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Processos antigos de protecção da madeira Miguel Fevereiro Laranjeira Santos Dissertação para a obtenção do Grau de Mestre em Construção e Reabilitação Orientadores Professor Doutor João Paulo Janeiro Gomes Ferreira Doutora Lina Maria Ribeiro Nunes Júri Presidente: Professor Doutor Pedro Manuel Gameiro Henriques Orientadora: Doutora Lina Maria Ribeiro Nunes Vogal: Professor Doutor Fernando António Baptista Branco Outubro de 2016

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 Processos antigos de protecção da madeira 

    

Miguel Fevereiro Laranjeira Santos    

Dissertação para a obtenção do Grau de Mestre em  

Construção e Reabilitação   

Orientadores  

Professor Doutor João Paulo Janeiro Gomes Ferreira Doutora Lina Maria Ribeiro Nunes 

  

Júri  

Presidente:   Professor Doutor Pedro Manuel Gameiro Henriques Orientadora:   Doutora Lina Maria Ribeiro Nunes Vogal:    Professor Doutor Fernando António Baptista Branco 

    

Outubro de 2016

 

 

  

  

 

Resumo

 

O presente trabalho de investigação aborda a conservação de elementos de madeira através 

de métodos preservadores tradicionais. 

Numa  primeira  fase  procedeu‐se  ao  levantamento  histórico  de  métodos  antigos  de 

protecção  da  madeira,  com  especial  enfoque  no  contexto  nacional,  através  de  pesquisa 

bibliográfica,  e  registou‐se  um  conjunto  de  técnicas,  receitas  e  métodos  tradicionais  com 

relevância  na  história  da  construção,  independentemente  do  conhecimento  da  sua  real 

eficácia. 

Numa  segunda  fase  realizou‐se  uma  campanha  experimental  para  aferir  e  comparar  a 

eficácia de alguns  tratamentos  tradicionais  selecionados, nomeadamente os que  recorrem à 

aplicação de óleo queimado, óleo de linhaça, calda bordalesa, sulfato de cobre, e água salgada. 

Durante  a  campanha  experimental provetes de  casquinha  vermelha  foram  tratados  com os 

preservadores  selecionados e expostos as agentes de degradação biológica, nomeadamente 

térmitas  subterrâneas  e  fungos  de  podridão  da madeira.  Paralelamente,  para  comparação, 

foram  realizados os mesmos procedimentos em provetes de madeira não  tratada e  tratada 

com preservadores comerciais contemporâneos. Após o período de degradação dos provetes, 

a eficácia de cada tratamento foi avaliada através de ensaios mecânicos e análise visual. 

Através  dos  resultados  obtidos  demonstrou‐se  que  nenhum  dos  tratamentos  tradicionais 

ensaiados  registou  níveis  de  eficácia  próximos  dos  registados  nos  tratamentos 

contemporâneos contra o fungo de podridão. Denota‐se porem uma melhoria de eficácia nos 

provetes tratados com Óleo queimado, Sulfato de Cobre e Água salgada, em comparação com 

os provetes não tratados. 

Todos  os  tratamentos  tradicionais  ensaiados  se  demonstraram  ineficazes  na  protecção 

contra o ataque de térmitas subterrâneas. 

 

Palavras chave: madeira; preservadores tradicionais; óleo queimado; óleo de linhaça; calda 

bordalesa; água salgada 

       

 

 

  

  

 

Resumo

 

O presente trabalho de investigação aborda a conservação de elementos de madeira através 

de métodos preservadores tradicionais. 

Numa  primeira  fase  procedeu‐se  ao  levantamento  histórico  de  métodos  antigos  de 

protecção  da  madeira,  com  especial  enfoque  no  contexto  nacional,  através  de  pesquisa 

bibliográfica,  e  registou‐se  um  conjunto  de  técnicas,  receitas  e  métodos  tradicionais  com 

relevância  na  história  da  construção,  independentemente  do  conhecimento  da  sua  real 

eficácia. 

Numa  segunda  fase  realizou‐se  uma  campanha  experimental  para  aferir  e  comparar  a 

eficácia de alguns  tratamentos  tradicionais  selecionados, nomeadamente os que  recorrem à 

aplicação de óleo queimado, óleo de linhaça, calda bordalesa, sulfato de cobre, e água salgada. 

Durante  a  campanha  experimental provetes de  casquinha  vermelha  foram  tratados  com os 

preservadores  selecionados e expostos as agentes de degradação biológica, nomeadamente 

térmitas  subterrâneas  e  fungos  de  podridão  da madeira.  Paralelamente,  para  comparação, 

foram  realizados os mesmos procedimentos em provetes de madeira não  tratada e  tratada 

com preservadores comerciais contemporâneos. Após o período de degradação dos provetes, 

a eficácia de cada tratamento foi avaliada através de ensaios mecânicos e análise visual. 

Através  dos  resultados  obtidos  demonstrou‐se  que  nenhum  dos  tratamentos  tradicionais 

ensaiados  registou  níveis  de  eficácia  próximos  dos  registados  nos  tratamentos 

contemporâneos contra o fungo de podridão. Denota‐se porem uma melhoria de eficácia nos 

provetes tratados com Óleo queimado, Sulfato de Cobre e Água salgada, em comparação com 

os provetes não tratados. 

Todos  os  tratamentos  tradicionais  ensaiados  se  demonstraram  ineficazes  na  protecção 

contra o ataque de térmitas subterrâneas. 

 

Palavras chave: madeira; preservadores tradicionais; óleo queimado; óleo de linhaça; calda 

bordalesa; água salgada 

       

  

ii 

 

Abstract

 

The  focus  of  this  research  work  is  the  conservation  of  timber  elements  using  traditional 

preservation methods. 

On  a  first  stage,  a  bibliographical  research was  conducted  on  ancient methods  of  timber 

protection, with a special focus on the Portuguese territory. Through this survey, techniques, 

recipes  and  traditional  methods  of  timber  protection,  with  a  relevant  role  in  construction 

history, were registered regardless of its real efficiency. 

On a second stage, an experimental campaign was conducted to evaluate and compare the 

efficiency  of  a  selected  group  of  traditional  preservatives,  particularly  those  that  use  the 

application of used car oil, linseed oil, Bordeaux mixture, and salt water.  

During  the  experimental  campaign,  test  specimens  of  scots  pine  were  treated  with  the 

selected traditional preservatives and exposed to the biological degradation agents, termites 

and wood rot fungi. Meanwhile, to obtain comparable performance data, the same biological 

degradation  process was  applied  to  untreated  test  specimens,  and  specimens  treated with 

contemporary  commercial  available  wood  preservatives.  After  the  biological  degradation 

period, the performance of each preservative was evaluated  through visual examination and 

mechanical laboratory tests. 

The results obtained demonstrated that none of the tested traditional preservatives reached 

performance levels close to those registered, by contemporary preservatives, against wood rot 

fungi.  However,  specimens  treated  with  used  car  oil,  copper  sulphate,  and  salt  water, 

registered  a  performance  improvement  when  compared  with  the  results  obtained  on  the 

untreated specimens. 

None of the traditional preservatives tested proved to be efficient against termite attack. 

 

Key words: wood; traditional preservatives; used car oil; linseed oil; bordeaux mixture; salt 

water 

       

 

 

  

iii 

 

Agradecimentos

 

À Doutora Lina Nunes e ao Professor João Gomes Ferreira o meu profundo agradecimento pela 

ajuda, dedicação, compreensão e incansável disponibilidade que tiveram para comigo.  A 

amizade com que sempre me receberam foi verdadeiramente inspiradora e transmissora de 

um espirito académico que eu desconhecia. 

A toda a equipa da Unidade de Prevenção da Biodeterioração do Núcleo de Comportamento 

de Estruturas no Laboratório Nacional de Engenharia Civil, o meu agradecimento pelas 

excelentes condições de trabalho fornecidas, sem as quais não seria possível ter realizado este 

trabalho, e sobretudo o meu agradecimento pela enorme generosidade e simpatia com que fui 

sempre recebido. 

À Dra. Sónia Duarte, Dra. Marta Duarte e ao Eng. António Silva, o meu especial agradecimento 

pelo seu contributo fundamental durante a campanha experimental.  

À Associação para o Desenvolvimento do Instituto Superior Técnico o meu agradecimento pelo 

apoio fornecido à participação na conferência REHAB2014 ‐ International Conference on 

Preservation, Maintenance and Rehabilitation of Historical Buildings and Structures, que 

resultou na apresentação de um artigo desenvolvido no âmbito da presente dissertação. 

  

iv 

 

 

Índice

1. Introdução ___________________________________________________________ 1 

1.1 Enquadramento geral ___________________________________________________ 1 

1.2 Objectivos e metodologia _______________________________________________ 2 

1.3 Organização do documento_____________________________________________ 2 

2. Preservação e durabilidade __________________________________________ 4 

2.1 Patologia e durabilidade ________________________________________________ 5 

2.2 História da preservação de madeira _____________________________________ 7 

2.2.1 A antiguidade clássica e os tratados de arquitectura _________________________ 8 

2.2.2 A introdução de novas substancia químicas _________________________________ 10 

2.2.3 A preservação industrial da madeira ________________________________________ 11 

2.2.4 Os tratamentos preservadores contemporâneos e os desafios ambientais _____ 14 

2.3 A preservação da madeira em Portugal _________________________________ 15 

2.3.1 A Construção Naval ________________________________________________________ 15 

2.3.2 Os manuais de construção _________________________________________________ 17 

2.3.3 Revista A Construção Moderna _____________________________________________ 22 

2.3.4 A preservação industrial da madeira em Portugal ____________________________ 29 

3. Campanha experimental ____________________________________________ 30 

3.1 Objectivo ______________________________________________________________ 30 

3.1.1 Escolha e preparação da madeira __________________________________________ 30 

3.1.2 Selecção dos tratamentos a ensaiar ________________________________________ 31 

3.1.3 Selecção dos agentes de degradação _____________________________________ 32 

3.1.4 Métodos de controlo _______________________________________________________ 33 

3.2 Preparação dos tratamentos ___________________________________________ 33 

3.2.1 Óleo queimado ____________________________________________________________ 33 

3.2.2 Óleo de linhaça ____________________________________________________________ 33 

3.2.3 Calda bordalesa ___________________________________________________________ 34 

3.2.4 Sulfato de cobre ___________________________________________________________ 34 

3.2.5 Água salgada ______________________________________________________________ 35 

3.3 Aplicação dos tratamentos _____________________________________________ 35 

3.3.1 Aplicação dos tratamentos para exposição a fungos de podridão ___________ 35 

3.3.2 Aplicação dos tratamentos para exposição a térmitas _______________________ 36 

3.4 Exposição a agentes de degradação ___________________________________ 38 

3.4.1 Exposição a fungo de podridão Oligoporus placenta ________________________ 38 

  

 

3.4.2 Exposição a térmitas subterrâneas __________________________________________ 40 

3.5 Ensaios em provetes expostos a fungo de podridão ______________________ 43 

3.5.1 Tensão de rotura em compressão axial ______________________________________ 43 

3.5.2 Perda de massa ____________________________________________________________ 45 

3.6 Ensaios em provetes expostos a térmitas _________________________________ 47 

3.6.1 Taxa de sobrevivência ______________________________________________________ 47 

3.6.2 Classificação visual _________________________________________________________ 48 

4. Apresentação e análise de resultados ________________________________ 50 

4.1 Provetes sem tratamento _______________________________________________ 50 

4.1.1 Provetes expostos a fungo de podridão _____________________________________ 50 

4.1.2 Provetes expostos a térmitas subterrâneas ___________________________________ 51 

4.2 Óleo queimado ________________________________________________________ 52 

4.2.1 Provetes expostos a fungo de podridão _____________________________________ 52 

4.2.2 Provetes expostos a térmitas subterrâneas ___________________________________ 53 

4.3 Óleo de linhaça ________________________________________________________ 54 

4.3.1 Provetes expostos a fungo de podridão _____________________________________ 54 

4.3.2 Provetes expostos a térmitas subterrâneas ___________________________________ 55 

4.4 Calda bordalesa receita ________________________________________________ 56 

4.4.1 Provetes expostos a fungo de podridão _____________________________________ 56 

4.4.2 Provetes expostos a térmitas subterrâneas ___________________________________ 57 

4.5 Calda bordalesa PH7 ___________________________________________________ 58 

4.5.1 Provetes expostos a fungo de podridão _____________________________________ 58 

4.5.2 Provetes expostos a térmitas subterrâneas ___________________________________ 59 

4.6 Sulfato de cobre _______________________________________________________ 60 

4.6.1 Provetes expostos a fungo de podridão _____________________________________ 60 

4.6.2 Provetes expostos a térmitas subterrâneas ___________________________________ 61 

4.7 Água salgada __________________________________________________________ 62 

4.7.1 Provetes expostos a fungo de podridão _____________________________________ 62 

4.7.2 Provetes expostos a térmitas subterrâneas ___________________________________ 63 

4.8 Tratamentos comerciais contemporâneos _______________________________ 64 

4.8.1 Provetes expostos a fungo de podridão _____________________________________ 64 

4.8.2 Provetes expostos a térmitas subterrâneas ___________________________________ 66 

4.9 Análise de resultados ___________________________________________________ 67 

4.9.1 Exposição a fungo de podridão _____________________________________________ 67 

4.9.2 Exposição a térmitas subterrâneas __________________________________________ 69 

5. Conclusões _________________________________________________________ 71 

5.1 Conclusões ____________________________________________________________ 71 

  

vi 

 

5.1.2 Eficácia contra fungos de podridão _________________________________________ 71 

5.1.3 Eficácia contra térmitas subterrâneas _______________________________________ 72 

5.1.3 Usabilidade dos preservadores tradicionais ensaiados _______________________ 72 

5.2 Perspectivas de desenvolvimentos futuros _______________________________ 73 

Bibliografia ____________________________________________________________ 75 

Anexos A ______________________________________________________________ 78 

Mapas de provetes expostos a fungos de podridão _________________________ 78 

A.1 Mapa de provetes não tratados ______________________________________________ 79 

A.2 Mapa de provetes tratados com óleo queimado _____________________________ 80 

A.3 Mapa de provetes tratados com óleo de linhaça _____________________________ 81 

A.4 Mapa de provetes tratados com calda bordalesa rec. ________________________ 82 

A.5 Mapa de provetes tratados com calda bordalesa PH7 ________________________ 83 

A.6 Mapa de provetes tratados com sulfato de cobre ____________________________ 84 

A.7 Mapa de provetes tratados com água salgada _______________________________ 85 

A.8 Mapa de provetes tratados com Xylophene SOR2 _____________________________ 86 

A.9 Mapa de provetes tratados com Xylazel fondo _______________________________ 87 

Anexos B ______________________________________________________________ 88 

Mapas de provetes expostos a térmitas subterrâneas ________________________ 88 

B.1 Mapa de provetes não tratados ______________________________________________ 89 

B.2 Mapa de provetes tratados com óleo queimado ______________________________ 89 

B.3 Mapa de provetes tratados com óleo de linhaça _____________________________ 90 

B.4 Mapa de provetes tratados com calda bordalesa rec. ________________________ 90 

B.5 Mapa de provetes tratados com calda bordalesa PH7 ________________________ 91 

B.6 Mapa de provetes tratados com sulfato de cobre _____________________________ 91 

B.7 Mapa de provetes tratados com água salgada _______________________________ 92 

B.8 Mapa de provetes tratados com Xylophene SOR2 _____________________________ 92 

B.9 Mapa de provetes tratados com Xylazel fondo ________________________________ 93 

Anexos C ______________________________________________________________ 94 

Fichas técnicas dos produtos preservadores comerciais contemporâneos utilizados na campanha experimental ______________________________________ 94 

 

   

  

vii 

 

Índice de figuras  

FIGURA 1 – ILUSTRAÇÃO DA APLICAÇÃO DE PRESERVADOR COM A ÁRVORE EM AINDA DE PÉ (SEGURADO, 1936)  _______ 20 

FIGURA 2  ‐ ILUSTRAÇÃO DA INJECÇÃO DE PRESERVADOR EM POSTES DE MADEIRA (SEGURADO, 1936) ______________ 20 

FIGURA 3 – ARTIGO “PARA CONSERVAR A MADEIRA” PUBLICADO NA REVISTA A CONSTRUÇÃO MODERNA Nº29 ANO II 

(ANON., 1901) ___________________________________________________________________ 26 

FIGURA 4 – ARTIGO “VERNIZ PARA PRESERVAR AS MADEIRAS DA HUMIDADE” PULBICADO NA REVISTA A CONSTRUÇÃO 

MODERNA Nº3 ANO VIII (ANON., 1907‐1908) _____________________________________________ 26 

FIGURA 5 – ARTIGO “A HUMIDADE DA MADEIRA” PUBLICADOS NA REVISTA A CONSTRUÇÃO MODERNA, Nº29 ANO X  ___ 27 

FIGURA 6 – ARTIGO DA REVISTA “CONSERVAÇÃO DA MADEIRA” PUBLICADO NA REVISTA A CONSTRUÇÃO MODERNA Nº 3 ANO 

XVI  ___________________________________________________________________________ 28 

FIGURA 7 – CONJUNTO DE PROVETES SELECIONADOS EM SALA CONDICIONADA ______________________________ 31 

FIGURA 8 – FRASCO COM CULTURA DE OLIGOPORUS PLACENTA, E CAPTURA DE TÉRMITAS EM PEÇAS DE MADEIRA RECOLHIDAS 

EM CAMPO. ______________________________________________________________________ 32 

FIGURA 9 ‐ APLICAÇÃO DE TRATAMENTO PRESERVADOR POR IMERSÃO ____________________________________ 35 

FIGURA 10 ‐ SECAGEM DE PROVETES APÓS APLICAÇÃO DO TRATAMENTO PRESERVADOR ________________________ 36 

FIGURA 11 – CONJUNTO DE PROVETES COM TOPOS COLMATADOS COM PARAFINA ____________________________ 37 

FIGURA 12 – APLICAÇÃO DE TRATAMENTO PRESERVADOR POR PINCELAGEM, SOBRE BALANÇA DE PRECISÃO ___________ 37 

FIGURA 13 – FRASCO DE KOLLE COM CULTURA DE FUNGO OLIGOPORUS PLACENTA ___________________________ 38 

FIGURA 14 – FRASCO DE KOLLE COM MEIO DE CULTURA _____________________________________________ 39 

FIGURA 15 – COLOCAÇÃO DE PROVETE TRATADO E PROVETE‐TESTEMUNHO EM FRASCO DE KOLLE COM CULTURA DE 

OLIGOPORUS PLACENTA ______________________________________________________________ 39 

FIGURA 16 – FRASCOS DE KOLLE APÓS PERÍODO DE EXPOSIÇÃO SOBRE FUNGO OLIGOPORUS PLACENTA E SOBRE MEIO DE 

CULTURA ________________________________________________________________________ 40 

FIGURA 17 – PROVETES‐TESTEMUNHO APÓS EXPOSIÇÃO AO FUNGO DE PODRIDÃO  ___________________________ 40 

FIGURA 18 – ESQUEMA DE MONTAGEM DO ENSAIO (EN 118, 2013) ____________________________________ 41 

FIGURA 19 – SEPARAÇÃO DE GRUPOS DE TÉRMITAS PARA ENSAIO _______________________________________ 41 

FIGURA 20 ‐  SEQUÊNCIA DE MONTAGEM DO ENSAIO _______________________________________________ 42 

FIGURA 21 –  PROVETES APÓS O PERÍODO DE EXPOSIÇÃO E IMEDIATAMENTE ANTES DA DESMONTAGEM  _____________ 43 

FIGURA 22 – ENSAIO DE TENSÃO DE ROTURA POR COMPRESSÃO AXIAL (NP 618, 1973) _______________________ 44 

FIGURA 23 – PROVETE APÓS EXPOSIÇÃO A TÉRMITAS CLASSIFICADOS COM GRAU DE ATAQUE 0  ___________________ 49 

FIGURA 24 – PROVETE APÓS EXPOSIÇÃO A TÉRMITAS, CLASSIFICADO COM GRAU DE ATAQUE 4 ____________________ 49 

FIGURA 25 – RESULTADOS DO ENSAIO DE TENSÃO DE RUTURA EM COMPRESSÃO AXIAL (NP 618, 1973)EM PROVETES NÃO 

TRATADOS E EXPOSTOS AO FUNGO DE PODRIDÃO OLIGOPORUS PLACENTA _____________________________ 50 

FIGURA 26 – PERDA DE MASSA REGISTADA EM PROVETES NÃO TRATADOS E EXPOSTOS AO FUNGO DE PODRIDÃO OLIGOPORUS 

PLACENTA _______________________________________________________________________ 50 

FIGURA 27 ‐ TAXA DE SOBREVIVÊNCIA REGISTADA (EN 118, 2013)EM PROVETES NÃO TRATADOS E EXPOSTOS A TÉRMITAS 51 

  

viii 

 

FIGURA 28 – CLASSIFICAÇÃO VISUAL SEGUNDO A NORMA (EN 118, 2013) DE PROVETES NÃO TRATADOS E EXPOSTOS A 

TÉRMITAS _______________________________________________________________________ 51 

FIGURA 29 – RESULTADOS DO ENSAIO DE TENSÃO DE RUTURA EM COMPRESSÃO AXIAL (NP 618, 1973)EM PROVETES 

TRATADOS COM ÓLEO QUEIMADO E EXPOSTOS AO FUNGO DE PODRIDÃO OLIGOPORUS PLACENTA _____________ 52 

FIGURA 30 – PERDA DE MASSA REGISTADA EM PROVETES TRATADOS COM ÓLEO QUEIMADO E EXPOSTOS AO FUNGO DE 

PODRIDÃO OLIGOPORUS PLACENTA  ______________________________________________________ 53 

FIGURA 31 – CLASSIFICAÇÃO VISUAL SEGUNDO A NORMA (EN 118, 2013) DE PROVETES TRATADOS COM ÓLEO QUEIMADO E 

EXPOSTOS A TÉRMITAS _______________________________________________________________ 53 

FIGURA 32 – RESULTADOS DO ENSAIO DE TENSÃO DE RUTURA EM COMPRESSÃO AXIAL (NP 618, 1973)EM PROVETES 

TRATADOS COM ÓLEO DE LINHAÇA E EXPOSTOS AO FUNGO DE PODRIDÃO OLIGOPORUS PLACENTA _____________ 54 

FIGURA 33 – PERDA DE MASSA REGISTADA EM PROVETES TRATADOS COM ÓLEO DE LINHAÇA E EXPOSTOS AO FUNGO DE 

PODRIDÃO OLIGOPORUS PLACENTA  ______________________________________________________ 55 

FIGURA 34 ‐ TAXA DE SOBREVIVÊNCIA REGISTADA (EN 118, 2013)EM PROVETES TRATADOS COM ÓLEO DE LINHAÇA E 

EXPOSTOS A TÉRMITAS _______________________________________________________________ 55 

FIGURA 35 – CLASSIFICAÇÃO VISUAL SEGUNDO A NORMA (EN 118, 2013) DE PROVETES TRATADOS COM ÓLEO DE LINHAÇA E 

EXPOSTOS A TÉRMITAS _______________________________________________________________ 55 

FIGURA 36 – RESULTADOS DO ENSAIO DE TENSÃO DE RUTURA EM COMPRESSÃO AXIAL (NP 618, 1973)EM PROVETES 

TRATADOS COM CALDA BORDALESA RECEITA E EXPOSTOS AO FUNGO DE PODRIDÃO O.PLACENTA ______________ 56 

FIGURA 37 – PERDA DE MASSA REGISTADA EM PROVETES TRATADOS COM CALDA BORDALESA RECEITA E EXPOSTOS AO FUNGO 

DE PODRIDÃO OLIGOPORUS PLACENTA ____________________________________________________ 57 

FIGURA 38 ‐ TAXA DE SOBREVIVÊNCIA REGISTADA (EN 118, 2013)EM PROVETES TRATADOS COM CALDA BORDALESA RECEITA 

E EXPOSTOS A TÉRMITAS  _____________________________________________________________ 57 

FIGURA 39 – CLASSIFICAÇÃO VISUAL SEGUNDO A NORMA (EN 118, 2013) DE PROVETES TRATADOS COM CALDA BORDALESA 

RECEITA E EXPOSTOS A TÉRMITAS ________________________________________________________ 57 

FIGURA 40 – RESULTADOS DO ENSAIO DE TENSÃO DE RUTURA EM COMPRESSÃO AXIAL (NP 618, 1973)EM PROVETES 

TRATADOS COM CALDA BORDALESA PH7 E EXPOSTOS AO FUNGO DE PODRIDÃO OLIGOPORUS PLACENTA  ________ 58 

FIGURA 41 – PERDA DE MASSA REGISTADA EM PROVETES TRATADOS COM CALDA BORDALESA PH7 E EXPOSTOS AO FUNGO DE 

PODRIDÃO OLIGOPORUS PLACENTA  ______________________________________________________ 59 

FIGURA 42 ‐ TAXA DE SOBREVIVÊNCIA REGISTADA (EN 118, 2013)EM PROVETES TRATADOS COM CALDA BORDALESA PH7 E 

EXPOSTOS A TÉRMITAS _______________________________________________________________ 59 

FIGURA 43 – CLASSIFICAÇÃO VISUAL SEGUNDO A NORMA (EN 118, 2013) DE PROVETES TRATADOS COM CALDA BORDALESA 

PH7 E EXPOSTOS A TÉRMITAS __________________________________________________________ 59 

FIGURA 44 – RESULTADOS DO ENSAIO DE TENSÃO DE RUTURA EM COMPRESSÃO AXIAL (NP 618, 1973)EM PROVETES 

TRATADOS COM SULFATO DE COBRE RECEITA E EXPOSTOS AO FUNGO OLIGOPORUS PLACENTA ________________ 60 

FIGURA 45 – PERDA DE MASSA REGISTADA EM PROVETES TRATADOS COM SULFATO DE COBRE E EXPOSTOS AO FUNGO DE 

PODRIDÃO OLIGOPORUS PLACENTA  ______________________________________________________ 61 

  

ix 

 

FIGURA 46 ‐ TAXA DE SOBREVIVÊNCIA REGISTADA (EN 118, 2013)EM PROVETES TRATADOS COM SULFATO DE COBRE E 

EXPOSTOS A TÉRMITAS _______________________________________________________________ 61 

FIGURA 47 – CLASSIFICAÇÃO VISUAL SEGUNDO A NORMA (EN 118, 2013) DE PROVETES TRATADOS COM SULFATO DE COBRE 

E EXPOSTOS A TÉRMITAS  _____________________________________________________________ 61 

FIGURA 48 – RESULTADOS DO ENSAIO DE TENSÃO DE RUTURA EM COMPRESSÃO AXIAL (NP 618, 1973)EM PROVETES 

TRATADOS COM ÁGUA SALGADA E EXPOSTOS AO FUNGO DE PODRIDÃO OLIGOPORUS PLACENTA ______________ 62 

FIGURA 49 – PERDA DE MASSA REGISTADA EM PROVETES TRATADOS COM ÁGUA SALGADA E EXPOSTOS AO FUNGO DE 

PODRIDÃO OLIGOPORUS PLACENTA  ______________________________________________________ 63 

FIGURA 50 ‐ TAXA DE SOBREVIVÊNCIA REGISTADA (EN 118, 2013)EM PROVETES TRATADOS COM ÁGUA SALGADA E 

EXPOSTOS A TÉRMITAS _______________________________________________________________ 63 

FIGURA 51 – CLASSIFICAÇÃO VISUAL SEGUNDO A NORMA (EN 118, 2013) DE PROVETES TRATADOS COM ÁGUA SALGADA E 

EXPOSTOS A TÉRMITAS _______________________________________________________________ 63 

FIGURA 52 – RESULTADOS DO ENSAIO DE TENSÃO DE RUTURA EM COMPRESSÃO AXIAL (NP 618, 1973)EM PROVETES 

TRATADOS COM XYLOPHENE SOR2 E EXPOSTOS AO FUNGO DE PODRIDÃO OLIGOPORUS PLACENTA ____________ 64 

FIGURA 53 – RESULTADOS DO ENSAIO DE TENSÃO DE RUTURA EM COMPRESSÃO AXIAL (NP 618, 1973)EM PROVETES 

TRATADOS COM XYLAZEL FONDO E EXPOSTOS AO FUNGO DE PODRIDÃO OLIGOPORUS PLACENTA ______________ 64 

FIGURA 54 – PERDA DE MASSA REGISTADA EM PROVETES TRATADOS COM XYLOPHENE SOR2 E EXPOSTOS AO FUNGO DE 

PODRIDÃO OLIGOPORUS PLACENTA  ______________________________________________________ 65 

FIGURA 55 – PERDA DE MASSA REGISTADA EM PROVETES TRATADOS COM XYLAZEL FONDO E EXPOSTOS AO FUNGO DE 

PODRIDÃO OLIGOPORUS PLACENTA  ______________________________________________________ 65 

FIGURA 56 – CLASSIFICAÇÃO VISUAL SEGUNDO A NORMA (EN 118, 2013) DE PROVETES TRATADOS COM XYLAZEL FONDO E 

EXPOSTOS A TÉRMITAS _______________________________________________________________ 66 

FIGURA 57 – COMPARAÇÃO ENTRE VALORES MÉDIOS DE TENSÃO DE RUTURA EM COMPRESSÃO AXIAL (NP 618, 1973), POR 

TRATAMENTO PRESERVADOR APLICADO, EM PROVETES EXPOSTOS AO FUNGO DE PODRIDÃO OLIGOPORUS PLACENTA _ 67 

FIGURA 58‐ COMPARAÇÃO ENTRE VALORES MÉDIOS DE PERDA DE MASSA, POR TRATAMENTO PRESERVADOR APLICADO, EM 

PROVETES EXPOSTOS AO FUNGO DE PODRIDÃO OLIGOPORUS PLACENTA  ______________________________ 68 

FIGURA 59 ‐ COMPARAÇÃO ENTRE VALORES MÉDIOS DE TAXA DE SOBREVIVÊNCIA (EN 118, 2013), POR TRATAMENTO 

PRESERVADOR APLICADO, EM PROVETES EXPOSTOS AO INSECTO XILÓFAGO TÉRMITAS  _____________________ 69 

FIGURA 60 ‐ COMPARAÇÃO ENTRE VALORES MÉDIOS DE CLASSIFICAÇÃO VISUAL (EN 118, 2013), POR TRATAMENTO 

PRESERVADOR APLICADO, EM PROVETES EXPOSTOS AO INSECTO XILÓFAGO TÉRMITAS  _____________________ 70 

FIGURA 61 – ALTERAÇÃO DE COR DA MADEIRA EM PROVETES TRATADOS __________________________________ 73 

 

1. Introdução

O  presente  trabalho  de  investigação  desenvolve‐se  sobre  o  levantamento  e  estudo  de 

processos antigos para a preservação e conservação de elementos de madeiras utilizados na 

construção de edifícios. 

