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Produção Cultural (Aula)

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Produo Cultural"Aproduo artstica cultural engajada ficou a cargo do Ministro da Educao, Gustavo Capanema, responsvel pela orientao cultural do perodo. A poltica cultural do varguismo foi coerente com a concepo de Estado que orientou a atuao do governante. Em nome de valores polticos, ideolgicos, religiosos e morais, os representantes do regime justificavam a proibio ou valorizao de produtos culturais... A cultura foi entendida como suporte da poltica e nessa perspectiva, cultura, poltica e propaganda se mesclaram. "(1)Num perodo que se destacou pela crise da economia agrrio-exportadora e transio para uma economia industrial, pelo declnio das oligarquias e ascenso de outras classes sociais e o fortalecimento de propostas autoritrias, em termos culturais pode-se dizer que o perodo foi muito rico e diversificado.ORegime varguista concebeu e organizou a cultura com os olhos voltados para as experincias europias nazi-fascistas da Alemanha e da Itlia, onde a cultura era entendida como suporte da poltica. O processo foi acompanhado principalmente: pelo surgimento de cursos superiores; pela expanso das instituies culturais pblicas e pelo surto editorial.No se pode divorciar o processo do capitalismo da produo cultural, da mercantilizao dos bens culturais. Neste perodo ocorreu a criao, embora incipiente de uma indstria cultural. Tambm no se pode dissociar o processo da burocracia que surgiu entre 1930 e 1945, do corporativismo que se imps.As transformaes culturais provocaram trs movimentos do mercado de trabalho das carreiras intelectuais: surto do mercado do livro com um novo pblico consumidor formado por setores urbanos, as classes mdias e trabalhadores e empregados dos setores privados que estavam crescendo com a industrializao e a urbanizao. Teve incio a propaganda e havia relativa autonomia em relao ao Estado, a Igreja e aos Partidos Polticos; surgimento do servio pblico como difuso da cultura- com o Estado comeando a patrocinar a cultura o servio pblico foi de vital importncia para sua organizao; movimento de tarefas intelectuais exercidas por professores e editores.Sergio Micelli fez uma sociologia das profisses e concluiu que a maioria dos intelectuais do Estado Novo era originria de parentes pobres das oligarquias, fato que j ocorria de certa forma na Repblica Velha. A maioria destes intelectuais se dedicava aos gneros menores de literatura que na poca era o romance. O gnero maior era a poesia. Graciliano Ramos era parente pobre de uma oligarquia. Os parentes mais prsperos e os intelectuais pertencentes a oligarquias que ainda no estavam decadentes procuravam profisses mais rentveis como a de juristas.Omercado do livro e a formao de um grupo de romancistas profissionais tiveram seu crescimento entre os anos 30 e 40. Os editores antes eram importadores de livros, mas passaram a abrir suas editoras e editar os livros, alguns empresrios de importao e de exportao tambm se dedicaram abertura de editoras.Surgiram grandes Editoras como: a Jos Olympio do Rio de Janeiro, A Companhia Editora Nacional de So Paulo que depois se transferiu para o Rio de Janeiro, a Ariel e a Livraria Globo do Rio Grande do Sul. Monteiro Lobato fundou uma Editora e tambm foi scio da Companhia Editora Nacional, ganhava dinheiro com o livro, mas no vivia de ganhar direitos autorais.Este sucesso estava ligado ao processo geral de substituio de importaes no era um processo isolado e foi bastante ampliado depois da II Guerra. Este processo tambm foi influenciado pelo nacionalismo, que gerou certo afrouxamento dos laos de dependncia cultural dando reforo identidade nacional.Grandes quantidades de obras foram traduzidas ampliando o mercado de consumidores, que tinham mais facilidades de ler em portugus. Alm das tradues existiam as adaptaes de livros infanto-juvenis que tambm possuam um grande pblico.Mudanas no sistema de ensino como a Reforma Capanema, novos cursos tcnicos e novas disciplinas tambm aumentaram o mercado consumidor. O aumento dos gneros eruditos servia para aumentar o debate sobre o tipo de Estado que se queira construir. O Romance foi uma das fontes deste debate ideolgico acrescido das obras de direito.OProjeto Educativo foi baseado em dois nveis de estratgia: o do Ministrio da Educao, dirigido por Gustavo Capanema, Ministro da Educao voltado para a cultura erudita e o do Departamento de Imprensa e Propaganda DIP encabeado por Lourival Fontes, responsvel por orientar as manifestaes da cultura popular.OGoverno de Getlio patrocinou o cinema, a msica, o teatro e as artes plsticas, mas no de maneira idntica. Os diferentes campos artsticos foram organizados e regulamentados, como tudo no Estado Novo. Foi uma poca de muito nacionalismo, com destaque para a construo da "cultura brasileira". Mesmo as pessoas que eram contra o Governo de Getlio apoiavam suas aes em prol da cultura.No teatroj antes de 1930 se representava no Brasil, mas a partir da ele apresentou grande progresso comeando com o teatrlogo carioca Joraci Camargo que escreveu a peaDeus lhe Pague, especialmente para a interpretao do grande artista Procpio Ferreira, inspirado na histria de um mendigo de So Paulo que tinha uma