presidÊncia da repÚblica controladoria …da unidade sobre a questão, nos termos do parágrafo...
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PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO
SECRETARIA FEDERAL DE CONTROLE INTERNO
Unidade Auditada: SUPERINTENDENCIA DO IPHAN EM GOIAS, IPHAN-
GO
Município - UF: Goiânia - GO
Relatório nº: 201505379
UCI Executora: CONTROLADORIA REGIONAL DA UNIÃO NO
ESTADO DE GOIÁS
RELATÓRIO DE AUDITORIA
Chefe,
Em atendimento à determinação contida na Ordem de Serviço nº 201505379,
apresentamos os resultados dos exames realizados sob atos e consequentes fatos de
gestão, ocorridos na supra-referida, no período de 01/01/2015 a 29/02/2016.
I – ESCOPO DO TRABALHO
Os trabalhos foram realizados na Sede da Superintendência do IPHAN/GO em
Goiânia/GO, no período de 23/03 a 31/03/2016, em estrita observância às normas de
auditoria aplicáveis ao serviço público federal, objetivando o acompanhamento
preventivo dos atos e fatos de gestão ocorridos no período de abrangência do trabalho,
qual seja, 01/01/2015 a 29/02/2016. Nenhuma restrição foi imposta aos nossos exames,
realizados por amostragem, sobre a documentação relativa à licitação, contratação e
execução dos serviços terceirizados de limpeza e conservação das Unidades do
IPHAN/GO.
II – RESULTADO DOS EXAMES
1 GESTÃO OPERACIONAL
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1.1 Avaliação dos Resultados da Gestão
1.1.1 Avaliação dos Resultados da Gestão
1.1.1.1 INFORMAÇÃO
Respostas às questões de auditoria.
Fato
O trabalho teve como foco a realização de uma avaliação conclusiva sobre a execução e
fiscalização do contrato de serviço de limpeza e conservação no âmbito da
Superintendência do IPHAN em Goiás, com vigência a partir de 26/01/2016, por meio de
respostas às seguintes questões de auditoria:
1) Como se deu o registro da licitação/contrato no Comprasnet/SIASG? A unidade de
competição foi “R$/m2”?
RESPOSTA:
O registro da licitação/contrato no Comprasnet/SIASG não teve como unidade de
competição o custo por m² e sim o valor global do serviço para o conjunto dos três
estabelecimentos do IPHAN/GO: a Sede da Superintendência em Goiânia e os Escritórios
Técnicos nas Cidades de Goiás e Pirenópolis. Assim, embora a Unidade não tenha
utilizado o “posto de serviço” como unidade de medida, nem fixado o quantitativo para
contratação, não a estabeleceu em conformidade com a métrica prevista na IN
SLTI/MPOG nº 02/2008.
2) Em que situação (abaixo, dentro ou acima) encontra-se o valor de
contratação/renovação em relação aos limites mínimos e máximos definidos pela SLTI
para o estado?
o Caso contratado acima, analisar as justificativas apresentadas pelo gestor.
o Caso tenha ocorrido prorrogação contratual no período analisado, atentar para o fato
de que a mesma não pode ser realizada em valor acima do máximo definido pela SLTI,
pois contraria o disposto no art. 30 §5º inciso I da IN SLTI nº 02/2008, caracterizando
ilegalidade.
RESPOSTA:
Verificou-se a existência de divergência entre o total dos custos efetivos, demonstrados
na planilha orçamentária, e o valor ofertado, pelo licitante vencedor, e contratado. Assim,
embora o percentual de variação do valor contratado em relação ao total dos custos
efetivos seja superior em 9,43%, relativamente ao total dos custos mínimos referenciais,
apurado com base na Portaria SLTI/MPOG n° 7, de 13/04/2015, é superior apenas em
4,43%. Enquanto que o percentual de variação do total dos custos efetivos em relação ao
total dos custos mínimos referenciais chega a ser inferior em 5%. Com isso, expõe-se uma
situação de risco, considerando que se inclui, no objeto contratual, o fornecimento de
materiais e equipamentos para a execução dos serviços, que envolvem custos variáveis e
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quantitativos cujas estimativas são de responsabilidade da contratada. Tendo, ainda, como
agravante o fornecimento de materiais de higiene pessoal, cuja inclusão é considerada
indevida, por não serem atinentes ao serviço de limpeza e conservação, e pelo fato do
consumo ser inerente a usuários e extrapolar o controle da contratada; levando-se em
conta, ainda, que os custos correspondentes não são computados nos valores referenciais
que balizam os preços para a contratação do serviço.
Cabe salientar, ainda, que o objeto licitado possui unidades físicas autônomas, em
edificações distintas, localizadas em 3 diferentes cidades, e que, embora a Unidade
auditada tenha optado por definir o critério de julgamento pelo valor “global”, existe
diferença nos encargos à contratada, o que impôs a oferta, pelo licitante vencedor, de
valores diferenciados em relação ao Preço Homem Mês para cada localidade. Sendo que
em relação a duas delas, as diferenças dos preços ofertados para o mínimo referencial
correspondem aos percentuais de apenas 1,06% e 1,84%.
Dessa forma, verificou-se a ocorrência de falhas na fase de julgamento da proposta, ao
aceitá-la com as divergências apresentadas, passíveis de correção, uma vez que envolvem
custos, os quais podem ocasionar distorções e vir a ser objeto de solicitação de alteração
previsível, à época, e indevida dos termos acordados. E, ainda, por não terem sido
tomadas as providências previstas na legislação pertinente, visando à comprovação da
exequibilidade da proposta vencedora, uma vez que as divergências dos custos
contratados em relação aos custos efetivos e a diferença pequena em relação aos custos
mínimos referenciais expõem uma situação de risco em relação ao cumprimento das
obrigações assumidas pela contratada.
3) Há indícios de cartelização nas licitações, ao analisar o comportamento dos licitantes
no conjunto das licitações do escopo?
RESPOSTA:
Em relação ao contrato examinado, não foram encontrados indícios de cartelização.
4) O contrato prevê necessariamente as produtividades mínimas estabelecidas no art.
44 da IN SLTI n.º 02/2008?
o As produtividades foram definidas considerando os subtipos listados na IN nº 3/2009 e
no Caderno de Logística de Limpeza (espaços livres, almoxarifados, garagens, áreas
verdes)?
o As frequências de limpeza efetivamente realizadas são compatíveis com aquelas
contratadas?
o As áreas contratadas estão corretas?
RESPOSTA:
A Unidade Auditada informou, no Termo de Referência e no Contrato, as áreas físicas
internas, externas e de esquadrias e as respectivas produtividades que deveriam ser
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adotadas, em relação aos três estabelecimentos que integram a Unidade, as quais
coincidem com as referenciais mínimas previstas na IN SLTI/MPOG nº 02/2008.
Tendo em vista que os serviços seriam executados em três estabelecimentos, em
Municípios distintos, verificou-se que a Unidade foi omissa ao não prever, no Termo de
Referência, que a produtividade adotada poderia ser inferior à mínima referencial, em
consonância com o Art. 45 da IN SLTI/MPOG nº 02/2008, de forma a possibilitar a
contratação de um servente para a localidade cuja soma das áreas físicas fosse menor que
a soma das produtividades mínimas referenciais, uma vez que a carga horária
correspondente deve ser de 8 horas diárias.
Assim, na proposta vencedora da licitação e contratada, para o Escritório Técnico de
Pirenópolis, o índice relativo ao número de serventes foi arredondado para mais, de 0,65
para 1, reduzindo, com isso, o percentual de variação da produtividade efetiva contratada,
em relação à produtividade mínima referencial, em 35%. Acompanhando a mesma
proporção dos preços ofertados e contratados em relação ao total dos custos efetivos,
demonstrados na planilha orçamentária, tendo em vista a referida omissão, por parte da
Unidade. E, em sentido inverso, para a sede da Superintendência do IPHAN/GO em
Goiânia, o índice relativo ao número de serventes foi arredondado para menos, de 2,67
para 2, elevando, com isso, o percentual de variação da produtividade efetiva contratada,
em relação à produtividade referencial, em 36%. Acompanhando, também, a mesma
proporção dos preços ofertados e contratados em relação ao total dos custos efetivos,
demonstrados na planilha orçamentária.
Dessa forma, a produtividade efetiva contratada não é a que foi demonstrada na proposta
vencedora, nem a que consta do termo contratual firmado. E que, embora a IN
SLTI/MPOG nº 02/2008, no Art. 45, possibilite a redução da produtividade em relação
ao limite mínimo referencial, como foi no caso do Escritório Técnico de Pirenópolis,
caberia à licitante vencedora comprovar a exequibilidade da produtividade efetiva
ofertada em relação à sede da Superintendência em Goiânia, superior em 36% à
produtividade referencial, uma vez que não houve previsão, nem manifestação posterior
da Unidade sobre a questão, nos termos do Parágrafo Único do Art. 42 da IN SLTI/MPOG
nº 02/2008, em relação a outro limite mínimo adotado, com base em experiências e
parâmetros aferidos e resultantes de seus contratos anteriores para definir as
produtividades da mão-de-obra. Salientando-se, ainda, que, em relação a essa localidade,
houve uma redução de três para dois serventes, no tocante à contratação anterior, sem
constar nenhuma análise ou justificativa que embasasse a alteração da correspondente
produtividade.
Verificou-se, também, em relação aos três estabelecimentos do IPHAN/GO, que não
houve diferenciação, levando-se em conta todos os tipos de ambiente existentes, no
tocante aos limites mínimos referenciais de produtividade estabelecidos pela IN
SLTI/MPOG nº 02/2008. Demonstrando que a Instituição ao descumprir a legislação,
induziu os licitantes a ofertarem uma produtividade menor e definirem o número de
serventes acima do limite referencial, ou seja, acima das necessidades para a execução do
serviço, implicando numa maior oneração dos custos. Salientando-se que tal falha pode
resultar, ainda, em favorecimento ao licitante que tenha acesso aos projetos ou que já
conheça ou inspecione as dependências dos locais relativos ao objeto licitado, quando da
elaboração da sua proposta.
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Quanto às áreas contratadas, não foram detectadas divergências em relação às áreas
constantes dos projetos apresentados e dos ambientes inspecionados. Da mesma forma,
não foram encontradas incompatibilidades entre as frequências de limpeza contratadas e
executadas.
Assim, embora haja a possibilidade de certa compensação em relação às distorções
decorrentes das falhas indicadas, a Unidade deverá estar atenta no intuito de não permitir
o descumprimento das obrigações e de não promover a alteração indevida do contrato.
5) O acompanhamento e a fiscalização da execução dos serviços de limpeza é atuante,
de forma a assegurar o perfeito cumprimento do contrato, inclusive quanto às
frequências previstas para as atividades definidas ou metodologia de referência?
o Existem relatórios de acompanhamento periódicos com o registro de avaliação dos
serviços prestados e, se for o caso, estão acompanhados dos registros das providências
adotadas pela Empresa?
o Existem mecanismos de comunicação das demandas dos usuários das instalações da
unidade contratante; e há registro de que as demandas estão sendo avaliadas?
o A reposição de profissional ausente efetivamente está sendo feita? E/ou, a sistemática
de controle de frequência se mostra suficiente?
RESPOSTA:
Embora a inspeção física da equipe de auditoria tenha se restringido à sede da
Superintendência em Goiânia, verificou-se que as reduzidas dimensões das áreas físicas
das três localidades do IPHAN/GO, em face do porte das edificações, facilitam a
fiscalização e o acompanhamento da execução contratual, bem como a comunicação
direta entre os servidores responsáveis e os usuários das instalações.
Em análise da documentação disponibilizada pela Unidade, no tocante à contratação do
serviço de limpeza e conservação, com vigência a partir de 26/01/2016, foi verificado
que, nos dois primeiros meses de execução contratual, é mantido controle em relação ao
pessoal terceirizado, contendo documentos relativos à admissão, exames médicos,
entrega de uniformes e EPIs, controle de frequência, pagamento de salários e benefícios.
Em relação à contratação anterior, a Unidade apresentou vários ofícios com notificações
e uma ata de reunião realizada com a contratada, de 11/08/2015, acerca das seguintes
ocorrências e providências relativas a descumprimentos contratuais: “atrasos recorrentes
no pagamento de salário em conformidade com a CLT, inefetivo controle de materiais,
necessitando a constante interveniência da fiscalização ostensiva; comunicação esparsa
com os Escritórios Técnicos (apenas quando os ETECS entram em contato); fiscalização
ineficiente dos postos, horários e seus desempenhos e não implementação dos serviços
com parametrização de controles de qualidade.”
Verificou-se, também, que constam dos processos de pagamento relatório, emitido pela
fiscal do contrato, contendo a relação de documentos examinados a cada pagamento, com
avaliação da execução dos serviços prestados, das ocorrências e providências adotadas.
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Em inspeção aos depósitos de materiais da sede da Superintendência em Goiânia, foi
realizada conferência dos materiais de consumo e equipamentos, com os respectivos
quantitativos, constantes da relação apresentada pela contratada na sua proposta e pode-
se verificar a existência de estoque suficiente para a realização do serviço no mês.
Dessa forma, verificou-se que o acompanhamento e a fiscalização da execução do serviço
de limpeza e conservação, no âmbito da Unidade, vêm sendo executado de forma
satisfatória.
6) Caso a mesma empresa preste serviço em vários órgãos, avaliar a possibilidade de
cruzar os dados relativos aos serventes, de modo a detectar se a mesma pessoa está
alocada em mais de um órgão.
RESPOSTA:
Avaliação na consolidação das informações geradas na execução das Ordens de Serviços
pontuais.
7) O serviço é executado por meio de Acordo de Nível de Serviço – ANS, nos termos dos
parágrafos terceiro e quarto do art. 11 da IN SLTI n.º 02/2008?
o O enfoque do ANS é efetivamente sobre resultados, ou meramente sobre faltas, atrasos
e problemas de reposição de material e/ou pessoal?
RESPOSTA:
A Unidade não previu nem firmou Acordo de Nível de Serviço – ANS, nos termos dos
parágrafos terceiro e quarto do art. 11 da IN SLTI n.º 02/2008.
8) O Edital permitiu a oferta de produtividades superiores ou travou a quantidade de
postos e/ou a produtividade? Houve desclassificação de licitante por ofertar
produtividade acima do mínimo estabelecido, motivada por exigência de comprovação
técnica desarrazoada?
RESPOSTA:
Conforme mencionado, anteriormente, a Unidade Auditada informou, no Termo de
Referência, anexo ao Edital, e no Termo Contratual, as áreas físicas internas, externas e
de esquadrias e as respectivas produtividades que deveriam ser adotadas, em relação às
três localidades, as quais coincidem com as referenciais mínimas previstas na IN
SLTI/MPOG nº 02/2008.
Ressalte-se, também, que constou do Termo de referência o seguinte item:
“12.2.1.4. Os índices de produtividade mínima de mão de obra são definidos em
conformidade com as disposições constantes dos arts. 43 e 44 da IN SLTI/MP n° 02, de
30 de abril de 2008 atualizada pela IN 06/2013, e buscando fatores econômicos
favoráveis à Administração Pública.”
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Assim, houve uma falha por parte da Unidade ao estabelecer que a proposta vencedora, e
contratada, deveria adotar a própria produtividade referencial mínima na execução dos
serviços, ou seja, travando a possibilidade de oferta de execução de uma produtividade
maior que a mínima referencial, em desacordo com a IN SLTI/MP nº 02/2008 e em
contradição ao próprio item 12.2.1.4 do Termo de Referência.
No entanto, não obstante a proposta contratada tenha informado a produtividade
referencial no cálculo do Preço Mensal Unitário por m², com base nos custos efetivos
demonstrados na planilha orçamentária, cabe salientar que a produtividade efetiva
contratada dificilmente é coincidente com a referencial, devido à diferenciação entre o
tamanho da área física existente e a área que serve de parâmetro, bem como dado aos
arredondamentos nos cálculos para definir o número de postos de trabalho.
Dessa forma, a produtividade efetiva contratada não é a que foi demonstrada na proposta
vencedora, nem a que consta do termo contratual firmado. E que, embora a IN
SLTI/MPOG nº 02/2008, no Art. 45, possibilite a redução da produtividade em relação
limite mínimo referencial, como foi no caso do Escritório Técnico de Pirenópolis, caberia
à licitante vencedora comprovar a exequibilidade da produtividade efetiva ofertada em
relação à Superintendência em Goiânia, superior em 36% à produtividade referencial,
uma vez que não houve previsão, nem manifestação posterior da Unidade sobre a questão.
