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Prevenção e Controlo da Malária Durante a Gravidez 1 Prevenção e Controlo da Malária Durante a Gravidez Workshop para Profissionais de Saúde 2 Factos sobre a Malária 250 milhões de casos por ano em todo o mundo 9 em cada 10 casos registam-se em África Em África, morre uma pessoa vítima de malária a cada 10 segundos As mulheres e as crianças pequenas são os grupos de maior risco Afecta cinco vezes mais pessoas do que a SIDA, a lepra, o sarampo e a tuberculose em conjunto

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Prevenção e Controlo da Malária Durante a Gravidez 1

Prevenção e Controlo da

Malária Durante a Gravidez

Workshop para Profissionais de Saúde

2

Factos sobre a Malária

250 milhões de casos por ano em todo o mundo9 em cada 10 casos registam-se em ÁfricaEm África, morre uma pessoa vítima de malária a cada10 segundosAs mulheres e as crianças pequenas são os grupos de maior riscoAfecta cinco vezes mais pessoas do que a SIDA, a lepra,o sarampo e a tuberculose em conjunto

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Prevenção e Controlo da Malária Durante a Gravidez 2

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Factos sobre a Malária e a

Gravidez

Existem anualmente 25 milhões de mulheres Africanas grávidasnas áreas afectadas pela maláriaA malária é mais frequente e mais complicada durante a gravidezNas áreas onde a malária é endémica, a doença pode contribuir para:

Até 15% da anemia maternal8–14% de baixo peso à nascença30% de baixo peso à nascença “evitável”3–8% da mortalidade infantil

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Parceria para a Redução da

Malária

Parceria mundial lançada pela OMS, UNICEF, UNDP em 1998 para fornecer uma abordagem global coordenada para a luta contra a malária.Parceiros: governos, grupos privados, organizações de pesquisa, sociedade civil, comunicação social.Visão: Concretizar até 2015 os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (MDGs) relacionados com a malária. A malária já não é a principal causa de mortalidade e nem uma barreira para o desenvolvimento e crescimento social e económico em qualquer parte do mundo.

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Parceria Fazer Recuar a Malária

(RBM)

Prioridade: Evitar resultados fracos causados pelamalária na gravidezCimeira RBM Yaoundé 2005:

Plano estratégico tinha como alvo grupos vulneráveisMeta: até 2010, 80% das mulheres grávidas nas áreas de transmissão estável receberem TIP

Recursos e ferramentas de promoção gratuitos em: http://www.rbm.who.int

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Prevenção e Tratamento da

Malária na Gravidez

Estratégia da OMS:Uso de redes tratadas com insecticida (RTIs)Tratamento intermitente preventivo (TIP)Gestão de casos de mulheres com sintomas e sinais de malária Plataforma para estes serviços: cuidados pré-natais focalizados com educação sanitária sobre a malária

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Prevenção e Controlo da

Malária durante a Gravidez

Capítulo Um: Cuidados Pré-Natais Focalizados

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Cuidados Pré-Natais Focalizados:

Objectivos do Capítulo

Explicar as diferenças entre os cuidados especializados básicos, adicionais e iniciaisDescrever as quatro metas principais dos CPN focalizadosDescrever os elementos essenciais de um plano de prontidão para partos e complicações Discutir a frequência e coordenação das consultas CPN focalizadasDescrever os componentes de manutenção de registos para CPN Focalizados

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Cuidados Pré-Natais

Tradicionais

Enfatizam:Cuidados ritualísticos, “de rotina”

• Acções frequentemente não se baseiam em factos nem direccionadas a metas orientadas ao objectivo

Visitas frequentes

Não enfatizam as necessidades específicas das pacientesFrequentemente baseadas numa abordagem de risco

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Cuidados Pré-Natais Focalizados

Uma abordagem ao CPN que enfatiza:Acções baseadas nas evidências e orientadas para o objectivoCuidados individualizados e focalizados na grávidaQualidade vs. quantidade de consultasCuidados prestados por profissionais qualificados

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Acções Baseadas em Evidências,

Orientadas para Objectivos

Responder às questões de saúde mais prevalentesque afectem as mulheres e recém-nascidosAjustadas a populações/regiões específicas Adequadas à idade gestacionalCom base em razões firmes

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Cuidados Individualizados,

Centrados na Grávida

Com base nas:Necessidades e preocupações específicasCircunstânciasHistória, exame físico, testagemRecursos disponíveis de cada mulher

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Qualidade vs. Quantidade de

Consultas ANC

Estudo da OMS em diversos centros:Número de consultas reduzido sem afectar o resultado para a mãe e o bebé

Recomendações:Conteúdo e qualidade vs. número de consultasCuidados orientados para o objectivoMínimo de quatro consultas

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Deixaram de ser Recomendados

Numerosas consultas de rotina:Sobrecarga para as grávidas e para o sistema de saúde

Medições e exames de rotina:Altura e peso da grávidaEdema do tornozeloPosição fetal antes das 36 semanas

Cuidados baseados na avaliação dos riscos

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Abordagem de Risco

Não é uma estratégia eficaz de CPN porque:Não se podem prever complicações—todas as mulheres grávidas correm o risco de desenvolver complicaçõesOs factores de risco normalmente não são a causa directa das complicações

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Abordagem de Risco (cont.)

Muitas grávidas de “baixo risco” desenvolvem complicações:

Têm uma falsa sensação de segurançaNão sabem como reconhecer/resolver os problemas

Muitas grávidas de “alto risco” dão à luz sem quaisquer complicações:

Uso ineficiente dos escassos recursos

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Cuidados Prestados por um

Profissional Capacitado

Possui formação e experiência formaisPossui conhecimentos, capacidades e qualificações para prestar cuidados de saúde materna e neo-natal seguros e eficientesAtende ao domicílio, no hospital, centro de saúdePode ser uma parteira, enfermeira, médico, oficial clínico, etc.

