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Exemplar n° 90 Maio 2019 Primeira publicação: 29 de Maio de 1995 Não jogue este impresso em vias públicas escola Escola de Educação Comunitária Av. Engenheiro Richard, 116 Grajaú - Rio de Janeiro, RJ (21) 2577-4546 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Ainda podemos enxergar a vida com alguma poesia? - Confira - Página 4. A dor que não cessa. 25 anos da tragédia com Ayrton Senna. Você se lembra o que estava fazendo naquele Primeiro de maio de 1994? O dia do trabalhador mais sentido pelos brasileiros - página 8. A escola e a violência nossas alunas do 3° ano do Ensino Médio apontam causas e soluções - Página 7.

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Exemplar n° 90 Maio 2019Primeira publicação: 29 de Maio de 1995

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Escola de Educação ComunitáriaAv. Engenheiro Richard, 116

Grajaú - Rio de Janeiro, RJ(21) 2577-4546

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Ainda podemos enxergar a vida com alguma poesia? - Confira - Página 4.

A dor que não cessa. 25 anos da tragédia com Ayrton Senna. Você se lembra o que estava fazendo naquele Primeiro de maio de 1994? O dia do trabalhador mais sentido pelos brasileiros - página 8.

A escola e a violêncianossas alunas do 3° ano do Ensino Médio apontam causas e soluções - Página 7.

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Segundo o dicionário, poesia é um substantivo

feminino que designa: 1. arte de compor através de versos;

modo de expressão artística caracterizada pelo uso de regras,

de sons ou de estruturas sintáticas específicas; 2. [Literatura]

Gênero literário composto por esse modo de expressão;

3.[Literatura] Poema: a obra artística em verso, pela linha de

um texto poético que respeita regras rítmicas; 4.[Literatura]

A arte do poeta: o conjunto artístico e poético de um grupo,

de uma época − a poesia moderna; 5. [Figurado]

Característica do que se define pela beleza e pela

sensibilidade: ex. havia poesia em seus atos; 5. [Por

Extensão] Natureza do que é inspirador e comovente: a

poesia do carinho fraternal. Por que começar esse editorial pela definição do que

é poesia? Por que nesta edição temos alguns bons

exemplares do fazer poético? Talvez. Por que a equipe de LP

em quase sua totalidade participou desta edição? Quem

sabe... Por que costumo falar pros alunos em minhas aulas de

redação ou literatura para eles procurarem ser diferentes,

sair do óbvio, agir e pensar de maneira própria pra não

repetirem a mesma sociedade? Pode ser. Por que, também

nas minhas maçantes aulas, explico que poesia é uma forma

diferente de ver o mundo, de olhar o outro e a vida? Essa

parece boa... Ou por que o tempo em que estamos vivendo

precisa da leveza, da consciência, da perspicácia, da beleza

do olhar poético? Agora sim temos a resposta. A poesia, embora, muitas vezes, não demonstre

necessidade nenhuma de existir, serve para trazer o novo:

pensamento, atitude, olhar, respeito, amor. Neste já difícil

início de ano de 2019, com tantas perdas importantes

(Brumadinho, Boechat, Lúcio Mauro. os garotos da Gávea, o

orçamento da educação), nada melhor do que a sutileza de

uma Cecília, o rompante de um Castro Alves, o tom

misterioso de um Jorge de Lima, o mundo fantasioso/real de

um Bandeira, o olhar atento de um Drummond, a educação

pela pedra de um João Cabral. Só com o olhar poético, esse

olhar de si mesmo que olha para o outro, que se expõe

desnudando o que não se quer ver, para sairmos do buraco. Afinal temos apenas duas mãos e o sentimento do

mundo para fazermos do Brasil uma Pasárgada com outra

civilização. Aqui, na Papeleta, nós jogamos os grãos na água

do alguidar e as palavras na folha de papel, certos de que os

grãos nos deixarão mais vivos. Eu não tinha mais essa força

nas mãos, até A Papeleta virar o canto dos alunos para eles

próprios, que perceberam que o instante existe e exige.

