prestaÇÃo de contas da presidenta da repÚblica

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Presidência da República 2014 Brasília, abril de 2015 Atuação do Poder Executivo Federal Balanço Geral da União PRESTAÇÃO DE CONTAS DA PRESIDENTA DA REPÚBLICA

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  • Presidncia da Repblica

    2014

    Braslia, abril de 2015

    Atuao do Poder Executivo Federal Balano Geral da Unio

    PRESTAO DE CONTAS DAPRESIDENTA DA REPBLICA

  • Presidncia da Repblica

    Prestao de Contas daPresidenta da Repblica

    2014Braslia, abril de 2015

  • Copyright 2015 - Controladoria-Geral da Unio

    Permitida a reproduo desta obra, de forma parcial ou total, sem fins lucrativos, desde que citada a fonte ou endereo da internet no qual pode ser acessado em sua verso digital

    (www.cgu.gov.br).

    Tiragem: 60 exemplares

    Impresso no Brasil

  • Autoridades Responsveis pelas Contas do Exerccio de 2014

    Presidenta da RepblicaDilma Rousseff

    Ministro de Estado Chefe da Controladoria-Geral da UnioValdir Moyss Simo

    Ministro de Estado da FazendaJoaquim Levy

    Ministro de Estado do Planejamento, Oramento e GestoNelson Barbosa

  • MINISTRO DE ESTADO-CHEFE DA CONTROLADORIA-GERAL DA UNIOValdir Moyss Simo

    SECRETRIO-EXECUTIVOCarlos Higino Ribeiro de Alencar

    SECRETRIO FEDERAL DE CONTROLE INTERNOFrancisco Eduardo de Holanda Bessa

    DIRETOR DE AUDITORIA DA REA ECONMICAJos Gustavo Lopes Roriz

    COORDENADOR-GERAL DE CONTAS DO GOVERNOItamar Jos Padilha

    EQUIPE TCNICAElaine Cristina PirkielPaterson da Rocha SeveroLcia Maria Gaspar Barros KilsonWelinton Vitor dos SantosAdalberto Carvalho Pinto

    COLABORAO TCNICADiretoria de Auditoria da rea Social / SFCDiretoria de Auditoria da rea de Infra-Estrutura / SFCDiretoria de Auditoria da rea Econmica / SFCDiretoria de Auditoria da rea de Produo e Tecnologia / SFCDiretoria de Auditoria da rea de Pessoal, Previdncia e Trabalho / SFC

    Informaes: (61) 2020-7190 / 2020-6868 / 2020-6842Endereo Eletrnico: www.cgu.gov.brCorreio Eletrnico: [email protected] / [email protected]

    COORDENAO EDITORIAL: Secretaria Federal de Controle InternoREVISO DE TEXTO E DIAGRAMAO: Coordenao-Geral de Contas do Governo - DECON/SFCAPOIO: Assessoria de Comunicao Social - ASCOM/CGU

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    APRESENTAO

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    APRESENTAO

    De acordo com a Constituio Federal, compete privativamente ao Presidente da Repblica prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias aps a abertura da sesso legislativa, as contas referentes ao exerccio anterior.

    De forma complementar, a Lei n 10.180, de 06 de fevereiro de 2001 e o Decreto n 3.591, de 06 de setembro de 2000 conferem Controladoria-Geral a tarefa de elaborar as contas presidenciais prestadas anualmente, bem como manter as citadas contas disponveis para consulta da sociedade, de forma permanente, nos termos da Lei Complementar n 101, de 04 de maio de 2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal.

    Para esta misso, foi atribudo Secretaria Federal de Controle Interno desta Controladoria-Geral da Unio o papel de organizar as contas da Excelentssima Senhora Presidenta da Repblica, para seu encaminhamento ao Congresso Nacional, no citado prazo constitucional contado da abertura da 1 Sesso Legislativa Ordinria da 55 Legislatura, ocorrida em 02 de fevereiro de 2015.

    Inobstante o dever legal conferido ao rgo Central de Controle Interno do Poder Executivo, ressalto que as informaes que integram esta obra so provenientes de diversos rgos e entidades do Poder Executivo Federal, responsveis pela sua consistncia e veracidade, e contemplam os mais variados aspectos da atuao governamental no exerccio de 2014, sendo estruturadas em seis partes, assim compreendidas:

    PARTE I Poltica Econmico-Financeira e SocialPARTE II Oramento Fiscal e da Seguridade Social PARTE III Oramento de Investimento Empresas EstataisPARTE IV Atuao por Setor Governamental PARTE V Balano Geral da Unio PARTE VI Providncias sobre as Recomendaes do TCU, exerccio de 2013

    A Parte I evidencia o desempenho da economia brasileira, que nesta Prestao de Contas possui um carter dialtico, pois ao mesmo tempo em que influenciada pela ao governamental, tambm estabelece as condies para o desenvolvimento das atividades da Administrao Pblica.

    A Parte II contempla uma viso consolidada do Oramento Fiscal e da Seguridade Social, evidenciando a autorizao legislativa para a previso e fixao das receitas e despesas pblicas, bem como a sua execuo no exerccio de 2014.

    As informaes referentes s Empresas Estatais no dependentes do Poder Executivo Federal, vinculadas ao Oramento de Investimento, produzidas pelo Departamento de Coordenao e Governana das Empresas Estatais (Dest), rgo do Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto, esto contempladas na Parte III.

    A Parte IV Atuao por Setor Governamental contempla a ao governamental em cada rea de atuao do Poder Executivo, privilegiando a informao por programa temtico e objetivos, numa abordagem daqueles considerados mais relevantes por parte da alta direo dos ministrios, e, subsidiariamente, outros sugeridos pelo Tribunal de Contas da Unio, com vistas a apresentar sociedade prestao de contas com foco no desempenho da Administrao Pblica, expondo uma anlise temporal da execuo oramentria e, principalmente, os resultados alcanados no exerccio de 2014.

    O Balano Geral da Unio, integrante da Parte V, foi elaborado pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN), rgo do Ministrio da Fazenda, e contempla a execuo e a anlise dos Oramentos Fiscal e da Seguridade Social, materializada nos demonstrativos e nos balanos oramentrio, financeiro, patrimonial e demonstrao das variaes patrimoniais, extrados do Sistema Integrado de Administrao Financeira do Governo Federal (Siafi). Complementam os balanos as notas explicativas, que buscam evidenciar aspectos relevantes que afetam a elaborao e contedo das informaes contbeis.

    E finalmente a Parte VI retrata as providncias adotadas pelos rgos e entidades no mbito do Poder Executivo Federal, quanto s recomendaes expedidas pelo Tribunal de Contas da Unio no parecer prvio emitido, quando da apreciao da Prestao de Contas do exerccio de 2013.

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    Encontra-se encartado nesta Prestao de Contas um CD-ROM contendo informaes adicionais referentes execuo oramentria e balanos, e outras que possam subsidiar a compreenso dos dados constantes do texto impresso.

    A responsabilidade pelo processo de elaborao da Prestao de Contas da Presidenta da Repblica (PCPR) atribuda majoritariamente a trs rgos, com as respectivas responsabilidades a seguir descritas:

    RGO RESPONSABILIDADE

    CONTROLADORIA-GERAL DA UNIOSecretaria Federal de Controle Interno - SFC

    Coordenao do processo de elaborao da PCPR, conforme determina a Lei n. 10.180/2001 e o Decreto n. 3.591/2000.

    MINISTRIO DA FAZENDASecretaria do Tesouro Nacional - STN

    Elaborao e anlise dos Balanos Gerais da Unio e dos demonstrativos da execuo do oramento fiscal e da seguridade social.

    MINISTRIO DO PLANEJAMENTO, ORAMENTO E GESTODepartamento de Coordenao e Governana das Empresas Estatais - Dest

    Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratgicos - SPI

    Elaborao das informaes sobre as empresas estatais e respectivo oramento de investimento, bem como dados sobre os indicadores dos programas e execuo fsica das aes governamentais.

    As informaes que compem a PCPR referente ao exerccio de 2014 foram elaboradas seguindo diretrizes do contnuo aperfeioamento em relao aos anos anteriores, objetivando conceder maior organicidade, transparncia e qualidade Prestao de Contas Presidencial.

    Todo o contedo da PCPR encontra-se organizado neste nico volume, contemplando: Relatrio, abrangendo informaes da atuao de vrios rgos e entidades do Poder Executivo, tais como ministrios, secretarias e bancos oficiais, e o Balano Geral da Unio, que rene todos os balanos contbeis dos trs Poderes da Repblica, exigidos pela Lei n 4.320/64.

    Em observncia ao Princpio da Transparncia na Gesto Fiscal, contido na Lei de Responsabilidade Fiscal, esta Prestao de Contas estar disponvel, na ntegra, no endereo eletrnico www.cgu.gov.br e em meio impresso na Controladoria-Geral da Unio, na Secretaria do Tesouro Nacional, no Departamento de Coordenao e Governana das Empresas Estatais e em outras instituies pblicas, de forma que a sociedade brasileira possa exercer seus direitos, no que concerne ao processo de fiscalizao das receitas e despesas pblicas, realizando o controle social sobre as Contas da Excelentssima Senhora Presidenta da Repblica.

    importante salientar que esta Prestao de Contas dirigida no apenas ao Congresso Nacional ou ao Tribunal de Contas da Unio, mas, sobretudo ao cidado, como instrumento de transparncia e prestao de contas sociedade brasileira pela confiana e recursos depositados junto ao Governo.

  • SUMRIO

    PARTE I POLTICA ECONMICO-FINANCEIRA E SOCIAL 19

    1.1. DESEMPENHO DA ECONOMIA BRASILEIRA EM 2014 191.1.1. Inflao 191.1.2. Poltica Monetria e Crdito 201.1.3. Dvida Pblica Consolidada 20

    1.2. MOEDA E CRDITO 231.2.1. Aspectos Gerais 231.2.2. Agregados Monetrios 231.2.3. Ttulos Pblicos Federais 241.2.4. Operaes de Crdito 241.2.5. Sistema Financeiro Nacional 26

    1.3. DESEMPENHO DO SETOR EXTERNO 281.3.1. Poltica de Comrcio Exterior 281.3.2. Poltica Cambial 291.3.3. Movimento de Cmbio 301.3.4. Balano de Pagamentos 321.3.5. Reservas Internacionais 451.3.9. Captaes Externas 56

    1.4. ANALISE DOS HAVERES DA UNIO DE NATUREZA FINANCEIRA JUNTO A ESTADOS E MUNICPIOS 591.4.1. Retorno de Haveres Originados de Operaes de Financiamento e de Refinanciamento de Dvidas Implementados no mbito de Programas de Saneamento do Setor Pblico 591.4.2. Retorno de Haveres Originados da Renegociao da Dvida Externa do Setor Pblico 591.4.3. Retorno de Haveres Originados de Repasses de Recursos Externos 591.4.4. Retorno de Haveres Originados do Programa de Fortalecimento das Instituies Financeiras Federais (Medida Provisria n 2.196-3/2001) 601.4.5. Retorno de Haveres Originados da Aquisio de Participaes Governamentais 601.4.6. Outros Haveres 60

    1.5. OUTROS HAVERES DO TESOURO NACIONAL 621.5.1. Haveres da Unio de Natureza Financeira 621.5.2. Haveres da Unio, No Relacionados a Estados e Municpios 621.5.3. Recebimento de Crditos 641.5.4. Haveres Mobilirios 651.5.5. Fundos que Receberam Aporte de Capital da Unio em 2014 70

    1.6. GESTO DA DVIDA PBLICA 711.6.1. Variaes do estoque da Dvida Pblica Federal (DPF) 711.6.2. Resultados Alcanados e Avanos na Administrao da Dvida 751.6.3. Tesouro Direto 761.6.4. Avanos Institucionais 77