1.1 Enquadramento geral

A indústria da construção civil, marcada pela sua enorme pegada de carbono, procura novas 

soluções  sustentáveis para  reduzir o elevado  consumo de  recursos e produção de  resíduos. 

Nesta  pesquisa  a  madeira,  material  de  construção  com  longa  história  na  construção,  é 

frequentemente apontada como o material de construção do futuro. 

Ironicamente  os  factores  que  elegem  a madeira  como  a matéria‐prima  de  eleição, muito 

associados  ao  facto de  se  tratar de um material natural,  são os mesmos que  assombram  a 

indústria da madeira no seu ponto mais  fraco, a durabilidade. A questão da durabilidade da 

madeira foi resolvida durante o último século maioritariamente com recurso a preservadores 

nocivos à saúde e ao meio ambiente e que têm vindo a ser retirados mercado desde o final do 

séc. XX. Presentemente, a  indústria da madeira procura um avanço  tecnológico que permita 

encontrar um equilíbrio entre a protecção ambiental e a preservação de um material que terá 

um papel crucial no futuro da construção. 

No  contexto  nacional  a  indústria  da  construção  civil  confronta‐se  ainda  com  um  outro 

desafio. A necessidade de novas construções atingiu valores mínimos nos últimos anos e existe 

um crescente parque habitacional degradado e abandonado no centro das nossas cidades. No 

futuro próximo a  sustentabilidade destes  centros urbanos e,  consequentemente, da própria 

indústria  da  construção,  deverá  ser  focada  na  requalificação  e  reabilitação  deste  edificado 

histórico. Os conhecimentos sobre a madeira, como matéria‐prima de eleição no passado para 

estruturas e  revestimentos, e a questão da  sua durabilidade voltam a  ter aqui um papel de 

grande relevância. 

 

  

 

1.2 Objectivos e metodologia

A dissertação em questão tem dois objectivos estruturantes. 

O primeiro objectivo consiste no  levantamento histórico de métodos antigos de protecção 

da madeira,  com  especial  enfoque  no  contexto  nacional,  através  de  pesquisa  bibliográfica. 

Pretende‐se registar e compilar um conjunto de técnicas, receitas e métodos tradicionais que 

tenham relevância na história da construção, independentemente da sua eficácia. 

O segundo objectivo prende‐se com a avaliação e quantificação da eficácia destes métodos 

tradicionais. Após concluído o primeiro objectivo será seleccionado um conjunto de métodos 

tradicionais  relevantes  no  contexto  nacional  e,  em  laboratório,  será  ensaiada  a  sua  real 

capacidade e eficácia na protecção da madeira. 

Ao cumprir estes dois objectivos pretende‐se compilar um conjunto de dados que possam 

ser úteis na pesquisa de novos métodos preservadores da madeira, bem  como na análise e 

interpretação  de  elementos  existentes  no  edificado  histórico  aquando  das  intervenções  de 

reabilitação. 

 

1.3 Organização do documento

O presente documento é composto por cinco capítulos, conforme descrito abaixo: 

Capítulo 1: Introdução

São  apresentados  os  pressupostos,  objectivos  e  metodologias  utilizadas  que  envolvem  o 

presente  trabalho  de  investigação,  enquadrando  e  justificando  o  tema  em  todas  as  suas 

vertentes.  

Capítulo 2: Preservação e Durabilidade

Neste capítulo são descritos os principais agentes de degradação, e a evolução das técnicas 

da  preservação  da  madeira  ao  longo  da  história.  São  também  referidos  os  novos  desafios 

ambientais que condicionam os tratamentos preservadores contemporâneos. 

  

 

Capítulo 3: Campanha experimental

Com base nos resultados da pesquisa bibliográfica  foi feita uma selecção de preservadores 

tradicionais. Este capítulo descreve o  trabalho  laboratorial desenvolvido com a  finalidade de 

determinar e quantificar a eficácia destes métodos preservadores tradicionais.  

Capítulo 4: Resultados e análise de dados

Neste  capítulo  são  apresentados  e  analisados  os  resultados  obtidos  na  campanha 

experimental. 

Capítulo 5: Conclusões e perspectivas de desenvolvimento futuro

Neste  capítulo  são  apresentadas  as  conclusões  do  trabalho  desenvolvido  e  a  análise  dos 

objectivos  iniciais  e  das metas  atingidas.  São  listados  e  descritos  os  temas  de  investigação 

passiveis  de  desenvolvimento  futuro  com  base  nos  resultados  obtidos  quer  na  pesquisa 

bibliográfica, quer na campanha laboratorial. 

Anexos

Nos  anexos  são  apresentados  a  totalidade  dos  dados  obtidos  durante  a  campanha 

experimental e que servem de base aos resultados apresentados no texto.   

  

 

2. Preservação e durabilidade

A madeira como material natural não é  imune à deterioração, contudo, este processo está 

dependente  da  exposição  a  condições  ambientais  propicias  e  por  um  período  de  tempo 

suficientemente  longo.  A  duração  deste  período  varia  consideravelmente  de  espécie  para 

espécie de madeira e do tipo de agente de degradação a que é exposta. 

Os agentes de degradação são organismos vivos, genericamente insectos, fungos e xilófagos 

marinhos, que utilizam a madeira como  fonte de alimentação, abrigo ou  local de  incubação 

(Connell, 1991) e  cuja  sobrevivência está condicionada à existência de  requisitos específicos 

como alimentação, humidade, temperatura e oxigénio. 

Numa  primeira  aproximação  aos  métodos  de  preservação  da  madeira,  o  processo  de 

degradação  poderá  ser  evitado  se  as  condições  de  exposição  forem  improprias  para  o 

desenvolvimento destes organismos. Por exemplo, em ambientes extremamente secos, com 

baixas  temperaturas ou  saturados de água, a madeira poderá  ficar  imune ao ataque destes 

organismos e deste modo conservar‐se‐á durante centenas de anos (Wilkinson, 1979). Vários 

achados arqueológicos  são exemplo desta  situação. A madeira dos  caixões encontrados nas 

tumbas dos Faraós Egípcios, que se manteve seca durante 4000 anos e após esse período não 

apresentava  sinais de degradação por  fungos ou  insectos  (Connell, 1991), ou o navio  inglês 

Marie Rose que afundou em 1545 que se conservou durante 4 séculos no fundo mar (Connell, 

1991). 

Todavia a criação destas condições, adversas aos agentes de degradação, não é compatível 

com a generalidade das  situações em que a madeira é utilizada na construção e no  sentido 

prático a preservação da madeira geralmente refere‐se á utilização de tratamentos químicos, 

tóxicos para insectos, fungos e xilófagos marinhos de modo a aumentar a durabilidade natural 

da madeira (Wilkinson, 1979). 

 

  

 

2.1 Patologia e durabilidade

Albino de Carvalho (1996) propõe a esquematização das causas de degradação da madeira, 

descrita na Tabela 1,  classificando‐as em duas  categorias: agentes de degradação abiótica e 

agentes de degradação biótica.  

 

Deg

rad

ação

 ab

ióti

ca 

1.Erosão  Inicialmente foto degradação por raios UV e oxidação 

2. Degradação térmica – destilação ou aquecimento 

a. Exposição a baixa temperatura (< 200°C) 

b. Exposição a alta temperatura na ausência de oxigénio (>200°C) 

c. Combustão (acima dos 275°C) 

3. Degradação química 

a. Exposição a ácidos fortes 

b. Exposição a bases fortes 

c. Exposição a agentes de forte oxidação e a alguns solventes orgânicos

4. Meteorização (erosão mecânica) 

Fragmentação e degradação superficial (nomeadamente por fenómenos de retração/entumescimento, erosão eólica sempre conjugada com abrasivos em transporte – poeiras, etc.), 

Deg

rad

ação

 bió

tica  5. Infestação animal 

a. Perfuração e abrasão superficial por xilófagos marinhos 

b. Escavações e galerias por insectos (térmitas, carunchos e perfuradores), xilófagos marinhos 

6. Podridões e alterações 

a. Esculpido e escavação da parede celular por bactérias 

b. Embolorecimento superficial por fungos 

c. Descoloração do borne por fungos 

d. Podridão por fungos (podridões moles, podridão castanha e podridões brancas) 

Tabela 1 – Agentes de degradação da madeira, adaptado de (Carvalho, 1996)

 

Apesar  da  diversidade  de  possíveis  agentes  de  degradação,  a  grande  parte  da 

responsabilidade  da  deterioração  do  material  lenhoso  é  imputada  aos  agentes  de  origem 

biológica (Carvalho, 1996).  O risco de ataque por estes agentes biológicos (insectos, fungos e 

xilófagos marinhos) não depende apenas da  sua presença, pois é necessária a existência de 

certas  condições  hidrotérmicas  ambientais  que  vão  condicionar  o  tipo  e  a  velocidade  de 

degradação da madeira (Cruz & Nunes, 2012).  Deste modo, o teor de água da madeira é um 

factor  base  na  definição  das  classes  de  risco  de  aplicação  estabelecidas  pela  norma 

EN335:2013 (Tabela 2). Para além deste factor, a conservação da madeira está também ligada 

  

 

à durabilidade natural da espécie, ou seja, a resistência natural da madeira ao ataque por os 

agentes  biológicos,  e  à  sua  impregnabilidade  ou  capacidade  de  receber  tratamentos 

preservadores. 

 

Classes de 

risco Situações gerais  

de serviço 

Ocorrência de agentes de degradação biológica 

Fungos de descoloração 

Fungo de podridão   Caruncho  Térmitas 

Xilófagos marinhos 

1  Interior seco  ‐  ‐  U  L  ‐ 

Interior ou coberto, não exposto aos agentes meteorológicos. Possibilidade de condensação de água 

U  U  U  L  ‐ 

Exterior, sem contacto com o solo, com exposição aos agentes meteorológicos 

U  U  U  L  ‐ 3.1 Exposição limitada à humidade 

3.2 Exposição prolongada à humidade 

4 Exterior em contacto com o 

solo e/ou água doce U  U  U  L  ‐ 

5 Em contacto permanente ou submersa em água salgada 

Ud  Ud  Ud  Ld  U 

U = presença ubíqua na Europa e territórios da União EuropeiaL = presença em locais da Europa e União Europeia  d = Parte dos elementos fora de água podem ser expostos a todos os agentes biológicos descritos 

Tabela 2 – Classes de risco de aplicação de madeira maciça, adap. de EN335:2013

 

A utilização das classes de risco na prescrição de elementos em madeira permite a utilização 

de  espécies  de  madeira  adequadas,  com  tratamento  preservador  adequado  quando 

necessário, para a função que vai desempenhar, reduzindo a probabilidade de casos graves de 

degradação biológica (Cruz & Nunes, 2012). 

O ataque por fungos de podridão da madeira, em geral pode ocorrer facilmente assim que se 

estabeleçam as condições ecológicas necessárias para o seu desenvolvimento. Estes ataques 

podem  ter  como  origem  o  contágio  por  peças  de  madeira  já  infectadas,  ou  através  da 

germinação  de  poros  na  madeira  húmida.  As  condições  de  humidade  e  temperatura  do 

ambiente são fundamentais para o desenvolvimento de fungos, pois o ataque só se processa 

quando o teor de água da madeira atinge valores superiores a 20%.   

  

 

Como  seres  vivos,  os  fungos  necessitam  também  de  valores  convenientes  de  oxigénio  e 

temperaturas do  ambiente para  a  realização dos  seus processos  fisiológicos. A  ausência  de 

oxigénio por saturação completa da madeira, temperaturas acima de 40‐50°C, e a secagem da 

madeira para um teor de água abaixo dos 20%, são factores que  limitam o desenvolvimento 

destes fungos (Cruz & Nunes, 2012) 

Os fungos podem ser separados em fungos cromogéneos que provocam manchas azuladas 

no borne da madeira, mas que não alteram significativamente a estrutura da madeira, e em 

fungos que originam diversos tipos de podridão, nomeadamente, fungos de podridão branca, 

podridão  castanha,  e  microfungos  de  podridão  mole  que  degradam  a  parede  celular  da 

madeira e como tal alteram as características mecânicas da madeira. 

Tal como os fungos de podridão, as térmitas subterrâneas necessitam de um ambiente com 

elevada  humidade  para  que  se  desenvolvam.  Estes  insectos  xilófagos  vivem  em  sociedade, 

organizada  por  castas,  existindo  em  cada  casta  elementos  com  funções  especificas, 

reprodutor, obreiras e soldados.  Os estragos causados por este xilófago são significativos, não 

só pelo volume de material  lenhoso depredado, mas  também por actuarem no  interior das 

peças de madeira o que dificulta o diagnostico da sua presença e permite o avanço da colonia 

no processo de degradação. Os escassos sinais externos de actividade, que apenas se revelam 

já  em  estados  avançados  do  ataque,  podem  ser  canais  de  terra  característicos,  onde  as 

térmitas se deslocam ao abrigo da luz, ou, na época adequada, a presença de asas ou mesmo 

de reprodutores em dispersão (Cruz & Nunes, 2012). 

No  grupo  dos  agentes  biológicos  existem  também  os  insectos  xilófagos  de madeira  seca, 

onde se destacam os insectos de ciclo larvar completo, vulgarmente designados de caruncho e 

as térmitas de madeira seca que têm particular incidência nas ilhas da Madeira e algumas ilhas 

dos Açores (Cruz & Nunes, 2012). 

 

2.2 História da preservação de madeira

A utilização da madeira como material de construção acompanha a história da arquitectura 

desde o  início e, naturalmente, a preocupação com a sua resistência e durabilidade também 

terá uma história  igualmente  longa. Seguramente o exemplo mais famoso que confirma esta 

longevidade  estará  no  Antigo  Testamento.  A  especificidade  do  método  preservador  no 

discurso  de  Deus  quando  avisa  Noé  que  deverá  construir  uma  arca  para  se  salvar  do 

  

 

extermínio de todos os mortais é revelante da importância deste assunto na época em que foi 

escrito. 

13 Deus disse a Noé: “Para mim, chegou o fim de todo o mortal, porque a terra está cheia de delitos por causa deles; e eis que eu os exterminarei  juntamente com a terra.  14  faz  para  ti  uma  arca  de  madeira  resinosa.  Fá‐la‐ás  dividida  em compartimentos, e a calafetarás com betume por dentro e por fora”  Antigo Testamento ‐ Gênesis (6 ,13‐14) 

 

2.2.1 A antiguidade clássica e os tratados de arquitectura

Existem vários registos históricos onde são relatados métodos de preservação da madeira na 

antiguidade clássica. O geografo grego Heródoto no séc. V a.C. descreve a utilização de alúmen 

como retardante de chama e o uso de extractos de óleos, betumes e resinas para preservar 

materiais orgânicos  (Unger, et al., 2001). Outros registos desta época revelam que os gregos 

tratavam a estrutura de madeira com óleos injectados através de furos previamente feitos de 

modo a obter uma maior penetração do preservador e que assentavam os pilares de madeira 

sobre bases em pedra para se manterem secos. (Wilkinson, 1979). 

No séc. IV a.C. Alexandre Magno decreta que os pilares e outras peças de madeira utilizadas 

na construção pontes devem ser tratadas com azeite para prevenir a sua deterioração (Unger, 

et al., 2001).  

Em 77 d.C. Plínio Segundo descreve em Naturalis Historia que a madeira tratada com óleo de 

cedro seria resistente à podridão e a ataque de insectos. Plínio relata ainda a descoberta que 

no templo de Ephesus a estátua em madeira de Diana haveria sido impregnada com o óleo de 

nardo através de vários orifícios abertos na  sua base  (Unger, et al., 2001). Escavações mais 

recentes  revelaram a utilização de carbonização superficial dos pilares de madeira utilizados 

nos pilares deste templo (Wilkinson, 1979). 

 No séc. IV Palladius, autor do tratado de agricultura Opus agriculturae, descreve a utilização 

de água salgada como preservador da madeira (Unger, et al., 2001). 

As primeiras tentativas para aumentar a duração natural da madeira envolviam tratamentos 

com métodos preservadores como a carbonização, conservação em água salgada, pincelagem 

com óleos, alcatrão e pez (Unger, et al., 2001). Estes métodos preservadores assentam em dois 

  

 

princípios,  a  introdução  de  elementos  tóxicos/repelentes  aos  agentes  de  degradação,  e  o 

controlo  do  teor  de  água  através  da  aplicação  de  produtos  que  reduzam  a  capacidade  de 

absorção da madeira.  

Através de Vitrúvio, sabemos que o conhecimento sobre a preservação da madeira não se 

cingia apenas a estes dois princípios. No seu tratado De Architectura, séc. I a.C., Vitrúvio dedica 

os dois últimos capítulos do Livro II à durabilidade da madeira empregue na construção.  

Apesar de também referir a aplicação de tratamentos preservadores como a carbonização, o 

óleo de cedro e os resíduos da produção de azeite, Vitrúvio dá especial enfoque à durabilidade 

natural da madeira. 

Neste  tratado  são descritas diferentes  espécies de  árvores  como o  carvalho,  roble, olmo, 

cipreste,  abeto,  pinheiro,  larício,  cedro,  choupo,  faia,  entre  outras.  Vitrúvio  traça  as 

características de cada espécie relacionando os quatro elementos presentes em cada uma (ar, 

água, terra e fogo) com a sua correcta aplicação na construção. 

Contudo, Vitrúvio também afirma que a durabilidade natural da madeira não depende só das 

características próprias de cada espécie, mas é também influenciada pelo clima a que a árvore 

está exposta durante o seu crescimento, a época do ano é que é feito o abate, e o modo como 

a árvore é  cortada. Segundo ele o abate deve  ser  feito no Outono, época em que a árvore 

recupera o seu estado natural de robustez, pois considera que durante a Primavera os recursos 

da árvore estarão direccionados para o desabrochar da folhagem e dos frutos.  

Recomenda também que o corte da árvore seja faseado, um primeiro corte até ao centro da 

medula permitirá que a seiva seja drenada com a árvore ainda em pé, e depois quando já seca 

e sem humidade a árvore estará em óptima condição de uso e pronta para ser deitada abaixo 

 

Em De Architectura, Vitrúvio  regista  os  conhecimentos  e  as  técnicas  construtivas  da  uma 

época distante, contudo, a influencia deste tratado até aos dias de hoje é inquestionável e no 

que ser refere à preservação da madeira este registo será a base dos tratados de arquitectura 

durante vários séculos não havendo evoluções significativas nas  técnicas de preservação até 

ao Renascimento. 

Em 1485  Leon Battista Alberti no  seu  tratado Da Arte da Edificatória  compila os métodos 

preservadores de  vários  autores da  antiguidade  como Teofrasto, Vitrúvio, Catão e Hesíodo. 

São  explanadas  as  diferentes  visões  de  cada  autor  sobre  a  época  de  abate  bem  como  a 

  

10 

 

influência  da  fase  da  lua  em  que  as  árvores  devem  ser  cortadas  e  descritas  as  técnicas  e 

receitas para aumentar a durabilidade natural da madeira.  

Nas  descrições  de  Alberti  destaca‐se:  o  uso  de  excremento  de  boi  para  untar  a madeira 

recém‐abatida  pelos  arquitectos  do  passado  de  modo  a  protege‐la  do  calor  e  dos  ventos 

evitando  a  tendência para  abrir  fendas.  Teofrasto  considerava que  a madeira  enterrada no 

solo se torna mais densa. Catão mandava untar a madeira com água ruça, um subproduto da 

produção de azeite, para a imunizar contra a traça e caruncho e Plínio relatava que o Labirinto 

Egípcio havia sido construído com madeira de espinheiro fervida em azeite.  

Alberti  refere  ainda  a  possibilidade  de  certas  madeiras,  através  de  vários  processos,  se 

tornam compactas e  fortalecidas contra os danos das  intempéries como a “madeira de citro 

que mesmo seca no mar adquire uma dureza compacta e  incorruptível, ou o castanho que é 

purificado pela água do mar”, e que qualquer madeira que seja enterrada em  lugar húmido 

enquanto ainda está verde durará para sempre. 

 

Em  1570  Andrea  Palladio  volta  a  abordar  a  questão  da  durabilidade  da  madeira  em 

I Quattro Libri dell'Architettura. O capítulo II do primeiro  livro é dedicado à madeira, contudo 

não acrescenta qualquer nova informação em relação aos tratados de Vitrúvio e de Alberti. 

 

2.2.2 A introdução de novas substancia químicas

 Como já referido, a seguir à queda do império romano não houve avanços significativos nas 

técnicas de preservação e prevaleceram os métodos da antiguidade que  foram amplamente 

utilizados durante a Idade Média.  

No séc. XVI, o desenvolvimento das frotas da marinha de comércio e a importância que estas 

tinham  na  economia  de  vários  países  europeus,  potenciou  a  procura  de  novos  métodos 

preservadores mais eficazes. Os danos causados sobretudo pelos fungos de podridão seca e os 

xilófagos marinhos  tinham  consequências  económicas desastrosas.  É  relatado que  em  1590 

cerca de 100 navios da armada espanhola foram destruídos, não pelo inimigo, mas pelo teredo 

(Wilkinson,  1979).  Como  consequência  novas  substâncias  químicas  foram  introduzidas  na 

protecção da madeira.  

  

11 

 

O  primeiro  estudo  cientifico  foi  conduzido  pelo químico  alemão  Johann Glauber, que  em 

1657 desenvolveu um processo composto por carbonização superficial, pintura com betume e 

imersão  em  ácido  pirolenhoso,  um  subproduto  da  produção  da  destilação  da  madeira 

(Wilkinson, 1979). 

Em 1705 o químico W. Homeberg apresenta na Academia de Ciências de Paris um relatório 

sobre a utilização de cloreto de mercúrio (II) na protecção de pavimentos de madeira contra 

insectosno  Sul  de  França.  Nesta  altura  a  utilização  do  cloreto  de  mercúrio  (II)  como 

preservador não é novidade, existem registos que Leonardo da Vinci protegia os painéis das 

suas  pinturas  com  uma  mistura  de  cloreto  de  mercúrio  (II)  e  trióxido  de  arsénico,  sendo 

também  relatado que esta mistura  foi utilizada pelos Monges Franciscanos de San Domingo 

para controlar infestações de térmitas no séc. XVI (Unger, et al., 2001).  

Homeberg foi também responsável pela descoberta da substância ácido bórico que na altura 

apelidou  de  sal  sedativum  Hombergi.  O  ácido  bórico  é  ainda  hoje  uma  das  principais 

substâncias preservadoras da madeira (Unger, et al., 2001). 

O  primeiro  preparado  comercial  para  protecção  da  madeira  é  patenteado  em  1718  na 

Suécia, o Holtz‐Balsalm era um bálsamo á base de sulfato de cobre ou de ferro (Unger, et al., 

2001). 

Apesar  dos  avanços  nas  técnicas  e  métodos  de  preservação,  as  novas  substâncias 

introduzidas,  por  serem  solúveis  em  água,  revelam‐se  susceptíveis  à  lixiviação  quando 

aplicadas em ambientes muito húmidos ou em contacto com a água. Além desta questão o seu 

custo elevado torna impraticável a sua aplicação em larga escala.  

Num  relatório publicado em 1817 o Engenheiro William Chapman estimava  ser a vida útil 

média dos barcos da British Royal Navy de apenas 7 a 10 anos, o que tornava a manutenção da 

frota extremamente difícil (Wilkinson, 1979). 

2.2.3 A preservação industrial da madeira

No  século  XIX,  as  inovações  introduzidas  pela  revolução  industrial  criaram  as  condições 

necessárias para o nascimento de uma  indústria de preservação da madeira. Por um  lado, a 

expansão  das  linhas  de  caminho‐de‐ferro  e  telecomunicações  aumentaram  o  consumo  de 

madeira tratada para aplicar em travessas e postes, por outro, o acesso abundante a carvão 

mineral  e  a  invenção  da  máquina  a  vapor  forneceram  as  soluções  necessárias  para  a 

preservação da madeira em larga escala. Resultante da conjuntura destes factores a década de 

  

12 

 

30  do  século  XIX  foi  um  dos  momentos  de  maior  inovação  na  história  da  preservação  da 

madeira. 

Em  1836  o  Dr.  Franz  Moll  patenteou  um  subproduto  da  destilação  o  carvão  como 

preservador  da  madeira,  o  creosote  (Wilkinson,  1979).  Este  preservador  não  é  solúvel  em 

água,  logo  não  susceptível  de  lixiviação  quando  aplicado  em  zonas  húmidas,  tem  um  bom 

efeito  fungicida  e  insecticida,  e  a  abundancia  de  carvão  mineral  na  época  torna‐o  por 

comparação  com  outros  preservadores,  um  produto  barato  e  acessível.  Contudo,  é  um 

produto de difícil aplicação pelo que o seu sucesso irá depender da evolução dos métodos de 

aplicação alguns anos mais tarde. 

Com  a  invenção  da  máquina  a  vapor  foi  desenvolvida  a  tecnologia  necessária  para  a 

construção  de  reservatórios  metálicos  capazes  de  aguentar  altas  pressões.  Tirando  partido 

desta situação, em 1831, o francês Jean Robert Bréant patenteou um método para a aplicação 

de preservadores sob pressão numa camara metálica fechada. Numa primeira fase é aplicado 

vácuo para  remover o ar do  interior das células da madeira e posteriormente é  injectado o 

líquido preservador  sob pressão. Contudo  este  equipamento não  era  adaptável  à utilização 

industrial. Bréant terá resolvido o problema do ponto de vista científico, mas não do ponto de 

vista prático (Wilkinson, 1979). 

O  início da preservação  industrial da madeira é marcado com a atribuição da patente por 

tratamento com creosote em autoclave a John Bethell em 1838 (Nunes, 2007). Designado por 

processo de Bethell ou de  célula‐cheia,  consistia na  aplicação de  vácuo  inicial,  injecção por 

pressão  e  uma  fase  vácuo  final.  Após  o  tratamento  as  células  da madeira  ficam  cheias  de 

preservador  (Wilkinson,  1979).  Após  a  invenção  de  Bethel  a  indústria  de  preservação  com 

creosote  cresceu  rapidamente,  por  exemplo  registos  mostram  que  apenas  15  anos  após  a 

publicação da patente o Sr. Henry Potter Burt estava a tratar no Reino Unido cerca de 10 000 

travessas de caminho‐de‐ferro por semana (Wilkinson, 1979). 

Apesar  do  sucesso,  o  elevado  consumo  de  creosote,  considerado  excessivo  por  alguns 

utilizadores, encarecia o processo e  impedia a  continuação do  crescimento da  indústria. No 

início do século XX é desenvolvido um processo mais económico. Em 1902 Wasserman inventa 

o primeiro método de célula vazia que é posto em prática por Max Rueping. Quatro anos mais 

tarde Cuthbert Lowry é responsável pela introdução de outro processo semelhante. Em ambos 

os processos não existe uma  fase de vácuo  inicial e na  fase  final de  injecção  sob pressão o 

creosote  é  forçado  a  sair  das  células  ficando  apenas  produto  suficiente  para  revestir  as 

paredes das mesmas (Wilkinson, 1979). 