Quem sabe assim, essa loucura abraçada ao ramalhete de

rosas não nos sirva mais de paraquedas, e possamos nos

soltar do elo de uma cadeia que faz a multidão faminta para,

enfim, vivermos o sonho dantesco de um Brasil melhor. Viva a poesia, viva a educação, viva quem escreve,

quem canta, quem cativa. Viva quem ainda sonha e luta com

um livro, não fica fazendo arminha com a mão!

Professor Ludwig

Maio 2019

O poder da criação

Não, ninguém faz samba só porque prefereForça nenhuma no mundo interfereSobre o poder da criaçãoNão, não precisa se estar nem feliz nem aflitoNem se refugiar em lugar mais bonitoEm busca da inspiração

Não, ela é uma luz que chega de repenteCom a rapidez de uma estrela cadenteE acende a mente e o coraçãoÉ, faz pensarQue existe uma força maior que nos guiaQue está no arVem no meio da noite ou no claro do diaChega a nos angustiarE o poeta se deixa levar por essa magiaE um verso vem vindo e vem vindo uma melodiaE o povo começa a cantar!

Paulo César Pinheiro

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Neste início de ano, nossos alunos deram o pontapé inicial em busca do XXXIV prêmio do nosso concurso literário. Os dados já estão rolando. Os pequenos e grandes escritores confeccionaram seus textos com o fio sutil da palavra.

A grande novidade desse ano foi a multiplicidade de autores homenageados e uma maior liberdade para a criação. Os textos se encontram na segunda fase de avaliação, quando são votados pelo júri para uma tiragem, que resultará nos finalistas. Aguardem que aí vem...

Maio 2019

XXXIV Concurso de LiteraturaMaria Helena Xavier Fernandes

Édith Piaf foi uma famosa cantora francesa; porém, antes da fama, ela teve uma vida sofrida. Criada em um bordel, não teve a melhor infância; mas ela tinha uma amiga na qual encontrava uma irmã. Seu nome era Marie, que também sofrera com as mesmas dificuldades.

Édith tinha uma voz apaixonante, e, ao longo do tempo, foi seguindo sua carreira. Guardava consigo ainda suas memórias com a amiga Marie (que infelizmente ficara no mesmo lugar).

Com seus vestidos pretos e sotaque forte, ela se tornou a cantora mais famosa da França, cantando canções como "Lavie en rose", "Padam, padam", "Milord", entre outras.

Depois da doença tirar toda sua força, Piaf para por um tempo sua carreira e vai para Grasse. Vivendo tristemente sem a música, Édith precisa de motivação. Então ela procura sua antiga felicidade: Marie. Quando ela se encontra com Marie, pede para a amiga voltar e morar com ela em Grasse. Ela aceita, pois sabia que a doença poderia levar Piaf para sempre.

A cantora, tentando ajudar um teatro de um velho amigo a não fechar, canta a canção mais marcante de sua carreira "Non, je ne regrette rien". Ao lado da amiga e do marido, ela canta: dizia que a música era o oxigênio dela.

A doença se agravou, enquanto a cantava. Em seu último momento de vida, ela segurou a mão de Marie e disse:

− Não fique triste, não me arrependo de nada! Seu nome é a maior canção que posso cantar!

Depois de morrer, o corpo de Piaf foi levado por Marie para Paris. Piaf deixou saudade, mas permaneceu viva no coração de Marie e de quem a amou.