    1.7. AJUSTE FISCAL DE ESTADOS E MUNICPIOS - RESUMO DAS PRINCIPAIS ATIVIDADES E PROJETOS DESENVOLVIDOS 77

    1.7.1. Verificao de Limites e Condies para Realizao de Operaes de Crditos dos Entes da Federao 771.7.2. Programas de Ajuste Fiscal dos Estados e Distrito Federal 781.7.3. Verificao dos Indicadores Fiscais dos Municpios cujas Dvidas foram Refinanciadas (MP 2185-35/2001) 791.7.4. Clculo da Receita Lquida Real (RLR) 801.7.5. Verificao do Adimplemento com a Unio para Efeito do Disposto no inciso IV do art. 21 da Resoluo do Senado Federal n 43, de 2001. 801.7.6. Clculo da Capacidade de Pagamento 801.7.7. Valores das Transferncias Estabelecidas nas Leis Complementares n. 87/1996 e 115/2002 821.7.8. Auxlio Financeiro aos Estados Exportadores 83

  • 1.7.9. Auxlio Financeiro aos Municpios 831.7.10. Aumento do Fundo de Participao dos Municpios (FPM) 83

    1.8. OPERAES DE CRDITO 831.8.1. Aspectos Gerais 831.8.2. Financiamento 831.8.3. Subvenes Econmicas 841.8.4. Outras Atividades Desenvolvidas 88

    1.9. RESPONSABILIDADES FINANCEIRAS 891.9.1. Contratao Direta - Financiamento de Projetos e Aquisio de Bens 891.9.2. Concesso de Garantias Externas 891.9.3. Concesso de Garantias Internas 911.9.4. Saldo das Garantias Concedidas pela Unio e Respectivas Contragarantias 951.9.5. Garantias Honradas pela Unio em Operaes de Crdito 971.9.6. Securitizao de Dvidas 98

    1.10. AGNCIAS OFICIAIS DE FOMENTO 991.10.1. Banco da Amaznia S.A. 991.10.2. Banco do Brasil S.A. 1061.10.3. Banco do Nordeste do Brasil S.A. 1201.10.4. Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social 1291.10.5. Caixa Econmica Federal 1321.10.6. Financiadora de Estudos e Projetos 142

    PARTE II - ORAMENTO FISCAL E DA SEGURIDADE SOCIAL 1472.1. PROGRAMAO FINANCEIRA DO EXERCCIO DE 2014 147

    2.1.1. O Ordenamento Jurdico do Sistema de Administrao Financeira 1472.1.2. Poltica Adotada para a Programao Financeira do Exerccio 1472.1.3. Execuo Financeira 148

    2.2. EXECUO DOS ORAMENTOS FISCAL E DA SEGURIDADE SOCIAL 1562.2.1. Anlise da Execuo da Despesa Oramentria 1562.2.2. Resultado Oramentrio 1772.2.3. Poltica de Restos a Pagar 1772.2.4. Parcelamento de Crditos 179

    2.3. ANLISE DOS LIMITES CONSTITUCIONAIS E LEGAIS 1822.3.1. Manuteno e Desenvolvimento do Ensino MDE 1822.3.2. Aes e Servios Pblicos de Sade 1892.3.3. Fundo de Manuteno e Desenvolvimento da Educao Bsica e de Valorizao dos Profissionais da Educao Fundeb 194

    2.4. ANLISE DOS LIMITES DA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL (LRF) 1952.4.1. Despesas com Pessoal da Unio 1952.4.2. Dvida Consolidada Lquida (DCL) 1972.4.3. Garantias e Contragarantias de Valores 1982.4.4. Operaes de Crdito 1992.4.5. Disponibilidades e Restos a Pagar 200

    2.5. DVIDA ATIVA DA FAZENDA E PREVIDENCIRIA 2002.5.1. Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) 2002.5.2. Procuradoria-Geral Federal PGF 2082.5.3. Dvida Ativa sob a Responsabilidade da Procuradoria-Geral do Banco Central do Brasil (BCB) 2172.5.4. Demonstrativos da Dvida Ativa da Unio Exerccio de 2014 220

    PARTE III ORAMENTO DE INVESTIMENTO EMPRESAS ESTATAIS 2293.1. ASPECTOS GERAIS 2293.2. ANLISE DOS INVESTIMENTOS 2333.3. POLTICA DE APLICAO DAS AGNCIAS FINANCEIRAS OFICIAIS DE FOMENTO 2473.4. FUNDOS DO SETOR ELTRICO 250

  • 3.4.1. Reserva Global de Reverso (RGR) 2513.4.2. Conta de Desenvolvimento Energtivo (CDE) 2523.4.3. Conta de Consumo de Combustveis (CCC) 255

    PARTE IV - ATUAO POR SETOR GOVERNAMENTAL 259INTRODUO 2594.1. PRESIDNCIA DA REPBLICA 261

    4.1.1. Casa Civil da Presidncia da Repblica 2614.1.2. Secretaria-Geral da Presidncia da Repblica 2664.1.3. Secretaria de Relaes Institucionais 2704.1.4. Secretaria de Comunicao Social 2714.1.5. Gabinete de Segurana Institucional 2734.1.6. Secretaria de Assuntos Estratgicos 2744.1.7. Advocacia-Geral da Unio 277

    4.2. CONTROLADORIA-GERAL DA UNIO 2834.3. SECRETARIA DA MICRO E PEQUENA EMPRESA / PR 2984.4. SECRETARIA DE AVIAO CIVIL / PR 3044.5. SECRETARIA DE DIREITOS HUMANOS / PR 3084.6. SECRETARIA DE POLTICAS DE PROMOO DA IGUALDADE RACIAL / PR 3124.7. SECRETARIA DE POLTICA PARA AS MULHERES / PR 3154.8. SECRETARIA DE PORTOS / PR 3194.9. MINISTRIO DA AGRICULTURA, PECURIA E ABASTECIMENTO 3244.10. MINISTRIO DA CINCIA, TECNOLOGIA E INOVAO 3314.11. MINISTRIO DA CULTURA 3394.12. MINISTRIO DA DEFESA 3444.13. MINISTRIO DA EDUCAO 3504.14. MINISTRIO DA FAZENDA 3724.15. MINISTRIO DA INTEGRAO NACIONAL 3824.16. MINISTRIO DA JUSTIA 3934.17. MINISTRIO DA PESCA E AQUICULTURA 4004.18. MINISTRIO DA PREVIDNCIA SOCIAL 4074.19. MINISTRIO DA SADE 4114.20. MINISTRIO DAS CIDADES 4184.21. MINISTRIO DAS COMUNICAES 4264.22. MINISTRIO DAS RELAES EXTERIORES 4384.23. MINISTRIO DE MINAS E ENERGIA 4424.24. MINISTRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRRIO 4494.25. MINISTRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE FOME 4574.26. MINISTRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDSTRIA E COMRCIO EXTERIOR 4734.27. MINISTRIO DO ESPORTE 4864.28. MINISTRIO DO MEIO AMBIENTE 4934.29. MINISTRIO DO PLANEJAMENTO, ORAMENTO E GESTO 5004.30. MINISTRIO DO TRABALHO E EMPREGO 5084.31. MINISTRIO DO TURISMO 5204.32. MINISTRIO DOS TRANSPORTES 526

    PARTE V BALANO GERAL DA UNIO 5355.1. DEMONSTRAES CONTBEIS DA UNIO 535

    5.1.1. Balano Patrimonial 5355.1.2. Demonstrao das Variaes Patrimoniais 5375.1.3. Balano Financeiro 5395.1.4. Balano Oramentrio 5415.1.5. Demonstrao das Mutaes do Patrimnio Lquido 543

    5.2 NOTAS EXPLICATIVAS DAS DEMONSTRAES CONTBEIS 5445.2.1. Base de Preparao das Demonstraes e das Prticas Contbeis 5445.2.2. Mudanas de Critrios e Procedimentos Contbeis 5455.2.3. Criao, Extino, Liquidao ou Incorporao de rgos 546

  • 5.2.4. Resumo dos Principais Critrios e Procedimentos Contbeis 5465.2.5. Procedimentos Especiais 5535.2.6. Composio dos Principais Itens das Demonstraes 558

    PARTE VI PROVIDNCIAS ADOTADAS SOBRE AS RECOMENDAES DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIO - CONTAS DE 2013 (Acrdo n 1.338/2014 - TCU - Plenrio) 633

    ANEXOS Demonstrativos Contbeis - OFSS 653

  • PARTE I

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    PARTE I POLTICA ECONMICO-FINANCEIRA E SOCIAL

    1.1. DESEMPENHO DA ECONOMIA BRASILEIRA EM 2014

    Ao final do terceiro trimestre de 2014, a economia brasileira apresentou crescimento de 0,7% na comparao de quatro trimestres acumulados, embora em desacelerao em relao ao segundo e primeiro trimestres de 2014 (1,4% e 2,5%, respectivamente).

    Do ponto de vista da oferta agregada, e na mesma base de comparao, dois dos trs principais setores da economia exibiram taxas positivas de crescimento. O setor de Servios, que possui o maior peso na composio do Produto Interno Bruto (PIB) pela tica da produo, foi o que mais cresceu (1,2%), seguido pela Agropecuria (1,1%). A exceo ficou por conta do setor industrial, que apresentou queda de 0,5%.

    O consumo das famlias, componente de maior participao percentual na composio do PIB na perspectiva da demanda agregada, cresceu 1,5% nos ltimos quatro trimestres em relao aos quatro trimestres imediatamente anteriores. O consumo da administrao pblica registrou expanso de 2,1% nessa mesma base de comparao. J a Formao Bruta de Capital Fixo registrou a segunda variao negativa (4,6%) consecutiva, aps trs perodos de forte expanso. As exportaes apresentaram elevao de 3,5%, resultado expressivo diante do cenrio de manuteno da desacelerao da economia mundial, enquanto as importaes tambm mantiveram trajetria de crescimento, registrando expanso de 1,1%.

    Esse menor dinamismo da economia brasileira em 2014 frente ao ano anterior reflete, em parte, o cenrio internacional adverso caracterizado por elevado grau de incerteza e baixo crescimento das economias desenvolvidas e principais parceiros comerciais, alm de fenmenos temporrios como, por exemplo, a pior seca dos ltimos anos, tanto em grau de severidade quanto pela longa durao.

    O cenrio internacional desfavorvel tem afetado o comrcio exterior brasileiro, razo para a conta corrente de comrcio ter recuado 5,7% em 2014. A crise na Argentina, o fraco crescimento na rea do Euro e a desacelerao da economia chinesa prejudicaram as exportaes brasileiras, fazendo com que a balana comercial encerrasse o ano com um dficit de US$ 3,9 bilhes.

    Contudo, houve melhora na conta de petrleo e derivados e incremento das exportaes para os Estados Unidos, compensando parte das adversidades. Afetado pela balana comercial, o dficit em transaes correntes, no acumulado em doze meses at novembro, subiu para 4,0% do PIB.

    A maior parte desse dficit vem sendo financiada pelo ingresso de investimentos estrangeiros diretos, que tm se mantido em nveis elevados, atingindo US$ 62,3 bilhes no acumulado de 12 meses em igual perodo. As reservas internacionais continuaram

    elevadas, finalizando 2014 com US$ 375,1 bilhes, constituindo-se em pilar fundamental da capacidade da economia brasileira de enfrentar choques externos.

    O sistema bancrio brasileiro apresentou baixo risco de liquidez e elevada solvncia. O risco de liquidez de curto prazo apresentou reverso da tendncia de aumento observada na primeira metade do ano, retornando a patamares ainda mais baixos. Por sua vez, o risco de liquidez estrutural tambm continua baixo, pois o estoque de recursos estveis tem sido suficiente para suportar o crescimento em desacelerao do crdito.

    Em relao ao risco de crdito, o ano de 2014 foi marcado pela desacelerao do crescimento, aumento das taxas de juros, fim do ciclo de reduo da inadimplncia e reduo no ndice de cobertura. No obstante, as provises constitudas se mostraram adequadas para fazer frente ao risco de crdito do novo ambiente.

    O retorno sobre o patrimnio lquido do sistema bancrio apresentou estabilidade em 2014. Ganhos com atividades de tesouraria e com participaes societrias foram os principais avanos do perodo. A margem lquida de crdito permaneceu em queda, mas em ritmo inferior ao verificado em perodos anteriores.