vida dupla sendo mendigo e tambm milionrio.Em 1937, por sugesto de Gustavo Capanema, Getlio criou o Servio Nacional de Teatro SNT, sob a direo de Abadie Faria Rosa. O principal objetivo do teatro era a diverso e o entretenimento. A primeira companhia de teatro do SNT foi a "Comdia Brasileira" estreando comGuerras de Alecrim e da Manjerona, de Antnio Jos da Silva com montagem de Sadi Cabral.Em 1938, Pascoal Carlos Magno fundou oTeatro do Estudantesob a direo de Itlia Fausto que teve como primeira apresentao a peaRomeu e Julieta.Os autores nacionais mais apreciados foram: Joraci Camargo; Paulo Magalhes; Oduvaldo Viana; Abadie Faria Rosa; Raimundo Magalhes Jnior; Viriato Correia e Marques Porto.No incio dos anos de 1940, a Companhia "Os Comediantes" criou o moderno teatro brasileiro, com a participao do polons Zibgniew Ziembinski, que veio para o Brasil por causa da Guerra. Nelson Rodrigues se consagrou como dramaturgo comVestido de Noiva, em 1941, encenado por esta companhia. Juntamente com mais vinte e oito atores, o papel de Alade foi interpretado pela atriz Evangelina Guinle da Rocha Miranda, pertencente a uma famlia milionria, usando o pseudnimo de Lina Gray.Aindstria cinematogrficaque era deficitria at 1930, com o apoio do Governo pde equilibrar-se. Alguns cineastas queriam que o Estado fosse o grande mecenas do cinema brasileiro para que ele pudesse competir como cinema americano.Getlio decretou, em 1932, a Lei da Obrigatoriedade da exibio de filmes nacionais.Nesta poca, a produo cinematogrfica brasileira concentrava-se no Rio de Janeiro, com os estdios da Cindia e Brasil-Vita Filmes, que em 1932 lanou sua primeira produo:Onde a Terra Acabou, adaptao do romanceSenhorade Jos de Alencar, que foi dirigido pelo paulista Otvio Gabus Mendes e em 1934 apresentavaFavela dos meus Amoresque consagrou Armando Louzada que interpretava um malandro tuberculoso e o cantor Slvio Caldas, alm de introduzir no cinema o sentido popular.Na Cindia, Humberto Mauro dirigiuGanga Brutaem 1933 e depoisA Voz do Carnaval, que inaugurou o ciclo carnavalesco da indstria cinematogrfica e marcou a estria de Carmem Miranda, no cinema, teve ainda a participao do cantor Francisco Alves. Carmem Miranda atuou tambm emAl, Al, Carnavalem 1936, tendo direo de Wallace Downey e msica da Lamartine Babo, este foi o maior sucesso do cinema brasileiro na poca.Em 1935 teve incio a srie de musicais do cinema carioca comBonequinha de Seda, dirigido por Oduvaldo Viana, na Cindia, com Gilda de Abreu no papel principal. Com o Estado Novo o Governo passou a financiar obras patriticas, tendo destaque o filmeO Descobrimento do Brasilde 1937 dirigido por Humberto Mauro com msica de Villa-Lobos.Em 1945 a Cindia fez uma adaptao da obra de Alusio Azevedo:O Cortio, dirigido por Lus de Barros, autor de dezenas de filmes como:Samba em Berlim, de 1943 eSamba na Batucada, de 1944, comdias musicais sobre a II Guerra Mundial.Coube aoInstituto Nacional de Cinema Educativoa tarefa de organizar e editar os filmes e documentrios brasileiros. ADiviso de Cinema e Teatro do DIPficou encarregada de realizar a censura prvia dos filmes e da produo doCine Jornal Brasileiro, de exibio obrigatria. Os documentrios cinematogrficos mostravam as comemoraes e festividades pblicas, as realizaes do Governo e os atos das autoridades. Havia concursos, com prmios para os melhores documentrios.Amsicafoi outra rea na qual o Governo investiu, incentivando que se fizessem letras adequadas aos valores pregados pelo regime como: exaltao do trabalho e da nacionalidade.Heitor Villa-Lobos foi a grande personalidade musical associada ao Estado Novo. Desenvolveu a educao musical artstica atravs do canto coral popular e se tornaram famosos os seus corais reunindo milhares de pessoas cantando hinos patriticos pelo Brasil afora. No Rio de Janeiro tinha destaque as concentraes feitas noCampo do Vasco da Gama.Apinturatambm foi utilizada como instrumento de formao cultural. O prdio do Ministrio da Educao na Esplanada do Castelo no Rio de Janeiro, construdo por ordem de Gustavo Capanema, possui esplndidos murais de Cndido Portinari expressando a ideologia do regime: evoluo econmica, a vida popular e os tipos nacionais com o gacho, o sertanejo e o jangadeiro.Aarquiteturafoi utilizada para documentar a grandiosidade do poder nos moldes da Alemanha e da Itlia. Com este intuito no Rio de Janeiro foram construdos, durante os anos de 1930, vrios edifcios pblicos como: o Ministrio do Trabalho, Indstria e Comrcio e o Ministrio da Fazenda, naEsplanada do Castelo; o Ministrio da Guerra e a Central do Brasil naregio da Central do Brasil.Em outubro de 1931, foi inaugurada aEsttua do Cristo Redentor, no Alto do Morro do Corcovado, no Rio de Janeiro.Aarquitetura brasileira procurou novos rumos na gesto de Gustavo Capanema, quando Lcio Costa foi nomeado Diretor daEscola Nacional de Belas Artesno Rio de Janeiro, e a arquitetura deixou de ser cpia para ser criao. Em 1942, Oscar Niemeyer deu incio construo do Conjunto da Pampulha em Belo Horizonte, marco de renovao arquitetnica.No Rio de Janeiro em 1944, foi inaugurado oAeroporto Santos Dumonte foi construdo oPalcio da Cultura, onde funcionou o Ministrio de Educao e Cultura, inaugurado em 1945, dois marcos importantes da arquitetura moderna da cidade.

