenvolvimento do sistema radicular e crescimento do caule

Em trabalho realizado por Guimaratildees (1997) foi encontrado para aacutecidos huacutemicos

de esterco bovino uma relaccedilatildeo CN 1035 e para vermicomposto bovino 17

evidenciando que o esterco quando aplicado ao solo por apresentar uma relaccedilatildeo CN

proacutexima deste reage mais facilmente liberando nutrientes para as plantas sem alterar a

cadeia troacutefiacuteca Dados encontrados no presente trabalho demonstram a eficiecircncia do

esterco nesse sentido

38

De acordo com Morselli (2001) vaacuterios trabalhos citam comentam e discutem a

capacidade dos vermicompostos em proporcionar oacutetimas colheitas e favorecer a

precocidade das plantas cultivadas Poreacutem muitas vezes se observa que mesmo

suprindo essas plantas com nutrientes necessaacuterios atraveacutes de huacutemus de diferentes fontes

as respostas natildeo satildeo as mesmas para uma mesma cultivar

Por outro lado os resultados com o uso de substacircncias huacutemicas satildeo variaacuteveis e

dependem aleacutem da espeacutecie testada das substacircncias huacutemicas utilizadas sua

concentraccedilatildeo o grau de purificaccedilatildeo e das condiccedilotildees experimentais A resposta das

plantas aos aacutecidos huacutemicos e fuacutelvicos eacute dependente da mateacuteria prima original e da

espeacutecie vegetal pois materiais orgacircnicos diferentes apresentam aacutecidos huacutemicos e

fuacutelvicos diferentes (Businelli 1990)

Justificam-se os maiores conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio e caacutelcio nas

adubaccedilotildees 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e biofertilizantes devido

provavelmente ao vermicomposto utilizado apresentar na sua constituiccedilatildeo teores

consideraacuteveis destes elementos aleacutem do que os biofertilizantes possam ter influenciado

na absorccedilatildeo atraveacutes de sua constituiccedilatildeo Tibau (1984) considera que a urina de vaca eacute

rica em aacutecido indol-aceacutetico e este influencia na absorccedilatildeo radicular O efeito positivo

deste tratamento provavelmente seja devido agrave quantidade aplicada

O biofertilizante que se destacou foi o MB4+U+CB em relaccedilatildeo ao EC (esterco de

curral) e eacute somente para a variaacutevel caacutelcio Isto provavelmente seja devido ao alto teor

deste elemento encontrado na sua constituiccedilatildeo (6872 g Kg1) e pela influecircncia positiva

que a calda bordalesa exerce no metabolismo das plantas atraveacutes dos nutrientes

contidos em sua formulaccedilatildeo O Ca controla a absorccedilatildeo radicular e retorna ao solo pelo

esterco e palhas por apresentar-se em maior quantidade em folhas e caules Depois de

localizado nas folhas fica imoacutevel favorecendo a resistecircncia da planta ao ataque de

fungos

Este trabalho avanccedila no estudo da agroecologia estando claro que todos os

criteacuterios tem caraacuteter dinacircmico de adequaccedilatildeo as mudanccedilas de um sistema de produccedilatildeo

em evoluccedilatildeo contribuindo na transiccedilatildeo para um padratildeo sustentaacutevel Cabe a pesquisa a

reorientaccedilatildeo para um enfoque ldquosistecircmicordquo isto eacute que permita integrar os diversos

componentes de um agroecossistema e a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas que promovam 0

fortalecimento e a expansatildeo da agricultura familiar

39

5 CONCLUSOtildeES

Considerando os resultados obtidos e as condiccedilotildees em que o estudo foi realizado

conclui-se que

bull As respostas agronocircmicas das mudas de cebola para os paracircmetros avaliados

satildeo mais satisfatoacuterias com a aplicaccedilatildeo de esterco de curral como adubaccedilatildeo de

base

bull Os biofertilizantes mais urina de vaca e calda bordalesa proporcionam

respostas satisfatoacuterias quando aplicados associados agraves adubaccedilotildees de base

bull O biofertilizante MB4 mais urina de vaca e calda bordalesa eacute mais eficiente

que o super magro mais urina e calda bordalesa quando aplicado associado agrave

adubaccedilatildeo de base esterco de curral para os conteuacutedos de fitomassa secae

fresca da parte aeacuterea das plantas altura e diacircmetro de colo das mudas de

cebola

bull Os biofertilizantes adicionados agrave adubaccedilatildeo de base 45 t harsquo 1 de vermicomposto

bovino mostram respostas significativas para os conteuacutedos de fitomassa seca

bull Os maiores conteuacutedos nutricionais para as mudas de cebola satildeo

proporcionados pela adubaccedilatildeo de base esterco de curral

bull A maior absorccedilatildeo de caacutelcio pelas mudas de cebola ocorre quando da adiccedilatildeo do

biofertilizante MB4 mais urina e calda bordalesa agrave adubaccedilatildeo de base esterco de

curral

40

6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ALDRIGHI CB ABREU CM PAGLIA AG MORSELLI TBGA FERNANDES HS Efeito da aplicaccedilatildeo de biofertilizante e urina de vaca em mudas de tomateiro Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

ALTIERI M NICHOLLS C I Agroecologia Teoria praacutectica para umaAgricultura Sustentable Ia ed PNUMA 2000 Cap 2 4 Seacuterie textos baacutesicos para la formacioacuten ambiental

ALTIERI M Agroecologia bases cientiacuteficas para uma agricultura sustentaacutevelGuaiacuteba Agropecuaacuteria 2002 592 p

ANTONIOLLI Z I GIRACCA E M N CARDOSO S J T WIETHAN M M S FERRI M Iniciaccedilatildeo agrave Minhocultura Criaccedilatildeo em Cativeiro e Vermicompostagem Santa Maria UFSM 1996 p59-89

BAYER C MIELNICZUC J Dinacircmica e funccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica In SANTOS G de A S e CAMARGO F A de O (ed) Fundamentos da mateacuteria orgacircnica do solo ecossistemas tropicais e subtropicais Porto Alegre Genesis 1999 p 3-23

BARRETTO D X Composto Orgacircnico In Praacutetica em Agricultura Orgacircnica Satildeo Paulo iacutecone Ed Ltda 1985 p 51-63

BETTIOL W Alguns produtos alternativos para o controle de doenccedilas de plantasem agricultura orgacircnica II Ciclo de palestras sobre agricultura orgacircnica Instituto Bioloacutegico Satildeo Paulo p52-63 1997

41

BETTIOL W TRACH R GALVAtildeO JAH Controle de doenccedilas de plantas com biofertilizantes Jaguariuacutena EMBRAPA-CNPMA 1997 22p (EMBRAPA- CNPMA Circular Teacutecnica 02)

BRADY N C Natureza e propriedades dos sotos Rio de Janeiro Freitas BastosS A 1979 647p

BRADY N C Organisms and ecology of the soil In The nature of properties of soils Simon amp Schuster A Viacon Company New Jersey1999 402-489p

BON1LLA J A Fundamentos da Agricultura Ecoloacutegica Sobrevivecircncia eQualidade de Vida Satildeo Paulo Nobel 1992

BUREacuteS S Substratos Ediciones Agroteacutecnicas S L Madrid Octubre 1997

BUS1NELLI M Chemical Composition and Enzymic Activity of some Worm Cast Plant Soil v 80 p 1-2 1990

CALEGARI A Espeacutecies para cobertura de solo In IAPAR (Instituto Agronocircmico de Paranaacute) Plantio Direto pequena propriedade sustentaacutevel organizador Moacir Darolt Londrina - PR 1998 65-93

CAMARGO P N D Manual de Adubaccedilatildeo Foliar Satildeo Paulo Herba 1975

CAPRA F A Teia da Vida Satildeo Paulo Cultrix 1997 256p

CAPRA F O Ponto de Mutaccedilatildeo 22 ed Satildeo Paulo Cultrix 2001 447p

CHABOUSSOU F Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da Trofobiose) Porto Alegre LPM 1987 253 p

CLARO S A Referencias tecnoloacutegicos para a agricultura familiar ecoloacutegica aexperiecircncia da Regiatildeo Centro-Serra do Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS-ASCAR 2001 250p

CLIVELA G Diagnoacutestico Agronocircmico da cebola no Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS 1995 8 6 p

COMISSAtildeO DE FERTILIDADE DO SOLO - RSSC Recomendaccedilotildees de adubaccedilatildeo e calagem para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina 3 ed Passo Fundo SBCS - Nuacutecleo Regional Sul 1995 223p

COMPAGNONI L PUTZOLU G Cria moderna de Ias lombrices y utilizacioacutenrentable dei humus Barcelona Editorial de Vecchi- SA 1985127p

COSTABEBER J A MOYANO E Transiccedilatildeo agroecoloacutegica e accedilatildeo social coletiva Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v l n4 p 50- 60 outdez 2 0 0 0

42

COSTA M B B da Adubaccedilatildeo orgacircnica Nova siacutentese e novo caminho para aagricultura Satildeo Paulo Ed iacutecone Ltda 1985 102p

COSTA NETO C Agricultura Sustentaacutevel Tecnologias e Sociedade In CARVALHO COSTA LF et al (org) Mundo Rural e Tempo Presente Rio de Janeiro Mauad 1999

DrsquoAG0ST1NI R L FANTINI A C Produccedilatildeo orgacircnica tambeacutem socialmente excludente Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v3 n l p57-61 2002

DALPONTE J C V Utilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos e fertilizante mineral na produccedilatildeo e qualidade de mudas e bulbos de cebola (Alliurn Cepa L) Pelotas-RS 1990 (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1990

DEBARBA J F THOMAZELLI L F GANDIN C L SILVA E Cadeias produtivas do Estado de Santa Catarina Cebola Florianoacutepolis Epagri 1998 115 p (EPAGRI Boletim Teacutecnico 96)

DUFOUR F Os saacutebios loucos do agro-alimentar Le Monde Diplomatique ano 1 n4 p6-7 1999 (ed portuguesa)

EHLERS E Agricultura Sustetaacutevel Origem e perspectivas de um novo paradigma 2 ed Guaiacuteba Agropecuaacuteria 1999 157 p

FILGUEIRA F A R Novo Manual de olericultura agrotecnologia moderna na produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 2000 402 p

FRASER G K Mateacuteria Orgacircnica Del Suelo In BEAR F E (ed) Quiacutemica dei Suelo Madrid Ed Agrociencia 1963

FOLLET R H MURPHY L S DONAHUE R L Fertilizers and soil amendments New Jersey Printice-Hall Inc 1981 557p

GARCIA A Revista dei Espacio Rural Georgica Zaragoza Escuela Politeacutecnica de Huesca n5 1997

GARCIA A Versatildeo preliminar de um Programa Estadual de Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Bulbos e Sementes de CebolaEMBRAPAIPAGROMARAEMATER 6 8 pbdquo 1990 (Publicaccedilatildeo avulsa)

GIORGETT1 J R Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Mudas de Tomate In Encontro Nacional de Produccedilatildeo e Abastecimento de Tomate 2 1991 Jaboticabal Satildeo Paulo Anais Jaboticabal UNESP 1991 p 242-244

GLIESSMAN S R Agroecologia Processos ecoloacutegicos em agricultura sustentaacutevelPorto Alegre Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS 2000 653p

43

GLIESSMAN S R TURRIALBA C R Agroecologia Procesos Ecoloacutegicos en Agricultura Sostenible CATIE 2002 p 3-14

GNOATTO S C Caracterizaccedilatildeo quiacutemica de vermicompostos de diferentes substratos orgacircnicos Pelotas-RS 1999 38 f (Mestrado em Agronomia - Solos) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

GOMES J C C BORBA M F S A moderna crise dos alimentos oportunidade para a agricultura familiar Emater Porto Alegre julset 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwematertchebrdocsagroecorevistan313-artigo3htmgtAcesso em 24 fev 2002

GOMEZ H W Desenvolvimento sustentaacutevel agriacutecola e capitalismo In Desenvolvimento sustentaacutevel Necessidade eou disponibilidade Santa Cruz do Sul Nobel - UNISC 1997 p 65-77

GONZAacuteLEZ DE MOLINA M SEVILLA GUZMAacuteN E Ecologia campesinado e historia Para una reinterpretacioacuten dei desarrollo dei capitalismo en la agricultura In SEVILLA GUZMAacuteN E GONZAacuteLEZ DE MOLINA M (ed) Ecologia campesinado e historia Madrid La Piqueta 1993 p 23-129

GRIFFITH S A SCHNITZER M Analytical characteristic of humic and fulvic acids extracted from tropical volcanic soils Soil Sei Soc Am Proc v 39 p361-367 1975

GUIMARAtildeES E Caracterizaccedilatildeo quiacutemica estreptoscoacutepica e por anaacutelise teacutermica de aacutecidos huacutemicos e vermicompostos obtidos de estercos de diferentes animaisCuritiba 1997 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Quiacutemica) Universidade Federal do Paranaacute 1997

HESS A F Sociedade e meio ambiente uma relaccedilatildeo ambiacutegua Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v 4 n2 p 167-1741999

ICEPA-SC Informes conjunturais sobre a cultura da cebola Disponiacutevel em lthttpwwwicepa combrgt Acesso em 23 jan 2003

JONES H A MANN L K Onions and their allies New York Interscience Publishers 1962 286 p

JUacuteNIOR H A de MAIORANO J A Receitas obtidas de extratos de plantasCampinas CATITerra Viva [199-] 10 f

KHATOUNIAN C A Ciclo de Palestras sobre Agricultura Orgacircnica 2a Ed SatildeoPaulo Fund Cargill 1997 149 p

KIEHL E J Fertilizantes Orgacircnicos Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1985 492p

44

KOEFF H H PETTERSSON B D SHAUMANN W Vida Vegetal solos e adubaccedilatildeo In Agricultura Biodinacircmica Satildeo Paulo Nobel 1983 p92-149

KONONOVA M M Soil organic matter The importance o f organic matter in soil formation and soil fertility New York Pergamqn Press 1961 p 165-200

KUHN T A Estrutura das Revoluccedilotildees Cientiacuteficas Satildeo Paulo Perspectiva 1989 257p

LANNA FCA ABREU C L ABREU J G SILVA V Resposta de cultivares de melancia cultivadas sob adubaccedilatildeo quiacutemica e orgacircnica Horticultura v 12 n l p85 1994

LEFF H Saber Ambiental Petroacutepolis Vozes 2001 343 p

MAGALHAtildeES J R Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo da cebola In FERREIRA M E CASSTELLANE P D CRUZ M C P Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo de hortaliccedilasPiracicaba POTAFOS 1993 p 381-393

MALAVOLTA E Elementos de nutriccedilatildeo mineral de plantas Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1980 251 p

MALAVOLTA E Manual de Quiacutemica Agriacutecola - Adubos e Adubaccedilatildeo 3a ed SatildeoPaulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1981 606 p

MARTINEZ A A A grande e Poderosa Minhoca Jaboticabal Funep - Unesp1990 101 p

MARTINS S R Desenvolvimento e Sustentabilidade Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v20 n2 julho 2002 Palestra apresentada no 42deg Congresso Brasileiro de Olericultura

MARTINS S R Limites Del Desarrollo Sostenible em Ameacuterica Latina En el marco de Ias poliacuteticas de (re)ajuste econocircmico Pelotas Editora UFPel 1997 135 P-

MARTINS S R Sustentabilidade na agricultura dimensotildees econocircmicas sociais e ambientais Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v4 n 2 p 175-1871999

MATURANA H REZEPKA S N D E Formaccedilatildeo Humana e Capacitaccedilatildeo Rio de Janneiro Vozes 2000 8 6 p

MELLO A F SOBRINHO M O ARZOLLA S SILVEIRA R NETTO A C KIEHL J C Fertilidade do Solo Satildeo Paulo Nobel 1983

MENEZES JUacuteNIOR F O G D Caracterizaccedilatildeo de Diferentes substratos hortiacutecolas e seu efeito na produccedilatildeo de mudas de alface e couve-flor em ambiente protegido Pelotas 1998 141 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1998

45

MIBASA Mineraccedilatildeo Barreto SA Melhorador de Solos MB4 A Natureza Agradece Arapiraca-AL [199-] Folder

MINAMI K Os resumos da olericultura 2000 In AZEVEDO FILHO MARTINEZ FILHO (ed) Preccedilos agriacutecolas Piracicaba ESALQ 1999 p 4

MINAMI K Produccedilatildeo de Mudas de Alta Qualidade em Horticultura Satildeo Paulo TA Queiroz 1995

MORSELLI T B G A Cultivo sucessivo de alface sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegidoPelotas 2001 178 p Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2001

MORSELLI T B G A Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Poliacutegrafo da Disciplina de Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia-Produccedilatildeo Vegetal UFPel 2002

MULLER AM Efeitos da Aplicaccedilatildeo Foliar de um Biofertilizante Enriquecido no Estado fitossanitaacuterio de Tomate Ervilha e Beterraba Sob Manejo OrgacircnicoDissertaccedilatildeo (Mestrado no Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agroecossistemas)1999 (Resumo)

NOLLA D Erosatildeo do Solo - O grande desafio Estado do Rio Grande do Sul SEAGRI desenvolvimento de recursos naturais renovaacuteveis 1982 412 p

PAGLIA AG MORSELLI TBGA PEIL RMN Teores de nutrientes pH e condutividade eleacutetrica da aacutegua em sistema ldquofloat^ngrdquo sob adiccedilatildeo de biofertilizantes Horticultura Brasileira v 20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PAULUS G MULLER A BARCELLOS LAR Agroecologia aplicada praticas e meacutetodos para uma agricultura de base ecoloacutegica 2ed ver ampl Porto Alegre EMATERRS 2001 8 6 p

PEIXOTO R T dos G Composto orgacircnico aplicaccedilotildees benefiacutecios e restriccedilotildees de uso Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 18 p 56-64 julho 2000

PENTEADO SR Defensivos Alternativos e Naturais Satildeo Paulo 1999 95 p

PEREIRA AJ SOUZA RJ PEREIRA WR Efeito de diferentes doses de esterco de galinha e de curral sobre a produccedilatildeo de cebola Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PINHEIRO S BARRETO SB MB-4 agricultura sustentaacutevel trofobiose e biofertilizantes Fundaccedilatildeo Juquira CandiruMibasa 2000 273 p

PRIMAVESI A Agricultura Sustentaacutevel Satildeo Paulo Nobel 1992 142 p

PRIMAVESI A O manejo ecoloacutegico do solo Agricultura em regiotildees tropicais SatildeoPaulo Nobel 1982 541 p

46

PURCINO A A C ldquoNitrogecircniordquo Informe Agropecuaacuterio Belo Horizonte v7 n81 p 16-27 1981

QUIJANO F G Efeito da adubaccedilatildeo orgacircnica no desenvolvimento de duas cultivares de alface em ambiente protegido Pelotas 1999 116f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

RODRIGUES A N N Efeitos e residuais de superfosfato triplo sobre o rendimento de mateacuteria seca e absorccedilatildeo de foacutesforo pela aveia (Avena strigosa Schob) em solo Podzoacutelico Vermelho Escuro Porto Alegre 1984 59f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia UFRGS 1984

RODRIGUES E T CASALI V W D Respostas da alface agrave adubaccedilatildeo orgacircnica II Teores conteuacutedos e utilizaccedilatildeo de macronutrientes em cultivares Rev Ceres Viccedilosa v 45 n 261 p 437-449 1998

SAMINEcircS T C O Produccedilatildeo orgacircnica de alimentos Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 17 n3 novembro 1999

SCHIEDECK G Ambiecircncia e resposta agronocircmica de meloeiro (Cucumis melo L) cultivado sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegido Pelotas lOOp Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2002

SILVA JUacuteNIOR A A GIORGI E Substratos alternativos para a produccedilatildeo de mudas de tomate Agropecuaacuteria Catarinense Florianoacutepolis EPAGRI 1992 23 p

SILVA JUacuteNIOR A A MACEDO S G STUKER H Utilizaccedilatildeo de esterco de peru na produccedilatildeo de mudas de tomateiro Florianoacutepolis EPAGRI 1995 28 p (Boletim Teacutecnico 73)

TAGLIARI PS GRASSMANN H Minhoca a grande aliada da agricultura Agropecuaacuteria Catarinense v8 n l p 11-14 mar 1995

TEDESCO M J GIANELLO C Anaacutelises de solo plantas e outros materiais Porto Alegre Faculdade de Agronomia Departamento de Solos Universidade Federal do Rio Grande do Sul RS 1996

TENNANT D A Test of modified line intersect method of estimating root lenght Journal Ecology Oxford v 63 p 995-1001 1975

TIBAU A O Mateacuteria Orgacircnica do Solo Mateacuteria Orgacircnica e Fertilidade do SoloSatildeo Paulo Nobel 1984 p49-182

TIMM P J Anaacutelise comparativa dos sistemas de plantio convencional e cultivo miacutenimo de cebola sob adubaccedilatildeo orgacircnica e mineral Pelotas 2000 79 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2000

47

VALENZUELA HR CROSBY C Effect of compost applications on the yield of several vegetables in long-term organic farming experiments conduced in the tropics American Society Horticultural Science v33 n3 june 1998

VIGLIZZO E (ed) Subprograma Recursos Naturais y Sostenibilidad Agriacutecola documento marco Montevideo IICAPROCISUR 1995 p 75 - 78

WE1D J M TARDIN J M Proposta para a Ampliaccedilatildeo do Trabalho da ASPTA no Centro Sul do Paranaacute ASPTA Disponiacutevel em http wwwpronafgovbrEncontrotestosAS20PTA20Sul20ParanE1205 202002doc Acesso em 05 mai 2002

XAVIER SIMOacuteN F DOMINGUES D G Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel uma perspectiva agroecoloacutegica Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre EM ATERRS v2 n2 p 17-26 2001

ZABALETA J P Diagnoacutestico da Agricultura Familiar em Satildeo Joseacute do Norte - RSPelotas EMBRAPA-CPACT 1998 75 p (EMBRAPA-CPACT Documentos 44)

ZONTA E P MACHADO A A SILVEIRA P Sanest Sistema de anaacutelise estatiacutestica para microcomputadores Registrado na Secretaria Especial de Informaacutetica sob nuacutemero 066060 - categoria A Pelotas-RS Universidade Federal de Pelotas 1984

48

7 APEcircNDICE

APEcircNDICE A - Anaacutelise da adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes utilizados na produccedilatildeo de mudas de cebola

TABELA 1 A Anaacutelise baacutesica do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo miuacutedo + papua

Arg

pH IND

SMP

MO

P - n r - Na Al Ca__10Omlmdash

Mg

ppm -

6 53 67 089 8 6 27 1 04 05 0 2

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 2A Anaacutelise complementar do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo-miuacutedo + papua

Cobre Zinco Manganecircs Ferro

(m v1)

04 05 26 007

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

49

TABELA 3A Anaacutelise dos fertilizantes soacutelidos

Amostra pH limidade CN

C N P K Ca Mg

- g-ivg --

Cama de 849 2491 12 31042 2479 3888 3405 29875 463

aves

Esterco 74 3594 11 677 590 157 134 335 214

de curral

Huacutemus 684 5738 14 15965 1098 453 745 743 361

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 4A Anaacutelise quiacutemica dos biofertilizantes liacutequidos

Amostra N P K_ccedil H

Ca Mg Cu Zn Fe Mn

mdashgL bull

S Magro

m b 4

Urina

053

1652

8 2 2

008

395

0 0 0

149

1674

471

1902

6872

0 0 0

1150

4507

1172

7273

42

033

101389

920

0 0 0

6250

19458

781

35273

1123

0 2 1

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

50

APEcircNDICE B - Condiccedilotildees climaacuteticas do local

TABELA 1B Condiccedilotildees de temperatura do local

___________ __________TEMPERATURA (degCgt

meses Meacutedia

Maacutexima

Meacutedia

MiacutenimaMeacutedia

Maacutexima

Absoluta

Miacutenima

Absoluta

Junho 225 87 156 320 25

Julho 225 85 155 285 30

Agosto 251 71 161 360 1 0

Fonte FEPAGROSCT 2002

TABELA 2B Condiccedilotildees de chuva do local

mdash CHUVA (mm)mdash

meses Ocorrida Normal Desvio Da Normal

Junho 1080 1 1 0 -2 0

Julho 1062 98 8 2

Agosto 1283 1 2 0 83

Fonte FEPAGROSCT 2002

51

TABELA 1C Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

APEcircNDICE C - Anaacutelise estatiacutestica da parte aeacuterea

Causas G1 FFPA FSPA AP DC

da variaccedilatildeo --------- Quadrados meacutedios-

Blocos 3

Ad Base 2 175359071 1287102 2547419 1 11775

Biofertilizantes 2 126876 29011 87669ns 02185ns

Ad x Biofert 4 572378 31123 69106ns 04159

Resiacuteduo 24 34456 03048 27169 00290

Total 35

Meacutedia geral 93745 8772 320388 6741

CV 1980 6294 5145 2530

Significativo a 5ns Natildeo significativo

52

TABELA 1D Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade

de raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

APEcircNDICE D - Anaacutelise estatiacutestica da raiz

Causas G1 FFR FSR CR RPASR DR

da variaccedilatildeo Quadrados meacutedios---------------

Blocos 3

Ad Base 2 27874 551 623 2 1 0 140

Biofertilizantes 2 178 0 1 0 ni 1504 l03ns 038ns

Ad x Biofert 4 190 058 318 294 183

Resiacuteduo 24 005 009 028 023 0 2 1

Total 35

Meacutedia geral 1818 228 184 387 333

C V 134 1356 448 1253 1396

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

53

APEcircNDICE E - Anaacutelise estatiacutestica dos macronutrientes da parte aeacuterea da cebola

TABELA 1E Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mud^s de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

Causas G1 bull N P K Ca Mg

da variaccedilatildeo

Blocos 3

Ad Base 2 13550306 446627 25509686 1031806 59007

Biofertilizantes 2 180610ns 16564 68153ns 39006 876ns

Ad x Biofert 4 454187 45743 1047539 46950 2464

Resiacuteduo 24 29769 1453 64313 3741 439

Total 35

Meacutedia geral 24921 4597 33366 6943 1615

C V 692 829 760 880 1297

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

APEcircNDICE F - Fotos do experimento

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob uma perspectiva agroecoloacutegica

APEcircNDICE F a Fotos do experimento

FIGURA 1 Adubaccedilatildeo verde com feijatildeo-miuacutedo e papuatilde utilizadas no manejo do solo

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob urna perspectiva agroecoloacutegica

Page 35: PRODUÇÃO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L.) SOB …orgprints.org/24883/1/Paglia_Produção.pdf · vaca mais calda bordalesa; MB4+U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

25

As diferentes adubaccedilotildees seratildeo representadas durante a discussatildeo da seguinte

forma 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e EC

(60 t ha 1 de esterco de curral) 1 VB+SM+U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais

super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+SM+U+CB (45 t ha 1 de

vermicomposto mais super magro mais urina de vaca mais calda bordalesa)

EC+SM+U+CB (60 t ha 1 de esterco de curral mais super magro mais urina de vaca

mais calda bordalesa) 1 VB+MB4 +U+CB (30 t ha 1 de vermicomposto mais MB4 mais

urina de vaca mais calda bordalesa) 15 VB+MB4 +U+CB (45 t ha 1 de vermicomposto

mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa) EC+MB4 +U+CB (60 t ha 1 esterco

de curral mais MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa)

QUADRO 1 Descriccedilatildeo dos fatores experimentais e respectivos niacuteveis

Niacuteveis Fator 1 ADUBACcedilAtildeO DE BASE

0 1 Vermicomposto (30 t ha1)

0 2 Vermicomposto (45 t ha1)

03 Esterco de curral (60 t ha1)

Niacuteveis Fator 2 BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS

0 1 Super magro (5) + Urina de Vaca + Calda Bordalesa

0 2 MB4 (10) + Urina de vaca + Calda Bordalesa

03 Ausecircncia (testemunha)

33 Tratamentos

Da combinaccedilatildeo entre niacuteveis e fatores foram obtidos 9 tratamentos que estatildeo

descritos no Quadro 2 bem como as doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

26

QUADRO 2 Tratamentos e doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

TRATAMENTOS

Ndeg FATOR I FATOR II

0 1 30 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

0 2 30 t harsquo de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

03 30 t ha de vermicomposto - - -

04 45 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

05 45 t ha de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

06 45 t ha de vermicomposto - - -

07 60 t hade esterco Super Magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

08 60 t hade esterco MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

09 60 t hade esterco - - -

Cada parcela foi constituiacuteda por dois canteiros medindo 1 m de largura x 2 m de

comprimento perfazendo 075 m de aacuterea de aacuterea uacutetil (025 m de bordadura) Foi

utilizando semeadura a lanccedilo com densidade de 24 g canteiro1

O vermicomposto a urina de vaca o esterco de curral o alhol os biofertilizantes e

a calda bordalesa foram de procedecircncia do Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul O

vermicomposto de esterco bovino misturado agraves cascas de frutas foi processado pela

minhoca vermelha califomiana Eisenia foetida)

O biofertilizante Super Magro foi elaborado segundo a metodologia descrita pela

FEPAGROSUL utilizando-se os seguintes componentes 190 litros de aacutegua 22 litros

de leite 55 Kg de accediluacutecar mascavo 30 Kg de esterco fresco de bovinos 2 Kg de

Sulfato de zinco 2 Kg de sulfato de magneacutesio 2 Kg de cloreto de caacutelcio 1 Kg de aacutecido

boacuterico 300 g de sulfato de cobre 300 g de sulfato de ferro 300 g de sulfato de

manganecircs 100 g de molibdato de soacutedio 50 g de sulfato de cobalto 3 Kg de fosfato

natural 3 Kg de cinza e 200 g de farinha de osso

A urina de vaca em lactaccedilatildeo foi coletada pela manhatilde e armazenada em recipiente

fechado por trecircs dias em condiccedilotildees ambientais para que se formasse a amocircnia e natildeo

ocorresse perda de nitrogecircnio

28

Realizaram-se duas capinas manuais durante o experimento e em seguida como

cobertura se colocou casca de arroz Tambeacutem foi aplicado esterco de aves 30 dias antes

da colheita na quantidade de 05 Kg canteiro 1 como adubaccedilatildeo de cobertura

As pulverizaccedilotildees com os produtos iniciaram apoacutes 15 dias da germinaccedilatildeo

Realizou-se sete aplicaccedilotildees sendo que as duas primeiras foram feitas apenas com

Super Magro e MB4 Na terceira e na quarta aplicaccedilatildeo utilizou-se urina de vaca e calda

bordalesa em concentraccedilotildees menores (05 e 025 respectivamente) e na quinta

aplicaccedilatildeo as dosagens de urina de vaca e calda bordalesa foram elevadas para 1 0 e

05 respectivamente ateacute o final do experimento O alhol foi utilizado a partir da

terceira pulverizaccedilatildeo na quantidade de 2 e seguiu ateacute o final no dia 26 de agosto

quando as mudas foram colhidas e posteriormente analisadas as variaacuteveis

35 Observaccedilotildees agronocircmicas

Foram utilizadas 20 mudas de cebola para obtenccedilatildeo das meacutedias das variaacuteveis as

quais foram as seguintes

351 Fitomassa fresca da parte aeacuterea e raiacutezes

Foi realizada atraveacutes de uma balanccedila digital procedendo-se a pesagem de 20

mudas de cebola previamente lavadas e posteriormente secadas durante uma hora sobre

um tecido de algodatildeo agrave temperatura ambiente Processo idecircntico foi adotado com as

raiacutezes

352 Fitomassa seca da parte aeacuterea e raiacutezes

Esta variaacutevel foi obtida a partir da secagem preliminar em estufa de ar forccedilado

durante 48 horas a 65 C ateacute peso constante com posterior pesagem em balanccedila

analiacutetica

353 Altura da muda

A altura de muda foi medida a partir do colo das plantas ateacute sua uacuteltima folha

(ponto de crescimento) com uma reacutegua graduada de 40 cm

29

354 Diacircmetro do colo das plantas

Esta medida foi realizada no ponto de transplante a 2 mm das raiacutezes e utilizando-

se um paquiacutemetro SOMET

355 Sistema radicular

Ao teacutermino do experimento foram retiradas as raiacutezes das mesmas plantas que foram

utilizadas para as determinaccedilotildees realizadas na parte aeacuterea procedendo-se uma amostra

de solo com raiacutezes de 2 0 cm de largura x 2 0 cm de comprimento e 2 0 cm de altura

totalizando 8000 cm3

As raiacutezes apoacutes serem lavadas em aacutegua corrente foram pesadas acondicionadas em

sacos plaacutesticos e congeladas para posteriores anaacutelises pelo meacutetodo de Tennant (1975)

para a determinaccedilatildeo do comprimento e densidade

3551 Comprimento de raiz

Utilizou-se para a determinaccedilatildeo do comprimento de raiz as seguintes foacutermulas

1 = ndeg x 1114 x 1 onde

1 - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 0 0 2 g

ndeg - nuacutemero de intercessotildees das raiacutezes com os lados da quadriacutecula da malha do

aparelho

1114 - constante

1 - medida lateral da quadriacutecula em cm

Tomando-se a fiacutetomassa seca e o comprimento da raiz da cada amostra

relacionou-se com a fiacutetomassa seca e o comprimento total da raiz da planta aplicando-

se a seguinte equaccedilatildeo

L = (FSR x 1) FSPA onde

L - comprimento total da raiz da planta (m)

FSR - fiacutetomassa seca de raiz

FSPA - fiacutetomassa seca da parte aeacuterea

L - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 002g

3552 Densidade de raiz

A densidade foi determinada pela foacutermula

D = L 8000 onde

D - densidade de raiacutezes (m cm3)

30

L - comprimento total de raiacutezes (m)

8 0 0 0 - volume da amostra (cm3)

3553 Razatildeo parte aeacutereasistema radicular

Este paracircmetro foi obtido pela equaccedilatildeo

RPASR = FSPA FSR onde

RPASR - razatildeo parte aeacuterea sistema radicular

FSPA - fitomassa seca da parte aeacuterea

FSR - fitomassa seca do sistema radicular

36 Determinaccedilatildeo de macronutrientes no tecido vegetal

Os macronutrientes nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio foram

determinados no laboratoacuterio de Fertilidade e Anaacutelise de Plantas do Departamento de

Solos da UFPel atraveacutes dos meacutetodos descritos por Tedesco amp Gianello (1996)

31

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 Anaacutelise das variaacuteveis

A anaacutelise da variaccedilatildeo mostrou que houve diferenccedila significativa na interaccedilatildeo entre

os fatores de adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes liacutequidos com exceccedilatildeo da variaacutevel altura

de planta para a qual somente a adubaccedilatildeo de base mostrou-se significativa (Apecircndices

C D e E Tabelas 1C 1D e 1E)

411 Anaacutelise da parte aeacuterea

Na Tabela 1 destacaram-se as adubaccedilotildees EC+SM+U+CB EC+MB4 +U+CB e EC

que diferiram significativamente das demais adubaccedilotildees para as variaacuteveis fiacutetomassa

fresca da parte aeacuterea (FFPA) fiacutetomassa seca da parte aeacuterea (FSPA) altura de planta

(AP) e diacircmetro do colo (DC)

32

TABELA 1 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

30 t ha de vermicomposto 7015 c A45 t halsquo de vermicomposto 7824 b B60 t ha de esterco de curral 12248 a C

30 t ha de vermicomposto 667 c A45 t ha de vermicomposto 752 b A60 t ha de esterco de curral 1150a C

30 t ha de vermicomposto 2975 b A45 t harsquo de vermicomposto 2775 b A60 t ha de esterco de curral 3600 a B

30 t ha de vermicomposto 631 b A45 t ha de vermicomposto 6 2 2 b B60 t ha de esterco de curral 741 a C

-Fitomassa fresca (g)----------------6270 c B 6885 b A8832 b A 6308 c C

15082 a A 13934 a BmdashFitomassa seca (g)----------------

625 c A 655 b A830 b A 607 b B

1345 a A 1262 a B-Altura de planta (cm)----------------

2950 b A 3050 b A2937 b A 2950 b A 3975 a A 3622 a B

-Diacircmetro de colo (mm)---------------592 c B 599 b B 657 b A 609 b B 819a A________ 793a B

Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

O efeito positivo do esterco bovino pode ser atribuiacutedo agraves melhorias nas condiccedilotildees

fiacutesicas do solo por ele proporcionado Segundo Primavesi (1982) e Compagnoni amp

Putzolu (1985) o esterco bovino apresenta propriedades condicionadoras do solo dando

agraves plantas melhores condiccedilotildees de desenvolvimento elevando sobremaneira os

conteuacutedos de fitomassa fresca das plantas que refletiratildeo nas demais respostas

agronocircmicas

Analisando as adubaccedilotildees de base em relaccedilatildeo aos biofertilizantes observa-se que

para os tratamentos 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) - natildeo houve influecircncia dos

biofertilizantes para as variaacuteveis FSPA e AP enquanto destacou-se o SM+U+CB para o

DC e SM+U+CB e ausecircncia da adubaccedilatildeo liacutequida para a FFPA mostrando que o uso

dos biofertilizantes natildeo influenciou esta variaacutevel 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) -

verificou-se a eficiecircncia do uso do MB4 +U+CB para as variaacuteveis FFPA e DC Para a

variaacutevel FSPA destacaram-se os dois biofertilizantes utilizados jaacute para AP natildeo houve

33

influecircncia destes EC (60 t ha 1 de esterco de curral) - em todas as variaacuteveis observadas

na tabela 5 as respostas foram significativas utilizando MB4 +U+CB

As respostas encontradas no presente trabalho para as variaacuteveis AP e FSPA foram

superiores as obtidas por Dalponte (1990) quando utilizado 0 esterco de curral para

produccedilatildeo de mudas de cebola

Segundo Filgueira (2000) os solos da regiatildeo produtora de cebola do RS satildeo

pobres em foacutesforo disponiacutevel (15 mg Kg1) necessitando portanto de adubaccedilotildees

fosfatadas elevadas As respostas aqui obtidas podem ser justificadas pelos teores de

foacutesforo contido no MB4

Follet et al (1981) citam a importacircncia do uso de compostos orgacircnicos no solo

enfatizando os estercos no sentido da decomposiccedilatildeo continuada no fornecimento de

nutrientes e na liberaccedilatildeo lenta e gradual de aacutecidos orgacircnicos influenciando a liberaccedilatildeo

do foacutesforo O que provavelmente pode ser atribuiacutedo agraves respostas encontradas no

presente trabalho para 0 tratamento Esterco de curral mais MB4 e Urina mais Calda

Bordalesa

E importante destacar que 0 sistema de produccedilatildeo de mudas de cebola sob uma

perspectiva agroecoloacutegica mostra-se eficiente quando visualmente natildeo percebe-se

diferenccedila significativa entre os tratamentos (Apecircndice F Figura 2)

Conveacutem ressaltar que quando trabalhamos com agroecologia natildeo existem

receitas nem pacotes tecnoloacutegicos prontos Cada situaccedilatildeo deveraacute ser estudada em

particular para que se faccedila recomendaccedilotildees adequadas ao ambiente local uma vez que

as plantas se adaptam ao meio estando a nutriccedilatildeo encarregada de proteger e manter o

equiliacutebrio do organismo vegetal em funccedilatildeo das alteraccedilotildees externas

E fundamental que se compreenda os princiacutepios norteadores de todo o processo

que satildeo as bases da luta por uma sociedade mais justa dentro de um mundo econocircmico e

ambientalmente mais sustentaacutevel

412 Anaacutelise do sistema radicular

Os resultados obtidos nas anaacutelises do sistema radicular (Tabela 2) mostram

diferenccedilas significativas entre as adubaccedilotildees para as variaacuteveis fitomassa fresca de raiz

(FFR) fitomassa seca de raiz (FSR) comprimento de raiz (CR) razatildeo parte

aeacutereasistema radicular (RPASR) e densidade de raiz (DR)

34

TABELA 2 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade de

raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAO DE BASE

S Magro + MB4 +Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

1540 c A 1576 b B 2427 a A

Fitomassa fresca (g)----------------1502 c B 1517 b AB 1658 b A 1446 c C 2336 a B 2360 a B

--------------------Fitomassa seca (g)-------------------196 b A 207 ab A 170 b A170 b A 199 b A 192 b A 344 a A 249 a B 327 a A

Comprimento de raiz(cm)---------------1237 b A 1158 b A 1158 a A1237 b A 1060 c B 1040 b B1433 a A 1296 a B 1040 b C

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t halsquo 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha de vermicomposto 45 t ha de vermicomposto60 t ha~ de esterco de curral__________________________ _________________________Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

-----Razatildeo Parte AeacutereaSistema Radicular------340 b AB 301c B 384 a A446 a A 415 b A 326 a B339 b B 546 a A 388 a B

-------------- Densidade de raiz (m cm3)------------367 a AB 414 a A 325 b B282 b B 301b B 405 a A347 ab A 231c B 324 b A

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base destacou-se o EC (60 t ha 1 de esterco de curral)

para as variaacuteveis FFR e FSR Quando adicionado o SM+U+CB os resultados para FFR

foram ainda melhores bem como o CR As respostas obtidas para a RPASR foram

variadas em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees apresentando melhores resultados para 15 VB (45 t

ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB e ainda melhor para EC (60 t ha 1 de esterco de

curral)+MB4 +U+CB As adubaccedilotildees de base 1 VB 15 VB e EC natildeo diferiram entre si

As adubaccedilotildees mais eficientes para a variaacutevel DR foram 1 VB+SM+U+CV que natildeo

diferiu da EC+SM+U+CB I VB+ MB4 +U+CB e agrave 15 VB foram melhores entre as

demais

35

Analisando os biofertilizantes em relaccedilatildeo a cada adubaccedilatildeo de base verifica-se que

para a 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB destaca-se a variaacutevel FFR

poreacutem sem diferenccedila significativa de 1 VB os melhpres resultados para a variaacutevel DR

foram encontrados pelo tratamento 1 VB+MB4 +U+CB e 15 VB (45 t ha 1 de

vermicomposto) tambeacutem se considera eficiente o 1 VB+SM+U+CB que natildeo diferiu do

EC (esterco de curral) Quando se utilizou 15 VB+ MB4 +U+CB houve resposta

significativa para a variaacutevel FFR para FSR as respostas natildeo foram diferentes com a

aplicaccedilatildeo dos biofertilizantes para as variaacuteveis FSR e DR as adubaccedilotildees EC e

EC+SM+U+CB natildeo diferiram entre si

Embora as respostas estatiacutesticas tenham sido diferentes para as adubaccedilotildees

combinadas ou natildeo pode-se salientar a importacircncia do aacutecido indol-aceacutetico como jaacute

citado anteriormente para as variaacuteveis avaliadas na parte aeacuterea das mudas de cebola

Respostas semelhantes nesse sentido foram encontradas para a cultura da alface por

Quijano (1999) e Morselli (2001)

Pereira et al (2002) concluiacuteram em trabalho realizado com a cultivar de cebola

CNPF1 6400 em Minas Gerais que a utilizaccedilatildeo de 20 t ha de esterco de curral

proporcionou os melhores resultados para a produccedilatildeo de cebola

Silva Juacutenior amp Giorgi (1992) e Menezes Juacutenior (1998) citam que doses elevadas

de mateacuteria orgacircnica podem prejudicar a primeira fase da germinaccedilatildeo (embebiccedilatildeo) e

absorccedilatildeo de aacutegua pelas raiacutezes das placircntulas No entanto no presente trabalho este fato

natildeo ocorreu embora a dose de esterco utilizada tenha sido de 60 t ha 1 (dose maacutexima

recomendada segundo Nolla 1982)

413 Anaacutelise de macronutrientes no tecido vegetal

Os resultados dos conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio no

tecido vegetal sob diferentes adubaccedilotildees encontrados na Tabela 3 indicam mais uma

vez a superioridade da adubaccedilatildeo esterco com 0 uso ou natildeo de biofertilizantes

36

TABELA 3 Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob

uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS i J B

ADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesamg plantas1

---- Nitrogecircnio-----30 t ha de vermicomposto 16593 c AB 15451 c B 19050 b A45 t ha de vermicomposto 21444 b A 22888 b A 17852 b B60 t ha de esterco de curral 32606 a C 37593 a B 40816 a A

--------------- ------ Foacutesforo------- -------------30 t ha de vermicomposto 3098 c B 2802 c B 3999 b A45 t ha de vermicomposto 4109 b A 4135 b A 2788 c B60 t ha de esterco de curral 5300 a B 7577 a A 7565 a A

------- Potaacutessio------30 t ha de vermicomposto 24327 c A 19900 c B 24965 b A45 t ha de vermicomposto 29113b A 29812 b A 22031 b B60 t ha de esterco de curral 44070 a B 51976 a A 54101 a A

-------- Caacutelcio-------30 t ha de vermicomposto 5027 c A 4356 c A 4834 b A45 t ha de vermicomposto 6114b A 6963 b A 4379 b B60 t ha de esterco de curral 9030 a C 11451 a A 10331 a B

------Magneacutesio-----30 t ha de vermicomposto 1188 b A 914 c A 1202 b A45 t ha de vermicomposto 1231 b B 1582 b A 1176 b B60 t ha de esterco de curral 2136a B 2443 a A 2663 a AMeacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base observa-se que o melhor tratamento foi o

esterco de curral para todas as variaacuteveis Para 1 VB (30 t ha^ 1 de vermicomposto) natildeo

houve resposta diferenciada com o uso de bofertilizantes para todas as variaacuteveis A

adubaccedilatildeo 15 VB (45 t ha 1 de vemicomposto) foi influenciada pelos biofertilizantes

para as variaacuteveis N P K e Ca enquanto que para Mg somente o MB4+U+CB o

influenciou O EC (esterco de curral) mostrou diferenccedila significativa apenas para as

variaacuteveis Ca e Mg quando adicionado MB4+U+CB

Segundo Peixoto (2000) eacute fundamental a adiccedilatildeo de adubos orgacircnico no cultivo de

hortaliccedilas seja na forma de esterco decomposto composto ou huacutemus de minhoca de

37

modo a fornecer melhorias nas propriedades do solo vindo a disponibilizar os nutrientes

as diferentes culturas

O esterco fresco conteacutem muita cama celuloacutesica e um elevado teor de aacutegua No

esterco curtido a celulose jaacute estaacute decomposta o teor de aacutegua estaacute reduzido agrave metade e os

nutrientes em uma forma mais assimilaacutevel e mais concentrada O esterco fresco pode

causar uma deficiecircncia temporaacuteria de nitrogecircnio no solo ao se decompor o que natildeo

acontece com o biestabilizado (Kiehl 1985)Ocorre uma diminuiccedilatildeo inicial no volume

de aacutegua retido no esterco de curral diminui inicialmente em tomo de 3581 liberando

posteriormente somente 496 evidenciando a sua capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua

(Menezes Juacutenior 1998)

A utilizaccedilatildeo continuada de adubos nitrogenados minerais no solo altera o balanccedilo

do nitrogecircnio entre o solo e planta No meacutetodo biodinacircmico eacute sublinhada a importacircncia

dos adubos animais para o estabelecimento da fertilidade permanente dos solos (Koeff

et al 1983)

Para Guimaratildees (1997) os benefiacutecios que a mateacuteria orgacircnica imprime ao solo

principalmente melhorando a produtividade fertilidade e a influencia que as substancias

huacutemicas exercem sobre o ambiente dependem da qualidade e do teor de mateacuteria

orgacircnica do solo Estas substacircncias por conterem nutrientes em sua constituiccedilatildeo em uma

forma mais disponiacutevel para as plantas promovem um equiliacutebrio no ambiente no solo

(Kononova 1966)

Aproximadamente de 60 a 70 do total de carbono do solo ocorre na forma de

materiais huacutemicos (Griffith amp Schnitzer 1975) sendo a eles atribuiacutedo a manutenccedilatildeo da

bioestrutura do solo aumentando a capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua (Brady 1999)

Conforme Compagnoni amp Putzolu (1985) os estercos bem como os demais

resiacuteduos orgacircnicos apresentam conteuacutedos diferentes de aacutecidos huacutemicos e fuumllvicos sendo

atribuiacutedo ao acido huacutemico uma accedilatildeo fitoestimulante semelhante aos fitohormocircnios por

favorecer o desenvolvimento do sistema radicular e crescimento do caule

Em trabalho realizado por Guimaratildees (1997) foi encontrado para aacutecidos huacutemicos

de esterco bovino uma relaccedilatildeo CN 1035 e para vermicomposto bovino 17

evidenciando que o esterco quando aplicado ao solo por apresentar uma relaccedilatildeo CN

proacutexima deste reage mais facilmente liberando nutrientes para as plantas sem alterar a

cadeia troacutefiacuteca Dados encontrados no presente trabalho demonstram a eficiecircncia do

esterco nesse sentido

38

De acordo com Morselli (2001) vaacuterios trabalhos citam comentam e discutem a

capacidade dos vermicompostos em proporcionar oacutetimas colheitas e favorecer a

precocidade das plantas cultivadas Poreacutem muitas vezes se observa que mesmo

suprindo essas plantas com nutrientes necessaacuterios atraveacutes de huacutemus de diferentes fontes

as respostas natildeo satildeo as mesmas para uma mesma cultivar

Por outro lado os resultados com o uso de substacircncias huacutemicas satildeo variaacuteveis e

dependem aleacutem da espeacutecie testada das substacircncias huacutemicas utilizadas sua

concentraccedilatildeo o grau de purificaccedilatildeo e das condiccedilotildees experimentais A resposta das

plantas aos aacutecidos huacutemicos e fuacutelvicos eacute dependente da mateacuteria prima original e da

espeacutecie vegetal pois materiais orgacircnicos diferentes apresentam aacutecidos huacutemicos e

fuacutelvicos diferentes (Businelli 1990)

Justificam-se os maiores conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio e caacutelcio nas

adubaccedilotildees 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e biofertilizantes devido

provavelmente ao vermicomposto utilizado apresentar na sua constituiccedilatildeo teores

consideraacuteveis destes elementos aleacutem do que os biofertilizantes possam ter influenciado

na absorccedilatildeo atraveacutes de sua constituiccedilatildeo Tibau (1984) considera que a urina de vaca eacute

rica em aacutecido indol-aceacutetico e este influencia na absorccedilatildeo radicular O efeito positivo

deste tratamento provavelmente seja devido agrave quantidade aplicada

O biofertilizante que se destacou foi o MB4+U+CB em relaccedilatildeo ao EC (esterco de

curral) e eacute somente para a variaacutevel caacutelcio Isto provavelmente seja devido ao alto teor

deste elemento encontrado na sua constituiccedilatildeo (6872 g Kg1) e pela influecircncia positiva

que a calda bordalesa exerce no metabolismo das plantas atraveacutes dos nutrientes

contidos em sua formulaccedilatildeo O Ca controla a absorccedilatildeo radicular e retorna ao solo pelo

esterco e palhas por apresentar-se em maior quantidade em folhas e caules Depois de

localizado nas folhas fica imoacutevel favorecendo a resistecircncia da planta ao ataque de

fungos

Este trabalho avanccedila no estudo da agroecologia estando claro que todos os

criteacuterios tem caraacuteter dinacircmico de adequaccedilatildeo as mudanccedilas de um sistema de produccedilatildeo

em evoluccedilatildeo contribuindo na transiccedilatildeo para um padratildeo sustentaacutevel Cabe a pesquisa a

reorientaccedilatildeo para um enfoque ldquosistecircmicordquo isto eacute que permita integrar os diversos

componentes de um agroecossistema e a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas que promovam 0

fortalecimento e a expansatildeo da agricultura familiar

39

5 CONCLUSOtildeES

Considerando os resultados obtidos e as condiccedilotildees em que o estudo foi realizado

conclui-se que

bull As respostas agronocircmicas das mudas de cebola para os paracircmetros avaliados

satildeo mais satisfatoacuterias com a aplicaccedilatildeo de esterco de curral como adubaccedilatildeo de

base

bull Os biofertilizantes mais urina de vaca e calda bordalesa proporcionam

respostas satisfatoacuterias quando aplicados associados agraves adubaccedilotildees de base

bull O biofertilizante MB4 mais urina de vaca e calda bordalesa eacute mais eficiente

que o super magro mais urina e calda bordalesa quando aplicado associado agrave

adubaccedilatildeo de base esterco de curral para os conteuacutedos de fitomassa secae

fresca da parte aeacuterea das plantas altura e diacircmetro de colo das mudas de

cebola

bull Os biofertilizantes adicionados agrave adubaccedilatildeo de base 45 t harsquo 1 de vermicomposto

bovino mostram respostas significativas para os conteuacutedos de fitomassa seca

bull Os maiores conteuacutedos nutricionais para as mudas de cebola satildeo

proporcionados pela adubaccedilatildeo de base esterco de curral

bull A maior absorccedilatildeo de caacutelcio pelas mudas de cebola ocorre quando da adiccedilatildeo do

biofertilizante MB4 mais urina e calda bordalesa agrave adubaccedilatildeo de base esterco de

curral

40

6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ALDRIGHI CB ABREU CM PAGLIA AG MORSELLI TBGA FERNANDES HS Efeito da aplicaccedilatildeo de biofertilizante e urina de vaca em mudas de tomateiro Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

ALTIERI M NICHOLLS C I Agroecologia Teoria praacutectica para umaAgricultura Sustentable Ia ed PNUMA 2000 Cap 2 4 Seacuterie textos baacutesicos para la formacioacuten ambiental

ALTIERI M Agroecologia bases cientiacuteficas para uma agricultura sustentaacutevelGuaiacuteba Agropecuaacuteria 2002 592 p

ANTONIOLLI Z I GIRACCA E M N CARDOSO S J T WIETHAN M M S FERRI M Iniciaccedilatildeo agrave Minhocultura Criaccedilatildeo em Cativeiro e Vermicompostagem Santa Maria UFSM 1996 p59-89

BAYER C MIELNICZUC J Dinacircmica e funccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica In SANTOS G de A S e CAMARGO F A de O (ed) Fundamentos da mateacuteria orgacircnica do solo ecossistemas tropicais e subtropicais Porto Alegre Genesis 1999 p 3-23

BARRETTO D X Composto Orgacircnico In Praacutetica em Agricultura Orgacircnica Satildeo Paulo iacutecone Ed Ltda 1985 p 51-63

BETTIOL W Alguns produtos alternativos para o controle de doenccedilas de plantasem agricultura orgacircnica II Ciclo de palestras sobre agricultura orgacircnica Instituto Bioloacutegico Satildeo Paulo p52-63 1997

41

BETTIOL W TRACH R GALVAtildeO JAH Controle de doenccedilas de plantas com biofertilizantes Jaguariuacutena EMBRAPA-CNPMA 1997 22p (EMBRAPA- CNPMA Circular Teacutecnica 02)

BRADY N C Natureza e propriedades dos sotos Rio de Janeiro Freitas BastosS A 1979 647p

BRADY N C Organisms and ecology of the soil In The nature of properties of soils Simon amp Schuster A Viacon Company New Jersey1999 402-489p

BON1LLA J A Fundamentos da Agricultura Ecoloacutegica Sobrevivecircncia eQualidade de Vida Satildeo Paulo Nobel 1992

BUREacuteS S Substratos Ediciones Agroteacutecnicas S L Madrid Octubre 1997

BUS1NELLI M Chemical Composition and Enzymic Activity of some Worm Cast Plant Soil v 80 p 1-2 1990

CALEGARI A Espeacutecies para cobertura de solo In IAPAR (Instituto Agronocircmico de Paranaacute) Plantio Direto pequena propriedade sustentaacutevel organizador Moacir Darolt Londrina - PR 1998 65-93

CAMARGO P N D Manual de Adubaccedilatildeo Foliar Satildeo Paulo Herba 1975

CAPRA F A Teia da Vida Satildeo Paulo Cultrix 1997 256p

CAPRA F O Ponto de Mutaccedilatildeo 22 ed Satildeo Paulo Cultrix 2001 447p

CHABOUSSOU F Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da Trofobiose) Porto Alegre LPM 1987 253 p

CLARO S A Referencias tecnoloacutegicos para a agricultura familiar ecoloacutegica aexperiecircncia da Regiatildeo Centro-Serra do Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS-ASCAR 2001 250p

CLIVELA G Diagnoacutestico Agronocircmico da cebola no Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS 1995 8 6 p

COMISSAtildeO DE FERTILIDADE DO SOLO - RSSC Recomendaccedilotildees de adubaccedilatildeo e calagem para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina 3 ed Passo Fundo SBCS - Nuacutecleo Regional Sul 1995 223p

COMPAGNONI L PUTZOLU G Cria moderna de Ias lombrices y utilizacioacutenrentable dei humus Barcelona Editorial de Vecchi- SA 1985127p

COSTABEBER J A MOYANO E Transiccedilatildeo agroecoloacutegica e accedilatildeo social coletiva Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v l n4 p 50- 60 outdez 2 0 0 0

42

COSTA M B B da Adubaccedilatildeo orgacircnica Nova siacutentese e novo caminho para aagricultura Satildeo Paulo Ed iacutecone Ltda 1985 102p

COSTA NETO C Agricultura Sustentaacutevel Tecnologias e Sociedade In CARVALHO COSTA LF et al (org) Mundo Rural e Tempo Presente Rio de Janeiro Mauad 1999

DrsquoAG0ST1NI R L FANTINI A C Produccedilatildeo orgacircnica tambeacutem socialmente excludente Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v3 n l p57-61 2002

DALPONTE J C V Utilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos e fertilizante mineral na produccedilatildeo e qualidade de mudas e bulbos de cebola (Alliurn Cepa L) Pelotas-RS 1990 (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1990

DEBARBA J F THOMAZELLI L F GANDIN C L SILVA E Cadeias produtivas do Estado de Santa Catarina Cebola Florianoacutepolis Epagri 1998 115 p (EPAGRI Boletim Teacutecnico 96)

DUFOUR F Os saacutebios loucos do agro-alimentar Le Monde Diplomatique ano 1 n4 p6-7 1999 (ed portuguesa)

EHLERS E Agricultura Sustetaacutevel Origem e perspectivas de um novo paradigma 2 ed Guaiacuteba Agropecuaacuteria 1999 157 p

FILGUEIRA F A R Novo Manual de olericultura agrotecnologia moderna na produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 2000 402 p

FRASER G K Mateacuteria Orgacircnica Del Suelo In BEAR F E (ed) Quiacutemica dei Suelo Madrid Ed Agrociencia 1963

FOLLET R H MURPHY L S DONAHUE R L Fertilizers and soil amendments New Jersey Printice-Hall Inc 1981 557p

GARCIA A Revista dei Espacio Rural Georgica Zaragoza Escuela Politeacutecnica de Huesca n5 1997

GARCIA A Versatildeo preliminar de um Programa Estadual de Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Bulbos e Sementes de CebolaEMBRAPAIPAGROMARAEMATER 6 8 pbdquo 1990 (Publicaccedilatildeo avulsa)

GIORGETT1 J R Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Mudas de Tomate In Encontro Nacional de Produccedilatildeo e Abastecimento de Tomate 2 1991 Jaboticabal Satildeo Paulo Anais Jaboticabal UNESP 1991 p 242-244

GLIESSMAN S R Agroecologia Processos ecoloacutegicos em agricultura sustentaacutevelPorto Alegre Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS 2000 653p

43

GLIESSMAN S R TURRIALBA C R Agroecologia Procesos Ecoloacutegicos en Agricultura Sostenible CATIE 2002 p 3-14

GNOATTO S C Caracterizaccedilatildeo quiacutemica de vermicompostos de diferentes substratos orgacircnicos Pelotas-RS 1999 38 f (Mestrado em Agronomia - Solos) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

GOMES J C C BORBA M F S A moderna crise dos alimentos oportunidade para a agricultura familiar Emater Porto Alegre julset 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwematertchebrdocsagroecorevistan313-artigo3htmgtAcesso em 24 fev 2002

GOMEZ H W Desenvolvimento sustentaacutevel agriacutecola e capitalismo In Desenvolvimento sustentaacutevel Necessidade eou disponibilidade Santa Cruz do Sul Nobel - UNISC 1997 p 65-77

GONZAacuteLEZ DE MOLINA M SEVILLA GUZMAacuteN E Ecologia campesinado e historia Para una reinterpretacioacuten dei desarrollo dei capitalismo en la agricultura In SEVILLA GUZMAacuteN E GONZAacuteLEZ DE MOLINA M (ed) Ecologia campesinado e historia Madrid La Piqueta 1993 p 23-129

GRIFFITH S A SCHNITZER M Analytical characteristic of humic and fulvic acids extracted from tropical volcanic soils Soil Sei Soc Am Proc v 39 p361-367 1975

GUIMARAtildeES E Caracterizaccedilatildeo quiacutemica estreptoscoacutepica e por anaacutelise teacutermica de aacutecidos huacutemicos e vermicompostos obtidos de estercos de diferentes animaisCuritiba 1997 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Quiacutemica) Universidade Federal do Paranaacute 1997

HESS A F Sociedade e meio ambiente uma relaccedilatildeo ambiacutegua Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v 4 n2 p 167-1741999

ICEPA-SC Informes conjunturais sobre a cultura da cebola Disponiacutevel em lthttpwwwicepa combrgt Acesso em 23 jan 2003

JONES H A MANN L K Onions and their allies New York Interscience Publishers 1962 286 p

JUacuteNIOR H A de MAIORANO J A Receitas obtidas de extratos de plantasCampinas CATITerra Viva [199-] 10 f

KHATOUNIAN C A Ciclo de Palestras sobre Agricultura Orgacircnica 2a Ed SatildeoPaulo Fund Cargill 1997 149 p

KIEHL E J Fertilizantes Orgacircnicos Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1985 492p

44

KOEFF H H PETTERSSON B D SHAUMANN W Vida Vegetal solos e adubaccedilatildeo In Agricultura Biodinacircmica Satildeo Paulo Nobel 1983 p92-149

KONONOVA M M Soil organic matter The importance o f organic matter in soil formation and soil fertility New York Pergamqn Press 1961 p 165-200

KUHN T A Estrutura das Revoluccedilotildees Cientiacuteficas Satildeo Paulo Perspectiva 1989 257p

LANNA FCA ABREU C L ABREU J G SILVA V Resposta de cultivares de melancia cultivadas sob adubaccedilatildeo quiacutemica e orgacircnica Horticultura v 12 n l p85 1994

LEFF H Saber Ambiental Petroacutepolis Vozes 2001 343 p

MAGALHAtildeES J R Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo da cebola In FERREIRA M E CASSTELLANE P D CRUZ M C P Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo de hortaliccedilasPiracicaba POTAFOS 1993 p 381-393

MALAVOLTA E Elementos de nutriccedilatildeo mineral de plantas Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1980 251 p

MALAVOLTA E Manual de Quiacutemica Agriacutecola - Adubos e Adubaccedilatildeo 3a ed SatildeoPaulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1981 606 p

MARTINEZ A A A grande e Poderosa Minhoca Jaboticabal Funep - Unesp1990 101 p

MARTINS S R Desenvolvimento e Sustentabilidade Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v20 n2 julho 2002 Palestra apresentada no 42deg Congresso Brasileiro de Olericultura

MARTINS S R Limites Del Desarrollo Sostenible em Ameacuterica Latina En el marco de Ias poliacuteticas de (re)ajuste econocircmico Pelotas Editora UFPel 1997 135 P-

MARTINS S R Sustentabilidade na agricultura dimensotildees econocircmicas sociais e ambientais Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v4 n 2 p 175-1871999

MATURANA H REZEPKA S N D E Formaccedilatildeo Humana e Capacitaccedilatildeo Rio de Janneiro Vozes 2000 8 6 p

MELLO A F SOBRINHO M O ARZOLLA S SILVEIRA R NETTO A C KIEHL J C Fertilidade do Solo Satildeo Paulo Nobel 1983

MENEZES JUacuteNIOR F O G D Caracterizaccedilatildeo de Diferentes substratos hortiacutecolas e seu efeito na produccedilatildeo de mudas de alface e couve-flor em ambiente protegido Pelotas 1998 141 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1998

45

MIBASA Mineraccedilatildeo Barreto SA Melhorador de Solos MB4 A Natureza Agradece Arapiraca-AL [199-] Folder

MINAMI K Os resumos da olericultura 2000 In AZEVEDO FILHO MARTINEZ FILHO (ed) Preccedilos agriacutecolas Piracicaba ESALQ 1999 p 4

MINAMI K Produccedilatildeo de Mudas de Alta Qualidade em Horticultura Satildeo Paulo TA Queiroz 1995

MORSELLI T B G A Cultivo sucessivo de alface sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegidoPelotas 2001 178 p Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2001

MORSELLI T B G A Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Poliacutegrafo da Disciplina de Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia-Produccedilatildeo Vegetal UFPel 2002

MULLER AM Efeitos da Aplicaccedilatildeo Foliar de um Biofertilizante Enriquecido no Estado fitossanitaacuterio de Tomate Ervilha e Beterraba Sob Manejo OrgacircnicoDissertaccedilatildeo (Mestrado no Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agroecossistemas)1999 (Resumo)

NOLLA D Erosatildeo do Solo - O grande desafio Estado do Rio Grande do Sul SEAGRI desenvolvimento de recursos naturais renovaacuteveis 1982 412 p

PAGLIA AG MORSELLI TBGA PEIL RMN Teores de nutrientes pH e condutividade eleacutetrica da aacutegua em sistema ldquofloat^ngrdquo sob adiccedilatildeo de biofertilizantes Horticultura Brasileira v 20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PAULUS G MULLER A BARCELLOS LAR Agroecologia aplicada praticas e meacutetodos para uma agricultura de base ecoloacutegica 2ed ver ampl Porto Alegre EMATERRS 2001 8 6 p

PEIXOTO R T dos G Composto orgacircnico aplicaccedilotildees benefiacutecios e restriccedilotildees de uso Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 18 p 56-64 julho 2000

PENTEADO SR Defensivos Alternativos e Naturais Satildeo Paulo 1999 95 p

PEREIRA AJ SOUZA RJ PEREIRA WR Efeito de diferentes doses de esterco de galinha e de curral sobre a produccedilatildeo de cebola Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PINHEIRO S BARRETO SB MB-4 agricultura sustentaacutevel trofobiose e biofertilizantes Fundaccedilatildeo Juquira CandiruMibasa 2000 273 p

PRIMAVESI A Agricultura Sustentaacutevel Satildeo Paulo Nobel 1992 142 p

PRIMAVESI A O manejo ecoloacutegico do solo Agricultura em regiotildees tropicais SatildeoPaulo Nobel 1982 541 p

46

PURCINO A A C ldquoNitrogecircniordquo Informe Agropecuaacuterio Belo Horizonte v7 n81 p 16-27 1981

QUIJANO F G Efeito da adubaccedilatildeo orgacircnica no desenvolvimento de duas cultivares de alface em ambiente protegido Pelotas 1999 116f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

RODRIGUES A N N Efeitos e residuais de superfosfato triplo sobre o rendimento de mateacuteria seca e absorccedilatildeo de foacutesforo pela aveia (Avena strigosa Schob) em solo Podzoacutelico Vermelho Escuro Porto Alegre 1984 59f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia UFRGS 1984

RODRIGUES E T CASALI V W D Respostas da alface agrave adubaccedilatildeo orgacircnica II Teores conteuacutedos e utilizaccedilatildeo de macronutrientes em cultivares Rev Ceres Viccedilosa v 45 n 261 p 437-449 1998

SAMINEcircS T C O Produccedilatildeo orgacircnica de alimentos Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 17 n3 novembro 1999

SCHIEDECK G Ambiecircncia e resposta agronocircmica de meloeiro (Cucumis melo L) cultivado sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegido Pelotas lOOp Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2002

SILVA JUacuteNIOR A A GIORGI E Substratos alternativos para a produccedilatildeo de mudas de tomate Agropecuaacuteria Catarinense Florianoacutepolis EPAGRI 1992 23 p

SILVA JUacuteNIOR A A MACEDO S G STUKER H Utilizaccedilatildeo de esterco de peru na produccedilatildeo de mudas de tomateiro Florianoacutepolis EPAGRI 1995 28 p (Boletim Teacutecnico 73)

TAGLIARI PS GRASSMANN H Minhoca a grande aliada da agricultura Agropecuaacuteria Catarinense v8 n l p 11-14 mar 1995

TEDESCO M J GIANELLO C Anaacutelises de solo plantas e outros materiais Porto Alegre Faculdade de Agronomia Departamento de Solos Universidade Federal do Rio Grande do Sul RS 1996

TENNANT D A Test of modified line intersect method of estimating root lenght Journal Ecology Oxford v 63 p 995-1001 1975

TIBAU A O Mateacuteria Orgacircnica do Solo Mateacuteria Orgacircnica e Fertilidade do SoloSatildeo Paulo Nobel 1984 p49-182

TIMM P J Anaacutelise comparativa dos sistemas de plantio convencional e cultivo miacutenimo de cebola sob adubaccedilatildeo orgacircnica e mineral Pelotas 2000 79 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2000

47

VALENZUELA HR CROSBY C Effect of compost applications on the yield of several vegetables in long-term organic farming experiments conduced in the tropics American Society Horticultural Science v33 n3 june 1998

VIGLIZZO E (ed) Subprograma Recursos Naturais y Sostenibilidad Agriacutecola documento marco Montevideo IICAPROCISUR 1995 p 75 - 78

WE1D J M TARDIN J M Proposta para a Ampliaccedilatildeo do Trabalho da ASPTA no Centro Sul do Paranaacute ASPTA Disponiacutevel em http wwwpronafgovbrEncontrotestosAS20PTA20Sul20ParanE1205 202002doc Acesso em 05 mai 2002

XAVIER SIMOacuteN F DOMINGUES D G Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel uma perspectiva agroecoloacutegica Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre EM ATERRS v2 n2 p 17-26 2001

ZABALETA J P Diagnoacutestico da Agricultura Familiar em Satildeo Joseacute do Norte - RSPelotas EMBRAPA-CPACT 1998 75 p (EMBRAPA-CPACT Documentos 44)

ZONTA E P MACHADO A A SILVEIRA P Sanest Sistema de anaacutelise estatiacutestica para microcomputadores Registrado na Secretaria Especial de Informaacutetica sob nuacutemero 066060 - categoria A Pelotas-RS Universidade Federal de Pelotas 1984

48

7 APEcircNDICE

APEcircNDICE A - Anaacutelise da adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes utilizados na produccedilatildeo de mudas de cebola

TABELA 1 A Anaacutelise baacutesica do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo miuacutedo + papua

Arg

pH IND

SMP

MO

P - n r - Na Al Ca__10Omlmdash

Mg

ppm -

6 53 67 089 8 6 27 1 04 05 0 2

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 2A Anaacutelise complementar do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo-miuacutedo + papua

Cobre Zinco Manganecircs Ferro

(m v1)

04 05 26 007

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

49

TABELA 3A Anaacutelise dos fertilizantes soacutelidos

Amostra pH limidade CN

C N P K Ca Mg

- g-ivg --

Cama de 849 2491 12 31042 2479 3888 3405 29875 463

aves

Esterco 74 3594 11 677 590 157 134 335 214

de curral

Huacutemus 684 5738 14 15965 1098 453 745 743 361

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 4A Anaacutelise quiacutemica dos biofertilizantes liacutequidos

Amostra N P K_ccedil H

Ca Mg Cu Zn Fe Mn

mdashgL bull

S Magro

m b 4

Urina

053

1652

8 2 2

008

395

0 0 0

149

1674

471

1902

6872

0 0 0

1150

4507

1172

7273

42

033

101389

920

0 0 0

6250

19458

781

35273

1123

0 2 1

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

50

APEcircNDICE B - Condiccedilotildees climaacuteticas do local

TABELA 1B Condiccedilotildees de temperatura do local

___________ __________TEMPERATURA (degCgt

meses Meacutedia

Maacutexima

Meacutedia

MiacutenimaMeacutedia

Maacutexima

Absoluta

Miacutenima

Absoluta

Junho 225 87 156 320 25

Julho 225 85 155 285 30

Agosto 251 71 161 360 1 0

Fonte FEPAGROSCT 2002

TABELA 2B Condiccedilotildees de chuva do local

mdash CHUVA (mm)mdash

meses Ocorrida Normal Desvio Da Normal

Junho 1080 1 1 0 -2 0

Julho 1062 98 8 2

Agosto 1283 1 2 0 83

Fonte FEPAGROSCT 2002

51

TABELA 1C Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

APEcircNDICE C - Anaacutelise estatiacutestica da parte aeacuterea

Causas G1 FFPA FSPA AP DC

da variaccedilatildeo --------- Quadrados meacutedios-

Blocos 3

Ad Base 2 175359071 1287102 2547419 1 11775

Biofertilizantes 2 126876 29011 87669ns 02185ns

Ad x Biofert 4 572378 31123 69106ns 04159

Resiacuteduo 24 34456 03048 27169 00290

Total 35

Meacutedia geral 93745 8772 320388 6741

CV 1980 6294 5145 2530

Significativo a 5ns Natildeo significativo

52

TABELA 1D Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade

de raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

APEcircNDICE D - Anaacutelise estatiacutestica da raiz

Causas G1 FFR FSR CR RPASR DR

da variaccedilatildeo Quadrados meacutedios---------------

Blocos 3

Ad Base 2 27874 551 623 2 1 0 140

Biofertilizantes 2 178 0 1 0 ni 1504 l03ns 038ns

Ad x Biofert 4 190 058 318 294 183

Resiacuteduo 24 005 009 028 023 0 2 1

Total 35

Meacutedia geral 1818 228 184 387 333

C V 134 1356 448 1253 1396

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

53

APEcircNDICE E - Anaacutelise estatiacutestica dos macronutrientes da parte aeacuterea da cebola

TABELA 1E Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mud^s de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

Causas G1 bull N P K Ca Mg

da variaccedilatildeo

Blocos 3

Ad Base 2 13550306 446627 25509686 1031806 59007

Biofertilizantes 2 180610ns 16564 68153ns 39006 876ns

Ad x Biofert 4 454187 45743 1047539 46950 2464

Resiacuteduo 24 29769 1453 64313 3741 439

Total 35

Meacutedia geral 24921 4597 33366 6943 1615

C V 692 829 760 880 1297

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

APEcircNDICE F - Fotos do experimento

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob uma perspectiva agroecoloacutegica

APEcircNDICE F a Fotos do experimento

FIGURA 1 Adubaccedilatildeo verde com feijatildeo-miuacutedo e papuatilde utilizadas no manejo do solo

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob urna perspectiva agroecoloacutegica

Page 36: PRODUÇÃO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L.) SOB …orgprints.org/24883/1/Paglia_Produção.pdf · vaca mais calda bordalesa; MB4+U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

26

QUADRO 2 Tratamentos e doses de adubaccedilatildeo utilizadas no experimento

TRATAMENTOS

Ndeg FATOR I FATOR II

0 1 30 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

0 2 30 t harsquo de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

03 30 t ha de vermicomposto - - -

04 45 t ha de vermicomposto Super magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

05 45 t ha de vermicomposto MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

06 45 t ha de vermicomposto - - -

07 60 t hade esterco Super Magro 5 Urina de vaca Calda Bordalesa

08 60 t hade esterco MB4 10 Urina de vaca Calda Bordalesa

09 60 t hade esterco - - -

Cada parcela foi constituiacuteda por dois canteiros medindo 1 m de largura x 2 m de

comprimento perfazendo 075 m de aacuterea de aacuterea uacutetil (025 m de bordadura) Foi

utilizando semeadura a lanccedilo com densidade de 24 g canteiro1

O vermicomposto a urina de vaca o esterco de curral o alhol os biofertilizantes e

a calda bordalesa foram de procedecircncia do Centro de Pesquisa da Regiatildeo Sul O

vermicomposto de esterco bovino misturado agraves cascas de frutas foi processado pela

minhoca vermelha califomiana Eisenia foetida)

O biofertilizante Super Magro foi elaborado segundo a metodologia descrita pela

FEPAGROSUL utilizando-se os seguintes componentes 190 litros de aacutegua 22 litros

de leite 55 Kg de accediluacutecar mascavo 30 Kg de esterco fresco de bovinos 2 Kg de

Sulfato de zinco 2 Kg de sulfato de magneacutesio 2 Kg de cloreto de caacutelcio 1 Kg de aacutecido

boacuterico 300 g de sulfato de cobre 300 g de sulfato de ferro 300 g de sulfato de

manganecircs 100 g de molibdato de soacutedio 50 g de sulfato de cobalto 3 Kg de fosfato

natural 3 Kg de cinza e 200 g de farinha de osso

A urina de vaca em lactaccedilatildeo foi coletada pela manhatilde e armazenada em recipiente

fechado por trecircs dias em condiccedilotildees ambientais para que se formasse a amocircnia e natildeo

ocorresse perda de nitrogecircnio

28

Realizaram-se duas capinas manuais durante o experimento e em seguida como

cobertura se colocou casca de arroz Tambeacutem foi aplicado esterco de aves 30 dias antes

da colheita na quantidade de 05 Kg canteiro 1 como adubaccedilatildeo de cobertura

As pulverizaccedilotildees com os produtos iniciaram apoacutes 15 dias da germinaccedilatildeo

Realizou-se sete aplicaccedilotildees sendo que as duas primeiras foram feitas apenas com

Super Magro e MB4 Na terceira e na quarta aplicaccedilatildeo utilizou-se urina de vaca e calda

bordalesa em concentraccedilotildees menores (05 e 025 respectivamente) e na quinta

aplicaccedilatildeo as dosagens de urina de vaca e calda bordalesa foram elevadas para 1 0 e

05 respectivamente ateacute o final do experimento O alhol foi utilizado a partir da

terceira pulverizaccedilatildeo na quantidade de 2 e seguiu ateacute o final no dia 26 de agosto

quando as mudas foram colhidas e posteriormente analisadas as variaacuteveis

35 Observaccedilotildees agronocircmicas

Foram utilizadas 20 mudas de cebola para obtenccedilatildeo das meacutedias das variaacuteveis as

quais foram as seguintes

351 Fitomassa fresca da parte aeacuterea e raiacutezes

Foi realizada atraveacutes de uma balanccedila digital procedendo-se a pesagem de 20

mudas de cebola previamente lavadas e posteriormente secadas durante uma hora sobre

um tecido de algodatildeo agrave temperatura ambiente Processo idecircntico foi adotado com as

raiacutezes

352 Fitomassa seca da parte aeacuterea e raiacutezes

Esta variaacutevel foi obtida a partir da secagem preliminar em estufa de ar forccedilado

durante 48 horas a 65 C ateacute peso constante com posterior pesagem em balanccedila

analiacutetica

353 Altura da muda

A altura de muda foi medida a partir do colo das plantas ateacute sua uacuteltima folha

(ponto de crescimento) com uma reacutegua graduada de 40 cm

29

354 Diacircmetro do colo das plantas

Esta medida foi realizada no ponto de transplante a 2 mm das raiacutezes e utilizando-

se um paquiacutemetro SOMET

355 Sistema radicular

Ao teacutermino do experimento foram retiradas as raiacutezes das mesmas plantas que foram

utilizadas para as determinaccedilotildees realizadas na parte aeacuterea procedendo-se uma amostra

de solo com raiacutezes de 2 0 cm de largura x 2 0 cm de comprimento e 2 0 cm de altura

totalizando 8000 cm3

As raiacutezes apoacutes serem lavadas em aacutegua corrente foram pesadas acondicionadas em

sacos plaacutesticos e congeladas para posteriores anaacutelises pelo meacutetodo de Tennant (1975)

para a determinaccedilatildeo do comprimento e densidade

3551 Comprimento de raiz

Utilizou-se para a determinaccedilatildeo do comprimento de raiz as seguintes foacutermulas

1 = ndeg x 1114 x 1 onde

1 - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 0 0 2 g

ndeg - nuacutemero de intercessotildees das raiacutezes com os lados da quadriacutecula da malha do

aparelho

1114 - constante

1 - medida lateral da quadriacutecula em cm

Tomando-se a fiacutetomassa seca e o comprimento da raiz da cada amostra

relacionou-se com a fiacutetomassa seca e o comprimento total da raiz da planta aplicando-

se a seguinte equaccedilatildeo

L = (FSR x 1) FSPA onde

L - comprimento total da raiz da planta (m)

FSR - fiacutetomassa seca de raiz

FSPA - fiacutetomassa seca da parte aeacuterea

L - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 002g

3552 Densidade de raiz

A densidade foi determinada pela foacutermula

D = L 8000 onde

D - densidade de raiacutezes (m cm3)

30

L - comprimento total de raiacutezes (m)

8 0 0 0 - volume da amostra (cm3)

3553 Razatildeo parte aeacutereasistema radicular

Este paracircmetro foi obtido pela equaccedilatildeo

RPASR = FSPA FSR onde

RPASR - razatildeo parte aeacuterea sistema radicular

FSPA - fitomassa seca da parte aeacuterea

FSR - fitomassa seca do sistema radicular

36 Determinaccedilatildeo de macronutrientes no tecido vegetal

Os macronutrientes nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio foram

determinados no laboratoacuterio de Fertilidade e Anaacutelise de Plantas do Departamento de

Solos da UFPel atraveacutes dos meacutetodos descritos por Tedesco amp Gianello (1996)

31

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 Anaacutelise das variaacuteveis

A anaacutelise da variaccedilatildeo mostrou que houve diferenccedila significativa na interaccedilatildeo entre

os fatores de adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes liacutequidos com exceccedilatildeo da variaacutevel altura

de planta para a qual somente a adubaccedilatildeo de base mostrou-se significativa (Apecircndices

C D e E Tabelas 1C 1D e 1E)

411 Anaacutelise da parte aeacuterea

Na Tabela 1 destacaram-se as adubaccedilotildees EC+SM+U+CB EC+MB4 +U+CB e EC

que diferiram significativamente das demais adubaccedilotildees para as variaacuteveis fiacutetomassa

fresca da parte aeacuterea (FFPA) fiacutetomassa seca da parte aeacuterea (FSPA) altura de planta

(AP) e diacircmetro do colo (DC)

32

TABELA 1 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

30 t ha de vermicomposto 7015 c A45 t halsquo de vermicomposto 7824 b B60 t ha de esterco de curral 12248 a C

30 t ha de vermicomposto 667 c A45 t ha de vermicomposto 752 b A60 t ha de esterco de curral 1150a C

30 t ha de vermicomposto 2975 b A45 t harsquo de vermicomposto 2775 b A60 t ha de esterco de curral 3600 a B

30 t ha de vermicomposto 631 b A45 t ha de vermicomposto 6 2 2 b B60 t ha de esterco de curral 741 a C

-Fitomassa fresca (g)----------------6270 c B 6885 b A8832 b A 6308 c C

15082 a A 13934 a BmdashFitomassa seca (g)----------------

625 c A 655 b A830 b A 607 b B

1345 a A 1262 a B-Altura de planta (cm)----------------

2950 b A 3050 b A2937 b A 2950 b A 3975 a A 3622 a B

-Diacircmetro de colo (mm)---------------592 c B 599 b B 657 b A 609 b B 819a A________ 793a B

Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

O efeito positivo do esterco bovino pode ser atribuiacutedo agraves melhorias nas condiccedilotildees

fiacutesicas do solo por ele proporcionado Segundo Primavesi (1982) e Compagnoni amp

Putzolu (1985) o esterco bovino apresenta propriedades condicionadoras do solo dando

agraves plantas melhores condiccedilotildees de desenvolvimento elevando sobremaneira os

conteuacutedos de fitomassa fresca das plantas que refletiratildeo nas demais respostas

agronocircmicas

Analisando as adubaccedilotildees de base em relaccedilatildeo aos biofertilizantes observa-se que

para os tratamentos 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) - natildeo houve influecircncia dos

biofertilizantes para as variaacuteveis FSPA e AP enquanto destacou-se o SM+U+CB para o

DC e SM+U+CB e ausecircncia da adubaccedilatildeo liacutequida para a FFPA mostrando que o uso

dos biofertilizantes natildeo influenciou esta variaacutevel 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) -

verificou-se a eficiecircncia do uso do MB4 +U+CB para as variaacuteveis FFPA e DC Para a

variaacutevel FSPA destacaram-se os dois biofertilizantes utilizados jaacute para AP natildeo houve

