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PREVIDÊNCIA DOS MILITARES Prof. Anderson Avelino de O. Santos - Mestre em Direito Público – PUC Minas - Professor da Academia da Polícia Militar de Minas Gerais -Presidente da Comissão de Direito Previdenciário da OAB/MG

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PREVIDÊNCIA DOS MILITARES

Prof. Anderson Avelino de O. Santos

- Mestre em Direito Público – PUC Minas

- Professor da Academia da Polícia Militar de Minas Gerais

-Presidente da Comissão de Direito Previdenciário da OAB/MG

DISTINÇÃO ENTRE SERVIDOR PÚBLICO CIVIL E MILITAR

• A classificação dos servidores públicos trazida pelaCR/88, segue dois ramos básicos de funções públicas:a civil e a militar, uma vez que estes dois grupos sãoseparados de acordo com normas específicas paracada um deles, sendo aplicáveis aos servidorespúblicos civis os artigos 39 a 41 da CR/88.

• Por sua vez, os militares são considerados servidorespúblicos com muitas especificidades em virtude dasvárias alterações trazidas pela EC. 18/98, que alteroua redação dos artigos 42 e 142 da CR/88, quedisciplina as regras desta classe.

• Nesse sentido, é possível afirmar que sãoconsiderados militares os membros das PolíciasMilitares e Bombeiros Militares dos Estados e DistritoFederal (art. 42, CR/88) e os membros das ForçasArmadas, constituídas pela Marinha, Exército eAeronáutica (art. 142, §3º da CR).

• Porém, importante diferença entre os servidores civise os militares seja a organização para os militares,com base na hierarquia e na disciplina.

De acordo com o artigo 5º da Lei 6.880/80, quedispõe sobre o Estatuto dos Militares, a “hierarquiamilitar é a ordenação da autoridade, em níveisdiferentes, dentro da estrutura das Forças Armadase das Forças Auxiliares por postos e graduações.”.

- Por sua vez, o §1º do artigo 6º da mesma Lei, dizque são manifestações essenciais da disciplina “acorreção de atitude; a obediência pronta às ordensdos superiores hierárquicos; a dedicação integral aoserviço; a colaboração espontânea à disciplinacoletiva e à eficiência da instituição; a consciênciadas responsabilidades; a rigorosa observância dasprescrições regulamentares.”.

Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha,pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionaispermanentes e regulares, organizadas com base nahierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema doPresidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, àgarantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa dequalquer destes, da lei e da ordem.§1º Lei complementar estabelecerá as normas gerais aserem adotadas na organização, no preparo e no empregodas Forças Armadas.§2º Não caberá habeas corpus em relação a puniçõesdisciplinares militares.§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominadosmilitares, aplicando-se-lhes, além das que vierem a serfixadas em lei, as seguintes disposições:

I - as patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elasinerentes, são conferidas pelo Presidente da República easseguradas em plenitude aos oficiais da ativa, da reservaou reformados, sendo-lhes privativos os títulos e postosmilitares e, juntamente com os demais membros, o uso dos

uniformes das Forças Armadas;

II - o militar em atividade que tomar posse em cargo ouemprego público civil permanente, ressalvada ahipótese prevista no art. 37, inciso XVI, alínea "c“[profissionais da saúde], será transferido para a reserva, nos

termos da lei;

III - o militar da ativa que, de acordo com a lei, tomarposse em cargo, emprego ou função pública civiltemporária, não eletiva, ainda que da administraçãoindireta, ressalvada a hipótese prevista no art. 37,inciso XVI, alínea "c“[profissionais da saúde], ficaráagregado* ao respectivo quadro e somente poderá,enquanto permanecer nessa situação, ser promovidopor antiguidade, contando-se-lhe o tempo de serviçoapenas para aquela promoção e transferência para areserva, sendo depois de dois anos de afastamento,contínuos ou não, transferido para a reserva, nos

termos da lei;

*AGREGADO - militar que permanece na ativa, porém, exercefunções ou fora da Força ou fora do País em missão no exterior,deixando de ocupar vaga na escala hierárquica de seu corpo (art.80, Lei 6.880/80).