    A solvncia do sistema bancrio apresentou estabilidade e mantm-se em patamar elevado. Os ndices de capitalizao permanecem em nveis superiores aos requerimentos regulatrios e a quase totalidade das instituies se encontra apta a cumprir os requerimentos de capital previstos pelo arcabouo de Basileia III para 2019, o que confirma a confortvel situao da solvncia do sistema bancrio.

    Os fundamentos macroeconmicos do Pas permitiram enfrentar a crise global e seus desdobramentos recentes. A adoo de um conjunto de aes de polticas econmicas anticclicas associada s reservas internacionais, solidez do sistema financeiro domstico e a um mercado de trabalho robusto permitiu manter o crescimento do rendimento real e a taxa de desemprego nos menores patamares histricos, sem comprometer significativamente a manuteno do trip da poltica econmica (com base em metas para a inflao, cmbio flutuante e responsabilidade fiscal).

    1.1.1. Inflao

    Nos primeiros meses de 2014, o ndice Nacional de Preos ao Consumidor Amplo (IPCA) sofreu presso de efeitos climticos adversos, a exemplo do ocorrido em 2013. Tal situao afetou no s produtos agropecurios como tambm os custos de energia eltrica. O pico do choque de preos foi registrado em maro, com o IPCA apresentando variao mensal de 0,92%, sendo que mais da metade desse percentual decorreu do impacto

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    dos preos de alimentos. Apesar disso, o grupo Alimentao e Bebidas encerrou 2014 com variao abaixo da ocorrida em 2013, 8,03% contra 8,48%, respectivamente.

    No obstante, a variao do IPCA de 2014 registrou alta de 6,41%, 0,50 pontos percentuais (p.p.) acima do observado em 2013, o que reflete, em parte, o processo de realinhamento dos preos domsticos em relao aos internacionais e o realinhamento dos preos administrados em relao aos preos livres. Este ltimo realinhamento foi observado no somente nos custos de energia eltrica, mas tambm, de forma mais ampla, na acelerao dos custos relativos habitao e transportes. Contudo, destaca-se que tal ajuste foi realizado de forma gradual, com o objetivo de minimizar o seu custo sobre a populao.

    1.1.2. Poltica Monetria e Crdito

    Com o objetivo de evitar que as presses inflacionrias pontuais fossem disseminadas, o Banco Central do Brasil (BCB) empreendeu, em dezembro de 2014, nova elevao da taxa de juros Selic (Sistema Especial de Liquidao e de Custdia), de 11,25% para 11,75%.

    As operaes de crdito do sistema financeiro apresentaram expanso moderada no ano, com taxas de crescimento semelhantes nas carteiras de pessoas jurdicas com destaque para os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social (BNDES) e de pessoas fsicas com destaque para financiamentos habitacionais e operaes de crdito consignado. Aps anos de forte expanso arrefecida com a introduo de medidas macroprudenciais em finais de 2010 -, em 2014, o crdito voltado ao consumo passou por moderao, de modo que se observaram, de um lado, reduo de exposio por parte de bancos, de outro, desalavancagem por parte das famlias.

    O mercado de crdito brasileiro continuou apresentando bom desempenho, atingindo, em novembro de 2014, o expressivo volume de R$ 3,0 trilhes, um crescimento de 11,8% no acumulado de 12 meses. Como proporo do PIB, alcanou a marca de 58,0%, ante 55,1% em novembro de 2013. Destaca-se ainda, nesse perodo, o forte crescimento de 27,0% no financiamento habitacional no acumulado em 12 meses e nas operaes de crdito consignado. Nesse sentido, a atuao dos bancos pblicos foi instrumental para manter a expanso creditcia, atingindo a marca de 53,5% do crdito total do Sistema Financeiro Nacional (SFN). Adicionalmente, a taxa de inadimplncia mdia das operaes de crdito no sistema financeiro, de 3,0% em novembro de 2014, uma das menores da srie histrica iniciada em maro de 2011. Os spreads bancrios em 2014 mantiveram-se em um patamar relativamente baixo, atingindo 12,6 p.p. em novembro de 2014, 1,1 p.p. superior ao mesmo perodo de 2013. Em 2014, as emisses de debntures incentivadas atingiram R$ 4,6 bilhes, promovendo financiamento privado de mais longo prazo em diversos setores da economia.

    Outra medida aplicvel ao mercado de capitais refere-se ao incentivo captao de recursos por pequenas e mdias empresas, denominadas PME, criado por meio da MP n 651, de 09 de julho de 2014, convertida na Lei 13.043, de 13 de novembro

    de 2014, mediante alterao de dispositivos da legislao tributria de forma a isentar de imposto sobre a renda o ganho de capital na alienao de aes emitidas dentro do programa de incentivo captao de recursos por essas empresas, criando, assim, condies mais atrativas para aquisio de aes pelos investidores, na captao de recursos em bolsa de valores.

    1.1.3. Dvida Pblica Consolidada

    A Dvida Lquida do Setor Pblico (DLSP) alcanou 36,7% do PIB em 2014, elevando-se 3,1 p.p. do PIB em relao ao ano anterior. Os principais fatores que contriburam para essa elevao foram os juros nominais apropriados e o deficit primrio registrados no ano. Em conjunto, esses fatores mais do que compensaram o crescimento do PIB corrente, o reconhecimento lquido de ativos e o efeito da desvalorizao cambial de 13,4% registrada no ano, uma vez que a parcela da DLSP atrelada ao cmbio registra posio credora lquida.

    DVIDA LQUIDA DO SETOR PBLICO

    A composio da DLSP alterou-se ao longo do ano, destacando-se, por um lado, a elevao da parcela vinculada taxa Selic (6,6 p.p.) e, por outro, a reduo da parcela vinculada a ndices de preos (-3 p.p.) e da parcela credora vinculada ao cmbio (2,8 p.p.). O prazo mdio dos ttulos federais, componente mais relevante da DLSP, manteve a trajetria observada ao longo dos ltimos anos, elevando-se de 48,7 meses ao final de 2013, para 51,4 meses ao final de 2014.

    A dvida lquida do Governo Federal alcanou 24,8% do PIB em 2014, elevando-se 2,3 p.p. do PIB em relao ao ano anterior, evoluo que interrompeu a trajetria de reduo observada ao longo dos ltimos quatro anos. A dvida mobiliria federal em mercado, item mais relevante da dvida lquida federal, alcanou 42,2% do PIB, elevando-se 0,7 p.p. em relao ao ano anterior.

    O deficit nominal do setor pblico alcanou 6,7% do PIB em 2014, elevando-se 3,4 p.p. do PIB em relao ao observado em 2013. No caso especfico do Governo Federal, incluindo a Previdncia Social, o dficit nominal elevou-se de R$ 141,3 bilhes em 2013 para R$ 294,2 bilhes em 2014. Como proporo do PIB, o resultado foi deficitrio em 5,73% em 2014, elevando-se 2,8 p.p. no perodo, resultado do aumento de 0,8 p.p. nos juros nominais apropriados e da reduo de 2 p.p. no resultado primrio, que passou de superavit de 1,58% para deficit de 0,40%.

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    EVOLUO DA DVIDA LQUIDA - FATORES CONDICIONANTES

    DISCRIMINAO2012 2013 2014

    R$milhes

    % PIBR$

    milhes% PIB

    R$milhes

    %PIB

    Dvida lquida total - Saldo 1.550.083 35,3 1.626.335 33,6 1.883.147 36,7 Fluxos Acumulados no ano Var. DLSP 41.536 -1,1 76.252 -1,7 256.812 3,1Fatores 41.536 0,9 76.252 1,6 256.812 5,0 NFSP 108.912 2,5 157.550 3,3 343.916 6,7 Primrio -104.951 -2,4 -91.306 -1,9 32.536 0,6 Juros 213.863 4,9 248.856 5,1 311.380 6,1 Ajuste cambial -56.560 -1,3 -95.923 -2,0 -96.075 -1,9 Dv. Interna (1) -3.171 -0,1 -4.643 -0,1 -2.835 -0,1 Dv. Externa -53.389 -1,2 -91.280 -1,9 -93.239 -1,8 Outros (2) -5.011 -0,1 17.600 0,4 12.481 0,2 Reconhecimento de dvidas -5.805 -0,1 -2.427 -0,1 -3.511 -0,1 Privatizaes 0 0,0 -547 0,0 0 0,0

    Efeito crescimento PIB -2,1 -3,3 -1,9

    Fonte: Banco Central do Brasil.(1) Dvida mobiliria interna indexada ao dlar. (2) Paridade da cesta de moedas que compem a dvida externa lquida.

    DLSP PARTICIPAO PERCENTUAL POR INDEXADORESDVIDA LQUIDA DO GOVERNO FEDERAL

    1.1.4. Metas Fiscais e Resultados Primrio e Nominal Alcanados no Exerccio

    O setor pblico consolidado registrou deficit primrio de R$ 32,5 bilhes (0,63% do PIB) em 2014, comparativamente a superavit de R$ 91,3 bilhes (1,88% do PIB) em 2013. As diretrizes e condies sobre o resultado primrio de 2014 foram estabelecidas pela Lei n. 12.919, de 24/12/2013 (Lei de Diretrizes Oramentrias 2014), com a alterao introduzida pela Lei n. 13.053, de 15/12/2014, relativa ao montante dos descontos previstos na meta de resultado.

    O resultado primrio do Governo Central, que em 2013 havia sido superavitrio em 1,55% do PIB, registrou deficit de 0,40% em 2014. O resultado primrio dos governos regionais, que em 2013 havia registrado superavit de 0,34% do PIB, tornou-se deficitrio em 0,15% em 2014. No mbito das empresas estatais, o dficit de 0,01% do PIB registrado em 2013 elevou-se para 0,08% em 2014.

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    NECESSIDADES DE FINANCIAMENTO DO SETOR PBLICO - RESULTADO PRIMRIO

    Segmento2012 2013 2014

    R$ bilhes %PIB R$ bilhes %PIB R$ bilhes %PIBGoverno Central -86,1 -2,0 -75,3 -1,6 20,5 0,4Governos regionais -21,5 -0,5 -16,3 -0,3 7,8 0,2Empr. Estatais 2,6 0,1 0,3 0,0 4,3 0,1

    Total -105,0 -2,4 -91,3 -1,9 32,6 0,7

    A moderao do crescimento econmico e a adoo de medidas de incentivo atividade de setores especficos impactaram a arrecadao de receitas pblicas em 2014, contribuindo para a reduo no resultado do Governo Central.

    Assinale-se o crescimento do dficit da Previdncia Social como proporo do PIB, que passou de 1,03% em 2013 para 1,10% em 2014, em linha com o crescimento maior das despesas com benefcios relativamente s receitas lquidas.

    Os juros nominais apropriados pelo setor pblico no-financeiro alcanaram 6,07% do PIB em 2014, elevando-se 0,9 p.p. em relao ao total apropriado no ano anterior. Entre os fatores determinantes dessa trajetria destacam-se as elevaes da taxa Selic e do IPCA no ano, que incidem sobre parcela significativa do endividamento lquido, e o resultado das operaes de swap cambial no perodo.

    No caso do Governo Central os juros nominais apropriados passaram de 3,84% do PIB em 2013 para 4,89% em 2014,

    evoluo influenciada pelo crescimento da taxa Selic e pela menor receita de juros apropriados sobre os ativos da Unio junto aos governos regionais.

    Esses ativos, que representam a contrapartida de dvidas dos estados e municpios com a Unio, resultando dos acordos de refinanciamento e assuno de dvidas realizados ao longo das dcadas de 1980 e 1990, possuem parcela significativa corrigida pelo ndice Geral de Preos Disponibilidade Interna (IGP-DI), que registrou variao de 5,53% em 2013 e 3,78% em 2014, contribuindo para reduzir os juros apropriados sobre a dvida dos governos regionais e elevar os juros lquidos apropriados no mbito do Governo Central.

