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1 Produção Científica Brasileira Sobre Descentralização: um estudo dos artigos apresentados em eventos da ANPAD entre 2001 – 2010 Autoria: Thamiris Rodrigues Ferreira Resumo O presente estudo tem por objetivo apresentar um panorama da produção científica sobre descentralização de políticas públicas. A abordagem utilizada foi quali-quanti, valendo-se de análise de conteúdo, análise descritiva, análise de rede e bibliometria. A pesquisa é descritiva e bibliográfica, utilizando-se de dados secundários (artigos científicos empíricos e/ou teóricos publicados nos anais dos eventos da ANPAD entre 2001-2010). Seu objeto de estudo é a “descentralização de políticas públicas enquanto campo de conhecimento científico”. Constatou-se que a produção científica sobre descentralização ainda é incipiente e que os trabalhos nessa temática não possuem uma “identidade” forte, não havendo teorias sólidas e reconhecidas.

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Produção Científica Brasileira Sobre Descentralização: um estudo dos artigos apresentados em eventos da ANPAD entre 2001 – 2010

Autoria: Thamiris Rodrigues Ferreira

Resumo O presente estudo tem por objetivo apresentar um panorama da produção científica sobre descentralização de políticas públicas. A abordagem utilizada foi quali-quanti, valendo-se de análise de conteúdo, análise descritiva, análise de rede e bibliometria. A pesquisa é descritiva e bibliográfica, utilizando-se de dados secundários (artigos científicos empíricos e/ou teóricos publicados nos anais dos eventos da ANPAD entre 2001-2010). Seu objeto de estudo é a “descentralização de políticas públicas enquanto campo de conhecimento científico”. Constatou-se que a produção científica sobre descentralização ainda é incipiente e que os trabalhos nessa temática não possuem uma “identidade” forte, não havendo teorias sólidas e reconhecidas.

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1. Introdução Nas últimas décadas, as produções científicas em diversas áreas, tem se apresentado de

maneira desordenada e fragmentada, e, por vezes, seus resultados divergem tanto das verdades já estabelecidas (paradigmas), quanto de estudos anteriormente desenvolvidos. Este é o princípio que marca a visão positivista, em a qual acredita que o conhecimento é construído de forma progressiva e acumulativa (KUHN, 1975). Nesse sentido, Kuhn afirma que a ciência se desenvolve a partir das seguintes fases: 1) estabelecimento de um paradigma; 2) ciência normal; 3) crise;4) ciência extraordinária; 5) revolução científica e 6) estabelecimento de um novo paradigma.

Nesse contexto, Pereira (2004) afirma que as principais justificativas para esse cenário de fragmentação e desordem das produções científicas são: 1) a dificuldade de replicação de estudos; 2) a influência de erros de mensuração e de amostra; e 3) a utilização de bases teóricas e metodologias diferentes. Dessa forma, estudos semelhantes (mesma área de aplicação e metodologia) podem obter resultados diferentes. A autora afirma ainda que na área de ciências humanas esse problema torna-se mais evidentes em razão da variabilidade e subjetividade do comportamento humano.

Diante do cenário apresentado, pesquisadores de diversas áreas de conhecimento têm buscado formas de sintetizarem e sistematizarem resultados de pesquisas, objetivando identificar aqueles que são mais relevantes, bem como as possíveis causas da recorrência de resultados divergentes (PEREIRA, 2004). Uma alternativa que surge para realizar essa sistematização são os estudos bibliométricos ou bibliometria, que é um campo da ciência que se vale de métodos estatísticos no processo de análise da publicação escrita sobre determinado assunto.

No presente estudo buscou-se, por meio de um estudo bibliométrico responder as seguintes perguntas: o que vem sendo estudado no campo da “descentralização de políticas públicas”? Quais as principais setores políticos e regiões geográficas estudadas? Existem predominância de determinados autores na abordagem do tema? Nesse sentido, dada a importância das publicações para o desenvolvimento e consolidação do campo de estudo, o presente trabalho busca apresentar um panorama da produção científica na temática de descentralização de políticas públicas, com base nos artigos publicados nos encontros da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração (ANPAD) no período compreendido entre 2001 e 2010. Ressalta-se que os artigos da ANPAD apresentam grande reconhecimento acadêmico perante a comunidade científica, reunindo diversos autores de diversas áreas de conhecimento, o que justifica sua escolha como unidade de análise.

Dessa forma, acredita-se que o artigo contribui com a academia na medida em que apresenta os caminhos percorridos pelos pesquisadores em “descentralização de políticas públicas” ao longo dos anos, bem como as tendências que poderão ser adotadas em futuras pesquisas da área.

O artigo está organizado em cinco seções. Após introdução, é apresenta-se um breve referencial teórico sobre o tema “descentralização”. Em seguida, relaciona-se os métodos e procedimentos utilizados no desenvolvimento do presente estudo. Posteriormente apresenta-se as discussões dos trabalhos em análise e por fim faz-se as considerações finais.