Enfim, não foi constatada desclassificação de licitante por ofertar produtividade acima do
mínimo estabelecido, porém, não foi comprovada a sua exequibilidade na fase de
julgamento da proposta.
9) Houve esforço de realização de licitação consolidando demandas de mais de um
órgão, quando estes se localizam em um mesmo edifício, para efeito de ganho de escala
e de redução dos custos de operação do contrato?
RESPOSTA:
Não se aplica à Unidade auditada.
10) Os editais de licitação e os contratos possuem item/cláusula estabelecendo a vedação
de que familiar de agente público preste serviços no órgão ou entidade em que este exerça
cargo em comissão ou função de confiança?
RESPOSTA:
Sim, no subitem 23.76 do item “Das Obrigações da Contratada”, do Termo de Referência,
anexo ao edital, para o qual o contrato faz remissão.
11) Os controles internos relativos à utilização da conta vinculada pela Unidade são
suficientes para garantir o cumprimento das obrigações trabalhistas na contratação dos
serviços de limpeza?
RESPOSTA:
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A Unidade firmou com o Banco de Brasil o Termo de Cooperação Técnica n° 02/2014 e,
desde a contratação anterior, vem providenciando as retenções em depósitos nas contas
vinculadas das contratadas, constando nos processos de licitação/contratação e de
pagamentos, além dos comprovantes bancários e as correspondências mantidas com a
contratada e com a agência bancária, os quadros demonstrativos dos valores
provisionados e retidos em relação a cada terceirizado.
Constam, também, nos processos, relatórios de conferência e atesto com as respectivas
cópias dos documentos fiscais e comprobatórios dos pagamentos de salários, de
concessão de benefícios e dos recolhimentos tributários.
Portanto, verificou-se que os controles internos são satisfatórios e que a Unidade vem
cumprindo a IN SLTI/MPOG nº 06/2013, bem como os termos acordados, em relação à
utilização da Conta Vinculada.
12) O percentual de lucro da empresa vencedora é exequível? Caso não se mostre muito
baixo, atentar para a possibilidade de ocorrência de ganhos da empresa sobre a
reposição de pessoal, de materiais etc..
RESPOSTA:
Conforme mencionado, anteriormente, verificou-se a existência de divergência entre o
total dos custos efetivos, demonstrados na planilha orçamentária, e o valor ofertado, pelo
licitante vencedor, e contratado. Para o Escritório Técnico de Goiás, o total dos custos
efetivos (R$ 2.343,81), em relação ao valor contratado (R$ 2.327,56), corresponde a uma
variação negativa de 0,69%. Para o Escritório Técnico de Pirenópolis, o total dos custos
efetivos (R$ 2.324,24), em relação ao valor contratado (R$ 1. 509,01), corresponde a uma
variação negativa de 35,07%. E para a sede da Superintendência em Goiânia, o total dos
custos efetivos (R$ 4.883,78), em relação ao valor contratado (R$ 6.663,50), corresponde
a uma variação positiva de 36,44%.
Assim, embora haja uma parte de custos compensada entre as três localidades, mantem-
se, ainda, uma diferença superior de 9,93% do total do valor ofertado e contratado em
relação ao total dos custos efetivos. Com isso, as mesmas proporções, relativas às
referidas variações, são aplicadas em relação ao lucro demonstrado na planilha
orçamentária, pois embora conste um percentual adotado de 4% para cada
estabelecimento, tal percentual ofertado e contratado, em relação aos três
estabelecimentos, corresponde a um percentual de 4,40%. O que ainda é considerado
baixo, levando-se em conta que o Caderno de Logística da SLTI/MPOG apresentou como
referência, para o item lucro, um percentual médio de 6,79%.
Ressalte-se, ainda, que a variação dos totais dos valores ofertados em relação ao total dos
valores mínimos referenciais correspondem a um percentual de apenas 4,43%, chegando
essa diferença, em relação à localidade de Pirenópolis, a 1,06%, à localidade de
Pirenópolis, a 1,84%, e à localidade de Goiânia, a 6,18%. O que requereria, ao licitante,
a comprovação da exequibilidade da sua proposta, conforme mencionado, anteriormente,
considerando que se inclui, no objeto contratual, o fornecimento de materiais e
equipamentos para a execução dos serviços, que envolvem custos variáveis e
quantitativos cujas estimativas são de responsabilidade da contratada. Tendo, ainda, como
agravante o fornecimento de materiais de higiene pessoal, cuja inclusão é considerada
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indevida, por não serem atinentes ao serviço de limpeza e conservação, e pelo fato do
consumo ser inerente a usuários e extrapolar o controle da contratada; levando-se em
conta, ainda, que os custos correspondentes não são computados nos valores referenciais
que balizam os preços para a contratação do serviço.
Deve ser considerado, também, que o percentual de variação dos totais dos custos
efetivos, demonstrados na planilha orçamentária, em relação ao total dos valores mínimos
referenciais, chega a ser inferior em 5%. Dessa forma, verificou-se a ocorrência de falhas
na fase de julgamento da proposta do licitante, ao não terem sido tomadas as providências
previstas, na legislação pertinente, visando à comprovação da exequibilidade da proposta
vencedora, uma vez que as divergências dos custos contratados em relação aos custos
efetivos e a diferença pequena em relação aos custos mínimos referenciais expõem uma
situação de risco em relação ao cumprimento das obrigações assumidas pela contratada.
13) Os quantitativos de materiais de limpeza exigidos no edital foram
superdimensionados (atentar para a frequência de reposição exigida para itens
semiduráveis, como baldes, rodos etc)?
Em caso positivo, atentar para a possibilidade de a empresa vencedora estar praticando
um “jogo de planilha” (ganhado a licitação apresentando preço inferior para materiais
que não estão sendo fornecidos, porque foram superdimensionados, e a fiscalização
contratual é deficiente). É preciso salientar que o valor referencial estabelecido para
insumos pela SLTI nos cadernos técnicos de limpeza não se presta como referencial
absoluto, pelos motivos apresentados no Relatório, devendo ser considerado o
quantitativo de materiais previstos no edital.
RESPOSTA:
Verificou-se nas relações de materiais e equipamentos, estimada pela Unidade e ofertada
pela contratada, a existência de materiais relativos ao serviço de copeiragem e materiais
utilizados na execução de serviços de manutenção especializada da edificação, ou seja,
para serviços distintos do que foi licitado e contratado, uma vez que as atividades
inerentes não se enquadram no serviço limpeza e manutenção. Sendo, portanto, indevido
incluir na licitação e contratação o fornecimento desses materiais, sobretudo em
quantitativos mensais e superdimensionados, como foi o caso, e a execução do serviço
correspondente pela contratada.
Constatou-se, também, a inclusão de materiais relativos à higiene pessoal dos usuários,
cujos parâmetros e critérios de quantificação do consumo são incompatíveis e
impertinentes aos estabelecidos para quantificação do serviço de limpeza e conservação,
na IN SLTI/MPOG nº 02/2008, que é com base na área física a ser limpa. Incorrendo,
ainda, a sua inclusão, em distorções na composição dos custos por empregado, ao inflar
o valor total do item “Insumos Diversos” com o custo de materiais não aplicados
diretamente nas atividades de limpeza e conservação.
Dessa forma, embora conste da descrição do serviço pela IN, o abastecimento dos
materiais de higiene pessoal nos sanitários, pelos empregados terceirizados, o
fornecimento de tais materiais pela própria contratada só poderia ter ocorrido, se tivesse
sido devidamente especificado e justificado, no Plano de Trabalho e Termo de Referência,
mediante a comprovação da sua economicidade e demais vantagens em relação à
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aquisição pela própria Administração; bem como da viabilidade e confiabilidade dos
parâmetros utilizados para as suas quantificações, que não poderiam estar no âmbito das
obrigações e responsabilidades da contratada, uma vez que o consumo de tais materiais
não está adstrito às atividades desempenhadas pelos empregados terceirizados.
Verificou-se, ainda, em relação aos materiais semiduráveis, que houve um
superdimensionamento dos quantitativos para fornecimento mensal. Salientando-se que,
em inspeção aos depósitos de materiais e em entrevista realizada com as empregadas
terceirizadas, na sede da Superintendência em Goiânia, foram confirmados que os
quantitativos previstos não são fornecidos mensalmente pela contratada e sim de acordo
com a necessidade de reposição.
Dessa forma, ficou evidenciado que a Unidade incluiu, na licitação e contratação dos
serviços de limpeza e conservação, o fornecimento de materiais inerentes a outros
serviços, sem uma justificativa plausível, e a funções incompatíveis ou impertinentes ao
objeto previsto. Assim como, ficou evidenciada a falta de rigor na apuração e na
disponibilidade de informações fornecidas pela Unidade em relação aos quantitativos
estimados de material de consumo, que deveriam ser as mais fidedignas possíveis, de
forma a propiciar a elaboração de propostas mais consistentes e menos onerosas por parte
dos licitantes.
14) O edital previu irregularmente como custo adicional o preposto? Atentar para a
diferenciação do encarregado e preposto. O primeiro tem seu custo individualizado na
planilha de custos; o custo do segundo deve estar suportado pelo BDI.
15) O preposto efetivamente está presente no órgão?
16) Os encarregados previstos estão efetivamente presentes no órgão?
RESPOSTA AOS ITENS:
A Unidade não previu a contratação de encarregado, uma vez que os serviços seriam
prestados em três estabelecimentos do IPHAN/GO, sendo que o máximo de serventes
alocados em uma localidade foram dois.
Quanto ao Preposto, esse não teve o custo individualizado na planilha e, segundo
informações prestadas por uma fiscal do contrato e pelas empregadas entrevistadas, na
sede da Superintendência em Goiânia, ele visita esse estabelecimento semanalmente. Em
relação aos outros dois estabelecimentos, situados nas cidades de Goiás e Pirenópolis, a
fiscal informou que a visita do Preposto é mensal.
17) Para a redução de 20% sobre o valor total dos contratos e instrumentos congêneres,
disposta no Decreto nº 8540, de 09 de outubro de 2015, quais as alterações a Unidade
pretende realizar no contrato de limpeza?
RESPOSTA:
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Instada a se manifestar, quando da ciência do Relatório Preliminar, sobre as providências
previstas e implementadas, em cumprimento ao Decreto nº 8540/2015, a Unidade não se
pronunciou.
18) No normativo que define o fiscal do contrato são detalhadas as atividades que
deverão ser desempenhadas pelo servidor designado?
19) A Unidade tem se utilizado da designação de fiscal técnico de contrato e fiscal
administrativo do contrato? Se sim, essa forma de designação de fiscal está sendo
considerada vantajosa pelo gestor?
RESPOSTA AOS ITENS:
Consta no Processo Licitatório e de Contratação a Portaria de designação de quatro
servidores, “para acompanhar e fiscalizar os serviços de limpeza, asseio e conservação
predial”, “constante do objeto do contrato 01/2016”, sem a diferenciação e definição das
atribuições de cada servidor em relação aos aspectos administrativos e técnicos. Assim, a
gestão do contrato permanece sob a responsabilidade da Superintendente do IPHAN/GO,
embora, informalmente, essa atribuição e a fiscalização administrativa do contrato seja
desempenhada pela Coordenadora Administrativa da Unidade, um dos quatro servidores
designados na Portaria.
##/Fato##
1.1.1.2 INFORMAÇÃO
Informações preliminares.
Fato
Através da Solicitação de Auditoria n° 201505379-001, de 16/12/2015, solicitou-se, à
Superintendência do IPHAN em Goiás, que disponibilizasse para exame, em relação aos
serviços contratados de limpeza e conservação, com a empresa NET PROJETOS
EIRELLI - EPP, CNPJ nº 06.308.467/0001-80, dentre outros documentos, o Processo
licitatório e de contratação, com os termos aditivos e demais documentos relativos a
alterações contratuais, se fosse o caso.
A Unidade Jurisdicionada disponibilizou o Processo n° 01516.002215/2014-21, aberto
em 09/10/2014, contendo os documentos relativos à licitação, do tipo “menor preço”,
realizada mediante o Pregão Eletrônico n° 06/2014, cuja sessão pública ocorreu em
19/12/2014. Consta, também, a documentação relativa à contratação, cujo Termo
Contratual nº 01/2015, datado de 26/01/2015, estabeleceu o pagamento do valor mensal
e anual de R$ 12.187,96 e R$ 146.255,52, respectivamente, à contratada, bem como o
prazo de vigência de 12 meses a partir da sua assinatura.
Tendo em vista que o início dos trabalhos de auditoria coincidiu com o término do prazo
de vigência do contrato firmado com a empresa NET PROJETOS EIRELLI – EPP, e uma
vez que a contratada não demonstrou interesse na sua prorrogação, obrigando a Unidade
a realizar nova licitação e contratação, houve necessidade de ampliação do escopo inicial
da presente auditoria, visando realizar todas as avaliações previstas em relação à aquisição
e execução do serviço de limpeza e conservação predial no âmbito da Unidade.
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Assim, mediante a Solicitação de Auditoria nº 201505379-002, de 23/03/2016, solicitou-
se, à Unidade, que disponibilizasse para exame o processo licitatório e da decorrente
contratação firmada com a empresa CLYAN TERCEIRIZAÇÕES – EPP, CNPJ nº
13.590.061/0001-06.
Foi disponibilizado o Processo n° 01516.001833/2015-35, aberto em 22/09/2015,
contendo os documentos relativos à licitação, do tipo “menor preço”, realizada mediante
o Pregão Eletrônico n° 05/2015, cuja sessão pública ocorreu em 10/11/2015; bem como
relativos à contratação, cujo Termo Contratual nº 01/2016, datado de 18/01/2016, prevê
o seguinte objeto:
“1.1. O objeto do presente instrumento é a contratação de serviços continuados de
Limpeza, Asseio e Conservação com fornecimento de mão de obra, materiais e
equipamentos para atuação na sede da Superintendência do IPHAN em Goiás/Goiânia,
Escritório Técnico I/Goiás-GO e Escritório Técnico II/Pirenópolis-GO, que serão
prestados nas condições estabelecidas no Termo de Referência, anexo do Edital.”
Cabe informar, ainda, que foi estabelecido, no Termo Contratual nº 01/2016, o pagamento
do valor mensal e anual de R$ 10.500,07 e R$ 126.000,89, respectivamente, à contratada,
bem como o prazo de vigência no período de 26/01/2016 a 27/01/2017.
##/Fato##
1.1.1.3 CONSTATAÇÃO
Falhas na elaboração da pesquisa de preços e na apuração dos custos estimativos
para licitação dos serviços de limpeza e conservação.
Fato
Inicialmente, cabem transcrever os seguintes dispositivos, da Instrução Normativa nº 5,
de 27/06/2014, em relação à realização de pesquisa de preços:
Art. 2º A pesquisa de preços será realizada mediante a utilização de um dos seguintes
parâmetros: (Alterado pela Instrução Normativa nº 7, de 29 de agosto de 2014)
I - Portal de Compras Governamentais - www.comprasgovernamentais.gov.br;
II - pesquisa publicada em mídia especializada, sítios eletrônicos especializados ou de
domínio amplo, desde que contenha a data e hora de acesso;
III - contratações similares de outros entes públicos, em execução ou concluídos nos 180
(cento e oitenta) dias anteriores à data da pesquisa de preços; ou
IV - pesquisa com os fornecedores.
§ 1º No caso do inciso I será admitida a pesquisa de um único preço. (Alterado pela
Instrução Normativa nº 7, de 29 de agosto de 2014)
§ 2º No âmbito de cada parâmetro, o resultado da pesquisa de preços será a média ou o
menor dos preços obtidos. (Alterado pela Instrução Normativa nº 7, de 29 de agosto de
2014)
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§ 3º A utilização de outro método para a obtenção do resultado da pesquisa de preços,
que não o disposto no § 2º, deverá ser devidamente justificada pela autoridade
competente.
§ 4º No caso do inciso IV, somente serão admitidos os preços cujas datas não se
diferenciem em mais de 180 (cento e oitenta) dias.
§ 5º Excepcionalmente, mediante justificativa da autoridade competente, será admitida
a pesquisa com menos de três preços ou fornecedores.
§ 6º Para a obtenção do resultado da pesquisa de preços, não poderão ser considerados
os preços inexequíveis ou os excessivamente elevados, conforme critérios fundamentados
e descritos no processo administrativo.
A IN SLTI/MPOG nº 02/2008 estabelece, também, em relação à apuração do custo
estimativo e aos limites referenciais que devem observados, o seguinte:
“Art. 15 O Projeto Básico ou Termo de Referência deverá conter:
(...)
