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Processos antigos de protecção da madeira
Miguel Fevereiro Laranjeira Santos
Dissertação para a obtenção do Grau de Mestre em
Construção e Reabilitação
Orientadores
Professor Doutor João Paulo Janeiro Gomes Ferreira Doutora Lina Maria Ribeiro Nunes
Júri
Presidente: Professor Doutor Pedro Manuel Gameiro Henriques Orientadora: Doutora Lina Maria Ribeiro Nunes Vogal: Professor Doutor Fernando António Baptista Branco
Outubro de 2016
i
Resumo
O presente trabalho de investigação aborda a conservação de elementos de madeira através
de métodos preservadores tradicionais.
Numa primeira fase procedeu‐se ao levantamento histórico de métodos antigos de
protecção da madeira, com especial enfoque no contexto nacional, através de pesquisa
bibliográfica, e registou‐se um conjunto de técnicas, receitas e métodos tradicionais com
relevância na história da construção, independentemente do conhecimento da sua real
eficácia.
Numa segunda fase realizou‐se uma campanha experimental para aferir e comparar a
eficácia de alguns tratamentos tradicionais selecionados, nomeadamente os que recorrem à
aplicação de óleo queimado, óleo de linhaça, calda bordalesa, sulfato de cobre, e água salgada.
Durante a campanha experimental provetes de casquinha vermelha foram tratados com os
preservadores selecionados e expostos as agentes de degradação biológica, nomeadamente
térmitas subterrâneas e fungos de podridão da madeira. Paralelamente, para comparação,
foram realizados os mesmos procedimentos em provetes de madeira não tratada e tratada
com preservadores comerciais contemporâneos. Após o período de degradação dos provetes,
a eficácia de cada tratamento foi avaliada através de ensaios mecânicos e análise visual.
Através dos resultados obtidos demonstrou‐se que nenhum dos tratamentos tradicionais
ensaiados registou níveis de eficácia próximos dos registados nos tratamentos
contemporâneos contra o fungo de podridão. Denota‐se porem uma melhoria de eficácia nos
provetes tratados com Óleo queimado, Sulfato de Cobre e Água salgada, em comparação com
os provetes não tratados.
Todos os tratamentos tradicionais ensaiados se demonstraram ineficazes na protecção
contra o ataque de térmitas subterrâneas.
Palavras chave: madeira; preservadores tradicionais; óleo queimado; óleo de linhaça; calda
bordalesa; água salgada
i
Resumo
O presente trabalho de investigação aborda a conservação de elementos de madeira através
de métodos preservadores tradicionais.
Numa primeira fase procedeu‐se ao levantamento histórico de métodos antigos de
protecção da madeira, com especial enfoque no contexto nacional, através de pesquisa
bibliográfica, e registou‐se um conjunto de técnicas, receitas e métodos tradicionais com
relevância na história da construção, independentemente do conhecimento da sua real
eficácia.
Numa segunda fase realizou‐se uma campanha experimental para aferir e comparar a
eficácia de alguns tratamentos tradicionais selecionados, nomeadamente os que recorrem à
aplicação de óleo queimado, óleo de linhaça, calda bordalesa, sulfato de cobre, e água salgada.
Durante a campanha experimental provetes de casquinha vermelha foram tratados com os
preservadores selecionados e expostos as agentes de degradação biológica, nomeadamente
térmitas subterrâneas e fungos de podridão da madeira. Paralelamente, para comparação,
foram realizados os mesmos procedimentos em provetes de madeira não tratada e tratada
com preservadores comerciais contemporâneos. Após o período de degradação dos provetes,
a eficácia de cada tratamento foi avaliada através de ensaios mecânicos e análise visual.
Através dos resultados obtidos demonstrou‐se que nenhum dos tratamentos tradicionais
ensaiados registou níveis de eficácia próximos dos registados nos tratamentos
contemporâneos contra o fungo de podridão. Denota‐se porem uma melhoria de eficácia nos
provetes tratados com Óleo queimado, Sulfato de Cobre e Água salgada, em comparação com
os provetes não tratados.
Todos os tratamentos tradicionais ensaiados se demonstraram ineficazes na protecção
contra o ataque de térmitas subterrâneas.
Palavras chave: madeira; preservadores tradicionais; óleo queimado; óleo de linhaça; calda
bordalesa; água salgada
ii
Abstract
The focus of this research work is the conservation of timber elements using traditional
preservation methods.
On a first stage, a bibliographical research was conducted on ancient methods of timber
protection, with a special focus on the Portuguese territory. Through this survey, techniques,
recipes and traditional methods of timber protection, with a relevant role in construction
history, were registered regardless of its real efficiency.
On a second stage, an experimental campaign was conducted to evaluate and compare the
efficiency of a selected group of traditional preservatives, particularly those that use the
application of used car oil, linseed oil, Bordeaux mixture, and salt water.
During the experimental campaign, test specimens of scots pine were treated with the
selected traditional preservatives and exposed to the biological degradation agents, termites
and wood rot fungi. Meanwhile, to obtain comparable performance data, the same biological
degradation process was applied to untreated test specimens, and specimens treated with
contemporary commercial available wood preservatives. After the biological degradation
period, the performance of each preservative was evaluated through visual examination and
mechanical laboratory tests.
The results obtained demonstrated that none of the tested traditional preservatives reached
performance levels close to those registered, by contemporary preservatives, against wood rot
fungi. However, specimens treated with used car oil, copper sulphate, and salt water,
registered a performance improvement when compared with the results obtained on the
untreated specimens.
None of the traditional preservatives tested proved to be efficient against termite attack.
Key words: wood; traditional preservatives; used car oil; linseed oil; bordeaux mixture; salt
water
iii
Agradecimentos
À Doutora Lina Nunes e ao Professor João Gomes Ferreira o meu profundo agradecimento pela
ajuda, dedicação, compreensão e incansável disponibilidade que tiveram para comigo. A
amizade com que sempre me receberam foi verdadeiramente inspiradora e transmissora de
um espirito académico que eu desconhecia.
A toda a equipa da Unidade de Prevenção da Biodeterioração do Núcleo de Comportamento
de Estruturas no Laboratório Nacional de Engenharia Civil, o meu agradecimento pelas
excelentes condições de trabalho fornecidas, sem as quais não seria possível ter realizado este
trabalho, e sobretudo o meu agradecimento pela enorme generosidade e simpatia com que fui
sempre recebido.
À Dra. Sónia Duarte, Dra. Marta Duarte e ao Eng. António Silva, o meu especial agradecimento
pelo seu contributo fundamental durante a campanha experimental.
À Associação para o Desenvolvimento do Instituto Superior Técnico o meu agradecimento pelo
apoio fornecido à participação na conferência REHAB2014 ‐ International Conference on
Preservation, Maintenance and Rehabilitation of Historical Buildings and Structures, que
resultou na apresentação de um artigo desenvolvido no âmbito da presente dissertação.
iv
Índice
1. Introdução ___________________________________________________________ 1
1.1 Enquadramento geral ___________________________________________________ 1
1.2 Objectivos e metodologia _______________________________________________ 2
1.3 Organização do documento_____________________________________________ 2
2. Preservação e durabilidade __________________________________________ 4
2.1 Patologia e durabilidade ________________________________________________ 5
2.2 História da preservação de madeira _____________________________________ 7
2.2.1 A antiguidade clássica e os tratados de arquitectura _________________________ 8
2.2.2 A introdução de novas substancia químicas _________________________________ 10
2.2.3 A preservação industrial da madeira ________________________________________ 11
2.2.4 Os tratamentos preservadores contemporâneos e os desafios ambientais _____ 14
2.3 A preservação da madeira em Portugal _________________________________ 15
2.3.1 A Construção Naval ________________________________________________________ 15
2.3.2 Os manuais de construção _________________________________________________ 17
2.3.3 Revista A Construção Moderna _____________________________________________ 22
2.3.4 A preservação industrial da madeira em Portugal ____________________________ 29
3. Campanha experimental ____________________________________________ 30
3.1 Objectivo ______________________________________________________________ 30
3.1.1 Escolha e preparação da madeira __________________________________________ 30
3.1.2 Selecção dos tratamentos a ensaiar ________________________________________ 31
3.1.3 Selecção dos agentes de degradação _____________________________________ 32
3.1.4 Métodos de controlo _______________________________________________________ 33
3.2 Preparação dos tratamentos ___________________________________________ 33
3.2.1 Óleo queimado ____________________________________________________________ 33
3.2.2 Óleo de linhaça ____________________________________________________________ 33
3.2.3 Calda bordalesa ___________________________________________________________ 34
3.2.4 Sulfato de cobre ___________________________________________________________ 34
3.2.5 Água salgada ______________________________________________________________ 35
3.3 Aplicação dos tratamentos _____________________________________________ 35
3.3.1 Aplicação dos tratamentos para exposição a fungos de podridão ___________ 35
3.3.2 Aplicação dos tratamentos para exposição a térmitas _______________________ 36
3.4 Exposição a agentes de degradação ___________________________________ 38
3.4.1 Exposição a fungo de podridão Oligoporus placenta ________________________ 38
v
3.4.2 Exposição a térmitas subterrâneas __________________________________________ 40
3.5 Ensaios em provetes expostos a fungo de podridão ______________________ 43
3.5.1 Tensão de rotura em compressão axial ______________________________________ 43
3.5.2 Perda de massa ____________________________________________________________ 45
3.6 Ensaios em provetes expostos a térmitas _________________________________ 47
3.6.1 Taxa de sobrevivência ______________________________________________________ 47
3.6.2 Classificação visual _________________________________________________________ 48
4. Apresentação e análise de resultados ________________________________ 50
4.1 Provetes sem tratamento _______________________________________________ 50
4.1.1 Provetes expostos a fungo de podridão _____________________________________ 50
4.1.2 Provetes expostos a térmitas subterrâneas ___________________________________ 51
4.2 Óleo queimado ________________________________________________________ 52
4.2.1 Provetes expostos a fungo de podridão _____________________________________ 52
4.2.2 Provetes expostos a térmitas subterrâneas ___________________________________ 53
4.3 Óleo de linhaça ________________________________________________________ 54
4.3.1 Provetes expostos a fungo de podridão _____________________________________ 54
4.3.2 Provetes expostos a térmitas subterrâneas ___________________________________ 55
4.4 Calda bordalesa receita ________________________________________________ 56
4.4.1 Provetes expostos a fungo de podridão _____________________________________ 56
4.4.2 Provetes expostos a térmitas subterrâneas ___________________________________ 57
4.5 Calda bordalesa PH7 ___________________________________________________ 58
4.5.1 Provetes expostos a fungo de podridão _____________________________________ 58
4.5.2 Provetes expostos a térmitas subterrâneas ___________________________________ 59
4.6 Sulfato de cobre _______________________________________________________ 60
4.6.1 Provetes expostos a fungo de podridão _____________________________________ 60
4.6.2 Provetes expostos a térmitas subterrâneas ___________________________________ 61
4.7 Água salgada __________________________________________________________ 62
4.7.1 Provetes expostos a fungo de podridão _____________________________________ 62
4.7.2 Provetes expostos a térmitas subterrâneas ___________________________________ 63
4.8 Tratamentos comerciais contemporâneos _______________________________ 64
4.8.1 Provetes expostos a fungo de podridão _____________________________________ 64
4.8.2 Provetes expostos a térmitas subterrâneas ___________________________________ 66
4.9 Análise de resultados ___________________________________________________ 67
4.9.1 Exposição a fungo de podridão _____________________________________________ 67
4.9.2 Exposição a térmitas subterrâneas __________________________________________ 69
5. Conclusões _________________________________________________________ 71
5.1 Conclusões ____________________________________________________________ 71
vi
5.1.2 Eficácia contra fungos de podridão _________________________________________ 71
5.1.3 Eficácia contra térmitas subterrâneas _______________________________________ 72
5.1.3 Usabilidade dos preservadores tradicionais ensaiados _______________________ 72
5.2 Perspectivas de desenvolvimentos futuros _______________________________ 73
Bibliografia ____________________________________________________________ 75
Anexos A ______________________________________________________________ 78
Mapas de provetes expostos a fungos de podridão _________________________ 78
A.1 Mapa de provetes não tratados ______________________________________________ 79
A.2 Mapa de provetes tratados com óleo queimado _____________________________ 80
A.3 Mapa de provetes tratados com óleo de linhaça _____________________________ 81
A.4 Mapa de provetes tratados com calda bordalesa rec. ________________________ 82
A.5 Mapa de provetes tratados com calda bordalesa PH7 ________________________ 83
A.6 Mapa de provetes tratados com sulfato de cobre ____________________________ 84
A.7 Mapa de provetes tratados com água salgada _______________________________ 85
A.8 Mapa de provetes tratados com Xylophene SOR2 _____________________________ 86
A.9 Mapa de provetes tratados com Xylazel fondo _______________________________ 87
Anexos B ______________________________________________________________ 88
Mapas de provetes expostos a térmitas subterrâneas ________________________ 88
B.1 Mapa de provetes não tratados ______________________________________________ 89
B.2 Mapa de provetes tratados com óleo queimado ______________________________ 89
B.3 Mapa de provetes tratados com óleo de linhaça _____________________________ 90
B.4 Mapa de provetes tratados com calda bordalesa rec. ________________________ 90
B.5 Mapa de provetes tratados com calda bordalesa PH7 ________________________ 91
B.6 Mapa de provetes tratados com sulfato de cobre _____________________________ 91
B.7 Mapa de provetes tratados com água salgada _______________________________ 92
B.8 Mapa de provetes tratados com Xylophene SOR2 _____________________________ 92
B.9 Mapa de provetes tratados com Xylazel fondo ________________________________ 93
Anexos C ______________________________________________________________ 94
Fichas técnicas dos produtos preservadores comerciais contemporâneos utilizados na campanha experimental ______________________________________ 94
vii
Índice de figuras
FIGURA 1 – ILUSTRAÇÃO DA APLICAÇÃO DE PRESERVADOR COM A ÁRVORE EM AINDA DE PÉ (SEGURADO, 1936) _______ 20
FIGURA 2 ‐ ILUSTRAÇÃO DA INJECÇÃO DE PRESERVADOR EM POSTES DE MADEIRA (SEGURADO, 1936) ______________ 20
FIGURA 3 – ARTIGO “PARA CONSERVAR A MADEIRA” PUBLICADO NA REVISTA A CONSTRUÇÃO MODERNA Nº29 ANO II
(ANON., 1901) ___________________________________________________________________ 26
FIGURA 4 – ARTIGO “VERNIZ PARA PRESERVAR AS MADEIRAS DA HUMIDADE” PULBICADO NA REVISTA A CONSTRUÇÃO
MODERNA Nº3 ANO VIII (ANON., 1907‐1908) _____________________________________________ 26
FIGURA 5 – ARTIGO “A HUMIDADE DA MADEIRA” PUBLICADOS NA REVISTA A CONSTRUÇÃO MODERNA, Nº29 ANO X ___ 27
FIGURA 6 – ARTIGO DA REVISTA “CONSERVAÇÃO DA MADEIRA” PUBLICADO NA REVISTA A CONSTRUÇÃO MODERNA Nº 3 ANO
XVI ___________________________________________________________________________ 28
FIGURA 7 – CONJUNTO DE PROVETES SELECIONADOS EM SALA CONDICIONADA ______________________________ 31
FIGURA 8 – FRASCO COM CULTURA DE OLIGOPORUS PLACENTA, E CAPTURA DE TÉRMITAS EM PEÇAS DE MADEIRA RECOLHIDAS
EM CAMPO. ______________________________________________________________________ 32
FIGURA 9 ‐ APLICAÇÃO DE TRATAMENTO PRESERVADOR POR IMERSÃO ____________________________________ 35
FIGURA 10 ‐ SECAGEM DE PROVETES APÓS APLICAÇÃO DO TRATAMENTO PRESERVADOR ________________________ 36
FIGURA 11 – CONJUNTO DE PROVETES COM TOPOS COLMATADOS COM PARAFINA ____________________________ 37
FIGURA 12 – APLICAÇÃO DE TRATAMENTO PRESERVADOR POR PINCELAGEM, SOBRE BALANÇA DE PRECISÃO ___________ 37
FIGURA 13 – FRASCO DE KOLLE COM CULTURA DE FUNGO OLIGOPORUS PLACENTA ___________________________ 38
FIGURA 14 – FRASCO DE KOLLE COM MEIO DE CULTURA _____________________________________________ 39
FIGURA 15 – COLOCAÇÃO DE PROVETE TRATADO E PROVETE‐TESTEMUNHO EM FRASCO DE KOLLE COM CULTURA DE
OLIGOPORUS PLACENTA ______________________________________________________________ 39
FIGURA 16 – FRASCOS DE KOLLE APÓS PERÍODO DE EXPOSIÇÃO SOBRE FUNGO OLIGOPORUS PLACENTA E SOBRE MEIO DE
CULTURA ________________________________________________________________________ 40
FIGURA 17 – PROVETES‐TESTEMUNHO APÓS EXPOSIÇÃO AO FUNGO DE PODRIDÃO ___________________________ 40
FIGURA 18 – ESQUEMA DE MONTAGEM DO ENSAIO (EN 118, 2013) ____________________________________ 41
FIGURA 19 – SEPARAÇÃO DE GRUPOS DE TÉRMITAS PARA ENSAIO _______________________________________ 41
FIGURA 20 ‐ SEQUÊNCIA DE MONTAGEM DO ENSAIO _______________________________________________ 42
FIGURA 21 – PROVETES APÓS O PERÍODO DE EXPOSIÇÃO E IMEDIATAMENTE ANTES DA DESMONTAGEM _____________ 43
FIGURA 22 – ENSAIO DE TENSÃO DE ROTURA POR COMPRESSÃO AXIAL (NP 618, 1973) _______________________ 44
FIGURA 23 – PROVETE APÓS EXPOSIÇÃO A TÉRMITAS CLASSIFICADOS COM GRAU DE ATAQUE 0 ___________________ 49
FIGURA 24 – PROVETE APÓS EXPOSIÇÃO A TÉRMITAS, CLASSIFICADO COM GRAU DE ATAQUE 4 ____________________ 49
FIGURA 25 – RESULTADOS DO ENSAIO DE TENSÃO DE RUTURA EM COMPRESSÃO AXIAL (NP 618, 1973)EM PROVETES NÃO
TRATADOS E EXPOSTOS AO FUNGO DE PODRIDÃO OLIGOPORUS PLACENTA _____________________________ 50
