produÇÃo audiovisual sobre a sÍndrome de … · relatório final, apresentado à ... para...

47
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA RAQUEL FERREIRA DA COSTA PRODUÇÃO AUDIOVISUAL SOBRE A SÍNDROME DE ASPERGER: PROMOÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS DO TRANSTORNO PARA IDENTIFICAÇÃO DE PORTADORES NA FAMÍLIA E ESCOLA. JOÃO PESSOA PARAÍBA 2014

Upload: votuong

Post on 10-Nov-2018

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: PRODUÇÃO AUDIOVISUAL SOBRE A SÍNDROME DE … · Relatório final, apresentado à ... para aguentar minhas faltas e agonias por conta do TCC. Agradeço especialmente a ... para

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

RAQUEL FERREIRA DA COSTA

PRODUÇÃO AUDIOVISUAL SOBRE A SÍNDROME DE

ASPERGER: PROMOÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS DO

TRANSTORNO PARA IDENTIFICAÇÃO DE PORTADORES NA

FAMÍLIA E ESCOLA.

JOÃO PESSOA – PARAÍBA

2014

Page 2: PRODUÇÃO AUDIOVISUAL SOBRE A SÍNDROME DE … · Relatório final, apresentado à ... para aguentar minhas faltas e agonias por conta do TCC. Agradeço especialmente a ... para

2

RAQUEL FERREIRA DA COSTA

PRODUÇÃO AUDIOVISUAL SOBRE A SÍNDROME DE

ASPERGER: PROMOÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS DO

TRANSTORNO PARA IDENTIFICAÇÃO DE PORTADORES NA

FAMÍLIA E ESCOLA.

Relatório final, apresentado à Universidade

Federal da Paraíba, como parte das

exigências do Curso de Comunicação em

Mídias Digitais, para obtenção do Título de

Bacharel.

Orientador: Professor Dorneles Daniel

Barros Neves

Page 3: PRODUÇÃO AUDIOVISUAL SOBRE A SÍNDROME DE … · Relatório final, apresentado à ... para aguentar minhas faltas e agonias por conta do TCC. Agradeço especialmente a ... para

3

JOÃO PESSOA – PARAÍBA

2014

Agradecimentos

Começo agradecendo a Deus que me deu forças durante toda essa jornada e não

permitiu que eu fraquejasse diante das adversidades que foram aparecendo ao longo do

caminho. Obrigada meu Deus por me proteger mesmo eu não merecendo.

Obrigada a todo corpo docente do DEMID pelos conhecimentos transmitidos, em

especial ao nosso eterno coordenador Olavo Mendes que mesmo não estando presente

fisicamente, está sempre nos rodeando com a lembrança de sua competência

inigualável.

Obrigada ao técnico de som, Lucas Brandão que se revelou um verdadeiro anjo,

salvando meu trabalho da minha breguice (piada interna). Valeu muito a pena passar

algumas horas no estúdio aprendendo a aguçar meu gosto e criatividade. Levarei para

vida toda.

Obrigada ao professor Cléber Morais que talvez nem saiba, mas a conversa que tivemos

durante uma de minhas crises existenciais foi o me deu energia para chegar ao final

desta etapa do curso. Sempre que pensei em desistir, lembrava de suas palavras e

encontrava forças pra acreditar que tudo ia dar certo. Deu mesmo!

Obrigada a Drª Celeste por doar um pouco do seu tempo e me explicar o que pôde sobre

a Síndrome de Asperger. Grata também ao srº Luciano Filho que trabalha como

terapeuta ocupacional no Caps Infantil e que foi fundamental quando esclareceu muita

coisa sobre o transtorno.

Obrigada à equipe fantástica que me ajudou durante as gravações em tudo que foi

possível (e impossível também). Aos futuros produtores de conteúdo, Victor

Hugo, Matheus Lopes, Mateus Fernandes, Nicole Sousa, Adelcidio Oliveira e Hugo

Duarte. Vocês foram nota 1000.

Obrigada aos patrocinadores Kiara Eventos e Decorações; Atelier Paula Montenegro e

Escola Lápis na Mão. Os responsáveis por estas empresas fizeram do meu trabalho

ainda mais bonito.

Obrigada a toda equipe do Empreender Paraíba que me deu força e teve compreensão

para aguentar minhas faltas e agonias por conta do TCC. Agradeço especialmente a

Telma Virginia, Thadeu Custódio, Moab Matheus, o secretário Eduardo Moraes e

principalmente a minha queria supervisora, Josi Simão que teve toda paciência do

mundo comigo nesses últimos dias.

Page 4: PRODUÇÃO AUDIOVISUAL SOBRE A SÍNDROME DE … · Relatório final, apresentado à ... para aguentar minhas faltas e agonias por conta do TCC. Agradeço especialmente a ... para

4

Obrigada aos dois anjos que a vida me apresentou Cely Farias e Bárbara Santos. Não sei

o que teria sido de mim sem as duas pra elevarem o nível do meu trabalho. Agradeço

também aos anjinhos Fausto Marinho, Alícia Siloé, Letícia Marinho, Allan Souza e

Derlania Gomes. Nunca mais vou ouvir Let it Go sem lembrar de vocês.

Obrigada aos meus grandes e verdadeiros amigos Ana Luiza Lima e Edyelton Marinho

por terem se mostrado sempre ao meu lado e me ajudado em tudo que puderam. São em

momentos como estes que enxergamos quem está conosco pra tudo. “I love you like

XO”.

Agradeço também a toda “Gang Bombação MD” que sempre passa por cima das

bobagens e se une pra poder sambar (gíria nossa) na cara de quem aparecer.

Obrigada, obrigada e obrigada a minha verdadeira família: Socorro, Hyully, Hyan e Tio

Jó. Estas pessoas são a prova de que não importa o que aconteça, família está junto para

o que der e vier.

Porém, meu maior agradecimento vai para minha mãe, Alzira e minha irmã, Daniela.

Na verdade não existem palavras para dizer o quanto eu agradeço por sermos quem

somos e o que somos. Todas as barreiras ultrapassadas por nós serviram de alicerce para

que eu pudesse chegar até aqui, lutando com todas as minhas forças para concluir este

curso sempre pensando no que futuro tem reservado para nós três. Muitas coisas ainda

virão, mas saber que conseguiremos vencer é o que me dá certeza para seguir até o final

desse caminho que só não foi pior porque vocês estiveram ao meu lado. Obrigada mãe,

obrigada Daniela.

Obrigada também a minha gatinha, Macaca Chita ou Menininha-Mamãe ou Bebêzão...

Não importa o nome, o que vale é ela é o animal de estimação mais lindo e companheiro

que existe nesse mundo e que sua chegada em nossa casa só nos trouxe alegria e união.

Para terminar agradeço a todos que ajudaram mandando pensamentos positivos e que

torceram para que tudo desse certo. Tenho certeza que funcionou.

Page 5: PRODUÇÃO AUDIOVISUAL SOBRE A SÍNDROME DE … · Relatório final, apresentado à ... para aguentar minhas faltas e agonias por conta do TCC. Agradeço especialmente a ... para

5

Resumo

Este trabalho tem como objetivo a utilização das áreas que compõem uma produção

audiovisual com intuito de levar informação sobre a Síndrome de Asperger em

portadores ainda crianças, a fim de identificar o portador da síndrome dentro da família

e escola. Amparado pelos recursos da linguagem cinematográfica e da propaganda, o

produto final fundamenta-se na área do audiovisual e seus componentes referentes à

concepção de roteiro, produção, direção, captação, edição e finalização, além de uma

abordagem não-linear como forma de abordar o tema. Todo o produto tem como base a

aplicação de conhecimentos transversais adquiridos ao longo da graduação,

nomeadamente as ferramentas de áudio e vídeo com objetivo de construir uma produção

de qualidade, além de trabalhar um tema de cunho social que será divulgado na internet

como forma de alcançar o maior número de pessoas. O produto alcança seu propósito

quando é atestada a aplicação dos conceitos estudados na confecção do vídeo final.

Palavras-chaves: Produção audiovisual. Síndrome de Asperger. Linguagem

cinematográfica. Propaganda.

Page 6: PRODUÇÃO AUDIOVISUAL SOBRE A SÍNDROME DE … · Relatório final, apresentado à ... para aguentar minhas faltas e agonias por conta do TCC. Agradeço especialmente a ... para

6

Lista de abreviaturas e siglas

SA Síndrome de Asperger

TGD Transtorno Global do Desenvolvimento

TCC Trabalho de Conclusão de Curso

DF Diretor de fotografia

DA Diretor de arte

DS Diretor de som

PG Plano geral

PM Plano médio

Page 7: PRODUÇÃO AUDIOVISUAL SOBRE A SÍNDROME DE … · Relatório final, apresentado à ... para aguentar minhas faltas e agonias por conta do TCC. Agradeço especialmente a ... para

7

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 9

1.1. ESTRUTURA DO RELATÓRIO ................................................................. 10

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................ 10

2.1. COMUNICAÇÃO E MÍDIAS DIGITAIS ................................................... 11

2.2. AUDIOVISUAL .......................................................................................... 12

2.2.1. ROTEIRO ............................................................................................. 13

2.2.2. DIREÇÃO DE ARTE ........................................................................... 13

2.2.3. DIREÇÃO ............................................................................................. 15

2.2.4. DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA ............................................................. 16

2.2.5. DIREÇÃO DE SOM ............................................................................. 17

2.2.6. PRODUÇÃO ......................................................................................... 18

2.2.7. EDIÇÃO ................................................................................................ 19

2.3. TEORIA AUDIOVISUAL ........................................................................ 20

2.3.1. EQUIPAMENTOS ................................................................................. 21

2.3.2. ESTÉTICA ............................................................................................ 22

3. DESENVOLVIMENTO ........................................................................................ 24

3.1. PRÉ-PRODUÇÃO ........................................................................................ 24

3.1.1. ROTEIRO ............................................................................................. 24

3.1.2. PRODUÇÃO .......................................................................................... 26

3.1.3. DIREÇÃO .............................................................................................. 27

Page 8: PRODUÇÃO AUDIOVISUAL SOBRE A SÍNDROME DE … · Relatório final, apresentado à ... para aguentar minhas faltas e agonias por conta do TCC. Agradeço especialmente a ... para

8

3.1.4. DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA ............................................................. 29

3.1.5. DIREÇÃO DE ARTE .......................................................................... 31

3.1.6. EDIÇÃO ................................................................................................ 32

3.2. PRODUÇÃO ................................................................................................ 32

3.2.1. ROTEIRO .............................................................................................. 33

3.2.2. PRODUÇÃO ......................................................................................... 33

3.2.3. DIREÇÃO ............................................................................................. 33

3.2.4. DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA ............................................................. 34

3.2.5. DIREÇÃO DE ARTE ............................................................................ 35

3.2.6. EDIÇÃO ................................................................................................. 36

3.3. PÓS-PRODUÇÃO ........................................................................................ 36

3.3.1. ROTEIRO ............................................................................................. 37

3.3.2. PRODUÇÃO .......................................................................................... 37

3.3.3. DIREÇÃO .............................................................................................. 37

3.3.4. DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA ............................................................. 38

3.3.5. DIREÇÃO DE ARTE ............................................................................ 39

3.3.6. EDIÇÃO ................................................................................................. 39

4. CONCLUSÃO ........................................................................................................ 41

4.1. REFLEXÃO CRÍTICA E LIMITAÇÕES DO PROJETO ........................... 42

4.2. CONTRIBUIÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E

SOCIAL ........................................................................................................ 43

4.3. PROPOSTA DE INVESTIGAÇÃO E PROJETOS FUTUROS .................. 43

5. BIBLIOGRAFIA ................................................................................................... 44

5.1. SITES ........................................................................................................... 45

6. APÊNDICES .......................................................................................................... 46

Page 9: PRODUÇÃO AUDIOVISUAL SOBRE A SÍNDROME DE … · Relatório final, apresentado à ... para aguentar minhas faltas e agonias por conta do TCC. Agradeço especialmente a ... para

9

1. INTRODUÇÃO

A comunicação sempre foi uma necessidade do ser humano: desde a pré-história o

homem buscou fazer contato com outros indivíduos com intuito de que suas ideias e

pensamentos fossem compreendidos e assim transmitir a mensagem desejada. Mesmo

com a evolução, essa necessidade não mudou e quando existe algo que impede que o

processo da comunicação aconteça, as consequências são negativas.