  

13 

 

O  processo  de  Bethell  continua  ainda  hoje  a  ser  o  mais  utilizado  para  a  aplicação  dos 

tratamentos  preventivos  em  profundidade, mas  a  aplicação  de  creosote  é  feita  através  do 

método de célula vazia pois está optimizado para este produto (Nunes, 2007). 

Outros  três  processos  industriais  foram  desenvolvidos  na  década  de  30  do  século  XIX  e 

apesar de não terem sucesso dos processos de Bethel, Rueping e Lowry, são uma referencia 

importante da história da preservação da madeira.  

Em  1832  John  H.  Kyan,  após  20  anos  de  experiencias  marca  o  início  dos  tratamentos 

modernos da madeira com o registo da patente para um processo de tratamento da madeira 

através da imersão em cloreto de mercúrio (II) (Unger, et al., 2001). Este processo, apelidado 

de Kyanising, foi utilizado em pequena escala para o tratamento de travessas de caminho‐de‐

ferro no sul da Alemanha (Wilkinson, 1979). Como o preservador utilizado é corrosivo para os 

metais,  a  imersão  era  feita  em  tanques  de  alvenaria.  Mais  tarde  Kyan  tenta  melhorar  a 

eficiência do método através da aplicação  sobre pressão em  tanques  fechados de madeira, 

mas obteve pouco sucesso. 

Anos mais tarde, em 1838, Sir William Burnett desenvolve o processo de preservação através 

da imersão de madeira em cloreto de zinco e 9 anos mais tarde o método evolui para injecção 

por pressão em autoclave. Este processo, agora chamado Burnettising,  foi  largamente aceite 

pelos caminhos‐de‐ferro tanto nos Estados Unidos da América como na Europa, tendo o baixo 

custo do cloreto de zinco um papel crucial neste sucesso (Wilkinson, 1979). 

 Também em 1838 o Dr. Boucherie patenteou um processo de substituição da seiva por uma 

solução de sulfato de cobre, tendo este processo ficado conhecido pelo método de Boucherie. 

Através  deste  método  os  troncos,  recentemente  abatidos  e  ainda  por  descascar,  são 

injectados por uma extremidade com o tratamento preservador que vai forçar a saída da seiva 

existente  pela  outra  extremidade  (Heaton  &  Hale,  1993).  Este  método  foi  particularmente 

utlizado no  tratamento de postes de grande dimensão, embora a  sua aplicação  seja  lenta e 

apenas o borne  seja  tratado. Este método  foi gradualmente abandonado e  substituído pelo 

tratamento em autoclave (Nunes, 2007). 

O creosote manteve‐se como o único preservador de madeiras reconhecido até à década de 

30  do  séc.  XX,  quando  foram  introduzidos  os  seus  primeiros  dois  grandes  concorrentes:  o 

Pentaclorofenol  (PCP) e os produtos à base de sais de cobre, crómio e arsénio (CCA). Alguns 

anos mais  tarde  foram  introduzidos  os  tratamentos  com  boro  por  imersão‐difusão  (Nunes, 

2007).  

  

14 

 

Em meados do séc. XX chegaram ao mercado os produtos em solvente orgânico  leve. Estes 

produtos apresentam vantagens significativas sobre os preservadores anteriores; o tempo de 

secagem  da  madeira  após  tratamento  é  substancialmente  reduzido,  o  ingrediente  activo  é 

tendencialmente  insolúvel  em  água  e  consequentemente  menos  susceptível  à  lixiviação,  a 

madeira não  sofre alterações dimensionais  com o  tratamento, podendo este  ser aplicado  a 

peças  já aparelhadas, e a madeira tratada poderá ser pintada e colada, e em muitos casos o 

produto  preservador  aparece  associado  a  produtos  de  acabamento  (Heaton  &  Hale,  1993) 

(Nunes, 2007).  

Estes produtos utilizam um  conjunto de  substâncias hoje quase  todas  consideradas muito 

tóxicas  como  o  pentaclorofenol  ou  os  compostos  orgânicos  de  estanho  (TBTO)  como 

fungicidas,  e  a  aldrina,  a  dialdrina,  o  lindano  ou  as  permetrinas  como  insecticidas  (Nunes, 

2007).  Estes  produtos  em  solvente  orgânico  leve  tinham  ainda  a  desvantagem  de  ser 

consideravelmente mais caros que os produtos de base aquosa  (Heaton & Hale, 1993). Esta 

situação leva a que o antigo método de impregnação por vácuo e pressão seja optimizado para 

estes  produtos  surgindo  assim  o  processo  de  duplo  vácuo  que  garante  uma  penetração 

homogénea de alguns milímetros na superfície da madeira (Nunes, 2007). 

2.2.4 Os tratamentos preservadores contemporâneos e os desafios ambientais

No final do séc. XX o despertar da consciência ecológica e o desenvolvimento dos princípios 

de sustentabilidade fizeram levantar questões ambientais que puseram em causa as matérias 

activas  tradicionalmente utilizadas nos produtos preservadores. O aparecimento do conceito 

de  análise  do  ciclo  de  vida  alterou  o  modo  como  é  avaliado  o  impacto  dos  tratamentos 

preservadores e ao longo dos últimos anos têm sido compiladas e legisladas listas de matérias 

activas passiveis de  serem utlizadas bem como de  substâncias proibidas. Na União Europeia 

destaca‐se  a  publicação  da  diretiva  relativa  à  colocação  de  produtos  biocidas  no  mercado 

(Directiva  98/8/CE,  1998),  e  a  publicação  do  regulamento  relativo  à  disponibilização  no 

mercado e à utilização de produtos biocidas (Regulamento UE 528/2012, 2012). 

Este novo olhar, e consequentes restrições, obrigaram a indústria a pesquisar e desenvolver 

alternativas aos preservadores tradicionais. 

.  Estas  alternativas  passam  não  só  pela  substituição  das  matérias  activas  por  produtos 

naturais ou que não apresentem perigo para o homem e para o meio ambiente, mas também 

  

15 

 

pelo  desenvolvimento  de  métodos  de  protecção  da  madeira  não  convencionais  como,  por 

exemplo,  a  utilização  de  barreiras  físicas  contra  insectos  xilófagos,  o  controlo  biológico  de 

pragas  de  insectos  através  do  uso  de  feromonas  ou  a modificação  da madeira  de modo  a 

torná‐la menos desejável para os organismos xilófagos (Nunes, 2007). 

Nesta  fase  de  procura  de  alternativas  é  importante  olhar  para  o  passado  e  perceber  a 

pertinência e validade dos métodos preservadores  tradicionais e que contribuições poderão 

trazer para a formulação de novas soluções. 

2.3 A preservação da madeira em Portugal

A história da preservação de madeira em Portugal desenvolve‐se com base nas necessidades 

e  soluções  descritas  nos  subcapítulos  anteriores,  salvo  algumas  situações  construtivas 

específicas, o desfasamento com história universal da preservação da madeira existe apenas 

em termos cronológicos. Tal como em outros países, os agentes de degradação da madeira são 

fungos, insectos e xilófagos marinhos.  

No  início  do  século  XX  eram  utilizadas  na  construção  em  Portugal  madeiras  de  elevada 

durabilidade natural como o cerne de castanheiro, carvalho, nogueira e pinho marítimo, sendo 

este último proveniente da Mata Nacional de  Leiria. Também era  frequente  a utilização de 

madeiras  importadas,  particularmente  do  Brasil,  Estados  Unidos  da  América  e  das  antigas 

colónias.  Em  meados  do  século  XX,  houve  uma  redução  significativa  na  disponibilidade  de 

madeiras folhosas e para cumprir um plano de construção de habitação social e escolas foram 

abatidas árvores de pinho marítimo imaturas que forneciam pouco ou quase nenhum cerne. A 

utilização  desta  madeira  sem  aplicação  de  preservadores  resultou  numa  fraca  prestação  e 

consequentemente  resultou  na  injusta  perda  de  credibilidade  comercial  da  indústria  da 

madeira para a construção civil (Reimão & Cockcroft, 1985). 

2.3.1 A Construção Naval

Dada  a  importância  da  época  dos  descobrimentos,  e  o  consequente  desenvolvimento 

científico  e  económico,  na  história  de  Portugal,  não  será  de  estranhar  que  a  mais  antiga 

referência encontrada sobre processos de protecção da madeira seja a Vasco da Gama, que 

para proteger  as naus  contra o  teredo utiliza madeira  superficialmente  carbonizada na  sua 

construção (Unger, et al., 2001).   

  

16 

 

No século XVI é publicado o Livro Primeiro de Architectura Naval, um manual de construção 

naval escrito por João Baptista Lavanha onde é notória a influência de Vitrúvio na preservação 

da madeira. Lavanha escreve sobre a  importância da época de abate, a escolha da espécie, a 

secagem e a preservação das madeiras entre o abate e a sua utilização por  imersão em água 

salgada ou enterradas em areia húmida. É ainda de referir que no capítulo V, Lavanha inclui na 

listagem de materiais a utilizar na construção naval o piche e o betume (Lavanha, séc. XVI). 

As recomendações de João Baptista Lavanha estão alinhadas com o conhecimento existente 

sobre preservação de madeira na época, onde os ensinamentos da antiguidade clássica ainda 

prevaleciam.  

Passados  quatro  séculos,  este  sincronismo  cronológico  não  se  verifica  No  Manual  da 

Construção do Navio de Madeira, publicado em 1991. A referência a métodos preservadores é 

reduzida sendo maioritariamente direccionada para a conservação da madeira entre o abate e 

a  sua  aplicação.  Esta  ausência de  informação  contrasta  com os  150  anos passados  sobre  a 

revolução industrial, e da preservação da madeira.  

Para a preservação da madeira após o abate, o autor destaca a importância de após o abate 

descascar os toros para evitar o alojamento de larvas, evitar o contacto da árvore com o calor 

e a humidade para prevenir o seu apodrecimento, e impedir a fermentação da seiva através da 

sua dissolução por  imersão em água doce ou salgada, ou através da sua solidificação através 

da  secagem  da  madeira.  Em  relação  á  preservação  da  madeira  em  serviço  o  autor  refere 

apenas  que  “na  construção  naval  não  têm  sido  empregados  os  processos  de  injecção  nas 

madeiras, mas sim a aplicação de substâncias antivegetativas à trincha, a fim de as preservar 

dos insectos” (Castanheira, 1991). 

Num registo mais recente Moutinho no levantamento que faz das construções tradicional de 

madeira no  litoral português  regista a utilização de óleo de  linhaça e de óleo queimado de 

traineira,  por  parte  dos  pescadores  na  pintura  das  construções  de  madeira  junto  ao  mar 

(Moutinho,  2007).    Apesar  de  existirem  poucos  registos  escritos  sobre  esta  prática,  são 

frequentes os  relatos populares da utilizam de óleo de motor queimado na preservação da 

madeira. 

  

17 

 

2.3.2 Os manuais de construção

A dificuldade em obter referências históricas sobre a preservação da madeira em tratados ou 

manuais de construção em Portugal durante a pesquisa bibliográfica poderá ser indicadora da 

falta de importância ou de conhecimentos sobre o assunto no contexto nacional. 

Pela análise da  informação patente nos, poucos, elementos obtidos podemos afirmar que 

existe uma separação entre a industria madeireira e os trabalhos de carpintaria e marcenaria 

sendo que preservação das madeiras está quase exclusivamente ligada à primeira. 

Na primeira metade do  século XX dois autores destacam‐se pela qualidade e detalhe dos 

seus manuais. João Emílio dos Santos Segurado, Engenheiro Industrial e autor de várias obras 

publicadas  na  Biblioteca  de  Instrução  Profissional  dos  quais  se  destaca  Trabalhos  de 

Carpintaria Civil e Materiais de Construção, e F. Pereira da Costa autor da Enciclopédia Prática 

da Construção Civil que é um conjunto de fascículos publicados entre 1930 e 1936 e mais tarde 

compilados e publicados como edição do autor em 1955. 

Vários  capítulos da  Enciclopédia  Prática da Construção Civil  são dedicados  a  trabalhos de 

carpintaria,  mas  apenas  no  primeiro  capítulo  sobre  asnas  de  madeira  encontramos  uma 

referência à preservação da madeira. 

“A  pintura  das  asnas  com  tinta  de  óleo  é  aconselhável  para  a  conservação  das 

madeiras,  tanto mais que os madeiramentos  são muito atacados pelo  calor  solar e 

pelos  insectos. A aplicação de  indutos  reservativos  contra  insectos nas madeiras de 

cobertura não deve ser descurada.” (Costa , 1955) 

A  referência  revela  uma  preocupação  com  a  degradação  dos  elementos  estruturais  de 

madeira por agentes biológicos, neste caso insectos, e sugere a sua protecção por pintura com 

tinta de óleo.   

Em Trabalhos de Carpintaria Civil a, também única, referencia a preservação é feita também 

sobre elementos estruturais e com recurso a tinta de óleo, sendo neste caso a prescrição do 

autor mais específica. 

“Para  proteger  a  madeira  contra  o  apodrecimento  usa  se  pintar  as  pontas  a 

encastrar  na  parede  com  tinta  d’óleo,  zarcão  por  exemplo,  ou  alcatrão  ou  ainda 

acompanhando‐as  com  pedra  sêca,  com  gêsso  de  prêsa,  envolvendo‐as  com  uma 

fôlha de zinco ou com cortiça em placas, etc.”  

  

18 

 

Este excerto foi retirado do capitulo sobre sobrados e refere‐se especificamente á protecção 

das entregas das vigas de madeira quando encastradas em paredes de alvenaria, situação em 

que  é  propicio  o  aumento  do  teor  de  água  na  madeira  e  consequentemente  o 

desenvolvimento  de  fungos de podridão. As  soluções propostas pelo  autor  visam  reduzir o 

aumento  do  teor  de  água  na  madeira  e  deste  modo  evitando  a  criação  das  condições 

necessárias para o desenvolvimento do agente de degradação. 

Esta  situação  é  também  referida  no  artigo  39º  do  Regulamento  Geral  de  Edificações 

Urbanas. 

“Quando  se utilize madeira  sem  tratamento prévio adequado, os  topos das  vigas 

das estruturas dos pavimentos ou coberturas,  introduzidas nas paredes de alvenaria, 

serão sempre protegidos com induto ou revestimento apropriados que impeçam o seu 

apodrecimento.” (R.G.E.U, 1951) 

E  no  caderno  de  encargos,  publicado  na  revista  A  Construção  Moderna,  pelo  Arquitecto 

Ventura Terra para a casa do Sr. Miguel Henrique dos Santos na Rua Rosa Araújo em 1900. 

“A parte da madeira, vigamentos, madeiramentos, etc., que fique em contacto com 

as  alvenarias  será  convenientemente  pintada  a  tinta  de  minium  antes  do  seu 

assentamento.” (Ventura Terra, 1900) 

Em Materiais de Construção, João Segurado desenvolve com maior pormenor a questão da 

preservação da madeira abordando vários métodos tanto antigos como modernos.  

O  início do  capítulo XVIII, Conservação da Madeira, é dedicado á conservação da madeira 

após abate sendo realçada a  importância de descascar as árvores e neutralizar os efeitos da 

seiva que, segundo o autor, é um dos principais factores de destruição da madeira. 

“A  seiva é um dos principais  factores de destruição da madeira, depois da árvore 

abatida.  Pela  fermentação  favorece  o  desenvolvimento  dos  insectos  de  fornece 

elementos ao bolor. Há diversos meios de neutralizar os efeitos da seiva: solidificando‐

a ou lixiviá‐la.” (Segurado, 1936) 

O autor refere que a solidificação da seiva é obtida por secagem da madeira quer através do 

armazenamento em locais bem ventilados durante bastante tempo ou em estufa por períodos 

menores. 

  

19 

 

“A  seiva  solidifica e aperta mais entre  si as  fibras da madeira, aumentando‐lhe a 

resistência  e  a  densidade, mas  tornando‐a mais  difícil  de  trabalhar  e mais  fácil  de 

empenar”. (Segurado, 1936) 

Para a lixiviação são descritos dois métodos, o primeiro consiste na imersão da madeira em 

água clara e corrente durante cerca de 4 meses, após este período a madeira é  retirada da 

água e deixa‐se secar  lentamente ao abrigo de  fortes correntes de ar. O segundo método é 

executado  em  estufa  onde  durante  de  24  horas  a  seiva  é  dissolvida  por  vapor  de  água  e 

arrastada pela água condessada até que esta saia  limpa, após este processo a madeira deve 

arrefecer naturalmente  e  ser  empilhada  em  armazéns bem  ventilados durante um ou mais 

meses. 

“A madeira, depois destas operações, perdeu 23% do seu peso, tornou‐se mais fácil 

de  trabalhar que a madeira  seca espontaneamente;  tornou‐se porem menos dura e 

resistente.” (Segurado, 1936) 

Como outros autores já referidos, Segurado alude a que à conservação da madeira enquanto 

imersa em água ou areia húmida, contudo, o autor  indica que a madeira  imersa em água do 

mar é inadequada para uso na construção. 

“A madeira pode conservar‐se quási indefinidamente quando imersa em água doce 

ou salgada ou em areia húmida. (…) A água do mar torna a madeira muito difícil de 

trabalhar e  imprópria de se empregar nas construções, por ficar  impregnada de sais 

deliquescentes.” (Segurado, 1936) 

O  autor  divide  os  processos  de  conservação  da  madeira  em  três  grupos:  a  aplicação  de 

indutos, a injecção de substâncias antissépticas e a carbonização superficial. 

“Os  indutos  e a  carbonização  superficial preservam a madeira da humidade  e do 

ataque dos  insectos; as substâncias antissépticas formam com a seiva um composto 

insolúvel  que  enche  os  portos  da  madeira,  a  endurecem,  fazem  desaparecer  a 

fermentação da seiva e evitam o caruncho.” (Segurado, 1936) 

Como principais indutos empregados para a preservar a madeira são referidos a pintura com 

alcatrão,  tintas  e  vernizes.  Para  a  injecção  das  madeiras  são  descritos  os  métodos  de 

Boucherie, a creosotagem pelos processos de Blythe e Bethel, a  injecção de cloreto de zinco 

  

20 

 

pelos processos de Burnett, WellHouse e Rutgers, e o emprego do sublimado corrosivo pelo 

processo de Kyan. 

 

Figura 1 – ilustração da aplicação de preservador com a árvore em ainda de pé (Segurado, 1936)

Figura 2 - ilustração da injecção de preservador em postes de madeira (Segurado, 1936)

 

O  autor  dá  particular  destaque  ao  método  de  Boucherie  e  descreve  com  pormenor  a 

evolução do processo desde as primeiras aplicações com a árvore ainda em pé (Figura 1) até à 

adaptação para o tratamento de postes e travessas de caminho‐de‐ferro (Figura 2).  

  

21 

 

Como  substancias  injectadas por este processo  são  referidas o creosote,  sulfato de cobre, 

cloreto de zinco e o bicloreto de mercúrio. O autor  indica a  importância do  tempo de abate 

para a sucesso deste método, pois a madeira não poderá estar seca. 

“Para que a operação surta bom resultado é indispensável que a madeira não esteja 

seca e a injecção seja o mais regular possível. As árvores não devem ter mais de seis 

meses de cortadas, sendo conveniente, para tornar a operação mais económica, fazer 

a instalação junto à floresta onde se abatem as arvores.” (Segurado, 1936) 

O  autor  indica  também  uma  época  preferencial  de  abate  e  injecção  das  madeiras  pelo 

método de Boucherie, cruzando o conhecimento dos métodos de preservação da antiguidade 

clássica e os métodos de preservação industrial. 

“A melhor  época para  fazer a  injecção das madeiras  é nos meses de  Setembro a 

Dezembro em que a seiva está mais fluida, fazendo‐se a injecção mais rapidamente.” 

(Segurado, 1936) 

São ainda descritos mais dois métodos preservadores, a  carbonização e a vulcanização. O 

primeiro  é  apresentado  com  um  processo  utilizado  desde  a  mais  remota  antiguidade  que 

ainda é aplicado em peças de madeira que ficaram enterradas.  

“Esta  operação  (a  carbonização)  torna  a  superfície  da madeira mais  compacta  e 

menos  permeável;  impregna  a madeira  de  produtos  creosotados  próprios  para  sua 

conservação  e  faz  desaparecer  os  fermentos  organizados  que  possam  existir  à  sua 

superfície.” (Segurado, 1936) 

São descritos como exemplos de métodos de carbonização a aplicação por maçarico de gás 

de  Lapparent  em  1862  e  o  método  industrial,  para  carbonização  de  postes  e  travessas, 

desenvolvido por Hughon. 

A vulcanização da madeira, segundo o autor, consiste em submeter a madeira ao calor. Para 

este efeito é descrito o processo de Haskin.   

 

“Coloca‐se a madeira num comprido cilindro envolvido por uma série de tubos em 

que circula o vapor de água; o calor expulsa a humidade que a madeira contenha. (…) 

  

22 

 

Em seguida faz‐se penetrar no cilindro o ar quente sob a pressão de 10 a 15 quilos 

por centímetro quadrado, depois de dissecado para  lhe extrair o vapor de água e ter 

sido aquecido num forno à temperatura de 200º a 260ºC. (…) 

A  teoria  em  que  se  funda  este  processo  de  conservação  é  que  o  calor  coagula  a 

albumina  contida  na  madeira  e  a  destilação  da  seiva  transforma‐a  em  vários 

compostos  conservadores  da madeira,  como  a  creosota,  o  ácido  fénico,  etc.,  que 

assim se evita que abandonem a madeira pela pressão a que ela está sujeita.” 

Contudo, Segurado refere que este processo não terá muito adeptos pelo seu desempenho 

inconstante produzindo por vezes resultados contraditórios. 

2.3.3 Revista A Construção Moderna

A  Construção  Moderna  foi,  como  indicado  na  capa  do  primeiro  número,  uma  “revista 

quinzenal  ilustrada  sob  a  direcção  de  um  grupo  de  construtores,  colaborada  por  distintos 

técnicos  da  especialidade”.  A  sua  publicação  durou  20  anos,  entre  1900  e  1919,  tendo 

adoptado o nome A Construção Moderna e as Artes do Metal no período entre 1911 e 1914. 

No  editorial  “A  que  vimos”  publicado  no  primeiro  número  é  explicado  a  linha  editorial  da 

revista. 

“Sem  a  ousadia  de  uma  confiança  ilimitada,  nem  as  hesitações  de  uma  falsa 

modéstia, vimos preencher uma  lacuna existente no nosso meio  literário e artístico, 

suprindo, quanto em nossas forças caiba, uma falta sensível para aqueles que querem 

progredir  pelo  estudo  e  acompanhar  a  marcha  incessantemente  progressiva  dos 

melhoramentos na construção civil, que tão extraordinariamente se manifestam sob 

todas as formas. (…)” 

Os  números  publicados  são  compostos  por  artigos  de  apresentação  de  projectos  de 

arquitectura da época através da publicação de cadernos de encargos, memórias descritivas e 

desenhos, que  figuram sempre na capa, e  também por artigos a sobre o estado da arte que 

atravessam  as  diferentes  áreas  da  construção  civil  como,  novos  materiais,  projecto, 

dimensionamento de estruturas e redes, técnicas e métodos construtivos, solução e prevenção 

de anomalias na construção, etc. 

  

23 

 

A consulta desta revista permite conhecer e caracterizar o estado arte de diferentes áreas da 

construção em Portugal no  início do  século XX. Este  retrato abrange  tanto o  conhecimento 

teórico, através da análise dos artigos, bem como o que era praticado, através da análise dos 

cadernos de encargos publicados. 

Nos números da revista que foram consultados, e que abrangem uma grande parte das todas 

as publicações ao longo dos 20 anos, existe um vasto conjunto de referências à durabilidade e 

preservação da madeira, o que numa primeira análise demonstra a relevância deste tema na 

época em Portugal. Estas referências, que estão distribuídas por cadernos de encargos, artigos 

de estado da  arte e pequenos  receituários pontuais,  variam entre métodos de preservação 

tradicionais e os novos métodos industriais e modernos cuja época de introdução em Portugal 

coincide com a desta publicação.  

Em 1902, é publicado o  artigo Conservação da Madeira  entre os números 48 e 69 e que 

começa por explicar a especial importância dos métodos de preservação de madeira à época. 

“Se  em  todos  os  tempos  a  conservação  da  madeira  mereceu  especial  cuidado, 

actualmente  é  um  problema  capital,  porque  o  consumo  de  lela  cresceu 

extraordinariamente não só por causa do desenvolvimento comercial de exportação, 

como pela extensão das redes telegráficas, telefónicas e ferroviárias, que consomem 

anualmente alguns milhões de steres de madeira e ainda porque a lavra das minas e o 

fabrico do papel causam a destruição de muitos hectares de florestas. 

(…) 

Alguns  jornais  técnicos  estrangeiros  têm dado noticia,  contudo, de processos que 

ainda não entraram na prática entre nós e por isso julgamos interessante reunir aqui 

o que se conhece acerca dos principais” (Anon., 1902) 

Tal como proposto, no artigo são apresentados vários processos modernos de preservação 

da madeira, nomeadamente os processos de Bethel, Blythe, Boucherie, Rutgers e o processo 

de  Nodon  &  Bretonneau,  em  que  por  meio  electrólito  é  conseguida  a  dessecação  e 

incorporação na madeira de uma solução antisséptica á base de borax, resina e carbonato de 

soda, que irá substituir a seiva (Anon., 1902). 

Em 1909 no artigo Conservação das Madeiras é descrito o método para creosotar a madeira, 

segundo o autor “a eficácia deste processo e sua superioridade sobre todos os demais que se 

têm ensaiado até agora, está provada com o resultado de numerosas experiencias que se têm 

  

24 

 

feito com grande exatidão e esmero”. O autor  justifica esta afirmação citando dois estudos, 

um  realizado pela Real Academia de Amsterdão e outro  realizado em Plymouth onde  foram 

ensaiados vários tratamentos em diferentes espécies de madeira submersa,  tendo ambos os 

estudos concluídos que o creosote seria o tratamento mais eficaz. 

Em 1911 H. de Matos, no artigo Conservação das Madeiras, lista um conjunto de métodos e 

técnicas para preservar a madeira. Os primeiros métodos descritos aplicam‐se aos cuidados a 

ter  após o  abate da  árvore. É  referida  a  importância da  remoção da  casca e o depósito da 

madeira em locais bem ventilados onde fique protegida do calor intenso e humidade.  

Matos  refere  que  “uma  das  causas mais  activas  de  destruição  é  sem  dúvida  a  seiva  que 

permanece nos vasos depois de abatidas as árvores” e descreve dois métodos utilizados para 

“neutralizar os efeitos da seiva” antes de se conhecerem os processos modernos. O primeiro 

consiste na ”solidificação da seiva pela dessecação”, por secagem natural ou em estufa, e o 

segundo na lixiviação por imersão da madeira em água clara corrente ou em estufa com vapor 

de  água.  Matos  lembra  que  “as  madeiras  duras  e  resinosas  conservam‐se  quasi 

indefinidamente em água doce, na do mar e no lodo ou areia húmida” mas que “as madeiras 

mergulhadas em água salgada tornam‐se duras e difíceis de trabalhar, e são  impróprias para 

construções ordinárias”. 

Na segunda parte do artigo, o autor descreve quatro tipos de “substâncias empregadas para 

a conservação das madeiras”. O Alcatrão, aplicado a quente e misturado alcatrão mineral com 

pez  e  sebo.  A  pintura  a  óleo,  que  considera  “o melhor  preservativo  da madeira,  quando 

empregado  no  estado  liquido  de maneira  que  penetre  bem  na madeira”.  Os  vernizes,  que 

podem  ser  aplicados  directamente  sobre  a  madeira  ou  sobre  as  pinturas,  e  cuja  principal 

vantagem é “preservar a madeira das variações hygrométricas do ar, e do caruncho”. E por fim 

o  emprego  de  dissoluções  minerais,  onde  o  autor  refere  os  processos  de  injecção  de 

Boucherie,  Legé  e  Fleury,  e  o  uso  de  sulfato  de  cobre  como  “a  substância  que  parece  dar 

melhores resultados” numa solução de 1kg de sulfato para 100 litros de água. 

H. de Matos  refere ainda uma  técnica e um  tratamento que não estão  incluídos nos  itens 

anteriores. A  técnica consiste em envolver numa chapa de chumbo as partes dos elementos 

estruturais de madeira que  fiquem embutidas dentro de paredes. O  tratamento  refere‐se á 

preservação da madeira por meio da cal, em que pranchas de madeira são empilhadas dentro 

de um tanque e posteriormente cobertas com uma camada de cal viva que é “gradualmente 

derregada  com água”,  segundo o  autor” a madeira adquire grande  consistência  e dureza  e 

nunca apodrece” (Matos, 1911). 