33

influecircncia destes EC (60 t ha 1 de esterco de curral) - em todas as variaacuteveis observadas

na tabela 5 as respostas foram significativas utilizando MB4 +U+CB

As respostas encontradas no presente trabalho para as variaacuteveis AP e FSPA foram

superiores as obtidas por Dalponte (1990) quando utilizado 0 esterco de curral para

produccedilatildeo de mudas de cebola

Segundo Filgueira (2000) os solos da regiatildeo produtora de cebola do RS satildeo

pobres em foacutesforo disponiacutevel (15 mg Kg1) necessitando portanto de adubaccedilotildees

fosfatadas elevadas As respostas aqui obtidas podem ser justificadas pelos teores de

foacutesforo contido no MB4

Follet et al (1981) citam a importacircncia do uso de compostos orgacircnicos no solo

enfatizando os estercos no sentido da decomposiccedilatildeo continuada no fornecimento de

nutrientes e na liberaccedilatildeo lenta e gradual de aacutecidos orgacircnicos influenciando a liberaccedilatildeo

do foacutesforo O que provavelmente pode ser atribuiacutedo agraves respostas encontradas no

presente trabalho para 0 tratamento Esterco de curral mais MB4 e Urina mais Calda

Bordalesa

E importante destacar que 0 sistema de produccedilatildeo de mudas de cebola sob uma

perspectiva agroecoloacutegica mostra-se eficiente quando visualmente natildeo percebe-se

diferenccedila significativa entre os tratamentos (Apecircndice F Figura 2)

Conveacutem ressaltar que quando trabalhamos com agroecologia natildeo existem

receitas nem pacotes tecnoloacutegicos prontos Cada situaccedilatildeo deveraacute ser estudada em

particular para que se faccedila recomendaccedilotildees adequadas ao ambiente local uma vez que

as plantas se adaptam ao meio estando a nutriccedilatildeo encarregada de proteger e manter o

equiliacutebrio do organismo vegetal em funccedilatildeo das alteraccedilotildees externas

E fundamental que se compreenda os princiacutepios norteadores de todo o processo

que satildeo as bases da luta por uma sociedade mais justa dentro de um mundo econocircmico e

ambientalmente mais sustentaacutevel

412 Anaacutelise do sistema radicular

Os resultados obtidos nas anaacutelises do sistema radicular (Tabela 2) mostram

diferenccedilas significativas entre as adubaccedilotildees para as variaacuteveis fitomassa fresca de raiz

(FFR) fitomassa seca de raiz (FSR) comprimento de raiz (CR) razatildeo parte

aeacutereasistema radicular (RPASR) e densidade de raiz (DR)

34

TABELA 2 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade de

raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAO DE BASE

S Magro + MB4 +Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

1540 c A 1576 b B 2427 a A

Fitomassa fresca (g)----------------1502 c B 1517 b AB 1658 b A 1446 c C 2336 a B 2360 a B

--------------------Fitomassa seca (g)-------------------196 b A 207 ab A 170 b A170 b A 199 b A 192 b A 344 a A 249 a B 327 a A

Comprimento de raiz(cm)---------------1237 b A 1158 b A 1158 a A1237 b A 1060 c B 1040 b B1433 a A 1296 a B 1040 b C

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t halsquo 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha de vermicomposto 45 t ha de vermicomposto60 t ha~ de esterco de curral__________________________ _________________________Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

-----Razatildeo Parte AeacutereaSistema Radicular------340 b AB 301c B 384 a A446 a A 415 b A 326 a B339 b B 546 a A 388 a B

-------------- Densidade de raiz (m cm3)------------367 a AB 414 a A 325 b B282 b B 301b B 405 a A347 ab A 231c B 324 b A

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base destacou-se o EC (60 t ha 1 de esterco de curral)

para as variaacuteveis FFR e FSR Quando adicionado o SM+U+CB os resultados para FFR

foram ainda melhores bem como o CR As respostas obtidas para a RPASR foram

variadas em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees apresentando melhores resultados para 15 VB (45 t

ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB e ainda melhor para EC (60 t ha 1 de esterco de

curral)+MB4 +U+CB As adubaccedilotildees de base 1 VB 15 VB e EC natildeo diferiram entre si

As adubaccedilotildees mais eficientes para a variaacutevel DR foram 1 VB+SM+U+CV que natildeo

diferiu da EC+SM+U+CB I VB+ MB4 +U+CB e agrave 15 VB foram melhores entre as

demais

35

Analisando os biofertilizantes em relaccedilatildeo a cada adubaccedilatildeo de base verifica-se que

para a 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB destaca-se a variaacutevel FFR

poreacutem sem diferenccedila significativa de 1 VB os melhpres resultados para a variaacutevel DR

foram encontrados pelo tratamento 1 VB+MB4 +U+CB e 15 VB (45 t ha 1 de

vermicomposto) tambeacutem se considera eficiente o 1 VB+SM+U+CB que natildeo diferiu do

EC (esterco de curral) Quando se utilizou 15 VB+ MB4 +U+CB houve resposta

significativa para a variaacutevel FFR para FSR as respostas natildeo foram diferentes com a

aplicaccedilatildeo dos biofertilizantes para as variaacuteveis FSR e DR as adubaccedilotildees EC e

EC+SM+U+CB natildeo diferiram entre si

Embora as respostas estatiacutesticas tenham sido diferentes para as adubaccedilotildees

combinadas ou natildeo pode-se salientar a importacircncia do aacutecido indol-aceacutetico como jaacute

citado anteriormente para as variaacuteveis avaliadas na parte aeacuterea das mudas de cebola

Respostas semelhantes nesse sentido foram encontradas para a cultura da alface por

Quijano (1999) e Morselli (2001)

Pereira et al (2002) concluiacuteram em trabalho realizado com a cultivar de cebola

CNPF1 6400 em Minas Gerais que a utilizaccedilatildeo de 20 t ha de esterco de curral

proporcionou os melhores resultados para a produccedilatildeo de cebola

Silva Juacutenior amp Giorgi (1992) e Menezes Juacutenior (1998) citam que doses elevadas

de mateacuteria orgacircnica podem prejudicar a primeira fase da germinaccedilatildeo (embebiccedilatildeo) e

absorccedilatildeo de aacutegua pelas raiacutezes das placircntulas No entanto no presente trabalho este fato

natildeo ocorreu embora a dose de esterco utilizada tenha sido de 60 t ha 1 (dose maacutexima

recomendada segundo Nolla 1982)

413 Anaacutelise de macronutrientes no tecido vegetal

Os resultados dos conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio no

tecido vegetal sob diferentes adubaccedilotildees encontrados na Tabela 3 indicam mais uma

vez a superioridade da adubaccedilatildeo esterco com 0 uso ou natildeo de biofertilizantes

36

TABELA 3 Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob

uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS i J B

ADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesamg plantas1

---- Nitrogecircnio-----30 t ha de vermicomposto 16593 c AB 15451 c B 19050 b A45 t ha de vermicomposto 21444 b A 22888 b A 17852 b B60 t ha de esterco de curral 32606 a C 37593 a B 40816 a A

--------------- ------ Foacutesforo------- -------------30 t ha de vermicomposto 3098 c B 2802 c B 3999 b A45 t ha de vermicomposto 4109 b A 4135 b A 2788 c B60 t ha de esterco de curral 5300 a B 7577 a A 7565 a A

------- Potaacutessio------30 t ha de vermicomposto 24327 c A 19900 c B 24965 b A45 t ha de vermicomposto 29113b A 29812 b A 22031 b B60 t ha de esterco de curral 44070 a B 51976 a A 54101 a A

-------- Caacutelcio-------30 t ha de vermicomposto 5027 c A 4356 c A 4834 b A45 t ha de vermicomposto 6114b A 6963 b A 4379 b B60 t ha de esterco de curral 9030 a C 11451 a A 10331 a B

------Magneacutesio-----30 t ha de vermicomposto 1188 b A 914 c A 1202 b A45 t ha de vermicomposto 1231 b B 1582 b A 1176 b B60 t ha de esterco de curral 2136a B 2443 a A 2663 a AMeacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base observa-se que o melhor tratamento foi o

esterco de curral para todas as variaacuteveis Para 1 VB (30 t ha^ 1 de vermicomposto) natildeo

houve resposta diferenciada com o uso de bofertilizantes para todas as variaacuteveis A

adubaccedilatildeo 15 VB (45 t ha 1 de vemicomposto) foi influenciada pelos biofertilizantes

para as variaacuteveis N P K e Ca enquanto que para Mg somente o MB4+U+CB o

influenciou O EC (esterco de curral) mostrou diferenccedila significativa apenas para as

variaacuteveis Ca e Mg quando adicionado MB4+U+CB

Segundo Peixoto (2000) eacute fundamental a adiccedilatildeo de adubos orgacircnico no cultivo de

hortaliccedilas seja na forma de esterco decomposto composto ou huacutemus de minhoca de

37

modo a fornecer melhorias nas propriedades do solo vindo a disponibilizar os nutrientes

as diferentes culturas

O esterco fresco conteacutem muita cama celuloacutesica e um elevado teor de aacutegua No

esterco curtido a celulose jaacute estaacute decomposta o teor de aacutegua estaacute reduzido agrave metade e os

nutrientes em uma forma mais assimilaacutevel e mais concentrada O esterco fresco pode

causar uma deficiecircncia temporaacuteria de nitrogecircnio no solo ao se decompor o que natildeo

acontece com o biestabilizado (Kiehl 1985)Ocorre uma diminuiccedilatildeo inicial no volume

de aacutegua retido no esterco de curral diminui inicialmente em tomo de 3581 liberando

posteriormente somente 496 evidenciando a sua capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua

(Menezes Juacutenior 1998)

A utilizaccedilatildeo continuada de adubos nitrogenados minerais no solo altera o balanccedilo

do nitrogecircnio entre o solo e planta No meacutetodo biodinacircmico eacute sublinhada a importacircncia

dos adubos animais para o estabelecimento da fertilidade permanente dos solos (Koeff

et al 1983)

Para Guimaratildees (1997) os benefiacutecios que a mateacuteria orgacircnica imprime ao solo

principalmente melhorando a produtividade fertilidade e a influencia que as substancias

huacutemicas exercem sobre o ambiente dependem da qualidade e do teor de mateacuteria

orgacircnica do solo Estas substacircncias por conterem nutrientes em sua constituiccedilatildeo em uma

forma mais disponiacutevel para as plantas promovem um equiliacutebrio no ambiente no solo

(Kononova 1966)

Aproximadamente de 60 a 70 do total de carbono do solo ocorre na forma de

materiais huacutemicos (Griffith amp Schnitzer 1975) sendo a eles atribuiacutedo a manutenccedilatildeo da

bioestrutura do solo aumentando a capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua (Brady 1999)

Conforme Compagnoni amp Putzolu (1985) os estercos bem como os demais

resiacuteduos orgacircnicos apresentam conteuacutedos diferentes de aacutecidos huacutemicos e fuumllvicos sendo

atribuiacutedo ao acido huacutemico uma accedilatildeo fitoestimulante semelhante aos fitohormocircnios por

favorecer o desenvolvimento do sistema radicular e crescimento do caule

Em trabalho realizado por Guimaratildees (1997) foi encontrado para aacutecidos huacutemicos

de esterco bovino uma relaccedilatildeo CN 1035 e para vermicomposto bovino 17

evidenciando que o esterco quando aplicado ao solo por apresentar uma relaccedilatildeo CN

proacutexima deste reage mais facilmente liberando nutrientes para as plantas sem alterar a

cadeia troacutefiacuteca Dados encontrados no presente trabalho demonstram a eficiecircncia do

esterco nesse sentido

38

De acordo com Morselli (2001) vaacuterios trabalhos citam comentam e discutem a

capacidade dos vermicompostos em proporcionar oacutetimas colheitas e favorecer a

precocidade das plantas cultivadas Poreacutem muitas vezes se observa que mesmo

suprindo essas plantas com nutrientes necessaacuterios atraveacutes de huacutemus de diferentes fontes

as respostas natildeo satildeo as mesmas para uma mesma cultivar

Por outro lado os resultados com o uso de substacircncias huacutemicas satildeo variaacuteveis e

dependem aleacutem da espeacutecie testada das substacircncias huacutemicas utilizadas sua

concentraccedilatildeo o grau de purificaccedilatildeo e das condiccedilotildees experimentais A resposta das

plantas aos aacutecidos huacutemicos e fuacutelvicos eacute dependente da mateacuteria prima original e da

espeacutecie vegetal pois materiais orgacircnicos diferentes apresentam aacutecidos huacutemicos e

fuacutelvicos diferentes (Businelli 1990)

Justificam-se os maiores conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio e caacutelcio nas

adubaccedilotildees 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e biofertilizantes devido

provavelmente ao vermicomposto utilizado apresentar na sua constituiccedilatildeo teores

consideraacuteveis destes elementos aleacutem do que os biofertilizantes possam ter influenciado

na absorccedilatildeo atraveacutes de sua constituiccedilatildeo Tibau (1984) considera que a urina de vaca eacute

rica em aacutecido indol-aceacutetico e este influencia na absorccedilatildeo radicular O efeito positivo

deste tratamento provavelmente seja devido agrave quantidade aplicada

O biofertilizante que se destacou foi o MB4+U+CB em relaccedilatildeo ao EC (esterco de

curral) e eacute somente para a variaacutevel caacutelcio Isto provavelmente seja devido ao alto teor

deste elemento encontrado na sua constituiccedilatildeo (6872 g Kg1) e pela influecircncia positiva

que a calda bordalesa exerce no metabolismo das plantas atraveacutes dos nutrientes

contidos em sua formulaccedilatildeo O Ca controla a absorccedilatildeo radicular e retorna ao solo pelo

esterco e palhas por apresentar-se em maior quantidade em folhas e caules Depois de

localizado nas folhas fica imoacutevel favorecendo a resistecircncia da planta ao ataque de

fungos

Este trabalho avanccedila no estudo da agroecologia estando claro que todos os

criteacuterios tem caraacuteter dinacircmico de adequaccedilatildeo as mudanccedilas de um sistema de produccedilatildeo

em evoluccedilatildeo contribuindo na transiccedilatildeo para um padratildeo sustentaacutevel Cabe a pesquisa a

reorientaccedilatildeo para um enfoque ldquosistecircmicordquo isto eacute que permita integrar os diversos

componentes de um agroecossistema e a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas que promovam 0

fortalecimento e a expansatildeo da agricultura familiar

39

5 CONCLUSOtildeES

Considerando os resultados obtidos e as condiccedilotildees em que o estudo foi realizado

conclui-se que

bull As respostas agronocircmicas das mudas de cebola para os paracircmetros avaliados

satildeo mais satisfatoacuterias com a aplicaccedilatildeo de esterco de curral como adubaccedilatildeo de

base

bull Os biofertilizantes mais urina de vaca e calda bordalesa proporcionam

respostas satisfatoacuterias quando aplicados associados agraves adubaccedilotildees de base

bull O biofertilizante MB4 mais urina de vaca e calda bordalesa eacute mais eficiente

que o super magro mais urina e calda bordalesa quando aplicado associado agrave

adubaccedilatildeo de base esterco de curral para os conteuacutedos de fitomassa secae

fresca da parte aeacuterea das plantas altura e diacircmetro de colo das mudas de

cebola

bull Os biofertilizantes adicionados agrave adubaccedilatildeo de base 45 t harsquo 1 de vermicomposto

bovino mostram respostas significativas para os conteuacutedos de fitomassa seca

bull Os maiores conteuacutedos nutricionais para as mudas de cebola satildeo

proporcionados pela adubaccedilatildeo de base esterco de curral

bull A maior absorccedilatildeo de caacutelcio pelas mudas de cebola ocorre quando da adiccedilatildeo do

biofertilizante MB4 mais urina e calda bordalesa agrave adubaccedilatildeo de base esterco de

curral

40

6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ALDRIGHI CB ABREU CM PAGLIA AG MORSELLI TBGA FERNANDES HS Efeito da aplicaccedilatildeo de biofertilizante e urina de vaca em mudas de tomateiro Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

ALTIERI M NICHOLLS C I Agroecologia Teoria praacutectica para umaAgricultura Sustentable Ia ed PNUMA 2000 Cap 2 4 Seacuterie textos baacutesicos para la formacioacuten ambiental

ALTIERI M Agroecologia bases cientiacuteficas para uma agricultura sustentaacutevelGuaiacuteba Agropecuaacuteria 2002 592 p

ANTONIOLLI Z I GIRACCA E M N CARDOSO S J T WIETHAN M M S FERRI M Iniciaccedilatildeo agrave Minhocultura Criaccedilatildeo em Cativeiro e Vermicompostagem Santa Maria UFSM 1996 p59-89

BAYER C MIELNICZUC J Dinacircmica e funccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica In SANTOS G de A S e CAMARGO F A de O (ed) Fundamentos da mateacuteria orgacircnica do solo ecossistemas tropicais e subtropicais Porto Alegre Genesis 1999 p 3-23

BARRETTO D X Composto Orgacircnico In Praacutetica em Agricultura Orgacircnica Satildeo Paulo iacutecone Ed Ltda 1985 p 51-63

BETTIOL W Alguns produtos alternativos para o controle de doenccedilas de plantasem agricultura orgacircnica II Ciclo de palestras sobre agricultura orgacircnica Instituto Bioloacutegico Satildeo Paulo p52-63 1997

41

BETTIOL W TRACH R GALVAtildeO JAH Controle de doenccedilas de plantas com biofertilizantes Jaguariuacutena EMBRAPA-CNPMA 1997 22p (EMBRAPA- CNPMA Circular Teacutecnica 02)

BRADY N C Natureza e propriedades dos sotos Rio de Janeiro Freitas BastosS A 1979 647p

BRADY N C Organisms and ecology of the soil In The nature of properties of soils Simon amp Schuster A Viacon Company New Jersey1999 402-489p

BON1LLA J A Fundamentos da Agricultura Ecoloacutegica Sobrevivecircncia eQualidade de Vida Satildeo Paulo Nobel 1992

BUREacuteS S Substratos Ediciones Agroteacutecnicas S L Madrid Octubre 1997

BUS1NELLI M Chemical Composition and Enzymic Activity of some Worm Cast Plant Soil v 80 p 1-2 1990

CALEGARI A Espeacutecies para cobertura de solo In IAPAR (Instituto Agronocircmico de Paranaacute) Plantio Direto pequena propriedade sustentaacutevel organizador Moacir Darolt Londrina - PR 1998 65-93

CAMARGO P N D Manual de Adubaccedilatildeo Foliar Satildeo Paulo Herba 1975

CAPRA F A Teia da Vida Satildeo Paulo Cultrix 1997 256p

CAPRA F O Ponto de Mutaccedilatildeo 22 ed Satildeo Paulo Cultrix 2001 447p

CHABOUSSOU F Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da Trofobiose) Porto Alegre LPM 1987 253 p

CLARO S A Referencias tecnoloacutegicos para a agricultura familiar ecoloacutegica aexperiecircncia da Regiatildeo Centro-Serra do Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS-ASCAR 2001 250p

CLIVELA G Diagnoacutestico Agronocircmico da cebola no Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS 1995 8 6 p

COMISSAtildeO DE FERTILIDADE DO SOLO - RSSC Recomendaccedilotildees de adubaccedilatildeo e calagem para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina 3 ed Passo Fundo SBCS - Nuacutecleo Regional Sul 1995 223p

COMPAGNONI L PUTZOLU G Cria moderna de Ias lombrices y utilizacioacutenrentable dei humus Barcelona Editorial de Vecchi- SA 1985127p

COSTABEBER J A MOYANO E Transiccedilatildeo agroecoloacutegica e accedilatildeo social coletiva Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v l n4 p 50- 60 outdez 2 0 0 0

42

COSTA M B B da Adubaccedilatildeo orgacircnica Nova siacutentese e novo caminho para aagricultura Satildeo Paulo Ed iacutecone Ltda 1985 102p

COSTA NETO C Agricultura Sustentaacutevel Tecnologias e Sociedade In CARVALHO COSTA LF et al (org) Mundo Rural e Tempo Presente Rio de Janeiro Mauad 1999

DrsquoAG0ST1NI R L FANTINI A C Produccedilatildeo orgacircnica tambeacutem socialmente excludente Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v3 n l p57-61 2002

DALPONTE J C V Utilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos e fertilizante mineral na produccedilatildeo e qualidade de mudas e bulbos de cebola (Alliurn Cepa L) Pelotas-RS 1990 (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1990

DEBARBA J F THOMAZELLI L F GANDIN C L SILVA E Cadeias produtivas do Estado de Santa Catarina Cebola Florianoacutepolis Epagri 1998 115 p (EPAGRI Boletim Teacutecnico 96)

DUFOUR F Os saacutebios loucos do agro-alimentar Le Monde Diplomatique ano 1 n4 p6-7 1999 (ed portuguesa)

EHLERS E Agricultura Sustetaacutevel Origem e perspectivas de um novo paradigma 2 ed Guaiacuteba Agropecuaacuteria 1999 157 p

FILGUEIRA F A R Novo Manual de olericultura agrotecnologia moderna na produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 2000 402 p

FRASER G K Mateacuteria Orgacircnica Del Suelo In BEAR F E (ed) Quiacutemica dei Suelo Madrid Ed Agrociencia 1963

FOLLET R H MURPHY L S DONAHUE R L Fertilizers and soil amendments New Jersey Printice-Hall Inc 1981 557p

GARCIA A Revista dei Espacio Rural Georgica Zaragoza Escuela Politeacutecnica de Huesca n5 1997

GARCIA A Versatildeo preliminar de um Programa Estadual de Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Bulbos e Sementes de CebolaEMBRAPAIPAGROMARAEMATER 6 8 pbdquo 1990 (Publicaccedilatildeo avulsa)

GIORGETT1 J R Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Mudas de Tomate In Encontro Nacional de Produccedilatildeo e Abastecimento de Tomate 2 1991 Jaboticabal Satildeo Paulo Anais Jaboticabal UNESP 1991 p 242-244

GLIESSMAN S R Agroecologia Processos ecoloacutegicos em agricultura sustentaacutevelPorto Alegre Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS 2000 653p

43

GLIESSMAN S R TURRIALBA C R Agroecologia Procesos Ecoloacutegicos en Agricultura Sostenible CATIE 2002 p 3-14

GNOATTO S C Caracterizaccedilatildeo quiacutemica de vermicompostos de diferentes substratos orgacircnicos Pelotas-RS 1999 38 f (Mestrado em Agronomia - Solos) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

GOMES J C C BORBA M F S A moderna crise dos alimentos oportunidade para a agricultura familiar Emater Porto Alegre julset 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwematertchebrdocsagroecorevistan313-artigo3htmgtAcesso em 24 fev 2002

GOMEZ H W Desenvolvimento sustentaacutevel agriacutecola e capitalismo In Desenvolvimento sustentaacutevel Necessidade eou disponibilidade Santa Cruz do Sul Nobel - UNISC 1997 p 65-77

GONZAacuteLEZ DE MOLINA M SEVILLA GUZMAacuteN E Ecologia campesinado e historia Para una reinterpretacioacuten dei desarrollo dei capitalismo en la agricultura In SEVILLA GUZMAacuteN E GONZAacuteLEZ DE MOLINA M (ed) Ecologia campesinado e historia Madrid La Piqueta 1993 p 23-129

GRIFFITH S A SCHNITZER M Analytical characteristic of humic and fulvic acids extracted from tropical volcanic soils Soil Sei Soc Am Proc v 39 p361-367 1975

GUIMARAtildeES E Caracterizaccedilatildeo quiacutemica estreptoscoacutepica e por anaacutelise teacutermica de aacutecidos huacutemicos e vermicompostos obtidos de estercos de diferentes animaisCuritiba 1997 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Quiacutemica) Universidade Federal do Paranaacute 1997

HESS A F Sociedade e meio ambiente uma relaccedilatildeo ambiacutegua Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v 4 n2 p 167-1741999

ICEPA-SC Informes conjunturais sobre a cultura da cebola Disponiacutevel em lthttpwwwicepa combrgt Acesso em 23 jan 2003

JONES H A MANN L K Onions and their allies New York Interscience Publishers 1962 286 p

JUacuteNIOR H A de MAIORANO J A Receitas obtidas de extratos de plantasCampinas CATITerra Viva [199-] 10 f

KHATOUNIAN C A Ciclo de Palestras sobre Agricultura Orgacircnica 2a Ed SatildeoPaulo Fund Cargill 1997 149 p

KIEHL E J Fertilizantes Orgacircnicos Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1985 492p

44

KOEFF H H PETTERSSON B D SHAUMANN W Vida Vegetal solos e adubaccedilatildeo In Agricultura Biodinacircmica Satildeo Paulo Nobel 1983 p92-149

KONONOVA M M Soil organic matter The importance o f organic matter in soil formation and soil fertility New York Pergamqn Press 1961 p 165-200

KUHN T A Estrutura das Revoluccedilotildees Cientiacuteficas Satildeo Paulo Perspectiva 1989 257p

LANNA FCA ABREU C L ABREU J G SILVA V Resposta de cultivares de melancia cultivadas sob adubaccedilatildeo quiacutemica e orgacircnica Horticultura v 12 n l p85 1994

LEFF H Saber Ambiental Petroacutepolis Vozes 2001 343 p

MAGALHAtildeES J R Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo da cebola In FERREIRA M E CASSTELLANE P D CRUZ M C P Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo de hortaliccedilasPiracicaba POTAFOS 1993 p 381-393

MALAVOLTA E Elementos de nutriccedilatildeo mineral de plantas Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1980 251 p

MALAVOLTA E Manual de Quiacutemica Agriacutecola - Adubos e Adubaccedilatildeo 3a ed SatildeoPaulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1981 606 p

MARTINEZ A A A grande e Poderosa Minhoca Jaboticabal Funep - Unesp1990 101 p

MARTINS S R Desenvolvimento e Sustentabilidade Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v20 n2 julho 2002 Palestra apresentada no 42deg Congresso Brasileiro de Olericultura

MARTINS S R Limites Del Desarrollo Sostenible em Ameacuterica Latina En el marco de Ias poliacuteticas de (re)ajuste econocircmico Pelotas Editora UFPel 1997 135 P-

MARTINS S R Sustentabilidade na agricultura dimensotildees econocircmicas sociais e ambientais Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v4 n 2 p 175-1871999

MATURANA H REZEPKA S N D E Formaccedilatildeo Humana e Capacitaccedilatildeo Rio de Janneiro Vozes 2000 8 6 p

MELLO A F SOBRINHO M O ARZOLLA S SILVEIRA R NETTO A C KIEHL J C Fertilidade do Solo Satildeo Paulo Nobel 1983

MENEZES JUacuteNIOR F O G D Caracterizaccedilatildeo de Diferentes substratos hortiacutecolas e seu efeito na produccedilatildeo de mudas de alface e couve-flor em ambiente protegido Pelotas 1998 141 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1998

45

MIBASA Mineraccedilatildeo Barreto SA Melhorador de Solos MB4 A Natureza Agradece Arapiraca-AL [199-] Folder

MINAMI K Os resumos da olericultura 2000 In AZEVEDO FILHO MARTINEZ FILHO (ed) Preccedilos agriacutecolas Piracicaba ESALQ 1999 p 4

MINAMI K Produccedilatildeo de Mudas de Alta Qualidade em Horticultura Satildeo Paulo TA Queiroz 1995

MORSELLI T B G A Cultivo sucessivo de alface sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegidoPelotas 2001 178 p Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2001

MORSELLI T B G A Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Poliacutegrafo da Disciplina de Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia-Produccedilatildeo Vegetal UFPel 2002

MULLER AM Efeitos da Aplicaccedilatildeo Foliar de um Biofertilizante Enriquecido no Estado fitossanitaacuterio de Tomate Ervilha e Beterraba Sob Manejo OrgacircnicoDissertaccedilatildeo (Mestrado no Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agroecossistemas)1999 (Resumo)

NOLLA D Erosatildeo do Solo - O grande desafio Estado do Rio Grande do Sul SEAGRI desenvolvimento de recursos naturais renovaacuteveis 1982 412 p

PAGLIA AG MORSELLI TBGA PEIL RMN Teores de nutrientes pH e condutividade eleacutetrica da aacutegua em sistema ldquofloat^ngrdquo sob adiccedilatildeo de biofertilizantes Horticultura Brasileira v 20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PAULUS G MULLER A BARCELLOS LAR Agroecologia aplicada praticas e meacutetodos para uma agricultura de base ecoloacutegica 2ed ver ampl Porto Alegre EMATERRS 2001 8 6 p

PEIXOTO R T dos G Composto orgacircnico aplicaccedilotildees benefiacutecios e restriccedilotildees de uso Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 18 p 56-64 julho 2000

PENTEADO SR Defensivos Alternativos e Naturais Satildeo Paulo 1999 95 p

PEREIRA AJ SOUZA RJ PEREIRA WR Efeito de diferentes doses de esterco de galinha e de curral sobre a produccedilatildeo de cebola Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PINHEIRO S BARRETO SB MB-4 agricultura sustentaacutevel trofobiose e biofertilizantes Fundaccedilatildeo Juquira CandiruMibasa 2000 273 p

PRIMAVESI A Agricultura Sustentaacutevel Satildeo Paulo Nobel 1992 142 p

PRIMAVESI A O manejo ecoloacutegico do solo Agricultura em regiotildees tropicais SatildeoPaulo Nobel 1982 541 p

46

PURCINO A A C ldquoNitrogecircniordquo Informe Agropecuaacuterio Belo Horizonte v7 n81 p 16-27 1981

QUIJANO F G Efeito da adubaccedilatildeo orgacircnica no desenvolvimento de duas cultivares de alface em ambiente protegido Pelotas 1999 116f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

RODRIGUES A N N Efeitos e residuais de superfosfato triplo sobre o rendimento de mateacuteria seca e absorccedilatildeo de foacutesforo pela aveia (Avena strigosa Schob) em solo Podzoacutelico Vermelho Escuro Porto Alegre 1984 59f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia UFRGS 1984

RODRIGUES E T CASALI V W D Respostas da alface agrave adubaccedilatildeo orgacircnica II Teores conteuacutedos e utilizaccedilatildeo de macronutrientes em cultivares Rev Ceres Viccedilosa v 45 n 261 p 437-449 1998

SAMINEcircS T C O Produccedilatildeo orgacircnica de alimentos Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 17 n3 novembro 1999

SCHIEDECK G Ambiecircncia e resposta agronocircmica de meloeiro (Cucumis melo L) cultivado sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegido Pelotas lOOp Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2002

SILVA JUacuteNIOR A A GIORGI E Substratos alternativos para a produccedilatildeo de mudas de tomate Agropecuaacuteria Catarinense Florianoacutepolis EPAGRI 1992 23 p

SILVA JUacuteNIOR A A MACEDO S G STUKER H Utilizaccedilatildeo de esterco de peru na produccedilatildeo de mudas de tomateiro Florianoacutepolis EPAGRI 1995 28 p (Boletim Teacutecnico 73)

TAGLIARI PS GRASSMANN H Minhoca a grande aliada da agricultura Agropecuaacuteria Catarinense v8 n l p 11-14 mar 1995

TEDESCO M J GIANELLO C Anaacutelises de solo plantas e outros materiais Porto Alegre Faculdade de Agronomia Departamento de Solos Universidade Federal do Rio Grande do Sul RS 1996

TENNANT D A Test of modified line intersect method of estimating root lenght Journal Ecology Oxford v 63 p 995-1001 1975

TIBAU A O Mateacuteria Orgacircnica do Solo Mateacuteria Orgacircnica e Fertilidade do SoloSatildeo Paulo Nobel 1984 p49-182

TIMM P J Anaacutelise comparativa dos sistemas de plantio convencional e cultivo miacutenimo de cebola sob adubaccedilatildeo orgacircnica e mineral Pelotas 2000 79 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2000

47

VALENZUELA HR CROSBY C Effect of compost applications on the yield of several vegetables in long-term organic farming experiments conduced in the tropics American Society Horticultural Science v33 n3 june 1998

VIGLIZZO E (ed) Subprograma Recursos Naturais y Sostenibilidad Agriacutecola documento marco Montevideo IICAPROCISUR 1995 p 75 - 78

WE1D J M TARDIN J M Proposta para a Ampliaccedilatildeo do Trabalho da ASPTA no Centro Sul do Paranaacute ASPTA Disponiacutevel em http wwwpronafgovbrEncontrotestosAS20PTA20Sul20ParanE1205 202002doc Acesso em 05 mai 2002

XAVIER SIMOacuteN F DOMINGUES D G Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel uma perspectiva agroecoloacutegica Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre EM ATERRS v2 n2 p 17-26 2001

ZABALETA J P Diagnoacutestico da Agricultura Familiar em Satildeo Joseacute do Norte - RSPelotas EMBRAPA-CPACT 1998 75 p (EMBRAPA-CPACT Documentos 44)

ZONTA E P MACHADO A A SILVEIRA P Sanest Sistema de anaacutelise estatiacutestica para microcomputadores Registrado na Secretaria Especial de Informaacutetica sob nuacutemero 066060 - categoria A Pelotas-RS Universidade Federal de Pelotas 1984

48

7 APEcircNDICE

APEcircNDICE A - Anaacutelise da adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes utilizados na produccedilatildeo de mudas de cebola

TABELA 1 A Anaacutelise baacutesica do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo miuacutedo + papua

Arg

pH IND

SMP

MO

P - n r - Na Al Ca__10Omlmdash

Mg

ppm -

6 53 67 089 8 6 27 1 04 05 0 2

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 2A Anaacutelise complementar do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo-miuacutedo + papua

Cobre Zinco Manganecircs Ferro

(m v1)

04 05 26 007

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

49

TABELA 3A Anaacutelise dos fertilizantes soacutelidos

Amostra pH limidade CN

C N P K Ca Mg

- g-ivg --

Cama de 849 2491 12 31042 2479 3888 3405 29875 463

aves

Esterco 74 3594 11 677 590 157 134 335 214

de curral

Huacutemus 684 5738 14 15965 1098 453 745 743 361

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 4A Anaacutelise quiacutemica dos biofertilizantes liacutequidos

Amostra N P K_ccedil H

Ca Mg Cu Zn Fe Mn

mdashgL bull

S Magro

m b 4

Urina

053

1652

8 2 2

008

395

0 0 0

149

1674

471

1902

6872

0 0 0

1150

4507

1172

7273

42

033

101389

920

0 0 0

6250

19458

781

35273

1123

0 2 1

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

50

APEcircNDICE B - Condiccedilotildees climaacuteticas do local

TABELA 1B Condiccedilotildees de temperatura do local

___________ __________TEMPERATURA (degCgt

meses Meacutedia

Maacutexima

Meacutedia

MiacutenimaMeacutedia

Maacutexima

Absoluta

Miacutenima

Absoluta

Junho 225 87 156 320 25

Julho 225 85 155 285 30

Agosto 251 71 161 360 1 0

Fonte FEPAGROSCT 2002

TABELA 2B Condiccedilotildees de chuva do local

mdash CHUVA (mm)mdash

meses Ocorrida Normal Desvio Da Normal

Junho 1080 1 1 0 -2 0

Julho 1062 98 8 2

Agosto 1283 1 2 0 83

Fonte FEPAGROSCT 2002

51

TABELA 1C Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

APEcircNDICE C - Anaacutelise estatiacutestica da parte aeacuterea

Causas G1 FFPA FSPA AP DC

da variaccedilatildeo --------- Quadrados meacutedios-

Blocos 3

Ad Base 2 175359071 1287102 2547419 1 11775

Biofertilizantes 2 126876 29011 87669ns 02185ns

Ad x Biofert 4 572378 31123 69106ns 04159

Resiacuteduo 24 34456 03048 27169 00290

Total 35

Meacutedia geral 93745 8772 320388 6741

CV 1980 6294 5145 2530

Significativo a 5ns Natildeo significativo

52

TABELA 1D Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade

de raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

APEcircNDICE D - Anaacutelise estatiacutestica da raiz

Causas G1 FFR FSR CR RPASR DR

da variaccedilatildeo Quadrados meacutedios---------------

Blocos 3

Ad Base 2 27874 551 623 2 1 0 140

Biofertilizantes 2 178 0 1 0 ni 1504 l03ns 038ns

Ad x Biofert 4 190 058 318 294 183

Resiacuteduo 24 005 009 028 023 0 2 1

Total 35

Meacutedia geral 1818 228 184 387 333

C V 134 1356 448 1253 1396

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

53

APEcircNDICE E - Anaacutelise estatiacutestica dos macronutrientes da parte aeacuterea da cebola

TABELA 1E Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mud^s de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

Causas G1 bull N P K Ca Mg

da variaccedilatildeo

Blocos 3

Ad Base 2 13550306 446627 25509686 1031806 59007

Biofertilizantes 2 180610ns 16564 68153ns 39006 876ns

Ad x Biofert 4 454187 45743 1047539 46950 2464

Resiacuteduo 24 29769 1453 64313 3741 439

Total 35

Meacutedia geral 24921 4597 33366 6943 1615

C V 692 829 760 880 1297

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

APEcircNDICE F - Fotos do experimento

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob uma perspectiva agroecoloacutegica

APEcircNDICE F a Fotos do experimento

FIGURA 1 Adubaccedilatildeo verde com feijatildeo-miuacutedo e papuatilde utilizadas no manejo do solo

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob urna perspectiva agroecoloacutegica

Page 37: PRODUÇÃO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L.) SOB …orgprints.org/24883/1/Paglia_Produção.pdf · vaca mais calda bordalesa; MB4+U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

28

Realizaram-se duas capinas manuais durante o experimento e em seguida como

cobertura se colocou casca de arroz Tambeacutem foi aplicado esterco de aves 30 dias antes

da colheita na quantidade de 05 Kg canteiro 1 como adubaccedilatildeo de cobertura

As pulverizaccedilotildees com os produtos iniciaram apoacutes 15 dias da germinaccedilatildeo

Realizou-se sete aplicaccedilotildees sendo que as duas primeiras foram feitas apenas com

Super Magro e MB4 Na terceira e na quarta aplicaccedilatildeo utilizou-se urina de vaca e calda

bordalesa em concentraccedilotildees menores (05 e 025 respectivamente) e na quinta

aplicaccedilatildeo as dosagens de urina de vaca e calda bordalesa foram elevadas para 1 0 e

05 respectivamente ateacute o final do experimento O alhol foi utilizado a partir da

terceira pulverizaccedilatildeo na quantidade de 2 e seguiu ateacute o final no dia 26 de agosto

quando as mudas foram colhidas e posteriormente analisadas as variaacuteveis

35 Observaccedilotildees agronocircmicas

Foram utilizadas 20 mudas de cebola para obtenccedilatildeo das meacutedias das variaacuteveis as

quais foram as seguintes

351 Fitomassa fresca da parte aeacuterea e raiacutezes

Foi realizada atraveacutes de uma balanccedila digital procedendo-se a pesagem de 20

mudas de cebola previamente lavadas e posteriormente secadas durante uma hora sobre

um tecido de algodatildeo agrave temperatura ambiente Processo idecircntico foi adotado com as

raiacutezes

352 Fitomassa seca da parte aeacuterea e raiacutezes

Esta variaacutevel foi obtida a partir da secagem preliminar em estufa de ar forccedilado

durante 48 horas a 65 C ateacute peso constante com posterior pesagem em balanccedila

analiacutetica

353 Altura da muda

A altura de muda foi medida a partir do colo das plantas ateacute sua uacuteltima folha

(ponto de crescimento) com uma reacutegua graduada de 40 cm

29

354 Diacircmetro do colo das plantas

Esta medida foi realizada no ponto de transplante a 2 mm das raiacutezes e utilizando-

se um paquiacutemetro SOMET

355 Sistema radicular

Ao teacutermino do experimento foram retiradas as raiacutezes das mesmas plantas que foram

utilizadas para as determinaccedilotildees realizadas na parte aeacuterea procedendo-se uma amostra

de solo com raiacutezes de 2 0 cm de largura x 2 0 cm de comprimento e 2 0 cm de altura

totalizando 8000 cm3

As raiacutezes apoacutes serem lavadas em aacutegua corrente foram pesadas acondicionadas em

sacos plaacutesticos e congeladas para posteriores anaacutelises pelo meacutetodo de Tennant (1975)

para a determinaccedilatildeo do comprimento e densidade

3551 Comprimento de raiz

Utilizou-se para a determinaccedilatildeo do comprimento de raiz as seguintes foacutermulas

1 = ndeg x 1114 x 1 onde

1 - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 0 0 2 g

ndeg - nuacutemero de intercessotildees das raiacutezes com os lados da quadriacutecula da malha do

aparelho

1114 - constante

1 - medida lateral da quadriacutecula em cm

Tomando-se a fiacutetomassa seca e o comprimento da raiz da cada amostra

relacionou-se com a fiacutetomassa seca e o comprimento total da raiz da planta aplicando-

se a seguinte equaccedilatildeo

L = (FSR x 1) FSPA onde

L - comprimento total da raiz da planta (m)

FSR - fiacutetomassa seca de raiz

FSPA - fiacutetomassa seca da parte aeacuterea

L - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 002g

3552 Densidade de raiz

A densidade foi determinada pela foacutermula

D = L 8000 onde

D - densidade de raiacutezes (m cm3)

30

L - comprimento total de raiacutezes (m)

8 0 0 0 - volume da amostra (cm3)

3553 Razatildeo parte aeacutereasistema radicular

Este paracircmetro foi obtido pela equaccedilatildeo

RPASR = FSPA FSR onde

RPASR - razatildeo parte aeacuterea sistema radicular

FSPA - fitomassa seca da parte aeacuterea

FSR - fitomassa seca do sistema radicular

36 Determinaccedilatildeo de macronutrientes no tecido vegetal

Os macronutrientes nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio foram

determinados no laboratoacuterio de Fertilidade e Anaacutelise de Plantas do Departamento de

Solos da UFPel atraveacutes dos meacutetodos descritos por Tedesco amp Gianello (1996)

31

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 Anaacutelise das variaacuteveis

A anaacutelise da variaccedilatildeo mostrou que houve diferenccedila significativa na interaccedilatildeo entre

os fatores de adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes liacutequidos com exceccedilatildeo da variaacutevel altura

de planta para a qual somente a adubaccedilatildeo de base mostrou-se significativa (Apecircndices

C D e E Tabelas 1C 1D e 1E)

411 Anaacutelise da parte aeacuterea

Na Tabela 1 destacaram-se as adubaccedilotildees EC+SM+U+CB EC+MB4 +U+CB e EC

que diferiram significativamente das demais adubaccedilotildees para as variaacuteveis fiacutetomassa

fresca da parte aeacuterea (FFPA) fiacutetomassa seca da parte aeacuterea (FSPA) altura de planta

(AP) e diacircmetro do colo (DC)

32

TABELA 1 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

30 t ha de vermicomposto 7015 c A45 t halsquo de vermicomposto 7824 b B60 t ha de esterco de curral 12248 a C

30 t ha de vermicomposto 667 c A45 t ha de vermicomposto 752 b A60 t ha de esterco de curral 1150a C

30 t ha de vermicomposto 2975 b A45 t harsquo de vermicomposto 2775 b A60 t ha de esterco de curral 3600 a B

30 t ha de vermicomposto 631 b A45 t ha de vermicomposto 6 2 2 b B60 t ha de esterco de curral 741 a C

-Fitomassa fresca (g)----------------6270 c B 6885 b A8832 b A 6308 c C

15082 a A 13934 a BmdashFitomassa seca (g)----------------

625 c A 655 b A830 b A 607 b B

1345 a A 1262 a B-Altura de planta (cm)----------------

2950 b A 3050 b A2937 b A 2950 b A 3975 a A 3622 a B

-Diacircmetro de colo (mm)---------------592 c B 599 b B 657 b A 609 b B 819a A________ 793a B

Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

O efeito positivo do esterco bovino pode ser atribuiacutedo agraves melhorias nas condiccedilotildees

fiacutesicas do solo por ele proporcionado Segundo Primavesi (1982) e Compagnoni amp

Putzolu (1985) o esterco bovino apresenta propriedades condicionadoras do solo dando

agraves plantas melhores condiccedilotildees de desenvolvimento elevando sobremaneira os

conteuacutedos de fitomassa fresca das plantas que refletiratildeo nas demais respostas

agronocircmicas

Analisando as adubaccedilotildees de base em relaccedilatildeo aos biofertilizantes observa-se que

para os tratamentos 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) - natildeo houve influecircncia dos

biofertilizantes para as variaacuteveis FSPA e AP enquanto destacou-se o SM+U+CB para o

DC e SM+U+CB e ausecircncia da adubaccedilatildeo liacutequida para a FFPA mostrando que o uso

dos biofertilizantes natildeo influenciou esta variaacutevel 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) -

verificou-se a eficiecircncia do uso do MB4 +U+CB para as variaacuteveis FFPA e DC Para a

variaacutevel FSPA destacaram-se os dois biofertilizantes utilizados jaacute para AP natildeo houve

33

influecircncia destes EC (60 t ha 1 de esterco de curral) - em todas as variaacuteveis observadas

na tabela 5 as respostas foram significativas utilizando MB4 +U+CB

As respostas encontradas no presente trabalho para as variaacuteveis AP e FSPA foram

superiores as obtidas por Dalponte (1990) quando utilizado 0 esterco de curral para

produccedilatildeo de mudas de cebola

Segundo Filgueira (2000) os solos da regiatildeo produtora de cebola do RS satildeo

pobres em foacutesforo disponiacutevel (15 mg Kg1) necessitando portanto de adubaccedilotildees

fosfatadas elevadas As respostas aqui obtidas podem ser justificadas pelos teores de

foacutesforo contido no MB4

Follet et al (1981) citam a importacircncia do uso de compostos orgacircnicos no solo

enfatizando os estercos no sentido da decomposiccedilatildeo continuada no fornecimento de

nutrientes e na liberaccedilatildeo lenta e gradual de aacutecidos orgacircnicos influenciando a liberaccedilatildeo

do foacutesforo O que provavelmente pode ser atribuiacutedo agraves respostas encontradas no

presente trabalho para 0 tratamento Esterco de curral mais MB4 e Urina mais Calda

Bordalesa

E importante destacar que 0 sistema de produccedilatildeo de mudas de cebola sob uma

perspectiva agroecoloacutegica mostra-se eficiente quando visualmente natildeo percebe-se

diferenccedila significativa entre os tratamentos (Apecircndice F Figura 2)

Conveacutem ressaltar que quando trabalhamos com agroecologia natildeo existem

receitas nem pacotes tecnoloacutegicos prontos Cada situaccedilatildeo deveraacute ser estudada em

particular para que se faccedila recomendaccedilotildees adequadas ao ambiente local uma vez que

as plantas se adaptam ao meio estando a nutriccedilatildeo encarregada de proteger e manter o

equiliacutebrio do organismo vegetal em funccedilatildeo das alteraccedilotildees externas

E fundamental que se compreenda os princiacutepios norteadores de todo o processo

que satildeo as bases da luta por uma sociedade mais justa dentro de um mundo econocircmico e

ambientalmente mais sustentaacutevel

412 Anaacutelise do sistema radicular

Os resultados obtidos nas anaacutelises do sistema radicular (Tabela 2) mostram

diferenccedilas significativas entre as adubaccedilotildees para as variaacuteveis fitomassa fresca de raiz

(FFR) fitomassa seca de raiz (FSR) comprimento de raiz (CR) razatildeo parte

aeacutereasistema radicular (RPASR) e densidade de raiz (DR)

34

TABELA 2 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade de

raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAO DE BASE

S Magro + MB4 +Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

1540 c A 1576 b B 2427 a A

Fitomassa fresca (g)----------------1502 c B 1517 b AB 1658 b A 1446 c C 2336 a B 2360 a B

--------------------Fitomassa seca (g)-------------------196 b A 207 ab A 170 b A170 b A 199 b A 192 b A 344 a A 249 a B 327 a A

Comprimento de raiz(cm)---------------1237 b A 1158 b A 1158 a A1237 b A 1060 c B 1040 b B1433 a A 1296 a B 1040 b C

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t halsquo 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha de vermicomposto 45 t ha de vermicomposto60 t ha~ de esterco de curral__________________________ _________________________Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

-----Razatildeo Parte AeacutereaSistema Radicular------340 b AB 301c B 384 a A446 a A 415 b A 326 a B339 b B 546 a A 388 a B

-------------- Densidade de raiz (m cm3)------------367 a AB 414 a A 325 b B282 b B 301b B 405 a A347 ab A 231c B 324 b A

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base destacou-se o EC (60 t ha 1 de esterco de curral)

para as variaacuteveis FFR e FSR Quando adicionado o SM+U+CB os resultados para FFR

foram ainda melhores bem como o CR As respostas obtidas para a RPASR foram

variadas em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees apresentando melhores resultados para 15 VB (45 t

ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB e ainda melhor para EC (60 t ha 1 de esterco de

curral)+MB4 +U+CB As adubaccedilotildees de base 1 VB 15 VB e EC natildeo diferiram entre si

As adubaccedilotildees mais eficientes para a variaacutevel DR foram 1 VB+SM+U+CV que natildeo

diferiu da EC+SM+U+CB I VB+ MB4 +U+CB e agrave 15 VB foram melhores entre as

demais

35

Analisando os biofertilizantes em relaccedilatildeo a cada adubaccedilatildeo de base verifica-se que

para a 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB destaca-se a variaacutevel FFR

poreacutem sem diferenccedila significativa de 1 VB os melhpres resultados para a variaacutevel DR

foram encontrados pelo tratamento 1 VB+MB4 +U+CB e 15 VB (45 t ha 1 de

vermicomposto) tambeacutem se considera eficiente o 1 VB+SM+U+CB que natildeo diferiu do

EC (esterco de curral) Quando se utilizou 15 VB+ MB4 +U+CB houve resposta

significativa para a variaacutevel FFR para FSR as respostas natildeo foram diferentes com a

aplicaccedilatildeo dos biofertilizantes para as variaacuteveis FSR e DR as adubaccedilotildees EC e

EC+SM+U+CB natildeo diferiram entre si

Embora as respostas estatiacutesticas tenham sido diferentes para as adubaccedilotildees

combinadas ou natildeo pode-se salientar a importacircncia do aacutecido indol-aceacutetico como jaacute

citado anteriormente para as variaacuteveis avaliadas na parte aeacuterea das mudas de cebola

Respostas semelhantes nesse sentido foram encontradas para a cultura da alface por

Quijano (1999) e Morselli (2001)

Pereira et al (2002) concluiacuteram em trabalho realizado com a cultivar de cebola

CNPF1 6400 em Minas Gerais que a utilizaccedilatildeo de 20 t ha de esterco de curral

proporcionou os melhores resultados para a produccedilatildeo de cebola

Silva Juacutenior amp Giorgi (1992) e Menezes Juacutenior (1998) citam que doses elevadas

de mateacuteria orgacircnica podem prejudicar a primeira fase da germinaccedilatildeo (embebiccedilatildeo) e

absorccedilatildeo de aacutegua pelas raiacutezes das placircntulas No entanto no presente trabalho este fato

natildeo ocorreu embora a dose de esterco utilizada tenha sido de 60 t ha 1 (dose maacutexima

recomendada segundo Nolla 1982)

413 Anaacutelise de macronutrientes no tecido vegetal

Os resultados dos conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio no

tecido vegetal sob diferentes adubaccedilotildees encontrados na Tabela 3 indicam mais uma

vez a superioridade da adubaccedilatildeo esterco com 0 uso ou natildeo de biofertilizantes

36

TABELA 3 Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob

uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS i J B

ADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesamg plantas1

---- Nitrogecircnio-----30 t ha de vermicomposto 16593 c AB 15451 c B 19050 b A45 t ha de vermicomposto 21444 b A 22888 b A 17852 b B60 t ha de esterco de curral 32606 a C 37593 a B 40816 a A

--------------- ------ Foacutesforo------- -------------30 t ha de vermicomposto 3098 c B 2802 c B 3999 b A45 t ha de vermicomposto 4109 b A 4135 b A 2788 c B60 t ha de esterco de curral 5300 a B 7577 a A 7565 a A

------- Potaacutessio------30 t ha de vermicomposto 24327 c A 19900 c B 24965 b A45 t ha de vermicomposto 29113b A 29812 b A 22031 b B60 t ha de esterco de curral 44070 a B 51976 a A 54101 a A

-------- Caacutelcio-------30 t ha de vermicomposto 5027 c A 4356 c A 4834 b A45 t ha de vermicomposto 6114b A 6963 b A 4379 b B60 t ha de esterco de curral 9030 a C 11451 a A 10331 a B

------Magneacutesio-----30 t ha de vermicomposto 1188 b A 914 c A 1202 b A45 t ha de vermicomposto 1231 b B 1582 b A 1176 b B60 t ha de esterco de curral 2136a B 2443 a A 2663 a AMeacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base observa-se que o melhor tratamento foi o

esterco de curral para todas as variaacuteveis Para 1 VB (30 t ha^ 1 de vermicomposto) natildeo

houve resposta diferenciada com o uso de bofertilizantes para todas as variaacuteveis A

adubaccedilatildeo 15 VB (45 t ha 1 de vemicomposto) foi influenciada pelos biofertilizantes

para as variaacuteveis N P K e Ca enquanto que para Mg somente o MB4+U+CB o

influenciou O EC (esterco de curral) mostrou diferenccedila significativa apenas para as

variaacuteveis Ca e Mg quando adicionado MB4+U+CB

Segundo Peixoto (2000) eacute fundamental a adiccedilatildeo de adubos orgacircnico no cultivo de

hortaliccedilas seja na forma de esterco decomposto composto ou huacutemus de minhoca de

37

modo a fornecer melhorias nas propriedades do solo vindo a disponibilizar os nutrientes

as diferentes culturas

O esterco fresco conteacutem muita cama celuloacutesica e um elevado teor de aacutegua No

esterco curtido a celulose jaacute estaacute decomposta o teor de aacutegua estaacute reduzido agrave metade e os

nutrientes em uma forma mais assimilaacutevel e mais concentrada O esterco fresco pode

causar uma deficiecircncia temporaacuteria de nitrogecircnio no solo ao se decompor o que natildeo

acontece com o biestabilizado (Kiehl 1985)Ocorre uma diminuiccedilatildeo inicial no volume

de aacutegua retido no esterco de curral diminui inicialmente em tomo de 3581 liberando

posteriormente somente 496 evidenciando a sua capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua

(Menezes Juacutenior 1998)

A utilizaccedilatildeo continuada de adubos nitrogenados minerais no solo altera o balanccedilo

do nitrogecircnio entre o solo e planta No meacutetodo biodinacircmico eacute sublinhada a importacircncia

dos adubos animais para o estabelecimento da fertilidade permanente dos solos (Koeff

et al 1983)

Para Guimaratildees (1997) os benefiacutecios que a mateacuteria orgacircnica imprime ao solo

principalmente melhorando a produtividade fertilidade e a influencia que as substancias

huacutemicas exercem sobre o ambiente dependem da qualidade e do teor de mateacuteria

orgacircnica do solo Estas substacircncias por conterem nutrientes em sua constituiccedilatildeo em uma

forma mais disponiacutevel para as plantas promovem um equiliacutebrio no ambiente no solo

(Kononova 1966)

Aproximadamente de 60 a 70 do total de carbono do solo ocorre na forma de

materiais huacutemicos (Griffith amp Schnitzer 1975) sendo a eles atribuiacutedo a manutenccedilatildeo da

bioestrutura do solo aumentando a capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua (Brady 1999)

Conforme Compagnoni amp Putzolu (1985) os estercos bem como os demais

resiacuteduos orgacircnicos apresentam conteuacutedos diferentes de aacutecidos huacutemicos e fuumllvicos sendo

atribuiacutedo ao acido huacutemico uma accedilatildeo fitoestimulante semelhante aos fitohormocircnios por

favorecer o desenvolvimento do sistema radicular e crescimento do caule

Em trabalho realizado por Guimaratildees (1997) foi encontrado para aacutecidos huacutemicos

de esterco bovino uma relaccedilatildeo CN 1035 e para vermicomposto bovino 17

evidenciando que o esterco quando aplicado ao solo por apresentar uma relaccedilatildeo CN

proacutexima deste reage mais facilmente liberando nutrientes para as plantas sem alterar a

cadeia troacutefiacuteca Dados encontrados no presente trabalho demonstram a eficiecircncia do

esterco nesse sentido

38

De acordo com Morselli (2001) vaacuterios trabalhos citam comentam e discutem a

capacidade dos vermicompostos em proporcionar oacutetimas colheitas e favorecer a

precocidade das plantas cultivadas Poreacutem muitas vezes se observa que mesmo

suprindo essas plantas com nutrientes necessaacuterios atraveacutes de huacutemus de diferentes fontes

as respostas natildeo satildeo as mesmas para uma mesma cultivar

Por outro lado os resultados com o uso de substacircncias huacutemicas satildeo variaacuteveis e

dependem aleacutem da espeacutecie testada das substacircncias huacutemicas utilizadas sua

concentraccedilatildeo o grau de purificaccedilatildeo e das condiccedilotildees experimentais A resposta das

plantas aos aacutecidos huacutemicos e fuacutelvicos eacute dependente da mateacuteria prima original e da

espeacutecie vegetal pois materiais orgacircnicos diferentes apresentam aacutecidos huacutemicos e

fuacutelvicos diferentes (Businelli 1990)

Justificam-se os maiores conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio e caacutelcio nas

adubaccedilotildees 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e biofertilizantes devido

provavelmente ao vermicomposto utilizado apresentar na sua constituiccedilatildeo teores

consideraacuteveis destes elementos aleacutem do que os biofertilizantes possam ter influenciado

na absorccedilatildeo atraveacutes de sua constituiccedilatildeo Tibau (1984) considera que a urina de vaca eacute

rica em aacutecido indol-aceacutetico e este influencia na absorccedilatildeo radicular O efeito positivo

deste tratamento provavelmente seja devido agrave quantidade aplicada

O biofertilizante que se destacou foi o MB4+U+CB em relaccedilatildeo ao EC (esterco de

curral) e eacute somente para a variaacutevel caacutelcio Isto provavelmente seja devido ao alto teor

deste elemento encontrado na sua constituiccedilatildeo (6872 g Kg1) e pela influecircncia positiva

que a calda bordalesa exerce no metabolismo das plantas atraveacutes dos nutrientes

contidos em sua formulaccedilatildeo O Ca controla a absorccedilatildeo radicular e retorna ao solo pelo

esterco e palhas por apresentar-se em maior quantidade em folhas e caules Depois de

localizado nas folhas fica imoacutevel favorecendo a resistecircncia da planta ao ataque de

fungos

Este trabalho avanccedila no estudo da agroecologia estando claro que todos os

criteacuterios tem caraacuteter dinacircmico de adequaccedilatildeo as mudanccedilas de um sistema de produccedilatildeo

em evoluccedilatildeo contribuindo na transiccedilatildeo para um padratildeo sustentaacutevel Cabe a pesquisa a

reorientaccedilatildeo para um enfoque ldquosistecircmicordquo isto eacute que permita integrar os diversos

componentes de um agroecossistema e a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas que promovam 0

fortalecimento e a expansatildeo da agricultura familiar

39

5 CONCLUSOtildeES

Considerando os resultados obtidos e as condiccedilotildees em que o estudo foi realizado

conclui-se que

bull As respostas agronocircmicas das mudas de cebola para os paracircmetros avaliados

satildeo mais satisfatoacuterias com a aplicaccedilatildeo de esterco de curral como adubaccedilatildeo de

base

bull Os biofertilizantes mais urina de vaca e calda bordalesa proporcionam

respostas satisfatoacuterias quando aplicados associados agraves adubaccedilotildees de base

bull O biofertilizante MB4 mais urina de vaca e calda bordalesa eacute mais eficiente

que o super magro mais urina e calda bordalesa quando aplicado associado agrave

adubaccedilatildeo de base esterco de curral para os conteuacutedos de fitomassa secae

fresca da parte aeacuterea das plantas altura e diacircmetro de colo das mudas de

cebola

bull Os biofertilizantes adicionados agrave adubaccedilatildeo de base 45 t harsquo 1 de vermicomposto

bovino mostram respostas significativas para os conteuacutedos de fitomassa seca

bull Os maiores conteuacutedos nutricionais para as mudas de cebola satildeo

proporcionados pela adubaccedilatildeo de base esterco de curral

bull A maior absorccedilatildeo de caacutelcio pelas mudas de cebola ocorre quando da adiccedilatildeo do

biofertilizante MB4 mais urina e calda bordalesa agrave adubaccedilatildeo de base esterco de

curral

40

6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ALDRIGHI CB ABREU CM PAGLIA AG MORSELLI TBGA FERNANDES HS Efeito da aplicaccedilatildeo de biofertilizante e urina de vaca em mudas de tomateiro Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

ALTIERI M NICHOLLS C I Agroecologia Teoria praacutectica para umaAgricultura Sustentable Ia ed PNUMA 2000 Cap 2 4 Seacuterie textos baacutesicos para la formacioacuten ambiental

ALTIERI M Agroecologia bases cientiacuteficas para uma agricultura sustentaacutevelGuaiacuteba Agropecuaacuteria 2002 592 p

ANTONIOLLI Z I GIRACCA E M N CARDOSO S J T WIETHAN M M S FERRI M Iniciaccedilatildeo agrave Minhocultura Criaccedilatildeo em Cativeiro e Vermicompostagem Santa Maria UFSM 1996 p59-89

BAYER C MIELNICZUC J Dinacircmica e funccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica In SANTOS G de A S e CAMARGO F A de O (ed) Fundamentos da mateacuteria orgacircnica do solo ecossistemas tropicais e subtropicais Porto Alegre Genesis 1999 p 3-23

BARRETTO D X Composto Orgacircnico In Praacutetica em Agricultura Orgacircnica Satildeo Paulo iacutecone Ed Ltda 1985 p 51-63

BETTIOL W Alguns produtos alternativos para o controle de doenccedilas de plantasem agricultura orgacircnica II Ciclo de palestras sobre agricultura orgacircnica Instituto Bioloacutegico Satildeo Paulo p52-63 1997

41

BETTIOL W TRACH R GALVAtildeO JAH Controle de doenccedilas de plantas com biofertilizantes Jaguariuacutena EMBRAPA-CNPMA 1997 22p (EMBRAPA- CNPMA Circular Teacutecnica 02)

BRADY N C Natureza e propriedades dos sotos Rio de Janeiro Freitas BastosS A 1979 647p

BRADY N C Organisms and ecology of the soil In The nature of properties of soils Simon amp Schuster A Viacon Company New Jersey1999 402-489p

BON1LLA J A Fundamentos da Agricultura Ecoloacutegica Sobrevivecircncia eQualidade de Vida Satildeo Paulo Nobel 1992

BUREacuteS S Substratos Ediciones Agroteacutecnicas S L Madrid Octubre 1997

BUS1NELLI M Chemical Composition and Enzymic Activity of some Worm Cast Plant Soil v 80 p 1-2 1990

CALEGARI A Espeacutecies para cobertura de solo In IAPAR (Instituto Agronocircmico de Paranaacute) Plantio Direto pequena propriedade sustentaacutevel organizador Moacir Darolt Londrina - PR 1998 65-93

CAMARGO P N D Manual de Adubaccedilatildeo Foliar Satildeo Paulo Herba 1975

CAPRA F A Teia da Vida Satildeo Paulo Cultrix 1997 256p

CAPRA F O Ponto de Mutaccedilatildeo 22 ed Satildeo Paulo Cultrix 2001 447p

CHABOUSSOU F Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da Trofobiose) Porto Alegre LPM 1987 253 p

CLARO S A Referencias tecnoloacutegicos para a agricultura familiar ecoloacutegica aexperiecircncia da Regiatildeo Centro-Serra do Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS-ASCAR 2001 250p

CLIVELA G Diagnoacutestico Agronocircmico da cebola no Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS 1995 8 6 p

COMISSAtildeO DE FERTILIDADE DO SOLO - RSSC Recomendaccedilotildees de adubaccedilatildeo e calagem para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina 3 ed Passo Fundo SBCS - Nuacutecleo Regional Sul 1995 223p

COMPAGNONI L PUTZOLU G Cria moderna de Ias lombrices y utilizacioacutenrentable dei humus Barcelona Editorial de Vecchi- SA 1985127p

COSTABEBER J A MOYANO E Transiccedilatildeo agroecoloacutegica e accedilatildeo social coletiva Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v l n4 p 50- 60 outdez 2 0 0 0

42

COSTA M B B da Adubaccedilatildeo orgacircnica Nova siacutentese e novo caminho para aagricultura Satildeo Paulo Ed iacutecone Ltda 1985 102p

COSTA NETO C Agricultura Sustentaacutevel Tecnologias e Sociedade In CARVALHO COSTA LF et al (org) Mundo Rural e Tempo Presente Rio de Janeiro Mauad 1999

DrsquoAG0ST1NI R L FANTINI A C Produccedilatildeo orgacircnica tambeacutem socialmente excludente Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v3 n l p57-61 2002

DALPONTE J C V Utilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos e fertilizante mineral na produccedilatildeo e qualidade de mudas e bulbos de cebola (Alliurn Cepa L) Pelotas-RS 1990 (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1990

DEBARBA J F THOMAZELLI L F GANDIN C L SILVA E Cadeias produtivas do Estado de Santa Catarina Cebola Florianoacutepolis Epagri 1998 115 p (EPAGRI Boletim Teacutecnico 96)

DUFOUR F Os saacutebios loucos do agro-alimentar Le Monde Diplomatique ano 1 n4 p6-7 1999 (ed portuguesa)

EHLERS E Agricultura Sustetaacutevel Origem e perspectivas de um novo paradigma 2 ed Guaiacuteba Agropecuaacuteria 1999 157 p

FILGUEIRA F A R Novo Manual de olericultura agrotecnologia moderna na produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 2000 402 p

FRASER G K Mateacuteria Orgacircnica Del Suelo In BEAR F E (ed) Quiacutemica dei Suelo Madrid Ed Agrociencia 1963

FOLLET R H MURPHY L S DONAHUE R L Fertilizers and soil amendments New Jersey Printice-Hall Inc 1981 557p

GARCIA A Revista dei Espacio Rural Georgica Zaragoza Escuela Politeacutecnica de Huesca n5 1997

GARCIA A Versatildeo preliminar de um Programa Estadual de Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Bulbos e Sementes de CebolaEMBRAPAIPAGROMARAEMATER 6 8 pbdquo 1990 (Publicaccedilatildeo avulsa)

GIORGETT1 J R Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Mudas de Tomate In Encontro Nacional de Produccedilatildeo e Abastecimento de Tomate 2 1991 Jaboticabal Satildeo Paulo Anais Jaboticabal UNESP 1991 p 242-244

GLIESSMAN S R Agroecologia Processos ecoloacutegicos em agricultura sustentaacutevelPorto Alegre Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS 2000 653p

43

GLIESSMAN S R TURRIALBA C R Agroecologia Procesos Ecoloacutegicos en Agricultura Sostenible CATIE 2002 p 3-14

GNOATTO S C Caracterizaccedilatildeo quiacutemica de vermicompostos de diferentes substratos orgacircnicos Pelotas-RS 1999 38 f (Mestrado em Agronomia - Solos) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

GOMES J C C BORBA M F S A moderna crise dos alimentos oportunidade para a agricultura familiar Emater Porto Alegre julset 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwematertchebrdocsagroecorevistan313-artigo3htmgtAcesso em 24 fev 2002

GOMEZ H W Desenvolvimento sustentaacutevel agriacutecola e capitalismo In Desenvolvimento sustentaacutevel Necessidade eou disponibilidade Santa Cruz do Sul Nobel - UNISC 1997 p 65-77

GONZAacuteLEZ DE MOLINA M SEVILLA GUZMAacuteN E Ecologia campesinado e historia Para una reinterpretacioacuten dei desarrollo dei capitalismo en la agricultura In SEVILLA GUZMAacuteN E GONZAacuteLEZ DE MOLINA M (ed) Ecologia campesinado e historia Madrid La Piqueta 1993 p 23-129

GRIFFITH S A SCHNITZER M Analytical characteristic of humic and fulvic acids extracted from tropical volcanic soils Soil Sei Soc Am Proc v 39 p361-367 1975

GUIMARAtildeES E Caracterizaccedilatildeo quiacutemica estreptoscoacutepica e por anaacutelise teacutermica de aacutecidos huacutemicos e vermicompostos obtidos de estercos de diferentes animaisCuritiba 1997 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Quiacutemica) Universidade Federal do Paranaacute 1997

HESS A F Sociedade e meio ambiente uma relaccedilatildeo ambiacutegua Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v 4 n2 p 167-1741999

ICEPA-SC Informes conjunturais sobre a cultura da cebola Disponiacutevel em lthttpwwwicepa combrgt Acesso em 23 jan 2003

JONES H A MANN L K Onions and their allies New York Interscience Publishers 1962 286 p

JUacuteNIOR H A de MAIORANO J A Receitas obtidas de extratos de plantasCampinas CATITerra Viva [199-] 10 f

KHATOUNIAN C A Ciclo de Palestras sobre Agricultura Orgacircnica 2a Ed SatildeoPaulo Fund Cargill 1997 149 p

KIEHL E J Fertilizantes Orgacircnicos Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1985 492p

44

KOEFF H H PETTERSSON B D SHAUMANN W Vida Vegetal solos e adubaccedilatildeo In Agricultura Biodinacircmica Satildeo Paulo Nobel 1983 p92-149

KONONOVA M M Soil organic matter The importance o f organic matter in soil formation and soil fertility New York Pergamqn Press 1961 p 165-200

KUHN T A Estrutura das Revoluccedilotildees Cientiacuteficas Satildeo Paulo Perspectiva 1989 257p

LANNA FCA ABREU C L ABREU J G SILVA V Resposta de cultivares de melancia cultivadas sob adubaccedilatildeo quiacutemica e orgacircnica Horticultura v 12 n l p85 1994

LEFF H Saber Ambiental Petroacutepolis Vozes 2001 343 p

MAGALHAtildeES J R Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo da cebola In FERREIRA M E CASSTELLANE P D CRUZ M C P Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo de hortaliccedilasPiracicaba POTAFOS 1993 p 381-393

MALAVOLTA E Elementos de nutriccedilatildeo mineral de plantas Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1980 251 p

MALAVOLTA E Manual de Quiacutemica Agriacutecola - Adubos e Adubaccedilatildeo 3a ed SatildeoPaulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1981 606 p

MARTINEZ A A A grande e Poderosa Minhoca Jaboticabal Funep - Unesp1990 101 p

MARTINS S R Desenvolvimento e Sustentabilidade Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v20 n2 julho 2002 Palestra apresentada no 42deg Congresso Brasileiro de Olericultura

MARTINS S R Limites Del Desarrollo Sostenible em Ameacuterica Latina En el marco de Ias poliacuteticas de (re)ajuste econocircmico Pelotas Editora UFPel 1997 135 P-

MARTINS S R Sustentabilidade na agricultura dimensotildees econocircmicas sociais e ambientais Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v4 n 2 p 175-1871999

MATURANA H REZEPKA S N D E Formaccedilatildeo Humana e Capacitaccedilatildeo Rio de Janneiro Vozes 2000 8 6 p

MELLO A F SOBRINHO M O ARZOLLA S SILVEIRA R NETTO A C KIEHL J C Fertilidade do Solo Satildeo Paulo Nobel 1983

MENEZES JUacuteNIOR F O G D Caracterizaccedilatildeo de Diferentes substratos hortiacutecolas e seu efeito na produccedilatildeo de mudas de alface e couve-flor em ambiente protegido Pelotas 1998 141 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1998

45

MIBASA Mineraccedilatildeo Barreto SA Melhorador de Solos MB4 A Natureza Agradece Arapiraca-AL [199-] Folder

MINAMI K Os resumos da olericultura 2000 In AZEVEDO FILHO MARTINEZ FILHO (ed) Preccedilos agriacutecolas Piracicaba ESALQ 1999 p 4

MINAMI K Produccedilatildeo de Mudas de Alta Qualidade em Horticultura Satildeo Paulo TA Queiroz 1995

MORSELLI T B G A Cultivo sucessivo de alface sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegidoPelotas 2001 178 p Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2001

MORSELLI T B G A Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Poliacutegrafo da Disciplina de Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia-Produccedilatildeo Vegetal UFPel 2002

MULLER AM Efeitos da Aplicaccedilatildeo Foliar de um Biofertilizante Enriquecido no Estado fitossanitaacuterio de Tomate Ervilha e Beterraba Sob Manejo OrgacircnicoDissertaccedilatildeo (Mestrado no Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agroecossistemas)1999 (Resumo)

NOLLA D Erosatildeo do Solo - O grande desafio Estado do Rio Grande do Sul SEAGRI desenvolvimento de recursos naturais renovaacuteveis 1982 412 p

PAGLIA AG MORSELLI TBGA PEIL RMN Teores de nutrientes pH e condutividade eleacutetrica da aacutegua em sistema ldquofloat^ngrdquo sob adiccedilatildeo de biofertilizantes Horticultura Brasileira v 20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PAULUS G MULLER A BARCELLOS LAR Agroecologia aplicada praticas e meacutetodos para uma agricultura de base ecoloacutegica 2ed ver ampl Porto Alegre EMATERRS 2001 8 6 p

PEIXOTO R T dos G Composto orgacircnico aplicaccedilotildees benefiacutecios e restriccedilotildees de uso Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 18 p 56-64 julho 2000

PENTEADO SR Defensivos Alternativos e Naturais Satildeo Paulo 1999 95 p

PEREIRA AJ SOUZA RJ PEREIRA WR Efeito de diferentes doses de esterco de galinha e de curral sobre a produccedilatildeo de cebola Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PINHEIRO S BARRETO SB MB-4 agricultura sustentaacutevel trofobiose e biofertilizantes Fundaccedilatildeo Juquira CandiruMibasa 2000 273 p

PRIMAVESI A Agricultura Sustentaacutevel Satildeo Paulo Nobel 1992 142 p

PRIMAVESI A O manejo ecoloacutegico do solo Agricultura em regiotildees tropicais SatildeoPaulo Nobel 1982 541 p

46

PURCINO A A C ldquoNitrogecircniordquo Informe Agropecuaacuterio Belo Horizonte v7 n81 p 16-27 1981

QUIJANO F G Efeito da adubaccedilatildeo orgacircnica no desenvolvimento de duas cultivares de alface em ambiente protegido Pelotas 1999 116f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

RODRIGUES A N N Efeitos e residuais de superfosfato triplo sobre o rendimento de mateacuteria seca e absorccedilatildeo de foacutesforo pela aveia (Avena strigosa Schob) em solo Podzoacutelico Vermelho Escuro Porto Alegre 1984 59f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia UFRGS 1984

RODRIGUES E T CASALI V W D Respostas da alface agrave adubaccedilatildeo orgacircnica II Teores conteuacutedos e utilizaccedilatildeo de macronutrientes em cultivares Rev Ceres Viccedilosa v 45 n 261 p 437-449 1998

SAMINEcircS T C O Produccedilatildeo orgacircnica de alimentos Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 17 n3 novembro 1999

SCHIEDECK G Ambiecircncia e resposta agronocircmica de meloeiro (Cucumis melo L) cultivado sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegido Pelotas lOOp Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2002

SILVA JUacuteNIOR A A GIORGI E Substratos alternativos para a produccedilatildeo de mudas de tomate Agropecuaacuteria Catarinense Florianoacutepolis EPAGRI 1992 23 p

SILVA JUacuteNIOR A A MACEDO S G STUKER H Utilizaccedilatildeo de esterco de peru na produccedilatildeo de mudas de tomateiro Florianoacutepolis EPAGRI 1995 28 p (Boletim Teacutecnico 73)

TAGLIARI PS GRASSMANN H Minhoca a grande aliada da agricultura Agropecuaacuteria Catarinense v8 n l p 11-14 mar 1995

TEDESCO M J GIANELLO C Anaacutelises de solo plantas e outros materiais Porto Alegre Faculdade de Agronomia Departamento de Solos Universidade Federal do Rio Grande do Sul RS 1996

TENNANT D A Test of modified line intersect method of estimating root lenght Journal Ecology Oxford v 63 p 995-1001 1975

TIBAU A O Mateacuteria Orgacircnica do Solo Mateacuteria Orgacircnica e Fertilidade do SoloSatildeo Paulo Nobel 1984 p49-182

TIMM P J Anaacutelise comparativa dos sistemas de plantio convencional e cultivo miacutenimo de cebola sob adubaccedilatildeo orgacircnica e mineral Pelotas 2000 79 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2000

47

VALENZUELA HR CROSBY C Effect of compost applications on the yield of several vegetables in long-term organic farming experiments conduced in the tropics American Society Horticultural Science v33 n3 june 1998

VIGLIZZO E (ed) Subprograma Recursos Naturais y Sostenibilidad Agriacutecola documento marco Montevideo IICAPROCISUR 1995 p 75 - 78

WE1D J M TARDIN J M Proposta para a Ampliaccedilatildeo do Trabalho da ASPTA no Centro Sul do Paranaacute ASPTA Disponiacutevel em http wwwpronafgovbrEncontrotestosAS20PTA20Sul20ParanE1205 202002doc Acesso em 05 mai 2002

XAVIER SIMOacuteN F DOMINGUES D G Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel uma perspectiva agroecoloacutegica Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre EM ATERRS v2 n2 p 17-26 2001

ZABALETA J P Diagnoacutestico da Agricultura Familiar em Satildeo Joseacute do Norte - RSPelotas EMBRAPA-CPACT 1998 75 p (EMBRAPA-CPACT Documentos 44)

ZONTA E P MACHADO A A SILVEIRA P Sanest Sistema de anaacutelise estatiacutestica para microcomputadores Registrado na Secretaria Especial de Informaacutetica sob nuacutemero 066060 - categoria A Pelotas-RS Universidade Federal de Pelotas 1984

48

7 APEcircNDICE

APEcircNDICE A - Anaacutelise da adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes utilizados na produccedilatildeo de mudas de cebola

TABELA 1 A Anaacutelise baacutesica do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo miuacutedo + papua

Arg

pH IND

SMP

MO

P - n r - Na Al Ca__10Omlmdash

Mg

ppm -

6 53 67 089 8 6 27 1 04 05 0 2

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 2A Anaacutelise complementar do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo-miuacutedo + papua

Cobre Zinco Manganecircs Ferro

(m v1)

04 05 26 007

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

49

TABELA 3A Anaacutelise dos fertilizantes soacutelidos

Amostra pH limidade CN

C N P K Ca Mg

- g-ivg --

Cama de 849 2491 12 31042 2479 3888 3405 29875 463

aves

Esterco 74 3594 11 677 590 157 134 335 214

de curral

Huacutemus 684 5738 14 15965 1098 453 745 743 361

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 4A Anaacutelise quiacutemica dos biofertilizantes liacutequidos

Amostra N P K_ccedil H

Ca Mg Cu Zn Fe Mn

mdashgL bull

S Magro

m b 4

Urina

053

1652

8 2 2

008

395

0 0 0

149

1674

471

1902

6872

0 0 0

1150

4507

1172

7273

42

033

101389

920

0 0 0

6250

19458

781

35273

1123

0 2 1

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

50

APEcircNDICE B - Condiccedilotildees climaacuteticas do local

TABELA 1B Condiccedilotildees de temperatura do local

___________ __________TEMPERATURA (degCgt

meses Meacutedia

Maacutexima

Meacutedia

MiacutenimaMeacutedia

Maacutexima

Absoluta

Miacutenima

Absoluta

Junho 225 87 156 320 25

Julho 225 85 155 285 30

Agosto 251 71 161 360 1 0

Fonte FEPAGROSCT 2002

TABELA 2B Condiccedilotildees de chuva do local

mdash CHUVA (mm)mdash

meses Ocorrida Normal Desvio Da Normal

Junho 1080 1 1 0 -2 0

Julho 1062 98 8 2

Agosto 1283 1 2 0 83

Fonte FEPAGROSCT 2002

51

TABELA 1C Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

APEcircNDICE C - Anaacutelise estatiacutestica da parte aeacuterea

Causas G1 FFPA FSPA AP DC

da variaccedilatildeo --------- Quadrados meacutedios-

Blocos 3

Ad Base 2 175359071 1287102 2547419 1 11775

Biofertilizantes 2 126876 29011 87669ns 02185ns

Ad x Biofert 4 572378 31123 69106ns 04159

Resiacuteduo 24 34456 03048 27169 00290

Total 35

Meacutedia geral 93745 8772 320388 6741

CV 1980 6294 5145 2530

Significativo a 5ns Natildeo significativo

52

TABELA 1D Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade

de raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

APEcircNDICE D - Anaacutelise estatiacutestica da raiz

Causas G1 FFR FSR CR RPASR DR

da variaccedilatildeo Quadrados meacutedios---------------

Blocos 3

Ad Base 2 27874 551 623 2 1 0 140

Biofertilizantes 2 178 0 1 0 ni 1504 l03ns 038ns

Ad x Biofert 4 190 058 318 294 183

Resiacuteduo 24 005 009 028 023 0 2 1

Total 35

Meacutedia geral 1818 228 184 387 333

C V 134 1356 448 1253 1396

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

53

APEcircNDICE E - Anaacutelise estatiacutestica dos macronutrientes da parte aeacuterea da cebola

TABELA 1E Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mud^s de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

Causas G1 bull N P K Ca Mg

da variaccedilatildeo

Blocos 3

Ad Base 2 13550306 446627 25509686 1031806 59007

Biofertilizantes 2 180610ns 16564 68153ns 39006 876ns

Ad x Biofert 4 454187 45743 1047539 46950 2464

Resiacuteduo 24 29769 1453 64313 3741 439

Total 35

Meacutedia geral 24921 4597 33366 6943 1615

C V 692 829 760 880 1297

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

APEcircNDICE F - Fotos do experimento

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob uma perspectiva agroecoloacutegica

APEcircNDICE F a Fotos do experimento

FIGURA 1 Adubaccedilatildeo verde com feijatildeo-miuacutedo e papuatilde utilizadas no manejo do solo

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob urna perspectiva agroecoloacutegica

Page 38: PRODUÇÃO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L.) SOB …orgprints.org/24883/1/Paglia_Produção.pdf · vaca mais calda bordalesa; MB4+U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

29

354 Diacircmetro do colo das plantas

Esta medida foi realizada no ponto de transplante a 2 mm das raiacutezes e utilizando-

se um paquiacutemetro SOMET

355 Sistema radicular

Ao teacutermino do experimento foram retiradas as raiacutezes das mesmas plantas que foram

utilizadas para as determinaccedilotildees realizadas na parte aeacuterea procedendo-se uma amostra

de solo com raiacutezes de 2 0 cm de largura x 2 0 cm de comprimento e 2 0 cm de altura

totalizando 8000 cm3

As raiacutezes apoacutes serem lavadas em aacutegua corrente foram pesadas acondicionadas em

sacos plaacutesticos e congeladas para posteriores anaacutelises pelo meacutetodo de Tennant (1975)

para a determinaccedilatildeo do comprimento e densidade

3551 Comprimento de raiz

Utilizou-se para a determinaccedilatildeo do comprimento de raiz as seguintes foacutermulas

1 = ndeg x 1114 x 1 onde

1 - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 0 0 2 g

ndeg - nuacutemero de intercessotildees das raiacutezes com os lados da quadriacutecula da malha do

aparelho

1114 - constante

1 - medida lateral da quadriacutecula em cm

Tomando-se a fiacutetomassa seca e o comprimento da raiz da cada amostra

relacionou-se com a fiacutetomassa seca e o comprimento total da raiz da planta aplicando-

se a seguinte equaccedilatildeo

L = (FSR x 1) FSPA onde

L - comprimento total da raiz da planta (m)

FSR - fiacutetomassa seca de raiz

FSPA - fiacutetomassa seca da parte aeacuterea

L - comprimento de raiz de uma amostra uacutemida de 002g

3552 Densidade de raiz

A densidade foi determinada pela foacutermula

D = L 8000 onde

D - densidade de raiacutezes (m cm3)

30

L - comprimento total de raiacutezes (m)

8 0 0 0 - volume da amostra (cm3)

3553 Razatildeo parte aeacutereasistema radicular

Este paracircmetro foi obtido pela equaccedilatildeo

RPASR = FSPA FSR onde

RPASR - razatildeo parte aeacuterea sistema radicular

FSPA - fitomassa seca da parte aeacuterea

FSR - fitomassa seca do sistema radicular

36 Determinaccedilatildeo de macronutrientes no tecido vegetal

Os macronutrientes nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio foram

determinados no laboratoacuterio de Fertilidade e Anaacutelise de Plantas do Departamento de

Solos da UFPel atraveacutes dos meacutetodos descritos por Tedesco amp Gianello (1996)

31

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 Anaacutelise das variaacuteveis