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Âmbito dos CPN Focalizados

O âmbito dos serviços pré-natais inclui:Cuidados básicosCuidados para necessidades adicionaisCuidados especializados adicionais

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Cuidados Básicos

para todas as grávidas

Serviços que todas as grávidas deveriam receber para assegurar, apoiar e manter um ciclo de maternidade normal:

Detecção atempada das complicações, condições crónicas e outros problemas/potenciais problemasPromoção de saúde para facilitar praticas saudáveisApoio nutricionalProntidão para o parto/complicação Testagem/aconselhamento sobre HIV (excepto se a paciente“recusar”)Imunizações outras medidas preventivas

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Cuidados Adicionais

para algumas grávidas

Para responder a preocupações tais como desconfortoscomuns ou necessidades especiais durante a gravidezNecessidades especiais: condições ou factores pessoais/sociais a considerar no planeamento e implementação dos cuidadosExemplos de cuidados adicionais:

Aconselhamento sobre tópicos de saúde específicosResponder às necessidades das adolescentes grávidasCuidados com grávidas sero-positivas

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Cuidados Especializados Iniciais

para algumas grávidas

Algumas grávidas irão necessitar de cuidados especializadosiniciais para problemas mais graves ou complicações incluindo consultas CPN adicionais e/ou transferência Exemplos: complicações que representem risco de vida, por exemplo, malária grave, anemia ou hemorragia pré-natalNão inclui a gestão do problema, mas a estabilização e preparação para transferência para um nível de cuidados mais elevado

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Âmbito dos ANC Focalizados

A maioria das grávidas necessita somente destes serviços

Algumas grávidas tambémnecessitam destes serviços

Poucas grávidas necessitamdestes serviços

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Meta dos Cuidados Pré-Natais

Focalizados

Promover a saúde e sobrevivência materna e neo-natalatravés da:

Identificação e tratamento dos problemas sanitáriosexistentesDetecção precoce e tratamento de problemas e/oucomplicações resultantes da gravidezPreparação para o parto e prontidão para respondera complicaçõesPromoção da saúde e prevenção de doenças

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Identificação e Tratamento dos

Problemas Sanitários Existentes

A detecção atempada e tratamento de problemas que podem complicar a gravidez da mulher Avaliação dirigida:

O profissional de saúde entrevista, examina e testa a grávida para detectar sinais/sintomas de condições que sejam comuns na população a ser servida além das complicações associadas com a gravidez.

Fornecer (ou facilitar) o tratamento adequado

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Identificação e Tratamento dos

Problemas Sanitários Existentes (cont.)

Malária—historial e exame físico:A grávida vive numa área de transmissão de malária estávelou instável?Febre e sinais/sintomas paralelosCasos complicados vs. casos não complicados

Anemia grave—exame físico, testeHipertensão—medição da pressão arterial HIV aconselhamento e testagemInfecções sexualmente transmissíveis:

Incluindo triagem de sífilis (RPR) e outras

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Detecção Precoce de

Complicações e/ou Doenças

Outro componente da avaliação dirigida Detecção de sinais e sintomas de complicações maternas, por exemplo:

HemorragiaPré-eclampsia/eclampsiaParto prolongado/obstruídoSepsis/infecção

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Detecção Precoce de Complicações

e/ou Doenças (cont.)

Gestão de complicações ou gestão inicial eestabilização, incluindo medidas de salvaguarda da vida conforme necessárioFacilitar a gestão ou transferência para um nível de cuidados mais elevado

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Preparação para o Parto e Prontidão

para Responder a Complicações

Desenvolver plano de parto—para um parto normal e possíveis complicações:

Preparativos realizados com antecedência pela grávida e família(com o apoio do profissional qualificado)Geralmente não se trata de um documento escritoRevisto/verificado em cada consulta

Minimizar a desorganização no momento do parto ou em casode emergênciaGarantir cuidados apropriados e atempados

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Elementos Essenciais de um Plano

de Parto

Estabelecimento ou local do parto: Em casa ounuma unidade de saúde, estabelecimento apropriadopara emergênciasProfissional qualificado: Para assistir ao partoProfissional/estabelecimento de saúde: Informações para ContactoTransporte: Fiável, acessível, especialmente fora de horasFundos: Poupanças pessoais, fundos de emergênciaTomada de decisão: Quem tomará as decisões, especialmente numa emergência

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Elementos Essenciais de um Plano

de Parto (cont.)

Apoio da família e da comunidade: Cuidados paraa família durante a ausência da grávida e presença de um acompanhante durante o partoDoador de sangue: Em caso de emergênciaItens necessários: Para um parto limpo e seguroe para os cuidados com o recém-nascidoConhecimentos sobre: Sinais de perigo/Sinais de trabalho de parto em estágio avançado

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Sinais de Perigo na Gravidez

Sangramento vaginalDificuldades respiratóriasFebreFortes dores abdominaisCefaleia/visão turva gravesConvulsões/perda de consciênciaDores de parto antes das 37 semanas

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Promoção de Saúde e Prevenção

de Doenças

Informar e instruir a grávida utilizando mensagenssobre saúde e aconselhamento adequados às:

Necessidades, preocupações e circunstâncias individuaisIdade gestacionalQuestões de saúde mais prevalecentes

Apoiar a grávida na tomada de decisões e resoluçãode problemas existentes ou previstosEnvolver o companheiro e a família no apoio/adopçãode práticas de saúde

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Promoção de Saúde e Prevenção

de Doenças (cont.)

Prevenção da malária:Tratamento intermitente preventivo (TIP)Utilização de redes tratadas com insecticida (RTI)O que a família puder fazer para minimizar a proliferação/picada do mosquito

Outras questões importantes a serem discutidas incluem: Nutrição Cuidados desconfortos normais Uso de substâncias potencialmente nocivasHigieneRepouso e actividade

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Tópicos de Promoção de Saúde

Relações sexuais e sexo seguroAleitamento materno exclusivo nos primeiros mesesde vidaTestagem e aconselhamento sobre a infecção HIV:

A menos que ela “decida em contrário”

Planeamento familiar/coordenação e espaçamento saudável das gravidezes

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Prevenção de Doenças

Conjuntamente com mensagens de saúde, outroaspecto importante na promoção da saúde é o fornecimento de intervenções seguras e racionais para evitar determinadas condições

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Prevenção de Doenças (cont.)

Prevenção da malária:Tratamento periódico preventivo (TIP)Uso de redes tratadas com insecticida (RTIs), incluindo redes tratadas com insecticida de longa duração (RTILDs)

• Onde obter acesso

O que a família pode fazer para minimizar a proliferação/picadas do mosquito

Prevenção da transmissão do VIH de mãe-para-filho(PMTCT) se aplicável:

Seguir directrizes locais

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Prevenção de Doenças (cont.)

Evitar outras doenças/deficiências endémicas:Anemia:

Suplementos de ferro/ácido fólico e aconselhamento nutricionalTratamento presuntivo para infecção com ténia

Tétano: Vacina contra o tétano

Suplementos de vitamina A (de acordo com as directrizes nacionais):

Ajuda a evitar a cegueira nocturna e auxilia no crescimentoe desenvolvimento fetal

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Prevenção de Doenças (cont.)