Produções audiovisuais vêm sendo usadas como uma dessas formas de solucionar

problemas relacionados à comunicação significando uma aliada na divulgação de

campanhas humanitárias ou de qualquer outra forma de disseminar conhecimento.

Uma das áreas que utiliza os benefícios do vídeo é a saúde: diversos projetos e

programas informativos são divulgados através de vídeos como forma de expandir

informações e levar conhecimentos para seu público-alvo que em muitos casos, não tem

acesso à tais informações.

Dentre os diversos assuntos abordados por produtos audiovisuais está o Autismo,

o qual trata-se de um transtorno global do desenvolvimento e dentro do seu espectro,

existe uma forma mais branda conhecida como Síndrome de Asperger (SA).

Page 10: PRODUÇÃO AUDIOVISUAL SOBRE A SÍNDROME DE … · Relatório final, apresentado à ... para aguentar minhas faltas e agonias por conta do TCC. Agradeço especialmente a ... para

10

A SA é um Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD), resultante de uma

desordem genética, e que apresenta muitas semelhanças com o autismo, porém não

apresenta comportamentos típicos de indivíduos autistas. Em 1992, a SA tornou-se uma

condição distinta e diagnosticada e foi incluída na décima edição publicada do World

Health Organization’s Diagnostic Manual [Manual de Diagnóstico da Organização

Mundial da Saúde], International Classification of Diseases (ICD-10) [Classificação

Internacional de Doenças (CID-10)] e em 1994, ela foi adicionada a quarta edição do

Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-IV) [Manual de

Diagnóstico e Estatistica de Desordens Mentais (DSM-IV)], livro de referência

diagnóstica da American Psychiatric Association’s [Sociedade Americana de

Psiquiatria. (Austism Speaks Inc., 2010).

Portadores da Síndrome de Asperger sofrem com a dificuldade de comunicação

e interação com outras pessoas e o produto resultante do Trabalho de Conclusão de

Curso (TCC) aborda essa dificuldade utilizando recursos audiovisuais como meio de

falar sobre o transtorno que em muitos casos, não é conhecido nem pelo próprio

portador.

Page 11: PRODUÇÃO AUDIOVISUAL SOBRE A SÍNDROME DE … · Relatório final, apresentado à ... para aguentar minhas faltas e agonias por conta do TCC. Agradeço especialmente a ... para

11

1.1. Estrutura do relatório

O relatório está dividido em cinco capítulos que abordarão os itens fundamentais

para compreensão do processo de construção do produto apresentado, passando por

todos os módulos de sua concepção. Dentro de cada capítulo apresentam-se sub-tópicos

que destrincham cada etapa do TCC com base na teoria aplicada na prática.

No primeiro capítulo são observadas as informações que introduzem o tema e a

função do produto audiovisual em apoio a causa. O segundo capítulo e suas subdivisões

contextualizam sobre as correntes teóricas e seus estudiosos como suporte de pesquisa

para a estruturação do projeto.

O terceiro capítulo explana a forma prática como foram aplicados os estudos

teóricos e como se deu todo o processo prático de construção do produto técnico. O

quarto apresenta a conclusão e subsequentemente, as possibilidades futuras que o

produto lega.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O presente Trabalho de Conclusão de Curso, sob forma de produto técnico, tem

como base a aplicação de teorias na área de audiovisual e que permanecem contribuindo

para a ampliação do conhecimento sobre seus métodos de linguagem, visando alcançar

o objetivo principal que é divulgar informações sobre a Síndrome de Asperger na

família e escola.

O tema do trabalho também conta com amparo das teorias e pesquisas do pediatra

austríaco, Hans Asperger (1906 – 1980) que através de suas observações no ano de

1944, concluiu que indivíduos que possuem dificuldades severas de interação social e

de comunicação não-verbal, além de não serem capazes de reconhecer emoções em

outras pessoas, eram acometidos de um transtorno de desenvolvimento que mais tarde

seria nomeado como Síndrome de Asperger1.

O produto funciona como uma propaganda que será disponibilizada publicamente

na internet após apresentação do vídeo e relatório para banca examinadora com intuito

de que haja o alcance do público-alvo (família e escola). A propaganda é definida como

a disseminação de princípios e teorias (GARCIA et al., 2008) e deve despertar no

público o desejo de consumir um produto ou disseminar uma ideia (BLOCK, 2010).

Sendo veiculada na internet, não há como medir a abrangência que o produto final

1 Manual para Síndrome de Asperger, FUNAD, 2010.

Page 12: PRODUÇÃO AUDIOVISUAL SOBRE A SÍNDROME DE … · Relatório final, apresentado à ... para aguentar minhas faltas e agonias por conta do TCC. Agradeço especialmente a ... para

12

alcançará, porém de acordo com Block, “A internet [...] superfície bidimensional usada

para exibir imagens que contêm espaço, linhas, forma, tonalidade, cor, movimento e

ritmo.” (2010, p.280), portanto, o local adequado para a publicação e divulgação de uma

obra audiovisual deste porte.

2.1. Comunicação e mídias digitais

A Comunicação é uma das necessidades do homem, e o processo da comunicação

envolve basicamente os seguintes agentes: o emissor da mensagem, o receptor, a

mensagem em si, o canal de propagação, o código utilizado na mensagem, a resposta e o

ambiente onde o processo comunicativo acontece. Transmitir uma mensagem requer

não só a compreensão de todos esses elementos como também o uso adequado dos

mesmos, visto que o caminho percorrido pela mensagem pode ser interrompido se

houver algum obstáculo que impeça que todas as etapas sejam concluídas

(MARCONDES FILHO, 2008).

A experiência proporcionada pela comunicação com outros indivíduos através

da troca de mensagens diretas e indiretas (subtextos) motiva o ser humano a buscar

novas maneiras de interagir utilizando meios diversos como forma de transmitir tais

mensagens, ampliando seus canais de propagação como meio de conhecer novas

pessoas e culturas, além de aproximar mundos a partir da evolução dos dispositivos

midiáticos.

Com o passar do tempo e o desenvolvimento das cidades os meios de

comunicação tornaram-se mais acessíveis e se popularizam, em vista da necessidade de

aumentar a velocidade com que as informações precisavam ser transmitidas, (RACY,

2010) seja por questões políticas, comerciais ou pessoais: com a chegada do século

XXI, o mundo passou por transformações significantes, nas quais a velocidade com que

as informações são transmitidas contribuiu como um dos seus principais fatores.

Em conjunto com a evolução dos dispositivos de comunicação e o alcance da

internet nos lugares mais remotos, o compartilhamento de informações tornou-se quase

uma obrigação diante da cobrança imposta pela sociedade que nos força a estar sempre

conectados (BURGESS, 2009). O indivíduo que se determina a estar inserido aos

novos padrões sociais do séc. XXI vê-se obrigado a se comunicar, agora não somente

através da fala e do papel, mas com o uso de novas mídias e suas ramificações, ou seja,

Page 13: PRODUÇÃO AUDIOVISUAL SOBRE A SÍNDROME DE … · Relatório final, apresentado à ... para aguentar minhas faltas e agonias por conta do TCC. Agradeço especialmente a ... para

13

o homem permanece na sua busca incansável pela comunicação, sempre atento a torná-

la cada vez mais estimulante (BLOCK, 2010).

Um dos meios populares de compartilhamento de informação é o audiovisual e o

uso dessa linguagem tem a capacidade de aproximar ou repelir pessoas, transmitir

conhecimento ou simplesmente divertir e entreter. A comunicação audiovisual é uma

soma de componentes visuais, sejam eles signos, imagens, desenhos, gráficos etc. e/ou

sonoros como a voz, música, ruídos, ou seja, tudo que pode ser ao mesmo tempo visto e

ouvido (HUNT et al., 2013). Cabe ao usuário a escolha de que maneira utiliza os

componentes pertencentes à comunicação audiovisual.

A presença da internet ao redor do mundo torna-a um ponto de convergência o

qual abriga informações de todos os tipos e que podem alcançar pessoas de todos os

lugares (Internet World Stats, 2012), facilitando a disseminação de informação através

do globo. O acesso a internet somado ao compartilhamento de informação gerado por

ela, torna ferramentas de hospedagem de vídeo instrumentos indispensáveis na

distribuição de material, independentemente do assunto.

Atualmente, o mais acessado site de hospedagem e compartilhamento de vídeos

é o YouTube2. Para Burgess (2009, p.21), “como empresa de mídia, o YouTube é uma

plataforma e um agregador de conteúdo”. Isto o torna um adequado disseminador de

informações no formato vídeo.

O YouTube é utilizado de várias maneiras diferentes por usuários-consumidores

por meio de um modelo que nasceu com o propósito de ter envolvimento com a cultura

popular. Ao que diz respeito a audiência, é uma plataforma que permite que seus

usuários entrem em contato com os produtos compartilhados de forma ativa, dando

possibilidade de atuarem como agentes disseminadores de conteúdo (BURGESS, 2009).

2.2. Audiovisual

Para se construir uma obra audiovisual são necessários elementos imprescindíveis

que servem como fundamento para sua realização. Tais elementos se configuram como

ramificações para sustentar uma ideia de acordo com as áreas básicas de um produto

audiovisual, são eles: o roteiro, direção, fotografia, arte, som e a produção no que diz

2 YouTube é um site que permite que seus usuários carreguem e compartilhem vídeos em formato digital.

Foi fundado em fevereiro de 2005 por três pioneiros donos de um outro famoso site da internet ligado a

gerenciamento de transferência de fundos. Extraído de Portal Tecnologia UOL

http://tecnologia.hsw.uol.com.br/youtube.htm < Acessado em 01/07/14 >

Page 14: PRODUÇÃO AUDIOVISUAL SOBRE A SÍNDROME DE … · Relatório final, apresentado à ... para aguentar minhas faltas e agonias por conta do TCC. Agradeço especialmente a ... para

14

respeito às três etapas presentes em todo produto audiovisual, especificamente a pré-

produção, produção e a pós-produção. Para o resultado final do projeto a edição tem

papel fundamental durante o processo com a função de construir a obra audiovisual.

2.2.1. Roteiro

O roteiro funciona como o elemento guia que indica o caminho que a equipe deve

seguir até a finalização do projeto. Segundo Syd Field, a melhor forma de começar um

roteiro é conhecendo o seu final. Field (2001, p.49) considera que “O final é a primeira

coisa que você precisa saber antes de começar a escrever.”. Sabendo onde se pretende

chegar, haverá menos dificuldades para escrever o início e o meio da história. Tudo no

roteiro deve estar interligado e os componentes que formam a história devem

permanecer fiéis entre si de maneira que o espectador compreenda o que está sendo

contado.

Após as definições de começo, meio e fim, parte-se para a escolha da perspectiva

sob a qual a história será contada. Muitos roteiros têm como base personagens que

funcionam como o elemento principal e que conduzem todo o enredo. “ O personagem

é o fundamento essencial do seu roteiro.” (FIELD, 2001, p.18). Deve-se conhecer a

fundo seu personagem para que se possa extrair o máximo de complexidade e

profundidade de suas características.

Com o personagem desenvolvido, inicia-se a criação dos diálogos. Os diálogos

funcionam como a motivação do personagem e devem demonstrar suas necessidades

(FIELD, 2001). Os diálogos mais elaborados devem ir além do que está sendo dito: os

subtextos contidos nas falas é o que indicam o quão profundo é o personagem. Para

subtexto é aquilo que não está escrito explicitamente no texto dramático, mas é inserido

nele a partir da análise feita pelo ator (STANISLAVSKI, 1989). Além de situar o estado

motivacional do personagem, o subtexto distancia o que é dito pelo ator e o que é

mostrado pela cena.

