produção e negócios

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NEGÓCIOS PRODUCÃO & ANO 1 - NÚMERO 6 RIO BRANCO, DOMINGO, 19.02.2012 Doce realidade Acre produz pepinos gigantes Otimismo toma conta do comércio Páginas 2 e 3 Páginas 6 e 7 Páginas 4 e 5 Programa de incentivo a criadores promete pôr o Acre no mapa da produção de mel

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Producao e negocios edicao 6

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Page 1: Produção e negócios

NEGÓCIOSPRODUCÃO

&

ANO 1 - NÚMERO 6RIO BRANCO, DOMINGO, 19.02.2012

Docerealidade

Acre produz pepinos gigantes

Otimismo toma conta do comércio

Páginas 2 e 3

Páginas 6 e 7

Páginas 4 e 5Programa de incentivo a criadores promete pôr o Acre no mapa da produção de mel

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Rio Branco – AC, DOMINGO, 19.02.20122NEGÓCIOS

PRODUCÃO&

Uma publicação de responsabilidade de Rede de Comunicação da Floresta LTDAC.N.P.J. 06.226.994/0001-45, I.M. 1215590, I.E. 01.016.188/001-87

NEGÓCIOSPRODUCÃO

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Textos, fotografias e demais criações intelectuais publicadas neste exemplar, não podem ser utilizados, reprodu-zidos, apropriados ou estocados em sistema de bancos de dados ou processo similar, em qualquer processo ou meio (mecânico, eletrônico, microfilmagem, fotocópia, gravações e outros), sem autorização escrita dos titulares dos direitos autorais.Não devolvemos originais, publicados ou não. IMPORTANTE - Matérias, colunas e artigos assinados, são de responsabilidade de seus autores e não traduzem necessariamente a opinião do jornal

Juracy Xangai

Berço do Purus-sauro, um jacaré que atingia mais de 15 metros de

comprimento, sendo o maior fóssil da espécie encontrado no mundo, Tarauacá se desta-ca também por produzir aba-caxis gigantes. Mas não são apenas estes que crescem em demasia no município: pepi-nos muito maiores que me-lancias se tornaram atração para os quem visitam a hor-ta comunitária do Boa Vista, onde o fruto é plantado por Maria José de Oliveira Pes-soa. Um gigantismo em nada explorado como negócio.

As sementes foram en-contradas por acaso quando ela visitava a colônia de Van-derley, localizada no Ramal Jarinal. Vanderlei é cunhado da amiga Alice, que tinha convidado Maria para passar um final de semana fora da cidade.

“Quando eu fui ao roçado e vi aquela grandiosa melan-cia, pensei: hoje eu me racho de tanto comer melancia. Mas quando pedi um fruto ao Vanderley, ele me disse que era pepino e eu olhei pra ele muito desconfiada”, conta.

A decepção inicial virou interesse pelo fruto que, se não era doce, podia render uma boa salada. “No come-ço eu não acreditei que aquilo era pepino, então ele me deu um fruto de uns 30 quilos já maduro pra eu trazer. Nós

Ver para crer!Município de Tarauacá, conhecido por seus abacaxis gigantes, também produz pepinos com até 45 quilos

duas ficamos tão animadas que nem lembramos que a gente ia ter de carregar aquilo por mais de seis quilômetros. No meio do caminho a gente estava tão cansada que resol-vemos partir ele pela metade, andamos mais um pouco e cortamos metade da meta-de, então escolhemos a parte

que tinha mais sementes e só assim conseguimos chegar à estrada”.

Tamanho é exagerado

De tão grande e bonito, o pepino é mais um enfeite

da horta do que um produto de mercado por causa de seu tamanho exagerado, confor-me explica Maria das Graças Correia da Silva, moradora do bairro da Base no centro de Rio Branco. Duas vezes por semana ela pega o ônibus da Sobral, no qual sacoleja por meia hora até chegar ao

Boa Vista para comprar suas verduras.