Suplementos de iodo (de acordo com directrizes nacionais):

A deficiência de iodo é a principal causa de atrasos mentais e danos cerebrais evitáveis—especialmente no feto em desenvolvimento e crianças pequenas. Durante a gravidez, esta também aumenta as probabilidades de aborto espontâneo e nados mortos.

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Marcação e Periodicidade das

Consultas CPN

Primeira consulta: Até a 16ª semana ou quando a pacientese aperceber de que está grávidaSegunda consulta: por volta da 24ª e 28ª semana ou, pelo menos, uma vez no 2° trimestreTerceira consulta: por volta da 32ª semanaQuarta consulta: por volta da 36ª semanaOutras consultas: Em caso de complicações, ou se for necessária uma consulta de acompanhamento ou de encaminhamento, se a grávida desejar consultar o profissional de saúde ou se este alterar a frequência das consultas com base nas suas observações ou na política local

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Manutenção de Registos das

Consultas CPN

Necessário para:Monitorar adequadamente o estado da grávidaFornecer continuidade nos serviçosComunicação efectiva entre profissionais de saúde e locais de prestação de cuidados de saúde (em caso de transferência)

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Responsabilidades na

Manutenção de Registos

Local de prestação de cuidados de saúde:Estabelece e mantém um registo de cada grávidae ecém-nascido que recebem cuidados

Profissional de saúde:Recolhe a informação, regista-a, faz referências,e actualiza-a em cada consultaCertifica-se de que a informação seja precisa e esteja escrita de forma clara

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Manutenção de Registos

Registar toda a informação no boletim de CPN e no boletimclínico da grávida:

Primeira consulta de CPN:HistorialExame físicoTestagem adequada (ex., malária, VIH)Prestação de cuidados, incluindo TIP, TT, ferro/ácido fólicoDiscussão de mensagens de saúde, incluindo plano de parto, prevenção da malária (uso de RTIs) e sinais de alertaData da próxima consulta de CPN

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Manutenção de Registos (cont.)

Consultas de CPN seguintes:Historial provisórioExame físico direccionado, testesPrestação de cuidados, incluindo provisão de TIP,se necessárioMensagens de saúde (incluindo controle/revisão do plano de parto)Aconselhamento/testagem VIH caso não tenha sido anteriormente efectuado ou se a grávida assim o desejarData da próxima consulta de CPN

Prevenção e Controlo da

Malária Durante a Gravidez

Capítulo Dois: Transmissão da Malária

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Transmissão da Malária:

Objectivos do Capítulo

Definir malária e forma de transmissãoDescrever a extensão da malária em África no geral e no seu próprio paísComparar os efeitos da malária em área de transmissão estável e instávelEnumerar os efeitos da malária em grávidas e nos bebés ainda não nascidosDescrever os efeitos da malária em grávidas comVIH/SIDA

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Transmissão da Malária

Provocada por parasitas Plasmodium:Plasmodium falciparum:

O tipo mais comum na maioria dos países AfricanosCausa a doença mais grave

Plasmodium vivaxPlasmodium ovalePlasmodium malaria

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Transmissão da Malária (cont.)

Propaga-se através dos mosquitos Anopheles fêmeas infectadoscom parasitasOs mosquitos Anopheles geralmente estão activos durante a noiteMosquito infectado pica a pessoaOs parasitas da malária reproduzem-se no sangue humanoO mosquito pica uma pessoa infectada, e vai picar e infectar outra pessoa

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Mosquito Anopheles

Os mosquitos Anopheles diferem de outros mosquitos na forma como está posicionado o seu corpo. O corpo do Anopheles aponta para cima para o ar em linha recta, mas noutros mosquitos, a traseira está dobrada e aponta para baixo.

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Factores que Afectam a

Transmissão

Locais de reproduçãoParasitasClimaPopulação

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Locais de Reprodução

Águas estagnadas ou paradas:Pequenos lagos, valas, poços, e canaisPântanos, reservatórios, e campos de arrozPoças de águas depois de choverTanques de água descobertosCursos de água com pouco fluxo ao longo das margensPegadas de animais cheias de águaObjectos que armazenam água: latas, e recipientes, vazios

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Parasitas e Clima

É necessário que existam parasitas suficientes na população humana para infectar o mosquitoPara o mosquito sobreviver e o parasita se desenvolveré necessário que a temperatura seja em média entre os18–20°C e a humidade acima de 60%Quanto mais quente o tempo, mais rápido será o desenvolvimento do parasita

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População

Em África, os mosquitos Anopheles não voam paraalém de cerca de 1–2 km dos seus locais de reproduçãoAs pessoas devem estar perto ou a uma curta distância destes locais de reprodução para serem picadas pelo mosquito infectado

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Populações Mais Afectadas

Pela Malária

Crianças com menos de 5 anos de idade:Cerca de 70% dos óbitos por causa da malária

Mulheres grávidas:Mais propensas a serem infectadas relativamente às mulheres não grávidasMulheres na primeira ou segunda gravidez correm mais riscos

Bebés ainda não nascidosImigrantes provenientes de áreas de fraca transmissãoPessoas infectadas com o VIH

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Níveis de Transmissão-

Transmissão Estável

Locais onde a população está continuamente exposta à maláriaa uma taxa relativamente constanteA imunidade é desenvolvida durante a infânciaOs adolescentes e adultos são parcialmente imunes, apesar de poderem ter alguns parasitas no seu sangueA imunidade é reduzida durante a gravidez e pode-se perder quando as pessoas permanecem fora da área de transmissão elevada por muito tempoAs crianças e mulheres grávidas nas áreas de transmissão estável correm maior risco de ficarem doentes com malária

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Transmissão Estável

WHO 2004

Imunidade adquirida –elevada

Infecção assimptomática

Anemia

Sequestro placental integridade placental alterada

Menos transporte de nutrientes

Mortalidade materna Baixo peso à nascença Maior mortalidade infantil

• a 1ª e 2ª gravidez correm mais risco. Todas as mulheres grávidas HIV positivas estão sob maior risco.

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Níveis de Transmissão-

Transmissão Instável

A população não é exposta à malária com muita frequência A malária por vezes pode ser sazonal nestas áreas(por exemplo, estação chuvosa)A população desenvolve pouca ou nenhuma imunidadeCrianças, adultos, mulheres grávidas e não grávidas são igualmente susceptíveis

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Prevenção e Controlo da Malária Durante a Gravidez 29

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Níveis de Transmissão-

Transmissão Instável (cont.)

