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Universidade de Brasília Faculdade de Administração, Contabilidade, Economia e Gestão de Políticas Públicas Departamento de Administração PRISCILA DANIELE PIVANTE GESTÃO DE PROJETOS E QUALIDADE: UM PLANO PARA GERENCIAMENTO DA QUALIDADE EM UM PROJETO DE BUSINESS INTELLIGENCE Brasília DF 2019

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Universidade de Brasília

Faculdade de Administração, Contabilidade, Economia e Gestão de Políticas Públicas

Departamento de Administração

PRISCILA DANIELE PIVANTE

GESTÃO DE PROJETOS E QUALIDADE: UM PLANO PARA

GERENCIAMENTO DA QUALIDADE EM UM PROJETO DE

BUSINESS INTELLIGENCE

Brasília – DF

2019

Page 2: PRISCILA DANIELE PIVANTE...Universidade de Brasília Faculdade de Administração, Contabilidade, Economia e Gestão de Políticas Públicas Departamento de Administração PRISCILA

PRISCILA DANIELE PIVANTE

GESTÃO DE PROJETOS E QUALIDADE: UM PLANO PARA GERENCIAMENTO

DA QUALIDADE EM UM PROJETO DE BUSINESS INTELLIGENCE

Monografia apresentada ao

Departamento de Administração como

requisito parcial à obtenção do título de Pós-

Graduada em Gestão de Projetos.

Professor Orientador:

Dr., Rafael Rabelo Nunes

Brasília – DF

2019

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GESTÃO DE PROJETOS E QUALIDADE: UM PLANO PARA GERENCIAMENTO

DA QUALIDADE EM UM PROJETO DE BUSINESS INTELLIGENCE

A Comissão Examinadora, abaixo identificada, aprova o Trabalho de Conclusão do Curso de

Gestão de Projetos da Universidade de Brasília do aluno

Priscila Daniele Pivante

Dr., Rafael Rabelo Nunes

Professor-Orientador

Prof Dra. Siegrid Guillaumon Dechandt Ms. João Rufino Sales

Professora-Examinador Coronel do EB-Examinador

Brasília, 09 de setembro de 2019

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AGRADECIMENTOS

Meu sincero agradecimento ao Prof. Dr. Rafael Rabelo

Nunes, orientador deste trabalho, pela condução do

trabalho, pela adequação do tema para que eu pudesse

atender aos anseios dos meus superiores e pelas

orientações sempre objetivas e esclarecedoras. Agradeço

também à minha família, pela compreensão nos momentos

de ausência e por todo apoio para que eu pudesse concluir

este trabalho. Um agradecimento especial à minha filha,

Camila, que mesmo à distância, e com a pouca idade que

possui, foi capaz de me dirigir palavras de ânimo e

incentivo.

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“O planejamento não é uma tentativa de predizer o que vai

acontecer. O planejamento é um instrumento para

raciocinar agora, sobre que trabalhos e ações serão

necessários hoje, para merecermos um futuro. O produto

final do planejamento não é a informação: é sempre o

trabalho.” - Peter Drucker

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RESUMO

Este estudo propõe um plano de gerenciamento da qualidade no âmbito do painel de indicadores

do sistema de saúde do Exército. Por meio de um planejamento da qualidade, com base na

metodologia de pesquisa-ação, serão propostas ações que visam garantir a continuidade da

disseminação da informação precisa e em tempo hábil para auxiliar os gestores na tomada de

decisões. O estudo descreve o contexto atual do negócio, os problemas que enfrenta e as

soluções que foram identificadas. Para atender aos objetivos propostos, tanto o geral quanto os

específicos, o estudo foi dividido em cinco fases: revisão da literatura referente à qualidade de

software, testes e Business Intelligence; escolha e estruturação do método de pesquisa;

contextualização e o plano de ação que é a estruturação do plano de gerenciamento da qualidade

e conclusão. Durante a fase de revisão de literatura, foi realizado um amplo levantamento acerca

dos conceitos de planejamento, garantia e controle da qualidade. A escolha do método de

pesquisa se deu devido ao caráter imediatista de uma solução para o problema apresentado no

estudo, ela envolveu as partes interessadas e os especialistas da área de desenvolvimento do

Exército com a finalidade de se levantar a melhor hipótese a ser adotada para a solução do

problema. Por fim, a estruturação do plano de gerenciamento da qualidade levou em

consideração as melhores práticas adotadas no que tange aos projetos de Business Intelligence

no âmbito do Exército Brasileiro, a estrutura atualmente disponível, a capacidade de

desenvolvimento e a opinião especializada de pessoas engajadas nos projetos envolvidos nesse

estudo.

Palavras-chave:

Qualidade de software; Business Intelligence; Sistema de Saúde; Pesquisa-ação

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................ 1

1.1. Objetivo Geral ...................................................................................................................................................................... 2

1.2. Objetivos Específicos ......................................................................................................................................................... 3

2. REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................................................................... 4

2.1. Qualidade em Projetos de Software ............................................................................................................................ 4 2.1.1. Qualidade ........................................................................................................................................................................ 4 2.1.2. Qualidade de Software .............................................................................................................................................. 6 2.1.3. Gerenciamento da Qualidade ................................................................................................................................. 6 2.1.4. Planejamento da Qualidade .................................................................................................................................... 8 2.1.5. Garantia da Qualidade ............................................................................................................................................ 13 2.1.6. Controle da Qualidade ............................................................................................................................................ 15

2.2. Testes de Software .......................................................................................................................................................... 16 2.2.1. Sistemas de Informação......................................................................................................................................... 18

2.3. Business Intelligence ...................................................................................................................................................... 20 2.3.1. Modelagem dimensional ....................................................................................................................................... 20 2.3.2. Tomada de decisão .................................................................................................................................................. 21

3. MÉTODO E TÉCNICA DE PESQUISA ............................................................................................................ 23

3.1. Classificação da Pesquisa ............................................................................................................................................. 23

3.2. Etapas da pesquisa-ação .............................................................................................................................................. 24 3.2.1. Fase exploratória ...................................................................................................................................................... 24 3.2.2. O tema da pesquisa e o lugar da teoria ........................................................................................................... 24 3.2.3. Colocação dos problemas ..................................................................................................................................... 25 3.2.4. Hipóteses ...................................................................................................................................................................... 26 3.2.5. Seminários ................................................................................................................................................................... 26 3.2.6. Seleção de amostras ................................................................................................................................................ 27 3.2.7. Coleta e análise de dados ...................................................................................................................................... 27 3.2.8. Plano de ação .............................................................................................................................................................. 28 3.2.9. Divulgação dos Resultados ................................................................................................................................... 28

4. CONTEXTUALIZAÇÃO ..................................................................................................................................... 29

4.1. O Sistema de Saúde do Exército ................................................................................................................................. 29

4.2. A Gestão Financeira do SSEx e o SIRE ..................................................................................................................... 31

4.3. O SIRE e a necessidade de evolução ......................................................................................................................... 32

4.4. O Painel de Indicadores do SSEx................................................................................................................................ 33

4.5. O problema......................................................................................................................................................................... 34

5. ESTRUTURAÇÃO DO PLANO DE GERENCIAMENTO DA QUALIDADE ............................................. 36

5.1. Processos de Gerenciamento da Qualidade ........................................................................................................... 36

5.2. Controle de Qualidade ................................................................................................................................................... 36 5.2.1. Requisitos de sucesso do projeto ...................................................................................................................... 36 5.2.2. Métricas da Qualidade ............................................................................................................................................ 39 5.2.3. Ferramentas da Qualidade ................................................................................................................................... 41 5.2.4. Entregas do projeto e critérios de aceitação ................................................................................................ 41

5.3. Garantia de Qualidade .................................................................................................................................................. 42 5.3.1. Auditorias do Projeto e Revisões de Qualidade .......................................................................................... 42 5.3.2. Processos de melhoria contínua ........................................................................................................................ 43

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5.3.3. Responsabilidades de Qualidade da Equipe do Projeto .......................................................................... 43

6. CONCLUSÃO ........................................................................................................................................................ 44

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................................................. 45

APÊNDICES ......................................................................................................................................................................... 49

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1. INTRODUÇÃO

Considerando o cenário econômico, a inflação da saúde, que geralmente é mais alta que

a inflação normal, a necessidade de informações consistentes e a pressão por decisões que

surtam efeito produtivo e rentável, o Business Intelligence – BI, se tornou uma ferramenta

indispensável para os gestores como uma ferramenta de apoio à tomada de decisão.

No contexto do Exército Brasileiro, essa condição não é diferente. O Sistema de Saúde

do Exército possui um Fundo de Saúde próprio que pode ser comparado à um plano de saúde.

Ele possui duas vertentes, a saúde assistencial, que é aquela prestada ao militar e seus

dependentes em tempos de paz, e a saúde operacional que é aquela que presta assistência em

tempos de guerra ou em situações específicas.

O Sistema de Saúde do Exército possui, em média, 720 mil beneficiários e um

orçamento de, aproximadamente, 1,5 bilhão de reais divididos entre as 525 unidades que

prestam assistência à saúde da família militar.

As perspectivas futuras indicam um aumento da expectativa de vida da família militar

acompanhada de um progressivo aumento dos custos de tratamentos de saúde, decorrentes não

só do prolongamento da vida como também do crescente e consistente encarecimento dos

modernos tratamentos de saúde. Isso indica a necessidade de um eficaz sistema de

gerenciamento, que vise a redução dos custos futuros e a mitigação dos riscos ao sistema,

aumentando-se a sua efetividade. São vários os sistemas que trabalham conjuntamente para

operacionalizar a distribuição desse recurso, bem como as arrecadações a título de contribuição

ou de indenizações.

Devido à complexidade administrativa do Sistema de Saúde do Exército, percebeu-se a

necessidade de uma ferramenta que pudesse facilitar a visualização dos dados da saúde, bem

como reunisse, em uma única fonte de consulta, os dados advindos desses vários sistemas que

operacionalizam a execução da assistência à saúde. Nesse contexto, surgiu o Painel de

Indicadores do Sistema de Saúde do Exército – PI-SSEx, uma ferramenta de apoio à tomada de

decisão no nível estratégico do Exército Brasileiro.