XII - o custo estimado da contratação, o valor máximo global e mensal estabelecido em
decorrência da identificação dos elementos que compõem o preço dos serviços, definido
da seguinte forma:
a) por meio do preenchimento da planilha de custos e formação de preços, observados
os custos dos itens referentes ao serviço, podendo ser motivadamente dispensada
naquelas contratações em que a natureza do seu objeto torne inviável ou desnecessário
o detalhamento dos custos para aferição da exeqüibilidade dos preços praticados; e
b) por meio de fundamentada pesquisa dos preços praticados no mercado em
contratações similares; ou ainda por meio da adoção de valores constantes de
indicadores setoriais, tabelas de fabricantes, valores oficiais de referência, tarifas
públicas ou outros equivalentes, se for o caso.”
Art. 30. (...)
§ 2º Toda prorrogação de contratos será precedida da realização de pesquisas de preços
de mercado ou de preços contratados por outros órgãos e entidades da Administração
Pública, visando a assegurar a manutenção da contratação mais vantajosa para a
Administração.
Art. 30-A (...)
§ 2º (...)
III - no caso de serviços continuados de limpeza, conservação, higienização e de
vigilância, os valores de contratação ao longo do tempo e a cada prorrogação serão
iguais ou inferiores aos limites estabelecidos em ato normativo da Secretaria de Logística
e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão –
SLTI/MP.(Incluído pela Instrução Normativa nº 6, de 23 de dezembro de 2013)
Em análise do Processo n° 01516.001833/2015-35, relativo à licitação e contratação,
vigente, dos serviços de Limpeza e Conservação da Superintendência do IPHAN em
Goiás, verificou-se, às fls. 54, que a Unidade realizou a pesquisa de preços e definiu o
custo estimativo do serviço conforme consta do teor da “Justificativa de Preços”,
transcrita no recorte da figura a seguir:
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Apurando-se o valor mensal máximo que poderia ser pago pelo serviço, com base nos
limites referenciais estabelecidos na Portaria SLTI/MPOG n° 7, de 13/04/2015, obtém-se
os dados demonstrados a seguir:
QUADRO 01- APURAÇÃO DO VALOR MENSAL, COM BASE NO LIMITE MÁXIMO
REFERENCIAL.
Local
Área Interna Área Externa Área -Esquadrias
Valor
Total por
Local -
AxB -
(R$)
Área –
A1 (m²)
Preço
Mensal
Unitário
– B1
(R$/m²)
Área –A2
(m²)
Preço
Mensal
Unitário
– B2
(R$/m²)
Área
– A3
(m²)
Preço
Mensal
Unitário
– B3
(R$/m²)
Escritório Técnico em
Goiás 244,60 4,64 686,00 2,32 36,15 1,06 2.764,78
Escritório Técnico em
Pirenópolis 249,20 4,64 265,53 2,32 33,27 1,06 1.807,58
Superintendência do
IPHAN/GO em
Goiânia
979,66 4,64 1.180,34 2,32 295,92 1,06 7.597,69
Total 1.473,46 4,64 2.131,87 2,32 365,34 1,06 12.170,05
Fonte: Elaborado pela Equipe de Auditoria, com base em dados extraídos do quadro de áreas do Termo de
Referencia e da Portaria SLTI/MPOG n° 7, de 13/04/2015.
Diante do exposto, cabem tecer as seguintes considerações:
1 – Em relação à pesquisa de preços, consta do processo cópias de mensagens enviadas a
seis empresas, nas quais é solicitado: “(...) o fornecimento de orçamento com vistas a
formação de estimativa de custos para contratação de serviços de limpeza e conservação
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conforme Termo de Referência constante em anexo”. Embora a ausência de qualquer
menção em relação ao modelo e à necessidade de preenchimento de planilha orçamentária
dos custos, constam dois orçamentos, detalhados em planilhas, utilizados pela Unidade
na definição dos valores mensal e anual estimativos na licitação.
2 – Em se tratando de aquisição de serviço, com o fornecimento de materiais e
equipamentos para a sua execução, bem como de uniforme para a mão de obra, verificou-
se que a Unidade não promoveu uma pesquisa específica de preços desses itens, de forma
a balizar os preços dos componentes do item “Insumos” na planilha orçamentária de
custos do objeto licitado.
3 – A Unidade descumpriu a legislação ao não preencher e constar do processo a planilha
orçamentária dos custos apurados na definição do valor estimativo do serviço, com base
em adequada pesquisa de preços, acordos e convenções coletivas, e legislação relativa a
encargos e tributos, optando por pesquisar e considerar somente o custo global do serviço,
para a definição do valor estimativo que balizaria a sua licitação/contratação.
4 – A legislação pertinente não excepciona a utilização do valor do contrato de serviço
contínuo, em execução na própria Unidade, no cálculo do valor estimativo da nova
licitação. Até porque, conforme constam dos art. 30 e 30-A da IN SLTI/MPOG nº
02/2008, se tal valor estiver acima do preço médio pesquisado e do limite máximo
referencial estabelecido para a Administração, na ocasião, o contrato não poderá ser
prorrogado.
5 – Conforme demonstrado no Quadro 01, o valor mensal máximo estimativo e de
contratação do serviço não poderia ser superior a R$ 12.170,05. Dessa forma, a Unidade
desconsiderou que os valores utilizados no cálculo do valor médio estimativo, assim
como esse, não poderiam estar fora dos limites referenciais estabelecidos na Portaria -
SLTI/MPOG n° 7, de 13/04/2015.
6 – Os valores obtidos na pesquisa direta com fornecedores corroboram o motivo das
restrições existentes em relação à utilização desse parâmetro, tanto que a legislação o trata
como última opção de pesquisa. E ainda, com o agravante da Unidade se basear somente
em valores globais de dois orçamentos fornecidos e da contratação vigente para
estabelecer o valor médio estimativo da nova licitação, os quais deveriam ser descartados
por serem excessivamente elevados.
Portanto, verificou-se que a Unidade descumpriu os requisitos previstos na legislação
pertinente quando da realização da pesquisa de preços, por não se fundamentar em
informações detalhadas, consistentes e homogeneizadas, de objetos similares ao que foi
licitado, extraídas das diversas fontes previstas; por não preencher e constar do processo
a planilha orçamentária dos custos apurados na definição do valor estimativo do
serviço; por se basear somente nos valores globais dos dois orçamentos fornecidos e da
contratação vigente para estabelecer o valor médio estimativo da nova licitação; e por não
descartá-los, uma vez que eram superiores ao limite máximo referencial estabelecido para
o serviço.
##/Fato##
Causa
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Inadequação dos procedimentos utilizados nas pesquisas de preços e na apuração dos
preços estimativos da licitação.
##/Causa##
Manifestação da Unidade Examinada
Em resposta à Solicitação de Auditoria nº 201505379-Final-CGU, de 04/05/2016, a
Unidade, por intermédio do Ofício nº 176/2016/GAB/IPHAN-GO, de 17/05/2016,
manifestou o seguinte:
“Sobre a questão em tela cumpre informar que foram solicitados orçamentos a 06 (seis)
empresas distintas prestadora de serviços de limpeza e conservação, das quais tivemos o
retorno de apenas 02 (duas), cujos orçamentos se encontram anexados ao processo,
contudo, considerando a necessidade de prosseguir com a instrução processual, haja
vista o desinteresse da Empresa ora contratada, na continuidade da execução dos
serviços, foi utilizado na composição dos custos para estabelecer valor de referência o
preço praticado no contrato vigente, que havia sido objeto de análise pelo Setor
competente no âmbito do IPHAN, e tendo sido atendido os requisitos legais foi promovida
a repactuação devida, Portanto, se tratou de uma planilha analisada pela Administração,
encontrando-se atualizada e de acordo com a legislação vigente.
Neste contexto, e tendo em vista os valores de mercado obtidos, inadvertidamente
optamos por utilizar o valor do contrato em vigência, inclusive, esse fato serviu para
equalizar o valor de referência para pretensa contratação.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
Considera-se que a manifestação da Unidade não abarca o fato constatado em sua
plenitude. Quanto ao argumento relativo ao número de orçamentos obtidos, reafirma-se
que a legislação pertinente não restringe as fontes de preços às pesquisas diretas com
fornecedores e que, com adequado planejamento na fase preparatória da licitação, poderia
ter sido ampliado o rol de pesquisa em relação às outras fontes previstas.
Dessa forma, reafirma-se que a Unidade descumpriu os requisitos previstos na legislação
pertinente quando da realização da pesquisa de preços, por não se fundamentar em
informações detalhadas, consistentes e homogeneizadas, de objetos similares ao que foi
licitado, extraídas das diversas fontes previstas; por não preencher e constar do processo
a planilha orçamentária dos custos apurados na definição do valor estimativo do serviço,
para aferição detalhada da exequibilidade dos preços praticados; por se basear somente
nos valores globais dos dois orçamentos fornecidos e da contratação vigente para
estabelecer o valor médio estimativo da nova licitação; e por não descartá-los, uma vez
que eram superiores ao limite máximo referencial estabelecido para o serviço.
##/AnaliseControleInterno##
Recomendações:
Recomendação 1: Quando da realização da pesquisa de preços para definição do valor
estimativo para a licitação do serviço de limpeza e conservação, realizar levantamento e
utilizar dados consistentes e homogeneizados de objetos similares, extraídos das diversas
fontes previstas na legislação, abstendo-se de incluir, na apuração, os custos e o preço
global da contratação vigente, por falta de amparo legal e pela incompatibilidade de
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estarem, de forma simultânea, sendo aferidos para a prorrogação ou nova contratação e
servirem de parâmetros em relação aos valores praticados no mercado.
Recomendação 2: Preencher e constar do processo licitatório a planilha orçamentária dos
custos apurados na definição do valor estimativo do serviço de limpeza e conservação,
com base nos acordos e convenções coletivas, na legislação relativa aos encargos e
tributos previstos e em adequada pesquisa de preços, sobretudo, em relação aos insumos
estimados, como materiais e equipamentos, de forma a obter parâmetros objetivos,
detalhados e consistentes para análise e julgamento da proposta do licitante.
1.1.1.4 CONSTATAÇÃO
Falhas na fase preparatória da licitação, ao divulgar versão do edital e anexos
diferente da versão autorizada constante do processo, sem a devida retificação,
bem como nos procedimentos da fase de julgamento, ao permitir a existência de
dados divergentes na proposta vencedora.
Fato
A IN SLTI/MPOG nº 02/2008 estabelece os requisitos e os parâmetros gerais e
específicos, em relação à licitação do serviço de limpeza e conservação, a serem
observados na elaboração da proposta pelo licitante, bem como na sua análise por parte
da Comissão de Licitação. Dentre os dispositivos que tratam do assunto, cabem-se
destacar os seguintes:
“Art. 21. As propostas deverão ser apresentadas de forma clara e objetiva, em
conformidade com o instrumento convocatório, devendo conter todos os elementos que
influenciam no valor final da contratação, detalhando, quando for o caso:
I - os preços unitários, o valor mensal e o valor global da proposta, conforme o disposto
no instrumento convocatório;
II - os custos decorrentes da execução contratual, mediante o preenchimento do modelo
de planilha de custos e formação de preços estabelecido no instrumento convocatório;
Art. 29-A. A análise da exeqüibilidade de preços nos serviços continuados com dedicação
exclusiva da mão de obra do prestador deverá ser realizada com o auxílio da planilha
de custos e formação de preços, a ser preenchida pelo licitante em relação à sua proposta
final de preço. (Incluído pela Instrução Normativa nº 3, de 16 de outubro de 2009)
§ 1º O modelo de Planilha de custos e formação de preços previsto no anexo III desta
Instrução Normativa deverá ser adaptado às especificidades do serviço e às necessidades
do órgão ou entidade contratante, de modo a permitir a identificação de todos os custos
envolvidos na execução do serviço. (Incluído pela Instrução Normativa nº 3, de 16 de
outubro de 2009)
§ 2º Erros no preenchimento da Planilha não são motivo suficiente para a
desclassificação da proposta, quando a Planilha puder ser ajustada sem a necessidade
de majoração do preço ofertado, e desde que se comprove que este é suficiente para arcar
com todos os custos da contratação. (Incluído pela Instrução Normativa nº 3, de 16 de
outubro de 2009)
Art. 42. Deverão constar do Projeto Básico na contratação de serviços de limpeza e
conservação, além dos demais requisitos dispostos nesta IN:
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I - áreas internas, áreas externas, esquadrias externas e fachadas envidraçadas,
classificadas segundo as características dos serviços a serem executados, periodicidade,
turnos e jornada de trabalho necessários etc;
II - produtividade mínima a ser considerada para cada categoria profissional envolvida,
expressa em termos de área física por jornada de trabalho ou relação serventes por
encarregado; e
Parágrafo único. Os órgãos deverão utilizar as experiências e parâmetros aferidos e
resultantes de seus contratos anteriores para definir as produtividades da mão-de-obra,
em face das características das áreas a serem limpas, buscando sempre fatores
econômicos favoráveis à administração pública.
Art. 45. Nos casos em que a Área Física a ser contratada for menor que a estabelecida
para a produtividade mínima de referência estabelecida nesta IN, esta poderá ser
considerada para efeito da contratação.
Art. 48. Para cada tipo de Área Física deverá ser apresentado pelas proponentes o
respectivo Preço Mensal Unitário por Metro Quadrado, calculado com base na Planilha
de Custos e Formação de Preços, contida no Anexo III desta IN.
Parágrafo único. O preço do Homem-Mês deverá ser calculado para cada categoria
profissional, cada jornada de trabalho e nível de remuneração decorrente de adicionais
legais.
Assim, em exame do Processo nº 01516.001833/2015-35, relativo à licitação e
contratação, vigente, dos serviços de Limpeza e Conservação da Superintendência do
IPHAN em Goiás, no intuito de verificar a regularidade da proposta vencedora e da sua
análise pela Comissão Licitante, cabem transcrever os seguintes quadros que a compõem:
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A partir dos dados extraídos da proposta vencedora, pode-se estabelecer uma comparação
entre os custos ofertados pelo licitante vencedor e contratados e os custos efetivos que
constam da planilha orçamentária, conforme demonstrado nos quadros a seguir:
QUADRO 02– COMPARATIVO DOS CUSTOS CONTRATADOS E EFETIVOS.
Local
Custo
Compa
rado
Área Interna Área Externa Área - Esquadrias
Valor
Total por
Local -
AxB -
(R$) Área –
A1 (m²)
Preço
Mensal
Unitário
– B1
(R$/m²)
Área –
A2 (m²)
Preço
Mensal
Unitário
– B2
(R$/m²)
Área
– A3
(m²)
Preço
Mensal
Unitário –
B3 (R$/m²)
Escritório
Técnico em
Goiás
Custo
Efetivo
na
Planilha
244,60 3,94 686,00 1,96 36,15 0,90 2.343,81
Custo
Contrata
do
244,60 3,91 686,00 1,95 36,15 0,89 2.327,56
Escritório
Técnico em
Pirenópolis
Custo
Efetivo
na
Planilha
249,20 5,96 265,53 2,99 33,27 1,35 2.324,24
Custo
Contrata
do
249,20 3,87 265,53 1,94 33,27 0,88 1.509,01
Custo
Efetivo 979,66 2,98 1.180,34 1,49 295,92 0,68 4.883,78
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Superint. do
IPHAN/GO
em Goiânia
na
Planilha
Custo
Contrata
do
979,66 4,07 1.180,34 2,03 295,92 0,93 6.663,50
Total
Custo
Efetivo
na
Planilha
9.551,83
Custo
Contrata
do
10.500,07
Fonte: Elaborado pela Equipe de Auditoria, com base em dados extraídos da proposta vencedora.
QUADRO 03- VARIAÇÃO ENTRE OS CUSTOS CONTRATADOS E OS EFETIVOS.
Local Custo Comparado Preço Homem
Mês (R$)
Valor Total por
Local (R$)
Variação
(%)
Escritório Técnico em
Goiás
Custo Efetivo na Planilha 2.343,81 2.343,81 0,00
Custo Contratado 2.327,56 2.327,56 -0,69
Escritório Técnico em
Pirenópolis
Custo Efetivo na Planilha 2.324,24 2.324,24 0,00
Custo Contratado 1.509,01 1.509,01 -35,07
Superintendência do
IPHAN em Goiás
Custo Efetivo na Planilha 2.441,89 4.883,78 0,00
Custo Contratado 3.331,75 6.663,50 36,44
Total Custo Efetivo na Planilha - 9.551,83 0,00
Custo Contratado - 10.500,07 9,93
Fonte: Elaborado pela Equipe de Auditoria, com base em dados extraídos da proposta vencedora.
