direito e processo penal militar resumo da aula 61

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 Direito e Processo Penal Militar Aula 6 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professo r em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro:  Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares   Tel.: (21) 2223-1327 1 Barra: Shopping Downtown  Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158   Tel.: (21) 2494-1888 Conheça nossa loja online: www.enfaseonline.com.br  Assuntos tratados : 1º Horário.  Individualização da Pena / Etapas de Individualização / Primeira Etapa: Circunstâncias Judicias / Segunda Etapa: Agravantes e Atenuantes / Rol de Agravantes / Rol de Atenuantes / Terceira Etapa: Majorantes e Minorantes / Concurso de Crimes / Concurso Formal e Concurso Material / Crime Continuado 2º Horário.  Mitigações Previstas no CPM / Dosimetria de Penas Não Privativas de Liberdade / Criminoso Habitual ou por Tendência / Sursis / Vedação ao Sursis / Condições do Sursis / Revogação / Livramento Condicional / Hipóteses de Cabimento / Vedações / Revogação / Extinção da Punibilidade 1º Horário 1. Individualização da Pena O CPM segue o critério trifásico em relação à aplicação da pena privativa de liberdade. 1.1. Etapas de Individualização 1.1.1. Primeira Etapa: Circunstâncias Judicias O critério trifásico determina que o juiz, inicialmente, determine a pena base, com a análise das circunstâncias judicias, previstas no art. 69. Nesse dispositivo, o legislador esmiuçou os critérios encontrados no CP comum; não fez menção, contudo, ao comportamento da vítima.  Art. 69. Para fixação da pena privativa de liberdade, o juiz aprecia a gravidade do crime praticado e a personalidade do réu, devendo ter em conta a intensidade do dolo ou grau da culpa, a maior ou menor extensão do dano ou perigo de dano, os meios empregados, o modo de execução, os motivos determinantes, as circunstâncias de tempo e lugar, os antecedentes do réu e sua atitude de insensibilidade, indiferença ou arrependimento após o crime.

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O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aulaministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livrosdoutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.

Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares  – Tel.: (21) 2223-1327 1Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21) 2494-1888

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 Assuntos tratados:

1º Horário.

  Individualização da Pena / Etapas de Individualização / Primeira Etapa:

Circunstâncias Judicias / Segunda Etapa: Agravantes e Atenuantes / Rol de

Agravantes / Rol de Atenuantes / Terceira Etapa: Majorantes e Minorantes /

Concurso de Crimes / Concurso Formal e Concurso Material / Crime Continuado

2º Horário.

  Mitigações Previstas no CPM / Dosimetria de Penas Não Privativas de Liberdade

/ Criminoso Habitual ou por Tendência / Sursis / Vedação ao Sursis / Condições

do Sursis  / Revogação / Livramento Condicional / Hipóteses de Cabimento /

Vedações / Revogação / Extinção da Punibilidade

1º Horário

1.  Individualização da Pena

O CPM segue o critério trifásico em relação à aplicação da pena privativa de

liberdade.

1.1.  Etapas de Individualização

1.1.1.  Primeira Etapa: Circunstâncias Judicias

O critério trifásico determina que o juiz, inicialmente, determine a pena base,

com a análise das circunstâncias judicias, previstas no art. 69. Nesse dispositivo, o

legislador esmiuçou os critérios encontrados no CP comum; não fez menção, contudo,

ao comportamento da vítima. Art. 69. Para fixação da pena privativa de liberdade, o juiz aprecia a gravidade do

crime praticado e a personalidade do réu, devendo ter em conta a intensidade do

dolo ou grau da culpa, a maior ou menor extensão do dano ou perigo de dano, os

meios empregados, o modo de execução, os motivos determinantes, as

circunstâncias de tempo e lugar, os antecedentes do réu e sua atitude de

insensibilidade, indiferença ou arrependimento após o crime.

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1.1.2.  Segunda Etapa: Agravantes e Atenuantes

Na segunda etapa, verifica-se a presença de atuantes e agravantes, balizadas

entre 1/5 e 1/31, na falta de disposição expressa em sentido diverso.

 Art. 73. Quando a lei determina a agravação ou atenuação da pena sem

mencionar o quantum, deve o juiz fixá-lo entre um quinto e um terço, guardados

os limites da pena cominada ao crime.

1.1.2.1.  Rol de Agravantes

O art. 70 traz um rol taxativo de circunstâncias agravantes.

 Art. 70. São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não integrantes

ou qualificativas do crime:I - a reincidência;

II - ter o agente cometido o crime:

a) por motivo fútil ou torpe;

b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem

de outro crime;

c) depois de embriagar-se, salvo se a embriaguez decorre de caso fortuito,

engano ou força maior;

d) à traição, de emboscada, com surpresa, ou mediante outro recurso insidioso

que dificultou ou tornou impossível a defesa da vítima;

e) com o emprego de veneno, asfixia, tortura, fogo, explosivo, ou qualquer outro

meio dissimulado ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum;

 f) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;

g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou

 profissão;

h) contra criança, velho ou enfermo;

i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade;

 j) em ocasião de incêndio, naufrágio, encalhe, alagamento, inundação, ou

qualquer calamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido;

l) estando de serviço; m) com emprego de arma, material ou instrumento de serviço, para esse fim

 procurado;

n) em auditório da Justiça Militar ou local onde tenha sede a sua administração;

o) em país estrangeiro.