O principal sistema que subsidia o painel de indicadores é o SIRE, esse sistema foi

desenvolvido há 12 anos para atender uma demanda essencial do sistema de saúde, que era a

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de gerar e controlar as guias de encaminhamento para as organizações civis de saúde, daí seu

nome inicial – Sistema Interno de Registro de Encaminhamentos, essas organizações são

unidades de atendimento que prestam serviços aos militares quando a demanda é maior do que

a capacidade de atendimento, seriam as unidades conveniadas do fundo de saúde do Exército.

O objetivo real pretendido com esse controle é que os recursos descentralizados para que as

unidades emissoras dessa guia pudessem efetuar os pagamentos dos débitos junto à sua rede

credenciada, fossem efetivamente empregados para esse fim. Posteriormente, o SIRE foi

evoluído e começou a realizar outras funções, como a de controlar os atendimentos internos,

avaliar a produtividade das organizações militares de saúde e ainda controlar os agendamentos

para as consultas e procedimentos realizados nas organizações militares de saúde.

Devido à proporção que o SIRE tomou, a quantidade de transações realizadas

diariamente, o volume de dados armazenadas e a sua indispensabilidade para o Exército, viu-

se a necessidade de evoluir o sistema. No estudo de viabilidade realizado, decidiu-se que a

melhor estratégia seria a de desenvolver uma nova aplicação, já que ele havia evoluído de um

sistema de emissão de guias de encaminhamento para um sistema integrado de gestão

orçamentária. Como a rotina de processamento das informações orçamentárias e financeiras

inclui uma série de outros processos, a evolução do SIRE para o SIRE 2.0 também passou a

incluir a gestão financeira, de modo a concentrar todas as informações em um único sistema.

Considerando esse contexto de evolução do SIRE, este estudo visa trazer uma proposta

para um plano de gerenciamento da qualidade com vistas a dar continuidade às informações

apresentadas no painel de indicadores, uma vez que toda a estrutura será modificada sem perder

o histórico das informações geradas até o momento da “virada de chave”, já que não haverá

migração entre as bases e o SIRE legado ficará disponível apenas para consulta.

1.1. Objetivo Geral

O objetivo geral desta pesquisa é desenvolver um plano de qualidade para um projeto

de Business Intelligence - BI, considerando as boas práticas de gerenciamento de projetos de

software.

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1.2. Objetivos Específicos

a) Evidenciar a necessidade de antecipação de realização dos trabalhos antes do fim da

operação do SIRE.

b) Fornecer os subsídios necessários para as áreas envolvidas, com o objetivo de que o

planejamento realizado nesse trabalho seja executado durante o desenvolvimento do SIRE

2.0.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. Qualidade em Projetos de Software

Na década de 90, eram desperdiçados milhões de dólares em softwares que não

apresentavam as características e funcionalidades esperadas. A partir daí, surgiu a necessidade

de maior qualidade, uma vez que os softwares ficavam cada vez mais integrados às atividades

do cotidiano. (PRESMANN, 2016, p. 412).

Com base nessa necessidade, uma série de métodos e metodologias foram desenvolvidas

a fim de se atingir a qualidade nos projetos de software.

2.1.1. Qualidade

Garvin (1984), em seu artigo intitulado “What Does "Product Quality" Really Mean?”,

afirma que existem cinco abordagens para definir a qualidade, das quais destacam-se duas para

os fins deste estudo, são elas:

Abordagem baseada em produtos: Essa abordagem vê a qualidade como uma variável

precisa e mensurável. De acordo com o autor, “qualidade reflete a presença ou ausência

de atributos mensuráveis do produto, ela pode ser avaliada objetivamente e é baseada

apenas em preferências” (GARVIN, 1984).

Abordagem baseada no usuário: Essa abordagem tem como premissa que a qualidade

está nos olhos de quem vê, ou seja, é uma visão pessoal e subjetiva. De acordo com o

autor, existem conceitos distintos sobre essa abordagem na literatura, mas que ambos

enfrentam o mesmo problema. “O primeiro é prático - como agregar preferências

individuais amplamente variadas, para que elas levem a definições significativas de

qualidade no nível do mercado. O segundo é mais fundamental - como distinguir os

atributos do produto que denotam qualidade daqueles que simplesmente maximizam a

satisfação do consumidor” (Ibidem, 1984).

Segundo o autor, essas duas abordagens podem coexistir pois, embora seu foco seja

diferente, um produto que não atenda as especificações ou não atenda a finalidade do negócio

é um produto pouco confiável.

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A ISO 9000 é um conjunto de normas e padronizações que tem como objetivo guiar

organizações na implementação de processos de Gestão da Qualidade e de Garantia da

Qualidade. Ela abrange pontos referentes à garantia da qualidade em projeto, desenvolvimento,

produção, instalação e serviços associados, visando a satisfação do cliente.

Criada pela International Organization For Standardization (ISO) ou Organização

Internacional de Normalização e lançada em 1987, ela progrediu ao longo dos anos, possuindo

várias versões e especializações de acordo com as necessidades apresentadas, ela estabelece os

conceitos, princípios e vocabulário fundamentais para sistemas de gestão da qualidade (SGQ)

e constitui a base de suporte para outras normas. O objetivo dessa norma é o de auxiliar as

organizações a compreenderem os conceitos, princípios e vocabulários fundamentais da gestão

da qualidade. A certificação ISO é o mecanismo para garantia da qualidade mais reconhecido

em todo o mundo. No Brasil, seu representante é a ABNT (Associação Brasileira de Normas

Técnicas) e quem fiscaliza é o INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia).

De acordo com a NBR ISO 9000, na edição de 2015, a qualidade dos produtos e serviços

de uma organização é determinada pela aptidão para satisfazer os clientes e pelo impacto,

pretendido ou não, sobre outras partes interessadas relevantes. A qualidade dos produtos e

serviços incluem não só as funções e o desempenho pretendidos, mas também os valores

percebidos e os benefícios para o cliente.

Conceituar qualidade não é uma tarefa simples, ela pode ser percebida através de

diversos pontos de vista. A relevância de cada ponto de vista pode variar com o contexto e ao

longo do tempo, pois as pessoas podem mudar seu posicionamento e rever suas referências.

Sendo assim, a qualidade depende da perspectiva do avaliador.

Segundo Ribas (2001), “qualidade é conformidade com os requisitos, é um fator

atingível, mensurável com toda precisão e lucrativo, que pode ser estabelecido desde que haja

compromisso e compreensão. A não conformidade é a ausência de qualidade”. Ainda segundo

o mesmo autor, a qualidade é uma propriedade do produto (ou serviço) que se torna “adequado

ao uso”. E essa “adequação” existe, para ele, quando o produto (ou serviço) é confiável e atende

as necessidades de quem o utiliza (ou consome).

Segundo Da Silva (2001), para se ter um sistema de qualidade, o primeiro passo é fazer

com que a definição das especificações esteja de acordo com as necessidades do usuário. O

entendimento real das necessidades não é uma tarefa das mais simples. Muitas vezes, o usuário

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não sabe exatamente o que deseja e nem como transformar processos manuais em processos

informatizados. A expertise da equipe de análise é um fator determinante para o sucesso do

projeto, bem como para a garantia da qualidade do produto.

2.1.2. Qualidade de Software

Segundo Bartié (2002), a qualidade possui 3 pilares fundamentais, o planejamento da

qualidade, a garantia da qualidade e o controle da qualidade, conforme a Figura 1:

Figura 1 – Pilares da qualidade de software – Fonte: BARTIÉ (2002)

2.1.3. Gerenciamento da Qualidade

Segundo o PMI (2018) o gerenciamento da qualidade tem o foco em três processos;

planejar o gerenciamento da qualidade, gerenciar a qualidade e controlar a qualidade. Planejar

o gerenciamento da qualidade consiste em identificar os requisitos e/ou padrões da qualidade

do projeto ou entregas, documentar como se dará a conformidade com os requisitos

especificados. Gerenciar a qualidade é o processo de executar o previsto transformando o

planejamento em atividades que incorporam no projeto as políticas de qualidade da

organização. Por fim, controlar a qualidade é o processo de monitorar e registrar os resultados

da execução das atividades para avaliar o desempenho e garantir que as saídas do projeto

atendam as expectativas dos clientes. A visão geral dos processos pode ser demonstrada

conforme a Figura 2:

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Figura 2 – Visão geral do Gerenciamento da Qualidade – Fonte PMBOK 6ª Edição

Ainda segundo o PMI (2018) o gerenciamento da qualidade aborda o gerenciamento do

projeto, bem como das entregas do projeto. O planejamento deve ser seguido, uma vez que o

não cumprimento pode trazer consequências negativas para as partes interessadas. Por exemplo,

cumprir os requisitos sobrecarregando a equipe pode aumentar os níveis de riscos, gerar atritos

entre os funcionários, produzir erros ou retrabalho e reduzir os lucros. Apressar as inspeções de

qualidade com o objetivo de cumprir o cronograma pode resultar em erros não detectados,

aumentando os riscos pós-implementação.

Existem cinco níveis de gerenciamento da qualidade:

Deixar que o cliente encontre o erro é mais caro. Essa abordagem pode trazer como

consequência problemas de garantia, recalls, perda de reputação e custos de retrabalho.

Identificar e corrigir os defeitos antes que os clientes recebam as entregas.

Usar a garantia da qualidade para examinar e corrigir o processo como um todo, não

apenas defeitos pontuais.

Incorporar a qualidade no planejamento e design do projeto e do produto.

Envolver a organização em uma cultura, na qual todos estejam comprometidos com a

qualidade dos processos e produtos.

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Atualmente, existem práticas e tendências que buscam minimizar a variação entre as

expectativas dos clientes e as entregas, elas não se limitam exclusivamente a essas abordagens,

são elas:

a) Satisfação do cliente.

b) Melhoria contínua.

c) Responsabilidade da gerência.

d) Parceria mutuamente benéfica com fornecedores.

e) Conformidade com políticas e auditoria.

f) Padrões e conformidade com regulamentações.

g) Engajamento das partes interessadas.

