produção de cinema e vídeos

Upload: leonardo-cesar

Post on 05-Jul-2018

217 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    1/95

    PRODUÇÃO DE CINEMA E VÍDEO

    Produção de Cinema e Vídeo

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 1

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    2/95

    Publicado originalmente com o título: Produção de Cinema e Vídeo

    Copyright© 2008 por Fábio Campos

    capa, projeto gráfico e editoração eletronica

    Allan Rodrigues

    revisão:

    Maria Antonia Pedrosa de Campos

    Maria Candida Pedrosa de Campos

    autor

    Campos, Fábio

    Produção de Cinema e Vídeo / Fabio Campos

    Rio de Janeiro, RJ.

    ____________________________________________________________________________

    Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou

    transmitida por quaisquer formas ou meios, mecânicos ou eletrônicos, uncluindo foto-

    cópias, gravações ou qualquer outro tipo de arquivamento de informações, sem auto-

    rização por escrito do autor e editores.

    Fábio Campos

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 2

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    3/95

    O livro do Fabio tem o grande mérito de tornar simples um as-

    sunto complexo. Com extrema clareza o iniciante vai tomando co-

    nhecimento nos meandros da atividade audiovisual e tem acesso

    a modelos de planilhas e autorizações indispensáveis.

    Zelito Viana

    Produção de Cinema e Vídeo

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 3

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    4/95

    Fábio Campos

    PRODUÇÃO DE CINEMA E VÍDEO

    Fábio Campos

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 4

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    5/95

    APRESENTAÇÃO

    No Brasil, infelizmente, temos pouquíssima literatura sobre oprocesso de produção de filmes e vídeos. Isso se deve muito peloautodidatismo das pessoas que passaram a trabalhar nesta área, porconta disso é importante registrar que não existe um consenso deunidade da organização da produção.

    Nosso trabalho pretende contribuir para enriquecer a discussãosobre este tema.

    Fabio Campos

    Produção de Cinema e Vídeo

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 5

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    6/95

    ÍNDICE

    1- INTRODUÇÃO1.1 - Produtoras independentes1.2 - Tipos de trabalho

    2 – EQUIPE - quem é quem2.1 - Departamentos de um filme2.2 - Departamento de direção2.3 - Departamento de produção

    2.4 - Departamento de fotografia2.5 - Departamento de arte2.6 - Departamento de som

    3 - CONTRATAÇÃO3.1 - Diretores de Departamentos e Equipe Técnica

    4 - ROTEIRO4.1 – Roteiro literário4.2 – Roteiro técnico4.3 – Plano4.4 – Tipos de enquadramento4.5 – Decupagem do roteiro4.6 – Plano de filmagem

    5 - CRONOGRAMAS5.1– Analítico

    5.2- Físico5.3 Físico / Financeiro5.4 - Produção5.5 - Ordem do Dia

    6 - A PRODUÇÃO E SUAS FASES6.1 - Preparação6.2 - Pré-produção

    Fábio Campos

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 6

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    7/95

    6.3 - Filmagem6.4 – Finalização

    6.4.1 - Desprodução6.4.2 - Pós-produção6.5 - Distribuição6.6 – Exibição

    7 - ORÇAMENTO7.1 - Detalhado7.2 – Resumido

    8 - ASPECTOS DA PRODUÇÃO8.1 – Relação da equipe8.2 - Pasta de produção8.3 - Solicitação de orçamento8.4 - Sala de produção8.5 - Secretária de produção8.6 - Male a de produção / Kit básico8.7 - Meteorologia8.8 - Geradores8.9 - Unidade móvel8.10 - Tele-Prompters8.11 - Áudio8.12 - Rádios8.13 - Autorização para externas8.14 - Autorização para uso de imagem8.15 - Notas fiscais8.16 - Cheques caução

    8.17 - Como desmarcar uma filmagem8.18 - O que fazer no set de filmagem8.19 – Providenciando material no momento da filmagem8.20 - Fazendo “economia”8.21 – Dica para um “bom produtor”

    9 - GLOSSÁRIO DE TERMOS TÉCNICOS

    Produção de Cinema e Vídeo

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 7

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    8/95

    1 - INTRODUÇÃO

    Nossa intenção não é apenas apresentar os aspectos técnicos decomo realizar uma produção audiovisual, mas também o de forne-cer elementos para que o leitor compreenda o processo que gira emtorno desta atividade.

    A figura do produtor muitas vezes é confundida com a de um“cara mau humorado” de terno e gravata, que fuma charuto, car-rega uma mala de dinheiro e sempre cobra resultados. E não apa-renta qualquer comprometimento com o processo criativo.

    Pelo contrário. São estes profissionais os que, concretamente,viabilizam os projetos e se desdobram por intervir o menos possívelno conteúdo estético dos mesmos. São eles que correm atrás dasverbas de investidores e/ou apoiadores, de co-produtores etc.

    Um bom produtor garante que o projeto chegue ao seu finalcom êxito, honrando todos os compromissos e prazos estabelecidos.A equipe de Produção é responsável pelo suporte e assistência a

    todos os demais profissionais, durante todo o processo da execuçãodos projetos.

    1.1 – Produtoras Independentes

    Em primeiro lugar precisamos entender quais são as estruturasfísicas e jurídicas que viabilizam e/ou produzem os projetos audio-visuais no Brasil. Nesse sentido, as Produtoras Independentes são

    as responsáveis pela grande maioria da produção de filmes (curta,media elonga - metragem), documentários, vídeoclipes, comerciais ou

    institucionais, programas para televisão, vídeo-arte, etc.O proprietário ou os proprietários das Produtoras Indepen-

    dentes são denominados de Produtores. Detêm os direitos patrimo-niais das obras audiovisuais, ou seja, são eles que exercem o direitode negociar, de veicular, de liberar, e de exibir.

    Fábio Campos 8

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 8

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    9/95

    Em nosso país, muitas vezes o Produtor também exerce a fun-ção de Diretor Artístico. Podem ser profissionais de Advocacia, de

    Economia, de Comércio, etc.Na estrutura das Produtoras Independentes uma das funçõesmais importantes é exercida pelo Contato ou Diretor comercial, umavez que são estes profissionais os responsáveis pela apresentação do“rolo” (material feito pelas produtoras) junto às Agências de Propa-ganda.

    As Agências de Propaganda criam e realizam as campanhas pu- blicitárias dos seus clientes (indústrias, bancos, etc. ). Normalmenteessas agências trabalham com pesquisa de mercado, identificando

    o perfil do público-alvo que consome e/ou tem potencial para con-sumir os produtos e/ou serviços veiculados. A partir daí são criadasas campanhas publicitárias e definidas as estratégias de divulgação.

    Os filmes comerciais e os institucionais são peças nobres (namídia eletrônica) e fazem parte destas campanhas publicitárias.Normalmente as Agências de Propaganda realizam concorrência,enviam os roteiros para as Produtoras Independentes e estas defi-nem os orçamentos e os cronogramas. A produtora vencedorarealiza o trabalho através do roteiro recebido, que não pode ser mo-dificado.

    As Produtoras Independentes criam roteiros de programas paraa televisão e também roteiros para documentários, que podem sernegociados com as emissoras de TV, sejam elas abertas ou a cabo.Existem, basicamente, duas formas de negociação: a compra do es-paço para a veiculação, e as co-produções com os exibidores.

    Os clipes são também produzidos pelas Produtoras Indepen-dentes. Geralmente nesses casos, a produtora tem liberdade para

    criar o roteiro, que é aprovado pelas gravadoras junto com os em-presários dos artistas (músicos e/ou as bandas).Apesar de um significativo crescimento nas produções de filme

    no Brasil, com o respectivo retorno financeiro, ainda são poucas asProdutoras Independentes que conseguem sobreviver só com a pro-dução de filmes de longa-metragem e/ou de documentários produ-zidos com o objetivo de serem exibidos nas salas de projeção.

    Produção de Cinema e Vídeo 9

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 9

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    10/95

    1.2 – Tipos de Trabalho

    1. Clipes2. Vídeos institucionais3. Documentários4. Ficção: Curta, Média e Longa-metragem5. Comerciais6. Eventos7. Programas variados de TV8. Festivais

    Fábio Campos 10

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 10

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    11/95

    A preocupação com as tarefas de produção vai variar de acordocom cada tipo de trabalho. Deve ser levado em conta o porte físico

    do projeto, ou seja, o tempo de execução que vai consumir em suarealização e também a complexidade envolvida. Por exemplo: umcomercial com a duração de um minuto, que conta com um únicoapresentador descrevendo sobre as vantagens e os benefícios de umdeterminado produto comercial, institucional, ou de informe publi-citário, tem a sua produção mais “simples” do que a de um comer-cial de trinta segundos (metade do tempo), mas que apresente váriosatores, figurantes. planos e locações.

    No caso de clipe musical, o diretor tem liberdade de criação.

    Com isso, a produção acaba sendo mais dinâmica e o roteiro maissolto. A captação de áudio pode ser feita em playback, o que ampliaa gama de locações, pois não leva em conta o nível de som ambientedas mesmas.

    Portanto, no que se refere ao trabalho de Produção – foco denosso estudo – passamos a discorrer sobre todo o andamento doprocesso, passo a passo, desde o momento em que o roteiro é/ouaprovado recebido.

    Vamos apresentar todos os recursos que facilitam a Produção,mas não podemos esquecer de cultivar o bom senso e o discerni-mento para sua adequação às necessidades do trabalho que se temem mãos. E, principalmente, atentar para os limites de gastos im-postos pelo orçamento apresentado e os prazos existentes.

    2 – EQUIPE – quem é quem

    Vamos agora discorrer sobre os profissionais que trabalham nosdepartamentos responsáveis pela execução de filmes e vídeos.

    Existem basicamente cinco departamentos fundamentais, tantopara definição estética quanto para a produção dos filmes.

    São eles: Direção Artística, Fotografia, Produção, Arte e Som.Cada departamento conta com um profissional responsável. Muitasvezes, dependendo da complexidade ou das características do pro-

    Produção de Cinema e Vídeo 11

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 11

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    12/95

     jeto a ser executado, pode haver a necessidade de uma outra pessoaque colabore nessa função. Esses profissionais respondem pelos ou-

    tros técnicos do setor.Os Diretores de departamento definem a concepção estética doprojeto, cada um em sua área.