Todos os diálogos presentes no roteiro tem um assunto, ou seja, todas as falas

ditas pelos atores tem um tema próprio que torna os textos mais complexos. Imprimir o

assunto dos diálogos é algo que mantem a coerência entre o que está sendo dito e

permite que as conversas possam crescer dentro da cena (FIELD, 2001). Em geral, os

assuntos tem impacto maior para o diretor e os atores que utilizam desses temas como

forma de ajudar em suas criações.

Page 15: PRODUÇÃO AUDIOVISUAL SOBRE A SÍNDROME DE … · Relatório final, apresentado à ... para aguentar minhas faltas e agonias por conta do TCC. Agradeço especialmente a ... para

15

2.2.2 . Direção de Arte

Na cena devem estar presentes os elementos materiais (signos) que ajudam a

contar a história e que devem informar e situar o espectador sobre o que acontece.

Todos os elementos contidos dentro da cena carregam um significado que indicam

sobre o tema físico e emocional do quadro. Para Field (2001, p.112), “A cena é o

elemento isolado mais importante de seu roteiro”.

De acordo com a Semiótica3, os signos se dividem em duas partes: a física e a

psicológica. A parte física trata o signo como objeto, ou seja, é algo concreto que

podemos ver, ouvir e tocar. Já a psicológica refere-se ao signo como um conceito, onde

a mente é quem produz a sensação que o objeto nos causa (HUNT et al., 2013, p.24).

Para Hunt et al. (2013), os signos também devem ser medidos de acordo com seus

níveis de significação, ou seja, o que ele representa para quem assiste ao produto

audiovisual. Ele pode ser denotativo ou conotativo. A denotação diz respeito ao

significado direto do objeto em cena e o conotativo acena sobre o sentido figurado do

objeto, portanto fala subjetivamente ao espectador (2013, p.26).

Contudo, nenhuma narrativa seria compreendida sem o que o teórico literário

francês Roland Barthes4 chamou de Sistemas de Significação ou 5 Códigos de Barthes.

Esses códigos tentam explicar como o público consegue entender os signos presentes

nas cenas através dos elementos presentes. (HUNT et al., 2013). São eles:

O código hermenêutico: desperta o interesse do público em acompanhar

a história, através de quebra-cabeças e conflitos que devem ser resolvidos

ao final da história;

O código sêmico: refere-se aos signos que carregam os personagens e

cenários de significados, permitindo que o espectador identifique

características próprias de cada elemento do roteiro;

3 A Semiótica é a ciência geral dos signos e da semiose que estuda todos os fenômenos culturais como se

fossem sistemas sígnicos, isto é, sistemas de significação. Ambos os termos são derivados da palavra

grega σημεῖον (sēmeion), que significa "signo", havendo, desde a antiguidade, uma disciplina médica

chamada de "semiologia" que é o sinônimo de Semiótica, a ciência geral dos signos que estuda todos os

fenômenos de significação e foi usada pela primeira vez em Inglês por Henry Stubbes (1670), em um

sentido muito preciso, para indicar o ramo da ciência médica dedicado ao estudo da interpretação de

sinais. Extraído de Portal InfoEscola. http://www.infoescola.com/filosofia/semiotica/< Acessado em

10/07/14 >.

4 Teórico francês cujo trabalho principal, publicado em 1950-70, buscou localizar a estrutura universal e

as convenções narrativas, nas quais a impressão do significado é criada em textos realistas. (HUNT et al.,

2013, p.28).

Page 16: PRODUÇÃO AUDIOVISUAL SOBRE A SÍNDROME DE … · Relatório final, apresentado à ... para aguentar minhas faltas e agonias por conta do TCC. Agradeço especialmente a ... para

16

O código das ações narrativas: trata-se dos padrões já estabelecidos por

cenas anteriores e que remetem um significado ao público para o

andamento da história. Uma cena tem que levar a outra adiante.

O código simbólico: relaciona-se a como o público interpreta as ações da

narrativa em forma de antítese5, ou seja, trata-se do quanto o espectador

consegue discernir as oposições dentro da cena;

O código cultural: refere-se às experiências conhecidas pelo expectador e

que o permite entender o contexto da história contada na cena.

Com base nestes conceitos é possível construir os signos e significados que

contribuem para complexidade da obra audiovisual.

2.2.3. Direção

Todos os componentes citados acima se somam ao ritmo da cena que é ditado de

acordo com a escolha do diretor, que tem o poder de decidir qual a melhor forma de

transmitir a mensagem do roteiro. Para Syd Field (2001, p.155), “O trabalho do diretor é

filmar o roteiro; pegar as palavras do papel e transformá-las em imagem [...].”

A principal responsabilidade do diretor é contar a história e mostrar ao público

aquilo que está no roteiro de forma que o espectador compreenda e envolva-se

emocionalmente. O uso de elementos artísticos auxilia o diretor na hora de fazer as

melhores escolhas no que ele pretende dizer com a ideia apresentada (HUNT et al.,

2013). Em geral, as escolhas feitas pela direção de um filme passam por um processo

criativo e cada diretor define a maneira como contará a história de acordo com suas

experiências e necessidades artísticas (STANISLAVSKI, 1989).

Ao diretor também cabe à função de mostrar o caminho que o ator deve seguir em

cena: o diretor é responsável pelas ações do ator dentro do quadro e deve se mostrar no

controle da cena para manter a ordem no set (FIELD, 2001). O diretor deve usar de

artifícios para manter o ator dentro da cena fazendo com este “entre no personagem” de

maneira tal que o resultado seja a atenção total do público para o que acontece na cena

(STANISLAVSKI, 1964).

5 Figura de linguagem que consiste em construir um sentido através do confronto de ideias opostas.

Extraído do Portal InfoEscola http://www.infoescola.com/linguistica/antitese/ < Acessado em 10/07/14 >

Page 17: PRODUÇÃO AUDIOVISUAL SOBRE A SÍNDROME DE … · Relatório final, apresentado à ... para aguentar minhas faltas e agonias por conta do TCC. Agradeço especialmente a ... para

17

Quando o ator está em cena ele é movido pela ação, ou seja, o que acontece no

quadro e isto sempre vem precedido de um objetivo que é pensado pelo ator antes que

as gravações comecem. Para que isso aconteça, a imaginação do ator tem que ser

ativada pelo diretor que pode fazer isto ao utilizar o artifício do se. O se funciona como

em gatilho emocional que envolve várias circunstâncias dadas pelo diretor e que traz à

tona a emoção do ator, tornando a cena mais verdadeira (STANISLAVSKI, 1964). O se

deve vir acompanhado do uso dos verbos de ação6 que servem como forma de interação

entre os atores: um ator deve responder ao outro e não se focar em si mesmo para que

haja a troca necessária de emoções entre eles.

Segundo Stanislavski7 (1964, p.293), o diretor deve despertar as três forças

motivacionais que todos possuímos: sentimento, mente e vontade. Estes três elementos

aflorados, tornam a cena verdadeira para os atores e consequentemente para o público.

2.2.4. Direção de Fotografia

Após a conclusão do roteiro e escolha do diretor, chega a vez de outro membro

importante da equipe entrar em ação: o diretor de fotografia (DF). O DF tem a função

de mostrar na tela as escolhas do diretor (FIELD, 2001), de acordo com as

possibilidades referentes ao enquadramento, luz, cor, textura, ponto de vista, câmeras e

lentes.

Cabe ao DF materializar essas imagens para que as ideias do diretor apareçam na

tela da maneira como foi imaginada. “As imagens no cinema nunca são vagas. Elas são

inflexivelmente ‘concretas’”. (HUNT et al., 2013, p.15).

Com a elaboração do storyboard8 que muitas vezes é feito pelo próprio DF é

possível ver as imagens enquadradas de acordo com o esperado pelo diretor. Após as

6 Um verbo de ação caracteriza uma atividade expressa por um sujeito agente. Indica um fazer por parte

desse sujeito, que tem traços de atividade - um sujeito que age, realiza ações. Por essas razões compõe

uma frase ativa, com um fazer por parte do sujeito. Extraído do portal Língua Portuguesa em Uso

http://www.lpeu.com.br/q/ksunl < Acessado em 09/07/14 >

7 Konstantin Sergeievich Alekseiev, mais conhecido por Constantin Stanislavski, (Moscou, 5 de

Janeiro de 1863 — Moscou, 7 de Agosto de 1938), foi um ator, diretor, pedagogo e escritor russo de

grande destaque entre os séculos XIX e XX. Extraído de Portal InfoEscola

http://www.infoescola.com/biografias/constantin-stanislavski < Acessado em 11/07/14 >

8 Storyboard são organizadores gráficos tais como uma série de ilustrações ou imagens arranjadas em

sequência com o propósito de pré-visualizar um filme, animação ou gráfico animado, incluindo elementos

interativos em websites. Extraído de Portal Anima Mundi. http://www.animamundi.com.br/storyboard-o-

quadro-a-quadro-da-historia/ < Acessado em 15/06/14 >

Page 18: PRODUÇÃO AUDIOVISUAL SOBRE A SÍNDROME DE … · Relatório final, apresentado à ... para aguentar minhas faltas e agonias por conta do TCC. Agradeço especialmente a ... para

18

escolhas dos quadros parte-se para a definição da iluminação levando-se em conta os

elementos de luz, cor e textura que também fazem parte das escolhas do diretor e do DF

em parceria (MONCLAN, 1999).

Em seguida o DF parte para as escolhas dos planos e quais as melhores câmeras e

lentes que alcancem o resultado desejado. Câmeras e lentes devem ser escolhidas para

trabalharem para o DF com o objetivo se acrescentar significado às imagens (HUNT et

al., 2013), não deve ser uma escolha arbitraria (MONCLAN, 1999).

Cabe ao diretor de fotografia “mostrar o vídeo” e portanto são de responsabilidade

do diretor de arte (DA) as escolhas dos elementos visuais de cada cena. As propostas de

objetos de cena, acessórios, figurinos e maquiagem dos atores também devem contar a

história de acordo com o roteiro e a vontade do diretor. Block (2010, p.1) afirma que os

componentes visuais básicos são encontrados em todas as imagens. São eles: espaço,

linha, forma, tonalidade, cor, movimento e ritmo. Compete ao DF adequar suas escolhas

dentro desses parâmetros.

2.2.5. Direção de Som

Outra parte fundamental na produção de uma obra audiovisual é a direção de som

que tem impacto direto com o resultado final do produto. O diretor de som (DS) tem a

tarefa de capitar o som diretamente da cena, caso seja possível ou que seja uma

exigência do diretor como parte de contar a história. Ao DS também é incumbida

função de delegar a responsabilidade de fazer com que as falas dos atores cheguem com

clareza até a hora da mixagem (OPOLSKI, 2013). Cabe ao DS, além das captações

diretas, acrescentar durante a fase de edição, todos os outros sons que não foram

obrigatoriamente gravados em sincronia com a cena (OPOLSKI, 2013).

O som pode ser dividido em duas categorias: diegético e não-diegético. O som

diegético configura qualquer som que provem do mundo fictício do vídeo. São

exemplos as vozes dos personagens e efeitos sonoros dentro e fora da tela. Já os sons

não-diegéticos são aqueles que referem-se aos sons que não são emitidos do modo

fictício do vídeo. São exemplos a narração, efeitos sonoros dramáticos e/ou imaginários,

além da trilha sonora (HUNT et al., 2013).

Page 19: PRODUÇÃO AUDIOVISUAL SOBRE A SÍNDROME DE … · Relatório final, apresentado à ... para aguentar minhas faltas e agonias por conta do TCC. Agradeço especialmente a ... para

19

A narração funciona como um elemento motivacional quando se vale do código

hermenêutico9 e possibilita o público de manter-se interessado em descobrir aonde este

elemento vai levá-los. Existem três áreas que tratam da posição da narração (HUNT et

al., 2013):

Extradiegética: narração de uma voz exterior e que não pertence a

nenhum personagem conhecido até o momento;

Homodiegética: trata-se do narrador-personagem, onde o personagem fala

direto com a câmera;

Intradiegética: duas ou mais personagens conversando em beneficio da

caracterização da personagem.