A anaacutelise da variaccedilatildeo mostrou que houve diferenccedila significativa na interaccedilatildeo entre

os fatores de adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes liacutequidos com exceccedilatildeo da variaacutevel altura

de planta para a qual somente a adubaccedilatildeo de base mostrou-se significativa (Apecircndices

C D e E Tabelas 1C 1D e 1E)

411 Anaacutelise da parte aeacuterea

Na Tabela 1 destacaram-se as adubaccedilotildees EC+SM+U+CB EC+MB4 +U+CB e EC

que diferiram significativamente das demais adubaccedilotildees para as variaacuteveis fiacutetomassa

fresca da parte aeacuterea (FFPA) fiacutetomassa seca da parte aeacuterea (FSPA) altura de planta

(AP) e diacircmetro do colo (DC)

32

TABELA 1 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

30 t ha de vermicomposto 7015 c A45 t halsquo de vermicomposto 7824 b B60 t ha de esterco de curral 12248 a C

30 t ha de vermicomposto 667 c A45 t ha de vermicomposto 752 b A60 t ha de esterco de curral 1150a C

30 t ha de vermicomposto 2975 b A45 t harsquo de vermicomposto 2775 b A60 t ha de esterco de curral 3600 a B

30 t ha de vermicomposto 631 b A45 t ha de vermicomposto 6 2 2 b B60 t ha de esterco de curral 741 a C

-Fitomassa fresca (g)----------------6270 c B 6885 b A8832 b A 6308 c C

15082 a A 13934 a BmdashFitomassa seca (g)----------------

625 c A 655 b A830 b A 607 b B

1345 a A 1262 a B-Altura de planta (cm)----------------

2950 b A 3050 b A2937 b A 2950 b A 3975 a A 3622 a B

-Diacircmetro de colo (mm)---------------592 c B 599 b B 657 b A 609 b B 819a A________ 793a B

Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

O efeito positivo do esterco bovino pode ser atribuiacutedo agraves melhorias nas condiccedilotildees

fiacutesicas do solo por ele proporcionado Segundo Primavesi (1982) e Compagnoni amp

Putzolu (1985) o esterco bovino apresenta propriedades condicionadoras do solo dando

agraves plantas melhores condiccedilotildees de desenvolvimento elevando sobremaneira os

conteuacutedos de fitomassa fresca das plantas que refletiratildeo nas demais respostas

agronocircmicas

Analisando as adubaccedilotildees de base em relaccedilatildeo aos biofertilizantes observa-se que

para os tratamentos 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) - natildeo houve influecircncia dos

biofertilizantes para as variaacuteveis FSPA e AP enquanto destacou-se o SM+U+CB para o

DC e SM+U+CB e ausecircncia da adubaccedilatildeo liacutequida para a FFPA mostrando que o uso

dos biofertilizantes natildeo influenciou esta variaacutevel 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) -

verificou-se a eficiecircncia do uso do MB4 +U+CB para as variaacuteveis FFPA e DC Para a

variaacutevel FSPA destacaram-se os dois biofertilizantes utilizados jaacute para AP natildeo houve

33

influecircncia destes EC (60 t ha 1 de esterco de curral) - em todas as variaacuteveis observadas

na tabela 5 as respostas foram significativas utilizando MB4 +U+CB

As respostas encontradas no presente trabalho para as variaacuteveis AP e FSPA foram

superiores as obtidas por Dalponte (1990) quando utilizado 0 esterco de curral para

produccedilatildeo de mudas de cebola

Segundo Filgueira (2000) os solos da regiatildeo produtora de cebola do RS satildeo

pobres em foacutesforo disponiacutevel (15 mg Kg1) necessitando portanto de adubaccedilotildees

fosfatadas elevadas As respostas aqui obtidas podem ser justificadas pelos teores de

foacutesforo contido no MB4

Follet et al (1981) citam a importacircncia do uso de compostos orgacircnicos no solo

enfatizando os estercos no sentido da decomposiccedilatildeo continuada no fornecimento de

nutrientes e na liberaccedilatildeo lenta e gradual de aacutecidos orgacircnicos influenciando a liberaccedilatildeo

do foacutesforo O que provavelmente pode ser atribuiacutedo agraves respostas encontradas no

presente trabalho para 0 tratamento Esterco de curral mais MB4 e Urina mais Calda

Bordalesa

E importante destacar que 0 sistema de produccedilatildeo de mudas de cebola sob uma

perspectiva agroecoloacutegica mostra-se eficiente quando visualmente natildeo percebe-se

diferenccedila significativa entre os tratamentos (Apecircndice F Figura 2)

Conveacutem ressaltar que quando trabalhamos com agroecologia natildeo existem

receitas nem pacotes tecnoloacutegicos prontos Cada situaccedilatildeo deveraacute ser estudada em

particular para que se faccedila recomendaccedilotildees adequadas ao ambiente local uma vez que

as plantas se adaptam ao meio estando a nutriccedilatildeo encarregada de proteger e manter o

equiliacutebrio do organismo vegetal em funccedilatildeo das alteraccedilotildees externas

E fundamental que se compreenda os princiacutepios norteadores de todo o processo

que satildeo as bases da luta por uma sociedade mais justa dentro de um mundo econocircmico e

ambientalmente mais sustentaacutevel

412 Anaacutelise do sistema radicular

Os resultados obtidos nas anaacutelises do sistema radicular (Tabela 2) mostram

diferenccedilas significativas entre as adubaccedilotildees para as variaacuteveis fitomassa fresca de raiz

(FFR) fitomassa seca de raiz (FSR) comprimento de raiz (CR) razatildeo parte

aeacutereasistema radicular (RPASR) e densidade de raiz (DR)

34

TABELA 2 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade de

raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAO DE BASE

S Magro + MB4 +Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

1540 c A 1576 b B 2427 a A

Fitomassa fresca (g)----------------1502 c B 1517 b AB 1658 b A 1446 c C 2336 a B 2360 a B

--------------------Fitomassa seca (g)-------------------196 b A 207 ab A 170 b A170 b A 199 b A 192 b A 344 a A 249 a B 327 a A

Comprimento de raiz(cm)---------------1237 b A 1158 b A 1158 a A1237 b A 1060 c B 1040 b B1433 a A 1296 a B 1040 b C

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t halsquo 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha de vermicomposto 45 t ha de vermicomposto60 t ha~ de esterco de curral__________________________ _________________________Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

-----Razatildeo Parte AeacutereaSistema Radicular------340 b AB 301c B 384 a A446 a A 415 b A 326 a B339 b B 546 a A 388 a B

-------------- Densidade de raiz (m cm3)------------367 a AB 414 a A 325 b B282 b B 301b B 405 a A347 ab A 231c B 324 b A

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base destacou-se o EC (60 t ha 1 de esterco de curral)

para as variaacuteveis FFR e FSR Quando adicionado o SM+U+CB os resultados para FFR

foram ainda melhores bem como o CR As respostas obtidas para a RPASR foram

variadas em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees apresentando melhores resultados para 15 VB (45 t

ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB e ainda melhor para EC (60 t ha 1 de esterco de

curral)+MB4 +U+CB As adubaccedilotildees de base 1 VB 15 VB e EC natildeo diferiram entre si

As adubaccedilotildees mais eficientes para a variaacutevel DR foram 1 VB+SM+U+CV que natildeo

diferiu da EC+SM+U+CB I VB+ MB4 +U+CB e agrave 15 VB foram melhores entre as

demais

35

Analisando os biofertilizantes em relaccedilatildeo a cada adubaccedilatildeo de base verifica-se que

para a 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB destaca-se a variaacutevel FFR

poreacutem sem diferenccedila significativa de 1 VB os melhpres resultados para a variaacutevel DR

foram encontrados pelo tratamento 1 VB+MB4 +U+CB e 15 VB (45 t ha 1 de

vermicomposto) tambeacutem se considera eficiente o 1 VB+SM+U+CB que natildeo diferiu do

EC (esterco de curral) Quando se utilizou 15 VB+ MB4 +U+CB houve resposta

significativa para a variaacutevel FFR para FSR as respostas natildeo foram diferentes com a

aplicaccedilatildeo dos biofertilizantes para as variaacuteveis FSR e DR as adubaccedilotildees EC e

EC+SM+U+CB natildeo diferiram entre si

Embora as respostas estatiacutesticas tenham sido diferentes para as adubaccedilotildees

combinadas ou natildeo pode-se salientar a importacircncia do aacutecido indol-aceacutetico como jaacute

citado anteriormente para as variaacuteveis avaliadas na parte aeacuterea das mudas de cebola

Respostas semelhantes nesse sentido foram encontradas para a cultura da alface por

Quijano (1999) e Morselli (2001)

Pereira et al (2002) concluiacuteram em trabalho realizado com a cultivar de cebola

CNPF1 6400 em Minas Gerais que a utilizaccedilatildeo de 20 t ha de esterco de curral

proporcionou os melhores resultados para a produccedilatildeo de cebola

Silva Juacutenior amp Giorgi (1992) e Menezes Juacutenior (1998) citam que doses elevadas

de mateacuteria orgacircnica podem prejudicar a primeira fase da germinaccedilatildeo (embebiccedilatildeo) e

absorccedilatildeo de aacutegua pelas raiacutezes das placircntulas No entanto no presente trabalho este fato

natildeo ocorreu embora a dose de esterco utilizada tenha sido de 60 t ha 1 (dose maacutexima

recomendada segundo Nolla 1982)

413 Anaacutelise de macronutrientes no tecido vegetal

Os resultados dos conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio no

tecido vegetal sob diferentes adubaccedilotildees encontrados na Tabela 3 indicam mais uma

vez a superioridade da adubaccedilatildeo esterco com 0 uso ou natildeo de biofertilizantes

36

TABELA 3 Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob

uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS i J B

ADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesamg plantas1

---- Nitrogecircnio-----30 t ha de vermicomposto 16593 c AB 15451 c B 19050 b A45 t ha de vermicomposto 21444 b A 22888 b A 17852 b B60 t ha de esterco de curral 32606 a C 37593 a B 40816 a A

--------------- ------ Foacutesforo------- -------------30 t ha de vermicomposto 3098 c B 2802 c B 3999 b A45 t ha de vermicomposto 4109 b A 4135 b A 2788 c B60 t ha de esterco de curral 5300 a B 7577 a A 7565 a A

------- Potaacutessio------30 t ha de vermicomposto 24327 c A 19900 c B 24965 b A45 t ha de vermicomposto 29113b A 29812 b A 22031 b B60 t ha de esterco de curral 44070 a B 51976 a A 54101 a A

-------- Caacutelcio-------30 t ha de vermicomposto 5027 c A 4356 c A 4834 b A45 t ha de vermicomposto 6114b A 6963 b A 4379 b B60 t ha de esterco de curral 9030 a C 11451 a A 10331 a B

------Magneacutesio-----30 t ha de vermicomposto 1188 b A 914 c A 1202 b A45 t ha de vermicomposto 1231 b B 1582 b A 1176 b B60 t ha de esterco de curral 2136a B 2443 a A 2663 a AMeacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base observa-se que o melhor tratamento foi o

esterco de curral para todas as variaacuteveis Para 1 VB (30 t ha^ 1 de vermicomposto) natildeo

houve resposta diferenciada com o uso de bofertilizantes para todas as variaacuteveis A

adubaccedilatildeo 15 VB (45 t ha 1 de vemicomposto) foi influenciada pelos biofertilizantes

para as variaacuteveis N P K e Ca enquanto que para Mg somente o MB4+U+CB o

influenciou O EC (esterco de curral) mostrou diferenccedila significativa apenas para as

variaacuteveis Ca e Mg quando adicionado MB4+U+CB

Segundo Peixoto (2000) eacute fundamental a adiccedilatildeo de adubos orgacircnico no cultivo de

hortaliccedilas seja na forma de esterco decomposto composto ou huacutemus de minhoca de

37

modo a fornecer melhorias nas propriedades do solo vindo a disponibilizar os nutrientes

as diferentes culturas

O esterco fresco conteacutem muita cama celuloacutesica e um elevado teor de aacutegua No

esterco curtido a celulose jaacute estaacute decomposta o teor de aacutegua estaacute reduzido agrave metade e os

nutrientes em uma forma mais assimilaacutevel e mais concentrada O esterco fresco pode

causar uma deficiecircncia temporaacuteria de nitrogecircnio no solo ao se decompor o que natildeo

acontece com o biestabilizado (Kiehl 1985)Ocorre uma diminuiccedilatildeo inicial no volume

de aacutegua retido no esterco de curral diminui inicialmente em tomo de 3581 liberando

posteriormente somente 496 evidenciando a sua capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua

(Menezes Juacutenior 1998)

A utilizaccedilatildeo continuada de adubos nitrogenados minerais no solo altera o balanccedilo

do nitrogecircnio entre o solo e planta No meacutetodo biodinacircmico eacute sublinhada a importacircncia

dos adubos animais para o estabelecimento da fertilidade permanente dos solos (Koeff

et al 1983)

Para Guimaratildees (1997) os benefiacutecios que a mateacuteria orgacircnica imprime ao solo

principalmente melhorando a produtividade fertilidade e a influencia que as substancias

huacutemicas exercem sobre o ambiente dependem da qualidade e do teor de mateacuteria

orgacircnica do solo Estas substacircncias por conterem nutrientes em sua constituiccedilatildeo em uma

forma mais disponiacutevel para as plantas promovem um equiliacutebrio no ambiente no solo

(Kononova 1966)

Aproximadamente de 60 a 70 do total de carbono do solo ocorre na forma de

materiais huacutemicos (Griffith amp Schnitzer 1975) sendo a eles atribuiacutedo a manutenccedilatildeo da

bioestrutura do solo aumentando a capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua (Brady 1999)

Conforme Compagnoni amp Putzolu (1985) os estercos bem como os demais

resiacuteduos orgacircnicos apresentam conteuacutedos diferentes de aacutecidos huacutemicos e fuumllvicos sendo

atribuiacutedo ao acido huacutemico uma accedilatildeo fitoestimulante semelhante aos fitohormocircnios por

favorecer o desenvolvimento do sistema radicular e crescimento do caule

Em trabalho realizado por Guimaratildees (1997) foi encontrado para aacutecidos huacutemicos

de esterco bovino uma relaccedilatildeo CN 1035 e para vermicomposto bovino 17

evidenciando que o esterco quando aplicado ao solo por apresentar uma relaccedilatildeo CN

proacutexima deste reage mais facilmente liberando nutrientes para as plantas sem alterar a

cadeia troacutefiacuteca Dados encontrados no presente trabalho demonstram a eficiecircncia do

esterco nesse sentido

38

De acordo com Morselli (2001) vaacuterios trabalhos citam comentam e discutem a

capacidade dos vermicompostos em proporcionar oacutetimas colheitas e favorecer a

precocidade das plantas cultivadas Poreacutem muitas vezes se observa que mesmo

suprindo essas plantas com nutrientes necessaacuterios atraveacutes de huacutemus de diferentes fontes

as respostas natildeo satildeo as mesmas para uma mesma cultivar

Por outro lado os resultados com o uso de substacircncias huacutemicas satildeo variaacuteveis e

dependem aleacutem da espeacutecie testada das substacircncias huacutemicas utilizadas sua

concentraccedilatildeo o grau de purificaccedilatildeo e das condiccedilotildees experimentais A resposta das

plantas aos aacutecidos huacutemicos e fuacutelvicos eacute dependente da mateacuteria prima original e da

espeacutecie vegetal pois materiais orgacircnicos diferentes apresentam aacutecidos huacutemicos e

fuacutelvicos diferentes (Businelli 1990)

Justificam-se os maiores conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio e caacutelcio nas

adubaccedilotildees 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e biofertilizantes devido

provavelmente ao vermicomposto utilizado apresentar na sua constituiccedilatildeo teores

consideraacuteveis destes elementos aleacutem do que os biofertilizantes possam ter influenciado

na absorccedilatildeo atraveacutes de sua constituiccedilatildeo Tibau (1984) considera que a urina de vaca eacute

rica em aacutecido indol-aceacutetico e este influencia na absorccedilatildeo radicular O efeito positivo

deste tratamento provavelmente seja devido agrave quantidade aplicada

O biofertilizante que se destacou foi o MB4+U+CB em relaccedilatildeo ao EC (esterco de

curral) e eacute somente para a variaacutevel caacutelcio Isto provavelmente seja devido ao alto teor

deste elemento encontrado na sua constituiccedilatildeo (6872 g Kg1) e pela influecircncia positiva

que a calda bordalesa exerce no metabolismo das plantas atraveacutes dos nutrientes

contidos em sua formulaccedilatildeo O Ca controla a absorccedilatildeo radicular e retorna ao solo pelo

esterco e palhas por apresentar-se em maior quantidade em folhas e caules Depois de

localizado nas folhas fica imoacutevel favorecendo a resistecircncia da planta ao ataque de

fungos

Este trabalho avanccedila no estudo da agroecologia estando claro que todos os

criteacuterios tem caraacuteter dinacircmico de adequaccedilatildeo as mudanccedilas de um sistema de produccedilatildeo

em evoluccedilatildeo contribuindo na transiccedilatildeo para um padratildeo sustentaacutevel Cabe a pesquisa a

reorientaccedilatildeo para um enfoque ldquosistecircmicordquo isto eacute que permita integrar os diversos

componentes de um agroecossistema e a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas que promovam 0

fortalecimento e a expansatildeo da agricultura familiar

39

5 CONCLUSOtildeES

Considerando os resultados obtidos e as condiccedilotildees em que o estudo foi realizado

conclui-se que

bull As respostas agronocircmicas das mudas de cebola para os paracircmetros avaliados

satildeo mais satisfatoacuterias com a aplicaccedilatildeo de esterco de curral como adubaccedilatildeo de

base

bull Os biofertilizantes mais urina de vaca e calda bordalesa proporcionam

respostas satisfatoacuterias quando aplicados associados agraves adubaccedilotildees de base

bull O biofertilizante MB4 mais urina de vaca e calda bordalesa eacute mais eficiente

que o super magro mais urina e calda bordalesa quando aplicado associado agrave

adubaccedilatildeo de base esterco de curral para os conteuacutedos de fitomassa secae

fresca da parte aeacuterea das plantas altura e diacircmetro de colo das mudas de

cebola

bull Os biofertilizantes adicionados agrave adubaccedilatildeo de base 45 t harsquo 1 de vermicomposto

bovino mostram respostas significativas para os conteuacutedos de fitomassa seca

bull Os maiores conteuacutedos nutricionais para as mudas de cebola satildeo

proporcionados pela adubaccedilatildeo de base esterco de curral

bull A maior absorccedilatildeo de caacutelcio pelas mudas de cebola ocorre quando da adiccedilatildeo do

biofertilizante MB4 mais urina e calda bordalesa agrave adubaccedilatildeo de base esterco de

curral

40

6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ALDRIGHI CB ABREU CM PAGLIA AG MORSELLI TBGA FERNANDES HS Efeito da aplicaccedilatildeo de biofertilizante e urina de vaca em mudas de tomateiro Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

ALTIERI M NICHOLLS C I Agroecologia Teoria praacutectica para umaAgricultura Sustentable Ia ed PNUMA 2000 Cap 2 4 Seacuterie textos baacutesicos para la formacioacuten ambiental

ALTIERI M Agroecologia bases cientiacuteficas para uma agricultura sustentaacutevelGuaiacuteba Agropecuaacuteria 2002 592 p

ANTONIOLLI Z I GIRACCA E M N CARDOSO S J T WIETHAN M M S FERRI M Iniciaccedilatildeo agrave Minhocultura Criaccedilatildeo em Cativeiro e Vermicompostagem Santa Maria UFSM 1996 p59-89

BAYER C MIELNICZUC J Dinacircmica e funccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica In SANTOS G de A S e CAMARGO F A de O (ed) Fundamentos da mateacuteria orgacircnica do solo ecossistemas tropicais e subtropicais Porto Alegre Genesis 1999 p 3-23

BARRETTO D X Composto Orgacircnico In Praacutetica em Agricultura Orgacircnica Satildeo Paulo iacutecone Ed Ltda 1985 p 51-63

BETTIOL W Alguns produtos alternativos para o controle de doenccedilas de plantasem agricultura orgacircnica II Ciclo de palestras sobre agricultura orgacircnica Instituto Bioloacutegico Satildeo Paulo p52-63 1997

41

BETTIOL W TRACH R GALVAtildeO JAH Controle de doenccedilas de plantas com biofertilizantes Jaguariuacutena EMBRAPA-CNPMA 1997 22p (EMBRAPA- CNPMA Circular Teacutecnica 02)

BRADY N C Natureza e propriedades dos sotos Rio de Janeiro Freitas BastosS A 1979 647p

BRADY N C Organisms and ecology of the soil In The nature of properties of soils Simon amp Schuster A Viacon Company New Jersey1999 402-489p

BON1LLA J A Fundamentos da Agricultura Ecoloacutegica Sobrevivecircncia eQualidade de Vida Satildeo Paulo Nobel 1992

BUREacuteS S Substratos Ediciones Agroteacutecnicas S L Madrid Octubre 1997

BUS1NELLI M Chemical Composition and Enzymic Activity of some Worm Cast Plant Soil v 80 p 1-2 1990

CALEGARI A Espeacutecies para cobertura de solo In IAPAR (Instituto Agronocircmico de Paranaacute) Plantio Direto pequena propriedade sustentaacutevel organizador Moacir Darolt Londrina - PR 1998 65-93

CAMARGO P N D Manual de Adubaccedilatildeo Foliar Satildeo Paulo Herba 1975

CAPRA F A Teia da Vida Satildeo Paulo Cultrix 1997 256p

CAPRA F O Ponto de Mutaccedilatildeo 22 ed Satildeo Paulo Cultrix 2001 447p

CHABOUSSOU F Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da Trofobiose) Porto Alegre LPM 1987 253 p

CLARO S A Referencias tecnoloacutegicos para a agricultura familiar ecoloacutegica aexperiecircncia da Regiatildeo Centro-Serra do Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS-ASCAR 2001 250p

CLIVELA G Diagnoacutestico Agronocircmico da cebola no Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS 1995 8 6 p

COMISSAtildeO DE FERTILIDADE DO SOLO - RSSC Recomendaccedilotildees de adubaccedilatildeo e calagem para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina 3 ed Passo Fundo SBCS - Nuacutecleo Regional Sul 1995 223p

COMPAGNONI L PUTZOLU G Cria moderna de Ias lombrices y utilizacioacutenrentable dei humus Barcelona Editorial de Vecchi- SA 1985127p

COSTABEBER J A MOYANO E Transiccedilatildeo agroecoloacutegica e accedilatildeo social coletiva Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v l n4 p 50- 60 outdez 2 0 0 0

42

COSTA M B B da Adubaccedilatildeo orgacircnica Nova siacutentese e novo caminho para aagricultura Satildeo Paulo Ed iacutecone Ltda 1985 102p

COSTA NETO C Agricultura Sustentaacutevel Tecnologias e Sociedade In CARVALHO COSTA LF et al (org) Mundo Rural e Tempo Presente Rio de Janeiro Mauad 1999

DrsquoAG0ST1NI R L FANTINI A C Produccedilatildeo orgacircnica tambeacutem socialmente excludente Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v3 n l p57-61 2002

DALPONTE J C V Utilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos e fertilizante mineral na produccedilatildeo e qualidade de mudas e bulbos de cebola (Alliurn Cepa L) Pelotas-RS 1990 (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1990

DEBARBA J F THOMAZELLI L F GANDIN C L SILVA E Cadeias produtivas do Estado de Santa Catarina Cebola Florianoacutepolis Epagri 1998 115 p (EPAGRI Boletim Teacutecnico 96)

DUFOUR F Os saacutebios loucos do agro-alimentar Le Monde Diplomatique ano 1 n4 p6-7 1999 (ed portuguesa)

EHLERS E Agricultura Sustetaacutevel Origem e perspectivas de um novo paradigma 2 ed Guaiacuteba Agropecuaacuteria 1999 157 p

FILGUEIRA F A R Novo Manual de olericultura agrotecnologia moderna na produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 2000 402 p

FRASER G K Mateacuteria Orgacircnica Del Suelo In BEAR F E (ed) Quiacutemica dei Suelo Madrid Ed Agrociencia 1963

FOLLET R H MURPHY L S DONAHUE R L Fertilizers and soil amendments New Jersey Printice-Hall Inc 1981 557p

GARCIA A Revista dei Espacio Rural Georgica Zaragoza Escuela Politeacutecnica de Huesca n5 1997

GARCIA A Versatildeo preliminar de um Programa Estadual de Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Bulbos e Sementes de CebolaEMBRAPAIPAGROMARAEMATER 6 8 pbdquo 1990 (Publicaccedilatildeo avulsa)

GIORGETT1 J R Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Mudas de Tomate In Encontro Nacional de Produccedilatildeo e Abastecimento de Tomate 2 1991 Jaboticabal Satildeo Paulo Anais Jaboticabal UNESP 1991 p 242-244

GLIESSMAN S R Agroecologia Processos ecoloacutegicos em agricultura sustentaacutevelPorto Alegre Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS 2000 653p

43

GLIESSMAN S R TURRIALBA C R Agroecologia Procesos Ecoloacutegicos en Agricultura Sostenible CATIE 2002 p 3-14

GNOATTO S C Caracterizaccedilatildeo quiacutemica de vermicompostos de diferentes substratos orgacircnicos Pelotas-RS 1999 38 f (Mestrado em Agronomia - Solos) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

GOMES J C C BORBA M F S A moderna crise dos alimentos oportunidade para a agricultura familiar Emater Porto Alegre julset 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwematertchebrdocsagroecorevistan313-artigo3htmgtAcesso em 24 fev 2002

GOMEZ H W Desenvolvimento sustentaacutevel agriacutecola e capitalismo In Desenvolvimento sustentaacutevel Necessidade eou disponibilidade Santa Cruz do Sul Nobel - UNISC 1997 p 65-77

GONZAacuteLEZ DE MOLINA M SEVILLA GUZMAacuteN E Ecologia campesinado e historia Para una reinterpretacioacuten dei desarrollo dei capitalismo en la agricultura In SEVILLA GUZMAacuteN E GONZAacuteLEZ DE MOLINA M (ed) Ecologia campesinado e historia Madrid La Piqueta 1993 p 23-129

GRIFFITH S A SCHNITZER M Analytical characteristic of humic and fulvic acids extracted from tropical volcanic soils Soil Sei Soc Am Proc v 39 p361-367 1975

GUIMARAtildeES E Caracterizaccedilatildeo quiacutemica estreptoscoacutepica e por anaacutelise teacutermica de aacutecidos huacutemicos e vermicompostos obtidos de estercos de diferentes animaisCuritiba 1997 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Quiacutemica) Universidade Federal do Paranaacute 1997

HESS A F Sociedade e meio ambiente uma relaccedilatildeo ambiacutegua Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v 4 n2 p 167-1741999

ICEPA-SC Informes conjunturais sobre a cultura da cebola Disponiacutevel em lthttpwwwicepa combrgt Acesso em 23 jan 2003

JONES H A MANN L K Onions and their allies New York Interscience Publishers 1962 286 p

JUacuteNIOR H A de MAIORANO J A Receitas obtidas de extratos de plantasCampinas CATITerra Viva [199-] 10 f

KHATOUNIAN C A Ciclo de Palestras sobre Agricultura Orgacircnica 2a Ed SatildeoPaulo Fund Cargill 1997 149 p

KIEHL E J Fertilizantes Orgacircnicos Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1985 492p

44

KOEFF H H PETTERSSON B D SHAUMANN W Vida Vegetal solos e adubaccedilatildeo In Agricultura Biodinacircmica Satildeo Paulo Nobel 1983 p92-149

KONONOVA M M Soil organic matter The importance o f organic matter in soil formation and soil fertility New York Pergamqn Press 1961 p 165-200

KUHN T A Estrutura das Revoluccedilotildees Cientiacuteficas Satildeo Paulo Perspectiva 1989 257p

LANNA FCA ABREU C L ABREU J G SILVA V Resposta de cultivares de melancia cultivadas sob adubaccedilatildeo quiacutemica e orgacircnica Horticultura v 12 n l p85 1994

LEFF H Saber Ambiental Petroacutepolis Vozes 2001 343 p

MAGALHAtildeES J R Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo da cebola In FERREIRA M E CASSTELLANE P D CRUZ M C P Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo de hortaliccedilasPiracicaba POTAFOS 1993 p 381-393

MALAVOLTA E Elementos de nutriccedilatildeo mineral de plantas Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1980 251 p

MALAVOLTA E Manual de Quiacutemica Agriacutecola - Adubos e Adubaccedilatildeo 3a ed SatildeoPaulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1981 606 p

MARTINEZ A A A grande e Poderosa Minhoca Jaboticabal Funep - Unesp1990 101 p

MARTINS S R Desenvolvimento e Sustentabilidade Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v20 n2 julho 2002 Palestra apresentada no 42deg Congresso Brasileiro de Olericultura

MARTINS S R Limites Del Desarrollo Sostenible em Ameacuterica Latina En el marco de Ias poliacuteticas de (re)ajuste econocircmico Pelotas Editora UFPel 1997 135 P-

MARTINS S R Sustentabilidade na agricultura dimensotildees econocircmicas sociais e ambientais Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v4 n 2 p 175-1871999

MATURANA H REZEPKA S N D E Formaccedilatildeo Humana e Capacitaccedilatildeo Rio de Janneiro Vozes 2000 8 6 p

MELLO A F SOBRINHO M O ARZOLLA S SILVEIRA R NETTO A C KIEHL J C Fertilidade do Solo Satildeo Paulo Nobel 1983

MENEZES JUacuteNIOR F O G D Caracterizaccedilatildeo de Diferentes substratos hortiacutecolas e seu efeito na produccedilatildeo de mudas de alface e couve-flor em ambiente protegido Pelotas 1998 141 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1998

45

MIBASA Mineraccedilatildeo Barreto SA Melhorador de Solos MB4 A Natureza Agradece Arapiraca-AL [199-] Folder

MINAMI K Os resumos da olericultura 2000 In AZEVEDO FILHO MARTINEZ FILHO (ed) Preccedilos agriacutecolas Piracicaba ESALQ 1999 p 4

MINAMI K Produccedilatildeo de Mudas de Alta Qualidade em Horticultura Satildeo Paulo TA Queiroz 1995

MORSELLI T B G A Cultivo sucessivo de alface sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegidoPelotas 2001 178 p Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2001

MORSELLI T B G A Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Poliacutegrafo da Disciplina de Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia-Produccedilatildeo Vegetal UFPel 2002

MULLER AM Efeitos da Aplicaccedilatildeo Foliar de um Biofertilizante Enriquecido no Estado fitossanitaacuterio de Tomate Ervilha e Beterraba Sob Manejo OrgacircnicoDissertaccedilatildeo (Mestrado no Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agroecossistemas)1999 (Resumo)

NOLLA D Erosatildeo do Solo - O grande desafio Estado do Rio Grande do Sul SEAGRI desenvolvimento de recursos naturais renovaacuteveis 1982 412 p

PAGLIA AG MORSELLI TBGA PEIL RMN Teores de nutrientes pH e condutividade eleacutetrica da aacutegua em sistema ldquofloat^ngrdquo sob adiccedilatildeo de biofertilizantes Horticultura Brasileira v 20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PAULUS G MULLER A BARCELLOS LAR Agroecologia aplicada praticas e meacutetodos para uma agricultura de base ecoloacutegica 2ed ver ampl Porto Alegre EMATERRS 2001 8 6 p

PEIXOTO R T dos G Composto orgacircnico aplicaccedilotildees benefiacutecios e restriccedilotildees de uso Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 18 p 56-64 julho 2000

PENTEADO SR Defensivos Alternativos e Naturais Satildeo Paulo 1999 95 p

PEREIRA AJ SOUZA RJ PEREIRA WR Efeito de diferentes doses de esterco de galinha e de curral sobre a produccedilatildeo de cebola Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PINHEIRO S BARRETO SB MB-4 agricultura sustentaacutevel trofobiose e biofertilizantes Fundaccedilatildeo Juquira CandiruMibasa 2000 273 p

PRIMAVESI A Agricultura Sustentaacutevel Satildeo Paulo Nobel 1992 142 p

PRIMAVESI A O manejo ecoloacutegico do solo Agricultura em regiotildees tropicais SatildeoPaulo Nobel 1982 541 p

46

PURCINO A A C ldquoNitrogecircniordquo Informe Agropecuaacuterio Belo Horizonte v7 n81 p 16-27 1981

QUIJANO F G Efeito da adubaccedilatildeo orgacircnica no desenvolvimento de duas cultivares de alface em ambiente protegido Pelotas 1999 116f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

RODRIGUES A N N Efeitos e residuais de superfosfato triplo sobre o rendimento de mateacuteria seca e absorccedilatildeo de foacutesforo pela aveia (Avena strigosa Schob) em solo Podzoacutelico Vermelho Escuro Porto Alegre 1984 59f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia UFRGS 1984

RODRIGUES E T CASALI V W D Respostas da alface agrave adubaccedilatildeo orgacircnica II Teores conteuacutedos e utilizaccedilatildeo de macronutrientes em cultivares Rev Ceres Viccedilosa v 45 n 261 p 437-449 1998

SAMINEcircS T C O Produccedilatildeo orgacircnica de alimentos Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 17 n3 novembro 1999

SCHIEDECK G Ambiecircncia e resposta agronocircmica de meloeiro (Cucumis melo L) cultivado sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegido Pelotas lOOp Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2002

SILVA JUacuteNIOR A A GIORGI E Substratos alternativos para a produccedilatildeo de mudas de tomate Agropecuaacuteria Catarinense Florianoacutepolis EPAGRI 1992 23 p

SILVA JUacuteNIOR A A MACEDO S G STUKER H Utilizaccedilatildeo de esterco de peru na produccedilatildeo de mudas de tomateiro Florianoacutepolis EPAGRI 1995 28 p (Boletim Teacutecnico 73)

TAGLIARI PS GRASSMANN H Minhoca a grande aliada da agricultura Agropecuaacuteria Catarinense v8 n l p 11-14 mar 1995

TEDESCO M J GIANELLO C Anaacutelises de solo plantas e outros materiais Porto Alegre Faculdade de Agronomia Departamento de Solos Universidade Federal do Rio Grande do Sul RS 1996

TENNANT D A Test of modified line intersect method of estimating root lenght Journal Ecology Oxford v 63 p 995-1001 1975

TIBAU A O Mateacuteria Orgacircnica do Solo Mateacuteria Orgacircnica e Fertilidade do SoloSatildeo Paulo Nobel 1984 p49-182

TIMM P J Anaacutelise comparativa dos sistemas de plantio convencional e cultivo miacutenimo de cebola sob adubaccedilatildeo orgacircnica e mineral Pelotas 2000 79 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2000

47

VALENZUELA HR CROSBY C Effect of compost applications on the yield of several vegetables in long-term organic farming experiments conduced in the tropics American Society Horticultural Science v33 n3 june 1998

VIGLIZZO E (ed) Subprograma Recursos Naturais y Sostenibilidad Agriacutecola documento marco Montevideo IICAPROCISUR 1995 p 75 - 78

WE1D J M TARDIN J M Proposta para a Ampliaccedilatildeo do Trabalho da ASPTA no Centro Sul do Paranaacute ASPTA Disponiacutevel em http wwwpronafgovbrEncontrotestosAS20PTA20Sul20ParanE1205 202002doc Acesso em 05 mai 2002

XAVIER SIMOacuteN F DOMINGUES D G Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel uma perspectiva agroecoloacutegica Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre EM ATERRS v2 n2 p 17-26 2001

ZABALETA J P Diagnoacutestico da Agricultura Familiar em Satildeo Joseacute do Norte - RSPelotas EMBRAPA-CPACT 1998 75 p (EMBRAPA-CPACT Documentos 44)

ZONTA E P MACHADO A A SILVEIRA P Sanest Sistema de anaacutelise estatiacutestica para microcomputadores Registrado na Secretaria Especial de Informaacutetica sob nuacutemero 066060 - categoria A Pelotas-RS Universidade Federal de Pelotas 1984

48

7 APEcircNDICE

APEcircNDICE A - Anaacutelise da adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes utilizados na produccedilatildeo de mudas de cebola

TABELA 1 A Anaacutelise baacutesica do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo miuacutedo + papua

Arg

pH IND

SMP

MO

P - n r - Na Al Ca__10Omlmdash

Mg

ppm -

6 53 67 089 8 6 27 1 04 05 0 2

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 2A Anaacutelise complementar do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo-miuacutedo + papua

Cobre Zinco Manganecircs Ferro

(m v1)

04 05 26 007

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

49

TABELA 3A Anaacutelise dos fertilizantes soacutelidos

Amostra pH limidade CN

C N P K Ca Mg

- g-ivg --

Cama de 849 2491 12 31042 2479 3888 3405 29875 463

aves

Esterco 74 3594 11 677 590 157 134 335 214

de curral

Huacutemus 684 5738 14 15965 1098 453 745 743 361

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 4A Anaacutelise quiacutemica dos biofertilizantes liacutequidos

Amostra N P K_ccedil H

Ca Mg Cu Zn Fe Mn

mdashgL bull

S Magro

m b 4

Urina

053

1652

8 2 2

008

395

0 0 0

149

1674

471

1902

6872

0 0 0

1150

4507

1172

7273

42

033

101389

920

0 0 0

6250

19458

781

35273

1123

0 2 1

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

50

APEcircNDICE B - Condiccedilotildees climaacuteticas do local

TABELA 1B Condiccedilotildees de temperatura do local

___________ __________TEMPERATURA (degCgt

meses Meacutedia

Maacutexima

Meacutedia

MiacutenimaMeacutedia

Maacutexima

Absoluta

Miacutenima

Absoluta

Junho 225 87 156 320 25

Julho 225 85 155 285 30

Agosto 251 71 161 360 1 0

Fonte FEPAGROSCT 2002

TABELA 2B Condiccedilotildees de chuva do local

mdash CHUVA (mm)mdash

meses Ocorrida Normal Desvio Da Normal

Junho 1080 1 1 0 -2 0

Julho 1062 98 8 2

Agosto 1283 1 2 0 83

Fonte FEPAGROSCT 2002

51

TABELA 1C Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

APEcircNDICE C - Anaacutelise estatiacutestica da parte aeacuterea

Causas G1 FFPA FSPA AP DC

da variaccedilatildeo --------- Quadrados meacutedios-

Blocos 3

Ad Base 2 175359071 1287102 2547419 1 11775

Biofertilizantes 2 126876 29011 87669ns 02185ns

Ad x Biofert 4 572378 31123 69106ns 04159

Resiacuteduo 24 34456 03048 27169 00290

Total 35

Meacutedia geral 93745 8772 320388 6741

CV 1980 6294 5145 2530

Significativo a 5ns Natildeo significativo

52

TABELA 1D Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade

de raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

APEcircNDICE D - Anaacutelise estatiacutestica da raiz

Causas G1 FFR FSR CR RPASR DR

da variaccedilatildeo Quadrados meacutedios---------------

Blocos 3

Ad Base 2 27874 551 623 2 1 0 140

Biofertilizantes 2 178 0 1 0 ni 1504 l03ns 038ns

Ad x Biofert 4 190 058 318 294 183

Resiacuteduo 24 005 009 028 023 0 2 1

Total 35

Meacutedia geral 1818 228 184 387 333

C V 134 1356 448 1253 1396

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

53

APEcircNDICE E - Anaacutelise estatiacutestica dos macronutrientes da parte aeacuterea da cebola

TABELA 1E Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mud^s de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

Causas G1 bull N P K Ca Mg

da variaccedilatildeo

Blocos 3

Ad Base 2 13550306 446627 25509686 1031806 59007

Biofertilizantes 2 180610ns 16564 68153ns 39006 876ns

Ad x Biofert 4 454187 45743 1047539 46950 2464

Resiacuteduo 24 29769 1453 64313 3741 439

Total 35

Meacutedia geral 24921 4597 33366 6943 1615

C V 692 829 760 880 1297

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

APEcircNDICE F - Fotos do experimento

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob uma perspectiva agroecoloacutegica

APEcircNDICE F a Fotos do experimento

FIGURA 1 Adubaccedilatildeo verde com feijatildeo-miuacutedo e papuatilde utilizadas no manejo do solo

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob urna perspectiva agroecoloacutegica

Page 39: PRODUÇÃO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L.) SOB …orgprints.org/24883/1/Paglia_Produção.pdf · vaca mais calda bordalesa; MB4+U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

30

L - comprimento total de raiacutezes (m)

8 0 0 0 - volume da amostra (cm3)

3553 Razatildeo parte aeacutereasistema radicular

Este paracircmetro foi obtido pela equaccedilatildeo

RPASR = FSPA FSR onde

RPASR - razatildeo parte aeacuterea sistema radicular

FSPA - fitomassa seca da parte aeacuterea

FSR - fitomassa seca do sistema radicular

36 Determinaccedilatildeo de macronutrientes no tecido vegetal

Os macronutrientes nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio foram

determinados no laboratoacuterio de Fertilidade e Anaacutelise de Plantas do Departamento de

Solos da UFPel atraveacutes dos meacutetodos descritos por Tedesco amp Gianello (1996)

31

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 Anaacutelise das variaacuteveis

A anaacutelise da variaccedilatildeo mostrou que houve diferenccedila significativa na interaccedilatildeo entre

os fatores de adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes liacutequidos com exceccedilatildeo da variaacutevel altura

de planta para a qual somente a adubaccedilatildeo de base mostrou-se significativa (Apecircndices

C D e E Tabelas 1C 1D e 1E)

411 Anaacutelise da parte aeacuterea

Na Tabela 1 destacaram-se as adubaccedilotildees EC+SM+U+CB EC+MB4 +U+CB e EC

que diferiram significativamente das demais adubaccedilotildees para as variaacuteveis fiacutetomassa

fresca da parte aeacuterea (FFPA) fiacutetomassa seca da parte aeacuterea (FSPA) altura de planta

(AP) e diacircmetro do colo (DC)

32

TABELA 1 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

30 t ha de vermicomposto 7015 c A45 t halsquo de vermicomposto 7824 b B60 t ha de esterco de curral 12248 a C

30 t ha de vermicomposto 667 c A45 t ha de vermicomposto 752 b A60 t ha de esterco de curral 1150a C

30 t ha de vermicomposto 2975 b A45 t harsquo de vermicomposto 2775 b A60 t ha de esterco de curral 3600 a B

30 t ha de vermicomposto 631 b A45 t ha de vermicomposto 6 2 2 b B60 t ha de esterco de curral 741 a C

-Fitomassa fresca (g)----------------6270 c B 6885 b A8832 b A 6308 c C

15082 a A 13934 a BmdashFitomassa seca (g)----------------

625 c A 655 b A830 b A 607 b B

1345 a A 1262 a B-Altura de planta (cm)----------------

2950 b A 3050 b A2937 b A 2950 b A 3975 a A 3622 a B

-Diacircmetro de colo (mm)---------------592 c B 599 b B 657 b A 609 b B 819a A________ 793a B

Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

O efeito positivo do esterco bovino pode ser atribuiacutedo agraves melhorias nas condiccedilotildees

fiacutesicas do solo por ele proporcionado Segundo Primavesi (1982) e Compagnoni amp

Putzolu (1985) o esterco bovino apresenta propriedades condicionadoras do solo dando

agraves plantas melhores condiccedilotildees de desenvolvimento elevando sobremaneira os

conteuacutedos de fitomassa fresca das plantas que refletiratildeo nas demais respostas

agronocircmicas

Analisando as adubaccedilotildees de base em relaccedilatildeo aos biofertilizantes observa-se que

para os tratamentos 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) - natildeo houve influecircncia dos

biofertilizantes para as variaacuteveis FSPA e AP enquanto destacou-se o SM+U+CB para o

DC e SM+U+CB e ausecircncia da adubaccedilatildeo liacutequida para a FFPA mostrando que o uso

dos biofertilizantes natildeo influenciou esta variaacutevel 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) -

verificou-se a eficiecircncia do uso do MB4 +U+CB para as variaacuteveis FFPA e DC Para a

variaacutevel FSPA destacaram-se os dois biofertilizantes utilizados jaacute para AP natildeo houve

33

influecircncia destes EC (60 t ha 1 de esterco de curral) - em todas as variaacuteveis observadas

na tabela 5 as respostas foram significativas utilizando MB4 +U+CB

As respostas encontradas no presente trabalho para as variaacuteveis AP e FSPA foram

superiores as obtidas por Dalponte (1990) quando utilizado 0 esterco de curral para

produccedilatildeo de mudas de cebola

Segundo Filgueira (2000) os solos da regiatildeo produtora de cebola do RS satildeo

pobres em foacutesforo disponiacutevel (15 mg Kg1) necessitando portanto de adubaccedilotildees

fosfatadas elevadas As respostas aqui obtidas podem ser justificadas pelos teores de

foacutesforo contido no MB4

Follet et al (1981) citam a importacircncia do uso de compostos orgacircnicos no solo

enfatizando os estercos no sentido da decomposiccedilatildeo continuada no fornecimento de

nutrientes e na liberaccedilatildeo lenta e gradual de aacutecidos orgacircnicos influenciando a liberaccedilatildeo

do foacutesforo O que provavelmente pode ser atribuiacutedo agraves respostas encontradas no

presente trabalho para 0 tratamento Esterco de curral mais MB4 e Urina mais Calda

Bordalesa

E importante destacar que 0 sistema de produccedilatildeo de mudas de cebola sob uma

perspectiva agroecoloacutegica mostra-se eficiente quando visualmente natildeo percebe-se

diferenccedila significativa entre os tratamentos (Apecircndice F Figura 2)

Conveacutem ressaltar que quando trabalhamos com agroecologia natildeo existem

receitas nem pacotes tecnoloacutegicos prontos Cada situaccedilatildeo deveraacute ser estudada em

particular para que se faccedila recomendaccedilotildees adequadas ao ambiente local uma vez que

as plantas se adaptam ao meio estando a nutriccedilatildeo encarregada de proteger e manter o

equiliacutebrio do organismo vegetal em funccedilatildeo das alteraccedilotildees externas

E fundamental que se compreenda os princiacutepios norteadores de todo o processo

que satildeo as bases da luta por uma sociedade mais justa dentro de um mundo econocircmico e

ambientalmente mais sustentaacutevel

412 Anaacutelise do sistema radicular

Os resultados obtidos nas anaacutelises do sistema radicular (Tabela 2) mostram

diferenccedilas significativas entre as adubaccedilotildees para as variaacuteveis fitomassa fresca de raiz

(FFR) fitomassa seca de raiz (FSR) comprimento de raiz (CR) razatildeo parte

aeacutereasistema radicular (RPASR) e densidade de raiz (DR)

34

TABELA 2 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade de

raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAO DE BASE

S Magro + MB4 +Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

1540 c A 1576 b B 2427 a A

Fitomassa fresca (g)----------------1502 c B 1517 b AB 1658 b A 1446 c C 2336 a B 2360 a B

--------------------Fitomassa seca (g)-------------------196 b A 207 ab A 170 b A170 b A 199 b A 192 b A 344 a A 249 a B 327 a A

Comprimento de raiz(cm)---------------1237 b A 1158 b A 1158 a A1237 b A 1060 c B 1040 b B1433 a A 1296 a B 1040 b C

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t halsquo 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha de vermicomposto 45 t ha de vermicomposto60 t ha~ de esterco de curral__________________________ _________________________Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

-----Razatildeo Parte AeacutereaSistema Radicular------340 b AB 301c B 384 a A446 a A 415 b A 326 a B339 b B 546 a A 388 a B

-------------- Densidade de raiz (m cm3)------------367 a AB 414 a A 325 b B282 b B 301b B 405 a A347 ab A 231c B 324 b A

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base destacou-se o EC (60 t ha 1 de esterco de curral)

para as variaacuteveis FFR e FSR Quando adicionado o SM+U+CB os resultados para FFR

foram ainda melhores bem como o CR As respostas obtidas para a RPASR foram

variadas em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees apresentando melhores resultados para 15 VB (45 t

ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB e ainda melhor para EC (60 t ha 1 de esterco de

curral)+MB4 +U+CB As adubaccedilotildees de base 1 VB 15 VB e EC natildeo diferiram entre si

As adubaccedilotildees mais eficientes para a variaacutevel DR foram 1 VB+SM+U+CV que natildeo

diferiu da EC+SM+U+CB I VB+ MB4 +U+CB e agrave 15 VB foram melhores entre as

demais

35

Analisando os biofertilizantes em relaccedilatildeo a cada adubaccedilatildeo de base verifica-se que

para a 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB destaca-se a variaacutevel FFR

poreacutem sem diferenccedila significativa de 1 VB os melhpres resultados para a variaacutevel DR

foram encontrados pelo tratamento 1 VB+MB4 +U+CB e 15 VB (45 t ha 1 de

vermicomposto) tambeacutem se considera eficiente o 1 VB+SM+U+CB que natildeo diferiu do

EC (esterco de curral) Quando se utilizou 15 VB+ MB4 +U+CB houve resposta

significativa para a variaacutevel FFR para FSR as respostas natildeo foram diferentes com a

aplicaccedilatildeo dos biofertilizantes para as variaacuteveis FSR e DR as adubaccedilotildees EC e

EC+SM+U+CB natildeo diferiram entre si

Embora as respostas estatiacutesticas tenham sido diferentes para as adubaccedilotildees

combinadas ou natildeo pode-se salientar a importacircncia do aacutecido indol-aceacutetico como jaacute

citado anteriormente para as variaacuteveis avaliadas na parte aeacuterea das mudas de cebola

Respostas semelhantes nesse sentido foram encontradas para a cultura da alface por

Quijano (1999) e Morselli (2001)

Pereira et al (2002) concluiacuteram em trabalho realizado com a cultivar de cebola

CNPF1 6400 em Minas Gerais que a utilizaccedilatildeo de 20 t ha de esterco de curral

proporcionou os melhores resultados para a produccedilatildeo de cebola

Silva Juacutenior amp Giorgi (1992) e Menezes Juacutenior (1998) citam que doses elevadas

de mateacuteria orgacircnica podem prejudicar a primeira fase da germinaccedilatildeo (embebiccedilatildeo) e

absorccedilatildeo de aacutegua pelas raiacutezes das placircntulas No entanto no presente trabalho este fato

natildeo ocorreu embora a dose de esterco utilizada tenha sido de 60 t ha 1 (dose maacutexima

recomendada segundo Nolla 1982)

413 Anaacutelise de macronutrientes no tecido vegetal

Os resultados dos conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio no

tecido vegetal sob diferentes adubaccedilotildees encontrados na Tabela 3 indicam mais uma

vez a superioridade da adubaccedilatildeo esterco com 0 uso ou natildeo de biofertilizantes

36

TABELA 3 Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob

uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS i J B

ADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesamg plantas1

---- Nitrogecircnio-----30 t ha de vermicomposto 16593 c AB 15451 c B 19050 b A45 t ha de vermicomposto 21444 b A 22888 b A 17852 b B60 t ha de esterco de curral 32606 a C 37593 a B 40816 a A

--------------- ------ Foacutesforo------- -------------30 t ha de vermicomposto 3098 c B 2802 c B 3999 b A45 t ha de vermicomposto 4109 b A 4135 b A 2788 c B60 t ha de esterco de curral 5300 a B 7577 a A 7565 a A

------- Potaacutessio------30 t ha de vermicomposto 24327 c A 19900 c B 24965 b A45 t ha de vermicomposto 29113b A 29812 b A 22031 b B60 t ha de esterco de curral 44070 a B 51976 a A 54101 a A

-------- Caacutelcio-------30 t ha de vermicomposto 5027 c A 4356 c A 4834 b A45 t ha de vermicomposto 6114b A 6963 b A 4379 b B60 t ha de esterco de curral 9030 a C 11451 a A 10331 a B

------Magneacutesio-----30 t ha de vermicomposto 1188 b A 914 c A 1202 b A45 t ha de vermicomposto 1231 b B 1582 b A 1176 b B60 t ha de esterco de curral 2136a B 2443 a A 2663 a AMeacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base observa-se que o melhor tratamento foi o

esterco de curral para todas as variaacuteveis Para 1 VB (30 t ha^ 1 de vermicomposto) natildeo

houve resposta diferenciada com o uso de bofertilizantes para todas as variaacuteveis A

adubaccedilatildeo 15 VB (45 t ha 1 de vemicomposto) foi influenciada pelos biofertilizantes

para as variaacuteveis N P K e Ca enquanto que para Mg somente o MB4+U+CB o

influenciou O EC (esterco de curral) mostrou diferenccedila significativa apenas para as

variaacuteveis Ca e Mg quando adicionado MB4+U+CB

Segundo Peixoto (2000) eacute fundamental a adiccedilatildeo de adubos orgacircnico no cultivo de

hortaliccedilas seja na forma de esterco decomposto composto ou huacutemus de minhoca de

37

modo a fornecer melhorias nas propriedades do solo vindo a disponibilizar os nutrientes

as diferentes culturas

O esterco fresco conteacutem muita cama celuloacutesica e um elevado teor de aacutegua No

esterco curtido a celulose jaacute estaacute decomposta o teor de aacutegua estaacute reduzido agrave metade e os

nutrientes em uma forma mais assimilaacutevel e mais concentrada O esterco fresco pode

causar uma deficiecircncia temporaacuteria de nitrogecircnio no solo ao se decompor o que natildeo

acontece com o biestabilizado (Kiehl 1985)Ocorre uma diminuiccedilatildeo inicial no volume

de aacutegua retido no esterco de curral diminui inicialmente em tomo de 3581 liberando

posteriormente somente 496 evidenciando a sua capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua

(Menezes Juacutenior 1998)

A utilizaccedilatildeo continuada de adubos nitrogenados minerais no solo altera o balanccedilo

do nitrogecircnio entre o solo e planta No meacutetodo biodinacircmico eacute sublinhada a importacircncia

dos adubos animais para o estabelecimento da fertilidade permanente dos solos (Koeff

et al 1983)

Para Guimaratildees (1997) os benefiacutecios que a mateacuteria orgacircnica imprime ao solo

principalmente melhorando a produtividade fertilidade e a influencia que as substancias

huacutemicas exercem sobre o ambiente dependem da qualidade e do teor de mateacuteria

orgacircnica do solo Estas substacircncias por conterem nutrientes em sua constituiccedilatildeo em uma

forma mais disponiacutevel para as plantas promovem um equiliacutebrio no ambiente no solo

(Kononova 1966)

Aproximadamente de 60 a 70 do total de carbono do solo ocorre na forma de

materiais huacutemicos (Griffith amp Schnitzer 1975) sendo a eles atribuiacutedo a manutenccedilatildeo da

bioestrutura do solo aumentando a capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua (Brady 1999)

Conforme Compagnoni amp Putzolu (1985) os estercos bem como os demais

resiacuteduos orgacircnicos apresentam conteuacutedos diferentes de aacutecidos huacutemicos e fuumllvicos sendo

atribuiacutedo ao acido huacutemico uma accedilatildeo fitoestimulante semelhante aos fitohormocircnios por

favorecer o desenvolvimento do sistema radicular e crescimento do caule

Em trabalho realizado por Guimaratildees (1997) foi encontrado para aacutecidos huacutemicos

de esterco bovino uma relaccedilatildeo CN 1035 e para vermicomposto bovino 17

evidenciando que o esterco quando aplicado ao solo por apresentar uma relaccedilatildeo CN

proacutexima deste reage mais facilmente liberando nutrientes para as plantas sem alterar a

cadeia troacutefiacuteca Dados encontrados no presente trabalho demonstram a eficiecircncia do

esterco nesse sentido

38

De acordo com Morselli (2001) vaacuterios trabalhos citam comentam e discutem a

capacidade dos vermicompostos em proporcionar oacutetimas colheitas e favorecer a

precocidade das plantas cultivadas Poreacutem muitas vezes se observa que mesmo

suprindo essas plantas com nutrientes necessaacuterios atraveacutes de huacutemus de diferentes fontes

as respostas natildeo satildeo as mesmas para uma mesma cultivar

Por outro lado os resultados com o uso de substacircncias huacutemicas satildeo variaacuteveis e

dependem aleacutem da espeacutecie testada das substacircncias huacutemicas utilizadas sua

concentraccedilatildeo o grau de purificaccedilatildeo e das condiccedilotildees experimentais A resposta das

plantas aos aacutecidos huacutemicos e fuacutelvicos eacute dependente da mateacuteria prima original e da

espeacutecie vegetal pois materiais orgacircnicos diferentes apresentam aacutecidos huacutemicos e

fuacutelvicos diferentes (Businelli 1990)

Justificam-se os maiores conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio e caacutelcio nas

adubaccedilotildees 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e biofertilizantes devido

provavelmente ao vermicomposto utilizado apresentar na sua constituiccedilatildeo teores

consideraacuteveis destes elementos aleacutem do que os biofertilizantes possam ter influenciado

na absorccedilatildeo atraveacutes de sua constituiccedilatildeo Tibau (1984) considera que a urina de vaca eacute

rica em aacutecido indol-aceacutetico e este influencia na absorccedilatildeo radicular O efeito positivo

deste tratamento provavelmente seja devido agrave quantidade aplicada

O biofertilizante que se destacou foi o MB4+U+CB em relaccedilatildeo ao EC (esterco de

curral) e eacute somente para a variaacutevel caacutelcio Isto provavelmente seja devido ao alto teor

deste elemento encontrado na sua constituiccedilatildeo (6872 g Kg1) e pela influecircncia positiva

que a calda bordalesa exerce no metabolismo das plantas atraveacutes dos nutrientes

contidos em sua formulaccedilatildeo O Ca controla a absorccedilatildeo radicular e retorna ao solo pelo

esterco e palhas por apresentar-se em maior quantidade em folhas e caules Depois de

localizado nas folhas fica imoacutevel favorecendo a resistecircncia da planta ao ataque de

fungos

Este trabalho avanccedila no estudo da agroecologia estando claro que todos os

criteacuterios tem caraacuteter dinacircmico de adequaccedilatildeo as mudanccedilas de um sistema de produccedilatildeo

em evoluccedilatildeo contribuindo na transiccedilatildeo para um padratildeo sustentaacutevel Cabe a pesquisa a

reorientaccedilatildeo para um enfoque ldquosistecircmicordquo isto eacute que permita integrar os diversos

componentes de um agroecossistema e a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas que promovam 0

fortalecimento e a expansatildeo da agricultura familiar

39

5 CONCLUSOtildeES

Considerando os resultados obtidos e as condiccedilotildees em que o estudo foi realizado

conclui-se que

bull As respostas agronocircmicas das mudas de cebola para os paracircmetros avaliados

satildeo mais satisfatoacuterias com a aplicaccedilatildeo de esterco de curral como adubaccedilatildeo de

base

bull Os biofertilizantes mais urina de vaca e calda bordalesa proporcionam

respostas satisfatoacuterias quando aplicados associados agraves adubaccedilotildees de base

bull O biofertilizante MB4 mais urina de vaca e calda bordalesa eacute mais eficiente

que o super magro mais urina e calda bordalesa quando aplicado associado agrave

adubaccedilatildeo de base esterco de curral para os conteuacutedos de fitomassa secae

fresca da parte aeacuterea das plantas altura e diacircmetro de colo das mudas de

cebola

bull Os biofertilizantes adicionados agrave adubaccedilatildeo de base 45 t harsquo 1 de vermicomposto

bovino mostram respostas significativas para os conteuacutedos de fitomassa seca

bull Os maiores conteuacutedos nutricionais para as mudas de cebola satildeo

proporcionados pela adubaccedilatildeo de base esterco de curral

bull A maior absorccedilatildeo de caacutelcio pelas mudas de cebola ocorre quando da adiccedilatildeo do

biofertilizante MB4 mais urina e calda bordalesa agrave adubaccedilatildeo de base esterco de

curral

40

6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ALDRIGHI CB ABREU CM PAGLIA AG MORSELLI TBGA FERNANDES HS Efeito da aplicaccedilatildeo de biofertilizante e urina de vaca em mudas de tomateiro Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

ALTIERI M NICHOLLS C I Agroecologia Teoria praacutectica para umaAgricultura Sustentable Ia ed PNUMA 2000 Cap 2 4 Seacuterie textos baacutesicos para la formacioacuten ambiental

ALTIERI M Agroecologia bases cientiacuteficas para uma agricultura sustentaacutevelGuaiacuteba Agropecuaacuteria 2002 592 p

ANTONIOLLI Z I GIRACCA E M N CARDOSO S J T WIETHAN M M S FERRI M Iniciaccedilatildeo agrave Minhocultura Criaccedilatildeo em Cativeiro e Vermicompostagem Santa Maria UFSM 1996 p59-89

BAYER C MIELNICZUC J Dinacircmica e funccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica In SANTOS G de A S e CAMARGO F A de O (ed) Fundamentos da mateacuteria orgacircnica do solo ecossistemas tropicais e subtropicais Porto Alegre Genesis 1999 p 3-23

BARRETTO D X Composto Orgacircnico In Praacutetica em Agricultura Orgacircnica Satildeo Paulo iacutecone Ed Ltda 1985 p 51-63

BETTIOL W Alguns produtos alternativos para o controle de doenccedilas de plantasem agricultura orgacircnica II Ciclo de palestras sobre agricultura orgacircnica Instituto Bioloacutegico Satildeo Paulo p52-63 1997

41

BETTIOL W TRACH R GALVAtildeO JAH Controle de doenccedilas de plantas com biofertilizantes Jaguariuacutena EMBRAPA-CNPMA 1997 22p (EMBRAPA- CNPMA Circular Teacutecnica 02)

BRADY N C Natureza e propriedades dos sotos Rio de Janeiro Freitas BastosS A 1979 647p

BRADY N C Organisms and ecology of the soil In The nature of properties of soils Simon amp Schuster A Viacon Company New Jersey1999 402-489p

BON1LLA J A Fundamentos da Agricultura Ecoloacutegica Sobrevivecircncia eQualidade de Vida Satildeo Paulo Nobel 1992

BUREacuteS S Substratos Ediciones Agroteacutecnicas S L Madrid Octubre 1997

BUS1NELLI M Chemical Composition and Enzymic Activity of some Worm Cast Plant Soil v 80 p 1-2 1990

CALEGARI A Espeacutecies para cobertura de solo In IAPAR (Instituto Agronocircmico de Paranaacute) Plantio Direto pequena propriedade sustentaacutevel organizador Moacir Darolt Londrina - PR 1998 65-93

CAMARGO P N D Manual de Adubaccedilatildeo Foliar Satildeo Paulo Herba 1975

CAPRA F A Teia da Vida Satildeo Paulo Cultrix 1997 256p

CAPRA F O Ponto de Mutaccedilatildeo 22 ed Satildeo Paulo Cultrix 2001 447p

CHABOUSSOU F Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da Trofobiose) Porto Alegre LPM 1987 253 p

CLARO S A Referencias tecnoloacutegicos para a agricultura familiar ecoloacutegica aexperiecircncia da Regiatildeo Centro-Serra do Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS-ASCAR 2001 250p

CLIVELA G Diagnoacutestico Agronocircmico da cebola no Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS 1995 8 6 p

COMISSAtildeO DE FERTILIDADE DO SOLO - RSSC Recomendaccedilotildees de adubaccedilatildeo e calagem para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina 3 ed Passo Fundo SBCS - Nuacutecleo Regional Sul 1995 223p

COMPAGNONI L PUTZOLU G Cria moderna de Ias lombrices y utilizacioacutenrentable dei humus Barcelona Editorial de Vecchi- SA 1985127p

COSTABEBER J A MOYANO E Transiccedilatildeo agroecoloacutegica e accedilatildeo social coletiva Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v l n4 p 50- 60 outdez 2 0 0 0

42

COSTA M B B da Adubaccedilatildeo orgacircnica Nova siacutentese e novo caminho para aagricultura Satildeo Paulo Ed iacutecone Ltda 1985 102p

COSTA NETO C Agricultura Sustentaacutevel Tecnologias e Sociedade In CARVALHO COSTA LF et al (org) Mundo Rural e Tempo Presente Rio de Janeiro Mauad 1999

DrsquoAG0ST1NI R L FANTINI A C Produccedilatildeo orgacircnica tambeacutem socialmente excludente Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v3 n l p57-61 2002

DALPONTE J C V Utilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos e fertilizante mineral na produccedilatildeo e qualidade de mudas e bulbos de cebola (Alliurn Cepa L) Pelotas-RS 1990 (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1990

DEBARBA J F THOMAZELLI L F GANDIN C L SILVA E Cadeias produtivas do Estado de Santa Catarina Cebola Florianoacutepolis Epagri 1998 115 p (EPAGRI Boletim Teacutecnico 96)

DUFOUR F Os saacutebios loucos do agro-alimentar Le Monde Diplomatique ano 1 n4 p6-7 1999 (ed portuguesa)

EHLERS E Agricultura Sustetaacutevel Origem e perspectivas de um novo paradigma 2 ed Guaiacuteba Agropecuaacuteria 1999 157 p

FILGUEIRA F A R Novo Manual de olericultura agrotecnologia moderna na produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 2000 402 p

FRASER G K Mateacuteria Orgacircnica Del Suelo In BEAR F E (ed) Quiacutemica dei Suelo Madrid Ed Agrociencia 1963

FOLLET R H MURPHY L S DONAHUE R L Fertilizers and soil amendments New Jersey Printice-Hall Inc 1981 557p

GARCIA A Revista dei Espacio Rural Georgica Zaragoza Escuela Politeacutecnica de Huesca n5 1997

GARCIA A Versatildeo preliminar de um Programa Estadual de Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Bulbos e Sementes de CebolaEMBRAPAIPAGROMARAEMATER 6 8 pbdquo 1990 (Publicaccedilatildeo avulsa)

GIORGETT1 J R Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Mudas de Tomate In Encontro Nacional de Produccedilatildeo e Abastecimento de Tomate 2 1991 Jaboticabal Satildeo Paulo Anais Jaboticabal UNESP 1991 p 242-244

GLIESSMAN S R Agroecologia Processos ecoloacutegicos em agricultura sustentaacutevelPorto Alegre Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS 2000 653p

43

GLIESSMAN S R TURRIALBA C R Agroecologia Procesos Ecoloacutegicos en Agricultura Sostenible CATIE 2002 p 3-14

GNOATTO S C Caracterizaccedilatildeo quiacutemica de vermicompostos de diferentes substratos orgacircnicos Pelotas-RS 1999 38 f (Mestrado em Agronomia - Solos) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

GOMES J C C BORBA M F S A moderna crise dos alimentos oportunidade para a agricultura familiar Emater Porto Alegre julset 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwematertchebrdocsagroecorevistan313-artigo3htmgtAcesso em 24 fev 2002

GOMEZ H W Desenvolvimento sustentaacutevel agriacutecola e capitalismo In Desenvolvimento sustentaacutevel Necessidade eou disponibilidade Santa Cruz do Sul Nobel - UNISC 1997 p 65-77

GONZAacuteLEZ DE MOLINA M SEVILLA GUZMAacuteN E Ecologia campesinado e historia Para una reinterpretacioacuten dei desarrollo dei capitalismo en la agricultura In SEVILLA GUZMAacuteN E GONZAacuteLEZ DE MOLINA M (ed) Ecologia campesinado e historia Madrid La Piqueta 1993 p 23-129

GRIFFITH S A SCHNITZER M Analytical characteristic of humic and fulvic acids extracted from tropical volcanic soils Soil Sei Soc Am Proc v 39 p361-367 1975

GUIMARAtildeES E Caracterizaccedilatildeo quiacutemica estreptoscoacutepica e por anaacutelise teacutermica de aacutecidos huacutemicos e vermicompostos obtidos de estercos de diferentes animaisCuritiba 1997 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Quiacutemica) Universidade Federal do Paranaacute 1997

HESS A F Sociedade e meio ambiente uma relaccedilatildeo ambiacutegua Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v 4 n2 p 167-1741999

ICEPA-SC Informes conjunturais sobre a cultura da cebola Disponiacutevel em lthttpwwwicepa combrgt Acesso em 23 jan 2003

JONES H A MANN L K Onions and their allies New York Interscience Publishers 1962 286 p

JUacuteNIOR H A de MAIORANO J A Receitas obtidas de extratos de plantasCampinas CATITerra Viva [199-] 10 f

KHATOUNIAN C A Ciclo de Palestras sobre Agricultura Orgacircnica 2a Ed SatildeoPaulo Fund Cargill 1997 149 p

KIEHL E J Fertilizantes Orgacircnicos Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1985 492p

44

KOEFF H H PETTERSSON B D SHAUMANN W Vida Vegetal solos e adubaccedilatildeo In Agricultura Biodinacircmica Satildeo Paulo Nobel 1983 p92-149

KONONOVA M M Soil organic matter The importance o f organic matter in soil formation and soil fertility New York Pergamqn Press 1961 p 165-200

KUHN T A Estrutura das Revoluccedilotildees Cientiacuteficas Satildeo Paulo Perspectiva 1989 257p

LANNA FCA ABREU C L ABREU J G SILVA V Resposta de cultivares de melancia cultivadas sob adubaccedilatildeo quiacutemica e orgacircnica Horticultura v 12 n l p85 1994

LEFF H Saber Ambiental Petroacutepolis Vozes 2001 343 p

MAGALHAtildeES J R Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo da cebola In FERREIRA M E CASSTELLANE P D CRUZ M C P Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo de hortaliccedilasPiracicaba POTAFOS 1993 p 381-393

MALAVOLTA E Elementos de nutriccedilatildeo mineral de plantas Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1980 251 p

MALAVOLTA E Manual de Quiacutemica Agriacutecola - Adubos e Adubaccedilatildeo 3a ed SatildeoPaulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1981 606 p

MARTINEZ A A A grande e Poderosa Minhoca Jaboticabal Funep - Unesp1990 101 p

MARTINS S R Desenvolvimento e Sustentabilidade Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v20 n2 julho 2002 Palestra apresentada no 42deg Congresso Brasileiro de Olericultura

MARTINS S R Limites Del Desarrollo Sostenible em Ameacuterica Latina En el marco de Ias poliacuteticas de (re)ajuste econocircmico Pelotas Editora UFPel 1997 135 P-

MARTINS S R Sustentabilidade na agricultura dimensotildees econocircmicas sociais e ambientais Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v4 n 2 p 175-1871999

MATURANA H REZEPKA S N D E Formaccedilatildeo Humana e Capacitaccedilatildeo Rio de Janneiro Vozes 2000 8 6 p

MELLO A F SOBRINHO M O ARZOLLA S SILVEIRA R NETTO A C KIEHL J C Fertilidade do Solo Satildeo Paulo Nobel 1983

MENEZES JUacuteNIOR F O G D Caracterizaccedilatildeo de Diferentes substratos hortiacutecolas e seu efeito na produccedilatildeo de mudas de alface e couve-flor em ambiente protegido Pelotas 1998 141 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1998

45

MIBASA Mineraccedilatildeo Barreto SA Melhorador de Solos MB4 A Natureza Agradece Arapiraca-AL [199-] Folder

MINAMI K Os resumos da olericultura 2000 In AZEVEDO FILHO MARTINEZ FILHO (ed) Preccedilos agriacutecolas Piracicaba ESALQ 1999 p 4

MINAMI K Produccedilatildeo de Mudas de Alta Qualidade em Horticultura Satildeo Paulo TA Queiroz 1995

MORSELLI T B G A Cultivo sucessivo de alface sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegidoPelotas 2001 178 p Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2001

MORSELLI T B G A Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Poliacutegrafo da Disciplina de Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia-Produccedilatildeo Vegetal UFPel 2002

MULLER AM Efeitos da Aplicaccedilatildeo Foliar de um Biofertilizante Enriquecido no Estado fitossanitaacuterio de Tomate Ervilha e Beterraba Sob Manejo OrgacircnicoDissertaccedilatildeo (Mestrado no Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agroecossistemas)1999 (Resumo)

NOLLA D Erosatildeo do Solo - O grande desafio Estado do Rio Grande do Sul SEAGRI desenvolvimento de recursos naturais renovaacuteveis 1982 412 p

PAGLIA AG MORSELLI TBGA PEIL RMN Teores de nutrientes pH e condutividade eleacutetrica da aacutegua em sistema ldquofloat^ngrdquo sob adiccedilatildeo de biofertilizantes Horticultura Brasileira v 20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PAULUS G MULLER A BARCELLOS LAR Agroecologia aplicada praticas e meacutetodos para uma agricultura de base ecoloacutegica 2ed ver ampl Porto Alegre EMATERRS 2001 8 6 p

PEIXOTO R T dos G Composto orgacircnico aplicaccedilotildees benefiacutecios e restriccedilotildees de uso Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 18 p 56-64 julho 2000

PENTEADO SR Defensivos Alternativos e Naturais Satildeo Paulo 1999 95 p

PEREIRA AJ SOUZA RJ PEREIRA WR Efeito de diferentes doses de esterco de galinha e de curral sobre a produccedilatildeo de cebola Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PINHEIRO S BARRETO SB MB-4 agricultura sustentaacutevel trofobiose e biofertilizantes Fundaccedilatildeo Juquira CandiruMibasa 2000 273 p

PRIMAVESI A Agricultura Sustentaacutevel Satildeo Paulo Nobel 1992 142 p

PRIMAVESI A O manejo ecoloacutegico do solo Agricultura em regiotildees tropicais SatildeoPaulo Nobel 1982 541 p

46

PURCINO A A C ldquoNitrogecircniordquo Informe Agropecuaacuterio Belo Horizonte v7 n81 p 16-27 1981

QUIJANO F G Efeito da adubaccedilatildeo orgacircnica no desenvolvimento de duas cultivares de alface em ambiente protegido Pelotas 1999 116f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

RODRIGUES A N N Efeitos e residuais de superfosfato triplo sobre o rendimento de mateacuteria seca e absorccedilatildeo de foacutesforo pela aveia (Avena strigosa Schob) em solo Podzoacutelico Vermelho Escuro Porto Alegre 1984 59f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia UFRGS 1984

RODRIGUES E T CASALI V W D Respostas da alface agrave adubaccedilatildeo orgacircnica II Teores conteuacutedos e utilizaccedilatildeo de macronutrientes em cultivares Rev Ceres Viccedilosa v 45 n 261 p 437-449 1998

SAMINEcircS T C O Produccedilatildeo orgacircnica de alimentos Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 17 n3 novembro 1999

SCHIEDECK G Ambiecircncia e resposta agronocircmica de meloeiro (Cucumis melo L) cultivado sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegido Pelotas lOOp Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2002

SILVA JUacuteNIOR A A GIORGI E Substratos alternativos para a produccedilatildeo de mudas de tomate Agropecuaacuteria Catarinense Florianoacutepolis EPAGRI 1992 23 p

SILVA JUacuteNIOR A A MACEDO S G STUKER H Utilizaccedilatildeo de esterco de peru na produccedilatildeo de mudas de tomateiro Florianoacutepolis EPAGRI 1995 28 p (Boletim Teacutecnico 73)

TAGLIARI PS GRASSMANN H Minhoca a grande aliada da agricultura Agropecuaacuteria Catarinense v8 n l p 11-14 mar 1995

TEDESCO M J GIANELLO C Anaacutelises de solo plantas e outros materiais Porto Alegre Faculdade de Agronomia Departamento de Solos Universidade Federal do Rio Grande do Sul RS 1996

TENNANT D A Test of modified line intersect method of estimating root lenght Journal Ecology Oxford v 63 p 995-1001 1975

TIBAU A O Mateacuteria Orgacircnica do Solo Mateacuteria Orgacircnica e Fertilidade do SoloSatildeo Paulo Nobel 1984 p49-182

TIMM P J Anaacutelise comparativa dos sistemas de plantio convencional e cultivo miacutenimo de cebola sob adubaccedilatildeo orgacircnica e mineral Pelotas 2000 79 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2000

47

VALENZUELA HR CROSBY C Effect of compost applications on the yield of several vegetables in long-term organic farming experiments conduced in the tropics American Society Horticultural Science v33 n3 june 1998

VIGLIZZO E (ed) Subprograma Recursos Naturais y Sostenibilidad Agriacutecola documento marco Montevideo IICAPROCISUR 1995 p 75 - 78

WE1D J M TARDIN J M Proposta para a Ampliaccedilatildeo do Trabalho da ASPTA no Centro Sul do Paranaacute ASPTA Disponiacutevel em http wwwpronafgovbrEncontrotestosAS20PTA20Sul20ParanE1205 202002doc Acesso em 05 mai 2002

XAVIER SIMOacuteN F DOMINGUES D G Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel uma perspectiva agroecoloacutegica Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre EM ATERRS v2 n2 p 17-26 2001

ZABALETA J P Diagnoacutestico da Agricultura Familiar em Satildeo Joseacute do Norte - RSPelotas EMBRAPA-CPACT 1998 75 p (EMBRAPA-CPACT Documentos 44)

ZONTA E P MACHADO A A SILVEIRA P Sanest Sistema de anaacutelise estatiacutestica para microcomputadores Registrado na Secretaria Especial de Informaacutetica sob nuacutemero 066060 - categoria A Pelotas-RS Universidade Federal de Pelotas 1984

48

7 APEcircNDICE

APEcircNDICE A - Anaacutelise da adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes utilizados na produccedilatildeo de mudas de cebola

TABELA 1 A Anaacutelise baacutesica do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo miuacutedo + papua

Arg

pH IND

SMP

MO

P - n r - Na Al Ca__10Omlmdash

Mg

ppm -

6 53 67 089 8 6 27 1 04 05 0 2

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 2A Anaacutelise complementar do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo-miuacutedo + papua

Cobre Zinco Manganecircs Ferro

(m v1)

04 05 26 007

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

49

TABELA 3A Anaacutelise dos fertilizantes soacutelidos

Amostra pH limidade CN

C N P K Ca Mg

- g-ivg --

Cama de 849 2491 12 31042 2479 3888 3405 29875 463

aves

Esterco 74 3594 11 677 590 157 134 335 214

de curral

Huacutemus 684 5738 14 15965 1098 453 745 743 361

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 4A Anaacutelise quiacutemica dos biofertilizantes liacutequidos

Amostra N P K_ccedil H

Ca Mg Cu Zn Fe Mn

mdashgL bull

S Magro

m b 4

Urina

053

1652

8 2 2

008

395

0 0 0

149

1674

471

1902

6872

0 0 0

1150

4507

1172

7273

42

033

101389

920

0 0 0

6250

19458

781

35273

1123

0 2 1

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

50

APEcircNDICE B - Condiccedilotildees climaacuteticas do local

TABELA 1B Condiccedilotildees de temperatura do local

___________ __________TEMPERATURA (degCgt

meses Meacutedia

Maacutexima

Meacutedia

MiacutenimaMeacutedia

Maacutexima

Absoluta

Miacutenima

Absoluta

Junho 225 87 156 320 25

Julho 225 85 155 285 30

Agosto 251 71 161 360 1 0

Fonte FEPAGROSCT 2002

TABELA 2B Condiccedilotildees de chuva do local

mdash CHUVA (mm)mdash

meses Ocorrida Normal Desvio Da Normal

Junho 1080 1 1 0 -2 0

Julho 1062 98 8 2

Agosto 1283 1 2 0 83

Fonte FEPAGROSCT 2002

51

TABELA 1C Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

APEcircNDICE C - Anaacutelise estatiacutestica da parte aeacuterea

Causas G1 FFPA FSPA AP DC

da variaccedilatildeo --------- Quadrados meacutedios-

Blocos 3

Ad Base 2 175359071 1287102 2547419 1 11775

Biofertilizantes 2 126876 29011 87669ns 02185ns

Ad x Biofert 4 572378 31123 69106ns 04159

Resiacuteduo 24 34456 03048 27169 00290

Total 35

Meacutedia geral 93745 8772 320388 6741

CV 1980 6294 5145 2530

Significativo a 5ns Natildeo significativo

52

TABELA 1D Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade

de raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

APEcircNDICE D - Anaacutelise estatiacutestica da raiz

Causas G1 FFR FSR CR RPASR DR

da variaccedilatildeo Quadrados meacutedios---------------

Blocos 3

Ad Base 2 27874 551 623 2 1 0 140

Biofertilizantes 2 178 0 1 0 ni 1504 l03ns 038ns

Ad x Biofert 4 190 058 318 294 183

Resiacuteduo 24 005 009 028 023 0 2 1

Total 35

Meacutedia geral 1818 228 184 387 333

C V 134 1356 448 1253 1396

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

53

APEcircNDICE E - Anaacutelise estatiacutestica dos macronutrientes da parte aeacuterea da cebola

TABELA 1E Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mud^s de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

Causas G1 bull N P K Ca Mg

da variaccedilatildeo

Blocos 3

Ad Base 2 13550306 446627 25509686 1031806 59007

Biofertilizantes 2 180610ns 16564 68153ns 39006 876ns

Ad x Biofert 4 454187 45743 1047539 46950 2464

Resiacuteduo 24 29769 1453 64313 3741 439

Total 35

Meacutedia geral 24921 4597 33366 6943 1615

C V 692 829 760 880 1297

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

APEcircNDICE F - Fotos do experimento

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob uma perspectiva agroecoloacutegica

APEcircNDICE F a Fotos do experimento

FIGURA 1 Adubaccedilatildeo verde com feijatildeo-miuacutedo e papuatilde utilizadas no manejo do solo

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob urna perspectiva agroecoloacutegica

Page 40: PRODUÇÃO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L.) SOB …orgprints.org/24883/1/Paglia_Produção.pdf · vaca mais calda bordalesa; MB4+U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

31

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 Anaacutelise das variaacuteveis

A anaacutelise da variaccedilatildeo mostrou que houve diferenccedila significativa na interaccedilatildeo entre

os fatores de adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes liacutequidos com exceccedilatildeo da variaacutevel altura

de planta para a qual somente a adubaccedilatildeo de base mostrou-se significativa (Apecircndices

C D e E Tabelas 1C 1D e 1E)

411 Anaacutelise da parte aeacuterea

Na Tabela 1 destacaram-se as adubaccedilotildees EC+SM+U+CB EC+MB4 +U+CB e EC

que diferiram significativamente das demais adubaccedilotildees para as variaacuteveis fiacutetomassa

fresca da parte aeacuterea (FFPA) fiacutetomassa seca da parte aeacuterea (FSPA) altura de planta

(AP) e diacircmetro do colo (DC)

32

TABELA 1 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

30 t ha de vermicomposto 7015 c A45 t halsquo de vermicomposto 7824 b B60 t ha de esterco de curral 12248 a C

30 t ha de vermicomposto 667 c A45 t ha de vermicomposto 752 b A60 t ha de esterco de curral 1150a C

30 t ha de vermicomposto 2975 b A45 t harsquo de vermicomposto 2775 b A60 t ha de esterco de curral 3600 a B

30 t ha de vermicomposto 631 b A45 t ha de vermicomposto 6 2 2 b B60 t ha de esterco de curral 741 a C

-Fitomassa fresca (g)----------------6270 c B 6885 b A8832 b A 6308 c C

15082 a A 13934 a BmdashFitomassa seca (g)----------------

625 c A 655 b A830 b A 607 b B

1345 a A 1262 a B-Altura de planta (cm)----------------

2950 b A 3050 b A2937 b A 2950 b A 3975 a A 3622 a B

-Diacircmetro de colo (mm)---------------592 c B 599 b B 657 b A 609 b B 819a A________ 793a B

Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

O efeito positivo do esterco bovino pode ser atribuiacutedo agraves melhorias nas condiccedilotildees

fiacutesicas do solo por ele proporcionado Segundo Primavesi (1982) e Compagnoni amp

Putzolu (1985) o esterco bovino apresenta propriedades condicionadoras do solo dando

agraves plantas melhores condiccedilotildees de desenvolvimento elevando sobremaneira os

conteuacutedos de fitomassa fresca das plantas que refletiratildeo nas demais respostas

agronocircmicas

Analisando as adubaccedilotildees de base em relaccedilatildeo aos biofertilizantes observa-se que

para os tratamentos 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) - natildeo houve influecircncia dos

biofertilizantes para as variaacuteveis FSPA e AP enquanto destacou-se o SM+U+CB para o

DC e SM+U+CB e ausecircncia da adubaccedilatildeo liacutequida para a FFPA mostrando que o uso

dos biofertilizantes natildeo influenciou esta variaacutevel 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) -

verificou-se a eficiecircncia do uso do MB4 +U+CB para as variaacuteveis FFPA e DC Para a

variaacutevel FSPA destacaram-se os dois biofertilizantes utilizados jaacute para AP natildeo houve

