procedimentos de segurança dentro dos itens controlados pelo

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA SETOR DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL PAULO MARCELO HASS PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA DENTRO DOS ITENS CONTROLADOS PELO PBQP-H IMPLANTADOS EM UMA EMPRESA DE CONSTRUÇÃO CIVIL ITENS 01 AO 10 PONTA GROSSA 2012

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Page 1: Procedimentos de segurança dentro dos itens controlados pelo

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA

SETOR DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

PAULO MARCELO HASS

PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA DENTRO DOS ITENS

CONTROLADOS PELO PBQP-H

IMPLANTADOS EM UMA EMPRESA DE CONSTRUÇÃO CIVIL

ITENS 01 AO 10

PONTA GROSSA

2012

Page 2: Procedimentos de segurança dentro dos itens controlados pelo

PAULO MARCELO HASS

PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA DENTRO DOS ITENS

CONTROLADOS PELO PBQP-H

IMPLANTADOS EM UMA EMPRESA DE CONSTRUÇÃO CIVIL

ITENS 01 AO 10

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como

parte dos requisitos para obtenção do título de

Especialista em Engenharia de Segurança do

Trabalho, à Universidade Estadual de Ponta Grossa,

Curso de Especialização em Engenharia de

Segurança do Trabalho.

Orientador: Prof. Dr. Carlos Luciano Sant’Ana Vargas

PONTA GROSSA

2012

Page 3: Procedimentos de segurança dentro dos itens controlados pelo

RESUMO

Em um mercado cada vez mais exigente e competitivo, as construtoras vêm

buscando melhorar seus processos construtivos visando diminuir seus custos,

eliminar desperdícios, melhorar resultados operacionais em termos de ganhos de

produtividade e lucratividade. A implantação de um programa de qualidade requer

recursos humanos, materiais e financeiros. Por meio deles, é possível detectar

falhas e desperdícios no processo produtivo. Para tanto, as empresas contam com o

Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat. Este estudo tem como

objetivo apresentar os métodos utilizados para a execução dos serviços de mão de

obra e os procedimentos de segurança normatizados a serem seguidos. Para tal

serão apresentadas as fichas de verificação de serviços, elaboradas em função das

diretrizes preventivas de segurança descritas na NR 18, pertinentes aos

procedimentos de serviços controlados pelo Programa Brasileiro da Qualidade e

Produtividade do Habitat (PBQP-H), itens 01 ao 10.

Palavras-Chave: PBQP-H, Segurança, Qualidade, Construção Civil.

Page 4: Procedimentos de segurança dentro dos itens controlados pelo

SUMÁRIO

I LISTA DE QUADROS.............................................................................. 5

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................... 6

2 NORMA REGULAMENTADORA E PROGRAMA DE QUALIDADE....... 8

2.1 NR-18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da

Construção................................................................................................

8

2.2 Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade no Habitat

PBQP – H.................................................................................................

12

3 METODOLOGIA....................................................................................... 18

4 IMPLANTAÇÃO DO PBQP-H.................................................................. 19

5 DESCRIÇÃO E MÉTODO DE SEGURANÇA DOS SERVIÇOS

CONTROLADOS .....................................................................................

22

5.1 Compactação de Aterro ........................................................................... 22

5.2 Locação de Obra ..................................................................................... 24

5.3 Execução de Fundação ........................................................................... 25

5.4 Execução de Fôrmas ............................................................................... 27

5.5 Montagem de Armadura .......................................................................... 29

5.6 Concretagem de Peça Estrutural ............................................................. 32

5.7 Execução de Alvenaria Estrutural ............................................................ 37

5.8 Execução de Alvenaria Não Estrutural e de Divisória Leve .................... 40

5.9 Execução de Revestimento Interno de Área Seca .................................. 40

5.10 Execução de Revestimento Interno de Área Úmida ................................ 43

6 CONCLUSÃO ......................................................................................... 46

REFERÊNCIAS ...................................................................................... 47

APÊNDICE – Formulários ..................................................................... 48

Page 5: Procedimentos de segurança dentro dos itens controlados pelo

5

LISTA DE QUADROS

QUADRO 01 - Compactação de aterro, riscos gerais de acidentes e seu controle.. 23

QUADRO 02 - Locação de obra, riscos gerais de acidentes e seu controle............. 25

QUADRO 03 - Execução de fundação, riscos gerais de acidentes e seu controle... 26

QUADRO 04 - Execução de fôrmas, riscos gerais de acidentes e seu controle....... 29

QUADRO 05 - Montagem de armadura, riscos gerais de acidentes e seu controle.. 31

QUADRO 06 - Concretagem de peça estrutural, riscos gerais de acidentes e seu controle..............................................................................................

36

QUADRO 07 - Execução de alvenaria estrutural, riscos gerais de acidentes e seu controle.................................................................................................

39

QUADRO 09 - Execução de alvenaria não estrutural e de divisória leve, riscos gerais de acidentes e seu controle.......................................................

42

QUADRO 10 - Execução de revestimento interno de área seca, riscos gerais de acidentes e seu controle......................................................................

45

Page 6: Procedimentos de segurança dentro dos itens controlados pelo

6

1 - INTRODUÇÃO

A indústria da construção exerce um papel fundamental na economia do

país. Considerando os aspectos de segurança no trabalho, este setor encontra-se

como um dos mais deficitários, levando a altos índices de acidentes.

Nesse contexto, percebe-se a necessidade de criar e adaptar novas formas

de gerenciamento para a saúde e segurança no trabalho, de modo que as empresas

construtoras garantam sua sobrevivência em um mercado cada vez mais

competitivo, melhorando a qualidade de seus produtos e objetivando cumprir seu

papel socialmente responsável.

O Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da

Construção (PCMAT), regulamentado por meio da NR 18, estabelece condições e

diretrizes de Segurança no Trabalho para obras e atividades relativas à construção

civil, porém vem sendo apresentado pelas empresas como forma de cumprimento da

legislação e não como forma de um programa de gestão de segurança ocupacional

para o controle de riscos ambientais de trabalho.

Pesquisadores apontam as principais falhas do PCMAT:

a) é considerado como uma atividade extra a gerentes, já que não é

ligado a atividades de gerenciamento da produção. A NR- 18 não requer sua

integração a outros planos, com exceção do planejamento do canteiro;

b) é normalmente elaborado por profissionais externos, que não trabalham

diretamente para a empresa, não envolvendo o sistema de produção e os

trabalhadores;

c) normalmente não é um plano detalhado; é produzido no começo da

fase de execução não sendo atualizado conforme a necessidade da produção;

d) raramente é feito o controle formal de implementação de PCMAT; e

e) enfatiza proteções físicas, negligenciando as ações gerenciais

necessárias para alcançar um ambiente de trabalho seguro.

Em função do exposto anteriormente, este trabalho apresenta uma proposta

de atrelar das diretrizes preventivas de segurança descritas na NR 18, pertinentes à

segurança do trabalho, aos procedimentos de serviços controlados utilizados no

processo de gestão de qualidade do Programa Brasileiro da Qualidade e

Produtividade do Habitat (PBQP-H), em uma empresa de construção civil.

Desta forma, são apresentados os métodos utilizados para a execução dos

serviços de mão-de-obra, atendendo aos itens de 01 a 10 do PBQP-H, os

Page 7: Procedimentos de segurança dentro dos itens controlados pelo

7

procedimentos de segurança normatizados pela NR-18, os riscos gerais de

acidentes e os EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) e os EPCs

(Equipamentos de Proteção Coletivas) a serem utilizados de acordo com a atividade

ou trabalho a ser executado.

No Capítulo 2, ―NORMA REGULAMENTADORA‖, é dada sequência ao

trabalho, apresentando as Disposições Gerais da Norma NR-18, e o ―PROGRAMA

BRASILEIRO DA QUALIDADE E PRODUTIVIDADE DO HABITAT‖, são mostrados o

conceito do programa, os objetivos, as aplicações, os benefícios e os serviços de

execução controlados.

No Capítulo 3, ―METODOLOGIA‖, apresenta-se a metodologia de coleta de

dados utilizada para elaboração do trabalho.

No Capítulo 4, ―IMPLANTAÇÃO DO PBQP-H‖, é feita a analise da

implantação do sistema de gestão da qualidade, abordando-se os motivos que

levaram a empresa a buscar a certificação.

No Capítulo 5, ―DESCRIÇÃO E MÉTODOS DE SEGURANÇA DOS

SERVIÇOS CONTROLADOS‖, são apresentados os métodos utilizados para a

execução dos serviços de mão de obra e os procedimentos de segurança

normatizados a serem seguidos para atender aos itens 1 a 10 do PBQP-H.

No Apêndice, são apresentadas as Fichas de Verificação de Serviços (FVS)

contendo os procedimentos de execução dos serviços controlados, os métodos de

segurança e os Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) a serem utilizados nos

itens 01 a 10 dos serviços controlados.

Page 8: Procedimentos de segurança dentro dos itens controlados pelo

8

2 – NORMA REGULAMENTADORA E PROGRAMA DE QUALIDADE

2.1 NR-18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da

Construção

A Norma Regulamentadora 18 (NR 18), cujo título é ―Condições e Meio

Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção‖, estabelece diretrizes de ordem

administrativa, de planejamento e organização, com o objetivo de adotar

procedimentos de aspecto preventivo relacionados às condições de trabalho na

construção civil. A NR-18 tem sua existência jurídica assegurada, em nível de

legislação ordinária, através do inciso I do artigo 200 da CLT:

―Cabe ao Ministério do Trabalho estabelecer disposições complementares às

normas de que trata este Capítulo, tendo em vista as peculiaridades de cada

atividade ou setor de trabalho, especialmente sobre medidas de prevenção de

acidentes e os equipamentos de proteção individual em obras de construção,

demolição ou reparos.‖ Os comandos constantes da Norma Regulamentadora NR -

18 não se dirigem exclusivamente aos empregadores cujo objeto social é a

construção civil e que, portanto, enquadram-se nos Códigos de Atividade Específica

constantes do Quadro I da Norma Regulamentadora NR 4. As obrigações se

estendem aos empregadores que realizem atividades ou serviços de demolição,

reparo, pintura, limpeza e manutenção de edifícios em geral, de qualquer número de

pavimentos ou tipo de construção, de urbanização e paisagismo,

independentemente de seu objeto social. (BRASIL, 1977)

Após a alteração da Norma Regulamentadora 18 – NR-18 publicada em

Julho de 1995, passou-se a observar com senso mais crítico e sentiu-se que as

condições e o meio ambiente de trabalho vêm se apresentando consideravelmente

modificados, e para melhor, porém atingindo um patamar ainda aquém do

satisfatório. A NR-18 instituiu os Anexos I e II, com o objetivo de reunir dados para

traçar um panorama estatístico do setor da Construção Civil, frequentemente citado

como campeão de acidentes do trabalho, com mortes e lesões incapacitantes.