Com base nestes conceitos é possível construir os signos e significados que

contribuem para complexidade da obra audiovisual.

2.2.6. Produção

Contudo, uma obra audiovisual dificilmente sairia do papel sem a atuação de uma

peça fundamental da equipe: o produtor. A função do produtor é viabilizar o processo

de construção do produto até que ele esteja concluído (GIANNASI, 2007).

A construção de uma obra audiovisual passa por três fases: pré-produção,

produção e pós-produção. A fase de pré-produção é a etapa referente ao planejamento

e é iniciada pela criação do roteiro, seguida da escolha dos diretores, elenco e equipe de

produção. Ainda na fase de pré-produção, o produtor capta os recursos necessários

através da preparação do orçamento, onde será possível apresentar para os futuros

patrocinadores, se houver, os recursos financeiros imprescindíveis para a viabilização

do projeto (GIANNASI, 2007). Caso não haja patrocinadores, o projeto é geralmente

custeado pelo produtor.

Ainda na fase de pré-produção, o produtor sai em busca das locações que devem

atender ao pedido do diretor, além de providenciar os pedidos feitos pelo diretores de

arte, fotografia e som no que diz respeito a cada uma dessas áreas.

Cabe também ao produtor montar o cronograma de acordo com a necessidade do

projeto em concordância com os horários disponíveis tanto para equipe como para

elenco principal e figuração. No cronograma de trabalho estarão presentes as datas e

prazos que o processo que envolve as três fazes deve levar.

9 Ver página 14.

Page 20: PRODUÇÃO AUDIOVISUAL SOBRE A SÍNDROME DE … · Relatório final, apresentado à ... para aguentar minhas faltas e agonias por conta do TCC. Agradeço especialmente a ... para

20

Em termos gerais, Giannasi (2007, p.21) afirma que é responsabilidade do

produtor montar a infraestrutura do projeto e isto significa:

Viabilizar todas as locações que serão usadas durante as filmagens,

fechando contratos de locação ou cessão;

Proporcionar o melhor acesso de equipe, equipamentos e de serviços;

Providenciar o transporte, a guarda e a segurança dos equipamentos que

serão utilizados;

Providenciar a alimentação de equipe e atores;

Contratar os serviços de limpeza;

Compatibilizar as necessidades da equipe técnica com as possibilidades

oferecidas pela locação;

Garantir a segurança da equipe e artistas.

Após a conclusão da pré-produção, dá-se inicio a produção onde o planejamento

será executado. O produtor utiliza os recursos angariados durante a fase de pré-

produção para sustentar a fase de produção. Também está a cargo do produtor

providenciar a ordem do dia10

junto ao assistente de direção, se houver, ou confeccioná-

la ele mesmo (GIANNASI, 2007).

Encerrada a fase de produção, o produtor acompanha a terceira fase do processo

que é a pós-produção. Nesta última fase acontece a edição e finalização, ou seja, a etapa

de resultados do projeto. O papel do produtor é acompanhar este processo a fim de

verificar o cumprimento dos prazos, evitando atrasos no lançamento do produto

(GIANNASI, 2007).

2.2.7. Edição

Na fase de pós-produção entra o também o trabalho do editor. A função do editor

é em concordância com o diretor, tornar os cortes de edição quase que imperceptíveis ao

público no que diz respeito aos movimentos e ações dos personagens (HUNT et al.,

2013).

Existem dois tipos de técnicas de edição: a linear e a não-linear (DANCYGER,

2013). Na edição linear o público acompanha a história seguindo uma linha

10

A ordem do dia é um documento fundamental para a organização de cada diária de uma filmagem.

Ela informa quais são os atores que trabalharão em cada cena, os objetos e cenários necessários, o

figurino, os horários de cada equipe, entre muitas outras coisas. Extraído do portal Tela Brasil

http://www.telabr.com.br/oficinas-virtuais/texto/145 < Acessado em 09/07/14 >

Page 21: PRODUÇÃO AUDIOVISUAL SOBRE A SÍNDROME DE … · Relatório final, apresentado à ... para aguentar minhas faltas e agonias por conta do TCC. Agradeço especialmente a ... para

21

cronológica, onde um evento é precedido por outro. Já a edição não-linear configura-se

pela sua dependência no enredo e sobre o nosso envolvimento com o personagem

principal (DANCYGER, 2013, p.393). A falta de cronologia na história, permite que o

diretor e o editor trabalhem a narrativa de maneira mais livre.

As escolha de qual tipo de edição será usada de acordo com a estrutura da

narrativa escolhida pelo diretor. Uma edição não-linear trata da inversão da estrutura

comumente conhecida, quando usa de artifícios que quebram a ordem lógica dos fatos

ao inverter ações e percepções dos personagens (HUNT et al., 2013).

2.3 Teoria audiovisual

Para Eisenstein11

(2002), a dialética12

serve como base para as discussões acerca

de uma obra audiovisual. Somente através das contradições encontradas em elementos

conflitantes, podemos extrair a interação que resulta em um produto com profundidade

e dinamismo, ou seja, é capaz de gerar movimento e demonstrar energia. “Porque o

limite da forma orgânica [...] é a Natureza. O limite da forma racional [...] é a Indústria.

Na interseção de Natureza e Indústria está a Arte.” (EISENSTEIN, 2002, p.50). O

conflito gerado entre os elementos que constroem um produto audiovisual resulta em

arte e eleva a qualidade da obra (EISENSTEIN, 2002).

Para ele o plano funciona como uma célula do organismo maior, a montagem

(HUNT et al., 2013). “Plano e montagem são os elementos básicos do cinema.”

(EISENSTEIN, 2002, p.52).

A montagem funciona como a forma dialética de mostrar a história, sendo divida

nos seguintes tipos:

A montagem métrica que tem como base a construção de todas as partes

de acordo com seu tamanho;

11

Serguei Mikhailovitch Eisenstein (Riga, 23 de janeiro de 1898 - Moscou, 11 de fevereiro de 1948) foi

um dos mais importantes cineastas soviéticos. Foi também um filmólogo. Relacionado ao movimento

de arte de vanguarda russa, participou ativamente da Revolução de 1917 e da consolidação

do cinema como meio de expressão artística. Notabilizou-se por seus filmes mudos A Greve, O

Encouraçado Potemkin e Outubro, assim como os épicos históricos Alexandre Nevski e Ivan, o Terrível.

Sua obra influenciou fortemente os primeiros cineastas devido ao seu uso inovador de escritos

sobre montagem. Extraído de IMDB http://www.imdb.com/name/nm0001178/< Acessado em 08/07/14 > 12

A dialética pode ser descrita como a arte do diálogo. Uma discussão na qual há contraposição de ideias,

onde uma tese é defendida e contradita logo em seguida; uma espécie de debate. Sendo ao mesmo tempo,

uma discussão onde é possível divisar e defender com clareza os conceitos envolvidos. Extraído do portal

Info Escola http://www.infoescola.com/filosofia/dialetica/ < Acessado em 08/07/14 >

Page 22: PRODUÇÃO AUDIOVISUAL SOBRE A SÍNDROME DE … · Relatório final, apresentado à ... para aguentar minhas faltas e agonias por conta do TCC. Agradeço especialmente a ... para

22

A montagem rítmica trata do movimento dentro do quadro e que

impulsiona a montagem quando-a-quadro;

A montagem tonal vai além da montagem rítmica e considera todos os

movimentos dentro do quadro, dando o tom que a cena apresenta.

A montagem atonal codifica todas as outras montagens de forma que se

permita uma percepção diretamente fisiológica.

A montagem intelectual é aquela não dos sons e imagens fisiológicos, mas

sim aquela que trata do campo da imaginação e que gera conflitos de

sensações intelectuais associativas.

Estes elementos servem como guia e deve se adequar ao tipo de narrativa proposta

pelo produto.

2.3.1 Equipamentos

Para a produção de uma obra audiovisual são necessários os equipamentos certos

e que possam gerar o resultado esperado, isto claro sem perder a qualidade. Câmeras,

lentes e luzes devem trabalhar em conjunto para formar a imagem ideal para o filme

(MONCLAN, 1999).

Atualmente, câmeras DSLR13

são um dos aparatos mais eficientes para a gravação

de áudio e vídeo e são capazes de gerar imagens de alto nível sem comprometer a

estética visual do filme (OLIVEIRA et al., 2013). Em concomitância com lentes que

facilitam a apresentação visual do vídeo, as câmeras DSRL estão ganhando cada vez

mais espaço por serem de fácil manuseio e transporte.

As lentes são outro ponto importante para concepção visual do vídeo e são

fundamentais no momento de decidir qual o tipo de imagem deve aparecer no quadro.

Para Monclan (1999, p.62), “as lentes são o principal instrumento de trabalho do DF.

Elas são o olho do fotógrafo e responsável pela qualidade de tudo que se registrará [...]”.

Para a escolha da lente que mais se adequa ao projeto deve levar em conta a

profundidade de campo tendo em vista o tamanho do sensor, a distância focal e a

abertura do diafragma (OLIVEIRA et al., 2013). A profundidade de campo trata da

13

DSLR é a sigla em inglês para digital single-lens reflex, que em uma tradução livre seria "câmera

digital de reflexo por uma lente". Isso quer dizer que a DSLR é a versão digital para as antigas câmeras de

filme SLR, em que a luz passa apenas pela lente antes de chegar no sensor — ou no filme, no caso das

câmeras tradicionais. Extraído do portal UOL Noticías http://tecnologia.uol.com.br/guia-

produtos/imagem/ult6186u20.jhtm < Acessado em 07/07/14>

Page 23: PRODUÇÃO AUDIOVISUAL SOBRE A SÍNDROME DE … · Relatório final, apresentado à ... para aguentar minhas faltas e agonias por conta do TCC. Agradeço especialmente a ... para

23

quantidade de objetos que estão a diferentes distâncias da lente e delimitam o que está

ou não em foco. Lentes com foco fixo são muito uteis no que confere ao manuseio do

equipamento e escolha do visual (MONCLAN, 1999). Elas são dividas em macros,

grandes angulares, normais e teleobjetivas. As lentes macro são usadas para captar

imagens muito próximas da lente. As grandes angulares são caracterizadas por causarem

uma distorção nas bordas da imagem e por permitirem um ângulo de visão maior.

Lentes chamadas de normais são usadas geralmente para captação de planos fixos como

planos gerais, médios e americanos. As lentes teleobjetivas são aquelas acima de 70mm

e tem a capacidade de focar o objeto que esteja há metros de distância da lente. São

empregadas nas filmagens de detalhes e em situações que exigem que não haja

aproximação com o objeto filmado (MONCLAN, 1999).

2.3.2 Estética

As escolhas dos planos devem ser feitas de acordo com o que o DF quer mostrar

no vídeo. “O plano tem seu próprio vocabulário, que, para fazer sentido, depende do

contexto da narrativa e da edição.” (HUNT et al., 2013, p.120). Ângulos, tipos de planos

e altura da câmera devem fazer sentido e trazer significado para a história. A câmera

deve ser usada como o olho do espectador e através dela o público deve enxergar a

trama com ajuda desses artifícios (BLOCK, 2010).

Os ângulos são divididos em três tipos: câmera plana, câmera baixa ou contra-

plongê e câmera alta ou plongê. A câmera plana normalmente mostra o plano direto no

assunto da cena. Em geral funciona como expositor dos personagens e coloca o público

de frente para o quadro. Na câmera baixa, comumente chamada de contra-plongê,

indica quando o personagem está numa posição de superioridade em relação a cena. A

câmera alta ou plongê indica exatamente o contrário: o personagem se encontra em uma

situação de inferioridade dentro da cena (HUNT et al., 2013, p.122).