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Os Intelectuais e o EstadoUma comparao entre a Repblica Velha e o ps-30, pode-se mostrar que na primeira, a cultura era feita para uma clientela, a atividade intelectual dependia das oligarquias. Tinha excees como o caso de Lima Barreto, mas eram pessoas em geral marginalizadas. Os que tinham, sucesso eram apadrinhados por grupos oligrquicos e participavam das campanhas polticas.Depois de 30, os intelectuais eram funcionrios pblicos que dependiam do Estado ou do mercado cultural, eram ligados elite burocrtica. Os funcionrios eram escolhidos por mecanismos de seleo, capazes de avaliar a competncia atravs de trunfos escolares. Apesar da rede de relaes sociais serem importantes a qualificao profissional passou a ser necessria e a contar cada vez mais. Ser intelectual neste perodo designava a pessoa que executava tarefas e funes que exigiam o intelecto.Afonte de sustentao dos intelectuais no Estado Novo era o funcionalismo pblico e eles trabalhavam na burocracia, enquanto que na Repblica Velha eles trabalhavam em jornais. O perodo se revelou de profunda insero do grupo social dos intelectuais na organizao poltica e ideolgica do regime.No Estado Novo havia uma poltica estatal de cultura, assim podemos dizer que o que diferenciava as duas fases da Repblica era o uso que se dava aos intelectuais, no Estado Novo ele era utilizado pelo Estado e representou a sua sustentao bem como a do prprio regime. A ideologia do Estado Novo juntando o novo e nacional, a modernizao e a tradio, construiu uma cultura poltica onde os intelectuais tiveram um papel de destaque.Neste perodo foi constitudo um mercado de postos pblicos e uma das caractersticas dele foi seu aparato burocrtico. Entre 1930 e 1945 houve um aumento da Administrao Direta considervel e um exemplo deste fato foi o surgimento de trs Ministrios: de Educao e Sade, de 1930, do Trabalho, Indstria e Comrcio, de 1931 e da Aeronutica, de 1941. Foram tambm criados organismos diretos como a Companhia Siderrgica Nacional, o Conselho Nacional de Petrleo e o DIP e canais de interesses regionais, como o IBC e o IAA.OEstado tomava conta de diversas esferas da vida social e a burocracia civil e militar se transformou em uma classe de sustentao e legitimao do Estado pela sua lealdade. A interveno do Estado se fez em diversas reas, entre elas a doConselho Federal de Servio Pblico Civilque permitia a interferncia no mercado de postos pblicos, fosse cientfico, cultural ou educativo.Otrabalho intelectual passou a se legitimar no por seu valor, mas pela pessoa ocupar cargos de influncia, que significava uma consagrao simblica: fazer parte de um rgo pblico dava legitimidade s pessoas. Entre 1930 e 1945, 70% dos trinta acadmicos que faziam parte da Academia Brasileira de Letras, eram ligadas ao Estado, incluindo Getlio Vargas.Foi realizada a regulamentao das profisses de nvel superior, seguindo o movimento do Estado para organizar as corporaes. A profisso permitia que a pessoa se associasse a um sindicado e desta forma estivesse protegida pelas leis. Tambm foi feito o estabelecimento de faixas salariais para os portadores de diplomas universitrios.Aburocracia se apresentava na seguinte hierarquizao: aelite intelectual e burocrtica do regime eram os cargos de confiana, como Francisco Campos que foi Ministro da Justia e autor da Constituio de 1937 e Gustavo Capanema, Ministro da Educao e Sade; homens de confiana que faziam servios de assessoria para pessoas da elite, como Carlos Drumond de Andrade, que foi assessor do Ministro da Educao Gustavo Capanema, Augusto Meyer, Diretor do Instituto Nacional do Livro e Mrio de Andrade, chefe do Departamento Cultural da Prefeitura de So Paulo; administradores da cultura que exerciam cargos de direo em rgos pblicos ligados cultura como Srgio Buarque de Holanda que dirigiu a Biblioteca Nacional, Lourival Fontes que dirigiu o DIP, Lcio Costa que dirigiu a Escola Nacional de Belas Artes e Villa-Lobos dirigente da Superintendncia de Educao Musical e Artstica; carreiras tradicionais professores, diplomatas, magistrados e juzes, que tinham grau de autonomia maior que o de membros dos altos escales; novas carreiras profissionais gelogos, economistas e estatsticos; intelectuais e artistas- que prestavam servio ao regime, como escritores e arquitetos, que faziam trabalhos e representavam o Governo em Congressos internacionais, como: Lcio Costa, Oscar Niemeyer, Cndido Portinari, Panceti, Guinard e o paisagista Burle Marx.Todas as pessoas envolvidas nesta estrutura eram movidas pelo nacionalismo, que representava o fator de unidade entre todos, porque eles tinham como prioridade criar a cultura brasileira, mesmo que entre eles existissem divergncias polticas.