O Anexo I fornece dados sobre o acidente e o acidentado, e que são

fundamentais para os estudos que levarão às ações de prevenção, tanto do governo

quanto do empregado e do empregador. Ações nesse sentido diminuem os gastos,

Page 9: Procedimentos de segurança dentro dos itens controlados pelo

9

principalmente a longo prazo, evitam desperdícios e possibilitam maior

produtividade.

O Anexo II da NR-18 é um formulário que precisa ser preenchido por todas

as empresas que se classificam nas atividades da indústria da construção, inclusive

aquelas sem mão de obra própria.

A primeira modificação da NR-18 se deu em 1983, tornando-a mais ampla. A

última grande reformulação ocorreu em 1995, quando a norma sofreu uma grande

evolução qualitativa, destacando-se principalmente a sua elaboração no formato

tripartite. Ao caráter tripartite somou-se a decisão de que todas as exigências fossem

aprovadas de forma consensual, resolvendo-se, através de concessões das partes,

eventuais impasses.

O órgão responsável pela verificação do cumprimento das Normas

Regulamentadoras é o Ministério do Trabalho e Emprego, através de médicos,

enfermeiros, engenheiros e técnicos lotados nas Delegacias Regionais de Trabalho

de todo o país. A ação antigamente era basicamente punitiva. Nos últimos anos a

atuação do TEN (Termo de Notificação) está centralizada na orientação, antes de

serem aplicadas as ações punitivas.

Se a empresa não corrige as irregularidades dentro dos prazos estipulados

no Termo de Notificação, ela é atuada pela infração e fica obrigada ao pagamento

de uma multa. Além disso, via de regra, o número de agentes de inspeção é

insuficiente para a demanda. De acordo com o Art. 156 da CLT, compete

especialmente às Delegacias Regionais do Trabalho, nos limites de sua jurisdição:

(BRASIL, 1977);

I. promover a fiscalização do cumprimento das normas de segurança e

medicina do trabalho;

II. adotar as medidas que se tornem exigíveis, em virtude das disposições

deste Capítulo, determinando as obras e reparos que, em qualquer local de trabalho,

se façam necessárias;

III. impor as penalidades cabíveis por descumprimento das normas

constantes deste Capítulo, nos termos do art. 201.

As mudanças frequentes das atividades desenvolvidas durante as várias

etapas da construção obrigam a fiscalizações periódicas, em curtos intervalos de

tempo, pois são comuns as modificações dos riscos. Isto tem causado algumas

dificuldades à fiscalização de Segurança e Medicina do Trabalho nas atividades de

Page 10: Procedimentos de segurança dentro dos itens controlados pelo

10

construção. A inflação e a falta de preparo do trabalhador contribuíram para a

alteração do sistema até então vigente.

O acidente de trabalho passou a ser, por determinação constitucional, mais

um benefício previdenciário, além de ser mantida a responsabilidade indenizatória e

criminal do empregador. Adotou-se o risco social, passando o INSS a ser o órgão

autárquico encarregado do pagamento dos benefícios e auxílios acidentários. Em

função disso, maiores benefícios ocorreram para os empregados vitimados, que

passam a ter reabilitação profissional e assistência médica com maior elasticidade,

recebendo menos, porém por um período mais prolongado. Existe enorme legião de

inválidos, cadastrados junto à Previdência Social, além de quantidades

preocupantes de acidentes causadores de lesões súbitas e violentas, identificáveis

de imediato, como se constata em quedas de trabalhadores na construção civil, pelo

não cumprimento das normas de segurança das empresas de modo geral, em razão

da ineficácia e inoperância da fiscalização.

A NR-18, (Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da

Construção), trata de todos os aspectos relacionados com os trabalhos executados

em serviços de construção civil. No entanto, como costuma suceder com as normas

e regulamentos de caráter exaustivo ou genérico, alguns aspectos são tratados com

pouca profundidade, equivocadamente, ou mesmo deixados completamente de lado.

O enfoque que a NR-18 dá ao problema da proteção contra quedas de altura se

resume à medida de proteção coletiva. Na área prevencionista a neutralização de

risco de acidentes se dá pela reformulação de um processo, pela adoção de EPC’s e

em último lugar pelo uso de EPI’s.

Lima Jr. (1995) lista uma série de novidades no novo texto da NR-18, entre

as quais se podem destacar as seguintes, em termos de avanços para a melhoria

das condições de segurança e saúde do trabalhador:

a) a introdução do PCMAT (Programa de Condições e Meio Ambiente de

Trabalho na Indústria da Construção), visando formalizar as medidas de segurança

que devem ser implantadas no canteiro de obras;

b) a criação do CPN (Comitê Permanente Nacional) e do CPR (Comitê

Permanente Regional), com o intuito de avaliar e alterar a norma. a composição

destes comitês é feita através de grupos tripartite e paritários;

c) os RTP (Regulamentos Técnicos de Procedimentos), que têm o objetivo

de mostrar meios de como alguns itens da NR-18 podem ser implantados; estes

Page 11: Procedimentos de segurança dentro dos itens controlados pelo

11

procedimentos não são de cumprimento obrigatório, podendo ser encarados como

sugestões;

d) estabelecimento de parâmetros mínimos para as áreas de vivência

(refeitórios, vestiários, alojamentos, instalações sanitárias, cozinhas, lavanderias e

áreas de lazer), a fim de que sejam garantidas condições mínimas de higiene e

segurança nesses locais;

e) exigência de treinamento em segurança, admissional e periódico;

f) desde 07/07/99 é obrigatória a instalação de elevador de passageiros em

obras com doze ou mais pavimentos, ou em obras com oito ou mais pavimentos cujo

canteiro possua pelo menos trinta trabalhadores.

A NR-18 é parte integrante de um conjunto mais amplo de iniciativas no

sentido de preservar a saúde e a integridade física dos trabalhadores, devendo estar

articulada com o disposto nas demais normas regulamentadoras.

Page 12: Procedimentos de segurança dentro dos itens controlados pelo

12

2.2 - PROGRAMA BRASILEIRO DA QUALIDADE E PRODUTIVIDADE NO

HABITAT (PBQP – H)

A construção civil recebeu um grande impulso com a criação do Programa

Brasileiro de Qualidade e Produtividade no Habitat (PBQP-H), nos anos 1990. O

programa visa apoiar o esforço brasileiro de modernização, por meio da melhoria da

qualidade, do aumento da produtividade e da redução de custos na construção

habitacional.

O setor da construção civil, em parceria com o governo federal, busca

agrupar as experiências bem sucedidas na área da qualidade da construção civil, de

forma a trazer benefícios para empresas, governos e consumidores. Busca

proporcionar ganhos de eficiência, por meio de um conjunto de ações para a

qualificação de empresas de serviços e obras, produção de materiais e

componentes em conformidade com as normas técnicas, formação e requalificação

de recursos humanos, aperfeiçoamento da normalização técnica e melhoria da

qualidade de laboratórios (Ministério das Cidades/ PBQP-H, 2011).

Para entender para que serve o Programa Brasileiro de Qualidade e

Produtividade no Habitat (PBQP-H), é preciso entender a situação em que se

encontra a construção civil no Brasil. Para isto (Romano, 2003) descreve em seu

artigo que:

―O setor da construção civil no Brasil, apresenta algumas características que prejudicam sua evolução: baixa produtividade; ocorrência de graves problemas de qualidade de produtos intermediários e finais da cadeia produtiva, que geram elevados custos de correções e manutenção pós entrega; desestímulo ao uso mais intensivo de componentes industrializados devido à alta incidência de impostos; falta de conhecimento do mercado consumidor, no que se refere às necessidades do consumidor; e falta de capacitação técnica dos agentes da cadeia produtiva nas novas técnicas gerenciais‖.

Por isto também o país tem, historicamente, no setor de construção,

comparado com outros setores industriais, uma baixa evolução tecnológica, com

altos índices de desperdício de material e mão de obra, acarretando a baixa da

produtividade.

Com vista em todas estas situações, no ano de 1998 foi realizado o projeto

estratégico da indústria no Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade

(PBQP) lançado em 1990, o PBQP-H. O PBQP-H foi instituído em 18 de dezembro

Page 13: Procedimentos de segurança dentro dos itens controlados pelo

13

de 1998, pelo Ministério do Planejamento e Orçamento. No ano de 2000 o PBQP-H

foi ampliado, passando a fazer parte do Plano Plurianual Avança Brasil (PPA) e

englobando as áreas de Saneamento, Infraestrutura e Transportes Urbanos. Assim,

o "H" do programa passou de "Habitação" para "Habitat", conceito mais amplo e que

reflete a nova área de atuação.

O programa visa desenvolver uma estrutura em que os recursos

tecnológicos são ferramentas de apoio à gestão. Esta modernização gerará a

oportunidade para que as empresas consigam o aumento da competitividade

apoiada na redução de desperdícios, melhor formação dos profissionais, adequação

às normas técnicas, além do acesso a projetos, materiais e componentes de melhor

qualidade. Possibilita ainda que a empresa se adapte às disposições do Código de

Defesa do Consumidor, evitando as penalidades previstas para empresas e

fornecedores que coloquem no mercado produtos em não conformidade com as

normas brasileiras.

―[...] envolver um conjunto de ações, entre as quais se destacam: avaliação da conformidade de empresas de serviços e obras, melhoria da qualidade de materiais, formação e requalificação de mão de obra, normalização técnica, capacitação de laboratórios, avaliação de tecnologias inovadoras, informação ao consumidor e promoção da comunicação entre os setores envolvidos. Dessa forma, espera-se o aumento da competitividade no setor, a melhoria da qualidade de produtos e serviços, a redução de custos e a otimização do uso dos recursos públicos.‖

(Ministério das Cidades/ PBQP-H, 2011).

Para melhor entendimento, a figura a seguir demonstra como o

Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no Habitat (PBQP-H) funciona:

Arranjo institucional

Fonte: Ministério das Cidades/ PBQP-H, 2008.

Page 14: Procedimentos de segurança dentro dos itens controlados pelo

14

O objetivo geral do programa é organizar o setor da construção civil

melhorando a qualidade do habitat e a modernização dos processos construtivos,

elevando os patamares da qualidade e produtividade da construção civil, por meio

da criação e implantação de mecanismos de modernização tecnológica e gerencial.

Estão estabelecidos 10 objetivos específicos:

1 - universalizar o acesso à moradia, ampliando o estoque de moradias e

melhorando as existentes;

2 - fomentar o desenvolvimento e a implantação de instrumentos e

mecanismos de garantia da qualidade de projetos e obras;

3 - fomentar a garantia da qualidade de materiais, componentes e sistemas

construtivos;

4 - combater a não conformidade técnica intencional de materiais,

componentes e sistemas construtivos;

5 - estruturar e animar a criação de programas específicos visando à

formação e requalificação de mão de obra em todos os níveis;

6 - promover o aperfeiçoamento da estrutura de elaboração e difusão de

normas técnicas, códigos de práticas e códigos de edificações;

7 - coletar e disponibilizar informações do setor e do Programa;

8 - apoiar a introdução de inovações tecnológicas;

9 - promover a melhoria da qualidade de gestão nas diversas formas de

projetos e obras habitacionais;

10 - promover a articulação internacional com ênfase no Conesul.