2. Descentralização de Políticas Públicas

As últimas duas décadas (anos 1980 e 1990) configuram um momento na história brasileira em que houve um processo de redefinição de competências e atribuições. Um marco utilizado para representar esse processo é a nova Constituição Federal de 1988, a qual ao definir um novo tipo de arranjo federativo, desempenhou relevante papel no processo de legitimação dos princípios da descentralização. Com isso, a descentralização adquiriu

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características particulares, deixando de ser tratada como descentralização meramente técnica, fiscal ou administrativa (NUNES, 1996).

De acordo com Mello (1991), descentralização é um conceito político que significa governo próprio para as entidades descentralizadas, o que implica autonomia. Nessa linha de raciocínio Kolslinski (2000), baseando-se em Casassus (1995) e Tobar (1991), apresenta o conceito de descentralização como o ato de confiar poder de decisão a órgãos diferentes dos do poder central, o que necessariamente implica em uma redefinição do papel do Estado na sociedade. Kolslinski (2000) afirma que a descentralização de poder de decisão pode ser expressa em três vertentes: 1) transferência da administração direta para a indireta; 2) transferência da administração do governo central para entes de governo subnacionais (pode ocorrer na dimensão financeira e /ou político institucional; e 3) transferência do Estado para a sociedade civil.

Já a descentralização vista como uma estratégia ou meio para atingir determinados fins pode ser vista como: a) uma forma de desonerar o Estado, podendo apresentar um caráter privatizador através da transferência de gestão do setor público para o privado; e b) como forma de atingir a universalidade dos serviços públicos e a melhor qualidade dos mesmos, o que poderia acontecer através da transferência de gestão do governo central para entes subnacionais e/ou para organizações da sociedade civil (KOLSLINSKI, 2000).

De acordo com Smith (1985), citado por Guimarães (2002), a descentralização pode ser aplicada em diversas circunstâncias e organizações, sendo vista contemporaneamente como uma condição indispensável para o desenvolvimento social, econômico e político dos Estados Modernos.

Conforme exposto por Arretch (1996), existem quatro processos que normalmente estão associados ao conceito de descentralização, são elas:

desconcentração - consiste na execução de um determinado serviço público realizada por uma agência vinculada, configurando uma distribuição de atribuições. Acontece, portanto a transferência de responsabilidades administrativas, dentro da agência pública central;

delegação - implica transferência de responsabilidades gerenciais da estrutura burocrática central para organizações externas, ou para unidades administrativas dentro de uma região ou para organizações não governamentais e filantrópicas. Dessa forma, a responsabilidade para com o serviço público é transferida da gestão para uma agência não vinculada ao governo central, sendo que o controle de recursos é do governo central;

transferência de atribuições – descentralização que consiste na transferência de recursos e funções de gestão a agências não reguladas;

privatização - se refere a transferências de responsabilidades públicas para órgãos privados.

Há ainda uma segunda forma de interpretar esses processos, trazida por Nunes (1996), distiguindo-os entre descentralização territorial e descentralização político-administrativa, na qual o primeiro “distribui” o poder decisório pelo território, enquanto no segundo o poder decisório permanece no poder central, que passa a delegar ações para os entes descentralizados.

Assim, Guimarães (2002), baseando-se em Boisier (1991, p. 32), apresenta uma tipologia para a descentralização de acordo com as modalidades apresentadas pela mesma. Nesse sentido, a descentralização pode ser: 1) funcional (quando são transferidas competências específicas ao ente descentralizado); 2) delimitada (quando a descentralização se refere a só um setor de atividade); 3) territorial (quando há transferência do poder decisório a órgãos cujo âmbito de atuação ou cuja jurisdição estão constituídos por um território); 4)

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política (quando o corpo descentralizado é gerado por meio de processos eleitorais e é possível reconhecer uma estrutura administrativa descentralizada).

Apesar de apresentar essas categorias, Guimarães (2002) chama a atenção para o fato de que elas são consideradas apenas um exercício de taxonomia, não permitindo uma maior compreensão sobre processo de descentralização como um todo, bem como de suas interfaces e complexidade. Ademais, o autor argumenta que a descentralização é um processo dinâmico, o qual envolve transferência de poder, sendo, portanto, passível de gerar conflitos e disputas, aspectos estes difíceis de serem contemplados em tipologias ou categorização.

Nesse contexto, Abrucio (2006) argumenta que algumas políticas descentralizadoras podem aumentar as desigualdades entre as regiões e fragmentar a prestação do serviço público. Corroborando essa visão, Arretche (1998) afirma que o deslocamento da gestão das políticas sociais para esferas subnacionais de governo não é um processo isento de problemas, pois a descentralização, além de não ocorrer de forma homogênea em todo o país, também apresenta “graus” de adesão significativamente diferentes entre os Estados.