    A necessidade de financiamento do setor pblico no conceito nominal, que inclui o resultado primrio e os juros nominais apropriados por competncia, registrou dficit de 6,70% do PIB em 2014, comparativamente a 3,25% no ano anterior, conforme quadro a seguir:

    NECESSIDADES DE FINANCIAMENTO DO SETOR PBLICO

    Discriminao2013 2014

    R$ bilhes %PIB R$ bilhes %PIBUsos 157,5 3,3 343,9 6,7

    Primrio -91,3 -1,9 32,5 0,6Juros 248,9 5,1 311,4 6,1

    Fontes 157,5 3,3 344,5 6,7Financiamento Interno 179,1 3,7 335,4 6,5

    Dvida mobiliria 113,8 2,3 434,3 8,5Dvida bancria 45,7 0,9 -118,7 -2,3Outros 19,6 0,4 19,8 0,4

    Financiamento externo -21,6 -0,4 9,0 0,2

    Fonte: Banco Central do Brasil

    No Governo Central, houve elevao do dficit nominal equivalente a 3 p.p. do PIB, passando de 2,28% do PIB em 2013 para 5,29% em 2014. No mbito dos governos regionais, o dficit nominal elevou-se de 0,91% do PIB em 2013 para 1,26% em 2014. No segmento das empresas estatais, o resultado deficitrio elevou-se 0,1 p.p. do PIB no perodo.

    Em 2014 o dficit nominal do setor pblico foi financiado com expanses de R$ 434,3 bilhes na dvida mobiliria, de R$ 19,3 bilhes nas demais fontes de financiamento interno, que incluem a base monetria, e de R$ 9 bilhes no financiamento externo lquido, compensadas, parcialmente, pela reduo de R$ 118,7 bilhes na dvida bancria lquida.

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    1.2. MOEDA E CRDITO

    1.2.1. Aspectos Gerais

    O comportamento dos agregados monetrios em 2014 esteve condicionado desacelerao da atividade econmica, evoluo das taxas de juros e ao arrefecimento na expanso das operaes de crdito. Comparativamente ao ano anterior, ocorreu reduo na trajetria de crescimento dos meios de pagamentos mais restritos (M1), em linha com a desacelerao do consumo das famlias, e maior crescimento na evoluo dos agregados mais amplos, refletindo principalmente a capitalizao dos juros em seus componentes. Em 2014, as operaes de crdito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) registraram desacelerao compatvel com o arrefecimento do ritmo de atividade econmica, que afetou, principalmente, a demanda por operaes com recursos livres pelas empresas e famlias. O crdito direcionado tambm apresentou menor expanso, mas com desempenho ainda expressivo, impulsionado pela oferta de recursos para investimentos de pessoas jurdicas e pela sustentao do crdito imobilirio.

    As taxas de juros subiram ao longo do ano, repercutindo os efeitos da poltica monetria, permanecendo favorvel o comportamento dos ndices de inadimplncia.

    1.2.2. Agregados Monetrios

    A base monetria restrita alcanou saldo mdio dirio de R$ 259 bilhes em dezembro, com elevao anual de 7,8%, resultante das variaes de 8,6% no papel-moeda emitido e de 3,8% na posio de reservas bancrias. Considerados os saldos de final de perodo, a base monetria somou R$ 263,5 bilhes no final de 2014. A variao anual de R$ 14 bilhes refletiu o impacto expansionista dos depsitos compulsrios (R$ 56,2 bilhes), dos ajustes das operaes com derivativos (R$ 17,3 bilhes), e das operaes com o setor externo (R$ 16,3 bilhes). Em contraposio, ocorreram movimentaes contracionistas de R$ 48,9 bilhes nas operaes com ttulos pblicos federais, bem como de R$ 668 milhes na conta nica do Tesouro Nacional, excludas as operaes com ttulos pblicos.

    A base monetria ampliada, que consiste em um indicador da dvida monetria e mobiliria federal de alta liquidez, agregando

    base monetria restrita os depsitos compulsrios em espcie e os ttulos pblicos federais fora do Banco Central do Brasil registrados no Sistema Especial de Liquidao e de Custdia (Selic), alcanou R$ 3,5 trilhes ao final de dezembro, registrando crescimento de 13,2% em 2014. Esse desempenho refletiu, em grande parte, a atualizao da dvida mobiliria federal em poder do mercado.

    Os multiplicadores da base monetria restrita e da base monetria ampliada no apresentaram tendncia pronunciada em qualquer direo ao longo do ano de 2014, registrando em ambos o ndice de 1,4 ao final do perodo.

    Em relao aos agregados monetrios em poder do pblico no-financeiro, a mdia dos saldos dirios no conceito restrito (M1) atingiu R$ 350,4 bilhes ao final de dezembro, com avano anual de 3,4%, traduzindo o acrscimo de 9,3% no papel-moeda em poder do pblico e a reduo de 2,1% nos depsitos vista. Utilizando dados dessazonalizados e deflacionados pelo ndice Nacional de Preos ao Consumidor Amplo (IPCA), o M1 decresceu 2,7% em relao a dezembro de 2013.

    O conceito M2 dos meios de pagamento ampliados assinalou aumento de 9,4% em 2014, ante 10,9% verificado no ano anterior, somando R$ 2,1 trilhes. O saldo de ttulos privados expandiu-se 11,2% e 7,4%, nos mesmos perodos, refletindo resgates lquidos de R$ 97,3 bilhes em depsitos a prazo, ante R$ 100,3 bilhes em 2013. Por sua vez, os depsitos de poupana cresceram 10,5% em 2014, com captaes lquidas de R$ 22,9 bilhes.

    O agregado M3 elevou-se 12,8% no ano (8,6% em 2013), totalizando R$ 4,3 trilhes em dezembro. Entre seus componentes, as quotas de fundos de investimento aumentaram 13,9% no perodo (8,4% em 2013), aps captaes lquidas de R$ 49,7 bilhes no ano. O M4, correspondendo ao M3 mais os ttulos pblicos de detentores no-financeiros, registrou expanso de 14% no ano (7,3% em 2013), atingindo saldo de R$ 5 trilhes no final de 2014. Ressalte-se que as projees estabelecidas pela programao monetria para os principais agregados monetrios foram devidamente cumpridas no ano de 2014. A seguir, apresenta-se quadro com resumo dos valores programados e ocorridos para ambos os conceitos de base monetria e de meios de pagamento:

    RESULTADOS PREVISTOS PELA PROGRAMAO MONETRIA E OCORRIDOS EM 2014 (1)

    DiscriminaoPrevisto Ocorrido

    R$ bilhesVariao percentual

    em 12 meses (2)R$

    bilhesVariao percentual

    em 12 mesesM1 (3) 322,6 - 378,8 3,5 350,4 3,4Base restrita (3) 216,3 - 292,7 5,9 259,0 7,8Base Ampliada (4) 3171,3 - 3722,8 10,7 3525,4 13,2M4 (4) 4225,1 - 5716,3 11,5 5018,5 14,0

    Fonte: Banco Central do Brasil.(1) Refere-se ao ltimo ms do perodo.(2) Para o clculo das variaes percentuais, considera-se o ponto mdio das previses.(3) Mdia dos saldos nos dias teis do ltimo ms do perodo.(4) Saldos em fim de perodo.

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    1.2.3. Ttulos Pblicos Federais

    Em 2014 as operaes primrias do Tesouro Nacional com ttulos pblicos federais registraram resgates de R$ 617,9 bilhes e colocaes de R$ 481,6 bilhes, com resultado lquido de R$ 136,3 bilhes.

    As operaes de trocas realizadas no perodo totalizaram R$ 25,5 bilhes, com resgates antecipados de R$ 4,6 bilhes.

    As operaes compromissadas realizadas pelo BCB, com o objetivo de manter a taxa Selic prxima meta determinada pelo Comit de Poltica Monetria (Copom), atingiram saldo mdio dirio de R$ 858,1 bilhes ao longo do ltimo ms de 2014, superando em 48,5% o montante verificado em dezembro de 2013.

    O prazo mdio das operaes compromissadas alterou-se ao longo do ano.

    As operaes de duas semanas a trs meses passaram de 52% em 2013 para 65% em 2014, ao passo que aquelas com prazo de trs a sete meses recuaram de 34% para 20%. J as operaes de curtssimo prazo encerraram o ano com participao de 15%.

    1.2.4. Operaes de Crdito

    Em dezembro de 2014, o saldo total de crdito do sistema financeiro, computadas as operaes com recursos livres e direcionados, alcanou R$ 3.022 bilhes, acumulando expanso de 11,3% no ano, com nova retrao no ritmo de crescimento anual (14,7% em 2013 e 16,4% em 2012).

    Na comparao com o Produto Interno Bruto (PIB), o estoque de crdito atingiu 58,9%, ante 56% e 53,9% nos finais de perodos mencionados. As operaes de crdito com recursos livres,

    correspondendo a 52,2% da carteira total do sistema financeiro e a 30,7% do PIB, totalizaram R$ 1.579 bilhes em dezembro, com expanso anual de 4,7%, ante 7,8% no ano anterior.

    A carteira destinada a pessoas fsicas, com expanso um pouco mais acentuada que a de empresas, registrou saldo de R$ 786 bilhes, elevao anual de 5,5% (7,6% no ano anterior). Destaca-se a desacelerao no ritmo de crescimento do crdito pessoal (de 14,5% em 2013 para 10,8% em 2014) e a reduo no montante de financiamentos de veculos.

    O saldo de operaes com recursos livres contratadas com as empresas alcanou R$ 793 bilhes, aps crescimento anual de 3,9%, comparativamente a 8% em 2013.

    Nos emprstimos para capital de giro, equivalentes a 50% dessa carteira, ocorreu desacelerao no crescimento anual, 1,8% em 2014, ante 5,9% no ano anterior.

    No mbito das modalidades referenciadas em moeda estrangeira, destaca-se a evoluo anual da carteira de Adiantamentos sobre Contratos de Cmbio (ACC): 23,7%, ante retrao de 7,5% no ano anterior.

    Registre-se que a reduo do saldo de ACC em 2013 resultou dos estmulos concedidos pela Circular 3.622, de dezembro de 2012, a modalidades concorrentes, como os financiamentos a exportaes concedidos com recursos prprios das instituies, permitindo sua utilizao para deduo em at 20% da exigibilidade de recolhimento compulsrio sobre recursos vista, desde que utilizassem os mesmos critrios dos programas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social (BNDES), relativamente a beneficirios, itens financiveis e taxas de juros. Esgotado esse efeito, verificou-se recuperao do ACC no ano passado.

    EVOLUO DO CRDITO - R$ BILHES

    Discriminao 2012 2013 2014Variao %

    2013 2014Total 2 368,4 2715,4 3021,7 14,7 11,3 Recursos livres 1 399,1 1508,5 1578,8 7,8 4,7 Direcionados 969,2 1206,9 1443,0 24,5 19,6Participao %: Total/PIB 53,9 56,0 58,9 Recursos livres/PIB 31,9 31,2 30,7 Recursos direcionados/PIB 22,0 24,9 28,1

    Fonte: Banco Central do Brasil

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    CRDITO COM RECURSOS LIVRESR$ BILHES

    Discriminao 2012 2013 2014Variao %

    2013 2014Total 1399,1 1508,5 1578,8 7,8 4,7 Pessoa jurdica 706,5 763,3 792,9 8,0 3,9 Capital de giro 366,4 388,1 394,9 5,9 1,8 Conta garantida 43,1 43,0 44,6 -0,2 3,7 ACC 45,9 42,5 52,5 -7,5 23,7 Financ. a exportaes 36,9 50,3 57,5 36,5 14,2

    Demais 214,2 239,4 243,3 11,7 1,6 Pessoa fsica 692,6 745,2 785,9 7,6 5,5 Crdito pessoal 279,1 319,6 354,2 14,5 10,8 Do qual: consignado 188,9 221,9 252,0 17,5 13,6 Aquisio de veculos 193,2 192,8 184,2 -0,2 -4,4 Carto de crdito 126,6 144,6 162,2 14,2 12,2 Cheque especial 18,3 20,2 21,0 10,6 3,8 Demais 75,4 68,0 64,3 -9,8 -5,5

    Fonte: Banco Central do Brasil

    Por outro lado, no crdito direcionado, equivalente a 28,1% do PIB, o saldo de financiamentos apresentou desempenho mais favorvel, ainda que em menor ritmo na comparao anual (crescimento de 19,6% em 2014, ante 24,5% em 2013), totalizando R$ 1.443 bilhes. Na carteira das famlias, permanece o destaque na expanso do crdito imobilirio e rural, respectivamente, aumentos anuais de 26,7% e 23,4% (33,7% e 27,2% em 2013), enquanto, nas operaes destinadas a pessoas jurdicas, sobressaram os financiamentos para investimentos com recursos do BNDES, com crescimento de 16,7% (15,8% no ano anterior).