(Ministério das cidades/ PBQP-H, 2011).

“A atuação governamental na área da qualidade da construção civil deixa de ser,

com o PBQP-H, uma ação impositiva ou normativa.O setor público passa a ter um

papel de indução, mobilização e sensibilização da cadeia produtiva, atuando em

parceria com o setor, entidades representativas, e agentes de fomento e

normalização. Em lugar de soluções impostas, tem-se buscado, com esse processo,

estabelecer metas e ações consensuadas pelas partes envolvidas, baseadas em um

diagnóstico conjunto feito pelo governo e o setor privado. Essa gestão

compartilhada tem potencializado a capacidade de resposta do programa na

implementação do desenvolvimento sustentável do habitat urbano.” (Ministério das Cidades/ PBQP-H, 2011).

Para ter uma visão geral de como as diversas organizações podem

participar tem-se: (Ministério das Cidades/ PBQP-H, 2011).

Page 15: Procedimentos de segurança dentro dos itens controlados pelo

15

• fabricantes de materiais e componentes: atuam por meio de um Programa

Setorial de Qualidade (PSQ), que é elaborado, operacionalizado e acompanhado de

comum acordo pelo setor público e privado;

• empresas de serviços e obras: atuam por meio da participação no SiQ -

Sistema de Qualificação de Empresas de Serviços e Obras, além do Acordo Setorial,

em que são definidos os prazos e metas para a qualificação das empresas em cada

unidade da Federação;

• setor público: atuam por meio de Termo de Adesão e Acordo Setorial

firmado entre os agentes da cadeia produtiva e o PBQP-Habitat, prevendo o

desenvolvimento de ações que integram o Programa;

• agentes financiadores e de fomento: pela participação em projetos que

busquem utilizar o poder de compra como indutor da melhoria da qualidade e

aumento da produtividade do setor da construção civil;

• agentes de fiscalização e de direito econômico: pela promoção da isonomia

competitiva do setor por meio de ações de combate à produção que não obedeça às

normas técnicas existentes e de estímulo à ampla divulgação e respeito ao Código

de Defesa do Consumidor.

A estruturação do PBQP-H foi baseada em projetos, a partir de um modelo

matricial. Cada projeto corresponde a um conjunto de ações que contribui

diretamente para o desenvolvimento do Programa, e busca solucionar um problema

específico na área da qualidade da construção civil. Alguns dos projetos são

considerados propulsores, enquanto outros foram inseridos como apoio, porém

todos têm uma função específica no processo, e se relacionam direta ou

indiretamente.

Cada projeto é desenvolvido pelo Governo Federal em conjunto com

especialistas, entidades do setor, consultores e setor privado, e tem um responsável

denominado Gerente do Projeto. Contam ainda com o apoio de um técnico da

Coordenação Geral e do GAT (Grupo de Assessoramento Técnico), que faz o papel

de facilitador do processo e é o responsável pela compatibilização das ações entre

projetos (Ministério das Cidades/ PBQP-H, 2011).

De acordo com o MINISTÉRIO DAS CIDADES - Secretaria Nacional de

Habitação (SNH), durante a implantação de um projeto ou de um programa de

qualidade surgirão algumas dificuldades nas etapas que o compõem. Cada serviço

Page 16: Procedimentos de segurança dentro dos itens controlados pelo

16

dentro da filosofia do PBQP-H deve ser controlado em todas as suas fases, a fim de

padronizar os procedimentos de execução de todas as etapas construtivas.

Tem-se como serviços a serem controlados para atingir o nível mais elevado

de certificação:

Serviços preliminares:

1. Compactação de aterro;

2. Locação de obra.

Fundações:

3. Execução de fundação.

Estrutura:

4. Execução de fôrma;

5. Montagem de armadura;

6. Concretagem de peça estrutural;

7. Execução de alvenaria estrutural.

Vedações verticais:

8. Execução de alvenaria não estrutural e de divisória leve;

9. Execução de revestimento interno de área seca, incluindo produção de

argamassa em obra, quando aplicável;

10. Execução de revestimento interno de área úmida;

11. Execução de revestimento externo.

Vedações horizontais:

12. Execução de contrapiso;

13. Execução de revestimento de piso interno de área seca;

14. Execução de revestimento de piso interno de área úmida;

15. Execução de revestimento de piso externo;

16. Execução de forro;

17. Execução de impermeabilização;

18. Execução de cobertura em telhado (estrutura e telhamento).

Page 17: Procedimentos de segurança dentro dos itens controlados pelo

17

Esquadrias:

19. Colocação de batente e porta;

20. Colocação de janela.

Pintura:

21. Execução de pintura interna;

22. Execução de pintura externa.

Sistemas prediais:

23. Execução de instalação elétrica;

24. Execução de instalação hidrossanitária;

25. Colocação de bancada, louça e metal sanitário.

Page 18: Procedimentos de segurança dentro dos itens controlados pelo

18

3 - METODOLOGIA

Para o desenvolvimento do trabalho, utilizou-se um trabalho de campo, com

coleta de dados tendo como ferramenta um check list de verificações, elaborados a

partir da norma que regulamenta as condições e o meio ambiente do trabalho na

indústria da construção, além de entrevistas realizadas com profissionais no canteiro

de obras.

A elaboração da lista de verificações a ser aplicada no canteiro de obras teve

como objetivo principal listar, da maneira mais abrangente possível, os itens da

norma NR 18 que se aplicam a cada procedimento verificado em relação aos

serviços controlados pelo PBQP-H.

Para tal, foram realizadas inspeções dos serviços em fases consideradas

críticas para o prosseguimento das etapas de produção. Essas inspeções auxiliaram

na elaboração da Descrição dos Serviços Controlados, FVS – Fichas de Verificação

de Serviços e descrição dos Itens de Segurança, nas quais são registrados os

resultados da inspeção, de modo a possibilitar a identificação da liberação ou não do

serviço para dar prosseguimento da etapa seguinte.

Com base nesses dados, procurou-se apresentar os procedimentos de

maneira clara e objetiva, abordando principalmente as características julgadas mais

importantes para a execução dos serviços e para a inspeção dos itens de

segurança. Buscando que tenham um caráter prático, porém, desenvolvidos com

base na NR 18.

Para que esse trabalho alcance o intuito de praticidade, desenvolveu-se um

sistema de documentos, com o qual se reduz ao mínimo a quantidade de

documentos impressos utilizados na obra. A descrição dos serviços controlados

encontra-se em forma eletrônica, disponível para consulta dos profissionais. A forma

de documentos impressos resume-se às Fichas de Verificação de Serviços (FVS),

com a grande maioria das informações necessárias para execução do procedimento

e verificação dos itens de segurança. Essas fichas deverão ser impressas e

disponibilizadas ao responsável por sua utilização, e posteriormente serão

transformadas em registros.

Isto permitirá a alimentação efetiva do sistema da qualidade e a composição

do arquivo da qualidade da obra, além de possibilitar um rastreamento caso ocorram

patologias construtivas.

Page 19: Procedimentos de segurança dentro dos itens controlados pelo

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4 - IMPLANTAÇÃO DO PBQP-H

Neste capitulo são apresentados os reflexos da implantação do sistema de

gestão da qualidade, abordando-se os motivos que levaram a empresa a buscar a

certificação, bem como os benefícios proporcionados à empresa.

4.1 Caracterização da empresa

O estudo de caso foi realizado numa empresa do ramo de construção civil,

localizada em Ponta Grossa, estado do Paraná, aqui denominada de Empresa X.

A Empresa X foi fundada em 2002, e no inicio prestava serviços de

saneamento. Com o tempo foi se aperfeiçoando, e atualmente sua principal

atividade é a construção de residências para o programa Minha Casa Minha Vida

(PMCMV), sempre buscando a qualidade dos empreendimentos.

A empresa possui em seu quadro cerca de 25 colaboradores, sendo 22

trabalhando na obra e 3 no escritório da empresa.

A estrutura organizacional da Empresa X pode ser constatada pelo

organograma a seguir. na Figura 3:

Organograma da Empresa X

Fonte: Setor de Qualidade da Empresa X

Comercial Engenharia Administrativo

Projetos

Obras

Financeiro

R. H. Venda de

imóveis

Compras

Direção

Page 20: Procedimentos de segurança dentro dos itens controlados pelo

20

Dentro do setor de obras, há o encarregado geral, que é a pessoa

responsável por supervisionar as atividades especificas de determinada função.

Como exemplo dessa função tem-se que, para executar a parte inicial de uma obra

são necessários carpinteiros, e a orientação de como fazer o serviço será feita pelo

mestre dos carpinteiros. Caso ocorra alguma falha, ele será o responsável e saberá

quem executou o serviço devido ao planejamento da obra.

As atividades desempenhadas na obra são realizadas pelas seguintes

funções além dos mestres: carpinteiros, pedreiros, serventes de obras (auxiliares),

pintores, eletricistas, armadores, encanadores.

A empresa terceiriza o serviço de venda dos imóveis através de contrato de

intermediação de imóveis firmado com a imobiliária de sua escolha, seguindo os

critérios de qualificação e avaliação de fornecedores.

A imobiliária contratada é responsável pelo estande de vendas, apresentação

do imóvel ao cliente utilizando os recursos disponíveis que apresentem o produto

que está sendo comercializado.

A imobiliária é responsável pela coleta de informações cadastrais do cliente e

em caso de aprovação e concretização da venda, pela elaboração do recibo de sinal

e promessa de compra e posteriormente pela elaboração do compromisso de

compra e venda.

Modificações solicitadas posteriormente à compra deverão ser submetidas à

análise crítica pelo setor de obras, que informará ao cliente sobre a possibilidade de

executar ou não a solicitação, bem como os custos adicionais e a necessidade de

um aditivo contratual. Com o aceite do cliente, a área administrativa formaliza as

alterações contratuais.

O setor de finanças possui funcionários que exercem atividades de

pagamento a fornecedores e recebimentos dos imóveis vendidos.

Para executar a contabilidade a empresa dispõe de serviços terceirizados de

uma empresa de contabilidade e auditoria para prestar assessoria, a qual fica

responsável pela movimentação do setor.

4.2 Situação da empresa antes do Programa de Qualidade

Desde a fundação da Empresa X, as funções de tomada de decisão, como

administrar, comprar, organizar e gerenciar, eram realizadas pelo sócio

Page 21: Procedimentos de segurança dentro dos itens controlados pelo

21

administrador. Não havia controles formais, informatizados ou documentados; todos

os procedimentos eram realizados de maneira informal e confiava-se sempre na

visão dessa pessoa.

A empresa não possuía controle de materiais aplicados e projetos, o que por

vezes ocasionava desperdícios e retrabalho, pois não se tinha conhecimento da

última versão do projeto para a obra.

Assim, alterações realizadas no projeto poderiam não ser repassadas para a

obra de maneira eficiente; muitas vezes executava-se o serviço e logo se verificava

que havia uma versão atualizada do projeto.