“Moro no centro da cida-de, onde tem tudo, mas pre-firo comprar aqui na horta. Isso porque as verduras estão fresquinhas, cheirosas e mais gostosas. Também porque é mais barato e os maços são maiores. A única confusão

Maria José na horta onde planta seus pepinos gigantes

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em que me meti por aqui foi quando a Maria José me deu um pepino desses de quase 30 quilos. Primeiro foi uma luta pra entrar no ônibus com ele, quando cheguei em casa, todo mundo achava que era melancia, mas quando abri e mostrei que era um pepino correu todo mundo pra ver a novidade. A gente quase morre de tanto comer pe-pino. Mesmo assim mais da metade se perdeu, era pepino demais”, diz Maria das Gra-ças.

Gigante por natureza

Sem uma aplicação pro-priamente mercadológica para o pepino agigantado, Maria José ligou para um dos diretores da Ceasa para ele

mandasse alguém para bus-car dois frutos a fim de expor como atração durante a últi-ma Feira do Peixe lá realizada.

“Um pepino tem 29 quilos e o outro 25, são muito boni-tos, pena que só o restauran-te popular que serve comida pra muita gente de uma vez tem comprado esses pepinos. Acho que alguém poderia se interessar por eles pra colo-car uma bela salada de frutas ou verduras. Eles também servem pra fazer conserva e outras coisas que eu nem sei fazer”, diz ela.

Negócio coletivo

Há pouco mais de quatro anos, Maria José estava em casa quando recebeu a visi-ta de Janete, a presidente da Associação dos Moradores

do bairro Boa Vista, que foi convidá-la para trabalhar na horta comunitária. “Sempre plantei meu canteirinho de couve, cebola e pimenta de cheiro no quintal, mas como

nunca tinha ouvido falar de horta comunitária, perguntei como era, e ela me explicou que era pra gente plantar, co-lher e ter nosso dinheirinho. Então me animei, a reunião das interessadas foi lá em casa mesmo, 15 começaram com a gente, mas foram de-sanimando, agora só restam seis. Dá trabalho, mas eu gos-to, e também eu vivo disso”.

Na horta elas plantam couve, alface, quiabo, jiló, co-entro, salsa, jerimum, maxixe, pepino d’água, pepino gi-gante, macaxeira, cebolinha, açafrão, pimentão, chicória, vinagreira, rúcula, couve-flor, repolho, pimenta ardida e pi-menta de cheiro.

A Saga de Maria José

Nascida num seringal do município de Tarauacá, Maria José foi trazida ainda crian-ça para Rio Branco, quando os pais migraram em 1975. Em seguida eles se mudaram de seringal em seringal até o União, ali no Riozinho do Rola, comprado pelo fazen-deiro Tavares.

“Quando o fazendeiro avisou a gente pra sair que ele ia derrubar a mata pra plan-tar capim, nós saímos assim como quem joga fora o que não presta, porque a gente não tinha nada nem pra onde ir, então entramos na invasão do Santa Inês, que era um lu-gar muito ruim. Tempos de-pois conseguimos um lugar na Invasão do Ivete Vargas, onde já era melhor, e doze anos atrás consegui este lugar no Boa Vista e daqui não saio mais. Já criei meus sete filhos, só tem três deles em casa, hoje cuido da horta, vendo aqui mesmo e na Ceasa, eu gosto mesmo vivo disto, é meu negócio, é assim que me sinto bem. Só não esperava que esse pepino gigante fosse o sucesso da horta, colhi um com mais de 45 quilos, é mes-mo um exagero”, afirma ela.

Maria das Graças, cliente de Maria José: verduras mais frescas e em maior quantidade

Frutos em exposição na Ceasa chegam a pesar até 35 quilos cada um

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As abelhas são conhecidas por formar uma das mais orga-

nizadas sociedades do reino animal. E é em torno delas que aos poucos se organiza no Acre uma cadeia produti-va que promete gerar renda a milhares de pessoas e colocar o Estado no mapa da indús-tria do mel.

Segundo o gerente do de-partamento de planejamen-to da Secretaria Estadual de Pequenos Negócios (SEPN), Cézar Henrique Freitas de Souza, o projeto começou, de forma despretensiosa, em ju-lho do ano passado. Nos mu-nicípios de Cruzeiro do Sul e Mâncio Lima, o governo

Mel de abelha se transforma em alternativa de renda no Acre

identificou pequenos grupos de produtores, com os quais começou a trabalhar.