A malária durante a gravidez pode ser muito grave; podem ocorrer complicações num curto período As mulheres grávidas normalmente apresentam sinais/sintomas clínicos e algumas vezes malária grave,o que representa um risco de vidaResultados comuns da infecção com malária em áreas instáveis: Abortos, nados mortos e baixo peso ànascença

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Transmissão Instável

Imunidade adquirida—baixa ou inexistente

Doença clínica

Doença grave

Risco para a mãe Risco para o feto

• Todas as gravidezes correm risco

• Estratégias Chave de Intervenção: Reconhecimento da doença e gestão dos casos

WHO 2004

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Prevenção e Controlo da Malária Durante a Gravidez 30

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Níveis de Transmissão -

Transmissão Mista

Podem ocorrer diversos níveis de transmissão dentro de um país ou região Dentro de uma região malárica (tal como a África Austral) podem existir áreas sem malária Os factores que afectam a transmissão incluem a temperatura, humidade e altitude:

O tempo de vida do mosquito aumenta com a humidade elevada, enquanto o tempo frio (abaixo de 16°C) retardao desenvolvimento do parasita da malária

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Efeitos da Malária nas Grávidas

Todas as grávidas que vivem em áreas endémicas de malária encontram-se em risco Os parasitas atacam e destroem os glóbulos vermelhosA malária é a causa de até 15% de anemia durante a gravidezPode provocar anemia graveEm África, a anemia provocada pela malária é a causa de cerca de 10.000 óbitos de mulheres por ano

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Prevenção e Controlo da Malária Durante a Gravidez 31

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Efeitos da Malária nas Grávidas

(cont.)

Os efeitos variam de ligeiros a graves, dependendodo nível de transmissão da malária num determinado cenário e do nível de imunidade da grávidaO nível de imunidade depende de diversos factores:

Intensidade da transmissão da maláriaNúmero de gravidezes anterioresPresença de outras condições, tais como o VIH, que pode diminuir a reacção imunitária durante a gravidez

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VIH/SIDA durante a Gravidez

Reduz a resistência da grávida à maláriaAumenta a probabilidade de desenvolver malária clínicaFaz com que o tratamento da malária seja menos eficazAumenta o risco de problemas associados com a malária durante a gravidezAumenta o risco de restrição do crescimento intra-uterino Aumenta o risco de parto prematuro Aumenta o risco de anemia materna

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Prevenção e Controlo da Malária Durante a Gravidez 32

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VIH/SIDA e Malária

As grávidas que estejam co-infectadas com o VIH e malária correm um risco elevado de anemia e infecção da placenta com malária Os seus recém-nascidos estão por este motivo mais propensos a terem baixo peso à nascença e a morrerem durante a infância

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Integração dos Serviços de Malária e

VIH: Recomendações da OMS

A protecção com RTIs é uma prioridade importanteMulheres sero-positivas com risco de malária deveriam receber TIP com SP (pelo menos 3 doses ou conforme directrizes nacionais) ou com profilaxia de cotrimoxazole:

NÃO dar SP a pacientes tratados diariamente com cotrimoxazoleDeverá existir uma colaboração entre os programas de saúde reprodutiva com os programas de controlo do VIH e malária para assegurar a prestação de serviços integrados:

Aconselhamento e cuidados dirigidos para a prevenção/tratamento tanto da malária como do VIHFerramentas de diagnóstico apropriadas para ambas doenças, antiretrovirais, e antimaláricos disponíveis a todos os níveis do sistema de cuidados de saúde

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Prevenção e Controlo da Malária Durante a Gravidez 33

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Malária e Anemia Falciforme

Pessoas com anemia de tracto falciforme têm alguma resistência contra a malária falciparum, especialmentena primeira infânciaApesar de poderem ter protecção, continua a ser importante que as pessoas com anemia do tracto falciforme recebem TIP e usem RTIs e outras medidas preventivas

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Efeitos da Malária em Bebés ainda

não Nascidos

Durante a gravidez, os parasitas da malária ocultam-sena placentaIsto interfere com a transferência de oxigénio e de nutrientes parao bebé, aumentando o risco de:

Aborto espontâneoParto prematuroBaixo peso à nascença—o maior factor de risco demorte no primeiro mês de vidaNado-morto

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67

Efeitos da Malária nas

Comunidades

É a causa de ausência no trabalho e redução do salárioÉ a causa de frequentes ausências escolaresPode causar anemia crónica nas crianças, inibindo o crescimentoe desenvolvimento intelectualafectando a produtividade futuraUtiliza recursos escassosSobrecarrega os recursos financeiros (o tratamento é mais custoso que a prevenção)Medicamentos (custo)Provoca mortes evitáveis, especialmente entre crianças e mulheres grávidas

68

Resumo dos Pontos Principais

A malária transmite-se através da picada do mosquitoAs grávidas e as crianças são as mais afectadasAs grávidas infectadas com malária podem não apresentar sintomasAs grávidas com VIH/SIDA correm mais riscos de infecção com malária

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69

Resumo dos Pontos Principais

(cont.)

A malária pode causar anemia grave, abortoespontâneo, baixo peso à nascençaÉ possível prevenir a maláriaÉ possível tratar a malária

Prevenção e Controlo da

Malária Durante a Gravidez

Capítulo Três : Prevenção da Malária

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71

Prevenção da Malária:

Objectivos do Capítulo

Enumerar os três elementos da prevenção e controlo damalária e acordo com a estratégia da OMS para Malária Durantea Gravidez (MDG)Enumerar os elementos para aconselhar as grávidas a utilizarem redes tratadas com insecticida (RTI) e Tratamento intermitente preventivo (TIP) durante a gravidez e outros meios de prevençãoda maláriaDescrever a utilização de sulfadoxina-pirimetamina (SP) para o TIP, incluindo dosagem, coordenação e contra-indicações

72

Estratégia da OMS/AFRO para a

Prevenção da Malária

Projectada para se adequar à maioria dos cenários Africanos com directrizes para adaptá-la à situação localBaseada no facto de a maioria dos Países da África sub-saariana representarem área de transmissão estável

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Estratégia da OMS/AFRO para a

Prevenção da Malária (cont.)

Redes tratadas com insecticida (RTIs)Tratamento periódico preventivo na gravidez (TIPg)Gestão de casos de malária e anemia

74

Redes Tratadas com Insecticida

Muito eficazes porque os mosquitos picam à noitequando a grávida está a dormirReduzem o contacto humano com os mosquitos por:

Matá-los quando aterram na rede, ou Repelindo-os, além de afastá-los para longe de ondeas pessoas estão a dormir

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Redes Tratadas com Insecticida

(cont.)