O setor de compras sempre foi de responsabilidade do sócio administrador

da empresa. Após algum tempo contratou-se um estagiário para executar compras

menores e orçamentos de forma documentada. Ficou então a cargo do sócio diretor

a negociação final e o fechamento do pedido, embora continuasse um processo não

informatizado e sem controle adequado de estoques.

4.3 Implantação do Programa de Qualidade

A Empresa X aderiu ao PBQP-H — Programa Brasileiro de Qualidade e

Produtividade no Habitat, no final do ano de 2011, contando com a consultoria da

instituição SEBRAE - Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, em

empresas do ramo de construção civil, com a finalidade de conduzir e implantar as

ações advindas desse Programa.

Antes de iniciar a implantação do Programa de Qualidade na empresa, foi

realizado um diagnóstico, para avaliar a situação da mesma com relação à

qualidade. Este diagnóstico foi efetuado por um questionário aplicado à empresa

pelos consultores do SEBRAE, composto por perguntas direcionadas aos tipos de

controle adotados pela empresa nos seus processos produtivos e administrativos

como forma de garantir um produto final de qualidade.

Os fatores que mais contribuíram para a implantação do programa na

empresa foram:

a) exigência da Caixa Econômica Federal para realização de financiamentos,

tanto da parte da empresa quanto do cliente;

b) necessidade de melhoria nos processos administrativos e operacionais;

c) redução dos custos e desperdícios.

Page 22: Procedimentos de segurança dentro dos itens controlados pelo

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5 - DESCRIÇÃO E MÉTODO DE SEGURANÇA DOS SERVIÇOS CONTROLADOS

Nesse capítulo serão apresentados os métodos utilizados para a execução

dos serviços de mão de obra e os procedimentos de segurança normatizados a

serem seguidos para atender aos itens 1 a 10 do PBQP-H (Manual da Qualidade,

Empresa X, 2011).

5.1 COMPACTAÇÃO DE ATERRO

5.1.1 - Condições para início da execução do serviço

As superfícies a serem aterradas deverão ser previamente limpas, cuidando-

se para que nelas não haja nenhum tipo de vegetação, madeira ou qualquer outro

tipo de entulho.

5.1.2 - Execuções de aterro

Os trabalhos de aterro e reaterro terão de ser executados com material

escolhido - areia ou terra (nunca turfa nem argila orgânica) – isento de materiais

orgânicos, pedras ou entulhos.

O lançamento do aterro será executado em camadas sucessivas, com

espessura de no máximo 30 cm, devidamente molhadas e apiloadas, manual ou

mecanicamente, a fim de serem evitadas fendas, trincas e desníveis em virtude do

recalque nas camadas aterradas.

Na eventualidade de ser encontrado na área algum poço ou fossa sanitária

em desuso, deverá ser providenciado o seu preenchimento com terra limpa. No caso

de fossa séptica, deverão ser removidos todos os despejos orgânicos eventualmente

existentes antes do lançamento da terra.

Escalonar ou zonear praças de trabalho, em partes onde as três etapas do

trabalho de aterro não se atrapalhem: enquanto em uma praça é feito o

descarregamento de material, em outra está sendo espalhado na espessura prevista

para compactação e outra está sendo compactada.

Durante a execução do aterro as beiradas devem ser mantidas mais altas, o

que aumenta a segurança, as quais podem ser rapidamente removidas com tratores

e motoniveladoras.

Os trajetos dos equipamentos de transporte sobre o aterro devem permitir

uma descarga segura e boa compactação, com o mínimo de resistência ao

Page 23: Procedimentos de segurança dentro dos itens controlados pelo

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rolamento, que poderia provocar a paralisação de uma unidade transportadora.

Assim, esses trajetos devem ser continuamente reajustados de modo a nunca

passarem por uma praça de compactação ou espalhamento, por exemplo.

Compactar a camada nas proximidades dos elementos rígidos, tais como:

blocos, pilares e vigas, utilizando o socador manual.

5.1.3 - Riscos gerais de acidentes e seu controle

ATIVIDADES E OPERAÇÕES

PRINCIPAIS RISCOS

EPI’S/Cuidados EPC’S/Prevenção

Remoção de vegetação arbustiva, com ferramentas manuais

Ataque de animais peçonhentos e ferimentos por ferramenta de limpeza

Retirar ou escorar solidamente árvores, rochas, equipamentos, materiais e objetos de qualquer natureza, quando for constatado comprometimento de sua estabilidade

Usar luvas de raspa de couro, botas cano longo

Escavação manual ou com máquina

Risco de desabamento.

Quedas em nível e em diferença de nível

Inalação de poeiras

Ruído

Usar capacete, bota de borracha com solado antiderrapante

Abafador de ruído, para o operador da máquina, se necessário

Máscara contra poeiras, quando houver excesso de poeira.

Pranchões (escorados horizontalmente se necessário em talude superiores a 1,20m)

Escadas de saída de emergência. Muros, edificações vizinhas e todas as estruturas adjacentes devem ser escoradas

O material retirado deve ficar a distância superior à metade da profundidade, medida a partir da borda do talude.

Choques e atropelamentos de pessoas na obra provocados por máquinas

Risco de atropelamento

Risco de soterramento

Quedas em nível e em diferença de nível

Usar capacete, bota de borracha com solado antiderrapante

Abafador de ruído, para o operador da máquina, se necessário óculos de proteção para melhorar a visibilidade do operador

Dirigir com atenção e preventivamente evitando as manobras perigosas

Sinalizar os locais de trabalho com placas indicativas e de advertência e orientar os motoristas

Somente deve ser permitido o acesso à obra de terraplanagem de pessoas autorizadas

Partes móveis de máquinas e equipamentos de movimentação de terra devem ser protegidos do contato de pessoas

O operador de máquinas não deve carregar terra ou material, de maneira que impeça a sua visibilidade

Realizar, periodicamente manutenção preventiva e corretiva nas máquinas.

QUADRO 01 – Compactação de aterro, riscos gerais de acidentes e seu controle Fonte: Manual da Qualidade Empresa X

Page 24: Procedimentos de segurança dentro dos itens controlados pelo

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5.2 LOCAÇÃO DE OBRA

5.2.1 - Condições para início da Execução do Serviço

O terreno deve estar limpo e arrasado até as cotas definidas para execução

das fundações.

5.2.2 - Execução da Locação

Definir a referência do nível (RN) da obra e a referência pela qual será feita a

locação da obra, que poderá ser uma lateral alinhada do terreno ou um ponto locado

por topografia.

Executar o gabarito, que consiste em um polígono com os lados que

envolvem a obra. Além da garantia de esquadro, seus lados devem ser alinhados e

nivelados. Quando o terreno apresentar um caimento elevado, o gabarito poderá ser

feito em degraus, mas sempre em perfeito nível, esquadro e alinhamento.

O gabarito deve ser materializado com a fixação de pontaletes no solo,

faceando sempre o mesmo lado da linha de náilon, e espaçado no máximo 2 m um

do outro. Na face interna dos pontaletes pregar tábuas de 15 cm. Na parte superior

do gabarito travar o mesmo com tábuas de 10 ou 15 cm para locação dos eixos.

Verificar o esquadro de todos os cantos por triangulação com medidas de 3 m,4 m,e

5 m ou seus múltiplos maiores possíveis. Travar o gabarito com mãos francesas e

prever contraventamento em alguns pontos estratégicos, a fim de assegurar a

perfeita imobilidade do conjunto. Pintar o gabarito com tinta PVA na cor branca.

Abaixo dos eixos principais deve-se gravar um testemunho em concreto com

uma barra de ferro tipo ―U‖ de 12,5 mm ou superior.

Usar uma tabela para marcação com as coordenadas dos pilares em relação

aos eixos. Marcar o gabarito de acordo com a tabela, a partir dos eixos, utilizando

trena metálica, esquadro e lápis de carpinteiro. Nos eixos marcados fixar dois pregos

de 13 x 15 ou 15 x 15. Conferir o esquadro, o alinhamento e o nível do gabarito.

Pintar o nome dos pilares correspondentes aos seus eixos, utilizando tinta esmalte

sintético colorido ou giz de cera vermelho.

Esticar o arame ou linha de náilon pelos dois eixos do elemento estrutural a

ser locado. O cruzamento destes definirá a posição do elemento estrutural no

terreno. Para elementos com seção circular, descer um prumo pelo centro do

elemento.

Page 25: Procedimentos de segurança dentro dos itens controlados pelo

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5.2.3 - Riscos gerais de acidentes e seu controle

ATIVIDADES E OPERAÇÕES

PRINCIPAIS RISCOS EPI’S/Cuidados EPC’S/Prevenção

Cravação de estacas (equipamento: golpe de martelo)

Risco de contusões, traumas e lesões

Utilizar óculos de proteção, luvas de raspa, botinas de segurança

Utilizar as Luvas, bem como, os demais EPI(s)

Estacas

Risco de ferimentos com as estacas ou arranques desprotegidos

Equipamentos rotineiros de proteção individual

Proteger as pontas das estacas e vergalhões (arranques)

Abertura de valas Risco de soterramento

Utilizar pranchões escorados horizontalmente

QUADRO 02 – Locação de obras, riscos gerais de acidentes e seu controle Fonte: Manual da Qualidade Empresa X

5.3 EXECUÇÃO DE FUNDAÇÕES

5.3.1 - Condições para início do serviço

O gabarito da obra deve estar pronto, totalmente conferido e as passagens

para pessoas e equipamentos executadas.

Escavação pronta até a cota do solo de apoio.

A armadura e forma da fundação que será escavada deverão estar prontas.

5.3.2 - Execução

5.3.2.1 - Fundações diretas por sapatas e blocos

Aprovado o solo de apoio sob cada sapata ou bloco, será previamente

lançada uma camada de base de concreto não estrutural (magro) com 100 mm de

espessura mínima, não sendo aceitável um lastro de pedra britada.

Na confecção do concreto estrutural utilizar o PES para locação, montagem

de armaduras e concretagem com concreto usinado.

Antes da concretagem da fundação serão conferidos rigorosamente seus

eixos e dimensões. Especial atenção deve ser dada às fundações próximas de

poços de elevadores, para que não haja interferência nos mesmos.

Alguns cuidados específicos são importantes para evitar danos durante a

execução, como por exemplo: evitar afofar ou encharcar o terreno de apoio das

Page 26: Procedimentos de segurança dentro dos itens controlados pelo

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sapatas; garantir o adequado apiloamento e/ou agulhamento com brita do solo na

base de apoio sempre que se tratar de solos arenosos fofos ou argilosos porosos.

Evitar desbarrancamentos laterais, contaminação do concreto com o solo e

garantir boas condições de cura do concreto.

5.3.2.2 - Fundações profundas por tubulões

Aprovado o solo de apoio na base do tubulão, a concretagem é feita

diretamente contra o solo, sem a presença de fôrmas.

É necessário um especial cuidado no lançamento e adensamento do

concreto para evitar a ocorrência de desbarrancamentos das paredes da escavação,

sob o risco de ocorrer contaminação do concreto fresco pelo solo desbarrancado.

