processo penal - aula 1

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Processo Penal

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Processo PenalProfessor Sauvei LaiBibliografia: Fernando Capez - Curso de Processo Penal - Mais bsico (bom para 1 livro) (Ou Nestor Tvora) Marcelos Polastri - Manual de Processo Penal - banca no MPE-RJ Eugnio Pacheli - Curso de Processo Penal - Livro adotado no MPF Srgio Demoro Hamilton - Est substituindo o Polastri na banca Paulo Rangel - Direito Processual Penal - Livro bom para defensoria Fernando Tourinho - a bblia do processo penal, mas est desatualizado - professor no recomenda.

Aula 1 - 02/04I - Jurisdio

Jurisdio uma das funes soberanas do Estado, mediante a qual este se substitui, na pessoa do juiz, aos titulares dos interesses em conflito, para, imparcialmente, aplicar o direito objetivo ao caso concreto.1)Introduo

Existe uma relao ntima entre o Direito Penal e o Processo Penal, e o Direito Penal protege determinados bens jurdicos essenciais. Assim sendo, se violar tais bens jurdicos, alm da sano civil, poder ter uma sano penal.

Desta forma, a existem 2 tipos de normas penais: Norma Penal Primria: Esta probe a realizao de uma conduta. Norma Penal Secundria: determina a respectiva sano a quem descumprir a norma penal primria.

Na prtica de um crime, nasce para a sociedade. O Direito de punir incompatvel com o Direito de Liberdade, que quem o possui o autor do fato. No processo penal h uma lide tambm, o direito de punir da sociedade e o direito de liberdade do autor do fato. E algum precisa dar razo sociedade ou ao autor do fator. E para isso necessrio uma internveo imparcial, que ser o Juiz. A nomenclatura "imparcial" significa que o Juiz no parte da lide para solucionar o conflito de forma isenta.

Assim sendo, a lide penal existe entre a sociedade (buscando o direito de punir) contra o autor do fato (buscando o direito liberdade). Com isso, o terceiro imparcial que decidir a lide ser o juiz de direito.

O juiz soluciona lide penal atravs da jurisdio, ou seja, a jurisdio o meio pelo qual o juiz soluciona a lide, sendo jurisdio o poder que o juiz detm de aplicar a lei ao caso concreto, extinguindo e solucionando a lide penal.2)Caractersticasa)Imutabilidade das Decises Judiciais: (art. 5, XXXVI) Quando a deciso se torna irrecorrvel, ela tambm se tornar imutvel. H uma exceo a esta regra da coisa julgada, que a reviso criminal (art. 621 CPP), que ataca a coisa julgada, ou seja, busca rescindir uma sentena transitada em julgado, sendo que apenas havendo reviso criminal pr-ru, ou seja, apenas haver contra sentena condenatria (Fazer remisso no art. 5, XXXVI para o art. 621 do CPP).b)Inrcia: A atividade judiciria no pode ser iniciada de ofcio pelo juiz, ou seja, no o juiz que inicia o processo, devendo uma parte provoc-lo (acion-lo) para ter a jurisdio. Esta caracterstica da inrcia est ligada imparcialidade do julgador (ne procedat iudez ex offic).

Uma exceo regra da proibio da atuao judicial de ofcio, a concesso de Habeas Corpus de ofcio, quando houver flagrante ilegalidade na priso do ru (art. 624, 2, CPP).3)Princpiosa)Inafastabilidade (Indeclinabilidade): (art. 5, XXXV) Isto significa que a jurisdio no pode ser declinada pelo judicirio, ou seja, o juiz tem o dever de julgar, uma vez que apenas cabe a ele aplicar a lei ao caso concreto, no podendo se recusar a julgar.b)Juiz Natural: (art. 5, LIII) Este princpio estabelece a competncia na forma da lei. Significa que para cada crime apenas existe 1 juiz competente na forma da lei. Assim sendo, todo ru brasileiro tem o direito de ser julgado pelo seu juiz competente, no cabendo a nomeao de juzes especiais para julgar determinados rus.

Este princpio, consequentemente, traz a proibio dos tribunais de exceo (art. 5, XXXVII).Obs.: No s o juiz aquele pr-determinado na lei, mas o acusador tambm dever estar previamente determinado na lei. Assim tambm h o princpio do promotor natural, uma que h regras previamente estabelecidas, que iro fixar as atribuies ("competncia") do promotor de justia, sendo que este promotor tambm dever ser imparcial (art. 252 CPP).II - Processual Penal1)Introduoa)Conceito: Conjunto de atos cronologicamente concatenados, submetidos a princpios e regras jurdicas destinadas a compor as lides de carter penal (art. 5, LIV - devido processo legal). (MIRABETE, J.B., 1997)

Assim sendo, processo o conjunto de regras previamente estabelecidas em lei, que o juiz dever obedecer antes de proferir a sentena (a jurisdio).

No processo penal temos 3 fases: Fase Postulatria, Fase Instrutria e Fase Decisria.2)Sistemas processuaisa)Inquisitrio (Inquisitivo): Aqui, o juiz acumulava a funo de acusador, iniciando os processos criminais de ofcio. Neste sistema, o promotor era uma figura desnecessria, j que competia ao juiz acusar e julgar o ru. H portanto, uma confuso na pessoa do acusador e julgador.

No sistema inquisitivo o ru objeto do processo (no tratado como sujeito do processo), passvel de tortura, no existindo a ampla defesa e o contraditrio. Assim sendo, tambm no existia o princpio da igualdade das partes, havendo um desequilbrio de forma que o acusador o prprio juiz.b)Acusatrio: Trata-se de uma evoluo do sistema inquisitrio. Neste sistema esto separadas as funes de acusao e de julgamento, criando-se uma instituio separada do poder judicirio, que ser dotada da funo de acusar que, originariamente, pertencia ao judicirio.

Desta forma, nasce o Ministrio Pblico, que ficou incumbido de promover a acusao.

Neste sistema, quando se separa a funo de julgar da funo de acusar, passa-se a ter igualdade das partes, ampla defesa, contraditrio, pregando-se o respeito aos direitos das partes. A relao que antes era linear (Juiz - Ru), passa a ser triangular (Juiz - Promotor - Ru).Obs.1: Existem, excepcionalmente, aes de iniciativa privada, ou seja, ao invs de um acusador oficial, a ao penal titularizada pelo ofendido. Note-se, portanto, que a regra a acusao oficial pelo Ministrio Pblico. No projeto do novo CPP est extinta a ao penal privada (mas mantm-se as aes penais pblicas condicionadas representao do ofendido, da vtima).Obs.2: Princpio da Congruncia (Princpio da Correlao): Este princpio, que tambm existe no processo civil (significando que o juiz est vinculado ao pedido da petio inicial - sob pena de pedido extra petita), significa que o juiz apenas sentencia nos termos da acusao, de acordo com os fatos narrados na denncia (acusao), ou seja, o juiz no pode ultrapassar os limites da acusao.

Desta forma, este princpio exige a correlao entre a acusao e a jurisdio, de modo que a jurisdio se limita acusao.Obs.3: Sistema Processual Misto: uma mescla entre o sistema inquisitivo e o acusatrio. Desta forma, h uma 1 fase inquisitorial e uma 2 fase utilizando o sistema acusatrio, sendo que cada fase tem seu juiz (Na 1 fase o juiz atua ao lado do promotor e do delegado (de modo inquisitivo), e na 2 Fase mantido o sistema acusatrio com o promotor e o juiz).III - Aplicao da Lei Processual no Tempo

De acordo com o art. 2 do CPP (fazer remisso no art. 5, XL, CRFB), o Processo Penal no segue a mesma regra de aplicao de lei no tempo do Direito Penal, qual seja, da proibio de retroao da lei penal para prejudicar o ru (art. 5, XL, CRFB.

No processo penal, de acordo com o art. 2 do CPP, a lei processual penal aplicar-se- desde logo, sem prejuzo da validade dos atos realizados sob a vigncia da lei anterior.Obs.: De acordo com o posicionamento de Aury, Tourinho e STJ, Lei Processual Penal que viole (suprima) uma garantia constitucional, ter caracterstica de lei penal, devendo obedecer s regras do direito penal, no podendo, portanto, retroagir para prejudicar o ru. (RESP 1094482)\Desta forma, sustenta-se que, ao art. 607 do CPP, aplica-se as regras de aplicao da lei no tempo do Direito Penal (art. 5, XL, CRFB), no podendo retroagir para prejudicar o ru.

O professor no concorda com isso, pois considera a lei de carter somente processual, posto que suprimiu um recurso de pouco uso, no se aplicando, assim, a regra do art. 5, XL. Neste mesmo sentido do entendimento do professor, existem decises do STJ entendendo que no h direito ao protesto e retroagindo a norma (Rec. HC 41585/SP).Obs.2: Lei Hbrida: aquela lei que, ao mesmo tempo, possui caracterstica penal e processual. Toda lei hbrida prevalece a sua caracterstica mais benfica, ou seja, a penal, no podendo, assim, retroagir para prejudicar o ru.IV - PRINCPIOS DO PROCESSO PENALa)Inviolabilidade Domiciliar, art. 5, inciso XI: Esta regra possui as excees do Flagrante Delito, Desastre Natural, Prestao de Socorro e Cumprimento de Determinao Judicial durante o dia.

No caso do Flagrante, de acordo com Tourinho (Minoritrio), a exceo apenas se aplicam aos flagrantes do art. 302, I e II do CPP, no se aplicando aos arts. 302, III e IV do CPP. J a posio majoritria, inclusive o STF, considera que esta exceo do flagrante vlida para todos os incisos do art. 302 do CPP, pois onde a lei no distingue, no cabe ao intrprete distinguir.

O Conceito de Casa est no art. 150 4 do CP: A expresso "casa" compreende: I - qualquer compartimento habitado; II - aposento ocupado de habitao coletiva; III - compartimento no aberto ao pblico, onde algum exerce profisso ou atividade.

Note-se tambm que, segundo o STF, considera-se trailer dentro do conceito de "casa", e assim tambm a cabine de caminho, quando o veculo estiver parado.Obs.1: O consentimento do morador para que adentre casa revogvel.Obs.2: Basta a autorizao de apenas um dos moradores para que possa entrar na casa. Geraldo Prado (Muito minoritrio) afirma que necessria a autorizao de todos os moradores.Obs.3: Conceito de Dia: Art. 172 do CPC c/c art. 173, II, do CPC (entre 6h e 20h, inclusive feriados).Obs.4: Mandado Genrico: A regra de que o mandado de busca a apreenso domiciliar dever ser especfico na localizao da residncia e dos objetos a serem apreendidos. Desta forma, a doutrina afirma ser inconstitucional o mandado genrico. No entanto, na prtica, a jurisprudncia admite, excepcionalmente, mandado genrico (Ex: Invaso do Morro do Alemo - Impossibilidade de especificar as casas).Obs.5: Busca e Apreenso em escritrio de Advocacia: Apenas possvel e 1 hiptese: para apreender vestgios do crime (elemento do corpo de delito). Assim sendo, no se pode violar o escritrio de advocacia para apreender provas que no constituam vestgio do crime (elemento do corpo de delito). Esta busca e apreenso dever ser acompanhada pelo representante da OAB (art. 7, II, da Lei 8.906).b)Sigilo de Correspondncia e Telefnico, art. 5, inciso XII, CRFB: Aqui so 4 sigilos: Correspondncia, Comunicao telegrfica, Dados Telefnicos, Comunicao Telefnica.Obs.1: Sigilo de Correspondncia apenas se aplica para carta lacrada. Assim sendo, a carta aberta dentro de uma casa no est amparada por esta proibio, pois j no h mais sigilo, sendo apenas um documento qualquer.Obs.2: Dado Telefnico X Comunicao Telefnica: Dado Telefnico toda informao relativa linha telefnica (Ex: Dado Cadastral, Conta de Ligaes. J a comunicao telefnica se refere ao dilogo. Obs.3: Todas essas inviolabilidades podem ser quebradas por qualquer juiz em ordem judicial (de famlia, trabalhista, etc.), j que nenhum direito constitucional possui carter absoluto. Mas, conforme o texto constitucional, no caso de comunicao telefnica, apenas ser permitida a quebra nas hipteses e na forma que a lei estabelecer (Lei 9.296/96), e para fins de investigao criminal ou instruo processual penal, ou seja, apenas juiz criminal poder quebrar esta inviolabilidade.c)Direito ao Silncio, art. 5, inciso LXIII, CRFB: Nemo Tenetur Detegere. Este princpio somente se aplica nos casos de prova de cooperao ativa (no se aplica s de cooperao passiva - ex: reconhecimento - art. 226 CPP), e no casos de prova de interveno corporal invasiva (nos casos de interveno no-invasiva, no se aplica este princpio - esta prova est na superfcio do corpo, ou j foi expelido pelo corpo). Assim sendo, nas prova no-invasivas, pode-se colher a prova independente de autorizao.Obs.: Atualmente, o entendimento no sentido da criminalizao, como falsa identidade, da conduta do ru quando mente no interrogatrio de qualificao.Obs.2: Apenas o poder pblico possui a obrigao de aletar ao acusado de seu direito constitucional ao silncio (HC99558/SP). Assim sendo, um reprter (sendo um particular), pode conseguir uma confisso vlida, independente da referida advertncia.Obs.3: O STF possui o entendimento de que, nos casos de droga ingerida, permitido ao mdico realizar a interveno na pessoa, ainda que seja invasivo, mas pelo argumento de haver estado de necessidade (a droga pode se romper e matar a pessoa). Assim sendo, permitido realizar tal interveno para evitar a morte da pessoa, e consequentemente colher a prova. J para Geraldo Prado, esta prova ilcita.d)Ampla Defesa e Contraditrio, art. 5, inciso LV, CRFB: (fazer remisso ao art. 134 da CRFB) Ampla defesa significa autodefesa (dar sua verso) e defesa tcnica (ser acompanhado por um advogado).