FIGURA 26 – PERDA DE MASSA REGISTADA EM PROVETES NÃO TRATADOS E EXPOSTOS AO FUNGO DE PODRIDÃO OLIGOPORUS
PLACENTA _______________________________________________________________________ 50
FIGURA 27 ‐ TAXA DE SOBREVIVÊNCIA REGISTADA (EN 118, 2013)EM PROVETES NÃO TRATADOS E EXPOSTOS A TÉRMITAS 51
viii
FIGURA 28 – CLASSIFICAÇÃO VISUAL SEGUNDO A NORMA (EN 118, 2013) DE PROVETES NÃO TRATADOS E EXPOSTOS A
TÉRMITAS _______________________________________________________________________ 51
FIGURA 29 – RESULTADOS DO ENSAIO DE TENSÃO DE RUTURA EM COMPRESSÃO AXIAL (NP 618, 1973)EM PROVETES
TRATADOS COM ÓLEO QUEIMADO E EXPOSTOS AO FUNGO DE PODRIDÃO OLIGOPORUS PLACENTA _____________ 52
FIGURA 30 – PERDA DE MASSA REGISTADA EM PROVETES TRATADOS COM ÓLEO QUEIMADO E EXPOSTOS AO FUNGO DE
PODRIDÃO OLIGOPORUS PLACENTA ______________________________________________________ 53
FIGURA 31 – CLASSIFICAÇÃO VISUAL SEGUNDO A NORMA (EN 118, 2013) DE PROVETES TRATADOS COM ÓLEO QUEIMADO E
EXPOSTOS A TÉRMITAS _______________________________________________________________ 53
FIGURA 32 – RESULTADOS DO ENSAIO DE TENSÃO DE RUTURA EM COMPRESSÃO AXIAL (NP 618, 1973)EM PROVETES
TRATADOS COM ÓLEO DE LINHAÇA E EXPOSTOS AO FUNGO DE PODRIDÃO OLIGOPORUS PLACENTA _____________ 54
FIGURA 33 – PERDA DE MASSA REGISTADA EM PROVETES TRATADOS COM ÓLEO DE LINHAÇA E EXPOSTOS AO FUNGO DE
PODRIDÃO OLIGOPORUS PLACENTA ______________________________________________________ 55
FIGURA 34 ‐ TAXA DE SOBREVIVÊNCIA REGISTADA (EN 118, 2013)EM PROVETES TRATADOS COM ÓLEO DE LINHAÇA E
EXPOSTOS A TÉRMITAS _______________________________________________________________ 55
FIGURA 35 – CLASSIFICAÇÃO VISUAL SEGUNDO A NORMA (EN 118, 2013) DE PROVETES TRATADOS COM ÓLEO DE LINHAÇA E
EXPOSTOS A TÉRMITAS _______________________________________________________________ 55
FIGURA 36 – RESULTADOS DO ENSAIO DE TENSÃO DE RUTURA EM COMPRESSÃO AXIAL (NP 618, 1973)EM PROVETES
TRATADOS COM CALDA BORDALESA RECEITA E EXPOSTOS AO FUNGO DE PODRIDÃO O.PLACENTA ______________ 56
FIGURA 37 – PERDA DE MASSA REGISTADA EM PROVETES TRATADOS COM CALDA BORDALESA RECEITA E EXPOSTOS AO FUNGO
DE PODRIDÃO OLIGOPORUS PLACENTA ____________________________________________________ 57
FIGURA 38 ‐ TAXA DE SOBREVIVÊNCIA REGISTADA (EN 118, 2013)EM PROVETES TRATADOS COM CALDA BORDALESA RECEITA
E EXPOSTOS A TÉRMITAS _____________________________________________________________ 57
FIGURA 39 – CLASSIFICAÇÃO VISUAL SEGUNDO A NORMA (EN 118, 2013) DE PROVETES TRATADOS COM CALDA BORDALESA
RECEITA E EXPOSTOS A TÉRMITAS ________________________________________________________ 57
FIGURA 40 – RESULTADOS DO ENSAIO DE TENSÃO DE RUTURA EM COMPRESSÃO AXIAL (NP 618, 1973)EM PROVETES
TRATADOS COM CALDA BORDALESA PH7 E EXPOSTOS AO FUNGO DE PODRIDÃO OLIGOPORUS PLACENTA ________ 58
FIGURA 41 – PERDA DE MASSA REGISTADA EM PROVETES TRATADOS COM CALDA BORDALESA PH7 E EXPOSTOS AO FUNGO DE
PODRIDÃO OLIGOPORUS PLACENTA ______________________________________________________ 59
FIGURA 42 ‐ TAXA DE SOBREVIVÊNCIA REGISTADA (EN 118, 2013)EM PROVETES TRATADOS COM CALDA BORDALESA PH7 E
EXPOSTOS A TÉRMITAS _______________________________________________________________ 59
FIGURA 43 – CLASSIFICAÇÃO VISUAL SEGUNDO A NORMA (EN 118, 2013) DE PROVETES TRATADOS COM CALDA BORDALESA
PH7 E EXPOSTOS A TÉRMITAS __________________________________________________________ 59
FIGURA 44 – RESULTADOS DO ENSAIO DE TENSÃO DE RUTURA EM COMPRESSÃO AXIAL (NP 618, 1973)EM PROVETES
TRATADOS COM SULFATO DE COBRE RECEITA E EXPOSTOS AO FUNGO OLIGOPORUS PLACENTA ________________ 60
FIGURA 45 – PERDA DE MASSA REGISTADA EM PROVETES TRATADOS COM SULFATO DE COBRE E EXPOSTOS AO FUNGO DE
PODRIDÃO OLIGOPORUS PLACENTA ______________________________________________________ 61
ix
FIGURA 46 ‐ TAXA DE SOBREVIVÊNCIA REGISTADA (EN 118, 2013)EM PROVETES TRATADOS COM SULFATO DE COBRE E
EXPOSTOS A TÉRMITAS _______________________________________________________________ 61
FIGURA 47 – CLASSIFICAÇÃO VISUAL SEGUNDO A NORMA (EN 118, 2013) DE PROVETES TRATADOS COM SULFATO DE COBRE
E EXPOSTOS A TÉRMITAS _____________________________________________________________ 61
FIGURA 48 – RESULTADOS DO ENSAIO DE TENSÃO DE RUTURA EM COMPRESSÃO AXIAL (NP 618, 1973)EM PROVETES
TRATADOS COM ÁGUA SALGADA E EXPOSTOS AO FUNGO DE PODRIDÃO OLIGOPORUS PLACENTA ______________ 62
FIGURA 49 – PERDA DE MASSA REGISTADA EM PROVETES TRATADOS COM ÁGUA SALGADA E EXPOSTOS AO FUNGO DE
PODRIDÃO OLIGOPORUS PLACENTA ______________________________________________________ 63
FIGURA 50 ‐ TAXA DE SOBREVIVÊNCIA REGISTADA (EN 118, 2013)EM PROVETES TRATADOS COM ÁGUA SALGADA E
EXPOSTOS A TÉRMITAS _______________________________________________________________ 63
FIGURA 51 – CLASSIFICAÇÃO VISUAL SEGUNDO A NORMA (EN 118, 2013) DE PROVETES TRATADOS COM ÁGUA SALGADA E
EXPOSTOS A TÉRMITAS _______________________________________________________________ 63
FIGURA 52 – RESULTADOS DO ENSAIO DE TENSÃO DE RUTURA EM COMPRESSÃO AXIAL (NP 618, 1973)EM PROVETES
TRATADOS COM XYLOPHENE SOR2 E EXPOSTOS AO FUNGO DE PODRIDÃO OLIGOPORUS PLACENTA ____________ 64
FIGURA 53 – RESULTADOS DO ENSAIO DE TENSÃO DE RUTURA EM COMPRESSÃO AXIAL (NP 618, 1973)EM PROVETES
TRATADOS COM XYLAZEL FONDO E EXPOSTOS AO FUNGO DE PODRIDÃO OLIGOPORUS PLACENTA ______________ 64
FIGURA 54 – PERDA DE MASSA REGISTADA EM PROVETES TRATADOS COM XYLOPHENE SOR2 E EXPOSTOS AO FUNGO DE
PODRIDÃO OLIGOPORUS PLACENTA ______________________________________________________ 65
FIGURA 55 – PERDA DE MASSA REGISTADA EM PROVETES TRATADOS COM XYLAZEL FONDO E EXPOSTOS AO FUNGO DE
PODRIDÃO OLIGOPORUS PLACENTA ______________________________________________________ 65
FIGURA 56 – CLASSIFICAÇÃO VISUAL SEGUNDO A NORMA (EN 118, 2013) DE PROVETES TRATADOS COM XYLAZEL FONDO E
EXPOSTOS A TÉRMITAS _______________________________________________________________ 66
FIGURA 57 – COMPARAÇÃO ENTRE VALORES MÉDIOS DE TENSÃO DE RUTURA EM COMPRESSÃO AXIAL (NP 618, 1973), POR
TRATAMENTO PRESERVADOR APLICADO, EM PROVETES EXPOSTOS AO FUNGO DE PODRIDÃO OLIGOPORUS PLACENTA _ 67
FIGURA 58‐ COMPARAÇÃO ENTRE VALORES MÉDIOS DE PERDA DE MASSA, POR TRATAMENTO PRESERVADOR APLICADO, EM
PROVETES EXPOSTOS AO FUNGO DE PODRIDÃO OLIGOPORUS PLACENTA ______________________________ 68
FIGURA 59 ‐ COMPARAÇÃO ENTRE VALORES MÉDIOS DE TAXA DE SOBREVIVÊNCIA (EN 118, 2013), POR TRATAMENTO
PRESERVADOR APLICADO, EM PROVETES EXPOSTOS AO INSECTO XILÓFAGO TÉRMITAS _____________________ 69
FIGURA 60 ‐ COMPARAÇÃO ENTRE VALORES MÉDIOS DE CLASSIFICAÇÃO VISUAL (EN 118, 2013), POR TRATAMENTO
PRESERVADOR APLICADO, EM PROVETES EXPOSTOS AO INSECTO XILÓFAGO TÉRMITAS _____________________ 70
FIGURA 61 – ALTERAÇÃO DE COR DA MADEIRA EM PROVETES TRATADOS __________________________________ 73
1
1. Introdução
O presente trabalho de investigação desenvolve‐se sobre o levantamento e estudo de
processos antigos para a preservação e conservação de elementos de madeiras utilizados na
construção de edifícios.
1.1 Enquadramento geral
A indústria da construção civil, marcada pela sua enorme pegada de carbono, procura novas
soluções sustentáveis para reduzir o elevado consumo de recursos e produção de resíduos.
Nesta pesquisa a madeira, material de construção com longa história na construção, é
frequentemente apontada como o material de construção do futuro.
Ironicamente os factores que elegem a madeira como a matéria‐prima de eleição, muito
associados ao facto de se tratar de um material natural, são os mesmos que assombram a
indústria da madeira no seu ponto mais fraco, a durabilidade. A questão da durabilidade da
madeira foi resolvida durante o último século maioritariamente com recurso a preservadores
nocivos à saúde e ao meio ambiente e que têm vindo a ser retirados mercado desde o final do
séc. XX. Presentemente, a indústria da madeira procura um avanço tecnológico que permita
encontrar um equilíbrio entre a protecção ambiental e a preservação de um material que terá
um papel crucial no futuro da construção.
No contexto nacional a indústria da construção civil confronta‐se ainda com um outro
desafio. A necessidade de novas construções atingiu valores mínimos nos últimos anos e existe
um crescente parque habitacional degradado e abandonado no centro das nossas cidades. No
futuro próximo a sustentabilidade destes centros urbanos e, consequentemente, da própria
indústria da construção, deverá ser focada na requalificação e reabilitação deste edificado
histórico. Os conhecimentos sobre a madeira, como matéria‐prima de eleição no passado para
estruturas e revestimentos, e a questão da sua durabilidade voltam a ter aqui um papel de
grande relevância.
2
1.2 Objectivos e metodologia
A dissertação em questão tem dois objectivos estruturantes.
O primeiro objectivo consiste no levantamento histórico de métodos antigos de protecção
da madeira, com especial enfoque no contexto nacional, através de pesquisa bibliográfica.
Pretende‐se registar e compilar um conjunto de técnicas, receitas e métodos tradicionais que
tenham relevância na história da construção, independentemente da sua eficácia.
O segundo objectivo prende‐se com a avaliação e quantificação da eficácia destes métodos
tradicionais. Após concluído o primeiro objectivo será seleccionado um conjunto de métodos
tradicionais relevantes no contexto nacional e, em laboratório, será ensaiada a sua real
capacidade e eficácia na protecção da madeira.
Ao cumprir estes dois objectivos pretende‐se compilar um conjunto de dados que possam
ser úteis na pesquisa de novos métodos preservadores da madeira, bem como na análise e
interpretação de elementos existentes no edificado histórico aquando das intervenções de
reabilitação.
1.3 Organização do documento
O presente documento é composto por cinco capítulos, conforme descrito abaixo:
Capítulo 1: Introdução
São apresentados os pressupostos, objectivos e metodologias utilizadas que envolvem o
presente trabalho de investigação, enquadrando e justificando o tema em todas as suas
vertentes.
Capítulo 2: Preservação e Durabilidade
Neste capítulo são descritos os principais agentes de degradação, e a evolução das técnicas
da preservação da madeira ao longo da história. São também referidos os novos desafios
ambientais que condicionam os tratamentos preservadores contemporâneos.
3
Capítulo 3: Campanha experimental
Com base nos resultados da pesquisa bibliográfica foi feita uma selecção de preservadores
tradicionais. Este capítulo descreve o trabalho laboratorial desenvolvido com a finalidade de
determinar e quantificar a eficácia destes métodos preservadores tradicionais.
Capítulo 4: Resultados e análise de dados
Neste capítulo são apresentados e analisados os resultados obtidos na campanha
experimental.
Capítulo 5: Conclusões e perspectivas de desenvolvimento futuro
Neste capítulo são apresentadas as conclusões do trabalho desenvolvido e a análise dos
objectivos iniciais e das metas atingidas. São listados e descritos os temas de investigação
passiveis de desenvolvimento futuro com base nos resultados obtidos quer na pesquisa
bibliográfica, quer na campanha laboratorial.
Anexos
Nos anexos são apresentados a totalidade dos dados obtidos durante a campanha
experimental e que servem de base aos resultados apresentados no texto.
4
2. Preservação e durabilidade
A madeira como material natural não é imune à deterioração, contudo, este processo está
dependente da exposição a condições ambientais propicias e por um período de tempo
suficientemente longo. A duração deste período varia consideravelmente de espécie para
espécie de madeira e do tipo de agente de degradação a que é exposta.
Os agentes de degradação são organismos vivos, genericamente insectos, fungos e xilófagos
marinhos, que utilizam a madeira como fonte de alimentação, abrigo ou local de incubação
(Connell, 1991) e cuja sobrevivência está condicionada à existência de requisitos específicos
como alimentação, humidade, temperatura e oxigénio.
Numa primeira aproximação aos métodos de preservação da madeira, o processo de
degradação poderá ser evitado se as condições de exposição forem improprias para o
desenvolvimento destes organismos. Por exemplo, em ambientes extremamente secos, com
baixas temperaturas ou saturados de água, a madeira poderá ficar imune ao ataque destes
organismos e deste modo conservar‐se‐á durante centenas de anos (Wilkinson, 1979). Vários
achados arqueológicos são exemplo desta situação. A madeira dos caixões encontrados nas
tumbas dos Faraós Egípcios, que se manteve seca durante 4000 anos e após esse período não
apresentava sinais de degradação por fungos ou insectos (Connell, 1991), ou o navio inglês
Marie Rose que afundou em 1545 que se conservou durante 4 séculos no fundo mar (Connell,
1991).
Todavia a criação destas condições, adversas aos agentes de degradação, não é compatível
com a generalidade das situações em que a madeira é utilizada na construção e no sentido
prático a preservação da madeira geralmente refere‐se á utilização de tratamentos químicos,
tóxicos para insectos, fungos e xilófagos marinhos de modo a aumentar a durabilidade natural
da madeira (Wilkinson, 1979).
5
2.1 Patologia e durabilidade
Albino de Carvalho (1996) propõe a esquematização das causas de degradação da madeira,
descrita na Tabela 1, classificando‐as em duas categorias: agentes de degradação abiótica e
agentes de degradação biótica.
Deg
rad
ação
ab
ióti
ca
1.Erosão Inicialmente foto degradação por raios UV e oxidação
2. Degradação térmica – destilação ou aquecimento
a. Exposição a baixa temperatura (< 200°C)
b. Exposição a alta temperatura na ausência de oxigénio (>200°C)
c. Combustão (acima dos 275°C)
3. Degradação química
a. Exposição a ácidos fortes
b. Exposição a bases fortes
c. Exposição a agentes de forte oxidação e a alguns solventes orgânicos
4. Meteorização (erosão mecânica)
Fragmentação e degradação superficial (nomeadamente por fenómenos de retração/entumescimento, erosão eólica sempre conjugada com abrasivos em transporte – poeiras, etc.),
Deg
rad
ação
bió
tica 5. Infestação animal
a. Perfuração e abrasão superficial por xilófagos marinhos
b. Escavações e galerias por insectos (térmitas, carunchos e perfuradores), xilófagos marinhos
6. Podridões e alterações
a. Esculpido e escavação da parede celular por bactérias
b. Embolorecimento superficial por fungos
c. Descoloração do borne por fungos
d. Podridão por fungos (podridões moles, podridão castanha e podridões brancas)
Tabela 1 – Agentes de degradação da madeira, adaptado de (Carvalho, 1996)
Apesar da diversidade de possíveis agentes de degradação, a grande parte da
responsabilidade da deterioração do material lenhoso é imputada aos agentes de origem
biológica (Carvalho, 1996). O risco de ataque por estes agentes biológicos (insectos, fungos e
xilófagos marinhos) não depende apenas da sua presença, pois é necessária a existência de
certas condições hidrotérmicas ambientais que vão condicionar o tipo e a velocidade de
degradação da madeira (Cruz & Nunes, 2012). Deste modo, o teor de água da madeira é um
factor base na definição das classes de risco de aplicação estabelecidas pela norma
EN335:2013 (Tabela 2). Para além deste factor, a conservação da madeira está também ligada
6
à durabilidade natural da espécie, ou seja, a resistência natural da madeira ao ataque por os
agentes biológicos, e à sua impregnabilidade ou capacidade de receber tratamentos
preservadores.
Classes de
risco Situações gerais
de serviço
Ocorrência de agentes de degradação biológica
Fungos de descoloração
Fungo de podridão Caruncho Térmitas
Xilófagos marinhos
1 Interior seco ‐ ‐ U L ‐
2
Interior ou coberto, não exposto aos agentes meteorológicos. Possibilidade de condensação de água
U U U L ‐
3
Exterior, sem contacto com o solo, com exposição aos agentes meteorológicos
U U U L ‐ 3.1 Exposição limitada à humidade
3.2 Exposição prolongada à humidade
4 Exterior em contacto com o
solo e/ou água doce U U U L ‐
5 Em contacto permanente ou submersa em água salgada
Ud Ud Ud Ld U
U = presença ubíqua na Europa e territórios da União EuropeiaL = presença em locais da Europa e União Europeia d = Parte dos elementos fora de água podem ser expostos a todos os agentes biológicos descritos
Tabela 2 – Classes de risco de aplicação de madeira maciça, adap. de EN335:2013
A utilização das classes de risco na prescrição de elementos em madeira permite a utilização
de espécies de madeira adequadas, com tratamento preservador adequado quando
necessário, para a função que vai desempenhar, reduzindo a probabilidade de casos graves de
degradação biológica (Cruz & Nunes, 2012).
O ataque por fungos de podridão da madeira, em geral pode ocorrer facilmente assim que se
estabeleçam as condições ecológicas necessárias para o seu desenvolvimento. Estes ataques
podem ter como origem o contágio por peças de madeira já infectadas, ou através da
germinação de poros na madeira húmida. As condições de humidade e temperatura do
ambiente são fundamentais para o desenvolvimento de fungos, pois o ataque só se processa
quando o teor de água da madeira atinge valores superiores a 20%.
7
Como seres vivos, os fungos necessitam também de valores convenientes de oxigénio e
temperaturas do ambiente para a realização dos seus processos fisiológicos. A ausência de
oxigénio por saturação completa da madeira, temperaturas acima de 40‐50°C, e a secagem da
madeira para um teor de água abaixo dos 20%, são factores que limitam o desenvolvimento
destes fungos (Cruz & Nunes, 2012)
Os fungos podem ser separados em fungos cromogéneos que provocam manchas azuladas
no borne da madeira, mas que não alteram significativamente a estrutura da madeira, e em
fungos que originam diversos tipos de podridão, nomeadamente, fungos de podridão branca,
podridão castanha, e microfungos de podridão mole que degradam a parede celular da
madeira e como tal alteram as características mecânicas da madeira.
Tal como os fungos de podridão, as térmitas subterrâneas necessitam de um ambiente com
elevada humidade para que se desenvolvam. Estes insectos xilófagos vivem em sociedade,
organizada por castas, existindo em cada casta elementos com funções especificas,
reprodutor, obreiras e soldados. Os estragos causados por este xilófago são significativos, não
só pelo volume de material lenhoso depredado, mas também por actuarem no interior das
peças de madeira o que dificulta o diagnostico da sua presença e permite o avanço da colonia
no processo de degradação. Os escassos sinais externos de actividade, que apenas se revelam
já em estados avançados do ataque, podem ser canais de terra característicos, onde as
térmitas se deslocam ao abrigo da luz, ou, na época adequada, a presença de asas ou mesmo
de reprodutores em dispersão (Cruz & Nunes, 2012).
