acompanhamento aula - processo penal iii (1)

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Bibliografia 1. Auri Lopes Júnior. Direito Processual Penal 2. Eugênio Pacelli. Curso de Processo Penal 3. Renato Brasileiro. Manual de Processo Penal 4. Vicente Greco 5. Frederico Marques 6. Havena Conteúdo Atos Processuais até a sentença, passando por todos os procedimentos. Aula 03/02/2015 Atos processuais 1. Fato a) Propriamente ditos: é todo acontecimento humano ou natural b) Judiciais: é todo acontecimento humano ou natural que repercuta no direito, criando, modificando ou extinguindo situações jurídicas. c) Processuais: é todo acontecimento humano ou natural que tenha relevância para o processo. (ex.: morte do ofendido: abre-se possibilidade para que seu conjuge, ascendente, descendente ou irmão, busque a ação penal para responsabilização do agente) 2. Atos a) Jurídicos: declaração de vontade que crie, extingue ou extinga uma relação jurídica. b) Processuais: é uma declaração de vontade humana que repercuta diretamente no processo. 3. Atos das partes a) Postulatórios: é aquele que seu conteúdo requer o pronunciamento judicial (ex.: queixa crime: ato processual postulatório da parte) b) Instrutórias: aqueles que auxiliam o magistrado na solução do litígio (ex.: oitiva de testemunha; juntada de documentos; perícia) c) Reais: todos aqueles praticados pela parte que digam respeito a coisa ou a objeto (ex.: busca e apreensão) d) Dispositivos: é a prática de acordos entre os sujeitos

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Page 1: Acompanhamento Aula - Processo Penal III (1)

Bibliografia

1. Auri Lopes Júnior. Direito Processual Penal2. Eugênio Pacelli. Curso de Processo Penal 3. Renato Brasileiro. Manual de Processo Penal4. Vicente Greco5. Frederico Marques6. Havena

Conteúdo

Atos Processuais até a sentença, passando por todos os procedimentos.

Aula 03/02/2015

Atos processuais

1. Fatoa) Propriamente ditos: é todo acontecimento humano ou naturalb) Judiciais: é todo acontecimento humano ou natural que repercuta no direito, criando, modificando ou extinguindo situações jurídicas. c) Processuais: é todo acontecimento humano ou natural que tenha relevância para o processo. (ex.: morte do ofendido: abre-se possibilidade para que seu conjuge, ascendente, descendente ou irmão, busque a ação penal para responsabilização do agente)

2. Atosa) Jurídicos: declaração de vontade que crie, extingue ou extinga uma relação jurídica. b) Processuais: é uma declaração de vontade humana que repercuta diretamente no processo.

3. Atos das partesa) Postulatórios: é aquele que seu conteúdo requer o pronunciamento judicial (ex.: queixa crime: ato processual postulatório da parte)b) Instrutórias: aqueles que auxiliam o magistrado na solução do litígio (ex.: oitiva de testemunha; juntada de documentos; perícia)c) Reais: todos aqueles praticados pela parte que digam respeito a coisa ou a objeto (ex.: busca e apreensão)d) Dispositivos: é a prática de acordos entre os sujeitos processuais (ex.: transação penal)

Aula 10/02

4. Atos do Juiza) Atos decisóriosDecisões: qualquer pronunciamento judicial no corpo do processo

4.1 InterlocutóriasÉ toda decisão que diga respeito a questões emergentes ou incidentes ocorrida no curso do processo penal. (ex.: tutela antecipada: produção antecipada de provas)

4.2 TerminativasSão as que encerram a relação processual, porém sem julgamento do mérito (ex.: rejeição liminar da denúncia, a exemplo da manifesta causa excludente de licitude – Art. 395; outro exemplo, a prescrição);

4.3 Não terminativasSão aquelas que encerram uma fase do procedimento (ex.: decisão de pronuncia – remessa dos

Page 2: Acompanhamento Aula - Processo Penal III (1)

autos ao conselho de sentença do júri)4.4 Terminativas de mérito

São aquelas que, sem julgar o mérito, resolvem o processo (ex.: as provas revelam causa excludente de ilicitude)

4.5 DefinitivasHaverá juízo de valor sobre as provas trazidas, tanto pelo MP quanto pela defesa.

4.5.1 CondenatóriaSão as que há o acolhimento da pretensão punitiva estatal

4.5.2 Absolutória4.5.2.1Própria

Será própria quando não provada a autoria ou o fato criminoso4.5.2.2Imprópria

Só ocorre nos casos de inimputabilidade (reconhece a autoria e materialidade, porém não irá aplicar punição prevista para o tipo – será submetido à medida de segurança). Assim, a medida de segurança é a única decisão absolutória imprópria.

b) Atos InstrutóriosSão aqueles que auxiliam o magistrado na formação de sua convicçãoc) Atos de documentaçãoSão aqueles em que, por força de lei, compete ao magistrado praticar, porém sem qualquer juízo de valor.

5. Atos dos auxiliares da justiçaa) Atos de movimentaçãoSão aqueles em que há o impulso do processo ou mesmo a sua movimentação (Ex.: abertura de vistas); se foi juntada nova prova pelo MP, caberá ao juiz determinação a intimação do defensor. b) Atos de execuçãoSão os que decorrem de despacho judicial em cumprimento a determinação nele (ex.: citação do réu)c) Atos de documentação São atos que dizem respeito à regularidade procedimental (ex.: certidão de intimação; certidão de objeto e pé: requer ao servidor público qual o teor da denúncia, em que fase está, quem é o réu e autor...)

Aula 20/02

Atos Processuais

1. Espécies de atosa) Simples: é aquele que é realizado ou praticado por uma única pessoa (ex.: pessoa intimada a realizar resposta a acusação; recebimento de denúncia por magistrado)b) Complexos: são os praticados em cadeia sucessiva (ex.: atos sucessivos praticos em uma audiência/sessão)c) Compostos: são aqueles que dependem de outro para que tenham eficácia (ex.: perdão da vítima – depende de aceitação)

2. Limites de lugar dos atos processuaisArt. 792, CPP: Os atos processuais devem ser realizados no fórum ou Tribunais de Justiça (STJ, STF)Exceções:

Art. 222, CPP: Carta precatória: oitiva de testemunha em local diverso de onde tramita os

Page 3: Acompanhamento Aula - Processo Penal III (1)

atos processuaisArt. 792, §2º, CPP: quando a testemunha não puder ir até o juízo, pode o magistrado,

juntamente com defesa e MP, ir até a residência da pessoa e realizar o ato processual.