Diante do exposto, cabem tecer as seguintes considerações:
1 - Conforme consta do Art. 48 da IN SLTI/MPOG nº 02/2008, para cada tipo de área
física deverá ser apresentado pelo proponente, na licitação, o respectivo Preço Mensal
Unitário por m², calculado com base na Planilha de Custos e Formação de Preços, contida
no Anexo III da referida Instrução. Estando previsto, ainda, no Anexo III-F, conforme
redação dada pela Instrução Normativa nº 6, de 23/12/2013, como complemento da
planilha para os serviços de limpeza e conservação, os quadros demonstrativos de
apuração do Preço Mensal Unitário por m² e do Valor Mensal dos Serviços a serem
preenchidos.
2 – No entanto, a Unidade não inseriu o Anexo III-F no modelo da planilha constante do
Edital autorizado, que foi juntado ao processo licitatório, desconsiderando a necessidade
de informação e a correlação dos índices de produtividade, periodicidade, frequência e do
preço homem-mês, no cálculo do Preço Mensal Unitário por m², e desse preço e da área
física, no cálculo do Valor Mensal do Serviço.
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3 – Conforme consta do quadro transcrito da proposta vencedora, relativo às instalações
prediais da Superintendência do IPHAN/GO em Goiânia, o licitante apresentou, também,
as informações concernentes ao Anexo III-F para as outras duas localidades do
IPHAN/GO, embora desobrigado em decorrência do modelo de planilha estabelecido
pela Unidade, anexo ao Edital de Licitação autorizado, juntado ao processo.
4 – Porém, pode-se verificar a existência de divergência entre os custos da proposta
contratada e os custos efetivos demonstrados na planilha orçamentária, sobretudo em
relação ao Escritório Técnico de Pirenópolis, cujos custos contratados são inferiores em
35,07%, e à Superintendência do IPHAN/GO em Goiânia, cujos custos contratados são
superiores em 36,44% aos custos efetivos. Embora haja uma parte de custos compensada
entre as duas localidades, ainda se mantem uma diferença superior de 9,93% nos custos
totais contratados, conforme demonstrado nos quadros 02 e 03.
5 – Assim, caberia, à Comissão Licitante, solicitar as correções na proposta vencedora, a
partir do valor mensal ofertado, mediante a realização de uma sequência inversa dos
cálculos apresentados, de forma que o Preço do Homem Mês contratado coincidisse com
o constante da planilha orçamentária ajustada, de modo a permitir a identificação de todos
os custos envolvidos na execução do serviço, até a apuração da produtividade efetiva
ofertada.
Dessa forma, verificou-se a ocorrência de falhas na fase preparatória da licitação, ao
desconsiderar as informações que devem constar do conteúdo da proposta do licitante,
bem como na fase de julgamento da proposta, ao aceitá-la com as divergências
apresentadas, passíveis de correção, uma vez que envolvem custos, os quais podem
ocasionar distorções e vir a ser objeto de solicitação de alteração previsível, à época, e
indevida dos termos acordados.
##/Fato##
Causa
Desconsiderar a obrigatoriedade de promover a devida retificação dos atos que foram
autorizados pela autoridade competente e constam no processo licitatório, antes da
divulgação da versão alterada; bem como a observância dos requisitos e procedimentos
previstos na legislação pertinente para a análise e o julgamento da proposta pela Comissão
Licitante.
##/Causa##
Manifestação da Unidade Examinada
Em resposta à Solicitação de Auditoria nº 201505379-Final-CGU, de 04/05/2016, a
Unidade, por intermédio do Ofício nº 176/2016/GAB/IPHAN-GO, de 17/05/2016,
manifestou o seguinte:
“Relativo à questão apontada referente à ausência do anexo III –F esclareço que consta
o modelo que foi preenchido pelo licitante no anexo II, do Edital referente ao pregão
eletrônico 05/2015, conforme divulgado no site: www.comprasnet.gov.br.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
Inicialmente, cabe informar que, no Processo 01516.001833/2015-35, às fls. 156, consta,
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anexo ao edital, o modelo de planilha orçamentária de custos que é finalizado pelo quadro
demonstrativo do valor global da proposta, sem os dados constantes do Anexo III-F,
conforme demonstrado no recorte da figura a seguir:
Assim, verifica-se a ocorrência de procedimento indevido, por parte da Unidade, em
divulgar uma versão do edital e anexos diferente da versão que foi autorizada pela
autoridade competente e juntada ao processo licitatório, sem constar justificativa e
autorização em relação às retificações realizadas.
Quanto à existência de divergência entre os custos da proposta contratada e os custos
efetivos demonstrados na planilha orçamentária, a Unidade não se pronunciou.
Dessa forma, considera-se a ocorrência de falhas na fase preparatória da licitação, ao
divulgar versão diferente do modelo de planilha orçamentária de custos, anexo ao edital,
que foi autorizado pela autoridade competente e consta no processo licitatório, sem a
promoção da devida retificação; bem como na fase de julgamento da proposta, ao aceitá-
la com as divergências de dados apresentadas, passíveis de correção, uma vez que
envolvem custos, os quais podem ocasionar distorções e vir a ser objeto de solicitação de
alteração previsível, à época, e indevida das condições acordadas.
. ##/AnaliseControleInterno##
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Recomendações:
Recomendação 1: Abster de divulgar, sem a devida retificação autorizada, versão do
edital e anexos diferente da versão que foi autorizada pela autoridade competente e consta
no processo licitatório.
Recomendação 2: Rever os procedimentos utilizados na análise da proposta do licitante,
na fase de julgamento relativa à licitação dos serviços de limpeza e conservação, de forma
a não permitir a existência de dados divergentes em relação aos custos efetivos,
demonstrados na planilha orçamentária, e os custos ofertados e contratados.
1.1.1.5 CONSTATAÇÃO
Falhas na fase de julgamento da proposta do licitante, ao não terem sido tomadas
as providências previstas na legislação pertinente, visando à comprovação da
exequibilidade dos preços da proposta vencedora.
Fato
A IN SLTI/MPOG nº 02/2008 estabelece os procedimentos para verificação da
exequibilidade da proposta do licitante, por parte da Comissão de Licitação. Dentre os
dispositivos que tratam do assunto, cabem-se destacar os seguintes:
Art. 29. Serão desclassificadas as propostas que:
(...)
IV - apresentarem preços que sejam manifestamente inexeqüíveis; e
V - não vierem a comprovar sua exeqüibilidade, em especial em relação ao preço e a
produtividade apresentada.
§ 1º Consideram-se preços manifestamente inexeqüíveis aqueles que, comprovadamente,
forem insuficientes para a cobertura dos custos decorrentes da contratação pretendida.
§ 2º A inexeqüibilidade dos valores referentes a itens isolados da planilha de custos,
desde que não contrariem instrumentos legais, não caracteriza motivo suficiente para a
desclassificação da proposta.
§ 3º Se houver indícios de inexeqüibilidade da proposta de preço, ou em caso da
necessidade de esclarecimentos complementares, poderá ser efetuada diligência, na
forma do § 3º do art. 43 da Lei nº 8.666/93, para efeito de comprovação de sua
exeqüibilidade, podendo adotar, dentre outros, os seguintes procedimentos:
I - questionamentos junto à proponente para a apresentação de justificativas e
comprovações em relação aos custos com indícios de inexeqüibilidade;
(...)
XIII - demais verificações que porventura se fizerem necessárias.
Cabe destacar, ainda, da Portaria SLTI/MP N° 7, de 13/04/2015, que dispõe sobre os
valores limites para contratação de serviços de limpeza e conservação, o seguinte
dispositivo:
Art. 6º Os valores mínimos visam garantir a exequibilidade da contratação, de modo que
as propostas com preços próximos ou inferiores ao mínimo deverão comprovar sua
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exequibilidade, de forma inequívoca, sob pena de desclassificação, sem prejuízo do
disposto nos § § 1o ao 5o do art. 29, da Instrução Normativa n° 2, de 30 de abril de 2008.
A partir dos dados extraídos do conteúdo da proposta vencedora, referente ao Processo nº
01516.001833/2015-35, podem-se apurar, em relação aos custos mínimos referenciais, os
percentuais de variação dos custos ofertados pelo licitante vencedor e contratados, dos
custos efetivos que constam da planilha orçamentária e dos custos máximos referenciais,
conforme demonstrado no quadro a seguir:
QUADRO 04- VARIAÇÃO ENTRE OS CUSTOS CONTRATADOS, EFETIVOS E REFERENCIAIS.
Local Custo Comparado
Preço
Homem Mês
(R$)
Valor Total por
Local - AxB (R$)
Variação
(%)
Escritório Técnico em
Goiás
Custo Mínimo Referencial 2.285,39 2.285,39 0,00%
Custo Contratado 2.327,56 2.327,56 1,84%
Custo Efetivo na Planilha 2.343,81 2.343,81 2,56%
Custo Máximo Referencial 2.764,78 2.764,78 20,98%
Escritório Técnico em
Pirenópolis
Custo Mínimo Referencial 1.493,20 1.493,20 0,00%
Custo Contratado 1.509,01 1.509,01 1,06%
Custo Máximo Referencial 1.807,58 1.807,58 21,05%
Custo Efetivo na Planilha 2.324,24 2.324,24 55,65%
Superintendência do
IPHAN em Goiás
Custo Efetivo na Planilha 2.441,89 4.883,78 -22,18%
Custo Mínimo Referencial 3.137,90 6.275,80 0,00%
Custo Contratado 3.331,75 6.663,50 6,18%
Custo Máximo Referencial 3.798,84 7.597,69 21,06%
Total
Custo Efetivo na Planilha - 9.551,83 -5,00%
Custo Mínimo Referencial - 10.054,39 0,00%
Custo Contratado - 10.500,07 4,43%
Custo Máximo Referencial - 12.170,05 21,04%
Fonte: Elaborado pela Equipe de Auditoria, com base em dados extraídos da proposta vencedora e da
Portaria SLTI/MPOG n° 7, de 13/04/2015.
Diante do exposto, cabem tecer as seguintes considerações:
1 – Verifica-se, no quadro demonstrativo, que a diferença dos percentuais de variação do
custo contratado e do custo mínimo referencial é muito pequena em relação a cada uma
das três localidades e ao seu conjunto. Assim, conforme previsto no Art. 6º da Portaria
SLTI/MP N° 7, de 13/04/2015, a Comissão Licitante deveria ter tomado as providências
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previstas no Art. 29 da IN SLTI/MPOG nº 02/2008 visando à comprovação da
exequibilidade da proposta.
2 – Conforme tratado em item específico do presente relatório, a Unidade permitiu a
existência de divergência entre os custos da proposta contratada e os custos efetivos
demonstrados na planilha orçamentária, não solicitando a correção desta por parte do
proponente, uma vez que se tratava de erro sanável. Tal divergência depõe contra
exequibilidade da proposta, uma vez que, em relação ao Escritório Técnico de
Pirenópolis, os custos contratados são inferiores aos custos efetivos em 35%, embora essa
diferença possa ser compensada em relação à Superintendência do IPHAN/GO em
Goiânia, cujos custos contratados são superiores aos custos efetivos em 36,44%.
Impondo, assim, um difícil controle em relação à compensação de receitas e despesas por
parte da contratada, entre as duas localidades, na execução contratual, tendo em vista que
o total dos custos contratados em relação ao total dos custos efetivos corresponde a uma
margem excedente de apenas 9,43%.
3 – Assim, embora o percentual de variação do total dos custos contratados em relação
ao total dos custos efetivos seja superior em 9,43%, relativamente ao total dos custos
mínimos referenciais, é superior apenas em 4,43%. Ressaltando-se que o percentual de
variação do total dos custos efetivos, em relação ao total dos custos mínimos referenciais,
chega a ser inferior em 5%. Com isso, expõe-se uma situação de risco, levando-se em
conta que se inclui, no objeto contratual, o fornecimento de materiais e equipamentos para
a execução dos serviços, que envolvem custos variáveis e quantitativos cujas estimativas
são de responsabilidade da contratada. Além do fornecimento de materiais de higiene
pessoal, cuja inclusão é considerada indevida, uma vez que o consumo é inerente a
usuários e extrapola o controle da contratada, conforme tratado em item específico do
presente relatório.
Dessa forma, verificou-se a ocorrência de falhas na fase de julgamento da proposta do
licitante, ao não terem sido tomadas as providências previstas na legislação pertinente,
visando à comprovação da exequibilidade da proposta vencedora, uma vez que as
divergências dos custos contratados em relação aos custos efetivos e a diferença pequena
em relação aos custos mínimos referenciais expõem uma situação de risco em relação ao
cumprimento das obrigações assumidas pela contratada.
##/Fato##
Causa
Desconsiderar os requisitos e parâmetros que devem ser observados pelo licitante na
elaboração da sua proposta para execução do serviço de limpeza e conservação, bem
como os procedimentos que devem ser empregados visando à comprovação da sua
exequibilidade.
##/Causa##
Manifestação da Unidade Examinada
Em resposta à Solicitação de Auditoria nº 201505379-Final-CGU, de 04/05/2016, a
Unidade, por intermédio do Ofício nº 176/2016/GAB/IPHAN-GO, de 17/05/2016,
manifestou o seguinte:
"”Foi realizada a análise da proposta de preços apresentada no Pregão Eletrônico nº.
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05/2015, para contratação dos serviços de limpeza e conservação para o IPHAN-GO,
tendo como base as normas estabelecidas pela IN nº.02/2008 e atualizações para os
serviços, a Convenção Coletiva e de Trabalho –CCT e o julgamento em conformidade
com o estabelecido no Edital de Pregão.
A metodologia de julgamento da proposta foi realizado nos exatos termos estabelecido
pelo Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão.
Art. 46. O Anexo V desta IN traz uma metodologia de referência para a contratação
de serviços de limpeza e conservação, compatíveis com a produtividade de
referência estabelecida nesta IN, podendo ser adaptadas às especificidades da
demanda de cada órgão ou entidade contratante.
Art. 47. O órgão contratante poderá adotar Produtividades diferenciadas das
estabelecidas nesta Instrução Normativa, desde que devidamente justificadas,
representem alteração da metodologia de referência prevista no anexo V e sejam
aprovadas pela autoridade competente.
Art. 48. Para cada tipo de Área Física deverá ser apresentado pelas proponentes o
respectivo Preço Mensal Unitário por Metro Quadrado, calculado com base na
Planilha de Custos e Formação de Preços, contida no Anexo III desta IN.
Parágrafo único. O preço do Homem-Mês deverá ser calculado para cada
categoria profissional, cada jornada de trabalho e nível de remuneração decorrente
de adicionais legais.
Determina a IN nº 02/2008 e atualizações, que se realize a contratação dos serviços com
base na área a ser limpa.
Art. 43. Os serviços serão contratados com base na Área Física a ser limpa,
estabelecendo-se uma estimativa do custo por metro quadrado, observadas a
peculiaridade, a produtividade, a periodicidade e a freqüência de cada tipo de
serviço e das condições do local objeto da contratação.
Parágrafo único. Os órgãos deverão utilizar as experiências e parâmetros aferidos
e resultantes de seus contratos anteriores para definir as produtividades da mão-
de-obra, em face das características das áreas a serem limpas, buscando sempre
fatores econômicos favoráveis à administração pública.
No caso em questão tratava-se de licitação com critério de julgamento de menor preço
global para o item, conforme item 13.2 do Edital.
13.2 O critério julgamento adotado será o MENOR PREÇO GLOBAL da
proposta, observadas as exigências contidas neste Edital e seus Anexos quanto às
especificações do objeto.
Não houve na proposta apresentada, qualquer indício de inexequibilidade que
motivassem a realização de diligência. A proposta estava de acordo com a metodologia
de referência para os serviços, a planilha de custo e formação de preços que serviu como
base para aferição do valor do m², não apresentava preços unitários considerados
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irrisórios ou de valor zero, apresentava todas as condições estabelecidas no Edital. Neste
mesmo sentido, os valores aferidos no cálculo de produtividade estavam nos limites
estabelecidos para o Estado de Goiás, para os serviços de limpeza e conservação. Além
de a proposta não apresentar indícios de inexequibilidade, mostrou-se compatíveis com
as demais propostas registradas no pregão, conforme pode ser observado na fase de
lances e pela ordem de classificação.
Alertamos que a contratação foi única, com uma única proposta de preços, para um único
item, o julgamento foi realizado considerando o serviço de limpeza e conservação, para
uma determinada área física a ser limpa.