No grupo dos agentes biológicos existem também os insectos xilófagos de madeira seca,
onde se destacam os insectos de ciclo larvar completo, vulgarmente designados de caruncho e
as térmitas de madeira seca que têm particular incidência nas ilhas da Madeira e algumas ilhas
dos Açores (Cruz & Nunes, 2012).
2.2 História da preservação de madeira
A utilização da madeira como material de construção acompanha a história da arquitectura
desde o início e, naturalmente, a preocupação com a sua resistência e durabilidade também
terá uma história igualmente longa. Seguramente o exemplo mais famoso que confirma esta
longevidade estará no Antigo Testamento. A especificidade do método preservador no
discurso de Deus quando avisa Noé que deverá construir uma arca para se salvar do
8
extermínio de todos os mortais é revelante da importância deste assunto na época em que foi
escrito.
13 Deus disse a Noé: “Para mim, chegou o fim de todo o mortal, porque a terra está cheia de delitos por causa deles; e eis que eu os exterminarei juntamente com a terra. 14 faz para ti uma arca de madeira resinosa. Fá‐la‐ás dividida em compartimentos, e a calafetarás com betume por dentro e por fora” Antigo Testamento ‐ Gênesis (6 ,13‐14)
2.2.1 A antiguidade clássica e os tratados de arquitectura
Existem vários registos históricos onde são relatados métodos de preservação da madeira na
antiguidade clássica. O geografo grego Heródoto no séc. V a.C. descreve a utilização de alúmen
como retardante de chama e o uso de extractos de óleos, betumes e resinas para preservar
materiais orgânicos (Unger, et al., 2001). Outros registos desta época revelam que os gregos
tratavam a estrutura de madeira com óleos injectados através de furos previamente feitos de
modo a obter uma maior penetração do preservador e que assentavam os pilares de madeira
sobre bases em pedra para se manterem secos. (Wilkinson, 1979).
No séc. IV a.C. Alexandre Magno decreta que os pilares e outras peças de madeira utilizadas
na construção pontes devem ser tratadas com azeite para prevenir a sua deterioração (Unger,
et al., 2001).
Em 77 d.C. Plínio Segundo descreve em Naturalis Historia que a madeira tratada com óleo de
cedro seria resistente à podridão e a ataque de insectos. Plínio relata ainda a descoberta que
no templo de Ephesus a estátua em madeira de Diana haveria sido impregnada com o óleo de
nardo através de vários orifícios abertos na sua base (Unger, et al., 2001). Escavações mais
recentes revelaram a utilização de carbonização superficial dos pilares de madeira utilizados
nos pilares deste templo (Wilkinson, 1979).
No séc. IV Palladius, autor do tratado de agricultura Opus agriculturae, descreve a utilização
de água salgada como preservador da madeira (Unger, et al., 2001).
As primeiras tentativas para aumentar a duração natural da madeira envolviam tratamentos
com métodos preservadores como a carbonização, conservação em água salgada, pincelagem
com óleos, alcatrão e pez (Unger, et al., 2001). Estes métodos preservadores assentam em dois
9
princípios, a introdução de elementos tóxicos/repelentes aos agentes de degradação, e o
controlo do teor de água através da aplicação de produtos que reduzam a capacidade de
absorção da madeira.
Através de Vitrúvio, sabemos que o conhecimento sobre a preservação da madeira não se
cingia apenas a estes dois princípios. No seu tratado De Architectura, séc. I a.C., Vitrúvio dedica
os dois últimos capítulos do Livro II à durabilidade da madeira empregue na construção.
Apesar de também referir a aplicação de tratamentos preservadores como a carbonização, o
óleo de cedro e os resíduos da produção de azeite, Vitrúvio dá especial enfoque à durabilidade
natural da madeira.
Neste tratado são descritas diferentes espécies de árvores como o carvalho, roble, olmo,
cipreste, abeto, pinheiro, larício, cedro, choupo, faia, entre outras. Vitrúvio traça as
características de cada espécie relacionando os quatro elementos presentes em cada uma (ar,
água, terra e fogo) com a sua correcta aplicação na construção.
Contudo, Vitrúvio também afirma que a durabilidade natural da madeira não depende só das
características próprias de cada espécie, mas é também influenciada pelo clima a que a árvore
está exposta durante o seu crescimento, a época do ano é que é feito o abate, e o modo como
a árvore é cortada. Segundo ele o abate deve ser feito no Outono, época em que a árvore
recupera o seu estado natural de robustez, pois considera que durante a Primavera os recursos
da árvore estarão direccionados para o desabrochar da folhagem e dos frutos.
Recomenda também que o corte da árvore seja faseado, um primeiro corte até ao centro da
medula permitirá que a seiva seja drenada com a árvore ainda em pé, e depois quando já seca
e sem humidade a árvore estará em óptima condição de uso e pronta para ser deitada abaixo
Em De Architectura, Vitrúvio regista os conhecimentos e as técnicas construtivas da uma
época distante, contudo, a influencia deste tratado até aos dias de hoje é inquestionável e no
que ser refere à preservação da madeira este registo será a base dos tratados de arquitectura
durante vários séculos não havendo evoluções significativas nas técnicas de preservação até
ao Renascimento.
Em 1485 Leon Battista Alberti no seu tratado Da Arte da Edificatória compila os métodos
preservadores de vários autores da antiguidade como Teofrasto, Vitrúvio, Catão e Hesíodo.
São explanadas as diferentes visões de cada autor sobre a época de abate bem como a
10
influência da fase da lua em que as árvores devem ser cortadas e descritas as técnicas e
receitas para aumentar a durabilidade natural da madeira.
Nas descrições de Alberti destaca‐se: o uso de excremento de boi para untar a madeira
recém‐abatida pelos arquitectos do passado de modo a protege‐la do calor e dos ventos
evitando a tendência para abrir fendas. Teofrasto considerava que a madeira enterrada no
solo se torna mais densa. Catão mandava untar a madeira com água ruça, um subproduto da
produção de azeite, para a imunizar contra a traça e caruncho e Plínio relatava que o Labirinto
Egípcio havia sido construído com madeira de espinheiro fervida em azeite.
Alberti refere ainda a possibilidade de certas madeiras, através de vários processos, se
tornam compactas e fortalecidas contra os danos das intempéries como a “madeira de citro
que mesmo seca no mar adquire uma dureza compacta e incorruptível, ou o castanho que é
purificado pela água do mar”, e que qualquer madeira que seja enterrada em lugar húmido
enquanto ainda está verde durará para sempre.
Em 1570 Andrea Palladio volta a abordar a questão da durabilidade da madeira em
I Quattro Libri dell'Architettura. O capítulo II do primeiro livro é dedicado à madeira, contudo
não acrescenta qualquer nova informação em relação aos tratados de Vitrúvio e de Alberti.
2.2.2 A introdução de novas substancia químicas
Como já referido, a seguir à queda do império romano não houve avanços significativos nas
técnicas de preservação e prevaleceram os métodos da antiguidade que foram amplamente
utilizados durante a Idade Média.
No séc. XVI, o desenvolvimento das frotas da marinha de comércio e a importância que estas
tinham na economia de vários países europeus, potenciou a procura de novos métodos
preservadores mais eficazes. Os danos causados sobretudo pelos fungos de podridão seca e os
xilófagos marinhos tinham consequências económicas desastrosas. É relatado que em 1590
cerca de 100 navios da armada espanhola foram destruídos, não pelo inimigo, mas pelo teredo
(Wilkinson, 1979). Como consequência novas substâncias químicas foram introduzidas na
protecção da madeira.
11
O primeiro estudo cientifico foi conduzido pelo químico alemão Johann Glauber, que em
1657 desenvolveu um processo composto por carbonização superficial, pintura com betume e
imersão em ácido pirolenhoso, um subproduto da produção da destilação da madeira
(Wilkinson, 1979).
Em 1705 o químico W. Homeberg apresenta na Academia de Ciências de Paris um relatório
sobre a utilização de cloreto de mercúrio (II) na protecção de pavimentos de madeira contra
insectosno Sul de França. Nesta altura a utilização do cloreto de mercúrio (II) como
preservador não é novidade, existem registos que Leonardo da Vinci protegia os painéis das
suas pinturas com uma mistura de cloreto de mercúrio (II) e trióxido de arsénico, sendo
também relatado que esta mistura foi utilizada pelos Monges Franciscanos de San Domingo
para controlar infestações de térmitas no séc. XVI (Unger, et al., 2001).
Homeberg foi também responsável pela descoberta da substância ácido bórico que na altura
apelidou de sal sedativum Hombergi. O ácido bórico é ainda hoje uma das principais
substâncias preservadoras da madeira (Unger, et al., 2001).
O primeiro preparado comercial para protecção da madeira é patenteado em 1718 na
Suécia, o Holtz‐Balsalm era um bálsamo á base de sulfato de cobre ou de ferro (Unger, et al.,
2001).
Apesar dos avanços nas técnicas e métodos de preservação, as novas substâncias
introduzidas, por serem solúveis em água, revelam‐se susceptíveis à lixiviação quando
aplicadas em ambientes muito húmidos ou em contacto com a água. Além desta questão o seu
custo elevado torna impraticável a sua aplicação em larga escala.
Num relatório publicado em 1817 o Engenheiro William Chapman estimava ser a vida útil
média dos barcos da British Royal Navy de apenas 7 a 10 anos, o que tornava a manutenção da
frota extremamente difícil (Wilkinson, 1979).
2.2.3 A preservação industrial da madeira
No século XIX, as inovações introduzidas pela revolução industrial criaram as condições
necessárias para o nascimento de uma indústria de preservação da madeira. Por um lado, a
expansão das linhas de caminho‐de‐ferro e telecomunicações aumentaram o consumo de
madeira tratada para aplicar em travessas e postes, por outro, o acesso abundante a carvão
mineral e a invenção da máquina a vapor forneceram as soluções necessárias para a
preservação da madeira em larga escala. Resultante da conjuntura destes factores a década de
12
30 do século XIX foi um dos momentos de maior inovação na história da preservação da
madeira.
Em 1836 o Dr. Franz Moll patenteou um subproduto da destilação o carvão como
preservador da madeira, o creosote (Wilkinson, 1979). Este preservador não é solúvel em
água, logo não susceptível de lixiviação quando aplicado em zonas húmidas, tem um bom
efeito fungicida e insecticida, e a abundancia de carvão mineral na época torna‐o por
comparação com outros preservadores, um produto barato e acessível. Contudo, é um
produto de difícil aplicação pelo que o seu sucesso irá depender da evolução dos métodos de
aplicação alguns anos mais tarde.
Com a invenção da máquina a vapor foi desenvolvida a tecnologia necessária para a
construção de reservatórios metálicos capazes de aguentar altas pressões. Tirando partido
desta situação, em 1831, o francês Jean Robert Bréant patenteou um método para a aplicação
de preservadores sob pressão numa camara metálica fechada. Numa primeira fase é aplicado
vácuo para remover o ar do interior das células da madeira e posteriormente é injectado o
líquido preservador sob pressão. Contudo este equipamento não era adaptável à utilização
industrial. Bréant terá resolvido o problema do ponto de vista científico, mas não do ponto de
vista prático (Wilkinson, 1979).
O início da preservação industrial da madeira é marcado com a atribuição da patente por
tratamento com creosote em autoclave a John Bethell em 1838 (Nunes, 2007). Designado por
processo de Bethell ou de célula‐cheia, consistia na aplicação de vácuo inicial, injecção por
pressão e uma fase vácuo final. Após o tratamento as células da madeira ficam cheias de
preservador (Wilkinson, 1979). Após a invenção de Bethel a indústria de preservação com
creosote cresceu rapidamente, por exemplo registos mostram que apenas 15 anos após a
publicação da patente o Sr. Henry Potter Burt estava a tratar no Reino Unido cerca de 10 000
travessas de caminho‐de‐ferro por semana (Wilkinson, 1979).
Apesar do sucesso, o elevado consumo de creosote, considerado excessivo por alguns
utilizadores, encarecia o processo e impedia a continuação do crescimento da indústria. No
início do século XX é desenvolvido um processo mais económico. Em 1902 Wasserman inventa
o primeiro método de célula vazia que é posto em prática por Max Rueping. Quatro anos mais
tarde Cuthbert Lowry é responsável pela introdução de outro processo semelhante. Em ambos
os processos não existe uma fase de vácuo inicial e na fase final de injecção sob pressão o
creosote é forçado a sair das células ficando apenas produto suficiente para revestir as
paredes das mesmas (Wilkinson, 1979).
13
O processo de Bethell continua ainda hoje a ser o mais utilizado para a aplicação dos
tratamentos preventivos em profundidade, mas a aplicação de creosote é feita através do
método de célula vazia pois está optimizado para este produto (Nunes, 2007).
Outros três processos industriais foram desenvolvidos na década de 30 do século XIX e
apesar de não terem sucesso dos processos de Bethel, Rueping e Lowry, são uma referencia
importante da história da preservação da madeira.
Em 1832 John H. Kyan, após 20 anos de experiencias marca o início dos tratamentos
modernos da madeira com o registo da patente para um processo de tratamento da madeira
através da imersão em cloreto de mercúrio (II) (Unger, et al., 2001). Este processo, apelidado
de Kyanising, foi utilizado em pequena escala para o tratamento de travessas de caminho‐de‐
ferro no sul da Alemanha (Wilkinson, 1979). Como o preservador utilizado é corrosivo para os
metais, a imersão era feita em tanques de alvenaria. Mais tarde Kyan tenta melhorar a
eficiência do método através da aplicação sobre pressão em tanques fechados de madeira,
mas obteve pouco sucesso.
Anos mais tarde, em 1838, Sir William Burnett desenvolve o processo de preservação através
da imersão de madeira em cloreto de zinco e 9 anos mais tarde o método evolui para injecção
por pressão em autoclave. Este processo, agora chamado Burnettising, foi largamente aceite
pelos caminhos‐de‐ferro tanto nos Estados Unidos da América como na Europa, tendo o baixo
custo do cloreto de zinco um papel crucial neste sucesso (Wilkinson, 1979).
Também em 1838 o Dr. Boucherie patenteou um processo de substituição da seiva por uma
solução de sulfato de cobre, tendo este processo ficado conhecido pelo método de Boucherie.
Através deste método os troncos, recentemente abatidos e ainda por descascar, são
injectados por uma extremidade com o tratamento preservador que vai forçar a saída da seiva
existente pela outra extremidade (Heaton & Hale, 1993). Este método foi particularmente
utlizado no tratamento de postes de grande dimensão, embora a sua aplicação seja lenta e
apenas o borne seja tratado. Este método foi gradualmente abandonado e substituído pelo
tratamento em autoclave (Nunes, 2007).
O creosote manteve‐se como o único preservador de madeiras reconhecido até à década de
30 do séc. XX, quando foram introduzidos os seus primeiros dois grandes concorrentes: o
Pentaclorofenol (PCP) e os produtos à base de sais de cobre, crómio e arsénio (CCA). Alguns
anos mais tarde foram introduzidos os tratamentos com boro por imersão‐difusão (Nunes,
2007).
14
Em meados do séc. XX chegaram ao mercado os produtos em solvente orgânico leve. Estes
produtos apresentam vantagens significativas sobre os preservadores anteriores; o tempo de
secagem da madeira após tratamento é substancialmente reduzido, o ingrediente activo é
tendencialmente insolúvel em água e consequentemente menos susceptível à lixiviação, a
madeira não sofre alterações dimensionais com o tratamento, podendo este ser aplicado a
peças já aparelhadas, e a madeira tratada poderá ser pintada e colada, e em muitos casos o
produto preservador aparece associado a produtos de acabamento (Heaton & Hale, 1993)
(Nunes, 2007).
Estes produtos utilizam um conjunto de substâncias hoje quase todas consideradas muito
tóxicas como o pentaclorofenol ou os compostos orgânicos de estanho (TBTO) como
fungicidas, e a aldrina, a dialdrina, o lindano ou as permetrinas como insecticidas (Nunes,
2007). Estes produtos em solvente orgânico leve tinham ainda a desvantagem de ser
consideravelmente mais caros que os produtos de base aquosa (Heaton & Hale, 1993). Esta
situação leva a que o antigo método de impregnação por vácuo e pressão seja optimizado para
estes produtos surgindo assim o processo de duplo vácuo que garante uma penetração
homogénea de alguns milímetros na superfície da madeira (Nunes, 2007).
2.2.4 Os tratamentos preservadores contemporâneos e os desafios ambientais
No final do séc. XX o despertar da consciência ecológica e o desenvolvimento dos princípios
de sustentabilidade fizeram levantar questões ambientais que puseram em causa as matérias
activas tradicionalmente utilizadas nos produtos preservadores. O aparecimento do conceito
de análise do ciclo de vida alterou o modo como é avaliado o impacto dos tratamentos
preservadores e ao longo dos últimos anos têm sido compiladas e legisladas listas de matérias
activas passiveis de serem utlizadas bem como de substâncias proibidas. Na União Europeia
destaca‐se a publicação da diretiva relativa à colocação de produtos biocidas no mercado
(Directiva 98/8/CE, 1998), e a publicação do regulamento relativo à disponibilização no
mercado e à utilização de produtos biocidas (Regulamento UE 528/2012, 2012).
Este novo olhar, e consequentes restrições, obrigaram a indústria a pesquisar e desenvolver
alternativas aos preservadores tradicionais.
. Estas alternativas passam não só pela substituição das matérias activas por produtos
naturais ou que não apresentem perigo para o homem e para o meio ambiente, mas também
15
pelo desenvolvimento de métodos de protecção da madeira não convencionais como, por
exemplo, a utilização de barreiras físicas contra insectos xilófagos, o controlo biológico de
pragas de insectos através do uso de feromonas ou a modificação da madeira de modo a
torná‐la menos desejável para os organismos xilófagos (Nunes, 2007).
Nesta fase de procura de alternativas é importante olhar para o passado e perceber a
pertinência e validade dos métodos preservadores tradicionais e que contribuições poderão
trazer para a formulação de novas soluções.
2.3 A preservação da madeira em Portugal
A história da preservação de madeira em Portugal desenvolve‐se com base nas necessidades
e soluções descritas nos subcapítulos anteriores, salvo algumas situações construtivas
específicas, o desfasamento com história universal da preservação da madeira existe apenas
em termos cronológicos. Tal como em outros países, os agentes de degradação da madeira são
fungos, insectos e xilófagos marinhos.
No início do século XX eram utilizadas na construção em Portugal madeiras de elevada
durabilidade natural como o cerne de castanheiro, carvalho, nogueira e pinho marítimo, sendo
este último proveniente da Mata Nacional de Leiria. Também era frequente a utilização de
madeiras importadas, particularmente do Brasil, Estados Unidos da América e das antigas
colónias. Em meados do século XX, houve uma redução significativa na disponibilidade de
madeiras folhosas e para cumprir um plano de construção de habitação social e escolas foram
abatidas árvores de pinho marítimo imaturas que forneciam pouco ou quase nenhum cerne. A
utilização desta madeira sem aplicação de preservadores resultou numa fraca prestação e
consequentemente resultou na injusta perda de credibilidade comercial da indústria da
madeira para a construção civil (Reimão & Cockcroft, 1985).
2.3.1 A Construção Naval
Dada a importância da época dos descobrimentos, e o consequente desenvolvimento
científico e económico, na história de Portugal, não será de estranhar que a mais antiga
referência encontrada sobre processos de protecção da madeira seja a Vasco da Gama, que
para proteger as naus contra o teredo utiliza madeira superficialmente carbonizada na sua
construção (Unger, et al., 2001).
16
No século XVI é publicado o Livro Primeiro de Architectura Naval, um manual de construção
naval escrito por João Baptista Lavanha onde é notória a influência de Vitrúvio na preservação
da madeira. Lavanha escreve sobre a importância da época de abate, a escolha da espécie, a
secagem e a preservação das madeiras entre o abate e a sua utilização por imersão em água
salgada ou enterradas em areia húmida. É ainda de referir que no capítulo V, Lavanha inclui na
listagem de materiais a utilizar na construção naval o piche e o betume (Lavanha, séc. XVI).
As recomendações de João Baptista Lavanha estão alinhadas com o conhecimento existente
sobre preservação de madeira na época, onde os ensinamentos da antiguidade clássica ainda
prevaleciam.