    2.1 – Departamentos de um filme

    O departamento de direção, através do seu diretor coordena aunidade estética do filme, é este profissional que vai orientar todosos outros departamentos, evidentemente respeitando e acatando su-gestões, prazos e orçamento.

    O Departamento de Produção funciona dando suporte paratodos os outros departamentos, é responsável pelo acompanha-mento das tarefas dos outros departamentos, bem como seus gas-tos.

    Departamento de Fotografia, é responsável pela definição daluz do filme, da captação das imagens e movimentação da camera.

    Fábio Campos 12

    DireçãoArtística

    Direção deProdução

    Direção deFotografia

    Direção deArte

    Desenho deSom

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 12

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    13/95

    Departamento de Arte, cria e define a cenografia, os objetos decena, o figurino, a maquiagem o cabelo dos personagens

    Departamento de Som, é responsável pela concepção estéticado som do filme.

    2.2 - Departamento de Direção Artística.

    DIRETOR ARTÍSTICO – podemos dizer que funciona como ummaestro. Profissional responsável por adaptar e transformar os con-teúdos do roteiro, em imagens. Define, com o Diretor de Fotografia,

    a luz e os enquadramentos dos planos a serem filmados. Tambématua junto à Direção de Arte, para a aprovação do cenário, a escolhados objetos de cena e os figurinos. Com o desenhista de Som com-

     bina qual vai ser a estética sonora. Além disso, é ele que define, en-saia e coordena o elenco, determinando posturas e reações dosparticipantes. Adapta a atuação dos personagens de acordo com oque espera de cada um. Por fim, participa ativamente da edição pos-terior do trabalho.

    ASSISTENTE DE DIREÇÃO – estabelece o elo entre o diretor ea equipe. Muitas vezes pode ser incumbido de dirigir sozinho al-gumas cenas, reportando-se à Produção sempre que necessário. Apartir dos conceitos estéticos e artísticos estabelecidos pelo Diretor,orienta o Diretor de Elenco na escolha dos atores, do elenco de apoio,dos modelos e dos figurantes que vão participar do teste de elencoe seleciona as opções que mais se enquadram nas necessidades dotrabalho. Edita o teste, a fim de facilitar a definição dos atores,

    elenco de apoio, modelos e/ou figurantes, pelo diretor. Cabe ao As-sistente de Direção posicionar adequadamente o elenco de apoio eos figurantes, durante as filmagens.

    Responsável ainda por cronometrar o tempo de duração dosplanos e supervisionar o andamento de todos os Departamentos du-rante o processo de filmagem. Realiza o plano de filmagem e a ana-lise técnica do filme. Junto com o Diretor de Produção, organiza aOrdem do Dia do filme.

    Produção de Cinema e Vídeo 13

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 13

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    14/95

    É ele o responsável por recolher as assinaturas de todos os ato-res, elenco de apoio e figurantes dos filmes e/ou vídeos.

    Obs.: adiante serão apresentadas e explicadas as planilhas eautorizações citadas.

    DIRETOR DE ATOR – Profissional que auxilia, quando neces-sário, os ensaios, testes dos atores ou do elenco de apoio.

    DIRETOR DE AÇÃO – Responsável pelas cenas de ação e/oude perigo que acontecem no filme. Precisam compreender os con-ceitos do diretor e avaliar e definir “como” e o “quê” utilizar para

    dar vida e realismo a estas cenas. Também coordenam os dublês.

    COREÓGRAFO – Profissional que cria as coreografias a seremapresentadas, define e escolhe os bailarinos que vão participar, en-saia e coordena a atuação no set de filmagem, junto com o DiretorArtístico.

    CONTINUISTA – Cabe ao continuista dar seqüência, tanto noposicionamento dos atores quanto do cenário e figurino. Quandoas cenas a serem filmadas são definidas, muitas vezes ocorre que,por questões de economia, a linearidade do roteiro não é seguida.Nesses casos, o continuista tem a incumbência de anotar, fotografare/ou filmar todos os detalhes de cada plano, para que uma cenapossa ser editada corretamente em sua continuação.

    Por exemplo: um casal conversando numa sala está sendo fil-mado. Na parede que se situa atrás do homem, há um relógio que

    marca 14hs30min. Depois da cena filmada, é hora do almoço daequipe. No retorno, ao serem retomadas as filmagens, cabe ao con-tinuista solicitar ao pessoal do departamento de Arte, que o relógioseja acertado na mesma hora em que os trabalhos foram interrom-pidos: 14hs 30min.

    Fábio Campos 14

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 14

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    15/95

    2.3 - Departamento de Produção

    PRODUTOR – Detentor dos direitos patrimoniais das obras rea-lizadas.

    PRODUTOR EXECUTIVO – Responsável pela estratégia decaptação e coordenação das fases de produção.

    COORDENADOR DE PRODUÇÃO – Quando existem váriosprojetos em andamento nas Produtoras Independentes, torna-se ne-

    cessária a figura do Coordenador de Produção. Contratado pelaprodutora, é o profissional que coordena, junto com o Produtor Exe-cutivo, o andamento de cada um dos projetos. Portanto, para cadaprojeto especifico deve haver um Diretor de Produção, contratadotemporariamente, em regime de free-lancer.

    DIRETOR DE PRODUÇÃO – A partir do orçamento operacio-nal recebido pelo Produtor Executivo, o Diretor de Produção con-trata a equipe técnica, reserva os equipamentos dos departamentosde fotografia e som. Disponibiliza verba e transporte para todos osdepartamentos, controla e acompanha o andamento das tarefas pre-vistas em cronograma, contrata o serviço de alimentação, durante afase da filmagem do filme e/ou vídeo. Negocia os preços de comprade todo o material de produção necessário à realização do filme.Também é de sua alçada, fechar todas as locações e providenciartodas as autorizações necessárias.

    PRODUTOR DE LOCAÇÃO – Orientado pelo Diretor de Pro-dução - que relaciona as características estéticas das locações pre-tendidas e os valores disponíveis para custear as mesmas - oProdutor de Locação sai em busca de opções. Caso utilize em sualocomoção seu próprio carro, deve ser reembolsado da quantia quegasta com combustível e com alimentação. O reembolso será calcu-lado de acordo com a tabela vigente de aluguel de carro e acertadoantes, com a Produção.

    Produção de Cinema e Vídeo 15

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 15

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    16/95

    Se o profissional não usar carro próprio, a Equipe de Produçãoprovidencia o transporte.

    Para o registro das imagens dos locais visitados, o Produtor deLocação precisa portar equipamento fotográfico ou câmera pequena.Se a empresa contar com um cameraman em sua equipe, este acom-panha o Produtor nessa busca e garante imagens com qualidadeprofissional.

    Ao realizar seu trabalho, o Produtor seleciona, no mínimo, cincoprováveis locações, que são registradas em vídeo ou em fotografia.

    Alguns detalhes devem ser observados pelo Produtor na horada avaliação. Entre eles: a distância existente entre o local, a Produ-

    tora e as empresas fornecedoras; ocorrência de barulho que atrapa-lhe a perfeita captação de áudio, existência de banheiros queatendam à equipe, luz natural adequada a proposta estética do tra-

     balho, local para a organizar o aparato da alimentação, espaço parainstalar camarim e para acondicionar os figurinos,

    De volta à Produtora, o Produtor de Locação apresenta os re-sultados ao Assistente de Direção, que edita as três melhores opçõese encaminha ao Diretor Artístico. Este, então, define a que mais lheconvier. A partir daí a Produção agenda uma visita ao local, da qualdevem participar o Diretor Artístico, o Diretor de Fotografia, o Di-retor de Arte. o Diretor de Produção.

    Mais uma vez, transporte e alimentação devem ser providen-ciados.

    Caso ocorram dúvidas quanto à aprovação do local, uma se-gunda visita é feita, e até mesmo uma terceira. Isso até que se esgoteo leque de possibilidades. Pode acontecer de nenhuma das locaçõesselecionadas for do agrado e, então, o trabalho de busca é repetido.

    Não é recomendável, uma vez que os gastos de tempo e de dinheiroaumentam. Para evitar situações desse tipo, o ideal é que a primeira busca seja muito bem feita e que o Produtor apresente um bom nú-mero de possibilidades.

    Definida a locação o Diretor de Produção inicia a negociaçãocom o proprietário e o Produtor ou seu Assistente viabilizam otermo de autorização para uso de imagem do imóvel.

    Fábio Campos 16

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 16

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    17/95

    PRODUTOR DE ELENCO – o Diretor Artístico e/ou Assistentede Direção entra em contato com o Produtor de Elenco para especi-

    ficar as características físicas e conceituais dos personagens preten-didos. Este último entra em contato com atores, modelos, figurantes,etc que estejam dentro do perfil exigido, apresenta o projeto, o valordo cachê e confirma a participação dos profissionais no projeto de fil-magem. Informa também as possíveis datas e o local da gravação edos ensaios. Para cada personagem, o Produtor de Elenco deve lis-tar pelo menos cinco opções.

    Tanto na hora do teste de elenco, quanto nos momentos de fil-magem, esse profissional precisa estar presente.

    PRODUTOR DE BASE – Responsável pelos procedimentos bu-rocráticos do trabalho de Produção. Muita vezes encaminha os or-çamentos junto aos fornecedores de serviços, comunica-se com todosos membros da Equipe, informando sobre alguma nova orientaçãode trabalho, mudança de planos ou recados da Diretoria e da Coor-denação de Produção. Mantém a equipe informada sobre os prazosestipulados. Monta a lista de equipe, contendo o telefone de todos osparticipantes do projeto. Encamunha as autorizações de filmagem

     junto à Prefeitura, _a Companhia Estadual de Transporte - CET-RIO,à Polícia Militar - PM, à Light ou a qualquer outro órgão público.

    Todas as autorizações de uso de imagem e voz, de locação eoutras em geral, devem ser copiadas e arquivadas.

    Cada produtora tem o seu modelo, estas autorizações são redi-gidas por advogados especializados ( direito patrimonial e autoral).

    PRODUTOR DE SET (platô) – Este profissional é responsável

    pelo cumprimento da Ordem do Dia. Adiante será apresentada eexplicada a planilha dessa função.