Luiza de Lucas

Turma 81

O aluno era meio chato. Tudo queria falar. Exemplo tinha pra tudo, ou achava que tinha. Belo dia na aula, o professor já meio que notando esse lado do aluno, pediu na lata: − Ô queridão, faz um favorzinho, você sabe o que

significa pedante? Não, né? Então, quando chegar em casa, pesquisa o significado dessa palavrinha... ela vai dizer muito sobre você. O menino foi procurar no Wikipedia o que

significava a palavra pedante. O site, contudo, não reconheceu a palavra e foi procurar pendente. Ou foi o aluno que trocou pendente por pedante? Isso só o menino poderia responder... vamos seguir com a história... O menino pedante gravou tudo − tintim por tintim

− que o site dizia. Chegando na aula, todo cheio de si, peito estufado, sorriso debochado de quem está preparado para a batalha, o aluno foi perguntado pelo professor: − E aí? Pesquisou o que eu pedi? O aluno, já pensando "ele achou que eu iria

esquecer, veja só!", num misto de ansiedade e ambição, tacou na lata: − Pendente é tudo aquilo que depende de algo! O risinho já escorrendo pela cara, quando o

professor diz: − Eu pedi pra pesquisar PEDANTE, não pendente!

Aliás, fica pendente, você saber o que é pedante... mas essa sua trapalhada já diz algo sobre ser pedante... Moral da história: as crianças podem saber tudo

num estalar de dedos, pesquisando em qualquer site; porém, o pai dos burros evitaria esse desgaste: o pedante não ficaria pendente!

Gabriel da Mota M. L. de SouzaTurma 71

Édith e Marie

O pEDANte

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Desde muito cedo, se não li tanto poesia, a ouvi no rádio. Minha avó, enquanto lavava roupa, ficava com o rádio ligado. Muitas vezes, ela cantarolava as canções. Eu me perguntava o que havia de tão especial naquelas músicas para trazer tanta leveza assim à minha avó. Essas músicas acabaram criando raízes em mim e, logo comecei a ler poemas de livro. Fazer poesia, para mim, é dar voz a minha e aos outros, afinar minha voz com o leitor, ser empático com ele. Ser empático significa se importar, cuidar, estar atento e, tenho certeza, que as palavras, em certa medida são capazes disso. Toda a poesia, para mim, tem, antes de tudo, um propósito de nos humanizar e nos sensibilizar.

Esconde-esconde

Tantos dias, quantas vezesa brincar comigo de esconde-escondeme silenciei do mundo

A vida me ensinou brincandoa caminhar em passos rápidos e, com ela, vou caminhando, às vezes, eu me calo e refaço

Tantos dias, quantas vezesa brincar comigode esconde-esconde me afastei de amigos

A vida me ensinou brincando:estou aqui, os caminhos são bem outrosvou me capturando por trás de pilastrasàs vezes, às escondidas, não me ouço.

Mas na metade do caminho, eu me encontronum grito exasperante e forte de “peguei!”nas mãos do amigo no meu ombro tímido

As mãos amigas vão aparecer no pátio,esse jogo só podia mesmo estar comigo:a vida, afinal, é brincadeira na escola.

Fernando Impagliazzo

Maio 2019

Fernando (português)

com PalaVraÀs sete da manhã,recebo meu jornal:manchete grande,garrafal. Narrandoum fato lamentosode um homem quemorreu de fome.

Pleno centro da cidade, ocorpo do homem se estende

ao chão, entre diversostranseuntes sem amor no coração.

Sem ajuda, sem perdão,desolado, largado,

sem ter o que comer... o homem finalmente pôs-se a morrer.

Giovanna TavaresTurma 71

poema baseado na crônica Notícia de jornal, do escritor Fernando Sabino

o HOmEm

O poeta de Itabira

o pRofeSSor

Mudança é sempre algo nostálgico. Reviramos armários, gavetas, caixas; até a casa nós reviramos. Com isso, encontramos coisas que nos fazem relembrar o passado. No meu caso, essas coisas são poemas.

Poemas esses que me faziam olhar para Itabira de outro jeito. Mas eu não era o único a fazer isso. Um velho amigo fazia isso também. Ele se chamava Carlos, que, depois, ficaria conhecidos por seus poemas. Contudo, antes dos poemas, nós brincávamos em Itabira. A cidade tinha uma poeira avermelhada e irritante, todavia víamos um pouco a beleza da natureza.

