processos de ensilagem e plantas a ensilar

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    Processos de ensilagem e plantas a ensilar

    124ISSN 0103-9865Junho, 2008

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    Documentos124

    Processos de ensilagem e plantas

    a ensilar

    Porto Velho, RO2008

    ISSN 0103-9865

    Junho, 2008

    Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria

    Centro de Pesquisa Agroflorestal de Rondnia

    Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento

    Ricardo Gomes de Arajo Pereira

    Claudio Ramalho TownsendNewton de Lucena CostaJoo Avelar Magalhes

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    Exemplares desta publicao podem ser adquiridos na:

    Embrapa Rondnia

    BR 364 km 5,5, Caixa Postal 406, CEP 78900-970, Porto Velho, ROTelefones: (69) 3901-2510, 3225-9387, Fax: (69) 3222-0409www.cpafro.embrapa.br

    Comit de Publicaes

    Presidente: Clberson de Freitas FernandesSecretria: Marly de Souza MedeirosMembros:Abadio Hermes Vieira

    Andr Rostand Ramalho

    Luciana Gatto Brito

    Michelliny de Matos Bentes-GamaVnia Beatriz Vasconcelos de Oliveira

    Normalizao: Daniela MacielEditorao eletrnica: Marly de Souza MedeirosReviso gramatical: Wilma Ins de Frana Arajo

    1 edio

    1 impresso: 2008. Tiragem: 100 exemplares

    Todos os direitos reservados.

    A reproduo no autorizada desta publicao, no todo ou em parte, constitui violao dos direitosautorais (Lei n 9.610).

    CIP-Brasil. Catalogao-na-publicao.Embrapa Rondnia

    Processos de ensilagem e plantas a ensilar / Ricardo Gomes deArajo Pereira ... [et al].-- Porto Velho, RO: Embrapa Rondnia,2008.13 p. (Documentos / Embrapa Rondonia, ISSN 0103-9865;

    124).

    1. Plantas Forrageiras. 2. Silagem. I. Pereira, Ricardo Gome deArajo. II. Townsend, Cludio Ramalho. III. Costa, Newton deLucena. IV. Magalhes, Joo Avelar. V. Ttulo. VI. Srie.

    CDD(21.ed.) 633.2 Embrapa - 2008

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    Autores

    Ricardo Gomes de Arajo Pereira

    Zootecnista, D.Sc. em Produo Animal, pesquisador da EmbrapaRondnia, , Porto Velho, RO, [email protected]

    Claudio Ramalho TownsendZootecnista, M.Sc., em Manejo e Utilizao de Pastagens,pesquisador da Embrapa Rondnia, [email protected]

    Newton de Lucena CostaEngenheiro Agrnomo, M.Sc. em Fitotecnia, pesquisador daEmbrapa Amap, Macap, AP, [email protected]

    Joo Avelar MagalhesEngenheiro Agrnomo, M.Sc. em Zootecnia, pesquisador daEmbrapa Meio Norte, Teresina, PI, [email protected]

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    Sumrio

    Introduo............................................................................................................... 7

    Processo de colheita .............................................................................................. 7

    Armazenamento de forrageiras como silagem..................................................... 8

    Fatores importantes para reduo de perdas....................................................... 8

    Processos de fermentao .................................................................................... 8

    Fase aerbica.............................................................................................................. 9Fase anaerbica .......................................................................................................... 9Fase de estabilizao ................................................................................................. 10

    Pricipais forrageiras indicadas para a ensilagem................................................ 11

    Consideraes finais ............................................................................................ 12

    Referncias ........................................................................................................... 13

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    Introduo

    A produo de forragem apresenta uma distribuio desuniforme ao longo dos meses onde sedestaca um perodo de mxima produtividade e outro perodo conhecido como o perodo deestacionalidade na produo. O comportamento destes perodos influenciado por fatoresclimticos que, dependendo da regio em que o produtor se encontra, podem ser maiores oumenores.

    O fato de se ter muita forragem de boa qualidade numa poca do ano e pouca forragem dem qualidade em outra poca faz com que o produtor tenha grandes prejuzos em seusrebanhos com perda de peso, aumento da mortalidade, baixa produo de carne e leite ebaixa produtividade.