No restante o controle de obra será feito pelo PES referente à locação,

montagem de armaduras e concretagem com concreto usinado.

Antes da concretagem serão conferidos rigorosamente seus eixos,

dimensões e a verticalidade do tubulão.

Para tubulões revestidos com camisas de concreto armado ou de aço, é

necessário realizar outro PES ou contratar empresas especializadas.

Fundações profundas por estacas não são realizadas por esta construtora.

5.3.3 - Riscos gerais de acidentes e seu controle

ATIVIDADES E OPERAÇÕES

PRINCIPAIS RISCOS EPI’S/Cuidados EPC’S/Prevenção

Cravação de estacas (equipamento: golpe de martelo por gravidade)

Risco de estouro da estaca, podendo atingir aos trabalhadores

Ruído por impacto

Utilizar abafador de ruídos, luvas de raspa, botinas de segurança

Cuidado com cabos elétricos aéreos, evitar contato com o braço da máquina. Devem ficar no tambor do cabo do pilão, seis voltas. O operador do equipamento deve ser

qualificado

Arranques

Risco de ferimentos (eventuais cortes por ferro) com as esperas ou arranques desprotegidos

Equipamentos rotineiros de proteção individual

Proteger as pontas dos vergalhões (arranques)

Abertura de valas Risco de soterramento Utilizar pranchões

escorados horizontalmente

QUADRO 03 – Execução de fundações, riscos gerais de acidentes e seu controle Fonte: Manual da Qualidade Empresa X

Page 27: Procedimentos de segurança dentro dos itens controlados pelo

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5.4 EXECUÇÃO DE FÔRMAS

5.4.1 - Condições para inicio da fabricação das fôrmas

Central de fôrmas montada, com todos os equipamentos instalados.

5.4.2 - Fabricação de Fôrmas

Medir todas as peças. Cortar e estruturar os painéis procurando fazer o

máximo aproveitamento no corte.

Identificar os painéis com a numeração prevista no projeto, em local visível.

Eventuais furos nos painéis devem ser executados preferencialmente da face interna

da forma em direção à face externa, com broca de aço rápido para madeira.

Estocar os painéis em área limpa, arejada e protegida da ação do sol e da

chuva. A estocagem deve ser feita sobre pontaletes de madeira deitados. Também é

importante a separação e a organização dos painéis de pilares, vigas e lajes, de

maneira a facilitar o início da montagem.

Os topos de chapas devem ser selados com tinta à base de borracha clorada

ou esmalte sintético, tão logo as peças sejam serradas na bancada.

Atentar para o corte das peças observando as dimensões do projeto.

Manter a central de produção constantemente limpa e organizada,

removendo as sobras de material e verificando o funcionamento e a conservação de

ferramentas e equipamentos.

5.4.3 - Execução da Montagem das Fôrmas

Marcar os eixos de referência e fazer a locação dos gastalhos no dia seguinte

à concretagem. A locação dos gastalhos e eixos principais deve ser liberada pelo

engenheiro da obra, em conjunto com o mestre.

Montar os painéis dos pilares, fazendo seu fechamento com utilização das

barras de ancoragem. Após o fechamento, prumar os pilares utilizando cantoneiras

metálicas ou prumador metálico. Transferir o nível de referência para os pilares

localizando-o a uma altura entre 1,00 m a 1,70 m.

Page 28: Procedimentos de segurança dentro dos itens controlados pelo

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Colocar o fundo das vigas apoiados em escoras metálicas reguláveis

utilizando-se do nível de referência localizado nos pilares. Logo após fazer o

fechamento das laterais das vigas.

Colocar e montar as escoras e as longarinas da laje. Utilizar o nível de

referência localizado nos pilares. Colocar os barroteamentos transversais às

longarinas para receber os compensados. Para lajes dos subsolos e térreo pode-se

dispensar os compensados. Conferir o nivelamento das fôrmas com linha de náilon

ou nível alemão colocados na parte inferior da fôrma.

Alinhar e travar as laterais das vigas com barras de ancoragem.

Verificar o esquadro da laje através de medidas diagonais. Passar

desmoldante em toda superfície da fôrma. Fixar na fôrma de laje os gabaritos de

furação elétrica e hidráulica.

5.4.4 - Procedimento para desforma

A desforma começa pelos pilares, soltando-se as barras de ancoragem

através das chaves de boca ou estrela.

Retirar os painéis, desprendendo-os por intermédio de cunhas. Manusear as

peças com cuidado para não danificar as fôrmas.

Painéis de maiores dimensões e principalmente pilares de canto podem ser

preservados amarrando-os com cordas para evitar eventuais choques ou quedas.

Retirar as mangueiras para reaproveitamento posterior (quando possível).

Em seguida, desformar as laterais das vigas soltando as barras de

ancoragem.

As escoras que apóiam o fundo da viga permanecerão para servirem de re-

escoramento e somente serão retiradas 7 dias após a concretagem da laje superior

(tempo mínimo de desforma)

Retirar as escoras e barroteamento da laje afrouxando as escoras para retirar

as longarinas, os compensados e as formas plásticas.

Podem ser usados também andaimes para retirada das fôrmas plásticas.

Não é permitido o uso de ferramentas metálicas na retirada das fôrmas

plásticas.

Page 29: Procedimentos de segurança dentro dos itens controlados pelo

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5.4.5 - Riscos gerais de acidentes e seu controle

ATIVIDADES E OPERAÇÕES

PRINCIPAIS RISCOS EPI’S/Cuidados EPC’S/Prevenção

Confecção das fôrmas

Contusões nas mãos (martelo), cortes severos nas mãos, partículas nos olhos, barulho pela serra circular (100dB(A))

Protetor facial ou óculos de segurança, abafador de ruído. Não confeccionar cunhas com madeiras menores de 30 cm

Proteções no disco da serra, proteções frontal e posterior da mesa, extintor do tipo PQS .

Montagem das fôrmas

Quando da montagem dos pilares ou vigas externas (periferia de laje), existe o risco de quedas em diferença de nível assim como, quando do lançamento de fundos de viga a partir da cabeça dos pilares

Cinto de Segurança tipo paraquedista

Plataforma de proteção em balanço, na 2º laje (fixa) e posteriormente de três em três lajes (móvel)

Para a montagem de pilares externos engatar o cinto de segurança no grampo de segurança

Desmontagem das fôrmas

Ao realizar a desforma pelos pilares, soltando-se os tensores, existe o risco de quedas em nível e diferença de nível, assim como a queda de objetos para dentro e fora dos limites do empreendimento.

Risco de ferimentos por pregos das madeiras

Contusões nas mãos Detritos nos olhos

Utilizar cinto de segurança tipo paraquedista, botina de segurança, luvas de raspa de couro, óculos de segurança

Manter o local organizado e livre de entulhos

Retirar ou rebater pregos das madeiras da desfôrma

Plataforma de proteção fixa em balanço na 2º laje (fixa) e posteriormente de três em três lajes (móvel)

QUADRO 04 – Execução de fôrmas, riscos gerais de acidentes e seu controle Fonte: Manual da Qualidade Empresa X

5.5 MONTAGEM DE ARMADURA

5.5.1 - Condições para início do serviço:

Os gabaritos devem estar executados.

5.5.2 - Corte e dobra

Montar, no início da obra, uma bancada de armador principal, constituída por

pranchões de madeira apoiados sobre cavaletes e provida dos equipamentos

necessários à preparação de armadura.

Page 30: Procedimentos de segurança dentro dos itens controlados pelo

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Cortar os fios e as barras de aço na bancada, seguindo as orientações e

dimensões constantes no projeto de armação.

De modo a racionalizar esse serviço e minimizar as perdas de material, deve

existir um plano de corte previamente elaborado, principalmente no caso de barras

com diâmetro acima de 10 mm.

Dobrar as pontas em ―L‖ ou em forma de gancho, sempre de acordo com as

orientações e dimensões do projeto.

Observar ainda, para efeito de corte, os transpasses e arranques mínimos em

vigas e pilares, que devem ser seguidos conforme projeto.

Transportar as peças até o local de aplicação, procurando posicioná-las nos

seus devidos lugares.

Peças grandes ou pesadas podem ser montadas em duas ou mais etapas.

5.5.3 – Montagem de armaduras de pilares e vigas

Posicionar as barras das pontas, colocando todos os estribos, fixando

somente os das extremidades.

Em seguida posicionar as demais barras e amarrá-las aos estribos.

Conferir os espaçamentos e o número de barras longitudinais e estribos.

Posicionar na fôrma as peças já montadas, evitando ao máximo choque na

armadura com os painéis, de modo a prolongar sua vida útil.

Colocar um estribo no topo das armaduras dos pilares e outro na altura da

laje, garantindo a posição das barras longitudinais.

Obs: Garantir sempre o acesso do vibrador em regiões com

congestionamento de ferragens, verificando a posição e a distância entre as barras.

Verificar se o cobrimento mínimo das armaduras está suficiente,

principalmente no cruzamento entre pilares e vigas.

5.5.4 - Montagem de armaduras de laje

Posicionar as barras da armadura principal. Em seguida, posicionar as barras

da armadura secundária. Amarrar os nós alternadamente. Posicionar as barras da

armadura negativa, amarrando-as à armadura das vigas.

Utilizar espaçadores, de modo a garantir o recobrimento mínimo do concreto

sobre a armadura.

Page 31: Procedimentos de segurança dentro dos itens controlados pelo

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Havendo balanços ou pontos em que a armadura negativa é notoriamente

importante, deve-se ter atenção redobrada quanto ao posicionamento de

caranguejos e calços.

Também é necessário cuidar para que o contorno dos furos das instalações

seja reforçado.

5.5.5 - Liberação do Serviço

Após o término do serviço de montagem, o engenheiro ou mestre da obra

deve conferir os seguintes pontos:

Se a montagem de pilares, vigas e lajes obedecem rigorosamente ao projeto

no que se refere a bitolas, número de barras, espaçamentos, cobrimentos mínimos e

posicionamento da armadura de lajes.

A correta amarração dos estribos, principalmente em vigas junto às barras

longitudinais inferiores.

A liberação do serviço deve ser feita somente pelo engenheiro ou mestre da

obra.

5.5.6 - Riscos gerais de acidentes e seu controle

ATIVIDADES E OPERAÇÕES

PRINCIPAIS RISCOS EPI’S/Cuidados EPC’S/Prevenção

Confecção e montagem: Armação de ferro disco de corte lixadeira para concreto

Ferimento nas mãos Detritos nos olhos

poeiras Quedas em nível Ruído

Luvas de raspa, máscara contra poeiras, óculos ampla visão

Protetor auricular

Proteções no policorte, coifa e partes móveis

Deve ficar instalado a policorte sob cobertura

Transporte: da bancada ao local de montagem ou colocação definitiva

Problemas de postura, principalmente quando há transporte nos ombros das armaduras prontas

Ombreiras, luvas de raspa, botina (preferencialmente com ponta de aço)

Montagem na Laje trabalhos em periferia de laje com altura superior a 2 metros do nível do solo

Queda em diferença de nível

Cinto de segurança tipo paraquedista

QUADRO 05 – Montagem de armaduras, riscos gerais de acidentes e seu controle Fonte: Manual da Qualidade Empresa X

Page 32: Procedimentos de segurança dentro dos itens controlados pelo

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5.6 CONCRETAGEM DE PEÇA ESTRUTURAL

5.6.1 - Condições para início do serviço

O concreto do pavimento inferior deve estar liberado, a fim de assegurar que

o carregamento da nova concretagem não comprometa a estrutura subjacente,

atentando-se para o reescoramento dos pavimentos inferiores.