    BOY DE SET – Pessoa que realiza toda a limpeza e manutençãodo set de filmagem. Deve ser atento, ágil, rápido e despachado. Deuma maneira geral, ajuda a todos que precisam do seu auxílio.

    Produção de Cinema e Vídeo 17

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 17

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    18/95

    2.4 – Departamento de Fotografia

    DIRETOR DE FOTOGRAFIA – Responsável pela proposição doenquadramento de planos e pelo conceito estético da iluminação.Responsável por indicar, ao Diretor de Produção, os equipamentosnecessários para a execução desses itens.

    Após visitar as locações definidas para a filmagem, cria o dese-nho de luz, relaciona os equipamentos relativos à câmera como aslentes os tripés os filtros a sensibilidade dos negativos as gelatinas eos difusores. Indica os vários tipos de refletores necessários e a ma-

    quinaria, (grua, carrinho, trilhos, praticáveis, etc.), que serão utili-zados. Define a sensibilidade dos negativos. Também opera acâmera, auxiliado pelo Primeiro Assistente de Fotografia, especificaa forma de revelação do negativo e acompanha o processo cromáticode finalização do projeto.

    FOQUISTA / PRIMEIRO ASSISTENTE DE CÂMERA - Cuidada operação da câmera, do foco, da troca de lentes quando solici-tado, da troca de fitas magnéticas ou do negativo. Faz a decupagem(numeração, data, etc.) das fitas e/ou dos negativos.

    Responsável por verificar se o equipamento (lentes, câmera eacessórios) locado pelo Diretor de Produção está em perfeito estado.Garante a manutenção, limpeza e lubrificação desse equipamentodurante o processo de filmagem. Quando solicitado pelo Diretor deFotografia, troca as lentes e fica atento à metragem rodada. Troca ochassi da câmera e organiza as latas de filmes utilizadas, que serãoentregues ao Diretor de Produção após a filmagem.

    SEGUNDO ASSISTENTE DE CÂMERA – Encarrega-se dosequipamentos da câmera que não estão sendo utilizados durante asfilmagens e ajuda a carregar os acessórios utilizados no set de fil-magem

    ELETRICISTA – O Eletricista Chefe trabalha diretamente com oDiretor de Fotografia e é responsável pelo posicionamento de todo

    Fábio Campos 18

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 18

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    19/95

    o equipamento necessário à iluminação e por conectá-lo à rede elé-trica e/ou gerador. Normalmente trabalha com um ou dois assis-

    tentes. Este trabalho exige que durante as filmagens, o profissionallide com cargas de voltagem muito altas, o que representa grandeperigo. Requer, portanto, extremo cuidado.

    MAQUINISTA – Este profissional é responsável pela instalaçãoda maquinaria pesada. Arma os trilhos onde vão deslizar os carri-nhos, ligeirinhos; monta as gruas etc. A montagem desses equipa-mentos exige muita precisão, pois são eles que vão permitir todo omovimento da câmera. Nesse sentido, é um trabalho extremamente

    cansativo, normalmente demanda um ou dois auxiliares.

    2.5 - Departamento de Arte

    DIRETOR DE ARTE - o Diretor de Arte propõe o conceito esté-tico das cores a serem usadas, define o cenário e o estilo do figurinoe também escolhe os objetos de cena.

    CENÓGRAFO – trabalha a partir dos conceitos estipulados pelaDireção de Arte, desenvolvendo o projeto arquitetônico para a cons-trução de cenários e objetos de grande porte. Se necessário, refor-mula o projeto. Supervisiona a construção executada peloCenotécnico , na montagem e desmontagem das peças.

    CENOTÉCNICO – A partir do projeto do Cenógrafo, o ceno-técnico providencia a construção do projeto aprovado. Esse profis-sional tem uma equipe especializada. É um trabalho minucioso,

    realizado por criativos carpinteiros, pintores e artesãos. Como nadaescapa às lentes da câmera, qualquer defeito ou detalhe mal acabadopode botar tudo a perder.

    PRODUTOR DE OBJETOS – sai em busca de todos os adereçosnecessários para a composição dos cenários, de acordo com as es-pecificações dadas pela Direção de Arte.

    Produção de Cinema e Vídeo 19

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 19

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    20/95

    FIGURINISTA – providencia os figurinos para os personagensdo filme, comprando, alugando, confeccionando, ou tomando em-

    prestadas as peças necessárias. Está subordinado à Direção de Arte,que fornece a idéia do estilo a ser adotado e depois aprova as peçasselecionadas. Pode ter um ou mais assistentes, de acordo com o vo-lume do trabalho. Além disso, o figurinista coordena as camareirasde sua equipe, responsáveis por passar as peças e providenciar osajustes necessários.

    MAQUIADOR/CABELEIREIRO – Profissionais encarregadosda maquiagem e penteados dos integrantes do elenco e também cui-

    dam da manutenção de seu trabalho durante todo o processo de fil-magem. São responsáveis pelas caracterizações dos personagens.

    CONTRA-REGRA - O Contra-regra é a pessoa que auxilia oProdutor de Objetos. Tem a função de colocar os objetos nos luga-res demarcados pela Direção de Arte. Além disso improvisa arran-

     jos e suportes que garantam a sustentação e a fixação destes objetos.

    2.6 – Departamento de Som

    DESENHISTA DE SOM – profissional que define, junto com oDiretor Artístico, a concepção estética do som do filme. Faz a decu-pagem técnica das cenas e é o responsável pela coordenação da cria-ção da trilha sonora, dos ruídos e da captação do som direto e/ouambiente.

    TÉCNICO DE SOM – responde pela captação do som direto(diálogos e som ambiente) das cenas que estão sendo filmadas

    ASSISTENTE DE SOM – auxilia o técnico de som segurando avara do microfone

    MÚSICO (OS) – Caso haja necessidade

    Fábio Campos 20

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 20

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    21/95

    EDITOR DE SOM – profissional que vai, a partir das imagensmontadas, inserir os sons ambiente, os ruídos e a trilha sonora.

    MIXADOR DE SOM – Este profissional vai receber do editor desom uma fita DAT, ADAT, CD contendo os vários sons

    ( ambiente, ruídos, trilha ) todos separados por pistas.Este profissional vai equalizar estes sons e mixá-los , ou seja te-

    remos uma só pista contendo todos os sons equalizados.

    3 - CONTRATAÇÃO

    3.1 – Diretores de Departamentos e Equipe Técnica

    Dependendo das características do roteiro, o Produtor Execu-tivo, muitas vezes junto ao Diretor, indica os profissionais que vãoassinar (trabalhar) nos Departamentos do filme.

    O valor dos cachês (remuneração a ser paga aos profissionaisfree-lancer) sofre variações. Existe uma tabela do STIC (Sindicatodos Trabalhadores da Indústria Cinematográfica), que é uma refe-rência para a definição dos pagamentos.

    Os trabalhos de filmagem mais bem remunerados são os co-merciais. Normalmente feitos com muita pressa e prazos curtos. Jáos filmes e alguns programas de televisão (realizados por Produto-ras Independentes), por exemplo, não pagam tão bem, mas têm umprazo de execução mais longo.

    Um fator importante: quanto maior o valor dos recursos finan-ceiros disponíveis para um projeto, mais rápido ele pode ser execu-tado.

    As definições para a contratação de pessoal técnico deve seruma decisão muito bem pensada e avaliada. O Produtor responsá-vel precisa estar sempre em contato com todos os Departamentospara ser informado sobre o numero de profissionais necessários paraa composição dos Departamentos. Claro que depende da complexi-

    Produção de Cinema e Vídeo 21

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 21

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    22/95

    dade de cada um.Por exemplo: um filme de ficção que acontece no Brasil, no ano

    de 2050. É necessária a construção de uma cidade cenográfica, quepode ser construída em algum estúdio alugado. O roteiro do filmeindica que apenas 4 atores vão atuar. O número de profissionais en-volvidos no Departamento de Arte vai ser muito maior do que o exi-gido no Departamento de Direção. Vai haver um gasto maior dedinheiro e de tempo no Departamento de Arte do que no Departa-mento de Direção.

    Outro ponto importante: numa tentativa de economizar ao má-ximo, muitos produtores contratam menos pessoas do que real-

    mente o trabalho exige. Esta pretensa economia pode levar agrandes prejuízos. Por outro lado, contratar gente demais faz comque o trabalho não renda o que poderia, e pode atrapalhar os pro-fissionais empenhados em realizar suas funções.

    4 – ROTEIRO

    Todos os roteiros pretendem contar uma história. Mas, ao con-trário dos livros narrativos, as histórias escritas para roteiros cine-matográficos, utilizam, primordialmente, recursos visuais. São asimagens, enquanto linguagem, que fazem o fio condutor para acompreensão do enredo. Então, nesse caso, as narrativas não se sus-tentam por si só.

    4.1 – Roteiro Literário

    Chamamos de roteiro literário, aquele texto que é escrito e es-truturado por ações separadas e determinadas. É no roteiro literárioque são pontuadas as ações da historia. Para isso temos que especi-ficar a situação de cada uma das ações, determinando aquelas que

    Fábio Campos 22

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 22

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    23/95

    acontecem no interior de uma casa ou apartamento, ou igreja, etc,ou se a cena ocorre no exterior do imóvel; se ação acontece numa

    praia, montanha, parque, etc; se a hora é diurna ou noturna e assimpor diante. A sinalização é anotada, como o exemplo a seguir:

    INT. APT/SALA . JÕAO- DIA( interior do apartamento do João, sala de dia)

    EXT. ESTRADA - NOITE( exterior; numa estrada, à noite)

    Mudamos de ação quando ocorrem mudanças de espaço oude tempo.

    INT. APT/SALA . JÃO-DIA

    INT. APT/QUARTO . JOÃO- DIA

    4.2 – Roteiro Técnico

    Como o próprio nome diz, o roteiro técnico representa todasas definições técnicas para a filmagem das ações contidas. Essas de-finições indicam os tipos de planos a serem definidos e enquadra-mento a ser adotado. Para tanto, o roteiro é dividido em seqüência,cena e plano.

    A seqüência como um parágrafo, a cena como uma frase e o

    plano como uma palavra, ou seja a seqüência é composta por umconjunto de cenas e a cena por um conjunto de planos.

    Obs: As ações que estão contidas no roteiro literário tornam-secenas no roteiro técnico.