Tambm faz parte da ampla defesa a cincia prvia do ru das acusaes e suas provas (art. 186 CPP), alm do direito de recorrer.

J o Contraditrio significa o direito que a parte tem de contestar o oponente.e)Inadmissibilidade de Provas Ilcitas, art. 5, inciso LVI, CRFB: (Fazer remisso ao art. 157) Conforme afirma Ada, prova iltica a prova que viola um direito individual do ru (autor do fato) (prova ilcita estrito senso), ou viola uma regra procedimento (de direito processual) (prova ilegtima - Ex: art. 479 CPP).f)Presuno de Inocncia, inciso LVII: Este princpio significa que, at sentena condenatria transitada em julgado, presume-se que o ru inocente.

No entanto, para Polastri (Professor e alguns ministros do STF) este inciso traz o princpio da no-culpabilidade, e no presuno de inocncia (pois se fosse assim, no existira priso em flagrante, por exemplo). Desta forma, para o autor, este princpio possui o sentido de que, at o trnsito em julgado, a pessoa no pode sofrer alguns efeitos que apenas so permitidos com o trnsito em julgado (Ex: art. 63 do CP).

Desta forma, como consequncia do princpio da no-culpabilidade, cabe ao indiciado do inqurito, ou ru no processo, responder em liberdade, sendo preso apenas em casos excepcionais.

Ademais, incumbe ao acusador provar a culpabilidade do ru, sendo que o acusador possui o nus da prova (art. 386, VII, CPP), ou seja, in dubio pro reu.g)Princpio da Verdade Real: Apenas se aplica na fase de produo de provas. O juiz no pode se contentar apenas com as provas produzidas no processo. Desta forma, com o fim de buscar a verdade real do processo, pode o juiz, por conta prpria, produzir provas de ofcio (art. 156, II, CPP).h)Identificao dos detentores, inciso LXIVi)Juiz Natural, inciso LIII;j)Devido Processo Legal, inciso LIV;Investigao Criminal

Trata-se de uma fase pr-processual, em que se produz as provas mnimas da culpa do autor do fato. Note-se que no existe ao penal sem prvia investigao. Esta investigao criminal busca produzir a justa causa.

Segundo Afrnio Silva Jardim, justa causa (Art. 395, III, CPP) o conjunto probatrio mnimo de indcios de autoria e prova da materialidade. Assim sendo, para iniciar o processo, dever haver esse conjunto probatrio mnimo.

Esta investigao Criminal pode se dar por meio do Inqurito Policial, ou por outras peas de informao (Ex: CPI - uma investigao criminal no conduzida pela polcia).(Parou Aqui)(Pegar essa aula - Faltei aula 05/04)I - Inqurito Policial1)Conceito: o conjunto de diligncias investigatrias realizadas pela polcia para a apurao de uma infrao penal e de sua autoria, a fim de que o titular da ao penal possa ingressar em juzo.2. Finalidade3. Princpios (ou caractersticas)A) Autoritariedade.B) Oficiosidade e Auto-executvel (art. 6 CPP)C) Escrito (art. 9, CPP)D) IndisponibilidadeE) Inquisitivo (art. 14 CPP): o Inqurito um procedimento unilateral, sem ampla defesa e contraditrio.4. Instaurao:5. Natureza Jurdica6. Atribuio7. Valor probatrioAula - 09/04 (Pegar aula passada que eu faltei)Continuao do Inqurito Policia....8. Procedimento do I. P. (Art. 5, 6 e 7 do CPP):

Trata-se de um procedimento informal, havendo discricionariedade da autoridade policial para praticar os atos na forma que lhe for conveniente.9. Indiciamento e Garantias:

O Indiciamento um ato formal no qual a autoridade policial imputa a prtica de um crime a uma pessoa. O art. 6, V, (Fazer remisso ao art. 185 CPP) traz o termo de indiciamento.

As garantias do indiciado se encontram no art. 5, LXIII (permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistncia da famlia e de advogado). Em decorrncia deste inciso, h o desdobramento para o Nemo Tenetur Detegere (No obrigado a produzir prova contra si mesmo - vale lembrar que, conforme visto antes, h excees a este princpio).

A participao de advogado no curso do inqurito, de acordo com a jurisprudncia, passiva e no ativa, ou seja, no cabe o advogado interromper o interrogatrio policial (art. 14 CPP). No entanto, de acordo com Ada e Aury Lopes Jr., o advogado, durante o interrogatrio policial, pode formular perguntas, e o policial obrigado a faz-las.Obs.1: Identificao Criminal (Art. 6, VIII, CPP c/c art. 5, LVIII, da CRFB) - Existem 2 espcies: datiloscpica e fotogrfica. Note-se que o art. 5, LVIII, da CRFB, afirma que o civilmente identificado no ser submetido a identificao criminal. No entanto, esta regra possui 3 excees: Integrante de Organizao Criminosa - art. 5 da Lei 9.034/95; Suspeita sobre a menoridade do acusado - Art. 109 do ECA; Casos de falsidade documental - Art. 3 da Lei 12.037/09.Obs.2: Indiciado Menor: Valer lembrar que para ser indiciado a pessoa precisa ser maior (pois o menor sequer indiciado por ser inimputvel). Assim sendo, o indiciado menor o indiciado com idade entre 18 e 21 anos. De acordo com o art. 15 do CPP, este tem direito a curador, mas este artigo foi revogado pelo CCB/02, que exitnguiu a figura do curador para as pessoas entre 18 e 21 anos.Obs.3: Incomunicabilidade do Indiciado: O art. 21 do CPP prev que o indiciado se torne incomunicvel, sendo permitido apenas com despacho nos autos e somente ser permitida quando o interesse da sociedade ou a convenincia da investigao o exigir. No entanto, este artigo considerado inconstitucional, tendo sido no recepcionado pelo art. 136, 3, IV, da CRFB, conforme argumenta o STF, j que, se em estado de defesa o indiciado no pode ficar incomunicvel, que dir em situaes comuns.

Na Doutrina, apenas o Damsio afirma que o art. 21 do CPP ainda est em vigor, argumentando que o estado de defesa declarado por questes polticas, dando margem a presos polticos, e evitando que se torne o preso poltico incomunicvel. Assim sendo, em seu argumento, o art. 21 no estaria ligado ao art. 136 da CRFB, no ferindo-o. O professor discorda deste argumento.10. Concluso (artigos 10, 1 e 2 e art. 11):

De acordo com o art. 10, 1, a autoridade far minucioso relatrio (descrio detalhada dos atos investigatrios) do que tiver sido apurado e enviar autos ao "juiz competente". Note-se que, por este artigo, a remessa seria triangular (o juiz funcionaria como uma etapa necessria nas remessas entre o Delegado de Polcia e o Ministrio Pblico e vice-versa).

No entanto, no RJ a remessa no triangular, mas direta, tendo em vista que no RJ h a portaria 191/98 conjunta do TJRJ, MPRJ, e da Polcia Civil do RJ, que determina a remessa do inqurito concludo direto ao Ministrio Pblico, e no ao juiz competente conforme est disposto no artigo. Em mbito federal j h uma portaria dispondo da mesma forma que a portaria do estado do RJ.

Neste ponto, pode-se questionar a validade de uma portaria (que uma resoluo administrativa) revogar uma lei ordinria. O professor explica a validade da portaria, pois, como o MP exerce controle externo da atividade policial, conforme previsto no art. 129, VII, da CRFB, a portaria estaria de acordo com a CRFB, e o art. 10 do CPP estaria em inconstitucionalidade progressiva, ferindo o art. 129 da CRFB, conforme o MP vai ganhando mais autonomia.11. Prazo (Art. 10 e art. 16 do CPP):

Este prazo imprprio. Findo este prazo, remete-se ao Ministrio Pblico, que poder devolver o inqurito, abrindo prazo novas diligncias que considerar imprescindveis para o oferecimento da denncia, conforme o art. 16. (Ver melhor sobre isso no livro)

No caso do indiciado preso, o prazo ser de 10 dias. Findo este prazo, o delegado poder continuar investigando, no entanto, esta priso ser ilegal, devendo, portanto, ser relaxada.Obs.: Para crimes hediondos, a durao do inqurito para o preso no de apenas 10 dias, conforme o art. 2, 4, da Lei 8.072/90, sendo 60 dias (30+30).Obs.2: Nos inquritos da polcia federal, independente se o indiciado estiver preso ou solto, o prazo ser de 15 dias, prorrogvel uma nica vez por mais 15 dias (Lei 5.010/66).12. Arquivamento (Art. 28):

O Arquivamento poder se dar 2 motivos: Poder ser por fim da investigao sem justa causa, ou quando existir uma causa patente (manifesta) de rejeio de denncia (por Atipicidade ou Extino de Punibilidade).

O Arquivamento possui natureza jurdica de ato administrativo complexo, por se dar numa fase pr-processual, e depende da conjugao de 2 vontades (Promotor + Juiz; ou Promotor + PGJ), conforme dispe o art. 28 do CPP. A funo do juiz no art. 28, neste fase pr-processual, o controle do princpio da obrigatoriedade, que pode ser eventualmente desrespeitado com um mau arquivamento, devendo, quando tal fato ocorrer, remeter ao PGJ.Art.28.Se o rgo do Ministrio Pblico, ao invs de apresentar a denncia, requerer o arquivamento do inqurito policial ou de quaisquer peas de informao, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razes invocadas, far remessa do inqurito ou peas de informao ao procurador-geral, e este oferecer a denncia, designar outro rgo do Ministrio Pblico para oferec-la, ou insistir no pedido de arquivamento, ao qual s ento estar o juiz obrigado a atender.