As fôrmas devem estar executadas e limpas, com desmoldante aplicados e

eixos verificados.

Os pés dos pilares devem estar tamponados entre a fôrma e o gastalho, para

evitar o escorrimento da nata proveniente da concretagem.

As armaduras precisam estar posicionadas e conferidas, com espaçadores

instalados.

As proteções de periferia devem ser instaladas no perímetro da área a ser

concretada, de modo a garantir a segurança dos empregados da obra.

Todos os equipamentos e a equipe de trabalho devem estar dimensionados,

considerando tempo de ciclo do transporte horizontal inferior e superior, e do

transporte vertical.

O posicionamento, a quantidade e a altura das mestras devem ser

verificados.

O controle tecnológico deve ser programado, prevendo-se um moldador para

a obra.

As instalações elétricas e os equipamentos devem ser testados antes do

inicio da concretagem.

Os gabaritos e as furação para instalações devem ser conferidos.

Os ganchos para fixação posterior de bandejas de proteção e amarração de

torres de guincho, grua e/ou tubulação de concreto devem ser colocados.

Os eletrodutos devem estar posicionados e amarrados à armadura positiva

da laje.

5.6.2 - Transporte de concreto

A – Com guincho e gericas

- O uso de gericas requer alguns cuidados importantes:

- É preciso molhá-las antes da concretagem e lavá-las ao término do serviço,

mantendo-as constantemente limpas para evitar acúmulo de concreto ou argamassa

aderida.

Page 33: Procedimentos de segurança dentro dos itens controlados pelo

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- O eixo das rodas deve ser engraxado semanalmente.

- Não se deve colocar peso em excesso sobre as gericas.

- Nunca descer em queda livre e evitar freadas bruscas.

- Engraxar roldanas e trilhos da torre e verificar o estado do freio

periodicamente.

- Prever correntes e cadeados para impedir o uso do guincho em horários

inadequados ou sem a presença do guincheiro qualificado.

- Acompanhar semanalmente a manutenção preventiva do equipamento,

anotando as ocorrências.

- Também é indispensável a observação de todas as exigências da NR 18 no

tocante à guinchos.

- Atentar para o travamento adequado das gericas ou dos carrinhos de mão

dentro da cabine do guincho durante o transporte vertical.

B – Com grua

- Delimitar e sinalizar a área sob a movimentação da carga, não permitindo a

circulação ou permanência de pessoas nessa região.

- Molhar a caçamba antes da concretagem e lava – lá ao término do serviço,

mantendo-a constantemente limpa para evitar acúmulo de concreto ou argamassa

aderida.

- Acompanhar semanalmente a manutenção preventiva, anotando as

ocorrências.

- Também é indispensável à observação de todas as exigências da NR 18

quanto a gruas.

C – Por bombeamento

Assegurar que o diâmetro interno do tubo seja maior que o triplo do diâmetro

máximo do agregado graúdo.

Posicionar os caminhos para locomoção de pessoas sobre a laje.

Lubrificar a tubulação com argamassa fluida ou nata de cimento.

Alocar dois ou quatro homens para segurar a extremidade da tubulação.

D – Por meio de caminhão – lança

Assegurar que a lança atinja todos os pontos de concretagem;

Que as redes públicas de eletricidade e telefonia permitam a mobilidade

segura da lança e que a tubulação do caminhão se encontre devidamente lubrificada

com argamassa.

Page 34: Procedimentos de segurança dentro dos itens controlados pelo

34

Um homem seja suficiente para segurar a extremidade da tubulação.

5.6.3 - Lançamento do concreto

Molhar as fôrmas abundantemente antes da concretagem, a fim de impedir

que as peças sofram qualquer tipo de contaminação durante a concretagem,

provocada por sujeira ou pela queda de materiais.

Eliminar os principais focos (barro dos pés dos operários, deslizamento de

terra, queda de entulhos de pavimentos superiores, entre outros).

Prever uma equipe de apoio, composta por: um armador para manutenção

das armaduras, um eletricista para verificação da integridade das tubulações e

caixas elétricas, um carpinteiro por frente de concretagem, trabalhando sob as

fôrmas, verificando a sua integridade.

Lançar o concreto tomando o cuidado de não formar grandes acúmulos de

material em um ponto isolado da fôrma.

Atentar também para o fato de que o concreto deve ser lançado logo após o

batimento, não sendo permitido um intervalo superior a uma hora entre o fim da

mistura e o lançamento, respeitando-se sempre o limite de duas horas e trinta

minutos entre a saída do caminhão da usina e o lançamento. O mesmo é válido em

interrupções envolvendo concreto já lançado e adensado e concreto novo. Havendo

necessidade de um intervalo maior, deve-se especificar um aditivo retardador de

pega, tomando-se os devidos cuidados que esse material exigir.

Espalhar o concreto com auxílio de pás e enxadas.

No caso de pilares, deve-se lançar imediatamente antes da concretagem uma

camada de argamassa de cimento e areia com traço 1:3, em quantidade suficiente

para impregnar a fôrma e a armadura, garantindo um pequeno colchão de

argamassa no pé do pilar.

Para lajes, sarrafear o concreto com uma régua de alumínio tomando o nível

das mestras como referência. Quando necessário, o desempeno deve ser feito com

madeira, atentando-se para o acabamento junto à interferências e gabaritos.

Obs: Em caso de chuva intensa, interromper imediatamente a concretagem e

proteger o trecho já concretado com lona plástica.

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5.6.4 - Adensamento do concreto

Introduzir e retirar a agulha lentamente (o vibrador deve penetrar no concreto

por si só), de modo que a cavidade formada se feche naturalmente. Em geral 15

segundos são suficientes para adensar a área em que a agulha está imersa. Não é

aconselhável produzir uma vibração além da necessária, pois a permanência

excessiva do vibrador imerso poderá causar segregação do concreto. Várias

incisões, mais próximas e por menos tempo, produzem melhores resultados.

Para o correto adensamento do concreto dos pilares, ou de outras peças de

grande altura, a espessura da camada de vibração deverá ser aproximadamente

igual a três quartos do comprimento da agulha, de modo que esta penetre na

camada imediatamente inferior, homogeneizando a peça.

Evitar o contato da agulha do vibrador com as fôrmas.

Não vibrar o concreto pela armadura, bem como não desligar o vibrador

enquanto ele estiver imerso no concreto.

No que diz respeito aos equipamentos são recomendados os seguintes

cuidados:

- não puxar o motor pelo mangote ou pelo cabo elétrico;

- não usar o vibrador como alavanca, martelo ou para transportar o concreto;

- não lubrificar internamente a agulha do vibrador;

- dar especial atenção ao isolamento dos cabos e dos motores, à ligação dos

vibradores em tomadas específicas e aterradas.

- terminando o trabalho, limpar os materiais e equipamentos em local que não

interfira na qualidade das peças concretadas.

5.6.5 - Cura do Concreto

Iniciar a cura úmida, tão logo a superfície permita (secagem ao tato).

Manter a aspersão de água por um período de três dias consecutivos, em

intervalos de tempo suficiente para que a superfície da peça permaneça úmida.

Evitar o trânsito de pessoas ou impactos fortes sobre as peças recém –

concretadas, pelo menos nas primeiras 12 horas.

Page 36: Procedimentos de segurança dentro dos itens controlados pelo

36

5.6.6 - Riscos gerais de acidentes e seu controle

ATIVIDADES E OPERAÇÕES

PRINCIPAIS RISCOS EPI’S/Cuidados EPC’S/Prevenção

Concretagem geral, ponta do mangote, adensamento do . concreto

Queda em diferença de nível, estouro do mangote, respingos do concreto, queda e choque elétrico

Ruído

Cinto de segurança, bota de borracha, óculos ou protetor facial, sobrecalça de PVC

Protetor auricular

Guarda-corpo, plataforma de proteção em balanço, na 2º laje (fixa) e depois de três em três lajes (móveis)

Grampo de segurança deve ser colocado próximo aos arranques de periferia

A fiação elétrica deve estar devidamente isolada

Concretagem em periferia de laje e recebimento de gericas na mesa do guincho de carga

Quedas em diferença de nível e em nível. Queda no poço do elevador

Impacto da mesa de elevador em parte do corpo de trabalhador imprudente

Cinto de segurança e os demais necessários

Supervisionar a equipe de carga e descarga do guincho, para evitar que coloquem a cabeça dentro da torre do elevador

Guarda-corpo, plataforma de proteção em balanço, na 2º laje (fixa) posteriormente de três em três lajes (móveis)

Operações de bombeamento, e manobra da betoneira (na rua)

Risco de atropelamento, durante as operações de estacionamento, descarga e saída doa betoneira

O operário que irá dirigir as operações para o estacionamento utilizará colete com pintura refletiva

A testada da rua será sinalizada por meio de cones, fita zebrada e cavaletes.

Atenção redobrada com terceiros.

As áreas de acesso desde a descarga do concreto até o guincho estarão desobstruídas e regularizadas

Transporte de concreto por guincho de carga e gericas

Queda em diferença de nível (principalmente ao poço do elevador).

Queda em nível

A equipe de descarga (retirada das gericas da mesa do guincho) deverá utilizar cinto de segurança, quando estiverem próximos ao ponto de descarga.

QUADRO 06 – Concretagem de peça estrutural, riscos gerais de acidentes e seu controle Fonte: Manual da Qualidade Empresa X

Page 37: Procedimentos de segurança dentro dos itens controlados pelo

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5.7 EXECUÇÃO DE ALVENARIA ESTRUTURAL

5.7.1 - Condições para início da execução da alvenaria

A região que for receber a primeira fiada deverá estar limpa e varrida, as

guias metálicas e todos os materiais e ferramentas necessários também deverão

estar limpos e próximos do local.

5.7.2 - Chapisco no encontro da alvenaria com a estrutura

As faces da estrutura em contato com a alvenaria deverão receber chapisco

(1:3) rolado com argamassa de cimento e areia, aditivada com resina PVA (cola

branca).

TRAÇO DO CHAPISCO ROLADO: 1 saco de cimento, 3 carrinhos de areia, 1

litro de cola e 9 litros de água. (aprox.)

Iniciar o preparo da base removendo sujeiras, tais como materiais

pulverulentos, graxas, óleos, desmoldante, fungos, musgos e eflorescências.

Molhar as superfícies antes da aplicação do chapisco.

Cobrir a base, de forma que sua textura final resulte numa superfície rugosa,

aderente, resistente e contínua.