  

25 

 

Em  1914  no  artigo  intitulado As Madeiras  o  capítulo Meios  preventivos  para  conservar  a 

madeira  posta  na  obra  relata  um  conjunto  de  técnicas  e  processos  para  preservação  da 

madeira,  contudo  o  autor  adverte  que  “diversos  meios  se  tem  inventado  para  dar  mais 

duração  às  madeiras,  preservando‐as  dos  agentes  que  tendem  a  destrui‐las.  No  entanto, 

nenhum  até  hoje  satisfez  completamente”.  Dos  vários  métodos  descritos  destacam‐se  a 

aplicação de gesso que se não cobrir a madeira completamente conserva‐a perfeitamente por 

absorver a humidade e mantendo‐a seca. A cal que embora  impeça a entrada da humidade 

atacada  a  madeira  com  a  sua  causticidade.  A  almácega,  resina  de  lentisco,  usada  como 

revestimento da madeira. A carbonização para protecção contra o caruncho e a humidade. O 

alcatroado, feito com uma mistura de breu ou alcatrão mineral, asfalto e cal, que é aplicada a 

quente e  coberto  com uma camada de areia  fina peneirada e  também aquecida. O óleo de 

hulha,  considerado um bom preservador por  conter ácido  fénico. Os vernizes e pinturas de 

óleo, que só deveram ser aplicados sobre madeira seca de modo a não impedir a evaporação 

da seiva. O autor ainda aconselha para locais húmidos “empapar a madeira em leite de cal ou 

dar‐lhe uma demão de brocha  com petróleo ou melhor  se  se mistura  com betume  líquido”, 

para o mesmo efeito poderá ser aplicado sebo derretido em madeiras brandas.  

É  também  referida  a  submersão  a  quente  em  uma  solução  saturada  de  borax  como  o 

método utilizado na Alemanha, e a utilização do “breu extraído do ácido pirolenhoso (vinagre 

da madeira)” para preservação da madeira exposta ao ar em Inglaterra.  

Finalmente o autor descreve os processos modernos, e contemporâneos, de protecção da 

madeira dando especial enfase à aplicação de sulfato de cobre pelos métodos de Boucherie, 

Segé  e  Fleury.  São  também  referidos  com  menor  pormenor  a  aplicação  de  creosote  pelo 

método de Bethel, a secagem em estufa com fumo pelo método de Freret, a imersão a quente 

em  soluções de ácido  sulfúrico e alúmen, e de  cloreto de bário, pelo método de Paine. e a 

aplicação do cloreto de zinco pelo método de Brunnett. 

Durante  os  dezanove  anos  de  publicação  o  tema  da  durabilidade  da  madeira  é  também 

abordado  em  pequenos  artigos  pontuais  onde  são  publicadas  receitas  e  soluções  que  se 

destacam pela peculiaridade dos ingredientes utilizados. 

No número 29 do ano  II, o artigo Para Conservar a Madeira cita um processo  referido na 

“Revista de Construcciones y Agrimensura”, de Havana, que consiste na aplicação a quente e 

sobre vácuo de uma mistura de óleo denso, formol e resina e que é finalizado com o um banho 

de leite de cal (Figura 3). 

  

26 

 

 

Figura 3 – Artigo “Para conservar a madeira” publicado na revista A Construção Moderna nº29 ano II (Anon., 1901)

 

 

Figura 4 – Artigo “Verniz para preservar as madeiras da humidade” pulbicado na revista A Construção Moderna nº3 ano VIII (Anon., 1907-1908)

  

27 

 

No número 3 do ano VIII o artigo Verniz para Preservar as Madeiras da Humidade descreve 

uma receita de um verniz para preservar as madeiras da humidade (Figura 4). 

No  número  28  do  ano  X,  no  artigo  Conservação  de  madeiras  é  relatada  uma  nota  na 

“impressa  technica  alemã”  em  que  o  Engenheiro  Habelik  apresenta  um  estudo  sobre  a 

influência  da  posição  de  colocação  em  obra  tem  sobre  a  duração  das  peças  de  madeira. 

Segundo o autor as peças que são aplicadas em posição vertical alcançam maior duração que 

as que se são colocadas em alguma  inclinação e sobretudo sobre aquelas que são colocadas 

horizontalmente.  O  autor  justifica  esta  durabilidade  porque  “as  peças  verticais  a  água  da 

chuva de e do rócio  influi muito superficialmente ao comprimento das gretas, de modo que a 

madeira seca depois muito rapidamente…” (Anon., 1909‐1910) 

No número 29 do ano X, o artigo A humidade na Madeira descreve uma receita peculiar para 

proteger a madeira dos danos da humidade utilizando enxofre e óleo de peixe (Figura 5). 

 

  

Figura 5 – Artigo “A humidade da madeira” publicados na revista A Construção Moderna, nº29 ano X

 

  

28 

 

No  número  23  do  ano  XI,  o  artigo  Revestimento  da madeira  descreve  o  processo  para 

revestir  a madeira  a  cimento, que  segundo o  autor  “adere bem à madeira  e preserva‐a da 

podridão e em parte  também do  fogo”, para obter o melhor  revestimento é aconselhado a 

aplicação de duas demãos da mistura de uma parte de cimento, duas de areia fina e uma de 

leite coalhado. 

No  número  11  do  ano  XIII,  o  artigo  Processo  para  tornar  a  madeira  incombustível  e 

impermeável é descrito um processo de imersão utilizado pelo Sr. Fobacci que “quase petrifica 

a madeira  sem  lhe alterar a  sua aparência ordinária”. A  solução é  composta por  sulfato de 

zinco, potassa, alúmen, óxido de manganês, acido sulfúrico a 60º e água. 

No  número  3  do  ano  XVI,  em  Conservação  da madeira  é  citado  um  artigo  de  La  Revue 

Scientifique onde é descrita a preservação da madeira com açúcar (Figura 6) . 

 

  

Figura 6 – Artigo da revista “Conservação da Madeira” publicado na revista A Construção Moderna nº 3 ano XVI

 

  

29 

 

2.3.4 A preservação industrial da madeira em Portugal

A  preservação  industrial  de  madeiras  em  Portugal  começou  no  início  do  séc.  XX  com  o 

tratamento de  travessas de  caminho‐de‐ferro e postes para  linhas de  telecomunicações nas 

fábricas  da  Marinha  Grande  e  Figueira  da  Foz.  Inicialmente  estes  tratamentos  foram 

executados  com  soluções  de  sulfato  de  cobre  através  dos métodos  de Boucherie  e Bethel. 

Mais  tarde,  os  Caminhos  de  Ferro  Portugueses  alteraram  o  tratamento  das  travessas  para 

creosote através do método de Rueping (Reimão & Cockcroft, 1985). 

Em 1952 a fábrica da Figueira da Foz  iniciou o tratamento de postes com preservadores de 

base aquosa compostos por soluções de diversos tipos de sais. Consequentemente a aplicação 

de preservadores por vácuo/impregnação  foi estendida à preservação de madeiras para uso 

geral  na  construção  civil.  O  interesse  por  este  tipo  de  tratamento  originou  um  gradual 

crescimento  e  instalação  de  outras  fábricas  pelo  país  e, mais  tarde,  o  desenvolvimento  do 

método de duplo vácuo com preservadores de  solvente orgânico possibilitou a aplicação de 

tratamento em serrações e fábricas de mobiliário. 

No relatório Wood Preservation in Portugal, (Reimão e Cockcroft, 1985), os autores indicam 

a  existência  de  14  empresas  de  preservação  industrial  de  madeira,  distribuídas  por  17 

unidades de produção e contabilizando um total de 26 cilindros/autoclave instalados. Segundo 

os autores a maioria da actividade desta  industria é dedicada ao tratamento de travessas de 

caminho‐de‐ferro,  postes  e  madeiras  para  agricultura.  O  tratamento  de  madeira  para 

construção não é comum, sendo a maioria da madeira aplicada não tratada, ou tratada com 

preservadores superficiais por pincelagem ou aspersão (Reimão & Cockcroft, 1985). 

Na  comunicação  State  of  the  art  of  industrial wood  protection  in  Portugal  (Nunes  et  al, 

2016),  são  actualizados  os  dados  do  relatório  anterior.  Os  autores  afirmam  existirem  13 

empresas a produzir madeira tratada em autoclave distribuídas por 16 unidades de produção, 

onde é tratada predominantemente madeira de pinho bravo (Pinus pinaster), cerca de 70% da 

produção total, seguida da casquinha (Pinus sylvestris) com 10% (Nunes, et al., 2016). 

Segundo  a  mesma  comunicação  o  produto  preservador  mais  utlizado  para  aplicação  em 

autoclave é o Tanalith E 8001 da Arch Timber Protection, um produto hidrossolúvel, contendo 

cobre, ácido bórico e  triazóis  (Tebuconazole), utilizado por 15 das 23 empresas, seguido dos 

produtos da Koppers, Celcure C4 e Celcure VS725, preservadores do tipo ACQ (Compostos de 

amónio quaternário e cobre) (Nunes, et al., 2016). 

  

30 

 

3. Campanha experimental

3.1 Objectivo

A campanha experimental foi executada com o objetivo de avaliar a eficácia de um conjunto 

de métodos antigos de protecção da madeira seleccionados, e comparar directamente com a 

eficácia de métodos comerciais contemporâneos sujeitos às mesmas condições. 

Foram  selecionados  cinco  tratamentos  preservadores  tradicionais  e  dois  contemporâneos 

para serem aplicados sobre provetes de madeira sã que posteriormente foram expostos a dois 

agentes de degradação biológica diferentes, fungos de podridão e insectos xilófagos.   

Após a exposição aos agentes de degradação os provetes foram ensaiados de modo a obter 

os  dados  que  permitiram  realizar  a  avaliação  e  comparação  de  eficácia.  Deste  modo  foi 

ensaiada e  registada a perda de massa, e a  tensão de  rotura em  tensão axial, nos provetes 

expostos a fungos de podridão, e a taxa de sobrevivência dos insectos e classificação visual do 

grau de ataque nos provetes expostos a insectos xilófagos.  

Todos  os  ensaios  foram  realizados  nos  laboratórios  da  Unidade  de  Prevenção  da 

Biodeterioração  do  Núcleo  de  Comportamento  de  Estruturas  no  Laboratório  Nacional  de 

Engenharia Civil (UPB.LNEC).  

3.1.1 Escolha e preparação da madeira

Os provetes de madeira foram obtidos a partir de duas peças de Casquinha Pinus sylvestris, 

ambas provenientes do mesmo  lote.   Foi escolhida esta espécie por historicamente  ter  sido 

amplamente utlizada na construção de edifícios em Portugal. 

Foram cortados dois tipos de provete, o primeiro com as dimensões 20x20x60mm, conforme 

indicado  na  norma  para  ensaios  de  compressão  axial  (NP  618,  1973),  e  o  outro  com  as 

dimensões  40x10x200mm,  conforme  indicado  na  norma  para  ensaios  de  eficácia  de 

tratamentos superficiais na prevenção contra térmitas subterrâneas (EN 118, 2013). 

Após o corte foi seleccionado um conjunto de provetes de madeira sã de borne,  isentos de 

defeitos, nós, bolsas de resina,  fendas e outras  imperfeições, cortados com o  fio da madeira 

paralelo à dimensão maior do provete. 

  

31 

 

Os  provetes  seleccionados  foram  divididos  em  9  grupos  de  24  unidades.  Cada  grupo  é 

composto  por  18  unidades  de  provetes  com  as  dimensões  20x20x60mm,  para  exposição  a 

fungos  de  podridão,  e  6  unidades  de  provetes  com  as  dimensões  40x10x200mm  para 

exposição a insectos xilófagos. 

Foram  também preparados  três grupos de provetes extras, um grupo de  substitutos para 

cada  tratamento, um outro  grupo de provetes‐testemunho para  a exposição  aos  fungos de 

podridão,  e  um  terceiro  grupo  de  provetes  que,  mantido  sempre  em  conjunto  com  os 

restantes provetes selecionados, foi utilizado para medição do teor de água. 

Os provetes foram numerados de forma sequencial de acordo com o tratamento e exposição 

a que  seriam posteriormente  sujeitos, e  foram estabilizados em  sala  condicionada  (20ºC de 

temperatura  e  65%  de  humidade  relativa  do  ar)  até  atingirem  massa  constante,  como 

demonstrado na Figura 7. 

A aplicação dos tratamentos foi executada quando o grupo de provetes atingiu um valor de 

massa constante, registando‐se um teor de água médio de 14.9%. 

 

Figura 7 – conjunto de provetes selecionados em sala condicionada

3.1.2 Selecção dos tratamentos a ensaiar

Do  conjunto  de  métodos  antigos  de  proteção  da  madeira  encontrados  na  pesquisa 

bibliográfica foram selecionados cinco tratamentos. A escolha dos tratamentos foi feita tendo 

  

32 

 

em  consideração a  incidência destes no  contexto nacional e  também as  condicionantes dos 

meios de ensaio disponíveis. 

Foram  selecionados  os  seguintes  tratamentos:  óleo  queimado,  óleo  de  linhaça,  calda 

bordalesa, sulfato de cobre e água salgada. 

Para  comparação  foram  escolhidos  os  seguintes  produtos  preservadores  de  madeira 

contemporâneos:  Dyrup  Xylophene  S.O.R.2  Extreme,  com  as  substâncias  activas  3‐Iodo‐2‐

propinil butilcarbamato (IPBC) e Propiconazole, adquirido no estabelecimento comercial Leroy 

Merlin  numa  embalagem  de  1l,  e  Xylazel  Fondo,  com  as  substâncias  activas  Propiconazole, 

Diclofluanida  (ISO),  e  Α‐cipermetrina  (ISO),  também  adquirido  no  mesmo  estabelecimento 

comercial, numa embalagem de 1l. 

3.1.3 Selecção dos agentes de degradação

A  selecção  dos  agentes  de  degradação  foi  feita  tendo  em  consideração  os  requisitos 

impostos pelas respectivas normas, mas também as condicionantes impostas pelos recursos e 

prazos  disponíveis.  Deste  modo,  selecionou‐se  o  fungo  de  podridão  castanha  Oligoporus 

placenta, proveniente da colecção de fungos existente no UPB.LNEC, (Figura 8) e as térmitas 

subterrâneas Reticulitermes grassei, capturadas no campo pela equipa do UPB.LNEC (Figura 8) 

e mantidas em laboratório por períodos inferiores a um mês antes dos ensaios. 

 

Figura 8 – frasco com cultura de Oligoporus placenta, e captura de térmitas em peças de madeira recolhidas em campo.

  

33 

 

3.1.4 Métodos de controlo

Foram definidos os  seguintes métodos para controlo e comparação com os dados obtidos 

nos ensaios definidos: 

Exposição a fungo de podridão

‐ Um grupo de provetes  tratados  (por cada preservador) não  foi exposto a qualquer 

tipo de agente de degradação, este grupo foi designado “sem exposição”; 

‐ Um grupo de provetes tratados (por cada preservador) foi exposto às condições do 

processo  de  degradação  mas  sem  a  presença  do  fungo  de  podridão,  ou  seja,  estes 

provetes estiveram o mesmo período no  interior de frascos só com o meio de cultura, 

este grupo foi designado “meio”; 

‐ Cada provete tratado e exposto ao fungo de podridão foi acompanhado no  interior 

do  frasco  por  um  par  não  tratado,  estes  provetes  foram  designados  “provetes‐

testemunho”;‐  Um  grupo  de  provetes  de  madeira  sã,  sem  qualquer  tratamento 

preservador,  foi  exposto  de  igual  forma  aos  restantes  provetes  (fungo  de  podridão, 

meio, e sem exposição), este grupo foi designado “sem tratamento”. 

Exposição a férmitas subterrâneas

‐ Um  grupo  de  provetes  de madeira  sã,  sem  qualquer  tratamento  preservador,  foi 

exposto  de  igual  forma  ao  agente  de  degradação,  este  grupo  foi  designado  “sem 

tratamento”. 

3.2 Preparação dos tratamentos

3.2.1 Óleo queimado

O óleo queimado foi obtido numa oficina de reparação automóvel e trata‐se de óleo utilizado 

na lubrificação de um motor de um automóvel ligeiro, não discriminado. 

3.2.2 Óleo de linhaça

O  óleo  de  linhaça  foi  adquirido  no  estabelecimento  comercial  Leroy  Merlin,  sendo 

comercializado pela empresa Lacrilar numa embalagem de 1l. 

  

34 

 

3.2.3 Calda bordalesa

A calda bordalesa é uma solução de sulfato de cobre e cal hidratada frequentemente utlizada 

como um fungicida agrícola. Apesar de presentemente ser possível adquirir uma mistura pré‐

preparada  de  Calda  Bordalesa,  optou‐se  por  preparar  uma  solução  com  base  na  receita 

tradicional de modo a obter uma solução semelhante à que seria preparado tradicionalmente. 

Seguindo a receita foi preparada uma solução de sulfato de cobre a 10% numa concentração 

de  100g  de  sulfato  de  cobre  penta‐hidratado  para  900g  de  água,  e  uma  solução  de  cal 

hidratada a 10% numa concentração de 100g de cal virgem para 900g de água.   

Para aplicação agrícola a calda bordalesa deverá ter um PH neutro, pelo que, após a mistura 

conforme a receita o PH da solução final é afinado através da adição de mais Sulfato de Cobre, 

(ácido) ou de cal hidratada (alcalino).  

Para  a  avaliação  da  calda  bordalesa  como  tratamento  protector  da  madeira  optou‐se  por 

utilizar dois tipos de solução. Uma solução executada conforme a receita, com partes iguais de 

sulfato de cobre e de cal hidratada, designada calda bordalesa receita, e uma solução com o 

PH neutro designada calda bordalesa PH7. 

A  solução  de  calda  bordalesa  receita,  com  uma  concentração  de  4%,  foi  obtida  através  da 

mistura de 20g da  solução de  sulfato de cobre a 10%  sobre 20g de cal hidratada a 10% e a 

adição posterior de 960g de água destilada. 

A solução de calda bordalesa PH7, com uma concentração de 4%, foi obtida através da mistura 

de 22g da  solução de  sulfato de  cobre a 10%  sobre 20g de  cal hidratada a 10% e a adição 

posterior de 958g de água destilada. 

3.2.4 Sulfato de cobre

A solução de sulfato de cobre a 10% foi preparada através da diluição de 100g de sulfato de 

cobre  penta‐hidratado  em  900g  de  água. O  sulfato  de  cobre  penta‐hidratado  foi  adquirido 

numa embalagem de 1,4kg da marca  Sodacasa  comercializada pela empresa A.M.C. Cunha, 

Lda. 

  

35 

 

3.2.5 Água salgada

A solução de água salgada foi preparada através da diluição de 35g de sal marinho em 250 

ml  de  água  destilada  morna,  posteriormente  foi  adicionada  água  destilada  á  temperatura 

ambiente até perfazer o total de 1kg de solução. Esta solução tem uma concentração de 3.5% 

de sal marinho, que é o valor referência da água do mar. 

3.3 Aplicação dos tratamentos

3.3.1 Aplicação dos tratamentos para exposição a fungos de podridão

Os ensaios a provetes expostos a fungos de podridão foram feitos segundo as orientações da 

norma  EN113:1996,  que  define  o  ensaio  para  determinação  da  eficácia  preventiva  contra 

basidiomicetes degradadores da madeira. 

A  aplicação  dos  tratamentos  preservadores  nos  provetes  para  exposição  a  fungos  de 

podridão foi feita através da imersão no provete na solução preservadora durante um período 

de  2  horas. Deste modo,  os  provetes  foram  pesados  e  colocados  em  frascos  de  vidro  que 

posteriormente  foram  cheios  com  a  solução  de  tratamento  preservador  (Figura  9).  Para 

garantir a  total submersão dos provetes  foram utilizados  restos da mesma peça de madeira 

como lastro. 

 

 

Figura 9 - aplicação de tratamento preservador por imersão

  

36 

 

Após o período de  imersão, os provetes  foram  limpos do excesso de preservador com um 

papel absorvente e  foi  imediatamente  registado o valor de massa para posterior  cálculo da 

absorção e retenção. 

Depois da pesagem, os provetes  foram colados sobre uma grelha onde permaneceram até 

ficarem secos ao  toque. Periodicamente os provetes  foram virados de modo a garantir uma 

secagem homogénea de todas as faces (Figura 10).  

 

 Figura 10 - secagem de provetes após aplicação do tratamento preservador

  

3.3.2 Aplicação dos tratamentos para exposição a térmitas

Os ensaios a provetes expostos a térmitas foram feitos segundo as orientações da norma (EN 

118, 2013), que define um ensaio para determinação da eficácia preventiva  contra  térmitas 

subterrâneas. 

Para  este  ensaio  os  provetes  são  tratados  superficialmente  em  apenas  uma  face,  deste 

modo, para evitar que haja absorção capilar pelos  topos dos provetes estes são colmatados 

nas superfícies das secções transversais antes da aplicação dos tratamentos preservadores (EN 

118, 2013).  

Os provetes tratados com preservadores de base aquosa (calda bordalesa, sulfato de cobre e 

água  salgada)  foram  colmatados  com  parafina  (Figura  11),  os  provetes  tratados  com 

  

37 

 

preservadores  de  base  em  solvente  orgânico  (óleo  queimados,  óleo  de  linhaça,  Xylophene 

SOR2 e Xylazel Fondo) foram colmatados com uma solução de gelatina a 30%. 

 

Figura 11 – conjunto de provetes com topos colmatados com parafina

Após a secagem da colmatação  foram aplicados os  tratamentos numa quantidade  total de 

1,6g  por  provete,  o  equivalente  a  uma  aplicação  200g/m²  para  a  área  da  face  do  provete 

tratada (20 cm x 4 cm). 

A aplicação dos tratamentos foi feita por pincelagem, em três demãos, com o provete sobre 

uma balança de precisão de modo a controlar com rigor a quantidade de preservador aplicado. 

Foi aplicado 0,6 g de preservador na primeira demão e 0,5 g nas duas demãos  sucessivas 

intercaladas por períodos de secagem ao toque (Figura 12). 

 

 

Figura 12 – aplicação de tratamento preservador por pincelagem, sobre balança de precisão

  

38 

 

3.4 Exposição a agentes de degradação

3.4.1 Exposição a fungo de podridão Oligoporus placenta

A  exposição  dos  provetes  ao  fungo  de  podridão  é  feita  em  ambiente  controlado,  nos 

laboratórios do UPB.LNEC, segundo os procedimentos definidos na norma EN 113:1996. 

Antes do início da exposição dos provetes foi repicado em cinquenta e um frascos de Kolle o 

fungo Oligoporus placenta em meio de cultura propício ao seu desenvolvimento, neste caso 

meio de malte a 3%. Durante este período o fungo cresceu até que abrangesse a totalidade da 

superfície horizontal do frasco (Figura 13). 

 

 

Figura 13 – frasco de Kolle com cultura de fungo Oligoporus placenta

 

Simultaneamente  foram  também  preparados  27  frascos  só  com  o  meio  de  cultura  para 

serem  utlizados  como  método  de  controlo  de  outros  processos  de  alteração  da  madeira 

resultantes do processo de tratamento e das condições de ensaio (Figura 14). 

Os  provetes  tratados  e  os  provetes‐testemunho,  que  previamente  foram  esterilizados  e 

pesados,  são  colocados no  interior do  frasco de Kolle. Os provetes  são  colocados  sobre um 

espaçador em aço inox cuja função é evitar que haja um contacto directo entre a madeira e o 

meio de cultura. 

 

  

39 

 

 

Figura 14 – frasco de Kolle com meio de cultura

 

Em cada frasco são colocados dois provetes. Nos frascos com a cultura do fungo Oligoporus 

placenta são colocados um provete tratado e um provete‐testemunho de madeira não tratada 

(Figura  15).  Nos  frascos  só  com meio  de  cultura  são  colocados  dois  provetes  tratados  por 

frasco. 

 

 Figura 15 – colocação de provete tratado e provete-testemunho em frasco de Kolle com

cultura de Oligoporus placenta

Os frascos são fechados com algodão hidrófugo esterilizado, que permite a circulação de ar, 

e são colocados numa sala acondicionada aproximadamente a 70 ±5% de humidade relativa 22 

±2º C de temperatura, durante 16 semanas. 

 

  

40 

 

Findo este período, os provetes foram retirados de dentro dos frascos de Kolle (Figura 16), 

limpos com uma escova suave para remover os fungos remanescentes, e colocados numa sala 

condicionada com temperatura e humidade relativa constante para estabilizar o teor de água 

(Figura 17). 

 

Figura 16 – frascos de Kolle após período de exposição sobre fungo Oligoporus placenta e sobre meio de cultura

 

 Figura 17 – provetes-testemunho após exposição ao fungo de podridão

3.4.2 Exposição a térmitas subterrâneas

A  exposição  dos  provetes  ao  ataque  de  térmitas  subterrâneas  foi  feita  em  ambiente 

controlado, nas instalações do UPB.LNEC segundo procedimentos definidos na norma (EN 118, 

2013). 

  

41 

 

O método de exposição consiste na instalação de um grupo de térmitas subterrâneas contida 

sobre a superfície tratada de um provete de madeira durante 8 semanas. Durante este período 

as térmitas ficam encerradas no interior de um tubo de vidro, colado ao provete de madeira, 

que está parcialmente preenchido com substrato propicio à criação da colónia (Figura 18).  

 

Figura 18 – esquema de montagem do ensaio (EN 118, 2013)

Previamente á montagem  sobre os provetes,  foram  separados das  colónias, existentes no 

UPB.LNEC,  54  grupos  compostos  por  250  obreiras,  entre  2  a  12  ninfas,  e  soldados  na 

proporção igual à existente na colónia original (Figura 19).  

 Figura 19 – separação de grupos de térmitas para ensaio

Até ao início do processo de exposição cada grupo foi mantido em caixas de Petri individuais, 

com alimento e água, guardadas numa câmara de criação com  temperatura entre os 26ºC e 

28ºC e humidade relativa superior a 75%. 

  

42 

 

Sobre os provetes, secos e estabilizados, foi colado um tudo de vidro sobre a face tratada. Na 

colagem  foi utilizada uma  fita adesiva não tóxica, de tecido, não comestível pelas térmitas e 

que  não  reage  com  os  preservadores  aplicados. Após  a  colagem  é  colocado  um  intercalar, 

disco de madeira de  casquinha não  tratada, no  fundo do  tubo para auxiliar a  instalação da 

colónia (Figura 20). 

 Figura 20 - sequência de montagem do ensaio

 

Sobre o  intercalar foi colocado o substrato até preencher dois terços do volume total, sem 

ser  compactado.  Para  este  ensaio  foi  utilizada  areia  de  Fontainebleau,  previamente 

humedecida  com  água  destilada,  como  substrato. Aproximadamente  a meio  do  volume  de 

areia foi colocado um pedaço pequeno de madeira não tratada. 

As 54 colónias foram colocadas no interior dos tubos respectivos e estes foram cobertos com 

uma folha de papel‐alumínio para conservar a humidade e evitar a fuga de térmitas. 

Os provetes foram colocados numa sala condicionada, sobre travessas para conter eventuais 

fugas, durante 8 semanas com temperatura entre os 24ºC e 26ºC e humidade relativa superior 

a 75%.   As colónias foram  inspecionadas diariamente para controlar a abertura de galerias e 

construção de chaminés que pudessem resultar em fuga das térmitas, para manter o nível de 

humidade do substrato, e para registar o aparecimento de bolores. 

  

43 

 

Após o período de exposição, os ensaios foram desmontados individualmente dentro de um 

recipiente de modo a se proceder aos ensaios descritos no subcapítulo 3.6 (Figura 21). 

 

 

Figura 21 – provetes após o período de exposição e imediatamente antes da desmontagem

3.5 Ensaios em provetes expostos a fungo de podridão

3.5.1 Tensão de rotura em compressão axial

O objetivo deste ensaio é determinar a tensão de rotura por compressão axial, a 12% de teor 

de  água  dos  provetes  expostos  a  fungos  de  podridão,  expostos  a  meio  de  cultura,  e  sem 

exposição a agentes de degradação. 

O  ensaio  foi  realizado  nas  instalações  do  UPB.LNEC  segundo  o  estipulado  na  norma  NP‐

618:1973. Foi utilizada a máquina de ensaio mecânico Shimatzu, e os dados foram obtidos e 

tratados pelo programa Trapezium2. 

Após o processo de exposição ao agente de degradação descrito no capitulo anterior e um 

período de estabilização de massa numa sala condicionada os provetes foram pesados e foram 

medidas as dimensões transversais com uma craveira de precisão. 