    Neste quadro torna-se imprescindvel a conservao de forragem de alta qualidade produzida

    na poca das chuvas para serem utilizadas no perodo de estiagem ou seca, sendo uma dasmaneiras de se conservar esta forragem sob a forma de silagem.

    O Estado de Rondnia, apesar de estar localizado na Amaznia brasileira, possui um perodoseco bem definido, de quatro meses, que vai de maio at agosto. Neste perodo, todos osrebanhos so afetados, principalmente pela falta de hbito dos produtores em armazenaralimentos para o perodo de estiagem.

    Os rebanhos criados no estado so manejados a campo e o dficit hdrico deixa as pastagenscom baixa qualidade, reduzindo a produo de carne e leite a nmeros crticos. Em algunscasos os rebanhos perdem peso nesse perodo com interferncia negativa na produo,produtividade, sanidade e qualidade da produo.

    O objetivo deste trabalho direcionar o leitor para a importncia do processo de ensilagem edescrever sobre as principais plantas a serem armazenadas como silagem.

    Processo de colheita

    A rapidez no processo de colheita um dos principais fatores para se obter boa silagem.Depois de picada e exposta ao oxignio a planta continua com o processo oxidativopromovendo o consumo de carboidrato solvel. Quanto mais tempo a forragem fica expostamaior ser a perda de nutrientes. O tipo se silo, tcnicas de ensilagem e fechamento,

    presena de ar, temperatura e tempo de armazenamento so alguns dos fatores queinfluenciam o processo de ensilagem (GUIM 2003).

    Ricardo Gomes de Arajo Pereira

    Claudio Ramalho Townsend

    Newton de Lucena Costa

    Joo Avelar Magalhes

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    Armazenamento de forrageiras como silagem

    Silagem o produto resultante da fermentao da planta forrageira na ausncia de ar com oobjetivo de conseguir a maior concentrao possvel de cido lctico. Aps o fechamento do

    silo ocorre perda de nutrientes como: perdas evitveis, que so os mofos e podridesdecorrentes de prticas incorretas de ensilagem; perdas no evitveis, que incluem mudanasbioqumicas, respirao das plantas e fermentao. Sendo que o principal objetivo a reduomxima das perdas para que se possa, dentro do possvel, ter uma silagem o mais prximo daforragem, Torres (1984).

    Na tabela 1, encontra-se os valores de Protena Bruta, N-FDN, N-FDA e N- no Protico paraforragem e silagem.

    Tabela 1. Composio das fraes nitrogenadas em silagem.

    Fraes Forragem Silagem

    PB 12,07 10,96N-FDN 47,92 37,14

    N-FDA 11,34 15,61

    N-no-protico 36,88 38,02Fonte: Aguiar et al. (2000).

    Fatores importantes para reduo de perdas

    O teor de umidade do material a ser ensilado um dos os fatores que devem serconsiderados para a reduo mxima das perdas, tem grande influncia nas reaes qumicas

    que ocorrero durante o armazenamento, interferindo no valor nutritivo da silagem.

    A ausncia total do ar outro fator imprescindvel porque a respirao da planta consome oscarboidratos disponveis para a fermentao natural de cido ltico. O ar deixado dentro dosilo, ou nele penetrando, prolongaro a respirao e, em conseqncia, o contedo decarboidratos solveis ser reduzido, aumentando as perdas de nutrientes e diminuindo aquantidade de cido ltico no produto final ( RUXTON; MCDONALD, 1974).

    Outro parmetro importante a presena de bactrias produtoras de cido ltico e aquantidade de seus substratos (carboidratos solveis). Em outras forragens que no milho esorgo, a quantidade de carboidratos solveis pode ser um fator limitante na produo desilagens com contedo de matria seca inferior a 30-35% (BOIN, 1975). sabido que muitasforrageiras tropicais apresentam baixo teor de carboidratos solveis (CATCHPOOLE; HENZELL,1971).

    Processos de fermentao

    A conservao de forragens na forma de silagem depende diretamente da rpida estabilizaodo pH, e conseqentemente uma melhor conservao do material ensilado. Para que hajarpida estabilizao do pH necessrio que o material tenha quantidade de acaresprontamente fermentveis presentes no material ensilado. Se a concentrao de carboidratossolveis adequada, as condies so mais favorveis para o estabelecimento e crescimentode bactrias do gnero Lactobacilo, as quais produzem o cido ltico, que o desejado (Guim2002).