Um curso teórico foi o pri-meiro passo do projeto, que pretende, só este ano, trabalhar com 744 produtores, dos quais 200 indígenas. Este total é rela-tivo a 20% dos 3.720 inscritos no programa da SEPN – dos quais mil são indígenas. Juntos, eles terão capacidade de produ-zir, até o final do ano, segundo as estimativas dos técnicos res-ponsáveis pelo projeto, 111,6 mil quilos do produto. Em 2013 esse número deve saltar para 342,2 mil kg, e em 2014 a previsão é de que, juntos, os produtores possam colocar no mercado nacional 2,43 tonela-das de mel.

Gestor de políticas públi-cas, Luis Antonio Baraúna explica que a primeira etapa do projeto da Secretaria de Pequenos Negócios visa or-ganizar a cadeia produtiva do mel e abelha.

Na segunda etapa, afirma Baraúna, o mel de abelha será produzido. E a terceira e úl-tima visará a comercialização do produto, com treinamento

sobre empreendedorismo e marketing de vendas destina-do aos envolvidos.

Treze casas de mel estarão à disposição dos produtores de todo o Estado. Dali, o pro-duto será levado, em bombo-nas, para os entrepostos (seis no total), onde serão enva-sados e transportados até os compradores.

Nesta primeira fase do

programa, o destino final serão as escolas e hospitais acreanos. Por enquanto, pro-duzido de forma artesanal, o mel chega ser comercializa-do a até R$ 80 o litro. Com o beneficiamento, esse valor pode saltar para R$ 150. Mas os idealizadores miram mer-cados mais robustos, inclusi-ve no exterior, onde o mel de abelha alcança altos preços.

Cadeia produtiva passo a passoProdutores aprendem que alguns cuidados são essenciais à adaptação da colônia

A cada pessoa, o governo, através da Secretaria de Pe-quenos Negócios, doa uma caixinha onde se formará a nova colmeia e providen-cia o início da produção do mel. Na segunda visita, para os que mostraram interesse em levar adiante o cultivo, são doadas outras nove cai-xinhas.

Cézar Henrique informa

Incentivo, capacitação e doaçãoque a secretaria também ca-pacita, em parceria com o Se-brae, os agentes locais. Serão eles os responsáveis em pas-sar adiante os conhecimen-tos sobre o cultivo do mel. A ideia é que as comunidades sejam autônomas no novo empreendimento, cujo foco é a exportação do produto para empresas de cosméticos e a indústria farmacêutica.

Projeto capacita produtores a construírem as caixinhas onde as abelhas produzirão o mel

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Mel de abelha se transforma em alternativa de renda no Acre

A utilização dos produtos das abelhas com fins terapêu-ticos é denominada “apite-arapia”, que se vem desen-volvendo consideravelmente nos últimos anos, com a reali-zação de inúmeros trabalhos científicos, cujos efeitos be-néficos à saúde humana têm sido considerados por um número cada vez maior de profissionais da saúde. Países como a Alemanha já a ado-taram como prática oficial na sua rede pública de saúde.

Especificamente ao mel, atribuem-se várias proprie-dades medicinais, além de sua qualidade como alimen-to. Apesar de o homem fazer

uso do mel para fins terapêu-ticos desde tempos remotos, sua utilização como um ali-mento único, de caracterís-ticas especiais, deveria ser o principal atrativo para o seu consumo.

Infelizmente, a popula-ção brasileira, de maneira geral, não o encara dessa forma, considerando-o mais como um medicamento do que como alimento, passan-do a consumi-lo apenas nas épocas mais frias do ano, quando ocorre um aumen-to de casos patológicos re-lacionados aos problemas respiratórios. No Brasil seu consumo como alimento

ainda é muito baixo (apro-ximadamente 300 g/habi-tante/ano), principalmente ao se comprar com países como os Estados Unidos e os da Comunidade Européia e África, que podem chegar a mais de 1kg/ano por habi-tante.