Obs.: Vale notar que o 2 promotor (indicado pelo PGJ), no poder alegar a independncia funcional, j que no est denunciando em nome prprio, mas em nome do procurador geral. A independncia funcional apenas pode ser alegada no exerccio das suas funes, e neste caso, por estar exercendo uma funo delegada, ou seja, que no dele, no ter independncia funcional. Mas para uma corrente minoritria (Polastri), afirma que este 2 promotor pode sim recusar de denunciar alegando independncia funcional. Note-se que o debate gira em torno de o que independncia funcional, e se este 2 promotor, nestes casos, estaria abrangido pela independncia funcional.Obs.2: Formao de Coisa Julgada Extraordinria no Arquivamento do Inqurito Policial: Podendo a coisa julgada ser formal ou material, o STF entende que, excepcionalmente, o arquivamento do inqurito pode gerar uma coisa julgada material "extraordinria", quando no arquivamento for julgado o mrito (Quando for causa de atipicidade ou extino da punibilidade) (HC 84.156). Pacceli tambm defende a coisa julgada material extraordinrio no arquivamento do inqurito policial. No entanto, grande maioria da doutrina (Polastri, Tourinho, Rangel, Afrnio) contra este entendimento, pois a coisa julgada material pressupe devido processo legal (jurisdio em seu sentido estrito), no podendo ser formada uma deciso de carter definitivo em uma fase pr-processual, sem jurisdio e sem devido processo legal.Obs.3: Arquivamento de Inqurito em Crime contra a Economia Popular (Lei 1.521/51 - art. 7): O art. 7 da referida lei afirma que os juzes recorrero de ofcio sempre que absolverem os acusados em processo por crime contra a economia popular ou contra a sade pblica, ou quando determinarem o arquivamento dos autos do respectivo inqurito policial. No entanto, o professor afirma que tal artigo fere o sistema acusatrio, sendo inconstitucional portanto, e devendo ser aplicado o art. 28 do CPP por analogia.Obs.4: O Arquivamento feito pelo PGJ em crime de suas atribuies originrias irrecusvel, j que o art. 28 prev apenas o controle pelo prprio PGJ, no podendo o poder judicirio fazer nada em relao a isso.Obs.5: Em relao ao arquivamento realizado pelo PGJ, mas que, em recurso administrativo ao rgo especial do MP dado provimento (significando que deveria ter sido oferecida a denncia), quem ir denuncia? - De acordo com o art. 50 da LC 106/03 (Fazer remisso no art. 12, XI, da lei 8.625), neste caso o relator do voto vencedor, que compe o rgo especial, ser o competente para fazer a denncia.Tipos de Arquivamento: Arquivamento Implcito (Tcito): Esta uma teoria, no est na lei, e bem minoritria esta teoria. Esta teoria apenas ir acontecer se houver 2 ou mais indiciados ou 2 ou mais fatos (1 indiciado por 1 fato, esta teoria no ir ocorrer). Mas, para esta teoria, dever haver uma dupla omisso (tanto do MP, quando do Juiz), que resultaria em um arquivamento implcito (Subjetivo ou Objetivo - Exclui um dos indiciados ou um dos fatos investigados), apenas podendo ser desarquivado, conforme dispe o art. 18, se forem apresentadas novas provas.O STF no aceita esta teoria, admitindo que a denncia seja aditada, pois o arquivamento dever ser expresso, contrariando o art. 28 do CPP e o art. 93, IX, da CRFB, que determina a obrigatoriedade de motivao (arrazoamento do MP e motivao das decises judiciais). Ademais, h o argumento do art. 29 do CPP, que admite ao privada nos crimes de ao pblica, se esta no for intentada no prazo legal. Arquivamento Indireto:13. Desarquivamento (Art. 18)

(Pegar questo da prova formalmente nova, e da prova substancialmente nova)Obs.: Quem desarquiva, de acordo com o art. 39, XV, da LC 106/03, o Procurador Geral.Obs.2: Trancamento de Inqurito Policial via Habeas Corpus: Esta uma criao jurisprudencial do STF. Ocorre quando houver ilegalidade no Inqurito Policial. Esta ilegalidade no inqurito, por poder prejudicar o direito de ir e vir do indiciado (ainda que futuramente), poder, por meio de H.C., haver o trancamento do inqurito por causa da ilegalidade no inqurito, ou seja, paralisao da investigao criminal determinada pelo juiz que concede o Habeas Corpus.

Note-se ainda que, da mesma que o arquivamento, o trancamento pode ser objetivo ou subjetivo (Trancar um dos crimes ou trancar o inqurito para um dos indiciados).

O Polastri chama o trancamento de um arquivamento grosseiro, criticando este trancamento, mas admite tal trancamento, diante da jurisprudncia pacificada no STF, exigindo como condio para que o judicirio conhea do HC, que o indiciado tenha requerido junto ao MP o arquivamento do inqurito, e este tenha se recusado a arquivar.

II - Peas de Informao

Esta outra modalidade de investigao criminal, mas que no realizada pela polcia.1.Sede legal (Art. 28):

O Promotor de Justia pode obter a justa causa sem ser atravs do inqurito, podendo ser com base na pea de informao. Basta haver uma investigao, que no necessariamente ser o inqurito. Assim sendo, pode-se dizer que o inqurito dispensvel, mas a investigao criminal jamais (que pode ser feita por outro meio que no o inqurito policial, como a pea de informao, por exemplo), pois dever haver a justa causa para oferecer a denncia.2.Exemplos:

A) IPM Cdigo Processual Militar;

B) Comisso Parlamentar de Inqurito art. 58, 3 da CRFB: A CPI poder quebrar as garantias individuais constitucionais, por terem poderes de investigao prprios das autoridades judiciais.

Porm h a Teoria da Reserva da Jurisdio, em que o STF afirma que existem 3 atos que apenas podem ser feitos pelo judicirio, ou seja, so atos reservados competncia do juiz: 1)Mandado de Priso (Temporria ou Preventiva); 2)Mandado de Busca e Apreenso Domiciliar; 3)Interceptao de Conversas Telefnicas.Obs.: APO 730/RJ - No poder a Cmara Municipal quebrar sigilo bancrio do investigado, por falta de simetria (No h juiz municipal).

C) peas e documentos juntados pelo ofendido (Art. 39, 5, CPP);

D) remessa de papis ou cpia dos autos por Juiz ao MP (art. 40 do CPP);

E) Sindicncia Administrativa.

III - Poder investigatrio do MP

O STF j possui decises em suas duas turmas (HC 91.661 e HC 99.228) que reconhecem o poder investigatrio do MP. O STJ, por sua vez, j possui a smula 234, permitindo o poder investigatrio do MP. No entanto, ainda subsistem 2 correntes, ainda que seja majoritrio o entendimento defendendo o poder investigatrio do MP:Tese Contrria ao Poder Investigatrio do MP: (Corrente Minoritria - Para Defensoria) (Julgamento do Inqurito Policial 1968/DF) Existem 2 principais argumentos dessa corrente contra o poder investigatrio do MP: Falta de previso constitucional: No h tal previso no art. 129 da CRFB, e, assim sendo, se a Constituio no prev expressamente, o MP est proibido de investigar. A Constituio limitou o papel do MP como mero fiscal externo da atividade policial, e no como investigador (Art. 129, VII).Tese Favorvel ao Poder Investigatrio do MP: O art. 129, IX, da CRFB, prev a funo supletiva ou residual do MP, de modo que os incisos do art. 129 fazem parte de um rol exemplificativo, e no exaustivo. A Lei Orgnica (8.625/93) prev o poder investigatrio do MP no art. 26, existindo tambm a Resoluo 7/2006 e 13/2006, que regulamenta o procedimento investigatrio do MP (que praticamente copia a tutela do inqurito, afastando a crtica de que a investigao pelo MP no teria controle e regramento). Conforme dito na aula passada, por ser o MP parte, e uma parte no est sob o poder de sujeio da outra parte, no poder o MP requisitar o depoimento do investigado. Como a lei dotou o MP de poderes requisitrios (O MP requisita atos ao Delegado), dotou tambm, consecutivamente, com os poderes para praticar o ato requisitado (Teoria dos Poderes Implcitos). Assim sendo, se a Constituio deu ao MP os poderes de ser fiscal externo, pela Teoria dos Princpios Implcitos, tambm deu o poder de investigar.(Pegar esta parte da tese favorvel melhor com Gabriel)Aula 03 - 17/04AO PENAL1)Introduo:

A jurisdio inerte, e, com a propositura da ao, o poder jurisdicional provocado para agir, tutelando o direito de punir (J falamos disso na 1 aula). Assim sendo, ao penal o instrumento pelo qual se provoca a jurisdio (j que ela inerte), a atravs dela se tutela o direito de punir da sociedade (pretenso punitiva da coletividade).

Note-se que este direito de punir no se confunde com o poder de punir, que do Estado Juiz, e para isso existe o devido processo legal.2)Conceito:

o direito de pedir ao Estado Juiz, exclusivo titular do poder-dever de punir, a prestao jurisdicional (art. 5, LIV), aplicando-se o direito penal objetivo a um caso concreto com a conseqente satisfao da pretenso punitiva.Obs.: Fundamento constitucional: art. 5, XXXV, LIV e LIII e art. 129, I.3)Caracterstica do Direito de Ao:a. Autnomo: No se confunde com o direito material que se tutela na ao. Assim sendo, h autonomia no direito de ao, do direito na ao.b. Subjetivo: c. Pblico: Devido natureza pblica da atividade jurisdicional que se provoca. Assim sendo, da mesma forma, como a atividade jurisdicional pblica, o direito de ao tambm .d. Abstrato: Embora o direito de ao esteja conexo a um direito material, o direito de ao no depende do final do processo para ser satisfeito. A ao penal inicia, desenvolve, e termina o processo, e o direito de ao satisfeito com o fim do processo, independentemente do resultado da sentena (final do processo).e. Instrumental: Pois serve de instrumento para satisfao do direito de punir. Alguns dizem tambm que conexo, pois serve de instrumento para resolver uma lide vinculada a um caso concreto, estando, portanto, conexo ao caso concreto.4)Natureza jurdica5)Condies da ao penal (art. 395, II):a)Legitimidade: Pertinncia subjetiva da ao (Conceito da Ada Pelegrini). A Legitimidade o pr-requisito que tem a ver com o sujeito da ao, quem vai propor a ao. Legitimidade quem tem autorizao legal para propor a ao penal. Aqui estamos tratando da legitimidade ativa (titular do direito de punir). Tambm h a legitimidade passiva (titular do direito liberdade). Quem deve figurar no polo passivo da ao penal o provvel autor do crime, ou seja, a pessoa contra quem a justa causa aponta como provvel autor do crime.(Ver sobre Legitimao Ordinria (Coincide o detentor do direito material com o detentor do direito de ao) e Extraordinria (substituto processual - o titular da pretenso punitiva no coincide com o titular do direito de ao - acontece na ao penal privada, em que o interesse material de toda a sociedade, mas o direito de ao do particular), que tambm se aplica no processo penal, e j foi perguntado pelo Polastri em prova).Obs.: Litisconsrcio Ativo: O exemplo mais comum quando se tem a conexo entre crimes de ao penal pblica e crimes de ao penal privada, pois estes crimes sero julgados reunidos (art. 79 CPP) (Ex: Injria e Ameaa - Sero julgados juntos, mas quem ir propor em relao ameaa o MP, e quem ir propor em relao injria o ofendido).