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Em Busca do "Carter Nacional" BrasileiroAo lado dateoria do branqueamento, que s lentamente foi sendo abandonada, ganhou fora, sobretudo a partir de 1930, um imaginrio sobre o Brasil que afirmava a capacidade dos brasileiros de conviver e se adaptar ao meio e variedade de raas. O Brasil passava aos poucos a ser visto como um pas de raa mestia e no branca.Omito da democracia racial de um pas sem preconceito de cor, com capacidade de assimilar o "outro" apresentou-se como soluo ao impasse da constituio do povo brasileiro.Nas dcadas de 1930 e 1940, assim como no incio do Sculo XX, o Rio de Janeiro se constituiu como plo principal da construo da cultura do Estado nacional. O Rio como sntese do Brasil apareceu na msicaCidade Maravilhosa, que o colocou como o "corao do Brasil". Esta msica ganhou o 2olugar no concurso de marchas de carnaval organizado pela Prefeitura do Distrito Federal em 1935 e ganhou vida longa tendo se tornado em 1960 o Hino Oficial da cidade e em 2003 num concurso realizado na TV Globo, no programa RJ TV ganhou a preferncia da populao carioca como a msica smbolo da cidade.Villa-Lobostrabalhou com o repertrio folclrico do mundo sertanejo e rural para compor grandiosas e eruditas obras da nacionalidade, com as famosasBachianas Brasileirase o monumentalTrenzinho Caipira. frente da Superintendncia de Educao Musical e Artstica, desde 1932, levou o canto orfenico s escolas pblicas do Rio de Janeiro.Aliteratura descobriu um Brasil que no era apenas o dos Estados mais desenvolvidos e os escritores procuraram ver o Brasil pela sua diversidade e pelos seus diferentes modos de vida.OromanceA Bagaceirade Jos Amrico de Almeida, lanado em 1938, mostrou os caminhos temticos que a literatura brasileira estava procura. A terra, o homem comum, a decadncia da sociedade patriarcal, os problemas sociais foram os temas seguidos pelos escritores depois dos anos 30.OQuinzede Rachel de Queirs, de 1930, tinha como tema a seca nordestina, Jorge Amado em seus romances como:Pas do Carnavalde 1931 eJubiabde 1935, enfocavam a vida dos pescadores e de meninos abandonados de Salvador e os negros das terras da Bahia. Em 1932, Jos Lins do Rego escreveuMenino do Engenhoe logo depoisBangde 1934 tendo como cenrio os engenhos de acar da Paraba.No Rio Grande do Sul, em 1932, surgiurico VerssimocomFantoches, seguido deClarissade 1933,Caminhos Cruzadosde 1935,Um Lugar ao Solde 1936,Olhai os Lrios do Campode 1938 eSagade 1940 compondo um painel da vida nas grandes cidades. Ao longo da dcada de 1940, rico de desviou para a busca das razes histricas do seu Estado natal e por este caminho escreveu a trilogiaO Tempo e o Vento, que foi uma das mais importantes obras realizadas sobre o Rio Grande do Sul.Graciliano Ramos, em 1933 publicouCaets, depoisSo Bernardoem 1934,Angstiaem 1936 eVidas Secasem 1938 firmando-se como um dos mais importantes escritores de sua gerao, abordando a condio subumana do sertanejo nordestino, sua experincia no crcere foi relatada emMemrias do Crcere. Em 1935, Dionlio Machado escreveuOs Ratosnarrando um dia da vida de um funcionrio pblico, retratando as dificuldades financeiras da pequena classe mdia.Gilberto Freiredeu prosseguimento a sua obra que j vinha do perodo anterior mas que foi importantssima para a criao da nova viso do povo brasileiro. EscreveuCasa Grande e Senzala,Ordem e Progresso,Sobrados e MucamaseJazigos e Cova Rasa, sempre apresentando uma dualidade antagnica.EmCasa Grande e Senzala, sua mais importante obra, sistematizou a contribuio positiva do negro para a cultura brasileira, mostrando que entre a casa grande e a senzala existia um caminho de mo dupla, as duas coisas se complementavam e a distncia entre elas no era to grande como podia parecer e muito pelo contrrio havia muita proximidade. Tentou dar uma explicao para o fenmeno que se via na cultura aucareira, mostrando a sociedade patriarcal na Zona da Mata do Nordeste.Gilberto foi buscar a influncia das palavras, da cultura, das alimentaes, dos hbitos, criando uma fuso entre a casa grande e a senzala. Os senhores de engenho criavam os filhos legtimos e os bastardos juntos, no mesmo local, com uma fuso tnica e cultural, muito maior do que a que ocorreu com o ndio.Na poesiativeram destaque: Carlos Drummond de Andrade que valorizou