Dentre as inúmeras pro-priedades medicinais atribu-ídas ao mel pela medicina popular e que vêm sendo comprovadas por inúmeros trabalhos científicos, sua atividade antimicrobiana talvez seja seu efeito medi-cinal mais ativo (Sato et al., 2000), sendo que não apenas um fator, mas vários fatores

e suas interações são os res-ponsáveis por tal atividade.

Segundo Adcock (1962), Molan (1992) e Wahdan (1998), os responsáveis por essa habilidade antimicro-biana são os fatores físicos, como sua alta osmolaridade e acidez, e os fatores quí-micos relacionados com a presença de substâncias ini-bidoras, como o peróxido de hidrogênio, e substâncias vo-láteis, como os flavonóides e ácidos fenólicos.

De maneira geral, des-tinam-se ao mel inúmeros efeitos benéficos em várias condições patológicas.

Propriedades antissépti-

cas, antibacterianas também são atribuídas ao mel, fazen-do com que ele seja utilizado como coadjuvante na área terapêutica em diversos tra-tamentos profiláticos (Sto-noga & Freitas, 1991).

Sua propriedade antibac-teriana já foi amplamente confirmada em diversos tra-balhos científicos e promo-tora da epitelização das ex-tremidades de feridas.

Popularmente, ao mel ainda se atribuem outras propriedades como antia-nêmica, emoliente, antipu-trefante, digestiva, laxativa e diurética.

(Fonte: Wikipedia)

Propriedades terapêuticas

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Juracy Xangai

Ninguém dúvi-da que o Acre está vivendo o maior cres-

cimento econômico de sua história. Essa boa fase conta-gia positivamente os investi-dores em todos os setores. O comércio funciona como ala-vanca da economia e serve de termômetro para medir esse otimismo, já que é o princi-pal elo entre a produção e os consumidores, principal-mente em um Estado em que mais de 98% dos negócios existentes são micro e peque-nas empresas.

A pesquisa já acontece há mais de quatro anos e é um dos principais indicadores que, do ponto de vista do co-mércio, apontam para onde

Comércio confia no crescimento em 2012

Pesquisa feita pela Fecomércio confirma otimismo entre os empresários acreanos, apesar das incertezas mundiais

vai o Acre. O levantamento foi realizado no período de 2 a 16 de janeiro pelo Institu-to de Pesquisas Empresariais da Federação do Comércio, Bens, Serviços e Turismo do Estado do Acre, a Fecomér-cio, sob a batuta do econo-mista Roberval Ramirez. Seu objetivo é avaliar as expectati-vas de venda dos comercian-tes acreanos para o primeiro semestre de 2012, ouviu 138 empresários e constatou que 56% estão muito otimistas, 20% tem comportamento indiferente, apenas 7% acre-ditam que vai piorar e 17% simplesmente não quiseram opinar.

“Esse resultado é muito positivo para toda a socieda-de porque significa que nos-sos empresários vão conti-nuar investindo e quando há

investimento há geração de mais empregos, mais renda, mais dinheiro sendo movi-mentado e isso gera mais ne-gócios”, afirma Ramirez. O economista lembra que é no mercado que as coisas acon-tecem, então quando o co-mércio se mostra negativo, a indústria freia a produção e vem a recessão econômica.

Traduzindo essa opinião positiva de 56% dos co-merciantes, isto leva a uma perspectiva positiva de que as vendas brasileiras e par-ticularmente as do Acre vão continuar crescendo na mé-dia de 10 a 11%, apesar das notícias negativas sobre as economias da Europa e Es-tados Unidos.

Ano atípico

“Esse otimismo é atípico depois de um ano um tanto conturbado, como foi 2011, quando sofremos uma para-da geral do crescimento nos dois primeiros meses do se-gundo semestre, crescimen-to que só foi retomado a partir de novembro graças a

Via Verde Shopping causa temor pela concorrência qualificada e grande poder de atração da clientela

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uma série de medidas toma-das pelo governo federal e que deram resultados muito positivos”, explica Rober-val. “O ano de 2012 conta com dois fatores atípicos que, teoricamente, ajudam a sustentar essa visão positi-va dos investidores. Um é o fato de ser um ano eleitoral. quando gira mais dinheiro nas mãos da população, e o segundo são os muitos in-vestimentos que estão sen-do realizados em obras do PAC, especialmente na cria-ção de infraestrutura para a realização da Copa do Mun-do de 2014”, diz ele.