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    Quando o material ensilado, ocorre inicialmente uma fermentao aerbica que secaracteriza pela presena de oxignio junto ao material ensilado. Neste momento, a respiraocelular, utiliza o oxignio do ar e substratos presentes no material picado, produzindo CO2,calor e H2O.

    Fase aerbica

    A fase aerbica indesejvel, entretanto ela obrigatria no processo de ensilagem, cabendoao produtor a responsabilidade de reduzi-la ao mximo. Quando esta prolongada, ocorreexcessiva perda de matria seca na forma de carboidratos ricos em energia e estes vo fazerfalta s bactrias produtoras de acido ltico ou pelos animais como fonte de energia. Ocorretambm excessiva produo de calor que pode comprometer a integridade e disponibilidadedas protenas da forragem. Acima de 49 C, a protena pode reagir com os carboidratos daplanta, passar a fazer parte da fibra em detergente acido (FDA) e torna-se indigestvel (reaode Maillard) (SILVEIRA, 1975).

    Fase anaerbica

    Quando se esgota o oxignio no material ensilado, os microorganismos anaerbicos comeama crescer em quantidade, principalmente as enterobactrias, junto a estas bactrias tm-setambm diversos tipos de heterofermentativas, que so tolerantes ao calor e ao acido actico.Durante esta fase, que varia de 24 a 72 horas, haver formao de ACIDO ACTICO +ETANO + ACIDO LTICO + CO2 decorrentes da fermentao das hexoses (glicose efrutose) e pentoses (xilose e ribose). Com acmulo de cido, principalmente actico, o pH doambiente comea a cair. Com a queda do pH ocorre uma mudana na populao de bactrias,surgindo as bactrias homofermentativas, mais eficientes na produo de cido ltico,

    fazendo com que o pH diminua com mais rapidez. normal a ocorrncia de outros tipos decidos graxos volteis (actico, propinico, butrico e ltico), e isocidos, mas a intensidadedeles vai depender das prticas de manejo (umidade e maturidade da cultura, principalmente)e dos tipos de bactrias presentes no material. Entretanto, o cido que deve estar em maiorproporo numa silagem o ltico, devido sua maior acidez, eficincia em baixar o pHrapidamente, e capacidade para manter a estabilidade da silagem, tanto na fase anaerbicacomo na aerbica (aps a abertura do silo). De acordo com Van Soest (1994), o tempo defermentao ocorre normalmente entre 10 e 14 dias, dependendo, principalmente do teor deCS, da CT e do contedo de umidade da forragem.

    Fig. 1. Fases de fermentao durante o processo de ensilagem.Fonte: Guim 2002).

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    Tabela 2. Carboidratos solveis e matria seca de gramneas tropicais.

    Forrageira Carboidrato solvel % Matria seca %

    Andropogon gayanus 6,30 39,70

    Brachiaria decumbens 6,80 28,60

    Pannicum mximum 6,25 28,80

    Hiparhenia rufa 5,94 22,66

    Pennisetum puropureum 11,44 13,46

    Pennisetum hibridum 18,10 7,16

    Fonte: Vilela (1997)

    Fase de estabilizao

    Nesta fase o pH ideal deve estar em torno de 3,8 a 4,2 fazendo com que ocorra inibio dapopulao de bactrias, interrupo dos processo de fermentao, iniciando a fase deestabilidade, que se prolonga at que o silo seja aberto e a silagem volte a ter contato com o

    oxignio. Quanto mais rpido se completar o processo fermentativo, mais nutrientes(peptdeos e aminocidos) sero preservados, melhorando o valor nutritivo da silagem. Nassilagens de boa qualidade, o acido ltico o que aparece em maior proporo (normalmente60% dos cidos orgnicos totais). Ele praticamente inodoro, fazendo com que a silagemtenha pouco cheiro. O cheiro de vinagre em algumas silagens devido presena do acidoactico. Quanto mais intenso esse cheiro, mais tempo a silagem demorou em baixar o pH, quepode ser decorrente da baixa disponibilidade de CS no incio dessa fase (GUIM, (2002).

    Enterobactrias so aquelas produtoras de cido actico, normalmente dominam todos osoutros microrganismos nos primeiros dias (1 a 3 dias) aps o fechamento do silo. Quando osvalores de pH caem abaixo de 5,0 a populao de enterobactrias diminui rapidamente,predominando as bactrias produtoras de cido ltico.