o cotidiano e a beleza das coisas corriqueiras; Manoel Bandeira; Murilo Mendes; Augusto Frederico Schmidt; Vincius de Morais; Ceclia Meireles; Mrio Quintana e Clarice Lispector.At 1930, a historiografia e as cincias sociais estavam dominadas pela nfase no papel dos indivduos e por preconceitos antropolgicos como a superioridade racial do homem europeu, que foram idias contestadas desde os anos de 1920.ARevoluo de 30 deu um impulso que faltava para a cristalizao de uma nova maneira de pensar o Brasil.O ano de 1933 foi decisivo com a publicao de dois livros que marcaram todas as geraes de intelectuais posteriores:Casa Grande e Senzalade Gilberto Freire eEvoluo Poltica do Brasilde Caio Prado Jnior. A obraRazes do Brasilde Srgio Buarque de Holanda escrita em 1936 completou o conjunto que representou uma "redescoberta" do Brasil luz das premissas diametralmente opostas s dos pensadores da Repblica Velha.

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Cultura PopularOs canais de expresso da sociedade civil foram transformados em espao de veiculao da ideologia de Estado, assim as organizaes culturais foram incorporadas pelo Governo. O rdio, o cinema educativo, o esporte, a msica popular faziam parte do objetivo comum de integrar os indivduos ao novo Estado Nacional.

A Era do RdioArevoluo radiofnica teve incio em 1931. At o incio da dcada de 30, existiam 21 emissoras instaladas no pas e a programao se baseava em msica erudita, pera e textos instrutivos. Em 1931, o Governo passou a se ocupar do rdio que foi definido como de "interesse nacional e de finalidade educativa", com seu funcionamento regulamentado e passando a ser vital na propagao nacional da msica popular, especialmente o samba. Em 1932 foi aprovada por Decreto a veiculao de propaganda atravs do rdio.As rdios proliferaram, no Rio de Janeiro as principais eram: a Rdio Nacional e a Mayrink Veiga, enquanto em So Paulo, tinha a Record que enfrentava a concorrncia da Educadora e da Tupy. Na equipe da Rdio Nacional trabalharam: Lamartine Babo; Almirante; Ari Barroso; Emilinha Borba; Slvio Caldas; Vicente Celestino; Noel Rosa e o instrumentalista Eleazar de Carvalho que depois foi Regente da Orquestra Sinfnica Brasileira, entre muitos outros.No rdio despontaram grandes expresses da msica brasileira: O "Rei da Voz" Francisco Alves; a "Pequena Notvel" Carmem Miranda, o "Trio de Ouro" formado por Dalva de Oliveira, Herivelto Martins e Nilo Chaves e o "Gr-fino" Mrio Reis. Ari Barroso certa vez colocou um anncio: "Precisa-se de um cantor" e apareceu procurando emprego um senhor chamado: Orlando Silva que viria a ser denominado o "Cantor das Multides" porque arrebanhava milhares de pessoas em suas apresentaes.Os programas de rdio arrebatavam o pblico das ruas e fazia despontar grandes animadores entre os quais os pioneiros foram: Renato Murse, que trabalhou nas mais importantes rdios do Rio de Janeiro e Csar Ladeira, que comeou em So Paulo, mas depois se transferiu para o Rio de Janeiro.Alguns programas tornaram-se famosos, o maior deles: "Quando os ponteiros se encontram ao Meio Dia", que comeava com Lcia Helena apresentando Francisco Alves e terminava com Paulo Roberto intercalando humorismo no "Nada Alm de Dois Minutos". O programa ia ao ar aos domingos do meio-dia s 21 horas, na Rdio Nacional e l permaneceu por dcadas.Havia shows que se realizavam em diferentes bairros da cidade com os cantores da emissora, as transmisses esportivas e os programas de calouros como: a "Hora do Pato" com Heber Bscoli na Nacional; "Calouros em Desfile" com Ari Barroso na Tupy e "Papel Carbono" com Renato Murse na Rdio Club do Rio. No faltavam os programas de humorismo: "Piadas do Manduca", "Trancredo e Trancado", "PRK30", que revelaram grandes humoristas brasileiros.Almirante a maior patente do rdio alm de cantor de muitas fs, introduziu novidades como "Caixas de Perguntas", o primeiro programa de auditrio com duelos de inteligncia entre os participantes. A "Hora do Brasil", ia ao ar diariamente das 19 s 20 horas como ainda hoje em cadeia nacional e era ouvido at no estrangeiro, nele podia se ouvir polticos como Oswaldo Aranha e cantores populares divulgando o folclore.Se Assis Chateaubriand com os "Dirios Associados" organizou a primeira rede nacional de comunicao, com jornais e rdios comoO Jornale a rdio