3. Limites de forma:Art. 394, CPP: Procedimento comum

OrdinárioSumárioSumaríssimo

Procedimentos especiaisa) Previstos no CPP: b) Previstos na legislação extravagante: há previsão também na legislação extravagante (ex.:

crimes da lei de drogas)

4. Limites de tempoArt. 5º, LXXVIII, CF/88 (EC 45/04): duração razoável do processo (as metas do CNJ também ajudaram a dar celeridade ao processo)

4.1 Prazo4.1.1 Princípios

a) Igualdade de tratamento: todos os sujeitos processuais, que tiverem na mesma situação, terão os prazos processuais idênticos (ex.: prazo recurso idêntico para a defesa e acusação); fixação legal de prazos para serem observados pelas partes que se encontrem na mesma situação (MP não tem privilégio no processo penal)

Exceções: Lei 1060/50, art. 5º, §5º: a Defensoria gozará de prazo em dobro em todos os feitos que atuar (abarcou tanto o processo civil quanto o penal)Assistência Judiciária: não detém prerrogativa do prazo em dobro, uma vez que a Lei 1060/50 trata somente da Defensoria. b) Da brevidade:

4.1.2 Características (art. 798, CPP) a) Contínuos: eles não poderão ser interrompidos Exceções: ex.: força maior; obstáculo criado por uma das partes; impedimento do Juiz; férias forenses (§4º do artigo 798)b) Peremptórios: improrrogável

4.1.3 Efeitos da perda do prazoPreclusão: é efeito máximo da perdo do prazo processual a) preclusão temporal: a passagem do tempo retira da parte a possibilidade de realizar o ato; b) preclusão lógica: é aquela em que a realização de um ato impede que seja praticado outro; c) preclusão consumativa: é quando a prática do ato se exaure em si mesmo (ex.: prazo de 5 dias para apresentar alegações finais e no segundo dia ele apresenta as alegações finais; ainda dentro do prazo percebe que esqueceu a tese principal: assim não pode emendar as alegações finais, mesmo ainda dentro do prazo)

4.1.4 Espécies de prazoa) Comuns: são aqueles que devem ser realizados pelas partes do processo (mesmo prazo) (ex.: alegações finais) inclusive dos assistentes de acusaçãob) Particulares: aquele que determinada e específica quais pessoas deverão realizar (ex.: representação; queixa crime nos crimes contra a honra – 6 meses)c) Próprios: são aqueles que a não realização dos atos processuais no tempo importará alguma

Page 4: Acompanhamento Aula - Processo Penal III (1)

consequência jurídica (ex.: preclusão; decadência; perempção)d) Impróprios: aquele que a perda não trará consequência jurídica (ex.: alegações finais); se o serventuário da justiça ou magistrado deixar de cumprir o prazo impróprio poderá ser responsabilizado administrativamente

4.1.5 Contagem dos prazos (art. 798, CPP)Exclui o dia do início e inclui o vencimento (ex.: cinco dias para recurso de apelação pronunciada dia 20; exclui dia 20 e inclui 25. Aula 27/02Procedimento no Processo PenalLeis nº 11.689/08 e 11.719/08

A lei anterior não observava os princípios do contraditório e ampla defesa: procedimento acusatório (havia o recebimento da denúncia com ulterior interrogatório; a partir do interrogatório era que abria prazo para defesa)

Com o advento da Lei 11.689/08, o interrogatório passou a ser realizado após a oitiva das testemunhas

Com o advento da Lei 11.719/08, o procedimento comum ordinário passa a ser a regra (quando não houver determinação de outro procedimento, será o procedimento comum ordinário)

Procedimentos (art. 394, CPP)a) Comum

a.1) Ordinário: quando tiver por objeto crime com pena igual ou superior a 4 anos de pena provativa de liberdade (ex.: homicídio);

a.2) Sumário: quando tiver por objeto crime com pena inferior a 4 anosa.3) Sumaríssimo: para infrações de menor potencial ofensivo (pena menor que 2 anos)

A interpretação da aplicação do procedimento sumário é por exclusão, ou seja, caso não aplique o sumaríssimo ou o ordinário, será aplicado o sumáriob) Especial Quando o CPP assim determinar ou quando em leis especiais houver profunda modificações no rito procedimental (ex.: Tribunal do júri no CPP e Lei de drogas). Porém subsidiariamente é aplicável o procedimento comum (art. 394, CPP, §2º do CPP)

Lei Maria da Penha?Lei nº 11.340/06

Art. 41 da Lei determina o rito comum ordinárioVeda expressamente a aplicação do procedimento sumaríssimo. Deverá ser utilizado o procedimento comum ordinário, exceto se houver juizado especial para crimes doméstico familiar.Obs.: aos crimes previstos no estatuto do idoso(<4 anos) que forem praticados deverão seguir os procedimentos da lei 9099/99. mas, não existe transação penal. Decidido na ADIN 3096. se > 4 anos, procedimento ordinário.

Lei 10.741/03: os crimes que a pena máxima não for superior a 4 anos, aplica o disposto na Lei 9.099/95, mas somente em relação ao procedimento e não aos institutos despenalizadores (ADI 3096/DF) (IMPO)

Procedimento comum ordinárioEtapas do procedimento

a) Oferecimento da denúncia (art. 41, CPP – o oferecimento da denúncia deverá conter: exposição do fato criminoso; qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais possa identificá-lo; classificação do crime; e, se houver, rol de testemunhas): primeiro ato processual; b) Rejeição preliminar (art. 395, CPP): análise preliminar da denúncia; não será admitida quando:

b.1) for inépta, ou seja, não preencher os requisitos do art. 41, CPPb.2) houver denúncia genérica em regra não é recebido, a exceção de quando for uma

atuação coletiva

Page 5: Acompanhamento Aula - Processo Penal III (1)

b.3) falta de pressuposto processual (competência...) ou condição da ação penal (interesse de agir, causa de pedir e a legimidade):

b.4) ausência de justa causa para ação: Fato for atípico: conduta, nexo de causalidade, resultado e tipicidade Quando houver causa extintiva de punibilidade: prescrição, perempção...Inexistência de indícios de autoria Ausência de materialidade (ex.: preso por ter disparado arma de fogo em via pública

sem provas – laudo, capsula, arma, exame... STJ entendeu que quando não há prova da materialidade no início da denúncia, pode o juiz rejeitar liminarmente)c) Recebimento da denúncia ou queixa (a ação penal só tem início com o recebimento da denúncia)Art. 396, CPPArt. 397, CPP: fala em recebimetno da denúncia para fins de interrupção da prescriçãod) Citação e resposta à acusaçãodefesa prévia existia antes das leis 11689 e 11719.