De acordo com Arretche (1996), a forma centralizada emergente no Brasil até fins da década de 1970 é resultado de dois movimentos simultâneos: de um lado, o fenômeno da centralização financeira e, de outro, o desencadeamento de uma estratégia bem sucedida de fortalecimento institucional no nível federal. Esses dois movimentos resultaram na criação de órgãos administrativos capazes de formular estratégias de desenvolvimento econômico e de inovação em política social, bem como a formação de burocracias tecnicamente preparadas.

O debate sobre a reforma do Estado na área social teve início no Brasil em 1970, ganhando impulso nos anos 1980 com a consolidação da Constituição Federal de 1988 (FARAH, 2001). Conforme evidenciado por Arretche (1999), no Brasil pós-1988, a autoridade política de cada nível de governo passou a ser soberana e independente das demais. Nessas condições, a redefinição de competências e atribuições da gestão das políticas públicas, particularmente as sociais, se deu sob as bases institucionais de um Estado federativo, dotadas de autonomia política e fiscal, as quais assumiram funções de gestão de políticas públicas ou por própria iniciativa, ou por adesão a algum programa proposto por outro nível mais abrangente de governo, ou ainda por expressa imposição constitucional.

Através de uma perspectiva comparada Rodden (2005) contrapõe duas gerações de teorias a cerca das causas e conseqüências da descentralização e do federalismo. De acordo com o autor, há uma “primeira geração” de estudos, a qual é baseada na economia do bem-estar social e na escolha pública, que trata a descentralização como uma simples transferência de autoridade do Estado (governo central) para o governo subnacional (ou local). Porém, conforme Rodden (2005) argumenta, esta “primeira geração” de estudos adota formas pouco precisas de medir o federalismo e a descentralização do gasto, apresentando-se, portanto, como potencialmente enganosas para muitos dos fenômenos discutidos pelas teorias sobre descentralização. Segundo o autor, estudos empíricos mais sofisticados vêm sendo desenvolvidos, aperfeiçoando o conhecimento gerado pela “primeira geração”, surge assim uma “segunda geração” de estudos, a qual busca responder aos problemas relativos a accountability, corrupção e instabilidade macroeconômica em países recentemente descentralizados. De acordo com Rodden (2005) este é um importante passo para o melhor entendimento da descentralização e do federalismo, deixando de vê-los como mera transferência líquida de autoridade ou de recursos fixos dos níveis centrais de governo para os subnacionais.

Não obstante, Fernandes (2007, p. 16) ressalta que os serviços públicos, após anos de descentralização, ainda esbarram na “capacidade financeira, administrativa e de recursos humanos instalada nos municípios”. Dessa forma, o autor afirma que a descentralização das políticas sociais no Brasil ainda é algo gradual e requer “uma complexa engenharia institucional de funcionamento”.

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3. Procedimentos Metodológicos

O presente estudo, de caráter descritivo, possui como objetivo analisar as pesquisas relacionadas ao tema descentralização no âmbito de políticas públicas. Para isso, a partir de uma abordagem quali-quanti, foi desenvolvido um estudo bibliométrico. Estudos bibliométricos ou Bibliometria constituem uma série de métodos usados para estudar ou medir textos e informação. Tais estudos lidam com a medição das propriedades dos documentos e para isso utilizam análises quantitativas e estatísticas para descrever padrões de publicação dado um campo ou corpo de uma literatura (CANTALICE et al., 2010; HENDERSON; HURVILLE; FERNSTROM, 2009).

Optou-se por analisar os trabalhos publicados nos eventos da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração (ANPAD) entre os anos de 2001 e 2010. A seleção dos trabalhos aqui analisados constitui-se por duas etapas. Primeiro, houve uma busca inicial, a partir da base de dados do site da ANPAD. No campo “pesquisa avançada” buscou-se a palavra-chave “descentralização” para o período compreendido entre 2001 a 2010, o que resultou em 21 trabalhos. Apesar de a ANPAD possuir 10 eventos, foram encontrados trabalhos o tema “descentralização” em apenas dois eventos dessa associação, são eles: Encontro da ANPAD (EnANPAD -14 artigos) e Encontro de Administração Pública e Governança da ANPAD (EnAPG -7 artigos).

A partir da leitura do título, palavras-chave e resumo, houve uma pré-análise, no sentido de identificar quais os trabalhos estariam dentro do escopo do presente estudo, ou seja, aqueles em que a temática descentralização fosse discutida no âmbito de políticas públicas. Assim, três artigos foram eliminados da amostra por abordar a descentralização no âmbito empresarial, o que se configura como falta de adequação à proposta. Assim, a amostra final constituiu 18 trabalhos.