Parágrafo único. As circunstâncias das letras c, salvo no caso de embriaguez

 preordenada, l, m e o, só agravam o crime quando praticado por militar.

1  Na esfera comum, para exasperar a pena em até 1/6, basta a mera menção da agravante; aexasperação além desse quantum depende de fundamentação idônea.

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  Art. 70, II, c: “depois de embriagar-se, salvo se a embriaguez decorre de caso

 fortuito, engano ou força maior ” .

A embriaguez voluntária ou culposa não exclui a imputabilidade penal e, na

esfera militar, é tratada de forma mais rigorosa, pois, no caso do militar, sempre

agrava a pena. Quanto ao civil, só agrava a pena quando preordenada, conforme o

parágrafo único do mesmo artigo.

  Art. 70, II, f: “ contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge” .

Nesse caso, não se inclui o companheiro. O rol é taxativo e não se admite

analogia in malam partem.

  Art. 70, II, h: “ contra criança, velho ou enfermo” .

Criança é o menor de 12 anos, de acordo com o ECA. O Código traz a expressão“velho”, hoje desatualizada, que equivale ao idoso, isto é, ao maior de 60 anos. Quanto

ao enfermo, tal caracterização depende de laudo pericial.

  Art. 70, II, l: “  estando de serviço” . 

Essa situação deve ser efetiva; não se trata meramente de militar da ativa

(militar em  serviço). Portanto, para que incida a agravante, o militar deve estar na

escala de serviço. Deve-se tomar cuidado com essa “pegadinha”. 

Ademais, a pena não poderá ser aumentada por essa hipótese, caso essa seja

circunstância elementar do crime, como ocorre, por exemplo, no delito de abandono

de posto.

 Art. 195. Abandonar, sem ordem superior, o posto ou lugar de serviço que lhe

tenha sido designado, ou o serviço que lhe cumpria, antes de terminá-lo:

Pena - detenção, de três meses a um ano.

Exemplo: tenente em serviço, em área fora da administração militar,

constrange mulher à prática de conjunção carnal e é preso em flagrante pelo delito do

art. 232 do CPM. Trata-se de crime militar, de acordo com o art. 9º, II, c, mas eventualpena não poderá ser agravada pela circunstância da alínea l, pois não se evidenciou

estar o militar de serviço.

Estupro

 Art. 232. Constranger mulher a conjunção carnal, mediante violência ou grave

ameaça:

Pena - reclusão, de três a oito anos, sem prejuízo da correspondente à violência.

 Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz:

II - os crimes previstos neste Código, embora também o sejam com igual definiçãona lei penal comum, quando praticados:

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c) por militar em serviço ou atuando em razão da função, em comissão de

natureza militar, ou em formatura, ainda que fora do lugar sujeito à

administração militar contra militar da reserva, ou reformado, ou civil;

  Art. 70, II, m: “ com emprego de arma, material ou instrumento de serviço, para

esse fim procurado” .

Nesse caso, deve-se tomar cuidado com a parte final: “para esse fim

 procurado” . Assim, o material deve ser buscado efetivamente para o cometimento do

crime. Se for entregue ao militar para a prática de uma atividade e for, eventualmente,

utilizado para a prática de crime, não incidirá essa agravante.

  Art. 70, II, n: “ em auditório da Justiça Militar ou local onde tenha sede a sua

administração” . 

Auditório da Justiça Militar não é local sujeito à administração militar, e sim

área do Poder Judiciário da União. Nesse caso, se o crime for cometido por militar,

incidirá essa agravante. Por outro lado, se for praticado por civil, essa não se aplica, até

porque, nesse caso, a competência será da Justiça Federal.

  Art. 70, II, o: “  em país estrangeiro” .

Crimes militares praticados fora do território nacional agravarão a pena,

lembrando que na esfera militar a extraterritorialidade é incondicionada. Isso,

naturalmente, desde que essa não seja uma circunstância elementar do delito.

Nessa hipótese, também se aplica a ressalva do parágrafo único, não incidindo

a agravante em relação a civis. A agravante da alínea n, como visto, também é

exclusiva de militares.

1.1.2.2.  Rol de Atenuantes

 Art. 72. São circunstâncias que sempre atenuam a pena:

I  - ser o agente menor de vinte e um ou maior de setenta anos;  II  - ser meritório seu comportamento anterior;

III - ter o agente:

a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral;

b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime,

evitar-lhe ou minorar-lhe as conseqüências, ou ter, antes do julgamento,

reparado o dano; 

c) cometido o crime sob a influência de violenta emoção, provocada por ato

injusto da vítima;

d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime,

ignorada ou imputada a outrem;

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e) sofrido tratamento com rigor não permitido em lei.