Os planos se caracterizam pela distância e pela forma como mostram os cenários e

personagens. O plano geral (PG) serve para separar superficies, dando ênfase à

distinção entre fundo e primeiro plano (BLOCK, 2010). A câmera normalmente está

distante dos personagens e serve para situar o público sobre onde a cena está

acontecendo. No plano americano o personagem é mostrado do joelho para cima. O

plano médio (PM) mostra os atores da cintura para cima e já se caracteriza uma maior

proximidade da personagem em relação a câmera. O clese-up configura a captação dos

Page 24: PRODUÇÃO AUDIOVISUAL SOBRE A SÍNDROME DE … · Relatório final, apresentado à ... para aguentar minhas faltas e agonias por conta do TCC. Agradeço especialmente a ... para

24

detalhes e geralmente tem o rosto como foco principal. Conota mais intensidade para a

personagem. Por último há o primeiríssimo plano que foca nos detalhes isolados da

cena com o objetivo de capturar gestos e enfatizar emoções (HUNT et al., 2013) .

Os planos podem ser descritos como objetivos e subjetivos. Os planos objetivos

colocam o espectador como observador da cena, onde ele apenas acompanha as ações

dos personagens com imparcialidade. Já o plano subjetivo coloca o espectador na

posição do personagem permitindo que o público viva as emoções de acordo com o que

a personagem vê. O plano subjetivo coloca a câmera em primeira pessoa e por

consequência o público também (HUNT et al., 2013).

Outra técnica que se aplica como intensificador de emoções dentro da cena é o

raccord14

de olhares. Esse método de montagem é utilizado para manter a coerência

espacial dentro da cena (HUNT et al., 2013). Trabalhado de maneira correta, permite

que o público acompanhe a edição de plano e contra-plano dentro de uma cena em que

haja interação entre personagens.

A edição de plano e contra-plano é a maneira como os personagens são

apresentados em conflito dentro da cena permitindo que eles possam interagir sem a

necessidade de estarem dentro do mesmo plano (HUNT et al., 2013). Técnicas de

transição funcionam no momento de editar estes planos bem como mudanças de tom no

vídeo.

O editor pode recorrer às transições como forma de contar a história de acordo

com o visual da narrativa escolhida pelo diretor. Comumente, narrativas não-lineares se

beneficiam desses artifícios como forma de camuflar a falta de continuidade do filme

em que cortes secos15

poderiam deixar mais evidentes (DANCYGER, 2013). Para se

contar uma história todos os elementos visuais são convergidos para transmitir emoções

e mensagens para o público.

Um dos fatores que contribuem esteticamente para essa conversão é a cor. A cor

ou tonalidade é o componente visual refere-se a intensidade de brilho nos objetos dentro

da cena (BLOCK, 2010). “As cores influenciam o ser humano, e seus efeitos, tanto de

14

Raccord é o elemento da montagem fílmica que busca produzir um efeito de continuação entre dois

planos, simulando através de técnicas específicas a sequencialidade de uma ação. Extraído do Portal

Univid http://www.univ-ab.pt/~bidarra/hyperscapes/video-grafias-139.htm < Acessado em 10/07/14 > 15

Cortes secos ocorrem quando a passagem de um plano a outro se dá sem qualquer estado

intermediário: o último frame do plano A é imediatamente sucedido pelo primeiro frame do plano B.

Extraído do Portal Fazendo Vídeo. http://www.fazendovideo.com.br/vtdiedc.asp < Acessado em 10/07/14

>

Page 25: PRODUÇÃO AUDIOVISUAL SOBRE A SÍNDROME DE … · Relatório final, apresentado à ... para aguentar minhas faltas e agonias por conta do TCC. Agradeço especialmente a ... para

25

caráter fisiológico como psicológico, intervêm em nossa vida, [...]” (FARINA et al.,

2011, p.2). As cores despertam sensações de movimento e atuam em nosso corpo sobre

a emotividade, nos permitindo sofrer intervenções inconscientes de acordo com tom que

está sendo observado (FARINA et al., 2011).

A publicidade, a fim de contribuir para nomear elementos que ajudaasem a vender

uma propaganda, desenvolveu as nomenclaturas cores quentes e cores frias (FARINA

et al., 2011). Isto de fato ajudou a separar as sensações causadas pelas diferentes

tonalidades das cores. As cores quentes são definidas são aquelas que parecem no

transmitir a sensação de proximidade, calor, densidade, além de serem estimulantes. Já

as cores frias passam a sensação de vazio, distância e profundidade (FARINA et al.,

2011). Segundo Block (2010, p. 169) não se deve substimar o valor das cores, pois o

público as nota imediatamente e reage a elas emocionalmente.

A luz é outro ponto importante na preparação de um obra audiovisual. Ela serve

para que possamos ver os objetos em cena e identificá-los no quadro (BLOCK, 2010).

Como dito, Monclan afirma que a luz é a principal ferramenta do diretor de fotografia e

que não se pode escolher o tipo de iluminação de maneira leviana. Essas escolhas estão

ligadas também as cores do filme e serão adequadas de acordo com a escolha do diretor

(MONCLAN, 1999).

Para completar as escolhas estéticas importantes para construção do vídeo, é

fundamental trabalhar o som do produto. “O som, tanto qualquer coisa visual, pode criar

espaços realistas convincentes ou distorcer e subverter o realismo.” (HUNT et al., 2013,

p.166).

Uma das técnicas utilizadas para contar a história é a assíncronicidade do som.

Em geral diálogos aparecem na cena na hora em que são ditas pelos atores, contudo

existe a possibilidade de se desconstruir o padrão a fim de proporcionar ao público uma

sensação nova (HUNT et al., 2013). O som assíncrono exerce muito bem essa função

quando permite que o espectador acompanhe a narrativa tendo em contrapartida, a

antítese entre imagem e som.

3. DESENVOLVIMENTO

Os estudos apresentados acima serviram como base para a aplicação prática no

produto técnico durante todas as etapas do projeto. Neste capítulo serão apresentadas as

etapas que fizeram parte da construção do projeto de TCC.

Page 26: PRODUÇÃO AUDIOVISUAL SOBRE A SÍNDROME DE … · Relatório final, apresentado à ... para aguentar minhas faltas e agonias por conta do TCC. Agradeço especialmente a ... para

26

3.1. PRÉ-PRODUÇÃO

Como dito em 2.2.6, a fase de pré-produção é onde acontece o planejamento da

produção da obra audiovisual. Nesta etapa é idealizada a maneira como cada parte do

projeto funcionará na etapa seguinte (produção).

Esta etapa aconteceu durante os meses de abril, maio e junho com as concepções

de roteiro, produção, direção, fotografia, arte e edição.

3.1.1. Roteiro

Como citado no item 2.2.1, o primeiro passo desta produção foi a concepção do

roteiro. Isto foi feito desde abril do corrente ano. Foram necessários nove tratamentos

até que o roteiro pudesse atender os objetivos artísticos, técnicos e sociais importantes

para transmitir a ideia principal do produto. O primeiro roteiro foi escrito de maneira

linear, apenas como forma como base para a estrutura física das cenas e a partir do

segundo roteiro, todas as versões se apresentaram de forma não-linear. O roteiro final

encontram-se no apêndice A.

A história se passa na escola da criança portadora da SA e é contada em forma de

flashback16

onde a professora do menino conversa com sua mãe. Elas estão na sala da

professora (cena 02) e esta relata uma situação que aconteceu há pouco tempo, durante

uma festa de uma colega de sala do portador, onde o protagonista demonstra um

comportamento típico de portadores de SA (cena 01), porém não compreendido pela

professora e pela mãe. O menino não participa da festa, permanecendo o tempo sentado

lendo um livro de Física. A mãe da aniversariante ao observar tal comportamento,

convida o garoto para se juntar as outras crianças. O menino responde de maneira

natural para ele, contudo suas palavras soam ofensivas e isto gera todo o conflito tema

da conversa entre mãe e professora. Todo a trama é acompanhada pelo som de um

brinquedo que tem como objetivo incomodar e despertar a curiosidade do público.

Desde o princípio o conceito da não-linearidade da história esteve presente no

roteiro e os estudos acerca do tema sedimentaram as escolhas desse tipo de narrativa.

Outro ponto fundamental foi a escolha das personagens que de acordo com a

proposta representaram o tripé social que o roteiro pretendia alcançar (família, escola e

16

Flashback também é um termo muito utilizado no cinema, é a interrupção de uma sequência

cronológica narrativa pela interpolação de eventos ocorridos anteriormente. Extraído do portal

Significados.com.br http://www.significados.com.br/flash-back/ < Acessado em 20/07/14 >

Page 27: PRODUÇÃO AUDIOVISUAL SOBRE A SÍNDROME DE … · Relatório final, apresentado à ... para aguentar minhas faltas e agonias por conta do TCC. Agradeço especialmente a ... para

27

portador). Para o protagonista foi escolhido o nome Rafael e as personagens da mãe

dele e da professora permaneceram sem nomes próprios.

Os diálogos também compuseram o tom da história como forma de transmitir a

mensagem sem abandonar as técnicas apresentadas no tópico 2.2.2. Como observado

em 2.2.5, a narração extradiegética17

foi a solução encontrada como forma de montar a

narrativa de maneira não-linear, dando intensidade ao enrendo e conduzindo o flashback

através das vozes das personagens da mãe e da professora.

3.1.2. Produção

Durante essa primeira fase, que se iniciou no mês de maio a função de produtor

ficou restrita as preparações providências de produção, orçamento, cronograma e

formação da equipe, além da busca pela locação e patrocínio.

No mês de abril, foram convidados a participarem do projeto, alunos que

atualmente estão no 2º período do curso de Mídias Digitais. Esta opção foi feita com o

propósito de afastar qualquer possibilidade de participação criativa durante o processo,

pois em tese, os alunos iniciantes ainda não possuem conhecimento suficiente para

compreender sobre os níveis de comprometimento que envolve um projeto de TCC.

Os cargos foram distribuídos na pré-produção, mas só foram exercidos na fase

seguinte. Formaram a equipe os alunos Victor Hugo como assistente de produção,

Matheus Lopes como assistente de produção, Matheus Fernandes como iluminador,

Nicole Sousa como maquiadora e claquete, Adelcídio Oliveira como assiste de som,

Hugo Duarte, e Guilherme Pontes Leitão (única exceção ao P2) como fotógrafos de

bastidores.

O orçamento foi preparado logo em seguida e os gastos foram arcados pela

realizadora do projeto. No documento foram apontados os gastos referentes a

alimentação, transporte e compra de objetos de cena. O orçamento completo com seu

valor total encontra-se no apêndice B.

Em seguida foi preparado o cronograma de acordo as disponibilidades de horário

tanto da realizadora como da equipe, onde todos os dias a partir da sua elaboração foram

ocupados com atividades referentes ao TCC. O cronograma encontra-se no apêndice C.

17

Ver página 17.

Page 28: PRODUÇÃO AUDIOVISUAL SOBRE A SÍNDROME DE … · Relatório final, apresentado à ... para aguentar minhas faltas e agonias por conta do TCC. Agradeço especialmente a ... para

28

Ainda na fase de pré-produção, foram feitas pesquisas sobre onde seria o melhor

local para as gravações. Como a história se passa em dois cenários diferentes, festa e

sala da professora, foram buscadas soluções que permitissem fácil acesso tanto da

equipe de produção como do elenco e figuração.

Com objetivo de atender as propostas artísticas, as locações que foram visitadas

tiveram como base o critério de maior proximidade com os cenários pretendidos. Com

isso as cenas da festa e da sala da professora, forma escolhidas de acordo com esse

critério.

Para a cena 01 - que se passa na escola onde o portador estuda – os locais visados

foram escolas de ensino infantil e que tivessem uma caracterização do espaço de acordo

com o apresentado em 3.1.5. Com intuito de deixar a criança que faria o personagem

principal mais confortável e seguro, a própria escola onde ator Hyan Rafael estuda foi

escolhida como locação para a cena da festa. A escola Lápis na Mão, situada no Ernesto

Geisel, sob responsabilidade da srª Elenilde Paulino, foi contactada e cedeu o espaço de

forma gratuita.