Page 6: Acompanhamento Aula - Processo Penal III (1)

Aula 03/03

Procedimento comum ordinárioOferecimento da denúncia

Rejeição liminar (art. 395, CPP)Manifestamente inéptaPressuposto Processual/condição da açãoAusência de justa causa (ausência de materialidade; falta de indícios de autoria; fato

típico; causa extintiva da punibilidade)Recurso cabível: Recurso em sentido estrito (RESE) (art. 581, I, CPP) (na

jurisprudência quase nunca se vê esse tipo de recurso)Recebimento da denúncia (ato formal que causa a interrupção do prazo prescricional)

Citação do acusado (art. 396, CPP) (há súmula do STF considerando nula a citação por edital daquele que se encontra preso na mesma comarca, ou seja, deve ser citação pessoalmente; Art. 361: citação por edital: pressupõe que tem que haver a citação pessoal)

Resposta à acusação (art. 396-A, CPP): deverá arguir preliminares e alegar tudo que interessa a sua defesa. (resposta a acusação é obrigatória, caso não seja apresentada, deverá ser nomeado defensor pelo juiz)

Fase de admissão da acusaçãoAbsolvição sumária (art. 397, CPP) (recurso cabível: apelação

(art. 416, CC, 593, II, CPP)Designação de audiência de instrução e julgamento (oitiva de

testemunhas, vítima, pedidos, interrogatório do acusado)Fase de diligências (art. 402, CPP)

Indeferidas (alegações finais orais – art. 402)Deferidas (Alegações finais por memoriais

(art. 403, §3º, CPP)SENTENÇA

Page 7: Acompanhamento Aula - Processo Penal III (1)

Oferecimento da denúncia

Rejeição liminar (art. 395, CPP)

Manifestamente inépta

Pressuposto Processual/condição da ação

Ausência de justa causa

Recurso cabível: Recurso em sentido estrito (RESE) (art. 581, I, CPP)

Recebimento da denúncia

Citação do acusado (art. 396, CPP)

Resposta à acusação (art. 396-A, CPP)

Fase de admissão da acusação

Absolvição sumária (art. 397, CPP) (recurso cabível: apelação

(art. 416, CC, 593, II, CPP)

Fase de diligências (art. 402, CPP)

Indeferidas

(alegações finais orais – art. 402)

SENTENÇA

Designação de audiência de instruçã

Deferidas

(Alegações finais por memoria

SENTENÇA

Page 8: Acompanhamento Aula - Processo Penal III (1)

o e julgamento (oitiva de testemunhas, vítima, pedidos, interrogatório do acusado)

is (art. 403, §3º, CPP)

Aula 10/03

1. Rejeição Parcial da denúnciaÉ possível? Sim, porém não faz coisa julgada material, ou seja, se houver no curso da ação penal prova, ou o MP faz o aditamento da denúncia ou promove nova denúncia. Recurso: art. 581, I, CPP: recurso em sentido estrito É possível o início da ação penal sem a prova pericial (ex.: prova pericial definitiva do tipo de droga)

2. Rejeição da denúnica posterior ao recebimentoPreclusão “Pro Judicato”: há exceção?Há dois posicionamentos:

a) há quem entende que há preclusão “pro Judicato”: o juiz não pode mais retornar e desconsiderar o ato de recebimento;

b) há quem entende que é possível, com fundamento no art. 395, CPP (a denúnica ou queixa será rejeitada): será verificada as condições para a ação (extinção do processo sem julgamento do mérito: art. 267, CPC);

3. Necessidade de fundamentação do recebimento?Para a doutrina: sim (art. 93, IX, CF)Para a jurisprudência: não (por que em muitas daquelas hipóteses há o verdadeiro ataque ao mérito da questão: ex.: excludente de ilicitude; excludente de cupabilidade) RHC: 32.375/RJ STJ

Nos procedimentos que preveêm a defesa preliminar?HC 76.319/SC STJDefesa preliminar: entre o recebimento da denúncia e a apresentação da defesa (tem caráter obrigatória)Defesa preliminar é previsto no Art. 55 da Lei de drogas; art. 8 da Lei 9.099/95; Decreto-Lei 201/67, art. 2º (trata dos crimes de responsabilidade dos prefeitos)Nos casos em que há previsão de defesa preliminar, o juiz deverá fundamentar o recebimento da denúncia.

4. Consequência do recebimento da denúncia:Fixação da competência (art. 83, CPP): o juiz que primeiro conhecer da causa será o juiz

prevento (quando despacha na causa ou esse tenha vínculo com a ação penal)

Page 9: Acompanhamento Aula - Processo Penal III (1)

Interrupção da prescrição: Se a incompetência é relativa (era competente e agora deixou de ser): há a interrupção da prescrição, uma vez que na época da decisão ele era competente; Por outro lado, caso seja incompetência absoluta: (inquérito: 1544 – STF): não há a interrupção da prescrição

5. Recurso cabível contra o recebimento da denúnica?Não há previsãoCabimento de habeas corpusSúmula 693/STF

Aula 17/03

art. 399, CPPINTIMAÇÃO DO ACUSADO X QUEBRA DA CELERIDADE

prevalece a necessidade de intimação: simHC 111567 – STFé obrigatório o comparecimento do acusadoHC: 103963art. 400, CPPart. 5º, LXXVIIIordem de oitiva e sua suspensãonulidade?Interrogatório e precatóriainterrogatório é ato obrigatório ?Art. 400, §1º, CPP-oralidade como característicaart. 401, CPPlimite de testemunha: infringência a ampla defesalimite pode exceder

Art. 402, CPP: somente para circunstância surgidas no decorrer da instrução

Indeferimento? Necessidade de fundamentação: art. 93, IX, CF/88

Art. 403, CPPOralidade como regra: será utilizado, em regra, quando não houver recebimento de

diligências e o requerimento indeferido Exceções:a) Complexidade do fato: b) número de acusados

Art. 404, CPPExceção à oralidadeDiligências deferidas

Art. 405, CPPNecessidade de transcrição?