As informações coletadas nesses 18 artigos foram: título, autores, ano e periódico de publicação, objetivo do trabalho, objeto de estudo, foco e área do estudo, estados brasileiros estudados, abordagem, tipo de pesquisa, método de pesquisa, instrumento de coleta de dados, fonte dos dados, técnica de análise e foco do estudo. Em primeiro lugar, buscou-se as informações no título, resumo e palavras-chave. Nos casos em que as informações constantes não eram suficientes, partiu-se para a análise das seções de “Introdução” e “Metodologia”. Em seguida, os artigos foram categorizados de acordo com seu enfoque, a partir da técnica de análise de conteúdo (BARDIN, 1977).

A técnica envolve a categorização das variáveis para posterior análise. Puglisi e Franco (2005) apresentam duas formas de se elaborar categorias na Análise de Conteúdo: definidas a priori, quando se busca uma resposta específica para o problema de pesquisa (grade fechada); ou categorias a posteriori, criadas a partir do conteúdo a ser analisado (grade aberta). Pode-se acrescentar ainda a possibilidade de uma grade mista, em que as categorias são definidas antes da coleta, mas com flexibilidade para serem alteradas. Nesse estudo, utilizou-se a grade aberta para que, durante a realização da pesquisa, fosse possível a determinação de categorias mais robustas.

Com o intuito de identificar a existência ou não de trabalhos base no estudo da descentralização de políticas públicas, realizou-se uma analise da rede de citações dos artigos estudos. Para operacionalização dos dados e o tratamento dos mesmos, foram utilizados os softwares UCINET 6.171 e Netdraw 2.065.

Através do software UCINET 6.171 tabulou-se todas as referências (autoria e coautoria) utilizadas por cada artigo em estudo, e posteriormente, criou-se através do sofware Netdraw 2.065 uma rede de interação entre os trabalhos estudados e os autores refenciados em cada trabalho.

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4. Resultados e discussões Os resultados serão apresentados de modo a caracterizar a produção de trabalhos na

temática descentralização no campo de pesquisa em Políticas Públicas, em nível nacional (eventos da ANPAD).

Ao analisar a evolução dos trabalhos no tema (Figura 1), observa-se uma inversão na preferência dos autores em publicar sobre descentralização em um evento focado na discução da Administração Pública. É importante ressaltar que o EnAPG é um evento que acontece de 2 em 2 anos e que teve sua primeira edição em 2004, o que justifica a inexistência de publicação anterior a esse período. Nota-se ainda que a produção científica sobre a temática sofreu um declínio entre o período de 2002 à 2005, retomando o crescimento a partir de 2006.

Figura 1: Número de artigos por ano (por evento) Fonte: Elaboração própria

Como forma de elucidar a discussão dos 18 artigos sobre descentralização é

apresentado a seguir (Figura 2) os principais aspetos abordados por cada estudo, assim como seus respectivos objetos de pesquisa. Nota-se grande diversidade nas abordagens, utilizadas pelos autores. Além disso, verifica-se grande ênfase nas discussões sobre as diretrizes, ações e resultados de programas sociais inseridos na lógica da descentralização, e também nos trabalhos que abrangem a avaliação de impacto desses programas.

0

0,5

1

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2

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3

3,5

4

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

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1

3

1 1

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3

0

4

EnANPAD EnAPG

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Artigo

Aspecto analisado Objeto de estudo

Guimarães (2001) Conflitos entre níveis de governo Comissão Intergestora Bipartitie Estadual

Santos (2001) Autonomia decisória do governo local Programa Comunidade Solidária

Thimoteo e Gomes (2001)

Efeitos do Fundef Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do

Magistério e Sistema de Avaliação do Ensino Básico

Pires (2002) Inter-relação e a articulação dos conceitos de intersetorialidade, descentralização e participação

Experiências de reforma administrativa dos municípios de Fortaleza e Belo Horizonte, e do

estado do Maranhão. Junqueira, Inojosa

(2003) Fatores que viabilizam e que dificultam a formatação e implementação de mudança na

gestão de políticas públicas Prefeitura Municipal de Fortaleza

Orrico e Mendes (2006) Práxis da utilização das verbas do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério – Fundef, em municípios do Estado da Bahia

Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do

Magistério e Sistema de Avaliação do Ensino Básico

Carneiro e Brasil (2007) Proposição do programa SOMMA; premissas e as diretrizes que informam o desenho de sua estratégia de intervenção e resultados da implementação das ações e atividades

programadas

Programa de Saneamento Ambiental, Organização e Modernização dos Municípios do

Estado de Minas Gerais (SOMMA)

Galvarro, Fontes, Gomes e Braga (2007)

Avaliar em que medida a descentralização tem contribuído para minimizar e enfrentar as desigualdades regionais em Minas Gerais após a Constituição de 1988

Processo de descentralização da saúde

Monteiro e Kronemberger (2007)

Verificar se o processo de descentralização da saúde, juntamente com a participação social contribuiu para as modificações nas estruturas governamentais na área de saúde e na forma de gestão pública, possibilitando a inserção de setores anteriormente excluídos

da condição de cidadania.