    As enterobactrias produzem cido actico, enquanto as lticas produzem cido ltico,entretanto outros produtos so formados pela ao deste grupo de bactrias incluindo etanol,2,3-butanodiol, cido succnico, cido frmico e manitol (McDonald et al., 1981). As bactriaslticas crescem ativamente por 1 a 4 semanas, baixando o pH, normalmente para valoresentre 3,8 a 5,0 dependendo do contedo de umidade da cultura, capacidade tampo econtedo de acar.

    Uma vez que os valores de pH tenham cado o suficiente para inibir o crescimento de todos osmicrorganismos, ou o substrato tenha se exaurido, as bactrias lticas tornam-se inativas esua populao diminui lentamente.

    O terceiro e mais importante grupo de bactrias anaerbias (Clostridium), o qual pode afetar,negativamente, a qualidade da silagem, se os valores de pH no forem suficientemente baixospara inibir o seu desenvolvimento. Este grupo estritamente anaerbio fermenta acares ecido ltico produzindo cido butrico e aminas. Tal fermentao representa significativa perdade matria seca, e seus produtos reduzem a capacidade de aceitao das silagens pelosanimais, promovendo um decrscimo no consumo de matria seca.

    Uma boa preservao da forragem no silo, normalmente depende da atividade das bactriaslticas, para a maior produo de cido ltico. Isto acontece de uma maneira extremamenteconsistente, uma vez as bactrias lticas ocorrem em baixa quantidade na forragem (< 0,1%)da populao naturalmente encontrada. As bactrias lticas apresentam caractersticas que asajudam no desenvolvimento dentro do silo, onde se destaca a tolerncia ampla variao napresso osmtica, e de nveis de oxignio e temperatura. Elas tendem a crescer rapidamente e

    produzem compostos que inibem as demais bactrias.

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    Como a proposta para o sucesso da ensilagem, garantir a fermentao ltica e inibir ocrescimento de microorganismos como clostridium, enterobactrias, leveduras e fungosaerbios. O controle do desenvolvimento de clostridium feito atravs da reduo do pH.Para as enterobactrias, que geralmente so inibidas em pH abaixo de 4,5, o controle semelhante, contudo, para ambos os grupos, mais importante o controle do

    desenvolvimento pela concentrao de cidos no dissociados.

    Pricipais forrageiras indicadas para a ensilagem

    O armazenamento de forragens por meio da silagem para manter o volumoso de boaqualidade disponvel durante o perodo de escassez de forragem. A oferta de volumoso dequalidade durante todo o ano interfere diretamente no aumento da produtividade do rebanho edistribui a produo durante todo o ano de forma que o produtor obtm melhores preos porseus produtos no perodo de entre safra. A disponibilidade de alimentos durante todo o anofaz com que o fluxo de caixa seja constante na propriedade, Silveira (1975).

    O milho e o sorgo so as espcies mais utilizadas na produo de silagens em virtude do altocontedo de energia, facilidade de mecanizao na ensilagem e alta produo de matriaseca/ha.

    O milho cortado com 100 a 120 dias com 28-35% de matria seca, e o rendimento mdio de 11,7 ton de matria seca/h (variando de 9,7 a 14,0 ton/ha), com a silagem apresentandode 4 a 7% de protena bruta, Vilela (1985).

    Resende (1997) recomenda hbridos precoces, com maior percentagem de gros na matriaseca total (40 a 50%) ao atingirem o ponto de maturao de gros para a ensilagem.

    A tabela 3 apresenta a composio qumica de algumas silagens de acordo com vriosautores.

    Tabela 3. Composio qumica de algumas silagens. Matria seca(MS); protena bruta(PB);fibra bruta(FB); extrato etreo(EE); matria mineral(MM); extrativo no nitrogenado(ENN). (%em 100% de MS).

    Silagem MS PB FB EE MM ENN

    Sorgo 25,6 8,0 35,5 5,1 6,3 45,1

    Cana 34,0 2,9 39,6 3,3 3,7 50,5

    Girassol 30,1 11,7 34,9 3,1 - 65,9

    Milho 32,7 8,6 31,4 2,9 - 68,3

    Caim elefante 28,6 8,1 - 3,5 - 71,58

    Bagao de laranja 12.0 9,1 17,6 2,0 - 30,2Fonte: Adaptao de Itavo et al. (2003); Almeida (1985).