2.1.4. Planejamento da Qualidade

O objetivo pretendido ao se estabelecer metas para o atingimento de um produto ou

serviço com qualidade, pode ser alcançado e mensurado por diversas metodologias. É o que

podemos chamar de Gestão da Qualidade, nesse contexto existe o ciclo PDCA. Esse método

foi desenvolvido na década de 30 pelo americano Shewhart, mas foi Deming seu maior

divulgador, na década de 50. Demig ficou mundialmente conhecido ao aplicar os conceitos de

qualidade no Japão. Por isso, o Ciclo PDCA também é conhecido como Ciclo de Shewhart ou,

mais comumente, Ciclo de Deming (NEVES, 2007).

De acordo com Silva (2006), o PDCA é uma forma de praticar o controle. Segundo

Lima (2006) o Ciclo PDCA é utilizado para aplicar ações de controle dos processos, é o

estabelecimento de uma “diretriz de controle”, planejamento da qualidade, manutenção de

padrões e alteração da própria diretriz, quando necessário realizar melhorias. Ele consiste em

ações encadeadas para garantir a organização de processos. Ele é dividido em quatro fases:

Planejar (Plan), Fazer (Do), Checar (Check) e Agir (Action). Conforme Figura 3:

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Figura 3 – Fases do Ciclo PDCA – Fonte: SILVA (2006)

Planejar (Plan) – É a fase na qual os objetivos de cada processo são definidos para

atender a necessidade do cliente. É nessa frase em que os problemas são identificados,

são definidas as metas, e são feitas a análise do processo e a elaboração da diretriz. É a

fase mais complexa e que exige mais esforços. Quanto maior o número de informações

utilizadas, maior a necessidade em emprego de ferramentas para coletar, processar e

dispor essas informações (WERKEMA, 1995).

Fazer (Do) – É a execução do plano. As pessoas envolvidas devem ser treinadas, antes

do início da execução para que haja comprometimento e a execução seja como

planejada. O que foi planejado na fase anterior é colocado em prática, é nesse momento

que informações são coletadas para dar subsídios para a próxima fase (Idem, Ibidem).

Checar (Check) – Após a implantação do processo, e com a utilização de ferramentas

próprias, é realizada a análise para a avaliar se cada processo cumpre aquilo que foi

proposto no planejamento, é quando os erros ou falhas são identificados (Ibid.).

Agir (Action) – É a fase na qual há a atuação no sentido de retomar o plano proposto

caso tenham ocorrido desvios. Ela identifica se os objetivos foram atingidos e, de acordo

com o resultado obtido na fase anterior, os possíveis erros ou falhas devem ser

corrigidos, os processos melhorados e, assim, as etapas se reiniciam (Ibid.

Para se definir o que é qualidade de software é necessário entender o ciclo de vida de

desenvolvimento de um produto. Para PRESSMAN (1995) o ciclo de vida do software é

dividido em seis parte, representado na Figura 4:

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Figura 4 – Ciclo de vida do software – Fonte PRESSMAN (1995)

As atividades acima podem ser abordadas da seguinte forma:

Avaliação – estabelecimento dos requisitos. O software não é uma parte isolada de um

processo, é necessário avaliar, nessa etapa, o contexto ao qual ele se enquadra e a

finalidade a que ele se propõe.

Análise – é a análise dos requisitos de software de forma mais técnica, para entender o

produto que deve ser construído, sua função, desempenho e interface, de forma a atender

a necessidade do cliente.

Projeto – é dividido em quatro passos distintos: estrutura de dados, arquitetura de

software, detalhes procedimentais e caracterização da interface. É uma prévia da

avaliação da qualidade antes do início, propriamente dito, do desenvolvimento do

produto.

Implementação – é a transcrição da necessidade do usuário em linguagem de máquina.

É nessa fase que os requisitos levantados pelo analista serão transformados em um

software.

Teste – após a codificação se inicia a fase de testes, é nessa fase que aspectos técnicos

e negociais são avaliados. Os testes são o primeiro passo para a garantia da qualidade,

uma vez que é realizada a validação daquilo que foi solicitado pelo cliente. Testes

lógicos com vistas a identificar erros de programação e testes de regras negociais para

identificar se o software atende à necessidade levantada na fase inicial.

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Manutenção – todo software sofre alterações depois de entregue, sejam elas por

adequação aos processos de trabalho ou por erros apresentados na sua operação, que

não foram percebidos inicialmente.

Fazendo uma correlação do que foi proposto por Pressman (1995) com o ciclo PDCA,

é possível obter a relação das atividades de acordo com o Quadro 1 abaixo:

Ciclo PDCA Ciclo de Vida do Software

Planejar Avaliação, Análise e Projeto

Fazer Implementação

Checar Teste

Agir Manutenção Quadro 1 – Correlação entre o ciclo PDCA e o ciclo de vida clássico

Apesar de ser um conceito antigo, podemos observar que o proposto por McCall e

Cavano (1978), ainda é usual para os dias de hoje, um software de qualidade pode ser avaliado

por três pontos distintos, conforme Figura 5: Transição do Produto, Revisão do Produto e

Operação do Produto.

Figura 5 – Os Fatores da Qualidade de McCall

De acordo com McCall e Cavano (1978), quanto à Revisão do produto:

Manutenção é o esforço necessário para identificar e corrigir um erro.

Flexibilidade é a possibilidade para modificar um programa em operação.

Testabilidade é o tempo necessário para realização de testes a fim de garantir que ele

atinja o objetivo.

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Ainda de acordo com McCall e Cavano (1978), quanto à Transição do produto:

Portabilidade é o esforço para transferir um programa de um ambiente (hardware ou

software) para outro.

Reutilização é a possibilidade de aproveitamento do código ou de parte dele em outras

aplicações.

Interoperabilidade é o esforça de integração entre uma aplicação e outra.

De acordo com McCall e Cavano (Ibidem), quanto à Quanto à Operação do Produto:

Correção é o atendimento às especificações do cliente e os objetivos a que o programa

se propõe.

Confiabilidade é a correta execução da função pretendida com precisão.

Usabilidade é o esforço para operar o programa, aprender, preparar as entradas e

interpretar as saídas.

Integridade é o acesso controlado ao software ou aos dados que ele armazena.

Eficiência é a quantidade de esforço computacional e códigos exigidos para executar a

função a qual o software se propôs.

Uma definição mais completa para a qualidade de software pode ser a de Bartié (2002,

p. 16): “Qualidade de software é um processo sistemático que focaliza todas as etapas e artefatos

produzidos com o objetivo de garantir a conformidade de processos e produtos, prevenindo e

eliminando defeitos".

O desenvolvimento de um software com qualidade é crítico para a maioria das

organizações. O foco da qualidade do software deve ser o atendimento das necessidades do

cliente, conformidade dos requisitos funcionais e de desempenho explicitamente declarados,

padrões de desenvolvimento claramente documentados e as características implícitas que são

esperadas de todo software profissionalmente desenvolvido (DA SILVA, 2001; PRESSMAN,

1995).

Segundo o PMI (2018), planejar o gerenciamento da qualidade é realizar o levantamento

dos requisitos e/ou padrões de qualidade do projeto e das entregas, é demonstrar como se dará

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a conformidade entre o que foi solicitado e o que foi entregue, se a finalidade dos requisitos de

negócio foi atendida. É um processo que acompanha todo o ciclo do projeto, sendo realizado

uma vez ou em pontos definidos. As entradas, ferramentas e técnicas podem ser observadas na

Figura 6:

Figura 6 – Planejamento da Qualidade – PMI

Todo o processo de gerenciamento proposto pelo PMI (2018) está alinhado com o ciclo

PDCA, que consiste em planejar, fazer, checar e agir, em um processo contínuo de controle e

avaliação.

2.1.5. Garantia da Qualidade

A fim de alcançar uma boa qualidade do produto, os processos de desenvolvimento

devem estar claramente definidos e documentados, e precisam ser rigorosamente seguidos pelas

pessoas que participarão do seu desenvolvimento.

A garantia de qualidade de software (Software Quality Assurance -

SQA) é um padrão sistemático e planejado de ações que são exigidas para

garantir a qualidade de software. Sendo uma atividade aplicada ao longo de

todo o processo de engenharia de software (PRESSMAN, 1995).

São tarefas associadas a sete grandes atividades:

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Aplicação de métodos técnicos – A SQA tem início nesta atividade, ela consiste em

auxiliar o analista a especificar e o projetista a desenvolver um projeto com uma

qualidade alta.

Revisão técnica formal – São reuniões com uma equipe especializada com o objetivo

de descobrir problemas que possam impactar na qualidade do produto.

Atividade de teste de software – É uma série de métodos combinados com estratégia

para elaboração de casos de teste que possam identificar erros efetivamente.

Aplicação de padrões – Os clientes ou agências reguladoras têm a missão de

determinar os padrões que servirão como base para a qualidade.

Controle de mudanças – Avalia a natureza da mudança e controla o impacto que ela

causa no projeto, os pedidos devem ser formalizados e influenciam diretamente na

qualidade do produto.

Medição – a SQA tem como um dos objetivos principais avaliar o impacto das

mudanças metodológicas e procedimentais sobre a qualidade do software. Para isso, ela

se vale da utilização de métricas.

Manutenção de Registros – Garante a qualidade coletando, registrando e

compartilhando informações relevantes ao funcionamento e manutenção do software.

Para Gomes (2010), a Garantia da Qualidade tem como objetivo prover confiança sobre

a conformidade de produtos e serviços e requisitos especificados e que venham ao encontro das

necessidades dos usuários.

Para alcançar-se um produto de qualidade, os processos de desenvolvimento devem ser

definidos claramente e bem documentados, as pessoas que participam do processo devem ser

rigorosas no cumprimento daquilo que foi planejado (STAA, 2000).

Os processos e métodos que auxiliam no desenvolvimento devem ser efetivamente

seguidos ao longo do ciclo de vida do software e não somente mencionados nos planos de

projeto (TIAN, 2005).

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2.1.6. Controle da Qualidade

Esse controle verifica se, durante o desenvolvimento, os resultados dos projetos atendem

os processos da qualidade, estabelecidos no planejamento. A medição é realizada por meio de

um acompanhamento da eficácia durante o desenvolvimento. Quando a qualidade não é

alcançada em algum ponto, há tempo hábil de executar ações de manutenção para manter o

correto nível de qualidade. (BARTIE, 2002).