Processo de descentralização da saúde

Figura 2: Enfoques dos artigos Fonte: Elaboração própria

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Artigo Aspecto analisado Objeto de estudo

Resende e Teodósio (2008)

Perspectivas, promessas, dilemas e armadilhas da descentralização da provisão de bens e serviços sociais no Brasil contemporâneo e suas implicações para a articulação do Estado

com as organizações da sociedade civil.

Atuação dos conselhos municipais e a construção de parcerias entre Estado e Terceiro

Setor

Teixeira; Ouverney; Kronemberger e Zani

(2009)

Impacto do processo de descentralização do Sistema Único de Saúde (SUS) nas relações Estado-sociedade da esfera local

Configuração da governança local em sua dimensão social

Santos (2008) Relação entre descentralização e controle externo exercido sobre as prefeituras de sete municípios fluminenses

Ministério Público e conselhos municipais de Saúde, Educação e de Política Urbana

Amorim e Menicucci (2008)

Grau de cumprimento das metas pactuadas na PPI em 2006 e sua possível associação com algumas variáveis

Programação Pactuada Integrada (PPI) de Minas Gerais

Costa e Palotti (2008) Papel dos arranjos institucionais e dos mecanismos de indução dos governos mais abrangentes para a municipalização da política de assistência social em Minas Gerais

Sistema Único de Assistência Social

Cavalcante (2010) Discutir os aspectos das três principais versões da teoria neoinstitucional que podem servir como uma ferramenta analítica na abordagem de questões fundamentais à

descentralização.

Teoria Neoinstituicional

Santos e Feger (2010) Programa Consulta Popular e sua aplicação pelo Conselho Regional de Desenvolvimento da Região Nordeste do Estado do Rio Grande do Sul – Corede Nordeste, no período

compreendido entre 2006 e 2009

Aplicação dos recursos do Programa Consulta Popular

Cavalcante e Ribeiro (2010)

Fatores que influenciam a qualidade da gestão municipal das políticas públicas no Brasil Gestão descentralizada do Programa Bolsa Família

Teixeira; Ouverney; Kronemberger e Zani

(2010)

Analisar o impacto do processo de descentralização do Sistema Único de Saúde (SUS) sobre a configuração da gestão local no setor saúde.

Administração das Secretaria Municipais de Saúde

Figura 2: Enfoques dos artigos (continuação) Fonte: Elaboração própria

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Quanto ao foco de estudo, os artigos empíricos analisados estudam primordialmente os municípios (11 artigos), enquanto que apenas dois focam a descentralização no âmbito estadual e nenhum no âmbito federal. Vale salientar ainda que dois artigos abrangeram tanto o âmbito estadual quanto o federal e apenas um artigo abordou a descentralização nas três esferas de governo.

Nesse sentido, buscou-se verificar quais localidades estão sendo mais estudadas (Figura 3). Constatou-se que dentre os 18 artigos analisados, 5 trabalhos foram desenvolvidos em âmbito nacional. As temáticas abordadas por esses 5 artigos foram: saúde (3 trabalhos), educação (2 trabalhos) e o Programa Bolsa Família (1 trabalho). Os estados que foram foco no debate da descentralização foram Minas Gerais e Bahia. Portanto, nota-se concentração de estudos em apenas alguns estados brasileiros, o que evidencia a necessidade de ampliação da discussão para todo o território nacional.

Figura 3: Estados brasileiros analisados nos estudos empíricos Fonte: Elaboração própria

Outro aspecto analisado foi a distribuição dos artigos em relação à área/setor que tem

sido o foco dos estudos sobre descentralização de políticas públicas (Figura 4). Observa-se que há predominância de trabalhos que avaliam o Sistema único de Saúde (8 artigos), seguido pela Gestão (4 artigos) e Educação (3 artigos).

Figura 4: Áreas do setor público estudadas Fonte: Elaboração própria

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1

2

3

4

5

5

1 1

2

3

1

5

Nacional Rio de Janeiro Rio Grande do Sul

Ceará Bahia Maranhão

Minas Gerais

0

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4

6

8

4

8

3

1 1 1

Gestão Saúde

Educação Assistência Social

Política Urbana Saneamento Ambiental

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Passando para a análise dos métodos e procedimentos mais recorrentes entre os artigos

analisados, é possível inferir, a partir da Figura 5, que estes são majoritariamente estudos empíricos, de caráter descritivo e valem-se das técnicas de Análise de Conteúdo e Estatística Descritiva como principais ferramentas de análise dos dados, os quais são em sua maioria secundários.