CONSCRITO - militar que presta o serviço militar inicial obrigatório(Art. 143. O serviço militar é obrigatório nos termos da lei., CR/88)

INATIVO - REFORMADO e o da RESERVA (remunerada ou nãoremunerada). O reformado é o que decorre de algumimpedimento – físico ou mental- impedindo-o de exercer o serviçomilitar. Já o da reserva é o que cumpriu o tempo necessário depermanência – de carreira (30 anos) ou temporário (7 anos).

AFASTADO - militar que está em gozo de licença ou por qualqueroutro motivo alheio, fica afastado de suas funções.

• [...]

VI - o oficial só perderá o posto e a patente se for julgadoindigno do oficialato ou com ele incompatível, por decisãode tribunal militar de caráter permanente, em tempo depaz, ou de tribunal especial, em tempo de guerra;

VII - o oficial condenado na justiça comum ou militar a penaprivativa de liberdade superior a dois anos, por sentençatransitada em julgado, será submetido ao julgamentoprevisto no inciso anterior.

• Aqui o militar pode averbar esse tempo no INSS, porexemplo.

aqui vale também para Polícia Militar

X - a lei disporá sobre o ingresso nas ForçasArmadas, os limites de idade, a estabilidade eoutras condições de transferência do militar para ainatividade, os direitos, os deveres, a remuneração,as prerrogativas e outras situações especiais dosmilitares, consideradas as peculiaridades de suasatividades, inclusive aquelas cumpridas por forçade compromissos internacionais e de guerra.

Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito eresponsabilidade de todos, é exercida para a preservaçãoda ordem pública e da incolumidade das pessoas e dopatrimônio, através dos seguintes órgãos:

I - polícia federal;

II - polícia rodoviária federal;

III - polícia ferroviária federal;

IV - polícias civis;

V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.

Atenção: somente estes são militares

Postos e Graduações no Exército

Postos e Graduações na Marinha

Postos e Graduações na Polícia Militar

Postos e Graduações na PMMG

- Lei 5301/69 – EPPM (Estatuto de Pessoal da Polícia Militar de Minas Gerais)

Art. 8º – Hierarquia militar é a ordem e a subordinaçãodos diversos postos e graduações que constituem carreiramilitar.

§ 1º – Posto é o grau hierárquico dos oficiais, conferidopor ato do Chefe do Governo do Estado.

§ 2º – Graduação é o grau hierárquico das praças,conferido pelo Comandante Geral da Polícia Militar.

Art. 9º – São os seguintes os postos egraduações da escala hierárquica:

I – Oficiais de Polícia

a) Superiores: Coronel, Tenente-Coronel e Major

b) Intermediários: Capitão

c) Subalternos: 1º Tenente, 2º Tenente

II – Praças Especiais de Polícia

a) Aspirante a Oficial

b) Cadetes do último ano do Curso de Formação de Oficiais e Alunos do Curso de Habilitação de Oficiais;

c) Cadetes do Curso de Formação de Oficiais dos demais anos;

III – Praças de Polícia:

a) Subtenentes e Sargentos;Subtenente;1º Sargento;2º Sargento;3º Sargento;

b) Cabos e Soldados:Cabo;Soldado de 1ª Classe;Soldado de 2ª Classe (Recruta)

REGIME DOS MILITARES

- A CR/88 em seu art. 40 cria um regime previdenciário própriodos militares da União, pois em seu §20 dispõe que “ficavedada a existência de mais de um regime próprio deprevidência social para os servidores titulares de cargosefetivos, e de mais de uma unidade gestora do respectivoregime em cada ente estatal, ressalvado o disposto no art.142, § 3º, X”

- Por sua vez, o art. 142, §3º, inciso X, da CR diz que cabe à leiordinária tratar de muitas matérias de interesse dos militares,dentre elas as regras para a transferência do militar para ainatividade, exigindo-se que sejam respeitadas as regras doartigo 40, §§7º e 8º da CR.