Não Atendimento de Atenuantes 

Parágrafo único. Nos crimes em que a pena máxima cominada é de morte, ao juiz

é facultado atender, ou não, às circunstâncias atenuantes enumeradas no artigo.

  Art. 72, I: “ ser o agente menor de vinte e um ou maior de setenta anos” .

O legislador não menciona, nesse dispositivo, quando esse critério deve ser

considerado. O art. 129, que trata da redução de prescrição, considera a idade ao

tempo do crime2.

 Art. 129. São reduzidos de metade os prazos da prescrição, quando o criminoso

era, ao tempo do crime, menor de vinte e um anos ou maior de setenta.

Diante disso, surgem duas interpretações:

1ª: Fazendo-se uma interpretação sistemática, combinam-se ambos os

dispositivos e adota-se, para ambas as idades, a data do crime.

2ª: Também seria possível uma interpretação mais benéfica para o maior de 70

anos, fazendo uma analogia com o CP comum. Adota-se, nesse caso, o critério da data

da sentença. Ocorre que, na esfera militar, a analogia com a o CP comum não costuma

ser bem aceita.

  Art. 72, II: “ ser meritório seu comportamento anterior ” .

O histórico do militar é levado em consideração. Não corresponde a bons

antecedentes, sendo esses considerados em relação à esfera criminal. O

comportamento meritório, por outro lado, envolve condecorações, atos de bravura,

medalhas, etc.

  Art. 72, III, b: “  procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo

após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as conseqüências, ou ter, antes do

 julgamento, reparado o dano” . 

No CPM, não há previsão expressa de arrependimento posterior, na parte

especial, como causa obrigatória de redução de pena. Esse está previsto na sua parte

geral como atenuante e deve, portanto, respeitar os limites mínimo e máximo da

pena.

STJ, Súmula 231 - A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à

redução da pena abaixo do mínimo legal.

2 O CP comum, diversamente, considera a idade do maior de 70 ao tempo da sentença.

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No caso do furto, há a previsão específica de atenuação da pena de 1/3 a 2/3,

se o agente restitui a coisa ao seu dono ou repara o dano causado, antes de instaurada

a ação penal. Nessa hipótese, não será aplicada a atenuante genérica do art. 72, III, b.

Furto Simples 

 Art. 240. Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:

Pena - reclusão, até seis anos.

Furto Atenuado 

§ 1º Se o agente é primário e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode

substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou

considerar a infração como disciplinar. Entende-se pequeno o valor que não

exceda a um décimo da quantia mensal do mais alto salário mínimo do país.

§ 2º A atenuação do parágrafo anterior é igualmente aplicável no caso em que o

criminoso, sendo primário, restitui a coisa ao seu dono ou repara o dano causado,antes de instaurada a ação penal.

Sendo assim, o arrependimento posterior não é previsto na parte especial

como causa de redução de pena, mas configura como atenuante, tanto genérica

quanto específica, em alguns casos.

  Art. 72, III, d: “ confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria

do crime, ignorada ou imputada a outrem” .

Esse dispositivo trata da confissão espontânea. No CP comum, o tema é alvo deintensa polêmica, pois não se exige expressamente que a autoria seja ignorada ou

imputada a outrem3. Já no CPM, de maneira mais coerente, essa confissão só trará

benefícios se estiver presente um desses requisitos. Objetiva-se, no caso, facilitar a

apuração do fato.

A confissão espontânea difere da voluntária, visto que deve ser realizada sem

provocação. Deve, portanto, partir da iniciativa do sujeito.

  Art. 72, III, e: “ sofrido tratamento com rigor não permitido em lei ”. 

O sofrimento de maus tratos, por exemplo, é relevante para a esfera militar. Énatural o tratamento com rigor, mas esse deve obedecer a certos limites.

  Art. 72, parágrafo único: “  Nos crimes em que a pena máxima cominada é de

morte, ao juiz é facultado atender, ou não, às circunstâncias atenuantes

enumeradas no artigo”. 

3  Quanto ao flagrado, tem prevalecido no STF o entendimento de que não será beneficiado pelaconfissão espontânea.

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Naturalmente, esse dispositivo aplica-se em casos em que a pena de morte é

cominada como grau máximo. Nesse caso, pode o juiz, diante da presença de

atenuantes, aplicar a pena privativa de liberdade no limite máximo de 30 anos.

É o caso, por exemplo, do delito de traição.

 Art. 355. Tomar o nacional armas contra o Brasil ou Estado aliado, ou prestar

serviço nas forças armadas de nação em guerra contra o Brasil:

Pena - morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo.

1.1.3.  Terceira Etapa: Majorantes e Minorantes

Na terceira etapa, aplicam-se as causas de aumento e de diminuição, também

denominadas de majorantes e minorantes.Essas causas não precisam observar os limites específicos da pena cominada ao

crime. Assim, só deverão ser observados os limites genéricos, previstos para a espécie

de pena aplicável.

 Art. 76. Quando a lei prevê causas especiais de aumento ou diminuição da pena,

não fica o juiz adstrito aos limites da pena cominada ao crime, senão apenas aos

da espécie de pena aplicável (Art. 58).