33

influecircncia destes EC (60 t ha 1 de esterco de curral) - em todas as variaacuteveis observadas

na tabela 5 as respostas foram significativas utilizando MB4 +U+CB

As respostas encontradas no presente trabalho para as variaacuteveis AP e FSPA foram

superiores as obtidas por Dalponte (1990) quando utilizado 0 esterco de curral para

produccedilatildeo de mudas de cebola

Segundo Filgueira (2000) os solos da regiatildeo produtora de cebola do RS satildeo

pobres em foacutesforo disponiacutevel (15 mg Kg1) necessitando portanto de adubaccedilotildees

fosfatadas elevadas As respostas aqui obtidas podem ser justificadas pelos teores de

foacutesforo contido no MB4

Follet et al (1981) citam a importacircncia do uso de compostos orgacircnicos no solo

enfatizando os estercos no sentido da decomposiccedilatildeo continuada no fornecimento de

nutrientes e na liberaccedilatildeo lenta e gradual de aacutecidos orgacircnicos influenciando a liberaccedilatildeo

do foacutesforo O que provavelmente pode ser atribuiacutedo agraves respostas encontradas no

presente trabalho para 0 tratamento Esterco de curral mais MB4 e Urina mais Calda

Bordalesa

E importante destacar que 0 sistema de produccedilatildeo de mudas de cebola sob uma

perspectiva agroecoloacutegica mostra-se eficiente quando visualmente natildeo percebe-se

diferenccedila significativa entre os tratamentos (Apecircndice F Figura 2)

Conveacutem ressaltar que quando trabalhamos com agroecologia natildeo existem

receitas nem pacotes tecnoloacutegicos prontos Cada situaccedilatildeo deveraacute ser estudada em

particular para que se faccedila recomendaccedilotildees adequadas ao ambiente local uma vez que

as plantas se adaptam ao meio estando a nutriccedilatildeo encarregada de proteger e manter o

equiliacutebrio do organismo vegetal em funccedilatildeo das alteraccedilotildees externas

E fundamental que se compreenda os princiacutepios norteadores de todo o processo

que satildeo as bases da luta por uma sociedade mais justa dentro de um mundo econocircmico e

ambientalmente mais sustentaacutevel

412 Anaacutelise do sistema radicular

Os resultados obtidos nas anaacutelises do sistema radicular (Tabela 2) mostram

diferenccedilas significativas entre as adubaccedilotildees para as variaacuteveis fitomassa fresca de raiz

(FFR) fitomassa seca de raiz (FSR) comprimento de raiz (CR) razatildeo parte

aeacutereasistema radicular (RPASR) e densidade de raiz (DR)

34

TABELA 2 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade de

raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAO DE BASE

S Magro + MB4 +Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

1540 c A 1576 b B 2427 a A

Fitomassa fresca (g)----------------1502 c B 1517 b AB 1658 b A 1446 c C 2336 a B 2360 a B

--------------------Fitomassa seca (g)-------------------196 b A 207 ab A 170 b A170 b A 199 b A 192 b A 344 a A 249 a B 327 a A

Comprimento de raiz(cm)---------------1237 b A 1158 b A 1158 a A1237 b A 1060 c B 1040 b B1433 a A 1296 a B 1040 b C

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t halsquo 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha de vermicomposto 45 t ha de vermicomposto60 t ha~ de esterco de curral__________________________ _________________________Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

-----Razatildeo Parte AeacutereaSistema Radicular------340 b AB 301c B 384 a A446 a A 415 b A 326 a B339 b B 546 a A 388 a B

-------------- Densidade de raiz (m cm3)------------367 a AB 414 a A 325 b B282 b B 301b B 405 a A347 ab A 231c B 324 b A

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base destacou-se o EC (60 t ha 1 de esterco de curral)

para as variaacuteveis FFR e FSR Quando adicionado o SM+U+CB os resultados para FFR

foram ainda melhores bem como o CR As respostas obtidas para a RPASR foram

variadas em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees apresentando melhores resultados para 15 VB (45 t

ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB e ainda melhor para EC (60 t ha 1 de esterco de

curral)+MB4 +U+CB As adubaccedilotildees de base 1 VB 15 VB e EC natildeo diferiram entre si

As adubaccedilotildees mais eficientes para a variaacutevel DR foram 1 VB+SM+U+CV que natildeo

diferiu da EC+SM+U+CB I VB+ MB4 +U+CB e agrave 15 VB foram melhores entre as

demais

35

Analisando os biofertilizantes em relaccedilatildeo a cada adubaccedilatildeo de base verifica-se que

para a 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB destaca-se a variaacutevel FFR

poreacutem sem diferenccedila significativa de 1 VB os melhpres resultados para a variaacutevel DR

foram encontrados pelo tratamento 1 VB+MB4 +U+CB e 15 VB (45 t ha 1 de

vermicomposto) tambeacutem se considera eficiente o 1 VB+SM+U+CB que natildeo diferiu do

EC (esterco de curral) Quando se utilizou 15 VB+ MB4 +U+CB houve resposta

significativa para a variaacutevel FFR para FSR as respostas natildeo foram diferentes com a

aplicaccedilatildeo dos biofertilizantes para as variaacuteveis FSR e DR as adubaccedilotildees EC e

EC+SM+U+CB natildeo diferiram entre si

Embora as respostas estatiacutesticas tenham sido diferentes para as adubaccedilotildees

combinadas ou natildeo pode-se salientar a importacircncia do aacutecido indol-aceacutetico como jaacute

citado anteriormente para as variaacuteveis avaliadas na parte aeacuterea das mudas de cebola

Respostas semelhantes nesse sentido foram encontradas para a cultura da alface por

Quijano (1999) e Morselli (2001)

Pereira et al (2002) concluiacuteram em trabalho realizado com a cultivar de cebola

CNPF1 6400 em Minas Gerais que a utilizaccedilatildeo de 20 t ha de esterco de curral

proporcionou os melhores resultados para a produccedilatildeo de cebola

Silva Juacutenior amp Giorgi (1992) e Menezes Juacutenior (1998) citam que doses elevadas

de mateacuteria orgacircnica podem prejudicar a primeira fase da germinaccedilatildeo (embebiccedilatildeo) e

absorccedilatildeo de aacutegua pelas raiacutezes das placircntulas No entanto no presente trabalho este fato

natildeo ocorreu embora a dose de esterco utilizada tenha sido de 60 t ha 1 (dose maacutexima

recomendada segundo Nolla 1982)

413 Anaacutelise de macronutrientes no tecido vegetal

Os resultados dos conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio no

tecido vegetal sob diferentes adubaccedilotildees encontrados na Tabela 3 indicam mais uma

vez a superioridade da adubaccedilatildeo esterco com 0 uso ou natildeo de biofertilizantes

36

TABELA 3 Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob

uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS i J B

ADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesamg plantas1

---- Nitrogecircnio-----30 t ha de vermicomposto 16593 c AB 15451 c B 19050 b A45 t ha de vermicomposto 21444 b A 22888 b A 17852 b B60 t ha de esterco de curral 32606 a C 37593 a B 40816 a A

--------------- ------ Foacutesforo------- -------------30 t ha de vermicomposto 3098 c B 2802 c B 3999 b A45 t ha de vermicomposto 4109 b A 4135 b A 2788 c B60 t ha de esterco de curral 5300 a B 7577 a A 7565 a A

------- Potaacutessio------30 t ha de vermicomposto 24327 c A 19900 c B 24965 b A45 t ha de vermicomposto 29113b A 29812 b A 22031 b B60 t ha de esterco de curral 44070 a B 51976 a A 54101 a A

-------- Caacutelcio-------30 t ha de vermicomposto 5027 c A 4356 c A 4834 b A45 t ha de vermicomposto 6114b A 6963 b A 4379 b B60 t ha de esterco de curral 9030 a C 11451 a A 10331 a B

------Magneacutesio-----30 t ha de vermicomposto 1188 b A 914 c A 1202 b A45 t ha de vermicomposto 1231 b B 1582 b A 1176 b B60 t ha de esterco de curral 2136a B 2443 a A 2663 a AMeacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base observa-se que o melhor tratamento foi o

esterco de curral para todas as variaacuteveis Para 1 VB (30 t ha^ 1 de vermicomposto) natildeo

houve resposta diferenciada com o uso de bofertilizantes para todas as variaacuteveis A

adubaccedilatildeo 15 VB (45 t ha 1 de vemicomposto) foi influenciada pelos biofertilizantes

para as variaacuteveis N P K e Ca enquanto que para Mg somente o MB4+U+CB o

influenciou O EC (esterco de curral) mostrou diferenccedila significativa apenas para as

variaacuteveis Ca e Mg quando adicionado MB4+U+CB

Segundo Peixoto (2000) eacute fundamental a adiccedilatildeo de adubos orgacircnico no cultivo de

hortaliccedilas seja na forma de esterco decomposto composto ou huacutemus de minhoca de

37

modo a fornecer melhorias nas propriedades do solo vindo a disponibilizar os nutrientes

as diferentes culturas

O esterco fresco conteacutem muita cama celuloacutesica e um elevado teor de aacutegua No

esterco curtido a celulose jaacute estaacute decomposta o teor de aacutegua estaacute reduzido agrave metade e os

nutrientes em uma forma mais assimilaacutevel e mais concentrada O esterco fresco pode

causar uma deficiecircncia temporaacuteria de nitrogecircnio no solo ao se decompor o que natildeo

acontece com o biestabilizado (Kiehl 1985)Ocorre uma diminuiccedilatildeo inicial no volume

de aacutegua retido no esterco de curral diminui inicialmente em tomo de 3581 liberando

posteriormente somente 496 evidenciando a sua capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua

(Menezes Juacutenior 1998)

A utilizaccedilatildeo continuada de adubos nitrogenados minerais no solo altera o balanccedilo

do nitrogecircnio entre o solo e planta No meacutetodo biodinacircmico eacute sublinhada a importacircncia

dos adubos animais para o estabelecimento da fertilidade permanente dos solos (Koeff

et al 1983)

Para Guimaratildees (1997) os benefiacutecios que a mateacuteria orgacircnica imprime ao solo

principalmente melhorando a produtividade fertilidade e a influencia que as substancias

huacutemicas exercem sobre o ambiente dependem da qualidade e do teor de mateacuteria

orgacircnica do solo Estas substacircncias por conterem nutrientes em sua constituiccedilatildeo em uma

forma mais disponiacutevel para as plantas promovem um equiliacutebrio no ambiente no solo

(Kononova 1966)

Aproximadamente de 60 a 70 do total de carbono do solo ocorre na forma de

materiais huacutemicos (Griffith amp Schnitzer 1975) sendo a eles atribuiacutedo a manutenccedilatildeo da

bioestrutura do solo aumentando a capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua (Brady 1999)

Conforme Compagnoni amp Putzolu (1985) os estercos bem como os demais

resiacuteduos orgacircnicos apresentam conteuacutedos diferentes de aacutecidos huacutemicos e fuumllvicos sendo

atribuiacutedo ao acido huacutemico uma accedilatildeo fitoestimulante semelhante aos fitohormocircnios por

favorecer o desenvolvimento do sistema radicular e crescimento do caule

Em trabalho realizado por Guimaratildees (1997) foi encontrado para aacutecidos huacutemicos

de esterco bovino uma relaccedilatildeo CN 1035 e para vermicomposto bovino 17

evidenciando que o esterco quando aplicado ao solo por apresentar uma relaccedilatildeo CN

proacutexima deste reage mais facilmente liberando nutrientes para as plantas sem alterar a

cadeia troacutefiacuteca Dados encontrados no presente trabalho demonstram a eficiecircncia do

esterco nesse sentido

38

De acordo com Morselli (2001) vaacuterios trabalhos citam comentam e discutem a

capacidade dos vermicompostos em proporcionar oacutetimas colheitas e favorecer a

precocidade das plantas cultivadas Poreacutem muitas vezes se observa que mesmo

suprindo essas plantas com nutrientes necessaacuterios atraveacutes de huacutemus de diferentes fontes

as respostas natildeo satildeo as mesmas para uma mesma cultivar

Por outro lado os resultados com o uso de substacircncias huacutemicas satildeo variaacuteveis e

dependem aleacutem da espeacutecie testada das substacircncias huacutemicas utilizadas sua

concentraccedilatildeo o grau de purificaccedilatildeo e das condiccedilotildees experimentais A resposta das

plantas aos aacutecidos huacutemicos e fuacutelvicos eacute dependente da mateacuteria prima original e da

espeacutecie vegetal pois materiais orgacircnicos diferentes apresentam aacutecidos huacutemicos e

fuacutelvicos diferentes (Businelli 1990)

Justificam-se os maiores conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio e caacutelcio nas

adubaccedilotildees 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e biofertilizantes devido

provavelmente ao vermicomposto utilizado apresentar na sua constituiccedilatildeo teores

consideraacuteveis destes elementos aleacutem do que os biofertilizantes possam ter influenciado

na absorccedilatildeo atraveacutes de sua constituiccedilatildeo Tibau (1984) considera que a urina de vaca eacute

rica em aacutecido indol-aceacutetico e este influencia na absorccedilatildeo radicular O efeito positivo

deste tratamento provavelmente seja devido agrave quantidade aplicada

O biofertilizante que se destacou foi o MB4+U+CB em relaccedilatildeo ao EC (esterco de

curral) e eacute somente para a variaacutevel caacutelcio Isto provavelmente seja devido ao alto teor

deste elemento encontrado na sua constituiccedilatildeo (6872 g Kg1) e pela influecircncia positiva

que a calda bordalesa exerce no metabolismo das plantas atraveacutes dos nutrientes

contidos em sua formulaccedilatildeo O Ca controla a absorccedilatildeo radicular e retorna ao solo pelo

esterco e palhas por apresentar-se em maior quantidade em folhas e caules Depois de

localizado nas folhas fica imoacutevel favorecendo a resistecircncia da planta ao ataque de

fungos

Este trabalho avanccedila no estudo da agroecologia estando claro que todos os

criteacuterios tem caraacuteter dinacircmico de adequaccedilatildeo as mudanccedilas de um sistema de produccedilatildeo

em evoluccedilatildeo contribuindo na transiccedilatildeo para um padratildeo sustentaacutevel Cabe a pesquisa a

reorientaccedilatildeo para um enfoque ldquosistecircmicordquo isto eacute que permita integrar os diversos

componentes de um agroecossistema e a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas que promovam 0

fortalecimento e a expansatildeo da agricultura familiar

39

5 CONCLUSOtildeES

Considerando os resultados obtidos e as condiccedilotildees em que o estudo foi realizado

conclui-se que

bull As respostas agronocircmicas das mudas de cebola para os paracircmetros avaliados

satildeo mais satisfatoacuterias com a aplicaccedilatildeo de esterco de curral como adubaccedilatildeo de

base

bull Os biofertilizantes mais urina de vaca e calda bordalesa proporcionam

respostas satisfatoacuterias quando aplicados associados agraves adubaccedilotildees de base

bull O biofertilizante MB4 mais urina de vaca e calda bordalesa eacute mais eficiente

que o super magro mais urina e calda bordalesa quando aplicado associado agrave

adubaccedilatildeo de base esterco de curral para os conteuacutedos de fitomassa secae

fresca da parte aeacuterea das plantas altura e diacircmetro de colo das mudas de

cebola

bull Os biofertilizantes adicionados agrave adubaccedilatildeo de base 45 t harsquo 1 de vermicomposto

bovino mostram respostas significativas para os conteuacutedos de fitomassa seca

bull Os maiores conteuacutedos nutricionais para as mudas de cebola satildeo

proporcionados pela adubaccedilatildeo de base esterco de curral

bull A maior absorccedilatildeo de caacutelcio pelas mudas de cebola ocorre quando da adiccedilatildeo do

biofertilizante MB4 mais urina e calda bordalesa agrave adubaccedilatildeo de base esterco de

curral

40

6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ALDRIGHI CB ABREU CM PAGLIA AG MORSELLI TBGA FERNANDES HS Efeito da aplicaccedilatildeo de biofertilizante e urina de vaca em mudas de tomateiro Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

ALTIERI M NICHOLLS C I Agroecologia Teoria praacutectica para umaAgricultura Sustentable Ia ed PNUMA 2000 Cap 2 4 Seacuterie textos baacutesicos para la formacioacuten ambiental

ALTIERI M Agroecologia bases cientiacuteficas para uma agricultura sustentaacutevelGuaiacuteba Agropecuaacuteria 2002 592 p

ANTONIOLLI Z I GIRACCA E M N CARDOSO S J T WIETHAN M M S FERRI M Iniciaccedilatildeo agrave Minhocultura Criaccedilatildeo em Cativeiro e Vermicompostagem Santa Maria UFSM 1996 p59-89

BAYER C MIELNICZUC J Dinacircmica e funccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica In SANTOS G de A S e CAMARGO F A de O (ed) Fundamentos da mateacuteria orgacircnica do solo ecossistemas tropicais e subtropicais Porto Alegre Genesis 1999 p 3-23

BARRETTO D X Composto Orgacircnico In Praacutetica em Agricultura Orgacircnica Satildeo Paulo iacutecone Ed Ltda 1985 p 51-63

BETTIOL W Alguns produtos alternativos para o controle de doenccedilas de plantasem agricultura orgacircnica II Ciclo de palestras sobre agricultura orgacircnica Instituto Bioloacutegico Satildeo Paulo p52-63 1997

41

BETTIOL W TRACH R GALVAtildeO JAH Controle de doenccedilas de plantas com biofertilizantes Jaguariuacutena EMBRAPA-CNPMA 1997 22p (EMBRAPA- CNPMA Circular Teacutecnica 02)

BRADY N C Natureza e propriedades dos sotos Rio de Janeiro Freitas BastosS A 1979 647p

BRADY N C Organisms and ecology of the soil In The nature of properties of soils Simon amp Schuster A Viacon Company New Jersey1999 402-489p

BON1LLA J A Fundamentos da Agricultura Ecoloacutegica Sobrevivecircncia eQualidade de Vida Satildeo Paulo Nobel 1992

BUREacuteS S Substratos Ediciones Agroteacutecnicas S L Madrid Octubre 1997

BUS1NELLI M Chemical Composition and Enzymic Activity of some Worm Cast Plant Soil v 80 p 1-2 1990

CALEGARI A Espeacutecies para cobertura de solo In IAPAR (Instituto Agronocircmico de Paranaacute) Plantio Direto pequena propriedade sustentaacutevel organizador Moacir Darolt Londrina - PR 1998 65-93

CAMARGO P N D Manual de Adubaccedilatildeo Foliar Satildeo Paulo Herba 1975

CAPRA F A Teia da Vida Satildeo Paulo Cultrix 1997 256p

CAPRA F O Ponto de Mutaccedilatildeo 22 ed Satildeo Paulo Cultrix 2001 447p

CHABOUSSOU F Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da Trofobiose) Porto Alegre LPM 1987 253 p

CLARO S A Referencias tecnoloacutegicos para a agricultura familiar ecoloacutegica aexperiecircncia da Regiatildeo Centro-Serra do Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS-ASCAR 2001 250p

CLIVELA G Diagnoacutestico Agronocircmico da cebola no Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS 1995 8 6 p

COMISSAtildeO DE FERTILIDADE DO SOLO - RSSC Recomendaccedilotildees de adubaccedilatildeo e calagem para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina 3 ed Passo Fundo SBCS - Nuacutecleo Regional Sul 1995 223p

COMPAGNONI L PUTZOLU G Cria moderna de Ias lombrices y utilizacioacutenrentable dei humus Barcelona Editorial de Vecchi- SA 1985127p

COSTABEBER J A MOYANO E Transiccedilatildeo agroecoloacutegica e accedilatildeo social coletiva Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v l n4 p 50- 60 outdez 2 0 0 0

42

COSTA M B B da Adubaccedilatildeo orgacircnica Nova siacutentese e novo caminho para aagricultura Satildeo Paulo Ed iacutecone Ltda 1985 102p

COSTA NETO C Agricultura Sustentaacutevel Tecnologias e Sociedade In CARVALHO COSTA LF et al (org) Mundo Rural e Tempo Presente Rio de Janeiro Mauad 1999

DrsquoAG0ST1NI R L FANTINI A C Produccedilatildeo orgacircnica tambeacutem socialmente excludente Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v3 n l p57-61 2002

DALPONTE J C V Utilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos e fertilizante mineral na produccedilatildeo e qualidade de mudas e bulbos de cebola (Alliurn Cepa L) Pelotas-RS 1990 (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1990

DEBARBA J F THOMAZELLI L F GANDIN C L SILVA E Cadeias produtivas do Estado de Santa Catarina Cebola Florianoacutepolis Epagri 1998 115 p (EPAGRI Boletim Teacutecnico 96)

DUFOUR F Os saacutebios loucos do agro-alimentar Le Monde Diplomatique ano 1 n4 p6-7 1999 (ed portuguesa)

EHLERS E Agricultura Sustetaacutevel Origem e perspectivas de um novo paradigma 2 ed Guaiacuteba Agropecuaacuteria 1999 157 p

FILGUEIRA F A R Novo Manual de olericultura agrotecnologia moderna na produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 2000 402 p

FRASER G K Mateacuteria Orgacircnica Del Suelo In BEAR F E (ed) Quiacutemica dei Suelo Madrid Ed Agrociencia 1963

FOLLET R H MURPHY L S DONAHUE R L Fertilizers and soil amendments New Jersey Printice-Hall Inc 1981 557p

GARCIA A Revista dei Espacio Rural Georgica Zaragoza Escuela Politeacutecnica de Huesca n5 1997

GARCIA A Versatildeo preliminar de um Programa Estadual de Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Bulbos e Sementes de CebolaEMBRAPAIPAGROMARAEMATER 6 8 pbdquo 1990 (Publicaccedilatildeo avulsa)

GIORGETT1 J R Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Mudas de Tomate In Encontro Nacional de Produccedilatildeo e Abastecimento de Tomate 2 1991 Jaboticabal Satildeo Paulo Anais Jaboticabal UNESP 1991 p 242-244

GLIESSMAN S R Agroecologia Processos ecoloacutegicos em agricultura sustentaacutevelPorto Alegre Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS 2000 653p

43

GLIESSMAN S R TURRIALBA C R Agroecologia Procesos Ecoloacutegicos en Agricultura Sostenible CATIE 2002 p 3-14

GNOATTO S C Caracterizaccedilatildeo quiacutemica de vermicompostos de diferentes substratos orgacircnicos Pelotas-RS 1999 38 f (Mestrado em Agronomia - Solos) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

GOMES J C C BORBA M F S A moderna crise dos alimentos oportunidade para a agricultura familiar Emater Porto Alegre julset 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwematertchebrdocsagroecorevistan313-artigo3htmgtAcesso em 24 fev 2002

GOMEZ H W Desenvolvimento sustentaacutevel agriacutecola e capitalismo In Desenvolvimento sustentaacutevel Necessidade eou disponibilidade Santa Cruz do Sul Nobel - UNISC 1997 p 65-77

GONZAacuteLEZ DE MOLINA M SEVILLA GUZMAacuteN E Ecologia campesinado e historia Para una reinterpretacioacuten dei desarrollo dei capitalismo en la agricultura In SEVILLA GUZMAacuteN E GONZAacuteLEZ DE MOLINA M (ed) Ecologia campesinado e historia Madrid La Piqueta 1993 p 23-129

GRIFFITH S A SCHNITZER M Analytical characteristic of humic and fulvic acids extracted from tropical volcanic soils Soil Sei Soc Am Proc v 39 p361-367 1975

GUIMARAtildeES E Caracterizaccedilatildeo quiacutemica estreptoscoacutepica e por anaacutelise teacutermica de aacutecidos huacutemicos e vermicompostos obtidos de estercos de diferentes animaisCuritiba 1997 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Quiacutemica) Universidade Federal do Paranaacute 1997

HESS A F Sociedade e meio ambiente uma relaccedilatildeo ambiacutegua Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v 4 n2 p 167-1741999

ICEPA-SC Informes conjunturais sobre a cultura da cebola Disponiacutevel em lthttpwwwicepa combrgt Acesso em 23 jan 2003

JONES H A MANN L K Onions and their allies New York Interscience Publishers 1962 286 p

JUacuteNIOR H A de MAIORANO J A Receitas obtidas de extratos de plantasCampinas CATITerra Viva [199-] 10 f

KHATOUNIAN C A Ciclo de Palestras sobre Agricultura Orgacircnica 2a Ed SatildeoPaulo Fund Cargill 1997 149 p

KIEHL E J Fertilizantes Orgacircnicos Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1985 492p

44

KOEFF H H PETTERSSON B D SHAUMANN W Vida Vegetal solos e adubaccedilatildeo In Agricultura Biodinacircmica Satildeo Paulo Nobel 1983 p92-149

KONONOVA M M Soil organic matter The importance o f organic matter in soil formation and soil fertility New York Pergamqn Press 1961 p 165-200

KUHN T A Estrutura das Revoluccedilotildees Cientiacuteficas Satildeo Paulo Perspectiva 1989 257p

LANNA FCA ABREU C L ABREU J G SILVA V Resposta de cultivares de melancia cultivadas sob adubaccedilatildeo quiacutemica e orgacircnica Horticultura v 12 n l p85 1994

LEFF H Saber Ambiental Petroacutepolis Vozes 2001 343 p

MAGALHAtildeES J R Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo da cebola In FERREIRA M E CASSTELLANE P D CRUZ M C P Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo de hortaliccedilasPiracicaba POTAFOS 1993 p 381-393

MALAVOLTA E Elementos de nutriccedilatildeo mineral de plantas Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1980 251 p

MALAVOLTA E Manual de Quiacutemica Agriacutecola - Adubos e Adubaccedilatildeo 3a ed SatildeoPaulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1981 606 p

MARTINEZ A A A grande e Poderosa Minhoca Jaboticabal Funep - Unesp1990 101 p

MARTINS S R Desenvolvimento e Sustentabilidade Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v20 n2 julho 2002 Palestra apresentada no 42deg Congresso Brasileiro de Olericultura

MARTINS S R Limites Del Desarrollo Sostenible em Ameacuterica Latina En el marco de Ias poliacuteticas de (re)ajuste econocircmico Pelotas Editora UFPel 1997 135 P-

MARTINS S R Sustentabilidade na agricultura dimensotildees econocircmicas sociais e ambientais Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v4 n 2 p 175-1871999

MATURANA H REZEPKA S N D E Formaccedilatildeo Humana e Capacitaccedilatildeo Rio de Janneiro Vozes 2000 8 6 p

MELLO A F SOBRINHO M O ARZOLLA S SILVEIRA R NETTO A C KIEHL J C Fertilidade do Solo Satildeo Paulo Nobel 1983

MENEZES JUacuteNIOR F O G D Caracterizaccedilatildeo de Diferentes substratos hortiacutecolas e seu efeito na produccedilatildeo de mudas de alface e couve-flor em ambiente protegido Pelotas 1998 141 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1998

45

MIBASA Mineraccedilatildeo Barreto SA Melhorador de Solos MB4 A Natureza Agradece Arapiraca-AL [199-] Folder

MINAMI K Os resumos da olericultura 2000 In AZEVEDO FILHO MARTINEZ FILHO (ed) Preccedilos agriacutecolas Piracicaba ESALQ 1999 p 4

MINAMI K Produccedilatildeo de Mudas de Alta Qualidade em Horticultura Satildeo Paulo TA Queiroz 1995

MORSELLI T B G A Cultivo sucessivo de alface sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegidoPelotas 2001 178 p Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2001

MORSELLI T B G A Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Poliacutegrafo da Disciplina de Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia-Produccedilatildeo Vegetal UFPel 2002

MULLER AM Efeitos da Aplicaccedilatildeo Foliar de um Biofertilizante Enriquecido no Estado fitossanitaacuterio de Tomate Ervilha e Beterraba Sob Manejo OrgacircnicoDissertaccedilatildeo (Mestrado no Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agroecossistemas)1999 (Resumo)

NOLLA D Erosatildeo do Solo - O grande desafio Estado do Rio Grande do Sul SEAGRI desenvolvimento de recursos naturais renovaacuteveis 1982 412 p

PAGLIA AG MORSELLI TBGA PEIL RMN Teores de nutrientes pH e condutividade eleacutetrica da aacutegua em sistema ldquofloat^ngrdquo sob adiccedilatildeo de biofertilizantes Horticultura Brasileira v 20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PAULUS G MULLER A BARCELLOS LAR Agroecologia aplicada praticas e meacutetodos para uma agricultura de base ecoloacutegica 2ed ver ampl Porto Alegre EMATERRS 2001 8 6 p

PEIXOTO R T dos G Composto orgacircnico aplicaccedilotildees benefiacutecios e restriccedilotildees de uso Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 18 p 56-64 julho 2000

PENTEADO SR Defensivos Alternativos e Naturais Satildeo Paulo 1999 95 p

PEREIRA AJ SOUZA RJ PEREIRA WR Efeito de diferentes doses de esterco de galinha e de curral sobre a produccedilatildeo de cebola Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PINHEIRO S BARRETO SB MB-4 agricultura sustentaacutevel trofobiose e biofertilizantes Fundaccedilatildeo Juquira CandiruMibasa 2000 273 p

PRIMAVESI A Agricultura Sustentaacutevel Satildeo Paulo Nobel 1992 142 p

PRIMAVESI A O manejo ecoloacutegico do solo Agricultura em regiotildees tropicais SatildeoPaulo Nobel 1982 541 p

46

PURCINO A A C ldquoNitrogecircniordquo Informe Agropecuaacuterio Belo Horizonte v7 n81 p 16-27 1981

QUIJANO F G Efeito da adubaccedilatildeo orgacircnica no desenvolvimento de duas cultivares de alface em ambiente protegido Pelotas 1999 116f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

RODRIGUES A N N Efeitos e residuais de superfosfato triplo sobre o rendimento de mateacuteria seca e absorccedilatildeo de foacutesforo pela aveia (Avena strigosa Schob) em solo Podzoacutelico Vermelho Escuro Porto Alegre 1984 59f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia UFRGS 1984

RODRIGUES E T CASALI V W D Respostas da alface agrave adubaccedilatildeo orgacircnica II Teores conteuacutedos e utilizaccedilatildeo de macronutrientes em cultivares Rev Ceres Viccedilosa v 45 n 261 p 437-449 1998

SAMINEcircS T C O Produccedilatildeo orgacircnica de alimentos Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 17 n3 novembro 1999

SCHIEDECK G Ambiecircncia e resposta agronocircmica de meloeiro (Cucumis melo L) cultivado sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegido Pelotas lOOp Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2002

SILVA JUacuteNIOR A A GIORGI E Substratos alternativos para a produccedilatildeo de mudas de tomate Agropecuaacuteria Catarinense Florianoacutepolis EPAGRI 1992 23 p

SILVA JUacuteNIOR A A MACEDO S G STUKER H Utilizaccedilatildeo de esterco de peru na produccedilatildeo de mudas de tomateiro Florianoacutepolis EPAGRI 1995 28 p (Boletim Teacutecnico 73)

TAGLIARI PS GRASSMANN H Minhoca a grande aliada da agricultura Agropecuaacuteria Catarinense v8 n l p 11-14 mar 1995

TEDESCO M J GIANELLO C Anaacutelises de solo plantas e outros materiais Porto Alegre Faculdade de Agronomia Departamento de Solos Universidade Federal do Rio Grande do Sul RS 1996

TENNANT D A Test of modified line intersect method of estimating root lenght Journal Ecology Oxford v 63 p 995-1001 1975

TIBAU A O Mateacuteria Orgacircnica do Solo Mateacuteria Orgacircnica e Fertilidade do SoloSatildeo Paulo Nobel 1984 p49-182

TIMM P J Anaacutelise comparativa dos sistemas de plantio convencional e cultivo miacutenimo de cebola sob adubaccedilatildeo orgacircnica e mineral Pelotas 2000 79 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2000

47

VALENZUELA HR CROSBY C Effect of compost applications on the yield of several vegetables in long-term organic farming experiments conduced in the tropics American Society Horticultural Science v33 n3 june 1998

VIGLIZZO E (ed) Subprograma Recursos Naturais y Sostenibilidad Agriacutecola documento marco Montevideo IICAPROCISUR 1995 p 75 - 78

WE1D J M TARDIN J M Proposta para a Ampliaccedilatildeo do Trabalho da ASPTA no Centro Sul do Paranaacute ASPTA Disponiacutevel em http wwwpronafgovbrEncontrotestosAS20PTA20Sul20ParanE1205 202002doc Acesso em 05 mai 2002

XAVIER SIMOacuteN F DOMINGUES D G Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel uma perspectiva agroecoloacutegica Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre EM ATERRS v2 n2 p 17-26 2001

ZABALETA J P Diagnoacutestico da Agricultura Familiar em Satildeo Joseacute do Norte - RSPelotas EMBRAPA-CPACT 1998 75 p (EMBRAPA-CPACT Documentos 44)

ZONTA E P MACHADO A A SILVEIRA P Sanest Sistema de anaacutelise estatiacutestica para microcomputadores Registrado na Secretaria Especial de Informaacutetica sob nuacutemero 066060 - categoria A Pelotas-RS Universidade Federal de Pelotas 1984

48

7 APEcircNDICE

APEcircNDICE A - Anaacutelise da adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes utilizados na produccedilatildeo de mudas de cebola

TABELA 1 A Anaacutelise baacutesica do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo miuacutedo + papua

Arg

pH IND

SMP

MO

P - n r - Na Al Ca__10Omlmdash

Mg

ppm -

6 53 67 089 8 6 27 1 04 05 0 2

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 2A Anaacutelise complementar do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo-miuacutedo + papua

Cobre Zinco Manganecircs Ferro

(m v1)

04 05 26 007

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

49

TABELA 3A Anaacutelise dos fertilizantes soacutelidos

Amostra pH limidade CN

C N P K Ca Mg

- g-ivg --

Cama de 849 2491 12 31042 2479 3888 3405 29875 463

aves

Esterco 74 3594 11 677 590 157 134 335 214

de curral

Huacutemus 684 5738 14 15965 1098 453 745 743 361

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 4A Anaacutelise quiacutemica dos biofertilizantes liacutequidos

Amostra N P K_ccedil H

Ca Mg Cu Zn Fe Mn

mdashgL bull

S Magro

m b 4

Urina

053

1652

8 2 2

008

395

0 0 0

149

1674

471

1902

6872

0 0 0

1150

4507

1172

7273

42

033

101389

920

0 0 0

6250

19458

781

35273

1123

0 2 1

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

50

APEcircNDICE B - Condiccedilotildees climaacuteticas do local

TABELA 1B Condiccedilotildees de temperatura do local

___________ __________TEMPERATURA (degCgt

meses Meacutedia

Maacutexima

Meacutedia

MiacutenimaMeacutedia

Maacutexima

Absoluta

Miacutenima

Absoluta

Junho 225 87 156 320 25

Julho 225 85 155 285 30

Agosto 251 71 161 360 1 0

Fonte FEPAGROSCT 2002

TABELA 2B Condiccedilotildees de chuva do local

mdash CHUVA (mm)mdash

meses Ocorrida Normal Desvio Da Normal

Junho 1080 1 1 0 -2 0

Julho 1062 98 8 2

Agosto 1283 1 2 0 83

Fonte FEPAGROSCT 2002

51

TABELA 1C Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

APEcircNDICE C - Anaacutelise estatiacutestica da parte aeacuterea

Causas G1 FFPA FSPA AP DC

da variaccedilatildeo --------- Quadrados meacutedios-

Blocos 3

Ad Base 2 175359071 1287102 2547419 1 11775

Biofertilizantes 2 126876 29011 87669ns 02185ns

Ad x Biofert 4 572378 31123 69106ns 04159

Resiacuteduo 24 34456 03048 27169 00290

Total 35

Meacutedia geral 93745 8772 320388 6741

CV 1980 6294 5145 2530

Significativo a 5ns Natildeo significativo

52

TABELA 1D Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade

de raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

APEcircNDICE D - Anaacutelise estatiacutestica da raiz

Causas G1 FFR FSR CR RPASR DR

da variaccedilatildeo Quadrados meacutedios---------------

Blocos 3

Ad Base 2 27874 551 623 2 1 0 140

Biofertilizantes 2 178 0 1 0 ni 1504 l03ns 038ns

Ad x Biofert 4 190 058 318 294 183

Resiacuteduo 24 005 009 028 023 0 2 1

Total 35

Meacutedia geral 1818 228 184 387 333

C V 134 1356 448 1253 1396

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

53

APEcircNDICE E - Anaacutelise estatiacutestica dos macronutrientes da parte aeacuterea da cebola

TABELA 1E Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mud^s de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

Causas G1 bull N P K Ca Mg

da variaccedilatildeo

Blocos 3

Ad Base 2 13550306 446627 25509686 1031806 59007

Biofertilizantes 2 180610ns 16564 68153ns 39006 876ns

Ad x Biofert 4 454187 45743 1047539 46950 2464

Resiacuteduo 24 29769 1453 64313 3741 439

Total 35

Meacutedia geral 24921 4597 33366 6943 1615

C V 692 829 760 880 1297

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

APEcircNDICE F - Fotos do experimento

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob uma perspectiva agroecoloacutegica

APEcircNDICE F a Fotos do experimento

FIGURA 1 Adubaccedilatildeo verde com feijatildeo-miuacutedo e papuatilde utilizadas no manejo do solo

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob urna perspectiva agroecoloacutegica

Page 41: PRODUÇÃO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L.) SOB …orgprints.org/24883/1/Paglia_Produção.pdf · vaca mais calda bordalesa; MB4+U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

32

TABELA 1 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

30 t ha de vermicomposto 7015 c A45 t halsquo de vermicomposto 7824 b B60 t ha de esterco de curral 12248 a C

30 t ha de vermicomposto 667 c A45 t ha de vermicomposto 752 b A60 t ha de esterco de curral 1150a C

30 t ha de vermicomposto 2975 b A45 t harsquo de vermicomposto 2775 b A60 t ha de esterco de curral 3600 a B

30 t ha de vermicomposto 631 b A45 t ha de vermicomposto 6 2 2 b B60 t ha de esterco de curral 741 a C

-Fitomassa fresca (g)----------------6270 c B 6885 b A8832 b A 6308 c C

15082 a A 13934 a BmdashFitomassa seca (g)----------------

625 c A 655 b A830 b A 607 b B

1345 a A 1262 a B-Altura de planta (cm)----------------

2950 b A 3050 b A2937 b A 2950 b A 3975 a A 3622 a B

-Diacircmetro de colo (mm)---------------592 c B 599 b B 657 b A 609 b B 819a A________ 793a B

Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

O efeito positivo do esterco bovino pode ser atribuiacutedo agraves melhorias nas condiccedilotildees

fiacutesicas do solo por ele proporcionado Segundo Primavesi (1982) e Compagnoni amp

Putzolu (1985) o esterco bovino apresenta propriedades condicionadoras do solo dando

agraves plantas melhores condiccedilotildees de desenvolvimento elevando sobremaneira os

conteuacutedos de fitomassa fresca das plantas que refletiratildeo nas demais respostas

agronocircmicas

Analisando as adubaccedilotildees de base em relaccedilatildeo aos biofertilizantes observa-se que

para os tratamentos 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto) - natildeo houve influecircncia dos

biofertilizantes para as variaacuteveis FSPA e AP enquanto destacou-se o SM+U+CB para o

DC e SM+U+CB e ausecircncia da adubaccedilatildeo liacutequida para a FFPA mostrando que o uso

dos biofertilizantes natildeo influenciou esta variaacutevel 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) -

verificou-se a eficiecircncia do uso do MB4 +U+CB para as variaacuteveis FFPA e DC Para a

variaacutevel FSPA destacaram-se os dois biofertilizantes utilizados jaacute para AP natildeo houve

33

influecircncia destes EC (60 t ha 1 de esterco de curral) - em todas as variaacuteveis observadas

na tabela 5 as respostas foram significativas utilizando MB4 +U+CB

As respostas encontradas no presente trabalho para as variaacuteveis AP e FSPA foram

superiores as obtidas por Dalponte (1990) quando utilizado 0 esterco de curral para

produccedilatildeo de mudas de cebola

Segundo Filgueira (2000) os solos da regiatildeo produtora de cebola do RS satildeo

pobres em foacutesforo disponiacutevel (15 mg Kg1) necessitando portanto de adubaccedilotildees

fosfatadas elevadas As respostas aqui obtidas podem ser justificadas pelos teores de

foacutesforo contido no MB4

Follet et al (1981) citam a importacircncia do uso de compostos orgacircnicos no solo

enfatizando os estercos no sentido da decomposiccedilatildeo continuada no fornecimento de

nutrientes e na liberaccedilatildeo lenta e gradual de aacutecidos orgacircnicos influenciando a liberaccedilatildeo

do foacutesforo O que provavelmente pode ser atribuiacutedo agraves respostas encontradas no

presente trabalho para 0 tratamento Esterco de curral mais MB4 e Urina mais Calda

Bordalesa

E importante destacar que 0 sistema de produccedilatildeo de mudas de cebola sob uma

perspectiva agroecoloacutegica mostra-se eficiente quando visualmente natildeo percebe-se

diferenccedila significativa entre os tratamentos (Apecircndice F Figura 2)

Conveacutem ressaltar que quando trabalhamos com agroecologia natildeo existem

receitas nem pacotes tecnoloacutegicos prontos Cada situaccedilatildeo deveraacute ser estudada em

particular para que se faccedila recomendaccedilotildees adequadas ao ambiente local uma vez que

as plantas se adaptam ao meio estando a nutriccedilatildeo encarregada de proteger e manter o

equiliacutebrio do organismo vegetal em funccedilatildeo das alteraccedilotildees externas

E fundamental que se compreenda os princiacutepios norteadores de todo o processo

que satildeo as bases da luta por uma sociedade mais justa dentro de um mundo econocircmico e

ambientalmente mais sustentaacutevel

412 Anaacutelise do sistema radicular

Os resultados obtidos nas anaacutelises do sistema radicular (Tabela 2) mostram

diferenccedilas significativas entre as adubaccedilotildees para as variaacuteveis fitomassa fresca de raiz

(FFR) fitomassa seca de raiz (FSR) comprimento de raiz (CR) razatildeo parte

aeacutereasistema radicular (RPASR) e densidade de raiz (DR)

34

TABELA 2 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade de

raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAO DE BASE

S Magro + MB4 +Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

1540 c A 1576 b B 2427 a A

Fitomassa fresca (g)----------------1502 c B 1517 b AB 1658 b A 1446 c C 2336 a B 2360 a B

--------------------Fitomassa seca (g)-------------------196 b A 207 ab A 170 b A170 b A 199 b A 192 b A 344 a A 249 a B 327 a A

Comprimento de raiz(cm)---------------1237 b A 1158 b A 1158 a A1237 b A 1060 c B 1040 b B1433 a A 1296 a B 1040 b C

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t halsquo 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha de vermicomposto 45 t ha de vermicomposto60 t ha~ de esterco de curral__________________________ _________________________Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

-----Razatildeo Parte AeacutereaSistema Radicular------340 b AB 301c B 384 a A446 a A 415 b A 326 a B339 b B 546 a A 388 a B

-------------- Densidade de raiz (m cm3)------------367 a AB 414 a A 325 b B282 b B 301b B 405 a A347 ab A 231c B 324 b A

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base destacou-se o EC (60 t ha 1 de esterco de curral)

para as variaacuteveis FFR e FSR Quando adicionado o SM+U+CB os resultados para FFR

foram ainda melhores bem como o CR As respostas obtidas para a RPASR foram

variadas em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees apresentando melhores resultados para 15 VB (45 t

ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB e ainda melhor para EC (60 t ha 1 de esterco de

curral)+MB4 +U+CB As adubaccedilotildees de base 1 VB 15 VB e EC natildeo diferiram entre si

As adubaccedilotildees mais eficientes para a variaacutevel DR foram 1 VB+SM+U+CV que natildeo

diferiu da EC+SM+U+CB I VB+ MB4 +U+CB e agrave 15 VB foram melhores entre as

demais

35

Analisando os biofertilizantes em relaccedilatildeo a cada adubaccedilatildeo de base verifica-se que

para a 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB destaca-se a variaacutevel FFR

poreacutem sem diferenccedila significativa de 1 VB os melhpres resultados para a variaacutevel DR

foram encontrados pelo tratamento 1 VB+MB4 +U+CB e 15 VB (45 t ha 1 de

vermicomposto) tambeacutem se considera eficiente o 1 VB+SM+U+CB que natildeo diferiu do

EC (esterco de curral) Quando se utilizou 15 VB+ MB4 +U+CB houve resposta

significativa para a variaacutevel FFR para FSR as respostas natildeo foram diferentes com a

aplicaccedilatildeo dos biofertilizantes para as variaacuteveis FSR e DR as adubaccedilotildees EC e

EC+SM+U+CB natildeo diferiram entre si

Embora as respostas estatiacutesticas tenham sido diferentes para as adubaccedilotildees

combinadas ou natildeo pode-se salientar a importacircncia do aacutecido indol-aceacutetico como jaacute

citado anteriormente para as variaacuteveis avaliadas na parte aeacuterea das mudas de cebola

Respostas semelhantes nesse sentido foram encontradas para a cultura da alface por

Quijano (1999) e Morselli (2001)

Pereira et al (2002) concluiacuteram em trabalho realizado com a cultivar de cebola

CNPF1 6400 em Minas Gerais que a utilizaccedilatildeo de 20 t ha de esterco de curral

proporcionou os melhores resultados para a produccedilatildeo de cebola

Silva Juacutenior amp Giorgi (1992) e Menezes Juacutenior (1998) citam que doses elevadas

de mateacuteria orgacircnica podem prejudicar a primeira fase da germinaccedilatildeo (embebiccedilatildeo) e

absorccedilatildeo de aacutegua pelas raiacutezes das placircntulas No entanto no presente trabalho este fato

natildeo ocorreu embora a dose de esterco utilizada tenha sido de 60 t ha 1 (dose maacutexima

recomendada segundo Nolla 1982)

413 Anaacutelise de macronutrientes no tecido vegetal

Os resultados dos conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio no

tecido vegetal sob diferentes adubaccedilotildees encontrados na Tabela 3 indicam mais uma

vez a superioridade da adubaccedilatildeo esterco com 0 uso ou natildeo de biofertilizantes

36

TABELA 3 Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob

uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS i J B

ADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesamg plantas1

---- Nitrogecircnio-----30 t ha de vermicomposto 16593 c AB 15451 c B 19050 b A45 t ha de vermicomposto 21444 b A 22888 b A 17852 b B60 t ha de esterco de curral 32606 a C 37593 a B 40816 a A

--------------- ------ Foacutesforo------- -------------30 t ha de vermicomposto 3098 c B 2802 c B 3999 b A45 t ha de vermicomposto 4109 b A 4135 b A 2788 c B60 t ha de esterco de curral 5300 a B 7577 a A 7565 a A

------- Potaacutessio------30 t ha de vermicomposto 24327 c A 19900 c B 24965 b A45 t ha de vermicomposto 29113b A 29812 b A 22031 b B60 t ha de esterco de curral 44070 a B 51976 a A 54101 a A

-------- Caacutelcio-------30 t ha de vermicomposto 5027 c A 4356 c A 4834 b A45 t ha de vermicomposto 6114b A 6963 b A 4379 b B60 t ha de esterco de curral 9030 a C 11451 a A 10331 a B

------Magneacutesio-----30 t ha de vermicomposto 1188 b A 914 c A 1202 b A45 t ha de vermicomposto 1231 b B 1582 b A 1176 b B60 t ha de esterco de curral 2136a B 2443 a A 2663 a AMeacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base observa-se que o melhor tratamento foi o

esterco de curral para todas as variaacuteveis Para 1 VB (30 t ha^ 1 de vermicomposto) natildeo

houve resposta diferenciada com o uso de bofertilizantes para todas as variaacuteveis A

adubaccedilatildeo 15 VB (45 t ha 1 de vemicomposto) foi influenciada pelos biofertilizantes

para as variaacuteveis N P K e Ca enquanto que para Mg somente o MB4+U+CB o

influenciou O EC (esterco de curral) mostrou diferenccedila significativa apenas para as

variaacuteveis Ca e Mg quando adicionado MB4+U+CB

Segundo Peixoto (2000) eacute fundamental a adiccedilatildeo de adubos orgacircnico no cultivo de

hortaliccedilas seja na forma de esterco decomposto composto ou huacutemus de minhoca de

37

modo a fornecer melhorias nas propriedades do solo vindo a disponibilizar os nutrientes

as diferentes culturas

O esterco fresco conteacutem muita cama celuloacutesica e um elevado teor de aacutegua No

esterco curtido a celulose jaacute estaacute decomposta o teor de aacutegua estaacute reduzido agrave metade e os

nutrientes em uma forma mais assimilaacutevel e mais concentrada O esterco fresco pode

causar uma deficiecircncia temporaacuteria de nitrogecircnio no solo ao se decompor o que natildeo

acontece com o biestabilizado (Kiehl 1985)Ocorre uma diminuiccedilatildeo inicial no volume

de aacutegua retido no esterco de curral diminui inicialmente em tomo de 3581 liberando

posteriormente somente 496 evidenciando a sua capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua

(Menezes Juacutenior 1998)

A utilizaccedilatildeo continuada de adubos nitrogenados minerais no solo altera o balanccedilo

do nitrogecircnio entre o solo e planta No meacutetodo biodinacircmico eacute sublinhada a importacircncia

dos adubos animais para o estabelecimento da fertilidade permanente dos solos (Koeff

et al 1983)

Para Guimaratildees (1997) os benefiacutecios que a mateacuteria orgacircnica imprime ao solo

principalmente melhorando a produtividade fertilidade e a influencia que as substancias

huacutemicas exercem sobre o ambiente dependem da qualidade e do teor de mateacuteria

orgacircnica do solo Estas substacircncias por conterem nutrientes em sua constituiccedilatildeo em uma

forma mais disponiacutevel para as plantas promovem um equiliacutebrio no ambiente no solo

(Kononova 1966)

Aproximadamente de 60 a 70 do total de carbono do solo ocorre na forma de

materiais huacutemicos (Griffith amp Schnitzer 1975) sendo a eles atribuiacutedo a manutenccedilatildeo da

bioestrutura do solo aumentando a capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua (Brady 1999)

Conforme Compagnoni amp Putzolu (1985) os estercos bem como os demais

resiacuteduos orgacircnicos apresentam conteuacutedos diferentes de aacutecidos huacutemicos e fuumllvicos sendo

atribuiacutedo ao acido huacutemico uma accedilatildeo fitoestimulante semelhante aos fitohormocircnios por

favorecer o desenvolvimento do sistema radicular e crescimento do caule

Em trabalho realizado por Guimaratildees (1997) foi encontrado para aacutecidos huacutemicos

de esterco bovino uma relaccedilatildeo CN 1035 e para vermicomposto bovino 17

evidenciando que o esterco quando aplicado ao solo por apresentar uma relaccedilatildeo CN

proacutexima deste reage mais facilmente liberando nutrientes para as plantas sem alterar a

cadeia troacutefiacuteca Dados encontrados no presente trabalho demonstram a eficiecircncia do

esterco nesse sentido

38

De acordo com Morselli (2001) vaacuterios trabalhos citam comentam e discutem a

capacidade dos vermicompostos em proporcionar oacutetimas colheitas e favorecer a

precocidade das plantas cultivadas Poreacutem muitas vezes se observa que mesmo

suprindo essas plantas com nutrientes necessaacuterios atraveacutes de huacutemus de diferentes fontes

as respostas natildeo satildeo as mesmas para uma mesma cultivar

Por outro lado os resultados com o uso de substacircncias huacutemicas satildeo variaacuteveis e

dependem aleacutem da espeacutecie testada das substacircncias huacutemicas utilizadas sua

concentraccedilatildeo o grau de purificaccedilatildeo e das condiccedilotildees experimentais A resposta das

plantas aos aacutecidos huacutemicos e fuacutelvicos eacute dependente da mateacuteria prima original e da

espeacutecie vegetal pois materiais orgacircnicos diferentes apresentam aacutecidos huacutemicos e

fuacutelvicos diferentes (Businelli 1990)

Justificam-se os maiores conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio e caacutelcio nas

adubaccedilotildees 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e biofertilizantes devido

provavelmente ao vermicomposto utilizado apresentar na sua constituiccedilatildeo teores

consideraacuteveis destes elementos aleacutem do que os biofertilizantes possam ter influenciado

na absorccedilatildeo atraveacutes de sua constituiccedilatildeo Tibau (1984) considera que a urina de vaca eacute

rica em aacutecido indol-aceacutetico e este influencia na absorccedilatildeo radicular O efeito positivo

deste tratamento provavelmente seja devido agrave quantidade aplicada

O biofertilizante que se destacou foi o MB4+U+CB em relaccedilatildeo ao EC (esterco de

curral) e eacute somente para a variaacutevel caacutelcio Isto provavelmente seja devido ao alto teor

deste elemento encontrado na sua constituiccedilatildeo (6872 g Kg1) e pela influecircncia positiva

que a calda bordalesa exerce no metabolismo das plantas atraveacutes dos nutrientes

contidos em sua formulaccedilatildeo O Ca controla a absorccedilatildeo radicular e retorna ao solo pelo

esterco e palhas por apresentar-se em maior quantidade em folhas e caules Depois de

localizado nas folhas fica imoacutevel favorecendo a resistecircncia da planta ao ataque de

fungos

Este trabalho avanccedila no estudo da agroecologia estando claro que todos os

criteacuterios tem caraacuteter dinacircmico de adequaccedilatildeo as mudanccedilas de um sistema de produccedilatildeo

em evoluccedilatildeo contribuindo na transiccedilatildeo para um padratildeo sustentaacutevel Cabe a pesquisa a

reorientaccedilatildeo para um enfoque ldquosistecircmicordquo isto eacute que permita integrar os diversos

componentes de um agroecossistema e a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas que promovam 0

fortalecimento e a expansatildeo da agricultura familiar

39

5 CONCLUSOtildeES

Considerando os resultados obtidos e as condiccedilotildees em que o estudo foi realizado

conclui-se que

bull As respostas agronocircmicas das mudas de cebola para os paracircmetros avaliados

satildeo mais satisfatoacuterias com a aplicaccedilatildeo de esterco de curral como adubaccedilatildeo de

base

bull Os biofertilizantes mais urina de vaca e calda bordalesa proporcionam

respostas satisfatoacuterias quando aplicados associados agraves adubaccedilotildees de base

bull O biofertilizante MB4 mais urina de vaca e calda bordalesa eacute mais eficiente

que o super magro mais urina e calda bordalesa quando aplicado associado agrave

adubaccedilatildeo de base esterco de curral para os conteuacutedos de fitomassa secae

fresca da parte aeacuterea das plantas altura e diacircmetro de colo das mudas de

cebola

bull Os biofertilizantes adicionados agrave adubaccedilatildeo de base 45 t harsquo 1 de vermicomposto

bovino mostram respostas significativas para os conteuacutedos de fitomassa seca

bull Os maiores conteuacutedos nutricionais para as mudas de cebola satildeo

proporcionados pela adubaccedilatildeo de base esterco de curral

bull A maior absorccedilatildeo de caacutelcio pelas mudas de cebola ocorre quando da adiccedilatildeo do

biofertilizante MB4 mais urina e calda bordalesa agrave adubaccedilatildeo de base esterco de

curral

40

6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ALDRIGHI CB ABREU CM PAGLIA AG MORSELLI TBGA FERNANDES HS Efeito da aplicaccedilatildeo de biofertilizante e urina de vaca em mudas de tomateiro Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

ALTIERI M NICHOLLS C I Agroecologia Teoria praacutectica para umaAgricultura Sustentable Ia ed PNUMA 2000 Cap 2 4 Seacuterie textos baacutesicos para la formacioacuten ambiental

ALTIERI M Agroecologia bases cientiacuteficas para uma agricultura sustentaacutevelGuaiacuteba Agropecuaacuteria 2002 592 p

ANTONIOLLI Z I GIRACCA E M N CARDOSO S J T WIETHAN M M S FERRI M Iniciaccedilatildeo agrave Minhocultura Criaccedilatildeo em Cativeiro e Vermicompostagem Santa Maria UFSM 1996 p59-89

BAYER C MIELNICZUC J Dinacircmica e funccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica In SANTOS G de A S e CAMARGO F A de O (ed) Fundamentos da mateacuteria orgacircnica do solo ecossistemas tropicais e subtropicais Porto Alegre Genesis 1999 p 3-23

BARRETTO D X Composto Orgacircnico In Praacutetica em Agricultura Orgacircnica Satildeo Paulo iacutecone Ed Ltda 1985 p 51-63

BETTIOL W Alguns produtos alternativos para o controle de doenccedilas de plantasem agricultura orgacircnica II Ciclo de palestras sobre agricultura orgacircnica Instituto Bioloacutegico Satildeo Paulo p52-63 1997

41

BETTIOL W TRACH R GALVAtildeO JAH Controle de doenccedilas de plantas com biofertilizantes Jaguariuacutena EMBRAPA-CNPMA 1997 22p (EMBRAPA- CNPMA Circular Teacutecnica 02)

BRADY N C Natureza e propriedades dos sotos Rio de Janeiro Freitas BastosS A 1979 647p

BRADY N C Organisms and ecology of the soil In The nature of properties of soils Simon amp Schuster A Viacon Company New Jersey1999 402-489p

BON1LLA J A Fundamentos da Agricultura Ecoloacutegica Sobrevivecircncia eQualidade de Vida Satildeo Paulo Nobel 1992

BUREacuteS S Substratos Ediciones Agroteacutecnicas S L Madrid Octubre 1997

BUS1NELLI M Chemical Composition and Enzymic Activity of some Worm Cast Plant Soil v 80 p 1-2 1990

CALEGARI A Espeacutecies para cobertura de solo In IAPAR (Instituto Agronocircmico de Paranaacute) Plantio Direto pequena propriedade sustentaacutevel organizador Moacir Darolt Londrina - PR 1998 65-93

CAMARGO P N D Manual de Adubaccedilatildeo Foliar Satildeo Paulo Herba 1975

CAPRA F A Teia da Vida Satildeo Paulo Cultrix 1997 256p

CAPRA F O Ponto de Mutaccedilatildeo 22 ed Satildeo Paulo Cultrix 2001 447p

CHABOUSSOU F Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da Trofobiose) Porto Alegre LPM 1987 253 p

CLARO S A Referencias tecnoloacutegicos para a agricultura familiar ecoloacutegica aexperiecircncia da Regiatildeo Centro-Serra do Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS-ASCAR 2001 250p

CLIVELA G Diagnoacutestico Agronocircmico da cebola no Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS 1995 8 6 p

COMISSAtildeO DE FERTILIDADE DO SOLO - RSSC Recomendaccedilotildees de adubaccedilatildeo e calagem para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina 3 ed Passo Fundo SBCS - Nuacutecleo Regional Sul 1995 223p

COMPAGNONI L PUTZOLU G Cria moderna de Ias lombrices y utilizacioacutenrentable dei humus Barcelona Editorial de Vecchi- SA 1985127p

COSTABEBER J A MOYANO E Transiccedilatildeo agroecoloacutegica e accedilatildeo social coletiva Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v l n4 p 50- 60 outdez 2 0 0 0

42

COSTA M B B da Adubaccedilatildeo orgacircnica Nova siacutentese e novo caminho para aagricultura Satildeo Paulo Ed iacutecone Ltda 1985 102p

COSTA NETO C Agricultura Sustentaacutevel Tecnologias e Sociedade In CARVALHO COSTA LF et al (org) Mundo Rural e Tempo Presente Rio de Janeiro Mauad 1999

DrsquoAG0ST1NI R L FANTINI A C Produccedilatildeo orgacircnica tambeacutem socialmente excludente Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v3 n l p57-61 2002

DALPONTE J C V Utilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos e fertilizante mineral na produccedilatildeo e qualidade de mudas e bulbos de cebola (Alliurn Cepa L) Pelotas-RS 1990 (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1990

DEBARBA J F THOMAZELLI L F GANDIN C L SILVA E Cadeias produtivas do Estado de Santa Catarina Cebola Florianoacutepolis Epagri 1998 115 p (EPAGRI Boletim Teacutecnico 96)

DUFOUR F Os saacutebios loucos do agro-alimentar Le Monde Diplomatique ano 1 n4 p6-7 1999 (ed portuguesa)

EHLERS E Agricultura Sustetaacutevel Origem e perspectivas de um novo paradigma 2 ed Guaiacuteba Agropecuaacuteria 1999 157 p

FILGUEIRA F A R Novo Manual de olericultura agrotecnologia moderna na produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 2000 402 p

FRASER G K Mateacuteria Orgacircnica Del Suelo In BEAR F E (ed) Quiacutemica dei Suelo Madrid Ed Agrociencia 1963

FOLLET R H MURPHY L S DONAHUE R L Fertilizers and soil amendments New Jersey Printice-Hall Inc 1981 557p

GARCIA A Revista dei Espacio Rural Georgica Zaragoza Escuela Politeacutecnica de Huesca n5 1997

GARCIA A Versatildeo preliminar de um Programa Estadual de Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Bulbos e Sementes de CebolaEMBRAPAIPAGROMARAEMATER 6 8 pbdquo 1990 (Publicaccedilatildeo avulsa)

GIORGETT1 J R Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Mudas de Tomate In Encontro Nacional de Produccedilatildeo e Abastecimento de Tomate 2 1991 Jaboticabal Satildeo Paulo Anais Jaboticabal UNESP 1991 p 242-244

GLIESSMAN S R Agroecologia Processos ecoloacutegicos em agricultura sustentaacutevelPorto Alegre Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS 2000 653p

43

GLIESSMAN S R TURRIALBA C R Agroecologia Procesos Ecoloacutegicos en Agricultura Sostenible CATIE 2002 p 3-14

GNOATTO S C Caracterizaccedilatildeo quiacutemica de vermicompostos de diferentes substratos orgacircnicos Pelotas-RS 1999 38 f (Mestrado em Agronomia - Solos) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

GOMES J C C BORBA M F S A moderna crise dos alimentos oportunidade para a agricultura familiar Emater Porto Alegre julset 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwematertchebrdocsagroecorevistan313-artigo3htmgtAcesso em 24 fev 2002

GOMEZ H W Desenvolvimento sustentaacutevel agriacutecola e capitalismo In Desenvolvimento sustentaacutevel Necessidade eou disponibilidade Santa Cruz do Sul Nobel - UNISC 1997 p 65-77

GONZAacuteLEZ DE MOLINA M SEVILLA GUZMAacuteN E Ecologia campesinado e historia Para una reinterpretacioacuten dei desarrollo dei capitalismo en la agricultura In SEVILLA GUZMAacuteN E GONZAacuteLEZ DE MOLINA M (ed) Ecologia campesinado e historia Madrid La Piqueta 1993 p 23-129

GRIFFITH S A SCHNITZER M Analytical characteristic of humic and fulvic acids extracted from tropical volcanic soils Soil Sei Soc Am Proc v 39 p361-367 1975

GUIMARAtildeES E Caracterizaccedilatildeo quiacutemica estreptoscoacutepica e por anaacutelise teacutermica de aacutecidos huacutemicos e vermicompostos obtidos de estercos de diferentes animaisCuritiba 1997 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Quiacutemica) Universidade Federal do Paranaacute 1997

HESS A F Sociedade e meio ambiente uma relaccedilatildeo ambiacutegua Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v 4 n2 p 167-1741999

ICEPA-SC Informes conjunturais sobre a cultura da cebola Disponiacutevel em lthttpwwwicepa combrgt Acesso em 23 jan 2003

JONES H A MANN L K Onions and their allies New York Interscience Publishers 1962 286 p

JUacuteNIOR H A de MAIORANO J A Receitas obtidas de extratos de plantasCampinas CATITerra Viva [199-] 10 f

KHATOUNIAN C A Ciclo de Palestras sobre Agricultura Orgacircnica 2a Ed SatildeoPaulo Fund Cargill 1997 149 p

KIEHL E J Fertilizantes Orgacircnicos Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1985 492p

44

KOEFF H H PETTERSSON B D SHAUMANN W Vida Vegetal solos e adubaccedilatildeo In Agricultura Biodinacircmica Satildeo Paulo Nobel 1983 p92-149

KONONOVA M M Soil organic matter The importance o f organic matter in soil formation and soil fertility New York Pergamqn Press 1961 p 165-200

KUHN T A Estrutura das Revoluccedilotildees Cientiacuteficas Satildeo Paulo Perspectiva 1989 257p

LANNA FCA ABREU C L ABREU J G SILVA V Resposta de cultivares de melancia cultivadas sob adubaccedilatildeo quiacutemica e orgacircnica Horticultura v 12 n l p85 1994

LEFF H Saber Ambiental Petroacutepolis Vozes 2001 343 p

MAGALHAtildeES J R Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo da cebola In FERREIRA M E CASSTELLANE P D CRUZ M C P Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo de hortaliccedilasPiracicaba POTAFOS 1993 p 381-393

MALAVOLTA E Elementos de nutriccedilatildeo mineral de plantas Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1980 251 p

MALAVOLTA E Manual de Quiacutemica Agriacutecola - Adubos e Adubaccedilatildeo 3a ed SatildeoPaulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1981 606 p

MARTINEZ A A A grande e Poderosa Minhoca Jaboticabal Funep - Unesp1990 101 p

MARTINS S R Desenvolvimento e Sustentabilidade Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v20 n2 julho 2002 Palestra apresentada no 42deg Congresso Brasileiro de Olericultura

MARTINS S R Limites Del Desarrollo Sostenible em Ameacuterica Latina En el marco de Ias poliacuteticas de (re)ajuste econocircmico Pelotas Editora UFPel 1997 135 P-

MARTINS S R Sustentabilidade na agricultura dimensotildees econocircmicas sociais e ambientais Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v4 n 2 p 175-1871999

MATURANA H REZEPKA S N D E Formaccedilatildeo Humana e Capacitaccedilatildeo Rio de Janneiro Vozes 2000 8 6 p

MELLO A F SOBRINHO M O ARZOLLA S SILVEIRA R NETTO A C KIEHL J C Fertilidade do Solo Satildeo Paulo Nobel 1983

MENEZES JUacuteNIOR F O G D Caracterizaccedilatildeo de Diferentes substratos hortiacutecolas e seu efeito na produccedilatildeo de mudas de alface e couve-flor em ambiente protegido Pelotas 1998 141 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1998

45

MIBASA Mineraccedilatildeo Barreto SA Melhorador de Solos MB4 A Natureza Agradece Arapiraca-AL [199-] Folder

MINAMI K Os resumos da olericultura 2000 In AZEVEDO FILHO MARTINEZ FILHO (ed) Preccedilos agriacutecolas Piracicaba ESALQ 1999 p 4

MINAMI K Produccedilatildeo de Mudas de Alta Qualidade em Horticultura Satildeo Paulo TA Queiroz 1995

MORSELLI T B G A Cultivo sucessivo de alface sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegidoPelotas 2001 178 p Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2001

MORSELLI T B G A Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Poliacutegrafo da Disciplina de Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia-Produccedilatildeo Vegetal UFPel 2002

MULLER AM Efeitos da Aplicaccedilatildeo Foliar de um Biofertilizante Enriquecido no Estado fitossanitaacuterio de Tomate Ervilha e Beterraba Sob Manejo OrgacircnicoDissertaccedilatildeo (Mestrado no Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agroecossistemas)1999 (Resumo)

NOLLA D Erosatildeo do Solo - O grande desafio Estado do Rio Grande do Sul SEAGRI desenvolvimento de recursos naturais renovaacuteveis 1982 412 p

PAGLIA AG MORSELLI TBGA PEIL RMN Teores de nutrientes pH e condutividade eleacutetrica da aacutegua em sistema ldquofloat^ngrdquo sob adiccedilatildeo de biofertilizantes Horticultura Brasileira v 20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PAULUS G MULLER A BARCELLOS LAR Agroecologia aplicada praticas e meacutetodos para uma agricultura de base ecoloacutegica 2ed ver ampl Porto Alegre EMATERRS 2001 8 6 p

PEIXOTO R T dos G Composto orgacircnico aplicaccedilotildees benefiacutecios e restriccedilotildees de uso Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 18 p 56-64 julho 2000

PENTEADO SR Defensivos Alternativos e Naturais Satildeo Paulo 1999 95 p

PEREIRA AJ SOUZA RJ PEREIRA WR Efeito de diferentes doses de esterco de galinha e de curral sobre a produccedilatildeo de cebola Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PINHEIRO S BARRETO SB MB-4 agricultura sustentaacutevel trofobiose e biofertilizantes Fundaccedilatildeo Juquira CandiruMibasa 2000 273 p

PRIMAVESI A Agricultura Sustentaacutevel Satildeo Paulo Nobel 1992 142 p

PRIMAVESI A O manejo ecoloacutegico do solo Agricultura em regiotildees tropicais SatildeoPaulo Nobel 1982 541 p

46

PURCINO A A C ldquoNitrogecircniordquo Informe Agropecuaacuterio Belo Horizonte v7 n81 p 16-27 1981

QUIJANO F G Efeito da adubaccedilatildeo orgacircnica no desenvolvimento de duas cultivares de alface em ambiente protegido Pelotas 1999 116f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

RODRIGUES A N N Efeitos e residuais de superfosfato triplo sobre o rendimento de mateacuteria seca e absorccedilatildeo de foacutesforo pela aveia (Avena strigosa Schob) em solo Podzoacutelico Vermelho Escuro Porto Alegre 1984 59f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia UFRGS 1984

RODRIGUES E T CASALI V W D Respostas da alface agrave adubaccedilatildeo orgacircnica II Teores conteuacutedos e utilizaccedilatildeo de macronutrientes em cultivares Rev Ceres Viccedilosa v 45 n 261 p 437-449 1998

SAMINEcircS T C O Produccedilatildeo orgacircnica de alimentos Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 17 n3 novembro 1999

SCHIEDECK G Ambiecircncia e resposta agronocircmica de meloeiro (Cucumis melo L) cultivado sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegido Pelotas lOOp Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2002

SILVA JUacuteNIOR A A GIORGI E Substratos alternativos para a produccedilatildeo de mudas de tomate Agropecuaacuteria Catarinense Florianoacutepolis EPAGRI 1992 23 p

SILVA JUacuteNIOR A A MACEDO S G STUKER H Utilizaccedilatildeo de esterco de peru na produccedilatildeo de mudas de tomateiro Florianoacutepolis EPAGRI 1995 28 p (Boletim Teacutecnico 73)

TAGLIARI PS GRASSMANN H Minhoca a grande aliada da agricultura Agropecuaacuteria Catarinense v8 n l p 11-14 mar 1995

TEDESCO M J GIANELLO C Anaacutelises de solo plantas e outros materiais Porto Alegre Faculdade de Agronomia Departamento de Solos Universidade Federal do Rio Grande do Sul RS 1996

TENNANT D A Test of modified line intersect method of estimating root lenght Journal Ecology Oxford v 63 p 995-1001 1975

TIBAU A O Mateacuteria Orgacircnica do Solo Mateacuteria Orgacircnica e Fertilidade do SoloSatildeo Paulo Nobel 1984 p49-182

TIMM P J Anaacutelise comparativa dos sistemas de plantio convencional e cultivo miacutenimo de cebola sob adubaccedilatildeo orgacircnica e mineral Pelotas 2000 79 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2000

47

VALENZUELA HR CROSBY C Effect of compost applications on the yield of several vegetables in long-term organic farming experiments conduced in the tropics American Society Horticultural Science v33 n3 june 1998

VIGLIZZO E (ed) Subprograma Recursos Naturais y Sostenibilidad Agriacutecola documento marco Montevideo IICAPROCISUR 1995 p 75 - 78

WE1D J M TARDIN J M Proposta para a Ampliaccedilatildeo do Trabalho da ASPTA no Centro Sul do Paranaacute ASPTA Disponiacutevel em http wwwpronafgovbrEncontrotestosAS20PTA20Sul20ParanE1205 202002doc Acesso em 05 mai 2002

XAVIER SIMOacuteN F DOMINGUES D G Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel uma perspectiva agroecoloacutegica Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre EM ATERRS v2 n2 p 17-26 2001

ZABALETA J P Diagnoacutestico da Agricultura Familiar em Satildeo Joseacute do Norte - RSPelotas EMBRAPA-CPACT 1998 75 p (EMBRAPA-CPACT Documentos 44)

ZONTA E P MACHADO A A SILVEIRA P Sanest Sistema de anaacutelise estatiacutestica para microcomputadores Registrado na Secretaria Especial de Informaacutetica sob nuacutemero 066060 - categoria A Pelotas-RS Universidade Federal de Pelotas 1984

48

7 APEcircNDICE

APEcircNDICE A - Anaacutelise da adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes utilizados na produccedilatildeo de mudas de cebola

TABELA 1 A Anaacutelise baacutesica do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo miuacutedo + papua

Arg

pH IND

SMP

MO

P - n r - Na Al Ca__10Omlmdash

Mg

ppm -

6 53 67 089 8 6 27 1 04 05 0 2

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 2A Anaacutelise complementar do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo-miuacutedo + papua

Cobre Zinco Manganecircs Ferro

(m v1)

04 05 26 007

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

49

TABELA 3A Anaacutelise dos fertilizantes soacutelidos

Amostra pH limidade CN

C N P K Ca Mg

- g-ivg --

Cama de 849 2491 12 31042 2479 3888 3405 29875 463

aves

Esterco 74 3594 11 677 590 157 134 335 214

de curral

Huacutemus 684 5738 14 15965 1098 453 745 743 361

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 4A Anaacutelise quiacutemica dos biofertilizantes liacutequidos

Amostra N P K_ccedil H

Ca Mg Cu Zn Fe Mn

mdashgL bull

S Magro

m b 4

Urina

053

1652

8 2 2

008

395

0 0 0

149

1674

471

1902

6872

0 0 0

1150

4507

1172

7273

42

033

101389

920

0 0 0

6250

19458

781

35273

1123

0 2 1

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

50

APEcircNDICE B - Condiccedilotildees climaacuteticas do local

TABELA 1B Condiccedilotildees de temperatura do local

___________ __________TEMPERATURA (degCgt

meses Meacutedia

Maacutexima

Meacutedia

MiacutenimaMeacutedia

Maacutexima

Absoluta

Miacutenima

Absoluta

Junho 225 87 156 320 25

Julho 225 85 155 285 30

Agosto 251 71 161 360 1 0

Fonte FEPAGROSCT 2002

TABELA 2B Condiccedilotildees de chuva do local

mdash CHUVA (mm)mdash

meses Ocorrida Normal Desvio Da Normal

Junho 1080 1 1 0 -2 0

Julho 1062 98 8 2

Agosto 1283 1 2 0 83

Fonte FEPAGROSCT 2002

51

TABELA 1C Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

APEcircNDICE C - Anaacutelise estatiacutestica da parte aeacuterea

Causas G1 FFPA FSPA AP DC

da variaccedilatildeo --------- Quadrados meacutedios-

Blocos 3

Ad Base 2 175359071 1287102 2547419 1 11775

Biofertilizantes 2 126876 29011 87669ns 02185ns

Ad x Biofert 4 572378 31123 69106ns 04159

Resiacuteduo 24 34456 03048 27169 00290

Total 35

Meacutedia geral 93745 8772 320388 6741

CV 1980 6294 5145 2530

Significativo a 5ns Natildeo significativo

52

TABELA 1D Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade

de raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

APEcircNDICE D - Anaacutelise estatiacutestica da raiz

Causas G1 FFR FSR CR RPASR DR

da variaccedilatildeo Quadrados meacutedios---------------

Blocos 3

Ad Base 2 27874 551 623 2 1 0 140

Biofertilizantes 2 178 0 1 0 ni 1504 l03ns 038ns

Ad x Biofert 4 190 058 318 294 183

Resiacuteduo 24 005 009 028 023 0 2 1

Total 35

Meacutedia geral 1818 228 184 387 333

C V 134 1356 448 1253 1396

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

53

APEcircNDICE E - Anaacutelise estatiacutestica dos macronutrientes da parte aeacuterea da cebola

TABELA 1E Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mud^s de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

Causas G1 bull N P K Ca Mg

da variaccedilatildeo

Blocos 3

Ad Base 2 13550306 446627 25509686 1031806 59007

Biofertilizantes 2 180610ns 16564 68153ns 39006 876ns

Ad x Biofert 4 454187 45743 1047539 46950 2464

Resiacuteduo 24 29769 1453 64313 3741 439

Total 35

Meacutedia geral 24921 4597 33366 6943 1615

C V 692 829 760 880 1297

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

APEcircNDICE F - Fotos do experimento

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob uma perspectiva agroecoloacutegica

APEcircNDICE F a Fotos do experimento

FIGURA 1 Adubaccedilatildeo verde com feijatildeo-miuacutedo e papuatilde utilizadas no manejo do solo

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob urna perspectiva agroecoloacutegica

Page 42: PRODUÇÃO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L.) SOB …orgprints.org/24883/1/Paglia_Produção.pdf · vaca mais calda bordalesa; MB4+U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

33

influecircncia destes EC (60 t ha 1 de esterco de curral) - em todas as variaacuteveis observadas

na tabela 5 as respostas foram significativas utilizando MB4 +U+CB

As respostas encontradas no presente trabalho para as variaacuteveis AP e FSPA foram

superiores as obtidas por Dalponte (1990) quando utilizado 0 esterco de curral para

produccedilatildeo de mudas de cebola

Segundo Filgueira (2000) os solos da regiatildeo produtora de cebola do RS satildeo

pobres em foacutesforo disponiacutevel (15 mg Kg1) necessitando portanto de adubaccedilotildees

fosfatadas elevadas As respostas aqui obtidas podem ser justificadas pelos teores de

foacutesforo contido no MB4

Follet et al (1981) citam a importacircncia do uso de compostos orgacircnicos no solo

enfatizando os estercos no sentido da decomposiccedilatildeo continuada no fornecimento de

nutrientes e na liberaccedilatildeo lenta e gradual de aacutecidos orgacircnicos influenciando a liberaccedilatildeo

do foacutesforo O que provavelmente pode ser atribuiacutedo agraves respostas encontradas no

presente trabalho para 0 tratamento Esterco de curral mais MB4 e Urina mais Calda

Bordalesa

E importante destacar que 0 sistema de produccedilatildeo de mudas de cebola sob uma

perspectiva agroecoloacutegica mostra-se eficiente quando visualmente natildeo percebe-se

diferenccedila significativa entre os tratamentos (Apecircndice F Figura 2)

Conveacutem ressaltar que quando trabalhamos com agroecologia natildeo existem

receitas nem pacotes tecnoloacutegicos prontos Cada situaccedilatildeo deveraacute ser estudada em

particular para que se faccedila recomendaccedilotildees adequadas ao ambiente local uma vez que

as plantas se adaptam ao meio estando a nutriccedilatildeo encarregada de proteger e manter o

equiliacutebrio do organismo vegetal em funccedilatildeo das alteraccedilotildees externas

E fundamental que se compreenda os princiacutepios norteadores de todo o processo

que satildeo as bases da luta por uma sociedade mais justa dentro de um mundo econocircmico e

ambientalmente mais sustentaacutevel

412 Anaacutelise do sistema radicular

Os resultados obtidos nas anaacutelises do sistema radicular (Tabela 2) mostram

diferenccedilas significativas entre as adubaccedilotildees para as variaacuteveis fitomassa fresca de raiz

(FFR) fitomassa seca de raiz (FSR) comprimento de raiz (CR) razatildeo parte

aeacutereasistema radicular (RPASR) e densidade de raiz (DR)

34

TABELA 2 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade de

raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAO DE BASE

S Magro + MB4 +Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

1540 c A 1576 b B 2427 a A

Fitomassa fresca (g)----------------1502 c B 1517 b AB 1658 b A 1446 c C 2336 a B 2360 a B

--------------------Fitomassa seca (g)-------------------196 b A 207 ab A 170 b A170 b A 199 b A 192 b A 344 a A 249 a B 327 a A

Comprimento de raiz(cm)---------------1237 b A 1158 b A 1158 a A1237 b A 1060 c B 1040 b B1433 a A 1296 a B 1040 b C

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t halsquo 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha de vermicomposto 45 t ha de vermicomposto60 t ha~ de esterco de curral__________________________ _________________________Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

-----Razatildeo Parte AeacutereaSistema Radicular------340 b AB 301c B 384 a A446 a A 415 b A 326 a B339 b B 546 a A 388 a B

-------------- Densidade de raiz (m cm3)------------367 a AB 414 a A 325 b B282 b B 301b B 405 a A347 ab A 231c B 324 b A

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base destacou-se o EC (60 t ha 1 de esterco de curral)

para as variaacuteveis FFR e FSR Quando adicionado o SM+U+CB os resultados para FFR

foram ainda melhores bem como o CR As respostas obtidas para a RPASR foram

variadas em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees apresentando melhores resultados para 15 VB (45 t

ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB e ainda melhor para EC (60 t ha 1 de esterco de

curral)+MB4 +U+CB As adubaccedilotildees de base 1 VB 15 VB e EC natildeo diferiram entre si

As adubaccedilotildees mais eficientes para a variaacutevel DR foram 1 VB+SM+U+CV que natildeo

diferiu da EC+SM+U+CB I VB+ MB4 +U+CB e agrave 15 VB foram melhores entre as

demais

35

Analisando os biofertilizantes em relaccedilatildeo a cada adubaccedilatildeo de base verifica-se que

para a 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB destaca-se a variaacutevel FFR

poreacutem sem diferenccedila significativa de 1 VB os melhpres resultados para a variaacutevel DR

foram encontrados pelo tratamento 1 VB+MB4 +U+CB e 15 VB (45 t ha 1 de

vermicomposto) tambeacutem se considera eficiente o 1 VB+SM+U+CB que natildeo diferiu do

EC (esterco de curral) Quando se utilizou 15 VB+ MB4 +U+CB houve resposta

significativa para a variaacutevel FFR para FSR as respostas natildeo foram diferentes com a

aplicaccedilatildeo dos biofertilizantes para as variaacuteveis FSR e DR as adubaccedilotildees EC e

EC+SM+U+CB natildeo diferiram entre si

Embora as respostas estatiacutesticas tenham sido diferentes para as adubaccedilotildees

combinadas ou natildeo pode-se salientar a importacircncia do aacutecido indol-aceacutetico como jaacute

citado anteriormente para as variaacuteveis avaliadas na parte aeacuterea das mudas de cebola

Respostas semelhantes nesse sentido foram encontradas para a cultura da alface por

Quijano (1999) e Morselli (2001)

Pereira et al (2002) concluiacuteram em trabalho realizado com a cultivar de cebola

CNPF1 6400 em Minas Gerais que a utilizaccedilatildeo de 20 t ha de esterco de curral

proporcionou os melhores resultados para a produccedilatildeo de cebola

Silva Juacutenior amp Giorgi (1992) e Menezes Juacutenior (1998) citam que doses elevadas

de mateacuteria orgacircnica podem prejudicar a primeira fase da germinaccedilatildeo (embebiccedilatildeo) e

absorccedilatildeo de aacutegua pelas raiacutezes das placircntulas No entanto no presente trabalho este fato

natildeo ocorreu embora a dose de esterco utilizada tenha sido de 60 t ha 1 (dose maacutexima

recomendada segundo Nolla 1982)

413 Anaacutelise de macronutrientes no tecido vegetal

Os resultados dos conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio no

tecido vegetal sob diferentes adubaccedilotildees encontrados na Tabela 3 indicam mais uma

vez a superioridade da adubaccedilatildeo esterco com 0 uso ou natildeo de biofertilizantes

36

TABELA 3 Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob

uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS i J B

ADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesamg plantas1

---- Nitrogecircnio-----30 t ha de vermicomposto 16593 c AB 15451 c B 19050 b A45 t ha de vermicomposto 21444 b A 22888 b A 17852 b B60 t ha de esterco de curral 32606 a C 37593 a B 40816 a A

--------------- ------ Foacutesforo------- -------------30 t ha de vermicomposto 3098 c B 2802 c B 3999 b A45 t ha de vermicomposto 4109 b A 4135 b A 2788 c B60 t ha de esterco de curral 5300 a B 7577 a A 7565 a A

------- Potaacutessio------30 t ha de vermicomposto 24327 c A 19900 c B 24965 b A45 t ha de vermicomposto 29113b A 29812 b A 22031 b B60 t ha de esterco de curral 44070 a B 51976 a A 54101 a A

-------- Caacutelcio-------30 t ha de vermicomposto 5027 c A 4356 c A 4834 b A45 t ha de vermicomposto 6114b A 6963 b A 4379 b B60 t ha de esterco de curral 9030 a C 11451 a A 10331 a B