Em leitura a solicitação de auditoria, conclui-se que à análise foi realizada considerando
áreas físicas separadas e fazendo um conta reversa com valor de posto de serviços, o que
não se aplica a presente contratação, por não ser este o método de referência utilizado
para determinação de proposta dessa natureza, nos termos da IN nº. 02/2008.
Diante do exposto, concluímos que a proposta de preços apresentada atendeu as
condições estabelecidas no Edital, não havendo qualquer erro no seu julgamento, que foi
realizado de acordo com as condições estabelecidas no Edital em observância a
legislação e orientações que regem a matéria.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
Inicialmente, cabe transcrever do Termo de Referência, anexo ao Edital, os seguintes
dispositivos:
“2.4. A Licitação foi dividida em itens, visto que há diferença nos encargos à contratada,
dependendo do local de execução do serviço (Goiânia, Goiás e Pirenópolis), mas
reunidos em um único grupo, já que a descrição dos serviços é idêntica e os itens
correspondem a um mesmo ramo de atividade comercial dos possíveis licitantes.
5.1. Em conformidade com o Art. 44 da IN n° 02, de 30 de abril de 2008 SLTI - MPOG,
a produtividade a ser considerada, será: Produtividade por m2, conforme tabela
constante abaixo.”
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Cabe, também, destacar os seguintes itens do Edital:
“6.4.1.1. No preço cotado deverão estar incluídos todos os custos decorrentes da
execução contratual, tais como, despesas com impostos, taxas, frete, seguros e quaisquer
outros que incidam na contratação do objeto, apurados mediante o preenchimento do
modelo de Planilha de Custos e Formação de Preços, conforme anexo deste Edital;
(...)
6.4.2. A proposta será elaborada conforme o modelo fornecido, Anexo II, podendo ser
alterado para melhor atender às especificidades de cada empresa.
(...)
13.10. Será desclassificada a proposta final que:
(...)
13.10.4. Apresentar preços manifestamente inexequíveis, assim considerados aqueles
que, comprovadamente, forem insuficientes para a cobertura dos custos decorrentes da
contratação pretendida;
(...)
13.10.5. Não vierem a comprovar sua exequibüidade, em especial em relação ao preço e
à produtividade apresentada.”
Em análise da manifestação da Unidade, cabem tecer as seguintes considerações:
1 – Conforme demonstrado nos dispositivos do Termo de Referência, está explícito que
o objeto licitado é divisível, possui unidades físicas autônomas, em edificações distintas,
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localizadas em 3 diferentes cidades, e que, embora a Unidade auditada tenha optado por
definir o tipo de licitação por “Menor Preço” e o critério de julgamento pelo valor
“Global”, “há diferença nos encargos à contratada”, conforme mencionado pela
Unidade. O que impôs a oferta, pelo licitante vencedor, de valores diferenciados em
relação ao Preço Homem Mês para cada localidade, ou seja, apurados conforme as três
planilhas orçamentárias de custo apresentadas.
2 – Portanto, há equívoco, por parte da Unidade, ao afirmar que: “...a contratação foi
única, com uma única proposta de preços, para um único item, o julgamento foi realizado
considerando o serviço de limpeza e conservação, para uma determinada área física a
ser limpa”. Assim como houve falha ao não prever e estabelecer, no edital, que o licitante
deveria apresentar uma planilha orçamentária de custo para cada localidade, em face de
peculiaridades como custos indiretos, de tributos municipais e transportes de materiais e
empregados. Uma vez que o detalhamento dos custos visa, certamente, aferir se a
proposta é exequível, o que seria impraticável se o orçamento fosse consolidado em uma
única planilha, para um objeto que abrange três localidades no Estado, com mão de obra
distintas.
3 – Dessa forma, se o licitante, em relação à localidade de Pirenópolis, demonstra na
planilha orçamentária de custos que o Preço Homem Mês será de R$ 2.324,24, mas oferta
um preço final de R$ 1.509,01, enquanto que o preço mínimo referencial é de R$
1.493,20, caberia, à Comissão Julgadora, solicitar ao licitante o ajuste da planilha
orçamentária em relação ao preço ofertado de R$ 1.509,01, assim como a comprovação
da exequibilidade da proposta em relação a essa localidade, em consonância com Art. 6º
da Portaria SLTI/MP N° 7, de 13/04/2015, tendo em vista que a diferença do preço
ofertado para o mínimo referencial é de apenas 1,06%. Da mesma forma, em relação à
localidade de Goiás, uma vez que essa diferença é de apenas 1,84%.
4 – Assim, como também, o licitante deveria comprovar a exequibilidade do valor global
ofertado, uma vez que a diferença para o valor total mínimo referencial é de apenas
4,43%, considerando que se inclui, no objeto contratual, o fornecimento de materiais e
equipamentos para a execução dos serviços, que envolvem custos variáveis e
quantitativos cujas estimativas são de responsabilidade da contratada. Tendo, ainda, como
agravante o fornecimento de materiais de higiene pessoal, cuja inclusão é considerada
indevida, por não serem atinentes ao serviço de limpeza e conservação, e pelo fato do
consumo ser inerente a usuários e extrapolar o controle da contratada; levando-se em
conta, ainda, que os custos correspondentes não são computados nos valores referenciais
que balizam os preços para a contratação do serviço.
Portanto, reafirma-se a ocorrência de falhas na fase de julgamento da proposta do
licitante, ao não terem sido tomadas as providências previstas na legislação pertinente,
visando à comprovação da exequibilidade da proposta vencedora, uma vez que as
divergências dos custos contratados em relação aos custos efetivos e a diferença pequena
em relação aos custos mínimos referenciais expõem uma situação de risco em relação ao
cumprimento das obrigações assumidas pela contratada.
##/AnaliseControleInterno##
Recomendações:
Recomendação 1: Prever a apresentação da planilha orçamentária de custos para cada
unidade autônoma, com mão de obra distinta, situada em cidade diversa, no edital de
licitação do serviço de limpeza e conservação, embora com critério de julgamento da
proposta pelo valor "Global".
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Recomendação 2: Rever os procedimentos de análise da proposta do licitante, para
execução do serviço de limpeza e conservação, de forma a verificar o atendimento aos
requisitos e parâmetros previstos, na legislação pertinente, bem como à comprovação da
exequibilidade da proposta, sobretudo, quando o valor ofertado estiver próximo do limite
mínimo referencial e houver divergência com o total dos custos efetivos, demonstrados
na planilha orçamentária.
1.1.1.6 CONSTATAÇÃO
Oferta de produtividades diferenciadas em relação às referenciais, as quais foram
aceitas com divergências na proposta vencedora e no termo contratual, bem como
sem as devidas comprovações das suas exequibilidades.
Fato
A IN SLTI/MPOG nº 02/2008 estabelece os requisitos e os parâmetros gerais e
específicos, em relação à contratação e execução dos serviços de limpeza e conservação,
que devem ser observados no tocante aos índices de produtividade. Dos dispositivos que
tratam do assunto, cabem destacar os seguintes:
Art. 21. As propostas deverão ser apresentadas de forma clara e objetiva, em
conformidade com o instrumento convocatório, devendo conter todos os elementos que
influenciam no valor final da contratação, detalhando, quando for o caso:
(...)
IV - produtividade adotada, e se esta for diferente daquela utilizada pela Administração
como referência, mas admitida pelo instrumento convocatório, a respectiva
comprovação de exeqüibilidade;
Art. 22. Quando permitido no edital, e de acordo com as regras previstas nesta Instrução
Normativa, os licitantes poderão apresentar produtividades diferenciadas daquela
estabelecida no ato convocatório como referência, desde que não alterem o objeto da
contratação, não contrariem dispositivos legais vigentes e apresentem justificativa,
devendo comprová-las por meio de provas objetivas, tais como:
I - relatórios técnicos elaborados por profissional devidamente registrado nas entidades
profissionais competentes compatíveis com o objeto da contratação;
II - manual de fabricante que evidencie, de forma inequívoca, capacidade operacional e
produtividade dos equipamentos utilizados;
III - atestado do fabricante ou de qualquer órgão técnico que evidencie o rendimento e a
produtividade de produtos ou serviços; e
IV - atestados detalhados fornecidos por pessoa jurídica de direito público ou privado
que venham a comprovar e exeqüibilidade da produtividade apresentada.
(...)
Art. 29. Serão desclassificadas as propostas que:
(...)
IV - apresentarem preços que sejam manifestamente inexeqüíveis; e
V - não vierem a comprovar sua exeqüibilidade, em especial em relação ao preço e a
produtividade apresentada.
(...)
Art. 42. Deverão constar do Projeto Básico na contratação de serviços de limpeza e
conservação, além dos demais requisitos dispostos nesta IN:
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I - áreas internas, áreas externas, esquadrias externas e fachadas envidraçadas,
classificadas segundo as características dos serviços a serem executados, periodicidade,
turnos e jornada de trabalho necessários etc;
II - produtividade mínima a ser considerada para cada categoria profissional envolvida,
expressa em termos de área física por jornada de trabalho ou relação serventes por
encarregado; e
Parágrafo único. Os órgãos deverão utilizar as experiências e parâmetros aferidos e
resultantes de seus contratos anteriores para definir as produtividades da mão-de-obra,
em face das características das áreas a serem limpas, buscando sempre fatores
econômicos favoráveis à administração pública.
(...)
“Art. 44. Nas condições usuais serão adotados índices de produtividade por servente em
jornada de oito horas diárias, não inferiores a:
I - áreas internas: (Redação dada pela Instrução Normativa nº 3, de 16 de outubro de
2009)
(...)
b) Pisos frios: 600 m²; (Incluído pela Instrução Normativa nº 3, de 16 de outubro de
2009)
(...)
II - áreas externas: (Redação dada pela Instrução Normativa nº 3, de 16 de outubro de
2009)
a) Pisos pavimentados adjacentes/contíguos às edificações: 1200 m²; (Incluído pela
Instrução Normativa nº 3, de 16 de outubro de 2009)
(...)
III - esquadrias externas: (Redação dada pela Instrução Normativa nº 3, de 16 de outubro
de 2009)
(...)
b) face externa sem exposição a situação de risco: 220 m²; e (Incluído pela Instrução
Normativa nº 3, de 16 de outubro de 2009)”
(...)
Art. 45. Nos casos em que a Área Física a ser contratada for menor que a estabelecida
para a produtividade mínima de referência estabelecida nesta IN, esta poderá ser
considerada para efeito da contratação.
Art. 46. O Anexo V desta IN traz uma metodologia de referência para a contratação de
serviços de limpeza e conservação, compatíveis com a produtividade de referência
estabelecida nesta IN, podendo ser adaptadas às especificidades da demanda de cada
órgão ou entidade contratante.
Art. 47. O órgão contratante poderá adotar Produtividades diferenciadas das
estabelecidas nesta Instrução Normativa, desde que devidamente justificadas,
representem alteração da metodologia de referência prevista no anexo V e sejam
aprovadas pela autoridade competente.
Assim, em análise da proposta vencedora, referente ao Processo nº 01516.001833/2015-
35, no intuito de verificar a produtividade adotada e os cálculos correspondentes, cabe
transcrever os seguintes quadros demonstrativos que a compõem:
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A partir dos dados extraídos do conteúdo da proposta vencedora, em relação à
Superintendência do IPHAN/GO em Goiânia e aos Escritórios Técnicos de Goiás e
Pirenópolis, pode-se estabelecer uma comparação entre a produtividade mínima
estabelecida pela IN SLTI/MPOG nº 02/2008, utilizada nos cálculos para a obtenção do
Preço Unitário Mensal por m², com base nos custos efetivos que constam da planilha
orçamentária, e a produtividade derivada dos custos contratados, calculada de forma
inversa, conforme demonstrado nos quadros a seguir:
QUADRO 05 - COMPARATIVO DOS ÍNDICES DE PRODUTIVIDADE RELATIVOS AOS CUSTOS
EFETIVOS E AOS CUSTOS CONTRATADOS - ESCRITÓRIO TÉCNICO DE GOIÁS.
ÁREA INTERNA
Custo
Comparado
(axb) Preço
mensal unitário
por m² (R$/m²)
(b) Preço
homem-mês
(R$)
(a)
Produtividade
(1/m²)
Índice de
Produtividade
(m²)
Variação
(%)
Custo Efetivo 3,91 2.343,81 0,001666667 600 0,00
Custo Contratado 3,91 2.327,56 0,001679871 595 -0,83
ÁREA EXTERNA
Custo
Comparado
(axb) Preço
mensal unitário
por m² (R$/m²)
(b) Preço
homem-mês
(R$)
(a)
Produtividade
(1/m²)
Índice de
Produtividade
(m²)
Variação
(%)
Custo Efetivo 1,95 2.343,81 0,000833333 1200 0,00
Custo Contratado 1,95 2.327,56 0,000837787 1194 -0,50
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ESQUADRIAS
Custo
(f=dxe)
Preço
mensal
unitário
por m²
(R$/m²)
(e)
Preço
homem-
mês
(R$)
(d=axbxc)
K
(c) Jornada
de trabalho
no mês
(horas)
(b)
Freq.
no
mês
(h)
(a)
Produt.
(1/m²)
Índice
de
Prod.
(m²)
Variação
(%)
Custo
Efetivo 0,89 2.343,81 0,0003799 0,00522466 16 0,0045454 220 0,00
Custo
Contratado 0,89 2.327,56 0,0003823 0,00522466 16 0,0045741 219 -0,45
Fonte: Elaborado pela Equipe de Auditoria, com base em dados da proposta vencedora.
QUADRO 06 - COMPARATIVO DOS ÍNDICES DE PRODUTIVIDADE RELATIVOS AOS CUSTOS
EFETIVOS E AOS CUSTOS CONTRATADOS - ESCRITÓRIO TÉCNICO DE PIRENÓPOLIS.
ÁREA INTERNA
Custo
Comparado
(axb) Preço
mensal unitário
por m² (R$/m²)
(b) Preço
homem-mês
(R$)
(a)
Produtividade
(1/m²)
Índice de
Produtividade
(m²)
Variação
(%)
Custo Efetivo 3,87 2.324,24 0,001666667 600 0,00
Custo Contratado 3,87 1.509,01 0,002564595 390 -35,00
ÁREA EXTERNA
Custo
Comparado
(axb) Preço
mensal unitário
por m² (R$/m²)
(b) Preço
homem-mês
(R$)
(a)
Produtividade
(1/m²)
Índice de
Produtividade
(m²)
Variação
(%)
Custo Efetivo 1,94 2.324,24 0,000833333 1200 0,00
Custo Contratado 1,94 1.509,01 0,001285611 778 -35,00
ESQUADRIAS
Custo
(f=dxe)
Preço
mensal
unitário
por m²
(R$/m²)
(e)
Preço
homem-
mês
(R$)
(d=axbxc)
K
(c) Jornada
de trabalho
no mês
(horas)
(b)
Freq.
no
mês
(h)
(a)
Produt.
(1/m²)
Índice
de
Prod.
(m²)
Variação
(%)
Custo
Efetivo 0,88 2.324,24 0,0003799 0,00522466 16 0,0045454 220 0,00
Custo
Contratado 0,88 1.509,01 0,0005831 0,00522466 16 0,0069760 143 -35,00
Fonte: Elaborado pela Equipe de Auditoria, com base em dados da proposta vencedora.
QUADRO 07 - COMPARATIVO DOS ÍNDICES DE PRODUTIVIDADE RELATIVOS AOS CUSTOS
EFETIVOS E AOS CUSTOS CONTRATADOS - SUPERINTENDÊNCIA DO IPHAN/GO EM
GOIÂNIA.
ÁREA INTERNA
Custo
Comparado
(axb) Preço
mensal unitário
por m² (R$/m²)
(b) Preço
homem-mês
(R$)
(a)
Produtividade
(1/m²)
Índice de
Produtividade
(m²)
Variação
(%)
Custo Efetivo 4,07 2.441,89 0,001666667 600 0,00
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Custo Contratado 4,07 3.331,75 0,001221580 819 36,50
ÁREA EXTERNA
Custo
Comparado
(axb) Preço
mensal unitário
por m² (R$/m²)
(b) Preço
homem-mês
(R$)
(a)
Produtividade
(1/m²)
Índice de
Produtividade
(m²)
Variação
(%)
Custo Efetivo 2,03 2.441,89 0,000833333 1200 0,00
Custo Contratado 2,03 3.331,75 0,000609289 1641 36,75
ESQUADRIAS
Custo
(f=dxe)
Preço
mensal
unitário
por m²
(R$/m²)
(e)
Preço
homem-
mês
(R$)
(d=axbxc)
K
(c) Jornada
de trabalho
no mês
(horas)
(b)
Freq.
no
mês
(h)
(a)
Produt.