  

44 

 

Seguidamente os provetes  foram colocados sobre o centro do prato  inferior da máquina e 

fez‐se  descer  o  prato  superior  até  estar  em  contacto  com  o  topo  do  provete,  sem  lhe 

transmitir  forças.  Através  do  programa  Trapezium2  foi  iniciado  o  processo  em  que  foram 

aplicadas  forças  progressivamente  crescentes  até  se  atingir  a  rotura  do  provete.  Para  cada 

provete foi registada a força de rotura, força máxima aplicada durante o ensaio (Figura 22). 

 

  

Figura 22 – ensaio de tensão de rotura por compressão axial (NP 618, 1973)

Com base em ensaios teste, previamente realizados, o programa foi definido para que a rotura 

do provete fosse atingida aproximadamente aos 3 min.  

Com o valor da força de rotura registados foi calculada a tensão de rotura axial a H % de teor 

de água através da equação 3.1 (NP 618, 1973): 

(3.1) 

 

 Sendo:     ‐  A força de rotura do provete, expressa em quilogramas‐força, 

,  ‐ As dimensões transversais efectivas do provete, expressas em milímetros, 

 

 

Dado  o  estado  avançado  de  deterioração  de  alguns  provetes  foi  colocada  uma  folha  de 

papel‐alumínio  sobre  a base da maquina do  ensaio de  compressão de modo  a  ser possível 

recolher a totalidade do provete ensaiado após a rotura. 

  

45 

 

A seguir ao ensaio de compressão foi determinado o teor de água de cada provete segundo a 

norma (NP 618, 1973). Os provetes foram colocados numa estufa seca a 103ºC durante vinte e 

quatro horas de modo a atingir massa constante. Após este período os provetes secos foram 

colocados dentro de um exsicador de modo a poderem arrefecer sem alterar o teor de água. 

Os provetes arrefecidos foram pesados e foi registada a sua massa seca. Com este valor foi 

possível calcular o teor de água H do provete, aquando do ensaio de compressão, através da 

equação 3.2 (NP 618, 1973). 

(3.2) 

100 

 Sendo:     ‐ O teor de água do provete húmido, expresso em percentagem, 

‐ A massa do provete húmido, expressa em gramas, ‐ A massa do provete seco, expressa em gramas, 

 

 

Com o valor de   foi então possível calcular a tensão de rotura axial a 12 % de teor de água 

através da equação 3.3 (NP 618, 1973). 

(3.3) 

1 12  

Sendo:   ‐ Tensão de rotura axial a 12 % de teor de água, expressa em quilograma‐força por centímetro quadrado, 

 ‐ Tensão de rotura axial a 12 % de teor de água, expressa em quilograma‐força por centímetro quadrado,    ‐ O teor de água do provete húmido, expresso em percentagem,  ‐ Coeficiente de valor 0.05, por indicação da norma (NP 618, 1973). 

 

3.5.2 Perda de massa

O objetivo deste ensaio é determinar a perda de massa  sofrida pelos provetes durante o 

período que estiveram expostos aos fungos de podridão. A percentagem de perda de massa é 

calculada através da equação 3.4. 

(3.4) 

  

46 

 

100  

 Sendo:   ‐ Massa seca do provete após aplicação de tratamento e antes do período de 

exposição, expressa em gramas,  ‐ Massa seca do provete após o período de exposição e o ensaio de tensão de 

rotura em compressão axial, expressa em gramas,  – Coeficiente de correcção de perda massa causado pelas condições de exposição, 

expresso em percentagem.  

O valor de massa seca após o período de exposição e ensaio de tensão de rotura,  , foi 

obtido, como já descrito no subcapítulo anterior, para todos os provetes. 

O valor de massa seca dos provetes após a aplicação de tratamento e antes do período de 

exposição,  , foi calculado conforme o procedimento explicado em baixo. 

Provetes sem exposição

Assumiu‐se que os provetes que não foram expostos a agentes de degradação não sofreram 

perda de massa. Deste modo considerou‐se que o valor de massa seca após o  tratamento e 

antes da exposição, , é  igual ao valor de massa seca após o ensaio de  tensão de  rotura, 

Com este pressuposto é possível  calcular o  valor do  teor de  água nos provetes,  antes do 

período de  exposição, utilizando  a  equação  3.2  (EN  13183‐1,  2013) descrita  no  subcapítulo 

anterior. A média do valor de teor de água destes seis provetes servirá de referência para os 

restantes provetes do grupo que foram expostos a agentes de degradação. 

Provetes expostos a fungos de podridão e meio de cultura

Assumiu‐se  que,  tendo  havido  exposição  a  agentes  de  degradação,  esta  poderia  causar 

perda de massa destes provetes e logo a massa seca    não poderia ser considerada igual à 

massa seca  . 

Também  não  foi  possível  calcular  a  massa  seca  destes  provetes  antes  do  período  de 

exposição  pelo  método  definido  na  norma  (EN  13183‐1,  2013),  descrito  no  subcapítulo 

anterior, pois a elevada exposição a calor poderia alterar as características da madeira e dos 

produtos  preservadores. Deste modo,  a massa  seca  teórica  antes  do  período  de  exposição 

destes provetes foi calculada com a equação 3.5, variação da equação 3.2, utilizando o valor de 

massa  registado  antes  do  período  de  exposição,  e  a  média  do  valor  de  teor  de  água  dos 

provetes não expostos. 

  

47 

 

(3.5) 

100100

 

Sendo:   ‐ Massa seca do provete após aplicação de tratamento e antes do período de exposição, expressa em gramas, 

 ‐ Massa húmida do provete após aplicação de tratamento e antes do período de exposição, expressa em gramas, 

‐ Média do teor de água registado em provetes não expostos a agentes de degradação, expressa em percentagem.   

Coeficiente de correcção

O coeficiente de correcção é a média de perda de massa registada nos provetes que foram 

expostos a meio de cultura sem o fungo de podridão. Este coeficiente é adicionado ao valor de 

perda de massa total dos provetes expostos a fungos de modo a obter‐se o valor de perda de 

massa causado exclusivamente pelo fungo Oligoporus placenta, descontado eventuais desvios 

causados pelas condições em que é desenvolvido o processo de exposição. 

3.6 Ensaios em provetes expostos a térmitas

3.6.1 Taxa de sobrevivência

O objetivo deste ensaio é determinar o número de térmitas sobreviventes após a exposição 

aos provetes de madeira tratada, conforme descrito no subcapítulo 3.4. 

O ensaio foi realizado nas instalações do UPB.LNEC segundo o estipulado na norma (EN 118, 

2013). 

Após o período de exposição, os ensaios são desmontados dentro de um recipiente onde os 

insectos  sobreviventes  são  separados  da  areia  e  colocados  dentro  de  caixas  de  Petri  para 

posteriormente  ser  contabilizado  o  número  de  obreiras  vivas,  e  registar  a  presença  de 

soldados e/ou ninfas, por provete. 

A taxa de sobrevivência é expressa em percentagem e é calculada através da equação 3.6 

(3.6) 

êº

250100 

  

48 

 

 

3.6.2 Classificação visual

O objetivo deste ensaio é avaliar e classificar o grau de ataque provocado pelas térmitas nos 

provetes expostos. 

O ensaio foi realizado nas instalações do UPB.LNEC segundo a norma EN 118:2013. 

Após o desmonte do ensaio os provetes  foram  limpos e analisados. O grau de ataque  foi 

classificado segundo os níveis descritos na norma (EN 118, 2013): 

Grau 0 – sem ataque (Figura 23); 

Grau 1  –  tentativa de ataque:  escoriações ou  roeduras  superficiais de  profundidade 

insuficiente para serem medidas; 

Grau  2  –  ataque  ligeiro:  ataque  superficial  (<1mm),  limitado  em  extensão  a  um 

máximo  de ¼  da  superfície  exposta,  ou  a  uma  única  galeria  com menos  de  3mm  de 

profundidade e sem outro sinal de ataque; 

Grau 3 – ataque moderado: ataque superficial (<1mm), com extensão superior a ¼ da 

superfície  exposta,  ou  erosão  (de  1mm  a  3mm)  numa  área  igual  ou  inferior  a  ¼  da 

superfície  exposta,  ou  galerias  pontuais  com  profundidade  superior  a  3mm, mas  não 

formando cavidades nem atravessando o provete; 

Grau 4  –  ataque  forte:  erosão  em mais de ¼ da  superfície  exposta, ou ataque  com 

penetração  superior  a 3mm  conduzindo à  formação de  cavidades  no provete ou que, 

embora sem cavidades, atravesse o provete (Figura 24). 

  

49 

 

 Figura 23 – provete após exposição a térmitas classificados com grau de ataque 0

 

 Figura 24 – provete após exposição a térmitas, classificado com grau de ataque 4

  

50 

 

4. Apresentação e análise de resultados

4.1 Provetes sem tratamento

4.1.1 Provetes expostos a fungo de podridão

Na  Figura  25  são  apresentados  os  valores  de  tensão  de  rotura  obtidos  no  ensaio  de 

compressão  axial  (NP  618,  1973),  ajustados  para  um  teor  de  água  de  12%,  efetuado  nos 

provetes  que  não  foram  tratados  com  qualquer  preservador.  A  totalidade  dos  resultados 

obtidos poderá ser consultada no anexo A.1. 

 ■  Provetes não  tratados, exposição: O. placenta  ■  provetes não tratados, exposição: meio de cultura 

■  provetes‐testemunho, exposição: O placenta  ■  provetes não tratados, sem exposição 

Figura 25 – Resultados do ensaio de tensão de rutura em compressão axial (NP 618, 1973)em provetes não tratados e expostos ao fungo de podridão Oligoporus placenta

 

Como  expectável,  verifica‐se  que  os  provetes  que  não  foram  expostos  a  agentes  de 

degradação apresentam os valores mais elevados de tensão de rotura, seguidos dos provetes 

expostos  ao  meio  de  cultura  com  valores  ligeiramente  mais  baixos,  e  por  fim  os  provetes 

expostos aos fungos de podridão com valores significativamente mais baixos. 

 ■  provetes não tratados, exposição: O. placenta  ■  provetes‐testemunho, exposição: O.placenta 

Figura 26 – Perda de massa registada em provetes não tratados e expostos ao fungo de podridão Oligoporus placenta

12,0

3,1

17,1 15,410,1

4,7

38,2

31,837,8

42,538,9

44,8 47,1

38,341,3 41,4

49,3

42,6

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

I2.I

I2.II

I2.III

I2.IV

I2.V

I2.VI

I4.I

I4.II

I4.III

I4.IV

I4.V

I4.VI

I1.I

I1.II

I1.III

I1.IV

I1.V

I1.VI

Tens

ão d

e ro

tura

(N/m

m²)

23,3%

35,3%

13,0%

5,5%

28,8%26,3%

0%

10%

20%

30%

40%

F2.I

F2.II

F2.III

F2.IV

F2.V

F2.V

I

Perd

a d

e m

ass

a (%

)

  

51 

 

Na Figura 26 são apresentados os valores de perda de massa registados nos provetes sem 

tratamento. Registou‐se uma média de 0,6% de  valor de perda de massa nos  seis provetes 

expostos a meio de cultura, este valor foi utilizado como coeficiente de correcção nos provetes 

expostos ao fungo de podridão. 

4.1.2 Provetes expostos a térmitas subterrâneas

A norma EN NP118:1992 determina que o ensaio  seja  feito  com pelo menos  três provetes‐

testemunho e que o ensaio será considerado válido se três provetes‐testemunho não tratados 

utilizados no controle de virulência atingirem o grau 4 quando examinados visualmente e se as 

colónias  correspondentes  tiverem uma  taxa de  sobrevivência de pelo menos 50%. A norma 

estipula ainda que é permitido que um único provete não atinja esses  limites, desde que a 

causa desse comportamento anormal possa ser explicada, por exemplo, pelo desenvolvimento 

de bolores (EN 118, 2013). 

Para o presente ensaio foram utilizados seis provetes‐testemunho. A totalidade dos provetes 

foi  classificada  com  um  grau  4  como  demonstrado  na  Figura  28,  contudo,  apenas  em  dois 

provetes  foram  registadas  taxas  de  sobrevivência  superiores  a  50%  (Figura  27).  A  baixa 

sobrevivência dos outros provetes poderá ser justificada pelo aparecimento de bolores. 

 

Figura 27 - Taxa de sobrevivência registada (EN 118, 2013)em provetes não tratados e expostos a Térmitas

 

 

Figura 28 – Classificação visual segundo a norma (EN 118, 2013) de provetes não tratados e expostos a Térmitas

36,0%

52,0%

60,4%

35,6%

20,4%

41,2%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

I5.I I5.II I5.III I5.IV I5.V I5.VI

Taxa

de

sobr

eviv

ênci

a

4 4 4 4 4 4

0

1

2

3

4

I5.I I5.II I5.III I5.IV I5.V I5.VICla

ssifi

caçã

o vi

sual

  

52 

 

4.2 Óleo queimado

4.2.1 Provetes expostos a fungo de podridão

São  apresentados  na  Figura  29  os  valores  de  tensão  de  rotura  obtidos  no  ensaio  de 

compressão  axial  (NP  618,  1973),  ajustados  para  um  teor  de  água  de  12%,  efetuado  nos 

provetes  tratados  com  Óleo  queimado.  A  totalidade  dos  resultados  obtidos  poderá  ser 

consultada no anexo A.2. 

 ■  provetes tratados, exposição: Oligoporus placenta  ■  provetes tratados, exposição: meio de cultura 

■ provetes‐testemunho, exposição: Oligoporus placenta  ■  provetes tratados, sem exposição 

Figura 29 – Resultados do ensaio de tensão de rutura em compressão axial (NP 618, 1973)em provetes tratados com óleo queimado e expostos ao fungo de podridão Oligoporus placenta

 

Como expectável verifica‐se que os provetes que não foram expostos a qualquer agente de 

degradação apresentam os valores mais elevados de tensão de rotura, seguidos dos provetes 

expostos  ao  meio  de  cultura  com  valores  ligeiramente  mais  baixos,  e  por  fim  os  provetes 

expostos aos fungos de podridão com valores significativamente mais baixos. 

Denota‐se  ainda,  com  a  excepção  de  um  par,  uma  diferença  considerável  de  valores 

registados nos provetes expostos ao fungo de degradação, apresentando os provetes tratados 

com óleo queimado melhores resultados que os provetes‐testemunho não tratados. 

Esta diferença considerável é  também percetível nos valores de perda de massa obtidos e 

apresentados na Figura 30.   Registou‐se uma média de 0,2% de valor de perda de massa nos 

seis provetes expostos a meio de cultura, este valor foi utilizado como coeficiente de correcção 

nos provetes expostos ao fungo de podridão. 

25,6

2,8

23,9

5,9

23,5

8,4

16,7

10,0

17,6

23,2 24,9

5,0

38,2 39,8 39,3

32,636,0

39,3

47,444,3

50,1 48,3 49,646,1

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

A2.I

C21

A2.II

C24

A2.III

C22

A2.IV

C43

A2.V

C48

A2.V

I

C49

A4.I

A4.II

A4.III

A4.IV

A4.V

A4.V

I

A1.I

A1.II

A1.III

A1.IV

A1.V

A1.V

ITe

nsão

de

rotu

ra (N

/mm

²)

  

53 

 

 

■  provetes tratados, exposição: Oligoporus placenta  ■ provetes‐testemunho, exposição: Oligoporus placenta 

Figura 30 – Perda de massa registada em provetes tratados com óleo queimado e expostos ao fungo de podridão Oligoporus placenta

4.2.2 Provetes expostos a térmitas subterrâneas

Nos provetes  tratados com óleo queimado e expostos a  térmitas  registou‐se uma  taxa de 

sobrevivência nula na totalidade dos seis provetes. Este valor é contrastante com os resultados 

obtidos na classificação visual dos provetes. Em  todos  foi  registado o valor máximo, grau 4, 

como é demostrado na Figura 31. 

 

Figura 31 – Classificação visual segundo a norma (EN 118, 2013) de provetes tratados com Óleo queimado e expostos a Térmitas

 

 

14,4%

26,6%

8,7%

22,2%

8,6%

35,4%

13,6%

32,5%

14,3%

37,6%

9,1%

28,5%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

A2.I

C21

A2.II

C24

A2.III

C22

A2.IV

C43

A2.V

C48

A2.V

I

C49

Perd

a d

e m

ass

a (%

)

4 4 4 4 4 4

0

1

2

3

4

A5.I A5.II A5.III A5.IV A5.V A5.VI

Cla

ssifi

caçã

o vi

sual

  

54 

 

4.3 Óleo de linhaça

4.3.1 Provetes expostos a fungo de podridão

Na  Figura  32  são  apresentados  os  valores  de  tensão  de  rotura  obtidos  no  ensaio  de 

compressão  axial  (NP  618,  1973),  ajustados  para  um  teor  de  água  de  12%,  efetuado  nos 

provetes  tratados  com  Óleo  de  linhaça.  A  totalidade  dos  resultados  obtidos  poderá  ser 

consultada no anexo A.3. 

 ■  provetes tratados, exposição: Oligoporus placenta  ■  provetes tratados, exposição: meio de cultura 

■  provetes‐testemunho, exposição: O. placenta  ■  provetes tratados, sem exposição 

Figura 32 – Resultados do ensaio de tensão de rutura em compressão axial (NP 618, 1973)em provetes tratados com Óleo de linhaça e expostos ao fungo de podridão Oligoporus

placenta

 

Verifica‐se que os provetes que não foram expostos a agentes de degradação apresentam os 

valores mais elevados de tensão de rotura, seguidos dos provetes expostos ao meio de cultura 

com valores ligeiramente mais baixos, e por fim os provetes expostos aos fungos de podridão 

com valores significativamente mais baixos. 

Nos  provetes  expostos  ao  fungo  de  podridão  não  existe  uma  diferença  considerável  de 

valores registados entre os provetes tratados e os provetes‐testemunho não tratados. 

Esta  proximidade  é  também  verificada  nos  valores  de  perda  de  massa  obtidos  e 

apresentados na Figura 33.   Registou‐se uma média de 0,4% de valor de perda de massa nos 

seis provetes expostos a meio de cultura, este valor foi utilizado como coeficiente de correcção 

nos provetes expostos ao fungo de podridão. 

 

12,417,1 16,2 18,2

21,8 22,8 21,816,5

22,4

12,517,3

13,8

41,9

31,6

40,1

31,7

37,632,9

39,544,0

37,0 38,542,8 41,8

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

B2.I

C23

B2.II

C25

B2.III

C17

B2.IV

C14

B2.V

C16

B2.V

I

C37

B4.I

B4.II

B4.III

B4.IV

B4.V

B4.V

I

B1.I

B1.II

B1.III

B1.IV

B1.V

B1.V

ITe

nsão

de

rotu

ra (N

/mm

²)

  

55 

 

 

■  provetes tratados, exposição: Oligoporus placenta  ■ provetes‐testemunho, exposição: Oligoporus placenta 

Figura 33 – Perda de massa registada em provetes tratados com Óleo de linhaça e expostos ao fungo de podridão Oligoporus placenta

 

4.3.2 Provetes expostos a térmitas subterrâneas

Na Figura 34 são apresentadas as taxas de sobrevivência registadas nos provetes expostos a 

térmitas. Em cinco provetes foi registado o valor nulo, e um valor residual de 5,2% no provete 

B5.II . Na classificação visual dos provetes, o provete B5.II foi classificado com um valor 3 e os 

restantes provetes com um grau de ataque de valor 4, como é demostrado na Figura 35. 

 

Figura 34 - Taxa de sobrevivência registada (EN 118, 2013)em provetes tratados com Óleo de linhaça e expostos a Térmitas

 

 

Figura 35 – Classificação visual segundo a norma (EN 118, 2013) de provetes tratados com Óleo de linhaça e expostos a Térmitas

23,8% 24,8%20,8% 23,4% 22,9%

17,8%21,7% 21,5% 22,1%

25,7%

18,5%23,1%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

B2.I

C23

B2.II

C25

B2.III

C17

B2.IV

C14

B2.V

C16

B2.V

I

C37Pe

rda

de

ma

ssa

(%)

0,0%

5,2%

0,0% 0,0% 0,0% 0,0%0%

10%

20%

30%

B5.I B5.II B5.III B5.IV B5.V B5.VI

Taxa

de

sobr

eviv

ênci

a

4

3

4 4 4 4

0

1

2

3

4

B5.I B5.II B5.III B5.IV B5.V B5.VI

Cla

ssifi

caçã

o vi

sual

  

56 

 

4.4 Calda bordalesa receita

4.4.1 Provetes expostos a fungo de podridão

São  apresentados  na  Figura  36  os  valores  de  tensão  de  rotura  obtidos  no  ensaio  de 

compressão  axial  (NP  618,  1973),  ajustados  para  um  teor  de  água  de  12%,  efetuado  nos 

provetes tratados com calda bordalesa receita. A totalidade dos resultados obtidos poderá ser 

consultada no anexo A.4. 

 ■  provetes tratados, exposição: Oligoporus placenta  ■  provetes tratados, exposição: meio de cultura 

■  testemunhos, exposição: Oligoporus placenta  ■  provetes tratados, sem exposição 

Figura 36 – Resultados do ensaio de tensão de rutura em compressão axial (NP 618, 1973)em provetes tratados com Calda bordalesa receita e expostos ao fungo de podridão O.placenta

 

Tal  como  nos  tratamentos  descritos  anteriormente  verifica‐se  que  os  provetes  que  não 

foram expostos a agente de degradação apresentam os valores mais elevados de  tensão de 

rotura,  seguidos  dos  provetes  expostos  ao  meio  de  cultura  com  valores  ligeiramente  mais 

baixos, e por fim os provetes expostos aos fungos de podridão com valores expressivamente 

mais baixos. 

Nos provetes expostos ao fungo de podridão não se regista uma diferença significativa entre 

os provetes tratados e os provetes‐testemunho não tratados, sendo o valor médio em ambos 

os grupos de 8,9kN/mm². 

Na Figura 37 são apresentados os valores de perda de massa para os provetes expostos ao 

fungo de podridão e  regista‐se que os provetes  tratados apresentam valores  superiores aos 

valores dos provetes não tratados. Registou‐se uma média de 0,4% de valor de perda de massa 

nos  seis  provetes  expostos  a  meio  de  cultura,  este  valor  foi  utilizado  como  coeficiente  de 

correcção nos provetes expostos ao fungo de podridão. 

12,59,0 9,2

4,98,2 9,7 8,0

12,67,9

3,97,8

13,4

43,0

36,039,1 39,0 36,9 35,8

39,143,0 44,7 45,8 46,1 46,6

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

C2.I

C18

C2.II

C15

C2.III

C19

C2.IV

C29

C2.V

C31

C2.V

I

C39

C4.I

C4.II

C4.III

C4.IV

C4.V

C4.V

I

C1.I

C1.II

C1.III

C1.IV

C1.V

C1.V

ITens

ão d

e ro

tura

(N/m

m²)

  

57 

 

 

■  provetes tratados, exposição: Oligoporus placenta  ■ provetes‐testemunho, exposição: Oligoporus placenta 

Figura 37 – Perda de massa registada em provetes tratados com Calda bordalesa receita e expostos ao fungo de podridão Oligoporus placenta

 

4.4.2 Provetes expostos a térmitas subterrâneas

Nos provetes  expostos  as  térmitas  foram  registadas  taxas de  sobrevivência  relativamente 

altas com excepção de um provete onde foi contabilizada uma única sobrevivente (Figura 38).  

 

Figura 38 - Taxa de sobrevivência registada (EN 118, 2013)em provetes tratados com calda bordalesa receita e expostos a Térmitas

 

Todos os provetes apresentam um grau de ataque máximo na classificação visual, tal como é 

demonstrado na Figura 39. 

 

Figura 39 – Classificação visual segundo a norma (EN 118, 2013) de provetes tratados com Calda bordalesa receita e expostos a Térmitas

25,9% 25,2%

35,0%

19,9%

29,7%25,1%

32,9%

15,1%

31,3%26,7%

33,9%

16,3%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

C2.I

C18

C2.II

C15

C2.III

C19

C2.IV

C29

C2.V

C31

C2.V

I

C39

Perd

a d

e m

ass

a (%

)

54,0%

43,6%

64,0%

24,8%

72,0%

0,4%0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

C5.I C5.II C5.III C5.IV C5.V C5.VI

Taxa

de

sobr

eviv

ênci

a

4 4 4 4 4 4

0

1

2

3

4

C5.I C5.II C5.III C5.IV C5.V C5.VI

Cla

ssifi

caçã

o vi

sual

  

58 

 

4.5 Calda bordalesa PH7

4.5.1 Provetes expostos a fungo de podridão

São  apresentados  na  Figura  40  os  valores  de  tensão  de  rotura  obtidos  no  ensaio  de 

compressão  axial  (NP  618,  1973),  ajustados  para  um  teor  de  água  de  12%,  efetuado  nos 

provetes  tratados com calda bordalesa PH7. A  totalidade dos  resultados obtidos poderá  ser 

consultada no anexo A.5. 

 ■  provetes tratados, exposição: Oligoporus placenta  ■ provetes tratados, exposição: meio de cultura 

■  provetes‐testemunho, exposição: O. placenta  ■ provetes tratados, sem exposição 

Figura 40 – Resultados do ensaio de tensão de rutura em compressão axial (NP 618, 1973)em provetes tratados com Calda bordalesa PH7 e expostos ao fungo de podridão Oligoporus

placenta

 

Verifica‐se  que  os  provetes  que  não  foram  expostos  a  qualquer  agente  de  degradação 

apresentam os valores mais elevados de tensão de rotura, seguidos dos provetes expostos ao 

meio  de  cultura  com  valores  ligeiramente mais baixos,  e por  fim os provetes  expostos  aos 

fungos de podridão com valores significativamente mais baixos. 

Nos provetes expostos ao  fungo de podridão, apesar da diferença  ser pouco  significativa, 

denota‐se que os provetes tratados registam um valor médio de tensão de rotura  inferior ao 

dos provetes não tratados. 

Na Figura 41 são apresentados os valores de perda de massa para os provetes expostos ao 

fungo  de  podridão  e  regista‐se  que  os  provetes  tratados  apresentam  um  valor  médio 

ligeiramente  superior  ao  valor  médio  registado  nos  provetes  não  tratados.  Nos  provetes 

expostos a meio de cultura registou‐se uma média de perda de massa de valor zero. 

12,117,8 16,4 16,2

6,9 7,44,8

14,3

6,0

13,3 11,55,3

38,040,9

36,140,1 40,8

32,4

42,9 44,840,9 43,1

47,1

39,1

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

D2.I

C20

D2.II

C12

D2.III

C13

D2.IV

C33

D2.V

C36

D2.V

I

C34

D4.I

D4.II

D4.III

D4.IV

D4.V

D4.V

I

D1.I

D1.II

D1.III

D1.IV

D1.V

D1.V

ITe

nsão

de

rotu

ra (N

/mm

²)

  

59 

 

 

■  provetes tratados, exposição: Oligoporus placenta  ■ provetes‐testemunho, exposição: Oligoporus placenta 

Figura 41 – Perda de massa registada em provetes tratados com Calda bordalesa PH7 e expostos ao fungo de podridão Oligoporus placenta

 

4.5.2 Provetes expostos a térmitas subterrâneas

Nos provetes  expostos  as  térmitas  foram  registadas  taxas de  sobrevivência  relativamente 

altas com excepção de um provete onde não houve sobreviventes, tal como descrito na Figura 

42.  

 

Figura 42 - Taxa de sobrevivência registada (EN 118, 2013)em provetes tratados com Calda bordalesa PH7 e expostos a Térmitas

 

Todos os provetes apresentam um grau de ataque máximo na classificação visual, tal como é 

demonstrado na Figura 43. 

 

Figura 43 – Classificação visual segundo a norma (EN 118, 2013) de provetes tratados com Calda bordalesa PH7 e expostos a Térmitas

36,2%

18,6%

31,5%26,8% 25,5%

31,4%36,1%

10,2%

23,3% 21,1%

12,5%

33,5%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

D2.I

C20

D2.II

C12

D2.III

C13

D2.IV

C33

D2.V

C36

D2.V

I

C34

Perd

a d

e m

ass

a (%

)

44,4% 42,0%

60,0%

0,0%

38,0%45,6%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

D5.I D5.II D5.III D5.IV D5.V D5.VITaxa

de

sobr

eviv

ênci

a

4 4 4 4 4 4

0

1

2

3

4

D5.I D5.II D5.III D5.IV D5.V D5.VI

Cla

ssifi

caçã

o vi

sual

  

60 

 

4.6 Sulfato de cobre

4.6.1 Provetes expostos a fungo de podridão

São  apresentados  na  Figura  44os  valores  de  tensão  de  rotura  obtidos  no  ensaio  de 

compressão  axial  (NP  618,  1973),  ajustados  para  um  teor  de  água  de  12%,  efetuado  nos 

provetes  tratados  com  Sulfato  de  cobre.  A  totalidade  dos  resultados  obtidos  poderá  ser 

consultada no anexo A.6. 