Tupy no Rio de Janeiro, a nvel regional foi antecedido pelos jornais do Rio de Janeiro. Em 1935,O Jornal do Brasilconstitua uma emissora de rdio e mais tardeO Globoassumiu o controle da Rdio Transmissora do Rio de Janeiro mantendo um contrato com aRCA Victorantiga proprietria.Mas coube empresa do jornalA Noiteresponsvel tambm pelas revistasNoite Ilustrada,CariocaeVamos Lera criao, em 1936, daquela que estava destinada a ser a maior lenda do rdio brasileiro: a Rdio Nacional do Rio de Janeiro. Em 1940, o Governo encampou a empresaA Noite, porque queria que a Rdio Nacional fosse um instrumento de afirmao do regime. Se a encampao liquidou a parte escrita da empresa para o rdio foi extremamente benfica.Em 19 de abril de 1942, aniversrio de Getlio, foram inaugurados os novos estdios da Rdio Nacional, no Edifcio deA Noite, naPraa Mau, no centro do Rio de Janeiro. Gilberto de Andrade foi empossado como Diretor da emissora e em seu discurso disse:"que um de seus objetivos era transformar o rdio em veculo de difuso cultural-artstica e de brasilidade."(2)Em 1942 foi ao ar a primeira radio novela brasileira:Em Busca da Felicidade. Com o fim do Estado Novo, a experincia da emissora oficial mostrou-se em termos de programao e pblico, absolutamente vitoriosa.

Noel Rosa e a Vida Bomia do Rio de Janeiro"Quem voc que no sabe o que diz? / Meu Deus do cu que palpite infeliz. / Salve Estcio, Salgueiro e Mangueira, Osvaldo Cruz e Matriz, / que sempre souberam muito bem. / Que a Vila no quer abafar ningum. / S quer provar que faz samba tambm.Fazer poemas l na Vila um brinquedo. / Ao som do samba dana at o arvoredo. /Eu j chamei voc pra ver, / voc no viu porque no quis. / Quem voc que no sabe o que diz?"Palpite Infelizde Noel Rosa composto em 1936

Em 11 de dezembro de 1910, nascia Noel Rosa emVila Isabel, um bairro do Rio de Janeiro, de um parto difcil que lhe rendeu uma atrofia no maxilar inferior. Estudou noColgio So Bento, tradicional colgio da cidade, onde foi colega de Lamartine Babo e Augusto Frederico Schmidt.Em 1929 criou o Bando dos Tangars, junto com Almirante, Joo de Barro o famoso Braguinha, Alvinho, Carlos Braga e Henrique Brito. Tambm em 1929 comps sua primeira embolada:Minha Violae em 1930 comps o samba:Com que Roupa?, que foi sucesso no carnaval de 1931.Outros grandes sucessos de Noel Rosa foram:At Amanhde 1932;O Orvalho vem Caindode 1933;Trs Apitosde 1933;Conversa de Botequimde 1935;Palpite Infelizde 1936;ltimo Desejode 1937.Compositor de grande fertilidade abordou inmeros temas inspirando-se no cotidiano carioca, louvando intensamente o bairro em que nasceu e viveu e que em sua homenagem, at os dias atuais, tm reproduzidas as suas msicas nas caladas do Boulevard 28 de Setembro.Trocou o dia pela noite, amando a madrugada e as mulheres, teve como grande amiga Araci de Almeida, que interpretava suas composies e com quem saa pelos botecos pala madrugada.Comps ao todo 212 peas musicais e muitas delas verdadeiras obras primas da msica popular brasileira.Sua vida de bomio fez com que ficasse turbeculoso e o grande poeta da Vila Isabel morreu em 1937, antes de completar 27 anos.Na poca de Noel Rosa, aLapa, bairro prximo do centro do Rio de Janeiro era o local de encontro de intelectuais e artistas. Como no podia deixar de ser era freqentado por Noel Rosa e tambm por: Agildo Barata; San Tiago Dantas; Plnio Salgado, Jorge Amado; Cndido Portinari; Villa-Lobos; Srgio Buarque de Holanda; Mrio de Andrade e Rubem Braga.No Beco das Carmelitas morou Manuel Bandeira. Na Lapa tambm teve destaque Joo Francisco dos Santos, mais conhecido por Madame Sat, um homossexual respeitado e temido, que foi uma figura tradicional do bairro.Outro freqentador famoso dos cabars da Lapa foiAlfredo da Rocha Vianna Filho o Pixinguinha, msico profissional e flautista exmio, que j havia composto em 1928, aquele que foi o mais conhecido samba-choro brasileiro Carinhoso, junto com Joo de Barros, mas que s foi gravado em 1930.ALapa foi na poca o grande ponto de boemia carioca. Em 1937 a Polcia do Estado Novo fechou os cabars da Lapa porque o Governo queria exterminar a prostituio na Capital Federal. Depois da II Guerra o bairro foi invadido por marinheiros americanos que l iam gastar os seus dlares e a Lapa deixou de ser a "Montmartre Carioca", lembrando o famoso local de boemia parisiense.