    Os desembolsos realizados pelo BNDES ao setor produtivo, excluindo as concesses do BNDES Participaes S.A (BNDESPAR), totalizaram R$ 168,9 bilhes, ante R$ 169,7 bilhes em 2013, com destaques para as atividades de transportes, energia, agropecuria e administrao pblica.

    CRDITO COM RECURSOS DIRECIONADOSR$ BILHES

    Discriminao 2012 2013 2014Variao %

    2013 2014Total 969,2 1206,9 1443,0 24,5 19,6Pessoas Jurdicas 586,0 700,9 814,9 19,6 16,3 BNDES 446,7 514,5 595,2 15,2 15,7 Imobilirio 42,9 53,8 69,9 25,2 30,1 Rural 48,8 67,1 72,8 37,6 8,4 Demais 47,6 65,5 76,9 37,7 17,3Pessoas Fsicas 383,2 506,0 628,1 32,0 24,1 BNDES 29,2 37,1 43,1 27,1 16,4 Imobilirio 255,4 341,5 432,5 33,7 26,7 Rural 90,7 115,3 142,3 27,2 23,4 Demais 8,0 12,1 10,3 52,2 -15,6

    Fonte: Banco Central do Brasil

    Tendo em vista que o desempenho das operaes com recursos direcionados menos afetado por mudanas na poltica monetria, observou-se que a evoluo da carteira de crdito foi pautada pelo maior protagonismo dos bancos pblicos, cuja participao relativa no total das operaes do sistema financeiro

    atingiu 53,6% em dezembro de 2014, ante 51,2% ao final do ano anterior. Em sentido inverso, as instituies privadas nacionais e estrangeiras, com participao significativa no crdito livre, tiveram suas representatividades reduzidas em 1,4 p.p. e 0,9 p.p., situando-se em 31,8% e 14,6%, nessa ordem, como reflexo

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    da menor expectativa de crescimento da atividade por parte dos agentes econmicos.

    Consideradas as operaes por categoria de atividade econmica, o saldo dos emprstimos ao setor privado aumentou 10,2% em 2014, situando-se em R$ 2.826 bilhes em dezembro.

    A carteira de operaes com a indstria somou R$ 552 bilhes, elevando-se 6,9% no ano (11,8% em 2013), com relevncia para as contrataes realizadas pelos ramos de energia, construo, agronegcios e de extrao mineral.

    Os crditos para o segmento outros servios, beneficiados principalmente pelas operaes com os ramos de servios financeiros, armazenagem e transportes, aumentaram 5,9% em doze meses (10,5% em 2013), totalizaram R$ 451 bilhes. As operaes com o setor comercial alcanaram saldo de R$ 254 bilhes, revelando acrscimo anual de 5,1% (6,5% em 2013), com nfase para o segmento atacadista (exceto veculos), e de venda de mercadorias.

    Os financiamentos imobilirios, envolvendo operaes com pessoas fsicas e jurdicas, registraram expanso de 27,1% em doze meses (32,5% no ano anterior), ao atingir saldo de R$ 502 bilhes, equivalente a 9,8% do PIB, ante 8,2% em dezembro de 2013. Registre-se que as concesses para esse tipo de investimento apresentaram crescimento de 14,3% no ano.

    O crdito rural acumulou crescimento de 18,2% no ano (30,2% em 2013), ao atingir saldo de R$ 258 bilhes. Registre-se o desempenho consistente da finalidade de investimentos (crescimento de 21,8% no saldo), sobressaindo-se as linhas de aquisio de equipamentos e implementos agrcolas, alm do atendimento da contratao de crdito para custeio (aumento de 12,9% na carteira), face s necessidades de capital de giro relacionadas atividade de plantio.

    O setor, por sua vez, reduziu a demanda do crdito para comercializao, que apresentou declnio de 10,5% no saldo, refletindo a preferncia por outros mecanismos de mercado para a comercializao da colheita.

    Os financiamentos ao setor pblico alcanaram saldo de R$ 196 bilhes em dezembro, aps crescimento anual de 30,5% (26,4% em 2013), com destaque para os financiamentos concedidos pelo BNDES. As operaes com entidades vinculadas ao governo federal, saldo de R$ 86 bilhes, apresentaram elevao de 21,8%, enquanto que os financiamentos destinados a pessoas jurdicas referentes a estados e municpios, somando R$ 110 bilhes, cresceram 38,2%.

    A taxa mdia de juros das operaes de crdito do sistema financeiro, computadas as operaes com recursos livres e direcionados, registrou crescimento de 1,2 p.p. no ano (1,7 p.p. em 2013), atingindo 20,9% em dezembro, refletindo a elevao da taxa bsica de juros iniciada em abril do ano passado.

    No mbito dos recursos livres, a taxa mdia situou-se em 32,4%, ao avanar 3,4 p.p., enquanto no crdito direcionado, o custo mdio variou 0,3 p.p., para 7,8%.

    Nas operaes para pessoas fsicas, a taxa mdia de juros situou-se em 27,3% em dezembro, aps crescimento de 1,7 p.p. em relao a dezembro de 2013. Nas operaes com recursos livres, o custo mdio aumentou 5,4 p.p., ao atingir 43,4%, refletindo, principalmente, as elevaes de 4 p.p no crdito pessoal (15,9 p.p. no tipo no consignado) e de 52,7 p.p. no cheque especial.

    No segmento com recursos direcionados, o custo mdio das operaes com famlias apresentou variao de 0,3 p.p., ao alcanar 7,6%.

    Nos emprstimos s empresas, os encargos financeiros cresceram 0,8 p.p. no ano, situando-se em 15,9%. No que se refere s operaes com recursos livres, esse custo atingiu 23,3%, ao avanar 1,9 p.p., com destaque para a alta de 1,7 p.p. na modalidade capital de giro e de 3,7 p.p. em conta garantida. No segmento de recursos direcionados, os juros alcanaram 7,9% (aumento anual de 0,2 p.p.), observando-se elevao principalmente nos custos do crdito rural com taxas reguladas e nas operaes com recursos do BNDES.

    O spread bancrio das operaes de crdito do sistema financeiro alcanou 12,1 p.p. em dezembro de 2014, crescimento de 1 p.p. na comparao anual. Os spreads relativos aos segmentos de pessoas jurdicas e fsicas apresentaram aumentos respectivos de 0,5 p.p. e 1,8 p.p., situando-se em 7,4 p.p. e 18,2 p.p.

    A inadimplncia do sistema financeiro, referente a operaes com atrasos superiores a noventa dias, manteve-se em patamares favorveis ao longo do ano, com declnio de 0,1 p.p., situando-se em 2,9% em dezembro, o menor valor da srie histrica iniciada em maro de 2011.

    O indicador refletiu as variaes, na ordem, de 0,1 p.p. e -0,3 p.p. nos segmentos de pessoas jurdicas e fsicas, que atingiram nvel de atrasos de 1,9% e 4,1%, respectivamente. Segmentando-se a inadimplncia em recursos livres e direcionados, os indicadores situaram-se em 4,8% e 0,9%, nessa ordem.

    No mesmo perodo, o prazo mdio das concesses de crdito apresentou elevao anual de 13,6 meses nas operaes com famlias e retrao de 5,9 meses nas contrataes com empresas, refletindo o aumento da participao da carteira imobiliria das famlias e, no segmento das empresas, a reduo de prazos em linhas do capital de giro e de algumas operaes referenciadas em moeda estrangeira.

    1.2.5. Sistema Financeiro Nacional

    Durante o ano de 2014, o Sistema Financeiro Nacional (SFN) manteve condies adequadas de liquidez, rentabilidade e capital para cobertura dos riscos inerentes s suas operaes. A solidez do sistema financeiro est associada manuteno de adequados nveis de alavancagem e de qualidade dos ativos, estabilidade dos fundamentos macroeconmicos e atuao contnua da autoridade monetria no aperfeioamento da regulamentao prudencial.

    Nesse sentido, foram adotadas medidas regulatrias alinhadas manuteno da estabilidade e ampliao da eficincia do sistema financeiro, destacando-se a edio de normas complementares

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    sobre: elaborao e divulgao das demonstraes consolidadas do conglomerado prudencial; formulao e implementao de poltica de responsabilidade socioambiental das instituies do sistema financeiro e maior utilizao das emisses de letras financeiras como instrumento de capitalizao.

    Em 2014, foi editada a Circular BCB n 3.701, de 13 de maro de 2014, estabelecendo os procedimentos para elaborao, divulgao e remessa ao BCB das demonstraes contbeis consolidadas de conglomerado prudencial. Essas demonstraes, por sua vez, consistem no documento, de natureza contbil, que visa a garantir o alinhamento geral da regulamentao local s recomendaes constantes do Acordo de Basilia.

    A Resoluo CMN n 4.327, de 25 de abril de 2014, estabeleceu as diretrizes que devem ser observadas pelas instituies financeiras e demais instituies autorizadas a funcionar pelo BCB no estabelecimento e na implementao da Poltica de Responsabilidade Socioambiental (PRSA).

    De acordo com essa resoluo, a PRSA deve ser elaborada de forma a conter princpios e diretrizes que norteiem as aes de natureza socioambiental nos negcios e na relao das instituies com as partes interessadas.

    A Resoluo CMN n 4.330, de 26 de maio de 2014, tem o intuito de aprimorar a emisso de Letra Financeira, instituda pela Lei n 12.249, de 11 de junho de 2010, a fim de que esse ttulo possa ser usado como instrumento de recursos destinados a reforar o capital das instituies financeiras, em consonncia com as recomendaes internacionais relativas Basilia III, que buscam aperfeioar a capacidade de o capital fazer frente a choques provenientes do prprio sistema financeiro ou dos demais setores da economia.

    Aspecto de particular importncia no processo de emisso de Letra Financeira para fins de composio de capital garantir que as caractersticas relacionadas suspenso do pagamento da remunerao estipulada e extino do direito de crdito

    ou sua converso em aes somente se apliquem aos ttulos emitidos para efetivamente compor o Patrimnio de Referncia da instituio emissora. Isso porque tais caractersticas representam inovaes significativas no arcabouo legal, notadamente no que diz respeito s caractersticas dos ttulos de crdito, sendo fundamental que sua utilizao restrinja-se aos propsitos prudenciais para os quais foram admitidas.

    No mbito das cooperativas de crdito, a Resoluo n 4.382, de 18 de novembro de 2014 autorizou as referidas instituies a emitirem Letras Financeiras Subordinadas (LFS), objetivando facilitar a composio de seu Patrimnio de Referncia e ampliar sua capacidade de emprstimo aos cooperados, com prazos mais longos, dado que as LFS so instrumentos de captao de longa exigibilidade.

    Em relao ao mercado de crdito, foram adotadas algumas medidas com o intuito de manter e aprimorar determinadas fontes de financiamento de mais longo prazo. Nesse sentido, a Resoluo n 4.319, de 27 de maro de 2014, permitiu que os recursos creditados nas contas em moeda nacional de organismos internacionais, como o Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento, em decorrncia de suas captaes no mercado de valores mobilirios brasileiro, sejam direcionados concesso de crdito ao setor privado ou realizao de investimento em ttulos privados no Pas.