Para um controle efetivo, é necessário que os requisitos funcionais e não funcionais

sejam claramente estabelecidos. É igualmente importante definir qual o grau de qualidade

esperado de determinadas características presentes nos artefatos. Com isso, os artefatos se

tornam um importante fator do controle da qualidade, as especificações precisam estar bem

definidas e devem ser mensuráveis, para que se possa realizar comparações de resultado ao final

de cada processo. (PRESSMAN, 2006).

Um erro que é frequentemente cometido pelas organizações que não possuem

metodologias definidas e processos com um certo nível de maturidade, é a confusão entre os

conceitos de Garantia da Qualidade e Controle da Qualidade. O Quadro 2 exibe o detalhamento

das principais diferenças:

Garantia da Qualidade Controle da Qualidade

Garante que o processo definido é

adequado.

As atividades visam a descobertas de

defeitos específicos.

Metodologia e padrões de

desenvolvimento garantem a qualidade.

Verifica se os requisitos definidos são os

apropriados.

É orientada a processo. É orientado a produto.

É orientada a prevenção. É orientado a detecção.

Foca na melhoria do processo e

monitoramento.

Inspeciona se o produto atende aos

requisitos especificados.

Foco nas atividades iniciais do ciclo de

vida no momento do desenvolvimento

do software.

Foco nas fases finais do

desenvolvimento do software.

Garante que os processos estão sendo

executados de maneira correta.

Garante que os resultados estão

conforme os requisitos.

Quadro 2 – Diferenças entre Garantia e Controle da Qualidade

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2.2. Testes de Software

“Qualidade de Software é um processo sistemático que focaliza todas as etapas e

artefatos produzidos com o objetivo de garantir a conformidade de processos e produtos,

prevenindo e eliminando defeitos”. (Bartié, 2002, p.16). Ainda de acordo com o mesmo autor,

os testes devem ser realizados desde o início do projeto, pois ao se identificar os erros nas fases

iniciais do desenvolvimento o custo de manutenção é reduzido.

Segundo Mathur (2009), a qualidade está fortemente ligada ao atendimento dos

requisitos do projeto por meio dos artefatos gerados com exatidão e confiabilidade.

Para Bartié (2002), muitas empresas de desenvolvimento acreditam que o processo é

composto por etapas, e desta forma aplicam os testes em um período determinado somente para

isso, porém, os testes devem ser realizados desde o início do projeto identificando erros nas

fases iniciais e reduzindo os custos com manutenção. Ele afirma que a “Qualidade não é uma

fase do desenvolvimento de software, é parte de todas as fases”.

Durante o ciclo de desenvolvimento, a atividade de teste tem como objetivo garantir o

comportamento do software conforme o esperado. Essa atividade pode ser dividida,

basicamente, em teste de requisitos funcionais e não funcionais.

Os testes realizados com os requisitos funcionais também são conhecidos como testes

de caixa preta e caixa branca. (Delamaro; Maldonado, 2007). O teste caixa preta, também

conhecido como “técnica funcional”, observa o resultado da saída dos dados. Sua aplicação tem

como origem os requisitos e funções do sistema. Já o teste caixa branca, também conhecida

como “teste estrutural”, observa a implementação do código fonte para identificar o que deve

ser testado.

Segundo Bastos et al. (2007), algumas técnicas de teste podem ser adotadas. São elas:

Técnica Estrutural:

Testes de Estresse: o software é submetido a condições extremas de execução, com

baixo recurso de hardware, altos volumes de dados e transações.

Testes de Execução: verifica os tempos de resposta, de processamento e de

desempenho.

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Testes de Recuperação (Contingência): obriga o sistema a falhar de diversas maneiras

e verifica se sua recuperação é executada adequadamente.

Testes de Operação: o sistema deve ser integrado com o ambiente operacional.

Testes de Conformidade: verifica se a aplicação foi desenvolvida seguindo os padrões,

procedimentos e guias da área de processos.

Testes de Segurança: verifica os acessos ao sistema de forma a identificar se estão em

conformidade com o que foi estabelecido, garante a segurança do sistema e de seus

módulos.

Técnica Funcional:

Testes de Requisitos: verifica a correta execução das funcionalidades, sem a presença

de falhas, por um período pré-determinado.

Testes de Tratamento de Erros: verifica a capacidade de responder adequadamente a

transações incorretas.

Testes de Interconexão: verifica se a comunicação de dados entre os softwares está

apropriada e de acordo com o esperado.

Testes Paralelos: são utilizados para conferir se as funcionalidades existentes no

sistema antigo estão consistentes e definidas corretamente no novo sistema.

Rios e Moreira (2003) afirmam que o ciclo de vida do processo de teste envolve várias

etapas, como mostra a Figura 7:

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Figura 7 – Modelo do ciclo de vida do processo de teste – Fonte: RIOS, E. & MOREIRA, T. (2003)

Procedimentos Iniciais: observa os requisitos do negócio.

Planejamento: define a estratégia que será adotada para o teste e para o plano de teste.

Especificação: elabora/revisa os casos e roteiros de testes.

Execução: executa os testes planejados.

Entrega: armazena os documentos de teste.

Preparação: define a preparação do ambiente de teste.

O ambiente de teste deve ser preparado para ficar o mais condizente possível com a

realidade do usuário, Bastos et al. (2007) afirma que é necessária “a descoberta de erros reais –

ou seja, aqueles que realmente ocorreriam na produção e que porventura não foram descobertos

em tempo de desenvolvimento”.

2.2.1. Sistemas de Informação

De acordo com O’Brien (2002), sistema é definido como um grupo de elementos inter-

relacionais, ou que interagem entre si, que formam um conjunto unificado com um objetivo

comum, ou seja, recebem insumos, processam a informação e produzem um resultado. São três

as funções em interação: entrada do dado, processamento e saída.

Segundo Turban et al. (2004), os sistemas de informação têm a finalidade de facilitar a

concretização de determinados objetivos, dentre eles, a transformação de dados em informações

e conhecimento.

Para Laudon & Laudon (2007), os sistemas de informação podem ser definidos como

um conjunto de componentes que coletam, processam, armazenam e distribuem informações

com o objetivo de auxiliar no planejamento, controle, coordenação, análise e no processo

decisório em empresas e organizações. Eles possuem informações sobre pessoas, lugares e

coisas da organização ou em seu ambiente. Ainda, segundo o autor, existe uma classificação

desses sistemas de acordo com sua finalidade. Eles podem ser: sistemas de nível operacional,

de conhecimento, gerencial ou de nível estratégico.

Os sistemas de informação necessitam de uma série de componentes para compor um

BI. São eles:

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Banco de Dados: É uma coleção de dados inter-relacionados, são armazenados de

forma independente servindo, assim, para que mais de uma aplicação da mesma

organização possa utilizar os dados ali armazenados. Eles são projetados para

administrar um grande volume de dados, devem ser capazes de prover a segurança dos

dados armazenados, a integridade do dado e a confiabilidade nos resultados

apresentados. (TURBAN et al, 2004)

Extração, Transformação e Carga (ETL): O processo de ETL é um componente de

qualquer projeto centrado em dados. A extração é a leitura do banco de dados, podendo

ter como origem um ou mais bancos; A transformação consiste em trabalhar os dados a

fim de compatibilizá-los para serem colocados em um data warehouse ou em outro

banco de dados; e a carga é a disponibilização, de fato, dos dados no banco. (Turban et

al., 2009). Ainda de acordo com Turban et al. (2009), as ferramentas de ETL

transportam dados entre fontes e alvos, documentando como os elementos devem se

comportar desde a origem até o destino, além de terem a possibilidade de trocar

metadados com outras aplicações, operam todos os processos em tempo de execução.

A extensa realização de um ETL é sinal de dados mal gerenciados.

Data Warehouse (DW): é definido por Inmon (1997) como “[...] um conjunto de dados

baseado em assuntos, integrado, não-volátil, e variável em relação ao tempo, de apoio

às decisões gerenciais". Segundo Turban et al. (2009), esses bancos darão subsidio aos

gestores para análise de tendências históricas, melhorando os processos.

Data Mart (DM): tem a mesma finalidade do Data Warehouse, porém em uma escala

menor, ele é mais específico, podendo, em alguns casos, substituir o DW ou integrá-lo.

(TURBAN et al., 2009)

Processamento Analítico Online (OLAP): é uma tecnologia que possibilita visualizar

e acessar dados corporativos com uma grande flexibilidade na visualização e alta

performance. Com a globalização, os gestores têm a necessidade de tomar decisões

assertivas, para ajudá-los nessa tomada de decisão, o OLAP exibe informações por meio

de um modelo intuitivo e de fácil navegação. (O’Brien, 2001). Já para Turban et al.

(2004), o OLAP tem como objetivo analisar a relação de dados, procurar padrões,

tendências e exceções, além de responder às consultas dos usuários. É a ligação entre o

DW ou DM e o usuário. Exemplo de uma arquitetura de BI na Figura 9 abaixo:

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Figura 9 – Arquitetura de uma estrutura básica de BI – Fonte: Diego Elias (2014)

2.3. Business Intelligence

Business Intelligence (BI) é uma ferramenta de apoio à tomada de decisão que abrange

ferramentas, arquitetura, bases de dados, data warehouse, gerenciamento de desempenho e

metodologias, o termo foi criado pelo Gartner Group em meados da década de 1990. Ele

possibilita que gestores acessem os dados de forma rápida e de fácil compreensão, permitindo

a manipulação desses dados com vistas a fornecer a possibilidade de uma análise adequada.

(TURBAN et al., 2009).

Ainda de acordo com o mesmo autor, o BI possui uma série de capacidades, tais como,

geração de relatórios, análises, datamining, análises preditivas, entre outras. Essas capacidades

têm como origem fontes de informações dos sistemas de informação, sistemas de apoio à

decisão, perguntas, fluxos de trabalho, pesquisas, visualizações, gerenciamento de operações e

inteligência artificial. O BI deve servir como uma ferramenta para evoluir a forma como a

organização conduz seu negócio.

Para Barbieri (2011, p.95) Business Intelligence é a “(...) utilização de variadas fontes

de informação para definir estratégias de competitividade nos negócios da empresa”. Para que

a ferramenta de BI possa ser eficiente, alguns conceitos devem ser levados em consideração, os

mesmos serão abordados nas seções a seguir.