Evitam o contacto físico com os mosquitosMatam ou repelem outros insectos:

PiolhosCarraçasPercevejos

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Redes Tratadas com Insecticida

(cont.)

Redes sem tratamentoFornecem alguma protecção contra a maláriaNão matam nem repelem os mosquitos em contacto com a redeNão reduzem o número de mosquitosNão matam outros insectos como piolhos, carraças e percevejosSão seguras para a grávida, crianças e bebés

Redes tratadas com insecticidaFornecem um alto nível de protecção contra a maláriaMatam ou repelem os mosquitos em contacto com a redeReduzem o número de mosquitos no interior/exterior da redeMatam outros insectos como os piolhos, e percevejosSão seguras para a grávida, crianças e bebés

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Benefícios das Redes Tratadas

com Insecticida

Evitam as picadas do mosquitoProtegem contra a malária, reduzindo a:

AnemiaPrematuridade e baixo peso à nascençaRisco de morte para a mãe e o recém-nascido

Ajudam as pessoas a terem um sono mais tranquiloPromovem o crescimento e desenvolvimento do feto e do recém-nascido

78

Benefícios das Redes Tratadas

com Insecticida: Comunidade

Custam menos do que tratar a maláriaReduzem o número de crianças e adultos doentes (ajudando as crianças a crescer saudáveis e os adultos activos a manterem-se produtivos)Reduzem o número de óbitos

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Onde Encontrar as Redes

Tratadas com Insecticida

Comércio geralDrogarias/farmáciasMercadosUnidades de saúde públicas e privadasProfissionais de saúde comunitáriosONGs, organizações baseadas na comunidade

80

Como Utilizar as Redes Tratadas

com Insecticida

Suspensas sobre a cama ou a esteiraPresas sob o colchão ou esteiraTodas as noites, durante todo anoSe possível, devem ser utilizadas por todos, dando prioridade às grávidas, bebés e crianças

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81

Redes Tratadas com Insecticida

RTI presa sob a cama RTI presa sob o colchão

82

Cuidados a Ter com as Redes

Tratadas com Insecticida

Manusear com cuidado para evitar rasgõesManter a rede presa durante o dia para evitar danificá-laVerificar regularmente que não tenha buracos, devendo ser reparada se estes forem encontradosPara se manterem eficazes, as redes devem ser tratadas regularmente com insecticidaManter a rede afastada do fumo, fogo e da luz directa do sol

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83

Redes Tratadas com Insecticida

de Longa Duração (RTILDs)

Uma rede pré-tratada, pronta a usar que dura entre 3 e 5 anos (dependendo do tipo) e não necessita ser retratada durante esse período Comparado com as RTIs, as redes de longa duração:

Normalmente só têm um único custoNão necessitam de tratamento adicionalPoupam dinheiro na medida em que não existem custos adicionais associados com o re-tratamento, campanhas dere-tratamento ou insecticidas adicionais

84

Tratamento intermitente

preventivo (TIP)

Com base na assumpção de que todas as grávidas que vivem numa área de elevado grau de transmissão da malária têm parasitas da malária no seu sangue ou placenta, quer apresentem sintomas de malária ou não.

Embora uma grávida com malária possa não apresentar sintomas, ela e o seu bebé podem mesmo assim ser afectados pela doença.

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Tratamento intermitente

preventivo (TIP): Use

OMS 2004:Todas as grávidas deveriam receber pelo menos duas doses sulfadoxina-pirimetamina (SP) durante as consultas CPNAdministrar a primeira dose depois de sentir os movimentos do feto e não antes da 16ª semana de gestaçãoAdministrar a 2ª dose pelo menos 1 mês (4 semanas) mais tarde

Evitar que os parasitas ataquem a placenta ajuda o feto a desenvolver-se naturalmente e evita o baixo peso à nascença.

86

Tratamento intermitente

preventivo: Dose e Periodicidade

Uma única dose é composta por três comprimidosde sulfadoxina 500 mg + pirimetamina 25 mgO profissional de saúde deve fornecer a dose e observar pessoalmente a paciente enquanto a toma

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Instruções para Administrar o

Tratamento intermitente preventivo

Certificar-se de que a grávida está, pelo menos, na 16ª semanade gravidez e que já começou a sentir os primeiros movimentos fetaisInterrogar a grávida sobre a utilização de SP nas últimas 4 semanasInterrogar a grávida sobre a existência de alergias à SP ou outros medicamentos sulfa (especialmente, erupções graves)Explicar o que vai ser feito; responder às perguntas da grávidaProvidenciar um copo e água potável

88

Instruções para Administrar

o TIP

Observar pessoalmente a grávida enquanto ingere ostrês comprimidos de SPRegistar a dose de SP no boletim de CPN e no boletim clínico da grávidaInformar a grávida sobre quando deve regressar:

Para a próxima consulta marcadaSe observar sinais de maláriaSe observar outros sinais de perigo

Reforçar a importância da utilização de RTIs

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TIP: Contra-indicações da SP

NÃO prescrever durante o primeiro trimestre: Certificar-se de quejá ocorreram os primeiros movimentos fetais e a grávida está, pelo menos, na 16ª semana de gravidezNÃO administrar em grávidas com historial de alergia à SP oua outros medicamentos sulfa: Antes de administrar a SP, perguntar à grávida se já teve alergias provocadas por medicamentos sulfaNÃO prescrever a grávidas que estejam a tomar co-trimoxazole ou outros medicamentos com sulfa: Antes de prescrever a SP, perguntar à grávida se está a tomar estes medicamentosNão administrar a SP mais do que uma vez por mês: Certifique-se de que passou, pelo menos, 1 mês desde a última dose de SP

90

Pulverização Residual de

Interiores (PRI)

Objectivo principal: reduzir a transmissão da malária atravésda redução da sobrevivência dos mosquitos que entrem em casas e dormitóriosUma intervenção eficaz quando se verificarem as seguintes condições:

Um grande número de estruturas numa área possuem superfícies adequadas pulverizáveisA maioria da população vector vive em interiores

• Grande parte dos vectores da malária em África vivem em interiores

O vector é susceptível ao insecticida em uso Os profissionais de saúde devem estar actualizados sobre quaisquer programas de PRI locais nas suas áreas e educar as pacientes em conformidade

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Outras Formas de Evitar a

Malária

Vedar portas e janelas com malha/redes metálicas ou de nylonpara evitar que os mosquitos entrem na casaEvitar sair de casa depois de anoitecer; quando sair de noite:

Vista roupa protectora cobrindo braços e pernasAplique creme repelente químico de mosquito na superfície da pele expostaUse serpentinas para mosquito que libertem fumo; o fumo mantém os mosquitos longe ou mata-os quando estes voam através dela

Pulverize os quartos com insecticida antes de deitar:Eficaz somente por poucas horas, portanto pulverize em combinação com outras medidas, tais como colocar redes nas portas e janelas

Matar fisicamente os mosquitos no interior esborrachando-os

92

Resumo dos Principais Pontos

Existem várias formas de evitar as picadas e reduzir os locais de reprodução do mosquitoDormir sob RTIs; onde disponíveis, as RTILDs são preferíveis na medida em que duram mais e não necessitam de re-tratamentoO uso de TIP evita que os parasitas ataquem a placentaO TIP ajuda a evitar a malária e reduze a incidência da anemia maternal, abortos espontâneos, parto prematuro, nados mortos e baixo peso à nascençaOs programas de PRI podem ser eficazes para reduzir o número de mosquitos que transmitem a malária; eles não substituem as RTIs e o TIP, mas apoiam e aumentam estes esforços

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Prevenção e Controle da

Malária Durante a Gravidez

Capítulo Quatro: Detecção eTratamento

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Detecção e Tratamento da

Malária: Objectivos do Capítulo

Explicar porque a auto-detecção/tratamento pode levar a que otratamento falhe ou ocorra infecção recorrenteDescrever os tipos de teste de detecção disponíveis para a malária e suas vantagens e desvantagensIdentificar outras causas de febre durante a gravidezListar os sinais e sintomas de malária grave e não complicada durante a gravidezDescrever o tratamento da malária não complicada durante a gravidezExplicar as etapas para encaminhar adequadamente uma grávida com malária complicada

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Detecção da Malária

Normalmente, com base nos sinais e sintomas da paciente, historial clínico e exame físico e/ou confirmação laboratorial do parasita da malária, se disponívelA detecção precisa e precoce leva a:

Detecção diferencial melhorada da doença febrilGestão melhorada da doença não maláricaGestão eficaz dos casos de malária

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Auto-Detecção

Pacientes com sintomas frequentemente confiam naauto-detecção e tratamentoPor os sintomas serem similares àqueles de outrosmal-estares comuns, é possível um diagnóstico erradoA prevalência de infecções assintomáticas torna a auto-detecção ainda mais complexa A paciente pode tomar medicamentos errados, ou os medicamentos certos em doses incorrectas ou fora da duração recomendada

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Auto-Detecção e Tratamento

Quando uma paciente fez auto-tratamento e apresentasintomas de malária ou diz que os sintomas pioraram/recorreram,é possível que ela:

Auto-tratou-se com o medicamento ou dose incorrectaNão concluiu o tratamentoPode ter recebido instruções de tratamento incorrectas (ou não entendeu as instruções)Recebeu medicamentos piratas ou de baixa qualidade (isto pode acontecer até nos centros de saúde)

Frequentemente as pacientes podem comprar medicamentos sem receita ou verificação do diagnóstico nas farmácias, lojas locais,

quiosques de estrada e outros locais de fácil acesso.

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Testagem e Detecção

A detecção parasitológica tem várias vantagensimportantes incluindo:

Evita o desperdício de medicamentos através do tratamento desnecessário, resultando na redução de custosMelhora os cuidados para pacientes com parasitas devidoa uma maior certeza no diagnóstico da maláriaEvita exposição desnecessária aos medicamentos contraa maláriaConfirma o tratamento sem sucesso

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Métodos de Testagem e Detecção

Os dois métodos de testagem e detecção da maláriasão a testagem microscópica leve e o diagnóstico rápido (TDR)Uma vez que a grávida apresente sintomas de malária e seja testada, os resultados deveriam estar disponíveis em pouco tempo (< 2 horas). Quando isto não for possível, ela será tratada com base no diagnóstico clínico(OMS 2006)

100

Testagem e Detecção:

Microscópio

“Padrão de ouro” para a confirmação laboratorial da malária Exame do sangue da paciente, colocado como esfregaçosanguíneo sobre um filme microscópicoConfirma a presença do parasita da malária e logo o diagnóstico da malária Útil também quando a paciente apresenta sintomas vagos

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101

Película Fina

Frequentemente preferida para exames de rotina para estimar o número de parasitas por os organismos serem facilmente vistos e contadosInadequada para detectar baixas densidades de parasitas

102

Película Espessa

Concentra as camadas de glóbulos vermelhos nalâmina, utilizando cerca de 2 a 3 vezes mais sangue do que a película finaMelhor do que a película fina para detectar níveis baixos de parasitas e reaparição de parasitas circulantes durante recaídas Exige um técnico experiente porque a detecção de parasitas no meio de glóbulos brancos e plaquetas pode ser difícil

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103

Testagem de Detecção

Se não existirem locais para testagem do sangue ou seos resultados laboratoriais forem negativos, a malária seráconsiderada o diagnóstico mais provável numa grávida que tenha estado recentemente exposta à picada do mosquitoe que apresente sintomas de malária.

104

Testagem de Detecção Rápida

(TDR)

Desenvolvida para fornecer um diagnóstico de malária rápido, fiável e acessível sem recorrer a instalações laboratoriais Os programas de TDR bem sucedidos necessitam de:

Uma “câmara de frio” para transporte e armazenamentoFormação dos profissionais de saúde Uma política clara em termos de acções a serem tomadas com base nos resultados do teste

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105

Potenciais Utilizações do TDR

Detecção pelos profissionais de saúde sem acesso a serviços de microscopia Detecção remota para mão-de-obra organizada em área de malária endémica:

Por exemplo, forças armadas ou empresas de mineração

Investigação e estudos da eclosão e prevalência da maláriaAuto-detecção por pessoas ou grupos formadosDetecção “fora de horas” em laboratórios hospitalares ou clínicasDetecção da suspeita de malária resistente aos medicamentos ou insensível

106

Interpretação dos Resultados

do TDR

Sempre que usar TDRs, lembre-se que um resultado negativo nem sempre exclui a malária porque:

Pode haver parasitas insuficientes para registar um resultado positivoO TDR pode ter sido danificado, reduzindo a sua sensibilidadeA doença pode ter sido causada por outra espécie de parasita da malária que o TDR não tenha sido projectado para detectar

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107

Interpretação dos Resultados

do TDR (cont.)