Para cena 02, foram pesquisadas locações que também se adequassem ao sugerido

em 3.1.5. As salas de reunião entre pais e professores das próprias escolas visitadas para

cena da festa foram pensadas como locação para cena 02, porém a escola Lápis na Mão

não possui tal espaço, portanto o local para a cena teria que ser em outro lugar.

O DEMID, Departamento de Mídias Digitais, apresentou-se como a solução mais

viável para a cena 02 e a utilização do espaço foi cedida pelo coordenador do curso,

professor Cléber Morais e pelo chefe de departamento, professor Rubens Weyne.

Em seguida as definições dos locais de gravação, foi feita uma lista de materiais

referentes as necessidades da Direção de Arte e antes das gravações foram feitas as

compram a fim de cumprir os objetivos descritos em 3.1.5. Nem todos os objetos

puderam ser adquiridos, porém foi conseguido dois patrocínios importantes: a

decoração para a cena da festa foi cedida pela Kiara Decorações18

e o bolo decorativo

pelo Atelier Paula Montenegro19

.

18

Kiara Decorações https://www.facebook.com/pages/Kiara-Eventos-e-

Decora%C3%A7%C3%B5es/257431904371063?sk=info

19

Atelier Paula Montenegro https://www.facebook.com/AtelierPaulaMontenegro?fref=ts

Page 29: PRODUÇÃO AUDIOVISUAL SOBRE A SÍNDROME DE … · Relatório final, apresentado à ... para aguentar minhas faltas e agonias por conta do TCC. Agradeço especialmente a ... para

29

As providências de produção se encerraram nesta primeira etapa com compra da

alimentação para equipe durante os dois dias de gravação. A lista de providências de

produção se encontra no apêndice D.

3.1.3. Direção

De acordo com o exposto em 2.2.3, as escolhas para a direção foram feitas de

acordo com estudos sobre o tema, mas também sob forte inspiração de outros vídeos

que tem a área da saúde como tema.

Buscou-se mostrar o portador da SA de maneira que o espectador pudesse

compreender as adversidades enfrentadas por quem sofre com o problema. De acordo

com a proposta a ideia era de isolar o personagem principal a fim de colocá-lo em uma

posição de solidão em contraste com as outras crianças que aparecem comemorando o

aniversário. Para as personagens da mãe e da professora, pensou-se a ideia de

enfretamento entre as instituições sociais que elas representam, mas que ainda não tem

informações sobre o transtorno: Família X Escola.

A preocupação com a direção de atores foi outro ponto importante na primeira

fase do projeto e os estudos apresentados em 2.2.3 sustentaram o planejamento da forma

como a realizadora guiaria os atores em cena. Foram preparadas listas que auxiliaram no

desempenho da diretora durante a etapa de produção.

Baseados nos conceitos apresentados por Stanislavski foram estudadas técnicas

para preparação dos atores que tornassem as gravações mais fluídas e tornassem as

atuações as mais naturais e verdadeiras de acordo com cada personagem.

A primeira lista produzida foi a dos assuntos dos diálogos para facilitar no

momento da direção. Em seguida foi confeccionada a lista de direção de atores, onde se

é observada a metodologia de Stanislavski sendo implementada: os verbos de ação e os

subtextos de todos os personagens foram colocados em uma planilha que auxílio que

teve fundamental importância durante as gravações. Ver planilha completa no apêndice

E.

Para protagonizarem o trio principal de personagens foi proposta a escolha de

duas atrizes que já tivessem atuando antes, mas que não fossem profissionais formadas.

As selecionadas para os papéis principais foram Cely Freitas como a Mãe do Rafael e

Bárbara Santos como a Professora. Para o papel do protagonista, foi escolhido ator

estreante, Hyan Rafael, 6 anos, que havia feito uma participação em um trabalho de

Page 30: PRODUÇÃO AUDIOVISUAL SOBRE A SÍNDROME DE … · Relatório final, apresentado à ... para aguentar minhas faltas e agonias por conta do TCC. Agradeço especialmente a ... para

30

classe na disciplina de Edição II em 2013.1. Nas figuras 1, 2 e 3, seguem os três atores

que atuaram como o portador, a mãe e a professora respectivamente.

Para cena 01 foi planejado o convite de amigos próximos para atuarem como

figuração adulta, além do convite para algumas crianças na faixa de 6 a 10 anos para

atuarem também como figurantes. De acordo com o roteiro, duas personagens ganham

destaque entre a figuração. São elas a aniversariante (Raissa) e sua mãe (Mãe de

Raissa).

Figura 1 – Hyan Rafael – protagonista

Fonte: Internet

Figura 2 – Cely Farias – mãe do protagonista

Fonte: Internet

Figura 3 – Bárbara Santos – professora do protagonista

Fonte: Internet

Page 31: PRODUÇÃO AUDIOVISUAL SOBRE A SÍNDROME DE … · Relatório final, apresentado à ... para aguentar minhas faltas e agonias por conta do TCC. Agradeço especialmente a ... para

31

3.1.4. Direção de Fotografia

A direção de fotografia teve como base os estudos expostos em 2.2.4 e 2.3.1 e que

fomentaram as escolhas da fotografia no que diz respeito ao quadro, luz, cor, textura,

ponto de vista, câmeras e lentes.

De acordo com 2.2.4, a primeira tarefa foi a criação do storyboard de acordo com

a proposta do roteiro. Todos os quadros do vídeo foram desenhados pela realizadora de

modo que servisse como guia nas gravações. Seguem abaixo dois quadros (figuras 4 e

5) retirados do storyboard que encontrasse completo no apêndice F.

Em paralelo a confecção do storyboard, foram escolhidos os planos de acordo

com o apresentado em 2.3.1. Os planos idealizados seguiram as teorias estudadas e

juntamente com os ângulos propostos, indicaram a melhor forma de gravar as cenas em

acordo com os objetivos da direção. As escolhas se seguiram por esse critério e o uso

dos planos médio e close-ups exibidos em plongê e contra-plongê na maioria das cenas

se mostrou a escolha ideal para mostrar a história.

Outra escolha feita pela realizadora foi o uso de planos subjetivos com câmeras

em primeira pessoa com objetivo de atender a proposta da direção que foi o de

Figura 4 - Storyboard - quadro 2

Fonte: autoral

Figura 5 – Storyboard – quadro 5

Fonte: autoral

Page 32: PRODUÇÃO AUDIOVISUAL SOBRE A SÍNDROME DE … · Relatório final, apresentado à ... para aguentar minhas faltas e agonias por conta do TCC. Agradeço especialmente a ... para

32

intensificar a sensação do público de acordo com o estudado em 2.3.1. Para concretizar

a ideia proposta em 3.1.3 colocar o protagonista em um canto da sala onde ele não

tivesse contato com as outras crianças. Em oposição as crianças e seus pais aparecem do

outro lado da sala sob a perspectiva do olhar do personagem.

Os equipamentos escolhidos para captação dessas imagens também foram

escolhidos de acordo com o apresentado em 2.3.1, tendo sempre o objetivo de exibir

uma imagem de qualidade e que pudesse transmitir a proposta da direção de maneira

correta. Após a escolha foi preparada a lista de equipamentos necessários para a

produção do vídeo.

3.1.5. Direção de Arte

As direções artísticas propostas foram baseadas nos estudos observados em 2.2.2.

e 2.3.1. Todos os objetos de cena, bem como figurino, maquiagem e cores tem o

propósito de ajudar a contar a história, auxiliando a proposta da direção.

Para a cena da festa foram idealizados objetos que representassem o ambiente de

uma festa infantil, com o uso predominante de cores quentes com várias tonalidades.

Isso contribui para acentuar a diferença entre o local onde as crianças que comemoram a

festa estão de onde o protagonista se encontra isolado. Esses objetos funcionam como

signos para a cena, servirem como localizador espacial para que o público entenda onde

acontece a festa. Segue abaixo a locação da cena 01 antes da gravação nas figuras 6 e 7.

Figura 6 – Escola Lápis na Mão

Fonte: autoral

Page 33: PRODUÇÃO AUDIOVISUAL SOBRE A SÍNDROME DE … · Relatório final, apresentado à ... para aguentar minhas faltas e agonias por conta do TCC. Agradeço especialmente a ... para

33

Para a cena 02, os objetos representam o local onde acontece a conversa entre a

mãe e a professora ressaltando o contraste com a cena 01. Na sala da professora os

objetos também fazem oposição ao que está sendo narrado e funcionam como signo

para esta cena. As cores predominantes são frias com o uso de tons escuros para realçar

o embate entre mãe e professora.

Os figurinos foram idealizados de acordo com a cor que cada cena tinha como

principal: para a cena 01 os figurantes deveriam usar roupas coloridas e sociais e as

crianças vestidas de camiseta branca e jeans. Para o elenco principal foram pensadas

roupas menos chamativas para poder equilibrar as duas cenas. A mãe de roupa social e a

professora com o uniforme da escola. A maquiagem também foi planejada: marcante e

colorida para as figurantes e sóbria para a mãe de Rafael e a professora.

3.1.6. Edição

As referências para a edição foram baseadas nos estudos apresentados em 2.3 e

2.3.1. Baseada na não-linearidade do roteiro, a edição foi pensada desde o início da

produção como forma de exibir o resultado final em acordo com a proposta da direção,

funcionando como o reflexo de todo o projeto.

Inspirada no vídeo Carly’s Voice - Video Experience Austism Through Carly's

Eyes20

, a edição foi idealizada para convidar o público a se tranportar para os olhos do

personagem principal e acompanhar sua perspectiva ao vivenciar a experiência de como

é sofrer da Síndrome de Asperger.

20

Carly's Café - Experience Autism Through Carly's Eyes

https://www.youtube.com/watch?v=KmDGvquzn2k

Figura 7 – Escola Lápis na Mão

Fonte: autoral

Page 34: PRODUÇÃO AUDIOVISUAL SOBRE A SÍNDROME DE … · Relatório final, apresentado à ... para aguentar minhas faltas e agonias por conta do TCC. Agradeço especialmente a ... para

34

O uso de efeitos de pós-prdução existiu desde o princípio do projeto, pois as

imagens finais dificilmente seriam produzidas durante a gravação devido a falta de

recursos.

O som também esteve presente durante o planejamento na pré-produção e as

escolhas para edição de som foram baseadas nos estudos observados em 2.2.5. O som

não-diegético acompanhando pelo narração extradiegética foram idealizados para guiar

o espectador durante a edição não-linear que acompanha a proposta da narrativa.

Não foi idealizado captura de som direta, pois de acordo com a proposta da

direção, todo o áudio seria feito na pós-produção com a gravação das falas feita pelas

atrizes no estúdio com a supervisão do técnico de som, Lucas Brandão.

3.2. PRODUÇÃO

Como dito em 2.2.6, a fase de pré-produção é onde acontece a execução do

planejamento feito durante a etapa de pré-produção. O objetivo desta fase foi produzir o

conteúdo que serviu como material de trabalho para a pós-produção.

A produção ocorreu nos dias 20 e 21 de junho do corrente ano.

3.2.1. Roteiro

Nesta fase, o roteiro teve fundamental importância, funcionando como guia para a

direção e elenco. Foram feitas algumas modificações nos diálogos a pedido das atrizes

que sugeriram falas mais naturais para ambas. O pedido foi acatado e algumas linhas

foram adaptadas de forma espontânea por elas. Isto tornou as falas mais verdadeiras.

A única exceção foi a fala que o ator Hyan Rafael deveria falar ao final do roteiro:

de acordo com as pesquisas feitas sobre o transtorno, foi observado que portadores da

SA são capazes de falar sobre coisas que fogem do universo habitual das crianças,

contudo o ator não foi capaz de dizer a fala. Hyan Rafael não possui Síndrome de

Asperger, portanto não consegue entender sobre o assunto abordado no diálogo. Foram

feitas alterações no roteiro e mesmo assim ele não conseguiu dizer a fala completa.

3.2.2. Produção

Durante os dias de gravação foram colocados em prática tudo que foi preparado

na fase de pré-produção e tudo saiu conforme o planejado. Não houve atrasos na

gravação e o cronograma foi executado perfeitamente.