Enfim a vida passou e cada um seguiu seu caminho. Ele saiu de Itabira e foi conhecer e ser conhecido pelo Brasil. Foi se tornar Carlos Drummond de Andrade. Ele manteve sempre suas saudades de Itabira. Nunca me falou diretamente, seus poemas falaram por ele. Eu estou me mudando, mas ainda não embalei metade das coisas que irei levar...

José HugoTurma 81

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Cine Holliúdy, de Halder Gomes. Trata-se de uma comédia, do diretor Haldar

Gomes, produzida em 2013 que chama a atenção por ser o primeiro filme nacional com legenda. Apesar de uma obra de baixo orçamento, o filme é muito interessante, pois mostra uma linguagem típica do sertão cearense em que várias expressões e costumes típicos da região são retratados de maneira cômica e que predem a atenção de todos os espectadores.

Forte abraço,Professor Nei

Maio 2019

Já estava ansioso para participar desta coluna. Acho super interessante os professores colocarem para seus alunos algumas das suas preferências. Isso humaniza o professor, que, muitas vezes, é olhado muito ao longe. Quase como se nem humano fosse.

Observando o que meus diletos colegas andaram indicando, senti falta de algo voltado para os alunos menores. Achei as indicações anteriores muito boas, inclusive algumas até aproveitadas por mim. Contudo, faltava algo mais voltado para os alunos do 4°, 5°, 6° e 7/ anos.

Para tentar compensar e recompensar os alunos desses anos, venho, aqui, dar minha pequena contribuição. Espero que vocês gostem e se divirtam tanto quanto me diverti, com essas pequenas obras primas voltadas para crianças de todas as idades.

InDicAçÃo

Os Miseráveis, de Victor Hugo. adaptação de Walcyr Carrasco. A

obra original de Victor Hugo foi publicada em 1862 e, até hoje, é um dos livros mais lidos e adaptados para o cinema e o teatro no mundo. Na adaptação de Walcyr Carrasco, foi usada uma linguagem mais leve e de fácil entendimento que irá mostrar as injustiças e questões morais sofridas pelo protagonista Jean Valjean na França do século XIX. Certamente, a leitura o prenderá do início ao fim do livro.

do

PROFESSOR

o livro:

o filme:

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Olá, meu nome é Digdin, e, há uma semana, me tornei o youtuber mais famoso do Brasil. Com muito esforço e dedicação, irei contar essa façanha.

Era apenas um garoto comum de seus quinze anos, que estudava, brincava, e tinha vários amigos... enfim uma vida mais do que normal. Nunca tinha me passado pela cabeça gravar vídeos sobre jogos nem trazer conteúdo para as pessoas ao redor do mundo.

Primeiro apaixonei-me pelo jogo Rocket League, depois foi vendo o melhor jogador do mundo inteirinho demonstrar toda sua habilidade nesse jogo. Por fim, veio-me a ideia tal qual nuvem no céu: por que não juntar o útil ao agradável e começar a gravar vídeos sobre o jogo? Com uma câmera na mão e uma ideia na cabeça, as coisas aconteceram.

Posso dizer que, por um lado, foi muito bom; por outro, nem tanto. Hoje sou famoso, rico, estou de bem com a vida. No entanto perdi muitas amizades, mais que isso: perdi minha namorada! Só isso pegou... agora é esperar um dia após o outro pra ver o que me acontece nesse setor. Antes que a curiosidade o contamine, já vou logo dizendo que não falarei dos motivos de meu término amoroso.

Bom, ser um youtuber famoso tem sido uma experiência ótima: estou chegando aos quatro cantos do mundo, no topo. Digo a vocês: o fator sorte me ajudou o tempo todo, conquanto a ideia e o esforço sejam os pioneiros e a base do meu sucesso! O Youtube foi uma grande invenção, todavia o youtuber foi quem fez a revolução!

Artur Santa Maria

Turma 91

Maio 2019

Não é novidade que o índice de leitura dos brasileiros e baixo e isto vem colaborando para o fechamento de várias livrarias. Isso se dá a uma falta de interesse por parte da população e também pela escassez de divulgação de obras literárias.