Parágrafo único. No concurso dessas causas especiais, pode o juiz limitar-se a um

só aumento ou a uma só diminuição, prevalecendo, todavia, a causa que mais

aumente ou diminua.

 Art. 58. O mínimo da pena de reclusão é de um ano, e o máximo de trinta anos; o

mínimo da pena de detenção é de trinta dias, e o máximo de dez anos.

Tais causas são aplicadas cumulativamente, podendo, no entanto, incidir a

ressalva do art. 76, parágrafo único.

1.2. 

Concurso de Crimes

1.2.1.  Concurso Formal e Concurso Material

 Art. 79. Quando o agente, mediante uma só ou mais de uma ação ou omissão,

 pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, as penas privativas de liberdade

devem ser unificadas. Se as penas são da mesma espécie, a pena única é a soma

de todas; se, de espécies diferentes, a pena única e a mais grave, mas com

aumento correspondente à metade do tempo das menos graves, ressalvado o

disposto no Art. 58.

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O dispositivo engloba tanto o concurso formal quanto o material. A princípio,

não há diferenciação entre ambos.

Sendo as penas da mesma espécie, a pena única corresponderá à soma de

todas. Se de espécies diversas, será a pena mais grave, aumentada do correspondente

à metade das menos graves.

Exemplo: para um fato praticado, aplicou-se a pena de reclusão de cinco anos,

e para outros dois fatos, incidiram penas de detenção, de dois anos cada.

Fato 1 Reclusão 5 anos

Fato 2 Detenção 2 anos

Fato 3 Detenção 2 anos

No caso, a pena unificada será resultante da mais grave, somada à metade das

penas menos graves: 5 + ((2+2) /2) = 5 + 4/2 = 5 + 2 = 7. Sendo assim, a pena final será

de 7 anos.

1.2.2.  Crime Continuado

 Art. 80. Aplica-se a regra do artigo anterior, quando o agente, mediante mais de

uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelascondições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os

subseqüentes ser considerados como continuação do primeiro.

Parágrafo único. Não há crime continuado quando se trata de fatos ofensivos de

bens jurídicos inerentes à pessoa, salvo se as ações ou omissões sucessivas são

dirigidas contra a mesma vítima.

O crime continuado recebe o mesmo tratamento do concurso formal e

material.

Em que pese a polêmica, o CPM define o que seriam crimes de mesma espécie.

Não basta que ofendam o mesmo bem jurídico, devendo haver semelhança entre os

elementos constitutivos.

 Art. 78, § 5º Consideram-se crimes da mesma natureza os previstos no mesmo

dispositivo legal, bem como os que, embora previstos em dispositivos diversos,

apresentam, pelos fatos que os constituem ou por seus motivos determinantes,

caracteres fundamentais comuns.

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Por exemplo, o furto de uso, previsto no art. 241, é da mesma espécie do furto

simples, previsto no supracitado art. 240, podendo ser reconhecida a continuidade

entre esses delitos.

 Art. 241. Se a coisa é subtraída para o fim de uso momentâneo e, a seguir, vem a

ser imediatamente restituída ou reposta no lugar onde se achava:

Pena - detenção, até seis meses.

Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se a coisa usada é veículo

motorizado; e de um terço, se é animal de sela ou de tiro.

A pena do furto de uso é de detenção de até seis meses e a do furto simples é

de reclusão até seis anos. Assim, supondo-se que o agente seja condenado a uma pena

de três anos de reclusão pelo furto simples e tenha praticado quatro furtos de uso,

pelos quais recebeu as penas máximas, de seis meses de detenção cada, totalizando

dois anos, desse modo, 3 + 2/2 = 3 + 1, resultando na pena final de 4 anos.

A jurisprudência tem feito críticas a esse rigor adotado em relação ao crime

continuado. O STM entende que deve ser aplicada a regra do art. 71 do CP comum, por

ser mais benéfica. Isso porque a ideia do instituto do crime continuado é exatamente

evitar a soma de penas.

CP, Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica

dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar,

maneira de execução e outras semelhantes, devem os subseqüentes ser havidoscomo continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se

idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um

sexto a dois terços.

STM, Acórdão nº 2001.01.048715-8 - ESTELIONATO. TENTATIVA. CRIME

CONTINUADO. SOLDADO DA AERONÁUTICA. REFORMA DA SENTENÇA

 ABSOLUTÓRIA. 1. Dois são os elementos da tentativa: o início da execução do tipo

e a não-consumação do crime por circunstâncias alheias à vontade do agente. "In

casu", ambas as premissas restaram sobejamente comprovadas durante a

instrução criminal. Portanto, não há que se falar em absolvição. 2. Tratando-se de

crime continuado, como é a hipótese caracterizada neste processo, a

 Jurisprudência do Superior Tribunal Militar adota os princípios norteadores do

Direito Penal comum (artigo 71), em detrimento do Código Penal Militar (artigo

80), por entender que a legislação comum melhor atende aos anseios de uma boa

 política criminal. Com isso, busca-se evitar que se apliquem aos condenados na

 Justiça Militar penas cumulativas a um agente que comete vários atos criminosos

da mesma espécie, em momentos diversos e contra um mesmo sujeito passivo,

 para unificá-las numa só, com os acréscimos recomendados no caso concreto.