Os tipos de dados foram categorizados apenas em primários e/ou secundários, visto que em muitos trabalhos não havia informações mais detalhadas sobre a metodologia e sobre a forma de coleta de dados utilizada. No entanto, dentre os trabalhos que foram possíveis a identificação de tais informações tiveram destaque pesquisa documental, entrevistas e questionários.

Em relação à abordagem dos trabalhos estudados nota-se que há certo equilíbrio entre trabalhos qualitativos e trabalhos quantitativos, tendo sido constatado 8 estudos com a primeira abordagem, 6 com o segundo e ainda 4 com ambas abordagens.

Por fim, com o intuito de verificar a existência de autores chave na discussão de descentralização, elaborou-se uma rede em que são apresentados todos os autores e co-autores citados pelos artigos aqui estudados. Para melhor compreensão e visualização, optou-se por representar os artigos e os autores com cores de nós diferentes. Os vermelhos representam os artigos base da presente discussão (18); os azuis são os autores citados por apenas um dos trabalhos estudados (259); os verdes são aqueles autores citados por 2 ou 3 dos artigos estudados (69); e os amarelos são aqueles citados por mais de 3 artigos (5).

Conforme pode-se inferir da rede representada na Figura 6, que muitas são as fontes utilizadas para sustentar a discussão sobre descentralização. Além disso, nota-se baixa convergência de citações entre os autores. Nesse sentido, destaca-se os autores Marta Arretch, Fernando L. Abrucio e Maria Hermínia Tavares Almeida como sendo aqueles que foram citados por um quatitativo mais elevado dos artigos estudados. Soma-se a esses autores as referências feitas a publicação do Banco Mundial e do governo brasileiro (leis, normas e relatórios federais), configurando-se assim, as 5 fontes mais citadas nos 18 trabalhos.

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Enfoque Abordagem Natureza Tipo de dados Técnicas de Análise

Guimarães (2001) Empírico Quali-quanti Descritiva Primários e secundários Análise de Conteúdo e Estatística Descritiva

Santos (2001) Empírico Qualitativa Exploratória e Descritiva Primários e secundários Análise de Conteúdo

Thimoteo e Gomes (2001) Empírico Quantitativa Exploratória, Descritiva e Causal

Primários Estatística Descritiva

Pires (2002) Teórico e Empírico

Qualitativa Descritiva Secundários Análise de Conteúdo

Junqueira, Inojosa (2003) Empírico Qualitativa Pesquisa-ação Primários Análise de Conteúdo

Orrico e Mendes (2006) Empírico Qualitativa Descritiva Secundários Análise de Conteúdo

Carneiro e Brasil (2007) Empírico Quali-quanti Descritiva Secundários Análise de Conteúdo e Estatística Descritiva

Galvarro, Fontes, Gomes e Braga (2007)

Empírico Quantitativa Descritiva e Explicativa Secundários Análise Fatorial

Monteiro e Kronemberger (2007)

Teórico e Empírico

Quali-quanti Descritiva Secundários Análise de Conteúdo e Estatística Descritiva

Resende e Teodósio (2008) Teórico Qualitativa Descritiva Secundários Análise de Conteúdo

Teixeira; Ouverney; Kronemberger e Zani (2009)

Empírico Quantitativa Descritiva Primários Estatística Descritiva

Santos (2008) Empírico Qualitativa Pesquisa de campo Primários e secundários Análise de Conteúdo

Amorim e Menicucci (2008) Empírico Quantitativa Descritiva Secundários Estatística Descritiva

Costa e Palotti (2008) Teórico e Empírico

Qualitativa Descritiva Secundários Análise de Conteúdo

Cavalcante (2010) Teórico Qualitativa Exploratória Secundários Análise de Conteúdo

Santos e Feger (2010) Empírico Quali-quanti Descritiva, Pesquisa de campo e Estudo de caso

Primários e secundários Análise de Discurso e Estatística Descritiva

Cavalcante e Ribeiro (2010) Empírico Quantitativa Explicativa Secundários Regressão Multipla

Teixeira; Ouverney; Kronemberger e Zani (2010)

Empírico Quantitativa Descritiva Primários Análise Diacrônica e Estatística Descritiva

Figura 5: Aspectos metodológicos dos artigos Fonte: Elaboração própria

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Figura 6: Rede das fontes bibliográficas dos artigos estudados Fonte: Elaboração própria.

A breu F ilho, S.C .

A brucio, F .

A fonso, J.R.R.

A fonso, R.B.A .

A lmeida F ilho, N.

A lmeida, M.H.T. A lv ez-Mazzoti, A .J.

A morim e Menicucci (2008)

A morim, C .C .

A ndrade, L.O .M

A ndrade, M.V .

A rantes, R.B.

A rco, (J.N.)

A rocena, J.

A rretche, M.

A zev edo, S.

Bailey , J.

Banco Mundial

Bandeira, P.S.