Page 35: PRODUÇÃO AUDIOVISUAL SOBRE A SÍNDROME DE … · Relatório final, apresentado à ... para aguentar minhas faltas e agonias por conta do TCC. Agradeço especialmente a ... para

35

Nesta fase a equipe de alunos do 2º período pode atuar mais ativamente de acordo

com as tarefas que foram distribuídas ainda na pré-produção. Com intuito de não

estender o relatório, além do necessário, apenas as divisões do primeiro dia serão

anexadas.

Foram recolhidas também as autorizações de direito de imagem de todos os que

aparecem no vídeo como forma de garantir a divulgação do projeto.

3.2.3. Direção

Na produção, a excelência das atrizes foi tanta que as gravações correram da

melhor forma possível. Não houve necessidades de muitas tomadas21

e o elenco

conseguiu o objetivo proposto pela direção.

A figuração também contribuiu para o andamento organizado das filmagens e

tanto adultos como crianças, representaram seus papéis de forma satisfatória, segundo a

direção proposta.

O único obstáculo foi a desistência da figurante que faria o papel da mãe de

Raissa. Por motivos de saúde, a mesma não pode comparecer, avisando sobre o ocorrido

um dia antes da gravação da cena 01. Em virtude disso foi necessária a entrada da

realizadora do projeto para o elenco: mesmo tendo entrado em contato com outra

pessoa, não foi possível encontrar substituta a tempo, portando a diretora fez uma

participação no vídeo. Isso não gerou nenhum problema no tocante a direção.

Foram preparadas as decupagens de cena completas para os dois dias de gravação

com objetivo de guiar a ordem na qual as cenas foram gravadas. Coube ao assistente de

direção, o estudante Matheus Lopes, auxiliar nesta tarefa informando qual a próxima

parte a ser gravada e qual lente seria usada.

3.2.4. Direção de Fotografia

Os equipamentos utilizados para captação das imagens foram uma DSRL Nikon

D7100 full HD com duas lentes cambiáveis: uma 50mm para os PG’s e PM’s e uma

60mm para captação dos detalhes. A proposta foi manter sempre o primeiro plano em

21

Na filmagem, a tomada é cada captura feita de um determinado plano do filme, com o objetivo de se

chegar àquele mais perfeito, no julgamento da equipe e especialmente do diretor. Extraído do Portal

Primeiro Filme http://www.primeirofilme.com.br/site/o-livro/nocoes-basicas-da-estrutura-de-um-filme/ <

Acessado em 20/07/14 >

Page 36: PRODUÇÃO AUDIOVISUAL SOBRE A SÍNDROME DE … · Relatório final, apresentado à ... para aguentar minhas faltas e agonias por conta do TCC. Agradeço especialmente a ... para

36

foco e desfocando o segundo, gerando assim imagens de acordo com a proposta da

direção.

Durante as gravações a fotografia enfrentou problemas com a iluminação. Não foi

possível adquirir os refletores necessários para o alcance da luz ideal para cada cena

nem a compra de gelatinas que pudessem controlar a luz dentro do set. Também não foi

possível a aquisição de rebatedores que pudessem diminuir a intensidade do único

refletor usado para as duas cenas. Foi usado o refletor com uma lâmpada halógena de

300/500W da marca Decorlux. Não houve necessidade do uso do tripé e a câmera foi

operada apoiada por um suporte feito a mão.

A câmera e lentes foram usadas da maneira pretendida e ajudaram a contornar o

problema da iluminação por serem equipamentos de boa qualidade, contudo foi

inevitável que a luz ficasse superexposta e isto gerou mais trabalho durante a pós-

produção quando o problema teve que ser contornado.

Seguem abaixo as figuras 9 e 10, que mostram como ficaram as cenas 01 e 02,

respectivamente em decorrência da luz.

3.2.5. Direção de Arte

Os objetos de cena foram dispostos de acordo com o proposto em 3.1.5 e

mantiveram-se os signos de cada cena juntamente com as escolhas da direção. Mesmo

com a falta de alguns objetos que não foram conseguidos pela produção, a essência da

Figura 9 - cena 01 com iluminação

Fonte: autoral

Figura 10 - cena 02 com iluminação

Fonte: autoral

Page 37: PRODUÇÃO AUDIOVISUAL SOBRE A SÍNDROME DE … · Relatório final, apresentado à ... para aguentar minhas faltas e agonias por conta do TCC. Agradeço especialmente a ... para

37

direção de arte não se perdeu e o trabalho apresentou o visual adequado. A deficiência

da luz também não atrapalhou e do ponto de vista da direção de arte, as cores ficaram

melhores do que o esperado.

Os figurinos e maquiagem da figuração adulta ficaram de acordo com o planejado,

porém as crianças não puderam se vestir como pretendido, incluindo o protagonista. As

personagens da mãe e da professora também conseguiram alcançar o objetivo proposto.

Os cenários foram montados de acordo com as possibilidades da produção e

apesar de alguns desfalques, não houve prejuízos para direção de arte. O cenário da

festa foi montado de acordo com o idealizado, mas o mesmo não ocorreu com o cenário

da cena 02. Devido a problemas espaciais na sala da coordenação, um novo cenário teve

que ser montado na sala dos professore do DEMID. Os objetos tiveram que ser

realinhados de acordo com o espaço que a cena ocupou. Seguem abaixo as figuras 11 e

12 que ilustram como ficaram os cenários 01 e 02, enquanto ainda eram montados.

3.2.6. Edição

Figura 11 – cenário 01

Fonte: autoral

Figura 12 – cenário 02

Fonte: autoral

Page 38: PRODUÇÃO AUDIOVISUAL SOBRE A SÍNDROME DE … · Relatório final, apresentado à ... para aguentar minhas faltas e agonias por conta do TCC. Agradeço especialmente a ... para

38

A edição nesta fase foi repensada no que diz respeito a correção de cor devido aos

problemas enfrentados com a iluminação. Durante a produção acreditava-se que as

correções existiriam para realçar as cores apresentadas no vídeo, porém devido a luz

muito forte que acabou alterando a intensidade das cores, foram pensados os usos

camadas de ajuste que pudessem diminuir o impacto causado pelos tons quentes.

Não houve captação de áudio na cena 01, pois todo som seria gravado e editado

na pós-produção. Contudo, para cena 02 houve a necessidade de captação para fala do

protagonista. O estudante, Adelcídio Oliveira ficou encarregado de fazer a captura

utilizando os equipamentos dispostos pelo DEMID. Foram utilizados o microfone

shotgun e um gravador portátil Tascam DR-40.

3.3. PÓS-PRODUÇÃO

Como dito em 2.2.6, a pós-produção é a última etapa do processo de produção de

uma obra audiovisual. Nela acontece a construção e apresentação do resultado final de

todo o projeto de acordo com o material captado na fase de produção. Na pós-produção

também permanecem os atributos planejados dentro da pré-produção, porém passiveis

de mudança de acordo com as necessidades observadas.

Nesta etapa foram feitas as análises e escolhas sobre como contornar o problema

técnico ocorrido na produção e a construção do produto de acordo com a proposta do

roteiro e direção.

3.3.1. Roteiro

O roteiro permaneceu como guia durante a fase de pós-produção. Contudo, devido

aos problemas técnicos citados em 3.2.4, foram necessárias algumas modificações da

história em favor da narrativa, porém nenhum elemento do roteiro foi extraído e a

história permaneceu a mesma.

Não houve mudanças nos diálogos, porém algumas imagens sofreram cortes ou

tiveram que ser excluídas a partir do momento que algumas tomadas não puderam ser

utilizadas em virtude do problema com a luz.

3.3.2. Produção

Page 39: PRODUÇÃO AUDIOVISUAL SOBRE A SÍNDROME DE … · Relatório final, apresentado à ... para aguentar minhas faltas e agonias por conta do TCC. Agradeço especialmente a ... para

39

A produção funcionou nesta etapa como controlador do tempo para preparação do

vídeo e confecção do relatório final, obedecendo ao cronograma proposto na fase

inicial.

Ainda na pós-produção foram confeccionadas as declarações de participação dos

membros da equipe como forma de garantir as horas-extras curriculares asseguradas

como válidas pela coordenação do curso, na pessoa da professora Signe Deise Castro.

3.3.3. Direção

A primeira tarefa da direção na pós-produção foi a gravação da narração com as

atrizes no estúdio do DEMID. Sob a supervisão técnica de Lucas Brandão, as atrizes

levaram cerca de uma hora e meia entre a preparação vocal e o encerramento da

gravação.

Por já estarem habituadas ao texto que foi ensaiado durante as gravações do vídeo,

não houve necessidade de serem feitas muitas tomadas e a gravação fluiu como

esperado. As direções foram passadas de acordo com a planilha feita na pré-produção22

.

Na pós-produção a direção teve papel decisivo no que diz respeito as mudanças na

maneira como a narrativa foi apresentada. Após a seleção das melhores tomadas dentro

de cada cena, a primeira versão do vídeo foi montada, porém não atendeu as

expectativas da direção.

Foram feitos mais quatro cortes até que o resultado final ficasse satisfatório. Os

elementos do roteiro foram preservados, porém houve mudanças na forma como as

imagens ficaram montadas. Contudo, isto não prejudicou a história e mensagem

principal permaneceu a mesma conseguindo ser transmitida como idealizada desde o

início do projeto.

3.3.4. Direção de Fotografia

Durante a edição, foram trabalhadas as correções de cores com objetivo de

contornar o problema técnico enfrentado na produção.

Como forma de dar ao vídeo um aspecto que remetesse ao flashback, foram

acrescentados vídeos com luzes que não foram conseguidas durante as gravações.

Chamadas de LightLeaks, essas luzes contribuíram para a fotografia final do vídeo

através das cores e formas que serviram tanto para iluminação da cena propriamente

22

Ver planilha no apêndice 08.

Page 40: PRODUÇÃO AUDIOVISUAL SOBRE A SÍNDROME DE … · Relatório final, apresentado à ... para aguentar minhas faltas e agonias por conta do TCC. Agradeço especialmente a ... para

40

dita como para efeitos de transição entre os cortes. Segue abaixo a figuras 13 que

demonstram como ficaram as imagens finalizadas em decorrências dos efeitos de

correção de cor.

3.3.5. Direção de Arte

Nesta fase o objetivo foi preservar ao máximo os elementos citados em 3.1.5 com

o objetivo de mostrar os signos discutidos em 2.2.2. Mesmo com a velocidade dos

cortes, foi possível preservar estes signos mantendo as escolhas da direção de fotografia.

Segue abaixo alguns exemplos de como esses signos podem ser observados no

vídeo final (figuras 14 e 15).

Figura 14 – signo na cena 01

Fonte: autoral

Figura 13

Fonte: autoral

Page 41: PRODUÇÃO AUDIOVISUAL SOBRE A SÍNDROME DE … · Relatório final, apresentado à ... para aguentar minhas faltas e agonias por conta do TCC. Agradeço especialmente a ... para

41

3.3.6. Edição

Na pós-produção foi onde a edição foi executada. De acordo com os estudos feitos

em 2.2.2 e 2.3.1 as imagens puderam ser manipuladas de acordo com a proposta do

projeto. Todo vídeo foi montado e finalizado nos softwares Adobe® Premiere Pro CS6

e After Effects CS6. Foi usado também o plugin Magic Bullet da Red Giant® para

efeitos de correção de cor e texturas.

A tarefa inicial da edição foi fazer o primeiro corte de acordo com o roteiro e

proposta da direção. Todas as tomadas selecionadas para edição estavam no formato

1920x1080p, bem como o produto final que encontra-se neste mesmo formato.

Como mencionado em 3.3.3, após esse primeiro corte foi observada pela direção,

a necessidade de mudar a ordem de como as imagens apareciam no vídeo. Isto foi feito

até que a versão nº 04 fosse escolhida como a ideal.

Após a montagem final, foi a vez do áudio receber o tratamento de finalização e

com auxílio do técnico Lucas Brandão foi feito o desenho de som que compõe o vídeo.