------Magneacutesio-----30 t ha de vermicomposto 1188 b A 914 c A 1202 b A45 t ha de vermicomposto 1231 b B 1582 b A 1176 b B60 t ha de esterco de curral 2136a B 2443 a A 2663 a AMeacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base observa-se que o melhor tratamento foi o

esterco de curral para todas as variaacuteveis Para 1 VB (30 t ha^ 1 de vermicomposto) natildeo

houve resposta diferenciada com o uso de bofertilizantes para todas as variaacuteveis A

adubaccedilatildeo 15 VB (45 t ha 1 de vemicomposto) foi influenciada pelos biofertilizantes

para as variaacuteveis N P K e Ca enquanto que para Mg somente o MB4+U+CB o

influenciou O EC (esterco de curral) mostrou diferenccedila significativa apenas para as

variaacuteveis Ca e Mg quando adicionado MB4+U+CB

Segundo Peixoto (2000) eacute fundamental a adiccedilatildeo de adubos orgacircnico no cultivo de

hortaliccedilas seja na forma de esterco decomposto composto ou huacutemus de minhoca de

37

modo a fornecer melhorias nas propriedades do solo vindo a disponibilizar os nutrientes

as diferentes culturas

O esterco fresco conteacutem muita cama celuloacutesica e um elevado teor de aacutegua No

esterco curtido a celulose jaacute estaacute decomposta o teor de aacutegua estaacute reduzido agrave metade e os

nutrientes em uma forma mais assimilaacutevel e mais concentrada O esterco fresco pode

causar uma deficiecircncia temporaacuteria de nitrogecircnio no solo ao se decompor o que natildeo

acontece com o biestabilizado (Kiehl 1985)Ocorre uma diminuiccedilatildeo inicial no volume

de aacutegua retido no esterco de curral diminui inicialmente em tomo de 3581 liberando

posteriormente somente 496 evidenciando a sua capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua

(Menezes Juacutenior 1998)

A utilizaccedilatildeo continuada de adubos nitrogenados minerais no solo altera o balanccedilo

do nitrogecircnio entre o solo e planta No meacutetodo biodinacircmico eacute sublinhada a importacircncia

dos adubos animais para o estabelecimento da fertilidade permanente dos solos (Koeff

et al 1983)

Para Guimaratildees (1997) os benefiacutecios que a mateacuteria orgacircnica imprime ao solo

principalmente melhorando a produtividade fertilidade e a influencia que as substancias

huacutemicas exercem sobre o ambiente dependem da qualidade e do teor de mateacuteria

orgacircnica do solo Estas substacircncias por conterem nutrientes em sua constituiccedilatildeo em uma

forma mais disponiacutevel para as plantas promovem um equiliacutebrio no ambiente no solo

(Kononova 1966)

Aproximadamente de 60 a 70 do total de carbono do solo ocorre na forma de

materiais huacutemicos (Griffith amp Schnitzer 1975) sendo a eles atribuiacutedo a manutenccedilatildeo da

bioestrutura do solo aumentando a capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua (Brady 1999)

Conforme Compagnoni amp Putzolu (1985) os estercos bem como os demais

resiacuteduos orgacircnicos apresentam conteuacutedos diferentes de aacutecidos huacutemicos e fuumllvicos sendo

atribuiacutedo ao acido huacutemico uma accedilatildeo fitoestimulante semelhante aos fitohormocircnios por

favorecer o desenvolvimento do sistema radicular e crescimento do caule

Em trabalho realizado por Guimaratildees (1997) foi encontrado para aacutecidos huacutemicos

de esterco bovino uma relaccedilatildeo CN 1035 e para vermicomposto bovino 17

evidenciando que o esterco quando aplicado ao solo por apresentar uma relaccedilatildeo CN

proacutexima deste reage mais facilmente liberando nutrientes para as plantas sem alterar a

cadeia troacutefiacuteca Dados encontrados no presente trabalho demonstram a eficiecircncia do

esterco nesse sentido

38

De acordo com Morselli (2001) vaacuterios trabalhos citam comentam e discutem a

capacidade dos vermicompostos em proporcionar oacutetimas colheitas e favorecer a

precocidade das plantas cultivadas Poreacutem muitas vezes se observa que mesmo

suprindo essas plantas com nutrientes necessaacuterios atraveacutes de huacutemus de diferentes fontes

as respostas natildeo satildeo as mesmas para uma mesma cultivar

Por outro lado os resultados com o uso de substacircncias huacutemicas satildeo variaacuteveis e

dependem aleacutem da espeacutecie testada das substacircncias huacutemicas utilizadas sua

concentraccedilatildeo o grau de purificaccedilatildeo e das condiccedilotildees experimentais A resposta das

plantas aos aacutecidos huacutemicos e fuacutelvicos eacute dependente da mateacuteria prima original e da

espeacutecie vegetal pois materiais orgacircnicos diferentes apresentam aacutecidos huacutemicos e

fuacutelvicos diferentes (Businelli 1990)

Justificam-se os maiores conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio e caacutelcio nas

adubaccedilotildees 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e biofertilizantes devido

provavelmente ao vermicomposto utilizado apresentar na sua constituiccedilatildeo teores

consideraacuteveis destes elementos aleacutem do que os biofertilizantes possam ter influenciado

na absorccedilatildeo atraveacutes de sua constituiccedilatildeo Tibau (1984) considera que a urina de vaca eacute

rica em aacutecido indol-aceacutetico e este influencia na absorccedilatildeo radicular O efeito positivo

deste tratamento provavelmente seja devido agrave quantidade aplicada

O biofertilizante que se destacou foi o MB4+U+CB em relaccedilatildeo ao EC (esterco de

curral) e eacute somente para a variaacutevel caacutelcio Isto provavelmente seja devido ao alto teor

deste elemento encontrado na sua constituiccedilatildeo (6872 g Kg1) e pela influecircncia positiva

que a calda bordalesa exerce no metabolismo das plantas atraveacutes dos nutrientes

contidos em sua formulaccedilatildeo O Ca controla a absorccedilatildeo radicular e retorna ao solo pelo

esterco e palhas por apresentar-se em maior quantidade em folhas e caules Depois de

localizado nas folhas fica imoacutevel favorecendo a resistecircncia da planta ao ataque de

fungos

Este trabalho avanccedila no estudo da agroecologia estando claro que todos os

criteacuterios tem caraacuteter dinacircmico de adequaccedilatildeo as mudanccedilas de um sistema de produccedilatildeo

em evoluccedilatildeo contribuindo na transiccedilatildeo para um padratildeo sustentaacutevel Cabe a pesquisa a

reorientaccedilatildeo para um enfoque ldquosistecircmicordquo isto eacute que permita integrar os diversos

componentes de um agroecossistema e a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas que promovam 0

fortalecimento e a expansatildeo da agricultura familiar

39

5 CONCLUSOtildeES

Considerando os resultados obtidos e as condiccedilotildees em que o estudo foi realizado

conclui-se que

bull As respostas agronocircmicas das mudas de cebola para os paracircmetros avaliados

satildeo mais satisfatoacuterias com a aplicaccedilatildeo de esterco de curral como adubaccedilatildeo de

base

bull Os biofertilizantes mais urina de vaca e calda bordalesa proporcionam

respostas satisfatoacuterias quando aplicados associados agraves adubaccedilotildees de base

bull O biofertilizante MB4 mais urina de vaca e calda bordalesa eacute mais eficiente

que o super magro mais urina e calda bordalesa quando aplicado associado agrave

adubaccedilatildeo de base esterco de curral para os conteuacutedos de fitomassa secae

fresca da parte aeacuterea das plantas altura e diacircmetro de colo das mudas de

cebola

bull Os biofertilizantes adicionados agrave adubaccedilatildeo de base 45 t harsquo 1 de vermicomposto

bovino mostram respostas significativas para os conteuacutedos de fitomassa seca

bull Os maiores conteuacutedos nutricionais para as mudas de cebola satildeo

proporcionados pela adubaccedilatildeo de base esterco de curral

bull A maior absorccedilatildeo de caacutelcio pelas mudas de cebola ocorre quando da adiccedilatildeo do

biofertilizante MB4 mais urina e calda bordalesa agrave adubaccedilatildeo de base esterco de

curral

40

6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ALDRIGHI CB ABREU CM PAGLIA AG MORSELLI TBGA FERNANDES HS Efeito da aplicaccedilatildeo de biofertilizante e urina de vaca em mudas de tomateiro Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

ALTIERI M NICHOLLS C I Agroecologia Teoria praacutectica para umaAgricultura Sustentable Ia ed PNUMA 2000 Cap 2 4 Seacuterie textos baacutesicos para la formacioacuten ambiental

ALTIERI M Agroecologia bases cientiacuteficas para uma agricultura sustentaacutevelGuaiacuteba Agropecuaacuteria 2002 592 p

ANTONIOLLI Z I GIRACCA E M N CARDOSO S J T WIETHAN M M S FERRI M Iniciaccedilatildeo agrave Minhocultura Criaccedilatildeo em Cativeiro e Vermicompostagem Santa Maria UFSM 1996 p59-89

BAYER C MIELNICZUC J Dinacircmica e funccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica In SANTOS G de A S e CAMARGO F A de O (ed) Fundamentos da mateacuteria orgacircnica do solo ecossistemas tropicais e subtropicais Porto Alegre Genesis 1999 p 3-23

BARRETTO D X Composto Orgacircnico In Praacutetica em Agricultura Orgacircnica Satildeo Paulo iacutecone Ed Ltda 1985 p 51-63

BETTIOL W Alguns produtos alternativos para o controle de doenccedilas de plantasem agricultura orgacircnica II Ciclo de palestras sobre agricultura orgacircnica Instituto Bioloacutegico Satildeo Paulo p52-63 1997

41

BETTIOL W TRACH R GALVAtildeO JAH Controle de doenccedilas de plantas com biofertilizantes Jaguariuacutena EMBRAPA-CNPMA 1997 22p (EMBRAPA- CNPMA Circular Teacutecnica 02)

BRADY N C Natureza e propriedades dos sotos Rio de Janeiro Freitas BastosS A 1979 647p

BRADY N C Organisms and ecology of the soil In The nature of properties of soils Simon amp Schuster A Viacon Company New Jersey1999 402-489p

BON1LLA J A Fundamentos da Agricultura Ecoloacutegica Sobrevivecircncia eQualidade de Vida Satildeo Paulo Nobel 1992

BUREacuteS S Substratos Ediciones Agroteacutecnicas S L Madrid Octubre 1997

BUS1NELLI M Chemical Composition and Enzymic Activity of some Worm Cast Plant Soil v 80 p 1-2 1990

CALEGARI A Espeacutecies para cobertura de solo In IAPAR (Instituto Agronocircmico de Paranaacute) Plantio Direto pequena propriedade sustentaacutevel organizador Moacir Darolt Londrina - PR 1998 65-93

CAMARGO P N D Manual de Adubaccedilatildeo Foliar Satildeo Paulo Herba 1975

CAPRA F A Teia da Vida Satildeo Paulo Cultrix 1997 256p

CAPRA F O Ponto de Mutaccedilatildeo 22 ed Satildeo Paulo Cultrix 2001 447p

CHABOUSSOU F Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da Trofobiose) Porto Alegre LPM 1987 253 p

CLARO S A Referencias tecnoloacutegicos para a agricultura familiar ecoloacutegica aexperiecircncia da Regiatildeo Centro-Serra do Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS-ASCAR 2001 250p

CLIVELA G Diagnoacutestico Agronocircmico da cebola no Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS 1995 8 6 p

COMISSAtildeO DE FERTILIDADE DO SOLO - RSSC Recomendaccedilotildees de adubaccedilatildeo e calagem para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina 3 ed Passo Fundo SBCS - Nuacutecleo Regional Sul 1995 223p

COMPAGNONI L PUTZOLU G Cria moderna de Ias lombrices y utilizacioacutenrentable dei humus Barcelona Editorial de Vecchi- SA 1985127p

COSTABEBER J A MOYANO E Transiccedilatildeo agroecoloacutegica e accedilatildeo social coletiva Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v l n4 p 50- 60 outdez 2 0 0 0

42

COSTA M B B da Adubaccedilatildeo orgacircnica Nova siacutentese e novo caminho para aagricultura Satildeo Paulo Ed iacutecone Ltda 1985 102p

COSTA NETO C Agricultura Sustentaacutevel Tecnologias e Sociedade In CARVALHO COSTA LF et al (org) Mundo Rural e Tempo Presente Rio de Janeiro Mauad 1999

DrsquoAG0ST1NI R L FANTINI A C Produccedilatildeo orgacircnica tambeacutem socialmente excludente Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v3 n l p57-61 2002

DALPONTE J C V Utilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos e fertilizante mineral na produccedilatildeo e qualidade de mudas e bulbos de cebola (Alliurn Cepa L) Pelotas-RS 1990 (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1990

DEBARBA J F THOMAZELLI L F GANDIN C L SILVA E Cadeias produtivas do Estado de Santa Catarina Cebola Florianoacutepolis Epagri 1998 115 p (EPAGRI Boletim Teacutecnico 96)

DUFOUR F Os saacutebios loucos do agro-alimentar Le Monde Diplomatique ano 1 n4 p6-7 1999 (ed portuguesa)

EHLERS E Agricultura Sustetaacutevel Origem e perspectivas de um novo paradigma 2 ed Guaiacuteba Agropecuaacuteria 1999 157 p

FILGUEIRA F A R Novo Manual de olericultura agrotecnologia moderna na produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 2000 402 p

FRASER G K Mateacuteria Orgacircnica Del Suelo In BEAR F E (ed) Quiacutemica dei Suelo Madrid Ed Agrociencia 1963

FOLLET R H MURPHY L S DONAHUE R L Fertilizers and soil amendments New Jersey Printice-Hall Inc 1981 557p

GARCIA A Revista dei Espacio Rural Georgica Zaragoza Escuela Politeacutecnica de Huesca n5 1997

GARCIA A Versatildeo preliminar de um Programa Estadual de Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Bulbos e Sementes de CebolaEMBRAPAIPAGROMARAEMATER 6 8 pbdquo 1990 (Publicaccedilatildeo avulsa)

GIORGETT1 J R Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Mudas de Tomate In Encontro Nacional de Produccedilatildeo e Abastecimento de Tomate 2 1991 Jaboticabal Satildeo Paulo Anais Jaboticabal UNESP 1991 p 242-244

GLIESSMAN S R Agroecologia Processos ecoloacutegicos em agricultura sustentaacutevelPorto Alegre Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS 2000 653p

43

GLIESSMAN S R TURRIALBA C R Agroecologia Procesos Ecoloacutegicos en Agricultura Sostenible CATIE 2002 p 3-14

GNOATTO S C Caracterizaccedilatildeo quiacutemica de vermicompostos de diferentes substratos orgacircnicos Pelotas-RS 1999 38 f (Mestrado em Agronomia - Solos) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

GOMES J C C BORBA M F S A moderna crise dos alimentos oportunidade para a agricultura familiar Emater Porto Alegre julset 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwematertchebrdocsagroecorevistan313-artigo3htmgtAcesso em 24 fev 2002

GOMEZ H W Desenvolvimento sustentaacutevel agriacutecola e capitalismo In Desenvolvimento sustentaacutevel Necessidade eou disponibilidade Santa Cruz do Sul Nobel - UNISC 1997 p 65-77

GONZAacuteLEZ DE MOLINA M SEVILLA GUZMAacuteN E Ecologia campesinado e historia Para una reinterpretacioacuten dei desarrollo dei capitalismo en la agricultura In SEVILLA GUZMAacuteN E GONZAacuteLEZ DE MOLINA M (ed) Ecologia campesinado e historia Madrid La Piqueta 1993 p 23-129

GRIFFITH S A SCHNITZER M Analytical characteristic of humic and fulvic acids extracted from tropical volcanic soils Soil Sei Soc Am Proc v 39 p361-367 1975

GUIMARAtildeES E Caracterizaccedilatildeo quiacutemica estreptoscoacutepica e por anaacutelise teacutermica de aacutecidos huacutemicos e vermicompostos obtidos de estercos de diferentes animaisCuritiba 1997 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Quiacutemica) Universidade Federal do Paranaacute 1997

HESS A F Sociedade e meio ambiente uma relaccedilatildeo ambiacutegua Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v 4 n2 p 167-1741999

ICEPA-SC Informes conjunturais sobre a cultura da cebola Disponiacutevel em lthttpwwwicepa combrgt Acesso em 23 jan 2003

JONES H A MANN L K Onions and their allies New York Interscience Publishers 1962 286 p

JUacuteNIOR H A de MAIORANO J A Receitas obtidas de extratos de plantasCampinas CATITerra Viva [199-] 10 f

KHATOUNIAN C A Ciclo de Palestras sobre Agricultura Orgacircnica 2a Ed SatildeoPaulo Fund Cargill 1997 149 p

KIEHL E J Fertilizantes Orgacircnicos Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1985 492p

44

KOEFF H H PETTERSSON B D SHAUMANN W Vida Vegetal solos e adubaccedilatildeo In Agricultura Biodinacircmica Satildeo Paulo Nobel 1983 p92-149

KONONOVA M M Soil organic matter The importance o f organic matter in soil formation and soil fertility New York Pergamqn Press 1961 p 165-200

KUHN T A Estrutura das Revoluccedilotildees Cientiacuteficas Satildeo Paulo Perspectiva 1989 257p

LANNA FCA ABREU C L ABREU J G SILVA V Resposta de cultivares de melancia cultivadas sob adubaccedilatildeo quiacutemica e orgacircnica Horticultura v 12 n l p85 1994

LEFF H Saber Ambiental Petroacutepolis Vozes 2001 343 p

MAGALHAtildeES J R Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo da cebola In FERREIRA M E CASSTELLANE P D CRUZ M C P Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo de hortaliccedilasPiracicaba POTAFOS 1993 p 381-393

MALAVOLTA E Elementos de nutriccedilatildeo mineral de plantas Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1980 251 p

MALAVOLTA E Manual de Quiacutemica Agriacutecola - Adubos e Adubaccedilatildeo 3a ed SatildeoPaulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1981 606 p

MARTINEZ A A A grande e Poderosa Minhoca Jaboticabal Funep - Unesp1990 101 p

MARTINS S R Desenvolvimento e Sustentabilidade Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v20 n2 julho 2002 Palestra apresentada no 42deg Congresso Brasileiro de Olericultura

MARTINS S R Limites Del Desarrollo Sostenible em Ameacuterica Latina En el marco de Ias poliacuteticas de (re)ajuste econocircmico Pelotas Editora UFPel 1997 135 P-

MARTINS S R Sustentabilidade na agricultura dimensotildees econocircmicas sociais e ambientais Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v4 n 2 p 175-1871999

MATURANA H REZEPKA S N D E Formaccedilatildeo Humana e Capacitaccedilatildeo Rio de Janneiro Vozes 2000 8 6 p

MELLO A F SOBRINHO M O ARZOLLA S SILVEIRA R NETTO A C KIEHL J C Fertilidade do Solo Satildeo Paulo Nobel 1983

MENEZES JUacuteNIOR F O G D Caracterizaccedilatildeo de Diferentes substratos hortiacutecolas e seu efeito na produccedilatildeo de mudas de alface e couve-flor em ambiente protegido Pelotas 1998 141 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1998

45

MIBASA Mineraccedilatildeo Barreto SA Melhorador de Solos MB4 A Natureza Agradece Arapiraca-AL [199-] Folder

MINAMI K Os resumos da olericultura 2000 In AZEVEDO FILHO MARTINEZ FILHO (ed) Preccedilos agriacutecolas Piracicaba ESALQ 1999 p 4

MINAMI K Produccedilatildeo de Mudas de Alta Qualidade em Horticultura Satildeo Paulo TA Queiroz 1995

MORSELLI T B G A Cultivo sucessivo de alface sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegidoPelotas 2001 178 p Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2001

MORSELLI T B G A Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Poliacutegrafo da Disciplina de Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia-Produccedilatildeo Vegetal UFPel 2002

MULLER AM Efeitos da Aplicaccedilatildeo Foliar de um Biofertilizante Enriquecido no Estado fitossanitaacuterio de Tomate Ervilha e Beterraba Sob Manejo OrgacircnicoDissertaccedilatildeo (Mestrado no Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agroecossistemas)1999 (Resumo)

NOLLA D Erosatildeo do Solo - O grande desafio Estado do Rio Grande do Sul SEAGRI desenvolvimento de recursos naturais renovaacuteveis 1982 412 p

PAGLIA AG MORSELLI TBGA PEIL RMN Teores de nutrientes pH e condutividade eleacutetrica da aacutegua em sistema ldquofloat^ngrdquo sob adiccedilatildeo de biofertilizantes Horticultura Brasileira v 20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PAULUS G MULLER A BARCELLOS LAR Agroecologia aplicada praticas e meacutetodos para uma agricultura de base ecoloacutegica 2ed ver ampl Porto Alegre EMATERRS 2001 8 6 p

PEIXOTO R T dos G Composto orgacircnico aplicaccedilotildees benefiacutecios e restriccedilotildees de uso Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 18 p 56-64 julho 2000

PENTEADO SR Defensivos Alternativos e Naturais Satildeo Paulo 1999 95 p

PEREIRA AJ SOUZA RJ PEREIRA WR Efeito de diferentes doses de esterco de galinha e de curral sobre a produccedilatildeo de cebola Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PINHEIRO S BARRETO SB MB-4 agricultura sustentaacutevel trofobiose e biofertilizantes Fundaccedilatildeo Juquira CandiruMibasa 2000 273 p

PRIMAVESI A Agricultura Sustentaacutevel Satildeo Paulo Nobel 1992 142 p

PRIMAVESI A O manejo ecoloacutegico do solo Agricultura em regiotildees tropicais SatildeoPaulo Nobel 1982 541 p

46

PURCINO A A C ldquoNitrogecircniordquo Informe Agropecuaacuterio Belo Horizonte v7 n81 p 16-27 1981

QUIJANO F G Efeito da adubaccedilatildeo orgacircnica no desenvolvimento de duas cultivares de alface em ambiente protegido Pelotas 1999 116f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

RODRIGUES A N N Efeitos e residuais de superfosfato triplo sobre o rendimento de mateacuteria seca e absorccedilatildeo de foacutesforo pela aveia (Avena strigosa Schob) em solo Podzoacutelico Vermelho Escuro Porto Alegre 1984 59f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia UFRGS 1984

RODRIGUES E T CASALI V W D Respostas da alface agrave adubaccedilatildeo orgacircnica II Teores conteuacutedos e utilizaccedilatildeo de macronutrientes em cultivares Rev Ceres Viccedilosa v 45 n 261 p 437-449 1998

SAMINEcircS T C O Produccedilatildeo orgacircnica de alimentos Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 17 n3 novembro 1999

SCHIEDECK G Ambiecircncia e resposta agronocircmica de meloeiro (Cucumis melo L) cultivado sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegido Pelotas lOOp Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2002

SILVA JUacuteNIOR A A GIORGI E Substratos alternativos para a produccedilatildeo de mudas de tomate Agropecuaacuteria Catarinense Florianoacutepolis EPAGRI 1992 23 p

SILVA JUacuteNIOR A A MACEDO S G STUKER H Utilizaccedilatildeo de esterco de peru na produccedilatildeo de mudas de tomateiro Florianoacutepolis EPAGRI 1995 28 p (Boletim Teacutecnico 73)

TAGLIARI PS GRASSMANN H Minhoca a grande aliada da agricultura Agropecuaacuteria Catarinense v8 n l p 11-14 mar 1995

TEDESCO M J GIANELLO C Anaacutelises de solo plantas e outros materiais Porto Alegre Faculdade de Agronomia Departamento de Solos Universidade Federal do Rio Grande do Sul RS 1996

TENNANT D A Test of modified line intersect method of estimating root lenght Journal Ecology Oxford v 63 p 995-1001 1975

TIBAU A O Mateacuteria Orgacircnica do Solo Mateacuteria Orgacircnica e Fertilidade do SoloSatildeo Paulo Nobel 1984 p49-182

TIMM P J Anaacutelise comparativa dos sistemas de plantio convencional e cultivo miacutenimo de cebola sob adubaccedilatildeo orgacircnica e mineral Pelotas 2000 79 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2000

47

VALENZUELA HR CROSBY C Effect of compost applications on the yield of several vegetables in long-term organic farming experiments conduced in the tropics American Society Horticultural Science v33 n3 june 1998

VIGLIZZO E (ed) Subprograma Recursos Naturais y Sostenibilidad Agriacutecola documento marco Montevideo IICAPROCISUR 1995 p 75 - 78

WE1D J M TARDIN J M Proposta para a Ampliaccedilatildeo do Trabalho da ASPTA no Centro Sul do Paranaacute ASPTA Disponiacutevel em http wwwpronafgovbrEncontrotestosAS20PTA20Sul20ParanE1205 202002doc Acesso em 05 mai 2002

XAVIER SIMOacuteN F DOMINGUES D G Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel uma perspectiva agroecoloacutegica Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre EM ATERRS v2 n2 p 17-26 2001

ZABALETA J P Diagnoacutestico da Agricultura Familiar em Satildeo Joseacute do Norte - RSPelotas EMBRAPA-CPACT 1998 75 p (EMBRAPA-CPACT Documentos 44)

ZONTA E P MACHADO A A SILVEIRA P Sanest Sistema de anaacutelise estatiacutestica para microcomputadores Registrado na Secretaria Especial de Informaacutetica sob nuacutemero 066060 - categoria A Pelotas-RS Universidade Federal de Pelotas 1984

48

7 APEcircNDICE

APEcircNDICE A - Anaacutelise da adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes utilizados na produccedilatildeo de mudas de cebola

TABELA 1 A Anaacutelise baacutesica do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo miuacutedo + papua

Arg

pH IND

SMP

MO

P - n r - Na Al Ca__10Omlmdash

Mg

ppm -

6 53 67 089 8 6 27 1 04 05 0 2

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 2A Anaacutelise complementar do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo-miuacutedo + papua

Cobre Zinco Manganecircs Ferro

(m v1)

04 05 26 007

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

49

TABELA 3A Anaacutelise dos fertilizantes soacutelidos

Amostra pH limidade CN

C N P K Ca Mg

- g-ivg --

Cama de 849 2491 12 31042 2479 3888 3405 29875 463

aves

Esterco 74 3594 11 677 590 157 134 335 214

de curral

Huacutemus 684 5738 14 15965 1098 453 745 743 361

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 4A Anaacutelise quiacutemica dos biofertilizantes liacutequidos

Amostra N P K_ccedil H

Ca Mg Cu Zn Fe Mn

mdashgL bull

S Magro

m b 4

Urina

053

1652

8 2 2

008

395

0 0 0

149

1674

471

1902

6872

0 0 0

1150

4507

1172

7273

42

033

101389

920

0 0 0

6250

19458

781

35273

1123

0 2 1

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

50

APEcircNDICE B - Condiccedilotildees climaacuteticas do local

TABELA 1B Condiccedilotildees de temperatura do local

___________ __________TEMPERATURA (degCgt

meses Meacutedia

Maacutexima

Meacutedia

MiacutenimaMeacutedia

Maacutexima

Absoluta

Miacutenima

Absoluta

Junho 225 87 156 320 25

Julho 225 85 155 285 30

Agosto 251 71 161 360 1 0

Fonte FEPAGROSCT 2002

TABELA 2B Condiccedilotildees de chuva do local

mdash CHUVA (mm)mdash

meses Ocorrida Normal Desvio Da Normal

Junho 1080 1 1 0 -2 0

Julho 1062 98 8 2

Agosto 1283 1 2 0 83

Fonte FEPAGROSCT 2002

51

TABELA 1C Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

APEcircNDICE C - Anaacutelise estatiacutestica da parte aeacuterea

Causas G1 FFPA FSPA AP DC

da variaccedilatildeo --------- Quadrados meacutedios-

Blocos 3

Ad Base 2 175359071 1287102 2547419 1 11775

Biofertilizantes 2 126876 29011 87669ns 02185ns

Ad x Biofert 4 572378 31123 69106ns 04159

Resiacuteduo 24 34456 03048 27169 00290

Total 35

Meacutedia geral 93745 8772 320388 6741

CV 1980 6294 5145 2530

Significativo a 5ns Natildeo significativo

52

TABELA 1D Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade

de raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

APEcircNDICE D - Anaacutelise estatiacutestica da raiz

Causas G1 FFR FSR CR RPASR DR

da variaccedilatildeo Quadrados meacutedios---------------

Blocos 3

Ad Base 2 27874 551 623 2 1 0 140

Biofertilizantes 2 178 0 1 0 ni 1504 l03ns 038ns

Ad x Biofert 4 190 058 318 294 183

Resiacuteduo 24 005 009 028 023 0 2 1

Total 35

Meacutedia geral 1818 228 184 387 333

C V 134 1356 448 1253 1396

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

53

APEcircNDICE E - Anaacutelise estatiacutestica dos macronutrientes da parte aeacuterea da cebola

TABELA 1E Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mud^s de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

Causas G1 bull N P K Ca Mg

da variaccedilatildeo

Blocos 3

Ad Base 2 13550306 446627 25509686 1031806 59007

Biofertilizantes 2 180610ns 16564 68153ns 39006 876ns

Ad x Biofert 4 454187 45743 1047539 46950 2464

Resiacuteduo 24 29769 1453 64313 3741 439

Total 35

Meacutedia geral 24921 4597 33366 6943 1615

C V 692 829 760 880 1297

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

APEcircNDICE F - Fotos do experimento

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob uma perspectiva agroecoloacutegica

APEcircNDICE F a Fotos do experimento

FIGURA 1 Adubaccedilatildeo verde com feijatildeo-miuacutedo e papuatilde utilizadas no manejo do solo

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob urna perspectiva agroecoloacutegica

Page 43: PRODUÇÃO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L.) SOB …orgprints.org/24883/1/Paglia_Produção.pdf · vaca mais calda bordalesa; MB4+U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

34

TABELA 2 Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade de

raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOSADUBACcedilAO DE BASE

S Magro + MB4 +Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesa

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

de vermicomposto de vermicomposto de esterco de curral

1540 c A 1576 b B 2427 a A

Fitomassa fresca (g)----------------1502 c B 1517 b AB 1658 b A 1446 c C 2336 a B 2360 a B

--------------------Fitomassa seca (g)-------------------196 b A 207 ab A 170 b A170 b A 199 b A 192 b A 344 a A 249 a B 327 a A

Comprimento de raiz(cm)---------------1237 b A 1158 b A 1158 a A1237 b A 1060 c B 1040 b B1433 a A 1296 a B 1040 b C

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t halsquo 45 t ha 60 t ha

30 t ha 45 t ha 60 t ha

30 t ha de vermicomposto 45 t ha de vermicomposto60 t ha~ de esterco de curral__________________________ _________________________Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a 5

-----Razatildeo Parte AeacutereaSistema Radicular------340 b AB 301c B 384 a A446 a A 415 b A 326 a B339 b B 546 a A 388 a B

-------------- Densidade de raiz (m cm3)------------367 a AB 414 a A 325 b B282 b B 301b B 405 a A347 ab A 231c B 324 b A

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base destacou-se o EC (60 t ha 1 de esterco de curral)

para as variaacuteveis FFR e FSR Quando adicionado o SM+U+CB os resultados para FFR

foram ainda melhores bem como o CR As respostas obtidas para a RPASR foram

variadas em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees apresentando melhores resultados para 15 VB (45 t

ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB e ainda melhor para EC (60 t ha 1 de esterco de

curral)+MB4 +U+CB As adubaccedilotildees de base 1 VB 15 VB e EC natildeo diferiram entre si

As adubaccedilotildees mais eficientes para a variaacutevel DR foram 1 VB+SM+U+CV que natildeo

diferiu da EC+SM+U+CB I VB+ MB4 +U+CB e agrave 15 VB foram melhores entre as

demais

35

Analisando os biofertilizantes em relaccedilatildeo a cada adubaccedilatildeo de base verifica-se que

para a 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB destaca-se a variaacutevel FFR

poreacutem sem diferenccedila significativa de 1 VB os melhpres resultados para a variaacutevel DR

foram encontrados pelo tratamento 1 VB+MB4 +U+CB e 15 VB (45 t ha 1 de

vermicomposto) tambeacutem se considera eficiente o 1 VB+SM+U+CB que natildeo diferiu do

EC (esterco de curral) Quando se utilizou 15 VB+ MB4 +U+CB houve resposta

significativa para a variaacutevel FFR para FSR as respostas natildeo foram diferentes com a

aplicaccedilatildeo dos biofertilizantes para as variaacuteveis FSR e DR as adubaccedilotildees EC e

EC+SM+U+CB natildeo diferiram entre si

Embora as respostas estatiacutesticas tenham sido diferentes para as adubaccedilotildees

combinadas ou natildeo pode-se salientar a importacircncia do aacutecido indol-aceacutetico como jaacute

citado anteriormente para as variaacuteveis avaliadas na parte aeacuterea das mudas de cebola

Respostas semelhantes nesse sentido foram encontradas para a cultura da alface por

Quijano (1999) e Morselli (2001)

Pereira et al (2002) concluiacuteram em trabalho realizado com a cultivar de cebola

CNPF1 6400 em Minas Gerais que a utilizaccedilatildeo de 20 t ha de esterco de curral

proporcionou os melhores resultados para a produccedilatildeo de cebola

Silva Juacutenior amp Giorgi (1992) e Menezes Juacutenior (1998) citam que doses elevadas

de mateacuteria orgacircnica podem prejudicar a primeira fase da germinaccedilatildeo (embebiccedilatildeo) e

absorccedilatildeo de aacutegua pelas raiacutezes das placircntulas No entanto no presente trabalho este fato

natildeo ocorreu embora a dose de esterco utilizada tenha sido de 60 t ha 1 (dose maacutexima

recomendada segundo Nolla 1982)

413 Anaacutelise de macronutrientes no tecido vegetal

Os resultados dos conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio no

tecido vegetal sob diferentes adubaccedilotildees encontrados na Tabela 3 indicam mais uma

vez a superioridade da adubaccedilatildeo esterco com 0 uso ou natildeo de biofertilizantes

36

TABELA 3 Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob

uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS i J B

ADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesamg plantas1

---- Nitrogecircnio-----30 t ha de vermicomposto 16593 c AB 15451 c B 19050 b A45 t ha de vermicomposto 21444 b A 22888 b A 17852 b B60 t ha de esterco de curral 32606 a C 37593 a B 40816 a A

--------------- ------ Foacutesforo------- -------------30 t ha de vermicomposto 3098 c B 2802 c B 3999 b A45 t ha de vermicomposto 4109 b A 4135 b A 2788 c B60 t ha de esterco de curral 5300 a B 7577 a A 7565 a A

------- Potaacutessio------30 t ha de vermicomposto 24327 c A 19900 c B 24965 b A45 t ha de vermicomposto 29113b A 29812 b A 22031 b B60 t ha de esterco de curral 44070 a B 51976 a A 54101 a A

-------- Caacutelcio-------30 t ha de vermicomposto 5027 c A 4356 c A 4834 b A45 t ha de vermicomposto 6114b A 6963 b A 4379 b B60 t ha de esterco de curral 9030 a C 11451 a A 10331 a B

------Magneacutesio-----30 t ha de vermicomposto 1188 b A 914 c A 1202 b A45 t ha de vermicomposto 1231 b B 1582 b A 1176 b B60 t ha de esterco de curral 2136a B 2443 a A 2663 a AMeacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base observa-se que o melhor tratamento foi o

esterco de curral para todas as variaacuteveis Para 1 VB (30 t ha^ 1 de vermicomposto) natildeo

houve resposta diferenciada com o uso de bofertilizantes para todas as variaacuteveis A

adubaccedilatildeo 15 VB (45 t ha 1 de vemicomposto) foi influenciada pelos biofertilizantes

para as variaacuteveis N P K e Ca enquanto que para Mg somente o MB4+U+CB o

influenciou O EC (esterco de curral) mostrou diferenccedila significativa apenas para as

variaacuteveis Ca e Mg quando adicionado MB4+U+CB

Segundo Peixoto (2000) eacute fundamental a adiccedilatildeo de adubos orgacircnico no cultivo de

hortaliccedilas seja na forma de esterco decomposto composto ou huacutemus de minhoca de

37

modo a fornecer melhorias nas propriedades do solo vindo a disponibilizar os nutrientes

as diferentes culturas

O esterco fresco conteacutem muita cama celuloacutesica e um elevado teor de aacutegua No

esterco curtido a celulose jaacute estaacute decomposta o teor de aacutegua estaacute reduzido agrave metade e os

nutrientes em uma forma mais assimilaacutevel e mais concentrada O esterco fresco pode

causar uma deficiecircncia temporaacuteria de nitrogecircnio no solo ao se decompor o que natildeo

acontece com o biestabilizado (Kiehl 1985)Ocorre uma diminuiccedilatildeo inicial no volume

de aacutegua retido no esterco de curral diminui inicialmente em tomo de 3581 liberando

posteriormente somente 496 evidenciando a sua capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua

(Menezes Juacutenior 1998)

A utilizaccedilatildeo continuada de adubos nitrogenados minerais no solo altera o balanccedilo

do nitrogecircnio entre o solo e planta No meacutetodo biodinacircmico eacute sublinhada a importacircncia

dos adubos animais para o estabelecimento da fertilidade permanente dos solos (Koeff

et al 1983)

Para Guimaratildees (1997) os benefiacutecios que a mateacuteria orgacircnica imprime ao solo

principalmente melhorando a produtividade fertilidade e a influencia que as substancias

huacutemicas exercem sobre o ambiente dependem da qualidade e do teor de mateacuteria

orgacircnica do solo Estas substacircncias por conterem nutrientes em sua constituiccedilatildeo em uma

forma mais disponiacutevel para as plantas promovem um equiliacutebrio no ambiente no solo

(Kononova 1966)

Aproximadamente de 60 a 70 do total de carbono do solo ocorre na forma de

materiais huacutemicos (Griffith amp Schnitzer 1975) sendo a eles atribuiacutedo a manutenccedilatildeo da

bioestrutura do solo aumentando a capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua (Brady 1999)

Conforme Compagnoni amp Putzolu (1985) os estercos bem como os demais

resiacuteduos orgacircnicos apresentam conteuacutedos diferentes de aacutecidos huacutemicos e fuumllvicos sendo

atribuiacutedo ao acido huacutemico uma accedilatildeo fitoestimulante semelhante aos fitohormocircnios por

favorecer o desenvolvimento do sistema radicular e crescimento do caule

Em trabalho realizado por Guimaratildees (1997) foi encontrado para aacutecidos huacutemicos

de esterco bovino uma relaccedilatildeo CN 1035 e para vermicomposto bovino 17

evidenciando que o esterco quando aplicado ao solo por apresentar uma relaccedilatildeo CN

proacutexima deste reage mais facilmente liberando nutrientes para as plantas sem alterar a

cadeia troacutefiacuteca Dados encontrados no presente trabalho demonstram a eficiecircncia do

esterco nesse sentido

38

De acordo com Morselli (2001) vaacuterios trabalhos citam comentam e discutem a

capacidade dos vermicompostos em proporcionar oacutetimas colheitas e favorecer a

precocidade das plantas cultivadas Poreacutem muitas vezes se observa que mesmo

suprindo essas plantas com nutrientes necessaacuterios atraveacutes de huacutemus de diferentes fontes

as respostas natildeo satildeo as mesmas para uma mesma cultivar

Por outro lado os resultados com o uso de substacircncias huacutemicas satildeo variaacuteveis e

dependem aleacutem da espeacutecie testada das substacircncias huacutemicas utilizadas sua

concentraccedilatildeo o grau de purificaccedilatildeo e das condiccedilotildees experimentais A resposta das

plantas aos aacutecidos huacutemicos e fuacutelvicos eacute dependente da mateacuteria prima original e da

espeacutecie vegetal pois materiais orgacircnicos diferentes apresentam aacutecidos huacutemicos e

fuacutelvicos diferentes (Businelli 1990)

Justificam-se os maiores conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio e caacutelcio nas

adubaccedilotildees 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e biofertilizantes devido

provavelmente ao vermicomposto utilizado apresentar na sua constituiccedilatildeo teores

consideraacuteveis destes elementos aleacutem do que os biofertilizantes possam ter influenciado

na absorccedilatildeo atraveacutes de sua constituiccedilatildeo Tibau (1984) considera que a urina de vaca eacute

rica em aacutecido indol-aceacutetico e este influencia na absorccedilatildeo radicular O efeito positivo

deste tratamento provavelmente seja devido agrave quantidade aplicada

O biofertilizante que se destacou foi o MB4+U+CB em relaccedilatildeo ao EC (esterco de

curral) e eacute somente para a variaacutevel caacutelcio Isto provavelmente seja devido ao alto teor

deste elemento encontrado na sua constituiccedilatildeo (6872 g Kg1) e pela influecircncia positiva

que a calda bordalesa exerce no metabolismo das plantas atraveacutes dos nutrientes

contidos em sua formulaccedilatildeo O Ca controla a absorccedilatildeo radicular e retorna ao solo pelo

esterco e palhas por apresentar-se em maior quantidade em folhas e caules Depois de

localizado nas folhas fica imoacutevel favorecendo a resistecircncia da planta ao ataque de

fungos

Este trabalho avanccedila no estudo da agroecologia estando claro que todos os

criteacuterios tem caraacuteter dinacircmico de adequaccedilatildeo as mudanccedilas de um sistema de produccedilatildeo

em evoluccedilatildeo contribuindo na transiccedilatildeo para um padratildeo sustentaacutevel Cabe a pesquisa a

reorientaccedilatildeo para um enfoque ldquosistecircmicordquo isto eacute que permita integrar os diversos

componentes de um agroecossistema e a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas que promovam 0

fortalecimento e a expansatildeo da agricultura familiar

39

5 CONCLUSOtildeES

Considerando os resultados obtidos e as condiccedilotildees em que o estudo foi realizado

conclui-se que

bull As respostas agronocircmicas das mudas de cebola para os paracircmetros avaliados

satildeo mais satisfatoacuterias com a aplicaccedilatildeo de esterco de curral como adubaccedilatildeo de

base

bull Os biofertilizantes mais urina de vaca e calda bordalesa proporcionam

respostas satisfatoacuterias quando aplicados associados agraves adubaccedilotildees de base

bull O biofertilizante MB4 mais urina de vaca e calda bordalesa eacute mais eficiente

que o super magro mais urina e calda bordalesa quando aplicado associado agrave

adubaccedilatildeo de base esterco de curral para os conteuacutedos de fitomassa secae

fresca da parte aeacuterea das plantas altura e diacircmetro de colo das mudas de

cebola

bull Os biofertilizantes adicionados agrave adubaccedilatildeo de base 45 t harsquo 1 de vermicomposto

bovino mostram respostas significativas para os conteuacutedos de fitomassa seca

bull Os maiores conteuacutedos nutricionais para as mudas de cebola satildeo

proporcionados pela adubaccedilatildeo de base esterco de curral

bull A maior absorccedilatildeo de caacutelcio pelas mudas de cebola ocorre quando da adiccedilatildeo do

biofertilizante MB4 mais urina e calda bordalesa agrave adubaccedilatildeo de base esterco de

curral

40

6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ALDRIGHI CB ABREU CM PAGLIA AG MORSELLI TBGA FERNANDES HS Efeito da aplicaccedilatildeo de biofertilizante e urina de vaca em mudas de tomateiro Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

ALTIERI M NICHOLLS C I Agroecologia Teoria praacutectica para umaAgricultura Sustentable Ia ed PNUMA 2000 Cap 2 4 Seacuterie textos baacutesicos para la formacioacuten ambiental

ALTIERI M Agroecologia bases cientiacuteficas para uma agricultura sustentaacutevelGuaiacuteba Agropecuaacuteria 2002 592 p

ANTONIOLLI Z I GIRACCA E M N CARDOSO S J T WIETHAN M M S FERRI M Iniciaccedilatildeo agrave Minhocultura Criaccedilatildeo em Cativeiro e Vermicompostagem Santa Maria UFSM 1996 p59-89

BAYER C MIELNICZUC J Dinacircmica e funccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica In SANTOS G de A S e CAMARGO F A de O (ed) Fundamentos da mateacuteria orgacircnica do solo ecossistemas tropicais e subtropicais Porto Alegre Genesis 1999 p 3-23

BARRETTO D X Composto Orgacircnico In Praacutetica em Agricultura Orgacircnica Satildeo Paulo iacutecone Ed Ltda 1985 p 51-63

BETTIOL W Alguns produtos alternativos para o controle de doenccedilas de plantasem agricultura orgacircnica II Ciclo de palestras sobre agricultura orgacircnica Instituto Bioloacutegico Satildeo Paulo p52-63 1997

41

BETTIOL W TRACH R GALVAtildeO JAH Controle de doenccedilas de plantas com biofertilizantes Jaguariuacutena EMBRAPA-CNPMA 1997 22p (EMBRAPA- CNPMA Circular Teacutecnica 02)

BRADY N C Natureza e propriedades dos sotos Rio de Janeiro Freitas BastosS A 1979 647p

BRADY N C Organisms and ecology of the soil In The nature of properties of soils Simon amp Schuster A Viacon Company New Jersey1999 402-489p

BON1LLA J A Fundamentos da Agricultura Ecoloacutegica Sobrevivecircncia eQualidade de Vida Satildeo Paulo Nobel 1992

BUREacuteS S Substratos Ediciones Agroteacutecnicas S L Madrid Octubre 1997

BUS1NELLI M Chemical Composition and Enzymic Activity of some Worm Cast Plant Soil v 80 p 1-2 1990

CALEGARI A Espeacutecies para cobertura de solo In IAPAR (Instituto Agronocircmico de Paranaacute) Plantio Direto pequena propriedade sustentaacutevel organizador Moacir Darolt Londrina - PR 1998 65-93

CAMARGO P N D Manual de Adubaccedilatildeo Foliar Satildeo Paulo Herba 1975

CAPRA F A Teia da Vida Satildeo Paulo Cultrix 1997 256p

CAPRA F O Ponto de Mutaccedilatildeo 22 ed Satildeo Paulo Cultrix 2001 447p

CHABOUSSOU F Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da Trofobiose) Porto Alegre LPM 1987 253 p

CLARO S A Referencias tecnoloacutegicos para a agricultura familiar ecoloacutegica aexperiecircncia da Regiatildeo Centro-Serra do Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS-ASCAR 2001 250p

CLIVELA G Diagnoacutestico Agronocircmico da cebola no Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS 1995 8 6 p

COMISSAtildeO DE FERTILIDADE DO SOLO - RSSC Recomendaccedilotildees de adubaccedilatildeo e calagem para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina 3 ed Passo Fundo SBCS - Nuacutecleo Regional Sul 1995 223p

COMPAGNONI L PUTZOLU G Cria moderna de Ias lombrices y utilizacioacutenrentable dei humus Barcelona Editorial de Vecchi- SA 1985127p

COSTABEBER J A MOYANO E Transiccedilatildeo agroecoloacutegica e accedilatildeo social coletiva Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v l n4 p 50- 60 outdez 2 0 0 0

42

COSTA M B B da Adubaccedilatildeo orgacircnica Nova siacutentese e novo caminho para aagricultura Satildeo Paulo Ed iacutecone Ltda 1985 102p

COSTA NETO C Agricultura Sustentaacutevel Tecnologias e Sociedade In CARVALHO COSTA LF et al (org) Mundo Rural e Tempo Presente Rio de Janeiro Mauad 1999

DrsquoAG0ST1NI R L FANTINI A C Produccedilatildeo orgacircnica tambeacutem socialmente excludente Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v3 n l p57-61 2002

DALPONTE J C V Utilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos e fertilizante mineral na produccedilatildeo e qualidade de mudas e bulbos de cebola (Alliurn Cepa L) Pelotas-RS 1990 (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1990

DEBARBA J F THOMAZELLI L F GANDIN C L SILVA E Cadeias produtivas do Estado de Santa Catarina Cebola Florianoacutepolis Epagri 1998 115 p (EPAGRI Boletim Teacutecnico 96)

DUFOUR F Os saacutebios loucos do agro-alimentar Le Monde Diplomatique ano 1 n4 p6-7 1999 (ed portuguesa)

EHLERS E Agricultura Sustetaacutevel Origem e perspectivas de um novo paradigma 2 ed Guaiacuteba Agropecuaacuteria 1999 157 p

FILGUEIRA F A R Novo Manual de olericultura agrotecnologia moderna na produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 2000 402 p

FRASER G K Mateacuteria Orgacircnica Del Suelo In BEAR F E (ed) Quiacutemica dei Suelo Madrid Ed Agrociencia 1963

FOLLET R H MURPHY L S DONAHUE R L Fertilizers and soil amendments New Jersey Printice-Hall Inc 1981 557p

GARCIA A Revista dei Espacio Rural Georgica Zaragoza Escuela Politeacutecnica de Huesca n5 1997

GARCIA A Versatildeo preliminar de um Programa Estadual de Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Bulbos e Sementes de CebolaEMBRAPAIPAGROMARAEMATER 6 8 pbdquo 1990 (Publicaccedilatildeo avulsa)

GIORGETT1 J R Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Mudas de Tomate In Encontro Nacional de Produccedilatildeo e Abastecimento de Tomate 2 1991 Jaboticabal Satildeo Paulo Anais Jaboticabal UNESP 1991 p 242-244

GLIESSMAN S R Agroecologia Processos ecoloacutegicos em agricultura sustentaacutevelPorto Alegre Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS 2000 653p

43

GLIESSMAN S R TURRIALBA C R Agroecologia Procesos Ecoloacutegicos en Agricultura Sostenible CATIE 2002 p 3-14

GNOATTO S C Caracterizaccedilatildeo quiacutemica de vermicompostos de diferentes substratos orgacircnicos Pelotas-RS 1999 38 f (Mestrado em Agronomia - Solos) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

GOMES J C C BORBA M F S A moderna crise dos alimentos oportunidade para a agricultura familiar Emater Porto Alegre julset 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwematertchebrdocsagroecorevistan313-artigo3htmgtAcesso em 24 fev 2002

GOMEZ H W Desenvolvimento sustentaacutevel agriacutecola e capitalismo In Desenvolvimento sustentaacutevel Necessidade eou disponibilidade Santa Cruz do Sul Nobel - UNISC 1997 p 65-77

GONZAacuteLEZ DE MOLINA M SEVILLA GUZMAacuteN E Ecologia campesinado e historia Para una reinterpretacioacuten dei desarrollo dei capitalismo en la agricultura In SEVILLA GUZMAacuteN E GONZAacuteLEZ DE MOLINA M (ed) Ecologia campesinado e historia Madrid La Piqueta 1993 p 23-129

GRIFFITH S A SCHNITZER M Analytical characteristic of humic and fulvic acids extracted from tropical volcanic soils Soil Sei Soc Am Proc v 39 p361-367 1975

GUIMARAtildeES E Caracterizaccedilatildeo quiacutemica estreptoscoacutepica e por anaacutelise teacutermica de aacutecidos huacutemicos e vermicompostos obtidos de estercos de diferentes animaisCuritiba 1997 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Quiacutemica) Universidade Federal do Paranaacute 1997

HESS A F Sociedade e meio ambiente uma relaccedilatildeo ambiacutegua Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v 4 n2 p 167-1741999

ICEPA-SC Informes conjunturais sobre a cultura da cebola Disponiacutevel em lthttpwwwicepa combrgt Acesso em 23 jan 2003

JONES H A MANN L K Onions and their allies New York Interscience Publishers 1962 286 p

JUacuteNIOR H A de MAIORANO J A Receitas obtidas de extratos de plantasCampinas CATITerra Viva [199-] 10 f

KHATOUNIAN C A Ciclo de Palestras sobre Agricultura Orgacircnica 2a Ed SatildeoPaulo Fund Cargill 1997 149 p

KIEHL E J Fertilizantes Orgacircnicos Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1985 492p

44

KOEFF H H PETTERSSON B D SHAUMANN W Vida Vegetal solos e adubaccedilatildeo In Agricultura Biodinacircmica Satildeo Paulo Nobel 1983 p92-149

KONONOVA M M Soil organic matter The importance o f organic matter in soil formation and soil fertility New York Pergamqn Press 1961 p 165-200

KUHN T A Estrutura das Revoluccedilotildees Cientiacuteficas Satildeo Paulo Perspectiva 1989 257p

LANNA FCA ABREU C L ABREU J G SILVA V Resposta de cultivares de melancia cultivadas sob adubaccedilatildeo quiacutemica e orgacircnica Horticultura v 12 n l p85 1994

LEFF H Saber Ambiental Petroacutepolis Vozes 2001 343 p

MAGALHAtildeES J R Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo da cebola In FERREIRA M E CASSTELLANE P D CRUZ M C P Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo de hortaliccedilasPiracicaba POTAFOS 1993 p 381-393

MALAVOLTA E Elementos de nutriccedilatildeo mineral de plantas Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1980 251 p

MALAVOLTA E Manual de Quiacutemica Agriacutecola - Adubos e Adubaccedilatildeo 3a ed SatildeoPaulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1981 606 p

MARTINEZ A A A grande e Poderosa Minhoca Jaboticabal Funep - Unesp1990 101 p

MARTINS S R Desenvolvimento e Sustentabilidade Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v20 n2 julho 2002 Palestra apresentada no 42deg Congresso Brasileiro de Olericultura

MARTINS S R Limites Del Desarrollo Sostenible em Ameacuterica Latina En el marco de Ias poliacuteticas de (re)ajuste econocircmico Pelotas Editora UFPel 1997 135 P-

MARTINS S R Sustentabilidade na agricultura dimensotildees econocircmicas sociais e ambientais Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v4 n 2 p 175-1871999

MATURANA H REZEPKA S N D E Formaccedilatildeo Humana e Capacitaccedilatildeo Rio de Janneiro Vozes 2000 8 6 p

MELLO A F SOBRINHO M O ARZOLLA S SILVEIRA R NETTO A C KIEHL J C Fertilidade do Solo Satildeo Paulo Nobel 1983

MENEZES JUacuteNIOR F O G D Caracterizaccedilatildeo de Diferentes substratos hortiacutecolas e seu efeito na produccedilatildeo de mudas de alface e couve-flor em ambiente protegido Pelotas 1998 141 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1998

45

MIBASA Mineraccedilatildeo Barreto SA Melhorador de Solos MB4 A Natureza Agradece Arapiraca-AL [199-] Folder

MINAMI K Os resumos da olericultura 2000 In AZEVEDO FILHO MARTINEZ FILHO (ed) Preccedilos agriacutecolas Piracicaba ESALQ 1999 p 4

MINAMI K Produccedilatildeo de Mudas de Alta Qualidade em Horticultura Satildeo Paulo TA Queiroz 1995

MORSELLI T B G A Cultivo sucessivo de alface sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegidoPelotas 2001 178 p Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2001

MORSELLI T B G A Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Poliacutegrafo da Disciplina de Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia-Produccedilatildeo Vegetal UFPel 2002

MULLER AM Efeitos da Aplicaccedilatildeo Foliar de um Biofertilizante Enriquecido no Estado fitossanitaacuterio de Tomate Ervilha e Beterraba Sob Manejo OrgacircnicoDissertaccedilatildeo (Mestrado no Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agroecossistemas)1999 (Resumo)

NOLLA D Erosatildeo do Solo - O grande desafio Estado do Rio Grande do Sul SEAGRI desenvolvimento de recursos naturais renovaacuteveis 1982 412 p

PAGLIA AG MORSELLI TBGA PEIL RMN Teores de nutrientes pH e condutividade eleacutetrica da aacutegua em sistema ldquofloat^ngrdquo sob adiccedilatildeo de biofertilizantes Horticultura Brasileira v 20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PAULUS G MULLER A BARCELLOS LAR Agroecologia aplicada praticas e meacutetodos para uma agricultura de base ecoloacutegica 2ed ver ampl Porto Alegre EMATERRS 2001 8 6 p

PEIXOTO R T dos G Composto orgacircnico aplicaccedilotildees benefiacutecios e restriccedilotildees de uso Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 18 p 56-64 julho 2000

PENTEADO SR Defensivos Alternativos e Naturais Satildeo Paulo 1999 95 p

PEREIRA AJ SOUZA RJ PEREIRA WR Efeito de diferentes doses de esterco de galinha e de curral sobre a produccedilatildeo de cebola Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PINHEIRO S BARRETO SB MB-4 agricultura sustentaacutevel trofobiose e biofertilizantes Fundaccedilatildeo Juquira CandiruMibasa 2000 273 p

PRIMAVESI A Agricultura Sustentaacutevel Satildeo Paulo Nobel 1992 142 p

PRIMAVESI A O manejo ecoloacutegico do solo Agricultura em regiotildees tropicais SatildeoPaulo Nobel 1982 541 p

46

PURCINO A A C ldquoNitrogecircniordquo Informe Agropecuaacuterio Belo Horizonte v7 n81 p 16-27 1981

QUIJANO F G Efeito da adubaccedilatildeo orgacircnica no desenvolvimento de duas cultivares de alface em ambiente protegido Pelotas 1999 116f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

RODRIGUES A N N Efeitos e residuais de superfosfato triplo sobre o rendimento de mateacuteria seca e absorccedilatildeo de foacutesforo pela aveia (Avena strigosa Schob) em solo Podzoacutelico Vermelho Escuro Porto Alegre 1984 59f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia UFRGS 1984

RODRIGUES E T CASALI V W D Respostas da alface agrave adubaccedilatildeo orgacircnica II Teores conteuacutedos e utilizaccedilatildeo de macronutrientes em cultivares Rev Ceres Viccedilosa v 45 n 261 p 437-449 1998

SAMINEcircS T C O Produccedilatildeo orgacircnica de alimentos Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 17 n3 novembro 1999

SCHIEDECK G Ambiecircncia e resposta agronocircmica de meloeiro (Cucumis melo L) cultivado sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegido Pelotas lOOp Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2002

SILVA JUacuteNIOR A A GIORGI E Substratos alternativos para a produccedilatildeo de mudas de tomate Agropecuaacuteria Catarinense Florianoacutepolis EPAGRI 1992 23 p

SILVA JUacuteNIOR A A MACEDO S G STUKER H Utilizaccedilatildeo de esterco de peru na produccedilatildeo de mudas de tomateiro Florianoacutepolis EPAGRI 1995 28 p (Boletim Teacutecnico 73)

TAGLIARI PS GRASSMANN H Minhoca a grande aliada da agricultura Agropecuaacuteria Catarinense v8 n l p 11-14 mar 1995

TEDESCO M J GIANELLO C Anaacutelises de solo plantas e outros materiais Porto Alegre Faculdade de Agronomia Departamento de Solos Universidade Federal do Rio Grande do Sul RS 1996

TENNANT D A Test of modified line intersect method of estimating root lenght Journal Ecology Oxford v 63 p 995-1001 1975

TIBAU A O Mateacuteria Orgacircnica do Solo Mateacuteria Orgacircnica e Fertilidade do SoloSatildeo Paulo Nobel 1984 p49-182

TIMM P J Anaacutelise comparativa dos sistemas de plantio convencional e cultivo miacutenimo de cebola sob adubaccedilatildeo orgacircnica e mineral Pelotas 2000 79 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2000

47

VALENZUELA HR CROSBY C Effect of compost applications on the yield of several vegetables in long-term organic farming experiments conduced in the tropics American Society Horticultural Science v33 n3 june 1998

VIGLIZZO E (ed) Subprograma Recursos Naturais y Sostenibilidad Agriacutecola documento marco Montevideo IICAPROCISUR 1995 p 75 - 78

WE1D J M TARDIN J M Proposta para a Ampliaccedilatildeo do Trabalho da ASPTA no Centro Sul do Paranaacute ASPTA Disponiacutevel em http wwwpronafgovbrEncontrotestosAS20PTA20Sul20ParanE1205 202002doc Acesso em 05 mai 2002

XAVIER SIMOacuteN F DOMINGUES D G Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel uma perspectiva agroecoloacutegica Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre EM ATERRS v2 n2 p 17-26 2001

ZABALETA J P Diagnoacutestico da Agricultura Familiar em Satildeo Joseacute do Norte - RSPelotas EMBRAPA-CPACT 1998 75 p (EMBRAPA-CPACT Documentos 44)

ZONTA E P MACHADO A A SILVEIRA P Sanest Sistema de anaacutelise estatiacutestica para microcomputadores Registrado na Secretaria Especial de Informaacutetica sob nuacutemero 066060 - categoria A Pelotas-RS Universidade Federal de Pelotas 1984

48

7 APEcircNDICE

APEcircNDICE A - Anaacutelise da adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes utilizados na produccedilatildeo de mudas de cebola

TABELA 1 A Anaacutelise baacutesica do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo miuacutedo + papua

Arg

pH IND

SMP

MO

P - n r - Na Al Ca__10Omlmdash

Mg

ppm -

6 53 67 089 8 6 27 1 04 05 0 2

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 2A Anaacutelise complementar do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo-miuacutedo + papua

Cobre Zinco Manganecircs Ferro

(m v1)

04 05 26 007

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

49

TABELA 3A Anaacutelise dos fertilizantes soacutelidos

Amostra pH limidade CN

C N P K Ca Mg

- g-ivg --

Cama de 849 2491 12 31042 2479 3888 3405 29875 463

aves

Esterco 74 3594 11 677 590 157 134 335 214

de curral

Huacutemus 684 5738 14 15965 1098 453 745 743 361

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 4A Anaacutelise quiacutemica dos biofertilizantes liacutequidos

Amostra N P K_ccedil H

Ca Mg Cu Zn Fe Mn

mdashgL bull

S Magro

m b 4

Urina

053

1652

8 2 2

008

395

0 0 0

149

1674

471

1902

6872

0 0 0

1150

4507

1172

7273

42

033

101389

920

0 0 0

6250

19458

781

35273

1123

0 2 1

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

50

APEcircNDICE B - Condiccedilotildees climaacuteticas do local

TABELA 1B Condiccedilotildees de temperatura do local

___________ __________TEMPERATURA (degCgt

meses Meacutedia

Maacutexima

Meacutedia

MiacutenimaMeacutedia

Maacutexima

Absoluta

Miacutenima

Absoluta

Junho 225 87 156 320 25

Julho 225 85 155 285 30

Agosto 251 71 161 360 1 0

Fonte FEPAGROSCT 2002

TABELA 2B Condiccedilotildees de chuva do local

mdash CHUVA (mm)mdash

meses Ocorrida Normal Desvio Da Normal

Junho 1080 1 1 0 -2 0

Julho 1062 98 8 2

Agosto 1283 1 2 0 83

Fonte FEPAGROSCT 2002

51

TABELA 1C Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

APEcircNDICE C - Anaacutelise estatiacutestica da parte aeacuterea

Causas G1 FFPA FSPA AP DC

da variaccedilatildeo --------- Quadrados meacutedios-

Blocos 3

Ad Base 2 175359071 1287102 2547419 1 11775

Biofertilizantes 2 126876 29011 87669ns 02185ns

Ad x Biofert 4 572378 31123 69106ns 04159

Resiacuteduo 24 34456 03048 27169 00290

Total 35

Meacutedia geral 93745 8772 320388 6741

CV 1980 6294 5145 2530

Significativo a 5ns Natildeo significativo

52

TABELA 1D Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade

de raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

APEcircNDICE D - Anaacutelise estatiacutestica da raiz

Causas G1 FFR FSR CR RPASR DR

da variaccedilatildeo Quadrados meacutedios---------------

Blocos 3

Ad Base 2 27874 551 623 2 1 0 140

Biofertilizantes 2 178 0 1 0 ni 1504 l03ns 038ns

Ad x Biofert 4 190 058 318 294 183

Resiacuteduo 24 005 009 028 023 0 2 1

Total 35

Meacutedia geral 1818 228 184 387 333

C V 134 1356 448 1253 1396

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

53

APEcircNDICE E - Anaacutelise estatiacutestica dos macronutrientes da parte aeacuterea da cebola

TABELA 1E Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mud^s de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

Causas G1 bull N P K Ca Mg

da variaccedilatildeo

Blocos 3

Ad Base 2 13550306 446627 25509686 1031806 59007

Biofertilizantes 2 180610ns 16564 68153ns 39006 876ns

Ad x Biofert 4 454187 45743 1047539 46950 2464

Resiacuteduo 24 29769 1453 64313 3741 439

Total 35

Meacutedia geral 24921 4597 33366 6943 1615

C V 692 829 760 880 1297

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

APEcircNDICE F - Fotos do experimento

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob uma perspectiva agroecoloacutegica

APEcircNDICE F a Fotos do experimento

FIGURA 1 Adubaccedilatildeo verde com feijatildeo-miuacutedo e papuatilde utilizadas no manejo do solo

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob urna perspectiva agroecoloacutegica

Page 44: PRODUÇÃO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L.) SOB …orgprints.org/24883/1/Paglia_Produção.pdf · vaca mais calda bordalesa; MB4+U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

35

Analisando os biofertilizantes em relaccedilatildeo a cada adubaccedilatildeo de base verifica-se que

para a 1 VB (30 t ha 1 de vermicomposto)+SM+U+CB destaca-se a variaacutevel FFR

poreacutem sem diferenccedila significativa de 1 VB os melhpres resultados para a variaacutevel DR

foram encontrados pelo tratamento 1 VB+MB4 +U+CB e 15 VB (45 t ha 1 de

vermicomposto) tambeacutem se considera eficiente o 1 VB+SM+U+CB que natildeo diferiu do

EC (esterco de curral) Quando se utilizou 15 VB+ MB4 +U+CB houve resposta

significativa para a variaacutevel FFR para FSR as respostas natildeo foram diferentes com a

aplicaccedilatildeo dos biofertilizantes para as variaacuteveis FSR e DR as adubaccedilotildees EC e

EC+SM+U+CB natildeo diferiram entre si

Embora as respostas estatiacutesticas tenham sido diferentes para as adubaccedilotildees

combinadas ou natildeo pode-se salientar a importacircncia do aacutecido indol-aceacutetico como jaacute

citado anteriormente para as variaacuteveis avaliadas na parte aeacuterea das mudas de cebola

Respostas semelhantes nesse sentido foram encontradas para a cultura da alface por

Quijano (1999) e Morselli (2001)

Pereira et al (2002) concluiacuteram em trabalho realizado com a cultivar de cebola

CNPF1 6400 em Minas Gerais que a utilizaccedilatildeo de 20 t ha de esterco de curral

proporcionou os melhores resultados para a produccedilatildeo de cebola

Silva Juacutenior amp Giorgi (1992) e Menezes Juacutenior (1998) citam que doses elevadas

de mateacuteria orgacircnica podem prejudicar a primeira fase da germinaccedilatildeo (embebiccedilatildeo) e

absorccedilatildeo de aacutegua pelas raiacutezes das placircntulas No entanto no presente trabalho este fato

natildeo ocorreu embora a dose de esterco utilizada tenha sido de 60 t ha 1 (dose maacutexima

recomendada segundo Nolla 1982)

413 Anaacutelise de macronutrientes no tecido vegetal

Os resultados dos conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e magneacutesio no

tecido vegetal sob diferentes adubaccedilotildees encontrados na Tabela 3 indicam mais uma

vez a superioridade da adubaccedilatildeo esterco com 0 uso ou natildeo de biofertilizantes

36

TABELA 3 Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob

uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS i J B

ADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesamg plantas1

---- Nitrogecircnio-----30 t ha de vermicomposto 16593 c AB 15451 c B 19050 b A45 t ha de vermicomposto 21444 b A 22888 b A 17852 b B60 t ha de esterco de curral 32606 a C 37593 a B 40816 a A

--------------- ------ Foacutesforo------- -------------30 t ha de vermicomposto 3098 c B 2802 c B 3999 b A45 t ha de vermicomposto 4109 b A 4135 b A 2788 c B60 t ha de esterco de curral 5300 a B 7577 a A 7565 a A

------- Potaacutessio------30 t ha de vermicomposto 24327 c A 19900 c B 24965 b A45 t ha de vermicomposto 29113b A 29812 b A 22031 b B60 t ha de esterco de curral 44070 a B 51976 a A 54101 a A

-------- Caacutelcio-------30 t ha de vermicomposto 5027 c A 4356 c A 4834 b A45 t ha de vermicomposto 6114b A 6963 b A 4379 b B60 t ha de esterco de curral 9030 a C 11451 a A 10331 a B

------Magneacutesio-----30 t ha de vermicomposto 1188 b A 914 c A 1202 b A45 t ha de vermicomposto 1231 b B 1582 b A 1176 b B60 t ha de esterco de curral 2136a B 2443 a A 2663 a AMeacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base observa-se que o melhor tratamento foi o

esterco de curral para todas as variaacuteveis Para 1 VB (30 t ha^ 1 de vermicomposto) natildeo

houve resposta diferenciada com o uso de bofertilizantes para todas as variaacuteveis A

adubaccedilatildeo 15 VB (45 t ha 1 de vemicomposto) foi influenciada pelos biofertilizantes

para as variaacuteveis N P K e Ca enquanto que para Mg somente o MB4+U+CB o

influenciou O EC (esterco de curral) mostrou diferenccedila significativa apenas para as

variaacuteveis Ca e Mg quando adicionado MB4+U+CB

Segundo Peixoto (2000) eacute fundamental a adiccedilatildeo de adubos orgacircnico no cultivo de

hortaliccedilas seja na forma de esterco decomposto composto ou huacutemus de minhoca de

37

modo a fornecer melhorias nas propriedades do solo vindo a disponibilizar os nutrientes

as diferentes culturas

O esterco fresco conteacutem muita cama celuloacutesica e um elevado teor de aacutegua No

esterco curtido a celulose jaacute estaacute decomposta o teor de aacutegua estaacute reduzido agrave metade e os

nutrientes em uma forma mais assimilaacutevel e mais concentrada O esterco fresco pode

causar uma deficiecircncia temporaacuteria de nitrogecircnio no solo ao se decompor o que natildeo

acontece com o biestabilizado (Kiehl 1985)Ocorre uma diminuiccedilatildeo inicial no volume

de aacutegua retido no esterco de curral diminui inicialmente em tomo de 3581 liberando

posteriormente somente 496 evidenciando a sua capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua

(Menezes Juacutenior 1998)

A utilizaccedilatildeo continuada de adubos nitrogenados minerais no solo altera o balanccedilo

do nitrogecircnio entre o solo e planta No meacutetodo biodinacircmico eacute sublinhada a importacircncia

dos adubos animais para o estabelecimento da fertilidade permanente dos solos (Koeff

et al 1983)

Para Guimaratildees (1997) os benefiacutecios que a mateacuteria orgacircnica imprime ao solo

principalmente melhorando a produtividade fertilidade e a influencia que as substancias

huacutemicas exercem sobre o ambiente dependem da qualidade e do teor de mateacuteria

orgacircnica do solo Estas substacircncias por conterem nutrientes em sua constituiccedilatildeo em uma

forma mais disponiacutevel para as plantas promovem um equiliacutebrio no ambiente no solo

(Kononova 1966)

Aproximadamente de 60 a 70 do total de carbono do solo ocorre na forma de

materiais huacutemicos (Griffith amp Schnitzer 1975) sendo a eles atribuiacutedo a manutenccedilatildeo da

bioestrutura do solo aumentando a capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua (Brady 1999)

Conforme Compagnoni amp Putzolu (1985) os estercos bem como os demais

resiacuteduos orgacircnicos apresentam conteuacutedos diferentes de aacutecidos huacutemicos e fuumllvicos sendo

atribuiacutedo ao acido huacutemico uma accedilatildeo fitoestimulante semelhante aos fitohormocircnios por

favorecer o desenvolvimento do sistema radicular e crescimento do caule

Em trabalho realizado por Guimaratildees (1997) foi encontrado para aacutecidos huacutemicos

de esterco bovino uma relaccedilatildeo CN 1035 e para vermicomposto bovino 17

evidenciando que o esterco quando aplicado ao solo por apresentar uma relaccedilatildeo CN

proacutexima deste reage mais facilmente liberando nutrientes para as plantas sem alterar a

cadeia troacutefiacuteca Dados encontrados no presente trabalho demonstram a eficiecircncia do

esterco nesse sentido

38

De acordo com Morselli (2001) vaacuterios trabalhos citam comentam e discutem a

capacidade dos vermicompostos em proporcionar oacutetimas colheitas e favorecer a

precocidade das plantas cultivadas Poreacutem muitas vezes se observa que mesmo

suprindo essas plantas com nutrientes necessaacuterios atraveacutes de huacutemus de diferentes fontes

as respostas natildeo satildeo as mesmas para uma mesma cultivar

Por outro lado os resultados com o uso de substacircncias huacutemicas satildeo variaacuteveis e

dependem aleacutem da espeacutecie testada das substacircncias huacutemicas utilizadas sua

concentraccedilatildeo o grau de purificaccedilatildeo e das condiccedilotildees experimentais A resposta das

plantas aos aacutecidos huacutemicos e fuacutelvicos eacute dependente da mateacuteria prima original e da

espeacutecie vegetal pois materiais orgacircnicos diferentes apresentam aacutecidos huacutemicos e

fuacutelvicos diferentes (Businelli 1990)

Justificam-se os maiores conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio e caacutelcio nas

adubaccedilotildees 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e biofertilizantes devido

provavelmente ao vermicomposto utilizado apresentar na sua constituiccedilatildeo teores

consideraacuteveis destes elementos aleacutem do que os biofertilizantes possam ter influenciado

na absorccedilatildeo atraveacutes de sua constituiccedilatildeo Tibau (1984) considera que a urina de vaca eacute

rica em aacutecido indol-aceacutetico e este influencia na absorccedilatildeo radicular O efeito positivo

deste tratamento provavelmente seja devido agrave quantidade aplicada

O biofertilizante que se destacou foi o MB4+U+CB em relaccedilatildeo ao EC (esterco de

curral) e eacute somente para a variaacutevel caacutelcio Isto provavelmente seja devido ao alto teor

deste elemento encontrado na sua constituiccedilatildeo (6872 g Kg1) e pela influecircncia positiva

que a calda bordalesa exerce no metabolismo das plantas atraveacutes dos nutrientes

contidos em sua formulaccedilatildeo O Ca controla a absorccedilatildeo radicular e retorna ao solo pelo

esterco e palhas por apresentar-se em maior quantidade em folhas e caules Depois de

localizado nas folhas fica imoacutevel favorecendo a resistecircncia da planta ao ataque de

fungos

Este trabalho avanccedila no estudo da agroecologia estando claro que todos os

criteacuterios tem caraacuteter dinacircmico de adequaccedilatildeo as mudanccedilas de um sistema de produccedilatildeo

em evoluccedilatildeo contribuindo na transiccedilatildeo para um padratildeo sustentaacutevel Cabe a pesquisa a

reorientaccedilatildeo para um enfoque ldquosistecircmicordquo isto eacute que permita integrar os diversos

componentes de um agroecossistema e a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas que promovam 0

fortalecimento e a expansatildeo da agricultura familiar

39

5 CONCLUSOtildeES

Considerando os resultados obtidos e as condiccedilotildees em que o estudo foi realizado

conclui-se que

bull As respostas agronocircmicas das mudas de cebola para os paracircmetros avaliados

satildeo mais satisfatoacuterias com a aplicaccedilatildeo de esterco de curral como adubaccedilatildeo de

base

bull Os biofertilizantes mais urina de vaca e calda bordalesa proporcionam

respostas satisfatoacuterias quando aplicados associados agraves adubaccedilotildees de base

bull O biofertilizante MB4 mais urina de vaca e calda bordalesa eacute mais eficiente

que o super magro mais urina e calda bordalesa quando aplicado associado agrave

adubaccedilatildeo de base esterco de curral para os conteuacutedos de fitomassa secae

fresca da parte aeacuterea das plantas altura e diacircmetro de colo das mudas de

cebola

bull Os biofertilizantes adicionados agrave adubaccedilatildeo de base 45 t harsquo 1 de vermicomposto

bovino mostram respostas significativas para os conteuacutedos de fitomassa seca

bull Os maiores conteuacutedos nutricionais para as mudas de cebola satildeo

proporcionados pela adubaccedilatildeo de base esterco de curral

bull A maior absorccedilatildeo de caacutelcio pelas mudas de cebola ocorre quando da adiccedilatildeo do

biofertilizante MB4 mais urina e calda bordalesa agrave adubaccedilatildeo de base esterco de

curral

40

6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ALDRIGHI CB ABREU CM PAGLIA AG MORSELLI TBGA FERNANDES HS Efeito da aplicaccedilatildeo de biofertilizante e urina de vaca em mudas de tomateiro Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

ALTIERI M NICHOLLS C I Agroecologia Teoria praacutectica para umaAgricultura Sustentable Ia ed PNUMA 2000 Cap 2 4 Seacuterie textos baacutesicos para la formacioacuten ambiental

ALTIERI M Agroecologia bases cientiacuteficas para uma agricultura sustentaacutevelGuaiacuteba Agropecuaacuteria 2002 592 p

ANTONIOLLI Z I GIRACCA E M N CARDOSO S J T WIETHAN M M S FERRI M Iniciaccedilatildeo agrave Minhocultura Criaccedilatildeo em Cativeiro e Vermicompostagem Santa Maria UFSM 1996 p59-89

BAYER C MIELNICZUC J Dinacircmica e funccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica In SANTOS G de A S e CAMARGO F A de O (ed) Fundamentos da mateacuteria orgacircnica do solo ecossistemas tropicais e subtropicais Porto Alegre Genesis 1999 p 3-23

BARRETTO D X Composto Orgacircnico In Praacutetica em Agricultura Orgacircnica Satildeo Paulo iacutecone Ed Ltda 1985 p 51-63

BETTIOL W Alguns produtos alternativos para o controle de doenccedilas de plantasem agricultura orgacircnica II Ciclo de palestras sobre agricultura orgacircnica Instituto Bioloacutegico Satildeo Paulo p52-63 1997

41

BETTIOL W TRACH R GALVAtildeO JAH Controle de doenccedilas de plantas com biofertilizantes Jaguariuacutena EMBRAPA-CNPMA 1997 22p (EMBRAPA- CNPMA Circular Teacutecnica 02)

BRADY N C Natureza e propriedades dos sotos Rio de Janeiro Freitas BastosS A 1979 647p

BRADY N C Organisms and ecology of the soil In The nature of properties of soils Simon amp Schuster A Viacon Company New Jersey1999 402-489p

BON1LLA J A Fundamentos da Agricultura Ecoloacutegica Sobrevivecircncia eQualidade de Vida Satildeo Paulo Nobel 1992

BUREacuteS S Substratos Ediciones Agroteacutecnicas S L Madrid Octubre 1997

BUS1NELLI M Chemical Composition and Enzymic Activity of some Worm Cast Plant Soil v 80 p 1-2 1990

CALEGARI A Espeacutecies para cobertura de solo In IAPAR (Instituto Agronocircmico de Paranaacute) Plantio Direto pequena propriedade sustentaacutevel organizador Moacir Darolt Londrina - PR 1998 65-93

CAMARGO P N D Manual de Adubaccedilatildeo Foliar Satildeo Paulo Herba 1975

CAPRA F A Teia da Vida Satildeo Paulo Cultrix 1997 256p

CAPRA F O Ponto de Mutaccedilatildeo 22 ed Satildeo Paulo Cultrix 2001 447p

CHABOUSSOU F Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da Trofobiose) Porto Alegre LPM 1987 253 p

CLARO S A Referencias tecnoloacutegicos para a agricultura familiar ecoloacutegica aexperiecircncia da Regiatildeo Centro-Serra do Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS-ASCAR 2001 250p

CLIVELA G Diagnoacutestico Agronocircmico da cebola no Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS 1995 8 6 p

COMISSAtildeO DE FERTILIDADE DO SOLO - RSSC Recomendaccedilotildees de adubaccedilatildeo e calagem para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina 3 ed Passo Fundo SBCS - Nuacutecleo Regional Sul 1995 223p

COMPAGNONI L PUTZOLU G Cria moderna de Ias lombrices y utilizacioacutenrentable dei humus Barcelona Editorial de Vecchi- SA 1985127p

COSTABEBER J A MOYANO E Transiccedilatildeo agroecoloacutegica e accedilatildeo social coletiva Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v l n4 p 50- 60 outdez 2 0 0 0

42

COSTA M B B da Adubaccedilatildeo orgacircnica Nova siacutentese e novo caminho para aagricultura Satildeo Paulo Ed iacutecone Ltda 1985 102p

COSTA NETO C Agricultura Sustentaacutevel Tecnologias e Sociedade In CARVALHO COSTA LF et al (org) Mundo Rural e Tempo Presente Rio de Janeiro Mauad 1999

DrsquoAG0ST1NI R L FANTINI A C Produccedilatildeo orgacircnica tambeacutem socialmente excludente Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v3 n l p57-61 2002

DALPONTE J C V Utilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos e fertilizante mineral na produccedilatildeo e qualidade de mudas e bulbos de cebola (Alliurn Cepa L) Pelotas-RS 1990 (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1990

DEBARBA J F THOMAZELLI L F GANDIN C L SILVA E Cadeias produtivas do Estado de Santa Catarina Cebola Florianoacutepolis Epagri 1998 115 p (EPAGRI Boletim Teacutecnico 96)

DUFOUR F Os saacutebios loucos do agro-alimentar Le Monde Diplomatique ano 1 n4 p6-7 1999 (ed portuguesa)

EHLERS E Agricultura Sustetaacutevel Origem e perspectivas de um novo paradigma 2 ed Guaiacuteba Agropecuaacuteria 1999 157 p

FILGUEIRA F A R Novo Manual de olericultura agrotecnologia moderna na produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 2000 402 p

FRASER G K Mateacuteria Orgacircnica Del Suelo In BEAR F E (ed) Quiacutemica dei Suelo Madrid Ed Agrociencia 1963

FOLLET R H MURPHY L S DONAHUE R L Fertilizers and soil amendments New Jersey Printice-Hall Inc 1981 557p

GARCIA A Revista dei Espacio Rural Georgica Zaragoza Escuela Politeacutecnica de Huesca n5 1997

GARCIA A Versatildeo preliminar de um Programa Estadual de Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Bulbos e Sementes de CebolaEMBRAPAIPAGROMARAEMATER 6 8 pbdquo 1990 (Publicaccedilatildeo avulsa)

GIORGETT1 J R Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Mudas de Tomate In Encontro Nacional de Produccedilatildeo e Abastecimento de Tomate 2 1991 Jaboticabal Satildeo Paulo Anais Jaboticabal UNESP 1991 p 242-244

GLIESSMAN S R Agroecologia Processos ecoloacutegicos em agricultura sustentaacutevelPorto Alegre Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS 2000 653p

43

GLIESSMAN S R TURRIALBA C R Agroecologia Procesos Ecoloacutegicos en Agricultura Sostenible CATIE 2002 p 3-14

GNOATTO S C Caracterizaccedilatildeo quiacutemica de vermicompostos de diferentes substratos orgacircnicos Pelotas-RS 1999 38 f (Mestrado em Agronomia - Solos) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

GOMES J C C BORBA M F S A moderna crise dos alimentos oportunidade para a agricultura familiar Emater Porto Alegre julset 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwematertchebrdocsagroecorevistan313-artigo3htmgtAcesso em 24 fev 2002

GOMEZ H W Desenvolvimento sustentaacutevel agriacutecola e capitalismo In Desenvolvimento sustentaacutevel Necessidade eou disponibilidade Santa Cruz do Sul Nobel - UNISC 1997 p 65-77

GONZAacuteLEZ DE MOLINA M SEVILLA GUZMAacuteN E Ecologia campesinado e historia Para una reinterpretacioacuten dei desarrollo dei capitalismo en la agricultura In SEVILLA GUZMAacuteN E GONZAacuteLEZ DE MOLINA M (ed) Ecologia campesinado e historia Madrid La Piqueta 1993 p 23-129

GRIFFITH S A SCHNITZER M Analytical characteristic of humic and fulvic acids extracted from tropical volcanic soils Soil Sei Soc Am Proc v 39 p361-367 1975

GUIMARAtildeES E Caracterizaccedilatildeo quiacutemica estreptoscoacutepica e por anaacutelise teacutermica de aacutecidos huacutemicos e vermicompostos obtidos de estercos de diferentes animaisCuritiba 1997 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Quiacutemica) Universidade Federal do Paranaacute 1997

HESS A F Sociedade e meio ambiente uma relaccedilatildeo ambiacutegua Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v 4 n2 p 167-1741999

ICEPA-SC Informes conjunturais sobre a cultura da cebola Disponiacutevel em lthttpwwwicepa combrgt Acesso em 23 jan 2003