Passados quatro séculos, este sincronismo cronológico não se verifica No Manual da
Construção do Navio de Madeira, publicado em 1991. A referência a métodos preservadores é
reduzida sendo maioritariamente direccionada para a conservação da madeira entre o abate e
a sua aplicação. Esta ausência de informação contrasta com os 150 anos passados sobre a
revolução industrial, e da preservação da madeira.
Para a preservação da madeira após o abate, o autor destaca a importância de após o abate
descascar os toros para evitar o alojamento de larvas, evitar o contacto da árvore com o calor
e a humidade para prevenir o seu apodrecimento, e impedir a fermentação da seiva através da
sua dissolução por imersão em água doce ou salgada, ou através da sua solidificação através
da secagem da madeira. Em relação á preservação da madeira em serviço o autor refere
apenas que “na construção naval não têm sido empregados os processos de injecção nas
madeiras, mas sim a aplicação de substâncias antivegetativas à trincha, a fim de as preservar
dos insectos” (Castanheira, 1991).
Num registo mais recente Moutinho no levantamento que faz das construções tradicional de
madeira no litoral português regista a utilização de óleo de linhaça e de óleo queimado de
traineira, por parte dos pescadores na pintura das construções de madeira junto ao mar
(Moutinho, 2007). Apesar de existirem poucos registos escritos sobre esta prática, são
frequentes os relatos populares da utilizam de óleo de motor queimado na preservação da
madeira.
17
2.3.2 Os manuais de construção
A dificuldade em obter referências históricas sobre a preservação da madeira em tratados ou
manuais de construção em Portugal durante a pesquisa bibliográfica poderá ser indicadora da
falta de importância ou de conhecimentos sobre o assunto no contexto nacional.
Pela análise da informação patente nos, poucos, elementos obtidos podemos afirmar que
existe uma separação entre a industria madeireira e os trabalhos de carpintaria e marcenaria
sendo que preservação das madeiras está quase exclusivamente ligada à primeira.
Na primeira metade do século XX dois autores destacam‐se pela qualidade e detalhe dos
seus manuais. João Emílio dos Santos Segurado, Engenheiro Industrial e autor de várias obras
publicadas na Biblioteca de Instrução Profissional dos quais se destaca Trabalhos de
Carpintaria Civil e Materiais de Construção, e F. Pereira da Costa autor da Enciclopédia Prática
da Construção Civil que é um conjunto de fascículos publicados entre 1930 e 1936 e mais tarde
compilados e publicados como edição do autor em 1955.
Vários capítulos da Enciclopédia Prática da Construção Civil são dedicados a trabalhos de
carpintaria, mas apenas no primeiro capítulo sobre asnas de madeira encontramos uma
referência à preservação da madeira.
“A pintura das asnas com tinta de óleo é aconselhável para a conservação das
madeiras, tanto mais que os madeiramentos são muito atacados pelo calor solar e
pelos insectos. A aplicação de indutos reservativos contra insectos nas madeiras de
cobertura não deve ser descurada.” (Costa , 1955)
A referência revela uma preocupação com a degradação dos elementos estruturais de
madeira por agentes biológicos, neste caso insectos, e sugere a sua protecção por pintura com
tinta de óleo.
Em Trabalhos de Carpintaria Civil a, também única, referencia a preservação é feita também
sobre elementos estruturais e com recurso a tinta de óleo, sendo neste caso a prescrição do
autor mais específica.
“Para proteger a madeira contra o apodrecimento usa se pintar as pontas a
encastrar na parede com tinta d’óleo, zarcão por exemplo, ou alcatrão ou ainda
acompanhando‐as com pedra sêca, com gêsso de prêsa, envolvendo‐as com uma
fôlha de zinco ou com cortiça em placas, etc.”
18
Este excerto foi retirado do capitulo sobre sobrados e refere‐se especificamente á protecção
das entregas das vigas de madeira quando encastradas em paredes de alvenaria, situação em
que é propicio o aumento do teor de água na madeira e consequentemente o
desenvolvimento de fungos de podridão. As soluções propostas pelo autor visam reduzir o
aumento do teor de água na madeira e deste modo evitando a criação das condições
necessárias para o desenvolvimento do agente de degradação.
Esta situação é também referida no artigo 39º do Regulamento Geral de Edificações
Urbanas.
“Quando se utilize madeira sem tratamento prévio adequado, os topos das vigas
das estruturas dos pavimentos ou coberturas, introduzidas nas paredes de alvenaria,
serão sempre protegidos com induto ou revestimento apropriados que impeçam o seu
apodrecimento.” (R.G.E.U, 1951)
E no caderno de encargos, publicado na revista A Construção Moderna, pelo Arquitecto
Ventura Terra para a casa do Sr. Miguel Henrique dos Santos na Rua Rosa Araújo em 1900.
“A parte da madeira, vigamentos, madeiramentos, etc., que fique em contacto com
as alvenarias será convenientemente pintada a tinta de minium antes do seu
assentamento.” (Ventura Terra, 1900)
Em Materiais de Construção, João Segurado desenvolve com maior pormenor a questão da
preservação da madeira abordando vários métodos tanto antigos como modernos.
O início do capítulo XVIII, Conservação da Madeira, é dedicado á conservação da madeira
após abate sendo realçada a importância de descascar as árvores e neutralizar os efeitos da
seiva que, segundo o autor, é um dos principais factores de destruição da madeira.
“A seiva é um dos principais factores de destruição da madeira, depois da árvore
abatida. Pela fermentação favorece o desenvolvimento dos insectos de fornece
elementos ao bolor. Há diversos meios de neutralizar os efeitos da seiva: solidificando‐
a ou lixiviá‐la.” (Segurado, 1936)
O autor refere que a solidificação da seiva é obtida por secagem da madeira quer através do
armazenamento em locais bem ventilados durante bastante tempo ou em estufa por períodos
menores.
19
“A seiva solidifica e aperta mais entre si as fibras da madeira, aumentando‐lhe a
resistência e a densidade, mas tornando‐a mais difícil de trabalhar e mais fácil de
empenar”. (Segurado, 1936)
Para a lixiviação são descritos dois métodos, o primeiro consiste na imersão da madeira em
água clara e corrente durante cerca de 4 meses, após este período a madeira é retirada da
água e deixa‐se secar lentamente ao abrigo de fortes correntes de ar. O segundo método é
executado em estufa onde durante de 24 horas a seiva é dissolvida por vapor de água e
arrastada pela água condessada até que esta saia limpa, após este processo a madeira deve
arrefecer naturalmente e ser empilhada em armazéns bem ventilados durante um ou mais
meses.
“A madeira, depois destas operações, perdeu 23% do seu peso, tornou‐se mais fácil
de trabalhar que a madeira seca espontaneamente; tornou‐se porem menos dura e
resistente.” (Segurado, 1936)
Como outros autores já referidos, Segurado alude a que à conservação da madeira enquanto
imersa em água ou areia húmida, contudo, o autor indica que a madeira imersa em água do
mar é inadequada para uso na construção.
“A madeira pode conservar‐se quási indefinidamente quando imersa em água doce
ou salgada ou em areia húmida. (…) A água do mar torna a madeira muito difícil de
trabalhar e imprópria de se empregar nas construções, por ficar impregnada de sais
deliquescentes.” (Segurado, 1936)
O autor divide os processos de conservação da madeira em três grupos: a aplicação de
indutos, a injecção de substâncias antissépticas e a carbonização superficial.
“Os indutos e a carbonização superficial preservam a madeira da humidade e do
ataque dos insectos; as substâncias antissépticas formam com a seiva um composto
insolúvel que enche os portos da madeira, a endurecem, fazem desaparecer a
fermentação da seiva e evitam o caruncho.” (Segurado, 1936)
Como principais indutos empregados para a preservar a madeira são referidos a pintura com
alcatrão, tintas e vernizes. Para a injecção das madeiras são descritos os métodos de
Boucherie, a creosotagem pelos processos de Blythe e Bethel, a injecção de cloreto de zinco
20
pelos processos de Burnett, WellHouse e Rutgers, e o emprego do sublimado corrosivo pelo
processo de Kyan.
Figura 1 – ilustração da aplicação de preservador com a árvore em ainda de pé (Segurado, 1936)
Figura 2 - ilustração da injecção de preservador em postes de madeira (Segurado, 1936)
O autor dá particular destaque ao método de Boucherie e descreve com pormenor a
evolução do processo desde as primeiras aplicações com a árvore ainda em pé (Figura 1) até à
adaptação para o tratamento de postes e travessas de caminho‐de‐ferro (Figura 2).
21
Como substancias injectadas por este processo são referidas o creosote, sulfato de cobre,
cloreto de zinco e o bicloreto de mercúrio. O autor indica a importância do tempo de abate
para a sucesso deste método, pois a madeira não poderá estar seca.
“Para que a operação surta bom resultado é indispensável que a madeira não esteja
seca e a injecção seja o mais regular possível. As árvores não devem ter mais de seis
meses de cortadas, sendo conveniente, para tornar a operação mais económica, fazer
a instalação junto à floresta onde se abatem as arvores.” (Segurado, 1936)
O autor indica também uma época preferencial de abate e injecção das madeiras pelo
método de Boucherie, cruzando o conhecimento dos métodos de preservação da antiguidade
clássica e os métodos de preservação industrial.
“A melhor época para fazer a injecção das madeiras é nos meses de Setembro a
Dezembro em que a seiva está mais fluida, fazendo‐se a injecção mais rapidamente.”
(Segurado, 1936)
São ainda descritos mais dois métodos preservadores, a carbonização e a vulcanização. O
primeiro é apresentado com um processo utilizado desde a mais remota antiguidade que
ainda é aplicado em peças de madeira que ficaram enterradas.
“Esta operação (a carbonização) torna a superfície da madeira mais compacta e
menos permeável; impregna a madeira de produtos creosotados próprios para sua
conservação e faz desaparecer os fermentos organizados que possam existir à sua
superfície.” (Segurado, 1936)
São descritos como exemplos de métodos de carbonização a aplicação por maçarico de gás
de Lapparent em 1862 e o método industrial, para carbonização de postes e travessas,
desenvolvido por Hughon.
A vulcanização da madeira, segundo o autor, consiste em submeter a madeira ao calor. Para
este efeito é descrito o processo de Haskin.
“Coloca‐se a madeira num comprido cilindro envolvido por uma série de tubos em
que circula o vapor de água; o calor expulsa a humidade que a madeira contenha. (…)
22
Em seguida faz‐se penetrar no cilindro o ar quente sob a pressão de 10 a 15 quilos
por centímetro quadrado, depois de dissecado para lhe extrair o vapor de água e ter
sido aquecido num forno à temperatura de 200º a 260ºC. (…)
A teoria em que se funda este processo de conservação é que o calor coagula a
albumina contida na madeira e a destilação da seiva transforma‐a em vários
compostos conservadores da madeira, como a creosota, o ácido fénico, etc., que
assim se evita que abandonem a madeira pela pressão a que ela está sujeita.”
Contudo, Segurado refere que este processo não terá muito adeptos pelo seu desempenho
inconstante produzindo por vezes resultados contraditórios.
2.3.3 Revista A Construção Moderna
A Construção Moderna foi, como indicado na capa do primeiro número, uma “revista
quinzenal ilustrada sob a direcção de um grupo de construtores, colaborada por distintos
técnicos da especialidade”. A sua publicação durou 20 anos, entre 1900 e 1919, tendo
adoptado o nome A Construção Moderna e as Artes do Metal no período entre 1911 e 1914.
No editorial “A que vimos” publicado no primeiro número é explicado a linha editorial da
revista.
“Sem a ousadia de uma confiança ilimitada, nem as hesitações de uma falsa
modéstia, vimos preencher uma lacuna existente no nosso meio literário e artístico,
suprindo, quanto em nossas forças caiba, uma falta sensível para aqueles que querem
progredir pelo estudo e acompanhar a marcha incessantemente progressiva dos
melhoramentos na construção civil, que tão extraordinariamente se manifestam sob
todas as formas. (…)”
Os números publicados são compostos por artigos de apresentação de projectos de
arquitectura da época através da publicação de cadernos de encargos, memórias descritivas e
desenhos, que figuram sempre na capa, e também por artigos a sobre o estado da arte que
atravessam as diferentes áreas da construção civil como, novos materiais, projecto,
dimensionamento de estruturas e redes, técnicas e métodos construtivos, solução e prevenção
de anomalias na construção, etc.
23
A consulta desta revista permite conhecer e caracterizar o estado arte de diferentes áreas da
construção em Portugal no início do século XX. Este retrato abrange tanto o conhecimento
teórico, através da análise dos artigos, bem como o que era praticado, através da análise dos
cadernos de encargos publicados.
Nos números da revista que foram consultados, e que abrangem uma grande parte das todas
as publicações ao longo dos 20 anos, existe um vasto conjunto de referências à durabilidade e
preservação da madeira, o que numa primeira análise demonstra a relevância deste tema na
época em Portugal. Estas referências, que estão distribuídas por cadernos de encargos, artigos
de estado da arte e pequenos receituários pontuais, variam entre métodos de preservação
tradicionais e os novos métodos industriais e modernos cuja época de introdução em Portugal
coincide com a desta publicação.
Em 1902, é publicado o artigo Conservação da Madeira entre os números 48 e 69 e que
começa por explicar a especial importância dos métodos de preservação de madeira à época.
“Se em todos os tempos a conservação da madeira mereceu especial cuidado,
actualmente é um problema capital, porque o consumo de lela cresceu
extraordinariamente não só por causa do desenvolvimento comercial de exportação,
como pela extensão das redes telegráficas, telefónicas e ferroviárias, que consomem
anualmente alguns milhões de steres de madeira e ainda porque a lavra das minas e o
fabrico do papel causam a destruição de muitos hectares de florestas.
(…)
Alguns jornais técnicos estrangeiros têm dado noticia, contudo, de processos que
ainda não entraram na prática entre nós e por isso julgamos interessante reunir aqui
o que se conhece acerca dos principais” (Anon., 1902)
Tal como proposto, no artigo são apresentados vários processos modernos de preservação
da madeira, nomeadamente os processos de Bethel, Blythe, Boucherie, Rutgers e o processo
de Nodon & Bretonneau, em que por meio electrólito é conseguida a dessecação e
incorporação na madeira de uma solução antisséptica á base de borax, resina e carbonato de
soda, que irá substituir a seiva (Anon., 1902).
Em 1909 no artigo Conservação das Madeiras é descrito o método para creosotar a madeira,
segundo o autor “a eficácia deste processo e sua superioridade sobre todos os demais que se
têm ensaiado até agora, está provada com o resultado de numerosas experiencias que se têm
24
feito com grande exatidão e esmero”. O autor justifica esta afirmação citando dois estudos,
um realizado pela Real Academia de Amsterdão e outro realizado em Plymouth onde foram
ensaiados vários tratamentos em diferentes espécies de madeira submersa, tendo ambos os
estudos concluídos que o creosote seria o tratamento mais eficaz.
Em 1911 H. de Matos, no artigo Conservação das Madeiras, lista um conjunto de métodos e
técnicas para preservar a madeira. Os primeiros métodos descritos aplicam‐se aos cuidados a
ter após o abate da árvore. É referida a importância da remoção da casca e o depósito da
madeira em locais bem ventilados onde fique protegida do calor intenso e humidade.
Matos refere que “uma das causas mais activas de destruição é sem dúvida a seiva que
permanece nos vasos depois de abatidas as árvores” e descreve dois métodos utilizados para
“neutralizar os efeitos da seiva” antes de se conhecerem os processos modernos. O primeiro
consiste na ”solidificação da seiva pela dessecação”, por secagem natural ou em estufa, e o
segundo na lixiviação por imersão da madeira em água clara corrente ou em estufa com vapor
de água. Matos lembra que “as madeiras duras e resinosas conservam‐se quasi
indefinidamente em água doce, na do mar e no lodo ou areia húmida” mas que “as madeiras
mergulhadas em água salgada tornam‐se duras e difíceis de trabalhar, e são impróprias para
construções ordinárias”.
Na segunda parte do artigo, o autor descreve quatro tipos de “substâncias empregadas para
a conservação das madeiras”. O Alcatrão, aplicado a quente e misturado alcatrão mineral com
pez e sebo. A pintura a óleo, que considera “o melhor preservativo da madeira, quando
empregado no estado liquido de maneira que penetre bem na madeira”. Os vernizes, que
podem ser aplicados directamente sobre a madeira ou sobre as pinturas, e cuja principal
vantagem é “preservar a madeira das variações hygrométricas do ar, e do caruncho”. E por fim
o emprego de dissoluções minerais, onde o autor refere os processos de injecção de
Boucherie, Legé e Fleury, e o uso de sulfato de cobre como “a substância que parece dar
melhores resultados” numa solução de 1kg de sulfato para 100 litros de água.
H. de Matos refere ainda uma técnica e um tratamento que não estão incluídos nos itens
anteriores. A técnica consiste em envolver numa chapa de chumbo as partes dos elementos
estruturais de madeira que fiquem embutidas dentro de paredes. O tratamento refere‐se á
preservação da madeira por meio da cal, em que pranchas de madeira são empilhadas dentro
de um tanque e posteriormente cobertas com uma camada de cal viva que é “gradualmente
derregada com água”, segundo o autor” a madeira adquire grande consistência e dureza e
nunca apodrece” (Matos, 1911).
25
Em 1914 no artigo intitulado As Madeiras o capítulo Meios preventivos para conservar a
madeira posta na obra relata um conjunto de técnicas e processos para preservação da
madeira, contudo o autor adverte que “diversos meios se tem inventado para dar mais
duração às madeiras, preservando‐as dos agentes que tendem a destrui‐las. No entanto,
nenhum até hoje satisfez completamente”. Dos vários métodos descritos destacam‐se a
aplicação de gesso que se não cobrir a madeira completamente conserva‐a perfeitamente por
absorver a humidade e mantendo‐a seca. A cal que embora impeça a entrada da humidade
atacada a madeira com a sua causticidade. A almácega, resina de lentisco, usada como
revestimento da madeira. A carbonização para protecção contra o caruncho e a humidade. O
alcatroado, feito com uma mistura de breu ou alcatrão mineral, asfalto e cal, que é aplicada a
quente e coberto com uma camada de areia fina peneirada e também aquecida. O óleo de
hulha, considerado um bom preservador por conter ácido fénico. Os vernizes e pinturas de
óleo, que só deveram ser aplicados sobre madeira seca de modo a não impedir a evaporação
da seiva. O autor ainda aconselha para locais húmidos “empapar a madeira em leite de cal ou
dar‐lhe uma demão de brocha com petróleo ou melhor se se mistura com betume líquido”,
para o mesmo efeito poderá ser aplicado sebo derretido em madeiras brandas.
É também referida a submersão a quente em uma solução saturada de borax como o
método utilizado na Alemanha, e a utilização do “breu extraído do ácido pirolenhoso (vinagre
da madeira)” para preservação da madeira exposta ao ar em Inglaterra.
Finalmente o autor descreve os processos modernos, e contemporâneos, de protecção da
madeira dando especial enfase à aplicação de sulfato de cobre pelos métodos de Boucherie,
Segé e Fleury. São também referidos com menor pormenor a aplicação de creosote pelo
método de Bethel, a secagem em estufa com fumo pelo método de Freret, a imersão a quente
em soluções de ácido sulfúrico e alúmen, e de cloreto de bário, pelo método de Paine. e a
aplicação do cloreto de zinco pelo método de Brunnett.
Durante os dezanove anos de publicação o tema da durabilidade da madeira é também
abordado em pequenos artigos pontuais onde são publicadas receitas e soluções que se
destacam pela peculiaridade dos ingredientes utilizados.
No número 29 do ano II, o artigo Para Conservar a Madeira cita um processo referido na
“Revista de Construcciones y Agrimensura”, de Havana, que consiste na aplicação a quente e
sobre vácuo de uma mistura de óleo denso, formol e resina e que é finalizado com o um banho
de leite de cal (Figura 3).
26
Figura 3 – Artigo “Para conservar a madeira” publicado na revista A Construção Moderna nº29 ano II (Anon., 1901)
Figura 4 – Artigo “Verniz para preservar as madeiras da humidade” pulbicado na revista A Construção Moderna nº3 ano VIII (Anon., 1907-1908)
27
No número 3 do ano VIII o artigo Verniz para Preservar as Madeiras da Humidade descreve
uma receita de um verniz para preservar as madeiras da humidade (Figura 4).