Provido o apelo ministerial, reformando-se a Sentença absolutória recorrida.

Decisão unânime.

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Em sentido contrário, o STF (HC 86854) não aplica o art. 71 do CP, em razão do

princípio da especialidade. Embora a tendência no Supremo, venha sendo atenuar os

rigores da Justiça Penal Militar, não houve, até o ano de 2012, nova manifestação

sobre esse tema.

STF, HC 86854 - EMENTA: HABEAS CORPUS. CRIME MILITAR DE CONCUSSÃO

(ARTS. 305 E 53 DO CPM). EXIGÊNCIA DE DINHEIRO PARA NÃO-LAVRATURA DE

 AUTOS DE INFRAÇÃO AMBIENTAL. PENA-BASE. MAJORAÇÃO. PRETENDIDA

 APLICAÇÃO AOS CRIMES MILITARES DA REGRA DA CONTINUIDADE DELITIVA,

PREVISTA NO ART. 71 DO CÓDIGO PENAL COMUM. IMPOSSIBILIDADE. Revela-se

devidamente fundamentada a sentença que, para majorar em dois meses a pena-

base do acusado, se louva na especial gravidade do crime e no seu modo de

execução, tudo conforme o art. 69 do Código Penal Militar. Não se aplica aos

crimes militares a regra de continuidade delitiva a que se reporta o art. 71 doCódigo Penal Comum. Isso porque, nos termos do art. 12 do CP, a inexistência de

regramento específico em sentido contrário é premissa da aplicação subsidiária do

Código Penal às legislações especiais. No caso, tal premissa não se faz presente.

Bem ou mal, o Código Penal Militar cuidou de disciplinar os crimes continuados de

 forma distinta e mais severa do que o Código Penal Comum. Não se pode mesclar

o regime penal comum e o castrense, de modo a selecionar o que cada um tem de

mais favorável ao acusado. Tal proceder geraria um "hibridismo" incompatível

com o princípio da especialidade das leis. Sem contar que a disciplina mais

rigorosa do Código Penal Castrense funda-se em razões de política legislativa que

se voltam para o combate com maior rigor daquelas infrações definidas como

militares. Precedentes. Ordem denegada.

2º Horário

1.2.3.  Mitigações Previstas no CPM

O art. 81 traz, em seu §1º, a previsão de redução de pena para os casos de

concurso formal e de crime continuado.

 Art. 81. A pena unificada não pode ultrapassar de trinta anos, se é de reclusão, ou

de quinze anos, se é de detenção.

§ 1º A pena unificada pode ser diminuída de um sexto a um quarto, no caso de

unidade de ação ou omissão, ou de crime continuado.

§ 2º Quando cominada a pena de morte como grau máximo e a de reclusão como

grau mínimo, aquela corresponde, para o efeito de graduação, à de reclusão por

trinta anos.

§ 3º Nos crimes punidos com a pena de morte, esta corresponde à de reclusão por

trinta anos, para cálculo da pena aplicável à tentativa, salvo disposição especial.

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Desse modo, as penas individualmente consideradas devem respeitar os limites

previstos no mencionado art. 58 e, uma vez unificadas, devem observar os limites do

art. 81, caput .

Portanto, na unificação das penas, no caso de concurso formal ou de crime

continuado, aplica-se o art. 79 e, após, pode-se fixar o redutor do art. 81. Enquanto no

CP comum a pena é exasperada, no CPM aplica-se a soma e, em seguida, se quebra

esse rigor com a aplicação da redução de 1/6 a 1/4.

Conforme o §2º, se, em vez da pena de morte, é aplicada a reclusão de 30 anos,

ela pode não ser atenuada.

1.3. 

Dosimetria de Penas Não Privativas de Liberdade Art. 83. As penas não privativas de liberdade são aplicadas distinta e

integralmente, ainda que previstas para um só dos crimes concorrentes.

De acordo com o art. 83, penas não privativas de liberdade não seguem o

critério trifásico. Cabe lembrar que não há penas de natureza patrimonial na esfera

militar.

1.4. 

Criminoso Habitual ou por Tendência

 Art. 78. Em se tratando de criminoso habitual ou por tendência, a pena a ser

imposta será por tempo indeterminado. O juiz fixará a pena correspondente à

nova infração penal, que constituirá a duração mínima da pena privativa da

liberdade, não podendo ser, em caso algum, inferior a três anos.

§ 1º A duração da pena indeterminada não poderá exceder a dez anos, após o

cumprimento da pena imposta.

§ 2º Considera-se criminoso habitual aquele que:

a) reincide pela segunda vez na prática de crime doloso da mesma natureza,

 punível com pena privativa de liberdade em período de tempo não superior a cincoanos, descontado o que se refere a cumprimento de pena;

b) embora sem condenação anterior, comete sucessivamente, em período de

tempo não superior a cinco anos, quatro ou mais crimes dolosos da mesma

natureza, puníveis com pena privativa de liberdade, e demonstra, pelas suas

condições de vida e pelas circunstâncias dos fatos apreciados em conjunto,

acentuada inclinação para tais crimes.