Note-se que se houver conexo entre crime estadual e crime federal, quem atuar ser o Ministrio Pblico Federal em todos os crimes conexos, atraindo a atribuio (Smula 122 do STJ). Assim sendo, neste caso no ocorrer o litisconsrcio ativo.b)Possibilidade jurdica do pedido: O pedido no processo penal ser sempre condenatrio (no se pode pedir a condenao por um fato atpico, pois o pedido no juridicamente possvel).Obs.: Pedido Inconstitucional: quando o MP at narra o crime, mas faz um pedido proibido pela Constituio (Ex: Pena Perptua e Pena de Morte - art. 5, XLVII, CRFB).c)Interesse de agir: o trinmio necessidade, utilidade e adequao.Obs.: Alguns autores (Polastri, Aury e Srgio Demoro) entendem que o interesse de agir uma condio implcita e obrigatria da ao, ou seja, o interesse de agir ser analisado sobre outro enfoque. Assim sendo, no processo penal, a aplicao de pena apenas cabe ao juiz, devendo existir a devida ao para tal fim, ou seja, apenas ser aplicada a pena com a interposio da devida ao (A lide penal s pode ser resolvida dentro do processo, ao contrrio da lide civil, que pode ser resolvida fora do processo). (No entendi bem isso - Ver melhor depois)d)Justa causa: Esta a condio probatria, ou seja, precisa-se de um mnimo de suporte probatrio para denunciar algum, sob pena de denncia abusiva. Estas provas so produzidas na fase pr-processual (Investigao Penal).Obs.: O Polastri (Isoladamente) entende que Justa Causa no condio da ao, sob o fundamento de que o art. 395 do CPP separou a justa causa da condio da ao (Incisos II e III). Para o Polastri, Justa Causa um requisito especial para admissibilidade da ao, no se confundindo com as condies da ao.e)Condies especiais de procedibilidade: Esta condio apenas ocorre na ao penal pblico condicionada representao (autorizao para o MP denunciar). Portanto, a condio especial a representao do ofendido ou requisio do Ministro da Justia.

Outra condio especial de procedibilidade o laudo pericial de constatao nos delitos de droga (Lei 11.343, art. 50, 1). Este laudo exigido j para instaurar o inqurito, e, consequentemente, na denncia. Este laudo possui natureza jurdica de formalidade legal especfica.

Note-se, portanto, que nem todas as aes penais possuem condio especial como condio da ao.6)ClassificaoAqui o critrio adotado a Legitimidade Ativo da Ao Penal (Art. 100, 1, CP e art. 24 CPP):

Ao Penal Pblica (Ministrio Pblico):a)Incondicionada: A regra que a Ao Penal seja Pblica e Incondicionada (Art. 100, 1, CP e art. 24 CPP). Assim sendo, caso a lei no disponha em contrrio, a ao penal ser pblica incondicionada.b)Condicionada representao do Ofendido: (Ex: Crime de Ameaa (art. 147); Crimes de Leso Simples ou Culposa (art. 129 CP c/c art. 88 da Lei 9.099/95) - A representao do ofendido ser melhor analisada abaixo.Obs.: Art. 41 da Lei 11.340 - Lei Maria da Penha: proibida a aplicao de lei 9.099 nos casos de violncia domstica (Segundo o STF (HC 106212/MS), esta proibio de aplicao da lei 9.099 se aplica aos crimes e contravenes - O professor observa que esta uma interpretao em prejuzo do ru). Assim sendo, nos casos de leso corporal que seja aplicada a lei Maria da Penha, a Ao Penal ser Pblica Incondicionada (por no se aplicar a lei 9.099). Mas se for ameaa, continuar sendo pblica condicionada, j que esta lei apenas afastou a lei 9.099, mas no se referiu ao que dispe o CP.c)Condicionada requisio do Ministro da Justia:

Ao Penal Privada (Ofendido):a)Exclusivab)Personalssima c)SubsidiriaRepresentao do Ofendidoa)Conceito: Representao do Ofendido uma mera autorizao da vtima, que, por uma questo de poltica criminal, compete ao MP denunciar, mas somente com a autorizao da vtima, por ferir, alm do interesse pblico, fere tambm o interesse particular.b)Natureza jurdica: A natureza jurdica da representao de condio especial de procedibilidade da ao penal.c)Eficcia da Representao: A eficcia da representao objetiva, pois o ofendido representa contra o crime (no contra a pessoa), autorizando a denncia contra todos do crime, no sendo portanto, uma eficcia subjetiva.d)Prazo decadencial: A representao do ofendido facultativo, devendo ser feita no prazo de 6 meses (art. 38 do CPP). A decadncia uma causa de extino da punibilidade (art. 107, IV, CP).Obs.: Este prazo penal (art. 10 CP) ou processual (art. 38 CPP)? O prazo decadencial de 6 meses, possui natureza processual (tanto que est no CPP e condio especial de procedibilidade), no entanto, conforme visto antes, j que esta uma causa de extino da punibilidade, tambm possui natureza penal. Assim sendo, estamos diante de um instituto hbrido (misto), prevalecendo a sua natureza penal (art. 10 CP).Obs.2: Este prazo comea a contar do conhecimento da autoria, e no do dia do crime. Assim sendo, o prazo decadencial poder ser mais de 6 meses depois do crime, cabendo ao ofendido provar a data do conhecimento da autoria.e)Retratao: O arrependimento da representao possvel, desde que seja no prazo do art. 25 do CPP, ou seja, at o oferecimento da denncia.

Uma exceo a esta regra a Lei Maria da Penha (Lei 11.340), em seu art. 16, j que a retratao s ser admitida a renncia representao perante o juiz, em audincia especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da denncia e ouvido o Ministrio Pblico (recebimento oferecimento da denncia). (Ver sobre o que ele falou de que necessria a ratificao da representao em audincia).f)Retratao da retratao: De acordo com o STF (Corrente Majoritria) isto no possvel, pois j extinguiu a punibilidade (art. 106 e 107, VI, CP, por analogia, com interpretao favorvel ao ru), no dando margem a voltar representao original. No entanto, o professor afirma que o art. 107, VI, cuida da retratao do agente, e no do ofendido, no tendo a ver, portanto, com a retratao do ofendido, mas o STF afirma que utiliza como analogia.

Nucci e Aury (Doutrina Minoritria) afirmam que possvel, pois a primeira retratao no causa extino da punibilidade, j que a extino da punibilidade probe a denncia, sendo uma questo de poltica criminal, sendo que tal funo de eleger as situaes em que ser vedado o oferecimento da denncia de competncia do legislativo, e no do STF, j que o STF no pode legislar. Este posicionamento ainda afirma que dever observar o prazo original de 6 meses, sob pena de extinguir a punibilidade pela decadncia. g)Forma: A representao do ofendido um ato informal, podendo inclusive ser presumido, devendo apenas ser um ato inequvoco de sua vontade de punir o agente do crime,.h)Sucesso Processual: (Art. 24, 1, e art. 31 do CPP) - Para a Doutrina Majoritria tambm se aplica ao companheiro, j que foi equiparado ao cnjuge, conforme art. 226 da CRFB. Uma doutrina minoritria (Tourinho) afirma que trata-se de uma interpretao em prejuzo ao ru, e que tal regra constitucional apenas aplicvel ao direito de famlia.i)Idade mnima: Quando a vtima for menor, quem ir representar so os representantes legais do incapaz. Porm a representao facultativa, podendo os representantes no representar. No entanto, quando a vtima incapaz, existem 2 momentos de direito de representao, sendo um dos representantes, e um para a vtima quando cessada a incapacidade. Assim sendo, quando a vtima completar 18 anos ela poder exercer o direito de representao (sendo autnomo ao direito de representao dos pais - Smula 594 STF), j que no corre o prazo decadencial contra o menor de idade, apenas passando a contar, para a representao da vtima, aps completar 18 anos (ou seja, ter 6 meses aps completar os 18 anos).Obs.: Pacceli (Minoritrio), afirma que a Smula 594 do STF est revogada, com base na revogao do art. 34 do CPP (que se referia aos relativamente incapaz entre 18 e 21 anos - mudou com o novo CCB). Mas o professor afirma que o Pacceli est errado, pois a Smula muito mais abrangente que o art. 34 do CPP que foi revogado, j que a smula trata do relativamente e do absolutamente incapaz, e, portanto, mantm-se a aplicao da Smula para os menores de 18 anos.j)Colidncia (Conflito) de Interesses entre o Menor Ofendido e seu Representante legal: (art. 33 CPP - Curador Especial o Defensor Pblico - art. 4, VI, LC 80/94). O curador especial nomeado de ofcio ou a requerimento do MP pelo juiz criminal ou pelo juiz do juizado a infancia e juventude (art. 142, ECA).Obs.: A representao do ofendido no vincula o MP, e no torna a denncia obrigatria. O princpio da obrigatoriedade apenas para quando houver cumprido as 5 condies da ao, e a mera representao no torna a denncia automaticamente obrigatria, sendo apenas 1 das condies da ao que foi satisfeita, devendo satisfazer tambm as outras 4, conforme visto anteriormente.Requisio do Ministro da Justiaa)Conceito: mera autorizao do Ministro da Justia (Professor afirma que requisio foi usada erradamente, j que requisio significa "ordem", e o MJ no pode mandar o MP denunciar). Este tipo de ao se refere aos crimes de natureza poltica (art. 145, nico, CP).b)Natureza jurdicac)Caractersticas e Prazo: Irretratvel, e no possui prazo decadencial de 6 meses, podendo requisitar a qualquer momento, desde que o crime no esteja prescrito. A doutrina chegou a essa concluso por falta de previso legal. Mas para a posio minoritria (Aury e Pacceli), a requisio retratvel, pois um crime de cunho poltico, e as vezes a convenincia poltica muda, devende o poltico ter uma margem de manobra.Princpios da Ao Penal PblicaI. Princpio da Oficialidade: Ao Penal Pblica oficializada por um rgo Pblico (art. 129, CRFB).II. Princpio da Obrigatoriedade (Legalidade): Reunidas todas as condies da ao penal, a ao penal pblica obrigatria, ou seja, o MP fica obrigado a denunciar quando presentes as condies da ao (o MP no possui faculdade, inclusive sob pena de prevaricao).III. Princpio da Indisponibilidade: Depois de proposta a ao, o MP no pode desistir da ao penal (art. 42, CPP). No entanto, este princpio no impede que o MP, em suas alegaes finais, opine pela absolvio do ru, at porque isso no desistncia, mas uma opinio, e j que o MP, alm de ser parte, tambm e fiscal da lei, e como fiscal da lei no h interesse em condenar um inocente. Alm do mais, isto no desistir da ao, pois tanto que o juiz pode condenar mesmo assim.IV. Princpio da Divisibilidade: Alguns autores sustentam que a ao penal publica e indivisvel, ou seja, no pode existir uma ao penal para cada autor de crime no concurso de pessoas. No entanto, a doutrina majoritria entende que ela divisvel, ou seja, posso oferecer uma ao penal para cada autor do crime, mesmo que eles tenham agidos em conjunto.Para quem defende o arquivamento implcito sustenta a indivisibilidade da ao penal publica. V. Princpio da Intranscendncia: Se aplica tanto para as aoes publicas como as privadas. Significa que a ao penal no ultrapassa a pessoa do ru (art. 5, XLV da CF)Aula - 24/04Denncia1)Requisitos:

a petio inicial da ao penal Pblica, ao passo que a Queixa Crime na Ao Penal Privada.

Os requisitos da denncia esto no art. 41 do CPP (so 4 requisitos).Art.41.A denncia ou queixa conter a exposio do fato criminoso, com todas as suas circunstncias, a qualificao do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identific-lo, a classificao do crime e, quando necessrio, o rol das testemunhas.Obs.: Qual o princpio contido implicitamente no art. 41 do CPP? - o princpio da acusao explcita, ou seja, no basta narrar a denncia, devendo narrar o fato com suas circunstncias. Mas para Polastri, o art. 41 apenas consagra o princpio da Ampla Defesa, de modo que deve ser contido fatos suficientes que possibilitem a defesa do ru.

O rol do art. 41 exemplificativo, no exaustivo (Fazer remisso do art. 41 ao art. 395, I). Outro requisitos so: Endereamento, Identificao da Investigao Criminal, os Pedidos de Citao, Condenao, entre outros.Obs.: A falta de um desses requisitos, leva rejeio da Denncia.2)Dolo e Culpa:

Dever haver descrio do dolo e da culpa.3)Concurso de Agentes:

Sempre que houver mais de um denunciado, dever haver a descrio individualizada da conduta.Obs.: Exceo: Existe um crime em que a jurisprudncia mais flexvel em relao a isso, no exigindo tanto detalhamento na conduta de cada indiciado, j que difcil de verificar o que cada um fez extamente, cabendo uma denncia um pouco mais genrica, no aplicando com tanto rigor o art. 41. o crime de autoria coletiva ou multitudinrio (Ex: Crimes Societios) (HC 88.525/SP).4)Imputao Alternativa Originria:

Esta uma tese da doutrina minoritria (Afrnio Silva Jardim), que, no entanto, j foi perguntada em concurso do MP.