No número 28 do ano X, no artigo Conservação de madeiras é relatada uma nota na
“impressa technica alemã” em que o Engenheiro Habelik apresenta um estudo sobre a
influência da posição de colocação em obra tem sobre a duração das peças de madeira.
Segundo o autor as peças que são aplicadas em posição vertical alcançam maior duração que
as que se são colocadas em alguma inclinação e sobretudo sobre aquelas que são colocadas
horizontalmente. O autor justifica esta durabilidade porque “as peças verticais a água da
chuva de e do rócio influi muito superficialmente ao comprimento das gretas, de modo que a
madeira seca depois muito rapidamente…” (Anon., 1909‐1910)
No número 29 do ano X, o artigo A humidade na Madeira descreve uma receita peculiar para
proteger a madeira dos danos da humidade utilizando enxofre e óleo de peixe (Figura 5).
Figura 5 – Artigo “A humidade da madeira” publicados na revista A Construção Moderna, nº29 ano X
28
No número 23 do ano XI, o artigo Revestimento da madeira descreve o processo para
revestir a madeira a cimento, que segundo o autor “adere bem à madeira e preserva‐a da
podridão e em parte também do fogo”, para obter o melhor revestimento é aconselhado a
aplicação de duas demãos da mistura de uma parte de cimento, duas de areia fina e uma de
leite coalhado.
No número 11 do ano XIII, o artigo Processo para tornar a madeira incombustível e
impermeável é descrito um processo de imersão utilizado pelo Sr. Fobacci que “quase petrifica
a madeira sem lhe alterar a sua aparência ordinária”. A solução é composta por sulfato de
zinco, potassa, alúmen, óxido de manganês, acido sulfúrico a 60º e água.
No número 3 do ano XVI, em Conservação da madeira é citado um artigo de La Revue
Scientifique onde é descrita a preservação da madeira com açúcar (Figura 6) .
Figura 6 – Artigo da revista “Conservação da Madeira” publicado na revista A Construção Moderna nº 3 ano XVI
29
2.3.4 A preservação industrial da madeira em Portugal
A preservação industrial de madeiras em Portugal começou no início do séc. XX com o
tratamento de travessas de caminho‐de‐ferro e postes para linhas de telecomunicações nas
fábricas da Marinha Grande e Figueira da Foz. Inicialmente estes tratamentos foram
executados com soluções de sulfato de cobre através dos métodos de Boucherie e Bethel.
Mais tarde, os Caminhos de Ferro Portugueses alteraram o tratamento das travessas para
creosote através do método de Rueping (Reimão & Cockcroft, 1985).
Em 1952 a fábrica da Figueira da Foz iniciou o tratamento de postes com preservadores de
base aquosa compostos por soluções de diversos tipos de sais. Consequentemente a aplicação
de preservadores por vácuo/impregnação foi estendida à preservação de madeiras para uso
geral na construção civil. O interesse por este tipo de tratamento originou um gradual
crescimento e instalação de outras fábricas pelo país e, mais tarde, o desenvolvimento do
método de duplo vácuo com preservadores de solvente orgânico possibilitou a aplicação de
tratamento em serrações e fábricas de mobiliário.
No relatório Wood Preservation in Portugal, (Reimão e Cockcroft, 1985), os autores indicam
a existência de 14 empresas de preservação industrial de madeira, distribuídas por 17
unidades de produção e contabilizando um total de 26 cilindros/autoclave instalados. Segundo
os autores a maioria da actividade desta industria é dedicada ao tratamento de travessas de
caminho‐de‐ferro, postes e madeiras para agricultura. O tratamento de madeira para
construção não é comum, sendo a maioria da madeira aplicada não tratada, ou tratada com
preservadores superficiais por pincelagem ou aspersão (Reimão & Cockcroft, 1985).
Na comunicação State of the art of industrial wood protection in Portugal (Nunes et al,
2016), são actualizados os dados do relatório anterior. Os autores afirmam existirem 13
empresas a produzir madeira tratada em autoclave distribuídas por 16 unidades de produção,
onde é tratada predominantemente madeira de pinho bravo (Pinus pinaster), cerca de 70% da
produção total, seguida da casquinha (Pinus sylvestris) com 10% (Nunes, et al., 2016).
Segundo a mesma comunicação o produto preservador mais utlizado para aplicação em
autoclave é o Tanalith E 8001 da Arch Timber Protection, um produto hidrossolúvel, contendo
cobre, ácido bórico e triazóis (Tebuconazole), utilizado por 15 das 23 empresas, seguido dos
produtos da Koppers, Celcure C4 e Celcure VS725, preservadores do tipo ACQ (Compostos de
amónio quaternário e cobre) (Nunes, et al., 2016).
30
3. Campanha experimental
3.1 Objectivo
A campanha experimental foi executada com o objetivo de avaliar a eficácia de um conjunto
de métodos antigos de protecção da madeira seleccionados, e comparar directamente com a
eficácia de métodos comerciais contemporâneos sujeitos às mesmas condições.
Foram selecionados cinco tratamentos preservadores tradicionais e dois contemporâneos
para serem aplicados sobre provetes de madeira sã que posteriormente foram expostos a dois
agentes de degradação biológica diferentes, fungos de podridão e insectos xilófagos.
Após a exposição aos agentes de degradação os provetes foram ensaiados de modo a obter
os dados que permitiram realizar a avaliação e comparação de eficácia. Deste modo foi
ensaiada e registada a perda de massa, e a tensão de rotura em tensão axial, nos provetes
expostos a fungos de podridão, e a taxa de sobrevivência dos insectos e classificação visual do
grau de ataque nos provetes expostos a insectos xilófagos.
Todos os ensaios foram realizados nos laboratórios da Unidade de Prevenção da
Biodeterioração do Núcleo de Comportamento de Estruturas no Laboratório Nacional de
Engenharia Civil (UPB.LNEC).
3.1.1 Escolha e preparação da madeira
Os provetes de madeira foram obtidos a partir de duas peças de Casquinha Pinus sylvestris,
ambas provenientes do mesmo lote. Foi escolhida esta espécie por historicamente ter sido
amplamente utlizada na construção de edifícios em Portugal.
Foram cortados dois tipos de provete, o primeiro com as dimensões 20x20x60mm, conforme
indicado na norma para ensaios de compressão axial (NP 618, 1973), e o outro com as
dimensões 40x10x200mm, conforme indicado na norma para ensaios de eficácia de
tratamentos superficiais na prevenção contra térmitas subterrâneas (EN 118, 2013).
Após o corte foi seleccionado um conjunto de provetes de madeira sã de borne, isentos de
defeitos, nós, bolsas de resina, fendas e outras imperfeições, cortados com o fio da madeira
paralelo à dimensão maior do provete.
31
Os provetes seleccionados foram divididos em 9 grupos de 24 unidades. Cada grupo é
composto por 18 unidades de provetes com as dimensões 20x20x60mm, para exposição a
fungos de podridão, e 6 unidades de provetes com as dimensões 40x10x200mm para
exposição a insectos xilófagos.
Foram também preparados três grupos de provetes extras, um grupo de substitutos para
cada tratamento, um outro grupo de provetes‐testemunho para a exposição aos fungos de
podridão, e um terceiro grupo de provetes que, mantido sempre em conjunto com os
restantes provetes selecionados, foi utilizado para medição do teor de água.
Os provetes foram numerados de forma sequencial de acordo com o tratamento e exposição
a que seriam posteriormente sujeitos, e foram estabilizados em sala condicionada (20ºC de
temperatura e 65% de humidade relativa do ar) até atingirem massa constante, como
demonstrado na Figura 7.
A aplicação dos tratamentos foi executada quando o grupo de provetes atingiu um valor de
massa constante, registando‐se um teor de água médio de 14.9%.
Figura 7 – conjunto de provetes selecionados em sala condicionada
3.1.2 Selecção dos tratamentos a ensaiar
Do conjunto de métodos antigos de proteção da madeira encontrados na pesquisa
bibliográfica foram selecionados cinco tratamentos. A escolha dos tratamentos foi feita tendo
32
em consideração a incidência destes no contexto nacional e também as condicionantes dos
meios de ensaio disponíveis.
Foram selecionados os seguintes tratamentos: óleo queimado, óleo de linhaça, calda
bordalesa, sulfato de cobre e água salgada.
Para comparação foram escolhidos os seguintes produtos preservadores de madeira
contemporâneos: Dyrup Xylophene S.O.R.2 Extreme, com as substâncias activas 3‐Iodo‐2‐
propinil butilcarbamato (IPBC) e Propiconazole, adquirido no estabelecimento comercial Leroy
Merlin numa embalagem de 1l, e Xylazel Fondo, com as substâncias activas Propiconazole,
Diclofluanida (ISO), e Α‐cipermetrina (ISO), também adquirido no mesmo estabelecimento
comercial, numa embalagem de 1l.
3.1.3 Selecção dos agentes de degradação
A selecção dos agentes de degradação foi feita tendo em consideração os requisitos
impostos pelas respectivas normas, mas também as condicionantes impostas pelos recursos e
prazos disponíveis. Deste modo, selecionou‐se o fungo de podridão castanha Oligoporus
placenta, proveniente da colecção de fungos existente no UPB.LNEC, (Figura 8) e as térmitas
subterrâneas Reticulitermes grassei, capturadas no campo pela equipa do UPB.LNEC (Figura 8)
e mantidas em laboratório por períodos inferiores a um mês antes dos ensaios.
Figura 8 – frasco com cultura de Oligoporus placenta, e captura de térmitas em peças de madeira recolhidas em campo.
33
3.1.4 Métodos de controlo
Foram definidos os seguintes métodos para controlo e comparação com os dados obtidos
nos ensaios definidos:
Exposição a fungo de podridão
‐ Um grupo de provetes tratados (por cada preservador) não foi exposto a qualquer
tipo de agente de degradação, este grupo foi designado “sem exposição”;
‐ Um grupo de provetes tratados (por cada preservador) foi exposto às condições do
processo de degradação mas sem a presença do fungo de podridão, ou seja, estes
provetes estiveram o mesmo período no interior de frascos só com o meio de cultura,
este grupo foi designado “meio”;
‐ Cada provete tratado e exposto ao fungo de podridão foi acompanhado no interior
do frasco por um par não tratado, estes provetes foram designados “provetes‐
testemunho”;‐ Um grupo de provetes de madeira sã, sem qualquer tratamento
preservador, foi exposto de igual forma aos restantes provetes (fungo de podridão,
meio, e sem exposição), este grupo foi designado “sem tratamento”.
Exposição a férmitas subterrâneas
‐ Um grupo de provetes de madeira sã, sem qualquer tratamento preservador, foi
exposto de igual forma ao agente de degradação, este grupo foi designado “sem
tratamento”.
3.2 Preparação dos tratamentos
3.2.1 Óleo queimado
O óleo queimado foi obtido numa oficina de reparação automóvel e trata‐se de óleo utilizado
na lubrificação de um motor de um automóvel ligeiro, não discriminado.
3.2.2 Óleo de linhaça
O óleo de linhaça foi adquirido no estabelecimento comercial Leroy Merlin, sendo
comercializado pela empresa Lacrilar numa embalagem de 1l.
34
3.2.3 Calda bordalesa
A calda bordalesa é uma solução de sulfato de cobre e cal hidratada frequentemente utlizada
como um fungicida agrícola. Apesar de presentemente ser possível adquirir uma mistura pré‐
preparada de Calda Bordalesa, optou‐se por preparar uma solução com base na receita
tradicional de modo a obter uma solução semelhante à que seria preparado tradicionalmente.
Seguindo a receita foi preparada uma solução de sulfato de cobre a 10% numa concentração
de 100g de sulfato de cobre penta‐hidratado para 900g de água, e uma solução de cal
hidratada a 10% numa concentração de 100g de cal virgem para 900g de água.
Para aplicação agrícola a calda bordalesa deverá ter um PH neutro, pelo que, após a mistura
conforme a receita o PH da solução final é afinado através da adição de mais Sulfato de Cobre,
(ácido) ou de cal hidratada (alcalino).
Para a avaliação da calda bordalesa como tratamento protector da madeira optou‐se por
utilizar dois tipos de solução. Uma solução executada conforme a receita, com partes iguais de
sulfato de cobre e de cal hidratada, designada calda bordalesa receita, e uma solução com o
PH neutro designada calda bordalesa PH7.
A solução de calda bordalesa receita, com uma concentração de 4%, foi obtida através da
mistura de 20g da solução de sulfato de cobre a 10% sobre 20g de cal hidratada a 10% e a
adição posterior de 960g de água destilada.
A solução de calda bordalesa PH7, com uma concentração de 4%, foi obtida através da mistura
de 22g da solução de sulfato de cobre a 10% sobre 20g de cal hidratada a 10% e a adição
posterior de 958g de água destilada.
3.2.4 Sulfato de cobre
A solução de sulfato de cobre a 10% foi preparada através da diluição de 100g de sulfato de
cobre penta‐hidratado em 900g de água. O sulfato de cobre penta‐hidratado foi adquirido
numa embalagem de 1,4kg da marca Sodacasa comercializada pela empresa A.M.C. Cunha,
Lda.
35
3.2.5 Água salgada
A solução de água salgada foi preparada através da diluição de 35g de sal marinho em 250
ml de água destilada morna, posteriormente foi adicionada água destilada á temperatura
ambiente até perfazer o total de 1kg de solução. Esta solução tem uma concentração de 3.5%
de sal marinho, que é o valor referência da água do mar.
3.3 Aplicação dos tratamentos
3.3.1 Aplicação dos tratamentos para exposição a fungos de podridão
Os ensaios a provetes expostos a fungos de podridão foram feitos segundo as orientações da
norma EN113:1996, que define o ensaio para determinação da eficácia preventiva contra
basidiomicetes degradadores da madeira.
A aplicação dos tratamentos preservadores nos provetes para exposição a fungos de
podridão foi feita através da imersão no provete na solução preservadora durante um período
de 2 horas. Deste modo, os provetes foram pesados e colocados em frascos de vidro que
posteriormente foram cheios com a solução de tratamento preservador (Figura 9). Para
garantir a total submersão dos provetes foram utilizados restos da mesma peça de madeira
como lastro.
Figura 9 - aplicação de tratamento preservador por imersão
36
Após o período de imersão, os provetes foram limpos do excesso de preservador com um
papel absorvente e foi imediatamente registado o valor de massa para posterior cálculo da
absorção e retenção.
Depois da pesagem, os provetes foram colados sobre uma grelha onde permaneceram até
ficarem secos ao toque. Periodicamente os provetes foram virados de modo a garantir uma
secagem homogénea de todas as faces (Figura 10).
Figura 10 - secagem de provetes após aplicação do tratamento preservador
3.3.2 Aplicação dos tratamentos para exposição a térmitas
Os ensaios a provetes expostos a térmitas foram feitos segundo as orientações da norma (EN
118, 2013), que define um ensaio para determinação da eficácia preventiva contra térmitas
subterrâneas.
Para este ensaio os provetes são tratados superficialmente em apenas uma face, deste
modo, para evitar que haja absorção capilar pelos topos dos provetes estes são colmatados
nas superfícies das secções transversais antes da aplicação dos tratamentos preservadores (EN
118, 2013).
Os provetes tratados com preservadores de base aquosa (calda bordalesa, sulfato de cobre e
água salgada) foram colmatados com parafina (Figura 11), os provetes tratados com
37
preservadores de base em solvente orgânico (óleo queimados, óleo de linhaça, Xylophene
SOR2 e Xylazel Fondo) foram colmatados com uma solução de gelatina a 30%.
Figura 11 – conjunto de provetes com topos colmatados com parafina
Após a secagem da colmatação foram aplicados os tratamentos numa quantidade total de
1,6g por provete, o equivalente a uma aplicação 200g/m² para a área da face do provete
tratada (20 cm x 4 cm).
A aplicação dos tratamentos foi feita por pincelagem, em três demãos, com o provete sobre
uma balança de precisão de modo a controlar com rigor a quantidade de preservador aplicado.
Foi aplicado 0,6 g de preservador na primeira demão e 0,5 g nas duas demãos sucessivas
intercaladas por períodos de secagem ao toque (Figura 12).
Figura 12 – aplicação de tratamento preservador por pincelagem, sobre balança de precisão
38
3.4 Exposição a agentes de degradação
3.4.1 Exposição a fungo de podridão Oligoporus placenta
A exposição dos provetes ao fungo de podridão é feita em ambiente controlado, nos
laboratórios do UPB.LNEC, segundo os procedimentos definidos na norma EN 113:1996.
Antes do início da exposição dos provetes foi repicado em cinquenta e um frascos de Kolle o
fungo Oligoporus placenta em meio de cultura propício ao seu desenvolvimento, neste caso
meio de malte a 3%. Durante este período o fungo cresceu até que abrangesse a totalidade da
superfície horizontal do frasco (Figura 13).
Figura 13 – frasco de Kolle com cultura de fungo Oligoporus placenta
Simultaneamente foram também preparados 27 frascos só com o meio de cultura para
serem utlizados como método de controlo de outros processos de alteração da madeira
resultantes do processo de tratamento e das condições de ensaio (Figura 14).
Os provetes tratados e os provetes‐testemunho, que previamente foram esterilizados e
pesados, são colocados no interior do frasco de Kolle. Os provetes são colocados sobre um
espaçador em aço inox cuja função é evitar que haja um contacto directo entre a madeira e o
meio de cultura.
39
Figura 14 – frasco de Kolle com meio de cultura
Em cada frasco são colocados dois provetes. Nos frascos com a cultura do fungo Oligoporus
placenta são colocados um provete tratado e um provete‐testemunho de madeira não tratada
(Figura 15). Nos frascos só com meio de cultura são colocados dois provetes tratados por
frasco.
Figura 15 – colocação de provete tratado e provete-testemunho em frasco de Kolle com
cultura de Oligoporus placenta
Os frascos são fechados com algodão hidrófugo esterilizado, que permite a circulação de ar,
e são colocados numa sala acondicionada aproximadamente a 70 ±5% de humidade relativa 22
±2º C de temperatura, durante 16 semanas.
40
Findo este período, os provetes foram retirados de dentro dos frascos de Kolle (Figura 16),
limpos com uma escova suave para remover os fungos remanescentes, e colocados numa sala
condicionada com temperatura e humidade relativa constante para estabilizar o teor de água
(Figura 17).
Figura 16 – frascos de Kolle após período de exposição sobre fungo Oligoporus placenta e sobre meio de cultura
Figura 17 – provetes-testemunho após exposição ao fungo de podridão
3.4.2 Exposição a térmitas subterrâneas
A exposição dos provetes ao ataque de térmitas subterrâneas foi feita em ambiente
controlado, nas instalações do UPB.LNEC segundo procedimentos definidos na norma (EN 118,
2013).
41
O método de exposição consiste na instalação de um grupo de térmitas subterrâneas contida
sobre a superfície tratada de um provete de madeira durante 8 semanas. Durante este período
as térmitas ficam encerradas no interior de um tubo de vidro, colado ao provete de madeira,
que está parcialmente preenchido com substrato propicio à criação da colónia (Figura 18).
Figura 18 – esquema de montagem do ensaio (EN 118, 2013)
Previamente á montagem sobre os provetes, foram separados das colónias, existentes no
UPB.LNEC, 54 grupos compostos por 250 obreiras, entre 2 a 12 ninfas, e soldados na
proporção igual à existente na colónia original (Figura 19).
Figura 19 – separação de grupos de térmitas para ensaio
Até ao início do processo de exposição cada grupo foi mantido em caixas de Petri individuais,
com alimento e água, guardadas numa câmara de criação com temperatura entre os 26ºC e
28ºC e humidade relativa superior a 75%.
42
Sobre os provetes, secos e estabilizados, foi colado um tudo de vidro sobre a face tratada. Na
colagem foi utilizada uma fita adesiva não tóxica, de tecido, não comestível pelas térmitas e
que não reage com os preservadores aplicados. Após a colagem é colocado um intercalar,
disco de madeira de casquinha não tratada, no fundo do tubo para auxiliar a instalação da
colónia (Figura 20).