Problemas existem

Embora a maioria dos empresários acredite no mercado e continue inves-tindo, há problemas recor-rentes que precisam ser corrigidos porque suas con-sequências negativas ten-dem a ganhar maior gravi-dade numa eventual crise.

“Nossas fronteiras fura-das alimentam um comér-cio informal bastante forte, que gera uma concorrência desleal para com o comércio estabelecido, que paga suas taxas e impostos que con-tribuem para o crescimento do Acre”, afirma Roberval Ramirez.

A concorrência desleal dos informais é apontada por 6% dos comerciantes como problema grave. A Fecomér-cio constatou que 33% dos investidores consideraram a carga tributária como prin-cipal dificuldade para que suas empresas enfrentem a concorrência. Outros 20% consideram os juros eleva-dos como fator de risco para seus negócios, porque preci-sam repassar esse custo aos consumidores.

O comércio está bem de saúde, prova disso é que os estoques acreanos cresce-ram 24% em 2011 com rela-ção ao que tinham em 2010. A notícia é positiva, mas isso não é tudo, pois tam-bém exige certas interpreta-ções como, por exemplo, a boa administração dele.

“O controle absoluto sobre o estoque pode re-presentar o sucesso ou o fracasso de um grande ou um pequeno negócio. Por isso precisa ser bem admi-nistrado, já que ele imobi-liza capital de giro. Então o comerciante precisa en-tender quando está em seu nível máximo, quando está na reserva e qual é a hora de repor para que o negócio continue girando sem atro-pelos”, diz Ramirez.

Fantasmas assustam

Muita gente andou per-dendo o sono durante o segundo semestre do ano passado com as notícias de instalação de novos concor-rentes, em particular o Shop-ping Via Verde. Tanto que, na pesquisa, quando a pergunta foi “Qual a principal ameaça para sua empresa no segun-do semestre de 2011?”, 23% responderam que foi a entra-da de novos concorrentes no mercado. O medo só não foi maior do que os 30% preocu-pados com o endividamento

dos consumidores e as taxas de juros (para 19% dos entre-vistados).

“Esse endividamento é falta de educação financeira nas escolas e nas famílias, e está comprometendo grave-mente a capacidade de com-pra e até a qualidade de vida de muita gente. Não tenho dados precisos, mas as esti-mativas são de que pratica-mente 90% dos servidores públicos e outros assalariados estão completamente endivi-dados e isso é fruto da falta de orientação que deveriam ter recebido quando o crédito foi concedido a eles. Quando

você compra, você terá de pa-gar, então é preciso priorizar as coisas que são necessárias na sua vida. Os supérfluos a gente gasta com as sobras depois de poupar alguma coi-sa para as emergências que acontecem na vida de todos nós”, adverte Ramirez.

Globalização acabou com amadores

Quanto ao medo da con-corrência, o economista recorda que ela é saudável quando se está bem prepa-rado para ir à luta. Mas infe-lizmente nem todos estão e

outros desconsideram a im-portância de preparar bem seus colaboradores na área específica em que atuam.

“Nossa pesquisa mostra que 36% dos comerciantes acreditam ter como ponto forte de seu negócio a qua-lidade dos produtos. Empa-tados em 17% estão o preço competitivo e a agilidade no atendimento. Mas quando se verifica a questão do trei-namento da mão de obra, 40% fazem isso no local de trabalho, no dia a dia; 30% não oferecem qualquer trei-namento; 8% os envia para o sistema “S” e só 10% ofe-recem treinamento especiali-zado na sua área de atuação. Mais que ter um bom produ-to, é preciso estar preparado para saber vendê-lo”, ensina.

Via Shopping

Os maiores concorren-tes a entrarem no mercado foram as lojas firmadas no Shopping Via Verde. “Ainda é muito cedo para poder-mos avaliar os resultados do impacto da abertura do sho-pping, que ainda vive um momento de lua-de-mel com seus visitantes e clientes em busca de novidades. Esta-mos preparando um pesquisa comparativa de vendas e re-sultados comparativos entre as lojas do shopping e suas concorrentes do comércio de rua durante as vendas de fim de ano. Aí veremos”, conclui Ramirez.