O Carnaval se OficializaAt 1933, o carnaval das classes baixas era severamente controlado e a polcia no concedia licena para o desfile das Escolas de Samba, os ranchos, sim, tinham permisso e era atravs deles que os sambistas cariocas se destacavam. Em 1933, Getlio Vargas modificou esta situao atravs do intervencionismo estatal e passou a promover o que a cronista Eneida da Costa Morais chamou de:alegria dirigida, porque surgiu na cidade o carnaval oficializado.(3)Foram criados Departamentos de Turismo nos Estados que passaram a atuar na organizao do carnaval. A Prefeitura, pela sua Comisso de Turismo traava programas para os festejos que ia desde as batalhas de confete nas ruas, aos banhos de mar fantasia, desfile de ranchos, blocos e grandes sociedades, corsos e bailes.Nesta poca foi criado o Baile doTeatro Municipal do Rio de Janeiro, nota alta para a gr-finagem, mas em todos os clubes das cidades e nos cassinos como o daUrca, eram realizados bailes de carnaval.No final da dcada de 20 nasceram, no Rio de Janeiro, as Escolas de Samba em geral provenientes da reunio de blocos carnavalescos. A primeira delas foi a "Deixa Falar" do bairro do Estcio, surgido da idia de um grupo que se reunia para beber e compor msicas num botequim que ficava em frente Escola Normal e Ismael Silva, expoente da msica popular sugeriu que aquele grupo era composto de "professores", portanto eram membros de umaescola de samba.(4)Logo depois surgiram vrias outras como a "Estao Primeira da Mangueira" criada por iniciativa do compositor Cartola Agenor de Oliveira, em 1929, havia tambm uma escola no Morro do Salgueiro, a "Escola Azul e Branca", mas no incio todas tinham grande respeito pelo pessoal do Estcio. S em 1932 teve incio os desfiles das escolas na Praa Onze, neste ano a "Deixa Falar" apresentou como enredo aRevoluo de 30e a vencedora do concurso foi a "Mangueira".Em maio de 1935 nasceu a "Escola de Samba Portela" em Osvaldo Cruz, organizada a partir do Bloco "Vai como Pode", contava com nomes como o de Paulo Benjamim de Oliveira Paulo da Portela, Heitor dos Prazeres e Manoel Gonalves, nascendo a partir da a grande rivalidade Mangueira/Portela.Em 1936, o Interventor Pedro Ernesto foi homenageado por 30 escolas, ao inaugurar um grupo escolar na Mangueira e em 1937, Getlio Vargas determinou que as escolas dessem carter didtico aos samba-enredos. A dcada de 30 foi a poca de ouro da msica carnavalesca.Os bailes carnavalescos eram animados por orquestras que tocavam as msicas que eram feitas especialmente para o carnaval, muitas delas conhecidas e cantadas at os dias de hoje, como:Com que Roupade Noel Rosa de 1931;Teu Cabelo no Negade Lamartine Babo e irmos Valena de 1932;Linda Morenade Lamartine Babo de 1933;Cidade Maravilhosade Andr Filho de 1935, que acabou virando hino oficial da cidade;Pierr Apaixonadode Noel Rosa e Heitor dos Prazeres de 1936;Mame, Eu Querode Vicente Paiva e Jararaca de 1937;Pastorinhasde Joo de Barros e Noel Rosa de 1938;Camisa Listradade Assis Valente de 1938;Ai que Saudades da Amliade Ataulfo Alves e Mrio Lago de 1942;Atire a Primeira Pedrade Ataulfo Alves e Mario Lago de 1944.No Recife a cidadela inexpugnvel do frevo era sucesso o eternoVassourinhasde autor desconhecido,Manda Embora essa Tristezade Capiba de 1936 ou o maracatu de Torortambm de Capiba junto com Ascenso Ferreira de 1933.No Rio de Janeiro havia o tradicional desfile das Sociedades Carnavalescas tendo frente: os Tenentes do Diabo de 1855; os Democrticos de 1867; os Fenianos de 1896 os Pierrs da Caverna de 1925. Em 1932 Pedro Ernesto baixou um decreto pelo qual o Clube dos Fenianos tornava-se de utilidade pblica e em 1936 eles desfilaram com o enredo "O Estado Novo".Para coroar os trs dias de total loucura, os jornalistas deA Noite, no Rio de Janeiro, criaram em 1933, a nobre e rotunda figura do Rei Momo, neste ano representado por um boneco de papelo com uma coroa de lata, mas no ano seguinte foi escolhido um Rei Momo de carne, osso e muita gordura, que no sbado de carnaval recebeu as chaves da cidade das mos do Comandante Amaral Peixoto ento Secretrio de Pedro Ernesto.Apartir de 1935 comearam a surgir os blocos das reparties pblicas, como: dos Correios e Telgrafos; do Arsenal de Marinha e da Prefeitura do Rio de Janeiro. O mesmo aconteceu em So Paulo, Salvador, Recife e outras capitais.Os concursos de Escolas de Samba, a partir de 1935 passaram a ser subvencionado pelo Governo de Vargas. Em 1942, a Praa Onze foi demolida para dar passagem Avenida Presidente Vargase os desfiles foram transferidos para aAvenida Rio Branco.