Um resultado positivo nem sempre significa infecçãocom malária porque:

O antígeno às vezes pode ser detectado depois de os parasitas terem morrido (por exemplo, depois do tratamento) ou devido à persistência de gametócitos da malária que não causam a doençaA presença de outras substâncias no sangue às vezes pode produzir uma falso resultado positivoA presença de parasitas nem sempre significa malária em pessoas com imunidade elevada uma vez que pode haver outras causas para a febre

108

Manutenção de uma

“Câmara Fria”

O armazenamento entre 2°C e 30°C é recomendado pelos produtores de TDRsOs prazos de validade geralmente são definidos de acordo com estas condiçõesSe as temperaturas de armazenamento excederem os limites recomendados, é provável que a vida do TDR na prateleira seja reduzida e a sensibilidade perdida antes da data de expiração

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109

Manutenção de uma

“Câmara Fria” (cont.)

A “câmara fria” inicia antes do envio da remessa pelo fabricante:O transportador aéreo ou marítimo é informado sobre os requisitos de temperatura de armazenamento e existem marcaçõesclaras nas caixas e documentos

Transporte terrestre:Atenção com as temperaturas exteriores enquanto a viatura estiverem movimento e estacionada durante todas as etapas da entrega

Armazenamento:O armazenamento em qualquer etapa antes de chegar ao destinofinal deverá estar em conformidade com a especificações do fabricante, que é normalmente <30°C

110

Indicações para a Testagem de

Detecção

Para as grávidas, recomenda-se um diagnóstico parasitológicoantes de iniciar o tratamento:

Aquelas que vivem ou vêm de áreas de transmissão instável são as candidatas mais propensas a malária grave, que pode constituir um risco de vida

Como um teste da cura em pacientes que tenham sido tratadas para malária mas que ainda não apresentem sintomas:

Se o tratamento foi o adequado, as pacientes podem ter sidore-infectadas ou têm outro problema que provoca sintomas similaresMedicamentos falsificados ou de má qualidade também podem ser a causa de o tratamento ter falhado

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111

Diagnóstico Clínico

Com base nos sintomas da paciente e nasconstatações físicas do exameOs primeiros sintomas de malária e constatações físicas frequentemente não são específicos e são comuns a outras doenças

112

Sintomas da Malária

Os sintomas mais comuns da malária são:FebreArrepiosCefaleiasDores musculares/articulares

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Prevenção e Controlo da Malária Durante a Gravidez 57

113

Malária Grave

Na malária grave (causada pelo Plasmodium falciparum),as constatações clínicas são mais evidentes e aumentaro índice de suspeita de maláriaE, na maioria dos casos as primeiras constatações clínicas na malária não são típicas e podem precisar de confirmação por teste laboratorial

114

Sinais/Sintomas de Malária Grave

ConfusãoComaSinais neurológicos focaisAnemia graveDificuldades respiratórias

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115

Recomendações para

Diagnóstico Clínico

Onde o risco de malária for reduzido, o diagnóstico clínico da malária sem complicações deveria basear-se no grau de exposição à malária e num historial de febre nos 3 dias anteriores sem indicações de outras doenças graves

116

Recomendações para

Diagnóstico Clínico (cont.)

Nas áreas onde o risco de malária seja elevado, o diagnóstico clínico deveria basear-se num historial de febre nas 24 horas anteriores e/ou na presença de anemia

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117

Definição do Tratamento

Presumptivo

Pacientes que sofram de febre sem causas óbvias são consideradas como tendo malária e tratadas, somente com base na suspeita clínica, e sem os benefícios da confirmação laboratorial

118

Tratamento Presumptivo (cont.)

Ditado por considerações práticas e permite o tratamento de uma doença potencialmente fatalFrequentemente pode levar a diagnósticos incorrectos e ao uso desnecessário de medicamentos anti-maláricos:

Resulta em despesas adicionais e aumenta o risco de seleccionar parasitas resistentes aos medicamentos Para crianças e grávidas, pode ser a melhor opção quando a testagem para detecção não estiver disponível

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119

Febre durante a Gravidez

38°C ou mais de temperaturaPode ser causada pela malária, mas também por:

Infecção na bexiga ou infecção renalPneumoniaTifóideInfecção uterina

É necessário obter um historial e exame físico cuidadosos para excluir outras causas

120

Febre durante a Gravidez (cont.)

Perguntar ou examinar à procura de:Tipo, duração, grau de febreSe ela tem ou teve:

Calafrios/rigoresEpisódios de febre altaAtaques/convulsões

Tirar a temperatura da paciente

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121

Também perguntar sobre:

Sinais de malária grave Sinais de outras infecções:

Dor no peito/dificuldade respiratóriaCorrimento vaginal aquoso e com cheiro desagradávelAbdómen ou útero sensível/moleVontade frequente/urgente de urinar, dor ao urinar

Qualquer fluido a sair da vagina/ruptura das membranasCefaleiasDores musculares/articulaçõesTose seca ou com secreção Dores no peito e/ou dificuldades respiratóriasOutros sinais de perigo

122

Tipos de Malária

Sem complicações:A mais comum

Grave:Risco de vida, pode afectar o cérebroAs grávidas correm maiores riscos de contrair malária complicada do que as mulheres que não estão grávidas

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123

Identificação da Malária na

Grávida

Malária Sem ComplicaçõesFebreTremores/arrepios/calafriosCefaleiasDores musculares/articularesNáuseas/vómitosFalso trabalho de parto

Malária GraveSinais de malária não complicada Eum ou mais dos sintomas seguintes:

Confusão/Tonturas/ComaRespiração rápida/Falta de fôlego/dispnéiaVomitar cada refeição/incapaz de se alimentarInterior das pálpebras, interior da boca, língua e palmas pálidasIcterícia

124

Identificação da Malária na

Grávida (cont.)

Transferir a grávida imediatamente

quando se suspeitar de que não se trata de

malária sem complicações

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125

Gestão de Casos

Apesar das medidas preventivas, algumas grávidasainda são infectadas com maláriaO objectivo do tratamento da malária durante a gravidez: Eliminar completamente a infecção porque qualquer quantidade de parasitas no sangue pode afectar a mãe e o feto

126

Gestão de Casos (cont.)