No caso das polícias e bombeiros militares dos Estados e doDistrito Federal, cabem às respectivas AssembleiasLegislativas tratarem das regras de transferência dosmilitares para a inatividade.

- Tal dispositivo, inclusive, aplica-se também aos militaresdos Estados e do DF, por força do art. 42 da CR,especialmente a regra de seu §1º “Aplicam-se aos militaresdos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, além doque vier a ser fixado em lei, as disposições do art. 14, § 8º.;do art. 40, § 9º, e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a leiestadual específica dispor sobre as matérias do art. 142, §3º, inciso X (…)”.

- Vê-se, portanto, que o texto constitucionalprevê a existência:

A) de um regime previdenciário próprio para osmilitares da União, ou seja, para os militares dasForças Armadas; e

B) de regimes previdenciários próprios paras osmilitares dos Estados e do Distrito Federal, ouseja, para os militares das Polícias Militares edos Corpos de Bombeiros Militares.

Regime Previdenciário dos Militares da União

• Lei 6.880/80

• Conceito de Inatividade

• Transferência para a reserva remunerada

• Reforma

• Proventos do militar inativo

• Licenças

• Pensões por morte

O que justifica tratamento distinto dos outros servidores públicos?

• Eles devem cumprir dezenas de regulamentos próprios,são submetidos a dedicação exclusiva e não dispõe deoutra fonte de renda, não recebem remuneraçãoadicional por horas extras trabalhadas além doexpediente normal, têm que peregrinar constantementepelo território nacional ou estadual, dificultando aformação de patrimônio e fixação de suas famílias, temque manter conduta impecável de acordo com as normasmilitares mesmo fora de serviço, dentre outras. Alémdisso, os militares não podem fazer greve nem sersindicalizados, não podem ter representação política erespondem por uma justiça especializada própria, que é aJustiça Militar. Por fim, risco de morte constante

• Além da manutenção da paridade e daintegralidade, a idade de reforma dos militaresé definida não por critérios atuariais, mas porquestões de fisiologia humana e pornecessidades de progressão nas patentesdado o caráter piramidal da estrutura dacarreira militar.

REGRAS DE “APOSENTADORIA” PARA OS MILITARES

• Aqui cabe fazer uma distinção importante:não se aplica o termo “aposentadoria” para osmilitares e sim o termo “transferência para aINATIVIDADE remunerada”. (art. 3°, §1°, “b”do Estatuto dos Militares)

• A Lei 6.880/80 prevê a transferência para areserva remunerada nos artigos 96 a 103 e areforma nos artigos 104 a 114.

- Basicamente, a diferença reside no fato de queo militar da reserva pode ser convocado em casode estado de guerra, estado de sítio, estado deemergência ou estado de mobilização.

- Já o militar reformado, que é aquele queatingiu idade avançada ou for consideradoincapaz de exercer a atividade militar, nãopoderá mais ser convocado.

TRASNFERÊNCIA PARA A RESERVA REMUNERADA

A) RESERVA REMUNERADA - De acordo com oart. 96 do EM, a passagem do militar à situaçãode inatividade, mediante transferência para areserva remunerada, se efetua:

• a pedido; e

• ex officio .

• A transferência para a reserva remunerada apedido será concedida mediante requerimento,ao militar que contar, no mínimo, 30 (trinta) anosde serviço. (Art. 97 do EM)

• Não será concedida transferência para a reservaremunerada, a pedido, ao militar que estiverrespondendo a inquérito ou processo emqualquer jurisdição ou que estiver cumprindopena de qualquer natureza. (§4º do art. 97 doEM)

- B) REFORMA – De acordo com o art. 104 do EM dispõe que a passagem do militar à situação de inatividade, mediante reforma, se efetua:

• a pedido; e

• ex officio.