(1/m²)
Índice
de
Prod.
(m²)
Variação
(%)
Custo
Efetivo 0,93 2.441,89 0,0003799 0,00522466 16 0,0045454 220 0,00
Custo
Contratado 0,93 3.331,75 0,0002791 0,00522466 16 0,0033391 299 35,90
Fonte: Elaborado pela Equipe de Auditoria, com base em dados da proposta vencedora.
Salienta-se, ainda, em relação à produtividade, que constou do termo contratual firmado,
em seu item 1.3, o quadro demonstrado no recorte da figura a seguir:
Diante do exposto, cabem tecer as seguintes considerações:
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1 – Conforme disposto no Parágrafo Único do Art. 42 da IN SLTI/MPOG nº 02/2008, os
órgãos deverão utilizar as experiências e parâmetros aferidos e resultantes de seus
contratos anteriores para definir as produtividades da mão-de-obra, em face das
características das áreas a serem limpas, buscando sempre fatores econômicos favoráveis
à administração pública. Assim como dispõe o Art. 45, que nos casos em que a Área
Física a ser contratada for menor que a estabelecida para a produtividade mínima de
referência estabelecida na Instrução, esta poderá ser considerada para efeito da
contratação.
2 – Dessa forma, embora a legislação restrinja a utilização de postos de trabalho como
unidade de medida para contratação de serviços contínuos, a Unidade foi omissa ao não
prever, no Termo de Referência, que a produtividade adotada poderia ser inferior à
mínima referencial, em consonância com o citado Art. 45, de forma a possibilitar a
contratação de um servente para a localidade cuja soma das áreas físicas fosse menor que
a soma das produtividades referenciais, uma vez que a carga horária correspondente deve
ser de 8 horas diárias.
3 – Saliente-se, ainda, que não obstante a proposta contratada tenha informado a
produtividade referencial no cálculo do Preço Mensal Unitário por m², com base nos
custos efetivos demonstrados na planilha orçamentária, a produtividade efetiva contratada
dificilmente é coincidente com a referencial, devido à diferenciação entre o tamanho da
área física existente e a área que serve de parâmetro, bem como dado aos
arredondamentos nos cálculos para definir o número de postos de trabalho.
4 - Assim, enquanto que, para o Escritório Técnico de Pirenópolis, o índice relativo ao
número de serventes foi arredondado para mais, de 0,65 para 1, o percentual de variação
da produtividade efetiva contratada, em relação à produtividade referencial, e do preço
homem mês contratado, em relação ao preço homem mês do custo efetivo demonstrado
na planilha, manteve-se inferior em 35%. E, em sentido inverso, enquanto que, para a
Superintendência do IPHAN/GO em Goiânia, o índice relativo ao número de serventes
foi arredondado para menos, de 2,67 para 2, o percentual de variação da produtividade
efetiva contratada, em relação à produtividade referencial, e do preço homem mês
contratado, em relação ao preço homem mês do custo efetivo demonstrado na planilha,
manteve-se superior em 36%.
5 – Portanto, verifica-se, em relação ao Escritório Técnico de Pirenópolis, que as
incongruências indicadas na proposta foram ocasionadas pela omissão, no Termo de
Referência, no tocante ao tratamento que deveria ser dado à localidade cuja soma das
áreas físicas fosse menor que a soma das produtividades referenciais. E, em relação à
Superintendência do IPHAN/GO em Goiânia, as incongruências indicadas foram
ocasionadas pela necessidade de compensação da parte dos custos efetivos não
computados no tocante ao Escritório Técnico de Pirenópolis.
6 – Assim, a produtividade efetiva contratada não é a que foi demonstrada na proposta
vencedora, nem a que consta do termo contratual firmado. E que, embora a IN
SLTI/MPOG nº 02/2008, no Art. 45, possibilite a redução da produtividade em relação
limite mínimo referencial, como foi no caso do Escritório Técnico de Pirenópolis, caberia
à licitante vencedora comprovar a exequibilidade da produtividade efetiva ofertada em
relação à Superintendência em Goiânia, superior em 36% à produtividade referencial,
uma vez que não houve previsão, nem manifestação posterior da Unidade sobre a questão,
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nos termos do Parágrafo Único do Art. 42 da IN SLTI/MPOG nº 02/2008. Salientando-
se, ainda, que, em relação a essa localidade, houve uma redução de três para dois
serventes, no tocante à contratação anterior.
Dessa forma, verificou-se a ocorrência de falha na fase preparatória da licitação, ao não
prever, no Termo de Referência, o tratamento que deveria ser dado à localidade cuja soma
das áreas físicas fosse menor que a soma das produtividades referenciais, bem como na
fase de julgamento da licitação, ao não solicitar as correções na proposta vencedora, a
partir do valor mensal ofertado, mediante a realização de uma sequência inversa dos
cálculos apresentados, de forma que o Preço do Homem Mês contratado coincidisse com
o constante da planilha orçamentária ajustada, de modo a permitir a identificação de todos
os custos envolvidos na execução do serviço, até a apuração da produtividade efetiva
ofertada. E, ainda, de não requerer, à licitante, a comprovação da exequibilidade da
produtividade efetiva ofertada em relação à Superintendência em Goiânia, superior em
36% à produtividade referencial.
##/Fato##
Causa
Desconsiderar a necessidade de prever e disciplinar a oferta de produtividade diferenciada
pelo licitante.
##/Causa##
Manifestação da Unidade Examinada
Em resposta à Solicitação de Auditoria nº 201505379-Final-CGU, de 04/05/2016, a
Unidade, por intermédio do Ofício nº 176/2016/GAB/IPHAN-GO, de 17/05/2016,
manifestou o seguinte:
“Informo que realizamos a análise da planilha de custo para a contratação dos serviços
de limpeza para o IPHAN-GO, mediante os seguintes parâmetros:
Nos moldes estabelecidos na IN nº 02/2008 e atualizações, foi elaborada planilha de
custo e formação de preços para o posto de servente. A análise da planilha apresentada
pela Empresa pautou-se, na legislação pertinente e na Convenção Coletiva de Trabalho
2015/2017 do SINDICATO DOS EMPREGADOS DE EMPRESAS DE ASSEIO
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CONSERV LIMP PUB E AMBIENT E COL LIXO SIM EST GOIAS e SINDICATO DAS
EMPRESAS DE ASSEIO , CONSERVAÇÃO, LIMPEZA URBANA E TERCEIRIZAÇÃO
DE MAO DE OBRA DO ESTADO DE GOIAS SEACGO – NÚMERO DE RESGISTRO
NO MTE: GO000146/2015.
A planilha de custo e formação de preços dos serventes é utilizada para aferição do preço
mensal por metro quadrado, conforme estabelecido o art. 48 da IN nº 02/2008.
Art. 48. Para cada tipo de Área Física deverá ser apresentado pelas proponentes o
respectivo Preço Mensal Unitário por Metro Quadrado, calculado com base na Planilha
de Custos e Formação de Preços, contida no Anexo III desta IN.
A planilha de custo apresentada pela Empresa e aceito pelo Pregoeiro, constava todos
os custos necessário à realização dos serviços.
Na proposta apresentada pela Empresa, os seguintes valores mensais foram aferidos por
meio a planilha de custo e formação de preço para os serviços.
Ocorre que os serviços objeto do pregão, são contratados com base na Área Física a ser
limpa, estabelecendo-se uma estimativa de custo por metro quadrado, observadas a
peculiaridade, a produtividade, a periodicidade e a frequência de cada tipo de serviço e
das condições do local, objeto da contratação. Não se tratando de uma contratação por
posto de serviços.
Desta forma, em conformidade com o entendimento de que os valores mensais do
contrato consideram a área física a ser limpa, apurou-se o seguinte custo mensal para a
contratação, com base na fórmula de produtividade estabelecido no Anexo III-F, da IN
nº. 02/2008 e atualizações.
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Informamos que os valores aferidos na análise realizada pelo cálculo de produtividade,
como preço mensal unitário (R$/M²), para os tipos de áreas, estavam dentro dos limites
pelo MPOG, por meio da Portaria nº. 07/2015, não havendo qualquer indício de
inexequibilidade da proposta.
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Conclui-se que os valores da proposta de preço, devem ser apresentados pela relação da
área física a ser limpa e do valor R$/M², não podendo ser utilizado o valor do posto de
serviços como valor efetivo para a contratação, este é utilizado como base para a
aferição do R$/M².
O valor mensal dos serviços para a Superintendência do IPHAN em Goiânia, não se
apresentam qualquer erro de cálculo ou majoração de preço. O valor do metro quadrado
esta dentro dos limites estabelecidos pelo MPOG, conforme já demonstrado neste
relatório.
Por fim, informo que toda a análise da planilha considerou as limites e formulas
estabelecida na IN nº 02/2008 e orientações do Caderno de Logística – Guia de
Orientação sobre os aspectos gerais na contratação de serviços de limpeza, asseio e
conservação no âmbito da Administração Pública Federal Direta, Autárquica e
Fundacional, nos termos da Instrução Normativa nº 02, de 30 de abril de 2008, e
alterações posteriores.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
Em análise da manifestação da Unidade, cabem tecer as seguintes considerações:
1 – Inicialmente, vale esclarecer que a Unidade, em sua manifestação, não apresentou
nenhum fato novo e que apenas repetiu o cálculo de apuração do Preço Mensal Unitário
por m² com base no Preço Homem Mês demonstrado na Planilha de Orçamentária de
Custos, utilizando-se a produtividade referencial para um servente. Assim, da mesma
forma, baseando-se nos custos reais demonstrados na planilha, foi apurada a
produtividade relativa ao denominado “Custo Efetivo” nos quadros demonstrados pela
Equipe de Auditoria.
2 – Por outro lado, reafirma-se que partindo do Preço Mensal Unitário por m², em cálculo
inverso da fórmula que apura a produtividade no Anexo III-F da IN SLTI/MPOG nº
02/2008, com base no Preço Homem Mês ofertado e contratado, chega-se à produtividade
real, que é diferente da referencial para um Servente. Dessa forma, baseando-se no Preço
Homem Mês ofertado e contratado, foi apurada a produtividade relativa ao denominado
“Custo Contratado” nos quadros demonstrados pela Equipe de Auditoria.
3 – Assim, verifica-se uma certa confusão, na manifestação da Unidade, ao entender que
os dados apresentados, pela equipe de auditoria, baseiam-se, primeiramente, em número
de Postos de Serviço e não em Produtividade por Servente, embora a correlação existente
entre ambos e entre a Produtividade e o Preço Homem Mês para a apuração do Preço
Mensal Unitário por m².
4 – Portanto, é lógico que se a produtividade referencial para um Servente limpar a Área
Interna do Escritório Técnico de Pirenópolis é de 600,00 m², como exemplo, e a Área
Interna existente só possui 249,20 m², a produtividade para um Servente, certamente, será
reduzida, tendo em vista que a carga horária diária é de 8 horas. Assim, em relação à Área
Interna seria necessário, conforme demonstrado nos próprios cálculos da proposta
vencedora, a proporção de 0,42 de um Servente, que somada à proporção de 0,22, relativa
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à Área Externa e 0,0053, referente à Área de Esquadrias, perfaz à proporção de 0,64 de
um Servente. Como não é possível fracionar o número de servente, não resta outra opção
ao licitante do que a de propor a contratação de um servente. Dessa forma, tendo em vista
a inviabilidade de se ofertar e contratar uma produtividade de 249,20 m², para a Área
Interna, em face da necessidade de se contratar pelo menos um Servente, tal número foi
elevado para 390,00 m², acompanhando a mesma proporção em relação ao referido
arredondamento.
5 - Assim, se o licitante ofertou para cada m² o preço mensal unitário de R$ 3,87, o Preço
Homem Mês correspondente aos 600,00 m² é de R$ 2.324,24, que é o valor apresentado
na Planilha Orçamentária de Custos, conforme foi demonstrado anteriormente e repetido
a seguir:
ÁREA INTERNA
Custo
Comparado
(axb) Preço
mensal unitário
por m² (R$/m²)
(b) Preço
homem-mês
(R$)
(a)
Produtividade
(1/m²)
Índice de
Produtividade
(m²)
Variação
(%)
Custo Efetivo 3,87 2.324,24 0,001666667 600 0,00
Custo Contratado 3,87 1.509,01 0,002564595 390 -35,00
6 - Porém, tendo em vista que a referida área interna possui somente 249,20 m², ou seja,
abaixo do limite referencial de produtividade de 600,00 m², a Unidade não dispôs sobre
o tratamento que seria dado à questão, conforme previsto no Art. 45 da IN SLTI/MPOG
nº 02/2008, o qual estabelece que nos casos em que a Área Física a ser contratada for
menor que a fixada para a produtividade mínima de referência estabelecida na Instrução,
esta poderá ser considerada para efeito da contratação.
7 – Com isso, o licitante, ao invés de ofertar o Valor Mensal correspondente ao Preço
Homem Mês apurado na Planilha Orçamentária, que seria o custo efetivo para a
realização do serviço, foi induzido, em decorrência da referida omissão, a ofertar o custo
proporcional à 249,20 m² de Área Interna (R$ 965,19), que somado aos custos
proporcionais da Área Externa (R$ 514,30) e da Área de Esquadrias (R$ 29,38), perfaz
ao custo ou Preço Homem Mês ofertado e contratado de R$ 1.509,01, o qual seria
coincidente com o Preço Homem Mês demonstrado na Planilha Orçamentária de Custos
(R$ 2.324,24), se a Produtividade ofertada e contratada fosse de 600,00 m².
8 – Dessa forma, repisa-se que partindo do Preço Mensal Unitário por m², em cálculo
inverso da fórmula que apura a produtividade no Anexo III-F da IN SLTI/MPOG nº
02/2008, com base no Preço Homem Mês ofertado e contratado, chega-se à produtividade
real, que, no caso da Área Interna do Escritório Técnico de Pirenópolis, corresponde à
390,00 m², ou seja, inferior em 35% ao limite mínimo referencial, porém, respaldada no
Art. 45 da IN SLTI/MPOG nº 02/2008, apesar da omissão da Unidade em relação à
questão.
9 – De modo contrário, se a produtividade referencial para um servente limpar a Área
Interna da sede da Superintendência do IPHAN/GO em Goiânia é de 600,00 m², como
exemplo, e a Área Interna existente possui 979,66 m², seria necessário a proporção de
1,63 servente para a execução do serviço, conforme demonstrado nos próprios cálculos
da proposta vencedora, transcritos na figura no campo “Fato”. Tal número somado à
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proporção de 0,98, relativa à Área Externa, e 0,06, referente à Área de Esquadrias, perfaz
à proporção de 2,67 Servente. Como não é possível fracionar o número de servente, o
licitante optou por arredondar para menos, propondo a contratação de 2 Serventes, e com
isso, a produtividade foi elevada de 600,00 m² para 819,00 m², acompanhando a mesma
proporção em relação ao referido arredondamento.
10 - Assim, se o licitante ofertou para cada m² o preço mensal unitário de R$ 4,07, o Preço
Homem Mês correspondente aos 600,00 m² é de R$ 2.441,89, que é o valor apresentado
na Planilha Orçamentária de Custos, conforme foi demonstrado anteriormente e repetido
a seguir:
ÁREA INTERNA
Custo
Comparado
(axb) Preço
mensal unitário
por m² (R$/m²)
(b) Preço
homem-mês
(R$)
(a)
Produtividade
(1/m²)
Índice de
Produtividade
(m²)
Variação
(%)
Custo Efetivo 4,07 2.441,89 0,001666667 600 0,00
Custo Contratado 4,07 3.331,75 0,001221580 819 36,50
11 - Porém, tendo em vista que a referida Área Interna possui 979,66 m², ou seja, acima
do limite referencial de produtividade de 600,00 m², o montante do custo correspondente
também será maior. Assim, o custo proporcional a 979,66 m² de Área Interna (R$
3.987,04), somado aos custos proporcionais da Área Externa (R$ 2.401,89) e da Área de
Esquadrias (R$ 274,07), perfaz ao custo ofertado e contratado de R$ 6.663,50,
correspondente ao Preço Homem Mês de R$ 3.331,75, o qual seria coincidente com o
Preço Homem Mês demonstrado na Planilha Orçamentária de Custos (R$ 2.441,89), se a
Produtividade ofertada e contratada, no exemplo analisado, fosse de 600,00 m². Com isso,
a diferença entre o Preço Homem Mês contratado e o efetivo demonstrado planilha, trata-
se de um custo não apropriado a qualquer item nela discriminado.