Remisturar a argamassa constantemente para evitar a decantação da areia.

5.7.3 - Marcação.

Transferir os eixos principais do edifício para o pavimento de trabalho.

Transferir o nível de referência para pavimento.

Varrer a poeira e molhar levemente a base.

Assentar os tijolos de marcação utilizando os eixos de referência e medidas

do projeto executivo e com a mesma argamassa da alvenaria.

Os tijolos de marcação devem ficar nivelados e alinhados.

Os tijolos de marcação devem ser executados em toda a área do pavimento,

para sanar duvidas quanto às dimensões estabelecidas no projeto.

Levar em consideração o alinhamento e o prumo da marcação.

Page 38: Procedimentos de segurança dentro dos itens controlados pelo

38

5.7.4 - Taliscamento

Taliscar a fiada de marcação a partir do eixo de referência definindo a

espessura final do reboco; considerar a largura dos batentes e locais

impermeabilizados.

Espessura mínima do reboco de 5 mm.

Deve ser utilizado para execução o prumo, esquadro, linha.

5.7.5 - Ancoragem da alvenaria nos pilares periféricos

OPÇÃO 1: TELA METÁLICA

Galgar a alvenaria e fixar telas de ancoragem a cada 2 ou 3 fiadas de tijolos.

Observar para que o pino de fixação fique rente à dobra da tela e no nível da

camada de argamassa de assentamento/ancoragem.

A tela deve estar dobrada num ângulo de aproximadamente 90º.

OPÇÃO 2: FERRO CABELO

Devem ser deixados fixados na estrutura de concreto ferro de ancoragem na

bitola de 4,2 mm a 6,3 mm, devidamente grauteados com produto à base epóxi, a

cada 2 ou 3 fiadas de tijolos

5.7.6 - Alvenaria

Iniciar os serviços pelas paredes periféricas (segurança);

Posicionar a guia metálica nos extremos das paredes como referência da

altura das fiadas e prumo.

A alvenaria devem estar com juntas em amarração.

Deixar juntas da última fiada (encontro com viga ou laje) sem preencher (de 2

a 3 cm), a serem preenchidas com argamassa nas faces interna e externa.

Retirar as rebarbas de massa.

Deixar as juntas de argamassa uniforme.

Todas as paredes externas deverão ser fixadas provisoriamente com pontos

de argamassa de assentamento (pelo menos um ponto a cada 1,5 m), até a

execução da junta de fixação no fundo da viga.

Page 39: Procedimentos de segurança dentro dos itens controlados pelo

39

5.7.7 - Preenchimento de juntas verticais

As juntas verticais nos encontros das paredes com os pilares deverão ser

bem preenchidas com argamassa; observar para que fiquem no mínimo com 1 cm

de espessura.

As juntas verticais devem ser preenchidas nos seguintes casos:

Fiadas de marcação (recomendado).

Blocos em contato com pilares e a junta vertical seguinte.

Paredes externas e paredes que dividem apartamentos.

5.7.8 - Aberturas

Nos vãos de portas, janelas e caixas de ar condicionado, manter as

medidas definidas no projeto.

Instalar vergas e contravergas (janelas e caixas de ar condicionado) e vergas

(portas) utilizando o nível de referência do pavimento.

Fazer com que a verga e a contraverga ultrapassem no mínimo 20 cm para

cada lado do vão da abertura onde esta sendo instalada.

5.7.9 - Riscos gerais de acidentes e seu controle

ATIVIDADES E OPERAÇÕES

PRINCIPAIS RISCOS EPI’S/Cuidados EPC’S/Prevenção

Preparo de massa Queima de cal

Irritações para os olhos Óculos de proteção

Marcação de alvenaria de vedação

Risco de ferimento por pregos.

Risco de queda em diferença de nível (ao realizar a vedação de periferia),

Queda de materiais sobre membros inferiores durante o transporte dos tijolos

Assegurar a limpeza do andar (remover gastalhos, pregos da estrutura, aços de amarração de pilares e vigas, poeiras e materiais soltos)

Realizar o transporte dos blocos (tijolos) de forma segura

Utilizar botina de segurança

Cinto de segurança tipo paraquedista em periferia de laje

Plataforma de proteção inferior

Tela de proteção entre as plataformas

Assentamento dos blocos (tijolos)

Queda das paredes levantadas recém concluídas.

Pode acontecer reação alérgica dermatológica pelo uso da massa

Luvas de látex

As paredes levantadas devem ser fixadas firmemente por meio de cunhas ou bisnaga.

QUADRO 07 – Execução de alvenaria estrutural, riscos gerais de acidentes e seu controle Fonte: Manual da Qualidade Empresa X

Page 40: Procedimentos de segurança dentro dos itens controlados pelo

40

5.8 EXECUÇÃO DE ALVENARIA NÃO ESTRUTURAL E DIVISÓRIA LEVE

5.8.1 – Idem 5.7 (pág 37 à 39)

Segue todos os procedimentos relativos à execução de alvenaria

estrutural.

5.9 EXECUÇÃO DE REVESTIMENTO INTERNO DE ÁREA SECA, INCLUINDO

PRODUÇÃO DE ARGAMASSA EM OBRA, QUANDO APLICÁVEL

5.9.1 - Condições para início do serviço

Todas as alvenarias devem estar concluídas e fixadas internamente.

Os batentes devem estar chumbados ou com referencial do vão definido.

As tubulações elétricas devem estar executadas.

As tubulações hidráulicas e sanitárias podem ser executadas antes ou depois

da execução do revestimento.

5.9.2 - Chapisco

Iniciar o preparo da base removendo sujeiras, tais como materiais

pulverulentos, graxas e óleos. Remover também irregularidades metálicas, tais como

pregos, fios e barras de tirantes de fôrma.

Chapiscar as superfícies de concreto, utilizando chapisco rolado.

5.9.3 - Taliscamento

As taliscas devem ser de cacos de azulejos, assentadas com a mesma

argamassa que será utilizada para execução do revestimento.

Atentar para que sempre estejam previstas taliscas próximas das bordas das

paredes, bem como qualquer outro detalhe de acabamento (quinas, vãos de portas

ou janelas, frisos ou molduras)

O espaçamento entre taliscas não deve ser superior a 1,80 m em ambas as

direções.

Proceder a colocação das taliscas a partir dos eixos principais da estrutura.

Transferir o plano definido por estas taliscas para o restante do ambiente.

Page 41: Procedimentos de segurança dentro dos itens controlados pelo

41

5.9.4 - Aplicação

Proteger todas as caixas de luz das instalações elétricas, pontos hidráulicos e

demais aberturas que necessitem deste cuidado.

Preparar a argamassa com cimento, cal, areia e aditivos, com traço

previamente determinado em função das características desejáveis para esta

argamassa.

Aplicar a argamassa de revestimento em chapadas vigorosas, respeitando o

limite da espessura definido pelas taliscas.

Espalhar e comprimir fortemente a camada de argamassa com a colher de

pedreiro.

Caso a espessura final do revestimento seja superior a 3 cm, encher a

parede por etapas, com intervalos de cerca de 2 horas entre as camadas.

Recolher o excesso da argamassa depositada sobre o piso, enquanto se

aguarda o ponto de sarrafear a argamassa sobre as taliscas fazendo as mestras no

sentido vertical.

Sarrafear a argamassa com uma régua de alumínio apoiada sobre as

mestras, de baixo para cima, até que atinja uma superfície cheia e homogênea.

5.9.5 - Acabamento

Aplicar o desempeno, seguido de espuma ou feltro.

Desempeno para aplicação de revestimentos com espessura maior que 5

mm, como cerâmica, por exemplo, não é necessário o uso da espuma ou feltro.

É necessário ainda limpar constantemente a área de trabalho, evitando que

restos de argamassa aderidos formem incrustações que prejudiquem o acabamento

final.

Nota 1 – Recomendações sobre o chapisco.

Chapisco rolado - Juntar cimento e areia média na proporção 1:3. Juntar

adesivo, PVA e água na proporção 1:9. Misturar a parte líquida com a parte sólida

até obter uma consistência de sopa. Aplicar o chapisco rolado com um rolo para

textura. Misturar a argamassa constantemente para evitar a decantação da areia.

Sobre superfícies de concreto, o chapisco deve cobrir totalmente a base, de

forma que sua textura final resulte numa película rigorosa, aderente, resistente e

contínua. Nesse caso, a base não deve ser umedecida. Sobre superfícies de

alvenaria, o chapisco deve cobrir a base, de maneira que sua textura final resulte

Page 42: Procedimentos de segurança dentro dos itens controlados pelo

42

numa película rugosa, aderente, resistente, mas não contínua e irregular. A base

deve ser umedecida quando apresentar elevada capacidade de absorção de água.

Nota 2 – Ponto de sarrafeamento

O sarrafeamento não pode ser feito imediatamente após a chapagem da

argamassa. Deve-se aguardar o ponto de sarrafeamento que decorre das condições

climáticas, da condição de absorção da base e das próprias características da

argamassa. Na prática, para avaliar o ponto de sarrafeamento deve-se pressionar a

argamassa com os dedos. O ponto ideal é quando os dedos penetram na camada,

permanecendo praticamente limpos, porém deformando levemente a superfície.

5.9.6 - Riscos gerais de acidentes e seu controle

ATIVIDADES E OPERAÇÕES

PRINCIPAIS RISCOS EPI’S/Cuidados EPC’S/Prevenção

Colocação de prumadas externas

Quedas em diferença de nível

Utilizar cinto de segurança tipo paraquedista, engatado a corda auxiliar

As periferias das lajes devem estar adequadamente protegidas

Emboço interno e externo, serviços gerais de contrapisos

Irritações dermatológicas

Quedas em diferença de nível e em nível

Utilizar cinto de segurança tipo paraquedista, engatado a corda auxiliar

Aberturas nos pisos devem ter proteção provisória

Montagem de balancim

Queda em diferença de nível

Ferimentos nas mãos pelo cabo de aço

Utilizar cinto de segurança tipo paraquedista, engatado a corda auxiliar

Utilizar luvas de raspa de couro

Manter as áreas abaixo dos balancins devidamente isoladas e protegidas

Trabalhos na fachada com balancim

Queda em diferença de nível

Utilizar cinto de segurança tipo paraquedista, engatado a corda auxiliar

Manter as áreas abaixo dos balancins devidamente isoladas e protegidas

QUADRO 09 – Execução de revestimento interno de área seca, incluindo produção de argamassa em obra, riscos gerais de acidentes e seu controle Fonte: Manual da Qualidade Empresa X

Page 43: Procedimentos de segurança dentro dos itens controlados pelo

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5.10 REVESTIMENTO INTERNO DE ÁREA ÚMIDA

5.10.1 - Condições para início do Serviço

Os revestimentos com argamassa e contrapisos dos ambientes devem estar

concluídos há pelo menos 14 dias.

Os contramarcos devem estar chumbados, enquanto os batentes, se não

estiverem chumbados, devem estar ao menos com suas referências definidas.

As instalações elétricas e hidráulicas devem estar concluídas.