- A reforma a pedido é limitada aos membros doMagistério Militar e somente poderá serconcedida àquele que contar mais de 30 (trinta)anos de serviço, dos quais 10 (dez), no mínimo,de tempo de Magistério Militar.

Art. 98. (EM) - A transferência para a reservaremunerada, ex officio , verificar-se-á sempre que omilitar incidir em um dos seguintes casos:

I - atingir as seguintes idades-limite: Postos:

- Almirante-de-Esquadra, General-de-Exército e Tenente-Brigadeiro = 66 anos

- Vice-Almirante, General-de-Divisão e Major-Brigadeiro= 64anos (...)

- Capitão-de-Mar-e-Guerra e Coronel = 59 anos (...)

- Capitão-Tenente ou Capitão e Oficiais Subalternos = 49 anos

(...) c) na Marinha, no Exército e na Aeronáutica, paraPraças:

- Suboficial e Subtenente = 54 anos

- Primeiro-Sargento e Taifeiro-Mor= 52 anos

- Segundo-Sargento e Taifeiro-de-Primeira-Classe = 50anos

- A reforma ex officio (Art. 106 do EM) será aplicada aomilitar que:

a) atingir as seguintes idades-limite de permanência nareserva:

I - atingir as seguintes idades-limite de permanência nareserva:a) para Oficial-General, 68 (sessenta e oito) anos;b) para Oficial Superior, inclusive membros do MagistérioMilitar, 64 (sessenta e quatro) anos;c) para Capitão-Tenente, Capitão e oficial subalterno, 60(sessenta) anos; ed) para Praças, 56 (cinqüenta e seis) anos.

II - for julgado incapaz, definitivamente, para oserviço ativo das Forças Armadas;

• O militar da ativa julgado incapazdefinitivamente será reformado de maneiraproporcional com qualquer tempo de serviço,exceto no caso de acidente ou doença,moléstia ou enfermidade, sem relação decausa e efeito com o serviço.

• O militar da ativa julgado incapaz definitivamentepor acidente ou doença, moléstia ouenfermidade, sem relação de causa e efeito como serviço será reformado:

A) com remuneração proporcional ao tempo deserviço, se oficial ou praça com estabilidadeassegurada; e

B) com remuneração integral do posto ougraduação, desde que, com qualquer tempo deserviço, seja considerado inválido, isto é,impossibilitado total e permanentemente paraqualquer trabalho, inclusive na iniciativa privada

III - estiver agregado por mais de 2 (dois) anospor ter sido julgado incapaz, temporariamente,mediante homologação de Junta Superior deSaúde, ainda que se trate de moléstia curável;

IV - for condenado à pena de reforma previstano Código Penal Militar, por sentença transitadaem julgado;

LICENÇAS PARA O MILITARArt. 67. Licença é a autorização para afastamento total do serviço, emcaráter temporário, concedida ao militar, obedecidas às disposiçõeslegais e regulamentares.

§ 1º A licença pode ser:

a) especial; (Revogado pela MP nº 2.215-10/2001)

b) para tratar de interesse particular;

c) para tratamento de saúde de pessoa da família; e

d) para tratamento de saúde própria.

e) para acompanhar cônjuge ou companheiro(a).

PROVENTOS DO MILITAR INATIVO

- Até a Medida Provisória 2.215-10/2001, osmilitares que completassem 30 anos de serviço,ao serem transferidos para a inatividade,recebiam a remuneração correspondente aograu hierárquico superior ou melhoria damesma.

- Atualmente isso não é possível nas ForçasArmadas, existindo em vários casos de policiaismilitares dos Estados.

COMO É A REMUNERAÇÃO DO MILITAR?