JONES H A MANN L K Onions and their allies New York Interscience Publishers 1962 286 p

JUacuteNIOR H A de MAIORANO J A Receitas obtidas de extratos de plantasCampinas CATITerra Viva [199-] 10 f

KHATOUNIAN C A Ciclo de Palestras sobre Agricultura Orgacircnica 2a Ed SatildeoPaulo Fund Cargill 1997 149 p

KIEHL E J Fertilizantes Orgacircnicos Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1985 492p

44

KOEFF H H PETTERSSON B D SHAUMANN W Vida Vegetal solos e adubaccedilatildeo In Agricultura Biodinacircmica Satildeo Paulo Nobel 1983 p92-149

KONONOVA M M Soil organic matter The importance o f organic matter in soil formation and soil fertility New York Pergamqn Press 1961 p 165-200

KUHN T A Estrutura das Revoluccedilotildees Cientiacuteficas Satildeo Paulo Perspectiva 1989 257p

LANNA FCA ABREU C L ABREU J G SILVA V Resposta de cultivares de melancia cultivadas sob adubaccedilatildeo quiacutemica e orgacircnica Horticultura v 12 n l p85 1994

LEFF H Saber Ambiental Petroacutepolis Vozes 2001 343 p

MAGALHAtildeES J R Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo da cebola In FERREIRA M E CASSTELLANE P D CRUZ M C P Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo de hortaliccedilasPiracicaba POTAFOS 1993 p 381-393

MALAVOLTA E Elementos de nutriccedilatildeo mineral de plantas Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1980 251 p

MALAVOLTA E Manual de Quiacutemica Agriacutecola - Adubos e Adubaccedilatildeo 3a ed SatildeoPaulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1981 606 p

MARTINEZ A A A grande e Poderosa Minhoca Jaboticabal Funep - Unesp1990 101 p

MARTINS S R Desenvolvimento e Sustentabilidade Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v20 n2 julho 2002 Palestra apresentada no 42deg Congresso Brasileiro de Olericultura

MARTINS S R Limites Del Desarrollo Sostenible em Ameacuterica Latina En el marco de Ias poliacuteticas de (re)ajuste econocircmico Pelotas Editora UFPel 1997 135 P-

MARTINS S R Sustentabilidade na agricultura dimensotildees econocircmicas sociais e ambientais Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v4 n 2 p 175-1871999

MATURANA H REZEPKA S N D E Formaccedilatildeo Humana e Capacitaccedilatildeo Rio de Janneiro Vozes 2000 8 6 p

MELLO A F SOBRINHO M O ARZOLLA S SILVEIRA R NETTO A C KIEHL J C Fertilidade do Solo Satildeo Paulo Nobel 1983

MENEZES JUacuteNIOR F O G D Caracterizaccedilatildeo de Diferentes substratos hortiacutecolas e seu efeito na produccedilatildeo de mudas de alface e couve-flor em ambiente protegido Pelotas 1998 141 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1998

45

MIBASA Mineraccedilatildeo Barreto SA Melhorador de Solos MB4 A Natureza Agradece Arapiraca-AL [199-] Folder

MINAMI K Os resumos da olericultura 2000 In AZEVEDO FILHO MARTINEZ FILHO (ed) Preccedilos agriacutecolas Piracicaba ESALQ 1999 p 4

MINAMI K Produccedilatildeo de Mudas de Alta Qualidade em Horticultura Satildeo Paulo TA Queiroz 1995

MORSELLI T B G A Cultivo sucessivo de alface sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegidoPelotas 2001 178 p Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2001

MORSELLI T B G A Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Poliacutegrafo da Disciplina de Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia-Produccedilatildeo Vegetal UFPel 2002

MULLER AM Efeitos da Aplicaccedilatildeo Foliar de um Biofertilizante Enriquecido no Estado fitossanitaacuterio de Tomate Ervilha e Beterraba Sob Manejo OrgacircnicoDissertaccedilatildeo (Mestrado no Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agroecossistemas)1999 (Resumo)

NOLLA D Erosatildeo do Solo - O grande desafio Estado do Rio Grande do Sul SEAGRI desenvolvimento de recursos naturais renovaacuteveis 1982 412 p

PAGLIA AG MORSELLI TBGA PEIL RMN Teores de nutrientes pH e condutividade eleacutetrica da aacutegua em sistema ldquofloat^ngrdquo sob adiccedilatildeo de biofertilizantes Horticultura Brasileira v 20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PAULUS G MULLER A BARCELLOS LAR Agroecologia aplicada praticas e meacutetodos para uma agricultura de base ecoloacutegica 2ed ver ampl Porto Alegre EMATERRS 2001 8 6 p

PEIXOTO R T dos G Composto orgacircnico aplicaccedilotildees benefiacutecios e restriccedilotildees de uso Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 18 p 56-64 julho 2000

PENTEADO SR Defensivos Alternativos e Naturais Satildeo Paulo 1999 95 p

PEREIRA AJ SOUZA RJ PEREIRA WR Efeito de diferentes doses de esterco de galinha e de curral sobre a produccedilatildeo de cebola Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PINHEIRO S BARRETO SB MB-4 agricultura sustentaacutevel trofobiose e biofertilizantes Fundaccedilatildeo Juquira CandiruMibasa 2000 273 p

PRIMAVESI A Agricultura Sustentaacutevel Satildeo Paulo Nobel 1992 142 p

PRIMAVESI A O manejo ecoloacutegico do solo Agricultura em regiotildees tropicais SatildeoPaulo Nobel 1982 541 p

46

PURCINO A A C ldquoNitrogecircniordquo Informe Agropecuaacuterio Belo Horizonte v7 n81 p 16-27 1981

QUIJANO F G Efeito da adubaccedilatildeo orgacircnica no desenvolvimento de duas cultivares de alface em ambiente protegido Pelotas 1999 116f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

RODRIGUES A N N Efeitos e residuais de superfosfato triplo sobre o rendimento de mateacuteria seca e absorccedilatildeo de foacutesforo pela aveia (Avena strigosa Schob) em solo Podzoacutelico Vermelho Escuro Porto Alegre 1984 59f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia UFRGS 1984

RODRIGUES E T CASALI V W D Respostas da alface agrave adubaccedilatildeo orgacircnica II Teores conteuacutedos e utilizaccedilatildeo de macronutrientes em cultivares Rev Ceres Viccedilosa v 45 n 261 p 437-449 1998

SAMINEcircS T C O Produccedilatildeo orgacircnica de alimentos Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 17 n3 novembro 1999

SCHIEDECK G Ambiecircncia e resposta agronocircmica de meloeiro (Cucumis melo L) cultivado sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegido Pelotas lOOp Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2002

SILVA JUacuteNIOR A A GIORGI E Substratos alternativos para a produccedilatildeo de mudas de tomate Agropecuaacuteria Catarinense Florianoacutepolis EPAGRI 1992 23 p

SILVA JUacuteNIOR A A MACEDO S G STUKER H Utilizaccedilatildeo de esterco de peru na produccedilatildeo de mudas de tomateiro Florianoacutepolis EPAGRI 1995 28 p (Boletim Teacutecnico 73)

TAGLIARI PS GRASSMANN H Minhoca a grande aliada da agricultura Agropecuaacuteria Catarinense v8 n l p 11-14 mar 1995

TEDESCO M J GIANELLO C Anaacutelises de solo plantas e outros materiais Porto Alegre Faculdade de Agronomia Departamento de Solos Universidade Federal do Rio Grande do Sul RS 1996

TENNANT D A Test of modified line intersect method of estimating root lenght Journal Ecology Oxford v 63 p 995-1001 1975

TIBAU A O Mateacuteria Orgacircnica do Solo Mateacuteria Orgacircnica e Fertilidade do SoloSatildeo Paulo Nobel 1984 p49-182

TIMM P J Anaacutelise comparativa dos sistemas de plantio convencional e cultivo miacutenimo de cebola sob adubaccedilatildeo orgacircnica e mineral Pelotas 2000 79 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2000

47

VALENZUELA HR CROSBY C Effect of compost applications on the yield of several vegetables in long-term organic farming experiments conduced in the tropics American Society Horticultural Science v33 n3 june 1998

VIGLIZZO E (ed) Subprograma Recursos Naturais y Sostenibilidad Agriacutecola documento marco Montevideo IICAPROCISUR 1995 p 75 - 78

WE1D J M TARDIN J M Proposta para a Ampliaccedilatildeo do Trabalho da ASPTA no Centro Sul do Paranaacute ASPTA Disponiacutevel em http wwwpronafgovbrEncontrotestosAS20PTA20Sul20ParanE1205 202002doc Acesso em 05 mai 2002

XAVIER SIMOacuteN F DOMINGUES D G Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel uma perspectiva agroecoloacutegica Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre EM ATERRS v2 n2 p 17-26 2001

ZABALETA J P Diagnoacutestico da Agricultura Familiar em Satildeo Joseacute do Norte - RSPelotas EMBRAPA-CPACT 1998 75 p (EMBRAPA-CPACT Documentos 44)

ZONTA E P MACHADO A A SILVEIRA P Sanest Sistema de anaacutelise estatiacutestica para microcomputadores Registrado na Secretaria Especial de Informaacutetica sob nuacutemero 066060 - categoria A Pelotas-RS Universidade Federal de Pelotas 1984

48

7 APEcircNDICE

APEcircNDICE A - Anaacutelise da adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes utilizados na produccedilatildeo de mudas de cebola

TABELA 1 A Anaacutelise baacutesica do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo miuacutedo + papua

Arg

pH IND

SMP

MO

P - n r - Na Al Ca__10Omlmdash

Mg

ppm -

6 53 67 089 8 6 27 1 04 05 0 2

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 2A Anaacutelise complementar do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo-miuacutedo + papua

Cobre Zinco Manganecircs Ferro

(m v1)

04 05 26 007

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

49

TABELA 3A Anaacutelise dos fertilizantes soacutelidos

Amostra pH limidade CN

C N P K Ca Mg

- g-ivg --

Cama de 849 2491 12 31042 2479 3888 3405 29875 463

aves

Esterco 74 3594 11 677 590 157 134 335 214

de curral

Huacutemus 684 5738 14 15965 1098 453 745 743 361

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 4A Anaacutelise quiacutemica dos biofertilizantes liacutequidos

Amostra N P K_ccedil H

Ca Mg Cu Zn Fe Mn

mdashgL bull

S Magro

m b 4

Urina

053

1652

8 2 2

008

395

0 0 0

149

1674

471

1902

6872

0 0 0

1150

4507

1172

7273

42

033

101389

920

0 0 0

6250

19458

781

35273

1123

0 2 1

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

50

APEcircNDICE B - Condiccedilotildees climaacuteticas do local

TABELA 1B Condiccedilotildees de temperatura do local

___________ __________TEMPERATURA (degCgt

meses Meacutedia

Maacutexima

Meacutedia

MiacutenimaMeacutedia

Maacutexima

Absoluta

Miacutenima

Absoluta

Junho 225 87 156 320 25

Julho 225 85 155 285 30

Agosto 251 71 161 360 1 0

Fonte FEPAGROSCT 2002

TABELA 2B Condiccedilotildees de chuva do local

mdash CHUVA (mm)mdash

meses Ocorrida Normal Desvio Da Normal

Junho 1080 1 1 0 -2 0

Julho 1062 98 8 2

Agosto 1283 1 2 0 83

Fonte FEPAGROSCT 2002

51

TABELA 1C Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

APEcircNDICE C - Anaacutelise estatiacutestica da parte aeacuterea

Causas G1 FFPA FSPA AP DC

da variaccedilatildeo --------- Quadrados meacutedios-

Blocos 3

Ad Base 2 175359071 1287102 2547419 1 11775

Biofertilizantes 2 126876 29011 87669ns 02185ns

Ad x Biofert 4 572378 31123 69106ns 04159

Resiacuteduo 24 34456 03048 27169 00290

Total 35

Meacutedia geral 93745 8772 320388 6741

CV 1980 6294 5145 2530

Significativo a 5ns Natildeo significativo

52

TABELA 1D Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade

de raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

APEcircNDICE D - Anaacutelise estatiacutestica da raiz

Causas G1 FFR FSR CR RPASR DR

da variaccedilatildeo Quadrados meacutedios---------------

Blocos 3

Ad Base 2 27874 551 623 2 1 0 140

Biofertilizantes 2 178 0 1 0 ni 1504 l03ns 038ns

Ad x Biofert 4 190 058 318 294 183

Resiacuteduo 24 005 009 028 023 0 2 1

Total 35

Meacutedia geral 1818 228 184 387 333

C V 134 1356 448 1253 1396

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

53

APEcircNDICE E - Anaacutelise estatiacutestica dos macronutrientes da parte aeacuterea da cebola

TABELA 1E Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mud^s de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

Causas G1 bull N P K Ca Mg

da variaccedilatildeo

Blocos 3

Ad Base 2 13550306 446627 25509686 1031806 59007

Biofertilizantes 2 180610ns 16564 68153ns 39006 876ns

Ad x Biofert 4 454187 45743 1047539 46950 2464

Resiacuteduo 24 29769 1453 64313 3741 439

Total 35

Meacutedia geral 24921 4597 33366 6943 1615

C V 692 829 760 880 1297

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

APEcircNDICE F - Fotos do experimento

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob uma perspectiva agroecoloacutegica

APEcircNDICE F a Fotos do experimento

FIGURA 1 Adubaccedilatildeo verde com feijatildeo-miuacutedo e papuatilde utilizadas no manejo do solo

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob urna perspectiva agroecoloacutegica

Page 45: PRODUÇÃO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L.) SOB …orgprints.org/24883/1/Paglia_Produção.pdf · vaca mais calda bordalesa; MB4+U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

36

TABELA 3 Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob

uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

BIOFERTILIZANTES LIacuteQUIDOS i J B

ADUBACcedilAtildeO S Magro + MB4 +DE BASE Urina + Calda Urina + Calda Testemunha

Bordalesa Bordalesamg plantas1

---- Nitrogecircnio-----30 t ha de vermicomposto 16593 c AB 15451 c B 19050 b A45 t ha de vermicomposto 21444 b A 22888 b A 17852 b B60 t ha de esterco de curral 32606 a C 37593 a B 40816 a A

--------------- ------ Foacutesforo------- -------------30 t ha de vermicomposto 3098 c B 2802 c B 3999 b A45 t ha de vermicomposto 4109 b A 4135 b A 2788 c B60 t ha de esterco de curral 5300 a B 7577 a A 7565 a A

------- Potaacutessio------30 t ha de vermicomposto 24327 c A 19900 c B 24965 b A45 t ha de vermicomposto 29113b A 29812 b A 22031 b B60 t ha de esterco de curral 44070 a B 51976 a A 54101 a A

-------- Caacutelcio-------30 t ha de vermicomposto 5027 c A 4356 c A 4834 b A45 t ha de vermicomposto 6114b A 6963 b A 4379 b B60 t ha de esterco de curral 9030 a C 11451 a A 10331 a B

------Magneacutesio-----30 t ha de vermicomposto 1188 b A 914 c A 1202 b A45 t ha de vermicomposto 1231 b B 1582 b A 1176 b B60 t ha de esterco de curral 2136a B 2443 a A 2663 a AMeacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula para as colunas (adubaccedilatildeo de base) e maiuacutesculas para as linhas (biofertilizantes) natildeo diferem entre si pelo teste de Duncan a

Em relaccedilatildeo agraves adubaccedilotildees de base observa-se que o melhor tratamento foi o

esterco de curral para todas as variaacuteveis Para 1 VB (30 t ha^ 1 de vermicomposto) natildeo

houve resposta diferenciada com o uso de bofertilizantes para todas as variaacuteveis A

adubaccedilatildeo 15 VB (45 t ha 1 de vemicomposto) foi influenciada pelos biofertilizantes

para as variaacuteveis N P K e Ca enquanto que para Mg somente o MB4+U+CB o

influenciou O EC (esterco de curral) mostrou diferenccedila significativa apenas para as

variaacuteveis Ca e Mg quando adicionado MB4+U+CB

Segundo Peixoto (2000) eacute fundamental a adiccedilatildeo de adubos orgacircnico no cultivo de

hortaliccedilas seja na forma de esterco decomposto composto ou huacutemus de minhoca de

37

modo a fornecer melhorias nas propriedades do solo vindo a disponibilizar os nutrientes

as diferentes culturas

O esterco fresco conteacutem muita cama celuloacutesica e um elevado teor de aacutegua No

esterco curtido a celulose jaacute estaacute decomposta o teor de aacutegua estaacute reduzido agrave metade e os

nutrientes em uma forma mais assimilaacutevel e mais concentrada O esterco fresco pode

causar uma deficiecircncia temporaacuteria de nitrogecircnio no solo ao se decompor o que natildeo

acontece com o biestabilizado (Kiehl 1985)Ocorre uma diminuiccedilatildeo inicial no volume

de aacutegua retido no esterco de curral diminui inicialmente em tomo de 3581 liberando

posteriormente somente 496 evidenciando a sua capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua

(Menezes Juacutenior 1998)

A utilizaccedilatildeo continuada de adubos nitrogenados minerais no solo altera o balanccedilo

do nitrogecircnio entre o solo e planta No meacutetodo biodinacircmico eacute sublinhada a importacircncia

dos adubos animais para o estabelecimento da fertilidade permanente dos solos (Koeff

et al 1983)

Para Guimaratildees (1997) os benefiacutecios que a mateacuteria orgacircnica imprime ao solo

principalmente melhorando a produtividade fertilidade e a influencia que as substancias

huacutemicas exercem sobre o ambiente dependem da qualidade e do teor de mateacuteria

orgacircnica do solo Estas substacircncias por conterem nutrientes em sua constituiccedilatildeo em uma

forma mais disponiacutevel para as plantas promovem um equiliacutebrio no ambiente no solo

(Kononova 1966)

Aproximadamente de 60 a 70 do total de carbono do solo ocorre na forma de

materiais huacutemicos (Griffith amp Schnitzer 1975) sendo a eles atribuiacutedo a manutenccedilatildeo da

bioestrutura do solo aumentando a capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua (Brady 1999)

Conforme Compagnoni amp Putzolu (1985) os estercos bem como os demais

resiacuteduos orgacircnicos apresentam conteuacutedos diferentes de aacutecidos huacutemicos e fuumllvicos sendo

atribuiacutedo ao acido huacutemico uma accedilatildeo fitoestimulante semelhante aos fitohormocircnios por

favorecer o desenvolvimento do sistema radicular e crescimento do caule

Em trabalho realizado por Guimaratildees (1997) foi encontrado para aacutecidos huacutemicos

de esterco bovino uma relaccedilatildeo CN 1035 e para vermicomposto bovino 17

evidenciando que o esterco quando aplicado ao solo por apresentar uma relaccedilatildeo CN

proacutexima deste reage mais facilmente liberando nutrientes para as plantas sem alterar a

cadeia troacutefiacuteca Dados encontrados no presente trabalho demonstram a eficiecircncia do

esterco nesse sentido

38

De acordo com Morselli (2001) vaacuterios trabalhos citam comentam e discutem a

capacidade dos vermicompostos em proporcionar oacutetimas colheitas e favorecer a

precocidade das plantas cultivadas Poreacutem muitas vezes se observa que mesmo

suprindo essas plantas com nutrientes necessaacuterios atraveacutes de huacutemus de diferentes fontes

as respostas natildeo satildeo as mesmas para uma mesma cultivar

Por outro lado os resultados com o uso de substacircncias huacutemicas satildeo variaacuteveis e

dependem aleacutem da espeacutecie testada das substacircncias huacutemicas utilizadas sua

concentraccedilatildeo o grau de purificaccedilatildeo e das condiccedilotildees experimentais A resposta das

plantas aos aacutecidos huacutemicos e fuacutelvicos eacute dependente da mateacuteria prima original e da

espeacutecie vegetal pois materiais orgacircnicos diferentes apresentam aacutecidos huacutemicos e

fuacutelvicos diferentes (Businelli 1990)

Justificam-se os maiores conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio e caacutelcio nas

adubaccedilotildees 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e biofertilizantes devido

provavelmente ao vermicomposto utilizado apresentar na sua constituiccedilatildeo teores

consideraacuteveis destes elementos aleacutem do que os biofertilizantes possam ter influenciado

na absorccedilatildeo atraveacutes de sua constituiccedilatildeo Tibau (1984) considera que a urina de vaca eacute

rica em aacutecido indol-aceacutetico e este influencia na absorccedilatildeo radicular O efeito positivo

deste tratamento provavelmente seja devido agrave quantidade aplicada

O biofertilizante que se destacou foi o MB4+U+CB em relaccedilatildeo ao EC (esterco de

curral) e eacute somente para a variaacutevel caacutelcio Isto provavelmente seja devido ao alto teor

deste elemento encontrado na sua constituiccedilatildeo (6872 g Kg1) e pela influecircncia positiva

que a calda bordalesa exerce no metabolismo das plantas atraveacutes dos nutrientes

contidos em sua formulaccedilatildeo O Ca controla a absorccedilatildeo radicular e retorna ao solo pelo

esterco e palhas por apresentar-se em maior quantidade em folhas e caules Depois de

localizado nas folhas fica imoacutevel favorecendo a resistecircncia da planta ao ataque de

fungos

Este trabalho avanccedila no estudo da agroecologia estando claro que todos os

criteacuterios tem caraacuteter dinacircmico de adequaccedilatildeo as mudanccedilas de um sistema de produccedilatildeo

em evoluccedilatildeo contribuindo na transiccedilatildeo para um padratildeo sustentaacutevel Cabe a pesquisa a

reorientaccedilatildeo para um enfoque ldquosistecircmicordquo isto eacute que permita integrar os diversos

componentes de um agroecossistema e a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas que promovam 0

fortalecimento e a expansatildeo da agricultura familiar

39

5 CONCLUSOtildeES

Considerando os resultados obtidos e as condiccedilotildees em que o estudo foi realizado

conclui-se que

bull As respostas agronocircmicas das mudas de cebola para os paracircmetros avaliados

satildeo mais satisfatoacuterias com a aplicaccedilatildeo de esterco de curral como adubaccedilatildeo de

base

bull Os biofertilizantes mais urina de vaca e calda bordalesa proporcionam

respostas satisfatoacuterias quando aplicados associados agraves adubaccedilotildees de base

bull O biofertilizante MB4 mais urina de vaca e calda bordalesa eacute mais eficiente

que o super magro mais urina e calda bordalesa quando aplicado associado agrave

adubaccedilatildeo de base esterco de curral para os conteuacutedos de fitomassa secae

fresca da parte aeacuterea das plantas altura e diacircmetro de colo das mudas de

cebola

bull Os biofertilizantes adicionados agrave adubaccedilatildeo de base 45 t harsquo 1 de vermicomposto

bovino mostram respostas significativas para os conteuacutedos de fitomassa seca

bull Os maiores conteuacutedos nutricionais para as mudas de cebola satildeo

proporcionados pela adubaccedilatildeo de base esterco de curral

bull A maior absorccedilatildeo de caacutelcio pelas mudas de cebola ocorre quando da adiccedilatildeo do

biofertilizante MB4 mais urina e calda bordalesa agrave adubaccedilatildeo de base esterco de

curral

40

6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ALDRIGHI CB ABREU CM PAGLIA AG MORSELLI TBGA FERNANDES HS Efeito da aplicaccedilatildeo de biofertilizante e urina de vaca em mudas de tomateiro Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

ALTIERI M NICHOLLS C I Agroecologia Teoria praacutectica para umaAgricultura Sustentable Ia ed PNUMA 2000 Cap 2 4 Seacuterie textos baacutesicos para la formacioacuten ambiental

ALTIERI M Agroecologia bases cientiacuteficas para uma agricultura sustentaacutevelGuaiacuteba Agropecuaacuteria 2002 592 p

ANTONIOLLI Z I GIRACCA E M N CARDOSO S J T WIETHAN M M S FERRI M Iniciaccedilatildeo agrave Minhocultura Criaccedilatildeo em Cativeiro e Vermicompostagem Santa Maria UFSM 1996 p59-89

BAYER C MIELNICZUC J Dinacircmica e funccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica In SANTOS G de A S e CAMARGO F A de O (ed) Fundamentos da mateacuteria orgacircnica do solo ecossistemas tropicais e subtropicais Porto Alegre Genesis 1999 p 3-23

BARRETTO D X Composto Orgacircnico In Praacutetica em Agricultura Orgacircnica Satildeo Paulo iacutecone Ed Ltda 1985 p 51-63

BETTIOL W Alguns produtos alternativos para o controle de doenccedilas de plantasem agricultura orgacircnica II Ciclo de palestras sobre agricultura orgacircnica Instituto Bioloacutegico Satildeo Paulo p52-63 1997

41

BETTIOL W TRACH R GALVAtildeO JAH Controle de doenccedilas de plantas com biofertilizantes Jaguariuacutena EMBRAPA-CNPMA 1997 22p (EMBRAPA- CNPMA Circular Teacutecnica 02)

BRADY N C Natureza e propriedades dos sotos Rio de Janeiro Freitas BastosS A 1979 647p

BRADY N C Organisms and ecology of the soil In The nature of properties of soils Simon amp Schuster A Viacon Company New Jersey1999 402-489p

BON1LLA J A Fundamentos da Agricultura Ecoloacutegica Sobrevivecircncia eQualidade de Vida Satildeo Paulo Nobel 1992

BUREacuteS S Substratos Ediciones Agroteacutecnicas S L Madrid Octubre 1997

BUS1NELLI M Chemical Composition and Enzymic Activity of some Worm Cast Plant Soil v 80 p 1-2 1990

CALEGARI A Espeacutecies para cobertura de solo In IAPAR (Instituto Agronocircmico de Paranaacute) Plantio Direto pequena propriedade sustentaacutevel organizador Moacir Darolt Londrina - PR 1998 65-93

CAMARGO P N D Manual de Adubaccedilatildeo Foliar Satildeo Paulo Herba 1975

CAPRA F A Teia da Vida Satildeo Paulo Cultrix 1997 256p

CAPRA F O Ponto de Mutaccedilatildeo 22 ed Satildeo Paulo Cultrix 2001 447p

CHABOUSSOU F Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da Trofobiose) Porto Alegre LPM 1987 253 p

CLARO S A Referencias tecnoloacutegicos para a agricultura familiar ecoloacutegica aexperiecircncia da Regiatildeo Centro-Serra do Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS-ASCAR 2001 250p

CLIVELA G Diagnoacutestico Agronocircmico da cebola no Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS 1995 8 6 p

COMISSAtildeO DE FERTILIDADE DO SOLO - RSSC Recomendaccedilotildees de adubaccedilatildeo e calagem para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina 3 ed Passo Fundo SBCS - Nuacutecleo Regional Sul 1995 223p

COMPAGNONI L PUTZOLU G Cria moderna de Ias lombrices y utilizacioacutenrentable dei humus Barcelona Editorial de Vecchi- SA 1985127p

COSTABEBER J A MOYANO E Transiccedilatildeo agroecoloacutegica e accedilatildeo social coletiva Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v l n4 p 50- 60 outdez 2 0 0 0

42

COSTA M B B da Adubaccedilatildeo orgacircnica Nova siacutentese e novo caminho para aagricultura Satildeo Paulo Ed iacutecone Ltda 1985 102p

COSTA NETO C Agricultura Sustentaacutevel Tecnologias e Sociedade In CARVALHO COSTA LF et al (org) Mundo Rural e Tempo Presente Rio de Janeiro Mauad 1999

DrsquoAG0ST1NI R L FANTINI A C Produccedilatildeo orgacircnica tambeacutem socialmente excludente Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v3 n l p57-61 2002

DALPONTE J C V Utilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos e fertilizante mineral na produccedilatildeo e qualidade de mudas e bulbos de cebola (Alliurn Cepa L) Pelotas-RS 1990 (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1990

DEBARBA J F THOMAZELLI L F GANDIN C L SILVA E Cadeias produtivas do Estado de Santa Catarina Cebola Florianoacutepolis Epagri 1998 115 p (EPAGRI Boletim Teacutecnico 96)

DUFOUR F Os saacutebios loucos do agro-alimentar Le Monde Diplomatique ano 1 n4 p6-7 1999 (ed portuguesa)

EHLERS E Agricultura Sustetaacutevel Origem e perspectivas de um novo paradigma 2 ed Guaiacuteba Agropecuaacuteria 1999 157 p

FILGUEIRA F A R Novo Manual de olericultura agrotecnologia moderna na produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 2000 402 p

FRASER G K Mateacuteria Orgacircnica Del Suelo In BEAR F E (ed) Quiacutemica dei Suelo Madrid Ed Agrociencia 1963

FOLLET R H MURPHY L S DONAHUE R L Fertilizers and soil amendments New Jersey Printice-Hall Inc 1981 557p

GARCIA A Revista dei Espacio Rural Georgica Zaragoza Escuela Politeacutecnica de Huesca n5 1997

GARCIA A Versatildeo preliminar de um Programa Estadual de Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Bulbos e Sementes de CebolaEMBRAPAIPAGROMARAEMATER 6 8 pbdquo 1990 (Publicaccedilatildeo avulsa)

GIORGETT1 J R Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Mudas de Tomate In Encontro Nacional de Produccedilatildeo e Abastecimento de Tomate 2 1991 Jaboticabal Satildeo Paulo Anais Jaboticabal UNESP 1991 p 242-244

GLIESSMAN S R Agroecologia Processos ecoloacutegicos em agricultura sustentaacutevelPorto Alegre Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS 2000 653p

43

GLIESSMAN S R TURRIALBA C R Agroecologia Procesos Ecoloacutegicos en Agricultura Sostenible CATIE 2002 p 3-14

GNOATTO S C Caracterizaccedilatildeo quiacutemica de vermicompostos de diferentes substratos orgacircnicos Pelotas-RS 1999 38 f (Mestrado em Agronomia - Solos) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

GOMES J C C BORBA M F S A moderna crise dos alimentos oportunidade para a agricultura familiar Emater Porto Alegre julset 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwematertchebrdocsagroecorevistan313-artigo3htmgtAcesso em 24 fev 2002

GOMEZ H W Desenvolvimento sustentaacutevel agriacutecola e capitalismo In Desenvolvimento sustentaacutevel Necessidade eou disponibilidade Santa Cruz do Sul Nobel - UNISC 1997 p 65-77

GONZAacuteLEZ DE MOLINA M SEVILLA GUZMAacuteN E Ecologia campesinado e historia Para una reinterpretacioacuten dei desarrollo dei capitalismo en la agricultura In SEVILLA GUZMAacuteN E GONZAacuteLEZ DE MOLINA M (ed) Ecologia campesinado e historia Madrid La Piqueta 1993 p 23-129

GRIFFITH S A SCHNITZER M Analytical characteristic of humic and fulvic acids extracted from tropical volcanic soils Soil Sei Soc Am Proc v 39 p361-367 1975

GUIMARAtildeES E Caracterizaccedilatildeo quiacutemica estreptoscoacutepica e por anaacutelise teacutermica de aacutecidos huacutemicos e vermicompostos obtidos de estercos de diferentes animaisCuritiba 1997 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Quiacutemica) Universidade Federal do Paranaacute 1997

HESS A F Sociedade e meio ambiente uma relaccedilatildeo ambiacutegua Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v 4 n2 p 167-1741999

ICEPA-SC Informes conjunturais sobre a cultura da cebola Disponiacutevel em lthttpwwwicepa combrgt Acesso em 23 jan 2003

JONES H A MANN L K Onions and their allies New York Interscience Publishers 1962 286 p

JUacuteNIOR H A de MAIORANO J A Receitas obtidas de extratos de plantasCampinas CATITerra Viva [199-] 10 f

KHATOUNIAN C A Ciclo de Palestras sobre Agricultura Orgacircnica 2a Ed SatildeoPaulo Fund Cargill 1997 149 p

KIEHL E J Fertilizantes Orgacircnicos Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1985 492p

44

KOEFF H H PETTERSSON B D SHAUMANN W Vida Vegetal solos e adubaccedilatildeo In Agricultura Biodinacircmica Satildeo Paulo Nobel 1983 p92-149

KONONOVA M M Soil organic matter The importance o f organic matter in soil formation and soil fertility New York Pergamqn Press 1961 p 165-200

KUHN T A Estrutura das Revoluccedilotildees Cientiacuteficas Satildeo Paulo Perspectiva 1989 257p

LANNA FCA ABREU C L ABREU J G SILVA V Resposta de cultivares de melancia cultivadas sob adubaccedilatildeo quiacutemica e orgacircnica Horticultura v 12 n l p85 1994

LEFF H Saber Ambiental Petroacutepolis Vozes 2001 343 p

MAGALHAtildeES J R Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo da cebola In FERREIRA M E CASSTELLANE P D CRUZ M C P Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo de hortaliccedilasPiracicaba POTAFOS 1993 p 381-393

MALAVOLTA E Elementos de nutriccedilatildeo mineral de plantas Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1980 251 p

MALAVOLTA E Manual de Quiacutemica Agriacutecola - Adubos e Adubaccedilatildeo 3a ed SatildeoPaulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1981 606 p

MARTINEZ A A A grande e Poderosa Minhoca Jaboticabal Funep - Unesp1990 101 p

MARTINS S R Desenvolvimento e Sustentabilidade Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v20 n2 julho 2002 Palestra apresentada no 42deg Congresso Brasileiro de Olericultura

MARTINS S R Limites Del Desarrollo Sostenible em Ameacuterica Latina En el marco de Ias poliacuteticas de (re)ajuste econocircmico Pelotas Editora UFPel 1997 135 P-

MARTINS S R Sustentabilidade na agricultura dimensotildees econocircmicas sociais e ambientais Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v4 n 2 p 175-1871999

MATURANA H REZEPKA S N D E Formaccedilatildeo Humana e Capacitaccedilatildeo Rio de Janneiro Vozes 2000 8 6 p

MELLO A F SOBRINHO M O ARZOLLA S SILVEIRA R NETTO A C KIEHL J C Fertilidade do Solo Satildeo Paulo Nobel 1983

MENEZES JUacuteNIOR F O G D Caracterizaccedilatildeo de Diferentes substratos hortiacutecolas e seu efeito na produccedilatildeo de mudas de alface e couve-flor em ambiente protegido Pelotas 1998 141 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1998

45

MIBASA Mineraccedilatildeo Barreto SA Melhorador de Solos MB4 A Natureza Agradece Arapiraca-AL [199-] Folder

MINAMI K Os resumos da olericultura 2000 In AZEVEDO FILHO MARTINEZ FILHO (ed) Preccedilos agriacutecolas Piracicaba ESALQ 1999 p 4

MINAMI K Produccedilatildeo de Mudas de Alta Qualidade em Horticultura Satildeo Paulo TA Queiroz 1995

MORSELLI T B G A Cultivo sucessivo de alface sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegidoPelotas 2001 178 p Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2001

MORSELLI T B G A Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Poliacutegrafo da Disciplina de Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia-Produccedilatildeo Vegetal UFPel 2002

MULLER AM Efeitos da Aplicaccedilatildeo Foliar de um Biofertilizante Enriquecido no Estado fitossanitaacuterio de Tomate Ervilha e Beterraba Sob Manejo OrgacircnicoDissertaccedilatildeo (Mestrado no Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agroecossistemas)1999 (Resumo)

NOLLA D Erosatildeo do Solo - O grande desafio Estado do Rio Grande do Sul SEAGRI desenvolvimento de recursos naturais renovaacuteveis 1982 412 p

PAGLIA AG MORSELLI TBGA PEIL RMN Teores de nutrientes pH e condutividade eleacutetrica da aacutegua em sistema ldquofloat^ngrdquo sob adiccedilatildeo de biofertilizantes Horticultura Brasileira v 20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PAULUS G MULLER A BARCELLOS LAR Agroecologia aplicada praticas e meacutetodos para uma agricultura de base ecoloacutegica 2ed ver ampl Porto Alegre EMATERRS 2001 8 6 p

PEIXOTO R T dos G Composto orgacircnico aplicaccedilotildees benefiacutecios e restriccedilotildees de uso Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 18 p 56-64 julho 2000

PENTEADO SR Defensivos Alternativos e Naturais Satildeo Paulo 1999 95 p

PEREIRA AJ SOUZA RJ PEREIRA WR Efeito de diferentes doses de esterco de galinha e de curral sobre a produccedilatildeo de cebola Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PINHEIRO S BARRETO SB MB-4 agricultura sustentaacutevel trofobiose e biofertilizantes Fundaccedilatildeo Juquira CandiruMibasa 2000 273 p

PRIMAVESI A Agricultura Sustentaacutevel Satildeo Paulo Nobel 1992 142 p

PRIMAVESI A O manejo ecoloacutegico do solo Agricultura em regiotildees tropicais SatildeoPaulo Nobel 1982 541 p

46

PURCINO A A C ldquoNitrogecircniordquo Informe Agropecuaacuterio Belo Horizonte v7 n81 p 16-27 1981

QUIJANO F G Efeito da adubaccedilatildeo orgacircnica no desenvolvimento de duas cultivares de alface em ambiente protegido Pelotas 1999 116f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

RODRIGUES A N N Efeitos e residuais de superfosfato triplo sobre o rendimento de mateacuteria seca e absorccedilatildeo de foacutesforo pela aveia (Avena strigosa Schob) em solo Podzoacutelico Vermelho Escuro Porto Alegre 1984 59f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia UFRGS 1984

RODRIGUES E T CASALI V W D Respostas da alface agrave adubaccedilatildeo orgacircnica II Teores conteuacutedos e utilizaccedilatildeo de macronutrientes em cultivares Rev Ceres Viccedilosa v 45 n 261 p 437-449 1998

SAMINEcircS T C O Produccedilatildeo orgacircnica de alimentos Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 17 n3 novembro 1999

SCHIEDECK G Ambiecircncia e resposta agronocircmica de meloeiro (Cucumis melo L) cultivado sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegido Pelotas lOOp Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2002

SILVA JUacuteNIOR A A GIORGI E Substratos alternativos para a produccedilatildeo de mudas de tomate Agropecuaacuteria Catarinense Florianoacutepolis EPAGRI 1992 23 p

SILVA JUacuteNIOR A A MACEDO S G STUKER H Utilizaccedilatildeo de esterco de peru na produccedilatildeo de mudas de tomateiro Florianoacutepolis EPAGRI 1995 28 p (Boletim Teacutecnico 73)

TAGLIARI PS GRASSMANN H Minhoca a grande aliada da agricultura Agropecuaacuteria Catarinense v8 n l p 11-14 mar 1995

TEDESCO M J GIANELLO C Anaacutelises de solo plantas e outros materiais Porto Alegre Faculdade de Agronomia Departamento de Solos Universidade Federal do Rio Grande do Sul RS 1996

TENNANT D A Test of modified line intersect method of estimating root lenght Journal Ecology Oxford v 63 p 995-1001 1975

TIBAU A O Mateacuteria Orgacircnica do Solo Mateacuteria Orgacircnica e Fertilidade do SoloSatildeo Paulo Nobel 1984 p49-182

TIMM P J Anaacutelise comparativa dos sistemas de plantio convencional e cultivo miacutenimo de cebola sob adubaccedilatildeo orgacircnica e mineral Pelotas 2000 79 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2000

47

VALENZUELA HR CROSBY C Effect of compost applications on the yield of several vegetables in long-term organic farming experiments conduced in the tropics American Society Horticultural Science v33 n3 june 1998

VIGLIZZO E (ed) Subprograma Recursos Naturais y Sostenibilidad Agriacutecola documento marco Montevideo IICAPROCISUR 1995 p 75 - 78

WE1D J M TARDIN J M Proposta para a Ampliaccedilatildeo do Trabalho da ASPTA no Centro Sul do Paranaacute ASPTA Disponiacutevel em http wwwpronafgovbrEncontrotestosAS20PTA20Sul20ParanE1205 202002doc Acesso em 05 mai 2002

XAVIER SIMOacuteN F DOMINGUES D G Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel uma perspectiva agroecoloacutegica Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre EM ATERRS v2 n2 p 17-26 2001

ZABALETA J P Diagnoacutestico da Agricultura Familiar em Satildeo Joseacute do Norte - RSPelotas EMBRAPA-CPACT 1998 75 p (EMBRAPA-CPACT Documentos 44)

ZONTA E P MACHADO A A SILVEIRA P Sanest Sistema de anaacutelise estatiacutestica para microcomputadores Registrado na Secretaria Especial de Informaacutetica sob nuacutemero 066060 - categoria A Pelotas-RS Universidade Federal de Pelotas 1984

48

7 APEcircNDICE

APEcircNDICE A - Anaacutelise da adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes utilizados na produccedilatildeo de mudas de cebola

TABELA 1 A Anaacutelise baacutesica do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo miuacutedo + papua

Arg

pH IND

SMP

MO

P - n r - Na Al Ca__10Omlmdash

Mg

ppm -

6 53 67 089 8 6 27 1 04 05 0 2

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 2A Anaacutelise complementar do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo-miuacutedo + papua

Cobre Zinco Manganecircs Ferro

(m v1)

04 05 26 007

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

49

TABELA 3A Anaacutelise dos fertilizantes soacutelidos

Amostra pH limidade CN

C N P K Ca Mg

- g-ivg --

Cama de 849 2491 12 31042 2479 3888 3405 29875 463

aves

Esterco 74 3594 11 677 590 157 134 335 214

de curral

Huacutemus 684 5738 14 15965 1098 453 745 743 361

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 4A Anaacutelise quiacutemica dos biofertilizantes liacutequidos

Amostra N P K_ccedil H

Ca Mg Cu Zn Fe Mn

mdashgL bull

S Magro

m b 4

Urina

053

1652

8 2 2

008

395

0 0 0

149

1674

471

1902

6872

0 0 0

1150

4507

1172

7273

42

033

101389

920

0 0 0

6250

19458

781

35273

1123

0 2 1

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

50

APEcircNDICE B - Condiccedilotildees climaacuteticas do local

TABELA 1B Condiccedilotildees de temperatura do local

___________ __________TEMPERATURA (degCgt

meses Meacutedia

Maacutexima

Meacutedia

MiacutenimaMeacutedia

Maacutexima

Absoluta

Miacutenima

Absoluta

Junho 225 87 156 320 25

Julho 225 85 155 285 30

Agosto 251 71 161 360 1 0

Fonte FEPAGROSCT 2002

TABELA 2B Condiccedilotildees de chuva do local

mdash CHUVA (mm)mdash

meses Ocorrida Normal Desvio Da Normal

Junho 1080 1 1 0 -2 0

Julho 1062 98 8 2

Agosto 1283 1 2 0 83

Fonte FEPAGROSCT 2002

51

TABELA 1C Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

APEcircNDICE C - Anaacutelise estatiacutestica da parte aeacuterea

Causas G1 FFPA FSPA AP DC

da variaccedilatildeo --------- Quadrados meacutedios-

Blocos 3

Ad Base 2 175359071 1287102 2547419 1 11775

Biofertilizantes 2 126876 29011 87669ns 02185ns

Ad x Biofert 4 572378 31123 69106ns 04159

Resiacuteduo 24 34456 03048 27169 00290

Total 35

Meacutedia geral 93745 8772 320388 6741

CV 1980 6294 5145 2530

Significativo a 5ns Natildeo significativo

52

TABELA 1D Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade

de raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

APEcircNDICE D - Anaacutelise estatiacutestica da raiz

Causas G1 FFR FSR CR RPASR DR

da variaccedilatildeo Quadrados meacutedios---------------

Blocos 3

Ad Base 2 27874 551 623 2 1 0 140

Biofertilizantes 2 178 0 1 0 ni 1504 l03ns 038ns

Ad x Biofert 4 190 058 318 294 183

Resiacuteduo 24 005 009 028 023 0 2 1

Total 35

Meacutedia geral 1818 228 184 387 333

C V 134 1356 448 1253 1396

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

53

APEcircNDICE E - Anaacutelise estatiacutestica dos macronutrientes da parte aeacuterea da cebola

TABELA 1E Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mud^s de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

Causas G1 bull N P K Ca Mg

da variaccedilatildeo

Blocos 3

Ad Base 2 13550306 446627 25509686 1031806 59007

Biofertilizantes 2 180610ns 16564 68153ns 39006 876ns

Ad x Biofert 4 454187 45743 1047539 46950 2464

Resiacuteduo 24 29769 1453 64313 3741 439

Total 35

Meacutedia geral 24921 4597 33366 6943 1615

C V 692 829 760 880 1297

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

APEcircNDICE F - Fotos do experimento

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob uma perspectiva agroecoloacutegica

APEcircNDICE F a Fotos do experimento

FIGURA 1 Adubaccedilatildeo verde com feijatildeo-miuacutedo e papuatilde utilizadas no manejo do solo

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob urna perspectiva agroecoloacutegica

Page 46: PRODUÇÃO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L.) SOB …orgprints.org/24883/1/Paglia_Produção.pdf · vaca mais calda bordalesa; MB4+U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

37

modo a fornecer melhorias nas propriedades do solo vindo a disponibilizar os nutrientes

as diferentes culturas

O esterco fresco conteacutem muita cama celuloacutesica e um elevado teor de aacutegua No

esterco curtido a celulose jaacute estaacute decomposta o teor de aacutegua estaacute reduzido agrave metade e os

nutrientes em uma forma mais assimilaacutevel e mais concentrada O esterco fresco pode

causar uma deficiecircncia temporaacuteria de nitrogecircnio no solo ao se decompor o que natildeo

acontece com o biestabilizado (Kiehl 1985)Ocorre uma diminuiccedilatildeo inicial no volume

de aacutegua retido no esterco de curral diminui inicialmente em tomo de 3581 liberando

posteriormente somente 496 evidenciando a sua capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua

(Menezes Juacutenior 1998)

A utilizaccedilatildeo continuada de adubos nitrogenados minerais no solo altera o balanccedilo

do nitrogecircnio entre o solo e planta No meacutetodo biodinacircmico eacute sublinhada a importacircncia

dos adubos animais para o estabelecimento da fertilidade permanente dos solos (Koeff

et al 1983)

Para Guimaratildees (1997) os benefiacutecios que a mateacuteria orgacircnica imprime ao solo

principalmente melhorando a produtividade fertilidade e a influencia que as substancias

huacutemicas exercem sobre o ambiente dependem da qualidade e do teor de mateacuteria

orgacircnica do solo Estas substacircncias por conterem nutrientes em sua constituiccedilatildeo em uma

forma mais disponiacutevel para as plantas promovem um equiliacutebrio no ambiente no solo

(Kononova 1966)

Aproximadamente de 60 a 70 do total de carbono do solo ocorre na forma de

materiais huacutemicos (Griffith amp Schnitzer 1975) sendo a eles atribuiacutedo a manutenccedilatildeo da

bioestrutura do solo aumentando a capacidade de retenccedilatildeo de aacutegua (Brady 1999)

Conforme Compagnoni amp Putzolu (1985) os estercos bem como os demais

resiacuteduos orgacircnicos apresentam conteuacutedos diferentes de aacutecidos huacutemicos e fuumllvicos sendo

atribuiacutedo ao acido huacutemico uma accedilatildeo fitoestimulante semelhante aos fitohormocircnios por

favorecer o desenvolvimento do sistema radicular e crescimento do caule

Em trabalho realizado por Guimaratildees (1997) foi encontrado para aacutecidos huacutemicos

de esterco bovino uma relaccedilatildeo CN 1035 e para vermicomposto bovino 17

evidenciando que o esterco quando aplicado ao solo por apresentar uma relaccedilatildeo CN

proacutexima deste reage mais facilmente liberando nutrientes para as plantas sem alterar a

cadeia troacutefiacuteca Dados encontrados no presente trabalho demonstram a eficiecircncia do

esterco nesse sentido

38

De acordo com Morselli (2001) vaacuterios trabalhos citam comentam e discutem a

capacidade dos vermicompostos em proporcionar oacutetimas colheitas e favorecer a

precocidade das plantas cultivadas Poreacutem muitas vezes se observa que mesmo

suprindo essas plantas com nutrientes necessaacuterios atraveacutes de huacutemus de diferentes fontes

as respostas natildeo satildeo as mesmas para uma mesma cultivar

Por outro lado os resultados com o uso de substacircncias huacutemicas satildeo variaacuteveis e

dependem aleacutem da espeacutecie testada das substacircncias huacutemicas utilizadas sua

concentraccedilatildeo o grau de purificaccedilatildeo e das condiccedilotildees experimentais A resposta das

plantas aos aacutecidos huacutemicos e fuacutelvicos eacute dependente da mateacuteria prima original e da

espeacutecie vegetal pois materiais orgacircnicos diferentes apresentam aacutecidos huacutemicos e

fuacutelvicos diferentes (Businelli 1990)

Justificam-se os maiores conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio e caacutelcio nas

adubaccedilotildees 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e biofertilizantes devido

provavelmente ao vermicomposto utilizado apresentar na sua constituiccedilatildeo teores

consideraacuteveis destes elementos aleacutem do que os biofertilizantes possam ter influenciado

na absorccedilatildeo atraveacutes de sua constituiccedilatildeo Tibau (1984) considera que a urina de vaca eacute

rica em aacutecido indol-aceacutetico e este influencia na absorccedilatildeo radicular O efeito positivo

deste tratamento provavelmente seja devido agrave quantidade aplicada

O biofertilizante que se destacou foi o MB4+U+CB em relaccedilatildeo ao EC (esterco de

curral) e eacute somente para a variaacutevel caacutelcio Isto provavelmente seja devido ao alto teor

deste elemento encontrado na sua constituiccedilatildeo (6872 g Kg1) e pela influecircncia positiva

que a calda bordalesa exerce no metabolismo das plantas atraveacutes dos nutrientes

contidos em sua formulaccedilatildeo O Ca controla a absorccedilatildeo radicular e retorna ao solo pelo

esterco e palhas por apresentar-se em maior quantidade em folhas e caules Depois de

localizado nas folhas fica imoacutevel favorecendo a resistecircncia da planta ao ataque de

fungos

Este trabalho avanccedila no estudo da agroecologia estando claro que todos os

criteacuterios tem caraacuteter dinacircmico de adequaccedilatildeo as mudanccedilas de um sistema de produccedilatildeo

em evoluccedilatildeo contribuindo na transiccedilatildeo para um padratildeo sustentaacutevel Cabe a pesquisa a

reorientaccedilatildeo para um enfoque ldquosistecircmicordquo isto eacute que permita integrar os diversos

componentes de um agroecossistema e a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas que promovam 0

fortalecimento e a expansatildeo da agricultura familiar

39

5 CONCLUSOtildeES

Considerando os resultados obtidos e as condiccedilotildees em que o estudo foi realizado

conclui-se que

bull As respostas agronocircmicas das mudas de cebola para os paracircmetros avaliados

satildeo mais satisfatoacuterias com a aplicaccedilatildeo de esterco de curral como adubaccedilatildeo de

base

bull Os biofertilizantes mais urina de vaca e calda bordalesa proporcionam

respostas satisfatoacuterias quando aplicados associados agraves adubaccedilotildees de base

bull O biofertilizante MB4 mais urina de vaca e calda bordalesa eacute mais eficiente

que o super magro mais urina e calda bordalesa quando aplicado associado agrave

adubaccedilatildeo de base esterco de curral para os conteuacutedos de fitomassa secae

fresca da parte aeacuterea das plantas altura e diacircmetro de colo das mudas de

cebola

bull Os biofertilizantes adicionados agrave adubaccedilatildeo de base 45 t harsquo 1 de vermicomposto

bovino mostram respostas significativas para os conteuacutedos de fitomassa seca

bull Os maiores conteuacutedos nutricionais para as mudas de cebola satildeo

proporcionados pela adubaccedilatildeo de base esterco de curral

bull A maior absorccedilatildeo de caacutelcio pelas mudas de cebola ocorre quando da adiccedilatildeo do

biofertilizante MB4 mais urina e calda bordalesa agrave adubaccedilatildeo de base esterco de

curral

40

6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ALDRIGHI CB ABREU CM PAGLIA AG MORSELLI TBGA FERNANDES HS Efeito da aplicaccedilatildeo de biofertilizante e urina de vaca em mudas de tomateiro Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

ALTIERI M NICHOLLS C I Agroecologia Teoria praacutectica para umaAgricultura Sustentable Ia ed PNUMA 2000 Cap 2 4 Seacuterie textos baacutesicos para la formacioacuten ambiental

ALTIERI M Agroecologia bases cientiacuteficas para uma agricultura sustentaacutevelGuaiacuteba Agropecuaacuteria 2002 592 p

ANTONIOLLI Z I GIRACCA E M N CARDOSO S J T WIETHAN M M S FERRI M Iniciaccedilatildeo agrave Minhocultura Criaccedilatildeo em Cativeiro e Vermicompostagem Santa Maria UFSM 1996 p59-89

BAYER C MIELNICZUC J Dinacircmica e funccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica In SANTOS G de A S e CAMARGO F A de O (ed) Fundamentos da mateacuteria orgacircnica do solo ecossistemas tropicais e subtropicais Porto Alegre Genesis 1999 p 3-23

BARRETTO D X Composto Orgacircnico In Praacutetica em Agricultura Orgacircnica Satildeo Paulo iacutecone Ed Ltda 1985 p 51-63

BETTIOL W Alguns produtos alternativos para o controle de doenccedilas de plantasem agricultura orgacircnica II Ciclo de palestras sobre agricultura orgacircnica Instituto Bioloacutegico Satildeo Paulo p52-63 1997

41

BETTIOL W TRACH R GALVAtildeO JAH Controle de doenccedilas de plantas com biofertilizantes Jaguariuacutena EMBRAPA-CNPMA 1997 22p (EMBRAPA- CNPMA Circular Teacutecnica 02)

BRADY N C Natureza e propriedades dos sotos Rio de Janeiro Freitas BastosS A 1979 647p

BRADY N C Organisms and ecology of the soil In The nature of properties of soils Simon amp Schuster A Viacon Company New Jersey1999 402-489p

BON1LLA J A Fundamentos da Agricultura Ecoloacutegica Sobrevivecircncia eQualidade de Vida Satildeo Paulo Nobel 1992

BUREacuteS S Substratos Ediciones Agroteacutecnicas S L Madrid Octubre 1997

BUS1NELLI M Chemical Composition and Enzymic Activity of some Worm Cast Plant Soil v 80 p 1-2 1990

CALEGARI A Espeacutecies para cobertura de solo In IAPAR (Instituto Agronocircmico de Paranaacute) Plantio Direto pequena propriedade sustentaacutevel organizador Moacir Darolt Londrina - PR 1998 65-93

CAMARGO P N D Manual de Adubaccedilatildeo Foliar Satildeo Paulo Herba 1975

CAPRA F A Teia da Vida Satildeo Paulo Cultrix 1997 256p

CAPRA F O Ponto de Mutaccedilatildeo 22 ed Satildeo Paulo Cultrix 2001 447p

CHABOUSSOU F Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da Trofobiose) Porto Alegre LPM 1987 253 p

CLARO S A Referencias tecnoloacutegicos para a agricultura familiar ecoloacutegica aexperiecircncia da Regiatildeo Centro-Serra do Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS-ASCAR 2001 250p

CLIVELA G Diagnoacutestico Agronocircmico da cebola no Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS 1995 8 6 p

COMISSAtildeO DE FERTILIDADE DO SOLO - RSSC Recomendaccedilotildees de adubaccedilatildeo e calagem para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina 3 ed Passo Fundo SBCS - Nuacutecleo Regional Sul 1995 223p

COMPAGNONI L PUTZOLU G Cria moderna de Ias lombrices y utilizacioacutenrentable dei humus Barcelona Editorial de Vecchi- SA 1985127p

COSTABEBER J A MOYANO E Transiccedilatildeo agroecoloacutegica e accedilatildeo social coletiva Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v l n4 p 50- 60 outdez 2 0 0 0

42

COSTA M B B da Adubaccedilatildeo orgacircnica Nova siacutentese e novo caminho para aagricultura Satildeo Paulo Ed iacutecone Ltda 1985 102p

COSTA NETO C Agricultura Sustentaacutevel Tecnologias e Sociedade In CARVALHO COSTA LF et al (org) Mundo Rural e Tempo Presente Rio de Janeiro Mauad 1999

DrsquoAG0ST1NI R L FANTINI A C Produccedilatildeo orgacircnica tambeacutem socialmente excludente Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v3 n l p57-61 2002

DALPONTE J C V Utilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos e fertilizante mineral na produccedilatildeo e qualidade de mudas e bulbos de cebola (Alliurn Cepa L) Pelotas-RS 1990 (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1990

DEBARBA J F THOMAZELLI L F GANDIN C L SILVA E Cadeias produtivas do Estado de Santa Catarina Cebola Florianoacutepolis Epagri 1998 115 p (EPAGRI Boletim Teacutecnico 96)

DUFOUR F Os saacutebios loucos do agro-alimentar Le Monde Diplomatique ano 1 n4 p6-7 1999 (ed portuguesa)

EHLERS E Agricultura Sustetaacutevel Origem e perspectivas de um novo paradigma 2 ed Guaiacuteba Agropecuaacuteria 1999 157 p

FILGUEIRA F A R Novo Manual de olericultura agrotecnologia moderna na produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 2000 402 p

FRASER G K Mateacuteria Orgacircnica Del Suelo In BEAR F E (ed) Quiacutemica dei Suelo Madrid Ed Agrociencia 1963

FOLLET R H MURPHY L S DONAHUE R L Fertilizers and soil amendments New Jersey Printice-Hall Inc 1981 557p

GARCIA A Revista dei Espacio Rural Georgica Zaragoza Escuela Politeacutecnica de Huesca n5 1997

GARCIA A Versatildeo preliminar de um Programa Estadual de Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Bulbos e Sementes de CebolaEMBRAPAIPAGROMARAEMATER 6 8 pbdquo 1990 (Publicaccedilatildeo avulsa)

GIORGETT1 J R Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Mudas de Tomate In Encontro Nacional de Produccedilatildeo e Abastecimento de Tomate 2 1991 Jaboticabal Satildeo Paulo Anais Jaboticabal UNESP 1991 p 242-244

GLIESSMAN S R Agroecologia Processos ecoloacutegicos em agricultura sustentaacutevelPorto Alegre Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS 2000 653p

43

GLIESSMAN S R TURRIALBA C R Agroecologia Procesos Ecoloacutegicos en Agricultura Sostenible CATIE 2002 p 3-14

GNOATTO S C Caracterizaccedilatildeo quiacutemica de vermicompostos de diferentes substratos orgacircnicos Pelotas-RS 1999 38 f (Mestrado em Agronomia - Solos) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

GOMES J C C BORBA M F S A moderna crise dos alimentos oportunidade para a agricultura familiar Emater Porto Alegre julset 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwematertchebrdocsagroecorevistan313-artigo3htmgtAcesso em 24 fev 2002

GOMEZ H W Desenvolvimento sustentaacutevel agriacutecola e capitalismo In Desenvolvimento sustentaacutevel Necessidade eou disponibilidade Santa Cruz do Sul Nobel - UNISC 1997 p 65-77

GONZAacuteLEZ DE MOLINA M SEVILLA GUZMAacuteN E Ecologia campesinado e historia Para una reinterpretacioacuten dei desarrollo dei capitalismo en la agricultura In SEVILLA GUZMAacuteN E GONZAacuteLEZ DE MOLINA M (ed) Ecologia campesinado e historia Madrid La Piqueta 1993 p 23-129

GRIFFITH S A SCHNITZER M Analytical characteristic of humic and fulvic acids extracted from tropical volcanic soils Soil Sei Soc Am Proc v 39 p361-367 1975

GUIMARAtildeES E Caracterizaccedilatildeo quiacutemica estreptoscoacutepica e por anaacutelise teacutermica de aacutecidos huacutemicos e vermicompostos obtidos de estercos de diferentes animaisCuritiba 1997 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Quiacutemica) Universidade Federal do Paranaacute 1997

HESS A F Sociedade e meio ambiente uma relaccedilatildeo ambiacutegua Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v 4 n2 p 167-1741999

ICEPA-SC Informes conjunturais sobre a cultura da cebola Disponiacutevel em lthttpwwwicepa combrgt Acesso em 23 jan 2003

JONES H A MANN L K Onions and their allies New York Interscience Publishers 1962 286 p

JUacuteNIOR H A de MAIORANO J A Receitas obtidas de extratos de plantasCampinas CATITerra Viva [199-] 10 f

KHATOUNIAN C A Ciclo de Palestras sobre Agricultura Orgacircnica 2a Ed SatildeoPaulo Fund Cargill 1997 149 p

KIEHL E J Fertilizantes Orgacircnicos Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1985 492p

44

KOEFF H H PETTERSSON B D SHAUMANN W Vida Vegetal solos e adubaccedilatildeo In Agricultura Biodinacircmica Satildeo Paulo Nobel 1983 p92-149

KONONOVA M M Soil organic matter The importance o f organic matter in soil formation and soil fertility New York Pergamqn Press 1961 p 165-200

KUHN T A Estrutura das Revoluccedilotildees Cientiacuteficas Satildeo Paulo Perspectiva 1989 257p

LANNA FCA ABREU C L ABREU J G SILVA V Resposta de cultivares de melancia cultivadas sob adubaccedilatildeo quiacutemica e orgacircnica Horticultura v 12 n l p85 1994

LEFF H Saber Ambiental Petroacutepolis Vozes 2001 343 p

MAGALHAtildeES J R Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo da cebola In FERREIRA M E CASSTELLANE P D CRUZ M C P Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo de hortaliccedilasPiracicaba POTAFOS 1993 p 381-393

MALAVOLTA E Elementos de nutriccedilatildeo mineral de plantas Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1980 251 p

MALAVOLTA E Manual de Quiacutemica Agriacutecola - Adubos e Adubaccedilatildeo 3a ed SatildeoPaulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1981 606 p

MARTINEZ A A A grande e Poderosa Minhoca Jaboticabal Funep - Unesp1990 101 p

MARTINS S R Desenvolvimento e Sustentabilidade Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v20 n2 julho 2002 Palestra apresentada no 42deg Congresso Brasileiro de Olericultura

MARTINS S R Limites Del Desarrollo Sostenible em Ameacuterica Latina En el marco de Ias poliacuteticas de (re)ajuste econocircmico Pelotas Editora UFPel 1997 135 P-

MARTINS S R Sustentabilidade na agricultura dimensotildees econocircmicas sociais e ambientais Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v4 n 2 p 175-1871999

MATURANA H REZEPKA S N D E Formaccedilatildeo Humana e Capacitaccedilatildeo Rio de Janneiro Vozes 2000 8 6 p

MELLO A F SOBRINHO M O ARZOLLA S SILVEIRA R NETTO A C KIEHL J C Fertilidade do Solo Satildeo Paulo Nobel 1983

MENEZES JUacuteNIOR F O G D Caracterizaccedilatildeo de Diferentes substratos hortiacutecolas e seu efeito na produccedilatildeo de mudas de alface e couve-flor em ambiente protegido Pelotas 1998 141 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1998

45

MIBASA Mineraccedilatildeo Barreto SA Melhorador de Solos MB4 A Natureza Agradece Arapiraca-AL [199-] Folder

MINAMI K Os resumos da olericultura 2000 In AZEVEDO FILHO MARTINEZ FILHO (ed) Preccedilos agriacutecolas Piracicaba ESALQ 1999 p 4

MINAMI K Produccedilatildeo de Mudas de Alta Qualidade em Horticultura Satildeo Paulo TA Queiroz 1995

MORSELLI T B G A Cultivo sucessivo de alface sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegidoPelotas 2001 178 p Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2001

MORSELLI T B G A Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Poliacutegrafo da Disciplina de Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia-Produccedilatildeo Vegetal UFPel 2002

MULLER AM Efeitos da Aplicaccedilatildeo Foliar de um Biofertilizante Enriquecido no Estado fitossanitaacuterio de Tomate Ervilha e Beterraba Sob Manejo OrgacircnicoDissertaccedilatildeo (Mestrado no Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agroecossistemas)1999 (Resumo)

NOLLA D Erosatildeo do Solo - O grande desafio Estado do Rio Grande do Sul SEAGRI desenvolvimento de recursos naturais renovaacuteveis 1982 412 p

PAGLIA AG MORSELLI TBGA PEIL RMN Teores de nutrientes pH e condutividade eleacutetrica da aacutegua em sistema ldquofloat^ngrdquo sob adiccedilatildeo de biofertilizantes Horticultura Brasileira v 20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PAULUS G MULLER A BARCELLOS LAR Agroecologia aplicada praticas e meacutetodos para uma agricultura de base ecoloacutegica 2ed ver ampl Porto Alegre EMATERRS 2001 8 6 p

PEIXOTO R T dos G Composto orgacircnico aplicaccedilotildees benefiacutecios e restriccedilotildees de uso Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 18 p 56-64 julho 2000

PENTEADO SR Defensivos Alternativos e Naturais Satildeo Paulo 1999 95 p

PEREIRA AJ SOUZA RJ PEREIRA WR Efeito de diferentes doses de esterco de galinha e de curral sobre a produccedilatildeo de cebola Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PINHEIRO S BARRETO SB MB-4 agricultura sustentaacutevel trofobiose e biofertilizantes Fundaccedilatildeo Juquira CandiruMibasa 2000 273 p

PRIMAVESI A Agricultura Sustentaacutevel Satildeo Paulo Nobel 1992 142 p

PRIMAVESI A O manejo ecoloacutegico do solo Agricultura em regiotildees tropicais SatildeoPaulo Nobel 1982 541 p

46

PURCINO A A C ldquoNitrogecircniordquo Informe Agropecuaacuterio Belo Horizonte v7 n81 p 16-27 1981

QUIJANO F G Efeito da adubaccedilatildeo orgacircnica no desenvolvimento de duas cultivares de alface em ambiente protegido Pelotas 1999 116f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

RODRIGUES A N N Efeitos e residuais de superfosfato triplo sobre o rendimento de mateacuteria seca e absorccedilatildeo de foacutesforo pela aveia (Avena strigosa Schob) em solo Podzoacutelico Vermelho Escuro Porto Alegre 1984 59f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia UFRGS 1984

RODRIGUES E T CASALI V W D Respostas da alface agrave adubaccedilatildeo orgacircnica II Teores conteuacutedos e utilizaccedilatildeo de macronutrientes em cultivares Rev Ceres Viccedilosa v 45 n 261 p 437-449 1998

SAMINEcircS T C O Produccedilatildeo orgacircnica de alimentos Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 17 n3 novembro 1999

SCHIEDECK G Ambiecircncia e resposta agronocircmica de meloeiro (Cucumis melo L) cultivado sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegido Pelotas lOOp Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2002

SILVA JUacuteNIOR A A GIORGI E Substratos alternativos para a produccedilatildeo de mudas de tomate Agropecuaacuteria Catarinense Florianoacutepolis EPAGRI 1992 23 p

SILVA JUacuteNIOR A A MACEDO S G STUKER H Utilizaccedilatildeo de esterco de peru na produccedilatildeo de mudas de tomateiro Florianoacutepolis EPAGRI 1995 28 p (Boletim Teacutecnico 73)

TAGLIARI PS GRASSMANN H Minhoca a grande aliada da agricultura Agropecuaacuteria Catarinense v8 n l p 11-14 mar 1995

TEDESCO M J GIANELLO C Anaacutelises de solo plantas e outros materiais Porto Alegre Faculdade de Agronomia Departamento de Solos Universidade Federal do Rio Grande do Sul RS 1996

TENNANT D A Test of modified line intersect method of estimating root lenght Journal Ecology Oxford v 63 p 995-1001 1975

TIBAU A O Mateacuteria Orgacircnica do Solo Mateacuteria Orgacircnica e Fertilidade do SoloSatildeo Paulo Nobel 1984 p49-182

TIMM P J Anaacutelise comparativa dos sistemas de plantio convencional e cultivo miacutenimo de cebola sob adubaccedilatildeo orgacircnica e mineral Pelotas 2000 79 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2000

47

VALENZUELA HR CROSBY C Effect of compost applications on the yield of several vegetables in long-term organic farming experiments conduced in the tropics American Society Horticultural Science v33 n3 june 1998

VIGLIZZO E (ed) Subprograma Recursos Naturais y Sostenibilidad Agriacutecola documento marco Montevideo IICAPROCISUR 1995 p 75 - 78

WE1D J M TARDIN J M Proposta para a Ampliaccedilatildeo do Trabalho da ASPTA no Centro Sul do Paranaacute ASPTA Disponiacutevel em http wwwpronafgovbrEncontrotestosAS20PTA20Sul20ParanE1205 202002doc Acesso em 05 mai 2002

XAVIER SIMOacuteN F DOMINGUES D G Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel uma perspectiva agroecoloacutegica Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre EM ATERRS v2 n2 p 17-26 2001

ZABALETA J P Diagnoacutestico da Agricultura Familiar em Satildeo Joseacute do Norte - RSPelotas EMBRAPA-CPACT 1998 75 p (EMBRAPA-CPACT Documentos 44)

ZONTA E P MACHADO A A SILVEIRA P Sanest Sistema de anaacutelise estatiacutestica para microcomputadores Registrado na Secretaria Especial de Informaacutetica sob nuacutemero 066060 - categoria A Pelotas-RS Universidade Federal de Pelotas 1984

48

7 APEcircNDICE

APEcircNDICE A - Anaacutelise da adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes utilizados na produccedilatildeo de mudas de cebola

TABELA 1 A Anaacutelise baacutesica do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo miuacutedo + papua

Arg

pH IND

SMP

MO

P - n r - Na Al Ca__10Omlmdash

Mg

ppm -

6 53 67 089 8 6 27 1 04 05 0 2

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 2A Anaacutelise complementar do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo-miuacutedo + papua

Cobre Zinco Manganecircs Ferro

(m v1)

04 05 26 007

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

49

TABELA 3A Anaacutelise dos fertilizantes soacutelidos

Amostra pH limidade CN

C N P K Ca Mg

- g-ivg --

Cama de 849 2491 12 31042 2479 3888 3405 29875 463

aves

Esterco 74 3594 11 677 590 157 134 335 214

de curral

Huacutemus 684 5738 14 15965 1098 453 745 743 361

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 4A Anaacutelise quiacutemica dos biofertilizantes liacutequidos

Amostra N P K_ccedil H

Ca Mg Cu Zn Fe Mn

mdashgL bull

S Magro

m b 4

Urina

053

1652

8 2 2

008

395

0 0 0

149

1674

471

1902

6872

0 0 0

1150

4507

1172

7273

42

033

101389

920

0 0 0

6250

19458

781

35273

1123

0 2 1

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

50

APEcircNDICE B - Condiccedilotildees climaacuteticas do local

TABELA 1B Condiccedilotildees de temperatura do local

___________ __________TEMPERATURA (degCgt

meses Meacutedia

Maacutexima

Meacutedia

MiacutenimaMeacutedia

Maacutexima

Absoluta

Miacutenima

Absoluta

Junho 225 87 156 320 25

Julho 225 85 155 285 30

Agosto 251 71 161 360 1 0

Fonte FEPAGROSCT 2002

TABELA 2B Condiccedilotildees de chuva do local

mdash CHUVA (mm)mdash

meses Ocorrida Normal Desvio Da Normal

Junho 1080 1 1 0 -2 0

Julho 1062 98 8 2

Agosto 1283 1 2 0 83

Fonte FEPAGROSCT 2002

51

TABELA 1C Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

APEcircNDICE C - Anaacutelise estatiacutestica da parte aeacuterea

Causas G1 FFPA FSPA AP DC

da variaccedilatildeo --------- Quadrados meacutedios-

Blocos 3

Ad Base 2 175359071 1287102 2547419 1 11775

Biofertilizantes 2 126876 29011 87669ns 02185ns

Ad x Biofert 4 572378 31123 69106ns 04159

Resiacuteduo 24 34456 03048 27169 00290

Total 35

Meacutedia geral 93745 8772 320388 6741

CV 1980 6294 5145 2530

Significativo a 5ns Natildeo significativo

52

TABELA 1D Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade

de raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

APEcircNDICE D - Anaacutelise estatiacutestica da raiz

Causas G1 FFR FSR CR RPASR DR

da variaccedilatildeo Quadrados meacutedios---------------

Blocos 3

Ad Base 2 27874 551 623 2 1 0 140

Biofertilizantes 2 178 0 1 0 ni 1504 l03ns 038ns

Ad x Biofert 4 190 058 318 294 183

Resiacuteduo 24 005 009 028 023 0 2 1

Total 35

Meacutedia geral 1818 228 184 387 333

C V 134 1356 448 1253 1396

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

53

APEcircNDICE E - Anaacutelise estatiacutestica dos macronutrientes da parte aeacuterea da cebola

TABELA 1E Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mud^s de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

Causas G1 bull N P K Ca Mg

da variaccedilatildeo

Blocos 3

Ad Base 2 13550306 446627 25509686 1031806 59007

Biofertilizantes 2 180610ns 16564 68153ns 39006 876ns

Ad x Biofert 4 454187 45743 1047539 46950 2464

Resiacuteduo 24 29769 1453 64313 3741 439

Total 35

Meacutedia geral 24921 4597 33366 6943 1615

C V 692 829 760 880 1297

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

APEcircNDICE F - Fotos do experimento

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob uma perspectiva agroecoloacutegica

APEcircNDICE F a Fotos do experimento

FIGURA 1 Adubaccedilatildeo verde com feijatildeo-miuacutedo e papuatilde utilizadas no manejo do solo

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob urna perspectiva agroecoloacutegica

Page 47: PRODUÇÃO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L.) SOB …orgprints.org/24883/1/Paglia_Produção.pdf · vaca mais calda bordalesa; MB4+U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

38

De acordo com Morselli (2001) vaacuterios trabalhos citam comentam e discutem a

capacidade dos vermicompostos em proporcionar oacutetimas colheitas e favorecer a

precocidade das plantas cultivadas Poreacutem muitas vezes se observa que mesmo

suprindo essas plantas com nutrientes necessaacuterios atraveacutes de huacutemus de diferentes fontes

as respostas natildeo satildeo as mesmas para uma mesma cultivar

Por outro lado os resultados com o uso de substacircncias huacutemicas satildeo variaacuteveis e

dependem aleacutem da espeacutecie testada das substacircncias huacutemicas utilizadas sua

concentraccedilatildeo o grau de purificaccedilatildeo e das condiccedilotildees experimentais A resposta das

plantas aos aacutecidos huacutemicos e fuacutelvicos eacute dependente da mateacuteria prima original e da

espeacutecie vegetal pois materiais orgacircnicos diferentes apresentam aacutecidos huacutemicos e

fuacutelvicos diferentes (Businelli 1990)

Justificam-se os maiores conteuacutedos de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio e caacutelcio nas

adubaccedilotildees 15 VB (45 t ha 1 de vermicomposto) e biofertilizantes devido

provavelmente ao vermicomposto utilizado apresentar na sua constituiccedilatildeo teores

consideraacuteveis destes elementos aleacutem do que os biofertilizantes possam ter influenciado

na absorccedilatildeo atraveacutes de sua constituiccedilatildeo Tibau (1984) considera que a urina de vaca eacute

rica em aacutecido indol-aceacutetico e este influencia na absorccedilatildeo radicular O efeito positivo

deste tratamento provavelmente seja devido agrave quantidade aplicada

O biofertilizante que se destacou foi o MB4+U+CB em relaccedilatildeo ao EC (esterco de

curral) e eacute somente para a variaacutevel caacutelcio Isto provavelmente seja devido ao alto teor

deste elemento encontrado na sua constituiccedilatildeo (6872 g Kg1) e pela influecircncia positiva

que a calda bordalesa exerce no metabolismo das plantas atraveacutes dos nutrientes

contidos em sua formulaccedilatildeo O Ca controla a absorccedilatildeo radicular e retorna ao solo pelo

esterco e palhas por apresentar-se em maior quantidade em folhas e caules Depois de

localizado nas folhas fica imoacutevel favorecendo a resistecircncia da planta ao ataque de

fungos

Este trabalho avanccedila no estudo da agroecologia estando claro que todos os

criteacuterios tem caraacuteter dinacircmico de adequaccedilatildeo as mudanccedilas de um sistema de produccedilatildeo

em evoluccedilatildeo contribuindo na transiccedilatildeo para um padratildeo sustentaacutevel Cabe a pesquisa a

reorientaccedilatildeo para um enfoque ldquosistecircmicordquo isto eacute que permita integrar os diversos

componentes de um agroecossistema e a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas que promovam 0

fortalecimento e a expansatildeo da agricultura familiar

39

5 CONCLUSOtildeES

Considerando os resultados obtidos e as condiccedilotildees em que o estudo foi realizado

conclui-se que

bull As respostas agronocircmicas das mudas de cebola para os paracircmetros avaliados

satildeo mais satisfatoacuterias com a aplicaccedilatildeo de esterco de curral como adubaccedilatildeo de

base

bull Os biofertilizantes mais urina de vaca e calda bordalesa proporcionam

respostas satisfatoacuterias quando aplicados associados agraves adubaccedilotildees de base

bull O biofertilizante MB4 mais urina de vaca e calda bordalesa eacute mais eficiente

que o super magro mais urina e calda bordalesa quando aplicado associado agrave

adubaccedilatildeo de base esterco de curral para os conteuacutedos de fitomassa secae

fresca da parte aeacuterea das plantas altura e diacircmetro de colo das mudas de

cebola

bull Os biofertilizantes adicionados agrave adubaccedilatildeo de base 45 t harsquo 1 de vermicomposto

bovino mostram respostas significativas para os conteuacutedos de fitomassa seca

bull Os maiores conteuacutedos nutricionais para as mudas de cebola satildeo

proporcionados pela adubaccedilatildeo de base esterco de curral

bull A maior absorccedilatildeo de caacutelcio pelas mudas de cebola ocorre quando da adiccedilatildeo do

biofertilizante MB4 mais urina e calda bordalesa agrave adubaccedilatildeo de base esterco de

curral

40

6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ALDRIGHI CB ABREU CM PAGLIA AG MORSELLI TBGA FERNANDES HS Efeito da aplicaccedilatildeo de biofertilizante e urina de vaca em mudas de tomateiro Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

ALTIERI M NICHOLLS C I Agroecologia Teoria praacutectica para umaAgricultura Sustentable Ia ed PNUMA 2000 Cap 2 4 Seacuterie textos baacutesicos para la formacioacuten ambiental

ALTIERI M Agroecologia bases cientiacuteficas para uma agricultura sustentaacutevelGuaiacuteba Agropecuaacuteria 2002 592 p

ANTONIOLLI Z I GIRACCA E M N CARDOSO S J T WIETHAN M M S FERRI M Iniciaccedilatildeo agrave Minhocultura Criaccedilatildeo em Cativeiro e Vermicompostagem Santa Maria UFSM 1996 p59-89

BAYER C MIELNICZUC J Dinacircmica e funccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica In SANTOS G de A S e CAMARGO F A de O (ed) Fundamentos da mateacuteria orgacircnica do solo ecossistemas tropicais e subtropicais Porto Alegre Genesis 1999 p 3-23

BARRETTO D X Composto Orgacircnico In Praacutetica em Agricultura Orgacircnica Satildeo Paulo iacutecone Ed Ltda 1985 p 51-63

BETTIOL W Alguns produtos alternativos para o controle de doenccedilas de plantasem agricultura orgacircnica II Ciclo de palestras sobre agricultura orgacircnica Instituto Bioloacutegico Satildeo Paulo p52-63 1997

41

BETTIOL W TRACH R GALVAtildeO JAH Controle de doenccedilas de plantas com biofertilizantes Jaguariuacutena EMBRAPA-CNPMA 1997 22p (EMBRAPA- CNPMA Circular Teacutecnica 02)

BRADY N C Natureza e propriedades dos sotos Rio de Janeiro Freitas BastosS A 1979 647p

BRADY N C Organisms and ecology of the soil In The nature of properties of soils Simon amp Schuster A Viacon Company New Jersey1999 402-489p

BON1LLA J A Fundamentos da Agricultura Ecoloacutegica Sobrevivecircncia eQualidade de Vida Satildeo Paulo Nobel 1992

BUREacuteS S Substratos Ediciones Agroteacutecnicas S L Madrid Octubre 1997

BUS1NELLI M Chemical Composition and Enzymic Activity of some Worm Cast Plant Soil v 80 p 1-2 1990

CALEGARI A Espeacutecies para cobertura de solo In IAPAR (Instituto Agronocircmico de Paranaacute) Plantio Direto pequena propriedade sustentaacutevel organizador Moacir Darolt Londrina - PR 1998 65-93

CAMARGO P N D Manual de Adubaccedilatildeo Foliar Satildeo Paulo Herba 1975

CAPRA F A Teia da Vida Satildeo Paulo Cultrix 1997 256p

CAPRA F O Ponto de Mutaccedilatildeo 22 ed Satildeo Paulo Cultrix 2001 447p

CHABOUSSOU F Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da Trofobiose) Porto Alegre LPM 1987 253 p

CLARO S A Referencias tecnoloacutegicos para a agricultura familiar ecoloacutegica aexperiecircncia da Regiatildeo Centro-Serra do Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS-ASCAR 2001 250p

CLIVELA G Diagnoacutestico Agronocircmico da cebola no Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS 1995 8 6 p

COMISSAtildeO DE FERTILIDADE DO SOLO - RSSC Recomendaccedilotildees de adubaccedilatildeo e calagem para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina 3 ed Passo Fundo SBCS - Nuacutecleo Regional Sul 1995 223p

COMPAGNONI L PUTZOLU G Cria moderna de Ias lombrices y utilizacioacutenrentable dei humus Barcelona Editorial de Vecchi- SA 1985127p

COSTABEBER J A MOYANO E Transiccedilatildeo agroecoloacutegica e accedilatildeo social coletiva Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v l n4 p 50- 60 outdez 2 0 0 0

42

COSTA M B B da Adubaccedilatildeo orgacircnica Nova siacutentese e novo caminho para aagricultura Satildeo Paulo Ed iacutecone Ltda 1985 102p

COSTA NETO C Agricultura Sustentaacutevel Tecnologias e Sociedade In CARVALHO COSTA LF et al (org) Mundo Rural e Tempo Presente Rio de Janeiro Mauad 1999

DrsquoAG0ST1NI R L FANTINI A C Produccedilatildeo orgacircnica tambeacutem socialmente excludente Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v3 n l p57-61 2002

DALPONTE J C V Utilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos e fertilizante mineral na produccedilatildeo e qualidade de mudas e bulbos de cebola (Alliurn Cepa L) Pelotas-RS 1990 (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1990

DEBARBA J F THOMAZELLI L F GANDIN C L SILVA E Cadeias produtivas do Estado de Santa Catarina Cebola Florianoacutepolis Epagri 1998 115 p (EPAGRI Boletim Teacutecnico 96)

DUFOUR F Os saacutebios loucos do agro-alimentar Le Monde Diplomatique ano 1 n4 p6-7 1999 (ed portuguesa)

EHLERS E Agricultura Sustetaacutevel Origem e perspectivas de um novo paradigma 2 ed Guaiacuteba Agropecuaacuteria 1999 157 p

FILGUEIRA F A R Novo Manual de olericultura agrotecnologia moderna na produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 2000 402 p

FRASER G K Mateacuteria Orgacircnica Del Suelo In BEAR F E (ed) Quiacutemica dei Suelo Madrid Ed Agrociencia 1963

FOLLET R H MURPHY L S DONAHUE R L Fertilizers and soil amendments New Jersey Printice-Hall Inc 1981 557p

GARCIA A Revista dei Espacio Rural Georgica Zaragoza Escuela Politeacutecnica de Huesca n5 1997

GARCIA A Versatildeo preliminar de um Programa Estadual de Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Bulbos e Sementes de CebolaEMBRAPAIPAGROMARAEMATER 6 8 pbdquo 1990 (Publicaccedilatildeo avulsa)

GIORGETT1 J R Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Mudas de Tomate In Encontro Nacional de Produccedilatildeo e Abastecimento de Tomate 2 1991 Jaboticabal Satildeo Paulo Anais Jaboticabal UNESP 1991 p 242-244

GLIESSMAN S R Agroecologia Processos ecoloacutegicos em agricultura sustentaacutevelPorto Alegre Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS 2000 653p

43

GLIESSMAN S R TURRIALBA C R Agroecologia Procesos Ecoloacutegicos en Agricultura Sostenible CATIE 2002 p 3-14

GNOATTO S C Caracterizaccedilatildeo quiacutemica de vermicompostos de diferentes substratos orgacircnicos Pelotas-RS 1999 38 f (Mestrado em Agronomia - Solos) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

GOMES J C C BORBA M F S A moderna crise dos alimentos oportunidade para a agricultura familiar Emater Porto Alegre julset 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwematertchebrdocsagroecorevistan313-artigo3htmgtAcesso em 24 fev 2002