    A Resoluo 4.369, de 18 de setembro de 2014, ampliou o limite autorizado para a contratao de operaes destinadas a financiar projetos de Pavimentao e Qualificao de Vias Urbanas selecionados para o Programa de Acelerao do Crescimento (PAC). Ademais, a resoluo n 4.391, de 19 de dezembro de 2014, estabeleceu as condies para contratao dos financiamentos passveis de subveno econmica com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social (BNDES) para o ano de 2015, com o objetivo principal de estmulo a setores estratgicos, tais como bens de capital, logstica, rural, tecnologia e inovao.

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    1.3. DESEMPENHO DO SETOR EXTERNO

    1.3.1. Poltica de Comrcio Exterior

    A recuperao da economia mundial manteve ritmo moderado em 2014. Entre os parceiros comerciais brasileiros mais dinmicos, os Estados Unidos da Amrica (EUA) e a China cresceram pouco abaixo do previsto, enquanto o desempenho da atividade econmica nos pases da Unio Europeia e no Japo mostrou-se muito aqum do esperado. No seu conjunto, a falta de robustez da economia global em 2014 repercutiu negativamente sobre o dinamismo do comrcio exterior do Brasil. Esse movimento negativo foi aprofundado pelos desequilbrios do setor externo da Argentina, terceiro parceiro comercial brasileiro, constituindo-se outro obstculo recuperao da corrente de comrcio no ano. Nesse contexto, a ao do Governo no mbito da poltica de comrcio exterior foi orientada pela adoo de mecanismos de simplificao burocrtica; ampliao das aes em promoo comercial; desonerao tributria das exportaes; apoio inovao; e aperfeioamento do sistema de defesa comercial. Alm disso, a poltica de comrcio exterior manteve a tradio brasileira de fortalecimento ao sistema multilateral de comrcio.

    Com relao s aes voltadas para simplificar a burocracia envolvida nas operaes de comrcio exterior, destaca-se o lanamento do Portal nico de Comrcio Exterior, possibilitando que as empresas apresentem a informao digitalmente, uma nica vez, aos diversos rgos federais anuentes envolvidos no trmite do comrcio exterior. Alm de reduzir a burocracia e os custos para exportadores e importadores, espera-se que sua implementao reduza, de 13 para oito dias, o prazo de exportao; e, de 17 para dez dias, o de importao.

    Adicionalmente, foi lanado o Servio Brasileiro de Informaes de Comrcio Exterior (Comex-Responde) que unificou o atendimento por meio de 23 rgos pblicos do Governo Federal para responder dvidas sobre temas de comrcio exterior, como normas e estatsticas de exportao e importao, acordos e oportunidades comerciais e de logstica.

    Destaque-se que foi mantida, a exemplo de anos anteriores, a poltica de ex-tarifrios, que tem por objetivo reduzir o custo de investimentos no Pas, por meio da reduo temporria e excepcional da alquota do Imposto de Importao para bens de capital e bens de informtica e de telecomunicaes, sem produo nacional equivalente. Nesse sentido, pela Resoluo 66, de 14 de agosto de 2014, a Cmara de Comrcio Exterior (Camex) substituiu a Resoluo n 17, de 3 de abril de 2012, aperfeioando a sistemtica de anlise e concesso de ex-tarifrios, o que conferiu maior segurana jurdica ao processo. Dentre as principais inovaes destacam-se o detalhamento de procedimentos para garantia do contraditrio, a definio de prazos e a delimitao mais precisa de atribuies dos atores do processo decisrio.

    O drawback modalidade iseno tambm foi objeto de aperfeioamento, com a adoo de processamento eletrnico, o que simplifica e reduz os custos envolvidos nesse regime de importao. Na modalidade suspenso, as empresas foram autorizadas a substituir os insumos adquiridos por mercadorias equivalentes compradas sem o benefcio para exportaes

    vinculadas ao regime. Esta permisso elimina a obrigao de controles segregados de estoques fsicos por parte das empresas beneficirias, reduzindo os custos de acesso desonerao.

    Por meio do drawback suspenso, as aquisies de insumos, sejam importados ou nacionais, a serem empregados na industrializao de produtos de exportao, so cursadas com a suspenso dos seguintes tributos: Imposto de importao (II), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Programa de Integrao Social/ Contribuio para Financiamento da Seguridade Social (PIS/Cofins) e Imposto sobre Operaes relativas Circulao de Mercadorias e sobre Prestaes de Servios de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicao (ICMS). Com a exportao do produto final, a suspenso convertida em iseno. Ao evitar o pagamento de tributos que seriam posteriormente convertidos em crditos, o drawback preserva o caixa das empresas.

    Quanto s medidas de desonerao tributria, pela converso da Medida Provisria n 651, de 9 de julho de 2014, na Lei n 13.043, de 13 de novembro de 2014), foi institudo, de maneira permanente, o Regime Especial de Reintegrao de Valores Tributrios para as Empresas Exportadoras (Reintegra), que tem por objetivo devolver parcial ou integralmente o resduo tributrio remanescente na cadeia de produo de bens exportados. A pessoa jurdica que exporte bens poder apurar crdito, mediante a aplicao de percentual estabelecido em portaria do Ministro de Estado da Fazenda, sobre a receita auferida com a exportao desses bens para o exterior.

    O percentual de incentivo poder variar entre 0,1% (um dcimo por cento) e 3% (trs por cento), admitindo-se diferenciao por bem. Este percentual ser estabelecido em ato do Ministro de Estado da Fazenda sobre a receita auferida com a exportao desses bens para o exterior. Essa medida foi adotada como uma das formas de desonerar as exportaes brasileiras, e poder ser de grande auxlio s empresas que j exportam, assim como s que tm interesse em expandir seus negcios no exterior.

    Na rea de defesa comercial, foram concedidos direitos antidumping a 19 produtos diversos e iniciados os preparativos para abertura de dois Painis de consulta na Organizao Mundial do Comrcio (OMC), um sobre as vendas de carnes para a Indonsia e outro sobre a nova Farm Bill norte americana, promulgada em 7 de fevereiro de 2014. Com relao ao contencioso relativo ao algodo entre Brasil e EUA, foi assinado, em 06 de outubro de 2014, Memorando de Entendimento encerrando o contencioso.

    Os EUA se comprometeram a efetuar ajustes no programa de crdito e garantia exportao que passar a operar dentro de parmetros estabelecidos por negociaes bilaterais. Alm disso, foi estipulado pagamento adicional de USD 300 milhes, com flexibilizao para aplicao dos recursos, que contribui para atenuar os prejuzos sofridos pelos produtores brasileiros. O contencioso do algodo comeou em 2002 quando o Brasil pediu a abertura de um painel na OMC com a alegao de que a lei agrcola ento vigente distorcia o comrcio mundial de produtos agrcolas por oferecer aos produtores de algodo norte-americanos subsdios que deixavam em desvantagem os

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    produtores de outros pases. Ressalte-se que o acordo firmado limitado apenas a este setor e preserva intactos os direitos brasileiros de questionar junto a OMC, caso necessrio, a nova lei agrcola norte-americana em relao aos demais produtos.

    Com relao ao financiamento das exportaes, pela Resoluo n 4.335 de 26 de maio de 2014, o BCB definiu novos critrios que podem ser aplicados aos financiamentos das exportaes brasileiras no mbito do Programa de Fomento s Exportaes (Proex) Financiamento, institudo pela Lei 10.184, de 12 de fevereiro de 2001. Importante lembrar que, no mbito do Proex, h duas modalidades, a equalizao e financiamento, sendo ambas operadas pelo Banco do Brasil.

    Por fim, ressalte-se a internalizao, pelo Decreto n 8.327, de 17 de outubro de 2014, da Conveno das Naes Unidas sobre Contratos de Compra e Venda Internacional de Mercadorias. Essa conveno uniformizou os direitos e deveres das partes em contratos de compra e venda internacional celebrados entre empresas sediadas em pases diferentes, criando maior segurana jurdica e previsibilidade nas transaes internacionais.

    Tambm foram internalizados, pelo Decreto n 8322, de 07 de outubro de 2014, o regime de drawback em relao ao Acordo Comercial com o Chile; pelo Decreto n 8323, de 07 de outubro, o regime de drawback do Acordo Comercial com a Bolvia; e pelo Decreto n 8324, de 07 de outubro, o regime de preferncias concedidas no comrcio entre Brasil e Venezuela.

    1.3.2. Poltica Cambial

    O incio de 2014 foi marcado por presso sobre as moedas de pases emergentes, decorrente da expectativa quanto deciso do Federal Reserve de iniciar a reduo de estmulos monetrios economia norte-americana.

    Ao longo do primeiro semestre ocorreu, porm, relativa acomodao do mercado, o que criou as condies para que o governo brasileiro levantasse a ltima medida, com vigncia desde dezembro de 2012, voltada para moderar a entrada de recursos estrangeiros no Pas.

    Pelo Decreto n 8.263, publicado em 04 de junho de 2014, foi reduzido, de 360 para 180 dias, o prazo mdio mnimo dos emprstimos externos ao Pas sujeitos alquota de 6% de Imposto sobre Operaes Financeiras (IOF).

    Com a mudana, a alquota do IOF ficou reduzida a zero nas operaes com prazo mdio entre 181 e 360 dias. Essa alterao teve por objetivo incentivar as captaes de curto prazo de empresas e bancos no mercado externo e melhorar o fluxo cambial, contendo a presso de alta do dlar.

    Em continuidade poltica cambial praticada desde a introduo do regime flutuante, buscou-se, em 2014, reduzir a volatilidade das cotaes e garantir a liquidez do mercado. Para atender necessidade de proteo cambial (hedge) demandada pelos agentes econmicos, o Banco Central do Brasil (BCB) tem realizado, desde 22 de agosto de 2013, o programa de leiles de swap e venda de dlares.

    Em 24 de junho, a autoridade monetria anunciou sua segunda prorrogao, de 1 de julho a at pelo menos 31 de dezembro de 2014, nas seguintes condies: (i) realizao de leiles de swap de segunda a sexta-feira, com oferta de US$ 200 milhes por dia; (ii) realizao de leiles de venda de dlares com compromisso de recompra em funo das condies de liquidez do mercado de cmbio; e (iii) sempre que julgar necessrio, o BCB poder realizar operaes adicionais de venda de dlares atravs dos instrumentos ao seu alcance.

    Em 30 de dezembro, em razo da necessidade de continuar provendo hedge cambial e liquidez ao mercado de cmbio, foi anunciada nova extenso, de 02 de janeiro a at pelo menos 31 de maro de 2015, do referido programa de leiles; no entanto, em relao s regras anteriores, foi reduzida pela metade, de US$ 200 milhes para US$ 100 milhes, a oferta diria dos leiles de swap de segunda a sexta-feira. A utilizao desse instrumento uma forma de o BCB oferecer hedge cambial sem precisar vender dlares das reservas internacionais.

    Ao longo do ano, houve, por um lado, tendncia constante de crescimento do estoque de swap cambial tradicional, que totalizou US$ 109,6 bilhes em valor nacional ao final de dezembro, a maior atuao do BCB por meio desses instrumentos cambiais desde 2002. Em relao ao final de 2013, quando somou US$ 75,1 bilhes, o aumento de US$ 34,5 bilhes de swap cambiais correspondeu a crescimento de 45,9% no perodo

    Por outro lado, com relao aos leiles de venda de dlares com compromisso de recompra no mercado interbancrio, em dezembro de 2013 essas operaes somavam US$ 17 bilhes.

    Ao longo de 2014, a autoridade monetria realizou novos leiles e recompras, praticamente zerando o saldo dessas operaes, que alcanou US$ 200 milhes nos meses de agosto a novembro; entretanto, somente em dezembro de 2014, com o aumento da volatilidade e da averso ao risco derivados dos problemas na Rssia e da iminncia de reduo nas condies de liquidez internacional a partir do incio do proceso de normalizao da poltica monetria norte-americana, o BCB realizou leilo de dlares conjugados com recompra no montante de US$ 10,3 bilhes, fechando o ano com estoque de US$ 10,5 bilhes, inferior, no entanto, ao registrado no final do ano anterior. Importante salientar que no foi registrada interveno da autoridade monetria no mercado spot de cmbio em 2014.