Aula 20/03

Page 10: Acompanhamento Aula - Processo Penal III (1)

Revelia no processo penal Só há revelia quando o réu não responde à citação.

Citação pessoal: art. 367, CPPCitação por hora certa: art. 362, parágrafo único, CPP

Só ocorre a revelia nesses duas situações acima. A revelia não é a mesma do processo civil. No processo penal, o réu revel deixa de ser intimado dos atos processuais posteriores. Caso ele se apresente ao juiz após a revelia, ele deverá ser intimado dos demais atos processuais.

Confissão ficta? (art. 197, CPP)Necessidade de intimação da sentença?

Absolutória? não haverá necessidade de intimaçãoCondenatória? haverá necessidade de intimação (art. 577, CPP) (A intimação basta que

seja publicada em órgão oficialAbolutória reformada no TJ (abolvido no primeiro grau e condenado no segundo)?

HC 239349 STJ:

Aula 24/03/15

PROCEDIMENTO SUMÁRIO1-FUNDAMENTO: ART. 531 A 538, CPP.2-QUANDO SERÁ POSSÍVEL ? ART. 394, §1º, II, CCPÉ aplicado por exclusão. É aplicado quando não se encaixar no ordinário (pena superior a 4 anos) nem sumaríssimo (pena máxima < 2 anos).3-PROCEDIMENTO. Art. 394, §5º, CPPNão tem todos os atos do procedimento ordinário. Por isso, violaria a ampla defesa ? Não, pois há disciplina jurídica tratando do assunto (art. 531 a 538, CPP), segundo o STF. O que se quer com isso é reduzir tempo do processo. Aplicação subsidiária do procedimento comum ordinário ao sumário.Aplicam-se as mesmas regras do ordinário no que toca ao recebimento, rejeição liminar, citação do acusado, resposta da acusação.

4-DIFERENÇAS PARA PROCEDIMENTO ORDINÁRIO-crimes que poderão ser julgados (pena <4 e > 2 anos)-prazo para realização da audiência (ordinário até 60 dias, sumário até 30 dias)-quantidade de testemunhas que poderão ser arroladas (ordinário: máximo de 8, sumário: máximo de 5)-requerimento de diligências. (Na regra, no sumário não pode pedir ao contrário do ordinário, mas na prática é possível).

5-ART. 533, CPP. Trata da audiência, primeiro ato processual do procedimento sumário.-APLICAÇÃO DOS §§ DO ART. 400, CPP. PROVAS PRODUZIDAS EM AUDIÊNCIA – oralidade da prova. A prova documental, se já existente à época do fato, será juntada, até audiência de instrução e julgamento. A preferência nesta audiência é pela prova testemunhal.INDEFERIMENTO DAS PROVAS IMPERTINENTES, PROTELATÓRIAS E IRRELEVANTESfeito pelo juiz.ESCLARECIMENTO DOS PERITOS: PRÉVIO REQUERIMENTO

Page 11: Acompanhamento Aula - Processo Penal III (1)

São feitos de forma escrita. O requerimento deve ser feito quando da apresentação da resposta à acusação.

6-ART. 534, CPPALEGAÇÃO FINAL, ORAL7-ART. 535, CPPAUDIÊNCIA UNAEXCEÇÃO?8-ART. 536, CPPQUEBRA DA ORDEM DE INQUIRIÇÃO9-ART. 538, CPPHIPÓTESES DE MODIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIAART.S 66 E 77, LEI Nº 9099/95CC 105322/PR STJCC 102723/ MG STJ

Aula 27/03

PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMOLei cominar pena máxima para a infração penal de até 2 anos.ART. 394, §1º, III, C/C LEI 9099/95COMPETÊNCIAART. 63, LEI 9099teoria da atividade, onde/local ocorreu a atividade, infração penal.

NÃO SE APLICA:-CRIMES MILITARES: art. 90-VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: art. 41, lei maria da penhasumula 243-STJ: não possibilidade da aplicação do sursi para concurso material, formal

improprio que a pena é superior a 2 anos.

ATOS PROCESSUAISART. 66, LEI 9099CITAÇÃOSó admite a pessoal (por mandado ou na sede do juizado).

-ADMISSÍVEL POR EDITAL/HORA CERTA ?Se não for localizado, deve ser encaminhado os autos para a justiça comum que adotará o procedimento sumário.

-CONSEQUÊNCIA? ART. 66, § ÚNICO C/C ART. 538, CPPINTIMAÇÃO-SOMENTE PESSOAL?

FASE PRELIMINARLAVRATURA DO TERMO CIRCUNSTANCIADOPRISÃO EM FLAGRANTE ? ART. 69, § ÚNICO, LEI 9099ENCAMINHAMENTO DO TERMO PARA O PODER JUDICIÁRIOAUDIÊNCIA PRELIMINAR (ART. 70, LEI 9099)

A)COMPOSIÇÃO CIVIL DOS DANOS(ART. 72, LEI 9099) – ressarcimento pecuniário pelo que sofreu. Se houver acordo, juiz togado homologa decisão e esta vale como título executivo

Page 12: Acompanhamento Aula - Processo Penal III (1)

judicial. É ato voluntário.HOMOLOGAÇÃODESCUMPRIMENTO?

B)AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA-DESCABE COMPOSIÇÃO CIVIL DOS DANOS-CABIMENTO DA TRANSAÇÃO PENAL

C)AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA/PRIVADA-RENÚNCIA AUTOMÁTICA DO DIREITO DE REPRESENTAÇÃO(ART. 74, § ÚNICO,

LEI 9099) aceitação pelo autor gera homologação feita pelo juiz na audiência preliminar o que gera renúncia.

-NÃO REALIZAÇÃO DA COMPOSIÇÃO (vítima não aceita acordo)? NASCE O DIREITO DE REPRESENTAÇÃONa prática, na AP condicionada a representação já vem no TCO, oitiva ou termo de representação e não na audiência preliminar. Na AP privada, vem na queixa-crime.