Parte dos brasileiros acham o ato de ler desinteressante por serem pressionados a fazê-lo, mas isso poderia ser resolvido se os pais incentivassem seus filhos a lerem desde pequenos. Nas escolas, os professores poderiam recomendar livros com temas contemporâneos e promoverem debates que fizesse com que os alunos se interessassem pela leitura.

Outro fato que dificulta a demanda dos livros é a falta de divulgação que é quase nula. Criação de panfletos com partes interessantes das obras e investimentos em publicidade certamente contribuiriam para o interesse pela leitura.

O cenário não está muito bom, porém se a sociedade caminhar devidamente com estímulo e divulgação da leitura, teremos um futuro onde não veremos mais um presente tão dolorido quanto este.

Mariana de OliveiraTurma 1ª série/E.M

Fevereiro, famoso mês do carnaval. Muitos fogos de artifício, muita celebração, muitas cores e muito lixo no chão também.

Uma jovem menina passeia com sua mãe no meio daquela multidão gigantesca. Essa mesma menininha sempre quis ver o estúdio onde as dançarinas se vestem. Ainda pensando nisso, ela avista um portão com um único guarda e uma placa escrita "Apenas funcionários autorizados". Não se aguentando, a moça tentou entrar com um misto de pressa e inocência. No entanto, o guarda se coloca no caminho da garota:

− Você não pode entrar! O diretor do espetáculo, no outro lado da grade, não

se segurou, com pena, e mandou que a deixasse entrar. Aliás, era uma garotinha meio alta para a idade, né?

Exatamente, uma menininha grande! Esse fato deu origem a confusão: a menina foi confundida com uma das dançarinas; uma baixinha que tinha lá. Um outro diretor, não se dando conta do imbróglio, mandou que a menina entrasse no lugar da tal dançarina (que se atrasara e estava barrada no lado de fora).

No fim, o que se soube foi que alguém perdeu o emprego e uma outra dançou com o piso torto.

Enzo Moreira Mazzei

Turma 71

A quase MORTE da

O poder do youtube

Carnaval sem querer

LiTerAtUrA

Pela primeira vez a ECO participará do concurso de literatura do SINEPE-Rio. A produção textual abarcará os mais variados estilos literários. Desde crônicas a poemas, passando por dissertações e contos. Nesse ínterim, os nossos alunos serão organizados, conforme faixa etária, para a realização dos textos em algum dos estilos que melhor lhes seja recomendado.

O concurso será voltado para alunos do 8° e 9° anos do Fundamental e para todo o Ensino Médio. Para aqueles que já quiserem se adiantar, o tema será «Meio ambiente - as pedras e o caminho.

Mãos à obra, queridos!

FIQUE ligado!

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www.eco.g12.brMaio 2019

A escolae a violência

O grande desafio

Há muita violência no âmbito escolar no Brasil. Esse problema vem crescendo constantemente e tem sido cada vez mais noticiado, aumentando a visibilidade sobre o assunto. Deve-se mencionar como os tipos mais comentados de violência a física e moral entre alunos, entre alunos e professores, e a violência contra o patrimônio escolar. Nota-se que a agressividade entre alunos é muito recorrente. Há muitas brigas causadas por rixas entre diferentes grupos de amigos, devido a pequenos desentendimentos e também por causa de “bullying”. No entanto, a forma mais frequente e comum nas escolas é a violência moral. Dentre todas as agressões que abrangem esse tipo estão os xingamentos, os gestos obscenos e a indisciplina. Todos esses problemas prejudicam o andamento das atividades escolares e o desenvolvimento das relações do grupo como um todo. Há violência também na relação entre alunos e professores. O caso mais comum ocorre quando o aluno apresenta baixo rendimento escolar e decide questionar o educador, por meio de ameaças. Alguns estudantes chegam até a agredir fisicamente e causar danos aos bens pessoais do professor. Ademais, deve-se mencionar a violência contra o patrimônio escolar. A depredação dos bens e do espaço escolar, em especial nas escolas públicas, é considerada como destruição do patrimônio público. As formas mais comuns dessa violência são quebrar cadeiras, atear fogo em lixeiras e arrombar salas de aula, por exemplo. É possível perceber, desse modo, que a violência no ambiente escolar é um grande desafio a ser superado. É necessário que o Governo Federal, com o auxílio co Ministério da Educação, crie medidas capazes de reduzir a violência nas escolas, como a contratação obrigatória de psicólogos. Além disso, é preciso criar campanhas de conscientização sobre esses problemas, utilizando a mídia como veículo de transmissão, para que eles sejam superados.