A primeira atividade foi a gravação do som produzido pelo brinquedo que o

protagonista traz na mão. Em seguida, usando software Protools®, a trilha foi montada

e logo após inseridos os efeitos que finalizaram o desenho de som em virtude da

narrativa não-linear.

O próximo passo foi a finalização do material, a partir da correção de cor. No

Premiere foram feitas as correções mais elementares como realce de brilho e contraste,

além das diminuições dos tons de RGB na tentativa de contornar o problema com a luz

onde foi necessário. No After Effects foram inseridos os efeitos de distorção e o

acréscimo de texturas segundo a proposta da direção. Seguem abaixo as figuras 15 e 16

que atestam a utilização dos dois softwares durante a pós-produção.

Figura 15 – signo na cena 02

Fonte: autoral

Page 42: PRODUÇÃO AUDIOVISUAL SOBRE A SÍNDROME DE … · Relatório final, apresentado à ... para aguentar minhas faltas e agonias por conta do TCC. Agradeço especialmente a ... para

42

Na edição foi possível concretizar a narrativa não-linear em concomitância com o

áudio a fim de materializar a escolha deste tipo de formato de enredo. Foram

acrescentados também os textos no início e no final que foram pensados no roteiro. Isto

promoveu a característica de propaganda do produto. Os créditos foram colocados ao

final do vídeo e para facilitar a leitura, o título do vídeo apresenta-se diferente do título

do projeto, pois este é longo demais para fins estéticos.

Em seguida o vídeo foi postado no Youtube, porém só terá visualização aberta

para o público após a apresentação da defesa. Abaixo, a figura 17 que atesta a postagem

no site de compartilhamento. O CD com o arquivo do produto final gravado como

dados, encontra-se no apêndice G.

Figura 15 – Premiere CS6

Fonte: autoral

Figura 16 – After Effects CS6

Fonte: autoral

Page 43: PRODUÇÃO AUDIOVISUAL SOBRE A SÍNDROME DE … · Relatório final, apresentado à ... para aguentar minhas faltas e agonias por conta do TCC. Agradeço especialmente a ... para

43

4. CONCLUSÃO

O resultado apresentado no presente Trabalho de Conclusão de Curso alcança seu

objetivo principal que é o uso das ferramentas audiovisuais no âmbito social como

forma de expandir as áreas de atuação do produtor de conteúdo formado pelo curso de

Mídias Digitais.

Com um tema que foge das demandas recorrentes de profissionais que trabalham

com audiovisual (geralmente, obras ficcionais), o produto apresentado permite novas

possibilidades de ação dentro do campo social, abordando um assunto que não é de

conhecimento da população em geral.

A Síndrome de Asperger se mostra uma realidade na vida de muitas crianças que

enfrentam dificuldades diárias dentro de suas casas e na escola devido a falta de

conhecimento sobre o assunto por pais, amigos e professores. Neste ponto o

vídeo/propaganda exposto, cumpre seu papel de levar informações que possam alertar

pais e mestres no tocante ao portador que apresenta o comportamento social típico da

criança com SA.

4.1. Reflexão Crítica e Limitações do projeto

O objetivo geral de “desenvolver um vídeo que, através de uma linguagem

audiovisual adequada que mostre a Síndrome de Asperger, suas dificuldades e a melhor

Figura 17 – Youtube

Fonte: autoral

Page 44: PRODUÇÃO AUDIOVISUAL SOBRE A SÍNDROME DE … · Relatório final, apresentado à ... para aguentar minhas faltas e agonias por conta do TCC. Agradeço especialmente a ... para

44

maneira de lidar com a doença” foi alcançado com sucesso de acordo com o

apresentado no resultado final referente a minuta entregue durante a disciplina de TCC-

0 em 2013.1.

A opção de fazer um produto como TCC partiu do princípio que tenho de que

alunos de Comunicação em Mídias Digitais que não pretendem seguir a carreira

acadêmica devem fazer um projeto técnico com intuito de aplicar os conhecimentos

absorvidos durante todo curso permitindo que a inserção no mercado de trabalho seja

facilitada com apresentação do produto no portfólio.

Com base nesse princípio, a escolha de um produto audiovisual se tornou óbvia,

pois será a área na qual pretendo me especializar e a junção com elementos de caráter

social e da saúde, fazem com que este projeto seja tão importante.

Ao finalizar o produto me sinto realizada com o resultado e acredito que alcancei

as expectativas referentes ao meu objetivo principal que é levar informação sobre a

Síndrome de Asperger. Enquanto produtora de conteúdo, acredito que cumpri meu

papel de produzir um material à altura do que foi absorvido durante a graduação e

exigido em sala de aula.

Devido a falta de recursos e tempo para captação, não pude adquirir todas as

providências de produção necessárias para a melhora da estética do vídeo. Mesmo

ficando satisfeita com o que pude conseguir, sentiria meu trabalho mais completo se

tivesse encontrado esses itens de acordo com planejado pela direção de arte.

Porém, sem dúvidas a iluminação foi o item mais limitador do meu projeto no

tocante a fotografia: por não ter condições financeiras de locar ou até mesmo comprar

equipamentos, enfrentei problemas sérios por não conseguir a luz desejada. Só tive

acesso a um pequeno refletor emprestado por um colega de classe e que não foi

suficiente para iluminar as cenas da maneira adequada.

O último ponto limitante do projeto foi a dificuldade que a criança que interpretou

o personagem principal teve ao dizer a única fala proposta para ele. Por ser uma criança

de apenas 6 anos e que não possui experiência como ator, não foi possível fazê-lo dizer

a explicação completa sobre o brinquedo que estava em suas mãos. A frase era difícil e

ele não soube dizê-la nem mesmo com as modificações feitas para tornar a fala mais

fácil.

Page 45: PRODUÇÃO AUDIOVISUAL SOBRE A SÍNDROME DE … · Relatório final, apresentado à ... para aguentar minhas faltas e agonias por conta do TCC. Agradeço especialmente a ... para

45

Não foi possível gravar novamente, pois não houve recursos financeiros para

alugar a câmera usada na captação das imagens, além do que a criança que interpretou o

personagem principal também não tinha mais disponibilidade.

4.2. Contribuição para o desenvolvimento científico e social

O trabalho contribui cientificamente no que diz respeito a abrangência das áreas

de atuação do profissional de mídias digitais dentro das possibilidades de trabalhar em

parceria com outras áreas do campo acadêmico. O produto audiovisual apresentado

permite que o conhecimento adquirido dentro da sala de aula durante a graduação possa

e deva ser usado com intuito de expandir as experiências profissionais dos recém-

formados, mesmo que fora da área das ciências humanas.

Ao que se refere a sua relevância no âmbito social, o produto suporta o objetivo

final que é o de levar informação sobre a Síndrome de Asperger até as camadas da

sociedade onde seus portadores enfrentam os maiores problemas: o vídeo cumpre seu

papel de notificar o assunto dentro da família e escola, mostrando uma situação onde

uma criança portadora de SA se depara com a falta de conhecimento daqueles que em

tese, deveriam lhe apoiar.

4.3. Proposta de Investigação e Projetos futuros

Acredito que o produto final contribui para que narrativas não-lineares sirvam

como objetos de estudos no que diz respeito a sua estrutura e possibilidade de criação

infinita. Este tipo de narrativa, se bem utilizada, agrega qualidade e enriquece o roteiro

em sua complexidade.

O produto também abre espaço para produções artísticas profissionais de caráter

social e que tenham como foco a solidariedade e compromisso com quem realmente

precisa ser ouvido e visto.

No tocante a Síndrome de Asperger, existem inúmeras características que não

tiveram como ser abordadas neste produto, mas que cabem estudos e realizações de

projetos que possam contribuir para o conhecimento maior de seus efeitos em

portadores não apenas crianças, mas em adolescentes e adultos que também sofrem com

o transtorno.

Pretendo encaminhar o produto final para instituições que trabalhem com

portadores de SA e também com autistas, a fim de promover o projeto, além de

Page 46: PRODUÇÃO AUDIOVISUAL SOBRE A SÍNDROME DE … · Relatório final, apresentado à ... para aguentar minhas faltas e agonias por conta do TCC. Agradeço especialmente a ... para

46

colaborar com o intuito maior que é o de levar informação e ajudar pelo menos um

pouco, aqueles que sofrem desse mal que muitas vezes passa despercebido, mas que traz

grandes consequências.

5. Bibliografia

BLOCK, Bruce A. A narrativa visual: criando a estrutura visual para cinema, TV e

mídias digitais. São Paulo: Elsevier, 2010.

BURGESS, Jean. Youtube e a revolução digital: como o maio fenômeno da cultura

participativa transformou a mídia e a sociedade. São Paulo: Aleph, 2009.

DANCYGER, Ken. The technique of film & vídeo editing: history, theory and

practice. 5ª ed. Oxon: Focal Press, 2013.

EISENSTEIN, Sergei. A forma do filme. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2002.

FARINA, Modesto; PEREZ, Clotilde; BASTOS, Dorinho. Psicodinâmica das cores

em comunicação. 6ª ed. São Paulo: Blucher, 2011.

FIELD, Syd. Manual do roteiro: os fundamentos do texto cinematográfico. Rio de

Janeiro: Objetiva, 2001.

GIANNASI, Ana Maria. O produtor e o processo de produção dos filmes de longa

metragem brasileiros. 2007. 112 páginas. Dissertação-USP. São Paulo, 2007, pdf.

GARCIA, Luiz Fernando Dabul; SANT’ANNA, Armando; ROCHA JÚNIOR, Ismael.

Propaganda - Teoria - Técnica – Prática. 8ª ed. São Paulo: Cengage Learning, 2008.

HUNT, Robert Edgar-; MARLAND, John; RAWLE, Steven. A linguagem do cinema.

Porto Alegre: Bookman, 2013.

MARCONDES FILHO, Ciro. Para entender a comunicação: contatos antecipados

com a nova teoria. São Paulo: Paulus, 2008.

MONCLAN, Jorge. O diretor de fotografia. Rio de Janeiro: Solutions Comunicações,

1999.

OPOLSKI, Débora. Introdução ao desenho de som: uma sistematização aplicada na

análise do longa-metragem ensaio sobre a cegueira. João Pessoa: Editora da UFPB,

2013.

RACY, J. Carlos. Globalização: perspectivas teóricas das relações internacionais.

Revista da FAAP, 2010.

Page 47: PRODUÇÃO AUDIOVISUAL SOBRE A SÍNDROME DE … · Relatório final, apresentado à ... para aguentar minhas faltas e agonias por conta do TCC. Agradeço especialmente a ... para

47

STANISLAVSKI, Constantin S. A preparação do ator. Rio de Janeiro: Editora

Civilização Brasileira, 1964.

STANISLAVSKI, Constantin S. Minha vida na arte. Rio de Janeiro: Editora

Civilização Brasileira, 1989.

5.1. Sites

Carly’s Voice - Video Experience Austism Through Carly's Eyes.

http://carlysvoice.com/carlyscafe/ < Acessado em Outubro de 2013 >

Blog do Dr. Drauzio Varella. http://drauziovarella.com.br/crianca-2/autismo/ <

Acessado em 15/03/14 >

FUNAD: Manual para Síndrome de Asperger.

http://www.funad.pb.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=703:ma

nual-para-sindrome-de-asperger&catid=310:noticias&Itemid=100006 < Acessado em

09/04/14 >

Hospital Albert Einstein. http://www.einstein.br/einstein-saude/pagina-

einstein/Paginas/entendendo-a-sindrome-de-asperger.aspx < Acessado em 15/03/14>

Instituto Ciência Hoje. Saúde em Vídeos.

http://cienciahoje.uol.com.br/blogues/bussola/2012/10/saude-em-videos < Acessado em

15/03/14 >

Internet World Stats: usage and population statistic

http://www.internetworldstats.com/stats.htm < Acessado em >

OLIVEIRA, Ivan; PEREZ, Rafael; KOO, Ryan. Guia DSLR de cinematografia

digital. 2013. Cinematográfico, pdf. http://cinematografico.com.br/guiadslr/ < Baixado

em 09/05/14>