A imputao alternativa quando o MP denuncia duas ou mais conduta (imputao) contra o mesmo ru, mas pede condenao em relao a apenas uma das condutas narradas alternativamente (Ex: Pedir a imputao como assalto, ou alternativamente, como receptao). Esta teoria serve quando o MP est em dvida sobre a conduta do indiciado, descrevendo 2 condutas, mas pedindo a condenao de apenas 1, que ser corretamente identificada durante a instruo penal.

No entanto, de acordo com o STF, a imputao alternativa inconstitucional, devendo o juiz rejeitar a denncia por inpcia. De acordo com o STF isto viola o princpio constitucional da ampla defesa, j que ele ter que se defender de mais condutas do que a que cometeu.5)Rejeio de Denncia No-Recebimento de Denncia:

Na prtica ningum diferencia os dois termos, sendo usados como sinnimos. No entanto Rangel e Polastri (minortrios) diferenciam estes termos, de modo que os dois (rejeio e no-recebimento) seriam espcies do gnero indeferimento.

Para eles, rejeio quando o juiz rejeita a denncia por questes de mrito, e, se analisou o mrito, fez coisa julgada material, no podendo haver nova denncia. J no-recebimento quando o juiz no recebe a denncia por uma questo meramente processual, fazendo apenas coisa julgada formal, cabendo nova denncia caso superada esta questo processual seja superada, j que o mrito no foi julgado. (Ex: Prescrio matria de mrito (art. 107 CP); Falta de representao do ofendido em crime de ameaa questo processual).6)Aditamento Denncia:

Aditamento Denncia quando se acrescenta denncia original mais um fato ou mais um denunciado, ou seja, acrescenta um novo fato ou novo denunciado. Este o aditamento prprio que poder ser prprio objetivo ou real (quando inclui novo fato) ou prprio subjetivo ou pessoal (quando inclui novo denunciado).

O Aditamento imprprio no aditamento, embora a doutrina chame de aditamento. Este quando o aditamento corrige uma inpcia da denncia original, sem incluir novo fato ou denunciado. Este o aditamento para retificao da denncia (art. 569 CPP).

a)Aditamento provocado: O aditamento provocado quando o MP adita a denncia aps a provocao por parte do juiz. Note-se que mudana no art. 384 no acabou com o aditamento provocado.

b)Aditamento espontneo: O MP adita a denncia por conta prpria.Obs.1: Requisitos do Aditamento: So os mesmos requisitos da denncia, s uma nova acusao consegue acrescentar uma outra acusao. Assim sendo, o aditamento como se fosse uma nova denncia, devendo cumprir os mesmos requisitos do art. 41.Obs.2: Com o aditamento denncia, a defesa dever ser ouvida, o ru interrogado, e dever ser produzidas novas provas sobre o novo fato ou sobre o novo indiciado. (art. 384)Obs.3: Art. 384 4, parte final - H o princpio da indisponibilidade da ao penal pblico, no podendo desistir da ao penal. Assim sendo, quando h o aditamento, o juiz poder condenar nos termos da denncia original ou da denncia aditada, no ficando adstrita aos termos do aditamento, como se refere o dispositivo citado.

O Afrnio afirma que esta uma imputao alternativa superveniente.Ao Penal PrivadaA)Titularidade:

Vale lembrar que a regra que a ao penal em regra seja pblica e incondicionada. Na ao penal privada, o sujeito ativo o ofendido ou seu representante legal, quando o ofendido for incapaz (na pblico o MP) (art. 100, 1, CP).Obs.: O ofendido sujeito ativo, e apenas tem a capacidade para propor uma ao penal privada atravs do advogado ou defensor para apresentar a queixa ( a petio inicial da ao penal privada), pois so estes que possuem capacidade postulatria.Obs.2: O art. 44 exige uma condio especial de procedibilidade, que a procurao com poderes especiais.Obs.3: Sucesso Procesual: Art. 31 do CPP, devendo sempre lembrar o art. 226 da CRFB.Obs.4: Miserabilidade Jurdica: Art. 32 do CPP c/c art. 134 da CRFB - A regra ser a representao pela Defensoria Pblica, mas caso no haja defensoria, o juiz indicar um Advogado Dativo. (Inconstitucionalidade progressiva do art. 32).Obs.5: O MP atua nas aes penais privadas como fiscal da lei, e no como parte.B)Prazo: Decadencial de 6 meses (art. 38 CPP).C)Colidncia de interesses: VerD)Modalidade de Ao Penal Privada:Ao Penal Privada Personalssima: Aqui no caber sucesso processual (Crime de Ocultao de Impedimento para Casamento - art. 236 CP).Ao Penal Privada Exclusiva (Propriamente Dita): Aqui cabe sucesso processual caso a vtima morra dentro do prazo decadencial.Ao Penal Privada Subsidiria da Ao Penal Pblica: Aqui o crime de ao penal pblica, mas caso o MP e quedar inerte, caber ao ofendido propor uma ao penal privada um lugar da ao penal pblica. A Doutrina chama de "Queixa Supletiva" ou "Subsitutiva", j que o crime de iniciativa pblica, mas como o MP se manteve inerte, ter legitimidade o ofendido de tomar o curso da ao. Assim sendo, o requisito para esta ao a inrcia do MP. Obs.: Na Doutrina apenas existe 1 autor que admite Queixa Subsidiria diante de arquivamento de inqurito, que o Gustavo Grandineti, afirmando que, se o MP arquivar o inqurito, deixando de denunciar, estar viabilizando a queixa subsidiria. Assim sendo, para ele, o requisito no a inrcia, mas a ausncia da denncia. O professor discorda disso, reafirmando que o requisito a inrcia do MP.Obs.2: Se a diligncia requerida pelo MP desnecessria, viabilizar a queixa supletiva, por ser uma espcie de inrcia do promotor. No entanto, no qualquer diligncia que autoriza a queixa subsidiria.Obs.3: O prazo do MP est no art. 46 (5 dias se o indiciado estiver preso; 15 dias se estiver solto). Com o fim do prazo do art. 46, j ser configurada a inrcia do MP. A partir do vencimento desse prazo, poder a vtima propor ao penal privada subsidiria dentro de 6 meses da inrcia do MP. Dentro desses 6 meses haver legitimidade concorrente para a ao penal (para o MP e o Ofendido).Obs.4: Embora seja uma ao penal privada, aqui no se aplica o princpio da Disponibilidade da ao penal (art. 29 CPP), j que a ao originariamente pblica, podendo o MP retomar a ao como parte principal no caso de negligncia do ofendido.Obs.5: Ao Penal Pblica subsidiria da Ao Penal Pblica: Nos crimes praticados por prefeitos, se o MP estadual (PGE) ficar inerte, caber ao MPF, pelo PGR, denunciar o prefeito (Decreto-Lei 201/67 - art. 2, 2).Obs.: Ao penal dos crimes contra honra do funcionrio pblico, no exerccio de susas funes (art. 145 nico): So crimes de ao penal pblica condicionada representao do ofendido. Mas para o STF, este crime poder ser de ao penal privada (Smula 714 STF), sob o argumento de que este crime fere mais a esfera ntima do ofendido do que a coletividade. Esta escolha dada pela smula 714 preclusiva, ou seja, quando o ofendido opta pela representao, ter precludo seu direito ao penal privada, e vice-versa.Obs.2: Ao penal dos crimes contra os costumes: (Ver isso - Pegar com Patrcia ou Gabriel) (ADIN 4.301/09)E)Princpios da Ao Penal Privada:I)Princpio da oportunidade ou convenincia: A queixa crime ser oferecida de acordo com a oportunidade e convenincia do Ofendido, ou seja, facultativa.

Note-se ainda que, a vtima pode renunciar o direito de queixa. Esta a renncia (art. 49 CPP), que a desistncia da ao penal privada. A renncia poder ser expressa ou implcita (tcita - quando o querelante pratica um ato incompatvel com o direito punir - art. 104, nico, CP art. 74 da lei 9.099).II)Princpio da Disponibilidade: Aps propor a queixa, a vtima ainda pode desistir da ao penal privada. Ainda h institutos correlatos a esta disponibilidade, como a perempo (art. 60 - ir gerar arquivamento do processo) e o perdo judicial. Obs.: A Renncia antes da queixa, j o perdo aps a queixa. A Renncia um ato de desistncia unilateral, j o perdo um ato bilateral (devendo haver concordncia do querelado).III)Princpio da Indivisibilidade: Determina que havendo mais de um querelado, cabe ao ofendido oferecer queixa contra todos eles, ou contra nenhum, no podendo selecionar contra quais oferecer a queixa (art. 48 c/c 49 CPP), ou seja, a ao penal indivisvel. Uma primeira corrente majoritria (Defensoria, Demoro, STF) desrespeitando a invisibilidade, haver a renncia tcita, que se estender a todos, inclusive os que foram objetos da queixa, de modo que a queixa ser rejeitada.

Para Tourinho e Pacceli, desrespeitando a indivisibilidade, caber ao MP fiscalizar a indivisibilidade, devendo o MP aditar a queixa. O professor acha isso absurdo, j que a queixa facultativa.

Para a terceira corrente minoritria (TJRJ e Polastri) o juiz no ir rejeitar nem mandar o MP aditar. Caber ao MP requerer a intimao do querelante para que o prprio querelante adite a queixa, incluindo todos os querelados, sob pena de ter sua queixa rejeitada, em decorrncia de renncia expressa.IV)Princpio da Intranscendncia: Ao Civil Ex Delito:

Esta uma ao civil (indenizatria), em decorrncia da prtica de um crime, tratada no art. 63 e seguintes do CPP. Isto, pois todo ilcito penal tambm um ilcito civil.

A Sentena Condenatria transitada em julgada ttulo executivo judicial no juzo cvel, tornando certa a obrigao de indenizar, apenas tornando lquida esta obrigao. Assim sendo, esta obrigao certa, porm ilquida. No entanto, de acordo com o art. 387, IV, a sentena dever vir com certa liquidez, havendo um valor mnimo a ser executado, podendo pedir majorao na liquidao de sentena no cvel.Questo: Em relao possibilidade de o juiz fixar de ofcio o valor do art. 387, IV, h 2 correntes: 1 Corrente: Polastri e Pacceli - Poder fixar de ofcio o valor do art. 387, IV, por estabelecer um efeito extra-penal da sentena condenatria, fixada pela lei, ou seja, h um comando legal que deve ser cumprido, independente do requerimento da parte interessada 2 Corrente: Alexandre Cmara - Apenas poder ser fixado mediante requerimento do ofendido, pois a fixao de ofcio viola 3 princpios constitucionais: Sistema Acusatria (Inrcia da Jurisdio), Ampla Defesa e Contraditrio.Questo 2: A indenizao pela vara criminal total ou parcial, ou seja, fixa dano material ou fixa dano moral tambm? 1 Corrente: Majoritria - Abrange tudo, j que a lei no distingue, devendo fixar dano moral e material. 2 Corrente: No, sob o argumento de que o artigo 387, IV, fala apenas em prejuzo, e prejuzo deve ser interpretado apenas como dano material.Faltei a ltima aula - 07/05Aula 02/07 (ps-cirurgia)Teoria Geral das Provas(Pegara continuao da ltima aula)Prova Emprestada1)Conceito: a prova produzida em um processo, e utilizada documentalmente em outro processo.2)Constitucionalidade: Em relao constitucionalidade da prova empresada, existem 2 correntes: 1 Corrente: Ada e Mirabete (Posio Minoritria) - A prova emprestada inconstitucional, pois violaria o princpio do juiz natural, alm de violar a ampla defesa e o contraditrio criminal (O ru, no outro processo, no estava se defendendo da imputao deste processo). 2 Corrente: STF (HC 67.707-RS) (Posio Majoritria) - Apesar de admitir algumas ponderaes da Ada, afirmando que no a melhor das provas, porm isso no suficiente para encarar esta prova como ilcita, e inconstitucional. O STF afirma que, embora seja admissvel, ela tem valor precrio, relativo.Obs.: Note-se que as 2 correntes partem da mesma premissa, afirmando que ela no segue o juiz natural e o contraditrio e ampla defesa, mas chegam a concluses diferentes.Das Provas em EspciesInterrogatrio (Art. 185 e seguintes)1)Conceito

um ato processual no qual o ru apresenta a sua verso sobre os fatos denunciados.Obs.: O interrogatrio um ato processual de natureza probatria. Este ato processual probatrio uma consequncia do princpio da ampla defesa (Defesa Tcnica + Autodefesa).2)Formas como o ru interrogado Regra: Em regra, o ru preso ou solto, interrogado pessoalmente pelo juiz competente (que ir julg-lo) (art. 185 caput).Exceo: 1 Exceo: A primeira exceo a no existncia de interrogatrio, de modo que, o ru solto, se for citado e no comparece, no ser interrogado, sendo declarada a revelia (art. 367). Vale lembrar que a revelia no gera a presuno de veracidade dos fatos alegados na inicial.