Figura 20 - sequência de montagem do ensaio
Sobre o intercalar foi colocado o substrato até preencher dois terços do volume total, sem
ser compactado. Para este ensaio foi utilizada areia de Fontainebleau, previamente
humedecida com água destilada, como substrato. Aproximadamente a meio do volume de
areia foi colocado um pedaço pequeno de madeira não tratada.
As 54 colónias foram colocadas no interior dos tubos respectivos e estes foram cobertos com
uma folha de papel‐alumínio para conservar a humidade e evitar a fuga de térmitas.
Os provetes foram colocados numa sala condicionada, sobre travessas para conter eventuais
fugas, durante 8 semanas com temperatura entre os 24ºC e 26ºC e humidade relativa superior
a 75%. As colónias foram inspecionadas diariamente para controlar a abertura de galerias e
construção de chaminés que pudessem resultar em fuga das térmitas, para manter o nível de
humidade do substrato, e para registar o aparecimento de bolores.
43
Após o período de exposição, os ensaios foram desmontados individualmente dentro de um
recipiente de modo a se proceder aos ensaios descritos no subcapítulo 3.6 (Figura 21).
Figura 21 – provetes após o período de exposição e imediatamente antes da desmontagem
3.5 Ensaios em provetes expostos a fungo de podridão
3.5.1 Tensão de rotura em compressão axial
O objetivo deste ensaio é determinar a tensão de rotura por compressão axial, a 12% de teor
de água dos provetes expostos a fungos de podridão, expostos a meio de cultura, e sem
exposição a agentes de degradação.
O ensaio foi realizado nas instalações do UPB.LNEC segundo o estipulado na norma NP‐
618:1973. Foi utilizada a máquina de ensaio mecânico Shimatzu, e os dados foram obtidos e
tratados pelo programa Trapezium2.
Após o processo de exposição ao agente de degradação descrito no capitulo anterior e um
período de estabilização de massa numa sala condicionada os provetes foram pesados e foram
medidas as dimensões transversais com uma craveira de precisão.
44
Seguidamente os provetes foram colocados sobre o centro do prato inferior da máquina e
fez‐se descer o prato superior até estar em contacto com o topo do provete, sem lhe
transmitir forças. Através do programa Trapezium2 foi iniciado o processo em que foram
aplicadas forças progressivamente crescentes até se atingir a rotura do provete. Para cada
provete foi registada a força de rotura, força máxima aplicada durante o ensaio (Figura 22).
Figura 22 – ensaio de tensão de rotura por compressão axial (NP 618, 1973)
Com base em ensaios teste, previamente realizados, o programa foi definido para que a rotura
do provete fosse atingida aproximadamente aos 3 min.
Com o valor da força de rotura registados foi calculada a tensão de rotura axial a H % de teor
de água através da equação 3.1 (NP 618, 1973):
(3.1)
Sendo: ‐ A força de rotura do provete, expressa em quilogramas‐força,
, ‐ As dimensões transversais efectivas do provete, expressas em milímetros,
Dado o estado avançado de deterioração de alguns provetes foi colocada uma folha de
papel‐alumínio sobre a base da maquina do ensaio de compressão de modo a ser possível
recolher a totalidade do provete ensaiado após a rotura.
45
A seguir ao ensaio de compressão foi determinado o teor de água de cada provete segundo a
norma (NP 618, 1973). Os provetes foram colocados numa estufa seca a 103ºC durante vinte e
quatro horas de modo a atingir massa constante. Após este período os provetes secos foram
colocados dentro de um exsicador de modo a poderem arrefecer sem alterar o teor de água.
Os provetes arrefecidos foram pesados e foi registada a sua massa seca. Com este valor foi
possível calcular o teor de água H do provete, aquando do ensaio de compressão, através da
equação 3.2 (NP 618, 1973).
(3.2)
100
Sendo: ‐ O teor de água do provete húmido, expresso em percentagem,
‐ A massa do provete húmido, expressa em gramas, ‐ A massa do provete seco, expressa em gramas,
Com o valor de foi então possível calcular a tensão de rotura axial a 12 % de teor de água
através da equação 3.3 (NP 618, 1973).
(3.3)
1 12
Sendo: ‐ Tensão de rotura axial a 12 % de teor de água, expressa em quilograma‐força por centímetro quadrado,
‐ Tensão de rotura axial a 12 % de teor de água, expressa em quilograma‐força por centímetro quadrado, ‐ O teor de água do provete húmido, expresso em percentagem, ‐ Coeficiente de valor 0.05, por indicação da norma (NP 618, 1973).
3.5.2 Perda de massa
O objetivo deste ensaio é determinar a perda de massa sofrida pelos provetes durante o
período que estiveram expostos aos fungos de podridão. A percentagem de perda de massa é
calculada através da equação 3.4.
(3.4)
46
100
Sendo: ‐ Massa seca do provete após aplicação de tratamento e antes do período de
exposição, expressa em gramas, ‐ Massa seca do provete após o período de exposição e o ensaio de tensão de
rotura em compressão axial, expressa em gramas, – Coeficiente de correcção de perda massa causado pelas condições de exposição,
expresso em percentagem.
O valor de massa seca após o período de exposição e ensaio de tensão de rotura, , foi
obtido, como já descrito no subcapítulo anterior, para todos os provetes.
O valor de massa seca dos provetes após a aplicação de tratamento e antes do período de
exposição, , foi calculado conforme o procedimento explicado em baixo.
Provetes sem exposição
Assumiu‐se que os provetes que não foram expostos a agentes de degradação não sofreram
perda de massa. Deste modo considerou‐se que o valor de massa seca após o tratamento e
antes da exposição, , é igual ao valor de massa seca após o ensaio de tensão de rotura,
.
Com este pressuposto é possível calcular o valor do teor de água nos provetes, antes do
período de exposição, utilizando a equação 3.2 (EN 13183‐1, 2013) descrita no subcapítulo
anterior. A média do valor de teor de água destes seis provetes servirá de referência para os
restantes provetes do grupo que foram expostos a agentes de degradação.
Provetes expostos a fungos de podridão e meio de cultura
Assumiu‐se que, tendo havido exposição a agentes de degradação, esta poderia causar
perda de massa destes provetes e logo a massa seca não poderia ser considerada igual à
massa seca .
Também não foi possível calcular a massa seca destes provetes antes do período de
exposição pelo método definido na norma (EN 13183‐1, 2013), descrito no subcapítulo
anterior, pois a elevada exposição a calor poderia alterar as características da madeira e dos
produtos preservadores. Deste modo, a massa seca teórica antes do período de exposição
destes provetes foi calculada com a equação 3.5, variação da equação 3.2, utilizando o valor de
massa registado antes do período de exposição, e a média do valor de teor de água dos
provetes não expostos.
47
(3.5)
100100
Sendo: ‐ Massa seca do provete após aplicação de tratamento e antes do período de exposição, expressa em gramas,
‐ Massa húmida do provete após aplicação de tratamento e antes do período de exposição, expressa em gramas,
‐ Média do teor de água registado em provetes não expostos a agentes de degradação, expressa em percentagem.
Coeficiente de correcção
O coeficiente de correcção é a média de perda de massa registada nos provetes que foram
expostos a meio de cultura sem o fungo de podridão. Este coeficiente é adicionado ao valor de
perda de massa total dos provetes expostos a fungos de modo a obter‐se o valor de perda de
massa causado exclusivamente pelo fungo Oligoporus placenta, descontado eventuais desvios
causados pelas condições em que é desenvolvido o processo de exposição.
3.6 Ensaios em provetes expostos a térmitas
3.6.1 Taxa de sobrevivência
O objetivo deste ensaio é determinar o número de térmitas sobreviventes após a exposição
aos provetes de madeira tratada, conforme descrito no subcapítulo 3.4.
O ensaio foi realizado nas instalações do UPB.LNEC segundo o estipulado na norma (EN 118,
2013).
Após o período de exposição, os ensaios são desmontados dentro de um recipiente onde os
insectos sobreviventes são separados da areia e colocados dentro de caixas de Petri para
posteriormente ser contabilizado o número de obreiras vivas, e registar a presença de
soldados e/ou ninfas, por provete.
A taxa de sobrevivência é expressa em percentagem e é calculada através da equação 3.6
(3.6)
êº
250100
48
3.6.2 Classificação visual
O objetivo deste ensaio é avaliar e classificar o grau de ataque provocado pelas térmitas nos
provetes expostos.
O ensaio foi realizado nas instalações do UPB.LNEC segundo a norma EN 118:2013.
Após o desmonte do ensaio os provetes foram limpos e analisados. O grau de ataque foi
classificado segundo os níveis descritos na norma (EN 118, 2013):
Grau 0 – sem ataque (Figura 23);
Grau 1 – tentativa de ataque: escoriações ou roeduras superficiais de profundidade
insuficiente para serem medidas;
Grau 2 – ataque ligeiro: ataque superficial (<1mm), limitado em extensão a um
máximo de ¼ da superfície exposta, ou a uma única galeria com menos de 3mm de
profundidade e sem outro sinal de ataque;
Grau 3 – ataque moderado: ataque superficial (<1mm), com extensão superior a ¼ da
superfície exposta, ou erosão (de 1mm a 3mm) numa área igual ou inferior a ¼ da
superfície exposta, ou galerias pontuais com profundidade superior a 3mm, mas não
formando cavidades nem atravessando o provete;
Grau 4 – ataque forte: erosão em mais de ¼ da superfície exposta, ou ataque com
penetração superior a 3mm conduzindo à formação de cavidades no provete ou que,
embora sem cavidades, atravesse o provete (Figura 24).
49
Figura 23 – provete após exposição a térmitas classificados com grau de ataque 0
Figura 24 – provete após exposição a térmitas, classificado com grau de ataque 4
50
4. Apresentação e análise de resultados
4.1 Provetes sem tratamento
4.1.1 Provetes expostos a fungo de podridão
Na Figura 25 são apresentados os valores de tensão de rotura obtidos no ensaio de
compressão axial (NP 618, 1973), ajustados para um teor de água de 12%, efetuado nos
provetes que não foram tratados com qualquer preservador. A totalidade dos resultados
obtidos poderá ser consultada no anexo A.1.
■ Provetes não tratados, exposição: O. placenta ■ provetes não tratados, exposição: meio de cultura
■ provetes‐testemunho, exposição: O placenta ■ provetes não tratados, sem exposição
Figura 25 – Resultados do ensaio de tensão de rutura em compressão axial (NP 618, 1973)em provetes não tratados e expostos ao fungo de podridão Oligoporus placenta
Como expectável, verifica‐se que os provetes que não foram expostos a agentes de
degradação apresentam os valores mais elevados de tensão de rotura, seguidos dos provetes
expostos ao meio de cultura com valores ligeiramente mais baixos, e por fim os provetes
expostos aos fungos de podridão com valores significativamente mais baixos.
■ provetes não tratados, exposição: O. placenta ■ provetes‐testemunho, exposição: O.placenta
Figura 26 – Perda de massa registada em provetes não tratados e expostos ao fungo de podridão Oligoporus placenta
12,0
3,1
17,1 15,410,1
4,7
38,2
31,837,8
42,538,9
44,8 47,1
38,341,3 41,4
49,3
42,6
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
I2.I
I2.II
I2.III
I2.IV
I2.V
I2.VI
I4.I
I4.II
I4.III
I4.IV
I4.V
I4.VI
I1.I
I1.II
I1.III
I1.IV
I1.V
I1.VI
Tens
ão d
e ro
tura
(N/m
m²)
23,3%
35,3%
13,0%
5,5%
28,8%26,3%
0%
10%
20%
30%
40%
F2.I
F2.II
F2.III
F2.IV
F2.V
F2.V
I
Perd
a d
e m
ass
a (%
)
51
Na Figura 26 são apresentados os valores de perda de massa registados nos provetes sem
tratamento. Registou‐se uma média de 0,6% de valor de perda de massa nos seis provetes
expostos a meio de cultura, este valor foi utilizado como coeficiente de correcção nos provetes
expostos ao fungo de podridão.
4.1.2 Provetes expostos a térmitas subterrâneas
A norma EN NP118:1992 determina que o ensaio seja feito com pelo menos três provetes‐
testemunho e que o ensaio será considerado válido se três provetes‐testemunho não tratados
utilizados no controle de virulência atingirem o grau 4 quando examinados visualmente e se as
colónias correspondentes tiverem uma taxa de sobrevivência de pelo menos 50%. A norma
estipula ainda que é permitido que um único provete não atinja esses limites, desde que a
causa desse comportamento anormal possa ser explicada, por exemplo, pelo desenvolvimento
de bolores (EN 118, 2013).
Para o presente ensaio foram utilizados seis provetes‐testemunho. A totalidade dos provetes
foi classificada com um grau 4 como demonstrado na Figura 28, contudo, apenas em dois
provetes foram registadas taxas de sobrevivência superiores a 50% (Figura 27). A baixa
sobrevivência dos outros provetes poderá ser justificada pelo aparecimento de bolores.
Figura 27 - Taxa de sobrevivência registada (EN 118, 2013)em provetes não tratados e expostos a Térmitas
Figura 28 – Classificação visual segundo a norma (EN 118, 2013) de provetes não tratados e expostos a Térmitas
36,0%
52,0%
60,4%
35,6%
20,4%
41,2%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
I5.I I5.II I5.III I5.IV I5.V I5.VI
Taxa
de
sobr
eviv
ênci
a
4 4 4 4 4 4
0
1
2
3
4
I5.I I5.II I5.III I5.IV I5.V I5.VICla
ssifi
caçã
o vi
sual
52
4.2 Óleo queimado
4.2.1 Provetes expostos a fungo de podridão
São apresentados na Figura 29 os valores de tensão de rotura obtidos no ensaio de
compressão axial (NP 618, 1973), ajustados para um teor de água de 12%, efetuado nos
provetes tratados com Óleo queimado. A totalidade dos resultados obtidos poderá ser
consultada no anexo A.2.
■ provetes tratados, exposição: Oligoporus placenta ■ provetes tratados, exposição: meio de cultura
■ provetes‐testemunho, exposição: Oligoporus placenta ■ provetes tratados, sem exposição
Figura 29 – Resultados do ensaio de tensão de rutura em compressão axial (NP 618, 1973)em provetes tratados com óleo queimado e expostos ao fungo de podridão Oligoporus placenta
Como expectável verifica‐se que os provetes que não foram expostos a qualquer agente de
degradação apresentam os valores mais elevados de tensão de rotura, seguidos dos provetes
expostos ao meio de cultura com valores ligeiramente mais baixos, e por fim os provetes
expostos aos fungos de podridão com valores significativamente mais baixos.
Denota‐se ainda, com a excepção de um par, uma diferença considerável de valores
registados nos provetes expostos ao fungo de degradação, apresentando os provetes tratados
com óleo queimado melhores resultados que os provetes‐testemunho não tratados.
Esta diferença considerável é também percetível nos valores de perda de massa obtidos e
apresentados na Figura 30. Registou‐se uma média de 0,2% de valor de perda de massa nos
seis provetes expostos a meio de cultura, este valor foi utilizado como coeficiente de correcção
nos provetes expostos ao fungo de podridão.
25,6
2,8
23,9
5,9
23,5
8,4
16,7
10,0
17,6
23,2 24,9
5,0
38,2 39,8 39,3
32,636,0
39,3
47,444,3
50,1 48,3 49,646,1
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
A2.I
C21
A2.II
C24
A2.III
C22
A2.IV
C43
A2.V
C48
A2.V
I
C49
A4.I
A4.II
A4.III
A4.IV
A4.V
A4.V
I
A1.I
A1.II
A1.III
A1.IV
A1.V
A1.V
ITe
nsão
de
rotu
ra (N
/mm
²)
53
■ provetes tratados, exposição: Oligoporus placenta ■ provetes‐testemunho, exposição: Oligoporus placenta
Figura 30 – Perda de massa registada em provetes tratados com óleo queimado e expostos ao fungo de podridão Oligoporus placenta
4.2.2 Provetes expostos a térmitas subterrâneas
Nos provetes tratados com óleo queimado e expostos a térmitas registou‐se uma taxa de
sobrevivência nula na totalidade dos seis provetes. Este valor é contrastante com os resultados
obtidos na classificação visual dos provetes. Em todos foi registado o valor máximo, grau 4,
como é demostrado na Figura 31.
Figura 31 – Classificação visual segundo a norma (EN 118, 2013) de provetes tratados com Óleo queimado e expostos a Térmitas
14,4%
26,6%
8,7%
22,2%
8,6%
35,4%
13,6%
32,5%
14,3%
37,6%
9,1%
28,5%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
A2.I
C21
A2.II
C24
A2.III
C22
A2.IV
C43
A2.V
C48
A2.V
I
C49
Perd
a d
e m
ass
a (%
)
4 4 4 4 4 4
0
1
2
3
4
A5.I A5.II A5.III A5.IV A5.V A5.VI
Cla
ssifi
caçã
o vi
sual
54
4.3 Óleo de linhaça
4.3.1 Provetes expostos a fungo de podridão
Na Figura 32 são apresentados os valores de tensão de rotura obtidos no ensaio de
compressão axial (NP 618, 1973), ajustados para um teor de água de 12%, efetuado nos
provetes tratados com Óleo de linhaça. A totalidade dos resultados obtidos poderá ser
consultada no anexo A.3.
■ provetes tratados, exposição: Oligoporus placenta ■ provetes tratados, exposição: meio de cultura
■ provetes‐testemunho, exposição: O. placenta ■ provetes tratados, sem exposição
Figura 32 – Resultados do ensaio de tensão de rutura em compressão axial (NP 618, 1973)em provetes tratados com Óleo de linhaça e expostos ao fungo de podridão Oligoporus
placenta
Verifica‐se que os provetes que não foram expostos a agentes de degradação apresentam os
valores mais elevados de tensão de rotura, seguidos dos provetes expostos ao meio de cultura
com valores ligeiramente mais baixos, e por fim os provetes expostos aos fungos de podridão
com valores significativamente mais baixos.
Nos provetes expostos ao fungo de podridão não existe uma diferença considerável de
valores registados entre os provetes tratados e os provetes‐testemunho não tratados.
Esta proximidade é também verificada nos valores de perda de massa obtidos e
apresentados na Figura 33. Registou‐se uma média de 0,4% de valor de perda de massa nos
seis provetes expostos a meio de cultura, este valor foi utilizado como coeficiente de correcção
nos provetes expostos ao fungo de podridão.
12,417,1 16,2 18,2
21,8 22,8 21,816,5
22,4
12,517,3
13,8
41,9
31,6
40,1
31,7
37,632,9
39,544,0
37,0 38,542,8 41,8
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
B2.I
C23
B2.II
C25
B2.III
C17
B2.IV
C14
B2.V
C16
B2.V
I
C37
B4.I
B4.II
B4.III
B4.IV
B4.V
B4.V
I
B1.I
B1.II
B1.III
B1.IV
B1.V
B1.V
ITe
nsão
de
rotu
ra (N
/mm
²)
55
■ provetes tratados, exposição: Oligoporus placenta ■ provetes‐testemunho, exposição: Oligoporus placenta
Figura 33 – Perda de massa registada em provetes tratados com Óleo de linhaça e expostos ao fungo de podridão Oligoporus placenta
4.3.2 Provetes expostos a térmitas subterrâneas
Na Figura 34 são apresentadas as taxas de sobrevivência registadas nos provetes expostos a
térmitas. Em cinco provetes foi registado o valor nulo, e um valor residual de 5,2% no provete
B5.II . Na classificação visual dos provetes, o provete B5.II foi classificado com um valor 3 e os
restantes provetes com um grau de ataque de valor 4, como é demostrado na Figura 35.