2.3.1. Modelagem dimensional

É uma técnica que estrutura os dados de forma dimensional com o objetivo de permitir

que a informação seja exibida de maneira intuitiva com diferentes perspectivas, facilitando a

análise pelos gestores (Kimbal, 1998). Esse tipo de modelagem é um modelo conceitual,

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formado por tabelas Fatos e tabelas Dimensões. A estrutura dessa modelagem é denominada de

estrela, nela a tabela Fato armazena os resultados dos fatos analisados associados ao negócio e

as Dimensões armazenam as características desses resultados, elas contribuem para o fato.

Exemplificado na Figura 8 abaixo:

Figura 8 – Modelo estrela (Kimball, 1998)

2.3.2. Tomada de decisão

Segundo Oliveira (2004), a tomada de decisão é a conversão das informações em ação,

ela é realizada com base na apreciação das informações. O processo de tomada de decisão não

é simples e se sujeita às características individuais do decisor, bem como às circunstâncias em

que ele está envolvido, a maneira como ele compreende a situação (Chiavenato, 1997). Este

autor divide o processo de decisão em sete etapas:

Percepção da situação problema;

Definição e diagnóstico do problema;

Definição dos objetivos;

Alternativas de solução;

Comparação das alternativas;

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Escolha da alternativa;

Execução da alternativa escolhida.

A decisão pode ser distinguida por nível, ela está vinculada à atividade administrativa

exercida pelo decisor (Shimizu, 2006). Assim sendo, ela se divide em:

Nível Estratégico: decisões que compreendem um período de tempo de 2 a 5 anos;

Nível Tático: alguns meses até o limite de dois anos;

Nível Operacional: alguns dias ou meses;

Nível de despacho ou deliberação: algumas horas ou alguns dias.

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3. MÉTODO E TÉCNICA DE PESQUISA

3.1. Classificação da Pesquisa

Esta pesquisa possui a seguinte classificação:

Quanto à natureza: é de natureza aplicada, uma vez que é direcionada à solução de um

problema específico.

Quanto à abordagem: é utilizado o método qualitativo devido à observação do caráter

singular do problema.

Quanto ao objetivo: é uma pesquisa exploratória devido ao caso estudado.

Quanto ao procedimento: é uma pesquisa-ação devido à proposta do trabalho como

um todo.

De modo a cumprir o objetivo proposto por este estudo, será utilizada a pesquisa-ação.

De acordo com Thiollent (1986), “... a pesquisa-ação, além da participação, supõe uma forma

de ação planejada de caráter social, educacional, técnico ou outro (...)”. Para o autor, essa

metodologia é uma forma inovadora de resolver problemas reais de forma prática e eficiente,

com a aplicação de uma ação transformadora. A pesquisa-ação é um pouco controversa no meio

acadêmico sobre o argumento de um rebaixamento do nível de exigência acadêmico, o que,

segundo o autor, não se justifica, uma vez que a pesquisa-ação mantém o embasamento teórico.

Seguindo a metodologia proposta por Gil (2008), com base na proposta de Thiollent

(1986), ela é subdividida em várias etapas que serão exploradas no decorrer deste estudo.

Apesar de alguns conceitos aqui apresentados serem voltados à pesquisa social, o autor afirma

que, esse método é uma “(...) alternativa metodológica aplicável em diferentes áreas do

conhecimento e de atuação” (GIL, 2008 apud THIOLLENT, 1986).

De acordo com Thiollent (1986), a diversidade das situações é grande, portanto, não é

possível determinar regras precisas para organizar os estudos nessa fase. Com o intuito de suprir

essa dificuldade e aplicar uma metodologia consistente ao presente estudo, será utilizada a

metodologia proposta pelo PMI no Guia PMBOOK, suas entradas, ferramentas e saídas, uma

vez que a estrutura proposta pelo guia vem ao encontro do objetivo proposto por este estudo.

Segundo o PMI (2018), o gerenciamento da qualidade suporta uma série de atividades que

visam melhorar continuamente o processo.

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Uma analogia da proposta do Guia, aliada à estrutura da pesquisa-ação pode ser vista

no Quadro 3:

PMBOOK Pesquisa-ação

Planejar Qualidade

Fase Exploratória.

O tema da pesquisa e o lugar da teoria

Colocação dos problemas.

Hipóteses.

Seminários.

Gerenciar a Qualidade Seleção de amostras.

Coleta e análise de dados.

Controlar da Qualidade Plano de ação.

Divulgação dos resultados.

Quadro 3 – Analogia entre os processos do gerenciamento da qualidade do PMI e a pesquisa-ação.

3.2. Etapas da pesquisa-ação

3.2.1. Fase exploratória

De acordo com Thiollent (1986), essa fase consiste em “descobrir o campo de pesquisa,

os interessados, suas expectativas e estabelecer um primeiro levantamento da situação, dos

problemas prioritários e suas eventuais ações”. É o momento investigativo onde se busca

produzir conhecimento da realidade, compreender toda a problemática e a percepção da

realidade estudada. A execução dessa fase, que é diagnóstica, deve fornecer subsídios para a

elaboração dos principais objetivos que correspondem aos problemas considerados prioritários.

Para a execução dessa fase, serão utilizadas as entradas propostas pelo PMI (2018), tais como,

plano de gerenciamento do projeto, fatores ambientais da empresa, termo de abertura do projeto,

diretrizes, etc.

3.2.2. O tema da pesquisa e o lugar da teoria

Segundo Thiollent (Ibidem), essa fase tem por objetivo designar o problema prático e a

área de conhecimento a ser abordada, essa designação permite a seleção das áreas do

conhecimento e outras disciplinas que apoiem e subsidiem a pesquisa.

De acordo com Corrêa et al. (2018), ao propor um tema, ele deve ser estabelecido de

modo simples e apontar para os problemas, bem como o enfoque que serão escolhidos. Uma

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vez que o tema e os problemas iniciais são definidos, há que se pensar em um marco referencial

amplo, de natureza teórica, essa teoria irá apoiar a realização da pesquisa, que não pode se

basear somente em dados e informações coletadas junto aos interessados na pesquisa.

Devido ao caráter empírico da pesquisa-ação pode-se ter a errônea ideia de que não há

a necessidade de aporte teórico, o bom-senso do pesquisador não é suficiente para identificar

os problemas e propor as soluções, pelo contrário, ela deve manter algumas condições e

exigências da própria pesquisa científica, conforme afirma Thiollent (1986): “um grande

desafio metodológico consiste em fundamentar a inserção da pesquisa-ação dentro de uma

perspectiva de investigação científica”. Ainda de acordo com o mesmo autor, “... o papel da

teoria consiste em gerar ideias, hipóteses ou diretrizes para orientar a pesquisa e as

interpretações” (THIOLLENT, 1986).

3.2.3. Colocação dos problemas

“Problema é qualquer questão não resolvida e que é objeto de discussão, em qualquer

domínio do conhecimento”, (GIL, 2008). De acordo com este autor, a formulação do problema

deve seguir algumas regras, são elas:

o problema deve ser elaborado como pergunta;

deve ser delimitado a uma dimensão viável;

deve ter clareza;

deve ser preciso;

deve conduzir a uma pesquisa factível;

deve ser ético.

Na pesquisa-ação, os problemas são apresentados de forma prática, com a intenção de

se procurar soluções para os mesmos, para alcançar um objetivo ou a transformação da situação.

Thiollent (1986) sugere uma forma de como os problemas podem ser colocados:

análise e delimitação da situação inicial;

delineamento da situação final, em função de critérios de desejabilidade e de passível

solução;

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identificação de todos os problemas a serem resolvidos para permitir a passagem de (a)

a (b);

planejamento das ações correspondentes;

execução e avaliação das ações.

3.2.4. Hipóteses

Segundo Thiolland (1986), a hipótese é definida como uma proposta elaborada pelo

pesquisador a respeito de possíveis soluções para um problema, que foi o objeto de pesquisa.

Mesmo que a hipótese não leve em consideração variáveis quantificáveis, a formulação dela

deve ser clara e concisa, sem ambiguidades, designar objetos de estudo que possam fornecer

argumentos convincentes, sendo eles favoráveis ou não. A hipótese sob forma de diretriz é

utilizada para orientar a ação a ser adotada, observando aspectos estratégicos e táticos,

conduzindo o trabalho para alcançar os objetivos pretendidos com ações eficientes. Ainda de

acordo com o mesmo autor, uma hipótese é definida como “tentativa de resposta operativa à

questão contida no objeto” (THIOLLAND, 1986).

3.2.5. Seminários

Segundo Thiolland (Ibidem), o seminário tem por objetivo reunir os principais membros

da equipe e os pesquisadores para discutir e tomar decisões acerca do processo de investigação,

ele é considerado uma das fases mais importante da pesquisa-ação, centraliza as informações

coletadas e discute as interpretações. É a partir dessas informações que as diretrizes, de ação e

de pesquisa, são elaboradas. As ações adotadas serão testadas na prática e serão alvo de

permanente acompanhamento e avaliações periódicas. As principais tarefas de um seminário

são:

Definir o tema e delimitar os problemas que a pesquisa busca sanar;

elaborar a problemática e as hipóteses;

centralizar as informações das diversas fontes utilizadas;

realizar as interpretações;

buscar soluções e definir as diretrizes de ação;

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avaliar e acompanhar as ações;

divulgar os resultados.

O papel do pesquisador, segundo Thiollend apud Ortsman (1978), consiste em

disponibilizar aos participantes os conhecimentos teóricos ou práticos para facilitar a discussão

dos problemas; elaborar as atas de reunião e registrar as informações coletadas; conceber e

aplicar as modalidades de ação, em conjunto com os demais participantes; refletir globalmente

sobre as generalizações e discutir os resultados num quadro mais abrangente das disciplinas

envolvidas no problema. O foco é privilegiar uma discussão qualitativa.

3.2.6. Seleção de amostras

Para esse estudo foi adotada a amostragem por acessibilidade ou conveniência, segundo

Gil (2008), são selecionados elementos que estão acessíveis e que representam, de alguma

forma, o universo pesquisado. São amostras que valorizam critérios de representatividade

qualitativa.