2 Exceo: Se o ru solto residir em comarca diversa, ser interrogado por carta precatrio, que um ato de cooperao judicial. O juiz deprecante expede uma carta precatria para o ru deprecado, que ir colher o interrogatrio do ru (Art. 222). Mas se o ru estiver preso, ele dever comparecer ao juiz competente, no sendo interrogado por carta precatria.

3 Exceo: A terceira exceo a de que o ru preso, ao invs de ser interrogado no frum competente, ser interrogado pessoalmente no presdio (art. 185), sendo que neste caso o juiz vai ao presdio (mas isto na prtica no acontece).

4 Exceo: Interrogatrio por vdeo conferncia (online) (art. 185 2). Vale notar que o interrogatrio online constitucional (no confundir com a deciso do STF que estabeleceu ser inconstitucional a Lei Estadual de So Paulo que regulamentava o interrogatrio online - trata-se de uma inconstitucionalidade formal (competncia exclusiva da Unio), e no material), sendo regulada por lei federal, conforme a lei 11.600 que alterou o art. 185, mas que uma medida excepcional, conforme o 2.Obs.: Sobre a questo se materialmente constitucional o interrogatrio online, existem 2 posies: 1 Posio: Rangel e Aury Lopes Jnior (Posio Minoritria) - Este tipo de interrogatrio inconstitucional, pois entendem que viola a ampla defesa do ru e o princpio da humanizao do interrogatrio. 2 Posio: LFG, Polastri, Tourinho, Nicolitti (Majoritria) - Apesar de o interrogatrio online ser exceo, constitucional, no sendo vedado seu uso excepcional. Argumenta-se que, como medida excepcional, permite que o ru seja interrogado por seu juiz natural, havendo uma presena virtual entre ru e juiz. Ademais, este interrogatrio respeita o princpio da razovel durao do processo (art. 5, LXXVIII).Obs.2: No interrogatrio online no h violao da ampla defesa, havendo reforo da defesa tcnica, pois dever haver a presena de 2 advogados (art. 185 5 - 1 junto ao ru e 1 junto ao juiz).3)Natureza Jurdica

Existem 2 correntes sobre a natureza jurdica do interrogatri 1 Posio: Pacceli, Tourinho e Rangel - Trata-se de uma medida de defesa. 2 Posio: Nicolicci, Polastri e Nucci (Majoritria) - O interrogatrio possui natureza hbrida, pois, alm de ser medida de defesa, tambm um meio de prova. Esta corrente apenas amplia a 1 corrente.4)Momento do Interrogatrio - AIJ (Art. 400)

Antes da reforma de 2008, o interrogatrio era o 1 ato processual instrutrio. J hoje o interrogatrio se d na AIJ (Art. 400), sendo o ltimo ato instrutrio na audincia. Isto refora a tese de que o interrogatrio um meio de defesa, viabilizando a ampla defesa do ru.5)Garantias

As principais garantias que o ru tem durante o interrogatrio so:Cincia prvia, juntamente com seu advogado, do inteiro teor da acusao, ou seja, da denncia e das provas (art. 185 5, primeira parte, c/c art. 186). Esta entrevista entre ru e advogado prvia e reservada.

O advogado pode abrir mo desta entrevista prvia e reservada, conforme entendimento do STF (HC 96.465-MG).

Direito ao Silncio - No Brasil, o direito constitucional de ficar calado pode ser exercido parcialmente, ou seja, se reservar ao silncio apenas nas perguntas do promotor, por exemplo.

Este direito constitucional ao silncio prev tambm, implicitamente, o direito de no produzir provas contra si (uma lei no pode exigir que o ru aja contra si mesmo, j que a CRFB lhe d o direito ao silncio - questo da cooperao ativa e passiva j vista antes).(Visto acima)6)Obrigatoriedade

Art. 564, III, e - A falta do interrogatrio do ru presente uma causa de nulidade.Obs.: Quando o ru est presente, obrigatrio o interrogatrio, podendo at mesmo o ru ser conduzido coercitivamente ao interrogatrio (art. 260). Em relao constitucionalidade do art. 260, a corrente majoritria (Polastri, Nicolicci, Tourinho) entende que o art. 260 constitucional. Esta corrente afirma que no se pode presumir que o ru quer se valer do direito constitucional de ficar calado. Ademais, o interrogatrio possui 2 fases (com 2 conjuntos de perguntas), sendo que no incio do interrogatrio h o interrogatrio de identificao (art. 187), em que o ru obrigado a se identificar perante o processo (no podendo se silenciar sobre isso - Doutrina minoritria sustenta isso), e a segunda parte o interrogatrio de mrito, no qual permitido o silncio do ru.Obs.2: Art. 359 do Cdigo Eleitoral - obrigatrio o interrogatrio em crimes eleitorais (antes no era).7)Perguntas

Existem 2 conjuntos de perguntas: Interrogatrio de Identificao (Pessoal) e Interrogatrio de Mrito (Objetivo).Obs.1: De acordo com a corrente majoritria, inclusive para o STF, o direito constitucional de se silenciar e de mentir, se aplica a todo o interrogatrio (Pessoal e Objetivo). Mas h uma corrente minoritria que afirma que tal direito no se aplica ao interrogatrio de identificao, apenas sendo possvel no interrogatrio de mrito.8)Ordem de Perguntas

De acordo com o art. 188, utiliza-se o sistema presidencialista para o interrogatrio do ru, sendo que as partes iro formular as perguntas aps o juiz.Obs.: Atualmente, de acordo com o art. 212, o depoimento das testemunhas feito por inquirio direta, sendo que as partes formulam perguntas antes do juiz, conforme o nico.9)Caractersticas do Interrogatrio

Trata-se de um ato personalssimo, no existindo interrogatrio por procurao.

Trata-se de um ato oral, via de regra, salvo no caso de o ru ser mudo, que ser interrogado por escrito, ou em linguagem de sinais.

Quando houver mais de um ru, estes sero interrogados separadamente (art. 191).Confisso1)Conceito (Art. 197) Trata-se da admisso do ru dos fatos denunciados (imputadas)2)Caractersticas (art. 200)

Retratabilidade: O fato de o ru ter confessado no impede que se retrate mais tarde.Indivisibilidade: O juiz pode dividir e considerar apenas parte da confisso.3)Classificao da Confisso (Art. 197 e seguintes) Judicial Extrajudicial Qualificada: Ru admite a autoria, mas afirma existir uma causa absolutria do crime (Ex: Afirma que matou, mas afirma que estava em estado de necessidade). Indireta: Quando confessa o fato a terceiros.Obs.: H uma certa divergncia na doutrina sobre se a confisso qualificada uma circunstncias atenuante. Maioritariamente, no se admite tal confisso como atenuante, pois a confisso que serve como atenunate a confisso que auxilia o trabalho da polcia e do judicirio (HC 141.534 - Ver requisitos para a confisso ser atenuante - vrias caractersticas)Requisitos: 1)A confisso deve ser pessoal; 2)O ru deve estar em perfeita sade mental; 3)De forma espontnea.Delao Premiada Lei 9.807/99 - Lei Geral da Delao Premiada Lei 9.807: Esta lei se aplica a todos os crimes, apesar de haver artigos em lei especficas que se referem Delao Premiada.

A Delao Premiada uma variante da confisso, pois, alm de confessar a autoria, ainda imputa a autoria dos comparsas. E por isso, o delator recebe um prmio (benefcio) por isso.Natureza Jurdica: Acordo celebrado entre o ru e o Ministrio Pblico, na qual, ao deletar os comparsas e ajudar na investigao destes, ter direito ao perdo judicial ou diminuio de pena (Se o juiz se valer no processo das informaes do Delator, fica obrigado a conceder o prmio ao delator).Obs.1: Hoje o conceito de delao premiada, no s apontar a autoria dos comparsas (este era o conceito tradicional). Este conceito foi ampliado, sendo tambm delao apontar a localizao do cativeiro da vtima ou a localizao dos produtos do crime.Obs.2: Para que o delator receba o prmio (diminuio de pena ou perdo judicial), o ru (autor do fato) dever celebrar um acordo com o Ministrio Pblico.Obs.3: Art. 13 - S tem direito a perdo judicirio se for ru primrio. Se no for primrio, receber diminuio de pena. Vale lembrar que, no necessariamente, sendo primrio e colaborador, ir receber o perdo judicial, podendo, dependendo da ajuda, receber apenas diminuio de penaObs.4: Este acordo celebrado chamado pela doutrina como Delao Eficaz, pois a Delao apenas se torna eficaz com celebrao do acordo entre o ru e o MP. Ademais, para esta Delao ser eficaz, a ajuda deve ser tanto na fase de inqurito, quanto na fase processual ou seja.

Note-se que, apesar de o acordo ser entre o Ru e o MP, quem aplica o prmio da Delao Premiada o juiz (Juiz homologa o acordo da Delao Premiada). Assim sendo, possvel que o acordo seja celebrado, mas o juiz no aplique o prmio da Delao Premiada, pois no se valeu das provas produzidas na delao para proferir a sentena. Portanto, a Delao Premiada apenas se consuma com a deciso do juiz.Obs.: No Brasil, a Delao Premiada feita durante o inqurito e durante o processo. J nos EUA, a Delao Premiada feita na fase de execuo da pena, em que o ru j foi condenad.Obs.5: A Delao Premiada chamada por parte da doutrina de "Testemunha Anmalo", pois a Delao divida em 2 partes: Confisso do prprio crime + Testemunha de Acusao de um crime de Outro.

Assim sendo, se o Delator est testemunhando contra um outro ru, dever haver a ampla defesa a contraditrio, de modo que o Acusado pelo Delator (Delatado) tem o direito de contraditar aquela testemunha.Obs.1: O delatado s tem direito de contraditar o delator se estiver presente (Ru foragido no pode alegar que no contraditou o delator).Obs.2: Aury Lops Jr. afirma que quando o delatado contraditor o delator, o delator, nesse momento, est testemunhando (e no sendo interrogado), e, sendo testemunha, ele no poder mentir, nem invocar o direito constitucional de ficar calado sobre fatos praticados por terceiros (mas pode se calar sobre fatos que podem incriminar a prpria testemunha - O Direito a ficar em silncio diz respeito apenas s acusaes prpria pessoa).Obs.3: Chamamento de Co-ru (Co-autor) - uma outra variante (espcie) de Delao Premiada. Trata-se de Delao Premiada realizada no processo judicial, na qual uma delao na presena do juiz, do delatado, tendo mais valor para a doutrina e jurisprudncia.Obs.4: A prova adquirida da Delao Premiada uma prova lcita e vlida, podendo ser usada pelo juiz, devendo ser observada as circunstncias em que foi feita esta delao.Perguntas ao Ofendido (Art. 201)

Em certos crimes, existe um sujeito passivo determinado, que a vtima. Assim sendo, as Perguntas ao Ofendido nada mais so do que o depoimento da vtima. Cumpre destacar que esta prova no tratada como prova testemunhal.