- Art. 53, Lei 6.880/80

- Na ATIVA = soldo, gratificações e indenizaçõesregulares;

- Na INATIVIDADE = proventos, constituídos desoldo ou quotas de soldo e gratificaçõesincorporáveis e também adicionais;

DEPENDENTES DO MILITAR DAS FORÇAS ARMADAS

- Lei 3.765/60, com redação dada pela MP 2.215-10/2001 (art. 7º)

a) primeira ordem de prioridade:

– cônjuge; companheiro ou companheira designada ou que comprove uniãoestável como entidade familiar;

– pessoa separada judicialmente ou divorciada do instituidor ou a ex-convivente,desde que percebam pensão alimentícia;

– filhos ou enteados até 21 anos de idade ou até 24 anos de idade, se estudantesuniversitários ou, se inválidos, enquanto durar a invalidez; e

– menor sob guarda ou tutela até 21 anos de idade ou, se estudante universitário,até 24 anos de idade ou, se inválido, enquanto durar a invalidez.

b) segunda ordem de prioridade:

– a mãe/pai que comprovem dependência econômica do militar;

c) terceira ordem de prioridade:

– o irmão órfão, até 21 anos de idade ou, se estudante universitário,até 24 anos de idade, e o inválido, enquanto durar a invalidez,comprovada a dependência econômica do militar;

– a pessoa designada, até 21 anos de idade, se inválida, enquantodurar a invalidez, ou maior de 60 anos de idade, que vivam nadependência econômica do militar.

Habilitação dos beneficiários

A habilitação dos beneficiários obedecerá àordem de preferência. Logo, a concessão dapensão aos beneficiários de primeira ordem deprioridade (exceto o menor sob guarda oututela) exclui desse direito os beneficiários desegunda e terceira ordem de prioridade.

Divisão da pensão por morte

- Caso seja beneficiário único, a pensão será concedida integralmente. Casoexistam dois ou mais beneficiários com a mesma ordem de prioridade, apensão será repartida igualmente entre eles, ressalvadas as seguinteshipóteses:

1) A pensão será concedida integralmente ao cônjuge ou companheiro(a), oudistribuída em partes iguais entre estes e a pessoa separada judicialmente oudivorciada do instituidor ou a ex-convivente, legalmente habilitados, excetose existirem filhos, enteados ou menores sob guarda ou tutela;

2) Na existência de filhos, enteados ou menores sob guarda ou tutela, 50% dovalor da pensão caberá ao cônjuge ou companheiro(a) e a pessoa separadajudicialmente ou divorciada do instituidor ou a ex-convivente, sendo osoutros 50% rateados, em partes iguais, entre os filhos, enteados ou menoressob guarda ou tutela.

Fique atento

- A Lei 3.765/60 (Estatuto do Militar) previa a concessãoda pensão militar para vários beneficiários, como as filhassolteiras, ainda que maiores de idade, netos órfãos de paie mãe, a mãe viúva, solteira ou desquitada. Porém, noart. 31 da MP 2.215, ficou registrado que os militares jáque tivessem ingressado nas forças armadas até o dia29/12/2000, existia a possibilidade de optarem pelamanutenção do benefício na forma prevista na Lei3.765/1960. Nesse sentido, os que optaram pelamanutenção dos benefícios passaram a contribuir comuma parcela adicional de 1,5% sobre o total daremuneração.

DETALHE IMPORTANTE

- A relação de DEPENDENTES para fins depensão por morte é dada pelo art. 7º da Lei3.765/60 (alterada pela MP 2.215-01)

- Mas a relação de DEPENDENTES paraassistência médico-hospitalar continua sendoo rol do art. 50, §2º da Lei 6.880/60.