Determinar se a malária é grave ou não Sem complicações: Controlar de acordo com o protocolo nacionalGrave: Transferir imediatamente a paciente para cuidados mais especializados; considerar a administração da primeira dose do tratamento antimalárico, se disponível, e certificar-se de que o profissional de saúde foi formado paraadministrá-lo

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127

Gestão de Casos: Medicamentos

A selecção do tratamento baseia-se:Na idade gestacional da gravidezNos medicamentos disponíveis:

Os medicamentos aprovados para o tratamento da malária de acordo com as directrizes nacionais

128

Terapia Combinada

O Plasmodium falciparum desenvolveu resistência àterapia com um só medicamento, resultando em tratamento ineficaz e no aumento da morbidade e mortalidade A OMS agora recomenda que os países usem uma combinação de medicamentos para lutar contra a maláriaA resistência aos medicamentos é muito menos provável com a terapia combinada do que nos tratamentos com um só medicamento

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129

Tipos de Terapia Combinada

Terapia Combinada com base em Artemisinina (TCA):O uso simultâneo de medicamentos que incluem um derivado da artemisinina juntamente com outro medicamento antimalárico Esta combinação é actualmente o tratamento de malária mais eficaz Para o segundo e terceiro trimestres, a TCA deverá ser o tratamento de primeira linha, se disponível, e em linha com o protocolo local

130

Tipos de Terapia Combinada

(cont.)

Terapia Combinada diferente da Artemisinina: Sulfadoxina-pirimetamina com cloroquina (SP + CQ) OUAmodiaquina(SP + AQ)Devido aos níveis elevados de resistencia à CQ, a combinação SP + CQ não é recomendadaSe não houver TCA, e tanto a SP e AQ sejam eficazes (eficácia maior do que 80%), então SP + AQ podem ser usadas como uma medida provisória (OMS 2006)Pacientes que não recebam TCA contendo SP para o tratamentoda malária:

Podem continuar a receber TIP mas deverão esperar pelo menos 1 mês depois de concluir o tratamento para tomar a dose seguinte de TIP; vide directrizes locais para mais pormenores

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Prevenção e Controlo da Malária Durante a Gravidez 66

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Selecção do Tratamento

Seguir as directrizes locais relativas a qual terapia combinada usar (se existentes) e como usá-las Para a malária sem complicações no 1° trimestre e paraa malária grave em qualquer trimestre, o quinino é o medicamento aconselhávelSe as TCA forem o único tratamento eficaz disponível, estas podem ser usadas no primeiro trimestre

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Tratamento da Malária Sem

Complicações

Primeiro trimestre:Quinino 10 mg sal/kg peso corporal três vezes por dia + clindamicina 10 mg/kg peso corporal duas vezes por dia durante7 dias

Se a clindamicina não estiver disponível, usar somente o quininoA TCA pode ser usada se for o único tratamento eficaz disponível

Segundo e terceiro trimestres:Uso de TCA reconhecido como eficaz no país/região, OUArtesunato + clindamicina (10 mg/kg peso corporal duas vezes por dia) durante 7 dias, OUQuinino + clindamicina durante 7 dias

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Prevenção e Controlo da Malária Durante a Gravidez 67

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Tratamento da Malária Sem

Complicações (cont.)

Observar a paciente a tomar os fármacos anti-maláriaAconselhar a paciente a:

Tomar devidamente os medicamentosVoltar à consulta se não se sentir melhor passadas 48 horasConsumir alimentos ricos em ferroUtilizar RTIs e outras medidas de prevenção

Seguir directrizes nacionais respeitantes ao uso de TIP e ferro/ácido fólico durante e depois do tratamento da malária

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Tratamento da Malária Sem

Complicações (cont.)

Providenciar fármacos antimalária de primeira linhaSeguir as directrizes do país

Controlar a febre Analgésicos, aplicação de compressas de água tépida

Diagnosticar e tratar a anemiaProvidenciar líquidos

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Prevenção e Controlo da Malária Durante a Gravidez 68

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Malária Grave

Estabilizar e transferir imediatamente a grávida se estativer quaisquer sintomas que sugiram que ela tenha malária grave.

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Convulsões ou Ataques

Se uma grávida apresentar convulsões, é necessário determinar se estas se devem à malária ou eclampsia Recolha a seguinte informação para determinar a causa das convulsões/ataques

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Determinação das Causas

das Convulsões

NãoSimIcterícia

NãoSimBaço inchado

Diastólica > 90 mm Hg

Diastólica < 90 mm Hg

Pressão arterial

< 38° C> 38° CTemperatura

NãoSimHistorial recente de febres/calafrios

EclampsiaMalária GraveSinais/Sintomas

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Tratamento de Convulsões

Se se suspeitar de eclampsia, estabilizar e tratar com sulfato de magnésio conforme as directrizes nacionaise transferirSe se suspeitar de malária grave, estabilizar e tratar com quinino e diazepam ou conforme as directrizes nacionais e transferir

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Malária Grave:

Tratamento Pré-Transferência

O risco de morte causada pela malária grave é maior nas primeiras24 horasAtrasos no início do tratamento antimalárico adequado pode resultar no agravamento do estado da grávida ou mesmo em morteSe possível, iniciar o tratamento imediatamente e administrar àgrávidaa dose completa de antimaláricos parenterais antes da transferênciaPrimeiro trimestre:

O quinino é o fármaco recomendado, mas o artesunato tambémé uma opção

Segundo e terceiro trimestres:O artesunato IM ou IV é a primeira e o artemeter a segunda opçãoA administração rectal do artesunato ou artemeter pode ser feita se não for possível injectá-los

WHO 2006

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Preparação da Transferência

Explicar a situação à paciente e à sua famíliaAdministrar o tratamento pré-transferência se possívelSe possível, ajudar a encontrar transporte para a outra unidade de saúdeSe possível, acompanhar a grávida durante o transporte,e certificar-se de existência de medicação suficiente disponível Registar a informação no cartão CPN e no registo clínico

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Prevenção e Controlo da Malária Durante a Gravidez 71

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Nota de Transferência

Incluir a seguinte informação na sua nota de transferência:Breve historial do estado da pacientePormenores sobre qualquer tratamento prescrito Motivo da transferênciaObservações significativas a partir do historial, exame físico, ou análise laboratorialQualquer pormenor relevante sobre a actual gravidezCópia do registo de CPN da paciente, se possívelPormenores de contacto para o caso de o profissional ou centro de saúde para onde é encaminhada a paciente tiverem alguma dúvida

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Resumo dos Pontos Principais

A malária sem complicações pode ser facilmentetratada se for detectada atempadamente, mas éextremamente importante fazer o tratamento completo para que este seja eficazUma vez que a malária complicada requer controlo especializado, as grávidas afectadas com a doença devem ser imediatamente transferidas para evitar complicaçõese a sua morte