Segundo Thiollend (1986), elas se tratam de um pequeno universo que são selecionadas

intencionalmente em função da relevância que apresentam. Na pesquisa-ação essa

representatividade das amostras é decidida ao nível do seminário, a partir do consenso dos

pesquisadores e participantes.

3.2.7. Coleta e análise de dados

Segundo Corrêa et al (2018), a coleta de dados trata da captação de informação já

existente, é formada por observação, na qual o pesquisador procura a informação necessária

para o andamento da pesquisa cumprindo alguns passos, são eles: coleta de informação,

apresentação no seminário central, interpretação, discussão, análise coletiva do material. A

análise do material consiste, entre outras, na análise do conteúdo. Existe ainda outras técnicas,

que são as entrevistas e/ou questionários.

Thiollent (1986) afirma que: “Na pesquisa-ação nem sempre são aplicados questionários

codificados, pois, quando a população é de pequena dimensão e sua estruturação em grupos

permite a fácil realização de discussões, é possível obter informações principalmente de modo

coletivo, sem administração de questionários individuais”.

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Para o presente estudo não serão utilizados questionários individuais, serão realizadas

entrevistas e discussões com o grupo interessado e os especialistas.

3.2.8. Plano de ação

Para que a pesquisa possa corresponder aos objetivos propostos, ela deve se concretizar

em alguma forma de ação planejada, que será objeto de análise, deliberação e avaliação

(Thiollent, 1986). Partindo desse ponto de vista, o plano de ação se torna uma exigência, na

qual pesquisadores e participantes promoverão uma ação. Thiollent (Ibidem) diz que um plano

de ação deve conter: quem são os atores envolvidos; como é o relacionamento dos atores com

a instituição; quem toma as decisões; quais são os objetivos; quais são os critérios de avaliação

e como dar continuidade à ação.

O papel do pesquisador é o de fornecer o assessoramento da pesquisa, participar da ação

promovendo a deliberação apresentando os problemas e buscando a forma de solucioná-los em

conjunto com os participantes (CORRÊA et al., 2018).

3.2.9. Divulgação dos Resultados

“O retorno é importante para estender o conhecimento e fortalecer a convicção e não

deve ser visto como simples efeito de propaganda. Trata-se de fazer conhecer os resultados de

uma pesquisa que, por sua vez, poderá gerar reações e contribuir para a dinâmica da tomada de

consciência e, eventualmente, sugerir o início de mais um ciclo de ação ou de investigação”

(THIOLLENT, 1986).

A divulgação dos resultados é o retorno da informação aos envolvidos na pesquisa e

para a população atingida, direta ou indiretamente pelos resultados.

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4. CONTEXTUALIZAÇÃO

4.1. O Sistema de Saúde do Exército

O Sistema de Saúde do Exército (SSEx) possui a missão de prestar assistência médico-

hospitalar aos militares e aos seus familiares, além de fornecer o apoio logístico de saúde às

operações bélicas. A Diretoria de Saúde (D Sau) é o órgão técnico normativo integrante do

Departamento-Geral do Pessoal (DGP), ela é a responsável por gerenciar o SSEx, com a

atribuição de planejar, controlar, supervisionar e avaliar as atividades relativas à saúde no

âmbito do Exército Brasileiro (EB).

O SSEx possui hoje, em média, um universo de 720 mil beneficiários, entre militares da

ativa e da reserva; pensionistas; ex-combatentes; servidores civis e dependentes.

A estrutura organizacional do SSEx compreende 525 Organizações Militares de Saúde

(OMS), conforme o Quadro 4:

Organizações Militares de Saúde Quantidade

Hospital Central do Exército 01

Hospitais Gerais 07

Hospitais Militares de Área 06

Hospitais de Guarnição 29

Policlínicas Militares 04

Postos Médicos de Guarnição 29

OMS Especiais 05

Seções de Saúde de OM – UG Fusex 464

Total OMS 525

Quadro 4 – Estrutura Organizacional OMS – Fonte: Portal D Sau

Essas OMS estão distribuídas por todo o território nacional conforme o mapa

apresentado na Figura 10:

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Figura 10 – Distribuição OMS – Fonte: Portal D Sau

As perspectivas futuras indicam um aumento da expectativa de vida da família militar

com o progressivo aumento dos custos de tratamentos de saúde, decorrentes não só do

prolongamento da vida como também do crescente e consistente encarecimento dos modernos

tratamentos de saúde. Isso indica a necessidade de um eficaz sistema de gerenciamento, que

vise a redução dos custos futuros e a mitigação dos riscos ao sistema, aumentando-se a sua

efetividade. O expressivo montante de recursos orçamentários administrado pelo Sistema de

Saúde do EB (SSEx), da ordem de 1,5 bilhão de reais, decorrentes dos recursos próprios e do

Tesouro, para atender cerca de 720 mil beneficiários, por si só já justifica todo e qualquer

esforço no sentido de melhor gerir e aplicar bem esses recursos. A recente mudança na

Constituição Federal (CF), que fixou limite de crescimento dos gastos do governo por 20 anos,

trará como consequência restrições à recomposição das receitas do SSEx.

Dentro das Organizações Militares de Saúde existem algumas situações nas quais o

beneficiário não consegue o atendimento necessário, seja por carência de profissionais,

ausência de equipamentos, necessidade de pronto atendimento, demanda reprimida, entre

outras. Para esses casos, o beneficiário é encaminhado à uma Organização Civil de Saúde

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(OCS) ou para um Prestador de Serviço Autônomo (PSA) para atendimento. Esse procedimento

é chamado de Encaminhamento, atualmente é o SIRE que emite uma guia para que o

beneficiário apresente na OCS e realize o atendimento. Pode-se fazer uma analogia aos planos

de saúde que possuem sua rede credenciada. As OCS são a rede credenciada do FUSEX, que é

o fundo de saúde do Exército. No ato de emissão da guia, ela tem um valor pré-determinado

contratualmente para aquele procedimento, esse valor inicial, principalmente nos casos de

internação, nos quais a previsibilidade dos gastos é menor, pode ser alterado. Essa diferença

entre valor inicial e valor final é percebida no momento da auditoria da guia que foi emitida.

4.2. A Gestão Financeira do SSEx e o SIRE

A gestão financeira da Assistência à Saúde do Exército Brasileiro abrange as atividades

de distribuição e controle dos recursos financeiros necessários para prestação dos serviços de

saúde, bem como de arrecadação das contribuições devidas pelos beneficiários desses serviços.

Atualmente, essas atividades são apoiadas por um conjunto de sistemas de informações

implementados em diferentes plataformas de programação (COBOL, ASP, PHP e Visual Basic)

e não foram documentados (arquitetura, documentos de casos de uso e interações, modificações

no decorrer do tempo, etc.) nem efetuado o histórico e registro de: acessos, informações e

inserções na base de dados. Tal configuração impõe dificuldades de gestão do pessoal

necessário à manutenção dos sistemas, uma vez que é necessário dispor de especialistas

habilitados em cada uma das linguagens empregadas e provoca resultados difíceis de serem

avaliados e corrigidos.

Adicionalmente, a equipe de manutenção dos sistemas tem verificado deficiências

estruturais que tornam oneroso o acompanhamento da evolução das necessidades da Assistência

à Saúde. As dificuldades de manutenção dos sistemas são agravadas, ainda, pela ausência da

referida documentação, tanto dos sistemas em si como dos processos relacionados.

O processamento mensal das informações financeiras da Assistência à Saúde que devem

ser implantadas na folha de pagamento do pessoal do Exército é complexo, em função da

necessidade de integração de diferentes plataformas (Oracle, SQL Server, arquivos-texto). Em

consequência, a ocorrência de erros e atrasos no processamento tem sido frequente. Além disso,

o planejamento orçamentário ainda não faz parte do SIRE.

A contribuição dos beneficiários titulares ao Fundo de Saúde do Exército (FUSEx) é

prevista em legislação específica e tem, atualmente, três valores distintos – 3%, 3,4% e 3,5% –

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de acordo com a quantidade e definição de seus dependentes. Esses valores são validados e

comprovados por meio do Boletim de Inclusão de Dependentes (BID/on-line) e processados

pelos aplicativos e Jobs em COBOL.

A contribuição da PASS é voluntária e depende de valores percebidos como

remuneração e da idade do beneficiário titular. Não existe contribuição vinculada ao

SAMMED.

As indenizações – tanto do FUSEX, como da PASS – provêm do SIRE, por

intermediação de aplicativo que transmite informações a outros aplicativos e Jobs em COBOL,

onde são realizadas todas as transações geradoras das informações a serem enviadas para

inclusão em contracheque, por meio de arquivos de texto, que são transmitidos para o Centro

de Pagamento do Exército (CPEx), para processamento e implantação em contracheque.

4.3. O SIRE e a necessidade de evolução

Boa parte das informações necessárias ao SSEx tem origem no Sistema de Registro de

Encaminhamentos (SIRE). O atual modelo de gestão não permite ou não favorece a adoção das

medidas de: redução de custos; ampliação da satisfação dos beneficiários; apoio oportuno ao

processo decisório; eliminação de perdas financeiras; unificação e validação do cadastro de

beneficiários; avaliação periódica do desempenho administrativo das OMS; efetividade da

auditoria de contas médicas; aderência aos princípios básicos da administração pública.

Diante desse contexto, podemos concluir que o SSEx não possui um adequado suporte

de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), dificultando, desta forma, iniciativas que

poderiam contribuir tanto com o incremento da satisfação dos beneficiários e do corpo clínico,

com redução de custos e aumento de qualidade nos procedimentos administrativos e

atendimentos médico-hospitalares.

Com a finalidade de corrigir os problemas existentes de inconsistência de dados,

necessidades gerenciais e de gestão, é necessário atualizar a linguagem dos aplicativos, o que

permitirá sua adequada manutenção. Migrar essas informações e processos para uma linguagem

mais atual, com uma maior facilidade de manutenção, permitirá incluir funcionalidades de

controle de maior amplitude e com diversas otimizações, que agilizarão e darão maior

confiabilidade às informações enviadas ao CPEx.