§ 3º Considera-se criminoso por tendência aquele que comete homicídio, tentativa

de homicídio ou lesão corporal grave, e, pelos motivos determinantes e meios ou

modo de execução, revela extraordinária torpeza, perversão ou malvadez.

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O criminoso habitual ou por tendência seria o sujeito que reincide pela segunda

vez, em crime doloso da mesma natureza, dentro de um período de cinco anos. Previu

o art. 78 que ele teria uma pena por prazo indeterminado. Nesse aspecto, contudo, o

dispositivo não foi recepcionado pela CRFB/88, por ferir o princípio da individualizaçãoda pena.

O §1º explica que a pena indeterminada não seria exatamente perpétua. O

criminoso teria a pena aplicada em sentença e ficaria com outra pena até dez anos, o

que, repita-se, não foi recepcionado pela CRFB/88.

A habitualidade presumida do §2º, por sua vez, é apresenta nítida violação ao

princípio da presunção de inocência.

Já o §3º trata da figura do criminoso por tendência. Ocorre que a torpeza e a

crueldade já são qualificadoras do homicídio e, desse modo, a incidência desse

dispositivo configuraria bis in idem.

1.5.  Sursis 

 Art. 84. A execução da pena privativa da liberdade, não superior a 2 (dois) anos,

 pode ser suspensa, por 2 (dois) anos a 6 (seis) anos, desde que:

I - o sentenciado não haja sofrido no País ou no estrangeiro, condenação

irrecorrível por outro crime a pena privativa da liberdade, salvo o disposto no § 1º

do Art. 71;II - os seus antecedentes e personalidade, os motivos e as circunstâncias do crime,

bem como sua conduta posterior, autorizem a presunção de que não tornará a

delinqüir.

Restrições 

Parágrafo único. A suspensão não se estende às penas de reforma, suspensão do

exercício do posto, graduação ou função ou à pena acessória, nem exclui a

aplicação de medida de segurança não detentiva.

O sursis  é uma medida descarcerizadora, aplicada para penas de menorduração. O prazo de suspensão, no caso do CPM, varia de 2 a 6 anos.

A substituição por prisão simples, prevista no art. 59, só será aplicada se não

couber sursis.

 Art. 59. A pena de reclusão ou de detenção até 2 (dois) anos, aplicada a militar, é

convertida em pena de prisão e cumprida, quando não cabível a suspensão

condicional:

I - pelo oficial, em recinto de estabelecimento militar;

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II - pela praça, em estabelecimento penal militar, onde ficará separada de presos

que estejam cumprindo pena disciplinar ou pena privativa de liberdade por tempo

superior a dois anos.

Separação de Praças Especiais e Graduadas  Parágrafo único. Para efeito de separação, no cumprimento da pena de prisão,

atender-se-á, também, à condição das praças especiais e à das graduadas, ou

não; e, dentre as graduadas, à das que tenham graduação especial.

Além disso, o sursis deve observar os seguintes pressupostos:

- pena de até dois anos;

- só se aplica ao condenado militar;

- não reincidente condenado à pena privativa de liberdade;

- circunstâncias judiciais favoráveis, indicando que a medida é recomendada.

1.5.1.  Vedação ao Sursis 

O art. 88 trata das hipóteses em que não cabe sursis, independentemente da

pena aplicada. O rol do inciso II é taxativo e é importante a sua memorização.

Não Aplicação da Suspensão Condicional da Pena 

 Art. 88. A suspensão condicional da pena não se aplica:I - ao condenado por crime cometido em tempo de guerra;

II - em tempo de paz:

a) por crime contra a segurança nacional, de aliciação e incitamento –  arts. 154 a

156 , de violência contra superior –  art. 157  , oficial de dia, de serviço ou de quarto,

sentinela, vigia ou plantão –  158 , de desrespeito a superior, de insubordinação –  

arts. 163 a 166 , ou de deserção;

b) pelos crimes previstos nos arts. 160 –  desrespeito a superior  , 161 –  desrespeito

a símbolo nacional  , 162 –   despojamento desprezível  , 235 –   pederastia , 291 –  

 prescrição de droga proibida –  e seu parágrafo único, ns. I a IV.

 Artigos não mencionados no original. 

Quanto ao crime contra a segurança nacional, parte da doutrina sustenta que

se trata de crime político.

1.5.2.  Condições do Sursis 

CPM, Art. 85. A sentença deve especificar as condições a que fica subordinada a

suspensão.

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CPPM, Art. 608. No caso de concessão do benefício, a sentença estabelecerá as

condições e regras a que ficar sujeito o condenado durante o prazo fixado,

começando este a correr da audiência em que for dado conhecimento da sentença

ao beneficiário.§ 1º - As condições serão adequadas ao delito, ao meio social e à personalidade do

condenado.