12 – Dessa forma, repisa-se que partindo do Preço Mensal Unitário por m², em cálculo
inverso da fórmula que apura a produtividade no Anexo III-F da IN SLTI/MPOG nº
02/2008, com base no Preço Homem Mês ofertado e contratado, chega-se à produtividade
real, que, no caso da Área Interna da sede da Superintendência do IPHAN/GO em
Goiânia, corresponde a 819,00 m², ou seja, superior em 36,00% ao limite referencial. O
que imporia à licitante vencedora comprovar a exequibilidade da produtividade efetiva
ofertada em relação à Superintendência em Goiânia, uma vez que não houve previsão,
nem manifestação posterior da Unidade sobre a questão, nos termos do Parágrafo Único
do Art. 42 da IN SLTI/MPOG nº 02/2008. Salientando-se, que, em relação a essa
localidade, houve uma redução de três para dois serventes, no tocante à contratação
anterior, sem constar nenhuma análise ou justificativa que embasasse a alteração da
correspondente produtividade.
13 – Assim, embora a IN SLTI/MPOG nº 02/2008 vede a fixação, nos instrumentos
convocatórios, do quantitativo de mão-de-obra a ser utilizado na prestação do serviço e
estabeleça que os serviços de limpeza e conservação devem ser contratados com base na
área física a ser limpa, visando proporcionar maior flexibilidade ao licitante na definição
do custo ofertado por metro quadrado da área, com base na sua capacidade e eficiência
operacional, ou seja, incentivando a competição por produtividade e, consequentemente,
a obtenção de proposta mais vantajosa para a Administração, o licitante deverá comprovar
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a exequibilidade da produtividade ofertada se esta for diferenciada em relação
produtividade referencial prevista, que na licitação em questão é coincidente com o limite
mínimo referencial estabelecido na legislação pertinente. Ressaltando-se que a Unidade
não fixou produtividade, devidamente demonstrada e justificada, com base em
experiências e parâmetros aferidos e resultantes de seus contratos anteriores, em face das
características das áreas a serem limpas, buscando sempre fatores econômicos favoráveis
à administração pública.
Por fim, reafirma-se a ocorrência de falha na fase preparatória da licitação, ao não prever,
no Termo de Referência, o tratamento que deveria ser dado à localidade cuja soma das
áreas físicas fosse menor que a soma das produtividades mínimas referenciais, bem como
na fase de julgamento da licitação, ao não solicitar as correções na proposta vencedora, a
partir do valor mensal ofertado, mediante a realização de uma sequência inversa dos
cálculos apresentados, de forma que o Preço do Homem Mês contratado coincidisse com
o constante da planilha orçamentária ajustada, de modo a permitir a identificação de todos
os custos envolvidos na execução do serviço, até a apuração da produtividade efetiva
ofertada. E, ainda, de não requerer, à licitante, a comprovação da exequibilidade da
produtividade efetiva ofertada em relação à sede da Superintendência em Goiânia,
superior em 36% à produtividade referencial. /Fato##
##/AnaliseControleInterno##
Recomendações:
Recomendação 1: Prever e disciplinar a oferta de produtividade diferenciada pelo
licitante, em relação aos parâmetros referenciais utilizados na licitação do serviço de
limpeza e conservação, inclusive quanto à comprovação da sua exequibilidade, bem como
no tocante à sua correta demonstração no teor da proposta.
1.1.1.7 CONSTATAÇÃO
Inclusão do fornecimento de materiais, na licitação e contratação do serviço de
limpeza e conservação, inerentes a outros serviços e a funções incompatíveis ou
impertinentes ao objeto previsto, bem como com estimativas superdimensionadas
em relação ao consumo.
Fato
A IN SLTI/MPOG nº 02/2008 restringe a realização de licitação e contratação de serviços
distintos, conjuntamente, assim como veda a previsão de funções que sejam
incompatíveis ou impertinentes às atividades passíveis de execução indireta, dentre elas
as de conservação e limpeza, conforme os dispositivos transcritos a seguir:
“Art. 3º Serviços distintos podem ser licitados e contratados conjuntamente, desde que
formalmente comprovado que:(Redação dada pela Instrução Normativa nº 6, de 23 de
dezembro de 2013).
I - o parcelamento torna o contrato técnica, econômica e administrativamente inviável
ou provoca a perda de economia de escala; e (Incluído pela Instrução Normativa nº 6,
de 23 de dezembro de 2013).
II - os serviços podem ser prestados por empresa registrada e sob fiscalização de um
único conselho regional de classe profissional, quando couber. (Incluído pela Instrução
Normativa nº 6, de 23 de dezembro de 2013).
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(...)
Art.7º As atividades de conservação, limpeza, segurança, vigilância, transportes,
informática, copeiragem, recepção, reprografia, telecomunicações e manutenção de
prédios, equipamentos e instalações serão, de preferência, objeto de execução indireta.
§ 1º Na contratação das atividades descritas no caput, não se admite a previsão de
funções que lhes sejam incompatíveis ou impertinentes.”
Ressalte-se, ainda, que a IN SLTI/MPOG nº 02/2008, regulamenta, de forma específica
e conjunta, a terceirização dos serviços relativos às atividades de Limpeza e Conservação,
inclusive em relação às áreas de intervenção, à produtividade, aos custos, às metodologias
referenciais e à descrição dos serviços, cabendo destacar da IN os seguintes dispositivos:
“DOS SERVIÇOS DE LIMPEZA E CONSERVAÇÃO
Art. 42. Deverão constar do Projeto Básico na contratação de serviços de limpeza e
conservação, além dos demais requisitos dispostos nesta IN:
I - áreas internas, áreas externas, esquadrias externas e fachadas envidraçadas,
classificadas segundo as características dos serviços a serem executados, periodicidade,
turnos e jornada de trabalho necessários etc;
II - produtividade mínima a ser considerada para cada categoria profissional envolvida,
expressa em termos de área física por jornada de trabalho ou relação serventes por
encarregado; e
(...)
Art. 43. Os serviços serão contratados com base na Área Física a ser limpa,
estabelecendo-se uma estimativa do custo por metro quadrado, observadas a
peculiaridade, a produtividade, a periodicidade e a frequência de cada tipo de serviço e
das condições do local objeto da contratação.
Parágrafo único. Os órgãos deverão utilizar as experiências e parâmetros aferidos e
resultantes de seus contratos anteriores para definir as produtividades da mão-de-obra,
em face das características das áreas a serem limpas, buscando sempre fatores
econômicos favoráveis à administração pública.
(...)
5. OBRIGAÇÕES E RESPONSABILIDADES DA CONTRATADA
A contratada, além do fornecimento da mão-de-obra, dos saneantes domissanitários,
dos materiais e dos equipamentos, ferramentas e utensílios necessários para a perfeita
execução dos serviços de limpeza dos prédios e demais atividades correlatas, obriga-se
a:
(...)
5.16. prestar os serviços dentro dos parâmetros e rotinas estabelecidos, fornecendo todos
os materiais, inclusive sacos plásticos para acondicionamento de detritos, equipamentos,
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ferramentas e utensílios em quantidade, em qualidade e com tecnologia adequadas, com
a observância das recomendações aceitas pela boa técnica, normas e legislação;
No entanto, verificou-se que a Unidade incluiu, na licitação e contratação do serviço de
limpeza e conservação, referente ao Processo nº 01516.001833/2015-35, o fornecimento
de materiais inerentes a outros serviços, sem a devida justificativa, e a funções
incompatíveis ou impertinentes ao objeto previsto, conforme dados extraídos do Anexo
I–A ao Edital – Relação de Materiais, Utensílios e Equipamentos para Realização dos
Serviços de Limpeza, Conservação e Higienização, demonstrados a seguir:
QUADRO 08 – ITENS COM INCLUSÃO INDEVIDA NA RELAÇÃO DE MATERIAIS, UTENSÍLIOS
E EQUIPAMENTOS.
Item Descrição
Unidade
de
Medida
Superintendência
do IPHAN/GO em
Goiânia
Escritório
Técnico -
Goiás
Escritório
Técnico -
Pirenópolis
3 Impermeabilizante para piso de
madeira Litro 20 10 5
09 Detergente líquido para lavar
louças Frasco 15 8 8
12 Esponja de aço Pct 10 8 5
17 Papel higiênico folha dupla. Rolos 80 40 40
19 Removedor de ceras e resíduos
dos pisos
Galão
5lts. 02 1 1
23 Sabonete líquido perolado Litros 05 02 02
29
Spray lubrificante e
desengripante para dobradiças
e esquadrias
Frasco
/500 ml 2 1 1
36
Papel toalha branco, folhas
com alta absorção, macio, sem
resíduos tóxicos, com duas
dobras, 100% fibras
celulósicas, gramatura mínima
exigida 40 g/m²
Pcts 05 02 02
Fonte: Elaborado pela Equipe de Auditoria, com base em dados extraídos do Anexo I-A ao Edital – Relação
de Materiais, Utensílios e Equipamentos para Realização dos Serviços de Limpeza, Conservação e
Higienização.
Pode-se verificar, também, que a Unidade ao estimar os materiais e equipamentos a serem
utilizados na execução dos serviços, excedeu no dimensionamento dos quantitativos de
materiais semiduráveis, para fornecimento mensal, conforme demonstrado a seguir:
QUADRO 09 – ITENS COM QUANTITATIVOS SUPERDIMENSIONADOS NA RELAÇÃO DE
MATERIAIS, UTENSÍLIOS E EQUIPAMENTOS.
Item Descrição
Unidade
de
Medida
Superintendência
do IPHAN/GO em
Goiânia
Escritório
Técnico -
Goiás
Escritório
Técnico -
Pirenópolis
11 Flanela 30 x 40cm o Unidade 10 5 5
30 Rodo de 40 cm Unidade 3 1 1
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31 Rodo de 60 cm Unidade 3 1 1
32 Escova de mão Unidade 02 01 01
34 Vassoura com extensor para
limpeza de teto Unidade 01 01 01
38
Máscara descartável para boca
com elástico, atóxica,
hipoalergênica, 100%
polipropileno, não estéril, não
inflamável, isenta de fibra de
vidro, sem látex, uso único,
caixa com 50 unidades
Caixa 01 01 01
39 Vassoura de Pêlo 40 cm com
cabo de madeira Unidade 02 01 01
40 Vassoura de Pêlo 60 cm com
cabo de madeira Unidade 02 01 01
41 Vassoura de piaçava Unidade 02 01 01
42 Vassoura para Sanitário Unidade 08 02 02
43 Sinalizadores (“Piso Molhado") Unidade 02 01 01
45 Desentupidor de vaso sanitário Unidade 01 01 01
47 Espanador de pó Unidade 02 01 01
49 Discos de enceradeira para
lavagem Unidade 02 01 01
50 Discos de enceradeira para
brilho Unidade 02 01 01
51 Mangueiras de 50m de 3/4 Unidade 01 01 01
52 Mangueiras de 50m de 1/2 Unidade 01 01 01
53 Pá para coletar lixo Unidade 02 01 01
59 Capa de chuva Unidade 03 01 01
Fonte: Elaborado pela Equipe de Auditoria, com base em dados extraídos do Anexo I-A ao Edital – Relação
de Materiais, Utensílios e Equipamentos para Realização dos Serviços de Limpeza, Conservação e
Higienização.
Destacam-se, ainda, as observações contidas no Anexo I–A ao Edital - Relação de
Materiais, Utensílios e Equipamentos para Realização dos Serviços de Limpeza,
Conservação e Higienização, transcritas a seguir:
“Obs. 1: As quantidades relacionadas no ANEXO I são estimativas;
Obs. 2: Os equipamentos a serem fornecidos pela CONTRATADA, caso não sejam de 1º
deverão apresentar excelentes condições de conservação e deverão ser substituídos
sempre que apresentarem defeito e necessitarem de manutenção corretiva.
Obs. 3: Os materiais de limpeza deverão ser fornecidos mensalmente até o quinto dia
útil, sendo que o primeiro fornecimento deverá ser efetivado com antecedência de 05
(cinco) dias corridos, anteriores a data de início da execução dos serviços.”
Diante dos dispositivos e dos quadros demonstrados, podem-se tecer as seguintes
considerações:
1 – Em relação aos itens 09 e 12, do Quadro 08, da relação de materiais, utensílios e
equipamentos, trata-se de materiais relativos ao serviço de copeiragem, serviço distinto
do que foi licitado e contratado, uma vez que as atividades inerentes não se enquadram
no serviço de limpeza e conservação. Sendo, portanto, indevido incluir na licitação e
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contratação o fornecimento desses materiais e a execução do serviço correspondente pela
contratada.
2 – Relativamente aos itens 17, 23 e 36, contidos no Quadro 08, tratam-se de materiais
relativos à higiene pessoal dos usuários, cujos parâmetros e critérios de quantificação do
consumo são incompatíveis e impertinentes aos estabelecidos para quantificação do
serviço de limpeza e conservação, na IN SLTI/MPOG nº 02/2008, que é com base na área
física a ser limpa. Incorrendo, ainda, a sua inclusão, em distorções na composição dos
custos por empregado, ao inflar o valor total do item “insumos diversos” com o custo de
materiais não aplicados diretamente nas atividades de limpeza e conservação.
3 - Dessa forma, embora conste da descrição do serviço pela IN, o abastecimento dos
materiais de higiene pessoal nos sanitários, pelos empregados terceirizados, o
fornecimento de tais materiais pela própria contratada só poderia ter ocorrido, se tivesse
sido devidamente especificado e justificado, no Plano de Trabalho e Termo de Referência,
mediante a comprovação da sua economicidade e demais vantagens em relação à
aquisição pela própria Administração; bem como da viabilidade e confiabilidade dos
parâmetros utilizados para as suas quantificações, que não poderiam estar no âmbito das
obrigações e responsabilidades da contratada, uma vez que o consumo de tais materiais
não está adstrito às atividades desempenhadas pelos empregados terceirizados.
4 – Em relação aos itens 3, 19 e 29 do Quadro 08, consideram-se materiais utilizados na
execução de serviços de manutenção da edificação, os quais requerem mão de obra
especializada, e cujas atividades inerentes não se enquadram como serviço de limpeza e
conservação. Sendo, portanto, indevido incluir na licitação e contratação o fornecimento
desses materiais, sobretudo em quantitativos mensais e superdimensionados, como foi o
caso, e a execução do serviço correspondente pela contratada.
5 – No tocante aos itens relacionados no Quadro 09, em se tratando de materiais
semiduráveis, verifica-se que houve um superdimensionamento dos quantitativos para
fornecimento mensal. Salientando-se que, em inspeção aos depósitos de materiais e em
entrevista realizada com as empregadas terceirizadas, foram confirmados que os
quantitativos previstos não são fornecidos mensalmente pela contratada e sim de acordo
com a necessidade de reposição.
6 – Saliente-se que todos os itens constantes da relação de materiais, utensílios e
equipamentos, anexa ao Edital, com os respectivos quantitativos estimados, foram aceitos
na proposta vencedora, na íntegra, conforme relação orçada anexa a essa.
Dessa forma, ficou evidenciado que a Unidade incluiu, na licitação e contratação dos
serviços de limpeza e conservação, o fornecimento de materiais inerentes a outros
serviços, sem uma justificativa plausível, e a funções incompatíveis ou impertinentes ao
objeto previsto. Assim como, ficou evidenciada a falta de rigor na apuração e na
disponibilidade de informações fornecidas pela Unidade em relação aos quantitativos
estimados de material de consumo, que deveriam ser as mais fidedignas possíveis, de
forma a propiciar a elaboração de propostas mais consistentes e menos onerosas por parte
dos licitantes.
##/Fato##
Causa
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Previsão de aquisição e fornecimento de materiais que não guardam correlação com o
objeto licitado e inadequação dos controles de materiais utilizados na execução dos
serviços no âmbito da Unidade.
##/Causa##
Manifestação da Unidade Examinada
Em resposta à Solicitação de Auditoria nº 201505379-Final-CGU, de 04/05/2016, a
Unidade, por intermédio do Ofício nº 176/2016/GAB/IPHAN-GO, de 17/05/2016,
manifestou o seguinte:
“Em relação aos itens de nº 09 e 12 do quadro 08, embora sejam produtos que também
sejam utilizados em copas, o seu uso, conforme informação constante no rótulo e também
ao uso no âmbito da Superintendência poderão ser utilizados para limpeza de superfícies.
Considerando, a existência de várias esquadrias, maçanetas e torneiras ambas em
alumínio, esclarecemos que tais produtos são de uso na limpeza dessas superfícies.