DEPENDENTES DO MILITAR- Art. 50, §2º, Lei 6.880/60

§ 2° São considerados dependentes do militar:

I - a esposa;

II - o filho menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou interdito;

III - a filha solteira, desde que não receba remuneração;

IV - o filho estudante, menor de 24 (vinte e quatro) anos, desde que não receba remuneração;

V - a mãe viúva, desde que não receba remuneração;

VI - o enteado, o filho adotivo e o tutelado, nas mesmas condições dos itens II, III e IV;

VII - a viúva do militar, enquanto permanecer neste estado, e os demais dependentes mencionados nos itens II, III, IV, V e VI deste parágrafo, desde que vivam sob a responsabilidade da viúva;

VIII - a ex-esposa com direito à pensão alimentícia estabelecida por sentença transitada em julgado, enquanto não contrair novo matrimônio.

§ 3º São, ainda, considerados dependentes do militar, desde que vivam sob sua dependência econômica, sob omesmo teto, e quando expressamente declarados na organização militar competente:

a) a filha, a enteada e a tutelada, nas condições de viúvas, separadas judicialmente ou divorciadas, desde quenão recebam remuneração;

b) a mãe solteira, a madrasta viúva, a sogra viúva ou solteira, bem como separadas judicialmente oudivorciadas, desde que, em qualquer dessas situações, não recebam remuneração;

c) os avós e os pais, quando inválidos ou interditos, e respectivos cônjuges, estes desde que não recebamremuneração;

d) o pai maior de 60 (sessenta) anos e seu respectivo cônjuge, desde que ambos não recebam remuneração;

e) o irmão, o cunhado e o sobrinho, quando menores ou inválidos ou interditos, sem outro arrimo;

f) a irmã, a cunhada e a sobrinha, solteiras, viúvas, separadas judicialmente ou divorciadas, desde que nãorecebam remuneração;

g) o neto, órfão, menor inválido ou interdito;

h) a pessoa que viva, no mínimo há 5 (cinco) anos, sob a sua exclusiva dependência econômica, comprovadamediante justificação judicial;

i) a companheira, desde que viva em sua companhia há mais de 5 (cinco) anos, comprovada por justificaçãojudicial; e

j) o menor que esteja sob sua guarda, sustento e responsabilidade, mediante autorização judicial.

§ 4º Para efeito do disposto nos §§ 2º e 3º deste artigo, não serão considerados como remuneração osrendimentos não-provenientes de trabalho assalariado, ainda que recebidos dos cofres públicos, ou aremuneração que, mesmo resultante de relação de trabalho, não enseje ao dependente do militar qualquerdireito à assistência previdenciária oficial.

ADMINISTRATIVO -MILITAR -FILHAS SOLTEIRAS -DEPENDENTES DO FALECIDOMILITAR -DIREITO AO FUSMA -ART. 50, § 2º, II, DA LEI 6.880/80 -ART. 3º DO DECRETO92.512/86.

I - E certo que o Estatuto dos Militares, Lei 6.880/80, inclui em seu art. 50, inc. IV, odireito do militar à assistência médico-hospitalar, para si e seus dependentes. Por suavez, o art. 3º do Decreto 92.512/86 também garante aos dependentes do militar odireito à assistência médico-hospitalar.

II - Os documentos dos autos demonstram que as apelantes são dependentes dofalecido militar, a teor do art.50, § 2º, II, da Lei 6.880/80. Assim sendo, entendo quetêm direito à assistência médico-hospitalar.

III - Portanto, as apelantes têm direito à inscrição no Fundo de Saúde da Marinha -FUSMA, com todos os direitos e deveres daí decorrentes.

IV -Apelação provida.

(TRF2 - APELAÇÃO CIVEL: AC 200851010118387 RJ 2008.51.01.011838-7, Relator(a): Juiz Federal ConvocadoMAURO SOUZA MARQUES DA COSTA BRAGA, Julgamento: 25/11/2009, Órgão Julgador: QUINTA TURMAESPECIALIZADA, Publicação: DJU - Data::15/12/2009 - Página::85)

PENSÃO POR MORTE DO MILITAR DAS FORÇAS ARMADAS

- Atualmente, o art. 50, IV, l, do EM dispõe que aconstituição de pensão militar é direito do militar.