Baracui, P .L.

Barat, J.

Barbosa, L.

Barro, R.J.

Barros, A .M.

Bauer, R.

Becker, J.L.

Beer, C .

Beghin, N.

Blumm, M.

Bodstein, R.

Boone, J.

Bossert, T.

Brandão, A .O .

Brasil (C F /88)

Brasil, F .P .D.

Bremaeker, F .E.J.

Bresser-Pereira, L.C .

Britto, T.

Bruguè, Q .

Burgen, R.

C aiden, G.E.C aiden, N.J.

C ampello, C .

C ampos, G.W.

C ampos, U .

C arav antes, G.R.

C árdenas, R.

C ardoso Jr., J.C .

C armona, M.

C arneiro e Brasil (2007)C artor, B.V .J.

C arv alho, A .I.

C arv alho, C .A .P.

C arv alho, G.

C arv alho, G.I.

C arv alho, J.

C arv alho, J.M.

C arv alho, M.

C arv alho, M.C .B.

C astro, H.

C astro, M.H.G.

C astro, R.

C av alcante (2010)

C av alcante e Ribeiro (2010)

C av alcante, P .

C av alcanti, R.N.

C heema, G.S.C leary , M. R.

C oelho, D.

C oelho, I.B.

C oelho, M.P .

C ohen, J.

C ohn, A .

C ollins, C .

C orragio, J.L.

C ortes, S .M.V .

C osta e Palotti (2008)C osta, B.L.D.

C osta, C .G.

C osta, F .L.

C osta, G.D.

C osta, N.R. C otta, R.M.M.

C outtolenc, B. F .

C ox, G.

C unha, R.S.N.

Da Silv a, J.A .

Dahl, R.A .Daniel, C .

De La Brière, B.

Delgado, G.

Delgado, M.M.

Denúbila, L.

Di P ietro, M.S.Z.

Diermeier, D.

Dimaggio, P .

Diniz, E.

Dixit, A .

Dowbor, L.

Draibe, S.M.

Dror, Y.

Escorel, S.

Estrella, J.

F aguet, J.P .

F alconer, A . P .Falleti, T.

F arah, M.F .S.

F aria, C .A .P .

F aria, C .F .

F arias, C .A .

F austo, M.C .

Ferrarezi, E.

Ferreira, M.A .

F idell, L.

F igueiredo, A .M.

F igueiredo, L.

F iori, J.L.F iorina, M. F ischer, R.M.

F ischer, T.

F JP

F leury , S .

F onseca, A .

Fontes, M.Fontes, R.

Fortes, F .B.

F reire, M.

Fuks, M.

Furtado, C .

Galv arro, F ontes, Gomes e Braga (2007)

Gerschman, S.

Gomà, R.

Gòmes, J.M.

Gondim, L.

Gonzalez, L.

Goodin, R.

Grau, N.C .

Gremaud, A .P.

Grosson, A . M.P .M.

Guadagnin, L.A .

Guerreiro Ramos, A .

Guimarães (2001)

Guimarães, M.C .L.

Habermas, J.

Haddad, P.R.

Hall, P .

Harv ey , D.

Hobbs, J.

IBGE

Immergut, E.

Inojosa, R.M.

Jaccoud, L.

Jaco, P .Joy al, A .

Junqueira, Inojosa (2003)

Junqueira, L.A .P

Junqueira, L.A .P.

Kaufman, R.

Kliksberg, B.

Komatsu, S.

Krehbiel, K.

Kuschnir, R.

La Forgia, G.M.

Lacoste, Y.

Landim, L

Laurell, A .

Leal, S .M.R.

Leis, normas e relatórios F ederais

Leis, normas ou relatórios estaduais

Leis, normas ou relatórios municipais

Lemos, J.J.S.

Lencioni, S.

Lev cov itz, E.

Licio, E.

Lima, A .M.L.D.

Lima, A .M.P.

Lima, J.E.Lima, L.D.

Linder, A .

Lindert, K.

Lobo, T.

Longstreth, F .

Loureiro, M.R.

Lowder, S .

Lucchese, P.T.R.

Lungo, M.

Machado, C .V .

Machado, E.N.

Madeira, M.A .L.H.

Mafort, A .L.M.

Magalhães, E.

Marques, E.

Marques, R.M.

Martinelli, D.P.

Martinho, C .Martins, C .E.

Massoquette, B.B.

Matos, C .A .

McC ubbins, M.

Medeiros, M.

Medema, S.G

Melamed, C .

Mello, C .B.

Melo, M.A .

Melo, N. L.

Mendes, A .

Mendes, E.V .

Mendes, F .F .

Mendes, M.

Mercuro, N.

Michels, R.

M inhoto, L.D.

Mitchell, N.

Molina, C .G.

Monteiro e Kronemberger (2007)

Monteiro, D.