Vale notar que o ofendido no testemunha, pois testemunha uma 3 pessoa imparcial que presenciou o crime, j a vtima sofreu o crime, e, assim sendo, no tem como ser imparcial. Assim sendo, tecnicamente a vtima no testemunha, e isso tem vrias consequncias: No procedimento comum ordinrio, o nmero mximo de testemunhas elencadas pelas partes de 8 (Art.398). Mas a vtima no entra no cmputo mximo de testemunhas, ou seja, poder ter 8 testemunhas + a vtima. A vtima no comete crime de falso testemunho (Art. 342 CP), pois a vtima no testemunha. Mas a vtima poder, no caso de ser intencionalmente, responder por denncia caluniosa. Em regra, todas as testemunhas tem a obrigatoriedade de prestar o compromisso com a verdade (Art. 203) (Lembrar que existem algumas excees). J a vtima, por no ser testemunha, no dever prestar o compromisso.Obs.1: Conduo Coercitiva - A Vtima pode ser conduzida coercitivamente (art. 201 1), tanto no inqurito pelo Delegado, quanto na fase processual pelo Juiz.Obs.2: Excepcionalmente, durante o depoimento da vtima, o ru pode ser retirado da sala de audincia (Art. 217). Porm, o Defensor fica na sala de audincia.Obs.3: Obrigatoriedade da Comunicao dos Principais Atos Processuais Vtimas - Independentemente de a vtima entrar no processo como assistente, a vtima ter direito comunicao dos principais atos processuais, inclusive quando o ru sair da priso (Art. 201 2). Esta comunicao poder ser feito por e-mail, conforme o 3.Obs.4: Os dados pessoais da vtima podem ser sigilosos, para evitar sua exposio na mdia, e por questes de segurana (Art. 201, 6).Obs.5: Credibilidade do Depoimento da Vtima A palavra da vtima vista com muita com reserva e cautela na jurisprudncia. Dificilmente ela usada como a forma principal de condenao. Geralmente, utiliza-se o depoimento da vtima aliada a outras provas. No entanto, a jurisprudncia, excepcionalmente, condena o ru somente com a palavra da vtima nos casos de crimes clandestinos / crimes s escuras (Ex: Estupro), ou seja, utilizando-se da palavra da vtima como prova nica do crime.Testemunha (Art. 202 e seguintes)1)Conceito: Esta a prova mais importante no Brasil. Toda pessoa pode ser testemunha para depor sobre os fatos denunciados (desde que capaz de depor), independentemente da idade e da sade mental. Mas o doente mental e o menor de 14 anos no prestam o compromisso com a verdade, e no respondem por falso testemunho (Acima de 14 anos (menor infrator) responde na vara da infncia e juventude).Obs.1: Policial Militar pode servir como testemunha (Jurisprudncia Pacfica), por ter presuno de boa-f, sendo uma pessoa idnea, e capaz de depor sobre os fatos denunciados.2)Caractersticas desta prova: a)Objetividade (art. 213): A prova testemunhal dever ser objetiva, ou seja, falar sobre fatos. Portanto, poder ser subjetivo, ou seja, a testemunha dar opinies pessoais sobre o fato (Ex: Eu acho que foi ele que matou).b)Retrospectividade: A prova testemunhal retrospectiva, e, portanto, a testemunha apenas se refere a fatos passados, retrospectivos. No pode portanto, por exemplo, pergunta se o ru, se for soltar, ir voltar a matar.c)Oralidade: A prova testemunhal uma prova oral por excelncia. No entanto, esta prova oral dever ser reduzida a termo (digita, imprime e a testemunha assina).Obs.1: A oralidade no impede que a testemunha faa uma breve consulta a anotaes escritas (Art. 204 nico), devendo ficar consignado em ata a prtica da consulta s anotaes (Ex: Consultar a agenda para saber aonde estava).Obs.2: Jurisprudencialmente, muito comum o juiz ler o depoimento que a testemunha deu na delegacia (durante o inqurito) e apenas pedir pra ela confirmar. No entanto, caso tal fato ocorra, prova nula, pois a prova testemunhal no pode ser uma simples ratificao de um depoimento prestado anteriormente, como o depoimento feito na delegacia, pois atinge a espontaneidade da prova testemunhal. Assim sendo, a testemunha dever repetir todo seu depoimento (HC 183.696/ES).Obs.3: Excepcionalmente, existem autoridades pblicas que possuem a prerrogativa de optar pelo testemunho por escrito (art. 221 1).Obs.4: Surdo e Mudo - Art. 223 nico - Forma do testemunho do Mudo e do Surdo.3)Obrigatoriedade: A funo de testemunha obrigatria, ou seja, toda pessoa obrigada a testemunhar (art. 206).

Consequncias da testemunha recalcitrante (faltante) (Art. 218 e art. 219): I) Conduo Coercitiva; II)Multa; III) Crime de Desobedincia; IV) Custas. Assim sendo, caso a testemunha falte, a audincia dever ser remarcada (adiada - Art. 535). No entanto, Audincia remarcada, j o Jri, em regra, no remarcadoObs.: Jri no adiado, em regra, por causa do no comparecimento de testemunha (art. 461). Mas, excepcionalmente, possvel o adiamento de todo o jri pela ausncia de testemunha, devendo cumprir 3 requisitos: I)A testemunha dever ser intimada pessoalmente; II)A parte que arrolou a testemunha declara que ela fundamental (imprescindvel); III)A parte dever indicar o endereo da testemunha. 4)Proibio de Depor: Existem pessoas que, em razo da funo ou profisso, so proibidas de depor como testemunha (Ex: Padre) (Art. 207) (Art. 26 do Cdigo de tica da OAB), inclusive, se depuserem, cometero crime. Vale notar que tal proibio dever ter nexo causal entre os fatos sabidos e o exerccio da profisso.

No entanto, excepcionalmente, tais pessoas podero depor, desde que cumpram 2 requisitos: I)Se a parte interessada desobrigar a testemunha; II)Se a testemunha quiser depor.

Esta testemunha chamada de testemunha sigilatria, por estar revelando um sigilo profissional, e apenas fazendo isso excepcionalmente. Esta testemunha sigilitria tambm ter de prestar compromisso com a verdade.Obs.: Na doutrina, existe uma posio minoritria do Polastri, que sustenta um conceito amplo de parte interessada que ir desobrigar a testemunha, no sendo apenas o ru que dever desobrigar a testemunha, mas tambm a entidade classista (Ex: Advogado - OAB) seria interessada, e, assim sendo, para Polastri, ambas devem desobrigar para que a pessoa possa testemunhar.Aula 18/075)Recusa de Depor: So as pessoas elencadas no art. 206, segunda parte (Basicamente os parentes do ru). Estas pessoas podem exercer essa faculdade de no depor ou no.

Vale notar que, em regra, ningum pode se recusar a depor (Todo mundo obrigado a depor). No entanto, o art. 206 segunda traz uma exceo a essa regra, elencando pessoas que podem se recusar a depor. Ademais, a essa exceo, existe uma exceo, ou seja, hiptese em que estas pessoas elencadas no art. 206, segunda parte, que poderiam se recusar a depor, ficam obrigadas a depor, situao em que no seja possvel, por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstncias.Obs.: Sigilo de Fontes: Existem pessoas que, apesar de no poder recusar a depor, podem se recusar a dar a fonte da informao (art. 5, XIV, CRFB - jornalista; Art. 53, 6 - Parlamentares).Obs.2: Para Polastri, o Coautor do crime ou Autor de um crime conexo, tambm poderia se recusar a depor. Esta uma defesa defendida apenas pelo Polastri.6)Compromisso de Dizer a Verdade (Art. 203): A falta do compromisso de dizer a verdade acarretar a nulidade do depoimento? 1 Corrente: Demoro, Polastri, Tourinho, Pacceli(Majoritria) - O compromisso de dizer a verdade uma mera formalidade, mero estmulo moral, e no elemento essencial validade do depoimento. 2 Corrente: Aury Lopes Jr (Muito Minoritrio) - O compromisso um elemento essencial validade do depoimento, podendo, sua falta, acarretar a nulidade do depoimento.Obs.: Exceo (art. 208): A regra a prestao do compromisso de dizer a verdade. No entanto, existem pessoas que no prestam o compromisso com a verdade, que so as pessoas elencadas no art. 206, quando no se recusam a depor, ou quando so, excepcionalmente, obrigadas a depor (art. 208 c/c art. 206).Obs.2: No CPC, no art. 405, 3, III, conforme a jurisprudncia, aplica-se analogicamente ao processo penal, de modo que o amigo ntimo e o inimigo capital tambm no prestam o compromisso de dizer a verdade no processo penal.Obs.3: Testemunha que no presta compromisso e mente: A Doutrina Majoritria afirma que a Testemunha que mente em juzo, mesmo que no preste o compromisso de dizer a verdade, comete o crime de falso testemunho (art. 342 CP), pois no tipo penal no cita a quebra do compromisso de dizer a verdade. O cdigo penal apenas tipifica a conduta mentirosa, independente do compromisso.

Vale notar que pode se aplicar a excludente de culpabilidade da Inexigibilidade de Conduta Diversa, mas isso dever ser verificada a cada caso. Mas fato tpico e dever ser a testemunha denunciado, podendo, podendo depois ser absolvida pela excludente de culpabilidade da Inexigibilidade de Conduta Diversa.

J para Aury Lopes Jr (Minoritrio), a Testemunha Informante no testemunha, sendo apenas informante, e no podendo, portanto, praticar falso testemunho. Mas o professor contra-argumenta isso com o art. 401, que diz que as pessoas que no prestam compromisso (Testemunha Informantes), so testemunhas, apenas no sendo numerrias.Obs.4: Testemunhas Informantes: As testemunhas que no prestam o compromisso de dizer a verdade so chamadas de "Testemunhas Informantes" (pessoas do art. 206 e 208).Obs.5: Competncia para Julgamento do Falso Testemunho praticado em Carta Precatria: Aplica-se o art. 70 CPP, ou seja, competente o local do crime (Juzo Deprecado).Obs.6: Classificao das Testemunhas: Testemunha Indireta: aquela que tomou conhecimento do fato atravs de Terceiros. Testemunha Referida: uma pessoa que foi mencionada por uma testemunha (Ex: Uma testemunha afirma que Fulano viu o crime - O Fulano ser testemunha referida). Testemunha Prpria: aquela testemunha que depe sobre o fato. Testemunha Imprpria: aquela testemunha que no viu o crime, e apenas esto testemunhando um ato formal do processo (art. 6, V, CPP). Testemunha de Carter ou Abonatrias: uma testemunha que no depe sobre os fatos, mas sobre o carter do ru, ou seja, iro abonar o carter do ru. uma testemunha mais relevante para a Defesa, pois poder levar a uma diminuio de pena, na primeira fase de aplicao de pena (Art. 59 CP - Circunstncias Judiciais). Testemunha da Coroa: Trata-se de uma agente infiltrado, ou seja, um agente policial que se disfara para integrar uma quadrilha, servindo de testemunha contra essa testemunha. No Brasil, essa prova prevista na Lei de Crimes Organizados e na Lei de Drogas (Art. 2, V, da Lei 9.034/95; Art. 53, I, Lei 11.343/06). Testemunha Sigilatria: Visto acima (Ex: Padre, Advogado). Testemunha Informante: (Visto Acima) Presta depoimento, mas no presta compromisso de dizer a verdade, no tendo tanta credibilidade, portanto. Testemunha Numerria: a testemunha dentro do rol mximo que cada parte pode arrolar. Dependendo do crime e do procedimento, cada parte pode arrolar um nmero mximo de testemunha (Procedimento Comum Ordinrio - Art. 401 - Mximo de 8 pessoas). Vale lembrar que as Testemunhas Referidas (que sero referidas por uma Numerria) e as Testemunhas Informantes no contam no cmputo das Testemunhas Numerrias.7)Ordem da Oitiva das Testemunhas na AIJ (Art. 400): Primeiro sero ouvidas as Testemunhas de Acusao, e depois as de Defesa. Lembrando que oitiva de testemunha se d aps o depoimento da vtima.Obs.: Antes da AIJ as partes podero desistir da oitiva de suas testemunhas. At 2008 a desistncia era bilateral, e aps a reforma passou a ser unilateral.Obs.2: Princpio da Comunho das Provas: Uma prova produzida nos autos poder ser usada por ambas as partes, ou seja, um depoimento de uma testemunha de uma parte pode ser usada pela outra parte. A desistncia da oitiva de uma testemunha no ofende o Princpio da Comunho das Provas, pois a prova no foi produzida, e tal princpio pressupe uma prova j produzido. Aury Lopes Jr, minoritariamente, sustenta que uma testemunha s pode ser desistida com a concordncia da parte contrria (bilateral), para seguir o contraditrio. Mas o professor afirma que, se a prova ainda no foi produzida, no precisa ser contraditada.8)Procedimento:1 Parte: Art. 203 - Prestar Compromisso e se Qualificar.Obs.: Contradita (art. 214): quando uma parte invoca uma suspeita de parcialidade da testemunha. Deve-se contraditar a testemunha antes de seu depoimento, porm, excepcionalmente pode contradit-la depois, quando, em seu depoimento, traz um fato suspeito e desconhecido pelas partes, situao em que, excepcionalmente, poder se realizar a Contradita depois.Obs.2: No caso de testemunha que se identifica, porm no apresenta seu documento de identificao (esqueceu em casa), o art. 205 afirma que ela ir depor, mas seu documento dever ser juntada posteriormente, sob pena de nulidade de seu depoimento. Assim sendo, a validade de seu depoimento ficar condicionada entrega posterior do documento.2 Parte: Ordem e Forma das Perguntas: A Forma das perguntas a Inquirio Direta (Art. 212) (Direct Examination - No exatamente a Cross Examination, pois no h a rplica da inquirio de quem arrolou a testemunha, ou seja, apenas h uma fase de inquirio para cada parte) (No mais o sistema presidencialista).