    Com relao ao Sistema de Pagamentos em Moeda Local (SML), pela Resoluo 4.331, de 26 de maio de 2014, o CMN fixou diretrizes para regulamentao de convnios bilaterais celebrados no mbito do Mercado Comum do Sul (Mercosul). Foi alterado o escopo do SML com a Argentina, que passou a permitir o envio e o recebimento de aposentadorias e penses.

    Em operao desde 2008, o SML permitia apenas os pagamentos de operaes de comrcio de bens, assim como de servios e despesas relacionadas. Pelo sistema, importadores e exportadores brasileiros e argentinos realizam pagamentos e recebimentos em suas respectivas moedas. Desde 2006, o Acordo Multilateral de Seguridade Social do Mercado Comum do Sul permite a contagem cumulativa do tempo de trabalho entre os pases do Mercosul para efeito de recebimento de

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    benefcios. Com base nesse acordo, a Administrao Nacional da Seguridade Social (Anses) - instituio previdenciria argentina - e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) - instituio previdenciria brasileira - podem utilizar mecanismos de mercado para transferirem entre si os recursos a serem repassados a seus beneficirios.

    A alterao aprovada permite que tais operaes sejam cursadas via SML, bem como estabelece modificaes, preparando o sistema para novos acordos com os demais pases do Mercosul. Essa matria foi disciplinada pela Circular n 3.707, de 16 de junho, e o regulamento entre o Banco Central do Brasil e o Banco Central do Uruguai, no mbito do SML, pela Circular n 3.734, de 26 de novembro de 2014.

    Adicionalmente, pela Resoluo 4.319, de 27 de maro de 2014, o Conselho Monetrio Nacional (CMN) disps que os recursos creditados nas contas em moeda nacional dos organismos internacionais, em decorrncia de suas captaes no mercado de valores mobilirios brasileiro, sejam direcionados concesso de crdito ao setor privado ou realizao de investimento em ttulos privados no Pas.

    O objetivo da norma promover o desenvolvimento econmico no Pas mediante incentivo ao empreendimento privado produtivo, bem como contribuir para o desenvolvimento do mercado de capitais domstico.

    A medida facilita a operacionalizao desses financiamentos e amplia o conjunto de produtos financeiros disponveis no mercado, em especial de longo prazo, com possveis benefcios a projetos de infraestrutura no Brasil. O BCB complementou a regulamentao da matria pela Circular n 3.702, de 28 de maro de 2014.

    Ressalte-se, por fim, que o CMN, pela Resoluo 4.373, de 29 de setembro de 2014, revisou a regulamentao sobre aplicaes de investidor no residente no Brasil nos mercados financeiro e de capitais do Pas, inclusive os realizados por meio de Depositary Receipts (DRs). As propostas aprovadas resultaram

    de trabalho conjunto do Banco Central do Brasil e da Comisso de Valores Mobilirios (CVM).

    A nova resoluo simplificou procedimentos e conferiu maior clareza s disposies, contribuindo assim para a reduo dos custos de observncia e aumento da segurana jurdica das operaes. As principais alteraes trazidas pela regulamentao foram as seguintes:

    i) possibilitar que aplicaes em moeda nacional mediante recursos mantidos em conta titulada pelo investidor no residente no pas ou por meio de ordem de pagamento em reais oriunda do exterior. Essa faculdade j era permitida aos investimentos externos diretos e s operaes de crdito externo;

    ii) permitir que DRs possam ser lastreados em quaisquer valores mobilirios emitidos por companhias abertas brasileiras, e no apenas em aes, como dispunha a regulamentao anterior; e, no caso de instituies financeiras e demais instituies de capital aberto autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, tambm em ttulos de crdito elegveis a compor seu Patrimnio de Referncia (PR); e

    iii) reunir, em uma nica norma, as disposies relativas a aplicaes em portflio de investidores residentes no exterior, eliminando comandos redundantes e prescindveis, e otimizando o envio de informaes aos reguladores, contribuindo para a reduo de custos. A nova regulamentao ser complementada por normas adicionais expedidas pela autoridade monetria e pela CVM, e entrar em vigor em 30 de maro de 2015.

    1.3.3. Movimento de Cmbio

    O mercado de cmbio contratado foi deficitrio em US$ 9,3 bilhes em 2014, em comparao a deficit de US$ 12,3 bilhes no ano anterior. A balana comercial cambial contratada registrou superavit de US$ 4,1 bilhes, ante US$ 11,1 bilhes em 2013, resultado decorrente de recuos, na ordem, de 4,6% e 1,6% nas contrataes de exportaes e importaes de bens.

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    MOVIMENTO DE CMBIO CONTRATADOUS$ MILHES

    PerodoComercial Financeiro Saldo Global

    Exportaes

    Importaes

    Saldo Compras

    Vendas

    Saldo (C) = (A) + (B) (A) (B)

    2011 Ano 251 185 207 236 43 950 393 997 372 669 21 329 65 279

    2012 Ano 224 612 216 238 8 373 391 550 383 170 8 380 16 753

    2013 Jan 14 847 19 603 - 4 755 31 194 28 825 2 370 - 2 386 Fev 15 612 14 922 690 26 796 27 591 - 795 - 105 Mar 19 428 17 410 2 019 32 594 34 221 - 1 627 391 Abr 25 208 18 535 6 673 36 170 39 327 - 3 157 3 515 Mai 31 764 17 666 14 098 33 899 37 243 - 3 343 10 755 Jun 16 452 18 317 - 1 865 51 528 52 299 - 771 - 2 636 Jul 18 378 18 490 - 111 40 507 41 842 - 1 335 - 1 447 Ago 17 839 19 697 - 1 858 36 621 40 613 - 3 992 - 5 850 Set 14 862 19 908 - 5 046 47 306 44 318 2 988 - 2 058 Out 19 314 20 378 - 1 063 33 714 38 850 - 5 137 - 6 200 Nov 21 638 17 402 4 237 36 145 37 842 - 1 697 2 540 Dez 17 576 19 457 - 1 881 45 267 52 166 - 6 898 - 8 780 Ano 232 920 221 785 11 136 451 740 475 136 - 23 396 - 12 261

    2014 Jan 19 157 17 566 1 591 43 344 43 324 19 1 610 Fev 15 665 17 794 - 2 129 34 165 33 892 272 - 1 856 Mar 17 008 17 529 - 521 40 706 37 881 2 825 2 304 Abr 23 080 19 282 3 798 45 867 46 882 - 1 015 2 783 Mai 21 449 19 527 1 922 41 677 44 412 - 2 735 - 813 Jun 17 047 18 819 - 1 772 42 543 40 652 1 890 118 Jul 21 511 19 894 1 617 40 769 44 177 - 3 408 - 1 791 Ago 15 736 17 776 - 2 040 44 605 45 620 - 1 016 - 3 056 Set 19 474 18 453 1 021 45 931 44 909 1 022 2 044 Out 19 871 18 356 1 515 53 072 47 661 5 412 6 927 Nov 14 674 16 032 - 1 358 35 187 37 335 - 2 149 - 3 507 Dez 17 599 17 107 492 45 329 59 871 - 14 542 - 14 050 Ano 222 270 218 133 4 137 513 193 526 617 - 13 424 - 9 287

    Fonte: Banco Central do Brasil

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    O segmento financeiro apresentou deficit de US$ 13,4 bilhes, ante US$ 23,4 bilhes em 2013, refletindo aumento respectivo de 13,6% nas compras e 10,8% nas vendas de moeda estrangeira.

    As condies do crdito externo e o comportamento do fluxo cambial justificaram a atuao do Banco Central do Brasil no mercado de cmbio. Durante 2014, as compras lquidas somaram US$ 6,5 bilhes, em operaes de linhas de venda de moeda estrangeira com compromisso de recompra, comparativamente s intervenes efetuadas em 2013, que totalizaram vendas lquidas de US$ 11,5 bilhes.

    A posio dos bancos, que reflete as operaes com clientes no mercado primrio de cmbio e as intervenes do Banco Central do Brasil, passou de vendida em US$ 18,1 bilhes, ao encerrar 2013, para vendida em US$ 28,3 bilhes, ao final de 2014.

    1.3.4. Balano de Pagamentos

    O balano de pagamentos apresentou superavit de US$ 10,8 bilhes, em 2014.

    A necessidade de financiamento externo, definido como o somatrio do resultado em transaes correntes e dos fluxos lquidos de Investimentos Estrangeiros Diretos (IED), atingiu US$ 28,5 bilhes no ano, equivalentes a 1,3% do PIB, ante US$ 17,1 bilhes, 0,76% do PIB, em 2013.

    O deficit em transaes correntes, que atingira US$ 81,1 bilhes em 2013, ampliou-se no decorrer de 2014, acumulando US$ 90,9 bilhes. Essa trajetria decorreu principalmente da reverso do saldo comercial e, em menor grau, das elevaes nas despesas lquidas servios e de rendas.

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    BALANO DE PAGAMENTOUS$ MILHES

    Discriminao 2013 2014

    1 sem 2 sem Ano 1 sem 2 sem Ano Balana comercial (FOB) - 3 075 5 474 2 399 - 2 492 - 1 438 - 3 930 Exportaes 114 424 127 609 242 034 110 531 114 570 225 101 Importaes 117 499 122 135 239 634 113 023 116 008 229 031 Servios - 21 871 - 25 225 - 47 096 - 22 655 - 26 012 - 48 667 Receitas 19 791 19 336 39 127 20 487 20 620 41 107 Despesas 41 662 44 562 86 224 43 142 46 633 89 774 Rendas - 19 779 - 19 999 - 39 778 - 19 287 - 20 986 - 40 273 Receitas 3 457 6 614 10 071 3 130 3 246 6 377 Despesas 23 236 26 613 49 848 22 417 24 233 46 650 Transferncias unilaterais 1 542 1 824 3 366 798 1 125 1 922 Receitas 2 572 2 904 5 476 362 - 362 Despesas 1 030 1 082 2 112 190 - 190 Transaes correntes - 43 182 - 37 926 - 81 108 - 43 637 - 47 311 - 90 948 Conta capital e financeira 50 840 23 405 74 245 52 601 46 972 99 572 Conta capital 655 538 1 193 334 255 590 Conta financeira 50 185 22 867 73 052 52 266 46 716 98 983 Investimento direto (lquido) 37 202 30 289 67 491 26 665 39 370 66 035 No exterior 7 213 - 3 718 3 495 - 2 599 6 139 3 540 Participao no capital - 9 733 - 5 027 - 14 760 - 14 179 - 5 377 - 19 556 Emprstimos intercompanhias 16 946 1 309 18 256 11 580 11 516 23 096 No pas 29 989 34 007 63 996 29 264 33 231 62 495 Participao no capital 19 096 22 548 41 644 22 644 24 659 47 303 Emprstimos intercompanhias 10 893 11 459 22 352 6 620 8 572 15 192 Investimentos em carteira 12 410 13 279 25 689 26 503 3 502 30 004 Ativos - 5 517 - 3 459 - 8 975 - 2 757 - 770 - 3 527 Aes - 667 - 795 - 1 462 - 327 247 - 80 Ttulos de renda fixa - 4 850 - 2 663 - 7 513 - 2 430 - 1 017 - 3 447 Passivos 17 926 16 738 34 664 29 260 4 271 33 531 Aes 6 278 5 358 11 636 9 039 2 507 11 546 Ttulos de renda fixa 11 648 11 380 23 028 20 221 1 764 21 985 Derivativos 119 - 9 110 302 - 1 871 - 1 568 Ativos 246 136 382 2 392 5 214 7 606 Passivos - 127 - 144 - 271 - 2 090 - 7 085 - 9 174 Outros investimentos1/ 454 - 20 692 - 20 238 - 1 203 5 715 4 512 Ativos - 13 403 - 26 468 - 39 870 - 24 266 - 20 593 - 44 859 Passivos 13 857 5 775 19 632 23 062 26 309 49 371 Erros e omisses - 1 381 2 318 936 3 061 - 852 2 209 Resultado do balano 6 277 - 12 203 - 5 926 12 024 - 1 192 10 833 Memo: Transaes correntes/PIB -3,62% -4,17%

    Fonte: Banco Central do Brasil1/ Registra crditos comerciais, emprstimos, moeda e depsitos, outros ativos e passivos.