    Nos exemplos a seguir, essa idéia está melhor detalhada:

    Produção de Cinema e Vídeo 23

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 23

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    24/95

    1. SEQUÊNCIA – CASAMENTO.1. Cena - Ext. Igreja/ escada – noite.

    1. Plano Geral (P.G) - Noiva saindo do carro.2. Plano Médio (P.M) - Noiva subindo as escadas.

    2. Cena - Int. Igreja/ altar – noite.

    3. Plano Americano ( PA) - Noivo no altar.4. Plano detalhe (P D) – mão do noivo

    2. SEQÜÊNCIA – PRAIA.

    1. Cena - Ext. Praia de Ipanema / Arpoador – dia.

    5. Plano americano (PA) - Noivo tomando uma cerveja.6. Plano fechado (PF) – Copo de cerveja

    2. Cena - Ext.Praia de Ipanema / posto 9 – dia.

    7. Plano Médio (PM) - Noiva caminhando em direção ao mar.

    OBS: A numeração dos planos segue independente da mudançana numeração das seqüências e cenas. Cada vez que mudamos de se-qüência voltamos a contar as cenas de novo.

    Não existe um consenso a respeito do critério utilizado para adivisão do roteiro técnico. Alguns profissionais trabalham com se-quências e planos, outros com sequências e cenas e outros ainda,

    com cenas e planos. Para a produção, quanto mais detalhado for adivisão do roteiro, melhor.

    Fábio Campos 24

    SEQÜÊNCIA

    CENA

    PLANO

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 24

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    25/95

    4.3 - Plano

    Chamamos de plano o momento em que uma imagem é gra-vada ou filmada desde o seu inicio até o seu corte. Podemos usarvários tipos de enquadramentos para filmarmos um plano. Os pla-nos abertos passam a sensação do ambiente, são planos usados parasituar o espectador. Os planos fechados servem para enfatizar algoespecifico.

    Chamamos de   take , às tentativas que fazemos para escolher omelhor plano. Quando dizemos que um filme foi rodado na pro-

    porção de cinco para um, isto significa que filmamos cinco takespara escolhermos um plano.

    A definição dos planos é dada pelo Diretor Artístico em parce-ria com o Diretor de Fotografia. As escolhas dos planos, sua dura-ção, e enquadramentos fazem parte da estética do filme. Quando ascenas são complexas se faz necessário a criação do story board , feitopor desenhistas profissionais. Estes desenham todos os planos quefazem parte da cena seguindo a orientação do Diretor Artístico.

    4.4 - Tipos de Enquadramento

    Infelizmente não existe um consenso sobre a nomeclatura utili-zada para classificar os tipos de enquadramento de um plano. Segueabaixo exemplos das mais utilizadas:

    PLANO GERAL – O cenário aparece em relevância. Se há ato-res presentes na cena, eles aparecem de corpo inteiro. O Plano lo-caliza a ação.

    PLANO MÉDIO – os atores surgem mais próximos. Corta ocorpo pela cintura e o cenário tem importância secundária.

    Produção de Cinema e Vídeo 25

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 25

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    26/95

    PLANO AMERICANO – o ator é mostrado apenas do joelhopara cima.

    PRIMEIRO PLANO ou CLOSE– o ator aparece do tórax paracima, com ênfase no rosto.

    PlANO FECHADO ou BIG CLOSE – mostra o detalhe de umobjeto ou do rosto.

    PLONGE – enquadra o objeto, de cima para baixo.

    CONTRA-PLONGE – enquadra o objeto, de baixo para cima.

    PLANO SUBJETIVO – plano faz o papel de deslocamento dopersonagem.

    PAM – Panorâmica ou plano geral de conjunto.

    4.5 - Decupagem de Roteiro

    A decupagem do roteiro é uma análise minuciosa que fornecetodos os dados importantes para podermos organizar e realizar comêxito, o nosso projeto.

    Quem realiza essa tarefa é o Assistente de Direção em conjuntocom a Equipe de Produção. Num primeiro momento são definidasalgumas questões: como o Diretor Artístico visualiza o filme, como

    os planos serão filmados (storyboard), o estilo de figurino e da ce-nografia, os equipamentos a serem providenciados etc.São analisados, plano a plano, todos os elementos necessários

    para a execução do filme.O trabalho de decupagem permite a definição e contratação da

    Equipe mínima necessária, o tipo de locação, o cenário, o figurino, oequipamento técnico para que o Produtor possa fazer um primeiroorçamento.

    Fábio Campos 26

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 26

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    27/95

    Em trabalhos longos e mais demorados, geralmente ocorremvárias reuniões com os membros mais importantes da equipe res-

    ponsável (os Diretores dos Departamentos), para o acerto de even-tuais mudanças e para avaliação do andamento dos trabalhos e dasfilmagens.

    Muitas vezes o roteiro pode sofrer alterações, chamadas de tra-tamento (primeiro, segundo...). Essas alterações influenciam direta-mente no trabalho da Produção, pois às vezes exigem redefinição delocação, de equipamento e de tempo de trabalho. O Diretor de Pro-dução precisa de jogo de cintura para adequar o orçamento, os pra-zos a todo e qualquer imprevisto.

    Denomina-se Análise Técnica do Roteiro; esta decupagem des-crita acima.

    Em cada projeto de filme são necessárias planilhas de análisestécnicas. É muito importante entender que sem o roteiro estar divi-dido em seqüência, cena e plano seria muito difícil elaborarmos asplanilhas das analises técnicas.

    A seguir, uma relação das planilhas necessárias:

    • Analise técnica de atoresCom ela identificamos e organizamos todas as cenas das quais

    os atores participam.

    • Analise técnica da fotografiaDetalha todos os planos de todas as cenas, incluindo seus en-

    quadramentos e minutagem.

    • Analise técnica da produçãoDetalha e agrupa todos os locais onde serão filmadas as cenas (

    locação), prevê o numero de pessoas que estarão no set de filmageme ainda quais as cenas que precisarão de café da manhã, almoço, lan-che e ou jantar.

    Produção de Cinema e Vídeo 27

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 27

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    28/95

    • Analise técnica da arteDecupa os cenários e os objetos utilizados em cada cena.

    • Analise técnica do figurinoDecupa os figurinos utilizados em cada cena. A analise técnica

    do figurino e feita levando-se em conta o roteiro literário.

    • Analise técnica do somDetalha todas as cenas e planos que terão som ambiente, ruídos

    e/ou trilha sonora.

    • Analise técnica do filmeEsta planilha contem as informações de todas as outras analises

    técnicas.

    Obs. As análises técnicas dividas por departamentos foramcriadas para que os iniciantes entendam melhor o processo de de-cupagem.

    Fábio Campos 28

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 28

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    29/95

    Produção de Cinema e Vídeo 29

    ANÁLISE TÉCNICA DE ATORES

    SEQ CENA PERSONAGEM TIPO FÍSICO PERFIL

    PSICOLÓGICO

    ATOR LOCAL DA

    FILMAGEM

    DIA DE

    FILMAGEM

    4 1 Tio João Alto

    Branco

    Careca

    Manco

    Humilde

    Subserviente

    xxxxxx Igreja 1o dia

    OBS: As observações em negrito não fazem parte das planilhas, são

    exemplos de preenchimento.

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 29

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    30/95

    Fábio Campos 30

    ANÁLISE TÉCNICA DA FOTOGRAFIA

    SEQ CENA PLANO ENQUARAMENTO LUMINOSIDADE MINUTAGEM Obs

    1 1 1 P.M - Plano médio Realista 2 seg.

    O conceito estético de luminosidade de um filme e/ou vídeo é definido

    muitas vezes tomando-se como referencia obras pictóricas: Impressio-

    nismo, expressionismo, barroco, romantismo, realismo, etc.

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 30

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    31/95

    Produção de Cinema e Vídeo 31

    ANÁLISE TÉCNICA DA PRODUÇÃO

    SEQ CENA LOCAÇÃO No PESSOAS ALIMENTAÇÃO TRANSPORTE OBS

    5 2

    Praia

    Posto 9

    Ipanema

    8 atores

    10 figurantes

    35 equipe

    4 seguranças

    8 motoristas

    café da

    manhã

    Van - figurantes

    Van - atores

    Van - Produção

    Van - Câmera

    Caminhão

    elétrica

    Trailer camarim

    Van - arte

    4 banheiros

    químicos

    Caminhão

    gerador

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 31

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    32/95

    Fábio Campos 32

    ANÁLISE TÉCNICA DA ARTE

    SEQ CENA CENÁRIO OBJETOS DE ARTE Obs

    6 1

    Quarto de criança, pe-

    queno, cinza, paredes

    sujas.

    Berço azul velho, corti-

    nas brancas sujas.

    O berço está

    todo arra-

    nhado.

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 32

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    33/95

    R: conjunto das roupas do personagem.

    Numero: dia do roteiro literário.Letra: Se houver mudança de figurino, no mesmo dia do roteiroliterário.

    Produção de Cinema e Vídeo 33

    ANÁLISE TÉCNICA DO FIGURINO

    DIA DO ROTEIRO

    LITERÁRIO

    PERSONAGEM CONJUNTO DAS

    PEÇAS DE ROUPA

    DO PERSONAGEM

    OBSERVAÇÃO

    R 1 Tio João

    Terno preto de

    linho, gravata

    vermelha, sapa-

    tos pretos.

    Terno desgastado,

    sapatos furados.

    R 1A Tio João Camisa branca,

    bermuda preta.

    Camisa sem manga.

    R 1 Tio João Vestido vermelho. Característica esté-

    tica do vestido.

    R 2 Tio João Descrição Característica esté-

    tica do vestido.

    R 2 Tia Maria Descrição Característica esté-

    tica do vestido.

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 33

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    34/95

    Fábio Campos 34

    ANÁLISE TÉCNICA DO SOM

    SEQ CENA PLANO SOM DIRETO SOM

    AMBIENTE

    RUIDOS TRILHA

    SONORA

    2 1 Fechado Monólogo Chuva Telefone Solo de

    violino

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 34

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    35/95

    Produção de Cinema e Vídeo 35

    ANÁLISE TÉCNICA DO FILME

    SEQ 

    No.

    CENA

    No.

    I/E

    Int ou Ext.

    D/N

    Dia ou Noite.

    Pag. do Roteiro

    literário.