"Foot Ball" o Novo Lazer de MassasIntroduzido no Brasil pelos ingleses, at o final dos anos 20, o "foot ball" era um esporte de elite praticado em clubes elegantes primeiramente de So Paulo e depois do Rio de Janeiro. Em 1921 o Presidente da Repblica Epitcio Pessoa opusera-se presena de "cidados de cor" na seleo. Aos poucos o "foot ball" foi crescendo na aceitao popular e se mostrou um esporte e um divertimento saudvel, mas como a plebe no podia participar dele, foram criadas torcidas para, pelo menos poder assistir a ele.Oprimeiro clube a ter "foot ball" no Rio de Janeiro foi oFluminense Football Clubfundado em 1902 com jovens da alta burguesia, depois outros se sucederam como oBotafogo Football Clube oAmrica. OBangufoi criado para diverso dos ingleses que trabalhavam na fbrica de tecidos do subrbio carioca de Bangu, mas aos poucos a ele aderiram tambm os operrios da fbrica.Na dcada de 30, no entanto, o "foot ball" j se constitua um esporte de massas atravs das torcidas cada vez maiores e em 1932, uma equipe com muitos negros, entre os quais Lenidas da Silva e Domingos da Guia, bateu a seleo uruguaia, campe da 1aCopa do Mundo realizada em 1930, por 2X1 no Estdio do Centenrio em Montevidu.O Brasil iniciava sua trajetria de sucessos no esporte que se tornaria a grande paixo brasileira.Seleo Brasileira de 1930, tirada deNosso Sculo 1930-1945, Captulo VI, "Coisas Nossas", publicao da Editora Abril, pg. 155. Pode se ver da direita para a esquerda, em p: Brilhante, Fausto, Hermgenes, Itlia, Joel e Fernando e agachados: Poly, Nilo, Araken, Preguinho e Tefilo.

Os estdios comearam a ser construdos para abrigar os grandes clssicos e as grandes torcidas, em 1933, o Palestra Itlia hoje Palmeiras de So Paulo reformou o Parque Antrtica adquirido em 1920. No Rio de Janeiro o maior estdio era o deSo Januriopertencente ao Vasco da Gama, construdo em 1927 e que depois foi tambm o teatro dos comcios de Getlio Vargas nos 1osde maio do Estado Novo, nas comemoraes do Dia do Trabalho e outras.Em 1936 comeou a ser construdo em So Paulo o Estdio Municipal do Pacaembu para 60.000 expectadores, mas que s foi inaugurado em 1941. Em todos os Estados, no perodo entre 1930 e 1945 tiveram incio os campeonatos locais.Em 1933, o Fluminense do Rio de Janeiro organizou uma campanha para formar a Liga Carioca de Futebol, que se definiu pelo profissionalismo, logo depois os paulistas seguiram o mesmo exemplo e fundaram a Associao Paulista de Esportes Atlticos. Como a Confederao Brasileira de Desportos CBD fundada em 1914 defendia o amadorismo, So Paulo e Rio de Janeiro formaram a Federao Brasileira de Futebol partidria do profissionalismo, mas em 1937 as duas se juntaram para formar a nova CBD.A1aCopa do Mundo foi disputada no Uruguai e foi vencida pelo anfitrio, em 1934 a Copa foi na Itlia e em 1938 na Frana, depois foi interrompida por causa da II Guerra, voltando a ser disputado em 1946. Alm da Copa do Mundo, o Brasil participava da Taa Rio Branco disputada com o Uruguai, a Copa Roca na Argentina e o Campeonato Sul-Americano. Este torneio consagrou a rivalidade entre brasileiros e argentinos no futebol com a supremacia platina que duraria dcadas.Houve uma poca ao final da dcada de 1930 e incio de 1940 que o Brasil possua trs celebridades: o "Pai dos Pobres" Getlio Vargas; Lenidas da Silva o "Diamante Negro" e Orlando Silva o "Cantor das Multides".