Rani Delecrodi Turma 3ª série/E.M.

A precariedade do sistema de ensino

O sistema educacional brasileiro é muito precário. A falta de atenção do governo a esse setor, principalmente no que se refere à solução de conflitos, se reflete em episódios de violência. Atentados com armas de fogo e desrespeito aos educadores são exemplos do que vem ocorrendo em diversas escolas. Os massacres de Suzano e Realengo são exemplos marcantes dessa realidade. O motivo mais recorrente que leva um aluno a matar seus colegas é o “bullying” que consiste nas constantes ameaças, ofensas e até agressões físicas que, em muitos casos, despertam um sentimento de vingança na vítima. Se a escola não tomar uma posição e se mão fizer nada para combatê-lo, o resultado pode ser a morte de vários inocentes. O sentimento de ódio também pode estar presente nas relações entre alunos e professores. Com a desvalorização dessa profissão pelo próprio Estado, o respeito pelo educador na sociedade foi se perdendo ao longo dos anos, que passou a vê-lo como um obstáculo para o sucesso do estudante. Por exemplo, a culpa por uma nota baixa passa a ser do avaliador, e não do desempenho do discente. Dessa forma, o profissional passa a sofrer diversos ataques, que muitas vezes são divulgados pelas mídias sociais, só piorando a humilhação. Dado o exposto, é de fundamental importância que o Ministério da Educação crie programas para melhorar as relações dentro das escolas. Através desses, deve-se contratar profissionais, como psicólogos, para atender alunos e professores, com o objetivo de cuidar da saúde mental dessas pessoas – desgastada ao longo dos anos – e solucionar conflitos. Desse modo, é possível diminuir os casos de violência nos ambientes escolares, onde a paz deveria prevalecer sempre.

Carolina ValenteTurma 3ª série/E.M.

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Luiza de Lucas - 81Mariana de Oliveira - 1° E.M.Rani Delacrodi - 3° E.M.

Editor Responsável: Prof. LudwigCoordenação: Prof. LudwigApoio: Fábio de Carvalho

Prof. LudwigProfa.AnaProf. FernandoProf. Nei

Diagramação: Prof. Ludwig

Colaboradores:Artur Santa Maria - 91Carolina Valente - 3° E.M.Enzo Moreira - 71Gabriel da Mota - 71Giovanna Tavares - 71 José Hugo - 81

Em 01 de maio de 1994, o Brasil perdia um dos seus maiores nomes. Um dia inesquecível para quem o viveu. Foi dolorido saber que nunca mais: «Ay... Ay... Ayrrrrton Sennaaa do Brasilllll!!!!!»...

O programa de quase todos os domingos em quase todas as casas era assistir à corrida de Fórmula 1. Mais. Era assistir ao Ayrton Senna.

Senna foi um atleta que representava tudo o que o brasileiro queria ser e não era. Ser alguém num mundo hostil. Numa época em que a pobreza e a miséria assolavam o país, Senna era o rapaz (rico) do país pobre que, ainda assim, levantava a bandeira. Não escondia suas raízes.

Naquele domingo de sol, assistimos à despedida da vida de nosso maior ídolo naquele momento. Crianças, como eu, adultos, como meus pais, choraram. Eu ainda me emociono quando revejo o acidente, talvez pensando que assistindo, ele consiga passar da curva Tamburello.