GOMEZ H W Desenvolvimento sustentaacutevel agriacutecola e capitalismo In Desenvolvimento sustentaacutevel Necessidade eou disponibilidade Santa Cruz do Sul Nobel - UNISC 1997 p 65-77

GONZAacuteLEZ DE MOLINA M SEVILLA GUZMAacuteN E Ecologia campesinado e historia Para una reinterpretacioacuten dei desarrollo dei capitalismo en la agricultura In SEVILLA GUZMAacuteN E GONZAacuteLEZ DE MOLINA M (ed) Ecologia campesinado e historia Madrid La Piqueta 1993 p 23-129

GRIFFITH S A SCHNITZER M Analytical characteristic of humic and fulvic acids extracted from tropical volcanic soils Soil Sei Soc Am Proc v 39 p361-367 1975

GUIMARAtildeES E Caracterizaccedilatildeo quiacutemica estreptoscoacutepica e por anaacutelise teacutermica de aacutecidos huacutemicos e vermicompostos obtidos de estercos de diferentes animaisCuritiba 1997 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Quiacutemica) Universidade Federal do Paranaacute 1997

HESS A F Sociedade e meio ambiente uma relaccedilatildeo ambiacutegua Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v 4 n2 p 167-1741999

ICEPA-SC Informes conjunturais sobre a cultura da cebola Disponiacutevel em lthttpwwwicepa combrgt Acesso em 23 jan 2003

JONES H A MANN L K Onions and their allies New York Interscience Publishers 1962 286 p

JUacuteNIOR H A de MAIORANO J A Receitas obtidas de extratos de plantasCampinas CATITerra Viva [199-] 10 f

KHATOUNIAN C A Ciclo de Palestras sobre Agricultura Orgacircnica 2a Ed SatildeoPaulo Fund Cargill 1997 149 p

KIEHL E J Fertilizantes Orgacircnicos Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1985 492p

44

KOEFF H H PETTERSSON B D SHAUMANN W Vida Vegetal solos e adubaccedilatildeo In Agricultura Biodinacircmica Satildeo Paulo Nobel 1983 p92-149

KONONOVA M M Soil organic matter The importance o f organic matter in soil formation and soil fertility New York Pergamqn Press 1961 p 165-200

KUHN T A Estrutura das Revoluccedilotildees Cientiacuteficas Satildeo Paulo Perspectiva 1989 257p

LANNA FCA ABREU C L ABREU J G SILVA V Resposta de cultivares de melancia cultivadas sob adubaccedilatildeo quiacutemica e orgacircnica Horticultura v 12 n l p85 1994

LEFF H Saber Ambiental Petroacutepolis Vozes 2001 343 p

MAGALHAtildeES J R Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo da cebola In FERREIRA M E CASSTELLANE P D CRUZ M C P Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo de hortaliccedilasPiracicaba POTAFOS 1993 p 381-393

MALAVOLTA E Elementos de nutriccedilatildeo mineral de plantas Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1980 251 p

MALAVOLTA E Manual de Quiacutemica Agriacutecola - Adubos e Adubaccedilatildeo 3a ed SatildeoPaulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1981 606 p

MARTINEZ A A A grande e Poderosa Minhoca Jaboticabal Funep - Unesp1990 101 p

MARTINS S R Desenvolvimento e Sustentabilidade Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v20 n2 julho 2002 Palestra apresentada no 42deg Congresso Brasileiro de Olericultura

MARTINS S R Limites Del Desarrollo Sostenible em Ameacuterica Latina En el marco de Ias poliacuteticas de (re)ajuste econocircmico Pelotas Editora UFPel 1997 135 P-

MARTINS S R Sustentabilidade na agricultura dimensotildees econocircmicas sociais e ambientais Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v4 n 2 p 175-1871999

MATURANA H REZEPKA S N D E Formaccedilatildeo Humana e Capacitaccedilatildeo Rio de Janneiro Vozes 2000 8 6 p

MELLO A F SOBRINHO M O ARZOLLA S SILVEIRA R NETTO A C KIEHL J C Fertilidade do Solo Satildeo Paulo Nobel 1983

MENEZES JUacuteNIOR F O G D Caracterizaccedilatildeo de Diferentes substratos hortiacutecolas e seu efeito na produccedilatildeo de mudas de alface e couve-flor em ambiente protegido Pelotas 1998 141 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1998

45

MIBASA Mineraccedilatildeo Barreto SA Melhorador de Solos MB4 A Natureza Agradece Arapiraca-AL [199-] Folder

MINAMI K Os resumos da olericultura 2000 In AZEVEDO FILHO MARTINEZ FILHO (ed) Preccedilos agriacutecolas Piracicaba ESALQ 1999 p 4

MINAMI K Produccedilatildeo de Mudas de Alta Qualidade em Horticultura Satildeo Paulo TA Queiroz 1995

MORSELLI T B G A Cultivo sucessivo de alface sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegidoPelotas 2001 178 p Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2001

MORSELLI T B G A Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Poliacutegrafo da Disciplina de Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia-Produccedilatildeo Vegetal UFPel 2002

MULLER AM Efeitos da Aplicaccedilatildeo Foliar de um Biofertilizante Enriquecido no Estado fitossanitaacuterio de Tomate Ervilha e Beterraba Sob Manejo OrgacircnicoDissertaccedilatildeo (Mestrado no Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agroecossistemas)1999 (Resumo)

NOLLA D Erosatildeo do Solo - O grande desafio Estado do Rio Grande do Sul SEAGRI desenvolvimento de recursos naturais renovaacuteveis 1982 412 p

PAGLIA AG MORSELLI TBGA PEIL RMN Teores de nutrientes pH e condutividade eleacutetrica da aacutegua em sistema ldquofloat^ngrdquo sob adiccedilatildeo de biofertilizantes Horticultura Brasileira v 20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PAULUS G MULLER A BARCELLOS LAR Agroecologia aplicada praticas e meacutetodos para uma agricultura de base ecoloacutegica 2ed ver ampl Porto Alegre EMATERRS 2001 8 6 p

PEIXOTO R T dos G Composto orgacircnico aplicaccedilotildees benefiacutecios e restriccedilotildees de uso Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 18 p 56-64 julho 2000

PENTEADO SR Defensivos Alternativos e Naturais Satildeo Paulo 1999 95 p

PEREIRA AJ SOUZA RJ PEREIRA WR Efeito de diferentes doses de esterco de galinha e de curral sobre a produccedilatildeo de cebola Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PINHEIRO S BARRETO SB MB-4 agricultura sustentaacutevel trofobiose e biofertilizantes Fundaccedilatildeo Juquira CandiruMibasa 2000 273 p

PRIMAVESI A Agricultura Sustentaacutevel Satildeo Paulo Nobel 1992 142 p

PRIMAVESI A O manejo ecoloacutegico do solo Agricultura em regiotildees tropicais SatildeoPaulo Nobel 1982 541 p

46

PURCINO A A C ldquoNitrogecircniordquo Informe Agropecuaacuterio Belo Horizonte v7 n81 p 16-27 1981

QUIJANO F G Efeito da adubaccedilatildeo orgacircnica no desenvolvimento de duas cultivares de alface em ambiente protegido Pelotas 1999 116f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

RODRIGUES A N N Efeitos e residuais de superfosfato triplo sobre o rendimento de mateacuteria seca e absorccedilatildeo de foacutesforo pela aveia (Avena strigosa Schob) em solo Podzoacutelico Vermelho Escuro Porto Alegre 1984 59f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia UFRGS 1984

RODRIGUES E T CASALI V W D Respostas da alface agrave adubaccedilatildeo orgacircnica II Teores conteuacutedos e utilizaccedilatildeo de macronutrientes em cultivares Rev Ceres Viccedilosa v 45 n 261 p 437-449 1998

SAMINEcircS T C O Produccedilatildeo orgacircnica de alimentos Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 17 n3 novembro 1999

SCHIEDECK G Ambiecircncia e resposta agronocircmica de meloeiro (Cucumis melo L) cultivado sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegido Pelotas lOOp Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2002

SILVA JUacuteNIOR A A GIORGI E Substratos alternativos para a produccedilatildeo de mudas de tomate Agropecuaacuteria Catarinense Florianoacutepolis EPAGRI 1992 23 p

SILVA JUacuteNIOR A A MACEDO S G STUKER H Utilizaccedilatildeo de esterco de peru na produccedilatildeo de mudas de tomateiro Florianoacutepolis EPAGRI 1995 28 p (Boletim Teacutecnico 73)

TAGLIARI PS GRASSMANN H Minhoca a grande aliada da agricultura Agropecuaacuteria Catarinense v8 n l p 11-14 mar 1995

TEDESCO M J GIANELLO C Anaacutelises de solo plantas e outros materiais Porto Alegre Faculdade de Agronomia Departamento de Solos Universidade Federal do Rio Grande do Sul RS 1996

TENNANT D A Test of modified line intersect method of estimating root lenght Journal Ecology Oxford v 63 p 995-1001 1975

TIBAU A O Mateacuteria Orgacircnica do Solo Mateacuteria Orgacircnica e Fertilidade do SoloSatildeo Paulo Nobel 1984 p49-182

TIMM P J Anaacutelise comparativa dos sistemas de plantio convencional e cultivo miacutenimo de cebola sob adubaccedilatildeo orgacircnica e mineral Pelotas 2000 79 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2000

47

VALENZUELA HR CROSBY C Effect of compost applications on the yield of several vegetables in long-term organic farming experiments conduced in the tropics American Society Horticultural Science v33 n3 june 1998

VIGLIZZO E (ed) Subprograma Recursos Naturais y Sostenibilidad Agriacutecola documento marco Montevideo IICAPROCISUR 1995 p 75 - 78

WE1D J M TARDIN J M Proposta para a Ampliaccedilatildeo do Trabalho da ASPTA no Centro Sul do Paranaacute ASPTA Disponiacutevel em http wwwpronafgovbrEncontrotestosAS20PTA20Sul20ParanE1205 202002doc Acesso em 05 mai 2002

XAVIER SIMOacuteN F DOMINGUES D G Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel uma perspectiva agroecoloacutegica Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre EM ATERRS v2 n2 p 17-26 2001

ZABALETA J P Diagnoacutestico da Agricultura Familiar em Satildeo Joseacute do Norte - RSPelotas EMBRAPA-CPACT 1998 75 p (EMBRAPA-CPACT Documentos 44)

ZONTA E P MACHADO A A SILVEIRA P Sanest Sistema de anaacutelise estatiacutestica para microcomputadores Registrado na Secretaria Especial de Informaacutetica sob nuacutemero 066060 - categoria A Pelotas-RS Universidade Federal de Pelotas 1984

48

7 APEcircNDICE

APEcircNDICE A - Anaacutelise da adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes utilizados na produccedilatildeo de mudas de cebola

TABELA 1 A Anaacutelise baacutesica do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo miuacutedo + papua

Arg

pH IND

SMP

MO

P - n r - Na Al Ca__10Omlmdash

Mg

ppm -

6 53 67 089 8 6 27 1 04 05 0 2

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 2A Anaacutelise complementar do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo-miuacutedo + papua

Cobre Zinco Manganecircs Ferro

(m v1)

04 05 26 007

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

49

TABELA 3A Anaacutelise dos fertilizantes soacutelidos

Amostra pH limidade CN

C N P K Ca Mg

- g-ivg --

Cama de 849 2491 12 31042 2479 3888 3405 29875 463

aves

Esterco 74 3594 11 677 590 157 134 335 214

de curral

Huacutemus 684 5738 14 15965 1098 453 745 743 361

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 4A Anaacutelise quiacutemica dos biofertilizantes liacutequidos

Amostra N P K_ccedil H

Ca Mg Cu Zn Fe Mn

mdashgL bull

S Magro

m b 4

Urina

053

1652

8 2 2

008

395

0 0 0

149

1674

471

1902

6872

0 0 0

1150

4507

1172

7273

42

033

101389

920

0 0 0

6250

19458

781

35273

1123

0 2 1

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

50

APEcircNDICE B - Condiccedilotildees climaacuteticas do local

TABELA 1B Condiccedilotildees de temperatura do local

___________ __________TEMPERATURA (degCgt

meses Meacutedia

Maacutexima

Meacutedia

MiacutenimaMeacutedia

Maacutexima

Absoluta

Miacutenima

Absoluta

Junho 225 87 156 320 25

Julho 225 85 155 285 30

Agosto 251 71 161 360 1 0

Fonte FEPAGROSCT 2002

TABELA 2B Condiccedilotildees de chuva do local

mdash CHUVA (mm)mdash

meses Ocorrida Normal Desvio Da Normal

Junho 1080 1 1 0 -2 0

Julho 1062 98 8 2

Agosto 1283 1 2 0 83

Fonte FEPAGROSCT 2002

51

TABELA 1C Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

APEcircNDICE C - Anaacutelise estatiacutestica da parte aeacuterea

Causas G1 FFPA FSPA AP DC

da variaccedilatildeo --------- Quadrados meacutedios-

Blocos 3

Ad Base 2 175359071 1287102 2547419 1 11775

Biofertilizantes 2 126876 29011 87669ns 02185ns

Ad x Biofert 4 572378 31123 69106ns 04159

Resiacuteduo 24 34456 03048 27169 00290

Total 35

Meacutedia geral 93745 8772 320388 6741

CV 1980 6294 5145 2530

Significativo a 5ns Natildeo significativo

52

TABELA 1D Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade

de raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

APEcircNDICE D - Anaacutelise estatiacutestica da raiz

Causas G1 FFR FSR CR RPASR DR

da variaccedilatildeo Quadrados meacutedios---------------

Blocos 3

Ad Base 2 27874 551 623 2 1 0 140

Biofertilizantes 2 178 0 1 0 ni 1504 l03ns 038ns

Ad x Biofert 4 190 058 318 294 183

Resiacuteduo 24 005 009 028 023 0 2 1

Total 35

Meacutedia geral 1818 228 184 387 333

C V 134 1356 448 1253 1396

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

53

APEcircNDICE E - Anaacutelise estatiacutestica dos macronutrientes da parte aeacuterea da cebola

TABELA 1E Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mud^s de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

Causas G1 bull N P K Ca Mg

da variaccedilatildeo

Blocos 3

Ad Base 2 13550306 446627 25509686 1031806 59007

Biofertilizantes 2 180610ns 16564 68153ns 39006 876ns

Ad x Biofert 4 454187 45743 1047539 46950 2464

Resiacuteduo 24 29769 1453 64313 3741 439

Total 35

Meacutedia geral 24921 4597 33366 6943 1615

C V 692 829 760 880 1297

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

APEcircNDICE F - Fotos do experimento

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob uma perspectiva agroecoloacutegica

APEcircNDICE F a Fotos do experimento

FIGURA 1 Adubaccedilatildeo verde com feijatildeo-miuacutedo e papuatilde utilizadas no manejo do solo

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob urna perspectiva agroecoloacutegica

Page 48: PRODUÇÃO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L.) SOB …orgprints.org/24883/1/Paglia_Produção.pdf · vaca mais calda bordalesa; MB4+U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

39

5 CONCLUSOtildeES

Considerando os resultados obtidos e as condiccedilotildees em que o estudo foi realizado

conclui-se que

bull As respostas agronocircmicas das mudas de cebola para os paracircmetros avaliados

satildeo mais satisfatoacuterias com a aplicaccedilatildeo de esterco de curral como adubaccedilatildeo de

base

bull Os biofertilizantes mais urina de vaca e calda bordalesa proporcionam

respostas satisfatoacuterias quando aplicados associados agraves adubaccedilotildees de base

bull O biofertilizante MB4 mais urina de vaca e calda bordalesa eacute mais eficiente

que o super magro mais urina e calda bordalesa quando aplicado associado agrave

adubaccedilatildeo de base esterco de curral para os conteuacutedos de fitomassa secae

fresca da parte aeacuterea das plantas altura e diacircmetro de colo das mudas de

cebola

bull Os biofertilizantes adicionados agrave adubaccedilatildeo de base 45 t harsquo 1 de vermicomposto

bovino mostram respostas significativas para os conteuacutedos de fitomassa seca

bull Os maiores conteuacutedos nutricionais para as mudas de cebola satildeo

proporcionados pela adubaccedilatildeo de base esterco de curral

bull A maior absorccedilatildeo de caacutelcio pelas mudas de cebola ocorre quando da adiccedilatildeo do

biofertilizante MB4 mais urina e calda bordalesa agrave adubaccedilatildeo de base esterco de

curral

40

6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ALDRIGHI CB ABREU CM PAGLIA AG MORSELLI TBGA FERNANDES HS Efeito da aplicaccedilatildeo de biofertilizante e urina de vaca em mudas de tomateiro Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

ALTIERI M NICHOLLS C I Agroecologia Teoria praacutectica para umaAgricultura Sustentable Ia ed PNUMA 2000 Cap 2 4 Seacuterie textos baacutesicos para la formacioacuten ambiental

ALTIERI M Agroecologia bases cientiacuteficas para uma agricultura sustentaacutevelGuaiacuteba Agropecuaacuteria 2002 592 p

ANTONIOLLI Z I GIRACCA E M N CARDOSO S J T WIETHAN M M S FERRI M Iniciaccedilatildeo agrave Minhocultura Criaccedilatildeo em Cativeiro e Vermicompostagem Santa Maria UFSM 1996 p59-89

BAYER C MIELNICZUC J Dinacircmica e funccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica In SANTOS G de A S e CAMARGO F A de O (ed) Fundamentos da mateacuteria orgacircnica do solo ecossistemas tropicais e subtropicais Porto Alegre Genesis 1999 p 3-23

BARRETTO D X Composto Orgacircnico In Praacutetica em Agricultura Orgacircnica Satildeo Paulo iacutecone Ed Ltda 1985 p 51-63

BETTIOL W Alguns produtos alternativos para o controle de doenccedilas de plantasem agricultura orgacircnica II Ciclo de palestras sobre agricultura orgacircnica Instituto Bioloacutegico Satildeo Paulo p52-63 1997

41

BETTIOL W TRACH R GALVAtildeO JAH Controle de doenccedilas de plantas com biofertilizantes Jaguariuacutena EMBRAPA-CNPMA 1997 22p (EMBRAPA- CNPMA Circular Teacutecnica 02)

BRADY N C Natureza e propriedades dos sotos Rio de Janeiro Freitas BastosS A 1979 647p

BRADY N C Organisms and ecology of the soil In The nature of properties of soils Simon amp Schuster A Viacon Company New Jersey1999 402-489p

BON1LLA J A Fundamentos da Agricultura Ecoloacutegica Sobrevivecircncia eQualidade de Vida Satildeo Paulo Nobel 1992

BUREacuteS S Substratos Ediciones Agroteacutecnicas S L Madrid Octubre 1997

BUS1NELLI M Chemical Composition and Enzymic Activity of some Worm Cast Plant Soil v 80 p 1-2 1990

CALEGARI A Espeacutecies para cobertura de solo In IAPAR (Instituto Agronocircmico de Paranaacute) Plantio Direto pequena propriedade sustentaacutevel organizador Moacir Darolt Londrina - PR 1998 65-93

CAMARGO P N D Manual de Adubaccedilatildeo Foliar Satildeo Paulo Herba 1975

CAPRA F A Teia da Vida Satildeo Paulo Cultrix 1997 256p

CAPRA F O Ponto de Mutaccedilatildeo 22 ed Satildeo Paulo Cultrix 2001 447p

CHABOUSSOU F Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da Trofobiose) Porto Alegre LPM 1987 253 p

CLARO S A Referencias tecnoloacutegicos para a agricultura familiar ecoloacutegica aexperiecircncia da Regiatildeo Centro-Serra do Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS-ASCAR 2001 250p

CLIVELA G Diagnoacutestico Agronocircmico da cebola no Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS 1995 8 6 p

COMISSAtildeO DE FERTILIDADE DO SOLO - RSSC Recomendaccedilotildees de adubaccedilatildeo e calagem para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina 3 ed Passo Fundo SBCS - Nuacutecleo Regional Sul 1995 223p

COMPAGNONI L PUTZOLU G Cria moderna de Ias lombrices y utilizacioacutenrentable dei humus Barcelona Editorial de Vecchi- SA 1985127p

COSTABEBER J A MOYANO E Transiccedilatildeo agroecoloacutegica e accedilatildeo social coletiva Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v l n4 p 50- 60 outdez 2 0 0 0

42

COSTA M B B da Adubaccedilatildeo orgacircnica Nova siacutentese e novo caminho para aagricultura Satildeo Paulo Ed iacutecone Ltda 1985 102p

COSTA NETO C Agricultura Sustentaacutevel Tecnologias e Sociedade In CARVALHO COSTA LF et al (org) Mundo Rural e Tempo Presente Rio de Janeiro Mauad 1999

DrsquoAG0ST1NI R L FANTINI A C Produccedilatildeo orgacircnica tambeacutem socialmente excludente Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v3 n l p57-61 2002

DALPONTE J C V Utilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos e fertilizante mineral na produccedilatildeo e qualidade de mudas e bulbos de cebola (Alliurn Cepa L) Pelotas-RS 1990 (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1990

DEBARBA J F THOMAZELLI L F GANDIN C L SILVA E Cadeias produtivas do Estado de Santa Catarina Cebola Florianoacutepolis Epagri 1998 115 p (EPAGRI Boletim Teacutecnico 96)

DUFOUR F Os saacutebios loucos do agro-alimentar Le Monde Diplomatique ano 1 n4 p6-7 1999 (ed portuguesa)

EHLERS E Agricultura Sustetaacutevel Origem e perspectivas de um novo paradigma 2 ed Guaiacuteba Agropecuaacuteria 1999 157 p

FILGUEIRA F A R Novo Manual de olericultura agrotecnologia moderna na produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 2000 402 p

FRASER G K Mateacuteria Orgacircnica Del Suelo In BEAR F E (ed) Quiacutemica dei Suelo Madrid Ed Agrociencia 1963

FOLLET R H MURPHY L S DONAHUE R L Fertilizers and soil amendments New Jersey Printice-Hall Inc 1981 557p

GARCIA A Revista dei Espacio Rural Georgica Zaragoza Escuela Politeacutecnica de Huesca n5 1997

GARCIA A Versatildeo preliminar de um Programa Estadual de Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Bulbos e Sementes de CebolaEMBRAPAIPAGROMARAEMATER 6 8 pbdquo 1990 (Publicaccedilatildeo avulsa)

GIORGETT1 J R Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Mudas de Tomate In Encontro Nacional de Produccedilatildeo e Abastecimento de Tomate 2 1991 Jaboticabal Satildeo Paulo Anais Jaboticabal UNESP 1991 p 242-244

GLIESSMAN S R Agroecologia Processos ecoloacutegicos em agricultura sustentaacutevelPorto Alegre Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS 2000 653p

43

GLIESSMAN S R TURRIALBA C R Agroecologia Procesos Ecoloacutegicos en Agricultura Sostenible CATIE 2002 p 3-14

GNOATTO S C Caracterizaccedilatildeo quiacutemica de vermicompostos de diferentes substratos orgacircnicos Pelotas-RS 1999 38 f (Mestrado em Agronomia - Solos) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

GOMES J C C BORBA M F S A moderna crise dos alimentos oportunidade para a agricultura familiar Emater Porto Alegre julset 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwematertchebrdocsagroecorevistan313-artigo3htmgtAcesso em 24 fev 2002

GOMEZ H W Desenvolvimento sustentaacutevel agriacutecola e capitalismo In Desenvolvimento sustentaacutevel Necessidade eou disponibilidade Santa Cruz do Sul Nobel - UNISC 1997 p 65-77

GONZAacuteLEZ DE MOLINA M SEVILLA GUZMAacuteN E Ecologia campesinado e historia Para una reinterpretacioacuten dei desarrollo dei capitalismo en la agricultura In SEVILLA GUZMAacuteN E GONZAacuteLEZ DE MOLINA M (ed) Ecologia campesinado e historia Madrid La Piqueta 1993 p 23-129

GRIFFITH S A SCHNITZER M Analytical characteristic of humic and fulvic acids extracted from tropical volcanic soils Soil Sei Soc Am Proc v 39 p361-367 1975

GUIMARAtildeES E Caracterizaccedilatildeo quiacutemica estreptoscoacutepica e por anaacutelise teacutermica de aacutecidos huacutemicos e vermicompostos obtidos de estercos de diferentes animaisCuritiba 1997 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Quiacutemica) Universidade Federal do Paranaacute 1997

HESS A F Sociedade e meio ambiente uma relaccedilatildeo ambiacutegua Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v 4 n2 p 167-1741999

ICEPA-SC Informes conjunturais sobre a cultura da cebola Disponiacutevel em lthttpwwwicepa combrgt Acesso em 23 jan 2003

JONES H A MANN L K Onions and their allies New York Interscience Publishers 1962 286 p

JUacuteNIOR H A de MAIORANO J A Receitas obtidas de extratos de plantasCampinas CATITerra Viva [199-] 10 f

KHATOUNIAN C A Ciclo de Palestras sobre Agricultura Orgacircnica 2a Ed SatildeoPaulo Fund Cargill 1997 149 p

KIEHL E J Fertilizantes Orgacircnicos Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1985 492p

44

KOEFF H H PETTERSSON B D SHAUMANN W Vida Vegetal solos e adubaccedilatildeo In Agricultura Biodinacircmica Satildeo Paulo Nobel 1983 p92-149

KONONOVA M M Soil organic matter The importance o f organic matter in soil formation and soil fertility New York Pergamqn Press 1961 p 165-200

KUHN T A Estrutura das Revoluccedilotildees Cientiacuteficas Satildeo Paulo Perspectiva 1989 257p

LANNA FCA ABREU C L ABREU J G SILVA V Resposta de cultivares de melancia cultivadas sob adubaccedilatildeo quiacutemica e orgacircnica Horticultura v 12 n l p85 1994

LEFF H Saber Ambiental Petroacutepolis Vozes 2001 343 p

MAGALHAtildeES J R Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo da cebola In FERREIRA M E CASSTELLANE P D CRUZ M C P Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo de hortaliccedilasPiracicaba POTAFOS 1993 p 381-393

MALAVOLTA E Elementos de nutriccedilatildeo mineral de plantas Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1980 251 p

MALAVOLTA E Manual de Quiacutemica Agriacutecola - Adubos e Adubaccedilatildeo 3a ed SatildeoPaulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1981 606 p

MARTINEZ A A A grande e Poderosa Minhoca Jaboticabal Funep - Unesp1990 101 p

MARTINS S R Desenvolvimento e Sustentabilidade Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v20 n2 julho 2002 Palestra apresentada no 42deg Congresso Brasileiro de Olericultura

MARTINS S R Limites Del Desarrollo Sostenible em Ameacuterica Latina En el marco de Ias poliacuteticas de (re)ajuste econocircmico Pelotas Editora UFPel 1997 135 P-

MARTINS S R Sustentabilidade na agricultura dimensotildees econocircmicas sociais e ambientais Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v4 n 2 p 175-1871999

MATURANA H REZEPKA S N D E Formaccedilatildeo Humana e Capacitaccedilatildeo Rio de Janneiro Vozes 2000 8 6 p

MELLO A F SOBRINHO M O ARZOLLA S SILVEIRA R NETTO A C KIEHL J C Fertilidade do Solo Satildeo Paulo Nobel 1983

MENEZES JUacuteNIOR F O G D Caracterizaccedilatildeo de Diferentes substratos hortiacutecolas e seu efeito na produccedilatildeo de mudas de alface e couve-flor em ambiente protegido Pelotas 1998 141 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1998

45

MIBASA Mineraccedilatildeo Barreto SA Melhorador de Solos MB4 A Natureza Agradece Arapiraca-AL [199-] Folder

MINAMI K Os resumos da olericultura 2000 In AZEVEDO FILHO MARTINEZ FILHO (ed) Preccedilos agriacutecolas Piracicaba ESALQ 1999 p 4

MINAMI K Produccedilatildeo de Mudas de Alta Qualidade em Horticultura Satildeo Paulo TA Queiroz 1995

MORSELLI T B G A Cultivo sucessivo de alface sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegidoPelotas 2001 178 p Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2001

MORSELLI T B G A Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Poliacutegrafo da Disciplina de Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia-Produccedilatildeo Vegetal UFPel 2002

MULLER AM Efeitos da Aplicaccedilatildeo Foliar de um Biofertilizante Enriquecido no Estado fitossanitaacuterio de Tomate Ervilha e Beterraba Sob Manejo OrgacircnicoDissertaccedilatildeo (Mestrado no Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agroecossistemas)1999 (Resumo)

NOLLA D Erosatildeo do Solo - O grande desafio Estado do Rio Grande do Sul SEAGRI desenvolvimento de recursos naturais renovaacuteveis 1982 412 p

PAGLIA AG MORSELLI TBGA PEIL RMN Teores de nutrientes pH e condutividade eleacutetrica da aacutegua em sistema ldquofloat^ngrdquo sob adiccedilatildeo de biofertilizantes Horticultura Brasileira v 20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PAULUS G MULLER A BARCELLOS LAR Agroecologia aplicada praticas e meacutetodos para uma agricultura de base ecoloacutegica 2ed ver ampl Porto Alegre EMATERRS 2001 8 6 p

PEIXOTO R T dos G Composto orgacircnico aplicaccedilotildees benefiacutecios e restriccedilotildees de uso Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 18 p 56-64 julho 2000

PENTEADO SR Defensivos Alternativos e Naturais Satildeo Paulo 1999 95 p

PEREIRA AJ SOUZA RJ PEREIRA WR Efeito de diferentes doses de esterco de galinha e de curral sobre a produccedilatildeo de cebola Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PINHEIRO S BARRETO SB MB-4 agricultura sustentaacutevel trofobiose e biofertilizantes Fundaccedilatildeo Juquira CandiruMibasa 2000 273 p

PRIMAVESI A Agricultura Sustentaacutevel Satildeo Paulo Nobel 1992 142 p

PRIMAVESI A O manejo ecoloacutegico do solo Agricultura em regiotildees tropicais SatildeoPaulo Nobel 1982 541 p

46

PURCINO A A C ldquoNitrogecircniordquo Informe Agropecuaacuterio Belo Horizonte v7 n81 p 16-27 1981

QUIJANO F G Efeito da adubaccedilatildeo orgacircnica no desenvolvimento de duas cultivares de alface em ambiente protegido Pelotas 1999 116f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

RODRIGUES A N N Efeitos e residuais de superfosfato triplo sobre o rendimento de mateacuteria seca e absorccedilatildeo de foacutesforo pela aveia (Avena strigosa Schob) em solo Podzoacutelico Vermelho Escuro Porto Alegre 1984 59f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia UFRGS 1984

RODRIGUES E T CASALI V W D Respostas da alface agrave adubaccedilatildeo orgacircnica II Teores conteuacutedos e utilizaccedilatildeo de macronutrientes em cultivares Rev Ceres Viccedilosa v 45 n 261 p 437-449 1998

SAMINEcircS T C O Produccedilatildeo orgacircnica de alimentos Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 17 n3 novembro 1999

SCHIEDECK G Ambiecircncia e resposta agronocircmica de meloeiro (Cucumis melo L) cultivado sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegido Pelotas lOOp Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2002

SILVA JUacuteNIOR A A GIORGI E Substratos alternativos para a produccedilatildeo de mudas de tomate Agropecuaacuteria Catarinense Florianoacutepolis EPAGRI 1992 23 p

SILVA JUacuteNIOR A A MACEDO S G STUKER H Utilizaccedilatildeo de esterco de peru na produccedilatildeo de mudas de tomateiro Florianoacutepolis EPAGRI 1995 28 p (Boletim Teacutecnico 73)

TAGLIARI PS GRASSMANN H Minhoca a grande aliada da agricultura Agropecuaacuteria Catarinense v8 n l p 11-14 mar 1995

TEDESCO M J GIANELLO C Anaacutelises de solo plantas e outros materiais Porto Alegre Faculdade de Agronomia Departamento de Solos Universidade Federal do Rio Grande do Sul RS 1996

TENNANT D A Test of modified line intersect method of estimating root lenght Journal Ecology Oxford v 63 p 995-1001 1975

TIBAU A O Mateacuteria Orgacircnica do Solo Mateacuteria Orgacircnica e Fertilidade do SoloSatildeo Paulo Nobel 1984 p49-182

TIMM P J Anaacutelise comparativa dos sistemas de plantio convencional e cultivo miacutenimo de cebola sob adubaccedilatildeo orgacircnica e mineral Pelotas 2000 79 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2000

47

VALENZUELA HR CROSBY C Effect of compost applications on the yield of several vegetables in long-term organic farming experiments conduced in the tropics American Society Horticultural Science v33 n3 june 1998

VIGLIZZO E (ed) Subprograma Recursos Naturais y Sostenibilidad Agriacutecola documento marco Montevideo IICAPROCISUR 1995 p 75 - 78

WE1D J M TARDIN J M Proposta para a Ampliaccedilatildeo do Trabalho da ASPTA no Centro Sul do Paranaacute ASPTA Disponiacutevel em http wwwpronafgovbrEncontrotestosAS20PTA20Sul20ParanE1205 202002doc Acesso em 05 mai 2002

XAVIER SIMOacuteN F DOMINGUES D G Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel uma perspectiva agroecoloacutegica Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre EM ATERRS v2 n2 p 17-26 2001

ZABALETA J P Diagnoacutestico da Agricultura Familiar em Satildeo Joseacute do Norte - RSPelotas EMBRAPA-CPACT 1998 75 p (EMBRAPA-CPACT Documentos 44)

ZONTA E P MACHADO A A SILVEIRA P Sanest Sistema de anaacutelise estatiacutestica para microcomputadores Registrado na Secretaria Especial de Informaacutetica sob nuacutemero 066060 - categoria A Pelotas-RS Universidade Federal de Pelotas 1984

48

7 APEcircNDICE

APEcircNDICE A - Anaacutelise da adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes utilizados na produccedilatildeo de mudas de cebola

TABELA 1 A Anaacutelise baacutesica do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo miuacutedo + papua

Arg

pH IND

SMP

MO

P - n r - Na Al Ca__10Omlmdash

Mg

ppm -

6 53 67 089 8 6 27 1 04 05 0 2

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 2A Anaacutelise complementar do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo-miuacutedo + papua

Cobre Zinco Manganecircs Ferro

(m v1)

04 05 26 007

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

49

TABELA 3A Anaacutelise dos fertilizantes soacutelidos

Amostra pH limidade CN

C N P K Ca Mg

- g-ivg --

Cama de 849 2491 12 31042 2479 3888 3405 29875 463

aves

Esterco 74 3594 11 677 590 157 134 335 214

de curral

Huacutemus 684 5738 14 15965 1098 453 745 743 361

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 4A Anaacutelise quiacutemica dos biofertilizantes liacutequidos

Amostra N P K_ccedil H

Ca Mg Cu Zn Fe Mn

mdashgL bull

S Magro

m b 4

Urina

053

1652

8 2 2

008

395

0 0 0

149

1674

471

1902

6872

0 0 0

1150

4507

1172

7273

42

033

101389

920

0 0 0

6250

19458

781

35273

1123

0 2 1

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

50

APEcircNDICE B - Condiccedilotildees climaacuteticas do local

TABELA 1B Condiccedilotildees de temperatura do local

___________ __________TEMPERATURA (degCgt

meses Meacutedia

Maacutexima

Meacutedia

MiacutenimaMeacutedia

Maacutexima

Absoluta

Miacutenima

Absoluta

Junho 225 87 156 320 25

Julho 225 85 155 285 30

Agosto 251 71 161 360 1 0

Fonte FEPAGROSCT 2002

TABELA 2B Condiccedilotildees de chuva do local

mdash CHUVA (mm)mdash

meses Ocorrida Normal Desvio Da Normal

Junho 1080 1 1 0 -2 0

Julho 1062 98 8 2

Agosto 1283 1 2 0 83

Fonte FEPAGROSCT 2002

51

TABELA 1C Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

APEcircNDICE C - Anaacutelise estatiacutestica da parte aeacuterea

Causas G1 FFPA FSPA AP DC

da variaccedilatildeo --------- Quadrados meacutedios-

Blocos 3

Ad Base 2 175359071 1287102 2547419 1 11775

Biofertilizantes 2 126876 29011 87669ns 02185ns

Ad x Biofert 4 572378 31123 69106ns 04159

Resiacuteduo 24 34456 03048 27169 00290

Total 35

Meacutedia geral 93745 8772 320388 6741

CV 1980 6294 5145 2530

Significativo a 5ns Natildeo significativo

52

TABELA 1D Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade

de raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

APEcircNDICE D - Anaacutelise estatiacutestica da raiz

Causas G1 FFR FSR CR RPASR DR

da variaccedilatildeo Quadrados meacutedios---------------

Blocos 3

Ad Base 2 27874 551 623 2 1 0 140

Biofertilizantes 2 178 0 1 0 ni 1504 l03ns 038ns

Ad x Biofert 4 190 058 318 294 183

Resiacuteduo 24 005 009 028 023 0 2 1

Total 35

Meacutedia geral 1818 228 184 387 333

C V 134 1356 448 1253 1396

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

53

APEcircNDICE E - Anaacutelise estatiacutestica dos macronutrientes da parte aeacuterea da cebola

TABELA 1E Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mud^s de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

Causas G1 bull N P K Ca Mg

da variaccedilatildeo

Blocos 3

Ad Base 2 13550306 446627 25509686 1031806 59007

Biofertilizantes 2 180610ns 16564 68153ns 39006 876ns

Ad x Biofert 4 454187 45743 1047539 46950 2464

Resiacuteduo 24 29769 1453 64313 3741 439

Total 35

Meacutedia geral 24921 4597 33366 6943 1615

C V 692 829 760 880 1297

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

APEcircNDICE F - Fotos do experimento

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob uma perspectiva agroecoloacutegica

APEcircNDICE F a Fotos do experimento

FIGURA 1 Adubaccedilatildeo verde com feijatildeo-miuacutedo e papuatilde utilizadas no manejo do solo

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob urna perspectiva agroecoloacutegica

Page 49: PRODUÇÃO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L.) SOB …orgprints.org/24883/1/Paglia_Produção.pdf · vaca mais calda bordalesa; MB4+U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

40

6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ALDRIGHI CB ABREU CM PAGLIA AG MORSELLI TBGA FERNANDES HS Efeito da aplicaccedilatildeo de biofertilizante e urina de vaca em mudas de tomateiro Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

ALTIERI M NICHOLLS C I Agroecologia Teoria praacutectica para umaAgricultura Sustentable Ia ed PNUMA 2000 Cap 2 4 Seacuterie textos baacutesicos para la formacioacuten ambiental

ALTIERI M Agroecologia bases cientiacuteficas para uma agricultura sustentaacutevelGuaiacuteba Agropecuaacuteria 2002 592 p

ANTONIOLLI Z I GIRACCA E M N CARDOSO S J T WIETHAN M M S FERRI M Iniciaccedilatildeo agrave Minhocultura Criaccedilatildeo em Cativeiro e Vermicompostagem Santa Maria UFSM 1996 p59-89

BAYER C MIELNICZUC J Dinacircmica e funccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica In SANTOS G de A S e CAMARGO F A de O (ed) Fundamentos da mateacuteria orgacircnica do solo ecossistemas tropicais e subtropicais Porto Alegre Genesis 1999 p 3-23

BARRETTO D X Composto Orgacircnico In Praacutetica em Agricultura Orgacircnica Satildeo Paulo iacutecone Ed Ltda 1985 p 51-63

BETTIOL W Alguns produtos alternativos para o controle de doenccedilas de plantasem agricultura orgacircnica II Ciclo de palestras sobre agricultura orgacircnica Instituto Bioloacutegico Satildeo Paulo p52-63 1997

41

BETTIOL W TRACH R GALVAtildeO JAH Controle de doenccedilas de plantas com biofertilizantes Jaguariuacutena EMBRAPA-CNPMA 1997 22p (EMBRAPA- CNPMA Circular Teacutecnica 02)

BRADY N C Natureza e propriedades dos sotos Rio de Janeiro Freitas BastosS A 1979 647p

BRADY N C Organisms and ecology of the soil In The nature of properties of soils Simon amp Schuster A Viacon Company New Jersey1999 402-489p

BON1LLA J A Fundamentos da Agricultura Ecoloacutegica Sobrevivecircncia eQualidade de Vida Satildeo Paulo Nobel 1992

BUREacuteS S Substratos Ediciones Agroteacutecnicas S L Madrid Octubre 1997

BUS1NELLI M Chemical Composition and Enzymic Activity of some Worm Cast Plant Soil v 80 p 1-2 1990

CALEGARI A Espeacutecies para cobertura de solo In IAPAR (Instituto Agronocircmico de Paranaacute) Plantio Direto pequena propriedade sustentaacutevel organizador Moacir Darolt Londrina - PR 1998 65-93

CAMARGO P N D Manual de Adubaccedilatildeo Foliar Satildeo Paulo Herba 1975

CAPRA F A Teia da Vida Satildeo Paulo Cultrix 1997 256p

CAPRA F O Ponto de Mutaccedilatildeo 22 ed Satildeo Paulo Cultrix 2001 447p

CHABOUSSOU F Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da Trofobiose) Porto Alegre LPM 1987 253 p

CLARO S A Referencias tecnoloacutegicos para a agricultura familiar ecoloacutegica aexperiecircncia da Regiatildeo Centro-Serra do Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS-ASCAR 2001 250p

CLIVELA G Diagnoacutestico Agronocircmico da cebola no Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS 1995 8 6 p

COMISSAtildeO DE FERTILIDADE DO SOLO - RSSC Recomendaccedilotildees de adubaccedilatildeo e calagem para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina 3 ed Passo Fundo SBCS - Nuacutecleo Regional Sul 1995 223p

COMPAGNONI L PUTZOLU G Cria moderna de Ias lombrices y utilizacioacutenrentable dei humus Barcelona Editorial de Vecchi- SA 1985127p

COSTABEBER J A MOYANO E Transiccedilatildeo agroecoloacutegica e accedilatildeo social coletiva Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v l n4 p 50- 60 outdez 2 0 0 0

42

COSTA M B B da Adubaccedilatildeo orgacircnica Nova siacutentese e novo caminho para aagricultura Satildeo Paulo Ed iacutecone Ltda 1985 102p

COSTA NETO C Agricultura Sustentaacutevel Tecnologias e Sociedade In CARVALHO COSTA LF et al (org) Mundo Rural e Tempo Presente Rio de Janeiro Mauad 1999

DrsquoAG0ST1NI R L FANTINI A C Produccedilatildeo orgacircnica tambeacutem socialmente excludente Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v3 n l p57-61 2002

DALPONTE J C V Utilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos e fertilizante mineral na produccedilatildeo e qualidade de mudas e bulbos de cebola (Alliurn Cepa L) Pelotas-RS 1990 (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1990

DEBARBA J F THOMAZELLI L F GANDIN C L SILVA E Cadeias produtivas do Estado de Santa Catarina Cebola Florianoacutepolis Epagri 1998 115 p (EPAGRI Boletim Teacutecnico 96)

DUFOUR F Os saacutebios loucos do agro-alimentar Le Monde Diplomatique ano 1 n4 p6-7 1999 (ed portuguesa)

EHLERS E Agricultura Sustetaacutevel Origem e perspectivas de um novo paradigma 2 ed Guaiacuteba Agropecuaacuteria 1999 157 p

FILGUEIRA F A R Novo Manual de olericultura agrotecnologia moderna na produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 2000 402 p

FRASER G K Mateacuteria Orgacircnica Del Suelo In BEAR F E (ed) Quiacutemica dei Suelo Madrid Ed Agrociencia 1963

FOLLET R H MURPHY L S DONAHUE R L Fertilizers and soil amendments New Jersey Printice-Hall Inc 1981 557p

GARCIA A Revista dei Espacio Rural Georgica Zaragoza Escuela Politeacutecnica de Huesca n5 1997

GARCIA A Versatildeo preliminar de um Programa Estadual de Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Bulbos e Sementes de CebolaEMBRAPAIPAGROMARAEMATER 6 8 pbdquo 1990 (Publicaccedilatildeo avulsa)

GIORGETT1 J R Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Mudas de Tomate In Encontro Nacional de Produccedilatildeo e Abastecimento de Tomate 2 1991 Jaboticabal Satildeo Paulo Anais Jaboticabal UNESP 1991 p 242-244

GLIESSMAN S R Agroecologia Processos ecoloacutegicos em agricultura sustentaacutevelPorto Alegre Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS 2000 653p

43

GLIESSMAN S R TURRIALBA C R Agroecologia Procesos Ecoloacutegicos en Agricultura Sostenible CATIE 2002 p 3-14

GNOATTO S C Caracterizaccedilatildeo quiacutemica de vermicompostos de diferentes substratos orgacircnicos Pelotas-RS 1999 38 f (Mestrado em Agronomia - Solos) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

GOMES J C C BORBA M F S A moderna crise dos alimentos oportunidade para a agricultura familiar Emater Porto Alegre julset 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwematertchebrdocsagroecorevistan313-artigo3htmgtAcesso em 24 fev 2002

GOMEZ H W Desenvolvimento sustentaacutevel agriacutecola e capitalismo In Desenvolvimento sustentaacutevel Necessidade eou disponibilidade Santa Cruz do Sul Nobel - UNISC 1997 p 65-77

GONZAacuteLEZ DE MOLINA M SEVILLA GUZMAacuteN E Ecologia campesinado e historia Para una reinterpretacioacuten dei desarrollo dei capitalismo en la agricultura In SEVILLA GUZMAacuteN E GONZAacuteLEZ DE MOLINA M (ed) Ecologia campesinado e historia Madrid La Piqueta 1993 p 23-129

GRIFFITH S A SCHNITZER M Analytical characteristic of humic and fulvic acids extracted from tropical volcanic soils Soil Sei Soc Am Proc v 39 p361-367 1975

GUIMARAtildeES E Caracterizaccedilatildeo quiacutemica estreptoscoacutepica e por anaacutelise teacutermica de aacutecidos huacutemicos e vermicompostos obtidos de estercos de diferentes animaisCuritiba 1997 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Quiacutemica) Universidade Federal do Paranaacute 1997

HESS A F Sociedade e meio ambiente uma relaccedilatildeo ambiacutegua Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v 4 n2 p 167-1741999

ICEPA-SC Informes conjunturais sobre a cultura da cebola Disponiacutevel em lthttpwwwicepa combrgt Acesso em 23 jan 2003

JONES H A MANN L K Onions and their allies New York Interscience Publishers 1962 286 p

JUacuteNIOR H A de MAIORANO J A Receitas obtidas de extratos de plantasCampinas CATITerra Viva [199-] 10 f

KHATOUNIAN C A Ciclo de Palestras sobre Agricultura Orgacircnica 2a Ed SatildeoPaulo Fund Cargill 1997 149 p

KIEHL E J Fertilizantes Orgacircnicos Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1985 492p

44

KOEFF H H PETTERSSON B D SHAUMANN W Vida Vegetal solos e adubaccedilatildeo In Agricultura Biodinacircmica Satildeo Paulo Nobel 1983 p92-149

KONONOVA M M Soil organic matter The importance o f organic matter in soil formation and soil fertility New York Pergamqn Press 1961 p 165-200

KUHN T A Estrutura das Revoluccedilotildees Cientiacuteficas Satildeo Paulo Perspectiva 1989 257p

LANNA FCA ABREU C L ABREU J G SILVA V Resposta de cultivares de melancia cultivadas sob adubaccedilatildeo quiacutemica e orgacircnica Horticultura v 12 n l p85 1994

LEFF H Saber Ambiental Petroacutepolis Vozes 2001 343 p

MAGALHAtildeES J R Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo da cebola In FERREIRA M E CASSTELLANE P D CRUZ M C P Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo de hortaliccedilasPiracicaba POTAFOS 1993 p 381-393

MALAVOLTA E Elementos de nutriccedilatildeo mineral de plantas Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1980 251 p

MALAVOLTA E Manual de Quiacutemica Agriacutecola - Adubos e Adubaccedilatildeo 3a ed SatildeoPaulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1981 606 p

MARTINEZ A A A grande e Poderosa Minhoca Jaboticabal Funep - Unesp1990 101 p

MARTINS S R Desenvolvimento e Sustentabilidade Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v20 n2 julho 2002 Palestra apresentada no 42deg Congresso Brasileiro de Olericultura

MARTINS S R Limites Del Desarrollo Sostenible em Ameacuterica Latina En el marco de Ias poliacuteticas de (re)ajuste econocircmico Pelotas Editora UFPel 1997 135 P-

MARTINS S R Sustentabilidade na agricultura dimensotildees econocircmicas sociais e ambientais Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v4 n 2 p 175-1871999

MATURANA H REZEPKA S N D E Formaccedilatildeo Humana e Capacitaccedilatildeo Rio de Janneiro Vozes 2000 8 6 p

MELLO A F SOBRINHO M O ARZOLLA S SILVEIRA R NETTO A C KIEHL J C Fertilidade do Solo Satildeo Paulo Nobel 1983

MENEZES JUacuteNIOR F O G D Caracterizaccedilatildeo de Diferentes substratos hortiacutecolas e seu efeito na produccedilatildeo de mudas de alface e couve-flor em ambiente protegido Pelotas 1998 141 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1998

45

MIBASA Mineraccedilatildeo Barreto SA Melhorador de Solos MB4 A Natureza Agradece Arapiraca-AL [199-] Folder

MINAMI K Os resumos da olericultura 2000 In AZEVEDO FILHO MARTINEZ FILHO (ed) Preccedilos agriacutecolas Piracicaba ESALQ 1999 p 4

MINAMI K Produccedilatildeo de Mudas de Alta Qualidade em Horticultura Satildeo Paulo TA Queiroz 1995

MORSELLI T B G A Cultivo sucessivo de alface sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegidoPelotas 2001 178 p Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2001

MORSELLI T B G A Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Poliacutegrafo da Disciplina de Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia-Produccedilatildeo Vegetal UFPel 2002

MULLER AM Efeitos da Aplicaccedilatildeo Foliar de um Biofertilizante Enriquecido no Estado fitossanitaacuterio de Tomate Ervilha e Beterraba Sob Manejo OrgacircnicoDissertaccedilatildeo (Mestrado no Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agroecossistemas)1999 (Resumo)

NOLLA D Erosatildeo do Solo - O grande desafio Estado do Rio Grande do Sul SEAGRI desenvolvimento de recursos naturais renovaacuteveis 1982 412 p

PAGLIA AG MORSELLI TBGA PEIL RMN Teores de nutrientes pH e condutividade eleacutetrica da aacutegua em sistema ldquofloat^ngrdquo sob adiccedilatildeo de biofertilizantes Horticultura Brasileira v 20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PAULUS G MULLER A BARCELLOS LAR Agroecologia aplicada praticas e meacutetodos para uma agricultura de base ecoloacutegica 2ed ver ampl Porto Alegre EMATERRS 2001 8 6 p

PEIXOTO R T dos G Composto orgacircnico aplicaccedilotildees benefiacutecios e restriccedilotildees de uso Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 18 p 56-64 julho 2000

PENTEADO SR Defensivos Alternativos e Naturais Satildeo Paulo 1999 95 p

PEREIRA AJ SOUZA RJ PEREIRA WR Efeito de diferentes doses de esterco de galinha e de curral sobre a produccedilatildeo de cebola Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PINHEIRO S BARRETO SB MB-4 agricultura sustentaacutevel trofobiose e biofertilizantes Fundaccedilatildeo Juquira CandiruMibasa 2000 273 p

PRIMAVESI A Agricultura Sustentaacutevel Satildeo Paulo Nobel 1992 142 p

PRIMAVESI A O manejo ecoloacutegico do solo Agricultura em regiotildees tropicais SatildeoPaulo Nobel 1982 541 p

46

PURCINO A A C ldquoNitrogecircniordquo Informe Agropecuaacuterio Belo Horizonte v7 n81 p 16-27 1981

QUIJANO F G Efeito da adubaccedilatildeo orgacircnica no desenvolvimento de duas cultivares de alface em ambiente protegido Pelotas 1999 116f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

RODRIGUES A N N Efeitos e residuais de superfosfato triplo sobre o rendimento de mateacuteria seca e absorccedilatildeo de foacutesforo pela aveia (Avena strigosa Schob) em solo Podzoacutelico Vermelho Escuro Porto Alegre 1984 59f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia UFRGS 1984

RODRIGUES E T CASALI V W D Respostas da alface agrave adubaccedilatildeo orgacircnica II Teores conteuacutedos e utilizaccedilatildeo de macronutrientes em cultivares Rev Ceres Viccedilosa v 45 n 261 p 437-449 1998

SAMINEcircS T C O Produccedilatildeo orgacircnica de alimentos Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 17 n3 novembro 1999

SCHIEDECK G Ambiecircncia e resposta agronocircmica de meloeiro (Cucumis melo L) cultivado sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegido Pelotas lOOp Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2002

SILVA JUacuteNIOR A A GIORGI E Substratos alternativos para a produccedilatildeo de mudas de tomate Agropecuaacuteria Catarinense Florianoacutepolis EPAGRI 1992 23 p

SILVA JUacuteNIOR A A MACEDO S G STUKER H Utilizaccedilatildeo de esterco de peru na produccedilatildeo de mudas de tomateiro Florianoacutepolis EPAGRI 1995 28 p (Boletim Teacutecnico 73)

TAGLIARI PS GRASSMANN H Minhoca a grande aliada da agricultura Agropecuaacuteria Catarinense v8 n l p 11-14 mar 1995

TEDESCO M J GIANELLO C Anaacutelises de solo plantas e outros materiais Porto Alegre Faculdade de Agronomia Departamento de Solos Universidade Federal do Rio Grande do Sul RS 1996

TENNANT D A Test of modified line intersect method of estimating root lenght Journal Ecology Oxford v 63 p 995-1001 1975

TIBAU A O Mateacuteria Orgacircnica do Solo Mateacuteria Orgacircnica e Fertilidade do SoloSatildeo Paulo Nobel 1984 p49-182

TIMM P J Anaacutelise comparativa dos sistemas de plantio convencional e cultivo miacutenimo de cebola sob adubaccedilatildeo orgacircnica e mineral Pelotas 2000 79 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2000

47

VALENZUELA HR CROSBY C Effect of compost applications on the yield of several vegetables in long-term organic farming experiments conduced in the tropics American Society Horticultural Science v33 n3 june 1998

VIGLIZZO E (ed) Subprograma Recursos Naturais y Sostenibilidad Agriacutecola documento marco Montevideo IICAPROCISUR 1995 p 75 - 78

WE1D J M TARDIN J M Proposta para a Ampliaccedilatildeo do Trabalho da ASPTA no Centro Sul do Paranaacute ASPTA Disponiacutevel em http wwwpronafgovbrEncontrotestosAS20PTA20Sul20ParanE1205 202002doc Acesso em 05 mai 2002

XAVIER SIMOacuteN F DOMINGUES D G Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel uma perspectiva agroecoloacutegica Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre EM ATERRS v2 n2 p 17-26 2001

ZABALETA J P Diagnoacutestico da Agricultura Familiar em Satildeo Joseacute do Norte - RSPelotas EMBRAPA-CPACT 1998 75 p (EMBRAPA-CPACT Documentos 44)

ZONTA E P MACHADO A A SILVEIRA P Sanest Sistema de anaacutelise estatiacutestica para microcomputadores Registrado na Secretaria Especial de Informaacutetica sob nuacutemero 066060 - categoria A Pelotas-RS Universidade Federal de Pelotas 1984

48

7 APEcircNDICE

APEcircNDICE A - Anaacutelise da adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes utilizados na produccedilatildeo de mudas de cebola

TABELA 1 A Anaacutelise baacutesica do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo miuacutedo + papua

Arg

pH IND

SMP

MO

P - n r - Na Al Ca__10Omlmdash

Mg

ppm -

6 53 67 089 8 6 27 1 04 05 0 2

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 2A Anaacutelise complementar do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo-miuacutedo + papua

Cobre Zinco Manganecircs Ferro

(m v1)

04 05 26 007

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

49

TABELA 3A Anaacutelise dos fertilizantes soacutelidos

Amostra pH limidade CN

C N P K Ca Mg

- g-ivg --

Cama de 849 2491 12 31042 2479 3888 3405 29875 463

aves

Esterco 74 3594 11 677 590 157 134 335 214

de curral

Huacutemus 684 5738 14 15965 1098 453 745 743 361

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 4A Anaacutelise quiacutemica dos biofertilizantes liacutequidos

Amostra N P K_ccedil H

Ca Mg Cu Zn Fe Mn

mdashgL bull

S Magro

m b 4

Urina

053

1652

8 2 2

008

395

0 0 0

149

1674

471

1902

6872

0 0 0

1150

4507

1172

7273

42

033

101389

920

0 0 0

6250

19458

781

35273

1123

0 2 1

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

50

APEcircNDICE B - Condiccedilotildees climaacuteticas do local

TABELA 1B Condiccedilotildees de temperatura do local

___________ __________TEMPERATURA (degCgt

meses Meacutedia

Maacutexima

Meacutedia

MiacutenimaMeacutedia

Maacutexima

Absoluta

Miacutenima

Absoluta

Junho 225 87 156 320 25

Julho 225 85 155 285 30

Agosto 251 71 161 360 1 0

Fonte FEPAGROSCT 2002

TABELA 2B Condiccedilotildees de chuva do local

mdash CHUVA (mm)mdash

meses Ocorrida Normal Desvio Da Normal

Junho 1080 1 1 0 -2 0

Julho 1062 98 8 2

Agosto 1283 1 2 0 83

Fonte FEPAGROSCT 2002

51

TABELA 1C Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

APEcircNDICE C - Anaacutelise estatiacutestica da parte aeacuterea

Causas G1 FFPA FSPA AP DC

da variaccedilatildeo --------- Quadrados meacutedios-

Blocos 3

Ad Base 2 175359071 1287102 2547419 1 11775

Biofertilizantes 2 126876 29011 87669ns 02185ns

Ad x Biofert 4 572378 31123 69106ns 04159

Resiacuteduo 24 34456 03048 27169 00290

Total 35

Meacutedia geral 93745 8772 320388 6741

CV 1980 6294 5145 2530

Significativo a 5ns Natildeo significativo

52

TABELA 1D Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade

de raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

APEcircNDICE D - Anaacutelise estatiacutestica da raiz

Causas G1 FFR FSR CR RPASR DR

da variaccedilatildeo Quadrados meacutedios---------------

Blocos 3

Ad Base 2 27874 551 623 2 1 0 140

Biofertilizantes 2 178 0 1 0 ni 1504 l03ns 038ns

Ad x Biofert 4 190 058 318 294 183

Resiacuteduo 24 005 009 028 023 0 2 1

Total 35

Meacutedia geral 1818 228 184 387 333

C V 134 1356 448 1253 1396

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

53

APEcircNDICE E - Anaacutelise estatiacutestica dos macronutrientes da parte aeacuterea da cebola

TABELA 1E Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mud^s de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

Causas G1 bull N P K Ca Mg

da variaccedilatildeo

Blocos 3

Ad Base 2 13550306 446627 25509686 1031806 59007

Biofertilizantes 2 180610ns 16564 68153ns 39006 876ns

Ad x Biofert 4 454187 45743 1047539 46950 2464

Resiacuteduo 24 29769 1453 64313 3741 439

Total 35

Meacutedia geral 24921 4597 33366 6943 1615

C V 692 829 760 880 1297

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

APEcircNDICE F - Fotos do experimento

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob uma perspectiva agroecoloacutegica

APEcircNDICE F a Fotos do experimento

FIGURA 1 Adubaccedilatildeo verde com feijatildeo-miuacutedo e papuatilde utilizadas no manejo do solo

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob urna perspectiva agroecoloacutegica

Page 50: PRODUÇÃO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L.) SOB …orgprints.org/24883/1/Paglia_Produção.pdf · vaca mais calda bordalesa; MB4+U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

41

BETTIOL W TRACH R GALVAtildeO JAH Controle de doenccedilas de plantas com biofertilizantes Jaguariuacutena EMBRAPA-CNPMA 1997 22p (EMBRAPA- CNPMA Circular Teacutecnica 02)

BRADY N C Natureza e propriedades dos sotos Rio de Janeiro Freitas BastosS A 1979 647p

BRADY N C Organisms and ecology of the soil In The nature of properties of soils Simon amp Schuster A Viacon Company New Jersey1999 402-489p

BON1LLA J A Fundamentos da Agricultura Ecoloacutegica Sobrevivecircncia eQualidade de Vida Satildeo Paulo Nobel 1992

BUREacuteS S Substratos Ediciones Agroteacutecnicas S L Madrid Octubre 1997

BUS1NELLI M Chemical Composition and Enzymic Activity of some Worm Cast Plant Soil v 80 p 1-2 1990

CALEGARI A Espeacutecies para cobertura de solo In IAPAR (Instituto Agronocircmico de Paranaacute) Plantio Direto pequena propriedade sustentaacutevel organizador Moacir Darolt Londrina - PR 1998 65-93

CAMARGO P N D Manual de Adubaccedilatildeo Foliar Satildeo Paulo Herba 1975

CAPRA F A Teia da Vida Satildeo Paulo Cultrix 1997 256p

CAPRA F O Ponto de Mutaccedilatildeo 22 ed Satildeo Paulo Cultrix 2001 447p

CHABOUSSOU F Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da Trofobiose) Porto Alegre LPM 1987 253 p

CLARO S A Referencias tecnoloacutegicos para a agricultura familiar ecoloacutegica aexperiecircncia da Regiatildeo Centro-Serra do Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS-ASCAR 2001 250p

CLIVELA G Diagnoacutestico Agronocircmico da cebola no Rio Grande do Sul Porto Alegre EMATERRS 1995 8 6 p

COMISSAtildeO DE FERTILIDADE DO SOLO - RSSC Recomendaccedilotildees de adubaccedilatildeo e calagem para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina 3 ed Passo Fundo SBCS - Nuacutecleo Regional Sul 1995 223p

COMPAGNONI L PUTZOLU G Cria moderna de Ias lombrices y utilizacioacutenrentable dei humus Barcelona Editorial de Vecchi- SA 1985127p

COSTABEBER J A MOYANO E Transiccedilatildeo agroecoloacutegica e accedilatildeo social coletiva Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v l n4 p 50- 60 outdez 2 0 0 0

42

COSTA M B B da Adubaccedilatildeo orgacircnica Nova siacutentese e novo caminho para aagricultura Satildeo Paulo Ed iacutecone Ltda 1985 102p

COSTA NETO C Agricultura Sustentaacutevel Tecnologias e Sociedade In CARVALHO COSTA LF et al (org) Mundo Rural e Tempo Presente Rio de Janeiro Mauad 1999

DrsquoAG0ST1NI R L FANTINI A C Produccedilatildeo orgacircnica tambeacutem socialmente excludente Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v3 n l p57-61 2002

DALPONTE J C V Utilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos e fertilizante mineral na produccedilatildeo e qualidade de mudas e bulbos de cebola (Alliurn Cepa L) Pelotas-RS 1990 (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1990

DEBARBA J F THOMAZELLI L F GANDIN C L SILVA E Cadeias produtivas do Estado de Santa Catarina Cebola Florianoacutepolis Epagri 1998 115 p (EPAGRI Boletim Teacutecnico 96)

DUFOUR F Os saacutebios loucos do agro-alimentar Le Monde Diplomatique ano 1 n4 p6-7 1999 (ed portuguesa)

EHLERS E Agricultura Sustetaacutevel Origem e perspectivas de um novo paradigma 2 ed Guaiacuteba Agropecuaacuteria 1999 157 p

FILGUEIRA F A R Novo Manual de olericultura agrotecnologia moderna na produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 2000 402 p

FRASER G K Mateacuteria Orgacircnica Del Suelo In BEAR F E (ed) Quiacutemica dei Suelo Madrid Ed Agrociencia 1963

FOLLET R H MURPHY L S DONAHUE R L Fertilizers and soil amendments New Jersey Printice-Hall Inc 1981 557p

GARCIA A Revista dei Espacio Rural Georgica Zaragoza Escuela Politeacutecnica de Huesca n5 1997

GARCIA A Versatildeo preliminar de um Programa Estadual de Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Bulbos e Sementes de CebolaEMBRAPAIPAGROMARAEMATER 6 8 pbdquo 1990 (Publicaccedilatildeo avulsa)

GIORGETT1 J R Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Mudas de Tomate In Encontro Nacional de Produccedilatildeo e Abastecimento de Tomate 2 1991 Jaboticabal Satildeo Paulo Anais Jaboticabal UNESP 1991 p 242-244

GLIESSMAN S R Agroecologia Processos ecoloacutegicos em agricultura sustentaacutevelPorto Alegre Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS 2000 653p

43

GLIESSMAN S R TURRIALBA C R Agroecologia Procesos Ecoloacutegicos en Agricultura Sostenible CATIE 2002 p 3-14

GNOATTO S C Caracterizaccedilatildeo quiacutemica de vermicompostos de diferentes substratos orgacircnicos Pelotas-RS 1999 38 f (Mestrado em Agronomia - Solos) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

GOMES J C C BORBA M F S A moderna crise dos alimentos oportunidade para a agricultura familiar Emater Porto Alegre julset 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwematertchebrdocsagroecorevistan313-artigo3htmgtAcesso em 24 fev 2002

GOMEZ H W Desenvolvimento sustentaacutevel agriacutecola e capitalismo In Desenvolvimento sustentaacutevel Necessidade eou disponibilidade Santa Cruz do Sul Nobel - UNISC 1997 p 65-77

GONZAacuteLEZ DE MOLINA M SEVILLA GUZMAacuteN E Ecologia campesinado e historia Para una reinterpretacioacuten dei desarrollo dei capitalismo en la agricultura In SEVILLA GUZMAacuteN E GONZAacuteLEZ DE MOLINA M (ed) Ecologia campesinado e historia Madrid La Piqueta 1993 p 23-129

GRIFFITH S A SCHNITZER M Analytical characteristic of humic and fulvic acids extracted from tropical volcanic soils Soil Sei Soc Am Proc v 39 p361-367 1975

GUIMARAtildeES E Caracterizaccedilatildeo quiacutemica estreptoscoacutepica e por anaacutelise teacutermica de aacutecidos huacutemicos e vermicompostos obtidos de estercos de diferentes animaisCuritiba 1997 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Quiacutemica) Universidade Federal do Paranaacute 1997

HESS A F Sociedade e meio ambiente uma relaccedilatildeo ambiacutegua Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v 4 n2 p 167-1741999

ICEPA-SC Informes conjunturais sobre a cultura da cebola Disponiacutevel em lthttpwwwicepa combrgt Acesso em 23 jan 2003

JONES H A MANN L K Onions and their allies New York Interscience Publishers 1962 286 p

JUacuteNIOR H A de MAIORANO J A Receitas obtidas de extratos de plantasCampinas CATITerra Viva [199-] 10 f

KHATOUNIAN C A Ciclo de Palestras sobre Agricultura Orgacircnica 2a Ed SatildeoPaulo Fund Cargill 1997 149 p

KIEHL E J Fertilizantes Orgacircnicos Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1985 492p

44

KOEFF H H PETTERSSON B D SHAUMANN W Vida Vegetal solos e adubaccedilatildeo In Agricultura Biodinacircmica Satildeo Paulo Nobel 1983 p92-149

KONONOVA M M Soil organic matter The importance o f organic matter in soil formation and soil fertility New York Pergamqn Press 1961 p 165-200

KUHN T A Estrutura das Revoluccedilotildees Cientiacuteficas Satildeo Paulo Perspectiva 1989 257p

LANNA FCA ABREU C L ABREU J G SILVA V Resposta de cultivares de melancia cultivadas sob adubaccedilatildeo quiacutemica e orgacircnica Horticultura v 12 n l p85 1994

LEFF H Saber Ambiental Petroacutepolis Vozes 2001 343 p

MAGALHAtildeES J R Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo da cebola In FERREIRA M E CASSTELLANE P D CRUZ M C P Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo de hortaliccedilasPiracicaba POTAFOS 1993 p 381-393

MALAVOLTA E Elementos de nutriccedilatildeo mineral de plantas Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1980 251 p

MALAVOLTA E Manual de Quiacutemica Agriacutecola - Adubos e Adubaccedilatildeo 3a ed SatildeoPaulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1981 606 p

MARTINEZ A A A grande e Poderosa Minhoca Jaboticabal Funep - Unesp1990 101 p

MARTINS S R Desenvolvimento e Sustentabilidade Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v20 n2 julho 2002 Palestra apresentada no 42deg Congresso Brasileiro de Olericultura

MARTINS S R Limites Del Desarrollo Sostenible em Ameacuterica Latina En el marco de Ias poliacuteticas de (re)ajuste econocircmico Pelotas Editora UFPel 1997 135 P-

MARTINS S R Sustentabilidade na agricultura dimensotildees econocircmicas sociais e ambientais Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v4 n 2 p 175-1871999

MATURANA H REZEPKA S N D E Formaccedilatildeo Humana e Capacitaccedilatildeo Rio de Janneiro Vozes 2000 8 6 p

MELLO A F SOBRINHO M O ARZOLLA S SILVEIRA R NETTO A C KIEHL J C Fertilidade do Solo Satildeo Paulo Nobel 1983

MENEZES JUacuteNIOR F O G D Caracterizaccedilatildeo de Diferentes substratos hortiacutecolas e seu efeito na produccedilatildeo de mudas de alface e couve-flor em ambiente protegido Pelotas 1998 141 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1998

45

MIBASA Mineraccedilatildeo Barreto SA Melhorador de Solos MB4 A Natureza Agradece Arapiraca-AL [199-] Folder

MINAMI K Os resumos da olericultura 2000 In AZEVEDO FILHO MARTINEZ FILHO (ed) Preccedilos agriacutecolas Piracicaba ESALQ 1999 p 4

MINAMI K Produccedilatildeo de Mudas de Alta Qualidade em Horticultura Satildeo Paulo TA Queiroz 1995

MORSELLI T B G A Cultivo sucessivo de alface sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegidoPelotas 2001 178 p Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2001

MORSELLI T B G A Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Poliacutegrafo da Disciplina de Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia-Produccedilatildeo Vegetal UFPel 2002

MULLER AM Efeitos da Aplicaccedilatildeo Foliar de um Biofertilizante Enriquecido no Estado fitossanitaacuterio de Tomate Ervilha e Beterraba Sob Manejo OrgacircnicoDissertaccedilatildeo (Mestrado no Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agroecossistemas)1999 (Resumo)

NOLLA D Erosatildeo do Solo - O grande desafio Estado do Rio Grande do Sul SEAGRI desenvolvimento de recursos naturais renovaacuteveis 1982 412 p

PAGLIA AG MORSELLI TBGA PEIL RMN Teores de nutrientes pH e condutividade eleacutetrica da aacutegua em sistema ldquofloat^ngrdquo sob adiccedilatildeo de biofertilizantes Horticultura Brasileira v 20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PAULUS G MULLER A BARCELLOS LAR Agroecologia aplicada praticas e meacutetodos para uma agricultura de base ecoloacutegica 2ed ver ampl Porto Alegre EMATERRS 2001 8 6 p

PEIXOTO R T dos G Composto orgacircnico aplicaccedilotildees benefiacutecios e restriccedilotildees de uso Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 18 p 56-64 julho 2000

PENTEADO SR Defensivos Alternativos e Naturais Satildeo Paulo 1999 95 p

PEREIRA AJ SOUZA RJ PEREIRA WR Efeito de diferentes doses de esterco de galinha e de curral sobre a produccedilatildeo de cebola Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PINHEIRO S BARRETO SB MB-4 agricultura sustentaacutevel trofobiose e biofertilizantes Fundaccedilatildeo Juquira CandiruMibasa 2000 273 p

PRIMAVESI A Agricultura Sustentaacutevel Satildeo Paulo Nobel 1992 142 p

PRIMAVESI A O manejo ecoloacutegico do solo Agricultura em regiotildees tropicais SatildeoPaulo Nobel 1982 541 p

46

PURCINO A A C ldquoNitrogecircniordquo Informe Agropecuaacuterio Belo Horizonte v7 n81 p 16-27 1981

QUIJANO F G Efeito da adubaccedilatildeo orgacircnica no desenvolvimento de duas cultivares de alface em ambiente protegido Pelotas 1999 116f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

RODRIGUES A N N Efeitos e residuais de superfosfato triplo sobre o rendimento de mateacuteria seca e absorccedilatildeo de foacutesforo pela aveia (Avena strigosa Schob) em solo Podzoacutelico Vermelho Escuro Porto Alegre 1984 59f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia UFRGS 1984

RODRIGUES E T CASALI V W D Respostas da alface agrave adubaccedilatildeo orgacircnica II Teores conteuacutedos e utilizaccedilatildeo de macronutrientes em cultivares Rev Ceres Viccedilosa v 45 n 261 p 437-449 1998

SAMINEcircS T C O Produccedilatildeo orgacircnica de alimentos Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 17 n3 novembro 1999

SCHIEDECK G Ambiecircncia e resposta agronocircmica de meloeiro (Cucumis melo L) cultivado sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegido Pelotas lOOp Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2002

SILVA JUacuteNIOR A A GIORGI E Substratos alternativos para a produccedilatildeo de mudas de tomate Agropecuaacuteria Catarinense Florianoacutepolis EPAGRI 1992 23 p

SILVA JUacuteNIOR A A MACEDO S G STUKER H Utilizaccedilatildeo de esterco de peru na produccedilatildeo de mudas de tomateiro Florianoacutepolis EPAGRI 1995 28 p (Boletim Teacutecnico 73)

TAGLIARI PS GRASSMANN H Minhoca a grande aliada da agricultura Agropecuaacuteria Catarinense v8 n l p 11-14 mar 1995

TEDESCO M J GIANELLO C Anaacutelises de solo plantas e outros materiais Porto Alegre Faculdade de Agronomia Departamento de Solos Universidade Federal do Rio Grande do Sul RS 1996

TENNANT D A Test of modified line intersect method of estimating root lenght Journal Ecology Oxford v 63 p 995-1001 1975

TIBAU A O Mateacuteria Orgacircnica do Solo Mateacuteria Orgacircnica e Fertilidade do SoloSatildeo Paulo Nobel 1984 p49-182

TIMM P J Anaacutelise comparativa dos sistemas de plantio convencional e cultivo miacutenimo de cebola sob adubaccedilatildeo orgacircnica e mineral Pelotas 2000 79 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2000

47

VALENZUELA HR CROSBY C Effect of compost applications on the yield of several vegetables in long-term organic farming experiments conduced in the tropics American Society Horticultural Science v33 n3 june 1998

VIGLIZZO E (ed) Subprograma Recursos Naturais y Sostenibilidad Agriacutecola documento marco Montevideo IICAPROCISUR 1995 p 75 - 78

WE1D J M TARDIN J M Proposta para a Ampliaccedilatildeo do Trabalho da ASPTA no Centro Sul do Paranaacute ASPTA Disponiacutevel em http wwwpronafgovbrEncontrotestosAS20PTA20Sul20ParanE1205 202002doc Acesso em 05 mai 2002

XAVIER SIMOacuteN F DOMINGUES D G Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel uma perspectiva agroecoloacutegica Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre EM ATERRS v2 n2 p 17-26 2001

ZABALETA J P Diagnoacutestico da Agricultura Familiar em Satildeo Joseacute do Norte - RSPelotas EMBRAPA-CPACT 1998 75 p (EMBRAPA-CPACT Documentos 44)

ZONTA E P MACHADO A A SILVEIRA P Sanest Sistema de anaacutelise estatiacutestica para microcomputadores Registrado na Secretaria Especial de Informaacutetica sob nuacutemero 066060 - categoria A Pelotas-RS Universidade Federal de Pelotas 1984

48

7 APEcircNDICE

APEcircNDICE A - Anaacutelise da adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes utilizados na produccedilatildeo de mudas de cebola

TABELA 1 A Anaacutelise baacutesica do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo miuacutedo + papua

Arg

pH IND

SMP

MO

P - n r - Na Al Ca__10Omlmdash

Mg

ppm -

6 53 67 089 8 6 27 1 04 05 0 2

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 2A Anaacutelise complementar do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo-miuacutedo + papua

Cobre Zinco Manganecircs Ferro

(m v1)

04 05 26 007

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

49

TABELA 3A Anaacutelise dos fertilizantes soacutelidos

Amostra pH limidade CN

C N P K Ca Mg

- g-ivg --

Cama de 849 2491 12 31042 2479 3888 3405 29875 463

aves

Esterco 74 3594 11 677 590 157 134 335 214

de curral

Huacutemus 684 5738 14 15965 1098 453 745 743 361

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 4A Anaacutelise quiacutemica dos biofertilizantes liacutequidos

Amostra N P K_ccedil H

Ca Mg Cu Zn Fe Mn

mdashgL bull

S Magro

m b 4

Urina

053

1652

8 2 2

008

395

0 0 0

149

1674

471

1902

6872

0 0 0

1150

4507

1172

7273

42

033

101389

920

0 0 0

6250

19458

781

35273

1123

0 2 1

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

50

APEcircNDICE B - Condiccedilotildees climaacuteticas do local

TABELA 1B Condiccedilotildees de temperatura do local

___________ __________TEMPERATURA (degCgt

meses Meacutedia

Maacutexima

Meacutedia

MiacutenimaMeacutedia

Maacutexima

Absoluta

Miacutenima

Absoluta

Junho 225 87 156 320 25

Julho 225 85 155 285 30

Agosto 251 71 161 360 1 0

Fonte FEPAGROSCT 2002

TABELA 2B Condiccedilotildees de chuva do local

mdash CHUVA (mm)mdash

meses Ocorrida Normal Desvio Da Normal

Junho 1080 1 1 0 -2 0

Julho 1062 98 8 2

Agosto 1283 1 2 0 83

Fonte FEPAGROSCT 2002

51

TABELA 1C Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

APEcircNDICE C - Anaacutelise estatiacutestica da parte aeacuterea

Causas G1 FFPA FSPA AP DC

da variaccedilatildeo --------- Quadrados meacutedios-

Blocos 3

Ad Base 2 175359071 1287102 2547419 1 11775

Biofertilizantes 2 126876 29011 87669ns 02185ns

Ad x Biofert 4 572378 31123 69106ns 04159

Resiacuteduo 24 34456 03048 27169 00290

Total 35

Meacutedia geral 93745 8772 320388 6741

CV 1980 6294 5145 2530

Significativo a 5ns Natildeo significativo

52

TABELA 1D Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade

de raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

APEcircNDICE D - Anaacutelise estatiacutestica da raiz

Causas G1 FFR FSR CR RPASR DR

da variaccedilatildeo Quadrados meacutedios---------------

Blocos 3

Ad Base 2 27874 551 623 2 1 0 140

Biofertilizantes 2 178 0 1 0 ni 1504 l03ns 038ns

Ad x Biofert 4 190 058 318 294 183

Resiacuteduo 24 005 009 028 023 0 2 1

Total 35

Meacutedia geral 1818 228 184 387 333

C V 134 1356 448 1253 1396

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

53

APEcircNDICE E - Anaacutelise estatiacutestica dos macronutrientes da parte aeacuterea da cebola

TABELA 1E Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mud^s de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

Causas G1 bull N P K Ca Mg

da variaccedilatildeo

Blocos 3

Ad Base 2 13550306 446627 25509686 1031806 59007

Biofertilizantes 2 180610ns 16564 68153ns 39006 876ns

Ad x Biofert 4 454187 45743 1047539 46950 2464

Resiacuteduo 24 29769 1453 64313 3741 439

Total 35

Meacutedia geral 24921 4597 33366 6943 1615

C V 692 829 760 880 1297

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

APEcircNDICE F - Fotos do experimento

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob uma perspectiva agroecoloacutegica

APEcircNDICE F a Fotos do experimento

FIGURA 1 Adubaccedilatildeo verde com feijatildeo-miuacutedo e papuatilde utilizadas no manejo do solo

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob urna perspectiva agroecoloacutegica

Page 51: PRODUÇÃO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L.) SOB …orgprints.org/24883/1/Paglia_Produção.pdf · vaca mais calda bordalesa; MB4+U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

42

COSTA M B B da Adubaccedilatildeo orgacircnica Nova siacutentese e novo caminho para aagricultura Satildeo Paulo Ed iacutecone Ltda 1985 102p

COSTA NETO C Agricultura Sustentaacutevel Tecnologias e Sociedade In CARVALHO COSTA LF et al (org) Mundo Rural e Tempo Presente Rio de Janeiro Mauad 1999

DrsquoAG0ST1NI R L FANTINI A C Produccedilatildeo orgacircnica tambeacutem socialmente excludente Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre v3 n l p57-61 2002

DALPONTE J C V Utilizaccedilatildeo de materiais orgacircnicos e fertilizante mineral na produccedilatildeo e qualidade de mudas e bulbos de cebola (Alliurn Cepa L) Pelotas-RS 1990 (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1990

DEBARBA J F THOMAZELLI L F GANDIN C L SILVA E Cadeias produtivas do Estado de Santa Catarina Cebola Florianoacutepolis Epagri 1998 115 p (EPAGRI Boletim Teacutecnico 96)

DUFOUR F Os saacutebios loucos do agro-alimentar Le Monde Diplomatique ano 1 n4 p6-7 1999 (ed portuguesa)

EHLERS E Agricultura Sustetaacutevel Origem e perspectivas de um novo paradigma 2 ed Guaiacuteba Agropecuaacuteria 1999 157 p

FILGUEIRA F A R Novo Manual de olericultura agrotecnologia moderna na produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de hortaliccedilas Viccedilosa UFV 2000 402 p

FRASER G K Mateacuteria Orgacircnica Del Suelo In BEAR F E (ed) Quiacutemica dei Suelo Madrid Ed Agrociencia 1963

FOLLET R H MURPHY L S DONAHUE R L Fertilizers and soil amendments New Jersey Printice-Hall Inc 1981 557p

GARCIA A Revista dei Espacio Rural Georgica Zaragoza Escuela Politeacutecnica de Huesca n5 1997

GARCIA A Versatildeo preliminar de um Programa Estadual de Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Bulbos e Sementes de CebolaEMBRAPAIPAGROMARAEMATER 6 8 pbdquo 1990 (Publicaccedilatildeo avulsa)

GIORGETT1 J R Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo de Mudas de Tomate In Encontro Nacional de Produccedilatildeo e Abastecimento de Tomate 2 1991 Jaboticabal Satildeo Paulo Anais Jaboticabal UNESP 1991 p 242-244

GLIESSMAN S R Agroecologia Processos ecoloacutegicos em agricultura sustentaacutevelPorto Alegre Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS 2000 653p

43

GLIESSMAN S R TURRIALBA C R Agroecologia Procesos Ecoloacutegicos en Agricultura Sostenible CATIE 2002 p 3-14

GNOATTO S C Caracterizaccedilatildeo quiacutemica de vermicompostos de diferentes substratos orgacircnicos Pelotas-RS 1999 38 f (Mestrado em Agronomia - Solos) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

GOMES J C C BORBA M F S A moderna crise dos alimentos oportunidade para a agricultura familiar Emater Porto Alegre julset 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwematertchebrdocsagroecorevistan313-artigo3htmgtAcesso em 24 fev 2002

GOMEZ H W Desenvolvimento sustentaacutevel agriacutecola e capitalismo In Desenvolvimento sustentaacutevel Necessidade eou disponibilidade Santa Cruz do Sul Nobel - UNISC 1997 p 65-77

GONZAacuteLEZ DE MOLINA M SEVILLA GUZMAacuteN E Ecologia campesinado e historia Para una reinterpretacioacuten dei desarrollo dei capitalismo en la agricultura In SEVILLA GUZMAacuteN E GONZAacuteLEZ DE MOLINA M (ed) Ecologia campesinado e historia Madrid La Piqueta 1993 p 23-129

GRIFFITH S A SCHNITZER M Analytical characteristic of humic and fulvic acids extracted from tropical volcanic soils Soil Sei Soc Am Proc v 39 p361-367 1975

GUIMARAtildeES E Caracterizaccedilatildeo quiacutemica estreptoscoacutepica e por anaacutelise teacutermica de aacutecidos huacutemicos e vermicompostos obtidos de estercos de diferentes animaisCuritiba 1997 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Quiacutemica) Universidade Federal do Paranaacute 1997

HESS A F Sociedade e meio ambiente uma relaccedilatildeo ambiacutegua Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v 4 n2 p 167-1741999

ICEPA-SC Informes conjunturais sobre a cultura da cebola Disponiacutevel em lthttpwwwicepa combrgt Acesso em 23 jan 2003

JONES H A MANN L K Onions and their allies New York Interscience Publishers 1962 286 p