Comércio informal é apontado por lojistas como fator de concorrência desleal contra os que pagam pesados impostos

Lojistas estão otimistas com perspectivas de vendas para 2012, apesar da crise econômica mundial

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PRODUCÃO&

E x p E d i E n t E :Textos publicados nesta página são de responsabilidade da Assessoria de Comunicação do Sebrae no Acre Jornalista Responsável: Lula Melo MTB 015/90 - e-mail: [email protected]. Colaboradores: Juracy Xangai, Vanessa França e Evandro Souza. Sugestões, comentários e-mail para [email protected]. Central de atendimento: 0800-5700800

Quem tem conhecimentovai pra frente!

Juracy Xangai

Capacitação pro-fissional e ge-rencial com melhoria da

produtividade e competitivi-dade no mercado para que setores industriais como os da construção civil, confecção e moda, madeira e móveis, pa-nificação, cerâmico são alguns dos objetivos do Acordo de Resultados assinado na última terça-feira (14/02) em ações do Sebrae no Acre e seus par-ceiros que juntos vão aplicar R$ 13.467.758,00 nessa área até 2015.

O Acordo de Resultados é uma celebração dos esfor-ços do Sebrae e seus parceiros se comprometendo a atingir as metas propostas no Plano Plurianual 2012 a 2015 onde o sucesso das ações dependerá diretamente do comprometi-mento de cada um cumprindo sua parte para que possamos contribuir decisivamente para o desenvolvimento do Acre”, afirmou a gerente da Unidade de Atendimento Coletivo à Indústria, do Sebrae no Acre, Carolina Gaia.

A assinatura do acordo foi prestigiada pelo secretá-rio, interino, da Sedict, Fábio Vaz, superintendente do Ban-co do Brasil no Acre, Mar-cus Machiega, secretários da Mulher, dos Pequenos Ne-gócios, de Planejamento, da Floresta Negócios. Além de representantes das secretarias do Desenvolvimento Econô-mico, Indústria, Comércio e Tecnologia, instituições como a Fundação de Tecnologia do Acre (Funtac), Federação da Indústria (Fieac), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, Sindicato da Con-fecção (Sincon), Sindicato da

Acordo de resultadosParcerias são fundamentais para que projetos do setor produtivo tenham sucesso e contribuam para o desenvolvimento

Indústria da Construção Civil (Sinduscon), Sindicato da Pa-nificação (Sindpan) e Instituto Euvaldo Lodi.

O secretário interino do Desenvolvimento, Comércio, Indústria, Serviços e Tecno-logia, Fábio Vaz, declarou: “É sempre bom sabermos que podemos contar com o Sebrae como parceiro de to-das as horas em nossos pro-jetos que tem como objetivo maior o desenvolvimento do Acre em beneficio de sua gen-te. De nossa parte estaremos realizando uma revisão da le-gislação fiscal com objetivo de criar condições mais favorá-veis ao desenvolvimento dos micro e pequenos negócios e da indústria como um todo, além de contarmos com apoio do BNDES para investir R$ 100 milhões no estímulo ao desenvolvimento industrial na Capital e no interior. Adianto que já está prevista a instala-ção de pelo menos 30 indús-trias no interior e apoiamos ainda outros 15 projetos de indústrias privadas que estão se instalando na Capital. Tudo isto faz parte de nosso projeto de tornar o Acre uma referên-cia na industrialização regio-nal”.

Foco na indústria

O superintendente do Se-brae no Acre, João Fecury, destacou: “O Acordo de Re-sultados envolve todos os parceiros definindo o papel de cada um dentro deste pro-cesso de apoio e estímulo ao desenvolvimento industrial do Acre, isto exige comprometi-mento para que cada uma das etapas seja cumprida no grau e no momento certo, até por-que não bastam ações pontu-ais para garantir o sucesso nas

atividades produtivas. Assim, a integração dos vários ato-res envolvidos é fundamental para que estas ações garantam o desenvolvimento industrial que o Acre precisa”.