Figura 34 - Taxa de sobrevivência registada (EN 118, 2013)em provetes tratados com Óleo de linhaça e expostos a Térmitas
Figura 35 – Classificação visual segundo a norma (EN 118, 2013) de provetes tratados com Óleo de linhaça e expostos a Térmitas
23,8% 24,8%20,8% 23,4% 22,9%
17,8%21,7% 21,5% 22,1%
25,7%
18,5%23,1%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
B2.I
C23
B2.II
C25
B2.III
C17
B2.IV
C14
B2.V
C16
B2.V
I
C37Pe
rda
de
ma
ssa
(%)
0,0%
5,2%
0,0% 0,0% 0,0% 0,0%0%
10%
20%
30%
B5.I B5.II B5.III B5.IV B5.V B5.VI
Taxa
de
sobr
eviv
ênci
a
4
3
4 4 4 4
0
1
2
3
4
B5.I B5.II B5.III B5.IV B5.V B5.VI
Cla
ssifi
caçã
o vi
sual
56
4.4 Calda bordalesa receita
4.4.1 Provetes expostos a fungo de podridão
São apresentados na Figura 36 os valores de tensão de rotura obtidos no ensaio de
compressão axial (NP 618, 1973), ajustados para um teor de água de 12%, efetuado nos
provetes tratados com calda bordalesa receita. A totalidade dos resultados obtidos poderá ser
consultada no anexo A.4.
■ provetes tratados, exposição: Oligoporus placenta ■ provetes tratados, exposição: meio de cultura
■ testemunhos, exposição: Oligoporus placenta ■ provetes tratados, sem exposição
Figura 36 – Resultados do ensaio de tensão de rutura em compressão axial (NP 618, 1973)em provetes tratados com Calda bordalesa receita e expostos ao fungo de podridão O.placenta
Tal como nos tratamentos descritos anteriormente verifica‐se que os provetes que não
foram expostos a agente de degradação apresentam os valores mais elevados de tensão de
rotura, seguidos dos provetes expostos ao meio de cultura com valores ligeiramente mais
baixos, e por fim os provetes expostos aos fungos de podridão com valores expressivamente
mais baixos.
Nos provetes expostos ao fungo de podridão não se regista uma diferença significativa entre
os provetes tratados e os provetes‐testemunho não tratados, sendo o valor médio em ambos
os grupos de 8,9kN/mm².
Na Figura 37 são apresentados os valores de perda de massa para os provetes expostos ao
fungo de podridão e regista‐se que os provetes tratados apresentam valores superiores aos
valores dos provetes não tratados. Registou‐se uma média de 0,4% de valor de perda de massa
nos seis provetes expostos a meio de cultura, este valor foi utilizado como coeficiente de
correcção nos provetes expostos ao fungo de podridão.
12,59,0 9,2
4,98,2 9,7 8,0
12,67,9
3,97,8
13,4
43,0
36,039,1 39,0 36,9 35,8
39,143,0 44,7 45,8 46,1 46,6
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
C2.I
C18
C2.II
C15
C2.III
C19
C2.IV
C29
C2.V
C31
C2.V
I
C39
C4.I
C4.II
C4.III
C4.IV
C4.V
C4.V
I
C1.I
C1.II
C1.III
C1.IV
C1.V
C1.V
ITens
ão d
e ro
tura
(N/m
m²)
57
■ provetes tratados, exposição: Oligoporus placenta ■ provetes‐testemunho, exposição: Oligoporus placenta
Figura 37 – Perda de massa registada em provetes tratados com Calda bordalesa receita e expostos ao fungo de podridão Oligoporus placenta
4.4.2 Provetes expostos a térmitas subterrâneas
Nos provetes expostos as térmitas foram registadas taxas de sobrevivência relativamente
altas com excepção de um provete onde foi contabilizada uma única sobrevivente (Figura 38).
Figura 38 - Taxa de sobrevivência registada (EN 118, 2013)em provetes tratados com calda bordalesa receita e expostos a Térmitas
Todos os provetes apresentam um grau de ataque máximo na classificação visual, tal como é
demonstrado na Figura 39.
Figura 39 – Classificação visual segundo a norma (EN 118, 2013) de provetes tratados com Calda bordalesa receita e expostos a Térmitas
25,9% 25,2%
35,0%
19,9%
29,7%25,1%
32,9%
15,1%
31,3%26,7%
33,9%
16,3%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
C2.I
C18
C2.II
C15
C2.III
C19
C2.IV
C29
C2.V
C31
C2.V
I
C39
Perd
a d
e m
ass
a (%
)
54,0%
43,6%
64,0%
24,8%
72,0%
0,4%0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
C5.I C5.II C5.III C5.IV C5.V C5.VI
Taxa
de
sobr
eviv
ênci
a
4 4 4 4 4 4
0
1
2
3
4
C5.I C5.II C5.III C5.IV C5.V C5.VI
Cla
ssifi
caçã
o vi
sual
58
4.5 Calda bordalesa PH7
4.5.1 Provetes expostos a fungo de podridão
São apresentados na Figura 40 os valores de tensão de rotura obtidos no ensaio de
compressão axial (NP 618, 1973), ajustados para um teor de água de 12%, efetuado nos
provetes tratados com calda bordalesa PH7. A totalidade dos resultados obtidos poderá ser
consultada no anexo A.5.
■ provetes tratados, exposição: Oligoporus placenta ■ provetes tratados, exposição: meio de cultura
■ provetes‐testemunho, exposição: O. placenta ■ provetes tratados, sem exposição
Figura 40 – Resultados do ensaio de tensão de rutura em compressão axial (NP 618, 1973)em provetes tratados com Calda bordalesa PH7 e expostos ao fungo de podridão Oligoporus
placenta
Verifica‐se que os provetes que não foram expostos a qualquer agente de degradação
apresentam os valores mais elevados de tensão de rotura, seguidos dos provetes expostos ao
meio de cultura com valores ligeiramente mais baixos, e por fim os provetes expostos aos
fungos de podridão com valores significativamente mais baixos.
Nos provetes expostos ao fungo de podridão, apesar da diferença ser pouco significativa,
denota‐se que os provetes tratados registam um valor médio de tensão de rotura inferior ao
dos provetes não tratados.
Na Figura 41 são apresentados os valores de perda de massa para os provetes expostos ao
fungo de podridão e regista‐se que os provetes tratados apresentam um valor médio
ligeiramente superior ao valor médio registado nos provetes não tratados. Nos provetes
expostos a meio de cultura registou‐se uma média de perda de massa de valor zero.
12,117,8 16,4 16,2
6,9 7,44,8
14,3
6,0
13,3 11,55,3
38,040,9
36,140,1 40,8
32,4
42,9 44,840,9 43,1
47,1
39,1
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
D2.I
C20
D2.II
C12
D2.III
C13
D2.IV
C33
D2.V
C36
D2.V
I
C34
D4.I
D4.II
D4.III
D4.IV
D4.V
D4.V
I
D1.I
D1.II
D1.III
D1.IV
D1.V
D1.V
ITe
nsão
de
rotu
ra (N
/mm
²)
59
■ provetes tratados, exposição: Oligoporus placenta ■ provetes‐testemunho, exposição: Oligoporus placenta
Figura 41 – Perda de massa registada em provetes tratados com Calda bordalesa PH7 e expostos ao fungo de podridão Oligoporus placenta
4.5.2 Provetes expostos a térmitas subterrâneas
Nos provetes expostos as térmitas foram registadas taxas de sobrevivência relativamente
altas com excepção de um provete onde não houve sobreviventes, tal como descrito na Figura
42.
Figura 42 - Taxa de sobrevivência registada (EN 118, 2013)em provetes tratados com Calda bordalesa PH7 e expostos a Térmitas
Todos os provetes apresentam um grau de ataque máximo na classificação visual, tal como é
demonstrado na Figura 43.
Figura 43 – Classificação visual segundo a norma (EN 118, 2013) de provetes tratados com Calda bordalesa PH7 e expostos a Térmitas
36,2%
18,6%
31,5%26,8% 25,5%
31,4%36,1%
10,2%
23,3% 21,1%
12,5%
33,5%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
D2.I
C20
D2.II
C12
D2.III
C13
D2.IV
C33
D2.V
C36
D2.V
I
C34
Perd
a d
e m
ass
a (%
)
44,4% 42,0%
60,0%
0,0%
38,0%45,6%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
D5.I D5.II D5.III D5.IV D5.V D5.VITaxa
de
sobr
eviv
ênci
a
4 4 4 4 4 4
0
1
2
3
4
D5.I D5.II D5.III D5.IV D5.V D5.VI
Cla
ssifi
caçã
o vi
sual
60
4.6 Sulfato de cobre
4.6.1 Provetes expostos a fungo de podridão
São apresentados na Figura 44os valores de tensão de rotura obtidos no ensaio de
compressão axial (NP 618, 1973), ajustados para um teor de água de 12%, efetuado nos
provetes tratados com Sulfato de cobre. A totalidade dos resultados obtidos poderá ser
consultada no anexo A.6.
■ provetes tratados, exposição: Oligoporus placenta ■ provetes tratados, exposição: meio de cultura
■ provetes‐testemunho, exposição: O.placenta ■ provetes tratados, sem exposição
Figura 44 – Resultados do ensaio de tensão de rutura em compressão axial (NP 618, 1973)em provetes tratados com Sulfato de cobre receita e expostos ao fungo Oligoporus placenta
Como expectável, os valores mais elevados de tensão rotura foram registados nos provetes
sem exposição, e com exposição a meio de cultura, apresentando os dois grupos valores muito
próximos. Nos dois grupos de provetes expostos ao fungo de podridão foram registados
valores de tensão de rotura significativamente mais baixos. Denota‐se ainda que os provetes
tratados com sulfato de cobre apresentam resultados consideravelmente melhores que os
provetes‐testemunho não tratados.
Esta diferença considerável é também percetível nos valores de perda de massa
apresentados na Figura 45.
Nos seis provetes expostos a meio de cultura registou‐se uma média de perda de massa de
valor zero.
25,0
6,6
22,0
6,4
17,8
5,1
19,9
8,7
17,1
8,8
19,6
7,5
41,2
48,444,8
41,045,2
53,4
39,643,5 45,2
50,1
37,3
43,9
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
E2.I
C10
E2.II
C8
E2.III
C11
E2.IV
C30
E2.V
C32
E2.V
I
C41
E4.I
E4.II
E4.III
E4.IV
E4.V
E4.V
I
E1.I
E1.II
E1.III
E1.IV
E1.V
E1.V
ITens
ão d
e ro
tura
(N/m
m²)
61
■ provetes tratados, exposição: Oligoporus placenta ■ provetes‐testemunho, exposição: Oligoporus placenta
Figura 45 – Perda de massa registada em provetes tratados com Sulfato de cobre e expostos ao fungo de podridão Oligoporus placenta
4.6.2 Provetes expostos a térmitas subterrâneas
Nos provetes tratados com sulfato e expostos a térmitas registou‐se uma taxa de
sobrevivência nula em quatro provetes, contrastando com taxas de sobrevivência entre 24% e
50% registados nos outros dois (Figura 46).
Figura 46 - Taxa de sobrevivência registada (EN 118, 2013)em provetes tratados com Sulfato de cobre e expostos a Térmitas
Na classificação visual dos provetes, demostrada na Figura 47, denota‐se a existência de um
provete classificado com grau 1, o que contrasta com o restante grupo, maioritariamente
classificado com grau 4.
Figura 47 – Classificação visual segundo a norma (EN 118, 2013) de provetes tratados com Sulfato de cobre e expostos a Térmitas
15,9%
38,8%
15,6%
45,8%
9,2%
48,1%
19,0%
31,4%
22,1%
35,7%
17,2%
32,3%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
E2.I
C10
E2.II
C8
E2.III
C11
E2.IV
C30
E2.V
C32
E2.V
I
C41
Perd
a d
e m
ass
a (%
)
24,8%
50,0%
0,0% 0,0% 0,0% 0,0%0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
E5.I E5.II E5.III E5.IV E5.V E5.VI
Taxa
de
sobr
eviv
ênci
a
4 4 4
1
3
4
0
1
2
3
4
E5.I E5.II E5.III E5.IV E5.V E5.VI
Cla
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o vi
sual
62
4.7 Água salgada
4.7.1 Provetes expostos a fungo de podridão
Na Figura 48 são apresentados os valores de tensão de rotura obtidos no ensaio de
compressão axial (NP 618, 1973), ajustados para um teor de água de 12%, efetuado nos
provetes tratados com Água Salgada. A totalidade dos resultados obtidos poderá ser
consultada no anexo A.7.
■ provetes tratados, exposição: Oligoporus placenta ■ provetes tratados, exposição: meio de cultura
■ provetes‐testemunho, exposição: O.placenta ■ provetes tratados, sem exposição
Figura 48 – Resultados do ensaio de tensão de rutura em compressão axial (NP 618, 1973)em provetes tratados com Água salgada e expostos ao fungo de podridão Oligoporus placenta
Como expectável verifica‐se que os provetes que não foram expostos a qualquer agente de
degradação apresentam os valores mais elevados de tensão de rotura, seguidos dos provetes
expostos ao meio de cultura com valores ligeiramente mais baixos, e por fim os provetes
expostos aos fungos de podridão com valores significativamente mais baixos.
Denota‐se ainda uma diferença considerável de valores registados nos provetes expostos ao
fungo de degradação, apresentando os provetes tratados com água salgada melhores
resultados que os provetes‐testemunho não tratados.
Esta diferença considerável é também percetível nos valores de perda de massa obtidos e
apresentados na Figura 49. Registou‐se uma média de 0,3% de valor de perda de massa nos
seis provetes expostos a meio de cultura, este valor foi utilizado como coeficiente de correcção
nos provetes expostos ao fungo de podridão.
16,2
6,2
15,0
4,9
15,010,9
28,1
6,1
16,410,0
21,7
5,1
39,2
25,4
37,841,1
37,942,1
39,3
48,051,1
47,744,2 41,9
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
F2.I
C5
F2.II
C6
F2.III
C27
F2.IV
C28
F2.V
C35
F2.V
I
C40
F4.I
F4.II
F4.III
F4.IV
F4.V
F4.V
I
F1.I
F1.II
F1.III
F1.IV
F1.V
F1.V
ITe
nsão
de
rotu
ra (N
/mm
²)
63
■ provetes tratados, exposição: Oligoporus placenta ■ provetes‐testemunho, exposição: Oligoporus placenta
Figura 49 – Perda de massa registada em provetes tratados com Água salgada e expostos ao fungo de podridão Oligoporus placenta
4.7.2 Provetes expostos a térmitas subterrâneas
Na Figura 50 são apresentadas as taxas de sobrevivência registadas nos provetes expostos a
térmitas. Em metade dos provetes foram registadas taxas de sobrevivência superiores a 50%, e
na outra metade foram registados valores significativamente mais baixas, havendo um provete
com taxa de sobrevivência nula.
Figura 50 - Taxa de sobrevivência registada (EN 118, 2013)em provetes tratados com Água salgada e expostos a Térmitas
Todos os provetes foram classificados com o nível de ataque de grau 4, tal como é
demonstrado na Figura 51.
Figura 51 – Classificação visual segundo a norma (EN 118, 2013) de provetes tratados com Água salgada e expostos a Térmitas
9,9%
41,9%
17,0%
33,9%
3,5%
40,9%
9,5%
23,4%19,4%
26,3%
19,5%
31,3%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
F2.I
C5
F2.II
C6
F2.III
C27
F2.IV
C28
F2.V
C35
F2.V
I
C40Pe
rda
de m
ass
a (%
)
15,2%
63,2%
26,0%
51,6%
60,4%
0,0%0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
F5.I F5.II F5.III F5.IV F5.V F5.VI
Taxa
de
sobr
eviv
ênci
a
4 4 4 4 4 4
0
1
2
3
4
F5.I F5.II F5.III F5.IV F5.V F5.VI
Cla
ssifi
caçã
o vi
sual
64
4.8 Tratamentos comerciais contemporâneos
4.8.1 Provetes expostos a fungo de podridão
Nos ensaios realizados nos provetes tratados com Xylophene SOR2 e Xylazel Fondo foram
registados resultados expectáveis para produtos comerciais contemporâneos. No caso do
Xylophene SOR2 existe uma ligeira diferença nos valores médios de tensão de rotura entre os
três grupos de provetes tratados, favorecendo os grupos não expostos (Figura 52).
Os provetes tratados com Xylazel Fondo não apresentam uma diferença significativa de
valores médios de tensão de rotura entre os três grupos de provetes, (Figura 53).
Em ambos os tratamentos, nos grupos expostos ao fungo de podridão registou‐se uma
diferença considerável de valores registados entre os provetes tratados e provetes‐
testemunho não tratados.
■ provetes tratados, exposição: Oligoporus placenta ■ provetes tratados, exposição: meio de cultura
■ provetes‐testemunho, exposição: O.placenta ■ provetes tratados, sem exposição
Figura 52 – Resultados do ensaio de tensão de rutura em compressão axial (NP 618, 1973)em provetes tratados com Xylophene SOR2 e expostos ao fungo de podridão Oligoporus
placenta
■ provetes tratados, exposição: Oligoporus placenta ■ provetes tratados, exposição: meio de cultura
■ provetes‐testemunho, exposição: O. placenta ■ provetes tratados, sem exposição
Figura 53 – Resultados do ensaio de tensão de rutura em compressão axial (NP 618, 1973)em provetes tratados com Xylazel fondo e expostos ao fungo de podridão Oligoporus placenta
25,1
3,9
33,4
5,6
38,3
3,0
47,1
31,3
44,0
17,9
34,2
5,1
43,6
35,0
41,8
51,1
38,835,7
53,4
41,9
49,947,0
56,8 52,5
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
G2.I
C2
G2.II
C3
G2.III
C9
G2.IV
C38
G2.V
C44
G2.V
I
C47
G4.I
G4.II
G4.III
G4.IV
G4.V
G4.V
I
G1.I
G1.II
G1.III
G1.IV
G1.V
G1.V
ITe
nsão
de
rotu
ra (N
/mm
²)
47,7
10,3
44,6
4,7
48,4
1,3
38,8
6,3
36,8
6,8
55,2
5,6
47,0
62,3
49,7
42,4 40,433,3
48,745,8 46,0 46,2 45,1
54,3
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
H2.I
C26
H2.II
C4
H2.III
C7
H2.IV
C42
H2.V
C46
H2.V
I
C45
H4.I
H4.II
H4.III
H4.IV
H4.V
H4.V
I
H1.I
H1.II
H1.III
H1.IV
H1.V
H1.V
ITe
nsão
de
rotu
ra (N
/mm
²)
65
A clivagem de valores entre os provetes tratados e os provetes‐testemunho não tratados é
também percetível nos valores de perda de massa nos os provetes expostos ao fungo de
podridão, tal como descrito na Figura 54 para os provetes tratados com Xylophene SOR2, e na
Figura 55 para os provetes tratados com Xylazel Fondo.
■ provetes tratados, exposição: Oligoporus placenta ■ provetes‐testemunho, exposição: Oligoporus placenta
Figura 54 – Perda de massa registada em provetes tratados com Xylophene SOR2 e expostos ao fungo de podridão Oligoporus placenta
■ provetes tratados, exposição: Oligoporus placenta ■ provetes‐testemunho, exposição: Oligoporus placenta
Figura 55 – Perda de massa registada em provetes tratados com Xylazel fondo e expostos ao fungo de podridão Oligoporus placenta
Registaram‐se médias de 0,7% e de 1% de valor de perda de massa nos provetes tratados
com Xylophene SOR2 e Xylazel Fondo respectivamente, e que foram expostos a meio de
cultura. Este valor foi utilizado como coeficiente de correcção nos provetes expostos ao fungo
de podridão.
9,6%
36,8%
1,1%
36,1%
3,1%
42,0%
1,1% 1,9% 1,0%
12,2%
1,3%
10,5%
0%
10%
20%
30%
40%
G2.I
C2
G2.II
C3
G2.III
C9
G2.IV
C38
G2.V
C44
G2.V
I
C47
Perd
a de
ma
ssa
(%)
1,4%
25,1%
40,5%
0,1%
41,3%
0,8%
32,3%
0,1%
25,4%
1,0%
7,5%
0%
10%
20%
30%
40%
H2.I
C26
H2.II
C4
H2.III
C7
H2.IV
C42
H2.V
C46
H2.V
I
C45
Perd
a d
e m
ass
a (%
)
66
4.8.2 Provetes expostos a térmitas subterrâneas
Na exposição à degradação por térmitas foi registado para ambos os tratamentos uma taxa
de sobrevivência nula em todos os provetes. Todos os provetes tratados com Xylophene SOR2
foram classificados com um grau de ataque zero. Nos provetes tratados com Xylazel fondo
foram registados resultados semelhantes, contudo dois provetes foram classificados com grau
de ataque 1, conforme demonstrado na Figura 56.