    A utilizao de silagem de capim, principalmente elefante (Pennisetum purpureum), paraensilagem ocorre pela sua elevada produtividade, elevado nmero de variedades, grandeadaptabilidade, facilidade de cultivo, boa aceitabilidade pelos animais, bom valor nutritivo, porser uma cultura perene e mecanizvel. As variedades de capim elefante apresentam limitaescom relao ao teor de matria seca que baixo (20 %) com uma idade de 100 dias,(ALMEIDA, 1985).

    Resende (1997) recomenda que o capim elefante deva ser cortado entre 50 e 60 dias para seter uma boa produo por rea e um bom valor nutritivo. Estas caractersticas juntas

    denomina-se equilbrio nutritivo. A preocupao por este equilbrio ocorre porque medida queavana o estgio de desenvolvimento, aumenta a produo de matria seca mas ocorre uma

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    reduo no valor nutritivo. Quando se trabalha com capim entre 50 e 60 dias alguns fatorescomo o teor de umidade limita a obteno de uma silagem de qualidade. Portanto,apresentando teor de matria seca muito abaixo do desejado. Com soluo recomenda-se adesidratao do material a ser ensilado.

    Vilela (1997) recomenda corte entre 40 e 50 dias e na sua desidratao at atingir teores dematria seca entre 43 e 50 %. Uma limitao seria a operao extra, que a de recolher erepicar o material no campo aps atingir a matria seca ideal.

    Observou-se reduo no consumo mesmo quando animais se alimentavam com silagem emque era elevada a digestibilidade da matria seca Lucci et al. (1968)

    Tabela 4. Efeito do tempo de emurchecimento sobre a qualidade dasilagem do capim elefante.

    Parmetro Tempo de emurchecimento (horas)

    0 6 30 54

    MS % 22,7 36,9 46,8 71,5CHO solvel % 0,51 0,72 0,77 0,92

    cido latido 1,10 1,80 2,00 0,00

    DIV MS 41,2 43,5 50,5 50,7

    Fonte Vilela (1997)

    Os capins de origem tropical caracterizam-se por baixos teores de carboidratos solveis e altopoder tampo. Vrios trabalhos tm mostrado taxa de carboidratos solveis abaixo dos 15 %recomendados.

    O uso de silagem de gramneas vem crescendo e estima-se que a silagem de capim jcorresponda a um tero do volumoso utilizado nos confinamentos no Brasil (DBO Rural,1999). Uma explicao para este crescimento o desenvolvimento de mquinas que facilitama colheita e picagem do capim facilitando a compactao e a fermentao.

    Tabela 5. Produes de leite e gordura em vacas alimentadas com silagem.

    Silagem Prod. de leite Prod. cor. 3,5% Prod. gordura

    Sorgo 12,93a 13,11a 3,64aSorgo e cana 12,34ab 12,72a 3,81aCana 11,78b 11,87a 3,58a

    Fonte: Lucci et al. (2003).

    A silagem de cana apresenta elevados teores de acar e matria seca ao redor de 30 %,elevada produo de cido actico e lcool (ao de leveduras), prejudicando o seu consumo.O ideal se houvesse uma maior produo de cido lctico. A adio de uria (0,5 % da

    matria original) juntamente com o rolo de milho (10 % a 12 % da matria original) temcontribudo para melhorar consumo.

    Consideraes finais

    A utilizao de forragem sob a forma de silagem uma alternativa capaz de resolver osproblemas de falta de alimentao para os rebanhos em Rondnia e capaz de manter aproduo no perodo de estiagem, interferindo assim na renda da propriedade e nadisponibilidade da produo para o mercado consumidor.

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    A silagem fornecida aos animais no perodo seco permite que o rebanho entre no perodo dasguas com bom escore corporal reduzindo o custo de produo e idade produtiva dos animais.

    Referncias

    ALMEIDA, E. D. Pr-murchamento, cama de frango e cana de acar na qualidade da silabem de Pennisetumpurpureum Schum. cv. Cameron. 1985. 138 p. Dissertao (Mestrado) Escola Superior de Agricultura de Lavras,Lavras, MG.

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