Procedimento sumaríssimo (Lei 9.099/95) (continuação)

1. Audiência preliminar (art. 70)a) Composição civil dos danos: se houver a composição o juiz homologa e essa será um título executivo extrajudicial. (não caberá à vítima renovar o direito de representação); só é cabível nos crimes de ação penal pública condicionada à representação e na ação privada.

Na ação penal pública incodicionada: não há a previsão para a composição civil dos danos (poderá o MP ofertar a transação penal)

Na ação penal pública condicionada:À representação ou na ação penal privada Renúncia automática do direito de representação (art. 74, paragráfo único): havendo

a composição civil por danosNão realização da composição (direito de representação)

Aula 31/03/2015

2. Transação Penal (art. 76)Na ação penal pública incondicionada/condicionada à representação (MP quem

apresenta a proposta de transação penal; não havendo, será realizada denúncia; Aceitação: homologação judicial Caso haja descumprimento da transação penal: RE 602.072 STF: pode haver nova

representação Possível na ação penal privada?

Ação Penal Orinária (APN) 634/RJ/STJ: seria possível a transação penal em ação penal pública privada, porém o titular não seria o Ministério Público, mas sim o ofendido (a grande celeuma é que se o ofendido poderia propor nos mesmos termos do MP: há entendimento de que sim. Ou seja, aplicação imediata de pena não privativa de liberdade.

Não aceitação da proposta:Ação penal pública: denúncia oral (art. 77)Ação Penal privada : queixa oral (art. 77, §3º)

É possível a aplicação do Art. 394, §4º do CPP ao procedimento sumaríssimo?Sim, os art. 395 a 397 tem aplicação no procedimento sumaríssimo, ressalvado o Art. 396, que trata do momento do recebimento da denúncia.

Page 13: Acompanhamento Aula - Processo Penal III (1)

Aula 07/04Continuação procedimento sumaríssimo (art. 77 a 81, CPP)

Sequência de atosa) Oferecimento da denúncia ou queixa (para ação penal privada) oral (princípio da oralidade);b) Citação do acusado (art. 78):

Se presente na audiência preliminar (citação imediata);Se ausente à audiência preliminar (citação pessoal)

Não é possível citação por hora certa ou edital (Juizado especial não cita por edital, logo será baixado e encaminhado a uma das varas criminais, que adotará o procedimento sumário – Art. 538, CPP)Na citação o juiz designará nova data para audiência de instrução e julgamento (encaminhará termo de audiência que relatará o fato, marcando a audiência e dando a possibilidade de arrolar testemunha) c) Audiência de instrução e julgamento

c.1.Resposta à acusação; (recebimento da denúncia será após a resposta à acusação – Art. 81 da Lei 9099/95)

Art. 395 e 397, CPPc.2.Decisão quanto à rejeição/Recebimento da inicial (caberá recurso de apelação no

prazo de 10 dias) verificará se não existe nenhuma das causas do art. 395, CPPArt. 395, CPP

c.3.Julgamento antecipado da lide (caberá também recurso de apelação no prazo de 10 dias)

Art. 397, CPPc.4.Inquirição do ofendido e testemunhas e interrogatório do acusado

Tem-se admitido um número de 5 testemunhas de acusação e da defesa (similar ao procedimento sumário, uma vez que não há previsão da quantidade para o sumaríssimo)

c.5.Debates orais (art. 81)

c.6.Sentença (art. 81 e 82)

Procedimento comum Procedimento sumaríssimo

oferecimento oferecimento

recebimento Citação do acusado

citação Designação de audiência de instrução e julgamento

Resposta a acusação recebimento

Aula 10/04

Procedimentos especiais

Page 14: Acompanhamento Aula - Processo Penal III (1)

Lei 11.343/06 – Lei de drogasArt. 48 a 59Inquérito policial: prazo para conclusão:

Réu preso: 30 dias (não terminado o IP, deverá o réu ser solto)Réu solto: 90 dias

Prisão preventiva: requisitos cumulativos: a prova da materialidade + indício de autoria + GOP, GOE, CIC, AALP (Garantia da Ordem Pública, Garantia da Ordem Econômica, …, Aplicação da Lei Penal)Sequência de atos

1. Oferecimento da denúncia (art. 54)Prazo: 10 dias, a contar do recebimento do inquérito policial (relatório da CPI ou outras peças informativas, se puder subsidiar a denúncia)Se ultrapassar o prazo?

Se o acusado tiver preso, deverá ser colocado em liberdade (contudo, nesse prazo pode ser requerido prisão preventiva, esvaziando o prazo de 10 dias)

Se solto, não trará consequências caso não seja denunciado dentro do prazo

2. Notificação do acusado (art. 55) (é anterior ao recebimento da denúncia pelo Juízo)Apresentação de defesa preliminar (obrigatoriedade de defesa por advogado) Aplicável o Art. 395 do CPP?

São aplicáveis o Art. 395 e 396-A e 397, em virtude do que dispõe o Art. 394, §4º do CPP. Assim, dentro da resposta preliminar poderá o acusado suscitar quaisquer das hipóteses do Art. 395 (pressuposto de adminissibilidade da denúncia ou queixa)Se não apresentar defesa?

Nomeação de defensor dativo (art. 55, §3º) caso não apresente defesa preliminar

3. Decisão do Magistrado (art. 55, §3º)Rejeição da denúncia ou recebimento da inicial (aqui começa a contar a interrupção da prescrição)

4. Citação do acusado e designação de audiência (art. 56)Nova defesa preliminar? Correntes:1º Corrente: após a citação do acusado deverá ser aberto novo prazo para apresentação de resposta à acusação (nova defesa); Art. 396 e 396-A, CPP. 2º Corrente: não seria possível, uma vez que o artigo 55 é repetição do Artigo 396-A do CPP. (entendimento majoritário)

Citação do acusado e designação de audiência (prazo máximo de 30 dias). Ultrapassado os 30 dias, poderá a defesa requerer a liberdade do acusado (revogação da preventiva), em virtude do constrangimento ilegal.

5. Audiência de instrução e julgamento5.1 Interrogatório do acusado; 5.2 Testemunhas (máximo de 5) para a defesa e acusação5.3 Debates orais (excepcionalmente, em virtude da complexidade do caso, repartição da audiência, pluralidade de acusados, os debates serão por memoriais)

Há uma inversão no que toca às inquirições, primeiro será interrogado o acusado. (Contudo, na prática, os juízes, com fundamento no contraditório e ampla defesa, tem interrogado o acusado somente no fim, que acabou se tornando uma regra entre os magistrados)

6. Sentença

Page 15: Acompanhamento Aula - Processo Penal III (1)

Após os debates orais, o juiz, Imediatamente ou em 10 dias, irá prolatar a setença.