 ■  provetes tratados, exposição: Oligoporus placenta  ■  provetes tratados, exposição: meio de cultura 

■  provetes‐testemunho, exposição: O.placenta  ■  provetes tratados, sem exposição 

Figura 44 – Resultados do ensaio de tensão de rutura em compressão axial (NP 618, 1973)em provetes tratados com Sulfato de cobre receita e expostos ao fungo Oligoporus placenta

 

Como expectável, os valores mais elevados de tensão rotura foram registados nos provetes 

sem exposição, e com exposição a meio de cultura, apresentando os dois grupos valores muito 

próximos.  Nos  dois  grupos  de  provetes  expostos  ao  fungo  de  podridão  foram  registados 

valores de tensão de rotura significativamente mais baixos. Denota‐se ainda que os provetes 

tratados  com  sulfato  de  cobre  apresentam  resultados  consideravelmente  melhores  que  os 

provetes‐testemunho não tratados. 

Esta  diferença  considerável  é  também  percetível  nos  valores  de  perda  de  massa 

apresentados na Figura 45.   

Nos seis provetes expostos a meio de cultura registou‐se uma média de perda de massa de 

valor zero. 

25,0

6,6

22,0

6,4

17,8

5,1

19,9

8,7

17,1

8,8

19,6

7,5

41,2

48,444,8

41,045,2

53,4

39,643,5 45,2

50,1

37,3

43,9

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

E2.I

C10

E2.II

C8

E2.III

C11

E2.IV

C30

E2.V

C32

E2.V

I

C41

E4.I

E4.II

E4.III

E4.IV

E4.V

E4.V

I

E1.I

E1.II

E1.III

E1.IV

E1.V

E1.V

ITens

ão d

e ro

tura

(N/m

m²)

  

61 

 

 

■  provetes tratados, exposição: Oligoporus placenta  ■ provetes‐testemunho, exposição: Oligoporus placenta 

Figura 45 – Perda de massa registada em provetes tratados com Sulfato de cobre e expostos ao fungo de podridão Oligoporus placenta

 

4.6.2 Provetes expostos a térmitas subterrâneas

Nos  provetes  tratados  com  sulfato  e  expostos  a  térmitas  registou‐se  uma  taxa  de 

sobrevivência nula em quatro provetes, contrastando com taxas de sobrevivência entre 24% e 

50% registados nos outros dois (Figura 46).  

 

Figura 46 - Taxa de sobrevivência registada (EN 118, 2013)em provetes tratados com Sulfato de cobre e expostos a Térmitas

Na classificação visual dos provetes, demostrada na Figura 47, denota‐se a existência de um 

provete  classificado  com  grau  1,  o  que  contrasta  com  o  restante  grupo,  maioritariamente 

classificado com grau 4. 

 

Figura 47 – Classificação visual segundo a norma (EN 118, 2013) de provetes tratados com Sulfato de cobre e expostos a Térmitas

15,9%

38,8%

15,6%

45,8%

9,2%

48,1%

19,0%

31,4%

22,1%

35,7%

17,2%

32,3%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

E2.I

C10

E2.II

C8

E2.III

C11

E2.IV

C30

E2.V

C32

E2.V

I

C41

Perd

a d

e m

ass

a (%

)

24,8%

50,0%

0,0% 0,0% 0,0% 0,0%0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

E5.I E5.II E5.III E5.IV E5.V E5.VI

Taxa

de

sobr

eviv

ênci

a

4 4 4

1

3

4

0

1

2

3

4

E5.I E5.II E5.III E5.IV E5.V E5.VI

Cla

ssifi

caçã

o vi

sual

  

62 

 

4.7 Água salgada

4.7.1 Provetes expostos a fungo de podridão

Na  Figura  48  são  apresentados  os  valores  de  tensão  de  rotura  obtidos  no  ensaio  de 

compressão  axial  (NP  618,  1973),  ajustados  para  um  teor  de  água  de  12%,  efetuado  nos 

provetes  tratados  com  Água  Salgada.  A  totalidade  dos  resultados  obtidos  poderá  ser 

consultada no anexo A.7. 

 ■  provetes tratados, exposição: Oligoporus placenta  ■  provetes tratados, exposição: meio de cultura 

■  provetes‐testemunho, exposição: O.placenta  ■  provetes tratados, sem exposição 

Figura 48 – Resultados do ensaio de tensão de rutura em compressão axial (NP 618, 1973)em provetes tratados com Água salgada e expostos ao fungo de podridão Oligoporus placenta

 

Como expectável verifica‐se que os provetes que não foram expostos a qualquer agente de 

degradação apresentam os valores mais elevados de tensão de rotura, seguidos dos provetes 

expostos  ao  meio  de  cultura  com  valores  ligeiramente  mais  baixos,  e  por  fim  os  provetes 

expostos aos fungos de podridão com valores significativamente mais baixos. 

Denota‐se ainda uma diferença considerável de valores registados nos provetes expostos ao 

fungo  de  degradação,  apresentando  os  provetes  tratados  com  água  salgada  melhores 

resultados que os provetes‐testemunho não tratados. 

Esta diferença considerável é  também percetível nos valores de perda de massa obtidos e 

apresentados na Figura 49.   Registou‐se uma média de 0,3% de valor de perda de massa nos 

seis provetes expostos a meio de cultura, este valor foi utilizado como coeficiente de correcção 

nos provetes expostos ao fungo de podridão. 

16,2

6,2

15,0

4,9

15,010,9

28,1

6,1

16,410,0

21,7

5,1

39,2

25,4

37,841,1

37,942,1

39,3

48,051,1

47,744,2 41,9

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

F2.I

C5

F2.II

C6

F2.III

C27

F2.IV

C28

F2.V

C35

F2.V

I

C40

F4.I

F4.II

F4.III

F4.IV

F4.V

F4.V

I

F1.I

F1.II

F1.III

F1.IV

F1.V

F1.V

ITe

nsão

de

rotu

ra (N

/mm

²)

  

63 

 

 

■  provetes tratados, exposição: Oligoporus placenta  ■ provetes‐testemunho, exposição: Oligoporus placenta 

Figura 49 – Perda de massa registada em provetes tratados com Água salgada e expostos ao fungo de podridão Oligoporus placenta

 

4.7.2 Provetes expostos a térmitas subterrâneas

Na Figura 50 são apresentadas as taxas de sobrevivência registadas nos provetes expostos a 

térmitas. Em metade dos provetes foram registadas taxas de sobrevivência superiores a 50%, e 

na outra metade foram registados valores significativamente mais baixas, havendo um provete 

com taxa de sobrevivência nula. 

 

Figura 50 - Taxa de sobrevivência registada (EN 118, 2013)em provetes tratados com Água salgada e expostos a Térmitas

Todos  os  provetes  foram  classificados  com  o  nível  de  ataque  de  grau  4,  tal  como  é 

demonstrado na Figura 51. 

 

Figura 51 – Classificação visual segundo a norma (EN 118, 2013) de provetes tratados com Água salgada e expostos a Térmitas

9,9%

41,9%

17,0%

33,9%

3,5%

40,9%

9,5%

23,4%19,4%

26,3%

19,5%

31,3%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

F2.I

C5

F2.II

C6

F2.III

C27

F2.IV

C28

F2.V

C35

F2.V

I

C40Pe

rda

de m

ass

a (%

)

15,2%

63,2%

26,0%

51,6%

60,4%

0,0%0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

F5.I F5.II F5.III F5.IV F5.V F5.VI

Taxa

de

sobr

eviv

ênci

a

4 4 4 4 4 4

0

1

2

3

4

F5.I F5.II F5.III F5.IV F5.V F5.VI

Cla

ssifi

caçã

o vi

sual

  

64 

 

4.8 Tratamentos comerciais contemporâneos

4.8.1 Provetes expostos a fungo de podridão

Nos ensaios  realizados nos provetes  tratados com Xylophene SOR2 e Xylazel Fondo  foram 

registados  resultados  expectáveis  para  produtos  comerciais  contemporâneos.  No  caso  do 

Xylophene SOR2 existe uma ligeira diferença nos valores médios de tensão de rotura entre os 

três grupos de provetes tratados, favorecendo os grupos não expostos (Figura 52).   

Os  provetes  tratados  com  Xylazel  Fondo  não  apresentam  uma  diferença  significativa  de 

valores médios de tensão de rotura entre os três grupos de provetes, (Figura 53). 

Em  ambos  os  tratamentos,  nos  grupos  expostos  ao  fungo  de  podridão  registou‐se  uma 

diferença  considerável  de  valores  registados  entre  os  provetes  tratados  e  provetes‐

testemunho não tratados. 

 ■  provetes tratados, exposição: Oligoporus placenta  ■  provetes tratados, exposição: meio de cultura 

■  provetes‐testemunho, exposição: O.placenta  ■  provetes tratados, sem exposição 

Figura 52 – Resultados do ensaio de tensão de rutura em compressão axial (NP 618, 1973)em provetes tratados com Xylophene SOR2 e expostos ao fungo de podridão Oligoporus

placenta

 

 ■  provetes tratados, exposição: Oligoporus placenta  ■  provetes tratados, exposição: meio de cultura 

■  provetes‐testemunho, exposição: O. placenta  ■  provetes tratados, sem exposição 

Figura 53 – Resultados do ensaio de tensão de rutura em compressão axial (NP 618, 1973)em provetes tratados com Xylazel fondo e expostos ao fungo de podridão Oligoporus placenta

25,1

3,9

33,4

5,6

38,3

3,0

47,1

31,3

44,0

17,9

34,2

5,1

43,6

35,0

41,8

51,1

38,835,7

53,4

41,9

49,947,0

56,8 52,5

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

G2.I

C2

G2.II

C3

G2.III

C9

G2.IV

C38

G2.V

C44

G2.V

I

C47

G4.I

G4.II

G4.III

G4.IV

G4.V

G4.V

I

G1.I

G1.II

G1.III

G1.IV

G1.V

G1.V

ITe

nsão

de

rotu

ra (N

/mm

²)

47,7

10,3

44,6

4,7

48,4

1,3

38,8

6,3

36,8

6,8

55,2

5,6

47,0

62,3

49,7

42,4 40,433,3

48,745,8 46,0 46,2 45,1

54,3

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

H2.I

C26

H2.II

C4

H2.III

C7

H2.IV

C42

H2.V

C46

H2.V

I

C45

H4.I

H4.II

H4.III

H4.IV

H4.V

H4.V

I

H1.I

H1.II

H1.III

H1.IV

H1.V

H1.V

ITe

nsão

de

rotu

ra (N

/mm

²)

  

65 

 

A clivagem de valores entre os provetes tratados e os provetes‐testemunho não tratados é 

também  percetível  nos  valores  de  perda  de  massa  nos  os  provetes  expostos  ao  fungo  de 

podridão, tal como descrito na Figura 54  para os provetes tratados com Xylophene SOR2, e na  

Figura 55 para os provetes tratados com Xylazel Fondo.  

 

■  provetes tratados, exposição: Oligoporus placenta  ■ provetes‐testemunho, exposição: Oligoporus placenta 

Figura 54 – Perda de massa registada em provetes tratados com Xylophene SOR2 e expostos ao fungo de podridão Oligoporus placenta

 

 

■  provetes tratados, exposição: Oligoporus placenta  ■ provetes‐testemunho, exposição: Oligoporus placenta 

Figura 55 – Perda de massa registada em provetes tratados com Xylazel fondo e expostos ao fungo de podridão Oligoporus placenta

 

Registaram‐se médias de 0,7% e de 1% de valor de perda de massa nos provetes  tratados 

com  Xylophene  SOR2  e  Xylazel  Fondo  respectivamente,  e  que  foram  expostos  a  meio  de 

cultura. Este valor foi utilizado como coeficiente de correcção nos provetes expostos ao fungo 

de podridão.  

 

9,6%

36,8%

1,1%

36,1%

3,1%

42,0%

1,1% 1,9% 1,0%

12,2%

1,3%

10,5%

0%

10%

20%

30%

40%

G2.I

C2

G2.II

C3

G2.III

C9

G2.IV

C38

G2.V

C44

G2.V

I

C47

Perd

a de

ma

ssa

(%)

1,4%

25,1%

40,5%

0,1%

41,3%

0,8%

32,3%

0,1%

25,4%

1,0%

7,5%

0%

10%

20%

30%

40%

H2.I

C26

H2.II

C4

H2.III

C7

H2.IV

C42

H2.V

C46

H2.V

I

C45

Perd

a d

e m

ass

a (%

)

  

66 

 

4.8.2 Provetes expostos a térmitas subterrâneas

Na exposição à degradação por térmitas foi registado para ambos os tratamentos uma taxa 

de sobrevivência nula em todos os provetes. Todos os provetes tratados com Xylophene SOR2 

foram  classificados  com um  grau de  ataque  zero. Nos provetes  tratados  com Xylazel  fondo 

foram registados resultados semelhantes, contudo dois provetes foram classificados com grau 

de ataque 1, conforme demonstrado na Figura 56. 

 

 

Figura 56 – Classificação visual segundo a norma (EN 118, 2013) de provetes tratados com Xylazel fondo e expostos a Térmitas

1

0

1

0 0 00

1

2

3

4

H5.I H5.II H5.III H5.IV H5.V H5.VI

Cla

ssifi

caçã

o vi

sual

  

67 

 

4.9 Análise de resultados

4.9.1 Exposição a fungo de podridão

Na  Figura  57  é  apresentada  a  comparação  entre  as  médias  de  valores  tensão  de  rotura 

obtidos no ensaio de  compressão axial  (NP 618, 1973), ajustados para um  teor de água de 

12%, separadas por tratamento e por tipo de exposição.  

  

■  provetes tratados, exposição: Oligoporus placenta  ■  provetes tratados, exposição: meio de cultura 

■  provetes‐testemunho, exposição: Oligoporus placenta  ■  provetes tratados, sem exposição 

Figura 57 – Comparação entre valores médios de tensão de rutura em compressão axial (NP 618, 1973), por tratamento preservador aplicado, em provetes expostos ao fungo de

podridão Oligoporus placenta

 

Na análise ao gráfico constata‐se as seguintes observações: 

‐ Em todos os tipos de tratamento ensaiados verifica‐se que os valores mais altos de 

tensão de  rotura  axial  são  constantemente obtidos nos provetes não  expostos  e nos 

provetes  expostos  a meio  de  cultura. Os  valores médios  de  tensão  de  rotura  variam 

entre os 41 N/mm² e os 50 N/mm² para os provetes sem exposição, e entre 36 N/mm² e 

46 N/mm² para os provetes expostos apenas ao meio de cultura. 

22

9

38

48

1917

36

41

9 9

38

44

1012

38

43

20

7

4643

19

7

37

45

37

11

41

50

45

6

4648

10

39

43

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

Tratado

Testem

un

ho

sM

eioSe

m e

xpo

sição

Tratado

Testem

un

ho

sM

eioSe

m e

xpo

sição

Tratado

Testem

un

ho

sM

eioSe

m e

xpo

sição

Tratado

Testem

un

ho

sM

eioSe

m e

xpo

sição

Tratado

Testem

un

ho

sM

eioSe

m e

xpo

sição

Tratado

Testem

un

ho

sM

eioSe

m e

xpo

sição

Tratado

Testem

un

ho

sM

eioSe

m e

xpo

sição

Tratado

Testem

un

ho

sM

eioSe

m e

xpo

sição

Não

 tratado

Meio

Sem e

xpo

sição

ÓleoQueimado

Óleo delinhaça

C.BordalesaRec.

C.BordalesaPh7

Sulfato decobre

Água Salgada XylopheneSOR2

Xylazel Fondo Semtrat.

Tens

ão d

e ro

tura

(N/m

m²)

desvio padrão

  

68 

 

‐ Os provetes‐testemunho de cada tratamento e os provetes sem tratamento registam 

valores semelhantes. Os valores médios de tensão de rotura variam entre os 6 N/mm² e 

os 17 N/mm². 

‐ Como expectável, nos provetes expostos ao fungo de podridão, os valores registados 

mais  elevados  foram  obtidos  nos  provetes  com  tratamentos  comerciais 

contemporâneos,  registando‐se valores muito próximos dos obtidos nos provetes sem 

exposição ou com exposição ao meio de cultura.  

‐  Apesar  de  nenhum  tratamento  tradicional  ensaiado  atingir  valores  próximos  dos 

tratamentos contemporâneos comerciais, foi registado nos provetes tratados com óleo 

queimado,  sulfato  de  cobre  e  água  de  salgada,  valores  de  tensão  de  rotura 

significativamente  mais  altos  dos  que  os  registados  no  respectivos  provetes‐

testemunho. 

‐  Nos  restantes  tratamentos  tradicionais  foram  registados  valores  que  não 

representam  uma  melhoria  significativa  em  relação  aos  respectivos  provetes‐

testemunho não tratados, nomeadamente nos tratamentos com óleo de  linhaça, calda 

bordalesa receita, e calda bordalesa PH7. 

Na Figura 58 é apresentada a comparação entre as médias de valores de perda de massa 

durante o período de exposição ao fundo de podridão, separadas por tratamento.  

 

Figura 58- Comparação entre valores médios de perda de massa, por tratamento preservador aplicado, em provetes expostos ao fungo de podridão Oligoporus placenta

11%

30%

22% 23%

31%

21%

28%

24%

17%

39%

13%

33%

3%

23%

1%

29%

22%

0,0%

5,0%

10,0%

15,0%

20,0%

25,0%

30,0%

35,0%

40,0%

45,0%

50,0%Tratad

o

Testem

un

ho

s

Tratado

Testem

un

ho

s

Tratado

Testem

un

ho

s

Tratado

Testem

un

ho

s

Tratado

Testem

un

ho

s

Tratado

Testem

un

ho

s

Tratado

Testem

un

ho

s

Tratado

Testem

un

ho

s

Não

 tratado

ÓleoQueimado

Óleo delinhaça

C.BordalesaRec.

C.BordalesaPh7

Sulfato decobre

Água Salgada XylopheneSOR2

Xylazel Fondo Semtrat.

Perd

a de

ma

ssa

desvio padrão

  

69 

 

Na análise dos dados obtidos é possível obter conclusões concordantes com as obtidas no 

ensaio de tensão de rotura: 

‐ Nos provetes‐testemunho de cada tratamento e os provetes sem tratamento foram 

registados valores semelhantes. Os valores médios de perda de massa variam entre os 

21% e os 39% 

‐ Nos provetes com tratamentos comerciais contemporâneos foram registados valores 

de perda de massa residuais.  

‐ Apesar de  registarem valores de perda de massa  substancialmente  superiores aos 

registados  nos  tratamentos  comerciais  contemporâneos  em  alguns  tratamentos 

tradicionais  observou‐se  valores  de  perda  de  massa  significativamente  inferiores  aos 

registados  nos  respectivos  provetes‐testemunho.    Nomeadamente  nos  provetes 

tratados com óleo queimado, sulfato de cobre e água de salgada.  

‐ Nos  restantes  tratamentos  tradicionais, óleo de  linhaça,  calda bordalesa  receita, e 

calda  bordalesa  PH7,  foram  registados  valores  de  perda  de  massa  semelhantes  ou 

superiores aos registados nos respectivos provetes‐testemunho. 

4.9.2 Exposição a térmitas subterrâneas

Na  Figura  59  é  apresentada  a  comparação  entre  as  médias  de  taxa  de  sobrevivência  na 

exposição ao insecto xilófago (EN 118, 2013), separadas por tratamento.  

 

Figura 59 - Comparação entre valores médios de taxa de sobrevivência (EN 118, 2013), por tratamento preservador aplicado, em provetes expostos ao insecto xilófago Térmitas

Na análise ao gráfico constata‐se as seguintes observações: 

0,0% 0,9%

43,1%38,3%

12,5%

36,1%

0,0% 0,0%

40,9%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

Óleoqueimado

Óleo delinhaça

C. bordalesareceita

C. bordalesaPh7

Sulfatode cobre

Águasalgada

XylopheneSOR2

XylazelFondo

Semtratamento

Taxa

de

sobr

eviv

ênci

a

desvio padrão

  

70 

 

‐ Foram obtidas  taxas de sobrevivência nulas nos provetes  tratados com Óleo queimado e 

com os tratamentos comerciais contemporâneo, e taxas de sobrevivência residuais, média de 

0,9% nos provetes tratados com Óleo de linhaça. 

‐  Nos  provetes  tratados  com  sulfato  de  cobre  foi  registada  uma  média  de  taxa  de 

sobrevivência baixa, 12,5%. 

‐  Nos  provetes  tratados  com  os  restantes  métodos  tradicionais  foram  registados  valores 

muito próximos do valor registado nos provetes sem tratamento. 

Na classificação visual do grau de ataque do insecto xilófago não existe esta a distribuição de 

resultados entre os diferentes tratamentos.  

Tal como é demonstrando na Figura 60 é clara a diferença de eficácia entre os  tratamentos 

comerciais contemporâneos e os tratamentos tradicionais, registando os primeiros uma média 

de grau de ataque de nível 0 e todos os outros uma média de grau de ataque de nível 4, valor 

máximo segundo a norma (EN 118, 2013). 

 

Figura 60 - Comparação entre valores médios de classificação visual (EN 118, 2013), por tratamento preservador aplicado, em provetes expostos ao insecto xilófago Térmitas

 

 

 

4,03,8

4,0 4,0

3,3

4,0

0,0 0,3

4,0

0

1

2

3

4

Óleoqueimado

Óleo delinhaça

C. bordalesareceita

C. bordalesaPh7

Sulfatode cobre

Águasalgada

XylopheneSOR2

XylazelFondo

Semtratamento

Cla

ssifi

caçã

o vi

sual

desvio padrão

  

71 

 

5. Conclusões

5.1 Conclusões

Esta dissertação foi estruturada sobre dois objectivos. O primeiro consistia no levantamento 

histórico de técnicas, receitas e métodos tradicionais de protecção na madeira, com relevância 

na história da construção.  

O  desenvolvimento  e  resultados  obtidos  nesta  pesquisa,  que  estão  descritos  no  segundo 

capitulo, deram origem à apresentação e publicação do artigo “Traditional methods of timber 

preservation  against  bio‐deterioration”  (Fevereiro,  et  al.,  2014)  nas  atas  da  conferência 

REHAB2014  ‐  International  Conference  on  Preservation,  Maintenance  and  Rehabilitation  of 

Historical Buildings and Structures, que teve lugar em Tomar de 19 a 21 de Março de 2014. 

De acordo com o segundo objectivo deste trabalho realizou‐se uma campanha experimental 

onde  foi  avaliada  a  real  eficácia  de  um  conjunto  de  métodos  preservadores  tradicionais, 

relevantes  no  contexto  nacional,  através  de  ensaios  laboratoriais,  descritos  no  terceiro 

capítulo.   

Provetes  de madeira  sã  foram  tratados  com  os  preservadores  tracionais Óleo  queimado, 

Óleo de  linhaça, Calda Bordalesa, Sulfato de  cobre e Água  salgada, e posteriormente  foram 

expostos a organismos de degradação da madeira, fungos e insectos xilófagos.  Após o período 

de degradação foram realizados ensaios sobre os provetes de modo a avaliar a prestação dos 

preservadores  utlizados.  Para  se  poder  realizar  uma  avaliação  comparativa  os  mesmos 

processos  de  degradação  e  consequentes  ensaios  foram  realizados  paralelamente  num 

conjunto de provetes de madeira sã, sem qualquer  tratamento preservador, e  tratados com 

preservadores contemporâneos comerciais. 

As  conclusões  descritas  em  baixo  são  fundadas  nos  dados  obtidos  na  campanha 

experimental, registados no quarto capítulo.  

5.1.2 Eficácia contra fungos de podridão

Tanto no ensaio de  tensão de  rotura axial  como na perda de massa, nenhum  tratamento 

tradicional  ensaiado  atingiu  resultados  de  eficácia  próximos  dos  valores  registados  nos 

tratamentos comerciais, existindo uma diferença de valores significativa.  

  

72 

 

Deste  modo,  por  comparação  com  padrões  de  eficácia  actuais,  podemos  afirmar  que 

nenhum dos  tratamentos  tradicionais  ensaiados  é  eficaz na protecção da madeira  contra o 

ataque do fungo de podridão Oligoporus placenta. Contudo, ao analisarmos os dados obtidos 

verificámos que os provetes  tratados com Óleo queimado, Sulfato de cobre e Água salgada, 

apresentam uma melhoria considerável dos valores de  tensão de  rotura axial e de perda de 

massa na comparação directa com os respectivos provetes‐testemunho não tratados.  

Esta  melhoria  de  prestação  em  relação  à  madeira  não  tratada,  analisada  num  contexto 

histórico onde não existiam os padrões de eficácia disponíveis actualmente, poderá justificar a 

perpetuação do mito da eficiência do Óleo queimado e da Água  salgada na preservação da 

madeira, sendo o sulfato de cobre um conhecido agente antifúngico e utilizado na agricultura 

e no fabrico de alguns tratamentos preservadores da madeira modernos. 

5.1.3 Eficácia contra térmitas subterrâneas

À  semelhança  do  registado  na  exposição  aos  fungos  de  podridão,  nenhum  tratamento 

tradicional  conseguiu  atingir  níveis  de  eficácia  sequer  próximos  dos  valores  registados  nos 

tratamentos  comerciais  contemporâneos.  Em  todos  os  provetes  tratados  com  métodos 

tradicionais  foi  registado  uma  média  do  grau  de  ataque  igual  ou  muito  próxima  do  valor 

máximo, quatro. 

Embora se possa fazer a ressalva que nos provetes tratados com Óleo queimado e Óleo de 

linhaça foi registadas taxas de sobrevivência nulas ou quase nulas, o elevado grau de ataque 

registado revela que a morte das térmitas só sucedeu após a espessura de lenho tratado estar 

ultrapassada, o que numa  situação  real permitiria a  sobrevivência e avanço de uma  colónia 

com dimensões maiores.  

5.1.3 Usabilidade dos preservadores tradicionais ensaiados

Durante  a  campanha  experimental,  no  processo  de  obtenção  dos  dados  definidos  pelos 

objetivos deste  trabalho  foram  registados outros parâmetros que, não  fazendo parte deste 

estudo,  convém  realçar  na  apreciação  dos  métodos  tradicionais  de  proteção  da  madeira 

ensaiados. 

O parâmetro mais visível é a alteração do aspecto, da madeira.  Como é aparente na Figura 

61, todos os tratamentos tradicionais alteram significativamente aspecto original da madeira. 

  

73 

 

 

 

Figura 61 – alteração de cor da madeira em provetes tratados

 

Alguns  tratamentos  tradicionais  modificam  o  toque  da  madeira,  ficando  resíduos  na 

superfície do provete, mais uma vez esta situação é sentida nos provetes com tratamentos á 

base de sulfato de cobre e de cal mas é particularmente intensa nos provetes tratados com os 

óleos de  linhaça e queimado que  alem da  alteração do  toque  também emanam um  cheiro 

particularmente forte e desagradável.  

5.2 Perspectivas de desenvolvimentos futuros

Com base nos resultados descritos, considera‐se que as seguintes áreas poderão constituir 

desenvolvimentos futuros: 

‐   A realização de ensaios de eficácia face ao ataque de  insectos xilófagos de madeira seca 

tipicamente encontrados nas situações de aplicação das classes de risco 1 e 2 (EN 335, 2013) 

como os carunchos pequenos ou grandes.  

 ‐ A  realização  de  ensaios  de  escolha  com  térmitas  subterrâneas  que  permitam  despistar 

eventuais efeitos repelentes dos produtos em causa.  

  

74 

 

‐   A  repetição dos ensaios utilizando outros  fungos de podridão castanha ou branca como 

agentes de degradação, nomeadamente os  fungos Coniophora puteana e Coriolus versicolor 

respetivamente. 

‐  O alargamento dos ensaios a outros métodos de protecção da madeira, nomeadamente o 

ensaio em madeira superficialmente carbonizada. 

‐ O aprofundamento dos ensaios sobre os três tratamentos com resultados mais positivos na 

protecção  contra os  fungos de podridão  (óleo queimado,  sulfato de  cobre  e  água  salgada), 

introduzindo um período de envelhecimento dos provetes antes da exposição aos agentes de 

degradação, 

‐  Caracterizar  os  mecanismos  de  protecção  dos  tratamentos  tradicionais  com  resultados 

mais positivos na protecção contra os  fungos de podridão, nomeadamente o óleo de motor 

queimado e a água salgada. 

 

 

 

 

 

  

75 

 

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78 

 

Anexos A

Mapas de provetes expostos a fungos de podridão

   

  

79 

 

A.1 Mapa de provetes não tratados

 

Tabela 3 – Mapa de provetes não tratados expostos com exposição fungo de podridão

  

80 

 

A.2 Mapa de provetes tratados com óleo queimado

 

Tabela 4 - Mapa de provetes tratados com óleo queimado com exposição a fungo de podridão

  

81 

 

A.3 Mapa de provetes tratados com óleo de linhaça

Tabela 5 - Mapa de provetes tratados com óleo de linhaça com exposição a fungo de

podridão

  

82 

 

A.4 Mapa de provetes tratados com calda bordalesa rec.