Quanto aos itens do quadro 03, 29 e 36 do quadro 08, entendemos que eles se adequam
perfeitamente ao tipo de contratação, por se tratar de produtos acessórios para os
serviços de limpeza. Haja visto, que os serviços de conservação e manutenção de pisos
são atribuições da Empresa de Limpeza e Conservação.
Relativamente aos itens constantes no quadro 09, que se tratam de materiais semi
duráveis, onde considerou-se superdimensionamento dos quantitativos para
fornecimento mensal, informamos que a Administração ao prever os quantitativos
pautou-se pela segurança de que não haveria descontinuidade dos serviços em
decorrência de falta de utensílio ou equipamento.
No que refere aos itens 17, 23 e 26 esclarecemos em decorrência dos procedimentos de
formalização do processo de aquisição, fiscalização e o fornecimento em escala reduzida,
não representariam nenhuma economia a Administração. Observa-se ainda a inclusão
desse tipo de material nas contratações de serviços de limpeza e conservação é
costumeira, não só no âmbito do IPHAN, mas em vários outros órgãos da
Administração.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
Em análise da manifestação da Unidade, cabem tecer as seguintes considerações:
1 – Quanto aos itens 09 e 12 do Quadro 08, cabe retificar e esclarecer que o licitante
vencedor excluiu, da sua proposta, o item 09 – Detergente líquido para lavar louças - da
Relação de Materiais e equipamentos estimados pela Unidade, certamente por entender
que tal item, em frasco de 500 ml, é específico para atividades atinentes ao serviço de
copeiragem e pelo fato de que o item 08 - Detergente neutro, em galão de 5 litros, de uso
geral, trata-se do produto em qualidade, economicidade e embalagem adequadas e
condizentes às especificações e à descrição do serviço de limpeza e conservação previstas
no Caderno de Logística da SLTI/MPOG. No entanto, verificou-se, em inspeção, ao
depósito de material da sede da Superintendência em Goiânia, e em mensagem eletrônica,
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juntada ao processo de licitação/contratação, que apesar de não constar da relação
proposta pela contratada, o item 09 vem sendo requisitado pela contratante e fornecido
pela contratada, assim como o item 08.
2 – Relativamente ao item 12, considera-se, também, impertinente o argumento
apresentado, tendo em vista a inadequação do uso de esponja de aço nas superfícies de
alumínio polido ou aço inox dos locais e materiais informados pela Unidade, até porque
não são submetidas ao fogo e se em contato com material abrasivo, podem ser
danificadas, ou seja, pelo contrário, são materiais que devem ser limpos e polidos,
conforme consta da descrição do serviço, no Caderno de Logística da SLTI/MPOG:
“1.2.6 Limpar e polir todos os metais, como válvulas, registros, sifões, fechaduras ,etc.”.
Saliente-se, ainda, que, de forma contraditória, consta das relações estimada pela Unidade
e da contratada, o fornecimento de “produto para limpeza de superfície em inox”, de uso
específico, e em estoque confirmado na sede da Superintendência em Goiânia, quando da
inspeção.
3 – No tocante aos itens 3, 19 e 29 do Quadro 08, deve ser reconsiderada a restrição
apontada ao item 29, tendo em vista estar relacionado ao serviço de limpeza e
conservação, conforme consta, no Caderno de Logística da SLTI/MPOG, a seguinte
descrição: “8.1.5.6. Limpar, engraxar e lubrificar portas, grades, basculantes, caixilhos,
janelas de ferro (de malha, enrolar, pantográfica, correr, etc.)”. No entanto, em relação
aos itens 3 e 19, os quais não foram encontrados em estoque na inspeção física realizada,
está explícita, no Caderno, a seguinte descrição: “1.1.6 Varrer, remover manchas e
lustrar os pisos encerados de madeira; ...”. Portanto, o serviço limita-se ao uso de cera e
polimento, e não à aplicação especializada de impermeabilizante, que além de requerer
conhecimentos técnicos por parte do servente, é inerente ao serviço de manutenção da
edificação.
4 – Relativamente aos itens 17, 23 e 36, contidos no Quadro 08, os quais são materiais de
higiene pessoal dos usuários, consideram-se impertinentes os argumentos apresentados,
tendo em vista que a responsabilidade da contratada, em relação a esses materiais, deve
se restringir ao abastecimento dos sanitários; ou seja, a Unidade busca se eximir de um
encargo que é da sua responsabilidade, assim como é em relação a diversos outros
materiais necessários ao funcionamento de uma Unidade Administrativa. Portanto, se
outras Unidades vêm utilizando-se desse mesmo procedimento, vêm incorrendo na
mesma falha.
5 - Dessa forma, reafirma-se que a responsabilidade pelo dimensionamento e
fornecimento do quantitativo de material e equipamentos a serem empregados na
execução do serviço de limpeza e conservação predial deve ser, incontestavelmente, da
contratada. No entanto, essa responsabilidade não pode ser atribuída em relação aos
materiais de higiene pessoal, tendo em vista que os parâmetros utilizados para o
dimensionamento do quantitativo de tais materiais estão relacionados ao quantitativo e
consumo dos usuários e não à área física, produtividade, periodicidade e frequência do
serviço de limpeza e conservação a ser executado pelos empregados terceirizados.
6 - Portanto, tal incongruência prevista em um contrato de limpeza e conservação predial
além de ocasionar distorções em relação aos custos dos insumos que devem compor o
preço global do serviço, propicia o descumprimento, pela contratada, das suas obrigações
em relação ao fornecimento dos materiais que devem ser aplicados diretamente na
execução do serviço de limpeza e conservação, devido à prioridade e imprevisibilidade
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inerentes ao fornecimento dos materiais de higiene pessoal. Assim como, propicia a
alegação da necessidade premente de acréscimo contratual, sem amparo na legislação
pertinente, por não estar o consumo de materiais de higiene pessoal restrito ao controle
da contratada.
7 - Dando, assim, tal incongruência, margem para manipulação de planilha de custos e
ofertas inferiores na licitação, visando à vitória no certame, na intenção de elevar,
posteriormente, o ganho mediante acréscimos contratuais, pleiteados com base na
vulnerabilidade ocasionada pela assunção de encargo que deveria ser de responsabilidade
da contratante.
8 - Ressalte-se, ainda, que a inclusão do custo de materiais de higiene pessoal,
relacionados ao quantitativo e ao consumo dos usuários, no cômputo dos insumos na
planilha de custos contratada, contrapõe à metodologia aplicada pela Administração
Pública na definição dos parâmetros referenciais de contratação, com base na área física,
produtividade, periodicidade e frequência do serviço de limpeza e conservação a ser
executado pelos empregados terceirizados, ocasionando distorções em relação à métrica
estabelecida para a contratação do serviço.
9 – Quanto aos itens relacionados no Quadro 09, os quais são materiais semiduráveis,
com superdimensionamento dos quantitativos para fornecimento mensal, consideram-se,
também, não pertinentes os argumentos apresentados, tendo em vista que o licitante
vencedor aceitou todos os itens e os respectivos quantitativos estimados pela Unidade, na
formulação da sua proposta, porque, certamente, atendia aos seus interesses com a
oneração dos custos, por um lado, e, por outro, pelo fato de não ser necessária a reposição
mensal do quantitativo estimado para a execução do serviço.
Dessa forma, reafirma-se que a Unidade incluiu, na licitação e contratação dos serviços
de limpeza e conservação, o fornecimento de materiais inerentes a outros serviços, sem
uma justificativa plausível, e a funções incompatíveis ou impertinentes ao objeto previsto.
Assim como, ficou evidenciada a falta de rigor na apuração e na disponibilidade de
informações fornecidas pela Unidade em relação aos quantitativos estimados de material
de consumo, que deveriam ser as mais fidedignas possíveis, de forma a propiciar a
elaboração de propostas mais consistentes e menos onerosas por parte dos licitantes.
##/AnaliseControleInterno##
Recomendações:
Recomendação 1: Abster de incluir, na licitação e contratação dos serviços de limpeza e
conservação, o fornecimento de materiais inerentes a outros serviços, sem uma
justificativa plausível, e a funções incompatíveis ou impertinentes ao objeto previsto.
Recomendação 2: Aprimorar os controles de fornecimento e consumo de materiais
utilizados na execução dos serviços de limpeza e conservação predial, bem como as ações
previstas no planejamento, e na fase preparatória da nova licitação, visando o
levantamento tempestivo e a correta utilização de dados estimativos de materiais de
consumo na elaboração do plano de trabalho e do termo de referência.
1.1.1.8 CONSTATAÇÃO
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Ausência de diferenciação das áreas físicas, por tipo de ambiente, em relação aos
limites mínimos referenciais de produtividade, na licitação dos serviços de limpeza
e conservação.
Fato
Em análise do Processo n° 01516.001833-2015-35, verificou-se que consta do Anexo I
ao Edital – Termo de Referência, um quadro demonstrativo das áreas físicas das três
localidades nas quais são executados os serviços de limpeza e conservação, conforme
transcrito no recorte da figura a seguir:
No entanto, mediante inspeções realizadas e exame das plantas de arquitetura da
Superintendência do IPHAN/GO em Goiânia, disponibilizados pela Unidade, verificou-
se que foi utilizado para toda área interna a produtividade referencial de 600 m², relativa
ao tipo “Piso Frio”, desconsiderando as demais diferenciações de ambientes, como
almoxarifados, arquivos, depósitos, halls e espaços livres, cujas produtividades por
servente são maiores, conforme demonstrado no quadro a seguir:
QUADRO10 –ÁREA INTERNA – ÍNDICE DE PRODUTIVIDADE, COM BASE NOS DADOS DOS
PROJETOS E NA DIFERENCIAÇÃO DOS AMBIENTES.
Local Área
(m²)
Tipo de
Áreas
Físicas
Área
(m²)
Prod.
Mín.
Ref.
(m²)
Índice de Produtividade
Correto -
por
ambiente
Correto
- por
local
Adotado
- por
local
Varia
ção
(%)
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Escritório
Técnico
em Goiás
244,60
Arquivo 23,63 1.350 0,01750
0,3339 0,4076 22,07
Biblioteca 21,44 1.350 0,01588
Hall 18,12 800 0,02265
Arquivo 11,88 1.350 0,00880
Depósito 7,78 1.350 0,00576
Área
Coberta 11,57 800 0,01446
Área de
Serviço 3,38 800 0,00422
Piso Frio 146,80 600 0,24466
Escritório
Técnico
em
Pirenópolis
249,20
Depósito 7,27 1.350 0,00538
0,3785 0,4153 9,71
Sala de
Exposição 55,77 800 0,06971
Varanda 16,29 800 0,02036
Piso Frio 169,87 600 0,28311
Superinten
dência em
Goiânia
979,66
Arquivo -
Div.
Administrati
va
17,01 1.350 0,01260
1,4534 1,6327 12,34
Sala Técnica
de
Informática
9,26 1.350 0,00685
Arquivo
Técnico 41,20 1.350 0,03051
Garagem 71,75 800 0,08968
Varanda/
Mesa de
Reunião
51,80 800 0,06475
Casa de
Máquinas 14,79 1.350 0,01095
Arquivo/
Administraç
ão
15,79 1.350 0,01169
Antigo
Depósito 15,79 1.350 0,01169
Hall/
Recepção 19,33 800 0,02416
Hall/Mesa
de Reunião 34,53 800 0,04316
Piso Frio 688,41 600 1,14735
TOTAL 2,1659 2,4557 13,38
Fonte: Elaborado pela Equipe de Auditoria, com base em dados extraídos das Plantas de Arquitetura.
Conforme verificado, os percentuais de variação dos índices de produtividade adotados
pela Unidade em relação aos índices corretos, no tocante aos Escritórios Técnicos de
Goiás, Pirenópolis e à Superintendência em Goiânia são superiores em 22,07%, 9,71% e
12,34%, respectivamente, perfazendo, em relação ao conjunto de localidades, um
percentual superior de 13,38%.
Dessa forma, verificou-se, em relação às três localidades do IPHAN/GO, que não houve
diferenciação, levando-se em conta todos os tipos de ambiente existentes, em relação aos
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limites mínimos referenciais de produtividade estabelecidos pela IN SLTI/MPOG nº
02/2008. Demonstrando que a Instituição ao descumprir a legislação, induziu os licitantes
a ofertarem uma produtividade menor e definirem o número de serventes acima do limite
referencial, ou seja, acima das necessidades para a execução do serviço, implicando numa
maior oneração dos custos. Salientando-se que tal falha pode resultar, ainda, em
favorecimento ao licitante que tenha acesso aos projetos ou que já conheça ou inspecione
as dependências dos locais relativos ao objeto licitado, quando da elaboração da sua
proposta.
##/Fato##
Causa
Inadequação dos procedimentos utilizados no planejamento e na preparação da licitação,
de forma a obter e disponibilizar, tempestivamente, dados fidedignos relativos ao objeto
licitado.
##/Causa##
Manifestação da Unidade Examinada
Em resposta à Solicitação de Auditoria nº 201505379-Final-CGU, de 04/05/2016, a
Unidade, por intermédio do Ofício nº 176/2016/GAB/IPHAN-GO, de 17/05/2016,
manifestou o seguinte:
“Em relação às áreas físicas foram consideradas áreas internas e externas, em
decorrência dos seguintes fatores: A Sede da Superintendência trata-se de imóvel locado
de terceiro, e seus espaços adaptados para abrigar a Instituição. Portanto, poderá ser
alterado conforme a necessidade. A limpeza realizada em todos os ambientes ocorre na
frequência diária, assim como o mobiliário existente. Relativo aos Escritórios Técnicos
são imóveis próprios, entretanto, os seus espaços são adequados para atender a demanda
administrativa, sendo imóveis tombados, e que estão preservados quanto a sua
originalidade arquitetônica. No Escritório Técnico de Pirenópolis não existe sala de
exposição, as salas existentes são todas ocupadas por servidores. Em Goiás, embora
tenham descrito Biblioteca e Arquivo, são também espaços compartilhados com
Servidores. Portanto, não há áreas específicas, Deste modo, é que justificamos a
utilização dos termos área interna e externa, para os quais foram utilizados os
parâmetros de cálculo estabelecido na IN 02/2008 e Portaria vigente, ambos do
Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão – MPOG.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
Em análise da manifestação da Unidade, consideram-se não pertinentes os argumentos
apresentados, tendo em vista que, em inspeção à sede da Superintendência do IPHAN em
Goiânia, todos os ambientes foram visitados e as diferenciações previstas na legislação
pertinente, por subtipo de produtividade, foram confirmadas, não se justificando uma
produtividade maior para os ambientes apontados. Salientando-se que as normas não
diferenciam imóveis próprios de alugados e que as readequações de ambientes, realizadas
no interesse público e por economicidade, podem motivar a alteração, rescisão ou não
prorrogação contratual, nos termos da lei. Quanto aos dois Escritórios Técnicos, caberia
à Unidade a comprovação de que as identificações dos ambientes apontados, nas plantas
de arquitetura, estão incorretas, bem como a presença de mobília e equipamentos para
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uso de servidores e visitantes, que justificasse o enquadramento de todos os ambientes
com uma produtividade maior.
Dessa forma, reafirma-se que, em relação às três localidades do IPHAN/GO, não houve
diferenciação, levando-se em conta todos os tipos de ambiente existentes, em relação aos
limites mínimos referenciais de produtividade estabelecidos pela IN SLTI/MPOG nº
02/2008. Demonstrando que a Instituição ao descumprir a legislação, induziu os licitantes
a ofertarem uma produtividade menor e definirem o número de serventes acima do limite
referencial, ou seja, acima das necessidades para a execução do serviço, implicando numa
maior oneração dos custos. Salientando-se que tal falha pode resultar, ainda, em
favorecimento ao licitante que tenha acesso aos projetos ou que já conheça ou inspecione
as dependências dos locais relativos ao objeto licitado, quando da elaboração da sua
proposta.
##/AnaliseControleInterno##
Recomendações:
Recomendação 1: Aprimorar os procedimentos utilizados no planejamento e na
preparação da licitação dos serviços de limpeza e conservação, de forma a obter e
disponibilizar, tempestivamente, dados fidedignos relativos às identificações das áreas
físicas das Unidades do IPHAN/GO, bem como a observar os limites referenciais, por
subtipo de produtividade, em relação a cada ambiente.
III – CONCLUSÃO
Em face dos exames realizados, somos de opinião que a Unidade Gestora deve adotar
medidas corretivas com vistas a elidirem os pontos ressalvados nos itens: 1.1.1.3, 1.1.1.4,
1.1.1.5, 1.1.1.6, 1.1.1.7 e 1.1.1.8.
Goiânia/GO, 26 de julho de 2016.