Para início da persecução penal basta um laudo provisório. Contudo, para a sentença é indispensável laude definitivo. Ex.: laudo provisório constatou que era intorpecente (geralmente só um exame que detecta todas as substâncias presente na amostra). Porém, no laudo definitivo é realizado mais exames que certificará da existência ou não de substância intorpecente. Ex.: caso de acusado por tráfico de drogas, quando na verdade era uréia.

Aula 14/04

O procedimento previsto nos artigos 513 e ss do CPP se aplica aos crimes funcionais próprios e impróprios?

O procedimento especial aplica-se ao corréu não funcionário público?

A notificação para apresentação da defesa preliminar é obrigatória?

A súmula nº 330/STJ continua válida? Para quais situações?

Aula 05/05

Procedimento dos crimes praticados por funcionário público contra a administração pública (Art. 513 a 518, CPP)Quais crimes tratar: crimes próprios ou só impróprios? há doutrinadores que entendem que os crimes impróprios também estão sujeitos ao procedimento. Contudo, o STJ diz que somente os crimes próprios praticados pelo funcionário público (crimes do Art. 312 a 326, CP) (tem que ser praticados por funcionários públicos, assim, o corréu que age em concurso de pessoas com o funcionário público, não estará sujeito ao procedimento especial (art. 513 a 518, CPP), mas ao procedimento comum ordinário. Em síntese, não há grande diferença entre o procedimento especial e o ordinário (só há uma benesse que é a possibilidade do funcionário ter a possibilidade de defesa preliminar; já no procedimento ordinário não cabe)

Somente é aplicável para os crimes afiançáveis: dentro do rol dos Arts. 312 a 326, CP somente duas condutas são inafiançaveis: excesso de exação (art. 316, §1º, CP) e facilitação de contrabando ou descaminho (art. 318, CP), quando será aplicado o procedimento comum ordinário.

Corréu: para o funcionário público será oportunizada a defesa preliminar e para o corréu, não funcionário público, não será facultada a defesa preliminar; este deverá responder a defesa nos termos do Art. 316, CP.

Atos do procedimento a) Oferecimento da denúncia

Art. 411, CPP: audiência de intrução e julgamento nos moldes do JúriNúmero de testemunhas: não há previsão e, assim, por força do Art. 394, §4º será de 8

testemunhas.

b) Notificação para apresentar resposta preliminar Não sendo o caso de rejeição liminar (art. 395, CPP), será oportunizado resposta para defesa

preliminar (entedimento doutrinário; jurisprudência não fala nada a respeito; o CPP não trata dessa rejeição liminar)

Page 16: Acompanhamento Aula - Processo Penal III (1)

No que tange a resposta preliminar, há uma celeuma se é obrigatória ou não? Há entendimentos divergentes do STJ e STF. Na dúvida, melhor seguir o que o STF fala.

STJ STF

Súmula 330: É desnecessária a resposta preliminar na ação instruída por inquérito policial

HC 89.686: o plenário entendeu que o fato da denúncia se ter respaldado em elementos informativos do inquérito policial não dispensa a notificação para resposta preliminar

Se o funcionário público teve a oportunidade de relatar sua versão, não é obrigatória a notificação para resposta preliminar (ex.: inquérito policial; PAD)

Causa de nulidade absoluta a falta de notificação para apresentar resposta preliminar. Para restituição de bem: STJ entende que há uma inversão do ônus da prova, cabendo ao acusado provar a licitude do bem, ao invés de o autor provar a ilicitude. Quebra da ordem das oitivas em audiência: para a doutrina é caso de nulidade absoluta; para o STJ é de nulidade relativa

Se não apresentar defesa preliminar, será nomeado defensor dativo para apresentar

Na resposta poderá suscitar o Art. 395 e 397 do CPP e o que mais achar necessário.

c) Recebimento da inicial acusatória Citação do acusado para responder à acusação (art. 396, CPP – será no rito comum

ordinário, uma vez que a única excepcionalidade desse procedimento será a notificação para apresentação da resposta preliminar)

d) Segue o rito ordinário (art. 518, CPP)Aplicação do procedimento ao corréu não funcionário?Funcionário que deixou o cargo público?

Existem duas súmulas que trata do funcionário público que deixou o cargo:Súmula 394/STF (cancelada): se aplicaria ao funcionário público ainda que ele deixasse o cargo Súmula 451/STF: a competência especial por prerrogativa de função não se estende ao crime cometido após a cessação definitiva do exercício funcional

Ausência de notificação preliminar?Causa de nulidade absoluta a falta de notificação para apresentar resposta preliminar.

Aula 19/05

Procedimento especial Tribunal do Júri 1. Previsão constitucional

Art. 5º, XXXVIIIPrincípios de abservância obrigatória, não se restringindo somente a elesSomente será levado ao tribunal do júri os crimes dolosos contra a vida, os crimes com resultado “morte” não serão levados a júri. O dolo deve ser direto e de primeiro grau O tribunal do júri também é responsável pelo julgamento dos crimes conexos aos crimes dosolos

Page 17: Acompanhamento Aula - Processo Penal III (1)

contra a vida.

2. CompetêntciaArt. 74 do CPP

3. Previsão legislativaArt. 406 a 497 CPP

4. Proceimento bifásicoa) instituição preliminar b) Julgamento em plenário

5. Ritos da Primeira fasea) Apresentação da denúncia (MP) ou queixa subsidiária b) Recebimento/rejeição liminar (art. 395, CPP) Pode haver rejeição liminar com base no art. 395, CPP (ex.: não houver indício de autoria ou prova de materialidade c) Citação do Acusado Recebendo a denúncia, o juiz mandará citar o acusado, que pode ser por carta, por hora certa e até por edital (hoje pode haver o julgamento do acusado no tribunal do júri sem a presença do acusado) d) Audiência de instrução e julgamento

Aula 22/05

Procedimento do Tribunal do Júri

e) Resposta à acusação Possibilidade de absolvição sumária?Art. 394, §§2º e 3º, CPP: tratam da possibilidade do procedimento comum ordinário de

forma subsidiária ao procedimento do Tribunal do júri. Diante disso, não se tem por impossível sucitar o pedido de absolvição sumária na resposta à acusação. Contudo, tecnicamente no código de processo penal não é possível o pedido de abolvição sumária.