§ 2º - Poderão ser impostas, como normas de conduta e obrigações, além das

 previstas no Art. 626 deste Código, as seguintes condições:

I - freqüentar curso de habilitação profissional ou de instrução escolar;

II - prestar serviços em favor da comunidade;

III - atender aos encargos de família;

IV - submeter-se a tratamento médico.

§ 3º - Concedida a suspensão, será entregue ao beneficiário um documento similar

ao descrito no Art. 641 ou no seu parágrafo único, deste Código, em que conste,também, o registro da pena acessória a que esteja sujeito, e haja espaço suficiente

 para consignar o cumprimento das condições e normas de conduta impostas.

§ 4º - O Conselho de Justiça poderá fixar, a qualquer tempo, de ofício ou a

requerimento do Ministério Público, outras condições além das especificadas na

sentença e das referidas no parágrafo anterior, desde que as circunstâncias o

aconselhem.

§ 5º - A fiscalização do cumprimento das condições será feita pela entidade

assistencial penal competente segundo a lei local, perante a qual o beneficiário

deverá comparecer, periodicamente, para comprovar a observância das condições

e normas de conduta a que esta sujeito, comunicando, também, a sua ocupação,

os salários ou proventos de que vive, as economias que conseguiu realizar e as

dificuldades materiais ou sociais que enfrenta.

§ 6º - A entidade fiscalizadora deverá comunicar imediatamente ao Auditor ou ao

representante do Ministério Público Militar, qualquer fato capaz de acarretar a

revogação do benefício, a prorrogação do prazo ou a modificação das condições.

§ 7º - Se for permitido ao beneficiário mudar-se, será feita comunicação à

autoridade judiciária competente e à entidade fiscalizadora do local da nova

residência, aos quais deverá apresentar-se imediatamente.

 Art. 626. Serão normas obrigatórias impostas ao sentenciado que obtiver o

livramento condicional:

a) tomar ocupação, dentro de prazo razoável, se for apto para o trabalho;

b) não se ausentar do território da jurisdição do juiz, sem prévia autorização;

c) não portar armas ofensivas ou instrumentos capazes de ofender;

d) não freqüentar casas de bebidas alcoólicas ou de tavolagem;

e) não mudar de habitação, sem aviso prévio à autoridade competente.

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O art. 608 do CPPM traz as condições facultativas. Já o art. 626, também do

CPPM, traz condições obrigatórias, na verdade previstas para o livramento condicional,

mas também aplicadas ao sursis.

1.5.3.  Revogação

Revogação Obrigatória da Suspensão 

 Art. 86. A suspensão é revogada se, no curso do prazo, o beneficiário:

I - é condenado, por sentença irrecorrível, na Justiça Militar ou na comum, em

razão de crime, ou de contravenção reveladora de má índole ou a que tenha sido

imposta pena privativa de liberdade;

II - não efetua, sem motivo justificado, a reparação do dano;

III - sendo militar, é punido por infração disciplinar considerada grave.Revogação Facultativa 

§ 1º A suspensão pode ser também revogada, se o condenado deixa de cumprir

qualquer das obrigações constantes da sentença.

Prorrogação de Prazo 

§ 2º Quando facultativa a revogação, o juiz pode, ao invés de decretá-la,

 prorrogar o período de prova até o máximo, se este não foi o fixado.

§ 3º Se o beneficiário está respondendo a processo que, no caso de condenação,

 pode acarretar a revogação, considera-se prorrogado o prazo da suspensão até o

 julgamento definitivo.

1.6.  Livramento Condicional

Na esfera militar, o livramento condicional ainda é incidente da execução, ao

passo que, na esfera comum, é uma etapa do cumprimento da pena privativa de

liberdade.

Assim, ele não é automático, havendo a necessidade de provocação do juiz

auditor, salvo se houver foro por prerrogativa. O art. 619 do CPPM trata das pessoas

que podem requerer o livramento.CPPM, Art. 619. O livramento condicional poderá ser concedido mediante

requerimento do sentenciado, de seu cônjuge ou parente em linha reta, ou por

 proposta do diretor do estabelecimento penal, ou por iniciativa do Conselho

Penitenciário, ou órgão equivalente, incumbindo a decisão ao auditor, ou ao

Tribunal se a sentença houver sido proferida em única instância.

§ 1º A decisão será fundamentada.

§ 2º São indispensáveis a audiência prévia do Ministério Público e a do Conselho

Penitenciário, ou órgão equivalente, se deste não for a iniciativa.

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1.6.1.  Hipóteses de Cabimento

 Art. 89. O condenado a pena de reclusão ou de detenção por tempo igual ou

superior a dois anos pode ser liberado condicionalmente, desde que:

I - tenha cumprido:a) metade da pena, se primário ;

b) dois terços, se reincidente ;

II - tenha reparado, salvo impossibilidade de fazê-lo, o dano causado pelo crime;

III - sua boa conduta durante a execução da pena, sua adaptação ao trabalho e às

circunstâncias atinentes a sua personalidade, ao meio social e à sua vida

 pregressa permitem supor que não voltará a delinqüir.

Penas em Concurso de Infrações 

§ 1º No caso de condenação por infrações penais em concurso, deve ter-se em

conta a pena unificada.