 

Tabela 6- Mapa de provetes tratados com calda bordalesa receita com exposição a fungo de podridão

  

83 

 

A.5 Mapa de provetes tratados com calda bordalesa PH7

 

Tabela 7- Mapa de provetes tratados com calda bordalesa PH7 com exposição a fungo de podridão

  

84 

 

A.6 Mapa de provetes tratados com sulfato de cobre

 

Tabela 8 - Mapa de provetes tratados com sulfato de cobre com exposição a fungo de podridão

  

85 

 

A.7 Mapa de provetes tratados com água salgada

 

Tabela 9 - Mapa de provetes tratados com água salgada com exposição a fungo de podridão

  

86 

 

A.8 Mapa de provetes tratados com Xylophene SOR2

 

Tabela 10 - Mapa de provetes tratados com Xylophene SOR2 com exposição a fungo de podridão

  

87 

 

A.9 Mapa de provetes tratados com Xylazel fondo

 

Tabela 11 - Mapa de provetes tratados com Xylazel fondo com exposição a fungo de podridão

  

88 

 

Anexos B

Mapas de provetes expostos a térmitas subterrâneas

  

89 

 

B.1 Mapa de provetes não tratados

 

Tabela 12 - Mapa de provetes não tratados com exposição a térmitas subterrâneas

  

B.2 Mapa de provetes tratados com óleo queimado

 

Tabela 13 - Mapa de provetes tratados com óleo queimado e com exposição a térmitas subterrâneas

  

90 

 

B.3 Mapa de provetes tratados com óleo de linhaça

 

Tabela 14 - Mapa de provetes tratados com óleo de linhaça e com exposição a térmitas subterrâneas

  

B.4 Mapa de provetes tratados com calda bordalesa rec.

 

Tabela 15 - Mapa de provetes tratados com calda bordalesa receita e com exposição a térmitas subterrâneas

  

91 

 

B.5 Mapa de provetes tratados com calda bordalesa PH7

 

Tabela 16 - Mapa de provetes tratados com calda bordalesa PH7 e com exposição a térmitas subterrâneas

  

B.6 Mapa de provetes tratados com sulfato de cobre

 

Tabela 17 - Mapa de provetes tratados com sulfato de cobre e com exposição a térmitas subterrâneas

 

 

  

92 

 

B.7 Mapa de provetes tratados com água salgada

 

Tabela 18 - Mapa de provetes tratados com água salgada e com exposição a térmitas subterrâneas

  

B.8 Mapa de provetes tratados com Xylophene SOR2

 

Tabela 19 - Mapa de provetes tratados com Xylophene SOR2 e com exposição a térmitas subterrâneas

 

  

93 

 

B.9 Mapa de provetes tratados com Xylazel fondo

 

Tabela 20 - Mapa de provetes tratados com Xylazel fondo e com exposição a térmitas subterrâneas

  

94 

 

Anexos C

Fichas técnicas dos produtos preservadores comerciais contemporâneos utilizados na

campanha experimental

REF. PRODUTO 1075

ITC Nº 456

INFORMAÇÃO TÉCNICO / COMERCIAL

Xylophene SOR2 e Injector

Insecticida e fungicida para madeiras

Interior / Exterior

W 1046009003 Este documento deixa de ser controlado após ter sido impresso

1. Descrição Produto formulado com base em resinas alquidicas e agentes fungicidas e insecticidas.

2. Utilização É um produto destinado ao tratamento preventivo e curativo da madeira de construção e mobiliário, contra insectos xilófagos e térmitas.

3. Propriedades Não altera a cor ou o aspecto natural da madeira

Compatível com os outros produtos sintéticos de impregnação e acabamento de madeiras ( velaturas, vernizes, esmaltes, etc)

4. Características

- Densidade: 0,79 ±0,01

- Ponto de inflamação: >38ºC

5. Preparação da superfície

De um modo geral, as superficies devem estar bem limpas, isentas de areias, poeiras, gorduras e bem secas. No caso de madeiras já pintadas ou envernizadas, remover todo o revestimento por lixagem, raspagem ou “ queima”, de modo a permitir a penetração do Xylophene.

6. Aplicação No caso de madeiras novas, aplicar generosamente o produto em 2 demãos, em todas as faces das peças das madeiras ( quer seja móveis ou soalhos). No caso de madeiras já atacadas, aplicar 2 a 3 demãos em todas as superficies já afectadas. Sempre que possivel, injectar profundamente o produto nos elementos de grande secção, insistindo nas fendas e entalhes. Para as zonas de mais dificil acesso, utilizar ( eventualmente ) um pulverizador.

7. Sistema de Aplicação

Trincha ou pincel sem diluição Injector

8. Rendimento Tratamento preventivo : 5 m

2/l

Tratamento curativo : 3 m2/l ( este valor depende da superficie e do grau de ataque)

9. Secagem Ao tacto: 1h (a 20ºC)

Para repintura: 12h

Para utilização: 48h (a 20ºC)

10. Limpeza Diluente sintético

Nota: As indicações deste boletim são fornecidas apenas como orientação geral. Considerando as diferentes condições de trabalho, recomendamos que se procedam a ensaios prévios. Em caso de dúvida consulte o nosso Serviço a Clientes 808 502 000 ou o serviço de Atendimeno Permanente das 8h às 20h através do telefone 91 760 5736.

Rua Cidade de Goa, 26 2686-997 Sacavém

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ULA

MEN

TOCEN.o1907/2006)

Data:17/09/2009

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1/7

Versão:N°1

(17/09/2009)

Revisão:N°11(17/09/2009)

Nom

e:XY

LOPH

ENESO

R2EX

TREM

E01075

Socied

ade:TINTA

SDYR

UP,

S.A

FICHADEDADOSDESEGURANÇA

1IDENTIFICAÇÃODASUBSTÂNCIA/PREPARAÇÃOEDASOCIEDADE/EMPRESA

Identificaçãodasubstância/preparação:

Nom

e:XY

LOPH

ENESO

R2EX

TREM

ECód

igodo

prod

uto:01075

Identificaçãodasociedade/empresa:

Denom

inação

social:T

INTA

SDYR

UP,

S.A.

Ende

reço:R

uaCidad

ede

Goa,26.2686

951.Sacavém.Portugal

Telefone:2194145

21.

Fax:21

94145

82.

Email:prod

uctsafety@

dyrup.pt

Internet:w

ww.dyrup

.pt

Númerodetelefonedeemergência:808250143(*).

Socied

ade/Organ

ismo:(*)C

ENTR

ODEIN

FORM

AÇÃOANTI

VEN

ENOS.

Utilizaçãodasubstância/preparação:

Con

sulta

rFicha

Técnicado

Prod

uto.

APV

nº27/D

GADR

2IDENTIFICAÇÃODOSPERIGOS

Esteprod

utoestá

classificad

o:Inflamável.

Possibilida

dede

efeitosirritantes

para

ape

le.

Esta

prep

aração

apresentaum

perigo

deaspiração,de

vido

àsuafracaviscosidad

e.Po

dede

sencad

earu

mareacçãoalérgica.

ClassificaçãodaPreparação:

Nocivo

Infla

mável

R38

Irritantepa

raape

le.

R10

Infla

mável.

R65

Nocivo:po

decausar

dano

sno

spu

lmõesse

ingerido

.

3COMPOSIÇÃO/INFORMAÇÃOSOBREOSCOMPONENTES

Redacçãodasfrasesderiscosquefiguramnoparágrafo3:verparágrafo16.

Substânciasperigosasrepresentativas:

(presentena

prep

aração

numaconcentração

suficientepa

ralheim

poro

scaracteres

toxicológicosqu

eelateriano

estado

puro

a100%

)IN

DEX

CAS

CE

Nom

eSìmb.

R:%

Mad

eun

derlicence

ofEu

rope

anLa

belSystem®MSD

Ssoftw

arefrom

InfoDyn

ehttp://www.in

fody

ne.fr

FICHADEDADOSDESE

GURA

NÇA(REG

ULA

MEN

TOCEN.o1907/2006)

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Nom

e:XY

LOPH

ENESO

R2EX

TREM

E01075

Socied

ade:TINTA

SDYR

UP,

S.A

6474248

9NAFT

A(PET

RÓLE

O),PE

SADA

TRATA

DACOM

HID

ROGÉN

IOXn

6566

3850

<=x%

<100

Outrassubstânciasquesãoum

perigo:

Nenhu

masubstânciaconh

ecidade

stacatego

riaestá

presente.

Substânciaspresentesnumaconcentraçãoinferioraolim

itemínimodeperigo:

INDEX

CAS

CE

Nom

eSìmb.

R:%

5540653

62596275

3IO

DO

2PR

OPINIL

BUTILC

ARB

AMATO

(IPBC

)Xn

N41

5020/22

0<=

x%

<2.5

60305200

85131

668

2258784

ETER

MONOBU

TILC

ODO

PROPILE

NOGLICOL

Xi36/38

2.5<=

x%

<10

OutrassubstânciasquetêmValoresLimitesdeExposiçãoprofissional:

Nenhu

masubstânciaconh

ecidade

stacatego

riaestá

presente.

Podedesencadearumareacçãoalérgica

INDEX

CAS

CE

Nom

eSìmb.

R:%

61320500

06020790

12621044

PROPICONAZO

LEXn

N43

50/5322

0<=

x%

<2.5

4PRIMEIROSSOCORROS

Deum

aman

eira

geral,em

caso

dedú

vida

ouse

ossintom

aspe

rsistem,cha

mar

umméd

ico.

NUNCAfazering

erirna

daaum

ape

ssoa

inconsciente.

Emcasodeexposiçãoporinalação:

Emcaso

deinalação

impo

rtan

te,transpo

rtar

opa

cientepa

raoar

livre,p

rotegê

lodo

frio

eman

têlo

emrepo

uso.

Emcasodeprojecçõesoudecontactocomosolhos:

Lavara

bund

antementecom

água

doce

elim

padu

rante15

minutos

man

tend

oas

pálpebrasabertas.

Man

daro

pacienteconsultaru

moftalm

olog

ista,n

omeada

mentese

aparecer

umverm

elhidã

o,um

ado

rouum

incómod

ovisual.

Emcasodeprojecçõesoudecontactocomapele:

Retirar

asroup

asim

pregna

daselavarc

uida

dosamenteape

lecom

água

esabãoou

utilizaru

mprod

utode

limpe

zaad

equa

do.

NÃOutilizarsolventes

oudiluentes.

Qua

ndoazona

contam

inad

aéextensae/ou

seap

arecerem

lesões

cutâneas,é

necessário

consultaru

mméd

icoou

tran

sferiropa

cientepa

raum

hospita

l.

Emcasodeingestão:

Emcaso

deingestão,seaqu

antid

adeforp

eque

na(não

maisde

umgo

le),lavara

boca

com

água

econsultaru

mméd

ico.

Recorrer

imed

iatamenteaum

méd

icoemostrar

lheaetique

ta.

5MEDIDASDECOMBATE

AINCÊNDIOS

Ospó

squ

ímicos,o

dióxidode

carbon

o,eou

tros

gasespa

raextin

tores,servem

para

pequ

enos

incênd

ios.

Osmeiosadequadosdeextinção:

odióxidode

carbon

o,pó

squ

ímicos,espum

as,e

outros

gasespa

raextin

tores.

Emcaso

deincênd

io,u

tilizar

osmeios

deextin

çãoespe

cificam

entead

aptado

s.Nun

cautilizará

gua.

Osmeiosdeextinçãoquenãodevamserutilizadosporrazõesdesegurança:

Emgeral,aágua

nãoérecomenda

dapo

rque

pode

serinefic

az;é

porém

possívelutilizá

lapa

raarrefecero

srecipientesexpo

stos

aofogo

epa

radispersaro

svapo

res.

Um

incênd

ioprod

uziráfreque

ntem

entefumos

negros

espe

ssos.A

expo

siçãoaosprod

utos

dede

compo

siçãopo

decompo

rtar

perigo

spa

raasaúd

e.Não

respirar

osfumos.

Impe

diro

sefluentesda

luta

contra

oincênd

iode

penetrar

nosesgo

tosou

noscursos

deágua

.

Oequipamentoespecialdeprotecçãoparaopessoaldestacadoparaocombateaincêndios:

Osop

erad

ores

serãoequipa

doscom

aparelho

sde

protecçãorespiratóriaau

tóno

mos

eisolan

tes.

Mad

eun

derlicence

ofEu

rope

anLa

belSystem®MSD

Ssoftw

arefrom

InfoDyn

ehttp://www.in

fody

ne.fr

FOLH

ATÉ

CN

ICA

Jul 1

5

FOND

OTR

ATA

MEN

TO P

RO

TETO

RD

A M

AD

EIR

A

1.D

ESC

RIÇ

ÃO

DO

PR

OD

UTO

Tip

o d

e p

rod

uto

Imp

rim

ação

inco

lora

àb

ase

de

dis

solv

ente

par

aa

pro

tecç

ãop

reve

nti

vad

am

ade

ira

con

tra

inse

cto

s,fu

ngo

s e

hu

mid

ade.

Rep

ele

aág

ua.

Reg

ula

riza

oco

nte

úd

od

e h

um

idad

e n

a m

adei

ra.

Não

fo

rma

cap

a, a

ctu

a a

po

roab

erto

.N

úm

ero

de

auto

riza

çao

de

ven

da:

AP

Vn

º 6

5/D

GA

DR

Gar

anti

a d

e q

ual

idad

e

XYL

AZE

L,S.

A.

gara

nte

aq

ual

idad

ed

op

rod

uto

xyla

zel

Fon

do

,a

sua

efic

ácia

ed

ura

ção

se

mp

re q

ue

fo

rem

resp

eita

das

tod

ase

cad

au

ma

das

esp

eci

fica

ções

des

ta f

olh

a té

cnic

a.

Efic

ácia

XYL

AZE

L FO

ND

O P

RIM

AR

IOIF

AC

um

pre

aN

orm

aU

NE-

EM4

6:

Det

erm

inaç

ãod

aef

icác

iap

reve

nti

vaco

ntr

ala

rvas

recé

m-n

asci

das

de

Hyl

otr

up

esb

aju

lus

dep

ois

de

ensa

iop

or

enve

lhec

imen

top

or

evap

ora

çao

UN

E-EM

73

ep

or

des

lava

do

UN

E-EM

84

par

a tr

atam

ento

su

per

fici

al.

Cu

mp

rea

No

rma

UN

E-EM

11

3:

Det

erm

inaç

ãod

ao

mb

reir

ad

eef

icác

iaco

ntr

afu

ngo

sb

asid

iom

icet

os

xyló

fago

sse

mco

rio

lus

vers

ico

lor,

dep

ois

de

ensa

iod

een

velh

ecim

ento

po

reva

po

raça

oEM

73

ep

or

des

lava

do

EM 8

4 p

ara

trat

amen

to s

up

erfi

cial

. C

um

pre

aN

orm

aEM

15

2-1

:d

eter

min

ação

da

efic

ácia

pre

ven

tiva

de

un

trat

amen

tod

ep

rote

cção

da

mad

eira

elab

ora

da

con

tra

oaz

ula

do

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a u

m t

rata

men

to s

up

erfi

cial

.

Car

acte

ríst

icas

-Xyl

azel

Fon

do

pri

mar

ioIF

Ad

áu

ma

pro

tecç

ãoef

icaz

àm

ade

ira,

sem

mo

dif

icar

asu

aco

rn

atu

ral,

um

ave

zq

ue

com

oim

pre

gnaç

ãod

efo

nd

op

enet

ran

am

esm

a,ga

ran

tin

do

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aef

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ia.

-É m

uit

o f

ácil

de

aplic

ar d

evi

do

à r

ápid

aab

sorç

ão d

o p

rod

uto

na

mad

eira

. -E

xcel

ente

cap

acid

ade

de

anco

rage

mp

ara

os

pro

tect

ore

sd

eac

abam

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,ti

nta

s e

vern

izes

Xyl

azel

.-U

ma

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seco

não

te

m c

hei

ro.

-Não

leva

nta

rep

elo

na

mad

eira

.

Uti

liza

çao

Trat

amen

tod

am

ade

ira

sup

erfi

cial

par

acl

asse

de

uso

1,

2,

3(m

adei

rasu

bm

etid

aa

hu

mid

ific

acio

ne

sin

term

iten

tes:

carp

inte

ría

exte

rio

r,et

c.)

po

rap

licaç

ãosu

per

fici

alse

gun

do

EM5

59

-1.

Uso

pel

op

úb

lico

em

gen

eral

,p

ara

emb

alag

ens

men

ore

so

uig

uai

sa

2,5

L.Ex

clu

siva

men

tep

or

pes

soal

esp

ecia

lizad

o,

par

aem

bal

agen

s su

per

iore

s a

2,5

L.

Cam

po

s d

e a

plic

ação

P

ara

tod

o t

ipo

de

mad

eira

s,m

aciç

as o

u

con

trap

laca

do

s,ve

lhas

ou

no

vas.

Estr

utu

ras

em

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ra,

viga

s,p

ilare

s,ce

rcas

,p

érgu

las,

caix

ilho

s,p

ort

as,

jan

elas

,p

ersi

anas

,re

vest

imen

tos,

veis

,m

óve

isd

eja

rdim

,ca

sas

de

mad

eira

,p

ain

éis,

cerc

ado

s,fr

iso

s,m

old

ura

s,ro

dap

ése

tod

oti

po

de

ele

men

tos

de

mad

eira

.P

od

e-se

aplic

arem

mad

eira

sse

cas

(hu

mid

ade

até

20

%).

Idea

lp

ara

carp

inta

ria

de

exte

rio

r,co

mo

pro

tect

or

pre

ven

tivo

do

sat

aqu

esd

eca

run

cho

se

fun

gos.

Tam

mse

po

de

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arso

bre

táb

uas

con

trap

laca

do

s, a

glo

mer

ado

s, e

tc.

Ton

s d

e c

or

Inco

lor,

tra

nsp

aren

te.

Tam

anh

os

de

em

bal

age

ns

75

0 m

le 2

,5 ,

5 e

25

litr

os.

2. D

AD

OS

TÉC

NIC

OS

De

nsi

dad

e a

20

oC

0.8

2g/

cm3

Vis

cosi

dad

em

uit

ofl

uid

oP

on

to d

e in

flam

ação

>5

5OC

Seca

gem

Ase

cage

md

asu

per

fíci

eem

con

diç

ões

no

rmai

de

12

ho

ras.

Rep

inta

do

:2

4h

ora

s ap

rox.

Em

mad

eira

sd

ura

sq

ue

abso

rve

mco

md

ific

uld

ade

op

rod

uto

com

um

alto

grau

de

hu

mid

ade

amb

ien

tal,

ote

mp

od

ese

cage

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od

ese

rm

aio

r.Ta

mb

ém

emm

adei

ras

tro

pic

ais,

com

oo

iro

ko(t

eca

afri

can

a),

ase

cage

mp

od

e-se

atra

sar.

Rec

om

end

amo

s,ca

sose

jan

ece

ssár

iou

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saio

ante

sd

ep

roce

der

à a

plic

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def

init

iva.

Co

mp

ort

amen

to p

eran

te a

co

rro

são

.N

ãoat

aca

met

ais

nem

vid

ros.

Não

pro

voca

nen

hu

ma

oxi

daç

ãoU

ma

vez

seco

po

de

esta

re

mco

nta

cto

com

os

plá

stic

os

em

ater

iais

bet

um

ino

sos.

3. M

OD

OD

EEM

PR

EGO

Pre

par

ação

da

sup

erfí

cie

Ap

licar

sob

resu

per

fíci

es

limp

ase

seca

s.El

imin

arti

nta

se

vern

izes

elix

ar.

Éap

rese

nta

do

pro

nto

par

aa

uti

lizaç

ãoe

não

de

ved

iluir

-se

com

dis

solv

ente

sn

emco

mo

utr

os

pro

du

tos.

Ap

licar

ad

ose

reco

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dad

an

um

ao

um

ais

mão

s,im

pre

gnan

do

am

adei

raab

un

dan

tem

ente

.

Do

ses

-C

om

op

rim

ario

con

tra

fun

gos

de

po

dri

dao

e a

zula

men

to 1

40

ml/

m2

-C

om

op

rote

cto

rco

ntr

afu

ngo

sd

ep

ud

rici

ón

,in

sect

os

eh

idro

fuga

nte

:2

40

ml/

m2

em

do

is o

u m

ais

mão

s.

FOLH

ATÉ

CN

ICA

Jul 1

5

Mo

do

de

em

pre

goA

plic

aro

pro

du

ton

am

adei

raa

trat

arm

edia

nte

pin

cela

das

ou

imer

são

do

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du

to s

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iluir

.C

aso

de

sep

rete

nd

eru

ma

colo

raçã

oco

mxy

laze

lFo

nd

op

od

e-se

adic

ion

ar-

lhe

qu

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uer

cor

de

xyla

zel

Lasu

rP

rote

cto

r.

Sist

em

as d

e a

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Mad

eir

asn

ova

s:P

or

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das

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ban

ho

.A

imp

rim

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com

xyla

zel

Fon

do

dev

e-se

aplic

aran

tes

da

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caçã

od

am

adei

ran

ao

bra

.C

om

oem

tod

os

os

caso

s,a

mad

eira

dev

ees

tar

limp

a, s

eca

e lix

ada.

Emm

ade

iras

en

vern

izad

ase

pin

tad

asan

teri

orm

en

te:

Ap

ós

ael

imin

ação

tota

ld

asca

pas

velh

asd

eti

nta

ou

vern

iz,

tod

asas

sup

erfí

cies

dev

emse

rd

evid

amen

teim

pre

gnad

asco

mxy

laze

lFo

nd

o p

rim

ario

IFA

.N

aca

rpin

tari

an

ova

reco

men

dam

os

qu

ea

aplic

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seja

efec

tuad

aan

tes

da

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caçã

o d

a m

adei

ra n

a o

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.

Trat

ame

nto

sd

eac

abam

en

tos

po

ste

rio

res

Po

dem

-se

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arso

bre

mad

eira

pro

tegi

da

com

xyla

zel

Fon

do

,a

mai

ori

ad

os

vern

ize

se

tin

tas,

tran

spar

ente

se

pig

men

tad

as.

Éac

on

selh

ável

aplic

aras

cap

asd

eac

abam

ento

entr

eas

24

ho

ras

eo

s3

0d

ias.

No

enta

nto

,a

dem

ora

na

aplic

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não

infl

uin

oef

eito

pro

tect

or

de

xyla

zel F

on

do

Pri

már

io IF

A.

Emca

sod

ed

úvi

das

,re

com

end

amo

sef

ect

uar

en

saio

s.Fe

char

her

met

icam

ente

ae

mb

alag

em

qu

and

ose

tive

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nsu

mid

op

arci

alm

ente

op

rod

uto

.P

roce

der

àel

imin

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ed

est

ruiç

ãod

aem

bal

age

m,

de

aco

rdo

com

ale

gisl

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em

vigo

r.Q

uan

do

seap

licar

po

rim

ersã

o,

dev

e-se

tap

aro

reci

pie

nte

,cu

ba

ou

ban

hei

ra.

Ap

ós

au

tiliz

ação

,o

líqu

ido

dev

ese

rre

tira

do

eco

loca

do

de

no

von

ae

mb

alag

em

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gin

al.

Ún

icam

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dev

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ru

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ado

sre

cip

ien

tes

de

aço

ou

ferr

on

ãoo

xid

ado

s,re

cob

erto

sd

eu

ma

laca

pro

tect

ora

.

Pro

pri

ed

ade

se

cara

cte

ríst

icas

da

mad

eir

a tr

atad

aU

ma

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seco

op

rod

uto

não

aum

enta

a in

flam

abili

dad

e d

a m

adei

ra.

Am

adei

rafi

cap

rote

gid

ad

em

anei

raef

icaz

con

tra

os

fun

gos,

carc

om

ase

hu

mid

ade.

Lim

pe

za e

úte

is p

ara

aplic

açã

oD

iluen

texy

laze

l ou

Wh

ite

Spir

it.

Trin

cha,

imer

são

e p

ulv

eriz

ação

.

4. I

ND

ICA

ÇÕ

ESES

PEC

IAIS

Info

rmaç

ão t

écn

ica

de

se

gura

nça

Co

nté

mp

rin

cíp

ios

acti

vos

bio

cid

asp

ara

pro

tege

ra

mad

eira

do

sfu

ngo

se

inse

cto

s xi

lófa

gos

(car

un

cho

s).

Ap

licar

com

bo

ave

nti

laçã

o,

man

ten

do

-a

até

à ev

apo

raçã

o d

o d

isso

lven

te.

Uti

lizar

op

rod

uto

,te

nd

oem

con

taas

inst

ruçõ

es

do

fab

rica

nte

.O

uso

ind

evid

op

od

ep

rovo

car

dan

os

par

a a

saú

de.

A

XYL

AZE

Lte

md

isp

on

ívei

sfi

chas

de

dad

os

de

segu

ran

çaco

mas

ind

icaç

ões

de

per

igo

sid

ade,

man

ipu

laçã

o,

segu

ran

ça e

hig

ien

e e

tran

spo

rte.

Arm

aze

nag

em

e m

anip

ula

ção

P

ara

aar

maz

en

age

me

man

ipu

laçã

ote

re

mco

nta

asle

ise

mvi

gor

sob

rear

maz

en

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tran

spo

rte

,as

refe

rid

as à

s ág

uas

e a

o a

mb

ien

te.

Não

arm

azen

ard

ura

nte

mu

ito

tem

po

a

tem

per

atu

ras

infe

rio

res

a 5

oC

ne

msu

per

iore

s a

35

oC

.Ev

itar

qu

eo

pro

du

toch

egu

eàs

águ

as.

Op

rod

uto

não

sep

od

eu

sar

emm

adei

ras

qu

ee

stiv

ere

me

mco

nta

cto

com

alim

ento

s e

beb

idas

.O

pro

du

ton

ãose

po

de

usa

rem

mad

eira

sq

ue

est

iver

em

em

con

tact

oco

m a

bel

has

.

Use

os

bio

cid

asco

mse

gura

nça

.Le

iase

mp

reo

rótu

loe

info

rmaç

õe

sso

bre

o p

rod

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an

tes

de

ou

sar.

Par

ae

vita

rri

sco

sp

ara

oh

om

em

ep

ara

oam

bie

nte

,re

spe

itar

asin

stru

çõe

s d

e u

tiliz

ação

.

5. C

ON

DIÇ

ÕES

GER

AIS

Os

dad

os

faci

litad

os

são

dad

os

ori

enta

tivo

sd

eca

ráct

erge

ral

en

ãoco

nst

itu

emu

ma

esp

ecif

icaç

ão.

Dão

um

ad

escr

ição

do

sn

oss

os

pro

du

tos

ein

form

amo

uti

lizad

or

àce

rca

da

sua

uti

lizaç

ãoe

em

pre

go.

Dad

oq

ue

asco

nd

içõ

esd

etr

abal

ho

eo

sm

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iais

afin

ssã

om

uit

ova

riad

os

ed

ifer

ente

s,en

ten

de-

seq

ue

não

po

ssam

os

abra

nge

raq

ui

tod

os

os

caso

sin

div

idu

ais.

Emsu

po

rte

sn

os

qu

ais

sed

esco

nh

eça

oco

mp

ort

amen

tod

op

rod

uto

,d

eve-

sere

aliz

arp

revi

amen

teu

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saio

ante

sd

aap

licaç

ãoo

uen

tão

con

sult

arco

mo

no

sso

Serv

iço

de

Aco

nse

lham

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Técn

ico

.R

esp

on

de

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sd

ain

vari

ável

alta

qu

alid

ade

do

sn

oss

os

pro

du

tos,

de

aco

rdo

com

oe

stip

ula

do

nas

no

ssas

Co

nd

içõ

es d

eV

end

a e

Ab

aste

cim

ento

.

Xyl

azel

01

220

3 -

XY

LAZE

L FO

ND

O P

RO

TEC

TOR

DA

MA

DEI

RA

Fich

a de

dad

os d

e se

gura

nça

conf

orm

e 19

07/2

006/

EC (

REA

CH),

453

/201

0/EC

SECÇ

ÃO 3

: CO

MPO

SIÇÃ

O/I

NFO

RMAÇ

ÃO S

OBR

E O

S CO

MPO

NEN

TES

(con

tinua

ção)

Co

ncen

traç

ão

Nom

e qu

ímic

o/cl

assi

ficaç

ão

Iden

tific

ação

01

-211

9486

773-

24-X

XXX

6474

2-95

-6

265-

199-

0 64

9-35

6-00

-4

CAS:

EC

: In

dex:

RE

ACH

:

Aqua

tic C

hron

ic 2

: H

411;

Asp

. Tox

. 1:

H30

4; F

lam

. Liq

. 3:

H22

6; S

TOT

SE 3

: H

335;

ST

OT

SE 3

: H

336

- Pe

rigo

Regu

lam

ento

127

2/20

08

10

- <

25 %

N:

R51/

53;

Xi:

R37;

Xn:

R65

; R1

0; R

66;

R67

Dire

ctiv

a 67

/548

/EC

ATP

ATP0

1 So

lven

te n

afta

(pe

trol

eo),

fra

ccao

aro

mat

ica

leve

, < 0

.1 %

EC

20

0-7

53-

7

01

-211

9486

659-

16-X

XXX

6474

2-48

-9

265-

150-

3 64

9-32

7-00

-6

CAS:

EC

: In

dex:

RE

ACH

:

Asp.