f) Audiência de instrução e julgamento Art. 411, CPP Possibilidade de modificação na ordem de inquirição: se houver concordância da defesa essa

ordem pode ser modificada, porém se houver qualquer elemento novo que agrave o fato trazido na denúncia, o juiz deverá inquirir o réu novamente, se já ouvido. Mutatio Libelli: art. 384, CPP: (ex.: denunciado por homicídio simples, porém as provas trazidas em audiência levam a um homicídio qualificado)Alegação final: previsão de ser oral, porém pode haver a solicitação de alegações finais de forma escrita.

g) Decisão do magistrado Princípio da identidade física do Juiz: o magistrado que conduziu a instrução deve ser o

mesmo que vai prolatar a decisão, salvo nas hipóteses do art. 132 do CPCArt. 399, §2º, CPP

Podem ser: 1) Decisão de pronúncia Basta o indício de autoria e a prova suficiente da materialidade (aqueles processos que só existem

Page 18: Acompanhamento Aula - Processo Penal III (1)

testemunhas de ouvir dizer, não cabe a pronúncia)2) Impronúncia: não há prova de materialidade ou indício de autoria 3) Abosolvição sumária: 4) Desclassificação: somente para crimes não enquadrados na competência do tribunal do júri. Os crimes agravados pelo resultado morte não vão ao tribunal do júri (crimes preterdoloso: ex.: tem a vontade de lesão corporal e a morte vem de forma culposa)

Art. 413, CPPDecisão interlocutória não terminativa

Natureza jurídica decisão de pronúncia: É tida como um decisão interlocutória, mista e não terminativa: faz encerra uma fase do procedimento, não encerrando o processo.

Recurso cabível Dessa decisão cabe recurso: recurso em sentido estrito (art. 581, IV, CPP)

Produz coisa julgada material?Não, uma vez que a decisão poderá ser desclassificada pelo conselho de sentença

Produz cois ajulgada formal?Diz respeito à preclusão na interposição de recurso. Em regra produz coisa julgada formal, com exceção do art. 421, §1º, CPP e em caso de revisão criminal.

Preclusão: exceção: art. 421, §1º, CPP: ainda que preclusa a decisão é possível haver a modificação do crime imputado ao acusado, advindo fato superveniente. (exceção à preclusão)

Revisão criminal: Se houver uma situação nova que favoreça o réu, pode ajuizar revisão criminal, que poderá desconstituir a coisa julgada formal. (cabe habeas corpus decorrente do fato novo, que acabará por desconstituir a coisa julgada formal) (interpretação jurisprudencial)

Necessidade de fundamentação da decisãoNão pode afirmar a autoria: se afirmar a autoria, a decisão é nula (o que importa para

decisão de pronúncia são os indícios de autoria)Excesso de linguagem (HC 85.260/RJ – STF): toda locução ou afirmação colocada

na decisão que possa incutir o acusado da autoria do fato.

Aula 29/05

A) Decisão de pronúncia (recurso cabível: recurso em sentido estrito) O que basta para a decisão de pronúncia: Prova suficiente da materialidade e indícios de autoriaIndubio pro societate

Base constitucional? HC 175.639/AC-STJ: não há lastro constitucional para o indubio pro societate (importação feita pelos nossos tribunais). No precedente citada, inicialmente o magistrado fala que não há base constitucional finalizando pela possibilidade de uso do princípio.

Presunção de inocência: acaba sendo mitigado em virtude do princípio do indubio pro societateAfastamento de qualificadora (pronúncia imprópria): retirada de uma ou algumas qualificadoras.

MP não pode postular inclusão em plenário: Se as qualificadoras não forem retomadas através do recurso em sentido estrito, não poderá o MP postular a inclusão em plenário

Princípio da correlação: se a denúncia traz determinado artigo (ex.: art. 121, §2º, I e IV, CP), o juiz não poderá aumentar os limites da acusação (a sentença deve expressar o que está na acusação)

Art. 421, CPP: preclusão da decisão de pronúncia (HC 119314/PE): preclusa a decisão de pronúncia, os autos retornam ao juiz para a marcação da seção plenária do júri.A partir de que momento considera preclusa a decisão de pronúncia:

1. Não havendo interposição de recurso do acusado;2. Havendo recurso em sentido estrito, não haverá julgamento pelo júri até o julgamento do

Page 19: Acompanhamento Aula - Processo Penal III (1)

recurso (efeito suspensivo); 3. Recurso especial: não há o efeito suspensivo (discussão que foi levada ao plenário do

STF, através do HC 119314/PE: ainda não tem decisão): atualmente há entendimento de que pode ser marcada a seção plenária do júri (havendo marcação, pode impetrar ação cautelar para atribuir o efeito suspensivo ao recurso)

4. Recurso Extraordinário: não há o efeito suspensivo (discussão que foi levada ao plenário do STF, através do HC 119314/PE: ainda não tem decisão): atualmente há entendimento de que pode ser marcada a seção plenária do júri (havendo marcação, pode impetrar ação cautelar para atribuir o efeito suspensivo ao recurso)

Despronúncia? É a modificação de uma decisão de pronúncia. Juiz pronunciou, a defesa recorreu e o tribunal despronunciou. (pode ser levada a efeito pelo magistrado através do juízo de retratação (RESE) ou pelos Tribunais.

B) Decisão de impronúncia (art. 414, CPP) Ocorrerá quando não houver prova da materialidade ou indícios suficientes de autoria. Enquanto não prescrita a conduta imputada, poderá advir fato que venha a provar a materialidade ou indício de autoria e haver a pronúncia.