Condenação de Menor de 21 ou Maior de 70 Anos  

§ 2º Se o condenado é primário e menor de vinte e um ou maior de setenta anos, o

tempo de cumprimento da pena pode ser reduzido a um terço.

A pena de até dois anos permite a concessão de sursis  ou, se não cabível, a

substituição pela prisão simples. Quanto ao livramento, também é permitido para

penas a partir de dois anos. Sendo assim, quando a pena for de exatamente dois anos,

não sendo permitido o sursis, não haverá a substituição por prisão simples, mas a pena

será cumprida normalmente e incidirá o instituto do livramento.Se o condenado for primário, deverá cumprir ao menos metade da pena. Sendo

esse, contudo, menor de 21 ou maior de 70, poderá alcançar o livramento após

cumprido 1/3 da pena.

Por outro lado, se for reincidente, deverá cumprir 2/3 da pena antes de

requerer o livramento. Também devem observar esse prazo os condenados pelos

crimes contra a segurança externa do país (arts. 136 a 144) e pelos crimes dos arts. 149

a 158 do CPM. Importante memorizar esse rol de delitos.

 Art. 97. Em tempo de paz, o livramento condicional por crime contra a segurançaexterna do país, ou de revolta, motim, aliciação e incitamento, violência contra

superior ou militar de serviço, só será concedido após o cumprimento de dois

terços da pena, observado ainda o disposto no Art. 89, preâmbulo, seus números II

e III e §§ 1º e 2º.

Embora não haja previsão específica, pode ser utilizado o exame criminológico,

caso o juiz entenda necessário.

STJ, Súmula 439 –  Admite-se o exame criminológico pelas peculiaridades do caso,

desde que em decisão motivada.

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1.6.2.  Vedações

O livramento condicional é vedado tão somente para crimes praticados emtempo de guerra. Deve-se tomar cuidado para não confundir o rol de vedação do sursis 

com o de vedação do livramento.

 Art. 96. O livramento condicional não se aplica ao condenado por crime cometido

em tempo de guerra.

1.6.3.  Revogação

Revogação Obrigatória 

 Art. 93. Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado, em sentençairrecorrível, a penal privativa de liberdade:

I - por infração penal cometida durante a vigência do benefício;

II - por infração penal anterior, salvo se, tendo de ser unificadas as penas, não fica

 prejudicado o requisito do Art. 89, nº I, letra a.

Revogação Facultativa 

§ 1º O juiz pode, também, revogar o livramento se o liberado deixa de cumprir

qualquer das obrigações constantes da sentença ou é irrecorrivelmente

condenado, por motivo de contravenção, a pena que não seja privativa de

liberdade; ou, se militar, sofre penalidade por transgressão disciplinar considerada

grave.

Infração Sujeita à Jurisdição Penal Comum 

§ 2º Para os efeitos da revogação obrigatória, são tomadas, também, em

consideração, nos termos dos ns. I e II deste artigo, as infrações sujeitas à

 jurisdição penal comum; e, igualmente, a contravenção compreendida no § 1º, se

assim, com prudente arbítrio, o entender o juiz.

2.  Extinção da Punibilidade

O art. 123 traz um rol de causas de extinção da punibilidade. Esse não étaxativo; ocorre que não se podem aplicar causas previstas em leis diversas. As causas

previstas no CP, a priori , também não se aplicariam.

 Art. 123. Extingue-se a punibilidade:

I - pela morte do agente;

II - pela anistia ou indulto;

III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso;

IV - pela prescrição;

V - pela reabilitação ;

VI - pelo ressarcimento do dano, no peculato culposo (Art. 303, § 4º).

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Parágrafo único. A extinção da punibilidade de crime, que é pressuposto, elemento

constitutivo ou circunstância agravante de outro, não se estende a este. Nos

crimes conexos, a extinção da punibilidade de um deles não impede, quanto aos

outros, a agravação da pena resultante da conexão.

O CPM prevê a anistia e o indulto como causas de extinção da punibilidade. A

graça não tem sido aceita em provas como causa, embora seja gênero do qual o

indulto é espécie. Em uma visão doutrinária, ambos os institutos teriam a mesma

natureza. Do mesmo modo, o CPM também não prevê a comutação (indulto parcial).

Atenção para o fato de que, no CPM, a reabilitação é causa de extinção da

punibilidade, aplicável para a pena de inabilitação. Para se reabilitar, o sujeito deve

aguardar o prazo de cinco anos.

A reparação do dano no peculato culposo figura como causa de extinção da

punibilidade, desde que realizada antes do trânsito em julgado. Se realizada depois,

reduz a pena de metade.

Na parte especial também há a previsão de causas de extinção da punibilidade.

Uma delas é o perdão judicial, previsto para o crime de receptação culposa. Esse é o

único caso de perdão judicial previsto no CPM.

 Art. 255. Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela manifesta

desproporção entre o valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve

 presumir-se obtida por meio criminoso:

Pena - detenção, até um ano.

Parágrafo único. Se o agente é primário e o valor da coisa não é superior a um

décimo do salário mínimo, o juiz pode deixar de aplicar a pena.