A cerâmica deve ser conferida de acordo com o lote (tonalidade e dimensão),

garantindo-se que seja suficiente para executar o serviço.

A impermeabilização de pisos deve estar executada.

Os ralos devem estar protegidos para evitar eventuais entupimentos.

5.10.2 – Execução de revestimentos cerâmicos

Preparar a superfície removendo a poeira, partículas soltas e resíduos.

Verificar o esquadro e as dimensões do ambiente para definição da

espessura das juntas, considerando o mínimo possível de recortes.

Eventuais irregularidades que não possam ser absorvidas pelas juntas devem

ser corrigidas.

Verificar se foram deixados os rebaixos previstos no projeto em relação a

outros pisos, além dos caimentos para ralos ou canaletas, nunca inferiores a 0,5%.

As juntas estruturais no concreto devem ser mantidas no piso cerâmico e

preenchidas com mástique elástico.

Após a verificação do esquadro do ambiente e um estudo sobre o melhor

aproveitamento das peças, esticar uma linha de náilon nos dois sentidos do

ambiente, demarcando a primeira fiada a ser assentada.

As linhas de náilon servirão de referência para as demais fiadas, que devem

ser assentadas no alinhamento e no esquadro em relação às duas primeiras fiadas.

Preparar a argamassa colante, obedecendo às orientações do fabricante

contidas na embalagem do produto.

A quantidade a ser preparada deve ser suficiente para um período de

trabalho de duas ou três horas, em função da produtividade do assentador, sendo

recomendável que se misture sempre um número inteiro de sacos, não

ultrapassando o tempo máximo recomendado pelo fabricante.

Page 44: Procedimentos de segurança dentro dos itens controlados pelo

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Deixar a argamassa descansar por cerca de 15 minutos e misturar

novamente para iniciar o assentamento.

Durante a execução do revestimento não se adiciona água à argamassa.

Aplicar a argamassa comprimindo-a contra o substrato com o lado liso da

desempenadeira, passando em seguida o lado dentado, formando cordões e aplicar

no tardoz da peça.

Utilizar uma desempenadeira, verificando continuamente o seu estado de

conservação, de forma a evitar o uso de desempenadeiras com dentes gastos.

A quantidade de argamassa espalhada por vez será suficiente para não secar

até a aplicação da cerâmica. Em geral, não é recomendável espalhar argamassa em

área superior a 1,0 m².

Assentar as peças sobre a argamassa recém-aplicada, atentando para o

espaçamento entre elas, o nivelamento e o alinhamento do piso.

As peças devem ser assentadas antes que se inicie a formação de uma

película esbranquiçada sobre os cordões, indicando o fim do tempo de abertura da

argamassa, que é o momento a partir do qual a aderência fica prejudicada.

Não é necessário molhar o substrato para aplicar a argamassa colante. O

umedecimento só é recomendado no caso de revestimentos executados sob sol

intenso, ou sujeitos a muito vento e baixa umidade relativa do ar.

As peças cerâmicas também não devem ser molhadas ou mesmo

umedecidas para aplicação com argamassa colante, a menos que haja uma

recomendação do fabricante nesse sentido.

Caso apresentem o tardoz recoberto por uma camada de pó, esta deve ser

removida com um pano seco.

Se forem lavadas com água, as peças somente devem ser utilizadas após

secagem completa.

O ajuste de posicionamento e a fixação das peças podem ser realizados por

meio de pequenas batidas com um martelo de borracha.

O posicionamento também pode ser garantido com o uso de espaçadores

plásticos. Nesse caso, o ambiente deve estar em perfeito esquadro, uma vez que

eventuais correções obtidas pela variação das dimensões das juntas, ou devido à

sua distorção, podem ser prejudicadas.

Os cortes das peças devem ser devidamente estudados e executados antes

da aplicação da argamassa colante. Devem ser feitos com equipamentos

Page 45: Procedimentos de segurança dentro dos itens controlados pelo

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adequados, como serra elétrica com disco adiamantado, riscador e furadeira

manuais com vídea, permitindo arremates perfeitos com o cobrimento dos cortes

pelas canoplas de instalações hidráulicas, dos espelhos das caixas de instalações

elétricas ou outros itens de acabamento.

O rejunte deve ser executado após um período mínimo de 72 horas do

assentamento, procedendo da seguinte maneira:

- Limpar as juntas com uma escova ou vassoura de piaçaba de modo a

eliminar toda a sujeira, como poeira e restos de argamassa colante.

5.10.3 - Riscos gerais de acidentes e seu controle

ATIVIDADES E OPERAÇÕES

PRINCIPAIS RISCOS EPI’S/Cuidados EPC’S/Prevenção

Serviços de regularização de superfícies

Inalação de poeiras, principalmente pelo lixamento de superfícies

Dermatites e conjuntivites

Queda em nível e diferença de nível

Utilizar máscara contra poeiras

Utilizar luvas impermeáveis Contra quedas utilizar

bancada de trabalho adequado

O poço do elevador deve estar adequadamente fechado

Instalação das peças cerâmicas

Cortes nas mãos. Queda de material

sobre o corpo Ruído em excesso

Contusões Esforço Físico

Botas de segurança Protetor auricular Óculos para proteção Luvas

Proteção nas serras mármores

Posto de trabalho

Risco Ergonômico Trabalho em altura Ruídos Aerodispersóides

sólidos Esforço físico Alergias Irritação das

Conjuntivas Entorses e fraturas

Usar capacete Botas de segurança Protetor auricular Óculos para proteção Luvas

-----

Impermeabilização

Queimaduras pelo GLP Intoxicação, via

respiratória, principalmente em locais confinados

Incêndio e explosão do GLP

Cortes

Prestar muita atenção ao uso do bico de fogo

Utilizar luvas de raspa Utilizar máscara respiratória, principalmente em locais confinados

Ter sempre por perto Extintor de incêndio

Para evitar cortes pelos estiletes, utilizar luvas

Os locais confinados devem possuir ventilação e exaustores

Trabalhar sempre em duplas

QUADRO 10 – Execução de revestimento interno de área úmida Fonte: Manual da Qualidade Empresa X

Page 46: Procedimentos de segurança dentro dos itens controlados pelo

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6 - CONCLUSÃO

É possível concluir que com o surgimento de novas tecnologias e a exigência

dos clientes por produtos de melhor qualidade a preços compatíveis, as empresas

devem buscar melhorias nos seus processos produtivos para atender as

necessidades dos seus clientes, garantindo assim sua sobrevivência num mercado

altamente competitivo.

No início, a principal dificuldade encontrada é a quebra de paradigmas

definidos como regras de comportamento, as quais criam barreiras às mudanças por

conservadorismo, principalmente dos operários mais acomodados, que não

entendem os avanços como um benefício às suas tarefas. O programa de qualidade

é visto pelos funcionários como aumento da quantidade de papel dentro da

empresa, ou seja, mais burocracia nos processos produtivos e administrativos.

Assim a empresa percebeu que deveria mudar o modo de repassar as informações,

já que a princípio as mesmas eram impostas aos operários.

A implantação das FVS (Fichas de Verificação de Serviço) auxilia no

processo de conscientização dos trabalhadores para os riscos envolvidos durante as

diversas etapas da obra, reduzindo acidentes e doenças ocupacionais, aumentando

a produtividade, a satisfação e a qualidade de vida profissional do trabalhador.

Fazendo uma avaliação do processo de implantação do PBQP-H e do

sistema de gerenciamento para a Saúde e Segurança no Trabalho proposto pelo

trabalho, o qual ainda está em andamento, a Empresa X afirma que os investimentos

realizados no início são grandes e o retorno é de forma evolutiva. Somente após a

implementação de grande parte dos requisitos das normas é que se consegue

desenvolver o potencial das pessoas e atender dentro do possível o padrão de

qualidade e segurança desejável.

.

Page 47: Procedimentos de segurança dentro dos itens controlados pelo

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REFERÊNCIAS

AMBROZEWICZ, PAULO HENRIQUE LAPORTE. Metodologia para capacitação e implementação de sistema de gestão da qualidade em escala nacional para profissionais e construtoras baseado no PBQP-H e em educação à distância. 2003. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção)- Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, UFSC, Florianópolis. BRASIL, Ministério das cidades. Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat. Disponível em: < http://www.cidades.gov.br/pbqp-h/pbqp_apresentacao.php >, Acesso em: 27.fev.2012. BRASIL. Lei 6.514, de 22 de dezembro de 1977. Publicada no DOU, 23 de dezembro de 1977. Altera o Capítulo V do Título II da CLT, relativo à Segurança e Medicina do Trabalho. Manuais de Legislação – Segurança e Medicina do Trabalho, Ed. Atlas, São Paulo, 67ª EQUIPE ATLAS. Segurança e Medicina do Trabalho - Manuais de Legislação - 67ª Ed. Editora Atlas, 2011 FERREIRA, Edson Nunes; Rosas, Juarez Spinardi. Revisão dos Itens de Segurança do Trabalho dentro dos Procedimento de Execução Controlados pelo PBQP-H – Itens de 13 a 25 . UEPG. Ponta Grossa - PR. 2004. Disponível em: <www.uepg.br/denge/eng_seg_2004/TCC/TCC%2044.doc >, Acesso em 12. dez . 2011. KUNDE, WILSON GUNTHER. Assessoria e Consultoria em Programas de Qualidade e Implantação do PBQP-H. Consultoria Empresa X, credenciado pelo SEBRAE/PR. (Out à Dez 2011). LIMA JR., J.M. Legislação sobre segurança e saúde no trabalho na indústria da construção. In: CONGRESSO NACIONAL SOBRE CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DO TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO, 2º, 1995, Rio de Janeiro, RJ. Anais... Rio de Janeiro: FUNDACENTRO, 1995. MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho. Disponível em: < http://www3.mte.gov.br/seg_sau/default.asp>, Acesso em: 12.mar.2012. MANUAL DA QUALIDADE. Programas de Qualidade e Implantação do PBQP-H na Empresa X. Documentos para obtenção do PBQP-H. QUEVEDO, Luiz Augusto Plens; OLIVEIRA JR, Paulo Roberto. Revisão dos Itens de Segurança do Trabalho dentro dos Procedimento de Execução Controlados pelo PBQP-H – Itens 01 de 1 a 12. UEPG. Ponta Grossa - PR. 2004. Disponível em: <www.uepg.br/denge/eng_seg_2004/TCC/TCC%2043.doc>, Acesso em 12. dez . 2011. ROMANO, BRUNO BESSAUNE. Programas de Qualidade na Construção Civil do Brasil: Uma análise sob a Ótica da Teoria Institucional. 2003. Dissertação (Mestrado em Administração). Programa de Pós-Graduação em Administração, UFES, Espírito Santo.

Serviço Social da Indústria – SESI. Gerência de Segurança e Saúde no Trabalho – GSST. Manual de segurança e saúde no trabalho: Indústria da Construção Civil – Edificações. São Paulo : SESI, 2008. (Manuais, 7).

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APÊNDICE – FICHAS DE VERIFICAÇÃO DE SERVIÇOS