Com a evolução do SIRE para o SIRE 2.0, novas funcionalidades serão agregadas ao

sistema, que passará a realizar a gestão, não só financeira, como ocorre atualmente, mas também

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33

a orçamentária. Apesar do nome ter se mantido (SIRE 2.0), por questões culturais, o nome do

sistema passará a ser – Sistema Integrado de Gestão Orçamentária e Financeira. Serão incluídas

diversas otimizações, tais como: adequação à arquitetura do banco de dados do DGP (base de

dados corporativa), histórico de acesso, registro de acesso, registro de inserção e de alteração

de informações já existentes, criação de relatórios específicos e necessários. Incluirá, também,

as alterações na legislação que estão em estudo e as alterações que já foram efetuadas nos

diversos front-ends dos sistemas vinculados. Tudo isso, de forma a facilitar e antecipar

atividades que facilitarão o acesso ao direito de uma assistência à saúde de qualidade.

4.4. O Painel de Indicadores do SSEx

O Painel de Indicadores do Sistema de Saúde do Exército (PI-SSEx) é uma ferramenta

de Business Intelligence (BI), desenvolvido com o apoio do Centro de Desenvolvimento de

Sistemas do Exército (CDS), mais especificamente na Divisão de Administração de Dados

(DAAD). Ele tem o objetivo de proporcionar aos gestores dos níveis tático, operacional e

estratégico do SSEx informações precisas, oportunas e úteis às tomadas de decisões. Para

facilitar o acesso e a obtenção das informações, o PI-SSEx possui uma tela principal que

organiza os 14 módulos disponíveis, agilizando o acesso aos 50 relatórios existentes.

Atualmente, o Sistema de Registro de Encaminhamentos (SIRE) é a principal fonte de consulta

do Painel. A Figura 11 mostra a tela principal do PI-SSEx.

Figura 11 – Página inicial do Painel de Indicadores do SSEx

Page 42: PRISCILA DANIELE PIVANTE...Universidade de Brasília Faculdade de Administração, Contabilidade, Economia e Gestão de Políticas Públicas Departamento de Administração PRISCILA

34

A implementação do Data Mart de Saúde, a partir de junho de 2018, tornou possível a

criação de relatórios/painéis de indicadores (PI) necessários às análises descritiva, diagnóstica

e preditiva destinadas a apoiar o processo decisório dos níveis estratégico, tático e operacional,

fornecendo uma visão histórica dos dados e respostas a questionamentos de baixa, média e alta

complexidade. Outro benefício foi o de proporcionar a realização de uma inferência analítica

gerencial a curto, médio e longo prazo. O PI-SSEx tem como principal objetivo apoiar as

decisões de gestores de todos os níveis, relacionadas às ações de planejamento e execução das

diversas atividades do SSEx.

4.5. O problema

Diante da contextualização exposta nos itens anteriores, fica evidente a importante

contribuição que o PI-SSEx possui na gestão do Sistema de Saúde do Exército Brasileiro; além

de fornecer informações relevantes para o gestor no cotidiano, ele também orienta ações

estratégicas do alto escalão do Exército.

Uma das principais fontes que subsidiam o PI-SSEx é o SIRE. Como exposto

anteriormente, o SIRE está em processo de modernização e evolução. Por meio dos estudos

realizados para a solução de problemas apresentados pela atual versão do SIRE, decidiu-se que

o novo SIRE 2.0 teria que ser completamente reestruturado, desde a modelagem do banco até

a apresentação final ao usuário, bem como agregar processos que atualmente são realizados por

outras rotinas e sistemas paralelos.

Diante dessa situação, surgiu a preocupação do gestor quanto à continuidade do

funcionamento do PI-SSEx, sem que houvesse perda das informações geradas no sistema

legado. Como garantir que o PI-SSEx continue funcionando? Como será realizada a transição

do sistema legado para o SIRE 2.0, de forma transparente para os usuários?

Para responder aos questionamentos do gestor, será desenvolvido um Plano de Ação,

como prevê a metodologia de pesquisa-ação, com base no processo de Planejar o

Gerenciamento da Qualidade proposto pelo PMI (2018).

Como mencionado anteriormente, o PI-SSEx possui aproximadamente 50 relatórios

divididos, de acordo com a área de interesse, dentro dos 14 módulos disponíveis. Esses

relatórios contemplam diversas informações com cruzamentos de dados, porém a grande

maioria deles possuem os mesmos dados que geram informações diferentes, de acordo com o

cruzamento que é realizado. Para o contexto desse trabalho foram selecionados 4 relatórios

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principais que concentram a maioria das informações disponíveis e são os de maior interesse

da autoridade patrocinadora do projeto. São eles:

Módulo Atendimento: apresenta o valor e a quantidade de atendimentos internos e

externos emitidos no EB, na RM ou OMS/UG Fusex, de acordo com o período

selecionado. Dentro desse módulo serão utilizados, para este estudo, os relatórios de

Avaliação da Auditoria Prévia dos Encaminhamentos e Maiores Gastos por

Beneficiário.

Módulo Comparação de Gastos: compara os gastos do(s) ano anterior(es) com os do

ano atual, por RM e/ou OMS/UG Fusex, de acordo com o período selecionado. Dentro

desse módulo serão utilizados, para este estudo, os relatórios de Comparação de gastos

Encaminhados e Comparação de Gastos Auditados.

Módulo Internação e Home Care: apresenta o valor gasto com internações e Home Care

por beneficiários e por RM ou OMS/UG Fusex, de acordo com o período selecionado.

Dentro desse módulo serão utilizados, para este estudo, o relatório Gastos com Home

Care.

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5. ESTRUTURAÇÃO DO PLANO DE GERENCIAMENTO DA QUALIDADE

De acordo com a metodologia proposta para este trabalho, para elaborar o planejamento

da qualidade, foram executadas as fases da pesquisa-ação: “Fase Exploratória”, “O tema da

pesquisa e o lugar da teoria”, “Colocação dos Problemas”, “Hipóteses” e “Seminários”. Aliada

a essas fases, foram utilizados os documentos de entrada proposto pelo PMI (2018), bem como

as ferramentas e técnicas descritas no Guia PMBOK 6ª edição.

5.1. Processos de Gerenciamento da Qualidade

O Plano de gerenciamento da qualidade define requisitos e padrões da qualidade

aplicáveis ao projeto e às suas entregas, além de descrever como será verificada a conformidade

das entregas respeitando a política de qualidade da empresa.

5.2. Controle de Qualidade

Monitoramento e registro dos resultados da execução das atividades de qualidade para

avaliar o desempenho e recomendar as mudanças necessárias.

5.2.1. Requisitos de sucesso do projeto

O projeto terá obtido sucesso se atender a todos os critérios de aceitação das entregas,

respeitar as restrições e cumprir o cronograma de execução e, principalmente, atender os

requisitos e padrões de qualidade detalhados nesse plano. Os requisitos detalhados abaixo foram

levantados por meio de entrevistas não estruturadas com os gestores e com o patrocinador do

projeto, atas de reuniões e documentações do projeto. Para atender a esses requisitos, além do

ETL já existente, que recupera as informações do SIRE, deverá ser desenvolvido um novo ETL,

que recupere as mesmas informações do SIRE 2.0.

Conforme verificado na literatura, existem dois tipos de requisitos, os funcionais e não

funcionais. Requisitos funcionais, segundo Sommerville (2007), descrevem o que o sistema

deve fazer, enquanto os requisitos não funcionais descrevem as qualidades do sistema, não estão

diretamente ligados às funções específicas.

Os requisitos funcionais de sucesso são:

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1. Avaliação da Auditoria Prévia dos Encaminhamentos. Esse relatório permite ao

gestor avaliar a variação percentual de uma guia emitida e o valor final dela após

a auditoria. São requisitos desse relatório:

a. Permitir a comparação entre os valores iniciais e finais das guias de

encaminhamentos emitidas;

b. Permitir a visualização da variação percentual entre valores iniciais e

finais por RM, escalonando as mesmas por cores diferentes conforme

critério a ser definido pela autoridade patrocinadora.

c. Os valores devem estar alinhados com os do SIRE e do SIRE 2.0;

d. Os dados disponíveis para avaliação devem considerar o início da

operação do SIRE, ou seja, a partir de 2008, e agregar os dados

disponíveis do SIRE 2.0 quando do início da sua operação.

e. Todos os filtros existentes atualmente (ano, mês, RM, grupo de

especialidades médicas) deverão ser mantidos quando do início da

operação do SIRE 2.0.

2. Maiores Gastos por Beneficiário. Este relatório permite ao gestor identificar, por

meio de um ranking, onde estão os beneficiários que mais oneram o SSEx. São

requisitos desse relatório:

a. Permitir a visualização das iniciais do beneficiário;

b. Permitir a identificação da RM a qual o beneficiário está vinculado;

c. Exibir a OCS onde o beneficiário foi atendido;

d. Exibir as especialidades para o atendimento;

e. Exibir os procedimentos realizados dentro de cada especialidade;

f. Todos os filtros existentes atualmente (ano, mês, RM e descrição do

grupo de atendimento) deverão ser mantidos quando do início da

operação do SIRE 2.0.

g. Deve permitir ao gestor visualizar tanto os encaminhamentos quanto os

atendimentos internos na OMS.

h. Os requisitos não funcionais são: Disponibilidade, desempenho e

usabilidade, os níveis aceitáveis estarão detalhados nas métricas de

qualidade.

3. Comparação de Gastos: Este relatório permite ao gestor realizar uma análise

histórica dos gastos realizados com o SSEx, tanto os encaminhamentos quanto

os atendimentos internos. São requisitos desse relatório:

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a. Exibir os gastos agrupados por RM e detalhados pela UG Fusex;

b. Os dados disponíveis para análise devem considerar o início da operação

do SIRE, ou seja, a partir de 2008, e agregar os dados disponíveis do

SIRE 2.0 quando do início da sua operação;

c. Permitir ao gestor visualizar tanto os encaminhamentos quanto os

atendimentos internos realizados nas OMS;

d. Todos os filtros existentes atualmente (ano, mês, RM e descrição do

grupo de atendimento) deverão ser mantidos quando do início da

operação do SIRE 2.0;

e. Exibir o percentual da variação do gasto entre os anos selecionados,

comparando sempre com o anterior;

f. Exibir uma previsão de gastos futuros com base na análise do gasto

anterior.

g. Destacar, na coluna “valor”, por cores diferentes, a variação dos gastos

das unidades de acordo com critério a ser definido pela autoridade

patrocinadora.

h. Os requisitos não funcionais são: Disponibilidade, desempenho e

usabilidade, os níveis aceitáveis estarão detalhados nas métricas de

qualidade.