JUacuteNIOR H A de MAIORANO J A Receitas obtidas de extratos de plantasCampinas CATITerra Viva [199-] 10 f

KHATOUNIAN C A Ciclo de Palestras sobre Agricultura Orgacircnica 2a Ed SatildeoPaulo Fund Cargill 1997 149 p

KIEHL E J Fertilizantes Orgacircnicos Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1985 492p

44

KOEFF H H PETTERSSON B D SHAUMANN W Vida Vegetal solos e adubaccedilatildeo In Agricultura Biodinacircmica Satildeo Paulo Nobel 1983 p92-149

KONONOVA M M Soil organic matter The importance o f organic matter in soil formation and soil fertility New York Pergamqn Press 1961 p 165-200

KUHN T A Estrutura das Revoluccedilotildees Cientiacuteficas Satildeo Paulo Perspectiva 1989 257p

LANNA FCA ABREU C L ABREU J G SILVA V Resposta de cultivares de melancia cultivadas sob adubaccedilatildeo quiacutemica e orgacircnica Horticultura v 12 n l p85 1994

LEFF H Saber Ambiental Petroacutepolis Vozes 2001 343 p

MAGALHAtildeES J R Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo da cebola In FERREIRA M E CASSTELLANE P D CRUZ M C P Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo de hortaliccedilasPiracicaba POTAFOS 1993 p 381-393

MALAVOLTA E Elementos de nutriccedilatildeo mineral de plantas Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1980 251 p

MALAVOLTA E Manual de Quiacutemica Agriacutecola - Adubos e Adubaccedilatildeo 3a ed SatildeoPaulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1981 606 p

MARTINEZ A A A grande e Poderosa Minhoca Jaboticabal Funep - Unesp1990 101 p

MARTINS S R Desenvolvimento e Sustentabilidade Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v20 n2 julho 2002 Palestra apresentada no 42deg Congresso Brasileiro de Olericultura

MARTINS S R Limites Del Desarrollo Sostenible em Ameacuterica Latina En el marco de Ias poliacuteticas de (re)ajuste econocircmico Pelotas Editora UFPel 1997 135 P-

MARTINS S R Sustentabilidade na agricultura dimensotildees econocircmicas sociais e ambientais Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v4 n 2 p 175-1871999

MATURANA H REZEPKA S N D E Formaccedilatildeo Humana e Capacitaccedilatildeo Rio de Janneiro Vozes 2000 8 6 p

MELLO A F SOBRINHO M O ARZOLLA S SILVEIRA R NETTO A C KIEHL J C Fertilidade do Solo Satildeo Paulo Nobel 1983

MENEZES JUacuteNIOR F O G D Caracterizaccedilatildeo de Diferentes substratos hortiacutecolas e seu efeito na produccedilatildeo de mudas de alface e couve-flor em ambiente protegido Pelotas 1998 141 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1998

45

MIBASA Mineraccedilatildeo Barreto SA Melhorador de Solos MB4 A Natureza Agradece Arapiraca-AL [199-] Folder

MINAMI K Os resumos da olericultura 2000 In AZEVEDO FILHO MARTINEZ FILHO (ed) Preccedilos agriacutecolas Piracicaba ESALQ 1999 p 4

MINAMI K Produccedilatildeo de Mudas de Alta Qualidade em Horticultura Satildeo Paulo TA Queiroz 1995

MORSELLI T B G A Cultivo sucessivo de alface sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegidoPelotas 2001 178 p Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2001

MORSELLI T B G A Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Poliacutegrafo da Disciplina de Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia-Produccedilatildeo Vegetal UFPel 2002

MULLER AM Efeitos da Aplicaccedilatildeo Foliar de um Biofertilizante Enriquecido no Estado fitossanitaacuterio de Tomate Ervilha e Beterraba Sob Manejo OrgacircnicoDissertaccedilatildeo (Mestrado no Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agroecossistemas)1999 (Resumo)

NOLLA D Erosatildeo do Solo - O grande desafio Estado do Rio Grande do Sul SEAGRI desenvolvimento de recursos naturais renovaacuteveis 1982 412 p

PAGLIA AG MORSELLI TBGA PEIL RMN Teores de nutrientes pH e condutividade eleacutetrica da aacutegua em sistema ldquofloat^ngrdquo sob adiccedilatildeo de biofertilizantes Horticultura Brasileira v 20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PAULUS G MULLER A BARCELLOS LAR Agroecologia aplicada praticas e meacutetodos para uma agricultura de base ecoloacutegica 2ed ver ampl Porto Alegre EMATERRS 2001 8 6 p

PEIXOTO R T dos G Composto orgacircnico aplicaccedilotildees benefiacutecios e restriccedilotildees de uso Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 18 p 56-64 julho 2000

PENTEADO SR Defensivos Alternativos e Naturais Satildeo Paulo 1999 95 p

PEREIRA AJ SOUZA RJ PEREIRA WR Efeito de diferentes doses de esterco de galinha e de curral sobre a produccedilatildeo de cebola Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PINHEIRO S BARRETO SB MB-4 agricultura sustentaacutevel trofobiose e biofertilizantes Fundaccedilatildeo Juquira CandiruMibasa 2000 273 p

PRIMAVESI A Agricultura Sustentaacutevel Satildeo Paulo Nobel 1992 142 p

PRIMAVESI A O manejo ecoloacutegico do solo Agricultura em regiotildees tropicais SatildeoPaulo Nobel 1982 541 p

46

PURCINO A A C ldquoNitrogecircniordquo Informe Agropecuaacuterio Belo Horizonte v7 n81 p 16-27 1981

QUIJANO F G Efeito da adubaccedilatildeo orgacircnica no desenvolvimento de duas cultivares de alface em ambiente protegido Pelotas 1999 116f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

RODRIGUES A N N Efeitos e residuais de superfosfato triplo sobre o rendimento de mateacuteria seca e absorccedilatildeo de foacutesforo pela aveia (Avena strigosa Schob) em solo Podzoacutelico Vermelho Escuro Porto Alegre 1984 59f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia UFRGS 1984

RODRIGUES E T CASALI V W D Respostas da alface agrave adubaccedilatildeo orgacircnica II Teores conteuacutedos e utilizaccedilatildeo de macronutrientes em cultivares Rev Ceres Viccedilosa v 45 n 261 p 437-449 1998

SAMINEcircS T C O Produccedilatildeo orgacircnica de alimentos Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 17 n3 novembro 1999

SCHIEDECK G Ambiecircncia e resposta agronocircmica de meloeiro (Cucumis melo L) cultivado sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegido Pelotas lOOp Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2002

SILVA JUacuteNIOR A A GIORGI E Substratos alternativos para a produccedilatildeo de mudas de tomate Agropecuaacuteria Catarinense Florianoacutepolis EPAGRI 1992 23 p

SILVA JUacuteNIOR A A MACEDO S G STUKER H Utilizaccedilatildeo de esterco de peru na produccedilatildeo de mudas de tomateiro Florianoacutepolis EPAGRI 1995 28 p (Boletim Teacutecnico 73)

TAGLIARI PS GRASSMANN H Minhoca a grande aliada da agricultura Agropecuaacuteria Catarinense v8 n l p 11-14 mar 1995

TEDESCO M J GIANELLO C Anaacutelises de solo plantas e outros materiais Porto Alegre Faculdade de Agronomia Departamento de Solos Universidade Federal do Rio Grande do Sul RS 1996

TENNANT D A Test of modified line intersect method of estimating root lenght Journal Ecology Oxford v 63 p 995-1001 1975

TIBAU A O Mateacuteria Orgacircnica do Solo Mateacuteria Orgacircnica e Fertilidade do SoloSatildeo Paulo Nobel 1984 p49-182

TIMM P J Anaacutelise comparativa dos sistemas de plantio convencional e cultivo miacutenimo de cebola sob adubaccedilatildeo orgacircnica e mineral Pelotas 2000 79 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2000

47

VALENZUELA HR CROSBY C Effect of compost applications on the yield of several vegetables in long-term organic farming experiments conduced in the tropics American Society Horticultural Science v33 n3 june 1998

VIGLIZZO E (ed) Subprograma Recursos Naturais y Sostenibilidad Agriacutecola documento marco Montevideo IICAPROCISUR 1995 p 75 - 78

WE1D J M TARDIN J M Proposta para a Ampliaccedilatildeo do Trabalho da ASPTA no Centro Sul do Paranaacute ASPTA Disponiacutevel em http wwwpronafgovbrEncontrotestosAS20PTA20Sul20ParanE1205 202002doc Acesso em 05 mai 2002

XAVIER SIMOacuteN F DOMINGUES D G Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel uma perspectiva agroecoloacutegica Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre EM ATERRS v2 n2 p 17-26 2001

ZABALETA J P Diagnoacutestico da Agricultura Familiar em Satildeo Joseacute do Norte - RSPelotas EMBRAPA-CPACT 1998 75 p (EMBRAPA-CPACT Documentos 44)

ZONTA E P MACHADO A A SILVEIRA P Sanest Sistema de anaacutelise estatiacutestica para microcomputadores Registrado na Secretaria Especial de Informaacutetica sob nuacutemero 066060 - categoria A Pelotas-RS Universidade Federal de Pelotas 1984

48

7 APEcircNDICE

APEcircNDICE A - Anaacutelise da adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes utilizados na produccedilatildeo de mudas de cebola

TABELA 1 A Anaacutelise baacutesica do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo miuacutedo + papua

Arg

pH IND

SMP

MO

P - n r - Na Al Ca__10Omlmdash

Mg

ppm -

6 53 67 089 8 6 27 1 04 05 0 2

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 2A Anaacutelise complementar do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo-miuacutedo + papua

Cobre Zinco Manganecircs Ferro

(m v1)

04 05 26 007

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

49

TABELA 3A Anaacutelise dos fertilizantes soacutelidos

Amostra pH limidade CN

C N P K Ca Mg

- g-ivg --

Cama de 849 2491 12 31042 2479 3888 3405 29875 463

aves

Esterco 74 3594 11 677 590 157 134 335 214

de curral

Huacutemus 684 5738 14 15965 1098 453 745 743 361

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 4A Anaacutelise quiacutemica dos biofertilizantes liacutequidos

Amostra N P K_ccedil H

Ca Mg Cu Zn Fe Mn

mdashgL bull

S Magro

m b 4

Urina

053

1652

8 2 2

008

395

0 0 0

149

1674

471

1902

6872

0 0 0

1150

4507

1172

7273

42

033

101389

920

0 0 0

6250

19458

781

35273

1123

0 2 1

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

50

APEcircNDICE B - Condiccedilotildees climaacuteticas do local

TABELA 1B Condiccedilotildees de temperatura do local

___________ __________TEMPERATURA (degCgt

meses Meacutedia

Maacutexima

Meacutedia

MiacutenimaMeacutedia

Maacutexima

Absoluta

Miacutenima

Absoluta

Junho 225 87 156 320 25

Julho 225 85 155 285 30

Agosto 251 71 161 360 1 0

Fonte FEPAGROSCT 2002

TABELA 2B Condiccedilotildees de chuva do local

mdash CHUVA (mm)mdash

meses Ocorrida Normal Desvio Da Normal

Junho 1080 1 1 0 -2 0

Julho 1062 98 8 2

Agosto 1283 1 2 0 83

Fonte FEPAGROSCT 2002

51

TABELA 1C Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

APEcircNDICE C - Anaacutelise estatiacutestica da parte aeacuterea

Causas G1 FFPA FSPA AP DC

da variaccedilatildeo --------- Quadrados meacutedios-

Blocos 3

Ad Base 2 175359071 1287102 2547419 1 11775

Biofertilizantes 2 126876 29011 87669ns 02185ns

Ad x Biofert 4 572378 31123 69106ns 04159

Resiacuteduo 24 34456 03048 27169 00290

Total 35

Meacutedia geral 93745 8772 320388 6741

CV 1980 6294 5145 2530

Significativo a 5ns Natildeo significativo

52

TABELA 1D Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade

de raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

APEcircNDICE D - Anaacutelise estatiacutestica da raiz

Causas G1 FFR FSR CR RPASR DR

da variaccedilatildeo Quadrados meacutedios---------------

Blocos 3

Ad Base 2 27874 551 623 2 1 0 140

Biofertilizantes 2 178 0 1 0 ni 1504 l03ns 038ns

Ad x Biofert 4 190 058 318 294 183

Resiacuteduo 24 005 009 028 023 0 2 1

Total 35

Meacutedia geral 1818 228 184 387 333

C V 134 1356 448 1253 1396

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

53

APEcircNDICE E - Anaacutelise estatiacutestica dos macronutrientes da parte aeacuterea da cebola

TABELA 1E Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mud^s de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

Causas G1 bull N P K Ca Mg

da variaccedilatildeo

Blocos 3

Ad Base 2 13550306 446627 25509686 1031806 59007

Biofertilizantes 2 180610ns 16564 68153ns 39006 876ns

Ad x Biofert 4 454187 45743 1047539 46950 2464

Resiacuteduo 24 29769 1453 64313 3741 439

Total 35

Meacutedia geral 24921 4597 33366 6943 1615

C V 692 829 760 880 1297

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

APEcircNDICE F - Fotos do experimento

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob uma perspectiva agroecoloacutegica

APEcircNDICE F a Fotos do experimento

FIGURA 1 Adubaccedilatildeo verde com feijatildeo-miuacutedo e papuatilde utilizadas no manejo do solo

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob urna perspectiva agroecoloacutegica

Page 52: PRODUÇÃO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L.) SOB …orgprints.org/24883/1/Paglia_Produção.pdf · vaca mais calda bordalesa; MB4+U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

43

GLIESSMAN S R TURRIALBA C R Agroecologia Procesos Ecoloacutegicos en Agricultura Sostenible CATIE 2002 p 3-14

GNOATTO S C Caracterizaccedilatildeo quiacutemica de vermicompostos de diferentes substratos orgacircnicos Pelotas-RS 1999 38 f (Mestrado em Agronomia - Solos) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

GOMES J C C BORBA M F S A moderna crise dos alimentos oportunidade para a agricultura familiar Emater Porto Alegre julset 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwematertchebrdocsagroecorevistan313-artigo3htmgtAcesso em 24 fev 2002

GOMEZ H W Desenvolvimento sustentaacutevel agriacutecola e capitalismo In Desenvolvimento sustentaacutevel Necessidade eou disponibilidade Santa Cruz do Sul Nobel - UNISC 1997 p 65-77

GONZAacuteLEZ DE MOLINA M SEVILLA GUZMAacuteN E Ecologia campesinado e historia Para una reinterpretacioacuten dei desarrollo dei capitalismo en la agricultura In SEVILLA GUZMAacuteN E GONZAacuteLEZ DE MOLINA M (ed) Ecologia campesinado e historia Madrid La Piqueta 1993 p 23-129

GRIFFITH S A SCHNITZER M Analytical characteristic of humic and fulvic acids extracted from tropical volcanic soils Soil Sei Soc Am Proc v 39 p361-367 1975

GUIMARAtildeES E Caracterizaccedilatildeo quiacutemica estreptoscoacutepica e por anaacutelise teacutermica de aacutecidos huacutemicos e vermicompostos obtidos de estercos de diferentes animaisCuritiba 1997 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Quiacutemica) Universidade Federal do Paranaacute 1997

HESS A F Sociedade e meio ambiente uma relaccedilatildeo ambiacutegua Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v 4 n2 p 167-1741999

ICEPA-SC Informes conjunturais sobre a cultura da cebola Disponiacutevel em lthttpwwwicepa combrgt Acesso em 23 jan 2003

JONES H A MANN L K Onions and their allies New York Interscience Publishers 1962 286 p

JUacuteNIOR H A de MAIORANO J A Receitas obtidas de extratos de plantasCampinas CATITerra Viva [199-] 10 f

KHATOUNIAN C A Ciclo de Palestras sobre Agricultura Orgacircnica 2a Ed SatildeoPaulo Fund Cargill 1997 149 p

KIEHL E J Fertilizantes Orgacircnicos Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1985 492p

44

KOEFF H H PETTERSSON B D SHAUMANN W Vida Vegetal solos e adubaccedilatildeo In Agricultura Biodinacircmica Satildeo Paulo Nobel 1983 p92-149

KONONOVA M M Soil organic matter The importance o f organic matter in soil formation and soil fertility New York Pergamqn Press 1961 p 165-200

KUHN T A Estrutura das Revoluccedilotildees Cientiacuteficas Satildeo Paulo Perspectiva 1989 257p

LANNA FCA ABREU C L ABREU J G SILVA V Resposta de cultivares de melancia cultivadas sob adubaccedilatildeo quiacutemica e orgacircnica Horticultura v 12 n l p85 1994

LEFF H Saber Ambiental Petroacutepolis Vozes 2001 343 p

MAGALHAtildeES J R Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo da cebola In FERREIRA M E CASSTELLANE P D CRUZ M C P Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo de hortaliccedilasPiracicaba POTAFOS 1993 p 381-393

MALAVOLTA E Elementos de nutriccedilatildeo mineral de plantas Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1980 251 p

MALAVOLTA E Manual de Quiacutemica Agriacutecola - Adubos e Adubaccedilatildeo 3a ed SatildeoPaulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1981 606 p

MARTINEZ A A A grande e Poderosa Minhoca Jaboticabal Funep - Unesp1990 101 p

MARTINS S R Desenvolvimento e Sustentabilidade Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v20 n2 julho 2002 Palestra apresentada no 42deg Congresso Brasileiro de Olericultura

MARTINS S R Limites Del Desarrollo Sostenible em Ameacuterica Latina En el marco de Ias poliacuteticas de (re)ajuste econocircmico Pelotas Editora UFPel 1997 135 P-

MARTINS S R Sustentabilidade na agricultura dimensotildees econocircmicas sociais e ambientais Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v4 n 2 p 175-1871999

MATURANA H REZEPKA S N D E Formaccedilatildeo Humana e Capacitaccedilatildeo Rio de Janneiro Vozes 2000 8 6 p

MELLO A F SOBRINHO M O ARZOLLA S SILVEIRA R NETTO A C KIEHL J C Fertilidade do Solo Satildeo Paulo Nobel 1983

MENEZES JUacuteNIOR F O G D Caracterizaccedilatildeo de Diferentes substratos hortiacutecolas e seu efeito na produccedilatildeo de mudas de alface e couve-flor em ambiente protegido Pelotas 1998 141 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1998

45

MIBASA Mineraccedilatildeo Barreto SA Melhorador de Solos MB4 A Natureza Agradece Arapiraca-AL [199-] Folder

MINAMI K Os resumos da olericultura 2000 In AZEVEDO FILHO MARTINEZ FILHO (ed) Preccedilos agriacutecolas Piracicaba ESALQ 1999 p 4

MINAMI K Produccedilatildeo de Mudas de Alta Qualidade em Horticultura Satildeo Paulo TA Queiroz 1995

MORSELLI T B G A Cultivo sucessivo de alface sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegidoPelotas 2001 178 p Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2001

MORSELLI T B G A Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Poliacutegrafo da Disciplina de Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia-Produccedilatildeo Vegetal UFPel 2002

MULLER AM Efeitos da Aplicaccedilatildeo Foliar de um Biofertilizante Enriquecido no Estado fitossanitaacuterio de Tomate Ervilha e Beterraba Sob Manejo OrgacircnicoDissertaccedilatildeo (Mestrado no Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agroecossistemas)1999 (Resumo)

NOLLA D Erosatildeo do Solo - O grande desafio Estado do Rio Grande do Sul SEAGRI desenvolvimento de recursos naturais renovaacuteveis 1982 412 p

PAGLIA AG MORSELLI TBGA PEIL RMN Teores de nutrientes pH e condutividade eleacutetrica da aacutegua em sistema ldquofloat^ngrdquo sob adiccedilatildeo de biofertilizantes Horticultura Brasileira v 20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PAULUS G MULLER A BARCELLOS LAR Agroecologia aplicada praticas e meacutetodos para uma agricultura de base ecoloacutegica 2ed ver ampl Porto Alegre EMATERRS 2001 8 6 p

PEIXOTO R T dos G Composto orgacircnico aplicaccedilotildees benefiacutecios e restriccedilotildees de uso Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 18 p 56-64 julho 2000

PENTEADO SR Defensivos Alternativos e Naturais Satildeo Paulo 1999 95 p

PEREIRA AJ SOUZA RJ PEREIRA WR Efeito de diferentes doses de esterco de galinha e de curral sobre a produccedilatildeo de cebola Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PINHEIRO S BARRETO SB MB-4 agricultura sustentaacutevel trofobiose e biofertilizantes Fundaccedilatildeo Juquira CandiruMibasa 2000 273 p

PRIMAVESI A Agricultura Sustentaacutevel Satildeo Paulo Nobel 1992 142 p

PRIMAVESI A O manejo ecoloacutegico do solo Agricultura em regiotildees tropicais SatildeoPaulo Nobel 1982 541 p

46

PURCINO A A C ldquoNitrogecircniordquo Informe Agropecuaacuterio Belo Horizonte v7 n81 p 16-27 1981

QUIJANO F G Efeito da adubaccedilatildeo orgacircnica no desenvolvimento de duas cultivares de alface em ambiente protegido Pelotas 1999 116f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

RODRIGUES A N N Efeitos e residuais de superfosfato triplo sobre o rendimento de mateacuteria seca e absorccedilatildeo de foacutesforo pela aveia (Avena strigosa Schob) em solo Podzoacutelico Vermelho Escuro Porto Alegre 1984 59f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia UFRGS 1984

RODRIGUES E T CASALI V W D Respostas da alface agrave adubaccedilatildeo orgacircnica II Teores conteuacutedos e utilizaccedilatildeo de macronutrientes em cultivares Rev Ceres Viccedilosa v 45 n 261 p 437-449 1998

SAMINEcircS T C O Produccedilatildeo orgacircnica de alimentos Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 17 n3 novembro 1999

SCHIEDECK G Ambiecircncia e resposta agronocircmica de meloeiro (Cucumis melo L) cultivado sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegido Pelotas lOOp Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2002

SILVA JUacuteNIOR A A GIORGI E Substratos alternativos para a produccedilatildeo de mudas de tomate Agropecuaacuteria Catarinense Florianoacutepolis EPAGRI 1992 23 p

SILVA JUacuteNIOR A A MACEDO S G STUKER H Utilizaccedilatildeo de esterco de peru na produccedilatildeo de mudas de tomateiro Florianoacutepolis EPAGRI 1995 28 p (Boletim Teacutecnico 73)

TAGLIARI PS GRASSMANN H Minhoca a grande aliada da agricultura Agropecuaacuteria Catarinense v8 n l p 11-14 mar 1995

TEDESCO M J GIANELLO C Anaacutelises de solo plantas e outros materiais Porto Alegre Faculdade de Agronomia Departamento de Solos Universidade Federal do Rio Grande do Sul RS 1996

TENNANT D A Test of modified line intersect method of estimating root lenght Journal Ecology Oxford v 63 p 995-1001 1975

TIBAU A O Mateacuteria Orgacircnica do Solo Mateacuteria Orgacircnica e Fertilidade do SoloSatildeo Paulo Nobel 1984 p49-182

TIMM P J Anaacutelise comparativa dos sistemas de plantio convencional e cultivo miacutenimo de cebola sob adubaccedilatildeo orgacircnica e mineral Pelotas 2000 79 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2000

47

VALENZUELA HR CROSBY C Effect of compost applications on the yield of several vegetables in long-term organic farming experiments conduced in the tropics American Society Horticultural Science v33 n3 june 1998

VIGLIZZO E (ed) Subprograma Recursos Naturais y Sostenibilidad Agriacutecola documento marco Montevideo IICAPROCISUR 1995 p 75 - 78

WE1D J M TARDIN J M Proposta para a Ampliaccedilatildeo do Trabalho da ASPTA no Centro Sul do Paranaacute ASPTA Disponiacutevel em http wwwpronafgovbrEncontrotestosAS20PTA20Sul20ParanE1205 202002doc Acesso em 05 mai 2002

XAVIER SIMOacuteN F DOMINGUES D G Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel uma perspectiva agroecoloacutegica Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre EM ATERRS v2 n2 p 17-26 2001

ZABALETA J P Diagnoacutestico da Agricultura Familiar em Satildeo Joseacute do Norte - RSPelotas EMBRAPA-CPACT 1998 75 p (EMBRAPA-CPACT Documentos 44)

ZONTA E P MACHADO A A SILVEIRA P Sanest Sistema de anaacutelise estatiacutestica para microcomputadores Registrado na Secretaria Especial de Informaacutetica sob nuacutemero 066060 - categoria A Pelotas-RS Universidade Federal de Pelotas 1984

48

7 APEcircNDICE

APEcircNDICE A - Anaacutelise da adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes utilizados na produccedilatildeo de mudas de cebola

TABELA 1 A Anaacutelise baacutesica do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo miuacutedo + papua

Arg

pH IND

SMP

MO

P - n r - Na Al Ca__10Omlmdash

Mg

ppm -

6 53 67 089 8 6 27 1 04 05 0 2

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 2A Anaacutelise complementar do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo-miuacutedo + papua

Cobre Zinco Manganecircs Ferro

(m v1)

04 05 26 007

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

49

TABELA 3A Anaacutelise dos fertilizantes soacutelidos

Amostra pH limidade CN

C N P K Ca Mg

- g-ivg --

Cama de 849 2491 12 31042 2479 3888 3405 29875 463

aves

Esterco 74 3594 11 677 590 157 134 335 214

de curral

Huacutemus 684 5738 14 15965 1098 453 745 743 361

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 4A Anaacutelise quiacutemica dos biofertilizantes liacutequidos

Amostra N P K_ccedil H

Ca Mg Cu Zn Fe Mn

mdashgL bull

S Magro

m b 4

Urina

053

1652

8 2 2

008

395

0 0 0

149

1674

471

1902

6872

0 0 0

1150

4507

1172

7273

42

033

101389

920

0 0 0

6250

19458

781

35273

1123

0 2 1

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

50

APEcircNDICE B - Condiccedilotildees climaacuteticas do local

TABELA 1B Condiccedilotildees de temperatura do local

___________ __________TEMPERATURA (degCgt

meses Meacutedia

Maacutexima

Meacutedia

MiacutenimaMeacutedia

Maacutexima

Absoluta

Miacutenima

Absoluta

Junho 225 87 156 320 25

Julho 225 85 155 285 30

Agosto 251 71 161 360 1 0

Fonte FEPAGROSCT 2002

TABELA 2B Condiccedilotildees de chuva do local

mdash CHUVA (mm)mdash

meses Ocorrida Normal Desvio Da Normal

Junho 1080 1 1 0 -2 0

Julho 1062 98 8 2

Agosto 1283 1 2 0 83

Fonte FEPAGROSCT 2002

51

TABELA 1C Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

APEcircNDICE C - Anaacutelise estatiacutestica da parte aeacuterea

Causas G1 FFPA FSPA AP DC

da variaccedilatildeo --------- Quadrados meacutedios-

Blocos 3

Ad Base 2 175359071 1287102 2547419 1 11775

Biofertilizantes 2 126876 29011 87669ns 02185ns

Ad x Biofert 4 572378 31123 69106ns 04159

Resiacuteduo 24 34456 03048 27169 00290

Total 35

Meacutedia geral 93745 8772 320388 6741

CV 1980 6294 5145 2530

Significativo a 5ns Natildeo significativo

52

TABELA 1D Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade

de raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

APEcircNDICE D - Anaacutelise estatiacutestica da raiz

Causas G1 FFR FSR CR RPASR DR

da variaccedilatildeo Quadrados meacutedios---------------

Blocos 3

Ad Base 2 27874 551 623 2 1 0 140

Biofertilizantes 2 178 0 1 0 ni 1504 l03ns 038ns

Ad x Biofert 4 190 058 318 294 183

Resiacuteduo 24 005 009 028 023 0 2 1

Total 35

Meacutedia geral 1818 228 184 387 333

C V 134 1356 448 1253 1396

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

53

APEcircNDICE E - Anaacutelise estatiacutestica dos macronutrientes da parte aeacuterea da cebola

TABELA 1E Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mud^s de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

Causas G1 bull N P K Ca Mg

da variaccedilatildeo

Blocos 3

Ad Base 2 13550306 446627 25509686 1031806 59007

Biofertilizantes 2 180610ns 16564 68153ns 39006 876ns

Ad x Biofert 4 454187 45743 1047539 46950 2464

Resiacuteduo 24 29769 1453 64313 3741 439

Total 35

Meacutedia geral 24921 4597 33366 6943 1615

C V 692 829 760 880 1297

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

APEcircNDICE F - Fotos do experimento

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob uma perspectiva agroecoloacutegica

APEcircNDICE F a Fotos do experimento

FIGURA 1 Adubaccedilatildeo verde com feijatildeo-miuacutedo e papuatilde utilizadas no manejo do solo

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob urna perspectiva agroecoloacutegica

Page 53: PRODUÇÃO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L.) SOB …orgprints.org/24883/1/Paglia_Produção.pdf · vaca mais calda bordalesa; MB4+U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

44

KOEFF H H PETTERSSON B D SHAUMANN W Vida Vegetal solos e adubaccedilatildeo In Agricultura Biodinacircmica Satildeo Paulo Nobel 1983 p92-149

KONONOVA M M Soil organic matter The importance o f organic matter in soil formation and soil fertility New York Pergamqn Press 1961 p 165-200

KUHN T A Estrutura das Revoluccedilotildees Cientiacuteficas Satildeo Paulo Perspectiva 1989 257p

LANNA FCA ABREU C L ABREU J G SILVA V Resposta de cultivares de melancia cultivadas sob adubaccedilatildeo quiacutemica e orgacircnica Horticultura v 12 n l p85 1994

LEFF H Saber Ambiental Petroacutepolis Vozes 2001 343 p

MAGALHAtildeES J R Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo da cebola In FERREIRA M E CASSTELLANE P D CRUZ M C P Nutriccedilatildeo e adubaccedilatildeo de hortaliccedilasPiracicaba POTAFOS 1993 p 381-393

MALAVOLTA E Elementos de nutriccedilatildeo mineral de plantas Satildeo Paulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1980 251 p

MALAVOLTA E Manual de Quiacutemica Agriacutecola - Adubos e Adubaccedilatildeo 3a ed SatildeoPaulo Ed Agronocircmica Ceres Ltda 1981 606 p

MARTINEZ A A A grande e Poderosa Minhoca Jaboticabal Funep - Unesp1990 101 p

MARTINS S R Desenvolvimento e Sustentabilidade Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v20 n2 julho 2002 Palestra apresentada no 42deg Congresso Brasileiro de Olericultura

MARTINS S R Limites Del Desarrollo Sostenible em Ameacuterica Latina En el marco de Ias poliacuteticas de (re)ajuste econocircmico Pelotas Editora UFPel 1997 135 P-

MARTINS S R Sustentabilidade na agricultura dimensotildees econocircmicas sociais e ambientais Revista Cientiacutefica Rural Bageacute v4 n 2 p 175-1871999

MATURANA H REZEPKA S N D E Formaccedilatildeo Humana e Capacitaccedilatildeo Rio de Janneiro Vozes 2000 8 6 p

MELLO A F SOBRINHO M O ARZOLLA S SILVEIRA R NETTO A C KIEHL J C Fertilidade do Solo Satildeo Paulo Nobel 1983

MENEZES JUacuteNIOR F O G D Caracterizaccedilatildeo de Diferentes substratos hortiacutecolas e seu efeito na produccedilatildeo de mudas de alface e couve-flor em ambiente protegido Pelotas 1998 141 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1998

45

MIBASA Mineraccedilatildeo Barreto SA Melhorador de Solos MB4 A Natureza Agradece Arapiraca-AL [199-] Folder

MINAMI K Os resumos da olericultura 2000 In AZEVEDO FILHO MARTINEZ FILHO (ed) Preccedilos agriacutecolas Piracicaba ESALQ 1999 p 4

MINAMI K Produccedilatildeo de Mudas de Alta Qualidade em Horticultura Satildeo Paulo TA Queiroz 1995

MORSELLI T B G A Cultivo sucessivo de alface sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegidoPelotas 2001 178 p Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2001

MORSELLI T B G A Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Poliacutegrafo da Disciplina de Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia-Produccedilatildeo Vegetal UFPel 2002

MULLER AM Efeitos da Aplicaccedilatildeo Foliar de um Biofertilizante Enriquecido no Estado fitossanitaacuterio de Tomate Ervilha e Beterraba Sob Manejo OrgacircnicoDissertaccedilatildeo (Mestrado no Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agroecossistemas)1999 (Resumo)

NOLLA D Erosatildeo do Solo - O grande desafio Estado do Rio Grande do Sul SEAGRI desenvolvimento de recursos naturais renovaacuteveis 1982 412 p

PAGLIA AG MORSELLI TBGA PEIL RMN Teores de nutrientes pH e condutividade eleacutetrica da aacutegua em sistema ldquofloat^ngrdquo sob adiccedilatildeo de biofertilizantes Horticultura Brasileira v 20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PAULUS G MULLER A BARCELLOS LAR Agroecologia aplicada praticas e meacutetodos para uma agricultura de base ecoloacutegica 2ed ver ampl Porto Alegre EMATERRS 2001 8 6 p

PEIXOTO R T dos G Composto orgacircnico aplicaccedilotildees benefiacutecios e restriccedilotildees de uso Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 18 p 56-64 julho 2000

PENTEADO SR Defensivos Alternativos e Naturais Satildeo Paulo 1999 95 p

PEREIRA AJ SOUZA RJ PEREIRA WR Efeito de diferentes doses de esterco de galinha e de curral sobre a produccedilatildeo de cebola Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PINHEIRO S BARRETO SB MB-4 agricultura sustentaacutevel trofobiose e biofertilizantes Fundaccedilatildeo Juquira CandiruMibasa 2000 273 p

PRIMAVESI A Agricultura Sustentaacutevel Satildeo Paulo Nobel 1992 142 p

PRIMAVESI A O manejo ecoloacutegico do solo Agricultura em regiotildees tropicais SatildeoPaulo Nobel 1982 541 p

46

PURCINO A A C ldquoNitrogecircniordquo Informe Agropecuaacuterio Belo Horizonte v7 n81 p 16-27 1981

QUIJANO F G Efeito da adubaccedilatildeo orgacircnica no desenvolvimento de duas cultivares de alface em ambiente protegido Pelotas 1999 116f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

RODRIGUES A N N Efeitos e residuais de superfosfato triplo sobre o rendimento de mateacuteria seca e absorccedilatildeo de foacutesforo pela aveia (Avena strigosa Schob) em solo Podzoacutelico Vermelho Escuro Porto Alegre 1984 59f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia UFRGS 1984

RODRIGUES E T CASALI V W D Respostas da alface agrave adubaccedilatildeo orgacircnica II Teores conteuacutedos e utilizaccedilatildeo de macronutrientes em cultivares Rev Ceres Viccedilosa v 45 n 261 p 437-449 1998

SAMINEcircS T C O Produccedilatildeo orgacircnica de alimentos Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 17 n3 novembro 1999

SCHIEDECK G Ambiecircncia e resposta agronocircmica de meloeiro (Cucumis melo L) cultivado sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegido Pelotas lOOp Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2002

SILVA JUacuteNIOR A A GIORGI E Substratos alternativos para a produccedilatildeo de mudas de tomate Agropecuaacuteria Catarinense Florianoacutepolis EPAGRI 1992 23 p

SILVA JUacuteNIOR A A MACEDO S G STUKER H Utilizaccedilatildeo de esterco de peru na produccedilatildeo de mudas de tomateiro Florianoacutepolis EPAGRI 1995 28 p (Boletim Teacutecnico 73)

TAGLIARI PS GRASSMANN H Minhoca a grande aliada da agricultura Agropecuaacuteria Catarinense v8 n l p 11-14 mar 1995

TEDESCO M J GIANELLO C Anaacutelises de solo plantas e outros materiais Porto Alegre Faculdade de Agronomia Departamento de Solos Universidade Federal do Rio Grande do Sul RS 1996

TENNANT D A Test of modified line intersect method of estimating root lenght Journal Ecology Oxford v 63 p 995-1001 1975

TIBAU A O Mateacuteria Orgacircnica do Solo Mateacuteria Orgacircnica e Fertilidade do SoloSatildeo Paulo Nobel 1984 p49-182

TIMM P J Anaacutelise comparativa dos sistemas de plantio convencional e cultivo miacutenimo de cebola sob adubaccedilatildeo orgacircnica e mineral Pelotas 2000 79 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2000

47

VALENZUELA HR CROSBY C Effect of compost applications on the yield of several vegetables in long-term organic farming experiments conduced in the tropics American Society Horticultural Science v33 n3 june 1998

VIGLIZZO E (ed) Subprograma Recursos Naturais y Sostenibilidad Agriacutecola documento marco Montevideo IICAPROCISUR 1995 p 75 - 78

WE1D J M TARDIN J M Proposta para a Ampliaccedilatildeo do Trabalho da ASPTA no Centro Sul do Paranaacute ASPTA Disponiacutevel em http wwwpronafgovbrEncontrotestosAS20PTA20Sul20ParanE1205 202002doc Acesso em 05 mai 2002

XAVIER SIMOacuteN F DOMINGUES D G Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel uma perspectiva agroecoloacutegica Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre EM ATERRS v2 n2 p 17-26 2001

ZABALETA J P Diagnoacutestico da Agricultura Familiar em Satildeo Joseacute do Norte - RSPelotas EMBRAPA-CPACT 1998 75 p (EMBRAPA-CPACT Documentos 44)

ZONTA E P MACHADO A A SILVEIRA P Sanest Sistema de anaacutelise estatiacutestica para microcomputadores Registrado na Secretaria Especial de Informaacutetica sob nuacutemero 066060 - categoria A Pelotas-RS Universidade Federal de Pelotas 1984

48

7 APEcircNDICE

APEcircNDICE A - Anaacutelise da adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes utilizados na produccedilatildeo de mudas de cebola

TABELA 1 A Anaacutelise baacutesica do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo miuacutedo + papua

Arg

pH IND

SMP

MO

P - n r - Na Al Ca__10Omlmdash

Mg

ppm -

6 53 67 089 8 6 27 1 04 05 0 2

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 2A Anaacutelise complementar do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo-miuacutedo + papua

Cobre Zinco Manganecircs Ferro

(m v1)

04 05 26 007

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

49

TABELA 3A Anaacutelise dos fertilizantes soacutelidos

Amostra pH limidade CN

C N P K Ca Mg

- g-ivg --

Cama de 849 2491 12 31042 2479 3888 3405 29875 463

aves

Esterco 74 3594 11 677 590 157 134 335 214

de curral

Huacutemus 684 5738 14 15965 1098 453 745 743 361

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 4A Anaacutelise quiacutemica dos biofertilizantes liacutequidos

Amostra N P K_ccedil H

Ca Mg Cu Zn Fe Mn

mdashgL bull

S Magro

m b 4

Urina

053

1652

8 2 2

008

395

0 0 0

149

1674

471

1902

6872

0 0 0

1150

4507

1172

7273

42

033

101389

920

0 0 0

6250

19458

781

35273

1123

0 2 1

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

50

APEcircNDICE B - Condiccedilotildees climaacuteticas do local

TABELA 1B Condiccedilotildees de temperatura do local

___________ __________TEMPERATURA (degCgt

meses Meacutedia

Maacutexima

Meacutedia

MiacutenimaMeacutedia

Maacutexima

Absoluta

Miacutenima

Absoluta

Junho 225 87 156 320 25

Julho 225 85 155 285 30

Agosto 251 71 161 360 1 0

Fonte FEPAGROSCT 2002

TABELA 2B Condiccedilotildees de chuva do local

mdash CHUVA (mm)mdash

meses Ocorrida Normal Desvio Da Normal

Junho 1080 1 1 0 -2 0

Julho 1062 98 8 2

Agosto 1283 1 2 0 83

Fonte FEPAGROSCT 2002

51

TABELA 1C Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

APEcircNDICE C - Anaacutelise estatiacutestica da parte aeacuterea

Causas G1 FFPA FSPA AP DC

da variaccedilatildeo --------- Quadrados meacutedios-

Blocos 3

Ad Base 2 175359071 1287102 2547419 1 11775

Biofertilizantes 2 126876 29011 87669ns 02185ns

Ad x Biofert 4 572378 31123 69106ns 04159

Resiacuteduo 24 34456 03048 27169 00290

Total 35

Meacutedia geral 93745 8772 320388 6741

CV 1980 6294 5145 2530

Significativo a 5ns Natildeo significativo

52

TABELA 1D Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade

de raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

APEcircNDICE D - Anaacutelise estatiacutestica da raiz

Causas G1 FFR FSR CR RPASR DR

da variaccedilatildeo Quadrados meacutedios---------------

Blocos 3

Ad Base 2 27874 551 623 2 1 0 140

Biofertilizantes 2 178 0 1 0 ni 1504 l03ns 038ns

Ad x Biofert 4 190 058 318 294 183

Resiacuteduo 24 005 009 028 023 0 2 1

Total 35

Meacutedia geral 1818 228 184 387 333

C V 134 1356 448 1253 1396

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

53

APEcircNDICE E - Anaacutelise estatiacutestica dos macronutrientes da parte aeacuterea da cebola

TABELA 1E Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mud^s de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

Causas G1 bull N P K Ca Mg

da variaccedilatildeo

Blocos 3

Ad Base 2 13550306 446627 25509686 1031806 59007

Biofertilizantes 2 180610ns 16564 68153ns 39006 876ns

Ad x Biofert 4 454187 45743 1047539 46950 2464

Resiacuteduo 24 29769 1453 64313 3741 439

Total 35

Meacutedia geral 24921 4597 33366 6943 1615

C V 692 829 760 880 1297

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

APEcircNDICE F - Fotos do experimento

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob uma perspectiva agroecoloacutegica

APEcircNDICE F a Fotos do experimento

FIGURA 1 Adubaccedilatildeo verde com feijatildeo-miuacutedo e papuatilde utilizadas no manejo do solo

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob urna perspectiva agroecoloacutegica

Page 54: PRODUÇÃO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L.) SOB …orgprints.org/24883/1/Paglia_Produção.pdf · vaca mais calda bordalesa; MB4+U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

45

MIBASA Mineraccedilatildeo Barreto SA Melhorador de Solos MB4 A Natureza Agradece Arapiraca-AL [199-] Folder

MINAMI K Os resumos da olericultura 2000 In AZEVEDO FILHO MARTINEZ FILHO (ed) Preccedilos agriacutecolas Piracicaba ESALQ 1999 p 4

MINAMI K Produccedilatildeo de Mudas de Alta Qualidade em Horticultura Satildeo Paulo TA Queiroz 1995

MORSELLI T B G A Cultivo sucessivo de alface sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegidoPelotas 2001 178 p Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2001

MORSELLI T B G A Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Poliacutegrafo da Disciplina de Resiacuteduos orgacircnicos em sistemas agriacutecolas Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agronomia-Produccedilatildeo Vegetal UFPel 2002

MULLER AM Efeitos da Aplicaccedilatildeo Foliar de um Biofertilizante Enriquecido no Estado fitossanitaacuterio de Tomate Ervilha e Beterraba Sob Manejo OrgacircnicoDissertaccedilatildeo (Mestrado no Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Agroecossistemas)1999 (Resumo)

NOLLA D Erosatildeo do Solo - O grande desafio Estado do Rio Grande do Sul SEAGRI desenvolvimento de recursos naturais renovaacuteveis 1982 412 p

PAGLIA AG MORSELLI TBGA PEIL RMN Teores de nutrientes pH e condutividade eleacutetrica da aacutegua em sistema ldquofloat^ngrdquo sob adiccedilatildeo de biofertilizantes Horticultura Brasileira v 20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PAULUS G MULLER A BARCELLOS LAR Agroecologia aplicada praticas e meacutetodos para uma agricultura de base ecoloacutegica 2ed ver ampl Porto Alegre EMATERRS 2001 8 6 p

PEIXOTO R T dos G Composto orgacircnico aplicaccedilotildees benefiacutecios e restriccedilotildees de uso Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 18 p 56-64 julho 2000

PENTEADO SR Defensivos Alternativos e Naturais Satildeo Paulo 1999 95 p

PEREIRA AJ SOUZA RJ PEREIRA WR Efeito de diferentes doses de esterco de galinha e de curral sobre a produccedilatildeo de cebola Horticultura Brasileira v20 n2 julho 2002 Suplemento 2

PINHEIRO S BARRETO SB MB-4 agricultura sustentaacutevel trofobiose e biofertilizantes Fundaccedilatildeo Juquira CandiruMibasa 2000 273 p

PRIMAVESI A Agricultura Sustentaacutevel Satildeo Paulo Nobel 1992 142 p

PRIMAVESI A O manejo ecoloacutegico do solo Agricultura em regiotildees tropicais SatildeoPaulo Nobel 1982 541 p

46

PURCINO A A C ldquoNitrogecircniordquo Informe Agropecuaacuterio Belo Horizonte v7 n81 p 16-27 1981

QUIJANO F G Efeito da adubaccedilatildeo orgacircnica no desenvolvimento de duas cultivares de alface em ambiente protegido Pelotas 1999 116f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

RODRIGUES A N N Efeitos e residuais de superfosfato triplo sobre o rendimento de mateacuteria seca e absorccedilatildeo de foacutesforo pela aveia (Avena strigosa Schob) em solo Podzoacutelico Vermelho Escuro Porto Alegre 1984 59f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia UFRGS 1984

RODRIGUES E T CASALI V W D Respostas da alface agrave adubaccedilatildeo orgacircnica II Teores conteuacutedos e utilizaccedilatildeo de macronutrientes em cultivares Rev Ceres Viccedilosa v 45 n 261 p 437-449 1998

SAMINEcircS T C O Produccedilatildeo orgacircnica de alimentos Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 17 n3 novembro 1999

SCHIEDECK G Ambiecircncia e resposta agronocircmica de meloeiro (Cucumis melo L) cultivado sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegido Pelotas lOOp Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2002

SILVA JUacuteNIOR A A GIORGI E Substratos alternativos para a produccedilatildeo de mudas de tomate Agropecuaacuteria Catarinense Florianoacutepolis EPAGRI 1992 23 p

SILVA JUacuteNIOR A A MACEDO S G STUKER H Utilizaccedilatildeo de esterco de peru na produccedilatildeo de mudas de tomateiro Florianoacutepolis EPAGRI 1995 28 p (Boletim Teacutecnico 73)

TAGLIARI PS GRASSMANN H Minhoca a grande aliada da agricultura Agropecuaacuteria Catarinense v8 n l p 11-14 mar 1995

TEDESCO M J GIANELLO C Anaacutelises de solo plantas e outros materiais Porto Alegre Faculdade de Agronomia Departamento de Solos Universidade Federal do Rio Grande do Sul RS 1996

TENNANT D A Test of modified line intersect method of estimating root lenght Journal Ecology Oxford v 63 p 995-1001 1975

TIBAU A O Mateacuteria Orgacircnica do Solo Mateacuteria Orgacircnica e Fertilidade do SoloSatildeo Paulo Nobel 1984 p49-182

TIMM P J Anaacutelise comparativa dos sistemas de plantio convencional e cultivo miacutenimo de cebola sob adubaccedilatildeo orgacircnica e mineral Pelotas 2000 79 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2000

47

VALENZUELA HR CROSBY C Effect of compost applications on the yield of several vegetables in long-term organic farming experiments conduced in the tropics American Society Horticultural Science v33 n3 june 1998

VIGLIZZO E (ed) Subprograma Recursos Naturais y Sostenibilidad Agriacutecola documento marco Montevideo IICAPROCISUR 1995 p 75 - 78

WE1D J M TARDIN J M Proposta para a Ampliaccedilatildeo do Trabalho da ASPTA no Centro Sul do Paranaacute ASPTA Disponiacutevel em http wwwpronafgovbrEncontrotestosAS20PTA20Sul20ParanE1205 202002doc Acesso em 05 mai 2002

XAVIER SIMOacuteN F DOMINGUES D G Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel uma perspectiva agroecoloacutegica Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre EM ATERRS v2 n2 p 17-26 2001

ZABALETA J P Diagnoacutestico da Agricultura Familiar em Satildeo Joseacute do Norte - RSPelotas EMBRAPA-CPACT 1998 75 p (EMBRAPA-CPACT Documentos 44)

ZONTA E P MACHADO A A SILVEIRA P Sanest Sistema de anaacutelise estatiacutestica para microcomputadores Registrado na Secretaria Especial de Informaacutetica sob nuacutemero 066060 - categoria A Pelotas-RS Universidade Federal de Pelotas 1984

48

7 APEcircNDICE

APEcircNDICE A - Anaacutelise da adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes utilizados na produccedilatildeo de mudas de cebola

TABELA 1 A Anaacutelise baacutesica do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo miuacutedo + papua

Arg

pH IND

SMP

MO

P - n r - Na Al Ca__10Omlmdash

Mg

ppm -

6 53 67 089 8 6 27 1 04 05 0 2

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 2A Anaacutelise complementar do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo-miuacutedo + papua

Cobre Zinco Manganecircs Ferro

(m v1)

04 05 26 007

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

49

TABELA 3A Anaacutelise dos fertilizantes soacutelidos

Amostra pH limidade CN

C N P K Ca Mg

- g-ivg --

Cama de 849 2491 12 31042 2479 3888 3405 29875 463

aves

Esterco 74 3594 11 677 590 157 134 335 214

de curral

Huacutemus 684 5738 14 15965 1098 453 745 743 361

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 4A Anaacutelise quiacutemica dos biofertilizantes liacutequidos

Amostra N P K_ccedil H

Ca Mg Cu Zn Fe Mn

mdashgL bull

S Magro

m b 4

Urina

053

1652

8 2 2

008

395

0 0 0

149

1674

471

1902

6872

0 0 0

1150

4507

1172

7273

42

033

101389

920

0 0 0

6250

19458

781

35273

1123

0 2 1

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

50

APEcircNDICE B - Condiccedilotildees climaacuteticas do local

TABELA 1B Condiccedilotildees de temperatura do local

___________ __________TEMPERATURA (degCgt

meses Meacutedia

Maacutexima

Meacutedia

MiacutenimaMeacutedia

Maacutexima

Absoluta

Miacutenima

Absoluta

Junho 225 87 156 320 25

Julho 225 85 155 285 30

Agosto 251 71 161 360 1 0

Fonte FEPAGROSCT 2002

TABELA 2B Condiccedilotildees de chuva do local

mdash CHUVA (mm)mdash

meses Ocorrida Normal Desvio Da Normal

Junho 1080 1 1 0 -2 0

Julho 1062 98 8 2

Agosto 1283 1 2 0 83

Fonte FEPAGROSCT 2002

51

TABELA 1C Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

APEcircNDICE C - Anaacutelise estatiacutestica da parte aeacuterea

Causas G1 FFPA FSPA AP DC

da variaccedilatildeo --------- Quadrados meacutedios-

Blocos 3

Ad Base 2 175359071 1287102 2547419 1 11775

Biofertilizantes 2 126876 29011 87669ns 02185ns

Ad x Biofert 4 572378 31123 69106ns 04159

Resiacuteduo 24 34456 03048 27169 00290

Total 35

Meacutedia geral 93745 8772 320388 6741

CV 1980 6294 5145 2530

Significativo a 5ns Natildeo significativo

52

TABELA 1D Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade

de raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

APEcircNDICE D - Anaacutelise estatiacutestica da raiz

Causas G1 FFR FSR CR RPASR DR

da variaccedilatildeo Quadrados meacutedios---------------

Blocos 3

Ad Base 2 27874 551 623 2 1 0 140

Biofertilizantes 2 178 0 1 0 ni 1504 l03ns 038ns

Ad x Biofert 4 190 058 318 294 183

Resiacuteduo 24 005 009 028 023 0 2 1

Total 35

Meacutedia geral 1818 228 184 387 333

C V 134 1356 448 1253 1396

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

53

APEcircNDICE E - Anaacutelise estatiacutestica dos macronutrientes da parte aeacuterea da cebola

TABELA 1E Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mud^s de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

Causas G1 bull N P K Ca Mg

da variaccedilatildeo

Blocos 3

Ad Base 2 13550306 446627 25509686 1031806 59007

Biofertilizantes 2 180610ns 16564 68153ns 39006 876ns

Ad x Biofert 4 454187 45743 1047539 46950 2464

Resiacuteduo 24 29769 1453 64313 3741 439

Total 35

Meacutedia geral 24921 4597 33366 6943 1615

C V 692 829 760 880 1297

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

APEcircNDICE F - Fotos do experimento

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob uma perspectiva agroecoloacutegica

APEcircNDICE F a Fotos do experimento

FIGURA 1 Adubaccedilatildeo verde com feijatildeo-miuacutedo e papuatilde utilizadas no manejo do solo

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob urna perspectiva agroecoloacutegica

Page 55: PRODUÇÃO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L.) SOB …orgprints.org/24883/1/Paglia_Produção.pdf · vaca mais calda bordalesa; MB4+U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

46

PURCINO A A C ldquoNitrogecircniordquo Informe Agropecuaacuterio Belo Horizonte v7 n81 p 16-27 1981

QUIJANO F G Efeito da adubaccedilatildeo orgacircnica no desenvolvimento de duas cultivares de alface em ambiente protegido Pelotas 1999 116f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 1999

RODRIGUES A N N Efeitos e residuais de superfosfato triplo sobre o rendimento de mateacuteria seca e absorccedilatildeo de foacutesforo pela aveia (Avena strigosa Schob) em solo Podzoacutelico Vermelho Escuro Porto Alegre 1984 59f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia UFRGS 1984

RODRIGUES E T CASALI V W D Respostas da alface agrave adubaccedilatildeo orgacircnica II Teores conteuacutedos e utilizaccedilatildeo de macronutrientes em cultivares Rev Ceres Viccedilosa v 45 n 261 p 437-449 1998

SAMINEcircS T C O Produccedilatildeo orgacircnica de alimentos Horticultura Brasileira Brasiacutelia-DF v 17 n3 novembro 1999

SCHIEDECK G Ambiecircncia e resposta agronocircmica de meloeiro (Cucumis melo L) cultivado sob adubaccedilatildeo orgacircnica em ambiente protegido Pelotas lOOp Tese (Doutorado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2002

SILVA JUacuteNIOR A A GIORGI E Substratos alternativos para a produccedilatildeo de mudas de tomate Agropecuaacuteria Catarinense Florianoacutepolis EPAGRI 1992 23 p

SILVA JUacuteNIOR A A MACEDO S G STUKER H Utilizaccedilatildeo de esterco de peru na produccedilatildeo de mudas de tomateiro Florianoacutepolis EPAGRI 1995 28 p (Boletim Teacutecnico 73)

TAGLIARI PS GRASSMANN H Minhoca a grande aliada da agricultura Agropecuaacuteria Catarinense v8 n l p 11-14 mar 1995

TEDESCO M J GIANELLO C Anaacutelises de solo plantas e outros materiais Porto Alegre Faculdade de Agronomia Departamento de Solos Universidade Federal do Rio Grande do Sul RS 1996

TENNANT D A Test of modified line intersect method of estimating root lenght Journal Ecology Oxford v 63 p 995-1001 1975

TIBAU A O Mateacuteria Orgacircnica do Solo Mateacuteria Orgacircnica e Fertilidade do SoloSatildeo Paulo Nobel 1984 p49-182

TIMM P J Anaacutelise comparativa dos sistemas de plantio convencional e cultivo miacutenimo de cebola sob adubaccedilatildeo orgacircnica e mineral Pelotas 2000 79 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia - Produccedilatildeo Vegetal) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel UFPel 2000

47

VALENZUELA HR CROSBY C Effect of compost applications on the yield of several vegetables in long-term organic farming experiments conduced in the tropics American Society Horticultural Science v33 n3 june 1998

VIGLIZZO E (ed) Subprograma Recursos Naturais y Sostenibilidad Agriacutecola documento marco Montevideo IICAPROCISUR 1995 p 75 - 78

WE1D J M TARDIN J M Proposta para a Ampliaccedilatildeo do Trabalho da ASPTA no Centro Sul do Paranaacute ASPTA Disponiacutevel em http wwwpronafgovbrEncontrotestosAS20PTA20Sul20ParanE1205 202002doc Acesso em 05 mai 2002

XAVIER SIMOacuteN F DOMINGUES D G Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel uma perspectiva agroecoloacutegica Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre EM ATERRS v2 n2 p 17-26 2001

ZABALETA J P Diagnoacutestico da Agricultura Familiar em Satildeo Joseacute do Norte - RSPelotas EMBRAPA-CPACT 1998 75 p (EMBRAPA-CPACT Documentos 44)

ZONTA E P MACHADO A A SILVEIRA P Sanest Sistema de anaacutelise estatiacutestica para microcomputadores Registrado na Secretaria Especial de Informaacutetica sob nuacutemero 066060 - categoria A Pelotas-RS Universidade Federal de Pelotas 1984

48

7 APEcircNDICE

APEcircNDICE A - Anaacutelise da adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes utilizados na produccedilatildeo de mudas de cebola

TABELA 1 A Anaacutelise baacutesica do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo miuacutedo + papua

Arg

pH IND

SMP

MO

P - n r - Na Al Ca__10Omlmdash

Mg

ppm -

6 53 67 089 8 6 27 1 04 05 0 2

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 2A Anaacutelise complementar do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo-miuacutedo + papua

Cobre Zinco Manganecircs Ferro

(m v1)

04 05 26 007

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

49

TABELA 3A Anaacutelise dos fertilizantes soacutelidos

Amostra pH limidade CN

C N P K Ca Mg

- g-ivg --

Cama de 849 2491 12 31042 2479 3888 3405 29875 463

aves

Esterco 74 3594 11 677 590 157 134 335 214

de curral

Huacutemus 684 5738 14 15965 1098 453 745 743 361

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 4A Anaacutelise quiacutemica dos biofertilizantes liacutequidos

Amostra N P K_ccedil H

Ca Mg Cu Zn Fe Mn

mdashgL bull

S Magro

m b 4

Urina

053

1652

8 2 2

008

395

0 0 0

149

1674

471

1902

6872

0 0 0

1150

4507

1172

7273

42

033

101389

920

0 0 0

6250

19458

781

35273

1123

0 2 1

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

50

APEcircNDICE B - Condiccedilotildees climaacuteticas do local

TABELA 1B Condiccedilotildees de temperatura do local

___________ __________TEMPERATURA (degCgt

meses Meacutedia

Maacutexima

Meacutedia

MiacutenimaMeacutedia

Maacutexima

Absoluta

Miacutenima

Absoluta

Junho 225 87 156 320 25

Julho 225 85 155 285 30

Agosto 251 71 161 360 1 0

Fonte FEPAGROSCT 2002

TABELA 2B Condiccedilotildees de chuva do local

mdash CHUVA (mm)mdash

meses Ocorrida Normal Desvio Da Normal

Junho 1080 1 1 0 -2 0

Julho 1062 98 8 2

Agosto 1283 1 2 0 83

Fonte FEPAGROSCT 2002

51

TABELA 1C Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

APEcircNDICE C - Anaacutelise estatiacutestica da parte aeacuterea

Causas G1 FFPA FSPA AP DC

da variaccedilatildeo --------- Quadrados meacutedios-

Blocos 3

Ad Base 2 175359071 1287102 2547419 1 11775

Biofertilizantes 2 126876 29011 87669ns 02185ns

Ad x Biofert 4 572378 31123 69106ns 04159

Resiacuteduo 24 34456 03048 27169 00290

Total 35

Meacutedia geral 93745 8772 320388 6741

CV 1980 6294 5145 2530

Significativo a 5ns Natildeo significativo

52

TABELA 1D Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade

de raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

APEcircNDICE D - Anaacutelise estatiacutestica da raiz

Causas G1 FFR FSR CR RPASR DR

da variaccedilatildeo Quadrados meacutedios---------------

Blocos 3

Ad Base 2 27874 551 623 2 1 0 140

Biofertilizantes 2 178 0 1 0 ni 1504 l03ns 038ns

Ad x Biofert 4 190 058 318 294 183

Resiacuteduo 24 005 009 028 023 0 2 1

Total 35

Meacutedia geral 1818 228 184 387 333

C V 134 1356 448 1253 1396

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

53

APEcircNDICE E - Anaacutelise estatiacutestica dos macronutrientes da parte aeacuterea da cebola

TABELA 1E Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mud^s de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

Causas G1 bull N P K Ca Mg

da variaccedilatildeo

Blocos 3

Ad Base 2 13550306 446627 25509686 1031806 59007

Biofertilizantes 2 180610ns 16564 68153ns 39006 876ns

Ad x Biofert 4 454187 45743 1047539 46950 2464

Resiacuteduo 24 29769 1453 64313 3741 439

Total 35

Meacutedia geral 24921 4597 33366 6943 1615

C V 692 829 760 880 1297

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

APEcircNDICE F - Fotos do experimento

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob uma perspectiva agroecoloacutegica

APEcircNDICE F a Fotos do experimento

FIGURA 1 Adubaccedilatildeo verde com feijatildeo-miuacutedo e papuatilde utilizadas no manejo do solo

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob urna perspectiva agroecoloacutegica

Page 56: PRODUÇÃO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L.) SOB …orgprints.org/24883/1/Paglia_Produção.pdf · vaca mais calda bordalesa; MB4+U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

47

VALENZUELA HR CROSBY C Effect of compost applications on the yield of several vegetables in long-term organic farming experiments conduced in the tropics American Society Horticultural Science v33 n3 june 1998

VIGLIZZO E (ed) Subprograma Recursos Naturais y Sostenibilidad Agriacutecola documento marco Montevideo IICAPROCISUR 1995 p 75 - 78

WE1D J M TARDIN J M Proposta para a Ampliaccedilatildeo do Trabalho da ASPTA no Centro Sul do Paranaacute ASPTA Disponiacutevel em http wwwpronafgovbrEncontrotestosAS20PTA20Sul20ParanE1205 202002doc Acesso em 05 mai 2002

XAVIER SIMOacuteN F DOMINGUES D G Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel uma perspectiva agroecoloacutegica Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentaacutevel Porto Alegre EM ATERRS v2 n2 p 17-26 2001

ZABALETA J P Diagnoacutestico da Agricultura Familiar em Satildeo Joseacute do Norte - RSPelotas EMBRAPA-CPACT 1998 75 p (EMBRAPA-CPACT Documentos 44)

ZONTA E P MACHADO A A SILVEIRA P Sanest Sistema de anaacutelise estatiacutestica para microcomputadores Registrado na Secretaria Especial de Informaacutetica sob nuacutemero 066060 - categoria A Pelotas-RS Universidade Federal de Pelotas 1984

48

7 APEcircNDICE

APEcircNDICE A - Anaacutelise da adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes utilizados na produccedilatildeo de mudas de cebola

TABELA 1 A Anaacutelise baacutesica do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo miuacutedo + papua

Arg

pH IND

SMP

MO

P - n r - Na Al Ca__10Omlmdash

Mg

ppm -

6 53 67 089 8 6 27 1 04 05 0 2

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 2A Anaacutelise complementar do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo-miuacutedo + papua

Cobre Zinco Manganecircs Ferro

(m v1)

04 05 26 007

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

49

TABELA 3A Anaacutelise dos fertilizantes soacutelidos

Amostra pH limidade CN

C N P K Ca Mg

- g-ivg --

Cama de 849 2491 12 31042 2479 3888 3405 29875 463

aves

Esterco 74 3594 11 677 590 157 134 335 214

de curral

Huacutemus 684 5738 14 15965 1098 453 745 743 361

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 4A Anaacutelise quiacutemica dos biofertilizantes liacutequidos

Amostra N P K_ccedil H

Ca Mg Cu Zn Fe Mn

mdashgL bull

S Magro

m b 4

Urina

053

1652

8 2 2

008

395

0 0 0

149

1674

471

1902

6872

0 0 0

1150

4507

1172

7273

42

033

101389

920

0 0 0

6250

19458

781

35273

1123

0 2 1

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

50

APEcircNDICE B - Condiccedilotildees climaacuteticas do local

TABELA 1B Condiccedilotildees de temperatura do local

___________ __________TEMPERATURA (degCgt

meses Meacutedia

Maacutexima

Meacutedia

MiacutenimaMeacutedia

Maacutexima

Absoluta

Miacutenima

Absoluta

Junho 225 87 156 320 25

Julho 225 85 155 285 30

Agosto 251 71 161 360 1 0

Fonte FEPAGROSCT 2002

TABELA 2B Condiccedilotildees de chuva do local

mdash CHUVA (mm)mdash

meses Ocorrida Normal Desvio Da Normal

Junho 1080 1 1 0 -2 0

Julho 1062 98 8 2

Agosto 1283 1 2 0 83

Fonte FEPAGROSCT 2002

51

TABELA 1C Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

APEcircNDICE C - Anaacutelise estatiacutestica da parte aeacuterea

Causas G1 FFPA FSPA AP DC

da variaccedilatildeo --------- Quadrados meacutedios-

Blocos 3

Ad Base 2 175359071 1287102 2547419 1 11775

Biofertilizantes 2 126876 29011 87669ns 02185ns

Ad x Biofert 4 572378 31123 69106ns 04159

Resiacuteduo 24 34456 03048 27169 00290

Total 35

Meacutedia geral 93745 8772 320388 6741

CV 1980 6294 5145 2530

Significativo a 5ns Natildeo significativo

52

TABELA 1D Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade

de raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

APEcircNDICE D - Anaacutelise estatiacutestica da raiz

Causas G1 FFR FSR CR RPASR DR

da variaccedilatildeo Quadrados meacutedios---------------

Blocos 3

Ad Base 2 27874 551 623 2 1 0 140

Biofertilizantes 2 178 0 1 0 ni 1504 l03ns 038ns

Ad x Biofert 4 190 058 318 294 183

Resiacuteduo 24 005 009 028 023 0 2 1

Total 35

Meacutedia geral 1818 228 184 387 333

C V 134 1356 448 1253 1396

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

53

APEcircNDICE E - Anaacutelise estatiacutestica dos macronutrientes da parte aeacuterea da cebola

TABELA 1E Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mud^s de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

Causas G1 bull N P K Ca Mg

da variaccedilatildeo

Blocos 3

Ad Base 2 13550306 446627 25509686 1031806 59007

Biofertilizantes 2 180610ns 16564 68153ns 39006 876ns

Ad x Biofert 4 454187 45743 1047539 46950 2464

Resiacuteduo 24 29769 1453 64313 3741 439

Total 35

Meacutedia geral 24921 4597 33366 6943 1615

C V 692 829 760 880 1297

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

APEcircNDICE F - Fotos do experimento

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob uma perspectiva agroecoloacutegica

APEcircNDICE F a Fotos do experimento

FIGURA 1 Adubaccedilatildeo verde com feijatildeo-miuacutedo e papuatilde utilizadas no manejo do solo

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob urna perspectiva agroecoloacutegica

Page 57: PRODUÇÃO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L.) SOB …orgprints.org/24883/1/Paglia_Produção.pdf · vaca mais calda bordalesa; MB4+U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

48

7 APEcircNDICE

APEcircNDICE A - Anaacutelise da adubaccedilatildeo de base e biofertilizantes utilizados na produccedilatildeo de mudas de cebola

TABELA 1 A Anaacutelise baacutesica do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo miuacutedo + papua

Arg

pH IND

SMP

MO

P - n r - Na Al Ca__10Omlmdash

Mg

ppm -

6 53 67 089 8 6 27 1 04 05 0 2

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 2A Anaacutelise complementar do solo antes da incorporaccedilatildeo do feijatildeo-miuacutedo + papua

Cobre Zinco Manganecircs Ferro

(m v1)

04 05 26 007

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

49

TABELA 3A Anaacutelise dos fertilizantes soacutelidos

Amostra pH limidade CN

C N P K Ca Mg

- g-ivg --

Cama de 849 2491 12 31042 2479 3888 3405 29875 463

aves

Esterco 74 3594 11 677 590 157 134 335 214

de curral

Huacutemus 684 5738 14 15965 1098 453 745 743 361

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 4A Anaacutelise quiacutemica dos biofertilizantes liacutequidos

Amostra N P K_ccedil H

Ca Mg Cu Zn Fe Mn

mdashgL bull

S Magro

m b 4

Urina

053

1652

8 2 2

008

395

0 0 0

149

1674

471

1902

6872

0 0 0

1150

4507

1172

7273

42

033

101389

920

0 0 0

6250

19458

781

35273

1123

0 2 1

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

50

APEcircNDICE B - Condiccedilotildees climaacuteticas do local

TABELA 1B Condiccedilotildees de temperatura do local

___________ __________TEMPERATURA (degCgt

meses Meacutedia

Maacutexima

Meacutedia

MiacutenimaMeacutedia

Maacutexima

Absoluta

Miacutenima

Absoluta

Junho 225 87 156 320 25

Julho 225 85 155 285 30

Agosto 251 71 161 360 1 0

Fonte FEPAGROSCT 2002

TABELA 2B Condiccedilotildees de chuva do local

mdash CHUVA (mm)mdash

meses Ocorrida Normal Desvio Da Normal

Junho 1080 1 1 0 -2 0

Julho 1062 98 8 2

Agosto 1283 1 2 0 83

Fonte FEPAGROSCT 2002

51

TABELA 1C Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

APEcircNDICE C - Anaacutelise estatiacutestica da parte aeacuterea

Causas G1 FFPA FSPA AP DC

da variaccedilatildeo --------- Quadrados meacutedios-

Blocos 3

Ad Base 2 175359071 1287102 2547419 1 11775

Biofertilizantes 2 126876 29011 87669ns 02185ns

Ad x Biofert 4 572378 31123 69106ns 04159

Resiacuteduo 24 34456 03048 27169 00290

Total 35

Meacutedia geral 93745 8772 320388 6741

CV 1980 6294 5145 2530

Significativo a 5ns Natildeo significativo

52

TABELA 1D Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade

de raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

APEcircNDICE D - Anaacutelise estatiacutestica da raiz

Causas G1 FFR FSR CR RPASR DR

da variaccedilatildeo Quadrados meacutedios---------------

Blocos 3

Ad Base 2 27874 551 623 2 1 0 140

Biofertilizantes 2 178 0 1 0 ni 1504 l03ns 038ns

Ad x Biofert 4 190 058 318 294 183

Resiacuteduo 24 005 009 028 023 0 2 1

Total 35

Meacutedia geral 1818 228 184 387 333

C V 134 1356 448 1253 1396

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

53

APEcircNDICE E - Anaacutelise estatiacutestica dos macronutrientes da parte aeacuterea da cebola

TABELA 1E Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mud^s de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

Causas G1 bull N P K Ca Mg

da variaccedilatildeo

Blocos 3

Ad Base 2 13550306 446627 25509686 1031806 59007

Biofertilizantes 2 180610ns 16564 68153ns 39006 876ns

Ad x Biofert 4 454187 45743 1047539 46950 2464

Resiacuteduo 24 29769 1453 64313 3741 439

Total 35

Meacutedia geral 24921 4597 33366 6943 1615

C V 692 829 760 880 1297

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

APEcircNDICE F - Fotos do experimento

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob uma perspectiva agroecoloacutegica

APEcircNDICE F a Fotos do experimento

FIGURA 1 Adubaccedilatildeo verde com feijatildeo-miuacutedo e papuatilde utilizadas no manejo do solo

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob urna perspectiva agroecoloacutegica

Page 58: PRODUÇÃO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L.) SOB …orgprints.org/24883/1/Paglia_Produção.pdf · vaca mais calda bordalesa; MB4+U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

49

TABELA 3A Anaacutelise dos fertilizantes soacutelidos

Amostra pH limidade CN

C N P K Ca Mg

- g-ivg --

Cama de 849 2491 12 31042 2479 3888 3405 29875 463

aves

Esterco 74 3594 11 677 590 157 134 335 214

de curral

Huacutemus 684 5738 14 15965 1098 453 745 743 361

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

TABELA 4A Anaacutelise quiacutemica dos biofertilizantes liacutequidos

Amostra N P K_ccedil H

Ca Mg Cu Zn Fe Mn

mdashgL bull

S Magro

m b 4

Urina

053

1652

8 2 2

008

395

0 0 0

149

1674

471

1902

6872

0 0 0

1150

4507

1172

7273

42

033

101389

920

0 0 0

6250

19458

781

35273

1123

0 2 1

Fonte LASFAEMUFPel (2002)

50

APEcircNDICE B - Condiccedilotildees climaacuteticas do local

TABELA 1B Condiccedilotildees de temperatura do local

___________ __________TEMPERATURA (degCgt

meses Meacutedia

Maacutexima

Meacutedia

MiacutenimaMeacutedia

Maacutexima

Absoluta

Miacutenima

Absoluta

Junho 225 87 156 320 25

Julho 225 85 155 285 30

Agosto 251 71 161 360 1 0

Fonte FEPAGROSCT 2002

TABELA 2B Condiccedilotildees de chuva do local

mdash CHUVA (mm)mdash

meses Ocorrida Normal Desvio Da Normal

Junho 1080 1 1 0 -2 0

Julho 1062 98 8 2

Agosto 1283 1 2 0 83

Fonte FEPAGROSCT 2002

51

TABELA 1C Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

APEcircNDICE C - Anaacutelise estatiacutestica da parte aeacuterea

Causas G1 FFPA FSPA AP DC

da variaccedilatildeo --------- Quadrados meacutedios-

Blocos 3

Ad Base 2 175359071 1287102 2547419 1 11775

Biofertilizantes 2 126876 29011 87669ns 02185ns

Ad x Biofert 4 572378 31123 69106ns 04159

Resiacuteduo 24 34456 03048 27169 00290

Total 35

Meacutedia geral 93745 8772 320388 6741

CV 1980 6294 5145 2530

Significativo a 5ns Natildeo significativo

52

TABELA 1D Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade

de raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

APEcircNDICE D - Anaacutelise estatiacutestica da raiz

Causas G1 FFR FSR CR RPASR DR

da variaccedilatildeo Quadrados meacutedios---------------

Blocos 3

Ad Base 2 27874 551 623 2 1 0 140

Biofertilizantes 2 178 0 1 0 ni 1504 l03ns 038ns

Ad x Biofert 4 190 058 318 294 183

Resiacuteduo 24 005 009 028 023 0 2 1

Total 35

Meacutedia geral 1818 228 184 387 333

C V 134 1356 448 1253 1396

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

53

APEcircNDICE E - Anaacutelise estatiacutestica dos macronutrientes da parte aeacuterea da cebola

TABELA 1E Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mud^s de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

Causas G1 bull N P K Ca Mg

da variaccedilatildeo

Blocos 3

Ad Base 2 13550306 446627 25509686 1031806 59007

Biofertilizantes 2 180610ns 16564 68153ns 39006 876ns

Ad x Biofert 4 454187 45743 1047539 46950 2464

Resiacuteduo 24 29769 1453 64313 3741 439

Total 35

Meacutedia geral 24921 4597 33366 6943 1615

C V 692 829 760 880 1297

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

APEcircNDICE F - Fotos do experimento

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob uma perspectiva agroecoloacutegica

APEcircNDICE F a Fotos do experimento

FIGURA 1 Adubaccedilatildeo verde com feijatildeo-miuacutedo e papuatilde utilizadas no manejo do solo

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob urna perspectiva agroecoloacutegica

Page 59: PRODUÇÃO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L.) SOB …orgprints.org/24883/1/Paglia_Produção.pdf · vaca mais calda bordalesa; MB4+U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

50

APEcircNDICE B - Condiccedilotildees climaacuteticas do local

TABELA 1B Condiccedilotildees de temperatura do local

___________ __________TEMPERATURA (degCgt

meses Meacutedia

Maacutexima

Meacutedia

MiacutenimaMeacutedia

Maacutexima

Absoluta

Miacutenima

Absoluta

Junho 225 87 156 320 25

Julho 225 85 155 285 30

Agosto 251 71 161 360 1 0

Fonte FEPAGROSCT 2002

TABELA 2B Condiccedilotildees de chuva do local

mdash CHUVA (mm)mdash

meses Ocorrida Normal Desvio Da Normal

Junho 1080 1 1 0 -2 0

Julho 1062 98 8 2

Agosto 1283 1 2 0 83

Fonte FEPAGROSCT 2002

51

TABELA 1C Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

APEcircNDICE C - Anaacutelise estatiacutestica da parte aeacuterea

Causas G1 FFPA FSPA AP DC

da variaccedilatildeo --------- Quadrados meacutedios-

Blocos 3

Ad Base 2 175359071 1287102 2547419 1 11775

Biofertilizantes 2 126876 29011 87669ns 02185ns

Ad x Biofert 4 572378 31123 69106ns 04159

Resiacuteduo 24 34456 03048 27169 00290

Total 35

Meacutedia geral 93745 8772 320388 6741

CV 1980 6294 5145 2530

Significativo a 5ns Natildeo significativo

52

TABELA 1D Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade

de raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

APEcircNDICE D - Anaacutelise estatiacutestica da raiz

Causas G1 FFR FSR CR RPASR DR

da variaccedilatildeo Quadrados meacutedios---------------

Blocos 3

Ad Base 2 27874 551 623 2 1 0 140

Biofertilizantes 2 178 0 1 0 ni 1504 l03ns 038ns

Ad x Biofert 4 190 058 318 294 183

Resiacuteduo 24 005 009 028 023 0 2 1

Total 35

Meacutedia geral 1818 228 184 387 333

C V 134 1356 448 1253 1396

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

53

APEcircNDICE E - Anaacutelise estatiacutestica dos macronutrientes da parte aeacuterea da cebola

TABELA 1E Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mud^s de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

Causas G1 bull N P K Ca Mg

da variaccedilatildeo

Blocos 3

Ad Base 2 13550306 446627 25509686 1031806 59007

Biofertilizantes 2 180610ns 16564 68153ns 39006 876ns

Ad x Biofert 4 454187 45743 1047539 46950 2464

Resiacuteduo 24 29769 1453 64313 3741 439

Total 35

Meacutedia geral 24921 4597 33366 6943 1615

C V 692 829 760 880 1297

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

APEcircNDICE F - Fotos do experimento

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob uma perspectiva agroecoloacutegica

APEcircNDICE F a Fotos do experimento

FIGURA 1 Adubaccedilatildeo verde com feijatildeo-miuacutedo e papuatilde utilizadas no manejo do solo

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob urna perspectiva agroecoloacutegica

Page 60: PRODUÇÃO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L.) SOB …orgprints.org/24883/1/Paglia_Produção.pdf · vaca mais calda bordalesa; MB4+U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

51

TABELA 1C Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) da parte aeacuterea altura de planta

(cm) e diacircmetro de colo (mm) de mudas de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

APEcircNDICE C - Anaacutelise estatiacutestica da parte aeacuterea

Causas G1 FFPA FSPA AP DC

da variaccedilatildeo --------- Quadrados meacutedios-

Blocos 3

Ad Base 2 175359071 1287102 2547419 1 11775

Biofertilizantes 2 126876 29011 87669ns 02185ns

Ad x Biofert 4 572378 31123 69106ns 04159

Resiacuteduo 24 34456 03048 27169 00290

Total 35

Meacutedia geral 93745 8772 320388 6741

CV 1980 6294 5145 2530

Significativo a 5ns Natildeo significativo

52

TABELA 1D Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade

de raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

APEcircNDICE D - Anaacutelise estatiacutestica da raiz

Causas G1 FFR FSR CR RPASR DR

da variaccedilatildeo Quadrados meacutedios---------------

Blocos 3

Ad Base 2 27874 551 623 2 1 0 140

Biofertilizantes 2 178 0 1 0 ni 1504 l03ns 038ns

Ad x Biofert 4 190 058 318 294 183

Resiacuteduo 24 005 009 028 023 0 2 1

Total 35

Meacutedia geral 1818 228 184 387 333

C V 134 1356 448 1253 1396

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

53

APEcircNDICE E - Anaacutelise estatiacutestica dos macronutrientes da parte aeacuterea da cebola

TABELA 1E Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mud^s de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

Causas G1 bull N P K Ca Mg

da variaccedilatildeo

Blocos 3

Ad Base 2 13550306 446627 25509686 1031806 59007

Biofertilizantes 2 180610ns 16564 68153ns 39006 876ns

Ad x Biofert 4 454187 45743 1047539 46950 2464

Resiacuteduo 24 29769 1453 64313 3741 439

Total 35

Meacutedia geral 24921 4597 33366 6943 1615

C V 692 829 760 880 1297

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

APEcircNDICE F - Fotos do experimento

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob uma perspectiva agroecoloacutegica

APEcircNDICE F a Fotos do experimento

FIGURA 1 Adubaccedilatildeo verde com feijatildeo-miuacutedo e papuatilde utilizadas no manejo do solo

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob urna perspectiva agroecoloacutegica

Page 61: PRODUÇÃO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L.) SOB …orgprints.org/24883/1/Paglia_Produção.pdf · vaca mais calda bordalesa; MB4+U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

52

TABELA 1D Produccedilatildeo de fitomassa fresca e seca (g) comprimento (cm) e densidade

de raiacutezes (m cm3) de mudas de cebola Petrolini cultivadas sob uma

perspectiva agroecoloacutegica e razatildeo parte aeacutereasistema radicular Pelotas-

RS 2003

APEcircNDICE D - Anaacutelise estatiacutestica da raiz

Causas G1 FFR FSR CR RPASR DR

da variaccedilatildeo Quadrados meacutedios---------------

Blocos 3

Ad Base 2 27874 551 623 2 1 0 140

Biofertilizantes 2 178 0 1 0 ni 1504 l03ns 038ns

Ad x Biofert 4 190 058 318 294 183

Resiacuteduo 24 005 009 028 023 0 2 1

Total 35

Meacutedia geral 1818 228 184 387 333

C V 134 1356 448 1253 1396

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

53

APEcircNDICE E - Anaacutelise estatiacutestica dos macronutrientes da parte aeacuterea da cebola

TABELA 1E Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mud^s de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

Causas G1 bull N P K Ca Mg

da variaccedilatildeo

Blocos 3

Ad Base 2 13550306 446627 25509686 1031806 59007

Biofertilizantes 2 180610ns 16564 68153ns 39006 876ns

Ad x Biofert 4 454187 45743 1047539 46950 2464

Resiacuteduo 24 29769 1453 64313 3741 439

Total 35

Meacutedia geral 24921 4597 33366 6943 1615

C V 692 829 760 880 1297

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

APEcircNDICE F - Fotos do experimento

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob uma perspectiva agroecoloacutegica

APEcircNDICE F a Fotos do experimento

FIGURA 1 Adubaccedilatildeo verde com feijatildeo-miuacutedo e papuatilde utilizadas no manejo do solo

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob urna perspectiva agroecoloacutegica

Page 62: PRODUÇÃO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L.) SOB …orgprints.org/24883/1/Paglia_Produção.pdf · vaca mais calda bordalesa; MB4+U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

53

APEcircNDICE E - Anaacutelise estatiacutestica dos macronutrientes da parte aeacuterea da cebola

TABELA 1E Conteuacutedos (mg planta1) de nitrogecircnio foacutesforo potaacutessio caacutelcio e

magneacutesio no tecido vegetal de mud^s de cebola Petrolini cultivadas

sob uma perspectiva agroecoloacutegica Pelotas-RS 2003

Causas G1 bull N P K Ca Mg

da variaccedilatildeo

Blocos 3

Ad Base 2 13550306 446627 25509686 1031806 59007

Biofertilizantes 2 180610ns 16564 68153ns 39006 876ns

Ad x Biofert 4 454187 45743 1047539 46950 2464

Resiacuteduo 24 29769 1453 64313 3741 439

Total 35

Meacutedia geral 24921 4597 33366 6943 1615

C V 692 829 760 880 1297

Significativo a 5 ns Natildeo significativo

APEcircNDICE F - Fotos do experimento

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob uma perspectiva agroecoloacutegica

APEcircNDICE F a Fotos do experimento

FIGURA 1 Adubaccedilatildeo verde com feijatildeo-miuacutedo e papuatilde utilizadas no manejo do solo

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob urna perspectiva agroecoloacutegica

Page 63: PRODUÇÃO DE MUDAS DE CEBOLA (Allium cepa L.) SOB …orgprints.org/24883/1/Paglia_Produção.pdf · vaca mais calda bordalesa; MB4+U+CB - MB4 mais urina de vaca mais calda bordalesa

APEcircNDICE F - Fotos do experimento

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob uma perspectiva agroecoloacutegica

APEcircNDICE F a Fotos do experimento

FIGURA 1 Adubaccedilatildeo verde com feijatildeo-miuacutedo e papuatilde utilizadas no manejo do solo

FIGURA 2 Mudas de cebola (Allium cepa L) produzidas sob urna perspectiva agroecoloacutegica