Tox

. 1:

H30

4; F

lam

. Liq

. 3:

H22

6; S

TOT

SE 3

: H

336

- Pe

rigo

Regu

lam

ento

127

2/20

08

2,

5 -

<10

%

Xn:

R65;

R10

; R6

6; R

67

Dire

ctiv

a 67

/548

/EC

ATP

ATP0

1 N

afta

(pe

trol

eo),

fra

ccao

pes

ada

do t

rata

men

to c

om h

idro

gen

io, <

0.1

% E

C 2

00

-75

3-7

Não

apl

icáv

el

6020

7-90

-1

262 -

104-

4 61

3-20

5-00

-0

CAS:

EC

: In

dex:

RE

ACH

:

Acut

e To

x. 4

: H

302;

Aqu

atic

Acu

te 1

: H

400;

Aqu

atic

Chr

onic

1:

H41

0; S

kin

Sens

. 1:

H31

7 -

Aten

ção

Regu

lam

ento

127

2/20

08

<

1 %

N:

R50/

53;

Xi:

R43;

Xn:

R22

Dire

ctiv

a 67

/548

/EC

ATP

CLP0

0 P

ropi

con

azol

e

Não

apl

icáv

el

1085

-98-

9 21

4-11

8-7

616-

006-

00-7

CAS:

EC

: In

dex:

RE

ACH

:

Acut

e To

x. 4

: H

332;

Aqu

atic

Acu

te 1

: H

400;

Aqu

atic

Chr

onic

1:

H41

0; E

ye I

rrit.

2:

H31

9; S

kin

Sens

. 1:

H31

7 -

Aten

ção

Regu

lam

ento

127

2/20

08

<

1 %

N:

R50;

Xi:

R36,

R43

; Xn

: R2

0

Dire

ctiv

a 67

/548

/EC

ATP

ATP0

1 D

iclo

flu

anid

a (I

SO)

01-2

1194

8821

6-32

-XXX

X

1330

-20-

7 21

5-53

5-7

601-

022-

00-9

CAS:

EC

: In

dex:

RE

ACH

:

Acut

e To

x. 4

: H

312+

H33

2; F

lam

. Liq

. 3:

H22

6; S

kin

Irrit

. 2:

H31

5 -

Aten

ção

Regu

lam

ento

127

2/20

08

<

1 %

Xi:

R38;

Xn:

R20

/21;

R10

Dire

ctiv

a 67

/548

/EC

ATP

CLP0

0 X

ilen

o

Não

apl

icáv

el

5231

5-07

-8

257 -

842-

9 60

7-42

2-00

-X

CAS:

EC

: In

dex:

RE

ACH

:

Acut

e To

x. 3

: H

301;

Aqu

atic

Acu

te 1

: H

400;

Aqu

atic

Chr

onic

1:

H41

0; S

TOT

RE 2

: H

373;

ST

OT

SE 3

: H

335

- Pe

rigo

Regu

lam

ento

127

2/20

08

<

1 %

N:

R50/

53;

T: R

25;

Xi:

R37;

Xn:

R48

/22

Dire

ctiv

a 67

/548

/EC

ATP

ATP0

1 Α

-cip

erm

etri

na

(ISO

)

Pa

ra m

ais

info

rmaç

ões

sobr

e a

perig

osid

ade

da s

ubst

ânci

as, c

onsu

ltar

as e

pígr

afes

8, 1

1, 1

2 e

16.

SECÇ

ÃO 4

: PR

IMEI

ROS

SOCO

RRO

S

Tr

atam

ento

de

emer

gênc

ia:

Em c

aso

de in

gest

ão, l

avar

rep

etid

amen

te a

boc

a co

m á

gua

(ape

nas

se a

víti

ma

estiv

er c

onsc

ient

e) e

o pr

ovoc

ar o

vóm

ito. C

onsu

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imed

iata

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te u

m m

édic

o e

mos

tar-

lhe

a em

bala

gem

ou

o ró

tulo

.

In

dica

ções

sob

re c

uida

dos

méd

icos

urg

ente

s e

trat

amen

tos

espe

ciai

s ne

cess

ário

s:

4.3

O

s ef

eito

s ag

udos

e r

etar

dado

s sã

o os

indi

cado

s no

s po

ntos

2 e

11.

Si

ntom

as e

efe

itos

mai

s im

port

ante

s, t

anto

agu

dos

com

o re

tard

ados

: 4.

2

So

licita

r as

sist

ênci

a m

édic

a im

edia

ta, m

ostr

ando

a F

DS

dest

e pr

odut

o. N

ão in

duzi

r o

vóm

ito, c

aso

isto

aco

nteç

a, m

ante

r a

cabe

ça

incl

inad

a pa

ra a

fre

nte

para

evi

tar

a as

pira

ção.

No

caso

de

perd

a de

con

sciê

ncia

não

adm

inis

trar

nad

a po

r vi

a or

al a

té s

uper

visã

o de

um

méd

ico.

Enx

agua

r a

boca

e a

gar

gant

a, p

orqu

e ex

iste

a p

ossi

bilid

ade

de q

ue t

enha

m s

ido

afec

tada

s na

inge

stão

. Man

ter

o af

ecta

do e

m r

epou

so.

P

or

inge

stão

:

En

xagu

ar o

s ol

hos

com

águ

a em

abu

ndân

cia

à te

mpe

ratu

ra a

mbi

ente

pel

o m

enos

dur

ante

15

min

utos

. Evi

tar

que

o af

ecta

do

esfr

egue

ou

fech

e os

olh

os. N

o ca

so, d

o af

ecta

do u

sar

lent

es d

e co

ntac

to, e

stas

dev

em s

er r

etira

das

sem

pre

que

não

este

jam

co

lada

s ao

s ol

hos,

poi

s, d

e ou

tro

mod

o, p

oder

ia p

rodu

zir-

se u

m d

ano

adic

iona

l. Em

tod

os o

s ca

sos,

dep

ois

da la

vage

m, d

eve

cons

ulta

r um

méd

ico

o m

ais

rapi

dam

ente

pos

síve

l com

a F

DS

do p

rodu

to.

P

or c

onta

cto

com

os

olh

os:

Ti

rar

a ro

upa

e os

sap

atos

con

tam

inad

os, l

impa

r a

pele

ou

lava

r a

zona

afe

ctad

a co

m á

gua

fria

abu

ndan

te e

sab

ão n

eutr

o. E

m c

aso

de a

fecç

ão g

rave

con

sulta

r um

méd

ico.

Se

o pr

odut

o ca

usar

que

imad

uras

ou

cong

elaç

ão, n

ão s

e de

ve t

irar

a ro

upa

pois

pod

erá

agra

var

a le

são

se e

sta

estiv

er c

olad

a à

pele

. Cas

o se

for

mem

bol

has

na p

ele,

est

ás n

ão s

e de

vem

reb

enta

r po

is a

umen

taria

o r

isco

de

infe

cção

.

P

or c

onta

cto

com

a p

ele:

Tr

ata-

se d

e um

pro

duto

não

cla

ssifi

cado

com

o pe

rigos

o po

r in

alaç

ão,

no

enta

nto,

no

caso

de

sint

omas

de

into

xica

ção

é re

com

enda

do r

etira

r o

afec

tado

do

loca

l de

expo

siçã

o, a

dmin

istr

ar a

r lim

po e

m

antê

-lo e

m r

epou

so. S

olic

itar

cuid

ados

méd

icos

no

caso

de

que

os s

into

mas

per

sist

am.

P

or in

alaç

ão:

O

s si

ntom

as c

omo

cons

equê

ncia

de

uma

into

xica

ção

pode

m a

pres

enta

r-se

pos

terio

rmen

te à

exp

osiç

ão, pe

lo q

ue, e

m c

aso

de d

úvid

a,

expo

siçã

o di

rect

a ao

pro

duto

quí

mic

o ou

per

sist

ênci

a do

sin

tom

a, s

olic

itar

cuid

ados

méd

icos

, mos

tran

do a

FD

S de

ste

prod

uto.

D

escr

ição

das

med

idas

de

prim

eiro

s so

corr

os:

4.1

Pág

ina

3/14

Em

issã

o: 1

2/06

/201

2 Re

visã

o: 1

0/04

/201

5 Ve

rsão

: 4

(sub

stitu

i 3)

- CO

NTI

NU

A N

A PÁ

GIN

A SE

GU

INTE

-

R

ecom

enda

ções

téc

nica

s pa

ra p

reve

nir

risco

s m

eio

ambi

enta

is.

D.-

N

ão c

omer

nem

beb

er d

uran

te o

seu

man

usea

men

to, l

avan

do a

s m

ãos

post

erio

rmen

te c

om p

rodu

tos

de li

mpe

za a

dequ

ados

.

R

ecom

enda

ções

téc

nica

s pa

ra p

reve

nir

risco

s er

gonó

mic

os e

tox

icol

ógic

os.

C.-

Tr

ansv

azar

em

loca

is b

em v

entil

ados

, pre

feriv

elm

ente

atr

avés

de

extr

acçã

o lo

caliz

ada.

Con

trol

ar t

otal

men

te o

s fo

cos

de ig

niçã

o (t

elem

óvei

s, fa

ísca

s, e

tc.)

e v

entil

ar n

as o

pera

ções

de

limpe

za. E

vita

r a

exis

tênc

ia d

e at

mos

fera

s pe

rigos

as n

o in

terio

r de

re

cipi

ente

s, a

plic

ando

, se

poss

ível

, si

stem

as d

e in

ertiz

ação

. Tra

nsva

zar

a ve

loci

dade

s le

ntas

par

a ev

itar

a cr

iaçã

o de

car

gas

elec

tros

tátic

as. P

eran

te a

pos

sibi

lidad

e da

exi

stên

cia

de c

arga

s el

ectr

ostá

ticas

: as

segu

rar

uma

perf

eita

liga

ção

equi

pote

ncia

l, ut

iliza

r se

mpr

e to

mad

as d

e te

rra,

não

usa

r ro

upa

de t

raba

lho

de fi

bras

acr

ílica

s, u

tiliz

ando

pre

feriv

elm

ente

rou

pa d

e al

godã

o e

calç

ado

cond

utor

. Cum

prir

os r

equi

sito

s es

senc

iais

de

segu

ranç

a pa

ra e

quip

amen

tos

e si

stem

as d

efin

idos

na

Dire

ctiv

a 94

/9/E

C (D

ecre

to-L

ei, N

úmer

o: 1

12/9

6) e

as

disp

osiç

ões

mín

imas

par

a a

prot

ecçã

o da

seg

uran

ça e

saú

de d

os t

raba

lhad

ores

sob

os

crité

rios

de e

scol

ha d

a D

irect

iva

1999

/92/

EC (

Dec

reto

-Lei

236

de 3

0/9/

2003

). C

onsu

ltar

a ep

ígra

fe 1

0 so

bre

cond

içõe

s e

mat

éria

s qu

e de

vem

ser

evi

tada

s.

R

ecom

enda

ções

téc

nica

s pa

ra a

pre

venç

ão d

e in

cênd

ios

e ex

plos

ões.

B.

-

Cu

mpr

ir a

legi

slaç

ão v

igen

te e

m m

atér

ia d

e pr

even

ção

de r

isco

s la

bora

is. M

ante

r os

rec

ipie

ntes

her

met

icam

ente

fec

hado

s.

Cont

rola

r os

der

ram

es e

res

íduo

s, e

limin

ando

-os

com

mét

odos

seg

uros

(ep

ígra

fe 6

). E

vita

r o

derr

ame

livre

a p

artir

do

reci

pien

te.

Man

ter

orde

m e

lim

peza

ond

e se

jam

man

usea

dos

prod

utos

per

i gos

os.

Pr

ecau

ções

par

a a

man

ipul

ação

seg

ura

A.-

P

reca

uçõe

s pa

ra u

m m

anu

seam

ento

seg

uro

: 7.

1

Xyl

azel

01

220

3 -

XY

LAZE

L FO

ND

O P

RO

TEC

TOR

DA

MA

DEI

RA

Fich

a de

dad

os d

e se

gura

nça

conf

orm

e 19

07/2

006/

EC (

REA

CH),

453

/201

0/EC

SECÇ

ÃO 5

: M

EDID

AS D

E CO

MBA

TE A

IN

CÊN

DIO

S

Ac

tuar

con

form

e o

Plan

o de

Em

ergê

ncia

Int

erno

e a

s Fi

chas

Inf

orm

ativ

as s

obre

a a

ctua

ção

pera

nte

acid

ente

s e

outr

as e

mer

gênc

ias.

Su

prim

ir qu

alqu

er fon

te d

e ig

niçã

o. E

m c

aso

de in

cênd

io, r

efrig

erar

os

reci

pien

tes

e ta

nque

s de

arm

azen

amen

to d

e pr

odut

os

susc

eptív

eis

de in

flam

ação

, exp

losã

o ou

"BL

EVE"

com

o co

nseq

uênc

ia d

e el

evad

as t

empe

ratu

ras.

Evi

tar

o de

rram

e do

s pr

odut

os

utili

zado

s na

ext

inçã

o do

incê

ndio

no

mei

o aq

uátic

o.

D

ispo

siçõ

es a

dici

onai

s:

Em

fun

ção

da m

agni

tude

do

incê

ndio

, pod

erá

ser

nece

ssár

io o

uso

de

roup

a pr

otec

tora

com

plet

a e

equi

pam

ento

de

resp

iraçã

o au

t óno

mo.

Dis

por

de u

m m

ínim

o de

inst

alaç

ões

de e

mer

gênc

ia o

u el

emen

tos

de a

ctua

ção

(man

tas

igní

fuga

s, fa

rmác

ia p

ortá

til, e

tc.)

co

nfor

me

a D

irect

iva

89/6

54/E

C.

R

ecom

enda

ções

par

a o

pess

oal d

e co

mba

te a

incê

ndio

s:

5.3

Co

mo

cons

equê

ncia

da

com

bust

ão o

u de

scom

posi

ção

térm

ica

são

gera

dos

subp

rodu

tos

de r

eacç

ão q

ue p

odem

ser

alta

men

te t

óxic

os

e, c

onse

quen

tem

ente

, pod

em a

pres

enta

r um

ris

co e

leva

do p

ara

a sa

úde.

P

erig

os e

spec

iais

dec

orre

ntes

da

subs

tânc

ia o

u m

istu

ra:

5.2

U

tiliz

ar p

refe

renc

ialm

ente

ext

into

res

de p

ó po

lival

ente

(pó

ABC

), a

ltern

ativ

amen

te u

tiliz

ar e

spum

a fís

ica

ou e

xtin

tore

s de

dió

xido

de

carb

ono

(CO

2). N

ÃO É

REC

OM

END

ADO

util

izar

jact

o de

águ

a co

mo

agen

te d

e ex

tinçã

o

M

eios

de

exti

nção

: 5.

1

SECÇ

ÃO 6

: M

EDID

AS A

TO

MAR

EM

CAS

O D

E FU

GAS

ACI

DEN

TAIS

Ve

ja a

s se

ções

8 e

13.

R

emis

são

para

out

ras

secç

ões:

6.

4

Ab

sorv

er o

der

ram

e at

ravé

s de

are

ia o

u ab

sorv

ente

iner

te e

tra

nsla

dar

para

um

loca

l seg

uro.

Não

abs

orve

r co

m s

erra

dura

ou

outr

os

abso

rven

tes

com

bust

ívei

s. P

ara

qual

quer

con

side

raçã

o re

lativ

a à

elim

inaç

ão, c

onsu

ltar

a ep

ígra

fe 1

3.

R

ecom

enda

-se:

M

étod

os e

mat

eria

is d

e co

nfin

amen

to e

lim

peza

: 6.

3

Ev

itar

a to

do o

cus

to q

ualq

uer

tipo

de d

erra

me

no m

eio

aquá

tico.

Con

ter

adeq

uada

men

te o

pro

duto

abs

orvi

do e

m r

ecip

ient

es

herm

etic

amen

te p

reci

ntáv

eis.

Not

ifica

r a

auto

ridad

e co

mpe

tent

e no

cas

o de

exp

osiç

ão a

o pú

blic

o em

ger

al o

u ao

mei

o am

bien

te.

P

reca

uçõe

s a

nív

el a

mbi

enta

l:

6.2

Is

olar

as

fuga

s se

mpr

e qu

e nã

o re

pres

ente

um

ris

co a

dici

onal

par

a as

pes

soas

que

des

empe

nhem

est

a fu

nção

. Eva

cuar

a z

ona

e m

ante

r as

pes

soas

sem

pro

tecç

ão a

fast

adas

. Per

ante

o c

onta

cto

pote

ncia

l com

o p

rodu

to d

erra

mad

o é

obrig

atór

io o

uso

de

elem

ento

s de

pro

tecç

ão p

esso

al (

ver

epíg

rafe

8).

Evi

tar

de m

anei

ra p

riorit

ária

a f

orm

ação

de

mis

tura

s va

por-

ar in

flam

ávei

s, q

uer

seja

at

ravé

s de

ven

tilaç

ão o

u pe

la u

tiliz

ação

de

um a

gent

e es

tabi

lizad

or (

iner

tizan

te).

Sup

rimir

qual

quer

fon

te d

e ig

niçã

o. E

limin

ar a

s ca

rgas

ele

ctro

stát

icas

atr

avés

de

inte

rliga

ção

de t

odas

as

supe

rfíc

ies

cond

utor

as s

obre

as

quai

s se

pos

sa f

orm

ar e

lect

ricid

ade

está

tica

e es

tand

o, p

or s

ua v

ez, o

con

junt

o lig

ado

à te

rra.

P

reca

uçõe

s in

divi

duai

s, e

quip

amen

to d

e pr

otec

ção

e pr

oced

imen

tos

de e

mer

gênc

ia:

6.1

SECÇ

ÃO 7

: M

ANU

SEAM

ENTO

E A

RMAZ

ENAG

EM

Pág

ina

4/14

Em

issã

o: 1

2/06

/201

2 Re

visã

o: 1

0/04

/201

5 Ve

rsão

: 4

(sub

stitu

i 3)

- CO

NTI

NU

A N

A PÁ

GIN

A SE

GU

INTE

-

Fr

ases

S:

R

38:

Irrit

ante

par

a a

pele

R

43:

Pode

cau

sar

sens

ibili

zaçã

o em

con

tact

o co

m a

pel

e R5

2/53

: N

ociv

o pa

ra o

s or

gani

smos

aqu

átic

os, p

oden

do c

ausa

r ef

eito

s ne

fast

os a

long

o pr

azo

no a

mbi

ente

aqu

átic

o.

R65

: N

ociv

o: p

ode

caus

ar d

anos

nos

pul

mõe

s se

inge

rido.

Fr

ases

R:

Noc

ivo

Xn

D

e ac

ordo

com

a le

gisl

ação

os

elem

ento

s do

rót

ulo

são

os s

egui

ntes

:

Xyl

azel

01

220

3 -

XY

LAZE

L FO

ND

O P

RO

TEC

TOR

DA

MA

DEI

RA

Fich

a de

dad

os d

e se

gura

nça

conf

orm

e 19

07/2

006/

EC (

REA

CH),

453

/201

0/EC

SECÇ

ÃO 1

: ID

ENTI

FICA

ÇÃO

DA

SUBS

TÂN

CIA/

MIS

TUR

A E

DA

SOCI

EDAD

E/EM

PRES

A

+

34 9

86 3

43 4

24 (

07:0

0 -

15:0

0)

mer

o de

tel

efon

e de

em

ergê

ncia

: 1.

4

xy

laze

l, s.

a.

Gán

dara

s de

Pra

do –

Bud

iño

s/n

3640

0 Po

rriñ

o -

Pont

eved

ra -

Spa

in

Tel.:

+34

986

343

424

-

Fax:

+34

986

346

240

ca

lidad

@xy

laze

l.com

w

ww

.xyl

azel

.com

Iden

tifi

caçã

o do

for

nece

dor

da f

icha

de

dado

s de

seg

uran

ça:

1.3

U

sos

desa

cons

elha

dos:

Tod

os a

quel

es u

so n

ão e

spec

ifica

dos

nest

a ep

ígra

fe o

u na

epí

graf

e 7.

3

U

sos

pert

inen

tes:

Pro

tect

or d

a m

adei

ra

U

tiliz

açõe

s id

enti

fica

das

rele

vant

es d

a su

bstâ

ncia

ou

mis

tura

e u

tiliz

açõe

s de

saco

nsel

hada

s:

1.2

Xy

laze

l 01

2203

- X

YLAZ

EL F

ON

DO

PR

OTE

CTO

R D

A M

ADEI

RA

Iden

tifi

cado

r do

pro

duto

: 1.

1

SECÇ

ÃO 2

: ID

ENTI

FICA

ÇÃO

DO

S PE

RIG

OS

D

irec

tiva

67/

548/

EC e

a D

irec

tiva

199

9/45

/EC

:

N

FPA

704

:

El

emen

tos

do r

ótul

o:

2.2

Aq

uatic

Acu

te 1

: Pe

rigos

idad

e ag

uda

para

o m

eio

ambi

ente

aqu

átic

o, C

ateg

oria

1

Aqua

tic C

hron

ic 1

: Pe

rigos

idad

e cr

ónic

a pa

ra o

mei

o am

bien

te a

quát

ico,

Cat

egor

ia 1

As

p. T

ox. 1

: Pe

rigo

por

aspi

raçã

o, C

ateg

oria

1

Flam

. Liq

. 3:

Líqu

idos

infla

máv

eis,

Cat

egor

ia 3

A

clas

sific

ação

des

te p

rodu

to f

oi e

fect

uada

em

con

form

idad

e co

m o

Reg

ulam

ento

nº1

272/

2008

(CL

P).

R

egul

amen

to n

º12

72/2

008

(CLP

):

Xi

: R3

8 -

Irrit

ante

par

a a

pele

, R43

- P

ode

caus

ar s

ensi

biliz

ação

em

con

tact

o co

m a

pel

e Xn

: R6

5 -

Noc

ivo:

pod

e ca

usar

dan

os n

os p

ulm

ões

se in

gerid

o.

R52

/53

- N

ociv

o pa

ra o

s or

gani

smos

aqu

átic

os, p

oden

do c

ausa

r ef

eito

s ne

fast

os a

long

o pr

azo

no a

mbi

ente

aqu

átic

o.

A

clas

sific

ação

do

prod

uto

foi r

ealiz

ada

em c

onfo

rmid

ade

com

a D

irect

iva

67/5

48/E

C e

a D

irect

iva

1999

/45/

EC, a

dapt

ando

as

suas

di

spos

i çõe

s ao

Reg

ulam

ento

(EC

) nº

1907

/200

6 (R

egul

amen

to R

EACH

).

D

irec

tiva

67/

548/

EC e

a D

irec

tiva

199

9/45

/EC

:

H

ealth

Haz

ards

: 0

Flam

mab

ility

Haz

ards

: 2

Inst

abili

ty H

azar

ds:

0 Sp

ecia

l Haz

ards

: N

ão r

elev

ante

N

FPA

704

:

C

lass

ific

ação

da

subs

tânc

ia o

u m

istu

ra:

2.1

Pág

ina

1/14

Em

issã

o: 1

2/06

/201

2 Re

visã

o: 1

0/04

/201

5 Ve

rsão

: 4

(sub

stitu

i 3)

- CO

NTI

NU

A N

A PÁ

GIN

A SE

GU

INTE

-

Xyl

azel

01

220

3 -

XY

LAZE

L FO

ND

O P

RO

TEC

TOR

DA

MA

DEI

RA

Fich

a de

dad

os d

e se

gura

nça

conf

orm

e 19

07/2

006/

EC (

REA

CH),

453

/201

0/EC

SECÇ

ÃO 2

: ID

ENTI

FICA

ÇÃO

DO

S PE

RIG

OS

(con

tinua

ção)

P1

01:

A fic

ha d

e da

dos

de s

egur

ança

enc

ontr

a-se

dis

poní

vel p

ara

o ut

iliza

dor

prof

issi

onal

que

a s

olic

itar

In

form

ação

sup

lem

enta

r:

S1

3: M

ante

r af

asta

do d

e al

imen

tos

e be

bida

s, in

clui

ndo

os d

os a

nim

ais.

S2

: M

ante

r fo

ra d

o al

canc

e da

s cr

ianç

as

S20/

21:

Não

com

er, b

eber

ou

fum

ar d

uran

te a

util

izaç

ão.

S23:

Não

res

pira

r os

vap

ores

e a

eros

sóis

S2

5: E

vita

r o

cont

acto

com

os

olho

s.

S29/

56:

Não

dei

tar

os r

esíd

uos

no e

sgot

o, e

limin

ar e

ste

prod

uto

e o

seu

reci

pien

te, e

nvia

ndo-

os p

ara

loca

l aut

oriz

ado

para

a

reco

lha

de r

esíd

uos

perig

osos

ou

espe

ciai

s.

S37:

Usa

r lu

vas

adeq

uada

s.

S51:

Util

izar

som

ente

em

loca

is b

em v

entil

ados

. S5

9: S

olic

itar

ao p

rodu

tor/

forn

eced

or in

form

açõe

s re

lativ

as à

sua

rec

uper

ação

/rec

icla

gem

. S6

2: E

m c

aso

de in

gest

ão, n

ão p

rovo

car

o vó

mito

. Con

sulta

r im

edia

tam

ente

um

méd

ico

e m

ostr

ar-lh

e a

emba

lage

m o

u o

rótu

lo.

S64:

Em

cas

o de

inge

stão

, enx

agua

r a

boca

com

águ

a (a

pena

s se

a p

esso

a es

tiver

con

scie

nte)

N

ão r

elev

ante

O

utro

s pe

rigo

s:

2.3

H

ydro

carb

ons,

C10

-C13

, n-a

lkan

es, i

soal

kane

s, c

yclic

s, <

2% a

rom

atic

s; S

olve

nte

naft

a (p

etro

leo)

, fra

ccao

aro

mat

ica

leve

, < 0

.1 %

EC

200

-753

-7;

Naf

ta (

petr

oleo

), f

racc

ao p

esad

a do

tra

tam

ento

com

hid

roge

nio,

< 0

.1 %

EC

200-

753-

7

Su

bstâ

ncia

s qu

e co

ntri

buem

par

a a

clas

sifi

caçã

o

EU

H06

6: P

ode

prov

ocar

pel

e se

ca o

u gr

etad

a, p

or e

xpos

ição

rep

etid

a EU

H20

8: C

onté

m D

iclo

fluan

ida

(ISO

), P

ropi

cona

zole

. Pod

e pr

ovoc

ar u

ma

reac

ção

alér

gica

EU

H21

0: F

icha

de

segu

ranç

a fo

rnec

ida

a pe

dido

EU

H40

1: P

ara

evita

r ris

cos

para

a s

aúde

hum

ana

e pa

ra о

am

bien

te, re

spei

tar

as in

stru

ções

de

utili

zaçã

o

In

form

ação

sup

lem

enta

r:

P1

01:

Se f

or n

eces

sario

con

sulta

r um

méd

ico,

mos

tre-

lhe

a em

bala

gem

ou

o ró

tulo

P1

02:

Man

ter

fora

do

alca

nce

das

cria

nças

P1

03:

Ler

o ró

tulo

ant

es d

a ut

iliza

ção

P270

: N

ao c

omer

, beb

er o

u fu

mar

dur

ante

a u

tiliz

ação

des

te p

rodu

to

P280

: U

sar

luva

s de

pro

tecç

ão/v

estu

ário

de

prot

ecçã

o/pr

otec

ção

ocul

ar/p

rote

cção

fac

ial

P301

+P3

10:

EM C

ASO

DE

ING

ESTÃ

O:

cont

acte

imed

iata

men

te u

m C

ENTR

O D

E IN

FORM

AÇÃO

AN

TIVE

NEN

OS

ou u

m m

édic

o P3

03+

P361

+P3

53:

SE E

NTR

AR E

M C

ON

TACT

O C

OM

A P

ELE

(ou

o ca

belo

): d

espi

r/re

tirar

imed

iata

men

te t

oda

a ro

upa

cont

amin

ada.

Enx

agua

r a

pele

com

águ

a/to

mar

um

duc

he

P331

: N

AO p

rovo

car

o vó

mito

P3

70+

P378

: Em

cas

o de

incê

ndio

: Pa

ra e

xtin

guir

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