Monteiro, M.G.

Montero, A .

Morgan, G.

Morris, A .

Motta, P .R.

Muniz, J.N.

Nadler, D.

Nelson, J.M.

NEPP

Nogueira, R.

Noronha, J.C .

North, D.

Nunes, A .

Nunes, E.

O liv eira, E.

O liv eira, E.X.G.

O liv eira, F .

O lowu, D.

O rloff, A .S.

O rrico e Mendes (2006)

O sório, R.G.

O strom, E.

O uv erney , A .M.

Paim, J.S.

Paiv a, C .A .N.

Parada, E.L.

Pasche, D.F .

Passador, C .S.

Passos, I.M.C .

Peliano, A .M.M.

Pereira, L.B.

Perissionotto, R.M.

Pestana, M.V .C

Peterson, P.Peterson, S.

P ierson, P .

P into, B.

P into, L.F . P ires (2002)Pompeu, J.C .

Powell, W.

Prates, A .A .P.

Prud'Homme, R.

Putman, R.D.

Rego, V .

Renno, L.

Resende e Teodósio (2008)

Resende, F .

Resende, G.A .Resende, L.F .L.

Restrepo, D.

Ribas, R.P.

Ribeiro, C .G.

Ribeiro, G.B.

Ribeiro, J.M.Ribeiro, L.

Rockman, B.

Rodden, J.Rondinelli, D.

Sabatier, P .

Samuels, D. Santos (2001)

Santos (2008)

Santos e F eger (2010)

Santos, A .M.S.P .

Santos, B.S.

Santos, I.S .

Santos, L.

Santos, L. M.P .

Santos, M.

Santos, S .M.C .

Santos, W.G.

Schmidt, V .

Sckcpol, T.

Scornav acca Junior, E.

Sen, A .

Shepsle, K.

S ilv a, A .O .

S ilv a, F .

S ilv a, M.M.C .V .S ilv a, P.L.B.

S ilv a, R.G.

Silv a, S .F .

Simões, R.

Skocpol, T.

Smith, B.C .

Smoke, P.

Soares, A .C .L.G.

Soares, F .V .

Soares, J.A .

Soares, M.D.

Soares, S .S.

Sola, L.

Somarriba, M.

Souza, C .

Souza, M.L.

Souza, N.R.

Sposati, A .

Steinmo, S.Sthor, W.

Stren, R.

Tabachnick, B.

Tatagiba, L.

Tav ares, L.

Teixeira, C .F .

Teixeira, E.

Teixeira, V .D.S.

Teixeira; O uv erney ; Kronemberger e Zani (2009)

Teixeira; O uv erney ; Kronemberger e Zani (2010)

Tendler, J.

Tenório, F .G.

Teodósio, A .S.S.

Tezzi, S .

Thelen, K.

Thies, M.

Thimoteo e Magalhães (2001)

Thiollent, M.

Tobar, F .

Tonella, C .

Tourinho Neto, F .Trav assos, C .

Trejos, J.D.

Tushman, M.

Ugá, M.A .D.

V iana, A .L.D.

V inod, T.

Ward, P .M

Weav er, K.

Weingast, B.

Weir, M.

Werna, E.

Wilhim, J.

Wolff, L.

Zepeda, E.

Zucchi, P .

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13  

5. Considerações finais Conforme proposto, o presente artigo realizou um estudo bibliométrico sobre

descentralização de políticas públicas, tomando como base os artigos publicados nos eventos da ANPAD no período de 2001 a 2010.

Ao longo do desenvolvimento do estudo algumas limitações se fizeram presentes, como: o reduzido número de trabalhos publicados nos eventos da ANPAD que abordam o tema descentralização sob a perspectiva das políticas públicas; e a indisponibilidade de informações sobre procedimentos metodológicos utilizados por alguns artigos estudados, fazendo-se necessária a realização de inferências, o que pode gerar representar um viés do presente estudo.

De forma geral, constatou-se que a produção científica sobre a temática ainda é incipiente. Além disso, nota-se que há certa precariedade de estudos que tratem das peculiaridades da descentralização, trazendo teorias ou linhas de pensamento consolidados. Os estudos desenvolvidos apresentam um caráter embrionário, não havendo discussões aprofundadas sobre o tema.

Diante do exposto, verifica-se que necessidade de desenvolver novos estudos que tratem a descentralização das políticas públicas a fim de fortalecer as discussões sobre a temática, possibilitando a criação de uma “identidade” forte.

Além disso, faz-se relevante a ampliação das discussões da temática para os diferentes níveis de governo, assim como para toda extensão territorial brasileira, buscando inserir regiões menos favorecidas nas discussões e dessa forma desenvolver de maneira homogênea o campo do conhecimento. Como futuras pesquisas sugere-se realizar novos estudos bibliométricos em veículos especializados em políticas públicas.

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