Natureza jurídica: decisão terminativa: julga sem resolução do méritoRecurso cabível: apelação (art. 593, II, CPP)Produz coisa julgada material? Não, pois não há consideração sobre o mérito, o MP pode

denunciar novamente o acusado

C) Absolvição sumária (art. 415, CPP) Foi transportada de um momento inicial para um momento final (encerramento da instrução processual), diferentemente do procedimento comum ordinário (hipóteses do

Natureza jurídica (sentença): sentença de mérito propriamente ditaRecurso cabível: apelação (art. 593, I, CPP) Hipóteses Não há prova da materialidade (I);

Não há prova da autoria (II); Atipicidade da conduta (III); Causas excludentes de ilicitude e de culpabilidade (IV)

D) Desclassificação (art. 418 e 419, CPP) (Continuar a partir daqui)Atribuição de nova classificação jurídicaPode ser para crime mais grave?Espécie

I – Desclassificação própria II – Desclassificação imprópria

Falta uma aula anterior

Aula 08/06

Procedimento do tribunal do júri

Segunda fase do procedimento (judicium causae) Após a confirmação da pronúncia, inicia a segunda fase.

1. Art. 421, CPPPreclusão da decisão de pronúncia: havendo preclusão da decisão de pronúncia, o réu será

Page 20: Acompanhamento Aula - Processo Penal III (1)

submetido ao julgamento pelo Tribunal do Júri. (Habeas Corpus no STF questionando sobre a possibilidade de submissão do réu mesmo pendendo o RESE – recurso em sentido em estrito)

2. Art. 422, CPP: trata da necessidade de intimação das partes para indicação de:

a) Rol de testemunhas (até 5 testemunhas): a doutrina tem colocado que para fato criminoso é possível a indicação de 5 testemunhas (ex.: homicídio e tráfico de drogas: caberia, segundo a doutrina, a indicação de até 5 testemunhas para cada crime)É possível ser arrolado testemunhas de conduta: irá relatar somente a conduta do acusado (essa testemunha não sabe nada sobre o fato). No procedimento comum ordinário, essa testemunha firma uma declaração informando sobre a vida do acusado (o intuito é de economizar tempo) Cláusula de imprescidimbilidade: o poder judiciário é obrigado é intimar todas as testemunhas arroladas. (caso o advogado não coloque o endereço correto, fica prejudicada essa cláusula). Poderá haver condução coercitiva: havendo previsão de custódia da testemunha pelo poder judiciário, por 24 horas antes da sessão plenária.Prazo próprio: 3 dias úteis para arrolar as testemunhas. Precluso o prazo, não haverá possibilidade de arrolar testemunhas. b) Juntada de documentos e requerimento de diligências

3. Saneamento de aventuais nulidadesSe a nulidades forem relativas, o próprio juiz pode renovar o atoAS nulidades absolutas também demandam a renovação do ato. Se após a decisão de pronúncia ocorrer qualquer nulidade, caberá a defesa requerer nulidade.

4. Relatório sucinto do processo (art. 423, CPP)Quem é o acusado, qual acusação, quais qualificadoras, e designará audiência.

A pronúncia é limitativo da acusação em plenário: Documentos que se pretende ler em plenário

Juntada até 03 (três) dias úteis antes do julgamento em plenário (não respeitando esse prazo não haverá possibilidade de leitura na sessão plenária do júri. Desta forma, se houver documento que possa comprometer o julgamento do processo, poderá haver a nulidade do feito). Todas as nulidades devem ser arguidas no momento que elas ocorrem na sessão, sob pena de preclusão

5. Desaforamento (art. 427 e 428, CPP)É o julgamento por outra comarca da mesma região (deslocamento da competência para o julgamento da causa) Hipóteses:a) Interesse da ordem pública: quando houver possibilidade de distúrbios na localidade b) Dúvida fundada sobre a imparcialidade dos jurados: essa dúvida deve ser conhecida por todos (ex.: cidade do Piaui, com cerca de dez mil habitantes, em que jovens estupraram 4 meninas e duas morreram; ex.: julgamento de ex-prefeito)c) Segurança pessoal do réu: d) Excesso de serviço (art. 428, CPP): o juiz encaminha para o Tribunal para que seja avaliado pelo excesso de trabalho. Os demais casos é julgado pelo próprio juiz da vara do júri.

Momento para requerer o desaforamento: vai desde o trânsito em julgado da decisão de pronúncia, até o início do julgamentona sessão plenária.

Súmula 712/STF: se for realizado o desaforamento sem a prévia oitiva da defesa, havera nulidade da decisão que tenha deslocado a competência.

Observação: Iniciada a sessão plenária, não cabe mais o pedido de desaforamento.

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6. Sesão de julgamentoInovações trazidas pela Lei nº 11.689/08a) Número de jurados convocados: antes era de 21 jurados e hoje são 25 jurados para comparecer (se houver o número mínimo de 15 jurados, a sessão será instalada, menos que isso não pode ser instalada a sessão)b) Realização do julgamento sem a presença do réu: antes somente poderia haver o júri se o réu estivesse presente (o que não se admite é a ausência de intimação. Assim, será intimado até por edital para que seja realizado a sessão do júri)Agravo regimental no recurso especial 1426530/PR: trata da necessidade de intimação e desnecessidade da presença do réuc) Testemunhas faltosas (art. 428 e 461, CPP): se não houver cláusula de imprescidimbilidade não haverá anulação do julgamento

Endereço errado: se as partes não tiverem o zelo necessário e informar o endereço errado, a testemunha não sendo localizada, a sessão não será cancelada

Somente haverá adiamento se a testemunha for apresentada sob a cláusula de imprescidimbilidade e ela não comparecer (o endereço deve está correto) (será aplicado a ela uma multa em virtude da falta injustificada)d) Recusa de jurados pelas partes (art. 467 a 469, CPP): inicialmente será questionado à defesa para ulterior questionamento ao MP: poderá haver recusa de 3 jurados por cada parte, de forma injustificada. Se houver mais de um réu, será permitido a recusa de 3 jurados pela defesa de cada réu (ex.: dois réus: caberá seis recusas, 3 por uma defesa e 3 por outra)

Cisão do julgamento: caso haja a recusa que não permita a realização da sessão plenária, haverá a cisão do julgamento (partição) de forma a possibilitar o julgamento (ex.: 3 réus e somente 15 jurados presentes: se cada réu recusar 3 jurados, teremos apenas 6 jurados, impossibilitando o julgamento)

Poderá, ainda, haver a defesa conjunto de mais de um réu: nesse caso, a dispensa de jurados será limitado a 3. e) Instrução em plenário (art. 473 a 475, CPP): Súmula vinculante 11 do STF: fala sobre o uso de algemas. Pode o réu ficar algemado quando do julgamento pelo plenário do júri? Pode sim, quando comprometer a segurança dos presentesf) Debates (art. 476 a 479, CPP):