    Minutagem

    total da cena.

    Data da

    filmagem.

    LOCAÇÃO:

    Local da filmagem

    ENDEREÇO: da locação

    TEL: da locação

    CONTATO: Pessoa responsável pela

    locação.

    ATORES FIGURANTES OUTROS

    Que participarão Que participarão Que participarão

    OBSERVAÇÃO:

    Caso haja necessidade

    EQUIPAMENTOS DE FOTOGRAFIA:

    Que estarão presentes na filmagem

    EQUIPAMENTO SOM:

    Que estarão presentes na filmagem

    CENOGRAFIA OBJETO DE CENA FIGURINO MAQUIAGEM

    Se houver Se houver Se houver Se houver

    RESUMO DA CENA:

    PLANOS DA CENA MINUTAGEM AÇÃO OBSERVAÇÃO

    Plano americano 2 segundos Homem caminhando

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 35

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    36/95

    4.6 - Plano de Filmagem

    Quando organizamos os dias de filmagem temos que levar emconta os aspectos práticos. Na maioria das vezes a filmagem nãopode ser realizada na ordem linear do roteiro. Os motivos são osmais diversos e incluem: agenda dos atores, aluguel dos equipa-mentos, local das filmagens, etc.

    Como num jogo de quebra cabeça temos que procurar as peçassemelhantes. Em primeiro lugar separamos todas as cenas diurnas

    das noturnas, depois separamos as externas das internas. e assimpor diante. A filmagem deve iniciar sempre pelas externas, se hou-ver necessidade de adiá-la por motivo de chuva substituímos pelasinternas sem aumentar os dias de filmagem. A fase da filmagem deum filme é o momento em que devemos ficar atentos, pois toda eco-nomia é importante.

    Disponibilizamos as cenas que irão ser filmadas por dia. Paraisso temos que levar em conta o número de planos de cada cena. Umdia de filmagem dura dez horas e filmamos de cinco a quinze planospor dia.

    Fábio Campos 36

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 36

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    37/95

    PLANO DE FILMAGEM

    Produção de Cinema e Vídeo 37

    1o DIA QUARTA-FEIRA 7:00 - 17:00 5 planosCENA AMB/LUZ AÇÃO LOCAÇÃO PERSONAGENS PLANOS

    20 Ext/Dia Ele entra na

    Casa xxxx. Ela

    atrás.

    Saara e Casa

    xxxxxx.

    Marido e Mulher 31, 32, 33

    9

    (crianças)

    Ext/Dia Crianças de rua. Ruas Centro. Crianças de rua. 17

    26 Ext/Dia Ela caminha

    pensativa. Vê

    substituta,

    conversam.

    Rua das

    Laranjeiras.

    Mulher e Substituta 41

    2o DIA SEGUNDA-FEIRA 9:00 - 19:00 11planos

    CENA AMB/LUZ AÇÃO LOCAÇÃO PERSONAGENS PLANOS

    4 Int/Dia Apresentação

    dele.

    Escritório Marido 4, 5, 6

    6 Int/Dia-

    Noite

    Início do diálogo

    até núpcias.

    Escritório Marido e Mulher 8, 9, 10, 11,

    12, 13.

    8 Int/Noite Ele se controla, ela

    diz que chorava.

    Escritório Marido e Mulher 16

    12 Int/Noite H - Não olhe para mim. Escritório Marido e Mulher 23

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 37

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    38/95

    5 – CRONOGRAMAS

    5.1 – Analítico

    O cronograma analítico é o cronograma que descreve todas astarefas a serem realizadas de todos os departamentos nas fases de

    preparação, pré-produção, filmagem e finalização. Para melhor des-crevermos estas tarefas, devemos sempre pensar em cada departa-mento de uma vez. ( feito na fase de preparação do projeto)

    Preparação• Desenvolvimento do roteiro final• Analise Técnica do roteiro

    Fábio Campos 38

    3o DIA TERÇA-FEIRA 9:00 - 19:00 11 planos

    CENA AMB/LUZ AÇÃO CENÁRIO PERSONAGENS PLANOS

    10

    (5 min)

    Int / Noite M -  se ele for preto?  até

    H -  ...eu não saio d casa.

    Escritório Marido e Mulher 18, 19,

    20, 21

    17

    (2 min)

    Int / Noite M –  Você?   até

    M - Eu sabia q vc era o

    amante

    Escritório Marido e Mulher 28, 29,

    30

    25

    (2 min)

    Int / Noite H -  Eu pensei q fosse.. até

    M -  ..uma solução p nós2

    Escritório Marido e Mulher 38, 39,

    40

    27

    (50 s)

    Int / Noite M –  Durante esses anos até

    M -  Acompanha meu

    raciocínio...

    Escritório Marido e Mulher 42

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 38

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    39/95

    • Cronogramas do filme• Pesquisa

    • Orçamento estimado• Captação de recursos• Estrutura física para a produção

    Pré-produção• Contratação da equipe• Reunião para leitura do roteiro com os diretores dos depar-

    tamentos• Lista de equipe

    • Cronograma e orçamento de todos os departamentos• Opções de locações• Edição das melhores opções locações• Visitas com os diretores de departamento para definção das

    locações• Fechamento das locações• Elaboração do plano de filmagem• Criação do Story Bord• Ordem do dia• Escolha do elenco ( teste de elenco), elenco de apoio e figu-

    rantes• Edição do teste de elenco• Ensaio com os atores• Confecção e/ou aluguel dos figurinos• Compra e/ou aluguel de todo o material necessário

    ( objetos de arte, material sensível, etc.)• Mapa de transporte

    • Autorizações e seguros necessários

    Filmagem• Captação de todas as imagens previstas• Inicio da desprodução ( devolução de todos os objetos e/ou

    equipamentos alugados)• Inicio da fase de finalizaçãoFinalização

    Produção de Cinema e Vídeo 39

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 39

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    40/95

    • Revelação• Preparação e lavagem

    • Telecinagem off Line de todo material filmado• Edição on line• Confecção dos creditos• Edição de som• Ruídos de sala• Gravação da trilha sonora• Mixagem do som• Transcrição de som• Revelação de som

    • Copião em 16 mm conf. De boletim• Montagem em 16 mm• Copião c/marcação de luz 16 mm• Interpositivo ampliado em janela molhada• Internegativo ampliado 35 mm• Copião e/luz marcada 35 mm p/sincar com som• 1º copia sonora em 35 mm

    Obs. Este é um exemplo teórico, a organização do cronogramadepende do roteiro e da verba disponível. Devemos sempre consul-tar as empresas finalizadoras.

    Fábio Campos 40

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 40

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    41/95

    5.2 – Físico

    O cronograma físico insere, temporalmente, as tarefas descritasno cronograma analítico. A unidade de tempo pode ser diária ou se-manal, (feito na fase de preparação do projeto)

    5.3 – Físico/Financeiro

    O cronograma físico/financeiro é o cronograma físico, mais osvalores gastos em cada tarefa. Este cronograma é fundamental paraacompanharmos o que está sendo realizado e seus respectivos gas-tos.

    5.4 – Produção

    Este cronograma reúne as informações contidas no cronogramaanalítico e físico.

    O Cronograma de Produção também deve ser feito e refeitoquantas vezes forem necessárias e distribuído para toda a equipe.Sempre que for necessário atualizar a equipe sobre alguma mudançaocorrida.

    É o cronograma que possui maior número de informações.

    Produção de Cinema e Vídeo 41

    SEMANA 1 2 3 4 5 6 7

    PREPARAÇÃO

    PRÉ-PRODUCÃO

    FILMAGEM

    DES-PRODUÇÃO

    FINALIZAÇÃO

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 41

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    42/95

    No caso da produção de filmes e ou de vídeos, a distribuiçãodeve abranger todos os departamentos. Como unidade de tempo,

    pode ser usado, tanto o dia como a semana ou o mês.Observe os exemplos:

    Fábio Campos 42

    Cliente : Curso de Alemão xxxx

    Produtora : xxxxxxxxxxxx

    DIA HORA ATIVIDADE

    30/11 11:00 REUNIÃO PRÉ-PRODUÇÃO

    - Fotografia

    - Cenografia

    01/12 14:00 SEGUNDA REUNIÃO Elenco

    02/12 18:00 TERCEIRA REUNIÃO

    - Cenografia

    - Figurino

    05/12 INÍCIO CONSTRUÇÃO DO CENÁRIO

    06/12 12:00 FILMAGEM ALTO-MAR p/fundo

    Chroma-key

    07 e 08/12 TESTE DE ELENCO – Produtora

    EDIÇÃO DO TESTE

    09/12 10:00 REUNIÃO AGÊNCIA

    10 à 15/12 PRODUÇÃO

    18/12 PRÉ-LIGHT – Estúdio

    19/12 FILMAGEM – Estúdio

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 42

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    43/95

    Produção de Cinema e Vídeo 43

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 43

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    44/95

    Fábio Campos 44

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 44

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    45/95

    5.5 – Ordem do dia

    Quando se tem em mãos o Plano de filmagem dividido em Se-qüência, Cena e Plano, a denominação da Planilha, que define os ho-rários do que vai ser filmado (película) e/ou gravado (magnético), échamada de Ordem do Dia. Quando o trabalho a ser filmado é umshow, a denominação é Cronograma de Filmagem e/ou gravação.Ele define os horários de chegada de todos os membros da equipe,o tempo que temos para prepararmos o set de filmagem, a duraçãoque os atores levarão para se aprontar, o horário da alimentação etc.

    Este cronograma deve ser feito e refeito quantas vezes forem

    necessárias e deve ser distribuído a todos os membros da equipe.Ele representa a garantia do cumprimento do plano de filmagem.Quem é responsável pela feitura da Planilha Ordem do dia, Crono-grama de Filmagem e/ou gravação é o Assistente de Direção juntocom o Diretor de Produção.

    Obs. Mais importante do que escolher um modelo é aprender a pensar na organização da produção.