A Ordem de Inquirio (Art. 212, nico) ser primeiro a parte que arrolou a testemunha, depois a parte contrria, e depois o juiz.Obs.1: Em regra, se houver inverso na ordem da oitiva das testemunhas (ouvir primeiro as testemunhas de defesa antes das de acusao), em regra, haver nulidade por cerceamento de defesa (HC 87.297/MT). Mas h uma exceo a isso, que quando a testemunha de carter, pois a testemunha de carter (abonatrias) no depe sobre os fatos, no causando prejuzo para a defesa (HC 75.345/MS).Obs.2: Se houver violao do Sistema de Inquirio Direta, a prova testemunhal ser nula, havendo nulidade absoluta (pode ser alegada a qualquer momento), por ferir o devido processo legal, ou seja, a lei determina que apenas poder haver o depoimento por Inquirio Direta (HC 144.909/PE).Obs.3: Se houver violao na Ordem de Inquirio, segundo o STF haver nulidade relativa, devendo ser impugnada na hora da audincia, sob pena de a nulidade convalescer, sendo o vcio sanado, remediado, e o ato que era nulo se torna perfeito.Obs.4: A forma e a ordem de inquirao de testemunha se estende aos peritos e o ofendido, nos termos do art. 212 caput CPP.Obs.5: Cabe ao juiz transcrever com fidelidade o depoimento da testemunha, com suas palavras e expresses (art. 215).9)Local do Depoimento da Testemunha: A Regra Geral o depoimento da testemunha no juzo competente. As excees esto no art. 220 ao art. 222: Pessoas impossibilitadas de locomoo (Art. 220) - Cabe ao juiz se dirigir aonde esta testemunha estiver. Autoridades Pblicas (Art. 221) - certas Autoridades Pblicas tm a prerrogativa de combinar com o juiz o local, dia e a hora de seu depoimento, que lhe for mais conveniente. De acordo com o art. 40, I, da Lei 8.625/93, tal regra tambm se aplica aos Membros do Ministrio Pblicos.Obs.: Autoridades Pblicas que podem optar pela prestao testemunho por escrito - So os presidentes dos poderes. Podem dar por escrito, ou se for presencialmente, podero marcar local, dia e hora. Testemunha que residir em comarca diversa da Comarca Competente (art. 222) - Essa testemunha tem a opo de ser ouvida por carta precatria.Obs.1: A prerrogativa do art. 221 se aplicam a essas Autoridades na qualidade de Testemunha ou Vtima, e no na condio de Ru.Obs.2: Vale lembrar que o uso do direito do art. 221 no pode significar um abuso de direito (ficar retardando seu depoimento). Assim sendo, o STF determinou que tal prerrogativa de poder marcar local, dia e hora, dever ser exercida dentro de 30 dias da sua intimao.Obs.3: Tanto os militares, como funcionrios pblicos, so requisitados para testemunharem atravs de seus superiores hierrquicos (Art. 221, 1 e 2).Obs.4: No existe carta precatria na 2 fase do procedimento do jri, pois a prova produzida diretamente na presena dos jurados, inclusive podendo os jurados fazer perguntas testemunha, o que impossibilita a carta precatria. Mas pode haver carta precatria na 1 fase do procedimento do jri (anlise de pronncia ou impronncia).10)Presena do Ru (Art. 217): A retirada do ru, conforme o art. 217, exceo, pois a regra a presena do ru durante o depoimento das testemunhas e do ofendido.

Ademais, o ru apenas retirado se no for possvel a oitiva da testemunha ou do ofendido por vdeo-conferncia. Conforme se depreende do art. 217, primeiro tenta-se por vdeo-conferncia, e, caso no seja possvel, o ru ser retirado da sala de audincia.

A retirada do ru da sala de audincia dever ser fundamentada pelo juiz (STJ- HC131.655/SP), sob pena de causar nulidade no depoimento. Note-se tambm que, ainda que haja a retirada do ru da sala de audincia durante o depoimento, dever estar presente seu defensor na sala de audincia durante o depoimento, e, noc caso de depoimento por vdeo-conferncia, deve-se aplicar o art. 185 5, ou seja, dever haver a presena de 2 defensores, 1 com o ru e 1 com a testemunha (HC 0018825-07.2011.8.19.0000).11)Indeferimento de Oitiva de Testemunha (Art. 219 CODJERJ): O recurso cabvel correio parcial (reclamao).12)Fase Processual (Art. 41 e Art. 396-A): O momento para se apresentar o rol de testemunhas para o MP na denncia, e para a defesa o momento para arrolar testemunhas na resposta prvia do art. 396 (10 dias depois da citao).

A intimao das testemunhas de defesa devero ser requeridas pelo defensor, quando necessrio, conforme o art. 396-A. Na doutrina, h uma corrente minoritria (Aury Lopes Jr - Para prova de defensoria) que afirma que as testemunhas de defesa, pelo princpio da igualdade, ainda que o defensor no requeira a intimao, devero ser sempre intimadas, j que as testemunhas de acusao so sempre intimadas.13)Programa de Proteo Testemunha (Lei 9.807/99 - Mesma lei da delao premiada - ru colaborador): As principais protees testemunha ameaada:1. Mudana de Identidade (Art. 9)2. Mudana de Residncia e Segurana armada (art. 7, I) - O prazo mximo desse programa de 2 anos (fica em residncia desconhecida, recebendo penso de 1 salrio mnimo).3. Omisso do nome da Testemunha na Denncia (art. 7, IV) - Isto foi considerado constitucional pelo STF, afirmando que a impossibilidade, em casos excepcionais, de acesso identidade da testemunha no viola a ampla defesa do ru.

O prazo mximo desse programa de 2 anos.Aula - 23/07Acareao (Art. 229)1)Conceito: Quando 2 ou mais pessoas do depoimentos contraditrios, existe a possibilidade de coloc-los juntos, presencialmente (cara a cara), para esclarecer essas divergncias.Obs.: O ru pode ser acareado? Sim, pode ser levado para ser acareado, mas na acareao pode invocar o direito constitucional de ficar calado. Na doutrina, apenas o Pacceli afirma que o ru no pode ser obrigado a ser levado para ser acareado (no seria permitida a conduo coercitiva do ru acareao). Mas majoritariamente adota-se o entendimento de que o ru poder ser obrigado a comparecer acareao, mas, na acareao, poder invocar o direito de ficar calado.2)Acareao por Carta Precatria (Art. 230): Quando 2 testemunhas divergirem e uma delas voltar para sua comarca natal, estas testemunhas sero acareadas por carta precatria.3)Momento (Art. 400): Se dar na AIJ, depois da oitiva dos peritos e antes do reconhecimento de pessoas e interrogatrio do ru. Obs.: Vale notar que a acareao, excepcionalmente poder ser no final da AIJ, depois do interrogatrio, se um dos acareados for o ru, em razo de alguma divergncia em seu depoimento.Obs.2: Art. 6, III - Cabe acareao no inqurito policial, de modo que o delegado de polcia determina a acareao, que se dar na delegacia.Obs.3: O tribunal poder renovar toda a instruo criminal (transformar o julgamento em diligncia) (Art. 616), podendo determinar a produo de qualquer diligncia, inclusive, determinar a reacareao.Percia (Art. 158)1)Fundamento: A percia no obrigatria no processo, sendo apenas determinada quando o juiz se deparar com causas complexas, que exijam o conhecimento tcnico, especializado, de modo que o juiz ir requerer o auxlio de pessoas com tal conhecimento especfico.2)Natureza Jurdica: um meio de prova, com valor probatrio relativo (Livre Convico Motivada - nenhuma prova vale mais que a outra, a priori - o juiz que ir atribuir um valor a cada prova, podendo, inclusive, rejeitar uma percia, mas devendo fundamentar tal rejeio - art. 182). Obs.1: Em regra, atuar na causa apenas 1 perito oficial (antes da mudana do CPP eram 2 peritos - 1 oficial e 1 revisor). No entanto, excepcionalmente, se a percia for complexa, o juiz poder determinar 2 ou mais peritos, conforme determina o 7 do art. 189.Obs.2: Nas comarcas que no possurem perito oficial, de acordo com o art. 189, 1, o exame ser realizado por 2 pessoas idneas, portadoras de diploma superior.Obs.3: Minoritariamente, Polastri sustenta a possibilidade de nomeao de 2 pessoas idneas sem diploma superior, desde que possuam o conhecimento prtico da natureza do fato (Ex: Mestre de Obra substituindo um Engenheiro formado).Assistente Tcnico (Art. 159)1)Conceito: Assistente Tcnico uma pessoa com conhecimento especializado, contratado pelas partes, e no se confunde com o perito oficial.

Os Assistentes Tcnicos podero apresentar parecer ( laudo) em prazo fixado pelo juiz, e podero ser inquiridos em audincia.Obs.: Tanto o perito, quanto o Assistente Tcnico, sero ouvidos durante a AIJ, conforme o art. 400, logo aps a oitiva das testemunhas.Quesitos e Laudo Pericial (Art. 176)1)Conceito: So as perguntas formuladas pelo juiz, ou pelas partes, ao perito.2)Divergncia: Nos casos de haver divergncia entre os peritos (caso das percias complexas), haver, conforme o art. 180, a nomeao de um terceiro perito desempatador.3)Inexatido do Laudo Pericial (art. 181): Ser requerido laudo complementar do perito.4)Guarda do material periciado (Art. 159, 6): O perito dever guardar o material periciado, pois poder haver a necessidade de uma percia complementar, ou o exame por um Assistente Tcnico.5)Valorao da Percia: Possui valor probatrio relativo (Art. 182), no tendo valor previamente estabelecido na lei como valor absoluto, nem prevalecendo sobre outras provas.6)Percias em