Figura 56 – Classificação visual segundo a norma (EN 118, 2013) de provetes tratados com Xylazel fondo e expostos a Térmitas
1
0
1
0 0 00
1
2
3
4
H5.I H5.II H5.III H5.IV H5.V H5.VI
Cla
ssifi
caçã
o vi
sual
67
4.9 Análise de resultados
4.9.1 Exposição a fungo de podridão
Na Figura 57 é apresentada a comparação entre as médias de valores tensão de rotura
obtidos no ensaio de compressão axial (NP 618, 1973), ajustados para um teor de água de
12%, separadas por tratamento e por tipo de exposição.
■ provetes tratados, exposição: Oligoporus placenta ■ provetes tratados, exposição: meio de cultura
■ provetes‐testemunho, exposição: Oligoporus placenta ■ provetes tratados, sem exposição
Figura 57 – Comparação entre valores médios de tensão de rutura em compressão axial (NP 618, 1973), por tratamento preservador aplicado, em provetes expostos ao fungo de
podridão Oligoporus placenta
Na análise ao gráfico constata‐se as seguintes observações:
‐ Em todos os tipos de tratamento ensaiados verifica‐se que os valores mais altos de
tensão de rotura axial são constantemente obtidos nos provetes não expostos e nos
provetes expostos a meio de cultura. Os valores médios de tensão de rotura variam
entre os 41 N/mm² e os 50 N/mm² para os provetes sem exposição, e entre 36 N/mm² e
46 N/mm² para os provetes expostos apenas ao meio de cultura.
22
9
38
48
1917
36
41
9 9
38
44
1012
38
43
20
7
4643
19
7
37
45
37
11
41
50
45
6
4648
10
39
43
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
Tratado
Testem
un
ho
sM
eioSe
m e
xpo
sição
Tratado
Testem
un
ho
sM
eioSe
m e
xpo
sição
Tratado
Testem
un
ho
sM
eioSe
m e
xpo
sição
Tratado
Testem
un
ho
sM
eioSe
m e
xpo
sição
Tratado
Testem
un
ho
sM
eioSe
m e
xpo
sição
Tratado
Testem
un
ho
sM
eioSe
m e
xpo
sição
Tratado
Testem
un
ho
sM
eioSe
m e
xpo
sição
Tratado
Testem
un
ho
sM
eioSe
m e
xpo
sição
Não
tratado
Meio
Sem e
xpo
sição
ÓleoQueimado
Óleo delinhaça
C.BordalesaRec.
C.BordalesaPh7
Sulfato decobre
Água Salgada XylopheneSOR2
Xylazel Fondo Semtrat.
Tens
ão d
e ro
tura
(N/m
m²)
desvio padrão
68
‐ Os provetes‐testemunho de cada tratamento e os provetes sem tratamento registam
valores semelhantes. Os valores médios de tensão de rotura variam entre os 6 N/mm² e
os 17 N/mm².
‐ Como expectável, nos provetes expostos ao fungo de podridão, os valores registados
mais elevados foram obtidos nos provetes com tratamentos comerciais
contemporâneos, registando‐se valores muito próximos dos obtidos nos provetes sem
exposição ou com exposição ao meio de cultura.
‐ Apesar de nenhum tratamento tradicional ensaiado atingir valores próximos dos
tratamentos contemporâneos comerciais, foi registado nos provetes tratados com óleo
queimado, sulfato de cobre e água de salgada, valores de tensão de rotura
significativamente mais altos dos que os registados no respectivos provetes‐
testemunho.
‐ Nos restantes tratamentos tradicionais foram registados valores que não
representam uma melhoria significativa em relação aos respectivos provetes‐
testemunho não tratados, nomeadamente nos tratamentos com óleo de linhaça, calda
bordalesa receita, e calda bordalesa PH7.
Na Figura 58 é apresentada a comparação entre as médias de valores de perda de massa
durante o período de exposição ao fundo de podridão, separadas por tratamento.
Figura 58- Comparação entre valores médios de perda de massa, por tratamento preservador aplicado, em provetes expostos ao fungo de podridão Oligoporus placenta
11%
30%
22% 23%
31%
21%
28%
24%
17%
39%
13%
33%
3%
23%
1%
29%
22%
0,0%
5,0%
10,0%
15,0%
20,0%
25,0%
30,0%
35,0%
40,0%
45,0%
50,0%Tratad
o
Testem
un
ho
s
Tratado
Testem
un
ho
s
Tratado
Testem
un
ho
s
Tratado
Testem
un
ho
s
Tratado
Testem
un
ho
s
Tratado
Testem
un
ho
s
Tratado
Testem
un
ho
s
Tratado
Testem
un
ho
s
Não
tratado
ÓleoQueimado
Óleo delinhaça
C.BordalesaRec.
C.BordalesaPh7
Sulfato decobre
Água Salgada XylopheneSOR2
Xylazel Fondo Semtrat.
Perd
a de
ma
ssa
desvio padrão
69
Na análise dos dados obtidos é possível obter conclusões concordantes com as obtidas no
ensaio de tensão de rotura:
‐ Nos provetes‐testemunho de cada tratamento e os provetes sem tratamento foram
registados valores semelhantes. Os valores médios de perda de massa variam entre os
21% e os 39%
‐ Nos provetes com tratamentos comerciais contemporâneos foram registados valores
de perda de massa residuais.
‐ Apesar de registarem valores de perda de massa substancialmente superiores aos
registados nos tratamentos comerciais contemporâneos em alguns tratamentos
tradicionais observou‐se valores de perda de massa significativamente inferiores aos
registados nos respectivos provetes‐testemunho. Nomeadamente nos provetes
tratados com óleo queimado, sulfato de cobre e água de salgada.
‐ Nos restantes tratamentos tradicionais, óleo de linhaça, calda bordalesa receita, e
calda bordalesa PH7, foram registados valores de perda de massa semelhantes ou
superiores aos registados nos respectivos provetes‐testemunho.
4.9.2 Exposição a térmitas subterrâneas
Na Figura 59 é apresentada a comparação entre as médias de taxa de sobrevivência na
exposição ao insecto xilófago (EN 118, 2013), separadas por tratamento.
Figura 59 - Comparação entre valores médios de taxa de sobrevivência (EN 118, 2013), por tratamento preservador aplicado, em provetes expostos ao insecto xilófago Térmitas
Na análise ao gráfico constata‐se as seguintes observações:
0,0% 0,9%
43,1%38,3%
12,5%
36,1%
0,0% 0,0%
40,9%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
Óleoqueimado
Óleo delinhaça
C. bordalesareceita
C. bordalesaPh7
Sulfatode cobre
Águasalgada
XylopheneSOR2
XylazelFondo
Semtratamento
Taxa
de
sobr
eviv
ênci
a
desvio padrão
70
‐ Foram obtidas taxas de sobrevivência nulas nos provetes tratados com Óleo queimado e
com os tratamentos comerciais contemporâneo, e taxas de sobrevivência residuais, média de
0,9% nos provetes tratados com Óleo de linhaça.
‐ Nos provetes tratados com sulfato de cobre foi registada uma média de taxa de
sobrevivência baixa, 12,5%.
‐ Nos provetes tratados com os restantes métodos tradicionais foram registados valores
muito próximos do valor registado nos provetes sem tratamento.
Na classificação visual do grau de ataque do insecto xilófago não existe esta a distribuição de
resultados entre os diferentes tratamentos.
Tal como é demonstrando na Figura 60 é clara a diferença de eficácia entre os tratamentos
comerciais contemporâneos e os tratamentos tradicionais, registando os primeiros uma média
de grau de ataque de nível 0 e todos os outros uma média de grau de ataque de nível 4, valor
máximo segundo a norma (EN 118, 2013).
Figura 60 - Comparação entre valores médios de classificação visual (EN 118, 2013), por tratamento preservador aplicado, em provetes expostos ao insecto xilófago Térmitas
4,03,8
4,0 4,0
3,3
4,0
0,0 0,3
4,0
0
1
2
3
4
Óleoqueimado
Óleo delinhaça
C. bordalesareceita
C. bordalesaPh7
Sulfatode cobre
Águasalgada
XylopheneSOR2
XylazelFondo
Semtratamento
Cla
ssifi
caçã
o vi
sual
desvio padrão
71
5. Conclusões
5.1 Conclusões
Esta dissertação foi estruturada sobre dois objectivos. O primeiro consistia no levantamento
histórico de técnicas, receitas e métodos tradicionais de protecção na madeira, com relevância
na história da construção.
O desenvolvimento e resultados obtidos nesta pesquisa, que estão descritos no segundo
capitulo, deram origem à apresentação e publicação do artigo “Traditional methods of timber
preservation against bio‐deterioration” (Fevereiro, et al., 2014) nas atas da conferência
REHAB2014 ‐ International Conference on Preservation, Maintenance and Rehabilitation of
Historical Buildings and Structures, que teve lugar em Tomar de 19 a 21 de Março de 2014.
De acordo com o segundo objectivo deste trabalho realizou‐se uma campanha experimental
onde foi avaliada a real eficácia de um conjunto de métodos preservadores tradicionais,
relevantes no contexto nacional, através de ensaios laboratoriais, descritos no terceiro
capítulo.
Provetes de madeira sã foram tratados com os preservadores tracionais Óleo queimado,
Óleo de linhaça, Calda Bordalesa, Sulfato de cobre e Água salgada, e posteriormente foram
expostos a organismos de degradação da madeira, fungos e insectos xilófagos. Após o período
de degradação foram realizados ensaios sobre os provetes de modo a avaliar a prestação dos
preservadores utlizados. Para se poder realizar uma avaliação comparativa os mesmos
processos de degradação e consequentes ensaios foram realizados paralelamente num
conjunto de provetes de madeira sã, sem qualquer tratamento preservador, e tratados com
preservadores contemporâneos comerciais.
As conclusões descritas em baixo são fundadas nos dados obtidos na campanha
experimental, registados no quarto capítulo.
5.1.2 Eficácia contra fungos de podridão
Tanto no ensaio de tensão de rotura axial como na perda de massa, nenhum tratamento
tradicional ensaiado atingiu resultados de eficácia próximos dos valores registados nos
tratamentos comerciais, existindo uma diferença de valores significativa.
72
Deste modo, por comparação com padrões de eficácia actuais, podemos afirmar que
nenhum dos tratamentos tradicionais ensaiados é eficaz na protecção da madeira contra o
ataque do fungo de podridão Oligoporus placenta. Contudo, ao analisarmos os dados obtidos
verificámos que os provetes tratados com Óleo queimado, Sulfato de cobre e Água salgada,
apresentam uma melhoria considerável dos valores de tensão de rotura axial e de perda de
massa na comparação directa com os respectivos provetes‐testemunho não tratados.
Esta melhoria de prestação em relação à madeira não tratada, analisada num contexto
histórico onde não existiam os padrões de eficácia disponíveis actualmente, poderá justificar a
perpetuação do mito da eficiência do Óleo queimado e da Água salgada na preservação da
madeira, sendo o sulfato de cobre um conhecido agente antifúngico e utilizado na agricultura
e no fabrico de alguns tratamentos preservadores da madeira modernos.
5.1.3 Eficácia contra térmitas subterrâneas
À semelhança do registado na exposição aos fungos de podridão, nenhum tratamento
tradicional conseguiu atingir níveis de eficácia sequer próximos dos valores registados nos
tratamentos comerciais contemporâneos. Em todos os provetes tratados com métodos
tradicionais foi registado uma média do grau de ataque igual ou muito próxima do valor
máximo, quatro.
Embora se possa fazer a ressalva que nos provetes tratados com Óleo queimado e Óleo de
linhaça foi registadas taxas de sobrevivência nulas ou quase nulas, o elevado grau de ataque
registado revela que a morte das térmitas só sucedeu após a espessura de lenho tratado estar
ultrapassada, o que numa situação real permitiria a sobrevivência e avanço de uma colónia
com dimensões maiores.
5.1.3 Usabilidade dos preservadores tradicionais ensaiados
Durante a campanha experimental, no processo de obtenção dos dados definidos pelos
objetivos deste trabalho foram registados outros parâmetros que, não fazendo parte deste
estudo, convém realçar na apreciação dos métodos tradicionais de proteção da madeira
ensaiados.
O parâmetro mais visível é a alteração do aspecto, da madeira. Como é aparente na Figura
61, todos os tratamentos tradicionais alteram significativamente aspecto original da madeira.
73
Figura 61 – alteração de cor da madeira em provetes tratados
Alguns tratamentos tradicionais modificam o toque da madeira, ficando resíduos na
superfície do provete, mais uma vez esta situação é sentida nos provetes com tratamentos á
base de sulfato de cobre e de cal mas é particularmente intensa nos provetes tratados com os
óleos de linhaça e queimado que alem da alteração do toque também emanam um cheiro
particularmente forte e desagradável.
5.2 Perspectivas de desenvolvimentos futuros
Com base nos resultados descritos, considera‐se que as seguintes áreas poderão constituir
desenvolvimentos futuros:
‐ A realização de ensaios de eficácia face ao ataque de insectos xilófagos de madeira seca
tipicamente encontrados nas situações de aplicação das classes de risco 1 e 2 (EN 335, 2013)
como os carunchos pequenos ou grandes.
‐ A realização de ensaios de escolha com térmitas subterrâneas que permitam despistar
eventuais efeitos repelentes dos produtos em causa.
74
‐ A repetição dos ensaios utilizando outros fungos de podridão castanha ou branca como
agentes de degradação, nomeadamente os fungos Coniophora puteana e Coriolus versicolor
respetivamente.
‐ O alargamento dos ensaios a outros métodos de protecção da madeira, nomeadamente o
ensaio em madeira superficialmente carbonizada.
‐ O aprofundamento dos ensaios sobre os três tratamentos com resultados mais positivos na
protecção contra os fungos de podridão (óleo queimado, sulfato de cobre e água salgada),
introduzindo um período de envelhecimento dos provetes antes da exposição aos agentes de
degradação,
‐ Caracterizar os mecanismos de protecção dos tratamentos tradicionais com resultados
mais positivos na protecção contra os fungos de podridão, nomeadamente o óleo de motor
queimado e a água salgada.
75
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79
A.1 Mapa de provetes não tratados
Tabela 3 – Mapa de provetes não tratados expostos com exposição fungo de podridão
80
A.2 Mapa de provetes tratados com óleo queimado
Tabela 4 - Mapa de provetes tratados com óleo queimado com exposição a fungo de podridão
81
A.3 Mapa de provetes tratados com óleo de linhaça
Tabela 5 - Mapa de provetes tratados com óleo de linhaça com exposição a fungo de
podridão
82
A.4 Mapa de provetes tratados com calda bordalesa rec.
Tabela 6- Mapa de provetes tratados com calda bordalesa receita com exposição a fungo de podridão
83
A.5 Mapa de provetes tratados com calda bordalesa PH7
Tabela 7- Mapa de provetes tratados com calda bordalesa PH7 com exposição a fungo de podridão
84
A.6 Mapa de provetes tratados com sulfato de cobre
Tabela 8 - Mapa de provetes tratados com sulfato de cobre com exposição a fungo de podridão
85
A.7 Mapa de provetes tratados com água salgada
Tabela 9 - Mapa de provetes tratados com água salgada com exposição a fungo de podridão
86
A.8 Mapa de provetes tratados com Xylophene SOR2
Tabela 10 - Mapa de provetes tratados com Xylophene SOR2 com exposição a fungo de podridão
87
A.9 Mapa de provetes tratados com Xylazel fondo
Tabela 11 - Mapa de provetes tratados com Xylazel fondo com exposição a fungo de podridão
89
B.1 Mapa de provetes não tratados
Tabela 12 - Mapa de provetes não tratados com exposição a térmitas subterrâneas
B.2 Mapa de provetes tratados com óleo queimado
Tabela 13 - Mapa de provetes tratados com óleo queimado e com exposição a térmitas subterrâneas
90
B.3 Mapa de provetes tratados com óleo de linhaça
Tabela 14 - Mapa de provetes tratados com óleo de linhaça e com exposição a térmitas subterrâneas
B.4 Mapa de provetes tratados com calda bordalesa rec.
Tabela 15 - Mapa de provetes tratados com calda bordalesa receita e com exposição a térmitas subterrâneas
91
B.5 Mapa de provetes tratados com calda bordalesa PH7
Tabela 16 - Mapa de provetes tratados com calda bordalesa PH7 e com exposição a térmitas subterrâneas
B.6 Mapa de provetes tratados com sulfato de cobre
Tabela 17 - Mapa de provetes tratados com sulfato de cobre e com exposição a térmitas subterrâneas
92
B.7 Mapa de provetes tratados com água salgada
Tabela 18 - Mapa de provetes tratados com água salgada e com exposição a térmitas subterrâneas
B.8 Mapa de provetes tratados com Xylophene SOR2
Tabela 19 - Mapa de provetes tratados com Xylophene SOR2 e com exposição a térmitas subterrâneas
93
B.9 Mapa de provetes tratados com Xylazel fondo
Tabela 20 - Mapa de provetes tratados com Xylazel fondo e com exposição a térmitas subterrâneas
94
Anexos C
Fichas técnicas dos produtos preservadores comerciais contemporâneos utilizados na
campanha experimental
REF. PRODUTO 1075
ITC Nº 456
INFORMAÇÃO TÉCNICO / COMERCIAL
Xylophene SOR2 e Injector
Insecticida e fungicida para madeiras
Interior / Exterior
W 1046009003 Este documento deixa de ser controlado após ter sido impresso
1. Descrição Produto formulado com base em resinas alquidicas e agentes fungicidas e insecticidas.
2. Utilização É um produto destinado ao tratamento preventivo e curativo da madeira de construção e mobiliário, contra insectos xilófagos e térmitas.
3. Propriedades Não altera a cor ou o aspecto natural da madeira
Compatível com os outros produtos sintéticos de impregnação e acabamento de madeiras ( velaturas, vernizes, esmaltes, etc)
4. Características
- Densidade: 0,79 ±0,01
- Ponto de inflamação: >38ºC
5. Preparação da superfície
De um modo geral, as superficies devem estar bem limpas, isentas de areias, poeiras, gorduras e bem secas. No caso de madeiras já pintadas ou envernizadas, remover todo o revestimento por lixagem, raspagem ou “ queima”, de modo a permitir a penetração do Xylophene.
6. Aplicação No caso de madeiras novas, aplicar generosamente o produto em 2 demãos, em todas as faces das peças das madeiras ( quer seja móveis ou soalhos). No caso de madeiras já atacadas, aplicar 2 a 3 demãos em todas as superficies já afectadas. Sempre que possivel, injectar profundamente o produto nos elementos de grande secção, insistindo nas fendas e entalhes. Para as zonas de mais dificil acesso, utilizar ( eventualmente ) um pulverizador.
7. Sistema de Aplicação
Trincha ou pincel sem diluição Injector
8. Rendimento Tratamento preventivo : 5 m
2/l
Tratamento curativo : 3 m2/l ( este valor depende da superficie e do grau de ataque)
9. Secagem Ao tacto: 1h (a 20ºC)
Para repintura: 12h
Para utilização: 48h (a 20ºC)
10. Limpeza Diluente sintético
Nota: As indicações deste boletim são fornecidas apenas como orientação geral. Considerando as diferentes condições de trabalho, recomendamos que se procedam a ensaios prévios. Em caso de dúvida consulte o nosso Serviço a Clientes 808 502 000 ou o serviço de Atendimeno Permanente das 8h às 20h através do telefone 91 760 5736.
Rua Cidade de Goa, 26 2686-997 Sacavém
www.dyrup.pt
TINTAS DYRUP, S.A.
Tel.: +351 21 841 02 00
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Identificaçãodasociedade/empresa:
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reço:R
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Goa,26.2686
951.Sacavém.Portugal
Telefone:2194145
21.
Fax:21
94145
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Email:prod
uctsafety@
dyrup.pt
Internet:w
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Númerodetelefonedeemergência:808250143(*).
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