    Veja os exemplos a seguir :

    Produção de Cinema e Vídeo 45

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 45

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    46/95

    Fábio Campos 46

    Especial de fim de ano Tv. Azul

    Direção: xxxxx xxxxxx

    Produção : xxxxxxx

    Local : Teatro xxxxx – Av. Xxxxxxxx Nº 370

    Vila da Penha - Tel: xxxxxxxx

    DIA 06/12 - SEGUNDA-FEIRA

    13:00HS: CÂMERAS PREPARANDO FIGURINO

    ENSAIO GERAL

    14:00HS: Banda 1

    15:30HS: Cantora 1

    17:00HS: Cantora 2

    18:30HS: Banda 2

    DIA 07/ 12 - TERÇA FEIRA

    09:00HS: Cantor 1

    10:30HS: Banda 3

    12:00HS: ALMOÇO

    13:30HS: Cantora 3

    15:00HS: Cantor 216:30HS: Banda 4

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 46

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    47/95

    Produção de Cinema e Vídeo 47

    Especial de fim de ano Tv. Azul

    Direção: xxxxx xxxxxx

    Produção : xxxxxxx

    Local : Teatro xxxxx – Av. Xxxxxxxx Nº 370

    Vila da Penha - Tel: xxxxxxxxx

    DIA 06 DE DEZEMBRO

    HORÁRIO ATIVIDADE

    07:00HS Montagem do Cenário

    Chegada da U.M.

    Chegada da Equipe Técnica e

    Produção

    09:30HS Montagem da Iluminação

    12:00HS Chegada da apresentadora

    Almoço

    12:30HS Chegada Coro xxxxxxx

    Ensaio Geral

    13:00HS Chegada da FiguraçãoMaquiagem

    14:00HS GRAVAÇÃO

    Chegada da Banda 1

    XXXXXX ETC XXXXXX

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 47

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    48/95

    Fábio Campos 48

    ORDEM DO DIA

    FILME: XXXXXXX   DIRETOR: XXXXX

    LOCAÇÃO: Hotel Amarelo   DATA: 14 de maioCENA PLANO ELENCO OBSERVAÇÕES

    Homem andando P.M Jair

    Mulher sentada P.A Carmem

    HORÁRIO:

    7:00 h

    Chegam no SET: Carlos

    ( prod. De locação)

    Café da Manhã (D.Ju-

    rema)

    Elétrica e maquinaria

    7:30 h

    Chegada, figurino ,

    arte, fotog., som e

    8:00 h

    Chegada dos atores

    diretor

    8:30h

    Atores maquiando e

    se vestindo

    Arte entrega o set

    Fotog., afina luz

    9:00 h

    Ensaio com camera

    10:00 h

    Roda o primeiroPlano

    ELENCO:

    Jair e Camem

    FIGURAÇÃO:

    Não tem

    FIGURINO:

    Heloisa, Clara, Rosa

    ARTE:

    Nelson, Marcos

    ELÉTRICA:

    Paulo, Manoel

    MAQUINARIA:

    Edinho, João

    FOTOGRAFIA:

    César, Fernando,

    Ruy

    SOM:

    Antonio, Claudio

    PRODUÇÃO:

    Calos, Renan,

    Camila, Dona Jure-ma

    EFEITOS:

    Não tem

    COMIDA, ANIMAIS E VEÍCULOS DE CENA:

    Não tem

    OBS:   Para cada locação uma nova

    ordem do dia

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 48

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    49/95

    6 - A PRODUÇÃO E SUAS FASES

    O trabalho de Produção é composto de seis etapas, ao final dasquais o filme está pronto para ser encaminhado às salas de exibiçãoou veiculação. A saber:

    6.1 – Preparação

    Constitui-se na fase inicial de qualquer projeto, quando todos osdetalhes serão pensados e avaliados, num trabalho delicado de de-finição das escolhas. As tarefas da Preparação podem ser assim re-lacionadas:

    • Roteiro literário• Roteiro técnico (1º tratamento)• Plano de filmagem (1º tratamento)• Cronograma analítico• Cronograma físico• Cronograma físico/financeiro,• Orçamento detalhado• Aprovação do projeto junto às Leis de Incentivo• Captação de recursos financeiros• Consolidação da estrutura financeira do trabalho• Início da pesquisa histórica e de imagem, a partir do roteiro• Pré-seleção de locações e definição da Equipe Técnica

    • Montagem da estrutura física para o início da Produção

    6.2 - Pré-Produção

    • Decupagem do Roteiro (roteiro técnico)• Elaboração da análise técnica do filme

    Produção de Cinema e Vídeo 49

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 49

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    50/95

    • Elaboração do plano de filmagem• Aprovação do orçamento operacional

    • Contratação da Equipe Técnica e Artística• Contratação da Equipe de Consultoria Científica• Fechamento das datas de filmagem para aluguel de equipa-

    mento• Cronograma de produção• Solicitação de apoio• Escolha e aprovação final das locações; solicitação das auto-

    rizações ( locações, Prefeitura, CET – Rio, Policia Militar, menor deidade)

    • Elaboração da ordem do dia• Negociação com empresas fornecedoras• Compra do material necessário• Aprovação do projeto cenográfico• Teste de elenco• Ensaio com os atores• Aprovação de figurino

    6.3 - Filmagem

    • Filmagem/Captação das imagens, observando a analise téc-nica do filme, plano de filmagem, ordem do dia e mapa de trans-porte. É fundamental ter em mãos as autorizações de locação (ões),Prefeitura, CET-Rio, Policia Militar, de menor(es) etc.

    6.4 – Finalização

    6.4.1 - Desprodução

    Nessa fase são feitos os últimos pagamentos (aos fornecedores,à equipe técnica, ao elenco). As locações são desocupadas e os equi-pamentos alugados são devolvidos.

    Fábio Campos 50

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 50

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    51/95

    6.4.2 - Pós-produção

    Tarefas para quando o material é captado em película(produto final em película)• Revelação dos negativos utilizados nas filmagens• Copião do negativo• Transcrição de som direto• Montagem do copião• Telecinagem off-line• Edição de som

    • Som direto• Ruidos• Trilha sonora• Confecção de letreiros• Mixagem• Transcrição ótica• Marcação de luz• Cópia zero• Primeira cópia• Copiagem• Divulgação• Distribuição

    Tarefas para quando o material é captado em película (pro-duto final em fita magnética)

    • Revelação dos negativos utilizados no filme• Banho de ultra-som e preparação para telecinagem

    • Telecinagem off-line ou on-line• Edição das imagens• Edição do som• Som direto• Ruídos• Trilha sonora• Confecção dos créditos• Mixagem

    Produção de Cinema e Vídeo 51

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 51

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    52/95

    • Telecinagem on line• Cópia master

    • Copiagem• Divulgação• Distribuição

    Depois de realizada a Copiagem tem início a comercializa-ção do filme, executada por firma distribuidora que oferece às salasde exibição ou a grupo de salas, para aluguel e se a negociação é con-cretizada, a cópia do filme é entregue, acompanhada de todo o ma-terial de divulgação confeccionado para o mesmo.

    Tarefas para quando o material captado em fita magnética oudigital (produto final em película)

    • Edição das imagens• Edição do som• Som direto• Ruídos• Trilha Sonora• Confecção dos créditos• Mixagem• Telecinagem on line• Transfer• Cópia zero• Primeira cópia• Copiagem• Divulgação• Distribuição

    Tarefas para quando o material é captado em fita magnética oudigital (produto final em fita magnética)

    • Edição das imagens• Edição do som• Som direto• Ruídos

    Fábio Campos 52

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 52

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    53/95

    • Trilha sonora• Confecção dos créditos

    • Mixagem• Telecinagem on-line• Copiagem• Divulgação• Distribuição

    7 - ORÇAMENTO.

    7.1 - Orçamento Detalhado

    Normalmente as unidades de tempo mais utilizadas, são odia e/ou a semana. Com a definição, existem condições para a mon-tagem da planilha de orçamento.

    Obs. : É aconselhável que o profissional de produção domine oprograma Excel/Microsoft, ou outro similar que contenha os recur-sos de diagramação, pois isso facilita bastante o trabalho, na hora deexecutar as contas do orçamento.

    A planilha de Orçamento Detalhado deve conter todos ositens necessários para a produção do projeto. Esta planilha precisaconter, além do numero de dias ou semanas gastos, os valores uni-tários de cada item orçado.

    Exemplificando:

    Orçamento Detalhado.

    Produção de Cinema e Vídeo 53

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 53

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    54/95

    1 - Equipe técnica.

    Nome de todos os profissionais que irão trabalharno projeto.

    2 - Elenco principal.

    Nome dos atores que vão interpretar os principais papeis do ro-teiro.

    3 - Elenco de apoio.

    Nome dos atores que vão compor os personagens que even-tualmente participam de cenas e podem ter pequenas falas.

    4 - Figuração.

    Nome dos atores e/ou modelos que aparecem, apenas com-pondo as cenas.

    Consideração sobre os procedimentos de contratação do elenco(principal, de apoio) e de figuração. Em várias situações o trabalhocom elenco pode ser de atores profissionais, atores de apoio ou de fi-gurantes.

    Nesse momento, o Produtor de Elenco apresenta à Direção, asopções de escolha.

    Essa apresentação pode ser feita em book ou em vídeotape. Esseprofissional trabalha diretamente com o Assistente de Direção, quemuitas vezes orienta o Teste de Elenco. Escolhidos os “concorren-tes”, é realizado o teste específico para a definição dos atores. Por

    vezes pode ser um trabalho demorado, é feito na fase de Pré-pro-dução.Algumas vezes é necessária a presença da Equipe de Figurino,

    do Maquiador, do Cabeleireiro e da Camareira, pois o trabalho deescolha pode exigir que os atores estejam com seus personagens ca-racterizados . De qualquer forma, logo após a aprovação dos atores,a equipe de figurino entra em ação para tirar as medidas antropo-métricas dos escolhidos.

    Fábio Campos 54

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 54

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    55/95

    5 - Figurino.

    Indumentária utilizada pelo elenco do filme. Por vezes são alu-gadas, ou compradas ou confeccionadas por costureiras contrata-das. Uma boa figurinista sabe como os tipos de tecidos reagemdiante de uma câmera. Outra preocupação é quanto a tonalidadedos tons na composição conjulgada de cada conjunto de peças quevai caracterizar os pesonagens.

    6 - Objetos de arte

    São os adereços que compõem as cenas. Tudo aquilo que apa-rece na tela que não sejam os atores e os figurinos constitui-se emobjeto de arte: a cortina, o abajur, um vaso, o quadro, o relógio, umacesta de lixo, etc. Estes objetos obedecem à concepção estética doDiretor de Arte.