4. Gastos com Home Care: Esse relatório permite ao gestor realizar uma análise

histórica dos gastos realizados com as internações em Home Care, tanto os

encaminhamentos quanto os atendimentos internos. São requisitos desse

relatório:

a. Os dados disponíveis para análise devem considerar o início da operação

do SIRE, ou seja, a partir de 2008, e agregar os dados disponíveis do

SIRE 2.0 quando do início da sua operação;

b. Permitir ao gestor visualizar tanto os encaminhamentos quanto os

atendimentos internos na OMS;

c. Exibir os dados agrupados por RM;

d. Todos os filtros existentes atualmente (ano e mês) deverão ser mantidos

quando do início da operação do SIRE 2.0;

e. Os requisitos não funcionais são: Disponibilidade, desempenho e

usabilidade, os níveis aceitáveis estarão detalhados nas métricas de

qualidade.

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39

Para todos os relatórios mencionados acima, são aplicáveis os requisitos não funcionais:

disponibilidade, desempenho e usabilidade, os níveis aceitáveis estarão detalhados nas métricas

de qualidade.

5.2.2. Métricas da Qualidade

Os critérios definidos abaixo se aplicam a todos os relatórios.

Requisito de Qualidade Ações para atingimento Indicadores

Mapeamento dos campos de origem

(SIRE, SIRE 2.0) para os campos de

destino (PI-SSEx).

À medida que os módulos

do SIRE 2.0 forem

entregues, realizar o de-

para de todos os campos

disponíveis no relatório,

conforme levantamento

anexo.

IQ01: 100%

informações

agregadas nas tabelas

fato e dimensões.

Agregação dos dados do SIRE e

SIRE2.0

Desenvolvimento de um

novo ETL para recuperar

os dados do SIRE 2.0

recuperando as mesmas

informações do SIRE

IQ02: 100% dos

dados utilizados

atualmente.

disponíveis no PI-

SSEx.

Confiabilidade na informação

apresentada.

1. Realizar testes

utilizando a técnica

funcional:

a. Testes de requisitos;

b. Testes de tratamento

de erros;

c. Testes de

interconexão;

d. Testes paralelos;

2. Homologação do

resultado dos testes

pelo gestor.

IQ03: 100% dos

requisitos atendidos;

IQ04: 100% dos

erros conhecidos

tratados;

IQ05: 100% de

alinhamento dos

dados entre os SIRE

e o SIRE 2.0 com

reflexo no PI-SSEx;

IQ06: 100% dos

filtros ativos e

funcionais;

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40

IQ07: 100% de

aceitação dos

resultados pelo

gestor.

Critérios de avaliação quantitativa das

OMS

Realizar reuniões com os

gestores e patrocinadores

para definição dos valores e

escalas.

IQ08: 100% dos

critérios definidos,

implementados e

escalonados por

cores.

Critérios de disponibilidade 1. Realizar testes

utilizando a técnica

estrutural:

a. Testes de estresse;

b. Testes de

recuperação.

IQ09: 80% de

disponibilidade.

Critérios de desempenho Utilizando a técnica

estrutural, realizar testes de

execução.

IQ10: quando do

primeiro acesso,

máximo de 8

segundos para

relatório menos

complexos e de 30

segundos para

relatórios mais

complexos.

Critérios de usabilidade Utilizando a técnica

estrutural, realizar testes de

conformidade.

IQ11: 100% dos

padrões de

desenvolvimento

atendidos;

IQ12: 90% de

aceitação pelos

gestores.

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41

5.2.3. Ferramentas da Qualidade

Ferramenta Descrição da

aplicação

Quando aplicar Responsável

Fluxograma Aplicável nas

entregas dos novos

módulos do SIRE

2.0.

Ao final do

desenvolvimento

de cada módulo

do SIRE 2.0.

Equipe de

desenvolvimento do

Departamento de

Administração de

Dados do Pessoal –

DADPESS/CDS

CheckList Aplicável em todas

as entregas do

projeto.

Ao término da

realização dos

testes.

Divisão de

Administração e

Análise de Dados –

DAAD/CDS

Diagrama de Pareto Aplicável em caso

de recorrentes

problemas em

determinado

relatório.

De acordo com a

necessidade.

Divisão de

Administração e

Análise de Dados –

DAAD/CDS em

conjunto com o

Departamento de

Administração de

Dados do Pessoal –

DADPESS/CDS

Auditoria do Processo Aplicável a todos os

relatórios alterados

no período.

Trimestralmente Gerente do projeto do

DAAD/CDS

5.2.4. Entregas do projeto e critérios de aceitação

Entrega Critérios de aceitação Quando será

verificado

De-para dos Campos e Tabelas Todos os campos mapeados

nas origens (SIRE e SIRE

2.0) e o destino (PI-SSEx).

Ao final do

desenvolvimento de

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42

cada novo módulo do

SIRE 2.0

ETL Recuperando todas as

informações da origem para

o destino.

Ao final do

desenvolvimento.

Testes realizados Resultados de acordo com

os Indicadores de Qualidade

definidos.

Ao final da realização.

Relatórios prontos 100% dos requisitos

funcionais e não funcionais

atendidos. Podendo ser por

etapas, de acordo com o

desenvolvimento de novas

funcionalidades do SIRE

2.0.

Ao final da

implementação.

5.3. Garantia de Qualidade

É percebida por meio da auditoria dos requisitos de qualidade e dos resultados das

medições do controle da qualidade para garantir que sejam usados os padrões de qualidade e

definições operacionais apropriadas.

5.3.1. Auditorias do Projeto e Revisões de Qualidade

Revisões de Qualidade Data Prevista Auditor

Responsável

Comentários

Conferência dos dados A cada nova carga

realizada no painel.

Gerente do

projeto

Batimento dos dados

carregados no PI-SSEx

com os dados do SIRE

e SIRE 2.0.

Page 51: PRISCILA DANIELE PIVANTE...Universidade de Brasília Faculdade de Administração, Contabilidade, Economia e Gestão de Políticas Públicas Departamento de Administração PRISCILA

43

5.3.2. Processos de melhoria contínua

Execução do ciclo PDCA, incluindo possibilidade de melhoria do ETL para dar maior

agilidade na execução dos relatórios ou melhorias de interface. Esse processo deverá ser

realizado anualmente caso não haja alterações negociais, e em caso de alterações deverá ser

executado sob demanda.

5.3.3. Responsabilidades de Qualidade da Equipe do Projeto

Membro da Equipe Responsabilidades

Gestor Acompanhamento dos indicadores IQ09, IQ10 e IQ11.

Identificar possíveis melhorias.

Indicar necessidade de desenvolvimento de novas

funcionalidades ou relatórios.

Gerente do projeto Acompanhar, mensalmente, a pertinência dos valores e

quantidades disponibilizados no PI-SSEx.

Desenvolvedores Buscar otimizar, sempre que possível, o desempenho do

PI-SSEx, agregando novas tecnologias e processos de

melhoria.

Correções de falhas ou informações incorretas no prazo

máximo de 2 dias úteis.

Registros das lições aprendidas em ferramenta própria de

controle.

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6. CONCLUSÃO

A gestão do sistema de saúde do Exército é complexa e envolve uma série de sistemas

paralelos. Devido ao tamanho do seu orçamento, ao universo atendido pelo sistema de saúde e

a complexidade que envolve a gestão financeira e orçamentária, ferramentas que auxiliem no

trabalho dos gestores são imprescindíveis.

O presente estudo teve como objetivo geral propor um plano de gerenciamento da

qualidade para o Painel de Indicadores do Sistema de Saúde do Exército, com vistas a dar

continuidade à apresentação das informações disponíveis atualmente, quando do início da

operação do SIRE 2.0, sem impacto para os gestores que utilizam a ferramenta para auxiliar nas

tomadas de decisão.

Qualquer falha na operação desses sistemas de gestão pode impactar diretamente nas

decisões que são tomadas pelo alto escalão do Exército. A evolução do SIRE se mostrou

extremamente necessária para a continuidade e melhoria dos processos de gestão.

Consequentemente, essa evolução impacta diretamente no Painel de Indicadores, uma vez que

ele é o sistema que subsidia a maior parte das informações disponíveis no painel.

Visando minimizar os impactos dessa evolução, este estudo buscou evidenciar, por meio

da revisão de literatura, as melhores práticas quanto ao gerenciamento da qualidade, propondo

ações efetivas que possam, de fato, conduzir as atividades futuras quando da integração dos

sistemas, legado e novo, para que as informações de hoje continuem disponíveis para o gestor.

Uma das dificuldades encontradas para o desenvolvimento desse trabalho foi a ausência

de documentos técnicos sobre o projeto do SIRE 2.0. Os documentos de planejamento do

projeto estão altamente alinhados com a metodologia proposta pelo PMI, o que favoreceu o

desenvolvimento das ações aqui propostas e forneceram todos os subsídios aqui explicitados.

Os conhecimentos técnicos sobre o SIRE 2.0, necessários para a realização deste estudo, foram

oriundos de entrevistas com especialistas de cada área e por meio de atas de reunião, não há,

ou não foi disponibilizado, documentos técnicos como casos de uso, diagramas de entidade

relacionamento, fluxogramas, etc.

Para que essa proposta de plano de gerenciamento da qualidade surta os efeitos

esperados, é necessário um profundo envolvimento das áreas responsáveis pelo

desenvolvimento, tanto do painel, quanto do SIRE 2.0, bem como o acompanhamento ativo do

gerente do projeto e a participação dos gestores contribuindo com sugestões de melhoria.

Por último cabe ressaltar que é necessário criar um ambiente exclusivo de testes para

que as ações propostas nas métricas de qualidade sejam realizadas.

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APÊNDICES

1. Apêndice 1: Modelo lógico de dados do Painel de Indicadores do SSEx -

Encaminhamentos

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2. Apêndice 2: Modelo lógico de dados do Painel de Indicadores do SSEx - Procedimentos