João Fecury lembrou que ao longo destes quatro anos, o Sebrae estará investindo mais de R$ 8 milhões somente nas ações deste acordo de resulta-dos da indústria, somando-se as demais áreas de atuação, como os do agronegócios, por exemplo, os investimentos previstos no Plano Plurianual do Sebrae ultrapassam a casa do R$ 15 milhões.

Acordo de resultados

As ações de apoio à indús-tria vão atender setores das marcenarias, movelarias, ma-lharias, panificadoras, cons-trução civil, oleiro cerâmico, gráfico e publicitário, alimen-tos, madeireira e agroindús-tria. Para isso, em 2012, serão realizados 12 cursos, 290 con-sultorias, duas missões técni-cas, 17 palestras e dois acesso a feiras.

Com essas ações, ao lon-go destes quatro anos, estará alcançando 37% das 1.416 in-dústrias firmadas em sua área de atuação onde vive 69% da população acreana. Seus re-cursos, ações e objetivos po-dem ser conhecidos em deta-lhes por quem acessar o site www.sigeor.sebrae.com.br, no qual deve acessar o ícone visi-tante, usando a senha e login visitante para abrir as páginas que contém todas as informa-ções.

Dentro desse complexo de ações que envolvem cinco projetos para setores especí-ficos, as marcenarias recebem atendimento de continuidade,

enquanto quatro são novos e abrangem as indústrias gráfica e publicitária, construção civil, oleiro, alimentos e bebidas, agroindústria, metal mecâni-co.

Atendimentos

O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Acre (Sinduscon), Carlos Afonso, um dos novos setores integrados às ações da Unidade de Atendimento Co-letivo à Indústria do Sebrae no Acre, declarou que: “Nós atuamos num setor que traba-lha sempre com grande mar-gem de risco físico, humano e financeiro porque envolve muita gente, muito papel e muito dinheiro, isto faz de nosso ramo apresente maior índice de mortalidade de em-presas com até dois anos de sua criação. Então fica clara a necessidade que temos de es-tar bem preparados para aten-der a um mercado que cresce mais e mais a cada dia, o apoio do Sebrae é muito bem vindo porque precisamos mesmo de muito treinamento e capacita-ção!”

O setor das confecções e malharias vem recebendo atendimentos do Sebrae há três anos e a presidente do Sindicato das Confecções, Sincon, Raimunda Holanda de Paula avaliou os resulta-dos desse período: “Temos mais de 20 empresas envol-vidas neste projeto e outras serão envolvidas agora nes-ta nova fase de atendimento pelo Sebrae. Os resultados vem sendo excelentes, além dos treinamentos e técnicas que recebemos, a maior trans-formação se dá na visão dos nossos empreendedores que estão modernizando seus ne-

gócios focados em seu públi-co alvo, ou seja, antigamente a gente fazia tudo pra todos e só faltava enlouquecer, agora não, nós descobrimos que o importante é ter foco, definir um rumo e atuar bem junto à nossa clientela. Nossos pro-dutos hoje estão muito bons, mas precisamos nos aperfei-çoar no acesso ao mercado, ou seja, chegar às lojas e aos consumidores!”

Preparação garante crédito

O superintendente do Banco do Brasil no Acre, Marcus Machiega destacou o novo papel proposto pela pre-sidente Dilma Roussef no es-tímulo aos micro e pequenos negócios, destacadamente o setor industrial para aumentar a produção e consequente ge-ração de emprego e renda no país e, mais particularmente, no Acre.

“Nossa finalidade é finan-ciar atividades produtivas e econômicas, além é claro da indústria da construção civil através de programas como o Minha casa, minha vida. Ações como estas do Sebrae vem qualificar os empreen-dedores para aplicar melhor os recursos de que podemos dispor a eles. Mas o Banco do Brasil é também hoje um dos principais liberadores do crédito estudantil, o Fies que cobra juros de 3,4% ao ano a serem pagos num intervalo equivalente a três vezes a du-ração do curso, essa é a nossa contribuição para solucionar a necessidade de profissionais de nível superior em todo o país, ponto fundamental para estimular e dar sustentabilida-de ao crescimento econômi-co!”