    7 - Projeto cenográfico

    Projetos de construção de cenários

    8 - Locação.

    Refere-se ao local aonde vão ser filmadas as seqüências do ro-teiro. Estes espaços podem ser construídos em estúdios e/ou aluga-dos. Para isso é preciso levar em consideração alguns aspectos,como por exemplo, a localização, o acesso, a iluminação, o barulho,a segurança, etc.

    Quando são utilizados logradouros públicos, é necessário obter-se autorização aos órgãos competentes. No caso de ruas, a Prefei-tura, a CET-Rio, a Policia Militar, IBAMA, etc.

    No caso de estúdio, a escolha vai depender das necessidades dotrabalho. Existem várias vantagens em se trabalhar em estúdio, pois

     já existem camarins, tratamento acústico, instalações elétricas ade-quadas. Pode ser usado o recurso do chroma-key , construir cená-rios, fazer pré-light , trabalhar a madrugada inteira com segurança,

    Produção de Cinema e Vídeo 55

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 55

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    56/95

    dispor de ar condicionado, espaço para alimentação da equipe, etc.

    9 - Transporte.

    A questão do transporte é de suma importância, uma vez que,quando bem definida, agiliza e facilita as idas e vindas dos diversosprofissionais envolvidos nos trabalhos, além de proporcionar eco-nomia de tempo e de dinheiro. Para que assim ocorra, e se previstono orçamento, deve ser feito um cronograma de transporte deta-lhado, econômico, inteligente e de fácil manuseio e compreensão.

    Na fase de Pré-produção costuma-se prever transporte para a

    equipe responsável pelo Figurino e pela Arte. A Equipe de Figurinovai visitar várias lojas, à procura das peças necessárias. O tempoque necessita de transporte e o tamanho do mesmo vai depender dagrandeza do trabalho e do tamanho das peças. Se for um trabalhopequeno, com o uso de poucas roupas, pode ser usado o veículo deum membro da equipe que recebe o reembolso correspondente àquantidade de combustível gasto.

    No caso da Arte e da Cenografia devem ser planejado o uso deveículos de porte médio ou grande (pick-up abertas ou mesmo ca-minhões), pois esses Departamentos trabalham, na maioria dasvezes, com materiais grandes, pesados e/ou em quantidade,mas tudo depende do roteiro que se tem em mãos.

    Atentar, sempre, que tudo o que se produz requer desprodu-ção. Logo, na hora de fazer o mapa de transporte, isso deve ser le-vado em consideração.

    Os Diretores que não têm ou não desejam usar condução pró-pria, são transportados nos carros destinados pelo Diretor de Pro-

    dução.O ideal é que a Produção tenha um bom número de motoristase de tipos de carro, como opção para as várias demandas. Como amaioria dos profissionais trabalha em regime de diária, não se podecorrer o risco de “ficar na mão”.

    Quanto a fornecedores/serviços, também é aconselhável o maiornúmero de opções. Mais fácil fica o fechamento do cronograma detransporte.

    Fábio Campos 56

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 56

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    57/95

    A prática de trabalhar com pessoas do ramo, acostumadas alidar com projetos de filmagem, poupa tempo e evita muitas espe-

    cificações e explicações.A fim de poupar custo e tempo, os responsáveis pelo transportedevem ter uma boa noção da geografia da cidade e do local em quese situa o trabalho.

    A pontualidade é uma das qualidades mais importante paraesse profissional.

    Também é da responsabilidade do Diretor de Produção, alémdo pagamento da diária do veículo, o custo com a alimentação, como combustível e com o motorista. Os pagamentos são efetuados, me-

    diante a apresentação das respectivas notas fiscais e/ou cupões fis-cais.

    10 - Alimentação.

    No caso da Produção ser pequena, é comum a prática de esti-pular, no orçamento, um valor diário de gasto com alimentação paracada membro da equipe. Esse valor deve ser repassado diariamenteou então vai sendo reembolsado ao longo da produção. Essa práticatambém costuma funcionar com todos os que trabalham na Pré-pro-dução.

    Quando a filmagem ocorre em estúdio ou em externas, e aequipe é média ou grande, costuma-se contratar uma empresa es-pecializada que, de acordo com o pedido, fornece o serviço de ali-mentação.

    Se forem encomendados café da manhã e almoço, pode ser in-cluído no orçamento o oferecimento de cafezinho e de alguns bis-

    coitos, frutas entre as refeições e após o almoço, chamamos isto demanutenção do set.O preço é fixado por pessoa e cabe à Produção estipular o nú-

    mero de comensais e os horários em que vão ser servidas as refei-ções. Tudo devidamente documentado previamente, por fax.

    Cabe à Produção escolher um local apropriado para serem mon-tados o buffet, as mesas e as cadeiras e assim a equipe pode fazer asrefeições de forma adequada. Os horários em que serão servidas as

    Produção de Cinema e Vídeo 57

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 57

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    58/95

    refeições devem ser passados as empresas fornecedoras, caso hajaalguma alteração, as empresas devem ser avisadas imediatamente.

    É muito importante que a mesa de café da manhã esteja prontaassim que a equipe começa a chegar. É uma maneira de o dia come-çar bem, com todos alimentados e confortáveis.

    Também é da responsabilidade da Produção, o bom andamentodesse serviço, é muito importante, controlar a distribuição de café eágua no set de filmagem, próximo ao Diretor.

    O serviço prevê isopores com gelo para água e qualquer outra bebida orçada no pacote da alimentação.

    Para que o andamento da filmagem não seja interrompido, deve

    ser estipulado horários das refeições em turnos. Assim, por exem-plo, no caso da Figurinista e de sua assistente, primeiro uma almoça,depois a outra. O setor não fica a descoberto.

    É de bom alvitre espalhar vários depósitos para o recolhimentode lixo. Assim , a ordem e a arrumação do set ficam garantidas.Essa responsabilidade então, é do pessoal encarregado da alimen-tação e do boy de set, que devem ter à mão sacos de lixo em quanti-dade suficiente para, sempre que necessário, providenciar a trocados mesmos.

    11- Material sensível

    Fitas e Negativos.Todo o orçamento é alterado por conta da captação de imagens

    em película ou em VT. São muitas e básicas as diferenças para a Pro-dução.

    O processo em película é muito mais caro do que em fita mag-

    nética. Além da lata de negativo ter um custo maior do que o dequalquer fita magnética, a película exige revelação , muitas vezes,Telecinagem, etc. Fora isso, a escolha de certos profissionais precisaser mais específica, como a do Diretor de Fotografia, e dos equipa-mentos de iluminação.

    A Produção providencia as fitas ou as latas de negativo deacordo com a especificação do Diretor e do Diretor de Fotografia.Precisa ser informada sobre a quantidade necessária e, no caso de

    Fábio Campos 58

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 58

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    59/95

    ser usada película, qual a sensibilidade dos negativos, etc.O material virgem fica sob a responsabilidade da Produção que

    deve transportá-lo e guardá-lo de forma correta. Nada pode ficar ex-posto ao calor e à umidade. As fitas e/ou os negativos são entreguesao 1º Assistente de Câmera, que ao final do dia de filmagem devedevolve-las a Produção.

    O material gravado (vt) ou filmado ( película), precisa estar eti-quetado e estar acompanhado do boletim de câmera na hora da en-trega. A Produção recebe, verifica se os quesitos estão cumpridos eentão passa à Edição ou ao laboratório, para a revelação, no caso deser película.

    Fitas magnéticas: VHS , Super VHS, BetaCam, BetaDigital,Mini-DV, DVcam, etc.

    Película: 8 mm, 16mm, 35mm, 70 mm, etc

    Características:- Fita de celulóide transparente e altamente sensível com Bro-

    meto de Prata. Nas pontas da fita há perfurações que se encaixam nacâmera ou no projetor.

    - Antigamente , as câmeras funcionavam à manivela. Hoje, oprocesso é automático e pode ser regulada a abertura e a velocidade.O padrão é de 24 frames (quadros) por segundo.

    12 – Equipamentos

    Referem-se aos equipamentos solicitados pelos Departamentos

    de Fotografia e de Som.

    13 – Iluminação e maquinaria.

    Fazem parte deste item, todos os tipos de refletores solicitadospelo Diretor de Fotografia, todos os cabos, intermediarias, caixas dedistribuições, etc. solicitados pelo Eletricista Chefe, após ter conver-sado com o Diretor de Fotografia ter visto a lista de refletores do

    Produção de Cinema e Vídeo 59

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 59

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    60/95

    mesmo. É fundamental que o eletricista chefe visite as locações de-finidas a fim de verificar toda as condições necessárias. Os equipa-

    mentos de maquinaria, são todos aqueles que dão suporte aosmovimentos de câmera; ligeirinho, carrinho, trilhos, gruas, etc.Além destes temos também escada, panos pretos, praticáveis, etc. OEletricista Chefe ou o Maquinista, após conversar com o Diretor deFotografia, definem os equipamentos que serão utilizados.

    Os acessórios comprados pela Produção para os trabalhos deiluminação incluem gelatinas, isopores, pregadores de roupa, fitaisolante, fita crepe etc. As gelatinas e isopores são especificados peloDiretor de Fotografia.

    14 - Finalização

    Revelação

    Se a filmagem termina em horário comercial, as latas de nega-tivo são encaminhadas ao Laboratório imediatamente após a finali-zação do trabalho.

    Essas latas precisam estar devidamente identificadas e nume-radas de forma clara (trabalho do Assistente de Câmera).

    Edição.

    Existem dois sistemas de ilha de Edição: Linear e Não-linear.Linear.

    Esse tipo de ilha de edição, em geral, possui um painel com vá-

    rios comandos de vídeo e de áudio, dois time code (um para cadamonitor) com hora/minuto/segundo/frame , dois monitores, dois outrês aparelhos de videocassete interligados – um player onde fica afita original, um recorder onde fica a fita virgem que vai receber aedição (master) e um edit que controla tudo.

    Esse é o método mais utilizado em trabalhos simples. Com elepode ser feita a edição na ordem cronológica do que vai ser visto noresultado final, ou seja , take 1 depois   take 2, 3, 4, etc. A edição por

    Fábio Campos 60

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 60

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    61/95

    esse método segue um roteiro mais planejado.

    Não linear .