Triste, mas a história foi assim...

1° de maio: 25 anos sem Ayrton Senna

Onde você estava na manhã de 1º de maio de 1994? Em casa, ao lado dos pais? Ou ao lado dos filhos? Voltando após a caminhada? Ou começando aquele churrasco do domingão? A maioria de todos nós podia estar fazendo qualquer coisa, mas a televisão estava ligada. Quando, exatamente às 9h13, uma frase de Galvão Bueno paralisou o Brasil: “Senna bateu forte!”.

Vinte e cinco anos depois do acidente que matou Ayrton Senna na curva Tamburello, em Ímola, na Itália, parece que lembramos de cada fato daquele dia estranho, silencioso, triste. O piloto, tricampeão mundial de Fórmula 1, era um ídolo difícil de ser definido para quem nasceu depois daquele 1º de maio. Porque não era apenas o melhor entre os seus, fato reconhecido até por quem não gostava dele. Mas era um herói, um solitário herói de um país tão machucado como hoje.

Por ter se estabelecido como o grande ídolo brasileiro em um momento de inflação galopante, de falta de comida, de um país que mal sabia direito o que era democracia, que perdia no futebol e não tinha muita coisa a se orgulhar, Senna era um “ser escolhido” para muitos. Aquele que não errava, que não falhava, que era o símbolo da honestidade e da decência. Quase um santo. Ou um santo mesmo.

Lógico que não era assim. Para ser gênio da Fórmula 1, não bastava e ainda não basta ser rápido e bonzinho. Era preciso saber onde se estava pisando, ser forte e até jogar pesado. Ayrton Senna fez tudo isso, e era respeitado por ser um gigante entre os grandes. Mas falhava, errava, era um homem.

Essa aura em relação a ele até aumentou depois da morte – estúpida, bárbara, transmitida ao vivo pela TV. Hoje, é difícil falar de um Senna real sem ser bombardeado por provas de que ele era o cara mais perfeito do mundo. E ele nem precisava disso para ser o herói nacional – Romário que diga.

Mas qualquer um de nós foi atingido pelo “Senna

bateu forte!”. Lembrar desse momento ainda faz dar um embrulho no estômago. Do susto ao desespero, cada brasileiro foi afetado pelo acidente de Ayrton Senna. Passaram-se então pouco mais de quatro horas de agonia, desde o resgate, a interminável demora do helicóptero, a saída do autódromo de Ímola até Bologna, as informações do hospital Maggiore. Até o relógio marcar 13h42: “Morreu Ayrton Senna da Silva! Uma notícia que a gente nunca gostaria de dar”.

A voz grave e baixa do repórter Roberto Cabrini, de uma sala de hospital no interior da Itália, silenciou todo mundo. Não havia nada mais a ser dito naquele 1º de maio, de um bonito sol no Rio de Janeiro, de rodada do campeonato carioca de futebol (Flamengo 1×1 Vasco), de união entre as torcidas para gritarem a plenos pulmões "olê, olê, olá, Senna, Senna!".

Os dias seguintes foram de luto e de um torpor coletivo, de um velório que mobilizou São Paulo e o resto do País, de um enterro que deixou como cena simbólica os pilotos carregando o corpo de Ayrton Senna.

Hoje, Senna segue em evidência. A McLaren fez um carro para homenageá-lo, que atinge 340 km/h. Homenagens acontecerão por todos os cantos do planeta, do Brasil ao Japão. O nome dele está no topo das buscas do Google. E as vitórias pelas pistas do mundo serão recordadas. Mas, nós que vivemos aquele momento, vamos sempre nos lembrar dos acontecimentos, entre às 9h13 e às 13h42, daquele triste dia do trabalhador em 1º de maio de 1994.

Cristian Toledo

In: https://www.tribunapr.com.br/esportes/1o-de-maio-25-anos-sem-ayrton-senna/.

a HISTÓRIA