- Nesse sentido, o art. 71 do EM estabelece que a pensãomilitar destina-se a amparar os beneficiários do militarfalecido ou extraviado e será paga conforme o dispostoem legislação específica.

- Em regra, todos os militares são contribuintesobrigatórios da pensão militar correspondente ao seuposto ou graduação,

LEI 6.880/80SEÇÃO VI

Da Pensão Militar

Art. 71. A pensão militar destina-se a amparar os beneficiários domilitar falecido ou extraviado (arts. 91 e 92 da Lei 6.880/80) e será pagaconforme o disposto em legislação específica.

§ 1º Para fins de aplicação da legislação específica, será consideradocomo posto ou graduação do militar o correspondente ao soldo sobre oqual forem calculadas as suas contribuições.

§ 2º Todos os militares são contribuintes obrigatórios da pensão militarcorrespondente ao seu posto ou graduação, com as exceçõesprevistas em legislação específica.

§ 3º Todo militar é obrigado a fazer sua declaração de beneficiáriosque, salvo prova em contrário, prevalecerá para a habilitação dosmesmos à pensão militar.

Art. 72. A pensão militar defere-se nas prioridades e condiçõesestabelecidas em legislação específica.

Do Desaparecido e do Extraviado

Art. 91. É considerado desaparecido o militar na ativa que, no

desempenho de qualquer serviço, em viagem, em campanha ou em

caso de calamidade pública, tiver paradeiro ignorado por mais de 8(oito) dias.

Parágrafo único. A situação de desaparecimento só será consideradaquando não houver indício de deserção.

Art. 92. O militar que, na forma do artigo anterior, permanecer

desaparecido por mais de 30 (trinta) dias, ser oficialmente consideradoextraviado.

• A contribuição para a pensão militar incidetambém sobre as parcelas que compõem osproventos na inatividade.

• A alíquota de contribuição para a pensãomilitar é de 7,5%. (art. 3ºA, Lei 3.765/60)

É permitida a acumulação:

1) de uma pensão militar com proventos de

disponibilidade, reforma, vencimentos ou

aposentadoria;

2) de uma pensão militar com a de outro

regime, observado o disposto no art. 37, X,

da CF/88;

PENSÃO NA PMMG

- Lei 10.366/90

Art. 23- O Valor global da pensão será igual ao estipêndio debenefício do segurado. (...)§ 2º O cônjuge divorciado, o separado judicialmente ou defato e o ex-companheiro, que percebiam pensão dealimentos, concorrerão à pensão em igualdade de condiçõescom os dependentes referidos no art. 10 desta Lei. (o filhorecebe pensão somente até 21 anos de idade)

Art. 24- Calculada na forma prevista no artigo anterior, apensão será distribuída aos dependentes em cotas iguais.

COMPARATIVO APOSENTADORIA E PENSÕES DE MILITARES DO BRASIL, EUA E REINO UNIDO

• BRASIL

- Condições de acesso: após 30 anos de serviço, sem idade mínima

- Forma de cálculo: Integral e equivalente ao último salário

-Pensões: a viúva recebe aposentadoria integral

• EUA

- Condições de acesso: após 20 anos de serviço, sem idade mínima

- Forma de cálculo: 2% do salário para cada ano se serviço

- Pensões: viúva e filhos até 17 anos (ou 22 anos, se apenas estudarem) recebem 55%do valor da aposentadoria

• REINO UNIDO

- Condições de acesso: após 30 anos de serviço, com idade mínima de 65 anos

- Forma de cálculo: equivalente ao salário final X número de anos de serviço X 1/70

- Pensões: a viúva recebe 62,5% do valor da aposentadoria. Se tiver filhos, recebe100%, até completarem 18 anos ou 23 anos se somente estudarem