    Em 2014, o deficit em conta corrente representou -4,17% do PIB, ante -3,62% do PIB no ano anterior, comportamento associado, fundamentalmente, ao deficit de US$ 3,9 bilhes na balana comercial e s elevaes nos deficits das contas de servios, de US$ 1,6 bilho, e de rendas, US$ 0,5 bilho, na comparao com 2013. As receitas lquidas relativas a transferncias unilaterais apresentaram forte reduo, situando-se em US$ 1,4 bilho.

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    As contas capital e financeira foram positivas em US$ 99,6 bilhes em 2014. O resultado global do balano de pagamentos foi superavitrio em US$ 10,8 bilhes no ano.

    A conta de servios apresentou despesas lquidas de US$ 48,7 bilhes, em 2014, comparativamente a deficit de US$ 47,1 bilhes em 2013. A elevao das despesas lquidas explicada, em ordem de importncia, pelo comportamento das contas de aluguel de equipamentos, viagens internacionais, transportes, computao e informao e royalties e licenas.

    A rubrica aluguel de equipamentos registrou remessas lquidas de US$ 22,7 bilhes em 2014, ante US$ 19,1 bilhes no ano anterior. A ampliao das remessas reflete pagamentos contratuais, alm de estar associada ao processo de intensa utilizao, no Pas, de bens de capital de propriedade de no-residentes.

    SERVIOSUS$ MILHES

    Discriminao2013 2014

    1 sem 2 sem Ano 1 sem 2 sem AnoTotal - 21 871 - 25 225 - 47 096 - 22 655 - 26 012 - 48 667

    Receitas 19 791 19 336 39 127 20 487 20 620 41 107

    Despesas 41 662 44 562 86 224 43 142 46 633 89 774

    Transportes - 4 784 - 5 004 - 9 788 - 4 484 - 4 453 - 8 938

    Receitas 2 639 2 777 5 417 2 937 3 211 6 148

    Despesas 7 423 7 781 15 205 7 421 7 664 15 085

    Viagens - 8 729 - 9 553 - 18 283 - 8 839 - 9 856 - 18 695

    Receitas 3 480 3 224 6 704 3 647 3 267 6 914

    Despesas 12 209 12 778 24 987 12 486 13 123 25 608

    Seguros - 565 - 511 - 1 076 - 417 - 378 - 795

    Receitas 228 244 473 294 360 655

    Despesas 793 756 1 549 712 738 1 450

    Financeiros 521 594 1 115 207 1 208

    Receitas 1 492 1 415 2 908 754 455 1 209

    Despesas 971 821 1 793 547 455 1 001

    Computao e informaes - 2 316 - 2 153 - 4 469 - 2 229 - 2 199 - 4 427

    Receitas 242 201 443 473 632 1 105

    Despesas 2 559 2 353 4 912 2 702 2 830 5 532

    Royalties e licenas - 1 539 - 1 532 - 3 071 - 1 821 - 1 520 - 3 341

    Receitas 310 287 597 201 160 360

    Despesas 1 850 1 819 3 669 2 022 1 680 3 702

    Aluguel de equipamentos - 8 668 - 10 391 - 19 060 - 10 254 - 12 398 - 22 651

    Receitas 258 47 306 56 87 143

    Despesas 8 927 10 439 19 366 10 310 12 484 22 794

    Servios governamentais - 612 - 749 - 1 360 - 790 - 906 - 1 696

    Receitas 784 884 1 668 453 499 952

    Despesas 1 395 1 633 3 029 1 242 1 405 2 647

    Demais servios 4 821 4 074 8 896 5 972 5 696 11 668

    Receitas 10 356 10 255 20 611 11 673 11 950 23 623

    Despesas 5 535 6 181 11 716 5 701 6 254 11 955

    Fonte: Banco Central do Brasil

    Os valores apresentados pela conta de viagens internacionais, em 2014, so os maiores da srie histrica, tanto para o saldo, como para receitas e despesas. Foram registradas sadas lquidas de US$ 18,7 bilhes, devido ao crescimento de 2,5% nas despesas efetuadas por brasileiros no exterior, que atingiram US$ 25,6 bilhes, ante US$ 25 bilhes, em 2013. Os dispndios de estrangeiros no Pas, por sua vez, cresceram 3,1%, atingindo US$ 6,9 bilhes em 2014. A conta de transportes registrou sadas lquidas de US$ 8,9 bilhes, 8,7% abaixo do resultado de 2013.

    As despesas lquidas com servios de computao e informao somaram US$ 4,4 bilhes, recuo de 0,9% na comparao com o resultado de 2013. Os pagamentos lquidos ao exterior de royalties e licenas, rubrica que inclui os servios de fornecimento de

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    tecnologia, direitos autorais, licenas e registros para uso de marcas e de explorao de patentes, franquias, entre outros, atingiram US$ 3,3 bilhes em 2014, acrscimo de 8,8% frente ao registrado no ano anterior. O dficit da conta de rendas apresentou elevao de 1,2% no ano, atingindo US$ 40,3 bilhes. Em termos agregados, a conta de juros apresentou remessas lquidas de US$ 14,1 bilhes, refletindo diminuio de 36,7% nas receitas e de 6,4% nas despesas. Ressalte-se que o observado decrscimo nas receitas consistente com o comportamento das taxas de juros internacionais.

    VIAGENS INTERNACIONAISUS$ MILHES

    Discriminao2013 2014

    1 sem 2 sem Ano1

    sem2 sem Ano

    Total - 8 729 - 9 553 - 18 283 - 8 839 - 9 856 - 18 695 Receita 3 480 3 224 6 704 3 647 3 267 6 914 Despesa 12 209 12 778 24 987 12 486 13 123 25 608 Cartes de crdito - 3 753 - 3 600 - 7 353 - 2 950 - 3 503 - 6 453 Receita 2 652 2 372 5 024 2 752 2 531 5 283 Despesa 6 405 5 971 12 377 5 702 6 034 11 736 Outros - 4 976 - 5 954 - 10 930 - 5 889 - 6 352 - 12 242 Receita 828 852 1 680 895 736 1 631 Despesa 5 804 6 806 12 610 6 784 7 089 13 873

    Fonte: Banco Central do Brasil

    SERVIOS EMPRESARIAIS, PROFISSIONAIS E TCNICOSUS$ MILHES

    Discriminao 2013

    2014

    1 sem 2 sem Ano 1 sem 2 sem AnoTotal 5 379 4 788 10 167 5 814 5 460 11 274 Crdito 9 520 9 380 18 900 9 826 9 949 19 774 Encomendas postais 1 2 3 3 3 7

    Servios jurdicos, de auditoria, contabilidade, cons. tributria e de educao 1 548 1 598 3 147 1 754 1 763 3 517 Passe de atleta profissional 137 175 311 119 105 224 Publicidade e participao em feiras e exposies 373 429 802 459 426 885 Servios de engenharia, arquitetura, P&D e assistncia tcnica 4 381 4 116 8 496 2 064 1 531 3 595 Servios administrativos e outros tcnicos e profissionais 3 080 3 060 6 141 5 426 6 120 11 547

    Despesa 4 141 4 592 8 733 4 012 4 489 8 501 Aquisio de medicamentos no exterior - - - - - - Encomendas postais 34 49 83 60 70 129 Servios jurdicos, de auditoria, contabilidade, cons. tributria e de educao 465 560 1 025 338 423 761 Passe de atleta profissional 41 21 61 30 26 56 Publicidade e participao em feiras e exposies 481 513 994 555 485 1 040 Servios de engenharia, arquitetura, P&D e assistncia tcnica 2 288 2 614 4 902 960 588 1 548 Servios administrativos e outros tcnicos e profissionais 832 836 1 668 2 069 2 897 4 966

    Fonte: Banco Central do Brasil

    Os fluxos de salrios e ordenados, de valores menos expressivos, resultaram em recebimentos lquidos de US$ 354 milhes, recuo de 30,7% sobre o resultado de 2013. Em 2014, pelo nono ano consecutivo, as remessas lquidas de lucros e dividendos ultrapassaram as despesas lquidas com juros, refletindo a predominncia dos estoques de investimentos estrangeiros diretos e aes sobre o estoque do endividamento externo na composio do passivo externo. Em 2014, as remessas lquidas de lucros e dividendos somaram US$ 26,5 bilhes, 1,8% acima do resultado de 2013.

    A remessa lquida de renda para o exterior esteve fortemente influenciada pelas remessas lquidas de rendas de investimento direto, conforme padro observado desde 2006. Vistas de forma desagregada, as remessas lquidas em renda de investimento

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    PRESTAO DE CONTAS DA PRESIDENTA DA REPBLICA - EXERCCIO DE 2014

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    direto registraram US$ 23,5 bilhes, elevao de 4,1% na comparao com 2013. Nesse item, as despesas lquidas de lucros e dividendos somaram US$ 19,8 bilhes, 3,1% superiores, na mesma base de comparao. As remessas lquidas relativas a juros de emprstimos intercompanhias cresceram 10,3%, atingindo US$ 3,6 bilhes. Os investimentos brasileiros diretos no exterior somaram retornos lquidos de US$ 3,5 bilhes, 1,5% acima dos retornos lquidos ocorridos em 2013. Em 2014, US$ 19,6 bilhes referiram-se a aumento de participao no capital, comparados aos US$ 14,8 bilhes registrados em 2013. Os ingressos lquidos provenientes de emprstimos intercompanhias de filiais no exterior s matrizes brasileiras somaram US$ 23,1 bilhes, ante US$ 18,3 bilhes no ano anterior.

    RENDASUS$ MILHES

    Discriminao2013 2014

    1 sem 2 sem Ano 1 sem 2 sem AnoTotal de rendas - 19 779 - 19 999 - 39 778 - 19 287 - 20 986 - 40 273 Receitas 3 457 6 614 10 071 3 130 3 246 6 377 Despesas 23 236 26 613 49 848 22 417 24 233 46 650 Salrios e ordenados 255 256 511 179 175 354 Receitas 295 298 593 262 256 518 Despesas 40 42 82 83 81 163 Renda de investimentos - 20 034 - 20 255 - 40 289 - 19 467 - 21 161 - 40 628 Receitas 3 161 6 316 9 477 2 868 2 991 5 859 Despesas 23 195 26 571 49 766 22 335 24 152 46 487 Renda de investimento direto - 11 239 - 11 308 - 22 547 - 10 816 - 12 660 - 23 476 Receitas 765 4 224 4 989 729 864 1 593 Despesas 12 004 15 532 27 536 11 545 13 524 25 069 Lucros e dividendos - 10 259 - 8 992 - 19 251 - 9 176 - 10 664 - 19 840 Receitas 550 4 053 4 603 633 691 1 324 Despesas 10 809 13 045 23 854 9 809 11 356 21 165 Juros de emprstimos intercompanhias - 980 - 2 316 - 3 296 - 1 639 - 1 996 - 3 635 Receitas 215 171 386 96 173 269 Despesas 1 195 2 487 3 682 1 735 2 168 3 904 Renda de investimento em carteira - 5 435 - 5 568 - 11 003 - 5 585 - 5 516 - 11 102 Receitas 1 871 1 754 3 626 1 690 1 746 3 436 Despesas 7 306 7 323 14 629 7 276 7 262 14 538 Lucros e dividendos - 3 842 - 2 951 - 6 794 - 3 788 - 2 895 - 6 683 Receitas 4 0 4 52 63 116 Despesas 3 847 2 952 6 798 3 840 2 958 6 798 Juros de ttulos de dvida (renda fixa) - 1 592 - 2 617 - 4 210 - 1 797 - 2 621 - 4 419 Receitas 1 867 1 754 3 621 1 638 1 683 3 320 Despesas 3 460 4 371 7 831 3 435 4 304 7 739 Renda de outros investimentos1/ - 3 360 - 3 379 - 6 738 - 3 065 - 2 985 - 6 050 Receitas 525 338 863 449 381 830 Despesas 3 885 3 716 7 601