    O processo é feito por computador. Existem vários tipos de pro-gramas no mercado (AVID , por exemplo ) e a maioria desses pro-gramas oferece vários recursos para a edição: pode-se alterar otempo dos takes expandindo-os ou comprimindo-os; dispõe-se deuma série de efeitos, colorização e alteração de cores, sonorização efiltros, animação gráfica, inversão e distorção de imagens, etc. O ma-terial original transferido para uma fita magnetica é digitalizado

    para dentro do computador (renderizado). Essa fase específicapode demorar um pouco. Todos os takes viram arquivos quepodem ser mexidos em qualquer ordem, ao toque do mouse.

    Telecinagem.

    Telecinagem on-line

    Se o trabalho é em película, existe o recurso do Telecine.Após a revelação, através da telecinagem vários recursos

    podem ser usados: ajuste das cores, dos contrastes, do brilho, entreoutros. É uma fase importante, pois possibilita que algumas corre-ções sejam feitas.

    A telecinagem proporciona a unidade cromática do filme.

    O processo é caro e é calculado por hora. Dele participam: o

    Diretor, o Diretor de Fotografia e o Operador do Telecine (da própriaempresa).Cabe ao Diretor de Produção ficar atento ao tempo requerido

    pelo Diretor, para que o orçamento não seja estourado.

    Produção de Cinema e Vídeo 61

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 61

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    62/95

    Telecinagem off-line

    Esse sistema de telecinagem permite também a passagem domaterial de película para fita analógica e/ou digital.

    Computação/Animação Gráfica.

    Cada vez mais são utilizados efeitos de computação gráfica nafinalização de trabalhos. Seja em clip musical, em propaganda co-mercial ou política, nos longas, etc.

    Cabe à Produção oferecer opções de profissionais para a reali-

    zação desse trabalho, caso a Direção Artística não tenha nomes parasugerir.

    O projeto em questão deve ser esboçado. O trabalho fica sujeitoà aprovação, e deve ser refeito ou sofrer ajustes quando necessário.

    Sonorização

    Quando o filme é gravado em película, o som é captado (diálo-gos, ruídos, etc) em separado pelo técnico de áudio, como dito an-teriormente. Nesse caso, o processo de captação é realizado em fitamagnética de som (Dat, Adat, etc ).

    Pode ser usada uma gama de efeitos sonoros: passos, vento, si-renes, pássaros, etc.

    Também faz parte da Sonorização a Locução, a Trilha Sonora ea Dublagem.

    Posteriormente ainda ocorre a Edição do Som e a Mixagem, quesincroniza e equaliza o som com a imagem. No caso da finalização

    em película, faz-se após a mixagem a revelação do som ótico. Estesom será inserido na cópia montada a partir do negativo.

    Seguem 2 exemplos de modelos de planilhas de orçamento de-talhado.

    Fábio Campos 62

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 62

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    63/95

    ORÇAMENTO DETALHADO - MODELO 1

    1 - Equipe técnica

    2 - Elenco principal

    Produção de Cinema e Vídeo 63

    Equipe Nome Unidade Quant Valor unitário Total A vista A prazo

    Diretor Chico semana 4 2000 8000

    Assist. de direção

    Continuista

    Diretor de Fotografia

    1º Assist. de Fotografia

    2º Assist. de Fotografia

    Eletricista

    Ass. Eletricista

    Maquinista

    Assist. Maquinista

    Diretor de Produção

    Produtor de Locação

    Produtor de Elenco

    Assist. Produtor

    Figurinista

    Assist. de Figurino

    Maquiadora

    Camareira

    Contra-regra

    Técnico de Áudio

    Assist. de Áudio

    Sub-total R$ R$ R$

    Personagem Observação Unidade Quantidade Valor Unitário Total

    Ator

    Atriz

    Figuração (4)

    Sub-total R$

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 63

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    64/95

    3 - Elenco de apoio

    4 -Figuração

    5 - Figurino

    6 - Objetos de arte

    Fábio Campos 64

    Personagem Nome Unidade Quantidade Valor Unitário TotalAtor

    Atriz

    Figuração (4)

    Sub-total R$

    Personagem Nome Unidade Quantidade Valor Unitário Total

    Ator

    Atriz

    Figuração (4)

    Sub-total R$

    Especificação Nome Unidade Quantidade Valor Unitário Total

    Ator

    Atriz

    Figuração (4)

    Sub-total R$

    Especificação Observação Unidade Quantidade Valor Unitário Total

    Piano Antigo

    Sub-total R$

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 64

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    65/95

    7 - Projeto cenográfico

    8 - Locação

    9 - Transporte

    10 - Alimentação

    Produção de Cinema e Vídeo 65

    Especificação Observação Unidade Quantidade Valor Unitário Total

    Sub-total R$

    Especificação Observação Unidade Quantidade Valor Unitário Total

    Sub-total R$

    Especificação Observação Unidade Quantidade Valor Unitário Total

    Sub-total R$

    Especificação Observação Unidade Quantidade Valor Unitário Total

    Sub-total R$

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 65

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    66/95

    11- Material sensível

    12 – Equipamentos

    13 – Iluminação e maquinaria

    14 - Finalização

    Fábio Campos 66

    Especificação Observação Unidade Quantidade Valor Unitário Total

    Sub-total R$

    Especificação Observação Unidade Quantidade Valor Unitário Total

    Sub-total R$

    Especificação Observação Unidade Quantidade Valor Unitário Total

    Sub-total R$

    Especificação Observação Unidade Quantidade Valor Unitário Total

    Sub-total R$

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 66

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    67/95

    ORÇAMENTO DETALHADO – MODELO 2

    Produção de Cinema e Vídeo 67

    Agência: Veiculação:

    Produto: Praças:

    Filme: Duração:

    Diretor: Formato:

    Total Orçado: 93.343,00 B.V. 31.500,00

    Taxa da Produtora: 40.137,49 Impostos: 24.103,65

    Subtotal: 133,480,49 TOTAL: 189.084,14

    1- PRÉ-PRODUÇÃO QDE VL. UNIT. TOTAL VL. REAL

    1,1-Câmera Teste 1 100,00 100,00

    1,2-Fitas - TE 2 50,00 100,00

    1,3-Maquiagem - TE 1 150,00 150,00

    1,4-Cachet Presença - TE 40 10,00 400,00

    1,5-Alimentação - Pré 1 50,00 50,00

    1,6- Filme/Locação 1 30,00 30,00

    1,7- Material de Apresentação 1 50,00 50,00

    1,8- Pesquisa 1 200,00 200,001,9-Story Board 3 200,00 600,00

    TOTAL 1 980,00

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 67

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    68/95

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    69/95

    Produção de Cinema e Vídeo 69

    5- EQUIPE TÉCNICA QDE VL. UNIT TOTAL VL. REAL

    5,1- Diretor 0,00

    5,2-Assist. Direção I 3 800,00 2.400,005,3-Assist. Direção II 3 250,00 750,00

    5,4-Diretor de Fotografia 2 1.200,00 2.400,00

    5,5-Câmera-Man 2 400,00 800,00

    5,6-Assist. Câmera 1 2 250,00 500,00

    5,7-Video Assist 2 150,00 300,00

    5,8-Coord. de Produção 3 1.600,00 4.800,00

    5,9-Diretor de Produção 3 1.600,00 4.800,00

    5,10-Gerente de Produção 3 400,00 1.200,00

    5,11-Assist. de Produção 3 400,00 1.200,00

    5,12-Secretaria de Produção 3 200,00 600,00

    5,13-Boy de Set 2 150,00 300,00

    5,14-Produtor de Elenco 3 800,00 2.400,00

    5,15-Cenografia 3 1.500,00 4.500,00

    5,16- Direção de Arte e Assistente 3 500,00 1.500,00

    5,17-Figurinista 3 500,00 1.500,00

    5,18-Camareira 2 250,00 500,00

    5,19-Maquiador e cabelereiro 2 400,00 800,00

    5,20-Assist. de Maquiagem 2 200,00 400,00

    5,21-Eletricista Chefe 2 450,00 900,00

    5,22-Assist. Elétrica e Maquinária 4 250,00 1.000,00

    5,23-Maquinista Chefe 2 450,00 900,00

    5,24-Técnico Som Direto 2 600,00 1.200,00

    5,25-Finalizador RJ 3 350,00 1.050,00

    5,26-Editor 1 3.000,00 3.000,00

    TOTAL 5 36.700,00

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 69

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    70/95

    Fábio Campos 70

    7- EQUIPAMENTO QDE VL. UNIT. TOTAL VL. REAL

    7,1-Câmera 35mm 3 1.000,00 3.000,00

    7,2-Lentes 2 300,00 600,007,3-Peewee/fischer 2 650,00 1.300,00

    7,4-Maquinária 2 250,00 500,00

    7,5-Iluminação 1 3.500,00 3.500,00

    7,6-Gerador 1 650,00 650,00

    7,7-Gelatinas 2 300,00 600,00

    7,8-Estúdio 1 1.500,00 1.500,00

    TOTAL 7 11.650,00

    8- PRODUÇÃO DE SOM QDE VL. UNIT. TOTAL VL. REAL

    8,1-Fitas DAT 2 25,00 50,00

    8,2-Trilha 3

    8,3-Locução 3 300,00 5.000,00

    8,4-Dublador Papagaio 1 500,00 500,00

    TOTAL 8 5.550,00

    9- PRODUÇÃO DE IMAGEM QDE VL. UNIT. TOTAL VL. REAL

    9,1-Negativo 16mm 7 530,00 3.710,00

    9,2-Revelação 7 230,00 1.610,00

    TOTAL 9 5.320,00

    10- PÓS PRODUÇÃO QDE VL. UNIT. TOTAL VL. REAL

    10,1-Telecinagem 3 500,00 1.500,0010,2-Fitas Analógica 4 40,00 160,00

    10,3-Fitas Digital 2 120,00 240,00

    TOTAL 10 1.900,00

    Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 70

  • 8/15/2019 Produção de Cinema e Vídeos

    71/95

    7.2 - Orçamento Resumido

    Consta da relação de todos os itens do Orçamento Detalhado, junto com os valores dos subtotais do orçamento:

    Exemplo:

    Orçamento Resumido.

    Obs: Os valores das percentagens de Taxa Administrativa e deencargos sociais variam, dependen